paulding isentos escolas das aldeias

Transcrição

paulding isentos escolas das aldeias
Ie
ne
fay
r i e n
s a n s
G
a
y
(Montaigne,
E x
J o s é
e
t
Des
é
livres)
L i b r i s
M i n d l i n
E D U A R D O
P R A D O
^
A
m
e
r
i
3.»
c
l
a
n
i
l
a
E D I Ç Ã O
SAO P A U L O
ESCOLA TYPOGRAPHICA SALESIANA
1902
u
s
ã
o
E D U A R D O
P R A D O
— -Õ — •
A
l
i
1
"
5
*
0
E conhecer que vives de um engano
Comprado tanto a custo de teu damno
ROLIM DE MOURA, NOV. do Hom.
Canto I , est. 58.
3
.a
E D I Q Ã O
(A PRIMEIRA EDIÇÃO FOI SUPPRIMIDA E CONFISCADA POR ORDEM
DO' GOYERNO BRASILEIRO, E A SEGUNDA, EXGOTTADA)
SÃO PAULO
ESCOLA TYPOGRAPHICA SALESIANA
1902
PREFACIO D A SEGUNDA EDIÇÃO
~X>{~
Este trabalho, j á editado no Brasil e agora
reimpresso no extrangeiro, mereceria v i r de novo
á luz, ainda na falta de p r ó p r i o interesse.
Este despretencioso escripto f o i confiscado
e p r o h i b i d o pelo governo republicano no Brasil.
Possuir este l i v r o f o i delicto, lel-o, c o n s p i r a ç ã o ,
e crime, havel-o escripto ( i ) .
Antes da dolorosa p r o v a ç ã o que, sob o nome
de Republica, tanto tem amargurado a p á t r i a
brasileira, nenhum governo se j u l g o u fraco e
culpado ao ponto de n ã o poder tolerar contrad i c ç õ e s ou verdades, nem mesmo as de uma
critica impessoal e elevada.;
E r a m jovens os nossos b i s a v ó s , quando f o i
extincto o Santo Officio. Desde e n t ã o , em nosso
paiz, nunca mais o poder ousou i n t e r p ô r - s e entre os nossos raros escriptores e o seu escasso
publico. Julgavam todos definitiva esta conquista
l i b e r a l ; mas o governo republicano do Brasil,
(i) Vide Appendice.
4
Prefacio
da segunda
edição
tristemente predestinado a reagir sempre contra
a civilisação, a todos desenganou. Na Republica,
o l i v r o n ã o teve mais liberdade do que o j o r n a l ,
d o que a tribuna, nem mais garantias do que o
cidadão.
Disse u m romano que os livros t ê m o seu
destino. O deste n ã o f o i dos peiores, honrado,
como f o i , com as iras dos inimigos da liberdade.
A p r ó p r i a Verdade n ã o proclamou felizes os
que soffrem p e r s e g u i ç ã o pela J u s t i ç a ?
Londres, 7 de novembro de 18Ç4.
EDUARDO
PRADO
A
I I X U S Ã O
A M E R I C A N A
Pensamos que é tempo
contra
a insanidade
fraternisação, que
entre o Brasil
e
anglo-saxonia,
separados,
tancia, c o m o
pela
e
O
pretende
que
só
pela
nos
pela
con-
impor,
Republica
achamos
grande
raça, pela
dis-
religião,
lingua, pela historia
de
nosso
povo.
facto do Brasil e dos
nente
reagir
absoluta
grande
tradições
U n i d o s se
qual
a
indole, pela
pelas
se
de
não
da
de
acharem
no
Estados-
mesmo
conti-
é u m accidente geographico,
seria
gerada
attribuir uma
exag-
importância.
Onde
Historia
pueril
ao
é
que
que
se
foi descobrir
t o d a s as
nações
de
na
um
6
A Illusão
continente
verno?
devem
E
mostrou
Americana
onde
que
ter o
é
mesmo
que a Historia nos
essas
nações
têm, por
força, de ser i r m ã s ? E m plena
monarchica,
a
Suissa
dade
manha,
entre
entre
entre
a
a
Rússia
de ser
os
a
Alle-
a
Áustria,
ao
N ã o
mesmo
e
dei-
inimigas
d a r a P o r t u g a l as
Suissa,
A
na
porque
ambos
por
serem
que
instituições
os
paizes
Europa.
fraternidade americana
mentira.
T o m e m o s as n a ç õ e s
é
uma
ibéricas
America. H a mais ódios, mais
mizades
nações
fi-
Brasil
mesmo continente, é o mesmo
estão
da
e
identificar o
Estados-Unidos,
e
fraterni-
n ã o s ã o vizinhas,
porventura,
querer
da
e
nações
gadaes? Pretender
do
França
Que
França
estas
continente,
com
a
Europa
a Dinamarca e a Prússia?
pertencem
xam,
n ã o existem
republicanas?
ha
go-
entre
da
ellas
Europa.
do que entre
inias
A Illusào
Americana
7
O México deprime, opprime e tem,
por
vezes,
invadido
Guatemala,
que
sustenta sangrentissimas guerras com a
R e p u b l i c a de S. S a l v a d o r , i n i m i g a
corosa de N i c a r á g u a ,
de
res
adversaria
H o n d u r a s , que n ã o m o r r e de
pela
Republica de Costa
embrulhada
das
feroz
estas
e
horrível
das
A
sangue,
onde
americana?
confraternisação
se
Rica.
n a ç õ e s é u m rio de
solidariedade
amo-
historia de to-
é u m continuo morticínio. E
a
ran-
fica
onde,
a
Republicas?
A
Colômbia e Venezuela
odeiam-
de
morte.
victima,
nunca
E
Bolívia,
numa
Equador
resignada,
colombianas,
Peru.
O
o
já
ora
ora
das
das
pretenções
Peru?
Já
n ã o se
uniu
guerra
não
violências
o Chile? J á n ã o
a
Bolívia e o Peru,
morticínio
de
a
depois a ella,
invadiu
não
do
assaltou
injustissima ao
E
roroso
é
Chile?
duas vezes
fez
um
bolivianos e
ruanos na ultima guerra, talvez a
horpemais
A Illusão
8
sangrenta
somente
deste s é c u l o ? N ã o t e m elle
estes i n i m i g o s :
adversário
é
Este
que
paiz,
Bolivia,
um
Americana
a
Republica
Argentina.
territórios
o
a
Chile
numeroso,
é uma
e
catastrophe
ninguém
dictador
Francia,
citurno
do
Comte
colloca
o
humanidade
que
os
ta-
Augusto
santos
da
no
calendário
p o s i t i v i s t a ( i ) , p o r o d i o aos
argentinos
e
aos
venerados
um
rebentar.
verdugo
Paraguay,
entre
aquelles
que, de
momento para outro, p o d e r á
O
á
conservar
ignora que u m conflicto entre
paizes
grande
usurpou
obriga
exercito
o seu
outros
clausurou
a
povos
sua
nas de annos. A
é
a
adversaria
Lopez
Brasil
E
que
atacou-a,
na
guerra
americanos,
pátria durante
Republica
nata
e
do
ella
tem
deze-
Argentina
Paraguay.
secundou
contra o
sentimento
en-
a
o
Paraguay.
Republica
( i ) É antiga, como se v ê , a predilecçílo p o sitivista pelos d é s p o t a s sul-americanos.
A /Ilusão
Americana
9
A r g e n t i n a pelo U r u g u a y ? N ã o ha
um
só
que
homem
de
Estado
n ã o confesse que
de
seu
antigo
paiz
é
argentino
a suprema
a
reconstituição
vice-reinado de
pela
conquista
ambição
do
do
Buenos-Aires,
Paraguay
e
do
Uruguay.
Eis
ahi a fraternidade
*
*
americana.
*
Voltado para o sol que nasce,
tendo,
seus
pela
centros
Europa
da
maioria
americanos;
diversidade
gua, —
nem
da
viagem,
populosos mais perto
que
paizes
pela
facilidade
o
da
dos
outros
separado
delles
o r i g e m e da
que
ram
o
nações.
Prata
em
interiores
e
Dizem
que
tempo
que
lín-
Brasil physico, n e m
Brasil moral f o r m a m u m systema
aquellas
da
o
dous
se
os
o
com
geólogos
Amazonas
longos
fo-
mares
communicavam.
O
A IIfusão
IO
Brasil,
um
ilha
Americana
immensa,
continente. A s
tamentos
do
vertentes
por
si
a l l u v i õ e s , os
fundo
Mediterrâneo
era
levan-
daquelle
soldaram
orientaes
o
dos
antigo
Brasil
Andes.
ás
Esta
j u n c ç ã o é, p o r é m , s u p e r f i c i a l ; s ã o
pro-
p r i a m e n t e s u a s e i n d e p e n d e n t e s as
zes
profundas
massiço
e
as
brasileiro.
bases eternas
Por
isso, n ã o
a t é á s p r a i a s b r a s i l e i r a s as
vulcânicas do
muito,
quas,
chegam
tênues
mentos
dos
outro
muel Fritz
subtis, que
longín-
os
que
o
missionário
que,
em
andina
1698,
as
na
senti-
jesuíta
uma
cólera
ordem
erupções
dos
os
o
Soli-
de
lama,
indios
viam
deuses.
política, taes
hespanholas
Sa-
terrível
transmudou
apavorados,
naquilio a
que,
instru-
os
m õ e s , o r i o b r a s i l e i r o , n u m rio
que,
vêm
percebem.
Conta
e
do
Quando
vibrações
r e g i s t r a m , mas
não
erupção
e
rai-
convulsões
systema.
as
só
e
Parece
têm
sido
revolucio-
A Illusào
narias,
que,
águas
Americana
afinal,
conturbaram
as
brasileiras.
A
torrente,
lama,
porque
porém,
é
de
não é
lama
e
só
de
é
de
sangue.
Estudem-se,
paizes
ibéricos
u m p o r u m , t o d o s os
americanos.
O
traço
caracteristico de todos
elles é a
ruina
das
continua
tragi-
finanças, além
da
c o m e d i a das dictaduras, das c o n s t i t u i n tes
e
das
desses
E
sedições — a
vida
normal
paizes.
na
principal
ruina
é
o
das
finanças o
calote
ponto
systematico,
o
r o u b o descarado feito á b o a f é d e seus
credores
europeus.
Os
F a z e n d a das R e p u b l i c a s
por
meio
de
são
pagos,
ministros
da
hespanholas,
empréstimos
t ê m extorquido
que
mais
não
di-
nheiro das algibeiras e u r o p é a s d o q u e
jámais
ouro
a
e
Europa
prata
os phantasticos
da
tirou
das
America.
minas
de
Tomemos
o r ç a m e n t o s desses p a i -
A Illusão
12
Americana
z e s , e, n o m e i o d o s
deficits
e das mais indecentes
irregular
falsificações,
contabilidade
conservam
priados
pelos
de
na
que
os
di-
s ã o gastos e apro-
que
csar da R ú s s i a , — q u e
Guerra
onde
presidentes
sem-ceremonia
está
publica
essas n a ç õ e s ,
nheiros do Estado
Lá
pavorosos
é
é
com
uma
incapaz
que
vemos ?
o celeberrimo orçamento
a
dezenas
tudo
de
devorar.
L á
g e n e r a e s , as
o
da
estão
as
centenas
de
c o r o n é i s e os m i l h a r e s d e officiaes.
E'
a
prova
fraternidade
Si
as
de
nações
não
impostos
bentar
os
fraudando
siquer, viver
precisariam
o
e
como
nem
Thesouros,
credores
t ã o destruidores
nacional.
a
vives-
esmagar
contribuinte,
respectivos
os
existe
americanas
desses a r m a m e n t o s
cos
não
americana.
sem, ou pudessem,
irmãs,
que
de
arrede-
com a compra
apparatos
da
belli-
prosperidade
A Illusão
Americana
13
F a l e m o s agora da grande
ca N o r t e - A m e r i c a n a e
os
sentimentos
ella
tem
latina
e
de
vejamos
ella t e m tido
a
quaes
fraternidade
demonstrado
qual
Republi-
pela
influencia
na civilisação
que
America
moral
de
que
todo o
continente.
*
*
No ultimo quartel do século passado, h o m e n s
lha
estirpe
extraordinários, da
saxonia
puritanismo, e alguns
revigorada
delles
vepelo
bafejados
p e l o p h i l o s o p h i s m o , s u r g i r a m nas t r e z e
colônias inglezas da A m e r i c a do
Resolveram constituir e m nação
p e n d e n t e a sua
trou
nunca
tismo
de
pátria, e
Norte.
inde-
n ã o lhes
pela m e n t e fazer p r o s e l y -
i n d e p e n d ê n c i a , o u de
fôrma
r e p u b l i c a n a n a A m e r i c a . N e m isso
próprio
O
de
en-
sua
era
raça.
f i m que tiveram e m vista foi u m
fim immediato, restricto e pratico. F a -
A Illusão
14
zendo
a
Americana
independência
de sua
pátria,
t i n h a m c o m o a l l i a d o s os reis de
França
e de Hespanha.
querer que
gratos
Como poderiam
este u l t i m o , a
p e l a sua
cas
colônias
quem
intervenção
da independência,
elles
eram
em favor
p e r d e s s e as s u a s r i -
americanas?
Si
alguma
s y m p a t h i a h o u v e e n t r e elles pela e m a n cipação de
essa
outros
sympathia
paizes
da
America,
appareceu
trinta
quarenta annos depois, quando j á
a
America
latina, á
custa
de
ou
toda
sacrifí-
cios, u l t i m a v a a sua i n d e p e n d ê n c i a
auxilios
E'
sem
norte-americanos.
altamente
cômica
pretenção com que
a
ignorante
escriptores
france-
zes s u p e r f i c i a e s p r o c u r a m l i g a r a
lução americana á
querendo,
por
volucionárias
revolução
força, que
francezas
as
revo-
franceza,
idéas
tenham
re-
influí-
do na America, quando, a ter havido alg u m a influencia, devia antes partir
da
A m e r i c a sobre a F r a n ç a . A pessoa
de
A Illusão
Americana
15
F r a n k l i n , c o m seus c a l ç õ e s pretos,
sem
espada
nem
ao
lado,
plumas, com
enfiar, c o m
de
seus
seu
libertador,
galerias
bordados,
grossos
prestigio
mocidade,
simples
sapatos
de
passeando
de Versailles;
elle sido u m
real e m
nem
de
sábio
através
a fama
e
das
de
ter
o p e r á r i o na
sua
isso, s i m , f o i u m a i n f l u e n c i a
França. Quando
elle, no
seu
s c e p t i c i s m o , c h e i o d e b o n h o m i a , se r i a
da
pomposa
divisa que
lhe
T u r g o t , o c e l e b r e eripuit
sceptrumque
va
de
não
tyrannis,—
que
ao
escapava
seu
coelo
revolução,
terrível
bom
uma
quando
grande
Luiz X V I e Maria
tigos
senso
a insensatez suicida
ella
rebentou
em
a
toda
a
sympathia
por
A n t o n i e t a , os
an-
a l l i a d o s , os g e n e r o s o s
protecto-
res da i n d e p e n d ê n c i a americana.
t e m p o depois, o
da
começou
matar e a incendiar, houve
America
fulmen
dava uma pro-
aristocracia franceza. Q u a n d o
a
arranjou
governo
de
Pouco
Washin-
A Illusão
i6
gton
rompeu
Americana
relações
diplomáticas
c o m a R e p u b l i c a F r a n c e z a . O n d e , a solidariedade
republicana?
onde,
a
fra-
ternidade ?
Vejamos, na Historia, qual o
lio prestado
auxi-
pelo governo americano á
i n d e p e n d ê n c i a das c o l ô n i a s i b é r i c a s
A m e r i c a ; qual a attitude dos
Unidos quando
da
Estados-
estes paizes s ã o ataca-
d o s pelos g o v e r n o s e u r o p e u s ; c o m o os
t e m tratado o g o v e r n o de W a s h i n g t o n ;
qual o papel
dos
Estados-Unidos
nas
luctas internacionaes e civis da A m e r i c a
latina
e
q u a l a sua influencia
moral e econômica sobre
Tudo
lho
é
serão
sempre
estes
paizes.
o q u e se v a i l ê r n e s t e t r a b a -
referente
todos
a
esses
discutidos,
na o r d e m de
*
A'
politica,
Inglaterra,
*
sua
pontos,
embora
que
nem
enumeração.
*
principalmente,
e
n ã o aos E s t a d o s - U n i d o s , d e v e a A m e -
A Illusão
Americana
17
rica latina a f o r ç a m o r a l que
mittiu fazer
William
a sua
Burke
n a E u r o p a se
escrevendo
advogando
rica
do
a
a
primeira
em
Abbé
que
seu favor,
vibrante
S u l (1), o
Foi
voz
pamphleto,
independência
da
de
posteriormente, Canning, o
ticamente tornou
per-
independência.
declarou
um
lhe
Ame-
Pradt
qual
pra-
possível, isto é, tor-
nou
effectiva e certa esta
cia,
já
independên-
officialmente aconselhada
lord Wellington,
e,
no
Conselho de
por
Ve-
rona (2).
A
independência
das
nações
lati-
nas d a A m e r i c a e m n a d a f o i p r o t e g i d a
pelos
Estados-Unidos,
A ' Inglaterra deveram,
viços
consideráveis
então,
as n a ç õ e s
c t a v a m pela sua e m a n c i p a ç ã o
(1) W I L L I A M B U R K E — South
ser-
que lupolitica.
american
inde-
pendence, or the emancipation
of South
America,
the glory and interest of England:
London, 1807.
(2) C H A T E A U B R I A N D — Le Congrès de Vérone.
Chap. X V I .
2
x8
A Illusão
O sr. C a r l o s
tude
dos
Americana
Calvo diz que
Estados-Unidos
e
a
m a ç ã o da doutrina de M o n r õ e
a
atti-
proclapesaram
de u m a maneira decisiva no a n i m o
do
g o v e r n o i n g l e z , q u a n d o este, e m a g o s t o
de
1822, pelo
orgam
de l o r d
Wellin-
gton, t o m o u no Congresso de
Verona
a defesa dos paizes
hispano-americanos,
c o n t r a os quaes a S a n t a A l l i a n ç a
tendia intervir
em favor da
pre-
Hespanha.
Esta a m r m a ç ã o é errônea. E m
meiro
logar,
Monrõe
só
a
chamada
doutrina
foi proclamada
pelos
tados-Unidos quinze mezes mais
isto é, e m
foi a
dezembro
attitude dos
relação
auctor
ás
de
los Estados-
Unidos,
que,
esa
siendo
qual
em
revoltadas ?
o sr.
U m
Sam-
diz: «Enqua?ito
es curioso
potência
la
resada
en favorecer
nuestra
dência,
bojo
de vista
el punto
tarde,
Estados-Unidos
colônias
Colômbia,
de
Es-
1823. E
hispano-americano,
per, da
pri-
à
observar
más
inteindepen-
politico
y
A Illusão
no poco
bajo
embargo
el comercial,
mucho
glaterra,
menos
indiferente
cia
nuestra
sus
manifestaciones
por
y
que
que
muy
o
en
como
los
Inhá-
tardia
parauxílios
solicitabamos,
con
de los negociantes
y
ar-
» (i).
M u i t o antes da m e n s a g e m de
rõe,
sin
lo comúm
en procuramos
dinero,
madores
se mostro
oficiales,
armamento
nuestro
19
favorable
revolucion
cimoniosa
de
Americana
embaixador
americano
MonRush
tinha recebido de C a n n i n g a confidencia
de
que
em
intervir
Hespanha,
tar disposto
a
esse
a
Santa Alliança
na
America
a
pensava
favor
e C a n n i n g acrescentara
a
oppôr-se
p l a n o , si tivesse a
da
es-
directamente
cooperação
dos Estados-Unidos. R u s h m a n d o u
as
d e c l a r a ç õ e s de C a n n i n g a seu g o v e r n o ,
que
as
recebeu
com grande
satisfac-
( i ) J. M . S A M P E R — Ensayo sobre Ias revoluciones políticas y la condicion social de Ias Republicas hispano-americanas,
pag. 195. Paris, 1861,
A Illusão
20
ção,
porque,
gundo
fazia
o
Americana
a t é áquella
contou
parte
occasião,
se-
depois Calhoun, q u e
do gabinete,
os
Estados-
Unidos
n ã o tinham julgado
prudente
intervir,
e m vista d o grande
poder
Santa Alliança.
secretários
da
tratava
com consideração
que usam
dentes de
Monrõe
seus
diversa
os s e m i - b a r b a r o s
outras Republicas
da
presi-
da
Ame-
r i c a c o m os i r r e s p o n s á v e i s q u e se
pre-
s t a m a ser seus m i n i s t r o s ; c o m m u n i c o u
a
noticia de
Londres
ao
gabinete
consultou a Jefferson si d e v i a
o
proposto
auxilio
da
fora toda
stenção,
e,
para
de
acceitar
Inglaterra ( i ) .
A t é então, a attitude dos
Unidos
e
Estados-
reserva,
uma
de
nação
que
abse
quer apresentar como a protectora dos
latino-americanos, é forçoso
que
essa
politica
n ã o era
( i ) V O N H O L S T — Constitutional
U. S. of America.
— Works.
confessar
de
History
frateroflhe
V o l . i , pag. 420. J E F F E R S O N ' S
V o l . v i l , pag. 315 e 316.
A Illusão
nidade,
em
mas
Americana
sim
1819, o
de
11
egoísmo.
Ainda
governo americano
recu-
s a r a r e c e b e r os c ô n s u l e s n o m e a d o s
Venezuela e pelo g o v e r n o de
Aires,
allegando
vários
Buenos-
pretextos
e s ó a 9 de m a r ç o de 1823 foi que
conheceu
blicas
a
independência
das
ciativa
da
e
animado
re-
Repu-
Inglaterra,
pela
em
2
de
z e m b r o de 1823, o presidente
em
sua
franqueza
declarar,
e
existem
e aquellas
das
entre
Estados-Unidos
Çeuropèas),
tentativa
parte
extender
o seu
cousa
quillidade,
tão
deste
perigosa
como
para
(1) Annual register
pag. 233, London.
a
qtte
con-
de
sua
systema
hemispherio
para
da
amigáveis
os
potências
parte
amor
relações
qualquer
qualquer
de-
Monrõe
por
sideraremos
para
ini-
mensagem:
« Devemos
que
(1),
hespanholas.
Fortalecido
disse
por
a
como
a nossa
tran-
nossa
segu-
of the year
181ç ; 1820,
A Illusão
22
rança.
Com
as colônias
dependências
temos
das
relação,
porém,
clararam
a
de
nem
sua
cípios,
nós
reconhecemos,
rência,
por
parte
de
com
que,
de
justos
nós
como
uma
para
com os Estados-
Eis
A
ahi
a
nunca
necida
interfe-
ser
e
os
seus
encarada
por
manifestação
famosa
assás
potência
dominar
poderá
amigável
prin-
opprimil-os
não
pouco
Unidos."»
doutrina!
ludibriada e
ingenuidade
a
depois
de qualquer
modo
de-
e que
destinos,
sinão
que
toda
o f i m
qualquer
Em
governos
e por
as
não
independência
reflexão
europêa,
potências
independência
grande
e
interviremos.
aos
mantido,
existentes
mesmas
intervindo,
têm
Americana
escar-
sul-americana
viu
nesta d e c l a r a ç ã o u m compromisso
for-
mal,
solemne
com
os
sensata,
ferro
e definitivo, de
Estados-Unidos,
aliás,
com
o
como
pote
de
a
alliança
alliança
do
barro.
tão
pote
de
H a
se-
tenta e u m annos que o governo
ame-
A Illusão
ricano
tem
Americana
accumulado
23
declarações
sobre declarações, que eqüivalem
que
a
retratações;
annos
que
ha
setenta
escriptores,
e
um
oradores,
po-
líticos americanos explicam que
não
é
u m compromisso, nem
liança;
por
ha
setenta
palavras, actos
verno
de
a
por
assim
dizer,
de
Monrõe,
quem
ao
parece
que
a
é
de
e
que,
praticamente
restricta,
e
das
ainda
superstição
lettra. A
pala-
hoje
de
e,
ha
tomar
estulticia
invencivel.
encher
extractos
de
u m a al-
omissões, o go-
platônica
p é . da
Poderiamos
naes
e
aquillo
annos
significação
tenha
aquillo
ginas
um
Washington
demonstra
vras
e
quasi
paginas e
de
discursos
livros, de
de
pajor-
americanos,
interpretando a chamada doutrina n u m
sentido
jacobina
bem
em
diverso da
que hoje
se
interpretação
acredita
no
Brasil. Preferimos, p o r é m , relatar simplesmente
os
factos.
A Illusão
24
Quem
Americana
conhece
ficíaes americanos
os d o c u m e n t o s
daquella é p o c a sabe
que
toda a política
dos
Estados-Unidos
nada
aos
culiar,
interior e exterior
estava
subordi-
i n t e r e s s e s d a instituição
euphemismo
tumava
of-
designar
com
a
que
pese
cos-
escravidão.
Os
Estados-Unidos, desde que sabiam
que
qualquer
dis-
posto
a
paiz
americano
estava
abolir a escravidão, eram im-
mediatamente
hostis á
independência
desse paiz. O p o b r e
H a i t i era
do
H a m i l t o n , da
odio americano.
rolina
do
Sul,
declarou
dos representantes que a
cia d o H a i t i p o r
ser
tolerada;
por
todo
simples
o
facto
reconhecer
a
fosse m o t i v o
lações
Unidos.
independêndevia
acompanhado
partido, queria que
de
um
paiz
independência
para
a
diplomáticas
E m
Ca-
Câmara
forma alguma
Hayne,
seu
na
objecto
1825,
ruptura
com
o
os
o
qualquer
do
Haiti
das
re-
Estados-
governo
de
A Illusão
Washington
a
sua
Americana
p e d i u ao
intervenção
Hespanha,
para
da
á
Rússia
corte
cessasse d e
antigas
colônias, j á
as
de
independentes,
e
especial-
mente a Colômbia e o México. E
dizia
o
secretario
de
Estado
Clay a Middleton, ministro
em
e
S.
a
Petersburgo,
Colômbia,
de
esta
hostilisar
facto
suas
csar
junto
que
25
isto,
Henry
americano
porque o
México
proseguindo
em
sua
hostilidade contra a Hespanha, p o d i a m
eventualmente
tomar
conta
de
Cuba
e alli acabar c o m a e s c r a v i d ã o .
Henry
C l a y m a n d o u t a m b é m p e d i r ao
México
e
á
Colômbia
que
adiassem
a
sua
e x p e d i ç ã o libertadora de Cuba, e M i d dleton
recebeu
ordem
para
j u n t o ao csar, c h e f e d a S a n t a
insistir
Alliança,
p o r q u e os E s t a d o s - U n i d o s f a z i a m questão
de
Cuba.
a
impedir
Por
França,
Hespanha,
esse
então
a
independência
de
tempo, julgou-se
que
em
ia m a n d a r
guerra
uma
contra a
expedição
A Illusão
26
a
Cuba.
O
Americana
México
e
a
Colômbia
l e m b r a r a m aos E s t a d o s - U n i d o s o c u m p r i m e n t o de sua
promessa, contida na
celebre mensagem
de M o n r õ e .
Henry
Clay respondeu que a mensagem
con-
tinha, c o m effeito, u m a promessa,
mas
que
a si
os
Estados-Unidos a
mesmos
e n ã o a o u t r o paiz, e p o r
nenhuma
exigir
fizeram
nação
tinha
cumprimento
o
da
isso
direito
mesma
de
pro-
messa ( i ) .
O s paizes hispano-americanos q u i zeram, parece,
da
o
doutrina de
celebre
sembléa
todas
Monrõe.
Congresso
destinada
Ias
nidade
mais u m a lição
Convocaram
do P a n a m á ,
a
Américas,
pratica
la
á
allianza
mutua
de
frater-
etc. etc. C o m p a r e c e r a m s ó
representantes
de
quatro
as-
paizes.
os
Os
Estados-Unidos, depois de m u i t a hesitação, nomearam dous
(i)
VON HOLST—VOI.
representantes,
I , pags. 422-428.
A Illusão
que
nunca
chegaram
instrucções
dadas
27
Americana
a
ao P a n a m á .
As
estes ( 1 8 2 6 ) s ã o ,
talvez, o m e l h o r c o m m e n t a r i o da
dou-
trina de
prin-
M o n r õ e . Dellas
resulta
c i p a l m e n t e q u e os E s t a d o s - U n i d o s
estavam
a
por
tornar
latina
suas
com
nunca,
fôrma alguma
as
as
brigas
mas nunca,
mudaram
de
os
modo
dispostos
da
potências
não
America
européas.
E
Estados-Unidos
de
pensar
e
de
proceder.
Vamos
que
ver
aquelle
os
muitos
governo, por
factos
seus
em
actos,
deu a i n t e r p r e t a ç ã o authentica da doutrina
que
seado.
os
sul-americanos
Antes,
opinião
valiosa
base a crendice
no
não
Brasil
Os
e
sinão
na
o
uma
destróe
pela
espalhar
Estados-Unidos
America outro
go-
republicano.
sul-americanos
amrmam
uma
que
os
fal-
daremos
q u e se q u e r
de que
consentem
verno
porém,
têm
que
falsidade,
e
isto
os
dizem
que
se
.
A Illusão
28
regosijam
com
desprezo
tam.
que
um
isso
os
Haverá
que
Americana
bem
merecem
americanos
cousa
cidadão
mais
lhes v o -
indigna
desejar
o
que
do
a
sua
pátria n ã o tenha a livre disposição
dos
seus destinos e esteja, q u a n d o
se
trata
da
de
sua
f ô r m a de governo, dependente da
von-
escolha,
tade do
ou
da
extrangeiro?
Felizmente,
embora tenham
dos
mudança
a
nação
s i d o g r a n d e s as f a l t a s
politiqueiros que
deshonrado,
samento
conta
homens
herdeiros
americana,
t a n t a vez a
têm
no m u n d o do pendo
legítimos
mais
alto valor,
dos
heroes
da
independência.
Eis
julga
a q u i c o m o u m desses
a doutrina de
terpretação forçada
querem
dar
Monrõe,
homens
na
e indigna que
os j a c o b i n o s
inlhes
brasileiros,
que p õ e m a Republica acima da pátria:
« Querer
os
Estados-
firmar
Unidos
o principio
não
podem
de
que
consen-
A Illusão
tir
na
Americana
America
nenhum
lítico
diferente
do
podem
tolerar
nenhuma
tica,
tendo
por
republicana
seria
pela
ir
gresso
além
de
pelo
que
os Estados-
esse
sua
temor
Em
Maia,
a
pretenções
Verona,
e
destruiemquanto
não
um
com
joven
podem
ter
em
o
brasileiro,
M o n t p e l l i e r , dispseudonymo
rodeando-se
de
terios, tentou approximar-se
então
embaixador
Unidos e m Versailles.
de
uma
viagem
da
França,
e
que,
da
política,
estudante
Nímes,
Con-
» (1).
farçando-se
son,
fôrma
do
temor
Unidos
1786,
Wandek
polí-
monarchica,
e de
obra
não
mudança
tinham
de
po-
que
substituir
Laybach
ção
ou
fôrma
das
menos,
systema
seu,
fim
29
dos
mil
de
de
mys-
Jeffer-
Estados-
Aproveitando-se
de Jefferson pelo
sul
encontrou-se c o m elle
em
ahi
falou-lhe
(1) W O L S E Y — Inlroduction
International
Law, \ 74.
da
indepen-
to the study
of
A Illusão
3o
dencia
do
Americana
Brasil,
com
que
sonhava,
e pediu-lhe o auxilio dos E s t a d o s - U n i dos. Jefferson desanimou-o,
como
evidencia
embaixa-
dor
das
escreveu
Estado,
cartas
a
que
Jay,
dando-lhe
o
secretario
conta
da
que
tivera
com
o joven
leiro.
E m
1817,
um
emissário
foi
aos
dar
de
conta
brasiper-
Estados-Unidos
pedir auxilio; foi ludibriado
verno
de
entre-
vista
nambucano
se
e
o
go-
W a s h i n g t o n apressou-se
de
tudo
ao
ministro
a
por-
tuguez Correia da Serra. Por
occasião
da
não
independência
do
Brasil,
re-
cebemos prova a l g u m a de boa vontade
por parte dos americanos, e s ó
depois
de o u t r o s paizes r e c o n h e c e r e m a e m a n cipação do
Brasil foi que
os
Estados-
U n i d o s reconheceram a nossa autonomia.
de
Note-se
Monrõe
que
data
a
de
celebre doutrina
1823;
foi
na
m e n s a g e m presidencial desse a n n o
que
aquelle presidente
não
estabeleceu
a
A Illusão
intervenção
America.
1825,
a
da
Americana
E u r o p a nas cousas d a
O r a , dous annos depois,
foi
que
Portugal
nossa i n d e p e n d ê n c i a ,
ção
ingleza,
de
sir
Rothesay.
Rio,
ços
O
Raguet,
á
na
com
nossa
lord
Estados-
o Brasil
um
commercio e
na-
ministro
oppoz
pessoa
depois
S ó m a i s t a r d e , os
tratado de amizade,
vegação.
pela interven-
Stuart,
celebraram
em
reconheceu
representada
Charles
Unidos
3i
americano
grandes
nascente
no
embara-
nacionalidade,
e m b a r a ç o s que f o r a m somente e m parte r e m o v i d o s p e l o seu
liam
Wil-
Tudor.
Para
foi
successor,
a
se
missão
fazer
uma
de
Raguet,
correr
rapidamente
dência
(1).
Raguet
a
idéa
do
que
basta
per-
sua
accusa
correspona
nossa
esquadra no R i o da
Prata de covardia
(pag.
com
2 0 ) ; diz que
o povo
bra-
(1) U . S. House o f R. Does. 20th Congress,
Session i s t . V o l . 7, doe. 281.
32
A Illusão
sileiro
e
é
para
em
inútil
a
appellar
justiça
termos
Americana
para
a
(pag. 32);
grosseiros,
razão
Raguet,
ameaça
o mi-
nistro dos E x t r a n g e i r o s de u m a g u e r r a
c o m os E s t a d o s - U n i d o s ( p a g . 2 7 ) :
não
è um
povo
civilisado»
(pag. 54).
T a l f o i o procedimento de
e
taes
Henry
lhe
foram
as
Clay,
secretario
mandou
suas
as
suas
Raguet
grosserias,
de
u m despacho
extranhando
«Isto
que
Estado,
(pag. 108),
maneiras
e
di-
zendo-lhe que era preciso n ã o esquecer
que, afinal de contas, o Brasil
paiz
era
christão.
O
governo americano ligou-se por
esta
é p o c a i n t e i r a m e n t e aos
que
faziam pressão sobre o Brasil
questões
da
um
de
governos
presas maritimas no
por
Rio
Prata.
D u r a n t e as nossas l u c t a s n o R i o d a
Prata, e n c o n t r á m o s sempre
ção
norte-americana
acção
de
a
opposi-
entorpecendo
nossas esquadras,
a
desrespei-
A Illusão
tando
os
do-se
nossos
com
os
Americana
bloqueios,
nossos
depois,
valendo-se
iniciaes
de
tica,
e
nossa
meiro
veiu
das
Rio
dimculdades
período
O
pri-
americano
que
Janeiro,
colonial,
polí-
desmedidas
reclamações.
de
para,
independência
representante
ao
conluían-
inimigos,
fazer-nos exigências
exorbitantes
33
deu
ao
findar
origem
a
o
um
d e s a g r a d á v e l incidente diplomático, faltando ao respeito á família real, o
era
uma
O
feita ao
representante
tratou
Rio
injuria
das
da
negociações,
paiz.
americano
reclamações
Prata,
de
depois de
rompeu
que
presas
bruscamente
sem
para
desfeita, q u e f o i , aliás,
parada
mata,
pelo
comnosco
commercio
houvesse
successor daquelle
William
um
e
Tudor,
tratado
no
a t r o p e l l a r as
retirou-se,
essa
que
que
o
qual
de
navegação.
e
motivo
re-
diplofirmou
amizade,
A Illusão
34
Americana
L e i a m as i n s o l e n t e s m e n s a g e n s d o
presidente Jackson ao Congresso
ricano, no ponto
em
q u e se r e f e r e
B r a s i l e aos o u t r o s paizes d a
do
ame-
America
Sul.
Aquelle
general
sem
que
foi o patriarcha da
sua
pátria,
nas
Congresso,
arrogância
suas
escrúpulos,
corrupção
em
mensagens
ao
exprime-se
c o m grosseira
e m r e l a ç ã o ao Brasil e
o u t r o s paizes d a A m e r i c a d o S u l .
1830,
n ã o havendo
Prata,
nem
da
ao
no
Marinha
força
naval
S u l : «E'
fesa
dos nossos
les governos
são
guerra
o
no
secretario
da
nas costas da A m e r i c a
do
B r a n c h , « não
que
Pacifico,
E m
insiste pelo a u g m e n t o
preciso
ças,
mais
aos
», diz o secretario J o h n
diminuir
indispensáveis
ijiteresses
instáveis
as nossas
para
perante
e incapazes
fora
deaqíiel-
»(i).
(1) U . S. Senate Documents : Congress 2 i s t
Sess. 2, 1830 e 31. V o l . 1, pag. 38, doe. 1.
A Illusão
As
Americana
exigências
do
35
governo ameri-
cano f o r a m enormes, e da p r ó p r i a correspondência do ministro T u d o r s e
evi-
dencia o desarrazoado de algumas
das
reclamações.
Assim, tratava-se, p o r exemplo, da
escuna
nossa
United-States,
esquadra
capturada
quando tentava
pela
forçar
o bloqueio, levando m u n i ç õ e s de g u e r r a
aos
nossos inimigos. E r a , p o r v e n t u r a ,
possível duvidar da legitimidadeda
ap-
prehensão?
dos
despachos
ao
William
ao
seu
Tudor, num
governo,
e x a g g e r o das r e c l a m a ç õ e s ,
tro despacho
vessem
parece
arranjado
uma
possível
cana
contra
sentir
as
mente e compraz-se
Brasil,
e m q u a n t o assim
plomata
americano,
correspondência
que
nouse t i -
pacifica-
em dar o plano
expedição
o
e
cousas
naval
para
Pernambuco, Bahia e
E
refere-se
de
ameri-
bloquear
R i o de Janeiro.
se
de
exprimia o disua
resalta que,
própria
p o r esse
A Illusão
36
tempo,
a
Ismenia
da
escuna de g u e r r a
salvava
África,
um
de
de
Da
piratas, na
um
grande
costa
carrega-
marfim.
correspondência
vêem-se
brasileira
negociante americano,
conservando-lhe
mento
Americana
os
de
contrabandos
feitos
na
Star,
de
c o s t a d o B r a s i l p e l a Morning
Philadelphia;
vê-se
a
Raguet
insolencia
B i d d l e , c o m m a n d a n t e d a Cyane,
nossa
flotilha,
ao
Pinto Guedes;
dulenta
Adams,
do
e vê-se a manobra frau-
navio americano
sahindo
abastecer
res, q u e o
O
sições
com a
mando do almirante
o
porto
Brasil
Brasil
President
de M o n t e v i d é o
falso manifesto para B o s t o n e
ir
de
teve
de
com
tentando
Buenos-Ai-
bloqueava ( i ) .
de
ceder
ás impo-
norte-americanas e pagou
pelas
r e c l a m a ç õ e s a q u a n t i a d e 4 2 7:2 5 g $ 5 4 6 ,
(1) Executive documents presented t o the
H . o f Representatives 25th Congress. Doe. 32,
pag. 32.
A Illusão
que
naquelle
sete
vezes
Americana
tempo
o
que
do
valiam
valem
L e i a m o s State
c o m o nosso
seis
ou
hoje(i).
Papers
tempo, e h ã o de
tratava
37
americanos
v e r que,
quando
governo
o
almi-
r a n t e f r a n c e z R o u s s i n , q u e se a p r e s e n tou na barra do R i o de Janeiro c o m
sua
o
esquadra
fazer-nos
ministro americano
apoio
de
a
moral
e
Monrõe
e
bem
de
sua
a
exigências,
lhe
deu
o
esquecido
seu
esteve
doutrina (2).
(1) Ibidem.
(2) Lista das quantias (capital e juros) pagas
em v i r t u d e das reclamações americanas:
NAVIOS Quantia
Tell-tale
'
f
Sarah George
P
o n e
r
n
37:24$85o
2i:i $6 6
42H72$i
8:o8i$o
4=22 $ i8
i2:o 8$
3=3i3$i78
3o: 9$993
37:i97$774
2: 4 $8o
28: 7$824
i6: $878
29:4281440
i: a$ooo
6i:250$ooo
9
34
7
99
34
Pfnther
9
4
l% ;
17**'.
^annah
Spermo
Hussar
*™?y
 u
9
979
93
9
2
5
33
922
K u l h
Ontario
Spark
Total. . . . 427: 6 $5 6
2
9
4
74
3
A Illusão
38
Quando
a
intervieram
contra
Americana
Inglaterra
na
Rosas,
e
a
França
Republica
Argentina
governo
americano,
o
que convivia e m perfeita harmonia com
aquelle
monstro,
Entre
as
que
fez?
Nada.
recommendações
que
o
g o v e r n o de W a s h i n g t o n fez a W i l l i a m
T u d o r , existia a de preparar o espirito
do governo brasileiro para a noticia,que
l o g o lhe seria dada, de haver o
gover-
no americano
Miguel
reconhecido
c o m o rei de Portugal.
dia
i.°
de
sidente
outubro
dos
omcialmente
gado
de
o
sr.
de
de
1830,
de
D.
o
pre-
recebeu
Torlades,
Negócios
reconheceu
pador
C o m effeito, no
Estados-Unidos
governo americano
que
D .
encarre-
Miguel.
f o i o único
governo
o rei absoluto e
usur-
Portugal.
P o r essa é p o c a , o g o v e r n o dos
tados-Unidos tinha j á
plano de
tra
prova
O
guerra
da
contra
organisado
o México,
solidariedade
e
da
Esseu
oufra-
A Illusão
Americana
ternidade
americana.
verno
Washington
de
a questão do Texas.
39
A má
fé do go-
começou
Favoreceu
com
quanto
poude a revolta daquelle território, animou-o
mais
a
separar-se
depressa
declarou
a
do
México,
absorvel-o,
guerra
ao
e
para
depois
México,
verda-
deira guerra de conquista,
humilhando
aquella
extremo
Republica
arrebatando-lhe
até
ao
metade
de
seu
e
terri-
tório.
O'
fraternidade!
