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© Editora Inspire © Editora Inspire © Editora Inspire CÉLULAS VIVENDO AS ESTAÇÕES ©2015 de Murilo Dantas 1° Edição: abril de 2015 Todos os direitos reservados por: PROPÓSITOS Rua Euclides Miragaia, 548 – Centro São José dos Campos – SP – CEP: 12245-820 Tel: (12) 3911 2228 www.editorainspire.com.br Editora filiada a ASEC – Associação de Editores Cristãos Nenhuma parte desta publicação pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico, fotocópia, gravação, etc. – nem apropriada ou estocada em banco de dados sem a expressa autorização do autor. Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional (NVI), salvo indicação em contrário. Editor Geral: Murilo Dantas Colaboradores: Andrei Alves, Conrado Pfanemüller, Cristina Piccino, Fábio Albuquerque, Flávio Chaves, Keóla Dantas, Leila Paes, Rafael Migowski e Viviam Ribeiro. Coordenação editorial: Mariana C. Madaleno e Heliete Oliveira Revisão: Heliete Oliveira Capa: Jamille Almeida Projeto Gráfico e Diagramação: Jamille Almeida © Editora Inspire Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Maurício Amormino Júnior, CRB6/2422) D192c Dantas, Murilo. Células vivendo as estações: modelo orgânico de liderança celular / Murilo Dantas. – São José dos Campos (SP): Inspire, 2015. 191 p. : 15 x 21 cm Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7708-111-0 1. Ensino religioso. 2. Liderança cristã – Estudo e ensino. I. Título. CDD-254.5 SUMÁRIO PREFÁCIO ____________________________________________________ 07 APRESENTAÇÃO _______________________________________________ 11 1. PERFIL DO LÍDER CÉLULA ______________________________________ 13 2. VISÃO GERAL DA PIB EM SJCAMPOS E ICS ______________________ 23 3. VISÃO GERAL DE CÉLULAS ____________________________________41 4. CÉLULA INFANTIL, JUNIOR E ADOLESCENTE _____________________61 5. PROCESSO DE DISCIPULADO NA PIB EM SJCAMPOS _____________ 75 6. CIRCUITO VIDA _____________________________________________ 93 7. DISCIPLINA E CUIDADO PASTORAL ____________________________ 109 8. PRINCÍPIOS DE ACONSELHAMENTO ____________________________ 119 9. ESTUDO BÍBLICO ____________________________________________129 10. VIDA FINANCEIRA ___________________________________________ 141 © Editora Inspire 11. BATALHA ESPIRITUAL ________________________________________ 157 12. GESTÃO DE PESSOAS _______________________________________ 171 © Editora Inspire PREFÁCIO Estou feliz que você esteja com este recurso em mãos para iniciar seu processo de treinamento de liderança de células no modelo das estações. Neste curso você será equipado para liderar melhor a Igreja de Cristo, ganhando e gerando discípulos saudáveis alinhados com a visão da igreja. Gostaria de começar fazendo algumas perguntas, que poderiam ser as suas, e esboçando algumas respostas. Todo processo de discipulado produz maturidade? Absolutamente, não! Alguns processos de discipulado podem gerar conhecimento, mas não necessariamente transformação. Podem gerar religiosidade, mas não maturidade; podem gerar ativismo, mas não capacitação. Uma estrutura educacional sem o discipulado um a um formado por uma rede de células pode gerar genuíno discipulado? Absolutamente, não. Embora existam exceções de irmãos que se tornaram bons cristãos sem o discipulado pessoal, os exemplos negativos e crentes desviados, infelizmente, estão em maior número em nossos dias. © Editora Inspire Por mais de 20 anos pastoreando uma igreja local, tendo experimentado a realidade de uma igreja tradicional sem células e, nos últimos 10 anos, vivendo a realidade do pastoreio através das células, posso dizer que realmente não existe um processo orgânico, natural e efetivo de discipulado em uma igreja local sem a adoção das células. A verdade é que, simplesmente, nem a celebração, a Escola Bíblica ou o ministério são ambientes realmente efetivos sem a vida orgânica das células. Uma igreja pode realizar treinamentos nas salas de aula, mas ela sabe que o discipulado eficaz só se efetivará no processo um a um por meio de um rebanho em células, no qual o mais novo é recebido e discipulado pelo mais velho. Acredito na formação espiritual por meio das células e através do discipulado pessoal. Nossa igreja tem sido transformada por Deus por meio desta realidade, temos uma igreja mais saudável e crescente a cada ano. 7 Basta ter pequenos grupos ou células? Também não! Por 7 anos, aplicamos os pequenos grupos e depois as células sem um ciclo natural de multiplicação; no máximo, chegamos a 100 células, nunca ultrapassamos esta barreira. Contudo, quase 5 anos depois de implementar as células vivendo as estações e há 2 anos o discipulado pessoal, já estamos chegando a 800 células. Se uma célula, um organismo vivo, não se multiplicar, assim como a célula biológica, inevitavelmente, ela morrerá. Acreditamos na vida comunitária da igreja local, assim como foi a realidade da igreja primitiva, com sua herança judaica. Acreditamos também na importância da reunião no templo em um determinado local, onde realizamos as celebrações, como está escrito: “E permaneciam constantemente no templo, louvando a Deus” Lucas 24.53. E também: “Ao chegar a Cesaréia, subiu até a igreja para saudá-la, e depois desceu para Antioquia” Atos 18.22. Acreditamos também na força da rede de células vivendo em unidade as estações de Deus, por meio dos ciclos naturais de vida, como lemos em Ezequiel 34.26-27: “Na estação própria farei descer chuva; haverá chuvas de bênçãos. As árvores do campo produzirão o seu fruto, e a terra produzirá a sua safra; e as ovelhas estarão seguras na terra.” Como na natureza, na igreja celular temos o ciclo do Cultivo (Evangelismo), Cuidado (Ministério), Crescimento (Discipulado) e Colheita (Adoração/Celebração) e durante todo ano temos a Comunhão. Assim vivemos os ciclos anualmente através dos eternos propósitos bíblicos da Palavra de Deus. © Editora Inspire Acreditamos na importância do discipulado pessoal, ou seja, vida na vida, crescimento, maturidade, mentoria e prestação de contas. Assim temos os GDP - Grupos de Discipulado Pessoal, cada discípulo tem o seu grupo, assim como nosso Mestre: “Jesus saiu do templo e, enquanto caminhava, seus discípulos aproximaram-se dele para lhe mostrar as construções do templo.” Mateus 24.1. Formam, assim a sua rede de DP – Discípulos Pessoais/Discipuladores Pessoais. Como Jesus também tinha o seu: “Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago, e os levou, em particular, a um alto monte” Mateus 17.1. E, para que possamos gerar os discípulos, temos o nosso GA – Grupo de Amigos. “Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e lhe disse: Zaqueu, desça depressa. Quero ficar em sua casa hoje” Lucas 19.5. Através das nossas celebrações, células e discipulado pessoal, acreditamos que a hora de devocional pessoal entre o discípulo e seu Senhor é indispen8 sável. A isso chamamos de GPS - Guiado pelo Senhor (hora devocional pessoal). Como fez Jesus: “De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando” Marcos 1.35. E também: “Mas Jesus retirava-se para lugares solitários, e orava” Lucas 5.16. Tudo isso trabalha alinhado com um único alvo e foco, que é a aplicação de tudo que aprendemos no púlpito em nossas celebrações, nos estudos das células, na mentoria do discipulado e na meditação da Palavra no devocional pessoal. Todo ensino recebido deve ser aplicado à vida! Como está escrito: “Os discípulos foram e fizeram o que Jesus tinha ordenado” Mateus 21.6. Aprendizado sem aplicação gera religiosidade. Devemos receber, celebrar e aplicar toda a vida de Jesus e os mandamentos e preceitos da Palavra de Deus. Boa leitura e estudo! Carlito Paes Pastor sênior da PIB em SJC e da Rede de Igrejas da Cidade. © Editora Inspire 9 © Editora Inspire APRESENTAÇÃO O texto de Gênesis 3.8, diz: “Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim”. Neste verso, percebemos a primeira célula liderada pelo próprio Deus. Havia um encontro diário onde Criador e as criaturas se reuniam, para um tempo de qualidade juntos. Talvez Deus contasse um pouco mais sobre como havia formado cada criatura, ou como ele os amava. Também deveria dar instruções de como cuidar do Éden, além de presenteá-los com Sua presença perfeita de onde emanavam Suas virtudes. Hoje precisamos entender que nosso lar aberto para receber pessoas e ministrar em vidas, é também o lugar onde Deus se manifesta através da presença do Espírito Santo. Precisamos perceber as células primeiramente como algo espiritual. A célula é um ambiente espiritual de relacionamentos espirituais. © Editora Inspire Dessa forma, notamos a responsabilidade e a bênção de receber uma célula da igreja em nossa casa. A Bíblia ilustra com clareza esses fatores, no episódio da Arca da Presença contido em 1 Crônicas 13.13,14. Havia em todo o povo o temor a respeito da proximidade com tal arca, por se tratar da manifestação da presença do próprio Deus entre os homens. Apesar da necessidade de clara percepção acerca do respeito com este utensílio, o texto também expõe que Odebe-Edom levou-a para casa e, durante três meses, sua família e tudo o que ele possuía foi abençoado. Queremos lhe encorajar a iniciar a sua trajetória de liderança entendendo que é, sim, uma responsabilidade cuidar de outras pessoas. Mas também a presença da glória de Deus estará no meio de sua sala através da célula. Isso significa que você não deve se deixar levar pela escassez dos possíveis prejuízos com o sofá ou de aparentemente estar mais doando do que recebendo. Ter uma célula em casa é atrair a benção de Deus para cada integrante de sua família e para tudo o que você possui. 11 Este curso foi preparado para que você conheça mais claramente os temas relacionados com essa tarefa divina de cuidar de pessoas numa célula, além de lhe conduzir a um crescimento espiritual. Este material é direcionado prioritariamente para a formação de líderes de célula na Primeira Igreja Batista em São José dos Campos e nas Igrejas da Cidade. Ele conduzirá o futuro líder a caminhar com maior tranquilidade a partir de ensinamentos sólidos contidos na Palavra de Deus, organizados em doze temas. Tais temas estão completos o suficiente para ajudá-lo na compreensão do conteúdo. No final de cada disciplina, você terá exercícios de fixação para lhe ajudar a estudar, além da bibliografia e indicação de leitura. Finalmente, abra seu coração, pois vamos começar uma linda, surpreendente e abençoadora jornada de ser ministrados pelo Espírito Santo de Deus. Ele nos alegrará com alimento farto e nos guiará a ministrar nas vidas que teremos o privilégio de receber para cuidar. Bem-vindo ao curso de Liderança de Célula! © Editora Inspire 12 1. PERFIL DO LÍDER DE CÉLULA Cada vez mais em nossa igreja, a célula tem ido além de um conceito e tem se transformado em um estilo de vida. Para a nossa igreja, a célula é hoje um valor conquistado inegociável. É neste microambiente que todo o corpo recebe alimento adequado e é impulsionado a viver segundo os propósitos eternos de Deus. A célula é essa pequena e imprescindível parte do Corpo de Cristo, onde cada indivíduo exerce a sua função: ele cuida e é cuidado. Com isso, todo o Corpo está ajustado. Como é em um corpo, as células seguem um comando central e saudavelmente realizam a sua parte, complementando-se umas às outras a fim de proporcionarem ao Corpo o viver, o realizar e o cumprir os sonhos de Deus. Como vemos em relação ao Seu tratar da nação de Israel, o Senhor sempre pensa e se move no coletivo, assim como reconhece o valor individual. Pela Palavra vemos como Ele valoriza a harmonia, o sentimento de unidade, a preocupação com o todo, que é o que acontece em um corpo. © Editora Inspire Portanto, a célula sendo uma ação de um pequeno grupo de pessoas complementa simetricamente a ação pastoral e ministerial da igreja no grande ajuntamento ou grande grupo, como chamamos. Como duas asas do grande avião chamado igreja local, as ações do grande grupo e as do pequeno grupo fornecem estabilidade para que a igreja se desenvolva e cresça saudavelmente. Isso é uma continuidade do texto de Atos 5.42: “Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo”. Para que a célula seja uma realidade em nossa comunidade cristã, o Líder de Célula é uma pessoa muito estratégica. Ele é a referência para o grupo tanto de ensino, quanto de cuidado, motivação, lealdade, fidelidade e envolvimento no Reino de Deus. Além disso, ele demonstra na prática o que é ser discípulo e como discipular pessoas, conduzindo-as a Cristo. 13 QUEM É O LÍDER DE CÉLULA? Toda célula possui um líder. Este líder é a pessoa que dirige e direciona o desenvolvimento do grupo. Em geral, o líder de célula é aquele que foi escolhido para discipular e cuidar pastoralmente de um grupo que está sob sua responsabilidade. Portanto, apesar de o líder não ter talvez uma formação teológica formal, ou já ter sido ordenado pastor, ele exerce o pastoreio do pequeno rebanho, compartilhado por nosso pastor-líder. Neste sentido, é importante destacar a relevância do líder de célula. Ele é aquela pessoa que representa nossa liderança pastoral. Isso significa que o líder de célula tem o privilégio de ser uma referência para o grupo. As pessoas veem no líder alguém que pode trazer direção e orientação geral para a vida em todos os aspectos, sejam do cotidiano, sejam espirituais, sempre apontando para Cristo e servindo de exemplo. Entretanto, isso também é uma responsabilidade! É preciso que o líder seja uma boa referência para a célula. Ele precisa de fato representar a liderança pastoral da igreja e não substitui-la. Na prática, é liderar como se o próprio pastor sênior estivesse liderando aquela célula. Por exemplo: como o pastor sênior cuidaria deste pequeno rebanho? Como ele o motivaria? Como seria o estudo ministrado por ele? Como o pastor-líder passaria os avisos e as orientações para o grupo? © Editora Inspire Isso ajusta a expectativa de todos. Do ponto de vista da liderança da igreja, haverá a segurança de que o líder de célula que compreende essa instrução entregará alimento correto para seu grupo. Já para o líder de célula, a perspectiva é a de estar sempre coberto espiritualmente e dentro de uma rede de cuidado mútuo, onde cuida, mas também é assistido. Finalmente, para o membro da célula, a percepção é de que ele faz parte de um grande movimento de Deus, onde o grande rebanho está sendo guiado numa direção única, através da organização em grupos menores. O QUE É ESPERADO DO LÍDER DE CÉLULA? O foco principal de um líder de célula é o desenvolvimento da célula. Para que isso seja possível é preciso que o líder esteja se desenvolvendo como pessoa e interessada a ampliar sua ação de cuidado. 14 Toda célula é reflexo de seu líder. Se ele cresce, sua célula está crescendo saudavelmente. Escrevendo a seu discípulo Timóteo em sua primeira carta, Paulo o ensina a lidar com vários aspectos importantes do ministério de cuidar de pessoas. Em 1 Timóteo 4.15 ele enfatiza: “Seja diligente nessas coisas; dedique-se inteiramente a elas, para que todos vejam o seu progresso”. Isso nos impulsiona a querer crescer intencionalmente. CRESCIMENTO PESSOAL Há vários livros instrutivos e histórias marcantes sobre liderança. Eles são uma fonte primorosa para nosso crescimento e preparo como líderes. A grande maioria destes materiais destaca a importância de, antes de liderar um grupo, o líder ter clara compreensão de que ele precisa crescer progressivamente, desde como pessoa, passando pela família, até alcançar a liderança de um grupo numa dada igreja. Crescimento em relação à sua identidade © Editora Inspire Tudo começa pela identidade do líder e também por suas qualidades para certas tarefas específicas (KOHL e BARRO, 2006). O bom líder de célula é aquele que conhece sua identidade em Cristo. Ele está consciente de suas virtudes, mas também de suas limitações. Por isso, celebra a sua recuperação diariamente e permite que o Espírito Santo explore cada vez melhor seu próprio potencial. Sua atenção está em Cristo e em como Ele pode o conduzir a uma dinâmica de vida renovada nos diversos aspectos de sua história. Talvez o primeiro grande desafio do líder de célula seja cuidar de seu próprio ser, de seus pensamentos e de sua emoção: “Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida” Provérbios 4.23. Crescimento em relação à família Assim como conhecer-se melhor é importante, é preciso que o líder de célula cuide de sua família. A própria Bíblia traz esse indicativo: “Esta afirmação é digna de confiança: Se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, 15 marido de uma só mulher, moderado, sensato, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar; não deve ser apegado ao vinho, nem violento, mas sim amável, pacífico e não apegado ao dinheiro. Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?” 1 Timóteo 3.1-5. Esse texto é uma orientação pastoral, que pode ser bem aplicada ao líder de célula. Ele traz orientações para o viver do líder e como ele pode conduzir sua própria família. Se o líder de célula não souber cuidar de sua família, como poderá aconselhar a outros? Crescimento nos relacionamentos O bom líder também cuida de seus relacionamentos. Um excelente texto sobre esse assunto é o livro O líder que brilha de David Kornfield. Baseado num estudo sobre o que diferenciava numa lista de 500 empresas, as boas das excelentes, o autor escreveu sobre a distinção entre bons líderes e líderes excelentes. Para ele, “o que faz alguém ser grande ou excelente é sua habilidade de desenvolver relacionamentos comprometidos e saudáveis” (KORNFIELD, 2007). Sendo assim, ele traça a partir do Grande Mandamento (Mateus 22.36-40) e da Grande Comissão (Mateus 28.18-20) a base dos sete relacionamentos mais importantes para um líder: com Cristo, consigo mesmo, com sua família, com um grupo pastoral, com sua equipe, com seu discipulador e com amigos íntimos. © Editora Inspire Crescimento em conhecimento Além disso, é esperado que um líder de célula continue sempre estudando e disposto a ler. Paulo demonstrou essa característica quando escreveu em 2 Timóteo 4.13: “Quando você vier, traga a capa que deixei na casa de Carpo, em Trôade, e os meus livros, especialmente os pergaminhos”. Isso significa que o líder de célula deve estar continuamente estudando e se aperfeiçoando. Como diria o Pr. Bill Hybels em seu livro Axiomas, o bom líder lê tudo o que pode. Não podemos negligenciar nossa necessidade de ler. Há muitos bons livros sendo escritos sobre liderança e sobre como enfrentar problemas 16 relativos à liderança de pessoas. Precisamos decidir ler tais livros para aprimorar nossa ação como líderes. A percepção que temos da necessidade de “liderar com interesse” (Romanos 12.8) é que vai determinar se temos tido a responsabilidade diante de Deus de melhorar constantemente. Certamente, se alguém quer ampliar sua influência, precisa estar aberto a conhecer melhor a Deus, entender melhor a Sua Palavra, a compreender as necessidades e anseios humanos, além de desenvolver e a aperfeiçoar as estratégias e as avaliações do trabalho em equipe. Um bom líder de célula tem um coração aprendiz. É ensinável. É firme, mas flexível. Há diversas formas de aprender, mas certamente, ler é uma das mais confiáveis. Crescimento no caráter cristão O líder de célula cuida firmemente de sua integridade e caráter, pois reconhece que o caráter determinará seu legado. É ter vontade de “fazer o que é certo, mesmo quando isso é difícil” (STANLEY, 2008). Como líderes, somos constantemente desafiados a desenvolver um caráter divino (CLINTON, 2009). Ele está envolvido com o valor da retidão e da santidade. Conhece suas limitações, mas está empenhado em superar todas elas. Se pecar, logo se arrepende e busca não fazê-lo mais. Está convicto que deve ser leal à sua liderança. É franco e humilde em abordar suas dúvidas e inquietações, sem jamais expor seus líderes. © Editora Inspire AO CUIDAR DO GRUPO A saúde de um rebanho pode ser medida pelo investimento de seu pastor ou líder. O foco do cuidado com o grupo deve estar inicialmente com o alimento fornecido às pessoas. Na Primeira Igreja Batista em São José dos Campos (PIB-SJC) e nas Igrejas da Cidade (ICs) os estudos e orientações são desenvolvidos pelo colegiado pastoral e corpo de ministros da igreja. Há todo um processo de avaliação e consideração da relevância e das teologias bíblica e sistemática abordadas nesses materiais. Sendo assim, o líder de célula jamais deve suplantar o ensino e a orientação recebidos de seus líderes diretos. Ao contrário, devem até conferir se tal ensino condiz com a orientação de nosso pastor sênior. 17 Valores como amor a Deus, à Sua Palavra e às pessoas, discipulado integral, cuidado mútuo, multiplicação do cuidado e da visão, exercício do ministério, pastoreio na célula, grandes celebrações, comprometimento com o Reino de Deus e visão elevada, devem ser ensinados com paixão. O líder de célula deve transmitir a visão da igreja constantemente, pois “a visão vaza”, segundo Bill Hybels. Ou seja, as pessoas tendem a esquecer-se rapidamente da visão e da orientação. Relembrar a visão aos irmãos na fé constantemente é uma de nossas funções. O bom líder de célula cuida de seu grupo intencionalmente. Não é meramente receber pessoas em sua casa por algumas horas. É ir adiante: é atuar como discipulador. É ser alguém que as pessoas queiram seguir e estar perto. O bom líder de célula cuida de seu grupo como quem cuida equilibradamente de sua família. A célula com o passar do tempo, torna-se um grupo de grandes amigos. Entretanto, estar comprometido não é manter o grupo eternamente. Estar comprometido com as pessoas é estar empenhado com todas as pessoas. É querer difundir a visão de redenção para todos. É querer alcançar a todos. Para que isso seja possível, é preciso ensinar a seus discípulos a serem discipuladores, apresentando o fluxo da vida cristã (João 15): receber todo o alimento que vem por meio do Espírito Santo; regozijar, ao se alimentar através da conexão com Jesus; e repartir, externando o amor de Deus através dos frutos da alegria. Assim cada líder vai levar seu discípulo a multiplicar, a seguir ganhando pessoas para Jesus e cuidando delas, formando novos discípulos que irão discipular outros, assim por diante. © Editora Inspire O bom líder de célula também procura estar atento espiritualmente e ter discernimento aguçado pelo Espírito Santo. Ele tenta ouvir além do que é dito verbalmente. Ao ouvir com o coração, aponta passos coerentes para trilhar o Caminho. Ou seja, é aquele que já está na jornada há um pouco mais de tempo, conduz seus discípulos através das ferramentas oferecidas e disponíveis na igreja. É um líder que conhece bem experiências marcantes com Deus, mas também valoriza processos para o devido crescimento do rebanho. Finalmente, o bom líder de célula deve exercer o modelo de liderança de Jesus Cristo. Como bem expõe Wander Proença em KOHL e BARRO (2006), “Jesus não manipula os homens, mas desafia-os a tomar o caminho do Reino, a assumirem responsabilidades, a serem participantes ativos no processo libertador”. Se a intenção do discipulado é promover transformação na sociedade, os princípios da vida de Jesus estão nele evidenciados. 18 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Encontre versículos na Bíblia que justifiquem a estratégia de se ter a grande celebração e a célula na igreja local. Dica: procure no livro de Atos. 2. Por que os encontros na grande celebração e na célula são importantes? 3. Quais características definem um líder de célula? 4. Quais são as virtudes que um líder de célula precisa desenvolver como pessoa? 5. Apresente as principais atitudes de cuidado pastoral com a célula que o líder de célula precisa desenvolver e ensinar aos discípulos. © Editora Inspire 19 BIBLIOGRAFIA BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2000. CLINTON, J.R. Etapas na vida de um líder. Londrina: Curitiba, 2009. EARLEY, D. 8 hábitos do líder eficaz de grupos pequenos. Curitiba: Ministério Igreja em Células no Brasil, 2006. HYBELS, B. Axiomas. São Paulo: Vida, 2010. KOHL, M.W. e BARRO, A.C (orgs.). Liderança cristã transformadora. Londrina: Descoberta, 2006. KORNFIELD, D. O líder que brilha. São Paulo: Vida, 2007. MIZOGUCHI, P. As estações de Deus nos pequenos grupos. São José dos Campos: Inspire, 2012. STANLEY, A. O líder da próxima geração. São Paulo: Vida, 2008. © Editora Inspire SUGESTÃO DE LEITURA EARLEY, D. 8 hábitos do líder eficaz de grupos pequenos. Curitiba: Ministério Igreja em Células no Brasil, 2006. 20 © Editora Inspire 21 2. VISÃO GERAL DA PIB EM SJCAMPOS E ICS Deus nos ama tão intensamente que decidiu enviar seu Filho Jesus para morrer por nós. Foi através da morte e da ressurreição de Cristo que recebemos acesso definitivo ao Pai. Em Cristo somos um Corpo como sua Igreja amada. Nesse tempo específico, em Sua Graça, o Senhor escolheu trabalhar em nossa igreja, a PIB em SJCampos, juntamente com as ICs, para refletirmos Seu amor ao mundo sendo sal e luz, além de inspirar nações enquanto caminha para o alvo, que é Cristo. A PIB em SJCampos e ICs são lugares de fé, esperança e amor. Conforme nosso pastor sênior, Carlito Paes, em suas pregações,“continuaremos a ser uma igreja contextualizada, dinâmica, ágil, vibrante, cheia de fé, que valoriza pessoas acima de regras humanas e estruturas organizacionais, porque somos ‘a igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade” 1 Timóteo 3.15 © Editora Inspire De acordo com o Seu agir durante anos, o Senhor foi talhando a nossa igreja quase centenária, para ser uma igreja voltada para amar os que Ele ama, muito expressivamente. Assim, Ele nos entregou graciosamente um chamado específico como igreja. Nesta disciplina abordaremos os pontos vitais norteadores da PIB em SJCampos e suas ICs. VISÃO, MISSÃO E VALORES DA PIB em SJCampos Visão: ganhar todas as pessoas para Jesus e transformar cada membro em um extraordinário discípulo de Cristo. Missão: ganhar todas as pessoas para Jesus, incluir na família, ajudar a descobrir seus dons e ministérios, discipular pessoal e intencionalmente como Cristo e enviar para plantar novas igrejas no mundo para glória global de Deus! Nossa abordagem: equilíbrio nos cinco propósitos. 