À procura de novos mercados
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À procura de novos mercados
01-02 Capa_3:Layout 1 15-04-2014 21:00 Page 1 >>Directora: Carina Monteiro • Ano XLV • Preço: 7.00 euros • Uma publicação PUBLIOTEL | WORKMEDIA /publituris. o j o r n a l d a i n d ú s t r i a d o t u r i s m o • w w w. p u b l i t u r i s . p t • d e s d e 1 9 6 8 Destinos Destinos Hotelaria Promoção República Dominicana /publituris. ‘All Inclusive’ Cruise Day Lisbon Portugal e Espanha juntos nos mercados intercontinentais Destino aposta nos mercados de nicho Unidades hoteleiras do Algarve adoptam regime no Verão pág. 06 1265 18 Abril 2014 pág. 10 Official Media Partner pág. 24 À procura de novos mercados O potencial do Turismo Religioso, auxiliado com o lançamento das novas rotas da TAP, leva as empresas nacionais a adaptarem a sua oferta. pág. 15 01-02 Capa_3:Layout 1 15-04-2014 21:00 Page 2 03 Editorial:Layout 1 4/15/2014 7:10 PM Page 03 Editorial 18 Abril 2014 Nesta edição... #06 DESTINOS Portugal e Espanha juntos na promoção Mundo Abreu cresce #15 DOSSIER O Turismo Religioso em Portugal #24 HOTELARIA O regime de ‘all inclusive’ no Algarve #34 CONVERSAS À MESA Nuno Anjos, director comercial da Soltrópico, é o convidado desta edição Carina Monteiro TO’S [email protected] Turismo Religioso #12 ¶ O Turismo Religioso surge em destaque nesta edição do Publituris, com um dossier onde abordamos a temática de Fátima e o Turismo Judaico. Durante muitos anos, o Turismo Religioso ficou à sombra de outros produtos que ganharam destaque em Portugal. Hoje em dia, assistimos a uma caminhada do Turismo Religioso no sentido de se afirmar como produto turístico nacional, um trabalho que se deve em muito ao esforço dos privados, é preciso dizê-lo. Existirão poucos produtos que movimentem 300 milhões de turistas por ano. Acresce a isto o facto de, por exemplo, no caso de Fátima, o destino vender-se por si próprio. Há novas oportunidades para reforçar o crescimento deste produto, nomeadamente a abertura da nota rota da TAP para a Colômbia, um mercado com potencial para este produto, assim a promoção neste destino seja trabalhada. Mas lembro também a assinatura do protocolo entre Portugal e Espanha, que prevê a promoção conjunta de ambos os destinos em mercados emergentes intercontinentais de produtos como o Turismo de cidade, natureza, cultural (incluirá o Turismo Religioso?) e a gastronomia. Seria importante não deixar de fora o Turismo Religioso, até porque estão incluídos mercados importantes os Estados Unidos da América ou a Coreia. Deixo uma nota positiva para decisão da Câmara Municipal de Aveiro de acabar com a Taxa Municipal de Ocupação Turística. Ribau Esteves cumpriu uma promessa eleitoral. Numa altura em que se sabe que a autarquia atravessa graves dificuldades financeiras, não usar o turismo como argumento para encaixe de receita é uma posição que deve ser assinalada. /Ficha Técnica PUBLITURIS, JORNAL DA INDÚSTRIA DO TURISMO - MEDALHA DE PRATA DE MÉRITO TURÍSTICO DO GOVERNO PORTUGUÊS; MEDALHA DE MÉRITO TURÍSTICO DA APAVT PUBLICAÇÃO QUINZENAL SAI ÀS 6ª FEIRAS • FUNDADO EM 1 DE MARÇO DE 1968 • FUNDADOR NUNO ROCHA • PROPRIEDADE E EDITOR PUBLIOTEL - EMPRESA DE PUBLICAÇÕES TURÍSTICAS E HOTELEIRAS, LDA. - RUA LATINO COELHO, N.º 87 - 1050-134 LISBOA • CONSELHO DE GERÊNCIA PEDRO CORRÊA MENDES, HÉLIA MILHEIRO • DIRECTOR EDITORIAL CARINA MONTEIRO (210 993 006) • REDACÇÃO HUMBERTO FERREIRA, PATRÍCIA AFONSO (210 991 793), RAQUEL RELVAS NETO (210 991 530), MARTA BARRADAS (ESTAGIÁRIA) • ESTUDO GRÁFICO RUI CAMACHO (210 994 064) • FOTOGRAFIA JOÃO REIS, HUGO GAMBOA • COLABORADORES BELMIRO SANTOS, ANTÓNIO PAQUETE, JOÃO MENDES LEAL, MANUEL AI QUINTAS, NUNO LIMA DE CARVALHO, PEREIRA LAMELAS, SALVADOR ALVES DIAS, NEOTURIS, RDPE, VASCO CALLIXTO, NELSON CORTEZ, LUÍS DO NASCIMENTO FERREIRA • CORRESPONDENTES BRAGA - AGOSTINHO PEIXOTO ([email protected]); LEIRIA - MANUEL POÇAS DAS NEVES • DEPARTAMENTO DE VENDA DE INFORMAÇÃO ASSINATURAS CARMO DAVID (210 994 551) • DEPARTAMENTO COMERCIAL PAULA NORONHA (DIRECTORA) (210 992 813), PAULA DE JESUS (210 994 357, HELENA UMBELINO (210 991 946) • PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO - DIRECÇÃO E REDACÇÃO RUA LATINO COELHO, N.º 87 - 1050-134 LISBOA; E-MAIL: [email protected] • IMPRESSÃO FERNANDES & TERCEIRO, S.A., RUA N. SRA. DA CONCEIÇÃO, 7, 2794-014 CARNAXIDE • DISTRIBUI˙ˆO JMTOSCANO LDA • OUTRAS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS PUBLITURIS HOTELARIA – REVISTA DE GESTÃO HOTELEIRA; PORTUGAL TRAVEL NEWS - EDIÇÃO BIMESTRAL DE PROMOÇÃO TURÍSTICA EM INGLÊS • DEPÓSITO LEGAL 4143 • INSCRITO NO ICS N.º 101 280 - ISSN 0870-2152 • CONTRIBUINTE N.º 500 224 609 • TIRAGEM 4 500 EXEMPLARES • ASSINATURA 120€ EUROS (ANUAL) Todos os direitos reservados. Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, designadamente comerciais. Membro da VISAPRESS http://www.publituris.pt/ 03 04 Opinião:Layout 1 4/15/2014 7:15 PM Page 04 Opinião //18 Abril 2014 “ A nova disciplina do alojamento local deve obedecer a uma regra de subsidiariedade, só sendo admitidos novos estabelecimentos nos espaços turísticos onde seja insuficiente a oferta de empreendimentos turísticos, excepcionando-se projectos reconhecidamente inovadores de harmonia com parecer favorável da respectiva autarquia precedido de audição da população interessada. Advogado. Professor ESHTE/ISCAD/ULHT - http://carlosmtorres.blogspot.com / Carlos Torres Alojamento local: uma descontrolada aceleração quando se impõe uma prudente travagem A recente escolha de elevar a disciplina do alojamento local de portaria (opção originária do RJET) para decreto-lei (alterações ao RJET introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 15/2014, de 23 de Janeiro) pareceu-me desajustada pelos perigos que comportava. Em vez de o alojamento local continuar subordinado ao RJET pela via regulamentar - pormenorizando-o, desenvolvendo-o, mas não conflituando com ele - criou-se um estatuto de igualdade, em que todo o tipo de soluções é possível. A recente proposta de um anteprojecto de um Regime Jurídico do Alojamento Local (RJAL) – de conhecimento restrito ao plano associativo, escapando à reflexão de um alargado número de destinatários, designadamente empresas e ensino superior do turismo - excedeu as piores expectativas, somando-se ao primitivo erro da regulamentação por decreto-lei outro maior, mercê da facilidade de criação de estabelecimentos de alojamento local e do maior âmbito de aplicação. O preâmbulo do texto proposto pela SET é elucidativo dos propósitos da nova disciplina, referindo-se “novas realidades surgem agora, não como um fenómeno residual, mas como um fenómeno consistente e global, passa não só pela revisão do enquadramento que lhe é aplicável mas, igualmente, e isso sim, pela criação de um regime jurídico próprio, que dê conta, precisamente, dessa circunstância” elevando-se “a figura do alojamento local de categoria residual para categoria autónoma, reconhecendo a sua relevância turística e a sua plena inserção na noção de alojamento turístico” passando “as figuras dos empreendimentos turísticos e do alojamento local ... a ser duas figuras devidamente autónomas e recortadas”. Uma das contradições entre as duas disciplinas decorre, desde logo, desta última parte do preâmbulo ao afirmar-se que o alojamento local “deixa de ver sobre si a proibição de utilização do termo turístico”, bastando atentar no nº 7 do art.º 3º do RJET em que o alojamento local não pode “em caso algum, utilizar a qualificação turismo e ou turístico, nem qualquer sistema de classificação”. Do meu ponto de vista, a disciplina do alojamento local deverá ter um cunho restritivo e não de forte impulsionador, como sucede com a proposta em análise, não se desvirtuando, assim, a razão pela qual foi criado, em 2008, pelo RJET: trazer para a legalidade o alojamento paralelo, clandestino ou não classificado há muito existente no terreno, o qual nalgumas regiões ultrapassa largamente o número de camas classificadas, como sucede no Algarve. Doutro modo, viola-se o princípio da confiança, pois durante anos a fio, estimulados por declarações de altos responsáveis políticos de todos os quadrantes, os empresários fizeram avultados investimentos hoteleiros (aos quais acrescem apoios públicos de diferente natureza, bem como os benefícios decorrentes da utilidade turística) que são progressivamente afectados pela degradação dos preços e baixas taxas de ocupação que têm como uma das concausas uma oferta pouco qualificada, descontrolada e excessiva. Nesta linha necessariamente restritiva, bem andou o legislador ao consagrar a proibição da opção facilitista pelo alojamento local, decorrente do pouco exi- 04 gente e simplificado processo de mero registo, quando o imóvel reúna as condições para ser considerado empreendimento turístico em qualquer das suas tipologias (art.º 2º/3), impedindo, assim, “a existência de empreendimentos turísticos trasvestidos de estabelecimentos de alojamento local” (preâmbulo). Há, no entanto, que assegurar que esta acertada opção do legislador não passa de letra morta. A garantia da sua efectividade passará por uma declaração da autoridade turística nacional, eventualmente precedida de vistoria ao local, quando tal se impuser pela insuficiência dos elementos documentais, podendo intervir neste domínio empresas certificadas à semelhança do que ocorre no RJET nas auditorias de classificação. Impõe-se, por outro lado, travar fortemente a criação mais alojamento de baixa qualificação nos centros urbanos e zonas balneares onde exista suficiente oferta de empreendimentos turísticos. Numa zona rural do interior, onde não existam condições para o investimento em empreendimentos turísticos, entendese o estímulo ao alojamento local, mas dificilmente se pode aceitar que esta figura continue a surgir vigorosamente nos centros urbanos ou balneares dotados de suficientes (ou até excedentários) estabelecimentos hoteleiros, contribuindo para a preocupante degradação dos preços. Há também que atentar no carácter negativo da utilização desviante de apartamentos na denominada locação turística, a qual não se confina aos hotéis (concorrência deslea,l pois não suportam os custos de mão de obra nem impostos), estando igualmente associadas à ausência de população residente nos centros das cidades, porquanto os proprietários preferem disponibilizar o imóvel a turistas ao arrendamento clássico. Como os proprietários obtêm maiores rendimentos com a locação turística, sobem inevitavelmente os preços do imobiliário, dificultando a fixação de populações locais. A locação turística deve ser expressamente proibida ou, no mínimo, dificultada, criando-se por exemplo uma taxa significativa adstrita a fins promocionais do destino (a partir de 5€ diários por ocupante) quando exista na localidade um suficiente índice de oferta hoteleira. O arrendamento de quartos a estudantes, nada tem a ver com o alojamento local, e do ponto de vista urbanístico é muito benéfico para as cidades. O texto proposto pela SET desrespeita as regras da propriedade horizontal e constitui uma armadilha para os condóminos, colocando-os perante um facto consumado em vez de terem um papel activo de autorização para a instalação de um estabelecimento de alojamento local. Basta pensarmos nas questões de segurança, tranquilidade e no maior desgaste das partes comuns designadamente entrada e elevadores causados pelas malas. Impõe-se, assim, que em vez da declaração do responsável [art.º 7º/1/e)] exista uma autorização do condomínio sempre que no título constitutivo não figure para a fracção em causa uma finalidade de carácter comercial (alojamento), mas meramente habitacional. A nova disciplina não deve legitimar alterações do uso. ¶ (Continua) http://www.publituris.pt/ 05 Opinião:Layout 1 4/15/2014 8:41 PM Page 05 Opinião //18 Abril 2014 Presidente da Nortravel / António Gama PORTUGAL É ‘SEXY’ Finalmente, o Portugal Moderno começa a fazer o seu caminho na opinião pública dos países emissores e as lendas, como a do Galo de Barcelos ou das Sete Saias, sendo importantes por serem parte da memória colectiva do povo português, não definem, felizmente, Portugal como destino turístico. Não quero ser mal interpretado. Sei que a memória colectiva de um povo é uma das suas maiores riquezas. É prova de inteligência saber usála em proveito próprio. Pensemos nos Descobrimentos Portugueses, estudemos os relatos de cronistas, a gesta relatada nos Lusíadas por Luís de Camões, as aventuras que Fernão Mendes Pinto nos descreve nas suas viagens fantásticas. Agora imaginem em Lisboa um parque temático: teria que ser um empreendimento gigantesco para estar à altura do tema. Quantas aventuras, quantos riscos, quantos medos, quantos encontros e desencontros, quantos obstáculos e quantas glórias podiam ser contadas nesse empreendimento. Mas, infelizmente faltam-nos timoneiros. Faltam-nos líderes com um projecto para Portugal. Falta gente que saiba olhar para trás e, à falta de engenho para fazer novo, saiba, pelo menos, dar bom uso às glórias do Portugal passado para tornar mais glorioso o Portugal presente, lembrando, a nós próprios e ao mundo que não somos um país pequeno, mas antes um país grande como poucos. Quando digo que Portugal é ‘Sexy’, estou, antes de mais, a pensar no Portugal Moderno. Mas, não honra a sua Pátria quem dela não honra a memória. Portugal é ‘Sexy’ quando tem uma das mais extraordinárias arquitecturas da actualidade. Quando milhares de arquitectos de todo o mundo vêm admirar as obras de jovens arquitectos portugueses e, particularmente, as obras de Álvaro Siza Vieira e de Eduardo Souto de Moura. Portugal é ‘Sexy’ quando, não obstante as dificuldades, apresenta um desenvolvimento social e humano dignos de um moderno país europeu. Portugal é ‘Sexy’ quando, em toda a extensão do seu território tem pontos de interesse de toda a sorte e excelentes estruturas como estradas e hotelaria de qualidade incomparável, ainda mais quando comparamos preços com os praticados noutros destinos com muito menos qualidade e interesse turístico. Portugal é ‘Sexy’ quando aqui é impossível não cometer o pecado da gula. A rica e diversificada gastronomia é bem o espelho do país e do povo que somos, diverso mas sempre, sempre doce e, até, “apetitoso”. Portugal é ‘Sexy’ quando tem vinhos dos melhores do mundo para acompanhar os manjares gastronómicos. Portugal é ‘Sexy’ quando, no que respeita às Ciências e à Investigação