saúde - Jornal da Saúde Angola

Transcrição

saúde - Jornal da Saúde Angola
O Céu é o Limite
a saúde nas suas mãos
MINISTÉRIO DA SAÚDE
GOVERNO DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Ano 4 - Nº 43
Outubro
2013
Mensal Gratuito
jornal
Director Editorial: Rui Moreira de Sá
Directora-adjunta: Maria Odete Pinheiro
aude
A
da
N
G
O
L
A
Enfermeiros
em Congresso
DIAS DOS SANTOS
Queremos fazer
deste 2º Congresso
um grande evento e
um período de festa
dos profissionais da
saúde
A realizar-se em Luanda, de 26 a
30 de Novembro, sob o lema
″Humanizar Para Melhor Cuidar″,
o II Congresso Internacional da
Ordem dos Enfermeiros é aguardado com grande expectativa. |3
Nova clínica
oferece serviços
de excelência
Uma equipe de médicos de reconhecida competência profissional,
aliada a tecnologia de ponta,
garantem, em Luanda, consultas
especializadas, check ups, análises
e exames complementares de
diagnóstico ao melhor nível. |16
Respira
pela boca?
Atenção às possíveis
alterações corporais
e faciais |30
Congresso de Ciências
da Saúde acolhe mais
de 1300 profissionais
Formar e informar na área da saúde, discutir o sector com todos os seus actores, criar oportunidade
de networking e reafirmar o sucesso da primeira edição, são os grandes objectivos da Clínica
Multiperfil, organizadora do 2º Congresso Internacional de Ciências da Saúde, a decorrer de 4 a 8
de Novembro, em Luanda. Em simultâneo, realizam-se 70 cursos, o 2º Simpósio de Enfermagem,
o 2º Simpósio de Anemia Falciforme e a Expo Multiperfil, com 58 expositores. Oradores são 182
que vão falar para mais de 1300 profissionais de saúde. Saiba o essencial do que se vai passar.
Entrevista ao Presidente do Congresso, Manuel Filipe Dias dos Santos |6
Solução simples
para evitar
doenças
Lavar as mãos com sabão pode
proteger uma em cada três crianças de adoecer com diarreia e uma
em cada seis crianças de adoecer
com infecções respiratórias como
a pneumonia |26
A importância dos dentes desde a infância até à idade adulta
Tudo o que precisa saber para que o seu filho tenha uma dentição perfeita. Desde bebé. |14
AcTUALIdAdE
2
Outubro 2013 JSa
EMPRESAS SOCIALMENTE
RESPONSÁVEIS
Rui MoReiRa de Sá
Director Editorial
O Jornal da Saúde chega gratuitamente às suas mãos graças
ao apoio das seguintes empresas e entidades socialmente
responsáveis que contribuem para o bem-estar dos angolanos
e o desenvolvimento sustentável do país.
[email protected]
A saúde está
a mexer
Inaugurações de novas clínicas privadas com um
atendimento de cinco estrelas, abertura de novas
unidades públicas de saúde, centros e laboratórios,
de elevada qualidade – como testemunhámos no
Huambo, Ndalatando, e as previstas para Luanda
(Cazenga), por exemplo –, debate activo entre os
profissionais de saúde – só no próximo trimestre
teremos as Jornadas Científicas das faculdades de
Medicina do Lubango e da UAN, os Congressos da
Multiperfil, da Ordem dos Enfermeiros e da Ordem dos Médicos –, a constituição da Ordem dos
Farmacêuticos a 25 deste mês, a formação acelerada em gestão da saúde por parte de responsáveis
de hospitais, numa iniciativa do Jornal da Saúde em
colaboração com o ISCTE, a entrada no mercado
de novas empresas farmacêuticas, o aumento da
cooperação internacional no sector (OMS, UNICEF e outros exemplos recentes com Portugal,
China e Bélgica), são evidências de que a saúde está
a mexer. E bem.
E não só em Luanda. Conforme reportagem que
publicamos este mês, no Conselho Consultivo
Alargado no Huambo, o Ministro da Saúde lembrou que, fruto do esforço do Executivo, através da
implementação da Faculdade de Medicina e de escolas de formação de técnicos de saúde, esta província registou um aumento progressivo da força
de trabalho entre 2010 e 2013, com realce para os
médicos que passaram de 127 para 176, os licenciados em enfermagem, de 14 para 45, e o número
de enfermeiros de 1.906 para 3.769. No domínio
das infra-estruturas, houve igualmente um incremento de 34 novas unidades sanitárias, com realce
para o nível primário de atenção, apostando-se,
deste modo, num modelo de proximidade.
Embora muito haja ainda a fazer na saúde, estamos,
sem dúvida, no bom caminho!
O QUE PROMETEMOS
AO LEITOR
A saúde é um estado de completo bem-estar físico,
mental e social, e não simplesmente a ausência de
doença ou enfermidade. Trata-se de um direito humano fundamental. A conquista de um elevado nível de saúde é a mais importante meta social.
A promoção da saúde pressupõe o desenvolvimento pessoal e social, através da melhoria da informação, educação e reforço das competências que habilitem para uma vida saudável. Deste modo, o leitor fica mais habilitado a controlar a sua saúde, o ambiente, e fazer opções conducentes à sua saúde.
Prometemos contribuir para:
– Melhorar e prolongar a vida do leitor, através da
educação, informação e prevenção da saúde;
– Contribuir para se atingirem os objectivos e metas
da política nacional de saúde e os Objectivos do Milénio, através da obtenção de ganhos em saúde nas
diferentes fases do ciclo de vida, reduzindo o peso
da doença;
– Constituir um referencial de formação e um repositório de informação essencial para os profissionais
de saúde.
Queremos estreitar a relação consigo, incentivando
a sua participação em várias secções do Jornal da
Saúde. Envie-nos os seus textos, comentários e sugestões.
E-mail [email protected]
SMS 932 302 822 / 914 780 462
www.jornaldasaude.org
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Planeamento e Controlo de Gestão na Saúde - 25 a 29 de Novembro de 2013
SeCretariado e iNSCriçõeS: rua Vereador Ferreira da Cruz, 64, Miramar, Luanda
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Conselho editorial: Prof. Dr. Miguel Bettencourt Mateus, decano da
Faculdade de Medicina a UAN (coordenador), Dra. Adelaide Carvalho, Prof. Dra. Arlete Borges, Dr. Carlos (Kaka) Alberto, Enf. Lic. Conceição Martins, Dra. Filomena Wilson, Dra. Helga Freitas, Dra. Isabel Massocolo, Dra. Isilda Neves, Dr. Joaquim Van-Dúnem, Dra. Joseth de Sousa, Prof. Dr. Josinando Teófilo, Prof. Dra. Maria Manuela
de Jesus Mendes, Dr. Miguel Gaspar, Dr. Paulo Campos.
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Óscar; Madalena Moreira de Sá; Maria Ribeiro; Patrícia Van-Dúnem.Correspondente provincial: Elsa Inakulo (Huambo) Publicidade: Maria Odete Pinheiro Tel.: 935 432 415 [email protected] Revisão: Marta Olias; Fotografia: António Paulo Manuel (Paulo dos Anjos). Editor: Marketing For You, Lda - Rua Dr.
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Outubro 2013 JSa
AcTUALIdAdE
Em 2014
MArIA TErESA
VICENTE “O
profissional de
enfermagem
assume um papel cada vez
mais decisivo e
proactivo no
que se refere à
identificação
das necessidades do cuidado
da população,
bem como na
promoção e
proteção da
saúde dos indivíduos em suas
diferentes dimensões”
Cazenga terá novas unidades de saúde
Humanizar para melhor cuidar
Congresso da Ordem dos Enfermeiros
espera 2.500 participantes
O II Congresso Internacional da Ordem dos Enfermeiros de Angola que decorre em Luanda, de
26 a 30 de Novembro, é aguardado com grande
expectativa. De acordo com a Bastonária, Maria
TeresaVicente, o evento “será uma oportunidade para reflexão, avaliação e debate sobre temáticas ligadas ao exercício da profissão, quer pelo
valor social que encerra a sua actividade laboral,
quer pelo aprofundamento de orientações estratégicas conducentes à melhoria do estado de
saúde e qualidade de vida da nossa população”.
Sob o lema ″Humanizar para melhor cuidar″, o Congresso vai reunir especialistas na
área de enfermagem nos diferentes níveis, estudiosos e profissionais na área da saúde que debaterão com os cerca de 2.500 participantes os
seguintes temas centrais: gestão de qualidade em
saúde como um processo para humanização no
atendimento, política nacional de humanização
na visão dos diferentes países (experiências de
cada país); humanização como um princípio da
assistência em enfermagem; humanização na assistência ao parto; humanização no contexto de
saúde: experiência de Angola; a humanização do
ponto de vista multidisciplinar na perspectiva da
Bolsas de estudo
Curso sobre trauma
em Israel
Até ao dia 26 de Dezembro, estão abertas as inscrições para o 11º curso “ Developing and Organizing a Trauma System and MCS Organization”.
A formação, em inglês, decorre em Israel, de 23 de
Março a 4 de Abril de 2014. Entre os seus objectivos, destaca-se: compreender a continuidade do
tratamento de pacientes com traumatismos num
sistema de trauma; estudar as estruturas envolvidas nas várias fases de tratamento; desenvolver
um modelo de um sistema apropriado para o
trauma (país de origem do participante); preparação para vítimas em massa.
O curso destina-se a médicos, enfermeiros e
paramédicos envolvidos na organização e no tratamento de vítimas com trauma.Aos candidatos
seleccionados ser-lhes-á oferecido pelo Governo
de Israel – MASHAV uma bolsa de estudos que
inclui pensão completa (estadia e alimentação) e
seguro médico durante o período do curso.A
passagem aérea não está incluída e as despesas
pessoais são por conta do estudante. Os interessados em obter mais informações devem enviar
um e-mail para [email protected]
3
enfermagem, médica, psicológica, religiosa e social; acolhimento aos utentes na atenção primária da saúde, o papel das instituições de ensino
em saúde na promoção do atendimento humanizado; qualidade e segurança do paciente na
assistência domiciliária, entre outros.
Expo Enfermagem
Em simultâneo decorre a 1ª Expo Enfermagem, certame que permitirá a milhares de enfermeiros e outros profissionais da saúde conhecerem as últimas novidades em tecnologia
de enfermagem, equipamentos, dispositivos e
medicamentos. Uma excelente oportunidade
também para os fabricantes e distribuidores interagirem face a face com o seu público-alvo,
num ambiente profissional.
O fUTURO dA PROfISSãO
Não perca na próxima edição a entrevista de
fundo à Bastonária da Ordem dos Enfermeiros que aborda, entre outros tópicos a formação e o futuro da profissão.
O município do Cazenga, em Luanda, vai ganhar, em 2014, mas um
hospital municipal e um centro de
saúde de referência, para uma
maior cobertura na municipalidade
O anúncio foi feito nesta localidade à imprensa pela directora
provincial de saúde de Luanda, rosa Bessa, adiantando que as unidades serão erguidas nos locais onde
foram desactivados os centros de
saúde do Hoji ya henda e Asa Branca, em consequência das inundações na época chuvosa.
rosa Bessa disse que no local
onde funcionou o centro de saúde
do Hoji ya henda vai surgir um novo edifício, porque o actual tem
problemas de drenagem das águas,
mas que se tem feito o tratamento.
Sublinhou que os trabalhos na
avenida Ngola Kiluanje estão muito
avançadas, o que vai permitir que, rOSA BESSA No Hoji ya henda vai surgir um hospital municipal e no Asa Branca um centro de saúde de referência com
em 2014, se consiga fazer uma no- todas as condições
va unidade com todos os serviços.
“ No Hoji ya henda vai surgir um hospital mu- ticas para a requalificação de laboratórios que
nicipal e no Asa Branca um centro de saúde de re- vão ser implementadas com ajuda das adminisferência com todas as condições. Já decorreram trações municipais, no âmbito da municipalizanegociações com a administração local”, disse.
ção dos serviços de saúde.
Quanto à falta de reagentes e ambulâncias no
Cazenga é um dos sete municípios da promunicípio, disse que algumas questões devem víncia de Luanda, possuiu uma população estiser solucionadas através dos projectos das ad- mada em dois milhões de habitantes, distribuíministrações locais.
dos nas comunas do Tala-hadi, Cazenga e Hoji ya
Segundo a responsável, o sector possui polí- henda.
