Guia Setorial
Transcrição
Guia Setorial
Apresentação 5 Invenção e evolução da bicicleta 6 1. A vida sobre 2 rodas a. Transporte sustentável e ecocidades b. Lazer e saúde c. Esportes competitivos 11 11 17 19 2. Tipos de bicicletas 22 3. Inovação no projeto de bicicletas 24 a. Inovação como evolução b. O Design dominante e a bicicleta segura c. Patentes e propriedade intelectual 4. O Mercado e a industria de bicicletas 24 25 25 29 Guia Setorial A. Bibliografia B. Órgãos Oficiais a. Ciclismo b. Patentes e Propriedade Intelectual C. Links Relacionados a. Ciclismo e Esportes b. Patentes 34 41 41 41 43 43 43 D. Outras Publicações 44 a. Em Espanhol b. Em Português 44 44 Apresentação O Desafio Sebrae é um jogo de negócios que propicia a universitários a experiência real de administrar uma pequena empresa virtual, disputando o mercado com um grupo de concorrentes. O tema escolhido a cada ano visa despertar o interesse dos participantes sobre as características de um determinado setor da economia. A indústria de bicicletas é o tema escolhido para o Desafio Sebrae 2011, por duas razões: bicicleta é um produto interessante do ponto de vista da ficção do jogo, mas também é um meio de transporte ambientalmente eficiente do ponto de vista do planeta e da vida de cada um de nós. A leitura deste Guia Setorial exercita nos participantes a compreensão de fatores sistêmicos que influenciam a competitividade no setor da economia escolhido e, ao mesmo tempo, os convoca para uma atuação empreendedora comprometida com a busca de soluções ambientalmente sustentáveis. Outro objetivo do Guia é familiarizar os leitores com a linguagem mais formal, encontrada em muitos artigos de negócio. Durante o jogo, as equipes produzirão bicicletas de três diferentes categorias: transporte urbano, esporte e lazer. Cada categoria tem características específicas, determinadas pela funcionalidade e pelo desempenho determinados pelos diferentes contextos de uso. Assim, por exemplo, velocidade, conforto, segurança e resistência são requisitos priorizados de forma diferente por diferentes tipos de usuários de bicicletas. Gerenciar um fabricante virtual de bicicletas contribui para desenvolver no público universitário conhecimentos de gestão e atitudes empreendedoras que serão úteis para sua atividade futura como empregador ou como empregado, mas, acima de tudo, como cidadão. Claudio D’Ipolitto Janeiro de 2011 índice 5 DESAFIO SEBRAE 2011 Guia Setorial INVENÇÃO E EVOLUÇÃO DA BICICLETA Invenção e evolução da bicicleta 6 Figura 1 - Evolução da Bicicleta (Acessado em http://pt.wikipedia.org/wiki/Bicicleta) A bicicleta como hoje conhecemos evoluiu através de diferentes designs e por trajetórias tecnológicas em parte desconhecidas. Segundo a Enciclopédia Britânica, há controvérsias sobre a invenção da bicicleta, pois por algum tempo se acreditou que, já em 1492, Leonardo da Vinci a tivesse esboçado em seu caderno de notas, Codex Atlanticus. Contudo, esta versão foi depois questionada e acusada de decorrer de uma falsificação incluída no Codex apenas em 1960. Outra possível origem da bicicleta passaria pelo velocífero ou celerífero, criado de propulsão, freio e direção tornava seu uso pouco prático e muito propenso a quedas e colisões. O verdadeiro ancestral da bicicleta seria a draisienne, inventada pelo Barão Karl von Drais, apresentada, em 1817, em um percurso de 14 km e exibida em Paris, em 1818. Embora a draisienne já contasse com um selim regulável e sistemas primitivos de direção e freio, a propulsão ainda era realizada apoiando os pés contra o chão, conforme ilustra a Figura 2 (CSMT). A draisienne foi fabricada na França por Von Drais e na Inglaterra por Denis Johnson, que para promovê-la criou uma escola para ensinar quem quisesFigura 3 – ‘Johnson’s Pedestrian Hobby- se pilotar um hobby-horse, como era horse Riding School’, Westminster, London, 1819. Gravura de H. Alken segundo chamado, na Inglaterra, por lembrar (Oliver, Berkebile 1974) um cavalinho de pau sobre rodas. em 1790, pelo Conde de Sivrac, que consistia de duas rodas ligadas por uma haste de madeira, mas que para deslocar-se precisava ser empurrada ou descer uma ladeira (Britannica). Esta falta de sistemas Figura 2 - Denis Johnson andando na hobby-horse, 1819. (CSMT) índice Figura 4 – `Four and Twenty Hobby Horses all of a row’ 1819. Gravura de Rudolph Ackermann. (NMSI) índice 7 DESAFIO SEBRAE 2011 INVENÇÃO E EVOLUÇÃO DA BICICLETA Contudo, após a febre inicial, ilustrada pela Figura 3, logo cessou o interesse pela hobby-horse. Figura 6 – Ariel. National Cycle Collection of Great Britain. 8 Figura 5 - Boneshaker, 1869. (Athelstan Museum) As retrospectivas históricas da evolução da bicicleta do Museu de Ciência e Tecnologia do Canadá (CSMT) e do Smithsonian Institution (Oliver, Berkebile 1974), ilustram os muitos caminhos explorados na invenção e fabricação de veículos ancestrais da atual bicicleta. O velocípede (do Latim, “pés ligeiros”) foi inventado em 1863 por Pierre Lallement e, em 1869, foi produzido por Michaux et Cie, em Paris. A inovação foi instalar pedais na roda dianteira e freios na traseira. O novo veículo ganhou popularidade nos Estados Unidos e Europa, e ficou conhecido na Inglater- ra como boneshaker (do Inglês, “o que sacode os ossos”), devido ao desconforto causado pelo impacto das rodas revestidas por pneus de ferro contra o piso pavimentado com pedras (Athelstan Museum e CSMT). Este processo levou por fim à substituição da tecnologia primitiva baseada nas carruagens de madeira por um desenho que incorporava inovações tais como, estruturas tubulares dos quadros e garfos, rodas raiadas, rolemãs, aros de metal e pneus de borracha. Em 1871, James Starley lançou o modelo Ariel, o primeiro com pneus sólidos de borracha, cuja roda dianteira tinha 1,22 m e a traseira 76 cm. Tinha índice Guia Setorial INVENÇÃO E EVOLUÇÃO DA BICICLETA tração direta (direct-drive) com os pedais afixados na roda dianteira. Foi a primeira bicicleta comercial e permitia desenvolver velocidade e vencer distâncias de forma prática. Deu origem à bicicleta comum (ordinary), também conhecida como “high wheel” (roda grande) ou “penny farthing”. O nome penny-farthing se refere, pejorativamente, a duas moedas da época: penny (de maior tamanho) e farthing (quarter-penny, que era menor). Quando colocadas lado a lado, lembravam o desenho da bicicleta (Reference.com, Curley 2010). Starley ficou conhecido como o “Pai da Indústria Ciclística” graças a suas muitas contribuições ao design de bicicletas e triciclos. Por volta de 1874, o centro da indústria havia migrado de Paris para Coventry, na Inglaterra, país que liderou seu