Clique aqui para baixar o livro

Transcrição

Clique aqui para baixar o livro
Ofertas Sensacionais - Tudo num só lugar
Endereço Eletrônico: www.ofertassensacionais.com
Página no Facebook: facebook.com/ofertassensacionais
Tels: (21) 3527-0939 ou 98184-0490 (whatsApp)
E-mail: [email protected]
Texto Base da Campanha da Fraternidade de 2016
Tema: Casa Comum Nossa Responsabilidade
Lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24)
Obs: Trabalhamos com divulgação de Eventos desde 2004, começamos com o Jesus Chama aqui na Paróquia Rosário de Fátima na Taquara em Jacarepaguá, divulgando eventos da Paróquia como o Folia com Cristo, que em nossa divulgação no Orkut, trouxemos pessoas de Paty Alferes, Estado do
Rio de Janeiro para um evento que foi na Capital do Rio de Janeiro, eventos da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro como o Dia Nacional
da Juventude (DNJ). Já fazemos este trabalho de livre iniciativa, de doação há dez anos, não cobramos nada, também não recebemos nada para divulgar eventos, textos de formação, textos de reflexão, etc. Na aba Parceiros em nosso endereço eletrônico você pode conhecer empresas que apoiam
e patrocinam financeiramente esta iniciativa, se quiser entre em contato conosco para também nos ajudar financeiramente nesta evangelização pelas Redes Sociais, neste caso em específico não visa lucro, estamos fazendo a nossa parte para ajudar na conscientização de toda população brasileira
sobre o tema da Campanha da Fraternidade de 2016.
Não deixe de visitar a aba onde temos também diversas Academais aqui da região, afinal: “Mente Sã, Corpo São”.
www.ofertassensacionais.com/academias.html
Se você assim como nós da Empresa Ofertas Sensacionais quiser divulgar o trabalho da sua Pastoral, Grupo,
Movimento da sua Paróquia ou mesmo fazer um site para a sua Paróquia caso ainda não tenha, ou Capela e
mostrar o trabalho de vocês para o mundo pela Grande Rede, como nós que estamos disponibilizando este
material para o Brasil e mundo pela Grande Rede, entre em contato com a gente independente de que parte
do Brasil ou do mundo esteja, na Popular Sites você elabora, hospeda, e divulga o seu trabalho pelas Redes
Sociais num só lugar, a elaboração do seu endereço eletrônico fica a partir de 200 reais, são sites simples com
valores que cabem no seu bolso, pois sabemos que Pastorais, Grupos e Movimentos, não tem fundos para
bancar um site de última geração que custam as vezes mais de mil reais, ele ficará bem simples mais objetivo
como o da nossa empresa confira:
www.popularsites.com.br
Fonte: Livro Texto Base da CNBB
Oração da CFE 2016
Deus da vida, da justiça e do amor,
Tu fizeste com ternura o nosso planeta,
morada de todas as espécies e povos.
Dá-nos assumir, na força da fé
e em irmandade ecumênica,
a corresponsabilidade na construção
de um mundo sustentável
e justo, para todos.
No seguimento de Jesus,
com a Alegria do Evangelho
e com a opção pelos pobres. Amém !
CONIC - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs
Apresentação:
“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. (Am 5,24)
Com alegria e animados pelo Espírito, cujo agir consiste em unir, chamar, congregar, superar barreiras e unir
pessoas de boa vontade ao redor de objetivos comuns, apresentamos a Campanha da Fraternidade
Ecumênica de 2016, com o tema “Casa Comum: nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito
brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24).
Pela quarta vez, a Campanha da Fraternidade é realizada de forma ecumênica. Nesse ano, tem como objetivo geral “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por
políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”.
As reflexões sobre o saneamento básico contidas neste texto-base demostram que esse é um direito humano
fundamental e, como todos os outros direitos, requer a união de esforços entre sociedade civil e poder
público no planejamento e na prestação de serviços e de cuidados.
Desejamos que esse texto-base contribua para mobilizar e criar espaços ecumênicos de comprometimento
com a Casa Comum.
Nosso agradecimento especial a todas as pessoas que contribuiram com a redação desse trabalho, que reflete
a soma de muitas experiências e compromissos. Esse texto foi elaborado em multirão ecumênico. Todas as
pessoas que colaboraram desde as primeiras palavras até a última revisão, colocaram a serviço do
testemunho da unidade cristã seus dons e conhecimentos.
Acreditamos que um mundo de justiça e direito precisa ser construído assim: coletivamente, somando as
criatividades, os talentos e as experiências em benefício do bem comum.
Que essa CFE fortaleça a fé e a esperança de uma Casa Comum, em que o direito brote como fonte e a
justiça qual riacho que não seca !
Dom Flávio Irala - Presidente
Pastora Romi Márcia Bencke - Secretária Geral
Integrantes da Comissão da Campanha
da Fraternidade Ecumênica 2016
Padre Marcus Barbosa
Suplente: Antônio Evangelista
Pastor Teobaldo Witter
Suplente: Sr. Armando Maurmann
Reverenda Carmem Kawano
Suplente: Enea Stutz de Almeida
Reverendo Isaque Goés
Zulmira Inês Lourena Gomes da Costa
Suplente: Padre Joanilson Pires
Padre José Oscar Beozzo
Suplente: Cecília Franco
Pastor Wellinton Pereira
Suplente: Flávio Conrado
Pastor Joel Zeferino
Pastor Altemir Labes e Plesbítero Daniel do Amaral
Padre Thomas Schmidt
Pastora Romi Márcia Bencke
Igreja/Organização
Igreja Católica Apostólica Romana
Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
Igreja Plebisteriana Unida do Brasil
Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia
Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e
Educação Popular - CESEEP
Visão Mundial
Aliança de Batistas do Brasil
Diretoria do CONIC
Misereor
CONIC
Introdução:
A alegria pela IV Campanha da Fraternidade Ecumênica - CFE
1. As Igrejas que integram o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) assumem como missão
expressar em gestos e ações o mandato evangélico da unidade, que diz: “Que todos sejam um, como tu,
Pai, estás em mim e eu em ti, que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me
enviastes” (Jo 17,21)
2. O testemunho ecumênico coloca-se na contramão de todo tipo de competição e de proselitismo, tão
frequentes no contexto religioso. É uma clara manifestação de que o diálogo e o testemunho conjunto são
possíveis. É um apelo dirigido a todas as pessoas religiosas e de boa vontade para que contribuam com as
suas capacidades para a promoção da convivência, da justiça, da paz e do cuidado com a criação. É também,
uma comprovação de que Igrejas irmãs são capazes de repartir dons e recursos na sua missão.
3. A caminhada ecumênica realizada pelo CONIC tem mais de três décadas. É uma trajetória marcada por
fraternidade, confiança, parceria e protagonismo. Dessa trajetória, podem ser destacados como expressões
concretas de comunhão fraterna as três campanhas da Fraternidade Ecumênicas, realizadas nos anos 2000,
2005 e 2010. Todas elas marcaram profundamente a vida das Igrejas que nelas se envolveram.
4. A motivação para essas Campanhas fundamentou-se na compreensão de que, no centro da vivência
ecumênica, está a fé em Jesus Cristo. Issso se deu, porque o movimento ecumênico está marcado pela ação e
pelo desafio de construir uma Casa Comum (oikoumene) justa, sustentável e habitável para todos os seres
vivos. Essa luta é profética, pois questiona as estruturas que causam e legitimam vários tipos de exclusão:
econômica, ambiental, social, racial e étnica. São discriminações que fragilizam a dignidade de mulheres e
homens.
5. É exatamente isso que acontece quando, neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
coloca outra vez à disposição do CONIC a Campanha da Fraternidade, seu mais conhecido projeto de
Evangelização.
6. Com esse espírito, no ano 2000, na virada do milênio e no contexto do Grande Jubileu, foi realizada a
primeira Campanha da Fraternidade Ecumênica com o tema “Dignidade Humana e Paz” e com o lema
“Novo Milênio sem Exclusões.” No ano de 2005, foi realizada a segunda Campanha da Fraternidade
Ecumênica. O tema foi “Solidariedade e Paz” e o lema “Felizes os que promovem a Paz”. A Campanha da
Fraternidade de 2010 provocou o debate sobre o papel da economia na sociedade. O tema foi “Economia e
Vida”, aprofundado com o lema bíblico “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6,24c).
7. A Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016 apresenta o tema “Casa Comum, nossa
responsabilidade” e tem como lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que
não seca” (Am 5,24). O objetivo principal é assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e
empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o
futuro de nossa Casa Comum.
8. Nesse tema e nesse lema, duas dimensões básicas para a subsistência da vida são abarcadas a um só
tempo: o cuidado com a criação e a luta pela justiça, sobretudo dos países pobres e vuneráveis. Nessa
Campanha da Fraternidade Ecumênica, queremos instaurar processos de diálogo que contribuam para a
reflexão crítica dos modelos de desenvolvimento que têm orientado a política e a economia. Faremos essa
reflexão a partir de um problema específico que afeta o meio ambiente e a vida de todos os seres vivos, que é
a fragilidade e em alguns lugares, a ausência dos serviços de saneamento básico em nosso País.
9. Perguntamos: como estão estruturadas as nossas cidades ? Quem realmente tem acesso ao saneamento
básico ? No ano de 2014, o sudeste do Brasil viveu uma das maiores crises hídricas já registradas na história
do País. Quem foi responsabilizado por isso ? Por que os serviços de saneamento básico, considerados como
direito humano básico pela Organização das Nações Unidas, estão em disputa ?
10. Com essa CFE colocamo-nos em sintonia com o Conselho Mundial de Igrejas e também com o Papa
Francisco. Ambos têm chamado a atenção para o fato de que o atual modelo de desenvolvimento está
ameaçando a vida e o sustento de muitas pessoas, em especial as mais pobres. É um modelo que destrói
a biodiversidade. A perspectiva ecumênica aponta para a necessidade de união das igrejas diante dessa
questão.
Nossa Casa Comum está sendo ameaçada. Não podemos, portanto, ficar calados. Deus nos convoca para
cuidar da sua criaçao. Promover a justiça climática, assumir nossas responsabilidades pelo cuidado com a
Casa Comum e denunciar os pecados que ameaçam a vida no planeta é a missão confiada por Deus a cada
um e cada uma de nós.
11. É uma alegria compartilhar que nessa CFE, além das cinco igrejas que integram o CONIC, somaram
forças também: a Aliança de Batistas do Brasil, o Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação
Popular (CESEEP) e a Visão Mundial. Outra novidade é que a IV Campanha da Fraternidade Ecumênica
será internacional, porque a Misereor, organização dos Bispos Católicos alemães para a Cooperação e o
desenvolvimento, integrou-se nesse multirão. Nossa oração e desejo é que mais Igrejas e religiões entre nessa
caminhada.
Uma Campanha da Fraternidade Ecumênica que cruza fronteiras
12. Desde o ano de 1958, a Misereor realiza junto às comunidades católicas da Alemanha a Campanha de
Quaresma. Esta Campanha é uma expressão concreta da comunhão e da solidariedade da Igreja no mundo
inteiro. Ao longo de sua história, a Misereor contribuiu para fortalecer a voz dos povos do Sul, que lutam e
buscam caminhos que possam conduzir ao bem-viver todos os homens e todas as mulheres.
13. Acolher a Misereor como irmã de caminhada na IV CFE significa assumir que a cooperação para o
desenvolvimento vai além de alguma ajuda pontual para algum grupo específico. Desde uma perspectiva de
fé, significa também assumir a responsabilidade comum pelo futuro da Terra.
14. Ao unirem-se nessa IV CFE, CONIC e Misereor experimentam uma nova forma de cooperação. A
concepção que orienta essa parceria é que os grandes desafios do futuro, em especial aqueles relacionados
aos direitos humanos e à justiça climática, não podem ser enfrentados e muito menos resolvidos por um país
sozinho. É necessário que essa responsabilidade seja assumida ecumenicamente, indo além das fronteiras
geográficas e confessionais.
15. O Brasil e a Alemanha são países econômica e culturamelnte diferentes. A partir dessas diferenças,
entendemos que nossas responsabilidades são comuns, porém diferenciadas. A IV CFE será um exercício de
experimentar essa unidade na diversidade. É por isso que na Alemanha o foco principal da Campanha seráo
“Direito e justiça”, enfatizando que os direitos humanos, econômicos, sociais e culturais são inegociáveis.
Nesses direitos estão presentes o acesso à água potável e ao sanemento básico.
16. O ano de 2015 foi de intenso debate sobre as mudanças climáticas. No contexto de preparação para a
Conferência do Clima, promovida pelas Organização das Nações Unidas (ONU), foram realizadaos vários espaços de reflexão e reinvidicação por justiça ambiental. Duas ações expressam o comprometimento
das igrejas com a justiça climática. A primeira delas é o chamado do Conselho Mundial de Igrejas (CMI)
à
“Peregrinação por justiça e paz” que denuncia a ação destrutiva do atual modelo de desenvolvimento,
os mais afetados são os mais pobres. A “Peregrinação por justiça e paz” destaca a necessidade urgente da
superação desse modelo de desenvolvimento que está baseado no consumo e na ganância.
17. A segunda ação é a Enciclica do Papa Francisco Laudato Sí’: sobre o cuidado da Casa Comum. Essa
encíclica é a voz profética que clama para que assumamos o desafio de proteger a Casa Comum unindo-nos
por um desenvolvimento sustentável e integral.
18. A ONU reconhece o papel imprescindível das regiões para a promoção de mudança de valores no
que diz respeito ao meio ambiente. Ao nos unirmos como igrejas de dois países tão diferentes, estamos
assumindo a responsabilidade comum em favor da criação.
19. Na Alemanha, a dimensão ecumênica não estará ausente. Ela será fortalecida pela Prece Ecumênica para
a Campanha da Quaresma. Essa prece foi elaborada de forma conjunta por Misereor, organização católica,
Pão Para o Mundo e organização luterana, com participação do CONIC. A oração expressa a urgência de
assumirmos a responsabilidade do cuidado com a Casa Comum.
Deus, justo e misericordioso,
a Tua Terra, nossa Casa Comum, está em um estado deplorável.
Milhões de pessoas sofrem com a fome.
Em muitos lugares, o direito à moradia, à água e ao saneamento básico,
o direito à autodeterminação econômica, social e cultural é largamente desrespeitado.
Estas realidades são difíceis de suportar. Assustam-nos.
Fechamos os olhos e
a sensação de que “não há nada que eu possa fazer” é forte.
Paralisa-nos.
Queremos sair dessa armadilha.
Queremos acolher o dom da Tua Criação e assumir a responsabilidade por ela.
Por isso, necessitamos da Tua ajuda e Te rogamos:
Que o cuidado para com a nossa Casa Comum nos dê uma voz forte para denunciar todas as formas
abusivas de exploração econômica.
Que o sanemento básico e a água potável limpa se tornem acessíveis para todos os cidadãos e todas as cidadãs.
Que tu fortaleças a nossa esperança, para que o direito e a justiça virem realidade.
Que nós, teus filhos e tuas filhas, sejamos profetas, preparemos o caminho para o Bem Viver e que
estabeleçamos, através das nossas palavras e das nossas ações, relações dignas entre as pessoas, para com a
Criação e para contigo, Deus. Amém !
E por que discutir sobre saneamento básico no Brasil ?
20. Como já dissemos, o abastecimento de água potável, o esgoto sanitário, a limpeza urbana, o manejo de
resíduos sólidos, o controle de meios transmissores de doenças e a drenagem de águas pluviais são medidas
necessárias para que todas as pessoas possam ter saúde e vida dignas.
21. A combinação do acesso à água potável e ao esgoto sanitário é condição para se obter resultados
satisfatórios também na luta para a erradicação da pobreza e da fome, para a redução da mortalidade infantil e pela sustentabilidade ambiental. Há que se ter em mente que “justiça ambiental” é parte integrante da
“justiça social”.
22. Segundo o relatório “Progresso no Saneamento e Água Potável - Atualização dos ODMs 2015” da
UNICEF e da Organização Mundial de Saúde (OMS), 2,4 bilhões de pessoas ficaram sem acesso ao sanea
mento melhado no ano de 2015.
23. O Índice de Desenvolvimento do Saneamento no Brasil foi de 0,581. Essa posição é inferior aos países
desenvolvidos, mesmo frente a vários países da América do Sul.
24. Muito embora tenhamos uma lei que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, este
tema permanece um dos grandes desafios para a qualidade de vida de todas as pessoas.
25. A responsabilidade pela Casa Comum é de todos, dos governantres e da população. As comunidades
cristãs são convocadas por esta Campanha da Fraternidade Ecumênica a mobilizar em todos os municipios
grupos de pessoas para reclamar a elaboração de Planos de Saneamento Básico e exercer o controle social
sobre as ações de sua execução.
26. Essa ação será orientada pelo tema da CFE “Casa Comum, nossa responsabilidade”, e inspirada e
iluminada pelo lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”
(Am 5,24). Para tanto, assumimos os seguintes objetivos:
Objetivo geral:
Assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas
públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum.
Objetivos específicos:
1. Unir Igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito
ao saneamento básico;
2. Estimular o conhecimento da realidade local em relação aos serviços de saneamento básico;
3. Incentivar o consumo responsável dos dons da natureza, principalmente da água;
4. Apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o seu Plano de Saneamento Básico.
5. Acompanhar a elaboração e a excussão dos Planos Municipais de Saneamento Básico;
6. Desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de saneamento básico apenas torna-se-ão
realidade pelo trabalho e esforço em conjunto;
7. Denunciar a privativação dos serviços de saneamento básico, pois eles devem ser política pública como
obrigação do Estado;
8. Desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade à proposta cristã e envolvimento
com as necessidade humanas básicas.
27. Além dos objetivos, outros elementos contribuirão para a animação dessa CFE. Um deles é a oração e
outro o cartaz. Antes de ler o texto-base, vamos conhecer a Oração da CFE e o significado da arte do cartaz.
