Guia Setorial

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Guia Setorial
Apresentação
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Invenção e evolução da bicicleta
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1. A vida sobre 2 rodas
a. Transporte sustentável e ecocidades
b. Lazer e saúde
c. Esportes competitivos
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2. Tipos de bicicletas
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3. Inovação no projeto de bicicletas
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a. Inovação como evolução
b. O Design dominante e a bicicleta segura
c. Patentes e propriedade intelectual
4. O Mercado e a industria de bicicletas
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25
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Guia Setorial
A. Bibliografia
B. Órgãos Oficiais
a. Ciclismo
b. Patentes e Propriedade Intelectual
C. Links Relacionados
a. Ciclismo e Esportes
b. Patentes
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41
41
41
43
43
43
D. Outras Publicações
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a. Em Espanhol
b. Em Português
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44
Apresentação
O Desafio Sebrae é um jogo de negócios que propicia a universitários
a experiência real de administrar uma pequena empresa virtual,
disputando o mercado com um grupo de concorrentes.
O tema escolhido a cada ano visa despertar o interesse dos
participantes sobre as características de um determinado setor
da economia.
A indústria de bicicletas é o tema escolhido para o Desafio Sebrae
2011, por duas razões: bicicleta é um produto interessante do ponto
de vista da ficção do jogo, mas também é um meio de transporte
ambientalmente eficiente do ponto de vista do planeta e da vida de
cada um de nós.
A leitura deste Guia Setorial exercita nos participantes a compreensão
de fatores sistêmicos que influenciam a competitividade no setor
da economia escolhido e, ao mesmo tempo, os convoca para uma
atuação empreendedora comprometida com a busca de soluções
ambientalmente sustentáveis. Outro objetivo do Guia é familiarizar
os leitores com a linguagem mais formal, encontrada em muitos
artigos de negócio.
Durante o jogo, as equipes produzirão bicicletas de três diferentes
categorias: transporte urbano, esporte e lazer. Cada categoria tem
características específicas, determinadas pela funcionalidade e pelo
desempenho determinados pelos diferentes contextos de uso.
Assim, por exemplo, velocidade, conforto, segurança e resistência
são requisitos priorizados de forma diferente por diferentes tipos de
usuários de bicicletas.
Gerenciar um fabricante virtual de bicicletas contribui para
desenvolver no público universitário conhecimentos de gestão
e atitudes empreendedoras que serão úteis para sua atividade
futura como empregador ou como empregado, mas, acima de
tudo, como cidadão.
Claudio D’Ipolitto
Janeiro de 2011
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DESAFIO SEBRAE 2011
Guia Setorial
INVENÇÃO E EVOLUÇÃO DA BICICLETA
Invenção e evolução da bicicleta
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Figura 1 - Evolução da Bicicleta (Acessado em http://pt.wikipedia.org/wiki/Bicicleta)
A bicicleta como hoje conhecemos evoluiu através de diferentes
designs e por trajetórias tecnológicas em parte desconhecidas.
Segundo a Enciclopédia Britânica,
há controvérsias sobre a invenção
da bicicleta, pois por algum tempo se
acreditou que, já em 1492, Leonardo
da Vinci a tivesse esboçado em
seu caderno de notas, Codex
Atlanticus. Contudo, esta versão foi
depois questionada e acusada de
decorrer de uma falsificação incluída
no Codex apenas em 1960. Outra
possível origem da bicicleta passaria
pelo velocífero ou celerífero, criado
de propulsão, freio e direção tornava
seu uso pouco prático e muito
propenso a quedas e colisões. O
verdadeiro ancestral da bicicleta
seria a draisienne, inventada pelo
Barão Karl von Drais, apresentada,
em 1817, em um percurso de 14 km
e exibida em Paris, em 1818.
Embora a draisienne já contasse com
um selim regulável e sistemas primitivos de direção e freio, a propulsão ainda era realizada apoiando os pés contra o chão, conforme ilustra a Figura 2
(CSMT).
A draisienne foi fabricada na França
por Von Drais e na Inglaterra por Denis
Johnson, que para promovê-la criou
uma escola para ensinar quem quisesFigura 3 – ‘Johnson’s Pedestrian Hobby- se pilotar um hobby-horse, como era
horse Riding School’, Westminster, London, 1819. Gravura de H. Alken segundo chamado, na Inglaterra, por lembrar
(Oliver, Berkebile 1974)
um cavalinho de pau sobre rodas.
em 1790, pelo Conde de Sivrac,
que consistia de duas rodas ligadas
por uma haste de madeira, mas
que para deslocar-se precisava ser
empurrada ou descer uma ladeira
(Britannica). Esta falta de sistemas
Figura 2 - Denis Johnson andando na
hobby-horse, 1819. (CSMT)
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Figura 4 – `Four and Twenty Hobby Horses all of a row’ 1819. Gravura de Rudolph
Ackermann. (NMSI)
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DESAFIO SEBRAE 2011
INVENÇÃO E EVOLUÇÃO DA BICICLETA
Contudo, após a febre inicial,
ilustrada pela Figura 3, logo cessou
o interesse pela hobby-horse.
Figura 6 – Ariel. National Cycle Collection of Great Britain.
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Figura 5 - Boneshaker, 1869. (Athelstan
Museum)
As retrospectivas históricas da
evolução da bicicleta do Museu de
Ciência e Tecnologia do Canadá
(CSMT) e do Smithsonian Institution
(Oliver, Berkebile 1974), ilustram os
muitos caminhos explorados na invenção e fabricação de veículos ancestrais da atual bicicleta.
O velocípede (do Latim, “pés
ligeiros”) foi inventado em 1863
por Pierre Lallement e, em 1869,
foi produzido por Michaux et
Cie, em Paris. A inovação foi
instalar pedais na roda dianteira e freios na traseira. O novo
veículo ganhou popularidade
nos Estados Unidos e Europa,
e ficou conhecido na Inglater-
ra como boneshaker (do Inglês,
“o que sacode os ossos”), devido ao desconforto causado
pelo impacto das rodas revestidas por pneus de ferro contra
o piso pavimentado com pedras
(Athelstan Museum e CSMT).
