Epistemologia e Filosofia

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Epistemologia e Filosofia
Epistemologia
e
Filosofia
Um filósofo em seu "laboratório"
por Sergio Navega, Publicações Digitais Intelliwise
Epistemologia e Filosofia
Publicações Digitais Intelliwise
Este documento foi originalmente publicado como material didático de um dos seminários que
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© 2000, 2002 Sergio Navega, Intelliwise Research
Edição original de Abril de 2000
1a. Edição Digital em Agosto de 2002
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Epistemologia e Filosofia
Conteúdo
Introdução
Conhecimento, Crenças, Justificação
Alguns Filósofos da Idade Média
Empirismo e Racionalismo
Hume, Locke, Descartes, Kant
O Raciocínio Indutivo
Elementos Fundamentais
Formatos Típicos
Críticas e Paradoxos
Defendendo a Indu ção
Filosofia do Século XX
Peirce, Vygotsky, Searle, Dennett
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1
Epistemologia
A Filosofia do Conhecimento
Estudo das razões que existem para suportar as
crenças (beliefs) que temos
Epistemologia, em um de seus sentidos, é
normativa, preocupa-se em avaliar se fizemos bem
ou mal a criação de nossas crenças
-
Justificação e suas estruturas
Conhecimento (crenças justificadas verdadeiras)
Avaliação metodológica (ciência, ceticismo)
Origens
- Sensação
- Memória
- Introspecção
- Razão
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2
Um Festival de "ismos"
Associacionismo
Positivismo Lógico
Cartesianismo
Eliminativismo Materialista
Vitalismo
Dualismo
Behaviorismo
Pragmatismo
Funcionalismo
Objetivismo
Monismo
Interpretivismo
Fenomenologismo
Humanismo
Realismo
Epifenomenalismo
Materialismo
Fisicalismo
Operacionalismo
Nihilismo
Naturalismo
Reducionismo
Emergentismo
Estruturalismo, etc, etc, etc
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3
Noções Associadas a Conhecimento
Certeza,
Dúvida
Crença
Modelos
Mentais
Ceticismo,
Falibilismo
Conhecimento
Causação
Justificação
Modelos
da Ciência
Epistemologia da
Justificação
Evidência,
Revisabilidade
Empiricismo,
Filos.Ciência
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4
Origens do Conhecimento
Memória
Percepção
Fontes de
Conhecimento
Outras
Intuição, etc
Raciocínio
Introspecção
Métodos
Fortes
(Dedutivos)
Métodos
Fracos
(Indutivos)
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5
Tipos de Conhecimento
De Objetos
Tipos de
Conhecimento
De Conceitos
De
Proposições
A Priori
(inatas)
Empiricas
Percepção,
Testemunho
Inferência,
Abdução
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6
Crença Verdadeira Justificada
(Justified True Belief)
Crença João acredita que a neve é branca
José acredita que a neve é branca
A neve é
branca
A neve é
branca
Maria acredita que a neve é azulada
Crença Verdadeira ou Falsa
Joana acredita que todos os políticos são
honestos
Crença Justificada
Pode-se argumentar (baseado em outras
crenças ou em evidências factuais) em
suporte (ou seja, acerca da validade) da
crença em questão.
O Caso do Fundacionalismo
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7
Conhecimento = Crença Verdadeira Justificada?
O Caso Gettier
Edmund Gettier (1927 - ), paper de 3 páginas
"Is Justified True Belief Knowledge?"
A definição
posta em
cheque
"S sabe que p"
1) p é verdadeiro
2) S acredita que p
3) Crença de S em p é justificada
Isto é suficiente para CVJ? Segunto Gettier, não
O Caso da Ferrari
- Prof. Carla acredita que um de seus alunos tem uma Ferrari
- Rodrigo vem às aulas todos os dias de Ferrari
- Cláudia, na realidade, é proprietária de uma Ferrari
- Rodrigo usa o carro de um amigo
- Cláudia não gosta de se exibir, vem de Fusca todos os dias
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8
Objetivismo X Subjetivismo
Diferem no uso de noções
Intrapessoais e Interpessoais
Objetivismo
Os peixes tem cauda
Constatação objetiva, a validade ou falsidade da frase
é verificável independente do gosto, predisposição ou
crença individual de quem observa
Subjetivismo
Peixe crú é delicioso
Subjetivo, verdade da frase depende de quem faz a
asserção, seu estado de espírito no momento, gosto
pessoal, etc.
