Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro

Transcrição

Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro
PALÁCIO GUSTAVO CAPANEMA - RUA DA IMPRENSA, 16 - CASTELO
Marco fundamental da arquitetura moderna brasileira, o edifício do
antigo Ministério da Educação, Cultura e Saúde Pública, representa a primeira
realização, em grande escala e a nível internacional, das idéias de Le
Corbusier. O projeto resultou de uma grande polêmica cultural: o concurso de
anteprojetos, realizado em 1935, foi ganho por Archimedes Memória; no
entanto, devido à decisão do ministro Gustavo Capanema, formou-se uma
equipe de jovens arquitetos, encabeçada por Lúcio Costa, composta com
Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Jorge Moreira, Affonso Eduardo Reidy e Ernâni
Vasconcelos, para desenvolver um novo projeto atualizado com as conquistas
tecnológicas e culturais da época, que teve orientação do próprio arquiteto
suíço Le Corbusier, principal apóstolo do movimento pela arquitetura moderna
no mundo, no desenvolvimento do partido.
Construído de 1936 a 1944, desde sua concepção volumétrica e
espacial até os mínimos detalhes de execução, realizou-se uma inovação
radical no campo da arquitetura. Basicamente, o conjunto constitui-se de três
corpos inter-relacionados: administrativo, auditório e salão de exposições. O
bloco principal tem 14 pavimentos sobre pilotis de 10m, e recebeu tratamento
diferenciado nas duas fachadas, de acordo com a incidência solar: o lado norte,
com brises móveis horizontais, estruturados em placas fixas verticais, enquanto
o lado oposto foi tratado como um grande pano de vidro. Em decorrência da
modulação estrutural e da disposição das circulações verticais nas
extremidades da torre, o pavimento-tipo foi liberado, sendo os ambientes de
trabalho definidos por armários-divisórias de 2m de altura.
A complementação foi entregue a artistas de destaque na época:
Cândido Portinari(murais das dependências do ministro e desenho do painel de
azulejos no pilotis); Roberto Burle Marx(jardins); Celso Antônio, Bruno Giorgi,
Jacques Liptschik(esculturas). A extraordinária implantação do edifício,
permitindo criação de áreas livres e jardins à sua volta, revela-se como solução
exemplar de integração arquitetura/espaço urbano. Este aspecto, aliado à
rigorosa disciplina plástica e concisão de meios formais utilizados na linguagem
arquitetônica, confere a este edifício uma posição de absoluto destaque na
história da arquitetura moderna brasileira.
ESTAÇÃO CENTRAL DO AEROPORTO SANTOS DUMONT - PRAÇA
SALGADO FILHO
O projeto do Aeroporto Santos Dumont foi resultado de um concurso
público realizado em 1937 pelo Ministro Salgado Filho, no qual sagraram-se
vencedores os arquitetos Marcelo Roberto e Milton Roberto. Dificuldades
econômicas resultantes da Segunda Guerra Mundial resultaram em cortes no
projeto e atraso nas obras, somente entregue inaugurado ao público em 1944.
É considerado o aeroporto mais próximo de um centro urbano (1,5 km), apesar
do que, três de seus lados são abertos para a Baía de Guanabara.
Internamente, possui ótima circulação e funcionalidade, e, apesar de
projetado numa época em que não existiam nem o radar e a aviação à jato,
pôde o Santos Dumont ser adaptado aos novos usos com rara felicidade.
Possui em seu interior dois painéis em afrescos homenageando os pioneiros
da aviação e a aviação moderna. Adulterações mal feitas no prédio, no correr
dos anos, deturpou-o consideravelmente, até que um incêndio em 1998 levou a
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uma restauração integral, restituindo-lhe a primazia dentre os aeroportos
brasileiros para aviação comercial nacional.
O jardim da praça fronteira foi projetado por Roberto Burle Marx e
constituiu-se em sua primeira experiência com plantas tropicais, tendo sido um
ensaio para a obra paisagística do Aterro do Flamengo, vinte anos depois.
CENTRO CULTURAL DA AERONÁUTICA - CASTELO
Em 1936 a extinta empresa aérea PANAIR abriu concurso público para o
projeto de sua nova estação de hidro-aviões. Sagrou-se vencedor o arquiteto
Atílio Correa Lima, com um desenho de linhas moderas, inspirado na Ville
Savoie, do arquiteto suíço Le Corbusier. Dois anos depois estava inaugurada.
Sua finalidade era servir de estação para os hidro-aviões.
Possui dois pisos, ligados por elegante escada em espiral, de concreto, amplos
salões e dependências para passageiros. Com a evolução da aviação
comercial e o abandono dos hidro-aviões, o prédio foi cedido em 1941 para o
Ministério da Aeronáutica, que ali instalou o seu clube. Com a construção do
novo edifício do clube da aeronáutica, nos anos 80, ao lado, foi a histórica
construção convertida em Restaurante e, depois de algum tempo, em Centro
Cultural da Aeronáutica, com farta biblioteca e arquivo, maquetes, comendas,
medalhas e lembranças diversas, documentando a história da aviação no
Brasil.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA - R ARAÚJO PORTO ALEGRE
Projeto dos arquitetos Marcelo e Milton Roberto, escolhido em concurso
nacional de anteprojetos (1936) e que, após sua conclusão (1938), tornou-se a
primeira obra de grandes proporções da arquitetura moderna no Brasil.
Solução de grande inovação e impacto para a época, utiliza o quebra-sol (brise
soleil) vertical como elemento principal de revestimento das fachadas na
esquina ensolarada.
Os espaços internos são protegidos por uma superfície envidraçada com
esquadrias de madeira que estabelece uma circulação secundária e uma zona
de dispersão do calor entre ela e a superfície externa. O hall no térreo é amplo,
livre e direto e no coroamento do edifício localizam-se um restaurante e
terraço-jardim de autoria de Burle Marx.
O revestimento externo é todo em mármore travertino importado e os
quebra-sóis verticais, projetados inicialmente em duralumínio, foram
executados em concreto pré-moldado com base de cimento branco, para
oferecer aspecto mais homogêneo à fachada.
O prédio é tombado pelo IPHAN.
PALÁCIO DA JUSTIÇA - AV. ERASMO BRAGA C/ RUA DOM MANUEL
Reunindo todas as atividades do judiciário, antes espalhadas por
diversos edifícios, o Palácio da Justiça, inaugurado em 08 de dezembro de
1974, abriga os cartórios e varas cíveis e criminais, ofícios de tabelionato, o
juizado de família, os tribunais de instância superior do Estado do Rio de
Janeiro, bem como a Escola da Magistratura.
Do lado da avenida Erasmo Braga, estão as três estátuas da Justiça, Lei
e Equidade, inauguradas em 25 de novembro de 1964, quando o prédio ainda
estava incompleto, obras do artista Diocleciano Martins de Oliveira,
desembargador e escultor.
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CONSULADO DOS ESTADOS UNIDOS – AV. PRESIDENTE WILSON –
CASTELO – CENTRO
Edifício de arquitetura moderna e linhas sóbrias, foi projetado em 1948
pelo arquiteto americano Harrison Abramovitch, um dos mais conceituados
profissionais daquele país. Concluído em 1952. Substituiu a antiga embaixada
americana, que funcionava num pavilhão remanescente da Exposição de 1922.
Funcionou como embaixada por vinte anos. Com a transferência do
embaixador para Brasília, passou a sediar o consulado daquele país. O edifício
possui paredes reforçadas e vidros à prova de balas, com barreira de aço na
garagem e segurança ostensiva. Nos anos 60 e 70, sofreu apedrejamentos da
massa estudantil inconformada com a política norte-americana e até uma
tentativa de incêndio. Presentemente o governo norte americano estuda a
transferência do Consulado para outro imóvel, haja vista a diminuição de sua
representação no Rio de Janeiro.
CENTRO EMPRESARIAL INTERNACIONAL RIO - AV. RIO BRANCO 1
Projetado pelos arquitetos Édison e Edmundo Musa em 1989, este
edifício de 71 mil m2, destinado a abrigar o centro de comércio internacional do
Rio, encontra-se implantado em lote de 3 mil m2 junto à Praça Mauá,
tradicional zona portuária da cidade. São 18 pavimentos-tipo com 2 mil m2
cada, térreo, sobreloja e dez pavimentos de garagens, com capacidade de 740
vagas.
Além das salas para escritórios e lojas, o edifício conta com pavilhão de
convenções, restaurantes, salas de reunião, biblioteca e clube de executivos
com cabeleireiro, ginástica e outros serviços. Visando a racionalização e
funcionalidade que caracterizam o empreendimento, foram incorporados às
instalações os recursos tecnológicos mais avançados, como sistemas
automatizados para supervisão e controle predial, com diversos graus de
complexidade.
Formalmente, a solução explora uma imagem nitidamente identificada
com o repertório “pós-moderno” das grandes metrópoles norte-americanas,
expressando o poder econômico que o edifício está preparado para concentrar.
É conhecido popularmente como “RB1”, pelos cariocas.
EDIFÍCIO SEDE DO BANERJ - AV. NILO PEÇANHA
O projeto dos arquitetos associados Henrique Mindlin e Giancarlo
Palanti, construído em 1963/66, procurou responder às necessidades de
complexidade funcional e, sobretudo, à posição de destaque que a instituição
assumia a partir daquele momento na economia do recém criado Estado da
Guanabara (originalmente o edifício era sede do BEG/Banco do Estado da
Guanabara). A solução, monumental e imponente, tem por base a extrema
racionalização dos espaços e da construção.
Ao fundo do terreno concentraram-se todos os serviços, torres de
infraestrutura e de elevadores que, articulados com dois grandes pilares
frontais e com as vigas periféricas, definem o sistema estrutural do prédio,
conferindo-lhe seu caráter e aparência final. Esse sistema proporciona um
grande salão com frente para três ruas, livre de qualquer apoio ou divisão, com
grande economia de área para circulação e de divisões funcionais, propiciando
total flexibilidade em sua organização.
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Com a venda do BANERJ em fins dos anos noventa, o prédio passou a
sediar diversas secretarias de estado e, eventualmente, o gabinete do
governador.
EDIFÍCIO-SEDE CITIBANK - R. DA ASSEMBLÉIA/R. GONÇALVES DIAS
O edifício, projetado em 1979 por Davino Pontual, Paulo de Souza Pires,
Sérgio Porto e João do Nascimento Ribeiro, se insere em terreno de esquina,
no coração da cidade, junto ao Largo da Carioca. Para atender às exigências
da empresa, voltadas para a qualidade dos serviços prestados a seus clientes,
buscou-se a tecnologia mais avançada aplicável à construção civil, segurança
predial e bancária, optando por materiais e arranjos espaciais dentro de um
contexto de máxima flexibilidade.
Estabeleceu-se como critério tratar com independência os componentes
de durabilidade diferente, de modo a facilitar eventuais modificações. Assim, os
elementos de acabamento e instalações são autônomos em relação à
estrutura; no entanto, a modulação de todo o edifício, de 1,25m, permite a
integração de todos os projetos. Estruturalmente, a solução garante
flexibilidade no remanejamento dos espaços, através da eliminação de pilares
internos, com vigas e lajes protendidas vencendo vãos de 15m.
A fachada, em painéis de alumínio anodizado, isolados com manta de lã
de vidro e janelas de vidro “float” laminado, foi estudada para funcionar como
isolante térmico e acústico, além de dotar o edifício de expressão singular na
paisagem urbana. Por sua aparência, recebeu a alcunha popular de
“marmitão”.
SHOPPING AVENIDA CENTRAL - AV. RIO BRANCO C/ RUA SÃO JOSÉ
Na época de sua construção, em 1957/61, o edifício distinguiu-se por
uma série de características peculiares, não só com relação ao projeto
arquitetônico de Henrique E. Mindlin, mas sobretudo à técnica construtiva e
equipamentos utilizados. Localizada em terreno trapezoidal de 4.200m2, a
edificação cobre a totalidade da quadra apenas nos três primeiros pavimentos,
além dos dois subsolos. O aproveitamento comercial do embasamento permitiu
a redução da taxa de ocupação para 40% na torre de escritórios, sem
comprometer o equilíbrio econômico do empreendimento.
A opção pela estrutura mista, pilares e vigas em aço e lajes em concreto
armado, estabeleceu ritmo industrial à obra, concluída em menos de dois anos.
Para liberar as salas de escritórios dos elementos estruturais, os pilares foram
localizados na face externa das fachadas, e revestidos por peças de alumínio
especialmente projetadas, como medida de proteção contra corrosão e fogo.
Entre os diversos equipamentos e sistemas pioneiros utilizados, cabe
destacar os primeiros elevadores com comando eletrônico, sistema central de
ar condicionado e sistema pneumático de distribuição de água.
HENRIQUE EPHIM MINDLIN – DADOS BIOGRÁFICOS
Arquiteto modernista. Nasceu em São Paulo a 1o. de fevereiro de 1911,
filho de Joseph Mindlin, rico empresário judeu russo e irmão do conhecido
megaempresário José Mindlin. Formado em 1932 pela Escola de Engenharia
Mackenzie, de São Paulo. Construiu muito em São Paulo, Minas Gerais e no
Rio de Janeiro. Autor do conjunto residencial para a Companhia Siderúrgica
Mannesmann, em Barreiros, Minas Gerais (1955). No Rio, ganhou o 1o. Prêmio
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do concurso público para o projeto do novo prédio do Ministério das Relações
Exteriores, (1942, não construído); Hotel na Praia Vermelha, Urca, (1946, não
construído); Casa de campo de George Hime, Bom Clima, Petrópolis
(1949/52); depois projetou o Edifício Avenida Central, hoje Shopping Avenida
Central, na Av. Rio Branco, Centro (1957/61); Edifício do Banco do Estado da
Guanabara, hoje BANERJ, na Av. Nilo Peçanha, Castelo (1963/6); Sinagoga da
Associação Religiosa Israelita, na Rua General Severiano, Botafogo (1958/68);
Edifício Sede do Jornal do Brasil, na Av. Brasil, São Cristóvão (1966/9); Centro
Social do Congresso Israelita, na Rua Antônio Carlos, São Paulo (1953);
Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza (1964); Hotel Rio Sheraton, na Av.
Niemeyer, Praia do Vidigal (1968); Hotel Intercontinental, na Praia da Gávea,
São Conrado (1968/71), e muitos outros.
Autor do livro “Modern Architecture in Brazil, editado no Brasil e na
Holanda, pela Colibris (1956)”.
Henrique Mindlin faleceu em 1971.
ESTAÇÃO DO METRÔ - LARGO DA CARIOCA
As estações do Metrô tiveram em comum um critério de valorização dos
espaços públicos, através do dimensionamento das áreas de circulação, claro
direcionamento dos fluxos e da utilização de materiais resistentes e de fácil
manutenção. A estação Largo da Carioca, projetada em 1968 e entregue onze
anos depois, sob concepção de Sabino Barroso, Jayme Zettel e José Leal, não
difere das demais, embora seja uma das maiores, com previsão de tráfego
futuro bastante intenso.
Dada sua importância dentro da cidade e da rede, os arquitetos optaram
por torná-la um marco urbano, aflorando-a do solo e realçando-a com uma
cobertura de grande efeito plástico, que deixa transparecer evidente influência
do projeto de Niemeyer para o Iate Clube da Pampulha, em Belo Horizonte, de
1961.
O projeto para o Metrô/Rio foi premiado pelo IAB-RJ em 1968.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - AV. RIO BRANCO/LGO DA CARIOCA
Desde 1944 lutava a Caixa Econômica por erguer sua sede própria.
Fundada em 1861, funcionara inicialmente no pavimento térreo da antiga
Câmara dos Deputados, no sobrado da Cadeia Velha, onde hoje está o Palácio
Tiradentes. Em 1887, mudou-se para um palacete erguido na rua Dom Manuel,
mas sua crescente expansão logo o tornou pequeno. Em 1940 passou a Caixa
para um prédio na rua 13 de Maio, mas o sonho da nova sede nunca
esmoreceu. Em 1951 foi comprado o velho palacete do Liceu de Artes e
Ofícios, inaugurado em 1911 na avenida Rio Branco, ocupando toda a quadra
entre esta avenida, a av. Almirante Barroso, rua Bittencourt da Silva e Largo da
Carioca, um dos pontos mais nobres da cidade.
Em 1955 foi lançada a pedra fundamental do novo prédio, projetado
pelos arquitetos Ney Gonçalves Fontes, Paulo Cardoso Mourão e João Alfredo
Ortigão Tiedmann. Quando tudo estava já muito adiantado, ocorreu em março
de 1964 o Golpe de Estado, resultando no afastamento de toda a diretoria por
motivos políticos e a suspensão das concorrências, tendo sido todas as obras
paradas por cinco anos. Foi o edifício parcialmente inaugurado em 1970.
Mereceu especiais estudos sua caixa-forte, com mil metros quadrados, portas
de 25 toneladas e fechaduras com 100 milhões de combinações, executada
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pela mesma empresa que fez a caixas-fortes do Forte Knox, do Manhatann e
do Federal Reserve Bank, nos Estados Unidos.
Este magnífico imóvel, que levou vinte anos para ser concluído, foi presa
de um incêndio em 1974 que destruiu-lhe toda a loja e vários pavimentos,
sendo reconstruído em 1976. Foi batizado de “Palácio da Economia”.
EDIFÍCIO-SEDE DO BNDES - AV. REPÚBLICA DO CHILE - CENTRO
Projeto de 1974 feito por uma equipe paranaense participante habitual
de concursos de arquitetura, formada por Alfred Willer, Joel Ramalho Jr., José
Sanchotene, Leonardo Oba, Oscar Mueller e Rubens Sanchotene, e que reflete
a conciliação de várias condicionantes. Por um lado, atendimento ao programa;
por outro, restrições estabelecidas pela proximidade de um monumento
histórico, Convento de Santo Antônio, pela legislação local, que exige
proporcionalidade entre as áreas para estacionamento e escritórios.
Esta conciliação tornou-se possível com o partido adotado:
aproveitamento integral do terreno ao nível do subsolo para fins de
estacionamento e instalação de serviços específicos, e concentração dos
escritórios em uma torre de base quadrada sobre embasamento em forma de
tronco de pirâmide que abriga o saguão de entrada, acessos principais e
algumas áreas destinadas à utilização especial.
O teto do embasamento forma uma cobertura ajardinada, que constitui
uma continuação visual do morro do convento e da estação Carioca do Metrô.
Devido ao revestimento em vidro fumê, que economiza a aparelhagem de ar
condicionado, recebeu este edifício a alcunha popular de “Idi Amin”, em
lembrança ao ex-ditador ugandense.
EDIFÍCIO-SEDE DO BNH - AV. CHILE - CENTRO
As atividades administrativas do Banco Nacional da Habitação, extinto
em 1986, foram distribuídas em dois prismas de área interna livre, conjugados
a um terceiro, central, onde concentram-se circulações verticais, sanitários,
áreas de apoio e de serviço. Este corpo é totalmente revestido de concreto, e
os laterais são envoltos em cortinas de vidro intercaladas por montantes
contínuos, contribuindo para a acentuada verticalidade da composição, que se
completa com um teatro (Nelson Rodrigues), implantado junto a espelho
d`água no piso de acesso.
Projetou o prédio em 1968 os arquitetos Haroldo Cardoso de Oliveira e
Rogério Marques de Oliveira. Integram-se ao conjunto arquitetônico os painéis,
esculturas e luminárias de Carybé, Freda Cavalcante Jardim, Ernani Macedo,
Ion Muresanu, Roberto Sá e Pedro Correa de Araújo. É deste último o painel
em mármore aplicado sobre a parede externa do teatro.
O povo carioca, sempre afeito à galhofa, cunhou ao prédio o apelido de
“casa própria”.
EDIFÍCIO SEDE DA PETROBRÁS - AV. REPÚBLICA DO CHILE - CENTRO
Projeto vencedor de concurso nacional em 1968 por um grupo de
arquitetos formados em São Paulo e estabelecido em Curitiba, formado por
Roberto Luiz Gandolfi, José H. Sanchotene, Abraão Assad e Luiz Fortes Netto,
todos com participação sistemática em concursos de arquitetura. O programa
surgiu da necessidade de concentrar toda administração central da empresa,
em terreno de 10 mil m2, na Esplanada de Santo Antônio, área central de
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ocupação recente cuja principal característica é a escala monumental das
edificações.
Contrariando a solução tradicional, que corresponderia a uma lâmina
vertical, os arquitetos conceberam uma estrutura quadrangular, guardando
considerável distância em relação às edificações vizinhas. Basicamente, o
projeto pode ser dividido em quatro setores: subsolos, embasamento, torre e
coroamento. Nos dois subsolos estão garagem e serviços gerais, no
embasamento, térreo 1o. e 2o. pavimentos, recepção e espaços culturais e, no
coroamento, salas da diretoria e presidência e equipamentos de
telecomunicações.
