Análise do nível de ansiedade em atletas de futsal amador antes de

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Análise do nível de ansiedade em atletas de futsal amador antes de
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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR
NÚCLEO DE SAÚDE - NUSAU
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ANÁLISE DO NÍVEL DE ANSIEDADE EM ATLETAS DE FUTSAL AMADOR
ANTES DE UM JOGO EM UMA COMPETIÇÃO OFICIAL
ODEVANIA DA SILVA SANTOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Porto Velho/RO
2012
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ANÁLISE DO NÍVEL DE ANSIEDADE EM ATLETAS DE FUTSAL AMADOR
ANTES DE UM JOGO EM UMA COMPETIÇÃO OFICIAL
Acadêmica: ODEVANIA DA SILVA SANTOS
Orientador: DANIEL DELANI
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Educação Física do Núcleo de
Saúde da Fundação Universidade Federal de
Rondônia, para obtenção do título de
Graduada em Licenciatura Plena de Educação
Física.
Porto Velho/RO
2012
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Santos, Odevania da Silva
Análise do nível de ansiedade em atletas de futsal
amador antes de um jogo em uma competição oficial. Odevania
da Silva Santos – Porto Velho/RO: s.n., 2012.
53fl.
Trabalho de Conclusão de Curso – Fundação
Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Curso de
Licenciatura Plena em Educação Física. Área de Concentração:
Saúde.
Orientador: Daniel Delani.
1. Atividade Física. 2. Futsal. 3. Ansiedade précompetitiva.
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ANÁLISE DO NÍVEL DE ANSIEDADE EM ATLETAS DE FUTSAL AMADOR
ANTES DE UM JOGO EM UMA COMPETIÇÃO OFICIAL
Data da Defesa: ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
Prof. Esp. Daniel Delani – Orientador
Julgamento: ______________ Assinatura: ___________________________________
Prof. Ms. Silvia Teixeira de Pinho
Julgamento: ______________ Assinatura: ___________________________________
Prof. Ms. Ricardo Faria Santos Canto
Julgamento: ______________ Assinatura: ___________________________________
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Dedico este trabalho aos meus pais, que me
deram a vida e me ensinaram a vivê-la com
dignidade. A
vocês,
que
iluminaram
os
caminhos obscuros com afeto e dedicação para que o
trilhasse sem medo e cheia de esperança, não bastaria
um muito obrigado. A vocês, que se doaram inteiros e
renunciaram aos seus sonhos, para que, muitas vezes,
pudesse realizar o meu. A vocês, pais por natureza, por
opção e amor, não bastaria dizer, que não tenho
palavras para agradecer tudo isso. Mas é o que
acontece
agora, quando
procuro
arduamente uma
forma verbal de exprimir uma emoção ímpar. Uma
emoção que jamais seria traduzida por palavras. Amo
vocês!
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Agradecimentos
Como Anatole France já dizia: “Para realizar grandes conquistas, devemos não
apenas agir, mas também sonhar; não apenas planejar, mas também acreditar”. Neste
momento, vivo uma realidade que parece um sonho, mas foi preciso muito esforço,
determinação, perseverança, maleabilidade e muita, mais muita paciência para chegar até
aqui, e nada disso eu conseguiria sozinha. Minha terna gratidão a todos aqueles que
colaboraram para que este sonho pudesse ser concretizado.
Agradeço a Deus pelo dom da vida, pelo seu amor infinito, sem Ele nada somos.
Seu fôlego de vida foi meu sustento e me deu coragem para viver as realidades das quais já
escalei e propondo sempre um novo mundo de possibilidades. Agradeço aos meus pais,
José Edmilson e Maria de Lourdes, meus maiores exemplos, apesar do pouco estudo que
possuem, têm muita experiência de vida. Com dificuldades financeiras, mas conseguiram
sustentar e criar com dignidade e firmeza seus sete filhos. Obrigada pelo incentivo e
orientação, pelas orações diárias em meu favor, pela preocupação para que estivesse
sempre andando pelo caminho correto.
Aos meus irmãos, Odair, Denize, Daise, Dalsin, Denilson e Odaíltonse, por todo
amor e carinho e que sempre estiveram presentes, ainda que muitas vezes à distância. A
uma pessoa especial que apareceu em meu caminho, Cheverry Netto, por todo amor,
carinho, paciência e compreensão que tem me dedicado. Apesar de estar longe neste
momento, me dá muita força para seguir nesta caminhada e em outras das quais são
prioridades.
Ao meu orientador Daniel Delani que, com muita paciência e atenção, dedicou do
seu valioso tempo para me orientar em cada passo deste trabalho. A todos os professores
do curso de Educação Física, pelos ensinamentos disponibilizados nas aulas, cada um de
forma especial contribuiu para a conclusão desse trabalho e consequentemente para minha
formação profissional.
Aos meus amigos, Juciene Brandão, Clarice Lemos, Gilmara Rabelo e Luan
Oliveira, a quem aprendi a amar e construir laços eternos. Obrigada por todos os momentos
em que fomos estudiosos, brincalhões, atletas, músicos e cúmplices. Porque em vocês
encontrei verdadeiros irmãos. Obrigada pela paciência, pelo sorriso, pelo abraço, pela mão
que sempre se estendia quando eu precisava, pois esta caminhada não seria a mesma sem
vocês. Juci te agradeço, por todo apoio e cumplicidade. Porque mesmo quando distante,
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estava sempre presente em minha vida. Por tudo que me ajudou nesses anos de graduação,
dentro e fora da Unir.
E finalmente, obrigada a todos que, mesmo não citados aqui, tanto contribuíram
para a conclusão desta etapa. Um muito obrigado a todos vocês.
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SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................ 10
ABSTRACT ........................................................................................................................ 11
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12
2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 15
2.1. Objetivo Geral .......................................................................................................... 15
2.2. Objetivos Específicos ............................................................................................... 15
3. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 16
3.1. ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA ................................................. 16
3.2. PRÁTICA DESPORTIVA ....................................................................................... 17
3.2.1. Primórdios do Futsal.......................................................................................... 17
3.2.2. Primeiras Entidades Oficiais ............................................................................. 18
3.2.3. Primeiras Regras ................................................................................................ 18
3.2.4. Desenvolvimento do Futsal no Mundo .............................................................. 19
3.2.5. Futsal no Brasil .................................................................................................. 21
3.2.6. Futsal Feminino ................................................................................................. 22
3.3. ANSIEDADE ........................................................................................................... 24
3.4. SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ................................................ 27
4. METODOLOGIA ............................................................................................................ 32
4.1. TIPO DE ESTUDO .................................................................................................. 32
4.2. AMOSTRA............................................................................................................... 33
4.3. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO .................................................................... 34
4.3.1. Questionário de Ansiedade Competitiva (Anexo I) .......................................... 34
4.3.2. Termo de Consentimento da Escola (Anexo II) ................................................ 34
4.3.3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Atleta (Anexo III) .................. 34
4.3.4. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Pai/Responsável (Anexo IV) . 35
4.4. COLETA DE DADOS ............................................................................................. 35
4.5. TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................... 35
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 37
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 44
7. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 46
ANEXO I - Instrumento de Coleta de Dados ...................................................................... 52
ANEXO II - Termo de Concordância ................................................................................. 53
ANEXO III - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .............................................. 54
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ANEXO IV - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .............................................. 55
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RESUMO
A ansiedade é um estado psicológico que altera e tem influência na concentração e na
performance exigida para a prática esportiva. É uma variável fundamental para um bom
desempenho do atleta. Antes de qualquer competição é normal que os esportistas fiquem
ansiosos por motivos diversos. Este estudo foi conduzido com o objetivo de analisar os
níveis de ansiedade em atletas de futsal, em uma competição oficial, em uma única
situação, antes de um jogo. O teste de ansiedade utilizado foi o IDATE (Inventário de
Ansiedade Traço-Estado), que foi respondido de acordo com a Escala Likert por doze
atletas, uma hora antes da competição, realizado na cidade de Porto Velho/RO, no ano de
2011. Verificou-se que desse total de doze atletas, 75% demonstrou terem tendência à
ansiedade, enquanto 25% apresentaram nível normal de ansiedade e nenhuma com
tendência para a depressão. Baseado nisso, percebemos que a maioria das jogadoras
entrevistadas apresenta tendência à ansiedade. Os resultados obtidos nessa amostra de
atletas de futsal apontam para conclusões semelhantes obtidas em estudos sobre ansiedade
pré-competitiva: onde o local de competição interfere no estado de ansiedade dos
competidores. Ademais, é possível observar que competições fora de casa podem elevar o
nível de ansiedade dos atletas prejudicando seu desempenho. E com isso, poderemos
desenvolver técnicas com o objetivo de regular o nível de ansiedade, de modo que não
influencie negativamente no desempenho dos atletas, ou seja, para uma melhor otimização
da performance.
Palavras Chaves: Atividade Física, Futsal, Ansiedade Pré-competitiva.
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ABSTRACT
Anxiety is a psychological state that changes and it affects the concentration and the
performance required for sports. It is a main key for a good performance of the athlete.
Before any competition it is normal that those athletes stay anxious for any reason. This
study was conducted with the aim of analyzing the levels of anxiety in amateur indoor
soccer players before the game in an official competition of a youth team in the situation
just before a game. The test of anxiety used was the IDATE (Anxiety Inventory TraitState). It was responded according to the Likert Scale by 12 athletes, one hour before the
competition, in a unique game held in Porto Velho city, Rondonia in 2011. It was verified
that of an amount of 12 athletes 75% showed to have the tendency to anxiety while 25%
had normal level of anxiety and none of them showed the tendency to depression. Based on
this, we noticed that most of the female players interviewed have the tendency to
depression. The results obtained in this sample of indoor soccer players point to similar
conclusions obtained in studies on anxiety pre-competition: the place of the competition
may interfere on the state of anxiety of the competitors; competitions outside their home
may elevate the level of anxiety of the athletes, harming their performance, among others.
Keywords: Physical activity, indoor soccer game, anxiety pre-competition.
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1. INTRODUÇÃO
A ansiedade e alguns fatores emocionais são reconhecidos há muitos anos, porém,
seus estudos com profissionais no esporte tomaram impulso a partir dos anos 60. A
ansiedade é uma reação emocional onde o atleta sofre resultados positivos ou negativos,
podendo influenciar no seu desempenho durante uma partida de futsal (BRANDÃO,
2004). Esta situação fica, cada vez mais, preocupante se consideramos o atual
comportamento e o contexto de nossa atual sociedade. A vida agitada, a pressão e o
estresse somam-se gerando esta doença que tanto prejudica a qualidade de vida da
população em geral.
Hanin (1997) apud Ballone (2008), afirmou que o esportista que consegue
interpretar positivamente seus níveis de ansiedade tem maiores possibilidades de alcançar
uma melhor atuação, principalmente se confrontando com aquele atleta que tem essa
percepção negativamente, e que a quantidade ótima de ansiedade necessária para um bom
desempenho depende de cada atleta. O autor afirma que há um nível de ativação ideal para
todos os atletas, sendo que alguns, por exemplo, podem ter seu melhor nível de rendimento
quando têm um nível baixo de ativação (sentem-se mais relaxados), enquanto outros só
podem alcançar o êxito quanto têm um alto nível de ativação (sentem-se mais excitados).
