revista canguru | março de 2016 | edição nº06

Transcrição

revista canguru | março de 2016 | edição nº06
Criando filhos em BH
www.cangurubh.com.br | mar 2016 | nº 6
E XE M P LAR G RAT U I TO PARA E SCO LAS PARCE I RAS
PÁSCOA
Famílias CONTAM
COMO MANTÊM A
magia da festa DICAS DE presentes
espertos para
os pequenos se
esbaldarem
oficinas PARA A
MENINADA PRODUZIR
os próprios ovos
E mais:
MARCO TÚLIO, GUITARRISTA DA BANDA JOTA QUEST, FALA DE
SUA RELAÇÃO COM O FILHO THEO, QUE TEM SÍNDROME DE DOWN
boulevardshopping.com.br
em março, todo domingo
vai ter gostinho de Páscoa.
Programação esPecial do mês da Páscoa
6
Brincadeiras
de circo
13
camarim sHow
+ oficina de desenHo
+ aLgodão doce
20
oficina de sHow
de mágica
LocaL: Piso 2 | Horário: 16H às 17H30
Av. dos Andradas, 3.000 | Bairro Santa Efigênia | 31 2538-7438/7439
27
comemorando
a Páscoa
nesta edição3
26
seções
Ana Flávia, Maria Fernanda (no colo), Juarez Eduardo
de Souza e Deborah: caça aos ovos de chocolate
22
4
6
8
12
14
15
16
18
20
42
43
44
45
O músico Marco Túlio Lara com a mulher,
Angela, e os filhos Theo e João: lição de vida
38
46
47
50
Primeiras palavras
Nossos leitores
www.cangurubh.com.br
Missão Instagram
Eles dizem cada coisa
Canguru viu e curtiu
Mundo Kids
Moda
Comprinhas
Viagens, modo de usar, por Luís Giffoni
Na Pracinha, por Flávia Pellegrini e
Miriam Barreto
História de mãe, por Michelle Lapouble do Verge
Padecendo no Paraíso, por Bebel Soares
e Tetê Carneiro
Para ler com seu filho, por Leo Cunha
Artigo, por Alice Carvalhais
Crônica, por Cris Guerra
Reportagens
22
26
As primas Luiza, de 8 anos, e Alicia, de 3: as
duas adoram passar batom e pintar as unhas
Nossa capa
Manu, de 2 anos, é filha de Juliana
Lima e Thiago Soares Ângelo.
FOTO: Gustavo Andrade
32
34
38
Entrevista | O guitarrista do Jota Quest, Marco
Túlio Lara, fala de sua experiência com o filho down
Especial | Quatro famílias belo-horizontinas
contam como mantêm vivas as tradições da Páscoa
Cursos | Cinco oficinas para a garotada lambuzar
a mão no chocolate e produzir os próprios ovos
Estética | Elas gostam de se arrumar e se maquiar.
Mas quais são os limites para a vaidade das crianças?
Comportamento | Ter os mesmos hobbies ajuda
pais e filhos a passarem mais tempo juntos
Uma edição
bem recheada
SOU UMA CHOCÓLATRA assumida. Dessas que devoram bombons quando
está estressada, para aliviar a tensão, e também quando está feliz da vida, só
para comemorar. Naturalmente, adoro a Páscoa. Compro ovos para os filhos,
para as professoras dos meninos, para os sobrinhos, para os meus pais, para
o marido. E, claro, para mim mesma. Vai que não ganho nenhunzinho de
presente, né? Melhor garantir. Mais do que cacau, porém, o que mais me entusiasma na Páscoa é a oportunidade de reunir a família em volta da mesa para
colocar a vida em dia.
É claro que rola de tudo nos almoços lá de casa, não apenas bom humor e
risadas. Os primos acabam brigando em algum momento, por um motivo ou
por outro. O cunhado geralmente faz algum comentário sem noção durante a
entrada ou a sobremesa. Mas a bacalhoada da minha mãe parece mais gostosa
a cada ano e tem o poder de fazer, a cada Sexta-feira da Paixão, tudo terminar
em harmonia. É sempre uma ressurreição para a minha família, que segue os
costumes cristãos.
Na reportagem de capa deste mês, a repórter Rafaela Matias conta histórias
de outras quatro famílias que também fazem questão de celebrar a Páscoa.
Cada uma a sua maneira, de acordo com seus valores e convicções religiosas. A
matéria traz ainda dicas para tornar a festa ainda mais divertida para os pequenos, ensinando-os a fazer os próprios ovos.
Outra matéria que merece destaque nesta edição é a entrevista com Marco
Túlio Lara, guitarrista da banda Jota Quest. Convidamos o artista para falar sobre seu filho Theo, portador da síndrome de Down — uma forma de contribuir
para a inclusão dessas crianças, cuja qualidade de vida pode ser muito melhor
do que foi no passado recente. Está nas mãos dos adultos. “Os pais têm de se
conscientizar de que depende deles transformar esse primeiro momento, que
assusta”, ensina o guitarrista. Adoro gente que fala sobre os próprios dramas
com coragem e franqueza, que ajuda a derrubar tabus e construir novos paradigmas. Eu já era fã do músico, fiquei fã do pai.
Mas tem muito mais na Canguru de março. Ela está como os melhores
ovos de chocolate: recheada de surpresas. Seja qual for a sua crença, que esta
Páscoa seja um momento de renovação para a sua família.
Ivana Moreira, DIRETORA DE REDAÇÃO
[email protected]
4
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
FOTO: GUSTAVO ANDRADE
4primeiras palavras
Ivana e os filhos
Gabriel e Pedro
DIRETOR EXECUTIVO: Eduardo Ferrari
DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS: Ivana Moreira
Primeira escola de
www.cangurubh.com.br
DIRETORA DE REDAÇÃO: Ivana Moreira
EDITOR EXECUTIVO: Alessandro Duarte
EDITORA DE ARTE: Christina Castilho
PROJETO GRÁFICO: Christina Castilho (Mondana:IB)
REPÓRTER: Rafaela Matias
COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Cris Guerra, Isabella
empreendedorismo
infantil do Brasil.
Grossi, Larissa Coelho, Leo Cunha, Luís Giffoni, Nara
Montezano
FOTÓGRAFOS: Gustavo Andrade e Victor Schwaner
REVISORA: Shirley Souza Sodré
COORDENADORA DE MARKETING E PLANEJAMENTO
DIGITAL: Camila Capone
ANALISTA DE MARKETING E PLANEJAMENTO DIGITAL:
Juliane Ferreira
GERENTE COMERCIAL E ADMINISTRATIVA: Suellen Moura
ASSISTENTE ADMINISTRATIVA: Laura Ramos
A Canguru é uma publicação mensal da
Scrittore Comunicação e Editora Ltda.
CNPJ 12243254/0001-10, Rua Alberto Bressane,
223, Belo Horizonte/MG, CEP 30240-470
TIRAGEM: 25 000 exemplares
IMPRESSÃO: Artes Gráficas Formato Ltda.
DISTRIBUIÇÃO: Gratuita na rede de escolas parceiras*
e vendida em bancas de BH.
* Instituições particulares de educação infantil que se
encarregam de enviar a revista aos pais de seus alunos na
mochila dos estudantes. A relação das escolas parceiras pode
ser consultada por anunciantes.
PARA ANUNCIAR
Suellen Moura: (31) 3656-7818 . (31) 98651-2047
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Fabiana Paiva: (31) 3656-7818 . (31) 99105-6994
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Leré Silva:
(31) 3656-7818 . (31) 99715-9375
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PARA FALAR COM A REDAÇÃO: mande e-mail para
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ENDEREÇO: Rua Rio Grande do Norte, 867 — sala 901,
Savassi, Belo Horizonte — MG — CEP 30130-135.
(31) 3656-7818
Artigos assinados são de inteira responsabilidade dos
autores e não representam, necessariamente, a opinião
da revista e de seus responsáveis.
A EnterprisingUP - Academia de Ideias chega
com uma proposta inovadora de enriquecimento
curricular. Oferecemos um programa dirigido à
crianças e jovens, entre 04 e 18 anos, que são
estimuladas a empreender através de dinâmicas,
jogos lúdicos e outras ferramentas motivadoras
e prazerosas, desenvolvendo características
essenciais para a fase adulta, como o pensamento
de liderança, trabalho em equipe, planejamento
financeiro, dentre outras importantes habilidades.
Não deixe seu filho de fora dessa!
Faça parte desse mundo de ideias!
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Medo
A reportagem “Verdade seja
dita” e o artigo “A criança e
o medo” (fev. 2016) apontam
reflexões indispensáveis sobre a educação por meio do
medo. As autoras Rafaela Matias e Carla Marques Nagem
de Abreu Chagas foram muito
felizes ao tratar um tema tão
delicado e de consequências
desastrosas na vida de todos
nós. O que o mundo precisa
é de seres humanos valentes,
que saibam enfrentar a vida e
as lutas que ela nos apresenta com hombridade. Como
pretender tal postura de uma
geração inculcada pelo medo
desde tenra idade? Impossível... Erro crasso e que deve
ser evitado a todo custo pelos
pais e educadores.
— Luís Antônio Rossi Westin
6
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
Economia
Na Pracinha
Excelente o texto “Precisamos
falar sobre a crise” (fev. 2016),
de Sabrina Abreu. Assim como
o livro citado na matéria, que
foi escrito em 1992, mas retrata exatamente o que estamos
passando nos dias de hoje (Pai
sem Terno e Gravata, de Cristina Agostinho). Fica a dica de
ter sempre bons pensamentos.
Aqui em casa o meu marido
tem o hábito de, ao dar boa-noite para as minhas filhas,
pedir que elas citem cinco coisas boas que aconteceram no
dia. Assim, todos dormem com
esses pensamentos bons!
— Daniela Macedo
O Parque Jacques Cousteau é
simplesmente maravilhoso (fev.
2016)! Frequento há muitos
anos e meus filhotes conhecem
desde a barriga, antes de nascer. Os dois amam e se sentem
em casa.
— Ledliz Teixeira Costa
Mundo Kids
Com a desvalorização do professor como está, não é de surpreender que 22% dos estudantes de escolas públicas do
3º ano do ensino fundamental
estejam classificados no nível
1, de uma escala que vai até 4
(fev. 2016). Deveria ser -1! E o
ensino superior não está diferente. Muita gente saindo “dipromada”.
— Rita de Cassia Paz
Para melhorar esse quadro, os
governantes deveriam, primeiramente, reconhecer a importância do professor. Sem isso,
não chegaremos a lugar algum!
— Selma Souza
Ciranda
Adorei o texto “Velho não, idoso” (fev. 2016). Como tudo o
que a Fernanda Agostinho tem
publicado. Agora fico sempre
esperando pelo próximo. Parabéns!
— Luciana Duque
Muito pertinente, Fernanda.
Meus sobrinhos, infelizmente, não podem desfrutar do
convívio com a bisa, de 96
anos, por residirem em outra
cidade. Concordo com você.
