as unidades terminológicas complexas da inteligência de

Transcrição

as unidades terminológicas complexas da inteligência de
Universidade de Brasília – UnB
Instituto de Letras – IL
Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução – LET
Programa de Pós-Graduação em Lingüística Aplicada – Mestrado
AS UNIDADES TERMINOLÓGICAS COMPLEXAS DA
INTELIGÊNCIA DE ESTADO
LÉXICO BILÍNGÜE – INGLÊS/PORTUGUÊS
OSVALDO ANTÔNIO PINHEIRO SILVA
Brasília
2005
2
OSVALDO ANTÔNIO PINHEIRO SILVA
AS UNIDADES TERMINOLÓGICAS COMPLEXAS DA
INTELIGÊNCIA DE ESTADO
LÉXICO BILÍNGÜE – INGLÊS/PORTUGUÊS
Brasília
2005
3
OSVALDO ANTÔNIO PINHEIRO SILVA
AS UNIDADES TERMINOLÓGICAS COMPLEXAS DA
INTELIGÊNCIA DE ESTADO
LÉXICO BILÍNGÜE – INGLÊS/PORTUGUÊS
Dissertação apresentada no Programa de
Mestrado em Lingüística Aplicada do
Departamento de Línguas Estrangeiras e
Tradução do Instituto de Letras da
Universidade de Brasília, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. René G. Strehler.
Brasília
2005
4
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S586u
Silva, Osvaldo Antônio Pinheiro.
As Unidades Terminológicas Complexas da Inteligência de Estado:
Léxico Bilíngüe ; inglês-português / Osvaldo Antônio Pinheiro Silva. –
Brasília, DF : [s.n], 2005.
165f.
Orientador: Dr. René G. Strehler.
Dissertação (Mestrado) - Universidade de Brasília.
Bibliografia: f.
1. Lingüística Aplicada. 2. Terminologia 3. Inteligência de Estado 4.
Lexicologia. I. Strehler, René G. II. Universidade de Brasília.
CDU 001.4: 355.40
5
OSVALDO ANTÔNIO PINHEIRO SILVA
AS UNIDADES TERMINOLÓGICAS COMPLEXAS DA
INTELIGÊNCIA DE ESTADO
LÉXICO BILÍNGÜE – INGLÊS/PORTUGUÊS
Dissertação apresentada no Programa de
Mestrado em Lingüística Aplicada do
Departamento de Línguas Estrangeiras e
Tradução do Instituto de Letras da
Universidade de Brasília, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre.
COMISSÃO EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Dr. René Gottlieb Strehler
Universidade de Brasília
___________________________________________
Profa. Dra. Enilde Leite de Jesus Faulstich
Universidade de Brasília
___________________________________________
Prof. Dra. Haruka Nakayama
Universidade de Brasília
Brasília, 27 de janeiro de 2005.
6
A Deus, aos meus pais, irmãos e amigos...
Companheiros de todas as horas...
A Gabriel...
7
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. René G. Strehler, orientador amigo e paciente em todas as etapas deste trabalho.
À Profa. Dra. Enilde L. de J. Faulstich (LIV/UnB), pela inspiração e orientações sempre
enriquecedoras.
Ao Prof. Ofal R. Fialho (LET/UnB), pelo incentivo necessário a este trabalho.
A minha família, pela compreensão, confiança e motivação.
Aos amigos e colegas, pela força e pela paciência com os diversos convites recusados.
Aos professores e colegas de Curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de nossas
vidas.
Aos profissionais e colegas de trabalho, pela concessão de informações valiosas para a
realização deste estudo.
A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste trabalho.
Aos que não impediram a finalização deste estudo.
8
“La lengua, concebida en su esencia real,
es algo pasajero constantemente y en todo momento...
No es una obra, sino una actividad.”
Humboldt
“Douter de tout ou tout croire sont deux solutions
également commodes, qui l’une et l’autre
nous dispensent de réfléchir.”
Henri Poincaré
9
SILVA, Osvaldo A. P. As Unidades Terminológicas Complexas da Inteligência De
Estado: Léxico bilíngüe – inglês/português. 2005. Dissertação (Mestrado em Lingüística
Aplicada) – Universidade de Brasília.
RESUMO
Repertoria as unidades terminológicas complexas no âmbito da Inteligência de Estado em
língua inglesa e busca equivalentes em língua portuguesa do Brasil. Apresenta breve histórico
da atividade de Inteligência e sua tipologia, bem como caracteriza a sua terminologia em
inglês e em português do Brasil, sobretudo quanto à multidisciplinaridade. Categoriza os
grupos sintagmáticos encontrados e os analisa no cotejo com o português do Brasil. Propõe
ficha terminológica com remissivas e ocorrência de sinonímia. Apresenta diagramação de
verbete terminológico bilíngüe.
Palavras-chave: unidades terminológicas complexas, terminologia, Inteligência de Estado,
inglês, português do Brasil, grupos sintagmáticos, equivalência.
10
SILVA, Osvaldo A. P. The Complex Terminological Units in the field of Governmental
Intelligence: a bilingual lexicon of complex terms English/Portuguese. 2005. Dissertação
(Mestrado em Lingüística Aplicada) – Universidade de Brasília.
ABSTRACT
This study surveys the complex terminological units at the Governmental Intelligence level
and it searches for equivalent constructions in Brazilian Portuguese. It forwards a brief history
of the Intelligence activity and its tipology; it attemps to characterize the terminology of
Governmental Intelligence both in English and in Brazilian Portuguese, especially in terms of
its multidisciplinary aspect. It categorizes the syntagmatic groups found in the corpus and
analyzes their realization in Brazilian Portuguese. It proposes a terminology card with crossreferencing and synonymical occurrences. It also presents the lay-out for a bilingual
terminological entry.
Key-words: complex terminological units, terminology, Governmental Intelligence, English,
Brazilian Portuguese, syntagmatic groups, equivalence.
11
LISTA DE ILUSTRAÇÕES E TABELAS
Quadro 1 – Tipologia da atividade de inteligência ..............................................................................13
Quadro 2 – Inteligência Estatal - subtipos ...........................................................................................13
Quadro 3 – A Mãe das Inteligências ....................................................................................................15
Quadro 4 – Simple Concordance Program...........................................................................................42
Quadro 5 – Lista Fontes 1 ....................................................................................................................44
Quadro 6 – Lista Fontes 2 ....................................................................................................................45
Quadro 7 – Características da Terminologia de IE – Fontes 3.............................................................48
Quadro 8 – Modelo de ficha terminológica..........................................................................................53
Quadro 9 – Ficha terminológica “agent of influence” .........................................................................55
Quadro 10 – Ficha terminológica “order of battle”..............................................................................56
Quadro 11 – Ficha terminológica “carpet bombing” ..........................................................................58
Quadro 12 – Ficha terminológica “sheep dipping” .............................................................................59
Quadro 13 – Ficha terminológica “window dressing” ........................................................................59
Quadro 14 – Ficha terminológica “counterguerrilla warfare” .............................................................63
Quadro 15 – Ficha terminológica “action officer” ..............................................................................65
Quadro 16 – Ficha terminológica “agent provocateur” .......................................................................66
Quadro 17 – Ficha terminológica “brick agent” ..................................................................................66
Quadro 18 – Ficha terminológica “night crawler” ..............................................................................67
Quadro 19 – Ficha terminológica “clandestine intelligence” ..............................................................70
Quadro 20 – Ficha terminológica “safe house” ...................................................................................71
Quadro 21 – Ficha terminológica “timed drop” ..................................................................................73
Quadro 22 – Ficha terminológica “flaps and seals” ............................................................................76
Quadro 23 – Ficha terminológica “de facto boundary” ......................................................................77
Quadro 24 – Ficha terminológica “smoking-bolt operation” ..............................................................78
Quadro 25 – Ficha terminológica “legally admissible copy” ..............................................................79
Quadro 26 – Tabela: sinonímia ...........................................................................................................80
Quadro 27 – Ficha terminológica com variante ortográfica ................................................................82
Quadro 28 – Ficha terminológica com sinonímia ...............................................................................82
Quadro 29 – Ficha terminológica: remissiva 1 ....................................................................................83
Quadro 30 – Ficha terminológica: remissiva 2 ...................................................................................84
Quadro 31 – Ficha terminológica: antonímia ......................................................................................84
Quadro 32 – Tabela: ocorrências em PB/porcentagem .......................................................................89
Quadro 33 – Gráfico: ocorrências em PB ............................................................................................90
12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AI
Atividade de Inteligência
comp
Sintagma composto
DHLP
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
FAdj
Forma adjetiva
FAdv
Forma adverbial
FV
Forma verbal
IE
Inteligência Estatal
PB
Português do Brasil
PR
Le Petit Robert de la langue française
MAED
Macmillan Advanced English Dictionary
NAUR
Novo Aurélio Século XXI
OBS
Observações
REM
Remissivas
RELINT
Relatório de Inteligência
RHCD
Random House College Dictionary
UTC
Unidade terminológica complexa
UTCi
Unidade terminológica complexa em inglês
UTCp
Unidade terminológica complexa em português do Brasil
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 01
2 AMBIENTAÇÃO TEMÁTICA ...................................................................................... 04
2.1 Por uma Definição de Atividade de Inteligência.............................................................. 04
2.2 Scientia Est Potentia: Informação vs. Inteligência .......................................................... 07
2.2.1 Breve Histórico da Atividade de Inteligência .............................................................. 08
2.2.2 O Crescimento do Nacionalismo .................................................................................. 10
2.2.3 Natureza da Atividade de Inteligência .......................................................................... 11
2.2.4 Tipologia ....................................................................................................................... 12
3 TERMINOLOGIA E INTELIGÊNCIA ESTATAL ..................................................... 16
3.1 A Terminologia da Inteligência Estatal em Língua Inglesa ............................................ 28
3.2 A Terminologia da Inteligência Estatal em Língua Portuguesa do Brasil ...................... 34
4 METODOLOGIA.............................................................................................................. 35
4.1 Metodologia...................................................................................................................... 35
4.1.1 Público-alvo e amplitude ............................................................................................... 36
4.1.2 Fontes 43
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................. 50
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 87
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 92
8 ANEXOS .......................................................................................................................... 94
8.1 ANEXO A: FICHAS TERMINOLÓGICAS ................................................................. 94
8.2 ANEXO B: PERFIL DOS ESPECIALISTAS ................................................................164
1
1 INTRODUÇÃO
Em um mundo marcado pelo constante desenvolvimento da ciência e
da tecnologia, a comunicação através das fronteiras lingüísticas ganhou importância
crescente no processo global. A circulação de informações assumiu um papel estratégico, o
que decorre da necessidade de divulgação dos resultados dos trabalhos científicos. Essa
transmissão do saber se dá por meio de relatórios, artigos ou documentos que possuem
características próprias em nível semântico, pragmático, semiótico e, sobretudo, lexical, pois
é por intermédio de uma terminologia própria que esse tipo de texto veicula seus
conhecimentos. O desenvolvimento de bancos de dados terminológicos se deu muito cedo
como a única resposta para a gestão do fluxo de informações científicas e para os milhares de
termos gerados em decorrência dos avanços da humanidade. O objetivo não é somente de
explorar e organizar o acesso aos dados, mas também de manter o conteúdo, bem como de
difundi-lo e de garantir um intercâmbio mais eficaz e otimizado.
O atendimento a esses objetivos percorre caminhos diversos, porém,
atualmente, não há como ignorar a existência de um ponto pacífico: a informática. Os passos
do ‘fazer’ terminológico – antes tímidos e morosos – foram acelerados pelos recursos
disponibilizados pela tecnologia. Dessa forma, as diversas áreas do saber humano puderam
ser sistematizadas e, por conseguinte, perpetuadas para efeito de difusão e transferência de
conhecimento.
A área de Inteligência de Estado sempre esteve envolta no manto do
secretismo e da confidencialidade. Momentos históricos e fatores conjunturais foram
2
amplamente utilizados como justificativas para esta não-divulgação de informações. Isso, no
entanto, não impediu o surgimento de um repertório de conceitos/designações, ou seja, de um
repertório terminológico próprio. Ocorre que as mesmas explicações alegadas para a nãodivulgação de informações tidas como de interesse do Estado ocultaram este repertório.
Eventualmente por meio da mídia não-especializada, algum termo “vazava”, de forma que se
podia já perceber a existência da terminologia. O próprio fato da imprensa não-especializada
utilizar um termo como “vazamento” – muitas vezes no afã de legitimar o artigo publicado –
é emblemático na medida em que consagra publicamente uma designação cujo ponto de
partida se encontra em uma linguagem de especialidade.
Por
outro
lado,
a
atividade
de
Inteligência
Estatal
foi
incessantemente confundida com espionagem, fato decorrente, sobretudo, da bipolaridade
ideológica do pós-guerra. Finda a Guerra Fria, os serviços de inteligência passaram por
diversas mudanças e se deparam atualmente com temas que vão do combate ao terrorismo à
transferência ilegal de tecnologia.
Embora diferente da forma como se entende hoje em dia, a atividade
de Inteligência é notadamente uma das mais antigas de que se tem conhecimento, fato que,
por si só, já levantaria indícios de terminologia própria. Além disso, a natureza
multidisciplinar dos serviços de informações fomenta a incorporação de termos de outros
domínios do conhecimento humano. Essa multidisciplinaridade se torna um desafio e um
atrativo ao levantamento terminológico nesta área.
Esta
pesquisa
tem
por
objetivo
conhecer
esse
repertório
terminológico na língua inglesa e identificar os equivalentes em língua portuguesa do Brasil.
Ao fazê-lo, comprovar-se-á não apenas a existência desse repertório, mas, sobretudo, se dará
visibilidade a uma atividade quase tão antiga quanto a humanidade. Esta investigação
pretende ainda ser uma ferramenta útil aos servidores da Agência Brasileira de Inteligência
3
(ABIN), órgão de assessoramento direto ao Presidente da República, criado por meio da Lei
no. 9883/99. Conforme disposto nessa Lei, cabe à ABIN planejar, executar, coordenar,
supervisionar e controlar as atividades de inteligência no Brasil.
O público-alvo, portanto, é um segmento especializado de analistas
de inteligência encarregados da produção de conhecimentos para o devido assessoramento.
Não descartamos, todavia, a utilidade desta pesquisa para estudiosos da área, tradutores e
intérpretes.
Como ponto de partida, há uma ambientação do tema, que tem, por
objetivo, descrever o meio por onde circulam os termos repertoriados. Em seguida, tem-se a
discussão acerca da relação entre terminologia e a Inteligência de Estado em língua inglesa e
em língua portuguesa do Brasil (doravante PB). Então, apresenta-se a metodologia aplicada
com o detalhamento necessário em relação à amplitude da pesquisa, às fontes e ao públicoalvo. A seguir, são apresentados e analisados os dados e, logo depois, feitas as considerações
finais.
É imperativo, desde o início, esclarecer a razão de a pesquisa estar
restrita às unidades terminológicas complexas (doravante, UTC), bem como o entendimento
dessas unidades. É sabido que a grande maioria das terminologias é composta por sintagmas,
isto é, por termos integrados por mais de uma unidade ou palavra. Também conhecidos por
termos complexos, sintagmas terminológicos ou unidades de significação especializada
polilexemáticas, as UTCs têm, como característica, a dificuldade de reconhecimento, ou seja,
a delimitação. Partiremos do pressuposto de que os sintagmas nominais com estrutura
nome+adjetivo em PB e adjetivo+nome em inglês sejam predominantes. O levantamento, no
entanto, confirmará, ou não, tal premissa.
Por fim, este trabalho busca dar o primeiro passo para a divulgação
da terminologia de Inteligência Estatal (doravante IE) por meio de sua expansão no sentido
4
de possibilitar a produção de um dicionário terminológico de IE em diversos idiomas.
Cumpre salientar que os equivalentes na língua francesa serão acrescidos após o término
desta etapa.
2 AMBIENTAÇÃO TEMÁTICA
2.1 Por uma definição de Atividade de Inteligência
Uma busca despretensiosa feita a partir da palavra “inteligência” no
mecanismo de pesquisa na Internet Google retorna uma lista com cerca de 615.000 páginas.
Uma leitura superficial das vinte primeiras páginas, ou seja, aquelas que, a rigor, apresentam
maior grau de pertinência revela alguns tipos de inteligência:
• Inteligência Artificial – 08 (oito) páginas indexadas
• Inteligência Emocional – 04 (quatro) páginas indexadas
• Inteligência Governamental – 03 (três) páginas indexadas
• Testes de QI e jogos – 02 (duas) páginas indexadas
• Inteligência Econômica – 01 (uma) página indexada
• Inteligência Extraterrestre – 01 (uma) página indexada
• Endereço eletrônico de uma revista chamada “Inteligência”
A Inteligência de Estado, ou Estatal, desponta como uma das
possíveis acepções do termo. Para confirmar isso, cabe uma consulta ao verbete inteligência
em dicionários de língua geral. No DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA
5
– DHLP (p.1631), temos:
2
inteligência.s.f. m.q. SERVIÇO DE INFORMAÇÕES ETIM ing. intelligence
‘informação em relação a um inimigo ou região; agência encarregada de
obter tal informação’
No NOVO AURÉLIO SÉCULO XXI – NAUR (p.1122), a segunda
entrada para inteligência remete a serviço de informações:
inteligência2. [Do ingl. intelligence.] S.f. Angl. V. serviço de informações.
Portanto, temos (p.1846):
Serviço de informações. Bras.1.Obtenção e prestação de informação (8),
especialmente de natureza sigilosa. 2. O pessoal ou a entidade dedicados a
essa atividade. [Sin. ger.: serviço secreto, inteligência.]
Apresentado como um anglicismo em ambas as obras, cabe,
portanto, averiguar em dicionários de língua inglesa se a alusão à IE é mantida. Para tal, o
RANDOM HOUSE COLLEGE DICTIONARY (RHCD) e o MACMILLAN ENGLISH
DICTIONARY (MAED) foram consultados, apresentando os seguintes resultados,
respectivamente:
RHCD (p.692)
intelligence, n. [...] 6. Gov. a. information about an enemy or a potential
enemy. b. the evaluated conclusions drawn from such information. c. an
organization or agency employed in gathering such information: military
intelligence.
6
MAED (p.746)
intelligence / noun [U] [...] 2. information collected about the secret plans
and activities of a foreign government, enemy etc: The satellite could also be
used to gather intelligence. 2a. a government organization that collects
information about the secret plans and activities of a foreign government,
enemy etc: the chief of military intelligence
Como se pode observar, os dicionários de língua geral reconhecem a
existência da atividade de IE. É curioso, no entanto, que, para defini-la, não se recorreu ao
vocábulo ‘espionagem’, palavra esta presente com entrada própria em todas as obras
consultadas. Infere-se, por intermédio das definições, que, para coletar informações de um
inimigo potencial, algum tipo de espionagem possa ser empregado. A rigor, o senso comum
vincula a atividade de inteligência à espionagem, muito em decorrência da literatura ficcional
e da mídia. Segundo ANTUNES (2002, p.21), “não obstante o termo intelligence ser um
eufemismo anglo-saxão para a espionagem, esta é apenas uma parte do processo de
inteligência”. Logo, a atividade de inteligência não se resume à espionagem e a emprega tãosomente como uma técnica adicional de obtenção de dados negados.
Portanto, as quatro obras consultadas revelam conhecimento do
assunto na medida em que não recorrem à técnica para definir a atividade, diferentemente do
senso coletivo fomentado pela ficção e mídia.
2.2 Scientia Est Potentia – Informação vs Inteligência
“A atividade de inteligência é uma componente atual e significativa
do poder de Estado, enquadrando-se no núcleo coercitivo que provê a prestação de serviços
públicos de defesa externa e manutenção da ordem, as duas funções constituindo os atributos
do monopólio legítimo do uso da força na acepção weberiana do Estado.” (ANTUNES, 2002,
7
p.18) A atividade de inteligência é, portanto, típica de Estado e o poder da informação
privilegiada assume papel fundamental no processo de governabilidade.
Por outro lado, é relevante estabelecer a distinção entre o que é
informação e o que vem a ser inteligência. Para tal, é preciso resgatar os debates acadêmicos
anglo-saxões, mesmo porque é escassa a bibliografia brasileira acerca do assunto.
Em 1995, SIMS (apud ANTUNES, op.cit.) afirmou que a
inteligência não trata apenas dos segredos, e que diversos tipos de informações agregadas
para o processo decisório poderiam ser considerados inteligência:
“Intelligence is best defined as information collected, organized, or analyzed
on behalf of the actors or decision makers. Such information includes
technical data, trends, rumors, pictures, or hardware.” (SIMS, 1995)
A definição proposta por SIMS aponta para o tratamento dado à
informação como traço distintivo da inteligência, ou seja, o processamento e tratamento da
informação são o que a distingue da inteligência. Ocorre que, nesse caso, tem-se a impressão
de que a atividade de inteligência poderia ser executada por um instituto de pesquisa que
agrega dados a respeito da aceitação de um certo produto antes do lançamento oficial, o que
não é verdade, pois, como já foi dito, trata-se de atividade típica de Estado.
A inteligência compreende a coleta e análise de informações
relevantes para o processo de formulação e implementação de políticas públicas, aí incluída a
política de segurança nacional. Há um aspecto conflitante na inteligência, na medida em que
a obtenção das informações relevantes para um país é, a rigor, dificultada por outro, pois a
atividade de inteligência também está voltada para a proteção dos dados importantes. Logo, a
informação, sobretudo a negada, é o objeto de trabalho da inteligência, pois é a partir das
informações que o ciclo de inteligência tem início, ou seja, o planejamento, a coleta de
8
dados, o processamento, a análise, e a difusão.
2.2.1 Breve histórico da Atividade de Inteligência
Os primórdios da agência de inteligência moderna foram os antigos
profetas, como os do Templo de Delfos, que se diziam capazes de se comunicar com os
deuses e, por isso, podiam predizer o futuro. Como nos tempos modernos, seus relatos eram
ambíguos e muitas vezes ignorados pelos tomadores de decisão.
A Bíblia diz que Deus aconselhou Moisés (Num 13) a enviar
“homens que espiem a terra de Canaã”. Doze agentes foram enviados e retornaram quarenta
dias depois para relatar que as pessoas que viviam na terra abundante em leite e mel eram
mais poderosas que os Israelitas. Por causa desse relato, foram punidos por Deus.
Outro antigo analista de inteligência e contra-inteligência foi SunTzu, cuja obra Ping-fa (A Arte da Guerra), escrita em 400 a.C., é creditada como norteadora
das análises dos estrategistas contemporâneos do Partido Comunista Chinês. Sun-Tzu se
refere a cinco tipos de agentes secretos: agentes locais, agentes duplos, agentes falsos,
agentes sacrificáveis e agentes de penetração. O autor enfatizou a importância de uma boa
organização de inteligência, e também escreveu sobre a contra-inteligência e guerra
psicológica.
Na Idade Média, a inteligência, ainda que bastante desorganizada,
passou a ser usada mais sistematicamente na Europa Ocidental. Se, por um lado, era
geralmente impossível esconder a aglomeração de tropas ou navios, tornando a estratégia da
surpresa muito difícil nas operações militares, por outro, a comunicação era vagarosa,
equilibrando assim a informação disponível com a habilidade de se comunicar em tempo.
No século XV, as cidades-Estado italianas começaram a estabelecer
9
embaixadas permanentes em capitais estrangeiras. Os governantes de Veneza utilizavam
estes postos como fontes de inteligência e também desenvolveram códigos e cifras com os
quais a informação era secretamente passada. No século XVI, outros governos europeus
seguiram a mesma linha.
