1 introdução
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1 introdução
ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO Maj Inf EDUARDO DA SILVA RUY A experiência adquirida pela 1ª Divisão de Exército nas operações interagências nos grandes eventos nos anos de 2012 e 2013 Rio de Janeiro 2015 Maj Inf EDUARDO DA SILVA RUY A experiência adquirida pela 1ª Divisão de Exército nas operações interagências nos grandes eventos nos anos de 2012 e 2013 Projeto de pesquisa apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como pré-requisito para matrícula em programa de pós-graduação lato sensu em Ciências Militares. Orientador: TC Inf JOÃO LUIZ DE ARAÚJO LAMPERT Rio de Janeiro 2015 R 985e RUY, EDUARDO DA SILVA. A experiência adquirida pela 1ª Divisão de Exército nas operações interagências nos grandes eventos nos anos de 2012 e 2013. / EDUARDO DA SILVA RUY. 2015. 61 f.: il ; 30cm. Trabalho de Conclusão de Curso - Escola de Comando e EstadoMaior do Exército, Rio de Janeiro, 2015. Bibliografia: f. 60 - 61. 1. Operações Interagências. 2. Grandes Eventos. 3. Lições Aprendidas. 4. Ensinamentos Colhidos. I. Título. CDD 355.4 Maj Inf EDUARDO DA SILVA RUY A experiência adquirida pela 1ª Divisão de Exército nas operações interagências nos grandes eventos nos anos de 2012 e 2013 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Ciências Militares. Aprovado em........., de ....................., de ................. COMISSÃO AVALIADORA _________________________________________________________ JOÃO LUIZ DE ARAÚJO LAMPERT – TC Inf QEMA – Presidente Escola de Comando e Estado-Maior do Exército _________________________________________________________ SANZIO RICARDO ROCHA GUSMÃO – TC Art QEMA – Membro Escola de Comando e Estado-Maior do Exército ___________________________________________________ LEONARDO DE SOUZA FRANKLIN – Maj Cav – Membro Escola de Comando e Estado-Maior do Exército À minha esposa Renata Ruy, meus filhos Maria Eduarda e Guilherme e meus pais Ana Maria memoriam), exemplo. e Claudinei fontes de Ruy inspiração (in e AGRADECIMENTOS À Deus, pelo dom da vida, felicidade, tranquilidade e saúde a todos meus entes queridos, principalmente ao meu filho Guilherme Teixeira da Silva Ruy. À minha família, Renata, Maria Eduarda e Guilherme pelo apoio, incentivo, carinho e compreensão em todos os momentos, sendo fundamentais no sucesso da conclusão deste trabalho. Aos meus pais, Ana Maria e Claudinei Ruy (in memoriam), pela minha educação e formação, me mostrando a importância da dedicação, do trabalho árduo e da disciplina, como fontes prementes do sucesso pessoal. Ao meu irmão, Roberto, amigo, camarada, homem íntegro e excelente profissional, servindo de exemplo para realização deste trabalho. Ao Exército Brasileiro, pela oportunidade em realizar um trabalho monográfico, de modo a ampliar o conhecimento profissional. Ao meu orientador, o TC Lampert, não apenas pela orientação, como também pelo incentivo e confiança demonstrados em várias oportunidades. RESUMO No mundo contemporâneo, o uso exclusivo da força já não garante a solução de conflitos. Um novo espectro de ameaças fez com que surgisse um novo ambiente operacional: o interagência, que busca a unidade de esforços e cooperação no gerenciamento de conflitos de guerra e não guerra, envolvendo, não só as Forças Armadas, como as Forças de Segurança Pública, organizações não governamentais, organizações voluntárias e agentes da administração pública em diferentes níveis de governo, nacionais ou estrangeiros. Nesse contexto, os Grandes Eventos de repercussão nacional e internacional ressaltam de importância pela capacidade do Brasil em conduzir tais eventos e de projetar força no cenário internacional. O capítulo três desse trabalho buscou conceituar as Operações Interagências, observando as terminologias brasileiras e a americana e sua aplicabilidade no cenário nacional; e abordou três grandes eventos ocorridos na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), sempre com um olhar crítico, destacando os ensinamentos e as lições aprendidas pela 1ª Divisão de Exército (G Cmdo que coordenou as ações) para a Força Terrestre. Palavras-chave: operações interagências, grandes eventos, lições aprendidas, ensinamentos colhidos ABSTRACT In the contemporary world, the exclusive use of force no longer guarantees conflict resolution. A new range of threats made arise a new operating environment: the interagency, which seeks the unity of efforts and cooperation in managing conflicts of war and not war, involving not only the military, but the Public Security Forces, nongovernmental organizations, volunteering organizations and public service employees at different levels of the national or foreign government. In this context, the Major Events of national and international repercussions highlight of the importance for Brazil's capability to conduct such events and to project force in the international arena. Chapter three of this study aimed to conceptualize the Interagency Operations, watching the Brazilian terminology and the US and its applicability on the national scenario; and addressed three major events in the city of Rio de Janeiro, the United Nations Conference on Sustainable Development (Rio + 20), the Confederations Cup and the World Youth Day (WYD), always with a critical view, highlighting the teachings and lessons learned by the 1st Army Division (G CMDO who coordinated actions) to the Land Force. Keywords: Interagency Operations, Major Events, Lessons Learned, Teachings. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS PROFORÇA Projeto de Força do Exército Brasileiro FTC Força Terrestre Componente FNC Força Naval Componente FAC Força Aérea Componente GU Grande Unidade OMDS Organização Militar Diretamente Subordinada JMJ Jornada Mundial da Juventude PND Política Nacional de Defesa OSP Órgão de Segurança Pública CML Comando Militar do Leste MD Ministério da Defesa MJ Ministério da Justiça HE Hipótese de Emprego CNUDS Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável CSA Coordenador de Segurança de Área CES Coordenador Executivo de Segurança CCOpTer PDC CAvEx Centro de Coordenação de Operações Terrestre Palácio Duque de Caxias Comando de Aviação do Exército MB Marinha do Brasil FAB Força Aérea Brasileira SESEG/RJ CBMERJ GM/RJ IRD SEDEC/RJ Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro Guarda Municipal do Rio de Janeiro Instituto de Radioproteção e Dosimetria Secretaria de Estado e Defesa Civil do Rio de Janeiro SECONSERV Secretaria Municipal de Conservação A/RJ SMSDC/RJ Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil SMTR/RJ Secretaria Municipal de Transportes ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações INFRAERO EMCFA Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas OCD Operação de Controle de Distúrbio BPE Batalhão de Polícia do Exército BG Batalhão de Guardas PCERJ Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro PMERJ Polícia Militar Estado do Rio de Janeiro PF PFR Polícia Federal Polícia Rodoviária Federal DAIRJ Delegacia do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro DEAT Delegacia Especial de Apoio ao Turismo CCDA Centro de Coordenação e Defesa de Área CCTI Centro de Coordenação Tático Integrado OSOP Órgão de Segurança e Ordem Pública CICCR/RJ CCOA COL-FIFA Centro Integrado de Comando e Controle Regional do Rio de Janeiro Centro de Controle de Operações Aéreas Comitê Organizador Local da Federação Internacional de Futebol ABIN Agência Brasileira de Inteligência C3M Cooperação Civil-Militar COAC Centro de Operações de Assuntos Civis COMDABRA Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro DECEA Departamento de Controle do Espaço Aéreo EMCj Estado-Maior Conjunto DPJM Delegacia de Polícia Judiciária Militar BGE Batalhão de Guerra Eletrônica CI Coordenadoria de Inteligência MRE RM Ministério das Relações Exteriores Região Militar APH Atendimento pré-hospitalar BPM Batalhão de Polícia Militar O Lig Oficial de Ligação E Lig Elemento de Ligação CCOL Centro de Coordenação de Operações Logísticas C Com SEx Comunicação Social do Exército C Com SAer Comunicação Social da Aeronáutica SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------- 12 2 METODOLOGIA ----------------------------------------------------------------------- 2.1 TIPO DE PESQUISA------------------------------------------------------------------- 18 2.2 UNIVERSO E AMOSTRA------------------------------------------------------------- 19 2.3 COLETA DE DADOS------------------------------------------------------------------- 19 2.4 TRATAMENTO DOS DADOS-------------------------------------------------------- 19 2.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO---------------------------------------------------------- 20 3 AS OPERAÇÕES EM AMBIENTE INTERAGÊNCIA ------------------------- 21 3.1 Conceito------------------------------------------------------------------------------------ 21 3.2 As Forças Armadas e as Agências em Ações Coordenadas---------------- 21 3.3 O Ambiente Organizacional Interagências--------------------------------------- 22 3.4 Os níveis de colaboração interagências------------------------------------------ 23 3.5 A Abrangência das Operações em Ambiente Interagências----------------- 25 3.6 Níveis de Coordenação no Ambiente Interagências---------------------------- 26 4 A PARTICIPAÇÃO DA 1ª DIVISÃO DE EXÉRCITO 18 NA CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS RIO+20----------------------------- 27 4.1 A Conferência das Nações Unidas Rio+20--------------------------------------- 27 4.2 As Missões da 1ª Divisão de Exército---------------------------------------------- 28 4.3 Órgãos e Agências integrantes da operação------------------------------------- 28 4.4 Planejamento e execução da Operação Rio+20-------------------------------- 30 4.5 Lições Aprendidas e ensinamentos colhidos pela 1ª DE---------------------- 34 5 5.1 A PARTICIPAÇÃO DA 1ª DIVISÃO DE EXÉRCITO NA COPA DAS CONFEDERAÇÕES (2013) ---------------------------------------------------------- 36 A Copa das Confederações---------------------------------------------------------- 36 5.2 As Missões do Coordenador de Defesa de Área (CDA)----------------------- 37 5.3 Órgãos e Agências participantes da Copa das Confederações------------- 37 5.4 Planejamento e execução da COPA DAS CONFEDERAÇÕES/2013----- 39 5.5 Lições Aprendidas e ensinamentos colhidos pela 1ª DE---------------------- 42 6 A PARTICIPAÇÃO DA 1ª DIVISÃO DE EXÉRCITO NA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE--------------------------------------------------------- 46 6.1 A Jornada Mundial da Juventude (JMJ)------------------------------------------- 46 6.2 As Missões da 1ª Divisão de Exército---------------------------------------------- 46 6.3 Órgãos e Agências participantes da JMJ----------------------------------------- 47 6.4 Planejamento e execução da Operação PAPA---------------------------------- 48 6.5 Lições Aprendidas e ensinamentos colhidos pela 1ª DE---------------------- 51 7 CONCLUSÃO---------------------------------------------------------------------------- 57 REFERÊNCIAS-------------------------------------------------------------------------- 60 ANEXO – REGRAS DE ENGAJAMENTO DA 1ª DE 12 1 INTRODUÇÃO A participação da 1ª Divisão de Exército (1ª DE) nos grandes eventos, em operações interagências, contribuiu para a liderança do Exército Brasileiro no cenário nacional em operações