desenvolvimento tecnológico até o século 20 (Curley 2010, Britannica). Muitos buscaram criar a “bicicleta segura” (safety bicycle), incorporando engrenagens que permitiram diminuir a roda frontal e manivelas para reduzir a altura dos pedais e do ciclista. A propulsão das rodas traseiras através de correias foi introduzida em bicicletas e triciclos na década de 1870. Ainda segundo Curley (2010), Hans Renold introduziu a cadeia dentada em 1880, em Manchester, na Inglaterra, o que facilitou a construção de bicicletas mais seguras. Nos meados dos anos 1880, diversos fabricantes produziam variantes da bicicleta segura, visando manter o ciclista mais próximo do chão. Isto proporcionava maior estabilidade e facilitava que o usuário montasse na bicicleta. Em 1885, o modelo Rover Safety, ilustrado na Figura 7, lançado por John Kemp Starley, sobrinho de James Starley, e por W. Sutton,foi o primeiro a ter sucesso comercial e incorporar muitas das inovações encontradas nas bicicletas atuais. É curioso notar que a correia de tração traseira promoveu o retorno das rodas de mesmo diâmetro, com praticamente a mesma dimensão encontrada nas pioneiras hobby-houses, de cerca de se- índice 9 DESAFIO SEBRAE 2011 Guia Setorial INVENÇÃO E EVOLUÇÃO DA BICICLETA tenta anos antes (Curley 2010; Oliver, Berkebile 1974). O passo seguinte foi o desenvolvimento do pneumático, em 1888, pelo cirurgião veterinário irlandês John Boyd Dunlop. 10 Figura 7 - Rover ‘safety’ bicycle, 1885. Science Museum / Science and Society índice 1. A vida sobre duas rodas No final da década de 1890, a bicicleta tornara-se um substituto viável do cavalo para o transporte individual, incorporando-se à vida nos centros urbanos. Em um mundo com pouca tecnologia, a bicicleta representava uma máquina com excelente desempenho. A bicicleta era um meio de transporte individual e barato, para ir ao trabalho, fazer entregas, passear e fazer esporte, de forma semelhante ao que ocorre hoje com os carros. Já durante a década de 1890, houve um crescente interesse por bicicletas. Em 1889, foram fabricadas cerca de 200.000 bicicletas, chegando a 1.000.000 em 1899. Nessa época, o transporte urbano era deficiente, havia poucos automóveis e era caro manter carruagens e cavalos em cidades populosas (Oliver, Berkebile 1974). Desde então, foram aprimorados diferentes tipos de bicicleta para as diferentes finalidades em que são empregadas: transporte, lazer, esporte, entregas etc. a. Transporte sustentável e ecocidades Segundo Santos, Lobo e Lopes (2010), quem usa um automóvel em uma grande cidade grande emite em média seis quilos de gás carbono a cada 30 km percorridos. Isto significa que uma única pessoa é responsável pela emissão de cerca de duas toneladas de gás carbono em um ano. Um grande desafio para os gestores públicos é conciliar o atendimento da necessidade de deslocamento de grandes populações - que nas últimas décadas mudaram do campo para as cidades e regiões metropolitanas - com o enfrentamento dos problemas de congestionamento e poluição causados índice 11 DESAFIO SEBRAE 2011 1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS pela opção preferencial por veículos automotivos, ocorrida no mesmo período. Dentre as soluções buscadas, a bicicleta vem sendo adotada, há tempos, em diversas cidades do mundo, por ser um meio de transporte não motorizado, econômico, adequado a pequenas distâncias e ambientalmente correto. Contudo, a estrutura das cidades e seus sistemas de transporte devem ser redesenhados para tornar o uso urbano da bicicleta uma prática segura, 12 prática e integrada com o transporte público e o trânsito já existentes. A cidade de San Jose, na Califórnia, conta com um serviço de pedicabs, termo para definir um serviço de táxi, empregando bicicletas adaptadas para transportar um ou dois passageiros na região central da cidade, em horários determinados. Figura 8 - Pedicabs de San Jose, Estados Unidos (EcoCityCycles) Segundo Roseland (1997), em1975, Richard Register e alguns colegas em Berkeley, na Califórnia, fundaram a organização sem fins lucrativos Urban Ecology, visando “reconstruir cidades em equilíbrio com a Natureza”. Uma das iniciativas para esse objetivo é promover a bicicleta como alternativa aos automóveis e enfatizar o “acesso por proximidade”. Roseland (1997) aponta o livro Eco-city Berkeley (Register, 1987) e a Primeira Conferência Internacional das Ecocidades, promovida em Berkeley, em 1997, como dois importantes marcos na missão de redesenhar as cidades segundo princípios ecológicos. Hoje, Richard Register é o presidente da ONG Ecocity Builders, fundada em 1992. Esta organização define uma ecocidade como uma “cidade ecologicamente saudável”, alertando que não há um modelo único que sirva para todas as cidades, já que cada uma é única. Segundo a página da Ecocity Builders uma ecocidade é ao mesmo tempo uma entidade que abrange seus habitantes e seus impactos ecológicos, um subsistema dos ecosistemas que a envolvem e um subsistema do sistema econômico regional, nacional e mundial. índice Guia Setorial 1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS A busca de soluções para transporte urbano livre de carbono é uma das recomendações da 5ª Conferência Internacional das Ecocidades, ocorrida na China, em 2002, para o desenvolvimento das ecocidades (Ecocidades 2002). O ativista australiano David Engwicht (1992, 1993) define cidade como “uma invenção que visa maximizar trocas e economizar viagens” e defende ecocidades nas quais as pessoas possam se mover a pé, de bicicleta e por transporte de massa e interagir livremente sem medo do tráfego ou da poluição (Roseland 1997). A definição de troca empregada por Engwicht abrange bens, ideias, dinheiro, emoções e genes. Diferentes movimentos e paradigmas têm suscitado debates sobre como melhorar a qualidade de vida nas cidades. Entre os temas abordados estão: tecnologia apropriada, desenvolvimento econômico de comunidades, ecologia social, movimento verde, biorregionalismo e desenvolvimento sustentável (Roseland 1997). A consciência das ecocidades vem gerando várias iniciativas concretas. André Trigueiro (2011) relata em seu Twitter, que viu “em Paris, bicicletas públicas de um lado da rua e do outro uma concessionária com carros rotulados por emissão de CO2”. Segundo DeMaio (2009), conforme o preço dos combustíveis sobe, os congestionamentos de trânsito pioram, a população cresce e aumenta a consciência mundial sobre as mudanças climáticas, será necessário que os líderes em diversas partes do mundo encontrem novos modos de transporte e adaptem melhor os atuais para deslocar as pessoas de formas ambientalmente consistentes, eficientes