Nossa Oração:
28. A oração é o caminho para dialogarmos com Deus. Queremos ter esse diálogo em irmandade ecumênica. Em oração, expressamos nossa abertura para acolhermos a graça amorosa de Deus que nos conduz
à unidade. São as orações que fortalecerão nossa consciência de que, apesar de pertecermos a diferentes
igrejas, somos, na verdade, filhos e filhas do mesmo Deus. A primeira é a Oração da Campanha da
Fraternidade Ecumênica de 2016, cujas palavras ecoam o pedido para que assumamos na força da fé a
irmandade ecumênica.
A segunda oração é a do Pai Nosso em em sua versão ecumênica.
Oração da CFE 2016
Deus da vida, da justiça e do amor,
Tu fizestes com ternura o nosso planeta,
morada de todas as espécies e povos.
Dá-nos assumir, na força da fé
e em irmandade ecumênica,
a corresponsabilidade na construção
de um mundo sustentável
e justo, para todos.
No seguimento de Jesus,
com Alegria do Evangelho
e com a opção pelos pobres, Amém !
Pai Nosso (versão ecumênica)
Pai Nosso que estás nos céus. Santificado seja o teu nome, venha a nós o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. O Pão Nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoa-nos as nossas ofensas, assim
como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal,
pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém !
A arte do cartaz
Autor do cartaz: Anderson Augusto de Souza Pereira
“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca (Am 5,24).
Esse foi o versículo que inspirou o processo de criação do cartaz dessa campanha da Fraternidade
Ecumênica.
Assumir a responsabilidade com a Casa Comum exige uma profunda mudança no estilo de vida e nos
valores que orientam nossa ação. Nosso modelo de sociedade está baseado no consumo e na aparência. Para
suprir essas necessidades, sacrificamos a Casa Comum, que é o espaço em que habitamos.
Nem sempre estamos atentos para atitudes simples, por exemplo, o descarte correto do lixo, nossas casas às
redes de esgoto, cuidar da água, entre outras coisas. A falta desses cuidados fere a Criação, de forma que, no
lugar de flores, jardins e frutos diversos vemos esgoto a céu aberto, rios poluídos e monoculturas.
A diversidade da criação de Deus desaparece.
A terra alegre fica triste. No entanto, a fé em Jesus Cristo nos anima a assumirmos o cuidado com a Casa
Comum como resposta ao amor incondicional que Deus oferece a cada um e cada um de nós. Assumir esse
compromisso reacende a esperança de um novo céu e uma nova terra onde habitam a justiça e o direito.
É isso que expressa o rosto da mulher em destaque no cartaz. Queremos que as mudanças dos paradigmas
e valores que nos orientam nessa sociedade de consumo transformem o rio poluído em água cristalina e
habitado por muitos peixes, a terra seca em uma terra renovada e abundante. Com essa transformação, poderemos dançar e celebrar a esperança de que o projeto da Casa Comum não terá fim, mas continuará por
gerações e gerações.
Primeira Parte - Ver
1. Ver a nossa Casa Comum
29. Começaremos examinando a realidade do saneamento básico no Brasil para perceber melhor a
relevância desse tema. Estamos cientes de que nosso compromisso cristão está profundamente envolvido
com as necessidades básicas de todos os seres humanos, nossos irmãos e nossas irmãs.
30. Estamos vivendo um momento que podemos considerar crucial para a continuidade da vida no planeta Terra. O momento presente é tão preocupante que nossas opções precisam ser orientadas por critérios
coerentes com o propósito de mais justiça e paz. É necessário que assumamos as responsabilidades das
escolhas feitas.
31. Elas devem contribuir para a superação das desigualdades e das agressões à criação. A Terra é um
sistema vivo e complexo que nos foi presenteado por Deus. Somos chamados a cuidar desse presente.
Queremos um mundo no qual o direito brote como fonte e a justiça corra qual riacho que não seca
(cf. Am 5,24). Nossa fé cristã nos impulsiona a sair do comodismo e construir um mundo mais humano e
justo.
2. Entendendo o saneamento básico:
32. O saneamento básico inclui os serviços públicos de abastecimento de água, o manejo adequado dos
esgotos sanitários, das águas pluviais, dos resíduos sólidos, o controle de reservatórios e dos agentes
transmissores de doenças. Isso traz sensível melhoria na saúde e nas condições de vida de uma comunidade.
33. Hoje, as preocupações no âmbito do saneamento passam, a incorporar não só questões de ordem
sanitária, mas também de justiça social e ambiental. Assim, o conceito de saneamento passa a ser tratado em
termos de saneamento, saneamento básico e saneamento ambiental.
Saneamento básico significa o conjunto de serviços, infraestruras e instalações físicas, educacionais, legais e institucionais que garantam:
a. abastecimento de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de
medição;
b. esgotamento sanitário: coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;
c. limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final
do lixo doméstico, hospitalar, industrial e do lixo originário da varrição e limpeza de ruas;
d. drenagem e manejo das águas pluviais urbanas:
e. articulação entre o saneamento básico e as políticas de desenvolvimento urbano e regional de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras
de
relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida para as quais o saneamento básico seja fator determinante (Lei n. 11.445/07, art. 2,$ 6°).
34. A implantação do saneamento básico torna-se essencial à vida humana e à proteção ambiental.
É, portanto, ação que busca construir a justiça, principalmente para os pequenos e pobres. As ações de
saneamento básico são serviços essenciais, direito social do cidadão e dever do Estado.
35. A Resolução n. 64/292, de 28 de julho de 2010, da Assembleia Geral da ONU, reconhece formalmente o
direito à água e à disposição do esgoto sanitário como algo essencial para a concretização de todos dos
direitos humanos.
3. Saneamento básico e saúde
36. Milhares de pessoas no mundo se tormam mais suscetíveis a doenças como: diarréia - a segunda maior
causa de morte entre crianças abaixo dos cinco anos -, cólera, hepatite e fre tifoide, por conta de condições
precárias de disposição do esgotamento sanitário, água e higiene.
37. Estudos estimam que uma criança morre a cada 2,5 minutos por não ter acesso à água potável, por falta de redes de esgotos e por falta de higiene. Crianças com diarréia comem menos e são menos capazes
de absorver os nutrientes dos alimentos, o que as torna ainda mais suscetíveis a doenças relacionadas com
bactérias. O problema se agrava, pois as crianças mais vuneráveis à diarréia aguda também não têm acesso a
serviços de saúde capazes de salvá-las.
38. A insalubridade causa problemas de ordem psicológica e emocional, não apenas físicos. Melhorar os
índices de saneamento em todo mundo foi uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
(ODM), estabelecidas pela ONU para serem alcançadas até 2015. Para que os índices sejam melhorados é
necessário o envolvimento de todas as pessoas e de todas as eferas públicas.
4. Urgência do saneamento báscio no Brasil
39. Nos últimos anos, a difusão dos serviços públicos de saneamento básico no Brasil apresentou alguns
avanços. No entanto, a implantação desses serviços tem ocorrido de maneira bastante lenta, conforme o
relatório “Ranking do Saneamento” do Instituto Trata Brasil. Ainda existem muitos problemas,
principalmente relacionados às desigualdades regionais.
40. Os últimos dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico - base 2013)
mostram que pouco mais de 82% da população brasileira têm acesso à água tratada. Mais de 100 milhões de
pessoas no país ainda não possuem coleta de esgotos e apenas 39% destes esgotos são tratados, sendo despejados diariamente o equivalente a mais de 5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento na natureza.
41. Em boa parte das moradias, pessoas utilizam fossas rudimentares em quintais ou lançam seus esgotos a
céu aberto. Além disso, dados de Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2013, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que aproximadamente 10,6% dos
domicílios do país não são contemplados pelo serviço público de coleta de resíduos sólidos domiciliares,
enquanto apenas 0,4% não contam com o fornecimento de eletricidade. Porém, esses dados não informam
sobre a qualidade dos serviços.
42. Os serviços de saneamento básico são essenciais para evitar a proliferação de doenças. Em 2013, segundo
o Ministério da Saúde (DATASUS), foram notificadas mais de 340 mil internações por infecções
gastrointestinais no país. Se 100% da população tivesse acesso à coleta de esgotos sanitários haveria uma
redução, em termos absolutos, de 74,6 mil internações.
Em 2013, 2.135 pessoas morreram nos hospitais por infecções gastrointestinais.
43. O peso das tarefas, taxas e impostos cobrados pelo Estado para a prestação desses serviços não segue
uma proporção devidamente estabelicida. Isso significa dizer que os valores cobrados pesam mais no bolso
das populações mais pobres do que no da população mais rica. Para a ONU, o ideal seria que essas
cobranças não ultrapassem 5% do orçamento familiar, o que não ocorre na maioria dos casos atualmente.
“O Governo Federal pretende universalizar o saneamento básico no Brasil em 20 anos (2014 a 2033) e
para isso estima a necessidade de R$ 508,45 bilhões, sendo que R$ 302 bilhões somente para obras de
águas e
esgotos. Teríamos de investir em média R$ 15 a 16 bilhões/ano, apenas em águas e esgotos, mas estamos
investindo pouco mais de R$ 10 bilhões por ano”.
44. Portanto, mesmo desconsiderando as décadas de 80 e 90, chamadas de “décadas perdidas” do ponto de
vista do saneamento básico, por não ter havido investimentos necessários, o avanço que temos agora ainda
é pequeno diante das necessidades. Esse cenário é incoerente com o desenvolvimento humano. Se o ìndice
de Desenvolvimento Humano (IDH) incluísse os dados do saneamento básico em seus cálculos, o Brasil
despencaria do nível que alcançou para níveis semelhantes aos dos países mais pobres do mundo.
5. O Saneamento básico e o direito à moradia saudável
45. As estruturas e os serviços de saneamento são parte integrante da nossa habitação. No Brasil, existem
mansões e condomínios de luxo, localizados em áreas com boa acessibilidade, segurança e com recursos
luxuosos, no entanto, nem sempre essas moradias cumprem as regras de saneamento básico e proteção
ambiental. Também existem bairros populares que cresceram enormente nas últimas décadas, com
deficiência visíveis na área do saneamento básico, coleta de lixo e rede de abastecimento de água potável.
Além disso, existem no Brasil milhares de pessoas que vivem em favelas e cortiços com instalações
sanitárias improvisadas e esgoto a céu aberto. E há a população em situação de rua exposta a todos os tipos
de
precariedades.
46. A moradia adequada é reconhecida como um direito universal pela Declaração Universal dos Direitos
Humanos, desde 1948.
Vários tratados internacionais, após essa data, reafirmaram que os Estados têm a obrigação de promover e
proteger este direito. O direito à moradia adequada deve incluir condições de proteção contra os fatores que
colocam em risco a saúde e a vida das pessoas. O acesso à moradia precisa também disponibilizar serviços
de infraestrutura e equipamentos públicos, tais como redes de água, saneamento básico, gás e energia
elétrica, além de transporte público, limpeza e localização adequada.
Você sabia que:
No mundo, um bilhão de pessoas fazem suas necessidades a céu aberto ?
Mais de de 4.000 crianças morrem por ano por falta de acesso à água potável e ao saneamento básico ?
Na América Latina, as pessoas têm mais acesso aos celulares do que aos banheiros ?
120 milhões de latino-americanos não têm acesso aos banheiros ?
O Brasil está entre os 20 países do mundo nos quais as pessoas têm menos acesso aos banheiros.
6. Saneamento básico, cidades e resíduos
47. O “Ranking do Saneamento” do Instituto Trata Brasil de 2015, com base nos dados oficiais do Ministério
das Cidades de 2013, calculou que as 26 capitais e o Distrito Federal lançaram 1.164 milhões de metros
cúbicos de esgotos sem tratamento na natureza.
48. Os índices elevados de doenças infantis e a taxa de crescimento urbano confirmam a importância de
garantir o acesso aos serviços de saneamento nas áreas nas quais a população é mais vunerável.
49. Basta ima volta pelas cidades para constatar a diferenciação entre os bairros, tanto que diz respeito
às características urbanísticas, à infraestrutura, à conservação dos espaços e aos equipamentos e serviços
públicos, quanto ao perfil da população. Os mais pobres são justamente os que gastam proporcionalmente
mais com os transporte diário, têm mais problemas de saúde por conta da falta de saneamento e são
penalizados com escolas de baixa qualidade.
50. Dos domicílios em bairros precários, 76% têm problemas de qualidade da construção e dos serviços
básicos, como saneamento e iluminação. Os indicadores que refletem mais explicitamente as desigualdades
nas condições de vida são os relacionados ao saneamento básico.
51. O problema do empobrecimento não é exclusivo das cidades. Também no meio rural existem locais com
péssimas condições de moradia. Muitos moradores não tem documento de identidade. Aproximadamente,
16% são analfabetos e 83% têm escolaridade limitada ao Ensino Fundamental ou Médio.
Alguns números da geração de resíduos sólidos (lixo) e sua destinação:
O Brasil gera cerca de 150.000 toneladas diárias de resíduos sólidos.
- Cada indivíduo gera em média 1,0 Kg de resíduos sólidos diariamente.
- A cidade de São Paulo gera entre 12.000 e 14.000 toneladas diárias de resíduos sólidos.
- As 13 maiores cidades do país são responsáveis por 31,9% de todos os resíduos sólidos no ambiente urbano brasileiro.
52. Algumas definições importantes:
Lixão ou vazadouro a céu aberto: local utilizado para deposição do lixo bruto, sobre o terreno, sem
qualquer
cuidado ou técnica especial.
Aterro controlado: local utilizadopara despejo do lixo bruto coletado, com cuidado de, diariamente, após a
jornada de trabalho, cobrir os resíduos com uma camada de terra, de modo a não causar danos ou riscos à
saúde pública e à segurança, bem como minimizar os impactos ambientais.
Aterro sanitário: instalação de destinação final dos resíduos sólidos urbanos através de sua adequada
disposição no solo, sob controles técnico e operacional permanentes, de modo a que nem os resíduos, nem
seus efluentes liquidos e gasosos, venham a causar danos à saúde pública e/ou ao meio ambiente. Para tanto,
o aterro sanitário deverá ser localizado, projetado, instalado, operado e monitorado em conformidade com a
legislação ambiental vigente e com as normas técnicas oficiais que regem essa matéria (IBGE 2010)
53. Segundoi a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008 do IBGE (divulgada em 2010) , do total
de resíduos sólidos coletados diariamente, 50,8% foram levados para lixões, 21,5% para aterros controladores e 27,7% para aterros sanitários. Portanto, no mínimo 72,3% dos resíduos são depositados de forma
inadequada. Isso porque os aterros controlados não são depositados de forma ambientalmente adequados
para a disposição final dos resíduos. A fragilidade dos aterros controlados gera os mesmos problemas dos
lixões.
54. Os aterros e lixões recebem juntamente os resíduos sólidos de diferentes origens: domiciliares, dos
serviços de saúde, das áreas industriais e da construção civil. Do total, 2.569 cidades depositam os resíduos
dos serviços de súde no mesmo aterro utilizado para os resíduos urbanos; 15% dos domicílios
brasileiros não tem coleta de lixo; portanto, aproximadamente 20 mil toneladas diárias são lançadas nas
ruas, nas
galerias de águas pluviais ou em cursos d’água. Por outro lado, as cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba em pouco tempo não terão como receber mais resíduos em seus aterros.
55. Os resíduos orgânicos representam 69% do total descartável no País. São 14 milhões de toneladas
de sobras de alimentos, segundo o Ministério da Agricultura, manejados por procedimentos inadequados durante a produção, industrialização, armazenamento, transporte e distribuição. Isso significa que 19
milhões de pessoas poderiam ser alimentadas diariamente com as sobras desperdiçadas. Como um exemplo
amplamente noticiado, a comida jogada no lixo em Manaus daria apara alimentar 100 mil pessoas.
56. O depósito final dos resíduos sólidos tem também uma marca de exclusão e injustiça. É muito conhecido o fato de países da África, como Gana, receberem resíduos eletrônicos gerados na América do Norte
e na Europa. Em 2009 e 2010, portos brasileiros receberam carga de resíduos domiciliares e hospitalares da
Europa. Focando apenas no nosso País, sabemos que os depósitos de resíduos sólidos, principalmente os
aterros e lixões, localizam-se próximos ou em áreas de residência de populações pobres, nas quais os
habitantes são obrigados a conviver com a sujeira gerada pelos demais moradores, resultando em injustiça
ambiental.
57. Lixo atômico: esse é um dos problemas mais complexos que envolve a temática de resíduos, pois envolve questões técnicas, politicas e éticas. Esse tipo de lixo é formado pelos rejeitos da fissão nuclear. Ele
tem uma alta radioatividade, por isso, deve ser blindado e depositado em reiões distantes e não povoadas. O
cuidado inadequado de resíduos atômicos podem gerar consequências graves, como as do acidente do Césio 137, ocorrido em 1987, em Goiânia. O armazenamento do lixo atômico deveria ser realizado em lugares
chamados de depósito intermediário ou depósito final. No entanto, em alguns casos, resíduos radioativos
são descartados de maneira inadequada na natureza.
58. A situação das populações afetadas pela ausência ou precariedade dos serviços públicos de sanemento básico se agrava pelos impactos da falta de drenagem e manejo de águas pluviais e as construções
residenciais em áres de risco, fazendo com que milhões de pessoas sofram impacto das enchentes e dos
deslizamentos.
59. Podemos citar várias razões para a existência dos problemas com o saneamento básico nas cidades. A
maior, talvez, esteja aliada ao fato de que os administradores públicos preferem investir em obras de maior
visibilidade, como viadutos, túneis, praças e estádios de futebol, do que em saneamento básico. Redes de
distribuição de água, de coleta de esgotos, e de drenagem de águas pluviais ficam escondidas debaixo da
terra e não à vista dos eleitores. Falta, pois, maior empenho do poder público. Entre outras coisas, temos
obras que não são concluídas, que são de baixa qualidade, ou que apresentam relações de corrupão em seus
contratos.