Para Ballone (2008), o nível de treinamento, a habilidade (perícia) e o histórico de vitórias
anteriores aumentam a sensação de autoconfiança dos atletas e tendem a diminuir sua
ansiedade que se observa no período pré-competitivo.
A influência da atividade física na melhoria da qualidade de vida e no controle de
ansiedade tem sido muito divulgada. Por essa razão, os profissionais da área têm afirmado,
com frequência, que uma vida saudável deveria equilibrar uma alimentação balanceada,
uma vida familiar e social prazerosa e a prática regular de atividade física.
Conforme Coqueiro & Honorato (2008) a psicologia do esporte tem um papel
importante no rendimento do jogador dentro de uma partida de futsal, seja ela amadora ou
profissional. Para Rubio (1999), há uma percepção da performance sendo afetada pelo que
chamam de ansiedade ou excitação antes e durante as competições, e para poder controlar
essas situações desenvolvem as mais variadas estratégias como, por exemplo, o
desenvolvimento da motivação para o rendimento e a aspiração com hierarquia de motivos.
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Também podemos destacar o meio social em que o atleta vive e que se manifesta na forma
de incentivos, elogios, vizualização, relaxamento muscular e reestruturação cognitiva. O
que encontramos na literatura é a necessidade de um estado mínimo de disposição para a
competição chamada de ativação, havendo uma relação próxima entre o nível de ativação –
que também envolve ansiedade e performance. Sabe-se que ela é necessária e variável de
atleta para atleta.
A ansiedade também se caracteriza por ser um estado emocional negativo
caracterizado por nervosismo e preocupação que está associado à ativação ou agitação do
corpo. Ela possui um componente de pensamento, denominado de ansiedade cognitiva, e
um grau de ativação física percebida, definida como ansiedade somática (WEINBERG &
GOULD, 2001).
A ansiedade é um termo de uso corrente na vida moderna e enquadra-se dentro do
paradigma evolucionário, aparece com enorme frequência em nosso discurso cotidiano, é
um comportamento de defesa com resposta a perigos do meio em que vivemos. É uma
atitude normal do nosso organismo, portanto fisiológica, sendo responsável pela sua
adaptação a alguma situação nova que está próximo de acontecer.
O esporte competitivo apresenta particularidades como confronto, demonstração,
comparação e avaliação constante de seus participantes, fazendo da competição uma
situação na qual o desenvolvimento e a performance do atleta sejam comparados com
algum padrão já existente (ROSE JÚNIOR & VASCONCELOS, 1997). Esse tipo de
situação, nos atletas, gera ansiedade, preparando-o para lidar com situações danosas como
punições, ou qualquer ameaça pessoal, tanto física como mental. Neste caso a ansiedade
prepara o organismo para tomar as medidas necessárias, para diminuir suas consequências,
sendo uma reação natural e necessária, para autopreservação (ROSITO, 2008).
A ansiedade na competição é um problema preocupante para os indivíduos
envolvidos no futsal. Como relatado, a pressão psicológica, imposta pela competição,
muitos agentes têm dificuldade em lidar com as exigências competitivas.
A maioria dos atletas não consegue controlar sua ansiedade, e dentro de uma
determinada partida de futsal acabam cometendo erros de passes, chutes a gol e algumas
vezes se tornam até agressivos e violentos. A maior parte dos atletas sente uma pressão
muito grande nos jogos e competições, entrando em estado de tensão e preocupação,
prejudicando seu desempenho dentro da partida (ROMÁN e SAVOIA, 2003).
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No futsal existe uma preocupação por parte dos atletas em relação ao seu
rendimento nos treinamentos e nas partidas oficiais, se o jogador não estiver bem
fisicamente e psicologicamente, corre o risco de ficar fora da escalação para a próxima
partida, assim os atletas começam a desenvolver a ansiedade, ficam estressados, e acabam
não rendendo o seu melhor, cometendo erros ingênuos que prejudicam a sua equipe.
Desta forma Moraes et al (2002), apud Moraes et al (2010) destacam que os
índices de ansiedade podem prejudicar o desempenho do atleta, uma vez que essa
dimensão apresenta direta relação com processos mentais do atleta.
Entretanto, embora a ansiedade possa favorecer a performance e a adaptação do
indivíduo às circunstâncias, ela o faz somente até certo ponto, até o ponto onde nosso
organismo atinja um máximo de eficiência. A partir desse ponto máximo de adaptação a
ansiedade, ao invés de contribuir, promoverá exatamente o contrário, ou seja, poderá
resultar na falência da capacidade adaptativa. A partir desse ponto crítico, a ansiedade será
tanta que não mais favorecerá a adaptação, promovendo então o esgotamento da
capacidade adaptativa o que prejudica o desempenho final do atleta.
Precisamos entender que a ansiedade é um fato normal quando não é exagerada.
Normalmente é desencadeada quando entramos em contato com situações novas e
desconhecidas ou quando contém valor afetivo. O corpo fica tenso, tem-se vontade de se
movimentar, a respiração acelera, o pensamento fica agitado (muitas idéias passam pela
cabeça).
Segundo Rosito (2008), ainda não temos material de pesquisa de estudos da
psicologia do esporte suficiente para entender o desempenho dos atletas diante das
variáveis psicológicas. Desta forma, este trabalho busca diagnosticar e identificar, em um
time amador de futsal, mecanismos de caracterização destes níveis de ansiedade com o
intuito de contribuir com o melhor rendimento e desempenho das referidas atletas
ampliando a discussão e a evolução da temática no Brasil, e em especial na região Norte.
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2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Analisar o nível de ansiedade em atletas de futsal amador feminino antes de um
jogo oficial.
2.2. Objetivos Específicos
 Explicar como a atividade física e a prática esportiva influenciam na qualidade de
vida de uma população;
 Identificar o nível de ansiedade em atletas de um time feminino de futsal antes de
um jogo oficial e como este mecanismo influencia a vida do atleta;
 Avaliar o nível de ansiedade cognitiva, somática, autoconfiança e o nível de
autoeficácia das atletas.
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3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. ATIVIDADE FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA
Uma tendência dominante no campo da Educação Física estabelece uma relação
entre a prática da atividade física e a conduta saudável. A fisiologia do exercício nos
mostra inúmeros estudos sustentando esta tese.
Nesta linha, Matsudo & Matsudo (2000), afirmam que os principais benefícios à
saúde advindos da prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos,
neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Os efeitos metabólicos apontados pelos
autores são o aumento do volume sistólico, o aumento da potência aeróbica, o aumento da
ventilação pulmonar, a melhoria do perfil lipídico, a diminuição da pressão arterial, a
melhora da sensibilidade à insulina e a diminuição da frequência cardíaca em repouso e no
trabalho máximo. Com relação aos efeitos antropométricos e neuromusculares ocorre
segundo os autores à diminuição da gordura corporal, o incremento da força e da massa
muscular, da densidade óssea e da flexibilidade.
No fator psicológico, Matsudo & Matsudo (2000), afirmam que a atividade física
atua na melhoria da auto-estima, do autoconceito, da imagem corporal, das funções
cognitivas e de socialização, na diminuição do estresse e da ansiedade e na diminuição do
consumo de medicamentos. Guedes & Guedes (1995), por sua vez, afirmam que a prática
de exercícios físicos habituais, além de promover a saúde, influencia na reabilitação de
determinadas patologias associadas ao aumento dos índices de morbidade e da
mortalidade. Defendem a inter-relação entre atividade física, aptidão física e saúde, as
quais se influenciam reciprocamente. Segundo eles, a prática da atividade física influencia
e é influenciada pelos índices de aptidão física, as quais determinam e são determinados
pelo estado de saúde.
Segundo Berger & Macinman (1993) apud Nunomura et al (2004): “a qualidade
de vida reflete a satisfação harmoniosa dos objetivos e desejos de uma pessoa; a qualidade
de vida ou “felicidade” seria a abundância de aspectos positivos somada a ausência de
aspectos negativos”. Em pesquisa realizada por Woodruff & Conway (1992), e na revisão
de literatura de Berger & Macinman (1993) apud Nunomura, et al (2004), verificou que a
qualidade de vida é o resultado das condições subjetivas do indivíduo nos vários
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subdomínios que compõem sua vida, como por exemplo, trabalho, vida social, saúde física,
humor etc.
O exercício físico influencia diretamente a saúde física, o humor e, indiretamente,
a vida social. Além disso, outros estudos indicam que a participação dos fatores
psicológicos é fundamental para o desenvolvimento da atividade física, tenha ela indicação
preventiva ou terapêutica.
No entanto, sendo o ser humano biopsicossocial, não é possível desprezar a
importância da obtenção de conhecimentos na área da saúde mental e da qualidade de vida
para que se possam compreender os efeitos da atividade física sobre o homem.
Por este motivo, as pesquisas nessa área precisam ser fomentadas e intensificadas.
Com a necessidade de se ter hábitos saudáveis de vida, a prática de esportes tem sido
considerada como meio de combater os danos causados pela vida moderna, como a falta de
exercícios físicos regularmente e alimentação incorreta.
3.2. PRÁTICA DESPORTIVA
3.2.1. Primórdios do Futsal
A Confederação Brasileira de Futsal – CBFS (2009), nos mostra duas versões
sobre o seu surgimento, e, tal como em outras modalidades desportivas, há divergências
quanto a sua invenção. Há uma versão que o futebol de salão começou a ser jogado por
volta de 1940 por frequentadores da Associação Cristã de Moços (ACM), em São Paulo,
pois havia uma grande dificuldade em encontrar campos de futebol livres para poderem
jogar e então começaram a jogar suas “peladas” nas quadras de basquete e hóquei.
No início, jogava-se com cinco, seis ou sete jogadores em cada equipe, mas logo
definiram o número de cinco jogadores para cada equipe. As bolas usadas eram de
serragem, crina vegetal, ou de cortiça granulada, mas apresentavam o problema de
saltarem muito e frequentemente saiam da quadra de jogo, então tiveram seu tamanho
diminuído e seu peso aumentado, por este fato o futebol salão foi chamado de “Esporte da
bola pesada” (CBFS, 2009).
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Há também a versão, de que o futebol de salão foi inventado em 1934 na
Associação Cristã de Moços (ACM) de Montevidéu, Uruguai, pelo professor Juan Carlos
Ceriani, que chamou este novo esporte de “Indoor-foot-ball” (CBFS, 2009).
3.2.2. Primeiras Entidades Oficiais
Para a CBFS (2009), Habib Maphuz é um dos nomes que mais se destaca nos
primórdios do futebol de salão. Maphuz era professor da ACM de São Paulo e no início
dos anos cinquenta participou da elaboração das normas para a prática de várias
modalidades esportivas, sendo uma delas o futebol jogado em quadras, tudo isto no âmbito
interno da ACM paulista, este mesmo salonista fundou a primeira liga de futebol de salão,
a Liga de Futebol de Salão da Associação Cristã de Moços. Mais tarde o professor se
tornou o primeiro presidente da Federação Paulista de Futebol de Salão.