E
a
doutrina de M o n r õ e , que
feito
delia ? A
suas
conquistas
até
já
chegar
Inglaterra extendia
ao
oéste
do
Canadá,
contra
todo direito,
as
Malvinas, ou Falkland, á Confe-
deração
Argentina.
E s e r á p o s s í v e l falar nas ilhas
vinas
as
ao oceano Pacifico. A n t e s ,
arrebatara,
ilhas
era
sem
recordar
um
dos
Mal-
maiores
a t t e n t a d o s c o n t r a o D i r e i t o das G e n t e s ,
neste século, attentado perpetrado
por
A Illusão
4o
uma
e
força
naval dos
approvado
verno
de
Americana
e
Estados-Unidos
sanccionado
pelo
Washington? E m
argentinos
tinham
uma
go-
1 8 3 1 , os
colônia
nas
ilhas M a l v i n a s . A l g u n s navios de pesca,
americanos, n ã o quizeram
umas
nia.
e
ordens
Dahi,
do
em
governador
da
a
colô-
u m conflicto administrativo
diplomático
cano
obedecer
entre
o
cônsul
Buenos-Aires e
o
amerigoverno
argentino.
Estava a q u e s t ã o neste p é , quando
a
corveta
americana
Lexington
sahiu
d e B u e n o s - A i r e s , c o m m a n d a d a p e l o capitão
Silas
Duncan,
vinas, b o m b a r d e o u
argentino,
o
f o i á s ilhas
estabelecimento
desembarcou
tropa, matou
muitos colonos, incendiou todas
sas, a r r a s a n d o a s p l a n t a ç õ e s
os
sobreviventes
Estados-Unidos,
em
grande
do
Uruguay.
presos,
na
uns
costa
Destruido o
as ca-
e levando
abandonando
miséria,
Mal-
p a r a os
outros,
deserta
estabeleci-
A Illusão
mento
Americana
argentino,
conta
das
O
4i
a Inglaterra tomou
ilhas.
governo
reclamou
argentino,
em
1839,
satisfacção.
Q u e lhe respondeu o governo americano
pela
Estado,
palavra
Daniel
Que
o
blica
nia
secretario
entre
final
a
ilhas
Ora,
em
attentado
gentina
sobre
Inglaterra
e
a
1831,
existia de
por
sobera-
a
occasião
do
soberania
ar-
direito
Malvinas. D e
nheceram-no
Repu-
Malvinas.
americano,
as
aguar-
do conflicto exis-
A r g e n t i n a a respeito da
das
de
Webster?
governo americano
dava a decisão
tente
do
os m e s m o s
e
de
facto
direito,
reco-
Estados-Uni-
dos, p o r q u e , n a m e n s a g e m
presidencial
de
1818,
17
de
novembro
de
refe-
r e n t e á i n d e p e n d ê n c i a das a n t i g a s
víncias
lhe
unidas
attribuia a
do
Rio
da
soberania
pro-
Prata,
dentro
limites do antigo vice-reinado de
se
dos
Bue-
A Illusão
42
Americana
nos-Aires, que comprehendia
vinas ;
de
facto, e r a m
as
Mal-
argentinas
as
Malvinas, porque eram colonisadas
por
argentinos
ridades
e administradas por
argentinas,
desde
aucto-
1829.
Só
dous annos depois f o i que a Inglaterra
se
apossou
Como
de
que
não
se
dessas
é
que
tantas
ilhas.
os
Estados-Unidos,
v e z e s se t e m
dito
c o n s e n t i r ã o que u m paiz
aposse
ritório
caso
de
uma
pollegada
europeu
de
ter-
americano, n ã o duvidaram, no
presente,
pôr
berania
argentina
conflicto
com
a
em
nas
duvida a
so-
Malvinas
em
usurpação
ingleza?
E a Republica Argentina, em
renovando
a
que
mesma
a
sua
reclamação,
resposta.
Propoz
1884,
obteve
submetter
o caso a a r b i t r a m e n t o ; o g o v e r n o
Washington
Eis
quando
e
ahi
sustenta
negou-se.
a
fala
de
sinceridade
na
doutrina de
a theoria
do
americana
Monrõe
arbitramento
A Illusão
para a solução
Americana
dos
43
conflictos
interna-
M a i s tarde, e m H o n d u r a s ,
alargou
cionaes.
a Inglaterra impunemente
os seus d o -
mínios,
a
tal
sem
que
doutrina; e
sahísse
quando
campo
a
Schomburgh
se i n t r o m e t t e u e m t e r r i t ó r i o b r a s i l e i r o ,
na
lagoa
dos
Piraras, na
fronteira da
G u y a n a i n g l e z a , s ó se r e t i r o u d e a n t e d a
energia
da
diplomacia
brasileira,
que,
n e s s a o c c a s i ã o , n ã o e n c o n t r o u e, a l t i v a ,
nem
pediu, então, o menor
Washington,
sua
apesar
de
apoio
em
Monrõe e
de
doutrina.
Correm
os
tempos,
e
o
Brasil, a
Republica Argentina e o Uruguay,
legitima
justa
defesa, e m p r e h e n d e m a
das
guerras
Paraguay.
Lá
contra
macia
americana
raços,
representada
ministros
Mahon,
a
Washburn
íntimos
de
mais
Lopez,
encontramos
em
do
a
diplo-
crear-nos
emba-
nas
e
pessoas
general
Lopez,
dos
Mac-
especta-
A Illusão
44
Americana
d o r e s m u d o s e i m p a s s í v e i s das
cruelda-
des d o d i c t a d o r , seus v e r d a d e i r o s
plices pelo
silencio e a t é pelo
louvor.
Quantas dificuldades n ã o
crearam
esses
homens
Ainda
do
ahi
aos
exércitos
mostraram
os
alliados?
americanos
n o r t e q u a l a sua c o m p r e h e n s ã o
fraternidade
americana.
Mac-Mahon,
a b u s a n d o de suas
nidades,
eram
Lopez,
E
sido
espias
e
auxiliares
de
alliado.
tinha
todo de c o r r e c ç ã o e lealdade
bem graves
e
immu-
o procedimento do Brasil
publica
da
"Washburn
trahindo o exercito
emergências
para
em
a
Re-
Norte-Americana.
A q u e l l e g r a n d e paiz dera ao
um
cúm-
exemplo bem
mundo
desmoralisador
pelo
seu a p e g o á e s c r a v i d ã o . E m q u a n t o
que
no Brasil n ã o houve
que
tivessem
timar
a
o
iniqua
dos-Unidos,
cravos
cynismo
escravocratas
de
querer
instituição,
onde
nos
os s e n h o r e s
foram muito
mais
legiEstade
cruéis
esque
A Illusão
no
Brasil,
ram-se
e
publicaram-se livros,
préga-
a t é religiosa da escravidão,
chegou
o
momento
paiz j u l g o u
extender
a
sacrificar a
O
45
s e r m õ e s , c o m a a p o l o g i a scien-
tifica
do
Americana
em
que
metade
que, para conservar
escravidão,
própria
valia
pátria
a
rompeu
terrivel
e mais
a
guerra
sangrenta
e
pena
americana.
escravagismo sobrepujou o
tismo:
e
patrio-
civil
mais
de que
reza
a H i s t o r i a . O g o v e r n o de W a s h i n g t o n
deixou
forte
logo,
aos
Sumter, em
minar
parte
do
des c r e a r a m
de
a
O
querendo
sileiros
como
progresso
humanitárias,
ternacional,
tado
território.
governo
ignorância,
agora
do
Charleston,
de
ou
a
e
das
do-
rebel-
esquadra
americano,
má
apresentar
indefesso
do
de
Os
uma verdadeira
corsários.
que
primeiros tiros
fé,
aos
está
bra-
propugnador
idéas
liberaes
e
e m m a t é r i a de direito i n recusara
Paris,
de
adherir
1856,
ao
pelo
traqual
4
A Illusão
6
fora
abolido
o
Americana
corso,
b á r b a r o abandonado
como
pelas n a ç õ e s
tas.
Por
uma
punição
foi
contra
os
interesses
americano
mais
que
activo e
ticia.
Os
se
corsários
de
do
governo
o
que
sulistas
t o d o s os m a r e s d o g l o b o .
corso
ha
Nesse
a
mercante
era
talvez a segunda do mundo.
desenvolvimento
lítica
nos
feito
aos
da
tem-
americana
Com
corrupção
Estados-Unidos,
poucos
no-
correram
po,
o
cul-
providencial,
organisou
terrivel
marinha
recurso
armadores
o
po-
favor
ricos
na-
cionaes, a p r e t e x t o de p r o t e c c i o n i s m o ,
tornou
ção
por
naval,
americana,
receu.
pois,
tal f ô r m a cara a
que
por
Os
a
marinha
assim
corsários
naquelle
tempo,
dizer,
sulistas
construcmercante
desappatinham,
presas
ricas
e
n u m e r o s a s e m q u e saciar a sua sede de
vingança
e,
principalmente, de
lucro.
Deante do incremento tomado
revolta
sulista,
não
foi
possivel
pela
ás
A Illusão
nações
Americana
extrangeiras
relações
47
desconhecer, nas
internacionaes,
a
personali-
dade jurídica dos confederados,
nome
esse q u e os r e v o l t o s o s a s s u m i r a m .
facto,
senhores de vários
pondo
de
fortalezas, os
De
pontos,
dis-
rebeldes
do-
m i n a v a m u m a parte
do
território,
de
que
Washington,
ao
o
cabo
governo
de
podido
muito
tempo,
apoderar.
geiras
As
n ã o podiam
derar
n ã o se
nações
deixar
os c o n f e d e r a d o s
rantes.
N e m
prevalecer.
a
de
outra
De
de
como
rebeldes,
consibellige-
modo,
qualquer governo declarar
mente
extran-
doutrina
outro
tinha
podia
bastaria
simples-
o u p i r a t a s , as
forças
de t e r r a o u d e m a r ao s e r v i ç o d e seus
adversários,
os
direitos
lução
rias
é
para
de
prival-as
guerra.
de
todos
Ora, a
revo-
u m direito, segundo
modernas,
e
as
nações
as
theo-
extran-
geiras n ã o devem entorpecer p o r qualquer
modo,
ainda
que
indirecto,
o
4
A Illusão
8
Americana
exercício desse direito. G r o c i o diz que
uma
ser
n a ç ã o onde ha u m a revolta
considerada por terceiros,
pelos
outros
ções
paizes,
separadas,
como
cada
direito
uma
para
internacional
isso é p r e c i s o :
tenha
não
já
algum
com
tendo -podido o
cal-a;
2.° que
sejam
importantes;
mine
uma
os
parte
do
a
3.
seus
de
que
revolta
duração,
governo
0
na-
dizem
recursos
é,
tratadistas
i.° que
tempo
isto
duas
direitos de belligerante. O s
de
deve
da
que
sufforevolta
ella
território,
doquer
m a r i t i m o , q u e r t e r r e s t r e . O r a , os
con-
federados
e
estavam
nesse
caso,
p r ó p r i o governo americano creara
o
um
p r e c e d e n t e c o n t r a si, q u a n d o , e m 1 8 3 7 ,
reconhecera
c o m o b e l l i g e r a n t e s os re-
voltosos d o T e x a s , s e m fazer caso
reclamações
do
das
México.
O reconhecimento dos
c o m o belligerantes é cousa
insurgentes
muito
das
tendências do direito internacional mo-
A Illusão
derno.
pelos
E'
uma
próprios
Americana
medida
interesses
49
aconselhada
da humani-
dade. O titulo de belligerante
confere
c e r t o s d i r e i t o s ; m a s a esses d i r e i t o s c o r respondem certos deveres, que, a b e m
de
todos, d e v e m ser c u m p r i d o s pelos
belligerantes.
direitos
tender
da
aos
Si
se
insurgentes,
impôr-lhes
guerra ?
manidade
E
convém
ver,
o
cional,
diz que, desde
des
acham
devem
belligerantes,
deveres
deveres
direitos.
direito
Blun-
rebel-
organisa-
reconhecidos
diz mais:
a
interna-
q u e os
militarmente
e
u m de-
como
que o d i -
internacional actual fez u m pro-
gresso,
ceder
do
ser
hu-
O r a , si n ã o h a d i -
tschli,
se
pre-
da
q u e esses
n ã o ha
oráculo
os
geraes
interesse
que n ã o correspondam
reito
como
que n ã o corresponda
egualmente
dos,
todos
os d e v e r e s
ao
sejam respeitados.
reito a
negam
mostrando-se
a
qualidade
de
disposto
a
con-
belligerantes a
4
A Illusão
5o
um
partido
Americana
r e v o l u c i o n á r i o . A s leis
humanidade,
diz
elle,
assim
o
da
exi-
gem (i).
Não
t a r d a r a m os c o r s á r i o s
a
apparecer
o
governo
maior
nos
portos
brasileiro
discreção
e
correcta, somente
na
do
sulistas
Brasil,
manteve-se
attitude a
e
na
mais
permittindo que
os
n a v i o s fizessem a g u a e r e c e b e s s e m carvão
apenas
para,
em quantidade
em marcha
rem
ao
mais
l e n t a , se
próximo
sufhciente
transporta-
porto
extran-
geiro. O governo americano julgou
v e r r e c l a m a r pro
dos
Negócios
forma,
e o
Ministério
Extrangeiros
do
Brasil,
n u m a nota luminosa e digna, nota
é
hoje
clássica
nal, d e f e n d e u
verno
em direito
o
imperial,
rio de Estado
o
próprio
do
go-
secreta-
do g o v e r n o de W a s h i n -
gton, o eminente mr. Seward, u m
( i ) V i d . Ie
que
internacio-
procedimento
e
de-
droit
intemational
codifié,
dos
§ 512.
A Illusão
mais
notáveis
Americana
51
estadistas
americanos,
deu-se p o r satisfeito c o m a justificação
contida e m a nota brasileira, assignada
pelo
ministro de Extrangeiros, o con-
selheiro
disse,
Magalhães
em
evidencia
Taques.
resposta,
que
demonstrada
habilissima
(most
se
Seward
rendia
naquella
able
note)
po,
podia
ter
satisfacções
nota
(1).
amor p r ó p r i o brasileiro, naquelle
O
tem-
destas.
T e r m i n a d a a guerra civil, houve
grande
litígio
entre
Estados-Unidos,
a
a Inglaterra e
celebre
conhecida pelo n o m e de
bama.
O
governo
do
á
os
contenda
Questão
Brasil
o
Ala-
f o i esco-
lhido pelas altas partes litigantes para
ser
um
dos
as
duas
g r a n d e s n a ç õ e s . N ã o p o d i a m ser
mais
solemnemente
ram
árbitros
entre
reconhecidas, do que fo-
e n t ã o , a lealdade e a c o r r e c ç ã o
(1) House of Represenlatives
session. V o l . i v , 38th Congress,
Exec.
do
Does. $lh
A Illusão
52
Americana
g o v e r n o do R i o de Janeiro
mais
(i). Annos
tarde, surgiu u m litigio
ainda
da
conflicto
guerra
era
civil
entre
derivado
americana.
as
duas
grandes
Republicas do mundo, entre a
e
os E s t a d o s - U n i d o s .
O
França
arbitro único
e escolhido foi o I m p e r a d o r do
No
tribunal
sileiro
o
o
Was-
soberano
sr. b a r ã o d e A r i n o s ;
b u n a l d o Alabama,
Genebra,
Brasil.
que funccionou em
hington, representou
O
no
bratri-
que funccionou em
o juiz brasileiro f o i o falleci-
do barão, depois
visconde de
Itajubá.
V ê - s e , p o r isso, q u a l n ã o e r a o p r e s t i gio
do
Brasil. H o j e , querendo
os
Es-
tados-Unidos fechar o m a r de Behrinoe,
retrocedendo
extranhamente
é p o c a s passadas, restabelecer
clauswn,
deram
que
o
Selden e Freytas
no século X V I I
para
mare
defen-
contra Grocio,
o fundador do direito internacional mo( i ) Ibidem,
Vol. i ,
V
^th
Congress;
2
d
sçssion.
A Illusão
derno,
a
Americana
Inglaterra
tenção e
os d o u s
oppoz-se
á
paizes r e c o r r e r a m a
um
a r b i t r a m e n t o . P a r e c e q u e os
pos
estavam
Os
laram
governo
agora
o
governo
já
n ã o appel-
do
Brasil, e o
de W a s h i n g t o n , que
apresentar como
fraternidade americana,
bras
pensou
em
querem
o paladino
nem por
recorrer
Os Estados-Unidos
narchias
Não
velhas
preferiram a
seriamos
dos, e m b o r a
de
egoístas
carcomidas
arbichanMo-
européas!
demonstração
res
e
col-
latinas.
t r a g e m de algumas anachronicas
de
da
som-
a seus
legas presidentes de Republicas
cellarias
tem-
mudados...
Estados-Unidos
para
pre-
completos em
d e q u e os
Estados-Uni-
c o n t e m illustres
escripto-
direito internacional, são
e
prepotentes
em
t i c a s , d o q u e as M o n a r c h i a s
si n ã o nos
nossa
suas
mais
pra-
européas,
r e f e r í s s e m o s ao celebre i n -
c i d e n t e d o Trent.
O v a p o r deste nome,
A Illusão
54
Americana
vapor inglez, levava, c o m o passageiros,
dous
enviados
tantes dos
Estados
srs. S l i d d e l
enviados
diplomáticos
e
Confederados,
Mason, que
extraordinários
plenipotenciarios, e m
um
delles
Paris. Pois
para
de
inglez
bordo
iam,
e
e
especial,
de
dous
para
guerra
alto mar, deteve
violentamente
os
como
outro,
bem, u m navio
os
ministros
missão
Londres,
americano, e m
por
represen-
o va-
arrancou
passageiros.
Este
acto, c o n t r a r i o ao D i r e i t o das
Gentes,
esse
de
desrespeito
ao
pavilhão
n a ç ã o n e u t r a e essa f e l o n i a c o n t r a
uma
os
dous diplomatas despertaram a indignaç ã o d e t o d o s os g o v e r n o s , e o
governo
de W a s h i n g t o n viu-se obrigado a
surar
o ofhcial que perpetrou
cen-
t ã o feia
acção; aproveitou-se, p o r é m , delia, conservando
por
prisioneiros.
muito
Este
tempo
acto
é
os
apenas
nos condemnavel do que a vilania
dous
meque
contra n ó s praticou Solano Lopez, apri-
A Illusão
sionando
leiro
Americana
em plena
Marquez
de
55
paz o v a p o r
Olinda,
brasi-
vapor
levava o coronel Carneiro de
que
Campos,
presidente de M a t t o Grosso. Esta proeza p a r e c e q u e f o i v i v a m e n t e aconselhada a L o p e z pelo c i d a d ã o
Vazques
Rio
de
uruguayo
sr.
Sagastume, hoje ministro no
Janeiro,
corypheus
da
e,
portanto, u m
fraternidade
dos
americana.
P a r a c o m o seu i m m e d i a t o v i z i n h o
meridional,
o
México,
Estados-Unidos
de
a
política
terá sido u m a
política
fraternidade?
O facto mais i m p o r t a n t e
lítica
qual
Foi
E
dessa
uma
guerra.
essa g u e r r a
contra
historiador americano
« A guerra
tado
o México
o México
f o i um
de
um
plano
pelo
Unidos
negocio
de
é
H . H . Bancroft:
dos Estados-
e determinado
resultado
po-
foi?
pintada com verdade e eloqüência
tra
dos
premedi-
antemão.
de
con-
assalto,
Foi
o
que
56
A íllusâo
o mais
forte
contra
o
organisou
mais
de
das
homens
como
sem
gabinete,
e
nhores
de julho,
predomínio
ao
posta
do justo
cynicamente
pudesse
saquear,
o principio
« O
para
E
único
México,
obter
instinctos
eram
os
que,
um
com
de
gente,
o
até
despida
das
estava
dis-
e do injusto,
reter
de
extender
do Atlântico
tudo
invocando
logar
tabaco,
princípios
haviam
pobre,
suas
de
sagrados
da
se-
contrabandistas,
indios,
a
se
os
os
esta
seu
dos
que
Estes
americano
Con-
horda
maculadas
que
Pacifico.
noções
do
e de
satisfazer
de
pelos
taes
politiqueiros,
escravos,
boccas
juravam,
4
dos
assassinos
impias
occtipa-
princípios,
partidários.
de
eram
a grande
em
seus
posições
os membros
e havia
compraziam
os
sem
altas
f a l a r do presidente
demagogos
dos
As
Washington
os senadores,
gresso,
deliberadamente
fraco.
politicas
por
Americana
para
quanto
isso
força.
fraco,
entre
luctando
as
nações,
A Illusão
vai
agora
ser
algemado
dade
um
e
sua
vizinho
que
tem
liberdade
puritanos
tados-
Unidos
pregar
toda
plausiveis
de
mais
terra.
tabelecer
A
o maior
de
este
è
de
seus
antece-
como
os
Es-
então,
a
em-
ene?'gia
em
descobrir
para
roubar
começaram,
fraco
E
orgulho
! Veremos
a sua
brutali-
do norte.
pretextos
vizinho
espesinhado,
pela
christã,
dentes
57
humilhado,
vergastado
de seu
povo
Americana
uma
E
para
a
escravidão»
a
vasta
que f
um
extensão
Para
ahi
es-
(i).
guerra foi precedida da
intrusão
americana no Texas, dos subsídios
que
os
revolta
por
elles m e s m o s f o m e n t a d a n a q u e l l e
ter-
americanos
deram
á
ritório, cuja i n d e p e n d ê n c i a
ram
a
reconhecer
como
n ã o tarda-
medida
pre-
paratória da a n n e x a ç ã o , que foi a gotta
de a g u a q u e fez t r a n s b o r d a r
a pacien-
( i ) H . H . B A N C R O F T — Works, San Francisco,
1885. V o l . x m , cap. 13.
A Illusão
58
cia
dos
Americana
mexicanos.
E
essa
paciência
j á tinha sido posta á p r o v a de m i l m o dos, p o r
annos
e
annos,
numa
longa
s e r i e d e v e x a m e s . A s reclamações
ame-
r i c a n a s se m u l t i p l i c a v a m . E x t i n c t a s h o je, isto
é, pagas a
México,
as
bom
renasciam
reclamações
dinheiro pelo
d'ahi
eram
a
mezes.
E
extraordinárias.
Bancroft, entre outras, cita a
reclama-
ção de u m americano que, p o r cincoenta
e
seis
dúzias
recebeu
de
8.260
garrafas de
cerveja,
dollars (1).
U m a vez, o c o m m i s s a r i o a m e r i c a n o
Voss
recebeu
appareceu
E m
dos
em
neral
o
dinheiro, e
este
não
(2).
1 8 1 8 , e s t a n d o os E s t a d o s - U n i paz
com
Jackson
a
Hespanha,
invadiu
a
o
fronteira
geda
Florida, capturou e guarneceu u m forte
hespanhol,
apoderando-se
cola
Barrancas.
e
de
(1) B A N C R O F T , pag. 318, nota.
(2) I b i d e m , pag. 320.
de
Pensa-
A Illusão
Mais
Americana
tarde, t a m b é m
59
sem
declara-
ç ã o d e g u e r r a , o g e n e r a l G a i n e s fez i n cursões
no
tradições
México.
do
o começar
Estava, pois,
nas
g o v e r n o de W a s h i n g t o n
a guerra
contra o
México,
sem p r é v i a d e c l a r a ç ã o , para, de surpresa,
r o m p e r as h o s t i l i d a d e s e
invadir o
território. E assim f o i .
V e j a m o s a g o r a c o m o se f e z a g u e r ra.
Os
americanos
fizeram-na de
m o d o b á r b a r o : « 0 bombardeio
Cruz
durou
quatro
dias
inteiramente
desnecessário
as
de feridos
matanças
talha,
são
auctoridades
baridades
sempre
pelas
estão,
de
vivos,
mais
pag.
elebarquasi
por
uma
massa
o exercito
ame-
era
infelizmente,
(1) B A N C R O F T ,
ba-
commettidas
impunidade
como
e
saque,
o f f c i a e s ( 2 ) . As
indisciplinada,
ricano,
; f o i horrivel
queimados
illegitimas
com
Vera
( i ) . 0
f a d o s confirmados
vadas
de
no campo
os prisioneiros
um
por
demais
547.
(2) L I V E R M O R E — War with México,
pag. 263.
A Illusão
6o
verificadas
Americanâ
de
accôrdo
L e i a m o s as e x p r e s s õ e s d o s
jornaes
com
a
( i ) . E isto
opinião
estava
publica
».
americanos:
D i z i a u m : « Devemos
dade
do
do México,
solo.
arras
Façamos
Perote,
Jalapa,
f e i t o isto,
nossas
destruir
ando-a
o mesmo
Saltillo
devemos
a ci-
ao
com
Puebla,
e Monterey,
e,
augmentar
as
ainda
exigências».
D i z i a o u t r o : « Anniquilemos
xicanos,
levemos
a todas
as famílias,
um jugo
de fei'ro,
peitados»
(2).
E
de seu
nível
o
os
a destruição
e a
façamos-lhes
e assim
México
perdeu
memorte
sentir
seremos
quasi
res-
metade
território.
Faz-se m u i t o cabedal
do facto dos
Estados-Unidos terem, mais tarde, int i m a d o á F r a n ç a a r e t i r a d a de suas tropas d o M é x i c o .
Foi
(1) B A N C R O F T , pag.
um
serviço • mas
547.
(2) JAY — Rcvicxv of the Mexicau
War, pag. 259,
A Illusão
como
não
tem
Americana
o México
esse s e r v i ç o !
O
liano
poude
não
tenha
que
se
sido
o
o
governo
pago
caro
de
Maximi-
manter,
embora
governo
México
61
mais
honesto
t e m tido desde a
inde-
p e n d ê n c i a . M a x i m i l i a n o era u m extrangeiro. Houvesse u m principe mexicano,
que
aquella população,
de
índole mo-
narchica, acceitaria unanime a
chia.
Demais,
Maximiliano
Monar-
não
quiz
s a n e c i o n a r os g r a n d e s a b u s o s d o c l e r o ,
s o b r e t u d o e m r e l a ç ã o aos bens da egreja. N ã o nos e s q u e ç a m o s de que o decret o a b o l i n d o os c o n t r a c t o s a g r í c o l a s
peones,—revogação
pela
das
de u m a lei antiga,
q u a l os t r a b a l h a d o r e s
das
se t o r n a v a m v e r d a d e i r o s
sujeitos
contra
até
aos
açoites,
—
o p r i n c i p e l i b e r a l os
chamadas
dos
classes
hacien-
escravos,
attrahiu
ódios
conservadoras,
das
que
sabemos o que são em toda a America
latina. Parece
para
que
ha
uma
os c h e f e s d e E s t a d o s
fatalidade
libertadores:
A Illusão
62
Alexandre I I da
pelas b o m b a s
Americana
Rússia,
despedaçado
nihilistas;
Maximiliano,
fuzilado; Lincoln,
Isabel
é
a
em
do
assassinado,
Brasil,
exilada. O
consagração
prol
No
chico
da
taurar
grandes
feitos
Não
monar-
pôde
res-
Monarchia, mas t e m tornado
impossível
México
martyrio
o sentimento
irresistível.
a
D.
humanidade!
México,
é
dos
e
a
não
Republica;
ha,
não
de haver Republica.
porque
houve,
O
no
nem
notável
ha
escri-
p t o r a m e r i c a n o G r o n l u n d d i z q u e , s i os
E s t a d o s - U n i d o s , n a é p o c a d e sua independência,
tivessem
encontrado
principe inglez, como o
trou
um
principe
Brasil
portuguez,
n a r c h i a se t e r i a e s t a b e l e c i d o
um
encona
Mo-
nos
Esta-
dos-Unidos ( i ) . E
o t e m p o t e r i a feito
desta
um
Monarchia
regimen
bem
( i ) G R O N L U N D —Cooperative
Commonwealth.
London, 1891, Swan 8i Sonnenschein, pag. 157.
A Illusão
differente do
monopólio
regimen
norte-americano.
A
se
de
oppressivo
mesmo,
dirá
o
do
governo
com
m u i t o mais
mesmo
do
México.
Republica, no México, como
paizes
da
que
S i se p o d e d i z e r i s t o
Estados-Unidos,
razão
63
e de cruel plutocracia,
é hoje a essência,
dos
Americana
noutros
A m e r i c a latina, nunca
será
u m a cousa impessoal; a Republica ahi
será sempre
homem
homem:
representativo,
representou
Ora,
um
o
odio
verdadeira
nacional, n u m
mas
odio
o
Augusto
tuições
que
extrangeiro.
geniaes,
amor.
Juarez
cessor
de
senti-
momento,
alguma.
t e m u m a de suas i n quando
amor
nada
do
cousa
quer
humanas tenham
Só o
Lerdo
dado
n ã o creia
Comte
sociedades
tian
ao
expressão
mento
isso,
homem
o odio pode destruir; o odio pode
ser a
o
f o i Juarez,
é
creou.
que
as
por
base
creador.
Por
Don
Sebas-
d e T e j a d a , m i n i s t r o e sucJuarez,
foi uma
transição
6
A Illusão
entre
a política do odio
concepção
mem
pôr
de
indígena
jurídica da sociedade.
lei, jurisconsulto,
tudo
piava-o
e
Americana
4
em
o
artigos
de
rica. D e p o s t o
general
de códigos.
toda
e
a
America
ibé-
Lerdo
pelo
expulso
Diaz, v o l t o u o M é x i c o ao mi-
o general
vinte
A
Gonzalez
e tantos
poder
no
copiada
os
poderes.
nada;
as e l e i ç õ e s , u m a
O furor imitativo
tem
sido
Pericles,
no
Cerâmico,
dei
copiada
outro
uma
da
povo.
da
O
a
seu
disse:
o
Constituiquasi
é
farça.
dos Estados-Uni-
ruina
da
celebre
« 0 '
America.
discurso
athenienses,
que
Constituição
vos
e
Congresso
Constituição
Não
ha
absoluto.
d á ao presidente
todos
vos
poder,
delles é praticamente
ção americana,
Diaz
revezam-se,
annos,
Constituição,
dos
Es-
commum
litarismo systematico. O general
e
Ho-
pretendeu
militarismo, sorte
inevitável
e a
eu
não f o i
de
fiz
a
no
injuria
nenhum
de
A Illusão
fazer,
para
outras
ção
vosso
nações
Ha
do
gênio
sciencia
social
grego.
tudo
ser
raça,
copiadas
na
Ha
quanto
de
exclamauma
pre-
descobriu
moderna,
pode resumir
devem
leis
muita grandeza
de
sua
uso,
65
».
sciencia
se
Americana
que,
n i s t o : as
a
afinal,
sociedades
regidas p o r leis sahidas d e
de
sua
historia, de
seu
ca-
racter, de seu d e s e n v o l v i m e n t o n a t u r a l .
Os
têm
do
legisladores
latino-americanos
uma vaidade inteiramente
nobre
riam-se
inversa
orgulho do atheniense.
de
copiar
as
leis
de
Glooutros
paizes!
Todos
America,
dência,
os
declarando
adoptaram
americanas,
dições
paizes
isto
do artificialismo
a
sua
ao
e
na
indepen-
formulas norte-
é, r e n e g a r a m
de sua r a ç a
sacrificando-se
as
hespanhóes
de
as
tra-
sua historia,
principio
insensato
politico e do exotismo
legislativo.
5
A Illusão
66
O
que
Americana
colheram
desse
absurdo,
diz-nos a triste historia hispano-americana deste século. O
Brasil,
m a i s feliz,
instinctivamente obedeceu á grande lei
de que
as
dentro
de
nações
si
organismos
sua
mesmas,
vivos,
substancia,
mente
se d e v e m
com
e
v i d a os e l e m e n t o s
ella naturalmente
Brasil, tivemos
do
foi
respeito da
a
que n i n g u é m
cionalismo
e
exteriores
o
da
que
No
facto
mantida
conser-
indole histórica,
mudar.
systema
O constituparlamentar
foram, a t é certo ponto,
uma
das c o r t e s lusitanas,
muito
se
sação
quasi
á
socie-
tradição e a
revivescencia do passado,
ducção
lenta-
incorporados
Monarchia
pôde
os
própria
tiver absorvido.
do paiz e m sua
adoptados
a sua
desenvolvimento
colonial;
vação
todos
a independência,
dade
o
como
depois de j á estarem
assimilados
lógico
reformar
harmonisava
espontânea,
com
repro-
cousa
a
mas
uma
que
organisempre
A Illusão
representativa,
e
Americana
mais
67
poderosa
q u e se j u l g a , d o s g o v e r n o s
e
locaes
da
do
municipaes
colônia.
A s idéas liberaes do século,
g r a d a s nas i n s t i t u i ç õ e s coevas
consa-
da inde-
p e n d ê n c i a , acharam u m a base histórica
em que
se
firmaram.
E
Brasil setenta annos de
isto
deu
ao
liberdade.
Mais tarde, e m 1889, foi commettido no Brasil o mesmo grande erro e m
q u e os h i s p a n o - a m e r i c a n o s
t i n h a m ca-
hido n o p r i m e i r o q u a r t o d o s é c u l o , isto
é , q u a n d o a r t i f i c i a l m e n t e se q u i z i m p o r
ao
Brasil
A
perda
seqüência
çada
a formula
da
liberdade
foi a
immediata, fatal, da
idéa. E
tomar
norte-americana.
parte
desgra-
nós, tardiamente,
na
fastidiosa e
con-
fomos
desalen-
tadora tarefa e m que vivem, ha noventa
annos,
os
longa,
vã, tormentosa, sangrenta
degradante
secular,
hispano-americanos, isto na
e
inútil
de querer
tentativa,
e já
quasi
implantar na A m e -
A Illusão
68
rica
l a t i n a as
Americana
instituições de u m a raça
extranha.
O grande orador americano
Clay
falava,
Congresso
u m a vez, e m
americano,
1818, no
em
favor
colônias hespanholas revoltadas
a metrópole:
em
nosso
muito
paiz
atrazados
constituírem
tão atrazados
instituições
insigne
livres.
estão
E
essa l i m i t a ç ã o
von
prova
O
tuição
de
servil,
uma-
não es-
leis»
(1).
H o l s t diz
que Clay affirma u m contrasenso;
que
se
adoptando
e as nossas
historiador
são
para
de que elles
è que
contra
americanos
nações
E a prova
as nossas
O
os sul
das
geralmente
e supersticiosos
em
injustiça.
tão
«Acredita-se
que
Henry
por-
essa, s i m , é
incapacidade ( 2 ) .
México
copiou,
pois, a Consti-
norte-americana.
(1) H E N R Y C L A Y — Speeches.
U m a disposi-
V o l . 1, pag. 89
e 90.
(2) V O N H O L S T — Consiüutional
the U. S. V o l . 1, pag. 415.
history
of
A Illusão
ção
Americana,
constitucional dizia
presidente
ríodo
era
mais :
inelegível
presidencial
6g
que
para
immediato
o
á
presidência. D'ahi, o hybrido e
o
pesua
immo-
ralissimo pacto de D i a z e de Gonzalez.
D iaz
de
E
elege
Gonzalez, com a
Gonzalez
isto
Agora,
gar:
eleger
dura
ha
parece
já
fez
mais
novo
a
de vinte
Diaz.
annos.
que D i a z n ã o quer lar-
reformar a
e, r e v o g a n d o
fazer
de
condição
a
Constituição
incompatibilidade, vai
reeleger-se
e
Gonzalez vai ficar
l o g r a d o . Fala-se j á e m r e v o l u ç ã o g o n zalista,
no
e
o
estado
México
com
a
de
sitio funcciona
mais invejável
re-
gularidade.
Eis
Unidos
do-o
ahi
o
s e r v i ç o q u e os
prestaram
de
um governo
criminado
brando,
ao
de
numa
sado
que
çado
paiz.
México,
livran-
que, embora i n -
extrangeiro, foi o
palavra,
jámais
E
Estados-
o
mais
teve aquelle
n ã o se
mais
civili-
desgra-
l i m i t a r a m a isso
A Illusão
os
bons
Americana
officios
da
irmã
Republica.
Depois de haver retalhado o
mexicano, em
1 8 4 8 , e, s o b r e t u d o ,
pois da victoria definitiva da
no
México,
stituiram
dadeiro
os
sobre
imprevidentes
que
era
de
sua
pátria.
con-
aquelle
ver-
paiz
que
a
ruina
O
e
um
mexicanos
o
sem
descrédito
duumvirato
attrahiu para
de
Republica
f o r a m acceitando,
ver
nuvem
de-
Estados-Unidos
protectorado,
Gonzalez
território
Diaz-
o México
aventureiros, que,
uma
patroci-
n a d o s p e l a l e g a ç ã o a m e r i c a n a , se
sentavam
vilégios,
querendo
que lhes
concessões
eram dados a
de favores pessôaes, de
apree
pritroco
acções benefi-
ciárias e de outras m i l f ô r m a s da fraude
financeira. O M é x i c o , a pretexto de
armarem
com
todos
os
o
instrumentos
m o d e r n o s de progresso, f o i a presa submissa
foi
e
alli
motivo
o p i m a dos americanos.
Tudo
objecto
tudo,
para
de
privilegio,
concessões, com
garantia
A Illusão
de juros e outras
para
o
Americana
vantagens
Thesouro. Os
corriam
para
7i
onerosas
concessionários
New-York,
e
na
de W a l l Street o b t i n h a m dos
o
dinheiro que
perasse
Diaz,
vezes,
ou
reinasse
membros
Washington
incautos
desejavam. Quer
o m e t h o d o era sempre
tas
Bolsa
eram
im-
Gonzalez,
o mesmo.
Mui-
do
governo
sócios
dessas
de
ali-
c a n t i n a s , e, s i o g o v e r n o m e x i c a n o o p punha alguma pequena difficuldade e m
entregar
o dinheiro, logo
bre elle a p r e s s ã o
Gonzalez
nas
e
actuava
diplomática.
amontoavam
so-
Diaz e
grandes
fortu-
Washington rejubilava. Os jor-
naes americanos annunciavam c o m
thusiasmo
os
americana,
progressos
dizendo
que
da
en-
iniciativa
a
conquista
financeira do M é x i c o era apenas o prelúdio
da
tarde
viria.
Lerdo
York
de
conquista
Nesse
politica, que
tempo,
o
Tejada, que vivia
exilado, dizia
a
quem
mais
illustre
em Newescreve
A Illusão
72
Americana
e s t a s l i n h a s : « Os generaes
no
meu
agora,
tempo,
roubavam
roubam
progresso
A
lheira,
nas
mexicanos,
nas
estradas;
companhias.
E
um
».
principal
figura
figura
pouco
desta
rouba-
sympathica,
parece que u m pouco innocente
crimes,
foi o
soldado feliz
general
era
mas
nesses
Grant. Aquelle
um
h o m e m de
curta
intelligencia, ignorante e m m a t é r i a
negócios
e, e m
t o d o caso, u m
de
indiví-
d u o sem grandes delicadezas. L o g o que
se
tratava
de
um
assalto qualquer
piastras mexicanas,
ia
ter
com
o
o iniciador da
general
Grant,
ás
idéa
e
este
seu
pre-
l o g o lhe dava o seu n o m e ,
o
stigio
e
Chegaram,
então,
ao auge a j o g a t i n a e a i m m o r a -
lidade. O
a
sua
influencia.
M é x i c o , a pretexto de
c a ç ã o no seu solo de c a p i t ã e s
era
praticamente
governado
g a ç ã o americana. O
ser
dos
mexicanos.
México
Alguns
appliyankees,
pela
le-
d e i x o u de
patriotas
A Illusão
Americana
73
p r o t e s t a r a m ; m a s os g e n e r a e s D i a z o u
Gonzalez
de
dispunham
prender
os
logo
do
recurso
patriotas e
de
procla-
m a r o estado de sitio. O illustre o r a d o r
e
notável
poeta
tamirano,
geral,
no
d o M é x i c o , o sr. A l -
meio
ergueu
do
abaixamento
contra a alliança ameri-
cana a sua v o z e l o q ü e n t í s s i m a
—
bradava elle no Congresso — «
vezes
a
nossa
a ignomínia
mexicano
de
era
são
subjuga
áurea,
livre
ainda
de
ouro
/
Não
no
grande
que
O
leão
liberdade
agrilhoado,
bemfeitor,
cadeias
!
dizendo
com
Vincula,
sunt!
voz
México,
banquete
dade (financeira, j á
ampla
o tem
vincula
rões americanos
do
extrangeiro
as
esta
mil
O
seu
Emquanto
num
na
serranias.
tamen
vantava
antiga,
presenciamos.
e corruptor
e julga-se
que
pob?'eza
que
nossas
desleal
o
-.«.Não!»
se
que
quamvis
»
i l l u s t r e se l e -
em
New-York,
de confraternivê) entre
e notáveis
figu-
mexicanos,
A Illusão
74
Americana
banquete presidido pelo general Grant,
o
sr.
E v a r t s , u m dos mais
conhecidos
estadistas americanos, antigo secretario
de
Estado,
bem
usava
de
justificava a
tica de
sava
linguagem
indignação
Altamirano. O
por
ser
o
que
patrió-
sr. E v a r t s
homem
mais
pas-
espiri-
tuoso dos Estados-Unidos;
mas, muitas.
vezes,
lettrado, to-
cava
apesar
as
de h o m e m
raias
da
vulgaridade.
Isto
muito
c o m m u m naquelle paiz. H a
muita
gente
com
reputação
de
alli
espi-
rituosa; mas, nos E s t a d o s - U n i d o s ,
tendo
tido a
Edgard
h o n r a de ser
Poê,
o
até
hoje
de
morrer
na
deixaram
carrices
de
acolhidas
com
das
los
o
sr.
dos
as
wits,
ou
choes-
p r o f i s s ã o , s ã o m u i t a vez
enthusiasmo.
Evarts,
d o s yankees
negando-
monumento,
d o s professional
pirituosos
dizia
um
que,
a pátria
miséria e no desprezo geral,
lhe
é
e
e n t r e as
Eis o que
oaroalha-
os s o r r i s o s
mexicanos :
« A
amarei-
doutrina
de
A Illusão
Monrõe
mas,
è, por
como
quadas,
certo,
uma
as
cousas
todas
precisa
doutrina
Americana
de ser
bôa
nesta
os
americanos.
proporia
com
prazer
um
os americanos,
vizinho,
memos
um
mol-o
boccado
depois,
quando
chegar
Sul.
a
Olhando
que
aquelle
um
presunto.
ha
de
isto
da
o
Sam
questão
a
sua
oceano
a outro.
sombra
Um
dia,
para
do
vemos
a fôrma
è bom
de
garfo;
(applausos
Isto
de tempo.