Esse aprendizado é insubstituível.
— Divina Marcia Santos
FALE COM A CANGURU
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[email protected]
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Pronto Atendimento
Pediátrico
Conforto, segurança e comodidade para seu filho
O Pronto Atendimento Pediátrico funciona de 7h às 22h
Localização: Rua Timbiras, 3585 – Barro Preto – Belo Horizonte
Convênios atendidos e mais informações no nosso site:
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evento
Todos os
meses, a Canguru
promove seminários
gratuitos sobre temas
relacionados à educação
dos filhos. Fique atento
à programação dos
próximos eventos.
TDAH: mitos
e verdades
Encontro Canguru de março será com
a neuropsicóloga Flávia Pinheiro Machado
NEUROPSICÓLOGA, ESPECIALISTA EM distúrbios de atenção e dificuldade de
aprendizagem, Flávia Pinheiro Machado tem uma grande experiência com crianças portadoras de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). No
Encontro Canguru de março, ela falará sobre o polêmico tema que desafia pais e
educadores. Quais são os sintomas do transtorno? Em quais casos os pais devem recorrer a um especialista? A
medicação é sempre necessária? A palestra será no dia 19 de março, sábado, às 10h30, no Teatro do Pátio Savassi. As inscrições para a palestra são gratuitas, mas as vagas são limitadas. Faça a sua no cangurubh.com.br.
Promoção
Diversão para os pequenos
e relax para os pais
LEITE AO PÉ da vaca, táxi-bode, passeio a cavalo, tirolesa, escalada e muitas brincadeiras e oficinas com a
equipe de monitores. No Hotel Fazenda Igarapés, que
fica a apenas 45 minutos de Belo Horizonte, é assim:
muita diversão para os pequenos e relax para os adultos. Em março, a Canguru e o Igarapés vão sortear um
fim de semana, de sexta a domingo, para um casal com
até dois filhos no mesmo apartamento. O pacote inclui
café da manhã, almoço, café da tarde e jantar. Confira
as regras da promoção no cangurubh.com.br e participe! Serão aceitas inscrições até as 12 horas do dia 30.
8
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Ganhe um fim de semana com
as crianças num hotel fazenda
EDIÇÃO Alessandro
Duarte
Desenhando um
mundo melhor
Sabe aquele lápis quebrado e
aquela caneta sem tinta que
já não servem mais para deixar
os cadernos bonitos e o aprendizado em dia? Eles podem ser
reciclados e transformados em
produtos úteis para muita gente. Encabeçada pela fabricante Faber-Castell e pela
empresa de reciclagem TerraCycle, a campanha “Faxina nos Armários” convida escolas e ONGs de todo o
Brasil a se tornarem pontos de coleta de materiais
de escrita, como canetas, canetinhas, lápis, lapiseiras, apontadores e borrachas. Até o fim de maio, as
instituições poderão receber os produtos, e o projeto
cuidará de dar um destino ambientalmente adequado
aos resíduos, além de promover doações a entidades
de caridade escolhidas pelos próprios participantes.
Saiba como se inscrever em cangurubh.com.br.
Aprender a ler é descobrir
um mundo novo a cada dia.
QuNd cMeça aCoStUi
oFuUr d sUIlO
Assim como os pais da Elisa, muitos outros começaram
a construir o futuro dos filhos ainda na primeira infância. Hoje, a pequena tem 4 anos e adora ler livros!
Mãe, eu quero
um cachorro!
SE ESSE PEDIDO ainda não ocorreu na sua
casa, é possível que ele apareça, mais cedo ou
mais tarde. E se você aceitar a proposta, vai deparar com uma infinidade de amigões esperando para serem adotados pelo seu pequeno. Mas,
antes de escolher, é importante avaliar bem o
temperamento do cachorro e a sua capacidade
de conviver com crianças. Canguru selecionou
as melhores raças para dar de presente ao seu filho e garantir uma amizade que dure por muitos
anos. Acesse cangurubh.com.br.
NA CBN: Às terças e quintas, às
10h40, acompanhe ao vivo o boletim
Canguru: criando filhos em BH. Todos
os áudios estão disponíveis no portal
cangurubh.com.br.
No Kumon, os alunos pré-escolares contam com um
material de Português exclusivo para a sua idade, por
meio do qual aprendem a ler, ampliam seu vocabulário
e despertam o gosto pela leitura.
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estreia
Canguru ganha mais um pai-blogueiro
AS MÃES SÃO as principais responsáveis pelas tarefas do dia a dia com a crianças. Certo? Errado. Segundo o publicitário Bruno Santiago, pai tem que fazer de
tudo. Esse é o nome da comunidade que ele criou no Facebook, e completou um
ano em 19 de fevereiro, com 50 000 fãs. Em sua página, Bruno fala das delícias de
ser pai de Samuel e da experiência de compartilhar tudo — absolutamente tudo —
sobre a criação do filho, com a mulher, Tereza. A partir de março, o publicitário fará
parte também do nosso time de pais-blogueiros e escreverá para o portal semanalmente.
Bem-vindo, Bruno. Nós, da Canguru, também acreditamos que pai tem que fazer de tudo! “Não consigo entender aquela figura que sabe da existência de um filho e por motivos cômodos nunca o procurou ou simplesmente
o deixou de lado”, cutuca o publicitário mineiro em seu primeiro post para o cangurubh.com.br. Confira!
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Bruno Santiago, criador da comunidade Pai Tem
que Fazer de Tudo, escreverá semanalmente
apresenta
FOTO: VICTOR SCHWANER
A dengue merece atenção
Em tempos de preocucialmente com as crianças.
pação extrema com o zika
Por serem mais propensos à
vírus e sua relação com o
desidratação, os pequenos
surto de microcefalia que
se encontram no grupo de
ameaça a saúde pública,
risco e, quando diagnostia dengue, uma antiga inicados, precisam ser tratamiga, acabou deixada um
dos rapidamente para evitar
pouco de lado. Mas não
complicações que levem a
deveria. Também transmium quadro mais grave da
tido pelo mosquito Aedes
doença. Além de proteger
aegypti, o vírus causador da
os filhos e evitar a prolifedoença ainda é um vilão peração do mosquito, os pais
rigoso e suas consequências
devem ficar atentos a sintopodem ser mais devastadomas como febre, prostração
ras que a de seus “primos”
e irritabilidade. “O indicacarregados pelo mesmo
do é que procurem um peNa Área Técnica do São Marcos, Marcella Rezende Rodrigues
pesquisa a presença do Antígeno NS1: resultados em poucas horas
vetor. A febre chikungunya
diatra ao perceberem esses
e o zika vírus dificilmente
sinais, para serem encamilevam o paciente à morte, mas a dengue, sim.
nhados imediatamente a um laboratório e realizar os
Desde o fim do ano passado, os técnicos do Laboexames.” O laboratório São Marcos conta com o teste
ratório São Marcos notam um aumento considerável
rápido, que pesquisa a presença do Antígeno NS1 e
de casos confirmados da doença. Em dezembro, o
pode ser feito desde o primeiro dia de febre. Ele inporcentual de exames positivos para dengue em tesdica ou descarta a presença do vírus em poucas hotes realizados no laboratório foi de 30%. Menos da
ras — possibilitando o início imediato do tratamento.
metade dos 65% registrados em janeiro. “O núme“As versões mais novas são extremamente confiáveis”,
ro é preocupante, pois no início do ano a incidênressalta a doutora Mariana. Um alívio para os pais é
cia costuma ser menor se comparada aos meses de
que o teste foi incluído neste ano pela Agência Naciomarço e abril”, afirma a diretora médica e técnica do
nal de Saúde (ANS) na lista de procedimentos com
São Marcos, Mariana Cerqueira, com especialização
cobertura obrigatória pelos planos de saúde.
em pediatria e hematologia. “No entanto, a média de
Outra boa notícia é que a vacina contra a dengue
janeiro já alcançou os níveis registrados no período
já foi aprovada pelos órgãos responsáveis e deve estar
mais crítico do ano passado.”
disponível na rede privada a partir do segundo sePor isso, os cuidados devem ser redobrados, espemestre de 2016.
** Unidades vacinadoras: Buritis, Floresta, Lourdes, Prudente e Savassi.
Veja os endereços em nosso site.
2104.0100
saomarcoslaboratorio.com.br
saomarcoslaboratorio
O carnaval passou. O cuidado com a saúde não.
Vacine toda a família.
ARCOS
NO SÃO M
EM
AGORA T
VACINA!
Responsável técnico: Dr. Cláudio M. M. Cerqueira - CRM MG 6888
Acesse saomarcoslaboratorio.com.br/calendario-vacinal
e baixe o calendário atualizado de acordo com
a Sociedade Brasileira de Imunicação (SBIM).
Para conforto da
mamãe e da criança
atendemos em domicílio.
Resultados
com com
precisão
e carinho.
Resultados
precisão
e carinho.
A criançada se divertiu a valer nos blocos
de Carnaval e nos bailes dos clubes de Belo
Horizonte. Prova disso são as fotos desses
pequenos foliões, compartilhadas com a
marcação #cangurubh.
A mamãe @jumeskita registrou a
pequena Marina, de 1 ano e 9 meses,
no bloco Baianeiros.
Theo Papini, de 2 anos, fez questão de
variar as fantasias. Todas devidamente
clicadas por @priscilapapini.
Próxima missão: meu companheirão
Compartilhe a imagem de seu filho ao lado de seu melhor amigo usando a marcação #cangurubh. Os melhores registros serão
publicados na edição de abril da revista.
12
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
FOTOS: REPRODUÇÃO INSTAGRAM
Com 2 anos, Julia (@juliaprincesajujuba) foi de Branca de
Neve no bloco Carnasambinha.
POR Rafaela
Matias
Mamã
eu não g e,
o
fralda no sto de
meu chá
.
Mãe, sabe como eu
entrei na sua barriga?
Você estava andando
distraída na roça do
vovô e eu pulei para
dentro dela e fiquei lá
bem quietinha.
Quando a
gente voar de avião,
vamos ver o
Papai do Céu?
LETÍCIA, 9 anos, filha
de Henrique Hermeto
e Fabiana Paiva.
ISABELA, 5 anos, filha
de Cristiano Vicente de
Lima e Cláudia Grizoni
Lima.
Ter um
irmãzin a
h
é muit a
o
bonitin
ho!
HEITOR, 4 anos, filho de Roberto Chaves
Murta e Angela Maria Oliveira Guimarães
e irmão de Beatriz, de 5 meses.
14
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
Se seu filho também diz pérolas, envie a frase
para o e-mail [email protected].
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
ANA LUÍSA, 5 anos,
filha de Marco
Antônio de Sousa
Santos e Cristina
Cláudia Vicente de
Lima Santos.
Se o
cachorro é o
melhor amigo
do homem, a
gata pode ser a
melhor amiga
da mulher.
DAVI, 6 anos, filho de
Álvaro Oliveira e Rachel
Mares, ao ser convidado
para um chá de fraldas.