de não guerra, frente aos demais instrumentos do Poder Nacional – que inclui forças militares, organizações governamentais (nacionais e estrangeiras) e agências civis (governamental ou não governamentais). O Exército Brasileiro já tem demonstrado interesse no desenvolvimento deste assunto, quer por meio de pesquisas e fomento de trabalhos acadêmicos, quer por intermédio de simpósios sobre o assunto. O Projeto de Força do Exército Brasileiro (PROFORÇA) determina que qualificado/habilitado/capacitado o a, profissional dentre do outros futuro aspectos, deverá estar participar de operações conjuntas, multinacionais e interagências (PROFORÇA, 2012). A 1ª DE participou com protagonismo e destaque de várias operações interagências, principalmente a partir dos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro (2007). Serão analisados os ensinamentos colhidos das operações planejadas para o Rio+20, a Copa das Confederações e para a JMJ. O Estado Maior da Força Terrestre Componente (FTC) deve possuir, de modo muito claro, experiência e doutrina para decidir sobre o emprego da Força Terrestre em operações interagências nos grandes eventos nacionais. Para tanto, analisar-seão os ensinamentos colhidos em cada operação interagência, destacando os de maior relevância para a base doutrinária da FTC. As operações interagências são as interações das Forças Armadas com outras agências, com a finalidade de conciliar interesses e coordenar esforços para consecução de objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem comum, evitando a duplicidade de ações, dispersão de recursos e a divergência de soluções com eficiência, eficácia, efetividade em menores custos (EB 20-MC-10.201 – 2013). O termo “Grandes Eventos” são aqueles originados por iniciativa do Poder público ou por Organizações Não-Governamentais que se caracterizam pela importância e pela diversidade das entidades e autoridades nacionais e internacionais participantes. Em geral, promovem expressiva concentração de pessoas em ambientes fechados ou em espaços públicos abertos, com repercussão nas mídias nacional e internacional. Em virtude da visibilidade e exposição da imagem do país no âmbito nacional e internacional, tais eventos requerem 13 operações de segurança complexas, envolvendo vetores civis e, muitas vezes, militares (EB 20-MC-10.201 – 2013). A Segurança de grande evento é uma operação interagência e requer um planejamento multidisciplinar, aproveitamento das atribuições legais de cada órgão público e forte integração a ser levantada, definida e organizada desde a concepção do evento, as diretrizes estratégicas e a matriz de responsabilidades. Será fundamental para o sucesso que todas as atividades e eventos passem por uma análise prévia da segurança integrada visando a orientação de medidas preventivas e a mitigação de riscos. Nesse contexto, a 1ª DE foi a principal coordenadora de segurança dos trabalhos desenvolvidos nos grandes eventos atuais da cidade do Rio de Janeiro, tais como: Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 (2012); Copa das Confederações (2013) e; Jornada Mundial da Juventude – JMJ (2013). Além disso, essa situação oferece espaços para as oportunidades de melhoria no planejamento, no preparo e na execução das atividades voltadas para as operações interagências, bem como ampliação da base doutrinária do Exército no mencionado assunto. Sob essa ótica, abre-se espaço para que os ensinamentos colhidos pela 1ª DE no trabalho desenvolvido com os Órgãos de Segurança Pública (OSP) e demais agências governamentais e não governamentais, sirvam de referência para que os Comandos Militares de Área operem de modo consistente, atendendo aos interesses políticos, econômicos e psicossociais do país, com ênfase na segurança pública. Ademais, efetivamente, durante o comando de uma OMDS dessa Divisão de Exército, este pesquisador pôde inferir que os integrantes da 1ª DE, participando de operações interagências em grandes eventos, desempenharam suas funções com bom nível de inserção no campo do planejamento, da coordenação e da execução, gerando ensinamentos e contribuindo sobremaneira para o sucesso das missões. É no contexto descrito, pois, que emerge a problemática da pesquisa que ora se delineia. A participação da 1ª Divisão de Exército (1ª DE), nos grandes eventos, teria gerado ensinamentos e contribuído para a base doutrinária do Exército em operações interagências? 14 Sob esse prisma, a pesquisa apresenta relevância, uma vez que as Forças Armadas vêm atuando com Órgãos de Segurança Pública (OSP) e agências governamentais e não governamentais com grande frequência nos últimos anos. Dentre essas atuações destacam-se: Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro (2007); Jogos Mundiais Militares (2011); Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 (2012); Copa das Confederações (2013); Jornada Mundial da Juventude – JMJ (2013); exercício de vazamento de material radioativo das Usinas nucleares, em Angra dos Reis (2013); Copa do Mundo 2014; dentre outras. Ressalta-se, também, a realização do Seminário de Operações Interagências do Ministério da Defesa, realizado em julho de 2013, que teve como finalidade de analisar e consolidar experiências relacionadas às operações interagências, integrar conhecimentos de interesse da doutrina dessas operações e a confecção do manual de operações em ambiente interagências - EB20-MC10.201. No âmbito nacional, a Política Nacional de Defesa (PND) define segurança como a condição que permite ao Estado brasileiro a preservação da soberania e da integridade territorial, a promoção dos seus interesses nacionais, livre de pressão e ameaças e garantia aos cidadãos do exercício dos direitos e dos deveres constitucionais. Nesse contexto, foram criados vários organismos governamentais e não governamentais para atuarem nas atividades de Segurança Pública, Defesa Civil, dentre outras, que podem ser chamados à atuação individual ou coletiva, sempre dentro do interesse da sociedade. Na atuação coletiva, com a participação das Forças Armadas, torna-se necessária a coordenação entre os diversos atores, para alcançar resultados efetivos e que permitam o cumprimento da missão, dentro da realidade exigida dos organismos públicos. As lições apreendidas da 1ª DE nos principais grandes eventos com reflexos dentro e fora do país, em operações interagências, vão ao encontro das diretrizes do Exército brasileiro e da PND, contribuindo para o aperfeiçoamento das bases doutrinárias da Força Terrestre. Este pesquisador analisou trabalhos que apontam para o tema em questão, tais como GUILHERME (2012) e PORTO (2013) e diversos arquivos junto à 1ª DE, bem como seus relatórios e militares que participaram dos grandes eventos citados neste trabalho que auxiliarão sobremaneira esta pesquisa. Foram realizadas pesquisas bibliográficas na literatura (manuais, revistas especializadas, internet, documentos 15 oficiais e relatórios), com dados pertinentes ao assunto. Nessa oportunidade, foram levantados os fundamentos e características da doutrina militar. Assim, o presente projeto tem por finalidade apresentar, por meio de pesquisa qualitativa (ALVES-MAZZOTII & GEWANDSZNAJDER, 2001), as experiências adquiridas pela 1ª DE nas operações interagências nos grandes eventos nos anos de 2012 e 2013, bem como colher reflexões e novas ideias para a base doutrinária do Exército. Ressalta-se que este projeto de pesquisa não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas, de servir de instrumento inicial para sua discussão e ampliação do assunto em questão. Com isso, destaca-se o Objetivo elencado pelo autor: - Levantar as contribuições da 1ª Divisão de Exército (1ª DE) para a base doutrinária do Exército, em operações interagências. Desse objetivo geral, surgiram outros objetivos específicos: - Apresentar a teoria sobre as operações interagências. - Analisar a participação da 1ª DE – planejamento, coordenação, acompanhamento e lições aprendidas na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 (2012). - Analisar a participação da 1ª DE – planejamento, coordenação, acompanhamento e lições aprendidas na Copa das Confederações (2013). - Analisar a participação da 1ª DE – planejamento, coordenação, acompanhamento e lições aprendidas na Jornada Mundial da Juventude (2013). - Concluir sobre a contribuição da 1ª DE para a base doutrinária do Exército. Os objetivos apresentados suscitam a hipótese do estudo - a participação da 1ª DE, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 (2012), na Copa das Confederações (2013) e na Jornada Mundial da Juventude (2013), contribuiu para o aperfeiçoamento da base doutrinária do Exército atuando em operações interagências? Considerando o tema “A experiência adquirida pela 1ª DE nas operações interagências nos grandes eventos nos anos de 2012 e 2013”, as circunstâncias passíveis de medição e que poderão influenciar a pesquisa serão as seguintes: - Variável dependente: experiência adquirida Definição constitutiva: conhecimento adquirido ao longo da vida e pode ser empregado em diversas situações. 16 Definição operacional: lições colhidas ao final de uma operação interagência e exploradas entre seus participantes. - Variável independente: operações interagências Definição constitutiva: interação das Forças Armadas com outras agências com a finalidade de conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem comum, evitando a duplicidade de ações, dispersão de recursos e a divergência de soluções com eficiência, eficácia, efetividade e menores custos. Definição operacional: operações coordenadas pelo Exército quando há necessidade de reunir OSP, Agências governamentais e não governamentais, dentre outros elementos civis. - Variável independente: grandes eventos Definição constitutiva: são grandes acontecimentos; deslocamento e concentração de pessoas para reuniões, jogos, festas, concertos, congressos, desfiles, etc. Definição operacional: são os grandes acontecimentos no Brasil, particularmente na cidade do Rio de Janeiro, de natureza esportiva, religiosa e de proteção ao meio ambiente, sob a segurança das Forças Armadas e das diversas Agências. Esse projeto de pesquisa destina-se, num primeiro momento, a estudar a participação da 1ª Divisão de Exército (1ª DE) nas operações interagências nos grandes eventos nos anos de 2012 e 2013, explorando autores nacionais e estrangeiros que já se dedicaram ao assunto. Em seguida, levantar-se-ão as experiências adquiridas que emergem desse referencial teórico e que favorecem a posição de liderança assumida pela 1ª DE em operações interagências. Para esse enfoque serão considerados militares das Forças Armadas, elementos dos OSP e das agências, que atuaram ou já atuaram em operações interagências. Numa terceira fase, as experiências adquiridas pela 1ª DE levantadas durante o estudo serão impactadas com a doutrina militar terrestre em vigor, para que sejam propostas reflexões estratégicas e novas ideias à base doutrinária do Exército, no que tange a participação desse G Cmdo nos seguintes eventos: Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 (2012); Copa das Confederações (2013) e Jornada Mundial da Juventude – JMJ (2013). 