Os 21 pavimentos para escritórios correspondem à superposição de
plantas em cruz ou em “H”, intercaladas por pavimentos quadrangulares. Os
vazios decorrentes, para ventilação e iluminação dos ambientes, receberam
tratamento paisagístico por Burle Marx. No núcleo central, única parte em
alvenaria, estão concentradas circulações e serviços: sanitários, copas, 25
elevadores, escadas, prumadas de instalações.
A estrutura projetada por Emílio Baumgart é modulada, com intercolúnio
de 12,5m e pilares em cruz, envolvidos por chapas de aço. Brises móveis de
alumínio foram dispostos de acordo com a orientação solar: horizontais na
fachada norte, e verticais, nas fachadas leste e oeste.
O formato inusual do prédio foi motivo para que o povo o alcunhasse de
“colméia”.
CATEDRAL DE SÃO SEBASTIÃO - AV. REPÚBLICA DO CHILE
Desde o século XVIII a Sé do Rio de Janeiro esteve em sedes
provisórias, haja vista a ruína da Igreja do morro do Castelo. Perambulou o
cabido sucessivamente pelas igrejas da Santa Cruz dos Militares (1703/04 e
1734/37), São José (1704/34), Rosário (1737/1808) e Carmo (1808/1976). Em
1953 intentou-se construir a nova Catedral no Atêrro do Flamengo, mas, em
seu lugar, construiu-se o Museu de Arte Moderna. Já em 1960, foi doado à
Mitra um extenso lote na esplanada de Santo Antônio, confirmada pelo
Governador Carlos Lacerda em 1963. Neste mesmo ano, são feitas as plantas
pelo arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca, sendo a pedra fundamental
lançada em 1964 pelo Cardeal e o Governador Lacerda.
A construção propriamente dita começou ano seguinte, pela firma
Severo e Villares. O formato cônico da Catedral exigiu fundações custosas e
estruturas em concreto e aço muito complexas, demorando assim a construção
doze anos. Com cem metros de base, noventa de altura e capacidade para
mais de 10 mil fiéis, o conjunto só tomou a forma atual em 1971. Neste ano, o
arquiteto Padre Paulo O.S.B., projetou todo o interior, sacristia e pia batismal
alterando o projeto do arquiteto Edgar Fonseca.
A planta interna obedeceu à nova orientação pedida no Segundo
Concílio Vaticano, de 1960, sugerindo que as novas igrejas não deveriam
privilegiar lugares internos, surgindo daí as famosas igrejas circulares. A
decoração interna é simples e ainda incompleta, ressaltando-se porém os
quatro belos vitrais versando sobre as virtudes da Igreja Católica e os belos
painéis que ladeiam o altar, talhados em esteatita por Humberto Cozzo em
1971, que também executou o grupo escultórico da enorme cruz suspensa
sobre o altar. No subsolo, funciona um ossuário com 20 mil gavetas e capela,
um ossuário Episcopal, Museu de Arte Sacra, Arquivo da Arquidiocese, Banco
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da Providência, Sedes de Pastorais, estacionamentos e escritórios, bem como
outras repartições da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Todo o conjunto, que se inspira nitidamente na Catedral de Brasília, foi
inaugurado ainda incompleto em 16 de novembro de 1976, data comemorativa
do tricentenário do Bispado do Rio de Janeiro. Quando da visita ao Brasil do
Papa João Paulo II, em junho de 1980, promoveu-se outra inauguração.
Em 1985 inaugurou-se a torre sineira, com seu carrilhão.
EDIFÍCIO SEDE DO BANCO BOAVISTA - PRAÇA PIO X/R. DA QUITANDA
Implantado em lote de esquina no centro da cidade, este projeto de
Oscar Niemeyer, de 1946, apresenta solução de grande criatividade ao atender
à legislação vigente, que exigia o recuo do pavimento térreo visando a criação
de galerias dos dois lados da av. Presidente Vargas.
O edifício compreende subsolo, térreo, mezanino e mais dez
pavimentos-tipo, com planta livre. A estrutura é modulada e independente da
fachada e a circulação vertical foi concebida em dois blocos, para atender
independentemente ao banco e aos pavimentos destinados a aluguel.
Elemento fundamental na composição é a parede de fechamento do térreo, em
tijolos de vidro, de desenho sinuoso e elegante que valoriza a volumetria do
edifício e enriquece o ambiente interno da agência bancária.
As três fachadas receberam tratamento diferenciado: a fachada sul
(frontal), sobre a qual praticamente não incide sol, é inteiramente envidraçada;
a oeste(lateral) foi tratada com quebra-sol vertical de madeira, ajustável à
mudança de angulação de incidência solar conforme a época do ano; e a
norte(posterior) foi resolvida com brises horizontais estruturados em placas
fixas de concreto. O painel em mosaico no pórtico de entrada é de autoria de
Paulo Werneck e o mural no mezanino, de Cândido Portinari.
O prédio é tombado pelo Estado.
EDIFÍCIO SEDE DO BANCO ALIANÇA (HOJE ITAÚ) - PRAÇA PIO X, 99
Prédio singelo projetado por Lúcio Costa em 1960, que busca superar as
condições desfavoráveis do lote urbano com solução de grande simplicidade e
adequação plástica e funcional.
Na fachada nota-se a reinterpretação de elementos tradicionais de
arquitetura no Brasil, como a treliça e o azulejo, ajustando-os às exigências e
comportamentos contemporâneos, e com função de amenização do impacto
solar no posicionamento do lote.
No coroamento do edifício há liberação de uma área frontal com
introdução de terraço-jardim de grande efeito para as áreas internas
adjacentes.
BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL - AV. PRES. VARGAS - CENTRO
Fruto de tumultuado concurso público nacional, vencido em 1985 pelo
arquiteto Glauco Campello, a Biblioteca respondeu ao objetivo de proporcionar
um ambiente aberto e confortável aos interessados em leitura, pesquisa e
estudos. Durante o desenvolvimento do projeto, o arquiteto decidiu
compatibilizá-lo à estrutura montada pela administração estadual para
construção dos CIEPs, empregando peças pré-fabricadas em concreto que,
quando articuladas, originam um arcabouço capaz de ser construído em curto
prazo.
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Os espaços arquitetônicos são definidos pela própria estrutura: no nível
semi-enterrado estão os serviços de apoio, pequeno auditório e salas de usos
múltiplos, e no térreo grandes salões para sistemas de comunicação não
convencionais, espaços para exposições e biblioteca. A parte superior, à qual
se tem acesso por rampa ou escada, é totalmente destinada à leitura, e recebe
iluminação através da cobertura. O espaço é amplo e generoso e os
compartimentos(salas de leitura e vídeo) tem divisórias à meia-altura, para não
comprometer a continuidade espacial. Há previsão para um bloco anexo,
destinado à administração.
CENTRO DE CONTROLE OPER. E DE MANUTENÇÃO DO METRÔ
Conjunto destinado a abrigar o setor administrativo, centro de controle
operacional e de manutenção do Metrô. Na ocupação da área, um amplo
terreno na av. Presidente Vargas, próximo à Praça XI, a equipe da IESA Internacional Engenharia S. A ., que o projetou em 1981, considerou as
construções existentes ao longo da av. Presidente Vargas e o viaduto São
Sebastião, que corta o terreno no sentido transversal.
Embora projetadas independentemente, nota-se a preocupação em
dotar as unidades de ritmos complementares, ainda que com tratamento
bastante diferenciado. O centro de controle, localizado num dos extremos do
terreno, é o volume dominante do conjunto, com sua fachada movimentada por
elementos de concreto e vidro. Já os galpões do centro de manutenção, com
garagens e oficinas para reparo de trens e equipamentos, têm cobertura de
abóbadas de concreto. As edificações complementares: refeitório, posto de
abastecimento, almoxarifado, etc., constituem unidades autônomas,
organizadas ao longo do eixo longitudinal do terreno.
CENTRO EDUCACIONAL CALOUSTE GULBENKIAN - PRAÇA XI
O programa objetivava a criação de uma escola para monitores e
especialização de professores de artes plásticas, cênicas e musicais. A parte
prática seria exercida em pequena escola anexa, atendendo a alunos de jardim
de infância e primário, a ser integrada à rede de ensino estadual. O projeto foi
desenvolvido em 1968 pelas arquitetas Rizza Paes Conde e Cleia Braga, na
Secretaria de Educação, a partir de extensa discussão com professores
especializados que, posteriormente, viriam a fazer parte do corpo docente da
escola.
Atendendo posturas urbanísticas da área e, simultaneamente, visando
simplicidade na construção e uso, adotou-se solução horizontal, com três
pavimentos, que abrigam espaços organizados de acordo com as afinidades
entre cursos. O conforto térmico-ambiental é garantido por dois pátios internos,
circulações cruzadas de ar, controláveis nos diversos ambientes, varandas e
“brise-soleil” nas fachadas ensolaradas. Concreto e tijolos aparentes são os
materiais predominantes.
PASSARELA DO SAMBA - R. MARQUÊS DE SAPUCAÍ - CATUMBI/PÇA XI
Os trabalhos mais recentes de Oscar Niemeyer, em oposição a seus
trabalhos iniciais, caracterizam-se pela escala monumental, e são sempre
ponto focal de polêmicas acirradas. A Passarela do Samba, primeira obra
dessas proporções no Rio, veio substituir o tradicional monta-desmonta das
arquibancadas para o carnaval. Além da passarela, o “Sambódromo” inclui
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escolas para 16 mil alunos, Museu do Carnaval e Praça da Apoteose,
introduzida como inovação nos desfiles, com espaço para festivais e atividades
culturais.
A configuração peculiar do terreno interferiu no partido e na definição da
implantação: de um lado da avenida foi implantado um longo bloco de
camarotes e, do outro, as arquibancadas, separadas em seis blocos de 30m
sobre pilotis para permitir ao povo acompanhar o desfile em toda sua
extensão(na verdade, este espaço passou a ser ocupado por cadeiras, de
comercialização garantida). O final da passarela se abre numa grande praça, a
Apoteose, coroada com um arco que assinala o fecho da composição e
sustenta o equipamento de som.
O concreto, elemento fundamental na arquitetura de Niemeyer, foi
adotado em elementos pré-fabricados, viabilizando prazos reduzidos de
execução. No caso em questão, a obra foi inaugurada em princípios de março
de 1985, depois de apenas 120 dias de construção. A pista de desfiles mede
50m x 700m, totalizando 35 mil m2. A Praça da Apoteose possui 300m de
extensão e 24 mil m2 de área. As arquibancadas podem conter um máximo de
86 mil pessoas sentadas. A área total de construção atinge a 65 mil m2. A
altura máxima das estruturas atinge 18m(altura de um prédio de seis andares).
10 mil pessoas são necessárias para mantê-la funcionando nos quatro dias de
carnaval. 16 ruas são fechadas nessa ocasião. Quatro passarelas de pedestres
são retiradas para passarem os carros alegóricos. Quatro meses de
preparação são necessários para funcionar os quatro dias de carnaval. Os
cabos elétricos para iluminação da pista atingem 17km se enfileirados. Foi
calculista da obra o engenheiro José Carlos Sussekind.
Dirigiu a construção o engenheiro Luís Otávio Brizola. A construção foi
executada sob consórcio de várias empresas, em especial a Mendes Júnior,
Carioca, Erevan e Presidente.
OSCAR NIEMEYER SOARES FILHO - DADOS BIOGRÁFICOS
Nasceu no Rio de Janeiro em 1907, filho de pais abastados, com
tradição de grandes engenheiros na família. Arquiteto, diplomou-se em 1934
pela Escola Nacional de Belas Artes. Trabalhou inicialmente no escritório de
Lúcio Costa, como desenhista. Fez parte da equipe que, à partir de 1936,
projetou o prédio do Ministério da Educação, Cultura e Saúde Pública, partindo
de um estudo de Le Corbusier. Chefiou essa equipe a partir de 1939, em
substituição a Lúcio Costa, com quem projetou, no mesmo ano, o Pavilhão do
Brasil na Feira Mundial de Nova York, tendo colaborado nesse projeto o
arquiteto Paul Wiener. Executou os projetos para o bairro da Pampulha, em
Belo Horizonte: Capela, Cassino, Casa de Bailes e Iate Clube, entre 1942 e
1943. Projetou o Grande Hotel de Ouro Preto (1940) e o Colégio de Diamantina
(1943), para o SPHAN, numa tentativa ousada de combinar o mais precioso
conjunto de arquitetura colonial com a construção moderna. O arrojo da
plástica e a originalidade da concepção já eram, então, características
marcantes da obra de Niemeyer.
Projetou e executou o Hospital da Sulamérica (1949); sua casa nas
Canoas (1951); conjunto do Parque Ibirapuera, em São Paulo (1951/54), para
as comemorações do IV Centenário da capital paulista; Museu de Arte
Moderna, em Caracas (1953); Quarteirão Hansa, em Berlin (1955); além de
muitíssimos outros projetos no Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Foi o autor dos
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grandes conjuntos de Brasília: Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada,
Supremo Tribunal Federal, Palácio do Congresso, Ministérios, Palácio
Itamaraty, Catedral, Universidade, Teatro Nacional, blocos residenciais, etc.,
(1957-1967); e, em época mais recente, o Memorial JK, em 1983.
Impedido de trabalhar pelo regime militar, auto-exilou-se na Europa em fins dos
anos sessenta, tornando, por sua vez, sua obra universal, com construções na
União Soviética, França, Itália, Argélia, Angola, Israel, Portugal, etc.
Retornando ao Brasil na década de setenta, recebeu muitas encomendas,
principalmente no Estado do Rio de Janeiro: CIEPs (1983-92), com mais de
cem construídos; Sambódromo (1983-84); bem como projetos menores, casas,
monumentos, o belíssimo Museu de Arte Contemporânea, de Niterói (1995-97),
considerado por ele mesmo sua obra prima; e o Memorial da América Latina,
em São Paulo (1996-98), onde expõe, no concreto sem revestimento, de
maneira artística e crítica e na cidade mais rica da América Latina, toda a
opressão sofrida por este continente em séculos de colonialismo e exploração.
É considerado pela crítica mundial como o maior arquiteto vivo do
ocidente, bem como possuidor de obra mais vasta. É também refinado escritor,
artista plástico, designer e desenhista. Em suas obras, justifica a falta de
funcionalidade em alguns projetos informando ser a criação da beleza a
principal função da arquitetura. Ainda trabalha muito, não poucas vezes sem
cobrar, principalmente se o projeto possui cunho social.
ARQUIVO GERAL DA CIDADE - RUA AMOROSO LIMA, 15 - PRAÇA XI
A construção de um novo prédio para o arquivo geral do Rio de Janeiro,
obra de 1977 feita por Édison e Edmundo Musa, surgiu da necessidade de
recolher em local adequado toda a documentação espalhada pelas repartições
municipais.
Seguindo o programa elaborado pela prefeitura, a edificação foi
projetada respeitando com folga os afastamentos e resultou numa planta
retangular que obedece à modulação 1,25m x 1,25m, com prumada de
circulação vertical e instalação em corpo anexo. A solução estrutural adotou
pilares periféricos e lajes protendidas que garantem salões livres de
obstáculos. Em todos os andares onde há salas para armazenamento, as quais
não possuem janelas para evitar incidência de luz sobre os documentos,
existem também locais de consulta pública.
Por medida de segurança, foram localizadas em andares alternados
salas de estar especialmente para fumantes, dotadas de exaustão própria.
Existe previsão para acréscimo de um segundo bloco, semelhante ao
executado, em lote anexo.
URBANIZAÇÃO DO PARQUE DO FLAMENGO - ATERRO DO FLAMENGO
Proposta urbanística de reorganização viária e paisagística da orla da
cidade, entre o centro e a zona sul. A área, com cerca de 1.200 mil m2, foi
conquistada ao mar entre 1954-65 com material proveniente do desmonte do
morro de Santo Antônio, na área central. O projeto elaborado em 1962 tira
partido da situação privilegiada que reúne ao mesmo tempo o cenário das
montanhas e o mar. A proposta do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, que na
época exercia a direção do Departamento de Urbanismo da Prefeitura, era criar
um grande parque urbano, cortado por vias expressas de ligação centro-zona
sul. No plano original, parcialmente executado, estavam previstos locais e
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instalações adequadas para prática de esportes, espetáculos diversos,
piqueniques, restaurantes, etc., beneficiando várias faixas etárias. A segurança
dos pedestres foi assegurada por passagens subterrâneas e passarelas
dispostas ao longo do parque. A concepção paisagística foi entregue a Burle
Marx, e em muito contribuiu para o enriquecimento do conjunto, já que a área
ajardinada corresponde a mais de 900m2. Foi inaugurado a 12 de outubro de
1965 e até 1980 era o maior parque urbano do mundo. O Parque Governador
Carlos Lacerda e Brigadeiro Eduardo Gomes, nomenclaturas corretas do
logradouro, apresenta ao longo de sua área importantes atrativos turísticos,
entre os quais:
MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO
HISTÓRICO
Fundado no Rio de Janeiro em 1948 por um grupo de intelectuais,
destacando-se entre eles Niomar Muniz Sodré e Raymundo de Castro Maya, o
MAM surgiu humilde, num salão do segundo andar do Palácio Gustav
Capanema. Com o crescimento do acervo, se impôs a necessidade de uma
moderna sede. Foi então contratado o arquiteto Affonso Eduardo Reidy, que
apresentou um projeto de vanguarda em 1953, para ser edificado no Aterro do
Flamengo, o qual apenas existia em projeto. Iniciado em 1955, foi entregue ao
público em 1967, três anos após a morte do arquiteto e faltando erguer o
teatro, o que se mantém até hoje (2.005).
A CONTRIBUIÇÃO
Lugar historicamente privilegiado da vanguarda e do experimentalismo
no país, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro viu nascer parte
considerável de nossos movimentos artísticos e lançou muitos de nossos
artistas mais importantes. Do Grupo Frente (1954), formado a partir da primeira
turma de adultos de Ivan Serpa no MAM, ao Neoconcretismo (1959); do Ateliê
de Gravura (1959) à Nova Objetividade Brasileira (1967), passando pelas
exposições "Opinião 65" e "Opinião 66"; das mostras Resumo JB (1964- 1972)
aos Salões de Verão (1969- 1974); dos Domingos da Criação (1971) à Área
Experimental (1975- 1976), foram incontáveis os eventos e os artistas que pelo
MAM passaram, ou nele tiveram uma referência fundamental para o
florescimento de suas obras.
O PRÉDIO
A dinâmica do programa incentivou o arquiteto Affonso Eduardo Reidy
na busca de soluções extremamente criativas e avançadas para a época
(1953), o que resultou numa das obras fundamentais da arquitetura moderna
brasileira. Foi critério básico do projeto evitar que a implantação do edifício, em
área aterrada, perturbasse a harmonia do entorno, composta pela Baía de
Guanabara e pela silhueta do Pão de Açúcar. Este respeito à paisagem
motivou solução predominantemente horizontal, em contraposição ao perfil
movimentado pelas montanhas. Organizou-se o conjunto em três blocos:
museu, escola e teatro (não concluído). O corpo do museu se impõe aos
anexos por suas dimensões e pela volumetria marcante, com solução estrutural
semelhante a adotada por Reidy para o projeto do colégio Paraguai-Brasil. Este
bloco, concluído em 1967, foi concebido de forma a manter livre o pavimento
térreo, permitindo à visão atravessá-lo sem obstáculos. Especial atenção foi
dada à galeria de exposições, projetada com área de aproximadamente 3.400
m2, livre de pilares, com total flexibilidade na utilização de espaços. Seu piso
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repousa sobre uma das pontas do pilar em “V”, enquanto a laje de teto é
suspensa por tirantes de aço até a viga transversal que, unida aos pilares
laterais, forma o arco predominante em toda a composição. Os jardins que
circundam o edifício, bem como o terraço-jardim situado na cobertura do blocoescola são de Burle Marx.
A TRAGÉDIA
Em 1978, um incêndio destruiu o bloco de exposições e o acervo, de
valor incalculável, tendo como conseqüência a perda de 950 peças, entre as
quais obras de Picasso, Salvador Dali, René Magritte, Jackson Pollock, Torres
Garcia, Portinari e Di Cavalcanti.
RECONSTRUÇÃO
Imediatamente após o trágico acidente que chocou o meio cultural de
todo o mundo, começaram as manifestações de solidariedade sob a forma de
doações de artistas, instituições e mesmo de governos - como o da França,
que enviou ao
obras como a de Pierre Soulages - mas os esforços de
reconstrução do acervo foram largamente prejudicados por crises sucessivas
da economia brasileira. Foi necessário um longo período de pequenas adições
para que a coleção do Museu voltasse a ocupar seu lugar de destaque.