Como se pode perceber, a atividade de inteligência, bem como
algumas de suas técnicas mais conhecidas, faz parte do cotidiano da humanidade há séculos,
sendo empregada nos âmbitos diplomático, militar e até mesmo religioso.
2.2.2 O Crescimento do nacionalismo
O crescimento do nacionalismo, acelerado pela Paz de Westfália em
1648, levou ao aumento de exércitos permanentes e diplomatas profissionais. Isto fez com
que os chefes de Estado necessitassem de informações estrangeiras abalizadas, então foram
desenvolvidos procedimentos e organizações nesse sentido.
A Rainha Elizabeth I mantinha uma notável organização de
inteligência. Seu principal secretário de Estado, Sir Francis Walsingham, criou uma rede com
vários agentes de inteligência em terras estrangeiras. Ele recrutou universitários em Oxford e
Cambridge, desenvolveu a arte da espionagem e da intriga internacional, e criou instrumentos
e técnicas de codificação e decodificação. Posteriormente, o cardeal Richelieu, ministro chefe
do Conselho Real de Luís XIII, e Oliver Cromwell, membro do Parlamento inglês,
desenvolveram notáveis sistemas de inteligência. Richelieu valeu-se da chamada “Grelha de
Cardano”, um sistema simples de esteganografia, para codificar suas mensagens.
Entretanto, foi somente no século XVIII que surgiram as distinções
entre a segurança interna (contra-inteligência) e a externa. A população começou a ter maior
comprometimento com o Estado do que com as dinastias ou lideranças religiosas. O
10
resultado foi que os líderes nacionais começaram a se preocupar mais com a opinião pública
internacional, criando assim uma nova diplomacia e novas necessidades de inteligência.
Maiores inovações em organização e doutrina são creditadas a
Frederico, o Grande. Com ele, e mais tarde sob o controle do assessor de Bismarck, Wilhelm
Stieber, a Prússia organizou as funções de inteligência como parte integrante do Estado
Maior. Isso acarretou a criação de uma agência de inteligência militar para servir de olhos da
nação no exterior.
GUEDES (2004) afirma, com propriedade, que a Atividade de Inteligência
como se entende hoje em dia foi sistematizada somente após a Segunda Guerra Mundial e o
período da Guerra Fria. Não há dúvida de que a consolidação dos princípios e da metodologia
ocorreu nesse período, uma vez que a necessidade de obtenção de informações se tornou
estratégica.
2.2.3 Natureza da Atividade de Inteligência
As categorias de Inteligência são potencialmente infinitas. As Forças
Armadas necessitam de Inteligência Militar, um programa espacial ou de satélites necessita
de informação científica, um escritório no exterior necessita de informação política ou
biográfica, e um presidente ou primeiro-ministro precisa de um amálgama de todas essas
informações e mais ainda. Conseqüentemente, a atividade de inteligência tornou-se uma
vasta indústria internacional, que, em sua maior parte, é secreta. Além disso, pode-se
observar que o escopo de atuação da atividade é amplo o suficiente para caracterizar o
trabalho do analista de inteligência como de natureza multidisciplinar. É, de certa forma,
semelhante ao ofício do tradutor/intérprete, na medida em que tanto este quanto aquele
dependem da capacidade de agregar informações oriundas de diversas áreas do
11
conhecimento. O passo distintivo do analista frente ao tradutor/intérprete se dá no momento
de tratar a informação para transformá-la em inteligência.
Na sociedade democrática no Brasil, a atividade de inteligência
assumiu o papel de “preservação da soberania nacional, a defesa do Estado Democrático de
Direito e a dignidade da pessoa humana” (Lei no. 9883/99), sem dizer que passou a ter as
suas atividades analisadas por uma comissão de controle externo, característica presente em
poucos órgãos de inteligência do mundo. Essa comissão tem por objetivo “assegurar que as
atividades dos serviços de informação do Governo Federal não desbordem dos limites de
suas atribuições, para atuar como mero órgão de espionagem a fim de promover a
perseguição aos adversários políticos do Presidente da República e de seus auxiliares diretos,
mediante a utilização de informações ou contra-informações obtidas, muitas vezes, sem o
devido resguardo da vida íntima das pessoas e com o evidente objetivo de violar a sua honra
e imagem” (Projeto de Decreto Legislativo no. 241/2000).
2.2.4 Tipologia da Atividade de Inteligência
Para estabelecer a tipologia da atividade de inteligência, é preciso,
antes de tudo, colocar uma linha divisória entre Inteligência de Estado e a que não é de
Estado. Na primeira vertente, encontramos três tipos, qual sejam a Inteligência Militar, a
Inteligência de Polícia e a Inteligência Estratégica. Em outra direção, encontramos, entre
outros, a Inteligência Industrial, Inteligência Competitiva, Inteligência Artificial, etc. O
quadro a seguir resume a taxonomia da atividade de inteligência:
12
Inteligência - Tipologia
Inteligência
Estatal
Militar
Não-estatal
Policial
Estratégica
Industrial
Competitiva
Artificial
Empresarial
etc.
(quadro 1)
Esta dissertação tem por objetivo caracterizar e inventariar a
terminologia da Inteligência Estatal, com ênfase na inteligência estratégica. Como dito
anteriormente, o aspecto multidisciplinar da atividade acarreta, entre outros pontos, a
utilização em comum de termos dentro do âmbito da inteligência estatal, o que explica, em
parte, a existência de termos que parecem pertencer aos 3 tipos de inteligência de Estado (v.
cap.3 para discussão mais aprofundada).
A estrutura organizacional dos órgãos de IE revela as subdivisões
possíveis. Para efeito desta dissertação, basta salientar que, a rigor, as instituições desta
natureza se subdividem da seguinte forma:
Inteligência Estatal - Subtipos
Inteligência Estatal
Inteligência
(quadro 2)
Contra-inteligência
Estratégica
Policial
Militar
Inteligência
Contra-inteligência
Inteligência
Contra-inteligência
13
Como se percebe no quadro 2, os subtipos compreendem a atividade
de inteligência propriamente dita, e a contra-inteligência. De acordo com o Decreto
4.693/2003, em cujo anexo I consta a estrutura organizacional da Agência Brasileira de
Inteligência (ABIN), tem-se que “ao Departamento de Inteligência compete produzir
documentos de inteligência sobre a situação nacional e internacional necessários para o
assessoramento ao Presidente da República”; por outro lado é incumbência do Departamento
de Contra-Inteligência “exercer ações de salvaguarda de assuntos sensíveis e de interesse do
Estado e da sociedade, produzir conhecimentos sobre atividades de organizações criminosas,
bem como coordenar e supervisionar as atividades de contra-inteligência em articulação com
os órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência”. Assim, a Inteligência trata da produção de
documentos no sentido de prover a Presidência com informações estratégicas para o processo
de tomada de decisão. A Contra-Inteligência, por sua vez, está voltada para a proteção das
informações, no intuito de evitar que assuntos de natureza sensível, e cuja divulgação possa
prejudicar os interesses do país, sejam difundidos.
O campo de atuação da Atividade de Inteligência é bastante amplo,
decorrência do aspecto multidisciplinar inerente à Atividade. Todavia, a metodologia e os
princípios têm origem na Inteligência Militar, ou como GUEDES (2004) explica, “Todas [as
formas atuais de Inteligência] têm origem na ‘Mãe das Inteligências’, a Inteligência Militar”.
De fato, os campos de análise específicos da área militar são percebidos nas outras
“inteligências”. Este autor sugere o seguinte quadro como maneira de confirmar sua
proposição acerca da “Mãe das Inteligências”:
14
Campos de análise
específicos da área
militar
Compete à Inteligência
Militar, em qualquer
nível, analisar e avaliar
os aspectos abaixo
listados
TERRENO: área de
operações provável ou
ativada: todos os
aspectos com vistas,
principalmente, ao
levantamento de
facilidades e obstáculos
ao movimento da força
amiga e da oponente.
INIMIGO: poder de
combate; localização;
personalidades.
CONDIÇÕES
METEOROLÓGICAS:
interferência das
condições climáticas na
condução das operações
da força amiga e da
oponente.
Inteligência
COMPETITIVA
Inteligência
MÉDICA
Inteligência
Inteligência
EMPRESARIAL POLICIAL
Mercado
interno e/ou
externo
Ser humano e
ambiente
Mercado
específico
Sociedade e
ambiente de
atuação
Concorrência
Doença
Concorrente
Legislação,
sistema
judiciário e
políticas de
governos
nacionais ou
não.
Legislação,
sistema
judiciário e
políticas de
governos
nacionais ou
não.
Legislação,
sistema
judiciário e
políticas de
governos
nacionais ou
não.
Criminoso de
qualquer nível
ou natureza
Legislação,
sistema
judiciário e
políticas de
governos.
(quadro 3)
O progresso tecnológico iniciou uma corrida entre as capacidades
militares e as medidas defensivas; e entre os novos métodos de coleta e de obtenção de dados
e as novas técnicas de proteção de informações secretas. Conseqüentemente, os sistemas de
inteligência têm que estar preparados para se resguardar de avanços científicos ou
tecnológicos que podem dar a um país uma vantagem decisiva sobre o outro. Eles têm que
caminhar lado a lado com os avanços estrangeiros em energia nuclear, eletrônica, química,
informática e outras áreas do conhecimento científico.
Se um sistema de inteligência tiver que fazer um prognóstico sobre o
comportamento de um país estrangeiro, ele deve possuir informações detalhadas sobre as
características pessoais dos líderes da nação em questão. A abrangência da pesquisa
15
biográfica aumentou com o crescimento das organizações internacionais, uma vez que os
negociadores necessitam de estar informados sobre os estrangeiros com quem vão pactuar.
3 TERMINOLOGIA E INTELIGÊNCIA ESTATAL
Já
dizia
COSERIU
(apud
EZQUERRA,
1994)
que
“las
terminologías científicas y técnicas no pertenecen al lenguaje ni, por consiguinte, a las
estructuraciones léxicas del mismo modo que las ‘palabras usuales’: constituyen utilizaciones
del lenguaje para clasificaciones diferentes (y, en principio, autónomas) de la realidad o de
ciertas secciones de la realidad”. Assim, este autor apontou a relativa distância entre a língua
geral e a linguagem de especialidade, ainda que EZQUERRA (1994) reconheça a freqüente
dificuldade em se diferenciar os dicionários de língua geral daqueles de linguagem de
especialidade – dificuldade atribuída “a la pretensión abarcadora de los diccionarios de
lengua” (EZQUERRA, op.cit.). Assim, cumpre buscar um entendimento do que vem a ser a
terminologia.
O conceito de terminologia se desdobra, a rigor, em dois modos
divergentes de compreensão. Para efeito desta dissertação, é fundamental desde já
estabelecer a linha divisória entre tais formas de conceituar a terminologia. Vejamos o que
registram respectivamente o DHLP e o LE PETIT ROBERT (2003) – doravante PR:
terminologia substantivo feminino
1conjunto de termos específicos ou sistema de palavras us. numa disciplina
particular (p.ex., a terminologia da botânica, da marinharia, da matemática);
nomenclatura
16
1.1tratado acerca de tais termos
2uso de palavras peculiares a um escritor, a uma região etc.
Ex.: <a t. de Guimarães Rosa> <a t. gaúcha>
3estudo que tem por objeto a identificação e delimitação de conceitos
próprios de uma arte, ciência, profissão etc., e a designação de cada um deles
por um determinado vocábulo
terminologie n. f.
• mil. XIXe; « abus de termes techniques » 1801; du lat. terminus ( terme, II) et logie
1 Vocabulaire particulier utilisé dans un domaine de la connaissance ou un
domaine professionnel; ensemble structuré de termes.
1. jargon. La
terminologie de la médecine; de la critique cinématographique, de la
publicité. Terminologie grammaticale. Choisir, créer une terminologie.
Dans la terminologie française, anglaise (d'une science). La terminologie de
Leibniz, de Martinet.
Vocabulaire didactique d'un groupe social. « La vieille terminologie
humanitaire et libérale de 1848 » (Martin du Gard).
2 Étude systématique des « termes » ou mots et syntagmes spéciaux
servant à dénommer classes d'objets et concepts ( lexicographie); principes
généraux qui président à cette étude. La terminologie relève largement de la
lexicologie*. « La création, dans chaque ministère, des commissions de
terminologie » (J. Chirac).
As acepções (1) de ambas as obras revelam uma forma de se
conceituar a terminologia, isto é, como um conjunto de termos característicos de determinada
área do conhecimento humano. Daí, temos desde a terminologia da arquitetura até aquela do
voleibol.
17
Por outro lado, as acepções (3) das obras citadas demonstram um
outro entendimento: a terminologia como estudo das terminologias, ou seja, o conjunto de
pressupostos, métodos e representações que possibilitam a sistematização descritiva das
linguagems de especialidade.
PAVEL (2002), no Manual de Terminologia, assevera as diversas
acepções do que vem a ser a terminologia. A autora reconhece que, em uma primeira
acepção, a palavra terminologia significa um “conjunto de palavras técnicas pertencentes a
uma ciência, uma arte, um autor ou um grupo social”. Acrescenta que, em um sentido mais
restrito e mais especializado, terminologia designa uma “disciplina lingüística consagrada ao
estudo científico dos conceitos e termos usados nas línguas de especialidade”. Para PAVEL
(op.cit.) a língua de especialidade consiste naquela empregada para “proporcionar uma
comunicação sem ambigüidade numa área determinada do conhecimento ou da prática, com
base num vocabulário e em usos lingüísticos específicos desse campo”.
No “fazer” humano, profissional ou não, ocorre certa premência para
gerar e designar conceitos e noções específicas da atividade. Decorre disso a implementação
de hábitos lingüísticos comuns – até mesmo idiossincráticos. É este conjunto de hábitos que
indica o surgimento de grupos de vocábulos que marcam – nos níveis lexical, sintático,
estilístico e discursivo – o código lingüístico em ambiente de interação social centrado em
uma determinada atividade humana. Nestes termos, “a terminologia, enquanto instrumento
descritivo, tem por objeto de estudo um dos componentes essenciais das chamadas
linguagens de especialidade: o seu léxico” (AUBERT, op.cit.).
Os estudos terminológicos são freqüentemente vinculados aos
estudos da tradução, porém são áreas relativamente autônomas entre si. Por um lado, a
terminologia, de natureza mais investigativa, está bem próxima à lexicologia, à lexicografia e
à semântica, além do fato de não se questionar que a terminologia possua caráter de área de
18
aplicação da lingüística e/ou da sociolingüística. A tradutologia, por outro lado, objetiva “a
análise de um fenômeno complexo, ao mesmo tempo lingüístico, sociocultural, histórico,
estético, político e individual”. (AUBERT, op.cit.) Nestes termos, a tradutologia ultrapassa
os limites da lingüística e chega a confundir-se com a própria história da humanidade. Face
ao exposto, poder-se-ia supor que a terminologia estivesse, por assim dizer, imune a aspectos
que remetem à pragmática, à antropologia, às culturas, etc. Com efeito, por mais depurado
que seja o caráter técnico-científico de determinado grupo de termos, estes não fogem às
indeléveis marcas das culturas, de visão de mundo e de Zeitgeist.
Como se pode observar, “terminologia” é um caso típico de termo
polissêmico dentro de uma mesma especialidade, o que, por si só, já anula o critério da
univocidade. CASTILLO (1998) apresenta as diferentes denominações:
•
el estudio científico del sistema nocional de una ciencia o técnica, de
su identificación y delimitación y de su representación mediante los
términos;
•
el conjunto de voces propias de una disciplina científica, de un arte o
un oficio, de una actividad humana cualquiera en específico;
•
con mayor generalización, el conjunto de todas las voces propias de
las ramas especializadas dentro de una lengua;
•
la descripción de sistemas léxicos dentro de las ramas de la ciencia y
la técnica, y el estudio de sus peculiaridades y problemas; e
•
en general, cualquier inventario de términos, sea sistemático o
alfabético.
Em resumo, quando se diz terminologia, apenas o contexto pode
indicar a que se faz referência, e, mesmo assim, há ocasiões em que não se evita a
19
ambigüidade.
A comunicação profissional está calcada nas linguagens de
especialidade e a terminologia é o elemento mais importante que distingue não apenas as
linguagens de especialidade da língua geral, mas também as linguagens de especialidade
entre si. Os termos refletem a estruturação conceitual de uma disciplina e, conseqüentemente,
ordenam o pensamento, o que, por sua vez, fomenta e facilita a transferência de
conhecimentos de uma disciplina em uma ou mais línguas. Daí, temos, segundo CABRÉ,
duas dimensões terminológicas:
“Si la ordenación del pensamiento y la conceptualización representan la
dimensión cognitiva de la terminología, la transferencia del conocimiento
constituye su dimensión comunicativa: la terminología es la base de la
comunicación entre profesionales.” (CABRÉ, 1998)
Mas, falar em terminologia implica falar em linguagens de
especialidade e, para tal, é preciso, desde já, estabelecer que a linguagem de especialidade, ao
contrário do que se imagina, não possui qualquer privilégio em relação à língua tida por
“comum’ em termos de biunivocidade, seja na relação noção/termo (significado/significante)
ou na relação termo da língua X / termo da língua Y. Isso se dá, em primeiro lugar, porque o
que se entende por linguagens de especialidade remete não apenas ao léxico específico, mas
sim a todo domínio do fazer humano, portanto está sujeito a influências culturais e às marcas
intra- e interlingüísticas. Além disso, não se pode afirmar que haja uma universalidade
conceitual e/ou designativa nem mesmo nas linguagens de especialidade de tecnologias de
ponta, como, por exemplo, a informática, em que, desde os seus primeiros momentos,
utilizou-se indiscriminadamente no Brasil os termos CPU, winchester e gabinete como o
compartimento-receptáculo do processador e das placas, entre outros.
20
Por outro lado, a complexidade da unidade terminológica leva à
questão do signo lingüístico, uma vez que o termo é, antes de tudo, um signo. Trata-se, mais
especificamente, de uma unidade lingüística pertencente a uma língua natural que se destina,
por assim dizer, a possibilitar a comunicação não só no nível das atividades profissionais mas
também no âmbito da transferência de conhecimentos, isto é, na formação, logo, na sua
própria multiplicação. Portanto, o termo, ou a unidade terminológica, é um signo lingüístico
que permite, em uma língua natural, a comunicação e a expressão de conhecimentos
especializados.
Assim, se um termo é um signo lingüístico na acepção saussuriana,
deve-se reconhecer que a relação binária significado/significante por si só não comporta toda
a complexidade da unidade terminológica, pois, como já foi discutido anteriormente, pode-se
ultrapassar o nível exclusivamente lingüístico até se atingir o âmbito social, ou seja, pode-se
afirmar que o signo lingüístico, mesmo arbitrário, não deixa de ser relativamente motivado.
Mesmo na esfera puramente lingüística, cumpre estabelecer a distinção entre três formas de
descrição, formas que estão vinculadas ao significante, ao significado e ao conceito.
No nível do significado, observam-se as questões pertinentes à forma
(ou às diferentes formas) da unidade terminológica, como, por exemplo, a formação das
palavras, os componentes, os radicais, as questões da homonímia e da sinonímia, etc. Além
disso, é na esfera do significado que reside a problemática da construção do sentido, o que
implica, muitas vezes, uma reconceitualização do objeto – decorrente, a rigor, de percepções
culturais. É nessa mesma esfera que reside a questão da polissemia em relação à construção
do sentido por meio de métodos como a metáfora e a metonímia.
Mas é no âmbito do conceito que se encontram as questões mais
importantes acerca da cognição e da natureza do saber, da objetividade e da própria
universalidade, o que o torna um elemento indispensável na análise de conjuntos de
21
denominações. De fato, é por meio da relação entre um conceito e os diversos objetos
concretos ou abstratos que ele representa que se pode estabelecer o alcance das
denominações. Infere-se, portanto, que o conceito, qualquer que seja a definição que se lhe
atribui (arquétipo, conjunto de traços pertinentes, idéia essencial, etc.), resulta, grosso modo,
de uma atividade mental de organização da experiência humana, que abrange a categorização
de objetos com a finalidade de identificação, isto é, o conceito possibilita que o ser humano
construa o saber. Porém, o conjunto de traços pertinentes de um conceito não reside
necessariamente na palavra ou expressão verbal que o designa. A denominação mais
apropriada ou mais bem aceita é, com freqüência, aquela que melhor se integra à língua ou à
cultura de uma comunidade de falantes. Portanto, a denominação está bastante ligada a uma
percepção cultural que se faz visível na relação significante/significado ou, mais
precisamente na relação significante/conceito. LAKOFF e JOHNSON (2002) propõem a
utilização do termo “percept” ao invés de conceito:
Le sens d’un terme se construit, à partir d’une donnée primitive qui
représente une expérience corporelle du monde, par une série de projections
successives qui font passer le percept par le stade de l’image intérieure, puis
du schéma, puis du concept.
Com efeito, o conceito é uma estrutura cognitiva de categorização,
mas é no significado que residem as percepções culturais. Há uma situação emblemática
dessa diferença no exemplo citado por DIKI-KIDIRI (1999), em que o autor sugere que a
distinção fica mais visível quando se compara a denominação de um mesmo objeto em
diversas línguas. No seu exemplo, a palavra “bicicleta” é analisada em três línguas, a saber,
sangô (República Centro-Africana), bambara (Mali) e lilikô (língua bantu da República
Democrática do Congo). Para os centro-africanos, “bicicleta” é gbâzâbängâ (rodas de
borracha); no idioma de Mali, nàgàsó (cavalo de ferro); e em lilikô, magu-mâkwanganya
(quatro pés). Ora, as diferentes maneiras de denominar o mesmo objeto evocam e
22
comprovam as percepções distintas. A denominação dos centro-africanos revela que eles já
tinham conhecimento da roda, ao qual agregaram um material abundante na região e cuja
extração (látex) sempre foi fonte de renda. Os malineses, por sua vez, se deram conta da
semelhança funcional entre o cavalo e a bicicleta: devem ser montados e servem para o
deslocamento mais rápido do ser humano. Por outro lado, somente esse último traço chamou
a atenção dos falantes de lilikô. A denominação de “quatro pés” se explica como “o meio de
transporte que duplica os pés”, e que, portanto, permite se deslocar duas vezes mais rápido.
Em todos os casos, os diferentes significados refletem pontos de vista distintos acerca do
mesmo objeto – pontos de vista motivados por e dependentes do passado cultural de cada
comunidade. Portanto, o significado não é necessariamente equivalente ao conceito; é como
se fosse apenas uma evidência, um indicativo que permite elaborar um conceito global. Daí
vem o raciocínio de LAKOFF e JOHNSON (op.cit.) e a proposta de “percept”.
Retomando os exemplos da informática anteriormente citados,
caberia talvez um estudo mais aprofundado para determinar se a variação é decorrente de
“percept”; todavia, os mesmos termos servem para elucidar a questão dos empréstimos.
Conforme AUBERT (op.cit.), “em uma relação lingüística, cultural, tecnológica, econômica
e política entre duas partes em que as correlações de forças não são equilibradas, percebe-se,
claramente, a possibilidade maior de ‘dizer’ a alteridade da parte mais forte dentro do
contexto lingüístico-cultural da parte mais fraca”. O PB é notadamente bastante tolerante
com os estrangeirismos e, no caso específico da informática, com os anglicismos. ALVES
(1995) explica que na língua comum, o empréstimo passa por três etapas, uma vez que se
apresenta “inicialmente, sob forma de estrangeirismo, ou seja, é utilizado para imprimir um
certo exotismo”. A seguir, tem-se a fase neológica em que o empréstimo passa por um
processo de adaptação ao sistema ortográfico, fonológico ou morfológico da línguareceptora. Na terceira fase, tem-se o empréstimo como uma unidade lexical já incorporada ao
23
acervo da língua-receptora. ALVES (op.cit.) explica que, nas linguagens de especialidade, “o
empréstimo constitui um neônimo, que pode ser considerado do ponto de vista externo e
interno”. Por ‘empréstimo’ em linguagens de especialidade, partimos da definição da norma
ISO 1087, em que se trata de “termo originário de uma língua estrangeira ou de um outro
domínio”; definição esta que foi aprofundada por BOUTIN-QUESNEL (1985) ao propor que
empréstimo é “o processo pelo qual um termo passa de uma língua a uma outra ou, no
interior de uma mesma língua, de um subsistema a um outro”.