Este processo levou por fim à
substituição da tecnologia primitiva
baseada nas carruagens de madeira por um desenho que incorporava inovações tais como, estruturas
tubulares dos quadros e garfos, rodas raiadas, rolemãs, aros de metal
e pneus de borracha. Em 1871, James Starley lançou o modelo Ariel,
o primeiro com pneus sólidos de
borracha, cuja roda dianteira tinha
1,22 m e a traseira 76 cm. Tinha
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INVENÇÃO E EVOLUÇÃO DA BICICLETA
tração direta (direct-drive) com os
pedais afixados na roda dianteira.
Foi a primeira bicicleta comercial e permitia desenvolver velocidade e vencer distâncias de
forma prática. Deu origem à bicicleta comum (ordinary), também
conhecida como “high wheel”
(roda grande) ou “penny farthing”.
O nome penny-farthing se refere,
pejorativamente, a duas moedas da
época: penny (de maior tamanho) e
farthing (quarter-penny, que era menor). Quando colocadas lado a lado,
lembravam o desenho da bicicleta
(Reference.com, Curley 2010).
Starley ficou conhecido como
o “Pai da Indústria Ciclística”
graças a suas muitas contribuições ao design de bicicletas e
triciclos. Por volta de 1874, o
centro da indústria havia migrado de Paris para Coventry, na
Inglaterra, país que liderou seu
desenvolvimento
tecnológico
até o século 20 (Curley 2010,
Britannica).
Muitos buscaram criar a “bicicleta segura” (safety bicycle),
incorporando engrenagens que
permitiram diminuir a roda frontal e manivelas para reduzir a
altura dos pedais e do ciclista.
A propulsão das rodas traseiras
através de correias foi introduzida em bicicletas e triciclos na
década de 1870. Ainda segundo
Curley (2010), Hans Renold introduziu a cadeia dentada em 1880,
em Manchester, na Inglaterra, o
que facilitou a construção de bicicletas mais seguras.
Nos meados dos anos 1880,
diversos fabricantes produziam
variantes da bicicleta segura,
visando manter o ciclista mais
próximo do chão. Isto proporcionava maior estabilidade e
facilitava que o usuário montasse na bicicleta. Em 1885, o
modelo Rover Safety, ilustrado
na Figura 7, lançado por John
Kemp Starley, sobrinho de James Starley, e por W. Sutton,foi
o primeiro a ter sucesso comercial e incorporar muitas das
inovações encontradas nas bicicletas atuais. É curioso notar
que a correia de tração traseira promoveu o retorno das rodas de mesmo diâmetro, com
praticamente a mesma dimensão encontrada nas pioneiras
hobby-houses, de cerca de se-
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DESAFIO SEBRAE 2011
Guia Setorial
INVENÇÃO E EVOLUÇÃO DA BICICLETA
tenta anos antes (Curley 2010;
Oliver, Berkebile 1974).
O passo seguinte foi o desenvolvimento do pneumático, em
1888, pelo cirurgião veterinário
irlandês John Boyd Dunlop.
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Figura 7 - Rover ‘safety’ bicycle, 1885.
Science Museum / Science and Society
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1. A vida sobre duas rodas
No final da década de 1890,
a bicicleta tornara-se um substituto viável do cavalo para o
transporte individual, incorporando-se à vida nos centros
urbanos.
Em um mundo com pouca tecnologia, a bicicleta representava uma máquina com excelente desempenho. A bicicleta era
um meio de transporte individual e barato, para ir ao trabalho, fazer entregas, passear e
fazer esporte, de forma semelhante ao que ocorre hoje com
os carros. Já durante a década
de 1890, houve um crescente
interesse por bicicletas. Em
1889, foram fabricadas cerca
de 200.000 bicicletas, chegando a 1.000.000 em 1899. Nessa época, o transporte urbano
era deficiente, havia poucos
automóveis e era caro manter
carruagens e cavalos em cidades populosas (Oliver, Berkebile 1974).
Desde então, foram aprimorados diferentes tipos de
bicicleta para as diferentes
finalidades em que são empregadas: transporte, lazer, esporte, entregas etc.
a. Transporte sustentável
e ecocidades
Segundo Santos, Lobo e Lopes
(2010), quem usa um automóvel em
uma grande cidade grande emite em
média seis quilos de gás carbono a
cada 30 km percorridos. Isto significa
que uma única pessoa é responsável
pela emissão de cerca de duas toneladas de gás carbono em um ano.
Um grande desafio para os gestores públicos é conciliar o atendimento da necessidade de deslocamento de grandes populações - que
nas últimas décadas mudaram do
campo para as cidades e regiões
metropolitanas - com o enfrentamento dos problemas de congestionamento e poluição causados
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DESAFIO SEBRAE 2011
1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS
pela opção preferencial por veículos
automotivos, ocorrida no mesmo
período. Dentre as soluções buscadas, a bicicleta vem sendo adotada,
há tempos, em diversas cidades do
mundo, por ser um meio de transporte não motorizado, econômico,
adequado a pequenas distâncias e
ambientalmente correto. Contudo,
a estrutura das cidades e seus sistemas de transporte devem ser redesenhados para tornar o uso urbano da bicicleta uma prática segura,
12 prática e integrada com o transporte
público e o trânsito já existentes.
A cidade de San Jose, na Califórnia, conta com um serviço de pedicabs, termo para definir um serviço de táxi, empregando bicicletas
adaptadas para transportar um ou
dois passageiros na região central da
cidade, em horários determinados.