17 A pesquisa se justifica, a medida em que, do estado da arte, pode-se extrair o embasamento conceitual teórico, por meio de documentação, relatórios e autores, que já se dedicaram ao estudo das operações interagências nos grandes eventos, para, a partir daí, levantar-se as experiências adquiridas pela 1ª DE nas operações interagências nos grandes eventos anteriormente mencionados. Desse modo, enfatiza-se que o problema levantado poderá trazer benefícios para a Força Terrestre, uma vez que apresentará reflexões e novas ideias com vistas ao incremento da participação do Exército Brasileiro em operações interagências em todo território nacional, especialmente, num contexto político, em que o Exército tem elevado sua participação em operações de não guerra em território brasileiro. 18 2 METODOLOGIA Esta seção tem o objetivo de definir o tipo de pesquisa a ser realizada, bem como os meios empregados para a coleta de dados, além do instrumento utilizado para o tratamento dos dados adquiridos. Tal metodologia será realizada utilizandose as taxonomias definidas por Gil (2002) e Vergara (2009), evidenciando-se os seguintes tópicos: tipo de pesquisa, universo e amostra, coleta de dados, tratamento de dados e limitações do método. 2.1 TIPO DE PESQUISA Quanto aos objetivos a serem atingidos nessa pesquisa, pretende-se realizar trabalho explicativo, pois se busca responder quais serão as contribuições para a base doutrinária do Exército sobre a participação da 1ª Divisão de Exército (1ª DE), em operações interagências, nos grandes eventos nacionais. Essa classificação marca a abordagem do estado da arte atual. Todavia, para confrontar a realidade com o ponto de vista teórico, é necessário delinear a pesquisa em termos de procedimentos. Nesse particular, a presente pesquisa realizará uma pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. Segundo Gil, 2002, A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Seguindo Vergara (2009), esta pesquisa será descritiva, explicativa, bibliográfica e documental. Descritiva porque descreverá as características das operações interagências da 1ª Divisão de Exército (1ª DE), sob a ótica da gestão do conhecimento. Explicativa porque tenderá esclarecer as lições aprendidas e as incompatibilidades do referido desenvolvimento doutrinário com a base doutrinária do Exército. Bibliográfica porque terá sua fundamentação teórico-metodológica na investigação sobre assuntos de gestão do conhecimento, criação do conhecimento e de desenvolvimento de doutrina militar disponíveis em livros, manuais e artigos de acesso livre ao público em geral. Por fim documental, porque se utilizará de documentos e relatórios do Exército Brasileiro, particularmente da 1ª DE. 19 2.2 UNIVERSO E AMOSTRA O universo deste trabalho foi a 1ª DE e o Comando Militar do Leste (CML), além das agências governamentais e associações privadas que cooperam em operações interagências nos grandes eventos nacionais na cidade do Rio de Janeiro/RJ. A amostra terá como elemento a 1ª DE, por ser Grande Comando escolhido pelo Exército Brasileiro coordenar os trabalhos de segurança integrada nos anos de 2012 e 2013. 2.3 COLETA DE DADOS A pesquisa bibliográfica será realizada por meio de consultas à biblioteca da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), aos sites oficiais do Exército Brasileiro e aos relatórios do Comando da 1ª DE. O objetivo principal será levantar o que se tem registrado sobre a atuação da 1ª DE, em operações interagências, nos grandes eventos nacionais. Publicações oficiais desse grande comando serão analisadas pela pesquisa para que sirvam de balizamento para o trabalho em questão. Além disso, a pesquisa a monografias acerca do tema e ao manual EB20-MC-10.201 – operações em ambiente interagências, irão enriquecer e servir de comparação aos dados que serão tratados e coletados neste trabalho. Quanto à coleta documental, as operações Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 (2012); a Copa das Confederações (2013) e; a Jornada Mundial da Juventude – JMJ (2013), serão estudas para que se possa comparar os planejamentos de empregos visualizados pelos seus Estados Maiores. 2.4 TRATAMENTO DOS DADOS Como resultado do tipo de pesquisa e dos meios de coleta de dados apresentados anteriormente, será confeccionado um trabalho de interpretação dos dados levantados, realizando, após o trabalho de confronto das metodologias, a comparação com os resultados das pesquisas bibliográfica e documental com a doutrina militar terrestre. 20 Após isso, será realizada a análise das lições aprendidas pela 1ª DE, em operações interagências, nos grandes eventos nacionais na cidade do Rio de Janeiro/RJ, proporcionando respostas aos questionamentos do problema anteriormente citado. 2.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO Em relação ao método, a pesquisa apresenta a limitação de que a revisão bibliográfica e a documental não contemplam a pesquisa de campo que, no caso em questão, seria de difícil aplicação, uma vez que os mencionados eventos já ocorreram. Pretende-se construir conhecimento para subsídios teóricos de trabalhos futuros no setor, principalmente para as olimpíadas 2016, de modo que a nova concepção de emprego da Força Terrestre Componente seja aplicada na sua plenitude 21 3. AS OPERAÇÕES EM AMBIENTE INTERAGÊNCIA 3.1 Conceito O manual do Ministério da Defesa (MD), EB20-MC-10.201 – Operações em Ambiente Interagências (2013), traz a seguinte definição acerca do tema: Interação das Forças Armadas com outras agências com a finalidade de conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem comum, evitando a duplicidade de ações, dispersão de recursos e a divergência de soluções com eficiência, eficácia (a obtenção de um efeito desejado), efetividade (a capacidade de manter eficácia ao longo do tempo) e menores custos. É importante destacar que, de acordo com o manual acima, os termos Operações Interagências e Operações em Ambiente Interagências têm o mesmo significado e não serão tratados de forma distinta neste trabalho. O Estado-Maior Conjunto americano elaborou o JP3-08 (2011), “Interorganizational Coordination During Joint Operations”, com a finalidade de normatizar os procedimentos das Forças Armadas Americanas no ambiente interagências. Utiliza o termo coordenação interagências como sendo a coordenação que ocorre entre elementos do Departamento de Defesa e outros órgãos governamentais, forjando a ligação entre os militares e outros instrumentos do Poder Nacional. 3.2 As Forças Armadas e as Agências em Ações Coordenadas Para lidar com a complexidade dos desafios impostos pelas operações desencadeadas no atual ambiente operacional, é necessário um esforço de todos os instrumentos do Poder Nacional – o que inclui forças militares, organizações governamentais (nacionais e estrangeiras) e agências civis (de governo ou não). Essa integração entre o vetor militar e as estruturas civis é essencial para o êxito das operações. Nesse contexto, cada categoria envolvida em operações interagências traz sua própria cultura organizacional, filosofia, linguagem, missões, práticas, 22 conhecimentos e habilidades para planejamento, coordenação e execução (EB20MC-10.201). Figura 01 - Níveis de Planejamento das estruturas organizacionais das FA e agências no País Fonte: Brasil, EB20-MC-10.201, 2013, p 19 3.3 O Ambiente Organizacional Interagências No ambiente interagências, em função da cultura organizacional de cada agência, o compromisso com a missão por parte dos vetores participantes normalmente apresenta-se em graus diferentes. No entanto, a unidade de esforços, colaboração e integração entre as agências são condições essenciais para o desenvolvimento das Operações em ambiente interagências. Segundo o manual de campanha EB20-MC-10.201, quanto a integração e coordenação, as operações combinadas, conjuntas e singulares das Forças Armadas devem ser integradas no nível político-estratégico e coordenadas operacional e taticamente com as atividades das agências participantes – e iniciativas do setor privado, quando aplicáveis – para atingirem objetivos comuns de Segurança do Estado. 23 Para entender melhor qual o ambiente organizacional em que o Exército Brasileiro pode operar, a Figura 2 ilustra os atores de um universo interorganizacional. Figura 02 - O ambiente organizacional interagências Fonte: Brasil, EB20-MC-10.201, 2013, p 26 O Ministério da Defesa é o responsável pela definição do papel da expressão militar na consecução dos objetivos nacionais – não apenas no desenvolvimento das políticas e hipótese de emprego (HE), mas também na busca da interoperabilidade entre as forças singulares. No âmbito da Força Terrestre, é importante que todos os comandantes de seus escalões busquem a interação com as agências atuantes em suas áreas de responsabilidade, como parte da rotina de suas ações e atividades diárias. 3.4 Os níveis de colaboração interagências Nesse ambiente de cooperação e coordenação entre as Forças Armadas e as agências envolvidas em operações interagências, os comandantes militares de todos os níveis e os chefes das agências envolvidas devem levar em consideração 06 (seis) ações, denominadas de Ações 6 C, que norteiam a unidade de esforços e o relacionamento entre todos os envolvidos, são elas: compreender, coordenar, 24 cooperar, fazer concessões, buscar o consenso e comunicar-se (EB20-MC10.201). EUA (2008, II-11) alerta que o ponto nevrálgico da coordenação interorganizacional é o entendimento que o relacionamento civil-militar é muito mais colaborativo do que competitivo. Define-se no mesmo documento que devem ser seguidos alguns passos para sistematizar a aproximação e a manutenção da coordenação e da colaboração. Dentre eles, destacam-se: forjar uma definição reunida do problema e clarificar termos que não sejam de mútuo conhecimento; entender os objetivos, o estado final desejado, a transição e o critério de envolvimento de cada agência; estabelecer um quadro comum de referência; capitalizar experiência; apoiar uma abordagem global; estabelecer responsabilidades; estabelecer um escritório de coordenação interorganizacional, com estado-maior (civis e militares), adaptando processos à missão imposta e à situação encontrada. Em operações em ambiente interagências, após atingirmos as Ações 6 C, definiremos os níveis de colaboração interagências. Sobre esse tema, o manual do MD - EB20-MC-10.201 (2013), por sua vez, assim define o termo colaboração interagências: Atividade integrada de duas ou mais organizações cujo objetivo é incrementar os valores e as competências de cada uma por meio do trabalho conjunto, ou seja, é a cooperação e coordenação na dinâmica de interação entre as agências, colocando a primeira como uma condição para a segunda. Para que a coordenação produza seus efeitos, é necessário que exista um grau mínimo de cooperação entre todos os vetores envolvidos. Para atingirmos a definição acima, esse manual adota 04 (quatro) níveis de colaboração: - Minimização de conflitos – nível mais elementar. Os planejamentos entre os vetores envolvidos são separados e só se reúnem para que suas atividades não interfiram umas nas outras. - Coordenação – nível mais comumente utilizado. Os planejamentos entre os vetores envolvidos são separados, mas são organizadas reuniões de coordenação entre as agências interessadas para compartilhar informações e evitar a omissão de alguma ação importante. 25 - Integração – as ações civis e militares são planejadas para se apoiar mutuamente. Surge a figura do coordenador das ações. Pressupõe-se a estruturação de um Centro de Coordenação de Operações (CCOp). - Parceria genuína – é o mais alto nível de colaboração interagências. Envolve alto grau de coesão entre os envolvidos. Todos os vetores planejam de forma conjunta. No ambiente interagências, deve-se buscar os níveis mais altos de colaboração entre os órgãos envolvidos. 