PDF - Confederação do Turismo Português

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 Discurso de encerramento da II Cimeira do Turismo Português | 22.11.13 Francisco Calheiros, presidente da CTP Exmo Senhor Primeiro Ministro, Exmo Senhor Secretário de Estado do Turismo Exmos Senhores Presidentes das Câmaras Municipais, Exma Senhora Encarregada de Negócios da República de Angola, Exmos Senhores Representantes das Embaixadas dos EUA, de Moçambique e do Reino Unido Exmos Senhores Representantes das Confederações Patronais e demais representantes dos Parceiros Sociais Exmos Administradores do Turismo de Portugal Caros Colegas Presidentes e representantes das associações e entidades do sector do turismo, Senhores jornalistas, Minhas senhoras e meus senhores Estamos a chegar ao fim da II Cimeira do Turismo e de um dia de trabalho em que foram debatidas ideias, algumas delas já conhecidas de todos nós, e outras totalmente inovadoras sobre como reinventarmos o destino turístico do Algarve. Como já sabemos, é fundamental combater a sazonalidade sem descurarmos a imagem de destino Sol e Mar indissociável desta região. Reconhecemos todos que o destino turístico Algarve, como acontece com todos os produtos e destinos, no seu ciclo de vida, atingiu o seu ponto de maturidade e se nada for feito para contrariar a habitual tendência, tenderá a ver esmorecer a sua procura. 1 Esse declínio centra-­‐se naturalmente no aumento da sazonalidade que encerra em si diversos problemas, os quais foram hoje aqui amplamente referidos. É sempre preferível tomarmos as decisões necessárias de forma preventiva e antecipada evitando ter que tomá-­‐las em estado de necessidade e, por necessidade. A sazonalidade vem-­‐se instalando de forma cada vez mais acentuada no Algarve, porque, como já aqui hoje ouvimos, a região tornou-­‐se menos atractiva para os operadores do mercado. Se as condições para o negócio surgirem, no dia imediatamente a seguir o paradigma muda e esses mesmos operadores instalam-­‐se. A vida empresarial é assim mesmo…, assenta na expectativa de realização de negócio, assenta na perspectiva de estabilidade existente em volta do mesmo, e do retorno financeiro para poder reinvestir e crescer. Se não se verificarem essas condições, não há investidores dispostos a investir. Não obstante, e apesar das dificuldades existentes e que acentuam a sazonalidade, ainda assim, o Algarve tem conseguido reagir. A questão está em saber se é ou não suficiente o que tem sido feito. Tenho aqui que manifestar publicamente o meu apreço e agradecimento aos empresários do turismo pelo esforço que têm desenvolvido em prol deste sector de actividade e, consequentemente, pela economia do nosso país. Enquanto presidente da Confederação do Turismo Português, sinto-­‐me particularmente orgulhoso e com a vida muito facilitada por representar estes empresários lutadores que, desde o principio deste ano , deram origem a mais de 46.000 empregos, e que se reinventam todos os dias num esforço contínuo para estar à altura de uma concorrência cada vez mais agressiva. 2 Não esquecendo, naturalmente também, todos os outros constrangimentos que tornam ainda a sua luta mais difícil, como sejam a pesada carga fiscal que suportam – e aqui refiro-­‐me concretamente ao IVA na restauração e no golfe -­‐ e os custos de contexto que enfrentam no seu quotidiano. Deixem-­‐me referir aqui, tecendo com isso, uma sincera homenagem a estes nossos empresários e a esta região onde nos encontramos hoje, o seguinte facto: Numa cerimónia que decorreu em finais de Agosto deste ano, em Antalya, na Turquia , teve lugar o ultimo World Travel Awards Europa (WTA) -­‐ os óscares do Turismo -­‐ e Portugal foi nomeado para nem mais nem menos 40 prémios. Para só citar os do Algarve, que é hoje o centro das nossas atenções, digo-­‐
vos que: O turismo algarvio venceu, uma vez mais, como melhor destino europeu de praia, superando Cannes, Corfu, Costa Esmeralda na Sardenha e Marbella . Tendo Portugal sido eleito como o melhor destino europeu para a prática de golfe, para isso muito contribuíram, naturalmente, os 40 campos de golfe de elevadíssima qualidade existentes na região algarvia. E finalmente o que dizer da hotelaria no Algarve? Vou só citar 3 exemplos dos premiados: • O Hotel Quinta do Lago foi premiado como melhor golfe resort • O Hilton Vilamoura como melhor resort de golfe
• E por último, o Vilalara como melhor spa resort
