2-1-1 e 2-1-2 - Plano de Regionalização da Gestão Integrada de
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2-1-1 e 2-1-2 - Plano de Regionalização da Gestão Integrada de
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE REGIONALIZAÇÃO DA GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DO ESTADO DO PARANÁ E ELABORAÇÃO DO PLANO PARA A GESTÃO INTEGRADA E ASSOCIADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS PLANO DE REGIONALIZAÇÃO DA GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DO ESTADO DO PARANÁ META 2 - ELABORAÇÃO DO PLANO ESTADUAL PARA A GESTÃO INTEGRADA E ASSOCIADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESTADO DO PARANÁ – PEGIRSU ETAPA 2.1: Consolidação das informações municipais e regionais ETAPA 2.1.1: Levantamento de informações para a caracterização sócio-econômica e ambiental dos municípios do Estado ETAPA 2.1.2: Relatório do Diagnóstico 10/06/2013 Contrato nº SEMA – ENGEBIO01/2012 Engebio Engenharia e Meio Ambiente Codificação do Arquivo: Resp. Técnico: Etapa 2.1 Diagnóstico - REV03 Eng. Químico Dr. Mario Saffer – CREA 33154 03 10/06/2013 Revisão capa e equipe HD MKI 02 15/05/2013 Modificação Titulo MS MS 01 24/04/2013 Modificação Titulo MS MS 00 05/04/2013 Para comentários MKI MS REV Data Descrição Por Verif. Convênio 012/2009 – MMA Aprov. GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ Carlos Alberto Richa Governador Jonel Nazareno Iurk Secretário SEMA – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos ÁGUASPARANÁ – Instituto de Águas do Paraná Marcio Fernando Dias Diretor Presidente IAP – Instituto Ambiental do Paraná Luiz Tarcísio Mossato Pinto Diretor Presidente ITCG – Instituto de Terras Cartografia e Geociências Amilcar Cavalcante Cabral Diretor Presidente COORDENAÇÃO Carlos Renato Garcez do Nascimento Coordenador de Resíduos Sólidos – SEMA Engº Vinício Costa Bruni Coordenador - SEMA Eng.a Carla Mittelstaedt Subcoordenadora – ÁGUASPARANÁ Convênio 718498/2009 – Ministério do Meio Ambiente Convênio 012/2009 – MMA PEGIRSU – PR Plano de Gestão Integrada e Associada de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado do Paraná Junho de 2013 Convênio 012/2009 – MMA i SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10 2 OBJETIVO ................................................................................................... 12 3 O ESTADO DO PARANÁ ............................................................................ 13 3.1 POPULAÇÃO ................................................................................................... 14 3.2 SOCIOECONOMIA ............................................................................................ 18 4 POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO ................................................... 21 4.1 LEGISLAÇÃO FEDERAL .................................................................................... 24 4.2 LEGISLAÇÃO ESTADUAL .................................................................................. 26 5 A SITUAÇÃO ATUAL DO GERENCIAMENTO E MANEJO DOS RSU NO ESTADO DO PARANÁ ................................................................. 28 5.1 LEVANTAMENTO DE DADOS ............................................................................. 28 5.2 GESTÃO DOS SERVIÇOS DE MANEJO 5.2.1 GERENCIAMENTO E EXECUÇÃO DE SERVIÇOS .................................................. 29 5.2.2 PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO E RESÍDUOS SÓLIDOS ............... 31 5.2.3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL ........................................................................... 37 5.3 GERAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS RSU ......................................................... 38 5.3.1 GERAÇÃO DE RSU ........................................................................................... 39 5.3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS RSU ............................................................................ 42 5.4 LIMPEZA PÚBLICA ........................................................................................... 43 5.5 OS SERVIÇOS DE COLETA ............................................................................... 46 5.5.1 COLETA DOMICILIAR REGULAR ........................................................................ 46 ............................................................... 29 Convênio 012/2009 – MMA ii .................. 51 5.5.2 COLETA DIFERENCIADA - SELETIVA DE ORGÂNICOS E RECICLÁVEIS 5.5.3 COLETA DIFERENCIADA – SELETIVA DE ORGÂNICOS, REJEITOS E RECICLÁVEIS .. 62 5.5.4 COLETA E DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS ESPECIAIS .............................................. 64 5.6 TRANSBORDO E TRANSPORTE......................................................................... 67 5.7 TRATAMENTO DOS RSU ................................................................................... 70 5.7.1 TRIAGEM E RECUPERAÇÃO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS ................................... 70 5.7.1.1 ASSOCIAÇÕES E COOPERATIVAS DE CATADORES E DE RECICLAGEM ................ 73 5.7.1.2 O MERCADO DE RECICLÁVEIS .......................................................................... 80 5.7.2 A COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS ................................................... 93 5.7.3 CO-PROCESSAMENTO ..................................................................................... 96 5.7.4 INCINERAÇÃO ................................................................................................. 96 5.7.4.1 BIOMETANIZAÇÃO ........................................................................................... 98 5.8 DISPOSIÇÃO FINAL .......................................................................................... 99 5.9 CUSTO DE SERVIÇOS E ESTRUTURA TARIFÁRIA .............................................. 104 5.10 SITUAÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS CATADORES ............................................. 109 6 ARRANJOS INSTITUCIONAISDO ESTADO ............................................ 118 6.1 ASSOCIAÇÕES DE MUNICÍPIOS 6.2 CONSÓRCIOS PÚBLICOS INTERMUNICIPAIS .................................................... 126 6.2.1 CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS DE SAÚDE .................................................... 127 6.2.2 CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS DE RESÍDUOS SÓLIDOS ................................. 135 6.3 ATERROS MUNICIPAIS E PRIVADOS COMPARTILHADOS. 6.4 PLANOS ESTADUAIS E REGIONAIS .................................................................. 146 6.4.1 REGIONALIZAÇÃO DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE .................................................. 146 6.4.2 PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS ................................................... 147 6.4.2.1 SISTEMA ESTADUAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS ................ 151 6.4.2.2 COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA ................................................................ 152 6.4.3 PLANO ESTADUAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL DO PARANÁ – PEHISPR ...................................................................... 118 .................................. 142 ............................................................................................................... 153 Convênio 012/2009 – MMA iii 7 SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE GESTÃO DOS RSU NO PARANÁ ..................................................................................... 155 7.1 GERAÇÃO E GESTÃO DE RSU......................................................................... 155 7.2 CONSÓRCIOS ............................................................................................... 158 7.3 AÇÕES INTERMUNICIPAIS, PLANOS, LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS ......... 158 8 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 161 Convênio 012/2009 – MMA iv ÍNDICE DE TABELAS Tabela 01 – Número de municípios paranaenses por faixas populacionais. ................................ 15 Tabela 02 – Municípios mais populosos do Paraná ............................................................... 15 Tabela 03 – Participação municipal no PIB do estado do Paraná .............................................. 21 Tabela 04 – Municípios com PGIRS elaborados e responsáveis pelos mesmos, segundo consulta ao IAP ............................................................................................ 32 Tabela 05 – Situação dos PGIRS dos municípios visitados pela equipe técnica ........................... 35 Tabela 06 – Dados de geração de RSU nos municípios integrantes do CONRESOL .................... 40 Tabela 07 – Geração média per capita de RSU por faixas de população, segundo o Ministério das Cidades ................................................................................................. 42 Tabela 08 – Ecopontos para resíduos especiais existentes em municípios que compuseram as visitas municipais .......................................................................................... 66 Tabela 09 – Associações / Cooperativas de Reciclagem do Estado do Paraná ............................ 75 Tabela 10 – Cooperativas de reciclagem conveniadas ao Projeto Recicla Paraná ........................ 78 Tabela 11 – Associações/Cooperativas conveniadas às Prefeituras visitadas pela Consultora ........ 79 Tabela 12 – Empresas recicladoras do Estado do Paraná ....................................................... 82 Tabela 13 – Empresas de comércio de materiais recuperados no Paraná .................................. 88 Tabela 14 – Valores referência para o Mercado de Recicláveis ................................................ 92 Tabela 15 – Formas de cobrança de "Taxa do lixo” em municípios paranaenses ....................... 108 Tabela 16 – Associações de Municípios do estado do Paraná ............................................... 118 Tabela 17 – Associações de Municípios e população total abrangida. ..................................... 125 Tabela 18 – Consórcios de saúde do Paraná ..................................................................... 128 Tabela 19 - Consórcios Intermunicipais de resíduos sólidos do Paraná. ................................... 137 Tabela 20 – Aterros compartilhados por contrato ................................................................ 143 Tabela 21 – Faixas populacionais dos municípios do Paraná ................................................. 155 Tabela 22 – Serviços de coleta, tratamento e disposição final ................................................ 156 Tabela 23 – Gestão e execução do sistema de gerenciamento dos RSU do Paraná ................... 157 Convênio 012/2009 – MMA v ÍNDICE DE FIGURAS Figura 01 – Metas do Estudo de Proposta de Regionalização da Gestão Ide Resíduos Sólidos Urbanos e do Plano para a Gestão Integrada e Associada de Resíduos Sólidos Urbanos ...................................................................................................... 11 Figura 02 – Ícone no site ................................................................................................. 12 Figura 03 – Localização do estado do Paraná ...................................................................... 13 Figura 04 – Distribuição de faixas populacionais nos municípios do Paraná ................................ 17 Figura 05 – Participação dos setores econômicos no total de empregos do estado (2009) ............. 20 Figura 06 – Situação dos PGIRS no Estado do Paraná .......................................................... 37 Figura 07 – Municípios que realizam o serviço de varrição ...................................................... 45 Figura 08 – Coleta do tipo "bandeira" realizada com a participação de catadores em Londrina, PR ............................................................................................................. 48 Figura 09 – Contêiner para disposição de resíduos em praça pública no Município de Toledo, PR .. 49 Figura 10 – Ocorrência de coleta seletiva porta a porta nos municípios paranaenses .................... 53 Figura 11 – Caminhão da coleta seletiva de Apucarana, PR .................................................... 56 Figura 12 – Caminhão da coleta seletiva de Irati, PR ............................................................. 56 Figura 13 – Caminhão de coleta com reboque para materiais recicláveis em Ibaiti, PR ................. 57 Figura 14 – Contêiner para coleta de materiais recicláveis em Guarapuava, PR .......................... 58 Figura 15 – PEV de pequeno porte para coleta de diferentes tipos de materiais recicláveis, em Guarapuava, PR ........................................................................................... 58 Figura 16 – PEV móvel para recebimento de materiais recicláveis no município de Castro, PR ....... 59 Figura 17 – Ponto de entrega fixa em Toledo, PR ................................................................. 60 Figura 18 – Pesagem de materiais recicláveis em Ecofeira de Guarapuava, PR .......................... 61 Figura 19 – Troca por alimentos em Ecofeira de Guarapuava, PR ............................................ 61 Figura 20 – PEV para coleta diferenciada em parque de Apucarana, PR .................................... 62 Figura 21 – Material de divulgação da coleta diferenciada em Ibiporã, PR .................................. 64 Figura 22 – Ecoponto para recebimento de pneus em Guarapuava, PR ..................................... 67 Figura 23 – Recebimento de óleo vegetal usado em empresa de Guarapuava, PR ...................... 67 Figura 24 – Caminhão compactador em pesagem em balança rodoviária antes de descarga ......... 69 Convênio 012/2009 – MMA vi Figura 25 – Caminhão de transporte aguardando para carregamento em estação de transbordo .... 69 Figura 26 – Caminhão compactador descarregando diretamente em caçamba de caminhão para transporte .................................................................................................... 69 Figura 27 – Caminhão para transporte de resíduos aguardando nova carga a partir da rampa da estação de transbordo .................................................................................... 69 Figura 28 – Presença de unidades de triagem no Estado do Paraná. ........................................ 72 Figura 29 – Esquema básico do mercado de reciclagem no estado do Paraná ............................ 80 Figura 30 – Indústrias de reciclagem do Estado do Paraná ..................................................... 82 Figura 31 – Unidades de triagem e empresas de atravessadores/intermediadores do Paraná. ........ 90 Figura 32 – Municípios com unidades de compostagem do PR. ............................................... 95 Figura 33 – Situação da destinação final de RSU nos municípios paranaenses ......................... 102 Figura 34 – Localização dos Aterros Sanitários licenciados no estado paranaense .................... 103 Figura 35 – Cobrança de taxa por serviços de Limpeza urbana / coleta de resíduos sólidos nos municípios do Paraná................................................................................... 106 Figura 36 – Área de recebimento de resíduos da Unid. de Triagem de Marechal Cândido Rondon 112 Figura 37 – Mesa de triagem do galpão de Cianorte ............................................................ 112 Figura 38 – Instalações de catadores no Lixão de Faxinal ..................................................... 112 Figura 39 – Presença de barracas, carro e animais no Lixão de Laranjeiras do Sul .................... 112 Figura 40 – Oficina de recondicionamento de equipamentos elétricos da COOPERVAÍ em Paranavaí, PR ............................................................................................ 114 Figura 41 – Associações de Municípios e municípios integrantes com faixas populacionais ......... 124 Figura 42 – População das regiões das Associações Municipais do estado do Paraná ................ 126 Figura 43 – Consórcios de Saúde do estado do Paraná e população atendida .......................... 135 Figura 44 – Consórcios Públicos para a destinação final de RSU no Paraná. ............................ 140 Figura 45 – Aterros Sanitários privados e municipais compartilhados ...................................... 145 Figura 46 – Macrorregiões de Assistência a Saúde do Paraná e Regionais de Saúde ................. 147 Figura 47 – Unidades Hidrológicas de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Paraná ............. 149 Figura 48 – Áreas Estratégicas de Gestão (AEG) do Paraná ................................................. 150 Figura 49 – Geração e tipo de destinação final de resíduos sólidos domiciliares por Unidade Hidrográfica ............................................................................................... 151 Convênio 012/2009 – MMA vii Figura 50 – Organograma organizacional do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos .................................................................................................... 152 Figura 51 – Mesorregiões geográficas do COHAPAR .......................................................... 154 Convênio 012/2009 – MMA viii ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 01 – Taxa de crescimento populacional do estado do Paraná e do Brasil ......................... 14 Gráfico 02 – Órgãos responsáveis pelo gerenciamento de serviços de RSU nos municípios do Paraná ........................................................................................................ 30 Gráfico 03 – Situação da elaboração dos PGIRSU Municipais no Estado do Paraná, segundo a SEMA ......................................................................................................... 34 Gráfico 04 – Situação dos municípios paranaenses quanto à elaboração de seus PGIRSU Municipais ................................................................................................... 36 Gráfico 05 – Situação das Licenças Ambientais de Áreas de Disposição Final de RSU no Paraná segundo o IAP .............................................................................................. 38 Gráfico 06 – Composição dos RSU coletados no Paraná ........................................................ 43 Gráfico 07 - Distribuição de responsáveis pela execução dos serviços de coleta dos RSU nos municípios do Paraná. .................................................................................... 50 Gráfico 08 – Quantidade de RSU coletada por agentes públicos e privados no estado do Paraná ... 51 Gráfico 09 – Existência de coleta seletiva nos municípios paranaenses ..................................... 52 Gráfico 10 – Percentuais de ocorrência da coleta seletiva porta a porta nos municípios paranaenses ................................................................................................ 54 Gráfico 11 – Responsáveis pela execução da coleta seletiva porta a porta ................................. 55 Gráfico 12 – Percentual de municípios com unidades de triagem. ............................................. 71 Gráfico 13 – Percentual de municípios paranaenses com existência de algum tipo de organização formal de catadores ...................................................................... 74 Gráfico 14 – Percentual de municípios paranaenses com a presença da industrialização de recicláveis ................................................................................................... 81 Gráfico 15 – Percentual de municípios com unidades de compostagem no PR ............................ 94 Gráfico 16 – Situação da disposição final de RSU nos municípios do Paraná ............................ 101 Gráfico 17 – Cobrança de taxa pelo gerenciamento de RSU ................................................. 105 Gráfico 18 – Forma de cobrança pelos serviços de manejo dos RSU ...................................... 107 Gráfico 19 – Municípios com cadastro atualizado de catadores, segundo a SEMA ..................... 116 Gráfico 20 – Parcerias entre organizações de catadores e Municípios para a coleta seletiva porta a porta ...................................................................................................... 117 Convênio 012/2009 – MMA ix 1 INTRODUÇÃO O Estado do Paraná firmou, com o Ministério do Meio Ambiente – MMA, Convênio nº 012/2009: “PLANO DE REGIONALIZAÇÃO DA GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DO ESTADO DO PARANÁ – PRGIRSU-PR E ELABORAÇÃO DO PLANO PARA A GESTÃO INTEGRADA E ASSOCIADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS –PGIRSU– PR” O presente convênio prevê a elaboração do Estudo de Regionalização da Gestão dos Resíduos Sólidos no Estado do Paraná, do Plano para a Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos, além da implementação de um Consórcio Público para a gestão e manejo dos resíduos sólidos. O objetivo geral desse estudo é orientar as intervenções do setor de resíduos sólidos, propor arranjos territoriais no Estado do Paraná e preparar as partes interessadas para a implementação de soluções integradas e consorciadas; objetivo esse alinhado com a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS (Lei 12.305/2010); deve-se destacar que a PNRS, ainda, se articula com leis de outras áreas e temas de mesma relevância, como por exemplo, a Lei n° 6.938/1981 da Política Nacional de Meio Ambiente, a Lei 11.445/2007 do Saneamento Básico, a Lei 9705/1999 da Educação Ambiental e a Lei 11.107/2005 dos Consórcios Públicos. Tanto pelas ações nacionais quanto pelas ações do Governo do Estado do Paraná, a gestão regionalizada é vista como uma forma eficiente de se garantir a viabilidade da gestão de resíduos sólidos e, portanto, o Plano de Regionalização e de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, aqui propostos, são ferramentas importantes de gestão e de planejamento constante. O sucesso de um plano está ligado diretamente a ações que garantam a participação de representantes de toda a sociedade durante a execução do plano, de forma que o valida com a sociedade e, consequentemente, facilita e potencializa a efetiva implantação. Convênio 012/2009 – MMA 10 Portanto, somam-se a essas ferramentas a participação da população e dos gestores municipais, pois na tomada de decisão, de enfoque regional, ela é fundamental e configura-se como uma política de governo. De acordo com o Termo de Referência do edital de contratação desses planos, as metas gerais a serem atingidas no Plano de Regionalização (PRGRSUPR) e no Plano de Gestão Integrada e Associada de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado do Paraná (PGIRSU-PR) apresentam-se na Figura 01, a seguir: Figura 01 – Metas do Estudo de Proposta de Regionalização da Gestão Ide Resíduos Sólidos Urbanos e do Plano para a Gestão Integrada e Associada de Resíduos Sólidos Urbanos META 1 •Estudo para a Regionalização da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado do Paraná - PRGRSU-PR. •Elaboração do Plano de Gestão Integrada e Associada de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado do Paraná – META 2 PGIRSU-PR. META 3 •Formação de Consórcios Públicos para Gestão e Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos. Fonte: Engebio, 2012. A consolidação do plano de trabalho para cada uma dessas Metas está descrita no documento Plano de Trabalho emitido no início do Projeto. Para que ocorra a participação da sociedade como um todo, na elaboração do Plano, durante as fases do projeto, são realizadas oficinas regionais de discussão com a participação da população e dos gestores municipais diretamente responsáveis pela gestão de resíduos, além de evento final de divulgação do Plano. Para melhor orientação e consulta, os documentos do Projeto estão Convênio 012/2009 – MMA 11 disponibilizados no site da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Paraná (SEMA-PR) - www.sema.pr.gov.br - em página específica do Plano, cujo acesso direto é feito por intermédio do ícone apresentado na Figura 02. Figura 02 – Ícone no site Fonte: SEMA, 2012. No presente diagnóstico estão contidas as informações necessárias para a caracterização da situação atual do gerenciamento de resíduos sólidos no estado do Paraná, sendo a base para a elaboração de ações e metas do Plano para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado do Paraná. 