está, para surpresa geral, ao nível ou à frente de outros países ditos mais desenvolvidos do centro e do norte da Europa. Portugal é ‘Sexy’ quando prepara megaeventos exemplares. Poderíamos fazer um rol com megafestivais, Cidades Europeias da Cultura, etc. Portugal é ‘Sexy’ quando tem cidades consideradas como tendo a melhor vida nocturna da Europa. Portugal é ‘Sexy’ quando produz do melhor e mais prestigiado calçado do mundo, colado à Itália e tem grifes várias que se impõem no mercado global. Portugal é ‘Sexy’ quando tem uma das mais diversificadas ofertas culturais, um dos mais acolhedores e amistosos povos. Portugal é, ainda, ‘Sexy’ quando tem para oferecer aos que nos visitam algumas das mais belas paisagens e melhores praias do mundo, num clima tão doce como as suas gentes. Não são um mero acaso as inúmeras distinções atribuídas a Portugal como Destino Turístico de Excelência pelos mais prestigiados órgãos de informação americanos e europeus a partir dos seus estudos de opinião. Isso acontece porque PORTUGAL É ‘SEXY’. ¶ http://www.publituris.pt/ 05 06-09 Destinosb:Layout 1 4/15/2014 destinos 06 Dt 8:53 PM Page 06 18 Abril 2014 A secretária de Estado do Turismo espanhola, Isabel Borrego Cortés, esteve em Portugal para fechar o acordo de cooperação com Adolfo Mesquita Nunes em matéria de promoção. Estados Unidos da América, Canadá, Coreia do Sul, China e Japão são os mercados-alvos. Portugal e Espanha unem esforços na promoção >> Raquel Relvas Neto [email protected] >> Fotos: DR >> Este acordo surge no seguimento do memorando assinado entre ambos os países em 2006. O secretário de Estado do Turismo português, Adolfo Mesquita Nunes, e a sua homóloga espanhola, Isabel Borrego Cortês, assinaram um acordo que prevê a promoção conjunta de ambos os destinos em mercados emergentes intercontinentais. Para 2014, foram identificados os mercados-alvo dos Estados Unidos da Amé- 06 rica, Canadá, Coreia do Sul, China e Japão, nos quais vão ser promovidos os seguintes produtos prioritários: Turismo de cidade, natureza, cultural e gastronómico. Segundo o responsável português, estes são “mercados onde nem Portugal e Espanha têm uma posição dominante e que são conhecidos por trazerem turis- http://www.publituris.pt/ tas que viajam por vários países quando se deslocam à Europa”. Este acordo surge no seguimento do memorando assinado entre ambos os países em 2006, que previa já a cooperação entre Portugal e Espanha no sector turístico, mas que Adolfo Mesquita Nunes refere que não tinha “um plano sistematizado” de actividades. 06-09 Destinosb:Layout 1 4/15/2014 8:53 PM Page 07 06-09 Destinosb:Layout 1 4/15/2014 8:54 PM Page 08 Dt destinos 18 Abril 2014 >> Para o próximo ano, será avaliado e definido um novo plano de acções, que poderá ser renovado ou aumentado. A secretária de Estado do Turismo espanhola enalteceu este acordo que aposta em “mercados emergentes, com grande potencial e que ambos os países mantêm interesse”, realçando a importância de apostar na “diversificação de mercados”. Tendo em conta que 2013 foi “um ano importante em ambas as economias ao nível do sector turístico” e 5 Minutos... Isabel Borrego Cortés Secretária de Estado de Turismo 08 que as previsões da Organização Mundial de Turismo apontam para 1400 milhões de turistas internacionais até 2020, Isabel Borrego salienta que “ambos os países têm de aspirar a ter uma maior quota deste número”. Para já, o plano de actividades incidirá em visitas de imprensa e de familiarização do trade dos mercados identificados, que servirão, sobretu- O portal Spain.info aposta na comercialização. Que resultados têm obtido? O Spain.info apresentou a sua nova versão no ano passado, no mês de Junho, faz cerca de um ano, e quase que duplicámos as visitas. Nesta nova apresentação do portal apostámos na comercialização através do spain.info, comercialização que significa que a venda termina na página do promotor, o portal faz apenas de intermediário. Nessa comercialização, já se vende alojamento, transportes e oferta complementar. Desde 25 de Março, comercializam-se experiências, algo que era muito importante. O Spain.info converteu-se no melhor canal que pode oferecer animação turística espanhola às Pequenas e Médias Empresas e às Micro empresas turísticas. Já existem mais de 500 experiências no portal para que os turistas do, “para ganhar economia de escala”. O SET português garantiu que ambas as acções “protegem a identidade dos nossos países, singularidade dos nossos destinos e permitem criar cooperação à escala necessária para que Portugal e Espanha possam continuar a usufruir do bom período turístico que vivem”. Questionado sobre o investimento possam entrar, ver e se quiserem comprar vamos colocá-los em contacto com o promotor, que terminará a operação de venda. São resultados positivos? Os resultados são positivos, o sector está muito satisfeito. Este trabalho está a ser feito conjuntamente com o sector privado em concreto, a comercialização das experiências trabalha muito com as agências de viagens. Penso que o sector está contente, bem como o público final porque é algo que traz mais turistas para as experiências. A remodelação da rede de representações do Turismo Espanhol nos mercados internacionais é uma das medidas da TurEspaña. Quais os objectivos desta estratégia? http://www.publituris.pt/ alocado para estas acções, Adolfo Mesquita Nunes explicou que este será feito tendo em conta cada uma dessas acções, que estão limitadas aos orçamentos para promoção de cada um dos países, não existindo um “orçamento dedicado a este protocolo”. “Vamos coordenar acções conjuntas, ganhando sinergias e partilhando custos”, concluiu. Para o próximo ano, será avaliado e definido um novo plano de acções, que poderá ser renovado ou aumentado consoante os resultados obtidos no final do ano, segundo Isabel Borrego Cortés. CONTÍNUA APOSTA NO MERCADO PORTUGUÊS A secretária de Estado de Turismo espanhola aproveitou a visita a Portugal para reunir com as empresas do sector espanholas com negócios no mercado português. GEA, Amadeus, NH Hoteles, Eurostars, Travelplan, Airmet, Soltour, entre outras, foram as empresas que partilharam com a representante do Governo espanhol as suas experiências com o mercado português. Isabel Borrego Crotés considerou de elevada importância esta reunião “com as empresas turísticas espanholas com negócios em Portugal, num mercado que está a crescer 3,5% em 2014.” Segundo a responsável, “é um mercado que queremos que inicie a sua recuperação até Espanha, é importante assim partilhar as experiências e opiniões com o sector que trabalha em Portugal para intensificar todas as acções de promoção no País e também como melhorar o produto e os nossos destinos para que os portugueses continuem a ser fiéis a Espanha como têm sido até agora”. ¶ A estratégia aqui é fechar acordo com o sector privado para entrarem nos mercados numa colaboração contínua com as Oficinas, de forma a profissionaliza-las e adaptá-las cada vez mais às necessidades tanto do sector público como privado turístico espanhol, mas também adaptá-las aos novos mercados emergentes. Temos apercebido que as Oficinas têm de alterar a sua forma de trabalhar porque respondem ao sector profissional mas também ao público final, têm que mudar a forma de trabalhar e a distribuição geográfica, que é o que estamos a fazer. Temos potenciais novos mercados que temos que responder, falo de mercados na América Latina ou os Emirados Árabes. Queremos fundamentalmente fazer um esforço na promoção do destino através da nossa rede de oficinas no exterior. 06-09 Destinosb:Layout 1 4/15/2014 8:54 PM Page 09 10 Destinos:Layout 1 4/15/2014 6:31 PM Page 010 Dt destinos 18 Abril 2014 República Dominicana posiciona-se como destino de nichos >> Raquel Relvas Neto [email protected] >> Fotos: João Reis Depois de uma época em que era sobretudo um destino de massas, a República Dominicana quer mostrar ao mercado que oferece mais do que o produto sol e praia. História, cultura, surf, golfe e turismo temático são as novas apostas. Com a diminuição dos voos ‘charter’ e das ligações aéreas das companhias espanholas, a República Dominicana registou um decréscimo de 35% no número de turistas portugueses a efectuar férias no destino em 2013. Samanda Fersobe, directora do Turismo da República Dominicana para Portugal e Espanha, espera que, em 2014, “possamos ter um pouco mais de passageiros, que haja um aumento. Lamentavelmente os valores até ao mês de Março não foram favoráveis pela mesma situação: falta de ‘charter’ e de ligações aéreas”. Actualmente, Portugal tem disponível apenas ligações aéreas através da Air Europa, via Madrid, “que não tem capacidade suficiente para transportar todos os passageiros. A saída, no ano passado, da Orizonia, também deixou um vazio no mercado português”. Mas a responsável não se mostra incomodada com este facto, pois “perdemos as massas, mas estamos a recuperar os nichos. Estamos a enviar muitos golfistas para a República Dominicana e grupos temáticos, em parceria com o ope- 010 rador Total Fun, que tem programas para solteiros ou para aqueles que querem aprender a dançar merengue ou a falar espanhol”. Samanda Fersobe considera difícil recuperar um largo número de turistas portugueses, “mas podemos ir recuperar os nichos que, no final, poderá ser melhor porque o gasto diário é mais elevado”. Os surfistas também vai ser uma das apostas da República Dominicana para este ano. Este ano, além da Total Fun, o destino vai contar com programação da Zoom Travel, “que vai ter uma programação muito divertida para a República Dominicana. No momento não pode operar com ‘charters’, mas vai oferecer viagens combinados com os EUA, para terem a facilidade de voo”, indica a directora, acrescentando que os voos da TAP para o Panamá também podem ajudar o mercado, tendo em conta que existem dois voos diários entre o novo destino da companhia aérea portuguesa e a República Dominicana. “Os operadores turísticos podem focar-se nesta ligação aérea sem terem que passar por Espanha”. Também o operador turístico Soltour vai contar com um ‘charter’ no Verão para o destino, assim como a Travelplan que inicia as operações charter com voos para Punta Cana, entre 4 de Maio e 26 de Outubro, à quarta e ao domingo. Recentemente, a companhia aérea espanhola Iberia anunciou cinco voos semanais para Santo Domingo, a partir de 1 de Setembro. PROMOÇÃO Para apresentar as mais-valias do destino ao ‘trade’ português, o Turismo da República Dominicana vai promover dois workshops que vão decorrer a 21 e 22 de Maio, no Porto e Lisboa, respectivamente. http://www.publituris.pt/ Air Europa, Zoom Travel, Totalfun, Soltour e Travelplan são para já os parceiros confirmados. O destino vai também promover uma famtrip, para ajudar alguns operadores turísticos a conhecer a República Dominicana para poderem programar o destino, nomeadamente destinos além de Punta Cana, como Santo Domingo, La Romana e Samaná, bem como Cabarete.¶ ■ ■ ■ Entre os principais mercados europeus para o destino, destacam-se a Alemanha, “que teve uma recuperação surpreendente”, França e Rússia, “que teve um crescimento estável de 7%”. “Em geral, a Europa terminou o ano com valores positivos”, indica Samanda Fersobe. 11 Destinos:Layout 1 4/15/2014 8:51 PM Page 011 destinos Dt 18 Abril 2014 Turquia optimista para 2014 O destino recebeu 45 mil turistas portugueses no ano passado. No geral, a Turquia registou um crescimento de 5% no número de turistas internacionais em visita ao país. >> Aybala Yesim Dalkiliç, directora da Embaixada da Turquia Conselho de Informação de Cultura e Turismo, e Huseyin Yilmaz, colaborador >> Raquel Relvas Neto [email protected] Há dois anos, a Turquia recebia uma média de 50 mil turistas portugueses, no ano passado receberam menos cerca de 5 mil visitantes, mas nem por isso Aybala Yesim Dalkiliç, directora da Embaixada da Turquia Conselho de Informação de Cultura e Turismo, deixa de considerar que foi atingido “um bom número”. A responsável explica que este resultado foi satisfatório tendo em conta a situação económica do país e da própria Europa. No geral, o destino registou um crescimento de 5% em número de turistas internacionais e 10% na indústria turística turca, “o dobro da média global”. Entre os principais mercados estão o alemão, britânico e russo, com especial destaque também para os países vizinhos, como a Geórgia e a Ucrânia, o que a responsável justifica com os acordos de vistos estabelecidos com estes dois países. Para 2014, e no que diz respeito ao mercado português, Aybala Yesim Dalkiliç adianta ao Publituris que “estamos muito optimistas”, apesar de não avançar com um número expectável de turistas portugueses no destino, o que indica que só poderá ser avaliado após o período da Páscoa, que considera ser um bom momento para avaliar o comportamento do mercado para o resto do ano. >> Fotos: João Reis APOSTA NO MERCADO PORTUGUÊS Para promover o destino junto do mercado português, o Turismo da Turquia está a desenvolver várias acções em parceria com os operadores turísticos de Portugal que comercializam o destino. Entre as iniciativas, destacam-se campanhas de marketing conjuntas, viagens de inspecção, roadshows, famtrips, projectos que vão contar também com o apoio da Turkish Airlines, que anunciou recentemente o aumento de ligações para Portugal desde Istambul. A responsável turca descreve que entre as preferências do mercado português destacam-se a cultura da Turquia, daí a preferência por destinos como Istambul e capadócia, mas também o mar. Neste sentido, Aybala Yesim Dalkiliç considera que “Antalya vai crescer de novo, pelo menos parece assim, mas vamos ver o que acontece durante o Verão. Os operadores turísticos estão a considerar alguns ‘charters’ este ano para o destino, mas não há nenhum número exacto neste momento”. Vão ser estes os destinos e produtos que vão estar em evidência nas acções promocionais da Turquia no mercado português. ¶ http://www.publituris.pt/ 011 12-14 TO's:Layout 1 4/15/2014 to’s & agentes 12 8:45 PM Page 012 18 Abril 2014 Turismo nacional em destaque no Mundo Abreu >> Patrícia Afonso [email protected] >> Fotos: DR To >> O Mundo Abreu voltou a bater recordes, com mais de 200 expositores na edição de 2014. Duas brochuras e aumento da expressão através do stands As reservas no Mundo Abreu voltaram a crescer, naquela que foi a sua 12.