Figura 8 - Pedicabs de San Jose, Estados Unidos (EcoCityCycles)
Segundo Roseland (1997), em1975,
Richard Register e alguns colegas
em Berkeley, na Califórnia, fundaram
a organização sem fins lucrativos
Urban Ecology, visando “reconstruir
cidades em equilíbrio com a Natureza”. Uma das iniciativas para esse
objetivo é promover a bicicleta como
alternativa aos automóveis e enfatizar o “acesso por proximidade”.
Roseland (1997) aponta o livro
Eco-city Berkeley (Register, 1987) e
a Primeira Conferência Internacional das Ecocidades, promovida em
Berkeley, em 1997, como dois importantes marcos na missão de redesenhar as cidades segundo princípios ecológicos.
Hoje, Richard Register é o presidente
da ONG Ecocity Builders, fundada em
1992. Esta organização define uma ecocidade como uma “cidade ecologicamente saudável”, alertando que não há
um modelo único que sirva para todas
as cidades, já que cada uma é única.
Segundo a página da Ecocity Builders
uma ecocidade é ao mesmo tempo uma
entidade que abrange seus habitantes e
seus impactos ecológicos, um subsistema dos ecosistemas que a envolvem e
um subsistema do sistema econômico
regional, nacional e mundial.
índice
Guia Setorial
1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS
A busca de soluções para transporte urbano livre de carbono é uma
das recomendações da 5ª Conferência Internacional das Ecocidades, ocorrida na China, em 2002,
para o desenvolvimento das ecocidades (Ecocidades 2002).
O ativista australiano David Engwicht (1992, 1993) define cidade como
“uma invenção que visa maximizar
trocas e economizar viagens” e defende ecocidades nas quais as pessoas
possam se mover a pé, de bicicleta e
por transporte de massa e interagir livremente sem medo do tráfego ou da
poluição (Roseland 1997). A definição
de troca empregada por Engwicht
abrange bens, ideias, dinheiro, emoções e genes.
Diferentes movimentos e paradigmas têm suscitado debates sobre
como melhorar a qualidade de vida
nas cidades. Entre os temas abordados estão: tecnologia apropriada, desenvolvimento econômico de comunidades, ecologia social, movimento
verde, biorregionalismo e desenvolvimento sustentável (Roseland 1997).
A consciência das ecocidades vem
gerando várias iniciativas concretas.
André Trigueiro (2011) relata em seu
Twitter, que viu “em Paris, bicicletas
públicas de um lado da rua e do outro
uma concessionária com carros rotulados por emissão de CO2”.
Segundo DeMaio (2009), conforme o preço dos combustíveis sobe,
os congestionamentos de trânsito
pioram, a população cresce e aumenta a consciência mundial sobre
as mudanças climáticas, será necessário que os líderes em diversas
partes do mundo encontrem novos
modos de transporte e adaptem
melhor os atuais para deslocar as
pessoas de formas ambientalmente
consistentes, eficientes e economicamente viáveis.
No mesmo artigo, DeMaio descreve as três gerações do serviço
público de compartilhamento de
bicicletas. Na primeira, Witte Fietsen (bicicletas brancas), iniciada em
1965, em Amsterdã, bicicletas comuns pintadas de branco podiam
ser tomadas emprestadas, usadas e
deixadas para um próximo usuário.
Contudo, como consequência de
roubos e de bicicletas jogadas nos
canais, o programa fracassou em
poucos dias (DeMaio 2009).
A segunda geração foi lançada
em 1991 e 1993, em programas piloto em três pequenas cidades da
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DESAFIO SEBRAE 2011
1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS
Dinamarca. Em 1995, o programa
Bycyklen (City Bykes) foi lançado
em larga escala em Copenhague,
aperfeiçoando a primeira geração:
bicicletas projetadas para uso intenso, com pneus sólidos de borracha,
rodas com placas de propaganda,
componentes incompatíveis com
outras bicicletas e uso de coletor de
moedas nas estações de aluguel.
Entretanto, o anonimato dos usuários ainda dava margem a roubos
(DeMaio 2009).
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A terceira geração, iniciada em
1996, na Inglaterra, incluiu o monitoramento de usuários, que usavam
um cartão magnético ao retirar uma
bicicleta. O sistema adotou tecnologias como o uso de cadeados
eletrônicos, smartcards, sistemas
de telecomunicação, acesso por
celular e computadores de bordo
(DeMaio 2009). Variações deste modelo foram lançadas na França, em
Rennes (Vélo a La Carte, em 1998)
e em Lyon (Velo´v, em 2005, já com
1500 bicicletas e atingindo 15 mil
usuários no mesmo ano).
O maior programa da terceira geração, lançado em 2007, com 7 mil
bicicletas, foi o serviço de bicicletas
públicas de Paris, Vélib (contração
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1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS
de vélo e liberté, ou bicicleta e liberdade). O Vélib, cujo lema é “a cidade é mais bela de bicicleta” (“la ville
est plus belle à vélo”), permite alugar
uma bicicleta por um dia (1 euro),
uma semana (5 euros) ou um ano.
Figura 10 - Estação do serviço
Vé l i b , e m P a r i s ( L e F i g a r o )
Figura 9 - Instruções de uso do serviço
Vélib na própria bicicleta. (Foto de
Richard Ying).
O usuário, maior de 14 anos,
pode retirar e devolver a bicicleta
em qualquer das centenas de estações localizadas a no máximo 300
metros de distância entre si e abertas, todos os dias, durante 24 horas. Importante destacar que Paris
conta, em 2011, com 371 km de ciclovias (Velib 2011) e mais de 20 mil
bicicletas. Interessante notar, que a
partir da experiência do Vélib, Paris
vai lançar o Autolib, sistema similar
para o compartilhamento de carros
elétricos (OEcoCidades 2011).
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DeMaio (2009) aponta que tais
sistemas complementam e encorajam o uso dos sistemas públicos de transporte e geram benefícios na melhoria no trânsito, na
redução do uso de automóveis
privados, na menor emissão de
gases poluentes e na melhoria na
saúde pública.
Além de Paris, várias cidades
estimulam o uso de bicicletas:
Amsterdã, Oslo, Berlim, Barcelona, Bogotá e Pequim.