EDIÇÃO Camila
Capone
O QUE ESTÁ ROLANDO DE ÚTIL, DIVERTIDO OU CURIOSO NA WEB E NAS REDES SOCIAIS
Papa Francisco responde
Em DEAR POPE FRANCIS (“Querido Papa Francisco”, ainda sem
previsão de lançamento em português), o sumo pontífice responde pessoalmente a cartas de trinta crianças de 26 países, entre 6
e 13 anos de idade. O livro, da editora Loyola Press, dos jesuítas
dos EUA, sairá em inglês neste mês. Quem quiser sentir o gostinho
da leitura pode assistir a um teaser por meio do nosso QR Code.
Ou acesse bit.ly/DearPope
Guardado na pele
Você é daqueles que gruda todos os desenhos do seu
filho na geladeira? Ou os guarda em uma caixa? Keith Anderson é um pai mais inovador e encontrou
outra maneira de recordar as ilustrações de Kai, atualmente com 11 anos: tatuando-as em seu braço direito. Desde que o menino tinha 4 anos, Keith escolhe um desenho para imortalizar e vai até o tatuador.
Kai muitas vezes acompanha o pai.
Use nosso QR Code para ver o ensaio A MORNING WITH KEITH, feito pelo fotógrafo Chance Faulkner,
e conhecer as tatuagens.
IMAGENS: REPRODUÇÃO
Ou acesse bit.ly/GuardadoNaPele
Baterista mirim
Bateria sempre foi um instrumento quase exclusivamente tocado por homens. Então assista a esse vídeo
e tenha todos esses estereótipos desconstruídos por
essa fofura chamada EDUARDA HENKLEIN, de Joinville (SC). Duda, como é conhecida, tem apenas 5
anos e seu talento com as baquetas vai deixar você
de queixo caído. Veja o cover que
ela fez da faixa Toxicity, da banda
System of a Down.
Acesse bit.ly/BateristaMirim
ou use nosso QR Code
é o número de DOENÇAS QUE PODEM
SER DETECTADAS PELA VERSÃO
MAIS COMPLETA DO TESTE DO PEZINHO, segundo a Apae (Associação de
Pais e Amigos dos Excepcionais).
Com
moderação
pode
Conto
de fadas
particular
Para todos
os gostos
APÓS PASSAR DÉCADAS
produzindo bonecas com o
mesmo padrão, a fabricante da
Barbie lançou três novos tipos
de corpo, além de 22 opções
de cor dos olhos e 24 pentea­
dos. As bonecas estarão disponíveis nas versões Tall, mais
alta que a original; Curvy, com pernas, quadris e cintura mais
curvilíneas; e Petite, representando as moças de baixa estatura.
Quanto aos tipos de cabelo, a Barbie poderá ser encontrada em
versões com cachos, fios curtos, longos e até coloridos. A linha
chega às lojas brasileiras a partir deste mês.
16
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
ALÉM DE TRADIÇÃO e magia, a Páscoa
também é recheada de chocolate. E
é claro que a meninada vai querer se
lambuzar. Por isso, Canguru selecionou,
com a ajuda da nutricionista da escola
Trilha da Criança, Juliana Ferreira Garzedin, mestre em saúde da criança e do
adolescente pela UFMG, algumas dicas
para os pequenos se deliciarem:
PREFIRA O CHOCOLATE AMARGO
OU MEIO AMARGO. Apesar de não
serem os mais aceitos pela criançada,
sua composição tem mais cacau e menos açúcar.
SEPARE-O POR PORÇÕES. Não deixe
o doce à disposição do pequeno. Divida
o chocolate em porções menores, oferecendo-as aos poucos.
APRESENTE-O COMO SOBREMESA.
Após o almoço e o jantar, com a criança
bem alimentada, sobra menos espaço
para o chocolate.
ENSINE A CRIANÇA A SABOREAR
O CHOCOLATE. Estimule-a a comer o
chocolate devagar, deixando-o derreter
na boca e sentindo seu sabor. Assim, ela
ficará satisfeita mais rapidamente.
OFEREÇA-O JUNTO COM FRUTAS. Assim você conseguirá incentivar a criança
a aumentar o consumo de frutas, caso
ela não tenha o hábito de ingeri-las diariamente, e diminuir o de chocolate.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
JÁ PENSOU SE o seu filho tivesse a própria história contada
em um livro? No site conteja.com.br
isso é possível. Basta os papais enviarem informações sobre a criança para
que a artista Silvana Rando crie ilustrações para um livro customizado. É
possível criar um avatar que represente o guri — escolhendo a cor dos olhos, pele, roupa e
estilo de cabelo — e acrescentar os detalhes do dia a dia, como os
brinquedos do seu quarto, os alimentos preferidos e o momento
em que vai para a escola. Um desenho da criança e os nomes
de seus melhores amigos também podem entrar para a história.
Com o processo de criação finalizado, um livro de capa dura é
confeccionado e enviado para a casa do protagonista. Até a Cinderela e o Tarzan vão ficar com inveja.
POR Rafaela
eu já fui
Matias
criança
Jaqueline Mourão
Victor e Leo
Como jurados do The Voice Kids —
programa de calouros exibido aos
domingos pela Rede Globo — os irmãos Victor e Leo podem relembrar
um pouco de sua infância na música.
A dupla cresceu ouvindo sertanejo ao
lado do avô Tonico, na cidade de Abre
Campo, na Zona da Mata mineira.
Com menos de 10 anos, eles faziam,
com caixotes, uma bateria improvisada e se apresentavam na pracinha para
amigos e familiares.
Priscila Fantin
A bela de olhos verdes nasceu em Salvador, mas cresceu em Belo Horizonte. Aos 6 anos, Priscila veio para a capital mineira acompanhada dos pais,
a empresária Silvana Fantin e o engenheiro florestal José Marcos de Freitas.
Além do sotaque, a atriz herdou a calma de Minas e teve dificuldade para
se adaptar ao agito do Rio de Janeiro,
onde foi morar aos 16 anos para atuar
na telenovela Malhação.
Aos 38 anos, um dos programas prediletos da biatleta quando está por
aqui é praticar rollerski — o esqui sobre rodas — na pista da Lagoa Seca,
no Belvedere. Depois, tomar um suco
de laranja com pão de queijo e saborear o gostinho da infância em BH. Jaqueline mora atualmente no Canadá,
mas não se esquece de quando, bem
pequena, brincava pelas ruas do bairro Jardim América e chamava atenção
pela habilidade nos esportes.=
4moda
Para curtir o resto do verão
O outono começa no dia 20 deste mês, mas o calorão parece
que não vai dar trégua nunca. Com as dicas abaixo, a garotada
pode aproveitar a estação do sol em alto estilo
POR Nara
VESTIDO, R$ 179,50,
da Le Lis Petit.
BH Shopping; Pátio Savassi.
Montezano
MACAQUINHO, R$ 54,99,
da Hering Kids.
BH Shopping; Pátio Savassi;
DiamondMall; Shopping Del Rey.
VESTIDO, R$ 264,50,
da Camu Camu.
www.camucamushop.com.br
18
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
CAMISETA, R$ 89,90,
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4entrevista
“O mundo dos downs está
mudando rapidamente”
Descoberta em 1862 pelo médico britânico John Langdon Down, a síndrome de Down ganhou,
há dez anos, um lugar especial no calendário da Organização das Nações Unidas. Comemorado
em 21 de março, o Dia Internacional da Síndrome de Down faz alusão à trissomia do
cromossomo 21, que, nas pessoas sem a síndrome, é formado por apenas um par. Para lembrar
a data, cujo principal objetivo é conscientizar as pessoas da necessidade de inclusão e reduzir o
preconceito, a Canguru conversou com o guitarrista da banda Jota Quest, Marco Túlio Lara, a
respeito da chegada do pequeno Theo, de 5 anos, fruto de seu relacionamento com a pedagoga
infantil Angela Dariva Lara. O caçula foi diagnosticado com síndrome de Down no quinto mês de
gestação e, desde então, vem colorindo o dia a dia da família.
POR Isabella
Grossi
Qual foi a primeira reação ao saberem que
o Theo tinha síndrome de Down?
A Angela estava no quinto mês de gestação quando
surgiu um probleminha no coração dele, uma cardiopatia comum em quem tem a síndrome, e isso levantou
a suspeita. O susto foi grande, porque a gente não tinha nenhuma afinidade com esse universo. Ninguém
da nossa convivência tinha síndrome de Down, então
não entendíamos o que significava aquilo. Ao mesmo
tempo tinha a questão do coraçãozinho dele, que necessitava de cirurgia. Ficamos concentrados apenas
nisso. O Theo nasceu com oito meses, fez a operação
aos quatro meses de vida e passou por um pós-operatório de dois meses. Depois disso tudo é que começou,
de fato, a nossa relação.
Nesse momento é que veio a compreensão?
Nós vivemos seis meses num processo de apreensão
muito grande. Uma mistura de pânico, medo, dúvidas e
expectativas. Depois que o Theo se curou da cardiopatia,
começamos a viver a vida normalmente. Entendo que
cada um busque um caminho de compreensão diferente.
Uns se apoiam na religião, por exemplo, outros entendem como coisa do destino. Tentei compreender da maneira mais lúcida, sem pensar “por que isso aconteceu
22
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
com a gente?”. Queríamos saber o que significava a síndrome de Down. A partir do momento que você sabe
que vai ter um filho, começa a pensar se vai ser homem
ou mulher, a imaginar como gostaria que aquela criança
fosse. Quando você descobre que nada da expectativa vai
ser cumprida, que tudo o que virá adiante será completamente diferente, dentro de um universo que você desconhece, isso gera susto e frustração. Não dá para pular
essa etapa, faz parte do processo. Uns demoram menos
para entender, outros mais. E tem pessoas que passam
uma vida inteira sem compreender.
Como foi o convívio inicial dentro de casa?
O João, nosso filho mais velho, que hoje está com 11
anos, foi quem lidou com mais naturalidade durante
todo o processo. Não se abalou, não se assustou e sempre esteve muito próximo do Theo. A gente foi com o
coração aberto, querendo saber quem era aquela criaturinha. Eu acho que isso acontece com todo filho, especial ou não. Nossa relação foi se desenhando e o
Theo aos pouquinhos foi mostrando toda a sua meiguice, sua graça e alegria. Ao contrário da maioria dos
downs, ele é muito espoleta. Eu acho que o nosso papel como pais, nesse primeiro momento, foi estar com
o coração aberto.
FOTO: GUSTAVO ANDRADE
O músico Marco Túlio, com a pedagoga infantil Angela Dariva Lara e seus filhos, João, de 11 anos, e Theo, de 5:
“Em momento algum passou pela nossa cabeça escondê-lo dentro de casa para protegê-lo”
“O primeiro ponto é vencer
o próprio preconceito, como eu
também tive de fazer. Parar de
se vitimizar e seguir em frente”
E qual foi a próxima etapa?