2 OBJETIVO O presente documento tem como objetivo consolidar o diagnóstico da situação atual do gerenciamento e manejo de resíduos sólidos nos municípios do Estado do Paraná, tendo como base os levantamentos e pesquisas de informações regionais realizadas e consolidadas através de informações consolidadas através dos questionários on line respondidos pelos municípios paranaenses e informações atualizadas do IAP – Instituto Ambiental do Paraná, de acordo com o descrito na Etapa 02. Convênio 012/2009 – MMA 12 3 O ESTADO DO PARANÁ Localizado na região sul do Brasil, o Estado do Paraná faz divisa com Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, e tem fronteiras com a Argentina, Paraguai e limite a leste com o Oceano Atlântico, conforme ilustrado na Figura 03Segundo o IBGE (2010), o estado é composto por 399 municípios e ocupa uma área territorial de cerca de 200.000 Km². Figura 03 – Localização do estado do Paraná Elaboração: Engebio, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 13 3.1 População De acordo com o Censo Demográfico (IBGE, 2010), o Paraná possui uma população de 10.444.256 habitantes, e uma taxa de crescimento entre 2000 e 2010 de 0,92% ao ano. Tal média encontra-se um pouco abaixo da média nacional, conforme é demonstrado no Gráfico 01. Gráfico 01 – Taxa de crescimento populacional do estado do Paraná e do Brasil Fonte: IPARDES, IBGE 2010. Quanto à distribuição da população paranaense nos municípios, verifica-se que a grande maioria dos municípios paranaenses (78%) apresenta um máximo de 20 mil habitantes, enquanto somente 04(quatro) têm população acima de 300 mil, conforme pode ser observado na Tabela 01. Convênio 012/2009 – MMA 14 Tabela 01 – Número de municípios paranaenses por faixas populacionais. População Número de Municípios Acima de 1 milhão de habitantes 01 Entre 500 mil e 1 milhão de habitantes 01 Entre 300 e 500 mil habitantes 02 Entre 100 e 300 mil habitantes 14 Entre 50 e 100 mil habitantes 14 Entre 20 e 50 mil habitantes 55 Entre 10 e 20 mil habitantes 109 Até 10 mil habitantes 203 Fonte: IBGE, 2010. Dentre os municípios com mais de 100 mil habitantes, destacam-se a seguir, na Tabela 02, os 15 (quinze) municípios mais populosos do estado. Tabela 02 – Municípios mais populosos do Paraná Município Curitiba População (hab.) 1.751.907 Londrina 506.701 Maringá 357.077 Ponta Grossa 311.611 Cascavel 286.205 São José dos Pinhais 264.210 Foz do Iguaçu 256.088 Colombo 212.967(continua) Convênio 012/2009 – MMA 15 Município (continuação) Guarapuava População (hab.) 167.328 Paranaguá 140.469 Apucarana 120.919 Toledo 119.313 Araucária 119.123 Pinhais 117.008 Campo Largo 112.377 Arapongas 104.150 Almirante Tamandaré 103.204 Umuarama 100.676 Fonte: IBGE, 2010. Na Figura 04 são ilustrados os municípios paranaenses, identificados por faixas populacionais. Convênio 012/2009 – MMA 16 Figura 04 – Distribuição de faixas populacionais nos municípios do Paraná Elaboração: Engebio, 2012. Atualmente, 85% da população paranaense vive em áreas urbanas (8.912.692 habitantes); e apesar da densidade demográfica de 52,4 hab/km² no estado ser apontada com a segunda maior do país, não há uma homogeneidade na ocupação do território.A capital Curitiba, por exemplo, tem 100% de seu território em meio urbano e uma densidade de 4.024 hab/km², enquanto o município de Antônio Olinto apresenta-se em outro extremo: 91% dos habitantes vivem em zona rural. Essa variação de concentração populacional ocorre de forma regional, devido à forma de colonização e ocupação do estado, definindo municípios-pólos Convênio 012/2009 – MMA 17 distribuídos pelo estado. Ao leste, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) vive aproximadamente um terço da população estadual; ao norte, Londrina e Maringá concentram-se 850 mil habitantes e a oeste, Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu apresentam cerca de 560 mil habitantes, formando outra região intensamente povoada. Na região central, Guarapuava apresenta uma população de 160 mil habitantes e no centro-leste do estado, Ponta Grossa é outro pólo, concentrando cerca de 300 mil habitantes. 3.2 Socioeconomia Assim como em todo o Brasil, desde os anos 70, vem ocorrendo um significativo fenômeno de urbanização no Paraná, ultrapassando em 2010, 85% do estado. Simultaneamente, o processo de transformação do perfil econômico paranaense é centrado na diversificação e modernização da base técnico-produtiva da agropecuária e na introdução de ramos industriais modernos na linha metalmecânica (COMEC, 2011). Essa é mais uma causa do intenso êxodo rural e da aglomeração no entorno das cidades mais desenvolvidas economicamente. Os setores produtivos que se destacam no estado são: setor de serviços, industrial, agropecuária e os crescentes metal-mecânico e eletroeletrônico. Atualmente, o Paraná é o maior produtor nacional de grãos, apresentando uma pauta agrícola diversificada. A soja, o milho, o trigo, o feijão e a cana-de-açúcar se sobressaem na estrutura produtiva da agricultura local, observando-se, em paralelo, forte avanço de outras atividades, como a produção de frutas. Já na pecuária, destaca-se a avicultura, com 25,2% do total de abates do país. Nos segmentos de bovinos e suínos, a participação do estado atinge 4,1% e 18,7%, respectivamente (IBGE, 2010). Convênio 012/2009 – MMA 18 Na estrutura industrial do estado predominam os segmentos de alimentos (19,6%), refino de petróleo (16,5%) e veículos automotores (16,0%), responsáveis por aproximadamente 52% do valor da transformação da indústria estadual.Também se destacam os setores de máquinas e equipamentos, papel e celulose e produtos químicos (em torno de 5% cada). Para o acompanhamento e avaliação socioeconômica e de políticas públicas do estado, o Paraná possui uma instituição estadual de pesquisas econômicas e sociais: o IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. O instituto desenvolveu um índice para medição do desempenho e ações públicas nos municípios do estado, o IPDM (Índice de Desempenho Municipal), o qual considera 03 (três) principais áreas do desenvolvimento socioeconômico: Emprego; Renda e Produção Agropecuária; Educação e Saúde. De acordo com o Instituto, a média do IPDM dos municípios paranaenses entre 2002 e 2008 evoluiu de 0,567 para 0,661, significando um crescimento de 0,094 pontos, ou 16,1%, em 06 (seis) anos. Esse acréscimo, comparado aos números da década passada, quando o crescimento do IPDM foi de 0,081 pontos em nove anos (1991 a 2000), indica que o desenvolvimento socioeconômico do estado nos últimos anos sofreu mudanças importantes. Outro índice socioeconômico de ampla utilização é o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) adotado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD – ONU), o qual no caso do Paraná converge para os resultados também obtidos no IDPM: de 0,711 para 0,787 (entre 1991 e 2000), e um aumento importante registrado em 2005: 0,820, colocando o Paraná na sexta posição entre os estados brasileiros mais desenvolvidos. Da mesma forma em que a população é distribuída de forma irregular no território do estado, o IDH entre os municípios é bastante variável. A última publicação municipal do índice em 2000 definiu para Ortigueira o pior desempenho no IDH (0,620), enquanto num outro extremo a capital Curitiba atingiu o índice de Convênio 012/2009 – MMA 19 0,856. Os índices ora mencionados refletem a realidade regionalizada do desenvolvimento econômico do estado, o que está diretamente relacionado ao desenvolvimento dos diferentes setores na economia. A predominância dos diferentes setores pode ser constatada através da quantificação da geração de postos de trabalho em cada município, conforme ilustrado na Figura 05. Figura 05 – Participação dos setores econômicos no total de empregos do estado (2009) Fonte: IPARDES, 2009. As atividades econômicas dos municípios podem ser mensuradas ainda por intermédio de seu PIB (Produto Interno Bruto), o qual somado ao PIB da totalidade dos municípios do estado obtém-se o PIB estadual. Na Tabela 03,são relacionados os10 (dez) municípios com o maior PIB do estado, sendo assim identificados como Convênio 012/2009 – MMA 20 os municípios-pólo do estado. Tabela 03 – Participação municipal no PIB do estado do Paraná PIB PARTICIPAÇÃO (R$ mil correntes) (%) Curitiba 45.762.418 24,09 Araucária 11.962.877 6,30 São José dos Pinhais 11.511.811 6,06 Londrina 8.884.459 4,68 Maringá 7.284.401 3,83 Foz do Iguaçu 6.702.200 3,53 Paranaguá 5.443.256 2,86 Ponta Grossa 5.072.749 2,67 Cascavel 4.991.770 2,63 Toledo 2.426.512 1,28 Outros municípios 79.949.501 42,08 PARANÁ 189.991.954 100,0 MUNICÍPIO Fonte: IBGE, 2010. IPARDES, 2009. 4 POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO A Política Estadual de Saneamento é um passo fundamental para o Convênio 012/2009 – MMA 21 desenvolvimento do estado, pois define prioridades de investimentos para suprir as demandas da população na questão de gerenciamento de resíduos sólidos, abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem urbana. O Paraná ainda não possui políticas estaduais definidas sobre saneamento, educação ambiental e mudanças climáticas, porém os técnicos da Coordenadoria Estadual de Resíduos da SEMA-PR já elaboraram as mintas das Políticas de Saneamento e de Resíduos Sólidos e encaminharam-nas para o Conselho Estadual de Meio Ambiente, para a devida divulgação e discussão do tema. O Estado do Paraná não possui uma Política Estadual de Resíduos Sólidos. A Lei nº 12.493, de 1999, estabelece princípios, procedimentos, normas e critérios referentes à geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no estado do Paraná, visando controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais e adota outras providências. Entretanto, esta lei é anterior à PNRS, de 2010. Dentre os órgãos públicos estaduais, se destaca a SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos que é a entidade coordenadora do Sistema Estadual de Gestão Ambiental e dos Recursos Hídricos do Estado do Paraná e tem por finalidade formular e executar as políticas de meio ambiente, de recursos hídricos e atmosféricos, biodiversidade e florestas, cartográfica, agráriafundiária, controle da erosão e de saneamento ambiental e gestão de resíduos sólidos. A gestão de resíduos sólidos no estado do Paraná está a cargo da SEMA, através da Coordenadoria de Resíduos Sólidos– CRES, que tem como atribuição estabelecer premissas para formulação de políticas, normas, programas, projetos e ações em consonância com os interesses da sociedade, da Política Nacional de Resíduos Sólidos e dos dispositivos da Lei de Crimes Ambientais. A CRES efetiva sua atuação com as demais coordenadorias da SEMA e com as autarquias da Secretaria. Convênio 012/2009 – MMA 22 A SEMA possui sete sedes regionais alocadas em: Curitiba, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Toledo, e tem como suas autarquias: O IAP - Instituto Ambiental do Paraná, OITCG - Instituto de Terras, Cartografia e Geociências e OAGUASPARANA - Instituto das Águas do Paraná. O IAP é o órgão executivo com poder de polícia administrativa, controle e monitoramento ambiental, cadastro de agrotóxicos, licenciamento ambiental e fiscalização. Essa autarquia possui 21 (vinte e um) escritórios regionais, cada um responsável por um grupo de municípios, abrangendo desta forma integralmente o estado paranaense. O ITCG é responsável pela proposição, coordenação, execução e acompanhamento das políticas: agrária, fundiária, cartográfica, geodésica e cadastral de imóveis rurais no estado do Paraná, entre outras atribuições. O Instituto das Águas do Paraná (antiga Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental – SUDERHSA) é o órgão executivo gestor do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos – SEGRH/PR tendo por finalidade oferecer suporte institucional e técnico à efetivação dos instrumentos da Política Estadual de Recursos Hídricos (PERH/PR) instituída pela Lei nº 12.726/99. Também é finalidade do Instituto das Águas do Paraná o exercício das funções de entidade de regulação e fiscalização do serviço de saneamento básico, integrado pelos serviços públicos de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas nos termos da Lei nº 11.445/07. A Diretoria Técnica e de Saneamento do Instituto das Águas do Paraná, tem sob sua responsabilidade a celebração de convênios com os municípios para desenvolvimento de ações que objetivam a destinação adequada dos resíduos Convênio 012/2009 – MMA 23 sólidos no estado. Com vista ao atendimento aos princípios da Lei nº 12.493 foi criado, pelo Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMA, o Programa Desperdício Zero. O principal objetivo deste programa é a redução dos resíduos gerados no estado e a aplicação da logística reversa dos diferentes tipos de materiais com a participação de todos os agentes da cadeia (consumidor, revenda, distribuidor e os fabricantes entre outros). O Programa aborda aspectos fundamentais como: acondicionamento, coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos urbanos, os quais estão ligados diretamente ao saneamento ambiental. Tais aspectos, através de um Gerenciamento Integrado dos Resíduos Sólidos (GIRS), devem ser implementados para a obtenção de resultados positivos em termos de saúde pública equalidade de vida. A principal meta do Programa Desperdício Zero é a eliminação de 100% dos lixões existentes no estado e a redução de 30% dos resíduos gerados. 4.1 Legislação Federal A Política Nacional de Saneamento Básico - Lei nº 11.445 de 05 de janeiro de 2007estabelece diretrizes nacionais para o Saneamento Básico. Particularmente, dentre outras questões, a lei inova no ordenamento jurídico, na medida em que inclui no conceito de saneamento básico além dos serviços de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário, a limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas, que são atualmente vistos como aspectos chave das questões ambientais urbanas e da saúde pública. Em 02 de agosto de 2010, a Lei Federal n° 12.305 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos bem como estabelecendo as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento dos resíduos sólidos, que disciplinam a coleta, a destinação final Convênio 012/2009 – MMA 24 e o tratamento de resíduos urbanos perigosos e industriais. Trata ainda de outras questões como a logística reversa, responsabilidade compartilhada entre gerador, poder público e consumidor, do princípio do poluidor-pagador e da utilização de mecanismos de Estado para a participação dos municípios no processo, ou seja, trata da gestão integrada e do gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. Os objetivos da política são reduzir a geração de lixo e combater a poluição e o desperdício de materiais descartados pelo comércio, pelas residências, indústrias, empresas e pelos hospitais, introduzindo a política dos 03 (três) Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar, além de reconhecer o papel importante dos catadores, contemplando-os no sistema nacional de tratamento de resíduos, mas proibindo, por razões de saúde pública, a moradia em lixões e aterros. Como destaque, a Lei define 02 (dois) prazos claros para estados e municípios: 02/08/2012 - para elaboração dos Planos de Gestão Integrada, estadual, distrital e municipal; (art. 55) 02/08/2014 - para disposição final ambientalmente adequada, o que significa, na prática, a implantação da coleta seletiva e a extinção dos lixões ou aterros controlados. (art. 54) Em 23 de dezembro de 2010, foi publicado o Decreto n° 7.404, que regulamentou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) e detalhou sua aplicação. Considerando que a Política Nacional de Resíduos Sólidos já previa que a União, Estados, Distrito Federal e municípios deveriam proceder à elaboração de planos de gestão estratégica dos resíduos, o decreto por sua vez, além de traçar com detalhes o conteúdo obrigatório dos planos e sua periodicidade, prevê, por exemplo, que o sistema público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos estabeleça a separação no mínimo entre resíduos secos e úmidos, sendo progressivamente estendida a separação dos resíduos recicláveis em suas partes Convênio 012/2009 – MMA 25 específicas em função da natureza do resíduo (plástico, papel, vidro, etc.).O decreto prevê ainda que os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana (municípios) deverão definir os procedimentos para acondicionamento adequado e disponibilização dos resíduos (art. 10). Outro grande marco na legislação brasileira foi a promulgação da Lei n° 11.107 de 6/4/2005, denominada Lei de Consórcios Públicos e da Gestão Associada de Serviços Públicos. A Lei de Consórcios, regulamentada pelo Decreto nº 6.017 de 17 de janeiro de 2007, em conjunto com a Lei de Saneamento Básico nº 11.445/07 são instrumentos jurídicos que possibilitam às prefeituras municipais atuarem em conjunto. O Decreto nº 6.017/07 dispõe sobre normas gerais para a contratação de consórcios públicos apresentando definições e requisitos para a constituição dos consórcios públicos, para a gestão, retirada ou exclusão de ente consorciado, para alteração e extinção dos contratos, contrato de programa, bem como outras disposições finais e transitórias. 4.2 Legislação Estadual O Estado do Paraná possui legislação específica que define questões a respeito de RSU, listadas a seguir: Lei Estadual 12.493/99-Estabelece princípios, procedimentos, normas e critérios referentes à geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no estado do Paraná, visando controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais e adota outras providências. Decreto Estadual 6.674/2002–Regulamenta a Lei nº 12.493/99 e revoga disposições em contrário. Convênio 012/2009 – MMA 26 Resolução Conjunta SEMA / IAP / SUDERHSA 01, de 21 de agosto de 2006 - Estabelecer requisitos, critérios técnicos e procedimentos para a impermeabilização de áreas destinadas a implantação de Aterros Sanitários, visando à proteção e a conservação do solo e das águas subterrâneas. Portaria IAP 224, de 05 de dezembro de 2007 - Estabelece os critérios para exigência e emissão de Autorizações Ambientais para as Atividades de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Resolução SEMA 43/2008 - Dispõe sobre o licenciamento ambiental para empreendimentos de incineração de RS no estado. As emissões atmosféricas destas atividades devem atender à Resolução SEMA 54/2006. Em complementaridade à legislação vigente, em particular à PNRS de 2010, o Estado do Paraná lançou Edital de Chamamento para Logística Reversa em 09 de agosto de 2012. Esse consiste em um Chamamento para Apresentação de Termos de Compromisso para implantação de Sistemas de Logística Reversa para fins de recolhimento, tratamento e destinação final de resíduos sólidos. Além da legislação estadual, diversos municípios paranaenses possuem legislação específica e bastante abrangente para o gerenciamento de seus resíduos, como Curitiba, Maringá, Toledo e Guarapuava. Dentre as leis municipais paranaenses versando sobre gerenciamento de resíduos sólidos que poderiam ser citadas, destaca-se a Lei Municipal 9.241, de 20 de junho de 2012, de Maringá, a partir da qual fica proibida a incineração e o aproveitamento energético a partir da incineração de resíduos sólidos urbanos no município, mesmo que no Estado exista normatização para licenciamento ambiental dessas tecnologias. Convênio 012/2009 – MMA 27 5 A SITUAÇÃO ATUAL DO GERENCIAMENTO E MANEJO DOS RSU NO ESTADO DO PARANÁ A seguir, serão apresentados os diversos aspectos da situação atual do gerenciamento e manejo dos resíduos sólidos urbanos no Estado do Paraná, contemplando levantamento de dados e diagnóstico da gestão dos serviços, a caracterização do resíduo, os sistemas de limpeza pública, coleta, transporte, tratamento e disposição final, além de informações a respeito de custos dos serviços e um levantamento de dados sociais, com as implicações do sistema atual de gerenciamento e manejo. 5.1 Levantamento de dados A metodologia de pesquisa e levantamento das informações obtidas para o diagnóstico da situação atual do estado envolveu inicialmente fontes de dados primárias: obtidas diretamente pelos pesquisadores envolvidos no estudo através de consultas diretas a órgãos estaduais e municipais, associações, consórcios, empresas, dentre outros; e as fontes secundárias: que consistem em informações pré-existentes geradas por órgãos oficiais. O diagnóstico obtido foi apresentado no Relatório 02 – Diagnóstico contendo os resultados dos levantamentos e pesquisa de informações realizadas regionais – de acordo com o descrito na ETAPA 01. Em um momento posterior, as informações foram consolidadas através de dados obtidos nos questionários on line respondidos pelos municípios paranaenses a respeito da situação atual dos resíduos, disponibilizado na página eletrônica da SEMA e informações atualizadas a respeito da situação do licenciamento ambiental de unidades de tratamento e destinação final no estado disponibilizada pelo IAP. Convênio 012/2009 – MMA 28 5.2 Gestão dos serviços de manejo A responsabilidade pelo gerenciamento de resíduos sólidos é definida pela Lei Federal nº 12.305/2010, onde o art. 10 incumbe ao Distrito Federal e aos municípios a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios, bem como da responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de resíduos. Desta forma, os municípios são responsáveis pelo gerenciamento dos RSU e devem realizar os serviços com equipe própria, ou por meio de concessões a empresas privadas, cooperativas ou associações, ou ainda por intermédio de parcerias público-privadas. 5.2.1 Gerenciamento e execução de serviços Em âmbito municipal, os serviços de gerenciamento e prestação de serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos estão delegados a secretarias municipais através ou não de departamentos ou setores específicos. As secretarias municipais mais usualmente responsáveis pelo gerenciamento de resíduos sólidos nos municípios são: a Secretaria Municipal de Obras e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, conforme representado no Gráfico 02, a seguir. Convênio 012/2009 – MMA 29 Gráfico 02 – Órgãos responsáveis pelo gerenciamento de serviços de RSU nos municípios do Paraná 12% 39% 20% Não há órgão específico Outras Secretarias 29% Sec. De Obras Sec. De Meio Ambiente Fonte: TCE/PR, 2011. Alguns municípios possuem autarquias que realizam a gestão dos serviços de resíduos, como no município de Ibiporã, que delega desde 2011, todo o gerenciamento e fiscalização de serviços ao SAMAE – Serviço de Água e Esgoto de Ibiporã, autarquia que já gerenciava a água e o esgoto no município desde a década de 60. Há, ainda, municípios que possuem conselhos municipais de meio ambiente que atuam diretamente na resolução de demandas de saneamento e resíduos sólidos, além das questões ambientais, como no caso do Município de Cianorte. Quanto à execução de serviços de limpeza pública, coleta, transbordo, transporte, tratamento e destinação final de resíduos, estas são realizadas diretamente pelo município, através de equipe própria, com veículos e equipamentos próprios ou locados; ou por contratação de empresas privadas, associações ou Convênio 012/2009 – MMA 30 cooperativas restando ao município a atividade de fiscalização dos serviços. Entretanto, dos 289 municípios que responderam ao questionário SEMA (2011), 198 afirmaram executar diretamente os serviços de limpeza pública e manejo de resíduos sólidos (68% do total de municípios do estado), e o restante (32%) declararam contratar empresas para a prestação dos serviços. 