Atualmente, com cerca de onze mil obras, ela dispõe de esculturas e pinturas
de artistas de renome internacional como Fernand Léger, Alberto Giacometti,
Jean Arp, Henry Moore, Barry Flanaghan, Bourdelle, Poliakov, Henri Laurens,
Marino Marini, Max Bill, César, Lipchitz, Carlo Carrà e Lucio Fontana. Além da
coleção internacional, há um grupo notável de artistas latino-americanos, entre
eles Joaquim Torres García, Cruz Díez, Jorge de la Vega, Romulo Macció, Xul
Solar, Antonio Seguí e Guillermo Kuitca, além de brasileiros como Bruno
Giorgi, Maria Martins, Di Cavalcanti e, naturalmente, representantes do
neoconcretismo como Lygia Clark, Helio Oiticica, Franz Weissmann, Amílcar de
Castro e Wyllis de Castro.
A DOAÇÃO CHATEAUBRIAND
Desde 1993, o Museu de Arte Moderna recebeu, em regime de
comodato, um reforço dos mais notáveis para seu acervo. A Coleção Gilberto
Chateaubriand, internacionalmente conhecida como o mais completo conjunto
de arte moderna e contemporânea brasileira, e cujas cerca de quatro mil peças
compõem um impressionante painel do período em um só museu do País. A
coleção tem trabalhos pioneiros da década de 10, como os de Anita Malfatti
(duas paisagens de 1912 e O Farol, de 1915), e prossegue através do
modernismo de Tarsila do Amaral (o Urutu, de 1928), Lasar Segall, Di
Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro, Portinari, Pancetti, Goeldi e
Djanira, entre outros. Desenvolve-se através dos embates dos anos 50 entre
geometria e informalismo, das atitudes engajadas e transgressoras da Nova
Figuração dos anos 60 e da arte conceitual da década seguinte, dos artistas
que constituíram a Geração 80, até desembocar nos mais jovens artistas
surgidos nos dois ou três últimos anos. O colecionador reuniu praticamente
todos os artistas que conquistaram um lugar de destaque internacional para a
arte brasileira: Aluísio Carvão, Ivan Serpa, Antônio Dias, Rubens Gerchman,
Carlos Vergara, Roberto Magalhães, Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Artur
Barrio, Antônio Manuel, Jorge Guinle, Daniel Senise, José Bechara, Rosangela
Rennó e Ernesto Neto, e centenas de outros não menos destacados (são cerca
de 400 artistas no total). Renovada através de aquisições que o colecionador
faz periodicamente, em especial junto a artistas jovens e ainda não
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consagrados pelo circuito de arte, a Coleção Gilberto Chateaubriand é sempre
apresentada em exposições temáticas, não somente nas dependências do
Museu, mas igualmente através de exposições itinerantes dentro e fora do
País.
Somado a esta coleção por si só impressionante, o Museu de Arte
Moderna abriga, ainda, um terceiro conjunto igualmente expressivo, com cerca
de quatro mil obras de fotógrafos brasileiros, que compõem um terceiro acervo,
adquirido em parte graças a uma dotação especial da White Martins. A coleção
de fotografia do MAM, ainda em fase de tratamento museológico, está sendo
preparada para ser brevemente apresentada ao público em ciclos de
exposições temáticas.
O PRESENTE
Dotado de um arquivo que remonta a milhares de documentos,
cinemateca e uma extensa programação de cursos, palestras e exposições, o
MAM é um museu vivo, que soube superar as adversidades e enfrentar o
século XXI como um dos mais ativos centros culturais do Rio de Janeiro.
MONUMENTO NACIONAL AOS MORTOS DA 2A. GUERRA MUNDIAL
Localizado na Avenida Infante Dom Henrique, no Parque do Flamengo,
na Glória, em frente à Praça Paris. Teve sua construção iniciada graças ao
Marechal Mascarenhas de Moraes, em 24 de junho de 1957, terminando
exatamente três anos depois e sendo inaugurado a 05 de agosto de 1960. Seu
projeto de construção foi de autoria dos arquitetos Hélio Ribas Marinho e
Marcos Konder Netto, escolhido em concurso público nacional. O monumento,
com 6.850 m2, custou 115 milhões de cruzeiros. Está situado numa praça
ajardinada, com 10 mil metros quadrados (Praça Pistóia) e é constituído de três
planos: sub-solo, patamar e plataforma. No sub-solo, com 1.600m2, estão
localizados o Mausoléu, a Administração e os Alojamentos da Guarda.
O Mausoléu, pavimentado com granito de Ouro Preto, com as paredes
laterais revestidas em quartzito verde e as do topo com granito preto, lustrado e
mármore floresta serrado. Este Mausoléu acha-se dividido em duas partes
distintas, estando numa delas, 468 jazigos, agrupados em 11 quadras
alternadas, divididas por uma floreira de alumínio anodizado, em negro,
revestidos de granito preto e com lápides de mármore de Carrara. Destes 468
jazigos (4 marinheiros, 7 aviadores e 457 soldados), 15 não possuem
identificação, achando-se vazios 2 deles e 13 com a seguinte inscrição: “Aqui
jaz um herói da FEB - Deus sabe seu nome”. Na parede lateral esquerda,
encimando o quartzito verde, estão gravados em mármore, os nomes dos
1.121 mortos da Marinha Mercante e da Marinha de Guerra, vítimas de
torpedeamento e os soldados do Exército não identificados na Campanha da
Itália. O mais velho contava 40 anos e o mais moço 19. Os soldados Antenor
Ghirlanda (SP), Attílio Pífer (SP) e Constantino Maroqui (PR), foram os
primeiros a falecer em ação, a 21 de setembro de 1944, quinze dias após o
início das operações de guerra.
No patamar estão: o museu, jardim interior, lago artificial, 01 conjunto de
mastros e 02 enormes painéis de cerâmica, feitos pelo artista Anísio Medeiros
para homenagear as marinhas de guerra e mercante.
A plataforma, de concreto armado, a 03 metros do solo, é atingida por
monumental escadaria, com 30 metros de largura e 26 degraus. Tem o formato
de um “L” maiúsculo e nela são encontrados: o pórtico monumental, inspirado
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nos monumentos funerários da pré-história; o painel metálico, de autoria de
Júlio Catelli Filho, representando a Força Aérea Brasileira; o túmulo do Soldado
Desconhecido, com a pira eterna; a pirâmide triangular, com os nomes dos
realizadores do Monumento; e, finalmente, o grupo escultórico, de autoria de
Bruno Giorgi, homenageando as três Forças Armadas.
Este Monumento é guardado pelas três Forças Armadas do País, que se
revezam às 12:00h do dia 1o. de cada mês, numa “rendição da guarda”, que se
constitui num dos mais belos espetáculos cívico-militares da cidade.
Visitado diariamente por centenas de pessoas, do País e do Exterior,
não passando em momento algum a idéia de que seja um monumento aos
mortos, e sim à vida eterna.
HÉLIO RIBAS MARINHO – DADOS BIOGRÁFICOS
Arquiteto. Nasceu em Belém do Pará em 1924. Graduado pela
Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil em 1948. Autor,
em colaboração com Marcos Konder Netto, do projeto do Monumento Nacional
aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Parque do Flamengo (1955/60).
Projetou o Banco da Amazônia em Belém, Pará. Autor de muitos projetos de
albergues para imigrantes no Vale do São Francisco. Projetou e construiu
muitas residências na Cidade do Rio de Janeiro e em Correias, Petrópolis.
Professor da Faculdade Nacional, da Universidade Santa Úrsula e de outras
instituições.
Durante o regime militar foi proibido de exercer o magistério.
MARCOS KONDER NETTO – DADOS BIOGRÁFICOS.
Arquiteto, nascido em Santa Catarina em 1927. Formou-se em 1950
pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil e trabalhou
com Affonso Eduardo Reidy e Sérgio Wladimir Bernardes. Em 1955 foi
vencedor, em colaboração com Hélio Ribas Marinho, do Concurso Nacional
para a escolha do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra
Mundial, construído no Parque do Flamengo em 1955/60. Vencedor e
classificado em vários concursos nacionais, obteve, em 1961, Menção Honrosa
na VI Bienal de São Paulo e, em 196, Menção Honrosa (em colaboração com
Ulisses Burlamaqui) no Concurso Peugeot, de âmbito internacional, e realizado
na Argentina. Ocupou a Presidência do Instituto de Arquitetos do Brasil –
Departamento da ex-Guanabara, no período de 1965/7.
É arquiteto do Serviço Público desde 1952 e Professor Assistente da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de
Janeiro desde 1955. No período 1950/60, foi um dos responsáveis pelo
movimento de reação, entre os jovens arquitetos, contra o caráter
excessivamente racionalista da arquitetura brasileira de então. Entre suas
obras podem ser citadas: o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda
Guerra Mundial, mencionado acima; Pôsto de observação de corridas de
lanchas, na Ilha do Governador; Conjunto da Estação do Oleoduto Rio-Belo
Horizonte da Petrobrás, em Caxias; Centro de Formação Profissional do SENAI
– Serviço Nacional da Indústria, em Fortaleza; Centro Social e Desportivo do
SESI – Serviço Social da Indústria, em Barra do Ceará; residência Nunes
Sumares em Petrópolis; Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova,
Rio (1976/8). Restaurante Porção Rio`s, no Parque do Flamengo (1978, em
colaboração com Hélio Ribas Marinho), e muitas outras mais.
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ANÍSIO DE ARAÚJO MEDEIROS – DADOS BIOGRÁFICOS
Arquiteto, desenhista, pintor e cenógrafo, Anísio Medeiros nasceu no
Piauí, em 1922. Realizou sua primeira exposição de pinturas em 1944.
Formou-se pela Faculdade Nacional de Arquitetura em 1948. Conquistou o
prêmio de viagem ao estrangeiro no Salão Nacional de Arte Moderna (1956).
Premiado na VIII Bienal de São Paulo com um trabalho de cenografia (1966).
Autor dos três painéis (dois trabalhos em cerâmica sobre as marinhas de
guerra e civil, e um grande afresco sobre a guerra e a paz) no Monumento
Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial (1960). Exerceu o magistério
de artes na Universidade Santa Úrsula (1977).
Já é falecido.
EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS DO PARQUE DO FLAMENGO
Dentro da proposta urbanística de reorganização viária e paisagística,
estabelecida pelo projeto para o Aterro do Flamengo, enquadram-se os
equipamentos comunitários de requintada concepção arquitetônica, do próprio
arquiteto Affonso Eduardo Reidy. Os dois pavilhões de recreação, o coreto, e a
pista de espetáculos ao ar livre, foram projetados em concreto armado, com
linguagens plásticas semelhantes. Houve a preocupação de valorizar cada
equipamento com um volume significativo, coerente com o conjunto de obras
do entorno. Integra ainda o plano de Reidy o viaduto em frente ao Museu de
Arte Moderna, obra viária das mais elegantes, cuja estrutura em concreto
protendido (100m de comprimento, 10m de largura e 50m de vão) se lança
suavemente em curva sobre a pista e pousa entre os jardins de Burle Marx.
MARINA DA GLÓRIA - AV. INFANTE D. HENRIQUE S/NO. - PQ. DO FLAM.
A ampla área criada com o aterro do Parque do Flamengo foi destinada
à construção de espaços para lazer com diversos equipamentos comunitários,
restaurantes e marina, esta última projetada por Amaro Machado em 1976-78,
e implantada em frente à enseada da Glória. O nível do aterro existente, com
5m acima da maré média, foi considerado inadequado à finalidade do
programa, tendo sido a cota geral reduzida para 2m. Neste nível foi implantada
a sede, num só pavimento, com dependências para administração,
treinamento, serviços de apoio e comercialização de artigos náuticos e
depósito para 144 barcos de diversas categorias até 18 pés. Sua cobertura é
um terraço-jardim que se prolonga pela praça, determinando uma interação
com o meio, o que traduz o cuidado do arquiteto em não agredir a paisagem.
Foram projetados ancoradouros para 200 barcos de vários tamanhos, cada um
com instalações independentes de água e luz. Dentre os barcos ali amarrados,
são atrações turísticas: o Iate Lady Laura III, de Roberto Carlos; o Iate
Casablanca, da Saveiro`s Tour, e outros. Possui estacionamento próprio.
RESTAURANTE PORCÃO RIO`S - AV. INFANTE D. HENRIQUE, S/N.
O restaurante integra-se ao projeto de urbanização para o Parque do
Flamengo, tombado pelo IPHAN. Na elaboração do projeto, em 1978, a falta de
um programa definido levou o arquiteto Marcos Konder Netto a uma concepção
que admitisse grande flexibilidade de uso. Assim, foram previstos restaurante,
salão de banquetes e recepções e bar. O terreno plano, debruçado sobre a
Baía de Guanabara, induziu a um partido que favorecesse o desfrute da vista.
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Para reforçar tal objetivo, o piso do restaurante foi elevado 1,20m em relação
ao nível do terreno, permitindo a criação de um nível semi-enterrado onde se
localizam os serviços de apoio. A cozinha foi estrategicamente localizada no
centro do prédio, de modo a servir a todos os setores, sem cruzamento de
circulações. Uma vez que o prazo de execução era um fator fundamental,
optou-se por uma solução estrutural modulada, com vãos de 5m x 5m, em
concreto aparente. Elemento marcante no conjunto, a cobertura em “cascas”
de concreto armado, tipo abóbada de aresta, fechadas lateralmente por placas
translúcidas em tom avermelhado, cria internamente uma atmosfera atraente, e
compõe com as vigas perimetrais, em arco abatido, que delimitam as varandas.
O volume cilíndrico do castelo d`água, em concreto aparente, aflora do teto do
restaurante em contraposição à horizontalidade dominante.
MONUMENTO A ESTÁCIO DE SÁ - MORRO DA VIÚVA - FLAMENGO
Inaugurado em 01o. de março de 1973, todo em pedra do Rio de
Janeiro, tendo sido projetado pelo arquiteto Lúcio Costa. Possui dois níveis. No
inferior, está uma cópia do marco de fundação da cidade e a réplica da campa
mortuária de Estácio de Sá, fundador do Rio de Janeiro (1542-1567). No andar
superior, o marco comemorativo em forma de pirâmide, sendo que um dos
vértices aponta para o morro Cara-de-Cão, local histórico da fundação. Era
para também servir de mausoléu ao fundador, mas os Padres Capuchinhos,
guardiães das relíquias do primeiro Governador, não cederam os restos
mortais, alegando ser disposição testamentária de Estácio ser sepultado
naquele solo sagrado.
CIEP PRESIDENTE TANCREDO NEVES - RUA DO CATETE, S/NO. - CAT.
Os CIEPs - Centros Integrados de Educação Pública, ou “brizolões”,
como são conhecidos, fazem parte do Programa Especial de Educação
lançado pelo Governo do Estado durante a gestão de Leonel Brizola, que
previa expandir a rede pública através da construção de 500 unidades em todo
o Estado, além das “Casas da Criança”. Trata-se de projeto de Oscar
Niemeyer, concebido em 1986 para atender a programa ambicioso: não
apenas instruir mas dar apoio ao desenvolvimento das crianças e toda a
comunidade local. Desse propósito, surgiu a idéia de agrupar no térreo serviços
que pudessem ser utilizados independentemente da escola: refeitório, cozinha,
gabinete médico/dentário, além de ginásio e biblioteca em dois volumes
autônomos. Nos dois pavimentos superiores alinham-se 20 salas de aula com
capacidade para 30 alunos cada. A intenção de conciliar economia,
funcionalidade e rapidez na execução guiou a concepção e o detalhamento das
peças pré-fabricadas em concreto armado que compõem todo o corpo da
edificação. O peso e a dimensão dos elementos, cada pilar-viga alcança a
altura total do prédio, dificultam o acesso deste sistema a certos locais
peculiares do Rio, como morros e favelas.
EDIFÍCIO SEDE DA MANCHETE - RUA DO RUSSEL, 804 - GLÓRIA
Trata-se de edifício construído em duas etapas (1966 e 1976), para
sediar a Bloch Editores, concebido por Oscar Niemeyer a nível de estudo
preliminar e desenvolvido pelo departamento de arquitetura da empresa. O
projeto procurou adaptar o programa ambicioso ao terreno exíguo, definindo
um bloco principal, com 12 pavimentos e subsolo que ocupa toda a testada do
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terreno, e um teatro situado nos fundos, ao qual se tem acesso pelo
terraço/jardim ao nível do 3o. piso. A estrutura do bloco principal corresponde
basicamente a três linhas de pilares, que configuram andares corridos
organizados por divisórias de madeira e vidro. Em relação aos materiais
empregados, o cliente fez questão de escolher todos os acabamentos, sem
restrições econômicas.
EDIFÍCIO GUARABIRA – PRAIA DO FLAMENGO, 92 –
FLAMENGO
Grande edifício de apartamentos projetado em 1953 pelos Irmãos
Roberto (Marcelo, Milton e Maurício), esse prédio de linguagem moderna,
incorpora uma fachada articulada, marca registrada dos projetos dos Irmãos
Roberto no período, bem como elementos de plástico no fechamento dos vãos
que dão para a rua. Foi o último projeto do famoso trio de arquitetos, que ficaria
desfalcado com a morte de Milton naquele ano.
COLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO – RUA COSME VELHO, 241 – COSME
VELHO
Fundado pelos Padres Lazaristas da Congregação da Missão. O prédio,
em si, é um marco da arquitetura moderna, projetado em 1956 pelos arquitetos
Rolf Hüther e Paulo Machado. O terreno com 16.500 m2 e topografia
acidentada, com acesso direto à Rua Cosme Velho, foi adquirido com a dupla
finalidade de abrigar a residência dos Padres Lazaristas – construída na
encosta – e colégio, na área plana. A área destinada ao colégio, com cerca de
2.400 m2, determinou o partido longitudinal em vários pavimentos, visando
deixar o máximo de espaço livre para recreação. Foram localizadas nos dois
primeiros pavimentos as salas de aula convencionais, de uso mais freqüente;
no terceiro, as de uso eventual, como laboratórios, desenho e história natural; e
no último, o auditório, de uso esporádico. O ruído constante do tráfego definiu a
orientação das salas de aula para o interior do terreno, ficando a circulação
mais exposta à rua, e protegida por painéis de cerâmica vazada, que atendem
ao mesmo tempo à iluminação e ventilação dos ambientes. No geral, foram
adotados materiais que mantivessem seu aspecto original com manutenção
mínima, como revestimento plástico nas paredes e pisos, cerâmicas e pastilhas
nas fachadas.
CLUBE HEBRAICA – RUA DAS LARANJEIRAS, 346 – LARANJEIRAS
A Hebraica, Sociedade Cultural, Esportiva e Recreativa foi fundada em
1954, na Rua das Laranjeiras. Sua sede, bastante moderna, foi projetada pelo
arquiteto Henrique Mindlin, sendo inaugurada em 1960. É o maior centro
cultural-recreativo fundado pelos judeus no Rio de Janeiro, animando
consideravelmente a vida social do bairro.
EDIFÍCIOS NOVA CINTRA/BRISTOL/CALEDÔNIA – RUA GAGO
COUTINHO, 66 E RUA PAULO CÉSAR DE ANDRADE, 70 E 106 – PARQUE
GUINLE – LARANJEIRAS
Conjunto Residencial do Parque Guinle, composto por três edifícios
projetados por Lúcio Costa em 1947 e construídos de 1949 a 1954. destacam18
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se na paisagem por sua concepção plástica arrojada e o uso de combogós nas
fachadas atingidas pela insolação da tarde. Nas outras, o arquiteto usou
materiais plásticos e concreto.
O conjunto é tombado pelo IPHAN desde 1986.
CONSULADO DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA – RUA
PRESIDENTE CARLOS DE CAMPOS, 417 - ESQUINA DE RUA PINHEIRO
MACHADO – LARANJEIRAS
Construção moderna sob pilotis e grande balanço, projetada em 1952
pelo arquiteto alemão Erich Marchio, mas, por fatores diversos, só completada
em 1965. Na mesma ocasião, o Governador Carlos Lacerda inaugurou em
frente à Escola Estadual Anne Frank, o que causou certo constrangimento.
ESTAÇÃO DO METRÔ – RUA NELSON MANDELA – BOTAFOGO
Inaugurada em 1o. de setembro de 1981, pelo Presidente João Batista
de Oliveira Figueiredo, o Ministro dos Transportes Mário David Andreazza e o
Governador Antônio de Pádua Chagas Freitas. O projeto da estação, cuja
construção se arrastou por dez anos, é muito pobre e ainda hoje incompleta, é
do arquiteto Sabino Barroso. Por mais de 15 anos foi a estação terminal do
Metrô Zona Sul, até ser inaugurada a Estação Cardeal Arcoverde, em
Copacabana. Ainda em 1981, logo depois de inaugurar a linha 1 do metrô, com
56 km de extensão, o então Presidente Figueiredo teve um princípio de enfarto,
necessitando ser internado às pressas.
COLÉGIO PEDRO II – RUA HUMAITÁ, 80 – HUMAITÁ
A primeira iniciativa para se fundar uma unidade do tradicional Colégio
Pedro II na Zona Sul surgiu em 1937, quando o Ministro da Educação, Cultura
e Saúde Pública, Dr. Gustavo Capanema, determinou a instalação de uma
nova unidade pedagógica nos terrenos do antigo Hospício de D. Pedro II, hoje
UFRJ. O novo colégio seria erguido exatamente onde hoje está a casa de
espetáculos “Canecão”. O Presidente Getúlio Vargas chegou a lançar a pedra
fundamental da nova sede em dezembro de 1938, mas a eclosão da Segunda
Guerra Mundial encareceu a construção civil a tal ponto que a obra foi de todo
abandonada.