Simultaneamente a todo esse processo de assimilação,
mergulhamos no universo da síndrome de Down. Fomos procurar indicação de médicos, conhecer a condição, buscar informações de como é e quais as características em comum. A internet ajuda muito, mas
também tem muita bobagem. É importante ler bastante sobre o assunto. Desde o início, já tínhamos o conceito muito claro de que faríamos com ele como fizemos com o João, dando o máximo de estímulo possível.
Colocar na escola, na natação, na equoterapia, que é
importante para fortalecer o abdômen e a postura, por
exemplo. Em momento algum passou pela nossa cabeça escondê-lo dentro de casa para protegê-lo e, consequentemente, tirar dele a possibilidade de desenvolver
o máximo de sua capacidade, de demonstrar até onde
ele é capaz de ir.
dos músculos, e a necessidade de uma dieta mais equilibrada. Não é nada de outro mundo, mas é porque o
metabolismo tem facilidade para absorver algumas
coisas e outras, não. Ao longo do tempo a gente vai
entendendo as capacidades cognitivas. Na nossa vida,
tirando a cirurgia quando recém-nascido, existe uma
normalidade muito grande. O Theo é saudável e vem
se desenvolvendo muito bem. É claro que temos condições de oferecer coisas boas a ele, incluindo tratamentos. Então não posso reclamar.
Você mencionou a equoterapia, que fortalece o abdômen e a postura. A saúde do down
é, de fato, fragilizada?
É importante entender as características básicas da síndrome. Tem disfunção de tireoide, por exemplo. O
Theo não desenvolveu, mas estamos sempre atentos. É
comum a cardiopatia, a hipotonia, que é a fraqueza
Em relação à educação, vocês tiveram dificuldades para encontrar uma escola inclusiva?
O Theo está no terceiro ano de uma escola regular, e
ele acompanha os outros alunos normalmente. Nós
demos sorte porque o colégio é regular, mas é pequeno, então existe uma atenção especial. O fundamento é
construtivista, ou seja, eles olham para cada aluno 4
M A R ÇO 2 0 1 6 .
Canguru
23
de forma muito aconchegante. Só tenho a elogiar, é
tudo muito bacana e ele é muito feliz lá. Não tive
problemas, mas é compreensível que existam. Num
país como o nosso, onde falar de educação é falar de
precariedade para a imensa maioria, quando você
olha para um segmento, uma minoria, não vai ser
diferente. Não vai ter privilégio em relação a todo o
caos que existe.
E fora da escola, como é o dia a dia do Theo?
Ele faz equoterapia, natação, terapia ocupacional e tratamento de fonoaudiologia. Fora isso, a vida dele é cavalo, música e futebol. Ele frequenta um haras por causa da equoterapia, que faz bem porque o cavalo é
muito dócil e transmite uma calma. Em casa, adora ficar vendo imagens dos animais saltando. Também ama
ver gols e videoclipes. Agora ele está na fase de Anitta,
porque outro dia ele foi ao show, no camarim, e ela deu
um beijo nele. Ele vai aos nossos shows e fica transitando no meio dos instrumentos. Adora tocar bateria.
Pega a guitarra e fica fazendo barulho. Eu não sei se ele
tem a dimensão do que é o Jota Quest. Ele já foi ao
Rock in Rio comigo e conhece muito bem, mas não sei
como ele entende isso em relação à sociedade, se ele
acha especial ou banal.
A vida das pessoas com down poderia ser
melhor se sua inserção no contexto sociocultural fosse mais adequada. O que falta?
O primeiro ponto é vencer o próprio preconceito,
como eu também tive de fazer. Parar de se vitimizar e
seguir em frente. Depois, olhar para o mundo que o
aguarda e fazer as melhores escolhas para ele. Considerando, é claro, o contexto de cada família, os aspectos
particulares, inclusive condições financeiras. Por fim,
ir à luta. Buscar as melhores oportunidades e o melhor
mundo para o seu filho.
Chegaram a sofrer algum tipo de preconceito?
Talvez as pessoas olhem um pouco surpresas, porque
são universos muito distintos. Tenho uma banda de
rock, uma coisa que tem um quê de ilusão, de sonho.
Elas imaginam esse universo e o preenchem com ficção
em suas vidas. É muito sedutor. Aí quando falo sobre o
Theo, é uma surpresa. Não vejo como preconceito. Aliás,
um olhar recriminando ou realmente preconceituoso
eu nunca senti. Os downzinhos têm sido inseridos na
sociedade de uma maneira muito bonita. É normal que
haja algum estranhamento, mas eu acho que cabe aos
24
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
“Meu arco-íris tem uma cor diferente,
e foi o Theo quem trouxe para mim.
Desejo que todos que tenham um filho
down conheçam essa outra cor”
pais dar uma direção para isso. Colocá-los diante dos
outros de maneira natural e tranquila. Não deve haver
vitimização por causa disso, é uma característica, não é
um problema. Pelo contrário. O Theo é uma alegria,
não saberíamos viver sem ele. A partir do momento
que você trata tudo com normalidade, não há por que
os outros não verem assim. Ele não é mais especial do
que ninguém. É para mim, como qualquer filho é para
o pai.
Você e a Angela convivem com outras famílias que têm crianças com down?
Muitas pessoas nos procuram para buscar informações,
às vezes vêm até a nossa casa, e entendo esse anseio.
Não levanto bandeira para defender porque já tem
muita gente fazendo isso. Minha conversa é com os
pais, porque a vida dos downzinhos quando crianças
está nas mãos deles. Os pais têm de se conscientizar de
que depende deles transformar esse primeiro momento, que assusta. Se abrirem o coração e a mente, vão
começar a ver que o filho não é como imaginavam, mas
de outra maneira, e às vezes muito mais especial. Não
vale a pena famílias inteiras serem infelizes, se destruírem, só porque não conseguem enxergar a graça. Ficam muito presos a expectativas e esquecem de deixar
as coisas acontecerem. O mundo dos downs está mudando rapidamente. A expectativa de vida deles aumentou muito, o que significa que os pais vão morrer e
os filhos vão tocar o barco. Antes, era difícil pensar na
vida futura, mas, agora, é preciso trabalhar a inclusão e
dar o máximo de estímulo, para eles se desenvolverem.
Que recado daria para pais de primeira
viagem?
Muita gente com experiência, quando soube do Theo,
me falou que era uma bênção. Eu achei que era mais
para me confortar, para me acalmar. Demorei um ano
para entender que era do fundo do coração. A partir do
momento que me relacionei com ele, soube que era
verdade. É um universo fantástico. Meu arco-íris tem
uma cor diferente, e foi o Theo quem trouxe para mim.
Desejo que todos que tenham um filho down conheçam essa outra cor. =
4especial
Não é só pelo
cho
Para os judeus, a Páscoa celebra a libertação do cativeiro no
Egito. Para os cristãos, a ressurreição de Jesus Cristo. Cheia
de simbolismo, a festa enche de doçura a casa dos belohorizontinos, independentemente da crença. Confira a seguir
os rituais de quatro famílias para manter a magia da data
26
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
POR Rafaela
colate
ocolate
Matias
T
odo ano, no primeiro domingo após a lua cheia
que sucede o equinócio vernal — quando começa a primavera no Hemisfério Norte e o outono
no Hemisfério Sul —, acontece uma das mais importantes celebrações de nosso calendário: a Páscoa. Repleta
de doçura em todos os sentidos, a data, que pode cair
entre os dias 22 de março e 24 de abril, teve sua origem
no Pessach, quando os judeus recordam a saída do Egito
e o fim da escravidão do povo hebreu. Os cristãos comemoram a ressurreição de Jesus Cristo. Além da infinidade
de guloseimas que tomam as prateleiras dos supermercados e a fofura dos coelhinhos que enfeitam a cidade,
a festa tem uma rica mensagem de renovação e rende
deliciosos almoços em família. Em 2016, a Páscoa cairá
no dia 27 de março, e as crianças belo-horizontinas estão contando os dias para botar a cenourinha na janela
e esperar pela chegada do coelhinho. Aliás, não só as
crianças. Para as quatro famílias entrevistadas por Canguru, são tantas as lembranças que o chocolate chega a
ser um mero (mas saboroso) coadjuvante.
De volta à infância
A gastrônoma Luiza Fiorini e os filhos
Vítor, de 3 anos, e Clara, de 6, que produzem
os próprios ovos: “Assim estreitamos ainda
mais os laços de carinho entre nós”
FOTO: GUSTAVO ANDRADE
QUANDO CRIANÇA, A gastrônoma Luiza Fiorini e
os outros seis netos de dona Elinete sonhavam com o
domingo de Páscoa. Toda a família acordava cedo e se
reunia para seguir as pegadas do coelhinho. A garotada
saía à procura dos ovos que a avó escondia pela casa e
se deliciava. A festa era tanta que dona Elinete decidiu
construir uma casa em Santa Luzia para ter um espaço
sob medida quando a família se reunisse. E até hoje
a turma mantém o mesmo ritual. As crianças cresceram, se tornaram pais e mães e convenceram tios, avós,
genros e noras a continuarem a brincadeira para passar aos quatro bisnetos a alegria da Páscoa dos Fiorini.
Foi quando Luiza teve a ideia de produzir os próprios
ovos, com a ajuda de todos. “Assim não incentivamos
o consumo excessivo e estreitamos ainda mais os laços
de carinho entre nós”, conta. “Nos sentimos crianças
novamente.” 4
M A R ÇO 2 0 1 6 .
Canguru
27
Juliana Lima com
Manu, de 3 anos:
celebração da vitória de
Jesus sobre a morte
O verdadeiro sentido
A NUTRICIONISTA JULIANA Lima não escolheu a
profissão à toa. Quando pequena, ela era a caçula da
família e ganhava tantos ovos de chocolate que chegava a ter reações alérgicas pelo excesso de consumo
do doce. Mas, com o tempo, as guloseimas deixaram
de ser protagonistas de sua Páscoa e ela passou a valorizar a data principalmente pelo significado religioso.
“Continuo gostando de ganhar doces e amo o nosso
almoço em família, mas o principal para mim é agradecermos juntos a Deus e celebrar a vitória de Jesus
Cristo sobre a morte”, explica. “O objetivo da Páscoa
é dar a certeza do que Deus fez e faz por nós.” Esses
são os ensinamentos que ela tenta passar para a pequena Manuela, a Manu, sua filha de 3 anos, que adora saborear os ovos que o coelhinho deixa, mas sabe
que o mais importante é agradecer ao Papai do Céu.
A origem
das tradições
Além dos hábitos que as famílias passam por gerações, existem símbolos que estão presentes em boa
parte das casas durante a celebração da Páscoa
cristã. O teólogo e sociólogo Adilson Schultz, professor no departamento de religião da PUC Minas,
explicou como surgiram alguns deles.
