Pré Diagnóstico do Concelho de Arronches

Transcrição

REDE SOCIAL – ARRONCHES
Introdução
O programa da Rede Social começou a ser implementado em Março de 2005 envolvendo as
três freguesias que envolvem o Concelho de Arronches. Assunção, Esperança e Mosteiros.
Onde o trabalho em parceria a muito é praticado.
A rede de parceiros é constituída pela educação, saúde, segurança social, autarquia,
instituições particulares de solidariedade social, igreja, segurança pública…; onde a
identidade de cada um é reforçada, onde a intervenção planeada tende a englobar um trabalho
onde todos estão envolvidos, promovendo o desenvolvimento local de uma forma participada.
Pretende-se com tudo isto, introduzir nas práticas institucionais e profissionais uma certa
“cientificidade”. É necessário conhecer e perceber bem os problemas, antes de agirmos, é
necessário conhecermos bem as necessidades do concelho e o Pré-diagnóstico será concerteza
a “ponte” para o trabalho em “rede”, onde serviços públicos, instituições particulares de
solidariedade social, autarquia e associações locais e a igreja, tem algo para dar, onde todos
têm direito à palavra, onde ninguém se sobrepõe a ninguém.
Esta é uma realidade que importa realçar e que vai ajudar na elaboração da próxima etapa que
é o Diagnóstico Social.
No presente trabalho, o Pré-diagnostico evidencia a realidade social, económica, escolar e
cultural do Concelho de Arronches, bem como, as suas necessidades, problemáticas e
potencialidades existentes, tendo em conta os recursos locais existentes.
Tudo isto resultou de um trabalho de pesquisa, onde todos os parceiros estiveram envolvidos.
Relativamente à recolha de informação nem sempre foi fácil, foi um processo moroso devido
a inexistência de alguns dados organizados.
Passando agora para a estruturação do Pré-Diagnóstico, iniciamos com uma breve
caracterização histórica/geográfica do Concelho, passando para uma abrangente
caracterização demográfica, começamos por analisar a evolução da população a densidade
populacional, a questão migratória que têm um forte impacto nos factores profissionais e
sociais de uma dada região.
Pré-Diagnóstico do Concelho de Arronches
Página 8
A estrutura etária de uma população que ajuda a compreender as dinâmicas sociais e
económicas de uma região.
A caracterização das famílias é outro ponto fundamental deste trabalho, é onde vamos
evidenciar os vários tipos de famílias existentes e as famílias que têm elementos deficientes.
De seguida aparece-nos os jovens, os idosos e os “potencialmente activos”.
No âmbito de demografia surgem-nos outros indicadores: O número de nascimento e de
óbitos e as respectivas taxas de nupcialidade e fecundidade, de divórcio e as causas de morte
no Concelho.
O ordenamento urbano e habitacional dá-nos uma panorâmica do tipo de alojamento e
edifícios existentes no Concelho de Arronches e as suas condições de habitabilidade
condições eléctricas e sanitárias (retrete/esgotos).
Neste domínio fazemos uma caracterização da intervenção da Câmara Municipal de
Arronches através de cedência de materiais, ou na atribuição de dinheiro para recuperação de
habitação no centro histórico da vila de Arronches.
Na parte II deste Pré-diagnóstico fazemos a caracterização da população activa, as taxas de
actividade pela população activa e fazemos uma caracterização do comércio e indústrias
existentes.
No capítulo II da parte II caracterizamos a acção social deste Concelho, tendo em conta o
trabalho desenvolvido pela unidade de Protecção Social e cidadania – serviço local de
Arronches, onde se insere o rendimento de inserção social, a intervenção precoce e o Museu
de (a) Brincar, os equipamentos de apoio à Infância e juventude e os equipamentos de apoio à
3º idade e à população deficiente, segundo a sua intervenção junto da população.
Na parte III no capítulo I, irá proceder-se à caracterização educacional através do
agrupamento de Escolas e Jardins-de-infância do Concelho de Arronches 2005/2006 e do seu
Projecto Educativo assim como, da evolução do aproveitamento escolar desde1998 até 2003.
No capítulo II vamos analisar a saúde e assistência médica nas três freguesias que compõem o
Concelho.
No capítulo III caracterizamos a intervenção da Guarda Nacional Republicana e da
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arronches.
Página 9
Por fim no capitulo IV, vamos analisar o associativismo, desporto, cultura e lazer no
Concelho de Arronches, dando relevância às instituições que estão disponíveis para trabalhar
em parceria para em conjunto promovermos um desenvolvimento local de uma forma
participada, onde todos os agentes estarão envolvidos.
Com a elaboração deste Pré-diagnóstico esperamos apresentar a realidade actual do Concelho
que nos irá permitir a elaboração de um Diagnóstico Social esquematizado, organizado e
participado, que permitirá elaborar estratégias para o desenvolvimento do Concelho de
Arronches.
Página 10
Pré Diagnóstico do Concelho de Arronches
Mapa nº 1: Concelho de Arronches
Página 11
Parte I
Caracterização
Geográfica
do
Histórica,
Concelho
de
Arronches
Página 12
Capitulo I
Caracterização Histórica e
Geográfica das Freguesias do
Concelho de Arronches
Página 13
1. Um pouco de história do Concelho de Arronches
Arronches é a sede de concelho constituída por 3 freguesias: Assunção, Esperança e
Mosteiros. O concelho de Arronches foi inicialmente povoado pelos Andaluzes, provenientes
de Aroche, denominação que deu origem ao nome da região.
Dizem que deve ter sido uma antiga povoação romana edificada junto à ribeira do Caia,
fundada no tempo de Caio Calígula, no ano I da era Cristã. D Afonso Henriques conquistou-a
aos Mouros em 1166, perdida de novo, e recuperada por D. Sancho II em 1235.
No entanto só em 1242, com a reconquista de Paio Peres Correia, ficou definitivamente
integrada nos domínios portugueses. Na altura do Interregno, foi a vez do Castelhanos
tomarem Arronches, que viria a ser reconquistada por D. Nuno Alvarez Pereira em 1384.
Em 1661, a vila sofreu a invasão de D. João de Áustria, para ser abandonada pelos espanhóis
à aproximação do exército português. Em 1712, cercada de novo pelos castelhanos, conseguiu
vencê-los, rendendo-se estes à primeira investida das nossas forças.
Arronches teve forais dados em 1255 por D. Afonso III, confirmado pelo mesmo monarca em
1272, em 1512 por D. Manuel I e em 1678 por D. Pedro II, sendo este último diploma um
“foral novíssimo” concessão de que poucas povoações usufruíram. Esta importância de
Arronches já tinha ficado demonstrada em 1475, quando D. Afonso V aqui reuniu cortes para
tratar do seu casamento com a princesa espanhola D. Joana. E estes ainda quando D. Afonso
IV e D. João V concederam notórios privilégios à vila.
Arronches foi uma importante praça de armas, com um castelo restaurado por D. Dinis em
1310. A fortaleza tida em grande conta pelos novos monarcas, pelo que Luís de Camões em
várias estâncias de “Os Lusíadas” se refere justamente à “forte Arronches”.
Situada no Alto Alentejo, Arronches é chamada na gira popular “Terra dos Porcos”, porque
segundo a lenda, consta que as pessoas de manhã abriam as suas pocilgas para que os seus
porcos fossem para o campo e quando era tarde estes regressavam a casa dos seus donos para
lhes abrir as pocilgas para dormirem e comerem.
A região é banhada pelo rio Caía e seus afluentes, um dos quais é a Ribeira de Arronches. A
água desempenha um papel de grande importância na vida deste concelho. O Caia, esse
humilde filão nascido na Serra de S. Mamede, humilde que passando á vista de Alegrete,
Página 14
Arronches, Campo maior, passando em Caia à vista de Segóvia, acaba por, morto de cansaço,
se ir deitar nos braços do Guadiana.
Vila de cinco pontes rodeiam, como refere José Saramago. A mais antiga destas pontes data
do século XV. Compõe-se de seis arcos de volta redonda construídos em grossa alvenaria com
cilhares e aparelhos de granito em blocos talhados. À cabeça, talvez as igrejas de Nossa
Senhora da Assunção (Matriz) e de Nossa Senhora da Luz. Bem secundadas pelo edifício dos
paços do Concelho, pelas fontes de Elvas e do Vassalo e pelo que resta do castelo e das
antigas muralhas.
Isto na vila, pois em Mosteiros há a Igreja de Nossas Senhora da Graça, que se destaca pela
sua dignidade arquitectónica e pitorescos recentes de uma magnífica arquitectura popular,
enquadrados numa moldura serrana de belos efeitos paisagísticos. Em Esperança a Igreja
Matriz sobressai da homogeneidade do casario, é um templo do século XVI, reconstituído no
século XVIII.
Pelos meados dos anos 80, a freguesia de Esperança era apelidada de verdadeira capital do
rupestre português. As suas grutas encerram um património arqueológico de valor
inestimável, reconhecido pelos especialistas e traduzido em pinturas na generalidade
monocromáticas, de tons vermelhos, traço esquemático, com cerca de 3000 anos e
reproduzindo silhuetas antropomórficas e zoomórficas, desenho de mãos e outros sinais.
Património:
Igreja Matriz de Nª Sª de Assunção
Situada junto aos Paços do Concelho e da Misericórdia, a
Igreja Matriz, do orago de Nª. Sr.ª. da Assunção substituiu,
em meados do século XVI, o antigo templo gótico de
Página 15
1236, do padroado de Mosteiro de Santa Cruz, de Coimbra.
Atribui-se a S. Teotónio, prior de Santa Cruz de Coimbra, a fundação desta Igreja, cuja
primeira pedra terá sido lançada em 7 de Janeiro de 1236, data em que D. Sancho II doou ao
Mosteiro de Santa Cruz.
Depois da morte de S. Teotónio a obra foi continuada e concluída depois de 1242 pelo prior
D. João Pires, que no novo templo colocou seu irmão D. Godinho.
O edifício actual é do começo do século XVI, mas embora alterado, apresenta ainda grande
interesse dentro da sua época e do estilo Manuelino, tendo sido cuidadosamente restaurado,
para reintegração neste estilo, pela Direcção Geral dos Edifícios Nacionais. Foi classificado
como Monumento Nacional, pelo Decreto nº. 8217, de 26/06/22, tendo-lhe sido fixado de
zona de protecção por Portaria, publicada no Diário do Governo, II Série, nº. 168, de
20/07/60.
Trata-se de um edifício, cujo acesso principal é feito por escadarias de granito disposto em
dois lanços, a fachada principal, suportada por duas grandes pilastras de cantaria, foi erguida
no século XVIII e acrescentada com um frontão e fogaréus (ornato de pedra que termina em
labaredas). A entrada é franqueada por um pórtico no estilo da renascença, de arco redondo,
lavrado e decorado com oito querubins esculpidos na volta e nos cantos e ainda dois bustos de
guerreiros em alto-relevo, inspirados na arte de Nicolau de Chanterenne. Duas pilastras tendo
nas bases esculpidas caveiras e ossos, suportam um frontão onde se lêem algumas inscrições.
A torre sineira, quadrangular, ergue-se à direita da fachada principal, e a cúpula é constituída
por uma pirâmide de secção octogonal, com cata-vento de ferro forjado.
Nas fachadas laterais, seis fortes pilastras de cantaria lavrada suportam o edifício, vendo-se na
extremidade as gárrulas da época. Nessas fachadas, duas portas laterais de estilo manuelino,
dão acesso ao interior.
O interior da Igreja é de três naves abobadadas, com
nervuras, onde nos fechos se vêem as armas de Portugal, a
Cruz de Cristo e as esferas armilares. Seis grossas colunas
toscanas suportam a abóbada e dividem as naves. Três
colunas mais baixas e esquinadas suportam o coro inferior,
assente numa abóbada nervada.
Página 16
A capela-mor, cuja decoração é posterior à traça do século XVI, tem um altar em mármore,
ladeado de doze cadeirões de madeira do século XVII.
No transepto, do lado direito, existem as capelas das Chagas e da Senhora do Rosário, ambas
com tectos de nervuras e altares de talha dourada e policromada do século XVIII. A capela
das Chagas tem um cilhar de azulejo verde e branco e duas lápides de mármore, sobrepostas
por medalhões ovais e com brasões de armas idênticos. A abóbada do altar da Senhora do
Rosário está ainda decorada com pinturas do século XVI., frente a este altar está o túmulomonumento mandado erigir por António de Vasconcelos. É constituído por um pórtico no
estilo renascentista com arco redondo ladeado por duas colunas, assentando ao centro, a
arqueia.
No lado esquerdo encontra-se a capela do Santíssimo (absidal). As paredes são revestidas de
azulejos do século XVII. De cada lado está representado a sagrada Eucaristia, num hostiário
sustentado por dois anjos. O tecto é de nervuras e os fechos têm esculpido os bustos dos
apóstolos.
Na nave direita, existe outro altar com uma grade de ferro do século XVII e um pequeno
órgão dos finais do século XVIII.
O púlpito data do século XVII e a pia baptismal, lavrada em mármore, é do século XVIII. São
numerosas as campas rasas com inscrições do século XVII e XVIII.
O edifício, como se referiu, está restaurado e em bom estado de conservação.
Igreja da Misericórdia
A igreja da Santa Casa da Misericórdia é um edifício simples da metade do
século XVI e que está situada à esquerda da igreja Matriz.
O pórtico é de cantaria quinhentista e o seu interior de uma só nave de
abóbadas com nervuras, noutro tempo decorada com pinturas e frescos.
Mantém ainda o altar lateral de mármore policromado e dourado, do século
XVI e é possuidora de uma torre sineira quadrangular com cúpula
Página 17
recortada.
Esta capela, que durante anos se encontrou profanada, foi reaberta e serve
actualmente para velórios e missas. Adossada à capela encontra-se o edifício
da Misericórdia, construído no século XVII, conservando ainda janelas das
sacadas as primitivas grades de ferro forjado.
Igreja de Nossa Sr.ª da Luz
A Igreja de Nª Sª da Luz foi fundada em 1570 no sítio onde existia uma ermida da Senhora da
Luz e pertenceu ao Convento dos Religiosos Agostinhos Descalços.
Fica situada na parte leste da vila. O templo era muito elegante, conservando ainda
exteriormente o alpendre ou galé formada por arcos de volta redonda com colunas de granito
e os respectivos cunhais. O tecto da galé é todo ornamentado com nervuras e fechos. O
pórtico principal, de mármore, é no estilo dos meados da Renascença, com bustos nos cantos,
em medalhões, e rematado por um pequeno frontão conchado; o lateral, também de mármore,
é porém mais simples.
A torre sineira, à esquerda do edifício, é de forma
cilíndrica rematada por uma pequena cúpula. O
interior da igreja, de uma só nave, com capela-mor e
duas capelas laterais está completamente
desmantelado. As capelas laterais terminavam por
cúpulas com zimbórios assentes em quatro conchas,
e todas recamadas com altos-relevos dispostos em
compartimentos simétricos quadrangulares.
Na parte superior da capela-mor está um brasão de armas em esgrafito. No tecto do corpo da
igreja vê-se um medalhão pintado, representando uma águia bicéfala com um coração
trespassado por duas espadas e encimado por mitra e báculo. Na capela do lado do Evangelho,
Página 18
existe uma lápide, sobreposta por uma mitra, com uma inscrição comemorativa da instituição
de uma missa quotidiana feita por Isabel Pires, em 1605.
Convento da Nossa Sr.ª da Luz
Nota Prévia: Na elaboração desta resenha histórica sobre o Convento de Nossa Senhora da
Luz fomos confrontados, mais uma vez, com a escassez de informação.
As informações aqui reunidas foram dadas pelo Inventário Artístico de Portugal (Distrito de
Portalegre) de Luís Keil, publicado em 1943; a Chronica
da ordem dos Cónegos Regrantes do Patriarca Santo
Agostinho, de Frei Nicolau de Santa Maria, editada em
1658; alguns documentos da Chancelaria de D.
Sebastião;
Documento
de
Frei
Francisco
da
Ressurreição de 1574; As Leis Gerais do Convento de
1772 e um Inventário efectuado em 1834 (aquando da extinção do convento).
A Fundação: Data de 10 de Janeiro de 1570 a carta enviada por D. Sebastião a D. André de
Noronha, bispo de Portalegre onde ordena que se construa um mosteiro da ordem de Santo
Agostinho na vila de Arronches. É também o bispo de Portalegre, D. André de Noronha,
quem manda o vigário Cristóvão Falcão doar a ermida da Nossa Senhora da Luz a frei Diogo
de S. Miguel, provincial da ordem de Santo Agostinho (V. Apêndice nº 3).
Os motivos da construção do Convento, as negociações e as pessoas envolvidas são-nos
relatados por Frei Francisco da Ressurreição, num texto de 1574. Numa separata do volume
XXIX dos "Arquivos do Centro Cultural Português", intitulada "Cristóvão Falcão, Vigário de
Arronches. Um caso de homonímia?" de Ladislau Pereira de Figueiredo e Silva, faz-se
referência ao documento assinado por Frei Francisco da Ressurreição. Apresentamos aqui o
texto integral:
"No tempo em que era bispo de Portalegre D: André de Noronha, um padre daí natural, frei
Hilário de seu nome, "nobre em geração e muito mais na virtude", tentara fundar na cidade
um convento da Ordem de Santo Agostinho a que pertencia. Não logrando sucesso, projectara
Página 19
erigi-lo na vila de Alegrete. E não conseguindo ainda aqui concretizar o pio propósito que o
animava, por força do "contrário parecer de um só homem", tomara o rumo da vila de
Arronches, onde tinha parentes, na companhia de um amigo, o licenciado Luís de Campos. E