OFTALMOLOGIA
4
outubro 2013 JSA
LUANDA COM “OLHOS NOS OLHOS”
Mara Mota
Nascida de uma parceria mas também, e acima de tudo,
de uma amizade entre Rui Jorge Pereira Africano, Fernando Tomás e Armindo Costa, a Olhos nos Olhos é uma boutique óptica inaugurada recentemente em Luanda.
Convidados para a festa de abertura, testemunhamos que
o lugar é sinónimo de sofisticação e glamour.
Olhos nos Olhos tem para oferecer ao público angolano
os cuidados mais avançados para a visão e as últimas colecções de óculos de sol e de prescrição das melhores marcas internacionais.
Serviços de óptica ocular, aconselhamento estético,
optometria, contactologia (lentes de contacto com graduação) e oftalmologia, fazem parte do leque da Olhos
nos Olhos.
Rui Jorge Pereira Africano, formado recentemente em
medicina interna, foi o maior impulsionador para que o
desafio desta sociedade se concretizasse, visto ser a sua
mãe também médica oftalmologista e pertencer a uma família de médicos conceituados em Angola.
Sobre os objectivos, os responsáveis explicaram-nos
que a ideia é promover design, promover estilo, actualização e promover principalmente saúde.
“O angolano é «apaixonista» (sabe o que quer e gosta
sempre do melhor), por isso queremos transmitir ao nosso público-alvo que os óculos não são somente um utensílio de estilo ou moda mas é qualquer coisa que melhora
a saúde sobretudo com a correcção dos defeitos de visão,
que sabemos ser muito prevalentes em Angola”, disse Armindo Costa.
E a garantia da utilização de equipamentos topo de gama para garantir que o teste de rastreio ou de acuidade visual revele todas as necessidades dos olhos, foi dada pelo
optometrista, Fernando Tomás.
JSA Outubro 2013
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2º CongREsso intERnaCionaL DE CiênCias Da saúDE
6
outubro 2013 JSA
Clínica Multiperfil engajada na qualificação e reforço de competências dos profissionais da saúde
“Queremos fazer deste 2º Congresso um grande evento
e um período de festa dos profissionais da saúde”
Formar e informar na área da saúde, discutir o sector com todos os seus actores, criar oportunidade de networking e reafirmar o sucesso da primeira edição, são os grandes objectivos
da Clínica Multiperfil, organizadora do 2º Congresso Internacional de Ciências da Saúde, a decorrer de 4 a 8 de Novembro,
em Luanda. Em simultâneo com o 2º Congresso decorrem o
2º Simpósio de Enfermagem, o 2º Simpósio de Anemia Falciforme e a Expo Multiperfil.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Saúde, o Presidente do
Conselho de Administração da Clínica Multiperfil, Manuel Filipe Dias dos Santos, falou também sobre como esta renomada instituição pretende contribuir para a redução das principias causas de morte em Angola. Mara Mota
— À medida em que se
aproxima a data quais as
expectativas para a realização deste 2º Congresso?
— O 2º Congresso de Ciências da Saúde da Clínica
Multiperfil está rodeado de
grandes expectativas, naturalmente, porque temos organizado eventos em que
normalmente participa um
grande número de profissionais da saúde. O Congresso é precedido de um
período pré-congresso,
com a realização de cursos
que decorrem de 4 a 6 de
Novembro. Vão ser ministrados cerca de 70 cursos
pré-congresso para os
quais já foram recebidas
quase duas mil inscrições.
Além dos cursos pré-congresso, temos o Congresso
propriamente dito e, simultaneamente, o 2º Simpósio
de Enfermagem, o 2º Simpósio de Anemia Falciforme e, ainda, a Expo Multiperfil onde irá ser exposto
equipamento, medicamentos e demais material
médico-hospitalar.
Para o Congresso temos
previstas cerca de 11 mesas
redondas, 5 palestras, 58 temas livres e serão expostos
85 posters eletrónicos.
À data, estão inscritos na
Expo Multiperfil 58 expositores e patrocinadores directos que ocupam 74 módulos.
O número de oradores é
elevado. São 182, dentre
eles, 80 angolanos, 60 brasileiros, 20 portugueses, 20
cubanos e 2 norte-americanos. Portanto, como pode
ver, é um evento internacional de grande dimensão
que faz jus ao tema escolhido: “Clínica Multiperfil na
qualificação e reforço de
competências dos profissionais de saúde”.
— Porquê a escolha deste
tema?
— Porque pensamos que a
qualidade na oferta dos serviços médicos só é possível
com a realização de formação contínua dos trabalhadores da saúde.
— Como justifica a realização, em simultâneo, dos
2ºs simpósios de enfermagem e de anemia falciforme?
— A classe de enfermagem
é uma classe especial para
nós. Damos-lhe uma importância extremamente
grande por ser também o
nosso grande parceiro. E
queremos fazer com que
esta classe tenha o lugar
que merece dentro da nossa sociedade. É assim que,
para nós, é uma honra realizar, no âmbito do nosso
Congresso, este 2º simpósio.
Em relação ao simpósio
de anemia falciforme, realizamo-lo porque a inci-
“… para que
haja melhoria da
qualidade dos
serviços
prestados é
necessário que
os recursos
humanos sejam
bem formados. E
esta é a nossa
grande
preocupação.
apostar no
homem!”
dência desta doença é elevada no nosso meio e não
gostaríamos que passasse
despercebido. Constitui
mais uma chamada de
atenção às autoridades
competentes para que possam desenvolver programas de maneira a prevenir,
ou, pelo menos, minimizar,
a prevalência dessa doença
Dias Dos santos
entre nós.
— De um modo geral pode destacar a importância
deste evento para a saúde
em Angola?
— Todos os eventos científicos ligados à saúde têm
sempre importância no
que se refere à saúde em
Angola e este é um deles.
Estamos muito direcionados para a formação e, como eu disse anteriormente,
só com quadros altamente
qualificados na área da
saúde é possível prestar um
serviço com qualidade.
— Comparativamente ao
primeiro Congresso, qual
é a grande novidade este
ano?
— Comparativamente ao
ano anterior e a congressos
realizados por outras instituições, a grande diferença
reside no número de cursos
pré-congresso. Lembro,
por exemplo, que no 1º
Congresso tínhamos apenas 30 e poucos cursos e este ano temos o dobro. O
mesmo se passa em relação
a mesas redondas, palestras…Enfim, queremos fazer deste 2º Congresso um
grande evento e um período de festa dos profissionais da saúde.
— O que espera dos palestrantes?
— Quer dos palestrantes
nacionais, quer dos estrangeiros que foram convidados, esperamos que o seu
empenho seja o melhor
possível que já nos têm habituado a isso.
— Qual é o grande desafio
da Clínica Multiperfil para
os próximos tempos?
— Penso não ser só da Clínica, mas de todas as unidades hospitalares do país:
o grande desafio reside na
melhoria da qualidade dos
serviços prestados. E para
que haja essa melhoria é
necessário que os recursos
humanos sejam bem formados. Essa é a nossa grande preocupação: a aposta
no homem!
— Sabemos que as duas
maiores causas de morte
em Angola são a sinistralidade rodoviária e a malária. Como é que a Multiperfil pretende contribuir
para a sua redução?
— Procuramos contribuir
com a realização deste congresso e de outros. Este
ano, a nível da prevenção
da sinistralidade rodoviária, vamos, juntamente
com a Polícia Nacional,
apresentar um painel extremamente interessante onde os nossos convidados,
em conjunto com quadros
nacionais, irão discutir formas de diminuir essa sinistralidade nas estradas.
A malária – primeira
causa de morte em Angola
– é um problema de saúde
pública. Os doentes chegam até nós em vários estadios, da forma mais leve à
mais grave, e são tratados
com medicamentos. Entendemos que o problema
da malária não é resolvido
a nível dos hospitais mas
sim, fundamentalmente,
ao nível preventivo.
sobre a EXPo MULtiPERFiL
À data do fecho desta edição, estão inscritos na Expo Multiperfil 58 expositores e patrocinadores directos que ocupam 74 módulos.
Segundo a organização, este evento constitui um salão especializado e profissional
no sector dos medicamentos, equipamentos e dispositivos médicos. Vai apresentar aos médicos de todas as especialidades, gestores hospitalares, directores
provinciais de saúde, administradores
municipais, outros técnicos de saúde e
demais autoridades públicas e decisores,
toda a oferta do mercado no sector da
saúde.
Trata-se de uma oportunidade única para
os fornecedores / distribuidores patrocinarem e apresentarem os seus produtos e
equipamentos junto dos profissionais de
saúde prescritores e decisores muito interessados em conhecer as novas soluções.
Permite ainda identificar e fidelizar clientes, promover a marca e acompanhar a
concorrência.
JSA Outubro 2013
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8
2º Congresso InternaCIonal de CIênCIas da saúde
Perspectivas e desafios da educação
médica em Angola*
Mário Fresta
Médico especialista em fisiologia humana
e perito em educação médica, Centro de
estudos avançados em educação e For-
outubro 2013 JSA
saúde públicos e privados
envolvem-se progressivamente na educação médica
contínua e pós-graduada,
com acompanhamento do
Ministério da Saúde e da Ordem dos Médicos no uso das
suas respectivas competências. Portanto, existe já uma
rede e um mercado nacional,
em expansão, tanto de serviços de saúde como de instituições de formação, interessando diversos actores e gerando questões tanto ao nível
do sistema como ao nível institucional.
mação Médica (CeDUMeD) da UaN,
Luanda,angola.
[email protected]
Esta apresentação integra
elementos de revisão e de
opinião sobre o futuro da
educação médica em Angola,
à luz das respectivas tendências e recomendações locais,
regionais e mundiais. A melhoria da saúde de todas as
populações, através duma
uma gestão inovadora da
educação médica, é a principal finalidade da educação
médica e os recursos humanos da saúde, onde se incluem médicos e outros profissionais, são consensualmente reconhecidos como
um factor crítico para o sucesso dos projectos e programas
de saúde. Estão definidos padrões mundiais para a educação médica que promovem a
sua qualidade e servem de
base aos processos de avaliação e a acreditação.
Quando se fala de África, a
situação dos recursos humanos da saúde é quase sempre
adjectivada de “crise”, requerendo uma profunda abordagem multissectorial e multidimensional a todos os níveis - incluindo a redução do
impacto negativo da globalização - que passa por advocacia, início dum processo de
acção nos países, e desenvolvimento de opções políticas
para responder à referida crise, bem como acções urgentes identificadas ao nível regional e internacional.
Educação médica
em África
A educação médica em
África foi recentemente objecto dum estudo bastante
completo (disponível online
na íntegra e sintetizado numa publicação) que documenta o seu considerável
crescimento recente, incluindo do sector privado, a
escassez endémica de corpo
docente, a debilidade das infra-estruturas, a insuficiente
coordenação entre os ministérios da educação e da saúde, a incipiente avaliação da
qualidade e acreditação, a
progressiva focalização nas
necessidades de saúde nacionais, a importância da investigação (não só para criação de conhecimento, mas
para a própria gestão dos recursos humanos) e as inovações curriculares que estão a
acontecer em muitas escolas
médicas.
Situação nos PALOP
Outra publicação recente
analisa os recursos humanos
da saúde especificamente
em nos países africanos de
língua oficial portuguesa
(PALOP), referindo que –
apesar de ser muito difícil obter informação actual e fiável,
inclusivamente em Angola –
na globalidade dos PALOP
há grande carência de profissionais de saúde e estes estão
desigualmente distribuídos
pelo território (comprometendo acesso e equidade),
com uma excessiva dependência de médicos estrangeiros, a capacidade de formação é limitada e pouco avaliada, perdem-se alguns profissionais por emigração e, mais
ainda, por brain drain interno, e a capacidade de gestão
é globalmente fraca, propondo aquele estudo como solução o reforço dos sistemas de
informação, a maior troca de
experiências, o desenvolvimento da capacidade de gestão e o fortalecimento da mobilização de recursos financeiros.
A actual reforma
A referência mais recente
e relevante a nível global,
eventualmente desde o rela-
tório Flexner de 1910, é a publicação “profissionais de
saúde para um novo século”
a qual considera como desafios emergentes dos sistemas
de saúde as transições demográficas e epidemiológica, a
inovação tecnológica, as demandas da população e a diferenciação profissional.
Aquela publicação sustenta
que: a actual (terceira) reforma da educação médica é
guiada pelas competências
locais-globais e acontece em
sistemas de saúde-educação,
orientando a pesquisa e a
educação médica para as necessidades locais; a educação
se torna progressivamente
interprofissional e transprofissional; a aprendizagem deve desenvolver atributos de
liderança que formem agentes de mudança, tendo por
objetivo “a educação profissional transformativa e interdependente para a equidade
na saúde”.