OVO
Em culturas de todo o mundo — como a da China, da Pérsia e de países da Europa antiga —, o
ovo era utilizado em festas religiosas para representar a renovação da vida e os cultos à fertilidade. No século XVIII, o cristianismo incorporou
o símbolo para celebrar a Páscoa,
representando o renascimento
de Jesus. No início, eram usados
ovos de galinha decorados, mas
comerciantes passaram a produzir ovos de chocolate, e a ideia
caiu no gosto do povo.
FOTOS: GUSTAVO ANDRADE
Uma semana de festa
AOS 16 ANOS, o vendedor Rodrigo Caetano decidiu
conhecer melhor os ensinamentos do judaísmo e se
aprofundar na história de sua família, de ascendência
judaica. Isso afetou diretamente a sua vida e também
a sua Páscoa. Quando criança, ele costumava celebrar o dia do coelhinho como um cristão convencional, com ovos de chocolate e reuniões familiares.
Bem diferente de hoje. Há 8 anos, ele e a mulher,
Paloma, passaram a fazer a Páscoa judaica, chamada de Pessach, que acontece em uma data diferente da tradicional e tem como centro a libertação do
povo hebreu. Junto com o filho Asafe, de 6 anos, e
outras famílias judaicas, eles celebram por 7 dias, do
pôr do sol do dia 22 de abril ao anoitecer do dia 30.
“É um momento para lembrarmos que ficamos livres
da escravidão egípcia e refletirmos sobre o que temos
feito com a liberdade adquirida. É a celebração mais
importante da cultura judaica”, explica Caetano. Em
vez de um almoço, o Pessach é centrado nos jantares
e conta com comidas e símbolos típicos. Mas nada
de coelhinhos e ovos de chocolate. “O vinho remete
à alegria. O matsá, que é o pão sem fermento, representa a pressa com que os judeus deixaram o Egito.
O maror, que são ervas amargas, lembra os anos de
amargura do povo hebreu (e causam problemas na
hora do jantar, já que a maioria das crianças se recusa
a comer). O hassoret, uma mistura doce feita de frutas e vinho, representa tradicionalmente a massa com
que os judeus trabalhavam para fazer tijolos”, explica
Caetano. “Essa refeição é importante porque me lembra quem sou, quem eram meus antepassados e quem
serão meus descendentes.”4
O vendedor Rodrigo Caetano, com
a mulher Paloma e o filho Asafe:
rituais para lembrar a saga do
povo hebreu
COELHO
CORDEIRO
O mais provável é que a tradição
cristã tenha se inspirado nas religiões europeias para usar o símbolo do coelho. Nelas, havia uma
divindade ligada aos cultos de fertilidade, que, além de botar ovos,
aparecia sempre ao lado de um
coelho para celebrar o início
da primavera. Além disso, o
animal é tido historicamente
como um símbolo de fertilidade,
por sua capacidade reprodutiva.
Embora tenha se enfraquecido
com o tempo, a tradição de comer
carne de cordeiro na Páscoa ainda
existe para algumas famílias. Antes
da incorporação do coelho e dos
ovos, esse animal era o principal símbolo da celebração.
Apoiados na tradição judaica, os cristãos sacrificavam cordeiros para comemorar a data e marcar
o sacrifício de Jesus.
PEIXE
O peixe também é um alimento
muito consumido nessa época,
especialmente porque a carne vermelha é evitada por algumas pessoas. O animal é tido como símbolo do próprio cristianismo e o seu
desenho já foi usado até mesmo
para identificar locais de oração.
“MENINAS COMPORTADAS, faceiras e de bom coração / Chegou a Páscoa mais uma vez em nosso ninho
/ Se procurarem a próxima pista perto do fogão / Terão
uma surpresa feita por mim, o Coelhinho”. É com um
poeminha assim que começa a Páscoa na casa do
servidor público Juarez Eduardo de Souza. Antes de
todo mundo acordar, ele esconde os ovinhos de chocolate e espalha algumas pistas, escritas em forma de
versinhos, para que as filhas Ana Flavia e Deborah,
a esposa Ana Luiza e a neta Maria Fernanda, de 3
aninhos, procurem juntas. A ideia surgiu quando as
filhas ainda estavam aprendendo o bê-á-bá e Souza
queria dar uma forcinha. “Foi uma forma de conciliar
a Páscoa com um estímulo à alfabetização. Sempre escrevi muito para elas, mesmo antes de entenderem”,
lembra. Valeu a pena. As duas aprenderam a ler perfeitamente e entenderam o significado da data cristã,
que prega o renascimento, de uma forma descontraída e animada. O melhor é que, mesmo com o passar
dos anos, os poemas continuaram adoçando a Páscoa
da família e recheando de versinhos as caixinhas de
recordação. “Guardo todos para ter de lembrança. São
lindos”, conta Ana Flavia, mãe da Maria Fernanda.
“Essa se tornou uma das mais deliciosas tarefas da
vida. O interesse e o encantamento no rosto delas,
mesmo depois de adultas, me fazem não querer parar
nunca de escrever os versinhos de Páscoa. Agora tenho um estímulo a mais, que é a minha netinha.” Para
a pequena, a cestinha que a aguarda no fim das pistas
é recheada de chocolates sem glúten e frutas, para não
prejudicar a saúde e poder manter por muitos anos a
tradição criada pelo vovô. =
Deborah, Ana Flavia e a pequena Maria Fernanda leem o poema
escrito pelo servidor público Juarez Eduardo de Souza: caça ao tesouro
30
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
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4cursos
Para bancar o
coelhinh
Cinco oficinas que ensinam
as crianças a produzirem
o próprio ovo de Páscoa
POR Rafaela
Matias
OVOS DE CHOCOLATE são deliciosos de qualquer
jeito. Mas quando os pequenos colocam a mão na
massa, tudo ganha uma doçura extra. Por isso, algumas escolas de culinária e espaços gastronômicos de
Beagá prepararam uma programação especial neste
mês para a criançada aprender a produzir as próprias
guloseimas. Canguru selecionou cinco opções para os
pequenos mostrarem que são ótimos confeiteiros.
32
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
Educ Unidade Pedagógica
As crianças se dividirão entre tarefas de artes e culinária. Com o auxílio de monitores,
os pequenos aprenderão a confeccionar um
fantoche de coelhinho e produzirão ovinhos
de Páscoa e pirulitos de chocolate. As delícias
poderão ser saboreadas ao término da aula.
Inscrições pelo telefone.
Data: 19 de março
Horários: das 9 às 12 horas
Valor: R$ 60,00
Idade: de 4 a 10 anos
Endereço: Rua Chicago, 295, Sion
Informações: 2514-1417
Maria Chocolate
Vila do Chef
Além de ovos de Páscoa bem docinhos, a meninada vai
aprender a preparar um cupcake recheado com brigadeiro. As aulas estão disponíveis em três horários. Os pais que
não puderem acompanhar os filhos durante a aula devem
assinar um termo de responsabilidade. Inscrições pelo site
www.mariachocolate.com.br ou na loja.
Envolvidos em uma história lúdica, na qual se tornam ajudantes do coelhinho, as crianças vão produzir ovos feitos
com chocolate ao leite e confeitados com chocolate colorido. No final, haverá um sorteio e cada aluno vai presentear
outro participante com o doce que fez e um cartão de Páscoa. Inscrições pelo site www.alimentacaoinfantil.org.
Data: 23 de março
Horários: das 9 às 11 horas; das 13 às 15 horas;
e das 16 às 18 horas
Valor: R$ 20,00
Idade: de 6 a 10 anos
Endereço: Rua dos Timbiras, 1940, Centro
Informações: 2112-4955
Data: 20 de março
Horário: das 10 às 12 horas
Valor: R$ 80,00
Idade: de 4 a 12 anos
Endereço: Rua Senhora do Porto, 455, Palmeiras
Informações: 9.8567-1294 | 9.9932-1294
Mordô | Unique
Pelo segundo ano, a Mordô Espaço Gourmet e a Unique
Espaço Pedagógico se unem para celebrar a Páscoa ensinando um pouco de gastronomia para a criançada. Além de
aprenderem a produzir ovos de Páscoa de colher, os pequenos terão um momento de brincadeiras e participarão de
uma caça aos doces. Inscrições pelo telefone.
Data: 19 de março
Horário: das 10 às 13 horas
Valor: R$ 60,00
Idade: de 1 a 12 anos
Endereço: Rua Eurita, 62, Santa Tereza
Informações: 3785-2013 | 9.9192-4529 | 9.8264-0060
Decisão Atacarejo
Os guris vão aprender a fazer um ovo em formato de coração, utilizando uma forma especial. Os
participantes poderão levar a forminha para casa,
a fim de refazer o doce e compartilhá-lo com a
família. Um adulto deverá acompanhar a criança
durante a aula. Inscrições na escola.
Data: 5 de março
Horário: das 9 às 12 horas
Valor: R$ 20,00
Idade: de 4 a 12 anos
Endereço: Avenida Olegário Maciel, 721, Centro
Informações: 3207-9013 ou pelo e-mail
[email protected] =
Espelho,
4ESTÉTICA
espelho
meu...
Gael, de 7 anos: coleção
de gorros, bandanas, arcos,
chapéus e bonés no armário
34
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
A vaidade na infância ajuda a construir a autoestima,
mas, em excesso, pode ser motivo de alerta para os pais
FOTOS: GUSTAVO ANDRADE
POR Isabella
DESDE QUE COMPLETOU 4 anos, Gael, hoje com 7,
escolhe as roupas que quer vestir. E ai de quem o contrariar. “Às vezes, a mistura de estampas está um pouco
exagerada e, quando ele tem de abrir mão de alguma
peça, fica muito bravo”, conta a mãe, a estudante de
design de ambientes Ana Luisa Gonçalves Prado, de 50
anos. Em seu guarda-roupa, não faltam camisas xadrez
— geralmente usadas com malha por baixo —, calças
jeans e muitos, muitos gorros, bandanas, arcos, chapéus
e bonés. Tem até uma bota estilo country, que o pequeno ama. “Ele é superautêntico e nós achamos importante estimular esse comportamento”, diz. “Apesar de fugir
da beleza comum, por ser cabeludo e franzino, Gael se
aceita, se respeita e gosta de se olhar no espelho”, argumenta Ana Luisa. Segundo a psicóloga e educadora infantil Bruna Vieira, a vaidade começa a se manifestar
quando a criança passa a se perceber como alguém, com
desejos e vontades próprias, por volta dos dois primeiros anos de vida. “Tem a ver com autoestima, com essa
ideia de querer cuidar de si”, explica. Em excesso, todavia, o desvelo pode ser sinal de alerta.