Em 2010, havia mais de 100 programas similares, operando em
cerca de 125 cidades, envolvendo
mais de 139 mil bicicletas (Shahenn
et al 2010), sem contar outros, ainda em projeto ou discussão.
Na Holanda, o serviço OV-fiets
oferece aluguel de bicicletas em
combinação com o transporte público, estando disponível em 180
estações de trem, durante o horário
de operação das estações e durante 24 horas em alguns postos. Em
sua pagina o OV-fiets informa que
27% de todo transporte na Holanda
é feito em bicicletas, em contraste
com os Estados Unidos, onde este
número é de 1% (OV-fiets).
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Figura 11 - Bicicletário do
s e r v i ç o O V- F i e t s , n a H o l a n d a .
A I-CE, Interface for Cycling
Expertise, é uma ONG, sediada em Utrecht, na Holanda,
voltada para planejamento de
mobilidade de baixo custo e do
ciclismo integrado (I-CE). Uma
de suas iniciativas é a rede
acadêmica de ciclismo (CAN),
que diagnostica em sua página
que “a crescente motorização
da mobilidade urbana, combinada com o rápido crescimento
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DESAFIO SEBRAE 2011
1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS
populacional e a necessidade
de deslocamento por grandes
distâncias, tem levado a altos
níveis de emissão de gases de
efeito estufa e a uma séria degradação ambiental em muitas
áreas urbanas”. A CAN articula universidades, institutos
de pesquisa, governos locais,
ONGs e setor privado visando
aplicar, desenvolver e transferir
conhecimento sobre como sistemas de transporte não moto16 rizados podem contribuir para
o desenvolvimento do transporte urbano sustentável.
A página na Internet da empresa Metrobike, que presta consultoria em projetos de
compartilhamento de bicicletas, divulga que a cidade de
Nova Yorque publicou uma chamada de projetos para um sistema de compartilhamento, começando com 10 mil bicicletas
e 600 estações, que deve atender às várias áreas da cidade.
Segundo a empresa, se tudo
correr bem, o projeto poderia
rivalizar com o implantado em
Hanghzou, na China, que conta
com 50 mil bicicletas.
No Brasil, a Associação
Transporte Ativo, TA, “promove
a adoção de tudo o que permite
a mobilidade de pessoas apenas pela força de seu corpo,
sem auxílio de motores”, incluindo: bicicletas, pedrestres,
triciclos, patins, skates, patinetes, cadeiras de rodas (TA).
A edição 2011 do event o
Ve l o-Cit y, maio r co nferência
m undial so bre planejamento ciclo viár io , t er á lug ar em
Se vilha, na Espanha. A Velo-C i t y Global 2010 aco nt eceu
e m Co penhag en, e seg und o a TA, o Rio de Janeiro se
p re par a par a apresent ar, em
a gost o de 2011, sua candid a tur a par a sediar o Velo -City G lo bal 2014.
Figura 12 - Parada de ciclistas
d u r a n t e a Ve l o - C i t y G l o b a l 2 0 1 0 ,
em Copenhagen
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1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS
b. Lazer e saúde
Além de sua utilidade básica, como meio de transporte, a bicicleta tem sido
u s a d a c o m o u m re c u r s o p a r a
cuidar da saúde, manter a
f o r m a e s e d i v e r t i r.
A página Mundo Sustentável, retrata de forma poética a
importância da bicicleta:
A bicicleta é um de nossos primeiros sonhos, símbolo de liber-
como um meio de exercitar os
músculos, os reflexos e a capacidade cardiorrespiratória.
Figura 13 - Passeio de bicicleta
em família (Cenas a Pedal 2009)
dade e instrumento de emancipação. Com ela, as crianças pela
primeira vez percorrem distâncias
mais longas, movidas por sua própria força, independentes de seus
pais (Mundo Sustentável).
Co m o m e i o d e l a z e r, a b i cicl e t a é ut i l i z a d a p or i nd i víd uos , fa m í l i a s e gr up os d e
pes s oa s d e t od a s a s i d a d e s
para p a s s e a r p e l a c i d a d e ,
pelo c a m p o, e m p a rq ue s , c i clo v i a s e á re a s d e l a z e r.
Na busca da saúde e da
forma física, muitas pessoas
desenvolvem o hábito de andar de bicicleta regularmente,
Para possibilitar a prática de
exercícios com bicicletas em espaços reduzidos, foi criada a bicicleta ergométrica, que permite
exercitar-se em casa, no clube, na
área de lazer de um condomínio
ou em academias de ginástica.
Embora para muitos caminhar
seja uma forma mais acessível de “viagem ativa”, pedalar
gera maior aumento nos batimentos cardíacos e no condicionamento cardiorrespiratório
e traz benefícios para a saúde
(Yang et al 2010). Outro estudo com pessoas fisicamente
ativas apontou a prática do
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DESAFIO SEBRAE 2011
1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS
ciclismo como fortemente relacionada à menor incidência
de doenças cardiovasculares
(Hoevenaar-Blom et al 2010).
Um artigo comparando os
riscos da troca do uso do
automóvel por bicicleta para
viagens curtas, em áreas de
trânsito intenso, concluiu que
os benefícios do ciclismo (diminuição de doenças vasculares) são maiores do que
os riscos (acidentes e maior
18 inalação de ar poluído). O
estudo indica que os benefícios da substituição do carro pela bicicleta são grandes
para a sociedade, por reduzir
a poluição e o trânsito, além
de melhorar a saúde pública.
Aponta, ainda, que os riscos podem ser minimizados
por políticas adequadas de
transporte e egurança, como
a construção de ciclovias longe das vias de trânsito pesado, para proteger os ciclistas
de acidentes e da exposição
à poluição (de Hartog et al
2010).