Educação médica
em Angola
Quando nos reportamos à
situação da educação médica em Angola - com base na
experiência pessoal e institucional, suportada pela avaliação da educação médica realizada em 2005-2007 na Universidade Agostinho Neto
(UAN), na literatura cinzenta
e em trabalhos da comunicação social - confirmamos que
se mantêm válidas a generalidade das constatações e recomendações internacionais, particularmente as referentes à região africana, com
algumas especialidades do
contexto nacional. Angola teve uma única Faculdade de
Medicina (pública) desde
1963 até 2000 (sedeada em
Luanda e que tutelou um segundo curso no Huambo entre 1981 e 1991), surgindo em
2000 uma segunda Faculdade (privada) e tendo em
2008-2009 sido instaladas
mais cinco Faculdades (públicas) dependentes da cooperação técnica cubana e ou-
tra Faculdade pública de tutela militar, totalizando oito
Faculdades de Medicina legalizadas e funcionantes. Para além dessas Faculdades de
Medicina, tradicionalmente
dedicadas à educação médica básica (com exceção da
mais antiga que preencheu
também algum espaço na especialização médica e na
pós-graduação académica),
os prestadores de serviços de
Necessidade
de articulação
e planificação
Entre essas questões coloca-se, em primeiro lugar, a
necessidade de articular intimamente a formação com a
pesquisa e os serviços, visando sempre a melhoria da
saúde das populações; a conveniência de planificar o continuum da educação médica,
ao invés das suas várias etapas separadamente, e de
conjugar a educação dos médicos com a dos demais profissionais de saúde; a promoção da qualidade mediante
avaliação (interna e externa)
e a consequente acreditação
das instituições e das acções
deformação médica, ponderando as recomendações internacionais e o contexto local; a concretização duma
“coopetição” frutífera em
educação médica, nomeadamente entre as Faculdades
de Medicina.
Aspectos estruturantes comuns
dos cursos de medicina
Por fim, mas não menos importante, definir os aspectos
estruturantes comuns que
devem ter os cursos de medicina oferecidos no País e
distingui-los daquelas dimensões ou variáveis em
que a diversificação é permissível ou mesmo desejável.
Em relação a esta última
questão, propomos como
aspectos comuns a reter na
educação médica básica: o
perfil (nuclear) do profissional a formar; a inclusão
dum estágio profissionalizante final; a obrigatoriedade de apresentação e defesa
dum trabalho final de curso
como carácter de dissertação de mestrado; a duração
do curso (seis anos), os ciclos em que o mesmo se organiza (dois ciclos, 3+3
anos) e os respectivos graus
académicos (bacharel em
ciências sociais e mestre em
medicina), assim como a
forma e processo de certifi-
cação dos graus; a quantificação da aprendizagem em
unidades de crédito (no total seis x 60 = 360 ECTS); e a
metodologia de avaliação
das escolas e dos cursos,
bem como da consequente
acreditação.
Como variáveis ou especificidades na educação médica propomos, acolhendo a
liberdade académica e a autonomia universitária consagradas na lei: o modelo
curricular; as unidades curriculares electivas; o desenho do micro-currículo; os
métodos de ensino-aprendizagem e de avaliação; e o
sistema institucional de
controlo de qualidade.
Questões em aberto
Como questões em aberto, que devem ser fixadas
após profundo e inclusivo
debate, propomos a existência dum core curriculum
uniforme e a obrigatoriedade dum exame final único
(nacional). As escolhas em
matéria educação médica
devem levar em conta as recomendações internacionais (nomeadamente da organização mundial de saúde e da federação mundial
de educação médica) e incluir todas as partes interessadas (a administração central do estado, mediante tutela do ensino superior, da
saúde, e da ciência, tecnologia e inovação; as regiões
académicas e governos provinciais; as agências ou institutos responsáveis pela
avaliação e acreditação; as
instituições de ensino superior; a ordem dos médicos;
os empregadores; as populações e os doentes organizados; e as organizações da
sociedade civil, designadamente envolvidas em questões de saúde.
*Síntese da comunicação a
apresentar no 2º Congresso
de Ciências da Saúde
saúde Huambo
JSA outubro 2013 9
Huambo reforça serviços de saúde
Elsa Inakulo |
Correspondente no Huambo
O Centro de Hemodiálise e
os Laboratórios de Pesquisa
de Tuberculose e de Entomologia já estão em funcionamento.
dos de Luanda e Benguela –
atende pacientes de toda a região centro-sul angolana.
Possui 16 rins artificiais para
hemodiálise e 33 profissionais, desde nefrologistas a enfermeiros e outros técnicos
que devem velar pela manutenção e superação dos equipamentos. O laboratório de
pesquisa e cultura do bacilo
de Koch e diagnóstico da tuberculose, igualmente com
127
mÉdicos
A linguagem
dos números
176
2010
2013
carácter regional, permitirá
também identificar a sensibilidade dos mesmos aos antibióticos, bem como detectar
a sua resistência às drogas.
Segundo Juliana, cerca de 960
colheitas podem ser examinadas em apenas dois dias
pelos três técnicos – formados em Portugal ¬– ultrapassando assim as dificuldades
de enviar amostras a outros
laboratórios no país ou no es-
trangeiro, o que demorava
até várias semanas. Afirmou
ainda que, apesar dos custos,
o governo continuará a criar
condições do ponto de vista
estrutural e de formação de
recursos humanos.
O laboratório de pesquisa
entomológica será ao primeiro no país com tal dimensão, depois de vários anos em
que o Huambo era conhecido além-fronteiras por ter, na
45
14
2010
2013
enfermeiros
gundo destacou, as referidas
unidades são exemplos concretos da forte aposta do executivo na melhoria da prestação dos serviços de saúde, e
mostram que “nesse seu esforço não quer excluir ninguém.”
O director provincial de
saúde do Huambo, Frederico
Juliana, afirmou que o centro
de hemodiálise – o terceiro
implantado no país depois
licenciados
enfermagem
Mais um passo foi marcado
no âmbito da melhoria e reforço do sistema de saúde na
província do Huambo e do
seguimento da municipalização do sector. A 26 de Setembro entraram em funcionamento o centro de hemodiálise, o laboratório de pesquisa e cultura do bacilo de
Koch e diagnóstico da tuberculose, e ainda o laboratório
de pesquisa entomológica –
serviços inaugurados pelo titular da pasta no país, o ministro José Van-Dúnem. Se-
altura, no Instituto de Investigação Agronómica um dos
maiores insectários laboratórios de entomologia da África
Austral, assinalou o ministro
da saúde. O serviço permite
analisar a eficácia dos produtos usados no combate ao
mosquito na fase larval e
adulta antes da sua aplicação, e conta com quatro técnicos formados no Zimbabwe. José Van-Dúnem acredita ser com esta melhoria dos
conhecimentos que se reúnem as condições para combater o paludismo, apesar de
reconhecer o já legitimado
progresso do Huambo nesta
luta. Os cidadãos entrevistados louvaram a iniciativa governamental e disseram esperar qualidade e eficácia no
combate e tratamento da tuberculose, malária e doenças
renais.
3769
1906
2010
2013
10º conselho consultivo alargado
Humanização nos serviços de saúde
Cuidar com dignidade e
amor é um acto de cidadania que traduz a importância de colocarmos as pessoas no centro da nossa actuação – foi esta a temática
do 10º Conselho Consultivo Alargado da Saúde do
Huambo que decorreu no
final de Setembro.
“Confiança e reconhecimento” foram as palavras
usadas pelo titular da pasta
da saúde em Angola para
descrever o sentimento para com a equipa de profissionais da saúde da província do Huambo ao abrir o
Décimo Conselho Consultivo Alargado do sector.
Confiança na capacidade
de trabalho, mesmo em circunstâncias muitas vezes
adversas, e reconhecimento por honrarem no dia-adia o desafio de manter e levar mais longe o serviço nacional de saúde. Segundo
José Van-Dúnem, a realização do evento demonstra a
dinâmica que se pretende
com as províncias para divulgar e consolidar as prioridades do sector ao nível
local. Por outro lado, mostra a vontade e o caminho
que a província quer seguir,
pois tem já definida uma
orientação
estratégica
“com foco na qualidade dos
cuidados para garantir a
equidade dos serviços de
saúde e a coesão social.”
Prova disso é a elaboração
do plano de desenvolvimento sanitário provincial
e dos planos municipais,
medidas que vão de acordo
com os desafios do Ministério da Saúde para garantir a
atenção primária.
Algumas das questões
prioritárias abordadas durante o encontro foram os
resultados dos programas
de saúde pública, considerações sobre a prevenção e
controlo da dengue, da raiva, da schistosomíase, da
tuberculose, da mal nutrição e a gravidez na adoles-
cência. Quanto aos progressos alcançados a nível nacional e global, mereceu
destaque a redução do número de crianças fora do
sistema de ensino, e a redução da morte de crianças
antes do seu quinto aniversário e de mães durante o
parto. Porém, José Van-Dúnem admite ainda haver
muito que fazer e serem necessárias acções mais incisivas para prosseguir o crescimento e acelerar os esforços para o alcance dos objectivos de desenvolvimento do milénio, assim como
implementar uma nova
agenda de desenvolvimento sustentável em que o sector terá como compromisso
a cobertura universal dos
serviços de saúde.
Ganhos em saúde
O sucesso nacional é
construído com base nos
ganhos de saúde de todos
os municípios e províncias.
Dentre os ganhos da pro-
víncia do Huambo foram
destacados: aumento progressivo da força de trabalho entre 2010 e 2013, com
realce para os médicos que
passaram de 127 para 176,
licenciados em enfermagem de 14 para 45, quanto
aos enfermeiros o número
aumentou de 1906 para
3769 e para superar as lacunas ainda existentes foram
reforçadas a faculdade de
medicina e as escolas de
formação de técnicos de
saúde. Questões como a
formação contínua, carreiras, a motivação, os mecanismos de retenção e fixação dos quadros bem como
a remuneração serão aprimorados, segundo o ministro.
No domínio das infraestruturas mereceu destaque
o aumento de unidades sanitárias com um incremento de 34 novas unidades de
2010 à 2013 com realce para
o nível primário de atenção
apostando-se deste modo
num modelo de proximidade. Foram criadas mais 22
novas unidades de nutrição
entre 2010 e 2013 com objectivo de reduzir a prevalência de 18% de malnutrição da província, uma das
mais altas do país, segundo
os estudos e projecções realizados em 2012 pelo Ministério da Saúde em parceria
com a UNICEF. Como resultado deste esforço, no reforço dos recursos e infraestruturas alguns indicadores
de saúde registados na província são muito animadores, nomeadamente o aumento do parto institucional, a redução da mortalidade materna e infantil institucionais, e a redução ou
estabilização de incidência,
prevalência e mortalidade
das doenças endémicas,
em particular a malária, a
tuberculose e o VIH/SIDA.
Saúde reforçada
Além dos acesos debates, o décimo conselho
consultivo alargado do
Huambo permitiu fortalecer a posição da saúde no
centro da agenda de desenvolvimento socioeconómico da província. Durante o
certame foram empossados os membros do comité
provincial de auditoria e
prevenção de mortes maternas neonatais e do comité de discussão das mortes
por malária. Foram ainda
agraciados 22 trabalhadores mais antigos e no activo
das distintas unidades. Ao
encerrar o evento, o vicegovernador provincial para
a área política e social, Guilherme Tuluka, em representação do governador
provincial, dirigiu-se aos
administradores municipais pedindo que sejam os
principais responsáveis pelas políticas de municipalização da saúde, sendo que
devem “prestar contas” das
actividades desenvolvidas
periodicamente ao governo provincial.
2º Congresso InTernACIonAl de CIênCIAs dA sAúde
10
Outubro 2013 JSA
A ficção científica torna-se realidade
O futuro da medicina laboratorial
Ballarati, aFC. MD. MBa PhD
Presidente do Conselho de Ex Presidentes CONEX. Sociedade Brasileira
de Patologia Clínica. Medicina laboratorial SBPC/Ml
[email protected]
Num futuro próximo, com o estudo do material genético, poderemos vir a antecipar as doenças e
evitarmos certos tipos de problemas através de uma mudança
comportamental, ou mesmo de
mudanças ou manipulações de
material genético para consertar
o nosso DNA*.