Todos os dias após sair da cama, Alicia, de 3 anos,
permanece um bom tempo em frente ao espelho. Passa
batom, penteia o cabelo, põe laço, pendura a bolsinha
no ombro e confere as unhas feitas. “Minha irmã sempre
foi muito vaidosa e a Alicia nasceu do mesmo jeito”,
conta a mãe, a empresária Ludmila Bicalho Côrtes, de
35 anos. “Desde pequenininha ela adora se arrumar e
todas as suas brincadeiras são assim.” A vaidade da menina, embora monitorada — ela não pode, de maneira
alguma, andar de salto nem passar batom vermelho —,
preocupa Ludmila. “A criança vai perdendo a infância
porque desenvolve um lado que geralmente é aflorado
na adolescência. Ela tem muitas fantasias, e sempre as
veste, mas não é para brincar, é para ficar igual princesa”, lamenta. A angústia tem fundamento. De acordo
com a psicóloga Bruna, imitar os adultos é sadio, sim,
mas com moderação. “Considerando a importância da
ludicidade no universo infantil, a vaidade passa a ser um
problema quando a criança deixa de brincar para não
estragar a maquiagem, por exemplo”, aponta. O trans-
Grossi
torno, conhecido como adultização, é um fantasma que
assombra um sem-número de famílias. “Elas crescem
antes da hora e não lidam com os desafios próprios da
sua faixa etária. Essas fraquezas, eu diria, aparecem depois, na adolescência ou mesmo na fase adulta.”
Maria Luiza, de 4 anos, quer fazer tudo o que a mãe,
a empresária Letícia Grossi, de 40, faz. “Ela vai ao salão
comigo, faz unha, massagem e, de vez em quando, pede
para escovar os cabelos”, conta. “É supervaidosa, às vezes não quer sair de casa porque acha que está descabelada ou porque a roupa não combina.” Apesar de não
achar ruim, Letícia não incentiva. “Eu vejo que as meninas da geração dela estão todas assim. Não me incomoda porque ela não chega a sofrer com isso, mas faço
questão de deixar claro que a aparência não é a coisa
mais importante da vida, e que ela não precisa agradar a
todo mundo”, comenta. A psicóloga e psicanalista
Adriane de Freitas Barroso é enfática quanto a isso.
“Quando toda a questão do ser passa apenas o que vê no
espelho, é sinal de que algo não vai bem”, ressalta. Para
a especialista, a relação com o próprio corpo sempre foi
um dos aspectos mais fundamentais — e mais difíceis
— para o ser humano, independentemente da idade.
“Não há como não se embaraçar com essa tarefa, não há
como não se angustiar com isso. Mas há, sim, como ajudar os pequenos a se sentirem um pouco mais à vontade
em sua própria pele, sem pular etapas e sem se precipitar”, garante Adriane.
Não existe fórmula, embora a solução, como quase
tudo na vida, tenha a ver com um bom diálogo. “A
criança pode até achar que tem o direito de fazer tudo,
mas educar é estabelecer limites. É importante explicar as razões de forma objetiva, sem inventar mentiras, e, principalmente, ter firmeza nas decisões”, esclarece Bruna. Para Adriane, os pais são o olhar que vem
de fora e que confere valor à imagem que os rebentos
percebem no espelho. “Uma das coisas mais interessantes é descobrir o que faz de cada corpo único, com
suas marcas, falhas e cicatrizes”, afirma. “A ideia de
corpos igualmente formatados alimenta apenas o mercado de consumo.” 4
M A R ÇO 2 0 1 6 .
Canguru
35
Alicia, de 3 anos, com a prima Luiza,
de 8: a manicure Cristiane Gomes vai
em casa fazer as unhas das pequenas
Pode ou não pode?
MAQUIAGEM: O uso de maquiagem deve ser evitado em
crianças e adolescentes sempre que possível, já que ela
está associada ao possível surgimento de fotossensibilidade, acne, toxicidade sistêmica e dermatite de contato
alérgica e irritativa. De acordo com a dermatologista Laura Salles Dias Pinto, os produtos mais adequados para o público infantil são hipoalergênicos,
que contêm pouca ou nenhuma quantidade de produtos químicos.
ESMALTES: Assim como outros cosméticos, devem ser
evitados devido ao seu potencial alergênico e irritativo.
“Para crianças, recomenda-se o uso de esmaltes à base de
água, que são removidos facilmente com panos e até mesmo com a própria água”, enfatiza Laura.
ALISAMENTOS E TINTURA: São contraindicados em
crianças de até 15 anos, que têm mais sensibilidade e maior
superfície de absorção no couro cabeludo. Xampus, cremes
e outros produtos usados em procedimentos estéticos não
podem conter substâncias químicas, por causa do alto risco
de toxicidade sistêmica.
36
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
SALTO ALTO: “Crianças de até 11 anos
não têm equilíbrio para usar salto alto”,
esclarece a pediatra Eliane de Souza. Além
de provocar quedas, o sapato pode levar à deformação do
pé da criança e ao encurtamento do tendão de Aquiles.
REGIME: Se a criança está obesa, o ideal é consultar um
nutricionista, montar um cardápio apropriado e rever os
hábitos alimentares da família. Fora isso, o regime é contraindicado. “Não se pode privar uma criança que está em
fase de crescimento dos nutrientes essenciais para o seu
desenvolvimento”, enfatiza Eliane. A falta de
ferro, carboidrato e zinco podem levar, entre outras consequências, à dificuldade de
concentração, baixo rendimento escolar e
distúrbio de crescimento.
MALHAÇÃO: A atividade física é altamente recomendável
a pequenos de todas as idades, principalmente as modalidades como balé, dança, ioga, pilates e pedalada. A academia, por outro lado, força as articulações da criança, que
são muito vulneráveis, podendo causar lesões no joelho e
no quadril e provocar fraturas no tornozelo, cotovelo e ombro. “O excesso de exercício físico encerra precocemente as
fases de crescimento da criança”, acrescenta Eliane. O ideal
é começar a praticá-lo a partir dos 13 anos. =
4comportamento
Filho de peixe, peixinho é
Compartilhar um hobby com os
pequenos é uma forma de passar
mais tempo juntos, em atividades
que agradam a adultos e crianças
Coelho
SKATISTA DESDE OS 8 anos de idade, o fotógrafo
Kayo Moraes, de 28, precisou deixar o esporte de lado
após a chegada de seu filho, Arthur, atualmente com 5
anos. Mas a privação não durou muito tempo. Foi só o
garoto assoprar as velinhas de seu segundo aniversário
que Kayo passou a levá-lo em “rolês” com sua antiga
turma. Aos 4, Arthur já fazia algumas manobras e até
descia rampas não muito íngremes. “O primeiro skate
do Arthur, que ele tem até hoje, foi montado com muito carinho por vários amigos meus”, lembra. “Cada
um deu uma peça de presente, mostrando quanto eles
gostam da sua presença em nosso meio.” Todos os domingos pela manhã, pai e filho vão juntos à pista de
street do Barreiro. Também brincam no pátio do prédio em que moram, na casa da avó e usam o skate
como meio de transporte para irem até a padaria.
Além de passar um tempo junto e se divertir com Arthur, Moraes conta que dá boas risadas com o menino,
que se sente “muito radical” sobre as quatro rodas.
Compartilhar um hobby com o filho, como faz o
fotógrafo Moraes, pode ser uma ótima forma de estender o convívio entre adultos e crianças. A psicóloga
clínica Débora Izidorio explica que, se a atividade é
[1]
38
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
O fotógrafo Kayo Moraes e
Arthur, de 4 anos: domingo
na pista de skate no Barreiro
FOTOS: [1] PEIXE HEY; [2] NAI DUARTE; [3] GUSTAVO ANDRADE.
POR Larissa
realizada em comum acordo, favorece a integração e o
estreitamento do laço familiar. Mas é preciso cautela.
“Deve-se ter cuidado para não querer se realizar por
meio dos filhos, pois isso pode causar frustração em
ambos”, diz. É importante ter bom senso para escolher
algo que não seja apenas do gosto pessoal dos pais e
levar em conta a individualidade e habilidades dos
próprios filhos. Foi o que quase aconteceu com a gerente financeira Cátia Carvalho Vieira, de 29 anos.
“Confesso que quando coloquei a Giulia no balé era
para realizar um sonho meu mesmo”, admite. “Por
sorte, ela ama e não faz por obrigação.” Cátia conta
que praticou a dança na infância e adolescência, mas
teve de abandonar a sapatilha. Além de Giulia, de 5
anos, que se esmera no plié, no frappé e no fondu, a
pequena Gabriela, de 2, arrisca alguns passinhos. Apesar de ainda não ter idade para frequentar a mesma
escola da irmã, faz aula em seu colégio. Em casa, mãe
e filhas treinam algumas coreografias juntas. E as três
adoram quando combinam de se vestir a caráter, com
tutu, meia-calça e colant. Tudo, claro, cor-de-rosa.
Fazer uma atividade física junto aos pequenos é
uma forma de animá-los. A personal trainer Patrícia
Nogueira, 37 anos, tinha praticado tae kwon do na
adolescência e quis levar seu filho, Paulo Henrique,
hoje com 7 anos. Em 2013, encontrou a academia
Kuirogui, no bairro Santa Tereza, com aulas em que
adultos e crianças treinam juntos. Patrícia está na faixa
vermelha, a penúltima de sua categoria. Paulo Henrique está na roxa, a sexta das dez cores infantis. “Por se
tratar de uma arte marcial, o tae kwon do auxilia não
apenas a coordenação motora, mas ensina a importância da disciplina e do respeito”, afirma Patrícia. “É inenarrável o prazer de estar junto com o meu filho em
algo que nós dois gostamos, ver a sua alegria quando
aprende algum movimento novo e sentir a sua empolgação a cada faixa conquistada.” Quando começaram
a treinar, a personal tinha acabado de ganhar sua filha
Carolina, atualmente com 3 anos. Nos intervalos das
aulas, a pequena aproveita para dar alguns golpes. No
próximo ano, participará como aluna. A missão de
Paulo Henrique é levar o pai, o policial militar Cleber
Nogueira, de 37 anos, ao tatame. Até agora, o PM conseguiu se esquivar. “Sempre que eu cobro, ele diz que
vai combinar”, conta o garoto. =
Paulo Henrique, com a mãe, a personal trainer Patrícia:
a missão do garoto é levar o pai ao tatame
[2]
A gerente financeira Cátia Vieira com Gabriela,
de 2 anos, e Giulia, de 5: meia-calça, collant e tutu
[3]
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ACESSE: www.seminariodemaes.com.br
DATA: 4 de junho, no Ouro Minas Palace Hotel
39
18/01/16 18:
44
11/12/15 09:
4viagens, modo de usar
[1]
Paraísos perdidos
luís giffoni
Um pouco mais à frente pela
MG-050, junto à Represa de Fur-
42
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
nas, fica outro cânion, mais largo,
que merece o nome: PARAÍSO PERDIDO. Em seus paredões também se
podem observar a força e o trabalho do gelo e da água durante milhões de anos. Em alguns lugares o
arenito ficou tão liso que é usado
como escorregador, desembocando
em poções transparentes. Quem se
aventurar mais acima pelo riacho
poderá eventualmente encontrar
um lustroso tamanduá-bandeira ou
um arisco lobo-guará.