60. Temos ainda um conflito cada vez mais aberto decorrente dos múltiplos usos da água. Esse conflito pode
ser percebido entre o abastecimento humano e a irrigação na região semiárida, entre o uso industrial e o
abastecimento humano nas regiões metropolitanas, entre o abastecimento humano e a geraçaão de energia
elétrica. Segundo as estatísticas da Comissão Pastoral da Terra (CPT), cresce no Brasil inteiro o número de
conflitos pela água tanto no meio rural como no meio urbano.
7. Saneamento básico para além da cidade
61. De acordo com o último Censo realizado pelo IBGE em 2010, no Brasil, cerca de 29,9 milhões de pessoas
residem em localidades rurais, perfazendo aproximadamente 8,1 milhões de domicílios.
62. Se a situação já é precária no meio urbano, no meio rural brasileiro ela é ainda mais absurda. Apenas
42% das moradias rurais dispõem de água canalizada para uso doméstico. Os 58% restantes estão utilizando
água vinda de outras fontes, porém sem nenhum tipo de tratamento (PNAD 2009).
63. Quanto à cobertura de serviços de esgoto sanitário, segundo a PNAD/2012, muitas habitações rurais são
ainda tão precárias que sequer dispõem de banheiros e fossas. O esgoto sanitário, que atende somente 5,2%
dos domicílios rurais possui coleta de esgoto ligada à rede geral e 28,3% possuem fossa séptica. Em 49%
das residências que têm banheiro, o escoamento de fezes e urina ocorre por meio de fossas rudimentares
não ligadas à rede. Em 17%, os dejetos são jogados a céu aberto. Outras soluções, muitas vezes inadequadas
para o destino dos dejetos, são adotadas por 52,9% como fossas rudimentares, valas, ou despejo do esgoto
diretamente nos cursos d’água. Além disso, 13,6% não usam nenhuma solução.
64. Apenas 33,2% das moradias rurais stão ligadas à rede de distribuição de água, com ou sem canalização
interna. Enquanto isso, 66,8% dos domicílios rurais utilizam outras formas de abastecimento, ou seja,
soluções alternativas, coletivas ou individuais. Já em relação aos resíduos sólidos, 23,4% dos domicílios contavam com coleta de porta em porta, 7,2% faziam a coleta numa caixa estacionária ou ponto de lixo,
enquanto 69,4%não contavam com esse serviço.
65. A realidade rural conteporânea é fruto de sua história econômica, política e cultural, fundada na
concentração da terra, da riqueza e do uso dos recursos naturais, da escravidão, do extermínio de povos
indígenas, da marginalização das famílias e mulheres camponesas.
66. É por isso que o Brasil rural é também caracterizado por forte conflitos e lutas populares. Exemplos
desses conflitos estão nas histórias dos Quilombos, de Canudos, do Contestado e das Ligas Camponesas.
Ainda hoje, diferentes movimentos, entre eles, os dos trabalhadores e trabalhadoras sem terra, lutam pelo
acesso à terra, reivindicam o acesso à tecnologia, às sementes, ao crédito, ao preço justo, aos serviços de
saúde, à educação e à cultura, a preservação da água e os serviços públicos de saneamento básico.
67. A riqueza do Brasil rural está em seus recursos naturais, em seus ecossistemas, em sua biodiversidade e
na diversidade de sua gente.
68. Analisar e reconhecer a dinâmica atual do mundo rural, com todas as suas peculiaridades, é de
fundamental importância para a definição de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural,
regional, sustentável e saudável. Isso porque, na maioria das vezes, as medidas adotadas, para o campo com
base na visão do urbano têm levado ao insucesso, pois não atendem às necessidades e objetivos da realidade
rural.
69. Características próprias da população rural, como a sua dispersão física e problemas socioeconômicos,
aliados à ausência ou insuficiência de políticas públicas de saúde e saneamento básico, bem como escassez
de recursos aplicados nessas comunidades, têm agravado as carências nas áreas rurais do país.
70. De acordo com o Plano Brasil sem Miséria, constata-se que dos 16,2 milhões de pessoas que vivem em
situação de extrema pobreza no Brasil metade reside no meio rural, representando 7,6 milhões de habitantes, ou seja, 25% do total da população rural do Brasil.
71. No âmbito rural, a questão do fornecimento de água difere de regiões urbanizadas com população mais
concentrada. É comum servi-se de poços, fontes, distribuição por veículo transportador e outros recursos,
levando em conta as características de cada local.
Muitas vezes, comunidades rurais consomem água contaminada com o manejo e a disposição final
imprópios de resíduos sólidos e líquidos. Atividades agropecuárias, mineradoras, indústrias, usinas de cana
de açucar, hidroelétricas, madereiras, e outras atividades de manejo inadequado do solo contaminam poços,
olhos d’água e nascentes.
72. Um exemplo positivo é a construção de cisternas de captação de água de chuva no semiárido brasileiro. Elas não estão ligados à rede de distribuição de água. Armazenam a água da chuva coletada dos telhados. Essa tecnologia é apropriada pra a região e tem resolvido o problema de acesso à água para milhares de
famílias.
73. Na urgência de unversalizar o acesso à água nas áreas atingidas pelas estiagens em mais de 1.300
municipios brasileiros, lançou-se o Programa Um Milhão de Cisternas. Cisternas de placas para armazenar
e tratar a água da chuva foram construídas na base do princípio da gestão participativa, educando o povo a
conviver com o semiárido e a acumular experiências positivas para transformação social de sua realidade,
determinante para a permanência das famílias no campo e fundamental para fortalecimento da agricultura
camponesa.
74. No entato, junto com as medidas adotadas para a universalização do acesso à água é necessária a
ampliação do acesso ao saneamento básico. O saneamento é uma condição imprescindível para a melhoria
da saúde. Para tanto, é preciso superar os entraves tecnológicos, políticos e gerenciais que têm impedido a
expansão dos seus benefícios aos residentes de áreas rurais, municípios e localidades de pequeno porte.
Além disso, o saneamento rural tenta promover a salubridade ambiental, utilizando recursos naturais
de forma sustentável, revertendo a degradação do meio ambiente, em especial o comprometimento dos
manaciias de água doce, decorrente da disposição inadequada de esgotos sanitários e de resíduos sólidos.
75. O saneamento rural deve ser implementado de forma articulada com outras políticas públicas, de
modo a superar o déficit de moradias, a dificuldade de acesso à eletrificação rural e ao tansporte coletivo.
Mais recuros financeiros e humanos devem ser aplicados.
76. A Lei n° 11.445/2007 não define os investimentos financeiros de mão de obra que devem ser postos em
ação para que a política de saneamento básico alcance com soluções adequadas o meio rural. Isso é parte da
dívida histórica de solucionar a questão agrária e de regularizaão fundiária que envolve milhares de famílias
que vivem em acampamentos e assentamentos rurais, em comunidades quilombolas ou em áreas de posses,
aguardando soluções do governo federal.
8. Saneamento básico e água potável, uma relação vital
77. A água é o recurso mais abundante no planeta Terra, porém, apenas 0,007% esta disponível para o consumo humano. O restante é constituído por águas salgadas, geleiras e água subterrâneas de difícil captação.
78. O Brasil é privilegiado em recurso hídricos, com cerca de 12% de água doce do mundo. Entretanto, a
escassez de água potável que é hoje um problema crônico em diversas regiões do mundo está gerando alertas
também no nosso país.
79. É importante saber que cerca de 70% da água doce do Brasil está concentrada na região Norte, a menos
populosa, enquanto que as regiões Nordeste e Sudeste, com alta população, dispõem de pouca água. O risco
de desabastecimento em larga escala é uma ameaça não só em áreas tradicionalmente áridas, mais também
nas grandes cidades.
Abaixo segue a Tabela de perdas na distribuição de água nas diferentes regiões do país.
Tabela de Ìndice de perdas na distribuição de água
Região
Acre
Amapá
Amazonas
Pará
Rondônia
Roraima
Tocantis
NORTE
Alagoas
Bahia
Ceará
Maranhão
Paraíba
Pernambuco
Piauí
Rio Grande do Norte
Sergipe
NORDESTE
Índice de perdas na distribuição percentual
IN049
55,90
46,99
76,54
48,91
52,75
59,74
34,34
50,78
46,12
41,58
36,52
37,84
36,18
53,69
51,82
55,26
59,27
45,03
Espírito Santo
Minas Gerais
Rio de Janeiro
São Paulo
SUDESTE
Paraná
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
SUL
Distrito Federal
Goiáis
Mato Grosso do Sul
Mato Groso
Centro Oeste
BRASIL
34,39
33,46
30,82
34,34
33,35
33,35
37,23
33,71
35,06
27,27
28,78
32,92
47,17
33,40
36,95
80. A constatação geral e que, num futuro próximo, a água será um recurso mais raro, capaz de provocar
disputas internacionais. O Brasil apresenta uma situação de exploração e uso predatório de seus recursos
hídricos.
81. Segundo dados do IBGE (2009), as empresas de abastecimento de água brasileiras apresentam índices de
perda de água tratada de até 60%. A média de perda de água potável nos sistemas de distribuição, segundo
o Ministério das Cidades - 2013, é de 37%, por isso, o Brasil é considerado um dos campeões de desperdício
de água no mundo.
82. A água sofre naturalmente alterações de qualidade, mas os prejuízos mais importantes decorrem de
ações humanas. O tratamento prévio de esgotos urbanos e industriais é fator fundamental para a conservação dos recursos hidricos. Alternativas que poderão ser utilizadas para o abastecimento no futuro podem
ser: a reutilização da água resultante do tratamento de esgotos, também conhecida como água de reuso, e a
utilização da água da chuva para fins alternativos.
83. Forte aliada para a solução do problema da escassez da água potável e sua conservação é a educação ambiental. A formação de uma nova consciência social, política e ecológica comprometida com
a
preservação das gerações futuras é uma urgência da nossa geração. Ela passa pelo reconhecimento da
fragilidade da Terra, dos limites finitos dos recursos naturais, da nossa dependência do ar, da água, da luz,
do calor e da afinidade com todas as formas de vida do planeta. A espécie humana deriva da terra e a ela esta
ligado o seu destino de sobrevivência.
84. A universalização do acesso à água potável e de uso doméstico é um direito a ser garantido com
a
colaboração de todas as pessoas. O saneamento básico também exige essa colaboração. Portanto, cabe
à população conscientizar-se sobre o uso e reuso da água. As empresas, por sua vez, têm responsabilidade
de adotar tecnologias capazes de reduzir a demanda de água e o despejo de resíduos nos rios e mares. E o
governo tem a obrigação de melhorar a legislação e garantir a sua aplicação cuidando da conservação dos
reservatórios e de uma rede de distribuição eficiente.
9. Saneamento básico e produção industrial
85. A geração e o controle de resíduos são diretamente relacionados à conservação, à proteção do meio
ambiente e aos serviços de saneamento. Existe grande preocupação na sociedade a respeito desse assunto, no
entanto, essa não é prioridade para todas as indústrias e centros urbanos.
86. Muitos resíduos continuam sendo despejados de maneira descontrolada no meio ambiente, sem
nenhuma espécie de triagem, cuidado e tratamento intermediário. Alguns exemplos: produtos líquidos
não tratados, provenientes das indústrias e esgotos sanitários, remédios com prazo de validade vencido,
equipamentos com substâncias que contém elementos raidioativos, os poluentes químicos presentes em
agrotóxicos e metais, as águas anteriormente utilizadas em sistemas de refrigeração e também o esgosto
domético despejado em rios, lagos e córregos.
87. Os produtos líquidos não tratados, quando lançados na natureza, podem comprometer gravemente
a saúde pública. A produção de resíduos têm impacto negativo também na atmosfera. O efeito estufa,
a
destruiçao da camada de ozônio e a ocorrência das chuvas ácidas são alguns exemplos de fenômenos
agravados pela emissão exacerbada de resíduos gasosos industriais e podem ocasionar e agravar doenças
como asma, doceça pulmonar obstrutiva crônica e até câncer pulmonar.
88. A expansão do setor industrial brasileiro precisa ser acompanhada de medidas que garantam qualidade
e segurança com a implementação de medidas que que evitem qualquer tipo de contaminação no meio
ambiente. A definição dos sistemas de tratamento, a reciclagem dos resíduos sólidos e o reuso de água
aparecem como procedimentos promissores.
89. Somente aliando avanço tecnológico com segurança ambiental é que o setor industrial poderá colocar
com desenvolvimento sustentável do país.
10. Saneamento básico e produção de lixo doméstico
90. Um dos aspectos do saneamento básico é o destino dos resíduos líquidos e sólidos. Esses resíduos que
chamamos de lixo são produzidos pelas indústrias, mas são produzidos diariamente também pela população
em quantidade cada vez maior.
91. A redução da produção de lixo é um dos primeiros objetivos da nossa contribuição ao saneamento
básico. Diminuir o volume de lixo é um hábito cada vez mais urgente e o processo começa com as escolhas
que cada um faz.
Planejar as compras, usar sacolas retornáveis, evitar as embalagens descartáveis, escolher produtos com
menos embalagem, comprar produtos não descartáveis, substituir os copos descartávies, cozinhar somente
o que será consumido, dentre outras medidas, evita o desperdício e reduz a geração de resíduos. Todas as
pessoas sabem que quando jogamos algo fora, simplesmente o depositamos em outro lugar.
92. A coleta seletiva do lixo pode ajudar significativamente no tratamento adequado dos resíduos e na
reciclagem. Este tipo de coleta seletiva consiste em separar o lixo em grupos distintos.
93. A separação do lixo é feita depositanto o resíduo em recipientes com identificação para papéis, plásticos, metais e/ou alumínio, vidros, orgânicos etc. Cada um deverá possuir uma cor diferente de identificação, o que facilita a coleta. A Resolução n. 275, de 25/04/2001, do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), indica as cores a serem utilizadas na separação do lixo. Veja no quadro a seguir:
Cores para a separação do lixo
Cor
Azul
Vermelho
Tipo de lixo
Papel e Papelão
Plástico
Amarelo
Cinza
Branco
Roxo
Marrom
Laranja
Preto
Metal
Resíduos não recicláveis, misturados ou
contaminados não passíveis de separação
Resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
Resíduos radioativos
Resíduos orgânicos
Resíduos perigosos
Madeira
94. O lixo pode ser coletado diretamente por serviço ou empresa de limpeza, pública ou particular, que atenda ao local onde se situa o domicílio ou pode ser depositado em caçamba, tanque ou depósito de serviço e
posteriormente recolhido.
95. A idéia de reciclagem começou a ser cultivada quando foi constatado que algumas matérias-primas não
renováveis já estavam se esgotando ou se esgotariam em pouco tempo. No Brasil, muitas pessoas trabalham
com a reciclagem, também porque esse é um meio de subsistência para muitas famílias.
As cooperativas de reciclagem e as associações de catadores e catadoras são fundamentais nesse processo e
merecem o reconhecimento e valorização da sociedade.
96. São os catadores e as catadoras que organizam um sistema de recuperação dos subprodutos recicláveis
presentes no lixo. Toda a recuperação é realizada manualmente por esses trabalhadores e essas trabalhadoras. Quando se pensar num projeto de reciclagem, deve-se ter em mente a inclusão intensiva desta mão de
obra.
11. Saneamento básico e esgoto sanitário
97. No caminho para a universalização dos serviços de saneamento básico, o Brasil ainda está longe do ideal,
especialmente no tratamento de esgoto. Em 2014, de acordo com o estudo “Benefícios da Universalização do
Saneamento Básico Brasileiro” para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), cerca de 300 mil pessoas se afastaram do trabalho por diarréias e perderam 900 mil dias de trabalho. 37% concentraram-se na região Sudeste do país e 27,1% na região Nordeste. Cada afastamento leva à perda de 17 horas de trabalho. Portanto, no
ano de 2012 foram gastos R$ 1,112 bilhão em horas pagas, mas não trabalhadas efetivamente.
98. A distribuição do esgoto sanitário no Brasil é bastante irregular. O sistema de tratamento implementado geralmente elimina a matéria orgânica, mas deixa passar os microorganismo, que trambém podem gerar
contaminação subterrânea de aquíferos e lençóis freáticos.
99. As crianças são as mais atingidas pela falta de saneamento básico. Substâncias tóxicas e bactérias provocam alergia respiratórias, nasais, intestinais e de pele que vão permanecer com essa criança por muito
tempo.
As crianças mais afetadas são aquelas que têm entre 0 e 5 anos. A universialização do acesso à coleta de
esgosto e água tratada traria uma redução de 6,8% no atraso escolar dos alunos que vivem em regiões sem
saneamento, segundo o estudo do ITV e do CEBDS. A diferença de aproveitamento escolar entre crianças
que têm e não têm acesso ao saneamento básico pode chegar a 18% (FGV, 2009)
12. Saneamento básico e regionalização
100. É preciso, ainda registrar que há uma enorme diferença entre as regiões brasileiras, em todos os
componentes do saneamento básico no Brasil As desigualdades regionais nesses quesitos são marcantes.
Alguns exemplos podem ser vistos abaixo.
Quadro comparativo dos indicadores de atendimento total de esgoto e de percentual de tratamento de
esgoto por cidades:
Cidade
São Paulo (SP)
Rio de Janeiro (RJ)
Belo Horizonte (MG)
Curitiba (PR)
Porto Alegre (RS)
Salvador (BA)
Vitória da Conquista (BA)
Belém (PA)
Ananindeua (PA)
Manaus (AM)
Jaboatão dos Guararapes (PE)
Macapá (AP)
Terezinha (PI)
Atendimento total
em coleta de esgoto
96,13%
81%
100%
99,1
89,04
77,7
62,8
7,1%
0%
8,9%
6,9
6%
17,9
Percentual de esgoto tratado x
Água consumida
51,47%
47,18%
67,39%
88,44
15,52
77,7
62,83
1,87%
0%
8,85%
6,93
5,95%
14,6
101. Observando o quadro comparativo, percebe-se que, enquanto as cidades mais desenvolvidas do País
- como São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória da Conquista, Salvador Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre apresentam números elevados de coleta e tratamento de esgoto, outras cidades - como Belém e Ananindeua
(PA), Macapá (AP), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Teresina (PI) e Jaboatão dos Guararapes (PE) - não
gozam do mesmo privilégio.