Em 28 de Julho de 1954 foi fundada a Federação Metropolitana de Futebol de
Salão, atual Federação de Futebol de Salão do Estado do Rio de Janeiro, a primeira
federação estadual do Brasil, sendo Ammy de Moraes seu primeiro presidente. Neste
mesmo ano foi fundada a Federação Mineira de Futebol de Salão. Em 1955 foi fundada
a Federação Paulista de Futebol de Salão. O que se viu a partir de então foi o
desencadeamento da origem de federações estaduais por todo o Brasil. Em 1956 as
Federações cearense, paranaense, gaúcha e baiana. Em 1957 a catarinense e a norte-riograndense, em 1959 a sergipana. Na década de 60 foram fundadas as Federações de
Pernambuco, do Distrito Federal, da Paraíba, enquanto na década de 70 tiveram origem às
federações acreana, a do Mato Grosso do Sul, a goiana, a piauiense, a mato-grossense, e a
maranhense. Nos anos 80 foram fundadas as federações amazonense, a de Rondônia, a do
Pará, a Alagoana, a do Espírito Santo e a Amapaense. E, finalmente, na década de 90
vieram as mais novas: Roraimense e a Tocantinense (CBFS, 2009).
3.2.3. Primeiras Regras
As primeiras regras publicadas foram editadas em 1956. As normas foram feitas
por Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes, em São Paulo. Juan Carlos Ceriani e Habib
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Maphuz professores da ACM são considerados os pais do futebol de salão. Este esporte,
relativamente novo, é sem nenhuma contestação a segunda modalidade esportiva mais
popular no Brasil, somente atrás do futebol, e atualmente o esporte em maior crescimento
em todo o mundo (CBFS, 2009).
O futebol de salão brasileiro tinha no seu início, em meados dos anos cinquenta,
várias regras. Foi então que em 5 de fevereiro de 1957 o então presidente da Confederação
Brasileira de Desportos (CBD), Sylvio Pacheco criou o Conselho Técnico de Assessores
de Futebol de Salão para conciliar divergências e dirigir os destinos do futebol de salão no
Brasil. Foram eleitos para este conselho com mandato de três anos: Ammy de Moraes
(Guanabara), Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandez (São Paulo), Roberto José Horta
Mourão (Minas Gerais), Roberval Pereira da Silva (Estado do Rio), Utulante Vitola
(Paraná; CBFS, 2009).
3.2.4. Desenvolvimento do Futsal no Mundo
Em 14 de setembro de 1969, em Assunção, Paraguai, com a presença de João
Havelange presidente da CBD, Luiz Maria Zubizarreta, presidente da Federação Paraguaia
de Futebol, e Carlos Bustamante Arzúa, presidente Associação Uruguaia de Futebol, foi
fundada a Confederação Sul-Americana de Futebol de Salão - CSAFS, também
representou o Brasil nesta reunião Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes (CBFS, 2009).
Em 25 de Julho de 1971, em São Paulo numa iniciativa da CBD e da CSAFS, com
a presença de representantes do Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Peru, Portugal e
Uruguai foi fundada a Federação Internacional de Futebol de Salão - Fifusa, o seu primeiro
presidente do conselho executivo foi João Havelange, que comandou de 1971 a 1975, mas
devido seus compromissos com o futebol, tanto da CBD, como na Fifa, quem realmente
dirigiu a Fifusa neste período foi seu secretário geral Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes.
Em 1975, Waldir Nogueira Cardoso assumiu a presidência da Fifusa. A partir de
1980 Januário D'Alécio iniciou sua gestão realizando o 1º Pan Americano de Futebol de
Salão no México, com a participação de Brasil, México, Paraguai, Uruguai, Argentina,
Bolívia e Estados Unidos, competição vencida pelo Brasil (CBFS, 2009).
Em 1982, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, a Fifusa organizou o 1º
Campeonato Mundial de Futebol de Salão, com a participação de Brasil, Argentina, Costa
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Rica, Tchecoslováquia, Uruguai, Colômbia, Paraguai, Itália, México, Holanda e Japão. O
Brasil venceu a final do Paraguai por 1 a 0 com gol de Jackson, foram campeões neste
mundial Pança, Barata, Beto, Walmir, Paulo César, Paulinho Rosas, Leonel, Branquinho,
Cacá, Paulo Bonfim, Jackson, Jorginho, Douglas, Carlos Alberto, Miral, treinados por
César Vieira (CBFS, 2009).
O primeiro mundial foi um marco, a partir de então o futebol de salão começou a
despertar o interesse da Fifa, que começou a criar muitas dificuldades para todas as
competições patrocinadas pela Fifusa, e ameaçava nos jornais da época em redigir novas
regras para o “futebol de cinco” e noticiava que iria patrocinar um mundial (CBFS, 2009).
Em 1985 realizou-se, na Espanha, o 2º Campeonato Mundial de Futebol de Salão
organizado pela Fifusa. Novamente o Brasil venceu, e, em 1988 foi realizado, na Austrália,
o 3º Mundial, com a vitória do Paraguai. Em setembro de 1988, Álvaro Melo Filho, na
qualidade de Presidente da CBFS, face as dificuldades da Fifusa e projetando um futuro
melhor para o futebol de salão, aceitou convite para encontro no Rio de Janeiro,
arquitetado pelo dirigente do Bradesco Ararino Sallum, iniciando negociações com o então
Presidente da Fifa, João Havelange, e seu secretário geral, Joseph Blatter, que veio ao
Brasil especialmente para tratar de futsal, visando a que a Fifa encampasse a Fifusa e
passasse a comandar, internacionalmente, o esporte (CBFS, 2009).
Em janeiro de 1989, Álvaro Melo Filho autorizou a equipe do Bradesco a
representar o Brasil, na Holanda, na 1º Copa do Mundo de Futsal da Fifa, obtendo o título
de campeão mundial (CBFS, 2009).
É interessante assinalar que o Brasil, que havia perdido o último mundial da
Fifusa, realizado em novembro de 1988, recuperou o título no primeiro mundial da Fifa,
disputado em janeiro de 89, ou seja, menos de dois meses depois. Logo após este mundial
Álvaro Melo Filho, contando com a anuência e presença de Januário D'Alécio (Presidente
da Fifusa), participou de várias reuniões na Fifa, ao longo do ano de 1989, onde sempre
teve presença e atuação destacada, dentre outros, do secretario geral da Fifa, à época,
Joseph Blatter, tendo as negociações, ao final, acordado a fusão Fifa/Fifusa, quando então
foi constituída, na Fifa, com previsão estatutária, a Comissão de Futsal (CBFS, 2009).
Em 02 de maio de 1990 o Brasil oficial e legalmente desligou-se da Fifusa em
carta do presidente da CBFS Aécio de Borba Vasconcelos àquela entidade, com o aval das
26 Federações filiadas a CBFS, e, desde então, passou a adotar as novas regras de jogo
emanadas da Fifa, tendo sempre como objetivos principais espraiar e desenvolver o Futsal
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(desporto de criação nacional) no mundo e levar a modalidade a integrar o programa dos
Jogos Olímpicos, sonho de todos os salonistas (CBFS, 2009).
A partir de 1992 as Copas do Mundo de Futsal da Fifa passaram a ser realizadas
de quatro em quatro anos, seguindo o mesmo modelo adotado para o futebol. O domínio
brasileiro na modalidade é latente. Os brasileiros, além do título conquistado em 1989, na
Holanda, venceram também as edições de 1992 (Hong Kong - China), 1996 (Espanha)
e 2008 (Brasil). Enquanto os espanhóis, maiores adversários brasileiros, levantaram a taça
em 2000 (Guatemala) e 2004(Taipei-China; CBFS, 2009).
TABELA 1 – Galeria de campeões do mundo de futsal
Ano
Campeão
Local
Entidade
1982
Brasil
Brasil
Fifusa
1985
Brasil
Espanha
Fifusa
1988
Paraguai
Austrália
Fifusa
1989
Brasil
Holanda
Fifa
1992
Brasil
Hong Kong (China)
Fifa
1996
Brasil
Espanha
Fifa
2000
Espanha
Guatemala
Fifa
2004
Espanha
Taipei (China)
Fifa
2008
Brasil
Brasil
Fifa
Tailândia
Fifa
2012
3.2.5. Futsal no Brasil
Neste mesmo ano de 1957, em Minas Gerais, houve uma tentativa de fundar-se a
Confederação Brasileira de Futebol de Salão, a ata foi encaminhada ao Conselho Nacional
de Desportos, mas o CND não acatou tal ata que foi registrada dia 30 de setembro de 1957
com o nº 2.551. Esta situação como conselho subordinado a CBD perdurou até 1979. Em
15 de junho de 1979 foi realizada a Assembleia Geral que fundou a Confederação
Brasileira de Futebol de Salão, tendo sido eleito, para o período 1980/1983, como
presidente, Aécio de Borba Vasconcelos (CBFS, 2009).
22
3.2.6. Futsal Feminino
O futsal feminino ganha espaço cada vez maior no Brasil e no mundo. Em terras
brasileiras a modalidade entre as mulheres, além de ter campeonatos semelhantes ao
masculino na Taça Brasil e no Campeonato Brasileiro de Seleções, desde 2005 é realizada,
todos os anos, a Liga Futsal Feminina (CBFS, 2009).
A cada temporada o que se vê é o crescimento do número de participantes nos
campeonatos, o que eleva a qualidade técnica e o interesse do torcedor. Aos poucos está
havendo crescimento do investimento no futsal feminino. O desenvolvimento da categoria
entre as mulheres é uma aposta em todo mundo, tanto que a Seleção Brasileira de Futsal
feminina já é destaque internacional. A equipe brasileira é bicampeã sul-americana, nas
edições realizadas aqui no Brasil, em 2005, e no Equador, em 2007 (CBFS, 2009).
As jogadoras, assim como os homens, também ganharam o mundo. Nos
campeonatos dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia existem atletas do País atuando
(CBFS, 2009).
O futsal feminino tem apresentado um crescimento lento atualmente,
principalmente devido ao obstáculo social e cultural que não permite o ingresso pleno da
mulher ao desporto. Praticado em centenas de países, este esporte desperta tanto interesse
em função de sua forma de disputa atraente. E de acordo com os autores o futsal oferece a
quem pratica regularmente uma oportunidade excelente para se exercitar, e aumentar o
potencial de exercício.
Jogar é conseguir satisfazer as necessidades do organismo, não só pelo fator
fisiológico que os movimentos propiciam, desencadeando trocas energéticas e ativando
reações orgânicas, como para o bom desenvolvimento da mente, visto que, com sua
enigmática estrutura, precisa liberar muitos impulsos nervosos para o perfeito
funcionamento do corpo.
A aplicação de um método de trabalho, associado à rotina dos treinos, faz-se
necessário para obter um desempenho de alto nível durante as competições. Há que se
levar em conta que, para se alcançar esses objetivos, o profissional deve ter um bom
treinamento e de realização de jogos e participações em competições.
Outro aspecto que deve ser considerado para a formação do atleta é a questão
psicológica, pois a preparação física só apresentará resultados positivos se estiver
associada a um bom desempenho emocional.