22 Nosso estilo de adoração: contemporâneo. Nosso alvo: alcançar os “sem-Cristo”. Nossa liderança: compartilhada em colegiado pastoral e ministerial. Nossa metodologia: os pastores e líderes treinam e equipam os membros para desenvolverem seus dons e ministérios. Nossa estratégia: levar cada membro a compromissos ainda maiores de intimidade com Cristo. Nossa metodologia de cuidado mútuo: células. Nosso lema: um lugar para descobrir o propósito da vida. Nossa estratégia de plantação de igrejas: uma igreja, muitos lugares. Plantação de Igrejas da Cidade. Assim, conforme nosso pastor líder, Carlito Paes, somos “uma igreja dirigida por propósitos bíblicos, informal, contextualizada, ágil e transparente em suas ações, que valoriza pessoas acima de estruturas ou programas”. Isso é reflexo do equilíbrio e do foco. Conforme Rick Warren em seu livro Uma igreja com propósitos, os cinco propósitos são vividos na igreja composta pelas chamadas bases, as quais vão conduzir toda a igreja local a viver os propósitos de Deus como estilo de vida. Cada base possui líderes específicos que atuarão estrategicamente ao lado do pastor sênior. Esses líderes de bases têm a função de pensar na essência do propósito e como isso será transmitido para toda a igreja. © Editora Inspire ELEMENTOS BÁSICOS NA IGREJA LOCAL Nossa igreja é orientada por uma missão e uma agenda totalmente pautadas pela Palavra de Deus. Entendemos que uma igreja precisa ser relevante em todas as suas ações pela natureza de sua missão e pela demanda da sua agenda. Missão da Igreja Em Lucas 10.1 (ACF) é possível apreender características dessa missão. Vejamos: 1. É dada pelo próprio Senhor Jesus (v. 1a): “... designou o Senhor”. 23 Jamais devemos nos esquecer de que estamos em uma missão orientada e liderada pelo Senhor Jesus. Nossa missão não é chefiada por homens e sim pelo Senhor. Ele mesmo nos designou para missão! É assim que a igreja deve desenvolver seu trabalho. 2. Envolve a todos nós (v. 1b.): “... outros setenta...”. A missão da igreja de Cristo não é tarefa de alguns, do pastor ou da diretoria, mas é de todos os salvos. O fato de enviar outros setenta revela que outros grupos já haviam sido enviados antes. Como nós, muitos já foram e outros irão! Agora é nossa vez de juntos realizarmos a missão que Jesus nos confiou. 3. É pioneira (1c.): “... enviou adiante de si”. Os discípulos foram enviados aonde Jesus ainda não havia ido e a lugares e situações nunca alcançados. Do mesmo modo, nós seremos enviados a experimentar situações diferentes do que estamos acostumados! Jesus deseja que sua igreja e seus discípulos tenham visão, não atrás do seu tempo, mas sim à frente, adiante do seu tempo, antecipando boas novidades para o Reino de Deus. A Igreja precisa ser precursora e não copiadora. © Editora Inspire 4. É cooperativa (1d.): “...de dois em dois...”. A missão da Igreja de Cristo nunca foi realizada por uma única pessoa. Ela já começou com 13 pessoas, pois a tarefa é muito grande! Isso significa que é preciso desenvolver um trabalho em equipe e não numa “euquipe”. Se quisermos fazer um trabalho grandioso e relevante, precisamos caminhar juntos, de dois em dois, lado a lado, para partilharmos as tristezas e as vitórias, e sempre participando do Corpo de Cristo ativamente. 5. É universal (1e.): “... a todas as cidades e lugares...”. O texto bíblico em Atos 1.8 reafirma isto. A igreja deve realizar a obra do evangelho de Jesus na cidade, na região, no estado, no Brasil e em todo o mundo. A visão da igreja deve ser da Terra, plantada fisicamente em um local, mas sonhando e atuando em todo o mundo. Cremos numa igreja mobilizadora, que vai e envia missionários a todas as cidades e lugares, sempre em nome do Senhor Jesus! 24 Agenda De Lucas 10.2-12 (ACF) podemos extrair lições para a agenda da igreja. Vejamos: 1. É sempre desafiadora (v.2): “... os obreiros são poucos e grande é a seara”. Se fossem muitos os obreiros, não teríamos desafios! A missão da Igreja de Cristo sempre foi realizada pela minoria fiel e consagrada. Não podemos esperar pela maioria. Vários exemplos bíblicos refletem a relação “pouca gente somada a muito trabalho”. Foi assim com Noé, com Gideão, com os profetas e com Jesus! 2. É marcada por grandes riscos (v. 3): “... eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos”. A Igreja de Cristo vive dias maus e sempre precisou ser um movimento anticultural, conforme a Bíblia (Efésios 5) e a História. Por isso, ela precisa ser ágil, estar alerta e atenta, por estarmos justamente no meio de uma grande batalha espiritual (1 Pedro 5.8). Santos em guerra sempre vão correr riscos para fazer se cumprir a agenda do Senhor no mundo! © Editora Inspire 3. É marcada pela fé (v. 4a): “... Não leveis nem bolsa, nem alforje”. A Igreja precisa mostrar fé no exercício de sua missão, promovendo e instalando o Reino de Deus pela fé. A obra do Senhor só se realiza na sua totalidade e na eficácia que o Senhor deseja, se for realizada por homens e mulheres de fé. 4. Precisa ser desenvolvida com urgência (v. 4b.): “... a ninguém saudeis pelo caminho...”. Jesus está voltando! Maranata! Não podemos perder tempo. Acreditamos que precisamos de menos conversa e mais “pé na estrada”. 55 mil pessoas morrem por dia sem conhecer a Jesus Cristo como Senhor de suas vidas. Muitas crianças morrem de fome por hora no mundo ou estão sendo traficadas pelo preço de um cappuccino. 5. É desenvolvida em paz (vs. 5-7): “... dizei primeiro, paz seja com esta casa”. Levamos uma mensagem de paz, pois Jesus é o Príncipe da Paz. Portanto, a igreja deve desenvolver sua agenda em paz. 6. É flexível, de acordo com as necessidades locais (v. 9): “... curai os enfermos que nela houver...”. 25 A agenda deve ser flexível para atender a necessidade do momento. A igreja local pode planejar muitas coisas, mas precisa sempre estar aberta ao mover do Espírito de Deus em sua execução. 7. É de natureza profética (vs. 11-12): “Dizei... está próximo Reino de Deus”. Somos nós, na execução da agenda, que estaremos dizendo ao mundo que Jesus está voltando. Temos uma mensagem profética que precisa ser proclamada já, condenando o pecado e revelando a brevidade da segunda vinda de Cristo! Liderança Para uma igreja seguir cumprindo sua missão numa agenda completamente guiada pelo Espírito Santo precisa de líderes que reconhecem e admitem seu chamado. Todos os que já se arrependeram e entregaram suas vidas para Jesus Cristo, como seu Salvador e Senhor foram chamados para a vida e para frutificar. Líderes devem investir no preparo para responder ao chamado com excelência. Quem já tem o chamado e entendeu isto, precisa saber claramente da parte de Deus, que tipo de formação deve ter para exercer este chamado. © Editora Inspire Além disso, o líder precisa ter sensibilidade para ouvir a Deus através de sua liderança. Isso o conduzirá à disponibilidade para servir em qualquer lugar ou situação. Sensibilidade e disponibilidade são dois elementos necessários para cumprir o projeto de Deus! Há alguns axiomas em nossa igreja que devem fazer sentido para todos os líderes em nossa igreja, especialmente os líderes de célula: 1. Não menospreze os pequenos começos: “Eu lhes digo a verdade: Quem lhes der um copo de água em meu nome, por vocês pertencerem a Cristo, de modo nenhum perderá a sua recompensa” Marcos 9.41. 2. Orgulhe-se do seu chamado: “Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor” 2 Timóteo 1.8. 3. Honre sua santa vocação: “Que nos salvou e nos chamou com uma santa vocação” 2 Timóteo 1.9. 4. Sirva para eternidade: “Ele tornou inoperante a morte e trouxe à luz a vida e a imortalidade por meio do evangelho” 2 Timóteo 1.10. 26 5. Reconheça seus dons: “Deste evangelho fui constituído pregador, apóstolo e mestre” 2 Timóteo 1.11. 6. Passe pela refinaria de Deus: “Por essa causa também sofro, mas não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar o que lhe confiei até aquele dia” 2 Timóteo 1.12. 7. Mantenha seu foco: “Retenha, com fé e amor em Cristo Jesus, o modelo da sã doutrina que você ouviu de mim” 2 Timóteo 1.13. NOSSO JEITO DE SER IGREJA Toda igreja saudável e crescente possui princípios que são o fundamento para a sua ação. Para nós como igreja, tais princípios são consequência da visão que Deus nos deu, conforme apresentamos acima. A seguir, apresentamos estes princípios da PIB em SJCampos e das ICs, em sua maioria, descritos mais detalhadamente no livro Igrejas que prevalecem (PAES, 2009). 1. Aplicar a Bíblia de forma ainda mais efetiva em nosso ministério: “Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo” Atos 17.11. © Editora Inspire 2. Preparar líderes servos para liderar com excelência: “Se é exercer liderança, que a exerça com zelo” Romanos 12.8b. 3. Executar a instrução dada por Deus: “Somente seja forte e muito corajoso! Tenha o cuidado de obedecer a toda a lei que o meu servo Moisés lhe ordenou; não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que você seja bem-sucedido por onde quer que andar” Josué 1.7. 4. Viver uma atitude vibrante e positiva no ministério: “Vocês sairão em júbilo e serão conduzidos em paz; os montes e colinas irromperão em canto diante de vocês, e todas as árvores do campo baterão palmas” Isaías 55.12. 5. Empreender ainda mais ações pelo Reino de Deus: “Somente temam o Senhor e sirvam-no fielmente de todo o coração; e considerem as grandes coisas que ele tem feito por vocês” 1 Samuel 12.24. 6. Ser dirigido pelo Espírito Santo: “A igreja passava por um período de paz em toda a Judéia, Galileia e Samaria. Ela se edificava e, encorajada pelo Espírito Santo, crescia em número, vivendo no temor do Senhor” Atos 9.31. 27 7. Avaliar frequentemente nossas ações: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: ‘Vejam aonde os seus caminhos os levaram!” Ageu 1.7. 8. Continuar a desmontar e a montar novamente: “Nesse meio tempo fomos reconstruindo o muro, até que em toda a sua extensão chegamos à metade da sua altura, pois o povo estava totalmente dedicado ao trabalho” Neemias 4.6. 9. Encarregar todos do ministério de Cristo: “Portanto, que todos nos considerem como servos de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus” 1 Coríntios 4.1. 10. Praticar perdão e aceitação: “Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia” Mateus 5.7. 11. Evangelizar de modos não convencionais: “Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns” 1 Coríntios 9.22. 12. Viver a prática de uma comunidade viva autônoma: “A igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos de toda a Acaia” 1 Coríntios 1.2. 13. Manter as boas tradições sem nos tornarmos tradicionalistas: “Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão. Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo” Colossenses 2.6-8. © Editora Inspire 14. Investir nos relacionamentos entre nossos membros: “Sirvam uns aos outros mediante o amor” Gálatas 5.13b. 15. Contextualizar nossa liturgia à realidade do nosso povo: “Ao pôr-do-sol, o povo trouxe a Jesus todos os que tinham vários tipos de doenças; e ele os curou, impondo as mãos sobre cada um deles” Lucas 4.40. 16. Adotar práticas espirituais diferentes e de forma inovadora: “Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como quer” 1 Coríntios 12.11. 17. Ampliar nossa pregação encorajadora e prática: “Além de ser sábio, o mestre também ensinou conhecimento ao povo. Ele escutou, examinou e colecionou muitos provérbios. Procurou também encontrar as palavras certas, e o que ele escreveu era reto e verdadeiro” Eclesiastes 12.9-10. 28 18. Investir na formação de nossa liderança: “Assim, Paulo ficou ali durante um ano e meio, ensinando-lhes a palavra de Deus” Atos 18.11. 19. Motivar nosso povo para a segunda vinda do Senhor Jesus: “Estejam prontos para servir, e conservem acesas as suas candeias” Lucas 12.35. 20. Investir em novas gerações para o ministério: “Com o fim de preparar os santos para a obra do ministério” Efésios 4.12. 21. Expandir o alcance do nosso ministério em equipe: “Escolheu doze, designando-os apóstolos, para que estivessem com ele, os enviasse a pregar” Marcos 3.14. 22. Ampliar nossa rede de pastoreio em células: “Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração” Atos 2.46. 23. Investir e tirar grande proveito da mídia: “Escreva claramente a visão em tábuas, para que se leia facilmente” Habacuque 2.2. 24. Atuar amplamente em ministérios sociais: “Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor” Mateus 9.36. © Editora Inspire 25. Plantar novas igrejas pelo Brasil e pelo mundo: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” Mateus 28.19,20. ESSÊNCIA DA NOSSA IGREJA Nossa igreja é uma Igreja com Propósitos (ICP). Toda ICP está direcionada por meio de grandes áreas denominadas propósitos ou bases de ação. Ao todo são cinco bases fundamentadas nos propósitos extraídos do Grande Mandamento (Mateus 22.36-40) e da Grande Comissão (Mateus 28.18-20): adoração, comunhão, discipulado, ministério e missões. A partir destes textos bíblicos, o Pr. Rick Warren explana o conceito dos propósitos bíblicos com foco na igreja em Uma Igreja com propósitos e com foco na vida pessoal no livro Uma vida com propósitos. Estes propósitos devem ser a força motriz de nossa vida, ministério e igreja, como ensinado por Jesus (FIELDS, 1999). Na célula não pode ser diferente: 29 é através da célula que anunciamos a salvação aos “sem igreja”, começando pelas pessoas de nossas próprias casas, aos nossos amigos e vizinhos (Atos 1.8). Alguns deles, talvez, jamais entrariam em uma igreja em algum momento de suas vidas; na célula realizamos uma forma livre de louvor e adoração a Deus, sem nos preocuparmos com formas ou rituais (João 4.24); também na célula desenvolvemos relacionamentos pessoais de confiança, camaradagem e amor ao próximo (Atos 2.42-47); na célula edificamos a nós mesmos e aos demais, conduzindo todos a serem imitadores de Cristo, sendo verdadeiros discípulos (1 Coríntios 11.1); e, por fim, na célula temos o privilégio de descobrir em que área Deus tem nos capacitado para podermos servir à Igreja (Romanos 12.3-8). Em termos práticos, na igreja cada propósito é representado por uma base conforme sua designação. Cada base possui um líder com a função de pensar na essência do propósito e como isso será transmitido para toda a Igreja através de sua equipe. A seguir, apresentamos cada base e alguns de seus ministérios no contexto de nossa igreja. Base de Adoração © Editora Inspire Adorar é expressar o nosso amor a Deus por quem Ele é, pelo que Ele disse e por aquilo que Ele faz. Nossa vida é uma expressão do amor de Deus sobre nós, visto que tudo o que somos e temos vem Dele. Nós respondemos a esse amor comprometido vivendo de modo que expresse o nosso amor a Deus em tudo o que fazemos, em todos os momentos e em todo o nosso viver. Como igreja, procuramos proporcionar atmosfera e ambiente para que cada filho amado de Deus descubra o caminho de ser um adorador em espírito e em verdade, através de uma vida devocional rica e de crescimento na intimidade com Deus. Vivendo para adorar ao Senhor, trazemos para a casa de Deus a colheita dessa alegria, em celebrações semanais que tem diferentes propósitos, por isso são diferentes também. Essas reuniões proclamam o amor de Deus e O anunciam às pessoas que ainda não tem Jesus, de modo que essas são atraídas a Ele. Precisamos tornar a mensagem de Deus compreensível às pessoas. Por isso, temos um cuidado especial em nossas celebrações para que a mensagem possa ser entendida por todos, sem o uso de vocabulário restrito apenas aos que já tem vivência na igreja. Além disso, não existe música cristã e sim 30 “letra cristã”, que pode ser revisada para assegurar a correção doutrinária. Nossas celebrações em geral buscam criar uma atmosfera motivadora, alegre encorajadora, familiar, renovadora e informal, apresentando às pessoas a rica oportunidade do relacionamento com Jesus. Exemplos de ministérios ligados à Base de Adoração: Bandas, Intercessão, Teatro e Imagem. Base de Comunhão O objetivo principal da Base de Comunhão é o de transformar os frequentadores em membros, edificando a congregação, conforme Efésios 2.19: “Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus”. Para isso, precisamos criar um ambiente onde as pessoas desejem unir-se à igreja, através do amor e da aceitação. Assim, todos compreenderão que somos chamados para nos unirmos à Família de Deus e não a uma instituição. Ser família é um valor da vida cristã. As pessoas devem ser estimuladas a passar pelos processos para se tornarem membros da igreja como reflexo do cuidado pastoral. Para isso, em nossa igreja temos várias etapas todas elas estruturadas pela liderança da igreja com o intuito de que a pessoa possa receber amor e cuidado. © Editora Inspire A Base de Comunhão também atua na construção de relacionamentos saudáveis centrados em Cristo Jesus. Por isso, em nossas práticas atuais encorajamos as pessoas que trouxeram uma pessoa à célula ou à igreja, sigam como seu discipulador pessoal, no caso de pessoas de mesmo sexo, encorajando, estimulando e orientando esta pessoa nos seus primeiros passos com Deus. Hoje, o líder de célula é responsável por ministrar o Curso de Batismo ao novo decidido. Ele também é responsável por fazer a primeira entrevista dessa pessoa. Dessa maneira, o processo acontece de maneira muito natural e assim cumprimos aquilo Jesus orientou em Mateus 28.19,20: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”. 31 Exemplos de ministérios ligados à Base de Comunhão: Águas que marcam, Recomeço, Aconselhamento e Ceia do Senhor. Base de Discipulado O objetivo da Base de Discipulado é desenvolver membros maduros, conduzindo pessoas a se tornarem comprometidas com Jesus, conforme Efésios 4.12, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo. A maturidade é algo intencional e está disponível a todos os cristãos conforme orientação do apóstolo Paulo em 1 Timóteo 4.7: “Rejeite, porém, as fábulas profanas e tolas, e exercite-se na piedade”. Esse crescimento é um processo que leva tempo, mas acontece dia após dia, momento a momento, enquanto permanecemos em Jesus, como afirma João 15.1-4: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim não dá fruto, ele corta; e todo aquele que dá fruto, ele poda, para que dê mais fruto ainda. Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenhofalado.Permaneçamemmim,eeupermanecereiemvocês.Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim.”. © Editora Inspire Sendo assim, a Base de Discipulado desenvolve ferramentas que estimulam esse crescimento através de devocionais, livros, conferências, seminários, cursos, estudos e retiros, dentre diferentes metodologias de ensino. É também responsável por apresentar a essência do discipulado pessoal conduzindo toda a membresia a ter uma vida frutífera e cheia de significado, vivendo segundo os propósitos de Deus com o objetivo de se tornarem extraordinários discípulos de Jesus. Exemplo de ministérios ligados à Base de Discipulado: retiros Inspiração, Satisfação, Rendição e Restauração; Instituto Propósitos de Ensino; Editora Inspire; cursos Conhecendo Mais a Deus e Fundamentos. Base de Ministério Esse propósito foi revelado por Deus através do Grande Mandamento o qual ensina que amar ao próximo não é uma escolha, mas um dever. 32 O objetivo desta base é desenvolver na igreja o coração de servo. Isso significa que todos devem amar sem parar. Precisamos estar atentos às necessidades das pessoas identificando onde e como podemos agir para compartilhar o amor de Deus. As células exercem um papel fundamental nesse contexto, pois elas devem estar alinhadas e envolvidas com as dinâmicas dos ministérios, potencializando as ações e viabilizando a entrega de amor através do seu grupo. Ao amarmos de forma prática por meio do serviço, nós nos tornamos instrumentos de Deus para que as pessoas sejam tocadas e transformadas por Jesus. A Base de Ministério ainda é responsável por ajudar as pessoas a criarem um novo ministério, pois novas necessidades surgem e outras podem desaparecer com o tempo. Sendo assim, o ministério permanece enquanto ele atingir uma necessidade específica dentro da missão que Deus deu à igreja. Além disso, faz parte das funções desta base o aprimoramento dos ministérios como um todo, através de treinamentos, formação de novos líderes, estabelecimento de padrões de excelência, suporte material, infraestrutura, divulgação, gestão de voluntários etc. Exemplos de ministérios ligados à Base de Ministério: Estacionamento, Fotografia, Recepção e Alimentação. © Editora Inspire Base de Missões Todos são chamados para seguir a Jesus e alcançar vidas. Precisamos viver missões como um estilo de vida, pois não se pode terceirizar a ação de alcançar pessoas para Cristo. Somos todos chamados por Jesus, conforme Mateus 4.19: “E disse Jesus: ‘Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens’”. Em seu livro Igreja Brasileira com Propósitos, o Pr. Carlito Paes ensina que: “AIgrejadevedefiniroalvoevangelísticolevandoemconsideraçãofatores geográficos,demográficos(faixaetária,estadocivil,rendamédia,ocupação etc.), culturais e espirituais (...). Afinal os sem Igreja não são todos iguais”. Essa mentalidade é reflexo do ensinamento paulino: “Sejam sábios no procedimento para com os de fora; aproveitem ao máximo todas as oportunidades” Colossenses 4.5. 33 Isso significa que não devemos perder a capacidade de nos comunicar com o mundo. Por isso, é preciso conversar com as pessoas e descobrir suas ideias, seus anseios e questionamentos. Se não fizermos as perguntas certas, não teremos as respostas adequadas e isso, certamente, compromete o desenvolvimento de uma estratégia eficaz. Em geral, as pessoas não frequentam encontros cristãos, não porque são ateus, mas muitas vezes porque a mensagem não lhes alcança o coração. É importante avaliar se sua célula está preparada para receber todo tipo de pessoa. Sua célula vive missões como estilo de vida? As pessoas sem-igreja conseguem se sentir acolhidas nos encontros? As necessidades das pessoas devem ser o elemento direcionador para as ações evangelísticas. São tais necessidades que priorizam a ação da igreja para alcançar pessoas para Jesus, desde que não o façam de qualquer maneira. É preciso desenvolver diferentes estratégias, montar um projeto-piloto, fazer pesquisa, coletar dados e colocar-se em oração! Exemplos de ministérios ligados à Base de Missões: ABAP, Capelania Hospitalar e Eleve Resgate. © Editora Inspire ALCANÇANDO DIFERENTES IDADES Para que a mensagem de Jesus chegue a todos, é necessário definir abordagens diferenciadas para as faixas etárias. Em nossa igreja cada faixa etária tem a sua celebração e cada vez mais novos nichos vão surgindo dentro delas. Assim, temos as seguintes faixas etárias: 1. Crianças a. Ignição Baby (0 a 2 anos). b. Ignição Turmica (2 a 3 anos). c. Ignição Kids (4 a 8 anos). d. Ignição Junior (9 a 12 anos). 2. Adolescentes: Eleve Xtreme (13 a 18 anos). 3. Jovens a. Eleve Livre: solteiros (19 a 29 anos). b. Eleve UP: solteiros (30+ anos). c. Eleve A3: recém-casados, namorados e noivos. 34 4. Adultos: A3+ casados com filhos e adultos em outras situações (35 a 60 anos). 5. Terceira Idade: Master (61+ anos). O alvo das faixas etárias é estimular as pessoas a viverem os cinco propósitos como estilo de vida de acordo com a sua idade. Dessa maneira, dentro da sua organização interna, cada faixa tem um líder para cada base apresentada acima. Esses líderes devem receber a essência do líder principal da base na igreja e colocar essa essência em uma linguagem adequada à sua faixa etária. Por exemplo: o líder da Base de Comunhão da igreja define o conteúdo e o processo do Batismo na igreja. O líder de Comunhão do Ignição deve transformar este material para que uma criança apta ao batismo possa compreendê-lo. É por isso que temos o Curso de Batismo para Adultos, Juniores, Adolescentes e Juventude. O material e a mensagem são contextualizados. Cada faixa etária pode ainda criar ministérios que atendam a demandas apenas das pessoas de tal idade, como por exemplo, o Acampamento de Adolescentes Oxigênio. Deve também partir da Visão e Missão da igreja para desdobrar a sua visão e missão específicas. Por exemplo, a visão da igreja é alcançar a todos para Jesus, mas o alvo da juventude é alcançar os jovens dentro desta visão. © Editora Inspire Assim como os adultos recebem cuidados através de ferramentas especificas, crianças, adolescentes e jovens também recebem cuidados personalizados. Um exemplo disso é o Celebrando Recuperação, um ministério da Base de Discipulado que foi adaptado a todas as faixas etárias. Outro exemplo é o ministério de bandas, uma oportunidade de serviço ministerial presente em todas as faixas etárias. O líder de célula precisa estar alinhado com as faixas etárias para que cada pessoa receba suporte adequado ao crescimento espiritual. Se há jovens numa célula de adultos, estes devem ser estimulados e encorajados a desenvolverem relacionamentos com pessoas da mesma idade em ambientes promovidos pelo pastor de jovens. O mesmo deve ocorrer com crianças e adolescentes, pois o líder de célula é chamado para cuidar da família. Diante disso, onde há uma célula de adultos, estimulamos que tenha também uma célula para as crianças que receberá o estudo de acordo com a sua linguagem. Orientamos que a esposa do líder inicie essa célula de 35 crianças e depois poderá desafiar um casal da sua célula para assumir essa responsabilidade, se assim preferir. Todas as células devem ter não apenas a casa, mas seus corações abertos ao pastoreio dos menores. MATRIZ 5x5 A relação entre Bases e Faixas Etárias é chamada de Matriz 5x5. Essa estrutura alinha as ações ministeriais; aumenta a unidade da equipe estratégica; direciona a distribuição dos recursos, pois a igreja investe com equilíbrio em cada propósito; conduz a gestão de todos os ministérios; mede os resultados perguntando, por exemplo, como cada faixa etária está de acordo com cada propósito; define os programas conforme a equação: público alvo + propósito = programa; orienta o planejamento; produz excelência nas ações ministeriais; e realiza a supervisão de cada ministério ligado às Bases. Todos os ministérios da igreja estão ligados a pelo menos uma Faixa Etária e a uma Base. Veja ilustração a seguir: Figura 2.1: Matriz 5x5 – destaque para a relação entre Adoração e Adolescentes. © Editora Inspire MISSÕES ADORAÇÃO COMUNHÃO DISCIPULADO MINISTÉRIO Infantil Adolescentes Jovens Adultos 3ª idade Na intersecção na Matriz 5x5, enquanto a Base foca na essência, a Faixa Etária foca na forma e em realizar a supervisão de cada ministério ligado à 36 Faixa Etária. A Figura 2.1 ilustra a relação entre a Base de Adoração e a Faixa Etária dos Adolescentes. Enquanto a Base de Adoração define quais são os sonhos e estratégias do ano para conduzir a igreja para viver adoração como estilo de vida, a Faixa Etária trabalha para comunicar tal essência aos adolescentes, neste exemplo. Assim, entendemos que somos chamados por Deus para ganhar todas as pessoas para Jesus, e Ele tem nos ensinado muitas coisas nesse caminho. Louvamos ao Pai por tudo o que Ele tem proporcionado à nossa igreja nesse tempo e por poder andar com Ele em Seus maravilhosos planos. © Editora Inspire 37 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Descreva a Visão, a Missão e os Valores da PIB em SJCampos. Como você aplica esses elementos no seu dia a dia como membro da PIB? 2. Quais são os elementos básicos na igreja local? Escreva com suas palavras a relevância desses elementos. 