e economicamente viáveis. No mesmo artigo, DeMaio descreve as três gerações do serviço público de compartilhamento de bicicletas. Na primeira, Witte Fietsen (bicicletas brancas), iniciada em 1965, em Amsterdã, bicicletas comuns pintadas de branco podiam ser tomadas emprestadas, usadas e deixadas para um próximo usuário. Contudo, como consequência de roubos e de bicicletas jogadas nos canais, o programa fracassou em poucos dias (DeMaio 2009). A segunda geração foi lançada em 1991 e 1993, em programas piloto em três pequenas cidades da índice 13 DESAFIO SEBRAE 2011 1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS Dinamarca. Em 1995, o programa Bycyklen (City Bykes) foi lançado em larga escala em Copenhague, aperfeiçoando a primeira geração: bicicletas projetadas para uso intenso, com pneus sólidos de borracha, rodas com placas de propaganda, componentes incompatíveis com outras bicicletas e uso de coletor de moedas nas estações de aluguel. Entretanto, o anonimato dos usuários ainda dava margem a roubos (DeMaio 2009). 14 A terceira geração, iniciada em 1996, na Inglaterra, incluiu o monitoramento de usuários, que usavam um cartão magnético ao retirar uma bicicleta. O sistema adotou tecnologias como o uso de cadeados eletrônicos, smartcards, sistemas de telecomunicação, acesso por celular e computadores de bordo (DeMaio 2009). Variações deste modelo foram lançadas na França, em Rennes (Vélo a La Carte, em 1998) e em Lyon (Velo´v, em 2005, já com 1500 bicicletas e atingindo 15 mil usuários no mesmo ano). O maior programa da terceira geração, lançado em 2007, com 7 mil bicicletas, foi o serviço de bicicletas públicas de Paris, Vélib (contração Guia Setorial 1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS de vélo e liberté, ou bicicleta e liberdade). O Vélib, cujo lema é “a cidade é mais bela de bicicleta” (“la ville est plus belle à vélo”), permite alugar uma bicicleta por um dia (1 euro), uma semana (5 euros) ou um ano. Figura 10 - Estação do serviço Vé l i b , e m P a r i s ( L e F i g a r o ) Figura 9 - Instruções de uso do serviço Vélib na própria bicicleta. (Foto de Richard Ying). O usuário, maior de 14 anos, pode retirar e devolver a bicicleta em qualquer das centenas de estações localizadas a no máximo 300 metros de distância entre si e abertas, todos os dias, durante 24 horas. Importante destacar que Paris conta, em 2011, com 371 km de ciclovias (Velib 2011) e mais de 20 mil bicicletas. Interessante notar, que a partir da experiência do Vélib, Paris vai lançar o Autolib, sistema similar para o compartilhamento de carros elétricos (OEcoCidades 2011). índice DeMaio (2009) aponta que tais sistemas complementam e encorajam o uso dos sistemas públicos de transporte e geram benefícios na melhoria no trânsito, na redução do uso de automóveis privados, na menor emissão de gases poluentes e na melhoria na saúde pública. Além de Paris, várias cidades estimulam o uso de bicicletas: Amsterdã, Oslo, Berlim, Barcelona, Bogotá e Pequim. Em 2010, havia mais de 100 programas similares, operando em cerca de 125 cidades, envolvendo mais de 139 mil bicicletas (Shahenn et al 2010), sem contar outros, ainda em projeto ou discussão. Na Holanda, o serviço OV-fiets oferece aluguel de bicicletas em combinação com o transporte público, estando disponível em 180 estações de trem, durante o horário de operação das estações e durante 24 horas em alguns postos. Em sua pagina o OV-fiets informa que 27% de todo transporte na Holanda é feito em bicicletas, em contraste com os Estados Unidos, onde este número é de 1% (OV-fiets). 15 Figura 11 - Bicicletário do s e r v i ç o O V- F i e t s , n a H o l a n d a . A I-CE, Interface for Cycling Expertise, é uma ONG, sediada em Utrecht, na Holanda, voltada para planejamento de mobilidade de baixo custo e do ciclismo integrado (I-CE). Uma de suas iniciativas é a rede acadêmica de ciclismo (CAN), que diagnostica em sua página que “a crescente motorização da mobilidade urbana, combinada com o rápido crescimento índice DESAFIO SEBRAE 2011 1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS populacional e a necessidade de deslocamento por grandes distâncias, tem levado a altos níveis de emissão de gases de efeito estufa e a uma séria degradação ambiental em muitas áreas urbanas”. A CAN articula universidades, institutos de pesquisa, governos locais, ONGs e setor privado visando aplicar, desenvolver e transferir conhecimento sobre como sistemas de transporte não moto16 rizados podem contribuir para o desenvolvimento do transporte urbano sustentável. A página na Internet da empresa Metrobike, que presta consultoria em projetos de compartilhamento de bicicletas, divulga que a cidade de Nova Yorque publicou uma chamada de projetos para um sistema de compartilhamento, começando com 10 mil bicicletas e 600 estações, que deve atender às várias áreas da cidade. Segundo a empresa, se tudo correr bem, o projeto poderia rivalizar com o implantado em Hanghzou, na China, que conta com 50 mil bicicletas. No Brasil, a Associação Transporte Ativo, TA, “promove a adoção de tudo o que permite a mobilidade de pessoas apenas pela força de seu corpo, sem auxílio de motores”, incluindo: bicicletas, pedrestres, triciclos, patins, skates, patinetes, cadeiras de rodas (TA). A edição 2011 do event o Ve l o-Cit y, maio r co nferência m undial so bre planejamento ciclo viár io , t er á lug ar em Se vilha, na Espanha. A Velo-C i t y Global 2010 aco nt eceu e m Co penhag en, e seg und o a TA, o Rio de Janeiro se p re par a par a apresent ar, em a gost o de 2011, sua candid a tur a par a sediar o Velo -City G lo bal 2014. Figura 12 - Parada de ciclistas d u r a n t e a Ve l o - C i t y G l o b a l 2 0 1 0 , em Copenhagen índice Guia Setorial 1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS b. Lazer e saúde Além de sua utilidade básica, como meio de transporte, a bicicleta tem sido u s a d a c o m o u m re c u r s o p a r a cuidar da saúde, manter a f o r m a e s e d i v e r t i r. A página Mundo Sustentável, retrata de forma poética a importância da bicicleta: A bicicleta é um de nossos primeiros sonhos, símbolo de liber- como um meio de exercitar os músculos, os reflexos e a capacidade cardiorrespiratória. Figura 13 - Passeio de bicicleta em família (Cenas a Pedal 2009) dade e instrumento de emancipação. Com ela, as crianças pela primeira vez percorrem distâncias mais longas, movidas por sua própria força, independentes de seus pais (Mundo Sustentável). Co m o m e i o d e l a z e r, a b i cicl e t a é ut i l i z a d a p or i nd i víd uos , fa m í l i a s e gr up os d e pes s oa s d e t od a s a s i d a d e s