Disfunção sexual eréctil

Transcrição

Disfunção sexual eréctil
ENDOCRINOLOGIA CLÍNICA
Disfunção Sexual Eréctil
Joaquim Garcia e Costa
NÚCLEO DE ENDOCRINOLOGIA, DIABETES E OBESIDADE
WWW.NEDO.PT
HOSPITAL CUF – INFANTE SANTO
IX Curso Pós-Graduado NEDO 2010
Lisboa, Fevereiro de 2010
Disfunção Sexual Eréctil
Disfunção Eréctil
Definição
Disfunção Eréctil pode definir-se como a
incapacidade de atingir ou manter uma
erecção peniana que permita uma relação
sexual satisfatória.
Edward Munch
NIH Consensus Development Panel on Impotence, 1993
Disfunção Sexual Eréctil
DSE
CONTROLO DOS FACTORES AMBIENTAIS ADVERSOS
QUE ENCURTAM A VIDA:
Infecções
Prevenção de acidentes
Controlo de factores de risco de doenças crónicas, etc.
↑ ESPERANÇA DE VIDA
AUMENTO DO Nº DE IDOSOS > AUMENTO DSE
Disfunção Sexual Eréctil
ETIOLOGIA
MULTIFACTORIAL
ORGÂNICA
VASCULAR
NEUROLÓGICA
HORMONAL
CAVERNOSA
RELACIONADA C/ DOENÇA
RELACIONADA C/ MEDICAMENTOS
RELACIONADA COM DROGAS
Botero
PSICOGÉNICA
MISTA
Causas de Disfunção Sexual Eréctil - 1
D. PSÍQUICA
Depressão
Ansiedade
Baixa auto-estima
Estilo de vida:
Tabaco,álcool,drogas ilícitas
D.ORGÂNICA
Doenças Neurológicas
acid. vascular cerebral
epilepsia
demências
d. Parkinson
lesão medular
Doenças Sistémicas
doença renal crónica
doença hepática crónica
hemocromatose
neoplasias
Trauma - Pós-Cirurgia
pélvica
cerebral
Causas de Disfunção Sexual Eréctil - 2
D. PSÍQUICA
Depressão
Ansiedade
Baixa auto-estima
Estilo de vida:
Tabaco,álcool,drogas ilícitas
D. ORGÂNICA
Doenças Cardiovasculares
hipertensão arterial
insuficiência coronária
enfarte do miocárdio
Doenças Endócrinas
hipo e hipertiroidismo
hiperprolactinemia
hipogonadismo 1º ou 2º
diabetes mellitus
síndrome de Cushing
Causas de Disfunção Sexual Eréctil - 3
FÁRMACOS
Antihipertensivos
Diuréticos
tiazidas
espironolactona
Simpaticolíticos
β-bloqueadores
Gastrointestinais
Bloqueadores H2
cimetidina, ranitidina
Metoclopramida
Hormonas
LHRH
Centrais
metildopa
clonidina
Antagonistas do cálcio
Psicotrópicos
Antidepressivos
tricíclicos
Neurolépticos
fenotiazidas
butirofenonas
Outros
barbitúricos
anticonvulsivantes
Anti-androgénios
flutamida
Acetado de ciproterona
Inibidores 5α-redutase
finasteride
Estrogénios
Progestagénios
Corticóides
Outros
Antibióticos
nitrofurantoína, cloranfenicol
Ketoconazole
Dislipidémicos
gemfibrozil
Disfunção Sexual Eréctil
A DISFUNÇÃO SEXUAL ERÉCTIL É UMA
PATOLOGIA MUITO FREQUENTE QUE
TEM SIDO CONSIDERADA UMA COMPLICAÇÃO
SECUNDÁRIA DA
DOENÇA CARDIOVASCULAR
DIABETES
HIPERTENSÃO
OBESIDADE
DISLIPIDEMIA.
