tratamento de chorume através de percolação em solos
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tratamento de chorume através de percolação em solos
unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Engenharia Campus de Bauru TRATAMENTO DE CHORUME ATRAVÉS DE PERCOLAÇÃO EM SOLOS EMPREGADOS COMO MATERIAL DE COBERTURA DE ATERROS PARA RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS CRISTIANO KENJI IWAI Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia da UNESP – Campus de Bauru, para obtenção do título de Mestre em Engenharia Industrial BAURU - SP Janeiro, 2005 unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Faculdade de Engenharia Campus de Bauru TRATAMENTO DE CHORUME ATRAVÉS DE PERCOLAÇÃO EM SOLOS EMPREGADOS COMO MATERIAL DE COBERTURA DE ATERROS PARA RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS CRISTIANO KENJI IWAI Orientador: Prof. Dr. Jorge Hamada Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia da UNESP – Campus de Bauru, para obtenção do título de Mestre em Engenharia Industrial BAURU - SP Janeiro, 2005 À minha mãe Sueli, minha noiva Débora e minhas irmãs Yuri e Sayuri pelo apoio, amor e compreensão. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador Prof. Dr. Jorge Hamada pelo grande incentivo, dedicação, amizade e contribuição ao trabalho. Ao técnico do DAE – Departamento de Água e Esgotos de Bauru, Gilberto Sebastião Castilho Filho, pelo grande incentivo e importante contribuição nas análises químicas envolvidas no trabalho. Ao Prof. Dr. Heraldo Luiz Giacheti, ao Prof. Dr. Jorge Akutsu e ao Prof. Dr. Valdir Schalch, pela importante contribuição e grande incentivo. À todos os docentes e funcionários do Programa de Pós Graduação em Engenharia Industrial da Faculdade de Engenharia da UNESP – Campus de Bauru, que ajudaram em minha formação. À todos os meus companheiros de trabalho da CETESB – Agência Ambiental de Mogi das Cruzes, pela contribuição em meu aprendizado profissional, e pelo grande incentivo. À CAPES, pela bolsa de estudos concedida. SUMÁRIO RESUMO ____________________________________________________________ 1 ABSTRACT ___________________________________________________________ 3 1 INTRODUÇÃO ____________________________________________________ 5 2 OBJETIVOS ______________________________________________________ 7 3 REVISÃO DE LITERATURA ___________________________________________ 8 3.1 RESÍDUOS ____________________________________________________________ 8 3.1.1 CLASSIFICAÇÃO ______________________________________________________________ 8 3.1.2 COMPOSIÇÃO ________________________________________________________________ 9 3.1.3 PROPRIEDADES _____________________________________________________________ 12 3.1.4 TIPOS DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS_____________________________________ 20 3.2 ATERRO SANITÁRIO ___________________________________________________ 21 3.2.1 Definições __________________________________________________________________ 21 3.2.2 Classificação ________________________________________________________________ 24 3.2.2.1 Quanto ao Tipo _________________________________________________ 24 3.2.2.2 Quanto aos Métodos_____________________________________________ 25 3.3 CHORUME ____________________________________________________________ 27 3.3.1 QUALIDADE_________________________________________________________________ 27 3.3.1.1 Parâmetros de Qualidade do Chorume ______________________________ 27 3.3.1.2 Variações na Qualidade do Chorume ________________________________ 31 3.3.2 GERAÇÃO __________________________________________________________________ 35 3.3.3 TRATAMENTO DE CHORUME ___________________________________________________ 39 3.3.3.1 Tratamento Biológico ____________________________________________ 42 3.3.3.2 Tratamento Físico e Químico ______________________________________ 48 3.3.3.3 Estratégia para Tratamento do Chorume_____________________________ 50 3.4 UTILIZAÇÃO DO SOLO COMO ELEMENTO DEPURADOR________________________ 52 3.4.1 Método de infiltração _________________________________________________________ 54 3.4.2 Percolação__________________________________________________________________ 55 3.5 ATENUAÇÃO NATURAL__________________________________________________ 55 3.5.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES _______________________________________________ 55 3.5.2 PROCESSOS DE ATENUAÇÃO ___________________________________________________ 57 3.5.3 MECANISMOS DE ATENUAÇÃO _________________________________________________ 57 3.5.3.1 Mecanismos Físicos______________________________________________ 58 i 3.5.3.2 Mecanismos Químicos (segundo McBean et al, 1995, Qasin et al, 1994, e Bagchi, 1994) __________________________________________________ 59 3.5.3.3 3.5.4 4 Mecanismos Microbiológicos (segundo Qasin et al, 1994)________________ 60 TESTES DE PERCOLAÇÃO EM COLUNAS __________________________________________ 61 MATERIAIS E MÉTODOS ___________________________________________ 64 4.1 CONCEPÇÃO DAS COLUNAS DE PERCOLAÇÃO _______________________________ 65 4.2 SOLO ESTUDADO ______________________________________________________ 67 4.2.1 DESCRIÇÃO DA GEOLOGIA DA REGIÃO __________________________________________ 67 4.2.2 CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DO SOLO TÍPICO DESSA REGIÃO ____________________ 68 4.2.3 LOCAL DE AMOSTRAGEM DE SOLO ______________________________________________ 68 4.3 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO, COMPACTAÇÃO E PERMEABILIDADE NO SOLO ESTUDADO___________________________________________________________ 70 5 4.4 MONTAGEM DAS COLUNAS DE PERCOLAÇÃO________________________________ 74 4.5 AMOSTRAGEM, PRESERVAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO CHORUME ______________ 76 4.6 ALIMENTAÇÃO DAS COLUNAS DE PERCOLAÇÃO _____________________________ 80 4.7 ANÁLISES QUÍMICAS ___________________________________________________ 82 RESULTADOS E DISCUSSÕES________________________________________ 85 5.1 PRIMEIRA CAMPANHA DE ENSAIOS _______________________________________ 85 5.2 SEGUNDA CAMPANHA DE ENSAIOS ______________________________________ 100 5.3 TERCEIRA CAMPANHA DE ENSAIOS ______________________________________ 135 5.4 RELAÇÃO DE SOLO NECESSÁRIO PARA COBERTURA E CHORUME GERADO, EM UM ATERRO SANITÁRIO __________________________________________________ 148 5.4.1 ESTIMATIVA DA QUANTIDADE DE LIXO A SER DISPOSTO __________________________ 149 5.4.2 VIDA ÚTIL DO ATERRO E DEMANDA DE SOLO PARA COBERTURA ____________________ 151 5.4.3 GERAÇÃO DE CHORUME______________________________________________________ 152 5.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS_______________________________________________ 154 6 CONCLUSÕES___________________________________________________ 156 7 SUGESTÕES PARA CONTINUIDADE __________________________________ 158 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ____________________________________ 159 9 ANEXOS _______________________________________________________ 165 8.1 PRIMEIRA CAMPANHA DE ENSAIOS ______________________________________ 165 8.2 SEGUNDA CAMPANHA DE ENSAIOS ______________________________________ 168 8.3 TERCEIRA CAMPANHA DE ENSAIOS ______________________________________ 195 ii LISTA DE TABELAS Tabela 3-1: Distribuição típica para composição gravimétrica dos resíduos sólidos domésticos em função do estágio de desenvolvimento do país (Tchobanoglous, et al 1993). 10 Composição Gravimétrica dos resíduos sólidos domésticos de Caxias do Sul RS. (Pessin et al, 1991). 11 Tabela 3-3: Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domésticos do município de São Carlos – SP e respectiva biodegradabilidade. (Gomes, apud Pinto et al., 2000). 11 Tabela 3-4: Composição Gravimétrica do Lixo Domiciliar em dois municípios da região metropolitana de Salvador. (CONDER, 1992) 12 Tabela 3-5: Massa específica e umidade dos resíduos domiciliares, comerciais, industriais e agrícolas (Tchobanoglous et al, 1993). 13 Tabela 3-6: Dados típicos da composição de componentes dos resíduos sólidos domiciliares. 15 Tabela 3-7: Dados típicos da composição de componentes dos resíduos domiciliares, comerciais e industriais. 16 Tabela 3-8: Dados típicos aproximados de conteúdo e energia para materiais encontrados em resíduos sólidos urbanos. 17 Tabela 3-9: Dados de fração biodegradável de alguns resíduos orgânicos, baseados no conteúdo de lignina calculados por Chandler, et al (1980). 18 Tabela 3-10: Fases de desenvolvimento de moscas domésticas (Salvato, 1992) 20 Tabela 3-11: Dados típicos da composição do chorume para aterros novos e antigos segundo Tchobanoglous, 1993). 28 Tabela 3-12: Processos representativos para tratamento de águas residuárias, inclusive o chorume, baseado em Metcalf & Eddy (1991). 41 Tabela 3-13: Processos de tratamento para os principais constituintes do chorume (McBean et al, 1995). 42 Tabela 3-14: Resultados do tratamento de chorume em lagoas aeradas (escala piloto) 44 Tabela 3-15: Exemplos de eficiência de tratamento empregando reatores de filme fixo (McBean et al, 1995). 46 Tabela 3-16: Resumo de levantamentos realizados por Lema et al (1988), para alguns sistemas anaeróbios de tratamento de chorume. 47 Tabela 3-17: Volume das colunas empregadas dos testes de percolação para autores com diferentes materiais, segundo Leite (2000). 62 Tabela 4-1: Índices físicos e coeficiente de permeabilidade do solo na condição natural. 70 Tabela 4-2: Resultados do ensaios de compactação e permeabilidade com ajuste exponencial de curva. 72 Tabela 4-3: Caracterização do chorume utilizado na primeira campanha de ensaios. 78 Tabela 4-4: Caracterização do chorume utilizado na segunda campanha de ensaios – primeira etapa. 79 Tabela 3-2: diversos iii Tabela 4-5: Caracterização do chorume utilizado na segunda campanha de ensaios – terceira etapa. 79 Tabela 4-6: Caracterização do chorume utilizado na terceira campanha de ensaios. 80 Tabela 5-1: Características das colunas de percolação na primeira campanha de ensaios. 85 Tabela 5-2: Resultados da análise de solubilização do solo utilizado nas colunas de percolação, após a segunda campanha de ensaios. 134 Tabela 5-3: Concentração de Metais (Cd, Pb e Zn) na água utilizada no abastecimento das colunas (mg/l) 143 Tabela 5-4: Concentração de Cádmio no efluente das colunas abastecidas com água (mg/l) 143 Tabela 5-5: Concentração de Chumbo no efluente das colunas abastecidas com água (mg/l) 143 Tabela 5-6: Concentração de Zinco no efluente das colunas abastecidas com água (mg/l) 143 Tabela 5-7: Censos demográficos para o município considerado (SEADE, 2002) 149 Tabela 5-8: Parâmetros adotados para estimativa da quantidade de lixo a ser disposta no aterro. 150 Tabela 5-9: Quantidade de lixo gerado e respectivo volume a ser ocupado em um aterro sanitário. 150 Tabela 5-10: Capacidade volumétrica das camadas e vida útil do sistema. 151 Tabela 5-11: Balanço hídrico da camada de cobertura para o aterro sanitário considerado. 153 Tabela 5-12: Volume de percolado (chorume) gerado pelo aterro ao longo da vida útil. Estimativa com base nos valores médios mensais dos últimos dez anos. 154 Tabela 9-1: Resumo dos valores referentes DQO na primeira campanha de ensaios 166 Tabela 9-2: Valores do pH para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. 167 Tabela 9-3: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. 167 Tabela 9-4: Valores de Cor (UC*) para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. Tabela 9-5: Valores de Turbidez (UT*) para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. 168 Tabela 9-6: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. 168 Tabela 9-7: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 1, com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. 170 Tabela 9-8: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 2, com densidade igual a 1,30, em condições saturadas. 171 Tabela 9-9: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 3, com densidade igual a 1,15. 172 Tabela 9-10: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 4, com densidade igual a 1,30. 173 Tabela 9-11: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 5, com densidade igual a 1,50 174 Tabela 9-12: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 6, com densidade igual a 1,67. 175 167 iv Tabela 9-13: Valores de Cor (UC*) para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. 176 Tabela 9-14: Valores de Turbidez (UT*) para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. 177 Tabela 9-15: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l) 177 ª Tabela 9-16: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (2 etapa – abastecimento com água), para a coluna 1, com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. 179 Tabela 9-17: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (2ª etapa – abastecimento com água), para a coluna 2, com densidade igual a 1,30, em condições saturadas. 180 Tabela 9-18: Resumo dos valores referentes à segunda campanha de ensaios (2ª etapa – abastecimento com água), para a coluna 3, com densidade igual a 1,15. 181 Tabela 9-19: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (2ª etapa – abastecimento com água), para a coluna 4, com densidade igual a 1,30. 182 Tabela 9-20: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (2ª etapa – abastecimento com água), para a coluna 5, com densidade igual a 1,50 183 Tabela 9-21: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (2ª etapa – abastecimento com água), para a coluna 6, com densidade igual a 1,67. 184 Tabela 9-22: Valores do pH para as amostras coletadas. 185 Tabela 9-23: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas. 185 Tabela 9-24: Cor (PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart) 186 Tabela 9-25: Turbidez (FAU - Formazin Attenation Units). 187 Tabela 9-26: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l). 187 ª Tabela 9-27: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (3 etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 1, com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. 189 Tabela 9-28: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (3ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 3, com densidade igual a 1,15. 190 Tabela 9-29: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (3ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 4, com densidade igual a 1,30. 191 Tabela 9-30: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (3ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 5, com densidade igual a 1,50 192 Tabela 9-31: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados 193 Tabela 9-32: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 194 Tabela 9-33: Cor (PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart) 194 Tabela 9-34: Turbidez (FAU - Formazin Attenation Units). 195 Tabela 9-35: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l) 195 Tabela 9-36: Resumo dos valores referentes à terceira campanha de ensaios (colunas abastecidas com chorume), para a coluna 1, com densidade igual a 1,15. 197 Tabela 9-37: Resumo dos valores referentes à terceira campanha de ensaios (colunas abastecidas com chorume), para a coluna 3, com densidade igual a 1,30. 198 Tabela 9-38: Resumo dos valores referentes à terceira campanha de ensaios (colunas abastecidas com chorume), para a coluna 5, com densidade igual a 1,50. 199 Tabela 9-39: Valores do pH para as amostras coletadas 200 v Tabela 9-40: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 200 Tabela 9-41: Alcalinidade (mgCaCO3/l) 200 Tabela 9-42: Redução de Sólidos Totais (%), tendo como referência os Sólidos Totais do chorume utilizado no abastecimento, obtido através da realização de ensaios durante toda a campanha de ensaios, sendo obtida a média de 26.711 mg/l. 200 Tabela 9-43: Concentração de Metais (Cd, Pb e Zn) no chorume utilizado no abastecimento das colunas (mg/l) 201 Tabela 9-44: Concentração de Cádmio no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l). 201 Tabela 9-45: Concentração de Chumbo no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l). 201 Tabela 9-46: Concentração de Zinco no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l) 201 Tabela 9-47: Resumo dos valores referentes à terceira campanha de ensaios (abastecimento com água), para a coluna 2, com densidade igual a 1,15. 202 Tabela 9-48: Resumo dos valores referentes à terceira campanha de ensaios (abastecimento com água), para a coluna 4, com densidade igual a 1,30. 203 Tabela 9-49: Resumo dos valores referentes a terceira campanha de ensaios (abastecimento com água), para a coluna 6, com densidade igual a 1,50. 204 Tabela 9-50: Valores do pH para as amostras coletadas 205 Tabela 9-51: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 205 Tabela 9-52: Alcalinidade (mgCaCO3/l) 205 Tabela 9-53: Sólidos Totais (mg/l) do efluente das colunas, descontando-se os Sólidos Totais da água utilizada no abastecimento das mesmas, obtido através da realização de ensaios da água durante toda a campanha de ensaios, sendo obtida a média de 124 mg/l. 205 vi LISTA DE FIGURAS Figura 3-1: Desenvolvimento e encerramento de um aterro sanitário: (a) escavação e impermeabilização; (b) Disposição de lixo; (c) encerramento do aterro. 23 Figura 3-2: Esquema conceitual de operações e processos em um aterro sanitário segundo Tchobanoglous et al, 1993. 24 Figura 3-3: Métodos de disposição: (a) por escavação; (b) ocupação de área; e (c) ocupação de vales (Tchobanoglous et al, 1993). 26 Figura 3-4: Variações das características do chorume em função do tempo e das fases de degradação e geração de gases (Tchobanoglous, 1993). 31 Figura 3-5: Variação da concentração de contaminantes do chorume com a idade do lixo. (Lu, Eichenberger e Stearns, 1985 citado por McBean et al, 1995). 32 Figura 3-6: Valores de DBO5 e DQO do chorume ao longo tempo no aterro controlado de Bauru. 34 Figura 3-7: Registros de precipitação pluviométrica na região do aterro controlado de Bauru no período de amostragens de chorume. 35 Figura 3-8: Valores de pH do chorume ao longo tempo no aterro controlado de Bauru. 35 Figura 3-9: Combinação de tratamento aeróbio e anaeróbio (McBean et al, 1995). 48 Figura 3-10: Seleção de processos para tratamento de chorume (McBean et al, 1995) 51 Figura 3-11: Permeâmetros: (a) Tubo de Shelby; (b) Molde de compactação; (c) Duplo anel; (d) célula triaxial; e (f) Molde de volume variável. 63 Figura 4-1: Esquema das Colunas de Percolação 66 Figura 4-2: Localização da área de coleta do solo para preenchimento das colunas (Calças, 2001). 69 Figura 4-3: Curva Granulométrica obtida para amostra do solo empregado nas colunas (Mondelli e Rodrigues, 2001). 71 Figura 4-4: Valores do coeficiente de permeabilidade em função da massa específica seca dos corpos de prova, com a curva ajustada exponencialmente. 73 Figura 4-5: Valores da massa específica seca em função do percentual de compactação em relação ao Proctor Normal, com curva de correlação exponencial. 73 Flanges em “nylon” para conexão entre os segmentos de tubo e para o fundo com placa perfurada e recipiente coletor, para as colunas não saturadas, e base selada, para as colunas em condições saturadas. 74 Colunas preenchidas com solo em diferentes graus de compactação e condições de saturação. 75 Figura 4-8: Poço de concentração, recalque e recirculação de chorume do aterro de Bauru. 77 Figura 5-1: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. 86 Figura 5-2: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições saturadas. 87 Figura 5-3: Eficiência de remoção de DQO para alimentação com intermitência semanal, com taxa de aplicação hidráulica média de 0,0193 m3/m3.dia 88 Figura 5-4: Carga de DQO removida para alimentação com intermitência semanal, com taxa de aplicação hidráulica média de 0,0193 m3/m3.dia. 88 Figura 4-6: Figura 4-7: vii Figura 5-5: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco. 89 Figura 5-6: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados nas colunas em condições saturadas. 90 Figura 5-7: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras do efluente coletado nas colunas em condições saturadas. 90 Figura 5-8: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas em condições saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). 91 Figura 5-9: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado nas colunas em condições saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). 92 Figura 5-10: Eficiência na redução de Sólidos Totais para as colunas em condições saturadas. (mg/l). 92 Figura 5-11: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições não saturadas 93 Figura 5-12: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições não saturadas 94 Figura 5-13: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50, em condições não saturadas 94 Figura 5-14: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,67, em condições não saturadas 94 Figura 5-15: Eficiência de remoção de DQO para alimentação com intermitência semanal, com taxa de aplicação hidráulica média de 0,0193 m3/m3.dia, para as colunas em condições não saturadas. 95 Carga de DQO removida para alimentação com intermitência semanal, com taxa de aplicação hidráulica média de 0,0193 m3/m3.dia, para as colunas em condições não saturadas. 96 Figura 5-17: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco, para as colunas em condições não saturadas. 96 Figura 5-18: Valores do pH para as amostras coletadas do efluente das colunas não saturadas. 97 Figura 5-19: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas do efluente das colunas não saturadas 98 Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas não saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). 98 Figura 5-21: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado das colunas não saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). 99 Figura 5-22: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições não saturadas. 100 Figura 5-23: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. 101 Figura 5-24: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições saturadas. 102 Figura 5-25: Eficiência de remoção de DQO para alimentação diária, com taxa de aplicação 102 hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco Figura 5-26: Carga de DQO removida para alimentação diária, com taxa de aplicação 103 hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco Figura 5-16: Figura 5-20: viii Figura 5-27: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco. 103 Figura 5-28: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado (*UC: padrão relativo ao PtCoPlatinum - Cobalt Units Standart). 104 Figura 5-29: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado(*UT: unidade FAU Formazin Attenation Units). 104 Figura 5-30: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições saturadas. 105 Figura 5-31: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições não saturadas 106 Figura 5-32: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições não saturadas 106 Figura 5-33: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50, em condições não saturadas 107 Figura 5-34: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,67, em condições não saturadas 107 Figura 5-35: Eficiência de remoção de DQO para alimentação diária, com taxa de aplicação 108 hidráulica diária de 0,034 m3(chorume)/m3(solo seco). Figura 5-36: Carga de DQO removida para alimentação diária, com taxa de aplicação 109 hidráulica diária de 0,034 m3(chorume)/m3(SoloSeco). Figura 5-37: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por m3 de solo seco. 109 Figura 5-38: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas não saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). 110 Figura 5-39: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado das colunas não saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). 110 Figura 5-40: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições não saturadas. 111 Figura 5-41: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. 112 Figura 5-42: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições saturadas. 113 Figura 5-43: DQO efluente, para alimentação diária com água. 113 Figura 5-44: Carga de DQO efluente para alimentação diária com água. 114 Figura 5-45: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados. 114 Figura 5-46: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 115 Figura 5-47: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). 115 Figura 5-48: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado das colunas saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). 116 Figura 5-49: Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições saturadas. Figura 5-50: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições não saturadas 117 Figura 5-51: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições não saturadas 117 116 ix Figura 5-52: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50, em condições não saturadas 118 Figura 5-53: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,67, em condições não saturadas 118 Figura 5-54: DQO efluente, para alimentação diária com água. 119 Figura 5-55: Carga de DQO efluente para alimentação diária com água. 119 Figura 5-56: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados. 120 Figura 5-57: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 120 Figura 5-58: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas não saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). 121 Figura 5-59: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado das colunas não saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). 121 Figura 5-60: Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições não saturadas. Figura 5-61: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. 123 Figura 5-62: Eficiência de remoção de DQO para alimentação diária, com taxa de aplicação 124 hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco Figura 5-63: Carga de DQO removida para alimentação diária, com taxa de aplicação 124 hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco Figura 5-64: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco. 125 Figura 5-65: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados. 125 Figura 5-66: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 126 Figura 5-67: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado na coluna saturada (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). 126 Figura 5-68: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado da coluna saturada (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). 127 Figura 5-69: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), no efluente da coluna em condições saturadas. 127 Figura 5-70: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições não saturadas 128 Figura 5-71: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições não saturadas 128 Figura 5-72: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50, em condições não saturadas 129 Figura 5-73: Eficiência de remoção de DQO para alimentação diária, com taxa de aplicação 129 hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco Figura 5-74: Carga de DQO removida para alimentação diária, com taxa de aplicação 130 hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco Figura 5-75: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco. 130 Figura 5-76: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados. 131 Figura 5-77: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 131 Figura 5-78: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas não saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). 132 122 x Figura 5-79: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado das colunas não saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). 133 Figura 5-80: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições não saturadas. 133 Figura 5-81: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15. 136 Figura 5-82: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30. 136 Figura 5-83: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50. 137 Figura 5-84: Eficiência de remoção de DQO para alimentação diária, com taxa de aplicação 137 hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco Figura 5-85: Carga de DQO removida para alimentação diária, com taxa de aplicação 138 hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco Figura 5-86: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco. 138 Figura 5-87: Valores do pH para as amostras compostas, dos efluentes coletados. 139 Figura 5-88: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 139 Figura 5-89: Alcalinidade (mgCaCO3/l), para as amostras dos efluentes coletados. 140 Figura 5-90: Redução de Sólidos Totais (%), tendo como referência os Sólidos Totais do chorume utilizado no abastecimento, obtido através da realização de ensaios durante toda a campanha de ensaios, sendo obtida a média de 26.711 mg/l. 140 Figura 5-91: Concentração de Cádmio no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l). 141 Figura 5-92: Concentração de Chumbo no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l). 141 Figura 5-93: Concentração de Zinco no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l). 142 Figura 5-94: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15. 144 Figura 5-95: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30. 144 Figura 5-96: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50. 145 Figura 5-97: DQO efluente, para alimentação diária com água, com taxa de aplicação 145 hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco. Figura 5-98: Carga de DQO efluente para alimentação diária com água, com taxa de 146 aplicação hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco. Figura 5-99: Valores do pH para as amostras coletadas 146 Figura 5-100: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 147 Figura 5-101: Alcalinidade (mgCaCO3/l) . 147 Figura 5-102: Sólidos Totais (mg/l) do efluente das colunas, descontando-se os Sólidos Totais da água utilizada no abastecimento das mesmas, obtido através da realização de ensaios da água durante toda a campanha de ensaios, sendo obtida a média de 124 mg/l. 148 xi LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas Cempre - Compromisso Empresarial para Reciclagem COT - Carbono Orgânico Total CEC - Cation exchange capacity CTC - Capacidade de Troca Catiônica (CTC) DAE - Departamento de Águas e Esgotos de Bauru DBO5 - Demanda Bioquímica de Oxigênio DQO - Demanda Química de Oxigênio EPA - Environmental Protection Agency FAU - Formazin Attenation Units FEB - Faculdade de Engenharia de Bauru - Unesp IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPMet - Instituto de Pesquisas Meteorológicas NBR - Norma Brasileira NTK - Nitrogênio Total Kjeldahl PEAD - Polietileno de alta densidade pH - Potencial Hidrogeniônico PVC - Cloreto polivinílico PtCo - Platinum Cobalt Unit Standart UC - Unidade de Cor UNESP - Universidade Estadual Paulista UT - Unidade de Turbidez xii LISTA DE SIMBOLOS A - Área de seção transversal C - Concentração [ M/L3] [ L2 ] CaCO3 - Carbonato de cálcio E - Evaporação potencial não ajustada [ cm ] GC - Grau de Compactação [%] I - Índice de calor K - Coeficiente de permeabilidade [ L/T ] L - Comprimento [ L ] LL - Limite de liquidez LP - Limite de plasticidade M - Massa [ M ] NA - Nível d´água P - Fósforo Q - Vazão [ L3/T ] t - Tempo [ T ] t - Temperatura média mensal [ °C ] UC - Unidade de Cor UT - Unidade de Turbidez Ø - Umidade [ % ] µS - Micro Siemens ρd Solo Natural - Densidade Natural do solo [g/cm3] ρd Max. Proctor Norm - Densidade Máxima do Proctor Normal [ g/cm3] xiii RESUMO O tratamento de chorume tem-se tornado cada vez mais importante na medida em que novos aterros sanitários são construídos de acordo com a legislação vigente. Esta relevância está associada à grande quantidade de chorume captada pelo sistema de drenagem nos aterros com liners eficientes. O tratamento de chorume é dificultado pela dinâmica de suas características durante as estações do ano e também durante sua vida útil. Processos biológicos via de regra apresentam baixa eficiência na remoção de carga orgânica, exigindo ainda grandes bacias de equalização. Processos físico-químicos produzem grandes quantidades de lodo, necessitando ainda de maiores recursos para seu manejo. Portanto, tornam-se necessárias formas alternativas que auxiliem ou substituam os processos convencionais a custos reduzidos. Outra característica fundamental de todo aterro sanitário é grande demanda de terra para cobertura dos resíduos. Desta forma, a presente pesquisa tem como objetivo avaliar o potencial do emprego do solo de cobertura no tratamento ou pré-tratamento de chorume. Este estudo foi efetuado com uso de uma areia fina pouco argilosa, residual do arenito, disposta em colunas de percolação sob diferentes condições de compactação as quais foram alimentadas com chorume proveniente do aterro controlado de Bauru. Avaliou-se ainda o comportamento do sistema quando alimentado com chorume de características diferenciadas, sob variadas taxas de aplicação hidráulica, sendo analisados os parâmetros DQO, Sólidos Totais, pH, Condutividade elétrica, Alcalinidade, Cor e Turbidez, para o chorume e para o efluente coletado das colunas. A partir dos resultados obtidos para os parâmetros analisados, observou-se grande potencial de aplicação desta alternativa para o tratamento do chorume considerado, apresentando remoções sistemáticas de DQO acima de 90%, antes que se observasse a saturação do solo com a matéria orgânica, a qual ocorreu com a aplicação de cerca de 300 litros de chorume por metro cúbico de solo, obtendo-se a remoção de 0,59 g.DQO/kg.SoloSeco. Neste período, obteve-se ainda a remoção média de aproximadamente 1 60% de Sólidos Totais, o que acarretou em resultados significativos de redução de Cor e Turbidez. Observa-se também que a intermitência na alimentação, para os valores estudados, não influenciou significativamente a resposta do sistema. Apesar da capacidade limitada das colunas, deve ser lembrado que a proposição está embasada na rotatividade do solo a ser empregado primeiramente no tratamento do chorume, em condições controladas, idealizando-se a utilização de baias similares a leitos de secagem, sendo este, posteriormente, utilizado na cobertura diária dos resíduos no aterro sanitário, cuja demanda de terra é bastante significativa. 2 ABSTRACT The leachate treatment has become more relevant insofar as recent sanitary landfills have been built according the current legislation. This relevance is associated to a large amount of leachate collected by drainage systems in sanitary landfill with efficient liners. The leachate treatment is difficult due to the variation on the quality and on the quantity of the leachate generated on the different seasons and during the landfill lifetime. The biological process to treat leachate needs large equalization basins and usually presents low efficiency. Physical-chemical process produces large amount of sludge at low efficiency and needs more management resources. So, new alternative methods have to be used to assist or to replace inefficient processes. Another fundamental characteristic of sanitary landfills is the need of a large amount of soil to be used as a solid waste cover. In this research, it was proposed to evaluate the potential use of a residual clayey fine sandy soil from sandstone to treat our pre-treat the leachate from Bauru Sanitary Landfill. This sandy soil was compacted at different compaction degree and the leachate was percolated through the column to assess soil retention. Each column was 1.0 m deep and 0.097 m in diameter and it received leachate from different seasons and from different drainage collection points as well at different loading rate. The evaluated parameters in columns influent and effluents were: COD, total solids, pH, electric conductivity, alkalinity, color and turbidity. The results indicate a great potential of this soil for leachate treatment, with COD removal efficiency above 90%, before the soil organic saturation. After that, there was an abrupt efficiency decay, that occurred with about 300 liters.leachate/m3.soil and the soil presented an removal rates of about 0.59 g.COD/kg.DrySoil. During this period it was observed an average efficiency of 60% in total solids removal and significant color and turbidity reduction. Intermittence in leachate application was not significant in efficiency response of contaminants removal. 3 In spite of the limited capacity of the columns, this proposal assumed a soil cover rotation in a landfill operation. Firstly, the soil can be used to treat the leachate under controlled condition and after that, it has to be placed as a solid waste cover. A low cost single basin with drainage system can receive the soil at low compaction degree to treat or pre-treat the leachate. 4 1 INTRODUÇÃO Um dos problemas atualmente evidentes no País diz respeito ao manejo, inclusive o tratamento, e destinação dos resíduos sólidos urbanos, principalmente quando se trata dos impactos ambientais e da preservação dos recursos naturais, ou seja, o desenvolvimento sustentável, com interações complexas. A partir de meados de 1990, no Brasil, houve um despertar para os problemas relacionados aos resíduos sólidos, especialmente os domésticos e, mais discretamente, os industriais. No caso dos resíduos sólidos domésticos, ressaltavam-se os impactos visuais e sociais, pela presença de inúmeros catadores nos lixões. Desde então, apesar dos vários enfoques e propostas equivocadas, houve uma evolução significativa, com o envolvimento cada vez maior da própria sociedade e do início de pesquisas no país, além da demanda por técnicos especializados. A atuação de órgãos ambientais governamentais e do ministério público tem sido fundamental para essa evolução. Contudo, o direcionamento para solução da disposição final, muitas vezes, tem sido meramente burocrático, o que proporcionou a instalação de lixões sobre áreas contempladas com projetos de aterros sanitários. Nesses casos o que deveria ser aterro sanitário tornou-se aterro controlado, com as devidas limitações na prevenção de impactos ambientais, principalmente pela infiltração de chorume no solo. Como resultado dessa experiência, observa-se que em novos sistemas dotados de liners a quantidade de chorume a ser tratado em períodos de chuva torna-se um desafio para muitos técnicos. Esta situação é conseqüência, também, da falta de planejamento na execução do aterro, expondo grandes áreas impermeabilizadas para pequena quantidade de resíduos dispostos. Por outro lado, principalmente no Brasil, ainda é um grande desafio a destinação final para municípios que se enquadram na faixa de 20 a 50 t/dia, devido às exigências técnicas para os aterros e os custos unitários elevados para implantação e, principalmente, operação. 5 Na realidade o grande desafio é a regionalização de aterros sanitários, como forma de reduzir custos, diminuir a dispersão de resíduos e melhorar o controle ambiental. No Brasil a importância do tratamento de chorume tem crescido na proporção direta da implantação dos novos aterros sanitários. Essa importância está associada à grande quantidade de chorume coletado pelo sistema de drenagem em aterros sanitários que possuem liners eficientes. Esta nova realidade exigirá que os aterros apresentem coberturas equivalentes aos liners. A operação dos aterros não se limitará somente em descarregar, compactar e cobrir, mas exigirá o planejamento cuidadoso visando reduzir ao máximo a área exposta que possa contribuir para a geração de chorume. A escolha do processo ou processos de tratamento de chorume torna-se um item secundário, porém não menos importante. Mas o manejo do chorume é a chave para definir vazões e quais processos são mais indicados, principalmente quando se dispõe de uma metodologia que permita avaliar a qualidade do chorume ao longo tempo. Ressalta-se a dificuldade de se tratar o chorume coletado, devido as suas características e variáveis intrínsecas, como, qualidade, quantidade e respectivas variações temporais, sofrendo ainda variações devido à execução, operação, sazonalidade e idade do aterro, sendo difícil atender os padrões de lançamento e ainda os padrões de qualidade dos corpos d’água receptores. Das observações efetuadas nos estudos efetuados anteriormente por Hamada (2001), ficaram algumas questões pertinentes ao dimensionamento de um sistema de tratamento por percolação de chorume em uma areia fina pouco argilosa residual do arenito. Para um determinado tipo de solo, qual a taxa limite de aplicação hidráulica? Qual a influência da compactação considerando-se taxas de aplicação hidráulica maiores que os descritos previamente? Como viabilizar técnica e operacionalmente esse sistema? De acordo com a qualidade observada no efluente, quais alternativas de tratamento complementar poderiam ser aplicados para se obter um efluente de qualidade compatível ao pequeno córrego (baixa capacidade de diluição)? Qual a suscetibilidade à uma eventual lixiviação desse solo após seu uso como elemento filtrante de chorume, quando empregado como cobertura? Tais questões motivaram a execução da presente pesquisa, a qual objetivou responder aos questionamentos apontados. 