3.5 A Abrangência das Operações em Ambiente Interagências As operações no amplo espectro dos conflitos incluem desde a defesa da soberania e da integridade do patrimônio nacional a ações subsidiárias de apoio às políticas governamentais, passando pelas ações de cunho humanitário e de atendimento a emergências e catástrofes, pelo apoio no restabelecimento de infraestruturas básicas e de governança, o atendimento a compromissos internacionais e a atuação contra delitos transnacionais e ambientais. No momento de diminuição das hostilidades entre os beligerantes, há uma tendência de evidenciar ainda mais o ambiente interagências, em atividades abrangidas pelas ações de Proteção Integrada, Ações Subsidiárias; de Segurança; de Respaldo à Política Externa; de Prevenção e de Combate ao Terrorismo. Dentre as diversas modalidades das operações interagências, esse trabalho destaca a segurança dos Grandes Eventos. Segundo o manual do MD - EB20-MC10.201 (2013), os Grandes Eventos são aqueles originados por iniciativa do Poder público ou por Organizações Não-Governamentais que se caracterizam pela importância e pela diversidade das entidades e autoridades nacionais e internacionais participantes. Em geral, promovem expressiva concentração de pessoas em ambientes fechados ou em espaços públicos abertos, com repercussão nas mídias nacional e internacional. Em virtude da visibilidade e exposição da imagem do país no âmbito nacional e internacional, tais eventos requerem operações de envolvendo vetores civis e, muitas vezes, militares. segurança complexas, 26 3.6 Níveis de Coordenação no Ambiente Interagências Na atuação em ambiente interagências, alcançar a Unidade de Esforços pode ser uma tarefa complexa, devido, particularmente, aos diferentes processos e culturas organizacionais das agências envolvidas. As ligações entre as forças militares e as agências envolvidas são fundamentais, em todos os níveis. A delegação de autoridade facilita tais ligações e a tomada de decisão nos respectivos níveis de competência. Figura 03 – Coordenação entre o estamento militar e agências civis no ambiente interagências Fonte: Brasil, EB20-MC-10.201, 2013, p 26 27 4. A PARTICIPAÇÃO DA 1ª DIVISÃO DE EXÉRCITO NA CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS RIO+20 4.1 A Conferência das Nações Unidas Rio+20 A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), conhecida também como Rio+20, foi uma conferência realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, cujo objetivo foi discutir sobre a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável. Considerado o maior evento de desenvolvimento sustentável já realizado pelas Nações Unidas, o Rio+20 contou com a participação de chefes de estados e representantes de cento e noventa nações que propuseram mudanças, sobretudo, no modo como estão sendo usados os recursos naturais do planeta. Além de questões ambientais, foram discutidos, durante a CNUDS, aspectos relacionados a questões sociais como a falta de moradia e outros. O evento ocorreu em dez locais, tendo o Riocentro como principal local de debates e discussões; entre os outros locais, figuram o Aterro do Flamengo e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Segundo a Diretriz para o planejamento da segurança para a conferência das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável (2012) – Rio+20, Nr 03/12SPEC/CML, de 15 de março de 2012, o Coordenador de Segurança de Área (CSA) foi Comandante Militar do Leste, ao qual coube o planejamento e a execução de medidas de segurança das delegações e dos chefes de estado e de governo em seus locais de hospedagem, durante os deslocamentos e nos locais onde ocorreram os eventos, no período de 06 a 29 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. Nesse mesmo documento, o Cmt Mil L nomeou o Cmt 1ª DE como Coordenador Executivo de Segurança de Área Terrestre da Operação (CES). O Evento ocorreu de forma centralizada entre o componente militar, os OSP e as agências civis, sendo alvo de elogios por parte de quase todos seus integrantes e gerando ensinamentos no ambiente interagências. 28 4.2 As Missões da 1ª Divisão de Exército - Coordenar e executar as atividades de segurança terrestre durante os deslocamentos, nos itinerários, nos locais de hospedagem e nos eventos - dos meios adjudicados do Exército, das demais Forças Armadas e dos órgãos encarregados da segurança e da ordem pública para emprego na Operação Rio+20. - Instalar e operar o Centro de Coordenação de Operações Terrestre (CCOp Ter), contando com as instalações e meios existentes no Palácio Duque de Caxias (PDC). - Planejar e coordenar o emprego de helicópteros, contando para isso com os meios do CAvEx, MB, FAB, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Órgãos de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, em proveito da segurança dos comboios e das instalações utilizadas no evento. 4.3 Órgãos e Agências integrantes da operação A Diretriz Nr 03/12-SPEC/CML, de 15 de março de 2012, definiu, ainda, que a segurança das delegações, dos Chefes de Estado e de Governo, durante os deslocamentos, era de responsabilidade dos órgãos designados para a missão nos locais de hospedagem e nos locais dos eventos, sempre sob a coordenação e integração do CES. Órgão CML e tropas do EB 1º DN e FFE III COMAR DPF PRF SESEG/RJ PMERJ PCERJ Competências / atribuições - Coordenação geral da segurança; - Coordenação e execução da segurança terrestre, do contraterrorismo, da defesa cibernética e das atividades de defesa química, biológica, nuclear, radiológica; - Segurança do Riocentro, em cooperação com o UNDSS. - Coordenação e execução da segurança marítima; - Participação no contraterrorismo e na segurança terrestre. - Coordenação e execução da segurança dos aeroportos; - Participação no contraterrorismo. - Execução da segurança aproximada de autoridades; - Participação no contraterrorismo e na defesa cibernética. - Execução de patrulhamento ostensivo nas rodovias federais; - Participação na segurança terrestre e EVAM. - Emprego da PMERJ e PCERJ. - Participação na segurança terrestre e execução de segurança pública; - Participação no contraterrorismo. - Execução de segurança pública; - Participação no contraterrorismo. 29 Órgão CBMERJ GM/RJ UNDSS INFRAERO IRD SESTRANS/RJ SEDEC/RJ SECONSERVA/RJ SMSDC/RJ SMTR/RJ CET-Rio Receita Federal ANATEL Competências / atribuições - Planejamento e execução da segurança contra incêndios, apoio de saúde e EVAM. - Execução de controle de trânsito em itinerários e locais de eventos - Cessão de equipes de batedores para escoltas. - Execução da segurança do Riocentro, em cooperação com o EB. - Participação no controle de chegadas e partidas e de infraestrutura aeroportuária. - Participação na defesa radiológica. - Apoio à coordenação dos movimentos em estradas estaduais. - Planejamento de medidas para atendimento a calamidades públicas e desastres nucleares. - Disponibilização dos recursos do Centro de Operações Rio (COR) e preparação de vias para os eventos. - Apoio às atividades de inspeção sanitária e apoio de saúde no interior do Riocentro. - Planejamento da compatibilização do transporte público municipal. - Planejamento e Execução das atividades de controle de tráfego em apoio ao transporte e à segurança. - Execução do desembaraço alfandegário. - Monitoramento do uso de frequências. Quadro 01 – Quadro de atribuições dos órgãos empenhados na Conferência das Nações Unidas Fonte: Relatório da Operação Rio+20 do CML O componente militar do Centro de Coordenação de Operações Terrestres (CCOpTer) para a operação Rio+20 foi estruturado conforme o quadro abaixo: Figura 04 – composição do CCOpTer Fonte: Ordem de Operações para Op Rio+20-SPEC/1ª DE 30 4.4 Planejamento e execução da Operação Rio+20 O planejamento militar foi realizado por um Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), constituídos por militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, estruturado para a missão. Centralizados no CML, os órgãos apoiadores realizaram seus planejamentos, conforme as áreas de atuações listadas no Quadro Nr 01 deste trabalho. - Composição dos meios (componente militar): 4ª Bda Inf Mtz - 4ª Bda Inf Mtz - 2º RCG Bda Inf Pqdt - Bda Inf Pqdt - 15º R C Mec Elm 2º BAvEx Ba Ap Log Ex (por coordenação) AD/1 - AD 1 - FT BI Mtz/9ª Bda Inf Mtz Tr 1ª DE - 1ª Cia PE - Cia C 1ªDE - Cia DQBN - Elm GE Quadro 02 – Composição dos meios do componente militar para Op Rio+20 Fonte: Ordem de Operações Rio+20 do CML Figura 05 – Área de emprego da 1ª DE Fonte: Ordem de Operações para Op Rio+20-SPEC/1ª DE Gp Op Fuz Nav (por coordenação) Reserva - 38º BI (-) - 1º BG - 1º BPE 31 - Composição dos meios (componente das demais Agências): INTEGRAÇÃO COM OS OSOP Competência dos Órgãos Competência Órgão Policiamento ostensivo PMERJ Polícia Judiciária Polícia Civil - RJ Crimes Federais Polícia Federal Crimes Militares Polícia do Exército Controle de Tráfego GM/RJ e CET Rio Proteção de Bens GM/RJ Ações Contra-Terror Bda Op Esp e Polícia Observação 1º BPE Federal Seg interna nos hotéis PF, outras agências e Seg Privada Escoltas 1º BG/EB OCD Tr Chq PE e PMERJ Seg Ext hotel e Itn Tr EB 8º GAC Pqdt Quadro 03 – Integração das FA com os OSOP Fonte: Relatório da Op Rio+20-SPEC/1ª DE - POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (PMRJ) Empregando o efetivo de 1453 policiais, distribuídos em 400 viaturas, 89 policiais a cavalo, 58 batedores, 10 sinófilos e dois helicópteros, a PMRJ atuou em alguns pontos da cidade do Rio de Janeiro/RJ, dentre eles: Riocentro, Aterro do Flamengo, Quinta da Boa Vista e Píer Mauá. Figura 06 – Área de emprego da PMERJ - Riocentro Fonte: Ordem de Operações para Op Rio+20-SPEC/1ª DE 32 - POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO A participação da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro foi fundamental para o sucesso da operação. Tal destaque se deve ao efetivo empregado, conforme os dados abaixo - Relatório da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro/RJ (PCERJ) - 1.344 (um mil, trezentos e quarenta e quatro) policiais atuando, extraordinariamente, ao longo do evento para reforço das Unidades de Polícia Judiciária inseridas no planejamento; - 2.480 (dois mil, quatrocentos e oitenta) policiais atuando ordinariamente nas Unidades de Polícia Judiciária inseridas no planejamento ao longo do evento; - 325 (trezentos e vinte e cinco) policiais empenhados na execução de patrulhamento ostensivo em áreas de interesse turístico da Cidade no período de 08 à 12 de Junho que antecedeu a realização do evento Rio+20, de forma a garantir a manutenção da ordem e segurança dos cidadãos; - 44 Delegacias envolvidas, sendo 18 componentes de um ‘’cinturão de segurança’’ (5ª, 6ª, 7ª, 9ª, 10ª, 12ª, 13ª, 14ª, 15ª, 16ª, 17ª, 18ª, 32ª, 37ª, 41ª, 42ª, DAIRJ e DEAT) reforçadas por delegados e agentes em seus efetivos; Também foram instaladas projeções da PCERJ com atribuições de execução de atos de polícia judiciária situadas no Parque dos Atletas e Aterro do Flamengo, locais importantes para o Evento. Figura 07: Cabine móvel da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro Fonte: Relatório da Operação Rio+20 da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro 33 Em estreita ligação com o