Botero
Prevalência da Disfunção Sexual Eréctil
J Sex Med 2008; 5: 1317-24
Disfunção Sexual Eréctil
Disfunção Eréctil (em %)
Sem
Disfunção
52%
N = 3067
Disfunção Ligeira
35%
Disfunção Moderada
9%
Disfunção
Eréctil
48%
Disfunção grave
4%
AGTeles, JGarcia e Costa e col J Sex Med 2008 Jun 5(6):1317
Prevalência da Disfunção Sexual Eréctil
Tipo de Disfunção Eréctil e Grupos de Idade (em %)
N = 3067
200,0%
DE grave
160,0%
DE moderada
74,1%
120,0%
80,0%
40,0%
15,7%
10,2%
16,2%
28,2%
28,5%
38,2%
55,7%
DE ligeira
 Associação muito
significativa
(p < 0,0001).
33,3%
0,0%
40-49 anos
50-59 anos
60-69 anos
AGTeles, JGarcia e Costa e col J Sex Med 2008 Jun 5(6):1317
Prevalência da Disfunção Sexual Eréctil
Disfunção Eréctil e Condições de Saúde
COM DSE %
100%
66
58.1
8,1%
4,9%
13,1%
80%
16,0%
67.4
65.6
55.6
62.6
5,5%
6,1%
4,5%
8,2%
16,4%
10,9%
16,8%
37.7
2,0%
7,2%
13,6%
28,5%
40,2%
40,1%
60%
45,5%
41,9%
DE grave
DE moderada
DE ligeira
Sem DE
40,8%
42,7%
40%
62,3%
20%
0%
34,0%
Diabetes
N=344
44,4%
41,8%
32,7%
HTA
Angina
N=791
de peito
N=55
34,4%
Insuf.
card
N=131
Dislipidémia
N=898
37,4%
D. psiqui
Sem
N=147
doença
N=1274
AGTeles, JGarcia e Costa e col J Sex Med 2008 Jun 5(6):1317
Disfunção Sexual Eréctil
DSE - PREVALÊNCIA
nº
idade
%
REINO UNIDO 1986
109
16-65
52
FRANÇA 1996
986
18-94
42
EUA 1994
1709
40-70
52
3548
40-69
48
Feldman
PORTUGAL 2008
A.Galvão Teles, J.Garcia e Costa e col
Disfunção Sexual Eréctil
AVALIAÇÃO DO DOENTE
História da disfunção eréctil
duração/gravidade do problema
início/evolução: súbito/gradual
líbido /frequência RS
Factores associados:
ansiedade,depressão,stress
erecções: rigidez - total/parcial
manutenção erecção
situação: espontâneas
com masturbação
com outra companheira
ejaculação
tratamentos
Disfunção Sexual Eréctil
HISTÓRIA
PSICOGÉNICA
ORGÂNICA
INÍCIO
SÚBITO
GRADUAL
EVOLUÇÃO
SITUACIONAL
SELECTIVA
STRESS
DEPRESSÃO
LÍBIDO
EJACULAÇÃO
PERSISTENTE
NÃO SELECTIVA
SEM STRESS
SEM DEPRESSÃO
DIMINUÍDA
LIGEIRA
DIMINUIÇÃO OU
MANTIDA
DIMINUÍDA
PRESERVADA
(ausente em alguns casos
neurológicos)
Disfunção Sexual Eréctil
EXAME OBJECTIVO
Morfotipo
Pele, pilosidade
Voz
Tiroideia
Sinais vitais
Torax, abdómen
Escroto, testículos, pénis, prostata
Edemas
Ex neurológico
Disfunção Sexual Eréctil
Avaliação Bioquímica mínima:
Rotinas
Glicemia + Lípidos + PSA
T4 L
LH
+ TSH
+ FSH + PRL
TL + TT
+ SHBG
Disfunção Sexual Eréctil
Factores de Risco para
Disfunção Sexual Eréctil (DSE)
1. Envelhecimento
2. Estilo de vida
3. Doenças crónicas
4. Doenças endócrinas
5. Doenças cardiovasculares
6. Fármacos
7. Traumatismos pélvicos
Egon Schielle
Disfunção Sexual Eréctil
Factores de Risco para
Doença Cardiovascular (DCV)
1. Diabetes Mellitus
2. Hipertensão Arterial
3. Dislipidemia
4. Tabagismo
5. Obesidade
6. Sedentarismo
CRUZEIRO SEIXAS
DSE e DCV têm muitos factores de risco comuns
Disfunção Sexual Eréctil
ESTIMULAÇÃO SEXUAL
ENDOTÉLIO
VASCULAR
ON
GUANILATOE
CICLASE
Egon Schielle
ERECÇÃO
↑cGMP
Disfunção Sexual Eréctil
ÓXIDO NÍTRICO
Sintetizado nas células endoteliais, macrófagos
e alguns neurónios.