23
É inegável o papel significativo que o esporte e o jogo têm em qualquer cultura ou
sociedade em todo o mundo, capaz de colocar em cena as emoções, os sentimentos, os
esforços, o tempo e a energia de uma forma que nenhuma outra atividade possa colocar.
Entretanto, os diversos elementos que compõem o cenário esportivo podem tanto auxiliar
quanto prejudicar o desempenho do atleta, chegando a alguns casos a provocar emoções
não apenas positivas, mas negativas também. Nesse cenário, agressão, ansiedade, estresse,
frustração, medo, auto-superação, realização, prazer, alegria e divertimento, aparecem
entrelaçados
como
os
principais
sentimentos
associados
a
pratica
esportiva.
(DOBRÁNSZKY & MACHADO, 2001).
Quando se trata de participação em jogos, principalmente no primeiro jogo do
campeonato, deve-se levar em consideração a influência de determinados fatores incluindo,
dentre outros, a pressão, medo e ansiedade causada pela obrigação de vencer, o medo de
errar passes, de não conseguir fazer gol, a presença da torcida. Desta maneira, os atletas
estão sujeitos a pressões psicológicas, que os levam à ansiedade.
Na literatura da psicologia aplicada ao esporte, à ansiedade é vista como uma das
principais variáveis que interferem no desempenho dos atletas. (FIGUEIREDO, 2000).
Os benefícios para a saúde do exercício físico, assim como seus efeitos
psicológicos positivos, estão bem estabelecidos na literatura. Sabe-se que a redução da
aptidão física geral, principalmente no componente relacionado à capacidade de resistência
cardiorrespiratória, normalmente resulta em complicações na realização de tarefas
cotidianas relacionadas à vida profissional e à prática de atividades físicas e de lazer,
aumentando as chances que o indivíduo tem de desenvolver doenças crônicodegenerativas, como osteoporose, hipertensão, doenças coronarianas e diabetes mellitus.
Também está associada a transtornos psiquiátricos, como ansiedade, depressão e alguns
estados negativos do humor. (SÔNIA et al, 2007).
Nos últimos anos percebe-se que o avanço tecnológico, assim como as pressões
sociais, políticas e econômicas, têm contribuído para o aumento de problemas mentais de
ordem emocional. Para Sônia et al (2007), “em situações emocionais, o ser humano pode
experimentar basicamente três emoções principais, em resposta a uma situação
ameaçadora: raiva dirigida para fora (o equivalente à cólera), raiva dirigida contra si
mesmo (depressão) e ansiedade ou medo. Encontrando-se em estado de alerta, o organismo
reage com um comportamento de fuga ou de ataque ao agente estressor. Ainda que esta
reação seja exacerbada com uma descarga de hormônios mais elevada, poderá ser
24
considerada normal, se logo após esta fase de excitação retornar a seu estado de equilíbrio.
No entanto, esta fase pode perdurar, envolvendo outros processos internos até a exaustão;
desenvolve-se, então, uma patologia como, por exemplo, os transtornos de ansiedade.”
Percebe-se então que a prática regular de exercícios físicos pode produzir efeitos
antidepressivos e ansiolíticos e proteger o organismo dos efeitos prejudiciais do estresse na
saúde física e mental.
3.3. ANSIEDADE
Para Graeff (1999), a etiologia da palavra ansiedade provém do termo grego
anshein e refere-se a estrangular, sufocar, oprimir. A palavra angústia, um correlato de
ansiedade, tem origem no latim, angor, que significa opressão ou falta de ar, e angere,
causar pânico. Ambas são palavras latinas, originaram-se da expressão indo-germânica
angh, que significa estreitamento, constrição. Esses termos fazem referência à percepção
subjetiva da ansiedade, sempre associada a sintomas corporais.
A partir dos estudos de Sigmund Freud a ansiedade assume papel importante na
psiquiatria. Freud diferenciou a neurose de ansiedade da neurastenia e fez distinção entre
ansiedade crônica e ataques de ansiedade. A partir de estudos mais detalhados, da evolução
das teorias de aprendizagem, da etologia e do progresso da neurociência, o estudo da
psiquiatria direcionou-se mais à biologia, e estas distinções receberam novas definições,
tais como ansiedade generalizada, pânico e fobias (GRAEFF, 1999).
Do ponto de vista da perspectiva biológica, Graeff (1999), enquadra a ansiedade
dentro do paradigma evolucionário, assim como o medo, e tem suas raízes nos
comportamentos de defesa dos animais como resposta a perigos do seu meio ambiente,
como forma de manter sua integridade física e consequentemente sua sobrevivência.
A etiologia dos transtornos de ansiedade aponta para a interação entre
predisposição genética e fatores ambientais precipitantes. Contudo, os transtornos da
ansiedade também são determinados por experiências marcantes que o indivíduo tenha
sofrido durante o desenvolvimento de sua personalidade, a partir das características
ambientais a que esteve exposto (GRAEFF, 1999).
Para Galvão & Abuchaim (2001), a ansiedade é um sentimento desagradável,
vago, indefinido, que pode vir acompanhado de sensações como frio no estômago, aperto
25
no peito, coração acelerado, tremores e podendo haver também sensação de falta de ar. É
um sinal de alerta, que faz com que a pessoa possa se defender e proteger de ameaças,
sendo uma reação natural e necessária para a auto-preservação. Não é um estado normal,
mas é uma reação normal, esperada em determinadas situações. As reações de ansiedade
normais não precisam ser tratadas por serem naturais, esperadas e auto limitadas.
Segundo Souza et al (2011), a ansiedade é sempre um estado de alerta do
organismo que produz um sentimento indefinido de insegurança, podendo atuar em dois
planos imediatos: o físico e o psíquico, o que poderá gerar sintomas de inquietude interior
(desassossego, insegurança, pressentimento do nada, medos difusos, expectativa do pior) e
de tensão motora (tremores, dores musculares, espasmos, incapacidade de relaxamento,
tiques nervosos, rosto contraído). O aumento ou a diminuição da ansiedade tem muito a ver
com o nível de informação do indivíduo.
Para Spielberger, 1972, apud Gonçalves e Belo, 2007, a ansiedade é um complexo
estado ou condição psicológica do organismo humano, constituída por propriedades
fenomenológicas e fisiológicas que se diferencia de estados emocionais como o estresse, a
ameaça e o medo, pois tais eventos se apresentam como possíveis causadores do estado de
ansiedade. Além disso, a ansiedade pode se apresentar de formas distintas como, por
exemplo, a ansiedade enquanto estado ou enquanto traço. A ansiedade traço – medidas da
personalidade; foco na autoimagem; tendência em perceber como ameaçadoras algumas
circunstâncias que não são (como você se sente); ansiedade estado – estado emocional
temporário que depende da ação dos estímulos ambientais, com sentimentos de apreensão
e tensão conscientes, tais como: taquicardia, sudorese, náuseas e câimbras (como você se
sente nesse momento).
A ansiedade é uma emoção normal, universal do ser humano, que ocorre quando
se antecipa uma situação de perigo. Pode ser benéfica, pois conduz a uma mobilização e
preparo para melhor enfrentar esses momentos.
De acordo com a literatura, os efeitos benéficos advindos do exercício físico e os
transtornos do humor são apontados em diversos estudos que abordam os benefícios
psicológicos da prática regular de atividades físicas. Porém, os estudos que tentam
investigar os efeitos e mecanismos pelo qual o exercício físico pode promover melhoras
psicológicas e fisiológicas nos transtornos de ansiedade ainda são bastante reduzidos. Mas
com o passar dos anos e o aumento do interesse esportivo, o esporte passou a receber
atenção especial de pesquisadores que procuram desenvolver modelos capazes de
26
compreender como as distintas variáveis psicológicas participam do desempenho de atletas
e equipes esportivas.
Um dos focos principais dos pesquisadores em psicologia esportiva é o interesse
pelo papel que a ansiedade desempenha na performance esportiva. As pesquisas em
diversos contextos esportivos contribuem para ampliar esse conhecimento tão pouco
desenvolvido e que, contudo registra poucos estudos preocupados em investigar como o
ambiente de competição pode afetar a saúde psicológica dos praticantes.
Corrêa et al (2002), em um estudo qualitativo que avalia aspectos que influenciam
o desempenho de jogadores de futebol, chamou a atenção para fatores contextuais
envolvidos na profissionalização destes atletas. E que a partir de boas atuações em peneiras
ou em times não conhecidos, tornam-se repentinamente famosos, ganhando popularidade e
vivenciando uma exposição de mídia para o qual não estão preparados, pois, são no
ambiente esportivo que se busca bons resultados.
Um estudo de Rebustini et al (2005), com a seleção paulista feminina infanto
juvenil de voleibol procurou averiguar a relação entre a carga de treinamento e os estados
de humor das jovens atletas, apontaram que um nível de treinamento moderado está
relacionado a melhores indicadores de humor, enquanto que o treinamento intenso parece
ser prejudicial aos índices de tensão, depressão, raiva e confusão. O treinamento intenso
está relacionado a uma deterioração das variáveis de vigor, fadiga e índice dos estados
emocionais atuais.
Por estarem em constante avaliação, tendo a necessidade de bom desempenho
para a manutenção de sua posição ou conquista de espaço, os atletas costumam apresentar
ansiedade vinculada a performance. Um estudo de Román & Savoia (2003) buscou
levantar de forma descritiva os pensamentos mais frequentes apresentados por jovens
atletas da categoria de base de um clube profissional. O pensamento disfuncional mais
frequente apontado foi o de não errar passes e o de não poder desperdiçar oportunidades.
Outro pensamento muito relatado foi quanto ao de não poder errar, pois assim prejudicou
meu time.
Estudo de Petruzzelo et al (1991) pesquisou três metanálises para verificar
quantitativamente a literatura de estudos que relacionavam o exercício físico com
ansiedade traço e sintomas fisiológicos relacionados a ansiedade. Em todos os casos se
verificou que o exercício aeróbico está associado à redução da ansiedade. No que se refere
à ansiedade estado, o exercício demonstrou diminuir seus sintomas e para mudanças
27
significativas ocorrerem há a necessidade de programas de no mínimo dez semanas. O
estudo não foi claro no que se refere ao tempo mínimo de exercício diário para a obtenção
dos benefícios.
Metanálises de estudos experimentais conduzida por Guszkowska (2004)
correlacionando a prática de exercício físico com estados de ansiedade, depressão e humor,
apontou efeitos positivos quanto aos benefícios do exercício para a saúde das pessoas e de
populações clínicas. O estudo aponta que mesmo uma única sessão de exercícios apresenta
resultados positivos para a ansiedade e depressão, e que a duração destes exercícios pode
ser em torno de quinze a trinta minutos. As melhorias psicológicas incluem melhoria na
percepção de autoeficácia, distração e dissonância cognitiva.
Devemos entender que a ansiedade é como um fenômeno que ora nos beneficia,
ora nos prejudica, dependendo das circunstâncias ou intensidade, e que tornar-se
patológico, isto é, prejudicial ao nosso funcionamento psíquico e somático. É algo que está
presente em nosso desenvolvimento normal, nas mudanças e nas experiências novas e
inéditas que ocorrem frequentemente em nossas vidas, em nosso cotidiano.