6 2 OBJETIVOS A presente pesquisa teve como objetivo principal avaliar o potencial de uso do solo de cobertura de um aterro sanitário como elemento filtrante para tratamento de chorume. Tal pesquisa foi realizada com uso de uma areia fina pouco argilosa, residual do arenito, que foi disposta em colunas de percolação sob diferentes condições de compactação e taxas de aplicação hidráulica. São objetivos específicos da pesquisa: • Estudar a influência dos parâmetros compactação e taxa de aplicação hidráulica sobre o escoamento do chorume e a qualidade do efluente das colunas de percolação; • Avaliar a eficiência do sistema, para tratamento de chorume à partir da determinação dos parâmetros DQO, condutividade elétrica, pH, alcalinidade, cor e turbidez. • Conceber os elementos básicos do leito percolador e estabelecer procedimentos operacionais para implantação de um sistema a partir dos parâmetros estudados. A parte experimental do estudo visou simular condições prováveis de campo, com o objetivo de se obter parâmetros para projeto de sistema similar. 7 3 3.1 REVISÃO DE LITERATURA RESÍDUOS Dentre a diversidade de definições para o termo, em linhas gerais resíduos se referem a coisas sem utilidade ou valor. Por outro lado resíduos são restos da atividade humana e, fisicamente, contém basicamente os mesmos materiais que são encontrados nos respectivos produtos originais que tinham valor e utilidade. Mais importante que a própria definição, é saber o que fazer com os resíduos. Segundo a abordagem de White et al (1993), uma solução básica para um resíduo seria restaurar seu valor até que deixe de ser considerado um resíduo. A perda ou ausência de valor em muitos casos está relacionada com a mistura ou ao desconhecimento de sua composição. Mais especificamente, quando se trata de resíduo sólido, diversos grupos podem ser identificados ou classificados de acordo com a abordagem estabelecida. Dentre os diferentes grupos de resíduos sólidos, os domiciliares, por natureza, são os mais complicados em termos de manejo, pois são constituídos por uma grande diversidade de materiais (plásticos, vidro, metais, vidro, e restos de alimento), via de regra, totalmente misturados. A composição desses resíduos também varia muito em função da sazonalidade e geograficamente (de um país para outro e de uma cidade para outra). Por outro lado, resíduos sólidos comerciais e industriais tendem a ser mais homogêneos e em grande quantidade para cada um dos materiais. 3.1.1 CLASSIFICAÇÃO Pelo fato de existir algumas divergências com relação à classificação, para fins do presente texto, resíduos sólidos domésticos constituem um grupo de resíduos classificados, segundo sua origem em: Domiciliares, provenientes de residências (casas e apartamentos); 8 Comerciais, provenientes de lojas, restaurantes, mercados e supermercados, escritórios, hotéis, etc.; Institucionais, originados em escolas e instituições governamentais; Serviços municipais, resultantes de podas e manutenção de jardins, praças públicas, áreas de recreação, varrição de ruas, etc. Considerando-se uma categoria mais abrangente, a qual será denominada de resíduos sólidos urbanos, serão incluídos além dos anteriores, os resíduos originados em: Construções, que são os entulhos resultantes das obras civis; Serviços de saúde, incluindo hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, núcleos de saúde, ambulatórios, etc.; Industriais, originados nos processos industriais dentro da área urbana, sejam perigosos ou não. Resíduos originados na indústria, mas advindos dos setores administrativos, de refeitórios e de ambulatórios médicos, podem ser incluídos na categoria de resíduos sólidos domésticos. Resíduos originados das atividades agropastoris pertencem a um grupo de resíduos denominados de agrícolas, inclusive das agroindústrias. Incluem-se, neste caso, alguns resíduos perigosos, tais como embalagens de defensivos agrícolas e de adubos, e respectivos produtos quando vencidos. Resíduos especiais, originados nos portos e aeroportos, resultantes de viagens internacionais, seguem normas específicas de destinação. Uma outra forma bastante empregada para classificação de resíduos sólidos segue as definições da NBR 10.004, que tem sido aplicada para definir a periculosidade do material. Esta classificação é usual para resíduos sólidos industriais, mas pode ser aplicada para outros tipos de resíduos sólidos. 3.1.2 COMPOSIÇÃO Os resíduos sólidos domésticos, segundo definição adotada, são constituídos por misturas de restos de alimento, papel, papelão, plásticos, metal, vidro, madeira, trapos, couro, etc. 9 A composição física dos resíduos sólidos domésticos é importante para a seleção e operação de equipamentos e instalações, na otimização de recursos e consumo de energia e na análise e projeto de aterros sanitários. Essa composição, por outro lado, varia com a localidade e com o estágio de desenvolvimento em que se está inserido. Tal variação é nítida quando se efetua uma comparação entre diferentes países e respectiva renda per capita, como ilustrado por Tchobanoglous et al. (1993) na Tabela 3-1. Verifica-se que os valores observados na Tabela 3-1 são compatíveis com a composição observada em alguns municípios brasileiros. Pessin et al (1991) da Universidade de Caxias do Sul desenvolveram, através do Grupo de Resíduos Sólidos do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, um programa de pesquisas sobre manejo, coleta, tratamento e destino final de resíduos sólidos domésticos no município de Caxias do Sul, RS, em três estações do ano. Nesse programa foi efetuado um estudo sobre a composição gravimétrica, como mostrado na Tabela 3-2. Tabela 3-1: Distribuição típica para composição gravimétrica dos resíduos sólidos domésticos em função do estágio de desenvolvimento do país (Tchobanoglous, et al 1993). Países de baixa renda per capita Países de média renda per capita Países de elevada renda per capita 40-85 20-65 6-30 1-10 (soma) 8-30 (soma) 20-45 e 5-15 Plásticos 1-5 2-6 2-8 Têxteis 1-5 2-10 2-6 Borracha e couro 1-5 2-10 0-2 Podas e madeira 1-5 (soma) 1-10 (soma) 10-20 e 1-4 Vidro 1-10 1-10 4-12 Metais em geral 1-5 1-5 3-12 Terra, pó, cinzas 1-40 1-30 0-10 Componente Orgânico Restos de alimento Papel e papelão Inorgânicos 10 Tabela 3-2: Composição Gravimétrica dos resíduos sólidos domésticos de Caxias do Sul RS. (Pessin et al, 1991). Porcentagem em peso (base úmida) Componente Inverno Primavera Verão Média Restos de alimento 48,70 53,00 53,43 51,7 Papel, papelão 26,50 15,30 21,03 20,9 Metais ferrosos 4,80 6,20 5,00 5,3 Trapo, couro, borracha 7,70 7,00 6,63 7,1 Plástico fino e grosso 8,70 9,50 8,87 9,0 Vidro 1,10 5,40 2,60 3,0 Madeira 0,80 1,90 1,13 1,3 Metais não ferrosos 0,40 0,20 0,33 0,3 Diversos 1,30 1,50 0,97 1,3 Caracterizações efetuadas no município de São Carlos, SP, são próximas daquelas observadas nos levantamentos de Gomes, apud Pinto et al (2000), como demonstram os valores indicados na Tabela 3-3. Neste estudo efetuou-se também uma classificação em termos de biodegradabilidade dos componentes avaliados. Determinadas localidades do Brasil apresentam características bem diferenciadas daquelas observadas nos municípios da região Sul e Sudeste do Brasil, onde são verificados percentuais elevados de restos de alimento, como observado na Tabela 3-4 com dados fornecidos pela CONDER (1992). Tabela 3-3: Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domésticos do município de São Carlos – SP e respectiva biodegradabilidade. (Gomes, apud Pinto et al., 2000). Componente Porcentagem em peso (base úmida) Biodegradabilidade Restos de alimento 56,7 Facilmente biodegradável % do total 56,7 Papel, papelão 21,3 Moderadamente biodegradável 21,3 Trapo 3,4 Madeira, couro, borracha 2,3 Dificilmente biodegradável 5,7 Vidro 1,4 Plástico 8,5 Metal 5,4 Não biodegradável 16,3 Inertes 1,3 Classificação 11 Tabela 3-4: Composição Gravimétrica do Lixo Domiciliar em dois municípios da região metropolitana de Salvador. (CONDER, 1992) Componentes Porcentagem em peso (base úmida) Simões Filho Lauro de Freitas Restos de alimento 74,20 74,60 Papel 5,10 4,50 Papelão 3,00 2,40 Metais ferrosos 1,90 1,90 Trapo, couro, borracha 1,60 2,50 Plástico mole 8,80 10,1 Plástico duro 2,00 1,30 Vidro 3,30 1,50 Madeira 0,10 0,30 Metais não ferrosos - 0,20 Outros - 0,70 0,9 ± 0,2 0,7 ± 0,2 260,80 226,70 Produção per Capita 3 Massa específica (kg/m ) 3.1.3 PROPRIEDADES As propriedades físicas, químicas e biológicas dos resíduos sólidos domésticos são de grande importância para análise, concepção e dimensionamento dos elementos constituintes do sistema de manejo de resíduos sólidos. Possibilita a escolha de alternativas para coleta, tratamento destinação, assim como dos equipamentos envolvidos. Propriedades Físicas Dentre as propriedades físicas mais importantes dos resíduos sólidos domésticos, desatacam-se: massa específica, umidade, tamanho das partículas e sua distribuição, capacidade de campo e porosidade. A massa específica é um parâmetro de importância uma vez que podem ser determinados diversos valores, considerando-se as condições em que se encontra o resíduo, ou seja: natural, como encontrado em recipientes, compactado (em caminhões compactadores e no aterro), entre outras situações. 12 Infelizmente, existe muita dificuldade na definição de padrões para a massa específica dos resíduos, devido a sua não uniformidade, e a questão das condições em que o mesmo se encontra (compactado ou não), muitas vezes não é bem definida. Contudo, Tchobanoglous et al (1993) apresenta valores referenciais para massa específica e umidade dos diversos tipos de resíduos, como mostrado na Tabela 3-5. Tabela 3-5: Massa específica e umidade dos resíduos domiciliares, comerciais, industriais e agrícolas (Tchobanoglous et al, 1993). Tipo de Resíduo Massa Específica kg/m3 Faixa Típico Umidade % em peso Faixa Típico Domiciliar (não compactado) Restos de alimento (misturado) Papel Papelão Plásticos Têxteis Borracha Couro Restos de jardim Madeira Vidro Latas (aço) Alumínio Outros metais Poeira, cinzas, etc. Cinzas Tralhas Restos de jardim (domiciliar) 131-481 42-131 42-80 42-131 42-101 101-202 101-261 59-225 131-320 160-481 50-160 65-240 131-1.151 320-1.000 650-831 89-181 291 89 50 65 65 131 160 101 237 196 89 160 320 481 745 131 50-80 4-10 4-8 1-4 6-15 1-4 8-12 30-80 15-40 1-4 2-4 2-4 2-4 6-12 6-12 5-20 70 6 5 2 10 2 10 60 20 2 3 2 3 8 6 15 Folhas (caídas e secas) Grama (cortadas) Grama (úmida e compactada) Restos de jardim (pedaços) Restos de jardim (composto) Doméstico 30-148 208-297 593-831 267-356 267-386 59 237 593 297 326 20-40 40-80 50-90 20-70 40-60 30 60 80 50 50 No veículo compactador No aterro Normalmente compactado Bem compactado Comercial 178-451 297 15-40 20 362-498 590-742 451 599 15-40 15-40 25 25 13 Tipo de Resíduo Alimentos (úmidos) Equipamentos Engradado de madeira Ornamento vegetal Tralhas (combustível) Tralhas (não combustível) Tralhas (misturada) Construção e demolição Massa Específica kg/m3 Faixa Típico 475-949 540 148-202 181 110-160 110 101-181 148 50-181 119 181-362 300 139-181 160 Umidade % em peso Faixa Típico 50-80 70 0-2 1 10-30 20 20-80 5 10-30 15 5-15 10 10-25 15 Demolição misturado (não combustível) Demolição misturado (combustível) Construção misturado (combustível) Concreto Industrial 1.000-1.599 300-400 181-359 1.198-1.801 1.421 359 261 1.540 2-10 4-15 4-15 0-5 4 8 8 - Lodo químico (úmido) Cinzas Tiras de couro Tiras de metal (pesado) Tiras de metal (leve) Tiras de metal (misturado) Óleos, piche, asfalto Pó de serra Têxteis Madeira (misturada) Agrícola 801-1.101 700-899 101-249 1.501-1.999 498-899 700-1.501 801-1.000 101-350 101-220 400-676 1.000 801 160 1.780 739 899 949 291 181 498 75-99 2-10 6-15 0-5 0-5 0-5 0-5 10-40 6-15 30-60 80 4 10 2 20 10 25 400-751 202-498 249-751 899-1.050 202-700 561 359 359 1.000 359 40-80 60-90 75-96 60-90 50 75 94 75 Agrícola (misturado) Animais mortos Frutas (misturadas) Esterco (úmido) Vegetais (misturados) As dimensões e a distribuição do tamanho dos materiais componentes dos resíduos sólidos domésticos ganham maior importância quando existe interesse na sua recuperação, principalmente por meios mecânicos. Dentre os materiais de maior tamanho médio, destacam-se o papelão e o papel, seguido pelo plástico, tomando-se como base o comprimento como maior dimensão. A capacidade de campo dos resíduos sólidos domésticos é representada pela umidade total que pode ser retida em uma amostra de resíduo, submetido à ação gravitacional. A 14 capacidade de campo desses resíduos é de importância crítica na formação do chorume nos aterros sanitários. A quantidade de chorume pode ser relacionada diretamente com o excedente da capacidade de campo. A capacidade de campo varia com o grau compactação e o estado de decomposição do resíduo aterrado. A capacidade campo de resíduos domésticos não compactados varia entre 50 e 60%, considerando-se os dados de Tchobanoglous et al. (1993). Propriedades Químicas As informações sobre a composição dos resíduos sólidos domésticos são de grande importância na avaliação de processos alternativos e opções de reciclagem. A prática da incineração, por exemplo, torna-se viável, dependendo da composição química dos resíduos. O conteúdo energético pode ser determinado em laboratório, empregando-se calorímetros ou estimado por cálculos baseados na composição elementar de componentes conhecidos dos resíduos domésticos. Quando há interesse na conversão biológica dos resíduos domésticos, tais como compostos (de compostagem), metano e etanol, as informações dos nutrientes essenciais são de grande importância na manutenção do equilíbrio e da eficiência na conversão. Tabela 3-6: Dados típicos da composição de componentes dos resíduos sólidos domiciliares. Componente Porcentagem em peso base seca (%) Carbono Hidrogênio Oxigênio Nitrogênio Enxofre Cinzas Orgânico Restos de alimento 48,0 6,4 37,6 2,6 0,4 5,0 Papel 43,5 6,0 44,0 0,3 0,2 6,0 Papelão 44,0 5,9 44,6 0,3 0,2 5,0 Plásticos 60,0 7,2 22,8 - - 10,0 Têxteis 55,0 6,6 31,2 4,6 0,15 2,5 Borracha 78,0 10,0 - 2,0 - 10,0 Couro 60,0 8,0 11,6 10,0 0,4 10,0 Podas de jardins 47,8 6,0 38,0 3,4 0,3 4,5 Madeira 49,5 6,0 42,7 0,2 0,1 1,5 Vidro 0,5 0,1 0,4 <0,1 - 98,9 Metais 4,5 0,6 4,3 <0,1 - 90,5 26,3 3,0 2,0 0,5 0,2 68,0 Inorgânico Pó, cinza, etc. 15 Propriedades Biológicas Excluindo plásticos, borracha, e couro, os demais componentes orgânicos presentes nos resíduos sólidos domésticos podem ser classificados como: Componentes solúveis em água (açúcar, amido, aminoácidos e vários ácidos orgânicos); Hemicelulose (produto da condensação de determinados açucares); Celulose (produto de condensação da glicose); Gordura, óleos e ceras (ésteres de álcool e longas cadeias de ácidos graxos) Lignina (matéria polimérica contendo cadeias aromáticas com grupos -OCH3); Ligninocelulose (combinação de lignina e celulose); e Proteínas. Tabela 3-7: Dados típicos da composição de componentes dos resíduos domiciliares, comerciais e industriais. Porcentagem em peso base seca (%) Tipos de resíduos Carbono HidrogêNitrogêOxigênio nio nio Enxofre Cinzas Alimentos Gordura 73,0 11,5 14,8 0,4 0,1 0,2 Restos de alimento (misturado) 48,0 6,4 37,6 2,6 0,4 5,0 Vegetais 48,5 6,2 39,5 1,4 0,2 4,2 59,6 9,4 24,7 1,2 0,2 4,9 Papelão 43,0 5,9 44,8 0,3 0,2 5,0 Revistas 32,9 5,0 38,6 0,1 0,1 23,3 Jornais 49,1 6,1 43,0 <0,1 0,2 1,5 Papel (misturado) 43,4 5,8 44,3 0,3 0,2 6,0 Papelão encerado Plásticos 59,2 9,3 30,1 0,1 0,1 1,2 Plásticos (misturados) 60,0 7,2 22,8 - - 10,0 Polietileno 85,2 14,2 - <0,1 <0,1 0,4 Poliestireno 87,1 8,4 4,0 0,2 - 0,3 Poliuretano 63,3 6,3 17,6 6,0 <0,1 4,3 45,2 5,6 1,6 0,1 0,1 2,0 Têxteis 48,0 6,4 40,0 2,2 0,2 3,2 Borrachas 69,7 8,7 - - 1,6 20,0 Carnes Papel/papelão PVC Têxteis, borrachas e couros 16 Porcentagem em peso base seca (%) Tipos de resíduos Carbono HidrogêNitrogêOxigênio nio nio 8,0 11,6 10,0 Enxofre Cinzas 0,4 10,0 Couro Madeira, árvores, etc. 60,0 Restos de quintal 46,0 6,0 38,0 3,4 0,3 6,3 Madeira (construção) 50,1 6,4 42,3 0,1 0,1 1,0 Madeira de lei 49,6 6,1 43,2 0,1 <0,1 0,9 Madeira (misturada) 49,5 6,0 42,7 0,2 <0,1 1,5 48,1 5,8 45,5 0,1 <0,1 0,4 Vidro e minerais 0,5 0,1 0,4 <0,1 - 98,9 Metais (misturados) Diversos 4,5 0,6 4,3 <0,1 - 90,5 Restos de escritórios 24,3 3,0 4,0 0,5 0,2 68,0 Óleos, tintas 66,9 9,6 5,2 2,0 - 16,3 Restos de combustíveis 44,7 6,2 38,4 0,7 <0,1 9,9 Aparas de madeira (misturados) Vidro, metais, etc. Tabela 3-8: Dados típicos aproximados de conteúdo e energia para materiais encontrados em resíduos sólidos urbanos. Percentual aproximado (em peso) Tipo de resíduos Alimentos Gordura Restos de alimento (misturado) Vegetais Carnes Papel/papelão Papelão Revistas Jornais Papel (misturado) Papelão encerado Plásticos Plástico (misturado) Polietileno Poliestireno Poliuretano PVC Têxteis, borrachas e couro Têxteis Borracha Conteúdo energético (kJ/kg) Umidade Material volátil 2,0 95,3 2,5 0,2 37.530 38.300 39.161 70,0 21,4 3,6 5,0 4.180 13.916 16.701 78,7 38,8 16,6 56,4 4,0 1,8 0,7 3,1 5,2 4,1 6,0 10,2 3,4 77,5 66,4 81,1 75,9 90,9 12,3 7,0 11,5 8,4 4,5 5,0 22,5 1,4 5,4 1,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 95,8 98,5 98,7 87,1 86,9 2,0 <0,1 0,7 8,3 10,8 2,0 1,2 0,5 4,4 2,1 3.970 17.731 16.380 12.221 18.550 15.814 26.344 32.799 43.466 38.191 26.061 22.690 18.638 28.970 17.278 12.742 19.734 17.610 27.270 33.471 43.552 38.265 26.112 22.734 19.271 30.517 18.240 16.647 20.032 18.738 27.614 37.272 44.082 38.216 27.317 23.225 - - - 18.515 25.330 20.571 25.637 22.858 28.494 10,0 1,2 66,0 83,9 Carbono Não fixo combustível 17,5 4,9 6,5 9,9 Como coletado Seco s/ cinza Seco 17 Percentual aproximado (em peso) Tipo de resíduos Conteúdo energético (kJ/kg) Material Carbono Não volátil fixo combustível 10,0 68,5 12,5 9,0 Umidade Couro Como coletado 17.445 18.701 Seco s/ cinza 20.892 6.050 4.885 17.101 15.445 195 700 - 15.126 9.769 19.431 19.343 200 742 - 15.317 9.848 19.543 19.499 140 737 - 8.534 11.630 12.793 10.700 8.818 14.538 15.049 13.375 31.848 19.383 - Seco Madeira, árvores, etc. Resíduos de jardins Madeira (construção) Madeira de lei Madeira (misturada) Vidro, metal, etc. Vidro e mineral Metal, latas Metal, ferrosos Metal, não ferrosos Diversos Restos de escritórios RSU - Domiciliares RSU - Comerciais RSU 60,0 50,0 12,0 20,0 30,0 42,3 75,1 68,1 9,5 7,3 12,4 11,3 2,0 5,0 2,0 2,0 3,2 21,0 15,0 20,0 0,5 0,4 0,5 0,6 96-99+ 94-99+ 96-99+ 94-99+ 20,5 52,0 - 6,3 7,0 - 70,0 20,0 Biodegradabilidade A biodegradabilidade da fração orgânica é freqüentemente medida através do conteúdo de sólidos voláteis, determinado pela queima acima de 550 ºC, contudo os resultados podem ser, por vezes, enganosos, pois determinados produtos altamente voláteis são pouco biodegradáveis. Alternativamente o conteúdo de lignina dos resíduos pode ser usado para estimar a fração biodegradável e, neste caso, diversos compostos orgânicos podem ser listados para identificação da biodegradabilidade, como mostrado na Tabela 3-9. Tabela 3-9: Dados de fração biodegradável de alguns resíduos orgânicos, baseados no conteúdo de lignina calculados por Chandler, et al (1980). Porcentagem de Sólidos Voláteis em relação aos Sólidos Totais Porcentagem de Lignina em relação aos Sólidos Voláteis Fração biodegradável 7-15 0,4 0,82 Jornais/revistas 94,0 21,9 0,22 Papéis de escritórios 96,4 0,4 0,82 Papelão 94,0 12,9 0,47 Podas (jardins) 50-90 4,1 0,72 Componente Restos de alimento Papel 18 Materiais com maior quantidade de lignina, tais como revistas e jornais, apresentam menor biodegradabilidade que outros resíduos orgânicos encontrados no lixo doméstico. A taxa com que ocorre a degradação dos principais componentes orgânicos do lixo doméstico varia consideravelmente, e do ponto de vista prático podem ser classificados em rapidamente e lentamente degradáveis. Odores Odores surgem de resíduos sólidos quando se verifica o armazenamento por períodos relativamente longos no intervalo da geração “in loco” e a coleta, nas estações de transbordo e nos aterros sanitários. Essas ocorrências tornam-se significativas em locais de clima tropical, como no Brasil. A formação de odores resulta da decomposição anaeróbia de componentes biodegradáveis. Por exemplo, sob condições anaeróbias, o sulfato pode ser reduzido a sulfeto, que posteriormente combina com o hidrogênio para formar H2S. Os íons sulfeto podem também combinar com sais metálicos, tais como ferro, e formar sulfetos metálicos. A cor preta ou escurecida dos resíduos sólidos submetidos à decomposição anaeróbia em aterros, ocorre primariamente pela formação de sulfetos metálicos. A redução de compostos orgânicos contendo um radical de enxofre pode iniciar a formação de compostos como metil-mercaptana e ácidos aminobutíricos, que apresentam odores desagradáveis. A metil-mercaptana pode ser hidrolizada bioquimicamente para metilálcool e sulfeto de hidrogênio. Moscas A procriação de moscas é um problema constante em países como o Brasil, portanto são muito importantes considerações sobre o armazenamento, principalmente no local de origem. As moscas podem se desenvolver em menos de duas semanas após a postura de ovos. Dentro deste ponto vista, o período em que ocorre a formação da pulpa no aterro sanitário pode ser inferior ao período de desenvolvimento (9 a 11 dias), uma vez que o período de armazenamento desde sua geração (ou às vezes antes) até sua disposição no aterro, podem ser 19 elevados. Na Tabela 3-10 é mostrado o desenvolvimento das moscas domésticas, a partir da postura. Tabela 3-10: Fases de desenvolvimento de moscas domésticas (Salvato, 1992) Fase Eclosão de ovos Tempo 8-12 horas Primeiro estágio do período larval 20 horas Segundo estágio do período larval 24 horas Terceiro estágio do período larval 3 dias Estágio de Pulpa Total 4-5 dias 9-11 dias Ainda, durante o estágio larval, as larvas podem aderir-se nas paredes dos recipientes e containers, e podem ser transportados posteriormente ao aterro sanitário, onde finalizam seu desenvolvimento. Neste aspecto, a cobertura diária é imprescindível na redução e eliminação de moscas dos aterros sanitários e arredores. 3.1.4 TIPOS DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS Lançamento a Céu Aberto ou “Lixão” É uma forma de disposição final de resíduos urbanos, na qual estes resíduos sólidos são simplesmente descarregados sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. Esta forma de disposição facilita a proliferação de vetores, geração de odores, poluição das águas superficiais e subterrâneas pelo lixiviado, além de impedir o controle dos resíduos encaminhados para o local de disposição. É, sob todos os aspectos, a pior forma de disposição de resíduos sólidos, embora em levantamentos realizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), represente a solução para mais de 70% das comunidades brasileiras. 20 Aterro Controlado É uma forma de disposição final dos resíduos urbanos, na qual precauções tecnológicas executivas adotadas durante o desenvolvimento do aterro, como o recobrimento dos resíduos com argila, aumentam a segurança do sistema, minimizando os riscos de impactos ambientais e à saúde pública. Embora seja uma técnica preferível ao lançamento a céu aberto, não substitui o aterro sanitário; é uma solução compatível (não completamente adequada) para municípios pequenos. É adotada no Brasil, como solução para aproximadamente 13% dos municípios. Aterro Sanitário O aterro sanitário é uma forma de disposição final de resíduos urbanos, dentro de critérios de engenharia e normas operacionais específicas, proporcionando o confinamento seguro dos resíduos, evitando danos ou riscos à saúde pública e minimizando os impactos ambientais. Esses critérios mencionados materializam-se no projeto de sistemas de drenagem periférica e superficial para afastamento de águas de chuva, de drenagem de fundo para a coleta do lixiviado, de sistema de tratamento para o lixiviado drenado, de drenagem e queima de gases gerados durante o processo da bioestabilização da matéria orgânica. É, sem dúvida, uma interessante alternativa de disposição final de resíduos sólidos para os países em desenvolvimento como o Brasil. Atualmente, cerca de 10% das comunidades brasileiras solucionaram seu problema de disposição de lixo adotando a técnica do aterro sanitário. 3.2 ATERRO SANITÁRIO 3.2.1 Definições O planejamento, projeto e operação de aterros sanitários modernos envolvem a aplicação de uma variedade de princípios científicos, de engenharia e econômicos. Historicamente, aterros sanitários têm sido o método mais econômico e ambientalmente aceitável para disposição de resíduos sólidos em qualquer país do mundo. Mesmo com a implementação de tecnologias de redução de lixo, reciclagem e transformação, 21 a disposição de resíduos sólidos nos aterros sanitários permanece como um componente importante na estratégia de manejo integrado dos resíduos sólidos. No passado o termo aterro sanitário era empregado para denotar o lugar em que os resíduos eram lançados e cobertos ao final do dia. No Brasil, confundia-se aterro sanitário com os atuais “lixões”, em que nem sempre ocorre a cobertura ao final do dia. Atualmente, aterro sanitário refere-se a instalações projetadas e operadas para a disposição de lixo doméstico com a finalidade de minimizar impactos ambientais e problemas de saúde pública. Dentro dessas instalações, ocorrem transformações, que compõe na realidade um sistema de tratamento, uma vez que os projetos atuais visam a aceleração do processo de degradação da matéria orgânica. As atividades das instalações incluem monitoramento do fluxo de resíduos que entram no aterro, descarga e compactação, além de elementos de monitoramento ambiental. O termo célula é empregado para descrever o volume de material disposto em aterro sanitário durante determinado período de operação. A célula de um dia corresponde à célula diária e determinadas etapas de implantação correspondem à célula respectiva. Após a descarga e compactação diária emprega-se a cobertura diária, consistindo de uma camada que varia de 12 a 30 cm de material estável, que pode ser um composto (de compostagem). A cobertura tem como finalidade controlar o carreamento do material pelo vento; prevenir contra a entrada e/ou saída de ratos, moscas, baratas e outros vetores de doenças; além de controlar a formação de percolados durante a operação do aterro. O conjunto horizontal limitado das células diárias compõe uma camada de resíduos formada por lixo compactado mais a cobertura diária. Tradicionalmente, os aterros são compostos por diversas camadas com espessura variável. No limite lateral externo entre uma camada e outra, são dispostas as bermas ou patamares, que são empregadas para manter a estabilidade do aterro, dispor os canais de drenagem superficial e para a locação de tubulações para exaustão de gás, quando ocorrer. Para melhor compreensão do aterro sanitário moderno, é apresentado na Figura 3-2 uma definição esquemática para operações e processos envolvidos. Segue-se na Figura 3-1 um esquema de desenvolvimento do aterro ao longo de sua vida útil. 22 Figura 3-1: Desenvolvimento e encerramento de um aterro sanitário: (a) escavação e impermeabilização; (b) Disposição de lixo; (c) encerramento do aterro. 23 Figura 3-2: Esquema conceitual de operações e processos em um aterro sanitário segundo Tchobanoglous et al, 1993. 3.2.2 Classificação Resíduos sólidos domésticos abrangem uma gama muito grande de resíduos, gerados dentro de uma comunidade, podendo abranger, além da origem domiciliar, aqueles gerados no comércio e aqueles industriais, considerados inertes e alguns tipos de não inertes, além daqueles originados no serviço público. 3.2.2.1 Quanto ao Tipo Aterros sanitários convencionais são utilizados basicamente, para disposição desses resíduos, sem controle efetivo sobre formas diferenciadas de descarga ou compactação, podendo ocorrer alguma forma de separação prévia de materiais recicláveis, como papel, papelão, vidro, plásticos e metais. Aterros projetados para máximo aproveitamento de biogás (Tchobanoglous et al, 1993), é uma situação inexistente no Brasil, porém bastante comum em alguns países europeus. Nesses casos, são necessários projetos especiais. Como exemplo, a elevação da 24 altura ou profundidade das camadas de resíduos, células individuais (aterros celulares) em que os resíduos são dispostos sem camadas intermediárias de cobertura e o chorume é reciclado com a finalidade de acelerar o processo de decomposição. Aterros sanitários como unidade em um sistema integrado de tratamento (White et al, 1993 e Tchobanoglous et al, 1993), corresponde propriamente a diferenciações no método de operação, separando-se o conteúdo orgânico para ser disposto no mesmo. O processo de biodegradação pode ser acelerado pelo aumento da umidade, seja através da recirculação do chorume ou por adição de lodos de sistemas de tratamento de esgotos ou estrume de animais (preferencialmente ruminantes). O material degradado pode ser posteriormente removido e empregado como material de cobertura e as células escavadas podem ser novamente ocupadas. 3.2.2.2 Quanto aos Métodos Segundo Tchobanoglous et al (1993) basicamente podem ser identificados três métodos de execução de aterro sanitário: a) por escavação, b) de ocupação de área, e c) de ocupação de vales, como mostrado na Figura 3-3. O método por escavação é idealizado para áreas em que é possível a obtenção de profundidades adequadas de material para cobertura e áreas onde o nível do lençol freático não se encontra próximo à superfície. Neste método o solo é escavado e empregado para cobertura diária e final. As células escavadas ou trincheiras são revestidas com mantas de membrana sintética ou solo argiloso de baixa permeabilidade, ou mesmo a combinação de ambos. 25 Figura 3-3: Métodos de disposição: (a) por escavação; (b) ocupação de área; e (c) ocupação de vales (Tchobanoglous et al, 1993). O método de ocupação de área é empregado quando o terreno não é adequado à escavação de células ou trincheiras ou então em situações em que o nível do lençol freático é muito alto (próximo à superfície). A preparação do local inclui a instalação de revestimentos e sistemas de controle de chorume. O método de ocupação de vales corresponde à disposição de resíduos em canyons, ravinas, áreas de empréstimo drenadas e jazidas exploradas de rocha (pedreiras). Nesses casos são previstas disposições de diversas camadas e deve-se prevenir o acúmulo de água no 26 aterro, com um eficiente sistema de drenagem. O viabilidade desse método está vinculado a existência de material de cobertura, principalmente das camadas individuais. O método de disposição dos resíduos que pode ser considerado dos mais eficientes, é fundamentalmente um misto entre o de ocupação de área e o de escavação, uma vez que a escavação mais profunda é normalmente limitada pela capacidade de drenagem natural e pela altura das camadas de lixo. Escavações muito profundas dificultam a drenagem do chorume, e, consequentemente a operação do mesmo. Também a implementação de um aterro modular, com definição de bases e células com relativa independência, permite a distribuição adequada de custos, ao longo da vida útil do sistema. 3.3 CHORUME Chorume pode ser definido como a fase líquida da massa aterrada de resíduos, que percola através desta removendo materiais dissolvidos ou suspensos. Na maioria dos aterros sanitários, o chorume é composto pelo líquido que entra na massa aterrada de lixo advindo de fontes externas, tais como sistemas de drenagem superficial, chuva, lençol freático, nascentes e aqueles resultantes da decomposição do lixo. 3.3.1 QUALIDADE 3.3.1.1 Parâmetros de Qualidade do Chorume Quando a água percola através da massa de lixo aterrada, que está em decomposição, material biológico e componentes químicos são carregados para a solução. Na Tabela 3-11 são apresentados dados representativos das características de chorume, tanto para aterros novos como para mais antigos (estabilizados), segundo Tchobanoglous (1993). A composição química do chorume, segundo o autor, varia muito, dependendo da idade do aterro e dos eventos que ocorreram antes da amostragem. Por exemplo, se o chorume é coletado durante a fase ácida, o pH será baixo, porém parâmetros como DBO5, COT, DQO, nutrientes e metais pesados deverão ser elevados. Contudo durante a fase metanogênica o pH varia entre 6,5 e 7,5 e os valores de DBO5, COT, DQO e nutrientes serão significativamente menores. 27 Tabela 3-11: Dados típicos da composição do chorume para aterros novos e antigos segundo Tchobanoglous, 1993). Valores (mg/l) Características DBO5 COT (carbono orgânico total) DQO Sólidos suspensos totais Nitrogênio orgânico Nitrogênio amoniacal Nitrato Fósforo total Alcalinidade como CaCO3 PH Dureza total como CaCO3 Novos aterros (menos de 2 anos) Aterros antigos Faixa de variação Típico (mais de 10 anos) 2.000-30.000 1.500-20.000 3.000-60.000 200-2.000 10-800 10-800 5-40 4-100 1.000-10.000 4,5-7,5 300-10.000 10.000 6.000 18.000 500 200 200 25 30 3.000 6 3.500 100-200 80-160 100-500 100-400 80-120 20-40 5-10 5-10 200-1.000 6,6-7,5 200-500 A biodegradabilidade do chorume varia com o tempo e pode ser determinada pela relação DBO5/DQO. Inicialmente essa relação situa-se em torno de 0,5 ou maior; e relações entre 0,4 e 0,6 são indicadores da melhor biodegradabilidade. Em aterros antigos, a mesma relação situa-se normalmente na faixa entre 0,05 e 0,2. Como resultado dessa variação nas características do chorume, o projeto de sistemas de tratamento é bastante complexo. Compostos Orgânicos Basicamente, os compostos orgânicos são caracterizados pela ligação carbonocarbono. Uma forma de classificar os compostos orgânicos é a identificação de três grupos: Ácidos graxos, de baixo peso molecular (ex.: ácidos acético, propiônico e butírico) Ácidos Húmicos, de elevado peso molecular (ex: tipo carboidratos, carboxil e grupos hidroxil aromáticos) Substâncias do tipo acido fúlvico, de peso molecular intermediário Chian e deWalle (1975), realizaram estudos para determinar a composição da fração orgânica do chorume. Seus estudos detectaram entre 20 e 70% de ácidos graxos voláteis 28 livres como parte do Carbono Orgânico Total (COT) do chorume, dependendo da idade do aterro. Os porcentuais de ácidos graxos tendem a diminuir com o aumento da idade do aterro. Os compostos orgânicos restantes foram distribuídos em quantidades iguais entre grupos de compostos de ácidos fúlvicos, ácidos tânicos, ligninas, material celulósico e outras formas de matéria orgânica. Estudos de Qasim e Burchinal (1970), demonstraram que concentrações de substâncias orgânicas (COT, DQO e DBO) e relações DBO/DQO, são geralmente elevadas durante os estágios mais ativos (iniciais) de decomposição e gradualmente tendem a reduzir conforme o aterro se estabiliza organicamente. Análises de amostras de chorume de aterros mais estabilizados, coletadas por Chian e deWalle (1975), confirmaram o decréscimo generalizado de ácidos graxos no chorume com o passar do tempo, e mostraram que a maior parte do material orgânico estava presente na forma de moléculas do tipo fulvicas refratárias. Somente 0,5% do Carbono Orgânico Total estava presente na forma de material húmico de elevado peso molecular. Estes autores sugerem que esse tipo de chorume, mais estabilizado, pode ser mais bem tratado através de processos físicos e químicos, ao invés de processos biológicos. Compostos Nitrogenados Nitrogênio amoniacal e nitrogênio orgânico, que coletivamente são denominados de Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK), representam um percentual bastante elevado de compostos de nitrogênio presentes no chorume. Devido às condições anaeróbias no interior do aterro, as concentrações de nitrito e nitrato são normalmente baixas. Quando se verifica um conteúdo de nitrogênio amoniacal muito elevado (ex: acima de 1.000 mg/l), do ponto de vista do tratamento biológico, a nitrificação pode ser inibida. Bactérias nitrificantes também são relativamente sensíveis a baixas temperaturas. Em virtude dessas condições, torna-se necessário reduzir a concentração de nitrogênio amoniacal, para valores mais aceitáveis, através de processos físico-químicos, antes da implementação de um tratamento biológico. Compostos de Fósforo Normalmente o chorume apresenta baixas concentrações de fósforo, cuja deficiência limita o tratamento biológico. A mais alta concentração de fósforo solúvel, citada por 29 Robinson e Maris (1979), foi de 0,41 mg/l, sendo que concentrações inferiores a 0,4 mg/l foram bastante comuns. Relações de DBO/P maiores que 7.000/1 tem sido encontradas em chorume resultante de recentes disposições de lixo. Uma vez que se consideram valores de DBO/P ótimos para tratamento biológico, em torno de 100/1 (Metcalf & Eddy, 1991), o tratamento biológico pode ser inibido pela deficiência de fósforo, a menos que seja feita sua adição. pH Durante a fase ácida de decomposição, o pH é relativamente baixo, assim isto irá requerer um ajuste para permitir o tratamento biológico. Neste caso, ainda, se houver necessidade de remoção de metais, o pH deve ser ajustado para que ocorra a sua precipitação. Metais Pesados Em geral, a remoção de metais deve ocorrer se for empregado quaisquer das formas de tratamento biológico (aeróbio ou anaeróbio), pois nesse processo ocorre sua precipitação (Forgie, 1988). Se for empregado o tratamento anaeróbio, os metais tenderão se precipitar como sulfetos metálicos, e por outro lado, se for empregado o tratamento aeróbio, os metais tendem a se oxidar e precipitar como hidróxidos metálicos. Contudo, pode haver condições específicas quando elevadas concentrações de certos metais, como o cobre, o zinco e o níquel, podem causar a inibição biológica. Nestes casos a precipitação química pode ser necessária. Por outro lado, a remoção de certos íons metálicos, tais como: Zn, Fe, Mn e Pb, em conjunto com a formação de lodo químico ou biológico, podem representar um problema na disposição do lodo. Nestes casos a concentração de metais pode ser bem maior que a previamente existente, representando um problema a ser pensado. Sólidos Dissolvidos O chorume contém normalmente elevado conteúdo de sólidos totais dissolvidos (cloretos, sulfatos, sódio). Estes constituintes não são muito reativos, portanto não são facilmente removíveis. Caso seja necessária sua remoção, devem ser aplicados processos físico-químicos. 30 3.3.1.2 Variações na Qualidade do Chorume Conceitualmente, como descrito por Tchobanoglous et al (1993), a qualidade do chorume, assim como a composição do gás de um aterro sanitário varia em função das fases de degradação em que se encontra a massa de resíduos biodegradáveis. Portanto, a qualidade do chorume pode ser expressa como mostrado na Figura 3-4. I Figura 3-4: II III IV V Variações das características do chorume em função do tempo e das fases de degradação e geração de gases (Tchobanoglous, 1993). Contudo essa abordagem é genérica e ilustra bem a inter-relação entre as fases de degradação do aterro com a qualidade dos efluentes líquidos e gasosos. Na verdade a qualidade do chorume é variável a ser considera dentro de intervalos mais curtos de tempo, tais como variações sazonais e mesmo mensais, além de dependente das características operacionais do aterro. Por outro lado, deve-se considerar qual abordagem será feita na concepção do aterro e no respectivo manejo de chorume, de forma a detectar quais variáveis são mais importantes. Para mostrar a dependência da qualidade do chorume às variáveis operacionais e de projeto, Lu et al. (1984) desenvolveram curvas mostrando mudanças na concentração com o aumento da idade do aterro, empregando dados de vários outros aterros de diferentes idades. Os autores mostraram que as concentrações de vários componentes do chorume variavam consideravelmente. A idade do aterro foi considerada o fator mais relevante na composição do chorume. Os tipos, quantidades e taxas de produção de contaminantes do chorume de aterros sanitários são influenciadas por vários fatores, incluindo tipo e composição do lixo, 31 densidade, seqüência de disposição, profundidade, umidade, temperatura, tempo e prétratamento. A quantificação mais precisa desses parâmetros e seus impactos, são complexos devido à heterogeneidade do lixo encontrado nos aterros. Os mecanismos e o alcance desses contaminantes liberados, assim como suas concentrações, não são de fácil previsão. Portanto é de extrema importância a aquisição e análise de dados de diferentes aterros, para que tais experiências possam ser aplicadas a novas situações. Todavia, existem certas tendências para os níveis de concentração de contaminantes do chorume ao longo do tempo. Lu et al. (1984) efetuaram uma revisão extensa de pesquisas que abordavam a produção do chorume e respectivas concentrações de contaminantes. Os autores combinaram dados obtidos desses estudos, que resultaram em curvas similares às da Figura 3-5, para DBO5, ferro (Fe), cloro (Cl), e nitrogênio amoniacal (N-NH3). Porém, as concentrações dos diversos componentes não se alteram com a mesma taxa para diferentes lugares, pois o tempo é apenas um dos fatores relevantes (o outro é a infiltração). Uma alternativa é utilizar o fluxo de entrada de umidade como a variável preponderante. Determinando-se as infiltrações de água, através de um modelo de balanço hídrico, é possível estimar a concentração dos contaminantes. Uma vez que as infiltrações transformam-se no chorume pela lixiviação, as concentrações desses compostos diminuem com o tempo. Figura 3-5: Variação da concentração de contaminantes do chorume com a idade do lixo. (Lu, Eichenberger e Stearns, 1985 citado por McBean et al, 1995). 