3. Quais são os princípios fundamentais que determinam a ação em nossa igreja e o nosso jeito de ser igreja local? 4. Qual a diferença entre as bases e as faixas etárias em nossa igreja? Como elas se relacionam? 5. Quais são as bases relacionadas aos propósitos em nossa igreja? Qual o objetivo de cada uma delas? 6. O que é a Matriz 5x5? © Editora Inspire 38 BIBLIOGRAFIA BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2000. FIELDS, D. Um ministério com propósitos. São Paulo: Vida, 1999. MASTON, T.B. A Igreja e o mundo. 3ª ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1987. PAES, C.M. Igrejas que prevalecem. 2ª ed. São Paulo: Vida, 2009. PAES, C.M. Igreja brasileira com propósitos: A explicação que faltava. São Paulo: Vida, 2012. WARREN, R. Uma igreja com propósitos. 2ª ed. São Paulo: Vida, 2013. © Editora Inspire LEITURA OBRIGATÓRIA PAES, C.M. Igreja brasileira com propósitos: A explicação que faltava. São Paulo: Vida, 2012. 39 3. VISÃO GERAL DE CÉLULAS A nossa igreja está sempre alinhada com a direção que o Espírito Santo nos conduz. Por isso, procuramos desenvolver a visão que Deus entregou aos nossos pastores líderes, Pr. Carlito e Pra. Leila Paes. Esta visão é bíblica e coerente com os ensinos de Jesus. Como Paulo bem ilustrou em sua primeira carta aos coríntios, formamos um corpo de muitos membros: “Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo” 1 Coríntios 12.12. Ou seja, como Igreja, somos o Corpo de Cristo. Este corpo é um organismo vivo, onde cada membro tem seu lugar e função. Assim, todo aquele que nasce de novo é inserido nesta estrutura que foi criada por Deus para um propósito específico. Ele não deixou um membro do corpo sequer sem utilidade! Deste modo, todos nós que fazemos parte da Igreja de Cristo, precisamos descobrir o propósito para o qual fomos criados e onde devemos estar para que possamos cumpri-lo. © Editora Inspire As células, unidades fundamentais de um corpo humano, serão nossa metáfora para as ministrações nas casas. Quando elas todas se juntam formam um corpo; quando fazemos os ajuntamentos nos templos, por exemplo, fazemos parte de um só corpo. Células saudáveis deixam o organismo saudável! Nesta disciplina veremos que a célula é um conceito bíblico. Ela promove um cuidado mais pessoal em nossas casas. Nós compreendemos que este tipo de cuidado traz vida, pois é um ajuntamento orgânico, que valoriza a presença de Deus no ambiente e desfruta a vida de Cristo e do Espírito Santo. Sendo assim, o líder de célula deve estar comprometido e convencido em seu coração de que a célula é realmente um chamado de Deus para ele neste tempo. Isso o conduzirá a abraçar a visão com segurança a respeito dela e gerará encontros vivos cheios de unção, onde se busca a revelação da Palavra e que resultam em impacto e transformação de vida nas pessoas. 40 DEFINIÇÃO DE CÉLULA Também conhecida pela expressão pequeno grupo, o conceito de célula tem sido explorado e redefinido por muitos autores. No livro Manual do líder de célula, Ralph Neighbour Jr. define um pequeno grupo como um “lugar em que pessoas são evangelizadas, discipuladas, equipadas para servir; é o lugar em que os membros se edificam mutuamente. O grupo serve como comunidade em que cristãos podem prestar contas e manter total transparência entre si” (NEIGHBOUR JR, 2006). Joel Comiskey, o define como “um grupo de três a quinze pessoas que se encontram semanalmente fora dos prédios da igreja com o propósito de evangelismo, comunhão e discipulado, com o alvo da multiplicação do grupo” (COMISKEY, 2008). Já Paulo Mizoguchi a considera “uma ação estratégica que nosso Deus planejou para que a eficiência no cuidado mútuo, na integração e na comunhão fosse algo real em cada membro” (MIZOGUCHI, 2012). Para ele, a célula “é uma das ferramentas mais eficazes de terapia informal pessoal, conjugal e familiar dentro da igreja local” (MIZOGUCHI, 2012). Assim, cremos que a célula é um grupo de alguns membros da igreja, juntamente com seus convidados. A principal ação deste grupo é a reunião regular semanal em uma casa, para evangelizar, estudar a Bíblia, aprofundar o relacionamento com Deus e uns com os outros, além de facilitar o crescimento em maturidade cristã de cada discípulo de Jesus. Essa reunião conduzirá as pessoas a viverem saudavelmente os propósitos de Deus expostos em Sua Palavra no Grande Mandamento e na Grande Comissão. © Editora Inspire Razões para termos células em nossa igreja: 1. A célula é uma estratégia bíblica. 2. A célula desperta, mobiliza e sustenta o crescimento da igreja. 3. A célula garante o pastoreio intencional e personalizado. 4. A célula é o melhor lugar para a integração e processo de formação espiritual. 5. A célula não se limita ao ambiente físico do templo. 6. A célula desenvolve um ambiente de aceitação e cura para as crises no mundo. 41 FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA PARA CÉLULAS A visão das células é bíblica, e é por isso que temos na Palavra de Deus o respaldo para tudo o que fazemos neste sentido. Traçando uma visão panorâmica na Bíblia, podemos perceber aspectos dos grandes e dos pequenos ajuntamentos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Já na descrição bíblica da natureza de Deus, percebemos que Ele é único, mas subsiste em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ou seja, o próprio Deus reflete o aspecto da comunidade. Ele é uma trindade que revela uma triunidade. Ele mesmo tem, por Sua própria natureza e de eternidade a eternidade, vivido nas riquezas que somente existem na comunidade. Aliás, a palavra comunhão só existe onde Deus estiver, pois Ele é a própria essência disto. O texto de Gênesis 1.26-27 demonstra esse atributo do Eterno: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. (...) Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (grifo nosso para demonstrar a pluralidade divina). Se o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm sempre experimentado deste relacionamento, não deveríamos nós também? © Editora Inspire Ainda no Antigo Testamento, quando Moisés se sentiu cansado, por causa do peso do trabalho, ele recebeu uma orientação dada por Deus através de seu sogro que nos lembra das células. Todo o povo deveria ser dividido em grupos de mil, de cem, de cinquenta e de dez pessoas, cada um com seu líder, segundo Êxodo 18. Foi uma estratégia aprovada, pois é impossível um único líder cuidar pessoal e simultaneamente de centenas de pessoas. O próprio Jesus priorizou um grupo pequeno de pessoas em seu ministério. E, apesar de ter gasto um tempo considerável ensinando nas sinagogas e ao ar livre, Jesus deu especial atenção a grupos menores. Ele separou setenta e os enviou de dois em dois (Lucas 10.1), e isso também aconteceu nas inúmeras vezes em que ministrou nas casas (Marcos 1.29-34; 2.15; 3.20-34; 7.17; 9.28; Mateus 10.12-14; Lucas 10.5-7). Foi dentro de algumas casas que o Senhor proferiu alguns dos seus mais preciosos ensinos e, foi quase sempre dentro de uma casa que Ele falou aos Seus discípulos os mistérios do Reino dos Céus. Naquele dia em que Jesus curou um paralítico em Cafarnaum havia muitas pessoas dentro da casa, ali se ouviu: “Filho, os seus pecados estão perdoados” (Marcos 2.1-12). 42 Na casa de Mateus, o Senhor conversou com pecadores e explicou que não tinha vindo chamar justos, mas pecadores ao arrependimento (Marcos 2.13-17). Ao ressuscitar a filha de Jairo, Ele o fez na intimidade da casa. Além disso, foi na casa de Simão, o leproso, que o Senhor predisse a sua morte (Mateus 26.6-13). Durante os três primeiros séculos, a igreja não tinha templos. Foi nesse período que ela experimentou o maior crescimento de sua história. Basicamente, os crentes se reuniam nos lares e usavam lugares neutros como sinagogas e anfiteatros apenas para evangelizar (Atos 2.46). Naquela primeira pregação de Pedro quase três mil se converteram, demonstrando o princípio dos grandes ajuntamentos. Mas como aqueles 120 discípulos reunidos de Atos 2 poderiam cuidar de tantas pessoas? Parte do segredo é que eles também passaram a se reunir de casa em casa, conforme Atos 5.42: “Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo”. Quando Pedro encontrou Cornélio com a sua família e amigos, houve ali um fluir natural e espontâneo na forma como eles foram trazidos para o Reino de Deus. Tudo isso aconteceu no contexto de uma casa. Essa era a forma normal de cuidado mútuo para a igreja naqueles dias e que provocava seu crescimento saudável (Atos 10.22-48). O livro de Atos é um livro que expõe o início da História da Igreja. É interessante perceber muitos encontros da igreja em grandes ajuntamentos no templo ou em ambientes públicos, mas também os inúmeros pequenos encontros nas casas. © Editora Inspire Os textos de Paulo também revelam essa dinâmica dos grandes e pequenos encontros: falando aos presbíteros de Éfeso, ele lembra que jamais deixou de anunciar coisa alguma proveitosa, de ensinar publicamente e também de casa em casa (Atos 20.20); depois de saírem da prisão, Paulo e Silas foram à casa de Lídia, onde se encontraram com os irmãos e os encorajaram (Atos 16.40); a carta que Paulo escreveu para os cristãos de Roma foi escrita para os irmãos que se reuniam em casas (Romanos 16.3-5); além da Igreja que havia na casa de Áquila e Priscila, havia também uma igreja na casa de Aristóbulo e Narciso (Romanos 16.10,11); quando Paulo escreveu uma carta para seu amigo Filemon, ele mandou saudações para a igreja que estava na casa dele (Filemon 1.2); em Colossenses 4.15, Paulo saúda os irmãos de Laodicéia, à Ninfa e à Igreja que ela hospedava em sua casa; escrevendo aos 43 coríntios, Paulo menciona a igreja que se reúne na casa de Áquila e Priscila (1 Coríntios 16.19). A respeito deste casal é importante dizer que eles inicialmente moravam em Roma, onde tinham uma igreja em sua casa. Por causa de um decreto do imperador romano, todos os judeus foram expulsos de Roma e eles foram morar em Éfeso onde mais uma vez tiveram uma igreja em sua casa. Depois se mudaram para Corinto e a história mais uma vez se repetiu. A vida deles nos mostra que esse era o padrão da Igreja Primitiva: a igreja ia com as pessoas. O próprio Paulo usou a sua casa como um centro ministerial próximo ao final de sua vida. Em sua casa alugada ele recebia a todos e ensinava todos os dias. A igreja nas casas não era uma reunião temporária, mas uma prática normal da Igreja. BREVE HISTÓRICO DAS CÉLULAS Como vimos na seção anterior, as células faziam parte do padrão bíblico para os encontros entre os crentes viverem as mutualidades cristãs. A Igreja Primitiva viveu essa realidade e difundiu assim o evangelho com muita assertividade. Quando olhamos para a História da Igreja, notamos que a igreja nas casas foi desde o início, uma das formas de expressão comum da Igreja Cristã. © Editora Inspire Quando o imperador romano Constantino simpatizou com o Cristianismo, houve uma grande mudança da adoração subterrânea nas catacumbas e das igrejas nas casas para as catedrais. O primeiro templo foi construído por Constantino em 323 d.C. Isso significa que durante mais de trezentos anos a igreja cresceu e conquistou o Império Romano sem precisar dos templos. Com a mudança provocada pelo imperador, pode-se dizer que a igreja perdeu um pouco de sua essência orgânica e absorveu uma vulnerabilidade para a religiosidade. A igreja nas casas, que tinha sido o símbolo de comunidade e espiritualidade, desapareceu da estrutura da Igreja. Depois dessa época, parte do movimento monástico e alguns grupos sectários continuaram com a igreja nas casas como uma atividade paralela. Na época da Reforma Protestante, a corrente principal da reforma continuou atada às catedrais, mas os anabatistas, que inicialmente não tinham prédios, se reuniam em casas para a adoração e crescimento espiritual. Depois da Reforma, os pietistas se tornaram a expressão mais marcante da igreja nas casas. 44 As células têm sido praticadas em toda a História da Igreja. Um importante personagem da história da igreja foi João Wesley. Ele criou os chamados clubes de santidade. Estes se tornaram a base para o movimento metodista. Wesley trabalhou aproximadamente por 30 anos. Quando ele morreu havia mais de 27 mil metodistas. Passados 70 anos, um em cada trinta ingleses era metodista. As igrejas que mais crescem hoje no mundo são as igrejas que consideram as células em sua organização. Isso acontece pela ação poderosa do Espírito Santo, que está restaurando a noiva de Cristo, para ter a glória do primeiro século. A maior delas, a Igreja do Evangelho Pleno de Yodo, em Seul, na Coréia, foi a pioneira a aplicar as células em sua estrutura integral da igreja. Em 2010 tinha 700 mil pessoas frequentando células. A igreja Elim em El Salvador possui mais de 150 mil membros e mais de 8 mil células. É hoje uma das igrejas com células mais influentes no mundo. No Brasil podemos citar a Igreja da Paz em Santarém e região, com 65 mil membros, todos engajados em células em 2004. Em 2005, Pr. Abe Huber foi para Fortaleza com 20 casais para implantar uma nova igreja. Inaugurada em 2006, pouco mais que 7 anos depois a igreja passou para 7 mil membros. Esta expansão se deu através do cuidado intencional das células (HUBER, 2011). © Editora Inspire Finalmente, nossa igreja também pode ser considerada neste histórico. Fundada em 1942, a Primeira Igreja Batista em São José dos Campos-SP está organizada como uma igreja com propósitos e é liderada pelo pastor Carlito Paes. Ele faz parte da liderança da igreja desde 1997. Possuindo um campus de 203 mil m2, a igreja está em franca expansão se reunindo em um ambiente para 2,5 mil pessoas sentadas. Atualmente, a igreja está construindo o auditório principal para 6,5 mil lugares e recebe semanalmente cerca de 10 mil pessoas nas celebrações de fim de semana. Ela possui mais de 100 ministérios oferecendo diversas oportunidades de serviço, além de mais de 700 células. CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS DA PIB As células têm características específicas em nossa igreja. Não podemos confundir a célula com um grupo apenas de estudo da Bíblia, ou de oração, por exemplo. Nada disso é ruim, mas por si só não pode ser chamado de célula. Dentre suas principais características, podemos destacar: 45 1. Encontro regular: a célula deve ter um local fixo para o encontro, registrado na igreja em sistema específico. 2. Encontro intencional: todos os encontros devem ser planejados e direcionados. A Igreja fornece o estudo e ele não deve ser alterado. No dia do encontro da célula, o líder deve estar em oração preparando o ambiente para receber as pessoas. 3. Foco no relacionamento através do discipulado: o número de participantes regulares em uma célula pode variar de 3 e 10 pessoas, permitindo um relacionamento interpessoal mais íntimo entre os participantes. 4. Objetivo compartilhado: os alvos entre os participantes devem ser comuns, como o pastoreio compartilhado, a expansão da Igreja, os relacionamentos pessoais e o desenvolvimento de ministério. Mesmo com dinâmicas variadas, os propósitos são conhecidos. Todos conhecem, todos participam e, com isso, a missão da igreja com propósitos é cumprida. 5. Cuidado mútuo: cada pessoa orando uma pela outra, visitando, encorajando, conduzindo em todas as ferramentas de crescimento da igreja. © Editora Inspire 6. Valor à honra: lugar onde a liderança espiritual é reconhecida e honrada. Todos nós somos ovelhas dos nossos pastores Carlito e Leila. 7. Lugar de edificação em Cristo: as pessoas devem ser cada vez mais parecidas com Cristo, conforme 1 Coríntios 11.1. VALORES ESSENCIAIS DAS CÉLULAS As células possuem valores que são essenciais para seu desenvolvimento saudável e adequado. Sem tais valores, o grupo rapidamente perde o foco na visão e demonstra sinais de adoecimento. Sendo assim, é preciso que cada célula desenvolva: 1. Prestação de contas: voluntariamente devemos estar prontos a prestar contas aos nossos discipuladores, para apoio e encorajamento. 2. Evangelismo intencional: cada membro tem o compromisso de expandir a comunidade de crentes em Jesus. Para isso ele poderá compartilhar sua fé e suas experiências, além de participar da obra missionária 46 visando a expansão do Reino de Deus “até os confins da terra” através das estratégias que o líder apresentar debaixo da orientação da igreja. 3. Qualidade de apoio: é importante criar um ambiente onde os membros da célula apoiem-se e cresçam, edificando-se mutuamente em Cristo. 4. União: cada participante deve buscar ser sensível às necessidades, sentimentos, vida e situações uns dos outros, dentro de um espírito de união e participação recíproca. 5. Envolvimento: os membros da célula devem dispor seus recursos pessoais (tempo, atenção, ideias, bem como recursos materiais) para servirem uns aos outros. 6. Núcleo de amor: a célula deve desenvolver o amor verdadeiro entre os membros. 7. Objetivos comuns: os membros da célula trabalharão para atingir objetivos comuns, que sejam bons para todos e para a igreja. 8. Socorro: a célula é um lugar de socorro e apoio ao necessitado, onde ele possa encontrar refrigério para sua alma, saúde, bem estar emocional e espiritual, e também alguma necessidade física quando possível. © Editora Inspire 9. Garantia de honestidade: para se construir um ambiente de confiança entre os membros da célula, é preciso que sempre se fale a verdade, mas em amor. 10. Reprodução: a célula deve crescer e reproduzir-se, levando adiante o alvo de ter mais e mais pessoas conectadas ao Corpo de Cristo, com o objetivo de manter o processo de multiplicação saudável e constante. 11. Um lugar de transparência: a transparência nos relacionamentos promove a honestidade tão necessária para uma boa comunicação. 12. Persistência: os componentes da célula devem permanecer e perseverar diante dos desafios e diferenças e buscar a pessoa que porventura tenha se afastado. 13. Oração: a oração sempre nos lembra do quanto precisamos de Deus, e também do quanto Deus nos ama e se importa conosco. 14. Sigilo: As confidências serão respeitadas e só divulgadas à liderança (coordenador e supervisor) quando necessário para auxílio das pessoas. 47 ESTRUTURA DE CÉLULA NA PIB Atualmente, nossas células estão dispostas em agrupamentos considerando a organização, na tentativa de manter o equilíbrio em termos de volume de pessoas; e o cuidado, tendo como princípio cada pessoa cuidando diretamente de até cinco pessoas. Este grupo de cuidado direto é denominado de Grupo de Discipulado Pessoal (GDP), que tem o efeito multiplicativo de que cada pessoa discipula alguém e é discipulado por alguém. Na disciplina cinco terá uma explicação sobre o conceito de discipulado com mais detalhes de ideias correlacionadas, como o GDP, por exemplo. Como num sistema em árvore, a estrutura começa de um casal, os pastores Carlito e Leila, e se ramifica em redes, que se ramificam em supervisões, que se ramificam em coordenações e que se ramificam em células (veja Figura 3.1). As redes são quatro: Infanto-Juvenil, Juventude, Adultos e Igrejas da Cidade. Elas são lideradas pelos pastores de rede que compõem o GDP dos pastores Carlito e Leila. Cada pastor de rede tem até cinco supervisões lideradas por um casal de supervisores. Esse grupo de supervisores é o GDP do pastor de rede. Ou seja, o pastor de rede é discipulado pelo pastor sênior, mas discipula seus supervisores. Essa dinâmica se repete em toda a estrutura, conforme Figura 3.2. © Editora Inspire Sendo assim, os supervisores cuidam de cinco coordenadores como discípulos, sendo sempre casais cuidando de casais (veja Figura 3.3). Já os coordenadores cuidam de cinco líderes de célula ou de coordenadores aprendizes, também como discípulos (veja Figura 3.4). Os líderes de célula têm em sua célula uma média de até 10 pessoas. Entretanto, seus discípulos diretos serão entre 3 e 4 pessoas, formando o seu GDP. Se a célula é de casais, a esposa do líder cuida da esposa dos discípulos do seu esposo. Esses discípulos cuidam das demais pessoas que estão na célula, promovendo assim cuidado para todos. Os discípulos recém-chegados e que ainda não possuem discípulos iniciam seu GDP como um Grupo de Amigos, ou GA. Este é um grupo com foco inicial no evangelismo, mas que logo se transformará num GDP, multiplicando a visão. O discipulado, o GDP e o GA na rede Infanto-Juvenil e nas células de adolescentes têm uma dinâmica diferente que será abordada na disciplina quatro logo a seguir. 48 Figura 3.1: Organização da Rede de Células na PIB. © Editora Inspire Figura 3.2: Discipulado pessoal distribuído na rede de células. 49 Figura 3.3: Organização do discipulado na coordenação. © Editora Inspire Figura 3.4: Organização do discipulado na célula. 50 Nas células, um princípio importante é o da homogeneidade. Elas precisam ter sempre um perfil majoritário. Por exemplo: células de casais, mulheres, homens ou de jovens. Uma célula de mulheres só poderá acolher mulheres e uma célula de homens, acolherá apenas homens. Entretanto, uma célula de casais pode acolher inicialmente um jovem, mas com a missão de integrá-lo em uma célula da sua faixa etária, para que ele desenvolva relacionamentos com pessoas de sua idade e possa usufruir de tudo que a sua rede oferece, sempre usando o bom senso. Mesmo numa célula de juventude que seja mista, por exemplo, o discipulado só pode acontecer de homem para homem e de mulher para mulher. Liderança e funções na rede de células 1. Pastor de Rede: coordena e orienta toda a liderança da sua rede de células, cuida para que a visão bíblica aconteça de modo saudável em cada célula e discipula os seus supervisores, ensinando-os a pastorear a rede. © Editora Inspire 2. Supervisor de Células: atua junto ao pastor de rede, cooperando com ele para que o cuidado e orientação para a rede aconteçam; realiza reuniões com seus coordenadores para alinhar atividades e planejamento; realiza as entrevistas dos novos líderes e discipula seus coordenadores. 3. Coordenador de Células: atua junto aos supervisores, cooperando no cuidado e orientação para as células na realização das propostas e atividades da igreja; visita cada uma das células de sua coordenação uma vez a cada dois meses, para cuidado, alinhamento e orientação dentro da visão da igreja; reúne-se com seus líderes de célula quando necessário; acompanha eventuais problemas de disciplina e assuntos de membresia; auxilia na multiplicação de novas células; apoia na visitação aos membros das células; e discipula seus líderes de célula apoiando-os em suas necessidades no pastoreio. 4. Líder de Célula: lidera a reunião de sua célula proporcionando que sejam seguidas as orientações, aplicado o estudo, conduzindo as discussões e interação com sabedoria e bom senso; comunica claramente a visão da igreja e sobre todos os ministérios, eventos e serviços para 51 ajudar e esclarecer bem nossas ovelhas; pastoreia os membros de sua célula; recolhe os alimentos para doação e ajuda aos necessitados; realiza o discipulado com três dos membros de sua célula orientando-os no discipulado dos demais. Toda a estrutura de liderança apresentada acima precisa estar semanalmente presente no Treinamento Pastoral de Liderança (TPL) e possui um suporte direto dos pastores de campus e extensões, além dos seguintes ministérios da igreja: Central de Células, Capelania de Adictos, Capelania Prisional e Capelania Hospitalar. SISTEMA COMPUTACIONAL FACEPIB A organização das redes de células está implementada num sistema computacional chamado de Facepib ou Eklesia. É através deste sistema que todas as ações na rede são registradas. Todas as pessoas desde a sua primeira decisão são cadastradas neste sistema de Banco de Dados não compartilhado com outras instituições. À medida que a pessoa vai tomando mais decisões ao longo de sua caminhada, tais decisões vão sendo registradas montando um histórico da trajetória de cada pessoa na igreja, incluindo nas ICs. © Editora Inspire Todas as pessoas, exceto os menores de idade, podem acessar o Facepib pelo endereço eletrônico www.facepib.com.br. Nele, as pessoas podem atualizar seus dados cadastrais e se matricularem em ações da igreja como retiros e cursos. Como líder é possível: ter acesso aos contatos das pessoas da sua célula; fazer a entrevista de batismo; verificar o histórico do que cada pessoa da célula já fez na igreja; baixar o estudo e outros materiais; enviar e-mails automaticamente; cadastrar visitantes; e, principalmente, fazer relatórios da sua célula. Os coordenadores, supervisores e pastores de rede podem acompanhar toda a evolução de suas respectivas células, coordenações e supervisões, de modo hierárquico. A Central de Célula disponibiliza manual e treinamento do sistema, além de oferecer suporte diário para os líderes. 52 CÉLULAS E ESTAÇÕES Em nossa igreja usamos da metáfora de quatro estações para a vida anual da célula, demonstrando um ciclo de saúde e vida orgânica. São elas: Cultivo, Cuidado, Crescimento e Colheita. Tal ciclo é inspirado nas estações climáticas anuais refletindo o texto bíblico de Ezequiel 34.26-27: “Na estação própria farei descer chuva; haverá chuvas de bênçãos. As árvores do campo produzirão o seu fruto, a terra produzirá a sua safra e as ovelhas estarão seguras na terra”. Cremos que os tempos de Deus são essenciais para a plenitude da igreja, pois somos um corpo, um organismo vivo e Deus tem um propósito para nós em cada estação. As estações, além de trazer essa cultura da vida orgânica natural, também nos remetem de maneira didática à vivência dos cinco propósitos. Por isso somos uma igreja com propósitos cujo pastoreio é realizado através das células. Deus tem nos dado, a cada ano, novos sonhos para que possamos crescer saudavelmente, desfrutando da satisfação em Jesus sem parar em cada estação! Queremos estimular cada líder para, junto com sua célula, viver este grande momento com muita alegria e disposição para ver o crescimento exponencial de pessoas transformadas por Jesus. O resultado disso será a abertura de lares para novas células, um número cada vez maior de pessoas sendo cuidadas e a capacitação contínua de líderes sempre em ampliação. © Editora Inspire Com isso, as estações são ênfases trimestrais com o objetivo de alcançar maior desempenho das ações em célula. A integração, comunhão e crescimento espiritual acontecem de forma eficaz no ambiente das células, através dos relacionamentos desenvolvidos. Essas ênfases gerarão um processo natural de cultivo, cuidado, crescimento e colheita. Vamos semear e arar a terra (missões), proteger e cuidar (serviço), fazer crescer e frutificar (discipulado) e colher os frutos celebrando a multiplicação (adoração) em um ambiente saudável de intensa comunhão e mutualidade o ano todo (comunhão). Além disso, tais estações visam também estabelecer uma comunicação clara e motivadora que impulsione a todos à integração em célula, pois a expansão da igreja, o alcance de sua visão e o equilíbrio nos propósitos de Deus dependem e são potencializados pelas células. 