3.4. SINTOMAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
A pessoa pode sentir tremores, sensação de fraqueza, calafrios, sudorese, mãos
frias e úmidas, pouca concentração ou memória prejudicada, inquietação, dor de cabeça,
falta de ar, suor em excesso, palpitações, problemas gastrointestinais, tensão ou dor
muscular, fadiga, irritabilidade e facilidade em alterar-se, etc. É muito difícil controlar a
preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e mental do indivíduo
(GALVÃO & ABUCHAIM, 2001).
Os sintomas podem ser os mais diversos e vários aspectos pode estar
comprometido, o trabalho inicial do médico está em excluir outras doenças que possam ter
sintomas semelhantes ao transtorno de ansiedade. Para tanto, alguns exames clínicos
podem ser necessários, sendo que mais importante do que isso é o relato detalhado de
informações do paciente (GALVÃO & ABUCHAIM, 2001).
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP (2008, p. 4):
“No transtorno de ansiedade generalizada, as manifestações de ansiedade
oscilam ao longo do tempo, mas não ocorrem na forma de ataques, nem
se relacionam com situações determinadas. Estão presentes na maioria
28
dos dias e por longos períodos, de muitos meses ou anos. O sintoma
principal é a expectativa apreensiva ou preocupação exagerada, mórbida.
A pessoa está a maior parte do tempo preocupada em excesso. Além
disso, sofre de sintomas como inquietude, cansaço, dificuldade de
concentração, irritabilidade, tensão muscular, insônia e sudorese. O início
do transtorno de ansiedade generalizada é insidioso e precoce. Os
pacientes informam que sempre foram “nervosos”, “tensos”. A evolução
se dá no sentido da cronicidade”.
Os dois componentes principais do tratamento dos transtornos de ansiedade são o
emprego de medicamentos em médio e longo prazo e/ou a psicoterapia cognitivocomportamental. O diagnóstico deve ser abrangente para se elaborar um plano de
tratamento com objetivos bem definidos. Os graus de incapacitação variam muito de caso
para caso, nos diferentes transtornos de ansiedade. Certos sintomas, mesmo os
considerados principais, muitas vezes não resultam em melhora significativa (ABP, 2008).
Os medicamentos são antidepressivos e/ou ansiolíticos, utilizados por um
determinado período. A maioria das pessoas experimenta uma acentuada redução da
ansiedade quando lhes é oferecida a oportunidade de discutir suas dificuldades com um
profissional experiente (GALVÃO & ABUCHAIM, 2001). Os pacientes precisam ser
informados quanto aos efeitos dos medicamentos, especialmente os indesejáveis. Deve ser
explicado que os medicamentos demoram semanas para induzir os efeitos terapêuticos
(ABP, 2008).
O transtorno de ansiedade generalizada passou a ser considerado um transtorno
residual desde a publicação dos critérios diagnósticos da Associação Americana de
Psiquiatria (DSM-IV) e da Classificação Internacional de Doenças da Organização
Mundial da Saúde - OMS (CID-10). Essa situação está mudando com a demonstração a
partir de estudos epidemiológicos de que o transtorno existe sozinho, é frequente e muito
incapacitante (ABP, 2008).
Por causa das dúvidas quanto à importância clínica do transtorno de ansiedade
generalizada e do predomínio do emprego de outras categorias diagnósticas de ansiedade,
poucos estudos controlados foram realizados sobre o tratamento dessa condição (ABP,
2008).
O primeiro estudo randomizado, duplocego, placebo-controlado, sobre o
tratamento do transtorno de ansiedade generalizada definido de acordo com o sistema
DSM-IV, foi realizado com a venlafaxina XR. Três doses de venlafaxina XR, 75, 150 e
225 mg/dia foram superiores ao placebo quanto à eficácia em um período de tratamento de
29
seis meses. Os três níveis de doses foram comparavelmente eficazes e todos superiores ao
placebo. Posteriormente, foi bem demonstrada à eficácia da sertralina no tratamento do
transtorno de ansiedade generalizada em dois estudos randomizados, duplo-cego,
placebocontrolados (ABP, 2008).
Pacientes que seriam diagnosticados como sofrendo do transtorno de ansiedade
generalizada dos sistemas DSM-IV ou CID-10 são tratados há três décadas, principalmente
com os benzodiazepínicos. Em muitos ensaios clínicos randomizados, duplo-cego,
placebocontrolados, foi demonstrada a eficácia dos vários benzodiazepínicos no tratamento
de pacientes com o antigo diagnóstico de “neurose de ansiedade” que, certamente, incluía
os casos atuais de Transtorno de ansiedade generalizada (ABP, 2008).
Tanto os resultados de estudos realizados com amostras heterogêneas de casos
com transtornos de ansiedade quanto o emprego largamente disseminado dos
benzodiazepínicos para o tratamento da ansiedade não são base para a orientação quanto ao
melhor tratamento dos pacientes (ABP, 2008).
Em função dos níveis (qualidade e quantidade) de evidências científicas
(resultados de ensaios clínicos randomizados, duplo-cego, placebo-controlados), descritos,
demonstram a eficácia dos medicamentos para o tratamento dos transtornos de ansiedade.
Na avaliação de cada paciente, o médico deverá exercer o julgamento clínico e optar por
um medicamento.
Ansiedade antes ou durante competições atléticas podem dificultar o seu
desempenho como atleta. O movimento coordenado exigido por eventos esportivos tornase cada vez mais difícil quando o seu corpo está em um estado de tensão. Um certo nível
de excitação física é útil e nos prepara para a competição. Mas quando os
físicos sintomas de ansiedade são muito grandes, eles podem interferir seriamente com a
sua capacidade de competir. Da mesma forma, uma certa quantidade de se preocupar sobre
como executar pode ser útil na competição, mas os sintomas cognitivos graves de
ansiedade, tais como padrões de pensamentos negativos e expectativas de fracasso pode
trazer uma profecia autorrealizável. Se há uma diferença substancial entre o modo como
você executa durante a prática e como você faz durante as competições, a ansiedade pode
estar afetando o seu desempenho.
Alguns tipos de atletas são mais propensos a sentir os efeitos da ansiedade sobre o
desempenho. Atletas amadores são mais propensos do que os profissionais experientes de
sofrer de ansiedade que interfere com sua capacidade de executar na competição - isso faz
30
sentido, devido à sua relativa falta de experiência, tanto na competição e na gestão de
excitação (CUNCIC, 2009).
Os atletas que participam de esportes individuais também foram encontrados para
experimentar mais ansiedade do que aqueles que praticam esportes de equipe. O senso
comum sugere que ser parte de uma equipe alivia um pouco a pressão experimentada por
aqueles que competem sozinho (CUNCIC, 2009).
Finalmente, há evidências de que em esportes de equipe, quando um time joga no
local da oposição (conhecido como um jogo "fora") os níveis de ansiedade tendem a serem
maiores do que quando jogar em casa. Novamente, o bom senso indicaria que ter apoio
maior do fã e maior familiaridade com o local desempenha um papel importante nos níveis
de ansiedade durante a competição (CUNCIC, 2009).
Como são atletas de elite de forma consistente capaz de enfrentar o desafio,
quando confrontado com concorrência acirrada? A pesquisa de Cuncic mostra que a
autoconfiança desempenha um papel em como você reage aos sintomas de ansiedade
durante o desempenho atlético. Pessoas que são confiantes em suas habilidades são mais
propensas a ter uma reação positiva para a excitação e ansiedade e prosperar sobre o
desafio da concorrência. Os atletas de elite são muitas vezes tão focados em seu
comportamento que eles interpretam como excitação ao invés de ansiedade. Em geral,
autoconfiança tende a ser maior quando você acreditar em sua capacidade e sentir que
devidamente está preparado para uma competição. Preocupação e confiança estão em
extremos opostos do espectro, quando a confiança é forte, tende a multidão a se preocupar
fora da mente.
Podemos usar uma série de estratégias para ajudar a controlar a ansiedade
relacionada ao desempenho atlético, incluindo visualização, relaxamento muscular
progressivo e reestruturação cognitiva. Se percebemos que os sintomas de ansiedade são
graves e não melhoram com o uso de estratégias de autoajuda, deve-se planejar uma visita
ao médico para discutir suas preocupações (CUNCIC, 2009).
Muitos atletas de elite usam a visualização para melhorar o desempenho,
desenvolver a confiança, e controlar a ansiedade. Visualização, também conhecida como
imagens ou ensaio mental, envolve imaginar a si mesmo competir com sucesso em um
evento atlético (QUINN, 2010). Quanto ao relaxamento muscular progressivo, devemos
buscar um lugar tranquilo e alguns minutos livres, enrijecimento dos músculos com os
olhos fechados, respiração e expiração tranquilos, e para isso precisa-se somente de um
31
lugar confortável, um pouco de privacidade e alguns minutos (SCOTT, 2008). Já a
reestruturação cognitiva, um processo de reconhecimento, desafiando e mudando
distorções cognitivas e padrões de pensamento negativos podem ser realizados com a ajuda
de um terapeuta treinado em terapia cognitiva ou terapia cognitivo comportamental. No
entanto, em muitos casos, os resultados também podem ser alcançados em casa com as
informações corretas e compromisso com a mudança (SCOTT, 2007).
De acordo com a literatura, percebemos que a ansiedade pode afetar o
desempenho atlético de qualquer indivíduo, como uma falta de progresso ou melhoria,
diminuição do seu desempenho para a competição e acaba não funcionando como um
participante da equipe. Muitas pessoas (treinador, psicólogo, familiares, amigos, etc.)
podem contribuir para o elevado nível do atleta, com apoio positivo especialmente durante
os períodos de ansiedade, pois percebemos que a autoconfiança, motivação, capacidade de
concentração e a habilidade de relaxar sob grande pressão melhoram as habilidades
mentais do atleta, o que vai prosperar no desafio, que é o da vitória.
32
4. METODOLOGIA
4.1. TIPO DE ESTUDO
O estudo caracterizou-se por ser descritivo-exploratório visando através de fatos e
situações (questionários) avaliar a ansiedade e auto-eficácia dos jogadores de futsal, uma
hora antes do jogo na competição da qual estavam participando.
Segundo Gil (2002), o estudo exploratório aprimora as ideias ou descobre intuições.
Geralmente, o estudo exploratório quando há pouco conhecimento sobre o tema a ser
abordado (AAKER et al., 2004), que é o caso desta investigação.
O presente estudo também se caracteriza como uma pesquisa descritiva, pois tem o
objetivo de descrever um determinado fenômeno (GIL, 2002), descrevendo as respostas
dos entrevistados e a relação do nível de ansiedade cognitiva, somática, autoconfiança, a
autoeficácia e performance dos atletas expostos a um evento com um jogo oficial durante
uma competição.
Sendo uma pesquisa exploratória e descritiva, a metodologia utilizada foi a
pesquisa qualitativa, que, de acordo com Levy (2005), é uma metodologia que vem sendo
adotada por diversos autores.