º edição. Mais 15,2% face à feira realizada no ano passado. O balanço é claramente positivo, com destaque para o Turismo nacional, que está a “apostar muito forte” nesta feira. Em declarações ao Publituris, em género de balanço no final do Mundo Abreu, 012 expositores dão força às regiões nacionais na feira, cujas reservas voltaram a crescer, pelo 12.º ano consecutivo. que decorreu nos dias 5 e 6 de Abril de 2014, na FIL, no Parque das Nações, em Lisboa, Alberto Machado, porta-voz da Abreu, afirmou que “o volume de reservas cresceu 15,2%”, um valor “relevante.” http://www.publituris.pt/ Muito embora este certame tenha crescido em todas as suas edições, esta ordem de grandeza não era há muito verificada. O top10 dos destinos vendidos no fimde-semana em questão é encabeçado por 12-14 TO's:Layout 1 4/15/2014 8:45 PM Page 013 12-14 TO's:Layout 1 4/15/2014 8:45 PM Page 014 To to’s & agentes 18 Abril 2014 Portugal, em particular o Algarve, Açores e Porto Santo; seguindo-se Cabo Verde; Brasil; Turquia; Cuba; Disneyland Paris; Espanha (Continental, Canárias e Baleares); Marrocos; Tunísia; e cruzeiros no Mediterrâneo. Apesar de não haver nenhum destino que tenha suscitado grandes surpresas, Alberto Machado salientou Cuba, “pelos voos directos e ser um destino que os portugueses se habituaram a frequentar.” Sobre o aumento das reservas, o porta-voz justificou com a recuperação económica, mas, também, com a marca Abreu e o próprio Mundo Abreu e a confiança que estes conferem junto do consumidor. Alberto Machado referiu, ainda, que as 145 lojas Abreu vão continuar a vender os produtos disponibilizados no Mundo Abreu até ao dia 30 de Abril, com a disponibilidade a variar consoante as vendas já realizadas. A surpresa da 12.º edição do Mundo Abreu, no que respeita a expositores, que ultrapassam os 200 – recorde absoluto – foi precisamente o Algarve, “do ponto de vista de expressão” 014 FEIRA Diamantino Pereira, director-geral da Abreu, em conversa com o Publituris no primeiro dia do Mundo Abreu, revelou que “os primeiros sinais são muito bons”, explicando: “A feira abriu as 11h00 e temos dados que nos permitem estar bastante optimistas. O ano passado, a fila da feira terminou ao fim de 45 minutos. Este ano, a feira abriu cinco minutos mais cedo e a fila acabou ao 12h20. São 25 minutos de diferença, o que nos dá mais 25 a 30% de afluência.” Questionado sobre uma possível justificação, Diamantino Pereira afirmou “ter muito a ver com a recuperação económica do País.” “Acho que as pessoas estão muito mais seguras e confiantes e sentem que já podem investir em viagens. As pessoas estão a reservar com quatro e cinco meses de antecedência. Não tenho dúvida, são sinais de uma recuperação económica.” A isto, acresce, a marca de confiança que a Abreu tem vindo a manter ao longo dos anos. “Não há pontos altos na Abreu, esses são as 150 lojas e a marca de confiança que temos. Os grandes argumentos da Abreu, na minha opinião, são o facto de Abreu ser uma empresa séria, com 170 anos, e que ganhou, pela 14.ª vez, o prémio de confiança.” Algo que se reflecte na feira. “O Mundo Abreu é um momento importante em notoriedade, é uma demonstração de vitalidade na empresa e alavanca muito as vendas. Agora, não é ao mais importante. Isso são as nossas lojas e a nossa capacidade enorme de conquistarmos a con- fiança do público.” DESTAQUES Apesar de não querer destacar nenhum produto em especial, Diamantino Pereira revelou que “o produto nacional est´´a a ter um grande destaque. Tem duas brochuras, isso diz logo tudo.” “O produto nacional é muito importante. O Algarve está com 800 m2 na feira e com brochura própria. Agora não nos podemos esquecer que há destinos aos quais a agência Abreu sempre esteve associado.” É o caso do Brasil, ‘main sponsor’ do Mundo Abreu, frisou Diamantino Pereira, referindo: “Este é um destino muito querido na Abreu, não só dos clientes, como do staff, que conhece muito bem o Brasil e tem uma facilidade enorme em vender o destino. Temos uma boa quota de mercado do produto, essencialmente porque os clientes associam-nos ao produto. Há coisas que dizemos que são fáceis de provar: temos uma brochura de 160 páginas sobre o Brasil.” A surpresa da 12.º edição do Mundo Abreu, no que respeita a expositores, que ultrapassam os 200 – recorde absoluto – foi precisamente o Algarve, “do ponto de vista de expressão”, afirmou, por sua vez, Alberto Machado, porta-voz. “O Turismo nacional está a apostar muito no Mundo Abreu. Está sobejamente provado que o Mundo Abreu vende muito bem este produto”, concluiu Diamantino Pereira. APAVT E CTP ELOGIAM MUNDO ABREU Segundo Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Agentes de Viagem e Turismo (APAVT), esta feira “tem uma enorme importância e é um grande momento da distribuição.” “Desde que sou presidente da APAVT que tenho assistido ao Mundo Abreu e tenho realçado a extraordinária importância que esta dinâmica e vitalidade têm num mercado que estava deprimido e em crise. Hoje [5 de Abril], no primeiro dia desta feira, desde que sou presidente da APAVT, assisto que coexistem um Mundo Abreu e um mercado que parece que está a dar os seus primeiros momentos de crescimento. Prevejo - e o Mundo Abreu é um sinal para todo o mercado – que esse sinal seja muito positivo e que, uma vez mais, os agentes de viagem dêem um enorme exemplo de dinâmica e de capacidade de realização e distribuição”, considerou. http://www.publituris.pt/ “Sinceramente, o que espero é que assistamos a um dos maiores êxitos de venda desta organização, que, no meu entender, tem a ver não apenas com a capacidade de realização e com o profissionalismo que edificam todo este acontecimento, mas, também, por encontrar, este ano, pela primeira vez, e digo isto com felicidade, um mercado que parece estar a crescer”, afirmou o responsável da APAVT. Já Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), disse: “Pelo que vi até agora, é uma feira muito bem organizada, tem muitos stands e, em termos de distribuição, é extraordinariamente importante. Não nos podemos esquecer que o mercado interno é responsável por 30% das dormidas nacionais e isto é uma prova. Temos aqui os stands do Algarve, Açores, Madeira, Norte, etc. e que, neste fim-de-semana [ 5 e 6 de Abri], vão, com certeza, efectuar-se muitas vendas. Portanto, é também fundamental que o sector da distribuição esteja bem e esta é a 'prova provada' que está o mais pujante possível, porque temos aqui a componente de outgoing e incoming.” BRASIL QUER CRESCER 5% Em entrevista ao Publituris, Kátia Bitencourt, da Embratur, disse que a aposta contínua no Mundo Abreu tem a ver com a importância de Portugal como emissor de turistas, sendo, actualmente, o quinto maior mercado na Europa. “O Brasil já participa há 10 anos no Mundo Abreu. O Grupo Abreu é um parceiro comercial importante do Brasil, temos feito muitas acções de promoção em parceria e acreditamos que este ano deve haver umas aposta forte e bem positiva de comercialização de produtos turísticos, especialmente, mais uma vez, ressalvando que a maior parte dos destinos operados pela TAP vão receber jogos da Copa do Mundo. Certamente que com o acréscimo da oferta de voos, haverá um incremento das vendas, especialmente com a novidade que é o destino Manaus e Belém”, defendeu. Depois de, em 2012, ter recebido 168 mil turistas portuguesas, o Brasil espera, este ano, aumentar este número em 5%. Para o Mundial de Futebol, a expectativa é que sejam recebidos cerca de 11 mil turistas com bilhetes para a competição. Porém, “a nossa intenção é aproveitar a Copa como um grande cartão de visitas para o Brasil, que traz a oportunidade de conhecer destinos além do sol e praia”, disse a responsável.¶ 4/15/2014 8:56 PM Page 015 18 Abril 2014 //Turismo Religioso APOSTA NA DIFERENCIAÇÃO PARA POTENCIAR OS DESTINOS >> Raquel Relvas Neto [email protected] O 15 dossier 15-23 Dossier:Layout 1 >> Fotos: DR Turismo Religioso movimenta entre 300 a 330 milhões de turistas anualmente, segundo dados da Organização Mundial de Turismo. Em Portugal, este produto tem ganho cada vez mais destaque ao nível da promoção do País, enquanto destino turístico tanto para o catolicismo como para o judaísmo. Presente em grande parte das regiões, o Turismo Religioso conta em Portugal com um vasto roteiro de templos, cultos e festas religiosas, assim como de vários monumentos de herança judaica. Este produto foi, recentemente considerado, prioritário pelo actual Governo, tendo inclusive obtido destaque na última revisão do Plano Estratégico Nacional do Turismo. Segundo fonte do Turismo de Portugal, o património religioso além de fazer parte O Turismo Religioso move milhões de pessoas por todo o mundo e é ainda transversal a outros segmentos, como, por exemplo, o turismo cultural e de natureza. Captar uma pequena fatia desse número de turistas apresenta-se como uma oportunidade única para o Turismo nacional. integrante da nossa cultura, “desempenha um papel determinante na diferenciação do Destino Portugal, pelo que a sua valorização é essencial ao desenvolvimento da actividade turística”. E é esta diferenciação que é considerada uma oportunidade para as várias regiões, especialmente para o Norte e Centro de Portugal, onde a presença religiosa é abundante. Helena Gonçalves, directora-executiva da Associação de Turismo do Porto e Norte (ATP), explica que “o Turismo Religioso tem um enorme potencial de crescimento. Pela sua complementaridade com outros produtos turísticos e atractividades do destino, o Turismo Religioso funciona como um catalisador do turismo para o Porto e Norte de Portugal. Um exemplo concreto deste potencial e desta complementaridade é o Caminho Português de Santiago, que associa precisamente o culto ao Turismo de Natureza. Trata-se de um segmento que http://www.publituris.pt/ 015 15-23 Dossier:Layout 1 4/15/2014 8:56 PM dossier apresenta um potencial de crescimento notável, que já atrai muitos turistas estrangeiros, nomeadamente alemães e holandeses”. A recente adesão da Câmara Municipal de Braga à ATP marca “um novo ciclo de estratégia de promoção internacional do destino, potenciando os activos verdadeiramente diferenciadores de Braga”, onde se destaca a longa tradição religiosa da cidade. Também a recente filiação da Comunidade Israelita do Porto à associação, que detém a maior Sinagoga da Península Ibérica, “demonstra a nossa clara aposta na transversalidade deste produto e representa, igualmente, a vontade de internacionalização e abertura desta instituição à indústria do turismo com o objectivo da captação do turismo judaico para o Porto e Norte de Portugal”, realça a directora-executiva. Já no Centro, a “devoção Mariana com expoente máximo em Fátima, o Caminho Português de Santiago ou a Herança Judaica são eixos estratégicos com forte potencial de crescimento e desenvolvimento turístico”, destaca Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro. Segundo o responsável, tanto as peregrinações de Maio como de Outubro originam fluxos de visita nacionais e internacionais com “forte impacto no território regional”. Uma realidade que se reflecte no número de turistas anuais que o município de Ourém recebe, cerca de 4 milhões de turistas, “tendo registado em 2011, e conforme dados do INE, cerca de 600 mil dormidas, na sua maioria respeitantes às unidades hoteleiras localizadas em Fátima”. O Turismo Religioso proporciona também cross-selling de produtos com especial impacto no touring e no turismo cultural. “O convento de Cristo em Tomar, os Mosteiros de Alcobaça e da Batalha, a Universidade de Coimbra monumentos com a chancela UNESCO - ou o Museu Judaico de Belmonte, são alguns exemplos de locais cujo valor histórico, patrimonial, e arquitectónico, confere maior atractividade ao destino”, indica o responsável. “Sabemos que o potencial económico e turístico deste produto para a região 016 Page 016 //Turismo Religioso Centro é muito significativo. Neste sentido, a região elaborou um plano de actividades específico que tem em consideração “a diversidade, a múltipla oferta territorial, o estabelecimento de redes e a existência no território, de um dos mais importantes núcleos religiosos do mundo – Fátima”. Em 2017, celebrase o centenário das aparições de Fátima, estando já garantida a presença do Papa Francisco. Pedro Machado assegura que “a mediatização deste acontecimento tem alcance mundial e projecta a notoriedade do destino, assim como, a marca Portugal”. PRÓXIMAS INICIATIVAS Depois de terem estado presentes na acção conjunta junto de tour operadores e jornalistas promovida com a Secretaria de Estado do Turismo e o Turismo de Portugal em Israel, a Associação de Turismo do Porto e Norte e o Turismo do Centro estão a planear novas acções. Helena Gonçalves adianta que, durante a Semana Sana, será promovida uma press trip multimercados, que vai contar com a participação de 10 jornalistas oriundos dos principais mercados estratégicos e de desenvolvimento do PNP, nomeadamente: Espanha, Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália. Também a celebração anual do São João, que se comemora a 24 de Junho, vai contar com acções promocionais a nível internacional. A ATP destaca que vai intensificar a promoção do Turismo Religioso junto dos mercados emissores de motivação católica (como a Polónia, Itália, EUA e Brasil), assim como nos mercados emissores cuja motivação é a herança judaica (como Israel, EUA e Brasil). Apesar da promoção ser intensificada nos mercados acima enumerados, a ATP vai manter a promoção/ comercialização e venda nos mercados: francês, alemão e Benelux. “Além destas iniciativas, a ARPTP Porto e Norte de Portugal - numa parceria conjunta com a ARPT Centro de Portugal – está a desenvolver um conjunto de acções promocionais nos mercados internacionais, onde se 18 Abril 2014 inclui EUA e Brasil, com enfoque no Turismo Religioso”, indica a responsável da ATP. A par desta parceria, a Centro de Portugal promoveu uma educacional que percorreu o território regional, dando a conhecer os principais locais no âmbito do turismo judaico, assim como, o novo roteiro Herança Judaica na Universidade de Coimbra. “Por agora está em preparação uma campanha promocional agendada para o segundo semestre do ano, para a América do Sul, América do Norte e Europa Central”, destaca o Pedro Machado. OPORTUNIDADES Situada entre os dois principais aeroportos nacionais e com uma vasta rede de vias rápidas, a região Centro vê os novos destinos da TAP como uma oportunidade, especialmente em mercados importantes para este produto estratégico. Além da nova ligação para Oviedo, que potencia ainda mais o principal mercado externo emissor de turistas para a região, assim como o primeiro mercado para o Santuário de Fátima, o mercado espanhol, Pedro Machado vê com boas perspectivas o reforço de voos para o Brasil, com a abertura da rota Belém e Manaus, Alemanha, Suécia, Rússia, mas também as novas ligações para o Panamá, Colômbia, Estónia e Sérvia. “Vêm abrir um um conjunto de possibilidades no âmbito promocional na América Latina, e na Europa, principalmente em alguns mercados onde esta temática tem particular significado”. Pedro Machado refere que, “além da acção nos mercados externos a cargo da ARPT, e cujo orçamento é limitado, há a possibilidade de intervir em alguns mercados através da rede de contactos já existente na região Centro. É o caso das cidades-irmãs, ou das parcerias já existentes entre santuários mundiais”. A aposta contínua nas ligações aéreas ao destino faz parte das prioridades da ATP, de forma a poderem aumentar o número de dormidas de estrangeiros e manter o crescimento de dois dígitos da região. Mas os esforços da associação não passam apenas por aqui. Neste sentido, a responsável explica que “as empresas privadas associadas estão a reforçar os packages e circuitos turísticos de Turismo Religioso, quer para grupos, quer para individuais, formatando itinerários que valorizam e integram o património histórico, cultural, religioso e paisagístico. Em suma, procura-se incentivar a oferta de experiências que qualifiquem e diferenciem o produto”. Helena Gonçalves considera que “o perfil do turista religioso internacional é exigente, interessado não só na expressão da sua fé e na sua busca espiritual, mas também no enquadramento histórico e cultural dos locais que visita”. Neste âmbito, revela que a ATP está empenhada “em continuar a desenvolver os meios e condições para proporcionar a melhor experiência ao turista: uma experiência de viagem que seja também uma experiência de vida”.