Somente em 1951 o assunto voltou à tona, mas o lugar escolhido para o
colégio mudou, indo para o bairro do Humaitá. A 2 de dezembro de 1952,
Getúlio Vargas, agora Presidente eleito, inaugurava a nova sede, em
arquitetura moderna. Em fins do século XX, mais uma unidade foi criada no
Humaitá, na Rua João Afonso, 51, denominada Humaitá 1. A velha sede é o
atual Humaitá 2.
EDIFÍCIO JOÃO M. MAGALHÃES – RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, 127 –
BOTAFOGO
Grande edifício residencial de linguajar moderno, com oito pavimentos e
148 apartamentos de diversas tipologias. Foi projetado em 1950 pelos Irmãos
Roberto (Marcelo, Maurício e Milton), e construído, com alterações, de 1950 a
55 pela Construtora Graça Couto. Os jardins são de Carlos Perry.
AGÊNCIA DO BANCO BRADESCO – RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, 225
– BOTAFOGO
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Projeto minimalista do arquiteto Paulo Hamilton Casé, famoso por
grandes obras, como o Hotel Le Meridien, no Leme. A fachada simétrica foi
uma tentativa de interpretação pessoal do pós-modernismo arquitetônico.
Construção datada de 1985.
EDIFÍCIO-SEDE DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS - PRAIA DE
BOTAFOGO, 190 - BOTAFOGO
A solução inicial previa dois blocos paralelos dispostos transversalmente
à praia e ligados por um bloco baixo ao nível do 2o. pavimento, sobre pilotis. O
projeto de 1955 de Oscar Niemeyer permaneceu incompleto e o único bloco
construído foi o esquerdo, destinado a abrigar as atividades da Fundação. O
bloco oposto seria dividido em pequenas salas para comercialização e no
corpo de ligação estariam salões destinados a exposições, cinema e auditório.
Na ocasião, o arquiteto lançou mão deste projeto a fim de apresentar uma
proposta urbanística para a praia de Botafogo, segundo a qual, em toda a
beira-mar deveriam ser executados edifícios semelhantes paralelos,
eqüidistantes e com a mesma altura, visando a preservação da silhueta dos
morros ao fundo e da paisagem natural circundante.
CENTRO EMPRESARIAL REPÚBLICA ARGENTINA - PRAIA DE
BOTAFOGO, 228 - BOTAFOGO
O empreendimento de 1978 procura atender a empresas de médio
porte, com pavimentos de 2 mil m2 de área e pilares periféricos, permitindo
aproveitamento máximo dos espaços internos. A localização em terreno de 8
mil m2, onde se situava o antigo palácio da família Guinle, e em sua fase final a
Embaixada Argentina, sugeriu o agenciamento dos volumes ao redor de uma
esplanada, para colocar em destaque as 15 palmeiras reais existentes. É
marcante o desenvolvimento vertical do prédio principal: a partir da “plaza”
foram projetados cinco pavimentos de garagem que compõem o
embasamento, terminando com um pavimento de convenções que serve de
ligação ao corpo do prédio, projetado por Cláudio Fortes e Roberto Victor, com
restaurante, auditório, salas de reuniões, bares e áreas de apoio. Acima deste
nível existem 17 pavimentos-tipo e o coroamento do prédio, onde se localizam
os equipamentos mecânicos. A necessidade de estacionamento foi suprida
pelo edifício-garagem em corpo anexo, com tratamento uniforme em “curtainwall”.
EDIFÍCIO-SEDE DA CAEMI - PRAIA DE BOTAFOGO, 300 - BOTAFOGO
Edifício-sede das empresas do Grupo Caemi com 35.300m2 de área
construída, sendo cerca de 2/3 para escritórios e 1/3 para garagens. O projeto,
de 1982 executado pelos irmãos arquitetos Edison e Edmundo Musa,
caracteriza-se pela concentração de todos os serviços em um núcleo central,
que reúne prumadas de instalações, circulações verticais, sanitários e copas,
ao redor do qual se desenvolve o salão em espaços modulados de 1,50m x
1,50m, com grandes vãos estruturais. Foi adotado um sistema de platibandas
horizontais de 1,50m, dispostas em todo o perímetro do edifício, que protegem
o interior da insolação direta, servindo ainda como proteção corta-fogo e
acústica.
EDIFÍCIO DO BANCO DO BRASIL – PRAIA DE BOTAFOGO, 384 –
BOTAFOGO
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Projeto de 1965 de Marcelo Accioli Fragelli, de linguagem modernista,
com requintado acabamento na fachada em mármore branco. Durante muitos
anos o arquiteto travou intensa batalha judicial com o Banco do Brasil, para que
o edifício fosse construído respeitando o desenho original, o que foi conseguido
a muito custo.
CENTRO EMPRESARIAL MOURISCO – PRAIA DE BOTAFOGO, 501 BOTAFOGO
Edifício Comercial localizado na Praia de Botafogo nº 501, constituído de
7 pavimentos, de aproximadamente 4.000m2 e 580 vagas, perfazendo uma
área total construída de 42.749,61 m2 e área total privativa de 25.905,64 m2.
O lançamento do Empreendimento ocorreu em dezembro de 1995.
O Empreendimento foi entregue em agosto de 1998.
CONDOMÍNIO RESIDENCIAL CASA ALTA – PRAIA DE BOTAFOGO, 528 –
BOTAFOGO
Concebido em 1959 por Sérgio Bernardes como “loteamento vertical”, o
projeto para o Condomínio Casa Alta representa proposta arrojada de
concepção de espaços destinados à moradia, e foi elaborado para permitir total
liberdade na organização dos espaços em função das características
individuais de cada proprietário. Assim, a criação de lajes duplas, como
plataformas autônomas, permite que cada unidade habitacional seja totalmente
flexível. O conjunto arquitetônico está implantado sobre o pequeno Morro do
Pasmado e compreende duas torres de base quadrangular com núcleo de
circulação central, cuja acentuada verticalidade encontra contraponto no
terceiro bloco, de predominância horizontal, com prumadas de circulação
deslocadas para a periferia. O esquema de circulação de automóveis foi
estudado de forma a interferir o mínimo possível no deslocamento de pedestres
e na dinâmica do conjunto.
ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA - RUA. GENERAL SEVERIANO, 170
– BOTAFOGO
A Associação Religiosa Israelita foi fundada na década de trinta, no Rio
de Janeiro, por judeus centro-europeus que para cá haviam migrado quando
das perseguições engendradas contra sua gente, principalmente na Alemanha
(1933). Inicialmente, faziam suas reuniões em acomodações provisórias,
dentre elas, o velho Pavilhão Mourisco, na Praia de Botafogo, um curioso
prédio de linhas islâmicas e que inicialmente foi destinado a ser um
restaurante. Com a demolição do edifício em início da década de 50 para a
abertura do túnel do Pasmado (1952), os associados se uniram para adquirir
um terreno e construir uma sede definitiva, se possível, próximo da anterior.
Com muito custo, conseguiram um terreno na rua General Severiano, onde até
então existia uma pequena escola pública.
O conjunto, projetado em 1958 pelo arquiteto Henrique Mindlin,
compreende sinagoga, capela, salão para reuniões e festas, salas de aula,
serviços administrativos e áreas de apoio. Localiza-se em área pouco
adensada, em terreno de aproximadamente 1.300m2, com acesso por dois
logradouros, havendo entre estes um desnível de cerca de 10m. com estas
características do terreno e peculiaridades do programa, o arquiteto optou por
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dividir o corpo principal em dois níveis: no 1o. pavimento se localiza a sinagoga,
com capacidade para 600 pessoas, e no nível inferior, salão de festas, para
400 pessoas. Concentram-se os demais serviços em bloco de seis pavimentos
ao longo da fachada posterior, acessível por rampas laterais. Este bloco, em
conjunto com a colunata do pórtico, cria os elementos estruturais que
sustentam a cobertura em cabos de aço que, na sua curvatura, evoca as
tendas das primitivas tribos judaicas.
A construção contou com o apoio da empresária Regine Feigl, dona do
então edifício Avenida Central, na av. Rio Branco, projetado e construído em
1958/61 pelo mesmo arquiteto. Aliás, conta-se que a sinagoga foi erguida com
as “sobras” dessa obra.
O mirante do morro do Pasmado, ao fundo da obra, foi recentemente
batizado de Parque Itzak Rabin, em homenagem ao famoso líder israelita
assassinado por extremistas.
RIO SUL SHOPPING CENTER - RUA LAURO MULLER, 116 – ESQUINA DE
AVENIDA LAURO SODRÉ - BOTAFOGO
Projeto elaborado pelo arquiteto Ulisses Burlamaqui, vencedor de
concurso privado realizado em 1975 para implantação do primeiro “shopping
center” urbano da cidade. O partido consiste em um embasamento, para
comércio e estacionamentos, conjugado a uma torre de escritórios de planta
quadrangular, como os volumes vizinhos. O sistema estrutural compõe-se de
núcleo central (circulação vertical, dutos, lixo, sanitários, etc.) e oito apoios
periféricos que abrigam equipamentos de ar condicionado, interligados em
andares alternados por treliças em concreto protendido moldadas “in loco”. A
profundidade dessas treliças, conjugada com as passarelas externas, reduz a
carga térmica nas fachadas e proporciona proteção corta-fogo entre pisos. O
sistema viário em torno do terreno foi estudado, e optou-se por dividir o
estacionamento em diferentes níveis com entradas e saídas próprias e ligações
internas. O tratamento externo do embasamento evidencia o apelo visual
desejado: as fachadas foram tratadas como veículo de comunicação,
sinalizando os acessos principais e informando sobre os eventos do shopping.
O estabelecimento foi inaugurado em 1981.
TEATRO VILLA-LOBOS - AV. PRINCESA ISABEL, 440 - COPACABANA
Iniciativa da Funterj-Fundação de Teatros do Estado do Rio de Janeiro,
este empreendimento de 1977 se implantou em terreno doado pelo governo do
Estado durante a gestão Faria Lima. Dadas as limitações físicas, o programa
foi resolvido pelo arquiteto Raphael Matheus Peres em patamares: a partir do
nível da rua amplas escadarias conduzem às bilheterias, destas ao foyer e daí
à platéia, que comporta 500 pessoas. No subsolo, cujo nível foi determinado
pela existência de instalações subterrâneas, foi implantada a escola de balé,
que compreende espaços para ensaio e aquecimento, vestiários, camarins,
serviço médico e administração. Para atender aos artistas, o teatro dispõe
ainda de um bloco de quatro pavimentos com camarins individuais e coletivos,
salas de ensaios e preparação e cantina. Durante a execução da obra, foi
incorporado um pequeno terreno anexo para o qual o arquiteto projetou um
teatro de marionetes, integrado ao conjunto por pequenos arcos que
acompanham o ritmo da fachada principal.
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HOTEL MERIDIEN - AV. ATLÂNTICA, 1020/AV PRINCESA ISABEL - LEME
O projeto dos arquitetos Paulo Casé e Luís Acioli, de 1973, beneficiouse da legislação especial surgida na época que, sob alegação de incentivo ao
turismo, liberou o gabarito de edificações destinadas a instalações hoteleiras.
Assim, numa faixa litorânea de gabarito máximo fixado em 12 pavimentos foi
inserido um edifício três vezes mais alto. Este hotel de alto padrão compreende
535 unidades e 33.500m2 de área construída. Os acessos foram localizados
em função das características das vias que circundam o terreno, com entradas
independentes para o público em geral, hóspedes, banhistas e serviço. A torre
de apartamentos foi projetada e localizada de modo a atender à necessária
concentração de serviços e liberar a maior parte do terreno para piscina e
restaurantes, situados no embasamento. A implantação da piscina na esquina
das avenidas Atlântica e Princesa Isabel favorece a visão global da praia e
permite insolação durante a maior parte do dia. A exiguidade do terreno
determinou a construção de um edifício-garagem privativo a 100m do hotel.
Devido à limitação de altura, a caixa d`água superior foi substituída por uma
cisterna, que comporta 1,5 milhão de litros, estudada volumetricamente para
dar estabilidade à estrutura do prédio. As fachadas reafirmam a verticalidade
do edifício, valorizando os elementos estruturais, revestidos de mármore, que
se destacam sobre as superfícies envidraçadas. Apesar de não serem
permitidas por lei, as aberturas na divisa lateral foram liberadas por serem fixas
e indevassáveis. Também levou-se em consideração ser esta solução mais
apropriada que a tradicional, que seria “colar” o prédio no vizinho.
POSTOS DE SALVAMENTO – AVENIDAS ATLÂNTICA/VIEIRA
SOUTO/DELFIM MOREIRA – COPACABANA/IPANEMA/LEBLON
Em 1924, o Prefeito Alaôr Prata mandou edificar postos de salvamento
na orla marítima da cidade, principalmente nas praias oceânicas. Colocados
em intervalos regulares de 900 metros, acabaram por demarcar áreas
específicas das praias, além, é claro, de cumprirem suas funções originais. Os
banhistas marcavam encontros usando os postos como balizas. Em 1975,
esses postos, em estilo art-déco, estavam já tecnologicamente superados e
muito danificados, o que impôs sua substituição. Os novos postos foram
projetados em 1976 pelo arquiteto Sérgio Wladimir Bernardes, e foram
colocados em toda a orla oceânica, inclusive nas novas praias da Barra da
Tijuca e Recreio dos Bandeirantes. Mantendo o mesmo espaçamento, são de
formato aerodinâmico, em concreto aparente, possuindo sanitários e chuveiros
para banhistas, além das instalações para salva vidas.
POSTOS DE ABASTECIMENTO DA AV. ATLÂNTICA - COPACABANA
Concebido pela mesma equipe de arquitetos e na mesma época em que
foi realizado o Posto Catacumba (1968, Dilson Gestal Pereira, Waldyr A .
Figueiredo, Paulo Roberto M. de Souza e Alfredo Lemos), este projeto segue a
intenção promocional do anterior. Planejado em quatro pontos ao longo do
canteiro central da av. Atlântica, segundo idéia do Governo do Estado da
Guanabara, de viabilizar as obras de alargamento da avenida através da venda
dos terrenos à Petrobrás Distribuidora S.A . Extremamente polêmico, devido a
sua situação particular, o projeto procurou se integrar à paisagem minimizando
o atrito visual. A solução encontrada demonstra a preocupação dos arquitetos
em amenizar o contraste com a paisagem, mantendo em destaque a praia de
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Copacabana, cartão postal do Rio de Janeiro. Novamente a cobertura domina
a composição. Seu desenho surgiu da idéia de um cálice, ou uma papoula, e
evoluiu para quatro pétalas em fibra de vidro que, ao se tocarem, dão rigidez à
estrutura. O encontro dessas pétalas é marcado por uma cúpula de vidro
translúcido. A continuidade visual foi assegurada pela solução para áreas de
escritório e vendas, localizada numa caixa de vidro transparente, e as
dependências de depósito e serviço, num pavimento enterrado, com iluminação
zenital.
HOTEL INTERNACIONAL RIO - AV. ATLÂNTICA, 1500 - COPACABANA
O hotel foi construído em terreno reduzido de 400m2, num projeto de
1986 elaborado por Cláudio Fortes e Roberto Victor. Projetado inicialmente
como hotel-residência, foi modificado para uso hoteleiro, o que incentivou os
arquitetos a lhe conferir uma personalidade marcante que caracterizasse sua
nova função, destacando a edificação do conjunto de prédios da av. Atlântica.
O volume é composto por um corpo de 13 pavimentos sobre embasamento e
recebeu tratamento em vidos bronze e esquadrias pintadas de vermelho em
composição com os pilares cilíndricos externos ao edifício revestidos em
granito marrom-avermelhado. Em vista da proposta, inédita no Rio, de dar
atenção especial aos executivos em viagens de negócios, foram criadas
condições especiais para garantir funcionalidade no atendimento e na
prestação de serviços extras. Além de restaurante, bares, piscina, sauna e
garagem, o hotel tem salões de convenções, serviço de secretária bilíngüe,
escritórios para hóspedes e todo apoio tecnológico mais avançado.
HOTEL RIO OTHON PALACE - AV. ATLÂNTICA, 3.264 - COPACABANA
A liberação do gabarito para edificações destinadas a serviços de
hotelaria favoreceu a implantação desse edifício na av. Atlântica. O anteprojeto,
elaborado por Arthur Lício Pontual, vencedor de concurso privado em 1968, foi
retomado no período 1971-72, após sua morte, por uma equipe de arquitetos
encabeçada por seu irmão Davino Pontual. Dadas as dimensões exíguas do
terreno, de 1.600m2, o partido adotado foi o de uma torre de 28 pavimentos
afastada das divisas; sobre embasamento com sete pavimentos, onde estão
serviços gerais e garagem, com ocupação integral do lote. A disposição do
pavimento-tipo em “U”, abraçando a garagem vertical, possibilitou a liberação
de três subsolos, construídos simultaneamente com a superestrutura, para
instalação de todos os equipamentos e serviços de apoio. No térreo, a criação
de uma rua interna facilita a circulação de hóspedes e visitantes.
Externamente, o edifício harmoniza o emprego de elementos estruturais em
concreto aparente com um jogo volumétrico de sacadas e superfícies brancas.
EDIFÍCIO JUSTUS WALLERSTEIN – AVENIDA ATLÂNTICA, 3.958 –
COPACABANA
Projeto moderno de Sérgio Bernardes, datado de 1960. houve especial
cuidado do arquiteto com desenho dos elementos pré-fabricados.
CONGREGAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA SINAGOGA BETH-EL – RUA
BARATA RIBEIRO, 489 – COPACABANA
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No ano de 1921, um grupo de judeus sefarditas fundou uma sinagoga
numa casa de sobrado comum, na Avenida Mem de Sá, 181. Crescendo a
comunidade, esta se transferiu alguns anos depois para a Rua Conselheiro
Josino, 14. Com o pomposo nome de Centro Israelita Brasileiro Bené-Herzl, a
sinagoga estava instalada um belo sobrado eclético, com dois andares e um
terraço. Se tivesse sido preservado seria um importante bem cultural da cidade,
mas o êxodo dos membros para a Copacabana, em fins da década de 50,
levou a transferência das instalações da congregação para o novo bairro
praiano. A velha sinagoga acabou depois demolida.
Adquirida uma bela casa na Rua Barata Ribeiro, 489, lá existia um salão
para práticas religiosas, além de área de lazer e desportos.
Havendo necessidade de um espaço maior para as práticas religiosas,
entre 1966/7 foi construída a nova sinagoga Beth-El num terreno anexo ao
casarão, um projeto muito sóbrio e discreto. Projetada pelo arquiteto Mauro
Kleimann, a sinagoga é em arquitetura moderna, desprovida de qualquer luxo,
exceto pelos revestimentos externo e interno em mármore branco imaculado.
Internamente, os únicos elementos decorativos se resumem a uma tapeçaria
moderna com o tema das Tábuas da Lei e um moderno Menorah em bronze.
Obedece, como já foi citado, ao rito Sefaradi.
EDIFÍCIO MMM ROBERTO – AVENIDA NOSSA SENHORA DE
COPACABANA, 1.267 – COPACABANA
A característica fundamental deste edifício de apartamentos é a
preocupação – constante na obra dos irmãos Roberto – com controle da
insolação. O inventivo sistema de proteção contra o sol foi projetado para
atender a ângulos de incidência solar variáveis durante o dia. As esquadrias
são divididas em três partes, articuladas num quadriculado de concreto.
Persianas ajustáveis, empregadas na face externa do vidro, protegem as
partes superior e inferior. A parte central é sombreada no período de sol a pino
pela disposição de treliças horizontais fixas em concreto, e a insolação da tarde
é amenizada por um quadro móvel de persianas, também em concreto,
estudado de forma a não prejudicar a visão da rua. Como curiosidade, vale
ressaltar que este edifício foi erguido em 1945 onde existiu a casa da família e
nasceram os três arquitetos.
ARQUITETURA MODERNA EM IPANEMA
A primeira casa em arquitetura moderna do bairro foi uma residência
erguida em 1935 pelos arquitetos Affonso Eduardo Reidy (1908-1964) e
Gérson Pompeu Pinheiro. Logo depois surgiu em 1936 uma casa moderna
projetada por Adalberto Szilard. Nenhuma das duas hoje sobrevivem. O
primeiro prédio com mais de dois andares foi o “Edifício Issa”, erguido em 1935
na Visconde de Pirajá. Já o primeiro arranha-céu de Ipanema foi o feio “Edifício
Aquino”, prédio art-déco de oito andares, construído em 1935 perto do canal.
Ambos não mais existem.