Para retomar a questão da terminologia, podemos indagar: O que
configura o aparecimento de um repertório de designações de uma dada área de
conhecimento? Sob uma ótica lingüística, uma terminologia aparece “como um conjunto de
expressões que se vinculam a conceitos de uma área temática ou de uma especialidade”
(KRIEGER, FINATTO, 2004). Naturalmente, tratam-se de expressões repertoriadas a partir
de uma base textual que permeie as possibilidades lingüísticas da área em estudo.
O usuário efetivo de qualquer terminologia, profissional ou não, é, a
rigor, a verdadeira sustentação de um repertório de designações. No entanto, percebe-se que é
inútil esperar que cada usuário demonstre um comportamento terminológico idêntico –
entenda-se aqui comportamento terminológico como integrante do comportamento verbal
como um todo. Tal fato suscita a questão da terminologia como fonte de padronização de
designações, o que implica dizer que ela ditaria o ‘dizer’, ao invés de refleti-lo por meio de
sistematização.
Nestes
termos,
a
terminologia
deixaria
de
ser
eminentemente
onomasiológica, o que , com efeito, não a descaracteriza, mas acrescenta um aspecto mais
arbitrário aparentemente incompatível com o propósito descritivo original.
Afora a questão da padronização, o comportamento terminológico do
usuário efetivo pode também “descaracterizar” um dos pontos mais provocativos do estudo
terminológico: a ocorrência de sinonímia em linguagem de especialidade. A princípio, tal
24
colocação seria impensável na medida em que a especificidade está vinculada às idéias de
exclusividade e univocidade. Em tese, não há a que se opor, mas a questão, por exemplo, da
exclusividade não se sustenta. A título de ilustração, poderíamos dizer, sem receio de estar
equivocados, que o termo bomba de sucção pertence a vários domínios: engenharia
petrolífera, medicina, indústria automobilística. Neste caso, o objeto designado, embora com
múltiplos domicílios terminológicos, não apresenta grande variação, uma vez que descreve
tão-somente a função (de sucção). Todavia, vejamos o caso do substantivo coma. É provável
– senão certo – que o vinculemos sem muito esforço ao domínio da medicina. Entretanto, o
termo está presente em outras rubricas e, desta vez, com noções distintas:
Coma (fonte: DHLP eletrônico)
Astronomia: nuvem luminosa de gás e poeira, de aparência tênue e brumosa,
que envolve o núcleo de um astro; cabeleira
Artes gráficas: em tipografia, indicativo de dois pontos
Óptica: aberração de um sistema óptico que dá a forma de um cometa à
imagem de uma fonte luminosa puntiforme que se situa fora do eixo óptico
Não resta dúvida de que o astrônomo, o tipógrafo e o opticista detêm
o conhecimento do sentido advindo da medicina, como se encontra, por exemplo, em coma
induzido.
Face ao exposto, devemos admitir que, além do reconhecimento
terminológico puramente lingüístico, não se pode deixar de lado o aspecto sociológico
inerente a qualquer processo comunicativo. Por isso, as expressões de valor terminológico
apresentam um fundo sociológico que não pode ser descartado, na medida em que este
25
legitima, a rigor, a (re)ocorrência da terminologia no âmbito de uma comunidade
profissional. GAUDIN (apud FAULSTICH, 1995) salienta tal ligação:
“... c’est que la socioterminologie, pour peu qu’elle veuille dépasser les
limites d’une terminologie ‘greffière’, doit replacer la genèse des termes,
leur réception, leur acceptation mais aussi les causes de leur échec et les
raisons de leur succès, au sein des pratiques langagières et sociales concrètes
des hommes qui les emploient.”
A comunidade de Inteligência não foge à regra. A própria natureza
da atividade fomenta a criação de expressões que, por assim dizer, consagram conhecimentos
típicos. A título de ilustração, a locução “informação privilegiada” traz a idéia de
conhecimento de dados que podem configurar uma vantagem sobre um adversário. Para um
analista de inteligência, tal locução pode ser decodificada pelo viés de vazamento de
informações, a depender da perspectiva de análise (de inteligência ou de contra-inteligência).
Por outro lado, em “brick agent”, tem-se a caracterização do aspecto
variacionista, típico de uma perspectiva socioterminológica, apontado por SAGER (1993)
quando afirma que, a despeito da univocidade da referência, há uma variação considerável
nas linguagens de especialidade. De fato, “brick agent” é uma variante de “street agent”,
sendo que ambas possuem registro diferente daquele de “field agent”, ou seja, no nível
semântico, as três locuções se encontram, porém se observa um afastamento quando se
evidencia o aspecto do discurso. “Field agent” está para “brick agent” e “street agent” assim
como “comida” está para “rango” ou “bóia”, de onde se percebe que o aspecto variacionista
pode ter desdobramentos idiomáticos, mesmo que em ambiente terminológico, o que, por sua
vez, sublinha a perspectiva social sugerida por SAGER (op.cit.) e declarada por GAUDIN
(op.cit.).
Tradicionalmente, os sistemas terminológicos eram tidos como
imunes à polissemia e à sinonímia, uma vez que estavam amalgamados com as vertentes
26
técnicas e tecnológicas – decorrência talvez dos trabalhos de wüsterianos. Nessa perspectiva,
os termos não seriam mais do que tecnônimos. Acontece que, técnicos ou não, os termos
estão sujeitos aos ditames das línguas oral e escrita. Retornando aos exemplos de “field
agent”, “brick agent” e “street agent”, pode-se constatar que o reconhecido aspecto
idiomático das duas últimas as aproxima da língua oral; a primeira seria, portanto, a locução
a ser encontrada em relatórios ou planos de operações de inteligência. Constata-se aí um
exemplo de variação vertical, em que o registro (do inglês register) passa a ser um traço
distintivo. Logo, a questão do uso estabelecido pelo meio por onde circula determinado
sistema terminológico é determinante e rechaça a noção de que a sinonímia não opera em
ambientes de linguagens de especialidade. Por outro lado, é sabido que “aceitar variantes
socioprofissionais ou geográficas (...) é extremamente raro na terminologia tradicional que se
limitou a registrar o discurso oficial dos profissionais mais graduados” (STREHLER, 1995).
De fato, maior atenção ao aspecto variacionista se deu a partir do reconhecimento de uma
terminologia social, ou socioterminologia, uma vez que esta nova perspectiva possibilita a
integração dos diferentes meios sociais no trabalho terminológico.
3.1. A TERMINOLOGIA DE IE NA LÍNGUA INGLESA
A generalização do inglês como língua franca em domínios como o
do Comércio Internacional, da Diplomacia, das Forças Armadas, da Informática, etc., traz
consigo, de forma já perceptível e bastante discutida por lingüistas, a questão das variações
da língua inglesa e dos empréstimos no PB vindos da língua inglesa. LAMBERTI (2003)
afirma que:
27
“A entrada de empréstimos lingüísticos no português do Brasil [...] é um
fenômeno usual e comum porque segue o processo natural de dinâmica. As
causas [...] podem estar relacionadas à necessidade gerada pela ausência de
um termo vernacular para uma determinada tecnologia, produto, serviço etc,
e ao prestígio provocado pela grande influência da cultura da qual o
empréstimo se origina. No Brasil, destaca-se o crescente uso de empréstimos
lingüísticos provenientes do inglês americano.”
No ambiente de ensino, ainda predominam as variantes britânica e
americana. No entanto, não se trata mais de “mero chiste falar de um French English, de um
Brazilian English ao lado de um Indian English, Caribbean English, Australian English”
(AUBERT, op.cit.). Com efeito, já se fala em Spanglish (da comunidade predominantemente
mexicana nos Estados Unidos) e Singlish (inglês falado em Singapura). Portanto, podemos
supor que os termos do inglês universalizado assumem, em cada espaço cultural, valores
próprios, o que se contrapõe à universalização pretendida como língua franca. Assim, por
exemplo, o termo spa em PB na composição ficar em um spa não tem a mesma extensão de
sentido do termo homógrafo em inglês. Em PB, a composição designa um estabelecimento
onde se busca relaxar e perder peso (ou menos freqüentemente entrar em forma). Em inglês,
o sentido do PB seria evocado a partir do acréscimo com função atributiva de health. Na
forma em que a composição foi proposta, spa significaria instância mineral em inglês. Cabe
salientar que, no DHLP eletrônico, a primeira acepção equivale àquela do inglês.
Tida como a segunda profissão mais antiga do mundo, a atividade de
Inteligência (sobretudo a técnica da espionagem) atingiu níveis de desenvolvimento
diferentes nos países. Na era moderna, o período da Guerra Fria e a bipolarização das
potências mundiais trouxeram avanços exponenciais à IE nos países do grupo dos Aliados,
em que se destacam o serviço secreto britânico e a Central de Inteligência Americana (CIA).
Assim, não causa espanto que a língua inglesa, notadamente uma das mais abertas a
modificações e neologismos, tenha abarcado uma gama de expressões. Observa-se também
que o inglês exportou a terminologia para outras línguas – feitos os ajustamentos cabíveis em
28
cada idioma. Por exemplo, a partir de “cover story”, temos,
INGLÊS
PORTUGUÊS
FRANCÊS
(S1) cover (S2)story
S1 + S2
estória-cobertura
S2 + S1
couverture
S1
Tomando por base a classificação proposta por POTTIER (apud
GAUDIN, GUESPIN, 2000), a lexia complexa da língua inglesa se converte em lexia
composta em português, e em lexia simples em francês. O ajustamento ocorre, sobretudo, no
nível sintagmático, dada a natureza predicativa dos adjetivos nas línguas neo-latinas.
FAULSTICH (apud LAMBERTI, 2003) aponta que as variantes competitivas (ou seja,
aquelas que relacionam significados entre itens lexicais de línguas diferentes) estão sujeitas a
“intersecções devido à própria natureza estrangeira da expressão”. Afirma ainda que:
“Esse fenômeno [das variantes competitivas] se dá quando a estrutura da
língua do termo estrangeiro é perturbada por estruturas da língua
vernacular.” (FAULSTICH, apud LAMBERTI, 2003).
Por outro lado, a disseminação da terminologia desde a língua
inglesa é decorrência também do alto grau de desenvolvimento da atividade de inteligência
em países como os Estados Unidos e o Reino Unido – desenvolvimento este originado por
fatores geopolíticos, como a bipolaridade da Guerra Fria e o combate ao comunismo, entre
outros. Não há dúvidas de que a ex-União Soviética, hoje Rússia, também tivesse o seu
repertório terminológico como decorrência da disputa de hegemonia com os Estados Unidos.
Ocorre que o mundo ocidental escutou pouco e viu menos ainda, pois a política soviética era
de alta compartimentação.
O fato é que a língua inglesa é a grande fomentadora do Ocidente de
termos nesta área, até porque a tecnologia e a metodologia empregadas para obtenção de
dados e informações é amplamente americana. Ressalte-se que tal fenômeno não se dá
29
somente na área de IE. Veja-se, a título de ilustração, o âmbito da informática (backup, popup, dropdown) e a engenharia genética (AIDS, exame de DNA, crossing over).
Por outro lado, cabe, neste momento, uma pequena observação
acerca da língua francesa, que deixou consolidados na área de IE termos como, “agent
provocateur”, “non-refoulement” e a adjetivação em “faux kidnapping” e “liaison officer”.
Podem talvez ser encarados como lacunas que a língua inglesa não conseguiu preencher, logo
se fez necessário o empréstimo externo.
Embora as unidades terminológicas simples não sejam o ponto
central desta dissertação, não podemos deixar de comentar a questão do termo agent, uma
vez que se combina com outros termos para a geração de unidades complexas, como já foi
apontado anteriormente em brick agent, field agent e street agent. Ocorre que se deve fazer
uma distinção fundamental entre a designação de agente em língua inglesa e o entendimento
em PB. Para os serviços de inteligência americanos, o agent é um indivíduo alheio ao serviço
e que não é, portanto, funcionário ou servidor da Agência de informações. Trata-se de pessoa
recrutada para prestar informações ao serviço, como um informante. No PB, por outro lado,
“agente” pode evocar a designação daquele que trabalha formalmente para o serviço de
informações. Fala-se bastante em agente operacional no PB para descrever aquele servidor
especializado em operações sigilosas de busca de dados. Como pode se observar, na
terminologia de Inteligência de Estado, agent se traduz por informante no PB na maioria das
situações. O DHLP evidencia o problema no PB (o grifo é nosso).
1
2
3
4
5
6
agente
adjetivo e substantivo de dois gêneros
que ou quem atua, opera, agencia
que ou quem agencia negócios alheios
substantivo de dois gêneros
pessoa ou algo que produz ou desencadeia ação ou efeito
pessoa encarregada da direção de uma agência
indivíduo pago por um país estrangeiro para espionar ou executar
alguma ação dentro de outro país; espião
Ex.: a. inimigo
Rubrica: termo jurídico.
30
aquele que exerce certo cargo ou determinada função como
representante da administração pública, p.ex., procurador, delegado,
administrador etc.
7
Rubrica: termo jurídico.
o que vende mercadorias alheias, retendo para si a diferença entre o preço
por que compra e o preço da venda; intermediário em negociações mercantis
Ex.: a. imobiliário
8
Rubrica: termo jurídico.
aquele que infringe a lei penal; agente do crime
9
intermediário que representa artistas, diretores, escritores, músicos etc.,
retendo para si uma porcentagem de cada cachê ou salário do cliente
10 aquele que faz parte de uma corporação policial
10.1 Derivação: por metonímia.
militar ou policial que realiza determinada missão
substantivo masculino
11 o que origina (alguma coisa); causa, motivo
12 o que impulsiona; propulsor
13 Rubrica: filosofia.
na escolástica, ser animado que, segundo o seu livre-arbítrio, gera ou pratica
uma ação
Obs.: p.opos. a paciente
14 Rubrica: medicina.
força ou substância ativa capaz de produzir um efeito
adjetivo de dois gêneros e substantivo masculino
Rubrica: gramática.
15 que ou aquele que executa a ação expressa pelo verbo (nos verbos de ação);
pode ser representado pelo sujeito gramatical, nas vozes ativa e reflexiva
(João comeu o frango; João cortou-se), ou pelo agente da passiva, nas frases
passivas (a casa foi vendida por João)
Obs.: p.opos. a paciente
Observa-se que no PB, agente pode ter a acepção da língua inglesa
(cf. acepção 5), mesmo assim, não está claro se esse agente pago para espionar país
estrangeiro seria (ou não) servidor da fonte pagadora. Nas outras acepções, (cf. 4, e sobretudo
6, 10 e 10.1), está claro que se trata de agente que representa o poder instituído, portanto,
servidor público.
Cabe ressaltar que a distinção apresentada acima é válida no
contexto terminológico da IE. Para tal, vejamos a definição de agent no DICTIONARY OF
INTELLIGENCE AND ESPIONAGE - DIE (BRUNET, 2000, p.19):
agent. n. – (1) In intelligence usage, one who is recruited, trained, controlled
and employed to obtain and report information. (2) usually a foreign national
recruited by an intelligence officer and engaged in spying.
A segunda acepção do DIE equivale à acepção 4 do DHLP, mas a
31
primeira designação deixa claro que se trata de terminologia própria (“In intelligence
usage”).
Em suma, a flexibilidade da língua inglesa e o alto grau de
desenvolvimento da atividade de inteligência nos Estados Unidos e no Reino Unido criaram
condições favoráveis para o aparecimento de uma terminologia de IE em inglês, que se
disseminou em virtude da política de combate ao comunismo da época da Guerra Fria.
3.2 A TERMINOLOGIA DE IE NA LÍNGUA PORTUGUESA DO BRASIL
O repertório terminológico da IE em português do Brasil é um
reflexo das influências político-históricas sobre os organismos de Inteligência brasileiros. O
estreitamento das relações militares com os Estados Unidos no período da Guerra Fria –
decorrente do alinhamento de políticas de combate ao comunismo – pavimentou o caminho
para uma maior penetração da concepção americana de atividade de Inteligência. A
conseqüência previsível é percebida no surgimento de um repertório terminológico brasileiro
derivado do americano – cabendo aí o ajustamento sintagmático descrito anteriormente.
Por outro lado, é inquestionável que o próprio processo tradutório se
encarregou de adaptar, com o auxílio do tempo, os termos à realidade da IE no Brasil. É o
que se percebe em “encarregado de caso”, cujo equivalente em língua inglesa é “case
officer”. A inexistência de um filtro tradutório poderia evocar a transposição de “officer”
para “oficial”, que, a rigor, poderia ser aceito, como pode ser atestado no DHLP e no NAUR.
Tal tolerância, no entanto, traria consigo a acepção midiática de que se trataria
necessariamente de um cargo militar, o que não é verdade.
Não podemos deixar de citar um fato histórico: a criação da Escola
32
Nacional de Informações (EsNI) em 31 de março de 1971 “constituiu-se em fator primordial
para equacionar os problemas de qualificação de recursos humanos e de formulação de uma
doutrina.” (OLIVEIRA, 1999) Esta questão da institucionalização de uma doutrina de
Inteligência no Brasil decorre dos conhecimentos adquiridos junto aos serviços estrangeiros,
mas é significativa na medida em que deixou clara a preocupação com o lado processual da
atividade de Inteligência, ou seja, o estabelecimento de uma doutrina veio sistematizar todo o
processo de formação de analistas e agentes de Inteligência. Para que isso fosse possível, foi
necessária a realização de cursos, cujo material didático foi produzido pela própria Escola.
Ora, ao elaborar os materiais didáticos para a realização dos cursos, a EsNI deu o primeiro
passo na direção da nacionalização da terminologia, sem dizer que oficializou a transferência
de conhecimentos entre especialistas, isto é, fez circular entre iguais um repertório
terminológico que os aproxima ainda mais.
Não se pode, no entanto, afirmar que a criação de um centro de
transferência de conhecimentos tenha causado a geração de termos para a área de
concentração. Como explicado anteriormente, houve um processo de adaptação – com os
devidos ajustes – à realidade brasileira dos termos, muitos dos quais oriundos dos idiomas de
países onde a atividade de Inteligência apresentava um grau maior de desenvolvimento. Aliese a isso os aspectos políticos e históricos que proporcionaram a aproximação ou o
distanciamento (inclusive doutrinários) de determinados Estados.
33
4 METODOLOGIA
4.1 METODOLOGIA
Tomando como ponto de partida a proposta de efetuar o
levantamento do vocabulário terminológico da atividade de IE, a investigação proposta nesta
dissertação se enquadra na vertente da pesquisa terminológica descritiva temática. Não visa,
assim, a solução de problemas isolados de designação, isto é, não se trata de pesquisa
terminológica pontual. Por outro lado, cumpre salientar que, na ótica de BARROS (2004),
esta pesquisa poderia ser tida por temática pontual porque busca “informações relativas a um
conjunto de termos pertencentes a um dado domínio”. A nosso ver, uma pesquisa que se
pretende terminológica é essencialmente pontual, na medida em que esta é a gênese da
especialidade. Contudo, a pesquisa pontual “consiste na busca de dados a respeito de um
conceito ou de uma unidade terminológica isolada ou de conjunto restrito de unidades
terminológicas” (BARROS, op.cit.). A nossa visão é de que não se deve confundir ‘conjunto
restrito de unidades terminológicas’ com domínio, de modo que basta, para efeito desta
dissertação, a tipologia característica da pesquisa terminológica temática.
Determinada a natureza da pesquisa, pode-se dar início aos
procedimentos inerentes à investigação temática.
4.1.1
Público-alvo e amplitude
O aspecto descritivo da pesquisa temática está intrinsecamente
34
ligado ao contexto de uso do repertório terminológico, isto é, trata-se de uma terminologia
situacional, em que a definição do público-alvo se torna um dos primeiros requisitos.
Segundo AUBERT (op.cit.), o público-alvo “será mais ou menos
restrito, mais ou menos ampliado, conforme as circunstâncias e as necessidades percebidas”.
Assim, no caso do ambiente de IE, o público-alvo está, a priori, no órgão do governo cuja
atribuição legítima é de implementar as ações de Inteligência: a Agência Brasileira de
Inteligência – ABIN, ou melhor, os analistas de Inteligência da ABIN. São eles os
responsáveis pelos relatórios de Inteligência – RELINTs – que têm por objetivo auxiliar as
autoridades no processo decisório. São responsáveis também pela elaboração dos planos de
operações para a busca de dados negados. São ainda responsáveis pelo acompanhamento de
determinados temas relevantes ao Estado, tais como a biopirataria, a transferência de
conhecimentos e a conjuntura internacional, entre outros. Para tal, o analista de Inteligência
recorre, no seu dia-a-dia, a diversas fontes, uma das quais é o material escrito, muitas vezes
em línguas estrangeiras. Nesses termos, a língua inglesa tem papel de destaque, uma vez que
grande parte das publicações especializadas é encontrada nesta língua.
A ABIN dispõe de uma Coordenação de Idiomas, cuja missão é de
capacitar os servidores nos diversos idiomas de interesse do serviço. É também incumbência
dessa Coordenação a tradução e versão de diversos materiais, que serão posteriormente
utilizados na elaboração dos RELINTs. Esse processo tradutório fomentou a criação –
mesmo que informal – de um inventário de termos cuja freqüência de ocorrência fosse
considerada significativa. Por tal, deve-se entender muito mais o aspecto pragmático da
busca de certa automação no processo tradutório do que o valor designativo daquilo que foi
compilado.
Por outro lado, a própria solicitação de tradução ou versão é
indicativa da inexistência de material que se preste como um manual para o entendimento
35
dos textos, isto é, os analistas com conhecimentos em níveis básico e intermediário de inglês,
na maioria dos casos, não dispõem de recursos lingüísticos suficientes para assegurar a
compreensão do material. Cumpre salientar que a atividade de Inteligência busca
primordialmente o estado de certeza acerca do tema analisado, logo um erro de compreensão
e/ou interpretação pode viciar todo o ciclo de Inteligência.
Face ao exposto, o público-alvo desta pesquisa é o grupo de analistas
de Inteligência da ABIN, em particular, aqueles cujo domínio da língua inglesa se encontra
no âmbito de língua geral e, portanto, não atinge o conhecimento especializado.
Quanto à amplitude, cabe estabelecer que esta pesquisa busca o
levantamento básico, em que pese o aspecto multidisciplinar anteriormente discutido da
atividade de Inteligência como o primeiro obstáculo a um levantamento exaustivo. Busca-se
aqui inventariar o essencial no tocante às unidades terminológicas complexas no âmbito da
IE com o objetivo de oferecer aos profissionais da área um repertório bilíngüe útil não só ao
trabalho diário mas também ao próprio desenvolvimento profissional do servidor.
As questões acerca do público-alvo e da amplitude nos levam, a esta
altura, a outro aspecto: o porquê desta pesquisa estar restrita às UTCs. A resposta a essa
indagação começa pela constatação de que, a rigor, as unidades terminológicas simples
encontradas no âmbito de IE não obstacularizam o entendimento, mesmo que não se
disponha de um dicionário de linguagem de especialidade para consulta. Observa-se que os
dicionários de língua geral em inglês e português atendem às necessidades de forma
satisfatória. Não estão, todavia, imunes às nuanças, como foi demonstrado anteriormente em
relação ao termo agente e suas combinações.