53 A seguir apresentamos um resumo de cada estação: Estação do CULTIVO • ÉPOCA DO ANO: março a maio. • AÇÕES: arar, semear e germinar. • PROPÓSITO: missões. • OBJETIVO: ganhar/alcançar/atrair pessoas para Jesus. São três meses intensos de ações, estratégias e campanhas envolvendo toda a igreja e especialmente as células. Estação do CUIDADO • ÉPOCA DO ANO: junho a agosto. • AÇÕES: proteger e desenvolver. • PROPÓSITO: ministério. • OBJETIVO: cuidar/consolidar/integrar as pessoas que foram alcançadas para Jesus. São três meses intensos focados no cuidado e início da formação espiritual dos novos decididos. A igreja se mobiliza para servir e suprir as necessidades da comunidade também. © Editora Inspire Estação do CRESCIMENTO • ÉPOCA DO ANO: setembro a novembro. • AÇÕES: crescer e frutificar. • PROPÓSITO: discipulado. • OBJETIVO: discipular/treinar/capacitar as pessoas que foram alcançadas para Jesus. São três meses intensos de aprendizado, capacitação e formação espiritual. As células iniciam o discipulado um a um entre os níveis de liderança. A igreja se mobiliza para fazer o processo de formação espiritual da PIB em SJCampos, denominado Circuito Vida, que será abordado na disciplina seis. 54 Estação da COLHEITA • ÉPOCA DO ANO: dezembro a fevereiro. • AÇÕES: colher e celebrar. • PROPÓSITO: adoração. • OBJETIVO: celebrar/colher/enviar as pessoas alcançadas para Jesus. São três meses intensos de adoração, envio e celebração da multiplicação das células. A igreja celebra as multiplicações e acompanha os novos líderes e frutos colhidos pelas vidas, que agora, estão ganhando outros ou pastoreando outros. ESTRUTURA DO ENCONTRO DE CÉLULA A célula tem como principal atividade o encontro semanal das pessoas. Este encontro deve ter no máximo a duração de 1 hora e 30 minutos. O próprio estudo de célula traz orientações a este respeito. Esta estrutura não pode ser modificada, pois ela foi pensada para que todos tenham o mesmo ambiente que caracteriza uma célula da PIB em SJCampos e ICs. © Editora Inspire É muito importante ressaltar que a célula é mais do que o encontro semanal. Existe um movimento de cuidado e pastoreio que acontece todos os dias em estarem juntos na celebração, quando as pessoas vão aos retiros e cursos, quando se batizam, quando recebem um telefonema no aniversário etc. Tudo isso é a célula acontecendo, e o encontro semanal é então o fruto desse movimento. Você precisa ter outros contatos com sua célula. Para isso, use a tecnologia e as celebrações da igreja. A reunião da célula não deve ser cansativa, sendo flexível, podendo terminar em no máximo 10 minutos após o tempo estipulado. A abertura deve ser sempre no horário. O líder deve gerar esse ambiente em oração. Nos minutos que antecedem a chegada dos membros da célula, orientamos que o líder não ligue sua TV, mas que prepare a casa para o encontro com uma música ambiente, por exemplo, já arrumando as cadeiras e a mesa onde serão servidos os lanches do encontro, logo no início. O lanche deve durar aproximadamente 30 minutos e deve acontecer logo no início para conduzir as pessoas a interagirem e conversarem naturalmente. 55 O lanche precisa ser simples e compartilhado, para não sobrecarregar o líder, nem o hospedeiro. Além disso, os participantes não se sentirão obrigados a oferecerem lanches muito elaborados ao se tornarem líderes. Esse tempo de oração agradecendo pela presença, alimento e comunhão acontece no início da reunião. Isso facilita para quem vai ao encontro direto do trabalho. Aproveite também este início para dar avisos e dicas dos eventos da igreja. Em seguida começa o momento do estudo. Durante este tempo, você pode deixar petiscos disponíveis para as pessoas opcionalmente. O estudo deve durar no máximo 20 minutos. É uma explanação simples, direta e voltada para a prática cristã. Nesse momento, os participantes podem anotar suas dúvidas para o momento de interação realizado ao final do estudo. O material para estudo que é fornecido pela igreja nunca pode ser substituído por outro. Este material é abordado nas reuniões do TPL, onde há a ministração do estudo para que os líderes o recebam com antecedência. Após o estudo, acontece por 10 minutos o momento de interação conduzido por perguntas chaves proferidas pelo líder e orientadas no material de estudo. Caso alguém tenha tido um entendimento errado de algum ponto, o líder deve corrigir de imediato em amor, conduzindo para a abordagem correta exposta no estudo. © Editora Inspire Na sequência, vem o momento de pedidos de oração. Esse momento dura até 10 minutos e pode ser conduzido em duplas, onde pedidos são compartilhados individualmente. Neste caso é importante a orientação de oração entre pessoas do mesmo sexo ou entre casais casados. Orar em duplas facilita e agiliza o término do encontro. Já na finalização do encontro, a oração final pode ser realizada com aquele que precisa de um milagre. Deve ser motivadora e impulsionadora para as pessoas. Elas devem sair do encontro, encorajadas a enfrentarem com disposição mais uma semana. Finalmente, há dois elementos importantes no encontro de célula: primeiro, a cadeira do milagre, onde oramos especificamente por um participante que precisa de um milagre de Deus. Este se senta na cadeira e os demais oram por ele. O poder não está na cadeira, mas ela serve como um recurso didático para as pessoas. Já o segundo elemento é a cadeira vazia. Ela é um lembrete para todos da necessidade de alcançar mais um para Jesus. Ao completar as 10 cadeiras da casa há um sinal de que a multiplicação já deve estar prestes a se concretizar. 56 Estamos aqui porque desejamos alcançar todos para Jesus! Somos uma igreja que tem clareza do seu chamado e vamos cumpri-lo até que Jesus volte. Tenha consciência de que quem o chamou foi o próprio Deus. Portanto, submeta-se com alegria a todos os processos para os quais o Senhor o direcionar. Deixe seu coração sempre focado na abundância, já neste início de caminhada, pois por vezes, tudo pode logo dar certo, ou talvez haja dificuldades no caminho. Tranquilize-se! Estamos todos em um processo contínuo de aprendizado. Peça ajuda ao seu coordenador, seu discipulador, supervisor e pastor de rede. Deus e a sua igreja desejam que você alcance muitos discípulos para o Reino cumprindo a Grande Comissão: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” Mateus 28.19-20. © Editora Inspire 57 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Qual a definição de célula? 2. Cite algumas bases bíblicas para as células. 3. Destaque as principais características de uma célula 4. Quais as funções de cada um na rede de células? 5. Como funciona o mecanismo de estações e qual a ênfase de cada uma delas? © Editora Inspire 58 BIBLIOGRAFIA BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2000. COMISKEY, J. O grupo pequeno cheio do Espírito. Curitiba: Ministério em Células, 2008. HUBER, A. Discipulado um a um. Fortaleza: MDA Publicações, 2011. MIZOGUCHI, P. As estações de Deus nos pequenos grupos. São José dos Campos: Inspire, 2012. NEIGHBOUR JR, R.W. Manual do líder de célula. Curitiba: Ministério em Células, 2006. PAES, C. Vivendo as estações de Deus. São José dos Campos: Inspire, 2011. WIEMAN, R. Manual de primeiros socorros para ministério com pequenos grupos. São Paulo: Vida Nova, 2009. © Editora Inspire LEITURA OBRIGATÓRIA MIZOGUCHI, P. As estações de Deus nos pequenos grupos. São José dos Campos: Inspire, 2012. WIEMAN, R. Manual de primeiros socorros para ministério com pequenos grupos. São Paulo: Vida Nova, 2009. 59 4. CÉLULA INFANTIL, JUNIOR E ADOLESCENTE Qual desses grupos de palavras você acha que estão mais associadas com as características de Jesus? GRUPO 1: cólera, ira, irritação, ódio, enfado, impaciência, repulsa e revolta. GRUPO 2: benevolência, calma, serenidade e sossego. O primeiro grupo de palavras contém sinônimos da palavra “indignação” e o segundo grupo contém seus antônimos. Você consegue imaginar Jesus indignado? A palavra indignação sugere um sentimento de revolta diante de uma circunstância que demonstra indignidade ou injustiça. A Bíblia nos aponta algumas circunstâncias em que Jesus demonstrou exatamente esse tipo de sentimento. Veja alguns exemplos: ao combater a religiosidade, curando no sábado e gerando um embate contra os fariseus hipócritas; ao combater a prepotência, proferindo palavras duras contra Pedro, quando este tentou dissuadi-lo de seu sacrifício; e ao combater a ganância (Mamom), agindo de maneira violenta quando expulsa os cambistas de dentro do templo. © Editora Inspire Certamente, religiosidade, prepotência e ganância são coisas que despertam a indignação de Jesus. Líderes de célula não devem ter a intenção de deixar Jesus indignado. Nesta condição de líderes da igreja, geralmente fazemos de tudo para extirpar a religiosidade, a prepotência e a ganância de nossa vida e de nossa comunidade. Entretanto, há outra circunstância na Bíblia na qual Jesus demonstrou uma indignação tão forte, que no grego, utilizou-se a palavra aganachthos (agan = forte + achthos = ira, aversão, mágoa) para expressar o sentimento do Mestre. Essa circunstância está narrada no Evangelho de Marcos 10.13-16: “Alguns traziam crianças a Jesus para que ele tocasse nelas, mas os discípulos os repreendiam. Quando Jesus viu isso, ficou indignado e lhes disse: ‘Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele’. Em seguida, tomou as crianças nos braços, impôs-lhes as mãos e as abençoou”. 60 Infelizmente, mesmo depois de 2 mil anos, muitos discípulos de Jesus insistem em cometer o mesmo erro, impedindo crianças e adolescentes de serem abençoados pelo Mestre! Isso acontece quando um adulto: não dá o exemplo, criticando os líderes e a igreja, ou seja, com insubmissão, deslealdade e murmuração; vive uma vida superficial e religiosa, sendo uma coisa na igreja e outra em casa, sem considerar que as palavras convencem, mas o exemplo arrasta; considera as crianças e os adolescentes como uma categoria menor de crente sem lembrar que Jesus pôs Suas mãos sobre as crianças e disse que elas possuem características típicas de um cidadão do Reino dos Céus; considera os ministérios de crianças ou de adolescentes, ministérios de baixo escalão ao reter os líderes em potencial, considerando que tais ministérios seja perda de tempo ou uma atividade muito insignificante para si; e coloca seu conforto, interesse e bens materiais na frente das crianças e dos adolescentes, ao se recusar a cuidar deles por serem os “baderneiros”. Em nossa igreja, o tratamento que dispensamos aos menores é diferente! É muito significativo o fato de termos um colégio comprometido com a redenção da educação de nossas crianças e adolescentes. Muitos de nossos pastores mais estratégicos foram pastores de crianças ou de adolescentes em nossa igreja. Além disso, nossa igreja investe para termos a maior estrutura de um Ministério Infantil no Brasil. © Editora Inspire Como igreja, cremos que o ministério infantil e o ministério de adolescentes não são um espaço para simplesmente “guardar” uma criança ou um adolescente, enquanto os pais estão no culto ou em outra programação. Também cremos que tais ministérios não são meramente iscas para atrair os pais, nem um trampolim para os voluntários se promoverem ministerialmente! Pelo contrário, estes ministérios em nossa igreja têm o compromisso de discipular crianças, juniores e adolescentes! QUEM É A CRIANÇA? Elas são a igreja do amanhã É notável o fato de que Deus sempre se preocupou com o ensino das crianças. Isso é perceptível na História de Israel. Infelizmente, é perceptível também o fato de que o povo negligenciou essa função e, por causa disso, contemplamos com horror um povo tão dedicado a Deus ter se corrompido na geração seguinte e padecer na época dos juízes. 61 Deus havia instruído Seu povo a orientar desde cedo seus filhos e o salmista relembra esse importante ensino: “O que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram; Não os esconderemos dos nossos filhos; contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez. Ele decretou estatutos para Jacó, e em Israel estabeleceu a lei, e ordenou aos nossos antepassados que a ensinassem aos seus filhos, de modo que a geração seguinte a conhecesse, e também os filhos que ainda nasceriam, e eles, por sua vez, contassem aos seus próprios filhos. Então eles porão a confiança em Deus; não esquecerão os seus feitos e obedecerão aos seus mandamentos” Salmo 78.3-7. É triste ver um profeta tão ungido, como o profeta Samuel, ser sucedido por filhos tão displicentes. Ou, ver o grande e humilde rei Davi, sofrer pela disputa de poder com seu filho Absalão; ver o sábio rei Salomão ser sucedido pelo filho, o tolo Roboão; ou ainda, ver o rei Ezequias, tão temente a Deus, ser sucedido pelo filho Manassés, o pior rei que Judá já teve. © Editora Inspire Mesmo com o passar dos tempos, muitas coisas não mudaram com relação a essa ruptura entre gerações. Muitas igrejas estão sendo vendidas na Europa, para se transformarem em hotéis, bares ou cabarés! Isso está acontecendo, pois uma geração inteira foi perdida e, de alguma forma, seus pais não fizeram o que o Salmo 78 orienta, indignando o Mestre e desprezando as crianças! Onde estarão os grandes homens e mulheres de fé que conduzirão a igreja de Cristo e revolucionarão o mundo? Todas as semanas, ungimos esses escolhidos no ventre de suas mães, trocamos as fraldas deles no berçário, ensinamos princípios bíblicos para a vida deles, cuidamos dos espaços para que eles desfrutem de um momento gostoso e ímpar nas celebrações e buscamos para conseguir líderes que os discipulem nas células. Temos a expectativa de que o nosso teto espiritual, será o assoalho de nossas crianças! Essa deve ser a percepção de todos com relação às nossas crianças. Esse não é um ministério qualquer, mas um dos ministérios de maior importância da igreja! O reino das trevas se organiza com suas estratégias para arrebatar nossas crianças, porque sabe que deles depende a renovação dos líderes espirituais da igreja. 62 Elas são a igreja de hoje Entretanto, é um grande erro achar que nossas crianças são apenas a igreja do amanhã; que poderão fazer grandes coisas no futuro, mas, agora, tudo que podem fazer é se preparar! Ao contrário, o texto de Atos 2.17-21 nos mostra que o único requisito para um ser humano fazer coisas grandes, não é a idade, o gênero ou seu status social, mas se ele possui o Espírito Santo de Deus! Veja: “Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão. Mostrarei maravilhas em cima no céu e sinais em baixo, na terra, sangue, fogo e nuvens de fumaça. O sol se tornará em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo!” Atos 2.17-21. Repare que o texto faz uma aparente inversão: “Os filhos e as filhas profetizarão!” Parece-nos que seria mais coerente que o autor bíblico dissesse que os velhos profetizariam, afinal, para muitos, profetizar é algo para pessoas maduras na fé! © Editora Inspire O autor também diz: “os velhos terão sonhos!”. Parece-nos, contudo, que seria mais coerente dizer que os jovens é quem sonhariam! Afinal, quem melhor para sonhar do que os jovens, que têm a vida inteira pela frente? Mas o autor diz que os filhos e as filhas é que profetizariam e os velhos é que teriam sonhos! Assim, cremos que o Espírito Santo não age de acordo com a idade, ele simplesmente age! As crianças não são apenas a igreja do amanhã! Elas são a igreja de hoje! Elas podem falar em línguas estranhas, curar enfermos, expulsar demônios e operar grandes sinais e maravilhas através de sua oração! Aliás, é esse tipo de fruto que temos colhido no ministério infantil de nossa igreja. Um exemplo é o caso do Vinícius, o menino de 7 anos que doou todo o seu dinheiro para a construção do novo templo; ou a juniora que orou pelo primo morto no ventre de sua tia e no nome de Jesus fez a criança ressuscitar. E isso é só o começo! 63 Para que uma criança se desenvolva espiritualmente, basta que os adultos saiam da frente dela! Buscar a Jesus e deleitar-se com sua presença é algo muito natural para uma criança, mas nós adultos as impedimos com nossos preconceitos, da mesma forma que os discípulos fizeram, trazendo indignação a Jesus! A criança possui uma fé muito mais apurada que a de um adulto! Não é à toa que 80% das pessoas que se decidem por Cristo, fazem isso antes dos 15 anos de idade! O problema é que o reino das trevas sabe muito bem como atuar para impedir que as crianças cheguem até Jesus e nós não cuidamos delas como deveríamos. QUEM É O ADOLESCENTE? No texto bíblico de Lucas 2.40-52 vemos a história de uma pessoa demonstrando a naturalidade de uma criança e a clareza de um adulto. Trata-se do adolescente Jesus, que já não seria mais chamado nem tratado como menino. O Mestre passou por essa fase da vida e mais uma vez deixa a importante lição que é possível agradar ao Pai em todo tempo e de todas as formas. © Editora Inspire A adolescência é um momento de vida muito complexo para todos os seres humanos. Em geral, são marcados pelas mudanças frequentes, intensas e necessárias desse período da vida. As evidentes alterações físicas têm efeitos psicológicos marcantes, e vice-versa. Além disso, as certezas são tão absolutas como as de um ancião, quanto passageiras como as de um bebê. O adolescente não é uma criança Aquele que já chegou à adolescência já deixou para trás algumas características e posições de criança, e muitas vezes, em estatura, já está do tamanho dos adultos. Já não fala mais como criança e não pensa mais como uma delas, deixando muito do pensamento concreto para o mais abstrato. O adolescente não é um adulto Mesmo tendo tamanho e buscando ser tratado como adulto, o adolescente ainda é uma pessoa que carece de supervisão de perto, do qual ainda 64 não se podem esperar comportamentos adultos e tomada de decisão como se fosse adulto. Ele ainda precisa ser guiado, e ainda precisa de receber provisão farta para o seu “tanque emocional”, bem como limites para continuar crescendo rumo a ser um adulto seguro. O adolescente é autêntico como uma criança A vontade de dizer a verdade sufoca a polidez e muitas vezes a inconsequência da infância vence a tentação da rebeldia que logo aparece. No texto bíblico de Lucas 2.49, Jesus respondeu a seus pais com franqueza: “Por que vocês estavam me procurando? Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?”. É por isso que o apóstolo Paulo nos alerta: “... pais não irritem seus filhos”. O adolescente é brilhante como um adulto Se você tem um adolescente na sua família, certamente sabe que ele tem uma característica admirável. Eles costumam ser impressionantes! As pessoas que têm uma expectativa limitada a respeito deles, normalmente são surpreendidas com desempenhos acima da média em compreensão e aptidão. Veja a reação dos doutores que conversavam com Jesus, conforme o texto de Lucas 2.47: “Todos os que o ouviam ficavam maravilhados com o seu entendimento e com as suas respostas”. © Editora Inspire Alguns dos principais dilemas atuais na adolescência 1. Sexualidade e limites. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2012 (PENSE, 2015), revelaram que 30,5% dos escolares do 9º ano do ensino fundamental já haviam tido relação sexual alguma vez na vida. A maior proporção é para os meninos (43,7% do que para as meninas (18,7%), bem como para aqueles que estudam em escola pública (33,1%) e com idade acima de 15 anos (47,3%). O uso do preservativo na última relação sexual foi de 75,9%, e também foi a “camisinha” (74,7%) o método contraceptivo mais utilizado na última relação sexual. Além disso, essa pesquisa aborda também um dado interessante nesse sentido: o percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental, cujo(s) responsável(is) sabia(m) o que o escolar fazia durante o tempo livre, nos últimos 30 dias. Na rede pública, 66.8% sabiam e na rede privada, 53.9% sabiam. 65 2. Privacidade e uso do celular. A adolescência é uma fase em que a pessoa começa a aprender a tomar decisões, mas a falta de limites é muito danosa. Os pais precisam participar das escolhas dos filhos no sentido de orientá-los em todos os sentidos, como o uso da chave da casa, o acesso a equipamentos eletrônicos e à Internet, principalmente, quando o filho for menor de idade. 3. Educação e futuro. Cremos que as escolhas por carreiras podem ser orientadas, mas devem estar ligadas à aptidão, aos interesses e à fé. Não se pode decidir uma profissão somente a partir do mercado de trabalho ou do dinheiro. É importante que se tenha um canal de comunicação entre os pais e os filhos. Se isso for estabelecido desde a infância, o filho será sábio e acolherá a instrução do pai (Provérbios 13.1). NOSSO PRINCIPAL DESAFIO Nosso maior desafio é ter um número de líderes crescendo proporcionalmente à necessidade das células. A falta de líderes limita o cuidado e o crescimento adequado. Além de demonstrar interesse, é preciso que líderes dessas faixas etárias possuam algumas características muito importantes: © Editora Inspire 1. Líderes capacitados para ensinar: além do conhecimento bíblico, indispensável ao líder de uma célula, o modelo de ensino divino é atual e eficaz. Há três características que precisam ser a marca de quem ensina para as crianças e adolescentes: a. Ensino Divertido: diversão é a chave para o aprendizado! Hoje a mídia oferece grandes oportunidades de entretenimento e nosso desafio é fazer a Palavra de Deus muito mais atrativa para a criança do que a TV ou o videogame! Cuide para que sua casa ofereça um ambiente divertido para as crianças e adolescentes. É bom lembrar que a diversão tem um foco muito maior do que meramente atrair a criança para uma célula, mas também de fixar conceitos e valores de forma profunda e inesquecível em sua vida. b. Ensino Criativo: o lúdico é uma parte muito importante para o desenvolvimento de uma criança! Não devemos extirpar a imaginação delas, mas saber utilizá-la com prudência para que o ensino encontre grande força de impacto em sua vida! É necessário que o líder de célula surpreen66 da a criança a cada encontro; dando vida aos mais loucos sonhos de uma criança, de uma forma que glorifique a Jesus. No caso dos adolescentes não é muito diferente, mas há a necessidade de encontrar uma identidade para o grupo. Isso exige criatividade, pois eles são muito relacionais. c. Ensino Relevante: o líder precisa falar uma linguagem que seus discípulos entendam. Uma linguagem conforme a idade de cada um! É por isso que as células se beneficiam de: divisão etária, de 4 a 8 anos (Kids), de 9 a 12 anos (Juniores) e de 13 a 18 anos (Adolescentes); e dos gêneros separados (meninos e meninas) para juniores e adolescentes. No que diz respeito aos adolescentes, o ambiente da célula é perfeito para responder aos questionamentos básicos e complexos, que normalmente são feitos simultaneamente. É muito importante ouvi-lo. 2. Líderes que sejam sensíveis aos conflitos da criança e do adolescente: precisamos de pessoas que tenham a ótica da criança ou do adolescente, ou pelo menos, que estejam dispostos a desenvolvê-la. Precisamos de homens e mulheres que: saibam se divertir com o desenho que elas assistem e extrair deles importantes lições espirituais; saibam brincar de bola, videogame e em cada momento aproveitar os conflitos para discipulá-los; saibam aconselhar indicações de jogos, filmes e livros, com a devida fundamentação de sua indicação, principalmente no caso dos adolescentes; entendam o peso emocional que uma rejeição tem sobre a vida de uma criança, mesmo as mais simples, como a de ficar de fora de uma brincadeira; saibam identificar um coração ferido por trás de cada mau comportamento. © Editora Inspire 3. Líderes comprometidos: precisamos de pessoas que: amem as crianças e os adolescentes ao ponto de dedicar suas vidas a elas; saibam que esse trabalho não pode ser feito de qualquer jeito e possui um peso e relevância espirituais tremendos para a vida da igreja; estejam dispostas a atender a ordem de Jesus: “Cuide dos meus cordeiros!” João 21.15 O versículo de João 21.15 foi escolhido para estampar nosso uniforme do ministério infantil, porque há algumas coisas especiais sobre ele que nos lembram de nosso compromisso ministerial, perfeitamente aplicável aos adolescentes: 1. Quem está falando isso? Foi Jesus quem disse “apascenta os meus cordeiros”! Antes de qualquer coisa, precisamos lembrar que os cordeiros são de Jesus! Não são nossos! 67 2. Quem são os cordeiros? São os filhotes das ovelhas. Jesus está fazendo uma referência clara aos mais novos na fé, pois na sequência do versículo ele fala sobre as ovelhas, fazendo uma distinção entre cordeiros e ovelhas! É sobre nossos pequenos que ele está falando! 3. Para quem Jesus está falando isso? Para Pedro! Ele exercia uma função de liderança sobre os demais apóstolos, juntamente com Tiago e João (Gálatas 2.9). É notável que Jesus tenha deixado essa responsabilidade com Pedro e não com Maria Madalena ou um discípulo menos influente. Ou seja, grande é a nossa função que cuidamos dos pequenos. 