è bastante
extender
Central
mappa,
tem
coTome-
America
prolongada).
estreitada
j á
appetite
o presunto
è apenas
deira
vez
continente
hilaridade
que
America
para
devorar
nosso
1848.
nosso
Uncle
do
pelo
de
em
abrindo
mas,
americanos
o México,
eu
:
senhor,
os
(hilaridade). A
virá
e
Ora,
( a p p l a u s o s ) . Comecemos
caro
a
additamento
sim,
para
Essa
phrase:
para
Norte
anti-
reformada.
resume-se
entendamo-nos,
cousa;
boas
America
para
75
è fatal,
A
ban-
grande
gloriosa
ella
para
de
um
fluctuará,
7
A Illusão
6
única
e ovante,
Americana
do polo
norte
ao
polo
austral».
Commentarios
timento
geral
E m
cano,
dará
do
1836,
povo
no
exclamava
« A
s ã o estes
o
sobre
e dalli
Hom,
cujas
único
a
que
sua
orgia
tição
a
ser
dos
tar-
torres
do
ao
cabo
ate
são
yankee
ambição.
Continuava,
não
agitadas
o
*
»
*
*
porém,
no
México
A
mexicana de estatística
uma
phantasia
imaginação
pasmosa.
caminho
ferro
de
de u m decreto
mediatamente
do
o
reconhece
melhoramentos.
de
ameriPreston:
as
seguirá
ondas
limite
para
senador
estreitada
a fluctuar
sen-
americano.
Congresso
bandeira
México,
do
que
e
reparcomeçou
de
Concessão
fosse
uma
de
objecto
E x e c u t i v o era
inscripta nos
a
im-
relatórios
e nos o u t r o s d o c u m e n t o s officiaes, n ã o
A Illusão
Americana
77
c o m o u m simples acto legislativo, mas
como
uma
realidade
mais
tantos
e
effectiva.
tantos
Eram
milhares
de k i -
l o m e t r o s d e l i n h a q u e se d a v a m
feitos
e que
destinados
os
ao
mappas
do
governo,
extrangeiro,
traçavam
orgulhosamente
ticôres.
nova
e m longos riscos m u l -
Qualquer
industria,
tranha,
cada
era
tentativa
de
uma
uma
fonte
abundante de riquezas
então
que
que
foi
no
Brasil
começaram
grande
balela
depois
estatísticas
a
do
de
Olhemos
outra
gente
creada
immensas.
houve
café
do
para
com
tempo, que
sem
também
os
para
que
e
o
propaganda
c o m este t i -
o México.
brasileiros
a
a
daquellas
Muita
quiz, mais ou menos
esse
Foi
México,
algumas
artigos
e
ingênuos
ultra-phantasistas,
republicana, nuns
ex-
classifi-
inquietar-se
ler
uma
cultura
já
sr. Q u i n t i n o B o c a y u v a fez
tulo :
de
immediatamente
como
como
Republica
por
olhasAr-
A Illusão
Americana
gentina, e viajantes
voltavam, depois
nham
dos
d alh
c u r t o passeio, v i Tinham
as
carruagens
empregados
cadores;
tectura
que
visto
os
luxuosos de Buenos-Aires,
admirado
das
cocottes
públicos
prevari-
tinham contemplado a archiriquíssima
ver
a
por
dentro.
e,
de
republicanos.
restaurants
e
boçaes
fraude
vendo
e
os
modestos
cos
(então
cluiam que
bancos,
ruina
Voltavam
os
lamentares
a
dos
nossos
que
lá
para
o
de
iam
Brasil,
ministros
andando
sem
e
bonde,
parvendo
edifícios dos nossos banainda
o
acreditados),
Brasil era u m paiz
conatra-
zado e que a culpa era da M o n a r c h i a .
É,
das
porém,
cousas.
lencia
muito
Antes
fraudulenta,
grande
de
não
a
força
rebentar
a fal-
da
Republica
A r g e n t i n a , mas dos maus g o v e r n o s
quelle b e l l o paiz, t e r m i n o u
da-
escandalo-
samente o consórcio financeiro do M é xico
e
dos
Estados-Unidos.
Partiram
A Illusão
as
primeiras
accionistas
que
Americana
reclamações
79
dos
defraudados;
os
c o n t r i b u í r a m p a r a as
pobres
infelizes
extraordiná-
rias empresas, p o m p o s a m e n t e
nadas
pelos
generaes
de
uma
outra Republica, começaram
ber,
patroci-
a
nada
rendiam,
eram
//anos
siveis,
ou
tinham
espoliados. A s
as
terras
estéreis,
pântanos
e
de
perce-
embora tardiamente, que
sido atrozmente
e
minas
concedidas
serras
inacces-
mangues
pesti-
lentos, nas costas i n h o s p i t a s d o g o l p h o ,
ou
do
Pacifico. E
nessas
phantasticas
c r e a ç õ e s , nos o r d e n a d o s das directorias,
nos e s t i p e n d i o s á i m p r e n s a , nas
remu-
nerações a funecionarios mexicanos
a
diplomatas dos Estados-Unidos,
coaram-se,
de
do/lars
volatilisaram-se os
subscriptos.
victimas foi medonho.
grande prestigio do
A
O
e
es-
milhões
grito
principio,
das
o
general Grant foi
u m dique, que p o r a l g u m t e m p o conteve a onda da i n d i g n a ç ã o , irrompida, afi-
8o
A Illusão
Americana
n a l , p o r t o d a a p a r t e , n o s meetings,
imprensa
e
York.
celebre empresa do caminho
A
nos
tribunaes
na
de ferro do Tehuantepec
em
New-
f o i declarada
fallencia ; os b a n c o s
pagamentos;
de
suspenderam
houve suicidios entre
os
f i g u r õ e s c o m p r o m e t t i d o s ; u m filho de
Grant
f o i arrastado
o pobre general
na
sua
nome
aos
soffreu
popularidade,
se
achou
e
grandemente
quando
o
envolvido em
litigios escandalosos.
decantados
tribunaes,
seu
tantos
A m a i o r parte dos
melhoramentos do
México
ficaram adiados indefinidamente; o T h e souro
daquella
bentado
da
Republica
lucta,
e, c o n t i n u a n d o
baixo do domínio de
—
sahiu
Diaz e
o México é ainda hoje uma
depauperada,
nidade
da amizade
arrede-
Gonzalez
victima,
e da frater-
norte-americana.
Esta rápida exposição demonstra o
que é a fraternidade dos
dos
para
os
paizes
Estados-Uni-
latinos.
A Illusão
Americana
*
*
Vimos o México;
á
America
« Está
Si
vamos,
agora,
Central.
no
destino
de
nossa
raça
»,
dizia e m sua m e n s a g e m de 7 de j a n e i ro de
«o
1857 o presidente
extender-se
por
Norte,
e isto
tempo,
si
seu
curso
até
ao sul,
rica
natural.
nada
para
Temos
temos
irmos
ras.
bom
si
essa
Si seus
governo,
não
dos
A
Ametempo,
que
indígenas
1858:
Nicará-
necessidade
de
Central,
áquellas
quizerem
vão
è
ter-
ter
bem e tanto
que
e,
o melhor
senhores,
muito
».
possuir
America
habitantes
quizerem,
seguirá
americana,
necessidade,
j á , como
o
de pouco
em
da
pouco
seguirem
detel-a.
manifesta
conta
de
G. Brocon, em
interesse
do
emigração
o bem
senador
tomar
dentro
poderá
população
trabalhará
si
A
tima
« Temos
America
os acontecimentos
dentro
O
a
succederá
Central,
conterá
gua.
toda
Buchanan —
um
melhor;
para
outra
6
A Illusão
82
parte.
Dir-me-ão
que
mos
ha
tratados;
os tratados,
da
America
apoderar-nos
a Inglaterra
ó
que
importam
cessidade
Americana
si temos
delia,
de
Saiba-
e, si a França
intervir,
Monrõe
tam
é
das
/»
que
profundo que
Estados-Unidos
flibus-
melhor
a m á fé norte-americana
prezo
e
avante,
A extraordinária historia do
teiro W a l k e r
ne-
Central?
quizerem
doutrina
mas
e o des-
os g o v e r n o s
têm
pela
pin-
dos
soberania,
p e l a d i g n i d a d e e pelos d i r e i t o s das
na-
ções
Houve
um
americanos
jul-
latinas
momento
da
em
America.
que
os
g a r a m chegada a occasião de
tar
conquis-
a America Central. Tendo
j á con-
quistado metade do M é x i c o , a conquista da A m e r i c a C e n t r a l
hoje
resta
apertado
do
entre
deixaria o
México
dous
independente
territórios
ricanos, isto é, fadado a u m a
1 8 5 3 , d e S.
ame-
absorpção
rápida. U m aventureiro, W i l l i a m
ker, sahiu, e m
que
Wal-
Francisco,
A Illusão
á
frente de
um
Americana
pequeno
33
exercito de
bandidos, formado debaixo
protectoras
das
das a u c t o r i d a d e s
vistas
america-
nas. E s t e b a n d o a r m a d o i n v a d i u o território
ker
mexicano
de
proclamou-se
território,
pria
Sonora,
e
Wal-
presidente do
novo
annexando-o
a u c t o r i d a d e aos
Teve, porém,
pósito
e
por
sua
pró-
Estados-Unidos.
de desistir de
de render-se
seu
pro-
á s auctoridades
f e d e r a e s a m e r i c a n a s d e S. D i o g o ,
o
tiveram
de julgar
pelo crime
que
com-
mettido e pela quebra da neutralidade,
absolvendo-o,
porém,
como era de
es-
perar.
P o r esse t e m p o , n a i n f e l i z
blica de N i c a r á g u a ,
eleição
Repu-
tratava-se de
presidencial, o que
nas
uma
Repu-
blicas hispano-americanas é s y n o n y m o
de
guerra
dous
por
civil.
Estavam
em
candidatos, generaes, j á
signal chamados
um
campo
se
vê,
Castellon e
outro C h a m a r r o , Mais o u menos eleito
8
A Illusão
Americana
4
Chamarro, foi meio
deposto
rival Castellon,
para
que,
por
seu
fortalecer a
sua s i t u a ç ã o , teve a i d é a desastrada de
convidar W a l k e r a v i r a N i c a r á g u a ajudal-o
a
defender
principio
da
a
Constituição
auetoridade.
e
Walker
o
for-
m o u n o v o e x e r c i t o e p a r t i u d e S. F r a n cisco, e m m a i o
de
1855.
I m m e d i a t a m e n t e , o m i n i s t r o de N i c a r á g u a e m W a s h i n g t o n , o sr. M a r c o leta, queixou-se
energicamente;
mas
o
secretario de E s t a d o M a r c y fingiu ignorar o
caso
mante.
talha.
e
não
Deu-se
Os
que
de
tiros;
elle
vencida,
do
a
que
mas
os
mesmo
recla-
primeira
teor,
de
pri-
americanos
levaram
um
seguida,
ba-
alliados
56
dando-lhe
E m
ao
f u g i r a m aos
commandava
prestigio.
rias
logo
nicaraguenses,
W a l k e r , parece
meiros
attendeu
immenso
outras
em
tudo
victo-
Bahia
Virgens, San Juan dei Sur e Rivas,
sem
resistência,
Walker
entrou
das
e,
em
A Illusão
Granada.
A
Americana
cidade
foi saqueada
rante tres dias. W a l k e r
clamação
garantindo
radores,
e tendo
v o l t a d o á s suas
sem
tro
os
fez u m a
a vida
pro-
dos
principaes
du-
mo-
destes
casas, f o r a m f u z i l a d o s
demora, nem
americano
35
processo.
Wheeler,
O
minis-
mancommu-
nado com W a l k e r , empenhou-se,
tudo, para que apparecesse u m
sobrecidadão
importante chamado Mayorga, a quem
d e u t o d a s as g a r a n t i a s , d i z e n d o - l h e q u e
ficava debaixo da p r o t e c ç ã o da bandeira
estrellada
dos
Estados-Unidos.
Ma-
yorga cahiu na armadilha, e o ministro
americano
entregou-o
a Walker,
que
o fuzilou immediatamente, com muitos
outros cidadãos de N i c a r á g u a ( i ) . W a l ker
a r r a n j o u logo u m a espécie de
tado de
paz
com
fez p r e s i d e n t e
D.
o
general Corral, e
nominal da Republica a
Patrício Rivas, que, sob
( i ) Walker
1S56.
tra-
011 Nicarágua,
a
pressão
pag. 6, Cojutepec,
A Illusão
SÓ
do
Americana
medo, assim que poude, fugiu
mãos
de
Walker,
prudência,
no que
p o r q u e , dias
das
andou
com
depois, o
neral Corral (outro protegido da
ge-
lega-
ção americana) foi fuzilado. W a l k e r f i cou
senhor
absoluto
de julho de
dor,
do
p a i z , e, a
1856, proclamou-se dicta-
tendo já
o seu
embaixador
sido recebido s o l e m n e m e n t e
verno
do
de W a s h i n g t o n , a
mesmo
12
anno.
A
12
22 de
Vigil
pelo
de
gomaio
setembro,
W a l k e r expediu u m decreto
restabele-
c e n d o a e s c r a v i d ã o e m N i c a r á g u a . A escravidão havia
trinta e dous
imprensa
sido a b o l i d a alli, havia
annos. G r a n d e parte
americana
Congresso
saudaram
e
a
maioria
com júbilo
decreto escravagista. A s outras
da
do
este
nações
d a A m e r i c a C e n t r a l r e c o n h e c e r a m o perigo, declararam guerra a W a l k e r ,
começou
a
receber
grandes
dos Estados-Unidos. A guerra
que
recursos
seguiu
com varia sorte. W a l k e r incendiou com-
A Illusão
Americana
87
pletamente a cidade de Granada e
colheu-se
deu
ao
de
a
Rivas, praça
general
1857;
e,
q u e se
ren-
1 de
maio
Mora, em
graças á intervenção
capitão Davis, commandante
de
guerra
Walker
com
dados
o
americano
poude
seu
a
re-
do navio
Saint
Mary's,
escapar, r e f u g i a n d o - s e
estado-maior
bordo
do
do
e
mesmo
260
sol-
navio
g u e r r a , q u e os t r a n s p o r t o u p a r a
de
Nova
Orleans,onde foram recebidos no meio
de applausos populares (1).
(1)
HAYDN'S
— Dictionary
of Dates,
1889,
pag. 635.
O r e l a t ó r i o do m i n i s t r o da Marinha Toucey,
em 1857, fala a respeito do asylo concedido a
W i l l i a m W a l k e r , nos seguintes termos:
« J t d g o u o governo necessário, como
medida
de humanidade
e de política,
dar instrucções
ao
commodoro
Mervine
{chefe da divisão naval), no
sentido de facilitar
ao general Walker e a seus
companheiros,
no caso deites a solicitarem,
a retirada de Nicarágua.
A acção do
commandante
Davis, facilitando,
por meio do navio Saint Mary's, a retirada
de Nicarágua
ao general
Walker
A Illusão
88
Em
em
New-York,
Americana
houve u m
meeting
honra e a favor de W a l k e r . O
sidente
nan,
dos
Estados-Unidos,
mandou
um
pre-
Bucha-
telegramma
enco-
miastico a respeito de W a l k e r , dizendo
«que
os
heróicos
excitavam
a
solicitude»
(i).
Em
esforços
sua
de
admiração
N o v a Orleans,
começou
o
e a
sua
sempre com a
benevolência do governo
gton,
Walker
de
Washin-
aventureiro a
orga-
e a seus soldados, foi pois approvada
por este
Ministério».
Inglez : « / / ivas deemed necessary,
as a measure of humanily andpolicy,
to direct
comviodore
Mervine
to give general
Walker and such of his
men, as were willing to embrace it, an opportunity to retreat from Nicarágua.
And the adiou
of commander
Davis, so for has he aided
general Walker and his men, by the use of the Saint
Mary's to retreat from Nicarágua,
was
approved
by this
Departement».
Congressional
Globe, part. i , i . session,
3 5 - congress, 1857-1858, pag. 356.
(1) V O N H O L S T — Constitucional
History
of
the United States, 1856-1859, pdg. 160.
s
th
t
A íllusão
nisar
outra
Americana
expedição.
Denunciado
pelos agentes d i p l o m á t i c o s
ricanos,
89
centro-ame-
f o i preso, sendo, p o r é m ,
logo
solto, mediante pequena caução.
Equi-
pando
a
o
n a v i o Fashion,
partiu
de n o v e m b r o para Punta Arenas,
desembarcou
que
se
vaso
com
oppuzesse
de
guerra
Paulding,
depois,
der-se
e
mas
homens,
a isto
o
foi
sem
Saratoga,
americano. O
capitão
che-
obrigou W a l k e r a ren-
trouxe-o
estes
onde
da marinha americana,
gando
Walker
400
11
para
entregue
New-York.
aos
tribunaes,
n ã o o processaram,
porém,
processado
capitão
P a u l d i n g , p o r t e r e x c e d i d o as
suas
instrucções
e
e
sendo,
reprehendido
ter
contrariado
governo
de
Washington,
protector
de
Walker.
1860,
(Honduras),
apoderou-se
o
declarado
E m agosto
este d e s e m b a r c o u
o
de
em
Truxillo
da
fortaleza
e saqueou a cidade. O capitão Salmon,
c o m m a n d a n t e d o Icarus,
navio de guer-
A Illusão
Americana
ra inglez, intimou W a l k e r a restituir a
p r o p r i e d a d e roubada. W a l k e r recusouse e f u g i u . F o i p e r s e g u i d o ,
apanhado,
e por o r d e m do governo de
Honduras
foi julgado
final
nos
de
e fuzilado ( i ) . O
Walker
produziu
Estados-Unidos.
delle u m heroe
desastre
indignação
Quizeram
fazer
sublime. O poeta
Joa-
q u i m Miller exaltou-o e attribuiu-lhe
A piercing eye, a princely air,
A presence l i k e a chevalier
H a l f angel, half L u c i f e r .
*
Quem ha, versado na historia latino-americana, que n ã o tenha na
lem-
brança o bárbaro bombardeamento
S. J o ã o d e N i c a r á g u a
1854?
O
(Greytown),
commandante
de u m
de
em
vapor
americano matou cruelmente
com
tiro
daquelle
de
(1)
dem.
carabina,
HAYDN'S
á
entrada
— Dictionary
of Dates,
um
18S9, i b i -
A illusão
Americaná
91
porto, o p a t r ã o de u m barco de
pesca.
A s auctoridades exigiram a entrega do
criminoso.
poz-se;
O
ministro
houve
americano op-
m a n i f e s t a ç õ e s de
desa-
grado ao ministro, e tanto bastou para
que
os E s t a d o s - U n i d o s m a n d a s s e m
Nicarágua
giu
de
todas
uma
prejuízos
30.000
a
c o r v e t a Cyane,
que
a
exi-
as r e p a r a ç õ e s , o p a g a m e n t o
longa
lista
de
soffridos p o r
dollars
de
pretendidos
americanos
indemnisação
m i n i s t r o , pelas assuadas. Isto, sob
de bombardeio e m
e
ao
pena
vinte e quatro ho-
ras. A p o p u l a ç ã o , j u l g a n d o q u e o caso
se l i m i t a r i a a a l g u m a s b o m b a s
sadas
contra
a
pequena
arremes-
cidade,
que
a p e n a s c o n t a r i a u m a s q u i n h e n t a s casas,
retirou-se para o interior. O
dante do vaso de
muda
guerra
inglez
protestou solemnemente,
rando que só a fraqueza
o
comman-
impedia de oppôr-se
bombardeio. N o
dia
1
de
pela
Berdecla-
seu n a v i o
força
seguinte,
ao
depois
A Illusão
Americana
de atirar algumas bombas,
dante
operou u m
o
comman-
desembarque,
s u a s t r o p a s i n c e n d i a r a m t o d a s as
A
cidade ficou inteiramente
e
o prejuízo
causado
pela destruição
a
mais
de
Este
subiu
de
dollars
(1).
n ã o teve
outra
puni-
(1). C A L V O — Traité
VON
casas.
extrangeiros
ção a l é m do justo estigma da
de droit
as
destruida,
de mercadorias
2.000.000
crime
a
e
théorique
Historia.
et
pratique
international.
HOLST — Vol.
i v , pag.
11.
Na grande obra do sr. Calvo, a data do bombardeio é dada como 1834, e noutra sua obra,
como 1835. Erros de r e v i s ã o desta ordem' s ã o
numerosos nas preciosas e utilissimas compilaç õ e s do sr. Calvo. Por isso, é preciso u m certo
cuidado com as i n f o r m a ç õ e s que ellas nos fornecem, sendo sempre bom i r verificar as fontes
citadas, que, sendo numerosissimas, nem todas
puderam ser convenientemente resumidas pelo
auctor. A s s i m , o sr. Calvo n ã o fala do protesto,
i m p o r t a n t í s s i m o , aliás, do commandante do Bermuda, e é de extranhar que e p i s ó d i o s da import â n c i a das e x p e d i ç õ e s de W a l k e r n ã o sejam, siquer, tratados pelo escriptor argentino,
A Illusão
Quando
a
Americana
Inglaterra
93
começou
apoderar-se dos territórios que
Belize
e
das
ilhas
cercam
honduranas,
constituem hoje o Honduras
a
que
inglez, a
p o b r e R e p u b l i c a de H o n d u r a s e m v ã o
appellou para a protecção do
de
Washington,
allegando,
violência que lhe
de
era
governo
contra
a
feita, a d o u t r i n a
Monrõe.
Nesta questão da Centro-America,
l o n g e d e se o p p ô r á i n t e r v e n ç ã o
euro-
péa, o g o v e r n o americano solicitou a t é
a interferência da Inglaterra no
pto,
1850,
pelo
tratado
de
19
de
conhecido pelo n o m e de
Clayton-Bulwer.
Estados-Unidos
Por
assum-
abril
tratado
esse t r a t a d o ,
associaram-se
de
á
os
Mo-
narchia européa, para regularem a construcção e a neutralidade do projectado
canal de N i c a r á g u a .
u m a das
E , cousa
conseqüências
deste
notável,
tratado
f o i os E s t a d o s - U n i d o s r e c o n h e c e r e m solemnemente o d o m í n i o inglez no H o n -
A Illusão
94
duras, e m
detrimento
hespanholas
primeira
dous
nem
Americana
da
das
Republicas
Centro-America.
cláusula
governos
deste
Na
tratado,
concordavam
em
os
que
u m n e m o u t r o p o d e r i a m occupar,
fortificar,
exercer
qualquer
carágua,
quitos,
colonisar,
ou
assumir,
dominio
Costa Rica, Costa
ou qualquer
ou
sobre
N i -
dos
Mos-
parte da
America
Central.
E m
29 de j u n h o de 1850, o ministro
inglez e m W a s h i n g t o n , sir H e n r y L y t ton
Bulwer,
declarava que o
governo
i n g l e z e x c l u i a d a q u e l l a c l á u s u l a os estab e l e c i m e n t o s i n g l e z e s d e H o n d u r a s , e,
a 4 de julho,
o
secretario
de
Estado
a n n u i a , n u m a n o t a , a d m i t t i n d o q u e ficav a m f o r a d o t r a t a d o os
estabelecimen-
tos inglezes e m H o n d u r a s ( 1 ) .
Só em
em
1855, o ministro
Londres,
americano
Buchanan, solicitou
que
(1) H E R T S L E T - A complete coUection of trcaties etc. V o l . v i u , pag. 969, e v o l . x , pag. 645.
A Illusão
a
Inglaterra
Ruatan
e
Americana
abandonasse
outras,
de
que
se t i n h a a p o d e r a d o n a
duras,
95
a
ilha
de
esta
nação
costa de
Hon-
a s s i m c o m o o t e r r i t ó r i o e n t r e os
rios S i b u n e Sarstoon,
e q u e a posses-
s ã o i n g l e z a d e B e l i z e se l i m i t a s s e á p a r t e
dos tratadosanglo-hespanhoes de
1783
e 1786, e que a Inglaterra abandonasse
a Costa dos
Mosquitos.
Lord
Claren-
don, m i n i s t r o dos N e g ó c i o s E x t r a n g e i ros da Inglaterra, respondeu c o m
redonda negativa. E
uma
M o n r õ e ? (1)
(1) ELISÉE RÉCLUS — Geographie Universel,
tomo x v n , pag. 484, diz : « L a c ô t e d i t e de Mosquitia, ou des Mosquitos, f u t r e v i n d i q u é e par le
gouvernement anglais, et, si les É t a t s Unis n ' é taient intervenus, t o u t 1'espace compris entre la
r i v i è r e de N i c a r á g u a et la baie de Honduras serait
devenu t e r r i t o i r e britannique, comme l'est actuellement le pays de Belize. E n v e r t u de la doctrine
de M o n r õ e , 1'Amérique reste aux a m é r i c a i n s et
le l i t t o r a l de la mer des Caraibes est r e s t i t u é à
la Republique du N i c a r á g u a ».
Esta affirmação do illustre geographo é i n teiramente falsa. A i n t e r v e n ç ã o dos Estados-Unidos f o i seguida da negativa de L o r d Clarendon.
E m 1860, pelos tratados de 28 de janeiro e 11
9
A Illusão
6
Quando
com
sede
se
em
Americana
formou
na
França,
a
Europa,
mallograda
companhia do canal inter-oceanico, que
obteve
uma
colombiano,
concessão
o
governo
g t o n sahiu-se l o g o c o m
Monrõe,
céo.
O
Panamá
gton
fazendo
velho
do
um
Congresso
de
a
Washin-
d o u t r i n a de
terrível
escar-
Lesseps, p o r é m ,
f o i de
a New-York,
foi a
e, c o m o p o r e n c a n t o ,
p o s i ç ã o cessou p o r p a r t e da
Washin-
t o d a a opSecretaria
d'Estado. A n n o s depois, t u d o isto ficou
de fevereiro, assignados em Managua, a Republica
de N i c a r á g u a fez muitas c o n c e s s õ e s à Inglaterra
quanto ao transito do isthmo, esta garantiu a
neutralidade do isthmo e cedeu á Republica de
N i c a r á g u a o protectorado da Costa dos Mosquitos.
E m troca de c o n c e s s õ e s a n á l o g a s , feitas por
Honduras, a Inglaterra reconheceu, com varias
r e s t r i c ç õ e s , o d o m i n i o dessa Republica sobre as
ilhas do H o n d u r a s , pelo tratado de 28 de novembro de 1859.
Nos Estados-Unidos, esses tratados foram
considerados como victorias da diplomacia i n gleza e f o r a m m u i t o atacados, p r o v a de que não
f o r a m celebrados, g r a ç a s aos Estados-Unidos,
como diz o sr. R è c l u s ,
A Illusão
Americana
97
explicado, por occasião do celebre
cesso
as
do Panamá,
e
soube-se
influencias americanas,
os
pro-
porque
homens
do g o v e r n o de W a s h i n g t o n , deixaram
de
lado M o n r õ e e a sua doutrina. N o
processo
do P a n a m á ,
verificou-se
m i l h õ e s de francos
foram
mente gastos para
acalmar
que
mysteriosaescrúpulos
e para suavisar a doutrina de
Monrõe.
Eis
dos
qual
tem
tados-Unidos
sido
em
idéa
do
paiz
empregou
o
papel
relação á
Es-
grandiosa
canal inter-oceanico. Aquelle
toda
a
sua
influencia
para atrazar e e m b a r a ç a r p o r todas
f ô r m a s a grandiosa empresa,
dora de benefícios para a
e isto para
as
promette-
humanidade,
n ã o p r e j u d i c a r as
compa-
nhias dos caminhos de f e r r o trans-continentaes. E ' mais u m serviço que
lhe
devem a Colômbia, o Equador, o Peru,
a Bolívia
e
o Chile,
peridade tanto
paizes
necessita
do
cuja proscanal
Panamá.
7
do
98
A Illusão
Americana
Quando, em 1888, a esquadra italiana
ameaçou
os p o r t o s d a
Colômbia
e do Equador, exigindo violentamente
satisfacções e indemnisações, que
tecção
a
ás
suas
Republica
pro-
irmãs violentadas
deu
Norte-Americana?
Nenhuma.
*
*
Q u e r e m apresentar o governo
ricano
aos
amigo
das
brasileiros
nações
como o
deste
grande
continente,
c o m o o s e u p r o t e c t o r n a t o , e, n o
dessa
demonstração,
ha
ame-
jornaes
furor
bra-
sileiros, de t ã o a t r o p h i a d o patriotismo,
que chegam
que
debaixo
cano,
collocar o Brasil
do
fazendo
vassallo
E'
a
do
Rio
de
contra
esta
queremos
aos
nossos
sido
a
falsa
do
pundonor
reagir,
o
suzerano.
idéa, contra
este
nacional,
relembrando
compatriotas
política
ameri-
Janeiro
e de W a s h i n g t o n , o
esquecimento
que
protectorado
como
americana.
o
que
tem
A Illusão
Americana
P a r a o M é x i c o , ella
algoz
e
para
99
tem
a America
sido
um
Central,
um
inimigo.
Continuemos, agora, a
os
Estados-Unidos
outros
paizes,
Republica
paiz
texto
de
soffridos
sem
do
tanto
têm
á
a
qual
por
americanos,
r e v o l u ç õ e s haitianas.
pobre
aquelle
a
pre-
prejuizos
nas
Haiti
que
contra
atormentado,
indemnisação
por
feito
esquecer
Haiti,
tem
vêr o
muitas
e
S.
Do-
m i n g o s j á t ê m sido varias vezes a m e a çados
por navios de guerra
Americana, sempre
demnisações
da
a pretexto
reclamadas.
E
União
de
aquelles
p o b r e s paizes j u l g a v a m - s e isentos
tas
reclamações;
todos
vernos
tinham, de
mente,
expedido
de
antemão
lisavam
revoltas
como
no
que
pelos
seus
certo,
n ã o se
prejuizos
desgo-
cautelosa-
decretos,
causassem,
mar!
os
in-
dizendo
responsabique
tanto
as
em
suas
terra,
A Illusão
IOO
Não
no
Americana
é tão grande,
Brasil,
o
c o m o se
empenho
que
pensa
têm
os
Estados-Unidos em que a E u r o p a n ã o
possua
A
a
territórios
na
Dinamarca já
ilha
de
S.
acceitaram
America.
lhes
Thomaz;
a
idéa,
os
mas
No
recusaram.
minava
naquelle paiz u m a
terior
ás
invasões
Estados-
m o m e n t o , do-
do
do
ceder
habitantes
os
Unidos
retrahimento, reacção
quiz
politica
período
México
e
de
anda
A m e r i c a Central. O presidente
Grant
mostrou-se disposto
Cuba,
e
hoje,
que
preparam
para
fazer
os
com
adquirir
Estados-Unidos
uma
politica
vistas americanas
a
nova
exterior
se
esquadra
(i),
as
são para outro porto
(i) A construcçâo desta esquadra foi ensejo
para grandes e s c â n d a l o s a d m i n i s t r a t i v o s entre o
Ministério da Marinha e os constructores. Ficou
provado que os constructores e empregados superiores da marinha roubaram descaradamente
o Thesouro. Basta dizer que o governo pagou
como e n c o u r a ç a d o s navios que o n ã o s ã o .
A Illusão
das
do
Americana
Antilhas, para
Haiti,
o
posse
é
ricana
para
mente
a
porto
Molhe
exigida
do golpho
o
e
S.
para
magnífico
Nicolas,
pela
centro
lol
da
cuja
marinha
ame-
estação
naval
dominar completa-
passagem
dos
estreitos
tilhanos. O governo americano,
an-
nestes
ú l t i m o s t e m p o s , t e v e j á as
necessárias
complicações
desavenças
com
preparatórias
o
Haiti,
para
a
conquista,
que
em documentos officiaes j á u l t i m a m e n t e
tem
sido
aconselhada
e
reclamada.
D e v e m o s , a respeito de Cuba, m e n cionar
de
passagem
a
expedição
fracassou, e m R o u n d Island, e m
que
1849,
a que foi batida e m Cardenas, e m 1850,
e a d e 18 5 1 , c o m m a n d a d a p e l o c a u d i l h o
Lopez, que, batido, f o i executado,
com
cincoenta
(1).
Os
sonhado
dos
seus c o m p a n h e i r o s
patriotas
cubanos,
que
com a independência
da
têm
pe-
(1) Sobre esta e x p e d i ç ã o l e r : America
y
Espana, de D . J o s é Ferrer de Couto. Cadiz, 1859.
A Illusão
102
rola
das
Antilhas,
cipio, grandes
de
Americana
Monrõe.
dos-Unidos
puzeram,
esperanças
Julgaram
não
a
prin-
na doutrina
que
podiam
os
Esta-
deixar
os p r o t e g e r c o n t r a a m e t r ó p o l e .
poderia
que,
á
a
águia
sombra
sas,
continuasse
solo
americano
panhol?
americana
de
suas
uma
de
Como
consentir
azas
poderodo
livre
debaixo do jugo
hes-
New-York,
parte
p o r m u i t a s vezes,
tornou-se o quartel general dos conspiradores
cubanos.
A
legação
de
Hes-
panha, e m W a s h i n g t o n , diversas
protestou contra a
quebra
vezes
das leis da
neutralidade p o r parte d o g o v e r n o amer i c a n o , q u e d e i x o u se o r g a n i s a s s e m
dadeiras
expedições
o
governo
o
proceder
de
do
armadas
Cuba.
Qual
governo
principio,
gaste
navios,
compre
em
Lopez?
conspiração
New-York,
armas
sido
americano,
deixa que a
dinheiro
contra
tem
sem falar na celebre e x p e d i ç ã o
A
ver-
e,
á
frete
ultima
A Illusão
hora,
vira-se
americana
Americana
contra
põe-se
ella,
de
serviço
de
legação
hespanhola,
103
a
policia
accôrdo
vigilância,
mantido
e
os
Mais
de
chegaram
nos,
uma
a sahir de
aportaram
variavelmente
nhoes.
v e z , as
Os
a
batidas
patriotas
expedições
e
americaforam
pelos
in-
hespa-
cubanos,
injustamente, accusam
pa-
esperan-
portos
Cuba
o
pela
pobres
t r i o t a s s ã o b u r l a d o s e m suas
ças.
com
talvez
s e m p r e os seus
auxiliares, americanos m e r c e n á r i o s ,
traição. U m a
de
um
vez, a t r i p u l a ç ã o
navio, composta
nos, f o i i n e x o r a v e l m e n t e
Cuba,
e,
apesar
da
de
de
inteira
america-
fuzilada
emoção
que
em
este
facto p r o d u z i u nos Estados-Unidos,
g o v e r n o de W a s h i n g t o n n e m por
t o m o u a defesa da
dência
nado
nha
troco
cubana.
esta
a
Tem
da
indefinida
favores
de
isso
indepen-
sempre
causa, v e n d e n d o
posse
de
causa
o
abandoá
HespaCuba,
commerciaes,
a
isen-
Í04
À Illusão
ções
de
direitos
ricanos
etc.
Americana
para
etc.
requintado
O
frio
cortes
da
da
um
Republica,
Nova
construcção
tratado
de
um
Granada,
a
os
Es-
respeito
caminho
ferro no isthmo do P a n a m á ,
caminho
são,
negre-
(hoje C o l ô m b i a ) , concluiu com
tados-Unidos
o
européas.
ignora que a
chamada
e
não
exclusivo da
g a d a d i p l o m a c i a das
Ninguém
ame-
egoismo
machiavelismo
pois, o privilegio
então
productos
o
de ferro que m r . de
de
mesmo
Lesseps
comprou, depois, p o r vertiginosa quantidade de m i l h õ e s , p o r conta dos
pobres
accionistas da C o m p a n h i a do Canal.
Fez-se
o
caminho
de ferro, e
Pa-
n a m á tornou-se u m logar de u m transito
espantoso:
vinha
que
nada
da
iam
Califórnia
para
ficava
americanos
exerciam
transito
a
e
do
de
ouro
americanos
Califórnia. D o
em
alguns
Panamá,
ficavam,
diariamente
a
que
sua
mas
e
ouro
dos
estes
brutali-
A Illusão
Americana
d a d e c o n t r a os p o b r e s h a b i t a n t e s , desgraçados
a
No
south
succumbir
ao
d i a 15 d e
vocações
ciência
Os
fogo de
americans
contacto
abril
de
americanas
dos
destinados
do
yankee.
1 8 5 6 , as
pro-
cançaram
naturaes
de
a
pa-
Panamá.
americanos c o m e ç a r a m a fazer
r e v ó l v e r c o n t r a os p a s s a n t e s ,
estes r e a g i r a m a p e d r a , d e p o i s a
tiro.
N u m a palavra, houve u m tumulto enorm e e muitos m o r t o s de parte a
parte.
Resultado: intervenção americana, intimação para o governo do isthmo
ser
independente
en-
de
Bogotá
t r e g u e a o s yankees)
de
é,
e 400:000
dollars
indemnisação.
Quem, porém,
das
(isto
dos
devia
as v i -
neo-granadinos, tiradas
a m e r i c a n o s , e as
suas
das p o r estes ? V e i u
timatum,
pagar
casas
o
pelos
incendia-
costumado
e o governo de B o g o t á
uldeu-
se p o r m u i t o feliz, p o r t e r s o m e n t e
pagar a exorbitância que
lhe
era
de
exi-
A Illusão
io6
gida
pela
Americana
força
e
contra
todo
di-
reito ( i ) .
Os
Estados-Unidos
relações
com
ções
não
cios
para
A
bém
o
Peru,
trouxeram
esta
têm
e
muitas
estas
grandes
relabenefí-
Republica latina.
Republica do P e r ú soffreu tamviolências
Durante
americanas.
uma
das
muitas
revolu-
ç õ e s d a q u e l l e paiz, v á r i o s navios
ame-
ricanos,
Thom-
entre
pson
e
do
facto
ruanos
o
Georgiana,
dos
do
expressa
aproveitando-se
navios
estarem
entregaram-se
bando
o u t r o s o Lizzie
com
de
os
guerra
revoltosos,
activamente ao
guano,
contra
das leis peruanas.
pe-
contra-
disposição
Os
navios
de guerra revoltosos entregaram-se
ao
( i ) N U K V A G R A N A D A Y LOS E S T A D O S - U N I D O S
D E A M E R I C A — Final
contestacion
diplomática.
B o g o t á , 1857 — Manifesto
dirijido
á la nacion
por algunos represefitantes
sobre el convênio Herrau — Cass. B o g o t á , 185S.
A Illusão
Americana
107
governo, facto que deu m u i t o prestigio
ao
principio
da auctoridade
lidação
da
Republica
depois
disso
(1860),
inalterável
derio,
vios
o
serviço
sionou, como
governo
Peru,
que,
tem gosado
de
s a b e m o s . U m desses n a -
revoltosos,
ao
conso-
felicidade de riqueza e po-
como
voltou
no
e
Tuntbes,
logo
d a legalidade,
era direito
peruano,
os
e
dever
navios
que
aprido
contra-
bandistas. Q u e fez o g o v e r n o de W a s hington?
Reclamou,
insolentemente,
diplomáticas,
archivos
ção
havia,
ultimatum,
rompeu
andou
quanta
vez
as
tudo,
o pobre
de
nos
reclama-
lançou
Perú
mais
relações
procurando
espécie
juntou
e
cada
teve
um
de
pagar (1).
(1) O direito do P e r ú é demonstrado á saciedade na c o r r e s p o n d ê n c i a official trocada a esse
p r o p ó s i t o entre os governos de W a s h i n g t o n e de
L i m a . V i d e Question
between the United
States
and Peru. Diplomatic
correspondence.
L i m a , 1861.
A Illusão
Io8
A
historia
grande
Americana
do
período
Perú,
trágico
e
depois
do
heróico
da
conquista e depois de findo o
colonial,
é
bem
simples.
dominio
Tem
sido
setenta annos de d e s g r a ç a , que
formaram
a
mais
rica
trans-
possessão
da
c o r o a h e s p a n h o l a n u m dos paizes
mais
pobres
Qua-
e
infelizes
do
mundo.
torze lustros de r e g i m e n
Houve,
soria
que
porém,
um
período
prosperidade, e
então
dissesse :
O
alguém
Olhemos
republicano !
é
de
também
para
do
não
o
Perú
do
período
ouro
da
europeu;
!
enorme
o
Argentina
importação
período
no Brasil, f o i o da
finanças
corresfundação
republicanas, foi a
época
papel. N o Perú, a época pode
chamada
a
Durante
res
nos
g r a n d e p e r í o d o d a n e v r o s e e da
pondente,
das
illu-
extranhar
megalomania financeira na
foi o
de
de
do
guano.
centenares,
annos,
ser
segundo
sinão
milha-
os c á l c u l o s
do
A Illusão
Americana
109
s á b i o R a y m o n d i , os p e l i c a n o s d o
as
aves
praias,
d o s r o c h e d o s , as g a i v o t a s
r e v e s t i r a m as
nhascos,
ilhotes
uma
as
e
planuras
das
das
fraldas dos
pe-
e
dos
enseadas
encostas
fragosas,
de
g r a n d e e p r o f u n d a coberta de
de-
jecções, que constituíram uma
massa
tada,
ha
mar,
de
m a t é r i a alcalina e
com
uns
que
trinta
a
terras
exhaustas
lares.
Para
phospha-
industria
annos,
pelas
a
enorme
começou,
revigorar
culturas
secu-
os valles da V i r g í n i a ,
de-
pauperados pela exgottante cultura
tabaco, p a r a os c a m p o s
da
as
do
Inglaterra
e da Allemanha, foi levado, e m
gran-
des carregamentos, o a d u b o
salvador,
comprado
no
Isto
que
a
peso
devia
de
ser
a
ouro
riqueza
feliz n a ç ã o f o i u m a causa de
O
estéreo, que
as
terras
a
ía ao
todo. O guano
do
longe
governo
da
in-
desgraça.
estéreis, serviu para
putrefacção
Perú.
e
foi declarado
fertilisar
activar
do
paiz
proprie-
A Illusão
IIO
clade
nacional
objecto
de
governo,
seus
cebia
grandes
troca
forma
nesse
se
ou
e
caso,
em
extracção
feitas a
eram, em
a m i g o s dos
sócios.