A arquitetura moderna de Ipanema é de uma monotonia não condizente
com o bairro. Dos muitos prédios modernos, merecem distinção os edifícios
“Estrela de Ipanema”, erguido em 1967 na Prudente de Morais, 765, obra do
arquiteto carioca Paulo Hamilton Casé (1931); e o “Atlântica Boavista”, erguido
em 1978 na Prudente de Morais, 630, esquina de Vinícius, obra dos arquitetos
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Luiz Paulo Fernandez Conde (1934), depois Prefeito do Rio de Janeiro; e
Mauro Neves Nogueira.
HORTOMERCADO COBAL - RUA GILBERTO CARDOSO - LEBLON
Concebidos em 1971 pelos arquitetos Alcides Horácio de Azevedo, Caio
de Oliveira Castro e Márcio Guedes da Costa, como opção permanente às
feiras livres, os Hortomercados do Leblon, Méier, Campinho e Humaitá seguem
a mesma idéia básica no desenvolvimento do tema, que é a de criar um grande
espaço coberto essencialmente livre de obstáculos e compartimentos
fechados. A partir desta premissa, o elemento arquitetônico determinante é a
cobertura, formada por calhas autoportantes de chapa galvanizada dobrada,
justapostas lateralmente, com aberturas recobertas por fibras de vidro. O
sistema construtivo adotado emprega soluções em aço para vencer grandes
vãos, tirando partido das características estruturais do elemento de cobertura e
restringindo os apoios aos pontos indispensáveis. Para o módulo básico de
vendas lançou-se mão de componentes industrializados, arranjados
adequadamente dentro dos parâmetros de padronização e racionalização que
orientaram a proposta. Em 1972, o IAB/RJ concedeu a este projeto prêmio na
categoria de edifícios para fins comerciais.
RIO FLAT SERVICE E RIO DESIGN CENTER - AV. ATAULFO DE PAIVA
O conjunto projetado em 1974 pela equipe de arquitetos formada por
Fernando Abreu, Max Gruzman, Dibar Gonçalves, João Vicente A . Melo, Paulo
Bernardo Goldstein, Márcia Queiroz Bastos e Marcus Vinícius L. de Souza, se
compõe de torre de base poligonal, com 27 pavimentos sobre embasamento
que ocupa toda a área do terreno, e de edifício-garagem com 13 pavimentos. O
térreo faz a ligação destes elementos e dá acesso à torre (hotel-residência), à
área comercial do shopping-center (subsolo, térreo e duas sobrelojas), à
garagem mecanizada e à administração do shopping. A construção totaliza
34.700m2, sendo 21.600m2 do hotel, 5.600m2 do Rio-Design Center e
7.500m2 do edifício-garagem. A disposição dos pilares na periferia da torre e a
concentração da circulação vertical e redes de infra-estrutura no centro liberam
os pavimentos do hotel-residência para solução mais compacta das unidades.
PAVILHÃO VICTOR BRECHERET - PARQUE DA CATACUMBA - LAGOA
O Parque da Catacumba foi resultado da erradicação na década de 60,
da imensa favela que cobria a área, motivada por interesses imobiliários. Todo
o entorno e áreas vizinhas foram liberados para empreendimentos imobiliários,
e a parte central entregue ao Departamento de Parques e Jardins, que ativou a
criação de uma área verde com espaços voltados para o lazer e convívio
cultural. O Pavilhão Victor Brecheret foi projetado em 1979 pelo arquiteto
Carlos Porto para atender às atividades culturais e de vigilância do próprio
parque e recebeu prêmio na categoria Edificações para Fins Culturais na XVII
Premiação do IAB/RJ, em 1980. O perfil do terreno sugeriu a conformação do
traçado do muro de arrimo, resolvendo o programa em dois níveis: no inferior,
com acesso independente, estão as dependências de serviço(vestiários,
depósitos e sanitários) e no patamar superior o setor de conservação, depósito
e copa; e o salão, administração e sanitários, acessíveis pela rampa de
entrada. O maior interesse plástico do projeto reside na cobertura, que adota
um aspecto dinâmico devido à movimentação dos planos que propiciam
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iluminação e aeração adequadas ao interior. Em época recente, foi instalada
neste pavilhão a Subprefeitura da Grande Lagoa, desvirtuando o objetivo inicial
da construção.
POSTO DE ABASTECIMENTO CATACUMBA- AV. EPITÁCIO PESSOA
No final da década de 60 a Petrobrás se lançou no competitivo mercado
de fornecimento de combustível. A programação visual da empresa foi
entregue a Aloísio Magalhães, e os projetos dos postos confiados a equipe de
arquitetos Dilson Gestal Pereira, Waldyr A . Figueiredo, Paulo Roberto M. de
Souza e Alfredo Lemos, com total liberdade de criação. A idéia era associar à
nova subsidiária uma imagem dinâmica e moderna, utilizando cores e formas
de impacto para atrair clientela. O posto da Catacumba, de 1968, foi um dos
primeiros projetos elaborados com esta finalidade e foi premiado na
Universidade de Munique, Alemanha, em 1970. A localização do terreno, numa
faixa central da av. Epitácio Pessoa, cercado por vegetação e emoldurado pela
Lagoa Rodrigo de Freitas, foi determinante para o partido adotado. O elemento
dominante da composição é a cobertura, uma casca em concreto aparente, de
grande plasticidade, com as quatro extremidades pousadas sobre pequenos
espelhos d`água, cercados por jardins. Para abrigar setores de escritório e
vendas foi criada uma caixa de vidro elevada em relação ao nível do terreno, e
sob a qual se localiza, semi-enterrado, o pavimento de serviço com depósito,
sanitários, vestiários e casa de bombas. Posteriormente foram feitas reformas,
para abrigar salão de exposições, escritório e depósito.
EDIFÍCIOS SONATA DA LAGOA E RAPSODY - AV. EPITÁCIO PESSOA
A produção arquitetônica dos irmãos Edison e Edmundo Musa,
centralizada no eixo Rio-São Paulo, compreende programas os mais
diversificados. Sem dúvida, é no campo imobiliário, com edifícios residenciais
destinados às classes média e alta, que se concentra o maior número de obras
desses arquitetos gaúchos radicados no Rio. Este conjunto de dois blocos de
apartamentos, situado num terreno de 10.800m2 na orla da Lagoa Rodrigo de
Freitas, evidencia uma preocupação funcional e plástica característica de seus
projetos. A implantação, a volumetria e os materiais adotados procuram
resolver o espaço vazio criado por uma antiga pedreira. Compreendendo
quatro apartamentos por andar, o projeto, de 1983, tira partido da vista
privilegiada, voltando todas as salas para a Lagoa. As varandas, nas quatro
fachadas, funcionam como proteção à insolação e ao ruído provocado pelo
tráfego intenso da av. Epitácio Pessoa. É interessante a solução criada para o
embasamento dos edifícios, onde se localizam quatro pavimentos de garagem,
que foram recuados e fechados por “curtain-wall” de 10m de altura. Os
elevadores foram posicionados de modo a se tornarem panorâmicos nos
primeiros pavimentos. Todas as fachadas receberam tratamento semelhante,
com esquadrias em alumínio anodizado, vidro bronze e composição de granito
Juparanã lustrado e pastilhas cerâmicas.
HOSPITAL DA LAGOA - RUA JARDIM BOTÂNICO, 501 - JAR. BOTÂNICO
O estudo funcional do programa, particularmente no que diz respeito a
acessos e circulações, aliado à forte expressão plástica, garante a solução
exemplar deste projeto, elaborado em 1952 por Oscar Niemeyer e Hélio Uchôa.
O volume principal, de predominância horizontal, tem duas empenas laterais
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cegas e duas fachadas tratadas de acordo com a incidência solar: vidro e
painéis pré-moldados para orientação sul e quebra sol vertical de alumínio, em
composição com combogós cerâmicos, para norte. A solução estrutural
modulada e periférica proporciona clara organização dos espaços internos,
beneficiados ainda pelo deslocamento da coluna de circulação vertical,
resolvida num corpo independente. Merecem destaque os pilares em “V”, de
proporções exatas, que emprestam dinâmica ao bloco estático do hospital.
Este tipo de pilar, que se tornou característico da obra de Niemeyer, oferecia
como vantagem a redução do número de apoios, garantindo liberdade no
arranjo da composição. Nas fachadas, o uso de cores(azul nos painéis voltados
para o sul e o tom natural da cerâmica alternado com lâminas de alumínio na
fachada norte), dá ao conjunto uma aparência de grande interesse. A
construção deste hospital arrastou-se até 1959, mas não foi concluída.
IGREJA DE SÃO JOSÉ DA LAGOA
A capela da Fábrica, denominada de "São José Operário", erguida em
1898 no terreno ímpar, sobreviveu muitos anos, sendo demolida nos anos 60,
para em seu lugar ser erguido em 1962/1964 um novo templo, todo de vidro,
projeto do arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca(o mesmo que projetou a
nova Catedral, na Av. Chile). Vale aqui lembrar que essa capela mantinha,
patrocinada pela fábrica, outra instituição de assistência social, a “Devoção
Particular do Glorioso Patriarca São José da Gávea”, fundada em 1908,
funcionando na própria capela e que auxiliava pecuniariamente os operários e
seus familiares necessitados.
Todo esse aparato não impediu que as duas fábricas do Jardim
Botânico, mais duas outras existente na Marquês de São Vicente, deixassem
de entrar na grande greve geral de 1918, quando toda a produção foi suspensa
por melhores condições de trabalho. Os trabalhadores, portando cartazes com
dizeres marxistas e palavras de ordem inspiradas na "Revolução Soviética",
originaram o termo "Gávea Vermelha", usado pela imprensa para definir esta
parte da cidade.
OBRA DO BERÇO - R. CÍCERO GÓIS MONTEIRO, 19/AV. EPITÁ. PESSOA
Edifício destinado a serviços sociais de orientação à maternidade e
abrigo a crianças até dois anos de idade, assume importância fundamental por
se tratar da primeira obra construída de Oscar Niemeyer(1937). O conjunto,
situado em terreno de esquina às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, é
composto por dois blocos: frontal, com quatro pavimentos e fachada principal
(voltada para oeste) protegida por “brise-soleil” vertical móvel; e posterior, com
dois pavimentos, e predominância horizontal. Este bloco possui circulação por
rampas para facilitar a locomoção de carrinhos e crianças. O prédio é tombado
pela Municipalidade.
PLANETÁRIO
No 65(hoje inexistente), morou e veio a falecer o Barão de Angra, o
lisboeta Almirante Elysiário Antônio dos Santos (1806-1883). Como militar,
ingressou na Marinha em 1822, participou das campanhas da “Cisplatina”
(1822/26), “Cabanada” (1836), “Praieira” (1848), e foi herói na “Guerra do
Paraguai” (1864-1870). Foi também chefe do Estado Maior da Armada e
Diretor da “Estrada de Ferro D. Pedro II”. Reformou-se em 1880. Onde era sua
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chácara estão hoje os fundos do “Planetário da Gávea”, inaugurado em 1970
pelo Governador do Estado da Guanabara Francisco Negrão de Lima. O
prédio, de linhas arrojadas, foi projetado pelos arquitetos Renato (1941) e
Ricardo Batalha Menescal (1931). Seu projetor, um “Zeiss Jena Spacemaster”,
fabricado na Alemanha, era à época, o mais moderno do mundo. Em fins dos
anos noventa o Governador Garotinho ampliou as instalações da agora
“Fundação Planetário”, cuja entrada é pela avenida Padre Leonel Franca, 240.
MINHOCÃO DA GÁVEA
Um pouco antes, na entrada da “PUC”, foi criado pelo prefeito Henrique
Dodsworth ainda em 1942 o famoso “Parque Proletário da Gávea”, que ganhou
contornos definitivos em 1952/54, quando se ergueu o prédio do “minhocão”,
projetado pelo arquiteto carioca Affonso Eduardo Reidy(1909-1964); e
destinado a receber as famílias de 4.900 favelados que habitavam em 1950 a
extinta “Favela do Capinzal”, onde hoje existem os fundos da rua Artur Araripe.
Esse “minhocão” foi mutilado em 1981/2 para por ele passar o acesso da autoestrada “Lagoa-Barra”, haja vista a “PUC” tê-lo negado.
A av. Padre Leonel Franca surgiu à partir de 1935, quando se traçou
uma avenida começando na Praça Sibelius, com 180m, paralela à rua Marquês
de São Vicente. Em 1945 melhoraram o projeto, dando um sentido à via, que
passava a ser o primeiro estágio da futura ligação “Lagoa-Barra”. Entretanto,
somente em 1972 foi aberta até a “PUC”, com o asfalto indo até o Planetário.
Dez anos depois foi asfaltada até a boca do túnel Dois Irmãos.
O terreno 287 foi comprado em 1919 pelo Presidente Epitácio da Silva
Pessôa para que sua esposa, Da. Mary alí instalasse uma clínica de repouso.
Desistiram, pois, conseguiram terreno melhor adiante, como se dirá.
No antigo 81(1879) e hoje incorporado à área da “PUC”, era a chácara
de John Steele, um dos fundadores, em 1886, da “Fábrica de Tecidos Carioca”,
na Estrada Dona Castorina, no Jardim Botânico. Já no século XX, e com o no.
325, ainda existia o casarão, reformado em 1935 pelo arquiteto Paulo Pires
para assemelhar-se a um castelo medieval. Foi residência por anos da família
Matin A. Koch. Ainda está de pé.
INSTITUTO MOREIRA SALLES - RUA MARQUÊS DE SÃO VICENTE.
Numa fração de suas terras, e já numerado como 476, surgiu em 1951 a
magnífica mansão moderna do embaixador e banqueiro Walter Moreira Salles,
projetada para sua família pelo arquiteto carioca Olavo Redig de Campos
(1906-1984). Encravada em 10.000 m2 de jardins projetados por Roberto Burle
Marx (1909-1994), que também concebeu os imensos painéis de azulejos do
pátio, jardim ornado com escultura artística de Maria Martins e, enquanto
residência, possuidora de notável pinacoteca onde existiam telas de Marc
Chagall, Renoir, Van Gog, Matisse e Portinari; a mansão Salles foi residência
familiar por quase quarenta anos. Em 1999, foi convertida na sede carioca do
“Instituto Moreira Salles”, ainda presidido por seu patriarca, dirigida por seus
filhos e por um conselho diretor. Um de seus filhos, João Moreira Salles,
banqueiro, nela residiu muitos anos e, durante a década de setenta, foi
considerado um dos homens mais ricos do Brasil, como seu pai já o fôra nas
duas décadas anteriores. Hoje, o casarão, convertido em centro cultural
especializado em iconografia antiga brasileira, guarda imensa coleção de
aquarelas e desenhos de artistas europeus que retrataram o Brasil do século
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XIX, bem como muitas fotografias antigas adquiridas do colecionador Gilberto
Ferrez, neto do fotógrafo Marc Ferrez, dum período que vai de 1862 a 1927.
ARQUITETURA MODERNA NA GÁVEA
Foi o bairro da Gávea foi o segundo do Rio depois de Copacabana a ter
obras de arquitetura moderna. Já em 1933, os arquitetos Lúcio Costa (19021998) e Gregori Warchavchik (1896-1962) ergueram no Alto Gávea a
residência Duarte Coelho, já demolida. Jorge Machado Moreira (1904-1988)
ergueria outra casa moderna na rua Marquês de São Vicente em 1936 e, sete
anos depois, Oscar Niemeyer (1907) levantaria também no “Alto Gávea” a
residência Prudente de Morais Neto (1905-1989), originalmente pensada para
a Pampulha, em Belo Horizonte, mas executada no Rio. Está de pé.
Tornou-se a Gávea no século XX bairro de conteúdo social heterogêneo,
com concentração de classes (A, B e C) em respectivos sítios (alto, médio e
baixo Gávea), e no presente momento, passa por grandes transformações.
HOTEL RIO SHERATON - AV. NIEMEYER, 121 - VIDIGAL
Projeto dos arquitetos Henrique Ephin Mindlin, Walter L. Morrison,
Walmyr Lima Amaral, Pedro Augusto V. Franco e Marc D. Foundoukas, o hotel
localiza-se em terreno com cerca de 30 mil m2, caracterizado por forma
alongada e forte declividade, no costão da av. Niemeyer. Construído de 1968 a
1971, possui embasamento com cinco pavimentos abaixo do nível da rua, onde
encontram-se, além das áreas de serviços e equipamentos, 110 quartos
distribuídos em torno de estacionamento com acesso por rampa circular. Acima
do pavimento de acesso, onde estão salões, boates, restaurantes e cozinha,
ergue-se uma lâmina com 18 pavimentos e 486 unidades, perpendicularmente
à praia, de modo a propiciar a todos os quartos a visão do mar. O hotel
compreende aproximadamente 50 mil m2 de área construída, incluindo-se 17
mil m2 de garagens.
MOTEL VIP`S - AVENIDA NIEMEYER - SÃO CONRADO
Em 1967 a família Loyola adquiriu a velha residência do Comendador
Conrado Niemeyer e construiu em seu local o primeiro estabelecimento
moteleiro de São Conrado. O projeto, com 51 unidades habitacionais dotadas
de garagem independente e dupla circulação, privativa e de serviços, foi
concebido com total privacidade pelo arquiteto Luiz Batista Lopes de modo que
o usuário não seja percebido por nenhum funcionário da casa e vice-versa. O
prédio desenvolve-se ao longo da av. Niemeyer, sendo resguardado por
possante muro de arrimo, que lhe confere vista privilegiada do mar e
isolamento total do tráfego vizinho. Este projeto mereceu menção honrosa do
IAB/RJ em 1971, na categoria de Projetos para fins recreativos, ressalvado o
fato de se observar certo desequilíbrio volumétrico e uma falta de coerência
estrutural, oriunda da diversidade de revestimentos, já que a casa desejava
aparentar uma riqueza formal de “castelo”, difícil de se imaginar com os
revestimentos modernos.
HOTEL NACIONAL - AV. NIEMEYER, 769 - SÃO CONRADO
Por ser a primeira obra de porte construída em São Conrado, na época
ainda uma praia deserta (1968-71), este projeto de Oscar Niemeyer não sofreu
limitações urbanísticas, e serviu como ponto de referência para o traçado
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posterior das ruas do bairro. Concebido com a intenção de se integrar à
paisagem natural circundante, respondeu ainda ao objetivo do cliente de
afirmar a obra como ponto de interesse da cidade, promovendo o
estabelecimento através da própria imagem arquitetônica. O anteprojeto
original foi bastante alterado, e o projeto construído não corresponde em vários
aspectos à concepção original de Niemeyer, que previa uma torre de 50
pavimentos sobre embasamento, e dois auditórios anexos. Depois de vários
ajustes, o hotel foi construído com 30 pavimentos sobre dois subsolos
(garagem, áreas técnicas e serviços de apoio) e cinco pavimentos de
embasamento (recepção, salões de estar e leitura, teatro, áreas de lazer e
piscina, salão de beleza, administração, etc.), totalizando área de 57 mil m2. A
torre circular concentra 510 unidades, distribuídas em torno de eixo central de
circulação, o que na verdade privilegia alguns apartamentos em detrimento de
outros, quanto à orientação e vistas. Após a conclusão da obra, foi executado o
centro de convenções anexo, projetado pela Horsa Imobiliária S. A .
HOTEL INTERCONTINENTAL - AV. PREF. MENDES DE MORAES, 222.
Situado em terreno de 27.500 m2 na praia de São Conrado, ao lado do
Hotel Nacional, este edifício, projetado por Henrique Ephin Mindlin, Walter L.
Morrison, Walmyr Lima Amaral, Pedro Augusto V. Franco e Marc D.
Foundoukas, em 1971, totaliza 31.500 m2 de área construída, distribuída em
subsolo, térreo e 15 pavimentos-tipo, com 32 unidades cada. Os quartos foram
dispostos linearmente ao longo das fachadas, com circulação central,
beneficiados pela implantação perpendicular à praia, o que favorece
igualmente as duas fachadas. Para minimizar o efeito do intenso tráfego de
veículos circundante e proporcionar ambiente mais acolhedor para as áreas de
lazer do hotel, o térreo foi elevado 2m acima do nível da rua. Neste pavimento
encontram-se restaurantes, bar, lojas, salões de reuniões, festas e estar. Os
salões com entrada independente, operam sem interferir na circulação de
hóspedes. A posição central da cozinha, próxima aos elevadores, permite
atendimento direto aos restaurantes e salões, assim como aos quartos. No
subsolo, além dos serviços e equipamentos gerais, estão situados discoteca,
sauna, barbearia, salão de beleza, administração e vestiários. Em torno da
área das piscinas e em meio a jardins projetados por Burle Marx, foram
dispostos 20 apartamentos-cabanas. Possuindo atualmente 485 unidades, o
projeto prevê mais 180 quartos na lâmina.