4. Em que ocasião Jesus está dizendo isso? No momento de cura e reconciliação de Pedro. Após ter negado Jesus três vezes, Pedro teve que declarar três vezes o seu amor por Cristo. É de se esperar que Jesus respondesse à sua declaração com um caloroso abraço e um emocionante “eu também te amo!” Mas, ao invés disso, limitou-se a declarar seu amor com a frase “cuide dos meus cordeiros!” Jesus estava dando uma nova oportunidade para Pedro, confiando a ele o que Jesus tinha de mais precioso: os Seus cordeiros, comprados pelo Seu próprio sangue! © Editora Inspire PERFIL DAS CÉLULAS Células infantis Idade: 4-8 anos (mistas). Local: sempre ligadas a uma célula de adultos. Líder: responsabilidade da esposa do líder da célula de adultos. Caso a célula de adultos tenha outra pessoa para assumir o cuidado da célula infantil, ela pode dispor essa pessoa. Células de juniores Idade: 9-12 anos (divididas por gênero). Local: numa célula de adultos ou na casa de um membro adulto da igreja. Líder: formado no curso Liderança de Célula, mas aperfeiçoado no ministério. 68 Células de adolescentes Idade: 13 a 18 anos (divididas por gênero). Local: casa de um membro adulto da igreja. Líder: formado no curso Liderança de Célula, mas aperfeiçoado no ministério. COMO SE TORNAR UM LÍDER Uma pessoa com 18 anos ou mais, pode se tornar um líder de crianças, de juniores ou de adolescentes, seguindo as seguintes etapas abaixo. Células de crianças e de juniores 1. Entrevista: mediante a recomendação de seus líderes de célula, você agendará uma entrevista com algum coordenador da rede Infantil. 2. Estágio: o líder passará a atuar como um líder aprendiz em uma célula já existente, sendo mentoreado por um líder experiente, até que esteja apto a assumir sua célula. © Editora Inspire Se sua célula possui uma célula de crianças ou de juniores associada, é preciso cadastrá-la no sistema da igreja, cuidando para que o líder tenha passado por todas as etapas descritas anteriormente. Caso contrário, esta célula estará na clandestinidade! Células de adolescentes 1. Indicação do líder de célula atual. 2. Aprovação no curso Fundamentos. 3. Aprovação no curso Liderança de Célula. 4. Entrevista específica com a supervisão de adolescentes. PERGUNTAS FREQUENTES 1. Minha célula tem crianças menores de 4 anos. Elas podem participar da célula infantil? Não, a célula infantil é de 4 a 8 anos, pois o nosso compromisso é discipular as crianças e não entretê-las. Uma criança abaixo dessa idade não compreenderá o que está sendo ministrado e ainda pode 69 prejudicar o ensino das outras. É necessário que as células com crianças menores se organize para desenvolver um trabalho de cuidado com essas crianças. Nossos líderes da rede infantil não estão autorizados a receber crianças abaixo de 4 anos. 2. Minha célula tem crianças maiores de 8 anos. Elas podem participar da célula infantil? Não. Contudo, os juniores são muito habilidosos e podem ser de grande ajuda ao líder no desenvolvimento da célula. Isso não exime o junior de participar de uma célula de juniores, sendo isso um requisito para ele servir. Ou seja, ele pode ajudar na célula infantil desde que esteja frequentando em outro horário uma célula de juniores. 3. Sou esposa do líder de minha célula, mas não tenho habilidade com crianças, posso terceirizar essa missão? Você pode levantar alguém para assumir o compromisso de ministrar na célula infantil, mas isso não exime você de sua responsabilidade que é garantir que a célula infantil aconteça. Assim, em caso de saída da outra pessoa, a esposa do líder precisa assumir até providenciar outra pessoa. 4. Tenho um lar hospedeiro e muitos juniores ou adolescentes. Só preciso de um líder para começar o trabalho. O que eu faço? O ministério Ignição e o ministério Xtreme se comprometem a treinar e a capacitar líderes, mas é importante saber que todos nós somos responsáveis de levantarmos esses líderes. Na dinâmica das células infantis, de juniores e de adolescentes, não há multiplicação de liderança como acontece nas demais redes. Hoje temos um grande déficit de líderes! © Editora Inspire 5. Posso dar qualquer estudo para as crianças? Não! Todas as células seguem um currículo e é imprescindível que o líder de célula infantil siga esse currículo. 6. Só mulheres podem ser líderes de células infantis (4-8 anos)? Não! Os homens são mais do que bem-vindos: são necessários! A figura masculina precisa estar presente desde cedo nas crianças. 7. Meu marido é o líder da célula de adultos, mas às vezes ele precisa viajar e eu assumo o estudo. Como faço para dar o estudo na célula infantil quando isso acontece? Assim como acontece na célula de adultos, é imprescindível que o líder de célula infantil tenha ao seu lado um líder aprendiz que possa suprir essa necessidade. 70 8. Qual é a idade máxima permitida para se trabalhar com células infantis? 200 anos! Na verdade a terceira idade é muito bem acolhida pelas crianças e juniores, basta que tenha disposição e esteja sintonizada com os conflitos dessa geração para aconselhá-los de forma eficaz. 9. Por que uma criança ou um junior não pode assumir uma célula? Não se trata de capacidade, mas de uma responsabilidade jurídica. É preciso ter alguém maior de idade que possa assumir a responsabilidade pela célula. Mas nada impede que, mediante a supervisão de um líder adulto, a criança ou o junior ministre o estudo em um determinado dia. As crianças e os adolescentes são por demais preciosos para Jesus e para nós! Assim, louvamos a Deus pelos líderes que se levantam para pastorear os pequeninos e o faz com compromisso profundo. Todas as nossas células precisam ter a preocupação de levantar lideres para as células infantis, de juniores e de adolescentes. É preciso apoiá-los a fim de que cumpram seu chamado sem jamais desistir. © Editora Inspire 71 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Qual a importância de pastorear crianças, juniores e adolescentes? 2. Quem é a criança? 3. Quem é o adolescente? 4. Quais são as características mais importantes esperadas num líder de célula para crianças, juniores ou adolescentes? 5. Quais são os perfis de células de criança e como elas funcionam? 6. Quais são os perfis de células de juniores e como elas funcionam? 7. Quais são os perfis de células de adolescentes e como elas funcionam? © Editora Inspire 72 BIBLIOGRAFIA BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2000. PAES, C.M. Família para sempre. São José dos Campos: Inspire, 2013. WEBGRAFIA PENSE. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/pense/2012. Acessado em: mar/2015. © Editora Inspire 73 5. PROCESSO DE DISCIPULADO NA PIB EM SJCAMPOS Na perspectiva cristã sobre a experiência humana, há claramente um propósito definido e pessoal em Deus ter criado o homem. A compreensão de como podemos desenvolver nossas potencialidades depende da percepção que temos deste ato criativo de Deus. O fundamento de nossa concepção acerca da criação está em Hebreus 11.3: “Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem”. Este verso, como todo o texto bíblico, pressupõe o ser de Deus, nos fazendo crer que Ele é o ser eterno que antecede a toda a criação. Ele não se confunde com a matéria e ela não é sua extensão. Além disso, este texto nos informa que nossa compreensão sobre a criação é dirigida pela fé. Sem fé não podemos ter uma compreensão adequada de Deus e é pela fé que entendemos que a criação foi um ato da vontade livre de Deus: não houve pressões externas nem necessidades internas ou carências que o impulsionaram a criar. © Editora Inspire Deus nos fez à Sua imagem, que nos é então intrínseca. Ou seja, só há humanidade com essa imagem e isso permite um relacionamento pessoal e consciente com Deus. Desta forma, podemos afirmar que o ser humano é uma criatura criativa, não oriunda de um processo evolutivo. A existência humana só foi possível pela vontade e pela intenção divinas. Assim, compreendemos que a existência humana é dependente de Deus. A própria ideia de criação nega a independência. Deus desejou e trabalhou para a nossa existência. Isto significa que não viveríamos sem Ele, já que tudo vem Dele. Não podemos dar para Ele parte do nosso tempo ou dinheiro, por exemplo, pois tudo é Dele (1 Crônicas 29.14-17)! Diante desta revelação, discipular pessoas é conduzi-las à compreensão cristã de vida plena condicionada à dependência de Deus num processo de crescimento espiritual. O ponto de partida mais inicial reflete uma tenta- 74 tiva de vida completamente independente de Deus. Compreendemos este ponto como o nível do descompromisso para com Deus, seja consciente ou inconsciente. Com isso, passando por alguns estados gradativos e intermediários de compromisso, o objetivo do discipulado é que os discípulos restaurem sua intimidade com Deus através de Sua revelação por meio de Cristo, num nível de profundo compromisso com ele. Todo processo de discipulado cristão precisa atuar na correção da distorção do senso de independência para a total dependência de Deus. Ser cristão, portanto, implica em romper com o destino de alienação e morte para com Deus, promovido pelo pecado. A vida proveniente disso encaminhará o cristão a conduzir outras pessoas de um estado de total descompromisso com Deus numa tentativa desenfreada e inútil de vida independente, para um compromisso de intimidade, refletindo a intenção original de Deus ao criar o ser humano. IMPORTÂNCIA E APLICAÇÃO DO DISCIPULADO Cremos que o discipulado é mais do que obtenção de conhecimento, do que um modelo de inspiração, ou de uma busca por mais santidade. Na verdade, para nós cristãos, o discipulado é um lindo e natural relacionamento de amor com nosso Deus. © Editora Inspire O relacionamento com Deus tem como fundamento a sua Palavra. É preciso ensinar através dos princípios bíblicos as pessoas a se tornarem discípulas de Cristo. Cremos como Josué Campanhã que “discípulos sem ensino se tornam crentes raquíticos; crentes que não são discípulos se tornam membros ativistas; discípulos com ensino bíblico transformam o mundo!” (CAMPANHÃ, 2012). O discipulado foca na formação espiritual de pessoas. São oportunidades e estímulos para promover o crescimento que só Cristo pode dar. Isso é crucial para a vida do cristão. Esse crescimento exige uma mudança de perspectiva e, muitas vezes, que abramos mão de coisas não prioritárias na vida, do ponto de vista espiritual. Citando a obra chamada Discipulado de Dietrich Bonhoeffer, Dallas Willard aborda essa necessidade ou “preço a ser pago”, mas enfatiza que “o preço da falta de discipulado é muito mais alto que o preço pago para andar com Jesus e aprender com ele constantemente” (WILLARD, 2008). 75 Assim, o objetivo do discipulado é que ele aperfeiçoe a todos em sua integralidade formando o caráter do discípulo; desenvolvendo uma espiritualidade cristocêntrica que privilegia o servir; dando conhecimento bíblico e teológico essencial; e moldando a liderança através da prática. É ajudar as pessoas a se tornarem parecidos com Jesus levando-as a desenvolverem um estilo de vida ao mesmo tempo dinâmico e dependente de Deus, tendo como produto final pessoas criativas e satisfeitas ao se relacionar com Deus e depender Dele como fonte de vida. Tal discipulado deve acontecer em três eixos de formação espiritual: pessoal, através de Cristo agindo na pessoa e gerando experiências espirituais no desenvolvimento de um caráter elevado; educacional, através do ensino de conteúdos relevantes à fé cristã; e relacional, através da interação e do relacionamento com outras pessoas para a edificação mútua e capacitação ao exercício do ministério. Eixo pessoal Algo que é fundamental para um líder é o seu caráter. O caráter molda os pensamentos, as motivações e as atitudes das pessoas. A definição do processo de formação espiritual precisa contemplar instrumentos que confrontem o futuro líder nas áreas mais obscuras de seu caráter. O líder precisa ser conduzido num processo de autodescoberta, onde possa comparar e corrigir pensamentos, motivações e atitudes através do modelo de Cristo. © Editora Inspire Esse processo deve contemplar a integralidade da pessoa. Envolve a sua sexualidade, integridade moral, palavra, autenticidade, suas compulsões, seus relacionamentos pessoais, sua identidade, seu relacionamento com o dinheiro, sua temperança e seu domínio próprio, confrontando algumas características negativas como o orgulho, o desânimo, a procrastinação e a preguiça. Nesse processo de formação é preciso identificar e desenvolver algumas características de um líder, através do modelo de Cristo. Segundo Paes (2012), um bom líder é: 1. Trabalhador: enfatiza o serviço. 2. Aprendiz: está sempre disposto a mudar estratégias, desenvolver-se e ter novas ideias. 3. Corajoso: aceita desafios maiores inerentes a um movimento saudável que cresce. 76 4. Agregador: entende a importância da equipe e paga o preço pelo trabalho em conjunto, percebendo que em equipe se vai mais longe. 5. Consciente de suas fraquezas espirituais: tem claro para si qual é a sua maior luta. 6. Disponível para uma causa: luta por algo maior que ele mesmo. 7. Conhecedor da renúncia: segue o exemplo dos discípulos quando foram convidados por Jesus. Finalmente, para atingir o objetivo de formar adequadamente o caráter do futuro líder, podem-se usar instrumentos de ensino com conteúdos específicos tratando desses assuntos. Além disso, podem ser usadas ministrações específicas gerando oportunidades de crescimento da fé, oportunidades de confrontação individual com um mentor ou discipulador; e ocasiões de interação com pessoas que já superaram suas deficiências em seu caráter e com pessoas que estão no início do processo, para que ocorra o estímulo aos outros. Eixo educacional © Editora Inspire Ao decidir ser discípulo de Jesus, a pessoa traz consigo uma história de vida. Algumas pessoas tiveram um envolvimento com a religiosidade, com pecados escravizadores ou até com demônios. Outras se envolveram ilicitamente com outras pessoas através da sexualidade promíscua, alianças comerciais ilegais, conchavos políticos etc. Além disso, há aquelas pessoas que tiveram um ensino antibíblico ou anticristão. A formação espiritual do discípulo deve contemplar instrumentos de ensino que abordem o ensino bíblico readequando sua formação espiritual. Assim como na formação do caráter, é preciso oferecer oportunidades de ministrações em diferentes níveis e o acompanhamento através de seu discipulador. Além disso, é preciso ter instrumentos que permitam a formação espiritual mútua através da interação com outras pessoas. A aplicação desses instrumentos para formação espiritual pode ser variada. Retiros espirituais específicos são excelentes ferramentas para o ensino de maneira mais dinâmica, fortalecendo os conceitos aplicados através de uma programação bem planejada e focada. Outra maneira de aplicar tais instrumentos são os programas de apoio, onde o discípulo 77 pode ser confrontado e ter um espaço para expor suas lutas e seu dia a dia. Além disso, é possível fazer uso dos Grupos de Discipulado Pessoal (GDP1), que abrem espaço para o discipulado um a um, para o ensino-aprendizagem num nível mais pessoal e para a confrontação e prestação de contas. O discipulado um a um é uma ferramenta muito eficiente, pois fomenta essa formação no individual e abre espaço para o desenvolvimento de uma espiritualidade autêntica. O processo de formação de um discípulo precisa oferecer oportunidades de ensino bíblico e teológico em diferentes níveis. Desde os primeiros dias na comunidade, o discípulo deve receber um ensino bíblico e sistemático de maneira progressiva. Segundo Warren (2008), “os cristãos irão crescer mais rápido se você lhes designar uma trilha a ser por eles percorrida”. Tal ensino deve conter níveis de aprofundamento adequados a cada estágio do desenvolvimento do discípulo. Precisa contemplar as demandas e as diferenças das faixas-etárias. Quanto ao conteúdo, deve abordar o estudo bíblico sistemático, contemplando as doutrinas da fé cristã, o estudo bíblico panorâmico (por exemplo, na análise de um livro bíblico ou até mesmo do Antigo ou do Novo Testamento) e o estudo temático específico de acordo com sua relevância e importância. © Editora Inspire Além do estudo bíblico, a formação teológica sólida deve fazer parte dessa formação de discípulos abordando a História da Igreja; as técnicas de interpretação da bíblia; as diferentes teologias, e o treinamento para a reflexão teológica e a prática do ministério. Este eixo de formação está organizado na prática no que denominamos de Circuito Vida (CV). Este circuito de ações demarca o avanço das pessoas nos Estados de Compromisso com Deus2 do cristão e está apresentado em mais detalhes no capítulo a seguir. Eixo relacional O desenvolvimento do discípulo neste eixo se dá principalmente através da célula. Como vimos nos Capítulos 3 e 4, a célula é um grupo de até 10 pessoas que decidem caminhar juntas na fé cristã. São pessoas que edificam-se mutuamente através de um relacionamento saudável e inspirador, vivendo os cinco propósitos bíblicos como estilo de vida. Este conceito será explicado na próxima subseção. 78 O conceito de Estados de Compromisso com Deus será apresentado mais à frente neste capítulo. 1 2 Além do contexto da célula, como igreja, o nosso alvo central é o discipulado um a um. Cremos que discipular é fazer uma transferência da vida de Jesus para alguém e o discipulador é um instrumento de transferência. O discípulo aprende vendo, ouvindo, perguntando e praticando. O discipulador ensina em todo o tempo, em todo o lugar, com a vida e com a Palavra de Deus. A essência do discipulado de Jesus entre os seus discípulos foi uma profunda e completa ministração na vida deles, através de relacionamento, vivência e exemplo. Seguindo o seu exemplo, queremos proporcionar a vivência dessa experiência entre nós, debaixo da estrita condução do Espirito Santo de Deus para cada passo. Na prática, isso acontece em nossa igreja através do Discipulado Pessoal (DP). Todas as pessoas são estimuladas a serem discípulos e a terem discípulos. Como foi apresentado no Capítulo 3, essa ação começa no membro e no líder de célula sendo estimulados a terem, pelo menos, três discípulos cada um no contexto da própria célula, inclusive inserindo pessoas novas no grupo, fazendo-o crescer. Além disso, essa relação do DP está aplicada na própria estrutura celular em rede. Por exemplo: um líder de célula é naturalmente discípulo de seu coordenador e é o discipulador de membros de sua célula. Isso está organizado em toda a rede de célula de modo que todos discipulem e sejam discipulados. O conjunto de discípulos de alguém neste contexto é o que chamamos de Grupo de Discipulado Pessoal ou GDP. © Editora Inspire Por meio do GDP, promovemos o cuidado pastoral pessoal e intencional, um a um. Nele, um discípulo é apoiado por um discipulador, que, por sua vez também é acompanhado por outra pessoa. Toda essa ação visa o desenvolvimento natural e sustentável de novos discípulos, conforme Lucas 6.40: “O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre”. Assim, tanto como discipuladores quanto como discípulos, continuaremos sempre aprendizes do Mestre Jesus, servos uns dos outros na igreja e missionários na sociedade. Estaremos sempre focados a ter um coração cheio de amor a Deus. Cada um fazendo sua parte e crescendo em tudo, fortaleceremos nossa rede de células e nos tornaremos uma grande igreja, que independentemente do número crescente de membros, será uma igreja saudável em que todos crescem, cuidam e são cuidados! 79 DISCÍPULOS E DISCIPULADORES Nesta estrutura de discipulado um a um baseado no contexto da rede de células, tanto os discípulos, quanto os discipuladores possuem características que enfatizam cada condição. A seguir, apresentamos características esperadas nos discípulos e nos discipuladores de nossa igreja. Características do discípulo 1. Aceitou a Jesus e foi batizado. 2. Está empenhado em conhecer Jesus por meio da leitura da Palavra de Deus todos os dias. 3. Ora diariamente ao Senhor Jesus. 4. Busca conhecer o Espírito Santo de Deus e tornar-se seu amigo. 5. Participa ativamente das celebrações da igreja, pelo menos uma por semana, ouvindo de Deus e, também, retribuindo seu amor com entrega e devoção. 6. Participa ativamente do Circuito Vida, cumprindo as etapas e experiências de crescimento espiritual. © Editora Inspire 7. Procura participar das campanhas da igreja, lendo os devocionais e praticando em unidade com ela as disciplinas espirituais do voto e do jejum. 8. Participa de uma célula de nossa igreja. 9. Recebe a indicação de quem será seu discipulador e inicia um relacionamento de amizade, vida na vida, com ele. 10. Busca conhecer seu discipulador, ouvi-lo e compreender o que Deus está dizendo por meio da vida dele. 11. Pergunta sempre que tem dúvidas sobre a fé ou sobre algum assunto relacionado à igreja e à vida com Jesus. 12. Procura intencionalmente estar com seu discipulador com regularidade, acompanhando-o em atividades quando for possível e marcando momentos em que possam orar e conversar. 13. Procura prestar contas de seu viver, buscando ajuda para ouvir a voz de Deus, entender Sua vontade e cumpri-la. 80 14. Caso encontre em seu discipulador alguma discordância de conduta ou orientação com o que está na Palavra de Deus, busca falar com o supervisor ou coordenador dele e, se não for possível, com um dos pastores da igreja. 15. Busca ser fiel mordomo das finanças, sendo fiel dizimista e generoso ofertante na casa de Deus. Características do discipulador 1. Decide crescer em seu relacionamento com Jesus com empenho. 2. É um líder comprometido com a visão e a missão da igreja. 3. É um discípulo fiel, dizimista, ofertante e primiciador na casa do Senhor. 4. É um exemplo de vida cristã, vivendo como Jesus viveria em todas as circunstâncias. 5. Continuamente está crescendo em seu relacionamento de amizade e apoio com seu discípulo. © Editora Inspire 6. Pratica as disciplinas espirituais e se inclui nos movimentos espirituais que o Senhor traz para a igreja, como campanhas, jejuns e leituras em unidade. 7. Recebe seus discípulos e procura conhecê-los, desenvolvendo um relacionamento de amizade, apoio e crescimento. Aponta sempre para Jesus, para a Sua vida e Seu modo de viver, orientando o discípulo a sempre agir desta forma, corrigindo-o em amor, quando necessário. 8. Fornece apoio para o crescimento espiritual de seu discípulo, indicando ferramentas e conduzindo-o por meio do Circuito Vida. 9. Fornece os meios para que o discípulo o encontre sempre que precisar de orientação e oração. 10. Busca a ajuda de seu discipulador ou líder imediato na rede de células para situações que fogem à sua alçada. 11. Está disponível para orientar e apontar para Jesus no que diz respeito ao viver de seu discípulo, mas não o controla, não abusa de sua 81 autoridade, muito menos ordena ou exige. O discipulador explica, ensina e aponta para Jesus. 12. Está atento para não causar aparência do mal em nenhuma situação, nem um mau testemunho público. 13. Ouve a Deus com extremo zelo e perseverança, a fim de orientar sempre de acordo com o que Deus diz e não de acordo com seu próprio entendimento. 14. Inclui o discípulo em atividades de crescimento espiritual e em liderança junto consigo. 15. Está atento a sinais de dificuldades ou problemas na vida do discípulo e procura ajudar com graça, sabedoria e perseverança. 16. Está sempre pronto para servir, com “sua toalha e sua bacia”. 17. Entendeu a orientação bíblica dada pela igreja sobre paternidade espiritual. 18. Está sempre atento a ter sua vida financeira em dia diante de Deus e da sociedade. © Editora Inspire Princípios do GDP A ação do discipulador com seu GDP está sintetizada em quatro grandes princípios, presentes inclusive no seu logotipo (ver a Figura 5.1). São elas: cobertura espiritual, encorajamento, prestação de contas e ministério. Figura 5.1: Logo do Grupo de Discipulado Pessoal. 82 1. Cobertura espiritual: a proteção acontece física, emocional e espiritualmente. Um discipulador precisa prezar por seu discípulo, antevendo situações perigosas e cercando-o de cuidado e proteção. 2. Encorajamento: precisa haver, da parte do discipulador, esforço para ajudar o discípulo a manter o curso e viver tudo o que Jesus ensina nas diferentes atividades que envolvem o discípulo sejam em ambientes relacionais, profissionais ou ministeriais. 3. Prestação de contas: entendendo que, como o discípulo terá um nível alto de cuidado, acompanhamento e suporte, este precisará ser o mais sincero e transparente possível, a ponto de confessar seus pecados e pedir ajuda nas tentações, para evitar recaídas. 4. Ministério: um discipulador sempre precisa ter em mente que ele serve a seu discípulo. Ele precisa assim proteger seu coração dos abusos de liderança e evitar que o discípulo tenha obrigação de prestar um serviço além do que o Espírito Santo direcionar. Assim, o discipulador também dá ao discípulo o exemplo de como proceder com seus futuros discípulos. © Editora Inspire ESTADOS DE COMPROMISSO COM DEUS Após compreendermos a importância do discipulado na vida de um cristão e como se dá a relação entre discipuladores e discípulos no contexto da célula e do GDP, é preciso expor aquilo que entendemos biblicamente como os Estados de Compromisso com Deus, alcançados através de passos gradativos no processo do discipulado. Cada estado reflete a condição atual da pessoa em relação a Deus, à igreja e à fé cristã. Portanto, o objetivo do processo de discipulado é conduzir pessoas de uma condição de total descompromisso com Deus, para o estado de maior compromisso com Deus, que é se relacionar com Ele em intimidade. O processo está ilustrado pela Figura 5.2. Ele tem o formato de círculos concêntricos imersos na condição de descompromisso para denotar a ideia de que viver em intimidade deve ser o objetivo de nossa caminhada de fé, refletindo o centro da vontade de Deus em abandonarmos as trevas e caminharmos em direção à plenitude da verdade. As ferramentas para a execução deste processo estão contidas no Circuito Vida, apresentado no Capítulo 6. 83 © Editora Inspire Figura 5.2: Estados de Compromisso com Deus. Conforme abordamos no início do capítulo, a tentativa insana de viver independente de Deus reflete a realidade vivida por grande parte da sociedade hoje, numa condição de total descompromisso bíblico com Deus. Tal condição abrange desde pessoas desacreditadas em Deus, pessoas que acreditam em outras “divindades” e ainda pessoas que possuem uma perspectiva completamente diferente do Deus crido através dos princípios bíblicos e professado pela fé cristã evangélica. Portanto, consciente ou inconscientemente, há nesta condição uma falta de percepção, seja pelo entendimento e ou pela experiência, acerca da ação e do relacionamento com Deus através do Espírito Santo. Entretanto, como igreja, queremos ser um povo que é comprometido com Deus até as ultimas consequências. Esse compromisso abrange aquilo que Deus ama: Sua Igreja e as pessoas. 