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ÌNDICE GERAL
1. Introdução…………………………………………………………………………. 2
2. Substantivo………………………………………………………………………… 3
2.1 Substantivo comum e substantivo próprio…………………………………... 3
2.1.1
Substantivo próprio……………………………………...……………… 3
2.1.2
Substantivo comum……………………………………..……………… 4
2.2 Substantivo colectivo……………………………….………………………….. 4
2.3 Flexão dos substantivos…………………………….………………………….. 5
2.3.1
Número dos substantivos……………………………………………...... 5
2.3.2
Formação do plural nos substantivos…………………………………… 5
2.3.3
Género dos substantivos …………………………………...…………... 9
2.3.4
Grau dos substantivos………………………….……………..………… 9
3. Conclusão………………………………………………………………………….. 10
4. Referências Bibliográficas……………………………………………….………... 11
1. Introdução
O substantivo é uma classe morfológica que designa as palavras de todas as coisas e
pessoas que nos rodeiam. É uma classe que está subdividida noutras subclasses
nomeadamente, substantivos próprios, comuns e colectivos que flexionam segundo modo,
género e grau.
Este trabalho foi elaborado com base nas gramáticas de Evanildo Bechara denominada
por Moderna Gramática Portuguesa (1999) e na gramática de Caldas Aulete intitulada de
Grammatica Moderna (1864).
A elaboração deste trabalho teve origem no âmbito da disciplina de português II, com
o propósito e comparar as gramáticas de Ecanildo Bechara e Caldas Aulete, que tendo em
conta as duas obras, verificamos quais os conceitos que ambos gramáticos têm em comum e
os que diferem. Para além disso, redigimos uma opinião sobre a questão “qual o termo mais
adequado para leccionar? Substantivo ou nome?”.
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2. Substantivo
O substantivo, segundo Caldas Aulete (1864), provem do vocábulo substancia que
significa “qualquer individuo creado pela natureza ou pelo nosso espírito” (Aulete 1864:10).
Caldas Aulete (1864) e Evanildo Bechara (1999) apresentam uma definição de
substantivo muito semelhante. Aulete define substantivo como “ (…) palavras com que se
representam as pessoas ou as coisas” (Aulete 1864:10) que em comparação à definição de
substantivo de Bechara que refere que “Substantivo é o nome com que designamos seres em
geral - pessoas, animais e coisas” (Bechara 1999:72), podemos verificar que ambas as
definições são idênticas.
Aulete (1864), mostra uma forma muito simples e prática de reconhecer os
substantivos, que consiste basicamente em juntar às palavras em questão, determinantes
artigos indefinidos um, uma, uns, umas ou pronomes indefinidos algum, alguma, alguns,
algumas e se esse acrescento soar bem, podemos dizer que essas palavras são substantivos,
como por exemplo: casa, coisa, brinquedo são substantivos porque a junção dos determinantes
artigos indefinidos faz sentido: uma casa, alguma coisa, um brinquedo.
2.1
Substantivo comum e substantivo próprio
Ambos gramáticos consideram a subdivisão dos substantivos em comuns e próprios,
embora Aulete (1864) denomine os substantivos próprios de “substantivos individuaes”.
Apesar desta ligeira dissemelhança, tanto um gramático como outro dividem estas subclasses
de acordo com os mesmos critérios.
2.1.1 Substantivo próprio
O substantivo próprio “ (…) é o que designa individualmente os seres, sem referência a
suas qualidades” (Bechara 1999:73), uma definição que vai ao encontro do que Aulete (1864)
expõe quando relata que o “substantivo individual é o que representa um só individuo, um só
objecto para o distinguir de todos demais da mesma espécie ou da mesma natureza” (Aulete
1864:11). São exemplos de substantivos próprios Tejo, Portugal, Vila Real, Alberto.
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2.1.2 Substantivo comum
O substantivo comum “designa o ser como pertencente a uma classe com o mesmo
conjunto de qualidades” (Bechara 1999:73) e é “ (…) com que se nomeiam
indiSSerencialmente todos os indivíduos, todos os seres da mesma espécie ou natureza”
(Aulete 1864:11). Rio, país, cidades, pessoa são exemplos de substantivos comuns porque
representam qualquer rio, qualquer país, qualquer cidade, qualquer pessoa, não especifica
nada nem ninguém em particular.
2.2
Substantivo Colectivo
Os substantivos também se podem subdividir em substantivos colectivos que “é o que se
aplica aos seres considerados em conjunto” (Bechara 1999:74). Aulete (1864) refere que
quando o substantivo representa uma colecção de indivíduos da mesma natureza ou espécie,
toma o nome particular de substantivo collectivo. Alguns dos substantivos colectivos mais
usuais:
a) Conjunto de pessoas