para p a s s e a r p e l a c i d a d e , pelo c a m p o, e m p a rq ue s , c i clo v i a s e á re a s d e l a z e r. Na busca da saúde e da forma física, muitas pessoas desenvolvem o hábito de andar de bicicleta regularmente, Para possibilitar a prática de exercícios com bicicletas em espaços reduzidos, foi criada a bicicleta ergométrica, que permite exercitar-se em casa, no clube, na área de lazer de um condomínio ou em academias de ginástica. Embora para muitos caminhar seja uma forma mais acessível de “viagem ativa”, pedalar gera maior aumento nos batimentos cardíacos e no condicionamento cardiorrespiratório e traz benefícios para a saúde (Yang et al 2010). Outro estudo com pessoas fisicamente ativas apontou a prática do índice 17 DESAFIO SEBRAE 2011 1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS ciclismo como fortemente relacionada à menor incidência de doenças cardiovasculares (Hoevenaar-Blom et al 2010). Um artigo comparando os riscos da troca do uso do automóvel por bicicleta para viagens curtas, em áreas de trânsito intenso, concluiu que os benefícios do ciclismo (diminuição de doenças vasculares) são maiores do que os riscos (acidentes e maior 18 inalação de ar poluído). O estudo indica que os benefícios da substituição do carro pela bicicleta são grandes para a sociedade, por reduzir a poluição e o trânsito, além de melhorar a saúde pública. Aponta, ainda, que os riscos podem ser minimizados por políticas adequadas de transporte e egurança, como a construção de ciclovias longe das vias de trânsito pesado, para proteger os ciclistas de acidentes e da exposição à poluição (de Hartog et al 2010). Visando conciliar a prática de exercícios, o lazer e a segurança, grupos de ciclistas de diferentes cidades o rg a n i z a m p a s s e i o s d i u r n o s e “pedaladas noturnas” Figura 14 - Passeio noturno em grupo (Campinas Bike Clube 2011) c. Esportes competitivos Há várias modalidades esportivas empregando bicicletas em diferentes ambientes: velódromos, ruas, estradas asfaltadas e mesmo em terrenos acidentados. Segundo a União Ciclística Internacional (UCI 2010), a primeira competição de ciclismo, registrada oficialmente, ocorreu no final do século 19, em 31 de maio de 1868, no Parque de Saint-Cloud, em Paris. Foi vencida pelo inglês James Moore. Em 7 de novembro de 1869, aconteceu a primei- índice Guia Setorial 1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS ra corrida entre duas cidades: Paris e Rouen. Novamente vencida por James Moore, cobrindo 123 quilômetros em 10 horas e 25 minutos, cofirmando a intenção dos organizadores de promover o ciclismo e mostrar que a bicicleta podia vencer grandes distâncias (UCI 2010a). O ciclismo faz parte das Olimpíadas desde a primeira edição, em Atenas, em 1896 (UCI 2010a). Atualmente, segundo o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), nos Jogos Olímpicos e Pan-Americanos, as corridas de ciclismo têm provas individuais e por equipes, com disputas de velocidade, contra o cronômetro e perseguição. Nos Jogos Olímpicos, o esporte é dividido em quatro modalidades: pista, estrada, mountain bike e BMX (bicicross ou bicycle moto cross). A categoria pista tem o maior número de provas: dez diferentes; na estrada há duas provas, de velocidade e contra o relógio; na mountain bike há apenas uma, a cross-country; a BMX, versão ciclística do motocross, também tem apenas uma prova, a corrida em pistas com saltos e obstáculos (COB 2010). No Brasil, a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) reúne as federações estaduais e tem como finalidade fomentar e desenvolver o ciclismo e todas as suas disciplinas: ciclismo de estrada, ciclismo de pista (velódromo), ciclismo Mountain Bike, ciclismo Bicicross e ciclismo Paraolímpico. É reconhecida pela União Ciclística Internacional (UCI) e homologada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB 2010), representando o Brasil no exterior através das atividades pertinentes ao ciclismo (CBC 2010). Em âmbito mundial, a UCI congrega as confederações de ciclismo dos vários países (UCI 2010b) e a Confederación Panamericana de Ciclismo reúne as entidades do continente americano, que são membros índice 19 DESAFIO SEBRAE 2011 1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS da UCI (COPACI 2010). A CBC regula as seguintes modalidades/disciplinas competitivas: estrada, pista, mountain bike e BMX (bicicross). A s p r i m e i r a s p rova s d e e st rada d a t a m d o f i n a l d o sé c ulo 1 9 . N a s c o r ri d a s e m e stra d as ou r u a s , os c orre d ore s f o rma m u m p e l otã o d i sp u ta nd o q u e m c h e g a n a f re nte e co b ri n d o l on g a s d i stâ n c i a s 20 ( n o C a mp e on ato Mun d i a l d a UC I , c h e g a a c e rc a d e 26 0 km) . E x i s t e m p rova s d e um d ia c o m o a P ari s -Rou b ai x e o To u r d e F l a n d e rs ), p rova s em c i rc u i t os c o m o o C a m p e o n at o M u n d i a l d a U C I e p rov as p or e t a p a s c om o o Tou r d e F r a n c e , o G i ro d ’Ital i a e a Vu elt a a E sp a ñ a. E sta m od a l idade a b r a n ge c orri d a s i n d i v idu a i s o u p or e q ui p e s d e 2 a 1 0 c o r re d o res. (U C I 2 0 1 0 ). Figura 15 - Corrida de estrada (UCI 2010) Guia Setorial 1. A VIDA SOBRE DUAS RODAS A UCI (2010) define dez tipos de provas em pistas ou velódromos divididas em três categorias: • Velocidade (sprint): individual, por equipe, quilometro (500 m para mulheres), Keirin •Perseguição: individual, por equipe, por pontos, Madison, scratch • Combinados: Omnium combina 6 eventos em 2 dias consecutivos Figura 16 - Prova de velocidade (UCI2010) O mountain bike iniciou nos anos 80 na Califórnia e, segundo a UCI, compreende quatro especialidades: cross-country, maratona, DHI (downhill) e 4X (four cross). As competições em montanhas exigem grande habilidade e resistência para vencer os obstáculos e imprevistos do caminho. Figura 17 – Mountain bike (UCI 2010) índice Figura 18 – BMX (UCI 2010) O BMX ou bicicross consiste em uma competição no formato de corrida em uma pista cheia de obstáculos, inspirada pelas de MotoCross. Constituí-se por baterias de 8 competidores por categoria definida pela faixa etária. Exige velocidade, explosão física, técnica e habilidade. Abrange o supercross e o freestyle, por sua vez dividido em park, vert, flat, street e dirt (CBC 2010). compreende as modalidades estrada e velocidade, individual e por equipe. Envolve competidores com quatro tipos de deficiências: cegos e deficientes visuais, paralisia cerebral, cadeirantes e amputados. Os cadeirantes “pedalam” com as mãos (handcycling). Os cegos usam uma bicicleta dupla com um guia dirigindo