Visando conciliar a prática de exercícios, o lazer e a
segurança, grupos de ciclistas de diferentes cidades
o rg a n i z a m p a s s e i o s d i u r n o s
e “pedaladas noturnas”
Figura 14 - Passeio noturno em
grupo (Campinas Bike Clube 2011)
c. Esportes competitivos
Há várias modalidades esportivas empregando bicicletas em diferentes ambientes:
velódromos, ruas, estradas
asfaltadas e mesmo em terrenos acidentados.
Segundo a União Ciclística Internacional (UCI 2010),
a primeira competição de ciclismo, registrada oficialmente, ocorreu no final do século
19, em 31 de maio de 1868, no
Parque de Saint-Cloud, em Paris. Foi vencida pelo inglês James Moore. Em 7 de novembro
de 1869, aconteceu a primei-
índice
Guia Setorial
1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS
ra corrida entre duas cidades:
Paris e Rouen. Novamente
vencida por James Moore, cobrindo 123 quilômetros em 10
horas e 25 minutos, cofirmando a intenção dos organizadores de promover o ciclismo
e mostrar que a bicicleta podia vencer grandes distâncias
(UCI 2010a).
O ciclismo faz parte das
Olimpíadas desde a primeira
edição, em Atenas, em 1896
(UCI 2010a).
Atualmente,
segundo
o
Comitê Olímpico Brasileiro
(COB), nos Jogos Olímpicos e
Pan-Americanos, as corridas
de ciclismo têm provas individuais e por equipes, com
disputas de velocidade, contra o cronômetro e perseguição. Nos Jogos Olímpicos, o
esporte é dividido em quatro
modalidades: pista, estrada,
mountain bike e BMX (bicicross ou bicycle moto cross).
A categoria pista tem o maior
número de provas: dez diferentes; na estrada há duas
provas, de velocidade e contra o relógio; na mountain bike
há apenas uma, a cross-country; a BMX, versão ciclística
do motocross, também tem
apenas uma prova, a corrida
em pistas com saltos e obstáculos (COB 2010).
No Brasil, a Confederação
Brasileira de Ciclismo (CBC)
reúne as federações estaduais
e tem como finalidade fomentar e desenvolver o ciclismo
e todas as suas disciplinas:
ciclismo de estrada, ciclismo
de pista (velódromo), ciclismo
Mountain Bike, ciclismo Bicicross e ciclismo Paraolímpico. É reconhecida pela União
Ciclística Internacional (UCI)
e homologada pelo Comitê
Olímpico Internacional (COI)
e pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB 2010), representando o Brasil no exterior através
das atividades pertinentes ao
ciclismo (CBC 2010).
Em âmbito mundial, a UCI
congrega as confederações de
ciclismo dos vários países (UCI
2010b) e a Confederación Panamericana de Ciclismo reúne
as entidades do continente
americano, que são membros
índice
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DESAFIO SEBRAE 2011
1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS
da UCI (COPACI 2010).
A CBC regula as seguintes
modalidades/disciplinas
competitivas: estrada, pista, mountain bike e BMX
(bicicross).
A s p r i m e i r a s p rova s d e e st rada d a t a m d o f i n a l d o sé c ulo 1 9 . N a s c o r ri d a s e m e stra d as ou r u a s , os c orre d ore s
f o rma m u m p e l otã o d i sp u ta nd o q u e m c h e g a n a f re nte e
co b ri n d o l on g a s d i stâ n c i a s
20 ( n o C a mp e on ato Mun d i a l d a
UC I , c h e g a a c e rc a d e 26 0
km) . E x i s t e m p rova s d e um
d ia c o m o a P ari s -Rou b ai x e
o To u r d e F l a n d e rs ), p rova s
em c i rc u i t os c o m o o C a m p e o n at o M u n d i a l d a U C I e p rov as p or e t a p a s c om o o Tou r
d e F r a n c e , o G i ro d ’Ital i a e a
Vu elt a a E sp a ñ a. E sta m od a l idade a b r a n ge c orri d a s i n d i v idu a i s o u p or e q ui p e s d e 2
a 1 0 c o r re d o res. (U C I 2 0 1 0 ).
Figura 15 - Corrida de estrada (UCI 2010)
Guia Setorial
1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS
A UCI (2010) define dez tipos
de provas em pistas ou velódromos divididas em três categorias:
• Velocidade (sprint): individual,
por equipe, quilometro (500 m
para mulheres), Keirin
•Perseguição: individual, por
equipe, por pontos, Madison, scratch
• Combinados: Omnium combina
6 eventos em 2 dias consecutivos
Figura 16 - Prova de velocidade (UCI2010)
O mountain bike iniciou nos anos
80 na Califórnia e, segundo a UCI,
compreende quatro especialidades:
cross-country, maratona, DHI (downhill) e 4X (four cross). As competições
em montanhas exigem grande habilidade e resistência para vencer os
obstáculos e imprevistos do caminho.
Figura 17 – Mountain bike (UCI 2010)
índice
Figura 18 – BMX (UCI 2010)
O BMX ou bicicross consiste
em uma competição no formato de corrida em uma pista cheia
de obstáculos, inspirada pelas de
MotoCross. Constituí-se por baterias de 8 competidores por categoria definida pela faixa etária.
Exige velocidade, explosão física,
técnica e habilidade. Abrange o
supercross e o freestyle, por sua
vez dividido em park, vert, flat,
street e dirt (CBC 2010).
compreende as modalidades
estrada e velocidade, individual e por equipe. Envolve competidores com quatro tipos de
deficiências: cegos e deficientes visuais, paralisia cerebral,
cadeirantes e amputados. Os
cadeirantes “pedalam” com as
mãos (handcycling). Os cegos
usam uma bicicleta dupla com
um guia dirigindo no banco
da frente. Triciclos são usados por atletas com paralisia
cerebral (UCI 2010 e Ciclismo
Paraolímpico).
Um panorama em Português, da variedade de modalidades do ciclismo esportivo
pode ser encontrada no site
Ciclismo. As modalidades.