102. São Paulo, Minas Gerais e Paraná são os estados que têm mais município bem atendidos: 18 enrtre as
20 melhores cidades no ranking. Apesar de estar na região Sudeste, o Estado do Rio de Janeiro na Baixada
Fluminense, possui cidades que apresentam as piores coberturas em relação a esses serviços no País.
103. Além disso, há também, uma desigualdade intraurbana, isto é, dentro das cidades, com ausência ou
precariedade de serviços públicos de água, de esgotos e até de energia elétrica em bairros periféricos, favelas , vilas e ocupações. De acordo com as premissas internacionais dos direitos humanos, privar grupos de
pessoas de serviços básicos como esses pelo simples fato de não serem proprietários legais de suas terras
constitui crime e agressão à humanidade.
13. Saneamento básico na legislação brasileira
104. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 contempla o saneamento básico em diversos de seus dispositivos. Seu artigo 21, inciso XX, estabelece como competência da União Instituir diretrizes
para o saneamento básico e, no artigo 200, inciso IV, estabelece também como competência do Sistema
Único de Saúde (SUS) participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico.
105. Diante desse quadro, foi promungada a Lei Nacional de Saneamento Básico (LNSB) - Lei n. 11.455, de 5
de Janeiro de 2007.
106. A LNSB ainda propõe o controle social em quatro funções de gestão dos serviços públicos de saneamento básico: planejamento, regulação, prestação e fiscalização. Isso levaria a população a se ver envolvida
com o processo do saneamento básico local.
107. A Lei prevê que cada município deve elaborar o seu Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) de
forma participativa, conforme Decreto n. 8.211/2014. O Plano Municipal precisa estar em consonância com
o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB). Isso é imprescindível para qu as cidade organizem seu
futuro no campo sanitário.
108. A Lei exige também que os serviços de saneamento básico sejam regulados por uma Agência
Reguladora, independente econômica, jurídica e politicamente. Entre as principais funções da Agência
Reguladora estão: fiscalizar os serviços prestados pelas empresas, observando se eloes estão sendo oferecidos
de forma a garantir a saúde financeira da empresa e monitorar, de forma segura e eficiente, as tarifas pagas
pela população, observando se elas são condizentes com as necessidades e a capacidade de pagamento das
pessoas.
109. O PMSB deve ser revisto a cada quatro anos. A vigência do PLANSAB é de 20 anos (2014-2033). O
orçamento estimado é de R$ 508,45 bilhões. Isso suscita interesses dos mais diversos tipos (fabricantes de
materias e equipamentos, empresas projetistas e de consultoria, empreiteiras, polílicos profissionais etc.)
O investimento do PAC destinados às melhorias do saneamento básico ainda não foram utilizados na sua
totalidade.
110. A Lei existe, mais deve ser implementada. O passo fundamental nos municípios está na elaboração do
instrumento de planejamento participativo. É fundamental que o saneamento básico passe a ser prioridade
dos estados, municípios e da população.
111. Tão importante quanto a Lei Nacional do Saneamento Básico, é a Lei n. 12.305, de 2 de Agosto de 2010,
que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e esclarece quais são os princípios, objetivos,
instrumentos e diretrizes relativos à gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos, incluindo aqueles que são
perigosos. Essa Lei fala também das responsabilidades de quem gera resíduos e do poder público.
112. Se essas duas leis forem aplicadas em sua integridade, certamente poderemos iniciar um caminho
seguro para um Brasil menos poluidor e mais humano. Cabe a cada pessoa e a cada instância assumir as suas
responsabilidades.
113. Seria bom se todos pudessem dizer: “Na minha casa tem tudo. O terreno da minha casa é legarizado,
ninguém virá despejar-me. Não há esgoto a céu aberto na rua onde moro e a coleta de lixo é feita todos os
dias. Minha casa é limpa. A qualidade do material utilizado no teto, no piso e no banheiro não é de luxo,
mas é bom. A água encanada de boa qualidade chega até a torneira da pequena cozinha. Temos energia
elétrica, canais de televisão. É fácil ter transporte bom, barato e de qualidade, correio e telefone. Assim, me
sinto uma pessoa respeitada, a quem são garantidos, os direitos fundamentais para viver com dignidade.”
114. Como vimos, saneamento básico não é um detalhe na vida do país, é uma necessidade imperativa para
que os seres tão amados por Deus possam ter a vida saudável que Deus quer para todos. Como peregrinos
e peregrinas do Reino anunciado por Jesus, somos chamados a defender esse direito básico. Vamos, então,
fortalecer nossa disposição, refletindo sobre o que a Palavra de Deus nos pede e sobre o cuidado que Deus
sempre quer que tenhamos com a nossa Casa Comum.
Segunda Parte - Julgar
1. “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. (Am 5,24)
115. No ano de 2005, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, a Convenção de Igrejas Evangélicas
da Suíça, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Conferência dos Bispos da Suíça se reuniram na
cidade de Berna, na Suíça. Nessa cidade, estas organizações religiosas assumiram um manifesto conjunto em
favor da água como direito humano e bem público. Esse manifesto pode ser lido no final deste texto-base.
Essa mesma inspiração é o que anima o lema desta Campanha da Fraternidade Ecumênica tirado das
profecias de Amós.
116. A Bíblia é uma revelação progressiva. Mesmo antes da revelação plena que veio através de Cristo,
profetas já anunciavam aspectos importantes da caridade e da justiça que faziam parte do grande projeto
de Deus. No conjunto da Escritura, a mensagem vai se encaminhando na direção dos valores do Reino de
Deus, depois amplamente explicitados por Jesus. Trata-se de um modo de viver que quer a humanidade se
comportando como uma grande família. O bem comum, desejado por Deus, é o grande objetivo.
117. Os textos bíblicos tratam da relação das pessoas entre si, isto é, como tratar uns aos outros de maneira
fratena, Os textos também falam da relação com Deus, isso significa organizar a vida respeitando o bem que
Deus quer para nós e para todos. Falam também da relação com a natureza, percebida como dom de Deus, a
ser cuidada com gratidão e respeito. E, por fim, falam da relação com os bens materiais, que devem ser distribuídos de forma justa e utilizados para construir uma coletividade com mais igualdade, ao invés de serem
utilizados para suprir a ganância de alguns.
118. A época do reinado de Jeroboão II (782-753 a.c) foi de grandes avanços econômicos e de muito
prosperidade para o Rei, para a nobreza e para os grandes propietários. Em Israele Judá, comerci
antes
estabeleciam seus negócios com os poderes estrangeiros. A religião oficial, centrada no culto a
Deus nos templos de Betel e Jerusalém, favorecida estes novos empreendimentos comerciais. Mas, como
em toda política de expansão econômica associada à concentração de riqueza, surgem as desigualdades e a
degradação do meio ambiente. As casas dos camponeses são espoliadas pelo poder central, que lhes tira o
sustento através dos dízimos e impostos.
119. Amós fundamenta sua pregação profética numa denúncia social aguda, chamando a atenção para um
progresso econômico que não se traduzia em igualdade e justiça para todos. Sua denúncia aponta para uma
situação de caos social, onde as relações afetivas estavam se rompendo (cf. Am 2,6-8). Com suas denúncias, Amós revela que a fé em Deus estava sendo manipulada pela religião oficial (cf. Am 4,4-5)). Deus quer
justiça e dignidade para todos. Não apenas para Israel e Judá (cf. Am 9, 7-8)
120. Como outros profetas, Amós afirma que a situação social do povo é impotante para Deus e que o culto
se torna vazio e mentiroso se as pessoas vjão aos templos, oferecem sacrifícios para Deus, mas permitem que
a injustiça degrade a vida dos pobres, filhos amados e filhas amadas de Deus.
Essa crítica podemos ver em Amós 5, 21-25, que diz: “detesto, desprezo vossas peregrinações, não posso suportar vossas assembleias, quando me fazes subir holocaustos; e em vossas oferendas nada há que
me agrade; vosso sacrifício de animais cevados, dele viro o rosto, afasta de mim o alarido de teus cânticos,
o toque de tuas harpas, não posso nem ouvi-lo. Que o direito jorre como água e a justiça seja uma torrente
inestancável ! Acaso me apresentastes sacrifícios e oferendas no deserto, durante quarenta anos, ó casa de
Israel ?”
121. Vemos por exemplo, esse tipo de protesto também em Isaías 1,11: “de que me serve a multidão de
vossos sacrifícios ?”. Isaías diz que, quando houver de fato justiça, “o meu povo se estabelecerá cem um
remanso de paz, em moradias seguras, tranquilos lugares de repouso” (cf. 32,18).
Oseias também afirma que Deus quer fraternidade, mais do que homenagens: “pois é o amor que me agrada e não o sacrifício, e o conhecimento de Deus, eu o prefiro aos holocaustos” (6,6). A ideia se repete em
Miqueias: “Foi-te dado a conhecer, ó homem, o que é bom, o que o Senhor exige de ti: nada que respeitar o
direito, amar a fidelidade e aplicar-te a caminhar com teu Deus (6,8).
122. Garantir direitos essenciais para a vida humana de todos e cuidar bem do planeta são partes
fundamentais dessa justiça que os profetas proclamam como vontade de Deus: “Ouço a palavra do Senhor,
Filho de Israel ! O Senhor abre um processo conta os moradores do País, pois não há fidelidade, nem amor,
nem conhecimento de Deus no País.
Há juramento falso e mentira, assassínio e roubo, adultério e violência. E sangue derramado se junta a
sangue derramado. Por isso, a terra, geme e seus moradores desfalecem. As feras, as aves do céu e até os
peixes do mar estão desaparecendo !” (cf. Os 4, 1-3).
123. Com estas palavras, o profeta adverte: a corrupção e a violência da sociedade humana estão destruindo a ordem e a harmonia da criação de Deus. O caos social está empapando a terra de sangue e levando ao
colapso ambiental. Falando assim, Oseias, na verdade, está fazendo uma estreita ligação entre a integridade
da criação de Deus e as atividades socioeconômicas. As ações humanas degradantes e violentas colocam em
risco a integridade da Casa Comum.
124. O profeta Isaías, em 58, 6-8, proclama que o justiça e a fidelidade a Deus se revelam em “desatar os
laços provenientes da maldade, desamarrar as correias do jugo, dar libertade aos que estavam curvados”. A
prática da justiça significa também repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres sem teto, vestir
o que está sem roupa, não recusar ajuda ao próximo. Fazendo isso, a luz se romperá como aurora e a ferida
depressa ficará curada. O profeta Isaías termina dizendo: “Tua justiça caminhará diante de ti e a glória do
Senhor será a tua retarguarda”.
125. Os profetas deixam bem claro que a fidelidade a Deus tem tudo a ver com o cuidado que temos de ter
uns com os outros e com os dons da natureza que Deus criou.
2. Saber cuidar do ambiente e das pessoas
126. A harmonia do ser humano com o meio ambiente aparece bastante na Bíblia como símbolo de vida
gratificante que Deus planejou para nós. Vemos isso no começo, com uma descrição poética de como
deveria ser o mundo: o Jardim do Éden, onde “brotava da Terra uma fonte, que lhes regava toda a surpefície”
(Gn 2,6). O ser humano “formado do pó da terra” é outro símbolo da relação que Deus quer que tenhamos
com a natureza.
127. Temos a tarefa de sermos jardineiros e jardineiras de um jardim que reflete a harmonia desejada por
Deus: “Deus tomou Adão e o colocou no jardim do Éden, para que o cultivasse e guardasse” (cf. Gn 2,15).
No Éden, nascia um rio que se dividia em quatro braços, lembrando os quatro pontos cardeais e assim
representando a terra inteira. Essas passagens iniciais da Bíblia ressaltam a importância do cuidado humano
pela integridade da criação.
128. Na Nova Jerusalém do Apocalipse, temos de novo um símbolo que evoca a natureza como fonte da
Vida: um rio de água vivificante que brilhava como cristal e brotava do trono de Deus. Além disso, reaparece
a Árvore da Vida, que dá fruto doze vezes por ano, produzindo cada mês o seu fruto e suas folhas servem
para curar as nações (cf. Ap 22, 1-2).
129. A água, limpa e potável, também aparece muito como simbolo da vida digna e presente de Deus. Nesse
sentido, temos, por exemplo, a água que Moisés fez brotar no deserto (cf. Ex 17,6). O próprio Jesus usa esse
símbolo quando se anuncia à samaritana como “fonte de àgua viva” (cf. Jo 4,14).
A água e a natureza bem cuidada são sinais de presença de Deus e apelos de fidelidade à missão que a humanidade recebeu do
Criador. A água e a natureza são grandes presentes e, em qualquer situação da nossa vida, estragar um presente é uma ofensa a quem generosamente o oferece.
130. Dentro desse espírito, podemos também interpretar o simbolismo da água nos ritos de purificação do
Primeiro Testamento e no Batismo. A água batismal significa a nossa purificação e a Nova Vida que Deus
está nos oferecendo, por que há uma forte ligação entre limpeza, água e dignidade de vida.
131. Ao longo de sua caminhada, o povo foi descobrindo e estabelecendo normas de higiene e limpeza para
que a comunidade humana fosse um reflexo desta harmonia retratada no Jardim do Éden.
132. Diante disso, podemos examinar mais de perto algumas atitudes do povo da Bíblia na caminhada que
foi sendo desenvolvida a serviço do projeto de Deus:
a. Organizar a comunidade para que resolvam seus problemas. A descentralização do poder e das decisões é
fundamental para que as pessoas sejam bem atendidas pelo poder público. Assim, Jetro ensina a Moisés a
organizar o povo dentro de uma estrutura descentralizada (cf. Ex 18, 13-27).
b. Manter a limpeza do acampamento. Em Deuteronômio 23, 13-14 temos as recomendações a respeito do
saneamento básico do acampamento. Cada pessoa deve ter, entre seus instrumentos de trabalho, uma pá
para cavar e depois cobrir as fezes e assim evitar sujeiras e doenças. Um lugar adequado, fora do acampamento, deve ser reservado para isso. Essas recomendações vale também para as casas dos camponeses. Já nas
cidades, era comum o lixo nas ruas (cf. Is 5,25). Afinal, a imagem bíblica do “inferno”, o vale do Hinnon ou a
Geena, lembrava o depósito de lixo da cidade de Jerusalém que, como diz Jesus, era um lugar onde “o verme
não morre e o fogo não se extingue” (Mc 8,48).
c. Cuidar e tratar da água a ser consumida. As fontes, poços e cisternas devem ser mantidos puros
(cf. Lv 11,36). A pureza da água a ser consumida foi um problema na travessia dos deserto. Moisés purifica
as águas amargas tornando-as potáveis (cf. Ex 15, 23-25).
Da mesmo forma, o profeta Eliseu resolve o problema de abastecimento de água para a cidade de Jericó
(cf. 2Rs 2, 19-22). Através do cuidado humano, o manancial envenenado volta a ser fonte de vida. Foi sentado junto ao poço de Jacó que Jesus conversou com a samaritana sobre a água vida (cf. Jo 4, 1-26).
d. Saber comer alimentos bons. No Jardim do Éden havia “ervas que produzem sementes e árvores que dão
frutos bons em abundância” (cf. Gn 1, 11-12). A natureza nos fornece alimentos saudáveis. Está implícita a
recomendação de ter cuidado com o que se come.
As pessoas têm direito à quantidade de alimentos necessários para sua sobrevivência com igualdade de direitos e sem exageros (cf. Ex 16,18). Devemos aprender com Jesus a evitar todo desperdício de alimentos (cf.
Jo 6,12). A comida pode causar doenças. O profeta Eliseu purifica comida contaminada, verdadeiro veneno
na panela (cf. 2Rs 4, 38-41), tranformando-a em alimento bem e saudável.
e. Repartir com os pobres. A lei preservava o direito dos pobres em recolher as sobras das colheitas
(cf. Dt 24, 19-22). Todos devem ter direito aos bens necessários para sua sobrevivência (cf. Dt 23,25).
f. Cuidar das árvores e bosques. Não cortar árvoresl. Respeitar as árvores frutíferas (cf. Lv 19,25) porque
os frutos das árvores são bênção de Deus. Seus frutos servem de alimento e suas folhas de remédio
(cf. Ap 22,2).
O alerta feito em Deuteronômio (cf. 20,19) lembrando que as árvores são importantes e sob sua sombra
decisões importantes podem ser tomadas (cf. Jz 4, 4-5).
g. Respeitar e remunerar bem o trabalho alheio. Não se deve explorar o assalariado e o trabalhador. O salário
deve ser pago em dia e, no caso do pobre, no mesmo dia, antes que o sol se ponha para que ele possa se
alimentar (cf. Dt 24,14-15; Tg 5, 1-6).
Ninguém deve aproveitar-se da situação de miséria pela qual está passando uma pessoa para explorá-la (cf.
Lv 25,39). Tudo isso hoje nos apontaria a necessidade de respeito pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras e
seus direitos, incluindo a obrigação de dar a eles possibilidade de vida saudável, em ambiente bem cuidado
(cf. Lv 16).
h. Saber descansar. O dia sagrado do descanso deve ser observado. Todos precisam saber parar
(cf. Ex 20, 8-11). Inclusive a terra cultivada precisa de um sétimo ano de descanso (cf. Lv 25, 2-7). O lazer é
importante e todos devem ter o direito de viverem tranquilos e felizes “debaixo da vinha e da figueira” (cf.
Mq 4,4). Aqui podemos perceber que há ritmos que devem ser respeitados também no cuidado com os re
cursos naturais.
3. Saneamento básico e prática da justiça
133. Voltando ao lema de Amós (5,24) que anima nossa Campanha da Fraternidade Ecumênica, o profeta
compara a prática da justiça com uma fonte que jorra água limpa e com um rio perene, que não seca nem no
tempo da estiagem mais forte.