32 Reitzel et al (1992), a partir de estudos em lisímetros determinou, através da análise de regressão, algumas curvas exponenciais para variações dos parâmetros: cloretos, DQO, fosfato total, amônia, ferro, cádmio e chumbo. Para cada um desses parâmetros os autores correlacionaram a quantidade de líquidos adicionados por unidade de massa de resíduos em função do tempo. As funções obtidas, contudo, são de pouca aplicação prática, pois um aterro sanitário é composto por múltiplas células em diferentes estágios de degradação. Assim sendo, o uso dessas curvas deve levar em conta que para cada célula seja considerado o tempo a partir do momento em que a mesma foi preenchida. Além das diversas variáveis existentes, outros fatores devem ser considerados, especialmente no Brasil, onde diversos locais de destinação final que não receberam liners adequados, em função da boa operação, são considerados aterros sanitários, mas apresentam uma série de deficiências de drenagem e controle do chorume. Além disso, o uso indiscriminado da recirculação promove alterações significativas no processo de degradação dos resíduos aterrados, assim como no chorume resultante. Este fato, aliado à falta de pesquisas mais profundas sobre o tema no Brasil, implica no desconhecimento das características qualitativas médias do chorume advindo dos sistemas típicos de disposição de lixo doméstico existentes. Características estas, associadas também com o tipo de lixo doméstico gerado no país, bastante diferente daquele produzido em países do primeiro mundo, onde os sistemas e os estudos são mais consistentes. Estudo de Cintra e Hamada (2002) Estudos realizados por Cintra et al (2002), no aterro sanitário de Bauru, mostraram que a qualidade do chorume obtido no poço coletor apresenta variações significativas ao longo das amostragens efetuadas durante o período de seis meses. Para as amostragens de chorume efetuados no período de estudo a DBO5 variou de 1.050 mg/l a 18.320 mg/l, e a DQO entre 3.940 mg/l e 29.920 mg/l, como mostrado na Figura 3-6. Portanto, houve uma variação expressiva da DBO5, acima de 1000%, e da DQO, acima de 500%, e estas estiveram correlacionadas aos índices pluviométricos, mostrado na Figura 3-7. Outro dado relevante foi a queda do pH como resultado dos período de entrada das chuvas mais intensas, como mostrado na Figura 3-8. A redução dos valores de pH pode ser também correlacionada com o aumento da DBO5 e da DQO. 33 Nessas análises verificou-se que a variação da qualidade do chorume é muito grande ao longo do ano, sendo dependente fundamentalmente das chuvas e da posição da frente de disposição, que ocorreram nas proximidades do tanque de coleta. Além disso os sistemas de contenção e de drenagem do aterro são muito precários, permitindo a infiltração do chorume no solo. A qualidade do chorume nos meses de baixa pluviosidade manteve-se bastante uniforme, o que permite concluir que o mesmo resulta de sua estagnação ao longo dos meses de estiagem, atingindo relações DBO5/DQO menores que 0,3, típicos de aterros antigos. A estabilidade dos parâmetros DBO5 e DQO nesse período não é propriamente representativa de uma massa nova de lixo, cujo chorume apresenta elevada concentração de material biodegradável. Contudo, com a chegada das chuvas, o sistema de drenagem passou a capturar o chorume advindo da frente de disposição, que na época encontrava-se próximo ao poço de coletor, na parte frontal do aterro, o que elevou significativamente os valores de DBO5, DQO e também a relação DBO5/DQO. Após essa elevação os valores de DBO5 e DQO reduziram-se gradativamente, como resultado da intensa lixiviação ocorrida no início do período de chuvas e o pH se elevou concomitantemente. Deste estudo concluiu-se que a qualidade do chorume não depende somente da vida útil do aterro, mas de eventos e atividades operacionais do aterro, tais como precipitação pluviométrica e localização frente de descarga. Depende também de fatores tais como eficiência do sistema de drenagem e da qualidade da impermeabilização da base. 35.000 Concentração (mg/l) 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 1 21 41 61 81 101 121 141 Dias DBO5 (m g/1) Figura 3-6: DQO (m g/1) Valores de DBO5 e DQO do chorume ao longo tempo no aterro controlado de Bauru. 34 80,0 70,0 Precipitação (mm) 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 1 21 41 61 81 101 121 141 Dias Figura 3-7: Registros de precipitação pluviométrica na região do aterro controlado de Bauru no período de amostragens de chorume. 9 8 7 Valor de pH 6 5 4 3 2 1 0 1 21 41 61 81 101 121 141 Dias Figura 3-8: Valores de pH do chorume ao longo tempo no aterro controlado de Bauru. 3.3.2 GERAÇÃO Balanço de Água em um Aterro Sanitário Segundo Qasim e Chiang (1994), o fluxo de água por um aterro sanitário leva com ele vários materiais dissolvidos e suspensos. Geralmente, quanto maior os fluxos de água através 35 dos resíduos sólidos, mais contaminantes são carreados. Portanto é importante o conhecimento dos métodos que podem ser empregados para quantificar a geração de chorume. Para tanto, Pfeffer (1992), Fenn et al (1975), Dass et al (1977), Lu et al (1984), e Korfiatis e Demetracopoulos (1984), Remson et al (1968), citados por Qasim e Chiang (1994) e Tchobanoglous et al. (1993), abordam técnicas que utilizam a análise do balanço de água no aterro. Para um aterro sanitário o balanço de água corresponde à soma de quantidades que entram e a subtração de quantidades de água que são consumidas nas reações químicas e a quantidade de água que deixa o aterro como vapor. O potencial, portanto, corresponde à quantidade de água que excede a capacidade de retenção de umidade da massa aterrada. A água que entra no aterro é representada pela umidade contida na massa de lixo e cobertura diária e aquela resultante do balanço entre precipitação, evapotranspiração, e da capacidade de campo da camada de cobertura. As estimativas para o balanço de água de aterros sanitários podem ser efetuadas através de vários métodos. Lu et al. (1981 e 1984) elaboraram um resumo sobre as técnicas disponíveis para estimativa do volume de chorume. Este estudo resultou num total de 240 procedimentos diferentes para cálculos de geração de chorume. Fenn et al. (1975) e Dass et al. (1977), apresentaram uma análise do balanço de água, em que a fonte primária de líquidos no aterro é a precipitação. Uma parte dessa umidade resulta em escoamento superficial, uma parte é devolvida à atmosfera na forma de evapotranspiração do solo e das superfícies de plantas, e o resto se acrescenta ao armazenamento de umidade do solo. Sempre que a umidade excede a capacidade de campo do solo, a água, infiltra no interior do aterro. A taxa de percolação de umidade no aterro depois que ultrapassar a capacidade inicial será igual à taxa de geração de chorume. Fatores importantes que governam a taxa de percolação são precipitação, escoamento superficial, evapotranspiração, e armazenamento de umidade no solo. Estes fatores são descritos na seqüência. Precipitação Precipitação inclui toda a água que cai da atmosfera sobre uma área considerada, podendo ocorrer de várias formas, tais como chuva, neve e granizo. Uma vez que a precipitação atinge uma superfície resultará em escoamento superficial, evaporação e infiltração. 36 A precipitação varia geograficamente e de acordo com a sazonalidade. O volume precipitado, às vezes, varia consideravelmente dentro de uma curta distância, então, devem ser obtidos dados de precipitação que efetivamente atingiram a área considerada. Portanto, as fontes de informação devem cobrir um grande número de setores e serem confiáveis. Escoamento Superficial e Infiltração O volume do escoamento superficial depende de fatores como intensidade e duração da chuva, do declive da superfície, da permeabilidade do solo, e da quantidade e tipo de vegetação. Existem vários métodos para se estimar tanto o escoamento, como a infiltração de água no solo. O método mais usual considera o emprego de um coeficiente de escoamento superficial como um fator de proporcionalidade em relação à precipitação. Tal conceito é amplamente abordado no estudo da hidrologia. Evapotranspiração A quantidade de umidade disponível para evapotranspiração em um aterro é afetada pelo tipo de solo da cobertura e pela respectiva vegetação existente. Naturalmente, uma característica desejável num projeto de aterro sanitário é aumentar a evapotranspiração a fim de reduzir a produção de chorume (Dass et al. 1977). A evapotranspiração em um determinado local ou é calculada ou medida. A medida da evapotranspiração real e sua extrapolação constituem prognósticos mais precisos em relação as reais perdas de água. Muitos autores propuseram métodos que permitissem estimar a evapotranspiração utilizando lisímetros e sistemas medidores de evaporação (Jens et al. 1949; Viessman et al. 1977; Linsley e Franzini 1979; Chow et al. 1988). Muitas equações empíricas de evaporação/evapotranspiração foram propostas por vários pesquisadores. Veihmeyer (1964), citado por Qasin et al (1994) relatou uma discussão de métodos e equações sugeridas por Hedke, Lowry-Johnson, Blaney-Criddle, Blaney-Morin, Penman, Hargreaves, e Thornthwaite. Entre todos estes métodos e equações, os procedimentos fornecidos por Thornthwaite e Mather (1955, 1957) são os comumente aplicados. Este método utiliza valores tabelados de (a) índice de calor, (b) temperatura, e (c) fator de correção. Pode-se, portanto, falar em métodos de estimativa e métodos de medida. Para se trabalhar com uma ferramenta computacional seria conveniente incluir um método de 37 estimativa, pois estes fornecem equações empíricas que poderão ser ajustadas no programa e, além disso, tais equações são regidas por dados comumente encontrados no Brasil e, portanto, de fácil acesso para o usuário. Em conseqüência dessa facilidade, o método mais apropriado para o cálculo da evapotranspiração potencial é o de Thornthwaite. Thornthwaite (segundo Swami et al, 1978) estabeleceu uma equação para um mês de trinta dias, que correlaciona dados de evapotranspiração potencial, medida em evapotranspirômetros e em bacias hidrológicas, com dados de temperatura média mensal e comprimento do dia. A partir dessa correlação foi estabelecida a formulação que segue. a ⎛ 10 ⋅ t ⎞ E=⎜ ⎟ ⋅ 1,6 ⎝ I ⎠ em que E: evapotranspiração potencial não ajustada (cm); t: temperatura média mensal (oC); I: índice de calor, correspondente a soma de 12 índices mensais, tal que I= 12 ∑ 1 i, t em que i = ⎛⎜ ⎞⎟ ⎝5⎠ 1,514 ;e a = 0,675 ⋅ 10 −6 ⋅ I 3 − 0,771 ⋅ 10 −4 ⋅ I 2 + 1,792 ⋅ 10 −2 ⋅ I + 0,49 Armazenamento de umidade no solo O conteúdo de umidade no solo muda continuamente: aumenta devido a infiltração e diminui devido a evaporação/evapotranspiração. A depleção de umidade devido a evapotranspiração é limitada a uma zona de solo superior definida pela profundidade da zona efetiva de raízes das plantas. É importante considerar a mudança no armazenamento de umidade da cobertura de solo dos aterros no método do balanço de água. A máxima umidade que o solo pode reter contra a solicitação da força gravitacional é a capacidade de campo. A mínima umidade que o solo perde devido a vegetação é seu conteúdo de umidade de ponto de murchamento. A diferença entre os dois limites é a umidade que remata a capacidade disponível para as plantas do solo. Quanto maior a umidade disponível, maior será a perda de umidade à atmosfera através de evapotranspiração. Inicialmente, o solo satura rapidamente até que a capacidade de campo seja alcançada. Atingida a capacidade de campo, o solo permanece essencialmente com aquele conteúdo de umidade a menos que a perca por outros modos. 38 O solo dentro da zona de raízes pode perder umidade consideravelmente através de evapotranspiração a conteúdos de umidade abaixo da capacidade de campo. Ao ponto de murchamento permanente, a umidade restante é essencialmente indisponível para ser retirada através de plantas. 3.3.3 TRATAMENTO DE CHORUME A solução dos potenciais problemas pelo chorume coletado do aterro não se resume na escolha do processo de tratamento. Na realidade o termo que melhor se enquadra nesta questão é o manejo do chorume que constitui a chave para eliminação dos riscos potenciais de contaminação de aqüíferos provocados por este efluente. Diversas técnicas podem ser empregadas para manejo do chorume coletado dos aterros, entre as quais são destacadas por Tchobanoglous (1993): a) recirculação do chorume; b) evaporação; c) tratamento seguido de disposição; e d) disposição em estações de tratamento de esgotos domésticos. A recirculação de chorume é aceita por diversos autores como um método a ser considerado para o tratamento de chorume. Justifica-se que durante os estágios iniciais de operação do aterro, o chorume contém quantidades significativas de sólidos totais dissolvidos, DBO5, DQO, nutrientes e metais pesados. Quando o chorume é recirculado a concentração desses componentes é abrandada pela atividade microbiológica e por reações químicas e efeitos físicos que ocorrem dentro do aterro. Verificam-se assim, taxas de produção de gás significativamente maiores nesse tipo de sistema. O chorume residual deve ser coletado, tratado e disposto. A evaporação tem sido uma das formas de manejo simplificado de chorume quando se empregam lagoas de evaporação (devidamente impermeabilizadas). O chorume residual, menos úmido, resultante do processo, é disposto em locais do aterro, parcialmente encerradas. Em locais de elevado índice pluviométrico, essas instalações devem ser cobertas. Em muitos casos esta técnica emprega equipamentos evaporadores através da queima de diesel ou GLP, sendo indicado também o próprio gás do aterro como fonte de energia. Neste caso, devem ser tomadas precauções quanto ao efluente gasoso. O tratamento de chorume propriamente dito recorre a processos comumente empregados nos tratamento de águas residuárias. Uma vez que as características dos chorume coletado variam bastante nos diversos casos, um bom número de opções pode ser empregado 39 para tratamento. Na Tabela 3-12 são apresentados os principais processos de tratamento, tanto físico/químico e biológico utilizados para o tratamento de águas residuárias, inclusive o chorume. Uma alternativa que tem crescido proporcionalmente à disponibilidade de estações de tratamento de esgotos (ETE) é o co-tratamento do chorume nessas instalações. Normalmente a quantidade de chorume coletado nos aterros é bem menor que o volume tratado nas ETE’s, de forma que mesmo apresentando uma concentração elevada de matéria orgânica, a diluição com o esgoto reduz significativamente o impacto sobre o processo. Apesar da conveniência, a concentração de determinados contaminantes, especialmente metais pesados, deve ser ponderada e monitorada. Contudo, a escolha de uma alternativa para tratamento de chorume deve ser considerada mais profundamente, em função, principalmente da variação temporal da qualidade do chorume. Na realidade, devido as variantes de tratamento para os diferentes componentes químicos do chorume, não deve ser surpresa a existência de diversas alternativas. Estas alternativas de tratamento, como apresentado, incluem processos biológicos aeróbios e anaeróbios e métodos físicos e químicos. Acrescenta-se ainda a possibilidade de recirculação do chorume para o aterro, como forma parcial de tratamento e posteriormente, a aspersão do chorume sobre o solo como forma de disposição final. O enfoque de uma alternativa de tratamento individual está normalmente direcionado para um determinado componente químico, portanto, com todo sistema sendo implementado em uma seqüência, encadeando coletivamente o tratamento dos diferentes contaminantes existentes no chorume. A alternativa de tratamento a ser considerada para a aplicação em uma situação específica é função da qualidade requerida do efluente no lançamento. O tratamento in loco que permita o lançamento em um corpo d’água nas proximidades, necessariamente irá requerer um sistema mais abrangente e eficiente que aquele considerado preliminar para o lançamento em sistema público de coleta e tratamento, quando houver. Na Tabela 3-13 apresenta-se resumidamente as indicações de processos para tratamento dos principais constituintes do chorume. 40 Tabela 3-12: Processos representativos para tratamento de águas residuárias, inclusive o chorume, baseado em Metcalf & Eddy (1991). Processo de Tratamento Aplicação Observações Processos biológicos Lodos ativados Remoção de componentes orgânicos Necessita de decantador Sequência de reatores “batch” Remoção de componentes orgânicos Similar ao de lodos ativados, porém sem decantador (somente para pequenas vazões) Lagoas aeradas Remoção de componentes orgânicos Requer muita área Sistemas baseados em pe- Remoção de componentes orgânicos lículas biológicas Mais indicado para efluentes industriais Sistemas anaeróbios (lagoas e reatores) Remoção de componentes orgânicos Baixos consumo de energia e produção de lodo; em climas muito frios requer aquecimento; riscos de instabilidade, principalmente na partida Nitrificação/desnitrificação Remoção de nitrogênio Dependendo do sistema pode ser aplicado conjuntamente aos sistemas de remoção de componentes orgânicos. Neutralização Controle de pH Aplicação limitada Precipitação Remoção de metais e alguns anions Gera lodo que deve ser disposto como resíduos perigoso Oxidação Remoção de componentes orgânicos Mais indicado para águas residuárias diluidas e o uso de cloro pode gerar hidrocarbonetos clorados Processos químicos Oxidação com vapor satu- Remoção de compostos orgânicos rado Custoso Operações físicas Sedimentação/flotação Remoção de sólidos suspensos Aplicação limitada se aplicado isoladamente, porém pode ser útil em conjunto com outros processos. Filtração Remoção de sólidos suspensos Útil somente no refinamento do processo “Air Stripping” Remoção de amônia ou compostos orgânicos voláteis Necessita de euquipamento para controle de poluição atmosférica Adsorção Remoção de componentes orgânicos Custos elevados, e ainda em testes Troca iônica Remoção de compostos inorgânicos dissolvidos Útil somente no refinamento do processo Evaporação Quando a descarga de chorume não é Resulta em lodo que pode ser perigoso, permitida e pode ser custoso em regiões não áridas. 41 Tabela 3-13: Processos de tratamento para os principais constituintes do chorume (McBean et al, 1995). Constituinte Substâncias orgânicas em elevadas concentrações Nitrogênio amoniacal Metais pesados Fósforo PH Íons conservativos Características gerais Processo de Tratamento Provável Chorume novo (DBO≈10.000 mg/l) − Tratamento biológico − Na forma de ácidos graxos − Viável ao tratamento biológico, retendo-se qualquer inibição tóxica Chorume velho (DBO abaixo de 1.000 mg/l e DQO acima de 1.000 − Adsorção (ex: carvão ativado) mg/l) − Na forma ácidos húmicos e fúlvicos − Acima de 1.000 mg/l − Nitrificação/desnitrificação biológica − Cloração ao Breakpoint − Troca iônica − Em dezenas e centenas (mg/l) − Fe principalmente, Zn, Pb, Cu − Em dezenas (mg/l) − Precipitação química − Tratamento bioquímico − Adição suplementar, necessária ao tratamento biológico − O chorume é geralmente ácido − Neutralização por cal ou hidróxidos -2 + + − Cl e SO4 , K e Na em − Osmose reversa e milhares (mg/l), altas ultrafiltração concentrações de sólidos dissolvidos são comuns no chorume. 3.3.3.1 Tratamento Biológico A ênfase do tratamento biológico é alterar a forma dos constituintes orgânicos, contudo isto ocorre pela conversão biológica, podendo produzir grandes quantidades de lodo, que irá requer sua subseqüente disposição. Para o chorume com uma relação DBO/DQO elevada (acima de 0,40) recomenda-se o tratamento biológico aeróbio ou anaeróbio, sejam estes com microrganismos em suspensão ou com meio suporte. No primeiro caso enquadram-se as lagoas de estabilização, lagoas aeradas e lodos ativados. No segundo caso, enquadram-se os filtros biológicos e os discos rotativos de contato. 42 3.3.3.1.1 Tratamento Aeróbio Os ácidos graxos produzidos pela decomposição anaeróbia existente no interior do aterro, são facilmente biodegradáveis através do processo aeróbio, desde que consideradas limitações de toxicidade. Contudo em função da elevada concentração, requerem grandes quantidades de oxigênio e como conseqüência, enormes quantidades de biomassa, que devem ser posteriormente dispostas. Essas considerações são fundamentais, especialmente para o chorume novo. Quando se trata, porém de um chorume mais antigo, ou de um aterro mais estabilizado, a fração orgânica, embora seja significativa, é constituída por material pouco biodegradável, sendo nesta situação, pouco indicado o tratamento biológico. Como se sabe, em virtude principalmente das variações climáticas, o chorume apresenta uma carga orgânica bastante variável, necessitando adaptações ao sistema variando a capacidade de suprimento do ar. Um tratamento biológico tem uma papel importante na incorporação do nitrogênio amoniacal à biomassa, ou então, durante o tratamento aeróbio, ocorre a oxidação do nitrogênio amoniacal. Isto sugere a introdução prévia de um sistema anaeróbio, seguido de um aeróbio. Lagoas Aeradas As lagoas aeradas são dotadas de uma série de unidades de aeração mecanizada ou por difusores de ar, promovendo a mistura e introduzindo oxigênio. Estudos realizados por Chian e deWalle (1977), mostraram algumas limitações das lagoas areadas, cujo o efluente apresentava ainda concentrações elevadas de material orgânico estável de elevado peso molecular, muito parecido com o chorume advindo de aterros relativamente estabilizados. Resultados de estudos realizados com lagoas aeradas, no tratamento de chorume são mostrados na Tabela 3-14. 43 Tabela 3-14: Resultados do tratamento de chorume em lagoas aeradas (escala piloto) DBO (mg/l) Tempo de detenção (dias) Autoria Afluente Efluente Temp. (ºC) Booyle & Ham (1974) 2.900 200 24 5 Problemas com espuma Cook & Foree (1974) 7.100 26 22 10 Adição de cal+fosfato Uloth & Mavinic (1977) 36.000 32 20 20 Adição de N+P e problemas com espuma Chian & deWalle (1977) 35.200 (DQO) 1.030 (DQO) 24 7 Adição de P, ácidos tânico e fúlvico Zapf-Gilje (1979) 13.600 26 25 6 Observações Lodos Ativados O sistema de lodos ativados caracteriza-se fundamentalmente pela recirculação do lodo, sendo que o tempo de detenção hidráulico é consideravelmente menor que em lagoas aeradas, com retenção de bactérias entre três a cinco vezes maior. Alguns estudos, empregando-se lodos ativados para tratamento de chorume em escala real, descritos por Ehrig (1989), demonstraram um efluente com DBO5 de 254 mg/l para um afluente de 5.294 mg/l, e em termos de DQO, corresponderam a 1.566 e 12.359 mg/l, respectivamente. Além da redução da DBO5, obtém-se a nitrificação, como um aspecto importante do tratamento por lodos ativados. Essas características tornam-se mais importantes com o envelhecimento do aterro e conseqüente aumento na geração de compostos nitrogenados. Durante a aeração o pH se eleva, alterando o equilíbrio para amônia na forma livre. Nestes casos podem ocorrer efeitos inibitórios sobre as bactérias nitrificantes. A sobrecarga durante a degradação do nitrogênio resulta na nitrificação parcial, com acúmulo de nitrito no sistema. Recomenda-se que se utilize da desnitrificação como forma de se reduzir o nitrato no efluente, assim como garantir maior estabilidade do pH no sistema (a nitrificação é um processo que reduz o pH). 44 Filtros Biológicos ou Discos Rotativos de Contato Uma das vantagens anunciadas para este tipo de sistema com meio suporte para a biomassa (biofilme), é a maior tolerância aos choques de carga, tanto hidráulico como químico, que são muito comuns quando se trata do chorume. Contudo, verifica-se, principalmente nos discos de contato, uma tendência de obstrução do leito pela presença de depósitos de cálcio, impedindo o desenvolvimento da biomassa. Comparativamente ao sistema de lodos ativados, os sistemas de biofilme consomem menor quantidade de energia, sendo porém limitados quanto à capacidade de tratar o chorume com elevadas concentrações de material orgânico, principalmente pela obstrução dos vazios e redução da oxigenação. Estudos de Knox (1985) demonstraram bons índices de nitrificação em filtros biológicos até a valores de 2,0 gN/m2.dia, sendo que a partir deste valor verificou-se um acúmulo de nitrito no sistema. De fato, em termos de tratamento de águas residuárias os filtros biológicos apresentam boa eficiência na nitrificação. Aspectos Negativos do Tratamento Aeróbio McBean e et al (1995), descrevem diversas características negativas no emprego do tratamento aeróbio para o chorume. O tratamento aeróbio não funciona bem na presença de metais tóxicos, tais como Cu, Na e Ni, que inibem principalmente a nitrificação. Normalmente a relação DBO5/P no chorume está abaixo de 100, requerendo a adição suplementar de fósforo. A formação de espuma durante a aeração tem sido frequentemente reportado, necessitando o emprego de mecanismos para sua eliminação. Existe um potencial para a formação de CaCO3 e/ou precipitação de ferro, que causam problemas operacionais para os equipamentos de aeração. Existe um potencial para formação de grandes quantidades de nitrogênio amoniacal, e se isto ocorrer, a nitrificação pode ser inibida. Nesta situação a concentração de amônia deve ser reduzida por meios físico-químicos, antes de se proceder a nitrificação. Também, a presença de metais inibidores específicos, podem requerer um pré-tratamento. 45 A oxigenação exige elevado consumo de energia, que durante a vida do sistema de tratamento pode significar um custo de operação e manutenção muito acima do custo de implantação. 3.3.3.1.2 Tratamento Anaeróbio A atividade biológica anaeróbia ocorre no processo natural de degradação no interior do aterro. Esse processo anaeróbio pode ter a continuidade em um sistema de tratamento de chorume. Em um sistema de tratamento de águas residuárias, as moléculas orgânicas complexas no afluente são fermentadas por bactérias à ácidos graxos voláteis, principalmente acético, propiônico e butírico. Estes são convertidos em metano e dióxido de carbono pelas bactérias metanogênicas, resultando em uma baixa produção de sólidos biológicos. Uma desvantagem conhecida do processo anaeróbio é que os microrganismos, principalmente as bactérias metanogênicas, são inibidas pelo meio ácido e são sensíveis à presença de alguns metais. Estas inibições podem causar uma redução na taxa de crescimento e conduzir ao carreamento da rede de células microbianas em sistemas de mistura completa. Este problema normalmente é solucionada com a adição de uma solução tampão ou pelo emprego de filtros anaeróbios, para retenção de biomassa. Os filtros anaeróbios tem-se mostrado mais eficientes que os digestores, principalmente pela redução do carreamento da biomassa. Na Tabela 3-15 apresenta-se os resultados de estudos com filtros anaeróbios e similares (biomassa fixa ou biofilme). Tabela 3-15: Exemplos de eficiência de tratamento empregando reatores de filme fixo (McBean et al, 1995). Autores DQO (mg/l) Chian e deWalle (1977) 54.000 Remoção de DQO (%) 95 Meio suporte Henry et al. (1985) 2.000 91 Filme plástico Soyupack (1979) 5.800 90 Areia Wright et al (1985) 22.800 97 Anéis plásticos Carvão granular Outros trabalhos sobre tratamento anaeróbio, como descritos por Kennedy e Guiot (1986), demonstram que sistemas como filtros podem operar com tempos de detenção 46 menores que 24 horas, considerando-se cargas orgânicas variando entre 11 e 70 kg (DQO)/(m3.dia) e eficiências entre 50 e 90%. Beard e McCarty (1983), concluíram que sistemas de manta de lodo para tratamento de chorume com tempo de detenção de 1 dia e para cargas orgânica média de 15 kg (DQO)/(m3.dia) promovem um tratamento eficiente, sem necessidade de tamponamento e empregando a recirculação de chorume. Ainda, estudos de Lema et al (1988) com diversos sistemas anaeróbios demonstraram sua viabilidade e eficiência, como apresentado na Tabela 3-16. Tabela 3-16: Resumo de levantamentos realizados por Lema et al (1988), para alguns sistemas anaeróbios de tratamento de chorume. Tipo de reator DQO do chorume (mg/l) Temperatura (°C) Tempo de detenção (dias) Remoção de DQO (%) 25 - 35 33 - 35 0,3 - 0,5 80 - 90 Filtro anaeróbio 13,8 21 - 25 2-4 68 - 95 Filtro anaeróbio 3,8 21 - 25 0,5 - 1 60 - 95 Filtro anaeróbio 1,9 21 - 25 0,5 - 1 88 - 90 Manta de lodo Os sistemas anaeróbios para tratamento de chorume apresentam muitas vantagens sobre o tratamento aeróbio. As vantagens incluem a geração do gás metano como subproduto e a baixa produção de lodo biológico na forma de lodo ou material em suspensão. Além disso o sistema não requer a introdução de equipamentos de aeração, e, conseqüente, considerável consumo de energia. Além da manutenção de temperaturas adequadas, que não representam problema para a maior parte do Brasil, o sistema deve ser projetado cuidadosamente para não permitir sua obstrução. Dentre as desvantagens que podem ser citadas, incluem-se as descritas na sequência. Exigência de temperaturas entre 15 e 35°C. Tempos de detenção relativamente longos Remoção incompleta de matéria orgânica Redução limitada de nitrogênio amoniacal Se a concentração de DBO5 é muito alta, a aplicabilidade do processo de tratamento anaeróbio torna-se uma grande vantagem devido ao baixo consumo de energia. Contudo, a combinação de tratamento anaeróbio, seguido de um aeróbio é freqüentemente a melhor alternativa, de acordo com o esquema apresentado na Figura 3-9. 47 Chorume afluente TRATAMENTO ANAERÓBIO TRATAMENTO AERÓBIO Figura 3-9: − Não requer oxigênio − Baixa produção de sólidos − Aproveitamento de biogás − − Para redução de N-NH3 Para incrementar a remoção de DBO e Sólidos suspensos Combinação de tratamento aeróbio e anaeróbio (McBean et al, 1995). Os efluentes de sistemas de tratamento anaeróbio de chorume são normalmente similares ao chorume de aterros antigos, ou seja com relação DBO/DQO menor que 0,3, sendo que a DQO atinge valores entre 1.000 e 3.000 mg/l e um conteúdo de nitrogênio amoniacal relativamente alto, entre 500 e 1.000 mg/l. Por isso as características do efluente dos sistemas anaeróbios não são suficientes para se permitir seu lançamento nos corpos receptores. 3.3.3.2 Tratamento Físico e Químico Conforme o aterro sanitário vai se estabilizando bioquimicamente, há um decréscimo da quantidade de compostos biodegradáveis existentes no chorume. A eficiência de um sistema biológico de tratamento decresce na mesma proporção, demandando tratamento físico ou químico. Para McBean et al (1995), esta última alternativa como única no processo somente se aplicaria a chorume considerado muito antigo. Dentre os processos aplicáveis podem ser citados: filtração em leito granular, adsorção por carvão ativado, ultrafiltração, precipitação química e coagulação, troca iônica, oxidação química e osmose reversa. 48 Na filtração granular o objetivo é a remoção de sólidos suspensos, indicada para ser aplicada antes da adsorção por carvão ativado. Em alguns casos a filtração se aplica a efluentes de tratamento biológico. Normalmente o processo de adsorção por carvão ativado ocorre em colunas, através de fluxo ascendente ou descendente. O emprego da adsorção por carvão ativado não é indicado para chorume novo devido a baixa afinidade do carvão com ácidos voláteis. Assim, este processo é indicado para o chamado chorume “velho”, em que há predominância de substâncias húmicas. A ultrafiltração é um meio eficiente para remoção de moléculas de elevado peso molecular existente no chorume. Porém aquelas de pesos moleculares menores freqüentemente passam pelo filtro. Quando o chorume é tratado biologicamente, os metais pesados são removidos na forma de sulfetos metálicos no processo anaeróbio e como hidróxidos metálicos no processo aeróbio. Porém quando a concentração desses metais é elevada a precipitação química é indicada. Normalmente empregam-se a cal ou então oxidantes fortes. Embora pouco eficiente, a precipitação com cal consegue remover moléculas de elevado peso molecular. A coagulação com sulfato de alumínio ou cloreto férrico tem se mostrado pouco eficiente na remoção de DQO, além de exigir altas concentrações de coagulante, gerando elevados volumes de lodo. A osmose reversa é um processo de separação por membranas, que pode ser aplicado em determinadas situações. Da mesma forma que na ultrafiltração, sugere-se o emprego prévio de tratamento biológico. Apesar da boa eficiência um dos maiores problemas é rápida colmatação. Na oxidação química são empregados com freqüência tanto o cloro como o ozônio. Nos diversos estudos realizados, mostrados a seguir, verifica-se baixa eficiência no processo. A preferência recai sobre o hipoclorito de cálcio. O ozônio por sua vez não é indicado para chorume “novo”, devido a grande resistência de ácidos graxos ao ozônio. O processo de troca iônica é dependente do tipo de matéria orgânica predominante no chorume do tipo de resina empregada. No geral observa-se boa eficiência deste processo em efluentes de tratamento biológico, com melhores resultados para os aeróbios. 49 3.3.3.3 Estratégia para Tratamento do Chorume Devido à cadeia de constituintes existentes no chorume, não se deve considerar uma solução única de tratamento. Ao invés disso, emprega-se uma combinação de processos, com cada um representando uma função específica no tratamento de chorume. Para determinar quais componentes são necessários, deve-se observar uma série de etapas essenciais, como descrito na sequência. 1. Estimar a vazão de chorume utilizando algum método de balanço hídrico. 2. Estimar a concentração de contaminantes em função da idade do aterro 3. Identificar as opções de tratamento e disposição, considerando-se a qualidade do chorume, limitações de lançamento e custos 4. Selecionar o sistema de tratamento e disposição que reflita as incertezas operacionais e respectiva flexibilização. Alguns autores, como Forgie (1988) sugerem um critério para permitir a decisão na seleção de processos. Quando o chorume apresentar DQO elevada (acima de 10.000 mg/l), baixa concentração de nitrogênio amoniacal e uma relação DBO/DQO entre 0,4 e 0,8, e uma concentração significativa de ácidos graxos voláteis de baixo peso molecular, o tratamento pode ser efetuado por ambos os processos, ou seja anaeróbio e aeróbio. O tratamento físicoquímico neste caso não é indicado. Quando o chorume não apresenta as características representativas de um aterro novo, com DQO entre 1.500 e 3.000 e relações DBO/DQO menor que 0,4, presume-se que houve um decréscimo significativo de sua fração orgânica biodegradável. Neste caso, espera-se também uma elevada concentração de nitrogênio amoniacal. Isto significa que, tanto o tratamento aeróbio como anaeróbio podem ser limitados na remoção desses compostos orgânicos. Porém para remoção do nitrogênio amoniacal, o tratamento aeróbio pode ser indicado, auxiliando inclusive na remoção de DBO remanescente. Quando a relação DBO/DQO tornar-se muito baixa, inferior a 0,1, a provável concentração de ácidos graxos voláteis será muito baixa, o que indicaria preferencialmente um processo físico-químico. Genericamente, McBean et al (1995) sugerem sequências possíveis para tratamento, com indicações e pontos de entrada e lançamento, como apresentado na Figura 3-10. 50 Pontos de entrada em função das características do chorume Tipo de tratamento Chorume novo − Se muito N-NH3 e metais Precipitação química Chorume novo − Se DBO acima de 10.000 mg/l Ammonia Stripping Local de lançamento Filtro anaeróbio Lagoa aerada Chorume intermediário − Se DBO em centenas de mg/l Sistema de tratamento público de esgotos Lodo ativado ou filtro biológico Chorume velho − Se DBO em torno de 100 mg/l Lagoa facultativa Grandes rios ou solo Cloração Tratamento terciário Córregos e ribeirões Figura 3-10: Seleção de processos para tratamento de chorume (McBean et al, 1995) Como regra geral, podem são descritas algumas justificativas para as definições indicadas para os processos de tratamento. Se necessário, realiza-se um pré-tratamento com soda cáustica (NaOH), empregada para ajustar o pH e precipitar metais pesados. Elevadas concentrações de cálcio no chorume bruto não indicam o emprego de cal. Justifica-se o uso do NaOH por promover a precipitação de cálcio, ferro e manganês. A elevação do pH também favorece o surgimento de amônia na forma molecular, facilitando sua eliminação no processo. 1. Processos anaeróbios, especialmente os filtros anaeróbios, são empregados para reduzir a elevada carga orgânica. 2. Lagoas aeróbias são empregadas para incrementar a remoção de DBO, amônia e material em suspensão. 3. Os tanques de equalização são empregados para controlar o fluxo afluente ao sistema de tratamento, reduzindo as variações resultantes do balanço hídrico. 51 4. Nos casos em que se emprega o NaOH para alterar o equilíbrio dos componentes amoniacais ou promover a precipitação de metais, torna-se necessária a correção do pH pela adição de ácidos. Quando se trata de aterro novo, a implantação ocorre de forma concomitante ao sistema de tratamento, desta forma o chorume que irá alimentar o sistema durante os primeiros anos, apresenta-se com as características típicas de chorume novo, ou seja: elevada concentração de compostos orgânicos biodegradáveis (ácidos graxos de baixo peso molecular), como característica principal. Desta forma o emprego de um sistema anaeróbio é altamente recomendável, nesta etapa. Dentre as alternativas para o tratamento anaeróbio, recomenda-se o emprego de filtros anaeróbios, pela capacidade de retenção de sólidos e eficiência comprovada. Em virtude das limitações de eficiência descritas para o sistema anaeróbio, e a produção de elevadas concentrações (as vezes limitantes) de nitrogênio amoniacal, o emprego de um processo aeróbio na seqüência torna-se necessário para garantir uma melhoria considerável na qualidade do efluente final. Neste caso, um dos sistemas mais versáteis, que permite a flexibilização requerida para as variações de fluxo esperadas, é a lagoa aeróbia, que através do acionamento de determinados aeradores de superfície (os mais indicados), permitem uma oxigenação proporcional ao requerido para a degradação da matéria orgânica proveniente dos reatores anaeróbios. Adiciona-se a esta capacidade, a opção da recirculação do lodo como forma de combate à picos de carga orgânica. 3.4 UTILIZAÇÃO DO SOLO COMO ELEMENTO DEPURADOR A disposição de águas residuárias no solo, principalmente os esgotos domésticos, é uma prática bastante antiga, sendo considerada uma importante alternativa de tratamento, a qual, assim como na autodepuração em corpos d´água e nos demais tipos de tratamento natural, compreende processos físicos, químicos e biológicos de remoção de carga poluidora. Conforme Descrito por Paganini (1997), para compreende-los é preciso ter-se presente que o solo é um meio físico formado por substancias minerais e orgânicas, cujas formas predominantemente granulares conferem-lhe propriedades características como a porosidade, a permeabilidade, a textura e outras que o tornam o hábitat natural de um grande numero de seres vivos microscópicos, vegetais e animais. 