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9
Rene Descartes
(1596 - 1650)
O pai da Filosofia Moderna,
colocou as questões
epistemológicas no centro dessa
disciplina
Discourse on the Method
of rightly conducting one's reason and reaching the
truth in the sciences (1637)
Meditations on First Philosophy (1641)
Principles of Philosophy (1644)
"Cogito Ergo Sum"
Je pense, donc je suis
Penso, logo existo
- Alertou que os sentidos (visão, audição, etc) são
frequentemente não confiáveis. Solidificou as visões
ceticistas, segundo a qual é frequentemente prudente não
confiar cegamente naquele que nos enganou ao menos 1
vez.
- Alguns chamam-no de 'Cético Cartesianista'
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10
Racionalismo X Empirismo
Racionalismo
Descartes, Hobbes, Leibniz, Frege
Enfatiza a importância da razão, incluindo a intuição,
minorando a influência das experiências sensórias
(incluindo introspecção e emoções), como fatores de
obtenção de conhecimento
Empirismo
Locke, Hume, Berkeley, Stuart Mill
Enfatiza a importância das experiências sensórias
como fonte fundamental do conhecimento humano
Nada em torno de nós pode ser dito como real a não
ser que sua existência possa ser inferida do que
captamos com nossos sentidos ou em introspecção
em nossos estados subjetivos
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11
John
Locke
(1632 - 1704)
Importante
Empiricista Britânico
An Essay Concerning
Human Understanding
(1690)
A mente ao nascer é como uma folha de papel
em branco, todas nossas idéias são derivadas
da experiência (Tabula Rasa)
Empiricista em relação à origem das idéias
Racionalista em relação à origem do conhecimento
Sem a razão temos somente nossas crenças e
nenhum conhecimento.
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12
David
Hume
(1711 - 1776)
Importante
Empiricista Britânico
A Treatise of Human Nature
An Enquiry Concerning Human
Understanding
A forquilha de Hume
Relações Entre Idéias
Argumentos demonstrativos (dedutivos) descobertos
meramente pelo pensamento
3 x 5 = metade de 30
Todos os cangurus são animais
Raciocínio Empírico Sobre Assuntos factuais
Provavelmente verdadeiros causais, não podem ser
demonstrados pelo simples pensamento pois podem ser
falsos
O Sol vai nascer amanhã
Alguns homens solteiros colecionam figurinhas
Fogo e calor estão tradicionalmente relacionados. Calor
decorre do fogo o que nos levaria indutivamente a achar que
todo o calor que sentirmos são originários do fogo
Importância da Associação de Idéias
-> Criticado por muitos filósofos
-> Uma das bases dos sistemas conexionistas atuais
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13
Immanuel
Kant
(1724-1804)
Critique of Pure Reason (1781)
Influenciado por Hume, Kant identifica
um terceiro tipo de conhecimento, o
"sintético a priori"
Analítico
Sintético
verdadeiro por
definição
veracidade depende
de observação
"a priori"
"a posteriori"
não dá conhecimento
novo sobre o mundo
informa-nos sobre
o mundo
"Rosas são Flores"
Raposas são carnívoras
Verdade verificável
por análise
Verdade verificável
somente por observação
Sintético "a priori"
- necessariamente verdadeiro
- independem de observação/experiência
- fornece conhecimento genuíno sobre o mundo
7 + 5 = 12
Todo evento deve ter uma causa
Sabidamente
verdadeiros, mas
informam-nos sobre
o mundo
Fenomeno
Coisas que percebemos, o
mundo como aparenta para nós
Nomeno
As coisas em si mesmas, inacessíveis,
realidade além das aparências
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14
Considerando o Raciocínio Indutivo
Indução: Inferência do
particular para o geral
Princípio Básico da Indução
O Futuro lembrará o Passado
Fazemos frequentemente predições baseados
nas regularidades que encontramos no passado.
Segundo Hume, não há sustentação racional
para isso.
Justificação Indutiva da Indução
Indução tem apresentado bons resultados no
passado, portanto deve ser confiável
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A Indução Enumerativa
Indução Enumerativa ou Instancial
1) Este pêssego tem uma covinha em cima
2) Este outro pêssego tem uma covinha em cima
..