Importante sinalizador intra e extracelular e
neuromediador.
Envolvido na regulação da função da parede
vascular.
Utilizado pelo endotélio para a produção de
cGMP que provoca relaxamento do músculo
liso (erecção).
Disfunção Sexual Eréctil
Disfunção Sexual Eréctil
AVALIAÇÃO
Estudos vasculares
Estudos Neurológicos
Prova com Inibidor da PDE 5
Disfunção Sexual Eréctil
ERECÇÃO PENIANA
STRESS OXIDATIVO
ÓXIDO NÍTRICO SISTÉMICO
- DSE FREQUENTEMENTE CAUSA VASCULAR
A erecção depende da integridade do sistema vascular peniano
ESTRUTURAL – oclusão da artéria cavernosa
FUNCIONAL – alterações relaxamento do músculo liso
e da célula endotelial
MULTIFACTORIAL
Disfunção Sexual Eréctil
ALTERAÇÕES FUNCIONAIS
ENDOTÉLIO E MÚSCULO LISO
A disfunção endotelial que está associada à inibição da
vasodilatação, precede o desenvolvimento das lesões
ateroscleróticas e pode ser provocada por diversas agressões
vasculares:
DISLIPIDEMIA, DIABETES, HIPERTENSÃO, TABAGISMO
Kirby M et al. Int J Clin Pract 2001;55:614
Maas R et al Vasc Med 2002;7:213
Disfunção Sexual Eréctil
Cruzeiro Seixas
A disfunção endotelial é a ligação etiológica
entre a DSE e a doença vascular sistémica
Jones RWA et al Expert Opin Pharmacother 2002;55:889
Solomon H et al Heart 2003;89:251
A DSE deve ser considerada, na maior parte dos casos,
uma doença aterosclerótica
Disfunção Sexual Eréctil
A. Galvão-Teles
An Atlas.erectile dysfunction
Disfunção Sexual Eréctil
ARTÉRIAS CAVERNOSAS PENIANAS
Mais endotélio e músculo liso por unidade que outros órgãos;
Arteríolas de pequeno calibre, mais susceptíveis de oclusão aterosclerótica
do que vasos de maior calibre (coração, extremidades);
As lesões vasculares precoces manifestam-se clinicamente nas artérias
penianas.
O LEITO VASCULAR PENIANO APRESENTA CARACTERÍSTICAS DE
UM INDICADOR SENSÍVEL DE DOENÇA VASCULAR SISTÉMICA
Disfunção Sexual Eréctil
A DSE TEM UMA GRANDE PREVALÊNCIA NA
DOENÇA CARDIOVASCULAR
NA DIABETES
NA HIPERTENSÃO E
NOUTRAS DOENÇAS VASCULARES SISTÉMICAS.
ESTAS ALTERAÇÕES OCORREM PRECOCEMENTE ANTES DA LESÃO
VASCULAR ATEROSCLERÓTICA E PODEM SER UM DOS SINAIS DE
DOENÇA CARDIOVASCULAR SISTÉMICA.
PODEM EVOLUIR, TAMBÉM PARA DOENÇA VASCULAR CRÓNICA.