COSTA BRAVA CLUBE - PONTA DA JOATINGA - BARRA DA TIJUCA
Projetado em 1962 e construído entre 1964 e 1970, no período inicial da
ocupação desenfreada do litoral do Rio, este clube projetado pelos irmãos
Ricardo e Renato Menescal se beneficia de localização privilegiada, numa
ponta sobre o mar, na Joatinga. A condição topográfica definiu o partido
marcadamente horizontal que se encaixa na rocha, e não interfere
volumetricamente na paisagem. As atividades sociais do clube concentram-se
num único bloco, que se desenvolve em níveis, numa adaptação às
peculiaridades do local. Na enseada oeste foi construída uma piscina de água
salgada, com fundo em rocha natural. Na enseada oposta, encontram-se as
quadras de esporte. Ligando o cube ao continente, uma ponte em concreto
armado vence vão livre de 50m.
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PLANO DA BARRA DA TIJUCA
A auto-estrada Lagoa-Barra, projetada em meados da década de
sessenta, foi a certidão de nascimento do novo bairro da Barra da Tijuca,
projetado pelo urbanista Lúcio Costa neste mesmo ano de 1968, e
implementado em 1969. Pensou-se, assim como em Brasília, fazer a dupla de
arquitetos Lúcio Costa-Oscar Niemeyer todo o projeto da Barra. Lúcio ficaria
com o planejamento urbano, Oscar construiria os edifícios. O padrão da
arquitetura da Barra seria o que fora utilizado pelo mesmo Oscar Niemeyer na
torre do “Hotel Nacional”, executado em 1971 no bairro de São Conrado. Mas a
especulação imobiliária falou mais alto e ninguém quis saber das torres
envidraçadas de Niemeyer.
LÚCIO COSTA - DADOS BIOGRÁFICOS
Arquiteto e urbanista, nasceu em Toulon, França, a 27 de fevereiro de
1902, sendo filho do Almirante Ribeiro da Costa. Passou a maior parte da
infância na Europa, retornando ao Brasil em 1917, quando se matriculou na
Escola Nacional de Belas Artes. Formado em 1924, integrou o escritório de
arquitetura do professor Archimedes Memória. Após fazer muitos prédios no
estilo neocolonial, descobriu que esse estilo era algo retrógrado e incoerente
com a realidade nacional, evoluindo para o modernismo, sob a influência de Le
Corbusier (1929-30). Elevado ao posto de diretor da Escola Nacional de Belas
Artes pela Revolução de 1930, defendeu a arte e arquitetura moderna,
causando grande polêmica. Formou escritório particular de arquitetura moderna
com o arquiteto russo naturalizado Gregori Warchavchik (1931-35),
empregando alunos que depois se tornariam figuras de primeira plana na
arquitetura brasileira, como Jorge Machado Moreira, Ernâni Vasconcellos,
Carlos Leão, Affonso Eduardo Reidy e Oscar Niemeyer, tendo também muito
estimulado as experiências paisagísticas de Roberto Burle Marx. Em 1936 foi
escolhido para projetar a sede do novo Ministério da Educação, Cultura e
Saúde Pública, o que realizou com a equipe de arquitetos cariocas, sob a
orientação de Le Corbusier, que veio especificamente ao Brasil para isso.
Revelou o talento de Oscar Niemeyer, entregando-lhe a direção dos trabalhos.
Fez muitos projetos de residências e prédios no Brasil e estrangeiro. Dos
grandes projetos, podemos citar: sede social do Jóquei Clube, na avenida
Presidente Antônio Carlos, no Castelo (1956-68); Casa do Brasil, na Cidade
Universitária, em Paris (1957-60); Plano Piloto de Brasília (1957); Plano de
Urbanização da Barra da Tijuca (1968-75), etc. Publicou vários estudos na
Revista do SPHAN, que ajudou a fundar, e obras isoladas, como:
Considerações sobre Arte Contemporânea (1952); A Crise na Arte
Contemporânea (1959), e outros. Faleceu no rio de janeiro em fins de 1998.
BANCO BOAVISTA - AV. MINISTRO IVAN LINS, 30 - BARRA DA TIJUCA
Dentro da política promocional empreendida pelo Banco Boavista, que já
na década de 40 revelou intenção de reformular o conceito de espaço bancário
através do projeto de Niemeyer para a sede da empresa, os arquitetos Davino
Pontual, Paulo de Souza Pires, Sérgio Porto e João do Nascimento Ribeiro,
optaram em 1981 por uma linguagem arquitetônica que enfatiza o aspecto
tecnológico. A preocupação com a redução no custo de energia orientou
implantação, volumetria geral e projeto de instalações especiais. A fachada
principal, com fechamento em tijolo de vidro, teve proteção garantida pelo
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movimento dos planos e pelo pergolado em toda sua extensão. Internamente,
as instalações foram deixadas aparentes e pintadas em cores vibrantes. Este
projeto recebeu Prêmio Rino Levi, na premiação anual do IAB/RJ em 1983,
pelo uso correto dos materiais, preocupação com tecnologia e ambientação
térmica.
ESCOLA VEIGA DE ALMEIDA - AV. DAS AMÉRICAS, 3.301 - BARRA
A escola destina-se a abrigar 1.400 alunos em dois turnos para ensino
pré-escolar, 1o. e 2o. graus, com área de construção aproximada de 6 mil m2,
ocupando terreno plano de 20 mil m2. O projeto, do arquiteto Luiz Eduardo
Índio da Costa, de 1975-76, propõe espaços amplos, dispostos em três níveis,
concebidos como imensas varandas cobertas. A cada nível foram dispostos
volumes independentes da laje de cobertura, destinados às salas de aula. As
diferentes atividades didáticas, culturais e administrativas são ligadas por
circulações avarandadas promovendo a integração entre alunos. A estrutura
modulada (6m x 6m) em concreto aparente permite acréscimo de espaço para
atender a eventuais expansões ou adaptações. Complementando o projeto
arquitetônico, adotou-se um sistema de informação visual que utiliza a cor para
caracterizar atividades diversas, e tem por suporte totens, murais e painéis.
ATHAYDEVILLE - AV. DAS AMÉRICAS - BARRA DA TIJUCA
Quando Lúcio Costa, o criador do Plano Piloto de Brasília, percebeu que
a Barra da Tijuca, o último recanto do Rio onde a natureza ainda era
preservada, estava sendo invadida por loteamentos que ameaçavam torná-la,
em pouco tempo, igual a Copacabana, apressou-se em reunir os maiores
proprietários da região para lhes propor aparentemente o impossível: construir
em apenas um terço do terreno.
Para surpresa dos especuladores e sorte da cidade, a proposta foi
aceita.
Na planície da Barra (20 quilômetros de extensão por 5 de largura, em
média), os prédios seriam construídos em “ilhas urbanísticas”, que se
sucederiam com 01 quilômetro de distância uma da outra. Nesses bolsões,
Lúcio Costa previu torres altíssimas, de trinta a quarenta andares, que
concentrariam a população na vertical. As torres, previstas para ter perfil
circular, seriam dispostas de tal forma que a paisagem não ficaria emparedada
por uma muralha, como em Copacabana.
A primeira dessas “ilhas”(seriam nove, ao todo, no projeto primitivo), foi o
“Centro da Barra”, depois rebatizado para Athaydeville. Prevista com 76 torres,
foi projetada em 1969 por Oscar Niemeyer, o construtor de Brasília. Na
proposta, Niemeyer fazia questão de desenhar uma barreira de edifícios, riscála e escrever ao lado: “Copacabana e Ipanema são péssimos exemplos que
não devem ser repetidos”.
Múcio Athayde, incorporador do Centro, um agitado advogado mineiro
nascido em 1934, prometia que os seus desejos de lucros não acabariam
transformando a Barra num outro problema urbanístico: “A natureza será
preservada e a poluição contida. A selva de concreto armado que é
Copacabana não mais vai se repetir”.
Lêdo engano. Falhas no projeto, a falta de conforto nas unidades, os
problemas resultantes da forma cilíndrica dada aos prédios, parte deles apenas
com algumas unidades voltadas para o mar, o posterior desvirtuamento do
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mesmo e a utilização de materiais impróprios à construção, somadas a falhas
de execução, reduziram as 76 torres cilíndricas a quatro. Somente uma foi
completada e habitada. Outra, ficou pronta, mas nunca recebeu o “habite-se”.
As outras duas não passaram dos quatro pavimentos. A construção das torres
de Niemeyer parou em 1973.
Athaydeville acabou sendo um sucesso imobiliário, mas não seguindo as
instruções de Niemeyer. Foram erguidas muitas torres, seguindo um estilo mais
tradicional, que fez sucesso em Nova Ipanema e Novo Leblon, condomínios
vizinhos surgidos sete anos depois. A floresta de concreto se repetiu e a
ecologia foi mandada para o espaço. O condomínio é o principal poluidor da
Lagoa de Marapendi.
NÚCLEO RESIDENCIAL NOVA IPANEMA - AV. DAS AMÉRICAS, KM 6
A partir da década de 70, o mercado imobiliário se apropria de alguns
fundamentos do urbanismo moderno, e começa a construir conjuntos fechados
destinados às faixas de poder aquisitivo mais alto. No Rio, este fenômeno
ocorreu principalmente em direção à Barra da Tijuca, vetor de expansão da
cidade até então pouco explorado. Os núcleos residenciais de Nova Ipanema e
Novo Leblon, desenvolvidos simultaneamente em 1975 pelo escritório dos
arquitetos Edison Musa e Edmundo Musa, constituem os exemplos mais claros
da intenção de introduzir os novos conceitos de planejamento, apresentando o
condomínio como evolução “natural” ao habitar. Os próprios nomes com que
foram batizados indicam o caráter do empreendimento, afirmando a proposta
de construir novas versões dos bairros mais elegantes da zona sul. O projeto
para Nova Ipanema é voltado para o atendimento imediato a todas as
necessidades do morador, constituindo-se como uma unidade que se quer
autônoma: áreas de lazer e esporte, espaços comunitários, caminhos de
pedestre, pequeno comércio. As zonas residenciais se organizam em faixas
paralelas a partir da av. das Américas: alta densidade(oito prédios de
apartamentos comunidades de três e quatro quartos) e baixa densidade(116
lotes para residências unifamiliares, a partir de mil m2 cada). O conjunto possui
ainda área de apoio náutico junto à Lagoa de Marapendi, com balsas que
fazem conexão com a praia, distante cerca de 300m.
UNION CHURCH - NOVA IPANEMA - BARRA DA TIJUCA
Edificação para fins religiosos, projetada pelo arquiteto Paulo Casé em
1981 e premiada pelo IAB/RJ em 1985. O espaço arquitetônico proporciona ao
público a fruição de um ambiente acolhedor, incorporando às exigências do
culto uma linguagem claramente contemporânea. A composição se utiliza de
elementos tradicionalmente associados a espaços religiosos, reinterpretados,
segundo ótica atual, como o sentido de verticalidade, o clima de penumbra
obtido pela dosagem de luz e os elementos portantes manifestados
externamente. Plasticamente, a expressão do conjunto é assegurada pela
estrutura em concreto aparente onde se destacam o campanário e o corpo da
nave, com cobertura inclinada ascendente para o altar, apoiada por vigas
metálicas que vencem vão de 15m e se assentam sobre contrafortes em
concreto armado que estruturam o talude de onde emerge a nave. Entre a
cobertura e o talude foi aberta uma área para iluminação e ventilação, sob a
qual se dispõe ampla vegetação. A luz filtrada pelos vitrais coloridos dispostos
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atrás do altar contribui para a iluminação natural do interior, gerando uma
atmosfera própria à meditação.
CONJUNTO RESIDENCIAL NOVO LEBLON - AV. DAS AMÉRICAS, KM 8
Conjunto residencial formado por oito torres com apartamentos de dois,
três e quatro quartos. A organização do conjunto segue a proposta do projeto
precedente, projetado pelos mesmos arquitetos na mesma época, em terreno
vizinho com 540 mil m2 de área, limitado ao norte pela av. das Américas e ao
sul pelo parque da Lagoa de Marapendi. As torres são dispostas sobre
plataforma destinada a lazer com piscinas e infra-estrutura esportiva, e em seu
entorno ficam as casas; as edificações delimitam um amplo espaço
comunitário, com bosque, clube, campos de golfe e escola.
CRECHE TIC-TIC-TAC - CONDOMÍNIO MANDALA - BARRA DA TIJUCA
Em terreno plano de 3.500m2, num dos condomínios fechados da Barra
da Tijuca, foi implantado em 1983 este projeto das arquitetas Ofélia Autran
Dourado e Ângela Leite Barbosa, para responder a programa bastante
específico. A concepção baseia-se em módulos de 5,00m x 5,00m,
organizados de forma a atender a diferentes finalidades; os blocos de
atividades independentes são interligados por passarela coberta com laje de
concreto, iluminada por domus em estrutura metálica. O arranjo das unidades
permitiu a criação de pátios privativos destinados a faixas etárias distintas e
usos diversos. Predominam as cores primárias nas esquadrias e elementos
metálicos, proporcionando ao conjunto uma jovialidade coerente com o
propósito do projeto.
CONDOMÍNIO SANTA MÔNICA - AV. DAS AMÉRICAS - BARRA DA TIJ.
Grande empreendimento imobiliário, iniciado em 1980, e que ainda
estava sendo implementado dez anos depois. Projetado pelos irmãos Edson e
Edmundo Musa, foi o primeiro conjunto habitacional a prever um crescimento
orgânico, em etapas preestabelecidas, conforme os serviços urbanos do bairro
fossem implantados, num esquema oposto ao do Atlântico Sul. Os
incorporadores confiavam plenamente no pronto crescimento do bairro,
bastando dizer que algumas unidades foram pensadas prevendo a proximidade
da futura estação do Metrô-Barra, ainda hoje não implantada. Na primeira
etapa, era um conjunto composto por loteamento de terrenos amplos de
1.200m2, onde foram previstas residências de alto luxo, com unidades de, no
mínimo 04 quartos. O condomínio era claramente inspirado no famoso subúrbio
californiano, seguindo um traçado orgânico densamente arborizado, imitando o
padrão de vida do local cujo nome sugeria. As casas seriam cercadas por
cercas vivas em vez de muros, sendo toda a parte íntima voltada para o interior
dos lotes, garantindo privacidade total, reforçada ainda mais por serem as
unidades de sobrado. A implementação total do condomínio sofreu muitos
atrasos, sendo depois instalados serviços internos não previstos originalmente,
haja vista que os programados para o bairro sofreram atrasos em sua
implantação, haja vista a estagnação pelo qual o Município passou na década
de oitenta.
CONDOMÍNIO ATLÂNTICO SUL - AV. SERNAMBETIBA, 3.600 - BARRA
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Unidade habitacional de alto luxo, com prédios distribuídos em amplo
terreno frente ao mar, portando cada lâmina apartamentos de luxo com 3 e 4
quartos e piscina privativa na varanda. Projetado em 1977 pela Sérgio Dourado
Arquitetura e Planejamento, esta unidade, a primeira de grande porte nessa
região da orla, utilizou-se de seu grande isolamento para aproveitar todo o
espaço disponível ao nível do solo com serviços que permitissem ao máximo a
convivência sem depender da infra-estrutura, então inexistente de mercados,
lazer e serviços gerais da Barra. Os generosos equipamentos urbanos contam
com quadras de tênis com instrutores; quadras de vôlei, basquete e futebol;
piscina com instrutores; shopping center; sauna, salões de massagem,
repouso, jogos e cinema; academias de ballet e ginástica com instrutores; deck
e porto náutico na Lagoa de Marapendi; área para ginástica ao ar livre, jardins
lagos e fontes de Burle Marx; dois restaurantes; posto médico; cartão de
crédito interno e seis linhas de ônibus privativas, etc. Enfim, toda uma forma de
vida que o novo bairro se proporcionava para receber e atrair.
CONDOMÍNIO RESIDENCIAL ALDEIA DO MAR - AV. SERNAMBETIBA
Concebido por uma equipe de arquitetos da Servenco Construtora S/A .,
formada por Fernando Abreu, Dibar Gonçalves, João Vicente do Amaral Mello,
Paulo Bernardo Goldstein, Márcia Queiroz Bastos e Marcus Vinícius Lustosa
de Souza, este condomínio, projetado em 1983, se beneficia de uma taxa de
ocupação, cerca de 20%, bem abaixo da exigida por lei, em terreno de 49 mil
m2, onde 15 mil m2 são destinados a lazer e circulação. O programa previa um
conjunto de oito prédios de cinco pavimentos, cada um com quatro
apartamentos por andar. Os blocos de três e quatro quartos foram dispostos ao
redor de uma praça, sobre plataformas elevadas cerca de 01m em relação ao
passeio, interligadas por áreas ajardinadas, sob as quais estão os
estacionamentos. O material predominante no revestimento externo é o
mosaico cerâmico de 5cm x 5cm com esmaltação em amarelo queimado,
contrastando com os volumes das caixas dáguas superiores, pintadas em tom
café, e com alguns elementos em concreto aparente. Como em outros
condomínios da região, foi reservado espaço para uma área de lazer, onde se
localizam salões de festas, bar, piscinas, quadras de esporte e salas de
atividades artísticas e artesanais. Uma ciclovia e um minibosque, onde foram
plantadas cerca de 150 árvores, complementam o conjunto.
COMPLEXO HABITACIONAL ALFABARRA - AV. SERNAMBETIBA, 6.500
O conjunto Alfabarra representa um dos núcleos de torres previstos no
plano de Lúcio Costa para a Baixada de Jacarepaguá, e é composto por duas
áreas distintas, ladeando a av. alvorada, entre o mar e a lagoa. No total, o
projeto de 1980 dos arquitetos Luiz Paulo Conde, Mauro Neves Nogueira,
Sérgio Magalhães, Sandra Muylaert, João José da Silva Costa, Leonardo
Stucker Fialho, Juan Carlos Di Filippo e Isso Milman, prevê a construção de
cinco torres residenciais com seis pavimentos, dispostos ao redor de uma
praça, com três escolas, clube e áreas de recreação. A expressão dos volumes
é reforçada pelo tratamento dado às fachadas: predominância de cheios sobre
vazios, varandas reentrantes, material de revestimento único e monocromático
para cada edifício e toldos que quebram a regularidade do bloco. Edifícios
comerciais e de serviços, com gabarito máximo de dois pavimentos, foram
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implantados entre as torres ou configurando uma rua interior, vinculada à
Lagoa de Marapendi.
RIOCENTRO - ESTRADA DOS BANDEIRANTES, 8.601 - JACAREPAGUÁ
Destinado a grandes eventos, o projeto para o conjunto do Riocentro,
projetado por Hélio Modesto em 1977, compreende pavilhão central para feiras,
pavilhão de congressos, três pavilhões de exposições, dos quais apenas um foi
executado, e edificações de serviço. O terreno de 600 mil m2, localizado na
junção de duas artérias de tráfego, foi atravessado por um sistema de
circulação interna que permite acesso fácil a todas as edificações e
escoamento rápido. Os pavilhões ocupam o centro do terreno, deixando a
periferia livre para os serviços de apoio, áreas verdes e estacionamento para
seis mil veículos. As edificações mais marcantes são os pavilhões de
congressos e exposições: o primeiro tem área construída de 20 mil m2, e
capacidade para atender até dez mil participantes. A estrutura de concreto se
conjuga à estrutura metálica da cobertura, beneficiando os amplos espaços
com perspectivas atraentes. No Pavilhão de Exposições a estrutura metálica
cobre 31.500m2, apoiada sobre seis colunas espaçadas por vãos de 60 m. A
organização dos blocos permite sua utilização isolada ou simultânea.
INDÚSTRIAS QUÍMICO-FARMACÊUTICAS SCHERING - E. DOS BANDEIR.
Indústria de produtos químicos, implantada em área então destituída de
iniciativas similares, o que lhe permitiu estender-se horizontalmente por uma
grande área. O complexo, elaborado em 1974 pelo arquiteto Sérgio Bernardes,
compreende quatro unidades de função variada, agenciadas ao redor de um
lago e unificadas por uma grande cobertura em treliça espacial assente sobre
pilares de concreto armado; assegurando continuidade visual ao conjunto.
HOSPITAL GERAL DE JACAREPAGUÁ - AV. MENEZES CORTES, 3.245
Esta obra, projetada em 1987 por jovens arquitetos do escritório Archi
5(Bruno Fernandes, Alder Catunda, Otávio Reis, Pedro da Luz e Roberto
Nascimento), veio responder à necessidade de ampliação de um hospital do
INAMPS, na periferia da cidade. Os serviços de ambulatório, atendimento e
apoio foram concentrados em um bloco único, formado por dois pavilhões
paralelos e pátio central descoberto. O volume se articula com o prédio
existente através de circulação semicircular com acessos independentes para
equipe médica e pacientes, que se fecha ao redor de uma praça descoberta.
Toda a estrutura, cobertura e vedação da nova edificação foram compostas por
elementos pré-fabricados de concreto, visando atenuar os problemas
decorrentes da convivência do canteiro de obras com o sistema hospitalar. Na
própria obra foram executados apenas os blocos de concreto, nos quais se
aplicou pigmentação avermelhada para compor as faixas horizontais que
caracterizam as duas fachadas principais.
O projeto foi premiado pelo IAB/RJ, em 1991.