achando-se nesta vila, no adro da que na época era a simples ermida de Nossa Senhora da
Luz, sobrevieram-lhe uma particular devoção e um desejo ardente de edificar naquele local o
convento a cuja erecção Alegrete se negara. Perseverando nessa tenção, tivera tratos com um
fidalgo, Gaspar Valente, que exercia as funções de juiz dos órfãos, e com outros principais da
mesma vila. Ao apoio logo recolhido, tanto de nobres como de populares, viera
posteriormente juntar-se o próprio empenho real, entretanto suplicado, e que se manifestou
através de uma carta de D. Sebastião ao Bispo, não só apadrinhando o propósito como até
recomendando brevidade na sua concretização. De posse da carta, reunira-se frei Hilário com
o cronista e com o Provincial da Ordem, para juntos irem a Portalegre apresentá-la ao Bispo.
Recebera-os este de boa feição, logo os despachando de regresso a Arronches, com ordem
para tomarem posse da ermida de Nossa Senhora da Luz, lugar escolhido para a erecção do
futuro convento. Partiram no dia seguinte, desta feita acompanhados pelo já mencionado Luís
de Campos, por Gaspar Vaz de Sousa e por Barnabé de Sousa. Chegados que foram, deram
conhecimento das ordens do Bispo ao vigário da vila, Cristóvão Falcão. " (p.439)
O Convento de Nossa Senhora da Luz é fundado em pleno período de Reforma Católica da
Igreja na Europa e, consequentemente, em Portugal.
As alterações que se verificam na Igreja, durante o séc. XVI, são causadas pela crise das
mentalidades que o Renascimento havia provocado. Aquele fizera desenvolver o princípio da
autonomia mental do Homem, permitindo-lhe uma livre expressão do seu ideal religioso.
Também a crise geral do séc. XIV havia afectado a própria Religião Cristã: uma mentalidade
colectiva de medo e angústias favorecia as crenças e práticas de magia.
As alterações que se verificam na Igreja, durante o séc. XVI, são causadas pela crise das
mentalidades que o Renascimento havia provocado. Aquele fizera desenvolver o princípio da
autonomia mental do Homem, permitindo-lhe uma livre expressão do seu ideal religioso.
Também a crise geral do séc. XIV havia afectado a própria Religião Cristã: uma mentalidade
colectiva de medo e angústias favorecia as crenças e práticas de magia.
Aplicou-se a crítica dos textos antigos aos textos da Sagrada Escritura, pondo ainda mais em
evidência a riqueza e ostentação da Igreja.
Página 20
É com a Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero, no séc. XVI, que se vão verificar,
então, profundas alterações na Igreja. Aparecem outras doutrinas como o Calvinismo (França)
e o Anglicanismo (Inglaterra).
Em Portugal, D. João III tenta travar as influências da doutrina luterana através do Santo
Ofício e da reforma da vida conventual. É deste modo que a Inquisição desempenha um papel
fundamental na reforma da Igreja e na disciplina religiosa da população.
"As fontes históricas comprovam a crise interna por que muitos conventos passaram desde o
início do séc. XVI. Os princípios da observância foram postos em causa por clérigos que
defendiam a maior participação das ordens religiosas na vida dos fiéis, entendendo que a
clausura não bastava para espalhar largamente a mensagem cristã." in SERRÃO, Joaquim
Veríssimo, História de Portugal, Vol. III, Verbo, Lisboa.
É com este espírito de participação e de assistência às populações, por parte dos religiosos,
que os governantes fomentam, um pouco por todo o país, a criação de casas conventuais.
O Convento de Nossa Senhora da Luz, como já foi dito anteriormente, pertenceu aos
religiosos Agostinhos Calçados. Esta Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho,
pela sua elevada capacidade de influência junto das populações, torna-se capaz de a
cristianizar. Essa influência passava, necessariamente, pelo apoio moral e espiritual, sob a
doutrina da Igreja Católica. Frei Francisco da Ressurreição diz-nos o seguinte a propósito da
fundação do Convento:
"(...) os professos dessa mesma regra que somos nos ermitãos e filhos de santo agostinho
legitimo, depois de tantos tempos fossem os primeiros que nella edificassem mosteiro: para
que com sua doutrina, exemplos, orações, e conselhos induzissem os moradores dela ao
serviço de Cristo Jesus filho de Deus, base e fundamento de nossa fé, e coroa dela."
Para além disso, e de acordo com Francisco Gama Caeiro, " os Cónegos Regrantes de Santo
Agostinho tinham interpretado a sua regra de pobreza como um dever de dar assistência a
pobres e enfermos."
Desta forma, a presença dos Crúzios na vila de Arronches, leva-nos a apontar Arronches
como um importante pólo difusor dos ideais cristãos e, simultaneamente, monárquicos, assim
como, um importante centro populacional, uma vez que esta ordem se fixava em locais onde
esta condição era uma realidade. A fundação do Convento contribui, igualmente, para a
formação de clérigos mais ligados aos aspectos e práticas sociais.
Página 21
O decreto de 1834 e a extinção das ordens religiosas:
O poder temporal do Clero provocava reacções no espírito de muitos deputados do regime
constitucional. Acima de tudo, pretendiam acabar com os abusos no exercício do poder
espiritual.
Desta forma, a legislação de Mouzinho da Silveira atinge as velhas corporações religiosas.
"Dizia o ministro que Portugal tinha, na devida proporção, o maior número de conventos de
toda a Europa, o que se traduzia num peso morto para o Tesouro, pelas contribuições que
assim escapavam ao rigor do fisco." Isto significava, antes de mais, que o governo intervinha
na esfera das ordens religiosas, mostrando a sua clara oposição às instituições conventuais,
muito mais do que em relação ao corpo secular da Igreja.
Apesar de não atacar de frente as ordens regulares, "D. Pedro achou o momento azado para
mostrar que sabia levar às consequências extremas a parte doutrinal que envolvia a actuação
dos seus conselheiros e ministros." Promulga a 30 de Maio de 1834 o Decreto de extinção de
todos os "Conventos, Mosteiros, Collegios, Hospícios e quaisquer casas de religiosos das
Ordens Regulares". O Ministro da Justiça e das Instituições Religiosas, Joaquim António
Aguiar, diz as seguintes palavras sobre tal Decreto: "Está hoje exctinto o prejuízo que durou
séculos, de que a existência das Ordens Regulares é indispensável à Religião Catholica, e útil
ao Estado, e a opinião dominante é que a Religião nada lucra com ellas, e que a sua
conservação não é incompatível com a civilização, e luzes do século, e com a organização
politica, que convêm aos povos."
Descrição do interior e do exterior: O edifício do Convento de N.Sª da Luz encontra-se
actualmente encerrado e em adiantado estado de degradação - é propriedade de um particular
e já foi anteriormente utilizado para habitações e dependências agrícolas
Não foi possível visitar o seu interior, de forma a realizar-se um estudo aprofundado e
exaustivo das suas características histórico-arquitectónicas.
O único espaço a que se tem livre acesso é a varanda que ladeia o claustro. Este é constituído
por uma galeria com arcos de volta perfeita. No centro do jardim existe uma cisterna; bancos
decoram este espaço interior, bem ao gosto renascentista.
Página 22
As descrições mais pormenorizadas são-nos relatadas pelo Padre Luiz Cardoso, no século
XVIII, e Luís Keil, no seu Inventário Artístico de Portugal:
"Há nesta Villa hum Coonvento de Religiosos Agostinhos Calçados, debaixo da invocação de
Nossa Senhora da Luz, Imagem muito milagrosa e frequentada de romarias (...) O Convento
em si he pequeno, com seu claustro proporcionado todo de columnas à roda, sobre as quaes
correm as varandas: tem todas as officinas necessárias para o commodo de seus religiosos,
que nelle costumaõ assistir, e boa renda."
"Do antigo convento, as partes mais importantes são as duas dependências do lado principal
da igreja, provavelmente o refeitório e a casa do Capítulo. Na maior dessas dependências,
cujos tectos são abaulados, encontram-se graciosos relevos em alvenaria, em molduras presas
por fitas estreitas e encerrando uma série de emblemas simbólicos tais como: mitras, báculos,
corações e legendas quase indecifráveis pela muita cal com que têm sido revestidas. Na
dependência mais pequena os motivos ornamentais são muito mais interessantes. Grandes
rótulos no estilo característico da época, envolvem emblemas religiosos relativos à Ordem de
Santo Agostinho. As imagens de Santo Agostinho entronado, com mitra e báculo e a de S.
Paulo, Eremita, estão dispostas em caixotões emoldurados. Outros medalhões com as imagens
dos quatro evangelistas circundam a decoração. No fundo, entre um panejamento suspenso
por dois anjos, destaca-se a imagem de Nossa Senhora da Luz, padroeira e orago do
Convento. (...) A fachada principal, com largo pórtico e frestas em forma de seteiras, deita
para um pequeno eirado no Largo da Cadeia."
Igreja do Espírito Santo
Não existem estudos específicos, no que diz respeito à sua fundação e evolução na própria
dinâmica da vila. Encontra-se actualmente num estado de degradação bastante elevado.
Página 23
Igreja de Nª Sª da Graça (Mosteiros)
Esta magnífica igreja está situada nos arredores da Freguesia, esta pequena
mas bela igreja destaca-se acima de tudo pela sua espectacular
simplicidade arquitectónica.
Igreja de Nossa Senhora da Esperança
Situada na sede da freguesia de Esperança, a 11 km da sede
de Concelho e perto da Fronteira espanhola localiza-se um
templo do século XVI, de interesse reduzido, reconstruído
no século XVIII. Uma pequena torre sineira ergue-se ao
lado direito com duas pirâmides de cata-vento de ferro. Tem
uma só nave, capela-mor e dois altares laterais.
A capela-mor é coberta por um pequeno zimbório, ou "meia laranja" pintado à cola no gosto
do século XVIII. Existe um pequeno Baptistério do lado do evangelho.
O retábulo da capela-mor é da época da Renascença, talhada em madeira dourada com
policromia ainda bem conservada. Compõe-se de três corpos divididos por quatro pilastras e
ladeado por duas colunas que suportam um frontão de volutas.
O frontal do altar é de madeira com cercadura entalhada e policromada e o centro pintado,
imitando um tecido.
O seu estado de conservação é bom. Igreja de Nossa Senhora da Esperança.
Página 24
Igreja de Santo António
Situada junto à estrada de Campo Maior, propriedade de particular, de uma só nave, com
frescos de grande qualidade, portal de granito, não serve para o culto pois está transformada
em casa de habitação e palheiro. Encontra-se actualmente bastante degradada.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário
É uma pequena construção muito típica da igreja rural do século XVII. Fica situada a 5 km de
Arronches, junto à via-férrea. O pórtico tem a verga lavrada com motivos geométricos. A
fachada é ladeada por dois cunhais de pedra talhada e rematados por pirâmides. Vê-se à
esquerda uma pequena sineira.
O interior, de uma só nave, apresenta um tecto forrado de tijoleiras ao gosto alentejano,
internamente pintada de azul e branco com profusão de motivos florais.
Acompanha o meio da nave um arco de volta redonda. Além do altar-mor tem dois altares
laterais com arcos pintados e datados de 1870.
Em frente do edifício da igreja ergue-se um cruzeiro de granito, cuja base assenta sobre uma
coluna, tem esculpido cabeças de homem. A cruz é de ferro forjado.
O estado de conservação não é muito satisfatório.
Igreja de S. Bartolomeu
Dista 10 km da vila de Arronches, situada entre montados no alto de uma ligeira ondulação do
terreno.
Página 25
É um pequeno templo do tipo característico da igreja rural do Alto Alentejo, construído
possivelmente nos fins do século XIV ou começo do século XV. Da traça primitiva, de
carácter muito arcaico, conserva apenas o portal, de granito, com arco de volta perfeita
assente sobre duas colunas com capitéis largos. A pequena sineira, ao centro da fachada,
imprime uma relativa importância ao edifício. O interior é de uma só nave e tem capela-mor e
dois altares laterais, todos de alvenaria. O púlpito também é de alvenaria, todo caiado
abundantemente a branco e azul.
Pendem dos altares três lâmpadas de latão do século XVIII.
Há um pequeno cruzeiro defronte da igreja. Ao lado existe um recinto fechado, que é o
cemitério, tendo como característica profundamente marcada por arciprestes, únicos naquela
paisagem típica alentejana.
Igreja de Santo Isidro
Fica situada na margem direita do rio Caia, a 3 km, su-sudoeste de Arronches, detém algumas
pinturas nas paredes, encontrando-se totalmente em ruínas.
Igreja de Santa Luzia
Fica situada na margem direita da ribeira de Arronches, é propriedade de particulares,
encontra-se transformada em casa de habitação, detendo cerca de quatro fogos.
Completamente alterada, quer a sua fachada quer a fisionomia global, devido a diversas portas
que abriram e chaminés que sustenta. O estado de conservação é razoável, todavia não para o
fim para que fora destinada.
Página 26
Ermida do Rei Santo
Situa-se no cume da serra do Monte Novo, perto do lugar
da Nave Fria, de pequeno porte serve unicamente para o
culto, na romaria do mesmo nome, que ali se realiza
quinze dias após a Páscoa. Encontra-se virada a Sul. Tem
uma só nave e um pequeno átrio de acesso, está
completamente caiada de branco apresentando um simples altar de que sobressai o tecto de
forma de abóbada.
Ermida do Monte da Venda
Situa-se numa pequena elevação do lado direito da estrada de Portalegre, a 8 km a Noroeste
da vila de Arronches, mantém a traça original e é rica em frescos na abóbada, pouco mais se
conhece pois encontra-se pouco estudada.
Fonte de Elvas
Actualmente situa-se no jardim junto ao Convento de Nossa Senhora da Luz, mas outrora
encontrava-se na parte Sul da Vila num caminho que vai para os montados e assim chamada
por estar virada para o lado de Elvas. Construída em mármore branco preserva as
características dessa época.
Página 27
Fonte do Vassalo
Uma construção do séc. XVIII encimada pelo escudo de Portugal,
com dois painéis de azulejos retratando cenas da vida agrícola e os
lazeres da fidalguia. Construída nos subúrbios da Vila, é de alvenaria
e granito no gosto clássico da época.
Paços do Concelho
A casa nobre do lado direito da Igreja Matriz é o edifício dos Paços do Município, construído
no séc. XVI, conserva ainda a traça primitiva, apesar das modificações que lhe foram
introduzidas no séc. XVII e XVIII, e mais recentemente neste século.
Página 28
Ponte do Crato
Atravessa o rio Caia e serve a estrada que vai para o Assumar, data do séc. XV e compõem-se
de seis arcos de volta redonda construídos em grossa alvenaria com cilhares e aparelhos de
granito em blocos talhados.
Fortificação Abaluartada
No caso da vila de Arronches, é utilizada a designação de Fortaleza
com aqueles dois sentidos, se assim o podemos entender. De facto, todo
o aglomerado medieval se encontra no interior da fortaleza e, é
delimitado pelo próprio contorno da Fortificação Abaluartada.
A Fortificação Abaluartada pode ser definida como a fortificação à
defesa com armas de fogo e que tem o baluarte como elemento
caracterizante. Estão ausentes os torreões, as ameias e a torre de
menagem medieval.
A fortificação abaluartada, que envolve o antigo aglomerado medieval da vila de Arronches,
não apresenta o seu perímetro amuralhado completo. Em algumas zonas desapareceu uma vez
que, muitas casas, foram construídas aproveitando a própria estrutura da muralha.
Página 29
No que diz respeito à técnica de construção, os troços de muralha existentes permitem-nos
perceber que foi utilizada a técnica da "pedra seca", isto é, as pedras encontramse aparelhadas umas ás outras sem o recurso a argamassas de ligação. No
entanto, em determinados pontos dos troços de muralha existentes, verifica-se
que foi aplicado o cimento, como forma de preservação.
A fortificação abaluartada que circunda a vila de Arronches necessita de urgente
plano de recuperação e de valorização para que não se vá perdendo a memória
de um passado onde a própria vila é protagonista.
Torre Medieval do Castelo
Desta magnífica e grande Torre podemos apenas observar o seu exterior, isto porque não tem
acessos ao seu interior. O antigo castelo mandado reedificar por D. Dinis, em 1310 foi o que
deu origem a este deslumbrante monumento.
Abrigo Paleolítico
No Concelho de Arronches, concretamente na Serra dos
Louções, Vale de Junco e Serra da Cabaça ou Cavaleiro,
encontramos as únicas pinturas rupestres do género a Sul do
Tejo, registadas em Portugal.
Consideradas Monumentos Nacionais as de Vale de Junco e
Página 30
dos Louções por Decreto nº 251/70, de 3 de Junho e Imóvel de Interesse Público o Abrigo
Pinho Monteiro, por Decreto nº 1/86, de 3 de Janeiro, constituem uma riqueza patrimonial do
Concelho que urge proteger da ignorância malévola dos que por ali passam e das vicissitudes
do tempo.
A arte produzida sobre a pedra em rochas de abrigo, grutas ou cavernas, às vezes em esteio
dolménico ou sobre pedras a descoberto sob a forma de pinturas, nos primeiros casos, e de
esculturas no segundo, tem a chamada arte rupestre importante representação na Península
Ibérica.