.
Todos os pêssegos que vi até agora tem covinha
conclusão
indutiva
Todos os pêssegos tem
covinhas
Essa forma de inferência é chamada de nãodemonstrativa, pois não garante suas conclusões (não
tem rigor)
A inferência demonstrativa equivalente à frase acima seria:
"Alguns pêssegos tem covinhas em cima"
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16
A Indução Hipotética
Indução Hipotética (ou inferência da melhor explana ção)
Maria está vendo as pontas de dois
sapatos aparecendo embaixo da cortina
conclusão
indutiva
Maria conclui que há um
homem escondido atrás da
cortina
Essa forma de inferência também é chamada de
Abdução (cf. Peirce). Também é não-demonstrativa.
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Formas Seguras e Perigosas
de Generalizar
Generalizações
Legais (Lawful)
Todos os planetas se movem em
órbitas elípticas
Vulcan é um novo planeta, portanto ele
deve se mover em órbita elíptica
Generalizações
Acidentais
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Todas as moedas em meu bolso são
de prata
Se eu colocar esta moeda de 10
centavos em meu bolso, ela será de
prata
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18
O Futuro Seguindo o Passado?
Natureza tem diversas regularidades,
coisas que ocorreram frequentemente no
passado e que parecem tender a ocorrer
no futuro. A questão é se isso é
suficientemente rigoroso para fundamentar
raciocínios rigorosos.
Demonstrativos-> Não podem demonstrar
uniformidade da natureza, pois não há
uniformidade
Possibilistico-> Também não pode, pois
pressupõe uniformidade, seria raciocínio
circular
Falibilismo (Peirce e depois Popper)
Nossa inabilidade em atingir a verdade
final e definitiva em questões teóricas
acerca das ciências naturais. As teorias
podem a qualquer momento tornarem-se
falsas, elas estão sempre vulneráveis.
Teoria Científica é como dinheiro no banco
você sabe que está lá, mas...
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Outras Inferências Não-Demonstrativas
Alberto planeja viajar ao Rio amanhã. Joana infere que
amanhã Alberto estará no Rio.
Não há demonstratividade nessa inferência
Alberto pode ser atropelado, pode perder o vôo, pode
ter o avião sequestrado, pode decidir não ir na última
hora, etc.
As induções hipotéticas e as demais não-demonstrativas
(excluídas as enumerativas) tem evidências que podem
sugerir diversas hipóteses. Escolhe-se em geral a mais
simples, muitas vezes respeitando o princípio de Ockham
João pode concluir que todos os pêssegos tem covinhas
baseado nas evidências que vê, embora Alberto possa
estar cavando as covinhas antes de João examinar os
pêssegos. Mas esta hipótese não parece ter evidências
para suportá-la e é mais complexa do que a primeira.
Indução também é problemática porque a hipótese de que Alberto
esteja cavando as covinhas nos pêssegos é suportada pelas
evidências de pêssegos com covinhas!
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O Paradoxo dos Corvos
Carl Gustav Hempel (1905- )
Empiricista Lógico
O Problema
Evidências que confirmem uma hipótese h também
confirmam todas as hipóteses h' que sejam logicamente
equivalentes a h.
Todos os Corvos São Pretos
Confirmada por (ganha força com) todos os
corvos pretos que encontramos. Entretanto,
A
B
A
A
~B
B
~A
B
Todas as instâncias de não-corvos não-pretos
que encontrarmos servem para confirmar nossa
hipótese
Observações de guardanapos
brancos são confirmações de
corvos pretos!
Problema Indutivo
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Abdução Também é Problemática
Quando uma pessoa caminha na areia da
praia, ela deixa pegadas
Estou vendo agora pegadas na areia desta
praia
Abdução
Uma pessoa caminhou por esta praia
Quando uma vaca caminha pela praia usando
botas, ela deixa pegadas na areia
Estou vendo agora diversas pegadas na areia
desta praia
Abdução
Uma vaca usando botas andou
recentemente nesta praia
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Outro Ataque à Indução
Nelson Goodman (1906 - )
"nova charada indutiva"
verde
azul
t
1 Janeiro 2001
Verdul
(grue)
Verde antes de t
Azul após t
Todas as esmeraldas que examinei até hoje foram verdes
Todas as esmeraldas que examinei foram Verduis
Portanto, todas as esmeraldas são verduis!