Face ao exposto acima, do ponto de vista da estrutura
morfossintática e léxico-semântica, os termos constituídos de um único lexema foram
descartados para efeito desta dissertação. Restaram, portanto, os termos que representam uma
36
seqüência lexemática. Nesse domínio, podemos encontrar seqüências compostas e
complexas. Segundo BARROS (2004), os termos compostos, unidades lexicais formadas por
dois ou mais radicais, “distinguem-se dos termos complexos pelo alto grau de lexicalização e
pelo conjunto de morfemas lexicais e/ou gramaticais que os constitui, em situação de nãoautonomia representada graficamente pela utilização do hífen”. Seguimos aqui as palavras de
VILLALVA (1998) para o entendimento de radicais.
“Os radicais são unidades lexicais pertencentes a uma categoria sintáctica
principal, que é lexicalmente determinada e coincide com a categoria
sintáctica das palavras simples em que ocorrem.”
À guisa de ilustração, o corpus preliminar continha termos
compostos como agent-in-place e money-laundering. O primeiro exemplo se encaixa
perfeitamente à proposta de BARROS (op.cit.). Ocorre que para o segundo exemplo, houve o
aparecimento da variante sem o hífen, o que acarretou a inclusão do sintagma ao grupo dos
termos
complexos.
Cumpre
ainda
ressaltar
que
as
unidades
lexicais
do
tipo
verbo+preposição, por exemplo bust-out, foram consideradas termos simples, uma vez que
há apenas um radical. Tal fenômeno decorre da nominalização dos chamados verbos frasais
(phrasal verbs), fato freqüente na língua inglesa.
Quanto ao entendimento dos termos complexos, partimos da
definição encontrada na Norma Internacional ISO 1087, a qual preconiza que esses termos
são “constituídos de dois ou mais radicais, aos quais podem-se acrescentar outros elementos”
(apud BARROS, ISO 1087, 1990). As UTCs, também conhecidas por termos sintagmáticos,
termos-sintagmas ou ainda sintagmas terminológicos, estão presentes no discurso científico e
especializado em grande proporção, sobretudo quando se parte de um termo mais genérico
(hiperônimo), ou seja, a partir de um lexema-base que dá origem a conjuntos de sintagmas
terminológicos. O termo simples agente, nas duas acepções encontradas, evoca esse
37
fenômeno:
Agent (indivíduo)
Backup agent
Brick agent
Bridge agent
Case agent
Confusion agent
Double agent
Field agent
Liaison agent
Local agent
Secret agent
Agent (composto químico)
Biological agent
Blister agent
Chemical agent
Defoliating agent
Incapacitating agent
Nerve agent
Vesicant agent
Adotamos ainda, como critério para a identificação e delimitação das
UTCs o grau de lexicalização dos sintagmas, dada a reconhecida dificuldade de distinguir o
sintagma terminológico ou lexical do dito sintagma livre, em que este apresenta uma frágil
estabilidade no sistema lexical. Assim, a identificação das UTCs se deu, a rigor, por meio do
grau de lexicalização, levando em conta algumas características, como:
a) falta de autonomia de um componente em relação aos outros que
compõem a unidade léxico-semântica sem que haja modificação de
sentido; (brush e pass em brush pass)
b) incomutabilidade de um componente sem acarretar mudança de sentido;
(accomodation address “receptáculo” / dwelling address)
c) inseparabilidade dos componentes; ( answering machine / the machine is
answering) e
38
d) particularidade da estrutura interna. (blister agent).
Além dessas características, tomamos a definição especializada para
o sintagma como outro critério na avaliação do grau de lexicalização, ou seja, no caso de a
seqüência sintagmática analisada designar um conceito particular e, portanto, provavelmente
restrito à área em questão. Trata-se do que ROUSSEAU (1998) denominou critérios de
pertinência em relação ao projeto terminológico, quais sejam, entre outros, os critérios
temáticos e as necessidades típicas do ramo profissional repertoriado.
Um critério fundamental, a nosso ver, para um levantamento do
modelo aqui proposto se refere à conformidade a um modelo existente, o que, no caso das
UTCs, se traduz pelas formas sintagmáticas encontradas. Parte-se da suposição de um grande
número de sintagmas nominais do tipo substantivo1+substantivo2+etc. [car bomb] [bomb
disposal expert], mas, como a língua de partida da pesquisa é a inglesa, pode-se ainda supor a
forma adjetivo+substantivo [clean phone], em que o adjetivo pode estar sob forma do
particípio
passado
[classified
matter].
Outra
estrutura
sintagmática
é
substantivo1+of+substantivo2 [agent of influence], [administration of justice]. Essas
combinações sintagmáticas foram todas aceitas.
Um outro critério adotado para a verificação do grau de pertinência
foi a freqüência de coocorrências, isto é, o fato de se encontrar sempre a mesma associação
de palavras no domínio em análise. Para tal, adotamos o programa computacional Simple
Concordance Program versão 4.0.7, que se prestou, em um primeiro momento, à extração e
indexação dos termos simples, como se observa a seguir:
39
(quadro 4)
A recorrência de uma mesma UTC nos textos selecionados não seria
per se um critério de avaliação de absoluta pertinência temática, porém, é, sem dúvida, um
elemento importante para se verificar o uso e identificar a existência de hápax, ou seja, a
ocorrência de exemplo único.
Por fim, o uso foi outro critério adotado, sobretudo porque por
intermédio dele se pode perceber o caráter único do significado, a estabilidade da relação
entre a UTC e um significado exclusivo. “O emprego prolongado de uma seqüência
sintagmática conduz a uma integração semântico-sintática muito forte e à memorização por
parte dos usuários. O sintagma adquire, assim, uma estabilidade de forma e de sentido.”
(BARROS, op.cit.) Com esse fim, especialistas foram consultados (cf. 4.1.2).
Em suma, os critérios adotados, por se tratar de pesquisa
relativamente aberta, foram os seguintes, em ordem de relevância:
1o.) Pertinência temática
40
2o.) Estrutura sintagmática nominal
3o.) Freqüência de coocorrência
4o.) Lexicalização
4.1.2
Fontes
Foram selecionados três tipos de fontes para esta dissertação:
•
Fontes 1 (F1): Fontes abertas e ostensivas, não-dicionarizadas cujo conteúdo se refere
à IE;
•
Fontes 2 (F2): Fontes sistematizadas, dicionarizadas, como glossários, léxicos,
dicionários e vocabulários especializados; e
•
Fontes 3 (F3): Especialistas.
A opção pelo uso de fontes abertas cujo conteúdo faz alusão ou
descreve situação atinente à IE se baseou no fato já discutido anteriormente de que a mídia
recorre a termos da IE no intuito, a rigor, de dar maior substância e veracidade ao que
publica. Junte-se a isso a questão da curiosidade acerca da área, fato que alimenta a
publicação praticamente diária, em nível mundial, de artigos relativos à área. Tais artigos
foram recolhidos durante os dias 06 de maio e 03 de junho de 2003 de diversas fontes
disponíveis na rede mundial:
41
(quadro 5)
Por outro lado, foram agregadas fontes disponíveis na rede mundial
que pertencem à linguagem de especialidade, bem como diversas compilações encontradas
na Coordenação de Idiomas da ABIN. Além disso, o autor alimentou nos últimos 3 anos uma
lista pessoal de termos, que foi compilada a partir das traduções e versões que faz no dia-adia do trabalho. Essa lista pessoal, cujo objetivo no início era a simples automatização do
processo tradutório, se tornou material de trabalho praticamente indispensável e, portanto, foi
incluída como fonte especializada. Cumpre ainda salientar uma questão acerca dos
documentos especializados obtidos. Como dito anteriormente, alguns vieram de serviços de
inteligência estrangeiros e não apresentavam qualquer grau de sigilo (até porque estão
disponíveis na internet); outros, no entanto, devido à existência de grau de sigilo, não foram
utilizados para evitar quaisquer tipos de constrangimento no que tange a segurança orgânica
institucional, ou mesmo a inviabilidade da pesquisa. A nosso ver, isso não comprometeu a
42
pesquisa, na medida em que as UTCs apresentadas aos especialistas foram, em sua maioria,
reconhecidas (v. 4.2) e, não houve, a rigor, a impressão de ausência de algum termo
sintagmático relevante. Saliente-se aqui, mais uma vez, que a proposta desta dissertação é de
trabalhar um repertório básico e útil para o cotidiano do analista de inteligência, sobretudo
porque se trata de obra lexicográfica, a que serão acrescentados outros termos (simples,
compostos e complexos) na versão para o usuário.
Apresentamos a seguir as fontes especializadas, a começar pelas
extraídas da rede mundial:
(quadro 6)
Além das listadas acima, acrescentamos aquelas obtidas na ABIN:
1) Glossary on Transnational Organized Crime – GTO;
2) Lista Pessoal – LTP;
3) Glossary of Spy Terms – GST ;
43
4) CIA Spy abbreviations, acronyms and terminology – AAT;
5) Glossary English/German - GEG;
6) Glossary of Intelligence Terms – GTI;
7) CIA glossary – CIA;
8) Glossary of current spy terms – CST;
9) FBI glossary of terms – FBI; e
10) Dictionary of Intelligence and Espionage – DIE.
Quantos aos especialistas, foram feitas consultas a 2 (dois) analistas
de inteligência e 1 (um) assessor técnico da ABIN. Apresentamos a seguir o perfil dos três
sujeitos (v. fichas em anexo B):
Sujeito 1
Idade: 54
Sexo: feminino
Tempo de atuação na área: 24 anos
Áreas em que já atua ou já atuou: Inteligência e Ensino.
Conhecimento da língua inglesa: bom em compreensão escrita e compreensão oral, regular
em produção escrita e produção oral.
Sujeito 2
Idade: 61
Sexo: masculino
Tempo de atuação na área: cerca de 15 anos
Áreas em que já atuou ou atua: Inteligência, Contra-inteligência e Ensino.
44
Conhecimento da língua inglesa: muito bom em todas as habilidades.
Sujeito 3
Idade: 49
Sexo: masculino
Tempo de atuação na área: 23 anos
Áreas em que atua ou já atuou: Inteligência, Contra-inteligência, Operações de Inteligência e
Ensino.
Conhecimento da língua inglesa: insuficiente em compreensão escrita e compreensão oral,
regular em produção escrita e produção oral.
O conhecimento de inglês de cada sujeito foi declarado
espontaneamente. Perguntou-se aos sujeitos se concordavam que a Atividade de Inteligência
possuiria terminologia própria. Os três especialistas concordaram com a proposição. Além
disso, foi sugerida uma lista com elementos que poderiam caracterizar ou pertencer à
terminologia de Inteligência – naturalmente esta proposta só seria aplicada àqueles que
reconhecessem a existência da terminologia. Como não houve discordância nesse ponto,
todos os sujeitos foram consultados neste quesito.
O primeiro aspecto proposto para caracterizar a terminologia de
Inteligência em PB está calcado no histórico da atividade no país e no fato já discutido de a
Inteligência Militar ser “a mãe das Inteligências”. As duas características seguintes tentam
refletir a influência terminológica externa no repertório de termos em PB, ou seja, seriam os
empréstimos externos. O próximo item proposto tenta refletir uma questão relativamente
delicada, pois o jargão tecnológico é notadamente marcado por empréstimos externos, mas, a
transposição de termos desta nomenclatura para a área de Inteligência caracterizaria um
45
empréstimo interno, ou seja, com mudança de domínio. A característica seguinte busca
investigar se as etapas do ciclo de Inteligência, a saber, planejamento, coleta de dados,
processamento, análise e difusão, poderiam influenciar ou mesmo retroalimentar a
terminologia. O item seguinte apenas investiga a natureza inter- e multidisciplinar da
atividade como fator de recepção de termos sob forma de empréstimos internos. Os dois
últimos pontos – secretismo da atividade e códigos resultantes da realidade/natureza da
atividade – tentam evocar o extra-lingüístico como fator que contribui significativamente
para a criação de termos no âmbito da IE, pois, por exemplo, a cada missão operacional,
novos códigos são criados.
Eis os resultados:
O que caracteriza a terminologia de
Inteligência em PB?
Total de
S1
S2
S3
respostas
afirmativas
a) jargão militar, militarismos
SIM
NÃO
NÃO
1 (33%)
SIM
SIM
NÃO
2 (66%)
SIM
SIM
SIM
3 (100%)
d) jargão tecnológico
SIM
NÃO
SIM
2 (66%)
e) etapas do ciclo de Inteligência
SIM
NÃO
SIM
2 (66%)
f) aspecto multidisciplinar da atividade
NÃO
SIM
SIM
2 (66%)
g) secretismo inerente à atividade
SIM
NÃO
SIM
2 (66%)
SIM
SIM
SIM
3 (100%)
SR
SR
SR
0
b) empréstimos em forma pura, como
“feedback”
c) empréstimos adaptados e/ou
aportuguesados
h) códigos criados a partir da realidade e/ou
natureza da atividade
i) outros (a citar)
SR = sem resposta
(quadro 7)
Cumpre ressaltar os resultados dos itens (c) e (h), que foram
unânimes, pois se, no item (c), reconhece-se o empréstimo como recurso para a adoção de
46
termos ao mesmo tempo em que este deve ser adaptado ou aportuguesado, no item (h), fica
salientado o aspecto multidisciplinar da Inteligência, o que justifica de outra maneira, a nosso
ver, a utilização de fontes não-especializadas, pois assevera um grau de amplitude realista
com o ambiente da atividade em questão.
Do ponto de vista prático, os especialistas foram consultados a partir
de definições em PB, ou seja, dada uma certa designação, os especialistas eram convidados a
expressar o conceito evocado. Por exemplo, a partir da unidade terminológica complexa
inglesa (UTCi) [accommodation address], disponibilizou-se a definição “local para depósito
de correspondência entre agentes de uma mesma rede”, ao que os especialistas denominaram
receptáculo em PB.
Quando a definição em PB não evocou nenhum conceito, a UTCi foi
fornecida. Se, mesmo assim, não houve associação a nenhum termo, simples, composto ou
sintagmático em PB, mas a definição foi reconhecida, optou-se por fornecer somente a
designação em PB, uma vez que pode indício de inexistência de equivalente em PB –
inexistência decorrente dos diferentes níveis de desenvolvimento em que a atividade de IE se
encontra nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha em relação ao Brasil, como evidenciaram
dois dos especialistas consultados. De qualquer forma, como o conceito se situa no
pensamento e não na língua (cf. DEPECKER, 2002), optamos por uma paráfrase portuguesa
do conceito representado pelo signo lingüístico inglês, até porque, por enquanto, não há
condições sociais ou instância normalizadora reconhecida na IE para postular um termo
equivalente.
47
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Tomando a ficha terminológica como ponto de partida para a
apresentação dos dados, cumpre salientar determinados aspectos. Em primeiro lugar, é
importante evocar mais uma vez a direção contemplada para a análise das UTCs, em que a
língua inglesa é a alimentadora, ou seja, é a partir das UTCi’s que foram estabelecidos os
critérios. Assim, temos os tipos de estruturas sintagmáticas encontradas em língua inglesa,
que motivaram, ou não, UTCs em PB:
Tipo 1: S1 + prep + S2
Abuse of power
Tipo 2: S1+ FV
Access denied
Tipo 3: S1 + S2
Body count
Subtipo 3.1: FAdj+S1
Biological agent
Subtipo 3.2: FV+S1
Alleged offender
Tipo 4: S1+S2+S3
Air survey photography
Tipo 5: S1+ prep +FAdj +S3
Tipo 6: S1+and+S2
Tipo 7: Loc.+S1
Tipo 8: Outros
Breach of national security
Bang and burn
De jure boundary
Alleged proceeds of crime
O tipo (1), que se constitui de substantivo1 + preposição +
substantivo2, é sintagma nominal em que a construção [of+S2] tem função adjetiva em
posição predicativa em relação ao S1.
Sintagmas do tipo (2) são, a rigor, verbais, uma vez que são orações
reduzidas de particípio. No exemplo fornecido, quando se expande o sintagma, tem-se
48
[Access is denied] ou [Access has been denied]. Na forma reduzida encontrada, a forma
verbal (FV) – o particípio, neste caso – assume função adjetiva em posição predicativa, pois,
no nível sintático da oração expandida, equivale ao predicativo do sujeito (subject
complement, em inglês).
O terceiro tipo de sintagma evidenciado é o mais recorrente. Trata-se
de sintagma nominal cuja estrutura se constitui de substantivo1+substantivo2, em que o S1
apresenta função adjetiva em posição atributiva: [body count]. Acontece que foram
evidenciados sintagmas nominais em que, no nível morfológico, o S1 era forma adjetiva
pura, por exemplo [biological agent], ou ainda forma verbal, [alleged offender]. Aceitamos
assim dois subtipos: (3.1) Forma adjetiva+S1 e (3.2) Forma verbal+ S1.
O sintagma nominal do tipo (4) ultrapassa o modelo anterior, uma
vez que recebe um componente qualificativo a mais, logo S1 tem função adjetiva em posição
atributiva em relação a S2 e S3. S2, por sua vez, agrega valor qualificativo a S1. Trata-se de
expansão do tipo (3) que reflete um fenômeno terminológico típico já discutido
anteriormente: a partir de um sintagma simples (hiperônimo), podemos obter UTCs por
simples acréscimo de termos.
Os sintagmas do tipo (5) são nominais e refletem a união do subtipo
(3.1) com o primeiro modelo sintagmático proposto: [S1+of+(Fadj+S2)] [breach of (national
security)].
O modelo sintagmático (6) são os binômios – já amplamente
conhecidos nos estudos fraseológicos – e revelam sintagmas nominais do tipo
substantivo1+and+substantivo2.
Os sintagmas do tipo (7) são muito particulares, pois se trata de
sintagma nominal que comporta uma expressão fixa associada a um substantivo. Tal locução
49
é, a rigor, invariável e descarta a análise composicional. No exemplo fornecido [de jure
boundary], reconhecemos a função adjetiva em posição atributiva da expressão latina [de
jure].
No último agrupamento sintagmático proposto temos, a rigor, um
apanhado das outras tipologias encontradas e que não se encaixaram nos agrupamentos
anteriores. Tem-se, pro exemplo, a união do subtipo (3.2) com o tipo (1): [(FV+S1)+of+S2],
em que a FV e o fragmento [of+S2] estão em função adjetiva em posições atributiva e
predicativa de S1, respectivamente. É, em termos gerais, o grupo de hápax, em que houve
uma ocorrência do sintagma terminológico.
A proposta de ficha terminológica levou em conta a taxonomia
sintagmática como ponto de partida. Foram acrescentados campos para abreviaturas em
inglês e português, bem como um campo para sinonímia. Além disso, há os campos das
fontes em ambas as línguas. Utilizou-se a base de dados criada e gerenciada pelo programa
de banco de dados ACCESS 2000 da Microsoft.
(quadro 8)
50
As abreviaturas utilizadas foram as seguintes:
Termo UTCi = unidade terminológica complexa em língua inglesa
EQUIVALENTE UTCp = unidade terminológica equivalente em PB
OBS = observações
REM = remissivas
Face ao exposto, cumpre, a esta altura, apresentar e analisar os
sintagmas terminológicos reagrupados de acordo com as tipologias discutidas. Na estrutura
sintagmática do tipo (1) [S1+of+S2], encontramos:
1. Abuse of power
Abuso de poder
2. Agent of influence
--
3. Area of responsibility
Área de responsabilidade
4. Base of operations
Central de operações
5. Breach of trust
Prevaricação
6. Chain of command
Hierarquia
7. Chief of station
Agente operacional sênior
8. Committee of enquiry
Comissão de inquérito
9. Denial of entry
Proibição de entrada, ~ de acesso
10. Deprivation of liberty
Privação de liberdade
11. Forfeiture of firearms
Confisco de armas de fogo
12. Means of concealment
Meios de dissimulação
13. Mitigation of punishment
Atenuação de pena, ~ de punição
14. Oath of secrecy
Promessa de sigilo
15. Obstruction of justice
Obstrução da justiça
16. Order of battle
--
51
17. Radius of action
Raio de ação
18. Recovery of victims
Resgate de vítimas
19. Removal of organs
Remoção de órgãos
20. Repatriation of victims
Repatriação de vítimas
21. Revocation of visa
Revogação de visto
22. Seizing of vehicles
Apreensão de veículos
23. State of emergency
Estado de emergência
24. Statute of limitation
Prescrição
25. Threat of retaliation
Ameaça de represálias
26. Wave of bombings
Onda de atentados a bomba
27. Request for extradition
Pedido de extradição
Observa-se que este grupo sintagmático apresenta certa estabilidade
de equivalência, isto é, a UTCi [S1+of+S2] se converte, a rigor, em UTCp [S1+de+S2]. Dos
27 sintagmas encontrados, 21 se realizaram dessa forma. Três UTCi’s (5, 6, 24) se realizaram
em unidades terminológicas simples em PB. O item 7, mesmo não se enquadrando na
construção [S1+de+S2], manteve-se como UTC em PB. Quanto aos itens 2 e 16, cumpre
salientar que não foram encontrados equivalentes na língua de chegada. Foram mantidos,
todavia, pois as definições fornecidas aos especialistas foram reconhecidas. Assim, no campo
de “equivalência UTCp” da ficha terminológica de cada, forneceu-se a definição:
52
(quadro 9)
(quadro 10)
53
Foi encontrada uma UTCi [request for extradition] que, embora não
se enquadre na estrutura sintagmática predominante nesta categoria, se encaixa ao modelo de
sintagma encontrado em PB.
No segundo grupo [S1+FV], foram encontradas as seguintes UTCi’s
e respectivas UTp’s:
28. Access allowed
Acesso autorizado
29. Access denied
Acesso negado
30. Call blocking
Bloqueio de chamadas telefônicas
31. Call forwarding
Desvio de chamadas telefônicas
32. Call waiting
Chamada em espera
33. Car cloning
Clonagem de carro
34. Carpet bombing
--
35. Data processing
Informática
36. Homicide bombing
Atentado suicida a bomba
37. Mail tampering
Violação de correspondência
38. Money laundering
Lavagem de dinheiro
39. Monkey wrenching
Sabotagem
40. Sheep dipping
--
41. Telephone tapping
Grampo telefônico
42. Window dressing
--
Por forma verbal em língua inglesa, subentendem-se três
possibilidades: particípio, infinitivo e gerúndio. Nas UTCi’s apresentadas, há ocorrências de
particípio passado (past participle) e de gerúndio. Os itens 28 e 29 são frases reduzidas,
como já foi discutido anteriormente. Tem-se nesses itens o particípio passado com função
54
adjetiva em posição predicativa.
Nos demais itens, observa-se o emprego do gerúndio (gerund).
Cumpre então elucidar o uso desta forma verbal em língua inglesa, uma vez que,
diferentemente do PB, o gerúndio em inglês tem função nominal, o que possibilita, por
exemplo, que uma oração o tenha como sujeito:
Dancing can be a lot of fun.
Heavy smoking is harmful.
Your coming and going is getting on my nerves.
Data processing has helped marketers meet or exceed their campaign
goals.
Um aspecto emblemático pode ser percebido nas UTCi’s, qual seja a
possibilidade de reorganizar a estrutura [S1+FV] em [Artigo definido+FV+S1], sem que haja
perda significativa de comunicação. Por exemplo, a partir de (money laundering), teríamos
(the laundering of money), alternativa esta que, numa busca simples (usando aspas para
forçar a sintaxe procurada) no Google, retornou 4.600 ocorrências, enquanto a UTCi que faz
parte do corpus deste estudo evoca 836.000.