Na Serra dos Louções, numa eminência rochosa de vertente sudoeste, zona de xistoquartzítica do Ordovício (Silúrico Inferior) que se alonga desde a Serra de Castelo de Vide e
crista de S. Mamede, até às serranias da província Pascesse, é esta estação pré-histórica
constituída por três abrigos: Lapa dos Gaivões, Lapa dos Louções e Igreja dos Mouros.
Alguns pré-historiadores e arqueólogos notáveis estudaram estes abrigos, destacando-se de
entre eles o francês Henri Breuil, que publicou uma obra intitulada "La roche peinte de Vale
de Junco à la Esperança, prés de Arronches" e também os de Leite de Vasconcelos, Rui Serpa
Pinto, entre outros.
O importante nestes estudos é a definição e o estudo das figuras
representadas nas rochas laterais e superiores das grutas, pintadas
quase todas monocromaticamente em tom sanguíneo e de traço
esquemático, numa dimensão que não ultrapassa em média os 20
cm de altura e reproduzindo, além de outros sinais:
"Silhuetas antropomórficas, cruciformes ou ramiformes muito esquematizadas, algumas delas
de um grande simplismo, permitindo interpretações curiosas por comparação com idênticas
representações de outros abrigos estrangeiros já estudados;
Desenhos de mãos, (direitas ou esquerdas consoante se admitir terem sido copiadas olhando a
palma ou as costas), figuras estas que quando mutiladas de um ou mais dedos, por motivo de
rituais religiosos, são consideradas símbolos de magia;
«Representações animalistas que fazem lembrar aves em pleno voo».
Página 31
Do conjunto referido, Lapa dos Gaivões, Louções e Igreja dos Mouros, o mais abundante em
esquematizações zoomórficas é sem dúvida o primeiro referido, uma vez que, "além das
supostas aves, podem ainda localizar-se aí diversos animais, como um elefante, um bovídeo
ou rinoceronte bicorne e duas quase imperceptíveis cenas de caça".
Porém num outro local, um pouco afastado, surge um outro abrigo ornado de pinturas
esquemáticas, localizado na Serra da Cabaça, a escassos quilómetros, mas na mesma linha
geológica dos Louções, integrado igualmente, numa linha peninsular, como os restantes na
arte esquemática do Levante Espanhol, que se estende desde Cáceres a Badajoz a Sevilha e
Almeria.
Esta gruta, aberta na parte superior do extremo oriental da já
referida Serra, detém um conjunto de pinturas importantes
do mesmo tipo dos Louções, com motivos idênticos, devido
talvez à habilidade artística de indivíduos da mesma
comunidade. Trata-se igualmente de representações de
figuras antropomórficas e zoomórficas e de outros temas
que ainda não foi possível identificar claramente dadas as
dificuldades técnicas.
Necrópole do Baldio
Situa-se na herdade do Zambujal a 9,5 km de Arronches, a 200m da margem esquerda do Rio
Caía e é composta por 5 sepulturas escavadas em pedra de granito, sendo: Duas de criança,
com um comprimento de 1,30m, largura de 0, 30m e profundidade de 0,21m, a primeira e a
segunda com 1,07m de comprimento, 0,30m de largura e 0,25m de profundidade.
Uma de adulto e de criança escavada no mesmo bloco tendo a de adulto um comprimento de
1,83m, uma largura de 0,53m e uma profundidade de 0,31m; a de criança apresenta-se muito
pequena e bastante danificada, com um comprimento de 0, 83m, uma largura de 0,21m e uma
profundidade de 0,15m.
Página 32
Uma de adulto, um pouco danificada com um comprimento de 1,79m, uma largura de 0,42m e
uma profundidade de 0,32m.
A cronologia destas sepulturas, frequentes no nosso país, é incerta: Newton de Macedo,
refere que elas são no geral, consideradas proto-cristãs, Martins Sarmento refere que estas
sepulturas pertencem ao período post-romano e Leite de Vasconcelos põe a hipótese de serem
visigóticas.
Monumentos Megalíticos (Antas)
Em Portugal, e sobretudo no Alto Alentejo, o desenvolvimento da cultura dolménica foi
muito rica: no concelho de Arronches encontram-se alguns destes monumentos,
concretamente: as antas, da Rasquilha, de Valbebedas, das Sarnadas, Fartos e da Rabujem.
São monumentos de pequena dimensão, infelizmente, todos se encontram em péssimo estado
de conservação e a maioria encontra-se totalmente em terra.
Nem entidades competentes, nem proprietários dos terrenos os acautelam, os primeiros
porque não definem uma área de protecção rígida e inviolável e os segundos porque sem essa
área definida permitem que as alfaias, no trabalho normal de lavrar a terra, os danifiquem e
lhe retirem o suporte.
Além do abandono a que estão votados, o interior foi violado em diversas épocas, quer por
populares que acreditavam que esses escondiam algum tesouro quer por amadores de
arqueologia. Assim o precioso espólio encontra-se disperso por particulares sem qualquer
identificação ou jaz quebrado in situ.
A antas da Rasquilha, Valbebedas e Rabugem encontram-se por terra, cujos estejos e chapéu
estão fortemente enterrados no solo, não se vislumbrando facilmente qualquer vão ou câmara.
As antas dos Fartos e das Sarnadas, encontram-se em melhor estado de conservação uma vez
que os esteios se encontram em pé, faltando na primeira o chapéu e na segunda este está caído
por trás do monumento. Nestas duas antas, ainda que seu estado de conservação não seja o
ideal, é possível observar a câmara.
Página 33
Infra-Estruturas Culturais
Biblioteca Infantil e Espaço Lúdico
A Biblioteca Infantil e o Espaço Lúdico encontram-se
a funcionar no Centro Cultural de Arronches.
Complementam o Museu de (a) brincar e apoiam de
forma lúdica e pedagógica as escolas da área do
município.
Estão abertos entre as 9h e as 18 horas.
Página 34
Museu do Brinquedo Museu de (a) Brincar
O Museu está instalado no espaço da antiga fortaleza (antigo Salão de
Festas). Pretende dar a conhecer o brinquedo e o brincar através do
tempo bem como apoiar de forma lúdica e pedagógica os programas em
estudo nas escolas.
Horário de Funcionamento
De Terça-feira a Sábado.
Das 10h às 12,30h e das 14h às 18,30h
Página 35
Festas Tradicionais
O Concelho de Arronches é conhecido Nacionalmente pelas suas belas Festas e Feiras, pois
como elas são grandes, belas e bonitas puxam à atenção de qualquer Turista ou mesmo
pessoas que se sentem interessadas em se divertir e passarem uns bons momentos.
Festa de São João
Como foi referido anteriormente que Arronches é um concelho rico de Festas, a
tradicional Festa do São João é a mais "Forte" de Arronches.
É uma Tradição do povo enfeitar as ruas onde moram com flores de papel,
simples Altares do São João, algumas Bandeirolas, Rosmaninho, a mesa posta
na rua, eis o São João Arronchense, o único do Alto Alentejo
Página 36
Festa do Rancho Folclórico de Arronches
O Rancho Folclórico de Arronches foi fundado em 24 de
Maio de 1981, os seus trajes e danças são dos fins do
século XIX e princípios do século XX, estes representam:
Camponeses (Diversas Actividades)
Pastores
Ceifeiros
Mondadeiras
Lavradores
Azeitoneiras
As suas festas têm início no Mês de Julho, são vários os Ranchos Folclóricos que vêm actuar
à vila de Arronches. Normalmente as festas têm um prazo de um fim-de-semana, ou seja, são
por sua vez ao Sábado e ao Domingo. Depois de todos estes actuarem há um arraial para que
as pessoas também possam dançar e também se divertirem.
Página 37
Festa Móvel - Feira de Artesanato e Gastronomia
Este certame realiza-se em Arronches anualmente, é uma organização
conjunta, da Câmara Municipal de Arronches e da Região de Turismo de São
Mamede.
Nesta grande feira o artesanato e a gastronomia alentejana está muito bem representada. Os
artesãos para além de fazerem exposição / venda dos seus trabalhos (madeira, cortiça, ferro,
bunho, verga, pele, entre outros), também em alguns casos, mostram aos visitantes o seu jeito
e desempenho.
Página 38
Festa dos Bombeiros Voluntários de Arronches
As Festas dos Bombeiros Voluntários de Arronches têm início
no último fim-de-semana do mês de Junho, esta é organizada
pela Associação dos Bombeiros Voluntários do Concelho.
A abertura da festa tem início normalmente na sexta-feira do
último fim-de-semana ás 21.00 horas com o lançamento de
foguetes e morteiros, depois abre a quermesse e dá-se o início do Arraial com espectaculares
agrupamentos musicais.
Fazem-se também garraiadas na Praça de Touros por volta das
17.00 horas ou 21.00 horas, aqui a juventude de Arronches e
os mais atrevidos divertem-se e testam a sua coragem
enfrentando a vaquinha brava, também é tradição a
tauromaquia, além de garraiadas fazem-se também Corridas
de Touros à Portuguesa com cavaleiros profissionais, grupo/s de forcados e seis toiros de
afamadas ganadarias.
Página 39
Festa da Santa Casa da Misericórdia de Arronches
As Festas da Santa Casa da Misericórdia de Arronches são como
todas as outras festas do concelho, uma tradição. Estas festas dão-se
no último fim-de-semana do mês de Agosto, têm início na sextafeira e terminam ao domingo.
Durante este espaço de tempo são praticadas
algumas actividades importantes, pelo seu tradicionalismo, temos o
Cortejo pelas ruas da Vila, as magnificas largadas de touros na Praça da
República, garraiadas na praça de touros, Corridas de Touros à
Portuguesa e os Arraiais.
Página 40
Festa em Honra de Nossa Senhora da Esperança
As festas de Nossa Senhora da Esperança têm lugar na própria
freguesia, todos os anos na primeira ou na segunda semana do
Mês de Agosto.
Costumam ser sempre de Sábado a Domingo, neste espaço de
tempo realizam-se sempre actividades muito interessantes, tais
como:
Torneios de Tiro aos Pratos.
Touradas à vara larga, mais propriamente Garraiadas.
E como não podiam faltar, os Arraiais.
Página 41
Festa de Nossa Senhora da Graça dos Mosteiros
A Freguesia dos Mosteiros também realiza o seu belo certame.
Nestas festas os mosteirenses organizam também variadas
actividades tais como:
Torneios de Tiro aos Pratos.
Touradas à vara larga, mais propriamente Garraiadas.
Raid de MotoCross.
E como não podiam faltar, os Bailes.
Página 42
Freguesia de Mosteiros
População: 449 habitantes
Actividades económicas: Agricultura, olivicultura, pecuária, exploração de cortiça, de
azinheira e de carvão, panificação e comércio.
Festas e Romarias: S. João (24 de Junho) e Santa Maria
da Graça (23 de Julho).
Património: Igreja matriz, Igreja de S. Bento, capelas do
Monte da Venda e diversas particulares, moinhos de
água.
Outros Locais: Praia fluvial, zona de caça e zona piscatória no rio Caía.
Colectividades: Futebol Clube Mosteirense e Escola de Música Mosteirense.
Gastronomia: Carpas do rio Caia.
Artesanato: Miniaturas em cortiça, cestaria e sapataria.
Orago: Santa Maria da Graça.
Feiras: Mercado mensal (penúltimo domingo do mês).
Página 43
Freguesia de Esperança
População: 881 habitantes
Actividades económicas: Agricultura, olivicultura, pecuária, exploração de cortiça,
panificação, comércio e serviços.
Festas e Romarias: Rei Santo (15 dias após a Páscoa) e
Nossa Senhora da Esperança (1.º fim-de-semana de
Agosto).
Património: Igreja matriz, Igreja do Rei Santo, pinturas
rupestres em Vale de Junco, grutas na serra do Cavaleiro,
diversas fontes e arquitectura tradicional.
Outros Locais: Parque Natural de S. Mamede, zonas de caça associativa e livre, turismo rural.
Colectividades: Soc. Recreativa Esperancense, Assoc. de Caçadores Os Arraianos de
Esperança e Centro Cultural de Esperança.
Gastronomia: Bolo frito.
Artesanato: Miniaturas em madeira e cortiça e
sapataria.
Orago: Nossa Senhora da Esperança.
Feiras: Mercado mensal (último domingo do mês).
Página 44
1.1. Localização Geográfica do Concelho de Arronches
Mapa n.º2
Mapa de Portugal
Mapa n.º3
Mapa do Distrito de Portalegre
Página 45
O Concelho de Arronches encontra-se inserido na NUTS III como parte Norte do Alentejo.
Este concelho ocupa uma área de 346.56 Km2, distribuído da seguinte forma:
Quadro n.º1: Evolução da aréa de cada uma das Freguesias do Concelho de Arronches
Freguesia / Área
A freguesia de
Assunção é a
que possui uma
maior área,
seguindo-se a de
Esperança com
pouca diferença
da dos
Mosteiros.
1991
2001
205 Km2
205 Km2
Esperança
57.12 Km2
57.12 Km2
Mosteiros
52.87 Km2
52.87 Km2
Arronches
(Assunção)
Fonte INE – Censos 1981,1991,2001
Relativamente às limitações geográficas deste Concelho, este está situado entre Monforte,
Portalegre, Elvas e Espanha, a freguesia de sede dista 25 quilómetros da capital de distrito a
cidade de Portalegre. Destas duas, a primeira estende-se até junto da fronteira com Espanha e
é parte integrante da área protegida pelo Parque Natural de S. Mamede.
Página 46
Capitulo II
Caracterização Demográfica
do
Página 47
2. – A Demografia do Concelho de Arronches
A demografia aparece-nos como uma resposta científica a um conjunto de questões
relacionadas com a descrição da população humana. Caracterizar e prospectar o ordenamento
espacial da população, a alteração das estruturas familiares, as necessidades em equipamentos
sociais e a localização, são alguns dos inúmeros aspectos em que se pede à demografia uma
resposta.
Podemos ainda acrescentar-lhe que a crescente importância na resolução de algumas questões
fundamentais pertencentes a outras áreas científicas, tais como: planeamento dos recursos
humanos, questões ambientais, saúde pública.
Até meados da década de 60, os efeitos do envelhecimento ainda não se faziam sentir muito,
mas no final deste século a estrutura da população portuguesa já apresenta características de
um duplo envelhecimento, sendo que o mais grave não é o aumento da esperança média de
vida, mas o grande declino da fecundidade e a consequente diminuição da população.
Pela primeira vez na história de Portugal, os censos de 2001 (INE, 2001 ou www.ine.pt)
indicam que a população idosa actual ultrapasse a jovem 16,4 % e 16% respectivamente.
Página 48
2.1. Evolução da População residente entre 1991 e 2001
Um dos principais indicadores caracterizadores da demografia de uma dada região é sem
dúvida a evolução da respectiva população ao longo de um determinado período de tempo.
Para tal, escolhemos os últimos actos censitários correspondentes aos anos de 1991 e 2001.
O Concelho de Arronches à semelhança de todos os concelhos do distrito de Portalegre à
excepção de Ponte de Sôr, também perdeu população no ano de 2001.
O Concelho de Arronches tem actualmente 3389 habitantes distribuídos por 314.90 Km2.
No ano de 1991 o Concelho de Arronches contava com 3677, distribuídos por três freguesia:
Assunção, Esperança e Mosteiros.
De 1950 até 1991 o número de pessoas residentes no Concelho teve sucessivos decréscimos.
Em 40 anos passou-se de 7280 habitantes para cerca de metade, apenas 3677 habitantes em
1991. Ao nível das freguesias a realidade não assume papéis muito diferenciado, os ritmos de
crescimento verificado nas freguesias são idênticos aos verificados na totalidade do Concelho.
A notar somente que na freguesia de Assunção o decréscimo dos efectivos se inicia uma
década mais cedo (anos 40) enquanto que nas outras duas freguesias, Esperança e Mosteiros,
isto não se verifica em 1950.
Quadro nº 2: Evolução da população residente (H/M) no concelho de Arronches
População Residente (H/M) Concelho de Arronches
Anos
1991
3677
2001
3389
Fonte: Instituto Nacional de Estatística
Página 49
2.2. Densidade Populacional
A densidade populacional constitui outro elemento de grande referência para o estudo
evolutivo da população, isto é, refere-se ao número de habitantes por Km2.
A densidade populacional do Concelho de Arronches é relativamente baixa, no contexto do
distrito (22 hab/Km2) onde se insere, e é mesmo das áreas menos povoadas dos Pais –
Portugal tem uma densidade populacional de 106 hab/Km2 e Arronches de 11 hab/Km2.
Das três freguesias do Concelho há que destacar a Esperança onde a densidade populacional é
de 18 hab/Km2, enquanto que nas freguesias de Assunção (onde se localiza a sede do
concelho Arronches) e Mosteiros é de 10 hab/Km2.
Com base nos censos de 2001 podemos afirmar que 52% de população do concelho reside em
Arronches, na Esperança reside 9,2% e nos Mosteiros 7,4%.
Quadro nº3: Evolução da Densidade Populacional no Concelho de Arronches
Densidade Populacional do Concelho de Arronches
Freguesias
Assunção
Esperança
Mosteiros
2001
52%
9,2%
7,4%
Página 50
2.3 Questão Migratória
A migração, devido a determinados factores profissionais e sociais, constitui um fenómeno
presente neste concelho. No ano de 2001, no concelho de Arronches a variância entre a
população residente e presente foi de 61 habitantes, verificando-se em todas as freguesias uma
tendência idêntica, isto é, a população residente é superior à presente à excepção da freguesia
de Esperança, onde a variância se inverte ou seja, a população presente é superior à residente.
Quadro n.º 4: Variância entre a população residente e a presente, por freguesias em 2001
População residente
População presente
HM
HM
2001
2001
3389
3328
-61
Assunção
2059
1992
-67
Esperança
881
905
+24
Mosteiros
449
431
-18
Zona geográfica
Concelho de
Arronches
Variância
Página 51
2.4. A estrutura etária da população
A compreensão da estrutura etária de uma determinada população, ajuda-nos a identificar,
entre as diversas camadas etárias as possíveis necessidades e os eventuais percursos.
Vamos começar por analisar a estrutura etária a nível de região Alentejo, Distrito de
Portalegre e Concelho de Arronches, no ano de 1991.