Jones RWA et al Expert Opin Pharmacother 2002;55:889
Disfunção Sexual Eréctil
PCR DE ALTA SENSIBILIDADE
Marcador de risco cardiovascular e de lesão endotelial.
O seu aumento está significativamente associado a graus
mais graves de DSE.
Billups KL et al Int J Impot Res 2003;15:231
Disfunção Sexual Eréctil
Incidência de doença coronária
n – 1402
IDADE
SEM DSE
COM DSE
%
%
40-49
0.94
48.5
50-59
60-69
> 70
5.09
10.72
23.30
27.15
23.97
29.63
anos
Adultos jovens com DSE devem ser investigados do foro cardiovascular
Inman BA et al Mayo Clinic Proc 2009 Feb;84(2):102-4.
Disfunção Sexual Eréctil
Doença coronária grave
n- 131
DSE PRÉVIA a EAM
64%
n- 130
DSE PRÉVIA A BY-PASS
57%
A DSE é uma manifestação precoce de doença aterosclerótica e um
precursor de doença vascular sistémica.
Wabrek AJ et al Arch Sex Behav 1980;9:69-75
Morley JE et al Am J Med 1988;84:445
Disfunção Sexual Eréctil
DM 2 com doença coronária silenciosa e DSE
n – 291
follow up – 47 meses
Prevalência de DSE %
COM EVENTOS MAJOR CV
61.2
SEM EVENTOS MAJOR CV
36.4
A DSE é um preditor de morbilidade e mortalidade CV em doentes
diabéticos com doença coronária silenciosa.
A terapêutica com IPDE 5 reduz eventos coronários major em doentes
com DM 2
Gazzaruso C et al. J Am Coll Cardiol, 2008 May 27;51(21):2051
Disfunção Sexual Eréctil
Opções Terapêuticas
Intervenção nos
FR modificáveis
Educação
Terapêutica sexual
Fármacos orais
Cirurgia
Terapêutica local
Disfunção Sexual Eréctil
TERAPÊUTICA
Estilo de vida
Controlo de doença crónica
Modificação dos factores de risco
Aconselhamento psicossexual
Inibidores da fosfodiesterase tipo 5
sildenafil, tadalafil,vardenafil
Alprostadil intra-uretral
muse
Fármacos vaso-activos intracavernosos
alprostadil
Bombas de vácuo
Próteses penianas
Disfunção Sexual Eréctil
Identificar os Factores de Risco
Intervir no estilo de vida








Prevenir/tratar a obesidade
Prevenir/tratar a má-alimentação
Prevenir/tratar o sedentarismo
Prevenir/tratar o stress
Prevenir/tratar as doenças crónicas
Não se automedicar
Não fumar / beber com moderação
Não se drogar
Disfunção Sexual Eréctil
Terapêutica etiológica
Situação
 Alterações psicológicas
depressão, ansiedade
Tratamento
 Tratamento psicológico
Aconselhamento sexual
 Hipogonadismo
 Testosterona
 Hiperprolactinémia
 Bromocriptina, cabergolina
 Diabetes mellitus
 ADO/insulina
 Doenças crónicas e
 Tratamento das causas
consumptivas
 Iatrogenia por fármacos
 Suspensão do fármaco
 Drogas ilícitas, álcool, tabaco
 Suspensão
Disfunção Sexual Eréctil
Terapêutica oral
Sildenafil
PD5
(IC 50)
nM
3,5
Início
Acção
min
30-60
Vida
Média
horas
4-5
Dose
Tadalafil
1
16-30
24
5-10-20
Vardenafil
0,7
30-60
4-5
5-10-20
mg
25-50
100
IC 50 – concentração necessária para produzir inibição de 50% da
enzima
Disfunção Sexual Eréctil
Tratamento crónico diário com inibidores da PDE-5
Dose diária à noite
Resultados positivos
Na prostatectomia radical 1,2
Nos não-respondedores ao “tratamento a pedido” 3
Em homens normais 4,5
Melhora
Disfunção endotelial dos vasos dos corpos cavernosos
Todo o endotélio do sistema vascular 6,7
1. Montorsi F et al 2000; 2. Schwartz et al 2004; 3. McMahon C 2004; 4. Yaman O et al 2003;
5. Chen J et al 2003; 6. Behr-Roussel et al 2005; 7. Rosano G M C 2005
Disfunção Sexual Eréctil
THE MINORITY HEALTH INSTITUTE
MHI
Expert Advisory Panel of cardiologists and urologists
Novo algoritmo para a prática clínica
que permite a identificação precoce
de homens com doença vascular sistémica
Kevin L et al J Sex Med 2005;2:40-52
Disfunção Sexual Eréctil
ALGORITMO - 1
>25 anos
Avaliar DSE
História e Exame Objectivo
Fact Risco CV - Doença CV
Doença Vascular
D.Coronária:
Prova de Esforço:DSE,
DM,>3 FR, Angina.