¶ Guia de Boas Práticas de Interpretação do Património Religioso lançado em Maio ■ ■ ■ O Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, da Conferência Episcopal Portuguesa desenvolveu, em parceria, com o Turismo de Portugal, o Guia de Boas Práticas de Interpretação do Património Religioso, a lançar no próximo mês de Maio. Segundo o Turismo de Portugal, este guia direcciona-se aos gestores do património religioso, guias intérpretes e empresas do sector turístico, que reúne um conjunto de conteúdos com destaque “na melhoria da interpretação do Património Religioso e da qualidade da experiência da visita”. O instituto público considera que os respectivos conteúdos do guia “contribuem para melhor conhecer e compreender os diversos actos e símbolos relativos às celebrações, os objectos e espaços de culto, bem como os circuitos aconselháveis nos templos católicos e factores de atractividade patrimonial, num modelo de visita guiada que fará realçar toda a riqueza material e imaterial dos locais de culto”. Esta ferramenta, além de servir de apoio na interpretação do património religioso e de informar, visa “ajudar a revelar o significado desse património, despertar emoções e estimular o interesse do visitante”. Complementarmente, as duas entidades irão editar também, em parceria, os Roteiros Turísticos “Caminhos Marianos” e “Caminhos de Santiago”, outro instrumento de divulgação do património religioso, destinado a turistas e também aos agentes económicos, contribuindo com elementos interpretativos do património nacional nestas duas temáticas, com o objectivo de “potenciar o desenvolvimento de novas oportunidades de negócio no âmbito do produto Circuitos Turísticos Religiosos e Culturais”. Ainda no mesmo âmbito, o Turismo de Portugal celebrou igualmente um acordo de edição com a Rede de Judiarias de Portugal para a publicação do Roteiro Turístico “Caminhos Judaicos”. http://www.publituris.pt/ 15-23 Dossier:Layout 1 4/15/2014 8:56 PM Page 017 15-23 Dossier:Layout 1 4/15/2014 8:56 PM dossier Page 018 // Turismo Religioso 18 Abril 2014 Fátima apresenta novas ofertas Em 2017, celebra-se o centenário das aparições de Fátima. Além da vasta oferta hoteleira, têm surgido novos negócios turísticos que pretendem prolongar a estadia dos turistas em visita ao destino. >> Raquel Relvas Neto [email protected] >> Fotos: DR Fátima Hotels aposta forte na Colômbia E m 2013, o Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima recebeu 567 964 peregrinos em peregrinações organizadas, dos quais mais de 120 mil são estrangeiros, segundo dados levantados pelo próprio Santuário. Destes, os principais mercados em número de peregrinos que se destacaram, em 2013, são Espanha, Itália, Polónia, Brasil, EUA, Ucrânia, Alemanha, Coreia do Sul, França e Irlanda. Ao nível de países com maior número de grupos, as nacionalidades não diferem muito, acrescem apenas os filipinos que também são frequentes no destino. Também os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística reforçam a atracção de Fátima, ao indicarem que, no ano passado, foram registadas cerca 600 mil dormidas na região. A atractividade é ainda visível no número de visitantes, por exemplo, das Casas dos Pastorinhos, que recebem uma média de mais de 310 mil visitantes anualmente. Actualmente, Fátima conta com seis mil camas de unidades hoteleiras vinculadas 018 ao Turismo de Portugal, cinco mil camas sob a tutela de casas religiosas e mais quatro mil de casas particulares, num total de cerca de 15 mil camas. Segundo Nazareno do Carmo, vice-presidente da Câmara Municipal de Ourém, ao qual pertence a localidade de Fátima, não existem perspectivas de crescimento da hotelaria tradicional, a não ser “nichos específicos” e ampliações e remodelações das unidades já existentes. Porém, a sazonalidade do destino e “a concorrência desenfreada e desleal” da prática de diárias a 18 euros são alguns dos problemas apontados pelo autarca. Para dinamizar o destino e captar novos nichos para preencher as camas disponíveis na região, Nazareno do Carmo refere que na região existe uma pista para aeronaves com 1400 metros e que a mesma poderia receber um avião ‘charter’ com grupos para visitarem o destino. “Seria importante para captar turistas que de outra forma não podem vir ao Santuário, seja os nichos de doentes como de turismo sénior”, refere o responsável, explicando que se torna desconfortável, ■ ■ ■ Em 2013, os Fátima Hotels, marca hoteleira que integra as unidades Hotel Estrela de Fátima, Hotel Regina, Hotel Coração de Fátima, Hotel Cruz Alta e, mais recentemente, o América Fátima Hotel, receberam turistas provenientes sobretudo do Brasil, Coreia do Sul, EUA, Itália e Polónia, seguindo-se Portuga e Espanha. Alexandre Marto Pereira, administrador dos Fátima Hotels, destaca que no ano passado, as unidades da marca terminaram o ano com menos 5%. “Foi a primeira vez que caímos nas vendas, penso que se deve à entrada de mais um hotel, que diluiu um pouco as vendas”. Para este ano, “esperamos que as vendas médias aumentem uns 15%, o que faz com que tenhamos um ano recorde em número de turistas em termos de RevPar e de ‘room nights’, se bem que continuam a ser preços muito baixos em termos de preços médios porque estamos pressionados por preços num destino em que há excesso de oferta”. Para tal, a filosofia do grupo concentra-se em “diversificar ao máximo os mercados, não estarmos nunca dependentes de um ou dois mercados importantes, mas antes diluir as origens dos nossos clientes”. O responsável da Fátima Hotels realça que houve um crescimento dos mercado emergentes, como o Brasil, Canadá e EUA, mas a aposta da marca hoteleira vai centrar-se este ano na Colômbia, auxiliados agora com o lançamento do voo directo da TAP para Bogotá. “É ainda um mercado incipiente, mas pensamos que tem um elevado potencial. Já conhecemos a maior parte dos operadores que trabalham este produto, estamos neste momento a preparar duas press trips, com o apoio do Turismo do Centro, com canais de televisão de natureza católica, e uma fam-trip com um operador português, bem como um workshop para operadores na Colômbia”, o qual poderá ser cancelado para a marca hoteleira de se juntar a uma iniciativa promovida pelo Turismo de Portugal. Alexandre Marto Pereira considera que Fátima tem o caminho menos dificultado ao nível de promoção internacional: “Fátima tem uma vantagem enorme face a muitos destinos, principalmente no mercado externo, não precisamos de fazer um esforço brutal para dizer o que somos” o que ajuda a poupar “imenso tempo e dinheiro no posicionamento do destino”. Auxiliado ainda com as sinergias com o destino Lourdes, em França, e Santiago de Compostela, em Espanha, Fátima apresenta-se nos mercados de fora da Europa integrada com outros santuários, “ de forma a criar um triângulo que concorra com outros destinos religiosos”. Mas não é só de turismo religioso que o destino é feito, para o responsável, Fátima deve posicionar-se também como um destino de turismo cultural, devido à proximidade com outras atracções turísticas que são Património da UNESCO, de forma a não depender tanto do turismo religioso. ou até mesmo logisticamente impossível, para estas pessoas virem desde o aeroporto de Lisboa ou do Porto até Fátima. Nazareno do Carmo defende que, pela potencialidade do destino, “Fátima devia ser um projecto de âmbito nacional e não só municipal”, justificando que a região dá mais ao País do que o inverso, fazendo http://www.publituris.pt/ referência também ao alcance que a marca Fátima tem internacionalmente. No entanto, enquanto os apoios não surgem como a autarquia deseja, o Município de Ourém mantém a sua aposta na promoção além-fronteiras de Fátima, promovendo-a em encontros internacionais de santuários marianos e em outras iniciati- 15-23 Dossier:Layout 1 4/15/2014 8:57 PM Page 019 15-23 Dossier:Layout 1 4/15/2014 8:57 PM dossier Page 020 //Turismo Religioso Luz Houses apostam em conceito diferenciador ■ ■ ■ Pedro Silva e Ana Alves são os mentores do projecto das Luz Heritage Houses, um empreendimento turístico em construção a cinco minutos do Santuário de Fátima, no Monte dos Valinhos. Segundo os responsáveis, este projecto visa responder a um nicho de mercado que não se encontrava desenvolvido no destino. A localização do projecto, “com fortes ligações às próprias aparições de Fátima”, é descrita pelos promotores como um “local mágico”, onde se diz ter sido o sítio de uma das primeiras aparições do Anjo, muito perto do Calvário dos Húngaros. Com abertura prevista para Dezembro deste ano, estas casas são inspiradas na aldeia de Aljustrel e vão funcionar como uma transposição do que eram as características das habitações de antigamente, mantendo a traça original e adaptando os interiores ao século XXI. As casas vão disponibilizar um total de 15 quartos, entre os quais cinco suites e uma ‘master suite’, localizada na casa principal. Ana Alves, arquitecta responsável pelo projecto, descreve que “cada casa é fruto de uma época”, existindo assim as casas que remetem para os Anos 30, as casas de alpendre de piau e as casas alpendradas. A complementar a oferta, vai estar disponível nesta pequena aldeia uma loja de produtos regionais, um restaurante com capacidade para 40 pessoas, uma esplanada com lareira, um forno tradicional onde serão realizadas várias actividades, como cozer o pão, entre outras; um pequeno espaço de relaxamento “do corpo e da alma”; uma pequena biblioteca; parque infantil; uma ermida; uma cisterna e um jardim com ervas aromáticas. As características da envolvência do espaço vão proporcionar a realização de percursos pedestres para melhor conhecer as mais-valias do local. vas. Para já, a prioridade da autarquia é diluir a sazonalidade que se verifica no destino, promovendo eventos nas épocas baixas, como campeonatos de futsal, entre outras iniciativas. A futura criação de um centro de congressos na região poderá ser uma das soluções para esta problemática. NOVAS OFERTAS Para tentar encerrar a questão da sazonalidade, têm surgido novas atracções turísticas no destino que tentam prolongar a estadia do turista que visita Fátima. Um desses exemplos é a start-up Fátima Mini Tours, criada por dois jovens da região que pretendem dinamizar a oferta cultural existente no destino. Luís Moniz e António Marto descrevem que este projecto pretende dar a conhecer os vários pontos de interesse da região, além da parte religiosa bem presente na região e para a qual também disponibilizam pro- 020 gramas especiais. Porém, a Fátima Mini Tours quer “fomentar a parte cultural” da região, apresentando sugestões de passeios pedestres, a cavalo, entre outros meios, pelo Castelo de Ourem, Óbidos, Pia do Urso, São Mamede, Pegadas de Dinossauro, na Serra de Aire, entre muitas outras opções, de forma a “combater a curta permanência no destino”. Divulgados em todas as unidades hoteleiras de Fátima, os percursos disponíveis da Fátima Mini Tours contam com guias em português, inglês e espanhol. Por marcação, será possível ter ao dispor guias de outras línguas. Promovendo um dos produtos endógenos da região, surgiu também o Museu Azeite de Fátima, perto do famoso restaurante Tia Alice. Aberto todos os dias, este espaço pretende demonstrar como funcionava o método artesanal de confeccionar azeite, tendo também uma loja que vende o Azeite de Fátima, mas tam- 18 Abril 2014 Museu de Arte Sacra e Etnologia ■ ■ ■ O Museu de Arte Sacra e Etnologia, pertencente aos Missionários da Consolata, é um museu que permite ao peregrino de Fátima conhecer algumas das realidades encontradas pelos missionários no mundo. Para além de uma colecção de arte sacra portuguesa, repleta de Meninos Jesus, Presépios, Oratórios e Cristos dos séculos XIV ao XX, o visitante poderá fruir de uma colecção de objectos etnográficos de povos africanos, índios e orientais, trazidos pelos missionários para o velho continente, ao longo dos anos. Apresenta ainda, na Sala dos Pastorinhos, as relíquias dos beatos Francisco e Jacinta Marto. Ao longo do ano, poderão visitar-se exposições temporárias de temáticas diversas, assistir a concertos, palestras, animações, entre muitas outras atividades culturais. Para grupos, o museu dispõe de um Serviço Educativo que realiza visitas orientadas através de guias com formação científica e pedagógica. Além de um pátio interior com um jardim, os visitantes poderão conhecer os cuidados jardins dos Missionários da Consolata. Este é o único espaço