no banco da frente. Triciclos são usados por atletas com paralisia cerebral (UCI 2010 e Ciclismo Paraolímpico). Um panorama em Português, da variedade de modalidades do ciclismo esportivo pode ser encontrada no site Ciclismo. As modalidades. Figura 19 – Ciclismo Paraolímpico (UCI 2010) A UCI define ainda outras disciplinas, tais como: cyclo-cross, trials, indoor cycling e para-cycling (ciclismo paraolímpico). O ciclismo paraolímpico índice 21 DESAFIO SEBRAE 2011 Guia Setorial 2. TIPOS DE BICICLETAS 2. Tipos de bicicletas Há diferentes tipos de bicicleta em função do uso pretendido: urbana, dobráveis, mountain bike, para velódromo, para pista, bicicrosss, além dos modelos infantis. As bicicletas urbanas ou passeio são de alumínio, com 18, 21 ou mais marchas, têm rodas aro 700 22 (700mm), mais confortáveis que as de aro 26” (660 mm). Têm pneus para o asfalto, mas que pode rodar na terra. Adequadas a cidades litorâneas, pois o alumínio resiste à maresia. Podem ter suspensão dianteira ou amortecimento no canote de selim. Podem ter para-lamas, bagageiro, farol e lanterna (Bikemagazine e Escola de Bicicleta). As bicicletas de velocidade (estrada) são leves (entre 7 e 10 kg), têm quadro de cromo, alumínio, fibra de carbono ou titânio, pneus finos e pressão alta. Podem ter câmbio com até 20 marchas e são próprias para estradas asfaltadas, não devendo ser usadas na cidade (Bikemagazine e Escola de Bicicleta). Figura 20 - Bicicletas Urbana (esq.) e Velocidade (dir.). Escola de Bicicleta Nas pistas e velódromos, as competições de velocidade empregam bicicletas otimizadas, que não têm catraca ou roda-livre (não se pode parar de pedalar), nem freio (para parar o ciclista reduz a velocidade das pedaladas), e têm marcha única. As mountain bike (MTB) são fabricadas para uso estradas de terra, trilhas em terrenos acidentados, neve e lama. Têm o quadro e rodas muito resistentes, aro 26”ou 29”, pneus lameiros e até 27 marchas para vencer qualquer subida. São boas para uso urbano e com pneus slick são adequadas para o cicloturismo. A versão para downhill (DHI) tem o quadro superdimensionado, pesado, com suspensões dianteira e traseira de grande curso e freio a disco (Bikema- índice gazine e Escola de Bicicleta). O bicicross (BMX) é praticado com bicicletas de aro 20 ou 24, quadro compacto e rígido para resistir a saltos e manobras radicais. O mesmo tipo de quadro é também usado em manobras de rua free-style, basta alguns acessórios como o rotor e o freio só na dianteira. Não têm marcha, pois não são destinadas a percorrer longas distâncias. O quadro pode ser de cromo, alumínio ou titânio. Pode ser usada por crianças. A BMX está para o ciclismo assim como o kart está para o automobilismo. (Escola de Bicicleta e Bikemagazine). a andar de bicicleta e, em 1969, a Dragster com bancos longos e guidões altos, ao mesmo tempo infantil e uma das primeiras BMX. A partir de 1995, a Huffy licenciou o uso da imagem de vários personagens de desenho animado com Warner Brothers, Disney e Nickelodeon (Huffy 2010). Figura 22 - Modelos infantis da empresa Huffy: Convertible Bike, 1949 (esq) e Dragster, 1969 (dir) Outros tipos de bicicletas existem. A bicicleta reclinada (recumbent bicycle) é um tipo diferente de bicicleta na qual o ciclista dirige deitado sobre as costas e próximo ao chão (CycleGenius 2010). Figura 21 - Mountain Bike (esq.) e B i c i c ro s s ( d i r. ) . E s c o l a d e B i c i c l e t a As primeiras bicicletas para crianças, nos anos 1950, imitavam algumas características de automóveis, foguetes ou jatos (Livestrong 2010). Em 1949, a empresa Huffy lançou nos Estados Unidos, o primeiro modelo infantil com rodinhas traseiras auxiliares para crianças aprendendo Figura 23 - Bicicleta reclinada (Cyclegenius 2010) índice 23 DESAFIO SEBRAE 2011 3. Inovação no projeto de bicicletas O processo de invenção e aperfeiçoamento da bicicleta, associado à criação da enorme diversidade de modelos e usos, ilustram a forma como a inovação ocorre em muitas áreas da atividade humana. a. Inovação como evolução 24 Guia Setorial 3. INOVAÇÃO NO PROJETO DE BICICLETAS Para entender o processo de inovação, podemos lembrar que Joseph Schumpeter (1959), o fundador da abordagem evolucionista na economia, já afirmava que nas inovações no sistema econômico é normalmente o produtor quem inicia a transformação econômica, pois é como se o produtor ensinasse aos consumidores a desejar coisas novas, ou diferentes. Em sua abordagem, produzir significa combinar materiais e forças a nosso alcance para produzir novas coisas, ou os mesmos objetos, por método diferente, combinando esses materiais e forças diversamente. Assim, o desenvolvimento emerge quando as novas combinações surgem descontinuamente. Para Schumpeter, a inovação ocorre em ciclos de geração de diversidade, seleção e combinação, por analogia com a teoria da evolução proposta por Darwin (1859), no século 19, na obra “A Origem das Espécies”. A diferença é que na biologia a seleção é natural, enquanto que na economia a seleção é social e tanto a combinação quanto a diversidade são geradas por design (Massey 1999). Mais recentemente, Anderson e Tushman (1990) apontam que Basalla (1988) ancora-se nos conceitos de diversidade, continuidade, novidade e seleção, ao revisar na literatura a evolução tecnológica da roda, do motor a combustão, dos automóveis, entre outros, focando a diversidade gerada por rupturas tecnológicas aleatórias, seguidas por um processo de seleção que es- índice colhe quais artefatos replicar e quais deixar de lado. A história da bicicleta mostra que inovação é mais do que invenção. Inovação combina invenção com adoção pela sociedade da novidade criada. Inovações tecnológicas estão associadas com inovações nos modos de produção, nos modelos de negócio e com as inovações sociais associadas à adoção de novos modos de vida pelas pessoas. O processo de inovação envolve o entrelaçamento de decisões tecnológicas e estratégicas (D´Ipolitto 2003) e depende da capacidade de aprendizagem e de cooperação em rede (D´Ipolitto 2010). b. O Design dominante e a bicicleta segura Seguindo a metáfora evolucionista, Pinch e Bijker (1987) mostram que a evolução da bicicleta envolveu mais de dez formas incompatíveis até convergir para o design dominante da “bicicleta segura” (safety bicycle), tornado o padrão da indústria com duas rodas baixas e de mesmo tamanho, corrente dentada na roda traseira e pneus com câmaras de ar. A evolução da bicicleta é consistente com a teoria proposta por Nelson, Winter (1982), segundo a qual a inovação envolve a variação técnica, a seleção de um padrão industrial e a retenção via mudanças técnicas