No grupo etário entre os 0 – 14 anos e no que refere à relação de Arronches como os
restantes, apresenta um dos valores mais baixo na região Alentejo e no distrito de Portalegre.
Entre os 15 – 24 anos, a percentagem apresentada por Arronches é também inferior ao distrito
de Portalegre e do Alentejo.
No grupo etário seguinte, 35 – 64 anos, continue a ser inferior ao Distrito de Portalegre e do
Alentejo o valor correspondente ao grupo etário com mais de 65 anos é do que tem menos
idosos em relação ao resto do distrito e do Alto Alentejo estando em terceiro lugar com menos
população idosa no Distrito de Portalegre.
Quadro n.º 5: Estrutura Etária de Arronches, Portalegre, Alto Alentejo em 1991
Grupo etário
Arronches
Portalegre
Alto Alentejo
0-14 anos
512
4604
22.219
15-24 anos
445
3726
17.694
25-64 anos
1737
13287
65.268
Mais de 65 anos
983
4514
29.426
Fonte: INE – Censos 1991
O Concelho de Arronches apresenta valores muito baixo em relação ao Distrito e ao Alto
Alentejo em toda a estrutura etária da população, sendo um dos concelhos do Alentejo que se
encontre numa situação de regressão.
Página 52
Relativamente ao ano de 2001 e como podemos observar no quadro n.º6, a estrutura etária de
população no Concelho de Arronches sofreu um declínio significativo em relação a 1991 e a
todo o distrito e região do Alto Alentejo. Contudo como podemos observar no referido quadro
a tendência para diminuir a população é igual quer no concelho de Arronches, quer no distrito,
quer em todo o Alto Alentejo.
Quadro n.º6: Estrutura Etária do concelho de Arronches, Portalegre e Alentejo em 2001
Grupo etária
Arronches
Portalegre
Alto Alentejo
0-14 Anos
392
3.496
16.852
15-24 Anos
372
3515
15.585
25-64 Anos
1577
13.427
61.594
1048
5.542
32.995
Mais de 65 anos
Fonte: INE – censos 2001
Página 53
Gráfico n.º1: População residente distribuída por camadas etárias, em 2001
População residente distribuída por camadas etárias
A partir deste gráfico podemos dizer que a estrutura de idades do Concelho de Arronches
referente ao ano de 2001, assume uma configuração rectangular, e a faixa etária dos 25 aos 64
anos é a que tem mais habitantes – 1.577 habitantes.
Página 54
Quadro n.º7: Estrutura etária do Concelho de Arronches (permilagem), em 1991 e 2001
Grupo etário
Ano 1991
Ano 2001
0-24 Anos
512
392
15-24 Anos
445
372
25-64 Anos
1737
1577
Mais de 65 Anos
983
1048
Quadro n.º8: Variação entre a população residente entre 1991e 2001, dividida por camadas
etárias
Variação entre a população residente de 1991 e 2001 Grupos etários
-7,8
0-14 Anos
-23,4
15-24 Anos
-16,4
25-64 Anos
-9,2
65 ou mais Anos
6,6
Fonte: INE – Censos de 1991 e 2001
A partir da estrutura etária da população do Concelho de Arronches, entre os anos de 1991 e
2001, podemos acrescentar que a variação entre as camadas etárias dos 0 aos 65 anos
apresentam valores negativos, a mudança para valores positivos, só ocorre na camada etária
dos 65 e mais anos com 6,6%.
Quanto à variância no Concelho de Arronches este é negativo -7,8% o que significa que
estamos perante um acentuado envelhecimento demográfico da população.
Página 55
2.5. Caracterização das famílias
Quadro n.º 9: N.º de famílias e núcleos familiares
Ano de 2001
Famílias/
Freguesias
Residência
Concelho
1349
1021
Assunção
801
604
Esperança
378
277
Mosteiros
170
140
Núcleo familiar
Fonte: I.N.E – Censos 2001
No ano de 2001, havia no Concelho de Arronches cerca de 1349 famílias clássicas, ou seja, o
conjunto de pessoas que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de
direito ou de facto) entre si, e que podem ocupar a totalidade ou parte do alojamento.
Considera-se também como família clássica qualquer pessoa independentemente se ocupa
uma parte ou totalidade de uma unidade de alojamento.
A nível de núcleos familiares, neste mesmo ano, existiam 1021. Um núcleo é um conjunto de
pessoas dentro de uma família clássica, entre as quais existe um dos seguintes tipos de
relação: casal com ou sem filhos não casados, pai ou mãe com filhos não casados, avós com
netos não casados e avô ou avó com netos não casados.
E foi a partir de 2001 que se começou a caracterizar as famílias institucionais as quais
representam um conjunto de pessoas residentes num alojamento colectivo que,
independentemente da relação de parentesco entre si, são beneficiários dos objectivos comuns
de uma instituição e são governados por uma entidade interior ou exterior do grupo.
No ano de 2001, o concelho de Arronches tinha no seu total 1349 famílias/residência 1021
núcleos familiares e 3 famílias institucionais, ficando a freguesia dos Mosteiros sem
nenhuma, como se pode comprovar pelo quadro n.º10.
Página 56
Quadro n.º10: Famílias residentes de núcleo familiares e famílias institucionais
Famílias
Núcleos familiares
Ano de 2001
Institucionais
Residentes
Freguesia
1349
3
1021
Concelho
801
2
604
Assunção
378
1
277
Esperança
170
-
140
Mosteiros
Clássicas
Residentes
Fonte: INE censos 2001
Quadro n.º 11: n.º de famílias clássicas, de pessoas e média de elementos por família, em 2001
Zona geográfica
Famílias clássicas
Pessoas
Média de elementos
por família
Concelho de
1349
3389
2,5
Assunção
801
2059
2,5
Esperança
378
881
2,3
Mosteiros
170
449
2,6
Arronches
Fonte: INE censos 2001
Para encontrarmos a média de elementos por família, dividimos o número de famílias
clássicas pelo número de pessoas residentes. Feitas as contas e uma vez que, o resultado não
Página 57
dá um valor muito certo, concluímos que as famílias no Concelho de Arronches têm em
média, 2,93 elementos.
Tal facto deve-se ao acentuado envelhecimento da população, ao acentuado número de casais
idosos e viúvos/as que vivem sozinhos nas suas casas e a tendência dos casais terem cada vez
menos filhos e mais tarde.
Quadro n.º 12: Constituição das famílias no concelho de Arronches em 2001
Famílias
TOTAL
S/ Núcleo
338
Casal de direito com filhos
481
Casal de direito sem filhos
403
Casal de facto com filhos
26
Casal de facto sem filhos
17
Pai com filhos
13
Mãe com filhos
54
Avós com netos/ bisnetos
6
Avós com netos
2
Avô com netos
2
Com 2 núcleos
8
Com mais de 3 núcleos
1
Fonte: INE – Censo 2001
No concelho de Arronches 26 casais de facto possuem filhos e 17 não têm filhos. As famílias
monoparentais são 67, sendo na sua maioria representadas pela figura materna. A figura
Página 58
paterna representa cerca de 13 famílias, onde a figura da mãe não existe. Também existe a
situação, onde são os avós que estão responsabilizados pelos netos ou bisnetos. Neste
concelho, existem 10 famílias onde são os avós os responsáveis pelo seus netos ou bisnetos.
No entanto o número de casais de direito com filhos é muito aproximado do número de casais
de direito sem filhos.
Isto significa que hoje em dia, embora os casais contraíam matrimónio, este realiza-se cada
vez mais tarde, normalmente depois de terem as suas vidas minimamente organizadas.
A percentagem de “casais de facto” é relativamente pequena em relação a de direito.
Existem 8 famílias com 2 núcleos e 1 com mais de 3 núcleos, o que significa que o índice de
divórcio é muito baixo no concelho.
2.5.1. Famílias com elementos deficientes
Quadro n.º 13: N.º de pessoas deficientes por tipo de deficiência, em 2001
N.º de elementos c/ deficiência auditiva
43
N.º de elementos c/ deficiência visual
71
N.º de elementos c/ deficiência motora
64
N.º de elementos c/ deficiência mental
24
N.º de elementos c/ paralisia cerebral
5
N.º de elementos c/ outras deficiências
39
Total
246
Fonte: Administração Regional de Saúde do Alentejo Sub-região de Saúde de Portalegre
Através do quadro n.º 13 podemos verificar que o Concelho de Arronches no total têm 246
deficientes numa população total de 3.389 habitantes, isto é cerca de 7% de população total
possui uma deficiência.
Página 59
Entende-se por deficiência a perda ou alteração de uma estrutura ou de uma função
psicológica, fisiológica ou anatómica e está dividida em 6 tipos: Auditiva, inclui as pessoas
com surdez total em ambos os ouvidos ou grave redução de capacidade de receber mensagens
verbais ou outras mensagens auditivas.
Visual – Inclui as pessoas com ausência ou redução grave de visão.
Motora – Refere-se à redução ou incapacidade grave de realização de actividades com a
deslocação quer do próprio, quer dos objectos.
Mental – Incluem-se neste grupo as pessoas com atraso mental ligeiro, moderado ou profundo
ou com outros problemas de desenvolvimento, traduzidos no funcionamento intelectual
significativamente abaixo da média, notório desde tenra idade.
Paralisia Cerebral – Os indivíduos com paralisia cerebral podem apresentar: movimentos
libertados nas zonas do corpo afectadas; movimentos descoordenados e descontrolados;
problemas de equilíbrio e coordenação, embora possam andar, expressão verbal afectada.
E finalmente temos outros tipos de deficiência nas quais se incluem neste grupo pessoas cuja
deficiência não se enquadra em nenhuma das anteriores e que passo a mencionar: Com
insuficiência renal, hemofilia, lúpus, afasia, dislexia, mutismo, limitações de voz,
laringectomizados, ortomizados, surdos cegos, nanismo, gigantismo.
Gráfico n.º3: População s/ deficiência vs pop. com deficiência
7%
Pop. com deficiência
Pop. sem deficiência
93%
Página 60
Quadro n.º14: A deficiência por idades no concelho de Arronches
Residentes 16 anos
425
Deficientes 16 anos
12
H
7
M
5
Residentes 16/24 anos
340
Deficientes 16/24 anos
15
H
6
M
9
1108
70
H
37
M
33
465
39
H
20
M
19
Residentes +64 anos
1051
Deficientes +64 anos
110
H
53
M
57
Fonte: Administração regional de saúde do Alentejo Sub-região de saúde de Portalegre 2003
Página 61
A diferença por sexo não existe, representado 50% de homens e 50% de mulheres. Arronches
têm 123 homens portadores de alguma deficiência e 123 mulheres.
Quanto à prevalência das deficiências, temos a deficiência visual como a mais frequente no
concelho de Arronches (71 pessoas) seguida de deficiência motora 64 e de deficiência
auditiva com 43 pessoas.
Gráfico n.º4: Tipo de deficiência por sexo
50
45
45
40
34
35
31
30
30
25
H
20 20
M
18
20
15
15 16
11
10
3
5
5
0
Auditiva
Visual
Motora
Mental
Paralisia
Outras
Fonte: Sub-região de Saúde Portalegre
Página 62
2.6. Os jovens
Para caracterizamos a juventude no concelho de Arronches, iremos analisar a percentagem de
jovens, como indicador de medida do envelhecimento demográfico na base de pirâmide de
idades.
Quadro n.º15: Evolução de percentagem de “jovens” entre 1981 e 2001
Anos
1991
2001
N.º de Jovens
512
392
População TOTAL
3677
3389
Percentagem de “ Jovens”
13,9
11,5
Fonte: I.N.E – Censos 1991, 2001
Formula: (População com 0-14 anos/ população total x 100)
Nos últimos 10 anos a percentagem de jovens tem vindo a diminuir, o que significa que existe
um envelhecimento progressivo na base de pirâmide de idades, entre os 0-14 anos. Entre 1991
e 2001 0 número de jovens passou de 512 para 392.
Outro indicador demográfico que nós utilizamos, foi o índice de juventude, onde se compara
directamente a população jovem com a população idosa como podemos ver no quadro n.º16.
Página 63
Quadro n.º16: Evolução do índice de juventude, entre 1991 e 2001
Anos
1991
2001
Camada etária 0-14 anos
512
392
Camada etária 65 e + anos
983
1048
Índice de juventude
52,0
37,4
Fonte: INE – Censos de 1991, 2001 Formula: população com 0-14 anos/ população com 65 e
+ anos) x 100
Ao analisarmos a evolução da camada etária entre os 0 e os 14 anos, que representa a
juventude e a da camada etária dos 65 e mais anos, verificamos que existem crescimentos
contrários, enquanto que os números correspondentes à juventude descem, os do
envelhecimento sobem.
2.6.1 Os idosos
O aumento significativo desta camada etária visa uma profunda transformação das respectivas
estruturas etárias. O peso da população idosa não só continua a aumentar como ainda vem
acompanhado de decréscimo de população jovem, constituindo o que se têm vindo a designar
como a dupla base do envelhecimento da população.
O primeiro indicador a ser analisado neste contexto, é o de percentagem de “idosos” o qual
mede o “peso” dos idosos na sociedade.
Quadro n.º17: Evolução de percentagem de idosos de 1991 a 2001
Anos
1991
2001
% De idosos
26,7
30,9
Fonte: INE censos de 1991, 2001
Formula: (População com 65 e + anos/ População total) x 100
Página 64
A percentagem de idosos em Arronches nos últimos 10 anos, cresceu de 26,7 para 30,9, o que
significa que o topo da pirâmide deste concelho se encontra muito envelhecida.
2.6.2. O envelhecimento demográfico
Existem dois tipos de envelhecimento: O “envelhecimento na base” e o “envelhecimento no
topo” o primeiro tipo de envelhecimento ocorre quando a percentagem de jovens começa a
diminuir de tal forma que a base de pirâmide de idosos fica bastante reduzida. O
“envelhecimento no topo”, ocorre quando a percentagem de idosos aumenta, fazendo assim,
com que a parte superior de pirâmide de idades começa a alargar, em vez de se alongar. Estes
dois tipos de envelhecimento estão ligados entre si.
Tal facto deve-se ao declínio da natalidade nos últimos anos e a mortalidade masculina, e ao
aumento de efectivos nas idades mais avançadas (onde encontramos o maior número de
idosos dependentes) em relação ao grupo total dos idosos.
2.6.3. Os potencialmente activos
Quadro n.º18: Evolução de percentagem de “potencialmente activos” entre 1991 e 2001
Anos
1991
2001
Camadas etárias 15-64 anos
3165
2997
População TOTAL
3677
3389
Percentagem
86,0
88,4
“Potencialmente activos”
Fonte: INE – Censos 1991 e 2001
Formula: (População com 15-64 anos/ População Total) x 100
Página 65
No concelho de Arronches, a taxa de actividade aumentou entre o ano de 1991 e 2001, de
86,0 para 88,4. No entanto continua a existir uma grande disparidade entre os valores
apresentados no sexo masculino e no sexo feminino, como se pode observar no quadron.º19.
Quadro n.º19: Evolução de taxa de actividade entre 1991 e 2001
Indicadores
Taxa de
actividades
1991
H
2001
48,5
46,9
35,2
M
22,2
39,9
32,9
Fonte: Ine – Censos 1991, 2001
Enquanto a taxa no sexo masculino desceu de 48,5% para 46,9%, a taxa de actividade do sexo
feminino subiu de 22,2% para 32,9%, o que significa que as mulheres são mais afectadas pelo
desemprego do que os homens.
Página 66
2.7. Os nascimentos e a taxa de natalidade
Relativamente aos números de nascimentos ou nados-vivos no ano de 2002 foi de 27 e a taxa
de natalidade foi de 8,2 no Concelho de Arronches.
Quadro n.º20: Indicadores demográficos, 2002
2002
Nados vivos, H.M.
27
Nados Vivos H
14
Taxa de natalidade
8,2
Fonte: Ine – Infoline
2.7.1. As taxas de nupcialidade e de fecundidade casamento e divórcios
Quadro n.º 21: Evolução das taxas de nupcialidade de fecundidade de divórcio realizadas em
2002
2002
Taxa de nupcialidade
3.9
Taxa de fecundidade
8.2
Taxa de divórcio
6
Fonte: I.N.E – Indicadores demográficos
Página 67
2.7.2. Os óbitos e taxa de mortalidade
Quadro n.º22: N.º de óbitos e respectiva taxa de mortalidade em 2002
2002
Óbitos H M
58
Taxa de mortalidade
17,5
Fonte: INE – Infoline
Verificou-se que o número de óbitos é superior ao número de nascimentos, existindo mais
óbitos no sexo masculino do que no sexo feminino.
Quadro n.º 23: As patologias causa de morte no concelho de Arronches, em 2004
(permilagem)
Patologia
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Pneumonia
1
1
AVC
17
7
1
8
14
8
21
10
11
3
1
1
3
5
2
3
Pneumonia
Senilidade
Insuficiência
renal
Enfarte miocárdio
Insuficiência
cardíaca
3
3
Fractura de crânio
3
1
Página 68
Sindroma gripal
Neo-cerebral
Neo-cólon
1 (recto)
Neo-gástrico
1
Neo-pulmão
1
Neo-mama
1
Neo-prostata
2
Paragem
cardio-
2
1
respiratória
2
3
2
Trombose
cerebral
Insuficiência
1
respiratória
Diabetes
Edema
1
3
agudo
pulmão
Broncopneumonia
Desconhecida
4
Suicídio
1
3
3
1
4
5
2
Alcoolismo/
insuficiência
1
hepática
Nem. Digestivo
Neo-da-face
Carcinoma
1
1
das
vias bilais
1
Página 69
Emb. Pulmonar
1
Outras
1
Fonte: Centro de saúde de Arronches
No concelho de Arronches as patologias mais causadoras de morte são: Os A.V.C. e a
senilidade seguidas da morte desconhecida, contudo assistimos a um decréscimo da taxa de
mortalidade entre os anos de 2000 e 2004, isto deve-se a uma maior preocupação das
populações em relação a sua saúde nos últimos anos, quer os centros de saúde quer os meios
de comunicação, quer os próprios governos, apostam cada vez mais em campanhas de
sensibilização/ informação o que tem contribuindo para uma melhoria da qualidade de vida e
ao mesmo tempo para a diminuição das taxas de mortalidade.
Página 70
2.8. Ordenamento Urbano e habitacional
O ordenamento urbano do Concelho de Arronches caracteriza-se por uma concentração de
funções urbanas, onde se integrem as zonas de habitação consolidada, traduzindo-se assim o
mais elevado grau de estabilidade e homogeneidade do tecido urbano e dos tipos de
edificação.
2.8.1 Tipos de alojamento e edifícios
O concelho possui três freguesias, nas quais existem 2519 alojamentos divididos por edifícios,
clássicos e outros.
Os alojamentos clássicos são os que nos aparecem em maior número com 2518, sendo a sede
de concelho a que nos aparece com um maior número 1373, seguido da Esperança 832 e
Mosteiros com313.