Figura 19 – Ciclismo Paraolímpico (UCI 2010)
A UCI define ainda outras disciplinas, tais como: cyclo-cross,
trials, indoor cycling e para-cycling (ciclismo paraolímpico).
O
ciclismo
paraolímpico
índice
21
DESAFIO SEBRAE 2011
Guia Setorial
2. TIPOS DE BICICLETAS
2. Tipos de bicicletas
Há diferentes tipos de bicicleta
em função do uso pretendido: urbana, dobráveis, mountain bike, para
velódromo, para pista, bicicrosss,
além dos modelos infantis.
As bicicletas urbanas ou passeio
são de alumínio, com 18, 21 ou
mais marchas, têm rodas aro 700
22 (700mm), mais confortáveis que as
de aro 26” (660 mm). Têm pneus
para o asfalto, mas que pode rodar
na terra. Adequadas a cidades litorâneas, pois o alumínio resiste à maresia. Podem ter suspensão dianteira ou amortecimento no canote de
selim. Podem ter para-lamas, bagageiro, farol e lanterna (Bikemagazine
e Escola de Bicicleta).
As bicicletas de velocidade (estrada) são leves (entre 7 e 10 kg), têm
quadro de cromo, alumínio, fibra
de carbono ou titânio, pneus finos
e pressão alta. Podem ter câmbio
com até 20 marchas e são próprias
para estradas asfaltadas, não devendo ser usadas na cidade (Bikemagazine e Escola de Bicicleta).
Figura 20 - Bicicletas Urbana (esq.) e
Velocidade (dir.). Escola de Bicicleta
Nas pistas e velódromos, as competições de velocidade empregam
bicicletas otimizadas, que não têm
catraca ou roda-livre (não se pode
parar de pedalar), nem freio (para parar o ciclista reduz a velocidade das
pedaladas), e têm marcha única.
As mountain bike (MTB) são fabricadas para uso estradas de terra, trilhas em terrenos acidentados, neve
e lama. Têm o quadro e rodas muito
resistentes, aro 26”ou 29”, pneus lameiros e até 27 marchas para vencer
qualquer subida. São boas para uso
urbano e com pneus slick são adequadas para o cicloturismo. A versão para downhill (DHI) tem o quadro
superdimensionado, pesado, com
suspensões dianteira e traseira de
grande curso e freio a disco (Bikema-
índice
gazine e Escola de Bicicleta).
O bicicross (BMX) é praticado
com bicicletas de aro 20 ou 24,
quadro compacto e rígido para resistir a saltos e manobras radicais.
O mesmo tipo de quadro é também usado em manobras de rua
free-style, basta alguns acessórios
como o rotor e o freio só na dianteira. Não têm marcha, pois não
são destinadas a percorrer longas
distâncias. O quadro pode ser de
cromo, alumínio ou titânio. Pode
ser usada por crianças. A BMX está
para o ciclismo assim como o kart
está para o automobilismo. (Escola
de Bicicleta e Bikemagazine).
a andar de bicicleta e, em 1969, a
Dragster com bancos longos e guidões altos, ao mesmo tempo infantil
e uma das primeiras BMX. A partir de
1995, a Huffy licenciou o uso da imagem de vários personagens de desenho animado com Warner Brothers,
Disney e Nickelodeon (Huffy 2010).
Figura 22 - Modelos infantis da empresa Huffy: Convertible Bike, 1949 (esq) e
Dragster, 1969 (dir)
Outros tipos de bicicletas existem. A bicicleta reclinada (recumbent bicycle) é um tipo diferente de
bicicleta na qual o ciclista dirige deitado sobre as costas e próximo ao
chão (CycleGenius 2010).
Figura 21 - Mountain Bike (esq.) e
B i c i c ro s s ( d i r. ) . E s c o l a d e B i c i c l e t a
As primeiras bicicletas para crianças, nos anos 1950, imitavam algumas características de automóveis,
foguetes ou jatos (Livestrong 2010).
Em 1949, a empresa Huffy lançou
nos Estados Unidos, o primeiro modelo infantil com rodinhas traseiras
auxiliares para crianças aprendendo
Figura 23 - Bicicleta reclinada (Cyclegenius 2010)
índice
23
DESAFIO SEBRAE 2011
3. Inovação no projeto de bicicletas
O processo de invenção e aperfeiçoamento da bicicleta, associado à criação da enorme diversidade de modelos e usos, ilustram a
forma como a inovação ocorre em
muitas áreas da atividade humana.
a. Inovação como evolução
24
Guia Setorial
3. INOVAÇÃO NO PROJETO DE BICICLETAS
Para entender o processo de
inovação, podemos lembrar
que Joseph Schumpeter (1959),
o fundador da abordagem evolucionista na economia, já afirmava que nas inovações no
sistema econômico é normalmente o produtor quem inicia a
transformação econômica, pois
é como se o produtor ensinasse aos consumidores a desejar
coisas novas, ou diferentes. Em
sua abordagem, produzir significa combinar materiais e forças
a nosso alcance para produzir
novas coisas, ou os mesmos
objetos, por método diferente,
combinando esses materiais e
forças diversamente. Assim, o
desenvolvimento emerge quando as novas combinações surgem descontinuamente.
Para Schumpeter, a inovação
ocorre em ciclos de geração de
diversidade, seleção e combinação, por analogia com a teoria da evolução proposta por
Darwin (1859), no século 19, na
obra “A Origem das Espécies”.
A diferença é que na biologia
a seleção é natural, enquanto que na economia a seleção
é social e tanto a combinação
quanto a diversidade são geradas por design (Massey 1999).
Mais recentemente, Anderson
e Tushman (1990) apontam que
Basalla (1988) ancora-se nos
conceitos de diversidade, continuidade, novidade e seleção, ao
revisar na literatura a evolução
tecnológica da roda, do motor
a combustão, dos automóveis,
entre outros, focando a diversidade gerada por rupturas tecnológicas aleatórias, seguidas por
um processo de seleção que es-
índice
colhe quais artefatos replicar e
quais deixar de lado.