A medicina laboratorial está em
constante mudança e aprimoramento. Surgida no início da prática médica, quando os sentidos
dos médicos e suas observações
eram a principal ferramenta de
análise, tanto dos fluídos corporais, como dos sinais e sintomas,
até o surgimento dos primeiros
instrumentos de diagnósticos,
talvez o principal, o microscópio
em 1267 e os avanços na área de
microbiologia com Pauster em
1890, notamos uma profunda
evolução da área laboratorial
que passou de uma fase mais
empírica a uma fase mais científica baseada em análises mais
acuradas e menos subjetivas.
Com a elaboração dos primeiros laboratórios de análises
no início dos anos 1900 na Inglaterra, até os dias atuais, as modificações foram rápidas e em
muitos casos extremas. Sem dúvida buscaram sempre realizar
o melhor diagnóstico no menor
tempo possível para beneficiar o
paciente. Nas últimas décadas
passamos de laboratórios extremamente manuais, de baixa ro-
tina e técnicas muitas vezes artesanais, a laboratórios de alta automatização com equipamentos
de vanguarda levando a pesquisa de simples análises de elementos sanguíneos até a possibilidade de detecção de material
genético específico, humanos ou
não, e com mais ênfase, recentemente, ao próprio estudo do
DNA do indivíduo, no intuito de
prever, ou mesmo predizer, que
tipo específico de tratamento ou
monitoramento esse paciente
necessita, criando um novo
mundo dentro da medicina, a
chamada medicina personalizada.
Este tipo de medicina, num
futuro próximo, possibilitará a
cada indivíduo ter não só seu
diagnóstico, mas também um
tratamento cada vez mais preciso, levando a uma melhor chance de cura do paciente, e, principalmente, a prevenção de doenças que podem ser evitáveis, ou
que possibilitem melhor sobrevida quando diagnosticadas precocemente.
NOVAS TECNOLOGIAS
Mas como fica a medicina laboratorial neste contexto? As novas
tecnologias ganham cada vez
mais espaço no dia a dia da humanidade. Ninguém imaginava
que, há vinte anos atrás, teríamos a possibilidade de em um
pequeno smartphone acompanhar nossa saúde, seja ela através de dados físicos ou históricos
da nossa condição física, ou mesmo com uso de aplicativos específicos para, por exemplo, monitorar nossa glicemia, ou mesmo
fazer diagnósticos em regiões remotas através de análises de fo-
“A
grande mudança
está pautada em alguns
aspectos. Talvez os
principais sejam a mudança
de um paradigma da busca de
uma causa para estabelecer um
diagnóstico para a elaboração
de diagnósticos preventivos
através das análises do
conteúdo genético das
pessoas”
tos tiradas com o celular. Sem
dúvida seremos cada vez mais
dependentes da tecnologia, ou
seja, mesmo na medicina laboratorial estaremos caminhando
conjuntamente com os avanços
tecnológicos. Estamos passando
uma nova era de automação,
com equipamentos cada vez
mais flexíveis que possuem um
menu cada vez mais amplo e que
oferecem um resultado de vários
parâmetros com quantidades
cada vez menores de amostras.
MUDANÇA DE PARADIGMA
Mas a grande mudança está pautada em alguns aspectos. Talvez
os principais sejam a mudança
de um paradigma da busca de
uma causa para estabelecer um
diagnóstico para a elaboração de
diagnósticos preventivos através
das análises do conteúdo genético das pessoas. Com este estudo
do material genético, num futuro próximo, poderíamos antecipar as doenças e evitarmos certos tipos de problemas através de
uma mudança comportamental, ou mesmo de mudanças ou
manipulações de material genético, para consertar nosso DNA.
Ou seja, a ficção científica tornase realidade.
NOVA ONDA
Proteómica, nutreómica e estudos mais apurados do comportamento de proteínas frente às
doenças vão ser a nova onda de
crescimento do laboratório de
patologia clínica, como o indivíduo responde à ingestão de certos alimentos e como isso vai influenciar sua saúde também
vão estar em voga no futuro. O
uso mais intensivo das técnicas
de biologia molecular e dos
diagnósticos moleculares com
plataformas específicas e uso de
chips de diagnóstico vão impulsionar toda a famacogenômica
e medicina personalizada, pois
cada vez mais este tipo de teste
estará presente na pratica rotineira do laboratório.
Equipamentos como especfotometros de massas tandem,
cromatógrafos por afinidade e
chips diagnósticos estão a deixar rapidamente os laboratórios de pesquisas e entrando na
rotina da medicina laboratorial. Esta nova tecnologia que se
solidifica tem os preços de testes
cada vez mais acessíveis.
Outro aspecto que ganha importância é a descentralização
dos laboratórios. Ou seja, ainda
teremos laboratórios centrais
baseados em uso de altíssima
tecnologia com ganho de escala
e produtividade e busca para o
baixo custo, com menus extremamente amplos e alta resolutibilidade e laboratórios satélites com alta capacidade de ação
rápida com exames baseados
em testes laboratoriais remotos
que ganham cada vez mais eficiência, tornando mais exatos,
de manuseio mais fácil e com
custo mais acessível.
Esses laboratórios vão apresentar menus de exames mais
amplos e diversificados, deixando a ter apenas teste simples como os primeiros testes de monitoramento de glicemia para diabéticos, por exemplo, até os diagnósticos e acompanhamento de
funções mais elaborados do corpo humano como coagulação,
doenças mais específicas como
as infecciosas ou onde o diagnós-
tico rápido e preciso pode ser o
diferencial entre a vida e a morte
como, por exemplo, um infarto
do miocárdio.
A busca por métodos diagnósticos menos invasivos vai ganhando espaço sendo uma nova
tendência, não só na medicina
laboratorial, como em toda medicina, onde equipamentos poderão cada vez mais monitorar
parâmetros vitais do indivíduo.
IMPACTO NA
FORMAÇÃO DAS PESSOAS
Todas estas transformações que
se vislumbram no futuro vão
impactar também na formação
das pessoas que trabalham nos
laboratórios. A tendência é uma
diminuição do número de pessoas que trabalham no local e a
busca de profissionais com formação mais especializada,
principalmente naqueles que
farão dos laboratórios centrais
e de referências seu ambiente
de trabalho. Será, sem dúvida,
exigido um conhecimento crescente de informática, além de
um domínio maior e melhor de
gestão, pois busca de diminuição dos custos ou mesmo sua
manutenção em níveis aceitáveis serão desafios que os trabalhadores e gestores irão se confrontar diariamente. Com todas
estas mudanças a caminho veremos cada vez mais o ser humano viver mais e melhor, principalmente mantendo uma
qualidade de vida diferenciada,
que culminará num envelhecimento mais saudável.
*Síntese de comunicação a
apresentar no 2º Congresso de
Ciências da Saúde
“A
busca por
métodos diagnósticos
menos invasivos vai
ganhando espaço sendo uma
nova tendência, não só na
medicina laboratorial, como
em toda medicina, onde
equipamentos poderão cada
vez mais monitorar
parâmetros vitais do
indivíduo”
JSA Outubro 2013
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11
2º congresso InternacIonal de cIêncIas da saúde
12
Introdução da vacina
Pneumo-13 no calendário
de vacinação de rotina
de Angola
outubro 2013 JSA
O desafio do acesso universal
à prevenção, diagnóstico e
tratamento do VIH e SIDA em Angola
dulCeliNA SerrANo
especialista em Saúde Pública, directora Geral
AldA de SouSA
do instituto Nacional de Saúde Pública
médica epidemiológista. Chefe da Secção de imunização da direcção Nacional de Saúde Pública, luanda,
Angola
[email protected]
O Programa Alargado de Vacinação
em Angola foi criado em 1979 e tem
como objectivo a redução da mortalidade e morbilidade das doenças
imunopreveníveis (difteria, tosse
convulsa, parotidites, poliomielite,
sarampo, tétano) contra as quais foram disponibilizadas vacinas ao início. Posteriormente, foram introduzidas outras, designadamente a vacina contra a febre-amarela em 1980
e a vacina pentavalente em 2006. O
impacto da introdução da vacina
pentavalente foi rápido pois houve
uma redução drástica dos casos de
pneumonia causada por Hemofilus
influenza tipo B.
Ao contrário, as doenças causadas por pneumococos e contra as
quais ainda não existiam vacinas disponíveis aumentaram. A OMS estima que cerca de 1,6 milhões de mortes anuais em menores de 5 anos são
atribuídas à doença pneumocócica
no mundo inteiro. Em Angola, a
pneumonia considera-se a segunda
causa de morte em crianças menores de 5 anos. Estima-se que cerca de
132 mil casos/ano de doenças causadas por Streptococus pneumoniae
ocorrem em crianças menores de 5
anos e cerca de 18,9 mil óbitos
anuais atribuíveis à mesma bactéria.
Face ao quadro epidemiológico acima referido a introdução da vacina
contra as doenças causadas por
pneumococos (Pneumo-13) é uma
estratégia prioritária do plano de de-
senvolvimento sanitário que visa
acelerar a redução da morbilidade e
mortalidade de doenças causadas
por Streptococcus pneumonia e
criar condições para a introdução de
outras vacinas. Neste contexto foi introduzida no calendário nacional de
vacinação a vacina pneumo, em13
em Junho de 2013.
Introdução de novas
vacInas até 2015
—A vacina contras as diarreias causadas por rotavírus (rotarix);
—A dose zero da vacina contra a
Hepatite B - vacinação do recém
nascido;
—A 2ª dose da vacina contra o sarampo (tripla viral);
—A vacina contra o cancro do colo
uterino (HPV).
O melhor conhecimento dos
aspectos patogênicos do VIH
nas últimas três décadas ainda
não foram suficientes para o desenvolvimento de uma vacina
segura e eficaz. No entanto, as
experiências acumuladas em
diferentes estudos clínicos controlados apontam para a possibilidade de controle da epidemia com o aumento do acesso
universal à prevenção, combinando factores educacionais,
comportamentais e tratamento
precoce do VIH com consequente diminuição da transmissão na comunidade.
O diagnóstico precoce deve
ser incentivado com campanhas nacionais que sensibilizem a sociedade civil organizada, os cidadãos, as ONG e líderes locais para a importância de
identificar portadores do VIH
cada vez mais precoce, testando uma grande quantidade de
pessoas no período em que a
doença pelo VIH ainda não se
manifestou e, particularmente,
às pessoas que se infectaram recentemente, pois este momento é um dos mais importantes
da transmissão sexual do VIH,
quando a carga de VIH plasmática e nas secreções é extremamente alta.
Simplificação do teste
A simplificação do teste do
VIH com a auto-testagem foi
avaliada positivamente em estudos realizados na África Sub-
saarina, particularmene no Malawi. A auto-testagem no próprio domicílio, entre os familiares, tem-se mostrado atractiva,
responsabilizando o próprio cidadão pelo conhecimento do
seu estado serológico com o suporte de visitadores domiciliares que confirmam o resultado
do teste, orientam e avaliam a
possibilidade de início de
TARV. O acesso sem restrição
das gestantes a testagem do VIH
deve aumentar no país para
atingir todas as grávidas em
consulta pré-natal (CPN), é fundamental e um direito das cidadãs.
TARV por toda a vida
A instituição imediata da
TARV para estas gestantes impõem-se e a conduta adotada
por Angola de manter a TARV
por toda a vida é uma medida
importante para preservação
da saúde da mulher e interromper a transmissão vertical do
VIH no país. Implementar estratégias de combate à epidemia de forma coordenada, com
o envolvimento da comunidade, dos profissionais de saúde,
dos sectores público e privados
actuando em planos integrados, e sobretudo, sua inclusão
na rede de cuidados primários
de saúde são os desafios nacionais, regionais e municipais. A
universalidade, com o pleno
acesso da população a todas as
medidas profiláticas e terapêuticas, respeitando as diversidades e especificidades regionais
e visando minimizar as iniquidades no contexto dos determinantes sociais da saúde são os
desafios da próxima década para o controlo do VIH/SIDA em
Angola.
Ginecologia-obstetrícia e saúde reprodutiva
nas suas vertentes de planeamento familiar e infertilidade
Pedro de AlmeidA -md, mSc.,
PAulo A. CAmPoS-md, mSc., Ph.d
As actividades de planeamento familiar foram integradas nos cuidados primários de saúde em Angola no
ano de 1985. Tiveram como
seus principais impulsionadores os profissionais de
saúde ligados à área de ginecologia e obstetrícia.
Actualmente, os serviços
de planeamento familiar estão disseminados em unidades sanitárias de todo o país
e constituem um componente essencial da saúde reprodutiva, contribuindo para a garantia do bem-estar
da família e autonomia das
mulheres, apoiando a saúde
e o desenvolvimento das comunidades.