52 A matéria orgânica morta decompõe-se ao atingir o solo, no processo de alimentação dos organismos que nele estão presentes e tem assim sua sobrevivência assegurada. As substâncias mais simples daí resultantes repõem o estoque de sais minerais que contêm os macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e outros) e os micronutrientes (ferro, manganês, zinco, cromo e outros) utilizados pelas plantas, os quais, juntamente com a água e o gás carbônico, permitem a síntese da matéria orgânica pela vegetação através da fotossíntese. Dessa forma, a matéria orgânica realimenta o solo e transforma- se novamente em matéria orgânica viva. Se ao morrer não se incorporar ao solo, ou porque dele é retirada pela colheita, ou porque ele ou produtos de sua decomposição são carregados pelas águas (erosão e lixiviação), a tendência é a exaustão desse solo, com perda de sua fertilidade e capacidade de produção. Por outro lado, a superalimentação do solo, pela adição de matéria orgânica em excesso além daquela que ele tem condições de renovar, provoca um aumento demasiado na concentração de um grande número de substâncias resultantes da decomposição, que acaba por tornar- se nociva à vida que nele se processa, reduzindo- a, não por falta de alimentos, mas por indigestão. Pelo menos quatro propriedades do solo são extremamente importantes para sua utilização como para disposição: a) Capacidade de troca iônica: representa a quantidade total de cátions e ânions que são absorvidos por unidades de peso no solo. Solos úmidos possuem capacidade de troca de cátions entre moderada e grande, mas capacidade limitada para troca de ânions. É importante salientar que a capacidade que um solo possui de reter os íons metálicos trazidos pelos esgotos, e impedi-los de atingir as águas superficiais e/ ou subterrâneas, bem como os tecidos vegetais, depende em grande parte de sua capacidade de troca iônica. b) Capacidade tampão: provém de diversos fatores; solos carbonatados tamponados para um pH igual ou maior que 7 inibem a solubilidade dos metais pesados. c) Filtrabilidade do solo: refere- se a sua eficiência como um filtro (físico) de partículas em suspensão. A filtração de organismos patogênicos provenientes do esgoto é um elemento importante para o processo de utilização de sua disposição em áreas agrícolas. Solo permeáveis de textura intermediária possuirão um conteúdo coloidal suficiente para aprisionar ou reter partículas, e constituem-se nos melhores filtros. d) Microbiologia do solo: ocorrem transformações microbiológicas como os esgotos dispostos sobre o solo. Tais transformações envolvem a utilização de microrganismos, a fim 53 de transformar alguns compostos que contém os elementos essenciais ao desenvolvimento das plantas, como por exemplo, o nitrogênio, o fósforo, o enxofre e o carbono. Essas quatro propriedades são os resultados de vários fatores, cuja interação, com reflexos sinérgicos ou inibitórios, fixará as propriedades do solo como um todo. 3.4.1 Método de infiltração Esse processo de disposição de esgotos no solo, conforme descrito por Paganini (1997), é similar aos filtros intermitentes de areia, onde a maior porção dos esgotos infiltra-se no solo, ou a ele incorpora-se, embora uma parte evapore diretamente à atmosfera. A aplicabilidade da infiltração rápida depende de o solo apresentar uma camada espessa acima do lençol freático, mais do que naquele método, entretanto são exigidas grandes permeabilidades e boas características de drenagem, para que se tornem viáveis as elevadas taxas de aplicação normalmente empregadas. Na aplicação dos esgotos feita normalmente por inundação, são preferíveis os terrenos de topografia plana ou pouco ondulada, sem grandes declividades, até cerca de 4 a 6% de acordo com o tipo de solo e a exigência ou não de vegetação protetora. A utilização de um solo por longo período para infiltração rápida de esgotos é mais favorecida quando estes são submetidos a uma decantação prévia, a fim de que seja removida parte dos sólidos presentes no esgoto bruto. As taxas médias de aplicação de esgotos são definidas pela capacidade de infiltração, pelas condições de drenagem e pelo tempo de secagem após cada aplicação. Uma grande variação de taxas é encontrada na literatura desde 150 a 5000 m3 / ha x dia, porém em pesquisa realizada numa estação experimental em Torres (RS) constatou-se que taxas superiores a 450 m3 / ha x dia para esgotos com tratamento preliminar são muito elevadas, conduzindo à colmatação muito rapidamente. O tempo de secagem destinado à aeração do solo é conseguido pelo parcelamento da área a ser utilizada e a aplicação dos esgotos em rodízio alternadamente. Lagoas de equalização de vazão podem tornar-se necessárias, considerando-se a grande flexibilidade operacional que conferem a um sistema de infiltração no solo. 54 3.4.2 Percolação O movimento descendente da água no solo abaixo de sua superfície, e que ocorre na zona saturada, é referido como percolação e ocorre em duas fases distintas (água e meio solo), sendo regido somente pelas forças da gravidade. Como a percolação ocorre na zona saturada, o movimento é governado pelos mesmos parâmetros que regem o fluxo do lençol subterrâneo e pode, portanto, ser descrito pela equação de Darcy. (V = Q / A) onde: V = velocidade (m/s) Q = vazão (m3 / s) A = área (m2). Quando a percolação acontece em meio não saturado, ela ocorre essencialmente através de duas fases, já que líquido e gás (água e ar)ocupam concomitantemente os poros do solo. Enquanto solução geral, não existe uma equação disponível que represente o movimento; entretanto, trabalhos experimentais têm indicado que, para o caso de fluxo unidirecional, uma modificação da equação de Darcy pode ser usada com bons resultados. A modificação consiste na introdução de um fator que reduz a permeabilidade específica; esse fator é função da percentagem de saturação do solo. Em ambos casos, fluxo saturado e não saturado, a percolação depende da permeabilidade, e a permeabilidade depende do tamanho dos poros e da estrutura do solo, sendo função direta, portanto, do tipo e da sua formação, com ênfase especial à estratificação de materiais de diferentes classificações, num mesmo local. 3.5 ATENUAÇÃO NATURAL 3.5.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES O processo de interação solo-chorume e as reações físico-químicas envolvidas durante a percolação, resultam na atenuação da carga de contaminantes do chorume. 55 Esse processo de atenuação resulta na redução da concentração de contaminantes durante o respectivo transporte através do solo. Diversos fatores associados ao solo promovem a capacidade natural de atenuação, porém esta capacidade de assimilar resíduos é limitada. Os processos que influenciam a atenuação podem ser desde uma simples diluição através da água não contaminada que se infiltra no solo, até interações físico-químicas complexas, que fixam ou retardam o movimento dos contaminantes através do meio constituído pelo solo. Historicamente, o uso da capacidade natural de atenuação do solo, tem sido bastante comum, mesmo quando não se tinha exatamente esse conceito em mente. Apesar disso, atualmente, considera-se que o uso da capacidade de atenuação do solo é de alto risco e deve ser considerado somente em alguns casos particulares, tais como em sistemas de pequeno porte. O uso da capacidade da atenuação do solo é considerado de alto risco, com base em duas questões: estimativa da carga de contaminantes e a quantificação dos mecanismos de atenuação dessa carga presente no chorume. O conceito atual de sistemas de disposição considera a maximização da capacidade de contenção e remoção do chorume. Um local ideal para disposição, é aquele capaz de conter indefinidamente os resíduos e o chorume resultante, com base nas características geológicas, hidrogeológicas e através de atividades de engenharia. Um sistema de atenuação natural possibilita a migração lenta dos líquidos, permitindo o envolvimento de processos de atenuação e dispersão, reduzindo a concentração de poluentes a níveis aceitáveis. Embora os conceitos atuais de sistemas de disposição não utilizem essa capacidade como uma filosofia de projeto, a capacidade natural de atenuação é ainda considerada como um importante mecanismo de segurança para os sistemas de coleta de chorume. Deve-se considerar, ainda, que os sistemas predominantes no Brasil, apesar da legislação e dos novos conceitos, são os conhecidos “lixões”, em que se emprega ao extremo, a capacidade natural do solo em atenuar a carga de contaminantes. Na maioria dos casos, certamente ocorrem sobrecargas que resultam na propagação de seus efeitos a longas distâncias, caso não se sejam implantados mecanismos de contenção, resultando na necessidade de remediação de área. 56 3.5.2 PROCESSOS DE ATENUAÇÃO Como descrito por McBean et al (1995) e Qasin et al (1994), atenuação é um processo físico, químico e/ou biológico, que causa um decaimento transitório ou permanente na concentração de contaminantes dos resíduos aterrados durante um determinado tempo ou distância percorrida. Os solos naturais apresentam um sistema complexo e dinâmico em que interagem continuamente os processos físicos, químicos e biológicos. O solo é um sistema heterogêneo e polidisperso de componentes sólidos, líquidos e gasosos, em diversas proporções, e são também bastante porosos e constituem corpos quimicamente solventes pela presença de água em seus interstícios. Os solos consistem de compostos quimicamente inertes, de substâncias de alta ou baixa solubilidade, de uma grande variedade de compostos orgânicos e de organismos vivos e ainda apresentam um meio favorável no qual ocorrem atividades biológicas complexas de forma simultânea. A força de interação e a predominância de uma reação sobre outra é controlada pelos constituintes específicos do solo. Os constituintes e sua importância variam com a matriz (rocha), o tempo, o clima, a topografia, e a vegetação. As principais propriedades do solo, que influenciam na mobilidade dos componentes dos resíduos são: (a) textura e distribuição do tamanho de partículas, (b) quantidade de hidróxidos (Fe, Mn, e Al), (c) tipo e quantidade de matéria orgânica, (d) capacidade de troca iônica, e (e) pH do solo. A atenuação do chorume a partir de “lixões” e aterros de resíduos, ocorre em dois estágios: (1) escoamento através da zona insaturada, e (2) escoamento através do aqüífero subterrâneo. 3.5.3 MECANISMOS DE ATENUAÇÃO Qasin et al (1994) descrevem que os mecanismos de atenuação podem ser classificados em físico, químico e biológico. As principais formas de atenuação estão incluídas nesses mecanismos. Físico: filtração, difusão e dispersão, diluição e absorção Químico: precipitação/dissolução, adsorção/desorção, complexação, troca iônica e reações de redox Microbiológico: biodegradação aeróbia e anaeróbia 57 3.5.3.1 Mecanismos Físicos Filtração O chorume contém partículas suspensas de diversos tamanhos, em que a filtração é aplicável, contudo a remoção ocorre principalmente pelo efeito de coar. Neste caso as partículas acumulam-se nos vazios e a permeabilidade do solo decresce, como demonstrado por Rice (1974). Desta forma é possível a redução da migração do chorume devido à redução da permeabilidade. A extensão do processo resultante, como forma de atenuação, é de difícil estimativa. Os diversos mecanismos específicos envolvidos no processo de filtração são descritos por Devinny et al (1990). Difusão e Dispersão Difusão e dispersão são dois mecanismos em que o chorume é diluído pela água existente no aqüífero. A difusão molecular é causada pelo gradiente de concentração do contaminante, que move de uma região de alta concentração para uma de baixa concentração. A dispersão hidrodinâmica é o resultado de variações de velocidade da água e contaminantes no meio poroso, durante o escoamento. É um processo eficiente para atenuar os picos de concentração de contaminantes. Maiores detalhes são descritos por Mang (1978), citados por McBean et al (1995). Diluição A diluição reduz a concentração dos constituintes do chorume pela mistura que ocorre com as águas subterrâneas. O grau de diluição é proporcional ao fluxo de água em relação ao de chorume, e depende também da textura do solo, sendo que quanto menor sua granulometria, menor será o fluxo e conseqüentemente o grau de diluição. Segundo Bagchi (1994) parâmetros tais como cloretos, nitratos, sulfatos e dureza, encontrados no chorume de aterros sanitários, são atenuados basicamente pelo efeito da diluição. Absorção Física A absorção física é função das forças de Van der Waals, da ação hidrodinâmica e das propriedades eletrocinéticas das partículas do solo, como descreve Mortimer (1968), citado 58 por McBean et al (1995). Supõe-se que os componentes orgânicos do solo constituem o primeiro fator para a quantificação dessa absorção. 3.5.3.2 Mecanismos Químicos (segundo McBean et al, 1995, Qasin et al, 1994, e Bagchi, 1994) Precipitação/Dissolução Precipitação e dissolução são reações importantes que controlam os níveis e limitam a quantidade total de contaminantes no chorume, quando este percola através do solo. Os níveis de contaminantes são normalmente governados pela solubilidade da fase sólida. Particularmente, as reações de precipitação/dissolução são importantes na migração de metais. Por outro lado, a atenuação dos efeitos nos metais é bastante influenciada pelo pH do sistema (equilíbrio químico de reações). Adsorção/Desorção A adsorção é um processo através do qual as moléculas se aderem a superfícies de partículas individuais (principalmente argilas). A desorção, por outro lado, é processo em que as moléculas deixam uma determinada superfície. Ambos os processos dependem do pH e da natureza do solo e dos contaminantes. Este mecanismo é considerado freqüentemente como o mais comum na atenuação de contaminantes, reduzindo o total de sólidos dissolvidos no chorume. Além das argilas minerais, sais de alumínio hidratado, óxidos de ferro e manganês e compostos orgânicos, são responsáveis pela adsorção de contaminantes. Complexação A complexação ou quelação é a denominação para a formação de complexos inorgânicos-orgânicos. Embora este mecanismo de atenuação ocorra, a extensão de seus efeitos é desconhecida e de difícil previsão. Troca Iônica As argilas têm a propriedade de trocar íons de um tipo por outros. A capacidade total dos solos na troca de cátions é afetada pelo tipo e quantidade de material argiloso, matéria 59 orgânica e pelo pH. Essa capacidade, denominada CEC (cation exchange capacity) é elevada para solos argilosos, reduzindo-se bastante para solos arenosos. Em geral, minerais de silicato no solo, apresentam uma carga negativa permanente, consequentemente, a propriedade troca de cátions, surge da necessidade do balanço da carga negativa da argila, na tentativa de atingir a neutralidade. A capacidade de troca iônica dos solos depende basicamente de: (a) tamanho das partículas, (b) quantidade de componentes orgânicos, e (c) pH. Solos contendo grãos pequenos apresentam maior superfície específica e maior possibilidade de troca. Os componentes orgânicos incrementam a capacidade de troca e a capacidade de troca de cátions aumenta com a elevação do pH do solo. Na natureza, os mecanismos de remoção de metais por troca iônica não são significativos, pois outros cátions, tais como cálcio, magnésio, sódio e potássio, apresentamse em maior concentração no chorume, ocupando o lugar daqueles. Reações de Redox São reações de oxidação e redução, que afetam muito a solubilidade dos contaminantes. Como exemplo, ferro e manganês no estado oxidado são muito pouco solúveis. A atenuação de outros metais em um ambiente redutor e na presença de sulfeto em quantidade suficiente é mais favorável devido à queda de solubilidade. 3.5.3.3 Mecanismos Microbiológicos (segundo Qasin et al, 1994) A decomposição biológica de componentes orgânicos do chorume ocorre na estrutura do subsolo, sendo aeróbia ou anaeróbia, dependendo da presença do oxigênio molecular. Sob condições aeróbias, a matéria orgânica carbonácea, a amônia, o sulfeto, o fósforo, o ferro e o manganês são convertidos em dióxido de carbono, nitrato, sulfato, fosfato e formas oxidadas de ferro e manganês. Sob condições anaeróbias, a matéria orgânica carbonácea é decomposta em ácidos orgânicos, dióxido de carbono, metano e outros compostos orgânicos complexos. A desnitrificação e a redução de metais são outras reações da atividade anaeróbia. Em geral, a atividade microbiana provoca a imobilização pela conversão de compostos orgânicos e inorgânicos em massa celular, e através da precipitação de compostos inorgânicos. Neste caso também pode haver mobilização de compostos orgânicos pela 60 solubilização e fragmentação em partículas menores e a solubilização de metais por reações de redução e a liberação sob condições ácidas (ácido carbônico e outros ácidos orgânicos). 3.5.4 TESTES DE PERCOLAÇÃO EM COLUNAS Dentre os procedimentos laboratoriais para estudo dos materiais naturais empregados para construção de barreiras de contenção, a técnica da percolação em coluna de solos tem sido a preferida. Esta técnica permite inserir o solo ou extraí-lo, estudar reações químicas, obter informações visuais, etc. O ensaio de percolação em coluna aproxima-se bastante da situação real e tem sido empregado por muitos pesquisadores no esclarecimento das inter-relações solo-contaminante para subsidiar projetos e obras de engenharia. Trabalhos diversos têm sido publicados sobre o transporte de contaminantes no meio físico geológico natural e em sistemas de contenção construídos com argila. Sobre os ensaios de adsorção com enfoque para transporte advectivo-dispersivo, uma das referências de maior destaque segundo Overman et al. (1980) é o de Heister et al. (1953) apud Leite (2000). A mesma autora destaca os trabalhos de Crooks et al. (1984), Peterson et al. (1985), Taylor et al. (1987), Wierenga et al. (1989), Hasan et al. (1992), Balzamo et al. (1993), Sai et al. (1993), Baudracco (1994), Jessberger et al. (1994), Tan et al. (1994), Shackelford et al. (1995), Wang et al. (1995) e Rowe et al. (1996). No Brasil, Costa (1987) foi o pioneiro a relatar estudos da migração de metais pesado em colunas. Alguns trabalhos efetuados por Zuquette et al. (1992, 1995 e 1997) avaliaram a retenção de íons de cloro, potássio, sódio, cobre, cromo bivalente e cádmio em solos da formação Botucatu do município de Ribeirão Preto e em areias argilosas no município de Franca. Também nesses estudos foram avaliados os potenciais empregos do solo da Região de Ribeirão Preto como barreiras de contenção. Outras pesquisas nessa mesma linha no Brasil foram efetuadas por Borges et al (1997), Boscov et al. (1997 e 1999), além de Ritter et al. (1999) e Ferreira (2000). Um grande número de diferentes materiais foi testado nesses estudos que envolveram a migração de substâncias. Destacam-se solos finos ou argila pura, solos tropicais, argila tratada, solos naturais misturados, solos quimicamente tratados, solos com adição de cinzas, areia, cascalho, rejeitos de mineração e materiais misturados. 61 Todos esses trabalhos envolveram a percolação em colunas, sob taxas diversas e quase todos correlacionam as características mineralógicas, geotécnicas e físico-químicas do material, com relação à retenção de íons presentes na solução. Observa-se que praticamente todos esses estudos envolveram o emprego de íons ou substâncias conservativas em baixas concentrações, não havendo referências ao estudo de percolados de aterros sanitários, em que um dos fatores críticos é a elevada concentração de matéria orgânica biodegradável. As dimensões das colunas foram as mais variadas, das quais são destacadas algumas na Figura 3-11. Na maioria das vezes esses testes de percolação empregaram os mesmos equipamentos utilizados para testes de permeabilidade ou de compressão triaxial. As colunas mais indicadas são as de parede rígida, apresentando em geral pequena altura (entre aproximadamente 2 e 12 cm), compatíveis com os permeâmetros existentes, como mostrado na Figura 3-11. Um diferencial significativo é que tais colunas trabalham em geral sob pressão elevada, gerando um gradiente hidráulico grande, por envolverem solos compactados, muitas vezes argilosos. A escolha dos materiais empregados na construção do sistema de percolação tem influência fundamental na qualidade dos dados a serem obtidos, bem como a sua interação com as soluções em estudo. As colunas de percolação confeccionadas com os materiais de PVC e plexiglass parecem ser as mais adequadas por que se tratam de polímeros que apresentam estabilidade química frente às soluções iônicas. Tabela 3-17: Volume das colunas empregadas dos testes de percolação para diversos autores com diferentes materiais, segundo Leite (2000). Autor Crooks e Quiley (1984) Volume (cm3) 1.117 Materiais do Meio e Soluções Argila siltosa compactada e salmoura Taylor et al. (1987) 294 Areia média e salmoura Costa (1987) 982 Areia lavada e hidróxidos de metais pesados Wierenga e Genuchten (1989) 613 e 4.208.281 Areia fina Davis e Singh (1992) 30 Hasan e Hyot (1992) 1.000.000 Arenoso e solução de zinco Argiloso e Mg, Na e Al Baudracco (1994) 50.265 arenito argiloso e soluções iônicas Reddi (1994) 128.252 Solo arenoso e solução coloidal Tan et al (1994) 325 Solo natural e argilas e metais pesados Wan e Wilson (1994) 8.935 Areia quartzosa e colóides Zuquete et al. (1992) 1.178 Solo arenoso e soluções iônicas 62 Autor Jessberger e Onnich (1994) Góis (1995) Li e Ghodrati (1995) Boscov (1997) Volume (cm3) Materiais do Meio e Soluções 32 Bentonita, farinha e cascalho de quartzo 1.178 Areia argilosa, areia siltosa e areia siltoargilosa e metais pesados 9.425 e 18.850 392 Solo siltoso Argila laterítica e metais pesados Geralmente, as células de percolação usadas para a simulação do transporte de contaminantes trazem consigo algumas deficiências básicas como: fluxos preferenciais que podem ocorrer nas descontinuidades do próprio solo compactado, ou no contato deste solo com a parede interna do cilindro que o envolve. Figura 3-11: Permeâmetros: (a) Tubo de Shelby; (b) Molde de compactação; (c) Duplo anel; (d) célula triaxial; e (f) Molde de volume variável. 63 4 MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa experimental realizada visou simular as condições prováveis de campo, para viabilizar sua aplicação prática, sendo que para isto utilizou-se solo natural, em condições de compactações baixas, simulando o solo empolado, obtido com o simples lançamento deste, sem compactação, passando pela densidade natural, e chegando à um baixo grau de compactação da ordem de 80 % do Proctor Normal. As variáveis básicas do experimento foram físicas e químicas. As variáveis físicas corresponderam a taxa de aplicação hidráulica superficial (m3Chorume/m2.dia); densidade do solo das colunas; e taxa de aplicação hidráulica volumétrica (m3/m3Solo.dia). Foram consideradas as seguintes variáveis de eficiência para as diferentes taxas hidráulicas aplicadas: remoção de DQO como parâmetro base; remoção de sólidos totais; e carga de DQO aplicada (kgDQO/kgSolo.dia). Compararam-se os dados das diversas colunas, considerando-se diferentes densidades do solo. Comparou-se também a variação da redução da DQO em função de diferentes taxas de aplicação hidráulica, considerando-se a intermitência operacional da alimentação. Na primeira bateria de ensaios aplicou-se uma única carga de chorume de 1 litro em cada semana durante 4 semanas. Isto representa uma taxa concentrada de 0,135 m3/m2.dia ou uma taxa média diária de 0,0193 m3/m2.dia ao longo de uma semana. Na segunda e na terceira bateria de ensaios aplicaram-se cargas diárias de 0,25 litros durante 5 dias por semana, o que representa uma taxa concentrada de 0,0339 m3/m2.dia ou uma média diária semanal de 0,0241 m3/m2.dia, sendo que ao final da segunda bateria de ensaios aplicou-se a mesma carga diária de água, para tentar simular o comportamento do solo utilizado, como cobertura do aterro, onde estaria sujeito a lixiviação devido as chuvas. Na terceira bateria de ensaios, trabalhou-se com colunas em duplicata, com mesma densidade, sendo uma alimentada com água e outra 64 com chorume, e formando-se amostras compostas semanais para avaliação de remoção de metais, quanto aos demais procedimentos seguiu-se os ensaios anteriores. Ressalta-se que neste estudo trabalhou-se com duas condições de coleta de efluente das colunas de percolação, ou seja, a coleta na parte inferior da coluna, e a coleta em uma cota superior a do solo, através de uma mangueira interligada a parte inferior da coluna, portanto mantendo o solo “afogado”, ou como denominou-se neste estudo, “em condições saturadas”, porém deve ser observado que devido a não haver pressão (carga hidráulica) na alimentação, na realidade não se tem todos os vazios do solo preenchidos com líquidos, portanto não existe realmente uma saturação do solo. 4.1 CONCEPÇÃO DAS COLUNAS DE PERCOLAÇÃO Para a montagem das colunas de percolação, como mostrado na Figura 4-1, foram considerados os seguintes procedimentos: a especificação do equipamento foi feita na tentativa de se evitar os fluxos preferenciais e reduzir o potencial de adsorção que ocorre nas superfícies do material com a qual se confecciona a coluna; a escolha dos materiais empregados na construção do equipamento seguiu o critério de baixo custo e da facilidade de aquisição, associados à necessidade de serem resistentes além de serem inertes ao solo, à água e à solução percoladora. Portanto foram usados tubos de PVC com diâmetro de 10 cm para a construção das colunas, e para as partes flexíveis foram usadas mangueiras de silicone; utilizou-se flanges, placas perfuradas e conectores para tomada de amostras, confeccionados em nylon, por também ser um material inerte ao solo e a solução percoladora; a construção foi feita de maneira simplificada usando-se o mínimo de serviço técnico especializado (mão de obra comum de torneiro mecânico); foram montadas colunas, preenchidas com solo, com densidades de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67, com tomadas de amostras na parte inferior da coluna, portanto em condições não saturadas, e colunas com densidades de 1,15 e 1,30, com tomadas de amostras em cota superior a cota do solo empregado, portanto em condição considerada saturada; 65 para a obtenção da densidade desejada, foi considerado a umidade ótima de 10,7 % determinada por Calças (2001), uma vez que o solo utilizado foi retirado no mesmo local, sendo assim, ajustou-se à umidade ótima e obtendo-se a massa necessária para o preenchimento da coluna, que tem seu volume conhecido, para assim se obter a densidade desejada. sobre a placa perfurada, utilizou-se uma camada de 10 mm de pedrisco, coberto com uma manta geotêxtil, para facilitar a drenagem e impedir a saída de material terroso; VERIFICAÇÃO DE CARGA E ALIMENTAÇÃO GEOTÊXTIL FLANGE DE NYLON SUPORTE (ESTRUTURA) TOMADAS DE AMOSTRA TUBO COLETOR DO EFLUENTE (E CONTROLE DE NÍVEL) SOLO PREPARADO (h = 1,0 m) GEOTÊXTIL FLANGE COPO COLETOR EFLUENTE PLACA PERFURADA COLUNA DE PERCOLAÇÃO CONDIÇÕES NÃO SATURADAS Figura 4-1: CÂMARA DE DRENAGEM COLUNA DE PERCOLAÇÃO CONDIÇÕES SATURADAS Esquema das Colunas de Percolação 66 sobre o solo compactado até a densidade desejada, empregou-se mais uma manta geotêxtil para que no momento da alimentação das colunas não houvesse a movimentação do material; as amostras foram coletadas em recipientes plásticos, mantidos conectados as mangueiras de saída de efluente das colunas, que permaneciam em refrigerado em recipiente térmico. 4.2 SOLO ESTUDADO 4.2.1 DESCRIÇÃO DA GEOLOGIA DA REGIÃO A área ocupada pelo município de Bauru pertence á Bacia Sedimentar do Paraná, e está inserida no Planalto Arenítico-Basáltico do Estado de São Paulo (Planalto Ocidental), onde o quadro geológico regional é dominado por rochas do Grupo Bauru (Cretáceo Superior), recobrindo as rochas vulcânicas da Formação Serra Geral que afloram em direção ao vale do Rio Tietê. Soares (1979) apud Agnelli (1997), dividem o Grupo Bauru, da base para o topo, nas Formações Caiuá, Santo Anastácio, Adamantina e Marília, sendo que na região da cidade de Bauru ocorrem apenas as Formações Adamantina e Marília. A Formação Adamantina é constituída por arenitos de granulação média a fina, siltitos arenosos micáceos, argilitos e arenitos conglomeráticos e, raramente, arenitos com nódulos carbonáticos. A fração arenosa é rosada e avermelhada, com boa seleção e arredondamento regular. Sua espessura é muito variável, em função das irregularidades topográficas do abstrato, entretanto sua espessura máxima na área é inferior a 200 m. A Formação Marília é constituída por arenitos, conglomerados e lamitos, intercalados entre si. Os conglomerados apresentam seixos de composição variada, geralmente de quartzo, calcedônia, quartzito e arenito, e algumas vezes, de calcáreo e argilito. A espessura máxima dessa Formação, encontrada na área de Bauru, é da ordem de 80 a 90 m, embora regionalmente possa atingir 200 m. 67 4.2.2 CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DO SOLO TÍPICO DESSA REGIÃO Ferreira (1991) apud Agnelli (1997), apresenta amplo estudo de caracterização do solo da cidade de Bauru, utilizando amostras deformadas e indeformadas extraídas de metro em metro, em poços escavados em três diferentes pontos da cidade, com profundidade de até 16 metros. Nesses poços exploratórios encontrou-se um solo de textura bastante homogênea, e que foi classificado, segundo as diferentes metodologias previstas na literatura, em: a) quanto a movimentação dos sedimentos: residual de arenito; b) quanto a pedologia: latossolo vermelho escuro a amarelo; c) quanto a granulometria (classificação textural): predominância de areia fina argilosa, ocorrendo em algumas cotas uma areia siltosa e, raramente, areia fina silto-argilosa; d) quanto a atividade coloidal: argila não ativa A capacidade de troca catiônica (CTC) de um solo, é determinado através de uma análise química, em que se verificam as quantidades de cátions trocáveis (Ca, Mg, K ,Na ,H e Al). De acordo com Cavaguti (1981) apud Agnelli (1997), a baixa Capacidade de Troca Catiônica (CTC) deste solo, com valores que variaram de 1,64 a 3,54 mEq/100ml de solo, está condizente com o tipo do solo local, que é um latossolo. Esta faixa de valores da CTC, também indica que a caulinita pode ser o argilomineral predominante desse solo. Segundo Agnelli (1997), que também caracterizou esse solo, o argilomineral predominante na fração fina é a caulinita, com base na baixa capacidade de troca catiônica (CTC), confirmada por microscopia eletrônica de varredura e por difração de raios-x, sendo que, a caulinita é um argilomineral característico dos solos laterizados, geralmente formado em meio ácido, onde o sódio, o potássio, o cálcio e o magnésio são bastante lixiviados, introduzindo-se íons hidrogênio durante a formação de argila. 4.2.3 LOCAL DE AMOSTRAGEM DE SOLO O solo empregado nas colunas de percolação foram coletados nas proximidades do campo experimental do Departamento de Engenharia Civil, localizado em frente ao IPMet – 68 Instituto de Pesquisas Meteorológicas do Câmpus de Bauru / Unesp , conforme indicado na Figura 4-2. As amostras foram coletadas com auxílio de uma escavadeira, e acondicionadas em sacos plásticos, com capacidade de cinqüenta litros, os quais foram devidamente fechados, de modo a evitar a secagem e/ou contaminação do solo por agentes externos. Os sacos contendo o solo, foram armazenados à temperatura ambiente, em local adequado, até a utilização dos mesmos no preenchimento das colunas de percolação, sendo que previamente fez-se as análises necessárias. Local de coleta de amostras Figura 4-2: Localização da área de coleta do solo para preenchimento das colunas (Calças, 2001). 69 4.3 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO, COMPACTAÇÃO E PERMEABILIDADE NO SOLO ESTUDADO Ensaios de permeabilidade a carga variável foram realizados em amostras indeformadas retiradas de poços exploratórios executado no campo experimental da Unesp – Campus de Bauru, por Yano e Lobato (1996) apud Calças (2001). O coeficiente de permeabilidade e os índices físicos dessas amostras, coletadas de metro em metro até uma profundidade de 10 metros, encontra-se na Tabela 4-1. Tabela 4-1: Índices físicos e coeficiente de permeabilidade do solo na condição natural. Profundidade (m) Umidade (%) Massa específica natural ( g/cm3 ) Massa específica seca ( g/cm3 ) 1 9,4 1,564 1,43 Coeficiente de Permeabilidade (cm/s) 1,3x10-3 2 10,6 1,589 1,437 1,2x10-3 3 10,1 1,611 1,463 5,0x10-4 4 9,7 1,664 1,517 4,2x10-4 5 10,5 1,709 1,546 4,2x10-4 6 10,6 1,733 1,567 3,1x10-4 7 10,8 1,721 1,553 2,2x10-4 8 10,3 1,832 1,661 1,7x10-4 9 10,5 1,841 1,666 1,6x10-4 10 10,1 1,873 1,715 2,2x10-4 Amostra representativa da profundidade de 1 metro foi submetida a ensaios para determinação do limite de consistência e da composição granulométrica, Mondelli e Rodrigues (2001). Os limites de consistência determinados segundo as normas NBR 6459/84 e NBR 7180/84 da ABNT, foram os seguintes; Limite de liquidez: 19,3 % Limite de Plasticidade: 14,5 % Índice de Plasticidade: 4,8 % 70 A partir da curva granulométrica, Figura 4-3, foi obtida a seguinte composição do solo, segundo a escala da ABNT/ NBR-7181/84; Areia grossa: 0% Areia média: 7% Areia fina: 67% Silte: 8% Argila 18% Portanto, a amostra de solo foi classificada textualmente como areia fina pouco argilosa vermelha. A massa específica dos sólidos deste solo é de aproximadamente 2,65 à 2,70 g/cm3. 100 90 80 70 60 % que pas sa 50 40 30 20 10 0 0,001 0,01 0,1 1 10 Diâmetro (mm) Figura 4-3: Curva Granulométrica obtida para amostra do solo empregado nas colunas (Mondelli e Rodrigues, 2001). O solo coletado foi submetido a ensaios de compactação e posteriormente foram preparados 5 corpos de prova em permeâmetros, empregando-se energias de compactação equivalentes a 100, 95, 90, 85 e 80% do Proctor Normal. Foram efetuadas três determinações durante o dia de ensaio. Para cada corpo de prova foi determinada a densidade e, em conjunto com as leituras de permeabilidade, foi estabelecida uma correlação que permitisse estimar a permeabilidade da coluna preparada com a densidade natural do solo, como indicado na Tabela 4-2. 71 Tabela 4-2: Resultados do ensaios de compactação e permeabilidade com ajuste exponencial de curva. Ensaios Coeficientes de Permeabilidade (K) para diferentes leituras (cm/s) Massa espec. seca (g/cm3) % Proctor Normal 1 2 1,90 100 1,8x10-06 2,0x10 -06 3,8x10 -05 5,3x10 -05 1,0x10 -04 1,89 1,77 1,72 1,66 95 90 85 80 Ajustes 3 Kajustado (cm/s) % Proctor Normal 1,3x10-06 7,8x10-07 2,2x10-06 98,3 -06 -06 -06 97,6 -05 88,4 -05 84,9 -04 80,8 -03 70,7 68,4 3,1x10 -05 3,0x10 -05 4,9x10 -05 9,0x10 3,2x10 -05 3,2x10 -05 5,0x10 10,0x10 -05 2,6x10 2,0x10 4,7x10 1,3x10 1,50 75 Extrapolado 2,1x10 1,46 70 Extrapolado 4,1x10-03 A partir desses ensaios é possível obter uma correlação que permite associar a compactação com a densidade desejada para a coluna que irá simular o solo natural. Para tanto, basta comparar os valores da Tabela 4-1 e Tabela 4-2, em relação à densidade e permeabilidade verificadas in situ para os valores ajustados da densidade de 1,50 g/cm3. Embora não sejam propriamente os respectivos valores, são representativos em sua ordem de grandeza. Desta análise, verifica-se que a compactação que resultaria na permeabilidade aproximada do solo natural, seria equivalente a cerca de 70% do Proctor Normal. O teor de umidade ótima para o solo ensaiado é de 10,7%, valor determinado a partir do ensaio de Proctor Normal. Para este valor de umidade ótima, obtemos graficamente a massa específica aparente do solo seco ( ρ d ) no valor de 1,926 g/cm3. A massa específica natural do solo ( ρ d Solo Nat ) no valor de 1,564 g/cm3, foi retirado da Equação 4-1. GC = ρ d SoloNat ρ d Max Pr octorNorm = 73 % Equação 4-1 Esses ajustes, que correlacionam a densidade seca com a permeabilidade e as energias de compactação, podem ser observadas respectivamente na Figura 4-4 e Figura 4-5. 72 1,40E-04 1,20E-04 K (cm/s) 1,00E-04 Leitura 1 8,00E-05 Leitura 2 Leitura 3 6,00E-05 Expon. (Leitura 2) 4,00E-05 -17,128x y = 3E+08e R2 = 0,9542 2,00E-05 0,00E+00 1,60 1,65 1,70 1,75 1,80 Massa específica seca 1,85 1,90 1,95 (g/cm3 ) Grau de compactação (%) Figura 4-4: Valores do coeficiente de permeabilidade em função da massa específica seca dos corpos de prova, com a curva ajustada exponencialmente. 100 95 90 85 80 75 70 65 60 55 50 1,60 0,8241x y = 20,545e 2 R = 0,9543 1,65 1,70 1,75 1,80 1,85 1,90 1,95 Massa específica seca (g/cm3 ) Figura 4-5: Valores da massa específica seca em função do percentual de compactação em relação ao Proctor Normal, com curva de correlação exponencial. 73 4.4 MONTAGEM DAS COLUNAS DE PERCOLAÇÃO Foram coletadas amostras do solo local indicado anteriormente, sendo este considerado com as mesmas características do solo encontrado no local do aterro sanitário de Bauru. Conhecendo-se a umidade ótima do solo amostrado (10,7%), foi determinada a umidade de todas as amostras coletadas e as mesmas foram ajustadas para esta umidade ótima. Segundo demonstrado por Calças (2001), em seus ensaios preliminares, o solo local, a ser empregado nas colunas, após sua compactação, pode atingir coeficientes de permeabilidade inferiores a 10-5 cm/s, chegando próximo a 10-6 cm/s. Nestas condições e considerando a altura de coluna de 1,0 m justifica-se trabalhar com densidades mais baixas, uma vez que devido também a colmatação, pode-se ter o escoamento de chorume através das colunas prejudicado. Na construção das colunas para a execução do experimento, foram utilizadas flanges para conexão entre os segmentos de tubo e para o fundo com a placa perfurada confeccionados em “nylon” e recipiente coletor mantido refrigerado para cada uma das colunas, conforme pode-se observar na Figura 4-6. E ainda, foram implantados pontos de coleta intermediários, através de bicos coletores com rosca, também confeccionados em “nylon”, porém durante as campanhas de ensaios, verificou-se a impossibilidade de coleta nestes pontos, que foram desconsiderados. Figura 4-6: Flanges em “nylon” para conexão entre os segmentos de tubo e para o fundo com placa perfurada e recipiente coletor, para as colunas não saturadas, e base selada, para as colunas em condições saturadas. 