5.2.2 Planos Municipais de Saneamento Básico e Resíduos Sólidos A Política Nacional de Resíduos Sólidos de 2010 normatizou o conteúdo mínimo para a elaboração dos Planos Municipais de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, sendo requisito para que os Municípios possam se habilitar a concorrer a recursos federais através de projetos relacionados ao manejo de resíduos sólidos. Para a verificação da situação dos municípios paranaenses ao atendimento da PNRS, 2010 em relação à elaboração de planos municipais, realizou-se uma consulta direta ao IAP, onde foram disponibilizados para consulta todos os Planos municipais submetidos à entidade pelos municípios. Foram consultados todos os 46 (quarenta e seis) planos elaborados e protocolados, disponibilizados no IAP até o momento. É importante destacar que grande parte dos planos é anterior ao lançamento da PNRS, 2010, devendo assim, serem atualizados pelos municípios em consonância à nova legislação. A seguir, na Tabela 04, são apresentados os municípios que já possuem PGIRS e os responsáveis por sua elaboração, conforme consulta realizada. Convênio 012/2009 – MMA 31 Tabela 04 – Municípios com PGIRS elaborados e responsáveis pelos mesmos, segundo consulta ao IAP Município Anahy Antonina Assis Chateaubriand Balsa Nova Boa Vista da Aparecida Bocaiúva do Sul Braganey Cafelândia Campo Bonito Capitão Leônidas Marques Cascavel Catanduvas Chopinzinho Clevelândia Coronel Vivida Engenheiro Beltrão Entre Rios do Oeste Grandes Rios Guaraniaçu Guarapuava Ibema Iguatu Itapejara D'Oeste Jacarezinho Jesuítas Mangueirinha Marilândia do Sul Mercedes Missal Morretes Palotina Paranavaí Pato Bragado Pato Branco Pontal do Paraná Responsável pelo PGIRS Prefeitura Pessoa Física Contratada Pessoa Física Contratada Empresa contratada Prefeitura Prefeitura Prefeitura Empresa contratada Prefeitura Pessoa Física Contratada Prefeitura Prefeitura Prefeitura Prefeitura Pessoa Física Contratada Empresa contratada Empresa contratada Empresa contratada Prefeitura Prefeitura Prefeitura Pessoa Física Contratada Pessoa Física Contratada Pessoa Física Contratada Empresa contratada Prefeitura Prefeitura Empresa contratada Prefeitura Empresa contratada Prefeitura Empresa contratada Empresa contratada Empresa contratada Empresa contratada(continua) Convênio 012/2009 – MMA 32 Município (continuação) Quedas do Iguaçu Rancho Alegre Ribeirão do Pinhal Santa Helena Santa Lúcia São João Saudade do Iguaçu Terra Roxa Três Barras do Paraná Tupâssi Vitorino Responsável pelo PGIRS Empresa contratada Empresa contratada Prefeitura Pessoa Física Contratada Prefeitura Prefeitura Prefeitura Pessoa Física Contratada Prefeitura Empresa contratada Empresa contratada Fonte: Consulta IAP, 2012. Entretanto, de acordo com o questionário respondido pelos municípios à SEMA em 2011, 161 (cento e sessenta e um) municípios declararam ter elaborado seu Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos, o que corresponde a aproximadamente 40% dos municípios do estado. Outros 85 (oitenta e cinco) municípios declararam na ocasião, estarem elaborando seus planos municipais. No Gráfico 03é ilustrada a existência de PGIRSU nos municípios do Estado do Paraná, de acordo com o questionário online respondido pelos municípios à SEMA em 2011. Convênio 012/2009 – MMA 33 Gráfico 03 – Situação da elaboração dos PGIRSU Municipais no Estado do Paraná, segundo a SEMA 24% 21% 15% Em elaboração 40% Não elaborado Elaborado Sem informação Fonte: SEMA, 2011. Durante as visitas realizadas aos municípios foi possível obter informações complementares sobre a situação dos PGIRS nos municípios do estado. Na Tabela 05, a seguir, são apresentados os dados obtidos a partir das visitas aos municípios. Convênio 012/2009 – MMA 34 Tabela 05 – Situação dos PGIRS dos municípios visitados pela equipe técnica Município Apucarana Araucária Castro Cianorte Faxinal Guarapuava Ibiporã Irati Laranjeiras do Sul Mandaguaçu Marechal Cândido Rondon Palmeira Paranavaí Ponta Grossa São José dos Pinhais Toledo Situação do PGIRS Em elaboração Elaborado Elaborado Em elaboração Não Informado Não Informado Não Informado Não Informado Elaborado Elaborado Não Informado Não Informado Não Informado Em elaboração Não elaborado Elaborado Fonte: Engebio, 2012. No Gráfico 04 é apresentada a situação dos municípios paranaenses quanto à elaboração de seus PGIRS, conforme o cruzamento das diferentes fontes consideradas. Convênio 012/2009 – MMA 35 Gráfico 04 – Situação dos municípios paranaenses quanto à elaboração de seus PGIRSU Municipais 23,810% 20,551% 14,536% 41,103% Em elaboração Elaborado Não elaborado Sem informações Fonte: Engebio, 2012. Planos IAP, 2012. SEMA, 2011. Apesar de haver um percentual significativo de municípios com planos elaborados (41%), destaca-se, novamente, que a grande maioria é anterior à PNRS, 2010, necessitando serem atualizados. Na Figura 06, a seguir são representados os municípios do estado identificados em relação à situação de elaboração de seu PGIRS. Convênio 012/2009 – MMA 36 Figura 06 – Situação dos PGIRS no Estado do Paraná Elaboração: Engebio, 2012. 5.2.3 Licenciamento Ambiental O Licenciamento Ambiental de obras e empreendimentos no estado do Paraná é realizado através dos 21 (vinte e um) Escritórios Regionais (ER) do IAP. Dentre as unidades passíveis de licenciamento ambiental lista-se:centrais e unidades de tratamento de resíduos sólidos, centrais e unidades de transbordo e locais de disposição final de resíduos sólidos. Ao final do ano de 2012, o IAP iniciou a atualização das informações sobre a situação da destinação final dos RSU no estado e a sistematização dos dados, com compatibilização das informações dos escritórios regionais. No Gráfico 05, a seguir, apresenta-se a situação do licenciamento da destinação final no estado, segundo o Convênio 012/2009 – MMA 37 IAP (2012). Gráfico 05 – Situação das Licenças Ambientais de Áreas de Disposição Final de RSU no Paraná segundo o IAP 2,757% 37,093% 48,622% 11,529% Vencida Vigente Fonte: IAP, 2012. Até a conclusão do diagnóstico, o IAP não concluiu a atualização das informações dos escritórios regionais, e os dados disponibilizados apresentam inconsistências, diante da falta de informações como a data de validade das licenças deixando dúvidas quanto às condições de operação do aterro. Além disso, alguns municípios que indicavam possuir licença ambiental vencida, em outro campo eram apontados como dispondo seus resíduos em aterro sanitário. 5.3 Geração e caracterização dos RSU Diversos fatores influenciam no peso e composição dos RSU de um município. Dentre os fatores de maior relevância está o nível de industrialização, o grau de urbanização, o tamanho da população residente do município, e até fatores sazonais, como datas festivas que causam flutuações na população do município. Convênio 012/2009 – MMA 38 5.3.1 Geração de RSU Para o levantamento da taxa de geração de resíduos nos municípios do estado do Paraná, realizou-se uma pesquisa utilizando-se de diversas fontes de dados secundários disponíveis. O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (ABRELPE, 2011) levantou a situação atual da geração e caracterização de RSU no ano de 2011 para todo o país. Segundo o documento, o Paraná gera aproximadamente 8.206 t/dia de resíduos, e destas, 7.450 t são coletadas (91%). A Região Metropolitana de Curitiba (RMC) é formada por municípios de diferentes faixas populacionais e com diferentes graus de urbanização que se concentram ao entorno da capital. De acordo com o CONRESOL (Consórcio de Resíduos Sólidos da RMC), a geração de RSU nestes municípios é bastante variável e pode ser verificada na Tabela 06, a seguir. Nessa tabela, além da quantidade anual de resíduos gerados, pode-se observar a geração per capita de resíduos nos municípios integrantes do CONRESOL, juntamente com dados de população e grau de urbanização no município. Convênio 012/2009 – MMA 39 Tabela 06 – Dados de geração de RSU nos municípios integrantes do CONRESOL Geração per Quantidade População Grau de (t/ano) Urbana Urbanização 432.972 1.751.907 100,00 0,803 Pinhais 50.541 264.210 89,7 0,639 Colombo 28.938 212.967 95,4 0,412 Pinhais 20.112 117.008 97,8 0,598 Araucária 16.784 119.123 91,4 0,500 Campo Largo 15.028 112.377 83,2 0,512 12.221 103.204 96,0 0,438 9.762 81.675 94,1 0,434 do Sul 4.003 38.769 75,1 0,378 Campo Magro 2.713 24.843 12,3 0,403 Quatro Barras 2.361 19.851 89,8 0,434 Mandirituba 1.927 22.220 35,7 0,315 Município Curitiba capita (kg/hab.dia) São José dos Almirante Tamandaré Fazenda Rio Grande Campina Grande 0,295 (continua) Contenda 1.310 15.891 47,7 Convênio 012/2009 – MMA 40 Município Quantidade População Grau de (t/ano) Urbana Urbanização (continuação) Geração per capita (kg/hab.dia) 0,447 Bocaiúva do Sul 1278 10.987 39,4 Balsa Nova 970 11.300 31,4 0,302 Quitandinha 600 17.089 19,9 0,126 (sem dado) 93.207 46,4 (sem dado) Piraquara Fonte: CONRESOL, 2007. A partir dos dados apresentados na Tabela 06 obtém-se uma geração per capita média de 0,44 kg/hab.dia para a região metropolitana, o que é uma média muito baixa para uma região com um considerável desenvolvimento econômico. Segundo dados do Ministério das Cidades, apresentados na Tabela 07, municípios de porte equivalente aos dessa região tendem a apresentar uma geração per capita média de 0,90 a 1,15 kg/hab.dia. Segundo o questionário preenchido pelos municípios para a SEMA em 2011, a taxa de geração média entre os municípios ficou em torno de 0,9 kg/hab.dia, considerando informações de 146 (cento e quarenta e seis) municípios, quando descartados dados inconsistentes. A média obtida foi coerente, se comparada com as médias indicadas para dados de 2009, divulgados pelo Ministério das Cidades em 2011, que confere ao Brasil uma média de 0,96 kg/hab.dia, e à região sul do país uma média de 0,81kg/hab.dia. O Ministério das Cidades (MCidades) define ainda coeficientes de geração per capita de RSU a serem utilizados de acordo com as faixas de população dos municípios, conforme apresentado na Tabela 07. Convênio 012/2009 – MMA 41 Tabela 07 – Geração média per capita de RSU por faixas de população, segundo o Ministério das Cidades Faixa de população Geração média per capita (habitantes) (kg/hab.dia) até 15.000 0,60 de 15.001 a 50.000 0,65 de 50.001 a 100.000 0,70 de 100.001 a 200.000 0,80 de 200.001 a 500.000 0,90 de 500.001 a 1.000.000 1,15 Fonte: MCidades, 2009. A partir dos dados obtidos, balizado pelos indicadores do Ministério das Cidades, serão estipulados no Relatório 06, valores de geração per capita por faixa populacional para o prognóstico dos cenários propostos para o estado do Paraná. 5.3.2 Caracterização dos RSU Segundo questionário preenchido pelos municípios à SEMA em 2011, a composição média dos resíduos domiciliares coletados no estado do Paraná é de 56,5% de materiais orgânicos, 26% de recicláveis e 17,5% de rejeitos, conforme representado no Gráfico 06. Convênio 012/2009 – MMA 42 Gráfico 06 – Composição dos RSU coletados no Paraná 56,50% 17,50% Matéria Orgânica 26,00% Rejeitos Recicláveis Fonte: SEMA, 2011. Elaboração: Engebio, 2012. Para elaboração do Gráfico 06 foram descartados todos os dados preenchidos de forma incorreta ou inconsistente, restando dados de apenas 75 (setenta e cinco) municípios dos 289 (duzentos e oitenta e nove) que responderam o questionário. A partir desses dados serão estipulados valores de composição por faixa populacional no Relatório 06, para que possam ser elaborados prognósticos para cada região do estado do Paraná. 5.4 Limpeza pública Sabe-se da importância dos serviços de limpeza urbana em relação aos aspectos sanitário, econômico-financeiro, estético e de bem-estar da população. A realização de serviços de limpeza pública é uma responsabilidade dos municípios, e Convênio 012/2009 – MMA 43 estes devem gerenciar e executar os serviços de maneira direta, com funcionários, veículos e equipamentos próprios, ou através de contratação de empresas prestadoras de serviços. Os serviços de limpeza pública cobrem atividades como: Varrição; Capina e raspagem; Roçagem; Limpeza de ralos/ boca de lobo; Limpeza de feiras; Limpeza de terrenos baldios, locais turísticos, rios, lagoas, etc. Os serviços podem contemplar ainda, atividades como desobstrução de ramais e galerias, desinfestação e desinfecções, poda de árvores, pintura de meiofio e lavagem de logradouros e monumentos públicos. Com base nos dados do SNIS 2009 e 2010, tem-se uma amostra com 254 municípios paranaenses, dentre os quais213 (duzentos e treze) informaram realizar serviços de varrição, correspondendo a 76,6% da população do Paraná. A seguir, na Figura 07 é apresentada a informação sobre o serviço de varrição para o estado do Paraná, segundo os dados do SNIS 2009 e 2010. Convênio 012/2009 – MMA 44 Figura 07 – Municípios que realizam o serviço de varrição Elaboração: Engebio, 2012. De acordo com a base de dados do SNIS, 2009, dentre os 186 (cento e oitenta e seis) municípios do Estado do Paraná que responderam a pesquisa, 25,9% dos municípios informaram executar os serviços com varredores contratados por empresas privadas. Já através dos dados do SNIS 2010, dentre os 210 (duzentos e dez) municípios que responderam à pesquisa naquele ano, apenas 14,9% informaram executar o serviço de varrição mecanizada. Convênio 012/2009 – MMA 45 5.5 Os serviços de coleta A coleta de resíduos consiste em recolher os resíduos acondicionados por quem o produz para encaminhá-los, mediante transporte adequado, a uma destinação final licenciada (tratamento ou disposição final em aterro sanitário ou outra tecnologia licenciada pelo órgão ambiental). A periodicidade da execução da coleta de resíduos domésticos é determinada por fatores econômicos, técnicos e culturais do município, podendo ter as seguintes frequencias: diária, três vezes por semana, duas vezes por semana ou uma vez por semana, podendo ainda variar em bairros e zonas centrais, turísticas e comerciais. Já os resíduos gerados pelos serviços de limpeza pública podem ser coletados de forma independente ou juntamente com os resíduos domésticos através da coleta regular domiciliar. No Estado do Paranásão encontradas diferentes formas de se executar a coleta de resíduos sólidos, sendo que geralmente esta é realizada porta a porta, com veículos apropriados ao tipo de resíduo a ser coletado, considerando seu volume/peso e condições específicas de tráfego do município. A coleta especial de resíduos de serviços de saúde ou de resíduos da construção civil não é de responsabilidade legal dos municípios, porém verifica-se que alguns municípios disponibilizam o serviço mediante pagamento de taxa específica, outros não o fazem. 5.5.1 Coleta Domiciliar Regular A coleta domiciliar regular geralmente é realizada diretamente nas residências (porta a porta), em dias e horários pré-estabelecidos. A regularidade e freqüência do serviço depende da quantidade de resíduos produzidos, das condições devias de acesso e disponibilidade de veículos, equipamentos e pessoal.A cultura local para o acondicionamento e disposição final dos resíduos Convênio 012/2009 – MMA 46 também é um fator que pode ser determinante para se aferir a frequência da coleta. No Paraná, para a coleta dos resíduos domésticos, são utilizados principalmente caminhões compactadores, que, devido ao mecanismo de compactação na parte traseira, tem maior capacidade de carga. Os caminhões baú (ou gaveta), poliguindastes, trator agrícola com reboque, caçambas, entre outros, também são utilizados, porém, geralmente em municípios de menor extensão territorial ou menores faixas populacionais onde a quantidade de resíduos gerada é reduzida. Na busca da otimização do serviço, alguns municípios do Paraná implantaram a coleta do tipo “bandeira”, na qual os resíduos de várias residências são amontoados por funcionários da operadora do serviço em um local prédeterminado e sinalizado da via, para que o veículo coletor estacione em menos pontos para a coleta dos resíduos. A coleta do tipo “bandeira”, no caso de Londrina, implantada pelo Município e em parceria com cooperativas e associações é ilustrada pela Figura 08, a seguir. Convênio 012/2009 – MMA 47 Figura 08 – Coleta do tipo "bandeira" realizada com a participação de catadores em Londrina, PR Fonte: Programa de Modernização do Setor Saneamento, Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, 2007. Outra forma conhecida de coleta regular de resíduos convencionais é por meio da instalação de contêineres em pontos pré-determinados do município, onde a população descarta os resíduos sem dia ou hora pré-estabelecidos para posterior coleta e destinação final. Os contêineres podem ser diferenciados para a disposição temporária de resíduos recicláveis e orgânicos separadamente, ou indiferenciados, recebendo qualquer tipo de resíduos. Na Figura 09 é apresentado o exemplo de um contêiner para disposição de resíduos no município de Toledo. Convênio 012/2009 – MMA 48 Figura 09 – Contêiner para disposição de resíduos em praça pública no Município de Toledo, PR Fonte: Engebio 2012. Os contêineres podem ser fixos com a necessidade de retirada manual dos resíduos e transferência para os veículos coletores, ou móveis, que são descarregados para os caminhões compactadores que possuem sistema basculante para coletar os materiais. Estes últimos são utilizados geralmente em condomínios e estabelecimentos comerciais, onde há grande geração de resíduo. Em relação à execução dos serviços de coleta, de acordo com os dados da SEMA, 2011, verificou-se que entre os 289 municípios que responderam, 198 (cento e noventa e oito) prefeituras indicaram executar diretamente os serviços de coleta regular, conforme apresentado no Gráfico 07. Convênio 012/2009 – MMA 49 Gráfico 07 - Distribuição de responsáveis pela execução dos serviços de coleta dos RSU nos municípios do Paraná. 27,569% 49,624% 22,807% Privado Público Sem Informação Fonte: SEMA, 2011. Os resultados obtidos na pesquisa da SEMA (2011), convergem com as informações obtidas a partir da pesquisa SNIS 2010, onde, dentre210(duzentos e dez) municípios que responderam o questionário,171 (cento e setenta e um), ou 42,9%, indicaram que a Prefeitura Municipal participa diretamente da execução dos serviços de coleta, podendo realizar contratações para alguns serviços específicos de coleta. Em consulta aos 46 (quarenta e seis) Planos Municipais de Gerenciamento de Resíduos Sólidos elaborados e protocolados até o momento no IAP, também foi verificado pela consultora que pouco mais da metade dos municípios (52,2%) indicam que a coleta regular é realizada pelo próprio Município. É importante salientar que existe uma tendência em se terceirizar a execução de serviços em municípios de maior porte, enquanto municípios com menores populações acabam por executar diretamente os serviços de coleta. Essa tendência é identificada quando são analisadas as quantidades de resíduos coletadas por agentes públicos e privados. Convênio 012/2009 – MMA 50 No Gráfico 08, gerado a partir de dados do SNIS 2010, verifica-se que a quantidade de resíduos coletada pelos agentes públicos é significativamente menor que a coletada pelos agentes privados, apesar destes representarem uma participação de apenas 31% na execução dos serviços de coleta de RSU no estado. Gráfico 08 – Quantidade de RSU coletada por agentes públicos e privados no estado do Paraná 3,05% 29,66% Agente público Agente privado 67,28% Sem informação Fonte: SNIS, 2010. 5.5.2 Coleta Diferenciada - Seletiva de orgânicos e recicláveis A coleta seletiva de resíduos geralmente consiste na coleta de resíduos orgânicos (resíduos úmidos) e resíduos recicláveis (resíduos secos) separadamente, devendo ser segregados e acondicionados previamente pela população. A coleta seletiva pode ser realizada porta a porta ou por intermédio de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), que são soluções de baixo custo para os municípios. De acordo com o questionário SEMA, 2011, 213 (duzentos e treze) municípios, (73% dos municípios do estado) declararam realizar a coleta seletiva, Convênio 012/2009 – MMA 51 conforme o Gráfico 09, a seguir. Gráfico 09 – Existência de coleta seletiva nos municípios paranaenses 27,56% 19,05% 53,38% Com coleta seletiva Sem coleta seletiva Sem informação Fonte: SEMA, 2011. Dentre os 213 (duzentos e treze) municípios que possuem a coleta seletiva, a maior parte declarou realizar a coleta seletiva porta a porta: 191(cento e noventa e um) municípios. Na Figura 10 é ilustrada a ocorrência da coleta seletiva porta a porta nos municípios paranaenses. Nessa figura, são evidenciados ainda os municípios que realizam a coleta seletiva diferenciada de orgânicos, recicláveis e rejeitos. Convênio 012/2009 – MMA 52 Figura 10 – Ocorrência de coleta seletiva porta a porta nos municípios paranaenses Elaboração: Engebio, 2012. De acordo com o ilustrado anteriormente, no Gráfico 10 são representados os percentuais de municípios que realizam a coleta seletiva porta a porta e a coleta seletiva diferenciada de orgânicos, recicláveis e rejeitos. Convênio 012/2009 – MMA 53 Gráfico 10 – Percentuais de ocorrência da coleta seletiva porta a porta nos municípios paranaenses 13,03% 47,87% 0,75% Diferenciada Não possuem 38,35% Possuem Sem informação Fonte: SEMA, 2011. SNIS, 2010. Engebio, 2012. SNIS, 2009. Master Ambiental, 2012. A execução dos serviços de coleta seletiva, assim como ocorre na coleta regular, é realizada pela própria prefeitura municipal. De acordo com o questionário SEMA, 2011, 98 (noventa e oito) municípios declararam executar o serviço diretamente com funcionários da prefeitura (46% dos municípios paranaenses), sendo que no restante dos municípios o serviço é terceirizado. A presença de cooperativas e associações de catadores na execução da coleta seletiva formal do município é verificada em 12,2% dos casos; e ainda é baixa em relação à atuação das empresas privadas na operação do serviço: 37,6% dos municípios. Os percentuais referentes ao tipo de execução de serviços de coleta seletiva porta a porta no estado do Paraná podem ser observados no Gráfico 11, a seguir. Convênio 012/2009 – MMA 54 Gráfico 11 – Responsáveis pela execução da coleta seletiva porta a porta 4,22% 12,21% 46,01% 37,56% Prefeitura Municipal Empresa privada Cooperativas/Associações Coleta Informal Fonte: SEMA, 2011. Para a execução da coleta seletiva porta a porta são utilizados caminhões do tipo boiadeiro, caçamba, baú ou até mesmo compactadores. Nas figuras a seguir são ilustrados 02 (dois) tipos de caminhões utilizados para a coleta de materiais recicláveis no Paraná: caminhão do tipo baú (Figura 11); e caminhão do tipo boiadeiro (Figura 12). Convênio 012/2009 – MMA 55 ‘ Figura 11 – Caminhão da coleta seletiva Figura 12 – Caminhão da coleta de Apucarana, PR seletiva de Irati, PR Fonte: Engebio, 2012. A coleta seletiva porta a porta de recicláveis costuma ter custos de operação maiores que os da coleta regular, o que dificulta sua realização em municípios de menor porte. Com a intenção de mudar esse quadro, existem no Paraná iniciativas municipais para a redução de custos da coleta porta a porta como a compartimentação de carretas de caminhões para recebimento de resíduos distintos (orgânicos/rejeitos e recicláveis). Outra ação observada é o acoplamento de um reboque ao caminhão da coleta convencional, como ilustrado na Figura 13. Em ambos os casos a coleta domiciliar e a coleta seletiva de recicláveis ocorrem em uma única viagem. Convênio 012/2009 – MMA 56 Figura 13 – Caminhão de coleta com reboque para materiais recicláveis em Ibaiti, PR Fonte: Jornal de Ibaiti, 2012 Os PEVs são uma forma auxiliar de realização da coleta seletiva, com redução de custos de operação de veículos coletores e garis, já que a própria população é quem realiza a segregação dos materiais e