D.Cerebrovasc: Eco-doppler Carotídeo.
DV Periférica:Ecodoppler
Fact Risco CV
T.Arterial
Glicemia
Lipidos
Obesidade
Sindrome metabólico
Insulino-resistência
DSE
Testosterona
Avaliar prostata
Disfunção Sexual Eréctil
ALGORITMO DSE - 2
Doença Vascular
D.Coronária:
Prova de Esforço:DSE,
DM,>3 FR, Angina.
D.Cerebrovasc: Eco-doppler Carotídeo.
Periférica:Clínica e Ecodop
Tratar doença vascular
Cardiologia
Fact Risco CV
T.Arterial
Glicemia
Lipidos
Obesidade
Sindrome metabólico
Insulinoresistência
Tratar
HTA, DM, Lipidos
Tabagismo, Dieta
Exercício
Especialista
DSE
Testosterona
Avaliar prostata
Tratar
Inibidor PDE-5
Bomba de vácuo
Anel constritor
Tratar Fact Risco CV
Seguimento
Urologia:
Alprostadil injecável
Prótese peniana
D.Peyronie
Disfunção Sexual Eréctil
CONCLUSÕES
A DSE É UMA PATOLOGIA FREQUENTE E
ESTÁ ASSOCIADA A VÁRIAS DOENÇA
CRÓNICAS E A UM ESTILO DE VIDA
PREJUDICIAL.
A DSE E A DOENÇA CARDIOVASCULAR
TÊM UM
DENOMINADOR
COMUM:
A
LESÃO ENDOTELIAL
A DSE É UM SINTOMA PRECOCE DE
DOENÇA CV, PRINCIPALMENTE EM
ADULTOS JOVENS PELO QUE DEVEM
SER INVESTIGADOS
Malangatana
A. Galvão-Teles
Disfunção Sexual Eréctil
Disfunção Sexual Eréctil
MUITO OBRIGADO
Disfunção Sexual Eréctil
AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES E SUAS COMORBILIDADES
ESTÃO ASSOCIADAS A MORBILIDADE E MORTALIDADE ELEVADAS.
A PREVALÊNCIA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES TÊM
AUMENTADO EM TODO O MUNDO, OBRIGANDO AS SOCIEDADES A
DESENVOLVEREM MÉTODOS MAIS EFICAZES DE PREVENÇÃO E DE
DIAGNÓSTICO PRECOCE.