Objectivo geral
Descrever a interligação
da ginecologia-obstetrícia e
saúde reprodutiva com as
actividades de planeamento
familiar nos seus componentes de contracepção e alterações da fertilidade na
vertente de promoção da
saúde.
Objectivos específicos
a) Correlacionar os conceitos de Saúde Reprodutiva, Planeamento Familiar,
Contracepção e Infertilidade do ponto de vista médico
para a promoção da saúde;
b) Apresentar uma breve
revisão bibliográfica de trabalhos efectuados em Angola sobre planeamento familiar, contracepção e infertilidade.
ainda é exercida essencialmente por mulheres, enquanto a componente de infertilidade encontra maior
comparticipação de mulheres e homens na sua abordagem prática.
Materiais e Métodos
Pesquisa documental e
bibliográfica.
Recomendações
Promover, a todos os níveis, acções de planeamento
familiar visando melhorar as
oportunidades educativas e
de emprego para as mulheres, contribuindo deste modo para os avanços na igualdade de género, produtividade, poupança das famílias, redução da pobreza e
desenvolvimento sócio-económico.
Resultados
Apesar das informações
disseminadas sobre a importância do planeamento
familiar, é baixa a prevalência da utilização de métodos
contraceptivos modernos
pela população em idade reprodutiva e é crescente a
Pedro de Almeida
Paulo A. Campos
prevalência da infertilidade
nesse grupo populacional,
com destaque para a faixa
etária entre 25-34 anos onde
predomina como factor
causal feminino as alterações tubo-peritoneais e no
masculino a oligospermia.
Conclusões
Nas actividades de planeamento familiar, a contracepção com métodos comportamentais e modernos
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Videoendoscópica
u Máxilofacial
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Ginecológica
e Obstetra
u Ortopedia e
Traumatologia
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u Urologia
uMedicina geral
Integral
uOzonoterapia
uReumatologia
uCuidados intensivos
do adulto
e da criança
uCheck-up médico
para trabalhadores
e pessoas com
pretensão de realizar
estudos no estrangeiro
u Otorrinolaringologia
u Cirurgia Estética
u Cirurgia Vascular
u Angiologia
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14
outubro 2013 JSA
49º congresso europeu de Diabetes 2013
Actualizações científicas
João Guerra |
Medical advisor
(Chevron Clinic – Luanda)
assistente Graduado de Medicina Interna
Mestre em Gestão da Doença
[email protected]
O 49º Congresso Europeu de
Diabetes, organizado pela
European Association for
Study of Diabetes (EASD),
decorreu em Barcelona, de
23 a 27 de Setembro.No contexto de uma participação
maciça, como é hábito, alargada a todos os países do
mundo, registaram-se intervenções de extrema relevância para os profissionais de
saúde que tratam diariamente doentes com diabetes de
tipo 2 (DMT2), independentemente do contexto onde
exerçam as suas actividades
médicas.Procuraremos redigir uma síntese das principais
intervenções que têm, seguramente,um impacto importante na forma como os médicos abordam os seus diabéticos no dia-a-dia.
O tratamento intensivo
imediato após o
diagnóstico da
diabetes de tipo 2
é benéfico
Com efeito, já existia a percepção de que os atrasos no
início do controlo intensivo
da glicémia em doentes com
DM tipo 2 poderiam contribuir para um aumento do risco futuro das complicações
cardiovasculares. Um estudo
prospectivo de larga escala
demonstrou que os doentes
com Hb A1c, consistentemente, acima de 7%, para os
quais se registou um atraso
de 6 meses na intensificação
do tratamento, tiveram um
risco mais elevado de Enfarte
Agudo do Miocárdio (EAM)
(HR: 1.38, 95%CI: 1.16-1.62),
de Insuficiência Cardíaca
(HR: 1.28, 95%CI: 1.10-1.48) e
de eventos cardiovasculares
compostos (HR: 1.25, 95%CI:
1.13-1.39), durante os 5 anos
de subsequente follow-up.
Este estudo baseou-se na
análise de uma base de dados
de 105.477 doentes adultos
ingleses com o diagnóstico de
DMT2 que tinham um valor
médio de Hb A1c de 8.1% à
data do diagnóstico, dos
quais, 25% não tinham rece-
bido tratamento intensivo do
controlo glicémico (definido
como pelo menos dois antidiabéticos orais (ADOs) ou
um ADO + insulina).
Após correcção para vários factores de confundimento, como a idade à data
do diagnóstico, o sexo, o tabagismo, o uso de medicação
cardioprotectora e a história
pregressa de eventos cardiovasculares, o atraso no início
do tratamento intensivo, nos
casos com mau controlo glicémico persistente estiveram
associados com um risco cardiovascular mais elevado. Estes efeitos revelaram-se independentes do facto de os
doentes já terem experimentado um evento cardiovascular antes do diagnóstico da
DMT2.
Estes resultados sugerem
e confirmam que o risco cardiovascular a longo prazo é
maior se o tratamento intensivo não se iniciar imediatamente após o diagnóstico da
diabetes de tipo 2. É importante realçar que estes achados são similares aos do estudo de larga escala UKPDS
que mostrou que um melhor
controlo glicémico em doentes com o diagnóstico recente
de DMT2 esteve associado a
um menor risco de EAM e de
mortalidade de todas as causas 10 anos após o diagnóstico, o que se convencionou
designar como o efeito legado
positivo (antigo conceito de
memória metabólica). Outro
estudo de larga escala, contudo, não revelou benefícios
cardiovasculares em consequência da intensificação do
controlo glicémico porque os
doentes incluídos já tinham
uma DMT2 pré-existente, fazendo pressupor uma função
mais deteriorada das células
Beta. Parece, pois, que a intensificação do tratamento
em fases avançadas da doença tem um efeito menor,
acarretando menos benefícios (efeito legado negativo).
Embora não se possa concluir por uma relação de causa-efeito, ou de que se tratará
apenas de um efeito relacionado com as diferenças na
qualidade dos cuidados a que
estes doentes são submetidos, há uma forte sugestão de
que os médicos que tratam
diabéticos devem rever as
suas práticas no sentido de
intensificarem as terapêuticas, o mais precocemente
possível, visando uma optimização do controlo glicémi-
co, porque tal mudança de
atitude se traduz por benefícios acrescidos para os doentes que tratam. Acresce que,
durante o Congresso foi, repetidamente, enfatizada a
necessidade imperativa de se
individualizarem os tratamentos para minimizar o risco de efeitos cardiovasculares
adversos, particularmente,
nos doentes com diabetes de
longa evolução, com comorbilidades e nos quais as terapêuticas múltiplas instituídas
se revelam difíceis em optimizar os níveis da glicémia.
Mortalidade mais
elevada com a
terapêutica de primeira
linha da diabetes de tipo
2 com sulfunilureias
Os resultados deste estudo
são de particular relevância
para o perfil de prescrição de
ADOs no contexto angolano
e de outros países, onde as
sulfunilureias (SU) são, ainda, frequentemente, prescri-
“Durante o
Congresso foi,
repetidamente,
enfatizada a
necessidade
imperativa de se
individualizarem
os tratamentos
para minimizar o
risco de efeitos
cardiovasculares
adversos,
particularmente
nos doentes com
diabetes de longa
evolução, com
comorbilidades e
nos quais as
terapêuticas
múltiplas
instituídas se
revelam difíceis
em optimizar os
níveis da
glicemia”
comparados os doentes tratados com SUs, com os doentes tratados com metformina,
em relação ao endpoint primário que foi a mortalidade
de qualquer causa. Após correcção para as diferenças nas
características da linha de base entre os participantes, os
expostos às sulfunilureias revelaram um risco mais elevado de morte em comparação
com os tratados com a metformina (adjusted HR: 1.580,
95%CI: 1.483-1.684), tendo sitas, apesar de nenhuma das do encontrados aumentos de
guidelines actualmente exis- risco comparáveis em duas
tentes recomendar as sulfu- análises de sensibilidade adinilureias como opção de pri- cionais (Ver Tabela 1). Deste
meira linha na DM T2.
modo, os doentes que foram
Os resultados deste estu- tratados com SUs em monodo observacional sugerem
terapia têm um risco mais
que o tratamento de
elevado de morte do
primeira linha
que os doentes a
com as SUs
quem foi presNovas
(glibenclacrita a metfortecNologias
mida), em
mina. Os reNa próxima edição não
perca os inibidores da
vez da metsultados desDPP 4 e o risco
formina, este estudo
cardiovascular e as
tá associado
chamam a
novas tecnologias
a um risco de
atenção dos
morte mais eleclínicos para revado. Este estudo
considerarem as
retrospectivo analisou a
suas opções terapêuticas
base de dados do Clinical quanto à escolha das SUs coPractice Research Datalink mo terapêutica de primeira li(CRPD) que inclui cerca de nha nos diabéticos de tipo 2.
10% do total de doentes que Implicam, igualmente, que
são tratados nos cuidados de as entidades responsáveis pesaúde primários da Inglater- la definição de guidelines tera. Foram incluídos no estu- rapêuticas locais, quer naciodo diabéticos de tipo 2, entre nais, quer institucionais, re2000 e 2012, que iniciaram a vejam as suas recomendaterapêutica de primeira linha ções de forma a minimizar
para baixar a glicémia. Foram prejuízos para os doentes.
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saúde, higiene e beleza em Angola.
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clínicas
16
Outubro 2013 JSA
Já não é preciso ir ao estrangeiro para check ups
Clínica Healthgest oferece serviços de excelência
Já não é preciso ir ao estrangeiro para efectuar check
ups, exames e outras consultas especializadas. Acaba de
inaugurar em Luanda, precisamente na Maianga, uma
nova unidade de saúde que
oferece um serviço de alta
qualidade e competência.
De acordo com o director, Luís Távora Tavira, a
Healthgest dispõe de uma
equipe de médicos e outros
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comprovada no exercício da
medicina. A estes recursos
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alia-se a melhor tecnologia
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da equipa técnica residente
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análises destinadas a avaliar
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mais de 200 parâmetros
analíticos e possui recursos
humanos e materiais de
grande qualidade.
Exames
complementares
de diagnóstico
Na área dos exames complementares de diagnóstico,
destacam-se os exames cardiológicos, incluindo a monitorização Holter electrocardiográfica (mapas) e
pressurométrica, as provas
de esforço e a ecocardiografia. Efectuam também ecografia ginecológica e obstétrica, abdominal e das partes
moles. A Clínica possui ainda equipamento e competências técnicas para exames oftalmológicos e optométricos, audiometria e espirometria.
Medicina ocupacional
Na área de medicina
ocupacional, a Healthgest
propõe módulos de serviços de consultas de medicina de trabalho, auditoria e
relatórios de higiene e segurança no trabalho, análise
de risco por posto de trabalho e/ou trabalhador, bem
como cursos de formação
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cliente, para maior facilidade de gestão.
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JSA Outubro 2013
café
19
CardiovasCular
20
Outubro 2013 JSA
Doenças cardíacas e derrames:
o que são, quais as causas e como evitar
De acordo com a OMS, as doenças cardíacas e derrames matam 17
milhões de pessoas por ano.Até 2020, esse número deve aumentar para 20 milhões de vítimas. Em 2030 serão 24
milhões. Em Angola, tem vindo a aumentar significativamente devido aos novos estilos de vida,
nomeadamente a alimentação desadequada, o tabaco e a falta de exercício físico.
Segundo a OMS, ter uma alimentação balanceada e saudável, ou seja,
sem ingestão de açúcar, álcool, doces, embutidos e sal em excesso, é imprescindível para afastar problemas cardíacos.
As doenças cardiovasculares são o resultado da combinação de factores de risco, como tabagismo, colesterol
alto, diabetes e pressão alta, durante anos e anos.
A prevenção deve começar cedo, pois muitas
vezes não aparecem sintomas, a detecção
da doença é tardia e o tratamento tornase apenas um paliativo.
As principais
doenças
do coração
Factores
de risco
COLESTEROL ALTO
É assintomático e detectado somente através de
exames de sangue. O
excesso de colesterol é
perigoso, porque ele é
depositado na parede
das artérias, provocando a formação de
placas gordurosas.
Com o tempo, essas
placas obstruem os vasos sanguíneos e impedem a circulação do
sangue. Pode acarretar
várias doenças, enfarte,
derrame e problemas de
circulação.