74 Os modelos construídos nas três campanhas de ensaios realizadas, perfizeram 6 unidades de acordo com a Figura 4-7. O procedimento requerido nos ensaios de coluna, em princípio, apresenta simplicidade, mas é de difícil execução quando se trabalha com solos pouco permeáveis. A compactação foi controlada pela pesagem de quantidades predeterminadas de solo, que após correção da umidade (massa e umidade conhecidas), formaram camadas de 20 cm de espessura (volume conhecido), compactadas através de uma haste metálica dotada de uma chapa circular na extremidade, com diâmetro ligeiramente inferior ao interno do tubo. Primeiramente as colunas, de PVC, com diâmetro interno de 9,7 cm, contendo uma camada de 1 m de solo arenoso fino, foram distribuídas em duas em condições, saturadas, com densidade de 1,15 e 1,30, e não saturadas com densidade de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67, sendo posteriormente repetida esta distribuição em uma segunda campanha, onde somente variou-se a taxa de aplicação de chorume, e finalmente em uma terceira campanha de ensaio, executou-se a montagem de 6 colunas não saturadas distribuídas em duplicata, variando a densidade de 1,15; 1,30 e 1,50. Tais compactações representam condições que variam de uma situação de empolamento, ou apenas o lançamento do solo (d=1,15), passando pela densidade natural (d=1,5), até o limite de 80% do Proctor Normal (d=1,67). Figura 4-7: Colunas preenchidas com solo em compactação e condições de saturação. diferentes graus de 75 4.5 AMOSTRAGEM, PRESERVAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO CHORUME O município de Bauru conta com um sistema de disposição de lixo doméstico nos moldes de um aterro sanitário, com uma boa operação em termos de descarga, compactação e cobertura do lixo. Os maiores problemas são encontrados na execução da base, que embora se procure atingir uma baixa permeabilidade, não é feito um controle mais rígido de execução, sendo que o chorume utilizado neste estudo foi coletado neste local. Qualidade do Chorume Bruto Primeiramente pretende-se efetuar uma breve abordagem com relação à qualidade do chorume aplicado nas colunas de percolação, uma vez que os resultados não podem ser generalizados quanto ao termo empregado para este tipo de efluente. As análises efetuadas ao longo das campanhas de ensaios, foram primeiramente compatíveis para um chorume de 10 anos, sendo que para a última campanha utilizou-se um chorume coletado em uma caixa de passagem intermediária, correspondente a drenagem existente junto a frente de disposição em operação, portanto obtendo-se um chorume com característico de aterros novos. A idade, por assim dizer, do chorume ou na realidade do aterro sanitário, denota sua característica de estabilidade, sendo que para o chorume utilizado nas primeiras campanhas pode-se afirmar que esta estabilidade esteve diretamente relacionada com a presença bastante significativa de substâncias orgânicas humificadas e pela elevada alcalinidade. Tal conclusão reforça os resultados obtidos por Calças (2001) em ensaios para o tratamento físico-químico desse chorume, que mostraram a predominância de substâncias dissolvidas, caracterizadas pelo elevado valor da cor, responsável pela baixíssima eficiência deste processo. Por outro lado, apesar da cor elevada, a aplicação do chorume no solo demonstrou sua capacidade em remover tais substâncias dissolvidas, provavelmente, pela adsorsão pela argila presente, até que a mesma fosse saturada. Demonstrou-se, portanto, uma importante capacidade do solo estudado em reter substâncias húmicas, ainda que seja limitada, porém inicialmente de forma bastante eficiente. Locais de amostragem de chorume O chorume do aterro sanitário de Bauru, na realidade um aterro controlado, foi coletado no poço de recalque e recirculação, conforme Figura 4-8, localizado à jusante da área 76 de disposição, e em uma caixa de passagem, próxima a frente de disposição, visando obter um chorume com características de aterros novos, sendo estes foram armazenados em bombonas plásticas, com capacidade de 50 litros, as quais, durante as campanhas de ensaios, foram mantidas refrigeradas. Ressalta-se que as amostragens foram realizadas preliminarmente à execução da segunda e terceira campanha de ensaios, coletando-se volume suficiente à sua devida caracterização e uso até o final de cada campanha, visando assim evitar variações bruscas na qualidade do chorume utilizado, uma vez que para a primeira campanha de ensaios, foi realizada duas coletas, obtendo uma variação considerável na qualidade do chorume, o que influencia diretamente na interpretação dos dados obtidos. Figura 4-8: Poço de concentração, recalque e recirculação de chorume do aterro de Bauru. Caracterização do chorume Um dos fatores que mais preocuparam o encaminhamento dessa pesquisa foi quanto à caracterização do chorume aplicado nas colunas. Anteriormente e durante todo os ensaios foram efetuadas análises do chorume do aterro sanitário de Bauru, proposto para ser usado como afluente, visando avaliar principalmente os valores de DBO5, DQO e pH, além de determinar, para cada campanha de ensaios, o valor de referência para cada parâmetro avaliado especificamente. 77 Para a primeira campanha de ensaios, que ocorreu no período de 01/11/2003 à 28/11/2003, foram realizadas duas coletas de chorume, em 17/10/2003 e 12/11/2003, as quais apresentaram variações significativas nos parâmetros analisados, conforme mostrado na Tabela 4-3. Tabela 4-3: Caracterização do chorume primeira campanha de ensaios. Data da coleta Horário Chuvas nas últimas 24 hs pH utilizado na 17/10/2003 12/11/2003 09:25 14:55 Não Sim 7,97 8,06 Alcalinidade (mg/l) 8.800,00 9.650,00 Cloretos (mg/l) 4.120,00 3.750,00 DBO5 (mg/l) 3.180,00 980,00 DQO (mg/l) 6.830,00 4.510,00 Condutividade (µs/cm 20°C) 6.140,00 10.700,00 12.270,00 11.072,00 Sólidos Totais (mg/l) Tendo em vista as variações apresentadas na qualidade do chorume utilizado durante a primeira campanha de ensaios, optou-se durante as campanhas subsequentes, a realização de apenas uma coleta de chorume em volume suficiente para a execução de toda a campanha de ensaios, e ainda preservando a amostra refrigerada visando o mínimo de alteração na qualidade do afluente, a qual foi acompanhada através da realização de ensaios durante toda a campanha. Na Tabela 4-4 são apresentados os resultados da caracterização do chorume coletado em 02/12/2003, utilizado na primeira etapa da segunda campanha de ensaios, que ocorreu no período de 05/12/2003 à 13/01/2004, ressaltando-se que estes resultados correspondem as avaliações preliminares, sendo que nos cálculos da carga de DQO aplicada, eficiência de remoção de DQO, carga de DQO removida e eficiência de remoção de Sólidos Totais, foi utilizada a média dos resultados obtidos na realização de ensaios periódicos durante toda a campanha. 78 Tabela 4-4: Caracterização do chorume utilizado na segunda campanha de ensaios – primeira etapa. Data da coleta Horário 02/12/2003 08:00 Chuvas nas últimas 24 hs não pH 8,00 Alcalinidade (mg/l) 7.100,00 DBO (mg/l) 3.560,00 DQO (mg/l) 3.080,00 Condutividade (µs/cm - 20°C) 9.340,00 Cor (PtCo) 5.200,00 Turbidez (FAU) Sólidos Totais (mg/l) 322,00 9.856,00 Tendo em vista a realização de uma terceira etapa de abastecimento, com chorume, durante a segunda campanha de ensaios, a qual ocorreu no período de 12/03/2004 à 04/04/2004, foi realizada uma nova coleta de chorume, em 11/03/2004, cujos resultados nas análises são apresentados na Tabela 4-5, seguindo-se os mesmo procedimentos da coleta anterior. Tabela 4-5: Caracterização do chorume utilizado na segunda campanha de ensaios – terceira etapa. Data da coleta Horário Chuvas nas últimas 24 hs pH Alcalinidade (mg/l) 11/03/2004 08:00 Sim 7,98 5.232,00 DBO (mg/l) 400,00 DQO (mg/l) 2.100,00 Condutividade (µs/cm - 20°C) Cor (PtCo) Turbidez (FAU) Sólidos Totais (mg/l) 12.260,00 3.500,00 216,00 7.612,00 79 E finalmente para a terceira campanha de ensaios, a qual ocorreu no período de 05/05/2004 à 27/05/2004, foi realizada coleta de chorume, em 29/04/2004, cujos resultados nas análises são apresentados na Tabela 4-6, seguindo-se os mesmo procedimentos da coleta anterior, ressaltando-se que conforme descrito anteriormente, este foi coletado em uma caixa de passagem intermediária, próxima a frente de operação, obtendo-se um chorume característico de aterros novos. Tabela 4-6: Caracterização do chorume utilizado na terceira campanha de ensaios. Data da coleta 11/03/2004 Horário Chuvas nas últimas 24 hs pH Alcalinidade (mg/l) DQO (mg/l) Condutividade (µs/cm - 20°C) Sólidos Totais (mg/l) 4.6 09:30 Não 7,23 4.380,00 22.200,00 4.840,00 20.088,00 ALIMENTAÇÃO DAS COLUNAS DE PERCOLAÇÃO A parte experimental deste estudo dividiu-se em três campanhas de ensaios, as quais encontram-se descritas detalhadamente à seguir: Primeira campanha de ensaios Na primeira campanha de ensaios, que ocorreu no período de 01/11/2003 à 28/11/2003, adotou-se duas colunas em condições saturadas preenchidas com solo com densidades de 1,15 e 1,30, e 4 colunas em condições não saturadas com densidades de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67, alimentando-as com um volume de 1 litro de chorume uma vez por semana ao longo de 4 semanas, isto representa uma taxa concentrada de 0,135 m3/m3SoloSeco.dia ou uma taxa média diária de 0,0193 m3/m3SoloSeco.dia ao longo de uma semana. As coletas foram feitas semanalmente, mantendo-se as amostras do efluente refrigeradas em uma caixa térmica junto as colunas de percolação e posteriormente à coleta, 80 em geladeira, sendo analisado, após cada coleta, os parâmetros DQO, Sólidos Totais, pH, Condutividade, Cor e Turbidez. Segunda campanha de ensaios Para a segunda campanha de ensaios, adotou-se as mesmas condições de compactação da primeira etapa, ou seja, duas colunas preenchidas com solo em condições saturadas com densidades de 1,15 e 1,30, e 4 colunas em condições não saturadas com densidades de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67, alimentando-as com um volume de 0,250 litro de chorume por dia, de segunda à sexta feira, o que representa uma taxa concentrada diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco, sendo avaliados os parâmetros DQO, sólidos totais, pH, condutividade, cor e turbidez. Esta segunda campanha dividiu-se em 3 etapas, sendo primeiramente, no período de 05/12/2003 à 13/01/2004 feito o abastecimento com chorume por 18 (dezoito) vezes em (quarenta) dias consecutivos, ressaltando-se que houve uma paralisação na alimentação e nos ensaios, no período de 20/12/2003 à 06/01/2004. Em uma segunda etapa da campanha, no período de 14/01/2004 à 28/02/2004, efetuou-se o abastecimento com água por 26 (vinte e seis) vezes em 46 (quarenta e seis) dias consecutivos, com o mesmo volume, ou seja 250 ml, sendo ressaltado que também houve uma interrupção no período de 24/01/2004 à 06/02/2004. E finalmente em uma terceira etapa, no período de 12/03/2004 à 04/04/2004, efetuouse o abastecimento por 18 (dezoito) vezes em 24 dias, novamente com chorume, salientandose que devido a colmatação acarretando na diminuição da permeabilidade e prejudicando o andamento normal do ensaio, foram desconsideradas a coluna preenchida com solo com densidade de 1,30 em condições saturadas e com densidade de 1,67 em condições não saturadas. Após o termino desta campanha de ensaios, as colunas foram desmontadas e o solo removido foi submetido à análise de solubilização, segundo critérios da norma NBR 10.006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, no período de 10/04/2004 à 17/04/2004. Ressalta-se que para a execução do ensaio cada coluna foi dividida em três partes (inferior, intermediária e superior), sendo retirada uma amostra de cada parte para a realização do ensaio. Os parâmetros analisados foram pH, Condutividade e DQO. 81 Terceira campanha de ensaios Para a terceira campanha de ensaios, que ocorreu no período de 05/05/2004 à 27/05/2004, adotaram-se colunas com densidades 1,15; 1,30 e 1,50, em duplicata, todas em condições não saturadas, alimentando uma com um volume de 0,25 litros de chorume e outra com 0,25 litros de água, por dia ao longo de 20 dias, isto representa uma taxa concentrada diária de 0,034 m3/m3SoloSeco, sendo avaliado os parâmetros DQO para todas as amostras coletadas e Sólidos Totais, pH, Condutividade e Alcalinidade, para amostras compostas ao longo da semana, totalizando 3 amostras, porém foram formadas 4 amostras compostas durante esta campanha, sendo que, para o efluente das colunas abastecidas com chorume analisou-se ainda os metais: Zinco, Cádmio e Chumbo para as 4 amostras, e para as colunas abastecidas com água, analisou-se os mesmos metais para 2 amostras. Ressalta-se ainda que para esta terceira campanha de ensaios, utilizou-se chorume coletado em uma caixa de passagem próxima a frente de operação, obtendo-se assim, um chorume com características de chorume novo, diferente do utilizado nas campanhas anteriores, tentando assim avaliar mais esta variável do sistema. 4.7 ANÁLISES QUÍMICAS Para a realização das análises químicas coletou-se o efluente das colunas, cujas datas estão descritas no Anexo, efetuando-se as análises diariamente, mantendo as amostras sob refrigeração constante para conservação. Determinação da DQO A determinação da Demanda Química de Oxigênio (DQO) é utilizada para estimar a quantidade de matéria orgânica em efluentes. A medição de oxigênio equivale aos materiais presentes no efluente que estão sujeitos a oxidação através de um forte oxidante químico, neste caso o dicromato de potássio, e foi efetuado de acordo com a Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (19ª ed.) e baseia-se no sistema de semi-micro digestão de amostra. Utilizam-se frascos de reagentes prontos, que foram aquecidos por 2 horas a 150 graus centígrados no microreator Hach. A leitura dos dados foi feita no espectrofotômetro – Portable Datalogging Spectrophotometer Hach DR/2010 cujos resultados são mostrados diretamente em mg/l. 82 Determinação de pH O pH foi medido no pH-metro Orion (Model 310). Mantendo-se o equipamento em perfeito funcionamento e calibração, pode-se obter uma precisão de ± 0,02 unidades de pH e exatidão de ±0,05 unidades de pH. Porém em condições normais, o limite de exatidão é de ±0,1 unidade. Determinação de Alcalinidade A alcalinidade é uma medida da capacidade que as águas tem de neutralizar ácidos e para esta determinação, utilizou-se o método da titulação da amostra com solução de ácido sulfúrico 0,02 N até pH pré-determinado em 4,5. Os resultados são expressos como equivalentes em mgCaCO3/l. Conforme o “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater”, 19ª edição, é difícil estabelecer precisão do método em virtude da grande variedade de características das amostras, e das alterações que podem ocorrer na amostra quando coletada ou manuseada. Determinação de Condutividade Elétrica É a capacidade de uma solução aquosa em conduzir uma corrente elétrica. Esta habilidade depende da presença total de íons em sua concentração, da mobilidade, da valência e da temperatura medida na amostra, segundo a Standard Methods Committe. O resultado da condutividade elétrica, expressos em µS/cm ou mS/cm, foi lido diretamente no condutivímetro Orion (model 115), mergulhando–se o eletrodo na amostra a ser medida. Determinação de Turbidez É a redução da transparência de uma amostra, devido a presença de material em suspensão (como é o caso das partículas coloidais). A leitura dos dados foi feita no espectrofotômetro – Portable Datalogging Spectrophotometer Hach DR/2010 e os resultados são expressos como FAU - Formazin Attenation Units. A cor é um dos interferentes negativos deste ensaio. 83 Determinação de Cor Aparente É a cor conferida à amostra não só pelas substâncias dissolvidas , mas também pelas substâncias em suspensão, e tem como unidade a cor produzida por 1 mg de platina, na forma de íon cloroplatinado, dissolvida em 1000 ml de água, na presença de cobalto em quantidade adequada para comparação com águas naturais. A leitura dos dados foi feita no espectrofotômetro – Portable Datalogging Spectrophotometer Hach DR/2010 e os resultados são expressos como PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart. Tendo em vista que o método não se aplica para amostras de coloração incomum, e ainda a interferência concebida pela turbidez, este parâmetro somente será apresentado para fins de comparação das alterações visualizadas durante o ensaio. Metais Para a determinação dos metais Cádmio, Chumbo e Zinco, foram feitas amostras compostas semanais dos efluentes das colunas alimentadas com água e chorume, somente para a última campanha de ensaios, enviando-se conjuntamente a um laboratório terceirizado, onde utilizou-se um espectrofotômetro, também seguindo os procedimentos previstos no “Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater”. Executou-se ainda a análise destes metais no chorume e na água de torneira, em uma única amostra. 84 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES Conforme descrito no capítulo anterior, foram realizadas três campanhas de ensaios, cujos resultados são expostos e discutidos à seguir. 5.1 PRIMEIRA CAMPANHA DE ENSAIOS São apresentados à seguir os resultados da primeira campanha de ensaios, onde utilizou-se duas colunas em condições saturadas com densidades de 1,15 e 1,30, e 4 colunas em condições não saturadas com densidades de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67, alimentando-as com um volume de 1 litro de chorume por semana ao longo de 4 semanas. Na Tabela 5-1 encontra-se especificadas as características das colunas de percolação, referentes a esta campanha de ensaios. Tabela 5-1: Características das colunas de percolação na primeira campanha de ensaios. Volume (cm3) Volume de Massa específica vazios do solo seco (cm3) (kg/m3) Massa de solo seco (kg) Coluna 1 7390 4205 1.150 8,50 Coluna 2 7390 3791 1.300 9,61 Coluna 3 7390 4205 1.150 8,50 Coluna 4 7390 3791 1.300 9,61 Coluna 5 7390 3237 1.500 11,08 Coluna 6 7390 2771 1.670 12,34 85 Para a melhor visualização dos resultados os mesmos são apresentados na forma de gráficos, separadamente para as colunas em condições saturadas e não saturadas, sendo primeiramente mostrado os gráficos referentes as colunas com densidades de 1,15 e 1,30 saturadas. No Anexo da presente dissertação são apresentadas as tabelas contendo detalhadamente os valores obtidos para todos os ensaios. Ressalta-se a dificuldade de avaliação dos resultados apresentados, para as colunas em condições saturadas, face ao baixo volume coletado para estas colunas, comparativamente ao volume aplicado. Conforme observado, para as colunas com densidades de 1,15 e 1,30 em condições saturadas (Figura 5-1 e Figura 5-2, respectivamente), houve um intervalo de tempo expressivo, entre o primeiro abastecimento e a primeira coleta, devido ao volume necessário de chorume para o preenchimento dos vazios do solo, até que se atingisse saturação do mesmo, obtendo-se assim condições para a coleta de efluente. Na Figura 5-1 nota-se um intervalo de tempo maior entre o início de abastecimento e o início da coleta, tendo em vista o volume necessário para o total preenchimento dos vazios do solo, tornando assim a coluna saturada. d = 1,15 (sat) Volu m e (m l) 4.000 3.000 Aplicado 2.000 Coletado 1.000 0 5 10 15 20 25 Tem po (dias) Figura 5-1: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. Comparativamente, pode-se notar na Figura 5-2, que o tempo necessário para o início da coleta de efluente nesta coluna foi menor, devido ao fato do volume de vazios desta ser menor, face a maior densidade. 86 d = 1,30 (sat) Vo lu m e (m l) 4.000 3.000 Aplicado 2.000 Coletado 1.000 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-2: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições saturadas. Na Figura 5-3 pode-se observar que a eficiência de remoção de DQO para a coluna em condições saturadas, com densidade igual à 1,30, foi maior que para a coluna em condições saturadas, com densidade igual à 1,15, podendo-se associar que, quanto maior a densidade, maior a eficiência de remoção de DQO, devendo-se chegar a um limite de compactação no qual a baixa permeabilidade e velocidade de escoamento inviabiliza a operação. Nota-se ainda que, como esperado, a eficiência do sistema vai diminuindo em função do tempo, porém, devido ao número reduzido de coletas, nesta campanha de ensaios, não foi possível identificar claramente o limite do sistema, através de um ponto de inflexão acentuado no gráfico. Ressalta-se que se utilizou nos cálculos da eficiência e da carga removida, a DQO média do chorume, ou seja, 5.670 mg/l, obtida com a realização de ensaios periódicos durante toda a campanha. 87 100 90 80 Eficiência (%) 70 60 d = 1,15 (sat) 50 d = 1,30 (sat) 40 30 20 10 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-3: Eficiência de remoção de DQO para alimentação com intermitência semanal, com taxa de aplicação hidráulica média de 0,0193 m3/m3.dia Ressalta-se na Figura 5-4, que a alta carga inicial de DQO removida, deve-se ao fato de ter havido um elevado volume inicial coletado no efluente, face a uma falha construtiva do sistema, que provocou a sucção do efluente, porém tal evento foi detectado e corrigido Carga de DQO remov. (gDQO/KgSoloSeco) prontamente. 0,6 0,5 0,4 d = 1,15 (sat) 0,3 d = 1,30 (sat) 0,2 0,1 0 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-4: Carga de DQO removida para alimentação com intermitência semanal, com taxa de aplicação hidráulica média de 0,0193 m3/m3.dia. 88 A avaliação dos resultados apresentados na Figura 5-5, ficou prejudicada, em função do volume coletado no período ter sido muito reduzido, devido ao preenchimento inicial dos vazios, e a vazamentos que ocorreram nesta primeira campanha, que foram prontamente sanados, porém interferindo nos resultados relacionados ao volume coletado. Ressalta-se, porém, que conforme era esperado a eficiência da coluna com densidade superior foi mais elevada, mas também é esperado que a velocidade de percolação desta seja menor e a colmatação mais rápida, não sendo possível avaliar nesta campanha, devido ao número reduzido de amostras, e pequeno volume, obtidas para estas colunas em condições saturadas 100 90 80 Eficiência (%) 70 60 d = 1,15 (sat) 50 d = 1,30 (sat) 40 30 20 10 0 100 200 300 400 500 600 Volum e Aplic. Equiv (Litros de chorum e / m 3 de Solo) Figura 5-5: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco. Na Figura 5-6 são representados os resultados obtidos para o pH do efluente coletado das colunas em condições saturadas, salientando-se que o pH do chorume (afluente), no período de realização dos ensaios variou de 7,97 à 9,06, sendo novamente ressaltado que os resultados discrepantes podem ter sido ocasionados em função do pequeno volume coletado, e dos interferentes ocasionados pelas falhas construtivas do sistema, nesta montagem inicial. 89 9,00 8,00 7,00 6,00 pH d = 1,15 sat. d = 1,30 sat. 5,00 4,00 3,00 2,00 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tempo (dias) Figura 5-6: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados nas colunas em condições saturadas. Na Figura 5-7, onde são apresentados os valores da condutividade obtida para o efluente das colunas em condições saturadas, nota-se que estes mostram-se condizentes com o esperado, ou seja, que se obtenha baixos valores iniciais, elevando-se em função do tempo, e ainda um valor maior para o efluente da coluna com menor densidade, a qual tem menor eficiência na remoção de contaminantes, que influem diretamente na elevação da condutividade. A Condutividade do chorume variou de 6.140 à 10.700 µs/cm (T=32°C). Condutividade ( µ s/cm) T=32°C 16.000 14.000 12.000 10.000 d = 1,15 sat. d = 1,3 sat. 8.000 6.000 4.000 2.000 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tempo (dias) Figura 5-7: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras do efluente coletado nas colunas em condições saturadas. 90 Analogamente ao que foi descrito para os valores de condutividade, verifica-se na Figura 5-8, que, também para a Cor, foram obtidos baixos valores iniciais, elevando-se em função do tempo, e ainda um valor maior para o efluente da coluna com menor densidade. 3000 2750 2500 Cor (PtCo*) 2250 2000 1750 d = 1,15 sat. d = 1,30 sat. 1500 1250 1000 750 500 250 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tempo (dias) Figura 5-8: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas em condições saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). No período não foi efetuada a determinação dos valores de Cor e Turbidez para o chorume utilizado no abastecimento das colunas, nesta primeira campanha de ensaios. Observa-se na Figura 5-9, que para a coluna com densidade igual a 1,30, obteve-se um resultado para a Turbidez, coerente com o obtido para os demais parâmetros, porém para a coluna com densidade igual a 1,15, nota-se que obteve-se um valor inicial maior, sendo que isto pode ter sido ocasionado pelo pequeno volume efluente nesta primeira coleta para esta coluna, o qual pode ter concentrado uma quantidade maior de material carreado pelo escoamento. 91 300 275 250 Turbidez (FAU*) 225 200 175 d = 1,15 sat. 150 d = 1,30 sat. 125 100 75 50 25 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tempo (dias) Figura 5-9: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado nas colunas em condições saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). Na Figura 5-10, observa-se, analogamente aos resultados obtidos para a eficiência de remoção de DQO, que para a coluna em condições saturadas, com densidade igual à 1,30, a eficiência na remoção de Sólidos Totais, foi maior que para a coluna em condições saturadas, com densidade igual à 1,15. Nota-se ainda que, como é esperado, a eficiência do sistema vai diminuindo, em função do tempo. Conforme destacado anteriormente, a média de Sólidos Totais do chorume, no período de realização dos ensaios foi de 12.270 mg/l. Eficiência de remoção de sólidos totais (%) 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 d = 1,15 sat. d = 1,30 sat. 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tempo (dias) Figura 5-10: Eficiência na redução de Sólidos Totais para as colunas em condições saturadas. (mg/l). 92 Destaca-se, portanto, que neste primeiro ensaio com as colunas em condições saturadas, não foi possível obter-se resultados representativos para uma avaliação mais detalhada, devido ao número reduzido de coletas, não sendo possível identificar claramente os limites do sistema, e ainda, a falhas e dificuldades construtivas do sistema. A seguir são apresentados os gráficos relativos aos resultados obtidos para os volumes aplicados e coletados, DQO, pH, Condutividade, Cor, Turbidez e Sólidos Totais, referentes as colunas com densidades de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67, em condições não saturadas. A partir da Figura 5-11 à Figura 5-14, pode-se notar que inicialmente tem-se uma diferença significativa entre o volume aplicado e o volume coletado, devido ao volume necessário para o preenchimento dos vazios do solo, o que deveria diminuir em função do acréscimo da compactação, porém verifica-se na Figura 5-13, que a seqüência de acréscimo no volume inicial, comparativamente com as demais colunas, foi quebrado devido a um vazamento constatado nesta coluna, o qual foi vedado com auxílio de silicone, prosseguindose os ensaios. Nota-se ainda que nas demais coletas, o volume coletado foi bem próximo ao volume aplicado, mantendo-se somente a diferença de volume inicial, porém não sendo avaliado o tempo de detenção hidráulico, devido a não ter sido marcado o tempo necessário ao escoamento do chorume aplicado. Volume (ml) 4.000 3.000 Aplicado 2.000 Coletado 1.000 0 5 10 15 20 25 Tem po (dias) Figura 5-11: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições não saturadas 93 Volume (ml) 4.000 3.000 Aplicado 2.000 Coletado 1.000 0 5 10 15 20 25 Tem po (dias) Figura 5-12: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições não saturadas Volume (ml) 4.000 3.000 Aplicado 2.000 Coletado 1.000 0 5 10 15 20 25 Tem po (dias) Figura 5-13: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50, em condições não saturadas Volume (ml) 4.000 3.000 Aplicado 2.000 Coletado 1.000 0 5 10 15 20 25 Tem po (dias) Figura 5-14: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,67, em condições não saturadas 94 A partir da Figura 5-15 à Figura 5-17, são apresentados os resultados relativos as análises de DQO, para as colunas em condições não saturadas, sendo que na Figura 5-15, onde á expressa a eficiência de remoção de DQO em função do tempo, nota-se claramente o ponto de inflexão do gráfico, para todas as colunas, à partir do sétimo dia, ou seja, da segunda coleta de efluente, o que representa um volume aplicado de 2 litros por coluna, ou o equivalente à aproximadamente 270 litros de chorume por metro cúbico de solo nas densidades descritas, como mostrado na Figura 5-17. Nota-se na Figura 5-15 e na Figura 5-17, que como era esperado a eficiência do sistema, para a remoção de DQO, aumenta em função do acréscimo da densidade, sendo apresentado um resultado discrepante aos demais, para a coluna com densidade de 1,50, uma vez que conforme já descrito anteriormente, esta apresentou problemas construtivos. Ressalta-se porém que nem sempre a coluna com maior compactação pode trazer melhores resultados em termos de carga removida, uma vez que nesta o escoamento é mais lento e o sistema e mais suscetível a colmatação, conforme nota-se na Figura 5-16. 100 90 80 Eficiência (%) 70 d = 1,15 60 d = 1,30 50 d = 1,50 40 d = 1,67 30 20 10 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-15: Eficiência de remoção de DQO para alimentação com intermitência semanal, com taxa de aplicação hidráulica média de 0,0193 m3/m3.dia, para as colunas em condições não saturadas. 95 Carga de DQO remov. (gDQO/KgSoloSeco) 0,60 0,50 0,40 d = 1,15 d = 1,30 0,30 d = 1,50 d = 1,67 0,20 0,10 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-16: Carga de DQO removida para alimentação com intermitência semanal, com taxa de aplicação hidráulica média de 0,0193 m3/m3.dia, para as colunas em condições não saturadas. 100 90 80 Eficiência (%) 70 d = 1,15 60 d = 1,30 50 d = 1,50 40 d = 1,67 30 20 10 0 100 200 300 400 500 600 Volum e Aplic. Equiv (Litros de chorum e / m 3 de Solo) Figura 5-17: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco, para as colunas em condições não saturadas. 96 Na Figura 5-18 são apresentados os resultados obtidos para o pH do efluente coletado das colunas em condições não saturadas, salientando-se que o pH do chorume (afluente), no período de realização dos ensaios variou de 7,97 à 9,06, sendo destacado os valores muito variáveis, como o apresentado para a coluna com densidade de 1,67. 9,00 8,00 7,00 d = 1,15 d = 1,30 pH 6,00 d = 1,50 5,00 d = 1,67 4,00 3,00 2,00 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tempo (dias) Figura 5-18: Valores do pH para as amostras coletadas do efluente das colunas não saturadas. Considerando-se que a condutividade aumenta em função da quantidade de contaminantes existentes no efluente, na Figura 5-19, evidencia-se claramente a maior eficiência de remoção de contaminantes nas colunas com maior densidade, e ainda, conforme apontado anteriormente, observa-se o limite do sistema, próximo ao sétimo dia, ou o equivalente a aplicação de 2 litros de chorume por coluna. A Condutividade do chorume no período de realização dos ensaios variou de 6.140 à 10.700 µs/cm (T=32°C). Como pode-se observar, na Figura 5-20, para as colunas com densidades de 1,15; 1,30 e 1,50 em condições não saturadas, tem-se uma elevação brusca na Cor, à partir da terceira coleta de afluente, o que, para a coluna com densidade de 1,67, aconteceu somente à partir da quarta coleta, devido a maior eficiência na remoção de matéria orgânica e outros contaminantes que conferem cor ao efluente. 97 Condutividade ( µ s/cm) T=32°C 16.000 14.000 12.000 d = 1,15 d = 1,30 10.000 8.000 d = 1,50 6.000 d = 1,67 4.000 2.000 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tempo (dias) Figura 5-19: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas do efluente das colunas não saturadas Conforme descrito anteriormente, no período não foi efetuado o ensaio para determinação dos valores de Cor e Turbidez para o chorume utilizado no abastecimento das colunas, nesta primeira companha de ensaios. 3000 2750 2500 Cor (PtCo*) 2250 2000 d = 1,15 1750 d = 1,30 d = 1,50 d = 1,67 1500 1250 1000 750 500 250 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tempo (dias) Figura 5-20: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas não saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). 98 Observa-se na Figura 5-21, que analogamente aos valores de Cor, os valores de Turbidez para as colunas não saturadas tiveram um aumento brusco à partir da terceira coleta, excetuando-se a coluna com densidade de 1,67, que aumentou somente á partir de quarta coleta. Ressalta-se ainda que após um aumento brusco, houve uma nova queda nos valores, o que pode ter ocorrido em função do carreamento de partículas finas do solo, o qual teria tendência de ter um alto valor inicial e ir diminuindo em função do tempo, o que se acredita que aconteceria também com a coluna com densidade de 1,67, se o ensaio tivesse continuidade. 300 275 250 Turbidez (FAU*) 225 200 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 d = 1,67 175 150 125 100 75 50 25 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tempo (dias) Figura 5-21: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado das colunas não saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). Na Figura 5-22, observa-se que para as colunas em condições não saturadas, com maior densidade a eficiência na remoção de Sólidos Totais foi maior. Nota-se ainda que como é esperado, a eficiência do sistema vai diminuindo, em função do tempo, tendo uma queda brusca à partir da terceira coleta. 99 Eficiência de remoção de sólidos totais (%) 100,0 90,0 80,0 70,0 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 d = 1,67 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tempo (dias) Figura 5-22: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições não saturadas. 5.2 SEGUNDA CAMPANHA DE ENSAIOS Conforme descrito no capítulo anterior, para a segunda campanha de ensaios, adotouse as mesmas condições de compactação da primeira etapa, ou seja, duas colunas em condições saturadas com densidades de 1,15 e 1,30, e 4 colunas em condições não saturadas com densidades de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67, alimentando-as com um volume de 0,250 litro de chorume por dia, de segunda à sexta feira, o que representa uma taxa concentrada diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco, sendo avaliados os parâmetros DQO, sólidos totais, pH, condutividade, cor e turbidez. Esta segunda campanha dividiu-se em 3 etapas, cujos resultados são apresentados e discutidos à seguir. Primeira Etapa Esta primeira etapa ocorreu no período de 05/12/2003 à 13/01/2004, quando foi efetuado o abastecimento com chorume por 18 (dezoito) vezes em (quarenta) dias 100 consecutivos, ressaltando-se que houve uma paralisação na alimentação e nos ensaios, no período de 20/12/2003 à 06/01/2004. Destaca-se que as características das colunas de percolação nesta etapa, foram iguais à da primeira campanha de ensaios, as quais encontram-se especificadas na Tabela 5-1. Ressalta-se que se utilizou nos cálculos da eficiência e da carga removida, a DQO média do chorume, ou seja, 2.869 mg/l, obtida com a realização de ensaios periódicos durante toda a campanha. Para as análises preliminares do afluente (chorume) utilizado no abastecimento das colunas nesta primeira etapa da segunda campanha de ensaios, obteve-se o valor de Cor igual à 5.200,0 PtCo, e de Turbidez igual à 322,0 FAU, sendo que a média de dos valores de Sólidos Totais do chorume, no período de realização dos ensaios foi de 9.856 mg/l. Os resultados desta campanha de ensaios são apresentados nos gráfico à seguir, separadamente para as colunas em condições saturadas e não saturadas, sendo primeiramente mostrado os gráficos referentes as colunas com densidades de 1,15 e 1,30 saturadas. Em anexo são apresentadas as tabelas detalhadas das análises. Na Figura 5-23 e na Figura 5-24 pode-se notar a o grande intervalo de tempo entre o primeiro abastecimento e a primeira amostragem, devido ao volume necessário para o preenchimento dos vazios do solo, para que se atinja a saturação do mesmo, o que claramente é mais rápido para a coluna com densidade de 1,30, devido ao menor volume de vazios do solo. d=1,15 (sat.) 5.000 Volume (ml) 4.000 3.000 Aplicado Coletado 2.000 1.000 0 10 20 30 40 Tempo (dias) Figura 5-23: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. 101 d=1,30 (sat.) 5.000 Volume (ml) 4.000 3.000 Aplicado Coletado 2.000 1.000 0 10 20 30 40 Tempo (dias) Figura 5-24: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições saturadas. Na Figura 5-25 observa-se resultados iniciais discrepantes para as duas coluna, porém evidencia-se que após um período de paralisação nos ensaios, ambas as colunas tem uma recuperação na eficiência, seguida novamente de resultados anômalos. 100 90 Eficiência (%) 80 70 60 d=1,15 (sat.) 50 d=1,30 (sat.) 40 30 20 10 10 15 20 25 30 35 40 Tempo (dias) Figura 5-25: Eficiência de remoção de DQO para alimentação diária, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco 102 Comparando-se a Figura 5-26 e a Figura 5-27 nota-se que apesar da coluna com densidade de 1,30 apresentar uma eficiência maior na remoção de DQO, se considerarmos a carga de DQO removida por quilo de solo, obtém-se resultados anômalos, porém em alguns Carga de DQO remov. (gDQO/KgSoloSeco) momentos estes são maiores para a coluna com densidade de 1,15. 0,18 0,16 0,14 0,12 0,1 d=1,15 (sat.) 0,08 d=1,30 (sat.) 0,06 0,04 0,02 0 10 15 20 25 30 35 40 Tempo (dias) Figura 5-26: Carga de DQO removida para alimentação diária, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco 100 90 80 Eficiência (%) 70 60 d=1,15 (sat.) 50 d=1,30 (sat.) 40 30 20 10 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 Volume Aplic. Equiv (Litros de chorume / m3 de Solo) Figura 5-27: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco. 103 Na Figura 5-28 e na Figura 5-29 nota-se que obteve-se baixos valores iniciais de Cor e Turbidez, comparando-se com os valores do afluente de Cor igual à 5.200,0 PtCo e de Turbidez igual à 322,0 FAU, porém após o período de paralisação dos ensaios nota-se que houve uma elevação muito brusca nos valores devido ao arraste de finos do solo, o que era visualmente perceptível, pela coloração avermelhada do efluente. 1000 900 800 Cor (PtCo) 700 600 d=1,15 - sat 500 d=1,30 - sat 400 300 200 100 0 10 15 20 25 30 35 40 Tempo (dias) Figura 5-28: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado (*UC: padrão relativo ao PtCoPlatinum - Cobalt Units Standart). 120 Turbidez (FAU) 100 80 d=1,15 (sat.) d=1,30 (sat.) 60 40 20 10 15 20 25 30 35 40 Tempo (dias) Figura 5-29: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado(*UT: unidade FAU Formazin Attenation Units). 104 Na Figura 5-30 observa-se, analogamente aos resultados obtidos para a eficiência de remoção de DQO, que para a coluna em condições saturadas, com densidade igual à 1,30, a eficiência na remoção de Sólidos Totais, foi maior que para a coluna em condições saturadas, com densidade igual à 1,15. Nota-se ainda que como é esperado, a eficiência do sistema vai diminuindo, em função do tempo. Conforme destacado anteriormente a média de Sólidos Eficiência de remoção de sóli dos totais (%) Totais do chorume, no período de realização dos ensaios foi de 9.856,0 mg/l. 1 00 ,0 90 ,0 80 ,0 70 ,0 60 ,0 d=1,15 (sat.) d=1,30 (sat.) 50 ,0 40 ,0 30 ,0 20 ,0 10 ,0 10 15 20 25 30 35 40 Tempo (dias) Figura 5-30: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições saturadas. Verifica-se, portanto, que novamente, para esta segunda campanha de ensaios, não foram obtidos resultados significativos à uma avaliação mais criteriosa do sistema, devido ao numero reduzido de amostragens e a discrepância dos resultados. A seguir são apresentados os gráficos relativos aos resultados obtidos para os volumes aplicado e coletado, DQO, pH, Condutividade, Cor, Turbidez e Sólidos Totais, referentes as colunas com densidades de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67, em condições não saturadas. Na Figura 5-31 à Figura 5-34, são apresentados os resultados da medição dos volumes aplicados e coletados, para as colunas em condições não saturadas, nesta segunda campanha de ensaios, sendo destacado que pode-se notar uma resultado satisfatório, em termos de velocidade do escoamento, para estas colunas, ficando somente a coluna com densidade de 1,67, com uma defasagem significativa entre os volumes aplicado e coletado, devido a 105 colmatação do sistema, o que fez com que acumulasse afluente na parte superior a coluna durante a fase final da referida campanha. 5. 00 0 Volume (ml) 4. 00 0 3. 00 0 A plic ado C oletado 2. 00 0 1. 00 0 0 10 20 30 40 T em p o (dia s) Figura 5-31: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições não saturadas 5. 00 0 Volume (ml) 4. 00 0 3. 00 0 A plicado Coletado 2. 00 0 1. 00 0 0 10 20 30 40 Tempo (dia s) Figura 5-32: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições não saturadas 106 5.00 0 Volume (ml) 4.00 0 3.00 0 Aplicado Coletado 2.00 0 1.00 0 0 10 20 30 40 Tempo (dias) Figura 5-33: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50, em condições não saturadas 5.00 0 Volume (ml) 4.00 0 3.00 0 A plicado C oletado 2.00 0 1.00 0 0 10 20 30 40 Tempo (dia s) Figura 5-34: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,67, em condições não saturadas Na Figura 5-35 à Figura 5-37 são representados os resultados dos cálculos pertinentes as análises de DQO efetuadas com os efluentes das colunas alimentadas com chorume, o qual apresentou, no período de realização dos ensaios, uma DQO média de 2.868 mg/l. Nota-se que após um período de paralisação nos ensaios, o sistema promoveu um arraste de material, 107 chegando-se a obter um efluente com uma carga de DQO maior que o afluente, porém depois observa-se que o sistema recupera um pouco. Avaliando-se as respostas das alimentações diárias, apresentadas nestas figuras, denota-se claramente o limite do sistema, com queda na eficiência de todas as colunas a partir do 12º dia. Contudo, as duas colunas com densidades aparentes de 1,15 e 1,30 apresentaram declínio bem mais acentuado na eficiência de remoção de DQO. O ponto de inflexão é representado pela carga de DQO total aplicada de 0,00635 kg. Este valor implica em uma carga limite de 0,858 kg/m3 de solo, podendo ser um pouco mais elevada para solos com densidade aparente acima de 1,67. Nota-se ainda que a obtenção de eficiências negativas, após a saturação das colunas, provavelmente seja decorrente do arraste da matéria orgânica anteriormente retida. 