A justiça não pode ser comparada a um rio temporário, que só tem água na época das chuvas. A justiça não
pode interromper seu fluxo. Não pode ser um regato que desaparece. Deve correr sempre.
e
134. A justiça aponta para a nossa relação com Deus e com o nosso próximo, com o meio ambiente
conosco mesmos. O ser humano justo é aquele que acolhe esses relacionamentos e que zela por eles. A
justiça tem como objetivo alcançar sempre a comunidade e a sua organização.
135. O Profeta usa estas imagens como parábola, apontando a necessidade constante de direito e justiça
como valores imprescindíveis para manter a harmonia e a felicidade na sociedade humana. Não deixa de ser
muito interessante a comparação entre “justiça” e “água”.
A água sempre foi um bem muito precioso na Palestina, uma região de terras boas, mas como índices de
chuva muito precários e muitos rios temporários. É por isso que os recursos hídricos são considerados fonte
de vida e dádiva preciosa de Deus e, por isso, precisam ser tratados e cuidados com muito carinho.
136. Como a água é um bem limitado, ela deve ser usada com muita responsabilidade, a fim de que possam
ter acesso a essa dádiva de Deus. Aqui está nossa responsabilidade com as gerações futuras. Nesse sentido,
não podemos deixar de lado a compreensão de querer viver com justiça na perspectiva da criação significa que todas as pessoas precisam ter acesso aos bens necessários para viver. É dessa visão que se origina a
percepção dos direitos iguais para todas as pessoas aos bens da terra.
137. Em sua crítica social, o profeta denuncia a elite econômica e política de sua época por construir suas
ricas mansões e viver num consumismo cheio de luxo à custa do meio ambiente e das famílias componesas
que estam se tornando cada vez mais pobres e individadas.
Sabemos que naquela época os ricos construíram suas casas com pedras lavradas e enfeitavam seus
aposentos com caríssimos entalhes de marfim. Viviam nas partes altas da cidade, os melhores locais para
residir, já que eram mais arejados e também mais limpos. Afinal, as chuvas levavam as sujeiras e dejetos para
as partes baixas da cidade, onde moravam os pobres (cf Am 4, 1-3; 6, 1-7).
138. Isso nos ajuda a refletir sobre coleta de resíduos sólidos em nossas cidades e na maneira de tratarmos o lixo. Não custa lembrar a situação de muitas de nossas cidades onde o lixo e a sujeira geralmente se
acumulam nos bairros pobres, enquanto os bairros nobres são beneficiados com o sistema público de sanea
mento básico incluindo o recolhimento de lixo. Amós condena sereramente aqueles e aquelas que vivem
num luxo irresponsável, à custa do trabalho dos outros.
139. As palavras de Amós lembram que o bem-estar de todosos habitantes de um lugar deve ser o objetivo
maior de todo o serviço público. Os governantes foram escolhidos para zelar pelo bem-estar da comunidade,
mas não apenas eles.
Cada indivíduo deve fazer a sua parte. Não se pode alcançar o bem-estar da comunidade se cada pessoa
buscar apenas lucro fácil e rápido, desviando as coisas que são do bem comum para seu proveito próprio.
140. Desta forma, como também lembra Oseias 4, 1-3, o sistema social como um todo sofre e, como
consequencia, cada um de seus membros também sofre. Se cada pessoa ou comunidade, além de vigiar e
controlar as ações das autoridades competentes, também assumir a sua parte na responsabilidade em
preservar e cuidar do meio ambiente, assumindo o adequado descarte dos resíduos que produz, haverá
melhores condições para o bem-estar coletivo. Dentro da proposta profética, este é um dos rostos da justiça.
141. As palavras dos profetas e profetisas de ontem e de hoje devem alertar as Igrejas para os males que afetam a vida das pessoas e da sociedade. Um dos papéis da religião é cuidar do bem-estar das pessoas. Amós
alerta (cf. 5, 21-27) que não é suficiente investir em belas e vistosas celebrações, garantir rituais caríssimos
e atrair o público para as suas festas e cerimônias. As Igrejas devem assumir também o papel de educadoras
das pessoas e comunidades, tendo em vista o bem comum.
142. O profeta Oseias, diante das injustiças de sua época, acusa sacerdotes e profetas de não instruírem o
povo no “conhecimento de Deus” (4, 4-10). Denunciava que eles não ensinavam as leis e os mandamentos
de Deus, insistindo numa religiosidade de fachada e distante das reais necessidades do povo. Os mandamentos eramas regras que orientaram a boa convivência em sociedade. O povo deveria praticar essas regras. Elas
eram o sinal da relação de confiança entre Deus e o povo.
143. No entato, o povo nem sempre se mantinha fiel a essas orientações e rompia esse pacto de aliança com
Deus. As consequências da ruptura com essa Aliança foram a violência, as disputas por poder e destruição.
Oseias denuncia em nome de Deus: “pois é o amor que me agrada e não o sacrifício; e o conhecimento de
Deus, eu o prefiro aos holocautos” (6,6). Ainda hoje podemos dizer que Deus não se agrada das ricas
e pomposas cerimônias quando elas desviam a atenção do povo diante das enormes injustiças sociais e
ambientais.
144. Da mesma forma, Jesus de Nazaré, denunciado o ritualismo e a legislação que privilegiava os puros e
marginalizava os impuros, proclama “felizes os que têm fome e sede de justiça, por que serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,6-7). Diante de um discurso religioso que
excluía os doentes, as pessoas com deficiência e os mendigos, tratando-os como possessos e endemoniados,
Jesus anuncia a graça e assume posição clara de solidariedade com as pessoas discriminadas, criticando,
dessa, forma, tudo o que promovia a exclusão.
145. Aprofundando a mensagem dos antigos profetas, Jesus se revelou como alguém que busca a verdadeira
justiça e que sofre com as injustiças. Sabe acolher o sofrimento revelado pelos rostos dos marginalizados e
responde aos seus anseios apontando caminhos para a superação da dor e do desprezo.
Aos seus discípulos e discípulas, Jesus alerta: “pois eu vos digo: se a vossa justiça não ultrapassar a dos
escribas e dos fariseus, de modo algum entrareis no Reino dos Céus !” (Mt 5,20) Garantir a todos condições
dignas de vida, em ambiente limpo e bem tratado, é uma exigência da justiça que Deus quer ver entre nós.
146. Ao explicitar esse seu conceito de justiça, para além de qualquer doutrina ou dogma, Jesus aponta para
a solidariedade ao pequeno e humilde. É por isso que Jesus estva sempre ao lado das pessoas consideradas
pecadoras.
Um dos aspectos importantes da justiça que Deus quer ver entre nós é a solidariedade incondicional com os
pobres: “Eu tive fome e me acolhestes. Estive nu e me vestiste. Doente e me visitastes; preso e viestes
ver-me” (Mt 25, 35-36). Quem são hoje estas pessoas com as quais o próprio Jesus se identifica ? Se fosse
escrito hoje, o texto bíblico poderia dizer: “estava precisando de um ambiente saudável e trabalhastes para
cuidar da natureza que garante a minha vida”.
147. Vivemos numa sociedade urbana organizada em torno dos princípios da economia de mercado. Este
sistema, que privilegia o individualismo e o consumismo e que insiste em converter tudo, inclusive os
bens primordiais da água e da terra, em mercadoria a ser vendida ou comprada, torna-se um dos grandes
adversários da proposta profética. Por isso, ele pode e deve ser criticado pela pregação analítica das Igrejas.
148. Somos chamados e chamadas a refazer nossas relações sociais e ambientais seguindo a prática
libertadora de Jesus de Nazaré. Nossas práticas cotidianas devem transmitir nossa opção radical, celebrada
no Batismo, de superamos todas as barreiras que nos dividem (cf. Gl 3,28). Temos de cuidar do próximo por
inteiro, percebendo nas necessidades de cada irmão e irmã o rosto de Cristo, que nos disse: “Todas as vezes
que o fizeste a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizeste” (Mt 25,40).
149. Pelo Batismo, somos chamados a viver como uma grande família, onde as discriminações e
preconceitos sejam superados: “Aí não há mais grego nem judeu, circunciso e incicunciso, bárbaro, cita,
escravo, homem livre, mas Cristo: ele é tudo e está em todos !” (Cl 3,11).
E isso significa também que a vida plena, que Jesus veio nos oferecer deve estar à disposição de todos, onde
direitos e deveres garantem o que cada um precisa. Portanto, o interesse em garantir direitos humanos é uma
parte importante de nossos deveres como discípulos e discípulas de Cristo.
4. Ouvindo as diversas tradições
150. Amós anuncia a justiça. Jesus também anuncia a justiça. Cada qual o faz com a visão própria de
seu tempo e de sua época. A questão das relações justas entre seres humanos entre si e para com o meio
ambiente diz respeito não apenas às igrejas, mas a toda a humanidade. Os cristãos e as cristãs têm, a partir
de suas tradições, uma grande contribuição a dar.
Mas devem trabalhar unidos e também em parceria com os que, fora de sua fronteira religiosa, querem o
bem da humidade e a preservação saudável do planeta.
151. Podemos trazer para nossa reflexão uma contribuição do Papa Francisco. Ele insiste que a Igreja de
Cristo deve ser “pobre para os pobres”. Isso vale para qualquer igreja, porque é missão das igrejas serem hoje
a voz profética.
Na Encíclica Laudato Si”: sobre o cuidado da Casa Comum, o Papa Francisco diz: “O amor cheio de
pequenos gestos de cuidado mútuo, é também civil e político, manifestando-se em todas as ações que
procuram construir um mundo melhor (...).
O amor social é a chave para o desenvolvimento autêntico: ‘Para tornar a sociedade mais humana, mais
digna da pessoa, é necessário revalorizar o amor na vida social - nos planos político, econômico, cultural fazendo dele a norma constante e suprema do agir” (LS, n.231).
152. Como nem todos são chamados para trabalhar de forma direta na política, podem se engajar em ações
comunitárias. “Desta forma, cuida-se do mundo e da qualidade de vida dos mais pobres, com um sentido de
soidariedade que é, ao mesmo tempo, consciência de habitar na Casa Comum que Deus nos confiou.
Estas ações comunitárias, quando exprimem um amor que se doa, podem transformar-se em experiências
espirituais intensas” (LS, n. 232)
153. Na Exortação apostólica Evangelium Gaudim (A Alegria do Evangelho), o Papa Francisco retoma o que
ele mesmo chama de “expressivo e profético lamento” dos bispos católicos das Filipinas:
“Uma incrível variedade de insetos vivia nos bosques e estavam ocupados com todo tipo de tarefas ...
Os pássaros voavam pelo ar, as suas penas brilhantes e os seus variados gorjeios acrescentavam cor e melodia
ao verde dos bosques ...
Deus quis que esta terra fosse para nós, suas criaturas especiais, mas não para a podermos destruir ou
transformar num terreno abandonado ...
Depois de uma única noite de chuva, observa os rios de cor achocolatada em tua localidade e lembra-ste que
estão a arrastar sangue vivo da terra para o mar.
Como poderão os peixes nadar em esgostos como o rio Pasig e muitos outros rios que poluímos ? Quem
tranformou o maravilhoso mundo marinho em cemitério subquático, despojado de vida e de cor ?
(cf. EG, n. 215).
154. Outro exemplo de grande beleza vem de povos indígenas do Brasil. O Pastor Frank Tiss, que trabalhou
juntoc om grupos do povo Kulina, no sul do estado do Amazonas, compartilhou parte da compreeensão de
mundo desse povo.
115. Assim como os cristãos e as cristãs, os Kulina concordam que vale a pena dedicar-se ao que é eterno.
Concordam também que o nosso coração fica sempre perto daquilo que para nós tem mais valor. Na língua
deles, para dizer que amam algém dizem que o seu coração “esta grudado” no outro.
156. Logo, compreendem que quando alguém do seu povo começa a pensar ao branco, querendo cada vez
mais só para si mesmo, desruindo florestas, rios, construindo e sujando cidades e transformando-as em lugares fedorentos, o coração desta pessoa “fica grudado” nessas coisas.
Com isso, o cudiadoi da aldeia torna-se cada vez menos importante. Para eles, bem viver significa viver em
paz e harmonia com os familiares, com os demias membros da comunidade, com a aldeia e com todo o ambiente. Para isso, preferem viver em solidariedade, repartindo quase tudo o que têm, não desruindo, mais
cuidando do ambiente.
157. Relembramos também o Pastor Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) que dizia que o desafio, para todas as
pessoas que creem em Jesus Cristo, é o do empenho na oração e na prática da justiça. Ele ia além e destacava
que todo pensar, falar e organizar nos assuntos do cristianismo devem resultar dessa oração e dessa prática.
158. No Tibete, o 14º Dalai Lama já havia observado: “A compaixão e o amor não são meros luxos. São
fundamentais para a sobrevivência da nossa espécie.”
159. E, muito antes disso, no século VI a.c, Lao Tse, figura importante do Taoísmo, afirmara: “aqueles que
têm maior poder e riqueza tratam o planeta como algo a ser possuído, a ser usado e abusado (...), mas o
planeta é um organismo vivo e cada um de nós é uma parte desse organismo”.
160. As religiões de matriz africana nos ensinam que, no universo, tudo tem vida, tanto as coisas orgânicas
quanto as inorgânicas. Ensinam ainda que tudo está ligado a tudo, formando uma só unidade. Do Deus
criador, emana a sustentação de tudo. Aos elementos da natureza e seus fenômenos correspondem
divindades que fazem fluir a vida e de quem nascem as criaturas fumanas. O ar e a água ligam todas as coisas. Cuidar de cada pessoa, da natureza e das manifestações de vida é também cuidar de sim mesmo.
Tudo é um só corpo alimentado por ar e água. Imagine-se uma grande árvore constituída de tudo o que
há no planeta, a seiva que circula e está presente em tudo é a água. Portanto, para as religiões de matriz
africana: sem folhas não tem Orixás e sem água não tem Axé.
161. E nós ? Estamos sabendo valorizar os dons de Deus, percebidos na riqueza dos recursos naturais e na
preciosa vida de todos os irmãos e de todas as irmãs que o Criador nos deu ? Como estamos desenvolvendo
a tarefa de “cultivar e guardar” o mundo que é a nossa grande Casa Comum ?
162. Refletindo sobre tudo isso, fica bem claro que a fidelidade a Deus precisa se manifestar na preservação
de tudo o que é necessário para que a grande família humana possa viver com dignidade e justiça em um
ambiente bem cuidado. Mas não baste refletir.
Como Jesus nos mostrou na parábola dos dois filhos chamados a trabalhar na vinha (cf. Mt 21, 28-31), não
basta ter um bom discurso, o importante é entrar em ação, tranformando o mundo do modo como Deus
deseja. Então, maos à obra, vamos agir !
Terceira Parte - Agir
1. Viver a Campanha da Fraternidade
163. As Campanhas da Fraternidade Ecumênicas fortalecem os espaços de convivência entre as diferentes Igrejas. O diálogo e o trabalho conjunto em favor do bem comum são testemunhos importantes que
podemos oferecer para a sociedade.
Afinal, Jesus sempre se colocou aberto à escuta, às partilhas e a uma boa roda de conversa
(cf. Jo 4; Mc 8, 1-9)
164. É por isso que o próprio processo de preparação da Campanha da Fraternidade Ecumênica é muito
importante. O primeiro passa que precisamos dar é em direção aos nossos irmãos e às nossas irmã de fé.
Conhecer quem são as pessoas da outra igreja, o que pensam, o que fazem e como testemunham a fé em
Jesus Cristo.
Essa é uma oportunidade para ampliarmos o nosso conhecimento em relação à própria tradição cristã. É um
momento especial para fortalecer a amizade e a fraternidade.
165. Nesta Campanha da Fraternidade Ecumênica, o que nos motivará para o encontroe a ação conjunta
é a preocupação com o cuidado com a Casa Comum, o lugar onde habitamos. A Casa Comum é o maior
presente que Deus nos deu, por isso, precisamos urgentemente pensar em ações, estratégicas e novas formas
de nos relacionarmos com esse bem.
166. “ Casa Comum: nossa responsabilidade” é um tema que nos orienta a atuarmos coletivamente em favor
da elaboração, implementação e acompanhamento dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB).
167. O cuidade com a Casa Comum não depende apenas do poder público. Exige uma mudança profunda
na forma como nos relacionamos com os recursos naturais. Individualmente também somos responsáveis.
Se jogarmos lixo na rua, entupiremos bueiros e, certamente, na próxima chuva forte, teremos de lidar com
enchentes.
168. As responsabilidade são coletivas, porém diferenciadas: o poder público tem a tarefa em realizar as
obras de infraestrutura, implementar o Plano Municipal de Saneamento Básico, garantir a limpeza do espaço
público e fazer a coleta seletiva do lixo.
Nós temos a responsabilidade, enquanto cidadãos e cidadãs, de cuidarmos do espaços coletivos. Essas
atitudes poderão nos aproximar do sonho do profetaque é o de “ver o direito brotar como fonte e correr a
justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24).
2. Vamos conhecer algumas atitudes que podemos assumir ?
2.1. Conhecer a realidade
169. No meio de tudo que se relaciona ao tema, há um aspecto que é necessário destacar, que são as
iniciativas individuais necessárias para que as mudanças aconteçam. Lembre-se: o sanemamento básico
envolve o poder público, mais também cada um e cada uma de nós.
É por isso que somos chamados a pensar sobre:
Na sua casa:
- Como é o uso da água em sua casa ? Ela é usada com cuidado e economia ?
Quais as práticas adotadas em sua casa para um consumo responsável de água ? Existe algum hábito que
você acha que poderia mudar ?
- Você sabe se o esgoto coletado de sua casa é tratado ?
Você se incomoda e denuncia quando vê um vazamento de água em sua rua ?
- Quando você sai de um cômodo iluminado por uma lâmpada tem o costume de apagar a luz ?
- Você desperdiça alimentos ?
- Qual o destino que você dá para aquele óleo de cozinha que não pode ser mais reutilizado ?
Deposita diretamente no ralo da pia ou procura acumular para depois reciclar ?
- Você tem cuidado com o lixo que produz ?
Separa o lixo orgânico e o lixo reciclável ou eles vão para o mesmo destino ?