EDIFÍCIO SEDE DA CIGNA SEGURADORA S.A. – AVENIDA PAULO DE
FRONTIM, 628 – RIO COMPRIDO
O partido arquitetônico se caracteriza pela implantação em terreno de
aclive acentuado, de modo a preservar seu perfil natural e reduzir despesas
com arrimos e terraplenagem. A torre de circulação vertical configura corpo
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autônomo com destaque em relação ao bloco de escritórios assentado na parte
mais alta, com cinco pavimentos-tipo sobre pilotis. Abaixo deste nível estão
dois pavimentos semi-enterrados para garagem e sobreloja para almoxarifado
e depósito. O tratamento exterior evidencia os elementos de suporte do edifício
com ênfase nos pilares periféricos que proporcionam amplos espaços livres.
Originalmente erguido em 1966 pelo arquiteto Wit-Olaf Prochnik para
sede da União Brasileira de Seguros Gerais, quando da aquisição do edifício
pela CIGNA Seguradora S.A., o terraço da cobertura foi fechado para abrigar
restaurante, cozinha e serviços.
ESTÁDIO MÁRIO FILHO - “MARACANÔ - AV. MARACANÃ, 252
Uma das obras tecnicamente mais importantes do Brasil, localizada nos
terrenos do antigo Derby Club, ocupando uma área de 186.638,56 metros
quadrados e compõe-se de Estádio Mário Filho (Maracanã); Ginásio Gilberto
Cardoso (Maracanazinho); Pista de Atletismo Célio de Barros e Parque
Aquático Júlio de Lamare. Sua capacidade original era de 155.000 pessoas,
atualmente reduzida para 95.000. O Estádio do Maracanã teve sua construção
iniciada no governo do Prefeito Marechal Ângelo Mendes de Morais, a 10 de
agosto de 1948, e foi inaugurado a 16 de junho de 1950, com o jogo de seleção
de jogadores “novos”, do Rio de Janeiro e de São Paulo, sendo Didi, o autor do
primeiro gol da história deste estádio.
Foi construído no tempo de 01 ano, 10 meses e 06 dias, de acordo com
o projeto da equipe de engenheiros arquitetos, constituída por Raphael Galvão,
Antônio Dias Carneiro, Orlando de Azevedo e Pedro Paulo Bernardes Bastos,
com cálculo estrutural de Antônio Alves de Noronha. Tem a forma de uma
elipse, medindo 318,52m x 280,7m, com o perímetro de 944,62m. Sua altura é
de 32 metros, com o último degrau a 23,60 metros de altura, distando de 126
metros ao centro do campo. As dimensões do seu campo eram de 72m x
108m, até 1963, quando foram aumentados para 75m x 110m, de acordo com
as leis internacionais.
Possui moderno sistema de irrigação mecânica da grama, com perfeita
drenagem, o que permite mantê-lo perfeitamente seco, mesmo durante chuvas
violentas. O gramado que é circundado por um fosso de 3 metros de altura por
3 metros de largura, garante completo isolamento entre os atletas e o público, é
atingido por quatro túneis, com iluminação indireta e com piso de borracha.
Projetado para abrigar confortavelmente 155 mil pessoas, já teve em suas
dependências 220 mil pessoas, no jogo Brasil e Espanha em 1950, durante a
IV ª Copa do Mundo, quando ocorreu também a primeira invasão do estádio
pelos torcedores sem ingresso, que derrubaram parte do muro que o circunda.
A primeira partida noturna foi realizada em 1951, quando foi realizado o
torneio Rio-São Paulo. Foi, também o primeiro estádio na América Latina a
possuir um placar eletrônico, em 1961. O custo da obra foi de 250 milhões de
cruzeiros. Para sua construção foram necessários 1.500 homens trabalhando
24 horas por dia, número este elevado para 5.000, tendo sido empregado o
seguinte material:
A)- 500.000 sacos de cimento, que empilhados formariam 78 pilhas da altura
do Corcovado (704m).
B)- 9.582.781 quilos de vergalhões de ferro, que colocados em fila, dariam a
volta ao mundo uma vez e meia pela linha do Equador.
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C)- 650.000 metros quadrados de madeira, que se fossem distribuídos em
tábuas, cobririam 3,5 vezes a área de pavimentação da avenida Presidente
Vargas (que tem 50m x 3.800m).
D)- 60.000 metros cúbicos de pedra, que dariam para encher uma trincheira de
2,5m de largura por 2m de altura, numa extensão de 12 quilômetros.
E)- 45.000 metros cúbicos de areia, que formariam uma camada de 0,25m de
altura, por toda a extensão da avenida Presidente Vargas.
F)- 80.000 metros cúbicos de concreto, que correspondem a estrutura de
edifícios de 10 andares, de ambos os lados da avenida Rio Branco, em toda a
sua extensão(1.800m).
G)- 41.000 metros cúbicos de escavações, que correspondem a cobertura de
1.640 poços de 2m x 2,5m de profundidade.
H)- 134.700.000 metros cúbicos de aterro.
I)- 1.004,490 metros de escoramento.
J)- 475.562 metros quadrados de formas.
K)- 40.000 caminhões descarregando material e atêrro, que colocados em fila
individual, cobririam a extensão da estrada Rio-São Paulo.
Em fins dos anos noventa, o ex-presidente da FIFA, o brasileiro João
Havelange, considerando-o obsoleto, sugeriu sua implosão e reconstrução com
apoio financeiro internacional. Não pensaram assim os outros brasileiros,
restaurando-o integralmente e tombando-o à nível estadual em junho de 2.000,
quando de seu cinqüentenário.
Seu mais antigo funcionário vivo e maior divulgador da casa é o Sr.
Isaías Ambrósio, que nele trabalha desde 1948.
RAPHAEL GALVÃO – DADOS BIOGRÁICOS.
Arquiteto. Nasceu no Rio de Janeiro em 894, estudou em sua própria
cidade natal e recebeu o diploma de arquiteto em 1920 pelo Curso de
Arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes da Universidade do Brasil.
Casou-se com Adalgisa Amaral Galvão e iniciou sua carreira ainda estudante,
como projetista de mobiliário, logo passando à sua verdadeira vocação –
arquitetura. Entusiasta das soluções da arquitetura colonial brasileira, dedicouse ao estudo, e seus projetos de residências revelavam essa tendência,
aliando o talento ao conhecimento profundo. Nas grandes obras, mantinha
filiação estilística com o Art-Déco.
Esportista, projetou vários estádios de futebol, como o do Botafogo
(1938), sendo o principal o Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (1941/50),
em equipe com três outros arquitetos. Juntamente com seu filho, Raphael
Galvão Júnior, prematuramente falecido, projetou o Ginásio Municipal do
Maracanãzinho (1953/4). Galvão também projetou alguns hotéis e casas de
espetáculos, entre os quais podem ser citados o Cinema Roxy, em
Copacabana (1933/4, com Firmino Saldanha); o Cine Pirajá, em Ipanema
(1935); e o Cine Metro Copacabana (1936), cujas soluções permanecem
atualizadas até hoje para os mais modernos métodos de projeção. Em 1923 foi
fundador, em seu escritório, juntamente com outros arquitetos, do Instituto de
Arquitetos do Brasil. Sua obra é extensa além das já citadas, tendo obtido
vários primeiros lugares e medalhas em concursos nacionais.
Raphael Galvão faleceu no Rio de Janeiro em 1964.
ESTÁDIO GILBERTO CARDOSO - “MARACANAZINHO” - AV. MARACANÃ
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Localizado ao lado do estádio do Maracanã, teve suas obras iniciadas a
30 de maio de 1953 e terminadas a 24 de setembro de 1954, sendo construído
pela firma Prolar S/A . Seu atual nome é Ginásio Gilberto Cardoso, em
homenagem ao antigo presidente do Flamengo, grande incentivador do
basquetebol na cidade. Este estádio possui capacidade para 20 mil pessoas
sentadas, bares, restaurante, sanitários, modernos vestiários, 12 cabines de
rádio e televisão.
Construído para a realização do Campeonato Mundial de Basquetebol
em 1954, é hoje o palco dos grandes acontecimentos esportivos e sociais da
cidade, como: campeonatos de basquetebol, voleibol, desfiles para concursos
de “Miss”, congressos religiosos, circos, espetáculos de patinação no gelo,
desfiles de modas, festivais de música, etc. Sua capacidade de público foi
ultrapassada várias vezes, por ocasião dos jogos do Campeonato Mundial de
Basquetebol e Voleibol, e de apresentações religiosas e circenses.
Foi destruído por um incêndio em 1967, sendo reconstruído depois.
CAMPUS DA UERJ - RUA SÃO FRANCISCO XAVIER - MARACANÃ
Resultado de concurso privado realizado em 1967, o projeto para o
Campus da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, elaborado pelos
arquitetos Flávio Marinho Rego e Luís Paulo Fernandez Conde, construído em
1967/74, apresenta uma proposta inovadora, baseada no conceito de
“microuniversidade urbana”, estruturada em institutos básicos.
Devido às dimensões reduzidas do terreno, optou-se por uma solução
vertical que beneficia a integração entre universitários de diferentes áreas. O
complexo foi dimensionado para uma população de 15 mil alunos, distribuídos
em oito unidades de ensino, e compreende seis edifícios com 12 pavimentos
cada, interligados por rampas e escadas. Além das salas de aula, laboratórios
e salas auxiliares, cada pavimento conta com cantina e sala de estar.
Todos os blocos se ligam ao central, onde estão concentrados os
serviços de apoio: lanchonetes, bateria de sanitários, elevadores e
administração. Complementando o setor educacional há um centro acadêmico
com salas de estar, jogos e associações, locais para cursos, refeitório e teatro,
além de estúdio completo de TV, seis auditórios e cinco laboratórios de
idiomas. O campus se completa com um conjunto de piscinas, campos
esportivos, áreas verdes, capela ecumênica e grande auditório, cuja cobertura
foi aproveitada como teatro de arena e concha acústica.
Objetivando o barateamento dos custos de construção, economia nos
prazos de execução, qualidade de acabamento e facilidade de manutenção,
optou-se pelo sistema construtivo racionalizado. A estrutura de concreto
aparente, moldada “in loco”, foi dimensionada para atender a esforços variáveis
segundo as transformações de uso. Para fechamento externo, utilizou-se
sistema pioneiro de painéis pré-fabricados em concreto, moldados em formas
metálicas.
AGÊNCIA SAENS PEÑA DO BANCO ITAÚ – RUA CONDE DE BONFIM, 423,
ESQUINA DE RUA PADRE ELIAS GORAYEB – TIJUCA
A partir do final da década de 70, as organizações bancárias passaram a
adotar uma arquitetura promocional de presença marcante na paisagem
urbana e forte sentido competitivo no mercado específico. Através de uma
central de projetos estabelecida em São Paulo – a Itauplan, o Banco Itaú deu
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início à modernização da imagem de suas agências, adotando linhas claras de
fácil legibilidade e identificação. Os arquitetos João Eduardo de Gennaro e
Aurélio Longo desenvolveram uma série de agências no Rio, dentre as quais
se destacam, além desta, a Agência Visconde de Pirajá, em Ipanema, pela
plasticidade e funcionalidade alcançadas. A Agência Tijuca sobressai pelo
emprego balanceado de concreto aparente com esquadrias de ferro pintadas
de preto que estruturam grandes panos de vidro temperado protegidos por
persianas metálicas fixas. O partido resguarda as árvores originalmente
existentes no terreno, e cria uma marquise coberta por jardim que percorre as
duas fachadas principais. A utilização de pé direito duplo em parte do salão
garante espaços e perspectivas amplas.
TIJUCA TÊNIS CLUBE – RUA CONDE DE BONFIM, 451
– TIJUCA
O Tijuca Tênis Clube surgiu em 1915, na Rua Uruguai 391, na casa do
Coronel Joaquim Pereira da Cunha Barbosa. Objetivava ser freqüentado pelas
famílias da região, aproximando as pessoas. Corre a história de que um dos
fundadores estava desejoso por certa moça, a qual só conhecia de vista, e
pensava que um clube ajudaria a aproximá-los. Alguns anos depois, o
Presidente Heitor Beltrão o transferiu para a Rua Conde de Bonfim, próximo à
Praça Sãens Peña. No lugar, existia até então um cortiço, a Pensão Cantagalo,
em terras de propriedade da Baronesa de Itacuruçá.
Fora as atividades desportivas, principalmente o tênis, o Tijuca manteve
intensa vida social, com seus bailes que atraíam pessoas de vários bairros.
Uma reportagem do periódico “Tijuca em Revista” relatava: “Corria o ano de
1931... A grande sensação da cidade era o Tijuca Tênis Club, com sua nova
sede em estilo neocolonial, suas festas que eram a nota elegante da
temporada, sua piscina. A primeira piscina da Zona Norte, num bairro distante
do mar, trazendo aos habitantes das encostas da montanha a possibilidade da
prática da natação e do prazer do banho, ao sol, sem os incômodos da longa
viagem à Zona Sul.
A antiga sede era em estilo neocolonial, erguida em 1931, foi projetada
por Paulo Candiota. Havendo necessidade de se ampliá-la, foi demolida em
fins dos anos 50, sendo construída a nova sede moderna, de 1959 a 63,
projeto do arquiteto João Khair. No hall subsiste ainda o portão colonial da
antiga sede, guardado como relíquia.
SINAGOGA ISRAELITA TEMPLO BENÉ SIDON – RUA CONDE DE BONFIM,
521, - TIJUCA
Pequenina sinagoga da zona norte, uma das três existentes na Tijuca
(as outras duas são nas ruas José Higino, 375; e Visconde de Cabo Frio).
Templo em arquitetura moderna, erguido na década de 60 sob projeto do
arquiteto Elias Kauffman, visando atender a comunidade judaica da Tijuca.
RESIDÊNCIA COUTO E SILVA – AVENIDA ÉDISON PASSOS, 3.114 – ALTO
DA BOA VISTA
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Dispondo de terreno em declive, o arquiteto Affonso Eduardo Reidy
satisfez o programa de necessidades dessa casa, projetada em 1953, em três
níveis; sobre a garagem estão organizados aspectos básicos da demanda
familiar, localizando os quartos em plano um pouco superior ao da sala; num
plano intermediário está a piscina e no fundo do terreno uma pequena casa
para empregados e oficina, acessível por um lance de escada. A fachada foi
resolvida com elegância, combinando harmoniosamente diferentes materiais e
texturas: pedra, combogó cerâmico, esquadrias de madeira e painel cerâmico
nas cores azul, marrom e branca, desenhado por Burle Marx, responsável
pelos jardins.
Nesta residência morou por muitos anos o finado General Golbery do
Couto e Silva.
CINEMA SANTA ALICE – RUA BARÃO DO BOM RETIRO, 1.095 –
ENGENHO NOVO
Inaugurado em 1952, é representativo da “época de ouro” dos cinemas
cariocas de bairro. Destacam-se na fachada o pano de combogós, o
coroamento da torre que lembra cinemas americanos, e os materiais nobres
usados no revestimento interno. Seu tombamento é conseqüência de uma
campanha da comunidade quando o cinema foi transformado numa igreja
evangélica em 1982.
O cinema é tombado pela Municipalidade desde 1990
EDIFÍCIO-SEDE DA CIA. BRASILEIRA DE PETRÓLEO IPIRANGA – RUA
FRANCISCO EUGÊNIO, 329 – SÃO CRISTÓVÃO
Prédio que se destina a abrigar a sede administrativa da Companhia
Brasileira de Petróleo Ipiranga e de empresas coligadas, corresponde a dois
paralelepípedos de dez pavimentos, deslocados em relação ao eixo
longitudinal e conectados por um núcleo que aglutina todos os serviços e
equipamentos. São nitidamente ressaltados o coroamento e a base, onde se
agrupam os serviços que necessitam de maior contato com o público. Em
razão da necessidade de adaptação dos espaços a possíveis alterações no
organograma da empresa, a estrutura vertical foi implantada externamente, o
que assegura a livre disposição das divisórias internas. O tratamento exterior
tira partido dos pilares e quebra sóis, utilizados nas faces ensolaradas,
constituídas de placas pré-moldadas de concreto articuladas à superfície de
vidro fumê que recobre todas as fachadas.
O projeto é de 1978, dos arquitetos Édison Musa e Edmundo Musa.
ESTAÇÃO RODOVIÁRIA NOVO RIO - AVS BRASIL/F. BICALHO/R. ALVES
Na confluência da avenida Brasil com as avenidas Francisco Bicalho e
Rodrigues Alves, foi construída durante a gestão do Governador Carlos
Lacerda em 1964/65 a Estação Rodoviária pelo Departamento de Estradas de
Rodagem em substituição à Estação Mariano Procópio, na Praça Mauá. Esta
última já estava congestionada, não suportando mais o tráfego rodoviário, além
de perturbar a circulação de veículos no centro da cidade. A capacidade da
Rodoviária Novo Rio é cinco vezes maior que a da Estação Mariano Procópio,
e, a projeção até o ano de 1980 foi de 150.000 passageiros/dia.
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As instalações da Rodoviária Novo Rio, cuja área coberta é de
13.000m2, compreendem um conjunto por uso público assim discriminado:
1)- Dependências para grandes malas e encomendas.
2)- Telefones urbanos e interurbanos.
3)- Correios e telégrafos.
4)- Agência bancária.
5)- Instalações sanitárias com 82 boxes, inclusive 12 chuveiros.
6)- Escadas rolantes.
7)- Bebedouros de água gelada.
8)- Circuito interno de televisão.
9)- Sistema de música funcional.
10)- Painéis eletrônicos indicando a chegada e partida dos ônibus.
As instalações foram muito melhoradas nas gestões Chagas Freitas e
Marcelo Alencar, mas a estrutura básica da Estação Rodoviária Novo Rio ainda
é a mesma deixada pelo Governador Carlos Lacerda.
EDIF. SEDE DO JORNAL DO BRASIL - AV. BRASIL, 500 - S. CRISTÓVÃO
Edifício concebido por Henrique E. Mindlin, Giancarlo Palanti, Walter L.
Morrison, Walmyr L. Amaral e Marc D. Foundoukas, em 1966/69, para servir à
indústria do jornalismo impresso, funcionando ininterruptamente. Devido à
própria natureza do jornal, seu programa integra ao mesmo tempo atividades
industriais (impressora) e escritórios (redação e administração), além de
estação de rádio, distribuídos em 33 mil m2 de área construída.
Estruturalmente é dividido em dois setores independentes, separados por
colchão de ar de 5cm que elimina possíveis trepidações da área industrial para
as demais.
Foram adotados vãos de 12m x 16m com objetivo de concentrar cargas
nas fundações e liberar o interior para as grandes dimensões das rotativas.
Estas, por sua vez, tem fundações independentes e total isolamento dos
elementos estruturais, evitando-se repasse de vibrações. A estrutura resultante
foi enfatizada por acabamento em concreto apicoado. Nas fachadas, a
proteção contra insolação quase permanente é feita por esquadrias em vidro
duplo com persianas no meio e recuo de 01m da fachada. O heliponto na
cobertura foi acrescido quando a construção já estava bastante adiantada e
recebeu tratamento diferenciado.
CENTRO DE TRADIÇÕES NORDESTINAS LUIZ GONZAGA – ANTIGO
PAVILHÃO DE SÃO CRISTÓVÃO - CAMPO DE SÃO CRISTÓVÃO
Amplo espaço destinado a exposições e eventos culturais erguido em
1956 sob projeto do arquiteto Sérgio Bernardes, destinado a abrigar uma
exposição industrial. Era, à época em que foi construído, uma das maiores
áreas cobertas do mundo, com 156 mil metros quadrados. A planta em formato
oval dispõe de dois lagos nas extremidades do eixo longitudinal, e áreas de
serviço e apoio concentradas junto aos acessos localizados nos extremos do
eixo transversal.
Para abrir o grande salão, sem apoios intermediários, o arquiteto lançou
cabos de aço que compõem uma superfície parabólica, recoberta originalmente
por uma capa plástica, depois substituída após um vendaval por chapas
metálicas. Essa solução, inspirada em modelo americano, determinou a
movimentação da volumetria que é a marca característica do projeto.
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Atingido por forte borrasca que lhe destruiu a cobertura, em 1988,
encontra-se agora em processo de reabilitação como espaço cultural popular.
Foi integralmente restaurado pela Prefeitura em 2001/3 com o fito de ali
sediar a feira dos nordestinos, até então realizada em espaço externo ao
pavilhão. A feira é uma grande tradição local que remonta a 1960, onde
migrantes do nordeste do Brasil vendem seus produtos e expõem suas
tradições. Em setembro de 2.003 o pavilhão restaurado foi entregue ao público,
com 300 boxes em seu interior, espaço para danças típicas, teatro, etc. À partir
de então, o velho pavilhão ganhou o apropriado nome de Centro de Tradições
Nordestinas Luiz Gonzaga, em homenagem ao Rei do Baião.