Em 2001 existiam 2519 alojamentos.
Estes alojamentos eram divididos por edifícios clássicos e outros. O maior número
correspondia aos alojamentos clássicos.
A freguesia com maior número de alojamento era a de Assunção com 1049 edifícios e 1373
clássicos.
Quadro n.º24: Número de alojamentos e tipos, em 2001
Alojamentos
Zona Geográfica
Total
Edifícios
Clássicos
Outros
2519
1996
2518
3
Concelho
1375
1049
1373
2
Assunção
833
686
832
1
Esperança
313
261
313
-
Mosteiros
Página 71
2.8.2. Os alojamentos clássicos segundo a forma de ocupação
Quadro n.º25: Alojamento clássico, segundo a forma de ocupação em 2001
Alojamento Clássicos, segundo a forma de ocupação
Ocupados
Zona
geográfica
TOTAL
Concelho de
Arronches
2518
Residência
habitual
1341
Vagos
Uso
sazonal
TOTAL
secundário
638
Para
Para
Para
Outros
venda
aluguer
demolição
479
32
26
2
539
Fonte: INE – censos 2001
Sendo os alojamentos clássicos os mais frequentes no concelho de Arronches, vamos fazer
uma pequena análise sobre a sua forma de ocupação e as suas condições.
Dos 2518 alojamentos clássicos existentes, 1341 são residências habitual e 539 estão vagos
com o objectivo de serem vendidos, alugados ou demolidos como refere anteriormente 1341
estão ocupados como residência habitual e 638 são de uso sazonal ou secundário.
2.8.3. Os alojamentos clássicos, segundo as suas condições
Quanto aos alojamentos que possuem electricidade e instalações sanitárias no concelho de
Arronches, como podemos ver no quadro n.º26, 1314 possuem electricidade, 30 não possuem.
Instalações sanitárias (retrete/ esgoto), dentro e fora do edifício.
Os que possuem dispositivo de descarga são 880 e estão ligados à rede pública, 160 estão
ligados a sistemas particulares e existem 8 casos diferentes que não estão bem definidos.
Página 72
Dos que não têm dispositivo descarga 45 encontram-se ligados à rede pública e 12 ligados a
sistemas particulares, existindo 4 outras situações.
Nas habitações mais antigas, só existe a possibilidade de fazer as retretes fora de casa
existindo em Arronches 35 situações.
Para terminar temos os alojamentos sem retrete que são 200 habitações.
Página 73
3231
Residentes
Famílias
1317
Clássicas
Famílias
1314
Alojamentos
c/ electricidade
63
32
30
s/ electricidade
Instalações de electricidade
2287
881
413
160
21
8
8
casos
Outros
83
45
45
pública
rede
25
12
12
particulares
sistemas
Ligados a
4
4
4
casos
Outros
S/ dispositivo de descarga
Ligados à
Fonte INE 2001
particulares
pública
160
sistemas
rede
880
Ligados a
Ligados à
C/ dispositivo de descarga
C/ retrete no alojamento
Instalações Sanitárias (Retrete / Esgotos)
95
35
35
edifício
mas no
alojamento
fora do
Retrete
Quadro n.º26: número de alojamentos, segundo as suas condições, em 2001 no concelho de Arronches
366
204
200
S/ retrete
Página 74
2.8.4 Construção de novas infra-estruturas
Quadro n.º27: Obras concluídas segundo o tipo de obras, em 2004 e 2005 (concelho de
Arronches)
Nuts/
concelho
Total de
Construções
Ampliações
Transformações
Restaurações
edifícios
novas
de edifícios
de edifícios
de edifícios
Para
Para
habitação
habitação
19
16
Total
Concelho de
Arronches
46
Para habitação
4
Para
habitação
7
Fonte: Câmara Municipal de Arronches
Durante os anos de 2004, 2005, no concelho de Arronches as obras concluídas foram num
total de 46 edifícios para habitação sendo na sua maioria edifícios novas mas também se
procedeu à ampliação de alguns existentes.
Quadro n.º 28: licenças concedidas pela Câmara Municipal de Arronches para construção,
segundo o tipo de obra em 2004 e 2005
Nuts
Concelho
Total de
Construções
Ampliações
Transformações
Restauração
edifício
novas
de edifícios
de edifícios
de edifícios
Para
Para
habitação
habitação
TOTAL
Para habitação
Para
habitação
Arronches 2004
24
10
8
2
4
Arronches 2005
22
9
8
2
3
Página 75
A tendência no Concelho é de construir novas habitações, em vez de ampliar, transformar ou
restaurar edifícios, sobretudo os casais mais jovens optarem por construir de novo.
Página 76
2.8.5 Intervenção de Câmara Municipal de Arronches, através de cedência de materiais,
ou na atribuição de dinheiro para recuperação de habitações no centro histórico em
2003, 2004 e 2005
No concelho de Arronches existem muitos agregados familiares em imóveis sem condições
mínimas de salubridade e conforto pertencentes ou arrendados a estratos sociais
desfavorecidos. Esses agregados familiares não dispõem de meios financeiros necessários
para a realização das obras necessárias, daí a necessidade da autarquia de Arronches criar em
2003 este projecto de cedência de materiais de modo a circunscrever ao centro histórico de
Arronches medidas de reabilitação evitando ao mesmo tempo a sua desertificação.
Quadro n.º 29: Cedência de materiais pela Câmara Municipal de Arronches no centro
histórico de Arronches por tipo de construção nos anos de 2003, 2004 e 2005
Freguesia de Assunção
(centro histórico)
2003
2004
2005
Tipo de construção
Recuperação: Telhados,
casas de banho, pavimentos
N.º de cedências
1
2
1
Para a população que usufrui deste serviço, os candidatos tem que ser inquilinos e
proprietários, o valor de renda não pode exceder 25% do salário mínimo nacional e o
rendimento do candidato não pode exceder 1,5 vezes o salário mínimo nacional.
Página 77
A prova de rendimentos terá de ser feita através da fotocópia da última declaração de I.R.S,
fotocópia do recibo da reforma e fotocópia do último recibo de vencimento.
Quadro n.º30: Atribuição de dinheiro para a realização de obras de recuperação nos prédios
urbanos antigos no ano de 2003, 2004 e 2005 no centro histórico de Arronches
Atribuições em dinheiro para recuperação
Freguesia de Assunção (Centro histórico)
de habitações no centro histórico de
Arronches
2003
6
2004
2
2005
1
A Câmara Municipal de Arronches pelo artigo 13º, 1 alínea i) da lei n.º159/99 de 14 de
Setembro, defende no artigo 24º alínea C do mesmo diploma geral, deliberou em reunião do
dia 14 de Maio de 2001 aprovar um sistema de incentivos que apesar de não financiar a
totalidade das obras a realizar, pretende estimular o interesse dos destinatários para a
recuperação do património já edificado.
Desta forma criou este programa de incentivos à recuperação de habitações na zona histórica
da vila, a fundo perdido, criando assim condições potenciadoras de uma melhor qualidade de
vida na zona histórica e ao mesmo tempo, têm como objectivo recuperar o parque
habitacional privado, que como podemos ver no quadro n.º30, no ano de 2003, recuperou-se 6
habitações, em 2004 (2) e 2005 (1).
Página 78
Parte II
Caracterização económica e
social
do
Concelho
de
Arronches
Página 79
Capítulo I
Caracterização económica do
concelho de Arronches
Página 80
1. Caracterização da população activa
No último acto censitário de 2001 a população empregada era de 1243 trabalhadores e
desempregados eram 109 recaindo o maior número de desempregados no sexo feminino.
Quadro n.º31: População residente, com 15 ou mais anos, segundo a condição perante a
actividade económica e sexo
População Act. / Económica
Zona
geográfica
Concelho de
Arronches
Total
Emprego
População
Desemprego
Total
Estudante
HM
H
HM
H
HM
H
HM
H
HM
H
1352
791
1243
760
109
31
1645
683
169
90
1.1 Taxas de actividade e de desemprego
A taxa de actividade no Concelho de Arronches entre 1991 e 2001, sofreu um aumento
significativo de 35,2% para 39,9% abrangendo maioritariamente o sexo feminino.
O número de desempregados no Concelho de Arronches também subiu de 1991 com 5,5 para
8,1 em 2001.
Página 81
Quadro n.º32: Taxas de actividade e de desemprego, nos anos 1991 e 2001
Indicadores
1991
Taxa de actividade
H
2001
H
35,2
M
Taxa de desemprego
39,9
M
H
H
5,5
M
8,1
M
Fonte: INE – Infoline censos 1991 e 2001
Gráfico n.º5: Situação do emprego nos concelhos de Arronches, Monforte, Campo Maior e
Elvas em 2005
100%
120
240
80%
344
Monforte
60%
40%
Arronches
1281
Campo Maior
Elvas
20%
0%
Total Desempregados
Fonte: Centro de Emprego de Elvas
No gráfico n.º6 podemos observar que cerca de 7% estão empregados, 51% estão ocupados e
41% têm um novo emprego, segundo dados fornecidos pelo I.E.F.P de Elvas referentes ao ano
de 2005.
Página 82
Quadro nº33: Total de desempregados no Concelho de Arronches ano de 2005
Categorias
Arronches
Indisponíveis
0
1º Emprego
12
Novo emprego
68
Ocupados
84
Empregados
1
Total
165
Total Desempregados
80
No quadro n.º33 podemos verificar que no ano de 2005 no Concelho de Arronches o número
de desempregados era de 80 pessoas se compararam com Elvas, Campo Maior e Monforte,
Arronches apresente um dos valores mais baixo de desempregado, o que se pode verificar no
gráfico n.º5.
Gráfico n.º6 Situação do emprego no concelho de Arronches em relação as indisponíveis, 1º
emprego, novo emprego, ocupados, empregados ano 2005
1%
Arronches
0%
7%
Indisponíveis
1º Emprego
51%
41%
Novo Emprego
Ocupados
Empregados
Fonte: I.E.F.P (Instituto de Emprego e Formação Profissional de Elvas), Centro de emprego
de Elvas
Página 83
Quadro n.º34: Número de pessoas inscritas no Centro de Emprego de Elvas e nº de
desempregados no ano de 2005
Categorias
Indisponíveis
1º Emprego
Novo Emprego
Ocupados
Empregados
Total Inscritos
Total
Desempregados
Sexos
Mulheres
Homens
Jan
1
20
85
53
0
159
Fev
1
20
73
67
0
161
Mar
1
19
76
68
0
164
Abr
1
17
69
75
0
162
Mai
0
14
61
82
0
157
Jun
2
13
66
85
0
166
Jul
2
11
78
83
0
164
Ago
2
11
70
81
1
165
Set
0
12
68
84
1
165
Out
1
13
77
74
2
167
Nov
1
13
80
79
1
174
Dez
105
93
95
86
75
79
79
81
80
90
93
0
71
34
64
29
67
28
58
28
45
30
52
27
51
28
51
30
53
27
63
27
65
28
0
de Elvas
Quadro n.º35: Número de desempregados em 2005 por grupos profissionais
Grupos Profissionais
Jan. Fev. Mar Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez
1- Quadros Superiores dirigentes
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2 - Professores intelectuais e cientificas
1
2
2
1
1
2
3
3
3
3
4
3 - Técnicos e Prof. de nível intermédio
5
3
5
5
4
2
2
1
4
4
6
4 - Administrativos e similares
8
8
8
8
3
4
4
6
7
7
9
5 - Serviços e vendedores
29
30
28
26
24
27
30
31
27
27
28
6 - Agricultores e pescadores
23
22
26
22
18
17
13
7
10
19
18
7 - Operários e artífices
11
8
8
9
7
8
8
10
9
7
6
8 - Operários Inst./máq. E Trab. de Montagem
3
3
3
4
6
5
7
10
8
7
7
9 - Trabalhadores não qualif.
25
17
14
10
11
13
11
12
11
15
14
de Elvas
Página 84
Quadro n.º36: Número de desempregados por sexo e grupos etários
Sexos e Grupos Etários
< 25 Anos
25 a 34
Anos
35 a 54
Anos
55 e + Anos
Jan Fev Mar Abr
Mai
Jun
Jul
Ago Set
Out Nov Dez
Mulheres
19
22
18
18
13
14
15
16
17
17
19
Homens
12
10
9
7
9
8
9
5
4
7
7
Total
31
32
27
25
22
22
24
21
21
24
26
Mulheres
17
13
18
17
14
18
16
15
18
17
16
Homens
8
6
5
6
5
4
4
6
6
4
3
Total
25
19
23
23
19
22
20
21
24
21
19
Mulheres
27
21
23
18
15
14
15
15
12
21
24
Homens
10
9
11
12
13
11
11
16
14
13
16
Total
37
30
34
30
28
25
26
31
26
34
40
Mulheres
8
8
8
5
3
6
5
5
6
8
6
Homens
4
4
3
3
3
4
4
3
3
3
2
Total
12
12
11
8
6
10
9
8
9
11
8
0
0
0
0
de Elvas
1.2 Sectores de actividade
No concelho de Arronches o predomínio do sector agrícola, enquanto fonte de ocupação
profissional (a tempo inteiro ou parcial) é o que está na origem de rendimentos da região, o
que por outro lado condiciona fortemente o desenvolvimento do sector industrial e do sector
terciário.
As dificuldades de se captar investimentos de origem exógena nesta região, impedem o
arranque do sector terciário e a dinamização do tecido transformador, aliada à deficiente
formação técnica e científica da mão-de-obra disponível, todos estes factores contribuem para
que o concelho tenha grandes dificuldades no lançamento de projectos de modernização,
nomeadamente no ramo industrial.
Este facto resulta de combinação de dois factores distintos:
Página 85
 A reduzida diversificação do mercado de emprego, o que condiciona as
saídas profissionais dos jovens que ascendem às idades de inicio de
actividade laboral.
 O desajustamento entre a emergência de um grupo de jovens activos com
melhores níveis de instrução, com maior incidência nos escalões mais
jovens da população devido entre outros factores, à densificação da rede de
transporte escolar e à progressividade da escolaridade obrigatória
(actualmente de 9 anos).
A vila de Arronches concentra o essencial dos serviços, sobretudo aqueles que estão
associados à administração pública e ensino que vai até ao 9º ano de escolaridade.
A agricultura é baseada na cereali-cultura extensiva, ocupando cerca de 80% de superfície
agrícola útil.
A extracção de granito constitui uma actividade económica com forte expressão.
A indústria concentra-se num escasso número de sectores como o da alimentação, bebidas
e tabaco.
O sector terciário apresenta uma fraca diversificação, quer ao nível comercial, quer no que
concerne aos serviços.
Quanto ao turismo, apesar de existirem algumas iniciativas, ainda se encontra longe de
aproveitar todas as potencialidades de região.
O concelho de Arronches é considerado um concelho subdesenvolvido, tendo grandes
barreiras e obstáculos à sua modernização.
Um dos exemplos onde podemos observar este fenómeno é na freguesia da Esperança
onde os proprietários não se mostram receptivos à venda dos seus terrenos e por outro
lado, é também uma zona protegida da reserva ambiental da Serra de São Mamede.
Outro factor que explica o fraco desenvolvimento desta região é a sua situação fronteiriça
com a vizinha Espanha e a reduzida importância das vias de comunicação.
Os meios de comunicação existentes, resumem-se a um jornal mensal Jornal de Arronches,
o posto de correios e o espaço Internet
Página 86
Os serviços de saúde são centrados em Arronches no centro de saúde, havendo nas
restantes freguesias extensões nas quais se desloca semanalmente um médico.
Página 87
Quadro n.º37: Distribuição dos sectores de actividade pelas diferentes áreas
Sectores de actividade
Aréas
- Agricultura
Sector primário
- Silvicultura
- Pecuária
Sector secundário
Indústria
- Comércio
Sector terciário
- Serviços
- Turismo
1.2.1. O comercio, industria e agricultura no concelho de Arronches
O comércio no Concelho de Arronches concentra-se no pequeno comercio onde se
comercializam bens de primeira necessidade e na restauração existindo um pequeno
número de indústrias que estão sedeadas na zona industrial de Arronches.
Este número reduzido de estabelecimentos deve-se ao facto da maioria das pessoas
preferirem fazer as suas compras em centros urbanos nomeadamente Portalegre e Badajoz.
Que oferecem uma maior e mais actualizada gama de produtos. O comércio de pequenas
dimensões e é cada vez mais afectado pelo aparecimento de grandes superfícies comerciais
e centros comercias. Os estabelecimentos existentes no Concelho são de pequena
dimensão, empresas individuais ou pequenas sociedades, sem vocação para crescer com
fragilidades específicas com a sua organização e fraca qualificação dos seus proprietários.
Nas freguesias dos Mosteiros e Esperança os estabelecimentos apenas satisfazem as
necessidades básicas dos seus habitantes na sua grande maioria são idosos.
Página 88
Quadro n.º 38: Ramos de actividade existentes no Concelho de Arronches em 2005
Ramo de Actividade
Arronches
Mosteiros
Esperança
Papelaria
2
-
-
Oficinas
11
1
2
Comercio de sucata
-
-
-
Produtos agrícolas
1
-
-
Adubos e sementes
1
-
-
Pronto-a-vestir
2
-
-
Sapataria
1
-
-
Ourivesaria
1
-
-
Caça e pesca
2
-
-
Tabaco distribuidor
-
-
-
Retrosaria
1
-
-
Florista
2
-
-
2
-
-
-
-
-
Stand de automóveis
1
-
-
Stand de bicicletas
-
-
-
Maquinas agrícolas
-
-
-
2
-
-
2
-
-
Materiais
de
construção
Assistência e venda
de Pneus
Reparação
electrodomésticos
Electrodomésticos
de
Página 89
Equipamento
2
-
-
-
-
-
-
-
-
Fotógrafo
1
-
-
Clube de vídeo
-
-
-
Cabeleireiros
6
1
2
Esteticistas
3
-
-
Supermercados
1
-
-
informática
Instrumentos
musicais
Discoteca/ venda de
CD, cassetes
Mercearias
12
2
2
Drogarias
2
-
-
Padarias
3
1
2
Restauração e afins
23
9
5
-
-
-
23
5
7
Talho
Restaurantes
e
similares
Quadro n.º39: Industrias existentes no Concelho de Arronches
Ramo de Actividade
Arronches
Mosteiros
Esperança
Fabrico de pão e
3
-
2
Página 90
afins
Fábrica de enchidos
1
-
-
Fabrica de queijos
1
Monte Paiva
-
Lagar de azeite
1
-
-
1
-
-
-
-
3
2
-
-
Fabrica
de
electricidade
Fabrico
de
carvão
vegetal
Armazém de bebidas
Quadro n.º40: Agricultura no Concelho de Arronches
Agricultura no Concelho
Apicultores
11
Agricultores
800
Ovicultores
450
Bovicultores
18
Criação de porcos
1
A agricultura no Concelho de Arronches é de sequeiro, a agricultura de regadio
praticamente não existe, existindo apenas 400 hectares de regadio no total do concelho.
Existem cerca de 60 grandes explorações agrícolas com mais de 100/150 hectares e 80 a
100 explorações equipadas com máquinas agrícolas.
Como podemos ver no quadro n.º 40 o Concelho de Arronches uma das suas principais
fontes de rendimento é a agricultura cerca de 3500 hectares da superfície total do Concelho
é utilizada na agricultura sendo na freguesia de Assunção onde isso mais se verifica.
Página 91
Capítulo II
Caracterização da acção
social
Página 92
do
2. Assistência e segurança social
Neste capítulo, iremos apresentar a Acção social no concelho de Arronches, através dos