100 75 Eficiência (%) 50 25 0 5 10 15 20 25 (25) (50) 30 35 40 d=1,15 d=1,30 d=1,50 d=1,67 (75) (100) (125) Tempo (dias) Figura 5-35: Eficiência de remoção de DQO para alimentação diária, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3(chorume)/m3(solo seco). 108 Carga de DQO remov. (gDQO/KgSoloSeco) 0,25 0,20 0,15 d=1,15 d=1,30 d=1,50 0,10 d=1,67 0,05 0 5 10 15 20 25 30 35 40 (0,05) Tempo (dias) Figura 5-36: Carga de DQO removida para alimentação diária, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3(chorume)/m3(SoloSeco). 100 75 Eficiência (%) 50 25 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 (25) (50) d=1,15 d=1,30 d=1,50 d=1,67 (75) (100) (125) Volum e Aplic. Equiv (Litros de chorum e / m 3 de Solo) Figura 5-37: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por m3 de solo seco. Na Figura 5-38 e na Figura 5-39, são apresentados os valores de Cor e da Turbidez, respectivamente, do efluente coletado nas colunas em condições não saturadas, para o abastecimento com chorume. 109 2000 1800 1600 Cor (PtCo) 1400 d=1,15 1200 d=1,30 1000 d=1,50 800 d=1,67 600 400 200 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Tempo (dias) Figura 5-38: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas não saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). Ressalta-se que o valor inicial da Cor para o efluente (chorume) utilizado no abastecimento das colunas, foi de 5.200 PtCo, e o valor de Turbidez foi de 322,0 FAU, portanto observa-se que até a saturação das colunas, são obtidos resultados de Cor e Turbidez, muito próximos de zero, e ainda, mesmo após a saturação, observa-se reduções próximas a cinqüenta por cento. 180 160 Turbidez (FAU) 140 120 d=1,15 100 d=1,30 80 d=1,50 d=1,67 60 40 20 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Tempo (dias) Figura 5-39: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado das colunas não saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). 110 Na Figura 5-40 são apresentados os resultados obtidos para a eficiência na remoção de Sólidos Totais, sendo que conforme destacado anteriormente a média de Sólidos Totais do chorume, no período de realização dos ensaios foi de 9.856 mg/l. Observa-se que coerentemente as colunas com maior densidade possuem maior capacidade de retenção de sólidos totais, porém também são mais susceptíveis a colmatação, Eficiência de remoção de sólidos totais (%) dificultando o escoamento. 100,0 90,0 80,0 70,0 d=1,15 60,0 d=1,30 50,0 d=1,50 40,0 d=1,67 30,0 20,0 10,0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Tempo (dias) Figura 5-40: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições não saturadas. Segunda Etapa Conforme descrito anteriormente, esta segunda etapa da segunda campanha de ensaios ocorreu no período de 14/01/2004 à 28/02/2004, e consistiu-se em 26 (vinte e seis) abastecimentos com água, em 46 (quarenta e seis) dias, com o mesmo volume de chorume, ou seja, 0,25 litros por abastecimento, sendo os resultados destas etapas apresentados e discutidos abaixo. Ressalta-se que houve uma paralisação no ensaio no período de 24/01/2004 à 06/02/2004. Destaca-se que esta etapa foi uma seqüência da primeira, portanto as características das colunas de percolação, foram iguais à da primeira campanha de ensaios, as quais encontram-se especificadas na Tabela 5-1. 111 O objetivo desta etapa do ensaio, seria simular a utilização deste material na cobertura do aterro, após este ter sido utilizado no tratamento do chorume, verificando-se assim os impactos causados pela lixiviação deste material pela ação das chuvas, no efluente gerado. Salienta-se que foram realizadas análises de DQO da água utilizada no abastecimento, porém obtendo-se valores iguais ou muito próximos à zero, portanto considerou-se que a água utilizada era isenta de carga orgânica. O pH médio da água, no período de realização dos ensaios foi igual à 8,26. O valor médio da Condutividade da água, no período de realização dos ensaios foi igual à 112,3 µs/cm. A média do valor de Sólidos Totais da água no período foi igual à 128 mg/l. Os resultados são apresentados nos gráfico à seguir, separadamente para as colunas em condições saturadas e não saturadas, sendo primeiramente mostrado os gráficos referentes as colunas com densidades de 1,15 e 1,30 saturadas. Em anexo são apresentadas as tabelas contemplando todos os resultados obtidos. Na Figura 5-41 e na Figura 5-42, são apresentadas a relações do volume aplicado e coletado para as colunas em condições saturadas com densidade de 1,15 e 1,30 respectivamente, sendo destacado que devido a esta etapa ser uma seqüência de alimentação, não houve, conforme verificado nos outros ensaios uma defasagem inicial entre estes volumes devido as colunas já encontrar-se saturadas, porém é visível que houve a colmatação da coluna com densidade de 1,30, prejudicando a continuidade do ensaio, devido ao acúmulo de água na parte superior da coluna, face a diminuição do escoamento. 7.00 0 6.00 0 Volume (ml) 5.00 0 4.00 0 Aplic ado Coletado 3.00 0 2.00 0 1.00 0 0 10 20 30 40 50 Te m po (d ias ) Figura 5-41: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. 112 7.00 0 6.00 0 Volume (ml) 5.00 0 4.00 0 Aplicado Coletado 3.00 0 2.00 0 1.00 0 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-42: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições saturadas. Na Figura 5-43 e na Figura 5-44 são apresentados os resultados as análises de DQO efetuadas com os efluentes das colunas alimentadas com água. Nota-se resultados bastante variados, porém com visível tendência de aumento inicial seguida de um decréscimo dos valores, demonstrando a “lavagem” do solo, ressalta-se que devido a estas colunas se encontrarem saturadas, deve-se considerar que existe um volume de chorume retido no sistema, portanto estas terão tendência a apresentar maior dificuldade de se “limpar”. 3 .00 0,0 DQO efluente (mg/l) 2 .50 0,0 2 .00 0,0 d = 1,15 (sat) d = 1,30 (sat) 1 .50 0,0 1 .00 0,0 50 0,0 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-43: DQO efluente, para alimentação diária com água. 113 0 ,0 90 Carga de DQO efluente (gDQO/KgSoloSeco) 0 ,0 80 0 ,0 70 0 ,0 60 0 ,0 50 d = 1, 15 (sat) 0 ,0 40 d = 1, 30 (sat) 0 ,0 30 0 ,0 20 0 ,0 10 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-44: Carga de DQO efluente para alimentação diária com água. Na Figura 5-45 e na Figura 5-46, são apresentados os valores do pH e da Condutividade, respectivamente, do efluente coletado nas colunas em condições saturadas, para o abastecimento com água, considerando-se que o pH médio da água, no período de realização dos ensaios foi igual à 8,26, e a Condutividade igual à 112,3 µs/cm. Nota-se que não houve grandes variações do pH efluente, porém analogamente aos demais parâmetros, a condutividade apresentou tendência de queda no decorrer do ensaio. 9,50 9,00 pH 8,50 d = 1,15 (sat.) 8,00 d = 1,30 (sat.) 7,50 7,00 6,50 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-45: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados. 114 Condutividade (µ s/cm) T=32°C 16.000 14.000 12.000 10.000 d = 1,15 (sat.) 8.000 d = 1,30 (sat.) 6.000 4.000 2.000 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-46: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas Na Figura 5-47 e na Figura 5-48, são apresentados os valores de Cor e da Turbidez, respectivamente, do efluente coletado nas colunas em condições saturadas, para o abastecimento com água, sendo observado que para a coluna com densidade de 1,15 houve uma elevação significativa dos valores, no final do ensaio, devido ao arraste de material fino do solo, perceptível pela coloração avermelhada do efluente. 120000 Cor (PtCo) 100000 80000 d = 1,15 (sat.) d = 1,30 (sat.) 60000 40000 20000 0 0 10 20 30 40 50 Te mpo (dias ) Figura 5-47: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). 115 Turbidez (FAU) 5.0 00 4.0 00 d = 1,15 (s at.) d = 1,30 (s at.) 3.0 00 2.0 00 1.0 00 0 10 20 30 40 50 Te mp o (d ia s) Figura 5-48: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado das colunas saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). Na Figura 5-49 são apresentados os resultados dos valores de Sólidos Totais do efluente das colunas em condições saturadas abastecidas com água, à qual apresentou no período um valor médio igual à 128,0 mg/l de Sólidos Totais. Ressalta-se que a concentração de Sólidos Totais do chorume utilizado no abastecimento na primeira etapa desta campanha foi de 9.856 mg/l, portanto mesmo com a lixiviação com água, o efluente das colunas apresentaram concentração de sólidos totais menor que a do chorume. Sólidos Totais (mg/l) 10.000 8.000 d = 1,15 (sat.) 6.000 d = 1,30 (sat.) 4.000 2.000 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-49: Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições saturadas. 116 A seguir são apresentados os gráficos relativos aos resultados obtidos para os volumes aplicado e coletado, DQO, pH, Condutividade, Cor, Turbidez e Sólidos Totais, referentes as colunas com densidades de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67, em condições não saturadas. A partir da Figura 5-50 à Figura 5-53, são apresentadas a relações do volume aplicado e coletado para as colunas em condições não saturadas com densidade de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67 respectivamente, sendo observado que é visível que houve a colmatação da coluna com densidade de 1,67, devido a diferença entre o volume aplicado e coletado, prejudicando a continuidade do ensaio, para esta coluna. 7. 00 0 6. 00 0 Volume (ml) 5. 00 0 4. 00 0 A plic ado C oletado 3. 00 0 2. 00 0 1. 00 0 0 10 20 30 40 50 Te mp o ( d ias ) Figura 5-50: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições não saturadas 7. 00 0 6. 00 0 Volume (ml) 5. 00 0 4. 00 0 A plic ado C oletado 3. 00 0 2. 00 0 1. 00 0 0 10 20 30 40 50 Te mp o (d ias ) Figura 5-51: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições não saturadas 117 7.00 0 6.00 0 Volume (ml) 5.00 0 4.00 0 Aplicado Coletado 3.00 0 2.00 0 1.00 0 0 10 20 30 40 50 Te mpo (dias) Figura 5-52: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50, em condições não saturadas 7.00 0 6.00 0 Volume (ml) 5.00 0 4.00 0 Aplicado Coletado 3.00 0 2.00 0 1.00 0 0 10 20 30 40 50 Te mpo (dias) Figura 5-53: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,67, em condições não saturadas 118 Na Figura 5-54 e na Figura 5-55 são apresentados os resultados as análises de DQO efetuadas com os efluentes das colunas em condições não saturadas alimentadas com água. Nota-se resultados bastante variados, porém com visível tendência de aumento inicial seguida de um decréscimo dos valores, menos para a coluna com densidade de 1,67, para a qual os valores mantiveram-se altos, devido ao pequeno volume percolado. 3.000,0 DQO efluente (mg/l) 2.500,0 2.000,0 d = 1,15 1.500,0 d = 1,30 d = 1,50 1.000,0 d = 1,67 500,0 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-54: DQO efluente, para alimentação diária com água. 0,120 Carga de DQO efluente (gDQO/KgSoloSeco) 0,100 0,080 d = 1,15 d = 1,30 0,060 d = 1,50 d = 1,67 0,040 0,020 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-55: Carga de DQO efluente para alimentação diária com água. 119 Na Figura 5-56 e na Figura 5-57, são apresentados os valores do pH e da Condutividade, respectivamente, do efluente coletado nas colunas em condições não saturadas, para o abastecimento com água, considerando-se que o pH médio da água, no período de realização dos ensaios foi igual à 8,26, e a Condutividade igual à 112,3 µs/cm. . Nota-se que não houve grandes variações do pH efluente, porém analogamente aos demais parâmetros, a condutividade apresentou acentuada tendência de queda no decorrer do ensaio. 9,50 9,00 8,50 pH d = 1,15 d = 1,30 8,00 d = 1,50 d = 1,67 7,50 7,00 6,50 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-56: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados. Condutividade (µ s/cm) T=32°C 16.000 14.000 12.000 d = 1,15 10.000 d = 1,30 d = 1,50 d = 1,67 8.000 6.000 4.000 2.000 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-57: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 120 Na Figura 5-58 e na Figura 5-59, são apresentados os valores de Cor e da Turbidez, respectivamente, do efluente coletado nas colunas em condições não saturadas, para o abastecimento com água, sendo observado que para a coluna com densidade de 1,50 houve uma elevação significativa dos valores, no final do ensaio, devido ao arraste de material fino do solo, perceptível pela coloração avermelhada do efluente. 120000 Cor (PtCo) 100000 80000 d = 1,15 d = 1,30 60000 d = 1,50 d = 1,67 40000 20000 0 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-58: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas não saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). Turbidez (FAU) 5.000 4.000 d = 1,15 3.000 d = 1,30 d = 1,50 2.000 d = 1,67 1.000 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-59: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado das colunas não saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). 121 Na Figura 5-60 são apresentados os resultados dos valores de Sólidos Totais do efluente das colunas em condições não saturadas abastecidas com água, à qual apresentou no período um valor médio igual à 128,0 mg/l de Sólidos Totais. Denota-se a expressiva tendência de queda dos valores para as colunas com densidades de 1,15 e 1,30, porém para a coluna com densidade de 1,50 observa-se o aumento brusco dos valores devido ao arraste de solo, e ainda, para a coluna com densidade 1,67 os valores mantiveram-se altos devido ao pequeno volume percolado. Sólidos Totais (mg/l) 10.000 8.000 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 d = 1,67 6.000 4.000 2.000 0 10 20 30 40 50 Tempo (dias) Figura 5-60: Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições não saturadas. Terceira Etapa Esta terceira etapa da segunda campanha de ensaios ocorreu no período de 12/03/2004 à 04/04/2004, quando efetuou-se o abastecimento por 18 (dezoito) em 24 dias, novamente com chorume, salientando-se que devido a colmatação acarretando na diminuição da permeabilidade e prejudicando o andamento normal do ensaio, foram desconsideradas as colunas preenchidas com solo com densidade de 1,30 em condições saturadas e com densidade de 1,67 em condições não saturadas. Destaca-se que esta etapa foi uma seqüência da companha, portanto as características das colunas de percolação, foram iguais à da primeira campanha de ensaios, as quais encontram-se especificadas na Tabela 5-1. 122 Utilizou-se nos cálculos da eficiência e da carga removida, a DQO média do chorume, ou seja, 2.037,5 mg/l, obtida com a realização de ensaios periódicos durante toda a campanha. Para as análises preliminares do afluente (chorume) utilizado no abastecimento das colunas nesta terceira etapa da segunda campanha de ensaios, obteve-se o valor de pH igual 7,98; Condutividade igual à 12.260 µs/cm; Valor de Cor 3.500 PtCo; Turbidez de 216 FAU e a média do valor de Sólidos Totais no período foi igual à 7.391 mg/l. Para a melhor visualização os resultados são apresentados nos gráfico à seguir, separadamente para as colunas em condições saturadas e não saturadas, sendo primeiramente mostrado os gráficos referentes a coluna com densidade de 1,15 saturada. Em anexo são apresentadas as tabelas contemplando todos os resultados obtidos. Na Figura 5-61, onde é apresentada a relação do volume aplicado e do volume coletado em função do tempo, pode-se notar que mesmo para esta coluna com densidade de 1,15, houve a colmatação do material dificultando o escoamento, resultando em baixos volumes efluentes, mesmo com o acúmulo de afluente na parte superior da coluna, acarretando em aumento da carga hidráulica. 5.00 0 4.50 0 4.00 0 Volume (ml) 3.50 0 3.00 0 Aplicado Coletado 2.50 0 2.00 0 1.50 0 1.00 0 50 0 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-61: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. 123 Na Figura 5-62 à Figura 5-64 são apresentados os resultados as análises de DQO efetuadas com os efluentes da coluna em condições saturadas, alimentada com chorume, nesta terceira etapa da campanha. Observa-se que a eficiência manteve-se estável durante toda esta etapa, porém a carga removida apresentou variações devido aos volumes coletados após os finais de semana, que eram relativamente maiores. 10 0 90 80 Eficiência (%) 70 60 50 d = 1,15 (sat) 40 30 20 10 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Carga de DQO remov. (gDQO/KgSoloSeco) Figura 5-62: Eficiência de remoção de DQO para alimentação diária, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco 0,035 0,030 0,025 0,020 d = 1,15 (sat) 0,015 0,010 0,005 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-63: Carga de DQO removida para alimentação diária, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco 124 10 0 90 80 Eficiência (%) 70 60 50 d = 1,15 (sat) 40 30 20 10 - 2 00 ,0 4 00,0 60 0,0 Volume Aplic. Equiv (Litros de chorume / m3 de Solo) Figura 5-64: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco. Na Figura 5-65 e na Figura 5-66, são apresentados os valores do pH e da Condutividade, respectivamente, do efluente coletado na coluna em condições saturadas, para o abastecimento com chorume, considerando-se que o pH do chorume, foi igual à 7,98; e a Condutividade igual à 12.260 µs/cm, ambos obtidos em análises preliminares do afluente. Observa-se um valor inicial de pH discrepante, porém mantendo-se estável durante o restante da campanha. Para a condutividade nota-se uma pequena tendência de queda ao longo do ensaio. 9,00 8,50 pH 8,00 d = 1,15 (sat.) 7,50 7,00 6,50 0 5 10 15 20 25 Te m po (dias ) Figura 5-65: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados. 125 Condutividade (µs/cm) T=32°C 2.500 2.000 1.500 d = 1,15 (sat.) 1.000 500 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-66: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas Na Figura 5-67 e na Figura 5-68 são apresentados os valores de Cor e da Turbidez, respectivamente, do efluente coletado na coluna em condições saturadas, para o abastecimento com chorume, considerando-se que o valor da Cor do chorume, foi igual à 3.500 PtCo; e da Turbidez, igual à 216 FAU, ambos obtidos em análises preliminares do afluente. Observa-se um incremento significativo de cor e turbidez no efluente coletado, comparando-se com a cor e a turbidez inicial do afluente, o que pode ter ocorrido em função do arraste de finos do solo. 120.000 Cor (PtCo) 100.000 80.000 60.000 d = 1,15 (sat.) 40.000 20.000 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-67: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado na coluna saturada (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). 126 5.000 Turbidez (FAU) 4.000 3.000 d = 1,15 (sat.) 2.000 1.000 0 5 10 15 20 25 Tempo (d ias) Figura 5-68: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado da coluna saturada (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). Na Figura 5-69 são apresentados os resultados dos valores de Sólidos Totais do efluente da coluna em condições saturadas abastecida com chorume, o qual apresentou um valor médio igual à 7.391 mg/l de Sólidos Totais. Observa-se que houve um arraste de material provocado pela percolação do chorume, justificando assim os acréscimos de Cor e Turbidez, comentados anteriormente. Eficiência de remoção de sólidos totais (%) 10 0 75 50 25 d = 1,15 (sat) 0 5 10 15 20 25 (2 5) (5 0) Tempo (dias) Figura 5-69: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), no efluente da coluna em condições saturadas. 127 A seguir são apresentados os gráficos relativos aos resultados obtidos para os volumes aplicado e coletado, DQO, pH, Condutividade, Cor, Turbidez e Sólidos Totais, referentes as colunas com densidades de 1,15; 1,30 e 1,50, em condições não saturadas. A partir da Figura 5-70 à Figura 5-72 são apresentadas a relações do volume aplicado e coletado para as colunas em condições não saturadas com densidade de 1,15; 1,30 e 1,50 respectivamente, sendo observado que é visível que houve a colmatação da coluna com densidade de 1,50, devido a diferença entre o volume aplicado e coletado, prejudicando a continuidade do ensaio. 5.000 4.500 4.000 Volume (ml) 3.500 3.000 Aplicado 2.500 Coletado 2.000 1.500 1.000 500 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-70: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15, em condições não saturadas 5. 00 0 4. 50 0 4. 00 0 Volume (ml) 3. 50 0 3. 00 0 Aplicado Coletado 2. 50 0 2. 00 0 1. 50 0 1. 00 0 50 0 0 5 10 15 20 25 T empo (d ias) Figura 5-71: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30, em condições não saturadas 128 5. 00 0 4. 50 0 4. 00 0 Volume (ml) 3. 50 0 3. 00 0 A plic ado C oletado 2. 50 0 2. 00 0 1. 50 0 1. 00 0 50 0 0 5 10 15 20 25 Tempo (dia s) Figura 5-72: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50, em condições não saturadas Na Figura 5-73 à Figura 5-75 são apresentados os resultados as análises de DQO efetuadas com os efluentes da coluna em condições saturadas, alimentada com chorume, nesta terceira etapa da campanha. Observa-se que após a “lavagem” das colunas com água, durante a segunda etapa desta campanha, o sistema recuperou a eficiência, promovendo novamente remoções acima de 90%, e apresentando queda brusca após a saturação, o que não ocorreu para a coluna com densidade de 1,50 devido ao baixo escoamento. 100 80 Eficiência (%) 60 40 d = 1,15 20 d = 1,30 (20) 0 5 10 15 20 25 d = 1,50 (40) (60) (80) Tempo (dias) Figura 5-73: Eficiência de remoção de DQO para alimentação diária, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco 129 Carga de DQO remov. (gDQO/KgSoloSeco) 0,10 0,08 0,06 0,04 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 0,02 0 5 10 15 20 25 (0,02) (0,04) (0,06) Tempo (dias) Figura 5-74: Carga de DQO removida para alimentação diária, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco 100 80 Eficiência (%) 60 40 20 (20) - 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 (40) (60) (80) Volume Aplic. Equiv (Litros de chorume / m3 de Solo) Figura 5-75: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco. Na Figura 5-76 e na Figura 5-77, são apresentados os valores do pH e da Condutividade, respectivamente, do efluente coletado nas colunas em condições não saturadas, para o abastecimento com chorume, considerando-se que o pH do chorume, foi igual à 7,98; e a Condutividade igual à 12.260 µs/cm, ambos obtidos em análises preliminares do afluente. Observa-se valores de pH bastante veriáveis. 130 9,00 8,50 8,00 pH d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 7,50 7,00 6,50 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-76: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados. Na Figura 5-77, que os valores de condutividade tendem a aumentar quando da diminuição da eficiência do sistema, devido ao acréscimo de contaminantes no efluente, o que não ocorreu somente para a coluna com densidade de 1,50 devido a colmatação e diminuição do escoamento da mesma, prejudicando o ensaio. Condutividade (µ s/cm) T=32°C 10.000 9.000 8.000 7.000 6.000 5.000 d = 1,15 d = 1,30 4.000 d = 1,50 3.000 2.000 1.000 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-77: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 131 Na Figura 5-78 e na Figura 5-79 são apresentados os valores de Cor e da Turbidez, respectivamente, do efluente coletado nas colunas em condições não saturadas, para o abastecimento com chorume, considerando-se que o valor da Cor do chorume, foi igual à 3.500 PtCo; e da Turbidez, igual à 216 FAU, ambos obtidos em análises preliminares do afluente. Para os valores de Cor e Turbidez das colunas com densidades de 1,15 e 1,30, um valor inicial alto, devido a tendência observada na etapa anterior de arraste de solo, porém logo houve a estabilização dos valores, apresentado novo acréscimo ao final do ensaio, devido a diminuição da eficiência do sistema. Para a coluna com densidade de 1,50 observa-se valores anômalos, devido ao grande arraste de material promovido na etapa anterior e ao baixo escoamento, apresentando assim grande tendência de queda. 30.000 Cor (PtCo) 25.000 20.000 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 15.000 10.000 5.000 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-78: Valores de Cor (UC*) para o efluente coletado nas colunas não saturadas (*UC: padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart). Ressalta-se que o arraste de material fino do solo foi observado com maior relevância durante o abastecimento com água, sendo que abastecendo-se novamente com chorume, observa-se que a diminuição significativa desta ocorrência. 132 2.500 Turbidez (FAU) 2.000 1.500 d = 1,15 d = 1,30 1.000 d = 1,50 500 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-79: Valores da Turbidez (UT*) para o efluente coletado das colunas não saturadas (*UT: unidade FAU - Formazin Attenation Units). Na Figura 5-80 são apresentados os resultados dos valores de Sólidos Totais do efluente das colunas em condições não saturadas abastecida com chorume, o qual apresentou um valor médio igual à 7.391,0 mg/l de Sólidos Totais. Observa-se que analogamente a eficiência da remoção de matéria orgânica, para as colunas com densidades de 1,15 e 1,30 tem-se eficiências iniciais altas, apresentando forte tendência de queda após a saturação do sistema, e para a coluna com densidade de 1,50 notase resultados discrepantes, com uma eficiência inicial baixa, devido a grande quantidade de Eficiência de remoção de sólidos totais (%) solo arrastado, salientando-se ainda as interferências relativas ao baixo escoamento. 100 80 60 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 40 20 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-80: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), no efluente das colunas em condições não saturadas. 133 Após o termino desta campanha de ensaios, as colunas foram desmontadas e o solo removido foi submetido à análise de solubilização, segundo critérios da norma NBR 10.006 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, no período de 10/04/03 à 17/04/03, sendo que os resultados estão expostos na Tabela 5-2. Ressalta-se que para a execução do ensaio cada coluna foi dividida em três partes (inferior, intermediária e superior), sendo retirada uma amostra de cada parte para a realização do ensaio. Os parâmetros analisados foram pH, Condutividade e DQO. Cabe lembrar que a coluna 2, preenchida com solo com densidade de 1,30 em condições saturadas e a coluna 6, preenchida com solo com densidade de 1,67 em condições não saturadas, não tiveram continuidade de alimentação após a segunda etapa desta campanha de amostragem, portanto devendo-se considerar esta condição em eventuais comparações. Comparando-se as colunas 3, 4 e 5, com densidades de 1,15; 1,30 e 1,50 respectivamente, as quais tiveram alimentações contínuas nas três etapas da campanha, podese notar que quanto maior densidade maior a capacidade de retenção de matéria orgânica. Tabela 5-2: Resultados da análise de solubilização do solo utilizado nas colunas de percolação, após a segunda campanha de ensaios. Amostra Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 pH Inferior Intermediária Superior Inferior Intermediária Superior Inferior Intermediária Superior Inferior Intermediária Superior Inferior Intermediária Superior Inferior Intermediária Superior Solo Natural Condutividade (µs/cm) 8,38 8,33 8,14 8,02 8,25 8,48 8,02 7,98 7,14 7,78 7,70 6,68 6,53 7,28 7,40 7,69 7,80 8,22 7,92 479,0 472,0 512,0 153,0 101,1 128,5 850,0 697,0 714,0 800,0 698,0 666,0 216,0 539,0 977,0 190,1 138,1 111,3 9,7 DQO (mg/l) 68,0 64,0 52,0 112,0 52,0 118,0 117,0 94,0 73,0 115,0 108,0 196,0 250,0 395,0 476,0 126,0 119,0 115,0 <1,0 DQO Média (mg/l) 61,3 94,0 94,7 139,7 373,7 120,0 134 5.3 TERCEIRA CAMPANHA DE ENSAIOS Para a terceira campanha de ensaios, utilizou-se colunas preenchidas com solo compactado com densidades de 1,15; 1,30 e 1,50, em duplicata, todas em condições não saturadas, alimentando uma com um volume de 0,25 litros de chorume e outra com 0,25 litros de água, por dia ao longo de 20 dias, o que representa uma taxa concentrada diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco, sendo avaliado os parâmetros DQO para todas as amostras coletadas e Sólidos Totais, pH, Condutividade e Alcalinidade, para amostras compostas ao longo da semana, totalizando 3 amostras, porém foram formadas 4 amostras compostas durante esta campanha, sendo que, para o efluente das colunas abastecidas com chorume analisou-se ainda os metais: Zinco, Cádmio e Chumbo para as 4 amostras, e para as colunas abastecidas com água, analisou-se os mesmos metais para 2 amostras. Ressalta-se ainda que para esta terceira campanha de ensaios, utilizou-se chorume coletado em uma caixa de passagem próxima a frente de operação, obtendo-se assim, um chorume com características de chorume novo, diferente do utilizado nas campanhas anteriores, tentando assim avaliar mais esta variável do sistema. À seguir são apresentados os resultados, divididos entre as colunas abastecidas com chorume e colunas abastecidas com água. Abastecimento com chorume Ressalta-se que se utilizou nos cálculos da eficiência e da carga removida, a DQO média do chorume, ou seja, 20.863 mg/l, obtida com a realização de ensaios periódicos durante toda a campanha. Nos gráficos à seguir são apresentados os resultados obtidos para as análises de DQO, pH, Condutividade, Alcalinidade e Metais, para as colunas com densidades de 1,15; 1,30 e 1,50 em condições não saturadas, abastecidas com chorume. Em anexo são apresentadas as tabelas contemplando todos os resultados obtidos. Nas Figuras 5.81 à 5.83, são apresentadas as relações do volume aplicado e coletado nas colunas, sendo observado uma boa resposta em termos de velocidade de escoamento para todas as colunas. 135 4.00 0 3.50 0 Volume (ml) 3.00 0 2.50 0 Aplicado Coletado 2.00 0 1.50 0 1.00 0 50 0 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-81: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15. 4.00 0 3.50 0 Volume (ml) 3.00 0 2.50 0 Aplicado Coletado 2.00 0 1.50 0 1.00 0 50 0 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-82: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30. 136 4.00 0 3.50 0 Volume (ml) 3.00 0 2.50 0 Aplicado Coletado 2.00 0 1.50 0 1.00 0 50 0 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-83: Relação do volume de chorume aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50. Na Figura 5-84 à Figura 5-86 são apresentados os resultados as análises de DQO efetuadas com os efluentes das colunas em condições não saturadas, alimentada com chorume, nesta terceira campanha. Observa-se que mesmo utilizando um chorume com característica de aterros novos, ou seja, com uma alta carga de DQO, o sistema apresentou uma alta eficiência inicial, com valores acima de 90 %, para a aplicação de um volume equivalente a aproximadamente 200 litros de chorume por metro cúbico de solo, sendo que após a saturação observa-se claramente a queda de eficiência do sistema. 100,0 90,0 Eficiência (%) 80,0 70,0 60,0 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-84: Eficiência de remoção de DQO para alimentação diária, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco 137 Carga de DQO remov. (gDQO/KgSoloSeco) 0,800 0,700 0,600 0,500 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 0,400 0,300 0,200 0,100 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-85: Carga de DQO removida para alimentação diária, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco 100,0 90,0 Eficiência (%) 80,0 70,0 60,0 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 - 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 Volum e Aplic. Equiv (Litros de chorum e / m 3 de Solo) Figura 5-86: Eficiência de remoção de DQO em função do volume aplicado por metro cúbico de solo seco. Na Figura 5-87 à Figura 5-89, são apresentados os valores do pH, da Condutividade e da Alcalinidade, respectivamente, para a amostra composta semanal, do efluente coletado nas colunas em condições não saturadas, para o abastecimento com chorume. 138 Nota-se valores iniciais de pH muito próximos ao do chorume, apresentando uma tendência brusca de queda seguida de novo acréscimo. Para aos valores de condutividade nota-se valores iniciais baixos, apresentados tendência de acréscimo em função da redução da eficiência acarretando em aumento de contaminantes, o que influencia diretamente na condutividade. 9,00 8,00 d = 1,15 pH 7,00 d = 1,30 d = 1,50 Chorume 6,00 5,00 4,00 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-87: Valores do pH para as amostras compostas, dos efluentes coletados. 8.000 Condutividade (µ s/s) 7.000 6.000 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 Chorume 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-88: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas 139 Alcalinidade (mgCaCO 3/l) 25.000 20.000 d = 1,15 15.000 d = 1,30 d = 1,50 Chorume 10.000 5.000 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-89: Alcalinidade (mgCaCO3/l), para as amostras dos efluentes coletados. Na Figura 5-90, são apresentados os resultados dos valores de Sólidos Totais das amostras compostas semanalmente do efluente das colunas em condições não saturadas abastecida com chorume, o qual apresentou um valor médio igual à 26.711 mg/l de Sólidos Totais. Observa-se que analogamente a eficiência da remoção de matéria orgânica, tem-se eficiências iniciais altas, apresentando forte tendência de queda após a saturação do sistema. Sólidos Totais (mg/l) 100 90 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 80 70 60 0 5 . . . Tempo (dias) Figura 5-90: Redução de Sólidos Totais (%), tendo como referência os Sólidos Totais do chorume utilizado no abastecimento, obtido através da realização de ensaios durante toda a campanha de ensaios, sendo obtida a média de 26.711 mg/l. 140 Na Figura 5-91 à Figura 5-93 são apresentados os valores obtidos para as análises dos metais Cádmio Chumbo e Zinco, respectivamente, efetuadas para as amostras compostas semanalmente, somente nesta campanha de ensaios. 0,08 Cádmio (mg/l) 0,07 0,06 d = 1,15 d = 1,30 0,05 0,04 d = 1,50 Chorume 0,03 0,02 0,01 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-91: Concentração de Cádmio no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l). 0,18 0,16 Chumbo (mg/l) 0,14 0,12 d = 1,15 0,10 d = 1,30 0,08 d = 1,50 Chorume 0,06 0,04 0,02 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-92: Concentração de Chumbo no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l). 141 3,00 Zinco (mg/l) 2,50 2,00 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 Chorume 1,50 1,00 0,50 0 5 10 15 20 25 Tempo (dias) Figura 5-93: Concentração de Zinco no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l). Ressalta-se que para os metais analisados, não foi possível obter-se resultados relevantes para uma análise mais criteriosa, devido também ao número reduzido de amostras, apresentando valores discrepantes e não conclusivos. Abastecimento com água Abaixo são apresentados os resultados das análises dos efluentes das colunas preenchidas com solo com densidades de 1,15; 1,30 e 1,50, e abastecidas com água, durante a terceira campanha de ensaios. Salienta-se que foram realizadas análises de DQO da água utilizada no abastecimento, porém obtendo-se valores iguais ou muito próximos à zero, portanto considerou-se que a água utilizada era isenta de carga orgânica. Na Tabela 5-3 são apresentados os resultados das análises de metais (Cd, Pb e Zn) da água utilizado no abastecimento das colunas. Na Tabela 5-4 à Tabela 5-6, são apresentados os valores obtidos para as análises de metais (Cd, Pb e Zn) efetuadas para as amostras compostas semanalmente, somente nesta campanha de ensaios. 142 Tabela 5-3: Concentração de Metais (Cd, Pb e Zn) na água utilizada no abastecimento das colunas (mg/l) Cádmio N.D. Água Chumbo N.D. Zinco N.D. Tabela 5-4: Concentração de Cádmio no efluente das colunas abastecidas com água (mg/l) Data 12/05/04 26/05/04 Dias 5 19 Coluna 2 N.D. N.D. Coluna 4 N.D. N.D. Coluna 6 N.D. N.D. Tabela 5-5: Concentração de Chumbo no efluente das colunas abastecidas com água (mg/l) Data 12/05/04 26/05/04 Dias 5 19 Coluna 2 0,064 N.D. Coluna 4 0,044 N.D. Coluna 6 0,022 N.D. Tabela 5-6: Concentração de Zinco no efluente das colunas abastecidas com água (mg/l) Data 12/05/04 26/05/04 Dias 5 19 Coluna 2 0,034 N.D. Coluna 4 0,021 0,046 Coluna 6 0,099 N.D. Conforme exposto anteriormente não foi possível obter-se resultados relevantes para uma análise mais criteriosa quanto aos metais analisados, devido também ao número reduzido de amostras, apresentando valores discrepantes e não conclusivos. Nos gráficos à seguir são apresentados os resultados obtidos para as análises de DQO, pH, Condutividade, Alcalinidade e Metais, para as colunas com densidades de 1,15; 1,30 e 1,50 em condições não saturadas, abastecidas com água. Em anexo são apresentadas as tabelas contemplando todos os resultados obtidos. Nas Figuras 5.94 à 5.96, são apresentadas as relações do volume aplicado e coletado nas colunas, sendo observado uma boa resposta em termos de velocidade de escoamento para todas as colunas. 143 4.00 0 3.50 0 Volume (ml) 3.00 0 2.50 0 Aplicado Coletado 2.00 0 1.50 0 1.00 0 50 0 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-94: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,15. 4.00 0 3.50 0 Volume (ml) 3.00 0 2.50 0 Aplicado Coletado 2.00 0 1.50 0 1.00 0 50 0 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-95: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,30. 144 4.00 0 3.50 0 Volume (ml) 3.00 0 2.50 0 Aplicado Coletado 2.00 0 1.50 0 1.00 0 50 0 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-96: Relação do volume de água aplicado e coletado em função dos dias, para a coluna com densidade igual a 1,50. Na Figura 5-97 e na Figura 5-98 são apresentados os resultados as análises de DQO efetuadas com os efluentes das colunas alimentadas com água, nesta terceira companha de ensaios. Observa-se resultados relativamente baixos, porém que ocorrem em função do arraste de matéria orgânica do próprio solo, apresentado tendência de queda, devido a “lavagem” das colunas. 100 90 DQO efluente (mg/l) 80 70 60 d = 1,15 50 d = 1,30 40 d = 1,50 30 20 10 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-97: DQO efluente, para alimentação diária com água, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco. 145 Carga de DQO remov. (gDQO/KgSoloSeco) 0,0025 0,0020 0,0015 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 0,0010 0,0005 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-98: Carga de DQO efluente para alimentação diária com água, com taxa de aplicação hidráulica diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco. Na Figura 5-99 à Figura 5-101, são apresentados os valores do pH, da Condutividade e da Alcalinidade, respectivamente, do efluente coletado nas colunas em condições não saturadas, para o abastecimento com água. 8,00 pH 7,50 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 Água 7,00 6,50 6,00 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-99: Valores do pH para as amostras coletadas 146 Nota-se valores iniciais de pH próximos ao da água, apresentando uma tendência de queda sendo que o mesmo foi observado para as colunas abastecidas com chorume. Para aos valores de condutividade nota-se para as colunas com densidades de 1,15 e 1,30 valores iniciais baixos, apresentados tendência de acréscimo, sendo que o efluente da coluna com densidade se 1,50 apresentou valores muito próximos ao da água. Condutividade (µs/s) 16.000 14.000 12.000 d = 1,15 d = 1,30 10.000 d = 1,50 Água 8.000 6.000 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-100: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas Alcalinidade (mgCaCO 3/l) 70 60 d = 1,15 50 d = 1,30 d = 1,50 Água 40 30 20 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-101: Alcalinidade (mgCaCO3/l) . 