os dispõe em locais previamente determinados. Os PEVs são dimensionados conforme as necessidades da região e sua organização/subdivisão depende da complexidade do projeto e dos resíduos envolvidos. O município de Guarapuava apresenta os 02 (dois) tipos de PEVs: é ilustrado na Figura 14 um PEV de coleta de materiais recicláveis não separados por tipo de material; e, na Figura 15, é exemplificado um PEV para coleta de materiais recicláveis previamente separados por tipologia. Convênio 012/2009 – MMA 57 Figura 14 – Contêiner para coleta de materiais recicláveis em Guarapuava, PR Fonte: Engebio, 2012. Figura 15 – PEV de pequeno porte para coleta de diferentes tipos de materiais recicláveis, em Guarapuava, PR Fonte: Engebio, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 58 De acordo com o questionário SEMA, 2011, apenas 38 (trinta e oito) municípios declararam disponibilizar PEVs à sua população (9,5% do total de municípios do estado). No Município de Castro, por exemplo, a coleta de materiais recicláveis é realizada com o auxílio de PEVs móveis, os quais são estacionados em pontos previamente estabelecidos e informados à população. À medida que sua capacidade de recebimento é esgotada, os PEVs são removidos e substituídos por outros vazios. Na Figura 16 é ilustrado este exemplo de PEV. Figura 16 – PEV móvel para recebimento de materiais recicláveis no município de Castro, PR Fonte: Engebio, 2012. Além de PEVs, existem iniciativas inovadoras entre os municípios do Paraná para a redução de materiais recicláveis a serem dispostos em aterros, que contribuem significativamente para o desenvolvimento social. São os “Pontos fixos de troca” e as “ecofeiras”, ambos os projetos direcionados à população carente, Convênio 012/2009 – MMA 59 envolvendo a troca de materiais recicláveis por alimentos. Os “Pontos fixos de troca” são localizados em regiões da periferia dos municípios; nesses locais, materiais recicláveis coletados pela população são trocados por cestas básicas, frutas e verduras frescas. Em geral, a população deve ser cadastrada previamente por meio de programas sociais desenvolvidos pelo município e a troca ocorre em dias pré-estabelecidos. Na Figura 17 é ilustrado o momento da chegada de cestas básicas em ponto de entrega fixa para materiais recicláveis no município de Toledo. Figura 17 – Ponto de entrega fixa em Toledo, PR Fonte: Engebio, 2012. As Ecofeiras ou feiras verdes são feiras itinerantes que ocorrem em bairros da periferia dos municípios. A feira ocorre com agendamentos mensais, e os moradores têm a oportunidade de trocar material reciclável por alimentos. Nas feiras, o material de diferentes origens e tipologias são pesados e trocados por um vale correspondente ao peso para a troca de alimentos. Guarapuava e Ponta Grossa são Convênio 012/2009 – MMA 60 municípios onde as feiras ocorrem com grande adesão da população. São ilustrados nas Figura 18 e Figura 19, a seguir, momentos de pesagem de materiais e de troca desses materiais por alimentos em Ecofeira realizada em bairro da periferia do Município de Guarapuava. Figura 18 – Pesagem de materiais Figura 19 – Troca por alimentos em recicláveis em Ecofeira de Guarapuava, Ecofeira de Guarapuava, PR PR Fonte: Engebio, 2012. Como projeto pioneiro da troca de materiais recicláveis, destaca-se o “Câmbio Verde”, realizado em Curitiba, no qual moradores levam seus resíduos às 9 ruas da cidadania para trocar por hortifrutigranjeiros. Os carrinheiros e catadores de materiais recicláveis participam da coleta de materiais recicláveis na maioria dos municípios paranaenses, mas a maioria não está inserida oficialmente nos programas de coleta seletiva das prefeituras municipais. A organização de catadores em associações ou cooperativas facilita a contratação e a adesão destes trabalhadores em programas municipais de apoio social. Convênio 012/2009 – MMA 61 Coleta Diferenciada – Seletiva de Orgânicos, rejeitos e recicláveis 5.5.3 A coleta seletiva a partir da separação de três tipos de resíduos (orgânicos, recicláveis e rejeitos) garante uma maior recuperação de materiais recicláveis e orgânicos. Este tipo de coleta diferenciada ainda é pouco presente no Paraná, e geralmente ocorre por intermédio de PEVs, como apresentado na Figura 20, a seguir. Figura 20 – PEV para coleta diferenciada em parque de Apucarana, PR Fonte: Engebio, 2012. São três os municípios que realizam a coleta seletiva diferenciada porta a porta no estado atualmente: Ibiporã (início em 2009), Mauá da Serra (início em julho/2011) e Ibaiti (em implantação em 2012). Nesses municípios, é realizado o monitoramento contínuo do progresso de Convênio 012/2009 – MMA 62 implantação do sistema de coleta diferenciada por uma empresa terceirizada (Master Ambiental), que atuou desde a etapa de implantação. No caso desses municípios, houve um planejamento prévio e um amplo programa de educação ambiental e divulgação da coleta junto à população. Como incentivo, foram distribuídos sacos plásticos de cores diferentes para cada tipo de resíduo, em geral no seguinte padrão: marrom = orgânico; verde = reciclável; e outros como de supermercado = rejeito. Após coletados, os resíduos recicláveis são encaminhados para triagem em cooperativas / associações conveniadas com a prefeitura ou empresas prestadoras de serviços contratadas. Os resíduos orgânicos também sofrem processo de triagem específico onde são separados e encaminhados para compostagem. Todo o rejeito é direcionado para disposição final. No Município de Ibiporã, o planejamento da coleta diferenciada envolveu um conhecimento prévio sobre a quantidade e composição dos resíduos gerados nas diferentes regiões do município, resultando no agrupamento de 03 (três) setores específicos de coleta, com demandas de coleta diferentes. Desta maneira, a coleta de recicláveis, por exemplo, ocorre mais regularmente em setores que incluem o centro e zonas comerciais, enquanto zonas residenciais necessitam de maior número de coletas de rejeito e orgânicos. Na Figura 21 é ilustrado o material de divulgação da coleta diferenciada de resíduos diferenciada no município de Ibiporã. São distribuídos folders e imãs de geladeira que indicam os dias e horários nos 03 (três) setores de coleta no município. Convênio 012/2009 – MMA 63 Figura 21 – Material de divulgação da coleta diferenciada em Ibiporã, PR Fonte: SAMAE, 2012. O município de Ibiporã atualmente terceiriza todo o serviço de coleta, triagem de materiais recicláveis e orgânicos, bem como a destinação final de rejeitos para uma empresa privada (Kurica Seleta) com sede em Londrina, e está com projeto para implantação de um galpão de triagem e aterro sanitário próprios. 5.5.4 Coleta e disposição de resíduos especiais Consideram-se resíduos especiais aqueles que necessitam de cuidados especiais (tratamento) para seu reaproveitamento, reciclagem ou destinação final, como por exemplo, pneus, óleos usados, lâmpadas, pilhas e baterias, além de materiais da construção civil e de materiais volumosos. Essa classificação é dada a esses tipos de resíduos devido ao elevado Convênio 012/2009 – MMA 64 potencial de dano ambiental, caso descartado incorretamente. Além deste potencial poluidor mais alto, estes resíduos geralmente têm um alto valor comercial para reaproveitamento/reciclagem. No caso dos resíduos volumosos, verifica-se ainda a dificuldade de um veículo de coleta suficientemente grande para transportá-los até a destinação correta. Por iniciativa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, no ano de 2008, houve a mobilização de municípios para a busca de soluções para a disposição de resíduos especiais junto aos representantes de fabricantes e comerciantes de resíduos sujeitos à logística reversa por intermédio do Grupo G22+1 (23 – vinte e três – maiores municípios geradores de resíduos do estado do Paraná) e o Programa Desperdício Zero o qual foi criado pelo Governo do Estado do Paraná, no ano de2003, por intermédio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMA, visando principalmente à eliminação dos lixões existentes e à redução dos resíduos gerados no estado. O Programa contava com mais de uma centena de instituições parceiras, constituídas em Fóruns Setoriais por tipo de resíduos, os quais estabeleciam propostas e ações para os diferentes resíduos gerados nos municípios. Várias publicações didáticas sobre o programa, a Coleta Seletiva e os Materiais Recicláveis foram produzidas e distribuídas aos municípios através de cursos de treinamento, capacitação e palestras. O Grupo G22+1 representava aproximadamente 90% dos resíduos gerados em todo o estado (segundo Prefeitura de Jacarezinho) e 46,6% da população paranaense em 2010, conferindo uma maior força política dos municípios no programa do governo do estado. Nas reuniões periódicas do grupo, havia a troca de experiências e iniciativas municipais e a discussão de prioridades e ações a serem tomadas em conjunto pelos municípios. Apesar de o programa ter perdido a representatividade inicial, até hoje pode se verificar ações e convênios resultantes das reuniões em diversos municípios, Convênio 012/2009 – MMA 65 como por exemplo, nos municípios visitados durante a obtenção de dados primários para este diagnóstico, conforme informado na Tabela 08. Dentre as iniciativas municipais para a coleta de resíduos especiais, como pneus, óleo usado, lâmpadas e pilhas e baterias, geralmente verifica-se a utilização de PEVs dispostos em edifícios de órgãos da prefeitura municipal ou em PEVs de maior porte. Em alguns casos, o município firma convênio de recebimento com empresas de setores específicos, como borracharias e empresas de eletroeletrônica. Existem ainda, empresas privadas com iniciativas de coleta de resíduos específicos, em alguns casos com a cobrança de tarifas ou taxas, visando à comercialização do material como insumo em processos industriais. Tabela 08 – Ecopontos para resíduos especiais existentes em municípios que compuseram as visitas municipais Município Pneus Óleo Medica- usado mentos Araucária X X Guarapuava X X Eletrônicos RCD* X X Rondon X X Apucarana X X Ponta Grossa X Cianorte baterias Lâmpadas X Marechal Castro Pilhas e X X X *RCD = Resíduos de Construção Civil e Demolição. Fonte: Engebio, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 66 Na Figura 22 é ilustrado um Ecoponto conveniado para recebimento de pneus inservíveis no Município de Guarapuava. A empresa recebe pneus sem a cobrança de taxas, e encaminha para destinação final através da venda do material para indústria cimenteira. Em Guarapuava ainda, está sediada a empresa GT Óleo vegetal, antiga SOS Óleo Vegetal, (Figura 23) que recebe óleo usado de mais de 43 (quarenta e três) municípios paranaenses. A empresa disponibiliza tonéis para recebimento do material nos estabelecimentos dos geradores ou em pontos definidos, como escolas e associações comunitárias. Atualmente são coletados cerca de 50mil l/mês de óleo, que são comercializados para indústria de biodiesel ou ração animal. Figura 22 – Ecoponto para recebimento Figura 23 – Recebimento de óleo vegetal de pneus em Guarapuava, PR usado em empresa de Guarapuava, PR Fonte: Engebio, 2012. 5.6 Transbordo e transporte As estações de transbordo são locais de disposição temporária de resíduos domésticos coletados, antes de serem transportados ao destino final. Alguns Convênio 012/2009 – MMA 67 municípios paranaenses utilizam-se dessas unidades por questões de logística do gerenciamento dos resíduos do município, devido à coleta de quantidades insuficientes para transporte até o destino final, ou grandes distâncias que separam o município da unidade de disposição final. As unidades de transbordo são preparadas para receber os veículos compactadores, que transferem a carga para caminhões com grandes caçambas (carretas), ou compactadores estacionários com capacidade maior. Esse sistema representa economia de gastos com combustível e manutenção de veículos, para locais onde a distância entre a coleta e a destinação final é grande. A sequência de figuras a seguir ilustra a operação simplificada da estação de transbordo do Município de São José dos Pinhais. Neste município, as instalações e os serviços são operados por uma empresa contratada. A operação da estação de transbordo (Figura 25) envolve a pesagem de caminhões compactadores que coletam os resíduos domiciliares (Figura 24), a descarga de resíduos em caçamba de caminhão transportador a partir de uma rampa coberta e impermeabilizada (Figura 26) e sucessivas descargas até que se complete o volume de resíduos da caçamba do caminhão a conduzir os resíduos até destinação final (Figura 27). Convênio 012/2009 – MMA 68 Figura 24 – Caminhão compactador em Figura 25 – Caminhão de transporte pesagem em balança rodoviária antes aguardando para carregamento em de descarga estação de transbordo Fonte: Engebio, 2012. Figura 26 – Caminhão compactador Figura 27 – Caminhão para transporte descarregando diretamente em de resíduos aguardando nova carga a caçamba de caminhão para transporte partir da rampa da estação de transbordo Fonte: Engebio, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 69 5.7 Tratamento dos RSU Define-se o tratamento de resíduos como uma série de procedimentos destinados a reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, seja impedindo descarte de lixo em ambiente ou local inadequado, seja transformando-o em material inerte ou biologicamente estável. (IBAM, 2001). Dentre os tipos de tratamento praticados atualmente no Paraná, destacamse: Centrais de Triagem para posterior reciclagem; Usinas de reciclagem e compostagem; Usinas de incineração. A forma de tratamento mais difundida no Brasil é a triagem de materiais para a reciclagem e a compostagem. Estes tratamentos visam o reaproveitamento dos resíduos e geração de receita, reduzindo a quantidade de resíduos para disposição final em aterros, aumentando a vida útil dos aterros ao mesmo tempo em que geram emprego e renda. 5.7.1 Triagem e recuperação de materiais recicláveis As Centrais ou Unidades de Triagem são os locais onde os resíduos coletados de forma diferenciada (recicláveis) são encaminhados para separação de acordo com o material. Os equipamentos básicos utilizados nas centrais de triagem são: esteira e mesa para separação dos resíduos; prensas para enfardamento dos materiais; e balanças para pesagem. Há ainda unidades que já estão preparadas para o beneficiamento do material triado, contando com equipamentos como trituradores de plástico e vidros, por exemplo. A triagem é ainda menos praticada no estado do Paraná do que a coleta seletiva. A partir do Gráfico 12 é possível notar que apenas 113 (cento e treze) Convênio 012/2009 – MMA 70 municípios paranaenses realizam triagem, ou seja, 28,3% do total de municípios do estado. O que indica uma possibilidade de amplo crescimento na recuperação de recicláveis no estado, já que 67,4% dos municípios ainda não têm unidades de triagem. Gráfico 12 – Percentual de municípios com unidades de triagem. 28,300% Com unidades de triagem Sem informações 67,400% Sem unidades de triagem 4,200% Fontes: Recicla Paraná, 2012. Engebio, 2012. IAP, 2012. SEMA, 2011. SNIS, 2009. SNIS, 2010. As unidades de triagem estão difundidas pelo território paranaense e necessitam de licenciamento ambiental para sua operação. Na Figura 28 são representados os municípios que possuem ao menos uma unidade de triagem instalada, porém sem a informação do IAP quanto À sua situação de licenciamento ambiental e condições de operação. Convênio 012/2009 – MMA 71 Figura 28 – Presença de unidades de triagem no Estado do Paraná. Elaboração: Engebio, 2012. De acordo com a ilustração apresentada, pode-se aferir que apesar da coleta seletiva porta a porta ser realizada em todas as regiões do Paraná, as Unidades de Triagem estão localizadas e concentradas em algumas regiões do estado. Ainda na Figura 28 pode-se observar a concentração de unidades de triagem em algumas associações de municípios, enquanto em outras são ausentes. Nas regiões: CANTUQUIRIGUAÇU, AMSOP, COMCAM, AMERIOS e AMUNPAR, constata-se a necessidade de ações que incentivem a instalação de unidades de triagem. Convênio 012/2009 – MMA 72 Apesar de serem projetadas para receberem apenas resíduos recicláveis, muitos municípios destinam incorretamente os resíduos da coleta convencional para as unidades de triagem, provocando desgaste dos equipamentos (principalmente da esteira), e um elevando o custo de operação com pouca eficiência na redução de materiais a serem destinados em aterros. A operação dessas unidades pode ser realizada diretamente por funcionários da prefeitura ou por empresas terceirizadas, mas o mais usual é a realização deste serviço por associações ou cooperativas nem sempre conveniadas com o município. Podem ocorrer variações nos convênios e os fornecimentos, pela prefeitura, serem diferentes. Assim, ceder o local, as instalações, os equipamentos para a triagem e, ainda, auxiliar em custos como o de energia elétrica ou fornecimento de água, são estudados caso a caso. Outras formas de auxílio disponibilizadas pelas prefeituras são através de programas sociais como doação de cestas básicas, refeições, consultas médicas, cursos de capacitação, entre outros. O município de São José dos Pinhais, por exemplo, possui uma Central de Triagem própria operada por uma empresa privada contratada. Neste caso específico, o valor arrecadado com a venda de materiais recicláveis é revertido para um fundo social do município. Já em Curitiba, são 12 (doze) unidades conveniadas com a prefeitura pelo programa ECOCIDADAO. O município de Londrina contabiliza um total de 17 (dezessete) centrais de triagem em operação. 5.7.1.1 Associações e Cooperativas de Catadores e de Reciclagem Não há um cadastro oficial de associações e cooperativas de catadores e de reciclagem atuantes no estado. Há apenas indicativos sobre a situação destas organizações através dos dados SNIS, 2010 e o questionário elaborado pela SEMA, em 2011. A pesquisa realizada pela SEMA, em 2011 aponta que dentre os 289 Convênio 012/2009 – MMA 73 (duzentos e oitenta e nove) municípios que responderam ao questionário, 116(cento e dezesseis)indicaram possuir algum tipo de organização formal de catadores (associações ou cooperativas), correspondendo a 29,1% dos municípios do estado, conforme representado no Gráfico 13. Gráfico 13 – Percentual de municípios paranaenses com existência de algum tipo de organização formal de catadores 28,57% 42,36% 29,07% Não Sim Sem Informação Fonte: SEMA, 2011. Em nível nacional, o CEMPRE – Compromisso Empresarial Para a Reciclagem mantém um cadastro do “mapa da reciclagem” em sua página eletrônica (www.cempre.org.br). Nesta página é possível realizar pesquisa em nível estadual de “sucateiros”, “recicladores” e cooperativas, que realizam esse cadastro voluntariamente. Na Tabela 09 é apresentada a relação de cooperativas cadastradas para o estado do Paraná em consulta realizada em novembro de 2012. Convênio 012/2009 – MMA 74 Tabela 09 – Associações / Cooperativas de Reciclagem do Estado do Paraná Município Associação / Cooperativa Associação Reciclar e Limpar Almirante Tamandaré ASSOL - Associação Solução Ambiental de Catadores Apucarana Arapongas COCAP - Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Apucarana COOPREARA- Cooperativa dos Recicladores de Arapongas Associação de Materiais Recicláveis Verde Vida Araucária Reciclar Araucária - Associação dos Catadores de Materiais Reciclados ASSUR - Associação Unidos da Reciclagem Campo Largo Centro de Integração ao Menor Cascavel Cornélio Procópio Cruzeiro do Oeste COOPERAGE- Cooperativa de Agentes Ecológicos COOPERNOP COOPERATIVA SOLIDÁRIA DE RECICLAGEM DO NORTE DO PARANÁ ARCO – Associação dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Cruzeiro do Oeste ACAMPA - Ass. dos Catadores de Mat. Recicláveis Parceiros do Meio Ambiente Associação de catadores Novo Horizonte Associação dos Catadores de Mat. Recicláveis Natureza Livre Curitiba Associação dos Catadores de Mat. Recicláveis Mutirão Associação dos Catadores de Mat. Recicláveis Novo Amanhecer (continua) Convênio 012/2009 – MMA 75 Município Associação / Cooperativa (continuação) Associação dos Catadores de Mat. Recicláveis Sociedade Barracão Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Água Nascente Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Amigos da Natureza Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis VIDA NOVA CATAMARE - Cooperativa de Catadores De Materiais Recicláveis Curitiba COOPZUMBI - Cooperativa de Catadores Zumbi dos Palmares Dois Vizinhos ACAMAR - Associação de Catadores de Material Reciclado ARAFOZ - Associação de Recicladores de Foz do Iguaçu Foz do Iguaçu COAAFI - Centro de Triagem do Porto Belo Cooperativa dos agentes ambientais de Foz do Iguaçu ALUMIPAC CEPEVE - Central de Pesagem e Vendas das ONGs de Londrina Londrina Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e de Resíduos Sólido Marechal Cândido Rondon COOPERAGIR - Cooperativa de Agentes Ambientais COOPERCICLA - Cooperativa de Coleta Seletiva Maringá (continua) Convênio 012/2009 – MMA 76 Município Associação / Cooperativa (continuação) Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Nova Esperança COCAMARÉ Palmeira Associação de Recicladores Nossa Senhora do Rócio Paraíso do Norte ACOMARP - Associação dos Coletores de Materiais Recicláveis de Paraíso Pato Branco COAAPB Paula Freitas ECOSUL - Associação de Agentes Ecológicos Recicladores Realeza APARA - Associação de Apoio aos Agentes Sarandi COOPERCENTRAL Umuarama União da Vitória RECIVALE - Cooperativa Industrial de Reciclagem Vale do Entre Rios Ltda. Associação de Reciclagem Fonte: CEMPRE, 2012. De acordo com a pesquisa realizada na página eletrônica do CEMPRE, foram apontadas 41 (quarenta e uma) entidades cadastradas atuantes em 23 (vinte e três) municípios do Paraná. Outra fonte de informações é a página eletrônica do Projeto Recicla Paraná (www.reciclaparana.com.br) mantido pela ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) e ABIPLA (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e afins), em parceria com a SEMA e 09 (nove) municípios do estado. Nesta página são disponibilizadas informações a respeito das cooperativas atuantes nestes municípios específicos, além de dados sobre quantidades de materiais recicláveis recuperados. Convênio 012/2009 – MMA 77 A seguir, na Tabela 10, são apresentadas as entidades cadastradas nestes 09 (nove) municípios, segundo o Projeto Recicla Paraná. Tabela 10 – Cooperativas de reciclagem conveniadas ao Projeto Recicla Paraná Município Associação / Cooperativa Apucarana COCAP – Cooperativa Mista de Trabalho e Produção de Catadores e Separadores de Materiais Recicláveis de Apucarana Cascavel COOTACAR – Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis Foz do Iguaçu COAAFI – Cooperativa dos Agentes Ambientais de Foz do Iguaçú Ivaiporã COPEMARI - Cooperativa de Materiais Recicláveis de Ivaiporã Jacarezinho ASSOMARJA - Associação dos Coletores de Materiais Recicláveis de Jacarezinho Londrina COOPERSIL – Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Londrina Paranavaí COOPERVAÍ – Cooperativa de Seleção de Materiais Recicláveis e Prestação de Serviços de Paranavaí Telêmaco Borba COOPATB - Cooperativa Ambiental de Telêmaco Borba Umuarama ASUCMAR - Associação Umuaramense de Catadores de Materiais Recicláveis Fonte: Recicla Paraná, 2012. Comparando-se os dados obtidos nas pesquisas realizadas nas páginas do CEMPRE e Recicla Paraná pode-se constatar a fragilidade das informações disponíveis sobre as entidades atuantes no estado, uma vez que as entidades apontadas pelo Recicla Paraná não constam em cadastro do CEMPRE. Convênio 012/2009 – MMA 78 Durante as visitas aos municípios do Paraná, foi possível ainda conhecer algumas associações e cooperativas de reciclagem atuantes naqueles municípios. Na Tabela 11 são listadas as entidades conveniadas com as prefeituras destes municípios para a triagem de materiais recicláveis. Tabela 11 – Associações/Cooperativas