84 Assim, nosso papel como igreja é ajudar as pessoas a se relacionarem com Deus num nível profundo de intimidade com Ele. Em nossa percepção bíblica, esse processo pode ser organizado em cinco estados de compromisso. Veja a seguir (as ferramentas oferecidas pelo Circuito Vida em cada estado serão apresentadas no Capítulo 6). Primeiro Estado de Compromisso com Deus: ENCONTRO Este círculo refere-se a todas as pessoas que, embora estejam em nossa cidade e circunvizinhança, não estão em uma igreja, nem tomaram nenhum posicionamento espiritual positivo a respeito do Deus que cremos descrito na Bíblia. Mesmo assim, elas já são alvo de nossas orações e estratégias evangelísticas. Por causa da presença de Deus e de Seu povo é possível que tais pessoas venham a começar um compromisso, que nasce no conhecimento e no relacionamento com Deus. Assim, um encontro com Deus acontece e elas vão se deparar com um Deus de amor que se importa com elas. Sua visão de mundo muda e elas passam para uma realidade espiritual de vida e de esperança. © Editora Inspire Características deste estado: 1. Público-alvo: pessoas sem compromisso declarado com o Deus que cremos revelado plenamente em Cristo. 2. Objetivo: falar do amor de Jesus e fazer a igreja conhecida, como um lugar de fé, esperança e amor. 3. Estratégias: atingir pessoas sem compromisso, mas que estão ansiando por libertação, cura, paz e conhecimento de Deus, mesmo sem querer estar numa igreja. É preciso apresentar um caminho para que o encontro com Deus aconteça genuinamente. O propósito mais evidente neste estado é o de Missões. Segundo Estado de Compromisso com Deus: CONVIVÊNCIA Este nível é formado por pessoas que tomaram a decisão por Cristo, foram impactadas pelo convencimento do Espírito Santo e passaram a ser chama85 das de filhos de Deus. Entretanto, tais pessoas ainda não têm um compromisso com a igreja local. Elas recebem a essência da família de Cristo, mas apenas frequentam as celebrações ou as células. Em geral, participam na adoração, nos louvores e nas intercessões. Estão interessadas pela paz e pela alegria que experimentamos nos ambientes de celebração. Também percebem a igreja como um novo lugar para se estar e a cada dia vão se vendo mais apaixonadas por ela, embora ainda apresente resistências e ressalvas para com um maior envolvimento. Características deste estado: 1. Público-alvo: pessoas ainda sem compromisso com a igreja. 2. Objetivo: revelar a importância em ser Igreja de Cristo e como ela é relevante para cada pessoa. 3. Estratégia: trabalhar para que esta pessoa perceba na igreja um ambiente de cuidado. Para que um convívio passe a acontecer a fim de que ela cresça e se fortaleça, precisamos considerar os interesses e as necessidades, a fim de que a pessoa seja levada a ligar-se à igreja local. O propósito mais evidente neste estado é o de Adoração. © Editora Inspire Terceiro Estado de Compromisso com Deus: RELACIONAMENTO Este estágio abrange as pessoas que decidiram ou estão por decidir a se tornar membros da igreja local. Tais pessoas entenderam que esta é a igreja que Deus tem para elas, se adequaram à visão, ao estilo e ao jeito de ser da igreja, mas ainda não firmaram um compromisso maior de estar em célula ou servir em algum ministério. Características deste estado: 1. Público-alvo: membros que precisam fortalecer seu compromisso com a igreja local. 2. Objetivo: trazer para o coração desta pessoa que, uma vez que ela faz parte desta família espiritual, é necessário que ela se permita ser cuidada. Além disso, é importante ressaltar a importância dela quanto a servir e a atuar com seus dons e talentos na edificação do corpo de Cristo. 86 3. Estratégia: instruir a pessoa a desenvolver seu papel dentro da igreja e tomar uma decisão de começar a crescer e ser cuidada. O propósito mais evidente neste estado é o de Comunhão. Quarto Estado de Compromisso com Deus: DOAÇÃO Neste círculo temos pessoas que acabaram por decidir tanto estar em células, quanto servir em ministérios. Saíram das “arquibancadas” e decidiram “jogar”. Seu compromisso agora está totalmente alinhado com a visão da igreja local e passam do estágio de membro para discípulo. Há uma demonstração do desejo e do chamado para cuidar de outros, podendo se tornar um líder de ministérios e/ou de células. Características deste estado: 1. Público-alvo: membros que estão se tornando discípulos. 2. Objetivo: que cada membro saiba seu papel no corpo através de cuidado e direcionamentos, preparando-se servir e para cuidar de outros. 3. Estratégia: um cuidado intensivo, específico para solidificar sua identidade em Cristo e sua função no Reino. O propósito mais evidente neste estado é o de Ministério. © Editora Inspire Quinto Estado de Compromisso com Deus: INTIMIDADE Chegamos ao núcleo dos Círculos Concêntricos. Neste estado perceberemos não só o grau máximo de compromisso com Deus e com a igreja, mas também a essência amplamente entendida da presença do Espírito Santo de Deus. Neste nível, o discípulo caminha de forma natural para uma profundidade espiritual, chegando cada vez mais a níveis mais sólidos de maturidade espiritual. Agora ele é discipulado bem de perto e já tem um grupo de discípulos dos quais cuida. Características deste estado: 1. Público-alvo: cristãos vivendo o discípulo como estilo de vida. 2. Objetivo: cada membro sendo discipulado, se tornando um discipulador e vivendo com uma linda e profunda intimidade com o Senhor a ponto de poder caminhar segundo a vontade de Deus. 87 3. Estratégias: apoiar e potencializar a prática de um caminhar natural de discípulos maduros com Deus por si só. O propósito mais evidente neste estado é o de Discipulado. O discipulado é uma caminhada. Em cada etapa conhecemos, recebemos, vencemos obstáculos e nos tornamos capazes de ajudar a outros a percorrer o mesmo caminho. Esse percurso nos traz, de maneira muito preciosa, o que precisamos para a próxima etapa, de modo que a maturidade nos transforma para melhor. A sabedoria da parte de Deus vai se transformando em companheira para cada momento. Deus, na Sua bondade, preparou tudo para que pudéssemos trilhar esse caminho, em nossa igreja, com suporte. Assim vamos trabalhar para que todos aos quais tivermos acesso o façam e desfrutem de todos esses presentes do Pai para nós. © Editora Inspire 88 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Qual a importância de um processo de discipulado para o ser humano? 2. Como podemos definir o discipulado? 3. Quais são os três eixos de formação espiritual em nossa igreja? 4. Como se dá o discipulado pessoal na prática em nossa igreja? 5. Cite ao menos cinco características de um discípulo e de um discipulador. 6. O que é o GDP? Quais são seus princípios? 7. Quais são os Estados de Compromisso com Deus? Explique como eles podem contribuir para alcançar o objetivo do discipulado em conduzir as pessoas à completa intimidade e dependência de Deus. © Editora Inspire 89 BIBLIOGRAFIA BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2000. CAMPANHÃ, J. Discipulado que transforma. São Paulo: Hagnos, 2012. PAES, C.M. Igreja brasileira com propósitos: A explicação que faltava. São Paulo: Vida, 2012. WARREN, R. Uma igreja com propósitos. 2ª edição. São Paulo: Vida. 2008. WILLARD, D. A grande omissão. São Paulo: Mundo Cristão, 2008. LEITURA OBRIGATÓRIA © Editora Inspire WELLS, M. Discipulado celestial. Santo Amaro: Abba Press, 2007. 90 © Editora Inspire 91 6. CIRCUITO VIDA O Circuito Vida (CV) é um conjunto de ações propostas como ferramentas para a igreja com o intuito de motivar o crescimento espiritual às pessoas. Tais ações fornecem a estrutura de ensino e ministração necessária para o desenvolvimento e a maturidade cristã. Assim, o CV contribui na formação dos discípulos ao longo de sua caminhada com Cristo, conduzindo-os para serem discipuladores, líderes de célula e de ministérios, cumprindo cada um saudavelmente seu chamado ministerial. Portanto, o CV se propõe a oferecer ensino bíblico e ferramentas para a transformação de vidas, de maneira criativa, contextualizada e eficaz. Cremos que os elementos do CV promovem uma vida integral e saudável formando uma espiritualidade sadia. Por isso, a expressão “Vida”, pois o objetivo final é que todos tenham vida plena e abundante. Além disso, acreditamos que aqueles que percorrerem o caminho de alcançar uma vida de intimidade com Deus através do Espírito Santo, continuarão crescendo nesta intimidade ao conduzir pessoas pelo mesmo caminho que percorreu. Por isso, a expressão “Circuito”. © Editora Inspire Assim, cada pessoa de nossa comunidade é estimulada a cumprir o CV para: ser ministrada conforme a visão de nossa igreja; aprender mais sobre o chamado de Deus em nossa comunidade; avançar desde o estado de completo descompromisso com Deus até o estado de compromisso de intimidade com Deus; conhecer mais sobre a Bíblia e a fé cristã; servir melhor em sua atuação pastoral ou ministerial; e conduzir pessoas pelo mesmo caminho de crescimento. Para um líder de célula, estar nesse caminho é fundamental, pois o CV pode ser muito útil no acompanhamento de seus discípulos. Como abordado no capítulo anterior, os conteúdos para a formação espiritual de discípulos são fundamentais em seu processo de discipulado. Tal processo se inicia para uma pessoa com sua decisão em ser cristão. O novo cristão é tido biblicamente como um filho recém-nascido que inspira cuidados para seu crescimento. A orientação divina a Israel foi muito enfática na formação dos filhos: “Que todas as palavras que hoje lhe 92 ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e se levantar” Deuteronômio 6.6-7. Decidir se tornar cristão implica numa nova vida para quem o faz. A igreja local tem um papel fundamental no cuidado dos que passaram pelo novo nascimento. Ela precisa investir no crescimento das pessoas através do ensino. De certo modo, a igreja local está reeducando um povo. Segundo Lawrence Richards (1983), a “comunidade cristã torna-se um todo dinâmico, transformador, ajudador e educador mútuo”. A igreja deve, portanto, extrapolar o conceito tradicional de educação, onde o objetivo é apenas a transferência de informações entre o mestre e o aluno. Todo processo de formação espiritual precisa incluir conteúdos atitudinais, conceituais, factuais e procedimentais em todas as formas de ensinar (RICHARDS, 1983). A formação espiritual, numa igreja saudável que cresce, passa inexoravelmente por um processo de discipulado abrangente. Esse discipulado é a base para a difusão da visão da igreja, pois ao discipular corretamente um novo decidido ele vai reproduzir com eficiência esta visão e se tornar apto a expandi-la. © Editora Inspire COMO DISCIPULAR PESSOAS Antes de passar qualquer informação sobre cursos, retiros ou programas, o discipulador deve sempre verificar em qual situação a pessoa está na igreja e qual a sua necessidade imediata. Ela é um novo decidido? Já é membro? Está numa célula? Em qual estado de compromisso ela se encontra? Além disso, é importante considerar o perfil da pessoa: sua idade e sua agenda no momento. Quanto mais considerar essas questões, mais assertiva será a ação do discipulador. É vital que não se tenha pressa no discipulado. Como discipulador é importante apresentar as possibilidades para o discípulo. Mas também é fundamental que o ensine o valor da disciplina, da perseverança e da paciência. Em geral somos movidos pela ação. Isso muitas vezes atrapalha o agir de Deus em nós através da solitude e dos processos gradativos. Em qualquer momento é importante sempre falar da célula, que é o local mais apropriado para ela receber cuidado e orientação em sua caminhada de relacionamento com Cristo. 93 Além disso, é preciso evitar o uso de siglas. Pessoas novas na igreja não conhecem sua dinâmica e nem a sua linguagem. Não se pode focar no que ela não fez ou em quanto tempo ela está sem participar de algo. É preciso ser positivo: valorizar a decisão de hoje e o que ela pode aproveitar de agora em diante. É ter sensibilidade ao que o Espírito Santo está fazendo na vida dela. Um bom discipulador ou líder jamais deve estimular que a pessoa pule etapas. Tudo tem seu tempo e seu pré-requisito. Em seu ritmo, o discípulo participará de tudo e dará muitos frutos. Os pré-requisitos não são impedimentos, mas direcionamentos dados pela liderança de nossa igreja para que ele se desenvolva da maneira mais saudável e protegida possível. Tudo o que nossa liderança planeja e desenvolve tem por objetivo disponibilizar o melhor de Deus para a vida de todos que frequentam nossa igreja. Tudo é feito com muito amor, carinho e cuidado. ESTRUTURA DE APOIO AO DISCIPULADO Todo o processo de discipulado precisa de uma estrutura de apoio. Promover cursos, retiros e ministrações específicas requer o devido planejamento e espaço físico. A seguir, apresentamos aquilo que Deus foi nos concedendo de modo especial para viabilizar a visão. © Editora Inspire Acampib O Acampamento da PIB ou Acampib é um ambiente natural, familiar e ungido especificamente para nossas ministrações. Ele atualmente possui: um auditório para 300 pessoas totalmente equipado com som e multimídia; uma piscina de médio porte; uma sauna; um campo de futebol; refeitório para 200 pessoas; cozinha industrial; churrasqueira; estacionamento e dormitório para 120 pessoas. Além disso, possui um rio que passa dentro da propriedade permitindo algumas atividades. Sua agenda é distribuída prioritariamente para os retiros ao longo do ano, servindo também a confraternizações e encontros de grupos específicos. 94 Editora e Inspire Bookstore O Ministério Propósitos Brasil, desde 2001 vem realizando treinamentos e editando recursos dentro da perspectiva do movimento de vida e igreja com propósitos. Com isso, sabemos que este ministério tem inspirado milhares de líderes e igrejas em todo o nosso país. A nossa Editora Inspire surge a partir deste contexto inspirando a membresia, líderes, pastores e igrejas locais para viver uma vida equilibrada e saudável. Isso só é possível pelo fato de a editora estar no contexto e na vivência de uma igreja local muito bem sucedida em sua missão e um ministério interdenominacional estratégico e visionário. Nossa meta é fazer uma conexão entre a realidade de uma igreja local e as necessidades da liderança e da membresia de outras igrejas, através dos recursos disponibilizados em sua rede de livrarias (EDITORA, 2015). Colégio Inspire O Colégio Inspire é uma importante porta de comunicação com a sociedade. Através dele podemos apresentar o Evangelho já através do seu Projeto Político-Pedagógico fundamentado na Educação por Princípios Bíblicos. Seus objetivos são: (i) oferecer formação acadêmica baseada na Educação por Princípios Bíblicos, promovendo o desenvolvimento cognitivo, emocional, físico, social e espiritual; (ii) proporcionar formação ética e desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; (iii) prestar serviços educacionais à comunidade, preparando os educandos para o exercício da cidadania e para o papel que desempenham na sociedade; (iv) proporcionar ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades, com vistas à autorrealização e ao prosseguimento nos estudos; e (v) propiciar um ambiente educacional que possibilite o relacionamento cooperativo baseado no respeito mútuo e na participação criadora (COLÉGIO, 2015). © Editora Inspire Além disso, o Colégio expõe a mensagem redentora através de sua excelência na gestão, na condução de suas ações e na infraestrutura disponibilizada. Esta infraestrutura é composta por 4000m2 de área construída; amplas e modernas salas de aula equipadas com multimídia, lousa digital e ar-condicionado; laboratório de informática; laboratório de ciências; refeitório para 100 pessoas e complexo poliesportivo com campos e diversas quadras. Todo esse aparelho está disponível para cursos e ações de ensino. 95 Áreas da igreja A viabilização do Circuito Vida acontece também em função do envolvimento de outros setores da igreja, como: 1. Compras: efetua todo o processo de aquisição de materiais em praticamente todas as ações. 2. TI: fornece suporte computacional de computadores, impressoras, sistemas e rede com acesso à Internet. 3. Infraestrutura: age na manutenção e produção de materiais físicos requeridos em aulas e ministrações específicas. 4. Financeiro: viabiliza a organização dos recursos através de sua gestão, além de recebimentos e pagamentos. 5. Editora: finaliza a produção de livros e apostilas. 6. Livrarias: atua na divulgação e venda de livros e apostilas. 7. RH: conduz a gestão de pessoas contratadas para agir diretamente em ações relacionadas ao CV, como no IPE, na recepção dos retiros etc. © Editora Inspire 8. Jurídico: auxilia principalmente na documentação de contratos e dá suporte à gestão da igreja e suas empresas, como o Colégio, o IPE, a Editora etc. 9. Produtora: colabora na produção e edição de vídeos. 10.House: viabiliza as artes gráficas para divulgação. 11. Multimídia e Som: prepara equipamentos para uso em aulas e ministrações. Sistemas computacionais Nas diferentes ações do discipulado, a estrutura computacional é fundamental. Destacamos aqui a estrutura computacional: computadores, rede e impressoras; sistemas de gestão escolar e acadêmica; aplicativos de escritório, como o Microsoft Office e o Google Docs. Para tornar o processo mais abrangente e assertivo, é necessário investir em sistemas computacionais que contribuam para a produtividade dos gestores, colaboradores e voluntários. 96 Gestão, produção e voluntários Toda a ação do Discipulado, inclusive no Circuito Vida demanda a formação de equipes de trabalho. É preciso ter pessoas envolvidas na gestão das ações atuando na coordenação de cursos, na organização de turmas, na documentação e no direcionamento dos colaboradores e voluntários. Também é fundamental o desenvolvimento de textos e materiais de apoio para que todo o processo se desenvolva. A criação de livros e apostilas com bom conteúdo e correção doutrinária é um trabalho árduo e que exige pessoas dotadas de boa formação teológica com apurada capacidade de escrita e construção de textos. Tais pessoas podem viabilizar a criação com o encaminhamento para a Editora Inspire que atua na finalização dos materiais. Além disso, é possível formar um bom grupo com alguns funcionários chaves com formação específica e um grupo motivado de voluntários interessados que acreditam na visão da igreja. Essas pessoas são fundamentais no processo, pois se dispõem a colocar seus dons e habilidades de ensino a favor da educação do povo de Deus. Uma das ações da Base de Discipulado neste sentido é o de revitalizar o chamado ministerial dos mestres da igreja. Entendemos que eles são essenciais para o desenvolvimento estruturado da igreja local protegendo-a das heresias, como ensino relevante e de alta qualidade teológica e técnica. © Editora Inspire ORGANIZAÇÃO DO CIRCUITO VIDA Todas as ferramentas disponibilizadas no CV estão organizadas em função dos Estados de Compromisso com Deus apresentados no capítulo anterior. Essas ferramentas abrangem diferentes metodologias de aplicação de conteúdo, considerando processos variados no processo de ensino-aprendizagem. Além do formato de aulas e treinamentos, temos a abordagem dos retiros. Os retiros espirituais são um instrumento maravilhoso dado pelo Senhor para o cuidado, cura, libertação e maturidade de nossa comunidade local. Eles foram desenvolvidos de forma natural ao longo do tempo, tiveram o apoio de nossa liderança e a aceitação dos membros e frequentadores. Eles acontecem em sua maioria no acampamento da igreja chamado Acampib, apresentado acima. 97 Nossos retiros proporcionam uma pausa necessária para dedicar tempo a Deus, à sua Palavra e ao crescimento no relacionamento com Ele. Eles são uma oportunidade de ensino intensivo, sempre ligado à prática da vida cristã, levando a um entendimento claro do que Deus espera de cada um de nós e a oportunidade imediata de praticar o que Ele pede. Nos retiros trazemos foco aos assuntos, criando ambiente temático e ministrações relevantes; proporcionamos que a pessoa seja separada da agitação de sua rotina e das atividades estressantes do seu cotidiano; aplicamos uma metodologia de ensino voltada à vivência; e fornecemos acompanhamento direto da equipe. Todos os retiros e cursos são ministrados pelos pastores e ministros da igreja ou voluntários sob a devida supervisão. Sendo assim, seguem as ferramentas oferecidas no CV de formação espiritual, de acordo com o Estado de Compromisso com Deus da pessoa. Estado do ENCONTRO © Editora Inspire 1. Retiro Inspiração: é um retiro 100% evangelístico. O objetivo é alcançar os não-crentes através de um final de semana focado em gerar um encontro com Deus. A proposta é apresentar Jesus às pessoas de maneira clara, profunda e impactante com expectativa de salvação e integração ágil na igreja por meio das células. Neste retiro abordamos temas como nosso relacionamento com Deus versus religião. Mostramos que há uma separação entre o homem e Deus através do pecado. Entretanto, apresentamos a graça de Deus e a possibilidade de um retorno genuíno para Deus através do arrependimento, que precisamos demonstrar, e do perdão que Deus nos concede através de Jesus. Mostramos qual o significado de recebermos uma nova vida e perceber que tudo se fez novo, esclarecendo sobre o Batismo. O retiro dá uma oportunidade muito clara para se receber Jesus e ser batizado ao final, se assim o participante desejar. Oferecido pela Base de Missões. 2. Programa de Prevenção às Drogas: atualmente este programa é composto por ações como palestras e cursos, tanto para vulneráveis, quanto para adictos e familiares de adictos. As palestras são oferecidas em escolas, fundações e comunidades com conteúdo específico para 98 três faixas etárias: 08 a 13, 14 a 18 e acima de 18 anos. Há palestras preventivas, instrutivas ou voltadas para a restauração da pessoa. Além disso, são oferecidas palestras voltadas para as famílias no que tange à codependência. Dependendo da demanda, as palestras podem ser únicas ou num contexto de ciclos, contemplando também a formação de monitores (pessoas com mais de 18 anos) para lidar com um adicto em substância psicoativa. A agenda dessas palestras depende das solicitações, mas a igreja mantém palestras fixas aos sábados, além de oferecer atendimentos individuais. O programa pretende oferecer mais cursos voltados para uma formação básica de como orientar, atender e mentorear um adicto e seu familiar no assunto endêmico das drogas. Oferecido pela Faixa Etária de Adultos. 3. Celebrando Recuperação: o Celebrando Recuperação (CR) é um programa de longo prazo que visa lidar com traumas, maus hábitos e vícios, todos altamente prejudiciais à saúde espiritual e emocional do ser humano. No CR, encontramos apoio e ajuda para vencer essas situações e para viver plenamente a graça de Cristo. A visão do ministério é: “ver todas as pessoas vivendo de forma saudável e equilibrada em seus relacionamentos: com Deus, consigo mesmo e com os outros”. Já a sua missão é: sensibilizar e encorajar as pessoas para o crescimento espiritual e emocional, oferecendo um ambiente seguro onde as mesmas possam experimentar da graça curadora de Jesus, livrando-se assim de todos os tipos de traumas, vícios e maus hábitos. Seus valores são: dependência de Deus, autenticidade nos relacionamentos, responsabilidade pessoal, encorajamento diário e autoavaliação continua. Ele acontece como um programa anual com encontros semanais organizados em dois momentos: a celebração com a palestra e a partilha em grupo de apoio temático. Nossa igreja tem vivido o Celebrando Recuperação como estilo de vida. Essa ferramenta é usada por Jesus para agregar valor à nossa vida e transformar nossas dores, feridas, vícios, maus hábitos e pecados em ministérios, pois onde Jesus nos curou podemos ser usados como canal da cura ao compartilharmos essa cura em todos os nossos relacionamentos. Por isso, a importância de todos passarem por esse processo em suas vidas e serem, assim, agentes de multiplicação, primeiro em si mesmo, depois em suas células, GDP, família e em todos os relacionamentos. Oferecido pela Base de Discipulado. © Editora Inspire 99 4. Retiro Rendição: é um retiro para os que estão frequentando o Celebrando Recuperação, pois no caminho dos 12 passos, o quarto é: “Farei um minucioso e destemido inventário moral de mim mesmo.” (Romanos 12.1). Este inventário propicia um momento para que a pessoa receba revelação do Espírito Santo para perdoar, compreender e amar mais. É sua última olhada para o passado para receber cura. O retiro nasceu em virtude de ser este passo um momento crítico na vida dos que frequentam o CR, pois até então eles recebem conteúdo e ministrações, sem movimentação dos participantes. Como o inventário é um trampolim para uma completa recuperação e muitos desistem ou pulam esta etapa, há uma notável diminuição nesta fase dos que frequentam o CR. Neste retiro, temos ajuntamentos esclarecedores com liberação para a escrita de sua história de vida, sempre incentivando, cuidando e orando para que a pessoa sinta-se a vontade para escrever seu inventário. Para participar é preciso ser, no mínimo, um frequentador da PIB ou Igreja da Cidade, que esteja fazendo o CR. Oferecido pela Base de Discipulado. 5. Curso de Gestantes: curso livre para fornecer conhecimentos práticos para pais grávidos, além de ministração ao bebê. Duração de 7 encontros quinzenais aos domingos. Oferecido pela Faixa Etária dos Adultos. © Editora Inspire 6. Conhecendo mais a Deus: curso livre para apresentar aspectos da vida cristã para o suporte ao crescimento espiritual do participante. Duração de 12 encontros semanais em diferentes dias da semana. Oferecido pela Base de Discipulado e pelo Instituto Propósitos de Ensino (IPE). Estado da CONVIVÊNCIA 1. Aconselhamento Cristão: curso livre para formação de conselheiros cristãos no contexto da igreja. Duração de dois anos com aulas mensais aos sábados. Oferecido pelo IPE em parceria com o Instituto Integração da Família (INIF). 2. Aliança com Deus: curso livre que aborda princípios bíblicos para o relacionamento conjugal a namorados ou noivos com vista ao casamento e a casais casados que desejam investir em seu relacionamento. Duração de 10 encontros semanais aos domingos. É aberto para casais não evangélicos. Oferecido pela Faixa Etária dos Adultos. 