As opções na região não param aí. Há uma bela caminhada até
a CACHOEIRA DO RIO TURVO, para
crianças maiores de 10 anos. Com
sorte, pode-se ver no trajeto o pato-mergulhão, uma das mais raras
espécies do mundo, com menos de
250 exemplares sobreviventes no
Brasil e na Tailândia, facilmente reconhecido pelo penacho na cabeça.
O pato-mergulhão faz ninho no Rio
Turvo e é um grande indicador da
pureza do hábitat. Para quem gosta
de passeio de barco, da ponte do Rio
Turvo sai uma chalana em direção às
cachoeiras próximas à barragem. Elas
despencam do alto de um anfiteatro
de rocha sedimentar sobre uma pisci-
na que refresca até a alma. A transparência da água permite ver os mergulhadores no fundo. Ali perto também
fica o Parque Nacional da Serra da
Canastra, com a nascente do Rio São
Francisco e a Cachoeira Casca d’Anta, uma das maiores do Brasil.
Há várias pousadas na região,
inclusive na Trilha do Sol, no Paraíso Perdido e no Rio Turvo, com
restaurantes. São simples e, em geral, funcionam nos fins de semana
e feriados prolongados. Convém
se informar antes de partir. Sim, as
crianças são bem-vindas.
Esses paraísos são para poucos,
quase desconhecidos do grande público. Talvez seja melhor assim. Ficam mais preservados. Mas você poderá visitá-los, respeitando-os, com
uma vantagem: você vai e volta. São
Pedro, como disse, não aparece por
lá. O paraíso dele é outro.=
Luís Giffoni
é cronista, romancista e palestrante. Autor de
26 livros, tem nas viagens uma de suas paixões.
Nelas aprende a diversidade do mundo e das
pessoas, experiência que acaba traduzindo em
suas obras. Neste espaço, dá dicas sobre como
aproveitar o mundo com os pequenos.
[email protected]
FOTOS: TRIP ADVISOR; [1] GUSTAVO ANDRADE.
SÃO PEDRO É o guardião do paraí­
so. Não dos pequenos paraísos que
Minas Gerais possui. Esses são nossos, recantos que encantam. Quase
intocados, quase desconhecidos.
Um dos pequenos paraísos mineiros fica a menos de 300 quilômetros de Belo Horizonte, à margem da MG-050, no município de
Capitólio. Chama-se TRILHA DO
SOL. É um cânion escavado e polido pelas eras glaciais e pela água
límpida, com uma sequência de cachoeiras das quais se salta dentro de
poços de cor esmeralda. As crianças
se divertem com a aventura aquática. É óbvio que devem saber nadar. Ou, se for o caso, apelar para
um salva-vidas de boa qualidade.
No mais, basta deixar-se levar pela
correnteza, dar adeus ao calor do
verão, brincar com as centenas de
peixes curiosos que acompanham
a garotada rio abaixo, e surpreender-se com o exotismo das plantas
e rochas. Enquanto mergulha nas
piscinas, a meninada também mergulha na história da Terra.
4na pracinha
Parque Rosinha Cadar
UM PARQUE ESCONDIDO no
coração do bairro Santo Agostinho, pertinho da Assembleia
Legislativa. Você conhece? Com
quase 7 000 metros quadrados, o
espaço é frequentado por famílias
e trabalhadores da região, que encontram ali um local de descanso
e tranquilidade.
Passar uma manhã no Rosinha
Cadar é diversão na certa para
meninos e meninas. Eles se divertem no parquinho, com lindos
brinquedos da arquiteta Suzana
Cadaval, podem usar as mesas de
jogos, encantar-se com a cascata
artificial e tantos peixinhos, além
de correr e brincar livremente,
como tem de ser.
Percebemos, em nossos passeios, que o parque recebe, com
frequência, um grande número
de cachorros. Sim, nesse espaço
é possível levar o amigo da garotada no passeio, diferentemente
de muitos outros parques da cidade. Não há problema em compartilhar o local com eles, afinal,
basta que seus donos sigam regrinhas de higiene e segurança.
E qual é a criança que não adora
ver um “au-au”?
Hora de programar um passeio: aproveite para colocar na
mochila brinquedos que podem
ajudar a criançada a se divertir:
corda, peteca, bolha de sabão.
E, principalmente, disposição e
alegria para brincar junto com
o filhote. Ele vai guardar para
sempre, com saudade, esses momentos da sua infância, pode
apostar. =
FOTOS: DUORAMA FOTOGRAFIA
Rua Rodrigues Caldas, 315,
Santo Agostinho.
Criado em 2011 pelas mães Flávia Pellegrini
e Miriam Barreto, o blog tem o objetivo de
incentivar brincadeiras ao ar livre em família.
Na Canguru, as fundadoras do Na Pracinha
dão dicas de passeios divertidos para a
meninada.
www.napracinha.com.br
M A R ÇO 2 0 1 6 .
Canguru
43
Corra, Lola, corra
POR Michelle
Lapouble do Verge
LEMBRO DA MOÇA correndo no filme e visualizo automaticamente uma imagem de mim
mesma no dia a dia. Correndo no meio de uma
situação confusa na qual não tenho muito tempo para refletir... Preciso fazer tantas coisas,
sempre tem algo urgente tirando o tempo do
importante, sempre tem alguém me cobrando,
sempre estou eu mesma me cobrando um milhão de coisas...
A vida está passando sem que eu possa ter
a certeza de que estou fazendo as melhores escolhas, ou que estou fazendo o que é melhor
para mim, como pessoa, como profissional,
como mãe, como mulher.
Impus a mim mesma tantas regras, responsabilidades, metas, cargas e tantas tarefas que, quando não realizadas, me trazem
o mesmo tanto de tristeza e frustração. Tem
dias que são punk.
Estou correndo atrás do meu rabo! No melhor estilo: pare o mundo que quero descer...
É isso.
Sei que não estou só, sei que nesse mesmo
barco tem um milhão de mulheres, mães, esposas, profissionais com essa mesma sensação
e com esse mesmo aperto no peito.
Já deitou na cama cansada, exausta e não
conseguiu dormir? Já entrou no banheiro do
escritório para ficar a só um pouquinho consigo mesma? Já teve vontade de esticar um
pouquinho seu horário no trabalho para adiar
a volta para casa? Já teve medo da música do
Fantástico, que anuncia o fim oficial do seu domingo e a volta ao trabalho que não te faz feliz?
Já se pegou tomando banho às 2 da manhã?
Já acordou no meio da noite para assombrar
a casa porque perdeu o sono? Já acordou de
madrugada para ver o cartão de vacina, porque acha que perdeu o prazo da segunda dose
44
Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
da H1N1? Já desejou
ganhar na Mega-Sena
para consertar o mundo? Já chorou assistindo ao
jornal porque tem notícia triste
envolvendo crianças? Já correu para
ver seu filho dormir e verificar se ele não está
com frio? Já esqueceu as camisas do marido na
lavanderia e o cachorro na pet shop?
Já fiz tudo isso e poderia ficar a vida toda
por aqui fazendo essa lista crescer que ainda ia
ter coisa esquecida.
A coluna de hoje é um convite para desacelerar. Um convite para deixar de tentar
abraçar o mundo com as pernas, um convite
para querer as coisas que são boas para nós
mesmas, parar de correr desesperadamente e
tentar ir num ritmo mais razoável, caminhar
por mais tempo, com os olhos abertos sabendo exatamente aonde queremos ir.
É um convite para sermos egoístas, sermos
conscientes de que precisamos estar inteiras e
com a cabeça em ordem para ser boas para as
pessoas que precisam de nós, para fazer tudo
aquilo que temos imensa vontade de fazer para
o mundo, para aproveitar a vida, que é nosso
maior compromisso. Ser feliz não é luxo, é
fundamental, é nosso dever maior na vida.
Vamos, então, nos permitir ser mais leves,
ser frágeis se nos der na telha, vamos querer
colo sem sentir culpa, vamos retomar o fôlego.
Vamos escolher apenas aquilo que vale
verdadeiramente a pena.
P. S. Corra, Lola, Corra... é um filme muito
legal. =
Michelle Lapouble do Verge
Formada em administração de empresas e marketing de
varejo, mulher de Henrri e mãe de Gabriel, de 9 anos.
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
4História de mãe
4padecendo no paraíso
Até sempre, Micho!
MICHELLE LAPOUBLE DO VERGE foi membro ativa e moderadora do grupo Padecendo no
Paraíso, integrante da Charanga das Padês e amiga nos melhores e piores momentos da maioria
das integrantes do grupo. Tinha sempre algo a
dizer, um abraço afetuoso a oferecer e sorrisos —
mil e um deles! O post do “help”, que ela escrevia diariamente, era um bálsamo no fim dos dias,
uma espécie de coluna que trazia humor e alívio
para as questões relacionadas à maternidade.
No início de fevereiro, as amigas mais próximas receberam a notícia de que ela estava com
câncer no estômago. Micho, como era conhecida, escolheu ser discreta sobre sua condição. Decidiu viver momentos especiais e intensos com
seu marido, Henrri, e o filho, Gabriel.
No dia 10 de fevereiro, foi internada e passou
por uma cirurgia para procedimentos de controle da doença. Na madrugada do dia 16, porém,
durante o sono, sofreu uma complicação comum
em cirurgias desse tipo e não despertou.
Se houvesse como Michelle soprar no ouvido algo a cada uma de suas amigas do Padecendo, certamente seria: “Ô, amiga, não fique
assim, veja...”. Sigamos seus passos e semeemos
amor e esperança como ela fez em sua vida. Até
sempre, Micho!=
Michelle durante a apresentação da Charanga do Padê, na Praça da
Savassi, no último Carnaval: sempre com um sorriso no rosto mesmo
depois de descobrir o câncer no estômago
Coordenado pela arquiteta Bebel Soares e pela designer Tetê Carneiro, o grupo Padecendo no Paraíso nasceu
em março de 2011, no Facebook, e é formado atualmente por mais de 6 000 mães. Na Canguru, as fundadoras do
Padecendo discutem assuntos como saúde, alimentação, sexo, viagens, educação, estética e beleza.
www.padecendo.com.br
NOTA DA REDAÇÃO
Eu tinha recebido havia poucas horas o texto da página ao lado quando soube da morte de Michelle. Deu um nó no peito. Não me
esquecerei do abraço caloroso que ganhei dela em um dos eventos de lançamento da revista, em outubro de 2015. “Esse projeto é
incrível, não desista dele”, me disse ela, naquele momento em que tudo de que eu mais precisava era estímulo. Algumas pessoas
passam rapidamente pela vida da gente, mas marcam profundamente. Foi assim com a Micho, mãe do Gabo. É um privilégio para
a Canguru poder publicar seu último recado. Ivana Moreira, diretora de redação
M A R ÇO 2 0 1 6 .
Canguru
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FOTO: LUÍZA VILLARROEL
4para ler com seu filho
Poesia em casa
e no quintal
TODA CRIANÇA GOSTA de brincar com as palavras. Apresente a ela uma
adivinha, um trocadilho, um trava-língua, um lenga-lenga, e a festa já começou.