147 Na Figura 5-102, são apresentados os resultados dos valores de Sólidos Totais das amostras compostas semanalmente do efluente das colunas em condições não saturadas abastecida com água, a qual apresentou um valor médio igual à 124 mg/l de Sólidos Totais. Observa-se que existe uma tendência de acréscimo de sólidos totais em função do tempo, conforme observado na segunda etapa da segunda campanha, durante o abastecimento com água, devido ao arraste de material fino do solo. Sólidos Totais (mg/l) 200 150 d = 1,15 d = 1,30 d = 1,50 100 50 0 5 10 15 20 Tempo (dias) Figura 5-102: 5.4 Sólidos Totais (mg/l) do efluente das colunas, descontando-se os Sólidos Totais da água utilizada no abastecimento das mesmas, obtido através da realização de ensaios da água durante toda a campanha de ensaios, sendo obtida a média de 124 mg/l. RELAÇÃO DE SOLO NECESSÁRIO PARA COBERTURA E CHORUME GERADO, EM UM ATERRO SANITÁRIO Para que se possa ter uma idéia da disponibilidade de solo para a cobertura diária dos resíduos durante a vida útil de um aterro sanitário, apresenta-se à seguir uma simulação da relação de volume de solo para cobertura e volume de chorume gerado, para a avaliação da viabilidade técnica da proposta deste estudo. 148 Considerou-se nesta estimativa um projeto real para a instalação de um aterro sanitário em uma cidade do interior de São Paulo, cuja concepção se deu no ano de 2003. 5.4.1 ESTIMATIVA DA QUANTIDADE DE LIXO A SER DISPOSTO A estimativa da quantidade de lixo que será disposto no aterro sanitário considerado, até o final de sua vida útil, pode ser determinado conhecendo-se a taxa de geração per capita de lixo, a projeção do crescimento populacional, a densidade de lixo aterrado, a proporção de terra para cobertura e o layout definido na concepção geométrica do aterro. Portanto, inicialmente deve-se conhecer a taxa de geração per capita de lixo e a projeção do crescimento populacional. Embora a taxa de geração per capita possa se alterar durante a vida útil do aterro, fica difícil estimar tal variação sem dados consistentes, resultante do controle de fluxo ao longo dos anos. Por outro lado a dinâmica do crescimento populacional pode ser melhor avaliada através de levantamentos do IBGE. Para o município considerado os dados populacionais foram obtidos através da Fundação SEADE e são apresentados na Tabela 5-7. A partir desses dados e considerando-se os parâmetros mostrados na Tabela 5-8, efetuou-se a projeção populacional e correspondente em lixo até o ano de 2019, como mostrado na Tabela 5-9. Esses valores foram acumulados ao longo desses anos e comparados com o volume definido pela configuração geométrica do aterro. Tabela 5-7: Censos demográficos para o município considerado (SEADE, 2002) População Ano do Censo Total Rural Urbana 1980 136.425 7.170 129.255 1991 1996 164.980 178.672 5.279 4.611 159.701 174.061 2000 189.186 3.957 185.229 149 Tabela 5-8: Parâmetros adotados para estimativa da quantidade de lixo a ser disposta no aterro. Projeção de população Taxas adotadas Índices Adotados Total 1,51% Geração per capita de lixo 0,6 kg/hab.dia Urbana 1,57% Massa específica 0,5 t/m3 Rural -1,47% Vol. Cobertura 20% do total Tabela 5-9: Quantidade de lixo gerado e respectivo volume a ser ocupado em um aterro sanitário. População (hab) Ano Total Quantidade de Lixo Urbano Massa Rural Volume no Aterro Urbana t/dia t/ano Soma m3/dia m3/ano Soma 2003 197.886 3.804 194.082 116 42.504 42.504 291 106.260 106.260 2004 200.874 3.748 197.126 118 43.171 85.675 296 107.927 214.187 2005 203.907 3.689 200.218 120 43.848 129.522 300 109.619 323.806 2006 206.986 3.628 203.358 122 44.536 174.058 305 111.339 435.145 2007 210.112 3.564 206.548 124 45.234 219.292 310 113.085 548.230 2008 213.285 3.497 209.788 126 45.944 265.235 315 114.859 663.089 2009 216.505 3.427 213.078 128 46.664 311.900 320 116.660 779.749 2010 219.774 3.354 216.420 130 47.396 359.296 325 118.490 898.239 2011 223.093 3.278 219.815 132 48.139 407.435 330 120.349 1.018.588 2012 226.462 3.199 223.262 134 48.894 456.330 335 122.236 1.140.824 2013 229.881 3.117 226.764 136 49.661 505.991 340 124.153 1.264.977 2014 233.353 3.032 230.321 138 50.440 556.431 345 126.101 1.391.078 2015 236.876 2.943 233.933 140 51.231 607.663 351 128.079 1.519.156 2016 240.453 2.850 237.603 143 52.035 659.698 356 130.087 1.649.244 2017 244.084 2.755 241.329 145 52.851 712.549 362 132.128 1.781.372 2018 247.770 2.655 245.114 147 53.680 766.229 368 134.200 1.915.572 2019 251.511 2.552 248.959 149 54.522 820.751 373 136.305 2.051.877 150 5.4.2 VIDA ÚTIL DO ATERRO E DEMANDA DE SOLO PARA COBERTURA A análise da vida útil foi baseada na soma acumulada das capacidades de cada célula ou camada de lixo no aterro, distribuídas conforme indicado na Tabela 5-10. Tabela 5-10: Capacidade volumétrica das camadas e vida útil do sistema. Camada ou Célula Área Média Altura Média de Lixo Capacidade Volumétrica (m3) Unitária Soma Ano de Operação Vida útil (anos) C-1A 7.060 4,5 31.770 31.770 2003 0 C-2A 11.093 4,5 49.919 81.689 2003 0 C-3A 18.210 4,5 81.945 163.634 2004 1 C-4A 25.862 4,5 116.379 280.013 2005 2 C-5A 40.239 4,5 181.076 461.088 2007 4 C-6A 49.750 4,5 223.875 684.963 2009 6 C-7A 31.840 4,5 143.280 828.243 2010 7 C-1B 21.977 4,5 98.897 927.140 2011 8 C-2B 35.450 4,5 159.525 1.086.665 2012 9 C-3B 44.980 4,5 202.410 1.289.075 2014 11 C-4B 47.323 4,5 212.954 1.502.028 2015 12 C-5B 42.198 4,5 189.891 1.691.919 2017 14 C-6B 29.696 4,5 133.632 1.825.551 2018 15 Comparando-se o volume final disponível com aquele apresentado na Tabela 5-9, observa-se que o limite será de 15 anos, sendo disposto um volume total de resíduos de 1.825.551 m3. Considera-se, para projeto, conforme apresentado na Tabela 5-8, que o volume de solo necessário para a cobertura diária dos resíduos é estimado em 20 % do volume de resíduos dispostos, ou seja, neste caso, aproximadamente 365.110 m3, porém deve-se considerar esta como a condição ideal, sujeita a variações devido a disponibilidade de solo no local. 151 5.4.3 GERAÇÃO DE CHORUME O potencial de formação do chorume pode ser determinado através do balanço de água no aterro. O balanço corresponde à soma de quantidades que entram e a subtração de quantidades de água que são consumidas nas reações químicas e a quantidade de água que deixa o aterro como vapor. O potencial, portanto corresponde à quantidade de água que excede a capacidade de retenção de umidade da massa aterrada. A água que entra no aterro é representada principalmente pela umidade contida na massa de lixo e cobertura diária e aquela resultante do balanço entre precipitação, evapotranspiração, e da capacidade de campo da cobertura. As quantidades de água consumida nas reações químicas e pela perda como vapor, são relativamente pequenas, quando comparadas ao resultante da precipitação e não foram consideradas no presente balanço. Isto é particularmente válido em regiões tropicais. A parcela correspondente ao percolado resultante do balanço hídrico sobre a camada de cobertura do aterro será determinada com base no balanço proposto por Hanley e Geare (1975), descrito por Rocca (CETESB-1993). Este valor é apresentado na Tabela 5-11. Os parâmetros indicados representam: precipitação (P), em valores médios mensais; evaporação ou evapotranspiração potencial (EP), em valores médios mensais; escoamento superficial (ES = C’.P), obtidos aplicando-se o coeficiente (C’ = α.C) relativo as médias mensais de precipitação; Infiltração (I = P-ES), referente à valores médios de infiltração; diferença entre as quantidades de água infiltrada e evaporada (ou evapotranspirada) (I EP); perda potencial de água acumulada, Σneg(I-EP), referente à soma mensal dos valores negativos de (I - P); Armazenamento de água no solo (AS), capacidade de campo para valores iniciais; troca de armazenamento de água no solo (∆AS), representativo da variação da quantidade de água armazenada no solo, mês a mês; evaporação (evapotranspiração) real, ER = EP + [(I- EP) - ∆AS], que é a quantidade real de perda de água durante dado mês; percolação (PER = P - ES - ∆AS - ER); 152 vazão mensal que percola a camada de cobertura, Q m = PER ⋅ A cont , em que Acont = área 2.592.000 de contribuição da seção considerada. Tabela 5-11: Balanço hídrico da camada de cobertura para o aterro sanitário considerado. Parâmetro Meses Anual (mm) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 EP 121 110 110 82 61 50 48 64 76 93 103 115 1.033 P 208,4 198,5 145,9 74 C´ 0,1 0,1 0,1 66,4 53,8 28,4 48,8 80,2 114,6 117,5 193,1 1.330 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 0,1 0,1 0,1 ES 20,84 19,85 14,59 5,92 5,312 4,304 2,272 3,904 6,416 11,46 11,75 19,31 126 I 187,6 178,7 131,3 68,1 61,1 49,5 26,1 44,9 73,8 103,1 105,8 173,8 1.204 I-EP ΣNEG(I-EP) AS ∆AS 67 69 - - 21,3 (14) - (13,9) 0 - (1) (22) (19) (2) (0,5) (22,4) (41,5) (43,7) 10 3 59 - - - 171 97,0 97,0 97,0 84,3 97,0 96,5 77,4 63,8 62,4 97,0 97,0 97,0 - - - (12,7) 12,7 (0,5) (19,1) (13,6) (1,4) 34,6 - - ER 121,0 110,0 110,0 80,8 61,0 50,0 45,3 58,5 75,2 93,0 103,0 115,0 1.023 PER 66,6 68,7 21,3 - - - - - - - 2,8 58,8 218 () representa valor negativo. A partir dos dados de percolado dado em mm, obtém-se o volume mensal correspondente multiplicando-se pela área efetivamente ocupada pelo aterro. Isto pode ser feito conhecendo-se as áreas ocupadas pelas respectivas células. Quando existe sobreposição de camadas acrescenta-se somente o valor correspondente ao incremento da área projetada no plano horizontal. Os volumes mensais de percolados correspondentes a área exposta de aterro e as respectivas células ocupadas são mostrados na Tabela 5-12. Observando-se os resultados apresentados na Tabela 5-12 tem-se que durante toda a vida útil do aterro considerado, serão gerados aproximadamente 400.594 m3 de chorume, portanto considerando-se o exposto no item anterior, ou seja, da demanda de aproximadamente 365.110 m3 de solo para a cobertura dos resíduos, tem-se uma relação de 0,91 m3 de solo para cada m3 de chorume gerado. 153 Ressalta-se que calculando esta relação para um aterro de menor porte, também considerando um projeto real de um aterro sanitário de uma cidade do interior de São Paulo, com uma população inicial de 31.300 habitantes, chegou-se à relação de 0,89 m3 de solo para cada m3 de chorume gerado, portanto considerou-se que esta relação não deve sofrer grandes variações. Tabela 5-12: Volume de percolado (chorume) gerado pelo aterro ao longo da vida útil. Estimativa com base nos valores médios mensais dos últimos dez anos. Ano Área Volumes Mensais (m³) Exposta Meses Anual 2 (m ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 2003 31.759 591 609 189 - - - - - - - 87 1.867 3.343 2004 47.974 2.114 2.180 677 - - - - - - - 132 2.820 7.923 2005 71.966 3.193 3.293 1.022 - - - - - - - 198 4.231 11.938 2006 71.966 4.790 4.940 1.534 - - - - - - - 198 4.231 15.693 2007 92.487 4.790 4.940 1.971 - - - - - - - 254 5.437 17.393 2008 92.487 6.156 6.349 1.971 - - - - - - - 254 5.437 20.168 2009 92.487 6.156 6.349 1.971 - - - - - - - 254 5.437 20.168 2010 116.459 6.156 6.349 1.971 - - - - - - - 320 6.847 21.643 2011 137.661 7.752 7.995 2.934 - - - - - - - 379 8.093 27.152 2012 157.339 9.163 9.450 2.934 - - - - - - - 433 9.250 31.229 2013 157.339 10.472 10.801 3.353 - - - - - - - 433 9.250 34.309 2014 171.110 10.472 10.801 3.646 - - - - - - - 471 10.060 35.450 2015 178.007 11.389 11.747 3.646 - - - - - - - 490 10.465 37.737 2016 178.007 11.848 12.220 3.793 - - - - - - - 490 10.465 38.816 2017 178.007 11.848 12.220 3.793 - - - - - - - 490 10.465 38.816 2018 178.007 11.848 12.220 3.793 - - - - - - - 490 10.465 38.816 5.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Dos resultados da primeira etapa da segunda campanha de ensaios, na qual utilizou-se um chorume com características de um aterro antigo, pôde-se observar que, baseando-se nos 154 resultados obtidos para a remoção de matéria orgânica e no abastecimento equivalente à 304,5 litros de chorume por metros cúbico de solo, obteve-se uma eficiência média de remoção de DQO acima de 90%, ou ainda, aplicando-se uma carga de 0,67 gDQO/KgSoloSeco tem-se retida uma carga de 0,59 gDQO/KgSoloSeco. Baseando-se nos dados apresentados pode-se estimar que para tratar 1 m3 de chorume com uma eficiência de remoção de DQO média, acima de 90%, utilizando-se solo compactado à uma densidade de 1,3 t/m3, são necessários 3,3 m3 de solo. Avaliando-se a possibilidade de implantação de um sistema de tratamento composto somente de leitos de percolação utilizando o solo, previamente a cobertura do aterro, considerando que a demanda de solo para a cobertura dos resíduos é estimada em 20% do volume de resíduos disposto, tem-se que, hipoteticamente, em um aterro que recebe 50 t/dia de resíduos, ou o equivalente em volume de 100 m3/dia, o mesmo teria como demanda de solo para cobertura, aproximadamente 20 m3, o que daria para tratar, à uma média de 90% de eficiência de remoção de DQO, um volume estimado de 6 m3 de chorume. Considerando que o processo é dinâmico (sazonalidade, qualidade, quantidade, etc.), em determinadas épocas a quantidade de solo poderia ser suficiente para tratar todo o chorume gerado com uma eficiência satisfatória em termos legais, com relação à remoção de matéria orgânica. Conforme demonstrado no item 5.4, e observando-se os dois projetos de aterros sanitários, verifica-se que segundo as estimativas de demanda de solo para cobertura dos resíduos e de chorume gerado ao longo da vida útil do aterro, pode-se observar uma relação em torno de 0,90 m3 de solo para 1 m3 de chorume. Ressalta-se que em alguns períodos poder haver proporcionalmente mais chorume que solo disponível para tratar com eficiência não significa que o processo não seja viável. Portanto, o gerenciamento do chorume não se pode basear somente em um sistema de tratamento e/ou destinação final, justamente por suas características dinâmicas, portanto este processo de infiltração não deve ser encarado como processo único de tratamento. Observase a necessidade de associar outras alternativas convencionais, conseqüentemente com porte mais reduzido, que resultariam em sistemas mais compactos e econômicos. Isto demonstra o grande potencial que é o uso do solo como elemento de tratamento ou pré-tratamento de chorume. 155 6 CONCLUSÕES A partir dos resultados obtidos, observa-se grande potencial para aplicação desta alternativa para o tratamento do chorume considerado, apresentando remoções sistemáticas de DQO acima de 90%, antes que se observe a saturação do solo com a matéria orgânica, a qual ocorreu com a aplicação de cerca de 300 litros de chorume por quilo de solo, obtendo-se a remoção de 0,59 g.DQO/kg.SoloSeco. Este parâmetro, porém não pode ser considerado unicamente para o projeto do sistema ou para o gerenciamento do chorume. Obteve-se remoção média de aproximadamente 60% de Sólidos Totais, o que acarretou em resultados significativos de redução de Cor e Turbidez. Observa-se também que a intermitência na alimentação, para os valores estudados, não influenciou significativamente a resposta do sistema. Porém, quanto a remoção de metais pesado, devido ao número reduzido de ensaios, não foi possível fazer uma avaliação mais criteriosa desta eficiência. Foi observado que a taxa de aplicação hidráulica não influencia significativamente nos resultados obtidos, uma vez que a saturação do solo ocorreu em função do volume aplicado, independentemente do tempo em que este foi introduzido. Porém, verificou-se que a compactação do solo tem influência direta nos resultados, uma vez que em solos com densidade maior a velocidade de escoamento é mais baixa, obtendo-se melhores resultados em termos de eficiência. Por outro lado, a colmatação é mais rápida, prejudicando a percolação do efluente e comprometendo o sistema. Conclui-se, portanto, que o principal mecanismo neste sistema de tratamento, é a ação física do solo na retenção de material particulado, respondendo assim por grande parcela da eficiência observada. O solo, depois de utilizado no sistema como elemento filtrante do chorume, quando submetido a percolação com água, simulando-se o seu uso na cobertura do aterro, reteve parcialmente os contaminantes, observando-se que, parte destes são facilmente solubilizados, gerando inicialmente um efluente com alta carga orgânica. 156 As simulações, baseadas em dois projetos de aterros sanitários para municípios de 32.000 e 200.000 habitantes, indicaram respectivamente, uma demanda média entre 0,89 e 0,91 m3 de solo para cada m3 de chorume gerado. Apesar da capacidade limitada das colunas, deve ser lembrado que a proposição está embasada na rotatividade do solo a ser empregado primeiramente no tratamento do chorume e posteriormente na cobertura diária dos resíduos no aterro sanitário, cuja demanda de terra é bastante significativa, porém não o suficiente para assegurar o tratamento de todo o chorume gerado, com eficiência, durante toda a vida útil do aterro, devendo-se, portanto buscar outras alternativas para o gerenciamento adequado do chorume, como por exemplo, tratamentos biológicos complementares. Neste caso, devido a redução significativa da carga orgânica no leito percolador, o porte do sistema complementar seria reduzido, trazendo grande economia e eficiência significativa ao sistema. 157 7 SUGESTÕES PARA CONTINUIDADE Como principal sugestão para continuidade desse trabalho ressalta-se que devem ser efetuados maiores estudos, envolvendo mais parâmetros, avaliando-se, por exemplo, mais criteriosamente, a eficiência do sistema para a remoção de metais. Recomenda-se ainda a execução de ensaios que envolvam o tratamento do efluente das colunas, comparando-os com o tratamento do chorume bruto. Para que se possa avaliar a viabilidade operacional do sistema sugere-se a aplicação do processo em um sistema piloto, ou mesmo em escala real, testando inclusive a aplicação com sistemas complementares, como por exemplo os alagados construídos. Quanto ao entendimento da parte físico-química, sugere-se que sejam efetuados estudos para compreender melhor os mecanismos de retenção de contaminantes, e ainda, que seja efetuada a correlação entre os parâmetros analisados. E finalmente sugere-se a realização de estudos visando estabelecer como, de fato, se dá o escoamento no interior das colunas, verificando a ocorrência de caminhos preferenciais, o arraste de finos e a “saturação” com contaminantes. 158 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Agnelli, N., 1997. Comportamento de um Solo Colapsível Inundado com Líquidos de Diferentes Composições Químicas. Tese de Doutorado. Escola de Engenharia de São Carlos – USP. São Carlos. 2. Bagchi, A., Design, Constrution, and Monitoring of Landfills. 2nd ed. John Wiley & Sons, Inc. ISBN 0-471-30681-9. 361 p. 1994. 3. Beard, V. e McCarty, P.L. - Anaerobic Treatment of Leachate from the Moutain View Landfill. Environmental Engineering and Science - Department of Civil Engineering Stanford University. 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Belo Horizonte, p. 188-198. 1992. 164 9 ANEXOS Em complementação aos resultados apresentados no capítulo 5 desta dissertação, são apresentados a seguir, detalhadamente, os resultados obtidos durante as três campanhas de ensaios realizadas, expressos através de tabelas. 8.1 PRIMEIRA CAMPANHA DE ENSAIOS Para a primeira campanha de ensaios, adotou-se duas colunas em condições saturadas com densidades de 1,15 e 1,30, e 4 colunas em condições não saturadas com densidades de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67, alimentando-as com um volume de 1 litro de chorume por semana ao longo de 4 semanas, isto representa uma taxa concentrada de 0,135 m3/m3SoloSeco.dia ou uma taxa média diária de 0,0193 m3/m3SoloSeco.dia ao longo de uma semana, sendo avaliado os parâmetros DQO, Sólidos Totais, pH, Condutividade, Cor e Turbidez, cujos os resultados são apresentados abaixo Ressalta-se que se utilizou nos cálculos da eficiência e da carga removida, a DQO média do chorume, ou seja, 5.670 mg/l, obtida com a realização de ensaios periódicos durante toda a campanha. Conforme pode ser observado, para as colunas com densidades de 1,15 e 1,30 em condições saturadas, houve um intervalo de tempo maior entre o primeiro abastecimento e a primeira coleta, devido ao volume necessário de chorume para o preenchimento dos vazios do solo, até que se atingisse saturação do mesmo, obtendo-se assim condições para a coleta de efluente. Ressalta-se a dificuldade de avaliação dos resultados apresentados, face ao baixo volume coletado para estas colunas, comparativamente ao volume aplicado. Na Tabela 9-1, encontram-se descritos os resultados das análises de DQO do efluente e os resultados dos cálculos pertinentes à avaliação e discussão sobre este parâmetro. 165 Tabela 9-1: Resumo dos valores referentes DQO na primeira campanha de ensaios Data Vol. Aplicado Vol. Aplic.Equiv. DQO Carga DQO aplic. Vol. Coletado DQO % de DQO acumulado (Litros de chorume acum. (gDQO/kg acumulado efluente remoção retida removida (gDQO/kg Acum. (gDQO/kg (ml) chorume/m3 solo) (mg/l) solo seco) (ml) (mg/l) de DQO (mg) Carga de DQO solo seco) Carga de DQO rem. solo seco) 01/11/2003 1.000 135,3 6.830 0,67 08/11/2003 2.000 270,6 6.830 1,33 14/11/2003 3.000 406,0 4.510 2,00 70 1.870 67 266 0,03 0,03 22/11/2003 4.000 541,3 4.510 2,67 250 3.065 46 469 0,06 0,09 01/11/2003 1.000 135,3 6.830 0,59 08/11/2003 2.000 270,6 6.830 1,18 580 71 99 3.247 0,34 0,34 14/11/2003 3.000 406,0 4.510 1,77 650 172 97 385 0,04 0,38 22/11/2003 4.000 541,3 4.510 2,36 830 660 88 902 0,09 0,47 01/11/2003 1.000 135,3 6.830 0,67 180 457 92 938 0,11 0,11 Coluna 3 08/11/2003 2.000 270,6 6.830 1,33 1.130 408 93 4.999 0,59 0,70 d = 1,15 14/11/2003 3.000 406,0 4.510 2,00 2.120 2.830 50 2.812 0,33 1,03 22/11/2003 4.000 541,3 4.510 2,67 3.105 3.820 33 1.822 0,21 1,24 01/11/2003 1.000 135,3 6.830 0,59 334 257 95 1.808 0,19 0,19 Coluna 4 08/11/2003 2.000 270,6 6.830 1,18 1.279 230 96 5.141 0,54 0,72 d = 1,30 14/11/2003 3.000 406,0 4.510 1,77 2.274 2.560 55 3.094 0,32 1,05 22/11/2003 4.000 541,3 4.510 2,36 3.259 2.960 48 2.669 0,28 1,32 01/11/2003 1.000 135,3 6.830 0,51 118 891 84 564 0,05 0,05 Coluna 5 08/11/2003 2.000 270,6 6.830 1,02 1.043 132 98 5.123 0,46 0,51 d = 1,50 14/11/2003 3.000 406,0 4.510 1,53 2.013 1.463 74 4.081 0,37 0,88 22/11/2003 4.000 541,3 4.510 2,05 2.983 3.500 38 2.105 0,19 1,07 01/11/2003 1.000 135,3 6.830 0,46 446 222 96 2.430 0,20 0,20 Coluna 6 08/11/2003 2.000 270,6 6.830 0,92 1.396 93 98 5.298 0,43 0,63 d = 1,67 14/11/2003 3.000 406,0 4.510 1,38 2.311 711 87 4.537 0,37 0,99 22/11/2003 4.000 541,3 4.510 1,84 3.306 1.980 65 3.672 0,30 1,29 Coluna 1 d = 1,15 (sat.) Coluna 2 d = 1,30 (sat.) 166 A partir da Tabela 9-2 à Tabela 9-6, são apresentados os valores obtidos para os ensaios de pH, Condutividade, Cor, Turbidez e Sólidos Totais. O pH do chorume, no período de realização dos ensaios variou de 7,97 à 9,06. A Condutividade do chorume, no período de realização dos ensaios variou de 6.140,0 à 10.700,0 µs/cm (T=32°C). Ressalta-se que no período não foi efetuado o ensaio para determinação dos valores de Cor e Turbidez para o chorume utilizado no abastecimento das colunas, nesta primeira companha de ensaios. A média de Sólidos Totais do chorume, no período de realização dos ensaios foi de 12.270 mg/l. Tabela 9-2: Valores do pH para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. Dia Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 01/11/2003 08/11/2003 7,19 7,26 7,30 7,50 7,08 4,80 5,85 7,44 7,37 14/11/2003 4,40 6,39 7,42 7,63 6,91 3,93 22/11/2003 8,10 3,98 7,84 8,00 7,91 8,27 Tabela 9-3: Dia Valores da Condutividade (µs/cm) coletadas dos efluentes das colunas. T=32°C, para as amostras Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 01/11/2003 08/11/2003 329 148 160 170 264 2.060 2.010 579 333 14/11/2003 3.730 381 9.310 9.440 8.010 5.880 22/11/2003 11.610 5.190 16.590 15.450 14.800 12.180 Tabela 9-4: Dia Valores de Cor (UC*) para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 01/11/2003 08/11/2003 134 26 88 27 31 20 14 8 1 14/11/2003 1420 64 2290 2440 1450 25 22/11/2003 2620 610 2140 1990 2530 2900 * UC: Padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart 167 Tabela 9-5: Dia Valores de Turbidez (UT*) para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. Coluna 1 Coluna 2 01/11/2003 08/11/2003 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 36 7 16 7 9 5 4 4 3 14/11/2003 213 14 226 262 214 8 22/11/2003 188 49 98 132 157 188 * UT: Unidade FAU - Formazin Attenation Units. Tabela 9-6: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l), para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. Dia Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 01/11/2003 08/11/2003 98,7 98,5 99,0 99,4 98,1 80,6 82,8 96,2 98,0 14/11/2003 64,2 96,1 30,9 41,0 30,8 39,0 22/11/2003 30,1 49,8 23,2 28,7 29,5 24,5 8.2 SEGUNDA CAMPANHA DE ENSAIOS Para a segunda campanha de ensaios, adotou-se as mesma condições de compactação da primeira etapa, ou seja, duas colunas em condições saturadas com densidades de 1,15 e 1,30, e 4 colunas em condições não saturadas com densidades de 1,15; 1,30; 1,50 e 1,67, alimentando-as com um volume de 0,250 litro de chorume por dia, de segunda à sexta feira, o que representa uma taxa concentrada diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco, sendo avaliados os parâmetros DQO, sólidos totais, pH, condutividade, cor e turbidez. Esta segunda campanha dividiu-se em 3 etapas, cujos resultados são apresentado e discutidos à seguir. Primeira Etapa Esta primeira etapa ocorreu no período de 05/12/2003 à 13/01/2004, quando foi efetuado o abastecimento com chorume por 18 (dezoito) vezes em (quarenta) dias 168 consecutivos, ressaltando-se que houve uma paralisação na alimentação e nos ensaios, no período de 20/12/2003 à 06/01/2004. Destaca-se que as características das colunas de percolação nesta etapa, foram iguais à da primeira campanha de ensaios, as quais encontram-se especificadas na Tabela 5-1. Na Tabela 9-7 à Tabela 9-12, encontram-se descritos os resultados das análises de DQO do efluente e os resultados dos cálculos pertinentes à avaliação e discussão sobre este parâmetro. Ressalta-se que se utilizou nos cálculos da eficiência e da carga removida, a DQO média do chorume, ou seja, 2.869 mg/l, obtida com a realização de ensaios periódicos durante toda a campanha. Na Tabela 9-7 e na Tabela 9-8, referentes as colunas com densidades de 1,15 e 1,30, respectivamente, em condições saturadas, nota-se que houve um intervalo de tempo maior entre o primeiro abastecimento e a primeira coleta, aproximadamente 14 dias, devido ao volume necessário de chorume para o preenchimento dos vazios do solo, até que se atingisse saturação do mesmo, obtendo-se assim condições para a coleta de efluente. Porém para a coluna com densidade de 1,30, houve no décimo segundo dia, uma coleta anômala, devido a uma falha operacional do sistema, o qual promoveu a sucção do efluente, o que foi prontamente sanado, dando continuidade ao ensaio. 169 Tabela 9-7: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 1, com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. Data Vol. Vol. Aplic. Aplicado Equiv. (Litros acumulado de chorume /m3 (ml) Coluna 1 d = 1,15 (sat.) solo) DQO chorume (mg/l) Carga de Carga DQO DQO aplicada aplic. acum. Vol. Coletado (gDQO/kg (gDQO/kg solo acumulado solo seco) seco) (ml) DQO % de efluente remoção (mg/l) de DQO Carga de DQO Carga de DQO removida rem. Acum. (gDQO/kg solo (gDQO/kg solo seco) seco) 05/12/2003 250 33,8 2.900,0 0,08 0,08 06/12/2003 500 67,7 2.910,0 0,08 0,17 09/12/2003 750 101,5 2.920,0 0,08 0,25 10/12/2003 1.000 135,3 2.610,0 0,08 0,34 11/12/2003 1.250 169,2 2.130,0 0,08 0,42 12/12/2003 1.500 203,0 2.840,0 0,08 0,51 13/12/2003 1.750 236,8 3.010,0 0,08 0,59 16/12/2003 2.000 270,6 3.000,0 0,08 0,68 17/12/2003 2.250 304,5 2.990,0 0,08 0,76 18/12/2003 2.500 338,3 3.070,0 0,08 0,84 10 652 77 0,003 0,003 19/12/2003 2.750 372,1 2.990,0 0,08 0,93 10 574 80 0,003 0,005 20/12/2003 3.000 406,0 2.990,0 0,08 1,01 326 391 86 0,095 0,100 06/01/2004 3.250 439,8 2.800,0 0,08 1,10 136 283 90 0,041 0,142 07/01/2004 3.500 473,6 2.800,0 0,08 1,18 160 1.280 55 0,030 0,172 08/01/2004 3.750 507,5 2.900,0 0,08 1,27 254 1.050 63 0,054 0,226 09/01/2004 4.000 541,3 2.960,0 0,08 1,35 238 1.200 58 0,047 0,273 10/01/2004 4.250 575,1 2.950,0 0,08 1,43 325 1.310 54 0,060 0,332 13/01/2004 4.500 608,9 0,08 1,52 280 940 67 0,064 0,396 170 Tabela 9-8: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 2, com densidade igual a 1,30, em condições saturadas. Data Vol. Vol. Aplic. Aplicado Equiv. (Litros acumulado de chorume /m3 (ml) Coluna 2 d = 1,30 (sat.) solo) DQO chorume (mg/l) Carga de Carga DQO DQO aplicada aplic. acum. Vol. Coletado (gDQO/kg (gDQO/kg solo acumulado solo seco) seco) (ml) DQO % de efluente remoção (mg/l) de DQO Carga de DQO Carga de DQO removida rem. Acum. (gDQO/kg solo (gDQO/kg solo seco) seco) 05/12/2003 250 33,8 2.900,0 0,07 0,07 - 06/12/2003 500 67,7 2.910,0 0,07 0,15 - 09/12/2003 750 101,5 2.920,0 0,07 0,22 - 10/12/2003 1.000 135,3 2.610,0 0,07 0,30 - 11/12/2003 1.250 169,2 2.130,0 0,07 0,37 - 12/12/2003 1.500 203,0 2.840,0 0,07 0,45 - 13/12/2003 1.750 236,8 3.010,0 0,07 0,52 - 16/12/2003 2.000 270,6 3.000,0 0,07 0,60 615 150 95 0,174 0,174 17/12/2003 2.250 304,5 2.990,0 0,07 0,67 18/12/2003 2.500 338,3 3.070,0 0,07 0,75 625 138 95 0,003 0,177 19/12/2003 2.750 372,1 2.990,0 0,07 0,82 635 185 94 0,003 0,180 20/12/2003 3.000 406,0 2.990,0 0,07 0,90 849 337 88 0,056 0,236 06/01/2004 3.250 439,8 2.800,0 0,07 0,97 915 184 94 0,018 0,255 07/01/2004 3.500 473,6 2.800,0 0,07 1,05 1.121 940 67 0,041 0,296 08/01/2004 3.750 507,5 2.900,0 0,07 1,12 1.503 350 88 0,100 0,396 09/01/2004 4.000 541,3 2.960,0 0,07 1,19 1.683 550 81 0,043 0,439 10/01/2004 4.250 575,1 2.950,0 0,07 1,27 2.123 1.040 64 0,084 0,523 13/01/2004 4.500 608,9 0,07 1,34 2.373 1.880 34 0,026 0,549 171 Tabela 9-9: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 3, com densidade igual a 1,15. Data Vol. Vol. Aplic. Aplicado Equiv. (Litros acumulado de chorume /m3 (ml) solo) DQO chorume (mg/l) Carga de Carga DQO DQO aplicada aplic. acum. Vol. Coletado (gDQO/kg (gDQO/kg solo acumulado solo seco) seco) (ml) DQO % de efluente remoção (mg/l) de DQO Carga de DQO Carga de DQO removida rem. Acum. (gDQO/kg solo (gDQO/kg solo seco) seco) 05/12/2003 250 33,8 2.900,0 0,08 0,08 145 123 96 0,05 0,05 06/12/2003 500 67,7 2.910,0 0,08 0,17 380 124 96 0,08 0,12 09/12/2003 750 101,5 2.920,0 0,08 0,25 655 72 97 0,09 0,21 10/12/2003 1.000 135,3 2.610,0 0,08 0,34 820 68 98 0,05 0,27 11/12/2003 1.250 169,2 2.130,0 0,08 0,42 1.072 61 98 0,08 0,35 12/12/2003 1.500 203,0 2.840,0 0,08 0,51 1.317 102 96 0,08 0,43 13/12/2003 1.750 236,8 3.010,0 0,08 0,59 1.487 146 95 0,05 0,49 16/12/2003 2.000 270,6 3.000,0 0,08 0,68 1.847 253 91 0,11 0,60 Coluna 3 17/12/2003 2.250 304,5 2.990,0 0,08 0,76 2.047 1.830 36 0,02 0,62 d = 1,15 18/12/2003 2.500 338,3 3.070,0 0,08 0,84 2.237 1.800 37 0,02 0,64 19/12/2003 2.750 372,1 2.990,0 0,08 0,93 2.487 1.830 36 0,03 0,67 20/12/2003 3.000 406,0 2.990,0 0,08 1,01 2.729 2.270 21 0,02 0,69 06/01/2004 3.250 439,8 2.800,0 0,08 1,10 2.879 1.870 35 0,02 0,71 07/01/2004 3.500 473,6 2.800,0 0,08 1,18 2.985 1.740 39 0,01 0,72 08/01/2004 3.750 507,5 2.900,0 0,08 1,27 3.233 2.550 11 0,01 0,73 09/01/2004 4.000 541,3 2.960,0 0,08 1,35 3.433 2.180 24 0,02 0,75 10/01/2004 4.250 575,1 2.950,0 0,08 1,43 3.703 2.260 21 0,02 0,77 13/01/2004 4.500 608,9 0,08 1,52 4.093 1.770 38 0,05 0,82 172 Tabela 9-10: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 4, com densidade igual a 1,30. Data Vol. Vol. Aplic. Aplicado Equiv. (Litros acumulado de chorume /m3 (ml) solo) DQO chorume (mg/l) Carga de Carga DQO DQO aplicada aplic. acum. Vol. Coletado (gDQO/kg (gDQO/kg solo acumulado solo seco) seco) (ml) DQO % de efluente remoção (mg/l) de DQO Carga de DQO Carga de DQO removida rem. Acum. (gDQO/kg solo (gDQO/kg solo seco) seco) 05/12/2003 250 33,8 2.900,0 0,07 0,07 170 115 96 0,05 0,05 06/12/2003 500 67,7 2.910,0 0,07 0,15 400 94 97 0,07 0,12 09/12/2003 750 101,5 2.920,0 0,07 0,22 695 25 99 0,09 0,20 10/12/2003 1.000 135,3 2.610,0 0,07 0,30 875 26 99 0,05 0,26 11/12/2003 1.250 169,2 2.130,0 0,07 0,37 1.123 54 98 0,07 0,33 12/12/2003 1.500 203,0 2.840,0 0,07 0,45 1.341 109 96 0,06 0,39 13/12/2003 1.750 236,8 3.010,0 0,07 0,52 1.619 155 95 0,08 0,47 16/12/2003 2.000 270,6 3.000,0 0,07 0,60 1.919 368 87 0,08 0,55 Coluna 4 17/12/2003 2.250 304,5 2.990,0 0,07 0,67 2.069 387 87 0,04 0,59 d = 1,30 18/12/2003 2.500 338,3 3.070,0 0,07 0,75 2.319 780 73 0,05 0,64 19/12/2003 2.750 372,1 2.990,0 0,07 0,82 2.569 1.380 52 0,04 0,68 20/12/2003 3.000 406,0 2.990,0 0,07 0,90 2.779 2.895 (1) (0,00) 0,68 06/01/2004 3.250 439,8 2.800,0 0,07 0,97 2.999 2.840 1 0,00 0,68 07/01/2004 3.500 473,6 2.800,0 0,07 1,05 3.071 3.240 (13) (0,00) 0,68 08/01/2004 3.750 507,5 2.900,0 0,07 1,12 3.311 2.390 17 0,01 0,69 09/01/2004 4.000 541,3 2.960,0 0,07 1,19 3.561 2.270 21 0,02 0,70 10/01/2004 4.250 575,1 2.950,0 0,07 1,27 3.836 2.140 25 0,02 0,73 13/01/2004 4.500 608,9 0,07 1,34 4.156 1.930 33 0,03 0,76 173 Tabela 9-11: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 5, com densidade igual a 1,50 Data Vol. Vol. Aplic. Aplicado Equiv. (Litros acumulado de chorume /m3 (ml) solo) DQO chorume (mg/l) Carga de Carga DQO DQO aplicada aplic. acum. Vol. Coletado (gDQO/kg (gDQO/kg solo acumulado solo seco) seco) (ml) DQO % de efluente remoção (mg/l) de DQO Carga de DQO Carga de DQO removida rem. Acum. (gDQO/kg solo (gDQO/kg solo seco) seco) 05/12/2003 250 33,8 2.900,0 0,06 0,06 140 84 97 0,04 0,04 06/12/2003 500 67,7 2.910,0 0,06 0,13 365 31 99 0,06 0,09 09/12/2003 750 101,5 2.920,0 0,06 0,19 660 19 99 0,08 0,17 10/12/2003 1.000 135,3 2.610,0 0,06 0,26 850 23 99 0,05 0,22 11/12/2003 1.250 169,2 2.130,0 0,06 0,32 1.094 14 100 0,06 0,28 12/12/2003 1.500 203,0 2.840,0 0,06 0,39 1.349 48 98 0,06 0,35 13/12/2003 1.750 236,8 3.010,0 0,06 0,45 1.584 108 96 0,06 0,40 16/12/2003 2.000 270,6 3.000,0 0,06 0,52 1.879 160 94 0,07 0,48 Coluna 5 17/12/2003 2.250 304,5 2.990,0 0,06 0,58 2.079 532 81 0,04 0,52 d = 1,50 18/12/2003 2.500 338,3 3.070,0 0,06 0,65 2.355 645 78 0,06 0,57 19/12/2003 2.750 372,1 2.990,0 0,06 0,71 2.599 839 71 0,04 0,62 20/12/2003 3.000 406,0 2.990,0 0,06 0,78 2.825 1.107 61 0,04 0,65 06/01/2004 3.250 439,8 2.800,0 0,06 0,84 2.935 2.640 8 0,00 0,66 07/01/2004 3.500 473,6 2.800,0 0,06 0,91 3.011 3.190 (11) (0,00) 0,65 08/01/2004 3.750 507,5 2.900,0 0,06 0,97 3.251 3.770 (31) (0,02) 0,63 09/01/2004 4.000 541,3 2.960,0 0,06 1,04 3.473 3.260 (14) (0,01) 0,63 10/01/2004 4.250 575,1 2.950,0 0,06 1,10 3.743 2.550 11 0,01 0,63 13/01/2004 4.500 608,9 0,06 1,16 4.068 2.100 27 0,02 0,66 174 Tabela 9-12: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (1ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 6, com densidade igual a 1,67. Data Vol. Vol. Aplic. Aplicado Equiv. (Litros acumulado de chorume /m3 (ml) solo) DQO chorume (mg/l) Carga de Carga DQO DQO aplicada aplic. acum. Vol. Coletado (gDQO/kg (gDQO/kg solo acumulado solo seco) seco) (ml) DQO % de efluente remoção (mg/l) de DQO Carga de DQO Carga de DQO removida rem. Acum. (gDQO/kg solo (gDQO/kg solo seco) seco) 05/12/2003 250 33,8 2.900,0 0,06 0,06 65 171 94 0,01 0,01 06/12/2003 500 67,7 2.910,0 0,06 0,12 180 104 96 0,03 0,04 09/12/2003 750 101,5 2.920,0 0,06 0,17 470 32 99 0,07 0,11 10/12/2003 1.000 135,3 2.610,0 0,06 0,23 555 35 99 0,02 0,13 11/12/2003 1.250 169,2 2.130,0 0,06 0,29 643 23 99 0,02 0,15 12/12/2003 1.500 203,0 2.840,0 0,06 0,35 723 22 99 0,02 0,16 13/12/2003 1.750 236,8 3.010,0 0,06 0,41 815 26 99 0,02 0,19 16/12/2003 2.000 270,6 3.000,0 0,06 0,46 1.815 75 97 0,23 0,41 Coluna 6 17/12/2003 2.250 304,5 2.990,0 0,06 0,52 2.025 303 89 0,04 0,46 d = 1,67 18/12/2003 2.500 338,3 3.070,0 0,06 0,58 2.225 509 82 0,04 0,49 19/12/2003 2.750 372,1 2.990,0 0,06 0,64 2.429 534 81 0,04 0,53 20/12/2003 3.000 406,0 2.990,0 0,06 0,70 2.639 697 76 0,04 0,57 06/01/2004 3.250 439,8 2.800,0 0,06 0,76 2.969 470 84 0,06 0,63 07/01/2004 3.500 473,6 2.800,0 0,06 0,81 3.021 1495 48 0,01 0,64 08/01/2004 3.750 507,5 2.900,0 0,06 0,87 3.171 4070 (42) (0,01) 0,63 09/01/2004 4.000 541,3 2.960,0 0,06 0,93 3.333 6470 (126) (0,05) 0,58 10/01/2004 4.250 575,1 2.950,0 0,06 0,99 3.518 5130 (79) (0,03) 0,54 13/01/2004 4.500 608,9 0,06 1,05 3.738 3100 (8) (0,00) 0,54 175 Na Tabela 9-13 à Tabela 9-15, são apresentados os valores obtidos para os ensaios de Cor, Turbidez e Sólidos Totais, respectivamente. Para esta primeira etapa da segunda campanha de ensaios, não sendo avaliado nesta, o pH e a Condutividade. Tabela 9-13: Valores de Cor (UC*) para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. Dia Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 05/dez 32 22 101 06/dez 8 11 37 09/dez 9 6 5 10/dez 8 8 7 11/dez 15 5 4 12/dez 55 23 7 13/dez 24 22 19 16/dez 20 960 63 25 17/dez 1000 82 31 18/dez 890 158 85 19/dez 1130 1250 72 20/dez 52 118 1050 1600 1220 06/jan 59 38 1020 1640 1200 07/jan 990 22 1300 1040 1750 08/jan 610 740 770 620 1960 09/jan 500 280 360 390 1090 10/jan 380 400 270 310 620 13/jan 444 750 240 300 355 * UC: Padrão relativo ao PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart Coluna 6 96 85 8 23 13 11 21 10 34 35 18 25 35 428 730 1290 1530 1630 Ressalta-se que para as análises preliminares do afluente (chorume) utilizado no abastecimento das colunas nesta primeira etapa da segunda campanha de ensaios, obteve-se o valor de Cor igual à 5.200,0 PtCo, podendo-se assim afirmar que o sistema possui um boa eficiência inicial na remoção de Cor, sendo observado uma tendência de aumento dos valores, seguida de nova recuperação de eficiência. 176 Tabela 9-14: Valores de Turbidez (UT*) para as amostras coletadas dos efluentes das colunas. Dia Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 05/dez 4 06/dez 4 09/dez 4 10/dez 4 11/dez 5 12/dez 13 13/dez 6 16/dez 6 65 17/dez 24 18/dez 35 19/dez 31 20/dez 10 21 27 06/jan 8 11 11 07/jan 69 6 35 08/jan 40 114 34 09/jan 46 21 8 10/jan 30 66 9 13/jan 36 44 7 * UT: Unidade FAU - Formazin Attenation Units. 