Os itens 34, 40 e 42 se enquadram na situação em que a definição é
conhecida, mas os especialistas não acusaram um termo, simples, composto ou complexo,
que apresentasse a mesma denominação. Mais uma vez, nesse caso, as respectivas fichas
terminológicas trazem as definições:
55
(quadro 11)
(quadro 12)
56
(quadro 13)
O terceiro grupo sintagmático [S1+S2] é, como já foi dito, o mais
abundante de UTCi’s. Por isso, optou-se pela apresentação e análise por amostragem baseada
no traço animado ou não-animado (v. Anexo para listagem completa). Seguiu-se até certo
ponto a proposição de BORBA (2003), em que “nos nomes, a primeira coisa que se observa
são dois grandes blocos: os concretos e os abstratos”. Ocorre que, por exemplo, a UTCi
[search order] e a UTCp equivalente [ordem de busca] podem ter um referente no mundo
dos objetos (search order e ordem de busca são documentos expedidos para a obtenção de
dados negados), mas também podem ter um referente independente, como o ato ou o evento
propriamente dito. Daí optou-se por submeter as UTCi’s ao conjunto de traços animados ou
não-animados. [search order], por exemplo, tem traço não-animado em qualquer nível de
entendimento.
43. Accommodation address
Receptáculo fixo
57
44. Agent assessment
Avaliação de fonte humana
45. Air interception
Interceptação aérea
46. Air space
Espaço aéreo
47. Aircraft carrier
Porta-aviões
48. Arms deal
Tráfico de armas
49. Arms race
Corrida armamentista
50. Aunt Minnie
Fotografia com disfarce de intenção
51. Backburner issue
Problema secundário
52. Background check
Levantamento de vida pregressa
53. Bank secrecy
Sigilo bancário
54. Body count
Número de mortos
55. Bomb squad
Esquadrão antibombas
56. Brain drain
Fuga de cérebros
57. Brush pass
Passe rápido
58. Bum tip
Pista falsa
59. Counterguerrilla warfare
--
60. Death penalty
Pena de morte
61. Drag parachute
Pára-quedas de frenagem
62. Ghost company
Empresa-fantasma
63. Identikit image
Retrato falado
64. Information warfare
Guerra de informações
65. Information estimate
Estimativa
66. Lie detector
Detector de mentiras
67. Lipstick camera
Câmera em miniatura
68. Nerve agent
Agente neurotóxico
58
69. Ransom demand
Pedido de resgaste
70. Search order
Pedido de busca
71. Security badge
Crachá de segurança
72. Security classification
Grau de sigilo
73. Security clearance
Credencial de segurança
74. Surveillance grid
Perímetro de vigilância
75. Tax evasion
Sonegação de impostos
76. Tax haven
Paraíso fiscal
77. Tear gas
Gás lacrimogênio
78. Time bomb
Bomba-relógio
79. Tracer bullet
Bala traçante
80. Wiretap order
Autorização judicial para escuta telefônica
Mesmo com as UTCi’s selecionadas por amostragem, as UTCp’s
correspondentes revelam uma série de realizações sintagmáticas distintas. Observa-se, em
PB, grande tendência de correlação UTCi/UTCp, em que o unidade terminológica complexa
do inglês equivale a sintagma terminológico em PB. Ocorre que, partindo de UTCi [S1+S2],
a estrutura da UTCp apresenta diversas realizações:
[S1+FAdj]
receptáculo fixo
[S1+prep+S2+FAdj]
avaliação de fonte humana
[S1]comp
bomba-relógio
[S1+prep.+S2]
grau de sigilo, câmera em miniatura
59
[S1+prep1+S2+prep+S3] fotografia com disfarce de intenção
[S1+ FV]
retrato falado
[S1]
estimativa
Mais uma vez, para UTCi’s cujo equivalente em PB não foi
evidenciado, foi fornecida a definição, como, por exemplo:
(quadro 14)
A seguir, apresentamos as UTCi’s [S1+S2] com traço /+animado/:
81. Action officer
--
82. Agent provocateur
--
83. Arms dealer
Traficante de armas
60
84. Bone maker
Matador de aluguel
85. Bridge agent
Mensageiro
86. Brick agent
--
87. Carrier pigeon
Pombo-correio
88. Case agent
Encarregado de caso
89. Case officer
Encarregado de caso
90. Con artist
Criminoso
91. Confusion agent
Agente de desinformação
92. Decision maker
Tomador de decisão
93. Defense attaché
Adido de defesa
94. Draft dodger
Defector
95. Duty officer
Oficial de permanência
96. Guinea pig
Cobaia
97. Intelligence officer
Oficial de Inteligência
98. Liaison officer
Oficial de ligação
99. Mole hunter
Contra-espião
100.Night crawler
--
101.Pox virus
Vírus da varíola
102.Spy buster
Contra-espião
103.Support agent
Agente de apoio
104.Surveillance team
Equipe de vigilância
105.Talent spotter
Assinalador
106.Tax evader
Sonegador de impostos
107.Watcher team
Equipe de vigilância
61
Menos diversificado no nível de realização sintagmática do que os
termos não-animados, este grupo apresenta apenas três estruturas de UTCp:
[S1+prep.+S2]
equipe de vigilância
[S1]comp
contra-espião
[S1]
assinalador
Por outro lado, este subgrupo revelou um número maior de
problemas de equivalência. Isso se dá, sobretudo, devido às diferentes estruturas
organizacionais das agências governamentais de Inteligência, bem como ao grau de
desenvolvimento da atividade em países com os Estados Unidos e Brasil, fato que já foi
discutido anteriormente. É compreensível, portanto, que haja lacunas terminológicas, como
foi mesmo apontado pelos especialistas consultados. Nesses casos, novamente, foi fornecida
somente a definição:
(quadro 15)
62
(quadro 16)
(quadro 17)
63
(quadro 18)
No sintagma terminológico [FAdj+S1], em que a forma adjetiva se
encontra na posição mais habitual na língua inglesa, ou seja, em posição atributiva,
encontramos as seguintes UTCi’s:
108.Active measures
Medidas ativas
109.Advisory council
Assessoria
110.Basic intelligence
Inteligência básica
111.Biological agent
Agente biológico
112.Biological operation
Ataque biológico
113.Biological warfare
Guerra biológica
114.Biological weapon
Arma biológica
115.Black box
Caixa-preta
116.Black propaganda
Panfletagem apócrifa
64
117.Blind zone
Ponto cego
118.Chemical agent
Agente químico
119.Chromic acid
Ácido crômico
120.Civil defense
Defesa civil
121.Civil disturbance
Desordem pública
122.Civil servant
Servidor público civil
123.Clandestine intelligence
--
124.Clean phone
Linha (telefônica) segura
125.Cold surveillance
Vigilância remota
126.Commercial attaché
Adido comercial
127.Cover story
Estória-cobertura (EC)
128.Covert action
Atividade encoberta
129.Dirty dealing
Negócio espúrio
130.Double agent
Agente duplo
131.Dry cleaning
Varredura (para detectar escuta eletrônica,
explosivos, etc.)
132.Ethnic cleansing
Limpeza étnica
133.Friendly fire
Fogo amigo
134.Heavy guard
Proteção reforçada
135.High treason
Alta traição
136.Illegal trafficking
Contrabando
137.Local agent
Fonte humana; informante
138.Natural person
Pessoa física
139.Nuclear warhead
Ogiva nuclear
140.Safe house
--
65
141.Solitary confinement
Isolamento, solitária
142.Transferable box
Receptáculo móvel
As estruturas sintagmáticas encontradas a partir das UTCi’s desse
tipo foram:
[S1+FAdj]
ogiva nuclear
[FAdj+S1]
alta traição
[S1]
contrabando
[S1]comp
estória-cobertura
[(S1+FAdj1)+FAdj2]
[S1+S2]
servidor público civil
fogo amigo
A despeito da variedade de estruturas sintagmáticas encontradas em
PB, percebe-se nesse grupo relativa estabilidade, em que a ocorrência mais provável em PB é
[S1+FAdj], concordando assim com a posição predicativa do adjetivo em português. Não
impede, entretanto, a ocorrência de [FAdj+S1], como em alta traição, em que o adjetivo
anteposto “deve-se ao fato de o sintagma ser reproduzido tal como ocorre em texto de
domínio público, o que configura intertextualidade”. (NEVES, 2000) Mais uma vez, motores
de busca, como o Google, comprovam tal afirmação ao demonstrar uma relação de
ocorrências forçadas de 679/3, respectivamente para alta traição e traição alta. Trata-se,
portanto, de um exemplo de uso consagrado.
Novamente, no caso de não-obtenção da UTCp, forneceu-se a
66
definição na ficha terminológica. No caso específico de clandestine intelligence, cumpre
elucidar que o conceito de clandestine para os serviços de inteligência americanos e
britânicos está vinculado à atividade em país estrangeiro, isto é, uma clandestine operation,
por exemplo, é uma operação encoberta feita em país estrangeiro. Na terminologia de
inteligência em PB, a rigor, o termo clandestino não é utilizado, sendo, na maioria das vezes,
equivalente de encoberto.
(quadro 19)
67
(quadro 20)
No próximo grupo de sintagmas terminológicos, a estrutura está
constituída por [FV+S1], ou seja, uma forma verbal com função adjetiva em posição
atributiva ao substantivo. A discussão anteriormente apresentada acerca de formas verbais na
língua inglesa novamente se aplica a esse tipo.
143.Alleged offender
Acusado
144.Answering machine
Secretária eletrônica
145.Blasting cap
Detonador
146.Bugging wiretap
Grampo telefônico
147.Built-in microphone
Microfone embutido
148.Certified copy
Cópia autenticada
149.Classified matter
Assunto sigiloso
68
150.Combined force
Força conjunta
151.Controlled delivery
Entrega sob vigilância
152.Debriefing room
Sala de interrogatório
153.Defoliating agent
Agente desfolhante
154.Demilitarized zone
Zona desmilitarizada
155.Depleted uranium
Urânio enfraquecido
156.Fixed surveillance
Vigilância fixa
157.Forced labor
Trabalho forçado
158.Grazing fire
Tiro rasante
159.Guided missile
Míssil teleguiado
160.Incapacitating agent
Agente incapacitante
161.Moving surveillance
Vigilância móvel
162.Organized crime
Crime organizado
163.Privileged information
Informação privilegiada
164.Sensing device
Sensor
165.Silenced weapon
Pistola com silenciador
166.Sponsoring nation
País patrocinador (de atos terroristas)
167.Standing order
Ordem vigente
168.Timed drop
--
169.Training camp
Campo de treinamento
170.Vectored attack
Ataque teleguiado
Foram encontradas quatro estruturas sintagmáticas em PB:
[S1+FV]
ataque teleguiado
[S1+FAdj]
tiro rasante
69
[S1]
sensor
[S1+prep+S2]
pistola com silenciador
Nesse grupo, cabe salientar a questão da forma verbal com
terminação em –ing de algumas UTCi’s. Não se trata mais de gerúndio, mas sim do
particípio presente (present participle) nos chamados participial adjectives. Sob uma ótica
puramente morfológica, as UTCi’s assim constituídas poderiam pertencer ao grupo anterior,
mas se optou por agregá-las a este grupo, haja vista a ocorrência do particípio passado (past
participle), ou seja, por uma questão de praticidade e coerência com o estabelecimento de um
grupo que admite o gerúndio primeiramente como forma verbal e então como forma verbal
nominal.
Mais uma vez, no caso de não-obtenção de UTCp equivalente,
forneceu-se a definição:
(quadro 21)
70
O grupo (4) está constituído por sintagmas terminológicos do tipo
[S1+S2+S3], em que se percebe efetivamente a expansão do grupo (3) [S1+S2].
171.Air survey photography
Fotografia topográfica
172.Bomb disposal expert
Especialista em desativação de bombas
173.Camouflage detection photography
Fotografia anti-camuflagem
174.Cockpit voice recorder
Caixa-preta
175.Human source intelligence
Inteligência de fontes humanas
176.Radio range finding
Radiotelemetria
177.Tear gas canister
Bomba de gás lacrimogênio
178.Tear gas grenade
Granada de gás lacrimogênio
179.Telephone input jack
Tomada para telefone
Portanto, em PB, foram encontradas as seguintes estruturas
sintagmáticas:
[S1+FAdj]
Fotografia topográfica
[S1+prep+S2+(prep+S3)]
Especialista em desativação de bombas
Tomada para telefone
[S1+S2]
Fotografia anti-camuflagem
[S1]comp
Caixa-preta
[S1+prep+S2+Fadj]
Bomba de gás lacrimogênio
O grupo (5) está constituído por sintagmas terminológicos cuja
estrutura é [S1+prep+FAdj+S2]:
71
180.Altering of the serial number
Alteração do número de série (em armas)
181.Breach of national security
Atentado à Segurança Nacional
182.Breach of professional secrecy
Quebra de sigilo profissional
Em PB, a estrutura do sintagma terminológico se realizou em:
[S1+prep+S2+prep+S3]
alteração do número de série
[S1+prep+S2+FAdj]
quebra de sigilo profissional
Observa-se que as estruturas em PB se equivalem, pois o
entendimento não estaria comprometido no cotejo entre [alteração do número de série] e
[alteração do número serial]. A diferença reside apenas na freqüência de ocorrência. A
mesma questão se dá, de forma invertida, na comparação entre [quebra de sigilo profissional]
e [quebra de sigilo da profissão].
O próximo grupo se constitui de binômios ligados pela conjunção
“and”. Foram encontrados os seguintes sintagmas terminológicos:
183.Bang and burn
Sabotagem e demolição
184.Checks and balances
Equilíbrio de Poderes
185.Flaps and seals
--
Houve a ocorrência em PB de um binômio terminológico:
[S1+e+S2]
Sabotagem e demolição
[S1+prep+S2]
Equilíbrio de Poderes
72
A realização do “and” em “de” no PB é curiosa na medida em que, a
rigor, a idéia de adição (and) se deu, em PB, no âmbito de complemento do nome
“equilíbrio”. Importa salientar, todavia, que se trata de uma ocorrência, o que efetivamente
não aloca elementos suficientes para se atingir o nível da afirmação, ou mesmo, postulação.
Mais uma vez, na falta de termo equivalente em PB, foi fornecida a
definição:
(quadro 22)
O grupo (7), como já foi apontado, é peculiar, na medida em que se
encontram locuções estrangeiras ou expressões consagradas na língua inglesa, mas que, a
rigor, não são empregadas como adjetivos em posição atributiva. Nesse caso, apresentamos
as UTCi’s, UTCp’s equivalentes e estrutura sintagmática:
73
186.De facto boundary
--
--
187.De jure boundary
Fronteira legal
[S1+FAdj]
188.Hand-to-hand fight
Luta corpo a corpo
[S1+Loc.]
189.Howl-around effect
Interferência no áudio
[S1+prep+S2]
190.No-fly zone
Zona de exclusão aérea
[S1+prep+S2+FAdj]
191.Non-aggression pact
Pacto de não-agressão
[S1+prep+S2]
192.Smoking-bolt operation
--
--
Novamente, na falta de UTCp equivalente, foi fornecida a definição:
(quadro 23)
74
(quadro 24)
No último grupo, há agrupamentos terminológicos cujas estruturas
não se encaixaram nos casos propostos, mas concomitantemente não houve ocorrência que
justificasse a criação de grupo próprio. Assim, temos:
193.Alleged proceeds of crime
Rendimentos de crime
[FV+S1+prep+S2]
(organizado)
194.Conduct unbecoming an
Conduta indecorosa de
officer [S1+FAdj+Art+S2]
195.Legally admissible copy
[FAdv+FAdj+S1]
[S1+prep+S2+(FAdj)]
[S1+FAdj+prep+S2]
servidor
--
--
75
(quadro 25)
Apresentadas e analisadas as estruturas sintagmáticas em língua
inglesa e PB, cumpre aludir a questão das variações encontradas no corpus. Observaram-se
duas modalidades nesse âmbito: a variação de forma como UTCi e a variação no tocante à
equivalência em UTCp.
No quesito da forma, as seguintes UTCi’s servem de exemplo (na
primeira coluna, a UTCi como consta no corpus; na segunda, a variação):
Agent of influence
Agent-of-influence
Crossborder transfer
Cross-border ~
Deadletter box
Dead-letter ~
Ex officio
Ex-officio
Howl-around effect
Howl around ~
76
Inflight data recorder
In-flight ~
Money laundering
Money-laudering
Night crawler’
Nightcrawler; night-crawler
Pre-emptive strike
Preemptive ~
Shoeicide bomber
Shoe-icide ~; shuicide ~
Stand-by activity
Standby ~
Starburst maneuver
Star-burst ~; star burst ~
Além da variação intralingüística em UTCi’s, foram observadas as
seguintes situações inter-lingüísticas envolvendo sinonímia na língua inglesa e seu
desaparecimento no PB:
Aircraft carrier
Porta-aviões
Flat top
Black box
Inflight data recorder
Caixa-preta
Cockpit voice recorder
Brick agent
Oficial especializado em busca externa de dados negados; oficial de
Field agent
rua.
Street agent
Blister agent
Agente vesicante
Vesicant agent
Bum tip
Pista falsa
Wild goose chase
Brush contact
Passe rápido
Brush pass
77
Car bomb
Carro-bomba
Car trap
Bugging wiretap
Escuta telefônica
Telephone tapping
Case agent
Encarregado de caso
Case officer
Chicken feed
Informações sem valor
Shopworn goods
Drag parachute
Pára-quedas de frenagem
Tail chute
Gasoline bomb
Molotov cocktail
Coquetel Molotov
Petrol bomb
Civil servant
Public servant
Servidor público
Public official
Spy network
Grupo de oficiais e agentes em ação sob comando único.
Spy ring
Spy buster
Contra-espião
Spy catcher
Worst case scenario
Pior cenário
Worst casing
(quadro 26)
Na ficha terminológica, o campo “Observações – OBS” é o caminho
de entrada das variações acima descritas. Quanto às variantes ortográficas, estas foram
colocadas entre parênteses no campo de entrada da UTCi. A seguir, exemplos de ficha
78
terminológica com variante ortográfica e sinonímia, respectivamente:
(quadro 27)
(quadro 28)
Outro ponto analisado se refere ao sistema de remissivas, em que se
79
buscou privilegiar o campo semântico, uma vez que a pertinência temática foi estabelecida
como critério principal nesta pesquisa. Assim, por exemplo, [background check] remete à
[background
information],
respectivamente
[levantamento
de
vida
pregressa]
e
[levantamento de dados pregressos], haja vista a proximidade semântica. Da mesma forma,
[biological agent] remete a [chemical agent], pois um pode complementar o entendimento do
outro. Por outro lado, [bait car] remete a [bait truck] por extensão do conceito, uma vez que,
respectivamente, a partir de [carro-isca] pode-se estender o entendimento a [caminhão-isca].
Foram feitas remissivas também nos poucos casos de antonímia, como entre [cold
surveillance] e [hot surveillance]. Na ficha terminológica, o caminho para a entrada dessas
remissivas foi por meio do campo “REM”:
(quadro 29)
80
(quadro 30)
(quadro 31)
81
Por fim, cumpre apresentar a proposta de estruturação de verbete. A
primeira questão está voltada para a macro-estrutura da organização dos verbetes. A decisão
nesse âmbito rendeu-se à ordem alfabética contínua ditada pela UTCi na composição em que
é encontrada, ou seja, [attaché case] precede [biological agent], embora se saiba que, se o
critério fosse a palavra-chave em cada UTC, a ordem seria invertida. Ocorre que não se
espera do público-alvo esse tipo de análise morfossintática. Assim, sendo (ou não) o núcleo
do sintagma terminológico, a primeira palavra na composição foi o critério empregado para a
inserção neste léxico no que concerne à ordem alfabética.
A micro-estrutura foi elaborada desta forma:
(UTC vedeta, língua de partida) (variantes ortográficas). (UTC equivalente, língua de
chegada) ou (definição da UTC vedeta na língua de chegada). (m.q. sinonímia). (cf.
remissivas).
m.q.= mesmo que
cf.=confronte
A seguir, alguns exemplos:
money laundering (var. money-laundering). Lavagem de dinheiro.
Neste caso, tem-se um caso de variante ortográfica, sendo que não se
propõe a UTC vedeta “money-laundering”, uma vez que se trataria de lexema composto.
Isso, todavia, não impede a disponibilidade da informação para o usuário.
night crawler (var. night-crawler; nightcrawler). Assinalador que freqüenta bares e
discotecas na busca de funcionários do governo, militares, etc, que possam estar
excessivamente envolvidos com bebidas, drogas ou sexo e que, por conseguinte, podem vir a
comprometer o serviço de informações.
82
Tem-se, em “night crawler”, um exemplo de verbete em que, além
de variantes ortográficas, se forneceu a definição, pois não foi encontrado equivalente em
PB. Entende-se que, para o usuário pretendido, tal procedimento é satisfatório, pois, ainda
que não se tenha evidenciado termo em PB, a definição a partir da língua inglesa fornece
elementos suficientes para o entendimento – neste caso – da finalidade e do modus operandi
do assinalador.
chicken feed. Informações sem valor. m.q. shopworn goods. cf. bum tip.
shopworn goods. Informações sem valor. m.q. chicken feed. cf. bum tip.
Nos dois casos apresentados conjuntamente, observa-se a ocorrência
de sinonímia, o que provoca a remissiva via [m.q.], como já discutido anteriormente. Cumpre
ressaltar que, no escopo desta pesquisa, não foi possível determinar qual UTCi poderia ser
considerada como normalizadora.
starburst maneuver (var. star-burst ~; star burst ~). Manobra de despistamento em que o
alvo e o veículo sob vigilância tomam direções distintas, forçando assim que a equipe de
vigilância siga apenas um. cf. bailout point.
No último exemplo de micro-estrutura, além das variantes
ortográficas e da definição, tem-se remissiva [cf.] que se baseia no critério do campo
semântico, uma vez que “bailout point” é estratégia de despistamento.
A despeito de certo grau de subjetividade inerente à elaboração de
83
definições, buscou-se garantir a maior clareza possível. Para tal, levou-se em consideração o
perfil do usuário apresentado anteriormente.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Inteligência como atividade de Governo é uma área que, com
freqüência, chama a atenção da sociedade, principalmente por meio da mídia. Cercada ainda
de perguntas sem respostas, a atividade vem se desenvolvendo formalmente no Brasil desde
1927 com a criação do Conselho de Defesa Nacional. Buscava-se, desde então, “acompanhar
importantes evoluções conjunturais e avaliar as suas conseqüências para a tranqüilidade
nacional e a preservação dos interesses do Estado brasileiro.” (PORTO OLIVEIRA, 1999,
p.21).
Esta dissertação buscou dar visibilidade à Inteligência de Estado por
meio de uma faceta pouco explorada: sua terminologia. Mais ainda: a equivalência dessa
terminologia em línguas inglesa e portuguesa do Brasil no âmbito dos sintagmas
terminológicos, ou unidades terminológicas complexas. Buscou-se repertoriá-los tomando a
língua inglesa como ponto de partida, uma vez que esta dissertação também pretendeu
apresentar uma ferramenta útil ao trabalho daqueles que fazem a Inteligência, ou seja, os
analistas da Agência Brasileira de Inteligência.
Com esses objetivos em mente, procurou-se, em primeiro lugar,
fornecer uma ambientação do tema, que teve, por objetivo, descrever o meio por onde
circulam os termos repertoriados. Em seguida, houve a discussão acerca da relação entre
terminologia e a Inteligência de Estado em língua inglesa e em língua portuguesa do Brasil.