incrementais que elaboram e estendem o padrão. Do design dominante ou desenho padrão da bicicleta segura foram derivados muitos dos modelos hoje usados para transporte, diversão, turismo, ginástica e competições esportivas. c. Patentes e propriedade intelectual Os produtos da criação intelectual podem merecer diferentes formas de proteção da propriedade intelectual, entre as quais, patentes, direito do autor e marcas. Segundo o INPI, as criações relativas aos produtos industriais e às invenções são protegidas através de Registro de Desenho Industrial, Patentes índice 25 DESAFIO SEBRAE 2011 3. INOVAÇÃO NO PROJETO DE BICICLETAS de Invenção, Modelo de Utilidade e Certificado de Adição de Invenção (INPI Patente 2010). Uma patente “é um título de propriedade temporário outorgado pelo Estado, por força de lei, ao inventor/autor ou pessoas cujos direitos derivem do mesmo, para que esta ou estas excluam terceiros, sem sua prévia autorização, de atos relativos à matéria protegida, tais como fabricação, comercialização, importação, uso, 26 venda etc” (INPI Patente 2010). Na Internet, o Google Patents, permite pesquisar e acessar a coleção de patentes norte-americanas, desde 1790, depositadas no escritório de marcas e patentes dos Estados Unidos, USPTO (United States Patent and Trademark Office). PatentesOnline é um serviço gratuito que permite consultar o acervo de patentes disponível do INPI. A Organização Mundial de Propriedade Intelectual, WIPO (World Intellectual Property Organization), é a agência da ONU (Organização das Nações Unidas) responsável pela proteção da propriedade intelectual em âmbito mundial, atra- vés da cooperação entre os países membros. Um passeio virtual pelo enorme acervo de patentes, acessível pela Internet, revela os caminhos nada lineares trilhados por inventores e pesquisadores, que através dos tempos têm criado e difundido tecnologias, que hoje podem até nos parecer simples, por serem já tão familiares. A invenção e a evolução da bicicleta e seus componentes tecnológicos são reveladas por uma “viagem pelo mundo de patentes”. Em 1817, o Barão Karl von Drais, aplicou a patente da draisienne, precursora da bicicleta, que posteriormente foi licenciada ou copiada por terceiros (Van der Plas, Baird 2010). Outra patente importante na evolução da bicicleta foi aplicada pelo francês Pierre Lallement (Bicycle Technology and Patents). Diversas outras patentes marcaram invenções referentes à bicicleta e seus acessórios, como a patente da sineta (buzina), aplicada em 1895, e do sistema que permite frear ao pedalar para trás, aplicado em 1900. Até os dias de hoje, a atividade inventiva segue intensa no setor índice Guia Setorial 3. INOVAÇÃO NO PROJETO DE BICICLETAS de bicicletas, gerando novas patentes. Um exemplo é a patente, de 2000, de um dispositivo para recarregar a bateria de uma bicicleta elétrica sendo transportada em um automóvel. Outro caso bem recente é a patente de 16 de dezembro de 2010, de um kit para converter uma bicicleta comum em uma bicicleta elétrica. 27 Figura 25 - Patente aplicada por P. Lallement, 1866, Bicycle Technology and Patents 2011) Figura 24 - Patente aplicada por von Drais (Van der Plas, Baird 2010) Figura 26 -Patente Bicycle Bell (1895, US Patent Office, acessada via www. google.com/patents) índice DESAFIO SEBRAE 2011 Guia Setorial 3. INOVAÇÃO NO PROJETO DE BICICLETAS 4. O Mercado e a indústria de bicicletas 28 Figura 27 -Patente Back Pedaling Break (1900, US Patent Office, acessada via www.google.com/patents) 29 Figura 29 -Patente Electric Bicycle (2010, US Patent Office, acessada via www.google.com/patents) Figura 30 - Produção Mundial de Bicicletas (2010. Abraciclo, Acessado em www.abraciclo.com. br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=21&Itemid=37) Figura 28 -Patente “Charging Device on a Vehicle to Charge an Electric Bicycle” (2000, US Patent Office, acessada via www.google.com/patents) índice Segundo Marques Filho (2009), o Brasil é o quinto maior mercado consumidor de bicicletas depois de China, Estados Unidos, Índia e Japão e a indústria brasileira é a terceira em volume de produção, atrás de China e Índia. Em 2008, o mercado brasileiro comprou 5,8 milhões de bicicletas, 7% a mais que em 2007, e a expectativa de crescimento do mercado até 2013 é de 3% a 6% ao ano. Este cenário otimista deve ser reforçado com a realização da Copa do Mundo, em 2014, e das Olimpíadas, em 2016 (Marques Filho 2009). índice DESAFIO SEBRAE 2011 4. O MERCADO E A INDÚSTRIA DE BICICLETAS Guia Setorial 4. O MERCADO E A INDÚSTRIA DE BICICLETAS Em termos geográficos, o mercado brasileiro de bicicletas está distribuído da seguinte forma: Sudeste 44%, Nordeste 26%, Sul 14%, Centro-oeste 8% e Norte 8%. Figura 31 - Consumo Mundial de Bicicletas (2010. Abraciclo. Acessado em www.abraciclo. com.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=21&Itemid=37) 30 Segundo a Abraciclo, o mercado de bicicletas, no Brasil, é segmentado segundo os seguintes usos: 50% transportes, 32% infantil, 17% recreação e lazer e 1% competição. Figura 33 - Segmentação do Mercado Brasileiro de Bicicletas por Região. (Abraciclo. Acessado em http://www.abraciclo.com.br/index.php?option=com_content&view=cate gory&layout=blog&id=21&Itemid=37)) Um dos entraves ao crescimento e à competitividade do setor é a enorme dependência da importação de matéria-prima, peças, equipamentos e tecnologia, decorrente da falta de conhecimento e de empresas especializadas (Takeuchi 2009, Marques Filho 2009). Figura 32 - Segmentação do Mercado Brasileiro de Bicicletas por Uso. (Abraciclo. Acessado em http://www.abraciclo.com.br/index.php?option=com_content&view=ca tegory&layout=blog&id=21&Itemid=37) Figura 34 - Evolução da Produção Brasileira de Bicicletas, em milhões de unidades, até 2010.