Mas a partir de 1o. Janeiro 2001 as
esmeraldas não serão azuis, portanto
não serão verduis!
Goodman tenta salvar indução introduzindo o conceito de
"entrenchment", o uso frequente das premissas em
questão em outras induções bem sucedidas (conceito da
projetibilidade)
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A Conjectura de Goldbach (1742)
Christian Goldbach (1690 - 1764)
Números Primos
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, . . .
Conjectura
Qualquer número inteiro par maior do que 2 é a
soma de dois números primos
4=2+2
8=5+3
16 = 5 + 11
20 = 13 + 7
24 = 19 + 5
..
.
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Ninguém conseguiu provar
essa conjectura.
Indutivamente ela é
razoável, mas pode ser
falsa!
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24
Inferência Válida
A Indução Matemática
Indução Matemática não deve ser
confundida com a indução "filosófica". A
primeira é um método válido
(demonstrativo), com força dedutiva
1) Verificar que é válido para o caso inicial (1)
2) Supor que é válido para um número p
3) Provar que, se vale para p, também vale para (p+1)
n
i = 1+2+3+...+n=
i=1
p+1
i =
i=1
=
p (p + 1)
2
+ (p + 1) =
(p + 1) (p + 2)
2
=
p (p + 1)
2
+
2 (p + 1)
=
2
q (q + 1)
q=p+1
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n (n + 1)
2
2
QED
Quod Erat Demonstrandum
Que era a ser demonstrado
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Em Defesa da Indução
Hans Reichenbach (1891-1953)
Auto-definido como um "Empiricista Lógico"
Propõe uma defesa pragmática
Indução não como uma forma de inferência, mas
sim como um método para obtenção de
possibilidades, como uma aposta feita por um
"jogador"
Interpretação frequentista (probabilística) da
regularidade de ocorrência dos eventos
Chegada de novas evidências reorganiza
(corrige) as "apostas" iniciais
Aposta Principal:
Se há alguma conclusão válida a ser obtida a
partir de sequências de evidências, então o
método indutivo conseguirá eventualmente achálas. Isto só não funcionaria caso não haja um
ponto para o qual as probabilidades observadas
tendam a convergir
Indução será bem sucedida se o
sucesso for possível
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Críticas a Reichenbach
Há inúmeros outros métodos que podem dar a
mesma garantia do indutivo, ou seja, bons
resultados no longo prazo (convergência)
A garantia de convergência é dada apenas para
o longo prazo (tempo arbitrariamente longo) e
não para o curto prazo, onde pode haver
discrepâncias poderosas
Reichenbach nada diz sobre as questões
levantadas por Hume (que a indução nada diz a
nós sobre porque devemos acreditar em suas
conclusões)
Métodos probabilísticos (bayesianos,
principalmente) estão em franca evolução hoje
Formação de conceitos e categorias é baseada
fortemente em métodos indutivos
Sistemas conexionistas (redes neurais) usam
extensivamente as idéias inducionistas
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Charles Sanders
Peirce
(1839-1914)
Originador do Pragmatismo
Principal figura da Semiótica
Ícones
Semelhança com objetos representados
Índice: Um ícone que depende do objeto
representado não fundamentalmente devido
a uma relação de similaridade, mas devido
a alguma associação arbitrária
Signos Naturais
Nuvens acinzentadas significam chuva
Signos Convencionais
Luz verde no semáforo significa siga
Símbolos
Substituem o referente em um contexto qualquer
Semiótica se ocupa de
Sintaxe, Semântica e Pragmática
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28
Alfred Jules
Ayer
(1910-1989)
Language, Truth and Logic (1936)
The Problem of Knowledge (1956)
Positivista Lógico
=> Verificáveis empiricamente
=> Analíticos (por definição)
Conceitos religiosos ou metafísicos (como a
existência de Deus ou não) são sem sentido,
porque não se encaixam em nenhuma dessas
categorias
Princípio Verificador
O significado de uma frase é o seu método de verificação
sentença tem
sentido
sentença é
empiricamente
verificável
Sentenças verificadas ou falsificadas pelo mesmo conjunto de
observações são empiricamente equivalentes e tem o mesmo
significado
Verificacionismo é um critério para
apurar se algo tem sentido ou não, na
concepção dos lógicos positivistas
Karl Popper, inicialmente partidário, revisou profundamente os
conceitos lógico-positivistas
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29
Lev Semenovich
Vygotsky
(1896-1934)
"Thought and Language"
A construção social da
linguagem e da mente
Logo após sua morte, o regime de
Stalin baniu seus textos por
muitos anos
Importância da cultura no desenvolvimento
psicológico; desenvolvimento não pode ser
visto fora de seu contexto social
Funções cognitivas elevadas são
importantemente influenciadas pela linguagem
e por outras fontes externas de representação
Internalização de atitudes sociais;
internalização de ferramentas mentais
provenientes do ambiente
Mediação: uso de signos ou símbolos no
processamento mental
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30
John R.