conveniadas às Prefeituras visitadas pela Consultora Município Visitado Apucarana Associação/Cooperativa COCAP Serviços Coleta Seletiva e Triagem Associação de Catadores Araucária de Materiais Recicláveis – Triagem Reciclar Araucária Castro ACC Guarapuava ACPG Irati COOCA Coleta Seletiva Laranjeiras do Sul AAESJO (não conveniada) Triagem Marechal Cândido Rondon Palmeira Triagem Coleta Seletiva e Triagem Coleta Seletiva e COOPERAGIR Associação de Catadores Nossa Senhora do Rocio Paranavaí COOPERVAÍ Ponta Grossa ACAMARUVA Toledo ACMRT Triagem Triagem Coleta Seletiva e Triagem Coleta Seletiva e Triagem Triagem Fonte: Engebio, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 79 5.7.1.2 O mercado de recicláveis No estado do Paraná verifica-se o envolvimento de três seguimentos no mercado de reciclagem: a triagem, os atravessadores e a indústria de reciclagem, conforme ilustrado na Figura 29. Figura 29 – Esquema básico do mercado de reciclagem no estado do Paraná RESÍDUOS RECICLÁVEIS ASSOCIAÇÕES E COOPERATIVAS DE CATADORES (TRIAGEM) APARISTAS (ATRAVESSADORES) INDÚSTRIA DE RECICLÁGEM (TRANSFORMAÇÃO) Fonte: Engebio, 2012. Segundo dados da pesquisa SEMA, 2011, verifica-se que na maior parte dos municípios do estado a indústria de recicláveis não está presente, propiciando o mercado para a atuação dos atravessadores, os quais realizam a intermediação dos materiais recicláveis entre as organizações de triagem e a indústria de reciclagem. No Gráfico 14, é apresentado o percentual de municípios apontando, segundo o mesmo questionário, a presença da indústria de reciclagem em seu município. Convênio 012/2009 – MMA 80 Gráfico 14 – Percentual de municípios paranaenses com a presença da industrialização de recicláveis 62,98% Sim 26,30% Não Sem resposta 10,72% Fonte: SEMA, 2011. No Paraná é destacada a indústria de reciclagem de plásticos, presente em algumas regiões do estado. Além do plástico, verificam-se indústrias recicladoras de papéis e metais em grande número. Já a reciclagem de material orgânico é uma atividade ainda pouco desenvolvida no estado. Na Figura 30 são indicadas as indústrias de reciclagem de acordo com a tipologia de material. Convênio 012/2009 – MMA 81 Figura 30 – Indústrias de reciclagem do Estado do Paraná Elaboração: Engebio, 2012. A página eletrônica do CEMPRE, em consulta realizada em 2012, relaciona as empresas/indústrias de reciclagem localizadas no Paraná, assim como o tipo de material reciclado. Essas informações são apresentadas na Tabela 12. Tabela 12 – Empresas recicladoras do Estado do Paraná Município Almirante Tamandaré Materiais Plástico Empresa Plastitam – Indústria e Com. de Plástico Tamandaré Ltda. Apucarana Plástico/papéis Nortplast Com. de Materiais Recicláveis Araucária Metais Gerdau Guaíra (continua) Convênio 012/2009 – MMA 82 Município Materiais (continuação) Plástico Empresa Ronplas Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. Plástico Durapet Reciclagem de Plásticos Ltda. Cambé Plástico Marco Aurélio Cogo Campina Plástico/papéis/outros Nacional Indústria Química Ltda. Grande do Sul Plástico TecnoRecycling Ltda. Campo Plástico Primicia Pet Ltda. ME Largo Plástico Reuza Preservação Ambiental Campo Plástico Magro Renoplast Ind. Renov. de Plásticos Ltda. Plástico Ecopet Plástico Plastmania Recicladora de Plásticos Plástico Plastpel Com. de Aparas Ltda. Plástico Ambiental Recyclage Ltda. Plástico Reciclagem Rio Verde Cascavel Cianorte Colombo Eletrônicos/lâmpadas Reciclatech Comércio e Serviços Ltda. Contenda Plástico Coronel Plástico Vivida Ecoplast Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. TarcioDecarli ME Plástico Ana Gabriel Plásticos do Brasil Ltda. Lâmpadas Bulbox Fabricação Ltda. Curitiba Plástico Vidro CWB Reciclagem Indústria e Comércio de Plásticos Ltda DaHora Ambiental Ltda. (continua) Convênio 012/2009 – MMA 83 Município Materiais Empresa (continuação) Gralha Azul Indústria e Comércio de Polímeros Ltda. Plásticos Eletrônicos M 1 Info Gerenciamento de Resíduos Eletrônicos Plásticos/papéis MundiplásticosInd e Com Ltda. Plásticos Plasticit Embalagens Plásticas Plástico Plásticos SS Paraná Plástico Plastisol Recuperadora de Plásticos Flexíveis Ltda. Diversos Recic Reciclagem Ltda. Plásticos Recypack Indústria Comércio e Serviços Ltda. (AWS Brasil) Papéis Santa Clara Papéis Matéria orgânica Semix Tecnologia em produtos Plástico Unifill Ind. e Com. de Plásticos Ltda. Fazenda Rio Plástico Kapersul Plásticos Ltda. Grande Plástico Tegmen Plásticos s/a – Grupo Kapersul Diversos Recibras-Reciclaveis Plástico Recicladora de Plásticos Guarapuava Ltda. Plástico Replastik Foz do Iguaçu Guarapuava Matéria orgânica/óleo A C Duarte Indústria de Sabão Guaratuba Plástico EkohaSustentaveis Ltda. Indústria e Comércio Dallegrave S/A Irati Papéis (continua) Convênio 012/2009 – MMA 84 Município Materiais Empresa (continuação) Ambiental Santos Itaperuçu Óleo Ivaiporã Plástico Milton augusto de oliveira Jacarezinho Metais Dallon Metais e Derivados Curitiba Lâmpadas Mega Reciclagem Lapa Plástico Multireciclados Lâmpadas Londrina Fluorescentes LTDA Industriais Bothanica soluções ambientais Plástico João Francisco (GPO) Plástico Moreno e Souza Reciclagem Ltda. Plástico PlásticosBrasilom Plástico Plastwisa Componentes Plásticos Ltda. Plástico PvLon - Moagem e Recuperação de Plástico Plástico Reciclagem de Plásticos R V J Ltda. Plástico Reciclean Vidros Recividros Londrina Plástico Recoplas Recuperadora de Plásticos Ltda. Plástico Trevipet Reciclagem de Plásticos Ltda. Plástico/outros Ibicunha Marialva Plástico/outros Maringá BAP Light Descontaminação de Lâmpadas Metais Instituto Brasileiro para a Inovação Tecnológica Ambiental - IBITECA Perfileve Alumínios (continua) Convênio 012/2009 – MMA 85 Município Materiais Empresa (continuação) IREPAM Instituto de Rec p/ Pres Ambiental Plástico Plástico Plaspet Reciclagens Maringá Ltda. Plástico Plásticos Monte Sião Ltda. Plástico/papéis/outros Plush Comércio de Papéis Ltda. Plástico Recinga Reciclagem de Plásticos Ltda. Plástico RPM - Reciclagem de Plásticos Maringá Ltda. Plástico Supla PET Plástico Paranapet Plástico AGC Indústria e Com. de Artefatos Plásticos Ltda. Plástico Plasti Reciclados Indústria e Comércio Ltda. Plástico Poliergon Indústria e comercio de Plásticos Ltda. Plástico Scalea Representações Comerciais Plástico Tap da Silva Comercio de Plástico Plástico Gerber Reciclagem de Plásticos Ltda. Metais Suprametal Ltda. Ferreira Papéis/outros Telha Ondulada Life Quedas do Plástico Ballplast Ind. Com. de Reciclagem Ltda. Iguaçu Plástico Elizak indústria e Comércio Rio Negro Plástico RECIBRAS Reciclados Plásticos do Brasil Ltda. Rolândia Plástico Pet Paraná Ind. e Com. de Reciclados Ltda.(continua) Paranavaí Pinhais Planalto Ponta Grossa Prado Convênio 012/2009 – MMA 86 Município Materiais Empresa (continuação) Plástico Incoplas Santa Izabel do Oeste Santa Terezinha Plástico Costa Oeste Indústria e Comércio de Plásticos Plástico de Itaipu Polibol - Aprendendo Reciclar Metais GSM - Centrode Reciclagem Ambiental de Resíduos Matéria orgânica Alto Iguaçu Eng Agro e Ambiente Ltda. Plástico Bonari Polímeros Plásticos Plástico Echopet Ambiental do Brasil Plástico G & B Reciclagem Ltda. Metais Metalimpex Brasil - Reciclagem de Materiais Plástico Mundi Plásticos Plástico Recipoli Indústria e Comércio Ltda. Pneus Tema Comércio de Pneus São José dos Pinhais Matéria orgânica/outros Tamarana Metais/outros Telêmaco Borba Papéis/outros Toledo Plástico TIBAGI Sistemas Ambientais Ltda. Tamarana Metais Ltda. Onze Papéis Guadenplast Ltda. Fonte: CEMPRE, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 87 Além das empresas cadastradas no site do CEMPRE, na Tabela 13 são apresentadas algumas empresas citadas pelas associações, cooperativas e prefeituras municipais durante as visitas de campo a municípios paranaenses. Tabela 13 – Empresas de comércio de materiais recuperados no Paraná Material Empresa Município Reciclanip Pneus Óleo Usado Votorantim (cimento) Curitiba Xibiu (pneus e calçados) Curitiba Petrobrás (asfalto) São Bento do Sul GRT Óleo Vegetal Guarapuava Biopar (biodiesel) Rolândia Xenical (biodiesel) Focam (ração) Carambeí Bioóleo Brasil (biodiesel) - Papelão Iberkraft Guarapuava Diversos Recisul (papel, plástico, Ponta Grossa metais) Papel branco Trópicos Guarapuava Metais Seletiva Metais Maringá Gerdau Araucária Recitotal Curitiba Ecovidro Maringá Sonoco (embalagens) Londrina IPASA (papel higiênico) Apucarana(continua) Vidro Papel Convênio 012/2009 – MMA 88 Material Empresa Município (continuação) Aline Plástico Apucarana Plástico Embrasplast Curitiba Plaspet Maringá - Londrina Fênix Maringá Nova Cascavel Recicláveis Cascavel Hamaya do Brasil Fazenda Grande Alumínio Resíduos Eletrônicos Fonte: Engebio, 2012. A venda do material reciclável recuperado para a indústria de reciclagem pode ser realizada diretamente pelas associações ou cooperativas de reciclagem ou através de intermediadores (aparistas). Em consulta a página eletrônica do CEMPRE (novembro, 2012) buscou-se dados para compor o mapeamento da indústria de reciclagem no estado do Paraná. Na Figura 31 são indicados os municípios com a presença de unidades de triagem e de empresas de atravessadores/intermediadores nos municípios do Paraná. Convênio 012/2009 – MMA 89 Figura 31 – Unidades de triagem e empresas de atravessadores/intermediadores do Paraná. Elaboração: Engebio, 2012. De acordo com o ilustrado, verifica-se que a comercialização de materiais recicláveis é intensificada na RMC, além de pólos como Londrina, Foz do Iguaçu, Cascavel e Maringá. Em municípios de menor porte é onde se verificam as maiores dificuldades na comercialização dos materiais recuperados, devido à pequena capacidade de armazenamento das unidades de triagem e à necessidade de venda imediata para custear suas despesas. Essa situação beneficia ainda mais a ação de intermediários, que compram materiais a baixos custos das associações e cooperativas, para posterior revenda às indústrias de transformação. Convênio 012/2009 – MMA 90 Deve-se destacar que a ação dos intermediários, nem sempre é prejudicial, pois pode colaborar para a sobrevivência de cooperativas/associações; eles, em alguns casos, estão preparados para adquirir o produto mesmo quando o mercado não está aquecido. Para estreitar o contato direto entre indústrias de transformação de recicláveis e as unidades de triagem, em 2001 a Federação das Indústrias do Estado do Paraná – FIEP criou a “Bolsa de Reciclagem”. O sistema funciona através de um site na internet, onde empresas cadastram-se e informam tipos e quantidades de resíduos que necessitam vender ou comprar. Atualmente esse sistema funciona de forma integrada com alguns estados. Somente no Paraná são mais de 1.200 (mil e duzentas) empresas cadastradas. O valor de comercialização de materiais recicláveis recuperados varia muito entre as regiões do estado. O CEMPRE possui referências de valores para dois municípios do estado do Paraná: Londrina e Nova Esperança. Durante as visitas aos municípios do estado também foi possível levantar dados sobre os valores de mercado de recicláveis em algumas regiões. Destaca-se aqui o município de Palmeira, através da Associação de Catadores Nossa Senhora do Rocio. Na Tabela 14 são apresentados os valores de comercialização de materiais recicláveis praticados nestes municípios. Convênio 012/2009 – MMA 91 Tabela 14 – Valores referência para o Mercado de Recicláveis Londrina Nova Esperança Palmeira (CEMPRE) (CEMPRE) (Ass. de Cat. NªSrª do Rocio) Material Preço (R$/t)1 Preço (R$/t) Preço (R$/t) 320,00 270,00 (prensado e limpo) (prensado e limpo) 300,00 460,00 (limpo) 320,00 (limpo) 450,00 Papel misto - - 100,00 Latas de aço 160,00 (limpo) 200,00 (limpo) - 2.500,00 2.600,00 (prensado e limpo) (prensado e limpo) 2.500,00 Papelão Papel Branco Alumínio 120,00 Vidro incolor (prensado e limpo) 60,00 (limpo) 70,00 Vidro colorido - - - 600,00 650,00 (prensado e limpo) (prensado e limpo) 1.550,00 1.500,00 (prensado e limpo) (prensado e limpo) 690,00 920,00 (prensado e limpo) (prensado e limpo) 210,00 180,00 Longa Vida (prensado e limpo) (prensado e limpo) - Plástico Cristal - - 1.000,00 Baldes/bacias - - 450,00 Plástico rígido PET Plástico filme - 1.000,00 500,00 950,00 Plástico leitoso 1 - - (continua) Valores obtidos durante a visita municipal à Cooperativa no município de Palmeira, PR. Convênio 012/2009 – MMA 92 Londrina Nova Esperança Palmeira (CEMPRE) (CEMPRE) (Ass. de Cat. NªSrª do Rocio) Preço (R$/t) Preço (R$/t) Preço (R$/t)1 Garrafa de Cerveja - - 0,50 /unidade Garrafão de vinho - - 1,00 /unidade Cobre - - 9.000,00 Metal - - 8.000,00 Ferro - - 18.000,00 Material (continuação) Fonte: CEMPRE, julho/agosto, 2012 e Engebio, 2012. 5.7.2 A compostagem de resíduos orgânicos Define-se a compostagem como um processo controlado de decomposição microbiana de uma massa heterogênea de matéria orgânica no estado sólido e úmido através da oxigenação e oxidação. Durante todo o processo ocorre a produção de calor e desprendimento, principalmente, de gás carbônico e vapor d'água. Trata-se de tecnologia com baixo custo de instalação e operação que auxilia na redução da quantidade de resíduos orgânicos (56% na composição dos resíduos do estado, SEMA, 2011)a serem enviados para disposição final, contribuindo para o aumento da vida útil de aterros sanitários. No Paraná, a técnica de compostagem praticada envolve processos simplificados: pátios onde o material a ser compostado é disposto em montes de forma cônica, pilhas de compostagem, ou em leiras. Os resíduos utilizados no processo podem ser originados de resíduos da coleta regular, coleta diferenciada de orgânicos ou provenientes de atividades que envolvem manipulação de alimentos (indústrias alimentícias, restaurantes, lanchonetes, etc.) e serviços relacionados à Convênio 012/2009 – MMA 93 poda e varrição (resíduos vegetais). O processo de compostagem ainda não é bastante utilizado entre os municípios paranaenses. Atualmente, existem 23 (vinte e três) municípios paranaenses com centros de compostagem (5,75% dos municípios do estado), sendo que uma delas possui tecnologia aplicada para aceleração do processo com uso de enzimas em biocatalizadores anaeróbios. O Gráfico 15 representa os percentuais de municípios paranaenses que possuem unidades de compostagem no estado. Gráfico 15 – Percentual de municípios com unidades de compostagem no PR 5,76% 8,52% 85,97% Sem Informação Não Possuem Possuem Fontes: IAP, 2012. SEMA, 2011. Engebio, 2012. Elaboração: Engebio, 2012. Dentre essas usinas, 17 (dezessete) são operadas por associações ou cooperativas, através de convênios com as prefeituras que fornecem os resíduos para triagem e aproveitamento. No município de São José dos Pinhais, a empresa Tibagi Serviços Ambientais Ltda. presta serviços para a prefeitura utilizando instalações e tecnologia Convênio 012/2009 – MMA 94 próprias (compostagem fechada e aerada) e, também, recebe resíduos previamente segregados de grandes geradores (iniciativa privada). Londrina, São José dos Pinhais e Foz do Iguaçu são os únicos municípios de maior porte que realizam compostagem. Em geral, os municípios que fazem uso deste tratamento de resíduos orgânicos são de pequeno porte. Na Figura 32 são identificados os municípios que possuem unidades de compostagem. Figura 32 – Municípios com unidades de compostagem do PR. Elaboração: Engebio, 2012. O mercado para a venda de composto é bastante variável, dependente da demanda de utilização do composto nas diferentes regiões do estado. Não há, ou na foi encontrada, nas unidades do estado, alguma que tenha certificação do composto orgânico para a comercialização. Documento fornecido pelo Ministério da Agricultura Convênio 012/2009 – MMA 95 Pecuária e Abastecimento, em atendimento a Instrução Normativa da Secretaria de Defesa Agropecuária nº 25, de 23 de julho de 2009. De um modo geral, o composto produzido é utilizado pela própria prefeitura municipal para uso em parques e praças do município, ou viveiro municipal, podendo ainda ser doado para a comunidade. Uma alternativa encontrada pela associação que opera a usina de compostagem do município de Tibagi foi a implantação de uma estufa para produção de flores que utiliza o composto produzido. 5.7.3 Co-processamento O co-processamento envolve o reaproveitamento e a destinação final de resíduos sólidos, em uma única operação de queima de resíduos. Tem maior difusão entre processos envolvendo resíduos industriais com características físico-químicas compatíveis ao processo de produção de clínquer, em fornos rotativos da indústria cimenteira. A diferença entre o co-processamento e o processo de incineração é que no co-processamento o resíduo entra no processo como um insumo, reduzindo a quantidade de energia gasta para operar o sistema de produção de cimento. No estado do Paraná, esta tecnologia não é utilizada para o tratamento de RSU. 5.7.4 Incineração A tecnologia de incineração de resíduos é amplamente utilizada em diversos países, porém no Brasil encontra muita resistência a sua implantação. Campanhas promovidas pela sociedade civil organizada difundem a ideia de que a implementação desta tecnologia para RSU venha a restringir a atuação de associações e cooperativas de reciclagem como resultado da diminuição de materiais recicláveis que seriam incinerados.O Movimento Nacional de Catadores de Convênio 012/2009 – MMA 96 Materiais Recicláveis atua nos estados brasileiros com a organização e participação de eventos divulgando a campanha “Incineração Não”. Atualmente no Brasil, a incineração é utilizada exclusivamente para tratamento de resíduos perigosos (como os de serviços de saúde), os quais devem passar por um processo de tratamento ou descaracterização de sua periculosidade e patogenicidade antes de serem destinados em aterros. No Paraná, há atualmente apenas uma empresa que opera sistema de incineração para resíduos perigosos (industriais e de serviços de saúde): a SERQUIP Tratamento de Resíduos, sediada em Curitiba. Neste sentido, o Estado do Paraná possui legislação específica para tecnologias de incineração de resíduos sólidos de serviço de saúde, industriais perigosos, embalagens de agrotóxicos contaminadas e de outros resíduos perigosos não especificados. A Resolução SEMA 43/2008 dispõe sobre o licenciamento ambiental e estabelece condições e critérios para empreendimentos de incineração de resíduos sólidos no estado. As emissões atmosféricas destas atividades devem atender ainda à Resolução SEMA 54/2006. De maneira pontual, alguns municípios vêm enfrentando manifestações públicas contra a adoção da tecnologia no estado, como o caso de Maringá e Foz do Iguaçu. O Município de Maringá chegou a buscar a instalação de uma usina de incineração de resíduos sólidos urbanos, porém ocorreram manifestações públicas da sociedade civil, organizações, entidades, ministério público estadual e até da Igreja Católica, que se posicionaram contra a instalação da usina no município, apesar de o próprio Ministério Público estadual ter afirmado desconhecer os efetivos riscos e impactos da tecnologia ao meio ambiente e saúde humana. Em abril de 2012 foi realizada uma audiência pública “Por uma Maringá sem incineração de lixo” promovida pelo Fórum Lixo e Cidadania do Paraná e o Fórum Intermunicipal Lixo e Cidadania Maringá, Sarandi e Paiçandu. Convênio 012/2009 – MMA 97 Como consequência dessas pressões, Maringá aprovou legislação própria proibindo a incineração de resíduos sólidos urbanos na Lei Municipal 9.241/2012. Em agosto de 2012, a Prefeitura de Foz do Iguaçu cancelou um edital (Concorrência Pública nº 008/2012) para a instalação de um incinerador de resíduos sólidos urbanos no município, por pressão do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e Ministério Público Estadual. 5.7.4.1 Biometanização A biometanização consiste em um processo fermentativo de degradação da matéria orgânica. No qual, para cada 1 (uma) tonelada de resíduos orgânicos processada, são gerados de 100 a 150 Nm³ de biogás (energia equivalente a 60 a 100 litros de gasolina), além de gerar também 500kg de composto (adubo) e 300 litros de fertilizante líquido. Apenas nas últimas duas décadas que essa tecnologia vem sendo utilizada no tratamento da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos no mundo, sendo o seu biogás produzido aproveitado para cocção, iluminação, geração de vapor, geração de calor e energia elétrica em motores de ciclo combinado, como Gás Metano Veicular (GMV), em turbinas ou no lançamento nas redes de distribuição de gás natural. Observa-se que nos últimos anos houve um incremento na capacidade instalada mundial para tratamento anaeróbio dos resíduos sólidos urbanos, especialmente na Europa. De 1990 a 2010 a capacidade instalada das plantas de biometanização de resíduos sólidos urbanos na Europa aumentou em quase 6.000%, passando de 87.000t/ano para 5.204.000t/ano. Entretanto, apesar das dificuldades, a tecnologia de biometanização para resíduos sólidos urbanos ainda está em aperfeiçoamento e esforços são empreendidos para a minimização das limitações enfrentadas pelas unidades Convênio 012/2009 – MMA 98 industriais em operação, como sensibilidade dos sistemas de tratamento anaeróbio à qualidade do composto a ser tratado, geração de rejeitos inertes, necessidade de pré-tratamento, custos, entre outros. Atualmente não há nenhuma planta industrial para a biometanização da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos no Brasil. Existem apenas sistemas de digestão anaeróbia para o tratamento de fluentes líquidos sanitários, industriais (têxtil, laticínio, entre outros) e da agroindústria (suinocultura), bem como unidades de recuperação e utilização do biogás produzido em aterros sanitários e ETEs. 5.8 Disposição final A partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entende-se por disposição final ambientalmente adequada a disposição ordenada de rejeitos em aterros sanitários, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando possíveis impactos ambientais adversos. Um aterro sanitário é uma obra de engenharia desenvolvida em área previamente determinada e resultando na alteração da topografia do terreno. Para se considerar um aterro como sanitário, este deverá reunir as seguintes características mínimas: A área do aterro deverá ser integralmente delimitada e cercada; Deverá ser estabelecido um controle de acesso de veículos e pessoas; Não deve haver queima do lixo, nem produção de maus odores, devendo ser coberto diariamente; Possuir sistema de drenagem de águas pluviais; Contemplar obras de engenharia para o controle das emissões gasosas, rede coletora e tratamento do percolado; Convênio 012/2009 – MMA 99 Executar Programa de monitoramento ambiental; Prever planos de fechamento (clausura) e pós-clausura; Deve receber somente resíduos domiciliares e resíduos não-perigosos e não-inertes (Classe II-A, conforme NBR 10.004/2004) Mesmo após a aprovação da Lei 12.305/2010, que define a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que visa a eliminação dos lixões até 2014, muitos municípios ainda destinam seus resíduos a locais inadequados (aterros controlados ou lixões), e estão se adequando as novas condições impostas pela PNRS, como demanda ainda da política estadual. Entre os anos 2000 e 2010, o Governo do estado do Paraná, através da extinta SUDERHSA, realizou convênios com os municípios para o desenvolvimento de ações que objetivaram a destinação adequada de resíduos sólidos urbanos, a fim de eliminar os lixões existentes e contribuir para a melhoria da qualidade ambiental e sanitária. Esse planejamento adotou um modelo básico de implantação de consórcios intermunicipais, onde os investimentos concentraram-se na implantação de aterros sanitários. Os projetos de aterros sanitários consideram a legislação técnica e ambiental como a Resolução conjunta nº 01/2006 SEMA/IAP/SUDERHSA, na qual se estabelecem requisitos, critérios técnicos e procedimentos para a seleção de áreas destinadas a implantação de aterros sanitários, elaboração do projeto executivo e operação do aterro, visando à proteção e à conservação do solo e das águas subterrâneas. Após a implantação dos aterros nos municípios, não houve qualquer acompanhamento de sua operação, resultando em sucateamento das unidades ao longo dos anos. Muitos acabaram por se transformar em lixões ainda em operação ou abandonados e sem a realização de estudos para seu correto fechamento, monitoramento e remediação da área. Convênio 012/2009 – MMA 100 Segundo IAP, 2012, 165 (cento e sessenta e cinco) municípios, ou seja, aproximadamente 41% dos municípios paranaenses ainda dispõem seus resíduos sólidos urbanos em locais inadequados, conforme o Gráfico 16. Gráfico 16 – Situação da disposição final de RSU nos municípios do Paraná 58,65% 41,35% Adequado Inadequado Fonte: IAP, 2012. Elaboração: Engebio, 2012. Na Figura 33 são identificados os municípios que atualmente realizam a disposição final de seus resíduos sólidos urbanos de forma adequada e inadequada. Convênio 012/2009 – MMA 101 Figura 33 – Situação da destinação final de RSU nos municípios paranaenses Elaboração: Engebio, 2012. Muitas prefeituras optaram por destinar os resíduos a aterros particulares privados ou de municípios vizinhos, como solução para a falta de local, de qualificação técnica e de recursos para operação e manutenção adequada de aterros sanitários. De acordo com os dados de 2012 do IAP, existem 116 (cento e dezesseis) aterros sanitários operando com licenças ambientais emitidas pelo próprio instituto. A localização desses aterros é ilustrada na Figura 34. Convênio 012/2009 – MMA 102 Figura 34 – Localização dos Aterros Sanitários licenciados no estado paranaense Elaboração: Engebio, 2012. A região central e a região norte do estado são as que mais carecem de ações para promover a destinação final adequada de RSU, e essa situação é agravada em municípios de pequeno porte. Os municípios de grande porte possuem aterros sanitários próprios ou integram consórcios públicos e convênios com municípios vizinhos onde existam aterros sanitários, para os quais enviam seus resíduos sólidos. Convênio 012/2009 – MMA 103 5.9 Custo de serviços e estrutura tarifária De acordo com o Ministério das Cidades em 2009, segundo SNIS, o custo médio das despesas com gerenciamento de resíduos entre os municípios brasileiros foi de R$ 51,48 hab./ano (descartando-se valores referentes a municípios com população superior a 1 milhão de habitantes). O custo de operação de serviços de manejo de RSU (coleta, transporte e transbordo) no estado do Paraná varia entre os diversos municípios, dependendo da forma como o serviço é prestado (diretamente pelas prefeituras ou por empresas contratadas). A distância entre a coleta e o local de disposição final, as condições de conservação das vias, disponibilidade de funcionários e a geração de resíduos, são alguns dos aspectos mais significantes para a determinação do custo dos serviços. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2008), apontou que 33 (trinta e três) municípios paranaenses possuem tarifa fixa para manejo de RSU, e 12 (doze) realizam outras formas de cobrança, totalizando. 45 (quarenta e cinco) municípios com algum tipo de cobrança pelos serviços realizados. Entretanto, com base no SNIS 2009, no qual constam informações de 185 (cento e oitenta e cinco) municípios, 37,8% dos municípios do estado realizam algum tipo de cobrança pelo serviço. No Gráfico 17 são representados os dados a respeito de resíduos sólidos urbanos no estado do Paraná. Convênio 012/2009 – MMA 104 Gráfico 17 – Cobrança de taxa pelo gerenciamento de RSU 37,845% 53,634% 8,521% Sem Informação Não Sim Fonte: SNIS, 2009. Na Figura 35 são localizados os municípios quanto à prática ou não de cobrança por serviços de gestão dos resíduos sólidos urbanos no estado. Convênio 012/2009 – MMA 105 Figura 35 – Cobrança de taxa por serviços de Limpeza urbana / coleta de resíduos sólidos nos municípios do Paraná Elaboração: Engebio, 2012. Apesar de os valores realizados na cobrança de taxas raramente cobrirem os custos de operação dos serviços, o valor da taxa é variável e definida individualmente em cada município. De acordo com dados de 2010, fornecidos pelo SNIS com uma amostra de 146 (cento e quarenta e seis) municípios paranaenses, 88,4% deles apresentaram déficit na relação entre arrecadação e custos com o sistema de gerenciamento de resíduos. Logo, acabam comprometendo parte do orçamento anual da prefeitura para cobrir os gastos fixos. A forma de cobrança também varia entre os municípios, parte possui taxa ou Convênio 012/2009 – MMA 106 tarifa de cobrança realizada junto ao Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU ou conta de água e esgoto, outros com taxa própria chamada “Taxa do Lixo” podendo ser cobrada individualmente. De maneira geral, verifica-se que a cobrança de taxa através do IPTU é pouco eficaz, pois além de ser uma taxa única e anual, a inadimplência de pagamento geralmente é alta, resultando em arrecadação muito abaixo do orçamento previsto para o ano. De acordo com a auditoria TCE/PR, 2011, dentre os municípios que realizam algum tipo de cobrança pelos serviços de limpeza pública ou manejo dos resíduos, a grande maioria a faz através do IPTU, conforme ilustrado no Gráfico 18. Gráfico 18 – Forma de cobrança pelos serviços de manejo dos RSU 74,12% 18,82% IPTU 3,53% 3,53% Conta de água Outros Fonte: TCE/PR, 2011. Na Tabela 15, são elencados alguns exemplos de cobrança de taxa por serviços de coleta de resíduos e/ou limpeza pública em municípios paranaenses visitados. Convênio 012/2009 – MMA 107 Tabela 15 – Formas de cobrança de "Taxa do lixo” em municípios paranaenses Município Cálculo da taxa Valor da taxa Forma de cobrança Araucária São José dos Pinhais Irati Valor fixo para Residencial (R$ endereço comercial 58,86) e Comercial ou residencial (R$ 88,30) Freqüência de coletas /semana Freqüência de coletas/semana Anual - com IPTU R$ 195,77 (6x /semana) ou R$ Anual - com IPTU 92,74 (3x /semana) Mensal - com Não informado conta de água (SANEPAR) Valor venal do imóvel Laranjeiras do Sul ou tamanho da frente Não informado Anual - com IPTU Não informado Anual - com IPTU Não informado Anual - com IPTU do terreno. Marechal Cândido Rondon Zoneamento municipal Localização do Faxinal imóvel + Freqüência de coletas/semana Metragem do imóvel Ibiporã + Freqüência de coletas/semana Mensal - com Não informado conta de água (SANEPAR) Fonte: Engebio, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 108 5.10 Situação socioeconômica dos catadores A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei º 12.305/2010) e o Programa Pró-Catador (Decreto nº7405/2010) incentivam a participação de catadores e carrinheiros, organizados em associações ou cooperativas, nos programas de gestão de resíduos sólidos desenvolvidos pelos municípios, inclusive autorizando convênios com órgãos públicos para compra de equipamentos e repasse de recursos. Tais incentivos visam à promoção da melhor organização de catadores e carrinheiros informais, incrementando sua fonte de renda, e disponibilizando melhores condições de trabalho. Grande parte dos municípios do estado do Paraná conta com associações ou cooperativas de catadores executando formalmente serviços de triagem de resíduos recicláveis e em alguns casos operando ainda a coleta seletiva do município, como em Guarapuava (Associação dos Catadores de Papel de Guarapuava - ACPG) e Ponta Grossa (Associação de Catadores de Materiais Recicláveis – ACAMARUVA). A infraestrutura, porte, e os modos de operação dos serviços variam, principalmente em função do porte do município e da situação econômica do mesmo. A central de triagem do município de Araucária, por exemplo, é operada através de uma associação e conta com esteiras de triagem, prensas e enfardadores, além de um refeitório, sanitários, e sala para treinamentos. A estrutura física foi definida através de projeto contratado pela prefeitura municipal, a qual instalou a unidade e concedeu a operação à associação. Neste município, verifica-se um mercado diferenciado para a comercialização de materiais recicláveis, pois o município é o segundo no estado em arrecadação e tem o setor industrial bastante desenvolvido, propiciando melhores oportunidades para a venda diferenciada de materiais, agregando aos diferentes tipos de materiais triados. Convênio 012/2009 – MMA 109 Em municípios de menor porte e aqueles em situação econômica menos favorecida, os galpões em geral, quando existentes, encontram-se em situação precária de operação e organização. A triagem é geralmente realizada em mesas, diminuindo a eficiência da triagem e resultando em acúmulo de material com consequente redução da renda a ser arrecadada com a venda dos materiais. Com uma escala menor de processamento, estas unidades não conseguem reunir mensalmente o peso mínimo para a venda de certos tipos de materiais, fazendo com que a renda dos associados ou cooperativados varie a cada mês. A atividade organizada dos catadores de material reciclável abre caminho para a inclusão social, no que se refere à geração de trabalho e renda, permitindo sustentabilidade econômica e o fomento ao desenvolvimento local. No ano de 2011, foi firmado um convênio de Cooperação técnica/financeira entre o Programa do Voluntariado Paranaense – PROVOPAR e a Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR para a implantação do programa Ecocidadão Paraná. O programa tem como objetivo o apoio e incremento das associações/cooperativas de catadores de materiais recicláveis dos municípios paranaenses através da capacitação dos catadores e fornecimento de equipamentos quando necessário. Através deste programa, o catador é estimulado a participar e intensificar as ações de educação ambiental desde a sensibilização porta a porta. A capacitação dos catadores no programa Ecocidadão visa contribuir para a melhoria da logística e operacionalização sem a imposição de um modelo único, respeitando as peculiaridades de cada organização. Os municípios atendidos seguem uma priorização definida pelo PROVOPAR, que busca apoiar e organizar associações que necessitam de intervenções imediatas, em conformidade com a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos e de Saneamento. Além destas ações, o Programa visa realizar um mapeamento de compradores dos materiais recicláveis (indústrias recicladoras e grandes empresas fornecedoras) em todo o estado, para facilitar a intermediação e venda dos resíduos Convênio 012/2009 – MMA 110 recuperados por associações e promover um maior valor agregado a estes, tendo por consequência a melhoria de renda dos catadores. Apesar de iniciativas como o Programa Ecocidadão Paraná, trabalhos sociais promovidos pelo governo do estado ou municípios direcionados aos catadores são pouco ocorrentes em todo o estado. Como apontado pelos dados do SNIS,2010, dentre 203 (duzentos e três) municípios, apenas 45,8% dos municípios amostrados declararam possuir trabalhos sociais direcionados aos catadores. Durante as visitas municipais, verificou-se a situação de galpões de triagem em municípios de diferentes regiões do Paraná. Em grande parte dos galpões visitados verificou-se o acúmulo de material a ser triado, evidenciando a organização precária, além da falta de equipamentos e/ou falta de mão de obra, como foi o caso dos galpões dos municípios de Laranjeiras do Sul e Marechal Cândido Rondon. O material triado também é acumulado em galpões, indicando deficiências com o transporte ou dificuldade de vendado material. Dentre outras irregularidades, verificaram-se ainda casos de catadores nos locais de disposição final, local que algumas vezes serve para a triagem e moradia de algumas famílias. Este é o caso dos municípios de Faxinal e Laranjeiras do Sul. Convênio 012/2009 – MMA 111 Figura 36 – Área de recebimento de Figura 37 – Mesa de triagem do galpão resíduos da Unid. de Triagem de de Cianorte Marechal Cândido Rondon Fonte: Engebio, 2012. Figura 38 – Instalações de catadores no Figura 39 – Presença de barracas, carro Lixão de Faxinal e animais no Lixão de Laranjeiras do Sul Fonte: Engebio, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 112 Dentre os problemas recorrentes observados, é evidenciada a dificuldade de venda de materiais triados em municípios de pequeno porte ou afastados de pólos de industrialização, onde o volume de materiais recicláveis é reduzido necessitando o acúmulo de material triado para a venda e possibilitando a atuação de aparistas. A questão é emblemática, pois se por um lado os aparistas diminuem a renda de catadores formais e informais, por outro, a venda só se faz possível através deles, pois frequentemente não há outros compradores na região, e não há condições de transportar o material para outra região. Outra dificuldade que acentua o problema da comercialização de materiais triados é a falta de notas fiscais para a venda de materiais, uma realidade enfrentada pela grande maioria das associações e cooperativas do estado, impossibilitando a venda diretamente à indústria. Destaca-se também o problema da grande rotatividade de mão de obra enfrentada pelas organizações de catadores. Dentre os locais visitados, relatou-se que geralmente há predominância de mão de obra feminina, e que homens são mais suscetíveis a deixar o posto diante de outras oportunidades de serviço, problemas de relacionamento entre colegas ou problemas sociais como o alcoolismo. Organizações como a Cooperativa de Seleção de Materiais Recicláveis e Prestação de Serviços de Paranavaí (COOPERVAÍ) conseguiram reduzir a rotatividade através de programas de premiação por assiduidade, além de cursos, capacitações e outras dinâmicas frequentes. Tal cooperativa também implantou recentemente uma oficina de recuperação de eletroeletrônicos encontrados entre o material recebido para triagem (Figura 40). Os produtos são recondicionados e vendidos para a população local a preços acessíveis. Convênio 012/2009 – MMA 113 Figura 40 – Oficina de recondicionamento de equipamentos elétricos da COOPERVAÍ em Paranavaí, PR Fonte: Engebio, 2012. De um modo geral, a renda dos catadores varia em função da forma de organização, do porte do município, do número de membros, da tecnologia de coleta de resíduos e de triagem, e o mercado da industrialização. Nos municípios visitados a renda apresentou-se variável entre R$ 400,00 a R$ 900,00 por mês, sendo que em alguns casos, a renda é relacionada por uma família inteira que trabalha na organização. Além das organizações formais (associações e cooperativas), a maioria dos municípios apresenta catadores e carrinheiros informais, e empresas irregulares de coleta de recicláveis. Este número é relacionado ao porte do município e as oportunidades de mercado locais. No município de Irati, por exemplo, estima a Convênio 012/2009 – MMA 114 existência de 15 (quinze) a 20 (vinte) catadores informais; já o município de Ponta Grossa estima um número entre 100 (cem) a 150 (cento e cinquenta) catadores informais. Na maior parte dos casos a situação dos catadores é precária, sem qualquer acompanhamento por parte do poder público. Muitos municípios sabem da existência de catadores, porem enfrentam dificuldades que vão desde a falta de verba específica para a questão social até a recusa de catadores em se engajarem em ações do município ou mesmo de participar de organizações em função da obrigatoriedade de rotina e diminuição da renda, como relatado no município de Marechal Cândido Rondon. A maioria dos municípios paranaenses não conta com um cadastro de catadores atuantes em seu território. De fato, a pesquisa da SEMA, 2011, aponta que o número de municípios que contam com um cadastro atualizado de catadores é muito baixo (cerca de 10% dos municípios), conforme o Gráfico 19, a seguir. Convênio 012/2009 – MMA 115 Gráfico 19 – Municípios com cadastro atualizado de catadores, segundo a SEMA 10,73% 30,45% 58,82% Sim Não Sem resposta Fonte: SEMA, 2011. Em relato, alguns municípios alegam não existirem catadores informais, como o município de Palmeira e Ibiporã, porém estes casos são mais raros, conforme apontado pelos dados do SNIS de 2010. Nesse ano, a amostra de municípios paranaenses que forneceu informações foi de 210 (duzentos e dez) dentre os 399 (trezentos e noventa e nove). Dos municípios amostrados, 21% declararam a inexistência de catadores informais dispersos em seus municípios, enquanto 79% apontam o contrário. Quanto ao método organizacional dos catadores, foram verificadas diferenças de gestão e resultados entre associações e cooperativas, sendo que as cooperativas, geralmente, apresentam um maior envolvimento dos membros, resultando em maior produtividade e melhores condições de trabalho e do espaço do galpão. O maior impeditivo para este tipo de organização é o limite mínimo de membros para sua constituição, que é de 20 (vinte) membros, pois grande parte dos Convênio 012/2009 – MMA 116 municípios dispõe de um número potencialmente menor. Dos 210 (duzentos e dez) municípios amostrados pelo SNIS em 2010, apenas 50 (cinquenta) declararam que as organizações de catadores são responsáveis pela execução da coleta seletiva porta a porta no município. Algumas organizações executam este serviço em parceria com o município. No Gráfico 20 é apresentada a proporção de municípios onde organizações de catadores realizam a coleta seletiva porta a porta. Gráfico 20 – Parcerias entre organizações de catadores e Municípios para a coleta seletiva porta a porta Com parceria Sem parceria 76,19% Ocorre os dois casos 22,38% 0,48% 0,95% Fonte: SNIS, 2010. Elaboração: Engebio, 2012. As ONGs parecem ter atuação reduzida na questão dos resíduos sólidos no estado. Apenas alguns casos isolados de efetiva participação nos processos de inclusão social e melhoria de qualidade de vida foram verificados. Convênio 012/2009 – MMA 117 6 ARRANJOS INSTITUCIONAISDO ESTADO Os arranjos do estado do Paraná resultam de estudos regionais existentes evidenciando afinidades políticas, econômicas e ambientais, dentre outras possíveis entre municípios do estado. 6.1 Associações de Municípios A Associação dos Municípios do Paraná (AMP) foi fundada em 1964 e congrega os 399 municípios do Paraná. Além de defender os interesses dos municípios do Paraná junto às demais instâncias de poder, a AMP também oferece serviços de consultoria e assessoria nas áreas jurídica e tributária, bem como fornece informações atualizadas sobre as transferências constitucionais e o movimento municipalista, visando fortalecer a autonomia dos municípios. O Estado do Paraná está organizado em 19 (dezenove) associações regionais de municípios, conforme listado na Tabela 16. Além das associações regionais de municípios, existe a AMUNTUR, que é uma associação de cunho turístico que abrange todos os municípios paranaenses. Em geral, o município sede das Associações Municipais é aquele de maior população entre os municípios associados, sendo o centro de massa da região. Tabela 16 – Associações de Municípios do estado do Paraná Associação AMLIPA - Associação dos Municípios do Litoral ASSOMEC - Associação dos Municípios integrantes Município Polo Antonina, Guaratuba, Guaraqueçaba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paranaguá Paraná. Adrianópolis, Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Bocaiuva do Sul, Curitiba (continua) Convênio 012/2009 – MMA 118 Associação Municípios integrantes Município Polo Campina Grande do Sul, Campo Largo, (continuação) Campo Magro, Cerro Azul, Colombo, Contenda, Curitiba, Doutor Ulysses, Fazenda Municípios da Região Rio Grande, Itaperuçu, Lapa, Mandirituba, Metropolitana de Curitiba Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Quitandinha, Rio Branco do Sul, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná. AMSULEP - Associação dos Agudos do Sul, Campo do Tenente, Municípios da Região Sudeste Contenda, Lapa, Mandirituba, Piên, do Paraná Lapa Quitandinha, Rio Negro e Tijucas do Sul. Arapoti, Carambeí, Castro, Imbaú, Imbituva, AMCG - Associação dos Ipiranga, Ivaí, Jaguariaíva, Ortigueira, Municípios da Região dos Palmeira, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Campos Gerais Amazonas, Reserva, São João do Triunfo, Ponta Grossa Sengés, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania Abatiá, Andirá, Barra do Jacaré, Cambará, Carlópolis, Conselheiro Mairinck, Curiúva, Figueira, Guapirama, Ibaiti, Jaboti, Jacarezinho, Japira, Joaquim Távora, Jundiaí AMUNORPI - Associação dos do Sul, Pinhalão, Quatiguá, Ribeirão Claro, Municípios do Norte Pioneiro Ribeirão do Pinhal, Salto do Itararé, Santana Santo Antonio da Platina do Itararé, Santo Antonio da Platina, São José da Boa Vista, Santana do Itararé, Siqueira Campos, Tomazina e Wenceslau Bráz AMUNOP - Associação dos Municípios do Norte do Paraná Assaí, Bandeirantes, Congonhinhas, Cornélio Procópio, Curiuva, Itambaracá, Cornélio Procópio Leópolis, Nova América da Colina, Nova (continua) Fátima, Rancho alegre, Santa Amélia, Convênio 012/2009 – MMA 119 Associação Municípios integrantes Município Polo (continuação) Santa Cecília do Pavão, Santa Mariana, Nova Santa Bárbara, Santo Antonio do Paraíso, São Jerônimo da Serra, São Sebastião da Amoreira, Sapopema, Sertaneja e Uraí Alvorada do Sul, Arapongas, Bela Vista do Paraíso, Cafeara, Cambé, Centenário do Sul, AMEPAR - Associação dos Florestópolis, Guaraci, Ibiporã, Jaguapitã, Municípios do Médio Jataizinho, Londrina, Lupionópolis, Paranapanema Miraselva, Pitangueiras, Porecatu, Prado Londrina Ferreira, Primeiro de Maio, Rolândia, Sabaudia, Sertanópolis, Tamarana Apucarana, Arapuã, Ariranha do Ivaí, Bom Sucesso, Borrazópolis, Califórnia, Cambira, Cruzmaltina, Faxinal, Godoy Moreira, AMUVI- Associação dos Municípios do Vale do Ivaí Grandes Rios, Ivaiporã, Jandaia do Sul, Jardim Alegre, Kaloré, Lidianópolis, Apucarana Lunardelli, Marilândia do Sul, Marumbi, Mauá da Serra, Novo Itacolomi, Rio Bom, Rio Branco do Ivaí, Rosário do Ivaí, São João do Ivaí e São Pedro do Ivaí. Angulo, Astorga, Atalaia, Colorado, Doutor Camargo, Floraí, Flórida, Floresta, Iguaraçu, Itambé, Itaguajé, Ivatuba, Lobato, AMUSEP - Associação dos Mandaguaçu, Mandaguari, Marialva, Municípios do Setentrião Maringá, Munhoz de Mello, Nova Esperança, Paranaense Nossa Senhora das Graças, Ourizona, Maringá (continua) Paiçandu, Paranacity, Presidente Castelo Branco, Santa Fé, Santa Inês, Santo Inácio, Sarandi, São Jorge do Ivaí e Uniflor. Convênio 012/2009 – MMA 120 Associação Municípios integrantes Município Polo Alto Paraná, Amapora, Cruzeiro do Sul, Diamante do Norte, Guairaçá, Inajá, Itauna do Sul, Jardim Olinda, Loanda, Marilena, (continuação) AMUNPAR - Associação dos Municípios do Noroeste do Paraná Mirador, Nova Aliança do Ivaí, Nova Londrina, Paranacity, Paraíso do Norte, Paranapoema, Paranavaí, Planaltina do Paraná, Porto Rico, Querência do Norte, Paranavaí Santa Cruz do Monte Castelo, Santa Izabel do Ivaí, Santa Mônica, Santo Antonio do Caiuá, São Carlos do Ivaí, São João do Caiuá, São Pedro do Paraná, Tamboara e Terra Rica Altônia, Alto Paraíso, Alto Piquiri, Brasilândia do Sul, Cafezal do Sul ,Cianorte, Cidade Gaúcha, Cruzeiro do Oeste, Douradina, Esperança Nova, Francisco Alves, AMERIOS- Associação dos Guaporema, Icaraíma, Indianópolis, Municípios da Região de Ipora,Ivaté, Japurá, Jussara, Maria Helena, Entre Rios Mariluz, Nova Olímpia, Pérola, Rondon, Umuarama Perobal, São Jorge do Patrocínio, São Manoel do Paraná, São Tomé,Tapejara, Tapira, Tuneiras do Oeste, Umuarama e Xambrê. Altamira do Paraná, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Campina da Lagoa, COMCAM - Comunidade dos Campo Mourão, Corumbataí do Sul, Municípios da Região de Engenheiro Beltrão, Farol, Fênix, Goioerê, Campo Mourão Iretama, Janiópolis, Juranda, Luiziânia, Campo Mourão (continua) Mamborê, Moreira Salles, Nova Cantu, Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Convênio 012/2009 – MMA 121 Associação Municípios integrantes Município Polo (continuação) Roncador, Rancho Alegre do Oeste, Terra Boa e Ubiratã