( Abraciclo. Acessado em www.abraciclo.com.br/index.php?option=com_ content&view=category&layout=blog&id=21&Itemid=37 índice índice 31 DESAFIO SEBRAE 2011 4. O MERCADO E A INDÚSTRIA DE BICICLETAS 32 Figura 35 - Projeção da Produção Brasileira de Bicicletas, em milhões de unidades, para 2011. (Abraciclo. Acessado em www.abraciclo.com.br/index. php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=21&Itemid=37) Paulo Takeuchi (2009), que presidiu até 2010, a Abraciclo, Associação Brasileira dos fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, destaca que essa carência de conhecimento especializado decorre de outra fragilidade setorial: a falta de cursos de formação profissional específicos. Pois, enquanto a indústria automobilística conta com cursos superiores, que formam engenheiros automobilísticos, não há nada similar para o setor de duas rodas (Takeuchi 2009). Guia Setorial 4. O MERCADO E A INDÚSTRIA DE BICICLETAS bricação de todos os componentes, o investimento em técnicas de produção e o adensamento de todos os elos da cadeia produtiva, ainda que de início copiasse a tecnologia de terceiros. O mercado interno consome toda a produção nacional de 5,5 milhões de bicicletas por ano, ao passo que a China exporta 80% das 100 milhões de unidades que produz anualmente. Um esforço brasileiro para conquistar 10% do mercado americano, poderia representar a produção de mais 2 milhões de bicicletas (Takeuchi 2009). Ambos os autores apontam para a necessidade de adensamento dos arranjos produtivos no setor e a criação de empresas fornecedoras especializadas (por exemplo, de “ciclopeças” e “motopeças”), como fatores críticos para viabilizar a substituição de importações e o aumento de exportações de alto valor agregado, com a consequente geração de empregos qualificados e bem remunerados (Takeuchi 2009, Marques Filho 2009). Citam como exemplo a China, que priorizou a fa- índice índice 33 DESAFIO SEBRAE 2011 Guia Setorial A. BIBLIOGRAFIA CAN. Cycling Academic Network. Acessado em www.cycling-research.nl A. BIBLIOGRAFIA Cenas a Pedal (2009) Acessado em www.cenasapedal.com Anderson, P., Tushman, M. L. (1990) Technological Discontinuities and Dominant Designs: A Cyclical Model of Technological Change, Administrative Science Quarterly, Vol. 35, pp. 604-633. 34 CBC (2010) Confederação Brasileira de Ciclismo. Acessado em www.cbc.esp.br Ciclismo. As modalidades (2010). Acessado em www.travinha.com.br Ariel. Cycle Collection of Great Britain. Foto acessada em www.gtj.org.uk/ en/large/item/GTJ83887/ COB (2010a) Ciclismo. Aventura sobre duas rodas. Acessado em http://www.cob.org.br/esportes/esporte.asp?id=27 ATA O que é? Associação Transporte Ativo. Acessado em www.ta.org.br CycleGenius (2010) Winning Forbidden: The Real History of the Recumbent Bicycle. Acessado em http://www.cyclegenius. com/history.php Athelstan Museum. Bikes. Inglaterra. Acessado em www.athelstanmuseum.org.uk/bikes.html COB (2010b) Comitê Olímpico Brasileiro. Acessado em www.cob.org.br Autolib (2010) Serviço de aluguel automóveis elétricos de Paris. Acessado em www.paris.fr/portail/pratique/Portal.lut?page_id=9601&document_type_ id=5&document_id=80594&portlet_id=23654 Basalla, G. (1988) The Evolution of Technology, Cambridge: Cambridge University Press. Bicycle Technology and Patents (2011) The Lallement Bicycle, first U.S. bicycle patent, first crank drive bike. Acessado em http://bicyclepatents.com/the-invention-of-the-crank-the-crank-powered-bicycle/297/ COPACI (2010) Confederación Panamericana de Ciclismo. Acessado em www.copaci.co.cu CSTM, Bykes: The Wheel History. Canada Science and Technology Museum, Canada, acessado em www.sciencetech.technomuses.ca/english/ collection/bikes1.cfm Curley, R. (ed) 2010. The Britannica Guide to Inventions That Changed the Modern World. Britannica Educational Publishing. Acessado em http://books.google.com.br/books?id=YtN-Ek2qjIMC Bikemagazine (2010) Uma Bike para cada Coisa. Acessado em http://www.bikemagazine.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=250&Itemid=49 Darwin, C. (1859), The Origin of Species, first published by John Murray, London. Britannica. History of the Bicycle. Acessado em http://www.britannica. com/EBchecked/topic/64721/bicycle DeMaio, P. (2009) Bike-sharing: History, Impacts, Models of provision, and Future. Journal of Public Transportation, Vol. 12, No. 4. índice índice 35 DESAFIO SEBRAE 2011 A. BIBLIOGRAFIA D’Ipolitto, C., 2003, O Papel da Inovação no Processo da Estratégia: Uma Pesquisa Qualitativa em Empresas Emergentes de Base Tecnológica no Brasil, Tese de Doutorado, COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro. D’Ipolitto, C., 2010, Inovação em Rede: O Desafio para as Pequenas Empresas. Incubadora de Empresas, COPPE/UFRJ. Ecocidades 2002. 5ª Conferência Internacional das Ecocidades, Shenzhen, China, 2002. Acesssado em www.EcocityBuilders.org/why-ecocities de Hartog, J. J., Boogaard, H., Nijland, H. Hoek, G. (2010) Do the Health 36 Benefits of Cycling Outweigh the Risks?. Environmental Health Perspectives, Vol. 118, No. 8. Guia Setorial A. BIBLIOGRAFIA Hoevenaar-Blom, M. P., Wendel-Vos, G. C. W., Spijkerman, A. M. W., Kromhouut, D., Verschuren, W. M. M. (2010) Cycling and Sports, but not Walking, are Associated with 10-year Cardiovascular Disease Incidence: The Morgen Study. European Journal of Cardiovascular Prevention & Reabilitation. Online. Huffy (2010) Company History. About/History.aspx Acessado em www.huffybikes.com/ I-CE. Interface for Cycling Expertise. Acessado em www.cycling.nl INPI Patente. O que é uma patente? Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Acessado em http://www.inpi.gov.br/menu-esquerdo/patente/copy_of_patentes#t Livestrong (2010). The History of the Bicycle for Kids. Acessado em www. livestrong.com/article/357076-the-history-of-the-bicycle-for-kids/ Ecocity Builders www.EcocityBuilders.org EcoCity Cycles www.EcocityCycles.com Nelson, R. R., Winter, S. G. (1982) An Evolutionary Theory of Economic Change. Cambridge. MA: Belknap Press, Engwicht, D. (1992) Towards an Eco-City: Calming the Traffic. Envirobook, Sydney, Australia. NCC, National Cycle Collection. Inglaterra. Acessado em http://www. cyclemuseum.org.uk/ Engwicht, D. (1993) Reclaiming Our Cities and Towns: Better Living With Less Traffic. New Society Publishers, Gabriola Island, BC. NMSI, Four and Twenty Hobby Horses all of a row. Collections Online of the Science Museum, the National Media Museum and the National Railway Museum. Acessado em http://collectionsonline.nmsi.ac.uk/detail.ph p?type=related&kv=66845&t=objects Escola de Bicicleta (2010) Capítulo 16. A Bicicleta - tipos básicos. Acessado em http://www.escoladebicicleta.com.br/bicicletatipos.html Formiga, F.O.N (2009) Oficina de Bicicletas. Sebrae. Massey, G. R. (1999) Product Evolution: A Darwinian or Lamarckian Phenomenon? Journal of Product & Brand Management, Vol. 8, No. 4, pp. 301-318. Gesteira, M., Amaral, N. (2009) Bicicleta Eleh. Relatório de Projeto de Graduação. Escola de Belas Artes. UFRJ. Mundo Sustentável. A Importância da Bicicleta. Artigo acessado em http://www.mundosustentavel.com.br/artigo.asp?cd=101 índice índice 37 DESAFIO SEBRAE 2011 A. BIBLIOGRAFIA OV-fiets, Acessado em www.bikesharing.eu/dutch-solution OV-fiets@Home. Acessado em www.bikesharing.eu/dutch-solution/ov-fiets-at-home OEcoCidades (2011). Paris Bane Carros Poluentes. Acessado em www. oecocidades.com Marques Filho, J. (2009) A indústria de bicicletas. Mercado atual e perspectivas. T&C Amazonia, ano 5, n. 17, 2º Semestre. Acessado em https://portal.fucapi.br/tec/ Metrobike (2010). New York City Request for 10,000 Bike Service. 