O propósito desta metodologia é explorar o subjetivo e pessoal do entrevistado na
sua experiência vivida, que será expressada de forma descritiva. Geralmente, a pesquisa
qualitativa tem a vantagem de provocar sugestões para futuros estudos gerados ao longo do
andamento da pesquisa (KATES, 1998). De acordo com Gephart (2004), a pesquisa
qualitativa fornece uma narrativa da visão da realidade dos indivíduos, sendo altamente
descritiva. Ela ainda dá uma ênfase aos detalhes situacionais, permitindo uma boa
descrição dos processos.
Segundo Fraser & Gondim (2004, p. 146):
“na abordagem qualitativa, o que se pretende, além de conhecer as
opiniões das pessoas sobre determinado tema, é entender as motivações,
os significados e os valores que sustentam as opiniões e as visões de
mundo. Em outras palavras é dar voz ao outro e compreender de que
perspectiva ele fala”.
33
A pesquisa qualitativa é importante para a análise do desempenho esportivo, pois
fornece insights que são difíceis de serem obtidos em uma pesquisa quantitativa
(GEPHART, 2004; SHAH & CORLEY, 2006). Além disso, a pesquisa qualitativa pode
fornecer bases para compreender processos de gestão e pode humanizar a pesquisa
realçando as interações humanas e os significados do fenômeno (GEPHART, 2004).
Segundo Hanson e Grimmer (2007), a pesquisa qualitativa, além de habilidade de fornecer
insights fornece um entendimento mais profundo sobre o que está sendo explorado.
Goldman e Mac Donald (1987) apud Casotti (1999) relatam que a metodologia qualitativa
produz evidências com maior validade do que os questionários, já que possibilita o
aparecimento de dados imprevistos ao longo da pesquisa que os questionários não
possibilitam.
Um outro aspecto que Goldman e Mac Donald (1987) apud Casotti (1999) abordam
é a interação entre pesquisador e pesquisado que permite maior flexibilidade, favorecendo
a pesquisa.
4.2. AMOSTRA
Participaram do estudo doze atletas de futsal feminino de uma Escola Estadual da
Zona Sul de Porto Velho/RO, pertencentes à equipe Juvenil (Sub-17), com idade média de
16,33 anos. O limite máximo de idade é de dezessete anos, completados no ano da
competição.
A faixa etária está de acordo com as Normas Orgânicas do Futebol Brasileiro, RDI
(Resolução da Diretoria) nº 03/91, no que se refere às categorias amadoras:
Art. 91 - Os campeonatos de futebol amador, patrocinados e dirigidos
pela CBF, federações e ligas, serão organizados mediante o
estabelecimento das seguintes categorias:
A) Categoria de “juvenil” para as competições cujo limite máximo
de idade seja fixado em l7 (dezessete) anos, completados no ano da
competição.
- Na categoria juvenil, será permitida a participação de três atletas
da categoria Infantil (13 a 15 anos), entre titulares e suplentes que
assinaram a súmula.
- Poderá ser incluído mais um atleta se o Conselho Arbitral da
Federação em decisão unânime assim o desejar.
34
4.3. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
4.3.1. Questionário de Ansiedade Competitiva (Anexo I)
O questionário de ansiedade competitiva IDATE (Inventário de Ansiedade Traço
Estado) referente à psicologia do esporte tem a finalidade de avaliar o estado de ansiedade
pré-competitiva das atletas. O inventário foi traduzido e validado por Biaggio (1999),
sendo reconhecido no Brasil. De acordo com Kaipper (2008), ele pode ser empregado em
estudos com delineamentos diversos, desde estudos de base epidemiológica até ensaios
clínicos. Sua utilização tem como objetivo orientar as condutas terapêuticas.
Este instrumento utilizado no estudo serve para medir o nível de ansiedade
(somática e cognitiva) e a ansiedade relacionada à autoconfiança dos avaliados. Este
instrumento é composto de vinte afirmações, o qual utiliza a escala Likert, aborda itens que
incluem a avaliação de sintomas psicológicos, os quais estão relacionados com a
ocorrência de ansiedade. Cada pergunta do referido questionário tem quatro possibilidades
de respostas, com a seguinte pontuação: absolutamente não (1), um pouco (2), bastante (3)
e a muitíssimo (4).
A soma dos números marcados em cada uma das linhas da tabela irá determinar o
estado do atleta. O valor da média da população é de 40, sendo significativo dois para cima
ou para baixo. Acima de 42 tende ansiedade e abaixo de 38 tende a depressão.
4.3.2. Termo de Consentimento da Escola (Anexo II)
Declaramos que a Escola estava de acordo com a condução da pesquisa “O nível de
ansiedade de atletas de futsal da categoria Juvenil” sob a responsabilidade do Profissional
de Educação nas suas dependências.
4.3.3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Atleta (Anexo III)
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Atleta) convidou o atleta a
participar do estudo intitulado “Análise do Nível de Ansiedade em Atletas de Futsal
35
Amador Antes de um Jogo”, onde é explicado todo o teor da pesquisa de campo e seus
objetivos.
4.3.4. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Pai/Responsável (Anexo IV)
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Pai/Responsável) é a autorização
da participação dos atletas pelo seu responsável na participação do estudo intitulado “A
influência da autoeficácia e da ansiedade em jogadores de futsal”, onde é explicado todo o
teor da pesquisa de campo e seus objetivos.
4.4. COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi feita uma hora antes da realização de um jogo oficial de futsal
pelo campeonato Metropolitano (Competição Municipal - 2011), através do questionário
IDATE, em profundidade guiado por um roteiro de perguntas, que está reproduzido no
anexo III. A aplicação deste instrumento ocorreu após a prévia orientação do avaliador de
como procederia à avaliação sendo que primeiramente foi preenchido o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido seguido do Instrumento de Coleta dos Dados.
A seleção da população estudada não atendeu critérios específicos de inclusão e
exclusão, ou seja, todas as jogadoras foram convidadas a participar da pesquisa e assim o
fizeram.
4.5. TRATAMENTO DOS DADOS
O tratamento dos dados foi feito através da leitura e interpretação das respostas que
foram tabulados conforme estabelecido pelo instrumento utilizado. Valores relativos e
absolutos dos resultados obtidos para todas as variáveis analisadas e estruturadas em
tabelas. As etapas de tratamento dos dados foram as seguintes:
 Separação dos questionários acompanhados da identificação por códigos e
tabulação dos resultados observados;
36
 Verificação dos questionários para a melhor familiarização com os dados, ver qual
seria a melhor forma de interpretá-los e perceber quais eram os pontos principais de
cada tópico da pesquisa;
 Elaboração de um resumo de cada questionário para melhor entender o atleta
avaliado;
 Interpretação dos dados obtidos.
37
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A fim de verificar a média do grupo estudado quanto à ansiedade competitiva, foi
realizado o questionário IDATE (Inventário de Ansiedade Traço Estado), referente à
psicologia do esporte para verificação desta ansiedade em atletas amadoras. A tabela 2
apresenta a análise percentual dos fatores investigados no instrumento aplicado.
TABELA 2 - Análise do nível de ansiedade em atletas de futsal amador antes de um jogo
Ansiedade Estado
01.
02.
03.
04.
05.
06.
07.
08.
09.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
Sinto-me calmo
Sinto-me seguro
Estou tenso
Estou arrependido
Sinto-me a vontade
Sinto-me perturbado
Estou preocupado com
possíveis infortúnios
Sinto-me descansado
Sinto-me ansioso
Sinto-me “em casa”
Sinto-me confiante
Sinto-me nervoso
Estou agitado
Sinto-me uma pilha de nervos
Estou descontraído
Sinto-me satisfeito
Estou preocupado
Sinto-me superexcitado e
confuso
Sinto-me alegre
Sinto-me bem
Absolutamente
não
50%
8,33%
16,66%
66,66%
16,66%
58,33%
Um pouco
Bastante
Muitíssimo
50%
41.66%
16,66%
8,33%
16,66%
24,99%
33,33%
41,66%
8,33%
41,66%
16,66%
16,66%
24,99%
16,66%
24,99%
-
66,66%
16,66%
-
16,66%
24,99%
8,33%
33,33%
16,66%
41,66%
41,66%
24,99%
33,33%
24,99%
24,99%
24,99%
24,99%
49,99%
58,33%
33,33%
24,99%
33,33%
33,33%
24,99%
24,99%
33,33%
8,33%
16,66%
16,66%
16,66%
16,66%
8,33%
16,66%
24,99%
41,66%
8,33%
66,66%
33,33%
8,33%
8,33%
16,66%
33,33%
16,66%
41,66%
41,66%
-
16,66%
8,33%
-
8,33%
8,33%
24,99%
16,66%
58,33%
74,99%
Conforme descrito na tabela 2, nenhuma atleta informou sentir-se “bastante” e/ou
“muitíssimo” calma durante a aplicação do questionário. Contudo, 50% das entrevistadas
demonstraram estar “um pouco” calmas antes da competição, enquanto 50% não estavam
absolutamente calmas. Os dados correspondentes ao informado no item 02, referente a
estar se sentindo seguro (a), onde 41,66% informaram estar “um pouco” segura e 33,33%
“bastante” segura. Ainda a respeito do item 02, 8,33% informaram não estar se sentindo
38
segura antes da competição, o que demonstra que o estado psicológico estar calmo, não
necessariamente implica na manifestação de outro estado psicológico, o de estar seguro.
Durante a aplicação do questionário, 41,66% declararam estar “bastante” tensa e
24,99% “muitíssimo” tensa. Continuando a respeito da tensão prévia antes do jogo,
16,66% sentiam-se “um pouco” tensa e as restantes também não sentiam absolutamente
nada. Correlacionando ao outro estado de estar arrependido, 66,66% informaram não
estarem absolutamente arrependidas e somente 16,66 das atletas informaram estar
“muitíssimo” arrependido (a). Percebe-se mais uma vez que os estados psicológicos não
implicam em outras respostas ditas anteriormente.
Diante do exposto na tabela verificamos que 41,66% estavam “bastante” a
vontade, 24,99% “muitíssimo” a vontade. E que somente 16,66% não estavam sentindo-se
a vontade naquele momento, pois para muitas, 58,33% sentiam-se perturbardas por estar
participando de uma competição. E que nenhuma estava “muitíssimo” perturbada.
A tabela também se refere a possíveis infortúnios que poderiam advir da
ansiedade que estavam sentindo, mas percebemos que 66,66% não estavam preocupadas
com possíveis erros ou problemas que poderiam acontecer e atrapalhar a sua performance.
Devemos destacar também que nenhuma atleta sentia-se “bastante” preocupada, mas
16,66% estavam “muitíssimo” preocupadas. Quanto ao fato do descanso, 24,99% não
estavam descansadas para o jogo, pois também percebemos neste caso, mais uma tendência
da ansiedade. Destaca-se neste caso, que atletas não conseguiram dormir ou dormiram mal
esta noite. E que 24,99% das atletas estavam no momento totalmente descansadas.