CCopTer, em especial com o 2º BAvEx, o Serviço aéreo da PCERJ foi acionado e teve participação ativa em voos pela cidade, para execução da missão "olho da águia", contribuindo para as tomadas de decisão em tempo real durante toda a missão. - GUARDA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO e agentes da CET/Rio A Guarda Municipal (GM) atuou, principalmente, no controle de trânsito e na operação de postos de bloqueio de trânsito, em efetivos que variaram de 5 a 10 GM. Os agentes da CET/Rio colaboraram com a GM/RJ no controle de trânsito, ambas atuando nos seguintes locais: - Riocentro Figura 08: Região de atuação da GM/RJ e da CET/Rio - Riocentro Fonte: Relatório da Operação Rio+20 da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro - HSBC/Arena Figura 09: Região de atuação da GM e da CET/Rio – HSBC Arena Fonte: Relatório da Operação Rio+20 da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro 34 - Hotéis da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro 4.5 Lições Aprendidas e ensinamentos colhidos pela 1ª DE Após meses de planejamento e execução conjunto entre as Forças Armadas e as agências envolvidas na operação Rio + 20, diversos ensinamentos foram colhidos no intuito de aperfeiçoar o emprego da 1ª DE e do Exército Brasileiro (EB) em operações interagências. Tais ensinamentos foram divididos em durante a fase de planejamento e durante a execução (Relatório Op Rio+20, Jul 12 – CML): - Durante a fase de planejamento (DAMEPLAN - proposta): - Elaboração do Planejamento Estratégico: A-2 (720 dias ou antes); - Medidas Administrativas (licitações): A-2; - Capacitação de recursos humanos: A-1; - Análise e gestão de risco (Inteligência): A-1; - Reuniões de Coordenação com todas as agências: mensal e quinzenal (a partir de 6 meses antes); - Reconhecimentos Operacionais: 3 meses antes; - Duração da Operação de Segurança: 30 dias (média); - Desmobilização de pessoal: 5 dias após o evento; - Manutenção e Desmobilização de equipamentos/materiais: 3 meses; - O planejamento desse grande evento requer o assessoramento constante da estrutura permanente de segurança (Forças Armadas e Órgãos de Segurança Pública), orientando as condicionantes e cooperando com os projetos específicos; - Todas as atividades e eventos devem passar por uma análise prévia da segurança integrada visando a orientação de medidas preventivas e a mitigação de riscos; - Atribuir ao CSA, designado para o grande evento, nível de coordenação que permita orientar, avaliar e integrar os planejamentos e as ações de emprego das instituições públicas e privadas envolvidas na segurança do evento; - É necessário prever o emprego de motoristas e de agentes de segurança de autoridades para atender a eventuais necessidades imediatas, particularmente em situações de greve de instituições empregadas na operação de segurança. 35 - Durante a execução do Evento - As medidas de segurança influenciam/direcionam as atividades de outras áreas funcionais, como: chegadas/partidas; comando e controle; eventos paralelos; transporte e mobilidade urbana; apoio de saúde; credenciamento; instalações; alimentação; e seleção da força de trabalho; - Automatização dos sistemas de geradores de energia e de no-breaks em apoio ao CCOpSeg, em decorrência da dependência da maioria dos meios de comando e controle do fornecimento contínuo de energia elétrica. - O CCOpSeg e os demais centros de operações devem ser abertos com, no mínimo, dez dias de antecedência, para proporcionar tempo necessário ao treinamento do pessoal (militares, dos OSP e das agências governamentais ou não governamentais) e aos ajustes de funcionamento. - Participação da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) no CCOpSeg, a fim de monitorar o uso indevido de faixas de frequência por comitivas estrangeiras ou a difusão de rádios clandestinas que possam trazer risco à operação. - O funcionamento do CCOpSeg e do CCOpTer em uma mesma instalação facilitou o controle da operação Rio + 20 e agilizou o acionamento dos diversos órgãos quando necessário. - Os órgãos e agências envolvidos no estabelecimento e na manutenção dos sistemas de C2 e TI devem prever o congestionamento no tráfego de informações pelas diversas redes, estabelecendo medidas para equacionar esta situação. Neste sentido, devem ser previamente estabelecidas as prioridades de tráfego. - A divisão da Central de Inteligência Operacional (CIOp) em 4 temas de acompanhamento (Terrorismo, Estruturas Estratégicas, Grupos de Pressão e Segurança Pública/Crime Organizado) permitiu uma melhor análise de Inteligência seguindo os assuntos discutidos na CIR/ABIN. Cabe destaque também a inclusão de elementos especializados em Guerra Eletrônica, Operações de Inteligência e Forças Especiais (Contraterror) na CIOp. - A definição de atribuições da Comunicação Social de cada órgão e agência envolvidos na Operação, desde a fase de planejamento, facilitou a condução das atividades possibilitando o compartilhamento das informações divulgadas pelos diversos órgãos e a expedição de Boletins informativos, releases e outros produtos. 36 - Viabilidade plena de coordenação com respeito a autonomia das Instituições; - Sucesso da operação vinculado ao compromisso de atender a segurança pública; - Necessidade da participação de órgãos não necessariamente vinculados a finalidade de segurança pública no Centro de Comando das Operações; - Convivência diária entre integrantes das Instituições independente de graduação ou patente. 5. A PARTICIPAÇÃO DA 1ª DIVISÃO DE EXÉRCITO NA COPA DAS CONFEDERAÇÕES (2013) 5.1 A Copa das Confederações A Copa das Confederações ou Taça das Confederações de 2013 foi a nona edição da competição realizada a cada quatro anos pela Federação Internacional de Futebol (FIFA). Realizada no Brasil entre 15 e 30 de junho, o evento serviu como teste para realização da Copa do Mundo de 2014. Após a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS) – Rio+20, o Ministério da Justiça, para coordenar com o Ministério da Defesa as ações de Segurança Pública e Defesa Civil, durante a realização da Copa das Confederações e da Jornada Mundial da Juventude, acionou a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE/MJ). A SESGE tem como principal escopo a coordenação da atuação dos órgãos envolvidos na segurança pública e defesa civil das esferas de governo, federal, estadual e municipal, sendo a interface do Estado Brasileiro com o Comitê Organizador da Copa do Mundo FIFA BRASIL 2014 e da Rio 2016, no âmbito privado. No intuito de garantir a segurança do evento, coordenar os trabalhos do componente militar e interagir com os órgãos gerenciados pela SESGE, na cidade do Rio de Janeiro, coube a 1ª Divisão de Exército (1ª DE) a missão de Coordenação de Defesa de Área da Sede do Rio de Janeiro (CDA-RJ), para a Operação COPA DAS CONFEDERAÇÕES/2013. 37 5.2 As Missões do Coordenador de Defesa de Área (CDA) - Planejar, coordenar e executar as ações de Defesa associadas aos eventos da COPA DAS CONFEDERAÇÕES e ficar em condições de executar ações de Garantia da Lei e da Ordem, quando necessário, nas áreas de interesse da cidadesede Rio de Janeiro, no período de 15 a 30 de junho de 2013. - Proteger, em coordenação e integração com os demais Órgãos, as estruturas estratégicas relacionadas à cidade-sede do Rio de Janeiro, cuja inoperância possa comprometer os eventos relativos à COPA DAS CONFEDERAÇÕES 2013. - Assumir a missão de Coordenador de Segurança de Área (CSA) do mencionado evento. 5.3 Órgãos e Agências participantes da Copa das Confederações Inicialmente será levantado um quadro geral dos efetivos empregados e coordenados diretamente do CDA. Após isso, durante a continuação dos estudos, serão delineadas suas áreas de atuação. Efetivo Planejado Efetivo Empregado Marinha 5653 1101 4010 834 Força Aérea 604 487 Agências Cooperadoras 1100 1056 Total 8458 6387 Exército Quadro 04 – Efetivos planejados e empregados na Op Copa das Confederações/RJ Fonte: Ordem de Operações Copa das Confederações/RJ A Organização para o Combate para a Copa das Confederações foi planejada como organização por tarefas, assim representadas: CDA - EM Cj - Oficiais da MB - Oficiais do EB - Oficiais da FAB FTC - 9ª Bda Inf Mtz - AD/1 (+ 01 BI Pqdt) FNC - Gpt Nav SE - GptOpFuzNav PORTO - GptOpFuzNav FC RESERVA - Bda Inf Pqdt (-) - 1º BG (-) - 2º RCG Quadro 05 – Composição dos meios do componente militar para Op Copa das Confederações/RJ Fonte: Ordem de Operações Copa das Confederações/RJ 38 A participação das Agências Cooperadoras auxiliou diretamente em setores estratégicos na condução desse Evento, conforme se observa nos quadros abaixo: - Ligações para o emprego de helicópteros durante o Evento C Of Lig Av Ex / CCDA Figura 10 – Coordenação do emprego de helicópteros durante a Copa das Confederações/RJ Fonte: Centro de Coordenação de Defesa de Área/RJ - Ligações de Comando e Controle Figura 11 – ligações de C² da Op Copa das Confederações Fonte – Centro de Coordenação de Defesa de Área/RJ 39 Figura 12 – Sistema de Comando e Controle da Copa das Confederações Fonte – Centro de Coordenação de Defesa de Área/RJ 5.4 Planejamento e execução da COPA DAS CONFEDERAÇÕES/2013 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA MINISTÉRIO DA DEFESA CASA CIVIL MINISTÉRIO DA JUSTIÇA COL – FIFA GSI/ABIN EMCFA (MD) Coordenador de Segurança de Área SESGE (MJ) Comissão de Segurança Pública e Defesa Civil Quadro 06 – Coordenação da Op PAPA Fonte: Planejamento Estratégico de Segurança Pública e de Defesa do MD O planejamento para esse Evento foi dividido em duas fases distintas e coordenadas: Planejamento geral (outubro a novembro de 2012) e Planejamento detalhado e medidas preparatórias (dezembro de 2012 a junho de 2013). Na primeira fase, foi ativado o Estado-Maior Conjunto (EMCj) e iniciado o planejamento para a operação, nas instalações do Comando da 1ª DE. Durante o planejamento, foram elencadas estruturas estratégicas e locais de interesse onde seriam priorizadas as ações de Defesa. 