equipamentos existentes das suas respostas e dos vários tipos de intervenção social.
A segurança social assume desta forma um papel preponderante na promoção das condições
de vida dos indivíduos de forma a torna-los cada vez mais, agentes participativos na sociedade
onde estão inseridos.
2.1. Serviço local de Arronches
O serviço local de Arronches desenvolve um trabalho a nível de acção social nas 3 freguesias.
Este serviço é assegurado uma vez por semana por uma assistente social visto que está afecta
a mais 2 concelhos Monforte e Fronteira.
A sua intervenção é feita em várias vertentes: apoio económico (atribuição de subsídio) apoio
à toxicodependência, apoio ás famílias de acolhimento, ajudas técnicas, apoio a
crianças/jovens em situação abandono escolar, articulação com os tribunais, processo de
adopção e apoio técnico a instituições, programas, projectos e parceiros.
Quadro n.º41: Tipo de intervenção social em 2004, 2005
Família/ comunidade
Subsídios eventuais
Toxicodependência
Áreas de
intervenção
Famílias de acolhimento
12
0
Para crianças
Colocação em famílias naturais
Ajudas técnicas
13
Articulação com tribunais
Apoio técnico a programas, projectos e parcerias
Fonte: Serviço local de Arronches
Página 93
Quadro n.º42: Tipo de intervenção, em 2004, 2005 grupo alvo
Santa Casa da
Misericórdia de
Idosos
Lar
Arronches
Creche
Infância
Jardim-de-infância
Lar
Centro de Bem-estar
Social de Arronches
Idosos
Apoio domiciliário
Centro de dia
Apoio Técnico às
I.P.S.S
Deficientes
Lar Residencial (em
construção)
Centro de Dia
Centro Bom Jesus da
Esperança
Idosos
Lar
Apoio Domiciliário
Centro de Dia
Centro Comunitário
Idosos
Apoio Domiciliário
dos Mosteiros
Infância
A.T.L
As instituições apoiadas no concelho de Arronches são referenciadas no quadro n.º42, a
excepção do centro comunitário dos Mosteiros que até a data não tem acordo de cooperação
nas valências centro de dia e apoio domiciliário e encontrando-se a terminar obras de
ampliação para avançar com a valência de lar.
Página 94
2.1.1. Rendimento de Inserção social
Baseado na lei 13/2003 de 21 de Maio revoga o rendimento mínimo garantido previsto na lei
n.º19/A/96 de 29 de Junho e cria o rendimento social de inserção
Quadro n.º43: N.º de casos de rendimento de inserção social no concelho de Arronches em
2005
Entradas
Diferidos
Activos
Cancelados
36
35
17
18
R.M.G
Página 95
2.2. Equipamentos de Apoio à Infância, à juventude, à 3º idade e a área da deficiência no
2.2.1. Equipamento de apoio à infância e juventude
Os equipamentos de apoio à infância e juventude no concelho são: Creches, Jardins-de
infância, A.T.L, Centro Lúdico, Biblioteca Infantil, e o Centro Ambiental
1) Arronches (Freguesia de Assunção)
Na freguesia de Assunção existem os seguintes apoios à infância e juventude:
1.1. Centro de Bem-estar Social de Arronches
O Centro de Bem-estar e Social de Arronches constitui-se como I.P.S.S. em 25 de Fevereiro
de 1983, têm acordos de cooperação com a segurança social nas valências de lar, apoio
domiciliário, centro de dia, apoio domiciliário integrado, creche e jardim-de-infância.
Em Dezembro de 2005, esta instituição na valência de creche e jardim-de-infância, tinha a seu
cargo 41 crianças, divididas pelas valência anteriormente mencionadas. A valência da creche
em Dezembro de 2005 tinha um total de 26 crianças distribuídas por 3 salas, 1 educadora e 2
auxiliares e 1 ajudante de acção educativa.
Página 96
Quadro n.º44: Número de crianças, por idade, sexo e número dos respectivos educadores
Sexo
Idades
N.º de
N.º de
educadoras
N.º de
N.º de
Ajudantes
empregadas
de acção
auxiliares
M
F
salas
- 1 Ano
4
3
1
1
1ª
1
-
1 Ano
4
5
1
1
1ª
-
1
2 Anos
4
6
1
1
1ª
-
1
TOTAL
12
14
3
1
1ª
1
2
Fonte: Centro de Bem-estar e Social de Arronches
Nota: 1ª educadora é comum aos 3 anos
Quadro n.º45: Nº de crianças, por idade e sexo que frequentem o jardim-de-infância e os
respectivos educadores em Dezembro de 2005
Sexo
N.º de
Idades
N.º de salas
M
F
N.º de
ajudantes de
N.º de emp.
educadores
acção
auxiliares
educativa
2 Anos
-
-
-
-
-
3 Anos
4
1
1
1
1
4 Anos
4
2
-
-
-
5 Anos
4
-
-
-
-
-
-
-
-
3
1
1
1
6 Anos
Total
12
Fonte: Centro de Bem-estar e Social de Arronches
Página 97
O jardim-de-infância em Dezembro de 2005 era frequentado por 12 crianças distribuídas por
uma sala, onde uma educadora de infância é responsável, auxiliada por uma ajudante de acção
educativa e 1 empregada auxiliar.
1.2. Projecto lúdico – Museológico
O Projecto lúdico – Museológico da Câmara Municipal de Arronches, desenvolve-se em 3
áreas: O Museu de (a) Brincar, a Biblioteca Infantil e o Centro Lúdico. Estes três pólos
oferecem às escolas e a qualquer grupo organizado, um dia de actividades em Arronches que
começa com uma visita ao Museu, passa pela concretização de um brinquedo no Centro
Lúdico, uma animação de leitura na Biblioteca Infantil e uma visita às pinturas rupestres da
Esperança, uma das três freguesias do Concelho.
O Centro Lúdico a partir das 15 horas, assegura actividades de tempos livres aos alunos do 1º
ciclo de Arronches, funcionando não como um complemento ao horário escolar neste
momento, mas nalgumas situações como um prolongamento deste mesmo horário, ou seja,
algumas professoras levam os miúdos ao espaço lúdico para realizarem algumas actividades,
retirando-os do contexto escola no qual se encontram um dia inteiro, estabelecendo-se desta
forma uma parceria.
Actualmente é a autarquia que suporte todas as despesas com o pessoal e com a manutenção
dos diversos espaços.
A denominação de Museu de (a) Brincar, surge porque em Arronches não existia uma
colecção propriamente dita de brinquedos, existia um conjunto de brinquedos e objectos
ligados à infância que frutos de doações particulares e algumas aquisições da Autarquia, não
representavam uma época, uma região, ou um género.
Assim surgiu o nome Museu a Brincar.
Página 98
São os habitantes do concelho e da região que recolhem e oferecem os seus afectos para
memória futura, todos os meses o Museu recebe doações que acrescentam e enriquecem o
espólio.
O Museu é fruto de vontade de toda a comunidade que, com as suas recolhas e doações tomou
como seu e o tornou parte integrante da educação dos seus filhos.
O Museu têm como objectivo ser um lugar de aprendizagem, fruição, partilha de
divertimento, um lugar de partida para conhecer e compreender as gentes, o concelho e o
Alentejo em todas as suas vertentes.
Neste local encontram-se novos e velhos, fala-se das pessoas, das recordações, dos anseios…
No Museu está a memória de todos na história dos nossos artesãos, das profissões que já
desapareceram, nomeadamente a dos mestres carpinteiros de carroças (um dos últimos
representantes do Concelho.
Neste local os brinquedos são feitos de cortiça, de trapos, de bolota, de cera, de lata, de cartão,
de barro e tantos outros que os mais velhos conhecem e os mais novos nunca viram.
Aqui cada objecto sugere uma história, um tempo, uma memória, todos têm algo a dizer,
todos aprendemos algo uns com os outros, desde a infância até à idade de ouro. Não existem
barreiras arquitectónicas, qualquer cidadão pode visitar este espaço, todo o mobiliário tem
rodas o que permite alterar a sua disposição a qualquer momento.
Neste canto do Alentejo, junto à Fronteira com Espanha, existe um lugar no qual, com
brinquedos e a brincar, se fala da história de um povo que, com quase nada viveu, cresceu,
encontrou alegria e sentido para o seu viver.
Este é um Museu onde se trocam experiências afectivas, ele é seu sem sombras de dúvida um
“Museu de Afectos”.
Página 99
Quadro n.º46: N.º de visitas realizadas ao Museu de (a) Brincar – Arronches desde há sua
abertura em 2002 até 2005
Ano
N.º de Visitas
2002
1844
2003
2926
2004
2640
2005
3259
Fonte: Museu de (a) Brincar – Arronches
Projecto Lúdico – Museológico
Arronches
Museu de (a) Brincar
Centro Lúdico
Biblioteca Infantil
Mestre Carpinteiro
de Carroças
Pinturas Rupestres
Página 100
2.2.2. Equipamentos de Apoio à 3ª idade
Os primeiros equipamentos destinados aos idosos foram os asilos ou albergues. A partir da
década de 50 e principalmente de 60 houve uma tentativa por parte de sociedade e do estado
em melhorar os asilos. Como consequência estes passaram a ser chamados Lar de idosos.
Nos finas dos anos 60 surgem as primeiras valências de Centro de dia, um equipamento
aberto, meio caminho entre domicilio e o internamento, e ao mesmo tempo local de
tratamento e prevenção.
Por esta altura surgem também os centros de domicilio com os mesmos propósitos do centro
de dia, mas mais vocacionados para a animação e lazer dos idosos. Em 1976 começou a
elaboração de uma política social, que ainda hoje se segue de prevenção e de manutenção das
pessoas no seu domicílio o maior tempo possível.
No início dos anos 80 surgem com mais intensidade os serviços de Apoio Domiciliário, que
têm por objectivo prestar alguns serviços de centro de dia, não no equipamento, mas no
domicílio do utente.
Mas continua a ser os lares os que dão maior resposta a esta faixa etária uma vez que, o lar
proporciona habitação ao idoso, aliada a uma vida confortável e um ambiente calmo e
humanizado, assegura as suas necessidades básicas e contribui em parte para o retardamento
do processo de envelhecimento, mas é também importante realçar o papel da família que é
muito importante para o bom equilíbrio físico e mental dos idosos.
Depois de uma breve caracterização sobre a evolução dos equipamentos sociais para os
idosos, passo a enumerar os equipamentos no concelho de Arronches para a terceira idade.
Página 101
Quadro n.º 47: Equipamentos de apoio à 3ºidade no Concelho de Arronches, em 2005
Freguesias/
valências
Lar
Assunção
1
Esperança
1
Mosteiros
-
Centro de
Centro de
Residência
Lar de
Apoio
convívio
dia
para idosos
acamados
domiciliários
1
1
-
1
1
-
1
-
1
1
-
1
-
Fonte: Dados recolhidos junto das próprias instituições e da Câmara Municipal
Página 102
1. Freguesia de Assunção
1.1 – Santa Casa da Misericórdia de Arronches
A Santa Casa da Misericórdia de Arronches é uma Instituição sem fins lucrativos,
pentasecular fundada em 1499, podendo ser considerada a mais antiga obra social existente no
Concelho de Arronches.
Ao longo dos tempos a Santa Casa da Misericórdia tem sido capaz de se adaptar ás cíclicas
mudanças que o mundo tem atravessado, nunca abandonando a sua especificidade.
A sua área de intervenção é concretamente os idosos com dependências o que a união das
Misericórdias Portuguesas denominem de “Grandes Dependentes”.
Alberga uma valência destinada aos idosos mencionados num total de 34 camas, para além
disto entregam alimentos, apoiam o pagamento de medicamentos a doentes crónicos e estão
neste momento com um projecto em mãos que por vários motivos se encontra parado, que é
uma unidade de Apoio Integrado que irá no futuro colmatar uma grande carência não só do
concelho, mas também do Distrito de Portalegre.
Quadro n.º48: Valências e respectivo numero de utentes do lar da Santa Casa da Misericórdia
de Arronches
Valências
N.º de utentes
Grandes dependentes
34 Camas
Fonte: Santa Casa da Misericórdia de Arronches
O apoio prestado na valência de grandes dependentes é feito a 34 utentes, com serviço
especializado 24 horas por dia.
Página 103
1.2 – Centro de Bem-estar Social de Arronches
O Centro de Bem-estar Social de Arronches é uma I.P.S.S. (Instituição Particular de
Solidariedade Social), sem fins lucrativos, que se dedica exclusivamente ao apoio social de
crianças e idosos.
O Centro de Bem-estar Social foi fundado em 15 de Dezembro de 1922 denominado por
Albergue Municipal dos inválidos do trabalho, que tinha como objectivo primordial a
prestação de apoio social aos mais carenciados.
Esta instituição tinha como fonte de rendimento a “boa vontade” de ilustres lavradores do
Concelho que sustentavam o funcionamento do Albergue.
No dia 3 de Julho de 1979, o Albergue passa a denominar-se Centro de Bem-estar Social,
entidade esta que em 25 de Fevereiro de 1983 se regista como Instituição Particular de
Solidariedade Social.
A Instituição têm acordo de cooperação com a segurança social nas seguintes áreas de
intervenção, lar, apoio domiciliário, centro de dia, apoio domiciliário integrado, creche e
jardim-de-infância.
Na valência de lar os utentes estão institucionalizados, permanecem 24 horas nas instituição,
dormem, comem, é lhes prestado a higiene pessoal, roupa e alimentação e usufruem de um
plano de actividades sócio-culturais que vai desde trabalhos manuais, filmes, passeios,
encontros intergeracionais, comemoração de dias festivos, entre outros…
Na valência de centro de dia usufruem dos mesmos serviços dos utentes que estão em lar, só
que não pernoitam na instituição ao final do dia e após o jantar, regressam às suas casas.
Na valência de apoio domiciliário, o utente permanece no seu domicilio, onde lhe é prestado
um conjunto de serviços entre os quais: fornecimento de refeições, higiene pessoal e de
habitação, lavagem de roupa, acompanhamento médico, pagamento de alguns serviços entre
os quais à água, luz, telefone etc… e no caso dos utentes mais dependentes, vão diariamente a
casa dos idosos, prestar-lhe a higiene diária levanta-los e deita-los.
No âmbito do P.A.I.I. (Programa de Apoio Integrado a Idosos), foi criado um banco de
Ajudas Técnicas aberto a toda a comunidade do Concelho de Arronches.
Página 104
Quadro n.º49: Valências e respectivo número de utentes do Centro de Bem-estar Social de
Arronches em Dezembro de 2005
Valências
N.º de utentes
Lar
63
Centro de Dia
8
Apoio Domiciliário
24
Banco de ajudas técnicas
1
Fonte: Centro de Bem-estar Social de Arronches
1.3 – Centro de convívio (Junta de Freguesia de Assunção)
O centro de convívio é gerido pela Junta de Freguesia de Assunção, têm uma funcionária
responsável paga pela Junta de Freguesia e é frequentado por 15 utentes diariamente.
Quadro n.º50: Centro de convívio da Junta de Freguesia de Assunção e n.º de utentes
Valência
N.º de utentes
Centro de convívio
15
Fonte: Junta de Freguesia de Assunção
Página 105
2. Freguesia de Esperança
2.1. Centro Bom Jesus de Esperança
O Centro Bom Jesus da Esperança é uma instituição de solidariedade social que têm como
objectivo principal o acolhimento de pessoas idosas de ambos os sexos nas valências de lar,
apoio domiciliário e centro de dia.
A sua existência data 28-10-1988 apenas com a valência de centro de dia e apoio domiciliário
e em 12-12-2004 abriu com novas instalações que sofreram um processo de ampliação com a
valência de lar, tendo neste momento em lista de espera 30 utentes
Na valência de lar os idosos permanecem 24 horas na Instituição, onde lhe são prestados
cuidados tais como: dormida, alimentação, cuidados de higiene pessoal e conforto, tratamento
de roupa, administração de medicamentos e acompanhamento nas consultas médicas, análises
e exames.
Os utentes desta instituição são acompanhados diariamente por uma animadora sóciocultural que coloca ao seu dispor um vasto leque de actividades lúdicas e recreativas, tais
como:
Trabalhos manuais, passeios, encontros inter-geracionais, comemorações de datas festivas,
ginástica de manutenção e tardes de cinema, onde podem desfrutar de filmes previamente
alugados ou filmagens feitas durante passeios, datas comemorativas ou até das próprias
actividades que desenvolvem ao longo do seu dia a dia, existe ainda um dia para as idas á
missa
Na valência de Centro de Dia, os utentes usufruem dos mesmos serviços que os utentes que se
encontram na Valência de Lar só que após o jantar regressam as suas casas acompanhadas de
uma funcionária e em transporte da instituição.
Na valência de Apoio Domiciliário, os utentes permanecem na sua casa, onde lhe é prestado
vários serviços, tais como: fornecimento de refeições, higiene pessoal e habitacional e
tratamento de roupas, aos utentes que se encontram numa situação de grande dependência é-
Página 106
lhes prestado diariamente cuidados de higiene pessoal e conforto e ainda auxílio no levantar e
deitar
Quadro n.º51: N.º de utentes a frequentar as valências do centro bom Jesus de Esperança
Valências
N.º de utentes
Centro de dia
8
Apoio domiciliário
11
Lar
20
Fonte: Centro Bom Jesus da Esperança
Página 107
3. Freguesia dos Mosteiros
3.1. Centro Comunitário dos Mosteiros
O centro Comunitário dos Mosteiros foi inaugurado a 24 de Novembro de 2000, tendo
começado a funcionar nessa mesma altura.
Encontra-se sobre a tutela da autarquia é um espaço plurifuncional onde a função de convívio
e bem-estar está associado ao aspecto social e onde se desenvolvem serviços e actividades de
apoio a indivíduos e famílias. È um espaço aberto a população em geral, mas têm como
principio a organização de respostas integradas tais como: Serviços de apoio domiciliário,
Actividades de tempos livrem (A.T.L), centro de convívio e refeitório.
Quadro n.º52: N.º de idosos e valências do Centro Comunitário dos Mosteiros
Valências
N.º de utentes
Centro de dia
2
Apoio domiciliário
8
Fonte: Centro comunitário dos Mosteiros
Página 108
2.3. Equipamentos e projectos de Apoio à população deficiente
2.3.1. Centro de Bem-estar Social de Arronches
Lar residencial – É um equipamento que está em fase de acabamento e que se prevê a sua