100 3. A Rede: é uma ferramenta para que os universitários cristãos possam levar o Evangelho a seus colegas e professores de maneira contextualizada e criativa. O intuito dos encontros nas faculdades é ajudar os universitários cristãos a criar um ambiente propício para falarem dos seus valores e estilo de vida, ou seja, de Cristo. Além disso, o objetivo de aRede é proporcionar a criação de amizade verdadeira entre os estudantes através de testemunho vivo. E também para instigar os não cristãos a questionarem sua percepção de verdade e valor. Os universitários de aRede se reúnem nas universidades uma vez por semana, geralmente (mas não obrigatoriamente) no horário do intervalo. Oferecido pela Faixa Etária da Juventude. 4. Casados para sempre: curso livre para casais aprimorarem conhecimentos sobre o relacionamento conjugal baseado em princípios bíblicos. Duração de 14 encontros em dias e horários variados. Oferecido pela Faixa Etária dos Adultos. Estado do RELACIONAMENTO © Editora Inspire 1. Retiro e Encontro Satisfação: baseia-se nas metáforas de João 15 e ministra diretamente na identidade do que recebeu a salvação em Cristo Jesus. Percebemos que há um pensamento norteando a maioria dos crentes, de que é necessário um grande esforço para chegarem a algum lugar e para crescerem. Entretanto, cremos que uma coisa só é preciso: estar conectados à Videira para recebermos, regozijarmos e repartirmos. Este retiro foi inspirado nos livros: A vida que satisfaz (MCCORD, 2008); Discipulado celestial (WELLS, 2007), Problemas, oração e presença de Deus (WELLS, 2004) e Perdido no Deserto (WELLS, 2008). Para participar a pessoa precisa ser, no mínimo, um frequentador da PIB ou Igreja da Cidade. Oferecido pela Base do Discipulado. 2. Conhecendo mais a Igreja: este curso é livre e visa apresentar a igreja e o jeito de ser da PIB para aqueles que já são crentes oriundos de outra igreja. É pré-requisito para a integração e membresia na PIB. Sua duração é de 13 encontros com aulas semanais em diferentes dias da semana. Oferecido pela Base de Comunhão. 101 3. Conhecendo mais a Bíblia: este curso é livre e visa apresentar um resumo do panorama bíblico com seus livros e personagens. Duração de 12 encontros semanais em diferentes dias da semana. Oferecido pela Base de Discipulado e pelo IPE. 4. Conhecendo mais a Fé Cristã: curso livre com a missão de conduzir a pessoa ao entendimento das doutrinas mais elementares da fé cristã, sob a perspectiva de nossa igreja. Duração de 12 encontros semanais em diferentes dias da semana. Oferecido pela Base de Discipulado e pelo IPE. 5. Retiro Feminina: este retiro reforça a ação do gênero em nossa espiritualidade e, através de cura, resgatam a essência da mulher na identidade espiritual. Oferecido pela Faixa Etária de Adultos. 6. Básico em Teologia: curso livre para formação intermediária em Teologia. Duração de um ano com aulas dois dias na semana. Oferecido pelo IPE. 7. Básico em Missões: curso livre para formação intermediária em Missões. Duração de um ano com aulas dois dias na semana. Oferecido pelo IPE. © Editora Inspire 8. Águas que marcam: curso livre para instruir o participante a respeito dos assuntos bíblicos relacionados ao Batismo. Sua duração é de duas horas e ele acontece semanalmente em dias variados na semana. Oferecido pela Base de Comunhão. 9. FORMA: ajuda o participante a descobrir o seu próprio ministério e contribuir no Reino de Deus com seus dons, suas habilidades e suas aptidões. O curso tem duração de 2 horas e acontece em todo 2º domingo do mês. Estado da DOAÇÃO 1. Káris: curso livre para formação de ministradores na área de cura e libertação no contexto da igreja. Sua duração é de um ano e suas aulas são oferecidas aos domingos quinzenalmente. É necessário ser indicado por um pastor ou pelos líderes dos ministérios CR, Intercessão, Libertação ou Retiro Restauração. 102 2. Retiro Restauração: tem como objetivo levar as pessoas a uma auto avaliação perante Deus, trazendo à mente o passado que ainda é presente. A pessoa é levada a conhecer a verdade em Cristo, confiar e acreditar no sacrifício de Jesus de modo que, tanto as pequenas, quanto as maiores situações em sua vida, estão sob o olhar atento do Senhor Jesus. Ao reconhecermos tudo isso perante Deus, reconhecemos e identificamos pontos relevantes em nossas vidas que precisam ser tratados como: quebra de alianças passadas, confissão de pecados que ainda fazem parte de nossas vidas e reconquista de relacionamentos perdidos. É um retiro de cura interior e libertação no qual abordamos como temas: arrependimento, orgulho, perdão, vida financeira, paternidade, submissão, contaminação espiritual, pecados escravizadores, herança geracional, Espírito Santo, e restauração de sonhos. Para participar, a pessoa precisa ser um membro há mais de 6 meses da PIB ou Igreja da Cidade e ter feito o Retiro Satisfação. Além disso, precisa estar em uma célula. Organizado pela Base de Discipulado. 3. Retiro Homens de Honra: este retiro reforça a ação do gênero em nossa espiritualidade e, através de cura, resgatam a essência do homem na identidade espiritual. Tem como pré-requisito o Retiro Restauração. Oferecido pela Faixa Etária de Adultos. © Editora Inspire 4. Liderança de Célula: curso livre para formação de líderes de célula no contexto da igreja. O curso tem duração de 14 semanas e as aulas são semanais. Oferecido pela Base de Discipulado e pelo IPE. 5. Formação em Teologia: curso livre em formato de graduação em Teologia. Duração de três anos com aulas semanais durante toda a semana. Oferecido pelo IPE. Estado da INTIMIDADE Este estado é marcado pelo desenvolvimento de hábitos espirituais naturais. Por isso, são valorizados ambientes de solitude, contemplação, adoração, leitura da Palavra, reflexão teológica, confissão e oração, os quais só são possíveis depois de uma caminhada longa e processual. Nesta caminhada, cremos que é o próprio Espírito Santo quem forja e cuida de nós, possibilitando um nível de intimidade profundo com Deus. Quando 103 chegamos a este nível somos Guiados Pelo Senhor (GPS) em nosso pleno potencial para com Ele. Esta interação com o Espírito Santo acontece também nos outros estados, durante toda a vida do cristão. No estado de intimidade isso é plenamente natural. Neste ponto cada membro é incentivado a fazer os devocionais da igreja, a participar das Madrugadas de Oração, das vigílias, das 24 Horas de Adoração etc. © Editora Inspire 104 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. O que é o Circuito Vida? 2. O que precisamos considerar como relevante na decisão de discipular alguém? 3. Cite os elementos que fornecem estrutura de apoio ao discipulado. 4. Revise as ações do Circuito Vida em cada Estado de Compromisso com Deus. © Editora Inspire 105 BIBLIOGRAFIA BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2000. MCCORD, C. A vida que satisfaz. São José dos Campos: Propósitos Treinamentos e Recursos, 2008. RICHARDS, L.O. Teologia da Educação Cristã. 2ª edição. São Paulo: Vida Nova, 1983. WELLS, M. Perdido no deserto. 4ª ed. Santo Amaro: Abba Press, 2008. WELLS, M. Discipulado celestial. Santo Amaro: Abba Press, 2007. WELLS, M. Problemas, presença de Deus e oração. 3ª ed. Santo Amaro: Abba Press, 2007. © Editora Inspire LEITURA OBRIGATÓRIA RICHARDS, L.O. Teologia da Educação Cristã. 2ª edição. São Paulo: Vida Nova, 1983. WEBGRAFIA COLÉGIO. Disponível em: http://colegioinspire.com.br/. Acessado em: abr/2015. EDITORA. Disponível em: http://www.lojainspire.com.br/. Acessado em: abr/2015. 106 © Editora Inspire 107 7. DISCIPLINA E CUIDADO PASTORAL A Igreja existe por causa do perdão dos pecados, que oferece ao ser humano uma nova chance de se achegar a Deus. Entretanto, algumas pessoas se esquecem desta prioridade, transformando o seguir a Jesus num fardo de culpa e de religiosidade. São pessoas que preferem viver atualizando listas e mais listas de pecados, sendo que o mais importante é o valor incalculável do ser humano, reflexo do sangue do Autor da vida. É o amor infinito de Deus que cria condições de comunhão entre o homem e Seu Espírito que é Santo. Por isso, viver com Deus exige santidade. A santidade é a bússola da Igreja para seguir a Jesus. O próprio Deus nos orienta quanto a isso: “Pois eu sou o SENHOR, o Deus de vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo” Levítico 11.44a. A Palavra de Deus descreve a Igreja como noiva. Nunca vimos uma noiva desarrumada ou suja no dia do seu casamento. Neste dia, ela deve estar adornada e enfeitada. Como líderes da Igreja, somos responsáveis pela beleza dessa noiva. Torná-la desejável faz parte do processo de apressar a vinda do Noivo. As bodas do Cordeiro dependem do avanço do Reino e do aprontar da noiva. Talvez por isso, exista mesmo a sensação de um “atraso” nesse casamento: a noiva ainda não está devidamente pronta. Mas uma coisa pode ser afirmada: o Noivo está pronto. Precisamos, portanto, aprontar a noiva. Afinal, como o Espírito Santo mora nessa casa, temos tudo que precisamos para enfeitá-la através dos mandamentos do Senhor: “Os teus mandamentos permanecem firmes e fiéis; a santidade, SENHOR, é o ornamento perpétuo da tua casa” Salmo 93.5. © Editora Inspire Assim, como líderes, todos devemos viver em santidade exemplarmente, como se não houvesse outra opção. Daremos conta da espiritualidade de nossos discípulos a Deus. O Jesus que apresentamos é o modelo a ser seguido. O apóstolo Paulo advertiu assim a seu discípulo Timóteo: “Continue a lembrar essas coisas a todos, advertindo-os solenemente diante de Deus, para que não se envolvam em discussões acerca de 108 palavras; isso não traz proveito, e serve apenas para perverter os ouvintes. Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade. Evite as conversas inúteis e profanas, pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais para a impiedade” 2 Timóteo 2.14-16. Nesse processo de santificação da Igreja, a disciplina se faz necessária. Indicar o caminho para aqueles que estão numa nova vida com Cristo, às vezes implica em disciplina. Isso reflete amor e zelo pelos filhos: “Pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho” Hebreus 12.6. Conforme Oswaldo Carreiro (2015), “Através da Sua Palavra, o Senhor já concedeu, aos seus filhos e Igreja, instruções claras quanto à disciplina. Muito antes de nós pensarmos na disciplina eclesiástica, Deus já planejou tudo para o crescimento sadio da Sua Igreja. Cabe a nós aplicarmos o que Ele já estabeleceu. Ao escrever aos coríntios, Paulo utilizou a figura ‘bebês em Cristo’ para caracterizar os coríntios imaturos (1 Coríntios 3.1), porque não manifestaram sinais da sua filiação divina, mas sim, humana e carnal. Através do ensino bíblico, o cristão é encorajado a pensar e agir de forma a imitar o seu Senhor, evitando os erros de ignorância e negligência. ‘Ensinar’, ‘exortar’, ‘educar’, ‘admoestar’, ‘repreender’, ‘corrigir’, são termos encontrados no Novo Testamento para a disciplina eclesiástica. A falta da disciplina ‘positiva’, através do ‘ensino’, contribui para problemas mais graves, e, consequentemente, leva à disciplina ‘negativa’, ou seja, o afastamento da comunhão até que o pecador se arrependa.” © Editora Inspire PROPÓSITOS DA DISCIPLINA Oswaldo Carreiro (2015) sistematizou bem a finalidade da disciplina. Ele expõe biblicamente que o objetivo principal da disciplina não é afastar o ofensor da igreja, mas, sim, de recuperá-lo. É a Igreja quem possui a responsabilidade de proferir o perdão ou o juízo aos que insistirem no pecado, conforme Mateus 18.15-17. Sendo assim, os propósitos da disciplina expostos na Bíblia, são (CARREIRO, 2015): 109 1. Glorificar a Deus: Mateus 18.15-19, Romanos 16.17, 1 Coríntios 5, 1 Tessalonicenses 5.14, 1 Timóteo 5.20, Tito 1.13; 3.10 e Apocalipse 2.14, 20. 2. Recuperar o ofensor: Mateus 18 e 2 Tessalonicenses 3.15. 3. Manter a pureza e a consagração da Ceia: 1 Coríntios 5.6-8; 11.27. 4. Exigir a integridade e a honra de Cristo e da Sua Palavra: 2 Coríntios 2.9, 17. 5. Impedir que Deus se volte contra a Igreja: Apocalipse 2.14-25; 3.3. 6. Impedir que outros caiam em pecado: 1 Timóteo 5.20. Russel Shedd (1983) enfatiza o amor como elemento principal na execução da disciplina na igreja. Antes, a exortação deve ser à base de compreensão, afeto e carinho. Para compreender essa ação tão importante na igreja, Shedd destaca expressões bíblicas relacionadas à disciplina. Tais expressões apontam o sentido da disciplina, além de sua intensidade. Eis algumas delas: 1. Ensino (didaskalia e didachē): o ensino é fundamental ao discipulado. Aquele que recebe a devida instrução evita o pecado e a desobediência. Em todo o Novo Testamento há um destaque especial para o ensino das verdades de Deus. Jesus investiu muitas horas no ensino aos seus discípulos, já que eles precisavam interiorizar as verdades de Seu ensino, além de serem preparados para liderarem a Igreja. Percebemos essa dedicação também em Paulo. Havia nele um anseio em apresentar toda a verdade de Deus. A disciplina só faz sentido numa comunidade que recebeu o bom ensino dos desígnios de Deus. © Editora Inspire 2. Exortação (paraklesis): expressão relacionada à função do Espírito Santo. Muito ligada ao lembrar ou conduzir a pessoa o caminho de vida em santidade. É “exercer influência sobre a vontade e as decisões de outrem com o intuito de encorajá-lo a observar certas instruções. A exortação sempre pressupõe algum conhecimento prévio” (BROWN, 2000). Portanto, exortar é uma tarefa do próprio Espírito Santo, mas não somente Dele. As cartas paulinas demonstram Paulo exortando seus discípulos, como em Romanos 12.1, Gálatas 1.7-9, Efésios 4.1, 1 Coríntios 4.21, 2 Coríntios 13.10 e Filipenses 3.3-9. 3. Educação (paideia): esta expressão denota para uma compreensão abrangente da disciplina do Novo Testamento. Está relacionada com a 110 correção aplicada aos filhos pelo pai que ama e pressupõe a possibilidade do castigo. É uma expressão comum no texto de Hebreus 12.4-11 que aborda o método educacional de Deus com o seu povo. Tal método quase sempre gera tristeza (Hebreus 12.11), pois reflete uma mudança de curso. Aquele que está sendo educado por Deus precisa ter uma atitude de reverência e temor (Hebreus 12.5). Toda disciplina comporta um processo educativo, onde Deus é o único capaz de executar, aplicando o devido castigo ou correção para aquele que resistem uma vida de completa rendição e santidade. 4. Admoestação ou Advertência (nouthēsia): enquanto a exortação tem um sentido de encorajamento a fazer o que é certo, a admoestação é mais aplicada como uma advertência a um perigo iminente. Admoestar é mais intenso que exortar. É quando o pai deixa explícito o desejo de que o filho amadureça (1 Coríntios 4.14-16). Disciplinar neste sentido, não é só aplicar a vara como na educação, mas advertir quanto aos perigos e às consequências de andar longe do devido ensino, sendo a principal delas, a possível não comunhão com a Igreja. 5. Repreensão e convicção (elegxix, elegchos, elegmos): a convicção e a repreensão fazem parte do processo de disciplina na Igreja. O próprio Espírito Santo age nessa tarefa. Essa ação profunda de Deus no pecador é o que determina o sucesso da disciplina, pois é o Espírito Santo quem convence o pecador do pecado, da justiça e do juízo. Há três aspectos envolvidos aqui: (i) o convencimento do pecado, individualmente, em grupo ou diretamente pela igreja local (Mateus 18.15-17), considerando a possibilidade de desligamento (Mateus 18.18) pela falta de humildade e arrependimento; (ii) a responsabilidade da igreja em convencer os pecadores de seus erros (2 Timóteo 4.2 e Tito 1.12, 13). O próprio Pedro foi repreendido por Jesus (Marcos 8.31-33) e por Paulo (Gálatas 2.11, 14) quando agiu de maneira errada propiciando o surgimento de heresias; e (iii) a ação da igreja em repreender a iniquidade no mundo (Efésios 5.11). O cristão deve reprovar as obras infrutíferas das trevas. © Editora Inspire Como ensina Russel Shedd (1983), “a igreja local tem a responsabilidade de manter a disciplina, excluindo quem recusa admitir que pecou e rejeita o único caminho para a restauração pela confissão e arrependimento”. 111 SITUAÇÕES QUE EXIGEM DISCIPLINA Somos uma igreja bíblica. Isso significa que o padrão de conduta deve estar baseado nas Escrituras. A disciplina se aplica quando há a quebra dos padrões bíblicos na comunidade. A igreja local exerce o papel de promover a devida correção a partir da verdade e da instrução bíblicas. A disciplina torna-se necessária nos seguintes casos: 1. Quando o amor cristão for violado por ofensas: Mateus 18.15-18. 2. Quando a unidade cristã for violada por aqueles que formam facções e dividem a igreja local: 1 Coríntios 1.10-17, Romanos 16.17, 18 e Tito 3.10. 3. Quando a lei cristã for violada por aqueles que vivem escandalosamente: Tito 1.16, Mateus 15.19, 20, Romanos 13.8-14, Efésios 4.25-28, 2 Timóteo 3.2-5 e 1 Tessalonicenses 4.1-10. 4. Quando a verdade cristã for violada por aqueles que negam as doutrinas essenciais da fé: 1 Timóteo 1.19-20; 6.3-5, 2 João 7-11, 1 João 1.8; 3.14-17; 2.22; 4.2 e 5.5-8. © Editora Inspire 5. Quando o nome de Cristo for blasfemado por aqueles que “naufragaram na fé”: 1 Timóteo 1.19-20. Em todos os casos acima, podemos observar que a causa de medidas disciplinares mais severas será sempre a ausência de arrependimento. Considerando a perspectiva do cuidado, quem lidera precisa eventualmente disciplinar o que se encontra sob sua responsabilidade. Como pastores e líderes, precisamos agir sempre como uma ovelha que ensina outro a ser ovelha. A disciplina não pode ter como foco machucar as ovelhas. São os lobos que querem machucá-las. Quando Jesus ensina Seus discípulos a orar em Mateus 6, primeiro Ele explica o que não é oração, este mesmo método pode ser usado aqui para explicar a ideia bíblica de disciplina: não podemos confundir disciplina com punição, ou vingança. A punição pressupõe infligir penalidade; a vingança, fazer sofrer aquele que fez sofrer. Já a disciplina envolve a promoção do crescimento e a compaixão no cuidado. É corrigir se colocando no lugar daquele que errou e necessita de correção. O resultado da boa disciplina traz segurança para o ofensor arrependido e para a comunidade que aprende pelo exemplo. 112 PROCESSO DE DISCIPLINA NA IGREJA Disciplina sem processo vira punição. É preciso estabelecer, caso a caso, um processo de disciplina quando o pecado fica evidenciado em uma ovelha. A base para este processo é o ensino do próprio Jesus: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas, se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que ‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas’. Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e, se ele se recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano” Mateus 18.15-17. Por vezes, antes de qualquer contato ou confrontação, o irmão já é tratado como inimigo da igreja e de Deus, ou as pessoas começam a falar do assunto para toda a igreja menos para a pessoa. Entretanto, a orientação é muito clara no texto bíblico acima. Ela precisa ser seguida com a devida contextualização, aplicando-se diretamente à realidade de nossa igreja. Dessa forma, existem pecados que serão tratados apenas no âmbito da célula com mera ciência do coordenador. Já outros, serão levados adiante dentro de nossa rede de cuidado e responsabilidade. Alguns passos devem ser considerados neste processo: confissão, confrontação, tratamento, reparação e reconciliação. Todo o processo de disciplina deve levar em conta sempre o tempo de vida cristã da pessoa, a publicidade do pecado cometido e os danos e as pessoas envolvidas. © Editora Inspire Precisamos entender que Deus trata cada indivíduo de forma pessoal e específica. Não há um regimento interno para o comportamento dos membros da PIB. Este material pretende auxiliar o líder no trato com pessoas e seus pecados numa perspectiva bíblica, alinhada com a visão da igreja, considerando algumas experiências anteriores e suas consequências em nossa comunidade. A Palavra de Deus enfatiza o zelo com Deus e com a Igreja, além do cuidado com o ofensor como motivações para a disciplina. A forma como Paulo trata a imoralidade da igreja de Corinto demonstra para nós um princípio importante: o pecado deve gerar em nós indignação e certa tristeza, mas não devemos tolerá-lo, sem causar injustiças ou exageros: 113 “Por toda parte se ouve que há imoralidade entre vocês, imoralidade que não ocorre nem entre os pagãos, a ponto de um de vocês possuir a mulher de seu pai. (...) O orgulho de vocês não é bom. Vocês não sabem que um pouco de fermento faz toda a massa ficar fermentada? (...) Já lhes disse por carta que vocês não devem associar-se com pessoas imorais. Com isso não me refiro aos imorais deste mundo nem aos avarentos, aos ladrões ou aos idólatras. Se assim fosse, vocês precisariam sair deste mundo. Mas agora estou escrevendo que não devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão, seja imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês nem devem comer.” 1 Coríntios 5.1, 6, 9-11. Segundo o texto bíblico acima, é preciso considerar as pessoas da comunidade muito mais valiosas do que seus comportamentos, como Cristo fez. Servimos a um Deus que lança mão de processos. Seguimos um Jesus que se define como Caminho. Só existe um jeito de andar num caminho: um passo de cada vez. O equilíbrio não se confunde com apatia ou covardia, conforme 2 Timóteo 1.7: “Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio”. Provérbios 14.29 declara: “O homem paciente dá prova de grande entendimento”. © Editora Inspire Para respeitar essa ideia, cada situação deve ser observada atentamente com o máximo de informação possível. Cada pessoa deve ser ouvida, pois toda história tem mais de um lado. Então, ao saber de um fato que exija disciplina é preciso atentar para algumas considerações importantes: 1. Levante todas as informações possíveis e ouça todos os lados. 2. Diga a quem veio contar a situação, que precisará eventualmente levar o caso ao conhecimento de líderes e do ofensor. Será preciso abordar quem trouxe a informação e como ela chegou a você. Quem trouxe a informação precisará sustentar o que disse diante de quem for necessário. 3. Chame as partes para conversar, separadamente e depois juntas. 4. Dependendo das complicações, diga que terão outra conversa e então chame seu coordenador. Dependendo da gravidade será necessário chamar em outras instâncias, como seu supervisor até o pastor de rede. 5. Considere que cada caso é um caso. Não generalize procedimentos. 114 6. Depois de um consenso, estabeleça um processo de recuperação e alguém para acompanhar. A pessoa deve ser afastada de todas as suas atividades ministeriais para focar na recuperação. Exemplo: participar do CR, fazer um retiro específico, ir a um culto específico etc. 7. Em alguns casos será necessário a pessoa confessar na célula, ou em outro ambiente com grupo pequeno e diretamente ligado ao fato. 8. Os familiares próximos precisam ser avisados. No caso de menores de idade isso é fundamental. 9. Se houver necessidade de reparação financeira, é necessário levantar a dívida e como será paga. 10. Se o problema envolver questões jurídicas, é preciso considerar o envolvimento de profissionais do Direito, envolvendo os devidos órgãos específicos responsáveis por processos peculiares. 11. Toda disciplina tem prazo para acabar e posturas a serem avaliadas posteriormente. 12. Uma vez terminada a disciplina, a pessoa é reintroduzida às atividades normais, mas durante um tempo é acompanhada de perto e precisará prestar contas de suas atividades e funções. © Editora Inspire Negligenciar a disciplina bíblica significa correr o risco de permitir que a igreja tenha brechas e sofra. Como crentes devemos nos disciplinar a nós mesmos (1 Coríntios 9.24-27) e, como igreja, temos o dever de seguir a ordem bíblica: “Tudo deve ser feito com decância e ordem” 1 Coríntios 14.40. O alvo da igreja é buscar todos os meios e medidas pelas quais possa crescer em santificação. É procurar ter seus membros cada vez mais parecidos com Cristo em toda a sua maneira de viver, a fim de ganhar muitos para Jesus, apressar sua volta e honrar a cruz de Cristo em todos os sentidos. 115 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Qual a importância da disciplina para a Igreja? Dica: reflita na ideia de que a Igreja é a noiva de Cristo. 2. Quais são os propósitos da disciplina? Use textos bíblicos para o devido embasamento. 3. Aborde as expressões bíblicas relacionadas com a disciplina abordadas por Russel Shedd e explicitadas acima. 4. Quais são as situações que exigem a disciplina? 5. Cite considerações importantes no processo de disciplina. © Editora Inspire 116 BIBLIOGRAFIA BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2000. BROWN, C. O Novo Dicionário de Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2000. SHEDD, R.P. Disciplina na igreja. São Paulo: Vida Nova, 1983. LEITURA OBRIGATÓRIA SHEDD, R.P. Disciplina na igreja. São Paulo: Vida Nova, 1983. © Editora Inspire WEBGRAFIA CARREIRO, O. Disponível em: http://www.ibcu.org.br/escolabiblica/Escola%20B%EDblica%20-%20Recursos%20Dispon%EDveis/Doutrinas_Eclesiologia-Igreja%20Hoje/20101226/Eclesiologia-aula5.pdf. Acessado em: abr/2015. 