A saúde do coração e
do sistema vascular
(conjunto de veias e
artérias) depende
de hábitos saudáveis desde a infância. As doenças cardiovasculares mais
comuns são o enfarte, a insuficiência
cardíaca, a insuficiência vascular periférica, as arritmias e o
derrame cerebral.
TABAGISMO
O cigarro contém cerca de quatro
mil substâncias tóxicas para o organismo. Entre elas, estão o alcatrão
e a nicotina, responsáveis pelo vício. O
fumo provoca lesões na superfície dos vasos sanguíneos, favorecendo a entrada e a
acumulação do colesterol nas artérias coronárias. Está relacionado ao surgimento e/ou complicação de todas as doenças cardiovasculares. Pode
ainda provocar diversos tipos de cancro.
O ENFARTO AGUDO DO
MIOCÁRDIO é uma das
doenças cardíacas mais temidas, devido ao alto índice de mortalidade. Metade das pessoas que
tem um enfarte não sobrevive a tempo
de receber atendimento médico.
O enfarte é provocado pela formação de um
coágulo que obstrui totalmente a passagem do
sangue em uma artéria do coração, causando morte
de uma determinada região do músculo cardíaco
(miocárdio). O sintoma mais comum é uma forte
dor no peito.
A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ocorre quando o
coração não consegue bombear sangue suficiente
para o restante do corpo.
A insuficiência cardíaca é dividida em quatro classes, de acordo com a severidade do problema: I (assintomática), II (leve), III (moderada) e IV (grave).
A má circulação, chamada pelos médicos de insuficiência vascular periférica, tem como sintomas
mais comuns dores nas pernas, que aparecem com
frequência durante caminhadas, e que passam durante o repouso.
ARRITMIAS é quando o coração bate de forma irregular, ou muito rápido, ou muito devagar. O coração de um adulto, em repouso, bate de 60 a 80 vezes
por minuto. Vale lembrar que é absolutamente normal o coração bater mais rápido em situações de excitação, medo ou durante a prática de exercícios físicos.
DERRAME CEREBRAL, conhecido no meio científico como Acidente Vascular Cerebral (AVC), é um
sangramento no cérebro por causa do rompimento
de vasos sanguíneos. Pode acarretar sequelas graves e morte.
Apesar de não ser uma doença cardíaca, o derrame
cerebral é uma doença vascular grave e está relacionado aos mesmos factores de risco das doenças do
coração.
4000
É o número de substâncias
tóxicas para o organismo que
um cigarro pode conter.
Como evitar
Os cuidados começam com a alimentação, que deve privilegiar vegetais, gordura vegetal, cereais e frutas. Um estudo apresentado no 23º Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, na Suécia, provou que o consumo
exacerbado de carnes, gordura animal, derivados do leite,
açúcar e cerveja leva a problemas cardiovasculares.
Sal em excesso também é perigoso, especialmente para
quem tem pressão alta. A boa alimentação pode evitar
problemas de colesterol, pressão alta e obesidade.
Evitar o tabaco e exercício físico regular ajudam a prevenir.
PRESSÃO ALTA
Também chamada de hipertensão arterial, é um
dos grandes vilões das doenças cardiovasculares,
chamada de "assassino silencioso", porque raramente provoca sintomas. A hipertensão caracteriza-se pelo bombeamento de sangue a uma pressão
superior àquela encontrada na maioria das pessoas,
de até 140/90 mmHg (milímetros de mercúrio, unidade usada para medir a pressão). Pessoas com
pressão arterial acima de 140/90 mmHg correm
mais risco de ter problemas no coração, cérebro e
nos rins. A acção da pressão alta nos vasos sanguíneos é semelhante a do cigarro, isto é, provoca lesões e favorece a concentração de colesterol.
OBESIDADE E SEDENTARISMO
Pessoas com excesso de peso tendem a ter altas taxas de colesterol no sangue e predisposição a diabetes. Da mesma forma, quem não faz nenhuma actividade física corre mais risco de enfrentar problemas de pressão e colesterol altos. Além disso, os
exercícios melhoram o condicionamento físico, a
resistência, o humor e a qualidade de vida em geral.
HISTÓRIA FAMILIAR
O aparecimento de doenças cardiovasculares tem
um componente genético. Quem possui parentes
de 1º grau (pais e/ou irmãos) que desenvolveram o
problema antes dos 50 anos (no caso dos homens)
e antes dos 60 anos (no caso das mulheres) tem
mais chances de também sofrer do coração.
JSA Outubro 2013
publicidade
21
stress
22
outubro 2013 JSA
Executivos saudáveis, empresas competitivas
Gilberto UrUrahy
Diretor da Med-rio Check-up
As empresas que têm a gestão voltada para pessoas sabem que ao cuidarem da
saúde de seus profissionais,
cuidam também da saúde
do próprio negócio.
O stress profissional, a doença do século, está a disseminar-se entre os executivos de
todos os escalões e já constituiu uma séria ameaça à
saúde das organizações.
Submetidos à tensão gerada pela competição do
mercado global, os profissionais estratégicos das empresas são levados, muitas vezes, ao limite da sua resistência física e emocional. O estilo de vida inadequado, associado a níveis intoleráveis de
stress, é o cocktail nefasto
que abre as portas do corpo e
da mente para um sem nu-
mero de enfermidades.
No mundo globalizado,
este estado grave de fadiga
física emocional está a ser
diagnosticado como a Síndrome de Burnout (do inglês “burn out”, cuja tradução seria “queimar por inteiro”) e já atinge um em cada
quatro trabalhadores europeus. No ambiente laboral
esta síndrome manifesta-se
através de sentimentos negativos, de baixa autoestima
profissional, e resulta no desinteresse e falta de motivação para o trabalho.
No ambiente corporativo,
onde a cobrança por resultados é cada vez mais implacável, o estresse é a resposta do
indivíduo às dificuldades de
relacionamento, à pressão
permanente pelo cumprimento de metas, aos riscos
de tomada de decisões, às
exigências dos clientes, à disputa com os concorrentes e
mesmo à insegurança de
perder o emprego. Como
não conseguem conciliar o
desempenho profissional
com a preservação da sua
saúde estes profissionais sucumbem ao stress.
São homens e mulheres
movidas por uma mistura de
perfeccionismo, culpabilização, autocrítica implacável,
e um sentimento de omnipotência, de querer fazer tudo sozinho. Tudo isso, somado à responsabilidade familiar e, por vezes, as dificuldades financeiras, forma, entre
outros, o combustível que
abastece o stress profissio-
nal. Posteriormente, estes
executivos já não encontram
no trabalho uma forma de
realização pessoal, mas um
fardo cada vez mais difícil de
carregar. É comum, nesses
casos, o sentimento de frustração associado a uma incontrolável apatia. Sem motivação profissional, mas
pressionados pelo senso de
responsabilidade, o indivíduo tona-se improdutivo.
Consequências físicas
Esta patologia tem graves
consequências físicas, tais
como cefaleias, dores musculares, problemas gastrointestinais, insónias, hipertensão, perda de apetite, dores
nas costas e falta de energia,
e também não menos sérias
consequências psicológicas
como irritabilidade, ansiedade, degradação das relações interpessoais, desinteressante, despersonalização, perda de sentido de humor, diminuição de autoestima, insegurança, indecisão, falta de concentração
ou hiperatividade. São comuns também, nesses casos, desvios de comportamentos, que descambam
para a violência, física ou
verbal, e no abuso de consumo de álcool, drogas ou produtos químicos.
Antecipação
das doenças
Estudos patrocinados por
insuspeitas instituições, como Harvard Business
School, já atestaram, há
tempos, que 80% das consultas médicas estão originalmente ligadas ao stress.
Já nossas pesquisas, realizadas ao longo de duas décadas e sustentadas em mais
de 70 mil check-ups médicos, acusam a presença de
doenças incapacitantes, por
vezes letais, em indivíduos
com idades cada vez mais
precoces. Para citar um
exemplo: se, na década de
1990, o cancro da próstata
ocorria em homens a partir
de 60 anos, hoje esta doença
faz-se presente em indivíduos a partir de 45 anos.
Entre as mulheres as
doenças também estão se
antecipando. Se, há 20 anos,
ainda segundo nossos estudos, a incidência de infarto
agudo do miocárdio – e recomendação de cirurgia para revascularização – ocorriam somente após a menopausa, hoje estes eventos
são registrados em pacientes já a partir dos 40 anos. Se,
há 20 anos, era de dez para
um a ocorrência de infarto
do miocárdio em mulheres,
hoje esta relação no público
feminino está de três para
um.
Saúde das empresas
Este desequilíbrio também traz consequências negativas para a saúde das empresas, pois resultam em erros na tomada de decisões,
muitas vezes globais, para
além das faltas, licenças médicas e, evidentemente, na
redução da produtividade.
É, pois, necessário e urgente
que se criem estratégias de
prevenção e tratamento de
intervenção, quer ao nível
individual, quer ao nível das
organizações.
As doenças derivadas do
stress multiplicam-se e são o
alto preço pago pelos executivos para continuar atuando no alucinado mercado da
competição e gerando resultados. As empresas comprometidas com a sustentabilidade do seu negócio questionam tais resultados – que
não se mantêm no longo
prazo – face à deterioração
da saúde de seus profissionais.
“a prática do
check-up
médico, através
de exames
periódicos, cada
vez mais
precisos e
abrangentes,
detecta
precocemente o
aparecimento de
doenças, não
raro letais, em
muitos destes
profissionais e
garante o
cumprimento da
missão
empresarial”
Prevenir através
do check-up
Afinal, é em torno das
suas empresas, mais do que
de seus próprios familiares,
que estes profissionais passam a maior parte do seu
tempo. Por isso, dado que o
stress é endémico e com incidência crescente entre os
executivos, trata-se de combatê-lo através de sistemas
de prevenção. A prática do
check-up médico, através de
exames periódicos, cada vez
mais precisos e abrangentes,
detecta precocemente o
aparecimento de doenças,
não raro letais, em muitos
destes profissionais e garante o cumprimento da missão
empresarial.
Felizmente, a cultura da
prevenção da saúde esta disseminada nas corporações
mais modernas e é ferramenta estratégica das que
apostam na estabilidade
funcional de seus quadros
como diferencial competitivo. Nossa experiência com
executivos de empresas de
todos os matizes tem demonstrado que a busca por
resultados não é incompatível com os cuidados com
saúde, antes, ao contrario, é
a fórmula para alçar a novos
patamares no mundo dos
negócios. Assim, empresas
que têm a gestão voltada para pessoas sabem que ao
cuidarem da saúde de seus
profissionais, estão também
cuidando da saúde do próprio negócio.
SAÚDE ORAL
24
outubro 2013 JSA
Do dente de leite ao dente definitivo
A importância dos
dentes desde a infância
até à idade adulta
Inês Lago de CarvaLho
Marques
estomatologista
Dentição decídua mista
e permanente
A dentição decídua, vulgarmente chamada de dentição
de leite, é assim chamada dada a cor destes dentes ser tão
semelhante à cor do leite. Esta
é a primeira dentição (conjunto de dentes) a surgir na
boca do indivíduo. Estes surgem por volta dos 6 meses
com a erupção dos incisivos
centrais inferiores e completa-se com a erupção do 2º
molar superior por volta dos
dois anos (Quadro 1).
A dentição permanente –
que vem substituir os dentes
da dentição decídua e acrescentar 12 novos dentes – inicia-se aos 7 / 8 anos com os
incisivos centrais inferiores e
termina por volta dos 11 anos.
Aos 12 anos surge a erupção
de um grupo de dentes novos, os segundos molares definitivos e entre os 17 e os 30
anos os terceiros molares de-
finitivos, ou dentes do siso
(Quadro 2). Assim termina o
processo normal de erupção.
Depois disto, o indivíduo não
sofre mais qualquer tipo de
substituição, ou erupção, até
à sua morte.
Entre os 6 anos e os 10 / 11
anos a criança apresenta
tanto dentes decíduos como
dentes permanentes. Por isto é denominada dentição
mista.
A dentição decídua não é,
em altura alguma, menos importante que a dentição definitiva só porque todos estes
dentes serão substituídos
mais tarde por um homólogo,
à excepção dos pré-molares e
3ºs molares que só surgem na
dentição definitiva.
Como referido no artigo
anterior, a cárie dentária é
uma doença transmissível
embora possa ocorrer transmissão entre indivíduos
através da saliva, a transmissão ocorre muitas das vezes
entre dentes do mesmo indivíduo. E é aqui que se coloca o problema pois cáries
que ocorrem em dentes decíduos contaminam outros
dentes decíduos e dentes
permanentes.