O
re-
homens
todo
Thesouro
re-
proventos do guano, já
concessões,
já
sob
direitos de exportação.
tempo
era
parti-
tornavam-se, em
das
de
sua
particulares
parentes
do
a
concessões
culares. O s
gra,
e
Americana
que
o
governo
a
Foi
peruano
v i u preza de u m b e m singular mo-
tivo
de
inquietação, ou de
susto,
que
p a r e c e ser p r ó p r i o dos estadistas financeiros
em
v é s p e r a s de grandes
tres. T a m b é m n o P e r ú
na
imprensa, no
se
perguntava,
Congresso,
versas particulares: que
dia, c o m
tempo
auroras.
consal-
insensata!
u m conto oriental—do homem
a q u e m o destino
no
em
fazer dos
dos do Thesouro? Pergunta
Ha
desas-
a
deu
condição
u m milhão
de gastal-o
comprehendido
entre
por
todo
duas
A Illusão
A
falta
condição
do
era
a
zeres, gosos,
bastou,
o
tempo
veiu
e
do
homem
esvasiar
que
cumprimento
morte
alvorecia
diário.
para
achar
últimos
aurora
Anjo
da
te
de
novo
fim. La-
seu
annun-
N ã o consegui
respondeu-lhe:
—
E'
Anjo
da
que
tu
único meio que
isso! —
já
o
o
para
ouro
e
E
do
de
dia. A p -
milhão!
esqueceste
via
meio
Morte
mentou-se o h o m e m : —
Morte
um
saccos
do
desgraçado
meu
imaginação
cheios, q u a n d o
ciou
o
pouco
a
o
gastar
E m
con-
trabalhava
pareceu
ao
Pra-
exgottamento,
estavam
a
do infeliz.
a fadiga, o
os
ainda
desta
p r i m e i r o s dias, para
milhão
debalde
I I I
prodigalidades, tudo isto
nos
sumir
Americana
Qual ? —
ha-
Fazer
o
bem!
Ora,
os
paizes
superabundancia
um
meio
de
victimados
pela
dinheiro só
têm
d e escapar a esse m a l , a l i á s
singularissimo.
E ' fazer
o
bem. E
ha
A Illusão
112
tantos
modos
Americana
de
um
governo
bemfazejo! N ã o falamos de
públicos, de grandes
vas, de d i n h e i r o
soccorros
esmolas
distribuído
collectipelos po-
bres, o u pelos soldados, signaes
estes
do
esphacelamento
do
ciáveis.
dos
A
sciencia
mais
que
do
serviços
pagar
tado
si
vem
que
politica
o
tem
imposto,
necessário
sendo
para
ha
a
os
fazer é
E s t a d o , si o Es-
dividas.
as n ã o t e m ,
razão,
nesto a
dinheiro
dividas do
não convém
quer
do
insa-
caminhou
Hoje, o
públicos, o que
as
tyrannias
pretorianismos
desde a a n t i g ü i d a d e .
publico,
certos
caracter
nacional, factos p r ó p r i o s das
expirantes,
ser
Si
liquidal-as
n ã o ha
n ã o ser
por
ou
qual-
o u t r o alvitre ho-
a diminuição
dos i m -
postos.
Os Estados-Unidos, ha b e m
tempo,
uma
tinham
grande
u m saldo
reserva
pouco
embaraçoso,
metallica,
m u i t o deu que falar. P o r alguns
que
annos
A Illusão
Americana
H3
prevaleceu, a t é certo p o n t o , nesse particular, a politica honesta
applicar
esse saldo á
e sensata, de
amortisação
da
divida. O s proteccionistas n ã o q u e r i a m
consentir
de
na
d i m i n u i ç ã o dos
entrada,
que
avolumavam
o
eram
os
impostos
que
mais
saldo. A tentativa era,
p o r é m , muito grande e muito pequenos
e r a m os e s c r ú p u l o s dos
políticos.
E m
p e n s õ e s escandalosas, e m s u b s í d i o s i n justificáveis,
foi malbaratado
Appareceu o
déficit
no
o
saldo.
orçamento.
O
T h e s o u r o , p a r a f a v o r e c e r os r i c o s p r o prietários
mittir
per-
da prata, foi
transformando u m metal
desvalorisado
em
livre
continuou a
cunhagem
numa
a
das minas,
moeda
virtude da
ham — que
emigrar
a
a
também
depreciada
celebre
moeda
moeda
lei
de
Gres-
depreciada
de
emigrou para a Europa,
faz
v a l o r — o ouro
e o paiz
cahiu na p a v o r o s a crise e c o n ô m i c a
que hoje
e,
se d e b a t e , s o b r e n a d a n d o
todo
em
no
A Illusão
ii4
naufrágio
Americana
os g r a n d e s capitalistas e
os
homens do m o n o p ó l i o , sendo, p o r é m , a
classe p o b r e , os o p e r á r i o s , m e r g u l h a d a
na miséria a mais negra.
O
Perú,
dizíamos,
achou-se
sérias dimculdades deante de
nheiro. N ã o lhe
veiu
á
em
tanto di-
mente
a
idéa
de fazer o b e m , que seria, n o seu
caso,
o p a g a m e n t o das dividas nacionaes, ou
a
diminuição
época,
o
teriores
ções
dos
impostos.
ministro
das
Relações
peruanas,
paizes
tadas,
ordenando-lhes
onde
se
do Perú
luminares
da
para
a
que,
economistas
achassem
lhes expuzessem
nanceira
niões
Ex-
m a n d o u u m a circular á s lega-
c o n v o c a n d o os p r i n c i p a e s
dos
P o r essa
acredi-
situação f i -
e pedissem
áquelles
sciencia conselho e opi-
tão
grave
caso. O
Perú
s o f f r i a , o P e r ú í a m o r r e r , t a l v e z , e, d e s esperado,
r e c o r r i a á sciencia,
tando-lhe
quaes
os
pergun-
remédios
seu m a l , para a t e r r í v e l d o e n ç a :
para
o
a pie-
A Illusão Americana
115
t h o r a d o d i n h e i r o . V a r i a r a m , t a l v e z , os
alvitres,
mas
a
doença
desappareceu
p o r si, a n t e s d e ser a p p l i c a d o a o
mo
o
receituario da
douta
enfer-
faculdade.
D o u s generaes de b ô a vontade, os
neraes Pardo
ge*
e Prado, secundados por
outros collegas, p o r m u i t o s c o r o n é i s
por u m exercito todo mettido a
co, a c a b a r a m
deixou
de
ser
c o m os saldos,
excepção
na
e o
e
polítiPerú
America
hespanhola: ficou t ã o fallido como qualquer outra Republica, dando-se a integralisação
na
quebradeira
hispano-
americana.
Nessa
época
de
desmoralisações
administrativas, que chegam
até
á le-
genda, f o ig r a n d e no P e r ú a maléfica i n fluencia dos Estados-Unidos. Os
aven-
tureiros
Lima.
Como
eram
no
americanos
México,
enchiam
esses a v e n t u r e i r o s
apresentados pela legação
ame-
ricana, p o r ella patrocinados, e o posto
de
ministro americano
no Perú
tor-
A Illusão
n6
nou-se
muito
quando,
lucrativo.
lá i a m boas
demnisações
rios
pelo
de
e
D e
que
algumas
em in-
ou de qualquer
se
pretendiam
não
aparas
se
outra
lesados
movimentos
d ã o sem
nas
mãos
deixar
da
diplo-
macia de W a s h i n g t o n . Falava-se
bém,
á s vezes,
rõe, o
e m doutrina
que n ã o impediu a
de aggredir
bardear
o
em
concessioná-
g o v e r n o . O r a , esses
capitães
vez
sommas
a yankees,
de guano,
cousa,
Americana
Perú
e
o
Valparaiso, sem
de
tamMon-
Hespanha
Chile,
bom-
que dos Es-
t a d o s - U n i d o s partisse u m a v o z , siquer,
em
f a v o r dos paizes
lência
daquella
victimas
da vio-
n a ç ã o e u r o p é a . A esse
p r o p ó s i t o , escrevia
u m
illustre argen-
tino :
« A
doutrina
vém
á
mais
curioso,
deio
de Valparaiso.
americana
America
de Monrõe
do
Sul,
que citei,
dos
A
mares
não
con-
e o
exemplo
é o desse
bombar-
esquadra
norte-
do
sul
assisfai
A Illusão
impassível
ao bombardeio
porque,
em virtude
rõe,
as potências
das
de
Em
virtude
toda
quadra
mas,
para
ça e da
e essas
tal
doutrina,
utilidade
Monrõe
para
aquella
ao
bombardeio;
a
preda
Fran-
presentes
no
porto,
em
abstiveram-se,
este
pôde
es-
esquadras
ainda
Por
America.
eficazmente,
das
esquadras,
Monexcluí-
na
oppôr-se
oppôr
de
ficam
doutrina,
Inglaterra
bombardeio.
que
dessa
do apoio
Valparaiso,
da doutrina
intervenção
se
117
de
européas
deveria
cisaria
Americana
e deu-se
exemplo
ser
America
virtude
a
vê-se
doutrina
do
Sul»
da
o
de
de
(1).
( i j A L B E R D I , t r a d u c ç ã o de T h . Mannequin,
Paris, 1866: Antagonisme
et solidariété
des Eiats
orientaux
et des Étals occidentaux
de
PAmérique
du Sud, pag. 155.
Emquanto os Estados-Unidos mostravam esta
indifferença deante do assalto da Hespanha á s Republicas do Pacifico, o Brasil monarchico, embora
a b r a ç o s com as difficuldades da guerra do Paraguay, respondia ao appello do Chile pela seguinte f ô r m a :
« Correspondendo ao honroso appello do governo chileno, o governo de Sua Majestade o
A Illusão
Ii8
Voltemos,
O
guano
Americana
porém,
ao
Perú.
foi diminuindo pouco
a
pouco.
O
do
governo
trabalho
guaneiras
a
dos
do
Perú
chins,
de
fazendas
escravos
umas
casas
de
galés
americanas,
nas
e,
na
nas e s t â n c i a s
assucar.
amarellos
mão
reduzidos
verdadeiros
realidade, escravisados
nas
lançou
e
Esse trafico
era
feito
e quasi
por
sem-
pre sob a bandeira estrellada, que protegia a escravidão asiática, j á no
Perú,
Imperador auctorisa o abaixo-assignado a assegurar a v . exc. que, de perfeito a c c ô r d o com as
c o n s i d e r a ç õ e s exaradas por v. e x c , o governo
imperial n ã o vacillará em prestar, com o maior
prazer, o concurso de seus bons officios e de
seu apoio moral para que n ã o p r e v a l e ç a m p r i n c í p i o s que offendam a autonomia e os legitimos
interesses dos Estados do continente sul-americano. »
Estas palavras s ã o de uma nota d i r i g i d a , em
7 de j u n h o de 1864, a D . Manuel A . Toccornal,
m i n i s t r o das R e l a ç õ e s Exteriores do Chile, pelo
conselheiro J o ã o Pedro Dias V i e i r a , m i n i s t r o dos
N e g ó c i o s Extrangeiros do I m p é r i o .
A Illusão
já em Cuba. O
desgraçados
Americana
p o r t o de sahida
era
Macau.
portuguez começou a
com
o
escândalo,
Eça
de
Queiroz,
em
Havana,
119
e
O
se
o
desses
governo
impressionar
relatório
cônsul
apresentou
que
de
Portugal
ao
governo,
d e m o n s t r a n d o as m o n s t r u o s i d a d e s c o m m e t t i d a s c o n t r a os chins, apressou, talvez, o f e c h a m e n t o d o p o r t o d e M a c a u á
e m i g r a ç ã o chineza. H o u v e
estabelecidos
no
Perú
e
americanos
ligados
a g r i c u l t o r e s p e r u a n o s q u e se
ram
com a suppressão
aos
enfurece-
do trafico
ama-
r e l l o , e f o i e n t ã o q u e se o r g a n i s o u u m a
das m a i s h e d i o n d a s
taria
um
de
que
grande
fóra
e
empresas de pira-
ha noticia. F o i
navio,
que
armado
sahiu mar
demandou o pequeno grupo
ilhas p e r d i d o
no
oceano
em
de
Pacifico, co-
nhecido pelo n o m e de Ilha da Paschoa,
e
que
hoje
Essas
nhos
foi annexado
ilhas,
celebres
monumentos
pelo
Chile.
pelos
extra-
graniticos
que
lá
A Illusão
120
Americana
deixou uma raça
desapparecida,
vultos
de
colossaes
plantados
por
uma
pedra
nas encostas das
civilisação
pelos
esculpida
montanhas
ignota, eram
po-
voadas de polynesios, r a ç a suave e inoffensiva, de u m a innocencia paradisíaca,
que
o
mem
Os
contagio
civilisado
flibusteiros
exterminador
ainda
não
do
victimara.
desembarcaram
na
ilha,
m a t a r a m as c r e a n ç a s , os v e l h o s e
todas
as m u l h e r e s ,
e
ho-
quasi
acorrentaram
e
a l g e m a r a m os h o m e n s v a l i d o s , que, atirados
ao
porão
zidos
para
o
do
Perú
navio, foram
como
Q u a n d o a noticia deste
tado
echoou
na
escravos.
horrível
Europa,
tra-
o
atten-
governo
inglez commoveu-se
e o r d e n o u ao m i -
nistro de Inglaterra
em
L i m a que in-
formasse sobre o assumpto.
Verificada
a exactidão da noticia, o g o v e r n o inglez
e x i g i u i n e x o r a v e l m e n t e q u e os infelizes
escravisados lhe fossem entregues pelos
cidadãos republicanos da America.
A Illusão
Americana
121
Recolhidos a b o r d o de u m n a v i o de
guerra
i n g l e z , os d e s g r a ç a d o s , q u e
ti-
n h a m escapado á ferocidade americana,
f o r a m restituidos á s suas ilhas, d e v e n d o
sua
salvação
ao
espirito
Inglaterra, á s sociedades
compostas de burguezes,
religiosas e de
curas
n a q u e l l e paiz, q u e
e
livre
do
é
mundo,
christão
humanitárias
de
de
mulheres
aldeia,
o mais
têm
da
que
poderoso
bastante
in-
fluencia para m o v e r a imprensa, a opinião
e
o
míseros
governo
selvagens,
lhares de
Era
em
léguas
favor
perseguidos
de
o
a mi-
esta, e o r i g i n a v a factos desta
Perú, quando
e financeira
houve a guerra
com
C h i l e . D e p o i s da u t i l i s a ç ã o das
gua-
neiras, que
no
uns
distancia.
ordem, a s i t u a ç ã o politica
do
de
estavam
extremo
boliviana,
começaram
mados
sul
do
quasi
paiz
exgottadas,
e
descobriram-se,
a
campos
ser
de
na
ou,
utilisados
nitrato
costa
antes,
os
de
chasoda,
A Illusão
122
isto
é,
grandes
Americana
e
espessas
camadas
dessa substancia, p r o v i n d a s , parece, de
feldspathos
decompostos
das
águas thermaes e
nos
areaes
Esses
do
nitratos
acção
sepultados hoje
deserto
são,
pela
de
Atacama.
como
o
guano,
a d u b o s d e g r a n d e v a l o r p a r a as
Assim,
aquella
aridez,
começou
tantes
não
a
a
dar
a
gias dos chilenos.
peruanos
e
as
A
e
a
absoluta
terras
ella
Affluiram a
capitães
fatal a
de
fertilidade que
tinha.
grandes
região,
terras.
dis-
mesma
Atacama
grandes
os
ener-
concorrência
foi
bolivianos.
O
C h i l e f o i l o g o s e n h o r d a i n d u s t r i a dos
nitratos.
Começaram
as
auctoridades
b o l i v i a n a s a v e x a r , p o r t o d a s as f o r m a s
fiscaes
D
e
administrativas, os
aqui, incidentes
flictos,
questões
Nessa guerra
o pequeno
chilenos.
diplomáticos,
e, p o r f i m , a
havia:
exercito
de
con-
guerra.
um
lado,
chileno, triplicado
pelo numero de voluntários; do outro,
A Illusão
Americana
123
dous exércitos desmoralisados por
gos
annos
de
intervenções
tica, desorganisados
mentos,
desprestigiados
ternisações,
e
pelas
aviltados
se
da
vida
mette
na
pelas
de
poli-
pronuncia-
pelas
falsidades, que
commum
que
pelos
lon-
confratraições
são
a
todo
sorte
exercito
e m politica. A
victoria,
á r d u a , g l o r i o s a nas suas d i f f i c u l d a d e s ,
terrivel
nos
energia
da
guerra
seus
effeitos, coroou
administração
e s t a v a a f i n d a r , q u a n d o se
a celebre i n t e r v e n ç ã o
episódio
curiosissimo
America
do
O
era
o
e
legitimo
cândalos
dos
da
historia
representante
casas
exploração
mil negócios
que, á
o
Perú. A
dos i n americanos
do
guano
sombra
diplomacia norte-americana,
arruinado
da
Hurlbuth
políticos peruanos
da
deu
norte-americana,
americano
f u n d i d o s das
dos
A
Sul.
ministro
teresses
nas
chilena.
a
ese
da
tinham já
victoria
chilena
124
A Illusão
Americana
era a d e s o r g a n i s a ç ã o de
toda
aquella
f e d e r a ç ã o de interesses e de c o r r u p ç ã o .
Era
presidente
general
ou
dos Estados-Unidos o
Garfield e chefe do
s e c r e t a r i o d e E s t a d o , o f a m o s o Ja-
mes
C.
Blaine.
Singular e extranha
era
personalidade
a
deste
quasi
grande
Havia
nelle
como
que
alento
da
do
sopro
independência
e
da
estadistas
Elle
uma
espécie
era
tempos
incompleto, era
in-
americanos.
de
Clay, de W e b s t e r , o u
mas
dos
ultimo
grandeza
dos
era
homem!
um
heróico
tellectual
de
gabinete,
Hamilton,
de
Seward,
desegual
desequilibrado. Faltava-lhe a
e
grandeza
m o r a l daquelles vultos, ou, talvez, simplesmente,
a sua e s t r e l l a . N a
na
vastidão
de
um
seus
hesitações
recursos
seus
arrojo quasi
c u ç ã o , os
suas
dos
meios
eram
audácia,
projectos,
genial.
eram
Na
era
exe-
f r a c o s , as
longas, os
p a r e c i a m poucos, os
seus
seus a l -
A Illusão
Americana
125
l i a d o s e r a m i g n ó b e i s , seus m o t i v o s d i r se-iam p e s s ô a e s e
immoraes;
e
a
a
mesquinhos,
sua politica era
mise-en-scène,
culosa,
nunca
embora
lhe
deu,
aos
talvez
tortuosa
espectaolhos
de
seus c o m p a t r i o t a s , s i n ã o esse p r e s t i g i o
incompleto,
dar-lhe
tos,
a
que
audácia
sem,
dos
comtudo,
successo.
A
razão
quem
sabe
si
rença
que
ha
grandes
sempre
de
distas
entre
paes
fundadores
ral,
da
isto
a
o
era
diffe-
tempo
dos
B l a i n e suc-
degenerescencia
dos
velhos
esta-
do
pátria
americana,
os
Constituição, viveram
histórico
tempos
abnegação.
na
da
período
em
pério
o
a quem
tradição
intui-
americanos.
Os
num
tudo
simplesmente
homens,
antiga
grandes
para
garantir-lhes
cedeu na politica, e a
da
bastou
de
Blaine
de pureza
patriotismo e
floresceu
industrialismo e
e x p a n s ã o de t o d o s os
da
no
mode
im-
finança,
despotismos
A Illusão
126
do
monopólio
e
Americana
de
todas
as
cor-
rupções da plutocracia. N ã o é u m a
sim-
ples banalidade a v e l h a p r o p o s i ç ã o
Montesquieu —
precisam
ter
d e q u e as
de
Republicas
como fundamento a vir-
tude. Esse foi o fundamento da
Repu-
blica N o r t e - A m e r i c a n a . S e r á inviável e
u m a fonte perenne de males
outra
Republica que
berço banhado
tude
civica.
qualquer
n ã o tiver
na atmosphera
A s sociedades
o
seu
da
vir-
politicas e
as f ô r m a s d o g o v e r n o p r e c i s a m
puras, para ter vida l o n g a e
nascer
prospera.
Os organismos politicos s ã o como
organismos animaes e vegetaes:
os
quan-
t o m a i s p e r f e i t o s n a s c e m e q u a n t o mais
robusta é a sua infância, mais
apresentam
de
garantias
duração.
N u n c a se v i u u m a R e p u b l i c a
nas-
cer d i s f o r m e para a vida da
violência,
do
corrupção
crime, da
e
do
á
virtude, á
discórdia,
erro, para d'ahi
paz
e
á
da
se a d e a n t a r a t é
verdade.
A Illusão
Imaginará
Americana
alguém,
127
porventura,
Republica R o m a n a nascendo com
e
Catilina
e
acabando em
a
Sylla
Fabricio
e
Cincinnato?
A crença universal sempre attribuiu
á
humanidade em
a frescura de
A
apparecimento
t o d a s as f o r ç a s v i v a s .
p o d r i d ã o é p r ó p r i a dos
e n ã o dos
de u m a
cia
seu
berços. O
existência
não
tiver
Querer
que
esperar
cuja infân-
innocente?
justificar
crime, quando
ha a
humana
sido
túmulos
a
corrupção
apparecem,
por
e
o
assim
dizer, identificados e
consubstanciados
com
que
uma
zendo
Republica
que
tudo
isto
é
começa,
próprio
instituições novas, é falsear a
histórica. N ã o , o nascer
cas,
da
si
do
for
de
myrrha
seu
das
rodeado
a b n e g a ç ã o , si n ã o
roda
a
não
berço
o
não
das
verdade
Republi-
do
perfume
fumegarem
incenso
incorruptível do
patriotismo,
di-
em
puro
e
sacrifício
e
promette
e
não
A Illusão
128
dará
nunca
no
Americana
futuro sinão
crimes
e
desgraças.
A
teve
Republica Norte-Americana não
a
sua
infância
r u p ç ã o , n e m a sua
eivada
pela
p u e r i c i a se
cor-
passou
nos j o g o s s a n g r e n t o s das g u e r r a s civis.
E r a ella j á quasi secular, q u a n d o
solo
foi fratricidamente
o
seu
regado
pelo
s a n g u e de seus f i l h o s ; e os v i c i o s cont r a os q u a e s
l u c t a m h o j e os
as f a l t a s q u e l h e a p o n t a m
res, s ã o v i c i o s d e
q u e se n ã o p o d e m
plo
das
os
pensado-
hoje, faltas
actuaes,
justificar no
dos antepassados. A
toria
patriotas,
lição
d a i n d e p e n d ê n c i a e os
exemda
his-
exemplos
g e r a ç õ e s extinctas s ã o espelho
de
virtude.
Blaine foi e tinha
dista
de
sua
simo,
íinura.
o
o
seu
Foi
ser
o
esta-
época.
D e bella presença,
insinuante,
que
seu
a
sua
olhar
era
sorriso
chamado
era
o
voz
era
agudis-
cheio
homem
de
ma-
A Illusão
gnetico. E r a u m
escriptor
era
de
vasta
por
tulações
tudo.
grande
de
palácio
bello
jectos
dos
co-
mas o seu
ta-
Fez-se
grande
adversários
com
vastos
de
estatuas,
arte
capi-
os
inte-
salões,
e
de
medalhas,
sua
contra-
l u x o de sua vida,
de
e
attri-
de
sabida era u m pouco
o
os
politica
financeiros, e a
o
com
da
resto
consciência
dictoria c o m
seu
illustração
numero
resses d e g r a n d e s
pobreza
orador e u m
sua
humanos,
si. Seus
buiam-lhe
129
assumptos
suppria
subiu
A
deficiente no
nhecimentos
lento
grande
raça.
em
nacional,
Americana
com
Washington,
cheios
de
retratos,
quadros,
e m i l outras r e c o r d a ç õ e s de
ob-
bustos,
gravuras
Napoleão,
heroe da especial a d m i r a ç ã o de Blaine.
O
estadista
tinha
idéas
dominadoras e o temperamento
cesa-
riano.
de
De
Blaine,
naparte
republicano
todas
o
as
olhar
paredes
da
p r o f u n d o de
casa
Bo-
cravava-se nos visitantes. N a 9
A Illusão
poleão
Americana
n ã o terminara
a
Europa, e nos abysmos
conquista da
dos seus
pen-
samentos estava a a m b i ç ã o de dominar
o
Oriente
politica
e
a
Asia.
Blaine
via
mais do que a arte de
na
ganhar
e l e i ç õ e s ; o seu talento de orador pedia
talvez u m theatro egual ao e m q u e rep r e s e n t a m os G l a d s t o n e e os S a l i s b u r y .
Debaixo
a
das
ogivas de
palavra da eloqüência
da
sorte
do
systema
Westminster,
pode
de u m povo. Nas
presidencial, o
decidir
estreitezas
presidente
p o d e ser u m incapaz, u m incompetente
teimoso,
contra
o
armado
qual
de
s ã o inúteis
esforços
do
afogado
naquelle
imaginação
exterior.
por
talento.
Nesta,
nação americana
poder,
todos
Blaine
para
elle
do
foi o
espirito
sobre
Imaginava a
todo
águia
os
sentia-se
meio, e toda
volvia-se
excellencia
nente.
immenso
a
a
sua
politica
lisonjeiro
da
domi-
o
conti-
americana
p a i r a n d o , d e p o l o a p o l o , c o m as azas
A Illusão
poderosas
bolica
Americana
expandidas.
elle
não
fracos c o m
a
a sua
via
A
I3i
águia
sym-
protegendo
sombra, como
dita a ingenuidade de alguns
acre-
sul-ame-
ricanos. Q u e r i a que ella dominasse,
o
seu
olhar
geladas
do
perscrutasse
p o l o , os
as
valles
d o s A n d e s , as p l a n u r a s d o
que
solidões
profundos
Amazonas,
a v a s t i d ã o dos pampas e o infinito
mares.
Elle queria que
os
o bico
dos
adunco
daquelle p á s s a r o a p o c a l y p t i c o rasgasse
os i n i m i g o s e q u e suas g a r r a s colossaes
se a p o d e r a s s e m
de
todo o
continente
de C o l o m b o . Blaine, n o poder, era
ameaça
para
Quando
guerra
tario
do
de
occasião
toda a America.
chegava
ao
O
vesse
termo
Pacifico, Blaine era
imperial
dos
presidente
sido
chamou
a
secreuma
tentar fazer prevalecer
politica que elle m e s m o
litica
seu
Garfield, e Blaine teve
de
uma
a
a po-
Estados-Unidos.
Hayes,
derrotado
embora
pelos
ti-
eleitores,
A Illusão
132
acabava
de
Americana
exercer
usurpado, occupando
o
seu
mandato
i l l e g a l m e n t e a ca-
deira de presidente, e m que o collocara
um
voto fraudulento do Supremo
Tri-
bunal, e n c a r r e g a d o da a p u r a ç ã o eleitoral.
o
O
p a t r i o t i s m o de seu
presidente
deixar
o
a
abrir
com
ma-
conflicto,
que
paiz
confiou a
deste
entre
suprema
o
internacional
attenção
lucta
um
preferiu
a
uma
civil. O general Garfield,
eleito,
politica
na
certeza,
nova guerra
apenas
Tilden,
usurpador
gistratura
levaria,
eleito,
competidor,
a
direcção
Blaine,
volveu-se
o
Chile, o
da
e
a
logo para a
Perú
e
a
Bo-
lívia.
A
em
suas
primeira
vésperas
árduas
de
destas
nações
colher
victorias,
o
estava
fructo
impondo
de
aos
vencidos
u m a paz g a r a n t i d o r a
dos in-
teresses,
da
da
gurança
do Chile,
futuro.
tranquillidade
Começaram
no
e
presente
a
se
e
agitar
seno
no
A Illusão
Americana
Perú e em New-York
os
133
interessados
americanos, sócios de peruanos e bolivianos nas c o n c e s s õ e s
d e o-uanos e
e x t r a c ç ã o dos nitratos. A
da victoria
do
consagração
chilena era o
fim
Perú
privi-
tão úteis
aos
financeira
do
americanos na desordem
e da Bolivia. O ministro america-
no H u r l b u t h ,
em
gas, g e n e r a e s
Kilpatrick,
Lima,
os
Adams,
seus
em
La
Era
precisa
uma
v e n ç ã o dos Estados-Unidos
vencidos,
beneficio
contra
directo
americanos
Já
collePaz,
em Santiago, entraram
combinação.
dos
definitivo
r e g i m e n das c o n c e s s õ e s , dos
l é g i o s e dos m i l abusos,
na
e
dos
seus
dissemos
o
em
Chile,
e
na
interfavor
e
em
especuladores
sócios.
que, p o r occasião
da
g u e r r a d o P a r a g u a y , os m i n i s t r o s a m e ricanos
Washburn
Mahon
se
cerrimos
e
constituíram
de
general
Mac-
defensores
Lopez, foram
seus
a-
com-
m e n s a e s , t e s t e m u n h a s , e, p e l o s i l e n c i o ,
A Illusão
134
cúmplices
des.
de
suas
horriveis
atrocida-
I l l u d i d o pelas n o t i c i a s d e seus d i -
plomatas,
o
considerou
como
baro
o
Americafta
a
governo
Lopez,
victima
de
Washington
por muito
sympathica
tempo,
do
exercito alliado. F o i preciso
bárque
illustre coronel v o n Versen, que ha
pouco
morreu
lemão
e
ajudante
perador
do exercito al-
de
ordens
do im-
G u i l h e r m e I I , f o i preciso
este e u r o p e u ,
Lopez
general
que
tyrannia,
um
dos prisioneiros de
mais
fosse
soffreram
libertado,
Lomas
Valentinas,
Caxias
e,
indo
escrevesse
a
que
pelo
aos
de
sua
depois
de
marquez
de
Estados-Unidos,
verdade
sobre
Lopez,
para desfazer-se no espirito do governo
de
Washington
contra
dade
O
o
Brasil
das
governo
termos
de
a
indisposição
tinha
creado
informações
americano
mandar
America do Sul para
a
que
falsi-
diplomáticas.
esteve
uma
até em
esquadra
proteger
á
Lopez.
Á illusão
Em
Americana
relação
mesma
cousa.
ao
O
victorias. A s
americanos
ram
depressa
venção, de
o resultado
no
no
disposto
deu-se
de
minis-
Pacifico
medra-
de
politica
Blaine,
de
inter-
a r r o g â n c i a e d e quasi des-
potismo, e m r e l a ç ã o aos o u t r o s
da
America.
guano
e
grandes
suas
dos
animo
á
a
americano
informações
tros
sempre
Chile,
governo
quiz arrancar-lhe
135
Os
dos
paizes
especuladores
do
nitratos lhe falaram
de
lucros para o c o m m e r c i o ame-
ricano
e, e n t r e
ricana
e
os
a
administração
especuladores,
ame-
houve
ac-
côrdos, combinações e arranjos
muito
suspeitos.
disto
tudo,
para o Chile,
como
Blaine
E m
resultado
despachou
medianeiro
de
paz, m r . T r e s c o t t ,
que
l e v a v a c o m o seu secretario m r . W a l k e r
Blaine, filho do
O
são
enviado
extraordinário,
especial,
proteger
a
secretario
levava
todo
de
Estado.
em
instrucções
transe
os
misde
interesses
A Illusão
dos
homens
dos
tratos
e
meios
suasorios
tinados
ordem
a
timatum
de
Americana
guanos
para,
e
certo
lívia.
exgottados
apressar
a
des-
paz, dar u m
prazo,
a
retirada
Era
tiago,
de
do território do P e r ú
a
mais
brutal
ul-
das
tinha-se
ministro
contra
o
suas
e da Bo-
intervenção,
prepotencias.
M r . Trescott, em L i m a
e em
San-
posto de a c c ô r d o
com
de
França,
Chile
devia
e
sua
ser
acção
conjunta
a da diplomacia franceza. E r a i n -
teressada
uma
de
os
e de conciliação,
a mais injustificável
com
ni-
ao Chile, i m p o n d o - l h e , dentro
tropas
o
dos
nesta
grande
Paris,
questão
casa
de
judia,
quem
então
presidente
ceza,
que
nesse
tempo,
chamavam
tegro
Grévy,
alguns
processo
os
em
da
fora
Dreyfus,
advogado
o
Fran-
republicanos,
o
in-
annos antes
do
ficou
o seu g e n r o W i l s o n
os
guanos
Republica
jornaes
que
dos
ainda
provado
tinha,
no
que
palácio
À Illusão
do
presidente,
venda
de
Americana
agencia
empregos e
137
montada
condecorações.
O n d e estavas, ó d o u t r i n a de
rõe?
A s duas
mundo
forço
grandes
achavam-se
reunidas n u m
c o m m u m , e m r a z ã o dos
dos-Unidos, que são contra a
européa
em negócios
associaram-se
contra
a
Mon-
Republicas
uma
do
es-
interes-
ses p e s s ô a e s d e s e u s c h e f e s . O s
cia
de
Esta-
ingerên-
americanos,
nação
européa,
u m a nobre R e p u b l i c a sul-ame-
ricana,
numa
empresa
de
verdadeira
extorção.
Neste
caminho
ao
lado
pelo
dos
ínterim,
de
de
numa
ferro,
em
estação
Washington,
Blaine, cahia
fanático
Guiteau
Estados-Unidos,
assassinado
o
presidente
general
Gar-
field. E m menos de vinte annos,
dous
presidentes dos Estados-Unidos
eram
assim
trucidados:
O
stituído
presidente
pelo
o
de
Lincoln e
Garfield.
assassinado f o i sub-
vice-presidente
Arthur.
138
A illusão
Diz-se
que
Americana
os p r í n c i p e s
s ã o , e m g e r a l , os chefes d a
Nas
o
Republicas,
inimigo
o
natural do presidente
Quem
contra
quem
blicas
sul-americanas,
dente
acaba,
rando
contra o presidente,
é
é
quasi
promptamente,
o
a
rival.
Nos
que
um
para
que,
mais
em
exer-
o
A
grande
a
sua
Chile, f o r a m
as
mas
o
contrario
subida
de
golpe
para
politica.
Em-
q u a n t o o d i p l o m a t a T r e s c o t t se
no
forma
assumiram
antecessores.
e
muitas ve-
a este p o n t o ;
de
Blaine
conspi-
qualquer
fizeram sempre
foi
vice-presi-
ser
governo
Arthur
Repu-
Estados-Unidos,
vice-presidentes
seus
sempre
sempre,
por
é
effe-
Nas
o
não
cousas n ã o c h e g a m
os
é
o presidente
supprima
seu
segundo
primeiro.
depondo-o,
cício
opposição.
vice-presidente
ctivo.
zes
herdeiros
pouco a
achava
pouco
tran-
spirando, na l i b e r r i m a imprensa a m e r i cana —
imprensa que atravessou
mais
A Illusão
de
um
século
imprensa
menda
des
Americana
sem
que,
a
menor
mesmo
nem
durante a
restricções —
ticias, v a g a s
a
firmativas
positivas,
e
Garfield, de
contra
o
o
o
mentos de certa
ordem,
occupou-se
numa
da
reunião,
e,
não
nem
commissão
de
Chile. A c h a nos
ousa
esclareci-
ao
poder
dos
E x t r a n g e i r o s , da Casa dos
e,
no-
negociantes
governo
documentos,
gislativo. A
as
conluio
Congresso,
Estados-Unidos,
sonegar
do
B l a i n e e dos
reunido
tantes,
tre-
p r i n c i p i o e, d e p o i s , a f -
New-York
va-se
coerção,
g u e r r a civil, n ã o soffreu gran-
peias
de
139
le-
Negócios
Represen-
missão
Trescott
levantou-se
o
de-
putado democrata P e r r y B e l m o n t , que,
com
provas
nas
iniqüidade e
americano
ir
a
mãos,
vergonha
ser
o
mensa
do
Chile.
nos
A
do
e
a
governo
procurador
especuladores peruanos
junto
demonstrou
dos
americanos
impressão
Estados-Unidos.
foi imO
go-
A Illusão
14o
verno
Americana
chileno, com
traordinária,
seus
uma
mandou
encouraçados,
o-uerra
contra
ultimatum
de
o
e s s e ultimatum,
chilenos
para
os
empenhados
na
á
Trescott.
partiriam para
Arthur,
espera
a
S.
poz
presidente
um
termo
o-rande e s c â n d a l o . D e s p e d i u
poder
e
substituiu-o
ghuysen.
Trescott,
Este
Chile,
ao
ministro
uma
a
e
copia
mr.
pelo
teve a
das
de
ministro
dos
um
em
de
de
Blaine
singular.
elle
dar
Washington
cômico
a
a
retirasse
então,
Negócios
que
logo
Deu-se,
do Chile perguntou
era verdade
Frelin-
franqueza
instrucções
Trescott.
incidente
sr.
q u e se
chileno
ao
Blaine do
telegraphou
dizendo-lhe
do
guerra
Francisco,
affronta. O
porém,
do
Viesse
e os n a v i o s de
vingar
ex-
apparelhar
Perú,
mr.
audácia
um
O
Extrangeiros
mr. Trescott
tinha
ordem
si
de
a p r e s e n t a r - l h e u m ultimatum.
Trescott
negou
o
a
pés juntos.
Então,
minis-
A Illusão
tro
chileno
Americana
mostrou-lhe
141
a
copia
próprias instrucções dadas a
Desmoronou-se
nou,
no
e
assim
e m b a i x a d a q u e os
mandaram
Blaine,
ao
porém,
existe
canos
e
o
espirito
meios
tiveram,
annos
depois,
Chile,
Blaine
e
Secretaria
a
Estado,
desta vez c o m o presidente
que
Os
mais
tarde
homens
também
de
ameri-
guerra
achava-se
de
grande
o
a
com
a
de
da
guerra
nistro
americano
chista
irlandez
servindo
Harrison,
despediu.
Desde
chilena,
Patrick Egan,
de
rou-se e m f a v o r dos
novo
pouco
mediocridade
civil
mau
no
superioridade
círculos governamentaes.
meço
sua
civil
intellectual s ã o , nas Republicas,
compatíveis
de
diplomática
certos
Rompera
a
Estados-
em
desforra.
na
termi-
Pacifico!
intrusão e de prepotência
que
Trescott.
o p p r o b r i o e na vergonha,
orgulhosa
Unidos
tudo,
das
nome,
insurgentes,
dos
o coo
mi-
anardeclapro-
A Illusão
142
tegendo-os
quebra
é
sabido,
revolução
ricos
do
de
os
eram
Chile,
industriaes
Esta
t o d o s os m o d o s ,
manifesta
Como
da
por
Americana
e
cana.
os
Derrotado
mais
capitalistas,
opulentos.
explica,
da
chefes
homens
banqueiros
attitude
deveres.
principaes
grandes
circumstancia
singular
seus
com
talvez,
legação
ameri-
e anniquilado
tido de Balmaceda, houve
a
o
par-
reclamações
americanas, j á p o r prejuizos soffridos,
já
por
desacatos
americanos.
O
novo
ainda
em
lucta
pediu
um
prazo.
deu
á
o
feitos a
governo
governo
A
resposta
americano
alguns
simo
ultimatum.
O
teve
que
Blaine
desforra,
de
e
mais
Washington
blica
que
foi
a Valparaiso e u m
ceder.
chileno,
c o m m i l difhculdades,
esquadra de mandar
raçados
marinheiros
insolentischileno
tirou
vez
o
a
sua
governo
humilhou uma
sul-americana.
ordem
encou-
governo
uma
lhe
Repu-
A Illusão
Americana
143
*
Temos visto que não ha paiz latino-americano que
n ã o tenha soffrido
a s i n s o l e n c i a s e, á s v e z e s , a
dos
Estados-Unidos.
lembraremos
com
o
Paraguay
E m
tratado
1853,
geral
gação com
nado
factos
acontecidos
com
Venezuela.
não
apesar
disso,
o
sr.
capitães
então,
nave-
a
estado
tra-
governo
seu
cônsul
Este
con-
logo, á moda
ame-
dinheiro em mil
tentou
levan-
Londres e em
Paris.
idéa
genial
de
prar em N e w - Y o r k u m navio em
simo
Se-
funcções
Embalde
em
o
o
Hopkins.
apesar d e suas
ricana, ganhar m u i t o
Teve,
ratificou
nomeou
sulares, p r e t e n d e u
tar
e
um
Estados-Unidos. O
Paraguay
especulações.
fez
commercio
americano
senhor,
terminar,
Paraguay
de
Washington
no
Para
e
0
os
tado ; mas,
de
dous
rapinagem
(não é
de
hoje
que
compésalli
144
se
Illusão
vendem
segurar
gou
navios
por
Este
Americana
avariados!)
60.000
viagem,
e,
do
seguro, H o p k i n s
do
capital
naufra-
com
o
dinheiro
achou-se
necessário
Companhia
para
do Commercio
á
testa
fundar
e
a
Navegação
Paraguay.
Este
cônsul
gentissimo
guayo,
e
verno
de
foi tão
reclamou
o
xilio
de
este
mados,
que
á
panhia.
cassou
livre
estava
seus
auxilio
de
em-
de
sua
compatriotas,
do
foi
o
ameaçada,
Water
lhe
testa
os
para-
declarou que a
desembarcou
buscar
lhe
ver
americano
Hopkins,
lado
se
pessoal
a
exi-
insolente, que o go-
Hopkins
como
logo
governo
Assumpção
segurança
guerra
do
Para
baraços,
assim
tornou-se
junto
exequatur.
e
dollars.
n a v i o , naturalmente,
na
do
e fel-o
navio
Witch,
auO
sr.
marinheiros
ar-
e
papeis
dado.
de
f o i ao
consu-
da
Com-
tal
A Illusão
Estavam
Atnericana
145
as c o u s a s n e s t e p é , q u a n -
d o a s i t u a ç ã o a i n d a m a i s se
O
commandante
passar
era
por
aggravou.
d o Water
um
canal,
Witch
cujo
transito
p r o h i b i d o aos navios. O
Itapirú
deu
alguns
tiros
quiz
forte
de
pólvora
secca p a r a p r e v e n i r o a m e r i c a n o .
porém,
com
desprezou
uma
tra
rias
vivo
Este,
respondeu
descarga geral de bala con-
o forte,
fogo
o aviso e
de
e
avarias
que
por
sua
vez
certeiro, que
ao
Watw
lhe
causou
Witch,
fez
sé-
onde
m o r r e r a m muitos marinheiros ; s ó então, o navio americano virou de bordo,
desistindo
O
dou
de
de
seu
governo
propósito.
de
Washington
contra o Paraguay
vinte
navios
e
de
mens de desembarque,
á pobre Republica
lars,
uma
dous
man-
esquadra
mil
ho-
para extorquir
u m m i l h ã o de
dol-
q u e l h e r e c l a m a v a o sr. H o p k i n s .