Tem a preocupação de usar produtos de limpeza biodegradáveis ?
No seu bairro:
- Há rede de água encanada ?
- Há coleta regula de lixo ?
- Há vazamentos constantes de água nas ruas ?
Os vizinhos conversam entre si sobre problemas da água e dos esgotos ?
Vocês cobram providências das autoridades ?
- Na área once você mora existe rede de esgoto ? Todas as casas estão ligada a ele ?
- Como são tratados o lixo orgânico e o lixo reciclável ? A prefeitura faz a coleta seletiva do lixo ?
Na sua cidade:
- Como está a distribuição de água ? A água é de qualidade ?
Há estações de tratamento do esgoto ou ele é jogado in natura nos rios ?
Existem cooperativas populares de reciclavgem dos resíduos sólidos ? Você conhece essas cooperativas e
as
pessoas que trabalham nelas ? Jà foi visitar algum desses locais ?
Em sua cidade, o tratamento, a distribuição da água e a captação do esgoto são públicos, privatizados ou
tercerizados ?
- Quando há aprovação de projeto de construção de imóvel, o esgoto sanitário é levado em consideração
2.2. Participar
170. As reflexões sobre o Saneamento Básico mostram que esse não é um problema apenas para quem é
técnico no assunto. Não é função nossa delegar a resolução desse problema apenas aos “conhecedores do
assunto”. É fundamental dar total visibilidade a todas as questões que envolvem a política de saneamento
básico.
Para a continuidade da integridade da Casa Comum é importante que esse tema se torne prioridade nas
ações dos estados e dos municipios. Também é urgente que nos engajemos em conselhos e outros
espaços de participação voltados para o debate e a reinvidicação de políticas públicas orientadas para essa
tema.
171. A partir dos dados apresentados neste texto-base, temos de desenvolver a dimensão ética de nossa
prática com relação à saúde, ao meio ambiente, ao saneamento e à forma como depositamos o lixo. Como já
foi airmado, o saneamento básico é um direito humano fundamental e, como todos os outros direitos, re
quer a união de esforços entre sociedade civil e poder público no planejamento e na prestação de serviços e
de cuidados.
172. Essa é uma questão que envolve tanto ricos quanto probres. Cabe aos ricos mudar o seu estilo de vida,
sendo menos consuistas, produzindo menos lixo. O lixo produzido pelos ricos vai parar no espaço onde
habitam pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica.
Muitos condomínios de luxo, por exemplo, não estão ligados às redes municipais de saneamento. Em alguns
lugares, o esgoto produzido nesses condomínios corre diretamente para o mar ou para os rios, prejudicando
a vida de quem vive da pesca ou de quem vive no entorno dos rios.
173. Da mesma forma, cabe às pessoas com menor condição econômica e social, mudar os seus hábitos e reinvindicar políticas públicas de saneamento básico.
2.3 Educar para a sustentabilidade
174. Embora a educação para sustentabilidade signifique, no limite, discutir os próprios pressupostos e consequências do desenvolvimento atual, há uma dimensão dela que não exige grandes recursos, mais implica
apenas adotar práticas simples. Entre essas práticas, destacamos algumas bem fáceis de serem assumidas:
-Ao tomar banho ou escovar os dentes, não deixe a água correndo, feche a torneira;
- Apague as luzes nos cômodos vazios;
- Separe o lixo, de acordo com o que está sendo descartado;
- Mantenha o quintal limpo;
- Descarte pilhas, remédios vencidos, embalagens de agrotóxico e produtos eletrônicos de maneira
adequada;
- Acumule as roupas para usar melhor a máquina de lavar, use essa água para lavar o quintal, ao invés de
simplesmente descartá-la;
- Guarde a água da chuva, mas sempre cobrindo os reservatórios para não ter problemas com a dengue;
- Não use a água potável para tarefas comuns, como lavar o carro ou “varrer” o quintal com a água da
mangueira;
- Conecte sua casa à rede de esgotos, caso ela exista em sua rua;
- Estimule a conversa sobre o tema da água e dos esgotos com seus amigos e vizinhos.
175. É claro, que junto com isso, precisamos de programas educacionais nas escolas públicas e particulares.
As crianças e jovens são tão protagonistas quanto os adultos para estabelecer uma nova relação com a Casa
Comum.
176. Nossas Igrejas também são responsáveis por motivar novas práticas no cuidado com a Casa Comum.
Às Igrejas é confiada a tarefa de promover o Evangelho. Uma forma de viver o Evangelho é adotar práticas
de cuidado com a criação. Por isso, ao preparar as atividades litúrgicas, pense duas vezes antes de imprimir
papel, vese há lixeiras nos locais adequados e verifique se no seu templo ou salão comunitário há vazamento
d’água.
3. Conhecer as estrutura legais existentes
177. Tenhamos em mente que há uma décad foi criado o Ministério das Cidades, e nele, a Secretaria
Nacional de Saneamento Ambiental. Hoje, temos mais recursos públicos para que os municipios implementam políticas de saneamento básico. A Lei n. 11.445/2007 é o marco legal que orienta essa política.
Não estamos, portanto, partindo do nada. Temos todas as condições legais para a universalização dos
serviços públicos de saneamento básico com qualidade.
178. Para que a universalização desses serviços seja alcançada é necessário:
1. Concluir o ciclo de implementação da nova política pública de saneamento básico. Isso significa que cada
município precisa assumir a tarefa de elaborar e implementar o seu Plano Municipal de Saneamento Básico,
seguindo as diretrizes do PLANSEB. Para tanto, a participação social é fundamental.
2. Exigir uma efetiva coordenação institucional da política de saneamento básico. Isso é importante para
que a sociedade veja o que está sendo feito e, ao mesmo tempo, que ela tenha um lugar de referência para
oferecer sugestões concretas para a melhoria dos serviços de saneamento básico.
3. Garantir que a política de saneamento básico seja executada contemplando todos os aspectos do
saneamento, ou seja: água, esgoto, lixo e drenagem das águas das chuvas. Uma política de saneamento básico
precisa integrar esses quatro elementos. Não se pode enfatizar um e deixar o outro de lado.
4. Compreender o saneamento básico tem a ver com justiça. Ele é fundamental para a prevençao de doenças,
preservação dos rios e mares. O saneamento básico, portanto, não pode estar condicionado apenas às
condições financeiras dos beneficiários. Se uma comunidade não tem condições de pagar pelo serviço,
cabe ao poder público assumir os custos e garantir a prestação desses serviços. É importante, junto com a a
população, elencar critérios para a concessão de recursos. Áreas mais carentes deveriam ter prioridade no
acesso a esses recursos. Áreas mais carentes deveriam ter prioridade no acesso a esses recursos. Afinal, como
afirmamos, o acesso ao saneamento básico é um direito humano e, como tal, precisa ser assegurado.
5. O saneamento básico, universal e justo, só poderá ocorrer se houver uma profunda e ampla participação
de toda a população. Assim é importante aprofundar os mecanismos de democracia participativa.
4. Saneamento básico e privatização
179. O Governo Federal disponibilizou recursos significativos que devem ser aplicados na universalização
dos serviços de saneamento básico. Esses valores despertam o interesse de grandes corporações do setor
financeiro, que percebem na universialização dos serviços de saneamento básico uma grande oportunidade
de lucro.
180. No entanto, é importante notar que o repasse dos serviços de saneamento básico a grupos financeiros
privados pode gerar situação sociais bastante injustas. Isso porque os investidores privados seguem a lógica
do retorno do capital investido.
Por isso, a têndencia é escolher espaços que oferecem chances maiores de lucro. O resultado disse é que são
implementadas redes de infraestrutura urbana de alta qualidade nas regiões mais ricas das cidades.
Já nas regiões mais pobres das cidade, que tendem a garantir menos retorno financeiro aos investimentores,
são implementadas redes de infraestrutura de qualidade inferior.
181. A partir disso, surge a pergunta: O que significa a universalização do saneamento básico ? Significa
apenas garantir um aumento númerico desses serviços ? Significa apenas garantir um aumento numérico
desses serviços ? Ou significa garantir um serviço de qualidade para toda a população ?
Levar em consideração esses questionamentos é relevante à luz da justiça ambiental. Garantir o acesso aos
serviços de saneamento básico promovendo a desigualdade significa que o caminho escolhido é o da implementação de políticas públicas equivocadas e injustas. O s pobres serão sempre os mais afetados.
182. Em outros casos, o serviço de saneamento é oferecido através de parcerias público-privadas, chamadas
de PPP. Concretamente, isso significa quje os governos federais, estaduais ou municipais firmam contrato de
prestação de obras ou serviços exclusivamente pelo governo ou numa combinação de tarifas cobradas dos
usuários dos serviços com complementação de recursos públicos. Avaliar esse tipo de parceria na prestação
de serviço de saneamento básico é outro desafio. Será que eles atendem às demandas ? Os preços cobrados
são coerentes com os serviços oferecidos ? Há espaço para a participação cidadã na avaliação desses serviços
?
183. Para avaliar os resultados dos serviços de saneamento básico desenvolvidos pelo setor privado,
é necessário levar em conta aspectos como: acesso universal, integralidade, equidade, preço da tarifa,
qualidade dos serviços e participação popular.
5. Ir além do urbano
184. O problema da ausência de serviços de saneamento básico não é apenas urbano. É também rural e
atinge comunidades isoladas, indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Essas áreas, muitas vezes, por causa de
suas especificidades exigem, além do processo de educação para o saneamento, projetos que respondam
adequadamente às suas necessidades. No caso das comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas é
importante envolver a comunidade toda. Nesses casos, é fundamental a ampliação de mão de obra
qualificada para o trabalho com populações etnicamente diferenciadas. O desafio é aumentar o nível de
participação das populações rurais, fazendo com que se envolvam na gestão dos serviços de serviços de
sanemento. Isso requer também o desenvolvimento de novos modelos de gestão.
185. A vontade e a decisão políticas tornam-se fundamentais para essas experiências. É importante que os
poderes públicos dialoguem e ouçam os movimentos sociais e ecológicos que trabalham com populações
como a indígena, a quilombola e as ribeirinhas.
6. Assumir responsabilidades com o espaço onde se habita
186. Algumas pessoas costumam lavar seus carros, calçadas e regar jardins com o uso de uma boa
mangueira. Folhas e detritos das calçadas às vezes são retirados com jatos d’água fortes intermitentes. E
há pessoas que insistem em não separar o lixo, mesmo se o munícipio oferece coleta seletiva. Por isso é
necessário:
- Conscientizar as pessoas para a importância do uso adequado da água e da energia elétrica, do trato com o
esgoto e do correto descarte do lixo;
- Constituir programas educacionais, nas escolas públicas e particulares, que busquem formar, informar e
conscientizar as crianças e os jovens em relação aos problemas do uso adequado da água, do correto descarte
do lixo e dos esgoto sanitário. Muitas vezes, são as crianças que ensinam seus pais sobre esses assuntos;
- Adotar a separação do lixo como prática doméstica;
- Lembrar que terrenos como lixo são focos de doenças.
7. Agir nos espaços urbanos condominiais
187. Os condomínios urbanos geram uma quantidade muito grande de detritos. Assim, os condomínios
precisam estar atentos para:
- O manejo local dos resíduos produzidos;
- Organizar pequena estação de coleta e tratamento do esgoto;
- Garantir a separação dos resíduos recicláveis.
8. Reuso: uma palavra mágica !
188. O reuso, principalmente da água, é uma pratica mais do que necessária. Reutilizar a água é muito
importante tanto para o meio ambiente, quanto para a economia das empresas, dos cidadãos e dos governos.
8.1. Eis alguns casos de reuso:
- A água usada em processos industriais pode ir para uma estação de tratamento de água e ser reutilizada no
mesmo ciclo de produção;
- Numa residência, a água de banho pode ser captada e usada para a descarga nos banheiros;
- A água da rede de esgoto, depois de passar por um processo eficiente de tratamento, pode ser utilizada
para regar jardins públicos, para lavar calçadas e automóveis e para irrigar plantações . Ela também pode ser
depositada em rios e riachos.
9. Uso da água de chuva
189. Grande parte da água da chuva vai parar na rede de esgoto das cidades. Isso gera um grande
desperdício. Nâo são pucas as histórias das enchentes que acontecem por causa da falta de limpeza das bocas
de lobo e galerias. Se a água da chuva for captada adequadamente, ela pode ser utilizada. Alguns prédios
já realizam a captação da água da chuva. Essa água é utilizada na limpeza do Prédio. As economias para o
condomínio são bastante perceptíveis. Algumas empresas também já adotaram essa prática.
Lembre-se a água da chuva pode ser utilizada e reutilizada para vários fins, menos para a ingestão.
10. Canalizar as água da chuva
190. Nos bairros populares, a água da chuva praticamente não é pensada como parte do saneamento básico. É justamente nessas regiões que se torna urgente pensar em estruturas que garantam o reuso da água da
chuva. É necessário que os governos municipais olhem com atenção e carinho para esses bairros, pois
quando as águas da chuva se unem à ausência de coleta e afastamento do esgoto doméstico, o que temos é
o aumento de doenças e deslizamento. Por tudo isso é importante que se garanta a canalização e coleta das
águas da chuva. Se a água da chuva for armazenada de forma segura, com tampas para não proliferar mosquitos, ele pode ser usada para lavar o quintal ou ou carro e molhar as plantas, por exemplo.
11. Construir um nova lógica
191. A vida do planeta depende das novas práticas que adotarmos. Cabe a nós garantir um planeta
sustentável para as gerações futuras. Por isso, lembre-se de:
- Não gerar lixo, sempre que possível;
- Agir sempre na possibilidade de reutilizar;
- Sempre que possível, reciclar;
- Caso possa, tratar os resíduos;
- Não havendo as possibilidades anteriores, buscar, de forma conjunta, que os depósitos coletados feitos em
aterros sanitários.
192. É por isso que a nossa responsabilidade como cristãos e cristãs nos desafia a observar se:
- Toda a ação e execução de projetos de saneamento básico estão sendo desenvolvidas pelos poderes
públicos;
- Os serviços de água, esgoto, coleta de lixo e drenagem devem ser totalmente universalizados. Ninguém dever ser privado desses direitos;
- Há ações para que o Fórum Mundial da Água, em 2018 evento que discutirá questões que envolvem
recursos hídricos, não se torne um evento para ampliar a participação do capital privado e das privatizações
na busca de saneamento básico;
- Os pobres estão tendo acesso à água potável, mesmo se não podem pagar por ela.
193. Cuidar da Casa Comum é responsabilidade de todas as pessoas. É por isso que somos desafiados
e desafiadas a assumirmos esse compromisso de forma ecumênica. O cuidado com a Criação é parte
integrante da justiça, da solidariedade e da fraternidade que Deus quer ver entre nós. É também um jeito de
louvar e agradecer a Deus.
Unidos seremos mais eficientes, mais ouvidos, dando um testemunho mais forte e cuidando melhor do
mundo e da família global que Deus nos ofereceu.
12. O papel dos meios de comunicação
194. Os diferentes meios de comunicação podem ser parceiros importantes para a construção de novas
lógicas de relacionamento com o meio ambiente. É necessário que eles assumam a sua responsabilidade na
mobilização em favor da ampliação dos serviços de saneamento básico e da mudança de comportamento e
de hábitos. A realização e veiculação de campanhas educativas são instrumentos importantes na propagação
de princípios básicos de educação ambiental e podem impactar significativamente no comportamento das
pessoas.
13. Um gesto concreto pessoal para a Quaresma
195. Temos uma proposta emocionante: cuidar da Casa Comum que Deus nos deu a fazer dela um lugar
saudável, no qual a fraternidade e a justiça corram como rios de água viva. Que Deus nos ajude a viver com
alegria e responsabilidade essa bonita Missão ! Como sinal desse compromisso, propomos que durante a
Quaresma realizemos o esforço de evitar o consumismo e o desperdício dos alimentos. Que façamos um
Dia de Jejum, doando para os mais pobres o que não consumimos nesse dia e economizamos durante a
Quaresma.
196. Tudo o que fizermos precisa ser implulsionado pela graça de Deus, que ilumina nosso discernimento,
fortalece nossa disposição, não nos deixa desistir do amor frateno e fará nosso trabalho produzir frutos
melhores e mais permanentes. Portanto, orando e celebrando, entreguemos a Deus o serviço que queremos
prestar, para que Deus sempre inspire a caminhar a seu lado na preservação dos bonito e saudável ambiente
que nos ofereceu na criação.
Quarta Parte
Celebrar - Casa Comum: Nossa Responsabilidade
“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. (Am 5,24)
Prelúdio: Hino da Campanha
Durante o prelúdio, entra a procissão ecumênica, em que serão levados: um globo terrestre com o telhado da
nossa Casa Comum. Este Globo-Casa deverá ficar em lugar de destaque na celebração.
Importante providenciar faixas e bandeiras, nas quais estarão escritos os compromissos necessários com a
Casa Comum.
Acolhida
Sejam bem-vindos e bem vindas todos e todas vocês que aqui vieram para celebrar.
Quero saudá-los e saudá-las com o lema da Campanha da Fraternidade Ecumênica: “Quero ver o direito
brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” ((Am 5,24)
Litania de Entrada
Hoje é o dia da graça;
hoje é o tempo da salvação
o momento no qual olhas para nós com favor.
E quando é que não nos olhas com favor ?
Quando é que endureces a face e te vestes de rigor ?
Quando observas injustiça, desafeto, desamor.
Quando vês teu povo vivendo no lixo, como lixo,
Sem casa, água limpa, esgoto tratado.
E o lixo jogado em qualquer lugar contaminam a natureza que
nos deste como habitação.
Mas hoje o tempo é outro; oportuno, propício, cheio de vigor.
É tempo de descobrir em tua palavra, candura, bravura, amor.
Por isso afirmamos que hoje é o dia da graça;
hoje é o tempo da salvação.
Presidente: Nós celebramos em nome de Deus Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém !
Hino da CFE 2016:
Letra: José Antonio de Oliveira
Música: Adenor Leonardo Terra
1. Eis, ó meu povo o tempo favorável/Da conversão que te faz mais feliz;/Da construção de um mundo
sustentável,/ “Casa Comum é teu Senhor quem diz:
Refrão: Quero ver, como fonte o direito a brotar,/ A gestar tempo novo: e a justiça, qual rio em seu leito,
dar mais vida/ pra vida do povo.
2. Eu te carrego sobre as minhas asas/Te fiz a terra com mãos de ternura;/Vem, povo meu, cuidar da nossa
casa !/Eu sonho verde, o ar, a água pura.
3. Te dei um mundo de beleza e cores,/Tu me devolves esgoto e fumaça./Criei sementes de remédio e flores;/
Semeias lixo pelas tuas praças.
4. Justiça e paz, saúde e amor têm pressa;/Mas não te esqueças, há uma condição:/O saneamento de um lugar
começa/Por sanear o próprio coração.
5. Eu sonho ver o pobre, o excluído/Sentar-se à mesa da fraternidade;/Governo e povo trabalhando unidos/
Na construção da nova sociedade.
Confissão de pecados
Adiamentos - é a palavra que nos interpela quando somos convidados a confessar os nossos pecados. Muitas
coisas na nossa vida não acontecem, porque nós a adiamos. Adiamos tomar uma decisão; adiamos uma
atitude que implemente justiça ou demostre solidariedade; adiamos uma conversa que resolveria
um mal entendido ou uma desavença; adiamos fazer um elogio; adiamos exigir políticas públicas efetivas
de
saneamento básico e de resíduos sólidos; e, assim, vamos adiando muitas atitudes, inclusive as de
compaixão, verdade e amor. Por isso, confessamos os nossos adiamentos.
Coloquemo-nos de pé.
Oremos
Deus, cujo tempo favorável é hoje, perdoa-nos
quando adiamos tomar uma decisão necessária,
quando adiamos ter uma atitude que implemente solidariedade,
quando o amanhã torna-se a justificativa para a nossa omissão,
a nossa falta de coragem, de compromisso e de amizade.
Perdoa-nos quando assistimos passivamente a milhares de pessoas
vivendo em condições precárias em termos de saneamneto básico;
sem acesso à água limpa e potável;
sem acesso ao esgoto tratado, convivendo com esgoto a céu aberto.
Perdoa-nois, quando em nossa vida, o tempo não se faz favorável
para as pessoas com as quais convivemos,
para aquelas que, de algum modo, dependem de nós, e para nós mesmos;
porque às vezes, Deus, o nosso tempo fica escasso de graçae nós o desperdiçamos.
Deus, cujo tempo favorável é hoje,
tem piedade de nós.
Kyrie: Pelas dores deste mundo (Rodolfo Gaede Neto)
Pelas dores deste mundo, ó Senhor imploramos piedade; a um só tempo geme a criação. Teus ouvidos se
inclinen ao clamor desta gente oprimida; apressa-te com tua salvação ! A tua paz, bendita e irmanada co’a
justiça, abrace o mundo inteiro, tem compaixão ! O teu poder sustente o testemunho do teu povo; teu
Reino venha a nós ! Kyrie eleison !
Anúncio da graça
O da graça encontra-se no Salmo 85, 2-3; 11-12: “Mostraste o teu amor por tua terra, ó Senhor ! Fizeste retornar os cativos de Jacó; suprimiste a falta de teu povo, encobriste todo o seu pecado (...) fidelidade
e a verdade se concontraram, elas abraçaram a paz e a justiça. A verdade germinada da terra e a justiça se
inclina do céu”.
E a voz do céu em nossa direção e, num sussurro, fala ao nosso ouvido: minha filha, meu filho, em Jesus
Cristo, os seus pecados estão perdoados e os seus adiamentos redimidos.
Oração do dia
Oremos:
Deus, cujo favor nos alcança hoje, e amanhã, e sempre,/ cuja justiça tem vontade de correr como riacho de
agua limpa e disponível,/abre os nossos corações e entendimentos para a tua Palavra; que por ela iluminadas
e transformados,/aprendamos a cuidar do nosso planeta, casa da nossa habitação,/ com o amor e o rigor que
são necessário à preservação/e assim, evidenciemos a tua graça, /que é ampla e favorável a toda a tua criação.
Podem sentar-se, por favor.
Leitura do Primeiro Testamento: Am 5 21-24
Hino:
Fala, Senhor/Fala, Senhor/Palavra de Fraternidade !
Fala, Senhor/Fala, Senhor/És luz da Humanidade !
A tua palavra/É fonte que corre,/Penetra e não morre,/Nâo seca jamais.
Leitura do Evangelho: Mt 5, 1-12
Quero ver
Letra: Eliana e Xico Esvael/Música: Flávio Irala
1. Nestes tempos de morte e aridez, muita treva e insensatez, quero ver o direito brotar como fonte perene a
jorrar//:Ó Senhor, quero ver o direito brotar como fonte perene a jorra.://
2. Nestes tempos de desolação, impiedade e corrupção, a justiça eu também quero ver como água de riacho a
correr. //: Ó Senhor, a justiça eu também quero ver como á água do riacho a correr.://
3. Nestes tempos de tanta aflição, sofrimento e má condição, qujero ver a cidade mudar e a vida enfim
melhorar. //:Ó Senhor, quero ver a cidade mudar e a vida enfim melhorar.://
4. Nestes tempos de pouca razão, a mentira sustenta a ilusão, a verdade precisa reinar para a casa comum
libertar. //: Ó Senhor a verdade precisa reinar para a casa comum libertar.://
Hino: Dizei aos cativos (Reginaldo Veloso)
Dizei aos cativos: “Saí” !
Aos que estão nas trevas: “Vinde à luz” !
Caminhemos para as fontes,
é o Senhor que nos conduz.
Foi no tempo favorável
que eu te vi e te escutei;
no dia da salvação
socorri-te e ajudei.
E assim te guardarei,
te farei mediador,
d’aliança com o povo,
serás seu libertador.
Dizei aos cativos: “Saí” !
Aos que estão nas trevas: “Vinde à luz” !
Caminhemos para as fontes,
é o Senhor que nos conduz.
Não terão mais fome e sede,
nem o sol os queimará;
o Senhor s e compadece,
qual pastor os guiará.
Pelos montes, pelos vales,
passarão minhas estradas,
e virão de toda parte
e encontrarão pousada.
Dizei aos cativos: “Saí” !
Aos que estão nas trevas: “Vinde à luz” !
Caminhemos para as fontes,
é o Senhor que nos conduz.
Céus e terra alegrai-vos,
animai-vos e cantai;
o Senhor nos consolou,
dos seus filhos se lembrou.
Poderia uma mulher
de seu filho esquecer ?
Ainda que isso acontecesse,
nunca iria te perder.
Dizei aos cativos: “Saí” !
Aos que estão nas trevas: “Vinde a luz” !
Caminhemos para as fontes,
é o Senhor que nos conduz.
Confissão de fé
Credo Apostólico (versão ecumênica)
Creio em Deus Pai, Todo Poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo. Nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio
Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Desceu à mansão dos mortos. Ressuscitou ao terceiro dia. Subiu
aos céus, está sentado a direita de Deus, Pai Todo Poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Universal, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na
ressurreição do corpo, na vida eterna. Amém !
Ofertório
Presidente: O Deus cuja justiça corre como riacho de águas limpas nos anima a atos de solidariedade.
Podemos expressar esta solidariedade através das ofertas em dinheiro, que constituirão o Fundo Ecumênico
Nacional de Solidariedade.
Oração Geral da Igreja
Coloquemo-nos de pé.
Oremos:
Deus, tu criastes tuas filhas e teus filhos à tua imagem, semelhantes a ti os criastes e cuidastes como pai
carinhoso, como mãe amorosa. Concede que nós, a exemplo de Jesus, façamos deste tempo o tempo
favorável para buscarmos a justiça para os pobres, para quem vive sem saneamento básico, para quem tem
de passar em meio a valões com esgoto a céu aberto ao voltar para casa. Guarda o teu povo no teu carinho.
Queremos ver o direito brotar como fonte e a justiça correr qual riacho que não seca.
Pedimos pelomundo que criastes e do qual somos parte. Os ecossistemas têm sido alterados, as águas
contaminadas, os esgotos descartados, o ar poluído, gerando mudanças no clima como consequência do
aquecimento global, O estilo de vida consumista produz lixo e materiais não biodegradáveis em excesso.
Que compromissos mais fortes sejam feitos pelas indústrias, produtores rurais, governos e cad um e cada
uma de nós.
Queremos ver o direito brotar como fonte e a justiça correr qual riacho que não seca.
Pedimos que as políticas públicas referentes ao saneamento e aos resíduos sólidos seja articuladas de modo
eficaz para a proteção da terra que nos deste como casa. Este é o lugar da nossa habitação e precisa ser um
lugar da nossa habitação e precisa ser um lugar acolhedor para todas as pessoas e para todas as espécies.
Queremos ver o direito brotar como fonte e a justiça corre qual riacho que não seca.
Pedimos pelas pessoas que estão enfrentando problemas em casa, no trabalho, na escola, e demais esferas da
vida, privada ou pública. Pedimos pelos doentes e por quem se sente desesperançado. Que o tempo hoje nos
seja favorável para buscar novas alegrias e encontrar novas felicidades.
Pedimos o teu auxílio para o nosso comprometimento em ações ecumênicas, inter-religiosas e humanitárias
que garantam o futuro da nossa Casa Comum. E que nós saibamos acolher o teu tempo, o teu favor, que é
cheio de graça, agora e sempre.
Em nome de Jesus, rezemos juntos, a oração que ele nos ensinou:
Pai-Nosso (versão ecumênica)
Pai Nosso que estás nos céus, Santificado seja o teu nome, venha a nós o teu Reino. Seja feita a tuja vontade,
assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoa-nos a nossas ofensas, assim como
nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, pois teu
é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém !
Ato de Compromisso
Pessoas previamente escolhidas falam de compromissos que precisam ser assumidos para o cuidado com a
nossa Casa Comum. Estes compromissos estarão escritos em cartazes, faixas, bandeiras e colocados juntos
ao “Globo-casa”.
Ao final da partilha:
Oração da CFE
Deus da vida, da justiça e do amor,
Tu fizeste com ternura o nosso planeta,
morada de todas as espécies e povos.
Dá-nos assumir, na força da fé
e em irmandade ecumênica,
a corresponsabilidade na construção
de um mundo sustentável
e justo, para todos.
No seguimento de Jesus,
com a Alegria do Evangelho
e com a opção pelos pobres.
Gesto da Paz
Presidente: Ao desejar a justiça, Deus nos revela o seu poder e o seu amor. Ao convocar-nos para
trabalharmos em prol da justiça, Cristo se faz a nossa paz. É por isso que podemos aceitar-nos mutualmente,
embora sejamos diferentes. Em Cristo, somos um. Saudemo-nos, uns aos outros, umas às outras, com o
abraço da paz e colocando a fita da CFE:
A paz de Cristo seja contigo.
Canto Final: Amém
Letra e Música: Simei Monteiro
1. Que a justiça corra como um rio; que a verdade brote em nossa terra;/ que haja esperança do que é
novo; que o Senhor nos fale enfim da paz. / Eis que virá a redenção para este povo que é de Deus. / Rindo e
saltando cantarão: Todas nossas fontes são em Ti.
2. Que a misericórdia sempre dure; que haja graça plena e perdão. Que a resposta venha sem tardança; que o
Senhor nos fale enfim da paz.
3. Que os pecados seja confessados; que as loucuras nunca mais se façam; que as crianças briguem
descuidadas; que o Senhor nos fale enfim da paz.
4. Que as lanças tornem-se araddos; que as sementes nasçam bem regadas; que haja verdes campos para
todos; que o Senhor nos fale enfim da paz !
Benção
A bênção de Deus cuja justiça brota como fonte
Nos anime para construir um mundo mais justo;
A benção de Cristo, cujo tempo favorável é agora
Nos impulsione para ações em favor dos mais vulneráveis;
A benção do Espírito que sopra livre recriando a vida
Nos anime para o cuidado da criação e para o amor.
Poslúdio: tocar hinos da CFE
Avisos
Quinta Parte
1. A Campanha da Fraternidade - natureza e histórico
Em 1961, três Padres responsáveis pela Cáritas Brasileira idealizaram uma Campanha com o objetivo de
arrecadar fundos para as atividades assitenciais e promocionais da instituição e torná-la financeiramente
autônoma. A atividade foi chamada de Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez na
Quaresma de 1962, em Natal (RN), com adesão de outras três dioceses e com o apoio financeiro dos bipos
norte-americanos. No ano seguinte, dezesseis dioceses do Nordeste realizaram a Campanha. Essas Campanhas, no início, não tiveram êxito financeiro, mais foram o embrião de um projeto anual dos Organismos
Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil.
Passaram a ser realizadas à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da
Igreja em nosso País.
Em seu início, teve destacada atuação o Secretariado Nacional de Ação Social da CNBB, sob cuja
dependência estava a Cáritas Brasileira, que fora fundada no Brasil, em 1957. Na época, o responsável pelo
Secretariado de Ação Social era Dom Eugênio de Araújo Sales, e por isso, Presidente da Cáritas Brasileira.
O fato de ser Administrador Apostólico de Natal (RN) explica por que a Campanha foi iniciada naquela circunscrição eclesiástica e em todo o Rio Grande do Norte.
Esse projeto foi lançado, em âmbito Nacional, no dia 26 de Dezembro de 1963, sob o impulso renovador do
Espírito do Concílio Vaticano II, em andamento na época, e realizado pela primeira vez na Quaresma de
1964. O tempo do Concílio foi fundamental para a concepção, estruturação e encaminhamento da CF, do
Plano de Pastoral de Emergência, do Plano de Pastoral de Conjunto e de outras iniciativas de renovação
eclesial. Ao longo de quatro anos seguidos, por um período extenso em cada um, os Bispos ficaram
hospedados na mesma casa, em Roma, participando das sessões do Concílio e de diversos momentos de
reunião, estudo e troca de experiências. Nesse contexto, nasceu e cresceu a CF.
Em 20 de Dezembro de 1964, os Bispos aprovaram o projeto inicial da mesma, intitulado: Campanha da
Fraternidade: pontos fundamentais apreciados pelo episcopado em Roma”. Em 1965, tanto a Cáritas quanto
a Campanha da Fraternidade, que estavam vinculadas ao Secretariado Nacional de Ação Social, foram
vinculadas diretamente ao Secretariado Geral da CNBB. A CNBB passaou a assumir a CF. Nessa transição,
foi estabelecida a estruturação básica da CF. Em 1967, começou a ser redigido um subsídio, maior que os
anteriores, para a organização anual da CF. Nesse mesmo ano, iniciaram-se, também, os encontros nacionais
das Coordenações Nacional e Regionais da CF. A partir de 1971, tanto a Presidência da CNBB como a
Comissão Episcopal de Pastoral começaram a ter uma participação mais intensa em todo o processo da CF.
Em 1970, a CF ganhou um especial e significativo apoio: a mensagem do Papa, transmitida em cadeia
nacional de rádio e televisão, quando de sua abertura, na Quarta-Feira de Cinzas. A mensagem Papal
continua enriquecendo a abertura da CF.
Na terceira fase de sua história, a CF se prestou a gesto concreto de ecumenismo entre as Igrejas integrantes do CONIC com a realização de Campanhas da Fraternidade Ecumênicas (2000, 2005, e 2010). Estes
momentos marcaram profundamente as Igrejas participantes deste projeto. A reedição de uma CFE em 2016
comprova que as Igrejas irmãs são capazes de repartir dons e recursos na sua missão.
2. Objetivos permanentes da Campanha da Fraternidade
a. Despertar o Espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos
na busca do bem comum;
b. Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor; exigência central do Evangelho;
c. Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção
humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.
3. Os temas da Campanha da Fraternidade
Os temas da CF, inicialmente, contemplaram mais a vida interna da Igreja. A consciência sempre maior
da situação de injustiça, de exclusão e de crescente miséria levou à escolha de aspectos bem determinados
da realidade socioeconômica e política brasileira. O restabelecimento da justiça e da fraternidade nessas
situações era comprmisso urgente da fé cristã.
1º Fase: Em busca da renovação Interna da Igreja
a) Renovação da Igreja
CF 1964: Igreja em renovação - Lembre-se: você também é Igreja
CF 1965: Paróquia em renovação - Faça de sua Paróquia uma comunidade de fé, culto e amor
b) Renovação do Cristão
CF 1966: Fraternidade - Somos responsáveis uns pelos outros
CF 1967: Corresponsabilidade - Somos todos iguais, somos todos irmãos
CF 1968: Doação - Crer com as mãos
CF 1969: Descoberta - Para o outro, o próximo é você
CF 1970: Participação - Participar
CF 1971: Reconciliação - Reconciliar
CF 1972: Serviço e Vocação - Descubra a felicidade de servir
2º Fase: A Igreja se preocupa com a realidade social do povo, denunciando o pecado social e promovendo a justiça (Vaticano II, Medellín e Puebla)
Neste período marcado por graves injustiças e restrições socio-políticas no País, a Igreja, por meio da
Campanha da Fraternidade, contribuiu para que o chamado à conversão próprio da Quaresma se estendesse ao âmbito comunitário e social, despertando as consciências para as graves injustiças existentes nas
estruturas do País, em vista de ações tranformadoras. Assim, a Páscoa repercutiu na história do povo
brasileiro gerando fraternidade e vida.
CF 1973: Fraternidade e Libertação - O egoísmo escraviza, o amor liberta
CF 1974: Reconstruir a vida - Onde está o teu irmão ?
CF 1975: Fraternidade é repartir - Repartir o pão
CF 1976: Fraternidade e comunidade - Caminhar juntos
CF 1977: Fraternidade na Família - Comece em casa
CF 1978: Fraternidade no mundo do trabalho - Trabalho e justiça para todos
CF 1979: Por um mundo mais humano - Preserve o que é de todos
CF 1980: Fraternidade no mundo das migrações: exigência da Eucaristia - Para onde vais ?