Então, apresentou-se a metodologia aplicada com o detalhamento necessário em relação à
amplitude da pesquisa, às fontes e ao público-alvo. A seguir, foram apresentados e analisados
84
os dados.
Importa salientar, mais uma vez, que a opção por repertoriar apenas
os sintagmas terminológicos, em detrimento dos ditos termos simples, foi calcada no fato de
que os grupos sintagmáticos especializados, por questões composicionais, não estão, a rigor,
disponíveis para o usuário com a mesma facilidade dos termos simples. Isto foi evidenciado
nesta dissertação, em que a consulta de termos simples, como intelligence e agent, revelou
acepções consideradas suficientes – até com algumas nuanças – para o entendimento do
público-alvo desta pesquisa. O mesmo fenômeno não se evidenciou com as unidades
terminológicas complexas, em que, por questões de lexicalização ou alto grau de
especificidade, não é possível, muitas vezes, reconhecer ou mesmo inferir o conceito
evocado. Além disso, a decisão de repertoriar os grupos terminológicos também esteve
baseada no conhecimento de que as terminologias são predominantemente compostas por
termos integrados por mais de uma unidade ou palavra. Por outro lado, o trabalho com as
UTCs requer, em um primeiro momento, o reconhecimento de termos simples, sobretudo sob
a ótica do termo complexo como extensão de um hiperônimo, ou seja, a partir do momento
em que se reconhece o termo simples, pode-se repertoriar as possíveis composições em que
se encontra.
As UTCs da língua inglesa foram agrupadas conforme a estrutura
sintagmática. Assim, foram criadas 7 tipologias, sendo que existiram 2 subtipos. Importa
ressaltar que também foi criado um oitavo grupo para as 3 estruturas sintagmáticas que não
se enquadraram nos demais agrupamentos. Portanto, havia 12 tipologias sintagmáticas
distintas de UTCi’s, o que acarretou a ocorrência de 13 tipologias em PB. Além disso, no
âmbito dos 8 grupos, duas estruturas estiveram presentes em 6, o que revela um
comportamento sintagmático relativamente estável. Na tabela abaixo, apresentamos a
quantidade de ocorrências face ao número total de estruturas encontradas na língua inglesa:
85
Estrutura sintagmática em PB
Ocorreu em ___ das 12 estruturas de UTCi’s/%
1) S1+prep+S2+FAdj
6/50%
2) S1+prep+S2
6/50%
3) S1
5/41,6%
4) S1+FAdj
5/41,6%
5) S1+prep+S2+prep+S3
4/33,3%
6) S1+FV
3/25%
7) S1comp
3/25%
8) S1+S2
2/16,6%
9) S1+FAdj+prep+S2
2/16,6%
10) FAdj+S1
1/8,3%
11) S1+FAdj1+FAdj2
1/8,3%
12) S1+ e +S2
1/8,3%
13) S1+Loc.
1/8,3%
(quadro 32)
À guisa de facilitar a visualização, apresentamos a tabela acima em
forma de gráfico:
S1+FV
S1 comp
S1+prep+S2+prep+S3
S1+prep+S2+Fadj
S1+S2
S1+prep+S2
S1
S1+Fadj+prep+S2
S1+Fadj
S1+prep+S2+prep+S3
S1+Fadj
Fadj+S1
S1+FV
(S1+Fadj1)+Fadj2
S1 comp
S1+S2
S1+e+S2
S1+Loc
S1+Fadj+prep+S2
Fadj+S1
(S1+Fadj1)+Fadj2
S1+e+S2
S1
S1+Loc
S1+prep+S2+Fadj
S1+prep+S2
(quadro 33)
86
A esta altura, resgatamos os objetivos desta dissertação no intuito de
verificar as respostas encontradas. Em primeiro lugar, era objetivo repertoriar, no nível
terminológico, os sintagmas da área de Inteligência Estatal, sobretudo no seu viés estratégico.
A constituição do corpus concretizou tal objetivo ao mesmo tempo em que evidenciou as
características das UTCs da área, quais sejam, a multidisciplinaridade e a presença de
empréstimos externos e internos.
No âmbito da equivalência entre UTCi’s e UTCp’s, foi possível
constatar a ocorrência de lacunas no PB, possivelmente decorrentes dos diferentes graus de
desenvolvimento da atividade de inteligência no Brasil e nos Estados Unidos e Reino Unido.
Para atender um outro objetivo desta dissertação – o de se tornar uma ferramenta útil a um
grupo de profissionais – tais lacunas foram preenchidas com a definição da UTC vedeta em
PB.
Percebemos que há certa estabilidade de equivalência sintagmática
entre as UTCi’s e seus correspondentes em PB, na medida em que as 12 estruturas de partida
em inglês resultaram em 13 construções em PB. Isso não significa, todavia, que tenha havido,
por assim dizer, uma acomodação direta em que as características de cada língua não tenham
sido respeitadas. Pelo contrário, a acomodação ficou sujeita aos filtros próprios de cada
idioma. Assim, por exemplo, o que era atributivo em inglês passou para posição predicativa
em PB – ainda que com algumas exceções, como alta traição.
Como todo trabalho lexicográfico, sabe-se que o resultado é a rigor
uma obra aberta, em que, pela própria evolução da língua (geral e de especialidade) e pelo
progresso do ‘fazer humano’, novos termos ou acepções tendem a surgir. Além disso,
reconhecemos que o levantamento aqui apresentado não foi exaustivo o suficiente para
87
esgotar as UTCs já existentes em ambas as línguas – nem era esse o objetivo – de forma que
é um trabalho contínuo de alimentação e manutenção do banco de dados criado. Como já foi
exposto anteriormente, equivalentes em língua francesa já estão catalogados e serão
oportunamente acrescentados, bem como os termos simples em inglês, francês e português
do Brasil.
Esta pesquisa mostrou, portanto, a terminologia da Inteligência de
Estado em inglês e PB por meio do levantamento das unidades terminológicas complexas na
língua inglesa e a busca de seus equivalentes em PB. Para tal, configurou-se a elaboração de
um léxico bilíngüe dos sintagmas terminológicos tendo o inglês como língua de partida.
Assim, disponibilizou-se ainda uma ferramenta de consulta aos profissionais da área, bem
como a tradutores e estudiosos da área.
88
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90
8 ANEXOS
8.1 ANEXO A:
FICHAS TERMINOLÓGICAS
91
TERMO
abuse of power
EQUIVALENTE PB
Abuso de poder.
OBS
REM
TERMO
access allowed
EQUIVALENTE PB
Acesso autorizado.
OBS
REM
cf. access denied
TERMO
access code
EQUIVALENTE PB
Código de acesso.
OBS
REM
TERMO
access denied
EQUIVALENTE PB
Acesso negado.
OBS
REM
cf. access allowed
TERMO
accommodation address
EQUIVALENTE PB
OBS
Receptáculo fixo, local de depósito de correspondência de agentes de uma mesma
rede.
m.q. dead drop
REM
TERMO
acoustic intelligence
EQUIVALENTE PB
Informações obtidas da coleta e análise de fenômenos acústicos.
OBS
REM
TERMO
acoustic terrorism
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Perturbação da paz por meio de som excessivamente alto.
92
TERMO
action officer
EQUIVALENTE PB
Oficial de inteligência encarregado de caso e designado para missão em atividade
operacional, esp. em território estrangeiro.
OBS
REM
cf. case officer
TERMO
active intelligence
EQUIVALENTE PB
Inteligência ativa.
OBS
REM
TERMO
active measures
EQUIVALENTE PB
Medidas ativas.
OBS
REM
TERMO
administration of justice
EQUIVALENTE PB
Aplicação da lei.
OBS
REM
cf. obstruction of justice
TERMO
advisory council
EQUIVALENTE PB
Assessoria.
OBS
REM
TERMO
aerial refueling
EQUIVALENTE PB
Reabastecimento em vôo.
OBS
REM
TERMO
agent assessment
EQUIVALENTE PB
Avaliação de fonte humana.
OBS
REM
cf. reliable source
93
TERMO
agent development
EQUIVALENTE PB
Contato social ; relação social com um indivíduo suscetível de ser útil ou mesmo
recrutado.
OBS
REM
TERMO
agent of influence (var. agent-of-influence)
EQUIVALENTE PB
Agente que se vale de fraqueza natural do adversário para desestabilizá-lo, ger. se
valendo de pessoas de boa-fé.
OBS
REM
TERMO
agent provocateur
EQUIVALENTE PB
Agente enviado para incitar o alvo a cometer atos ilegais ou à violência.
OBS
REM
TERMO
air interception
EQUIVALENTE PB
Interceptação aérea.
OBS
REM
TERMO
air picket
EQUIVALENTE PB
Aeronave militar com objetivo de detectar, relatar e rastrear aeronaves ou mísseis
do adversário.
OBS
REM
TERMO
air space
EQUIVALENTE PB
Espaço aéreo.
OBS
REM
TERMO
air strip
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Pista de aterrissagem.
94
TERMO
air surveillance
EQUIVALENTE PB
Vigilância aérea. Observação sistemática do espaço aéreo por meio de meios
eletrônicos, visuais ou por outros meios, com o intuito de determinar a
movimentação de aeronaves ou mísseis.
OBS
REM
TERMO
air survey photography
EQUIVALENTE PB
Fotografia topográfica. Refere-se às fotos e à aplicação destas para a feitura de
mapas.
OBS
REM
TERMO
aircraft carrier
EQUIVALENTE PB
OBS
Porta-aviões.
m.q. flat top
REM
TERMO
altimetric detonator
EQUIVALENTE PB
Detonador altimétrico.
OBS
REM
TERMO
alien domination
EQUIVALENTE PB
Dominação estrangeira.
OBS
REM
TERMO
alleged offender
EQUIVALENTE PB
Acusado.
OBS
REM
TERMO
alleged proceeds of crime
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Rendimentos do crime (organizado).
95
TERMO
altering of the serial number
EQUIVALENTE PB
Modificação do número de série.
OBS
REM
cf. serial number
TERMO
answering machine
EQUIVALENTE PB
Secretária eletrônica.
OBS
REM
TERMO
area officer
EQUIVALENTE PB
Encarregado de área.
OBS
REM
cf. case officer
TERMO
area of responsibility
EQUIVALENTE PB
Área de responsabilidade.
OBS
REM
TERMO
arms deal
EQUIVALENTE PB
Tráfico de armas.
OBS
REM
cf. arms dealer
TERMO
arms dealer
EQUIVALENTE PB
Traficante de armas.
OBS
REM
cf. arms deal
TERMO
arms race
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Corrida armamentista.
96
TERMO
assassination device
EQUIVALENTE PB
Arma especial para execução de assassinatos, ger. disfarçada.
OBS
REM
cf. hush puppy
TERMO
attaché case
EQUIVALENTE PB
Maleta.
OBS
REM
TERMO
audio surveillance
EQUIVALENTE PB
Técnica de escuta sub-reptícia, freq. utilizando aparelhagem eletrônica.
OBS
REM
cf. bugging wiretap
TERMO
Aunt Minnie
EQUIVALENTE PB
Fotografia com disfarce de intenção
OBS
REM
TERMO
backburner issue
EQUIVALENTE PB
Problema secundário.
OBS
REM
cf. front-burner issue
TERMO
background check
EQUIVALENTE PB
Levantamento de vida pregressa.
OBS
REM
cf. background information
TERMO
background information
EQUIVALENTE PB
Levantamento de dados pregressos.
OBS
REM
cf. background check
97
TERMO
backup man
EQUIVALENTE PB
OBS
Agente de reforço.
m.q. support agent
REM
TERMO
bag job
EQUIVALENTE PB
OBS
Entrada, invasão não-autorizada de escritório ou residência para obtenção de
arquivos, documentos, etc.
m.q. black bag job
REM
TERMO
bailout point
EQUIVALENTE PB
Evasiva de detecção, momento durante operação de vigilância terrestre em que o
agente infiltrado (sentado no banco do passageiro) tenta despistar a vigilância.
OBS
REM
TERMO
bait car
EQUIVALENTE PB
Carro-isca. Veículo monitorado pela polícia utilizado para incitar criminosos a
roubá-lo.
OBS
m.q. bait vehicle
REM
cf. bait truck
TERMO
bang and burn
EQUIVALENTE PB
Sabotagem e demolição.
OBS
REM
TERMO
bank account
EQUIVALENTE PB
Conta bancária.
OBS
REM
TERMO
bank secrecy
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Sigilo bancário.
98
TERMO
bargaining chips
EQUIVALENTE PB
Moeda de troca ; resgate.
OBS
REM
TERMO
base of operations
EQUIVALENTE PB
Central de operações, base de operações
OBS
REM
TERMO
basic intelligence
EQUIVALENTE PB
Dados factuais, essenciais e ger. permanentes acerca de todos os aspectos de um
país ( físicos, sociais, econômicos,etc) e que são o primeiro passo do ciclo de
inteligência para o apoio às operações militares.
OBS
REM
TERMO
bigot list
EQUIVALENTE PB
Lista restritiva de pessoas com acesso a informações específicas e de alta
sensibilidade.
OBS
REM
TERMO
biological agent
EQUIVALENTE PB
Agente biológico; micro-organismo transmissor de doenças a humanos, plantas e
animais ; ou causador de deterioração de materiais.
OBS
REM
cf. chemical agent
TERMO
biological operation
EQUIVALENTE PB
Ataque biológico; utilização de agentes biológicos mortais para humanos e
animais, ou para danificar plantas ou materiais, ou ainda a defesa contra ataque
desta natureza.
OBS
REM
cf. biological warfare
TERMO
biological warfare
EQUIVALENTE PB
Uso de organismos vivos, produtos biológicos tóxicos, ou reguladores de
crescimento vegetal, com o intuito de matar ou ferir humanos, animais ou plantas ;
ou a defesa contra ataque desta natureza.
OBS
REM
cf. biological operation
99
TERMO
biological weapon
EQUIVALENTE PB
Arma que projeta ou dissemina um agente biológico.
OBS
REM
cf. biological agent
TERMO
black bag job
EQUIVALENTE PB
OBS
Entrada, invasão não-autorizada de escritório ou residência para obtenção de
arquivos, documentos, etc.
m.q. bag job
REM
TERMO
black activity
EQUIVALENTE PB
Operação que visa dar a impressão de ter sido patrocinada por um oponente.
OBS
REM
TERMO
black box
EQUIVALENTE PB
OBS
Caixa-preta (de aeronaves).
m.q. in-flight data recorder, cockpit voice recorder
REM
TERMO
blackmail scam
EQUIVALENTE PB
Chantagem.
OBS
REM
TERMO
blasting cap
EQUIVALENTE PB
Detonador.
OBS
REM
TERMO
black propaganda
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Panfletagem apócrifa que visa confundir o adversário.
100
TERMO
black operation
EQUIVALENTE PB
Operação clandestina ou encoberta que não é passível de ser atribuída à instituição
que a executou.
OBS
REM
cf. covert action
TERMO
blank travel document
EQUIVALENTE PB
Documento de viagem em branco.
OBS
REM
TERMO
blind zone
EQUIVALENTE PB
Ponto cego no radar.
OBS
REM
cf. radar coverage
TERMO
blister agent
EQUIVALENTE PB
Agente químico que ataca os olhos e os pulmões e que infringe à pele queimaduras
e bolhas.
OBS
m.q. vesicant agent
REM
cf. chemical agent
TERMO
blood bath
EQUIVALENTE PB
Massacre, banho de sangue, carnificina
OBS
REM
TERMO
blood feud
EQUIVALENTE PB
Rixa de sangue.
OBS
REM
TERMO
body count
EQUIVALENTE PB
Número de mortos.
OBS
REM
cf. damage assessment
101
TERMO
bomb disposal expert
EQUIVALENTE PB
Especialista em desativação de bombas.
OBS
REM
cf. bomb scare, bomb threat
TERMO
bomb scare
EQUIVALENTE PB
Alerta de bomba.
OBS
REM
cf. bomb squad
TERMO
bomb squad
EQUIVALENTE PB
Esquadrão antibombas.
OBS
REM
cf. bomb scare, bomb threat
TERMO
bomb threat
EQUIVALENTE PB
Ameaça de bomba.
OBS
REM
cf. bomb scare
TERMO
bona fide third party
EQUIVALENTE PB
Terceiro de boa fé.
OBS
REM
TERMO
bone maker
EQUIVALENTE PB
Assassino contratado ; matador de aluguel.
OBS
REM
TERMO
border measure
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Procedimento aplicável à região fronteiriça.
102
TERMO
brain drain
EQUIVALENTE PB
Fuga de cérebros ; evasão de cientistas.
OBS
REM
TERMO
breach of national security
EQUIVALENTE PB
Atentado à segurança nacional.
OBS
REM
TERMO
breach of professional secrecy
EQUIVALENTE PB
Quebra de sigilo profissional.
OBS
REM
TERMO
breach of trust
EQUIVALENTE PB
Prevaricação.
OBS
REM
TERMO
breech block
EQUIVALENTE PB
Trava em arma de fogo.
OBS
REM
TERMO
brevity code
EQUIVALENTE PB
Código cuja finalidade é de compactar as mensagens, mesmo em detrimento do
sigilo.
OBS
REM
TERMO
bridge agent
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Agente que atua como mensageiro ou intermediário entre o encarregado de caso e
um agente infiltrado.
103
TERMO
brick agent
EQUIVALENTE PB
OBS
Oficial especializado em busca externa de dados negados; oficial de rua.
m.q. field agent, street agent
REM
TERMO
brief encounter
EQUIVALENTE PB
Contato rápido, encontro breve entre o encarregado de caso e um agente sob
ameaça de vigilância.
OBS
REM
cf. brush pass
TERMO
brush pass
EQUIVALENTE PB
Passe rápido, breve encontro em que algo (uma mensagem, um objeto) é trocado
entre o encarregado de caso e uma fonte em local público.
OBS
REM
cf. brief encounter
TERMO
bugging wiretap
EQUIVALENTE PB
OBS
Grampo telefônico.
m.q. telephone tapping
REM
TERMO
built-in microphone
EQUIVALENTE PB
Microfone embutido.
OBS
REM
TERMO
bulletproof vest
EQUIVALENTE PB
Colete à prova de balas.
OBS
REM
TERMO
bum tip
EQUIVALENTE PB
Pista falsa.
OBS
m.q. wild goose chase
REM
cf. chicken feed
104
TERMO
burn bag
EQUIVALENTE PB
Recipiente para material sigiloso que deve ser destruído.
OBS
REM
TERMO
bush fire
EQUIVALENTE PB
Queimada (de vegetação).
OBS
REM
TERMO
calculated risk
EQUIVALENTE PB
Risco calculado.
OBS
REM
TERMO
call blocking
EQUIVALENTE PB
Bloqueio de chamadas (telefone).
OBS
REM
TERMO
call display
EQUIVALENTE PB
Identificador de chamada telefônica, bina.
OBS
REM
TERMO
call forwarding
EQUIVALENTE PB
Desvio automático de chamada telefônica.
OBS
REM
TERMO
call waiting
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Chamada em espera.
105
TERMO
camouflage detection photography
EQUIVALENTE PB
Técnica de fotografia que utiliza filme especial, ger. sensível à luz infravermelha, e
que permite a detecção de zonas ou pontos camuflados.
OBS
REM
TERMO
car bomb
EQUIVALENTE PB
OBS
Carro-bomba.
m.q. car trap
REM
TERMO
car cloning
EQUIVALENTE PB
Clonagem de carro
OBS
REM
TERMO
car trap
EQUIVALENTE PB
OBS
Carro-bomba.
m.q. car bomb
REM
TERMO
carpet bombing
EQUIVALENTE PB
Distribuição progressiva de bombardeio em zona definida, de forma a causar
danos em todas as partes da zona limitada.
OBS
REM
TERMO
carrier pigeon
EQUIVALENTE PB
Pombo-correio.
OBS
REM
TERMO
case agent
EQUIVALENTE PB
Agente encarregado de um caso particular.
OBS
REM
cf. case officer
106
TERMO
case officer
EQUIVALENTE PB
Encarregado de caso.
OBS
REM
cf. case agent
TERMO
case study
EQUIVALENTE PB
Estudo de caso.
OBS
REM
TERMO
certified copy
EQUIVALENTE PB
Cópia autenticada.
OBS
REM
cf. legally admissible copy
TERMO
chain of command
EQUIVALENTE PB
Hierarquia.
OBS
REM
TERMO
charm school
EQUIVALENTE PB
OBS
Chantagem sexual.
m.q. honey trap
REM
TERMO
checks and balances
EQUIVALENTE PB
Equilíbrio de Poderes.
OBS
REM
TERMO
chemical agent
EQUIVALENTE PB
Componente químico que, quando disseminado, gera efeitos nocivos ou mesmo
letais a humanos, animais, plantas, ou materiais.
OBS
REM
cf. biological agent
107
TERMO
chemical operation
EQUIVALENTE PB
Emprego de agentes químicos, a exceção de produtos para controlar
manifestações, que visa matar ou incapacitar temporariamente humanos, animais,
ou ainda que visa impedir o uso de instalações, materiais ou áreas.
OBS
REM
cf. chemical agent
TERMO
chicken feed
EQUIVALENTE PB
OBS
Informações sem valor.
m.q. shopworn goods
REM
TERMO
chief of station
EQUIVALENTE PB
Agente operacional sênior responsável pelos agentes de determinada área.
OBS
REM
TERMO
chromic acid
EQUIVALENTE PB
Ácido crômico (H2CrO4) ; utilizado para confecção de micropontos.
OBS
REM
TERMO
civil defense
EQUIVALENTE PB
Defesa Civil.
OBS
REM
TERMO
civil disturbance
EQUIVALENTE PB
Desordem pública.
OBS
REM
cf. ordre public
TERMO
civil servant
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Servidor público civil.
m.q. public servant
108
TERMO
clandestine intelligence
EQUIVALENTE PB
Tipo de coleta de dados em que as fontes são encobertas.
OBS
REM
cf. covert action
TERMO
classified matter
EQUIVALENTE PB
Assunto sigiloso.
OBS
REM
cf. security classification
TERMO
clean phone
EQUIVALENTE PB
OBS
Linha segura (telefone).
m.q. secure telephone
REM
TERMO
cockpit voice recorder
EQUIVALENTE PB
OBS
Caixa-preta.
m.q. black box
REM
TERMO
code word
EQUIVALENTE PB
Termo ao qual se atribui grau de sigilo e significado confidencial para
salvaguardar dados de planejamento de operação.
OBS
REM
cf. security classification
TERMO
cold surveillance
EQUIVALENTE PB
Vigilância remota; tipo de vigilância que deve passar despercebida ao alvo.
OBS
REM
cf. hot surveillance
TERMO
cold War
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Guerra Fria.
109
TERMO
collateral mail
EQUIVALENTE PB
Correspondência que contém substância nociva, p.ex. antraz.
OBS
REM
TERMO
collect call
EQUIVALENTE PB
Chamada telefônica a cobrar.
OBS
REM
TERMO
collection plan
EQUIVALENTE PB
Plano de busca de dados.
OBS
REM
TERMO
combined force
EQUIVALENTE PB
Força conjunta.
OBS
REM
cf. joint investigation
TERMO
commercial attaché
EQUIVALENTE PB
Adido comercial.
OBS
REM
TERMO
committee of enquiry
EQUIVALENTE PB
Comissão de inquérito.
OBS
REM
TERMO
commo plan
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Métodos de comunicação sigilosa utilizados por agentes.
110
TERMO
communications intelligence (COMINT)
EQUIVALENTE PB
Dados coletados por meio de interceptação ou decodificação de códigos, ou ainda
por intermédio de agentes ou invasão não-autorizada.
OBS
REM
TERMO
compromise authority
EQUIVALENTE PB
Autorização para que um agente utilize arma letal em situação de confronto.