Quanto à questão da ansiedade, 41,66% informaram sentir-se “muitíssimo”
ansiosas e que somente 8,33% relataram de estarem totalmente tranquilas e relaxadas no
momento. Mas devemos destacar que no item 07 sobre a preocupação com possíveis
infortúnios merece destaque, porque delas 41,66% deram destaque ao mostrar no
questionário que se sentiam ansiosas. Percebemos que a ansiedade está implicando nos
possíveis pensamentos de erros que poderiam advir. Já quanto à questão de estar no local
do jogo como se fosse sua própria casa, merece destaque que 8,33% das entrevistadas
sentiam “em casa” e que a ansiedade neste momento não implicava em nada.
A partir daí percebemos que muitas atletas, 66,66% estavam “muitíssimo”
confiantes para a partida que iria acontecer e percebemos que provavelmente estavam
pensando positivamente na sua atuação. Mas nenhuma não estava absolutamente confiante
na performance. Percebemos nestes dados que a ansiedade para algumas atletas estava
39
sendo superada. Merece destaque também o fato do nervosismo, que 33,33% estavam
“muitíssimo” nervosas, e que apesar da confiança na atuação estavam “sim” nervosas, o
que é normal em uma competição, somente precisa ser estudada e trabalhada
individualmente. Os dados também nos fornecem que nenhuma não estava absolutamente
nervosa.
Sabemos que em alguns momentos as pessoas sentem-se agitadas quando
expostas algo que pode ser bom ou ruim, excelente ou péssimo. O caso a se tratar no
momento é o fato de estar agitado antes da partida, onde 58,33% estavam “um pouco”
agitadas, mas 8,33% estavam “muitíssimo”. Devemos mostrar que dentre as atletas
selecionadas da escola, nesta modalidade, 16,66% “absolutamente não” sentiam-se
agitadas. Mas que isso as poderiam deixar uma pilha de nervos, onde o resultado é igual ao
estar muitíssimo agitado, 8,33%. E neste caso, para 41,66% delas foi bem melhor se agitar
para não ficar uma pilha de nervos.
Analisando o questionário e a tabela, no item 15, quanto ao fato de estar relaxado,
à vontade, notamos que 41,66% não estavam relaxadas, mas ao contrário, 16,66% estavam
totalmente relaxadas. E com isso, 33,33% sentem-se “muitíssimo” satisfeitas do que estão
pretendendo participar ou realizar durante o campeonato. E, 24,99% “absolutamente não”
estão satisfeitas, mas que provavelmente estavam realizando algo desejado por muitas
adolescentes nesta fase.
A preocupação às vezes nos leva a casos onde não conseguimos realizar algo que
desejamos, a preocupação com algo que ainda não aconteceu, pode prejudicar nossas
habilidades que serão aplicadas, neste caso, os erros infantis (erro de passes, perca de gols,
etc). Deste critério, 33,33% não sentiam-se absolutamente preocupadas, caso ótimo para
um atleta, mas 16,66% estavam “muitíssimo” preocupadas. Quanto ao relatado no item 18,
quando se retrata a superexcitação, que é uma intensa agitação provocada pelo nervosismo
e por fim acarretando na confusão, foi destacado pelas atletas que 16,66% delas sentiam-se
agitadas, mas nenhuma sentia-se nervosa, neste momento algumas podem estar entrando
em contradição, pois na tabela percebemos que 41,66% não estão absolutamente
superexcitadas e confusas. Também merece destaque, o fato de estar “bastante” excitado e
confuso, pois neste momento nenhuma sente-se assim, mas que 16,66% sentem-se agitadas
e também nervosas.
Apesar das preocupações, do nervosismo, da agitação e outros fatores
relacionados, mais da metade das atletas (58,33%) estavam se sentido “muitíssimo” alegre.
40
E também merece outro destaque do que foi estudado e aplicado é que 74,99% das atletas
estão “muitíssimo” bem, ou seja, estão tentando construir algo que aspiram.
De forma geral, aplicando o índice estabelecido para o grupo de atletas em estudo,
verificou-se que 25% estão no nível normal e que 75% tende ansiedade. Nenhuma atleta
teve tendência à depressão.
0%
25%
Tende a Depressão
Nível Normal
Tende a Ansiedade
75%
GRÁFICO 1 - Gráfico demonstrativo do percentual de ansiedade.
Durante a aplicação do questionário as atletas pareciam ansiosas, em geral
apresentavam nervosismo, gaguejavam, mãos frias, andavam de um lado para o outro e não
sabiam se ficavam sentadas ou em pé, balançavam as pernas e batiam um dos pés no chão,
outras estavam tremendo, enquanto umas ficavam quietas e caladas, outras conversavam
bastante para talvez tentar deixar de lado o nervosismo oriundo da ansiedade do jogo, da
pressão da torcida do adversário, o medo de errar passes e gols, e não conseguir satisfazer
o técnico e a torcida da maneira que deseja.
Cratty (1997) relata que permanecem incertezas sobre a validade dessas medidas
objetivas, em função do grande número de variáveis que podem causar ansiedade em
determinada situação e dos inúmeros tipos de situações competitivas que os atletas
enfrentam, levando em consideração as diferenças individuais relativamente à ansiedade. O
autor traz ainda, que o atleta possui uma tendência a adaptar-se a competições sucessivas, o
que, somado à questão anterior, faz a tarefa de avaliar a ansiedade, através de
questionários, ser algo muito difícil de alcançar.
41
Já Moraes (1990) afirma que existe evidentemente uma relação entre ansiedade e
desempenho, e que esses parecem variar de acordo com vários outros fatores como tipo de
esporte, dificuldade da tarefa, traço de personalidade do atleta, ambiente, torcida.
Salientando, consequentemente, que técnicas de intervenção podem ajudar os atletas a
controlarem seus níveis de ansiedade, contribuindo para um melhor desempenho.
Concordando com as afirmações anteriores, Guzmán et al (1995), referem que
certamente, nas competições desportistas, um alto nível de ansiedade é fator interveniente
no desempenho esportivo. Consideram que a sintomatologia da ansiedade produz efeitos
negativos no rendimento do desportista como a inibição de suas habilidades motrizes finas,
a diminuição da capacidade de tomada de decisão. Os sintomas que referem ser causados
pela ansiedade são físicos e psicológicos, sendo psicológicos divididos em dias anteriores e
momentos anteriores à competição.

Físicos: aceleração da pulsação por minuto, aumento da pressão sanguínea,
aumento da tensão muscular, dificuldades respiratórias, sudorese, enjoos, náuseas e
boca seca.

Psicológicos momentos antes da competição: desconfiança, pensamentos negativos,
preocupação irritabilidade, dificuldades em estabelecer atenção, aumento de
conflitos pessoais e diminuição da capacidade de processar a informação.

Psicológicos dias antes da competição: alterações de pensamento, diminuição do
comportamento de autocontrole, cansaço, insônia, dificuldades de relaxar,
distração, preocupação e irritação.
Os pesquisadores Marquez & Tabernero (1994) acreditam que aprofundando-se
os conhecimentos a respeito das diferentes dimensões da ansiedade e dos instrumentos que
a medem, pode-se utilizar técnicas de redução de ansiedade, diminuindo a intensidade da
mesma de forma eficaz e individualizada, desta forma, proporcionar-se-á uma otimização
do rendimento dos desportistas.
Martens (1982) apud Campani et al (2011) considera que existem muitas causas
para o aparecimento da ansiedade antes da competição, mas acredita que elas se reduzem a
dois fatores: a incerteza que os indivíduos possuem acerca do resultado; e a importância
que o resultado representa para os indivíduos. O autor certifica que existe um nível ótimo
de ativação para executar as habilidades desportivas, sendo que o mesmo varia para cada
modalidade desportiva, e de atleta para atleta. Em função desta variabilidade, pensa que
42
embora muitos investigadores sejam capazes de medir o nível de ativação e ansiedade, até
o momento, não se tem sido capaz de determinar os estados ótimos.
Não podemos deixar de lado, que a prática de atividade física e uma boa
alimentação, além de ajudar a manter a forma e também a diminuição dos riscos de
doenças, deixam as pessoas mais animadas, descansadas, etc. Mas, tão importante como o
exercício físico e a alimentação, é a saúde mental e emocional, ou seja, o resultado para o
bem estar total. Claro, que nesse momento em que as atletas estavam, sentir-se bem não é
um estado a que se chegue naturalmente.
O esporte competitivo apresenta particularidades como confronto, demonstração,
comparação e avaliação constante de seus participantes, fazendo da competição uma
situação na qual o desenvolvimento e a performance do atleta sejam comparados com
algum padrão já existente (DE ROSE & VASCONCELOS, 1997). Esse tipo de situação
gera ansiedade.
É importante destacar que para Moraes et al (2002), apud Moraes et al (2010) os
índices de ansiedade podem prejudicar o desempenho do atleta, uma vez que essa
dimensão apresenta direta relação com processos mentais do atleta. Considerando que os
resultados deste estudo indicaram uma média de escore acima da normal, pode-se concluir
que as atletas apresentam expectativas negativas de si próprias, propiciando um contexto
desfavorável para o desempenho nessa competição.
Em estudo De Rose (1998) para avaliação de instrumento de avaliação do estresse
em adolescentes esportistas foram usados alguns para a elaboração de um questionário
investigativo. Dos sintomas psicológicos presentes no instrumento elaborado existem uma
predominância dos sintomas de ansiedade verificada nos adolescentes a partir dos 10 anos,
como o medo de perder, dúvida quanto a sua capacidade e excesso de preocupação.
Podemos perceber também em um estudo clássico com nadadores, publicado em
1942, pelo professor da Universidade da Pensilvânia, Martin Seligman (tradução de
ALBERTO LOPES, 2005). Neste, aponta os otimistas como aqueles para quem a
ansiedade serve como aliada. Seligman e sua equipe de pesquisa escolheram trinta e três
nadadores, dentre homens e mulheres, de uma equipe profissional e pediram para que
simulassem o treino de uma competição. Antes, os atletas responderam ao teste psicológico
que classificam pessimistas ou otimistas. Depois da primeira prova, os pesquisadores
informaram tempos superiores aos que de fato alcançaram. Se o nadador havia concluído o
exercício em um minuto, a equipe de Seligman dizia que havia sido em um minuto e cinco
43
segundos, uma diferença significativa a ponto de colocar o atleta em estado de tensão. Foi
neste momento que os pessimistas se deram mal. Entre os otimistas, a ansiedade gerada
pelo suposto mau resultado serviu como impulso e eles conseguiram melhorar o tempo na
segunda prova. Já os pessimistas tiveram um tempo pior. “Para os pessimistas, esperar o
pior leva a não se dedicar como deveriam, de forma que o fracasso se torna uma
consequência”, escreveu Seligman e sua equipe.
Percebemos neste caso que é como se os atletas tivessem entrado em uma espécie
de sofrimento antecipado, ou seja, geralmente tentamos adivinhar às consequências
negativas que um fato pode trazer na vida (ansiedade normal), e também muitas vezes
superdimensionamos a ameaça (modalidade exagerada), e é como se entrássemos em uma
espécie de sofrimento antecipado. Mas, devemos entender que a ansiedade é um fato
normal quando não é exagerada. Normalmente é desencadeada quando entramos em
contato com situações novas e desconhecidas ou quando contém valor afetivo. O corpo fica
tenso, tem-se vontade de se movimentar, a respiração acelera, o pensamento fica agitado
(muitas ideias passam pela cabeça).