Esta esquadra custou ao g o v e r n o perto
de
7
milhões
de
dollars
de
despesas
10
A Illusão
146
e
voltou
de
Americana
Montevidéo,
graças
á
m e d i a ç ã o do g o v e r n o argentino, sendo
celebrado
um
qual
as
ram
sujeitas
tratado, e m
reclamações
a
uns
de
virtude
H o p k i n s fo-
árbitros,
e
declararam,
como não podiam
de declarar,
inteiramente
as
reclamações
O
do
Paraguay,
reparação
seu t e r r i t ó r i o
deixar
americano.
porém,
pela
estes
phantasticas
cônsul
alguma
do
não
obteve
violação
de
commettida pelo agente
americano ( i ) .
O
facto c o m Venezuela é
característico.
O
governo
também
americano
tinha u m a porção de reclamações
con-
tra
pre-
Venezuela,
juizos
canos
a
propósito
soffridos por
durante
zuelanas.
Pela
as
cidadãos
guerras
convenção
abril de
1866, foi nomeada
missão
mixta,
que,
(i) C A L V O — Droil
et pratique,
\ 1268,
de
em
ameri-
civis
de
vene25
de
u m a com1868,
internalional
deu
ihéorique
A Illusão
Americana
147
sentença contra Venezuela, obrigando
esta
a
pagar
1.253.31 o
Verificou-se,
mais
dollars.
tarde,
que
o
commissario americano David
M . Tal-
mage e o ministro
em
racas,
liam
ajudados
P.
ciedade
negocio,
pelo
Murray,
para
já
americano
americano
CaWil-
formaram uma
ganhar
dinheiro com
defraudando
os
soo
próprios
reclamantes americanos, exigindo-lhes
40
e 60 por cento
das
indemnisações
concedidas, j á prejudicando o g o v e r n o
de Venezuela, admittindo
fraudulentas,
estas
reclamações
augmentando,
reclamações, para
mesmo,
mais folgada-
m e n t e p o d e r e m os reclamantes
lhes
as
porcentagens.
pagar-
Isto ficou p r o -
vado perante a commissão
dos
Negó-
cios E x t r a n g e i r o s d o S e n a d o a m e r i c a no,
em
1878 (1).
(1) Defensa
C a r a ç a s , 1878,
de los dereçhos
de
Venezmefô-rs
A Illusão
148
Ainda
em
ultimamente,
New-York
lano,
que,
Estado,
certo
um
como
era
desembarcou
general
venezue-
governador
accusado
prejuizo, e m
cidadão
de
de
ter
preso,
causado
Venezuela,
a
um
t o d a s as l e i s , e s t e g e n e r a l
a
pedido
do
americano,
sujeito a processo p o r u m acto de
verno
um
americano.
Contra
foi
Americana
praticado
em
sua
e
go-
pátria!
N ã o ha n a ç ã o latino-americana que
não
tenha
com
os
s o f f r i d o das
suas
relações
Estados-Unidos.
D e m o n s t r a d o isto, v o l t e m o s de nov o a f a l a r d o q u e t ê m s i d o as
entre
o Brasil
e
a
Republica
relações
Norte-
Americana.
II
Já mostrámos, de passagem, a
f r i e z a c o m q u e , n o s é c u l o p a s s a d o , Jefferson acolheu a idéa
cia
do
Brasjl,
e
o
da
independên-
procedimento
jn-
A Illusão
digno
do
Americana
governo
denunciando
de
Washington
ao g o v e r n o portuguez
aberturas
dos revoltosos
buco,
1817.
em
de
dência,
vimos
no
fazendo
a
violência
contra
o
ás
de
Nesses
e
Estado,
e
busteira
e
passagem,
contra
o
dos
do
um
outro, a
Brasil,
amor
sahiu
ven-
estava
homens
gananciosa
dos
que
tanto
Brasil
no
intrigou
acampamento
Wash-
contra
o
paraguayo,
t r a h i u , p o r f i m , os seus a m i g o s
que
de
Estados-
burn,
Lynch,
a
diplomacia fli-
ministro americano
madame
a
o
Unidos. O
e
em
Uruguay.
lado
nossos
X
al-
americanas
sempre
de
com
Carlos
conflictos, p o r é m ,
porque
integridade
de
Argentina e o
brasileiro
cedor,
americano
commum
de
intrigas
Lopez
Republica
próprio
e,
no
indepen-
ministro
governo
as
Pernam-
nossa
causa
Brasil
ludimos
favor
o
do
de
Vimos a demora
reconhecimento
Rio
149
o
Lopez
accusavam
A Illusão
de
ter
lhe
haviam
Americana
desencaminhado
valores
confiado em
Washburn
escreveu
deposito.
u m livro,
é a s u a c o n d e m n a ç ã o ( i ) , e, a o
tempo, a
mata
prova de que
que
que
mesmo
aquelle
diplo-
a m e r i c a n o v o t o u , c o m o t o d o s a-
quelles
neste
com
quem
trabalho,
nos
encontrarmos
aversão
especial
ao
Brasil. D a p r ó p r i a narrativa de W a s h b u r n (2)
tira-se
a
prova
da
veraci-
dade da a c c u s a ç ã o de espionagem
era feita
contra
que
elle.
A d e a n t e ( 3 ) , c o n f e s s a q u e os
valo-
res lhe f o r a m r e a l m e n t e e n t r e g u e s por
madame Lynch, que estiveram em
casa
guardados,
mas
b u r n i g n o r a o seu
que
paradeiro,
do que foram enterrados
O
são
exercito
cobertos
nías
pelo
de
elle
Washsuppon-
algures!
brasileiro e a
ridículo e
ministro
sua
armada
de calum-
americano.
(1) W A S H B U R N — History of Paraguay.
(2) I b i d e m — V o l . 11, pag. 180.
(3) I b i d e m — V o l . n , pag. 558.
2 vols.
A Illusão
Americana
151
A batalha de Riachuelo é
descripta
c o m o u m a cousa vergonhosa
(1) e
Caxias
As
é
para
nós
vilipendiado.
indelicadezas,
as
incorrecções,
as f a l t a s d e " W a s h b u r n f o r a m t ã o g r a v e s ,
q u e os o m c i a e s d a m a r i n h a
que
se
peram
com
achavam
com
no
elle.
americana
Paraguay
Washburn
violência, qualificando
e de anti-patriotica
rom-
ataca-os
à&pewersa
a attitude dos
om-
ciaes s u p e r i o r e s , seus c o m p a t r i o t a s ( 2 ) .
Depois
veiu
Mac-
M a h o n , c u j a a m i z a d e p e l o mènage
Lo-
pez-Lynch
Mahon
de
foi
Washburn,
sempre
e Washburn
bem desagradáveis
posteriores.
injurias
Esta
dizem-se
nos seus
S ó estão
contra
os
polemica
Estados-Unidos,
firme.
de
Maccousas
escriptos
accôrdo
nas
brasileiros.
fez
escândalo
nos
e o governo abriu um
(1) WASHBURN — History of Paraguay. Vol.
n , pag. 10.
(2) I b i d e m — V o l . 11, pag. 467.
A Illusão
T52
Americana
inquérito, e m que figuraram W a s h b u r n ,
Mac-Mahon,
kland,
os
officiaes Davis, K i r -
Ramsey
e
dous
aventureiros
Bliss e M a s t e r m a n .
Todos
se
injuria-
ram
fizeram-se
graves
no
inquérito,
a c c u s a ç õ e s uns aos outros, sendo
verdadeira
vergonha
ofíicial
roupa
aquella lavagem
aquella
briga
de ministros c o m almirantes, de
almi-
rantes
de
uma
com
m i n i s t r o s etc ( i ) .
Durante
o
ministro
suja,
a
guerra
americano
Mahon, desprezando
ternacionaes,
americanos
do
Paraguay,
general
t o d o s os u s o s i n -
escrevia para
(2)
Mac-
artigos
os
jornaes
diffamatorios
s o b r e os a l l i a d o s . D i z i a elle q u e
era innocente
lumniosamente
das
lhe
crueldades
que
imputavam
l i a d o s , q u e as c e n t e n a s d e m o r t e s
(1) Paraguayan
Investigation
Comittee o f F o r e i g n A f f a i r s .
(2) V i d e Har/>er's
— V o l . XL.
Lopez
ca-
os a l attri-
— Report of
New Monthly
Magazine
A Illusão
buidas
das
Americana
a L o p e z t i n h a m sido
pelos
brasileiros,
153
perpetra-
emquanto
paraguayos trabalhavam
nas
os
trinchei-
ras ( 1 ) ; q u e o p o v o b r a s i l e i r o era f r a c o
e effeminado (2); que
o
seu
a cuja cobardia o diplomata
constantemente
de
Vol.
escravos
allude,
e galés
era
exercito,
americano
composto
(3); que a
(1) V i d e Harper's
New Monthly
X L , pag. 423.
(2) I b i d e m , pag. 428.
(3) I b i d e m .
honra
Magazine—
Segundo u m correspondente do Paiz,
de
New-York, este nosso velho i n i m i g o voltou agora
á scena numa circumstancia humilhante para o
Brasil.
O United States Service Club recebeu solemnemente o almirante Benham. O discurso de felicitação f o i p r o f e r i d o pelo general mr. T . MacMahon, m u i t o conhecido no Brasil c o m ó amigo
particular de Solano Lopez e nosso i m p l a c á v e l
diffamador durante a guerra do Paraguay.
Eis o discurso:
« Almirante.
Preferiria
nada dizer, para não
vos collocar na contigencia de fazer um
discurso,
o que será para vós uma perspectiva
terrível;
entretanto,
é necessário
que eu exprima
a satis-
A Illusão
154
nacional,
como
nós
Americana
a
zona torrida, é cousa
honra nacional
Entretanto,
ctos,
e,
sendo
entendemos
bem
americana
os
factos
diversa
etc.
da
etc.
eram
i n n e g a v e i s as
na
os
fa-
victorias
facção de vos ver entre nós e que vos manifeste
quanto nos encheis de justo orgulho, não só como
cidadão americano, mas também na qualidade de
official de nossa armada.
O vosso
procedimento
no Brasil foi inspirado pelo dever, em honra da
nação e de sua bandeira.
Que elle era
indispensável, posso
aifirmal-o pela experiência
pessoal
de um quarto de século. Era necessário para convencer aquelles amigos nossos (si são, com effeito,
amigos) que a nação americana nada perdeu ai?ida
de seu prestigio,
que será mantido sempre á face
do mundo inteiro.
O vosso proceder
demonstrou
que o direito internacional
das relações do nosso
paiz não pôde ser desrespeitado
impunemente.
As
Republicas
sul-americanas
devem ser-nos
agradecidas pelo que fizemos e estamos fazendo
por
ellas, ou, antes, pela humanidade,
com o exemplo
que lhes damos. >
O almirante respondeu:
* Do fundo do coração agradeço-vos
a cordial
recepção que me fazeis. Quanto ao meu procedimento no Brasil e aos effeitos que elle lenha
produzido,
penso que, sem contestação, concorreu para
tornarnos bons amigos daquelle paiz. Esta amizade ba-
A Illusão
Americana
brasileiras, o americano
explicava
o
successo
sileiras pela seguinte
« D.
Pedro,
dirigido
sua
um
rei
esta
vessem
nosso
das
inimigo
armas
por
dá
melhor
a
que
habilidade
sábio
E , alem
e perfeito.
de conselheiros
a honestidade
nossa
raça
saxouia
como
aos
governos
dá
:
aos
( / ) , poderiam
è
disso,
que,
commum,
tem
prova
extraordinária
cercado
bra-
fôrma:
no modo
a guerra,
de
155
si
ti-
que só a
indivíduos,
ser
seia-se no respeito e, talvez, em alguma cousa
mais (That friends-hip
is founded on respect wilh
perhaps a little Unge of something
else) ».
« E s t a s palavras, diz o correspondente do
Paiz, provocaram uma tempestade de applausos
e gargalhadas.»
Seguiram-se os cock-tails
do estylo e u m
grande brodio, em que f o i nota dominante do
humour yankee a p i l h é r i a do almirante, considerada g e n u í n a e rude e x p r e s s ã o da verdade.
Eis como u m almirante americano diz dever
ser a amizade do Brasil para com os Estados-Unidos — respeito e. . . alguma cousa mais, isto é,
medo e subservieneia I
A Illusão
156
collocados
distas
a par
do
força
Americana
dos
nosso
primeiros
tempo.
á diplomacia
Isto
estadá
grande
do Brasil,
emquanto
que
a habilidade
de seus
financeiros
tem
permittido
manter
illeso
credito.
lhe
o
seu
»
"Washburn teve varias conferências
com
o
general
em
chefe do exercito
alliado, o m a r q u e z de Caxias, e diz cyn i c a m e n t e q u e , e m troco de u m a grande
quantia, L o p e z d e v i a acceitar a paz
condições
que
o
Brasil
archivos do Ministério
queria.
Caxias
bem
pouco
Nos
da Guerra,
R i o de Janeiro, ha officios do
de
nas
no
marquez
honrosos
para
Washburn (i).
N ã o foi s ó pela
diplomacia
corrupção
norte-americana
guiu. Falámos j á
que
se
da violação do
a
distinterri-
( i ) O f f i c i o de Caxias ao m i n i s t r o brasileiro
em Buenos-Aires, de 13 de m a r ç o de 1867 ; idem,
de 15 d o mesmo mez e anno, ao m i n i s t r o da
Guerra.
A Illusão
Americana
157
torio m a r í t i m o do Brasil por u m navio
de guerra americano.
V e j a m o s as
par-
ticularidades do facto.
No
mez
de
outubro
de
v a p o r c o n f e d e r a d o Florida
federal
rados
Wachusset
no
destes
porto
1864,
e
o
navio
achavam-se
anco-
porto da Bahia. O
navios,
para
que
o
tinha
concertar
primeiro
entrado
as
suas
no
avarias
e para t o m a r viveres, recebeu a o r d e m ,
q u e e x e c u t o u , d e se c o l l o c a r a o l a d o d a
c o r v e t a b r a s i l e i r a Dona
m a n h ã do dia 7
de
federal americano
radouro
Ao
e
passar
seu
Na
outubro,
deixou
o
navio
o seu
anco-
approximou-se do
pela
sileira, recebeu
o
Januaria.
proa da
ordem
ancoradouro.
Florida.
corveta
bra-
voltar
para
de
ordem
foi
d e s o b e d e c i d a e, m o m e n t o s d e p o i s ,
ou-
viam-se tiros
navios
do
trocados
americanos.
brasileiro
Wachusset,
Esta
O
entre
os
dous
commandante
m a n d o u u m orficial a
bordo
e o c Q m m a n ç j a n t e . deste.
%
A Illusão
158
vaso de g u e r r a
Americana
prometteu
ao
n a d a t e n t a r c o n t r a o Florida.
ofíicial
Faltando
i n d i g n a m e n t e á sua promessa,
mandante americano
mente a reboque
o com-
t o m o u repentina-
o Florida
e
foi
sa-
h i n d o c o m elle f o r a do p o r t o , sem
dar
t e m p o ao navio brasileiro, que confiara
na palavra de u m militar, de
oppôr-se
ao attentado. O que a u g m e n t a ainda
revoltante deslealdade
americano
na
Bahia
é que o
cônsul
dado
sua
palavra de h o n r a á s auctoridades
bra-
sileiras de que o
tinha
a
Wachusset
respeitaria
a neutralidade do território
e,
Brasil,
na oceasião e m que o attentado foi
commettido,
do
do
o
Wachusset.
Florida,
Brasil
cônsul
O
estava a
bordo
commandante
do
confiando na neutralidade
e
na
palavra do
do
commandante
americano, tinha deixado desembarcar
q u a s i t o d a a s u a m a r i n h a g e m e,
veitando-se
çoeiramente
è
disso,
o
o
Wachusset
atacou.
aprotrai-
A Illusão
O
deu
t o d a s as s a t i s f a c ç õ e s p o s s í v e i s ao
Bra-
sil, m a s c o m m e t t e u a i n d e l i c a d e z a
final
mandar
porto
de
de
159
Washington
de
governo
Americana
p ô r a p i q u e o Florida
Hampton
o entregar
Roads,
no
para
ao Brasil, dizendo,
não
depois,
officialmente, que u m incidente imprevisto tinha causado a perda do
Outro
E m
Florida.
facto:
1842,
a barca peruana
Caro-
lina,
e m c o n s e q ü ê n c i a de grossas ava-
rias,
a r r i b o u ao
porto
de
Santa
tharina. N ã o havia alli c ô n s u l
Ca-
peruano,
e as a u c t o r i d a d e s n o m e a r a m u m a c o m m i s s ã o de
navio, o
exame, que
condemnou
o
q u a l , p o r isso, f o i v e n d i d o
de
conformidade
ciaes
as
leis
commer-
brasileiras.
O
York
com
navio
e
panhias
em
estava
seguro
Philadelphia,
accionaram,
perante
bunaes do Brasil, o capitão
aççusando-o
de
e
em
New-
as
com-
os
tri-
americano,
ter obtido por fraude
i6o
a
A Illusão
condemnação.
Americana
Esta
foi revogada
a venda, annullada, mas o capitão
appareceu com o
U m
certo
Wells,
antigo
intentou
verno
do
companhias
uma
acção
Brasil.
O
cano transmittiu a
nistro
dos
cônsul
indelicadezas
n o exercicio de seu e m p r e g o ,
e
des-
dinheiro.
americano, demittido por
os d i r e i t o s das
e
comprou
de
seguros
contra
o
governo
go-
ameri-
r e c l a m a ç ã o ao m i -
Estados-Unidos
no Rio
de
Janeiro; mas o g o v e r n o brasileiro, com
toda
a
razão,
recusou-se a pagar, e o
governo americano,
com
as
que
então
difficuldades da
recommendou
luctava
guerra
civil,
a t é ao seu m i n i s t r o que
n ã o l e v a s s e as c o u s a s p o r d e a n t e .
Era
m i n i s t r o a m e r i c a n o n o R i o o sr. W e b b ,
que
por
injustiça
essa
da
Ora, em
occasião
reconheceu
a
reclamação.
1867,
0
s
r
- Webb
d e o p i n i ã o e, d e p o i s d e s e
trado c o m W e l l s , nos
ter
mudou
encon-
Estados-Unidos,
A Illusão
Americana
o ministro c o m e ç o u a fazer
e, n o m o m e n t o e m q u e
quete
para
ameaçou
a
plomáticas
as
com
exigências,
ía sahir u m
Europa,
romper
161
o
suas
sr.
pa-
Webb
relações di-
o governo
do
Brasil,
si este n ã o p a g a s s e . O g o v e r n o
arcava,
e n t ã o , c o m as g r a n d e s d i f f i c u l d a d e s d a
guerra
do
Paraguay
e
temeu o
mau
effeito que produziria na E u r o p a a not i c i a d e u m r o m p i m e n t o c o m os
dos-Unidos.
protesto, a
cambio de
ca
quantia
mas
de
debaixo
de
14.252,
ao
£
16, t a x a q u e n a q u e l l a
se c o n s i d e r a v a
ainda
de
Pagou,
desastrosa,
gloria
de 9 e 8 / , que
3
4
das
Em
finanças
épo-
porque
n ã o se t i n h a m v i s t o o s
10,
Esta-
câmbios
fazem
hoje a
republicanas.
1872, o ministro do Brasil
W a s h i n g t o n , sr. C a r v a l h o B o r g e s ,
citou da Secretaria de Estado
exame
da
questão,
e
sido
victima
de
soli-
u m novo
o advogado
governo americano opinou que o
tinha
uma
em
do
Brasil
extorção
11
A Illusão
IÓ2
e
que
tuida
a
Americana
quantia
com
os
lhe
devia
respectivos
ser
resti-
juros.
D e c o n f o r m i d a d e c o m esse parecer,
o governo americano mandou
á legação
entregar
brasileira a quantia £
5.000.
F a l t a v a m , pois, £ 9.252, que a l e g a ç ã o
reclamou,
£
pois
14.252,
recibo
mata
Webb
conforme
do
próprio
tinha
tinha recebido
mostrou
com
W e b b . Este
desviado,
pois,
£
diplo9.252,
de cujo paradeiro n ã o poude dar
Só
em
de
Washington
Brasil
da
quantia
Não
f o i esta
dinheiro
que
que,
total
a
reembolsou
única
com
das
reclamações
o
(1).
reclamação
mais
r a z ã o , nos f i z e r a m os
além
conta.
1 8 7 4 f o i que, finalmente, o go-
verno
de
o
de
violência
americanos,
Raguet
e
Tudor.
E m
1849, o governo brasileiro viu-
se c o n s t r a n g i d o a c e d e r a n t e u m a
(1) C A L V O — Droit
pratique,
\ 1269.
international
nova
théorique
et
A Illusão
e
importante
pelo
Americana
reclamação
ministro americano
Adeante,
veremos
ralidade
feita
então
David
Tod.
a justiça
e
mofacto,
p o r é m , é que, a 20 de j a n e i r o de
1850,
ratificada
reclamação.
a
O
foi
dessa
163
uma
cano-brasileira,
convenção
ameri-
pela qual o Brasil
pa-
g a v a aos E s t a d o s - U n i d o s q u i n h e n t o s
trinta
contos ( 5 3 0 : 0 0 0 3 0 0 0
réis),
o governo americano distribuiria
os
e
que
entre
reclamantes.
David
to de
T o d e x u l t o u . A 23 de
1840, escrevera
« Quanto
sumi?
to
mais
e reflicto
convenço
de que
sahsfactorio
muito
e
sufficiente
dos
os
Tod,
tes,
feita
no
examino
sobre
este
a
elle,
negocio
governo:
este
mais
f o i
quantia
para
asme
muito
recebida,
serem
pagos
to-
reclamantes.»
p o r é m , o r g a m dos
negociantes
insistia
a seu
agos-
em
que
Rio
e
americanos
a
não
reclamando
distribuição
em
Rio,
fosse
Washington,
164
A Illusão
Americana
d e b a i x o das vistas d o g o v e r n o
cano
(i).
O
do
que
ministro
Rio
o
não
T o d e os
esse
trabalho
governo
americanos
conseguiram,
commissario
distribuir
este
ameri-
porém,
encarregado
dinheiro
ao R i o
viesse
de
de
fazer
Janeiro.
a m e r i c a n o n o m e o u p a r a essa
commissão
relatório
o
sr.
Geo.
P. Fisher, e o
deste f u n c c i o n a r i o é curiosis-
s i m o . D e s s e r e l a t ó r i o v ê - s e q u e os
clamantes
podiam
O
americanos,
apresentar
re-
e m regra, n ã o
prova nenhuma
de
seus direitos, q u e e r a m n a m a i o r parte
phantasticos.
D e p o i s de, durante dous annos, ouv i r t o d a s as r e c l a m a ç õ e s , o c o m m i s s a r i o
Geo.
pelo
P . F i s h e r d i z i a : « A quantia
governo
do Brasil,
convenção
de 184Ç,
réis,
perfizeram
que
em
f o i de
paga
virtude
da
^oo:ooo$ooo
300:000
(1) U . S. House o f Representatives
31 st. Congress. V o l . v n , doe. 19.
dollars.
does.
A Illusão
« Ora,
foram
pagas
restará
a 150:000
metade
um
que
«Acho
que
posição
verno
e as
do
queixar
Este
esquerda
Brasil,
da
è, mais
injustiça
documento,
130:000
ou
menos
pagou.
governo
em
que
j á
recla-
de
o Brasil
o nosso
que
quantias
saldo
d o l l a r s , isto
do
165
as quantias
attribuidas
madas,
em
Americana
vai
relação
terá
ficar
ao
razão
go-
de
se
que
sojfreuy>{\).
melhor
do
que
qualquer outra demonstração, prova a
c o n s c i a m á f é c o m q u e f o r a m f e i t a s as
reclamações
norte-americanas.
Nos paizes sul-americanos, — e alg u n s ha o n d e , apesar das r e v o l u ç õ e s , os
cargos de ministro s ã o occupados
homens instruídos
e conhecedores
historia d i p l o m á t i c a , — h a
prevenção
uma
contra a politica
por
da
grande
absorven-
(1) U . S. House o f Representatives does.
Congress. 32. Sess. 1.1851-52. V o l . v i , doe. n . 75.
A Illusão
i66
Americana
te, invasora e t y r a n n i c a da
norte-americana.
A
diplomacia
u l t i m a vez que foi
m i n i s t r o dos N e g ó c i o s E x t r a n g e i r o s do
Brasil o visconde de A b a e t é ,
dista teve
em
noticia de
New-York uma
que
este esta-
se
tramava
expedição
de f l i -
busteiros contra o P a r á e o Amazonas,
e, s i a l e g a ç ã o b r a s i l e i r a e m
gton
não
contrariasse
conspiração,
talvez
produzir
valle
no
novo attentado,
do
pirata
se
do
activamente
chegasse
Amazonas
egual ao da
Walker
"Washin-
contra
a
a
reum
expedição
a
America
Central.
Estas p r e t e n ç õ e s americanas
sobre
o A m a z o n a s tornaram-se, e n t ã o , ameaç a d o r a s . E m seguida á e x p l o r a ç ã o feita
no
grande
da
marinha
selhara aos
rio pelo tenente
americana,
brasileiros
o
o
Herndon,
qual
acon-
uso da forca
p a r a os i n d i o s , e m v e z d a catechese ( i ) ,
(i) Vide
mazon.
HERNDON
— The Valley
of the A-
A Illusão
—
começou
propósito
a
do
Americana
agitação
167
americana
Amazonas.
F o r a m despachados agentes
máticos para o P e r ú
com
e para a
o f i m d e l e v a n t a r e m os
daquelles
a
paizes
contra o
diplo-
Bolívia,
governos
Brasil e
de
o s a c o n s e l h a r e m a p e d i r o auxilio
dos
Estados-Unidos.
O
celebre geographo e meteorolo-
gista
americano M a u r y escreveu
tra o Brasil u m violento
que
por
pamphleto(i),
foi victoriosamente
De
Angelis
(2).
respondido
Falava
Maury,
n ã o na c o n v e n i ê n c i a que o Brasil
com
a abertura do Amazonas á
gação,
Unidos
As
bem
mas
nos
no
direito
forçarem
dos
a
no
Perú;
teria
nave-
Estados-
isso.
intrigas americanas
recebidas
con-
não foram
mas
(1) The Amazon
and the Atlantic
South America — Washington, 1853.
(2) De la navegacion
dei Amazonas
t e v i d é o , 1854.
a
Bo-
slopes
of
— Mon-
A íltusâo
Americana
livia hesitou u m pouco, e tanto
para
começar
nos
bastou
Estados-Unidos
a
c o n s p i r a ç ã o flibusteira a que alludimos.
Preparava-se, evidentemente,
invasão armada do Amazonas,
o
ministro
do Brasil
uma
quando
em Washington
interpellou, numa
nota
verno
perguntando-lhe
americano,
positiva, o gosi
seria p e r m i t t i d a tal pirataria.
O
secretario d'Estado,
responden-
do ao ministro ( i ) , que t ã o opportuna
e energicamente
resses
do
Brasil,
vezes (2),
União,
não
que
com
forçar
implicaria
«a
empresa
a entrada
violação
duas
funccionarios
as leis
da
de
a partida
violar
inte-
por
conhecimento
que fosse
e que
declarou,
«os
facilitariam
navio
reclamava pelos
causa,
de
nenhum
do
Brasil»,
que
tivesse
do rio
seria
dos direitos
por
illegal
do
fim
e
Bra-
(1) O sr. barão do Penedo.
(2) Notas de 20 de abril e de 23 de setembro
de 1853.
A Illusão
Americana
169
sil, e que, si algum cidadão da União
tivesse
bre
a
elle
temeridade
cahiria
de intental-a,
o rigor
Declarações
da
lei».
egualmente
cas t i n h a j á f e i t o o g o v e r n o
ao
México,
em
devia, mais
Central,
e
relação
categóriamericano
ao
tarde, fazel-as á
estas
so-
declarações
Texas,
e
America
não i m -
p e d i r a m os a t t e n t a d o s q u e c o n h e c e m o s .
O
a
sua
g o v e r n o do Brasil
vigilância,
n ã o diminuiu
denunciou
mais
de
uma conspiração planejada por Maury,
ofhcial
da
marinha
americana e func-
c i o n a r i o p u b l i c o , e p o r seus c o m p a n h e i ros. C e r t a vez, esteve a p p a r e l h a d a u m a
expedição, e s ó á ultima hora foi detida,
em
Sandy
de
New-York.
Todos
Hook,
estes
á
sahida
do
porto
americanos, nos seus
escriptos, f a l a v a m m u i t o dos interesses
commerciaes
dos Estados-Unidos, nos
capitães immensos que estavam
sos
por u m emprego
no
ancio-
Amazonas.
A Illusão
170
Chegou
cias
da
tação
não
o
momento
politica
da
Americana
das
circumstan-
permittirem
liberdade
appareceram
da
os
a
decre-
navegação,
taes
capitães
mericanos. Os magniíicos vapores
o
Amazonas
são
e
a-
que
hoje
sulcam
os
de
uma
c o m p a n h i a ingleza, q u e t e m sido
a maior propulsora do progresso
enriquecimento
da
região
e do
amazônica.
I s t o , p o r é m , n ã o q u e r d i z e r q u e os americanos n ã o t e n h a m ainda
o
grande
rio
vistas sobre
sul-americano.
O general G r a n t , n u m discurso pronunciado
general
gou
em
1883,
mexicano
em
recepção
Porfirio
Diaz,
che-
a d i z e r q u e os E s t a d o s - U n i d o s
cessitavam
de
tres
porque o restante
café, assucar e
borracha. E
como
café,
assucar
e borracha»,
bem
a p h r a s e — Seja
e
no
f ô r , havemos
México
ne-
somente,
t i n h a m no seu
d i s s e : « Seja
means);
cousas
ao
o
paiz:
general
de
ter
accentuando
como
f ô r (by
esta
any
phrase foi
A Illusão
tomada
quasi
problema
ponto
ilhas
Americana
como
uma
171
ameaça.
do assucar estava
resolvido
pela
H a w a i , que,
a t é certo
absorpção
embora
das
n ã o admit-
tidas na U n i ã o A m e r i c a n a , e s t ã o ,
t o d o s os f i n s p r á t i c o s , c o m o q u e
xadas
aos
Estados-Unidos;
julgava o general
México;
ria
foi
isto
e a borracha,
preciso
No
possuir
o
é, p e r t o
raça
para
anne-
o
viria
café,
com
para tel-a,
o
se-
Amazonas.
Hawai, a usurpação
simples e
tantes,
Grant,
O
americana
rápida. A raça
indígena,
de
de
que
um
tem
milhão
a
habi-
brandura
í n d o l e p r ó p r i a de t o d o s os
de
polynesios,
havia perto de u m século, ia sendo educada p o r m i s s i o n á r i o s de varias
e tinha chegado
lisação
um
que
governo
nações
j á a u m g r a u de
lhe permittiu
regular. H a
o
no
civi-
constituir
archipe-
lago uns quinhentos americanos
e
uns
seis o u o i t o m i l p o r t u g u e z e s . P o i s
bem,
os a m e r i c a n o s , a u x i l i a d o s p o r u m
vaso
A Illusão
172
de
guerra
governo
de
Americana
seu paiz, e x p e l l i r a m
o s i n d í g e n a s e, f a z e n d o
embarcar
tropa,
tomaram
do
des-
conta
de
t o d o o p a i z , e x c l u i n d o i n t e i r a m e n t e os
hawaianos de
toda
administração.
Os
governantes americanos, impostos pelas
baionetas,
com
decretaram a
federação
os E s t a d o s - U n i d o s , t a l q u a l
riam, talvez,
que, e m
os
insensatos
dos. O
brasileiros
1834, apresentaram
jecto a n á l o g o na C â m a r a
que-
um pro-
dos
deputa-
Congresso de W a s h i n g t o n não
quiz a a n n e x a ç ã o d o H a w a í , mas ficou
aquelle paiz
sempre
governado
americanos. Esta grande
iniqüidade,
encontra
Os
listas
vem
este
abuso
da
clamorosa
força,
officiaes e
Brasil
públicos
e jorna-
officiosos que
escre-
dizem-se muito
enthu-
siasmados
pela
Unidos, e
facilmente conseguirão,
vez,
não
justificativa.
empregados
no
e
pelos
amizade
illudir a boa fé dos
dos
Estados-
brasileiros.
tal-
A Illusão
A
politica
dos-Unidos
Americana
173
internacional dos
é
egoistica,
arrogante
vezes, outras vezes submissa,
os
interesses
caso,
ella
da
se
deixa
ás
segundo
occasião.
nunca
Esta-
E m
todo
guiar
por
sentimentalismos de f o r m a de governo.
Durante a guerra
depois
pois
de
da
a
o
de
setembro,
proclamação
quando
com
4
França
inimigo
manifestaram,
fôrmas,
as
teutonico
latina. A
da
allemão,
suas
isto é, d e Republica,
continuava
Unidos
pério
franco-prussiana,
os
por
a
arcar
Estadostodas
as
sympathias
pelo I m -
contra
Republica
realeza
e
a
a
aristocracia
eu-
ropéas t ê m u m immenso prestigio nos
Estados-Unidos.
enorme
é
colônia
Toda
americana
approximar-se
familia
que
das
americana
n ã o tenha,
nas suas
a
de
na
cortes.
alguma
nos seus
colheres,
ambição
da
Europa
N ã o ha
fortuna
pratos,
ou
algum brazão,
um
mote nobiliarchico, u m elmo, ou qual-
A Illusão
174
quer
outra
cousa
desvanecimento
força, ligar
ros aos
Americana
os
heráldica.
q u e elles
seus
E'
com
querem,
appellidos
obscu-
nomes fidalgos do Reino
Uni-
do, pretendendo sempre descender
nobreza.
O
Burke
Peerage
's
sabido
nas,
livro
da
nobreza
and
é
de c ó r pelas senhoras america-
cuja maior a m b i ç ã o é sempre
Europa, deixando o
do
outro
Essa
lação
da
ingleza
Baronetage
sar c o m fidalgos europeus, ir
lá
á
a
lado
ca-
v i v e r na
velho Uncle Sam
do
Atlântico.
t e n d ê n c i a a d m i r a t i v a e m retodos
provém,
respeitos,
de
os
ouropéis
certo,
de
da
que,
a
realeza
muitos
os E s t a d o s - U n i d o s s ã o ain-
da u m a colônia. A civilisação vem-lhes
da
E u r o p a , e,
desde
o
por
isso, o
americano,
m a i s r u d e a t é o h o m e m mais
eminente, pergunta sempre
g e i r o : — Então,
tal
que
acha
q u a l c o m o o parvenu
q u e t e m prazer
em
ao extrandeste
paiz?
enriquecido,
m o s t r a r sua
casa,
A Illusão
seus
carros,
ciedade,
man
ao
Americana
homem
e, d a n d o
elegante
175
de
a beber
boa
ao
gentle-
os
seus
vinhos precio-
sos, p e r g u n t a - l h e
com
insistência:
Então,
acha?
que
Ora,
o
do
tal
as
fidalgo
téria
americanas
é
mais
elegância
que
qualquer
a
sua
entendem
competente
de
Dahi,
e
de
apuro
outro
indivíduo.
Isto,
aos
ao
também
Quanto
n ã o ha duvida de
França
E
e
ser
governo,
que
á
guerra
preferencia
pela
por
franco-prussiana.
em
illustre
rarissimo
da
EsIn-
apesar
do
da
governo
Allemanha
brutalidade,
americano
mem
Allemanha,
os
Republica.
esta
americano
até
da
nações
quanto
tados-Unidos s ã o mais amigos
glaterra
ma-
social
preferencia pelas
indivíduos.
—
que
em
aristocráticas da Europa.
é
so-
Berlim,
por
entre
chegou
occasião
O
ministro
Bancroft,
seu saber, —
a
da
diplomacia
o
hoque
ame-
176
A Illusão
Americana
r i c a n a , q u e se c o m p õ e
da
escoria
da
ordinariamente
politicagem, —privava
c o m o i m p e r a d o r G u i l h e r m e e c o m Bismarck,
e a sua attitude f o i sem
rosidade
rei
da
e
sem
dos
tacto. A c o m p a n h o u o
Prússia
despachos
gene-
em
campanha,
e
seus
para W a s h i n g t o n , publica-
pouco
depois,
para a França.
eram
Gyrando
insultuosos
a o r e d o r das
n e g o c i a ç õ e s de a r m i s t í c i o s e d e paz, f o i
sempre
manha.
um
servidor
zeloso
O general americano
julgou-se,
talvez, m u i t o
da
Alle-
Sheridan
honrado
ser a d m i t t i d o c o m o a j u d a n t e de
com
ordens
do principe Frederico Carlos, e tomou
parte
e m toda a campanha,
bons
serviços
Sheridan
era
um
illustre
viu
contra
grande
ao
um
allemão.
americano
notável,
E
era presidente
e
com
Republica
numero
americanos.
exercito
general,
a
prestando
de
elle
ser-
Franceza
ofhciaes
o general Grant?
norteEsse
dos Estados-Unidos,
e,
A Illusão
numa mensagem
cano,
por
em
Americana
ao C o n g r e s s o ameri-
1870, felicitou
suas
victorias e
a
7
de
a
Allemanha
mostrou-se
loso c o m a derrota da
Foi
177
jubi-
França.
fevereiro
de
1871,
i s t o é , seis m e z e s d e p o i s d a q u é d a
Napoleão
I I I , contra q u e m o
de
governo
americano podia ter resentimentos,
razão
da
guerra
mezes depois
publica
Grant
gem
ao
e
a
a
p r o c l a m a ç ã o da
Re-
approvava
sua
a
mensa-
mensagem
livre
em
da
guerra
de
da
insul-
que
o ministro da
se-lhe
que
podia
deixar
o
1870
e
a
Alsacia
e
na
sustentar.
dis-
americano
não
sympathisar
lucta que
Por
rece-
Allemanha,
governo
de
exal-
Allemanha
D i a s depois, Grant,
bendo
de
presidente
celebre
annexação
Lorena.
Allemanha
que o
França,
governo
conseqüente
da
seis
Congresso,
para
o
foi
França,
expediu
tuosa
tava
em
da
mexicana;
em
esse
ella
com
a
acabava
tempo,
Ban-
A Illusão
178
Americana
croft escrevia a B i s m a r c k , felicitando-o
Todas
estas baixezas, q u e t i n h a m
um
m e s q u i n h o fim e l e i t o r a l , i s t o é , g a n h a r
os
votos
Unidos,
Victor
dos
ficaram
Hugo,
Est-ce, donc, pour
Lafayette
donnant
Esta
quebra
allemães
Estados-
immortalisadas
que
por
perguntava:
cela que vint sur sa frégate
la main à Rochambeau?
(i)
inqualificável
dos
nos
usos
da
grosseria,
mais
esta
comesinha
(i) Certes que le Peau Rouge admire le Borusse.
Cest tout simple: i l le voit aux brigandages prêt
Fauve atroce; et ce bois comprend cette forêt;
Mais que 1'homme, incarnantle droit devant 1'Europe,
L'homme que de rayons Colombie enveloppe,
L'homme en qui tout un monde hérofque est vivant;
Que cet homme se jette à plat ventre devant
L'affreux sceptre de fer des vieux âges funèbres,
Qu'il te donne, ó Paris, le soufflet des ténèbres;
Qu'il montre à 1'univers, sur un immonde char,
L'Amérique baisant le talon de César,
Oh ! cela fait trembler toutes les grandes tombes!
Cela remue, au fond des pâles catacombes,
Les os des fiers vainqueurs et des puissants vaincus !
Kosciusko frémissant réveille Spartacus;
Et Madison se dresse et Jefferson se lève;
A Illusão
Americana
u r b a n i d a d e e n t r e as
de
generosidade
certo, a s o m b r a
179
n a ç õ e s , esta falta
envergonharia,
dos
grandes
de
homens
Jackson met ses deux mains devant ce hideux rêve;
« Déshonneur! » crie Adams; et Lincoln, étonné,
Saigne, et c'est aujourd'hui qu'il est assassiné.
Bancroft, este fica para sempre i m m o r t a l i sado pela e x t r a o r d i n á r i a ode que o poeta lhe
dedicou:
Bancroft
Qu'est-ce que cela fait à cette grande France ?
Son tragique dédain va jusqu'à l'ignorance;
Elle existe et ne sait ce que dit d'elle un tas
D'inconnus, chez les róis, ou dans les galetas.
Soyez un va nu-pieds, ou soyez un ministre,
Vous n'avez point du mal la majesté sinistre;
Vous bourdonnez en vain sur son éternité.
Vous 1'insultez. Qui, donc, avez-vous insulté?
Elle n'aperçoit pas, dans ses deuils, ou ses fêtes,
L'espèce d'ombre obscure et vague que vous ôtes.
Tâchez d'être quelqu'un. Tibère, Gengiskan,
Soyez 1'homme-fléau, soyez 1'homme-volcan,
On examinera si vous valez la peine
Qu'on vous méprise. Sinon, allez-vous-en. Un nain
Peut à sa petitesse ajouter son venin,
Sans cesser d'être un nain, et qu'importe 1'atome?
Qu'importe 1'affront vil qui tombe de cet homme?
Qu'importent les néants qui passent et s'en vont ?
Sans faire remuer la tête enorme, au fond
Du désert, oü l'on voit rôder le lynx féroce,
Le stercoraire peut prendre, avec le colosse,
Immobile à jamais sous le ciei étoilé,
Des familiarités d'oiseau vite envolé.
Vid,
AROLFÍ
— Les Republiques
Sosurs,
i8o
A Illusão
Americana
q u e f u n d a r a m os E s t a d o s - U n i d o s ,
fizeram
a
auxilio
da
muros
sua
independência
França
de
e
que,
Yorktown,
panheiros
que
com
junto
foram
aos
os
de L a f a y e t t e e de
o
com-
Rocham-
beau. Q u a n d o , annos depois,
o
gene-
ral G r a n t fez u m a v i a g e m ao r e d o r do
m u n d o , quiz, e m Paris, apartar-se u m
pouco
do
guia
que
dos
aconselha
viajantes,
Victor Hugo. Sem
gado
aos
e
vêr
duvida, havia
che-
ouvidos de
como
nunca
vate
tivesse
immortal.
audiência.
velho
disse
de
Foi
Hugo.
ao
receberia
(un
era
tel
o
lido
Grant
o
nome
embora,
general,
um
só
Mandou
terrível
E m
Bcedeker,
desejou
d o p o e t a d a s Orientaes,
rante
o
igno-
de
certo
verso
pedir
a
termos
do
uma
cólera
do
violentos,
enviado de G r a n t que
nunca
similhante miserável
alarve
goujat).