40 Na fase seguinte, foi realizado o planejamento detalhado do emprego dos meios disponíveis pelo EMCj, onde foram atingidos os seguintes resultados: - Dimensionamento dos efetivos necessários. - Estabelecimento dos níveis de defesa para as estruturas estratégicas elencadas. - Intensificação da coordenação e a integração com os OSOP/Agências envolvidos na segurança e organização dos eventos. - Foram definidas as áreas de atuação das Forças Componentes. - Foram planejados e executados os exercícios preparatórios e simulações de incidentes com a tropa participante, contando com órgãos de segurança pública e defesa civil. Figura Nr 13 - formatura de aprestamento da tropa e das agências envolvidas no Evento Fonte: Álbum fotográfico da 1ª DE Além das atividades acima citadas, em 02 JUN 2013, foi realizado o evento teste no Estádio Mário Filho, Maracanã, com a realização do Jogo Brasil x Inglaterra, momento em que foi testado o planejamento do CDA-RJ. 41 Figura Nr 14 - treinamento dos OSOP para o evento teste da Copa das Confederações/RJ Fonte: Álbum fotográfico da 1ª DE Neste jogo teste, foram destacadas as seguintes tarefas: - O CCDA-RJ foi ativado em 27 MAI 2013, permanecendo guarnecido até o fim do jogo. - As estruturas estratégicas foram ocupadas por unidades da 9ª Bda Inf Mtz. - As unidades da FNC realizaram patrulha naval no litoral da cidade do Rio de Janeiro, bem como nas principais estruturas portuárias na Baía de Guanabara. - As Unidades da Força de Contingência (AD/1) foram pré-posicionadas no CMRJ e no 1º BG, permanecendo de prontidão. - As Forças Especiais do CCTI (Dst Mec e GptOpeEspFN) permaneceram em prontidão. - Foram destacados OLig para o CICCR-RJ e para o CO-Rio. - Cabe ressaltar que, durante o evento teste, o CCDA-RJ recebeu O Lig dos órgãos de segurança e ordem pública (OSOP). Esta integração foi muito positiva, pois pavimentou os alicerces para que o fluxo de informações entre estes órgãos e o CCDA-RJ, durante a Copa das Confederações, fosse satisfatório. Segundo o Relatório Final CCDA – RJ - Operação Copa das Confederações, de 09 Out 13, a execução das ações de Defesa e complementares, ocorridas no período maio a junho de 2013, destacaram os seguintes aspectos: - Foram realizados três jogos da Copa das Confederações, na cidade do Rio de Janeiro, sendo o mais importante o jogo entre Brasil x Espanha, em 30 JUN 2013, às 19:00h (Maracanã). - Durante esta fase, foram executadas as seguintes atividades: 42 - O CCDA-RJ foi ativado e guarnecido, permanentemente, de 10 JUN 2013 até o final da operação. Os sistemas Pacificador e Olho de Águia operaram satisfatoriamente. - As estruturas estratégicas, foram guarnecidas, permanentemente, de 10 JUN 2013 até o final da operação, não havendo qualquer incidente. - A Força de Contigência permaneceu pré-posicionada e não precisou ser acionada. - Quatro aeronaves do 1º BAVEx e aeronaves da Polícia Federal, do Corpo de Bombeiros Militar/RJ, da Polícia Militar/RJ e da Polícia Civil/RJ atuaram no período da Operação. - Nas vésperas dos jogos, as unidades navais da FNC suspenderam e realizaram patrulha na área marítima da cidade do Rio de Janeiro, atracando após os finais dos jogos. - Foi estabelecida uma Zona de Exclusão Aérea em torno do Maracanã. Essa Zona foi ativada uma hora antes do início da partida, permanecendo ativa até quatro horas após o início da mesma. A coordenação de vôo de unidade das FFAA e dos OSOP foi realizada pelo Centro de Controle de Operações Aéreas (CCOA) do CCDA-RJ, juntamente com o COMDABRA. - Foram destacados O Lig para o CICCR-RJ, COL-FIFA e, durante os jogos para o VOC Maracanã. O CCDA-RJ também recebeu Elementos de Ligação dos seguintes órgãos: Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, ABIN, Guarda Municipal do RJ, PMERJ, PCERJ, PF, PRF e Receita Federal. Esta integração foi avaliada como fundamental para a manutenção da consciência situacional em toda a Operação. 5.5 Lições Aprendidas e ensinamentos colhidos pela 1ª DE Inicialmente foram grandes as dificuldades encontradas em coordenar as Forças Armadas com as agências governamentais e não governamentais, bem como os OSOP do estado do Rio de Janeiro, uma vez que o evento, embora de grande relevância no cenário nacional e internacional, não teve a mesma projeção como o Rio + 20 e, mais tarde, a Jornada Mundial da Juventude. Após meses de planejamento e execução conjunto entre as Forças Armadas e as agências envolvidas na operação Copa das Confederações, na cidade do Rio de 43 Janeiro, no ano de 2013, diversos ensinamentos foram colhidos no intuito de aperfeiçoar o emprego da 1ª DE e do Exército Brasileiro (EB) em operações interagências. Dentre eles podemos destacar (Relatório Final CCDA – RJ Operação Copa das Confederações, de 09 Out 13, da 1ª DE; APA da 1ª DE; e o autor): - Considerações Gerais: - Estabelecer um Centro de Cooperação Civil-Militar (C3M) ou Centro de Operações de Assuntos Civis (COAC), com vistas a melhorar a interação com os atores civis. - Estabelecer uma célula exclusiva para monitoramento das mídias sociais. - Evitar que problemas de outras Instituições sejam “colados” nas Forças Armadas. - Centralizar o credenciamento no mais alto Escalão - CDA, estabelecendo célula exclusiva para essa atividade, que deverá iniciar seus trabalhos com antecedência mínima de seis semanas (fase da execução). - Aprimorar, em conjunto com as agências e os OSP, a identificação de Grupos que se utilizam das Redes Sociais para se articularem, estudando o Modus Operandi e suas motivações. - Intensificar a interação das células de Com Soc, Intlg, Op Psc e Ass Civ com as células das agências e dos OSP, a fim de aprimorar a elaboração de produtos e conhecimentos - consolidação da célula de Op Info – E8 (EB 20-MC-10.202 – Força Terrestre Componente). Figura Nr 15 célula funcional C² Fonte: EB 20-MC-10.202 – Força Terrestre Componente 44 - Necessidade de link direto entre o CICCR e o CCDA, a fim de tomar conhecimento das informações em tempo real (melhor integração). A ligação com o COL-Rio foi excelente. - Instalação de um sistema dedicado para utilização do Pacificador, evitando a dependência de contratação de serviços de empresas particulares. - Integração com os Órgãos de Segurança e Ordem Pública - Boa integração bilateral (sem considerar a interveniência de outros órgãos) com a maioria dos órgãos, principalmente, a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, CET-Rio e Guarda Municipal. - Realização da formatura de aprestamento para materializar o início das operações interagências para os Grandes Eventos - Copa das Confederações e JMJ. - Ampliar as simulações conjuntas de aplicação de protocolos. - Melhorar a divulgação e o conhecimento dos planos operacionais e táticos. - Coordenação com a gerência local do COL-FIFA - Objetivas e proveitosas reuniões 48 horas antes dos jogos, organizadas pela Segurança do COL FIFA. - Presença de um O Lig (CDA) no COL-FIFA para a obtenção de informações. - O credenciamento do pessoal do MD deve ser realizado de forma centralizada e independente da SESGE. - Necessidade de ter-se um Agente de Ligação do COL FIFA dentro do CCDA-RJ. - Coordenação com a ABIN/GSI-PR - Troca de O Lig entre as Instituições, tanto no CIR/ABIN como no CCDA. - É de fundamental importância dinamizar a divulgação das análises de Inteligência, a fim de atender ao princípio da oportunidade, particularmente na fase de execução da operação. - Coordenação com a CESPDC da SESGE/MJ - Na coordenação com esse órgão, a presença de 1(um) O Lig do CDA no CICCR, a fim de obtenção de informações foi o único aspecto positivo ao longo da missão, deixando a desejar nas fases do planejamento e da execução, em diversos quesitos. - É desejável a realização de reuniões semanais entre o CDA e a SESGE, que, apesar das tentativas do CDA, não ocorreram. 45 - A SESGE, ao que parece, vivenciou vultosos óbices na integração e coordenação dos planejamentos dos OSOP, possivelmente uma de suas atribuições mais importantes. - Seria importante a participação efetiva de um Agente de Ligação, por parte da SESGE, para o CCDA-RJ. - Necessidade de um link para transmissão de dados entre o CICCR e o CCDA, a fim de obter informações com maior rapidez. - O plano operacional dos OSOP deve ser passado pela SESGE ao CDA essencial para a integração dos planos de Defesa e Segurança Pública. - Realização de simulações conjuntas de aplicação de protocolo - não houve. - Adoção de calendário conjunto e integrado de eventos-teste e demais atividades. Finalmente, a integração entre o CDA e a SESGE ficou muito aquém do desejável. Os planejamentos de Defesa e de Segurança Pública são, em muitos aspectos, fortemente inter-relacionados. A existência de cadeias de comando distintas, uma pelo MD e outra pelo MJ, para que seja factível em um Grande Evento, demanda inúmeros requisitos, cabendo destaque para: uma estreita coordenação no nível operacional; troca de elementos de ligação de alto nível, com conhecimento do planejamento de sua Instituição e fácil trânsito nos escalões mais elevados; protocolos mutuamente acordados de atuação, com perfeito conhecimento das fronteiras de responsabilidade de cada órgão envolvido; integração dos planejamentos, e agilidade no intercâmbio de informações, se possível, apoiado por sistemas computacionais. Ainda assim, mesmo que se alcance a perfeição nesta integração, é desejável uma reflexão sobre o futuro modelo de gestão dos próximos Grandes Eventos, sobretudo porque não é bem acolhida, no ambiente militar, a inexistência de um elemento central que possa assegurar a Unidade de Comando, um de nossos princípios de guerra mais consolidados e aplicados, embora as operações interagências, o que a Defesa/Segurança nos Grandes Eventos não deixa de ser, venham impulsionando, em alguma medida, o relacionamento matricial entre os órgãos envolvidos. 46 6 A PARTICIPAÇÃO DA 1ª DIVISÃO DE EXÉRCITO NA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE 6.1 A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) A Jornada Mundial da Juventude é um evento religioso instituído pelo Papa João Paulo II, em 20 de dezembro de 1985, que reúne milhões de católicos de todo o mundo, sobretudo jovens. Com duração de cerca de uma semana, promove eventos da Igreja Católica para os jovens e com os jovens. A XXVIII Jornada Mundial da Juventude (JMJ) foi realizada de 23 a 28 de julho de 2013, na cidade do Rio de Janeiro e tem como lema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19). Os sucessos obtidos na coordenação das ações militares, bem como os ensinamentos colhidos de outros eventos, foram decisivos para que a JMJ fosse uma grande operação interagência com a participação em massa dos Órgãos de Segurança Pública (OSP) e das agências governamentais. Mais uma vez o Evento esteve sob a integração estratégica de dois ministérios do Governo Federal, o Ministério da Defesa e o Ministério da Justiça, por intermédio da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (SESGE). Neste contexto, o Ministério da Defesa ratificou o Coordenador de Defesa de Área do Rio de Janeiro (CDA/RJ), já designado para a Copa das Confederações, para desempenhar as mesmas atribuições na JMJ, mantendo as mesmas estruturas de Estado-Maior Conjunto e organizacional. Para os eventos onde a Presidente da República esteve presente em Copacabana, o CDA também acumulou as funções de Coordenador de Segurança de Área (CSA). 6.2 As Missões da 1ª Divisão de Exército Coordenar e executar as ações de defesa relativas à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), entre os dias 22 e 28 de julho de 2013; coordenar e executar as ações de defesa e segurança no evento em GUARATIBA, nos dias 27 e 28; coordenar e executar as ações de defesa e segurança nos eventos com participação da Presidenta da República, na Cidade do Rio de Janeiro, a fim de contribuir para a realização da JMJ 2013. 47 Devido a ação de chuvas pesadas na cidade do Rio de Janeiro, particularmente na região de Guaratiba, o Evento foi transferido para a praia de Copacabana, exigindo flexibilidade e coordenação entre todas as agências envolvidas – ponto alto da operação. 