Assim uma criança que
apresente, por exemplo, o 2º
Quadro 1 – Cronologia de erupção dos dentes decíduos
Dentição Decídua (em meses)
Superior
Incisivo central
Incisivo lateral
Canino
1º Molar
2º Molar
Altura
de erupção
Inferior
Altura
de erupção
8
10
20
16
24
Incisivo central
Incisivo lateral
Canino
1º Molar
2º Molar
6
9
18
16
22
Quadro 2 – Cronologia de erupção dos dentes permanentes
Dentição Permanente (em anos)
Superior
Incisivo central
Incisivo lateral
Canino
1º Pré-Molar
2º Pré-Molar
1º Molar
2º Molar
3º Molar
Altura
de erupção
Inferior
Altura
de erupção
8
8-9
11
11
11
6
12
17-30
Incisivo central
Incisivo lateral
Canino
1º Pré-Molar
2º Pré-Molar
1º Molar
2º Molar
3º Molar
7
7-8
9-11
10
11
6
12
17-30
molar decíduo cariado,
quando o 1º molar permanente erupciona logo atrás
deste, mais tarde ou mais cedo este irá desenvolver cárie
se nada for feito contra.
Cárie de biberon
Este tipo de cárie é assim
chamado pois surge quando
existe um contacto íntimo
do leite ou líquidos açucarados com a estrutura dentária. Estas cáries estão muitas
das vezes associadas ao uso
de biberon à noite, quando a
criança já está na cama para
dormir e não faz a higiene
oral após a mamada. A localização destas lesões está associada ao percurso do líquido durante a alimentação. Assim, os incisivos superiores decíduos são, geralmente, os mais atingidos
(pela posição da tetina do biberon), seguindo a superfície de mordida dos dentes
posteriores (face oclusal) e
superfícies livres dos primeiros molares decíduos, caninos e segundos molares decíduos. Raramente atinge os
incisivos inferiores decíduos
(Corrêa et al.).
Como prevenir a cárie
de biberon
A melhor forma de controlar e prevenir a cárie de
biberon é através dos seus
factores etiológicos. Assim,
quanto ao factor hospedeiro, a prevenção faz-se com
colocação de selantes e
flúor. No caso da dieta, a prevenção faz-se reduzindo o
consumo de açúcares e/ou
refeições pastosas principalmente na última mamada,
antes da criança se deitar.
Por outro lado, se a placa
bacteriana for eliminada
com uma correcta higiene
oral estamos a reduzir a possibilidade de ocorrer diminuição do pH da saliva e por
conseguinte o aparecimento
da cárie.
Aos 12 anos surge a erupção de um grupo de dentes novos, os segundos molares definitivos
Consequência
da perda dentária precoce
Bibliografia
São incalculáveis as consequências psicológicas da perda precoce, tanto na dentição
decídua, como na dentição permanente.
Quanto às consequências físicas, não há
perda dentária que mais tarde ou mais cedo não irá ocasionar uma das seguintes situações:
No caso de dentição decídua:
— Encurtamento da arcada (superior ou
inferior dependendo do número e local dos
dentes perdidos);
— Impactação dos dentes permanente sucessores (dificuldade de erupção dos dentes permanentes);
— Redução da capacidade mastigatória;
— Distúrbios da fonética;
— Aparecimento de hábitos orais viciosos
como por exemplo a colocação sistemática
da língua no espaço existente. Atenção que
a língua é um músculo muito potente que
funciona como modificador da posição
dentária.
http://dentistadacrianca.blogspot.com/
2012_10_01_archive.html
http://jornalismodigitalestaciotarde.wor
dpress.com/2010/06/14/denticao-permanente/
http://gengiva.com/artigos/cronologiado-nascimento-dos-dentes
http://www.clinicagerminacao.com.br/
?p=376
http://www.unimep.br/phpg/editora/r
evistaspdf/revfol13_1art01.pdf
No caso da dentição permanente:
— Inclinação dos dentes adjacentes à perda;
— Migração dos dentes adjacentes para a
região da perda;
— Extrusão do dente antagonista (erupção
contínua do dente com o qual o dente perdido ocluía);
— Trauma directo à ATM (articulação temporomandibular);
— Distúrbios da fonética;
— Redução da capacidade mastigatória;
— Aparecimento de hábitos orais viciosos
como por exemplo a colocação sistemática
da língua no espaço existente. Atenção que
a língua é um músculo muito potente que
funciona como modificador da posição
dentária;
— Encurtamento da arcada (superior ou
inferior dependendo do número e local dos
dentes perdidos);
Infelizmente, na prática clínica diária, é
possível confirmar como crianças de tenra
idade, com apenas 6 / 7 anos já apresentam, pelo menos 2, 4 ou até 8 dentes decíduos cariados (principalmente os dentes
de trás, chamados de molares) e aos 10 / 11
anos pelo menos 2 dentes definitivos cariados. Por se tratar de uma doença tão
agressiva e que põe em causa o sorriso, a
fala, o relacionamento interpessoal e até a
deglutição do indivíduo de forma definitiva, é essencial desde a erupção dos primeiros dentes e sempre de forma regular (2 a 3
vezes por ano) visitar um médico dentista
ou um estomatologista. O médico dentista
ou estomatologista irá prevenir o aparecimento de novas lesões e/ou tratar as já
existentes.
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HIGIENE
26
Outubro 2013 JSA
Dia Mundial da Lavagem das Mãos – 15 de Outubro
Quantas vezes
já lavou as suas
mãos hoje?
Pois saiba que as mãos são o
principal veículo de transmissão de microrganismos
de um indivíduo para outro
e que o simples gesto de lavar as mãos de forma correcta torna-se a principal medida de controlo no desenvolvimento de infecções.
Cerca de 2,2 milhões de crianças com idade inferior a cinco
anos morrem em cada ano vítimas de doenças gastrointestinais (diarreia) e de pneumonia, as duas maiores causas
de mortalidade infantil no
mundo. Lavar as mãos com
sabão sendo um acto simples
e acessível pode reduzir substancialmente o número de
crianças doentes. Lavar as
mãos com sabão pode proteger uma em cada três crianças
de adoecer com diarreia e
uma em cada seis crianças de
adoecer com infecções respiratórias como a pneumonia.
Apesar de quase toda a população mundial lavar as suas
mãos com água, muitos poucos o fazem usando sabão. Estima-se que em cada momento, mais de 1,4 milhões
de pessoas no mundo sofrem
de infecções adquiridas nos
hospitais (chamadas infecções nosocomiais). Este tipo
de infecções afecta de uma
forma global países desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento.
“Lavar as mãos
com sabão pode
proteger uma
em cada três
crianças de
adoecer com
diarreia e uma
em cada seis
crianças de
adoecer com
infecções
respiratórias
como a
pneumonia”
Quando se devem lavar as mãos?
Apesar de ser impossível manter as mãos totalmente livres de germes, é também verdade
que a sua lavagem frequente pode limitar a
transmissão de bactérias, vírus e outros micróbios, diminuindo assim a ocorrência de infecções.
Lavar sempre as mãos antes de:
— Preparar alimentos ou comer.
— Tratar de feridas, administrar medicamentos, cuidar de doentes ou pessoas debilitadas.
— Colocar ou remover lentes de contacto.
Lavar sempre as mãos depois de:
— Preparar alimentos, especialmente carne
crua ou aves.
— Utilizar sanitários ou mudar fraldas.
— Tocar em animais, nos seus brinquedos,
utensílios ou dejectos.
— Assoar o nariz, tossir ou espirrar para as
mãos.
— Tratar de feridas, cuidar de doentes ou pessoas debilitadas.
— Mexer no lixo, produtos químicos de limpeza ou de jardim, ou qualquer objecto que
possa estar contaminado – panos de limpeza ou calçado de protecção.
Como deve lavar às mãos
De uma forma geral é melhor lavar as mãos
com sabão e água. Proceda desta maneira:
— Molhe as mãos com água corrente.
— Aplique sabão líquido, em barra ou em pó.
— Ensaboe bem.
— Esfregue as mãos vigorosamente durante
pelos menos 20 segundos. Não se esqueça
de friccionar todas as superfícies, incluindo
as costas das mãos, pulsos, entre os dedos e
debaixo das unhas.
— Enxagúe bem.
— Seque as mãos com um toalhete limpo ou
descartável, ou com um secador de mãos.
— Se possível use o toalhete para fechar a torneira.
Sabonete Anti-séptico
Lavar as mãos com um sabão anti-séptico proporciona a melhor protecção contra os germes.
Os desinfectantes como o gel alcoólico de
mãos geralmente eliminam cerca de 99,9%
dos germes. Os desinfectantes com uma base
alcoólica não necessitam de água, pelo que são
uma alternativa eficaz quando o sabão e a água
não estão disponíveis. Ao escolher um desinfectante de mãos certifique-se que o produto
contém pelo menos 60% de álcool.
Proceda da seguinte maneira:
— Aplique uma suficiente quantidade de produto na palma da mão para molhar as
mãos completamente.
— Esfregue as mãos uma na outra, cobrindo
todas as superfícies. Friccione até secar.
Toalhetes ou lenços anti-microbianos são
outra opção eficaz. Procure sempre produtos
que tenham uma elevada percentagem de álcool.
Fonte: Shalina
JSA Outubro 2013
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RESPONSABILIDADE SOCIAL
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Outubro 2013 JSA
Director pedagógico da EscolaTeresiana deViana, Marcelino Sanana
“O sonho tornou-se realidade”
Inauguração de escola em Viana, financiada pela BP Angola, e apetrechada pela Subsea7,
permite integrar no sistema de ensino mais de 900 alunos.
“O sonho tornou-se realidade”. Foi com estas palavras
que o director pedagógico do
Complexo Escolar Teresiano
de Viana, Marcelino Sanana,
iniciou a sua mensagem de
boas vindas no acto inaugural
da nova escola com oito salas
de aula apetrechadas, integrada naquele complexo, a 10
de Setembro.
De acordo com este responsável “as novas salas de
aula contribuem para o aumento do número de alunos
na instituição e melhoram a
qualidade do ensino, factor
primordial para a formação
integral do aluno que por ela
passa”.
Segundo Marcelino Sanana “as novas salas vão, para já, acolher alunos de duas
turmas de iniciação, três da
1ª classe, uma da 2ª classe e
outra da 12ª classe que, até
hoje, tinham aulas debaixo
das árvores”.
Para a directora, Irmã Domingas, “a ampliação vai responder a necessidades de
educação em Viana, ao permitir aumentar o número de
alunos, quer do primário,
quer do 2º ciclo, podendo
chegar a 970, em três turnos”.
Em nome da Companhia
Santa Teresa de Jesus, a direcção da Escola agradeceu aos
doadores. “A gratidão é uma
virtude humana que nos leva
a reconhecer o bem que recebemos”, concluiu Sanana.
O mais importante
são as pessoas
O director do Desenvolvimento Sustentável da BP,
Gaspar Santos, lembrou que
o mais importante são as pessoas. “Sem recursos humanos qualificados não teremos
êxito e as crianças são o recurso mais valioso para o futuro
de Angola. Amanhã podem
ser quadros da BP ou de outras instituições”. Na mensagem que leu em nome do
presidente regional da BP
Angola, Martyn Morris, destacou a importância da educação na política de responsabilidade social e corporativa da empresa. “Este é um
passo modesto, mas significativo, para a melhoria do
acesso à educação de crianças que são o pilar do desenvolvimento sustentável de
Angola. Gostaríamos que,
um dia, todas as crianças possam ter acesso ao sistema formal de educação e ensino para que o país tenha mais quadros capazes e responsáveis.
Só com uma educação sólida
e abrangente Angola poderá
manter a rota de desenvolvimento económico e social
que vem demonstrando nos
últimos anos e elevar-se ao
Ex-aluno da Escola hoje
é engenheiro na BP Angola
A escola Teresiana de Viana fundada em
1997. Em 2012 foi qualificada como complexo escolar. Por aqui passaram muitos
alunos, hoje na Universidade, ou já no
mercado de trabalho, em posições de destaque nas empresas e administração pública angolana.
No evento de inauguração, fomos encontrar um ex-aluno, Fernando Carlos Elunda, que estudou nesta escola entre 1997 e
2003. Por uma feliz coincidência, está prestes a entrar como engenheiro mecânico na
BP Angola, após uma licenciatura obtida
na Turquia, com uma bolsa oferecida pela
empresa. “A educação nesta escola é mui-
to boa. As irmãs conseguem tornar os homens responsáveis. Considero-me um
exemplo”, confirmou.
nível das nações mais prósperas do planeta”.