Victor
convivência
Este episódio da
H u g o é bem
do
differente da
Imperador
c o m o a u c t o r d e Nqtre-Dame
vida
do
Brasil
de
Paris.
__
A Illusão
Americana
181
Outro facto: em 1891, (o caso foi
publicado e discutido) o capitão
addido
Paris,
naval
dos Estados-Unidos
feita
a
favor da
nha. Ficou verificado que
este
tou
em
foi surprehendido em flagrante
espionagem
que
Borup,
do
para
diplomata
Ministério
o
seu
Allema-
documentos
americano
da
Guerra
governo,
solicifrancez
elle os c o m m u -
nicou traiçoeiramente á
Allemanha.
**
E m
1883,
fallecendo
dos-Unidos o chefe
nos
socialista
Lasker, o Congresso
de
Estaallemão
Washington,
no mesmo anno e m que eram presos e
e n f o r c a d o s os
socialistas
de
Chicago,
mandou
mensagem
de
pêsames
pela
uma
morte
de
Lasker
ao
a l l e m ã o , e nessa m e n s a g e m
giados
os
cialista.
bons
na
serviços
O
e as
Congresso
Reichstag
eram
idéas
achava
A l l e m a n h a os m e s m o s
do
eloso-
muito
prin-
IÔ2
A Illusão
cipios
que o governo
seguia
no
O
seu
americano
allemão
P o r essa é p o c a ,
conflicto
a
devolveu
extranhando-a,
deixou de envergonhar
res.
entre
Allemanha,
per-
território.
governo
mensagem,
Americana
os
o que não
os seus
havia
o
auctocelebre
Estados-Unidos
porque
esta
receber a carne de porco
a
e
recusava
infeccionada
de trichina que lhe vinha da America,
e
Bismarck
mais
declarou que n ã o trataria
com u m
nistro
tal mr.
americano
tinha
em
mostrado
niente.
A
não
do
á
moralidade
imperador
houve
pelo
vencedor
da
em
estima
se
inconve-
tudo
isto é
ame-
1870-1871,
do
governo
Guilherme.
foi somente
que
guerra
a
de
e
mi-
que
do governo
Allemanha,
conquistou
Não
Berlim,
incorrecto
que a subserviência
ricano
Sargent,
naquella
americanos
e
China,
pelo
em
época
enthusiastas
mais
forte. N a
1 8 5 9 , u m a es-
A Illusão
quadra
Americana
americana,
expedição
contra
franceza —
183
neutra,
—
a China
pois
era
a
anglo-
estava ancorada no Pei-ho,
q u a n d o , a 25 de j u n h o d a q u e l l e a n n o ,
h o u v e c o m b a t e entre os belligerantes.
Inesperadamente,
aviso,
ao
os
navios
mando
romperam
do
de
verdade
pobres
com
nos
vezes
elles
um
ha
Esta
motivo —
foi um
sport.
E'
ceremonias.
Os
Império
são
Estados-Unidos
de
processo,
queimados
respeito
sem
sendo a t é
vivos. N e m
pela
com
fé internacio-
nal. Os Estados-Unidos obtiveram
China
um
mercio
e
tratado
o
c h i n s n ã o f a z e m os
grandes
forma alguma
ás
teve
filhos do Celeste
lynchados
Tattnal,
c o n t r a os chins.
figurar;
americanos
nem
americanos,
commodoro
só
que
motivo,
neutros
fogo
deslealdade
desejo
sem
de
navegação,
amizade,
em
da
com-
virtude
do
qual eram livres a entrada e sahida dos
chins
e
dos
americanos,
reciproca-
A íllusâo
1S4
mente,
a
nos d o u s paizes.
solemnidade
cional, o
lei
chins
nos
mais
audácia
americano
prohibindo
a
a
na
quebra
mais
votou
dos
Não
da
teria
palavra
machiavelica
carunchosa
da
na-
entrada
Estados-Unidos.
nação
cellaria
N ã o obstante
desse c o m p r o m i s s o
Congresso
uma
da
Americana
Europa
chandecré-
pita.
A
politica
americana,
em
relação
ella ainda
não
acabou
aos indios, q u e
de
exterminar, é
rocidade
século
que
indios
inacreditável
xix.
se
uma
Os
politica
neste
documentos
referem
á
fe-
final
do
officiaes
administração
dos
são trágicos ( i ) .
Os
inquéritos
que
quasi
excepção, no trato
sem
o
s u c c e s s i v o s t ê m de-
monstrado
verno
de
americano
governo
falta com
roubo
com
é
os
cynismo
( i ) Official Reports
of the war
or lhe departmenl
of the
interior.
a
regra,
do
indios.
á
fé
goO
dos
deparlment
A Illusão
tratados,
mata
Americana
os
tiro e rouba-lhes
installa.
tração
Os
dos
i85
indios a fome e
as
terras
empregados
onde
na
indios s ã o de
a
os
adminis-
uma
desho-
nestidade proverbial, nos E s t a d o s - U n i dos.
N ã o ha
uma
voz
que
conteste
isto, e ha m u i t o s livros a m e r i c a n o s
que
as
particularidades
campanha
de
de
sangue,
roubo e de
mente
A
desta
de
incêndio
em
longa
morticinio,
vêm
miuda-
narradas (1).
historia dos tratados
dos
Esta-
d o s - U n i d o s c o m os paizes d o E x t r e m o
Oriente
lentas,
está cheia de i m p o s i ç õ e s
de
t r a p a ç a s e de actos
fé. O s americanos t ê m sido
os
e
maiores
é
1828,
contrabandistas
péssima
o
a
governo
sua
de
na
de
reputação.
viomá
China
opio,
E m
chinez expediu u m
(1) Resume muito bem esta questão, e confirma com m i l casos o que dizemos, o seguinte
l i v r o : A Century of Dishonour,
by H . X . L o n d o n ,
1881, 8.°.
A Illusão
i86
Americana
d e c r e t o e s p e c i a l c o n t r a as f r a u d e s n o r te-americanas.
posta
dada
gociantes
Esse decreto
a
uma
foi a
res-
supplica dos
ne-
americanos
Vejamos
o
tom
de
em
orgulhosos
republicanos
ao
de
vice-rei
de
der
»,
v. exc.,
lançar
até nós
a sua
« Não
ha
contra
a
da
pagou
estar
haver
quem
digne
nós e
exten-
» (i).
prova
da
reclamações
somma
no
exagamericanas
China,»—diz
o americano
que
« do
esta
de um
Thesouro
o reclame
que
nação
as exigências
ao ponto
ainda
se
compaixão...
melhor
ultrapassar
clamantes,
dirigiam
sobre
James A . W h i t n e y (2), —
f a d o
se
d i z i a m e l l e s , « aos
vistas
das
aquelles
supplicamos
as suas
geração
que
Cantão:
« Prostrados
pês
Cantão.
o
nos
dos
re-
grande
saldo
americano
sem
». « E ê
preciso
(i) QUARTERLY REVIEW —Vol. LXII, pag. 15O.
(2) J A M E S A . W H I T N E Y — The Chinese and
the Chinese Question.
N e w - Y o r k , 1880, pag. 41.
A Illusão
lembrar»,
« que
continua
reaes
americanos
^S^>
Cantão
o
pelas
trabalhos
governo
brado
o
bombardeio.
oficial
dou
de
Cinco
annos
China
zade,
dous
lanchas
carta
estavam
justo
dos
e
natural.
gocom
depois,
um
embora
es-
inglezes
contra
as f o r -
estando
tratado
do
Pei-ho.
nós
ligados
de paz
americanos
e
e
a força,
canal.
preparados
parte
próprio
lem-
secun-
navios
um
ser
a China,
quizeram,
de
nosso
emboccadura
um
dos
com
depois,
por
deve
esquadra,
dos
da
ou
ejfectuados
annos
em paz
a acção
de
sympathisava
nossa
tificações
por
o
Dous
tivéssemos
á
E
os
em
inglezas,
chinez.
virtualmente
que
bombardeio
então
que
de
sofrido
defesa
ainda
verno
do
forças
de
originaram
ter
occasião
r
auctor,
suppostos,
diziam
P
I
se
ou
187
o mesmo
as reclamações
prejuizos,
pelo
Americana
americanos
para
uma
Estes
o que
quatro
levantar
Os
chins,
ami-
era
j á
recusa
muito
oppuzeram-se,
188
A Illusão
mas
os canhões
silencio
americanos
ás baterias
dias
depois,
foram
de
cinco
uma
idéa,
homens.
ameri-
que
facilmente
dizendo
Japão
torquiram
ilhas
correram
se f a z
que
delle
perdemos
tres
os E s t a d o s - U n i d o s
Samoa,
tectorado,
o n d e os a m e r i c a n o s n ã o
com
terra,
como
de
uma
ou
mente
da
a
ilha
em
espécie
condomínio,
de
tomaram
de
aos
Tutuíla,
Egual
Sião
e
pro-
conjunta-
Allemanha e
carvão.
tiveram,
ex-
u m t r a t a d o , e a s s i m f o i nas
acceitaram
sito
chinezes
»
Ao
parte
alguns
250.
ao perigo
forças,
e,
navios
mortos
Quanto
as nossas
terra,
pelos
sendo
«
impuzeram
dos fortes
arrasados
canos,
só
Americana
a
Ingla-
indígenas
para
depo-
procedimento
em
Madagascar,
paizes onde a industria americana quer
introduzir
os
seus
productos
c a r i a , f a l s i f i c a n d o as
peito
das
convenções
de
fan-
m a r c a s , e, a d e s internacionaes,
rotulando,
godões
A Illusão
Americana
como
inglezes, os
inferiores e
189
outros
seus a l -
productos
de m a n u f a c t u r a d i s f a r ç a d o s fraudulentamente.
Tratados
a
grande
ambição
de
commercio! Eis
ambição
que
mundo
dos
ainda
terno,
que
do
classe p l u t o c r a t i c a ,
monopolisadores,
contentes
de
norte-americana,
não é propriamente
povo, mas sim da
do
ahi
com
o
mercado
elles t ê m o
contra o extrangeiro,
não
monopólio
virtude
das
tarifas p r o h i b i t i v a s nas a l f â n d e g a s ,
em
detrimento
do
p o b r e , q u e se
vado do grande
corrência
em
in-
vê
pri-
a
con-
beneficio que
universal lhe
traria com
forçado abaixamento dos preços.
classe
plutocratica
americano
tyrannia
Rússia
povo.
do
na
Ella
com
que
governa
muito
mais
emprega
suprema
o
direcção
o
o
Esta
povo
rigor
e
csar
da
de
seu
suga a seiva americana
e,
praticamente, pelo poder do ouro, tem
A Illusão
190
privilégios
maiores
clero
dos.
reaes
do
na
A
Americana
que
e
os
Europa,
positivos
da
nobreza
e
do
nos
tempos
passa-
millionocracia
domina
os
m i n h o s d e f e r r o , as docas,
e
muito
t i r a das
sobras
de
as
seus
ca-
fabricas,
proventos
c o m que governar, subsidiando e convertendo
em
servos
obedientes
todos
os politicos dos E s t a d o s - U n i d o s ,
paiz
na
historia do
simples
tician)
designação
se
razão,
de
(poli-
injuria.
americanos
satisfazem j á c o m o mercado
que
o
proteccionismo
lhes
n ã o se
nacional
entregou.
N a s suas i n d u s t r i a s
empregaram
capitães
que
enormes
muneração.
ções,
elles
mercados
ctos
E m
elles
exigem
egualdade
de
mundo, com
manufacturados
da
os
re-
condi-
n ã o p o d e m concorrer,
do
a
muita e muita
verdadeira
plutocratas
e m que
político
tornou, com
uma
Os
mundo
único
nos
produ-
Europa.
proteccionismo, que p e r m i t t i u nos
O
Es-
A Illusão
Americana
t a d o s - U n i d o s a c r e a ç ã o das
fortunas
industriaes,
o
encarecimento
a
elevação
seriam
dos
immensas
trouxe
da
vida
salários,
também
e, c o m
que
elle,
j á d e si
mais elevados do que
na
Eu-
ropa, pela raridade relativa da m ã o de
o b r a p e r i t a e t e c h n i c a (skilled
Sendo
os
custo
da
salários
mais
producção
é
labour).
elevados,
maior
n a E u r o p a , e, p o r i s s o , n a
cia u n i v e r s a l , os
vencidos pelos
Sendo
cana
da
a
sob
o
aggravada
moeda,
porque,
como
matéria
de
já
a
ameri-
peso
de
Dahi,
a
sua
crise
pelo desvalor
moeda
de
dissemos,
cunhagem
legisladores
são
europeus.
industria
exaggerada.
industrial,
parte
Estados-Unidos
assim,
producção
que
concorrên-
productores
succumbe
do
americanos
de
o
prata,
até
moeda,
têm
de
em
os
querido
p r o t e g e r os millionarios e m d e t r i m e n t o
do
povo, e o t ê m
lograriam
os
conseguido.
proprietários
das
Como
gran-
A Illusão
192
des
minas
preço
o
de
seu
Americana
prata
metal,
vender
si o
por bom
valor
deste
n ã o se m a n t i v e s s e p e l a s c o m p r a s c o n t i nuas
do Thesouro americano, que
ad-
quiria barras de prata para transformalas e m
moedas? T a n t a moeda de
cunhou
o
Thesouro
rompeu o equilibrio
moeda
A
de
americano,
do
valor
e a moeda
superabundancia
encareceu
o
prata
prata
que
entre
de
a
ouro.
rebaixou a
prata,
o o u r o e este e m i g r o u para
extrangeiro.
Moeda
parte depreciada,
desegual
eis o q u e
o
e em
protec-
cionismo p r o d u z i u no systema da circulação
monetária
dos
Estados-Unidos.
A e s t a g n a ç ã o da industria, proveniente
do
excesso de
capacidade
geiro
p r o d u c ç ã o e de sua in-
para
com
os
concorrer no
productos
europeus,
aggrava-se de dia para dia. H a
annos,
os
americanos
extran-
diziam
quinze
que
no
seu paiz n ã o havia q u e s t ã o s o c i a l ; que
OS t u m u l t o s
operários,
as
luctas e
as
A Illusão
crises
Americana
provenientes
das
193
difficuldades
d o p r o l e t a r i a d o e r a m males das
sociedades
européas;
America, havia
para
do
A
todos
os
espaço,
luz e
questão
que
operaria é mais
na
contra
ainda
a
nos
e
Estados-Unidos,
de
ataque
a
que
chamada
tem
e
de
na
f o i egualada.
Europa,
terrível
americano
sociedade,
não
vemos?
Europa.
proletário
organisação
livre
comida
trabalho. Hoje, que é que
O
na
na
pobres, sob o r e g i m e n
mais a m e a ç a d o r a
do
que,
velhas
defesa
Europa
Parece
paz
tal
que,
armada,
com a consciência do perigo que
corre
a p r ó p r i a existência nacional, e m vista
da
hostilidade de
dá
ainda
a
vizinhos
consciência
cessária a união
para
de
poderosos,
que
gravidade
a
questão
única.
ne-
garantir a exis-
tência da própria pátria. Nos
Unidos,
é
social
Grande
Estadostem
parte
massa operaria é extrangeira,
uma
da
estando
13
A Illusão
194
Americana
ainda na primeira
do
immigrante,
qual,
tendo-se
antiga,
nova.
intermedia,
pátria
a
pátria
adoptou
dos
os
paizes
immigrantes
operários
de
na
da
por uma verdadeira
d'entre
ctivos
não
massa
constituída
ção
phase
existência
desprendido
ainda
A
phase da
é
selec-
dos
respe-
origem. Selecção
de
fortes, de e n é r g i c o s , de resolutos,
pois
o
uma
simples
prova
de
acto
espirito
não
duvidou
seu
nascimento
em
perturbar
isso, nas
o exercito
dos,
é
de
emigrar
audacioso.
abandonar
a
é
não
a
tem
pátria
Quem
pátria
de
escrúpulos
adoptiva.
Por
difficuldades da
lucta social,
o p e r á r i o , nos
Estados-Uni-
mais
para
temer
do
que
na
Europa.
A
dos
de
uma
politica
financeira e
Estados-Unidos
uma
notável
reacção
econômica
produziu,
expansão
extraordinária.
depois
industrial,
O
ope-
rário hoje n ã o tem trabalho, ou, quando
A Illusão
o tem, o patrão
esse
trabalho
Americana
não
pôde
como
o operário
mesmo
dinheiro, porque
não
todos
os
e
paizes,
da
o
desse
problema
mundo.
relativas
que
o
e
e o
pobreza
como
A
precise sempre
problema
é
Todas
são
sempre
um
modo
estabilidade
tão
e
O
revoltas
as
muito
provisórias.
de
escravidão,
dar
uma
organisação
certa
ao
prole-
miséria
humana
pela pobreza,
o
felicidade futura e
do
a
próprio
A
pellava
força
nando
para
a
sociedade
materialmente
quando
fazendo
titulo
pagã
material,
o
as
promettendo
soffrimento u m
ventura eterna.
obe-
acalmou
exacerbada
céo e
da
soluções
soluções
Christianismo
da
é
antigo
tariado, coagindo-o a trabalhar e
decer.
da
operaria
antigüidade tinha a
é
do
preço
duvida, a questão
riqueza
tempo,
baixou.
Sem
de
remunerar
noutro
embora
vida
195
á
ap-
domi-
proletário;
a
196
sociedade
A Illusão
Americana
christã
prendia-o
pelas
deias, a i n d a m a i s fortes, d a
e
da
miu
a
no
e
fé. O
espirito
escravidão
céo. O
a
uma
formula
cravidão
na
da
outra
deixou
operário
sciencia
foi
não
que
suppride
falar
abandonado,
encontrou
ainda
substituísse
antigüidade,
vida,
esperança
moderno
e
que
o
ca-
a
ou a
es-
crença
Christianismo
infundia.
Nos
Estados-Unidos,
operaria é mais
ropa,
do
porque o operário
nhuma
os
grave
a
que na Eunão
das peias materiaes
incentivos moraes
agitação
tem
ne-
e n ã o tem
que e m parte o
d o m i n a m n a E u r o p a e d e q u e se a c h a
liberto
na
As
Monarchias
occupam
sorte
America.
dos
européas
seriamente
com
operários.
se
pre-
melhorar
Elias
têm
a
todo
o interesse e m adiar e evitar a
grande
crise
as
do
nastias
proletariado,
sabem
que,
porque
numa
grande
dyca-
A Illusão
tastrophe
Americana
197
social, os t h r o n o s
desappa-
receriam (1).
N a s R e p u b l i c a s , n ã o h a esse i n t e resse
de
c o n s e r v a ç ã o , q u e l e v a os g o -
vernantes
por
a
quererem
interesse p r ó p r i o .
tudo é transitório:
erros e
em
e,
quer
si
a
graves,
o
Republica,
seu paiz
accumulem
sabem
de
be-
erros
sobre
a t é ao crime,
terão,
período, de deixar o
poder,
cheguem
certo
Na
governar
os h o m e n s
que, q u e r encham
nefícios,
bem
Republica
mudam-se
commette
faltas
homens,
conti-
os
nuando sempre a Republica, ainda que
seja p a r a r e p e t i r as faltas
ram,
em
vão, reprimir
que procu-
com a
perio-
(1) A i n d a ultimamente, n u m congresso, em
Milão, vimos os representantes da Allemanha
cesarista e da Itália monarchica se manifestarem
a favor das p e n s õ e s aos inválidos do trabalho, emquanto que os enviados da Republica Franceza,
Yves Guyot e L é o n Say, republicanos, se oppuzeram com ardor a essa medida h u m a n i t á r i a , j á
adoptada na Allemanha.
A Illusão
198
d i c i d a d e das
Americana
revoluções. A
Republica,
b e m que seja p e r s o n a l í s s i m a quanto
influencia
dos
com
espécie
uma
que a torna
funccionarios, beneficia
de
impersonalidade
irresponsável.
Na
dos n e g ó c i o s e dos dinheiros
a
Monarchia
existência;
é
arrisca
como
a
que
responde
pessoa
com
a
bens.
A
própria
uma
conhecemos
é uma
paizes
sua
seus
companhia
onde
n o m e de companhia é quasi
de
a
de
a n o n y m a de responsabilidade
E
firma
com
totalidade
Republica
gestão
públicos,
sua
que
solidaria,
e
á
limitada.
o
simples
synonymo
deshonestidade...
A
Historia demonstra
publicas,
uma
Cada
tem
tendência
modo
sua
peculiar
sivos p r o b l e m a s
Tomemos,
Unidos e
fôrma
de
da
Brasil,
de
e
historia
os
ambos
Rese
governo
tem
resolver
por exemplo,
o
as
vez falseadas, nunca
regeneram.
a
que
o
seu
os succesnacional.
Estadosem
frente
A Illusão
do
mesmo
Americana
problema:
a
199
abolição
da
escravatura.
T i v e r a m os E s t a d o s - U n i d o s a
solução
genuinamente
sua
republicana
norte-americana, isto é, a s o l u ç ã o
violência,
gor
uma
e
pela
pela força, pelo grande
da g u e r r a fratricida. T e v e o
solução
genuinamente
monarchica, a
solução
e
fra-
Brasil
brasileira
que
todos
vimos, s o l u ç ã o q u e excedeu os
sonhos
dos optimistas mais h u m a n i t á r i o s .
ventura
da
deveremos
solução
que
Por-
envergonhar-nos
soubemos
e
pudemos
dar ao p r o b l e m a e sentir o n ã o termos
imitado
os
Estados-Unidos
também
nesse p o n t o ? D i s s e m o s que, n o
Brasil,
o p r o b l e m a escravo teve u m a
monarchica,
não
só
porque
solução
a
M o -
narchia
b r a s i l e i r a t e v e a g l o r i a de ser
punida
pela
como
porque,
mundo,
cial
se
sua
acção
desde
nenhuma
que
grande
realisou, sem
ser
libertadora,
o
mundo é
r e f o r m a sodebaixo
da
200
acção
A illusão
de
um
Americana
regimen
monarchico.
O u ç a m o s u m dos mais profundos
sadores do século, D õ l l i n g e r :
munho
da
a solução
das
Historia
das
nos
questões
instituições,
tradicionaes;
do
Quando
a
Romana
chegou
admittiram
a
O
aconteceu
e com
tempo
Si
a
do
os
tivessem
presidente
tamente
o problema
mo-
Republica
extremos
li-
intelligentes
si
da
mesma
da
com
Ree
a
Monarchia.
a
Republica
Republica
Franceza,
Directorio.
em
monarcha,
eleito
lhes
fa-
Republica.
Estados-Unidos,
um
mais
governo
seus
a
necessidade
no
abusos
impossibilidade
inevitável
Polaca
de
romanos
reformar-se
mesmo
reforma
da
aos
os
que
numa
corrupção
todos
publica
num
que
teste-
a
com
e segurança
7tarchico,
mites,
abolição
realisam-se
cilidade
« O
demonstra
sociaes,
a
pen-
teria
servil
por
em
poucos
sido
para
vez
annos,
possível
uma
1862,
de
um
cerdirigir
solução
A Illusão
pacifica,
ra
evitando
civil,
Americana
uma
cujos
201
sangrenta
effeitos
guer-
ainda
perdu-
ram
» (1). Isto dizia o illustre pensador
em
1 8 8 0 , e o i t o a n n o s d e p o i s os factos
vieram
dar-lhe
razão, porque o
paiz
monarchico
bém
o
único
extinguiu
O
a
seu
natural
da
paiz
America foi tam-
que
pacificamente
escravidão.
destino
o
seu
instincto de conservação,
leva
as
Monarchias
os
problemas
manifesto,
a procurarem
sociaes,
problemas
damente
as
E
por
é
narchias
perigo
e
resolver
emquanto
as o l i g a r c h i a s r e p u b l i c a n a s
ses
único
que
temem
adiam-lhes
es-
indefini-
soluções.
isso
que
vemos
as
Mo-
européas, comprehendendo
e
o
encargo
de
sua
bilidade,
encararem
de
frente o
blema do
proletariado, que,
o
responsa-
nos
proEsta-
(1) J. I . V O N D Õ L L I N G E R — T r a d u c ç ã o ingleza
sob o t i t u l o Studies in European
History
Iranslated by Margaret
Varre. L o n d o n , 1890, pag. 24.
A Illusão
202
Americana
dos-Unidos, é desleixado pelos poderes
p ú b l i c o s . N a E u r o p a , ha, n a v e l h a tradição monarchica, a remota
da
antiga
alliança
da
lembrança
realeza
com
os
burguezes,
c o n t r a os s e n h o r e s feudaes,
que
os
eram
Hoje,
zes,
os
oppressores
oppressores
que
dos
são
os
proveito
t o d a s as c h a m a d a s c o n q u i s t a s
ou
1789.
não
gios
burgue-
c o n f i s c a r a m e m seu
l u ç ã o de
O
semita
reaes
e
fracos.
da
capitalismo
gosa
hoje
effectivos,
revosemita
de
privilé-
muito
mais
v e x a t ó r i o s d o q u e os p r i v i l é g i o s a n t i g o s
da nobreza
men,
a
e do clero. N o antigo regi-
nobreza
pouco
enfraquecendo,
se i a
o
mais
duvida
ricos
os
o
fortalecendo.
capital
vez
e
se
Na
por
a
fiquem
si
vida
cada
vez
vez
republicana
Estado
moderna,
mesmo,
e
fatalidade
cada
p o u c o se i a
terceiro
avoluma,
que
pobres,
forma
cresce
a
é
fora
de
que
os
ricos
e
faz
mais
mais
cada
pobres.
burgueza,
A
como
A Illusão
existe
em
Americana
França
Unidos, é a que
e
203
nos
Estados-
m a i s p r o t e g e os
abu-
sos d o c a p i t a l i s m o . H a c o m o q u e
uma
repercussão
pos
de
lado
a
de antigas
hoje,
quando
ferocidade
proletário,
éras, nos t e m vemos
burgueza
de
contra
abroquelando-se
em
proteccionistas, e m m o n o p ó l i o s
triaes,
da
legalidaae,
De
tante
auctoridade,
em
indus-
em
obediência
velhas
tradições
Império Romano e o Papa
extender
a
mão
aos
em
direito
(1).
outro lado, vemos o
das
o
leis
e falando a todo momento
principio
da
um
represendo
Santo
procurando
operários,
que,
afinal, s ã o a força, s ã o o numero, s ã o a
justiça e serão o poder
de a m a n h ã .
Papa e o Imperador, com a
O
comprehen-
(1) Dizia STENDHAL que, quando se começa
a falar m u i t o no principio
de alguma cousa, é
porque essa cousa j á n ã o existe. Fala-se m u i t o
hoje no Brasil em principio
de auctoridade.
E'
porque j á n ã o existe a auctoridade, que f o i subs t i t u í d a pela o p p r e s s ã o .
A Illusão
2C-4
Americana
s ã o superior q u e lhes d á a fé nos
destinos,
pos
de
mam,
estão vendo que
renovação
e
que
Bastilha
em
é
novos
social
se
preciso,
que
a
seus
tem-
approxi-
na
immensa
burguezia
revolu-
c i o n a r i a e n c a r c e r o u o p r o l e t a r i a d o , rasgar u m a janella para o azul. A
da
Egreja
tidão
infeliz
dora, que
menos,
do
e
do
Império
alliança
com a
contra a burguezia
mulgosa-
se d i z r e p u b l i c a n a , o u ,
democrática,
findar deste
século. A
preoccupa-se com
rios; Bismarck
garantindo
a
é o grande
a
facto
Allemanha
sorte
dos
fez v o t a r a
velhice
pelo
operá-
celebre lei
e a invalidez do
trabalhador; o socialismo penetrou
altas
elle
espheras
já
do
existe
de
governo
facto
nas
inglez,
na
e
grande
d e m o c r a c i a russa, c o n s a g r a d o e m
usos
e instituições seculares. A i n d a ha muito
por
f a z e r , m a s as g r a n d e s
deram
mente
o
signal,
e
este
Monarchias
foi
principal-
o congresso europeu, que o i m -
A Illusão
Americana
205
p e r a d o r G u i l h e r m e I I f o r ç o u a se r e u n i r
em
Berlim
melhorar
para
a
estudar
sorte
movimento
está
dos
os
meios
de
proletários.
O
iniciado;
onde
encontra mais resistência é na
baluarte
da
burguezia
França,
republicana,
nos paizes latinos, que mais o u
se
inspiram
no
elle
espirito
e
menos
francez.
A
E g r e j a patrocina o socialismo christão,
e
não o
Por
um
faz
somente
instincto
por
palavras.
admirável, o prole-
tariado inglez comprehendeu que
podia esperar de sua egreja
nada
o f f i c i a l , e,
na g r a n d e crise d e 1 8 9 0 , o seu arauto,
o
seu
chefe,
o juiz
de
sua
causa,
o
seu paladino, f o i o v e l h o cardeal M a n ning,
rários,
cos
da
que
reconciliou
feito digno
Egreja.
dos
Nos
patrões
tempos
e
opeherói-
Estados-Unidos
e na Austrália, ha a alliança
tácita
Egreja
Vejam-se
os
e
do
esforços
monsenhor
do
proletariado.
cardeal Gibbons e
Ireland, e admire-se
da
de
como
206
o
A Illusão
Americana
movimento operário
Unidos
ganhou
influxo
da
A
em
nos
Estados-
grandeza
com
o
Egreja.
de
caminhos
dos
monopolistas
e dos i n -
dustriaes
que
a ferocidade do
cionismo
enriqueceu,
de
do
classe
ferro,
dos
donos
detrimento
c o n f o r t o e d o b e m estar do
arma-se,
grandes
nos
recursos
para
que
têm
de
menos
dia,
com
o
governo e
gton
são
os
os
batalha
travar,
povo
mais
sudia,
americano.
representantes
subsidiados, que
satisfeitos
a
de
politicos de W a s h i n -
m e n t e interessados,
t o d o s os m e i o s
pobre,
Estados - Unidos,
prema
O
em
protec-
ou
directa-
indirectamente
h ã o de
procurar por
p r o t e g e r os r i c o s e os
contra
os
famintos. Os fi-
n a n c e i r o s e os m o n o p o l i s t a s a m e r i c a n o s
votam odio á Europa, porque
se e s c o o u o o u r o a m e r i c a n o , e
na
Europa
os
governos
o e x e m p l o da defesa
das
estão
para
lá
porque
dando
classes
ope-
A Illusão
Americana
rarias. O d e f e n s o r desses m o n o p o l i s t a s
mais
conhecido
negie,
um
é
o sr.
escossez
Andrew
Car-
prodigiosamente
enriquecido nos Estados-Unidos e que,
no
fim
da
vida,
figura
em
todas
as
m a n i f e s t a ç õ e s a n t i - e u r o p é a s , ou, antes,
anti-liberaes,
q u e se d ã o n o s
Estados-
U n i d o s . O sr.Carnegie é dono de umas
fundições
gigantescas e auctor de
livros, e m que
felicidade da
exalta o
riqueza
uns
capitalismo,
a
e a superioridade
dos Estados-Unidos, paiz que elle apresenta
como
o primeiro
mais conhecido
negie
dos
chama-se
phante,
do mundo.
l i v r o s d o sr.
O
Car-
a Democracia
trium-
livro ricamente impresso,
que
na p r i m e i r a pagina traz u m a coroa real
invertida e u m sceptro quebrado,
para
indicar a victoria da democracia. O l i v r o é m a l e s c r i p t o , é i n s o l e n t e e,
dar
uma
idéa
do
seu
m o d o de
mentar, diremos apenas que,
provar
a
superioridade
para
argu-
querendo
artística
dos
A Illusão
208
Estados-Unidos
diz
que
as
maiores
do que
o
sr.
salas
em
Americana
sobre
de
a
E u r o p a , elle
espectaculos
Denver e em
Cincinnati,
e m Paris e Londres. N o
Carnegie
thusiasta
á
entoa
um
felicidade do
são
mais,
hymno
en-
povo ameri-
cano, cuja existência, segundo o auctor,
é
um
fala
i d y l l i o s e m f i m . O sr.
do
bem
ricano, de
de
estar
do
Carnegie
operário
ame-
sua casinha r i s o n h a á beira
campos sempre
murmurantes
e,
verdes e
em
de
raptos
águas
biblicos,
quasi
que
d i z q u e os r i o s s ã o d e l e i t e
e
mel.
Ora,
de
que
paraíso
lecimento
as
ser
bem,
como
quérito
ser
do
sr.
verdade,
o
estabe-
Carnegie,
fundições de H o m e s t e a d ?
em
1891,
H o m e s t e a d u m a greve
cada,
isso
n ã o devia
industrial
celebres
Pois
a
depois
official,
pela
terrivel,
dureza
máximo
em
provo-
demonstrou
prietário, que do infeliz
gia u m horrível
rompeu
o in-
do
pro-
operário
exi-
de
trabalho,
A Illusão
a
troco
lário.
de
um
Não
idyllico
Americana
minimo,
parou
sr.
ahi
ridículo
o
Carnegie.
209
sa-
patriarchal
Nos
e
Estados-
Unidos, a policia consente que existam
grandes
e
poderosas agencias, que
encarregam
de
fazer
conta
dos
vezes
empregadas
a
particulares,
policia
e
em
se
são
obras
por
muitas
de
vin-
g a n ç a e de evidente criminalidade.
mais conhecida destas agencias, a
A
agen-
cia P i n k e r t o n , o r g a n i s o u , p o r c o n t a
de
Carnegie, u m
exercito
de
revólvers e
de
detectives,
verdadeiro
armados
de
c a r a b i n a s , d e s t i n a d o s a r e p r i m i r os o p e rários
como
revoltados,
os
da
Itália
verdadeiros
medieval,
bravi,
ou,
an-
tes, c a p a n g a s , c o m o d i r í a m o s n o B r a s i l .
Os
pinkertons
com
os
entraram
operários,
roteios,
muitas
terra
por
e
houve
mortes,
agua,
em
guerra
grandes
ti-
ataques
por
assédios, uma
ver-
dadeira guerra. A imprensa indignou-se
e
exigiu
explicações
do
governo,
14
de
A Illusão
2IO
como deixava
uma
a
de
auctoridade,
seu
que
pinkertons
sem
um
organisadas
iria
parar,
e
dade
os
cidade
tendo
noutras
viver
como
republicano
immenso
vezes
ba-
trucidaram sem
operários que
de
per-
jornaes, este abuso ? Os
foram algumas
tidos,
intervir
millionario
tropas
serviço. Onde
os
território
e verberou o escândalo
ter assim
guntavam
seu
guerra,
consentir
pudesse
ao
haver no
verdadeira
se
Americana
na
patrão
mr.
pie-
tinham a
livre
o
feli-
America,
intransigente
Carnegie. Apesar
escândalo
que
do
produziu
na
o p i n i ã o publica americana a carnificina
de
Homestead,
do
Estado
inertes.
as
respectivo
Quanto
primeiros
tropas
a
signaes
se
federaes
e
mantiveram
C a r n e g i e , l o g o aos
do
tumulto,
refu-
giou-se na velha, na tyrannica Europa,
porque, alvo
do justo odio dos
rios e incurso
nas
manência
tal
na
leis
operá-
penaes, a
Democracia
pertrium-
A Illusão
phante
poderia
Com
o
ser-lhe
governo
Carnegie,
lionario,
jaria.
Americana
na
e
desagradável.
c o m os
tribunaes,
sua qualidade
muito
facilmente
N ã o tinha
protector
211
sido
de m i l se
arran-
o
grande
elle
eleitoral do presidente H a r -
rison ? C o m os o p e r á r i o s , a cousa
era
mais
de-
difficil,
mocracia
e
o
plutocratica
tranquillamente
Este
o
na
da
deixou-se
ficar
Europa.
episódio de Homestead,
mencionamos,
cheio de
apologista
nós
porque
é
typico
e
revelações para
o
futuro da
A m e r i c a republicana. O poder do millionario
Unidos
leis,
blica.
não
encontra
Estados-
n e n h u m c o r r e c t i v o efficaz nas
ou na acção
Tudo
possível.
nos
lhe é
Isto
da auctoridade
licito,
entrou
tudo
lhe
é
na
con-
s c i ê n c i a nacional, q u e os h o m e n s
mais
cultos d o paiz, os
seus
sábios,
os
philanthropos,
tanto
pu-
seus escriptores,
seus
poetas,
evitam
todo
os
os
seus
contacto
A Illusão
212
com
a
politica,
posições
os
politicos,
de
homens
magnatas
valor
da
desdenham
não querem
irresponsáveis
E m
todo
nas
ser t i -
m ã o s do mi-
caso, o
financeiros,
ser o i n s t r u m e n t o dos
mem
resultado
a
situação
sua
do
militares, o hoa
sua digni-
independência. Eis
político
ser
q u e r t e n h a de
publico perde, c o m
dade,
fi-
ser
o mesmo, porque, q u e r tenha de
servidor dos
as
paizes d o continente,
porque
litarismo.
é
pelos
Noutros
homens
teres
porque sabem que
politicas s ã o dadas a
subservientes
nança.
Americana
na
ahi a
America.
O millionario empregara a t é agora
a
arma
poderosíssima
da
corrupção.
O
sr. C a r n e g i e f o i u m i n n o v a d o r ; c o m
o dinheiro, organisou uma força e com
ella
bateu
os
que
perturbavam a
sua
industria. I s t o f o i talvez u m ensaio. E m
p o u c o t e m p o , os m i l l i o n a r i o s
ebilliona-
rios americanos o r g a n i s a r ã o
exércitos.
Havendo
dinheiro,
ha meios
para
se
A Illusão
defender
sabe
Americana
qualquer
si,
no
como
as
tuição
de
da
dos
ser
fracos
e
sustental-os.
de
pôde
E m
braços
breve,
de
para
Os
para
haverá
armamentos
capitães
ou
dos suissos
Por
e
mere
de
por
valentes,
quanto
por
governos
que
tarde
ou
Car-
ge-
almirante ?
Themistocles
com
mercenários
custa u m
um
dia,
de
os
lansquenetes
Quanto
Nelsons por empreitada
tanto
de-
decididos, que r e n o v a r ã o
Alugar-se-ão
a
que,
bellicas; alugar-se-ão,
da Renascença.
neral ?
deixar
interior, procu-
feitos das tropas m e r c e n á r i a s
thago,
insti-
governos
no
agencias,
soldados
A
coragem e ambições
francos
invenções
meio
dos
nos
individuaes,
Media?
extrangeiro
fendel-os
cados
Edade
quem
haverá
guerras
privilegio
no
não
mercenários
sentindo-se
ram
indivíduo, e
futuro,
Estados-Unidos
213
e
por
mez,
Napoleões
comida.
têm
cedo
chamado
tiveram
214
A Illusão
Americana
d e se a r r e p e n d e r . A l e a l d a d e d o s
cenários
cabe
é
nulla,
defender
é
e
o
paiz
que
nas
da
a
qualquer
luctas
lucta,
titulo,
tomar
calamidade.
a c o n t e c e r á , talvez, c o m o
os b r a ç o s
que
parte
elle.
depois
O
mesmo
capitalismo;
elle tiver a r m a d o
tra o proletariado
contra
pri-
chamado
nacionaes, torna-se,
uma
lhes
m u i t a vez a sua
meira victima. O extrangeiro
para,
mer-
O
se v o l t a r ã o
imaginoso
con-
um
dia
novellista
E d m u n d Boisgilbert, escrevendo no int u i t o d e a d i v i n h a r o q u e v a i ser a v i d a
das
gerações
Ccesar's
Column,
lucta armada
como
futuras, n o seu
descreve
romance
a
q u e os p e n s a d o r e s
inevitável
no
porvir
grande
vêem
norte-ame-
ricano ( i ) . Nesse livro, vê-se o capital
omnipotente
dominando
exércitos
e
( i ) Estas linhas f o r a m escriptas em fins de
1893. E m 1894, as espantosas paredes de Chicago
vieram dar r a z ã o ao auctor.
A Illusão
tudo
vencendo
põe
a
seu
sos
da
á
força
serviço
sciencia
requintes
Americana
de
multidões.
H a
do ouro,
todos
os
e
todos
todos
destruir
contra
e
que
progres-
applicada,
do goso
materiaes
215
os
os
meios
subjugar
essa
as
longa ty-
rannia u m a immensa revolta; o capital
defende-se,
e
a
mortandade
sociedade
estrondo,
A
a
a
horrível,
americana
rúe
numa catastrophe
imaginação
mas
é
do litterato
invenção
absoluta.
é
grande,
do escriptor
corres-
ponde a u m secreto instincto de
Hoje, o
gumas
povo
com
industrialismo ainda
esperanças
de
todos.
tem al-
salvar-se,
e
o
n ã o t e m ainda a consciência ní-
tida de sua força. A s difficuldades d o
presente
graves
tocracia
transe,
para
E'
já
são, portanto,
para
o
capitalismo, e
americana
sahir
de
procura,
seus
bastante
a plua
todo
embaraços,
e
isso v o l t a - s e p a r a o e x t r a n g e i r o .
para
este,
pois,
q u e os
políticos
A Illusão
2l6
Americana
norte-americanos
válvula
ao
Não
tário
querem
excesso
é
só
o
da
mens;
é uma
lucro
guia
mos,
producção
retrahir-se,
e,
os
como já
americana
retrahida,
tarão
desempregados,
o já
tão perigoso
descontentes.
Neste
terá
de
nos
europeus
lismo,
de
Europa
para
empenho
prata
creando
ropa,
na
recusou
mesmo
que
aos
solicitar
a adopção
dar
sahida
tantos
dos
do
á
attender
intuito
de
ao
dar
ope-
dos
d e salespecial
amegoverbimetal-
quantidade
embaraços
Estados-Unidos.
conferência
em
exercito
representantes do Thesouro
ricano á
de
augmen-
vação publica, foi uma missão
de
mer-
crescerá
que
de
de
explicá-
enorme proporção o numero
rários
ho-
necessidade absoluta
extrangeiros,
a
mone-
esses
s e g u r a n ç a nacional. Fechados
cados
uma
producção.
f i m de
immediato que
abrir
está
A
Eu-
Bruxellas,
pedido.
sahida
Foi
a
no
seus
A Illusão
productos
e
de
Americana
crear-lhes
especiaes nos mercados
que
os
por
tratados
de
Essa
dos
troco
de
confiada
imcom-
os paizes d a A m e r i c a .
paizes
de
extorquir
illusorias, esteve
Blaine, quando
tario de Estado
tra-
latino-americanos, a
vantagens
a
quizeram
reciprocidade
empresa
tados
vantagens
extrangeiros,
Estados-Unidos
mercial a todos
217
pela
f o i secre-
segunda
vez.