museológico de Fátima integrado na Rede Portuguesa de Museus e certificado pelo Herity International. bém outros produtos da região, como doces, ginja de Óbidos, queijo da serra e vinhos. O museu promove ainda provas de degustação de azeites. Inaugurado recentemente, o Núcleo Museológico da Fundação Francisco e Jacinta Marto – Casa das Candeias dá a conhecer de forma interactiva a história dos dois pastorinhos que assistiram às aparições da Virgem Maria. O espólio em exposição evoca o percurso de santidade dos dois irmãos, contando a sua vida e os espaços que os marcaram. A Casa das Candeias, que está aberta das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, pode receber conferências sobre a Mensagem de Fátima para grupos até 50 pessoas, por marcação. Para complementar a história da religião católica, pode-se visitar o Museu Vida de Cristo, que conta com personagens em cera de todo o percurso da vida de Jesus, mas também o Museu de Arte Sacra e Etnologia (ver caixa). O Santuário de Fátima conta também com uma nova igreja da Santíssima Trindade, inaugurada em Outubro de 2007, e elevada ao título de Basílica Menor já em 2012. Da autoria do http://www.publituris.pt/ arquitecto grego Alexandros Tombazis, a nova basílica, além de oferecer melhores condições aos peregrinos que ali assistem às celebrações religiosas, reúne em si várias obras de arte de autores internacionais, seja a imagem branca de Nossa Senhora de Fátima, talhada em mármore de Carrara, por um mestre italiano, o painel do presbitério, obra de um artista da Eslovénia, ou o crucifixo, realizado por uma artista da Irlanda, são apenas alguns dos exemplos que podem ser apreciados no local. Num piso subterrâneo estão ao dispor diversas salas para a realização de missas de grupos internacionais que tragam o seu próprio padre e queiram efectuar uma missa na sua língua no Santuário. A complementar as salas próprias para orações, existe também uma sala de exposições temporárias. Actualmente, e até 31 de Outubro, está em vigor a exposição Segredo & Revelação, evocativa da aparição de Julho de 1917. ¶ 15-23 Dossier:Layout 1 4/15/2014 8:57 PM Page 021 15-23 Dossier:Layout 1 4/15/2014 8:57 PM dossier Page 022 //Turismo Religioso 18 Abril 2014 Adaptar oferta ao turismo judaico O potencial de crescimento do turismo judaico, aliado à vasta herança hebraica presente no nosso País, leva algumas unidades hoteleiras a adaptarem a sua oferta para melhor receber estes turistas. >> Raquel Relvas Neto [email protected] U m dos principais mercados deste produto é o israelita, onde foi promovido um workshop Portugal Experience no início do ano, que juntou cerca de 80 empresas turísticas portuguesas a promover as suas mais-valias no destino. O próprio secretário de Estado do Turismo indicou na altura, que Portugal apresentava características atractivas para este mercado: “o efeito novidade, segurança, preço (‘value for money’), gastronomia, património cultural/raízes judaicas, são maisvalias competitivas que podem rapidamente colocar Portugal na rota deste mercado”. Para aproveitar este mercado que, em 2012, registou 53,5 mil dormidas, várias unidades hoteleiras estão a adaptar a sua oferta para receber este nicho de mercado, como da parceria entre a Hoti Hotéis, Grupo Heritage e a Natura IMB. De forma a tirar partido da herança judaica na região e respondendo ao acréscimo de procura deste mercado, particularmente nos últimos três anos, especialmente na cidade da Guarda, o Grupo Natura IMB definiu uma estratégia para captar este nicho de mercado “com enorme potencial na região”, descreve Luís Veiga, administrador da cadeia hoteleira com cinco unidades na região da Serra da Estrela. O responsável explica que “é no coração da Beira Interior que se encontra a última comunidade Sefardita (localizada em Belmonte) e, onde se encontram visíveis e preceptivas as antigas Judiarias (Guarda e Covilhã), assim como está bem patente o contributo das famílias Judaicas no desenvolvimento das cidades, nomeadamente na Covilhã, com os Lanifícios”. Com o objectivo de aproveitar este mercado, a Natura IMB desenvolveu o circuito 100% kosher em parceria com as Comunidades Judaicas de Lisboa, Belmonte e Porto, o Grupo Heritage, em Lisboa, e Hoti Hotéis, no Porto. Este circuito baseia-se em estadias de sete noites, cujos alojamentos são efectuados nas cidades de Lisboa, Porto, podendo iniciar numa des- 022 >> Fotos: DR proximidade às comunidades judaicas e aos serviços religiosos segundo os hábitos e tradições judaicas”. Para já as perspectivas são positivas, adianta Luís Veiga: “Temos sido contactados por vários operadores, alguns estrangeiros, especialistas neste nicho de mercado, no sentido de apurarem a possibilidade de adaptarem os circuitos já existentes ao circuito 100% Kosher uma vez que a oferta Kosher em Portugal era praticamente inexistente e desconhecida”. Este circuito tem sido promovido junto do mercado de Israel, mas também nos Estados Unidos da América, Brasil e Espanha. tas cidades, seguindo-se Guarda/Covilhã, que servem de ponto de partida para as visitas à descoberta de Portugal. Nos oito dias de duração do programa, os clientes têm a possibilidade de percorrer a zona histórica da cidade do Porto, as paisagens do Douro, conhecer as heranças de Sepharad em Portugal, a cultura e tradições da Beira Interior antes de chegarem a Lisboa. Aqui, finalizam a sua experiência com uma estadia pela Costa do Estoril e Cascais “com destino à romântica cidade de Sintra ou finalizando com uma excursão à cidade de Évora”. Dadas as especificidades da alimentação kosher, os jantares são assegurados nas unidades hoteleiras com a certificação Kosher, sendo disponibilizados Kits de alimentação Kosher para os almoços, durante as visitas. “Nos dias que estão afectos à descoberta da Beira Interior, em virtude de todas as unidades do grupo Natura IMB Hotels possuírem certificação Kosher, as refeições são asseguradas nas unidades hoteleiras do grupo ou no Restaurante do Clube de Campo da Covilhã, também certificado”, indica o responsável, que acrescenta que “também as unidades hoteleiras em Lisboa e Porto foram estrategicamente selecionadas, numa lógica de PROCESSO DE ADAPTAÇÃO A adaptação do Hotel da Música, no Porto, da Hoti Hotéis, é recente. A unidade é o hotel-piloto num projecto que se estende a todas as unidades do Grupo Hoti Hotéis, sob a coordenação do rabino Daniel Litvak, cuja supervisão é reconhecida pelo Grão Rabinato de Israel e por grandes entidades de cashrut a nível mundial. O projecto envolveu a promoção de uma formação rigorosa aos colaboradores do hotel – para que estejam aptos a receber clientes judeus -, assim como alterações nas instalações da cozinha, que foi alvo da intervenção necessária para se tornar “casher” – apropriada de acordo com a lei religiosa judaica –, e ainda a elaboração de uma ementa de “cozinha judaica” para o restaurante da unidade. O funcionamento da cozinha, a ligação dos aparelhos e os processos de escolha e confecção dos alimentos são acompanhados e fiscalizados por um ‘mashguiach’, um supervisor judeu cumpridor das obrigações religiosas no dia-adia. Os produtos e ingredientes utilizados para a elaboração dos pratos estão aptos a satisfazer os padrões de exigência dos clientes judeus, uma vez que ou são casher por sua própria natureza ou detêm as certificações rabínicas mais elevadas, como por exemplo: leite Chalav Israel, carne Glatt Kosher e pão Afiat Israel. Para Delfim Filho, do Grupo Hoti Hotéis, “esta aposta revela-se estratégica já que estamos a sugerir a todos os turistas judeus que conheçam as unidades do Grupo, estendendo o convite aos judeus residentes em Portugal para fazerem parte deste projecto. Queremos ainda quebrar barreiras ao proporcionar uma experiência única até mesmo para os clientes que não são judeus”, refere. Tendo o projecto um âmbito nacional, a formação está a ser ministrada em todas as unidades do Grupo. Existe também uma cozinha central de onde sairão as refeições, com selagem rabínica, para as unidades de todo o País. ¶ Geostar promove herança hebraica em Portugal ■ ■ ■ O sector de ‘incoming’ é a mais recente aposta do departamento de turismo religioso da Geostar. Aproveitando o ‘know-how’ na organização de programas culturais e religiosos para o mercado português, a Geostar está a apostar no mercado da comunidade hebraica espalhada pelo Mundo, com o produto Herança Hebraica em Portugal. Segundo Francisco Moura, director da divisão de turismo religioso da rede agência de viagens, “há um património diferente, sobretudo a nível das Beiras”, para o qual conta com o apoio das autarquias da região, das unidades hoteleiras e de empresas de artesanato. “Com um apoio de um historiador desta temática, estamos a fazer campanhas junto de várias comunidades espalhadas pelo mundo e acreditamos que no futuro próximo, vai haver resultados desse investimento”, refere, indicando os Estados Unidos da América, Brasil e Israel como principais mercados. http://www.publituris.pt/ 15-23 Dossier:Layout 1 4/15/2014 8:57 PM Page 023 24-27 H&R:Layout 1 4/15/2014 hotelaria & restauração 24 Hr 024 6:46 PM Page 024 18 Abril 2014 ‘All inclusive’ regressa ao Algarve no Verão >>Carina Monteiro [email protected] >> Fotos: D.R. O mercado nacional procura e os operadores turísticos também. Em 2014, o Algarve deverá manter ou até mesmo aumentar o número de unidades em regime de ‘all inclusive’, continuando assim uma tendência que se verificou no último ano. Não é expectável que o número de unidades com este regime aumente exponencialmente, mas há novos hotéis que aderiram ao conceito este ano. Numa ronda pelos hoteleiros da região, é possível concluir que os hotéis que já praticavam em 2013 este regime vão mantê-lo este ano. As razões prendemse, sobretudo, com o facto de haver procura para este produto, sobretudo pelas famílias, como explica Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). “De acordo com as nossas estimativas, em 2014 temos mais hotéis e empreendimentos turísticos a comercializar férias em regime de ‘all inclusive’ no Algarve, aliás na linha do que vem acontecendo na generalidade dos destinos turísticos concorrentes. A recuperação da operação tradicional, centrada nos operadores turísticos, conjugada com o esforço dos empresários em se manterem nos mercados, são certamente algumas das razões que ajudam a explicar este fenómeno. Uma outra razão prende-se com a necessidade de uma maior racionalização e gestão dos orçamentos familiares, associada ao pagamento das férias ao longo do ano”. O Grupo Vila Galé, que detém nove unidades no Algarve, é um dos grupos que vai manter o mesmo número de hotéis em ‘all inclusive,’ ou seja, seis: Vila Galé Albacora, Vila Galé Tavira, Vila Galé Náutico, Vila Galé Cerro Alagoa, Vila Galé Atlântico e Vila Galé Lagos. Para Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador da cadeia, esta é uma tendência crescente do mercado estrangeiro e cada vez mais “uma tendência do mercado nacional na época de Verão, que procura férias com custos controlados e sem preocupações”. Em Portugal, o grupo já estendeu o ‘all inclusive’ ao Vila Galé Santa Cruz, na Madeira, o último hotel a oferecer este regime. Também >> Várias unidades hoteleiras da região identificam-se com o conceito ‘all inclusive’. o Grupo Luna Hotéis vai manter as mesmas unidades em regime de ‘all inclusive’, isto é, quatro das onze unidades que possui no Algarve. A opção de manter as mesmas unidades com este regime disponível está relacionada com as condições que os hotéis dispõem. “Tratam-se de unidades hoteleiras com infra-estruturas adequadas para este tipo de serviço que, cada vez mais, é procurado pelos Tour Operadores”, explica Ana Luísa Santos, responsável de marketing. No entanto, até à data, nenhum dos hotéis do grupo Luna funciona exclusivamente em regime de ‘all inclusive’. O Grupo Pestana tem nove hotéis no Algarve, mas apenas um em regime de ‘all inclusive’, o Pestana Delfim, e assim vai permanecer em 2014, de acordo com fonte oficial da cadeia. De resto, o ‘all inclusive’ no Grupo, em Portugal, existe somente nos hotéis Pestana Bay, na Madeira, Pestana Porto Santo e Pestana Colombos, ambos em Porto Santo. http://www.publituris.pt/ Nesta ronda pelos grupos hoteleiros presentes no Algarve, os Hotéis Real mantêm a única unidade em regime de ‘all inclusive’, o Real Bellavista & Hotel Spa. O hotel foi reestruturado há dois anos para ter um carácter permanente neste segmento. Neste período aumentou em 33% a sua receita. Já o Grupo CS coloca este ano mais uma unidade em regime de ‘all inclusive’. Ao CS São Rafael Suite Hotel, que no ano passado já praticava este regime, junta-se, neste Verão, o Palm Village Suites. Qual a razão? “Devido ao sucesso e à procura deste tipo de regime, decidimos avançar com mais uma unidade”, responde Vanessa Reis, responsável pelo marketing e comunicação do grupo. A unidade do Grupo CS não é a única a estrear-se neste regime. Este ano, o Hotel Albufeira Sol & Spa, do Grupo Conforhotéis, abriu no passado dia 1 de Abril com regime de ‘all inclusive’, depois de totalmente renovado. “Dadas as necessidades do cliente actual 24-27 H&R:Layout 1 4/15/2014 6:46 PM Page 025 24-27 H&R:Layout 1 4/15/2014 6:46 PM Page 026 Hr hotelaria & restauração 18 Abril 2014 que visita o Algarve, este conceito é aquele com que mais nos identificamos. Nesse âmbito, quisemos dotar o hotel das valências necessárias para sermos num curto espaço de tempo, a unidade hoteleira líder deste segmento, em Albufeira. Além disso, este segmento permite colocar a unidade a funcionar como um todo, ao invés de nos centrarmos na área de alojamentos, como era prática anteriormente”, explica Joaquim Palminha, administrador do grupo. HOTÉIS PREPARAM UNIDADES PARA O ‘ALL INCLUSIVE’ Há uma tendência generalizada a todas as unidades: para receber o cliente ‘all inclusive’ é preciso dar-lhe condições. Seja de raiz ou transformadas, as unidades preparam-se para receber este tipo de cliente. “Fizemos alterações a vários níveis para receber o regime de ‘all inclusive’ nestes hotéis”, assegura Gonçalo Rebelo de Almeida. “Na área de F&B, ampliámos alguns restaurantes, apostámos em cozinhas ao vivo e melhorámos a nossa oferta de buffets com opções completas e diversificadas. A nível de animação, tivemos a preocupação de apresentar uma proposta para adultos e crianças, que vai desde a música aos desportos durante todo o dia. Os ‘kids clubs’ também sofreram