6.3 Órgãos e Agências participantes da JMJ Inicialmente será levantado um quadro geral dos efetivos empregados durante o mencionado evento. Após isso, durante a continuação deste trabalho, serão delineadas suas áreas de atuação. Efetivo Planejado Efetivo Empregado Marinha 6139 1969 7657 2268 Força Aérea 620 649 Agências Cooperadoras 1200 1090 Total 9928 11664 Exército Quadro 07 – Efetivos planejados e empregados na Op PAPA Fonte: Ordem de Operações PAPA A SESGE e o CDA, contando com os componentes militares e civis, conforme o quadro acima, coordenaram essa operação interagência por áreas de atuação. A primeira, coube o planejamento dos OSP nas áreas sensíveis de segurança pública. O CDA planejou o emprego do componente militar em áreas estratégicas de defesa. Figura 16 – Áreas de atuação do componente militar e dos OSP/outras agências Fonte: Ordem de Operações PAPA 48 Nesse contexto, segundo a Ordem de Operações PAPA, de 04 de abril de 2013, da 1ª DE, as Forças Amigas para o cumprimento da missão foram: - Comando Militar do Leste (CML). - COMDABRA. - DECEA. - Comando do 1º Distrito Naval (Com1ºDN). - Comando do 3º Comando Aéreo Regional (III COMAR). - Força Aérea Numerada 101(FAN 101). - Órgãos de Segurança e Ordem Pública (OSOP). - Comitê Organizador Local da Cúria (COL- Cúria). - Secretaria Especial de Segurança para Grandes Eventos – Rio de Janeiro (SESGE/RJ). O CCDA, ativado e guarnecido permanentemente de 10 de Junho de 2013 até o final da operação, operou com a presença de Elementos de Ligação da FNC, AD/1, 9ª Bda Inf Mtz, Bda Inf Pqdt, 1º BPE, 2º RCG, 1º BAVEX, CCTI, CD CIBER, SFPC, CCOA, Polícia Federal, Guarda Municipal, PMERJ, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Receita Federal e ABIN, em uma perfeita sincronização de coordenação interagências. 6.4 Planejamento e execução da Operação PAPA O Comandante da 1ª DE foi o Coordenador de Defesa de Área (nível operacional) da Operação Papa e Cmt da Força Terrestre Componente (FTC) (nível tático). Este CDA coordenou e executou as ações de Defesa e complementares na área do Rio de Janeiro, em particular, as ações de proteção de estruturas estratégicas - controle de áreas terrestres, marítimas e fluviais e controle do espaço aéreo. Para tal, um Estado-Maior Conjunto (EMCj) foi estabelecido, operando a partir de um Centro de Coordenação de Defesa de Área (CCDA), visando coordenar todas as ações de Defesa das Forças Componentes, por meio de Centros de Comando e Controle. 49 Para melhor controle, o planejamento da operação foi dividido em quatro fases, sendo que, durante toda a operação, foi priorizada a segurança das pessoas e a proteção das estruturas estratégicas. Com o intuito de cumprir a missão estabelecida, o CDA organizou seu trabalho segundo as seguintes fases: - 1ª Fase: Planejamento geral (outubro a novembro de 2012) – nesse período foi ativado o EMCj; levantado as estruturas estratégicas e locais de interesse priorizados nas ações de Defesa e; estreitado os canais de informações com os órgãos de segurança pública dos estados e municípios. - 2ª Fase: Planejamento detalhado e medidas preparatórias (dezembro de 2012 a maio de 2013) – nessa fase, foram planejados o emprego dos meios disponíveis na área do Rio de Janeiro para prover as ações de Defesa e de Segurança e dos locais de interesse que foram utilizados durante a JMJ; dimensionado os efetivos necessários; estabelecido os níveis de defesa para as estruturas estratégicas elencadas; intensificado a coordenação e a integração com os OSOP/Agências envolvidos na segurança e organização dos eventos; definida as áreas de atuação das Forças Componentes; e coordenado com as Forças Componentes o detalhamento de seus planejamentos. - 3ª Fase: Execução das ações de Defesa e complementares (julho de 2013) – por ocasião do mal tempo (chuva) predominante no período da JMJ, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, o citado Evento sofreu alteração em seu planejamento inicial, a missa papal foi transferida da localidade de Guaratiba para o bairro de Copacabana, exigindo grande flexibilidade, coordenação interagência e iniciativa para efetivar tal mudança. Figura 17 – visão geral das áreas de operações interagências da JMJ Fonte: Álbum fotográfico da 1ª DE 50 Nesse período, foram abertos os Centros de Comando e Controle; realizados treinamentos, simulações e exercícios previstos em cronograma pelo CDA; as Estruturas Estratégicas elencadas foram protegidas pela FTC, FNC e pelos OSOP; realizadas ações de Defesa (FTC, FNC, OSOP e outras agências) em todos os locais onde o Papa Francisco se fez presente, principalmente em Copacabana, local do maior evento; coordenação e a integração diária com os OSOP/Agências envolvidos na segurança e organização dos eventos; e a coordenação e a execução das ações de defesa e segurança nos eventos com participação da Presidente da República, na Cidade do Rio de Janeiro (RELATÓRIO FINAL CCDA – RJ DA OPERAÇÃO COPA DAS CONFEDERAÇÕES/ 2013; e Ordem de Operações PAPA, do CDA, de 09 Abr 13) Além disso, podemos especificar as ações acima, destacando algumas missões específicas de tropas da FTC, FNC e dos OSOP, conforme os dados abaixo (RELATÓRIO FINAL CCDA – RJ DA OPERAÇÃO COPA DAS CONFEDERAÇÕES/ 2013; e Análise Pós-Ação do CDA/RJ): - 9ª Bda Inf Mtz – Essa GU operacional da 1ª DE, integrada a FTC para a missão da JMJ, realizou as seguintes missões: - A proteção, em coordenação com os demais OSOP/RJ e de acordo com a análise de risco, das estruturas estratégicas terrestres (água, energia, telecomunicações e transportes) relacionadas à cidade do Rio de Janeiro, cuja inoperância poderia comprometer os eventos relativos à JMJ 2013. Figura 18 – Atuação do componente militar na segurança de uma estrutura estratégica Fonte: Memorial Fotográfica da APO (Autoridade Pública Olímpica) - Bda Inf Pqdt - Estabeleceu um Centro de Comando e Controle com ligações com o CCDA. 51 - Coordenou e executou, de acordo com o decreto presidencial de GLO, as ações de defesa e segurança no evento em Copacabana, durante a JMJ, exceto na região do Altar. - Estabeleceu uma DPJM, na região de Copacabana, além de pontos de controle nas vias de acesso à região de Copacabana, esse em coordenação com a Força Nacional de Segurança. Figura 19 – Atuação dos OSOP no controle da via de acesso a Copacabana Fonte: Memorial Fotográfica da APO (Autoridade Pública Olímpica) - Comando de Operações Especiais (Cmdo Op Esp) - Coordenou a execução das ações de contraterrorismo, de acordo com planejamento específico, contando para isso com meios da Marinha, Exército, Força Aérea, Polícia Federal (DPF), Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) e da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), compondo o CCTI da JMJ. Toda a atividade de contraterrorismo ficou sob a coordenação do CCTI. - 4ª Fase: Consolidação (julho e agosto de 2013) – a última fase marcou o término da missão – Op PAPA, com a desmobilização dos efetivos empenhados, com a consolidação e a informação dos dispêndios realizados, com a desativação dos Centros de Comando e Controle, a realização da análise pós-ação e a confecção dos relatórios. 6.5 Lições Aprendidas e ensinamentos colhidos pela 1ª DE A participação da 1ª DE em operações interagências, em grandes eventos – 5º Jogos Mundiais Militares, Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude 52 (JMJ), dentre outros, na cidade do Rio de Janeiro, todos de repercussão nacional e alguns de projeção internacional, permitiu a consolidação mais ensinamentos e foram fortalecidos os laços de cooperação e trabalho com as demais Forças Armadas, com os OSOP e com as agências governamentais e não governamentais. Dentre as lições aprendidas e os ensinamentos colhidos na Op PAPA, durante a JMJ, destacam-se: - A formatura de aprestamento foi uma importante ferramenta para iniciar a integração entre o CDA e as agências civis. - A coordenação dos treinamentos do CDA deve ser centralizada, mas as execuções dos mesmos devem ser descentralizadas no âmbito das Forças e/ou GU. - O emprego da DPJM dentro da delegacia da PC, facilitando e otimizando a separação dos crimes militares dos crimes comuns. - A instalação da Central de Inteligência integrada com OSOP, no Forte do Leme, permitindo a consolidação dos dados de inteligência de forma rápida e eficiente, evitando duplicidade de dados e, consequentemente, de meios para solucionar uma ocorrência. Tal ação permitiu plena integração entre as Agências de Inteligência das instituições envolvidas na JMJ. - Assinatura dos Protocolos de entendimento CDA – OSOP e CDA – Órgãos Civis, documento que normatiza responsabilidades e áreas de atuação entre as Forças e Agências empregadas. - Necessidade de maior aproximação, por intermédio dos Ministérios da Justiça e da Defesa, das Forças Armadas (particularmente o Exército) com a Polícia Federal. - Os grandes benefícios do Disque Denúncia, antevendo problemas e evitando delitos, garantindo um ambiente seguro e estável para o Grande Evento. - Emprego do H Cmp – oportunidade de ACISO com a população da região. Como oportunidade de melhoria, prever maior participação de agentes de saúde das Forças Auxiliares, agências e órgãos civis a essa missão. Tal ensinamento tem por finalidade fortalecer as operações interagências em todas as áreas de atuação. - Centralizar todas as missões de escolta na Central dos Batedores. Tal ideia permitirá a seleção das missões de escolta, bem como a tropa mais apta a cumprir determinada tarefa. - A participação da Força Nacional de Segurança Pública, em total cooperação com as tropas das Forças Armadas, permitiu que a missão principal da JMJ, a missa 53 na praia de Copacabana, transcorresse de maneira segura para as autoridades, bem como os acessos à população que assistiu o evento. - No ambiente interagências, defesa e segurança pública são complementares, no entanto, a preservação de uma unidade de comando é vital para o bom andamento das atividades correntes. - Elaboração e difusão com oportunidade, desde a fase do planejamento até a execução, das Regras de Engajamento (Anexo 1). - Necessidade do CCDA estar junto do CICCR (com briefing diário sobre o andamento das operações) para uma melhor integração entre Ministério da Justiça e Ministério da Defesa. - Apoio do Batalhão de Guerra Eletrônica (BGE) e da Coordenadoria de Inteligência (CI) da Polícia Militar disponibilizando Elm Lig na Central de Inteligência/CDA. - Integração das Forças Armadas e os OSOP com o MRE para chegada e coordenações de escolta e segurança dos diversos Chefes de Estado. - Dificuldade em apoio de saúde em função do déficit de Of Médicos e graduados em APH - necessidade de ações de parte da 1ª RM no sentido de convocar os profissionais de saúde previstos em QC e a realização de Estágio de APH por parte das GU. Além disso, a colaboração de profissionais de saúde dos OSOP e de agências civis, em coordenação com o CCDA, minimizaria o problema. - Centralização das informações a serem prestadas para a mídia com o CCDA - padronizar as informações e retirar o assédio da mídia no nível tático. - O apoio prestado pela INFRAERO quando do desdobramento de meios aéreos no pátio de estacionamento de aeronaves da circulação geral do aeródromo do SANTOS DUMONT, após a mudança do local do evento principal para COPACABANA, reduziu o tempo de respostas as demandas do CCDA. - Subordinar o DOP ao mais alto escalão em presença na área de operações, no caso da JMJ ao CDA, a fim de apoiar todos os escalões subordinados e integrados ao CDA. - Execução das palestras de Percepção de Ameaça Terrorista para Metrô, Supervia, Barcas, Aeroporto Galeão, Aeroporto Santos Dumond, Rodoviária Novo Rio, Disque-Denúncia do Rio de Janeiro, Empresa SUNSET, Empresa Dream Factory, 1º BG, BP Choque/PM, BP Tur/PM, Polícia Civil/RJ, Empresas da JMJ. 54 Figura 20 – palestras de Percepção de Ameaça Terrorista no CML Fonte: Álbum fotográfico da 1ª DE - Adoção de calendário conjunto e integrado de eventos-teste e demais atividades. - Necessidade do estabelecimento de laços técnicos com a área de Comunicação Social de outros órgãos envolvidos na operação. - Excelente integração com a maioria dos órgãos, principalmente, a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, CET