Devemos ter metas e objetivos para atingir, quanto maior a pressa para atingir o
objetivo maior será nossa ansiedade. E o mais importante, não se deve abrir mão de nossos
objetivos.
44
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o que foi exposto, os conceitos de ansiedade apontam no sentido
de investigar o nível ótimo ou aceitável para um bom desempenho, ou para a manutenção
de uma boa qualidade de vida para o atleta.
Os dados obtidos permitem concluir que as atletas desta pesquisa apresentaram
sintomas que indicam a de ansiedade por ocasião de estréia em campeonato.
Através dos resultados obtidos a equipe de dirigentes do time de futebol poderá
desenvolver técnicas com o objetivo de regular o nível de ansiedade dos atletas de modo a
otimizar o desempenho dos mesmos antes dos jogos.
De forma geral, alguns resultados são coerentes com os existentes na literatura, o
que sugere a pertinência da presente pesquisa. A ansiedade faz parte do cotidiano de
diversas pessoas e, em diferentes momentos de suas vidas, os atletas deparam-se com ela a
todo instante. Assim, conhecer como a ansiedade se expressa em relação a diferentes
variáveis que envolvem o contexto esportivo é de suma importância para que se criem
estratégias de intervenção eficazes, pois os atletas constituem um público específico que
necessita ser cuidado, respeitando-se as suas reais condições e estilo de vida.
De acordo com o que foi exposto, percebemos que a ansiedade está diariamente
em nossas vidas, não somente na dos atletas. Segundo Hueck (2008), todos os motivos que
nos preocupam diariamente não apagam um fato: ansiedade às vezes atrapalha. Quem
nunca teve um branco na hora de uma prova ou não conseguiu dormir por causa de um
problema do qual conseguiu resolver? Essas pequenas preocupações afetam o cérebro e o
corpo, e muitas vezes podem até virar doença. Basta pensar nas reações físicas que
sentimos quando estamos muito ansiosos: falta de ar, taquicardia, boca seca, tremedeira,
sudorese. Sem falar nos problemas psicológicos: insônia, insegurança, irritabilidade,
tristeza. São mais de 30 sintomas que podem aparecer do nada.
Na maioria dos casos, a ansiedade diminui quando há o enfrentamento direto do
problema, ou seja, se a dificuldade estiver no futuro e distante, a inquietação não vai
passar. Não tem muito segredo, é só mentalizar que os problemas lá na frente não podem
ser tão grandes assim. Infelizmente, não existe uma forma mágica para diminuir
a ansiedade, mas o mecanismo é meio parecido com o do pensamento positivo. Pensar que
45
as coisas vão dar certo diminui o pensamento catastrófico e, assim, a ansiedade. E, se os
problemas ainda afligem demais, podemos seguir o exemplo de algumas cidades nos EUA.
Elas instituíram um dia para extravasar as preocupações, o 9 de março, e o chamaram de
Dia do Pânico. Nessa data vale tudo: gritar, espernear, surtar e botar para fora todas as
ansiedades. Vale à pena tentar (HUECK, 2008).
Sugere-se apresentar os resultados deste estudo a técnicos para que os mesmos
possam utilizá-los e evitar que os sintomas de ansiedade constatados influenciem
negativamente no desempenho de atletas.
46
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52
ANEXO I - Instrumento de Coleta de Dados
Questionário IDATE – Inventário de Ansiedade Traço Estado, referente à psicologia do
esporte para verificação da ocorrência do ponto de vista da ansiedade estado em atletas
amadores. Spielberger et al, apud Biaggio, 1999.
Sexo: Masculino
Feminino
Idade:
Leia com atenção cada pergunta e atribua um valor ao lado de cada afirmação, conforme o
gabarito abaixo, que melhor indicar como você se sente nesse momento (ansiedade
estado).
Muitíssimo = 4
Bastante = 3
Um Pouco = 2
01. Sinto-me calmo
02. Sinto-me seguro
03. Estou tenso
04. Estou arrependido
05. Sinto-me a vontade
06. Sinto-me perturbado
07. Estou preocupado com possíveis infortúnios
08. Sinto-me descansado
09. Sinto-me ansioso
10. Sinto-me “em casa”
11. Sinto-me confiante
12. Sinto-me nervoso
13. Estou agitado
14. Sinto-me uma pilha de nervos
15. Estou descontraído
16. Sinto-me satisfeito
17. Estou preocupado
18. Sinto-me superexcitado e confuso
19. Sinto-me alegre
20. Sinto-me bem
Absolutamente Não = 1
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
1
2
3
4
Então, soma-se os números marcados de cada uma das tabelas. O valor da média da
população a qual foi aferida é de 40, não sendo significativo dois para cima ou para baixo.
Nível normal: 40 ( + ou - 2)
Tende a ansiedade: acima de 42
Tende a depressão: abaixo de 38
53
ANEXO II - Termo de Concordância
Porto Velho, 12 de maio de 2011
A Escola
Assunto: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Venho através deste solicitar da Vossa Senhoria o conecentimento para aplicação, nesta
instituição de ensino, do projeto de pesquisa “ANÁLISE DO NÍVEL DE ANSIEDADE
EM ATLETAS DE FUTSAL AMADOR ANTES DE UM JOGO” que será
desenvolvido pela acadêmica Odevania da Silva Santos, do curso de Educação Física da
Fundação Universidade Federal de Rondônia – DEF/UNIR.
O objetivo deste estudo é investigar a ansiedade dos atletas de futsal antes de um jogo. Sua
participação nesta pesquisa consistirá na colaboração para nossa avaliação final da
disciplina Trabalho de Conclusão de Curso. Os benefícios relacionados com a sua
participação irão contribuir para o o melhor desenvolvimento dos praticantes deste esporte.
As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo
sobre sua participação. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua
identificação, pois o questionário apenas consiste se o atleta é do sexo feminino ou
masculino e a data de nascimento.
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço institucional dos
pesquisadores principais, podendo tirar dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora
ou a qualquer momento.
Nestes termos.
___________________________________
Responsável
__________________________________
Odevania da Silva Santos – Pesquisadora
Fundação Universidade Federal de Rondônia
8º Período de Educação Física
Telefone: (69) 9231-0632
54
ANEXO III - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
A Pesquisadora da Universidade Federal de Rondônia - UNIR, localizado na
cidade de Porto Velho-RO, BR 364, Km 9,5. Cep. 78900-000, vem convidá-lo (a) para
participar, como voluntário, no Projeto de Pesquisa para Conclusão do Trabalho de
Conclusão de Curso, intitulado ANÁLISE DO NÍVEL DE ANSIEDADE EM ATLETAS
DE FUTSAL AMADOR ANTES DE UM JOGO.
Este Projeto pretende esclarecer alguns pontos que dizem respeito às
características da ansiedade estado que podem estar favorecendo ao agravamento da saúde
das populações que vivem sob o risco de doenças como a ansiedade que posteriormente
pode ser configurada como um estresse.
Não se trata de Pesquisa com beneficio direto, mas os resultados poderão ajudar
na implantação de medidas que podem melhorar as condições do atleta antes de qualquer
partida de futsal, além de melhorar seus aspectos emocionais. Além disso, podem indicar
caminhos para os futuros profissionais da área e aos que já estão trabalhando e se
aperfeiçoando, na busca de melhorias no emocional e na auto-eficácia dos referidos atletas.
Se você, colaborador (a), em algum momento quiser não mais participar da
pesquisa, comunique-nos (veja os telefones abaixo, ou nos procure pessoalmente na
Universidade Federal de Rondônia), e garantimos a sua saída como colaborador.
Todo o direito de indenização a danos, falta de cumprimento de nossas afirmações
serão atendidas (preservados). Mas tomamos a afirmar que a coleta de dados não oferece
nenhum risco.
Colocamos nossos nomes e telefones para que possam contatar, quando
necessitarem. O endereço é da Fundação Universidade Federal de Rondônia, na BR 364,
Km 9,5. Cep. 78900-000, o telefone (69) 2182-2117 / 9231-0632.
Se o senhor (a) concorda em participar, e autoriza a participação de pessoas sob
sua responsabilidade, por favor, assine este Termo de Consentimento:
“Autorizo a pesquisadora do Projeto ANÁLISE DO NÍVEL DE ANSIEDADE
EM ATLETAS DE FUTSAL AMADOR ANTES DE UM JOGO, a coletar dados referente
à minha ansiedade estado. Estou ciente de que não corro nenhum risco que me prejudique,
e autorizo a minha participação. Sei que tenho a garantia de retirar meus dados coletados
da Fundação, e, se me sentir prejudicado, sob citar indenização.”
______________________________________________
Local/data
______________________________________________
Nome do colaborador
______________________________________________
Assinatura do colaborador ou responsável
______________________________________________
Odevania da Silva Santos – Pesquisadora
Fundação Universidade Federal de Rondônia
Telefone: (69) 9231-0632
55
ANEXO IV - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(PAIS OU RESPONSÁVEIS)
Autorizo a Pesquisadora da Universidade Federal de Rondônia - UNIR, Odevania
da Silva Santos, acadêmica do curso de Educação Física para coletar dados para o
Trabalho de Conclusão de Curso, intitulado ANÁLISE DO NÍVEL DE ANSIEDADE EM
ATLETAS DE FUTSAL AMADOR ANTES DE UM JOGO.
Este Projeto pretende esclarecer alguns pontos que dizem respeito às
características da ansiedade estado, que podem favorecer ao agravamento da saúde das
populações que vivem sob o risco de doenças como a ansiedade que posteriormente podem
ser configurada como um estresse.
Não se trata de Pesquisa com beneficio direto, mas os resultados poderão ajudar
na implantação de medidas que podem melhorar as condições do atleta antes de qualquer
partida de futsal, além de melhorar seus aspectos emocionais. Além disso, podem indicar
caminhos para os futuros profissionais da área e aos que já estão trabalhando e se
aperfeiçoando, na busca de melhorias no emocional e na auto-eficácia dos referidos atletas.
A referente pesquisa é quantitativa, pois utiliza instrumentos estruturados (questionário)
com perguntas fechadas, ou seja, questões objetivas.
Todo o direito de indenização a danos, falta de cumprimento de nossas afirmações
serão atendidas (preservados). Mas tomamos a afirmar que a coleta de dados não oferece
nenhum risco. Colocamos nossos nomes e telefones para que possam contatar, quando
necessitarem. O endereço é da Fundação Universidade Federal de Rondônia, na BR 364,
Km 9,5. Cep. 78900-000, o telefone (69) 2182-2117 / 9231-0632.
Se o senhor (a) concorda e autoriza a participação do menor sob sua
responsabilidade, por favor, assine este Termo de Consentimento:
“Autorizo a pesquisadora do Projeto, a coletar dados referentes à ansiedade
estado. Estou ciente de que o menor que está sob minha responsabilidade não corre
nenhum risco que o prejudique, e autorizo sua participação. Sei que tenho a garantia de
retirar os dados coletados da Fundação, e, se me sentir prejudicado, sob citar indenização.”
______________________________________________
Assinatura do pai ou responsável