Malta, quadrilha, corja, súcia – turba de ladrões, ladrões, assassinos,
malfeitores ou vadios;

Associação, congresso, convenção – pessoas reunidas para um fim em comum;

Comunidade, confraria, congregação, irmandade – ordem religiosa;

Concílio, conclave, consistório, sínodo – assembleia de párocos ou padres;

Coro, conjunto – pessoas que cantam;

Equipagem, maruja – tripulação de marinheiros;
b) Grupo de animais

Alcateia – conjunto de lobos;

Bando – conjunto de aves, pardais;

Cáfila – conjunto de camelos;

Cardume – conjunto de peixes;

Enxame – conjunto de abelhas;
4

Fauna – conjunto de animais próprio de uma região
c) Grupo de coisas

Baixela – serviço de chá, café ou jantar

Arquipélago – grupo de ilhas

Armada, frota – conjunto de navios

Buquê – ramo de flores

Cordilheira – série de montes, montanhas

Pomar – conjunto de árvores
2.3
Flexão dos Substantivos
O substantivo é uma classe variável. Uma palavra é variável quando sofre flexão, que no
caso dos substantivos varia consoante o número, género e grau.
2.3.1 Número dos Substantivos
O número dos substantivos tem a ver com a quantidade dos objectos. Se se estiver a
referir a um objecto é singular ou se estiver a referir mais do que um denomina-se de plural
como refere Aulete “Um nome está no singular quando a unidade, isto é, uma pessoa ou uma
coisa. Um nome está no plural quando denota pluralidades, isto é, muitas pessoas ou coisas”
(Aulete 1864: 12). Maçãs, pessoas, beijos, são exemplos de substantivos que se encontram no
plural, visto que denotam mais que um elemento, o contrário de maçã, pessoa, beijos, que já
são exemplos de substantivos singular porque têm valor de unidade (um).
2.3.2 Formação do plural nos substantivos
As presentes regras da formação do plural são-nos dadas por Bechara (1999) uma vez que,
Aulete (1864) não refere tais regras na sua gramática.
a) Formação do plural com acréscimo de -s.
Forma-se o plural acrescentando-se -s aos nomes terminados por:
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1) - Vogal ou ditongo oral: livro, livros; lei, leis,
2) - Ditongos nasais ãe e ão (átono): mãe, mães; bênção, bênçãos;
3) - Vogal nasal i: ímã, ímãs, irmã, irmãs;
4) - m (grafando-se ns): dom, dons.
b) Formação do plural com acréscimo de -es.
Acrescenta-se -es para formar o plural dos nomes terminados por:
1) - s (em sílaba tónica): ás, ases; freguês, fregueses.
2) - z (em sílaba tónica): luz, luzes; giz, gizes.
3) - r: cor, cores; elixir, elixires; revólver, revólveres.
c) Plural dos nomes terminados em -n.
Acrescenta-se -e ou -es.
Forma que deve substituir a irregular terminada em -n :
Abdómen (abdome): abdomens ou abdómenes, certâmen (certame): certâmens ou certâmenes
d) Plural dos nomes terminados em -ão.
Repartem-se estes nomes por três formas de plurais:
1) - ões (a maioria deles): coração, corações; questão, questões
2) - ães: cão, cães; capelão, capelães; alemão, alemães; capitão, capitães; escrivão,
escrivães
3) - ãos: chão, chãos; cidadão, cidadãos; cristão, cristãos; desvão, desvãos
Muitos nomes apresentam dois e até três plurais:
Aldeão: aldeãos - aldeões - aldeães
Ancião: anciãos - anciões - anciães
e) Plural dos nomes terminados em -ai, -ol, -ul.
Trocam o 1 por -is:
Carnaval, carnavais; lençol, lençóis; álcool, álcoois.
Notem-se os casos particulares:
1) Cônsul e mal fazem cônsules e males.
2) Cal e aval fazem cales (=cano) e cais, avales (mais comum em Portugal), avais.