III
Quando o ambicioso estadista voltou ao poder, e m
do presidente
1889, com a
Harrison, veiu
to a tirar a sua desforra do
em
que
cahira,
em
descrédito
e
Bolivia.
a
lucta
entre
E m
o
interven-
Chile,
o
Perú
1884, ousara já
candidato á presidência
se
de seus p r o -
cessos e de seus i n t u i t o s n a
na
dispos-
1881, quando
descobriu a indelicadeza
ção
eleição
da
ser
Republica,
2l8
A Illusão
e isto bastou
Americana
para u m grande
de v o t o s de seu
o
próprio
partido
con-
adversário, o
can-
vergir
para
didato
Cleveland, que foi então
pela
primeira
não
fora
toda
a
seu
numero
vez.
E m
candidato,
sua
Harrison,
mas
influencia
com
a
Blaine,
talento, acharia
de
dirigir
regimen
desta
todo
positivamente
expressa
que
tenha
sidente,
para
verno
e
algum
de
rar
o
o
o
de
paiz.
Assim
leva a
pelas
urnas,
vontade
tome
exerça,
absurdos
repellido
pela
vonbasta
do
conta do
sem
a não
de
foi. O
haver
fazel-o sahir e m q u a n t o
presidente,
en-
meio
eleitorado,
si a
de
extraordiná-
homem
que
deste
Estado,
um
do
por
favor
facilmente o
presidencial
ordem:
tade
em
c o m o seu
rio
Blaine
empregara
condição
tregar-lhe a Secretaria
onde
1888,
eleito
ser
por
pregomeio
duuma
r e v o l u ç ã o . Blaine, pois, assenhoreou-se
da
Secretaria
de
Estado.
A Illusão
Em
grande
1881,
Americana
um
dos
219
pontos
plano de Blaine fora a
reunião
de u m congresso pan-americano,
sob
a
égide
e
tados-Unidos,
tantes
de
discutir
proco.
protecção
deveriam
assumptos
frustrada
onde,
dos
os
Es-
represen-
t o d o s os paizes d a A m e r i c a
As
de
interesse
revelações
de
e
á
n o Pacifico des-
completamente
Blaine,
reci-
conseqüentes
intervenção
acreditaram
jectos
a
do
o
os
pro-
primeiro
acto
de seu successor consistiu e m
expedir
aviso
para
ás
nações
congresso,
convidadas
dizendo-lhes
r e u n i ã o dos
que a
o
grande
representantes de toda
a
A m e r i c a ficava indefinidamente adiada.
Blaine,
1889,
trazia
gança:
voltando
um
queria
ao
plano
em
dupla
vin-
de
humilhar
reunir o congresso.
poder,
o
Chile
C o n s e g u i u as
cousas. T e v e o c c a s i ã o de l a n ç a r ,
m o s t r á m o s , u m ultimatum
chileno,
exigindo, em
ao
prazo
e
duas
como
governo
dado,
sa-
A Illusão
22o
Americana
tisfacções e i n d e m n i s a ç õ e s , e v i u reunid o s e m c o n g r e s s o , e m W a s h i n g t o n , debaixo de
sua p r e s i d ê n c i a , os
represen-
t a n t e s d e t o d o s os p a i z e s d a A m e r i c a .
A
primeira
consistiu
em
recepções
e
America
parte
do
congresso
banquetes,
festas.
latina,
Os
pela
imprensa, pela
attitude
verno,
logo
ficaram
passeiatas,
enviados
da
linguagem
da
geral
do
convencidos
que s ó o interesse dos
tal
cano
congresso.
poz
em
gatório
para
do
gton,
total,
de
com
tres
0
dos
a
governo
reciproca
e
apenas
os
para
ameripontos:
conflictos
de
o
ou
de
direitos
paiz
contra-
E s t a d o s - U n i d o s ; 3. ,
0
encher
de
Washin-
parcial,
isenção
entre
obri-
celebração
estabelecendo uma
e
delles
arbitramento
2. ,
o
importação
tante
governo
a solução
internacionaes;
tratados
O
discussão
a adopção
de
Estados-Unidos
l u c r a r i a c o m o q u e se p r e t e n d i a
no
go-
tempo)
o
(este
estudo
A Illusão
Americana
de u m caminho de
ferro dos
Unidos á Patagônia,
as
Estados-
ligando
entre
si
Republicas
americanas.
A
do
arbitramento
não
grandes
difficuldades.
E m
questão
offereceu
matéria
de
221
de
promessas,
compromissos
Republicas
ficeis.
O
da
de
tratados
internacionaes,
America
Corpus
e
as
n ã o s ã o dif-
Diplomaticum
sul-
americano, isto é, a collecção de
seus
tratados,
suas
de
seus
accôrdos
convenções, é enorme.
e
de
Fazem-se,
des-
fazem-se, esquecem-se e violam-se tratados
com
t o d a s as
que,
no
questões
accôrdo
que
maior
Republicas
futuro,
por
facilidade.
summa,
de
prazer
a
nada
e
cláusula
sincero,
do
e
não
a
em
suas
Era
bonito
g o v e r n o chileno, p o r é m ,
recto
as
arbitramento.
dar
Quasi
concordaram
decidiriam
platônico,
parecia
que, e m
a
um
effeito,
Blaine
obrigava.
foi mais
O
O
cor-
assignou
arbitramento.
e
a
presi-
A Illusão
222
dente
Americana
do Chile justificou
essa
recusa
p e r a n t e o C o n g r e s s o de seu paiz, pronunciando
á s seguintes
« Foi
por
de
também
alguns
proposta
na
fôrma
não
este
tra
lei
nações.
vivem
não
Os
povos,
fielmente
seu
as
missos
em
a justiça
que
de
ou-
reciproco
julgo,
porém,
á
lei
geral
das
o
nosso,
que
cumprem
obrigações
e
compro-
terão
de
recorrer
assim
especiaes
o
e
dos
arbitragem
para
e o
Estados
não
res-
soberanos;
nos
a
con-
aconselharem
a prudência
que
futuras,
a
e que
casos
publica,
peito
rações
civilisado,
internacionaes,
cretos
limitar
sua
como
nos
Chile
de
seja
suas
o
o exercido
trabalho
á arbitragem
e
assenti-
porque
mundo
que
interna-
prestamos
para
no
de
congresso
compressiva
projecto,
necessita,
soberania
do
mais
Não
a
acceita
a arbitragem
obrigatória.
mento
e
representantes
Washington
cional
palavras:
será
acção
fazer
licito
das
vingar
geo
A Illusão
direito.
Só
resolver
sobre
Americana
a ellas
ternacional
compete
os
lhes
seu
direito.
A
tos
do
Estado,
por
como
è o da
com
quer
eventualidade,
meus
restricção
de
deiro
uma
hensão
defesa
dos
direi-
da
adopção
excepcional,
não
que,
se
na
dos
coad-
em
desejo
reservar
minha
pátria
qualaos
e
aos
>
de
resolução
baseada
in-
a
é a l i n g u a g e m de u m
homem
e
lei
processo
concidadãos.
Esta
meio
liberdade,
públicos
a
para
arbitragem,
una
poderes
a
que
faculta
de um
apreciar
meios
de
obrigatória
223
Estado,
das
verda-
explicando
mais patrióticas
mais verdadeira
e
compre-
direitos e dos deveres i n -
ternacionaes.
S.
Salvador,
Guatemala,
Haiti
e
S. D o m i n g o s a s s i g n a r a m a o b r i g a ç ã o d e
recorrer ao a r b i t r a m e n t o ; mas,
poucos
mezes depois, houve u m a guerra mortífera
e
as
entre
S. S a l v a d o r
e
Guatemala
t r o p a s d e S, D o m i n g o s
e
Haiti,
224
A Illusão
O'
Americana
fraternidade,
ricana
e
Na
ó
lealdade
republicana!
parte
commercial,
as
blicas hispano-americanas,
signassem
postas
algumas
pelos
apressaram
que
este
paiz
banquete
em
concluir
tanto
do
que,
em
governo
tinha
a
que
Chicago, teve
clarar
de
cada
vez
velho
e
os
se
O
Estados-Unidos,
lhe
foi offerecido
franqueza de
vista
das
a
ter
trabalhar
mais
não
tratados
suas
de-
exigências
norte-americano,
a
as-
ambicionava.
a
continuar
Europa
embora
Estados-Unidos,
a
Repu-
das c o n c l u s õ e s i m -
ministro do Chile nos
num
ame-
o
Chile
s ó e m vista
por
relações
estreitar
com
o
mundo.
A Republica Brasileira, e n t ã o ainda
n a p r i m e i r a d e suas d i v e r s a s e successivas
que
dictaduras,
cedeu
aos
foi o
desejos
Unidos, assignando
procidade
primeiro
dos
Estados-
o tratado de
commercial, que
paiz
ficará
recico-
A Illusão
Americana
nhecido
na
tratado
Blaine-Salvador,
seus
Historia
signatários
americano
e
o
Washington,
são
225
pelo
nome
de
porque
os
aquelle
estadista
ministro brasileiro
sr.
Salvador
de
em
Men-
donça.
Esse
tratado
causou
prejuizos
ao
Brasil, sem a m i n i m a vantagem, e deu
occasião a u m a grande deslealdade
parte do governo
Que
dos
norte-americano.
concederam
ao
Brasil
por
os
o
typos
café
de
pagava
desde
tratado?
importação
brasileiro e
assucar.
Estados-Uni-
esse
isenção de direitos de
bre
por
sobre
Ora, o
direitos nos
A
so-
alguns
café j á n ã o
Estados-Unidos,
1873.
Porque,
naquella época,
supprimi-
r a m os E s t a d o s - U n i d o s a q u e l l e i m p o s to?
foi
Não
foi para obsequiar o
porque
resses
do
aduaneira
assim
povo
convinha
americano.
Brasil;
aos
A
intetarifa
americana é proteccionista;
15
1
226
as
A Illusão
suas
elevadas
Americana
taxas
não
têm
por
f i m a u g m e n t a r os r e n d i m e n t o s d o T h e souro, mas
simplesmente
i n d u s t r i a s e as
culturas
Estados-Unidos
proteger
as
nacionaes.
Os
têm forçosamente
de
importar café, g ê n e r o que n ã o produzem.
U m
imposto sobre a entrada
do
café viria recahir, na verdade, sobre
consumidor
ductor
de
americano.
café,
pelas
o
Grande
pro-
condições
geo-
g r a p h i c a s e p e l o m o n o p ó l i o dessa prod u c ç ã o n o occidente, o B r a s i l t i n h a fatalmente de abastecer o mercado
ricano.
querer
Não
é
uma
verdadeira
burla
fazer-nos acreditar que a isen-
ção de direitos sobre
é um
ame-
f a v o r feito ao
o café brasileiro
B r a s i l ? S i os
Es-
tados-Unidos voltassem de novo a i m por
direitos sobre o café, o Brasil
p o r isso p e r d e r i a o m e r c a d o
onde
não
temos
mente
o
garia
mais
caro
americano,
concorrência.
consumidor
americano
aquella
nem
bebida,
Sopaque
A Illusão
Americana
lhe é indispensável.
car,
a
isenção
realidade,
Quanto
de
util
á
227
direitos
industria
ao
assu-
seria,
na
assucareira
d o B r a s i l , si fosse c o n c e d i d a s ó ao
pro-
ducto brasileiro. Ora, u m tratado
ante-
rior e e m vigor j á dava livre entrada no
território
americano
ao
assucar
do
H a w a i ; mas, apesar disso, o Brasil l u craria m u i t o , si n ã o tivesse o u t r o c o n corrente, sinão aquellas
da livre
gosar
entrada.
Quando,
foi
ilhas, a
em
publicado
fevereiro
no
Brasil
de
o
1891,
texto
do
tratado Blaine-Salvador, todo o mundo
entendeu
que s ó o Brasil lucraria com
a isenção
de
d i r e i t o s sobre o assucar.
Immediatamente
Commercio
de
o
annunciou, em
Madrid, que
fizera
depois,
aberturas
o
governo
á corte de
Jornal
do
telegramma
americano
Hespanha,
solicitando a c e l e b r a ç ã o de u m tratado,
em
virtude do
Cuba
e
de
qual
os
assucares
Porto Rico entrariam
de
nos
228
A Illusão
Americana
Estados-Unidos livres de direitos. Desapparecia
assim
vantagem
q u e se e s p e r a v a d o
Postos
de
os
para o Brasil a
tratado.
productos do Brasil
egualdade
com
os
única
em
das
pé
colônias
hespanholas, tratada a j o v e n Republica
de
modo egual
que
mantém
nial
uma
á velha Monarchia —
em
parte
ferrenho jugo
colo-
riquíssima
livre
da
A m e r i c a — o n d e f i c a v a m as
para o Brasil ? onde,
rencia
que
a
bora
menor,
a fraternal prefe-
grande
t a m b é m a outra
é
vantagens
Republica devia
Republica,
ainda
que,
grande?
emComo
era p o s s í v e l que o g o v e r n o de W a s h i n gton
a
equiparasse
carunchosa
da
Europa
no tratamento
e antipathica
decrépita
fiscal
Monarchia
com a virente e
f r a t e r n a l n o v í s s i m a R e p u b l i c a da A m e rica
do
Assim
Sul ?
pensou,
N ã o ! Era
por
certo,
impossível.
o
governo
d a R e p u b l i c a B r a s i l e i r a , q u e se
sou a desmentir
o Jornal,
no
apresDiário
A Illusão
Americana
229
O f f i c i a l , dizendo que era falso que
estivesse
tratando
de
um
se
convênio
c o m m e r c i a l q u a l q u e r e n t r e os E s t a d o s Unidos e a Hespanha.
O
ministro do
B r a s i l e m W a s h i n g t o n , q u a n d o aconselhava para o R i o o tratado
commercial
c o m os E s t a d o s - U n i d o s , a f f i r m a v a que
esta n a ç ã o n ã o daria livre
entrada
assucares de n e n h u m o u t r o
paiz.
aos
Essa
era a promessa que lhe tinha feito o governo de W a s h i n g t o n , e s ó a confiança
nessa p r o m e s s a é que fazia c o m que
governo no
O
Jornal
o
R i o fosse t ã o a m r m a t i v o .
do
Commercio
esclarecimentos,
insistiu,
annunciou
que
deu
o
sr.
Foster ia á H e s p a n h a negociar u m tratado
O
commercial. Tudo
governo
manteve
Semanas depois, era
a
foi em
sua
vão.
negativa.
assignado o
tra-
t a d o ! O s assucares de P o r t o R i c o e
de
C u b a t i n h a m livre entrada nos EstadosUnidos,
e
desapparecia assim a
v a n t a g e m que ao Brasil poderia
única
trazer
A Illusão
230
Americana
o tratado Blaine-Salvador. E n ã o parou
a h i o g o v e r n o d e W a s h i n g t o n ; fez l o g o
outros tratados c o m a A m e r i c a Central,
com
a Allemanha
e
com a Hollanda.
V e n e z u e l a t a m b é m fez u m tratado,
o
Congresso
O
venezuelano
mas
rejeitou-o.
g o v e r n o brasileiro f o i assim lu-
dibriado pela esperteza americana.
troca
em
a
de
um
má
fé
o
Brasil
direitos ás
vários
para
illusorio,
os
de
alfândega.
deu
por
Esta
de
(1), que
que
tornou
trigo
dos
isenção
americanos
introduziu
c e n t o nas
concessão
considerável prejuízo para a
Thesouro
em
isenção
egual
artigos
outros
25
se
concedeu
farinhas
outros
todos
reducção
da
e
norte-americana
Estados-Unidos,
a
fictício
seguida a uma negociação
evidente,
de
favor
Em
já não
e
uma
tarifas
trouxe
renda
do
atravessava
(1) A commissao do orçamento da Câmara
dos deputados do Brasil, em 1894, avaliou o
p r e j u í z o do Thesouro em 3.000 contos por t r i -
A Illusão
Americana
231
é p o c a para tanta generosidade.
do
que
isto :
grande
ás
no
Brasil
Ha
uma
causou
em
muito
estabelecidas
via de
vantagem
prosperidade.
enorme
para
paizes i m p o r t a d o r e s do p ã o e m
portar
de
preferencia
o
reduzil-o
a
farinha nos
próximo
dos
mercados
O
consumidor
esta
zido
de
a
se
qualidade
transporte
cilmente
corre
o
pois
trigo,
para
mercados,
o
num
é
volume
maior
superior,
mar
alteram
a
de
ou
e
por
frete é
o
muiredu-
quantidade
alimentaria; já
por
risco
trans-
consumidores.
porque
transporta
substancia
os
lucra duplamente
forma, já
to menor, —
mais
damno
industrias j á
e
E
—
porque
pois
tempo
farinha, que
o
faaté
g r a n d e avaria, risco
que, j u n t o ao m a i o r frete, é t u d o c o m -
mestre, sejam 12.000 contos de réis por anno.
Ora, o tratado durou quatro annos, dando assim
ao Brasil um p r e j u í z o de 48.000 contos de r é i s !
232
A Illusão
Americanã
putado pelo vendedor,
em
detrimento
do
consumidor.
H a v i a no Brasil
tos
moinhos
moer
de
estavam
empregados
tantes
e
grande
dores.
Estas
trigo,
n u m e r o de
nadas, os t r a b a l h a d o r e s ,
e o
consumidor,
farinhas
em
capitães
empresas
lesado,
americanas,
quem
tenha
tantíssimos
grande
trabalha-
ficaram
sem
arrui-
trabalho,
desde que
pelo
dos
os
cartas escriptas
em
que
negociantes,
mercio,
se
a o Jornal
do
manifestaram,
unanimidade, contra
Não
impor-
industriaes e dos financeiros do
em
as
tratado, fo-
esquecido
depoimentos
maioria
que
impor-
r a m admittidas livres de direitos.
ha
mui-
em
a
dos
Brasil,
Comquasi
o desastroso tra-
tado.
Estas
xas
de
podia,
manifestações
e
estas quei-
nada valeram. Mandava
e
o mal estava feito,
embora,
o povo brasileiro,
embora,
as
nossas
quem
soffresse,
gemessem,
industrias.
A Illusão
Eis
cebemos
ahi
Americana
233
mais u m beneficio que
dos
re-
Estados-Unidos (1).
IV
Seria um erro colossal o acreditar
que
pathias
nos
Estados-Unidos ha
pela A m e r i c a do Sul, Brasil
especialmente
que
a
quatro
sym-
este
pela f o r m a de
ultimo
e
governo
foi applicada
ha
annos.
(1) As ultimas eleições americanas foram
contrarias á politica ultra-proteccionista e de reciprocidade. Com quebra da f é internacional, que
estipulava u m prazo de tres mezes de aviso á
outra parte contratante, para a cessação do tratado, os Estados-Unidos restabeleceram os antigos direitos, dando grande p r e j u í z o aos productores de assucar do norte do Brasil e ao coramercio brasileiro, que contava com os tres mezes
de aviso. N o momento em que escrevemos, a
Allemanha reclama energicamente contra facto
i d ê n t i c o , em relação aos seus productos. O governo do Brasil denunciou o tratado Blaine-Salvador, e de j a n e i r o de 1895 em deante os productos americanos pagam os mesmos direitos
aduaneiros que os de outras n a ç õ e s .
A Illusão
234
Por
prezo
mil modos
americano
do
continente.
lio
de
do
fundador
O
uns
E m
da
cules
seu
e
o
irmãos
do sul
f r e n t e ao
ha
des-
Capitó-
uma
estatua
independência
baixos
da
revela
pelos
esculptor
tirados
ame-
Greenough
relevos
fez-
symbolicos,
historia de Hercules. Herirmão
repousavam
ram
se
Washington,
ricana.
lhe
Americana
no
Iphicles,
mesmo
assaltados
por
infantes,
berço
duas
e
fo-
serpentes.
Iphicles,
simples mortal, filho de A m -
phytrião
e
clamores;
de
Alcmene,
adul-
t é r i o o l y m p i c o de A l c m e n e e de
Jove,
tes,
as
ptor
m ã o s , e s t r a n g u l o u as
mostrando
divina.
fructo
em
do
com
Hercules,
rompeu
Esta
poz
é
no
Washington.
bolísar?
Os
grandezas
da
esclarecem
o
assim
a
a
scena
pedestal
Que
serpen-
sua
que
da
origem
o
escul-
estatua
de
quiz o artista sym-
guias
cidade
descriptivos
de
pensamento
das
Washington
do
estatua-
A Illusão
rio.
Depois
ciosamente
critica
o
as
—
de
da
peso,
nos
á
convém
moda
estatua,
a
235
indicarem
como
arte
preço
seu
de
Americana
minua
americana
o
qualidade
mac,
que
os
até
do
mármore,
dous
dous
do
margens
dizem-nos,
os
tam
ás
a
meninos
Norte.
Aquella
fraqueza de
jestade
Nos
de
Sul
é
a
Iphicles, e
divina
de
e
mármore,
represena
America
cobardia,
esta
que
a
parte
obedece
é
a
soberania
e
da
p o r todas
do
ao
de W a s h i n g t o n . Respeitam
Canadá
u
a
ma-
Hercules (1).
significa
continente
a
o- ias
Estados-Unidos, a palavra
America
canos
Poto-
os
da fábula,
America do
desde
do
finalmente,
gêmeos
—
seu v o l u m e , o
p e r i p é c i a s de seu transporte
Florença
uma
—
novo
governo
os
ameri-
Inglaterra
as o u t r a s
no
nações
ha, nos benevolos, u m a g r a n d e indiffe(1)
scenes
ED. WINSLOW
in Washington,
M A R T I N — Behind
pag. 140.
the
A Illusão
236
Americana
r e n ç a , e nos outros, u m sentimento
accentuada
superioridade, que
de
amor
los
sul-americanos.
entre
de
próprio
os
México,
o
de
. . .
desses
ria
o
o
um
O
de
é
como
e
que
de
de
um
se
fala
nos
sorriso
se
lábios
que
Wellington,
Salomon, que
a
Estados-
Quando
dos presidentes
o
um
tem
parece-lhes
mesmo
que
motivo
Colômbia
ha
pe-
dizer
paizes
States,
o
duque
general
duque
Isto
United
nomear
Basta
intitular-se
irresistivel.
americanos
feito
desprezo
conhecemos,
petulância
cômico
haver
Venezuela,
que
Unidos
de
norte-americanos
chacota
outro
e
é
de
te-
ouvindo
do
Haiti,
intitulava
Crique-Mouillée.
imperador
D.
g r a n d e prestigio nos
Pedro
I I tinha
Estados-Unidos.
S e u a m o r á l i b e r d a d e , seu espirito abert o a t o d a s as n o v i d a d e s d o s é c u l o ,
actividade, a singelleza de sua
impressionaram
sempre
os
sua
pessoa,
america-
A Illusão
nos,
que
de u m
de
rito
um
homem
defensor
Americana
do
rei só faziam a
rodeado
passado
innovador.
Os
ciados no Senado
se d i s c u t i u , o
publica
que
verno
que
reconheceu
na
com
revolução.
tempo,
o
não
que
elogio
O
a
a
Republica no Bracerto,
na
para
quasi
ha
recebeu
bem
correspondente
pouca
pouco
do
Paiz,
estes
manifestavam
disseram
fa-
sympathia
n o v a o r d e m de cousas n o Brasil.
que
essa
hostili-
imprensa
Ainda
os a m e r i c a n o s
o
go-
do novo continente,
insistindo na
lembrar
das
ultimo, de to-
em New-York, rememorava
ctos,
Requasi
no
vencido.
frieza,
que
da
consistiram
inspirou-se de
dade,
a
quando
foi o
governos
demora,
espi-
mas na exaltação
americano
os
e
o
americano,
grande
dos
sil,
contra
pronun-
exclusivamente,
do
de fausto, u m
reconhecimento
dos vencedores,
idéa
discursos
Brasileira,
virtudes
237
os
pela
Basta
jornaes
A Illusão
238
americanos,
gou
a
quando,
New-York
brasileira,
jornaes
que,
do
verno
e
do
uma
a
proclamação
precipitação
a
ram-se no
Rio
chegar
a
New-York
verno.
O
Era
e
de
em
goda
presi-
os
roupas
em
esquece-
pleno
foi
inin-
marinheiros,
soffreram
americano
grossas
e
alguns
noticiavam
foi
os navios i a m
pobres
vêr como
que
1890-91,
governo
New-York
com
que
ligeiramente,
O
de
os
cumpri-
ao
esquadrilha,
frio,
tensissimo,
ceu-lhes
os
governo
organisada
menso.
diziam
Estados-Unidos.
a
vestidos
che-
esquadrilha
apresentar
novo
dos
Com
1890,
segundo
americano
mentos
em
R i o , ia participar ao
Republica
dente
Americana
im-
forne-
cobertas.
jornaes
esses
de
factos,
d e s c r e v e n d o os n e g r o s b r a s i l e i r o s chorando
os
de
frio,
escondidos
navios abandonados,
varrido,
os
ofnciaes
no
porão,
o convés não
com frieiras
nos
A Illusão
pés,
emfim,
Tudo
isto
Americana
um
destroço
acompanhado
completo.
de
ditos pi-
cantes e de u m a insistência e n o r m e
favores com que o governo
estava
acudindo
á
g r a ç a daquelles
mo
nos
americano
miséria
e
á
des-
maltrapilhos. N o mes-
anno, chegou uma esquadra
ame-
ricana ao R i o , dizendo-se que v i n h a
pressamente
cumprimentar o
O generalissimo Deodoro
governo.
convidou-os
para u m baile; o commandante
quadra
pediu-lhe
baile,
e,
como
mora,
a
esquadra
esperar
pelo
Dous
quadra
que
da
es-
apressasse
o
houvesse
tal
alguma
partiu, sem
de-
siquer
baile.
annos depois, u m a outra
brasileira
pretexto
da
ex-
vai a
exposição
New-York,
de
Chicago
esa
e
do c e n t e n á r i o de C o l o m b o . Os officiaes
brasileiros
gem
da
ficaram vexados
imprensa a
desconsideração
tados.
Sempre
com
da lingua-
seu respeito e
que
collocados
foram
em
da
tra-
ultimo
A Illusão
240
logar,
sempre
Americana
preteridos
e m todas
as
a t t e n ç õ e s , o seu desgosto, si n ã o faltou
á
verdade
foi
o correspondente
muito grande
Quando
lidade
e
não
do
se
oceultou.
houve o convite á
para
ir a
um
oficia-
C h i c a g o , os officiaes
brasileiros todos recusaram,
a
Paiz,
representante da
declarando
imprensa
que
a s s i m p r o c e d i a m p o r se a c h a r e m j u s t a m e n t e m e l i n d r a d o s . N ã o lhes foi dada
s a t i s f a c ç ã o a l g u m a , e, d e v o l t a a o B r a sil, v i e r a m , de
clinados
da
a
certo,
acreditar
fraternidade
O
gton,
tem
sua
muito pouco inainda na
pilhéria
americana.
ministro do Brasil e m Washino
sr.
Salvador
experimentado,
própria
Unidos,
a
custa,
sua
de
Mendonça,
muitas
que,
entidade
vezes,
á
nos
Estados-
de
ministro
dos Estados-Unidos do Brasil n ã o merece
nenhum
parte
da
na
sua
carreira incidentes d e s a g r a d á v e i s ,
que
imprensa.
S.
respeito
exc.
tem
por
tido
A Illusão
a
imprensa
Americana
241
americana ha longa e m a -
liciosamente glosado, sem ter e m vista
que
s. e x c ,
na
sua
qualidade
de
re-
publicano intransigente, histórico e tudo
o
mais,
e
de
uma
nistro
tratado
com
pelo
seu
titulo
Republica,
mais
de
devia
galeria
de
ser
respeito. O sr. m i -
nistro é a m a d o r de bellas artes;
uma
mi-
quadros,
tinha
todos
assi-
gnados pelos maiores pintores antigos
e
lia
modernos.
muitos
para
Os
regados
afim
de
ganado.
ser
mandou-a
vendida
parisienses
em
encar-
avaliação declararam
que
e r a m t o d o s falsos. S.
telegramma
estava
de
peritos
da
os q u a d r o s
em
m i l h õ e s ; s. e x c .
Paris,
leilão.
E r a u m a galeria que va-
para Paris,
boa fé e
Retirou
os
exc,
disse q u e
que tinha sido enquadros
tarde,
offereceu alguns
demia
de
e,
mais
delles á
Aca-
Bellas Artes do Rio
de
Ja-
neiro, que comeu p o r lebres primorosas
16
A Illusão
242
todos
aquelles
esta anecdota,
cômica
para
só prova
gatos
a
oleo ( i ) . Pois
que é apenas u m pouco
o
que
Americana
nosso
s.
ministro, e
que
exc. n ã o
entende de
pintura e que foi roubado,
comprando
por enorme somma aquella galeria, foi
decantada
e
o
nos jornaes de
representante
New-York,
do Brasil,
d e r i d í c u l o . O u t r o f a c t o : o sr.
de
coberto
Salvador
M e n d o n ç a foi pelo governo
encar-
regado de comprar uma grande quantid a d e de p r a t a nos E s t a d o s - U n i d o s .
ministros da Fazenda do Brasil,
disso,
pretendem,
t o d o s elles,
Os
depois
que
as
contas n ã o e s t ã o certas, q u e falta prata,
o u q u e f a l t a d i n h e i r o , c o n f o r m e se
visto
pelas
publicadas.
ricana
correspondências
Que
c o m esta
brasileira ? E '
tem
officiaes
t e m a imprensa amequestão
inteiramente
u m ponto que deve
ser
(i) Todas as particularidades deste incidente
acham-se na obra de P A U L E U D E L — L 'Hotel
Drouot en 1885. Paris, 1886, pag. 145.
A Illusão
ventilado
rios
da
entre
Americana
dous
243
altos funcciona-
Republica Brasileira:
ministro
da
plomático.
Fazenda
Assim
e
entre
o
o ministro di-
não têm
pensado,
p o r é m , os j o r n a e s americanos, e varias
vezes
t ê m voltado
a
esta
vel
historia da
gos
deprimentes para o
desagradá-
prata, publicando artirepresentante
do
Brasil. S e m duvida que o governo
de
Washington n ã o pode proteger o
representante
tra
a
imprensa,
Mas
a
da Republica irmã
porque
esta
é
conlivre.
a m á vontade é evidente em
sociedade
americana.
O
represen-
tante republicano do Brasil parece
tir
isto,
porque,
seguindo
toda
sen-
o exemplo
de d i p l o m a t a s de o u t r o s paizes que j á
foram
pessoalmente
imprensa,
lado
as
s.
aggredidos
exc. podia, deixando
de
suas i m m u n i d a d e s , c h a m a r
os
seus d e t r a c t o r e s aos t r i b u n a e s . S.
tem,
de
com
sua
pela
exc.
certeza, c o n f i a n ç a n a j u s t i ç a
causa,
e,
si n ã o l a n ç o u ainda
244
A Illusão
mão
Americana
d e s t e r e c u r s o , é p o r q u e n ã o acre-
dita muito na justiça americana,
quando
esta
compa-
tem
triota
e
de decidir entre
um
um
sul-americano.
O governo norte-americano,
ha
pouco,
pouca
deu
mais
consideração
Republica
uma
ainda
prova
da
que lhe merece
Brasileira.
O
a
governo
de
W a s h i n g t o n elevou á categoria de embaixadores
os seus
de
o
seu
ministro e m Paris
representantes junto ás
Londres,
Berlim,
Vienna,
e
cortes
Roma,
M a d r i d e S. P e t e r s b u r g o . O r a , o B r a s i l
é
a
segunda
nação
da
America,
por
t o d o s os t i t u l o s ; h a a c o n s i d e r a ç ã o i m portantíssima
Panamá,
sos
ao
de
que, pelo isthmo
temos a honra de
mesmo
do
estar pre-
continente
occupado
pelos E s t a d o s - U n i d o s ; temos, c o m o elles,
presidentes,
ministros
veis
etc. S e n d o
assim, está
o
Brasil
merece
tados-Unidos
do
irresponsá-
muito mais
que
as
claro
que
dos
Es-
carunchosas
A Illusão
Americana
245
e decrépitas Monarchias européas. N ã o
obstante t u d o isto, o g o v e r n o de
hington conserva no R i o u m
representante
fiança
de
qualquer
diplomático de
categoria, n ã o dando
tratar
ao
"Was-
segunda
Brasil a con-
o seu g o v e r n o c o m a
consideração com que trata o
governo
hespanhol, ou o governo austríaco.
mistér
confessar
para
com
dose
muito
q u e W a s h i n g t o n usa
o Brasil de fraternidade em
Desde
devemos
E'
moderada.
que
por
q u e t a m b é m se m a n i f e s t a s e m p r e ,
pela
dos
que
do
outro
imprensa,
modo
maneira
falar
falamos e m
temos
norte-americanos
lamos
da
noticia
visto,
a
amizade
pelo Brasil.
alarmante,
Fa-
falsa
ou
vida
do
verdadeira.
Nem
corpo
tudo
s ã o rosas
diplomático
na
sul-americano.
presentantes do general A ,
Re-
nomeados
p e l o g e n e r a l B , e s t ã o p r o m p t o s a servir
o general C. U m
bello
dia,
chega
A Illusão
246
um
telegramma:
o general
aos
e
perguntam
já
g r a v e , e,
reporters
cousa
vencerá?
acertam,
C
o
atacou
pobre di-
que o
quem
posta. A l g u n s
nam,
« O general
A ». Que dirá
plomata
quem
Americana
assaltam
tem razão,
ainda
E'
mais
grave,
difncillima a
m u i t o b e m ; m a s si se
os
pertos
res-
h a q u e se a r r i s c a m : si
enga-
estão perdidos, porque o
dor
cousa
demitte
vence-
sem piedade.
calam-se.
A
O s es-
reportagem,
po-
rém, é feroz; a reportagem ganha por
linha
de
pórter,
noticia
quando
fornecida, e
n ã o t e m essa
um
noticia,
inventa-a. M u i t a vez, ha i n g ê n u o s
enxergam
intrigas
tos
de
profundos
habilissimas
partidários,
mysteriosos, numa
re-
que
machiavelismos,
e
pérfidos
ou
intui-
conspiradores
n o t i c i a q u e f o i ar-
ranjada n u m pobre quinto andar,
a g u a - f u r t a d a d e u m repórter
numa
qualquer,
q u e f o r j o u essa n o t i c i a p a r a e q u i l i b r a r
o
seu o r ç a m e n t o
da
semana. H a , po-
A Illusão
Americana
247
r é m , o u t r o g ê n e r o d e n o t i c i a falsa, q u e
deve cahir, e c á e ,dentro da acção dos
tribunaes.
de
E' a
noticia falsa, c o m fins
especulação, para a qual
ha
pena-
lidade nas l e g i s l a ç õ e s d e certos paizes.
Ora,
estas
noticias
subir
o u descer o café nos
para
fazer
subir
brasileiros,
falsas
para
fazer
mercados,
a c o t a ç ã o dos titulos
n e m sempre
s ã o noticias
contrarias ao g o v e r n o do Brasil. A
peculação
provada:
é
de
uma
á s vezes,
imparcialidade
annuncia
lisonjeiros acontecimentos;
zes, as
E m
catastrophes
todo
os
as m a i s
caso, N e w - Y o r k
destas noticias. O s j o r n a e s
mais
outras v e terríveis.
é
ponto de concentração e de
têm
es-
que é o
expedição
americanos
gasto muito dinheiro para ter no-
ticias
do
agudas
mas,
mente
Brasil
e
em
nas
periódicas
vez de
differentes crises
da
Republica;
receberem
directa-
estas noticias, r e c e b e m - n ' a s v i a
Buenos-Aires
e
Montevidéo,
onde
as
A tlhisão
24§
noticias
s ã o todas
mentadas
sos
são
termos
exaggeradas
e api-
c o m a m á vontade dos
irmãos
que
Americanã
argentinos
nossos
seguido
e
uruguayos,
inimigos,
o
seu
nos-
apesar
de
exemplo, ado-
ptando a f ô r m a de governo da
Argen-
tina e do U r u g u a y . Os Estados-Unidos
são, para
o
resto
do
mundo, o
vehi-
culo transmissor da bilis argentina contra
o
Brasil:
de jornaes
Brasil;
s ã o os
correspondentes
americanos
s ã o as
que
agencias
atacam
o
telegraphicas
a m e r i c a n a s q u e e n v i a m , p a r a t o d o s os
pontos
do
globo,
as
noticias
depri-
mentes
do Brasil, noticias muitas
ve-
z e s f a l s a s , p o r v e z e s e x a g g e r a d a s , e, a i
de n ó s ! á s vezes t a m b é m
E
o
que
é
curioso é
verdadeiras.
que
os
jornaes
da E u r o p a , que recebem dos
Estados-
Unidos
as
essas
noticias, que
screvem, é que passam
por diffamado-
res d o Brasil. S i os j o r n a e s
são
insolentes
para
tran-
com
americanos
o
Brasil,
o
A Illusão
que
pode
gente,
o
verificar
mundo
tados-Unidos
Nunca
o
para a
de
facilmente
commercial
também
dos
minimo
dustrias,
Americana
nos
toda
dos
é
Es-
adverso.
Estados-Unidos
auxilio
para
para
a
as
nossa
nossa v i a ç ã o
veiu
nossas
lavoura,
férrea.
Ha
ou
perto
quatrocentos m i l contos de réis
Inglaterra empregados no Brasil,
e m e m p r é s t i m o s ao
ferro e outras
O
pobre, quando
Brasil era
sua
existência,
era
á s portas inimigos
quer
iniciou
tinha
ameaçadores,
tinha
teve
confiança no
Inglaterra
nos
confiou
povo
inglez
1865,
rotas
em
é
estando
com
questão
a
os
épocas
tão
o
a
despovoado,
Inglaterra
mesmo
em
industrias.
problemas internos gravíssimos —
tães,
da
governo, quer
caminhos de
da
in-
Inglaterra,
Christie(i) —
a
Brasil,
a
seus
capi-
criticas. E
superior,
Brasil
e
de
por
que,
o
em
relações
motivo
questão
de
(1) C o m o se sabe, a q u e s t ã o f o i sujeita ao
j u i z o arbitrai do rei dos belgas, que deu r a z ã o
A Illusão
250
Americana
q u e a d i g n i d a d e d o B r a s i l sahiu illesa,
—
conseguiu levantar em Londres
empréstimo,
ciávamos
na
uma
occasião
guerra
em que
terrivel.
um
ini-
E
os
capitães inglezes n ã o c o r r i a m pequeno
risco; aventuravam-se
gências
aos
da
guerra
a t o d a s as
emer-
com o Paraguay
possíveis e mesmo
sastres da a b o l i ç ã o . E
prováveis
e
de-
e m quantas em-
p r e s a s estes c a p i t ã e s , e m a c ç õ e s o u
em
obrigações,
di-
zer
não
enterrados?
estão
S i se
por
assim
apontam a
«S.
Paulo R a i l w a y » c o m o e m p r e s a a t é ha
pouco tempo remuneradora
e a
«Rio
C l a r o R a i l w a y » , e m t o d a s as o u t r a s
es-
ao Brasil. Quasi toda a imprensa ingleza foi a
nosso favor. Na C â m a r a dos communs, luctaram
por n ó s oradores illustres, como John Bright,
Cobden, l o r d Cecil (hoje l o r d Salisbury) e muitos
outros. O m i n i s t r o Christie apresentou-se candidato á C â m a r a dos communs por O x f o r d , declarando que a sua eleição seria considerada a
a p p r o v a ç â o de seu procedimento no Brasil. Oxf o r d derrotou-o. E n c o n t r a r í a m o s , porventura, nos
Estados-Unidos tanto amor á j u s t i ç a ?
A Illusão
Americana
251
t r a d a s f e i t a s c o m c a p i t a l i n g l e z os a c c i o nistas
não
recebem
pital
recebem dividendos, ou
mínimos. E
que
enorme
n ã o ha e m p r e g a d o na «
ca-
Alagoas
R a i l w a y », Bahia e S ã o Francisco,
mal
do
Timbó,
«
thern », « I m p e r i a l
Natal
e
Great
raSou-
Bahia Company
Cruz,
Campos
»,
e
Ca-
rangola, C o n d e d ' E u , « Caravellas
Na-
vigation
Nova
Brasil
os
Company»,
Dona
Thereza
Christina, Leopoldina, M a c a h é e
pos, P o r t o A l e g r e e N o v a
Recife
São
Francisco,
Cam-
Hamburgo,
N o r t e do
Rio,
« S o u t h e r n Brasilian », « Bahia Central
Sugar C.° », « N o r t h
Brasilian
Factories», «Riodejaneiro
Sugar
FlourMills
C.°», Gaz da Bahia, Gaz do Pará,
do Ceará, Gaz do R i o (capitães
Águas
das
de
Pernambuco
estas empresas, q u e
representam
linas,
que
milhões
nada, ou
d e m aos capitalistas.
etc.
Gaz
belgas),
etc?
To-
enumerámos,
de
quasi
libras
nada,
Entretanto,
esterrenestes
A Illusão
capitães
o
ahi
Brasil,
Americana
estão
fructificando
mantendo
transporte
em
aproveitam
e
populações.
E
a
regiões
dando
as
facilidade
de
que
se
luz
e
empresas
alguma
remuneração,
nefícios
não
enorme
prejuízo j á não t ê m
capitalistas
graças?
de
enchem
delia
agua
que
ás
dão
de quantos
be-
o Brasil? E
que
europeus
as
dado
aos
nossas
des-
C o n f i a d o s n u m l o n g o passado
t r a n q u i l l i d a d e , os c a p i t a l i s t a s
peus
para
tinham
os
títulos
euro-
brasileiros
no
m e s m o a p r e ç o e m q u e os das
primeiras
nações
do
brasileiro
estava
a
1889;
hoje,
listas
mundo.
90,
a
estavam
ao
14
vale
confiaram
O
de
54
em
4 °/
novembro
(1).