remodelações e apresentam condições excepcionais para entreter os mais pequenos”, exemplifica. O mesmo sucede nos Luna Hotéis. A mudança mais significativa ocorrerá no Luna Miramar, já que as outras unidades já oferecem condições ideais para este regime. “Esta unidade, até aqui conhecida como Luna Pérola do Algarve, está neste momento em remodelação profunda e apresentará melhores condições a nível de restauração, bares e infra-estruturas para animação. Pretende-se assim superar as expectativas dos clientes que nos visitam e a quem pretendemos oferecer um nível de serviços e facilidades em constante evolução”, revela Ana Luísa Santos. Mas se as infra-estruturas são importantes, o mesmo sucede com as equipas, lembra António Gonçalves, administrador do Grupo Hotéis Real. “Para todas estas mudanças serem concretizáveis foi necessário investir nas nossas equipas. Como parte integrante do projecto, desenvolvemos um plano de formação para os colaboradores, tendo por objectivo dotá-los de todas as ferramentas necessárias para uma entrega de serviço de excelência. O cliente de ‘all inclusive’ tem necessidades específicas, visto que passa grande parte do tempo dentro da unidade. A forma como o serviço é entregue e o acompanhamento durante a estadia, é determinante para a sua satisfação”. O Adriana Beach Club reabriu para mais 026 / “Globalmente não pode, nem deve ser uma região onde o ‘all inclusive’ seja uma referência, porque isso é contraditório com a diversidade da oferta” Desidério Silva um Verão e o único regime praticado no empreendimento é o ‘all inclusive’. A unidade efectuou obras para melhorar a experiência do cliente. “Além da renovação de uma das três tipologias disponíveis (quartos básicos), foi dada atenção às zonas de restaurantes/snacks em que privilegiamos o conforto, circulação e acesso dos clientes, por exemplo, a mais pontos de bebidas. No entanto, o regime ‘all inclusive’ é muito mais do que quartos e refeições… a nível de animação, o nosso teatro onde se realizam diversos shows (capacidade para 450 pessoas) foi também melhorado, bem como zonas públicas”. O facto de os clientes não terem de se preocupar com orçamentos ou a despender tempo a confeccionar refeições dita o sucesso do ‘all inclusive’, para Lino Martins, director comercial da unidade. “Esses tempos de aluguer de apartamentos ou compra de férias em regime de self-catering, para muitos clientes já não são sinónimo de férias, ou seja, a percepção dos clientes é cada vez mais a de que o regime Tudo Incluído representa verdadeiro descanso e umas férias descansadas”. PROCURA EXISTE, MAS OFERTA NÃO É GENERALIZADA De acordo com a AHETA, o ‘all inclusive’ representa cerca de 5 ou 6% do total de dormidas registado anualmente na região, havendo muitas unidades hoteleiras onde coexistem outras modalidades de alojamento. A procura é transversal, “mas a terceira idade e as famílias constituem os segmentos preferenciais deste regime de férias”, afirma Elidérico Viegas. No que se refere a poder de compra, “reconhece-se que este regime é mais apetecível para consumidores com orçamentos de férias mais reduzidos, sendo as unidades hoteleiras de três e quatro estrelas o alvo preferencial deste segmento de mercado”. Questionado sobre o aumento de unidades em regime de ‘all inclusive’, Desidério Silva, presidente da Turismo do Alagrve defende que “não haverá grandes alterações, uma ou outra situação pontual, mas penso que se mantém o que é o registo da região”. O responsável admite que a procura existe, mas considera que “não é uma tendência generalizada”. “Não me parece que o Algarve caminhe no sentido de um destino dessa natureza, até porque esse regime existe em locais onde o território não tem a diversidade da oferta que o Algarve tem”, defende. “Globalmente, não pode, nem deve ser uma região onde o ‘all inclusive’ seja uma referência, porque isso é contraditório com a diversidade da oferta dos produtos que tem”. A estratégia da Tivoli Hotels & Resorts, http://www.publituris.pt/ com hotéis de quatro e cinco estrelas no Algarve, não passa pelo formato ‘all inclusive’, garante Filipe Santiago, administrador da cadeia. “A nossa estratégia é muito focada nos segmentos superiores de mercado, que escolhem o destino de férias não apenas pelo espaço do hotel, mas também pela própria experiência que esse destino proporciona”, explica. “Reconhecemos, no entanto, que existe, a todos os níveis de mercado, uma preocupação crescente da generalidade das famílias no controlo das suas despesas em férias, razão pela qual disponibilizamos, já há três anos o programa Férias em Família, que se destina a um segmento de clientes que procura esse mesmo controlo, sem deixar de valorizar a experiência de destino”. O responsável considera que o all inclusive tem o seu espaço, que no Algarve é “marginal”. “Vejo algumas cadeias generalistas a fazerem incursões nesse mercado, mas penso que numa lógica complementar, tal como nós fazemos, de algum modo, com o programa Férias em Família, embora com uma abordagem distinta”. “Ficaria preocupado se visse o ‘all inclusive’ ganhar uma preponderância como acontece em outros destinos, pois é um produto mais indiferenciado e que cria pouca fidelização ao destino, ao não tirar partido das suas potencialidades. Além disso, é claramente menos multiplicador do desenvolvimento local, pois o consumo é feito maioritária ou exclusivamente dentro do resort. Dito isto, não vejo risco de isso acontecer, por exemplo, no Algarve, pois claramente não é aí que estão as nossas vantagens competitivas enquanto destino turístico”. ¶ 24-27 H&R:Layout 1 4/15/2014 6:46 PM Page 027 28-29 H&R:Layout 1 4/15/2014 8:20 PM Page 028 Hr hotelaria & restauração 18 Abril 2014 Eficácia Comercial, Eficácia Tivoli >> Patrícia Afonso [email protected] >> Fotos: Hugo Gamboa A cadeia hoteleira portuguesa realizou uma reestruturação comercial profunda, que teve início em 2012. Filipe Santigao explicou ao Publituris o processo. Projecto 'Eficácia Comercial'. É desta forma que a Tivoli Hotels & Resorts denomina a “mudança profunda, mas ponderada” que decidiu realizar na área comercial, que teve início em 2012 e que 2014 vai espelhar de modo completo. Em entrevista ao Publituris, Filipe Santiago, administrador de vendas e markting da Tivoli, começou por indicar que esta reestruturação comercial levou a quatro principais orientações: reforçar a aposta nos mercados internacionais; evolução para um modelo centrado no revenue management; regionalização das equipas de venda e incorporação das áreas de Grupo; e a alavancagem da central de reservas e do programa de fidelização GHA Discovery, como fontes adicionais de receita. REVENUE MANAGEMENT Mais detalhadamente, o responsável indicou que, relativamente à primeira orientação, o mercado britânico já ultrapassou o nacional em 2013. Porém, “a tendência já vinha detrás e reforçámos.” “Em 2010, o mercado nacional representava 31% das nossas noites, em 2013 representou 16%. Fizemos a aposta porque nestes anos mais difíceis da economia, e isto aplica-se muito a Portugal, mas, também, um pouco a Espanha, o mercado nacional ficou muito mais focado em preço, campanhas e promoções”, justificou Filipe Santiago. “Como a nossa lógica de revenue management nos recomenda, temos uma grande preocupação de defesa do preço médio e, portanto, reforçarmos a tal componente de fazer uma maior prospecção e ir buscar mais negócio a mercados internacionais, que estavam a pagar melhor. Por 028 >> Filipe Santiago aponta quatro orientações estratégicas nesta reestruturação comercial exemplo, o nosso plano para 2014 assenta muito numa estratégia de, sempre que possível, apostar mais no preço médio do que na ocupação”, continuou, adiantando que a Tivoli tem “um plano muito detalhado ao nível dos mercados internacionais, onde tem identificados, claramente, quais os mercados a trabalhar, quanto vamos investir e que acções é que vamos fazer em cada um.” Uma das alterações mais profundas na área comercial da cadeia, foi no departamento de revenue management. “Tínhamos uma equipa relativamente pequena que era de revenue e e-commerce”, começa por referir Filipe Santiago, ressalvando que “o revenue deve estar permanentemente a fazer análise com o objectivo de maximizar a nossa receita, olhando para os diferentes canais e orientando a área comercial.” “Antes, de alguma forma, havia um conflito de interesses, embora, pelas pessoas que eram, sempre bem gerido, mas que, conceptualmente não estava correcto e criava alguma confusão no mercado. O segundo problema quando se juntam estas áreas, e que é muito comum, é o facto de como o e-commerce é um canal de vendas que exige muita acção no dia-a-dia, invariavelmente, as pessoas ficam focadas nisto e têm pouco tempo para fazer a parte de análise.” Assim, sendo, a primeira medida da Tivoli foi “ separar estas áreas e o e-commerce passou para as vendas. No entanto, para que não se perca a vantagem de estarem juntos, nomeadamente a comunicação entre as duas aéreas, é fundamental que estejam muito bem articulados e, fisicamente, estão muito próximos.” “Ao longo de 2013, organizámos as equipas por clusters de hotéis, estando estas totalmente focadas na optimização da receita para aquelas unidades. E funciona da seguinte maneira: o revenue define, com as áreas comercial, uma pirâmide de preço, onde estão definidos os preços por época, canais para todos os hotéis e a margem de negociação para a área comercial, que negoceia e contrata dentro destas. Sempre que há uma negociação que obriga a sair desta pirâmide, tem que se envolver o revenue e negociar. Caso qualquer uma das partes não se sinta confortável, escala para mim”, esclareceu Filipe Santiago. DIRECÇÕES REGIONAIS A terceira orientação da estratégia da Tivoli assenta em direcções regionais, ao invés de segmentadas por corporate e MI e Leisure, como até à altura. Assim, Diana Soeiro ficou responsável pela gestão de todos os segmentos e inventário dos hotéis de Lisboa, Sintra e Coimbra; e João Jesus assumiu as mesmas funções para as unidades no Alagarve. “Esta foi, talvez, a decisão mais ponderada de todas, sendo que a maioria das práticas internacionais apontava para o modelo que já tínhamos. As vantagens têm a ver com a questão da responsabilização do director de vendas pelo inventário completo; para os parceiros é mais claro e transparente; e a incorporação das equi- http://www.publituris.pt/ pas de Grupos”, considerou o administrador, acrescentando que, “a partir do momento da regionalização, o argumento da proximidade à operação deixou de se aplicar nesta área e criaram-se as condições para as equipas que vendem Grupos estarem onde faz sentido, nas vendas.” “Temos dois modelos distintos, embora as pessoas estejam nos hotéis: nas unidades que têm maior massa crítica, como Lisboa, Jardim, Marina Vilamoura e Victoria, há uma segregação entre quem vende e opera grupo. Nestes casos, as pessoas que fazem venda reportam a este departamento; quem faz operação continua a reportar ao director-geral do hotel. Nas restantes unidades, onde não havia escala para a separação, são as mesmas pessoas com ambas as funções, mas que fazem dois reports diferentes. E funciona”, explicou. CENTRAL DE RESERVAS E FIDELIZAÇÃO “A central de reservas é um pouco anterior ao Projecto Eficácia Comercial, mas foi o catalisador do que veio a seguir”, começou por dizer Filipe Santiago sobre este projecto. “Quando lancei o projecto da central de reservas, no início de 2011, tive noção de que não era só este projecto, mas sim uma mudança estrutural na empresa. Se não tivéssemos transversalizado as reservas, nunca teríamos condições para, por exemplo, ter um revenue management efectivo. Esta transformação foi um catalisador para evoluirmos a nível de toda a área comercial e podermos funcionar, efectivamente, como uma cadeia e não um conjunto agregado de hotéis”, revelou. Sobre o GHA Discovery, programa de fidelização onde a cadeia está desde o arranque do mesmo, em 2010, e que já conta com quatro milhões de membros a nível internacional, a Tivoli conta com cerca de 95 mil adesões, “quase a bater a fasquia dos cem mil.” “Um programa puramente Tivoli não tem valor para o cliente internacional, que, na altura, era 70% dos nossos clientes - agora, são 85%. Andámos sempre à procura de um programa que fosse verdadeiramente internacional e, com o GHA Discovery, foi a primeira vez que nos confrontámos com um projecto totalmente alinhado com a nossa estratégia. Até porque o grande factor diferenciador não é a atribuição de noites, mas de experiências locais, tal como o nosso conceito de T/Experiences, lançado um ano antes. 