3) Real (= moeda) faz réis.
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f)
Plural dos nomes terminados em -il.
Os terminados em -1 átono fazem o plural trocando -il por -eis: fóssil, fósseis.
Se o l for tónico, trocam o l por s: funil, funis.
Réptil e projéctil, como paroxítonos, fazem répteis e projécteis; como oxítonos, reptil e
projéctil fazem reptis e projecteis.
g) Palavras que não variam no plural.
Não variam no plural os nomes terminados em:
1) - s (em sílaba átona; palavras sigmáticas): o pires, os pires; o lápis, os lápis, simples
faz simples ou, o que é mais comum, não varia.
2) - x (com o valor de cs): o tórax, os tórax; o ónix, os ónix.
h)
Plural com alteração de o fechado para o aberto (metafonia).
Muitas palavras com o fechado tónico, quando passam ao plural, mudam esta vogal para o
aberto: miolo - miolos.
Dentre as que apresentam esta mudança (chamada vogal tónica): abrolho, abrolhos;
caroço, caroços; choco, chocos; corcovo, corvos; coro, coros; corpo, corpos;
Não sofrem alteração os nomes próprios e os de família: os Diogos, os Mimosos, os
Raposos, os Portos.
i) Plurais com deslocação do acento tónico.
Há palavras que, no plural, mudam de sílaba tónica:
Carácter, caracteres; júnior, juniores; lúcifer, luciferes; sénior, seniores
j)
Alterações de sentido entre o singular e o plural
Normalmente, o plural guarda o mesmo sentido do singular. Isto não acontece, porém, em
algumas palavras: bem (o que é bom), bens (propriedades), féria (produto do trabalho diário),
férias (dias de descanso).
Estão nestes casos os nomes que no plural indicam o casal: os pais (pai e mãe), os irmãos
(irmão e irmã), os reis (rei e rainha).
k)
Palavras só usadas no plural.
Afazeres, alvíssaras, anais, arredores, avós (antepassados), belas-artes etc...
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l) Plural dos nomes de letras.
Os nomes de letras vão normalmente ao plural, de acordo com as normas gerais.
“Escreve com todos os efes e erres”, “coloquemos os pontos nos is”, xis serve para singular e
plural.
Podemos ainda indicar o plural das letras com a sua duplicação: ff, rr, ii. Este processo
ocorre em muitas abreviaturas: E.E.U.U. (Estados Unidos, também representado por EUA,
Estados Unidos da América, ainda U.S.A.).
m) Plural dos nomes terminados em -zinho.
Põem-se no plural os dois elementos e suprime-se o s do substantivo:
Animalzinho = animal + zinho - animaizinhos
Coraçãozinho = coração + zinho - coraçõezinhos
Florzinha = flor + zinha - florezinhas
n) Plural das palavras substantivadas.
Qualquer palavra pode substantivar-se, isto é, passar a substantivo: o sim, o não, o quê, o
pró, o contra. Tais palavras vão normalmente ao plural: os sins, os nãos, os quês, os prós, os
contras. Enquadram-se neste caso os nomes que exprimem número: na sua caderneta há três
setes e dois oitos. Fazem excepção os terminados em -s (dois, três, seis), -z (dez) e mil, que
são invariáveis: seis e dez.
o) Plural dos nomes compostos.
Merece especial atenção o plural dos nomes compostos, uma vez que as dúvidas e
vacilações são frequentes:

Nos compostos formados por dois substantivos (substantivo-substantivo) ambos
recebem a marca de plural: porco-espinho, porcos-espinhos; guarda-civil, guardascivis;

Nos compostos formados por substantivo e adjectivo (substantivo-adjectivo) ambos
recebem a marca de plural: cabra-cega, cabras-cegas; amor-perfeito, amores-perfeitos;