inauguração dentro do ano de 2006. Os destinatários deste projecto são pessoas portadoras de
deficiência com idade superior a 16 anos que se encontrem em situação de carência e falta de
apoio familiar.
2.3.2 – Intervenção Precoce
1.1. Objectivo – Criar condições para o desenvolvimento de um apoio integrado centrado na
criança e na família, através de acções da natureza preventiva e habilitativa, ao nível de
educação, de saúde, e de acção social, numa perspectiva transdisciplinar.
1.2. População alvo – crianças dos 0-6 anos que apresentem deficiência ou risco de atraso
grave de desenvolvimento e respectivas famílias.
Quadro n.º53: Intervenção Precoce no Concelho de Arronches
Intervenção de Arronches
Problemática
Motora, linguagem ADG
Apoio existente
Contexto de apoio
Apoio educativo indirecto T.F,
Domicilio
Fisioterapia, apoio psicológico
Hospital
e apoio social
Jardim-de-infância
Risco social
-
Risco ambiental
-
-
Distúrbio emocional
-
-
Fonte: Equipa de Coordenação de apoios
Educativos de Elvas (Intervenção precoce nos Concelhos de Elvas, Campo Maior,
Arronches e Monforte
Página 109
Quadro n.º 54: N.º de casos apoiados pela equipa de intervenção precoce no Concelho de
Arronches
Intervenção
N.º de utentes
Lista de espera
Precoce
8
-
Fonte: Equipa de coordenação de Apoio Educativo de Elvas
Intervenção Precoce nos Concelhos de Elvas, Campo Maior, Arronches e Monforte.
Página 110
Parte III
Caracterização educacional
Página 111
Capitulo I
Caracterização educacional do
Página 112
1. A educação no Concelho de Arronches
No Concelho de Arronches a maior parte da população 1238 habitantes têm o 1º ciclo, 368
habitantes o 2º ciclo e 323 habitantes o 3º ciclo.
Quanto ao ensino secundário 322 é que o concluíram 16,0 ensino médio e o superior 157
habitante.
Quadro n.º55: População residente, segundo o nível de instrução em 2001
Localização geográfica
TOTAL
3389
Sem nível de ensino
866
Ensino pré-escolar
54
1º Ciclo
2º Ciclo
3º Ciclo
Completo
871
Incompleto
294
A frequentar
118
Completo
265
Incompleto
41
A frequentar
62
Completo
173
Incompleto
53
A frequentar
97
Completo
132
Incompleto
87
A frequentar
103
Completo
15
Ensino
Secundário
Ensino
Página 113
Médio
Incompleto
-
A frequentar
1
Completo
91
Incompleto
8
A frequentar
58
Ensino
Superior
Quadro n.º 56: Taxa de analfabetismo, entre 1991 e 2001
1991
2001
31%
24,2%
Taxa de analfabetismo
Fonte: INE (Censos 2001, Infoline)
A taxa de analfabetismo entre os anos de 1991 e 2001, desceu de 31% para 24,2%, a sua
tendência é para descer cada vez mais, mas não nos podemos esquecer que a escolaridade
obrigatória vai neste momento até ao 9º ano de escolaridade.
Página 114
1.1. Breve caracterização sobre a criação da escola no concelho de Arronches
1.1.1. A escola…
Em 1977, a vila de Arronches viu nascer a primeira escola preparatória do Concelho. Estava
sedeada na velha Igreja do Espírito Santo, que também já fora albergue dos Inválidos do
trabalho.
Sem condições, mas com intenções, ali se receberam as primeiras turmas de alunos vindos do
Concelho e das freguesias vizinhas. Posteriormente é concebido o projecto que viria a ser a
Escola C+S de Arronches.
«Do Alto de um pequeno morro, vigia o rio Caia
Que vagarosamente se espreguiça a seus pés.
Construindo o presente, erguemos o futuro»!
Quadro n.º57: Agrupamento das Escolas do Concelho:
Concelho
Agrupamento
Escola Sede
Escolas
Freguesias
associadas
EB 2,3 Nª Sª da Assunção
Luz Arronches
EB 1 Arronches
Arronches
Escolas de
EB 2,3 Nª Sª da
Arronches
Luz Arronches
EB1
Assunção
da Esperança
Esperança
EB 1 Barulho
Mosteiros
EB 1 das Hortas Esperança
Página 115
de Cima
J. I de Barulho
Mosteiros
J. I de Esperança Esperança
J.I de Arronches
Assunção
Fonte: Agrupamento de Escolas e Jardins de Infância de Arronches
Quando em 1990/91 consentiu em “unir os três ciclos sob o mesmo tecto” a apelidaram-na de
Escola Básica Integrada de Arronches.
Sete anos mais tarde seria a sede de um Agrupamento “novo” mas onde a maturidade e a
irreverência da adolescência conviviam lado a lado.
Hoje, este agrupamento de escolas serve uma população desde a Pré-Escolar ao nono ano de
escolaridade.
Página 116
1.1.2 Projecto Educativo – 2002/2005 do Agrupamento de Escolas e Jardins-de-infância do
A escola de Arronches tem vindo a construir o seu processo de gestão curricular considerando
o quadro de flexibilidade para as respostas adequadas aos alunos e aos contextos de trabalho
diário dos professores.
As diversas componentes do currículo e uma maior articulação entre elas, têm sido objecto de
uma gestão participada e reflectida, com o inerente acréscimo de responsabilidade em toda a
organização.
Conjugando o currículo nacional com os objectivos da lei de bases do sistema educativo,
analisados alguns indicadores internos e avaliado o desempenho dos actores participantes
foram privilegiadas três áreas de intervenção para saber construir ” O Projecto Educativo de
Escola”.
Transversalidades
Educação para a saúde
Educação para a Democracia
Tendo em conta o contexto da escola, todos os departamentos/áreas curriculares programaram
os conteúdos a trabalhar, as competências a exercitar e as actividades a desenvolver em
função das referidas áreas de intervenção, delineando assim o Projecto Curricular de Escola.
Considerando perfil e caracterização de cada turma, as exigências, opções e necessidades/
dificuldades dos alunos, cada concelho de turma/ professor titular, procurará adequar o
currículo nacional ao contexto da turma e daí advirão os Projectos Curriculares de Turma.
Página 117
Através de uma avaliação criteriosa e exigente dar-se-á continuidade ou caso seja necessário,
altera-se o que for necessário nestes Projectos.
APRENDIZAGENS
Ser autónomo
Saber gerir
Ser humanista
Ter sentido estético e crítico
Saber respeitar
Ser paciente
COMPETÊNCIAS
ATITUDES
Construir
Saber projectar
Ser cooperante
Saber pesquisar
Ser solidário
Saber actualizar-se
Saber comunicar
VALORES
SOU CAPAZ DE CONSTRUIR
Página 118
SABER CONSTRUINDO
Identificação de Problemas:
Dificuldades de participação demográfica
Baixo nível de expectativas familiares originando desmotivação e desinteresse
associados a fracas perspectivas de futuro
Deficiente acompanhamento no meio familiar, quer a nível afectivo, quer a
nível sócio-cultural
Empobrecimento progressivo de vida cultural tradicional sem o correlativo
acréscimo de elementos culturais, proporcionando rentabilizar os novos
equipamentos locais
Articulações transversais e verticais de difícil consecução no desenho curricular
Intenções do Projecto:
1. Favorecer a articulação transversal e vertical no desenvolvimento curricular.
2. Criar uma dinâmica de avaliação interna reguladora de processos e geradora de
adaptações.
3. Divulgar e implementar na prática curricular os objectivos de educação para a saúde.
4. Assegurar a inclusão no Projecto Curricular de escola de actividades que desenvolvam
na comunidade escolar competências de participação democrática.
5. Criar situações curriculares enriquecedoras da vivência cultural local.
6. Fomentar a colaboração activa e empenhada dos pais e de comunidade na formação
integral dos jovens.
Página 119
1.2. Evolução do Aproveitamento escolar no Concelho de Arronches entre 1998 e 2003
Quadro n.º58: Aproveitamento 1998 a 2003 – 1º Ciclo Concelho de Arronches
Escolas
Escola Básica
1ºCiclo de
Arronches
1998/1999 1999/2000 2000/2001 2001/2002 2002/2003
Matriculas
73
125
80
87
91
Aproveitamento
66
125
70
82
86
90%
100%
88%
94%
95%
Matriculas
24
21
16
17
11
Aproveitamento
16
19
16
17
11
67%
90%
100%
100%
100%
Matriculas
17
12
10
8
11
Aproveitamento
16
12
10
6
11
94%
100%
100%
75%
100%
Matriculas
6
11
7
7
8
Aproveitamento
6
8
7
7
7
100%
73%
100%
100%
88%
Taxa de
Aproveitamento %
Escola Básica
do 1ºCiclo de
Barulho
Taxa de
Aproveitamento %
Escola Básica
do 1ºCiclo de
Esperança
Taxa de
Aproveitamento %
Escola Básica
do 1ºCiclo de
Hortas de
Cima
Taxa de
Aproveitamento %
Página 120
Gráfico n.º7: Aproveitamento escolar 1998-2003 / 1º ciclo concelho de Arronches
Fonte: Direcção Regional de Educação do Alentejo (Ministério da Educação)
Escolas
1998/1999
1999/2000 2000/2001 2001/2002 2002/2003
Escola Básica
Matriculas
68
62
61
61
58
de 2º e 3º
Aproveitamento
66
62
61
60
58
Ciclo de Nª
Taxa
100%
100%
98%
100%
de 97%
Sr.ª da Luz de Aproveitamento %
Arronches
Página 121
Fonte: Direcção regional de Educação do Alentejo (Ministério da Educação)
Escolas
Escala
Básica de 2º
1998/1999 1999/2000 2000/2001 2001/2002 2002/2003
Matriculas
114
101
95
93
94
Aproveitamento
109
95
83
75
87
96%
94%
87%
81%
93%
e 3º Ciclo de
Nª Sr.ª da
Luz de
Taxa de
Aproveitamento %
Arronches
Página 122
Fonte: Direcção Regional de Educação do Alentejo (Ministério de Educação)
Página 123
Capítulo II
Caracterização
da
Saúde
no
Página 124
2. Breve caracterização da saúde e assistência médica no concelho de Arronches
O concelho de Arronches tem um Centro de Saúde com duas extensões, encontrando-se
ambas a funcionar nos respectivos edifícios das Juntas de Freguesia de Esperança e
Mosteiros.
O número de médicos por mil habitantes é três, praticamente existe um médico a dar consulta
nos 3 locais (Arronches, Esperança e Mosteiros).
Quando existe necessidade de internamento os utentes têm que se deslocar a Portalegre ou
Elvas.
Uma carência existente ao nível de saúde no concelho de Arronches e na maioria dos
concelhos do interior do país é o encerramento dos Centros de Saúde no período da noite,
obrigando os utentes a deslocarem-se para outras localidades, na maioria das vezes em
ambulância.
Quadro n.º61: Caracterização da Saúde no concelho de Arronches em 2005
Centro de Saúde s/ internamento
Nº
1
Extensões do Centro de Saúde
Nº
2
Pessoal de serviço no Centro de Saúde
Nº
17
Nº
4
Nº
7
Nº
14587
Nº
2
Pessoal médico ao serviço no Centro de
Saúde
Pessoal de enfermagem ao serviço no
Centro de Saúde
Consultas efectuadas no Centro de Saúde
e suas extensões
Farmácias por 1000 habitantes
Fonte: Centro de Saúde de Arronches
Período entre 1-1-2005 a 31-12-2005
Página 125
Capítulo III
Caracterização de segurança pública
do Concelho de Arronches
Página 126
3. Segurança Pública
3.1. Guarda Nacional Republicana de Arronches
O posto da G.N.R de Arronches depende funcionalmente do Destacamento de Elvas, que por
sua vez depende do Comando Territorial de Portalegre, tem um efectivo de 19 militares,
sendo um Sargento-ajudante, um cabo chefe, seis cabos e onze soldados.
Quadro n.º62: N.º de crimes no ano de 2005
Ano
2005
Crimes contra
Crimes contra
Crimes contra
Crimes contra
o património
pessoas
a sociedade
a família
29
6
7
1
Fonte: Guarda Nacional Republicana de Arronches
Como podemos observar no quadro n.º 62, os crimes contra o património são de 29, sendo os
mais comuns no Concelho de Arronches durante o ano de 2005.
Quadro n.º63: N.º de Acidentes de viação
Ano
N.º de acidentes de viação
Feridos ligeiros
2005
31
19
Fonte: Guarda Nacional Republicana de Arronches
Página 127
Quadro n.º64: N.º de contra-ordenações
Ano
Contra ordenações
2005
230
Durante o ano de 2005 a Guarda Nacional Republicana de Arronches levantou 230 autos de
contra ordenação por infracções várias.
Outro factor relevante aquando do fornecimento destes dados, foi a disponibilidade do Sr.
Comandante do Posto da G.N.R. em nos informar da existência de 8 montes isolados,
habitados por noventa e seis idosos, que segundo o Comandante do posto, estes dados devem
estar desactualizados ficando-se posteriormente de fazer um levantamento actualizado dos
montes isolados e seus habitantes.
Página 128
3.2. Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arronches
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arronches foi fundada no dia 13 de
Dezembro de 1979, iniciou com 9 elementos e com uma viatura de combate a incêndios, só
no início dos anos 80 é que adquiriram uma ambulância.
Actualmente os Bombeiros de Arronches, contam com 40 elementos, 32 voluntários com
idades compreendidas entre os 16 e os 50 anos e 8 efectivos, dispõe de 7 viaturas de combate
a incêndios, material de desencarceramento para retirar vitimas, auto bombas e 6 ambulâncias
das quais duas são consideradas serviço de emergência.
Quadro n.º65: N.º de ocorrências registadas pela Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Arronches
Ano de 2005
N.º de ocorrências registadas
Incêndios
96
Acidentes
46
Outros sinistros
89
Emergência pré-hospitalar
850
Transporte de doentes
1638
Prevenção espectáculo
23
Prevenção desporto
4
Prevenção a patrulhamento rural
85
Fonte: Bombeiros Voluntários de Arronches
Página 129
Como podemos verificar no quadro n.º66 o tipo de ocorrências mais frequentes são o
transporte de doentes, para consultas, tratamentos, e transferências de serviços, seguido de
emergências pré-hospitalar, que se pode subdividir em doenças súbitas, intoxicações,
agressões, quedas, partos, homicídios, suicídios entre outros, e por último os incêndios que se
dividem em florestais, urbanos e rurais.
Página 130
Parte IV
Associativismo, desporto cultura e lazer
no Concelho de Arronches
Página 131
Capítulo I
As Associações Culturais, Recreativas
e Desportivas no Concelho de
Arronches
Página 132
1. As Associações Culturais, recreativas e Desportivas
As associações de índole cultural no Concelho de Arronches pelas suas características e
finalidades de intervenção são em conjunto com a autarquia promotoras de acções, junto da
população, que permitem a valorização da comunidade e dos indivíduos.
“Agir localmente, estimular pequenos movimentos ou grupos, explorar “brechas” significa
fomentar a participação dos cidadãos, profígua porque localizada, na resolução dos seus
problemas.”
Augusto Santos Silva
Quadro n.º 66: Associações do concelho de Arronches, segundo as freguesias onde se
localizam e actuem
Freguesias
Arronches
Esperança
Mosteiros
N.º de Associações
6
3
2
Como podemos ver no quadro n.º66 as associações concentram-se sobretudo na sede do
concelho, assim como a maior parte dos equipamentos desportivos, apesar de em todas as
freguesias, nomeadamente na Esperança e Mosteiros existirem algumas associações e
Página 133
colectividades e de ambas as freguesias, possuírem alguns equipamentos desportivos tais
como campo de futebol.
1.1. Freguesia de Assunção
1. Rancho Folclórico de Arronches
O Rancho Folclórico de Arronches foi fundado em 24 de Maio de 1981, é filiado na
Federação de Folclore Português e é composto por 30 elementos com idades compreendidas
entre os 7 e os 84 anos.
Actuam por todo o pais e devido à proximidade com a vizinha Espanha, também lá actuam.
2. Grupo das Pedrinhas de Arronches
O grupo é constituído por elementos da Tocata do Rancho Folclórico de Arronches, existe à
14 anos, foi criado no concurso Pés e Cabeça onde concorreu o Distrito de Portalegre e Viseu.
Já actuou em todos os canais de televisão portuguesa e em várias rádios nacionais e regionais
e no Canadá para a comunidade portuguesa, 5 miúdos que integram o grupo, participaram no
concurso Bravo Bravíssimo, obtendo o 2º lugar.
3. Sport Arronches e Benfica
Esta colectividade popularmente conhecida por “Maravilha”, não sabendo nós a origem de tal
nome. Sabemos sim que o seu ano de fundação foi em 1939.
Página 134
4. Atlético Clube de Arronches
Outra colectividade importante para a vila de Arronches que durante 25 anos se dedicou ao
Futebol Juvenil numa perspectiva de formação.
5. Associação da Escola de Música
A Escola de Música foi fundada a 23 de Março 1990, nasceu da vontade de um grupo de
pessoas que tinham gosto pela música e que sentiram necessidade de criar um espaço, onde
pudessem dar asas à sua imaginação musical ao mesmo tempo proporcionar a outros a
possibilidade de partilharem e aprenderem os seus saberes.
Actualmente são 40 pessoas que frequentam a escola de música dos 8 anos aos 55 e têm como
principal objectivo; a aprendizagem, a prática musical e a divulgação do seu trabalho através
dos grupos de música que têm: Grupo de música tradicional portuguesa “ Grupo Verde Maio”
que é constituído por 10 elementos e é o grupo mais antigo.
Em 2000 criaram a “Orquestra Ligeira” e mais tarde surgiu uma banda “Os sem Limite” e
chegaram a editar um trabalho, contudo a banda neste momento encontra-se inactiva.
Quanto ao grupo “ Verde Maio” percorreu o país de lés a lés, inclusive actuaram algumas
vezes em Espanha e actuam através de solicitações feitas por instituições de solidariedade
social, colaborem com muitas instituições culturais, nomeadamente a INATEL, Região de
Turismo etc.…
Importa realçar que esta instituição depende muito da Autarquia, tanto no apoio logístico,
como no apoio monetário.
As dificuldades que sentem estão relacionadas com o passar do testemunho a novas gerações,
no sentido de darem continuidade a todo o trabalho que está a ser feito, uma vez que existe
uma grande dificuldade em recrutarem-se pessoas que queiram assumir cargos de direcção.
Página 135
6. Clube Columbófilo Arronchense
A columbófila é a actividade desportiva que congrega o maior número de participantes a nível
nacional, englobando todos os aspectos ligados à criação de pombos-correios e à realização de
concursos.
7. Voluntariado da Igreja