OBS
REM
TERMO
compulsive liar
EQUIVALENTE PB
Mentiroso compulsivo, mitomaníaco, mitômano.
OBS
REM
TERMO
con artist
EQUIVALENTE PB
Criminoso, escroque.
OBS
REM
cf. con game
TERMO
con game
EQUIVALENTE PB
Escroqueria.
OBS
m.q. con job
REM
cf. con artist
TERMO
con job
EQUIVALENTE PB
Escroqueria.
OBS
m.q. con game
REM
cf. con artist
TERMO
concealment device
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Qualquer tipo de aparelho usado para guardar e transportar de forma sigilosa
materiais relativos a uma operação.
111
TERMO
conduct unbecoming an officer
EQUIVALENTE PB
Conduta indecorosa de agente público.
OBS
REM
TERMO
confusion agent
EQUIVALENTE PB
Agente de desinformação, cuja função é de confundir a equipe de inteligência e de
contra-inteligência de outro país.
OBS
REM
cf. active measures
TERMO
contact report
EQUIVALENTE PB
Relatório de contato.
OBS
REM
TERMO
content analysis
EQUIVALENTE PB
Análise de conteúdo
OBS
REM
TERMO
contingency plan
EQUIVALENTE PB
Plano de contingência.
OBS
REM
TERMO
controlled delivery
EQUIVALENTE PB
Entrega feita sob vigilância.
OBS
REM
TERMO
conventional weapon
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Arma que não é nuclear ou biológica ou química.
112
TERMO
counterguerrilla warfare
EQUIVALENTE PB
Ações e operações conduzidas pelas Forças Armadas, por forças paramilitares, ou
agências civis de inteligência para combater guerrilhas.
OBS
REM
TERMO
countering surveillance
EQUIVALENTE PB
Técnicas usadas para detectar e neutralizar vigilância adversária.
OBS
REM
TERMO
covering force
EQUIVALENTE PB
Força de segurança.
OBS
REM
TERMO
covert action
EQUIVALENTE PB
Atividade encoberta; qualquer atividade clandestina concebida para influenciar
governos estrangeiros, instituições, ou indivíduos no sentido de apoiar a política
externa dos EUA.
OBS
REM
cf. clandestine intelligence
TERMO
covert search
EQUIVALENTE PB
Busca clandestina.
OBS
REM
cf. covert action
TERMO
cover story
EQUIVALENTE PB
Estória-cobertura.
OBS
REM
TERMO
covert means
EQUIVALENTE PB
Meios encobertos.
OBS
REM
cf. clandestine intelligence
113
TERMO
crack unit
EQUIVALENTE PB
Unidade de choque.
OBS
REM
TERMO
criminal record
EQUIVALENTE PB
Registro de antecedentes criminais.
OBS
REM
cf. background check
TERMO
criminal sanction
EQUIVALENTE PB
Sanção penal.
OBS
REM
TERMO
crossborder transfer (var. cross-border ~)
EQUIVALENTE PB
Movimentação transfronteiriça.
OBS
REM
cf. border measure
TERMO
cruise missile
EQUIVALENTE PB
Míssil de cruzeiro.
OBS
REM
TERMO
crushing defeat
EQUIVALENTE PB
Derrota esmagadora, acachapante, irrefutável.
OBS
REM
TERMO
crypto material
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Material de criptografia. Todo material, incluindo os documentos, dispositivos,
equipamento e aparelhos, indispensável à cifração e decifração ou à autenticação
de telecomunicações.
114
TERMO
cultural attaché
EQUIVALENTE PB
Adido cultural ou conselheiro cultural.
OBS
REM
TERMO
current intelligence
EQUIVALENTE PB
Informações que descrevem a situação atual nos níveis estratégico e tático.
OBS
REM
TERMO
damage assessment
EQUIVALENTE PB
Avaliação de perdas e de danos.
OBS
REM
cf. body count
TERMO
dark biology
EQUIVALENTE PB
Pesquisa científica para a produção de armas químicas.
OBS
REM
TERMO
data bank
EQUIVALENTE PB
Banco de dados.
OBS
REM
cf. data base
TERMO
data base
EQUIVALENTE PB
Base de dados.
OBS
REM
cf. data bank
TERMO
data processing
EQUIVALENTE PB
Informática.
OBS
REM
cf. data base
115
TERMO
de facto boundary
EQUIVALENTE PB
Fronteira internacional ou limite administrativo cuja existência e legalidade não
são reconhecidas.
OBS
REM
cf. de jure boundary
TERMO
de jure boundary
EQUIVALENTE PB
Fronteira legal e reconhecida.
OBS
REM
cf. de facto boundary
TERMO
dead drop
EQUIVALENTE PB
OBS
Receptáculo fixo. Local secreto onde materiais podem ser escondidos para que
outra pessoa os retire, evitando assim o contato direto em ambientes hostis.
m.q. dead-letter box
REM
TERMO
deadletter box (var. dead-letter ~)
EQUIVALENTE PB
OBS
Receptáculo fixo.
m.q. dead drop
REM
TERMO
dead telephone
EQUIVALENTE PB
Sinal ou código enviado pelo telefone sem a necessidade de falar.
OBS
REM
TERMO
death penalty
EQUIVALENTE PB
Pena de morte.
OBS
REM
TERMO
debriefing room
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Sala de interrogatório.
116
TERMO
decision maker
EQUIVALENTE PB
Aquele que tem poder de decisão.
OBS
REM
TERMO
decoding key
EQUIVALENTE PB
Chave de decodificação, decifração.
OBS
REM
cf. crytpo material
TERMO
decoy ship
EQUIVALENTE PB
« Navio-bomba » ; embarcação de combate cuja aparência camufla o armamento
e esconde os equipamentos de combate.
OBS
REM
TERMO
deep cover agent
EQUIVALENTE PB
Agente em estória-cobertura permanente.
OBS
REM
cf. cover story
TERMO
defense attaché
EQUIVALENTE PB
Adido de Defesa.
OBS
REM
TERMO
defoliating agent
EQUIVALENTE PB
Desfolhante; produto químico que provoca a queda prematura das folhas das
árvores, de arbustos e da vegetação em geral.
OBS
REM
cf. chemical agent
TERMO
demilitarized zone
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Zona desmilitarizada.
117
TERMO
denial measure
EQUIVALENTE PB
Medida de neutralização. Todo procedimento que visa impedir o acesso do inimigo
às áreas, ou ainda coibir o recrutamento de pessoal, ou acesso às instalações.
OBS
REM
cf. active measures
TERMO
denial of entry
EQUIVALENTE PB
Proibição de entrada ou acesso.
OBS
REM
cf. denied area
TERMO
denied area
EQUIVALENTE PB
Zona proibida.
OBS
REM
cf. denial of entry
TERMO
depleted uranium
EQUIVALENTE PB
Urânio enfraquecido.
OBS
REM
cf. enriched uranium
TERMO
deprivation of liberty
EQUIVALENTE PB
Privação da liberdade.
OBS
REM
TERMO
deterrent effect
EQUIVALENTE PB
Efeito dissuasivo.
OBS
REM
cf. deterrent force
TERMO
deterrent force
EQUIVALENTE PB
Força de dissuasão.
OBS
REM
cf. deterrent effect
118
TERMO
diplomatic immunity
EQUIVALENTE PB
Imunidade diplomática
OBS
REM
cf. diplomatic passport
TERMO
diplomatic passport
EQUIVALENTE PB
Passaporte diplomático.
OBS
REM
cf. diplomatic immunity
TERMO
diplomatic pouch
EQUIVALENTE PB
Malote diplomático.
OBS
REM
TERMO
diplomatic relations
EQUIVALENTE PB
Relações diplomáticas.
OBS
REM
TERMO
directional mike
EQUIVALENTE PB
Microfone direcional.
OBS
REM
TERMO
dirty dealings
EQUIVALENTE PB
Negócios espúrios.
OBS
REM
cf. con game
TERMO
dirty tricks
EQUIVALENTE PB
Falcatrua, fraude, ardil.
OBS
REM
cf. con game
119
TERMO
dirty game
EQUIVALENTE PB
Atividade ilegal, p.ex. chantagear agente ou empresário estrangeiro para espionar
o seu próprio país.
OBS
REM
cf. blackmail scam
TERMO
displaced person
EQUIVALENTE PB
Civil que se encontra involuntariamente fora das fronteiras nacionais do seu país.
OBS
REM
TERMO
domino effect
EQUIVALENTE PB
Efeito dominó.
OBS
REM
TERMO
double agent
EQUIVALENTE PB
Agente controlado por serviço de inteligência estrangeiro e que age contra o seu
serviço.
OBS
REM
cf. triple agent
TERMO
draft dodger
EQUIVALENTE PB
Defector ; aquele que não se apresenta ao serviço militar.
OBS
REM
TERMO
drag parachute
EQUIVALENTE PB
OBS
Pára-quedas de frenagem.
m.q. tail chute
REM
TERMO
dry cleaning
EQUIVALENTE PB
Varredura para detectar escuta.
OBS
REM
cf. bugging wiretap
120
TERMO
duty officer
EQUIVALENTE PB
Oficial de permanência
OBS
REM
cf. intelligence officer
TERMO
early warning
EQUIVALENTE PB
Pré-alerta.
OBS
REM
TERMO
economic intelligence
EQUIVALENTE PB
Inteligência econômica.
OBS
REM
TERMO
electronic camera
EQUIVALENTE PB
Câmera eletrônica.
OBS
REM
TERMO
electronic countermeasures
EQUIVALENTE PB
Medidas tomadas na guerra eletrônica para neutralizar ou reduzir a utilização
eficiente do espectro eletromagnético pelo inimigo.
OBS
REM
TERMO
electronic deception
EQUIVALENTE PB
Medida deliberada para enganar ou confundir o inimigo na interpretação de
informações recebidas por sistemas eletrônicos.
OBS
REM
TERMO
electronic surveillance
EQUIVALENTE PB
Vigilância eletrônica ; escuta eletrônica.
OBS
REM
cf. telephone tapping
121
TERMO
electronic surveillance report
EQUIVALENTE PB
Transcrição de escuta eletrônica.
OBS
REM
cf. tape transcipt
TERMO
electronic warfare
EQUIVALENTE PB
Guerra eletrônica. Conjunto de medidas militares envolvendo o emprego da
energia eletromagnética para identificar, usar, reduzir ou impedir a utilização pelo
inimigo do espectro eletromagnético.
OBS
REM
cf. electronic countermeasures
TERMO
emergency channel
EQUIVALENTE PB
Canal de emergência.
OBS
REM
TERMO
éminence grise
EQUIVALENTE PB
Eminência parda.
OBS
REM
TERMO
enriched uranium
EQUIVALENTE PB
Urânio enriquecido.
OBS
REM
cf. depleted uranium
TERMO
escort officer
EQUIVALENTE PB
Agente operacional designado para acompanhar defector.
OBS
REM
TERMO
ethnic cleansing
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Limpeza étnica.
122
TERMO
ex officio (var. ex-officio)
EQUIVALENTE PB
Ex officio, de ofício.
OBS
REM
TERMO
executive action
EQUIVALENTE PB
(Eufemismo) Assassinato, freq. para desestabilizar governos.
OBS
REM
TERMO
executive privilege
EQUIVALENTE PB
Razão de Estado.
OBS
REM
TERMO
exfiltration operation
EQUIVALENTE PB
Operação clandestina de resgate concebida para colocar defector, refugiado ou
agente operacional fora de perigo.
OBS
REM
cf. infiltration operation
TERMO
expeditionary force
EQUIVALENTE PB
Força expedicionária.
OBS
REM
TERMO
exploratory search
EQUIVALENTE PB
Busca exploratória.
OBS
REM
TERMO
eye scanner
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Scanner de retina.
123
TERMO
eye witness
EQUIVALENTE PB
Testemunha ocular.
OBS
REM
TERMO
false bottom
EQUIVALENTE PB
Fundo falso (maleta, gaveta, etc.)
OBS
REM
cf. attaché case
TERMO
faux kidnapping
EQUIVALENTE PB
Sequestro falso, ger. arquitetado para a prática de extorsão.
OBS
REM
cf. ransom demand
TERMO
field agent
EQUIVALENTE PB
OBS
Agente externo.
m.q. brick agent; street agent
REM
TERMO
first preventers
EQUIVALENTE PB
Autoridades ou analistas de inteligencia que dispõem de meios para prevenir
ataque terrorista.
OBS
REM
TERMO
fixed surveillance
EQUIVALENTE PB
Vigilância fixa.
OBS
REM
cf. moving surveillance
TERMO
flaps and seals
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Termo empregado para descrever a técnica de abrir, examinar e relacrar envelopes
e pacotes sem levantar suspeitas no destinatário.
124
TERMO
flat top
EQUIVALENTE PB
OBS
Porta-aviões.
m.q. aircraft carrier
REM
TERMO
forced labor
EQUIVALENTE PB
Trabalho forçado.
OBS
REM
TERMO
forfeiture of firearms
EQUIVALENTE PB
Confisco de armas de fogo.
OBS
REM
cf. arms deal
TERMO
friendly fire
EQUIVALENTE PB
Fogo amigo.
OBS
REM
TERMO
front-burner issue
EQUIVALENTE PB
Problema de urgência ; emergência.
OBS
REM
cf. backburner issue
TERMO
game plan
EQUIVALENTE PB
Estratégia.
OBS
REM
TERMO
gathering of intelligence
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Coleta de dados
125
TERMO
gas mask
EQUIVALENTE PB
Mascara anti-gás.
OBS
REM
TERMO
gasoline bomb
EQUIVALENTE PB
Coquetel Molotov.
OBS
m.q. Molotov cocktail; petrol bomb
REM
--
TERMO
ghost company
EQUIVALENTE PB
Empresa fantasma.
OBS
REM
TERMO
ghost surveillance
EQUIVALENTE PB
Vigilância encoberta e aparentemente onipresente sem levantar quaisquer suspeitas
do alvo.
OBS
REM
cf. moving surveillance
TERMO
global positioning system (GPS)
EQUIVALENTE PB
Sistema de navegação por satélite, GPS.
OBS
REM
TERMO
grazing fire
EQUIVALENTE PB
Tiro rasante.
OBS
REM
TERMO
grey propaganda
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Disseminação de idéias cuja fonte é desconhecida.
126
TERMO
ground forces
EQUIVALENTE PB
Forças terrestres.
OBS
REM
TERMO
guided missile
EQUIVALENTE PB
Míssil teleguiado.
OBS
REM
cf. cruise missile
TERMO
guinea pig
EQUIVALENTE PB
Cobaia.
OBS
REM
TERMO
hand grenade
EQUIVALENTE PB
Granada de mão.
OBS
REM
TERMO
hand-to-hand fight
EQUIVALENTE PB
Luta corpo-a-corpo.
OBS
REM
TERMO
harassing fire
EQUIVALENTE PB
Bomba de efeito moral.
OBS
REM
TERMO
heavy guard
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Proteção reforçada.
127
TERMO
herd crime
EQUIVALENTE PB
Crime ou delito cometido por alta porcentagem da população.
OBS
REM
TERMO
high treason
EQUIVALENTE PB
Alta traição.
OBS
REM
TERMO
homicide bombing
EQUIVALENTE PB
Atentado suicida a bomba que visa matar o maior número possível de pessoas.
OBS
REM
cf. shoeicide bomber
TERMO
honey trap
EQUIVALENTE PB
OBS
Chantagem sexual.
m.q. charm school
REM
TERMO
hot surveillance
EQUIVALENTE PB
Ato de vigiar ou grampear alguém como forma de assédio ou intimidação.
OBS
REM
cf. cold surveillance
TERMO
howl-around effect (var. howl around ~)
EQUIVALENTE PB
Interferência no áudio.
OBS
REM
TERMO
human intelligence (HUMINT)
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Tipo de inteligência baseada no processamento de dados brutos fornecidos por
fonte humana, como um informante.
128
TERMO
human rights
EQUIVALENTE PB
Direitos humanos.
OBS
REM
TERMO
human shield
EQUIVALENTE PB
Escudo humano.
OBS
REM
TERMO
human source intelligence
EQUIVALENTE PB
Dados coletados por intermédio de agentes ou informantes.
OBS
REM
cf. human intelligence
TERMO
hush puppy
EQUIVALENTE PB
OBS
Pistola automática com silenciador cujo mecanismo é alterado para evitar que o
cartucho seja ejetado após o disparo.
m.q. silenced weapon
REM
TERMO
identikit image (var. identi-kit)
EQUIVALENTE PB
Retrato falado
OBS
REM
TERMO
identity theft
EQUIVALENTE PB
Obtenção e uso ilegais de dados pessoais, tais como data de nascimento, endereço,
cartão de crédito, « CPF ».
OBS
REM
TERMO
illegal entry
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Entrada ilegal
129
TERMO
illegal trafficking
EQUIVALENTE PB
OBS
Contrabando.
m.q. illicit trafficking
REM
TERMO
illicit transfer
EQUIVALENTE PB
Transferência ilegal.
OBS
REM
cf. legal transfer
TERMO
impersonal communications
EQUIVALENTE PB
Técnicas de comunicação sigilosa usadas pelo encarregado de caso e o agente
operacional encoberto quando não é possível ou desejável que haja contato
pessoal.
OBS
REM
TERMO
inflight data recorder (var. in-flight ~)
EQUIVALENTE PB
OBS
Caixa-preta.
m.q. black box
REM
TERMO
incapacitating agent
EQUIVALENTE PB
Agente incapacitante; agente químico que provoca incapacidade física ou mental
temporária.
OBS
REM
cf. chemical agent
TERMO
industrial espionage
EQUIVALENTE PB
Espionagem industrial.
OBS
REM
TERMO
infiltration operation
EQUIVALENTE PB
Operação de infiltração de agente operacional em área-alvo de forma a assegurar
que a presença do agente não seja detectada durante o período necessário de
tempo.
OBS
REM
cf. exfiltration operation
130
TERMO
information broker
EQUIVALENTE PB
Indivíduo que vende informações e dados, sobretudo corporativos e reunidos por
meio de pesquisa ou espionagem corporativa.
OBS
REM
TERMO
information superiority
EQUIVALENTE PB
Habilidade de coletar, processar e divulgar informações ao mesmo tempo em que
se nega ou menospreza a capacidade do adversário de fazer o mesmo.
OBS
REM
TERMO
information warfare
EQUIVALENTE PB
Tipo de guerra cujo objetivo é de tentar sabotar, neutralizar, ou tirar do ar os
computadores (ou rede de computadores) do inimigo de forma que as fontes de
informações fiquem comprometidas.
OBS
REM
TERMO
infrared film
EQUIVALENTE PB
Filme infra-vermelho.
OBS
REM
TERMO
inhuman treatment
EQUIVALENTE PB
Tratamento desumano.
OBS
REM
TERMO
intelligence cycle
EQUIVALENTE PB
Ciclo de inteligência.
OBS
REM
TERMO
intelligence estimate
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Estimativa, avaliação por parte de analistas de inteligência acerca de situação ou
condição específica para determinar os procedimentos possíveis (curso de ação)
frente ao adversário e a seqüência de adoção desses procedimentos.
131
TERMO
intelligence officer
EQUIVALENTE PB
Analista de inteligência.
OBS
REM
cf. case officer
TERMO
invisible ink
EQUIVALENTE PB
Escrita invisível.
OBS
REM
cf. secret writing
TERMO
joint investigation
EQUIVALENTE PB
Investigação conjunta.
OBS
REM
TERMO
jump-out squad
EQUIVALENTE PB
Grupo de policiais disfarçados que transitam em regiões de venda de drogas em
automóvel comum e que repentinamente saem do veículo e prendem ou detêm o
maior número possível de suspeitos.
OBS
REM
TERMO
knuckle dragger
EQUIVALENTE PB
Militar designado para trabalho de inteligência.
OBS
REM
TERMO
law enforcement action
EQUIVALENTE PB
Identificação e repressão de delitos
OBS
REM
TERMO
laydown bombing
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Bombardeio em vôo rasante.
132
TERMO
legal defenses
EQUIVALENTE PB
Meios jurídicos de defesa
OBS
REM
TERMO
legal transfer
EQUIVALENTE PB
Transferência legal.
OBS
REM
cf. illicit transfer
TERMO
legally admissible copy
EQUIVALENTE PB
Cópia cujo valor legal é aceitável, embora não autenticada.
OBS
REM
cf. certified copy
TERMO
legend cover
EQUIVALENTE PB
Estória-cobertura integral desenvolvida para um agente operacional. Falsa
identidade criada para espião.
OBS
REM
cf. cover story
TERMO
legitimate capital
EQUIVALENTE PB
Capitais lícitos.
OBS
REM
TERMO
legitimate owner
EQUIVALENTE PB
Proprietário legítimo.
OBS
REM
TERMO
lethal weapon
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Arma letal.
133
TERMO
letter bomb
EQUIVALENTE PB
Carta-bomba.
OBS
REM
cf.collateral mail
TERMO
liaison officer
EQUIVALENTE PB
Oficial de ligação.
OBS
REM
TERMO
lie detector
EQUIVALENTE PB
Detector de mentiras
OBS
REM
TERMO
light cover
EQUIVALENTE PB
Oficial ou analista de informações no exterior que possui imunidade diplomática.
OBS
REM
cf. cover story
TERMO
listening post
EQUIVALENTE PB
Local onde são monitorados os sinais recebidos por meio de vigilância eletrônica.
OBS
REM
TERMO
lipstick camera
EQUIVALENTE PB
Câmera em miniatura.
OBS
REM
TERMO
local agent
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Agente recrutado, em área ou região de interesse, a fim de realizar tarefa específica
no local.
134
TERMO
magnetic compass
EQUIVALENTE PB
Bússola magnética.
OBS
REM
TERMO
mail tampering
EQUIVALENTE PB
Violação de correspondência.
OBS
REM
cf. flaps and seals
TERMO
marginalized groups
EQUIVALENTE PB
Grupos socialmente marginalizados
OBS
REM
TERMO
means of concealment
EQUIVALENTE PB
Meios de dissimulação.
OBS
REM
TERMO
mercenary activities
EQUIVALENTE PB
Atividades mercenárias.
OBS
REM
TERMO
metal detector
EQUIVALENTE PB
Detector de metal.
OBS
REM
TERMO
military attaché
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Adido militar.
135
TERMO
minus advantage
EQUIVALENTE PB
Projeto que acarreta resultados contra-producentes, operação fracassada.
OBS
REM
TERMO
mission report
EQUIVALENTE PB
Relatório de missão.
OBS
REM
TERMO
mitigation of punishment
EQUIVALENTE PB
Atenuação de pena ou punição.
OBS
REM
TERMO
mole hunter
EQUIVALENTE PB
OBS
Contra-espião.
m.q. spy buster
REM
TERMO
money laundering (var. money-laundering)
EQUIVALENTE PB
Lavagem de dinheiro
OBS
REM
TERMO
monkey wrenching
EQUIVALENTE PB
Sabotagem.
OBS
REM
cf. bang and burn
TERMO
movement of cash
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Movimentação de dinheiro em espécie.
136
TERMO
moving surveillance
EQUIVALENTE PB
Vigilância móvel.
OBS
REM
cf. fixed surveillance
TERMO
mustard gas
EQUIVALENTE PB
Gás mostarda.
OBS
REM
cf. chemical agent
TERMO
national security
EQUIVALENTE PB
Segurança nacional.
OBS
REM
cf. breach of national security
TERMO
natural person
EQUIVALENTE PB
Pessoa física.
OBS
REM
TERMO
negotiable instruments
EQUIVALENTE PB
Títulos negociáveis.