8 5 2 4 5 9 8 9 10 26 69 39 30 48 35 21 13 12 Coluna 5 Coluna 6 11 8 3 4 5 5 9 8 10 9 12 122 46 118 172 73 33 10 12 10 3 5 6 6 6 5 22 11 14 10 6 41 91 77 56 73 A Turbidez para o chorume utilizado no abastecimento das colunas, foi de 322,0 FAU, obtida em análises preliminares, verificando-se assim, na Tabela 9-14, que também para os valores de Turbidez, seguiu-se a tendência observada para os valores de Cor, expostos na Tabela 9-13, com baixos valores iniciais, aumentando com o tempo, seguido de nova queda. Tabela 9-15: Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l) Dia 05/dez 12/dez 16/dez 08/jan Coluna 1 55,1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 95,0 52,1 96,6 53,6 19,3 26,1 96,8 70,2 11,9 22,7 97,2 95,2 20,4 13,6 95,4 96,1 83,5 10,6 Segunda Etapa Conforme descrito anteriormente, esta segunda etapa da segunda campanha de ensaios ocorreu no período de 14/01/2004 à 28/02/2004, e consistiu-se em 26 (vinte e seis) abastecimentos com água, em 46 (quarenta e seis) dias, com o mesmo volume de chorume, ou 177 seja, 0,25 litros por abastecimento, sendo os resultados destas etapas apresentados e discutidos abaixo. Ressalta-se que houve uma paralisação no ensaio no período de 24/01/2004 à 06/02/2004. Destaca-se que esta etapa foi uma seqüência da primeira, portanto as características das colunas de percolação, foram iguais à da primeira campanha de ensaios, as quais encontram-se especificadas na Tabela 5-1. Na Tabela 9-16 à Tabela 9-21, encontram-se descritos os resultados das análises de DQO do efluente e os resultados dos cálculos pertinentes à avaliação e discussão sobre este parâmetro. O objetivo desta etapa do ensaio, seria simular a utilização deste material na cobertura do aterro, após este ter sido utilizado tratamento do chorume, verificando-se assim os impactos causados pela lixiviação deste material pela ação das chuvas, no efluente gerado. Salienta-se que foram realizadas análises de DQO da água utilizada no abastecimento, porém obtendo-se valores iguais ou muito próximos à zero, portanto considerou-se que a água utilizada era isenta de carga orgânica. A partir da Tabela 9-22 até Tabela 9-26são apresentados os valores obtidos para os ensaios de pH, Condutividade, Cor, Turbidez e Sólidos Totais. O pH médio da água, no período de realização dos ensaios foi igual à 8,26; o valor médio da Condutividade da água, foi igual à 112,3 µs/cm e a média do valor de Sólidos Totais da água foi igual à 128 mg/l. 178 Tabela 9-16: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (2ª etapa – abastecimento com água), para a coluna 1, com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. Data Coluna 1 14/1/2004 15/1/2004 16/1/2004 17/1/2004 20/1/2004 21/1/2004 22/1/2004 23/1/2004 24/1/2004 6/2/2004 7/2/2004 10/2/2004 11/2/2004 12/2/2004 13/2/2004 14/2/2004 17/2/2004 18/2/2004 19/2/2004 20/2/2004 21/2/2004 24/2/2004 25/2/2004 26/2/2004 27/2/2004 28/2/2004 Vol. Aplicado (ml) 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 Vol. Aplicado acumulado (ml) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 3.750 4.000 4.250 4.500 4.750 5.000 5.250 5.500 5.750 6.000 6.250 6.500 Vol. Equiv. (Litros de água/m3 solo) 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 507,5 541,3 575,1 608,9 642,8 676,6 710,4 744,3 778,1 811,9 845,8 879,6 Vol. Coletado (ml) 136,0 198,0 184,0 246,0 300,0 128,0 250,0 160,0 210,0 190,0 224,0 230,0 200,0 230,0 230,0 260,0 252,0 230,0 224,0 286,0 222,0 360,0 132,0 144,0 180,0 170,0 Vol. Coletado acumulado (ml) 136 334 518 764 1.064 1.192 1.442 1.602 1.812 2.002 2.226 2.456 2.656 2.886 3.116 3.376 3.628 3.858 4.082 4.368 4.590 4.950 5.082 5.226 5.406 5.576 DQO efluente (mg/l) 230,0 928,0 1.260,0 1.225,0 1.990,0 1.650,0 1.610,0 1.760,0 1.980,0 2.260,0 2.320,0 2.100,0 2.300,0 2.860,0 1.730,0 1.760,0 1.110,0 1.221,0 971,0 934,0 843,0 732,0 743,0 700,0 655,0 713,0 DQO removida (mg) 31,3 183,7 231,8 301,4 597,0 211,2 402,5 281,6 415,8 429,4 519,7 483,0 460,0 657,8 397,9 457,6 279,7 280,8 217,5 267,1 187,1 263,5 98,1 100,8 117,9 121,2 Carga de DQO efluente (gDQO/kg solo seco) 0,004 0,022 0,027 0,035 0,070 0,025 0,047 0,033 0,049 0,051 0,061 0,057 0,054 0,077 0,047 0,054 0,033 0,033 0,026 0,031 0,022 0,031 0,012 0,012 0,014 0,014 Carga de DQO efluente Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,004 0,025 0,053 0,088 0,158 0,183 0,231 0,264 0,313 0,363 0,424 0,481 0,535 0,613 0,659 0,713 0,746 0,779 0,805 0,836 0,858 0,889 0,901 0,913 0,927 0,941 179 Tabela 9-17: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (2ª etapa – abastecimento com água), para a coluna 2, com densidade igual a 1,30, em condições saturadas. Data Coluna 2 d = 1,30 saturada 14/1/2004 15/1/2004 16/1/2004 17/1/2004 20/1/2004 21/1/2004 22/1/2004 23/1/2004 24/1/2004 6/2/2004 7/2/2004 10/2/2004 11/2/2004 12/2/2004 13/2/2004 14/2/2004 17/2/2004 18/2/2004 19/2/2004 20/2/2004 21/2/2004 24/2/2004 25/2/2004 26/2/2004 27/2/2004 28/2/2004 Vol. Aplicado (ml) 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 Vol. Aplicado acumulado (ml) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 3.750 4.000 4.250 4.500 4.750 5.000 5.250 5.500 5.750 6.000 6.250 6.500 Vol. Equiv. (Litros de água/m3 solo) 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 507,5 541,3 575,1 608,9 642,8 676,6 710,4 744,3 778,1 811,9 845,8 879,6 Vol. Coletado (ml) 88,0 236,0 190,0 190,0 320,0 212,0 275,0 180,0 188,0 28,0 35,0 86,0 25,0 48,0 184,0 202,0 180,0 44,0 94,0 110,0 60,0 110,0 30,0 26,0 118,0 42,0 Vol. Coletado DQO acumulado efluente (ml) (mg/l) 88 324 514 704 1.024 1.236 1.511 1.691 1.879 1.907 1.942 2.028 2.053 2.101 2.285 2.487 2.667 2.711 2.805 2.915 2.975 3.085 3.115 3.141 3.259 3.301 1.120,0 2.220,0 2.060,0 2.060,0 2.280,0 2.020,0 1.790,0 1.810,0 1.910,0 1.490,0 1.830,0 2.190,0 2.270,0 2.050,0 1.670,0 1.960,0 1.580,0 1.910,0 1.620,0 1.900,0 1.680,0 1.140,0 1.263,0 1.275,0 1.391,0 1.410,0 DQO removida (mg) 98,6 523,9 391,4 391,4 729,6 428,2 492,3 325,8 359,1 41,7 64,1 188,3 56,8 98,4 307,3 395,9 284,4 84,0 152,3 209,0 100,8 125,4 37,9 33,2 164,1 59,2 Carga de DQO efluente (gDQO/kg solo seco) 0,010 0,055 0,041 0,041 0,076 0,045 0,051 0,034 0,037 0,004 0,007 0,020 0,006 0,010 0,032 0,041 0,030 0,009 0,016 0,022 0,010 0,013 0,004 0,003 0,017 0,006 Carga de DQO efluente Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,010 0,065 0,106 0,146 0,222 0,267 0,318 0,352 0,389 0,394 0,400 0,420 0,426 0,436 0,468 0,509 0,539 0,548 0,564 0,585 0,596 0,609 0,613 0,616 0,633 0,639 180 Tabela 9-18: Data Coluna 3 d = 1,15 14/01/2004 15/01/2004 16/01/2004 17/01/2004 20/01/2004 21/01/2004 22/01/2004 23/01/2004 24/01/2004 06/02/2004 07/02/2004 10/02/2004 11/02/2004 12/02/2004 13/02/2004 14/02/2004 17/02/2004 18/02/2004 19/02/2004 20/02/2004 21/02/2004 24/02/2004 25/02/2004 26/02/2004 27/02/2004 28/02/2004 Resumo dos valores referentes à segunda campanha de ensaios (2ª etapa – abastecimento com água), para a coluna 3, com densidade igual a 1,15. Vol. Aplicado (ml) 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 Vol. Aplicado acumulado (ml) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 3.750 4.000 4.250 4.500 4.750 5.000 5.250 5.500 5.750 6.000 6.250 6.500 Vol. Equiv. (Litros de água/m3 solo) 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 507,5 541,3 575,1 608,9 642,8 676,6 710,4 744,3 778,1 811,9 845,8 879,6 Vol. Coletado (ml) 140,0 240,0 268,0 194,0 350,0 114,0 250,0 240,0 222,0 167,0 234,0 308,0 130,0 242,0 214,0 262,0 280,0 112,0 246,0 310,0 210,0 354,0 115,0 228,0 304,0 246,0 Vol. Coletado DQO acumulado efluente (ml) (mg/l) 140 380 648 842 1.192 1.306 1.556 1.796 2.018 2.185 2.419 2.727 2.857 3.099 3.313 3.575 3.855 3.967 4.213 4.523 4.733 5.087 5.202 5.430 5.734 5.980 1.500,0 2.250,0 1.950,0 1.970,0 2.450,0 2.850,0 1.690,0 1.690,0 1.140,0 720,0 439,0 254,0 243,0 145,0 151,0 103,0 161,0 212,0 178,0 142,0 140,0 128,0 176,0 123,0 95,0 86,0 DQO removida (mg) 210,0 540,0 522,6 382,2 857,5 324,9 422,5 405,6 253,1 120,2 102,7 78,2 31,6 35,1 32,3 27,0 45,1 23,7 43,8 44,0 29,4 45,3 20,2 28,0 28,9 21,2 Carga de DQO efluente (gDQO/kg solo seco) Carga de DQO efluente Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,025 0,064 0,061 0,045 0,101 0,038 0,050 0,048 0,030 0,014 0,012 0,009 0,004 0,004 0,004 0,003 0,005 0,003 0,005 0,005 0,003 0,005 0,002 0,003 0,003 0,002 0,025 0,088 0,150 0,195 0,296 0,334 0,384 0,431 0,461 0,475 0,487 0,497 0,500 0,504 0,508 0,511 0,517 0,519 0,525 0,530 0,533 0,539 0,541 0,544 0,548 0,550 181 Tabela 9-19: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (2ª etapa – abastecimento com água), para a coluna 4, com densidade igual a 1,30. Data Coluna 4 d = 1,30 14/01/2004 15/01/2004 16/01/2004 17/01/2004 20/01/2004 21/01/2004 22/01/2004 23/01/2004 24/01/2004 06/02/2004 07/02/2004 10/02/2004 11/02/2004 12/02/2004 13/02/2004 14/02/2004 17/02/2004 18/02/2004 19/02/2004 20/02/2004 21/02/2004 24/02/2004 25/02/2004 26/02/2004 27/02/2004 28/02/2004 Vol. Aplicado (ml) 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 Vol. Aplicado acumulado (ml) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 3.750 4.000 4.250 4.500 4.750 5.000 5.250 5.500 5.750 6.000 6.250 6.500 Vol. Equiv. (Litros de água/m3 solo) 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 507,5 541,3 575,1 608,9 642,8 676,6 710,4 744,3 778,1 811,9 845,8 879,6 Vol. Coletado (ml) 148,0 308,0 240,0 158,0 280,0 142,0 280,0 200,0 200,0 20,0 355,0 214,0 162,0 270,0 230,0 184,0 282,0 68,0 300,0 302,0 200,0 284,0 170,0 210,0 216,0 260,0 Vol. Coletado DQO acumulado efluente (ml) (mg/l) 148 456 696 854 1.134 1.276 1.556 1.756 1.956 1.976 2.331 2.545 2.707 2.977 3.207 3.391 3.673 3.741 4.041 4.343 4.543 4.827 4.997 5.207 5.423 5.683 1.240,0 1.910,0 1.700,0 2.080,0 2.420,0 2.740,0 2.170,0 1.670,0 1.740,0 850,0 549,0 240,0 220,0 165,0 72,0 110,0 109,0 276,0 231,0 486,0 199,0 151,0 194,0 152,0 116,0 121,0 DQO removida (mg) 183,5 588,3 408,0 328,6 677,6 389,1 607,6 334,0 348,0 17,0 194,9 51,4 35,6 44,6 16,6 20,2 30,7 18,8 69,3 146,8 39,8 42,9 33,0 31,9 25,1 31,5 Carga de DQO efluente (gDQO/kg solo seco) 0,019 0,061 0,042 0,034 0,071 0,041 0,063 0,035 0,036 0,002 0,020 0,005 0,004 0,005 0,002 0,002 0,003 0,002 0,007 0,015 0,004 0,004 0,003 0,003 0,003 0,003 Carga de DQO efluente Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,019 0,080 0,123 0,157 0,228 0,268 0,331 0,366 0,402 0,404 0,424 0,430 0,433 0,438 0,440 0,442 0,445 0,447 0,454 0,470 0,474 0,478 0,482 0,485 0,487 0,491 182 Tabela 9-20: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (2ª etapa – abastecimento com água), para a coluna 5, com densidade igual a 1,50 Data Coluna 5 d = 1,50 14/01/2004 15/01/2004 16/01/2004 17/01/2004 20/01/2004 21/01/2004 22/01/2004 23/01/2004 24/01/2004 06/02/2004 07/02/2004 10/02/2004 11/02/2004 12/02/2004 13/02/2004 14/02/2004 17/02/2004 18/02/2004 19/02/2004 20/02/2004 21/02/2004 24/02/2004 25/02/2004 26/02/2004 27/02/2004 28/02/2004 Vol. Aplicado (ml) 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 Vol. Aplicado acumulado (ml) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 3.750 4.000 4.250 4.500 4.750 5.000 5.250 5.500 5.750 6.000 6.250 6.500 Vol. Equiv. (Litros de água/m3 solo) 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 507,5 541,3 575,1 608,9 642,8 676,6 710,4 744,3 778,1 811,9 845,8 879,6 Vol. Coletado (ml) 166,0 236,0 246,0 208,0 320,0 96,0 175,0 225,0 240,0 108,0 262,0 325,0 116,0 180,0 234,0 282,0 340,0 112,0 88,0 274,0 84,0 474,0 150,0 108,0 114,0 120,0 Vol. Coletado DQO acumulado efluente (ml) (mg/l) 166 402 648 856 1.176 1.272 1.447 1.672 1.912 2.020 2.282 2.607 2.723 2.903 3.137 3.419 3.759 3.871 3.959 4.233 4.317 4.791 4.941 5.049 5.163 5.283 1.420,0 2.250,0 1.900,0 1.470,0 2.010,0 2.540,0 2.520,0 2.480,0 2.280,0 1.600,0 1.220,0 690,0 638,0 572,0 293,0 261,0 354,0 371,0 456,0 327,0 446,0 310,0 409,0 345,0 500,0 359,0 DQO removida (mg) 235,7 531,0 467,4 305,8 643,2 243,8 441,0 558,0 547,2 172,8 319,6 224,3 74,0 103,0 68,6 73,6 120,4 41,6 40,1 89,6 37,5 146,9 61,4 37,3 57,0 43,1 Carga de DQO efluente (gDQO/kg solo seco) 0,021 0,048 0,042 0,028 0,058 0,022 0,040 0,050 0,049 0,016 0,029 0,020 0,007 0,009 0,006 0,007 0,011 0,004 0,004 0,008 0,003 0,013 0,006 0,003 0,005 0,004 Carga de DQO efluente Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,021 0,069 0,111 0,139 0,197 0,219 0,259 0,309 0,358 0,374 0,403 0,423 0,430 0,439 0,445 0,452 0,463 0,466 0,470 0,478 0,482 0,495 0,500 0,504 0,509 0,513 183 Tabela 9-21: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (2ª etapa – abastecimento com água), para a coluna 6, com densidade igual a 1,67. Data Coluna 6 d = 1,67 14/01/2004 15/01/2004 16/01/2004 17/01/2004 20/01/2004 21/01/2004 22/01/2004 23/01/2004 24/01/2004 06/02/2004 07/02/2004 10/02/2004 11/02/2004 12/02/2004 13/02/2004 14/02/2004 17/02/2004 18/02/2004 19/02/2004 20/02/2004 21/02/2004 24/02/2004 25/02/2004 26/02/2004 27/02/2004 28/02/2004 Vol. Aplicado (ml) 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 Vol. Aplicado acumulado (ml) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 3.750 4.000 4.250 4.500 4.750 5.000 5.250 5.500 5.750 6.000 6.250 6.500 Vol. Equiv. (Litros de água/m3 solo) 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 507,5 541,3 575,1 608,9 642,8 676,6 710,4 744,3 778,1 811,9 845,8 879,6 Vol. Coletado (ml) 88,0 72,0 86,0 68,0 175,0 52,0 68,0 75,0 82,0 40,0 50,0 145,0 40,0 42,0 40,0 44,0 112,0 42,0 46,0 45,0 34,0 110,0 42,0 35,0 32,0 30,0 Vol. Coletado DQO acumulado efluente (ml) (mg/l) 88 160 246 314 489 541 609 684 766 806 856 1.001 1.041 1.083 1.123 1.167 1.279 1.321 1.367 1.412 1.446 1.556 1.598 1.633 1.665 1.695 2.000,0 2.800,0 2.720,0 2.460,0 2.390,0 2.260,0 2.080,0 2.180,0 2.330,0 1.750,0 2.110,0 1.900,0 2.170,0 2.460,0 1.790,0 2.260,0 2.150,0 2.320,0 2.060,0 2.210,0 2.170,0 1.770,0 1.860,0 1.790,0 1.810,0 1.840,0 DQO removida (mg) 176,0 201,6 233,9 167,3 418,3 117,5 141,4 163,5 191,1 70,0 105,5 275,5 86,8 103,3 71,6 99,4 240,8 97,4 94,8 99,5 73,8 194,7 78,1 62,7 57,9 55,2 Carga de Carga de DQO Efluen. DQO efluente Acum. (gDQO/kg (gDQO/kg solo seco) solo seco) 0,014 0,014 0,016 0,031 0,019 0,050 0,014 0,063 0,034 0,097 0,010 0,107 0,011 0,118 0,013 0,131 0,015 0,147 0,006 0,152 0,009 0,161 0,022 0,183 0,007 0,190 0,008 0,199 0,006 0,204 0,008 0,213 0,020 0,232 0,008 0,240 0,008 0,248 0,008 0,256 0,006 0,262 0,016 0,277 0,006 0,284 0,005 0,289 0,005 0,294 0,004 0,298 184 Tabela 9-22: Valores do pH para as amostras coletadas. Data Coluna 1 Coluna 2 14/01/2004 8,18 8,42 15/01/2004 8,10 8,14 16/01/2004 8,04 8,26 17/01/2004 8,10 8,31 20/01/2004 8,50 8,56 21/01/2004 8,45 8,29 22/01/2004 8,27 8,41 23/01/2004 8,54 8,44 24/01/2004 8,40 8,55 06/02/2004 8,45 07/02/2004 8,38 8,98 10/02/2004 8,81 8,99 11/02/2004 8,48 12/02/2004 8,50 8,95 13/02/2004 8,44 8,49 14/02/2004 8,45 8,53 17/02/2004 8,63 8,77 18/02/2004 8,31 19/02/2004 8,26 8,63 20/02/2004 8,40 8,73 21/02/2004 8,34 8,74 24/02/2004 8,56 8,92 25/02/2004 8,52 9,03 26/02/2004 8,42 8,55 27/02/2004 8,55 8,01 28/02/2004 8,25 8,30 Coluna 3 7,94 8,05 7,85 7,82 7,99 8,01 8,05 8,13 8,24 8,45 7,32 7,84 7,66 7,32 7,80 7,28 7,37 7,68 7,66 7,64 7,61 7,70 7,66 7,69 7,86 7,75 Coluna 4 7,67 7,50 7,47 7,69 7,64 7,65 7,66 7,94 8,02 7,44 7,70 7,51 7,29 7,56 7,29 7,31 7,55 7,48 7,32 7,33 7,40 7,42 7,39 7,82 7,51 Coluna 5 8,02 8,18 8,02 8,02 8,12 8,38 8,39 8,34 8,37 8,33 7,46 8,06 8,04 7,84 7,70 7,36 7,37 7,41 7,17 7,18 7,23 7,27 7,33 7,38 7,67 7,56 Coluna 6 8,64 8,87 8,84 8,87 8,91 9,00 8,96 8,91 8,91 8,86 8,88 8,85 8,90 8,55 8,51 8,78 8,71 8,77 8,74 8,79 8,76 8,75 8,82 8,71 Tabela 9-23: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas. Data 14/01/2004 15/01/2004 16/01/2004 17/01/2004 20/01/2004 21/01/2004 22/01/2004 23/01/2004 24/01/2004 06/02/2004 07/02/2004 10/02/2004 11/02/2004 12/02/2004 13/02/2004 Coluna 1 7.590 8.220 8.650 9.350 10.240 11.240 12.570 13.860 13.350 13.320 13.700 13.200 13.130 12.200 11.090 Coluna 2 9.040 10.470 11.200 12.000 12.600 13.700 13.910 13.090 13.660 11.640 11.430 12.800 Coluna 3 13.740 13.750 12.460 12.440 13.400 13.450 12.620 9.400 5.450 1.924 1.686 1.434 1.310 1.200 1.360 Coluna 4 14.130 13.990 12.190 12.190 13.180 14.130 13.860 10.260 5.730 2.250 1.683 1.430 1.276 1.300 Coluna 5 14.150 14.660 13.600 12.160 11.930 12.490 13.510 12.860 10.350 3.850 3.030 2.100 1.684 1.550 1.527 Coluna 6 11.660 12.890 12.960 12.890 13.300 11.770 13.250 13.340 11.870 12.250 10.940 185 Data 14/02/2004 17/02/2004 18/02/2004 19/02/2004 20/02/2004 21/02/2004 24/02/2004 25/02/2004 26/02/2004 27/02/2004 28/02/2004 Coluna 1 9.610 7.870 7.080 6.100 5.190 4.380 3.340 3.040 2.630 2.900 2.720 Coluna 2 12.630 11.640 10.590 9.740 8.560 7.600 8.300 7.300 Coluna 3 1.275 828 657 534 468 466 462 458 389 390 418 Coluna 4 1.418 1.223 905 624 470 460 425 417 385 412 425 Coluna 5 1.474 1.127 894 831 745 654 563 488 468 492 488 Coluna 6 10.700 10.360 8.930 8.300 7.530 7.280 Tabela 9-24: Cor (PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart) Data 14/01/2004 15/01/2004 16/01/2004 17/01/2004 20/01/2004 21/01/2004 22/01/2004 23/01/2004 24/01/2004 05/02/2004 06/02/2004 07/02/2004 10/02/2004 11/02/2004 12/02/2004 13/02/2004 14/02/2004 17/02/2004 18/02/2004 19/02/2004 20/02/2004 21/02/2004 24/02/2004 25/02/2004 26/02/2004 27/02/2004 Coluna 1 640 500 440 560 670 900 1000 1220 1220 1630 1720 1710 1750 1740 1590 1460 1370 1720 1340 1160 1430 2930 3840 5810 11000 28600 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 850 960 920 1100 1160 1270 1280 1310 1210 890 1260 1400 1350 1410 1710 1830 1740 250 254 316 492 890 930 840 720 720 690 434 256 212 152 152 131 1190 1890 2940 2720 2440 2850 2990 3580 2780 2540 300 320 383 521 710 920 980 1040 1290 680 600 339 310 227 113 116 560 1150 3390 8340 10600 10100 8520 8200 5360 5420 280 290 302 343 740 1210 1340 1510 1730 2110 2610 3750 5660 5820 3880 5220 12000 24200 37300 67000 74200 80000 125600 82400 68400 92200 1360 1320 1300 1320 1400 1320 1190 1350 1340 1040 1250 1440 1440 1580 1600 1630 1900 1190 2000 2120 2020 2110 1920 1790 1700 1670 1580 1470 1460 1420 1310 1360 1450 1470 186 Tabela 9-25: Data 14/01/2004 15/01/2004 16/01/2004 17/01/2004 20/01/2004 21/01/2004 22/01/2004 23/01/2004 24/01/2004 05/02/2004 06/02/2004 07/02/2004 10/02/2004 11/02/2004 12/02/2004 13/02/2004 14/02/2004 17/02/2004 18/02/2004 19/02/2004 20/02/2004 21/02/2004 24/02/2004 25/02/2004 26/02/2004 27/02/2004 Coluna 1 42 34 30 35 33 42 43 47 45 55 70 67 67 60 61 55 48 53 47 45 55 118 156 228 497 2.008 Tabela 9-26: Data 14/01/2004 16/01/2004 21/01/2004 24/01/2004 10/02/2004 13/02/2004 18/02/2004 21/02/2004 26/02/2004 Turbidez (FAU - Formazin Attenation Units). Coluna 2 52 64 39 59 47 53 50 53 44 49 47 65 89 76 61 49 59 49 52 62 93 Coluna 3 9 11 10 21 11 11 7 8 8 13 12 8 9 8 9 12 56 80 109 82 79 94 111 130 83 77 Coluna 4 11 11 14 14 18 23 25 27 30 21 12 14 11 9 12 29 53 148 357 425 363 381 340 259 223 Coluna 5 11 10 10 20 15 19 18 20 29 72 116 155 225 281 173 216 487 1.784 2.406 4.100 4.227 4.180 5.440 4.622 4.456 4.472 Coluna 6 40 34 41 30 35 32 29 22 13 19 17 19 21 20 24 29 37 39 44 37 35 28 Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l). Coluna 1 3.948 4.604 6.308 7.984 7.696 6.892 5.356 2.504 2.524 Coluna 2 5.548 6.576 7.344 7.348 7.684 8.296 8.200 5.820 5.764 Coluna 3 7.952 7.808 9.924 4.004 1.096 1.468 696 452 540 Coluna 4 7.860 7.796 10.088 4.812 1.416 1.792 1.076 1.216 1.048 Coluna 5 7.400 7.812 9.108 8.232 2.368 1.952 3.552 6.408 7.932 Coluna 6 6.580 7.472 6.788 7.176 8.036 8.520 10.480 6.528 8.024 Terceira Etapa Esta terceira etapa da segunda campanha de ensaios ocorreu no período de 12/03/04 à 04/04/2004, quando efetuou-se o abastecimento por 18 (dezoito) em 24 dias, novamente com chorume, salientando-se que devido a colmatação acarretando na diminuição da 187 permeabilidade e prejudicando o andamento normal do ensaio, foram desconsideradas as colunas preenchidas com solo com densidade de 1,30 em condições saturadas e com densidade de 1,67 em condições não saturadas. Destaca-se que esta etapa foi uma seqüência da companha, portanto as características das colunas de percolação, foram iguais à da primeira campanha de ensaios, as quais encontram-se especificadas na Tabela 5-1. Na Tabela 9-27 à Tabela 9-30, encontram-se descritos os resultados das análises de DQO do efluente das colunas e os resultados dos cálculos pertinentes à avaliação e discussão sobre este parâmetro. Ressalta-se que se utilizou nos cálculos da eficiência e da carga removida, a DQO média do chorume, ou seja, 2.037,5 mg/l, obtida com a realização de ensaios periódicos durante toda a campanha. 188 Tabela 9-27: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (3ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 1, com densidade igual a 1,15, em condições saturadas. Data Coluna 1 d = 1,15 saturada 12/mar 13/mar 14/mar 17/mar 18/mar 19/mar 20/mar 21/mar 24/mar 25/mar 26/mar 27/mar 28/mar 31/mar 1/abr 2/abr 3/abr 4/abr Vol. Carga de Vol. Aplic.Equiv. DQO DQO Aplicado chorume aplicada (Litros de acumulado chorume/m3 (mg/l) (gDQO/kg (ml) solo) solo seco) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 3.750 4.000 4.250 4.500 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 507,5 541,3 575,1 608,9 2.100,0 1.750,0 1.950,0 2.350,0 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 Carga DQO aplic. acum. (gDQO/kg solo seco) Vol. Coletado acumulado (ml) DQO efluente (mg/l) 0,06 0,12 0,18 0,24 0,30 0,36 0,42 0,48 0,54 0,60 0,66 0,72 0,78 0,84 0,90 0,96 1,02 1,08 24 72 138 343 410 498 586 674 884 962 1.019 1.077 1.142 1.320 1.376 1.414 1.454 1.501 560,0 980,0 864,0 773,0 798,0 825,0 793,0 725,0 737,0 767,0 769,0 750,0 609,0 653,0 834,0 588,0 598,0 588,0 Carga de % de DQO remoção removida de DQO (gDQO/kg solo seco) 73 52 58 62 61 60 61 64 64 62 62 63 70 68 59 71 71 71 0,004 0,006 0,009 0,031 0,010 0,013 0,013 0,014 0,032 0,012 0,009 0,009 0,011 0,029 0,008 0,006 0,007 0,008 Carga de DQO rem. Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,004 0,010 0,019 0,050 0,060 0,072 0,085 0,099 0,131 0,142 0,151 0,160 0,171 0,200 0,208 0,214 0,221 0,229 189 Tabela 9-28: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (3ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 3, com densidade igual a 1,15. Data Coluna 3 d = 1,15 12/mar 13/mar 14/mar 17/mar 18/mar 19/mar 20/mar 21/mar 24/mar 25/mar 26/mar 27/mar 28/mar 31/mar 1/abr 2/abr 3/abr 4/abr Vol. Carga de Vol. Aplic.Equiv. DQO DQO Aplicado chorume aplicada (Litros de acumulado chorume/m3 (mg/l) (gDQO/kg (ml) solo) solo seco) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 3.750 4.000 4.250 4.500 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 507,5 541,3 575,1 608,9 2.100,0 1.750,0 1.950,0 2.350,0 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 Carga DQO aplic. acum. (gDQO/kg solo seco) Vol. Coletado acumulado (ml) DQO efluente (mg/l) 0,06 0,12 0,18 0,24 0,30 0,36 0,42 0,48 0,54 0,60 0,66 0,72 0,78 0,84 0,90 0,96 1,02 1,08 41 291 541 921 1.051 1.231 1.501 1.729 2.134 2.246 2.446 2.704 3.004 3.419 3.561 3.798 4.068 4.321 60,0 220,0 80,0 40,0 80,0 95,0 82,0 132,0 301,0 926,0 1.322,0 2.120,0 1.920,0 2.820,0 2.100,0 1.440,0 1.560,0 1.740,0 Carga de % de DQO remoção removida de DQO (gDQO/kg solo seco) 97 89 96 98 96 95 96 94 85 55 35 (4) 6 (38) (3) 29 23 15 0,01 0,05 0,06 0,09 0,03 0,04 0,06 0,05 0,08 0,01 0,02 (0,00) 0,00 (0,04) (0,00) 0,02 0,02 0,01 Carga de DQO rem. Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,01 0,06 0,12 0,21 0,24 0,28 0,34 0,39 0,48 0,49 0,51 0,51 0,51 0,47 0,47 0,49 0,50 0,51 190 Tabela 9-29: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (3ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 4, com densidade igual a 1,30. Data Coluna 4 d = 1,30 12/mar 13/mar 14/mar 17/mar 18/mar 19/mar 20/mar 21/mar 24/mar 25/mar 26/mar 27/mar 28/mar 31/mar 1/abr 2/abr 3/abr 4/abr Vol. Carga de Vol. Aplic.Equiv. DQO DQO Aplicado chorume aplicada (Litros de acumulado chorume/m3 (mg/l) (gDQO/kg (ml) solo) solo seco) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 3.750 4.000 4.250 4.500 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 507,5 541,3 575,1 608,9 2.100,0 1.750,0 1.950,0 2.350,0 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 Carga DQO aplic. acum. (gDQO/kg solo seco) Vol. Coletado acumulado (ml) DQO efluente (mg/l) 0,05 0,11 0,16 0,21 0,27 0,32 0,37 0,42 0,48 0,53 0,58 0,64 0,69 0,74 0,80 0,85 0,90 0,95 53 341 577 937 1.097 1.311 1.536 1.776 2.141 2.281 2.411 2.708 2.898 3.298 3.463 3.588 3.880 4.108 140,0 420,0 112,0 66,0 47,0 146,0 81,0 427,0 355,0 580,0 680,0 790,0 870,0 600,0 3.180,0 2.050,0 1.960,0 2.070,0 Carga de % de DQO remoção removida de DQO (gDQO/kg solo seco) 93 79 95 97 98 93 96 79 83 72 67 61 57 71 (56) (1) 4 (2) 0,01 0,05 0,05 0,07 0,03 0,04 0,05 0,04 0,06 0,02 0,02 0,04 0,02 0,06 (0,02) (0,00) 0,00 (0,00) Carga de DQO rem. Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,01 0,06 0,11 0,18 0,21 0,26 0,30 0,34 0,41 0,43 0,45 0,48 0,51 0,57 0,55 0,55 0,55 0,55 191 Tabela 9-30: Resumo dos valores referentes a segunda campanha de ensaios (3ª etapa – abastecimento com chorume), para a coluna 5, com densidade igual a 1,50 Data Coluna 5 d = 1,50 12/mar 13/mar 14/mar 17/mar 18/mar 19/mar 20/mar 21/mar 24/mar 25/mar 26/mar 27/mar 28/mar 31/mar 1/abr 2/abr 3/abr 4/abr Vol. Carga de Vol. Aplic.Equiv. DQO DQO Aplicado chorume aplicada (Litros de acumulado chorume/m3 (mg/l) (gDQO/kg (ml) solo) solo seco) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 3.750 4.000 4.250 4.500 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 507,5 541,3 575,1 608,9 2.100,0 1.750,0 1.950,0 2.350,0 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 Carga DQO aplic. acum. (gDQO/kg solo seco) Vol. Coletado acumulado (ml) DQO efluente (mg/l) 0,05 0,09 0,14 0,18 0,23 0,28 0,32 0,37 0,41 0,46 0,51 0,55 0,60 0,64 0,69 0,74 0,78 0,83 44 87 122 282 327 395 464 551 749 814 866 925 998 1.168 1.248 1.283 1.378 1.501 150,0 160,0 130,0 224,0 212,0 229,0 197,0 159,0 237,0 159,0 149,0 177,0 244,0 310,0 205,0 179,0 174,0 108,0 Carga de % de DQO remoção removida de DQO (gDQO/kg solo seco) 93 92 94 89 90 89 90 92 88 92 93 91 88 85 90 91 91 95 0,01 0,01 0,01 0,03 0,01 0,01 0,01 0,01 0,03 0,01 0,01 0,01 0,01 0,03 0,01 0,01 0,02 0,02 Carga de DQO rem. Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,01 0,01 0,02 0,05 0,05 0,07 0,08 0,09 0,12 0,13 0,14 0,15 0,17 0,19 0,21 0,21 0,23 0,25 192 Na Tabela 9-31 à Tabela 9-35 são apresentados os valores obtidos para os ensaios de pH, Condutividade, Cor, Turbidez e Sólidos Totais, respectivamente, para esta terceira etapa da segunda campanha de ensaios. Para as análises preliminares do afluente (chorume) utilizado no abastecimento das colunas nesta terceira etapa da segunda campanha de ensaios, obteve-se o valor de pH igual 7,98. A Condutividade do chorume utilizado no abastecimento das colunas, obtida em análises preliminares, foi de 12.260 µs/cm. O valor da Cor do chorume utilizado no abastecimento das colunas, obtido em análises preliminares, foi de 3.500 PtCo. O valor da Turbidez do chorume utilizado no abastecimento das colunas, obtido em análises preliminares, foi de 216 FAU. A média do valor de Sólidos Totais da água no período foi igual à 7.391 mg/l. Tabela 9-31: Valores do pH para as amostras dos efluentes coletados Data 12/mar 13/mar 14/mar 17/mar 18/mar 19/mar 20/mar 21/mar 24/mar 25/mar 26/mar 27/mar 28/mar 31/mar 1/abr 2/abr 3/abr 4/abr Coluna 1 6,65 8,72 8,57 8,52 8,44 8,29 8,12 8,33 8,23 8,65 8,62 8,64 8,59 8,51 8,64 8,65 8,61 8,64 Coluna 3 7,95 7,53 7,64 7,27 7,29 7,49 7,20 7,13 7,09 7,13 7,47 8,14 8,34 8,68 8,71 8,52 8,56 8,59 Coluna 4 7,53 7,45 7,51 7,55 8,53 7,05 6,85 6,83 6,79 7,02 7,15 7,13 7,17 7,75 8,06 8,20 8,01 8,61 Coluna 5 7,61 7,77 7,87 8,20 7,59 7,52 7,31 7,46 7,77 8,08 8,14 8,21 8,15 8,49 8,64 8,58 8,56 8,17 193 Tabela 9-32: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas Data 12/mar 13/mar 14/mar 17/mar 18/mar 19/mar 20/mar 21/mar 24/mar 25/mar 26/mar 27/mar 28/mar 31/mar 1/abr 2/abr 3/abr 4/abr Tabela 9-33: Data 12/mar 13/mar 14/mar 17/mar 18/mar 19/mar 20/mar 21/mar 24/mar 25/mar 26/mar 27/mar 28/mar 31/mar 1/abr 2/abr 3/abr 4/abr Coluna 1 1.996 2.060 1.933 1.756 1.781 1.726 1.655 1.582 1.412 1.393 1.324 1.311 1.266 1.160 1.157 1.118 1.136 Coluna 3 351 605 958 970 810 942 1.635 2.900 4.300 4.440 4.890 5.880 7.040 7.920 8.260 8.830 8.840 8.330 Coluna 4 391 875 1.283 1.053 821 719 1.152 2.160 4.170 4.910 5.280 5.330 5.400 6.270 7.710 8.270 8.510 7.880 Coluna 5 423 447 504 473 456 453 459 478 505 480 504 537 537 656 878 1.013 1.096 989 Cor (PtCo- Platinum - Cobalt Units Standart) Coluna 1 33.100 33.200 34.500 43.800 61.800 113.200 60.600 85.200 55.600 80.000 74.000 81.000 55.600 51.800 52.000 46.200 36.800 40.300 Coluna 3 940 300 83 40 74 97 40 37 40 69 250 1.010 1.440 1.650 1.710 1.720 1.590 1.590 Coluna 4 1.810 830 69 50 65 75 44 33 35 32 50 54 101 1.210 1.920 1.850 1.780 1.680 Coluna 5 27.100 26.500 21.800 20.800 16.000 14.300 10.500 9.100 9.200 9.300 9.000 6.900 5.500 5.660 3.710 3.180 1.260 461 194 Tabela 9-34: Data 12/mar 13/mar 14/mar 17/mar 18/mar 19/mar 20/mar 21/mar 24/mar 25/mar 26/mar 27/mar 28/mar 31/mar 1/abr 2/abr 3/abr 4/abr Tabela 9-35: Data 12/mar 14/mar 19/mar 24/mar 27/mar 1/abr 4/abr 8.3 Turbidez (FAU - Formazin Attenation Units). Coluna 1 2.118 2.276 2.698 4.500 4.668 4.980 4.852 2.826 4.232 4.440 4.362 4.412 4.026 2.735 2.565 2.386 2.229 Coluna 3 34 38 16 5 4 13 13 8 6 15 7 11 18 20 26 20 14 13 Coluna 4 85 55 10 12 9 4 17 19 8 15 3 7 15 21 22 20 15 15 Coluna 5 2.229 2.129 1.789 921 713 672 486 454 395 351 358 288 236 340 221 199 70 31 Eficiência na redução de Sólidos Totais (mg/l) Coluna 1 80 31 (43) (26) (10) 12 25 Coluna 3 94 89 92 50 18 8 9 Coluna 4 92 84 93 54 17 4 1 Coluna 5 51 59 74 80 84 89 88 TERCEIRA CAMPANHA DE ENSAIOS Para a terceira campanha de ensaios, adotaram-se colunas com densidades 1,15; 1,30 e 1,50, em duplicata, todas em condições não saturadas, alimentando uma com um volume de 0,25 litros de chorume e outra com 0,25 litros de água, por dia ao longo de 20 dias, o que representa uma taxa concentrada diária de 0,034 m3chorume/m3SoloSeco, sendo avaliado os parâmetros DQO para todas as amostras coletadas e Sólidos Totais, pH, Condutividade e Alcalinidade, para amostras compostas ao longo da semana, totalizando 3 amostras, porém foram formadas 4 amostras compostas durante esta 195 campanha, sendo que, para o efluente das colunas abastecidas com chorume analisou-se ainda os metais: Zinco, Cádmio e Chumbo para as 4 amostras, e para as colunas abastecidas com água, analisou-se os mesmos metais para 2 amostras. Ressalta-se ainda que para esta terceira campanha de ensaios, utilizou-se chorume coletado em uma caixa de passagem próxima a frente de operação, obtendo-se assim, um chorume com características de chorume novo, diferente do utilizado nas campanhas anteriores, tentando assim avaliar mais esta variável do sistema. Abaixo são apresentados os resultados, divididos entre as colunas abastecidas com chorume e colunas abastecidas com água. Abastecimento com chorume Na Tabela 9-36 à Tabela 9-38, encontram-se descritos os resultados das análises de DQO do efluente coletado nas colunas com densidades de 1,15; 1,30 e 1,50 respectivamente, abastecidas com chorume, e ainda os resultados dos cálculos pertinentes à avaliação e discussão sobre este parâmetro. Ressalta-se que utilizou-se nos cálculos da eficiência e da carga removida, a DQO média do chorume ou seja 20.863 mg/l, obtida com a realização de ensaios periódicos durante toda a campanha. 196 Tabela 9-36: Resumo dos valores referentes à terceira campanha de ensaios (colunas abastecidas com chorume), para a coluna 1, com densidade igual a 1,15. Data 08/05/2004 09/05/2004 12/05/2004 13/05/2004 14/05/2004 15/05/2004 Coluna 1 16/05/2004 d = 1,15 19/05/2004 20/05/2004 21/05/2004 22/05/2004 23/05/2004 26/05/2004 27/05/2004 Vol. Carga de Vol. Aplic.Equiv. DQO DQO Aplicado chorume aplicada (Litros de acumulado chorume/m3 (mg/l) (gDQO/kg (ml) solo) solo seco) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 22.200,0 21.400,0 18.990,0 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61 0,61 Carga DQO aplic. acum. (gDQO/kg solo seco) Vol. Coletado acumulado (ml) DQO efluente (mg/l) 0,61 1,23 1,84 2,46 3,07 3,68 4,30 4,91 5,52 6,14 6,75 7,37 7,98 8,59 182 408 708 886 1.106 1.324 1.618 1.916 2.098 2.294 2.534 2.764 3.018 3.074 64,0 93,0 66,0 43,0 1.690,0 1.870,0 7.150,0 8.450,0 8.940,0 10.220,0 10.790,0 11.570,0 10.590,0 10.270,0 Carga de % de DQO remoção removida de DQO (gDQO/kg solo seco) 99,7 99,6 99,7 99,8 91,9 91,0 65,7 59,5 57,1 51,0 48,3 44,5 49,2 50,8 0,445 0,552 0,734 0,436 0,496 0,487 0,474 0,435 0,255 0,245 0,284 0,252 0,307 0,070 Carga de DQO rem. Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,445 0,998 1,732 2,168 2,664 3,152 3,626 4,061 4,317 4,562 4,847 5,098 5,405 5,475 197 Tabela 9-37: Resumo dos valores referentes à terceira campanha de ensaios (colunas abastecidas com chorume), para a coluna 3, com densidade igual a 1,30. Data 08/05/2004 09/05/2004 12/05/2004 13/05/2004 14/05/2004 15/05/2004 Coluna 3 16/05/2004 d = 1,30 19/05/2004 20/05/2004 21/05/2004 22/05/2004 23/05/2004 26/05/2004 27/05/2004 Vol. Carga de Vol. Aplic.Equiv. DQO DQO Aplicado chorume aplicada (Litros de acumulado chorume/m3 (mg/l) (gDQO/kg (ml) solo) solo seco) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 22.200,0 21.400,0 18.990,0 0,54 0,54 0,54 0,54 0,54 0,54 0,54 0,54 0,54 0,54 0,54 0,54 0,54 0,54 Carga DQO aplic. acum. (gDQO/kg solo seco) Vol. Coletado acumulado (ml) DQO efluente (mg/l) 0,54 1,09 1,63 2,17 2,71 3,26 3,80 4,34 4,89 5,43 5,97 6,52 7,06 7,60 90 322 617 849 1.017 1.375 1.737 2.039 2.195 2.373 2.667 2.911 3.239 3.339 145,0 46,0 25,0 49,0 178,0 1.496,0 8.870,0 10.007,0 10.150,0 12.550,0 12.760,0 14.010,0 14.340,0 13.500,0 Carga de % de DQO remoção removida de DQO (gDQO/kg solo seco) 99,3 99,8 99,9 99,8 99,1 92,8 57,5 52,0 51,4 39,8 38,8 32,8 31,3 35,3 0,19 0,50 0,64 0,50 0,36 0,72 0,45 0,34 0,17 0,15 0,25 0,17 0,22 0,08 Carga de DQO rem. Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,19 0,70 1,34 1,84 2,20 2,92 3,37 3,72 3,89 4,04 4,29 4,47 4,69 4,77 198 Tabela 9-38: Resumo dos valores referentes à terceira campanha de ensaios (colunas abastecidas com chorume), para a coluna 5, com densidade igual a 1,50. Data 08/05/2004 09/05/2004 12/05/2004 13/05/2004 14/05/2004 15/05/2004 Coluna 5 16/05/2004 d = 1,50 19/05/2004 20/05/2004 21/05/2004 22/05/2004 23/05/2004 26/05/2004 27/05/2004 Vol. Carga de Vol. Aplic.Equiv. DQO DQO Aplicado chorume aplicada (Litros de acumulado chorume/m3 (mg/l) (gDQO/kg (ml) solo) solo seco) 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 22.200,0 21.400,0 18.990,0 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47 Carga DQO aplic. acum. (gDQO/kg solo seco) Vol. Coletado acumulado (ml) DQO efluente (mg/l) 0,47 0,94 1,41 1,88 2,35 2,82 3,29 3,76 4,23 4,71 5,18 5,65 6,12 6,59 138 362 732 902 1.148 1.318 1.662 1.997 2.139 2.227 2.487 2.807 3.167 3.331 94,0 21,0 37,0 24,0 57,0 89,0 4.720,0 8.410,0 9.510,0 9.800,0 10.850,0 13.040,0 14.620,0 14.120,0 Carga de % de DQO remoção removida de DQO (gDQO/kg solo seco) 99,5 99,9 99,8 99,9 99,7 99,6 77,4 59,7 54,4 53,0 48,0 37,5 29,9 32,3 0,26 0,42 0,70 0,32 0,46 0,32 0,50 0,38 0,15 0,09 0,23 0,23 0,20 0,10 Carga de DQO rem. Acum. (gDQO/kg solo seco) 0,26 0,68 1,37 1,69 2,16 2,47 2,98 3,35 3,50 3,59 3,82 4,05 4,25 4,35 199 Na Tabela 9-39 à Tabela 9-42 são apresentados os valores obtidos para os ensaios de pH, Condutividade, Alcalinidade e Sólidos Totais, para as amostras compostas semanalmente, para esta terceira campanha de ensaios. Tabela 9-39: Valores do pH para as amostras coletadas Data 12/05/2004 19/05/2004 26/05/2004 Dias 5 12 19 Coluna 1 8,06 4,36 6,65 Coluna 3 7,58 4,39 5,26 Coluna 5 7,06 4,37 4,51 Tabela 9-40: Valores da Condutividade (µs/cm) amostras coletadas Data 12/05/2004 19/05/2004 26/05/2004 Dias 5 12 19 Coluna 1 256 2.440 3.910 Coluna 3 152 2.220 4.170 Chorume 7,23 7,24 7,12 T=32°C, para as Coluna 5 116 1.850 3.980 Chorume 4.840 6.920 6.670 Coluna 5 47 - Chorume 4.380 9.150 20.000 Tabela 9-41: Alcalinidade (mgCaCO3/l) Data 12/05/2004 19/05/2004 26/05/2004 Dias 5 12 19 Coluna 1 140 2.200 Coluna 3 94 910 Tabela 9-42: Redução de Sólidos Totais (%), tendo como referência os Sólidos Totais do chorume utilizado no abastecimento, obtido através da realização de ensaios durante toda a campanha de ensaios, sendo obtida a média de 26.711 mg/l. Data 12/05/2004 19/05/2004 26/05/2004 Dias 5 12 19 Coluna 1 99 87 64 Coluna 3 99 89 64 Coluna 5 99 93 76 Na Tabela 9-43 são apresentados os resultados das análises de metais (Cd, Pb e Zn) do chorume utilizado no abastecimento das colunas. Na Tabela 9-44 à Tabela 9-46, são apresentados os valores obtidos para as análises de metais (Cd, Pb e Zn) efetuadas para as amostras compostas semanalmente, somente nesta campanha de ensaios. 200 Tabela 9-43: Concentração de Metais (Cd, Pb e Zn) no chorume utilizado no abastecimento das colunas (mg/l) Chorume Cádmio 0,057 Chumbo 0,173 Zinco 1,07 Tabela 9-44: Concentração de Cádmio no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l). Data 12/05/2004 19/05/2004 26/05/2004 29/05/2004 Dias 5 12 19 22 Coluna 1 N.D. 0,043 0,031 0,043 Coluna 3 N.D. 0,028 0,044 0,049 Coluna 5 0,044 0,018 0,048 0,074 Tabela 9-45: Concentração de Chumbo no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l). Data 12/05/2004 19/05/2004 26/05/2004 29/05/2004 Dias 5 12 19 22 Coluna 1 0,033 0,066 0,103 0,100 Coluna 3 0,064 0,065 0,126 0,145 Coluna 5 0,098 0,047 0,095 0,080 Tabela 9-46: Concentração de Zinco no efluente das colunas abastecidas com chorume (mg/l) Data 12/05/2004 19/05/2004 26/05/2004 29/05/2004 Dias 5 12 19 22 Coluna 1 0,025 2,470 0,971 0,142 Coluna 3 0,034 2,740 2,127 0,383 Coluna 5 1,019 2,390 2,830 0,087 Abastecimento com água Abaixo são apresentados os resultados das análises dos efluentes das colunas abastecidas com água (colunas nos 2, 4 e 6, com densidades 1,15; 1,30 e 1,50 respectivamente), durante a terceira campanha de ensaios. Na Tabela 9-47 à Tabela 9-49, encontram-se descritos os resultados das análises de DQO do efluente coletado das colunas, e ainda os resultados dos cálculos pertinentes à avaliação e discussão sobre este parâmetro. 201 Tabela 9-47: Resumo dos valores referentes à terceira campanha de ensaios (abastecimento com água), para a coluna 2, com densidade igual a 1,15. Data 08/05/2004 09/05/2004 12/05/2004 13/05/2004 14/05/2004 15/05/2004 Coluna 2 16/05/2004 d = 1,15 19/05/2004 20/05/2004 21/05/2004 22/05/2004 23/05/2004 26/05/2004 27/05/2004 Vol. Carga de Vol. Aplic.Equiv. DQO DQO Aplicado chorume aplicada (Litros de acumulado chorume/m3 (mg/l) (gDQO/kg (ml) solo) solo seco) 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 216,0 222,0 314,0 210,0 240,0 222,0 282,0 292,0 210,0 220,0 256,0 260,0 288,0 198,0 Carga DQO aplic. acum. (gDQO/kg solo seco) Vol. Coletado acumulado (ml) DQO efluente (mg/l) 216 438 752 962 1.202 1.424 1.706 1.998 2.208 2.428 2.684 2.944 3.232 3.430 70,0 44,0 33,0 33,0 30,0 17,0 16,0 28,0 19,0 22,0 20,0 19,0 8,0 8,0 15 10 10 7 7 4 5 8 4 5 5 5 2 2 Carga de % de DQO remoção removida de DQO (gDQO/kg solo seco) 0,0018 0,0011 0,0012 0,0008 0,0008 0,0004 0,0005 0,0010 0,0005 0,0006 0,0006 0,0006 0,0003 0,0002 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,006 0,007 0,008 0,008 0,009 0,009 0,010 0,010 0,010 Carga de DQO rem. Acum. (gDQO/kg solo seco) 08/05/2004 09/05/2004 12/05/2004 13/05/2004 14/05/2004 15/05/2004 16/05/2004 19/05/2004 20/05/2004 21/05/2004 22/05/2004 23/05/2004 26/05/2004 27/05/2004 202 Tabela 9-48: Resumo dos valores referentes à terceira campanha de ensaios (abastecimento com água), para a coluna 4, com densidade igual a 1,30. Data 08/05/2004 09/05/2004 12/05/2004 13/05/2004 14/05/2004 15/05/2004 Coluna 4 16/05/2004 d = 1,30 19/05/2004 20/05/2004 21/05/2004 22/05/2004 23/05/2004 26/05/2004 27/05/2004 Vol. Carga de Vol. Aplic.Equiv. DQO DQO Aplicado chorume aplicada (Litros de acumulado chorume/m3 (mg/l) (gDQO/kg (ml) solo) solo seco) 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 174,0 220,0 255,0 194,0 242,0 256,0 250,0 294,0 230,0 216,0 254,0 258,0 282,0 190,0 Carga DQO aplic. acum. (gDQO/kg solo seco) Vol. Coletado acumulado (ml) DQO efluente (mg/l) 174 394 649 843 1.085 1.341 1.591 1.885 2.115 2.331 2.585 2.843 3.125 3.315 91,0 32,0 11,0 33,0 68,0 77,0 45,0 66,0 28,0 26,0 24,0 24,0 6,0 12,0 16 7 3 6 16 20 11 19 6 6 6 6 2 2 Carga de % de DQO remoção removida de DQO (gDQO/kg solo seco) 0,0016 0,0007 0,0003 0,0007 0,0017 0,0021 0,0012 0,0020 0,0007 0,0006 0,0006 0,0006 0,0002 0,0002 0,002 0,002 0,003 0,003 0,005 0,007 0,008 0,010 0,011 0,012 0,012 0,013 0,013 0,013 Carga de DQO rem. Acum. (gDQO/kg solo seco) 08/05/2004 09/05/2004 12/05/2004 13/05/2004 14/05/2004 15/05/2004 16/05/2004 19/05/2004 20/05/2004 21/05/2004 22/05/2004 23/05/2004 26/05/2004 27/05/2004 203 Tabela 9-49: Resumo dos valores referentes a terceira campanha de ensaios (abastecimento com água), para a coluna 6, com densidade igual a 1,50. Data 08/05/2004 09/05/2004 12/05/2004 13/05/2004 14/05/2004 15/05/2004 Coluna 6 16/05/2004 d = 1,50 19/05/2004 20/05/2004 21/05/2004 22/05/2004 23/05/2004 26/05/2004 27/05/2004 Vol. Carga de Vol. Aplic.Equiv. DQO DQO Aplicado chorume aplicada (Litros de acumulado chorume/m3 (mg/l) (gDQO/kg (ml) solo) solo seco) 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500 33,8 67,7 101,5 135,3 169,2 203,0 236,8 270,6 304,5 338,3 372,1 406,0 439,8 473,6 172,0 262,0 280,0 210,0 242,0 224,0 284,0 300,0 180,0 250,0 252,0 256,0 258,0 234,0 Carga DQO aplic. acum. (gDQO/kg solo seco) Vol. Coletado acumulado (ml) DQO efluente (mg/l) 172 434 714 924 1.166 1.390 1.674 1.974 2.154 2.404 2.656 2.912 3.170 3.404 99,0 35,0 20,0 10,0 36,0 34,0 26,0 28,0 27,0 31,0 22,0 14,0 14,0 20,0 17 9 6 2 9 8 7 8 5 8 6 4 4 5 Carga de % de DQO remoção removida de DQO (gDQO/kg solo seco) 0,0015 0,0008 0,0005 0,0002 0,0008 0,0007 0,0007 0,0008 0,0004 0,0007 0,0005 0,0003 0,0003 0,0004 0,002 0,002 0,003 0,003 0,004 0,005 0,005 0,006 0,006 0,007 0,008 0,008 0,008 0,009 Carga de DQO rem. Acum. (gDQO/kg solo seco) 08/05/2004 09/05/2004 12/05/2004 13/05/2004 14/05/2004 15/05/2004 16/05/2004 19/05/2004 20/05/2004 21/05/2004 22/05/2004 23/05/2004 26/05/2004 27/05/2004 204 Salienta-se que foram realizadas análises de DQO da água utilizada no abastecimento, porém obtendo-se valores iguais ou muito próximos à zero, portanto considerou-se que a água utilizada era isenta de carga orgânica. Na Tabela 9-50 à Tabela 9-53, são apresentados os valores obtidos para os ensaios de pH, Condutividade, Alcalinidade e Sólidos Totais, para as amostras do efluente, compostas semanalmente, para esta terceira campanha de ensaios. Tabela 9-50: Valores do pH para as amostras coletadas Data 12/05/2004 19/05/2004 26/05/2004 Dias 5 12 19 Coluna 2 7,25 6,87 6,68 Coluna 4 7,09 6,82 6,32 Coluna 6 6,95 6,99 6,35 Água 7,52 7,59 7,65 Tabela 9-51: Valores da Condutividade (µs/cm) T=32°C, para as amostras coletadas Data 12/05/2004 19/05/2004 26/05/2004 Dias 5 12 19 Coluna 2 7.590 8.220 8.650 Coluna 4 9.040 10.470 11.200 Coluna 6 13.740 13.750 12.460 Água 14.130 13.990 12.190 Coluna 6 58 45 28 Água 64 64 64 Tabela 9-52: Alcalinidade (mgCaCO3/l) Data 12/05/2004 19/05/2004 26/05/2004 Dias 5 12 19 Coluna 2 50 28 42 Coluna 4 52 40 24 Tabela 9-53: Sólidos Totais (mg/l) do efluente das colunas, descontando-se os Sólidos Totais da água utilizada no abastecimento das mesmas, obtido através da realização de ensaios da água durante toda a campanha de ensaios, sendo obtida a média de 124 mg/l. Data 12/05/04 19/05/04 26/05/04 Dias 5 12 19 Coluna 2 76 36 152 Coluna 4 132 20 212 Coluna 6 48 40 188 205