A história da bicicleta mostra que inovação é mais do que
invenção. Inovação combina
invenção com adoção pela
sociedade da novidade criada. Inovações tecnológicas estão associadas com inovações
nos modos de produção, nos
modelos de negócio e com as
inovações sociais associadas
à adoção de novos modos de
vida pelas pessoas. O processo
de inovação envolve o entrelaçamento de decisões tecnológicas e estratégicas (D´Ipolitto
2003) e depende da capacidade
de aprendizagem e de cooperação em rede (D´Ipolitto 2010).
b. O Design dominante e
a bicicleta segura
Seguindo a metáfora evolucionista, Pinch e Bijker (1987) mostram que a evolução da bicicleta envolveu mais de dez formas
incompatíveis até convergir para
o design dominante da “bicicleta
segura” (safety bicycle), tornado
o padrão da indústria com duas
rodas baixas e de mesmo tamanho, corrente dentada na roda
traseira e pneus com câmaras
de ar. A evolução da bicicleta
é consistente com a teoria proposta por Nelson, Winter (1982),
segundo a qual a inovação envolve a variação técnica, a seleção de um padrão industrial e a
retenção via mudanças técnicas
incrementais que elaboram e estendem o padrão.
Do design dominante ou desenho padrão da bicicleta segura
foram derivados muitos dos modelos hoje usados para transporte, diversão, turismo, ginástica e
competições esportivas.
c. Patentes e propriedade
intelectual
Os produtos da criação intelectual podem merecer diferentes formas de proteção da propriedade intelectual, entre as
quais, patentes, direito do autor
e marcas. Segundo o INPI, as
criações relativas aos produtos
industriais e às invenções são
protegidas através de Registro
de Desenho Industrial, Patentes
índice
25
DESAFIO SEBRAE 2011
3. INOVAÇÃO NO PROJETO DE BICICLETAS
de Invenção, Modelo de Utilidade e Certificado de Adição de Invenção (INPI Patente 2010).
Uma patente “é um título de propriedade temporário outorgado
pelo Estado, por força de lei, ao
inventor/autor ou pessoas cujos
direitos derivem do mesmo, para
que esta ou estas excluam terceiros, sem sua prévia autorização,
de atos relativos à matéria protegida, tais como fabricação, comercialização, importação, uso,
26 venda etc” (INPI Patente 2010).
Na Internet, o Google Patents,
permite pesquisar e acessar a coleção de patentes norte-americanas, desde 1790, depositadas no
escritório de marcas e patentes
dos Estados Unidos, USPTO (United States Patent and Trademark
Office). PatentesOnline é um serviço gratuito que permite consultar o acervo de patentes disponível do INPI.
A Organização Mundial de Propriedade Intelectual, WIPO (World
Intellectual Property Organization),
é a agência da ONU (Organização
das Nações Unidas) responsável
pela proteção da propriedade intelectual em âmbito mundial, atra-
vés da cooperação entre os países
membros.
Um passeio virtual pelo enorme acervo de patentes, acessível pela Internet, revela os caminhos nada lineares trilhados por
inventores e pesquisadores, que
através dos tempos têm criado e
difundido tecnologias, que hoje
podem até nos parecer simples,
por serem já tão familiares. A invenção e a evolução da bicicleta
e seus componentes tecnológicos são reveladas por uma “viagem pelo mundo de patentes”.
Em 1817, o Barão Karl von Drais,
aplicou a patente da draisienne,
precursora da bicicleta, que posteriormente foi licenciada ou copiada
por terceiros (Van der Plas, Baird
2010). Outra patente importante
na evolução da bicicleta foi aplicada pelo francês Pierre Lallement
(Bicycle Technology and Patents).
Diversas outras patentes marcaram invenções referentes à bicicleta
e seus acessórios, como a patente
da sineta (buzina), aplicada em 1895,
e do sistema que permite frear ao
pedalar para trás, aplicado em 1900.
Até os dias de hoje, a atividade
inventiva segue intensa no setor
índice
Guia Setorial
3. INOVAÇÃO NO PROJETO DE BICICLETAS
de bicicletas, gerando novas patentes. Um exemplo é a patente,
de 2000, de um dispositivo para
recarregar a bateria de uma bicicleta elétrica sendo transportada em um automóvel. Outro caso
bem recente é a patente de 16 de
dezembro de 2010, de um kit para
converter uma bicicleta comum
em uma bicicleta elétrica.
27
Figura 25 - Patente aplicada por P. Lallement,
1866, Bicycle Technology and Patents 2011)
Figura 24 - Patente aplicada por von
Drais (Van der Plas, Baird 2010)
Figura 26 -Patente Bicycle Bell (1895,
US Patent Office, acessada via www.
google.com/patents)
índice
DESAFIO SEBRAE 2011
Guia Setorial
3. INOVAÇÃO NO PROJETO DE BICICLETAS
4. O Mercado e a indústria de bicicletas
28
Figura 27 -Patente Back Pedaling
Break (1900, US Patent Office, acessada via www.google.com/patents)
29
Figura 29 -Patente Electric Bicycle
(2010, US Patent Office, acessada via
www.google.com/patents)
Figura 30 - Produção Mundial de Bicicletas (2010. Abraciclo, Acessado em www.abraciclo.com.
br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=21&Itemid=37)
Figura 28 -Patente “Charging Device
on a Vehicle to Charge an Electric Bicycle” (2000, US Patent Office, acessada via www.google.com/patents)
índice
Segundo Marques Filho (2009),
o Brasil é o quinto maior mercado
consumidor de bicicletas depois
de China, Estados Unidos, Índia e
Japão e a indústria brasileira é a
terceira em volume de produção,
atrás de China e Índia.