SÉRGIO WLADIMIR BERNARDES - DADOS BIOGRÁFICOS
Arquiteto, nasceu no Rio de Janeiro em 1919. Formou-se em 1950 pela
Faculdade Nacional de Arquitetura. Em 1953, conquistou o prêmio
internacional de habitação na II Bienal de São Paulo, e em 1954, o grande
prêmio de Habitação Individual na Trienal de Veneza, e o prêmio internacional
de Arte Sacra, em Darmstadt, Alemanha, com o projeto para a Igreja de São
Domingos, em São Paulo. Consagrando-se à pesquisa dos materiais de
construção, projetou o pavilhão da Companhia Siderúrgica Nacional, para a
exposição comemorativa do IV Centenário da Fundação de São Paulo (1954);
o edifício do Senado Federal, no Rio de Janeiro (1956, não executado); o
Pavilhão de Exposições, em São Cristóvão (1956); o pavilhão do Brasil para a
Feira Internacional de Bruxelas (1958); o Aeroporto Intercontinental (não
construído); o plano-diretor para a cidade do Rio de Janeiro (1960, não
executado); o plano-diretor para as favelas da Guanabara (1965, não
executado); o plano-diretor da cidade-porto Presidente Stroessner, no Paraguai
(não executado); o plano-diretor da cidade de Albufeira, em Portugal (não
executado); Aeroporto de Brasília (1967); mastro da bandeira, na Praça dos
Três Poderes, Brasília (1972), etc. Sérgio Bernardes revelou-se um arquiteto
bem sucedido de residências. Se não conseguiu executar nenhum de seus
grandiosos projetos, construiu milhares de belas casas, destacando-se sua
própria residência, na avenida Niemeyer.
Sérgio Bernardes morreu no Rio de Janeiro em 2.003.
CASA SÃO LUIZ PARA A VELHICE – RUA GENERAL GURJÃO, 533 –
CAJU
É o antigo “Asilo São Luiz para a Velhice Desamparada”, fundado a 4 de
setembro de 1890, nesta cidade, pelo benemérito Visconde Ferreira de
Almeida (Luiz Augusto Ferreira d`Almeida).
Inaugurou-se o asilo com sete velhas na antiga vivenda de William Fox,
na Ponta do Caju. A 15 de agosto de 1903 faleceu inesperadamente nesta
cidade o benemérito fundador da instituição, que até então fôra mantida às
expensas e pelo zelo junto a amigos e benfeitores. Assim é que os herdeiros
do nome e das tradições do morto reuniram-se a 4 de julho de 1904, em
assembléia com o nobre intuito de tomar sobre seus ombros o compromisso da
continuação de sua obra. Foram 12 os componentes da memorável
assembléia. Constituiu-se assim a Associação Asilo São Luiz para a Velhice
Desamparada. Cessava a obra de um só homem para ser a resultante jurídica
e legal de um numeroso grupo de cidadãos decididos a perpetuar a obra do
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fundador. Naquela data, 1904, eram 62 os internados (17 velhos e 45 velhas).
Até então tinha o asilo acolhido um total de 303 anciãos de um e outro sexo.
Em 1935, o patrimônio da instituição elevava-se já a tal valor que as
instalações foram reconstruídas pelo arquiteto Paulo Camargo e Almeida, que
projetou os novos pavilhões em revolucionária arquitetura moderna. Assim
sendo, o projeto para o novo Asilo São Luiz compreende pavilhões para
alojamentos, auditório com capacidade para 800 pessoas e serviços gerais. O
arquiteto se orientou segundo as últimas tendências técnicas e construtivas,
sempre buscando atender às necessidades e cuidados que requerem os
asilados: condições de conforto e higiene.
O aspecto elegante da estrutura em concreto armado se beneficiou da
redução de cargas proporcionadas pelos elementos construtivos escolhidos –
todas as paredes divisórias são em “celotex”, só tendo sido empregada
alvenaria nos elementos externos. Uma característica fundamental deste
projeto, pioneiro em sua época, é a estandartização da execução de várias
peças, confeccionadas na própria obra, como as placas do revestimento
externo, as divisórias, as placas isolantes térmicas e as caixas de concreto que
protegem as janelas do sol.
OFICINAS DPASCHOAL - AV. BRASIL, 2.198 - SÃO CRISTÓVÃO
Edifício para exposição e venda de automóveis e autopeças, implantado
em terreno irregular, voltado para via de tráfego intenso. O arquiteto Paulo
Antunes Ribeiro, que projetou o edifício em 1952, cuja produção esteve sempre
vinculada à linha racionalista, buscou aqui também uma composição de linhas
claras, utilizando elementos geométricos de grande impacto e fácil assimilação,
de acordo com as características do programa arquitetônico. As salas de
administração e exposição foram agrupadas num bloco único, voltado para a
frente do terreno e definido volumetricamente por uma sucessão de arcos de
concreto. Já as oficinas configuram um bloco anexo, intencionalmente
secundário em relação à fachada principal. Enriquece a composição o
revestimento em alumínio verde-bronze da cobertura de concreto.
CONJUNTO RESIDENCIAL PREF. MENDES DE MORAES – PEDREGULHO
- BENFICA
Dentre as realizações mais notáveis no campo habitacional, do período
governamental populista (1946-1964), destaca-se a construção em 1947/54
pelo Departamento de Habitação da Prefeitura do então Distrito Federal do
Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Moraes, mais conhecido como
Pedregulho, projeto do arquiteto moderno Affonso Eduardo Reidy.
Esta iniciativa, levada a cabo sob a direção de Carmem Portinho,
representa a primeira tentativa de integrar a moradia a outros espaços e
serviços indispensáveis a uma equilibrada vida comunitária: escolas, creches,
ambulatório, mercado, lavanderia, conjunto esportivo(quadras e piscinas). O
projeto previa a construção de 478 unidades distribuídas em quatro blocos (um
dos quais não executado) e equipamentos em terrenos de 5 hectares na
encosta do morro do Pedregulho, no bairro industrial de São Cristóvão.
O bloco A, com sete pavimentos e 260m de comprimento, predomina na
paisagem com seu aspecto sinuoso, que se adapta à variação topográfica na
parte mais alta do terreno. Seu terceiro piso, quase totalmente vazado, é
tratado como um playground contínuo com creche e escola maternal nas
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extremidades. Por todo o conjunto despontam contribuições de artistas como
Anísio Medeiros e Roberto Burle Marx (jardins e painel na escola primária) e
Cândido Portinari(painel de azulejos no ginásio de esportes).
Este projeto tornou-se mundialmente famoso por incorporar com grande
criatividade os princípios da arquitetura e urbanismo modernos à solução de
um conjunto habitacional para camadas populares.
CIDADE UNIVERSITÁRIA - ILHA DO FUNDÃO - BAÍA DE GUANABARA
A Cidade Universitária ocupa uma superfície de 596 hectares resultante
da unificação, mediante aterros, de nove ilhas da Baía de Guanabara em
1949/52. Sua localização foi determinada por diversos estudos de viabilidade
que levaram em conta fatores de ordem política, social, econômica e técnica. O
“Campus” foi previsto para atender a 30 mil estudantes, e concentrar todas as
atividades pertinentes à vida universitária: unidades de ensino, unidade de
apoio(administração, restaurante, biblioteca, etc.) e zona residencial para até
dez mil estudantes e 300 famílias de professores.
O plano urbanístico, bem como o projeto das edificações, foi
desenvolvido por Jorge Moreira, arquiteto chefe; Aldary Toledo, arquiteto
adjunto; e pela equipe formada por Orlando Magdalena, João Henrique Rocha,
Donato Mello Júnior, Giuseppina Pirro, Adele Weber, Renato Ferreira de Sá,
Elias Kaufmann, Arlindo Araújo Gomes, João Corrêa Lima, Asthor R. Sá Roris,
Norma Cavalcanti de Albuquerque, Otávio Sérgio de Morais, Carlos Alberto
Boudet Fernandes, Conceição Mattos Penna, Jorge Werneck Passos, Paulo
Rocha Souza, Renato Sá Júnior e Paulo Porciúncula de Sá.
O conjunto nunca foi concluído, e ao longo do tempo sofreu diversas
alterações e introdução de unidades não previstas. Do projeto original, foram
executados apenas o Instituto de Puericultura, Faculdades de Arquitetura e
Engenharia e Hospital Universitário.
REFINARIA DE MANGUINHOS - AVENIDA BRASIL, 3.141 - BENFICA
Projetada e construída em 1954/56 pela equipe de arquitetos formada
por Firmino Fernandes Saldanha, Humberto de Barros Kaulino e José Bina
Fonyat Filho. Os diversos setores exigidos pelo programa(administração,
laboratório, oficinas, almoxarifado, vestiário e garagem) estão distribuídos em
blocos isolados, cuja implantação foi estudada em função da configuração
linear do terreno.
Os prédios foram conjugados por caminhos integrados ao paisagismo,
procurando-se estabelecer uma unidade plástica ao conjunto através do
destaque dos elementos estruturais. Os materiais obedecem a critérios de
economia e durabilidade, valorizando-se suas qualidades de textura e cor.
SOTREQ - AVENIDA BRASIL, 7.200 - BONSUCESSO
Este conjunto, destinado à exposição e venda de tratores Caterpillar,
projetado em 1944/49 pelos arquitetos Marcelo, Milton e Maurício Roberto, é
composto por grande área de exposições, escritórios, pequena sala de
projeções e auditório para conferências, restaurante, serviços de montagem e
oficina.
O pavilhão central de exposições, uma elegante estrutura em madeira
com arcos de 44m de vão, cobertas com telhas de fibrocimento que não
chegam até o chão, domina a composição, complementada pelos blocos de
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oficinas e serviços com volumetria semelhante. Uma estreita e elegante
passarela à altura do primeiro piso do pavilhão central, sustentada por
delgados pilares, permite ao visitante uma perfeita observação do equipamento
exposto. O acesso à passarela é feito por interessante escada em caracol
apoiada unicamente nos dois extremos.
Também nesse projeto os irmãos Roberto recorreram ao jogo
policrômico de valorização dos elementos arquitetônicos com predominância
para os tons de rosa, cinza, marrom e branco.
O GRANDE PORTAL DO BRASIL – AEROPORTO INTERNACIONAL DO
RIO DE JANEIRO/GALEÃO – ANTÔNIO CARLOS JOBIM
Durante a 4a. Copa do Mundo de 1950 no Brasil o Rio de Janeiro
recebeu milhares de turistas de todo o mundo. Essa leva de 600.000
forasteiros congestionou o pequeno aeroporto Santos Dumont, inaugurado em
1944 no Castelo, o que levou o Ministério da Aeronáutica a decidir pela
construção de um moderno aeroporto internacional, capaz, inclusive, de
receber os novos aviões a jato que estavam sendo postos no mercado
aeronáutico e que não poderiam mais pousar na estreita pista do Santos
Dumont. A realização de um congresso eucarístico internacional em 1955 em
nossa cidade fez com que as obras fossem realizadas sem interrupção.
Em 1o. de fevereiro de 1952, era inaugurado pelo Ministro Brigadeiro
Nero Moura e o Presidente Getúlio Vargas, na Ponta do Galeão, Ilha do
Governador, nosso primeiro aeroporto de caráter internacional, o qual recebeu
o nome da região onde foi edificado. Entretanto, como o país passava por
grave crise financeira, houve economia na obra e o resultado final decepcionou
a todos. De mesquinha arquitetura, parecia mais um galpão que aeroporto. Não
estava à altura do progresso nacional, e, pior, logo ficou obsoleto para o tráfego
aéreo que não parou de crescer nas décadas de 50 e 60. Mesmo assim serviu
por 24 anos.
O Ministério da Aeronáutica resolveu afinal, em 1967, promover a
construção de um verdadeiro aeroporto de porte internacional capaz de
absorver adequadamente o crescimento do tráfego aéreo e, em especial, a
operação de modernas aeronaves supersônicas de grande porte. Após
diversos estudos, foi escolhida a área da Ilha do Governador, ao lado do antigo
aeroporto do Galeão que foi transformado em terminal de carga. Foi delineado
o projeto arquitetônico pela empresa Hidroservice, com equipe técnica
coordenada pelo arquiteto Rodrigo Lefébre. A construção seria em quatro
etapas; a previsão era atender 30 milhões de passageiros e 250 mil toneladas
de carga por ano em 1990, com reserva de área para expansão após esta
data.
O conjunto arquitetônico da primeira etapa foi inaugurado a 20 de janeiro
de 1977 e é formado por um Terminal de Passageiros, Unidade de
Administração e Controle e Torre de Controle. A Estação de Passageiros foi
executada em 1972/76. Ao todo estão previstas mais três. A que foi concluída
inicialmente, cumpre com rigor a sua função exigindo caminhadas curtas para o
passageiro, funcionalidade e conforto. As atividades principais, embarque e
desembarque, realizam-se em níveis diferentes, com acessos diretos ao eixo
viário e à via principal. Nesses dois níveis encontram-se os serviços essenciais
e alguns setores de apoio imediato ao usuário. Em nível inferior está o
estacionamento de automóveis controlado por computador com capacidade
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para 1.300 veículos. No 3o. piso, acima do embarque, localizam-se as
principais concessionárias comerciais, áreas de estar, centro comercial, capela
ecumênica e restaurantes.
A estação divide-se em dois setores para vôos domésticos e internacionais,
cada um com sistema completo para embarque e desembarque de
passageiros, e a ligação com as aeronaves é feita por meio de 19
passarelas telescópicas que viabilizam ao todo 33 posições de embarque.
Pela primeira vez no Brasil foi utilizada pavimentação em concreto
protendido, tanto para a pista de pouso quanto para as pistas de
taxeamento, saídas rápidas e áreas de espera. A aplicação de sofisticados
sistemas de computadores integrados ao projeto arquitetônico contribuiu na
otimização do controle operacional e do uso das instalações básicas. O
acesso ao aeroporto é feito pelo viaduto dos Maracajás, inaugurado a 31 de
maio de 1978. Nesse mesmo ano, passaram pelo aeroporto 5.700.000
passageiros, atingindo sua capacidade máxima. Em 1992 passou por um
teste de fogo, quando recebeu, de uma só vez, mais de cem chefes de
estado e turistas que vieram para a Conferência Internacional de Meio
Ambiente Rio-92.
Recentemente, em março de 1998, quando da realização da reunião de
chefes de estado no Rio de Janeiro denominada de “Cimeira”, ficou pronta a
segunda fase do projeto, depois de três anos de obras. O novo terminal
inaugurado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso redimensionou todo o
setor de embarque e desembarque nacional e internacional, então em franca
expansão. A diminuição do tráfego aéreo no Rio de Janeiro ocorrida logo
depois, com a inauguração de novos e modernos aeroportos em outros
estados da Federação adiou a conclusão das fases três e quatro
indefinidamente.
O aeroporto possui nome complicado. Durante sua construção, era
apelidado pela mídia de “Supersônico”. Com o fracasso dos vôos do avião à
jato Concorde ao Brasil, esse nome foi esquecido e recebeu oficialmente a
denominação de Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Como a população
continuava a denomina-lo de “Galeão”, em lembrança do antigo aeroporto ali
inaugurado em 1952, este nome lhe foi afinal aposto por decreto. Após a morte
do maestro Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, em meados de 1994, o
Senador Arthur da Távola propôs, pelo projeto de lei no. 208, de 1995, seu
nome para o aeroporto. Afinal, pela lei no. 9.778, de 5 de janeiro de 1999,
decretada pelo Presidente da República, a instalação passou a ostentar os três
nomes.
Para a INFRAERO, empresa responsável pela implantação e
administração dos aeroportos no Brasil, ele é apenas conhecido como “GIG”.
O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antônio Carlos
Jobim, ocupa uma área de 14km2, com duas pistas de pouso (uma com
4.000m e outra com 3.180m) e dois terminais concluídos. Funciona como uma
cidade, mobilizando até 20.000 funcionários, com população flutuante de até
50.000 pessoas/dia. Passaram por ele, no ano 2.000, 6.006.697 passageiros,
com 82.532 aeronaves, bem como 117.840 t de carga.
IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO LORETO – ESTRADA DOS
MARACAJÁS, 635, ITACOLOMI – ILHA DO GOVERNADOR.
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A Padroeira dos aviadores é especialmente adorada pelos cariocas em
duas belas igrejas. Uma, antiqüíssima, datando dos primórdios da cidade. A
outra, moderna, reflete a importância da aviação para o progresso do Rio de
Janeiro. A primeira delas, fica situada na Ladeira da Freguesia, 375,
Jacarepaguá. A outra, bem mais recente, situa-se na Estrada dos Maracajás,
635, em Itacolomi, Ilha do Governador.
A Igreja na Ilha do Governador possui história bem modesta.
Na década de 1930, foram instalados os primeiros aeródromos militares
na Ilha do Governador. Após 1936, esses aeródromos passaram igualmente a
atender a aviação civil, pois a pista do Aeroporto Santos Dumont era diminuta e
só podia receber pequenas aeronaves. Com a necessidade de um aeroporto
internacional para a cidade, o Presidente Getúlio Vargas inaugurou o Aeroporto
do Galeão, a 1o. de fevereiro de 1952. A concentração, num mesmo ponto, de
instalações da Força Aérea Brasileira e da aviação civil levou a comunidade do
bairro de Itacolomi a erguer em 1956 uma capela em louvor à Virgem do
Loreto. No ano seguinte, a 22 de outubro de 1957, o Cardeal D. Jayme de
Barros Câmara a elevou à condição de Paróquia do bairro insulano.
De arquitetura modesta, vale mais pelo sentimento religioso que o luxo.
Talvez assim mesmo deva ser uma Casa de Deus, simples, sem
superfluidades. Por muitos anos foi seu Pároco o Cônego Paulo Corrêa Pinto.
A Igreja de Nossa Senhora do Loreto da Ilha do Governador foi recentemente
motivo de manchetes nos jornais, quando em outubro de 2.003, os traficantes
que assolavam a região expulsaram o Pároco Padre Silas Pereira Viana. A
polícia teve de vigiar o templo para garantir que os paroquianos tivessem paz e
o culto voltasse à normalidade.
Se a polícia não funcionar, quem sabe os anjos aparecem de novo para
levar o templo a um novo lugar?
Sua festa se dá a 10 de dezembro.
IGREJA DE NOSSA SENHORA APARECIDA – MONERÓ
Com a inauguração do novo viaduto, em 1985, ligando a Ilha do
Governador à cidade, o bairro do Moneró, então um lugar com pouco
movimento, tornou-se o coração da ilha. Na década de 1990 surgiram
supermercados e toda uma série de serviços públicos e empreendimentos
imobiliários, os quais mudaram completamente o perfil do lugar. Com o
incremento populacional, a pequena Igreja de São José Operário passou a não
atender bem a toda essa população. Assim sendo, em 1998 foi inaugurada a
nova Igreja Paroquial de Nossa Senhora Aparecida, toda em concreto, tijolos e
alumínio, de arquitetura moderna, mas inspirada nas formas da arte cristã
primitivas.
Com paredes de tijolos e estrutura em alumínio e ferro, possui um lindo
altar mór moderno em cimento e pinturas, estas imitando o Rio Itaguaçu, em
São Paulo, onde três pescadores acharam a imagem da santa em 1717, com a
escultura da pomba do Divino Espírito Santo em relevo, e a imagem de Nossa
Senhora Aparecida, réplica perfeita da que se encontra na Basílica Nacional,
em São Paulo.
É uma ótima referência à Ilha do Governador, que sempre combinou, ao
longo de séculos, a tradição com a modernidade.
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CIDADE ALTA - CORDOVIL
Na Avenida Brasil, na confluência com a rodovia Rio-Petrópolis, e a vinte
quilômetros, apenas, da Praça Mauá, ergueu-se em 1969 o Conjunto Cidade
Alta, em Cordovil. Compõe-se de 64 blocos residenciais de 5 pavimentos, com
um total de 2.597 apartamentos de um, dois ou três quartos, os quais são
servidos por um completo sistema de água, esgoto, energia e com previsão
para todas as emergências, inclusive a possibilidade de expansão.
Em benefício da nova comunidade, a Cidade Alta foi implantada dentro
de uma área em franco desenvolvimento industrial e comercial, no principal
tronco do Anel Rodoviário, onde são propiciadas todas as facilidades comunais
básicas.
No centro do Conjunto, três escolas foram construídas, cada uma
destinada a atender, em dois turnos, a 2.300 crianças. Levantou-se, dentro do
próprio conjunto, um centro comercial, um templo para culto religioso, um clube
com sede social e quadras para a prática de esportes.
O Conjunto de Cordovil foi inaugurado a 28 de março de 1969, quando o
Governador Negrão de Lima, o Presidente da COHAB, o Cardeal Dom Jaime
de Barros Câmara e outras autoridades fizeram a entrega de chaves às
primeiras vinte famílias transferidas da Praia do Pinto. Procedera-se, pouco
antes, ao cadastramento e escalonamento da mudança, processando-se esta
parceladamente, com o emprego de caminhões e Kombis da SUTEG.
Milton de Mendonça Teixeira.
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