Anahy, Assis Chateaubriand, Boa Vista da Aparecida, Braganey, Cafelândia, Campo Bonito, Capitão Leônidas Marques, Cascavel, Catanduvas, Céu Azul, Corbélia, Diamante do Oeste, Diamante do Sul, Entre Rios do Oeste, Formosa do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Guaraniaçu, Ibema, Iguatu, Jesuítas, Itaipulândia, Iracema do Oeste, AMOP - Associação dos Lindoeste, Marechal Cândido Rondon, Municípios do Oeste do Maripá, Matelândia, Medianeira, Mercedes, Paraná Missal, Nova Aurora , Nova Santa Rosa, Cacavel Ouro Verde do Oeste, Palotina, Pato Bragado, Quatro Pontes, Ramilândia, Santa Helena, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste, Santa Terezinha de Itaipu, São José das Palmeiras, São Miguel do Iguaçu, São Pedro do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu,Terra Roxa, Três Barras do Paraná, Tupãssi, Toledo e Vera Cruz do Oeste. Antonio Olinto, Bituruna, Cruz Machado, AMSULPAR - Associação dos General Carneiro, Paula Freitas, Paulo Municípios do Sul Paranaense Frontin, Porto Vitória, São Mateus do Sul e União da Vitória União da Vitória. Ampére, Barracão, Boa Esperança do AMSOP - Associação dos Iguaçu, Bom Sucesso do Sul, Bom Jesus do Municípios do Sudoeste do Sul, Bela Vista do Caroba, Capanema, Paraná Chopinzinho, Clevelândia, Coronel Vivida, Francisco Beltrão (continua) Cel. Domingos Soares, Cruzeiro do Iguaçu, Convênio 012/2009 – MMA 122 Associação Municípios integrantes Município Polo (continuação) Dois Vizinhos, Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Beltrão, Honório Serpa, Itapejara do Oeste, Mangueirinha, Manfrinópolis, Mariópolis, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste, Nova Prata do Iguaçu, Pato Branco , Pérola do Oeste , Palmas, Pinhal de São Bento, Planalto, Pranchita, Realeza, Renascença, Salgado Filho, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, Santo Antonio do Sudoeste, São João, São Jorge do Oeste, Saudade do Iguaçu, Sulina, Verê e Vitorino. AMCESPAR - Associação Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, dos Municípios do Centro Sul Inácio Martins, Irati, Mallet, Prudentópolis, do Paraná Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares. Irati Campo Bonito, Candói, Cantagalo, Catanduvas, Diamante do Sul, Espigão Alto CANTUQUIRIGUAÇU - do Iguaçu, Foz do Jordão, Guaraniaçu, Associação dos Municípios do Goioxim, Ibema, Laranjeiras do Sul, Médio Centro Oeste do Marquinho, Nova Laranjeiras, Pinhão, Porto Paraná Barreiro, Quedas do Iguaçu, Reserva do Laranjeiras do Sul Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu, Três Barras do Paraná e Virmond. Altamira do Paraná, Boa Ventura de São AMOCENTRO - Associação Roque, Campina do Simão, Guarapuava, dos Municípios do Centro do Iretama, Laranjal, Manoel Ribas, Mato Rico, Paraná Nova Tebas, Palmital, Pitanga, Roncador, Pitanga (continua) Santa Maria D`Oeste e Turvo. Convênio 012/2009 – MMA 123 Associação Municípios integrantes Município Polo (continuação) AMUTUR - Associação dos Municípios Turísticos do Todos os municípios paranaenses Curitiba Paraná Fonte: AMP, 2012. Na Figura 41 são ilustrados os municípios integrantes de cada associação de municípios, diferenciados por faixas populacionais. Figura 41 – Associações de Municípios e municípios integrantes com faixas populacionais Elaboração: Engebio, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 124 A seguir, na Tabela 17, é apresentada a população total abrangida em cada associação de município do Paraná, conforme ilustrado na Figura 42. Tabela 17 – Associações de Municípios e população total abrangida. Associação de População total da Municípios região (hab.) AMLIPA 265.392 ASSOMEC 3.148.842 AMSULEP 74.994 AMCG 701.856 AMUNORPI 352.615 AMUNOP. 214.340 AMEPAR. 965.159 AMUVI 323.523 AMUSEP 733.404 AMUNPAR 260.544 AMERIOS 407.525 COMCAM. 318.282 AMOP 1.219.558 AMSULPAR 165.299 AMSOP 587.496 AMCESPAR 209.754 CANTUQUIRIGUAÇU 181.928 AMOCENTRO 314.015 Fonte: AMP, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 125 Figura 42 – População das regiões das Associações Municipais do estado do Paraná Elaboração: Engebio, 2012. Verifica-se que a ASSOMEC é a única região com população maior que 1,5 milhões de habitantes, pois integra a capital Curitiba e a Região Metropolitana de Curitiba (RMC). 6.2 CONSÓRCIOS PÚBLICOS INTERMUNICIPAIS Os consórcios são associações formadas por entes da Federação para resolução de problemas ou fins comuns. Têm personalidade jurídica própria, sendo capazes de gerir recursos e prestar serviços em todo o território abrangido. Nesse contexto, os consórcios públicos intermunicipais surgiram como um Convênio 012/2009 – MMA 126 novo arranjo institucional para a gestão municipal. Trata-se de um instrumento de planejamento regional para a busca de alternativas para problemas comuns, obtenção dos recursos financeiros necessários, aumento da capacitação técnica, sustentabilidade dos serviços, eficiência na gestão e na execução das políticas e despesas públicas. Os consórcios de saúde, diante do contexto da saúde pública nos municípios e a centralização de hospitais em municípios de maior porte, são os arranjos intermunicipais mais comuns no país, sendo que consórcios intermunicipais de resíduos sólidos ainda são poucos, e dentre os já formalizados nem todos estão ativos, com ações conjuntas efetivas em operação. 6.2.1 Consórcios intermunicipais de saúde O estado do Paraná possui 24 (vinte e quatro) consórcios municipais para a gestão e gerenciamento de ações voltadas à saúde, o que abrange 96,5% dos municípios do Paraná. Apenas sete municípios não participam de algum consórcio. Destes 24 (vinte e quatro) consórcios, apenas dois (COMESP e ASSISCOP) não estão associados à ACISPAR – Associação dos Consórcios e Associações Intermunicipais de Saúde do Paraná que tem por objetivo fortalecer as ações dos Consórcios e Associações Intermunicipais através de apoio técnico e institucional e da articulação com os Poderes Estadual e Federal. Os consórcios de saúde do Paraná, os municípios integrantes e a população atendida por cada um deles são apresentados em resumo na Tabela 18. Convênio 012/2009 – MMA 127 Tabela 18 – Consórcios de saúde do Paraná Consórcios de Nº de Saúde Mun. População Municípios integrantes atendida pelo consórcio Fernandes Pinheiro, Guamiranga, AMCESPAR 9 Imbituva, Inácio Martins, Irati, Mallet, Rebouças, Rio Azul e Teixeira 160.962 hab. Soares. Ampère, Barracão, Bela Vista da Caroba, Boa Esperança do Iguaçu, Bom Jesus do Sul, Capanema, Cruzeiro do Iguaçu, Dois Vizinhos, Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Manfrinópolis, ARSS 27 Beltrão, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste, Nova Prata 337.703 hab. do Iguaçu, Pérola do Oeste, Pinhal de São Bento, Planalto, Pranchita, Realeza, Renascença, Salgado Filho, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, Santo Antonio do Sudoeste, São Jorge do Oeste e Verê. Bom Sucesso do Sul, Chopinzinho, Clevelândia, Coronel Vivida, Cel. Domingos Soares, Honório Serpa, ASSIMS 14 Itapejara do Oeste, Mangueirinha, Mariópolis, Pato Branco, São 206.905 hab. (continua) João,Saudade do Iguaçu, Sulina e Vitorino. Convênio 012/2009 – MMA 128 Consórcios de Nº de Saúde Mun. (continuação) ASSISCOP População Municípios integrantes atendida pelo consórcio Laranjeiras do Sul, Marquinho, Nova 6 Laranjeiras, Porto Barreiro, Rio 68.273 hab. Bonito do Iguaçu, Virmond Arapoti, Carambeí, Castro, Imbau, Ipiranga, Ivaí,Ortigueira, Palmeira, CIMSAÚDE 17 Piraí do Sul, Ponta Grossa, Porto Amazonas, Reserva, São João do 701.856 hab. Triunfo, Sengés, Telêmaco Borba, Tibagi, Ventania Arapuã, Ariranha do Ivaí, Cândido de Abreu, Cruzmaltina, Godoy Moreira, Ivaiporã, Jardim Alegre, CIS 22ª R.S. 16 Lidianópolis, Lunardelli, Manoel Ribas, Mato Rico, Nova Tebas, Rio 139.337 hab. Branco do Ivaí, Rosário do Ivaí, Santa Maria do Oeste, São João do Ivaí Boa CIS CENTROOESTE Ventura Campina 11 do de São Simão, Roque, Candói, Cantagalo, Foz do Jordão, Goioxim, Laranjal, Palmital, 161.450 hab. Pitanga, Prudenópolis, Reserva do Iguaçu Alto Paraíso, Alto Piquiri, Altônia, Brasilândia do Sul, Cafezal do Sul, CISAMERIOS 20 Cidade Gaúcha, Douradina, Esperança Nova, Francisco Alves, 155.062 hab. (continua) Icaraíma, Iporã, Ivaté, Maria Helena, Mariluz, Nova Olímpia, Perobal, Convênio 012/2009 – MMA 129 Consórcios de Nº de Saúde Mun. Municípios integrantes População atendida pelo consórcio (continuação) Pérola, São Jorge do Patrocínio, Tapira, Xambrê Alto Paraná, Amaporã, Cruzeiro do Sul, Diamante do Norte, Guairaçá, Inajá, Itauna do Sul, Jardim Olinda, Loanda, Marilena, Mirador, Nova Aliança do Ivaí, Nova Londrina, Paraíso do Norte, CISAMUNPAR 28 Paranapoema, Paranavaí, Planaltina do Paraná, Porto Rico, Querência do 260.544 hab. Norte, Santa Cruz de Monte Castelo, Santa Isabel do Ivaí, Santa Mônica, Santo Antônio do Caiuá, São Carlos do Ivaí, São João do Caiuá, São Pedro do Paraná, Tamboara, Terra Rica Ângulo, Astorga, Atalaia, Colorado, Doutor Camargo, Floraí, Floresta, Flórida, Iguaraçu, Itaguajé, Itambé, Ivatuba, Lobato, Mandaguari, CISAMUSEP 30 Mandaguaçu, Marialva, Maringá, Munhoz de Mello, Nossa Senhora das Graças, Nova Esperança, 733.404hab. (continua) Ourizona, Paiçandu, Paranacity Presidente Castelo Branco, Santa Fé, Santa Inês, Santo Inácio, São Jorge do Ivaí, Sarandi, Uniflor Convênio 012/2009 – MMA 130 Consórcios de Nº de Saúde Mun. População Municípios integrantes atendida pelo consórcio Cianorte, Guaporema, Indianópolis, (continuação) CISCENOP 10 Japurá, Jussara, Rondon, São Manoel do Paraná, São Tomé, 131.371 hab. Tapejara, Tuneiras do Oeste Altamira do Paraná, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Campo Mourão Corumbataí Beltrão, CISCOMCAM 25 do Farol, Iretama, Sul, Engenheiro Fênix, Goioerê, Janiópolis, Juranda, 334.125 hab. Luiziana, Mamborê, Moreira Sales, Nova Cantu, Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Rancho Alegre D'Oeste, Roncador, Terra Boa, Ubiratâ Assis Chateaubriand, D'Oeste, Entre Rios Diamante do Oeste, Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Maripá, CISCOPAR 18 Rosa, Mercedes, Ouro Palotina, Pato Nova Santa do Oeste, Bragado, Quatro Verde 358.660 hab. Pontes, Santa Helena, São José das Palmeiras, São Pedro do Iguaçu, Terra Roxa, Toledo, Tupâssi CISGAP 3 Guarapuava, Pinhão, Turvo Itaipulândia, Matelândia, Medianeira, CISI 8 Missal, Ramilândia, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, 211.347 hab. 132.707 hab. (continua) Convênio 012/2009 – MMA 131 Consórcios de Nº de Saúde Mun. População Municípios integrantes atendida pelo consórcio (continuação) Serranópolis do Iguaçu Alvorada do Sul, Assaí, Bela Vista do Paraíso, Cafeara, Cambé, Centenário do Sul, Florestópolis, CISMEPAR 21 Guaraci, Ibiporâ, Jaguapitâ, Jataizinho, Londrina, Lupionópolis, 871.267 hab. Miraselva, Pitangueiras, Porecatu, Prado Ferreira, Primeiro de Maio, Rolândia, Sertanópolis, Tamarana Abatiá, Andirá, Bandeirantes, Congonhinhas, Cornélio Procópio, Itambaracá, Leópolis, Nova América da Colina, Nova Fátima, Nova Santa Bárbara, Rancho Alegre, Ribeirão do CISNOP 21 Pinhal, Santa Amélia, Santa Cecília 225.961hab. do Pavão, Santa Mariana, Santo Antônio do Paraíso, São Jerônimo da Serra, Amoreira, São Sebastião Sapopema, da Sertaneja, Uraí Barra do Carlópolis, Jacaré, Cambará, Conselheiro Mairinck, Figueira, Guapirama, Ibaiti, Jaboti, CISNORPI 22 Jacarezinho, Japira, Joaquim Távora, Jundiaí do Sul, Pinhalão, 278.111 hab. (continua) Quatiguá, Ribeirão Claro, Salto do Itararé, Santana do Itararé, Santo Convênio 012/2009 – MMA 132 Consórcios de Nº de Saúde Mun. População Municípios integrantes atendida pelo consórcio (continuação) Antonio da Platina, São José da Boa Vista, Siqueira Campos, Tomazina, Wenceslau Braz Anahy, Boa Vista da Aparecida, Braganey, Cafelândia, Campo Bonito, Capitão Leônidas Marques, Cascavel, Catanduvas, Céu Azul, Corbelia, Diamante do Sul, Espigão CISOP 25 Alto do Iguaçu, Formosa do Oeste, Guaraniaçu, Ibema, Iguatu, Iracema 507.385 hab. do Oeste, Jesuítas, Lindoeste, Nova Aurora, Quedas do Iguaçu, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste, Três Barras do Paraná, Vera Cruz do Oeste. Antonio CISVALI 9 Olinto, Bituruna, Cruz Machado, General Carneiro, Paula Freitas, Paulo Frontin, Porto Viória, 165.299 hab. São Mateus do Sul, União da Viória Apucarana, Arapuã, Ariranha do Ivaí, Bom Sucesso, Borrazópolis, Califórnia, CISVIR 17 Cambira, Cruzmaltina, Faxinal, Godoy Moreira, Grandes 346.972 hab. Rios, Ivaiporã, Jandaia do Sul, (continua) Jardim Alegre, Kaloré, Lidianópolis, Lunardelli, Marilândia do Sul, Marumbi, Mauá da Serra, Novo Convênio 012/2009 – MMA 133 Consórcios de Nº de Saúde Mun. Municípios integrantes População atendida pelo consórcio (continuação) Itacolomi, Rio Bom, Rio Branco do Ivaí, Rosário do Ivaí, São João do Ivaí e São Pedro do Ivaí. Agudos do Sul, Campo do Tenente, Contenda, Lapa, Mandirituba, Piên, Quitandinha, Rio Negro e Tijucas do Sul, Adrianópolis, Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Bocaiuva do Sul, Campina Grande do COMESP 29 Sul, Magro, Campo Cerro Largo, Azul, Campo Colombo, 3.223.836 hab. Contenda, Curitiba, Doutor Ulysses, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Lapa, Piraquara, Mandirituba, Pinhais, Quatro Barras, Quitandinha, Rio Branco do Sul, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná. Fonte: ACISPAR, 2012. Alguns municípios pertencem a mais de um consórcio, a exemplo de Cafeara que pertence ao CISVAP e ao CISMEPAR; Colorado, Itaguajé, Lobato, Nossa Senhora das Graças, Paranacity, Santa Inês, Santo Inácio quem fazem parte do CISAMUSEP e também do Consórcio CISVAP e Guarapuava, Pinhão e Turvo que pertencem ao CIGAP além de pertencerem ao CIS Centro-Oeste. De outro lado, há municípios que não participam de consórcios. Convênio 012/2009 – MMA 134 Na Figura 43 são representados, por meio de um mapa temático, os consórcios de saúde do estado e as respectivas populações atendidas. Figura 43 – Consórcios de Saúde do estado do Paraná e população atendida Elaboração: Engebio, 2012. 6.2.2 Consórcios Intermunicipais de Resíduos Sólidos Iniciativas intermunicipais para a destinação adequada dos resíduos sólidos consistem em alternativas de grande interesse econômico e ambiental, sobretudo para os pequenos municípios, pois além de destinar os resíduos de acordo com a legislação concernente, estas iniciativas aumentam a viabilidade econômica do empreendimento, que tanto na etapa de implantação como de operação pode se tornar bastante onerosa para um município. A implantação de um consórcio intermunicipal objetivando a destinação final Convênio 012/2009 – MMA 135 dos resíduos sólidos urbanos se apresenta como uma solução conjunta para a gestão e operação adequada de aterros sanitários. Segundo o levantamento do TCE/PR, e também observado pela equipe da Engebio durante as oficinas, os municípios demonstraram ter interesse em gestão associada, principalmente para desenvolver programas educacionais sanitários e/ou ambientais; viabilização das reciclagens com fim de comercialização; execução dos serviços; capacitação técnica do pessoal; assistência técnica (adoção de opções tecnológicas, elaboração de projetos de engenharia e etc.). Para a adoção de consórcios, os principais motivos foram percepção de financiamentos; aquisição e/ou fornecimento de bens; execução e/ou supervisão de obras; assessoria administrativa/contábil/jurídica para a implantação de processos gerenciais, políticas, planos, etc. Já as principais dificuldades levantadas com relação à participação de um consórcio na área de resíduos foram a ausência de incentivos para a formação de contratos a falta de integração administrativa, recursos para o planejamento e implantação e administração, a dificuldade na definição para que um município venha a receber os resíduos para disposição final de outros municípios e, principalmente, pela descontinuidade político-administrativa característica do país. Segundo o levantamento realizado pela Engebio, através de informações fornecidas por órgãos oficiais e consultas diretas, 8,5% dos municípios fazem parte de algum consórcio de resíduos sólidos, e 9,3% dos municípios do estado encontram-se em articulação para a formação de consórcio. São apresentados na Tabela 19 e na Figura 44, a seguir, os consórcios de resíduos atualmente existentes no estado do Paraná. Convênio 012/2009 – MMA 136 Tabela 19 - Consórcios Intermunicipais de resíduos sólidos do Paraná. Consórcios Associação de Municípios CIAS - Consórcio AMUNOP Intermunicipal para AMUNORPI Aterro Sanitário AMUNOP Município Curiúva Figueira Sapopema Jaboti CIAS -Consórcio Intermunicipal para AMUNORPI Aterro Sanitário Japira Pinhalão Tomazina CIAS– Consórcio AMUNPAR Intermunicipal para Aterro Sanitário AMUSEP (Paranacity) CIAS - Consórcio Intermunicipal para AMLIPA Aterro Sanitário (Pontal do Paraná) Cruzeiro do Sul Paranacity Matinhos Pontal do Paraná Alto Paraná CICA – Consórcio Intermunicipal Caiuá Ambiental AMUNPAR Intermunicipal para Gerenciamento de Amaporã 5.443 Mirador 2.327 Paranavaí CIGRS - Consórcio AMOP Resíduos Sólidos (TOLEDO) População Situação (hab.) (IBGE, 2010) Compartilhamento 13.923 de Aterro 8.293 Municipal de 6.736 Curiúva 4.902 Compartilhamento 4.903 de Aterro Municipal de 6.215 Japira 8.791 Compartilhamento 4.563 de Aterro Municipal de 10.250 Paranacity Compartilhamento 29.428 de Aterro Municipal de 20.920 Pontal do Paraná 13.663 Tamboara Marechal Cândido Rondon Maripá Nova Santa Rosa Ouro Verde do Oeste Palotina Quatro Pontes 81.590 4.664 46.819 5.684 7.626 5.692 28.683 3.803 Toledo 119.313 7.764 CISMASA – AMUNORPI Abatiá Consórcio AMUNOP Bandeirantes Intermunicipal de ASSOMEC Doutor Ulysses Serviços AMEPAR Ibiporã AMUNOP Itambaracá 6.759 AMUNORPI Jaguariaíva 32.606 AMEPAR Jataizinho 11.875 AMUNOP Nova Fátima Municipais de Saneamento Ambiental do Protocolo de Intenções já assinado. Município sede em Toledo. Não compartilham aterro. 32.184 5.727 48.198 (continua) 8.147 Convênio 012/2009 – MMA 137 Consórcios (continuação) Norte do Paraná Associação de Municípios AMUNOP AMUNORPI AMUNOP AMUNOP AMUNOP AMUNOP AMEPAR Consórcio APA Federal do Nova Santa Bárbara Ribeirão Claro Santa Cecília do Pavão Santo Antônio do Paraíso São Jerônimo da Serra Sertaneja Sertanópolis Diamante do Norte Loanda Marilena COMAFEN – Intermunicipal da Município AMUNPAR Noroeste do Paraná População (hab.) (IBGE, 2010) 3.908 10.678 3.646 2.408 11.337 5.817 15.638 5.516 21.201 6.858 Nova Londrina 13.067 Porto Rico Querência do Norte Santa Cruz de Monte Castelo Santa Isabel do Ivaí Santa Mônica São Pedro do Paraná Adrianópolis 2.530 Agudos do Sul Almirante Tamandaré Araucária 11.729 8.092 8.760 3.571 2.491 6.376 8.270 103.204 119.123 CONRESOL – Balsa Nova 11.300 Consórcio Bocaiúva do Sul Campina Grande do Sul Campo Largo 10.987 Intermunicipal para ASSOMEC Gestão de Resíduos Sólidos Campo Magro 38.769 112.377 24.843 Colombo 212.967 Contenda 15.891 Curitiba Fazenda Rio Grande Situação Consorcio integrado por municípios da RMC. Atualmente com ação somente para destinação final em aterros privados. (continua) 1.751.907 81.675 Convênio 012/2009 – MMA 138 Consórcios Associação de Municípios Município População (hab.) (IBGE, 2010) (continuação) Itaperuçu Mandirituba Pinhais Situação 23.887 22.220 117.008 Piraquara 93.207 Quatro Barras 19.851 Quitandinha Rio Branco do Sul São José dos Pinhais Tijucas do Sul 17.089 Tunas do Paraná 30.650 264.210 14.537 6.256 Fontes: SNIS, 2010. IAP, 2012. SEMA, 2012. Engebio Engenharia, 2012. Atualmente existem cinco consórcios intermunicipais para resíduos implantados no estado e compartilhando um aterro sanitário: CIAS Curiúva, CIAS Pontal do Paraná, Consórcio CONRESOL, CIAS Japira e CIAS Paranacity, além de outros quatro já assinados, porem sem ações efetivas. Convênio 012/2009 – MMA 139 Figura 44 – Consórcios Públicos para a destinação final de RSU no Paraná. Elaboração: Engebio, 2012. O CIAS Curiúva tem seu aterro no município de Curiúva, com operação de empresa privada Inova Ambiental. Atende os municípios de Curiúva, Sapopema e Figueira, e sua vida útil foi estimada em 17 (dezessete) anos. Neste aterro não há capitação de gás, e o lixiviado é recirculado nas valas. O CIAS Pontal do Paraná é formado pelos municípios de Pontal do Paraná e Matinhos, tendo aterro compartilhado em Pontal do Paraná sob gestão do Coordenador Geral que é indicado pelo Presidente do CIAS. A vida útil de projeto do aterro é estimado em 15 anos e o lixiviado é tratado através de carvão ativado biologicamente. Convênio 012/2009 – MMA 140 O Consórcio CONRESOL é formado atualmente por 23 municípios da Região Metropolitana de Curitiba: Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Contenda, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Mandirituba, Pinhais, Quatro Barras, Quitandinha, São José dos Pinhais, Adrianópolis, Agudos do Sul, Itaperuçu, Piraquara, Rio Branco do Sul, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná, atendendo a uma população de 3.106.604 habitantes. O Fechamento do Lixão de Curitiba, da Lamenha Pequena, e do Aterro Barro Preto, de São José dos Pinhais, resultou, em 1989, na implantação do Aterro da Cachimba, no Município de Curitiba, que operou até 2010, quando foi fechado. Atualmente a disposição final dos resíduos dos municípios integrantes do CONRESOL ocorre no Aterro Sanitário da ESTRE Ambiental S.A., localizado no município de Fazenda Rio Grande. Trata-se de aterro privado que cobra R$: 50,97/t.Além da área da ESTRE, estão credenciadas para recebimento de resíduos dos municípios do CONRESOL aterros da ESSENCIS e da CAVO.O total de material enviado a esses locais soma aproximadamente 2,5 mil t/ dia. Os Consórcios Intermunicipais de Japira e Paranacity não forneceram informações relativas à operação de seus aterros, entretanto, segundo informações do IAP, os municípios integrantes do CIAS Japirasão:Japira, Jaboti, Pinhalão e Tomazina.Os municípios integrantes do CIAS - Paranacity são Paranacity e Cruzeiro do Sul. O Consórcio CIGRS – Toledo está formalizado, porém ainda não esta operando. Convênio 012/2009 – MMA 141 6.3 Aterros municipais e privados compartilhados. Além dos compartilhamentos de aterros por consórcios intermunicipais, há aterros municipais que recebem resíduos de municípios próximos através de acordos ou contratos, muitas vezes por exigência do órgão ambiental (IAP). Trata-se de uma alternativa para a disposição final ambientalmente adequada de municípios de pequeno porte incapazes de gerir e operar seus próprios aterros sanitários, porem na maioria dos casos torna-se uma relação vantajosa apenas ao município que envia seus resíduos em troca de um pagamento pouco relevante em relação aos custos de implantação, operação e encerramento de um aterro sanitário. Os aterros privados representam ainda uma alternativa para municípios que não conseguem operar aterros sanitários próprios, através de pagamento por tonelada disposta em aterro. Dentre os aterros municipais e privados compartilhados no Estado do Paraná, destacam se os seguintes, além do aterro da Este Ambiental em Fazenda Grande, que recebe os resíduos dos municípios integrantes do Consórcio CONRESOL, conforme listado na Tabela 20. Convênio 012/2009 – MMA 142 Tabela 20 – Aterros compartilhados por contrato Aterro Compartilhado Aterro Sanitário Municipal de Assaí A S Municipal de Castro A S Municipal de Cianorte A S Privado da Six A S Privado da KB Reciclados Município Sede Município Assaí (operado pela Sanetran) Uraí Carambeí Castro Castro Piraí do Sul Cianorte Cianorte (operado pela São Tomé SANEPAR) Terra Boa Paulo Frontin São Mateus do São João do Triunfo Sul São Mateus do Sul Entre Rios do Oeste Nova Santa Rosa Pato Bragado Pato Bragado Quatro Pontes A S Municipal de Mercedes Mercedes Aterro Sanitário Municipal de Palmeira Mercedes 11.472 19.163 67.084 23.424 69.958 5.349 15.776 6.913 13.704 41.257 3.926 7.626 4.822 3.803 5.046 Ouro Verde do Oeste Palmeira 5.692 32.123 Porto Amazonas Boa Esperança do Iguaçu Cruzeiro do Iguaçu Dois Vizinhos Mangueirinha Salto do Lontra São Jorge D'Oeste Verê Altamira do Paraná Ampére Araruna Barracão Bela Vista da Caroba 4.514 Palmeira A S Privado da Pema Dois Vizinhos A S Privado - Sabiá Nova Esperança do Sudoeste Ecológico Assaí População (hab.) (IBGE, 2010) 16.354 Boa Esperança 2.764 4.278 36.179 17.048 13.689 9.085 7.878 4.306 17.308 13.419 9.735 3.945 4.568 (continua) Convênio 012/2009 – MMA 143 Aterro Compartilhado Município Sede Município População (hab.) (IBGE, 2010) (continuação) A S Municipal de Telêmaco Borba Telêmaco Borba Bom Jesus do Sul Bom Sucesso do Sul Campina da Lagoa Candói Capanema Capitão Leônidas Marques Catanduvas Clevelândia Enéas Marques Flor da Serra do Sul Foz do Jordão Ibema Itapejara D'Oeste Lindoeste Manfrinópolis Mariópolis Nova Cantu Nova Esperança do Sudoeste Nova Laranjeiras Nova Prata do Iguaçu Pérola D'Oeste Pinhal de São Bento Planalto Pranchita Renascença Salgado Filho Santa Izabel do Oeste Santo Antônio do Sudoeste Sulina Três Barras do Paraná Vitorino 3.796 3.293 15.394 14.983 18.526 Imbaú 11.274 Telêmaco Borba 69.872 14.970 10.202 17.240 6.103 4.726 5.420 6.066 10.531 5.361 3.127 6.268 7.425 5.098 11.241 10.377 6.761 2.625 13.654 5.628 6.812 4.403 13.132 18.893 3.394 11.824 6.513 Fonte: IAP, 2012. Engebio, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 144 No Aterro da SIX em São Mateus do Sul os resíduos são utilizados na recuperação das cavas de extração do xisto pela Petrobras. Os aterros privados e municipais compartilhados no estado são apresentados na Figura 45, a seguir. Nesta figura, são apresentados o nome da empresa, entidade ou município responsável pela operação dos aterros sanitários, assim como o município sede do aterro. Figura 45 – Aterros Sanitários privados e municipais compartilhados Elaboração: Engebio, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 145 6.4 Planos Estaduais e Regionais Atualmente o Estado do Paraná conta com dois planos,de abrangência estadual, recentemente concluídos. Tais planos são primordiais do ponto de vista administrativo, político e da gestão de recursos do estado, pois contém um planejamento específico de longo prazo, baseado em um amplo diagnóstico atual do estado. 