Em 2008, o mercado brasileiro
comprou 5,8 milhões de bicicletas,
7% a mais que em 2007, e a expectativa de crescimento do mercado
até 2013 é de 3% a 6% ao ano. Este
cenário otimista deve ser reforçado
com a realização da Copa do Mundo, em 2014, e das Olimpíadas, em
2016 (Marques Filho 2009).
índice
DESAFIO SEBRAE 2011
4. O MERCADO E A INDÚSTRIA DE BICICLETAS
Guia Setorial
4. O MERCADO E A INDÚSTRIA DE BICICLETAS
Em termos geográficos, o mercado brasileiro de bicicletas está distribuído da seguinte forma: Sudeste 44%, Nordeste 26%, Sul 14%, Centro-oeste 8% e Norte 8%.
Figura 31 - Consumo Mundial de Bicicletas (2010. Abraciclo. Acessado em www.abraciclo.
com.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=21&Itemid=37)
30
Segundo a Abraciclo, o mercado de bicicletas, no Brasil, é segmentado
segundo os seguintes usos: 50% transportes, 32% infantil, 17% recreação
e lazer e 1% competição.
Figura 33 - Segmentação do Mercado Brasileiro de Bicicletas por Região. (Abraciclo.
Acessado em http://www.abraciclo.com.br/index.php?option=com_content&view=cate
gory&layout=blog&id=21&Itemid=37))
Um dos entraves ao crescimento e à competitividade do setor é a enorme dependência da importação de matéria-prima, peças, equipamentos e
tecnologia, decorrente da falta de conhecimento e de empresas especializadas (Takeuchi 2009, Marques Filho 2009).
Figura 32 - Segmentação do Mercado Brasileiro de Bicicletas por Uso. (Abraciclo.
Acessado em http://www.abraciclo.com.br/index.php?option=com_content&view=ca
tegory&layout=blog&id=21&Itemid=37)
Figura 34 - Evolução da Produção Brasileira de Bicicletas, em milhões de unidades,
até 2010.( Abraciclo. Acessado em www.abraciclo.com.br/index.php?option=com_
content&view=category&layout=blog&id=21&Itemid=37
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4. O MERCADO E A INDÚSTRIA DE BICICLETAS
32
Figura 35 - Projeção da Produção Brasileira de Bicicletas, em milhões de unidades, para 2011. (Abraciclo. Acessado em www.abraciclo.com.br/index.
php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=21&Itemid=37)
Paulo Takeuchi (2009), que presidiu
até 2010, a Abraciclo, Associação
Brasileira dos fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas,
Bicicletas e Similares, destaca que
essa carência de conhecimento especializado decorre de outra fragilidade setorial: a falta de cursos de formação profissional específicos. Pois,
enquanto a indústria automobilística
conta com cursos superiores, que
formam engenheiros automobilísticos, não há nada similar para o setor
de duas rodas (Takeuchi 2009).
Guia Setorial
4. O MERCADO E A INDÚSTRIA DE BICICLETAS
bricação de todos os componentes,
o investimento em técnicas de produção e o adensamento de todos
os elos da cadeia produtiva, ainda
que de início copiasse a tecnologia
de terceiros.
O mercado interno consome toda
a produção nacional de 5,5 milhões
de bicicletas por ano, ao passo que
a China exporta 80% das 100 milhões de unidades que produz anualmente. Um esforço brasileiro para
conquistar 10% do mercado americano, poderia representar a produção de mais 2 milhões de bicicletas
(Takeuchi 2009).
Ambos os autores apontam para
a necessidade de adensamento
dos arranjos produtivos no setor e
a criação de empresas fornecedoras especializadas (por exemplo,
de “ciclopeças” e “motopeças”),
como fatores críticos para viabilizar a substituição de importações e
o aumento de exportações de alto
valor agregado, com a consequente
geração de empregos qualificados
e bem remunerados (Takeuchi 2009,
Marques Filho 2009). Citam como
exemplo a China, que priorizou a fa-
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42
WIPO. World Intellectual Property Organization. www.wipo.int
C. LINKS RELACIONADOS
a. Ciclismo e Esportes
Bicycle Racing. iBike. www.ibike.org/encouragement/racing.htm
List of Bicycle Types. Wikipedia. http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_
bicycle_types
Pedaling History Bicycle Museum. www.pedalinghistory.com
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thewheelmen.org/sections/photographs
w w w.
Le Musée Olympique. www.olympic.org/fr/le-musee-olympique ou
Olimpic Museum. www.olympic.org/museum
b. Patentes
Google Patents. www.google.com/patents
Patentes Online. www.patentesonline.com.br
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Guia Setorial
DESAFIO SEBRAE 2011
D. OUTRAS PUBLICAÇÕES
a. Em Espanhol
Ciclismo en carretera. Robert J. Gregor e Francesco Conconi. Ed
Hispano Europea, Espanha, 2005.
El gran libro de los juegos olímpicos. Publicación Oficial del Museo
Olímpico. ESM SL Librerias Desportivas, Espanha, 2008.
44
Guía maestra del entrenamiento del ciclista. Chris Carmichael e
Jim Rutberg, Ediciones Tutor, S.A., Espanha, 2005.
45
El Tao del ciclismo indoor. Andrés Muñoz López. Editorial Clube Universitário. Espanha, 2009.
Libros y bibliotecas de un bicicletero dando La vuelta al mundo. Ramón Salaberria. Educación y Biblioteca. Revista Mensual de Documentación y Recursos Didácticos, 18(153), pp. 89-93, 2006.
b. Em Português
A história dos esportes. Orlando Duarte. SENAC/SP.
F i q u e p o r d e n t ro d o s Es p o rt es Olímpic os. Benê Turco .
Cas a d a P a l a v r a e C OB C u l tu ra l , 2006.
O que é ciclismo. Silvia Vieira e Armando Freitas. Casa da Palavra e
COB Cultural, 2007.
Você conhece os jogos olímpicos? Tradução da publicação original
do Museu Olímpico de Lausanne (Le Musée Olympique). Casa da
Palavra e COB Cultural, 2008
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