OBS
REM
TERMO
nerve agent
EQUIVALENTE PB
Agente neurotóxico
OBS
REM
TERMO
cf. chemical agent, biological agent
night crawler (var. nightcrawler;
night-crawler)
EQUIVALENTE PB
Assinalador que frequenta bares e discotecas na busca de funcionários do governo,
militares, etc, que possam estar excessivamente envolvidos com bebidas, drogas ou
sexo e que, por conseguinte, podem vir a comprometer o serviço de informações.
OBS
REM
137
TERMO
no-fly zone
EQUIVALENTE PB
Zona de exclusão aérea.
OBS
REM
TERMO
non-aggression pact
EQUIVALENTE PB
Pacto de não-agressão.
OBS
REM
TERMO
nuclear warhead
EQUIVALENTE PB
Ogiva nuclear.
OBS
REM
TERMO
oath of secrecy
EQUIVALENTE PB
Promessa de sigilo.
OBS
REM
TERMO
obstruction of justice
EQUIVALENTE PB
Obstrução da justiça.
OBS
REM
cf. administration of justice
TERMO
operational intelligence
EQUIVALENTE PB
Operações de inteligência.
OBS
REM
cf. covert action
TERMO
operational utility
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Utilidade operacional.
138
TERMO
optical reader
EQUIVALENTE PB
Leitor ótico.
OBS
REM
TERMO
order of battle
EQUIVALENTE PB
Informações acerca da identidade, força, estrutura de comando e disposição da
tropa, unidades e aparelhagem de força militar.
OBS
REM
TERMO
ordre public
EQUIVALENTE PB
Ordem pública.
OBS
REM
cf. civil disturbance
TERMO
organized crime
EQUIVALENTE PB
Crime organizado.
OBS
REM
cf. organized crime group
TERMO
organized crime group
EQUIVALENTE PB
Quadrilha de crime organizado.
OBS
REM
cf. organized crime
TERMO
overhead platform
EQUIVALENTE PB
Plataforma em avião ou satélite usada para vigilância eletrônica ou
reconhecimento.
OBS
REM
TERMO
overt intelligence
EQUIVALENTE PB
Dados coletados a partir de fontes abertas, públicas. Informações obtidas de fontes
ostensivas.
OBS
REM
cf. covert action
139
TERMO
paper shredder
EQUIVALENTE PB
Triturador de papel.
OBS
REM
TERMO
paramilitary forces
EQUIVALENTE PB
Forças paramilitares.
OBS
REM
cf. paramilitary operations
TERMO
paramilitary operations
EQUIVALENTE PB
Operações paramilitares.
OBS
REM
cf. paramilitary forces
TERMO
photographic intelligence (PHOTINT)
EQUIVALENTE PB
Dados ou informações obtidos de fotografias por meio de interpretação fotográfica.
OBS
REM
TERMO
passive probe
EQUIVALENTE PB
Agente em operação enviado para observar e registrar detalhes acerca da
localização e/ou disposição do alvo.
OBS
REM
TERMO
persona non grata
EQUIVALENTE PB
Persona non grata.
OBS
REM
cf. denial of entry
TERMO
phantom accident
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Acidente automobilístico forjado com o objetivo de ter acesso a dinheiro do seguro
do veículo.
140
TERMO
plain text
EQUIVALENTE PB
Comunicação não criptografada, sobretudo mensagem original de criptograma,
expressa em linguagem não-codificada.
OBS
REM
TERMO
political savvy
EQUIVALENTE PB
Conhecimento de política.
OBS
REM
TERMO
pox virus
EQUIVALENTE PB
Virus da varíola.
OBS
REM
cf. biological agent
TERMO
pre-emptive strike (var. preemptive strike)
EQUIVALENTE PB
Ataque preventivo.
OBS
REM
TERMO
press release
EQUIVALENTE PB
Comunicado à imprensa.
OBS
REM
TERMO
private secretary
EQUIVALENTE PB
Chefe de gabinete.
OBS
REM
TERMO
privileged information
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Informação privilegiada.
141
TERMO
prussic acid
EQUIVALENTE PB
Ácido prússico ou cianídrico ou hidrociânico.
OBS
REM
cf. chemical agent
TERMO
psychological warfare
EQUIVALENTE PB
Disseminação de idéias, informações verdadeiras ou falsas com o fim de
desestabilizar grupos estrangeiros ou países adversários.
OBS
REM
TERMO
public official
EQUIVALENTE PB
OBS
Agente público, servidor, funcionário público.
m.q. public servant, civil servant
REM
TERMO
public servant
EQUIVALENTE PB
OBS
Servidor público civil.
m.q. public official, civil servant
REM
TERMO
radar coverage
EQUIVALENTE PB
Área de cobertura de radar.
OBS
REM
cf. blind zone
TERMO
radio range finding
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Radiotelemetria.
142
TERMO
radius of action
EQUIVALENTE PB
Raio de ação.
OBS
REM
TERMO
ransom demand
EQUIVALENTE PB
Pedido de resgate.
OBS
REM
cf. faux kidnapping
TERMO
reconnaissance patrol
EQUIVALENTE PB
Patrulha de reconhecimento.
OBS
REM
TERMO
recovery of victims
EQUIVALENTE PB
Resgate de vítimas.
OBS
REM
TERMO
regulatory regime
EQUIVALENTE PB
Regime de regulamentação.
OBS
REM
TERMO
release pending trial
EQUIVALENTE PB
Libertação de detento à espera de julgamento.
OBS
REM
TERMO
reliable source
EQUIVALENTE PB
Fonte confiável.
OBS
REM
cf. agent assessment
143
TERMO
removal of markings
EQUIVALENTE PB
Eliminação de traços ou vestígios.
OBS
REM
TERMO
removal of organs
EQUIVALENTE PB
Remoção de órgãos.
OBS
REM
TERMO
repatriation of victims
EQUIVALENTE PB
Repatriação de vítimas
OBS
REM
TERMO
request for extradition
EQUIVALENTE PB
Pedido de extradição.
OBS
REM
TERMO
retaliatory measures
EQUIVALENTE PB
Medidas de represália.
OBS
REM
cf. threat of retaliation
TERMO
revocation of visas
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Revogação de vistos.
144
TERMO
roast beef
EQUIVALENTE PB
OBS
Credencial de segurança
m.q. security clearance
REM
TERMO
rotten apple
EQUIVALENTE PB
Delator, traidor.
OBS
REM
TERMO
safe house
EQUIVALENTE PB
Imóvel considerado seguro para ser base de operações de agentes operacionais.
OBS
REM
cf. central de operações
TERMO
safeguard clause
EQUIVALENTE PB
OBS
Item para salvaguarda.
m.q. saving clause
REM
TERMO
saving clause
EQUIVALENTE PB
OBS
Item para salvaguarda.
m.q. safeguard clause
REM
TERMO
search order
EQUIVALENTE PB
Ordem de busca.
OBS
REM
cf. search request
TERMO
search request
EQUIVALENTE PB
Pedido de busca.
OBS
REM
cf. search order
145
TERMO
search warrant
EQUIVALENTE PB
Mandado de busca.
OBS
REM
cf. search order
TERMO
secret allocation
EQUIVALENTE PB
Verba secreta.
OBS
REM
TERMO
secret writing
EQUIVALENTE PB
Técnica de escrita invisível de mensagens em papel, incluindo tinta invisível e
outros meios. Uso de tinta invisível (sistema molhado) ou de papel carbono
especial coberto por produto químico (sistema seco) para comunicação sigilosa.
OBS
REM
cf. invisible ink
TERMO
secure telephone
EQUIVALENTE PB
OBS
Linha telefônica segura.
m.q. clean phone
REM
TERMO
security badge
EQUIVALENTE PB
Crachá de segurança.
OBS
REM
TERMO
security classification
EQUIVALENTE PB
Grau de sigilo.
OBS
REM
cf. security clearance
TERMO
security clearance
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Credencial de segurança.
m.q. roast beef
146
TERMO
seizing of vehicles
EQUIVALENTE PB
Apreensão de veículos.
OBS
REM
TERMO
sensing device
EQUIVALENTE PB
Dispositivo preparado para reagir a traço ou marca escondida, composto químico
ou qualquer elemento passivo ; sensor.
OBS
REM
TERMO
serial number
EQUIVALENTE PB
Matrícula, número de série.
OBS
REM
cf. altering of the serial number
TERMO
sheep dipping
EQUIVALENTE PB
Utilização de equipamento militar (avião, viatura) ou de oficial militar em
operações sigilosas, geralmente vestido à paisana. / Termo aplicado à infiltração
de agentes em organizações onde podem obter credenciais e coletar dados.
OBS
REM
TERMO
shoeicide bomber (tb shoe-icide ~; shuicide ~)
EQUIVALENTE PB
Homem-bomba que carrega explosivos nos sapatos.
OBS
REM
cf. homicide bomber
TERMO
shopworn goods
EQUIVALENTE PB
OBS
Informações sem valor.
m.q. chicken feed
REM
TERMO
signals intelligence (SIGINT)
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Informações obtidas a partir de interceptação, processamento e análise de
comunicações, emissões eletrônicas ou telemetria.
147
TERMO
silenced weapon
EQUIVALENTE PB
OBS
Pistola com silenciador.
m.q. hush puppy
REM
TERMO
smoke granade
EQUIVALENTE PB
Granada de fumaça.
OBS
REM
TERMO
smoking-bolt operation
EQUIVALENTE PB
Operação encoberta em que uma equipe invade as instalações de adversário para
se apoderar de dispositivo de alta segurança, como programa de decifração.
OBS
REM
cf. covert action
TERMO
solitary confinement
EQUIVALENTE PB
Isolamento, solitária
OBS
REM
TERMO
special envoy
EQUIVALENTE PB
Enviado especial, encarregado de missão.
OBS
REM
TERMO
sponsoring nation
EQUIVALENTE PB
Nação patrocinadora, ger. de atos terroristas
OBS
REM
TERMO
spy buster
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Caçador de espiões, contra-espião.
m.q. mole hunter
148
TERMO
spy catcher
EQUIVALENTE PB
OBS
Contra-espião.
m.q. spy buster
REM
TERMO
spy network
EQUIVALENTE PB
OBS
Grupo de oficiais e agentes em ação sob um só comando.
m.q. spy ring
REM
TERMO
spy ring
EQUIVALENTE PB
OBS
Grupo de oficiais e agentes em ação sob um só comando.
m.q. spy network
REM
TERMO
spy satellite
EQUIVALENTE PB
Satélite com sensores capazes de realizar levantamento topográfico e inteligência
eletrônica.
OBS
REM
TERMO
stand-by activity (var. standby ~)
EQUIVALENTE PB
Atividade de apoio
OBS
REM
TERMO
standing order
EQUIVALENTE PB
Ordem vigente.
OBS
REM
TERMO
starburst maneuver (var. star-burst ~; star
burst ~)
EQUIVALENTE PB
Manobra de despistamento em que o alvo e o veículo sob vigilância tomam
direções distintas, forçando assim que a equipe de vigilância possa seguir apenas
um.
OBS
REM
cf. bailout point
149
TERMO
state of emergency
EQUIVALENTE PB
Estado de emergência.
OBS
REM
TERMO
stateless person
EQUIVALENTE PB
Apátrida.
OBS
REM
TERMO
statute of limitation
EQUIVALENTE PB
Prescrição.
OBS
REM
TERMO
storm troops
EQUIVALENTE PB
Tropas de ataque.
OBS
REM
TERMO
strategic intelligence
EQUIVALENTE PB
Informações agregadas para a elaboração da linha de ação e dos planos militares
em níveis nacional e internacional.
OBS
REM
TERMO
strong point
EQUIVALENTE PB
Centro de resistência.
OBS
REM
TERMO
stun grenade
EQUIVALENTE PB
Granada incapacitante.
OBS
REM
cf. incapacitating agent
150
TERMO
suicide attack
EQUIVALENTE PB
Ataque suicida.
OBS
REM
cf. homicide bomber
TERMO
suicide bomber
EQUIVALENTE PB
OBS
Homem-bomba, terrorista suicida.
m.q. homicide bomber
REM
TERMO
supervisory regime
EQUIVALENTE PB
Regime de controle.
OBS
REM
TERMO
support agent
EQUIVALENTE PB
Agente de apoio, apoio.
OBS
REM
cf. backup man
TERMO
surveillance grid
EQUIVALENTE PB
Perímetro de vigilância.
OBS
REM
TERMO
surveillance team
EQUIVALENTE PB
Equipe de vigilância.
OBS
REM
cf. moving surveillance
TERMO
systematic search
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Busca sistemática.
151
TERMO
tactical air force
EQUIVALENTE PB
Força aérea tática.
OBS
REM
TERMO
tactical intelligence
EQUIVALENTE PB
Informações táticas.
OBS
REM
cf. tactical air force
TERMO
tail chute
EQUIVALENTE PB
OBS
Pára-quedas de frenagem.
m.q. drag parachute
REM
TERMO
talent spotter
EQUIVALENTE PB
Assinalador, recrutador.
OBS
REM
TERMO
tape transcript
EQUIVALENTE PB
Degravação de fitas
OBS
REM
cf. electronic surveillance
TERMO
target analysis
EQUIVALENTE PB
Análise de objetivos.
OBS
REM
TERMO
target intelligence
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Informações sobre o alvo, ger. das vulnerabilidades.
152
TERMO
task force
EQUIVALENTE PB
Força operacional.
OBS
REM
TERMO
tax evader
EQUIVALENTE PB
Sonegador de impostos.
OBS
REM
cf. tax evasion
TERMO
tax evasion
EQUIVALENTE PB
Sonegação de impostos.
OBS
REM
cf. tax evader
TERMO
tax haven
EQUIVALENTE PB
Paraíso fiscal.
OBS
REM
cf. tax evasion
TERMO
tear gas
EQUIVALENTE PB
Gás lacrimogênio.
OBS
REM
cf. chemical agent
TERMO
tear gas canister
EQUIVALENTE PB
Bomba de gás lacrimogênio.
OBS
REM
cf. tear gas
TERMO
tear gas grenade
EQUIVALENTE PB
Granada de gás lacrimogênio.
OBS
REM
cf. tear gas
153
TERMO
technical adviser
EQUIVALENTE PB
Assessor técnico.
OBS
REM
TERMO
telephone input jack
EQUIVALENTE PB
Tomada para telefone.
OBS
REM
TERMO
telephone tapping
EQUIVALENTE PB
OBS
Grampo telefônico.
m.q. bugging wiretap
REM
TERMO
territorial sea
EQUIVALENTE PB
Mar territorial.
OBS
REM
TERMO
terrorist activity
EQUIVALENTE PB
Ato terrorista.
OBS
REM
TERMO
terrorist cell
EQUIVALENTE PB
Célula terrorista.
OBS
REM
cf. terrorist activity
TERMO
thermal detector
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Detector térmico.
154
TERMO
thermal imagery
EQUIVALENTE PB
Imagem térmica.
OBS
REM
TERMO
thermonuclear weapon
EQUIVALENTE PB
Arma termonuclear.
OBS
REM
cf. nuclear warhead
TERMO
threat of retaliation
EQUIVALENTE PB
Ameaça de represálias.
OBS
REM
cf. retaliatory measures
TERMO
time bomb
EQUIVALENTE PB
Bomba-relógio.
OBS
REM
TERMO
timed drop
EQUIVALENTE PB
Entrega em local combinado que será recolhida caso não seja retirada pelo
destinatário dado um limite de tempo.
OBS
REM
TERMO
toll free number
EQUIVALENTE PB
Número cuja ligação não é cobrada do cliente, 0800.
OBS
REM
TERMO
top secret
EQUIVALENTE PB
Ultra-secreto.
OBS
REM
cf. security classification
155
TERMO
top-level clearance
EQUIVALENTE PB
Alta credencial.
OBS
REM
cf. security clearance
TERMO
tracer bullet
EQUIVALENTE PB
Bala traçante.
OBS
REM
TERMO
trade crafts (var. tradecrafts)
EQUIVALENTE PB
Técnicas operacionais.
OBS
REM
cf. covert action
TERMO
training camp
EQUIVALENTE PB
Campo de treinamento.
OBS
REM
TERMO
transferable box
EQUIVALENTE PB
Receptáculo móvel.
OBS
REM
cf. accommodation address
TERMO
transnational organized crime
EQUIVALENTE PB
Crime organizado transnacional.
OBS
REM
cf. organized crime
TERMO
trench warfare
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Guerra de trincheiras.
156
TERMO
triple agent
EQUIVALENTE PB
Agente triplo.
OBS
m.q triple cross
REM
cf. double agent
TERMO
triple cross
EQUIVALENTE PB
Agente triplo.
OBS
m.q. triple agent
REM
cf. double agent
TERMO
truth serum
EQUIVALENTE PB
Soro da verdade; droga denibidora à base de pentotal.
OBS
REM
TERMO
turf war
EQUIVALENTE PB
Guerra entre serviços de inteligência, mesmo domésticos.
OBS
REM
TERMO
two-way radio
EQUIVALENTE PB
Walkie-talkie.
OBS
REM
TERMO
undercover operation
EQUIVALENTE PB
Operação encoberta.
OBS
REM
cf. covert action
TERMO
undue advantage
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Vantagem indevida.
157
TERMO
unlawful alteration
EQUIVALENTE PB
Alteração ilícita.
OBS
REM
TERMO
unpaid informer
EQUIVALENTE PB
Colaborador.
OBS
REM
TERMO
urban guerrilla
EQUIVALENTE PB
Guerrilha urbana.
OBS
REM
TERMO
vectored attack
EQUIVALENTE PB
Ataque teleguiado.
OBS
REM
cf. guided missile
TERMO
vicious circle
EQUIVALENTE PB
Círculo vicioso.
OBS
REM
TERMO
visual surveillance
EQUIVALENTE PB
Vigilância de indivíduo, local ou objeto que emprega meios visuais.
OBS
REM
cf. moving surveillance
TERMO
voluntary appearance
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Comparecimento voluntário.
158
TERMO
war crime
EQUIVALENTE PB
Crime de guerra.
OBS
REM
cf. war criminal
TERMO
war criminal
EQUIVALENTE PB
Criminoso de guerra.
OBS
REM
cf. war crime
TERMO
war game
EQUIVALENTE PB
Jogo de guerra, simulação de operação militar.
OBS
REM
TERMO
war room
EQUIVALENTE PB
Sala de operações.
OBS
REM
cf. base of operations
TERMO
war zone
EQUIVALENTE PB
Zona de combate.
OBS
REM
TERMO
watcher team
EQUIVALENTE PB
Equipe de vigilância designada para acompanhar alvo específico.
OBS
REM
cf. moving surveillance
TERMO
wave of bombings
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Onda de atentados a bomba.
159
TERMO
wild goose chase
EQUIVALENTE PB
Pista falsa.
OBS
m.q. bum tip
REM
cf. chicken feed
TERMO
window dressing
EQUIVALENTE PB
Materiais suplementares que fazem parte de estória-cobertura com a finalidade de
convencer o adversário de que sua percepção é autêntica.
OBS
REM
TERMO
wiretap order
EQUIVALENTE PB
Autorização judicial para escuta telefônica.
OBS
REM
cf. bugging wiretap
TERMO
world order
EQUIVALENTE PB
Ordem mundial.
OBS
REM
TERMO
world war
EQUIVALENTE PB
Guerra mundial.
OBS
REM
TERMO
worst case scenario
EQUIVALENTE PB
OBS
Pior cenário.
m.q. worst casing
REM
TERMO
worst casing
EQUIVALENTE PB
OBS
REM
Pior cenário.
m.q. worst case scenario
160
TERMO
Xerox copy
EQUIVALENTE PB
Fotocópia.
OBS
REM
cf. Xerox machine
TERMO
Xerox machine
EQUIVALENTE PB
Fotocopiadora.
OBS
REM
cf. Xerox copy
TERMO
Bait truck
EQUIVALENTE PB
Caminhão-isca
OBS
REM
cf. bait car
161
8.2 ANEXO B:
PERFIL DOS ESPECIALISTAS
162
ENTREVISTA
TERMINOLOGIA DA INTELIGÊNCIA DE ESTADO
Sujeito : 1
Idade : 54
Sexo : F
Tempo de atuação na área : 24 anos
Área(s) em que atua ( X ) Inteligência
( )Operações de Inteligência
ou já atuou :
( X )Ensino
( ) Contra-inteligência
Auto-avaliação – Conhecimento da língua inglesa :
Ótimo
Muito bom
Compreensão
escrita
Compreensão
oral
Produção
escrita
Produção
oral
Bom
Regular
Insuficiente
Não se
aplica
X
X
X
X
1. Concorda que a a Atividade de Inteligência possui terminologia própria ?
a.( X ) Sim b.( ) Não
2. Se afirmativo em (1), o que caracteriza a terminologia de Inteligência em língua
portuguesa?
c.( X ) jargão militar
d.(
) empréstimos em forma pura
e.( X ) empréstimos « adaptados »
f.( X ) jargão tecnológico
g.( X ) etapas do ciclo de Inteligência
h.(
) aspecto multidisciplinar da atividade
i.( X ) secretismo inerente à atividade
j.( X ) códigos criados a partir da realidade e/ou natureza da atividade
l.(
) outros : ________________________________________________________
3. Se negativo em (1), por que não ?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
163
ENTREVISTA
TERMINOLOGIA DA INTELIGÊNCIA DE ESTADO
Sujeito : 2
Idade : 61
Sexo : M
Tempo de atuação na área : >15 anos
Área(s) em que atua ( X ) Inteligência
( )Operações de Inteligência
ou já atuou :
( X )Ensino
( X ) Contra-inteligência
Auto-avaliação – Conhecimento da língua inglesa :
Ótimo
Muito bom
Compreensão
escrita
Compreensão
oral
Produção
escrita
Produção
oral
Bom
Regular
Insuficiente
Não se
aplica
X
X
X
X
1. Concorda que a a Atividade de Inteligência possui terminologia própria ?
a.( X ) Sim b.( ) Não
2. Se afirmativo em (1), o que caracteriza a terminologia de Inteligência em língua
portuguesa?
c.( ) jargão militar
d.( X ) empréstimos em forma pura
e.( X ) empréstimos « adaptados »
f.(
) jargão tecnológico
g.( ) etapas do ciclo de Inteligência
h.( X ) aspecto multidisciplinar da atividade
i.(
) secretismo inerente à atividade
j.( X ) códigos criados a partir da realidade e/ou natureza da atividade
l.(
) outros : ________________________________________________________
3. Se negativo em (1), por que não ?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
164
ENTREVISTA
TERMINOLOGIA DA INTELIGÊNCIA DE ESTADO
Sujeito : 3
Idade : 49
Sexo : M
Tempo de atuação na área : 23 anos
Área(s) em que atua ( X ) Inteligência
( X )Operações de Inteligência
ou já atuou :
( X )Ensino
( X ) Contra-inteligência
Auto-avaliação – Conhecimento da língua inglesa :
Ótimo
Muito bom
Compreensão
escrita
Compreensão
oral
Produção
escrita
Produção
oral
Bom
Regular
Insuficiente
Não se
aplica
X
X
X
X
1. Concorda que a a Atividade de Inteligência possui terminologia própria ?
a.( X ) Sim b.( ) Não
2. Se afirmativo em (1), o que caracteriza a terminologia de Inteligência em língua
portuguesa?
c.( ) jargão militar
d.( X ) empréstimos em forma pura
e.( X ) empréstimos « adaptados »
f.( X ) jargão tecnológico
g.( X ) etapas do ciclo de Inteligência
h.( X ) aspecto multidisciplinar da atividade
i.( X ) secretismo inerente à atividade
j.( X ) códigos criados a partir da realidade e/ou natureza da atividade
l.(
) outros : ________________________________________________________
3. Se negativo em (1), por que não ?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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