Pastoral da Saúde – realiza visitas aos doentes no seu domicílio, e no hospital
(alargado a todo o concelho) comemoram o dia mundial do doente.

Pastoral da catequese

Organizam campos de férias para crianças, adolescentes e jovens

Torneios de futebol

Acantonamentos – com jovens e adolescentes, em vez de pernoitarem em
tendas pernoitam em casa.

Cicloturismo

Passeio no dia 1º de Maio por vários locais do País e Espanha

Acção de Reis – Dia de reis as crianças vão a casa das pessoas cantar os reis

Grupo Coral
8. Grupo desportivo dos trabalhadores da C.M.A
O grupo desportivo da Câmara Municipal de Arronches, tem como objectivo principal
proporcionar a todos os funcionários do município a possibilidade de se integrarem nas
diversas iniciativas a desenvolver pelo grupo na área desportiva, cultural e lazer.

Organizam caminhadas, com percurso de interesse turístico e/ou cultural

Organizam visitas/excursões a locais de interesse turístico e/ou cultural
Página 136

Organizam concursos de pesca desportiva

Organizam colónias de ferias para filhos de funcionários das autarquias

Organizam actividades de “Pedipaper” para participação de funcionários e familiares

Organizam torneios de tiro aos pratos para funcionários e familiares

Organizam o “dia do grelhador”, com a participação de funcionários e familiares
9. Centro Republicano Arronchensses
A única actividade a que se dedicam é à secção de pesca.
10. Irmandade jovem da Santa Casa da Misericórdia de Arronches

Organizam festas

Encontros
11. Associação de pais: Neste momento não se encontra em actividade (necessita de ser
dinamizada)
12. Associação de caçadores
13. Quercus
Página 137
1.2. Freguesia de Esperança
1. Sociedade recreativa da Esperança
2. Associação de caçadores
1.3. Freguesia dos Mosteiros
1. Futebol Clube Mosteirense
2. Intervenção da Câmara Municipal de Arronches
A Câmara Municipal de Arronches, aprova anualmente um plano de actividades.
Quadro n.º 67: Plano anual de actividades do sector da cultura, de 2004 e 2005
Actividades
N.º
Conferências, colóquios, etc…
14
Exposições (pintura, escultura, fotografia,
cerâmica, desenho, e outras)
19
Lançamentos de livros
3
Concertos
33
Teatros
11
Dança
4
Cinemas
92
Encontros de poetas
2
Outros Espectáculos
19
Página 138
Na área Cultural a Autarquia também desenvolve outro tipo de actividades.
Quadro n.º 68: Plano anual de actividades do sector da cultura de 2004
Actividades
N.º
Conferências, colóquios, etc…
6
Exposições (pintura, escultura, fotografia,
cerâmica, desenho, e outras)
10
Lançamentos de livros
1
Concertos
16
Teatros
6
Dança
2
Cinemas
92
Encontros de poetas
1
Outros Espectáculos
10
3. Os equipamentos desportivos do Concelho de Arronches, divididos por freguesias
O desporto é uma prática frequente neste concelho, o que contribui para a prevenção de
alguns problemas actuais tais como: O Stress, o sedentarismo, as doenças cronoárias, a
diabetes, a hipertensão entre outras.
Quadro n.º 69: Equipamentos desportivos referentes à Freguesia de Arronches em 2004
Página 139
Equipamentos desportivos
N.º
Pavilhão gimnodesportivo
1
Court de ténis
2
Piscina ao ar livre/coberta
2
Campo de futebol
1
Parque polivalente
1
Quadro n.º70: Equipamentos desportivos referentes à freguesia de Esperança
N.º
Campo de futebol
1
Ringue polivalente
1
Quadro n.º 71: Equipamentos desportivos referentes à freguesia dos Mosteiros
N.º
Campo de futebol
1
Ringue polivalente
1
Página 140
Métodos de recolha de dados
O que é que, na melhor das hipótese se aprende de facto no fim de um trabalho?
A compreender melhor os significados de um acontecimento ou conduta, a fazer
inteligentemente o ponto da situação, a captar com maior perspicácia as lógicas de
funcionamento de uma organização, a reflectir acertadamente sobre as implicações de uma
decisão política, ou ainda, a compreender com mais nitidez como determinadas pessoas
apreendem um problema e a tornar visíveis alguns fundamentos da sua representação.
(Quivy, 1992. p.17)
Ao longo deste trabalho recorremos à recolha de informação através dos resultados definitivos
dos censos 2001 do Instituto Nacional de Estatística e na Internet-Infoline.
Mas a grande fonte de informação, foi recolhida junto das entidades locais, pertencentes ao
C.L.A.S e de outros interlocutores que não lhe pertencem; nomeadamente presidentes das
várias Associações do Concelho que logo se mostraram disponíveis para colaborarem.
De forma a envolver toda a população do Concelho, tentamos contactar todas as entidades
existentes, e que nos desculpem se alguma ficou para trás. Este procedimento foi moroso, no
entanto foi muito positivo e gratificante.
Após a recolha de toda a informação, esta foi organizado e analisada, o que constitui-o uma
tarefa difícil.
O pré-diagnóstico irá ser distribuído por todos os representantes do C.L.A.S para aprovação e
discussão do seu conteúdo e para que, se necessário proceder-se a algumas alterações e ao
mesmo tempo permitir aos parceiros uma visão mais alargada da situação em que vive o
Concelho de Arronches.
Página 141
Conclusão
A “rede social” foi já definida pela resolução do Concelho de Ministros n.º 197/97 como o
«conjunto das diferentes formas de entreajuda, bem como das entidades particulares sem fins
lucrativos e dos organismos públicos que trabalham no domínio da acção social e articulam
entre si e com o Governo a respectiva actuação, com vista à erradicação ou atenuação da
pobreza e exclusão social e à promoção do desenvolvimento social.”
O pré-diagnóstico apresentado pretende fazer um breve diagnóstico da realidade social do
Concelho de Arronches, assente no princípio do planeamento que se traduz no
estabelecimento de um plano social que irá vincular a administração central/regional/local e
as instituições existentes no Concelho a definir prioridades, a programar a cobertura equitativa
do Concelho em serviços/equipamentos sociais; a prevenir eliminar sobreposições de
actuação e irá ter em conta a diversificação de acção social tendo como objectivo principal a
melhoria das condições de vida da população.
A rede social irá ter como principal objectivo o incentivo a redes de apoio social integrado de
âmbito local, tendo em conta o princípio do planeamento.
As problemáticas existentes no Concelho de Arronches, baseiam-se fundamentalmente na
ocupação dos tempos livres dos jovens, sobretudo nas freguesias de Esperança e Mosteiros,
no crescente envelhecimento da população, na dificuldade de captar investimento nesta região
impedindo deste modo o arranque do sector terciário e dinamização do tecido transformador;
a falta de mão-de-obra especializada; a reduzida diversificação do mercado de emprego o que
condicione a saída profissional dos mais jovens, que são obrigados a ir procurar emprego
noutros locais.
Arronches é um concelho em regressão, onde o índice de envelhecimento é muito elevado,
tem perdido população.
A nível de infra-estrutura básica o Concelho têm vindo a melhorar o que proporciona
melhores condições de vida aos seus munícipes.
No domínio de educação, só existe até ao 9º ano, de escolaridade em todas as freguesias
existem Jardins-de-infância e 1ºciclo, a partir do 2ºciclo os alunos de Esperança e Mosteiros
têm que vir para Arronches.
Página 142
É um Concelho onde a taxa de analfabetismo baixou de 31,00% em 1991 para 24,2% em
2001, isto também está relacionado com escolaridade obrigatória ser até ao 9ºano, mas nas
faixas etárias mais elevadas a taxa de analfabetismo é muito acentuada.
A nível do emprego é o sector agrícola que predomina enquanto fonte de ocupação
profissional (a tempo inteiro ou parcial) é a agricultura a origem dos rendimentos da região, o
que condicione o desenvolvimento do sector industrial e o sector terciário.
O Concelho de Arronches é considerado um concelho subdesenvolvidos, tendo grandes
barreiras e obstáculos à sua modernização uma vasta aréa do Concelho entra na zona
protegida de reserva ambiental da Serra de S. Mamede.
A sua situação fronteiriça com a vizinha Espanha também constitui um entrave ao seu
desenvolvimento.
No que diz respeito à saúde e à assistência médica, este concelho dispõe de 1 Centro de
Saúde, com 2 extensões, que assegurem a prestação de cuidados essenciais até ás 19:00 horas,
a partir dessa hora os serviços de urgência passam a ser assegurados pelo Hospital de
Portalegre ou Elvas.
A prestação de cuidados diferenciados ou mais especializados, ou internamento é assegurado
por Portalegre ou Elvas, obrigando a população do Concelho de Arronches a percorrer alguns
Kms para usufruírem destes serviços.
A segurança pública é assumida pela Guarda Nacional Republicana e pela Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arronches.
A nível associativo, cultural e desportivo foram consideradas quase todas as associações em
actividade no Concelho, principalmente as que têm maior “expressão”, sendo todas elas
viradas para espectáculos culturais e prática de actividades físicas.
Com a leitura do Pré-diagnóstico podemos constatar que Arronches é um Concelho
tipicamente “Alentejano” apresentando características comuns a esta região, onde a população
é muito envelhecida contrastando com o reduzido número de jovens.
Tendo em conta estes factores existe a necessidade da criação de novas respostas, ou seja é
necessário uma nova forma de organização de intervenção, nesta complexidade de problemas,
trabalhar em rede é mais do que um instrumento é um modo de ser e de estar, definindo uma
Página 143
nova cultura “Cultura de Rede”, direccionada para um desenvolvimento previamente
planeado.
Página 144
Bibliografia
Demografia

Nazareth, J. Manuel, Introdução à Demografia, Editorial Presença, Lisboa, 1996

Anuário Estatístico da Região Alentejo. INE, Évora, 2003

Instituto Nacional de Estatística – Direcção Regional do Alentejo XIV recenseamento
geral da população IV recenseamento geral da Habitação da Região Alentejo –
definitivos, INE, Lisboa 2002.
Metodologia

Módulos Profiss, construção de um Projectos - Guia do formando ministério do
trabalho e de solidariedade, Lisboa, 1999

Quivy, Raymond e CAMPENHOU DT, Luc Van, Manual de Investigação em ciências
sociais, 1ºedição, Gradiva, Lisboa, 1992

Silva, Augusto Santo e Pinto, José Madureira, Metodologia das ciências sociais,
2ºedição, Porto, Ed.Afrontamento, 1987

Ander – Ezequiel, Técnicas de Investigação Social, Buenos Aires, Humanistas, 1985
Serviço social

Robertis, Cristina de, Metodologie de L`intervencion en travail social, Lisboa, 1981,
Ed. Conunion

Netto, Paulo, Intervenção Social e Serviço Social in “ Cadernos” n.º3 Associação de
Profissionais de serviço social, Lisboa Outubro de 1978. Pp. 43-47
Página 145

Idenez, Maria José Aguilhar, A Acção Social a nível Municipal, Fundação Bissaya
Barreto, Coimbra 2001
Outras obras e documentos consultados

P.D.M. Plano Director Municipal de Arronches

Informações fornecidas pela Câmara Municipal de Arronches

Informações fornecidas pela Junta de Freguesia de Assunção, Esperança e Mosteiros

Informações cedidas pelo Rancho Folclórico de Arronches e Pedrinhas de Arronches

Informações fornecidas pela Escola de Música

Informações fornecidas pelo Grupo Desportivo dos trabalhadores da C.M.A

Informações fornecidas pelos restantes constituintes do C.L.A. S.A

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arronches

Agrupamento de Escolas EB2,3 Nº Senhora da Luz de Arronches

Direcção Regional de Educação do Alentejo (Ministério da Educação)

Centro de Emprego e Formação Profissional de Elvas

Centro de Saúde de Arronches

Sub-Região de Saúde de Portalegre 2003

Equipa de Coordenação de Apoio Educativos de Elvas – Intervenção Precose nos
Concelhos de Elvas, Campo Maior, Arronches e Monforte

Santa Casa da Misericórdia de Arronches

Centro de Bem-estar Social de Arronches

Paróquia de Arronches

Centro Bom Jesus de Esperança

Unidade de Protecção Social e Cidadania – Serviço Local de Arronches

Centro Comunitário dos Mosteiros

Direcção Regional da Agricultura do Alentejo – Zona Agrária de Arronches
Página 146

Pré Diagnóstico do Concelho de Arronches

Transcrição

Documentos relacionados

agenda - C.M. Arronches

Agenda Cultural e Desportiva maio e junho de 2013

agenda - C.M. Arronches

ID na listagem: 65 Nome da Empresa: Parcar Automoveis Morada

Museu Municipal de Gulfar - Câmara Municipal de Sátão

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA REGIONAL DOS AÇORES Decreto

BOLETIM DE CONFIRMAÇÃO asdasd asdasdasd

Oeiras: "Isaltino Ã© cavaquismo `offshore` do PSD"

Paróquia de São Pedro de Aradas asdasd asdasdasd

Universidade Católica do Porto - Escola Secundária da Boa Nova