Searle
(1932 -
Filósofo da
Mente, University
of California at
Berkeley
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31
O Argumento do Quarto Chinês
- Como Funciona
- Conclusão de Searle
- Searle Rebate Críticas
- Systems Repl y: O Todo Entende
Decorar o code-book
- Robot Reply: Câmeras e Microfones
Manipulação de bitmaps e códigos sonoros
- Brain Simulator Reply: Simular neurônios
Mecanismo hidráulico de válvulas e tubos
A visão equivocada de intensionalidade
quando se observa sistemas complexos
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32
Jerry Fodor
Modularidade da Mente
LOT (Language of Thought)
Unir Filosofia da Mente com
Ciência Cognitiva
Z e n o n Pylyshyn
Teoria Proposicional para
Visão
Noam Chomsky
"Syntactic Structures"
Gramática Universal
Ó r g ã o s d e L i ng u a g e m
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33
Daniel C. Dennett
(1942 - )
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34
Criaturas Darwinianas
Diversas espécies
submetem-se ao
ambiente
Sobrevivem apenas
as que conseguem
se adequar às
exigências
As espécies
sobreviventes se
multiplicam
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35
Criaturas Skinnerianas
Criatura exibe
diversas reações
aos estímulos do
ambiente
É reforçado o
comportamento
mais adequado, os
outros são
atenuados
Próximas situações
são enfrentadas
pela criatura com
comportamento
mais adequado
(reforçado)
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36
Criaturas Popperianas
Criatura simula o
seu ambiente em
sua mente,
executando testes
nesse ambiente
virtual
Criatura usa o
resultado de sua
simulação para
aumentar suas
chances de acerto
no ambiente
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37
Criaturas Gregorianas
As Criaturas Gregorianas importam do
meio ambiente ferramentas culturais e
técnicas para auxiliar em sua
simulação do ambiente. Desta forma,
enriquecem seus processos de
simulação, aumentando as
oportunidades de sucesso em
interações com o ambiente.
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38
Referências
Brown, Stuart; Collinson, Diané; Wilkinson, Robert (1998) One Hundred Twentieth-Century
Philosophers. Routledge.
Dancy, Jonathan; Sosa, Ernest (editors) (1997) A Companion to Epistemology. Blackwell
Publishers Ltd.
Dennett, Daniel C. (1996) Kinds of Minds. BasicBooks, Harper Collins Publishers, Inc
Dennett, Daniel C. (1995) Darwin’s Dangerous Idea. Touchstone Book, Simon & Schuster
Fodor, Jerry A. (1983) The Modularity of Mind. Bradford Book (1996)
Fodor, Jerry A. (1975) The Language of Thought. Harvard University Press.
Gullberg, Jan (1997) Mathematics From the Birth of Numbers. W. W. Norton & Company.
Honderich, Ted (editor) (1995) The Oxford Companion to Philosophy. Oxford University Press.
Japiassú, Hilton; Marcondes, Danilo (1996) Dicionário Básico de Filosofia. Jorge Zahar Editor.
Peirce, Charles Sanders. Semiótica. Editora Perspectiva (1995) “The Collected Papers of Charles
Sanders Peirce”
Searle, John (1980) Minds, Brains and Programs. In Haugeland, John (editor) (1997) Mind
Design
II, MIT Press
Teixeira, João de Fernandes (1998) Mentes e Máquinas. Editora Artes Médicas
Warburton, Nigel (1998) Philosophy, The Classics. Routledge.
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39

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