Lisboa e a Madeira também foram premiadas com diversos prémios, mas como já disse, o Algarve é hoje o nosso foco. 3 Como resulta claro, o golfe foi o instrumento adoptado pelos nossos empresários, para combater a sazonalidade particularmente no Algarve, e fizeram-­‐no com o sucesso já amplamente evidenciado. Mas seja pelo ambiente económico que vivemos a nível europeu, seja pelo aumento da concorrência neste domínio, seja pela carga fiscal que incide sobre a actividade, a verdade é que este segmento não é já suficiente para o crescimento desta região. Há que criar algo mais, há que ser inovador potenciando o que são as nossas outras vantagens comparativas. Hoje, ouvimos aqui citar exemplos daquilo que pode ser feito e da forma como poderá ser feito. Temos uma gastronomia excepcional e locais para a sua degustação de nível mundial, internacionalmente conhecidos e reconhecidos. Temos estabelecimentos hoteleiros com uma qualidade, conforto e versatilidade muito acima da média europeia, e condições climatéricas que permitem a prática de actividades ao ar livre durante quase todo o ano. Temos património histórico e cultural, e uma herança de que poucos países se podem orgulhar, como nós nos orgulhamos. Temos segurança enquanto destino, porque apesar das dificuldades sentidas e da austeridade em vigor, existe paz social no país, que sempre se revelou de grande responsabilidade cívica. É fulcral criar as condições para nos reinventarmos e com isso tornarmos o Algarve num destino de excelência. Por tudo aquilo que hoje aqui ouvimos, e além de ser necessário fixarmos mais âncoras à volta dos excelentes produtos já existentes, é fundamental fazer também uma verdadeira aposta no turismo residencial. 4 O turismo residencial assenta num enorme potencial que nos poderá posicionar como um dos principais destinos mundiais para compra de casa no estrangeiro e que se poderá constituir como um dos nossos maiores sectores de exportação. O que nos poderá faltar? Sobretudo, um reforço da promoção e comercialização do Algarve como destino turístico e como destino de turismo residencial. Sem promoção todos os nossos esforços serão em vão. Temos de nos fazer conhecer e dar a conhecer! Alguém disse um dia que o Algarve é o segredo mais bem guardado do universo, pois bem ........ Tem que deixar de o ser! Para que tal objectivo seja eficazmente alcançado, o Governo – através da Secretaria de Estado do Turismo e do Turismo de Portugal -­‐ entendeu e bem o papel fulcral que a promoção desempenha na dinamização do sector do turismo e na atracção de mais turistas para o país. Com isto, refiro que estamos todos empenhados na criação da Agência Nacional para a Promoção Turística, ou qualquer outro nome que possa vira a adoptar, para evitar qualquer confusão com outras organizações . Este novo modelo deverá arrancar em 2015 com uma gestão partilhada entre entidades públicas e entidades privadas. Tal como nos disse o presidente da Comissão Europeia, na sua mensagem, “Portugal, ao promover o seu património cultural, a sua criatividade, a sua gastronomia, a beleza das suas paisagens e o seu rico património cultural está a fazer do turismo, especialmente o do Algarve, um motor eficaz para o crescimento e para a criação de emprego de forma sustentável”. 5 A palavra PROMOVER está sempre presente nos discursos de todos quantos se dedicam ao Turismo, porque, de facto, a promoção é crucial. Se ela é essencial nas nossas empresas, porque razão seria menos importante na projecção das potencialidades turísticas do país?! Senhor Primeiro Ministro, Os meus sinceros agradecimentos pela sua presença, hoje, sexta feira, aqui no Algarve, quando o que deixou em Lisboa para tratar está para além do imaginável, no momento que vivemos em Portugal. Permita-­‐me interpretar a sua presença, aceitando o nosso convite, como um sinal de que o Senhor reconhece que o nosso sector é, com efeito, essencial para sairmos da situação dificílima que o país atravessa. Na verdade , senhor Primeiro Ministro, nós acreditamos que assim é. Minhas senhoras e meus senhores, A poucos meses do fim do programa de ajustamento económico e financeiro de Portugal, -­‐ este é o momento certo para investir num sector fundamental para a recuperação da nossa economia, num sector responsável por 14% das exportações de bens e serviços, 10% do Produto Interno Bruto e 8% do emprego no país; -­‐ este é o momento para intensificar a promoção turística, facilitar o financiamento às empresas do turismo, diminuir a carga fiscal que incide sobre elas, para reforçar a sua competitividade; -­‐ este é o momento para que todos os players do sector tenham uma visão estratégica e capacidade de inovação para ir ao encontro das expectativas dos turistas, atraindo-­‐os cada vez mais para o Algarve. 6 E este é o lugar certo para assumirmos todos o compromisso de fazer de Portugal e, em particular do Algarve, um destino turístico de referência no panorama mundial. Este é, portanto, o momento da verdade. Senhor Primeiro Ministro, Tem aqui o compromisso dos empresários do Turismo, de que tudo farão para, através da capacidade empreendedora que vêm relevando, converter o país e os seus destinos , o Algarve em particular, num destino de excelência e grande contribuinte para o aumento da riqueza nacional. Termino citando o novelista e biógrafo francês do inicio do século XX Romain Rollan "Nada está feito enquanto resta alguma coisa para fazer." Como ainda nos resta muito para fazer, vamos ao trabalho. Muito obrigado a todos pela vossa atenção e pela vossa participação nesta nossa Cimeira. 7 

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