Os
nossa
maus.
se
E , si a l g u m c a p i t a l i s t a
queixa,
capitaestrella ;
nosso lado nos dias
peros, p e r d e m hoje comnosco
não
somos
(1) O u t u b r o de 1893.
de
nos
prósdias
europeu
n ó s , os
deve-
A Illusão
dores,
que
nossas
desgraças
sas
si
devemos
physicas;
nados
o
por
café
de
motos,
si
vessem
estamos,
Ceylão
causas
tido
como
a
e
ou
arrui-
naturaes;
uma
moléstia
Hemileia
de
ao
a
As
de cau-
vasta-
Java;
si t e r r e -
inundações
reduzido
então
protestar.
estivéssemos
tivesse
sêccas
253
não provêm
algumas
destruidora,
trix,
Americana
ponto
nos t i em
q u e i x a seria
que
insen-
sata. M a s , n ã o ; t u d o c a m i n h a a d m i r a velmente, na parte que compete á Providencia o u ao
te
que
acaso;
cabe
aos
agora,
homens,
na
sabemos
todos o que t e m sido. D i z e m ,
que
ha
precisa
por
mas
uma
consolidar
consolidação
todos
ahi
os
se
e
dar,
cousa
que,
é
par-
porém,
que
se
para
essa
preciso
que
brasileiros sofíram. A s victi-
têm o
seu
bom
senso e ellas j á
d i z e m o u p e n s a m : — si é preciso soffrermos
cousa
tanto,
é
melhor
n ã o se c ç m s o l j d e !
que
Esta
a
tal
opinião
A Illusão
254
é fatalmente a
da
Americana
de todo h o m e m
superstição
isento
partidária.
V o l t a n d o aos a m e r i c a n o s , d e v e m o s
perguntar: — d e
q u e a u x i l i o t ê m elles
sido para o desenvolvimento da
peridade
pitães
para
m a t e r i a l d o Brasil ? Seus ca-
para
cá
pros-
cá n ã o
não
presas de
v ê m , seus
emigram. As
navegação que
braços
duas
em-
organisaram
acabaram na fallencia culposa e mesmo
fraudulenta,
rente
dos
de
fugindo o americano
uma
dellas
accionistas
subvenção
que
com
o
brasileiros
lhe
ge-
dinheiro
e
pagou o
com
a
governo.
Fala-se q u e os a m e r i c a n o s s ã o nossos g r a n d e s
freguezes de café. E m pri-
meiro logar, é absurdo
fazer-se
facto
gratidão
motivo
para uma
deste
sen-
timental. Os americanos n ã o c o m p r a m
café
por
amizade,
nem
por
philan-
thropia. Compram, porque querem bebel-o,
e,
não
o
tendo
c u r a m - n o o n d e se
em
encontra,
casa,
e
o
propaiz
A Illusão
productor
Brasil.
é
que
Americana
mais
lhes
255
convém
M a s , a i n d a e m r e l a ç ã o ao café,
força
confessar
que
feição
europeus
ao B r a s i l ,
do que o mercado de
York.
Seja
pelo
tendência
é
é
baixa.
a
mais
que
para
a
dos
alta
Sem
e
dos
favorável
for, o
constante
europeus
para
é
a
mercados
a
é o
New-
motivo,
mercados
New-York
duvida,
de
um
e de o u t r o lado, o q u e d e t e r m i n a esta
attitude é a especulação,
gavel
que
devemos
ter
mas
é
mais
inne-
sympa-
thias p o r aquelles que, e m b o r a s ó p o r
interesse
próprio,
promovem
a
valo-
risação de u m producto brasileiro, valorisação que redunda e m proveito
Brasil.
um
Fala-se
pesado
o
café;
é
o
mais,
mas
próprio
o
que
direito
quem
a
de
França
impõe
entrada
paga
esse
do
sobre
direito
consumidor francez. D e -
Havre,
Antuérpia
b u r g o t ê m , n o seu p a p e l de
e
Ham-
mercados
distribuidores, espalhado pela
Europa
A Illusão
256
Americana
todo o nosso café e desenvolvido m u i t o
o
seu
pesa
commercio. N e w - Y o r k , porém,
sempre
no
mercado
do
mundo
pelos seus g r a n d e s e s f o r ç o s p a r a
cahir
o
Brasil
café.
Quando
esteve
quasi
a
ção de N e w - Y o r k estava
hoje mesmo,
europeus
deiro
os
verá
lavoura
desanimada
baixa do café, f o i porque
E
fazer
a
do
pela
especula-
triumphante!
a f r o u x e m os mercados
seus
que
e s f o r ç o s , e o fazenos
americanos
envi-
l e c e r ã o logo o seu producto e ver-se-ão
cambio
o
que
baixo
e
café
também
n ã o é impossivel,
baixo,
como
muita
gente crê.
Temos visto o que os EstadosU n i d o s t ê m sido para
toda a America
latina.
Insistimos
têm
na
sido
ordem
para
especialmente
n ó s , na
econômica.
no
que
diplomacia
e
Terminaremos,
A Illusão
vendo
na
qual
a
ordem
A
o
257
influencia daquelle
moral
e
influencia
sobre
Americana
paiz
intellectual.
dos
Estados-Unidos
B r a s i l se f e z s e n t i r e m
g r a n d e q u e s t ã o social — a
nossa
escravidão.
N ã o teríamos conservado por tanto
tempo
aquella
maior
nação
instituição
da
America
tentado legitimal-a;
vocrata
viesse
até
do
o
que
Estados-Unidos
noticia
se
si
do
fazia nos
defender
A
não
a
que
escra-
não
não
a
tivesse
si d a p a r t e
incentivo;
nós a
para
tiva
dos
i n í q u a , si
nos
chegasse
se
dizia
e
Estados-Unidos
escravidão.
c o r r u p ç ã o politica e administraé
a
namento
própria
do
essência
governo
Estados-Unidos
do funccio-
americano.
são o
paiz
Os
mais rico
do m u n d o — rico pelas opulencias naturaes, pela sua e n o r m e e x t e n s ã o ,
fertilidade
suas
rios
do
bahias,
solo,
seus
por
seus
pela
portos,
l a g o s , seus g r a n d e s
n a v e g á v e i s , suas m i n a s
incompa17
258
A Illusão
raveis.
Americana
Povoado
um
solo destes
pela
r a ç a saxonia, c o m o p o d e r i a d e i x a r este
paiz
de
rosa ?
ser
O
habitado
espécie
uma nação
solo
pela
mais
rico
raça
humana
—
forte e
do
podemundo
mais
enérgica
da
eis
que
os
o
são
E s t a d o s - U n i d o s . A q u e l l e paiz é grande,
mas
Ao
não é
p o r causa
amor
pobres
próprio
de seu
de
governo.
outras
nações
ou, p o r outra, m e n o s ricas
v a n t a g e n s n a t u r a e s d o q u e os
Unidos
e
em
Estados-
habitadas p o r indivíduos
de
r a ç a s menos e n é r g i c a s , r e p u g n a o confessar
esta
mente,
a
gente é
nhecer
as
alheias
attribuil-as
inferioridade.
a
levada a
causas
algum em
vos
governados
que
n ó s ; mas
que
esses p o v o s
res
do
que
n ã o reco-
superioridades,
d á v e i s para a nossa
desar
Insensivel-
pouco
desagra-
vaidade.
Não
dizermos que ha
com
mais
quanto a
o
que
nós, quanto
ou
acerto
ha
podo
confessarmos
são é melhoa
dizermos
A Illusão
que
a
a
259
terra delles é mais rica do
nossa
—
a
havemos de
é
Americana
isso
é
que
que
nunca
resignar. Por
essa
nos
razão,
e x p l i c á v e l q u e alguns brasileiros, de
espirito
ver,
simplista, queiram por
nas
vantagens que nos
força
l e v a m os
Estados-Unidos e m prosperidade,
effeito,
n ã o de
remediáveis,
differença
se
pode
causas
mas
dos
uma
naturaes
a
raça
e
resultante
governos. O
trocar,
um
da
solo
n ã o se
ir-
não
pode
substituir; mas, e m t o d o t e m p o , é possível
mudar o governo. N ã o podendo
dar-nos
o
nem
qualidades
as
solo
dos
Estados-Unidos,
ethnicas
de
seu
p o v o , h o u v e q u e m quizesse dar-nos
ao
m e n o s o seu g o v e r n o , isto é, o que
de
menos
E
invejável tem a grande
a escola fatal dos i m i t a d o r e s de
instituições n ã o attende ao
de
nação.
seu
contrasenso
systema, n e m aos funestos re-
sultados
plantadas
que
produzem
as l e i s
arbitrariamente de u m
transpaiz
A Illusão
2ÓO
Americana
p a r a o u t r o . Q u a n d o os r o m a n o s , a i n d a
rudes,
conquistaram
a
culta
Grande
G r é c i a , V a l e r i o Messala t r o u x e de Catania
um
relógio
solar,
collocar no F ó r u m , junto
Não
attendeu
Valerio
que
mandou
aos
Rostros.
Messala,
nem
á differença de longitude, n e m á
orien-
t a ç ã o d o g n o m o n , e d i s p ô l - o ao
acaso.
Só
um
século
descobriu
mais
em
tarde
Roma
que
foi que
o
relógio
solar marcava a hora c o m grande
e
se
erro
de
tempo,
só então foi substituído.
O
relógio que dava o tempo certo em
C a t a n i a e r r a v a e m R o m a ( i ) . A s s i m , as
i n s t i t u i ç õ e s : p o d e m dar certo nos
paizes
e
a
de
o r i g e m e trazer
desordem
nos
a r b i t r a r i a m e n t e as
paizes
a
seus
confusão
para
onde
transmudam.
N o Brasil, aconteceu o mesmo com
a
i d é a f u n e s t i s s i m a de c o p i a r os
d o s - U n i d o s nas suas leis p o l í t i c a s .
( i ) P L Í N I O , Hist.
Nat.,
liv. vn,
6o.
EstaCo-
A Illusão
Americana
261
piemos, copiemos, pensaram
satos,
copiemos
Deveríamos
mesmos,
e
seremos
antes dizer:
sejamos
os
o
que
insen-
grandes!
sejamos
somos,
nós
e
só
assim seremos a l g u m a cousa. I m a g i n e se
um
indivíduo qualquer
rando
uma
pintar
como
a téla,
os
téla
que,
de Velasquez,
elle. D e
que
admideseje
servirá
pincéis, a palheta
e
ter
as
tas p e r f e i t a m e n t e eguaes, e m
tin-
matéria
prima, tamanho e dosagem, á s do pintor hespanhol ? Debalde
arranjará
as
tintas e esforçar-se-á para pintar como
Velasquez.
Terá
tudo
Velasquez, menos o
quanto
g ê n i o , e,
tinha
mesmo,
tendo o gênio, será outro gênio e n ã o o
gênio
d e V e l a s q u e z . A s s i m , os
paizes
sul-americanos q u e r e m ser ricos e p r ó s peros c o m o os E s t a d o s - U n i d o s e
sam
que
artigos
cana.
E
humana
conseguirão
da
Constituição
como
é
muito
imitar mais
isto
pen-
copiando
norte-amerida
natureza
f a c i l m e n t e os v i -
A Illusão
2Ô2
Americana
c i o s d o q u e as v i r t u d e s , a i m i t a ç ã o
praticas
corruptas
da
das
administração
americana é cousa m u i t o natural.
Estadoso
Unidos,
7'ouba-se
empregado
disso,
são um
também
apesar
será
paiz
Este
apesar
; ora,
grande
de eu roubar
roubarem?
pensa
s u l - a m e r i c a n o , e,
grande
não
mtrito,
Nos
porque
o meu
paiz,
e dos meus
collegas
raciocínio
apresenta-
se f o r ç a d a m e n t e á f r a g i l i d a d e d o f u n c cionario,
o
resto
a
t e n t a ç ã o se f o r t a l e c e
temos
visto.
Não
ha
e...
salteio
á propriedade que n ã o encontre
escusa
n o f a c t o d e ser esse s a l t e i o m u i t o c o m mum
nos
Estados-Unidos.
Essa
influencia d e l e t é r i a que este paiz
é
a
exer-
ce n a A m e r i c a . O s v i c i o s d o s
grandes
corrompem
o
exemplo
dos
os
dos
pequenos,
poderosos
e
é a
mau
perdição
humildes.
A civilisação norte-americana pode
deslumbrar
que
as
n ã o passam
naturezas
da
inferiores,
concepção
mate-
A Illusão
rialistica
mede
sim
O
263
d a v i d a . A c i v i l i s a ç ã o n ã o se
pelo
mas
Americana
aperfeiçoamento material,
pela
elevação
moral.
verdadeiro thermometro da
vilisação de u m povo é o respeito
elle t e m pela v i d a h u m a n a
cique
e pela liber-
dade.
O r a , os a m e r i c a n o s t ê m p o u c o
res-
peito pela vida humana. N ã o respeitam
a
vida
de
outrem
e
nem
H e r b e r t S p e n c e r dizia aos
que
elles c o m m e t t e m
mental
tando-a
mente
no
programma
com
a
própria.
americanos
erro funda-
da
vida,
febre, em que
se e x a l t a m e
deperecimento
que
precoce
m e m , pela a p p a r i ç ã o
nhas e
um
a
do
das
mutua-
d á logar
mais
medo-
nevrose.
A vida de o u t r e m é cousa de
tribunaes
pouca
Estados-Unidos.
regulares
matam
m e n t e c o m f r e q ü ê n c i a , os
ao
animal ho-
f r e q ü e n t e s formas de
c o n s i d e r a ç ã o nos
gas-
Os
juridica-
assassinatos
c r i m i n o s o s s ã o v u l g a r i s s i m o s e os l y n -
A I/lusão
2 64
chamentos
os
Americanã
crescem e m n u m e r o
dias. T u d o
isto
s ã o formas
tuadas de desprezo
pela vida
O
o
lynchamento
lectivo,
vezes,
e
o
é
todos
humana.
assassinato c o l -
facto da victima
criminosa, e m
accen-
ser, á s
nada diminue o
h o r r o r d o facto, p o r q u e
esse é
aggra-
vado, j á pelos requintes f r e q ü e n t e s de
ferocidade, j á pela
do
a
irresponsabilidade
ajuntamento que resolve e
pretendida
No
sentença.
Brasil, ha
nia americana;
cida
na
quasi
executa
u m a pequena
a parte delia
zona
cafeeira
toda, ao
colô-
estabele-
do
sul veiu,
findar a guerra
de
se-
c e s s ã o e e r a c o m p o s t a d e sulistas q u e ,
privados
de
ter escravos
e m sua p á -
tria, e m i g r a v a m para o paiz o n d e
lhes
ainda
e r a p e r m i t t i d o esse p r a z e r . A p o -
pulação brasileira v i u chegar
vos hospedes
laram
na
ferocidade
e
v i u o s q u e se i n s t a l -
agricultura
aos
esses n o -
mais
excederem
rudes
e
em
perver-
A Illusão
sos
265
Americana
atormentadores
de
escravos.
americanos introduziram novas
de
tormentos
supplicio.
e
novos
fôrmas
apparelhos
C o m o os inglezes
se
p o r t a m aos confins d o m u n d o
a s s u a s p á s d e cricket
lawn-tennis
Os
de
trans-
levando
e as s u a s r e d e s d e
e conservam o amor
pelos
e x e r c í c i o s physicos, q u e é a f o r ç a d e sua
raça,
os
americanos
usar nos
çoados
e
escravos,
trouxeram,
azorragues
algemas
patent,
e
para
aperfeitrataram
logo de propagar o lynchamento.
Nos
vários
casos
que
temos
noticia,
cano
instigador
Esses
casos t ê m sido raros a t é
cumscriptos
ha
de
lynchamentos de
ha
á
sempre
e
um
ameri-
comparticipante.
e
z o n a d e S. P a u l o
americanos.
O
e x e m p l o é,
quanto
O
rito
a
impunidade é
espirito americano
de
violência;
transmittido
aos
o
é
tanto
certa.
um
espirito
brasileiros,
onde
porém,
funestissimo; o contagio, rápido,
mais
cir-
espilatino,
mais
ou
266
A Illusão
menos
Americana
deturpado
através
dos
séculos
e dos a m á l g a m a s diversos do iberismo,
é
um
espirito juridico, que vai, é
dade, á pulhice
do
ver-
bacharelismo,
conserva
sempre
um
pela vida
humana
e pela liberdade.
rábula
ente
de
aldeia
inferior,
sem
mas,
superior,
como
panga
ao
e
é,
certo
mas
em
desbravamento
duvida,
todo
unidade
mandão.
respeito
O
um
caso,
é
social, ao
ca-
periodo
do
O
da terra, da
derrubada
das mattas, d o e s t a b e l e c i m e n t o das
pri-
meiras
nas
culturas,
é,
no
interior
e
localidades novas, a edade do capanga;
o
escrivão,
vêm
o
depois,
promotor,
expellem
capanga. E ' a lei que
lência.
O
espirito
o
e
juiz,
que
eliminam
substitue a
americano
o
vio-
infun-
d i d o nas p o p u l a ç õ e s é antes
favorável
ao
do foro ;
capanga
do
que
á gente
é o extrangeiro, cujo prestigio é
pre
louro
grande;
e
de
é
o
homem
o l h o s azues,
de
sem-
cabello
sempre
aca-
A Illusão Americana
tado pelos nossos
em
favor
pela
da
sua
negroides,
violência,
prepotência.
mesclado
com
as
população
de
progresso. Elle age
o
uma
meio
rural,
reage
feitos,
que
ambos.
feiçoada
ou
americano,
inferiores
sobre
elle,
factor
o
outra
meio
havendo
reciproca
a f o g a m as
Uma
O
não é um
sobre
communicação
influindo
nobilitando-a
camadas
da
e
267
de
de-
qualidades
enxada
que o americano
de
aper-
traz, a l g u m
canivete de molas engenhoso, que elle
introduz
na
ferramenta
nacional, n ã o
s ã o b e n e f í c i o s q u e c o m p e n s e m os
les
que
elle nos
ma-
faz ( i ) .
(1) Poderíamos citar vários episódios da tent a t i v a de c o l o n i s a ç ã o americana no Brasil que
m o s t r a m q u ã o grande f o i o seu insuccesso. O sr.
Q u i n t i n o Bocayuva escreveu, em 1867, u m folheto
aconselhando a vinda dos chins para o Brasil. E m
seguida â sua p u b l i c a ç ã o , recebeu o sr. Bocayuva
uma c o m m i s s ã o do governo imperial para i r buscar esses colonos americanos
aos Estados-Unidos.
A c o m m i s s ã o redundou em pura p e r d a ; o sr.
Bocayuva v o l t o u trazendo bandos de desordeiros
268
Já
A Illusão
falámos
Americana
do
muito
que
contri-
b u í r a m os E s t a d o s - U n i d o s p a r a
ração
Brasil
pela
f o r ç a d a m n o s a de seu e x e m p l o e
tam-
bém
o
da
por
receio
blema
no
escravatura
ter
de
no
a du-
inspirado
que
Brasil
gédia da America
vemos, p o r é m ,
a
solução
fosse
do
aos
a
tímidos
do
mesma
protra-
N o r t e . N ã o de-
esquecer
que
os
ame-
e assassinos, que m u i t o deram que fazer á policia do R i o . (Vide os jornaes do tempo.)
No r e l a t ó r i o do sr. Saldanha Marinho, presidente de S. Paulo, 1868, lê-se : « Tendo-se estabelecido mais de cem familias
americanas
em
terras que demoram nas proximidades
do rio S.
Lourenço,
município
de Iguape, e
pretendendo-se
a abertura de uma estrada que ligue tal colônia
á cidade de Santos, a lei vigente
do
orçamento
provincial
auetorisou o governo a auxiliar
a abertura dessa via de communicação
com a quantia
de cinco contos de re'is. Esta quantia foi
entregue, por ordem
de meu antecessor,
ao
coronel
norte-americano
Bozuen. Ignora-se qual o emprego
que teve essa
quantia».
Essa malfadada c o l ô n i a chamava-se Nova
Texas. O Texas de Iguape n ã o f o i para o Brasil
o que o outro Texas f o i para o M é x i c o .
A Illusão
269
Americana
ricanos contribuiram m u i t o para o trafico
africano no
Taylor,
na
sua
dezembro
pôde
de
negar
navios
1849,
construídos
que
nos
que
encontra
nos
poderosos
sus tentadores
è feito
por
Unidos,
tripulados
americanos
».
causa o lermos,
o
Estados-
de
1856,
trafico
Unidos
muitos
». D e
e
entre
grande
parte
americanos
do
Brasil
tomaram
destacaremos
juramentado
stado
capitão
americano,
na
legação
Janeiro,
1851.
do
no
Diz o
1843,
W .
E.
americana
dia
11
as
que
no
depoimento
depoimento
capitão
fez o
o
na
africano
da
derson,
E
que
provas
trafico,
em
se
e
presidencial
« é indubitavel
de
de
«Não
nos Estados-
por
mensagem
os
4
nos deve causar m a i o r a d m i -
do
muitas
de
trafico
a americanos
não
ração
presidente
dizia:
este
commandados
isto
O
mensagem
que
pertencentes
e
Brasil.
de
do
junho
Anderson
conhecimento de
AnpreRio
de
que,
Jo-
A Illusão
270
shua
M .
que,
«antes
se
Clapp,
em
e frete
o
trafico-».
cidadão
e depois
occupara
pra
Americana
daquella
larga
de navios
tro
era
americano,
ainda
este
muito
Clapp
de
seu
de
Unidos
revela
no
a
Rio, na
de
como
ministro,
dos
os a r d i s d o s
re-
queixa-se
Smith,
bandeira
Costa
minis-
despacho,
». O d e p o i m e n t o de
todos
Smith,
O
depoimento,
e
para
Franck
g r a n d e s negreiros, que, diz o
«deshonram
com-
Anderson
negreiro.
no
mettendo
da
americanos
Refere-se
também
época,
escala
a u m outro americano,
que
americano,
EstadosAnderson
americanos
África,
as
suas
c r u e l d a d e s e os seus g r a n d e s l u c r o s ( i ) .
Isto,
o
que
Brasil,
ve,
em
quanto
temos
onde,
á
massa
observado
popular,
no
sul
é
do
e m pontos isolados, hou-
tempos, pequenos
núcleos
de
(i) Este curioso documento acha-se nos U.
S. Senate Z>0c.y.,Congress 32, session 1, 1851-1852.
V o l . 9, doe. n.° 73, pag. 5,
A Illusão
colonos americanos.
sil,
cremos
sinão
como
além
de
do
um
Nos
que
N o norte do
Bra-
ha
negociantes
sertões
do
é
americanos
no
littoral,
dentista,
outro
americano
271
não
clássico
ou
Americana
medico
e
desgarrado.
norte,
cremos
que
o
conhecido
apenas
sob
a
f o r m a n ô m a d e de c o m p r a d o r de
de
cabra
da
costa.
greiros
por
conta
Os
de
profissão,
talvez
Clapps
outro
mas
dos
couros
negociantes
e
Smiths,
tempo,
variam
c o n s e r v a m os
nede
mesmos
instinctos.
Na
ordem
intellectual, os
fícios
da
America
lação
ao
Brasil
peciaes.
O
do
Norte
beneem
n ã o s ã o em nada
Brasil
não
dos inventos americanos
tem
rees-
auferido
mais
benefí-
cios d o q u e as o u t r a s n a ç õ e s d o m u n d o .
T ê m
sido viajantes
allemães,
france-
zes, i n g l e z e s e d i n a m a r q u e z e s q u e t ê m
escripto
Brasil
os
e
melhores
melhor
livros
estudado
sobre
a
o
nossa
A Illusão
272
natureza.
ricano,
Si exceptuarmos
cujas
veladoras
servação
mos
do
viços
de
uma
se
sciencia
os
têm
nosso
se
profundeza de
ob-
si
exceptuar-
cujos
valor
e
trabalhos
cujos
ser-
têm
sido
inestimáveis,
onde
brasileira
e h ã o de ser ainda
estão
re-
Derby,
alto
escriptores
occupado
americanos
de
modo
serio
paiz ? O s professores
apresentam
ame-
são
notabilissima;
mais
á
Hart,
monographias
Orville
são
Americana
têm
que
sido de
uma
que
de
aqui
me-
diocridade desesperante, nada t ê m feito,
nada
encher
dos
duas
europeus
estudo,
sino,
mento
e
têm
pela
têm
creado.
paginas
que,
pelo
trabalhado
o
nosso
poderíamos
com
observação
scientifico de
elevado
E
os
livro,
e
no
pelo
pelo
en-
reconheci-
nossas
nivel
nomes
riquezas
intellectual.
D o s viajantes americanos
que
têm
escripto sobre o Brasil, quaes t ê m sido
sympathicos
ao
nosso
paiz ?
Si
não
A Illusão
todos,
de
a
grande
nós com
ropeus
guste
da
Americana
maioria
estatura
Bates,
outros
nos
delles
injusto desfavor.
de
Elisée
fala
Si
Martius,
S a i n t - H i l a i r e , sir
ton,
273
euA u -
Richard Bur-
Reclus
s ã o sympathicos,
e
tantos
os
ame-
r i c a n o s se e x p r i m e m a t é c o m d e s p r e z o
a
nosso
respeito.
Numa
narrativa
de
v i a g e m , que é d o c u m e n t o official americano,
ção
isto
é,
a
exploradora
1842
(1), somos
relação
da
americana
expediem
1838-
vilipendiados por tal
m o d o , q u e u m a r e v i s t a a m e r i c a n a censurou
acremente
o governo
de
Was-
hington por ter consentido, numa
pu-
blicação nacional, expressões tão grosseiras
e
baixas
trangeiro
E
o
contra
um
paiz
ex-
(2).
que
diremos
dos
estudos
que t ê m feito brasileiros nos
Estados-
(1) Narrative
of the U. S. Exploring
Expedition during the years 1838-1842, by C H A R L E S
WILKES,
U . S.
N.
(2) North-American
Review.
V o l . 61, pag. 57.
18
274
A Illusão
Unidos?
Americana
Salvas
p o d e dizer-se
algumas
que
Estados-Unidos
os —
—
excepções,
formados
s ã o , na
concorrên-
cia brasileira, os q u e m e n o s
que
menos
preparo
nos
sabem,
têm. São
os
enge-
nheiros incapazes, m é d i c o s que, á s vezes, n e m
ousam affrontar o exame
sufíiciencia, e muitos
em
artigos
cultura,
quaes
de
outros,
phantasia,
architectura
faltam
os
doutores
como
etc
etc.
rudimentos
e m certas
mandam
para
agrie
aos
de
e qualquer instrucção geral. E '
que,
toda
verdade
famílias brasileiras,
os
incapazes,
os
d o Brasil,
emfim,
Estados-Unidos
reprovados
os
nas
mesmos
que, n'outro tempo, iam
para
zer
ao
sileiras
não vêm,
concurso
sinão
a
das
em
os
rapazes
padres,
d a d e é q u e os t o r n a - v i a g e n s dos
dos-Unidos, embora voltem
se
escolas
ou para soldados. Seja c o m o fôr, a
desasnados,
de
um
verEsta-
pouco
geral,
actividades
sua p e r t u r b a d o r a ,
trabraou,
A Illusão
pelo
menos,
Americana
inútil
e
grande
petência, aggravada pela
Isto
provém
Unidos,
as
ha
de
275
que,
incom-
presumpção.
nos
universidades
Estadospara
todas
intelligencias, como ha hotéis
todas
ções
as
as
bolsas.
nos
sas
E
também
diplomas.
capacidades
ços.
Ha
esta
e
Ha
para
mocidade julga
americanas,
c o m p a r a os
U n i d o s c o m o Brasil,
grada-
para
todos
para
todas
os
pre-
as
cou-
Estados-
n ã o v ê as n o s s a s
q u a l i d a d e s , n ã o c o n h e c e os
anteceden-
tes d e nossa h i s t o r i a , os f e i t o s d e n o s sos m a i o r e s , e p o r isso q u e r l a n ç a r t u do ao desprezo,
rompendo com o pas-
s a d o , e, s i e l l e s p u d e s s e m ,
transforma-
riam a sociedade brasileira n u m
medo
que
simiesco
dos
elles j u l g a m
arre-
Estados-Unidos,
o
primeiro
paiz
do
m u n d o , p o r q u e ha p o r lá m u i t a electric i d a d e e b o n s water-closet.
a
ponderação
a
harmonia
de
que
seu
á
N ã o tendo
raça saxonia
dá
desenvolvimento,
276
A Illusão
estes
Americana
nossos pobres
luso-indio-negroi-
des desequilibram-se de t o d o , n o m e i o
da
febricitação
americana.
E
real
é
muito
a
acção
pertur-
badora do nervosismo norte-americano
nas
organisações
latinas.
Temos
co-
n h e c i d o m u i t o s casos i n d i v i d u a e s bastante
em
curiosos.
New-York,
os
vindo
passageiros
plavam
de
o
de
sobre a
espectaculo
entravamos
Panamá,
e
tolda contemgrande e cheio
vida daquelle porto immenso. O u -
víamos
e
U m a vez,
já
dos
o
alarido dos
operários
embarque.
nas
Nos
carregadores
pontes
estaleiros,
de
des-
martella-
va-se infernalmente o ferro; no vapor,
havia
um
reboliço
gens tiradas
do
ruidoso
das
baga-
porão, puxadas
pelos
guindastes.
Junto
não
sei
mala,
mente
a
mim,
si d e
ou
de
de
um
estava
Nicarágua,
Honduras,
destes
um
de
mas
velho,
Guatecerta-
illustres paizes,
A Illusão
que,
mais
Americana
civilisados do
de
então,
gósavam
da
forma
republicana.
templava
as
New-York,
direita,
se
das
e
tres
na
de
dos
O
benefícios
velho
grandes
de Jersey, á
deante
que o Brasil
con-
cidades
de
frente, de B r o o k l y n ,
espraiavam
talvez
já
277
esquerda,
cinzentas
de
e
e
de
que
esfumaça-
n ó s . O velho,
azteca
á
mestiço
conquistador
h e s p a n h o l , o l h a v a v a g a m e n t e , c o m instinctos a t á v i c o s de presa e de
Quien
sabe
f—exclamou
sabe si u m d i a
Centenares
pequenos,
rápidos
redor
nas
os
cas
de
New-York?!
vapores,
cervos,
grandes,
cruzavam-se
n ó s , badalando
bronze
seus
e
de
Nicarágua,
lentos c o m o elephantes,
como
de
elle, q u e m
n ó s , os d e
não viremos a tomar
salteio:
e
as
Ninguém
estrugindo
interrogativa
seus u i v o s de
respondeu
do
velho,
á
e
ao
campano
s i l v o s a g u d o s e as n o t a s
longas de
ou
ar
rou-
vapor.
prophecia
este,
sor-
278
A Illusão
rindo
Americana
tristemente,
assobios,
esta
quecer
».
gente
(Solo
verian
disse:
nos
con
« Só
havia
los
com
de
pitos
os
enlou-
nos
vol-
locos).
Não
sobios
queremos
das
louqueçam
Unidos ; o
não
machinas
minoso
Nem
mos
de
um
menos,
cousa
Republica
os
as-
americanas
en-
Estados-
que é certo, p o r é m ,
na
brasileira
ao
que
os b r a s i l e i r o s dos
encontramos
nalidade
dizer
vida
nenhum
discípulo
por
alguma
da
que
é
que
nacio-
traço
lu-
americano.
esse
lado,
te-
agradecer
á
Norte-Americana.
V
Devemos concluir de tudo quanto
escrevemos :
Que
Brasil
não
imitar
ha
razão
para querer
os E s t a d o s - U n i d o s ,
o
por-
q u e s a h i r i a m o s d e n o s s a i n d o l e , e, p r i n cipalmente,
porque
já
estão
patentes
A Illusão
e
lamentáveis,
tristes
sob
resultados
Que
diz
Americana
os
nossos
de
olhos,
nossa
pretendidos
existirem entre
publica
279
imitação ;
laços
o Brasil
Americana
são
os
que
e
a
se
Re-
fictícios,
pois
n ã o t e m o s c o m aquelle paiz affinidades
de natureza alguma real e
Que
a
nacional
historia da
dos
monstra,
politica
Estados-Unidos
por
parte
com
inter-
n ã o de-
daquelle paiz, b e -
nevolência alguma para
para
duradoura;
qualquer
comnosco,
Republica
ou
latino-
americana ;
Que
tem
todas
estado
em
tados-Unidos
occasiões
a
para
amizade
lateral
e
mos, —
as
vezes
o
contacto com
tem
se
tido
Brasil
os
outras
convencer
Es-
tantas
de
que
americana — amizade
uni-
que, aliás,
é
que
nulla,
só
quando
nós
apregoa-
não é
inte-
resseira;
Que
a
influencia moral
daquelle
paiz sobre o nosso t e m sido perniciosa.
280
A Illusão
Americanã
*
*
*
Si a l o n g a serie de factos que apres e n t a m o s , si as r a z õ e s q u e e x p e n d e m o s ,
não
os
bastassem para chamar á
espíritos
bastaria
dos
ainda
americanos,
de
dos
N ã o !
Toda
nos
maior
as v e l -
querem
sen-
impor
Estados-Unidos.
tentativa
qualquer
pátria livre
do
para dissipar
que
respeito
de
rebeldes,
a f f e c t o e os i n g ê n u o s
timentalismos
troca
mais
citarmos a opinião
leidades
a
os
verdade
serviço,
e autonomica em
para,
em
collocar a
qualquer
espécie de sujeição para c o m o extrangeiro, é u m acto de inépcia e u m crime.
Jorge
sagem
Washington,
na
sua
men-
de adeus, verdadeiro e sublime
testamento,
escreveu
as s e g u i n t e s p a -
lavras, que a v e n e r a ç ã o americana t e m
conservado
« . . .
através
das
gerações :
Deveis ter sempre e m
que é l o u c u r a o esperar u m a
nação
vista
fa-
A Illusão
Americana
2§i
v o r e s desinteressados de o u t r a , e que t u d o
quanto
uma
nação
recebe
como
favor
t e r á de pagar m a i s tarde c o m u m a parte
de sua i n d e p e n d ê n c i a
ver maior
erro do que
reaes de u m a
Que
não
o
sirva
as
a
Os
lição,
repellir o
conseguirá
os
conselho
fatalidades
elles
seus
esperar
ha-
favores
nação a outra . . . » (i)
somente
patriotas...
ceitar
. . . N ã o pode
de
Washington
p a r a os seus c o m -
brasileiros
e
sejam
do
devem
quaes
momento,
extrangeiro,
aviltar o paiz que
ac-
forem
saibam
que
só
acceitar
serviços.
*
*
*
No recanto do solo brasileiro de
onde
escrevemos
estas linhas, os
me-
( i ) « . . . Constantly
keeping in view that it
is folly in one nation to look for
desinteressedfavoursfrom
another;
that itmustpay
with a portion ofits indepetidence for whatever it may accept
2§2
zes
A Illusão
de
anno
ram
Ainericaha
setembro
de
1893
em
cousa
e
de
( 0
n ã o se
alguma
annos. Estas
semanas
meira
das
do
carpa
milho.
outubro
Quanta
distingui-
dos
de
outros
s ã o as
roças
e
deste
da
do
pri-
plantio
philosophia incon-
sciente e pratica, quanta sabedoria i n nata
neste
povo!
que a civilisação
alma
a
e,
da
alto
desta
em
experiência
pessimista,
lonisação
ella
ibérica
insuccesso,
quanto
destruísse
serenidade
Clama
voz
E
foi uma
em
nossa
gente!
nosso
espirito
fria
implacável
nos
da
sentimos
e
diz: — A
a
co-
America
foi um
desgraça
para
a
civilisação d o nosso planeta. N ã o chegam
em
a
que
ser
nações
os
agrupamentos
g â n g l i o s de p o p u l a ç õ e s
mes-
under that character.
There can be no
greater
error than to expect or calculate upon real favours from nalion to
nation.»
(1) Os primeiros mezes da revolta naval de
1893-1894.
A illusão
tiças,
oriundas
dades
de
humanas,
fingir
de
ficial
chamado
Âmericana
todas
as
querem
povos...
O
283
inferioripor
amálgama
Brasil
está
do
a
viver
e
artificio,
que
Vemos,
porém,
de
uma
rocha
m o r r e r na
agora
o
terra
bloco
ferruginosa,
bida
de
arrôxeada,
sangue,
catombes
illusão
immenso
ora
ainda
de-
montanha
como que
recentes.
terem
vai findar.
composta, e que f o r m a u m a
de
arti-
desfeito,
apesar de duas o u tres g e r a ç õ e s
chegado
força
embe-
fresco, de
Aquella
terra
existia ha milhares de annos antes
existir tudo
ruido. Ella
que p
quanto
hoje
existia antes do tempo
em
Pompeu.
era
de
quando
de outros ambiciosos
nem
de
faz
armada
tarem
já
e
exercito de C é s a r
existe
he-
os
nomes
contra
Existirá
pouco
7 de novembro de 1893.
a
ainda,
n ã o res-
illustres.
A P P E N D 1 C E
No
foi
dia 4
posto
rias
de
de
dezembro
de 1893,
este l i v r o á v e n d a nas livra-
S.
Paulo.
V e n d i d o s t o d o s os
e x e m p l a r e s p r o m p t o s nesse dia, f o i á s
livrarias
a
o
chefe de policia e prohibiu
venda.
graphia
N a m a n h ã seguinte, a
em que
amanheceu
cavallaria
f o i impresso
cercada
e
o
typolivro
por u m a força de
compareceu
á
porta
da
officina u m delegado de policia acompanhado
uma
de
carroça.
officina e
um
O
burro
que
puxava
delegado entrou pela
o r d e n o u q u e se
ajuntassem
todos os e x e m p l a r e s d o l i v r o , m a n d a n do-os amontoar
e
o delegado
na carroça.
levaram
o
O
burro
livro para
a
286
A Illusão
R e p a r t i ç ã o da
a
Platéa
Americanã
Policia. N o
publicava
«Um
sabem
res,
á
appareceu
dr.
Eduardo
ricana,
mos
de
no
no
foram
que
venda
do
livro.
nosso
ir
lendo
bida,
f o i
Um
curar
bôcca
o
as
successo
sobre
redactor
auctor,
suas
de
a
nos
folha.
á
venda
Soubemos
prohibiu
á
a
Cardim,
a obra
prohi-
O
mesmo
Policia.
cavalheiro,
de
ctijas
f o i arrancado
um
policia
desta
para
livro
folha
f o i
pro-
ouvir
de
sua
prohibição.
relativas
e
um
secreta.
impressões
seu
occupá-
postos
bonde
um
Ame-
Gomes
num
por
livro
a Illusão
policia
Paulicèa,
exemplar
novo
desta
collega
com
na
a
levado
aconteceu
mãos,
o
leito-
vendidos.
dia
O
Eduardo
nossos
venda
numero
nesse
por
os
os exemplares
sabbado
dr.
apparição
ultimo
Todos
o
Prado,
cuja
dia,
seguinte:
interview com
P r a d o — Como
do
o
mesmo
o
seu
ao
parecer
Appendice
O dr.
Eduardo
287
Prado
to graciosamente
o nosso
pareceu
dar
muita
nem
ao livro,
nem
á sua
disse
mais
e
importância,
prohibição.
ou menos,
o que
elle
nos
infância,
havia
na
sapateiro
que
:
— « Na
rua
mui-
companheiro
não
Eis,
recebeu
minha
de S. Bento
uma
taboleta
leão
que,
bola.
Por
um
onde
raivoso,
vinha
o sapateiro
um
o dente
lia-se:
numa
Rasgar
d e s c o s e r , n ã o . Dê-me
giar
pintado
mettia
baixo,
tinha
licença
epara
pode;
para
dizer:
pla-
Prohibir
p o d e m ; responder, n ã o .
« Quanto
cia,
penso
extremo,
de
ao honrado
qtie
julgando
derrocar
solidadas,
blicanas
ç volume
me
como
no
s. exc.
de
poli-
lisonjeou
a minha
instituições
« Demais,
palpite,
s. exc.
chefe
por
prosa
tão fortes
capaz
e
são as instituições
conrepu-
Brasil.
pôde
dizer-se
prohibiu
ás quatro
horas
que,
só
o livro.
e ç{s cinco
por
Sahiu
f o i
288
A Illusão
prohibido,
tempo
antes
de
o
que
acto
de
Não
quero
dizer
digo
antes
que
n.
passado,
que
me
ter
f o i
minha
confiei,
estribei
1.565,
vice-presidente
de
de
Republica
do Interior
isso
no artigo
IJ
um
parte.
e por
o estado
da
i
outubro
de sitio.
O
e o sr.
seu
nesse
ar-
disseram
:
«Artigo
1. E ' l i v r e a
do pensamento
garantida
doutrina
nharam
a
com
suas
a sua
de
sendo
qualquer
politica
de que
e autonomico
livro
empe-
nessa
garantia.
sustentando
o Brasil
perante
o aphorismo
as Republicas
a
assignaturas
palavra
um
damento
imprensa,
propaganda
Escrevo
adopto
pela
manifestação
politica.»
« E
que
de
regulando
ministro
auctoridade
a publicação
ingenuidade
decreto
tigo
da
ler.
« Confesso
do
Americana
deve
doutrina
ser
o extrangeiro,
de Montesquieu,
devem
virtude.
a
ter como
livre
e
de
fun-
289
Appendice
« O
governo
opiniões;
está
porem,
decreto,
litica
que
está
a
diz
garantir
doutrina
a
po-
f
de rei
de inventar
vra
Onde
solemnemente
qualquer
« A sabedoria
vra
!
essas
Manda,
dada
em
de
a
direito.
o livro
do governo,
propaganda
contrario
no seu
prohibir
palavra
num
è
do
não
popular
volta
outro
diz:
atrás.
provérbio
O povo
para
vice-p7'esidente
*
da
*
—
a
Palaterá
pala-
Republica.»
*
O auctor recebeu de todos os pontos do Brasil g r a n d e n u m e r o de
cartas
pedindo-lhe u m exemplar do livro prohibido.
por
Estas cartas v i n h a m
assignadas
n o m e s dos m a i s distinctos d o paiz,
e a t o d o s estes
desculpa
por
correspondentes
me
ter
sido
peço
impossivel
acceder aos seus p e d i d o s . M e n c i o n a r e i
somente, para p r o v a de que dos
repu-
A Illusão
290
Americana
blicanos brasileiros alguns ha que n ã o
são
inimigos
da
liberdade
de
pensa-
m e n t o , u m a c a r t a d o sr. S a l d a n h a M a rinho, e m q u e este p a t r i a r c h a d o republicanismo,
praticas
belde
saudoso,
liberaes
ás
protestava
idéas
da
de
a
das
Monarchia e
liberticidas
contra
certo,
re-
de
hoje,
prohibição
deste
trabalho.
A
todos
e
agradecimentos
a
cada
do
um
auetor.
cabem
os
N O T A
Este trabalho, tal qual f o i escripto para a
primeira e d i ç ã o , f o i r e d i g i d o sem o auctor ter
os seus livros á m ã o , nem as suas notas. Na
e d i ç ã o actual ( i ) , todos os factos citados s ã o justificados com a citação das fontes officiaes, ou dos
auctores que relatam os mesmos factos.
EDUARDO PRADO
( I ) 2.' edição, exgottada, impressa em Paris, de que
esta é fiel reedição.
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