38 2010/11/20. Acessado em http://bike-sharing.blogspot.com/2010/11/ new-york-city-request-proposals-for.html Guia Setorial A. BIBLIOGRAFIA Register, R (1994) Eco-cities: rebuilding civilization, restoring nature. In Futures By Design: The Practice of Ecological Planning, ed D. Aberley. New Society Publishers, Gabriola Island, BC. Roseland, M. (1997) Dimensions of the Eco-city. Cities, Vol. 14, No. 4, pp. 197-202. Santos, C., Lobo, J. Lopes, J. (2010) Bicicleta. A Cara do Rio. Réptil Editora, Rio de Janeiro. Salaberria, R. (2006) Libros y bibliotecas de un bicicletero dando la vuelta al mundo. Educación y Biblioteca, n.153, pp. 89-93. SSPL, Rover ‘Safety’ Bicycle, Science & Society Picture Library. Acessado em www.scienceandsociety.co.uk/results. asp?image=10306698& Monte, C. (2009) Bicicleta: de duas rodas a muitas possibilidades. T&C A m a z ô n i a , a n o 5 , n . 1 7 , 2 º S e m e s t re . A c e s s a d o e m h t t p s : / / portal.fucapi.br/tec/ Schumpeter, J.A. (1959) The Theory of Economic Development. 6th printing, Harvard University Press, Cambridge. Oliver, S. H., Berkebile, D. H. (1974), Wheels and wheeling: The Smithsonian Cycle Collection. Smithsonian Studies in History and Technology, n.24, acessado em http://si-pddr.si.edu/dspace/handle/10088/2423. Shahenn, S., Guzman, S., Zhang, H. (2010) Bicyclesharing in Europe, the Americas and Asia: Past, Present and Future. Transportation Research Record, 2143, pp. 159-167. Pinch, T., Bijker, W. (1987) “The social construction of facts and artifacts,” In W. Bijker et al. (eds,). The Social Construction of Technological Systems, pp. 17-50, Cambridge, MA: MIT Press, Shu, J., Chou, M., Liu, Q., Teo, C., Wang, I. (2010). Bicycle-Sharing System: Deployment, Utilization and the Value of Redistribution. National University of Singapore. Acessado em http://www. bschool.nus.edu.sg/Staff/bizteocp/BS2010.pdf Reference.com. Penny-Farthing. Acessado em www.reference.com/browse/Penny+Farthing Register, R (1987) Eco-city Berkeley: Building Cities for a Healthy Future. North Atlantic Books, Berkeley, CA. Takeuchi, P. S. (2009) Indústria de Duas Rodas: cluster competitivo e a necessidade da inserção do segmento no setor global. T&C Amazônia, ano 5, n. 17, 2º Semestre. Acessado em https:// portal.fucapi.br/tec/ índice índice 39 DESAFIO SEBRAE 2011 Guia Setorial A. BIBLIOGRAFIA Trigueiro (2011) Twitter do André Trigueiro. Acessado em www. twitter.com/andretrig/status/27100375467163648 Ciclismo Paraolímpico. Blog Turismo Adaptado. Acessado em http://turismoadaptado.wordpress.com/2011/01/23/ciclismo-paraolimpico-no-velodromo-ou-estrada-usando-forca-e-resistencia UCI (2010a) Road. Acessado em http://www.uci.ch/templates/UCI/UCI1/ layout.asp?MenuId=MTI2NTA&LangId=1 UCI (2010b) Union Cycliste Internationale. Acessado em www.uci.ch Van der Plas, R., Baird, S. (2010) Bicycle Technology: Understanding the 40 Modern Bicycle and its Components. Cycle Publishing. Vélib, (2011) Serviço de bicicletas públicas de Paris. Acessado em www.velib.paris.fr Velo - C i t y (2 0 1 0) Velo - C it y Glo b al 2010. Co penhag en, June 2 2 - 2 5. A c e s s a d o e m www.ve l o-c i ty 2010.co m Wikipedia Velódromo. Acessado em http://pt.wikipedia.org/wiki/velodromo Yang, L., MCMinn, A., Griffin, S. J., Ogilvie, D. (2010) Interventions to provide Cycling: Systematic Review. British Medical Journal, 341:c5293, publicado online. B. ORGÃOS OFICIAIS a. Ciclismo Argentina. Federación Argentina de Ciclismo de Pista y Ruta. www.ciclismoarg.com.ar Brasil. Confederação Brasileira de Ciclismo. Acessado em www.cbc.esp.br Chile. Federación Ciclista de Chile. www.ciclismo.cl Colombia. Federación Colombiana de Ciclismo. www.ciclismodecolombia.com Paraguai. Federación Paraguaya de Ciclismo. www.fpc.org.py Peru. Federación Nacional Deportiva Peruana de Ciclismo. www.fedepeci.org Uruguay. Federación Ciclista Uruguaya. http://www.federacionciclistauruguaya.com.uy Union Cycliste Internationale. www.uci.ch b. Patentes e Propriedade Intelectual Argentina. INPI. Instituto Nacional de la Propiedad Industrial. www.inpi.gov.ar Brasil. INPI. Instituto Nacional de Propriedade Industrial. www.inpi.gov.br/ índice índice 41 DESAFIO SEBRAE 2011 Guia Setorial B. ORGÃOS OFICIAIS Chile. INAPI. Instituto Nacional de Propiedad Industrial. www.inapi.cl Colômbia. Superintendencia de Industria y Comercio. w w w. s i c . g o v. c o Paraguai. Dirección General de la Propiedad Intelectual. www.mic. gov.py/v1/node/43 Peru. INDECOPI. Instituto Nacional de Defensa de la Competencia y de la Protección de la Propiedad Intelectual. www. indecopi.gob.pe Uruguay. DNPI. Dirección Nacional de la Propiedad Industrial. www.dnpi.gub.uy USPTO.United States Patent and Trademark Office. www.uspto.gov 42 WIPO. World Intellectual Property Organization. www.wipo.int C. LINKS RELACIONADOS a. Ciclismo e Esportes Bicycle Racing. iBike. www.ibike.org/encouragement/racing.htm List of Bicycle Types. Wikipedia. http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_ bicycle_types Pedaling History Bicycle Museum. www.pedalinghistory.com The Wheelmen. Antique Bicycle Photographs. thewheelmen.org/sections/photographs w w w. Le Musée Olympique. www.olympic.org/fr/le-musee-olympique ou Olimpic Museum. www.olympic.org/museum b. Patentes Google Patents. www.google.com/patents Patentes Online. www.patentesonline.com.br índice índice 43 Guia Setorial DESAFIO SEBRAE 2011 D. OUTRAS PUBLICAÇÕES a. Em Espanhol Ciclismo en carretera. Robert J. Gregor e Francesco Conconi. Ed Hispano Europea, Espanha, 2005. El gran libro de los juegos olímpicos. Publicación Oficial del Museo Olímpico. ESM SL Librerias Desportivas, Espanha, 2008. 44 Guía maestra del entrenamiento del ciclista. Chris Carmichael e Jim Rutberg, Ediciones Tutor, S.A., Espanha, 2005. 45 El Tao del ciclismo indoor. Andrés Muñoz López. Editorial Clube Universitário. Espanha, 2009. Libros y bibliotecas de un bicicletero dando La vuelta al mundo. Ramón Salaberria. Educación y Biblioteca. Revista Mensual de Documentación y Recursos Didácticos, 18(153), pp. 89-93, 2006. b. Em Português A história dos esportes. Orlando Duarte. SENAC/SP. F i q u e p o r d e n t ro d o s Es p o rt es Olímpic os. Benê Turco . Cas a d a P a l a v r a e C OB C u l tu ra l , 2006. O que é ciclismo. Silvia Vieira e Armando Freitas. Casa da Palavra e COB Cultural, 2007. Você conhece os jogos olímpicos? Tradução da publicação original do Museu Olímpico de Lausanne (Le Musée Olympique). Casa da Palavra e COB Cultural, 2008 índice índice