Disfunção Sexual Eréctil
Estilo de Vida
Obesidade
Má alimentação
Sedentarismo
Hipertensão arterial
Dislipidemia
Álcool / droga / tabaco
Stress / eventos negativos
A. Galvão-Teles
Disfunção Sexual Eréctil
Tratamento de 1ª linha
 Aconselhamento psicossexual
 Tratamento oral
Trazodona/Yoimbina
Inibidores da fosfodiesterase tipo 5
Sildenafil (Viagra)
Tadalafil (Cialis)
Vardenafil (Levitra)
Tratamento de 2ª linha
 Alprostadil intracavernoso (Caverjet)
 Alprostadil intra-uretral (MUSE)
 Dispositivo de vácuo
Tratamento de 3ª linha
 Cirurgia arterial
 Cirurgia venosa
 Próteses penianas
DM e Disfunção Sexual Eréctil
FACTORES FISIOPATOLÓGICOS
Factor
Lesão
Neurogénico
Neuropatia autonómica
Neuropatia periférica
Arterial
Aterosclerose
Microangiopatia
Venoso
Miopatia – disfunção veno oclusiva
Endotelial
Deterioração do relaxamento do músculo liso
endotélio dependente
Miogénico
Deterioração da função do músculo liso
Hormonal
Diminuição da testosterona
Psicológico
Depressão, ansiedade
Factores de risco
Idade, tabaco, álcool, HTA, dislipidémia, d. sistémicas
Disfunção Sexual Eréctil
Contra-indicações dos inibidores das fosfodiesterases tipo 5
Contra-indicações absolutas
nitratos ou dadores de óxido nítrico
hipersensibilidade
Desaconselhados
EAM, arritmia com risco de vida
hipotensão (TA < 90/50 mmHg)
hipertensão (TA > 170/110 mmHg)
angina instável
retinite pigmentar (só sildenafil)
Precauções
inibidores das proteases (ritonavir)
inibidores do citocromo P450
insuficiência renal ou hepática (> 85 a.)
politerapia hipotensiva
A. Galvão-Teles
An Atlas.erectile dysfunction
Disfunção Sexual Eréctil
Efeitos Adversos
Inibidores da Fosfodiesterase 5
Sildenafil 1
Tadalafil 2
%
Vardenafil 3
Cefaleias
16
14
15
Rubor
10
4
11
Dispepsia
7
10
7
Congestão nasal
4
5
7
Diarreia
3
Vertigem
2
Alteração visual
3
0.1
3
Mialgia
5
1. Goldstein et al. N Engl J Med, 1998;338:1397. 2.Brock G B et al. J Urol 2002;168:1332-6
3.Porst H et al. Int J Impot Res, 2001;13:192-9
Disfunção Sexual Eréctil
ACTIVIDADE SEXUAL
HTA
Trat. antiHTA
Cardiopatia
Depressão
Diabetes
Lesão Medular
Esclerose Múltipla
Prostatectomia radical
Fumadores
PLACEBO
%
SILDENAFIL
%
18
19
16
14
17
7
24
15
25
70
69
62
83
63
89
89
43
80
Disfunção Sexual Eréctil
N = 3520
Diminuição da rigidez do pénis (em %)
Sim
42%
Não
57%
NS/NR
1%
AGTeles, JGarcia e Costa e col J Sex Med 2008 Jun 5(6):1317
História da Disfunção Sexual Eréctil
INÍCIO / EVOLUÇÃO
DURAÇÃO / GRAVIDADE
LÍBIDO
FACTORES ASSOCIADOS
STRESS / DEPRESSÃO / IRRITABILIDADE
PARCEIRA / SEM PARCEIRA / FREQUÊNCIA RS
ERECÇÕES ESPONTÂNEAS / MASTURBAÇÃO
A. Galvão-Teles
DISFUNÇÃO SEXUAL ERÉCTIL
AVALIAÇÃO DO DOENTE
MEDICAMENTOS
HIPOGONADISMO
PROBLEMA
PSIQUIÁTRICO
DM
TSH, PRL
PROBLEMA
COMPLEXO
TERAPÊUTICA
ORAL
ALT. MEDICAÇÃO
TRAT.TESTOST.
NÃO SATISFATÓRIO
PSIQUIATRIA
ED. SEXUAL
TRATAMENTO
ETIOLÓGICO
NÃO SATISFATÓRIO
BOM RESULTADO
NÃO SATISFATÓRIO
TERAPEUTICA ORAL
.......