2013 foi um ano interessante, porque a GHA teve como grande prioridade trabalhar o CRM, continuando, na mesma, com o foco nas novas adesões, e começámos a obter o cross selling dentro e entre as marcas”, concluiu o administrador da Tivoli. ¶ 28-29 H&R:Layout 1 4/15/2014 8:20 PM Page 029 30-33 Transportes:Layout 1 4/15/2014 transportes 30 6:12 PM Page 030 18 Abril 2014 Cruise Day Lisbon quer dinamizar indústria A primeira feira nacional de cruzeiros acontece já no próximo dia 26 de Abril e conta com 17 empresas expositoras. Tr >> Patrícia Afonso [email protected] >> Fotos: DR É já no próximo dia 26 de Abril que tem lugar o Cruise Day Lisbon, a primeira feira de cruzeiros em Portugal, na Gare Marítima de Alcântara. A iniciativa, promovida pelo Lisbon Cruise Club (LCC), conta com a presença de 17 empresas, entre companhias de cruzeiros, GSAs e agências de viagens. O Publituris falou com os expositores para perceber qual a importância deste certame. Com entrada livre, o Cruise Day Lisbon tem como objectivo “dar a conhecer ao público português as características do turismo de cruzeiros, as suas mais-valias e a 030 diversidade de oportunidades e experiências disponíveis, promovendo também o contacto directo com os agentes e operadores, de forma gratuita”, indica o LCC, segundo o qual “o forte crescimento registado neste segmento turístico e o respectivo impacto económico que deriva dos resultados obtidos pelo Porto de Lisboa em 2013, com mais um recorde de escalas e passageiros, são o mote para esta iniciativa que marcará uma nova etapa do turismo de cruzeiros em Lisboa.” Já a Administração do Porto de Lisboa (APL), que lidera o projecto LCC, explica http://www.publituris.pt/ que a iniciativa tem como principal objectivo “valorizar o turismo de cruzeiros envolvendo os agentes económicos e autoridades da actividade num compromisso de desenvolvimento sustentável com benefícios para todos, sempre com o desígnio principal de promover Lisboa como um destino de cruzeiros de elevada qualidade. O Clube conta já com 38 membros. Uma das acções que o Lisbon Cruise Club pretende desenvolver passa pela partilha de conhecimento e experiência relativos à indústria dos cruzeiros com o objectivo de aumentar o conhecimento do negócio nas 30-33 Transportes:Layout 1 4/15/2014 6:12 PM De 4 a 6 de Junho, o Hotel Dom Pedro Palace, em Lisboa, acolhe a 1ª edição dos Publituris Portugal Meeting Forums. Este Forum destina-se a unir os buyers mais influentes dos mercados alemão, suíço e austríaco, com os suppliers mais importantes da indústria MICE em Portugal. Num conceito fast meetings e networking, encontrará a oportunidade ideal para fechar negócios para a sua empresa. Page 031 Estarão presentes Agências Corporate, Incentive Houses e Agências MICE consideradas já importantes emissoras de negócio para Portugal, e ainda novas agências que procuram conhecer a oferta nacional. Temos várias modalidades para garantir a sua presença. As empresas assinantes do Publituris beneficiam de um desconto de 10% na inscrição. NÃO FIQUE DE FORA INSCREVA-SE JÁ eventos.publituris.pt Para mais informações contactar: Paula Noronha [email protected] ou através do telefone 210 992 813 Organização: Parceiros: 30-33 Transportes:Layout 1 4/15/2014 6:12 PM Page 032 Tr transportes 18 Abril 2014 CRUISE DAY LISBON Data: 26 de Abril Local: Salão Almada Negreiros, na Gare Marítima de Alcântara Expositores: APL, Portuscale Cruises, James Rawes Turismo, Halcon Viagens, Iberocruzeiros, Line C, Viagens Abreu, Pullmantur, Douroacima, Melair, Mundomar Cruceros, Viajes y Cruceros Cruiseland, GlobalSea, El Corte Inglés, TopAtlântico, MSC Cruzeiros suas vertentes, melhorando, consequentemente, a qualidade do serviço prestado e a boa imagem do País. Neste sentido, o Lisbon Cruise Club propôsse realizar workshops com vista a difundir a essência da indústria, dar a conhecer a sua natureza em Lisboa, nomeadamente em relação ao perfil do passageiro, com vista a transmitir a reciprocidade que se pode obter do maior conhecimento do negócio. E é neste contexto que surge a ideia de se realizar um dia exclusivamente dedicado ao turismo de cruzeiros e dirigido ao grande público – o Cruise Day Lisbon.” A FEIRA Sobre a importância desta iniciativa, a APL afirma: “Atendendo a que nos últimos anos se tem assistido a um crescente potencial de atracção do sector dos cruzeiros junto do público nacional, o Cruise Day Lisbon é importante na medida em que pretende informar o público em geral sobre a temática dos cruzeiros, desde o enquadramento actual do sector, relevância económica, destinos e mais-valias desta vertente turística, divulgar a oferta e comercializar viagens de cruzeiro, assim como promover experiências, de forma a atrair a população para este segmento turístico e incentivar a sua adesão.” “Para quem, como a Halcon Viagens, privilegia de sobremaneira o contacto com o consumidor, qualquer evento que garanta planificadamente a interacção com consumidores é muito interessante. Mais ainda se a acção se desenvolve num cenário que se enquadra totalmente no tipo de viagem que estamos a promover” , considera Timóteo Gonçalves, director da rede em Portugal. Por sua vez, Rogério Cardoso, director de comunicação da ES Viagens, considera 032 que “iniciativas deste tipo, que visam dar a conhecer ao público um produto turístico, numa vertente alargada a vários parceiros do sector e que, ao mesmo tempo, promove a cidade de Lisboa, cria animação e ruído positivo, são, só por si, motivos suficientes para a importância deste evento. Por outro lado, é igualmente mais uma forma de aproximar os Portugueses do Mar, mantendo e reactivando uma tradição tão importante na nossa história .” Dentro das companhias de cruzeiros, Henrique Mateus, delegado da Iberocruceros para Portugal, é da opinião que “todas as iniciativas que servem para divulgação da actividade são sempre bem vindas e esta, em especial, porque é 'exclusivamente dedicada aos Cruzeiros'.” Diana Rawes, da James Rawes, diz que a feira apenas peca por tardia. “É muito importante e já não era sem tempo, ficámos muito contentes que, finalmente, todos os operadores e companhias de cruzeiros estejam a trabalhar para promover os cruzeiros”, afirmou a responsável da representante de diversas empresas de cruzeiros a operar em Portugal. Para a Portuscale Cruises, a única companhia portuguesa – e recente no mercado –, este evento é positivo. “Toda e qualquer iniciativa que promova a economia e Portugal é positiva. Lisboa é uma cidade esplêndida para receber cruzeiros, deve-se dar a conhecer”, defende Rui Alegre, CEO & Chairman. Eduardo Cabrita, director-geral da MSC Cruzeiros Portugal, considera que “ter um dia exclusivamente dedicado ao turismo de cruzeiros na cidade de Lisboa é importante para o sector a vários níveis. Não só porque cada vez mais sentimos que os cruzeiros estão 'na moda', mas porque é uma excelente oportuni- dade de estar mais próximo dos portugueses que têm cada vez mais curiosidade e mais questões a colocar sobre como fazer férias num cruzeiro.” Na Mundomar Cruceros, Carina Ribeiro, do departamento de Booking, aponta como importante “dar a conhecer a mais pessoa so producto Princess Cruises e Cunard Line.” EXPECTATIVAS “Espera-se que o Cruise Day Lisbon contribua, acima de tudo, para potenciar Portugal enquanto mercado emissor no segmento do turismo que mais cresceu nos últimos anos, e com maior potencial de aumentar quota de mercado em termos do turismo mundial – o turismo de cruzeiros”, começa por dizer a APL quando questionada sobre o que espera desta iniciativa. “O turismo conquistou um papel central na economia portuguesa, constituindo, actualmente, um sector estratégico para o desenvolvimento económico e social de Portugal. Neste sentido, e atendendo, por um lado, a que o turismo de cruzeiros contribui de forma inequívoca para a internacionalização do País e, por conseguinte, para o incremento do turismo, sem descurar o seu impacto económico directo na economia nacional, o Cruise Day Lisbon espera potenciar, de forma sustentada, o turismo de cruzeiros em Portugal. Por outro lado, e considerando que as acções previstas que vão além do âmbito dos cruzeiros também se enquadram no âmbito do turismo, o Cruise Day Lisbon espera, também, dinamizar, as actividades de desporto e lazer no rio Tejo”, acrescenta a APL. “As nossas expectativas limitam-se ao estabelecer de contactos com consumidores motivados para este tipo de férias”, afirma a Halcon; enquanto a http://www.publituris.pt/ TopAtlântico “espera é que o evento seja mais um passo, importante, na divulgação de um produto turístico – Turismo Náutico, no seu âmbito mais lato – que tem um peso e uma rentabilidade muito interessante para o sector. Por outro lado, em termos de destino Lisboa, é mais um evento de animação e 'goodwill' com a cidade.” Na Iberocruceros, “a expectativa é alta.” “Estäo envolvidas todas as entidades que se dedicam ao turismo de cruzeiros, é a primeira feira nacional dedicada exclusivamente a este mercado e o leque de actividades é muito diversificado, o que irá atrair muitos visitantes”, diz Henrique Mateus. Para a James Rawes, “o ideal é mesmo aparecerem muitas pessoas para este evento e aprendermos todos com o que o cliente final gostava de ver/aprender num evento destes.” “Estive há pouco tempo num evento do género em Londres e as pessoas pretendem fazer perguntas sobre produto e destinos, saber novidades das companhias, conhecer produtos novos, recolher brochuras e ainda entrar para sorteios de cruzeiros. Um pouco de tudo que se possa esperar numa 'feira' de cruzeiros”, identifica Diana Rawes. Rui Alegre, das Portuscale Cruises, fala em “aumentar a notoriedade de Lisboa como destino dos operadores de cruzeiros.” Na MSC Cruzeiros, “esperamos que seja uma oportunidade de estar mais próximo das famílias e de revelar mais detalhes sobre o produto MSC Cruzeiros e sobre as vantagens deste tipo de férias em relação às habituais opções que os portugueses mais procuram.” As expectativas da Mundomar Cruceros são relativas aos navios que representam: “Que mais portugueses conheçam os nossos navios e posteriormente viajarem connosco.”¶ 30-33 Transportes:Layout 1 4/15/2014 6:12 PM Page 033 34-35 ConversasMesa:Layout 1 conversas à mesa 34 4/15/2014 7:02 PM Page 034 18 Abril 2014 “Viajar completa-nos enquanto pessoas” >> Patrícia Afonso [email protected] >> Fotos: Hugo Gamboa Nasceu em Lisboa e cresceu entre a Parede, onde vivia, e o Estoril, onde estudou e cursou Direcção e Gestão de Operadores Turísticos. Viveu em Macau e Istambul. Nos dias de hoje, Lisboa é a sua casa. Esteve nas áreas de relações públicas, agências de viagens, foi empresário por conta própria e, actualmente – aliás, há já uns anos –, está na tour operação. Nuno Anjos é director comercial da Soltrópico, um desafio que chegou há cerca de quatro anos. O desfecho podia ser diferente, pois já passou por diferentes áreas no Turismo, inclusive com um negócio próprio, em sociedade com Apo Çoruhlu, o operador turístico Grantur. UM “RAPAZ DA LINHA” “Nasci em Lisboa, vivi sempre na Parede e estudei no Estoril, nos Salesianos. Depois, tirei Turismo na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril”, começa por dizer 034 Nuno Anjos, afirmando, com o habitual tom jocoso: “Era um rapazinho da linha, com tudo o que tem de bom e de mal.” No entretanto, ainda antes de entrar na ESHTE, fez a tropa: “Estive nos Comandos. Não que tenha sido Comando, mas estive lá”, brinca, explicando que, na altura, como todos os candidatos à escola de turismo, o objectivo era cursar Gestão Hoteleira. “Quando fui fazer os testes para entrar na escola do Estoril, claro que toda a gente queria ir para Gestão Hoteleira. Mas, estava ainda a acabar o meu período da tropa e não dava para estudar nada, portanto, basicamente, fui fazer os testes sem saber ao que ia. Claro que não consegui os mínimos para entrar em Gestão Hoteleira (risos). Como eu, 99% da minha turma também não conseguiu a média necessária. Mas toda a gente gostou do curso e acabou por ficar em Direcção e Gestão de Operadores Turísticos.” Terminado o curso, Nuno Anjos foi traba- http://www.publituris.pt/ lhar para Macau. Um estágio, de seis meses, na parte de relações públicas. Pecou pela curta duração. “Depois, ainda tentei lá ficar, mas foi impossível. Em 1996, por essas alturas, estava a viver-se um pouco tudo o que era o processo de transição de Macau para China, que aconteceu em 1999. Com as quotas dentro do funcionalismo público e não sei que mais, era complicado”, explica Nuno Anjos, indicando que veio, então, para Lisboa, onde integrou a Top Tours. Mas a paixão por Macau manteve-se. “Ia, insistentemente, perguntando se dava para ir para Macau ou não, e disseram me que para lá não dava, mas, se quisesse, trabalhava em Lisboa.” “Naquela altura estava completamente apaixonado por Macau, uma cultura completamente diferente, tinha 25/26 anos, estava deslumbrado e queria era continuar lá fora. Uma pessoa com esta idade vai para o outro lado 34-35 ConversasMesa:Layout 1 4/15/2014 7:02 PM Page 035 Nuno Anjos, director comercial da Soltrópico Ementa “ Quem disser que sabe tudo ou achar que já sabe alguma coisa, falta-lhe, provavelmente, um bocadinho de humildade, porque o Turismo está em constante mutação” do mundo e apanha uma realidade completamente diferente da nossa. As pessoas, a forma de estar, de ser, tudo. Quem gosta de viajar é assim”, conta, indicando que recebeu, então, a proposta do Turismo de Macau, em Lisboa, onde se manteve cinco anos, como relações públicas, promotor, o que fosse necessário. TOUR OPERAÇÃO Sempre quis estar ligado ao Turismo, conta Nuno Anjos, referindo que a mudança para a tour operação aconteceu com a Pacha Tours e, mais tarde, mas paralelamente, a Terra Brasil. Marcas onde esteve como comercial. Foi, aliás, na Pacha Tours, que trabalharia com aquele que, nos dias de hoje, apelida de “irmão mais velho”, Apo Çoruhlu. Sobre o que o aliciou na tour operação, Nuno Anjos indica: “Estava numa altura em que tinha que me completar. Já sabia o que era a parte institucional, mas o Turismo vai muito além e acho que, como qualquer jovem, por muito pouco ambicioso que seja, cada vez que aparecem novos desafios e formas de ver o Turismo, claro que queremos sempre partir e vamos embora. Foi isso que aconteceu.” Foi durante a estada na Pacha Tours que teve a oportunidade de ir viver seis meses para Istambul, onde fez o receptivo de portugueses. “Entretanto deu-se o 11 de Setembro, que revolucionou um pouco tudo o que era a forma de ver o Turismo e as próprias empresas. Como era dos mais recentes a ter entrado na Pacha Tours, acabei por sair.” Foi por esta altura, mais concretamente a 21 de Fevereiro de 2002, que, juntamente com Apo Çoruhlu, Nuno Anjos abriu a Grantur, que, entretanto, passou por “algumas transições”, nomeadamente a sua venda. “Montámos a Panda Tours, entretanto entrámos para o grupo da Geotours, que, depois, fundiu-se com a Star e, a partir daí, ficámos também a fazer parte do universo Geostar”, conta. “Entretanto, tive um convite por parte do Miguel Fonseca para ir trabalhar para a Soltrópico e era um convite aliciante e irrecusável. A Soltrópico é uma marca de referência no mercado, as operações de fundo eram completamente diferentes daquela que teria a Grantur, o volume também era completamente diferente. E, mais uma vez, deixa lá ir tentar ver o Turismo de outra forma. Estes últimos quatro anos têm sido magníficos e tenho aprendido bastante sobre tudo o que é a operação turística.” /////////////////////////////////////////////////////////// Cervejaria Ramiro Pão com manteiga – 5,45€ O PROFISSIONAL Questionado sobre o que ainda lhe falta, Nuno Anjos responde: “Tudo. Humildemente, digo tudo. Hoje em dia, quem disser que sabe tudo ou achar que já sabe alguma coisa, falta-lhe, provavelmente, um bocadinho de humildade, porque o Turismo está em constante mutação.” Já sobre o que o levou a querer seguir esta vida, e nela continuar, o responsável da Soltrópico revela: “A interacção com as pessoas. Conhecer novas realidade, nova gente, novas formas de pensar. Há aqueles que dizem que vir para o Turismo é viajar muito, eu já tive essa sorte. Tenho tido a sorte de poder viajar um bocado, o que é magnífico. Acho que, hoje em