Nos compostos formados por dois substantivos e uma preposição (substantivopreposição-substantivo) apenas o primeiro recebe a marca de plural: chapéu-de-sol,
chapéus-de-sol, toucinho-do-céu, toucinhos-do-céu;
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
Nos compostos formados por verbo e substantivo (verbo-substantivo) só o substantivo
recebe a marca de plural: guarda-roupa, guarda-roupas; corta-relva, corta-relvas;
2.3.3 Género dos Substantivos
“ A espécie humana e uma grande parte dos animais dividem-se naturalmente em machos
e femeas. Para os substantivos também se adoptou esta divisão” (Aulete 1864:11), é desta
forma tão sucinta que Caldas Aulete (1864) explica o género dos substantivos referindo ainda
que “Como os seres inanimados não teem sexo, parece que ás palavras que os representam
não se lhes devia assignalar genero, contudo a harmonia e o rigor tão necessarios ao discurso”
(Aulete 1864:11), isto é, apesar dos seres inanimados não terem um sexo definido, é
necessário que lhes seja atribuído um género para haver concordância no discurso e desta
forma o amor, o céu, o lápis são de género masculino e a paixão, a vida, a amizade, são do
género feminino.
2.3.4 Grau dos Substantivos
“A significação dos substantivos admite tres graus: grau aumentativo, quando se exagera
significação da palavra; diminutivo quando atenua; e positivo quando não aumenta nem
diminui” (Aulete 1864:12). C. Aulete considera a existência de três graus enquanto Bechara
só refere a existência de apenas dois: o grau aumentativo de diminutivo. Então, ambos os
autores reconhecem que homenzarrão é o grau aumentativo do substantivo homem e
homenzinho é o grau diminutivo do mesmo nome, só que Aulete refere que o grau do nome
homem se encontra no grau positivo. Bechara menciona ainda que existem dois processos
para realizar a indicação gradual dos substantivos:
a) Sintético – consiste no acréscimo de uma sufixo aumentativo ou diminutivo: janelinha,
janelão;
b) Analítico – consiste no emprego de uma palavra de aumento ou diminuição (grande,
enorme, pequeno, etc.) junto ao substantivo: janela grande, janela pequena.
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3. Conclusão
Um dos objectivos deste trabalho é fundamentar uma opinião sobre a questão “ qual o
termo mais adequado para leccionar: substantivo ou nome?”. Sabemos que a origem
etimológica do termo substantivo deriva do latim “substantivus” e que esta classe recebeu a
designação de nome em semântica moderna de J. Lyons (1977) (Fonte: Infopédia). Apesar da
nossa intensiva pesquisa a cerca deste assunto, não conseguimos chegar a uma opinião sólida
devido à falta de informação sobre a utilização de um termo e de outro. No entanto,
formulamos uma opinião baseada no censo comum e chegamos a um acordo. Concordamos
que o termo mais útil para leccionar é a designação nome porque é um termo mais óbvio, isto
é, tudo o que nos rodeia tem um nome, e esta designação está associada a “algo que nomeia”,
dá-nos informações sobre o objecto. Como utilizamos esta denominação no nosso dia-a-dia,
mesmo quando perguntamos “qual é o teu nome” ou “qual é o nome daquilo” estamos de
forma inconsciente a assumir que a palavra que denomina esse objecto ou pessoa pertence à
classe morfológica dos nomes. Achamos então, que a designação de nome em alternativa à
denominação substantivo como classe morfológica é mais prático e mais fácil de interiorizar
por parte dos alunos devido a já estarem familiarizados com o termo.
Para além desta opinião, concluímos ainda que a gramática portuguesa, tem vindo a
sofrer alterações que são notórias nas gramaticas de Caldas Aulete (1864) e Evanildo Bechara
(1999). Essas diferenças dizem respeito sobretudo à consideração de novas terminologias por
parte dos gramáticos e novas subclasses como por exemplo, Bechara considera a subdivisão
dos substantivos em colectivos e Aulete nem sequer os nomeia. Apesar de tudo, achamos que
a gramática de Aulete é mais completa dentro daquilo que refere, isto é, pormenoriza mais e é
mais explícito naquilo que trata.
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4. Referências Bibliográficas
Aulete, Júlio (1864): Grammática Nacional. Lisboa: Typ. Da Sociedade Typographica
Franco-Portuguesa
Bechara, Evanildo (1999): Moderna Gramática Portuguesa. 37ª edição. Rio de Janeiro:
Editora Lucerna
www.infopédia.pt
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