CONSULTA
CIRURGIA
Disfunção Sexual Eréctil
Factores de risco
•
Envelhecimento
•
Estilo de vida
•
Doenças crónicas
•
Doenças endócrinas
•
Doenças cardiovasculares
•
Fármacos
•
Trauma pélvico
A. Galvão-Teles
DISFUNÇÃO SEXUAL ERÉCTIL
TERAPÊUTICA ORAL
NÃO SATISFATÓRIO
PSICOTERAPIA
DISPOSITIVO
VACUO
ALPROSTADIL
INTRACAVERNOSO
ALPROSTADIL
INTRA-URETRAL
NÃO SATISFATÓRIO
CIRURGIA VENOSA
CIRURGIA ARTERIAL
PRÓTESE PENIANA
A. Galvão-Teles
Disfunção Sexual Eréctil
Pontos importantes (1):
1.
DSE é um problema importante de Saúde Pública
2.
DSE é um sinal de doença cardiovascular
3.
A DSE pode ser avaliada e tratada numa Consulta de Clínica
Geral
4.
Deve tentar-se o diagnóstico etiológico (anamnese, observação,
exames), para tratar primeiro as causas etiológicas da DSE
(quando conhecidas).
5.
Identificar os FR da DSE e intervir. São FR o mau estilo de vida –
obesidade, má alimentação, sedentarismo, stress, utilização de
fármacos, tabaco, álcool e drogas ilícitas
A. Galvão-Teles
Disfunção Sexual Eréctil
Pontos importantes (2):
6.
Se não é possível o diagnóstico etiológico, iniciar tratamento
com um inibidor da fosfodiesterase tipo 5 (cialis, vardenafil,
sidenafil); com acompanhamento psicossexual (terapêutica de 1ª
linha)
7.
Outras terapêuticas (2ª e 3ª linhas), caso as anteriores falharem
devem ser discutidas com o doente ou com o casal e depois
utilizadas.
8.
A actividade sexual é uma actividade física vigorosa, mas
semelhante a outros exercícios físicos ( a relação sexual é igual a
3-4 METS de actividade). Se um doente consegue andar 1 milha
em 15 min., ou menos (semelhante a 4 milhas/h ou 4 METS) não
há problema em praticar uma relação sexual
Disfunção Sexual Eréctil
Nervos
Sistema
vascular
Função
Eréctil
Estrutura
do pénis
Testosterona
A. Galvão-Teles
A. Galvão-Teles
A. Galvão-Teles
Disfunção Sexual Eréctil
Marcador de risco cardiovascular
O stress oxidativo é uma condição biológica em que ocorre desequilíbrio entre a
produção de espécies reactivas de oxigénio e a sua desintoxicação através
de sistemas biológicos que as removam ou reparem os danos por elas
causados.
Todos os organismos vivos possuem um ambiente intracelular de natureza
redutora, existindo um equilíbrio entre as formas oxidada e reduzida de
moléculas como o NADH, equilíbrio esse mantido por enzimas à custa de
energia metabólica. Perturbações neste equilíbrio redox podem provocar a
produção de peróxidos e radicais livres que danificam todos os componentes
celulares, incluindo proteínas, lípidos e o ADN.
Em humanos, o stress oxidativo encontra-se ligado a diversas doenças, como a
aterosclerose, a doença de Parkinson e a doença de Alzheimer. As espécies
reactivas de oxigénio também podem agir de forma benéfica ao organismo,
quando usadas pelo sistema imunitário para atacar e aniquilar agentes
patogénicos ou quando actuam como moléculas mensageiras em vias de
sinalização celular (também designada sinalização redox).