Rio e Guarda Municipal - Capacidade da 1ª DE em realizar operações interagências. Além disso, baseado na nova doutrina militar terrestre com seus novos manuais e nas operações interagências mencionadas nesse trabalho de pesquisa, a 1ª DE concluiu a operação PAPA sugerindo uma proposta de Organização do Estado-Maior Conjunto, empregado na Copa do Mundo 2014, e para ser empregado nas Olimpíadas 2016 (Relatório da Operação PAPA, EB20-MC-10.202 – Força Terrestre Componente e EB20-MC-10.301 – FTC nas Operações): Marinha do Brasil Exército Brasileiro Força Aérea Brasileira Adj/Asst/Aux EMP Qnt 1 Gen Div 1 TC 2 Ch EM Cj 1 CA (FN) 1 CC (FN) 2 S Ch EM Cj 1 Cel 1 Ten QAO 2 D1 1 CF (FN) 1 TC D2 1 CF (FN) 1 TC 1 TC (FAB) 1 Maj 1 Maj D3 1 Cel 1 CF (FN) 1 TC 1 CC 1 Maj Av D4 1 CF (FN) 1 TC 1 TC Seção Chefe CDA Adj Adj Adj Adj 2 5 1 Maj 6 3 55 D5 1 Cel 1 CF (FN) 2 D6 1 TC 1 CC (FN) 2 D7 1 TC 1 TC Av 1 Maj 1 CC 1 Ten 1 Ten 6 Quadro 08 – Proposta de um EMCj para as Olimpíadas 2016 Fonte: Relatório da Operação PAPA da 1ª DE - Particularidades levantadas para as funções elencadas: a) Habilitações (1) Os Oficiais Superiores deverão ser possuidores do CAEM ECEME, EGN e ECEMAR, pelo fato de exercerem o assessoramento no nível operacional e, em algumas oportunidades, no nível estratégico. (2) Todos os Oficiais do EM Cj deverão ter habilitação no idioma Inglês. (3) Os Oficiais do D2 deverão possuir no mínimo Curso Intermediário de Inteligência. (4) Os Oficiais do D3 e do D5 deverão possuir o Curso de Estado-Maior Conjunto no País ou no Exterior. (5) O S Ch EM Cj e o D5 deverão ser possuidores do Curso de Política e Estratégica e Alta Administração. (6) Um dos Oficiais do D6 deverá ser da Arma ou Especialização em Comunicações. (7) Os Oficiais Superiores do D7 deverão possuir o Estágio de Comunicação Social no Centro de Comunicação Social do Exército ou da Aeronáutica (C Com SEx ou C Com SAer), bem como um dos oficiais deverá possuir conhecimento de Operações Psicológicas. Preferencialmente, o CC e os 2 (dois) Ten Adj D7 deverão ser do segmento feminino. b) Atribuições principais (1) No D1, - o CF (FN) Ch D1 será o responsável pela consolidação de relações de contatos dos Oficiais do CCDA, de Elementos de Ligação (E Lig) do CCDA e Oficiais de Ligação (O Lig) dos Centros de C2 e elementos de apoio. - o TC Adj D1 será o Supervisor de Credenciamento do CDA, bem como será o coordenador de convocação de Recursos Humanos em proveito do CDA, de acordo com a demanda e da Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). 56 (2) No D2: - o CF (FN) será o responsável pela consolidação e produção de documentos de inteligência do CDA. - o TC Adj D2 será o responsável pela Central de Inteligência e supervisor Ações de Inteligência do CDA. - o TC (FAB) Adj D2 será o supervisor das Ações de Contra inteligência do CDA. - os Maj serão Oficiais de Ligação da Central de Inteligência do CCDA com Agências de Inteligência das Forças Componentes (F Cte), Orgãos de Segurança e Ordem Pública (OSOP) e Agências Cooperadoras. (3) No D3: - o TC Adj D3 será o coordenador do emprego dos E Lig CCDA. - o CC será o oficial supervisor do planejamento e emprego dos meios navais da Marinha e coordenador do sistema Matriz de Sincronização. - o Maj Av será o oficial supervisor do planejamento e emprego dos meios aéreos das F Cte, OSOP e Agências Cooperadoras. - o Maj será o coordenador dos sistemas C2 como Pacificador, C2 em Combate, Mensagem Diária de Operações. (4) No D4, 1 (um) TC Adj D4 será o Chefe do Centro de Coordenação de Operações Logísticas (CCOL). (5) No D5, um dos Oficiais será o Chefe do Centro de Coordenação CivilMilitar (C3 M), que será composto por 1 (um) Oficial de cada seção. (6) No D6, o CC Adj D6 será o coordenador dos meios de C2 no CCDA, bem como inserção de dados nos sistemas de C2. (7) No D7: - o TC Ch D7 será o responsável pelas visitas ao CCDA. - o TC Av Adj D7 será o responsável pela Central de Comunicação Social. - o Maj e o CC Adj D7 serão os responsáveis pela consolidação de relações de contatos de autoridades civis e militares, que possuirão encargos referentes ao evento, bem como convites e brindes. - 1 (um) Ten deverá ser Jornalista e 1 (um) Ten deverá ser Relações Públicas. 57 7. CONCLUSÃO Após o levantamento de dados sobre os ensinamentos colhidos pela 1ª DE em operações interagências, Brasil (2013) expressa claramente que para que a coordenação produza os efeitos necessários, é importante que exista um grau mínimo de cooperação entre todos os vetores envolvidos no processo. EUA (2011) define que é importante que se entenda que o processo interagência civil-militar deve ser muito mais colaborativo do que competitivo. Brasil (2013) apresenta a Integração como sendo uma forma de colaboração de alto nível, onde as ordens partem do topo (estrutura top-down), com os planejamentos civis e militares realizados para suportarem-se mutuamente, a fim de alcançarem seus objetivos comuns. Nesse nível, visualiza-se o encontro regular dos planejadores para que se identifiquem as metas e as trocas de informações. Para a criação de um ambiente colaboracional, este trabalho elencou alguns ensinamentos, desde a concepção da missão, seu planejamento, sua execução e, principalmente, suas lições aprendidas, onde se evidenciou que o estabelecimento de um quadro comum, o conhecimento mútuo (capitalizando as experiências e capacidades) e o estabelecimento de um escritório comum (ou agência/órgão) facilitarão o estabelecimento da Unidade de Esforços e o desenvolvimento de estratégia de partilha de informações. A obtenção de resultados no ambiente interagências se dá pela flexibilização e respeito às idiossincrasias dos grupos, pela busca do atendimento às demandas diversas e, sobretudo, pelo conhecimento organizacional da força oponente. Esse fator de êxito deve ser buscado ainda em períodos fora de um grande evento, pelas tropas que potencialmente irão operar. Esse esforço conjunto de agências e forças militares permitiram criar um ambiente seguro e estável para toda população, particularmente para as lideranças políticas, eclesiásticas e desportivas. O modo de atuação da 1ª Divisão de Exército, buscando a não hierarquização entre os órgãos e as Forças Componentes, trabalhando-se dentro de um espírito de coordenação, ao invés das servidões do enquadramento e subordinação facilitou sobremaneira a solução de problemas diversos e merece ser empregado em operações futuras no ambiente interagências. Essa prática eliminou a possibilidade de eventuais atritos e evidenciou o respeito à cultura institucional dos partícipes. A 1ª DE tem buscado conhecer as culturas institucionais dos órgãos externos em operações e exercícios de adestramento, demonstrando pró-atividade, e 58 reforçando a afirmativa de que o processo interagências é característico da F Ter, realizado com nova base doutrinária, o manual EB20-MC-10.201 – Operações em Ambiente Interagências (2013), fruto da experiência e ensinamentos de diversas operações interagências do Exército Brasileiro. Esse cabedal de conhecimentos deve, em curto prazo, ser aproveitado por meio de requisitos básicos de conhecimento nas escolas de aperfeiçoamento, de estado-maior e de política e alta administração da Força Terrestre. A participação da 1ª DE na operação Rio+20 proporcionou uma série de ensinamentos, culminando com a proposta de um DAMEPLAN (sugestão) do emprego da Força Terrestre em operações interagências. A nomeação do Cmt 1ª DE como Coordenador Executivo de Segurança de Área Terrestre da Operação (CES), permitiu que esse Oficial General promovesse grande integração com os Órgãos de Segurança Pública e com as agências governamentais e não governamentais no nível tático, deixando o nível operacional para o CML, CSA da operação. Além disso, os ensinamentos colhidos foram fundamentais para a condução da Copa das Confederações no ambiente interagências. Na operação Copa das Confederações, a 1ª DE proporcionou uma série de ensinamentos que serviram de base para o planejamento e a execução da JMJ. As coordenações e as alianças formadas com os OSOP e com as agências governamentais ou não governamentais, durante esse Evento, foram essenciais para uma maior integração e uma melhor condução de todas as atividades da Operação PAPA. Nesse contexto, o evento teste para a Copa do Mundo proporcionou, ainda, ampliação nos contatos firmados e garantiu que o planejamento, a execução (coordenação) e a desmobilização de todos envolvidos na Copa do Mundo 2014, na cidade do Rio de Janeiro, atingisse os mais altos níveis de excelência. A participação da 1ª DE na operação PAPA, ou JMJ, proporcionou uma série de ensinamentos, possibilitando a composição de um Estado-Maior Conjunto, bem como suas atribuições, empregado na Copa do Mundo e com grande possibilidade de emprego nas Olimpíadas 2016, na cidade do Rio de Janeiro. Para os planejamentos prévios, conclui-se ser eficiente que as decisões sejam tomadas por consenso, porém que tais reuniões sejam direcionadas pelo órgão provedor dos recursos necessários às futuras operações e ações, a fim de que as agências evitem a briga política pela alocação das verbas envolvidas. 59 Conclui-se também que existe a necessidade de que, em operações, sejam estabelecidas estruturas de mando que possibilitem rapidez na execução e na tomada de decisões, o que implicará em designar um órgão coordenador – Unidade de Comando. Por fim, após analisar sob diversos aspectos levantados nesse trabalho, pode-se concluir que as operações interagências - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Copa das Confederações na cidade do Rio de Janeiro e a Jornada Mundial da Juventude, foram fundamentais para a excelência atingida pelo CML, por intermédio da 1ª DE, nos jogos da Copa do Mundo realizados no Rio de Janeiro e serão a base para outro grande evento no ano de 2016, as Olimpíadas. 60 REFERÊNCIAS ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Informação e documentação – NBR 6024:2003). Rio de Janeiro: ABNT, 2003. 3 p. BRASIL. Ministério da Defesa - EB20-MC-10.201 – Operações em Ambiente Interagências (2013) BRASIL. Exército. Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Manual escolar trabalhos acadêmicos na ECEME. Rio de janeiro, RJ, 2004. BRASIL. Ministério da Defesa. Política de defesa nacional, 2005. Disponível em: < http://www.dji.com.br/decretos/2005-005484/2005-005484.htm>. Acesso em: 10 mar. 2010. BRASIL. Ministério da Defesa. Regulamento do Comando de Operações Terrestres. 1. ed. Brasília, DF, 2001. BRASIL. Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável Diretriz de Planejamento Operacional (DPO). Rio de Janeiro, RJ, 2012. BRASIL. Copa das Confederações - Diretriz de Planejamento Operacional (DPO). Rio de Janeiro, RJ, 2012. BRASIL. Copa das Confederações – Ordem de Operações da 1ª DE. Rio de Janeiro, RJ, 2013. BRASIL. Jornada Mundial da Juventude (JMJ) - Diretriz de Planejamento Operacional (DPO). Rio de Janeiro, RJ, 2012. BRASIL. Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – Ordem de Operações PAPA, da 1ª DE. Rio de Janeiro, RJ, 2013. ______. Operação Rio+20: relatório. Rio de Janeiro, RJ, 2012. 61 ______. Operação Copa das Confederações: relatório. Rio de Janeiro, RJ, 2013. ______. Operação PAPA: relatório. Rio de Janeiro, RJ, 2013. DAVIS JR, William J. O Desafio de Liderar no Ambiente Interagências. Military Rewiew. EUA. Jan 2011. ECEME. 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