Nunca encontrei uma criança que não curtisse parlendas, cantigas de roda, cantigas de ninar. Mesmo assim, muitas vezes escuto professores dizendo que não
sabem como “trabalhar” poesia em sala de aula. Minha sugestão aos adultos: não
trabalhe, apenas saboreie versos e rimas com as crianças. A meninada é criativa
por natureza, mergulha fácil na imaginação, na fantasia, na maluquice, na palhaçada, na linguagem. Toda criança é meio — ou muito — poeta. Na coluna deste
mês, destaco dois livros de poesia que não me canso de saborear.
leo cunha e os filhos
André e Sofia
Penélope Martins é quase novata na literatura. Ótima contadora de histórias — apresentou-se em BH em 2015 e eu fui assistir com meu filho Dedé —, ela publicou três ou
quatro livros, por enquanto. Um deles é Quintalzinho, reunião de poemas bem intimistas e coloquiais, que exploram os pequenos momentos de diversão e reflexão na
vida das crianças: uma plantinha que brota, um jogo de bola de gude, as brincadeiras
e manhas do cotidiano. Tudo visto por meio do olhar e da sensibilidade infantil. Um
trechinho para dar água na boca: “Quem disse que assim pequeninas / as menininhas
são tão boazinhas? / Quem? / Ah... eles não conhecem menininha / subindo no armário
/ escorregando na pia / cortando cabelos, azucrinando a cachorrinha.”
SOBRE OS AUTORES: Penélope Martins, paulista, é advogada de formação, mas curte
a vida como contadora de histórias e escritora. Tati Móes, pernambucana, é ilustradora,
artista plástica, designer e professora de artes.
CASAS. Texto de Roseana
Murray, ilustrações de Tibúrcio.
Editora Formato, 1994.
QUINTALZINHO. Texto de Penélope
Martins, ilustrações de Móes. Editora
Bolacha Maria, 2014.
Se Penélope Martins é uma revelação, Roseana Murray é um dos nomes mais consagrados da nossa poesia. Com dezenas de livros dedicados a crianças e jovens,
Roseana já elegeu como temas o céu, os mares, as cores, os jardins, as frutas, as
brincadeiras, o circo e quase tudo que a gente consegue imaginar. Os poemas de
Casas olham com delicadeza, espanto e uma certa nostalgia para vários tipos de
moradia, reais e imaginárias: a casa da avó, a casa do vizinho, a casa mal-assombrada, a casa de antigamente e a do ano 3000, sem esquecer também de quem não
tem casa. Deixo aqui a primeira estrofe de um dos poemas mais leves e divertidos:
“Na casa do vizinho / a comida é mais gostosa / a mãe é menos chata / tudo tem
outro encanto e sabor.”
SOBRE OS AUTORES: Roseana Murray, carioca, é uma das escritoras mais premiadas
da nossa literatura infantil. Tibúrcio, carioca, é ilustrador, cartunista e quadrinista.
Leo Cunha
é escritor e publicou mais de cinquenta livros, como Vira-lata (Ed. FTD) e ABCenário (Ed.
Autêntica). Já recebeu os principais prêmios da literatura infantil brasileira, como Jabuti,
Nestlé e João-de-Barro. Na Canguru, dá dicas de livros para crianças.
[email protected]
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Canguru
. M A R ÇO 2 0 1 6
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
4artigo | AliCe CarVaLHaiS
Meu filho comia de
tudo e de repente...
não come mais nada!
OS BEBÊS NÃO crescem de maneira igual todos os
dias. Eles sofrem uma espécie de estirão de tempo em
tempo. O mesmo acontece com a função cognitiva.
Em alguns momentos eles desenvolvem fortemente uma habilidade. Esses períodos no qual eles dão
uma esticada ou aprendem algo novo são chamados
de picos de crescimento e saltos de desenvolvimento,
respectivamente. É um período difícil e conturbado
para o bebê. Ele se sente perdido, pois houve uma
mudança física e neurológica repentina sem tempo
hábil para se adaptar a essas mudanças. Durante esses
períodos, são comuns alterações de sono, de comportamento e de apetite.
Agora, o caos se instala de verdade quando a
criança está beirando o segundo ano de vida, entre
1 ano e meio e 3 anos. Então vamos falar de algumas
coisas importantes que toda mãe precisa saber.
No primeiro ano de vida, a criança triplica seu
peso e dobra de tamanho. O apetite está relacionado
com esse intenso desenvolvimento. Quando o ritmo
de desenvolvimento diminui, instintivamente, o apetite também diminui, porque as necessidades nutricionais são reduzidas.
Nessa fase acontece o que chamamos de primeira adolescência ou os “terrible twos” (terríveis dois
anos). Essa idade é um período de grandes mudanças
para a criança. Gradualmente, ela passa a se perceber
como indivíduo, com desejos e opiniões próprias, e
isso gera uma enorme necessidade de tomar decisões
e fazer escolhas por si. E é claro que não comer ou
selecionar os alimentos são formas de protestar, de se
impor, de se sentir “gente”. A criança quer ter o poder
de decisão. Em geral, ela recorre a esse tipo de recusa
como mais uma tentativa de conseguir a atenção dos
adultos e acaba descobrindo que é uma maneira brilhante de alcançar seu objetivo.
E aí? O que fazer, então?
No primeiro ano de vida, a criança
triplica seu peso e dobra de tamanho. O
apetite está relacionado com esse intenso
desenvolvimento. Quando o ritmo de
desenvolvimento diminui, instintivamente,
o apetite também diminui, porque as
necessidades nutricionais são reduzidas
Não force a criança a comer.
Lembre-se de que “sem plateia não há show”.
Faça uma cara de “eu sou superior a isso”, mesmo se estiver se remoendo por dentro.
Não ceda às vontades da criança e nem ofereça
no lugar da refeição uma guloseima.
Tenha sabedoria e dê tempo ao tempo.
Fique atenta ao crescimento e ganho de peso
dele. Em algumas situações, é necessário suplementar a alimentação e procurar ajuda profissional.
Ofereça refeições interessantes e lúdicas. Capriche na apresentação das comidas e envolva a
criança na preparação dos alimentos.
Jamais comente perto de seu filho que ele não se
alimenta bem ou que não gosta de nada. Seu filho acredita piamente em tudo que você diz, então aproveite esse artifício para convencê-lo de
que ele come superbem, sim. Diga apenas o que
for positivo. Suas palavras têm muito poder!=
Alice Carvalhais
É mãe e nutricionista maternoinfantil. Responsável pelo setor de nutrição
de crianças e adolescentes do Instituto Mineiro de Endocrinologia, atua em
consultório atendendo a gestantes e crianças, e em domicílio, ajudando as
mamães a introduzirem os seus bebês, de forma correta, na alimentação. Criou
o projeto Alice no País das Comidinhas, no qual alia a teoria da nutrição com a
prática da maternidade e dá dicas de alimentação saudável para mães e filhos.
M A R ÇO 2 0 1 6 .
Canguru
47
Classificados
PARA ANUNCIAR
(31) 3656-7818
As mensagens dos Classificados são de responsabilidade de quem as assina.
Animação e alegria
é com a gente!
Animação e Recreação
Locação de Brinquedos
Entretenimento Infantil
AMÉLIAS
ORGANIZ AÇ ÃO
DE AMBIENTES
(31) 9 974 6-615 6
(31) 99339-3844
(31) 99359-7544
ameliasorganizadoras
[email protected]
fb.com/animaerecreacao
CNPJ: 20.653.115/0001-92
FOTO: MÁRCIO RODRIGUES
4crônica
Amor para comer
cris guerra e o
filho francisco
ALGUMAS PESSOAS NÃO têm coração. Outras
parecem vir equipadas com mais de um. Minha
mãe fazia parte do segundo grupo, e acho que
dois de seus corações ficavam nas mãos. Se fosse possível partir minha saudade em pedaços, eu
sublinharia a falta absurda do cafuné que ela me
fazia durante suas conversas ao telefone — enquanto sua cabeça percorria dezenas de assuntos,
a minha ficava estrategicamente posicionada sob
as pontas dos seus dedos.
As mesmas mãos faziam pratos deliciosos aos domingos, construindo uma família em volta da mesa.
Cedo tentei retribuir: em algumas noites eu fazia
uma sopa de legumes, um dos nossos pratos preferidos. Com a ajuda dos caldos processados — pensava
que aquilo era amor —, eu era rápida no preparo.
Trazia a sopa fumegante, com orgulho idem. Era o
nosso jeito de conversar.
Herdei da minha mãe o gosto por sabores ácidos, o desejo por sobremesas quentes e uma paixão
cega por aquelas que levem banana. Mas, de seu
talento para a cozinha, só me restou o livro de receitas. Ela se foi cedo demais para que eu tivesse
tempo de aprender.
Comparado ao cardápio variado que mamãe
preparava, meu repertório culinário se recolhe envergonhado quando o assunto é dar de comer ao
meu filho. “Mamy, faz arroz perfeito?”, pede Francisco, sedutor. Meu arroz é bom mesmo: não uso
pré-cozido — nem modéstia. Mas talento é o do
menino para elogiar: enxergo cada fechar de olhos
como uma estrela do Guia Michelin — paladar para
isso, também tem: puxou ao pai. Ele, sim, cozinhava à altura de suas exigentes papilas gustativas. Fez
questão de envolver nosso caso em geleia de mo-
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Canguru
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Algumas pessoas não têm coração.
Outras parecem vir equipadas com
mais de um. Minha mãe fazia parte do
segundo grupo, e acho que dois de
seus corações ficavam nas mãos
rango caseira, carregada de açúcar — e afeto. Era o
próprio amor no pote.
Um dos meus grandes desafios é agradar ao paladar do Francisco — o primeiro passo é o mais
difícil: convencê-lo a experimentar um novo prato.
Na tentativa de ensinar novos sabores, sou eu quem
aprende. Descobri o prazer em picar legumes, passei
a apreciar livros de receitas e faço da cozinha minha
maior terapia. A cada novo preparo, aguardo ansiosa
o veredito do menino. Que, diga-se de passagem,
não tem garantia de longo prazo. Pode fazer a melhor cara do mundo e ser generoso na medida do
elogio, mas só prova que gostou de fato ao pedir o
preparo pela segunda vez. Ainda que nada até agora
tenha superado o “arroz perfeito”, sigo com fé: ainda
quebro esses nove anos de reinado.
Enquanto isso, vou amando com as mãos. Colocando em cada receita o meu gosto pela vida,
alimento o menino de afeto — puro e orgânico.
Tão intenso e concentrado que só uma pitada já
fortalece.=
Cris Guerra
é publicitária, escritora e palestrante. Fala sobre moda e comportamento
em uma coluna na rádio BandNews FM e a respeito de muitos outros
assuntos em seu site www.crisguerra.com.br. Na Canguru, escreve sobre
a arte da maternidade.
[email protected]
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