Disfunção Sexual Eréctil
Marcador de risco cardiovascular
O NO também desempenha um papel importante na erecção do pénis, e explica o
mecanismo do sildenafil ou Viagra, que envolve o mecanismo referido acima com o
guanil ciclico (GMP). Os macrófagos, células do sistema imunitário, produzem
óxido nítrico como composto nocivo para bactérias, devido à sua capacidade de
formar espécies reactivas de azoto. Mas em certas circunstâncias isto pode trazer
efeitos colaterais indesejáveis: uma sepsis generalizada pode levar a uma
produção exagerada de óxido nítrico pelos macrófagos, que leva a uma
vasodilatação generalizada podendo ser uma das causas da hipotensão (pressão
arterial baixa) na sepsis.
O óxido nítrico tem também funções de neurotransmissor entre as células nervosas. Ao
contrário dos outros neurotransmissores que funcionam geralmente no sentido da
membrana pré-sináptica para a membrama pós-sináptica, o óxido nítrico (NO), por
ser uma gás muito solúvel, pode actuar em todas as células adjacentes
paracrinamente e autocrinamente, sem ser preciso estar envolvida uma sinapse
física. Esta propriedade pensa-se que poderá estar envolvida na formação da
memória.
Disfunção Sexual Eréctil
Marcador de risco cardiovascular
A descoberta das funções do NO na década de 80 vieram
surpreender e mexer com a comunidade científica.
Foi nomeada "Molécula do Ano" em 1992 pela Science, foi
fundada a Nitric Oxide Society e foi criada uma revista
científica só para estudos relacionados com esta molécula.
O Prémio Nobel em Fisiologia e Medicina em 1998 foi atribuído a
Ferid Murad, a Robert F. Furchgott e a Louis Ignarro pela
descoberta das propriedades sinalizadoras do óxido nítrico.
Estima-se que cerca de 3.000 artigos científicos são publicados
por ano sobre o papel fisiológico do óxido nítrico.
Disfunção Sexual Eréctil
Marcador de risco cardiovascular
Efeitos químicos e biológicos
Em termos químicos, o stress oxidativo consiste num aumento significativo do potencial de redução
celular (tornando-se menos negativo), ou numa diminuição significativa da capacidade redutora de
pares redox celulares, como a glutationa.[1]
Os efeitos do stress oxidativo dependem da dimensão de tais variações. Uma célula é normalmente capaz
de superar os efeitos nefastos do stress oxidativo se as perturbações no equilíbrio redox forem
pequenas, reestabelecendo o equilíbrio normal intracelular, mas perturbações de maior escala
podem levar à morte celular, apoptose e até necrose.[2]
Um aspecto particularmente destrutivo do stress oxidativo é a produção de espécies reactivas de
oxigénio, como radicais livres e peróxidos. Algumas destas espécies com pouca reactividade, como
o anião radical superóxido, podem ser convertidas a espécies mais reactivas através de reacções de
oxidorredução envolvendo metais de transição ou outras espécies com capacidade de variar o seu
estado de oxidação (como quinonas), espécies essas que podem causar danos celulares.
A maioria destas espécies, produzidas através da redução do oxigénio molecular, é produzida em
pequenas quantidades em organismos utilizando metabolismo aeróbio e quaisquer danos que
provoquem são reparados de forma constante. No entanto, em condições extremas de stress
oxidativo, os danos causam esgotamento dos níveis de ATP, o que evita uma apoptose celular
controlada e provoca a falha total do funcionamento da célula, causando necrose.
A. Galvão-Teles
A. Galvão-Teles
A. Galvão-Teles
Factores que influenciam o tónus do músculo liso do pénis
Contracção
Relaxamento
Neuronal
Noradrenalina
Neuropéptido Y (N P Y)
Óxido Nítrico (ON)
Acetilcolina
Polipeptido intestinal
vasoactivo (VIP)
Péptido relacionado com o
gene da calcitonina (CGRP)
Circulação
Arginina vasopressina
Local
Endotelina – 1
Tromboxano A2
Prostaglandina F2α
Prostanglandina I2
Angiotensina II
Óxido nítrico
Prostaglandina A2
Prostaglandina I2
Histamina
Adenosinatrifosfato
I Eardley, K Sethia, 2003

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