dia, viajar completa-nos enquanto pessoas. Adoro viajar, conhecer, interagir, perceber, por exemplo, o que é que um nórdico e um africano podem ter a ver ou não. Vivemos numa aldeia, independentemente do ponto do mundo onde estamos e as pessoas continuam a sobreviver, a viver, a ter os seus problemas, a base é sempre a mesma.” Dentro da tour operação, Nuno Anjos pensa que já fez um pouco de tudo. “Acho que estou naquilo que é o meu quintal, que é a parte da promoção e comercial. Muito provavelmente, se partir para a programação, booking ou seja o que for, existirão pessoas muito melhores para fazer esse trabalho.” No Turismo, ainda lhe faltam umas áreas: “Por exemplo, nunca estive numa companhia aérea ou de cruzeiros. Se me perguntarem se gostava, acho que devem ser realidades diferentes. A tour operação é a tour operação, é como se fosse a mãe de tudo isso, mas, dentro de outros agentes, seria um outro desafio.” Presunto Pata Negra – 11,97€ Percebes – 10,82€ Gamba do Algarve – 9,74€ Carne Lombo – 7,94€ Sapateira – 28,12€ Queijo de Azeitão – 3,41€ Batata frita – 0,94€ Café (x2) – 1,90€ Total: 80,29€ FAMÍLIA Casado e pai de dois filhos, é adepto acérrimo do Sporting – tem lugar no estádio – , mas, o principal hobbie, nos dias que correm, e como o próprio afirma, “deve chamar-se Sofia [filha mais nova].” Ir à bola com o filho é prática sempre que pode. Aos 44 anos, elege como a melhor viagem que já fez, a lua-de-mel, na Polinésia Francesa. E a pior? “Não posso referir nomes, mas houve uma certa viagem a Marrocos, em que provavelmente as pessoas que acompanhei, ao lerem esta entrevista, vão olhar para este ponto e dizer 'Também foi a minha!’” ¶ CERVEJARIA RAMIRO Sobejamente conhecida, a Cervejaria Ramiro não desaponta quem por lá passa. A especialidade é o Marisco e a casa costuma estar cheia. Com um ambiente descontraído, barulhento, como o nome faz esperar, mas agradável, não são raras as vezes em que a fila é visível na Avenida Almirante Reis, em Lisboa. O presunto e os pregos no pão são outras das especialidades dignas de se provar. Aberta desde 1956, a Cervejaria Ramiro integrou o Programa Seleçcão em 2007 e mantém-se, até hoje, como um negócio de família. http://www.publituris.pt/ 035 36-37 Turiscopio:Layout 1 4/15/2014 8:23 PM Page 036 Opinião/ turiscópio “ //18 Abril 2014 Um dos nossos trunfos é o Turismo de Natureza e o Algarve dispõe de excelentes operadores e de excelentes programas de férias e pausas para golfe, surf e mergulhar no Ocean Revival em Alvor. Mas atenção ao Adriático e Egeu. [email protected] / Humberto Ferreira Algarve valoriza Turismo da Natureza, Mar e Surf A ERT do Algarve encomendou um estudo sobre o peso do Turismo de Natureza, para atrair mais turistas e iniciados dispostos a novas experiências. O programa abrange estudos semelhantes sobre outras potenciais práticas de turismo na região. Espero que se estenda a outras. Desidério Silva já marcou encontro com Rui Moreira, novo responsável do Turismo do Porto e Norte, para a cooperação bilateral. O objectivo da ERTA aponta para um plano estratégico articulado, capaz de liderar o Algarve ao grau internacional de destino de excelência, em paralelo com uma estratégia de marketing, focada na complementaridade em que soma vantagens competitivas. Tanto nas famílias, como entre grupos de amigos, há elementos com motivações diferentes de férias que contemplam diversos passatempos favoritos. Além disso, poucos turistas são indiferentes à variedade de compras, feiras, exposições, festivais, galas, excursões, eventos, ou até oportunidades de negócios. O estudo recomenda o reforço da promoção externa de eventos na área da Natureza, consolidando uma estratégia interpromocional, a confirmar o valor acrescentado da promoção integrada que venho sugerindo no Turiscópio. Daí as adicionais vantagens das parcerias do Turismo com moda, calçado, vinhos, produtos alimentares, artefactos decorativos, etc., com produtos e serviços expostos, por exemplo, numa rede de FEITORIAS DE PORTUGAL CONTEMPORÂNEO – em paralelo com a história e a língua. DESIDÉRIO SILVA – O Turismo de Natureza já atrai 23% das dormidas. Quase um quarto dos turistas chegados ao Algarve apreciam pacotes focados na Natureza, ao que Desidério Silva, presidente da ERTA, acrescenta (e bem) as mais-valias do Património, Animação Cultural e Popular, Artesanato, Gastronomia, Vinhos, e uma variada gama de excelentes hotéis, ecoresorts, unidades de alojamento local para turismo juvenil e desportivo, bem-estar, e turismo residencial. REORGANIZAÇÃO – As conclusões do estudo visam a optimização regional do Turismo da Natureza e a reformulação de produtos e promoção. Cabendo a empresários, autarcas, promotores, e operadores, articular os segmentos da oferta e elevá-la ao melhor nível europeu. Para consumidores exigentes, o Algarve propõe bons programas europeus de observação de aves, surf, mergulho, windsurf, vela e outros desportos, do hipismo, pedestrianismo, e cicloturismo às rotas Algarviana e Vicentina, Ecovias do Litoral, e outros trilhos rurais. As empresas de turismo da Natureza, no Algarve, cresceram 17% em 2013, ao alargar as épocas adequadas a cada actividade. 036 Regista-se a parceria das empresas Transol, Amado Surf School e We Do Tourism, que acaba de lançar o «Algarve Surf Bus», entre Portimão, Alvor, Lagos, Luz, Carrapateira e Aljezur, com desdobramento a Sagres para observação de aves e preservação da Natureza. CENTRALIZAÇÃO PORTUÁRIA – Lamenta-se que o Governo crie mais burocracia ao juntar a gestão dos portos de Sines, Portimão e Faro, numa administração tricéfala. Sines é um grande porto intercontinental, que recebe os maiores navios porta-contentores. Portimão e Faro são pequenos portos: um para cruzeiros e outro para cargueiros costeiros. Faria sentido, sim, a gestão dos portos do Algarve, mas foi decidido que a Docapesca será capaz de gerir também todos os portos de pesca e recreio do País. Assim as marinas do Algarve passam a depender de Lisboa. QUAL COMPETITIVIDADE? – Leixões, Aveiro, Lisboa, Setúbal e Sines (os maiores portos) movimentam cerca de dois milhões de TEU por ano (unidade padrão para contentores de cargas). Menos de 50% do que Algeciras. Mas Barcelona e Valença ainda movimentam mais TEU. Assim, após a conclusão da expansão do Canal do Panamá para navios gigantes, em 2015, Sines e Lisboa poderão receber alguns, mas Algeciras já tem tudo o que nos falta: cais, equipamentos de descarga, terminais de transbordo, e rede TGV a França e Norte da Europa. A «novela política TGV LisboaMadrid para passageiros», fez-nos perder a corrida ao maior entreposto atlântico de mercadorias, de e para os portos na China e Pacífico. RX DO EUROTURISMO – Há destinos especializados e outros indiferenciados. Os de neve, náuticos e artísticos são especializados. Entre os polivalentes, o eixo deslocou-se do Oeste para as feiras alemãs, e países da Europa Central, Nórdicos e de Leste. Portugal é preferido pelo Atlântico, praias, golfe e gastronomia popular, mas falta um concurso anual de praias com novidades e conforto, e incentivos aos clubes náuticos para organizar regatas com projecção internacional. O Clube Naval de Cascais é um pólo exemplar. FUTURO – Um dos nossos trunfos é o Turismo de Natureza e o Algarve dispõe de excelentes operadores e de excelentes programas de férias e pausas para golfe, surf, e mergulhar no Ocean Revival em Alvor. Mas atenção ao Adriático e Egeu. Há espaço para se organizar mais eventos, congressos, galas e regatas internacionais de veleiros à Madeira e Açores, e periplo da costa portuguesa, em parcerias com revistas naúticas internacionais. Parece um programa ambicioso, mas é o retrato do que podemos fazer melhor do que os nossos concorrentes. ¶ http://www.publituris.pt/ 36-37 Turiscopio:Layout 1 4/15/2014 8:23 PM Page 037 Opinião //18 Abril 2014 Coordenadora da Escola de Turismo, Desporto e Hotelaria | Universidade Europeia / Cristiana Oliveira Digitalização do Turismo Novos desafios de mercado para as agências de viagens Em Portugal são conhecidos os desafios com que actualmente se deparam os diferentes ‘stakeholders’ que operam no mercado da distribuição turística. A emergência de tecnologias de informação, bem como a necessidade de um novo modelo de comercialização podem estar na base da decrescente eficiência das políticas adoptadas por esta fileira. No panorama actual, as agências de viagens deparam-se com uma crescente dificuldade em adequar produtos e serviços a uma procura cada vez mais heterogénea e imprevisível. O estudo Novos Desafios do Mercado para as Agências de Viagens, desenvolvido pela Universidade Europeia em parceria com o Fórum Turismo 2.1. explora o comportamento do consumidor na sua relação com os distribuidores. Este estudo pretende conhecer o processo de escolha e de compra de produtos turísticos, os meios utilizados e o relacionamento com os agentes de viagens neste contexto. As conclusões relevam a importância da rede de familiares e amigos na escolha dos destinos de férias e a importância da internet na pesquisa e planeamento das viagens, destacando-se: Os consumidores atribuem maior importância a viagens de lazer, visita a familiares, cultura em detrimento de viagens de negócios ou turismo religioso; Os consumidores adquirem as suas viagens com grande antecedência; A pesquisa na Internet desempenha um papel fundamental neste processo de decisão. Tendencialmente, as fontes de informação mais utilizadas na escolha de um destino de férias são Pesquisa na internet (em computador) e a Recomendação de familiares e amigos em detrimento das Apps mobile; Fiabilidade das fontes de informação permanece um elemento chave no processo de decisão de viagem. ‘Word-of-mouth’ factor crítico - recomendação de amigos e familiares é muito importante. Consumidores globalmente satisfeitos com o processo de compra de produtos e serviços de viagens querem em agências de viagens, quer em portais de viagens online ou prestadores de serviços; Os factores que conduziram à escolha de uma agência de viagens são: maior segurança no processo de compra, preço, simplicidade na integração de serviços, aconselhamento, processo burocrático (vistos, etc.) Consumidores com índices de rendimento mais elevados despendem uma percentagem menor do seu orçamento em viagens. O estudo evidencia os factores competitivos das agências de viagens face a outros canais concorrentes, e que traduzem, no fundo, os motivos que fazem com que os turistas continuem a utilizar os seus serviços. Neste contexto de concorrência crescente e de desintermediação dos negócios turísticos, importará discutir no futuro de que forma devem as agências de viagens potenciar esses factores competitivos e mesmo criar outros factores que permitam diferenciar-se face à concorrência. Do estudo realizado sobressai ainda a necessidade de adaptação das agências de viagens e este novo ambiente competitivo, monopolizado crescentemente pelas tecnologias de informação e comunicação. Questões como a fidelização dos clientes e a melhoria da experiência turística durante e após a viagem emergem como questões críticas, que justificam investigação futura e análise crítica por parte dos agentes de viagens. Por outro lado, os níveis de penetração das tecnologias de informação e comunicação e, em concreto, da internet e das redes sociais terão que repercutir-se na relação que os agentes de viagens estabelecem com os seus clientes, eventualmente transformando o modelo tradicional de atendimento ao público, adaptando-o ao novo perfil e necessidades da procura. ¶ http://www.publituris.pt/ 037 38-39 MeetingPoint:Layout 1 4/15/2014 8:35 PM Page 038 meetingpoint/ Mundo Abreu/Inauguração Fontana DoubleTree Artur Abreu durante a volta organizada à feira na abertura do Mundo Abreu ▼ ▼ ▼ A primeira cliente do Mundo Abreu foi comprar férias para Cuba e Palma de Maiorca ▼ O turismo nacional apostou no Mundo Abreu A inauguração do Mundo Abreu contou com várias entidades do Turismo português e representantes de embaixadas de países presentes na feira ▼ As hospedeiras no início da festa de inauguração ▼ Os responsáveis da Hilton com João Cotrim de Figueiredo, presidente Jean Faivre, vice presidente operações Oeste e Sul da Europa, e Primo Munoz, director- ▼ do Turismo de Portugal Gonçalo Coelho de Sousa, director-geral do DoubleTree by Hilton Lisbon - Fontana Park Hotel ▼ com elementos da animação 038 geral da Hilton Worldwide para a Península Ibérica e França, com Gonçalo Coelho http://www.publituris.pt/ 38-39 MeetingPoint:Layout 1 4/15/2014 8:35 PM Page 039 40 Última:Layout 1 4/15/2014 8:37 PM Page 040 última “ //18 Abril 2014 10+LIDAS em As sugestões de … w w w. p u b l i t u r i s . p t _________Tiago Salazar, Escritor 01 / 02 de Abril »LER: ‘Veneza’, de Jan Morris, um fresco sem pontas soltas que é tanto um livro de viagens, um guia, um diário de reflexões e pensamentos. Para quem quiser seguir os passos de Morris, andarei por Veneza entre os dias 6 e 9 de Julho com as Viagens de Autor, da Pinto Lopes. Pharmacy Hostel abre a 14 de Abril 02 / 31 de Março »VER: O novo museu Stedelijk de Arte Contemporânea de Amesterdão, que além de um magnífico edifício mostra que a arte holandesa não parou na era Dourada. Windavia desmente cancelamento »COMER: : ‘The Seafood’, um bar e restaurante nas imediações do Vondelpark, onde se comem as melhores ostras, sushi e mariscos da cidade. 03 »OUVIR: ‘Idealist’, de Cristina Branco, um triplo álbum com o melhor da carreira da fadista, que por acaso é minha mulher. »DESTINO: Brasil (Bahia), depois do Mundial. Em Outubro, a proposta é embarcar numa viagem e conhecer a Bahia de Jorge Amado que não vem nos guias. de operações / 06 de Abril Mundo Abreu cresce dois dígitos 04 / 01 de Abril Estrela Travel em desacordo com a Windavia 05 / 09 de Abril N1 Hostel Apartments and Suites abre em Santarém frases soltas... 06 / 04/ de Abril “ Ryanair cancela Lisboa/Faro 07 / 01de Abril “Se não tiverem Wi-Fi, todo o dinheiro que gastaram em marketing, foi desperdiçado” Tine Thygesen, da Everplaces in Portugal Tourism Challenges 08 / 01 de Abril Hotel da Música adapta-se para receber turistas judaicos 09 / 09 de Abril Mundialito esgota hotéis em Vila Real na próxima edição... de Santo António 10 / 04 de Abril • Entrevista ao Chefe Executivo de Marketing da Ryanair Publituris Especial 46º Aniversário: • Especial Parques Temáticos 040 Publituris Portugal Meeting Forums Entrevistas Improváveis http://www.publituris.pt