6.4.1 Regionalização de Assistência a Saúde O Plano Diretor de Regionalização, principal instrumento de planejamento da Regionalização de Assistência à Saúde no Paraná foi elaborado em 2009 visando à adequação de seus modelos de assistência e de gestão às premissas da Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS-SUS 01/02, por intermédio do Departamento de Organização e Gestão de Sistemas da Superintendência de Gestão de Sistemas de Saúde (DEOG/SGS). O Plano Diretor de Regionalização consiste na regionalização do estado do Paraná baseada em critérios como: população mínima por divisão, acessibilidade geográfica e capacidade de atendimento, dividindo o estado em macrorregiões, regionais de saúde e microrregiões, elegendo municípios-sede para cada um dos níveis de divisão; e ainda um Pólo Estadual. Cada região deve ser capaz de atender às necessidades da população dos municípios abrangidos, sendo que os casos de menor complexidade são de responsabilidade das microrregiões, e os de maior complexidade de responsabilidade das macrorregiões. Com base nesses critérios, foram estabelecidas 06 (seis) macrorregiões subdivididas 22 (vinte e duas) regionais de saúde, as quais coincidem quase que totalmente com os consórcios de saúde do Paraná - item: 6.2.1Consórcios de Saúde, e em 52 (cinquenta e duas) microrregiões. Convênio 012/2009 – MMA 146 Na Figura 46 são apresentadas as macrorregiões de Assistência a Saúde do Paraná. Figura 46 – Macrorregiões de Assistência a Saúde do Paraná e Regionais de Saúde Fonte: Plano Diretor de Regionalização, SESA/PR, 2009. 6.4.2 Plano Estadual de Recursos Hídricos O Plano Estadual de Recursos Hídricos do estado (PERH) foi elaborado em 2010, visando atuar como instrumento básico para a implantação da Política Estadual de Recursos Hídricos (Lei Estadual 12.726/99) e otimizar a utilização dos recursos hídricos em relação à disponibilidade hídrica do estado. O estado do Paraná foi divido em 12 (doze) Unidades Hidrográficas (Resolução n° 49 CERH/P) do Plano Estadual de Recursos Hídricos do estado (PERH) de 2006, por intermédio de análise dos aspectos geológicos, dos usuários de recursos hídricos, do potencial de arrecadação, da similaridade dos aspectos físicos e socioeconômicos e da compatibilização com as unidades hidrográficas estabelecidas nos estados vizinhos. Convênio 012/2009 – MMA 147 Os municípios paranaenses estão divididos dentre unidades hidrográficas podendo integrar de uma a cinco unidades, de acordo com seus aspectos físicos e geográficos, dentre outros. As Unidades Hidrográficas do Paraná são listadas a seguir, e ilustradas na Figura 47. Unidade Hidrográfica Litorânea. Unidade Hidrográfica do Alto Iguaçu, Afluentes do Rio Negro e Afluentes do Rio Ribeira. Unidade Hidrográfica do Itararé, Cinzas, Paranapanema 1 e Paranapanema 2. Unidade Hidrográfica do Alto Tibagi. Unidade Hidrográfica do Baixo Tibagi. Unidade Hidrográfica do Pirapó, do Paranapanema 3 e do Paranapanema 4. Unidade Hidrográfica do Alto Ivaí. Unidade Hidrográfica do Baixo Ivaí e do Paraná 1. Unidade Hidrográfica do Piquiri e do Paraná 2. Unidade Hidrográfica do Paraná 3. Unidade Hidrográfica dos Afluentes do Médio Iguaçu. Unidade Hidrográfica dos Afluentes do Baixo Iguaçu. Convênio 012/2009 – MMA 148 Figura 47 – Unidades Hidrológicas de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Paraná Fonte: SUDERHSA, 2006. O Plano organiza o estado em Áreas Estratégicas de Gestão (AEG), nas quais foram levantados os principais condicionantes ambientais e antrópicos: mananciais, mananciais superficiais, aquíferos subterrâneos, indústrias, usinas hidrelétricas, abastecimento público e rede de monitoramento existente. As AEGs das Unidades Hidrográficas do estado são apresentadas na Figura 48. Convênio 012/2009 – MMA 149 Figura 48 – Áreas Estratégicas de Gestão (AEG) do Paraná Fonte: Plano Estadual de Recursos Hídricos 2010. O Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado do Paraná apresenta um mapa temático de resíduos sólidos domésticos caracterizando a geração e o tipo de disposição final de resíduos por Unidade Hidrográfica, conforme apresentado na Figura 49. Convênio 012/2009 – MMA 150 Figura 49 – Geração e tipo de destinação final de resíduos sólidos domiciliares por Unidade Hidrográfica Fonte: Plano Estadual de Recursos Hídricos, 2010. Conforme ilustrado, são identificadas três regiões hidrográficas com maior geração de resíduos: Baixo Tibagi abrangendo o município de Londrina;Baixo Iguaçu: abrangendo o município de Foz do Iguaçu e Cascavel e Alto Iguaçu/Ribeira: abrangendo Curitiba e a RMC. 6.4.2.1 Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos O sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos é composto pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), Comitês de Bacia Hidrográfica, Agências de Bacia Hidrográfica, Secretaria de Meio Ambiente (SEMA), Instituto das Águas do Paraná (AGUASPARANA) e tem por objetivos coordenar a gestão integrada das águas do estado, arbitrar administrativamente os conflitos Convênio 012/2009 – MMA 151 relacionados aos recursos hídricos, implementar a Política Estadual de Recursos Hídricos, promover a cobrança pelos direitos de uso da água, planejar, regular controlar o uso, a preservação e recuperação dos recursos hídrico. A seguir é apresentado o organograma do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos na Figura 50. Figura 50 – Organograma organizacional do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos CERH SEMA ÁGUAS PARANÁ COMITÊS DE BACIAS AGÊNCIA AGÊNCIA DE BACIA DE BACIA HIDROGRÁFICA HIDROGRÁ FICA Fonte: Adaptado de página eletrônica do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, 2012. 6.4.2.2 Comitês de Bacia Hidrográfica Os Comitês de Bacia Hidrográfica são órgãos colegiados vinculados ao CERH/PR com atribuições normativas, deliberativas e consultivas, a serem exercidas em sua área de atuação e jurisdição. Os Comitês são regulamentados pelo Decreto Estadual n.° 2.315, de 17 de Julho de 2000. Os sete comitês atualmente instalados no Estado do Paraná são: Comitê das Bacias do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira. Convênio 012/2009 – MMA 152 Comitê da Bacia do Tibagi. Comitê da Bacia do Jordão. Comitê dos Rios Cinza, Itarará, Paranapaema I e II. Comitê da Bacia do Paraná. Comitê do Baixo Iguaçu. Comitê do Baixo Ivaí. Atualmente, dentre os sete comitês existentes, apenas o Comitê das Bacias do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira tem um Plano finalizado com definição de diagnóstico e cenários para a região. Dentro do comitê já foram criadas câmaras técnicas para acompanhar o andamento do Plano e para a definição de critérios de cobrança específicos e dos Preços Unitários Básicos para a área do Comitê. O Comitê da Bacia do Tibagi e o Comitê da Bacia do Jordão já começaram a elaborar seus planos. Enquanto os outros comitês ainda estão em fase de reuniões para a definição de áreas de abrangências, regimento interno, estratégias e agentes envolvidos. 6.4.3 Plano Estadual de Habitação de Interesse Social do Paraná – PEHIS-PR O Plano Estadual de Habitação de Interesse Social do Paraná (PEHRS- PR)tem por objetivo traduzir a Política Habitacional do Estado do Paraná em ações concretas, com prazos, programas, recursos e responsabilidades definidas; fazendo a interface a nível nacional e municipal, com uma visão estratégica e global da solução do problema habitacional. Foram realizados o diagnóstico e uma pesquisa das necessidades habitacionais que envolveu todos os municípios do estado e servirá de base para a elaboração do plano.Para tanto, os 399 (trezentos e noventa e nove) municípios do Estado do Paraná foram divididos em regiões, com abrangência estabelecida em Convênio 012/2009 – MMA 153 relação aos seguintes critérios: Territorial, Social, Econômica, Financeira e Ambiental. Para a agregação/desagregação de dados, análise regional, mobilização da sociedade e estruturação de seus programas foi considerado como divisão territorial a divisão administrativa dos escritórios regionais da Companhia de Habitação do Paraná (COHAPAR), que é uma empresa de economia mista que atua na execução dos programas habitacionais do Governo do Estado. Na Figura 51, a seguir, são apresentadas as Mesorregiões geográficas do COHAPAR. Figura 51 – Mesorregiões geográficas do COHAPAR Fonte: COHAPAR, 2010. Convênio 012/2009 – MMA 154 7 SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE GESTÃO DOS RSU NO PARANÁ É apresentado, a seguir, um resumo analítico do diagnóstico do sistema de gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos do Paraná. De acordo com os resultados obtidos na apresentação e validação de informações em oficinas regionais, o diagnóstico para o Plano poderá sofrer revisão quanto a informações específicas dos municípios. 7.1 Geração e Gestão de RSU Para uma visão dos municípios do Paraná apresenta-se na Tabela 21 abaixo a distribuição por faixa populacional. Tabela 21 – Faixas populacionais dos municípios do Paraná População Número de Municípios Acima de 1 milhão de habitantes 01 Entre 500 mil e 1 milhão de habitantes 01 Entre 300 e 500 mil habitantes 02 Entre 100 e 300 mil habitantes 14 Entre 50 e 100 mil habitantes 14 Entre 20 e 50 mil habitantes 55 Entre 10 e 20 mil habitantes 109 Até 10 mil habitantes 203 Fonte: IBGE, 2010. Destaca-se o grande percentual de municípios (92%) com população inferior Convênio 012/2009 – MMA 155 a 50.000 habitantes; e principalmente, abaixo de 20.000 habitantes que representa 78% dos municípios no Paraná. A geração média per capita no estado do Paraná é de 0,9 kg/hab.dia, o que representa uma geração anual de aproximadamente 3.450.000 toneladas. Entretanto essa geração não é homogeneamente distribuída no estado paranaense, municípios de maior porte e maior desenvolvimento econômico tendem a apresentar uma geração média mais elevada que os demais. Bem como a geração per capita, a composição dos resíduos também depende do nível econômico e do porte dos municípios. Entretanto uma composição média dos resíduos para o estado do Paraná, obtida a partir de dados da SEMA (2011), aponta que 56,5% dos resíduos gerados são matéria orgânica, 26% recicláveis e 17,5% rejeitos. Pelas características econômicas e sociais, o estado do Paraná apresenta índices de manejo de resíduos sólidos acima das médias nacionais (PNSB 2008). Apesar disso, ainda são encontradas dificuldades na gestão dos resíduos sólidos urbanos, que podem ser resumidas nas Tabela 22 e Tabela 23 a seguir. Tabela 22 – Serviços de coleta, tratamento e disposição final Coleta Coleta Regular 94% Coleta Seletiva Porta a Porta 48% Tratamento e Reciclagem Triagem 28% Disposição Final Compostagem Situação da Disposição Final Aterro Compartilhado 6% 59% Destina Adequadamente 27% dos municípios atendidos por 16 Aterros Compartilhados* Fontes: IAP, 2012. SEMA, 2011. Engebio, 2012. SNIS, 2010 e 2009. *16 (dezesseis) aterros compartilhados no Paraná e 02 (dois) situados em Santa Catarina. Convênio 012/2009 – MMA 156 Tabela 23 – Gestão e execução do sistema de gerenciamento dos RSU do Paraná Atores Aspetos financeiros da gestão de RSU Perfil Institucional - Municípios que cobram Primeiro Setor Segundo Setor (Público) (aterros privados) Execução Municípios com pela prestação de Principal forma relação entre serviços de manejo de de cobrança arrecadação e RSU (TCE/PR, 2011) despesas deficitária (SNIS, 2009) Público: 49,6% Privado: 22,8% Municípios, MP, SEMA, SANEPAR, CRES, IAP, ITCG, Sem Informações: Inst. das Águas do 27,6% Paraná Estre, SIX-Petrobrás, PEMA, Sabiá Ecológico, Inova, Sanetran, Sanepar, Kurica, MasterAmbiental (SEMA, 2011) IPTU: 74,1% Sim: 37,8% Conta de água: Não: 8,5% 18,8% Sem Informações: 53,7% Outros/Sem 88,4% Informações: 7,1% Fontes: SNIS, 2009. TCE, 2011. SEMA, 2011. Engebio, 2012. Convênio 012/2009 – MMA 157 Segundo SNIS de 2010 dos municípios amostrados 166 (cento e sessenta e seis), ou 41,6% dos municípios do estado, declararam a existência de catadores informais dispersos em seus municípios. 7.2 Consórcios As principais dificuldades levantadas com relação à participação de um consórcio na área de resíduos foram a ausência de incentivos para a formação de contratos, a falta de integração administrativa, recursos para o planejamento e implantação e administração, a dificuldade na definição para que um município venha a receber os resíduos para disposição final de outros munícipios e, principalmente, pela descontinuidade político-administrativa característica do país. Segundo o levantamento realizado pela Engebio, através de informações fornecidas por órgãos oficiais e consultas diretas, 8,5% dos municípios fazem parte de algum consórcio de resíduos sólidos, e 9,3% dos municípios do estado encontrase em articulação para a formação. 7.3 Ações intermunicipais, planos, legislação e políticas públicas A Política Nacional de Resíduos Sólidos determinou que todos os Estados devem apresentar seu Plano Estadual de Resíduos Sólidos até o final de 2012. No Paraná ainda não foi aberto o processo licitatório, o que deve ocorrer no ano de 2013. A Lei Estadual 12.493/99 estabelece princípios, procedimentos, normas e critérios referentes à geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no estado do Paraná, visando controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos Convênio 012/2009 – MMA 158 ambientais. Porém, mesmo datada de 2009, constata-se a dificuldade dos municípios em atendê-la. A SEMA, em 2001, lançou o Programa Desperdício Zero, visando principalmente à eliminação de todos os lixões existentes e à redução de resíduos gerados no estado. O programa objetivava a mudança de atitude e de hábitos de consumo, municipalização da geração de resíduos, combate ao desperdício, incentivo à reutilização dos materiais e o reaproveitamento de materiais por intermédio da reciclagem. Em 2010 foi iniciado um programa para capacitação de técnicos municipais tendo em vista a elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007). Três grupos de profissionais foram capacitados: Ivaiporã, Jacarezinho e Ponta Grossa, fruto do convênio firmado entre SEMA e ABES/PR. Em relação aos atores da gestão de resíduos no Estado, há uma indefinição sobre o órgão responsável pelo saneamento básico. Atualmente a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMA e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano - SEDU dividem a responsabilidade de implementar medidas, dar apoio técnico aos municípios e financiar projetos e obras para universalização do saneamento. Com a criação do Instituto das Águas (antiga Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental - SUDERHSA), a Diretoria Técnica e de Saneamento está atuando como coordenadora dos estudos, planos e projetos do Estado na área de resíduos sólidos. A SANEPAR iniciou em 2002 a operação do sistema de coleta, transporte e destinação final do município de Cianorte. Atualmente realiza também a operação do aterro sanitário de Apucarana e Cornélio Procópio e tem a intenção de ampliar a prestação de serviços ligados à gestão de resíduos sólidos. Constata-se que um percentual significativo de municípios já elaboraram seus planos (41%), porem, deve-se destacar que não são encontrados indicadores de sua efetiva implantação e que a grande maioria é anterior à PNRS, 2010, Convênio 012/2009 – MMA 159 necessitando de atualização. Além do desafio de resolver a situação no estado, principalmente para os municípios com população abaixo de 50.000 habitantes, destaca-se o grande desafio em relação à gestão de resíduos na Região Metropolitana de Curitiba – RMC na busca de atender a Metas do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Os 23 (vinte e três) municípios da RMC, que compõem o Consórcio Intermunicipal para Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos, somam uma população de 3,1 milhões de habitantes, gerando mais de 1 milhão de toneladas de resíduos anualmente. Até outubro de 2010, 2.400 toneladas diárias eram enviadas ao Aterro da Caximba, que teve suas atividades encerradas, pois já havia extrapolado sua vida útil prevista. Atualmente, os resíduos são destinados no Aterro da empresa Estre Ambiental, em Fazenda Rio Grande, à aproximadamente 30 km do centro de Curitiba. Encontra-se em processo de definição judicial a licitação que prevê a implantação do SIPAR – Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos, em substituição à destinação final adotada atualmente. Convênio 012/2009 – MMA 160 8 REFERÊNCIAS ACISPAR – Associação dos Consórcios e Associações Intermunicipais de Saúde do Paraná. Lista de consórcios associados. Disponível em: http://www.acispar.com.br/Consorcios/consorcios-associados.php. Acesso em Agosto de 2012. AMP – Associação de Municípios do Paraná. Associações Microrregionais Estado do Paraná. Disponível em: http://www.ampr.org.br/ampr/constitucional/associacoes_parana .asp. Acesso em Agosto de 2012. BRASIL. Ministério das Cidades, Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos 2009, 2011. Disponível emhttp://www.snis.gov.br/PaginaCarrega.php?EWRErterterTERTer=91 BRASIL. Ministério das Cidades, Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos 2010, 2012. Disponível em http://www.snis.gov.br/PaginaCarrega.php?EWRErterterTERTer=93 BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Classificação das microrregiões brasileiras - tipologia da PNDR. http://www.integracao.gov.br/microregioes_pndr. Acesso em Agosto de 2012. BRASIL. Tribunal de Contas Da União - Segundo Monitoramento no Programa Resíduos Sólidos Urbanos. TCU 1041/2010. BRASIL, Lei 12.305 - Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2 de agosto de 2010. BRASIL, Plano Nacional de Resíduos Sólidos, de fevereiro de 2012. BRASIL, Lei 6.938 - Política Nacional de Meio Ambiente, de 31 de agosto de 1981. BRASIL, Lei 11.445 - Lei do Saneamento Básico, de 05 de janeiro de 2007. Convênio 012/2009 – MMA 161 BRASIL, Lei 9.795 -Política Nacional de Educação Ambiental, de 27 de abril de 1999. BRASIL, Lei 11.107 – Lei dos Consórcios Públicos, 06 de abril de 2005. PARANÁ, Tribunal de Contas do Estado -Relatório De Auditoria Operacional. TC n.º: 53.365-6/11. IAP – Instituto Ambiental do Paraná. Planilha de levantamento de dados sobre Resíduos Sólidos Urbanos. 2012. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/tabelas_pdf/total_ populacao_parana.pdf. 2010. IPARDES – Instituto Paranaense de desenvolvimento Econômico e Social. Disponível em: http://www.ipardes.gov.br/pdf/indices/ipdm/IPDM_saude_2009.pdf. 2009. MINAS GERAIS. Plano de Regionalização Para Gestão Integrada de RSU no Estado de Minas Gerais. 2012. CD-ROM. PLANO ESTADUAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIALDO PARANA. Disponível emhttp://www.cohapar.pr.gov.br. Acesso em Novembro de 2012. ESTADO DO PARANÁ. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS. Questionário SEMA, 2011. ESTADO DO PARANÁ, Lei nº 12.726 - Política Estadual de Recursos Hídricos, de 29 de novembro de 1999. ESTADO DO PARANÁ, Lei nº 12.493 - Política Estadual de Resíduos Sólidos, 22 de janeiro de 1999. ESTADO DO PARANÁ, Decreto Estadual 6.674 – aprova a Política Estadual de Convênio 012/2009 – MMA 162 Resíduos Sólidos, de 03 de dezembro de 2002. ESTADO DO PARANÁ, INSTITUTO DAS ÁGUAS DO PARANÁ, Portaria IAP Nº224, Autorizações Ambientais para as Atividades de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, de 05 de dezembro de 2007. MUNICÍPIO DE MARINGÁ, Lei Municipal 9.241–Programa de Coleta Seletiva com Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Recicláveis, de 20 de junho de 2012. Convênio 012/2009 – MMA 163 PEGIRSU – PR Plano de Gestão Integrada e Associada de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado do Paraná Junho de 2013 Convênio 718498/2009 Ministério do Meio Ambiente Convênio com o Ministério do Meio Ambiente sob o número 718498/2009 – Proposta 75539/2009 Processo 02000.002273/2009-61 Objetivo do Convênio refere-se à Regionalização da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado do Paraná e elaboração do Plano de Gestão Integrada e Associada de Resíduos Sólidos. REFERÊNCIA: Portaria Interministerial 127, de 29 de maio de 2008, vigente na data da assinatura do convênio 718498/09. A mesma regula os convênios, os contratos de repasse, e os termos de cooperação celebrados pelos órgãos e entidades da administração pública federal com órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos para execução de programas, projetos e atividades de interesse recíproco, que envolvem a transferência de recursos financeiros oriundos do orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União. SEMA SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS R. Desembargador Motta, 3384 – Mercês – CEP 80430-200 – Curitiba – PR Fone: (41) 3304-7712 – Coordenadoria de Resíduos Sólidos – CRES www.meioambiente.pr.gov.br Convênio 012/2009 – MMA 164 Convênio SICONV 718498/2009 – MMA Prestação de Serviços para a Elaboração de Plano de Regionalização da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado do Paraná e Elaboração do Plano para a Gestão Integrada e Associada de Resíduos Sólidos Urbanos. LICITAÇÃO 01/2011 – Empresa Engebio Engenharia e Meio Ambiente S/S Ltda. ENTIDADE GOVERNAMENTAL CONCORRÊNCIA EQUIPE TÉCNICA Dr. Eng.o Químico Mario Saffer – Coordenador Eng.o Químico Guilherme Augusto Araújo Duarte Bióloga Melissa Kaori Izawa Téc. Ambiental e acad. de Ciências Sociais Eduardo Bayon Britz Eng.o Civil e Sanitarista Nicolau Obladen Eng.o Ambiental Luiz Guilherme Grein Vieira Eng.o Ambiental Mariana Schaedler Analista de Sistemas Luciana Vargas Rocha Advogada Ms. Tirzáh Rodrigues EQUIPE DE APOIO Acad. Eng. Ambiental Henrique dos Santos Delabary Acad. Eng. Ambiental Leonardo Quintela Acad. Eng. Química Paula Aldrovandi Geógrafo Ernesto Getúlio Michielin Vieira Convênio 012/2009 – MMA 165