CF 1981: Saúde e Fraternidade - Saúde para todos
CF 1982: Educação e Fraternidade - A verdade vos libertará
CF 1983: Fraternidade e Violência - Fraternidade sim, violência não
CF 1984: Fraternidade e Vida - Para que todos tenham vida
3º Fase: A Igreja se volta para situações existenciais do povo brasileiro
Nesta fase, a Igreja, com a realização das Campanha da Fraternidade, tem contribuído ao evidenciar
situações que causam sofrimento e morte em meio ao povo brasileiro, nem sempre percebidas por todos,
quando o Brasil reencontra seu longo caminho rumo à construção de uma sociedade democrática, capaz de
integrar toso os seus filhos e suas filhas.
CF 1985: Fraternidade e Fome - Pão para quem tem fome
CF 1986: Fraternidade e Terra - Terra de Deus, terra de irmãos
CF 1987: A Fraternidade e o Menor - Quem acolhe o menor, a Mim acolhe
CF 1988: A Fraternidade e o Negro - Ouvi o clamor deste povo !
CF 1989: A Fraternidade e a comunicação - Comunicação para a verdade e a paz
CF 1990: A Fraternidade e a Mulher - Mulher e homem: imagem de Deus
CF 1991: A Fraternidade e o mundo do trabalho - Solidários na dignidade do trabalho
CF 1992: Fraternidade e Juventude - Juventude: caminho aberto
CF 1993: Fraternidade e Moradia - Onde moras ?
CF 1994: A Fraternidade e a Família - A Família como vai ?
CF 1995: A Fraternidade e os Excluídos - Era tu, Senhor ?!
CF 1996: A Fraternidade e a Política - Justiça e Paz se abraçarão !
CF 1997: A Fraternidade: e os encarcerados - Cristo liberta de todas as prisões !
CF 1998: A Fraternidade e a Educação - A serviço da vida e da Esperança !
CF 1999: Fraternidade e os desempregados - Sem trabalho... Por que ?
CFE 2000: Ecumênica: Dignidade humana e paz - Novo Milênio sem exclusões
CF 2001: Fraternidade e as Drogas - Vida sim, drogas não !
CF 2002: Fraternidade e povos indìgenas - Por uma terra sem males !
CF 2003: Fraternidade e Pessoas Idosas - Vida, dignidade e esperança !
CF 2004: Fraternidade e Água - Água, fonte de vida
CFE 2005: Ecumênica: Solidariedade e paz - Felizes os que promovem a Paz
CF 2006: Fraternidade e pessoas com deficiência - “Levanta-te, vem para o meio” (Mc 3,3)
CF 2007: Fraternidade e Amazônia - Vida e Missão neste chão
CF 2008: Fraternidade e Defesa da Vida - Escolhe, pois a vida (Dt 30,19)
CF 2009: Fraternidade e segurança pública - A paz é fruto da justiça (Is 32,17)
CFE 2010: Ecumênica: Economia e Vida - Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro (Mt 6,24)
CF 2011: Fraternidade e Saúde Pública e a vida no Planeta - A criação geme em dores de parto (Rm 8,22)
CF 2012: Fraternidade e Saúde Pública - Que a saúde se difunda sobre a Terra (cf. Eclo 38,8)
CF 2013: Fraternidade e juventude - Eis-me aqui, envia-me ! (Is 6,8)
CF 2014: Fraternidade e Tráfico Humano - É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1)
CF 2015: Fraternidade: Igreja e Sociedade - Eu vim para servir (cf. Mc 10,45)
4. O Gesto Concreto da CFE 2016
A campanha da Fraternidade Ecumênica se encerra com a oferta de doações em dinheiro na Coleta
Ecumênica da Solidariedade, realizada no Domingo de Ramos, 20 de Março. Essa coleta é um gesto concreto de fraternidade, partilha e solidariedade. Ela é realizada em âmbito nacional, em todas as Igrejas que
realizaram a Campanha da Fraternidade Ecumênica. Este gesto concreto é parte integrante da Campanha da
Fraternidade Ecumênica.
COLETA ECUMÊNICA DA SOLIDARIEDADE
Domingo de Ramos, 20 de Março de 2016
As equipes de Campanha das Igrejas promotoras da CFE são Convidadas a organizar o gesto concreto ecumênico de solidariedade durante o tempo forte da Campanha, que vai da quarta feira, 10 de Fevereiro, até o domingo, que antecede a Páscoa. No caso da Coleta Ecumênica seja reservada para a Coleta
Ecumência Nacional da Solidariedade.
Partilha e Destinação
Segundo o costume, na Igreja Católica, 60% dos recursos doados constituirão o Fundo Diocesano de
Solidariedade; nas demais Igrejas do CONIC, esses recursos, constituirão um Funmdo a ser administrado
pelas comunidades ecleciais das Igrejas.
Do total da Coleta Ecumênica da Solidariedade, 40% serão enviados para o Fundo Ecumênico Nacional da
Sociedade (FES). Este Fundo servirá para reforçar tanto iniciativas apoiadas pelos fundos diocesanos,
quanto iniciativas das demais igrejas. O FES também apoiará iniciativas de grupos, associações e outras
organizações que desenvolvam ações afins com o tema da CFE.
O Fundo Ecumênico Nacional de Solidariedade será administrado por:
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC
www.conic.org.br
Telefone: (61) 3321-4031
Conta para Depósito do Fundo:
(Fundo Ecumênico Nacional de Solidariedade)
Banco Bradesco, Agência 0484-7 - Conta Corrente 4188-2 -CNBB
O comprovante do depósito precisa ser enviado por:
Endereço de Correio Eletrônico : [email protected]
ou Correio Tradicional:
SE/Sul Quadra 801 Conjunto B
CEP: 70.200-014 -Brasília - DF
Contato pelo telefone - (61) 2103-8300 (falar na tesouraria)
A Instituição ou grupo que pretende buscar apoio do Fundo Ecumênico Nacional de Solidariedade Nacional
deverá enviar um projeto, preferencialmente relacionado ao tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica
2016, para um das seguintes instituções:
FUNDO ECUMÊNICO NACIONAL DE SOLIDARIEDADE
COORDENADORIA ECUMÊNICA DE SERVIÇO - CESE
Rua da Graça, 164 - CEP: 40.150-055 - Salvador - Bahia
Telefone: (71) 2104-5457
ou
CNBB - DEPARTAMENTO SOCIAL
SE/Sul Quadra 801 Conjunto B
CEP: 70.200-014 Brasília - DF
A CESE e a CNBB receberão os projetos, farão os procedimento de cadastro e de averiguação técnica de
cada projeto, bem como sua análise. Após esse processo, os projetos serão apresentados ao Conselho Gestor
do Fundo Ecumênico Nacional de Solidariedade Nacional, composto por representações das
Igrejas-membros do CONIC, para a análise final e tomade decisão.
Anexos
Anexo I
DECLARAÇÃO ECUMÊNICA SOBRE A ÁGUA COMO DIREITO HUMANO E BEM PÚBLICO
Nós, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, da Convenção de Igrejas Evangélicas da Suíça, da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e da Conferência dos Bispos da Suíça, reunidos em Berna, na
Suíca, no dia 22 de Abril de 2005, em sintonia com a Década Internacional da Água (2005-2015),
declarada pela ONU, nos alegramos e nos animamos com as iniciativas de nossas comunidades e assumimos
as manifestações das nossas Igrejas no mundo inteiro em favor da água como direito humano e bem público.
1. Reconhecemos:
- Que a água é um bem fundamental para a vida. Sem água não há vida. Ter acesso ou não ter acesso á água,
signifca decider sobre a vida e a morte do povo. A água é um dom de Deus. Ele a coloca à disposição de todos e pede o seu uso responsável para que todos tenham vida em abundância. Por causa da vida, a água é
um bem comum, que não pode nem seve ser privatizado.
- Que o acesso à água é um direito humano. O “direito a uma alimentação adequada” é definido pela ONU,
tanto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948 (art. 25), como no “Pacto Internacional de
direitos econômicos, sociais e culturais”, em 1996 (art. 11). À luz desse direito, reconhecemos que as
mulheres devem merecer uma atenção especial frente aos problemas e sacrifícios que enfrentam. Em muitos
países, elas, justamente com as crianças e as jovens, são responsáveis pela provisão e pelo abastecimento da
água. Essa tarefa acarreta consequências e danos para a sua saúde. Igualmente, impede que as adolescentes e
as crianças frequentem a escola.
- Que a água tem um significado espiritual. A água não é apenas um bem econômico, mais possui um
significado social, cultural, medicinal, religioso e místico. No relato da criação, lemos que “o Espírito de
Deus pairava sobre as águas” (Gn 1,2). Através de Moisés, Deus providenciou água para o seu povo
peregrino no deserto. Para nós cristãos, a água do Batismo tem uma força simbólica: “Quem crer e for
batizado será salvo” (Mc 16,16). Para muitos povos e muitas culturas, a água tem um caráter sgrado, está
ligada às tradições e exerce uma função comunitária e ritual.
- Que a água tornou-se escassa para muitas pessoas. Escassa desvido ao alto consumo per capita e ao
crescimento populacional, bem como escassa devido ao uso inadequado ao desperdício da água. Essa por
causa do desmatamento e da destruição do solo e das reservas hídricas. Essa realidade demanda um
cuidado especial e uma definição urgente para que a água seja uma prioridade colocada a serviço da vida e
do consumo humano.
2. Exigimos:
- Que a água seja reconhecida como um direito humano como parte integrante do direito à alimentação adequada. Esse direito deve ser respeitado pelos setores da sociedade. Cabe ao Estado uma responsabilidade
especial, consignada no “Comentário Geral” n. 15 do Comitê das Nações Unidas para Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais e nas “Diretrizes Voluntárias para o Direito à Alimentação” no contexto da segurança
alimentar nacional, especialmente a Diretriz 8c (Água), da comunidade das nações, ratifiada pela FAO em
novembro de 2004. Essas responsabilidades e direitos devem prontamente ser postos em prática.
- Que a água seja considerada e tratada como um bem público. O Estado deve garantir o acesso à água
potável para todos, o que implica em:
- Preço acessível da água para todos;
- Liberação de recursos finaceiros;
- Obtenção de meios técnicos;
- Participação das comunidades e entidades locais nas tomadas de decisão no que diz respeito ao uso dos
recurso hídricos existentes. Água como bem público obriga o Estado a regular o uso dos recursos hídricos
através de meios pacíficos, para que o direito à água seja para todos, inclusive para as populações de países
vizinhos.
- Que sejam definidas prioridades legais para o uso da água. Em primeiro lugar está a dessedentação de
pessoas e animais e o fornecimento de água para a produção de alimentos. Isso exige uma política ambiental
dentro do espírito de solidariedade entre comunidades, regiões e povos.
- Que o direito humano à água tenha um marco legal através de uma Convenção Internacional da Água, a
ser definida pelas Nações Unidas.
3. Comprometemo-nos a:
- Convidar nossas Igrejas, comunidades eleciais, entidades ecumênicas e organizações sociais a apoiarem
essa declaração e a orarem pela causa da água em nosso Planeta.
- Motivar, com a ajuda dos movimentos sociais interessados e as ONGs do Brasil e da Suíça, a opinião
pública, os partidos políticos e a população de nossos países a se engajarem nas causas dessa declaração e a
se oporem à políticas e às manobras para a privatização da água.
- Exigir que os governos de nossos países se comprometam em assumir o direito humano à água e a declarar
a água como um bem público mediante uma legislação adequada, bem como a olvidar esforços e a se
empenhar na criação da Convenção Internacional da Água no âmbito da ONU.
Bispo Adriel de Souza Maia
Presidente do Conselho Nacional de
Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC
Dom Odilo Pedro Scherer
Secretário-Geral da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil - CNBB
IrèneReda
Vice-Presidente da Confederação Suíça
de Igrejas Evangélicas - SEK
Dom Peter Henrici
Presidente Pela Conferência dos
Bispos da Suíça - SBK
Comissão Nacional Justiça e Paz da Suíça
Anexo II
Uma Campanha a favor do saneamento básico vivida de forma ecumênica
Nossa Campanhja da Fraternidade Ecumênica trata de saneamento básico, mas é também uma oportunidade para crescer na prática do Ecumenismo. O cuidado com a Casa Comum requer a ação conjunta de todas as Igrejas. para fazer isso, elas precisam cultivar a unidade na diversidade.
Que tal conversar na sua Igreja sobre a importância de se fazer isso ?
Dez passos para viver a alegria do convívio ecumênico:
1. Amar e conhecer bem a sua Igreja
Você vai ser para o outro uma representação da sua Igreja. Mostre o que ela tem de melhor. E perceba que o
outro também ama a Igreja a que pertence.
2. Mostrar sua identidade de fé sem desvalorizar que é diferente
Dê a conhecer seu jeito de viver a fé, sem entrar em conflito com maneiras diferentes de seguir o mesmo
Mestre.
3. Saiba ouvir e cultivar a alegria de conhecer outras pessoas
Se quer saber como realmente é uma outra Igreja ouça quem pertence a ela. E descubra com é bom conhecer
gente nova.
4. Trabalhar em conjunto para fazer o bem
A união faz a força e o mundo precisa de mudanças. O companherismo na ajuda ao próximo nos faz
descobrir e respeitar valores presentes em outras Igrejas.
5. Partilhar dons e recursos na Evangelização
Há muita coisa que as Igrejas podem partilhar como, por exemplo: músicas, pedagogias de evangelização,
material didático, experiências de fé, estudo bíblicos.
6. Ter sensibilidade para curar feridas
As brigas antigas podem, às vezes, gerar desentendimentos. Quando isso acontece, é importante pedir
desculpas e recomeçar.
7. Educar crianças e jovens na espiritualidade da reconciliação ecumênica
É preciso ter uma nova linguagem, que não rejeite nem ignore valores cristãos em Igrejas diferentes.
8. Ver na diversidade uma riqueza
O mundo seria monótono e paralisado sem diversidade. Deus é tão grande que nenhum grupo consegue ver
todas as suas dimensões.
9. Viver a alegria da oração ecumênica
Tomando cuidado para propor o que pode ser aceito por todos, podemos começar orando juntos a Deus
que, como um bom Pai, gosta de ver sua família unida.
10. Valorizar as qualidade necessárias à vida cristã ecumênica
São qualidades quje farão de nós pessoas melhores, mesmo fora do ambiente eclesial: respeito ao direito
alheio, humildade, solidariedade, discernimento do essencial, amor aos valores do Reino, entusiasmo pela
paz, solidariedade e gosto por fazer amigos.
Anexo III
O que é o CONIC ?
O CONIC é um Conselho de Igrejas constituído formalmente no ano de 1982. Seu objetivo principal é
colocar-se a serviço da missão e empenhar-se em acompanhar a realidade brasileira confrontando-a com o
Evangelho e as exigências do Reino de Deus. Desde a sua constituição, o CONIC assuiu a tarefa de
comprometer-se com os direitos e deveres das pessoas, criadas à imagem e semelhança de Deus.
No conjunto do movimento ecumênico, o CONIC representa o ecumenismo de caráter institucional, que
procura promover uma relação orgânica entre as Igrejas que o integram. Tem como objetivo, entre suas
tarefas, desfiar as Igrejas a assumirem a dimensão ecumênica em todos os âmbitos de suas ações pastorais.
No campo religioso brasileiro, posiciona-se de maneira clara a favor da promoção do diálogo ecumênico e
inter-religioso. Em um contexto de aumento do número de casos de intolerância religiosa, o CONIC está integrado a vários espaços que procuram minimizar o impacto da intolerância religiosa.
Nas relações, em alguns casos conflituosas, entre grupos religiosos e movimentos identificados com a luta
por direitos humanos, o CONIC tem atuado de maneira significativa no sentido de promover a reflexão
teológica, considerando os diferentes olhares e percepções presentes na sociedade.
Em diferentes regiões do País o CONIC está representado por grupos regionais ecumênicos.
Para saber mais sobre o CONIC, acesse www.conic.org.br
Igrejas-membro:
Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR)
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB)
Igreja Prebisterana Unida do Brasil (IPU)
Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia (ISOA)
Diretoria:
Presidente: Dom Flávio Irala (IEAB)
Primeiro Vice-Presidente: Pastor Sinodal Inácio Lemke (IECLB)
Segundo Vice Presidente: Padre Joanilson Pires do Carmo (ISOA)
Tesoureiro: Dom Teodoro Mendes Tavares, CSSp (ICAR)
Secretário: Plesbítero Daniel do Amaral (IPU)
Secretária-Geral: Pastora Romi Márcia Bencke (IECLB)
Comissão Teológica:
Igreja Católica Apostólica Romana:
Padre Elias Wolff
Suplente: Padre Vitor Feller
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil:
Pastor Dr. Rudolf Von Sinner
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil:
Reverendo Pedro Triana
Igreja Prebisteriana Unida do Brasil:
Pastor Cláudio Chagas
Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia:
Padre Raban Cristiano Lopes
Conforme informado no início deste livro esta é uma iniciativa, totalmente gratuita, ou seja 0800 de
digitalizar o Livro Texto base da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016 que vai tratar do
saneamento básico, não tem como finalidade fins lucrativos, por isso vai ser distruído de graça, mais temos
empresas que patricionam esta iniciativa que pode conferir na aba de parceiros do nosso endereço eletrônico
www.ofertassensacionais.com
Não deixe de curtir também a nossa página no Facebook
facebook.com/ofertassensacionais
E o nosso projeto para o Vicariato Jacarepaguá do qual fazemos parte, um evento para dar uma pequena
ajuda para os jovens do nosso Vicariato que pretende ir para Cracóvia agora em 2016 por ocasião da Jornada
Mundial da Juventude na Cracóvia na Polônia
https://www.facebook.com/DeusProveVicJacarepagua
Se você também quiser ser um patrocinador, uma patrocinadora deste projeto desta iniciativa só entrar em
contato conosco: (21) 3527-0939 ou 98184-0490 (WhatsApp)
Endereço de Correio Eletrônico: [email protected]

Documentos relacionados