Gaspar Santos agradeceu
à Subsea 7, parceira do projecto, a oferta de 200 carteiras, armários, secretárias,
cadeiras e quadros. Enalteceu também o trabalho da
ONG Rise Angola que “nos
últimos 18 meses ergueu
mais de 40 salas de aulas no
quadro da sua parceria com
a BP Angola e seus associados dos blocos 18 e 31”.
Concluiu, encorajando a
comunidade “a maximizar
este investimento para seu
benefício, como corolário dos
esforços que desenvolve.
Perspectivas
de continuidade
O Director de Vendas e
Marketing da Subsea 7, Fernando Amaral, anunciou
que o projecto deverá ter
continuidade. “Vamos pro-
curar que a segunda fase do
empreendimento seja uma
realidade a breve trecho
com a construção de um espaço multiusos que permitirá igualmente a prática de
desporto”. De acordo com
este responsável, “o presente empreendimento é mais
um exemplo da valiosa e
sustentável parceria que a
Subsea 7 tem mantido e desenvolvido ao longo dos
anos com a BP Angola, hoje
alargada a este projecto de
âmbito social de grande importância para a população
de Viana, com a criação e
melhoria de condições de
formação dos futuros quadros do país”.
Mais matrículas
A aluna Manuela Basílio,
na sua intervenção de agradecimento em nome dos estudantes, testemunhou a ca-
rência de escolas em Viana
para responder às necessidades. “O índice de analfabetismo ainda é gritante e
nestas comunidades suburbanas conseguir uma matrícula exige um sacrifício redobrado devido à escassez
de salas de aula”. Estas que
hoje aqui se inauguram “vão
criar muitas oportunidades
na comunidade” e permitir
aos que aqui estudam sentirem-se mais acomodados.
“Sinto-me tão pequena para
exprimir tamanha satisfação
e gratidão”, concluiu.
A cerimónia contou ainda com a presença do Padre
Pedro que benzeu as novas
instalações e do representante da administração do
município de Viana e da repartição municipal de educação, Matos Enoqui.
São José é o protector da
Escola.
Autor do livro de matemática,
Eduardo Mónica, esteve presente
“Temos de estimular o exercício”
Para o professor Eduardo
Mónica, autor do livro Lógica Matemática, patrocinado
pela BP Angola, e oferecido
aos alunos na ocasião, “a
prática frequente de exercícios, a par de um bom livro e
de um professor que transmita os conhecimentos com
clareza e senso prático, é o
segredo para ser bom a matemática”.
De acordo com o professor “no contexto das ciên-
cias, a matemática é a base
de apoio a todas as outras
disciplinas, como por exemplo a física ou a química”.
O matemático tem já seis
obras editados. A primeira,
com 370 páginas, é sobre números e medição, “dado que
a aritmética é o ponto de partida das matemáticas”. O segundo livro “é a extensão do
primeiro, o início da álgebra,
com binómios e polinómios”. A terceira obra é dedi-
cada à geometria descritiva,
no âmbito da reforma educativa, e dirigida à 11ª e 12ª
classe. “Foi preparada a convite do Ministério da Educação”, revelou o autor. Os livros da segunda geração, como classifica Eduardo Mónica, incidem sobre logaritmos, potenciação e radiciação e lógica matemática.
Eduardo Mónica tem 53
anos, é natural do Soyo e
professor desde 1985.
rESpONSAbIlIDADE SOcIAl
JSA Outubro 2013
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Director Executivo da ONUSIDA, Michael Sidibé
“Queremos que o objectivo de crianças a nascer
sem SIDA venha a acontecer até 2015”
“Queremos que o objectivo de crianças a
nascer sem SIDA venha a acontecer até 2015”
disse o director executivo da ONUSIDA e
sub-secretário das Nações Unidas, Michael
Sidibé, num almoço de trabalho que decorreu este mês em Luanda, com a presença do
Ministro da Saúde, José Van-Dúnem.
O evento, promovido pelo Comité Empresarial da Luta contra o VIH-SIDA, liderado
pela Odebrecht Angola, teve como objectivo
debater questões concernentes ao controle
da epidemia em Angola e contou também
com a presença da Diretora do Instituto Nacional da Luta contra a SIDA, Ducelina Serrano, entre outras individualidades.
Desde 2002 que a Odebrecht tem apoiado
e estimulado a prevenção e o controle do VIH
em Angola, e desde 2006 participa do referido comité.
A abertura foi feita pelo arquitecto Paulo
Campos, responsável pelo Ambiente e Responsabilidade Social do DS-Angola, acom-
panhado pelo engenheiro Dahia Blando, do
DS Angola, pelo responsável por planejamento e pessoas no país, Marcus Felipe, e pelo representante da Odebrecht no Comité
Empresarial, Jorge Preto. O evento incentivou outras empresas e instituições a desenvolverem programas alinhados às diretrizes
do governo para o controle do VIH – SIDA,
estimulando-as a fazerem parte do esforço
que o mesmo tem expendido para controlar
o VHI, aderindo ao Comité Empresarial da
Luta contra o VIH-SIDA.
Para Jorge Preto, representante do Comité
Empresarial, “encontros como este, criam sinergias e potencializam boas práticas no sentido de que a resposta contra o VIH-SIDA seja
eficiente e contribua para o crescimento sustentável do país”.
A directora-adjunta do Jornal da Saúde,
Maria Odete Pinheiro, participou no almoço
de trabalho a convite do Comité Empresarial
da Luta contra o VIH-SIDA.
Da esquerda para direita: Michel
Sidibé, Dahia Blando, Paulo
Campos, Ministro da Saúde,
José Van-Dúnen, Marcus Felipe
e Jorge Preto
“Desde 2002 que a Odebrecht tem apoiado e estimulado
a prevenção e o controle do VIH em Angola”
Tom Van Boven (Usaid – CEC); Jorge Preto (Odebrecht – CEC); Michel Sidibé ( Director executivo ONUSIDA; Ana Margarida Settas (Esso Angola – CEC) e Arlete Holmes Lins (Climed – CEC).
terapia da fala
30
Outubro 2013 JSA
Respira pela boca?
Atenção às possíveis alterações corporais e faciais
VAndA SARdinhA
Terapeuta da Fala
[email protected]
Uma das áreas de intervenção do terapeuta da fala, como já referi em publicações
anteriores, é a motricidade
orofacial. Esta tem como
principal objectivo propiciar
a harmonia das funções estomatognáticas (respiração,
fala, mastigação, deglutição
e sucção), promovendo um
equilíbrio miofuncional. Logo, o terapeuta da fala tem
um papel fulcral na reabilitação de uma pessoa que
respire pela boca (respirador oral).
A respiração, para além
de ser uma função vital, proporciona o desenvolvimento craniofacial. Posto isto, o
modo de respiração considerado mais adequado é o
nasal, pois o nariz tem a capacidade de filtrar, aquecer
e humidificar o ar. Todavia,
nem sempre este modo é
possível, surgindo alguns
“bloqueios” nestas vias, como por exemplo, a hipertrofia das adenóides e das
amígdalas, sinusite, rinite,
entre outras.
Nestas situações o indivíduo irá respirar pela boca,
havendo a necessidade de
intervenção de uma equipa
multidisciplinar, envolvendo o otorrinolaringologista,
o terapeuta da fala, o fisioterapeuta, o alergologista e,
caso necessário, outros especialistas.
Como reparar se é
ou não respirador oral?
De seguida estão descritas algumas das características mais comuns. Caso algumas destas sejam presenciadas frequentemente deverá ser observado por um
profissional, como os acima
mencionados.
— Alterações na fala;
—Alterações na mastigação;
—Otites frequentes;
—Olheiras;
—Alterações do sono;
—Alterações da postura corporal;
—Alterações do rendimento
escolar / profissional;
—Alterações do paladar e
olfacto;
—Face alongada;
—Alterações da oclusão
dentária;
—Palato (habitualmente
denominado “céu da boca”) alto e estreito;
—Lábios constantemente
abertos e secos;
—Língua flácida e em posição anteriorizada (entre
os dentes inferiores e superiores); Flacidez nos
músculos da mastigação;
—Tensão no músculo do
queixo;
As alterações são muitas
e algumas delas prejudiciais,
fazendo com que haja modificações na musculatura e
nas funções estomatognáticas, bem como alterações
posturais e de má função
nos órgãos fono articulatórios.
I – Alterações Crânio
Faciais e Dentárias:
— crescimento crânio facial
predominantemente vertical
— palato ogival
— dimensões faciais estreitadas
— hipo desenvolvimento
dos maxilares
— narinas estreitas e/ou inclinadas
— menor espaço na cavidade nasal
— desvio de septo
— Classe II, over jet, mordida cruzada e/ou aberta
(alterações da arcada
dentária)
— frequente protrusão dos
incisivos superiores
II – Alterações dos Órgãos
Fono Articulatórios:
— hipotrofia, hipotonia e hipofunção dos músculos
elevadores da mandíbula
— alteração de tônus com
hipofunção dos lábios e
bochechas
— alteração do tônus da
musculatura supra hioidea
— lábio superior retraído ou
curto e inferior evertido
ou interposto entre dentes
— lábios secos e rachados
com alteração de cor
— gengivas hipertrofiadas
com alteração de cor e
frequentes sangramentos
— anteriorização da língua
ou elevação de seu dorso
para regular o fluxo de ar
— propriocepção bucal alterada
III – Alterações Corporais:
— deformidades torácicas
— musculatura abdominal
flácida e distendida
— olheiras com assimetria
de posicionamento dos
olhos, olhar cansado
— cabeça mal posicionada
em relação ao pescoço
trazendo alterações para
a coluna no intuito de
compensar este mal posicionamento
— ombros rodados para a
frente comprimindo o tórax
— alteração da membrana
timpânica, diminuição da
audição
— face assimétrica, visível
principalmente em bucinador
— indivíduo sem cor, muito
magro, às vezes obeso
IV – Alterações das Funções
Orais:
— mastigação ineficiente levando a problemas digestivos e engasgos pela incoordenação da respiração com a mastigação
— deglutição atípica com
ruído, projeção anterior
da língua, contração exagerada de orbicular, movimentos de cabeça
— fala imprecisa com articulação trancada e excesso de saliva; fala sem uso
do traço de sonoridade
pelas otites freqüentes
com alto índice de ceceio
anterior ou lateral
— voz com hiper ou hiponasalidade, ou rouca
V – Outras Alterações Possíveis:
— sinusites freqüentes, otites de repetição
— aumento das amígdalas
faríngea e palatinas
— halitose (mau hálito) e diminuição da percepção
do paladar e olfato
— maior incidência de cáries
— alteração do sono, ronco,
baba noturna, insônia,
expressão facial vaga
— redução do apetite, alterações gástricas, sede
constante, engasgos, palidez, inapetência, perda
de peso com menor desenvolvimento físico ou
obesidade
— menor rendimento físico,
incoordenação global,
com cansaço freqüente
— agitação, ansiedade, impaciência, impulsividade,
desânimo
— dificuldades de atenção e
concentração, gerando
dificuldades escolares
Intervenção
do terapeuta da fala
A intervenção do terapeuta da fala no respirador
oral deve ser realizada após
diagnóstico médico e muitas vezes após diagnóstico
ortodôntico.
O objectivo principal da
terapia ao nível da respiração é fazer com que o individuo perceba que tem condições para a respiração nasal.
O início da terapia dá-se
através de um processo de
conscientização da problemática. Fazer com que o individuo tenha consciência e
conhecimento sobre o que
acontece com ele a nível respiratório.
A outra palavra que faz
parte do processo de intervenção é a propriocepção,
ou seja, perceber a diferença
entre respirar pela boca e
respirar pelo nariz.
De seguida, deverá ser
realizada uma intervenção
muscular, para a correcção
da tonicidade, postura e movimento de todos os músculos que interferem nas funções estomatognáticas.
Postura labial em repouso,
típica de uma criança com
respiração oral. Os lábios
encontram-se numa posição
entreaberta, apresentam
fissuras e os músculos das
bochechas apresentam uma
diminuição do tónus.
Palato ogival com
protusão dos incisivos
superiores
Postura
corporal
típica
de um
respirador
oral
“Respirar pela boca pode afectar
o desenvolvimento da fala,
a socialização e o desempenho
escolar. A detecção precoce da
respiração oral é essencial para
prevenir e minimizar seus efeitos
negativos sobre o desenvolvimento
global dos indivíduos”
JSA Outubro 2013
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