117 8. PRINCÍPIOS DE ACONSELHAMENTO O conselheiro cristão procura levar pessoas a um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, ajudando-as, assim, a encontrar perdão e a se livrar dos efeitos incapacitantes do pecado e da culpa. Como lemos em Colossenses 3.16a: “Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria”. O objetivo final do cristão é ajudar outros a se tornarem discípulos de Cristo e a discipular outras pessoas. Assim, no ambiente de célula, temos a oportunidade de usar essa ferramenta para que aqueles a quem Deus ama cresçam no conhecimento de Cristo, sigam Seus passos e orientações e vivam a vida plena por Ele prometida. Como lemos em 1 Tessalonicenses 3.12: “Que o Senhor faça crescer e transbordar o amor que vocês têm uns para com os outros e para com todos, a exemplo do nosso amor por vocês”. O conselheiro procura estimular o crescimento espiritual do aconselhando e encorajar a confissão dos pecados para recebimento do perdão divino. Além disso, ajuda a moldar padrões, atitudes, valores e estilo de vida cristãos. Apresenta a mensagem do Evangelho, encoraja o aconselhando a entregar sua vida a Jesus se ainda não o fez e estimula-o a desenvolver valores e padrões de conduta baseados nos ensinos da Bíblia, em vez de viver de acordo com os modos, maneiras e cultura humanas. Ele faz tudo isso em um ambiente seguro, assegurando-se de que nunca quebrará o sigilo das conversas que manteve com seus discípulos, a não ser em casos excepcionais em que isso é necessário, e sempre com a ciência do aconselhando, assim sempre merecendo a confiança dos seus líderes e de seus liderados, como convém aos que servem ao Senhor. © Editora Inspire O ACONSELHAMENTO CRISTÃO NA CÉLULA A célula é o ambiente propício para que a ferramenta do aconselhamento seja usada para a formação de discípulos de Cristo. Este é o lugar onde as dúvidas, os anseios, as circunstâncias do dia a dia são vistas e vividas de perto. É o ambiente de um pastoreio próximo e contínuo. Para isso, temos 118 que nos lembrar de um princípio: o maior objetivo de um aconselhamento na célula é guiar o outro a fazer o que Jesus faria em cada situação. Certamente, Jesus é o melhor modelo que temos, pois Ele é o nosso “maravilhoso conselheiro” Isaías 9.6. Dependendo da situação, das características da pessoa aconselhada e da natureza do problema, Jesus usava maneiras diferenciadas de abordagem. Às vezes, Ele simplesmente ouvia com atenção, sem dar nenhuma orientação direta. Em outras ocasiões, ensinava com palavras claras e firmes. Jesus animava e amparava, mas também questionava e contestava. Acolhia os pecadores e necessitados, mas também requeria deles arrependimento, obediência e ação. O que torna o aconselhamento cristão realmente único é justamente a influência e a presença do Espírito Santo. É Ele quem capacita o conselheiro, dando-lhe as características que o tornam mais eficiente no desempenho de sua tarefa: amor, paz, longaminidade, benigdade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gálatas 5.22-23). O aconselhamento bíblico está fundamentado sobre o seguinte princípio: Deus tem-nos falado por meio das Escrituras. Nela, Ele tem nos revelado tudo quanto precisamos saber sobre Ele, nós mesmos e sobre o mundo ao nosso redor (2 Pedro 1.3). © Editora Inspire Considerando o quanto Deus revelou acerca da Sua pessoa e de nós mesmos, vemos que o conselho oferecido pelas Escrituras é amplo em seu alcance, ao tratar não apenas o conjunto dos problemas da vida, mas também dos problemas típicos da atualidade como depressão, ansiedade, amargura, vícios e assim por diante. Saber que a Palavra de Deus não silencia a respeito de qualquer desafio com o qual podemos nos deparar é de grande conforto para nós (2 Timóteo 3.16-17). Por isso devemos conhecê-la profundamente e estudá-la com afinco, estando prontos para usá-la com segurança e propriedade sempre que for necessário. O aconselhamento bíblico leva em conta que todos os aspectos da vida são vividos diante de Deus e procura lidar com esta característica central da nossa vida. Ele é completo somente quando considera nosso relacionamento com Deus e nos dirige a Ele e a tudo que Ele ensina e mostra. 119 PSICOLOGIA À LUZ DA BÍBLIA Temos grande influência secular no aconselhamento. No Brasil, ele é realizado principalmente nas salas de psicologia. A palavra “psicologia” significa, literalmente, “o estudo da alma”. Antes de Sigmund Freud, o pai da psicologia moderna, o estudo da alma era tido como uma disciplina espiritual. Estava inerentemente ligado à vivencia espiritual. A principal contribuição (negativa) de Freud foi definir a alma humana e o estudo do comportamento humano em termos absolutamente seculares. Ele separou completamente a antropologia da esfera espiritual e, por conseguinte, abriu espaço para teorias ateístas, humanistas e racionalistas acerca do comportamento humano, que hoje permeiam nossa cultura e afastam o homem Daquele que melhor o entende: o seu Criador. Assim, mais do que qualquer coisa, precisamos da ajuda do Alto, em todo o tempo. É claro, o Senhor usa profissionais psicólogos e psiquiatras para ajudar os que Ele ama também, mas sempre vamos colocar os conselhos à luz da Bíblia e segui-los, apenas, se forem condizentes com ela. O CONSELHEIRO © Editora Inspire Com tudo isto em mente, podemos resumir como alguns dos requisitos básicos para o conselheiro bíblico: 1. Ter um relacionamento pessoal com Cristo (Efésios 2.8-9; 2 Timóteo 1.8-9). 2. Estudar regularmente as Escrituras (Salmo 119.11). 3. Ter uma vida firme de oração (1 Tessalonicenses 5.17; Colossenses 4.2; Lucas 6.12; Mateus 6.5-9). 4. Estar comprometido com a igreja local (Filipenses 1.1). 5. Possuir uma teologia sadia e biblicamente correta (1 Timóteo 4.16). 6. Possuir um caráter aprovado (2 Timóteo 2.15). 7. Estabelecer como alvo de vida a semelhança com Cristo (Romanos 8.28). 8. Cultivar uma atitude de servo (Marcos 10.42-45) 120 Durante o aconselhamento, o conselheiro deve sempre: 1. Orar. 2. Sempre citar a Palavra de Deus para basear toda a conversa. 3. Confrontar gentilmente com os princípios bíblicos. 4. Encorajar o aconselhado a se envolver nas atividades da igreja, como Circuito Vida, seus cursos e retiros e o Celebrando Recuperação, bem como as celebrações e todas as atividades da célula. PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O ACONSELHAMENTO Existem algumas características essenciais às conversas para aconselhamento. Vamos abordar algumas das mais importantes. Em primeiro lugar, precisamos de empatia para toda a nossa ação enquanto aconselhamos e não apenas simpatia. Essa palavra deriva da palavra grega empatheia, que significa “sentir em” ou “sentir com”. No aconselhamento, o ajudador eficaz procura ver e entender o problema do ponto de vista do ajudando. “Por que está tão perturbado?” poderíamos perguntar. “Como ele vê a situação?”. “Se eu fosse ele, como me sentiria?”. A empatia procura se colocar no lugar do outro, ver de seu ponto de vista, para daquele ponto poder levá-lo para o que Cristo ensina. © Editora Inspire O calor humano é quase um sinônimo de importar-se com alguém e é extremamente necessário em situações de aconselhamento. É uma amabilidade e consideração que se revelam na expressão do rosto, no tom da voz, nos gestos, na postura, no contato com os olhos e qualquer outro comportamento não verbal tal como cuidar do conforto do ajudando. O calor diz: “importo-me com você”. Aqui, como em tantos aspectos do comportamento humano, as ações falam mais alto do que as palavras. O ajudador, que realmente se importa com as pessoas, não precisará anunciar verbalmente sua solicitude, todos poderão percebê-la. Outro ponto necessário é a autenticidade. Ela significa que as palavras do ajudador são consistentes com as suas ações; ele pode dizer: “faça o que eu faço e não apenas o que digo”. Procure ser honesto com o auxiliado e evite qualquer declaração ou comportamento que possa ser considerado falso ou insincero. Seja sempre autêntico. Cabe aqui lembrar que, muitas 121 vezes, os conselheiros impõem sobre si mesmos um fardo, o de acreditar que devem ser perfeitos, saber sempre o que dizer e o que fazer, nunca cometer erros e ter sempre o conhecimento e a habilidade necessários para resolver qualquer problema. Conselheiros deste tipo têm dificuldade de admitir suas próprias fraquezas e falta de conhecimento em algum assunto ou questão. Eles ficam tão ansiosos de serem bem sucedidos que se tornam artificiais, distantes e até pretensiosos. Fuja disso. Nos momentos de aconselhamento, precisamos optar pela cautela, e evitar toda e qualquer precipitação. Devemos ouvir muito antes de falar qualquer coisa. Precisamos fazer perguntas e procurar entender bem o que está acontecendo. Não podemos, de maneira alguma, ser rápidos em julgar uma situação! Não podemos, nunca, “dar vereditos” sem saber todas as implicações envolvidas na situação. Sempre use de muita cautela. Alguns conselheiros rotulam as pessoas com muita rapidez (por ex. “cristão carnal”, “solteirão despreocupado”, ou “um tipo fleumático”) e depois despacham os indivíduos com avaliações precipitadas, uma rápida confrontação ou um conselho inflexível. Ninguém gosta de ser tratado com tanto desrespeito. A cautela também é muito importante no que diz respeito ao aconselhamento de sexo oposto. Poderão haver, sim, momentos de ajuda, mas eles nunca se prolongarão muito. Homens aconselham homens, mulheres aconselham mulheres, essa é a regra geral. Quando for preciso aconselhar alguém do sexo oposto, isso acontecerá em local público ou aberto, e sempre haverá muita cautela e respeito. Sempre se encaminhará essa pessoa para ser aconselhada por alguém do mesmo sexo, em seguida. Sempre evite toques inapropriados, elogios excessivos: use de bom senso. Lembre-se sempre de fazer o que Jesus faria. © Editora Inspire Use sempre de imparcialidade e vigie para não se deixar levar por pré-conceitos. Há momentos em que o aconselhando precisa ser confrontado por causa de um pecado ou comportamento inadequado, mas isso não é o mesmo que condenar ou pregar para a pessoa durante a sessão de aconselhamento. Jesus nunca fez vista grossa para o pecado, mas entendia os pecadores e sempre demonstrava bondade e respeito por aqueles que desejam aprender, arrepender-se e mudar seu estilo de vida, como a mulher no poço de Jacó. 122 Jamais dê ordens em vez de explicar. Este é um erro comum e pode ser um reflexo do desejo inconsciente do conselheiro de dominar e exercer controle. Quando os aconselhandos recebem instruções sobre o que devem fazer, como ordens, eles acabam confundindo a opinião do conselheiro cristão com a vontade de Deus, sentem-se culpados e incompetentes se não seguirem o conselho recebido e raramente aprendem como amadurecer espiritual e emocionalmente, até o ponto de decidirem tomar todas as suas decisões sem qualquer ajuda. Assim, o conselheiro deve sempre guiar o aconselhando ao que Jesus faria, apontar para Ele, mostrar na Palavra o que o Senhor ensina e pemitir que o aconselhando tome as suas próprias decisões, de maneira sadia e firme em Cristo. Não permita envolvimento emocional; em vez disso, use de objetividade. O excesso de envolvimento emocional (pena, dó, ajudar sem permitir que o aconselhando “aprenda a pescar”, permitir que o aconselhando se torne dependente do conselheiro, entre outros) pode fazer com que o conselheiro perca a objetividade, o que reduz a eficácia do aconselhamento. O conselheiro deve colocar limites para manter o foco do aconselhamento. Não seja impaciente, mas seja realista. Alguns deixam-se tomar pelo desânimo quando não veem progresso imediato. No entanto, o mais comum é levar um tempo até que o aconselhando abandone sua maneira de pensar e seu comportamento anteriores, substituindo-os por algo novo e melhor. © Editora Inspire Alguns conselheiros podem, vez ou outra, se sentir ameaçados durante o aconselhamento. A capacidade de ouvir com empatia fica bloqueada quando estamos sendo criticados, quando temos consciência de que não estamos ajudando, quando nos sentimos culpados ou, ainda, quando o aconselhando parece que vai nos agredir. Nesse caso, precisamos usar da graça de Jesus sobre a nossa vida, e, percebendo a nós mesmos, não ficar na defensiva, mas continuar usando de empatia durante toda a conversa. Cheios de misericórdia pelo aconselhando, manter-se em oração no seu coração, sempre encontrar uma saída de paz, que inclusive pode ser apenas deixar o aconselhando ir. Continue orando a Deus, peça a Ele para lhe dar sabedoria no trato com essa pessoa. Deixe que o Espírito Santo lhe mostre o que você poderia ter feito diferente, para que você possa crescer e aprender. Sempre procure fazer o que Jesus faria. 123 ORIENTAÇÕES GERAIS 1. Lembre-se: quem faz todas as transformações é o Senhor. 2. Não vamos nos colocar entre Deus e a pessoa. Se ela precisar viver o tratamento de Deus em sua história, não vamos evitar que isso aconteça sob pena da pessoa não crescer! 3. A Bíblia é a fonte de tudo o que dizemos. 4. O amor de Deus é o modo como olhamos a pessoa. 5. Entre o que nós achamos que deve ser e o que Deus acha, vamos sempre optar pelo que Deus diz! 6. Ouvir, ouvir e ouvir antes de falar. 7. Não julgar. 8. O livre arbítrio foi entregue por Deus às pessoas e elas fazem uso dele! É preciso permitir que pessoas usem a sua capacidade de fazer escolhas e lembrar de que ninguém escolhe por ninguém. Nosso papel é apontar para Jesus. © Editora Inspire 9. Muito cuidado em dar profecias. Precisamos ter muito temor em falar em nome de Deus, de maneira extrema. Ai de nós se falarmos algo em nome do Senhor que não venha Dele. 10. Você precisa buscar preparo. Estude. 11. Se a pergunta que a pessoa está fazendo tem resposta clara na Bíblia, é o que vamos mostrar para ela. Em situações da vida em que a pessoa precisa tomar decisões, como com quem vai se casar ou se vai vender sua casa, é o caso de orar com ela, estudar os princípios bíblicos e permitir que a pessoa escolha. Nós não somos Deus na vida das pessoas! 12. Encaminhe sem medo os casos difíceis para pessoas mais experientes ou para as que têm instrumentos para ajudar. 13. Encaminhe a pessoa para as ferramentas de crescimento oferecidas pela igreja. Não desperdice esses instrumentos de Deus para a cura. 14.Na dúvida, pergunte ao pastor. 15. Se não souber, não invente. 124 16. Tenha em mente que Deus não é “padronizado”. Ele é criativo, amoroso e, para Ele, cada indivíduo é um indivíduo! No aconselhamento também é assim. 17. Casos de polícia precisam ser encaminhados para a polícia. 18. Se o aconselhando trouxer para você uma situação que precisa ser tratada e que não pode ser mantida em sigilo, você esclarecerá que terá que levar a situação adiante. Por exemplo, se uma adolescente está grávida, você explicará a ela que precisará falar com seus pais e vai ajudá-la a fazer isso. 19. Lembrar que a pessoa que está à sua frente para ser aconselhada é alguém por quem Cristo morreu na cruz. Ela é do Senhor, e não “sua”. 20. O Espírito Santo é o grande guia em todas as palavras e gestos. © Editora Inspire 125 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Qual o objetivo final do aconselhamento cristão? 2. Quais características o conselheiro deve desenvolver? Quais destas áreas você poderia aprimorar como líder? 3. De que forma o aconselhamento não se transformará em controle? O que devemos fazer para que isso não aconteça? © Editora Inspire 126 BIBLIOGRAFIA Bíblia de Estudo Despertar. 1a ed. Tradução. Tamboré: Sociedade Bíblica do Brasil, 2000. COLLINS, G. Aconselhamento Cristão – Edição século 21. São Paulo: Vida Nova, 2011. ADAMS, J. E. O manual do conselheiro cristão. 5ª ed. São Paulo: Editora Fiel, 2000. LEITURA OBRIGATÓRIA © Editora Inspire COLLINS, G. Aconselhamento Cristão – Edição século 21. São Paulo: Vida Nova, 2011. 127 9. ESTUDO BÍBLICO Todo estudo bíblico, assim como a pregação, é um milagre! Eles consistem na transmissão de algo perfeito por alguém limitado. É por isso que todo aquele que ensina deve iniciar sua missão na completa dependência do Espírito Santo. É Ele o comunicador perfeito das intenções divinas perfeitas. O que cabe a nós é vivermos nesta conexão e a partir disso, usar todas as ferramentas disponíveis para levar as boas novas a todo o mundo. Como líder de célula, você será desafiado constantemente a ministrar o estudo nas reuniões da célula ou, eventualmente, uma mensagem em alguns contextos: aniversários, reuniões de multiplicação, encontros de oração, chás de casamento ou de bebês, ou até em cultos fúnebres. Portanto, cada vez mais você precisa estar preparado para situações como essas e ser assertivo na comunicação da Palavra de Deus. © Editora Inspire É muito importante que o líder não atrapalhe o culto a Deus ministrando estudos sem relevância e prejudiciais ao povo, conforme o conselho de Paulo em 2 Timóteo 2.15: “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a palavra da verdade”. Para isso, tal líder precisa desenvolver as qualidades bíblicas que um ministro do Evangelho deve demonstrar. É possível também aplicar táticas para vencer o medo de falar em público e de se expressar melhor. Além disso, devemos compreender que o mérito do bom estudo consiste em atingir diferentes tipos de pessoas. A mensagem é influenciada pelos diferentes tipos de personalidade, tanto de quem ensina, quanto de quem aprende; por como nossa mente é ativada no processo de aprendizagem; pela dinâmica na mudança constante de cosmovisão e, em especial, pela forma como o homem enxerga o mundo em seu contexto. É fundamental que o líder de célula leia atentamente o mundo pós-moderno em que vivemos (MARINHO, 2008). Há também várias maneiras de melhorar a comunicação evitando estudos “sem rumo”, que deixam o ouvinte perdido (STANLEY e JONES, 2010). A eficiência de um estudo está intimamente ligada à sua organização. A esco128 lha de um tema atraente é um fator fundamental no desenvolvimento do estudo, pois é o assunto que ligará o ouvinte e seus problemas às verdades bíblicas. Para isso, é fundamental ter um objetivo claro, conhecer bem o assunto e os ouvintes, levando em conta fatores psicológicos, sociológicos e espirituais, tudo isso seguindo um roteiro organizado. Existem vários tipos de estudo bíblico, cada um com suas vantagens e desvantagens. Conhecer cada tipo pode nos ajudar no preparo adequado da mensagem. Neste processo de criação e preparo para o estudo, precisamos ressaltar a necessidade de explorar melhor o texto bíblico escolhido, através de princípios básicos de interpretação. Esse é um dos requisitos para o bom planejamento do estudo voltado para a transformação de vidas (PAES, 2009). O líder precisa preparar-se adequadamente para organizar estudos através do contínuo estudo da Palavra de Deus. Isso envolve disciplinas espirituais como leitura diária da Palavra; estudos bíblicos sistemáticos como os cursos oferecidos pela PIB no âmbito do IPE, por exemplo. Esse aprimoramento deve ser ininterrupto, pois a Palavra de Deus é inesgotável e se renova continuamente, gerando vida: “Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês tem a vida externa. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito” João 5.39. © Editora Inspire PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA A interpretação da Bíblia é uma das questões mais importantes que os cristãos enfrentam atualmente. Dela resulta o que cremos, como vivemos e como nos relacionamos. O processo de entendimento da Bíblia dura toda a vida, mas temos a responsabilidade de procurar conhecer a verdade conforme apresentada na Palavra de Deus. Roy Zuck (1994) afirma que “um dos maiores motivos porque a Bíblia é um livro difícil de entender é o fato de ser antigo”. Por isso, neste processo, precisamos transpor as barreiras cronológicas, geográficas, culturais, linguísticas e literárias. Daí a necessidade de interpretação, para removermos os obstáculos à comunicação e ao entendimento. De maneira simplificada podemos dizer que a interpretação da Bíblia é um processo de recriação. Para entender o que a passagem bíblica significa, precisamos descobrir o que o autor da passagem queria transmitir para 129 seus leitores originais. Portanto, neste processo é o autor do texto quem determina o que o texto bíblico significa e não o leitor. Princípios básicos na interpretação bíblica 1. Princípio da Fé: a Bíblia se constitui na revelação inspirada por Deus. Deus falou aos homens mediante os profetas (2 Timóteo 3.16, 1 Coríntios 2.13 e 2 Pedro 1.21). Pelo fato de ser um livro divino a Bíblia é inerrante (Hebreus 6.18, João 17.17), possui autoridade (João 10.35, Marcos 11.17, Mateus 22.29) e apresenta unidade. Isso significa que um texto deve ser interpretado com referência ao ensino total das Escrituras e, os textos obscuros, devem ser interpretados à luz das passagens que possuam um significado claro e inconfundível. 2. Princípio Cristológico: a Bíblia em sua totalidade aponta em uma única direção: Cristo. O Antigo Testamento preparou o caminho para Cristo, os evangelhos descrevem Suas atividades, as epístolas explicam o significado teológico de Sua morte e ressurreição e os livros apocalípticos apontam para o Seu retorno triunfal. Este princípio reconhece que há unidade entre o Antigo e Novo Testamento. © Editora Inspire 3. Princípio da Revelação Progressiva: este princípio refere-se ao processo pelo qual Deus preparou Seu povo escolhido para sua mais elevada revelação em Jesus Cristo. Sua mais alta revelação não estava na Lei, mas a Lei foi um estágio na preparação para a vinda de Cristo, assim como o ensino dos profetas e o exílio. O Antigo Testamente sozinho é uma revelação incompleta. Ele deve ser interpretado e compreendido à luz do Novo Testamento, onde a plenitude da revelação de Deus se fez conhecida através de Cristo. Fases da interpretação bíblica 1. Determinação do conteúdo: o conteúdo é a base de informação para interpretar o texto. É a sua matéria-prima. Nesta etapa, a leitura minuciosa do texto trará informações preciosas para entender o que o autor do texto está dizendo. Leia com atenção, repetidamente, pacientemente, em oração, seletivamente e com propósito. Procure responder 130 às seguintes questões: Quem está presente no texto? Onde e quando ele acontece? O que acontece? Por que e para que? Há termos enfatizados ou repetidos? Há contrastes ou semelhanças? 2. Entendimento do contexto: o contexto é o meio envolvente do texto. Ele é importante para nos dar uma visão mais abrangente do significado do texto. a. Contexto teológico: procura identificar onde a passagem está no fluxo das Escrituras. É preciso identificar quais os objetivos do autor ao escrever o livro no qual o texto está inserido e como a passagem bíblica se encaixa neste livro. Leia com atenção os versículos que vêm imediatamente antes e depois do texto e procure entender a relação deles com a passagem estudada. b. Contexto geográfico: o contexto geográfico procura conhecer a geografia das terras bíblicas. Como era o terreno e o clima? Quais as distâncias entre as cidades? Como o local era conhecido? A localização estratégica de Corinto como cidade portuária, por exemplo, influi nos problemas morais dentro da igreja daquela cidade. © Editora Inspire c. Contexto histórico-cultural: entender o contexto histórico-cultural nos auxilia a encontrar a verdade que nunca muda em um mundo que sempre muda. Conhecer este contexto amplia muito a sua visão na interpretação bíblica. A cultura envolve o que as pessoas pensam, creem, dizem, fazem e produzem. A Bíblia menciona a mudança de governantes no Egito durante o tempo de José e o grande impacto que este acontecimento político teve na vida dos judeus naquele país. É importante responder perguntas como: Quando o fato ocorreu? O que aconteceu no mundo na mesma época? Quais eram as influências sociais, políticas e culturais do povo em questão? Para isso, verifique se o costume da cultura bíblica tem um significado diferente em nossa cultura. Se o significado é diferente, descubra o princípio eterno que o norteia e verifique como esse princípio pode ser expresso em um equivalente cultural. d. Contexto literário-gramatical: este contexto busca identificar a categoria ou o tipo de escrito caracterizado por determinada forma ou conteúdo. Durante o processo de interpretação é importante sabermos se estamos estudando uma narrativa, uma poesia, uma 131 parábola, uma metáfora ou alegoria, uma literatura profética ou apocalíptica etc. A identificação dos diversos tipos de literatura e expressões gramaticais nas Escrituras, nos auxilia a interpretá-las com maior precisão. O estilo literário de cada livro ajuda a transmitir a essência do livro, de forma que versículos e parágrafos possam ser vistos à luz do todo. Quando o contexto literário é considerado fica mais fácil evitar o problema de tirar o versículo do seu contexto. 3. Investigação dos termos: muitas vezes para descobrir o que o autor pretendia transmitir, precisaremos investigar a origem das palavras-chave do texto. Para isso podemos pesquisar em que outros textos bíblicos esta mesma palavra é encontrada, verificar quais dos significados essa palavra assume no contexto do texto bíblico e ainda investigar a origem da palavra em sua língua original. Algumas ferramentas como concordâncias bíblicas e bíblias de estudo de palavras-chave poderão auxiliar nesta etapa. 4. Aplicação: procura responder à seguinte pergunta: Como este princípio bíblico funciona para mim e para as outras pessoas? Ela estabelece a conexão entre a Palavra e o mundo atual. O conhecimento da Bíblia e sua interpretação correta são essenciais, mas somente isso não basta. Precisamos ter o coração aberto e a disposição de apropriar as verdades bíblicas para nossa vida. Fazemos isso através da aplicação. A interpretação nos dá novas visões para o relacionamento com Deus, consigo mesmo e com outras pessoas. © Editora Inspire Assim, o princípio eterno identificado no texto bíblico através da interpretação é a ponte entre as Escrituras e o contexto atual. É através deste princípio que iremos aplicar a Palavra de Deus. O princípio eterno deve refletir o conteúdo do texto; deve ser de natureza eterna; não deve ser vinculado à cultura; deve concordar com o restante das Escrituras e deve ser relevante tanto ao público alvo original do texto bíblico como ao contemporâneo. COMO PREPARAR E ORGANIZAR UM ESTUDO BÍBLICO Prepare-se Na preparação do estudo devemos seguir os seguintes passos: 132 1. Dependência do Espírito Santo. 2. Escolha da passagem. 3. Estudo exegético da passagem: interpretação da passagem. 4. Descoberta do foco principal da passagem: qual é o princípio eterno? 5. Construção do esboço do estudo. 6. “Recheando” o esboço: desenvolvimento das ideias. 7. Preparo da conclusão, introdução e do título. Desenvolva um esboço Todo estudo bíblico precisa ter uma estrutura ou esboço. Tal esboço não deve conter ambiguidade; não deve conter material alheio ao tema principal; deve apresentar continuidade de pensamento nas ideias; e deve dirigir-se para a aplicação. Seguem abaixo elementos de um esboço típico de estudo ou mensagem bíblica. Um dos objetivos deste formato é que o esboço sirva de auxílio visual, possibilitando ver à mensagem inteira rapidamente. © Editora Inspire 1. Título: é geralmente um dos últimos itens a serem preparados. É a expressão do assunto e do tema, formulado para servir de anúncio adequado ao estudo. Deve ser breve, pertinente ao texto ou à mensagem e interessante. É preciso ter atenção com títulos rudes, irreverentes ou sensacionalistas! 2. Texto: é composto pelo texto base do estudo. 3. Introdução: assim como o título, é geralmente um dos últimos itens a serem preparados. O objetivo é despertar a mente dos ouvintes/leitores de tal maneira que fiquem interessados na mensagem do estudo. Deve ser breve e contextualizada ao público-alvo, despertando interesse pelo tema. Isso pode ser feito despertando a curiosidade, relacionando o tema às situações da vida ou mencionando o contexto histórico, cultural e geográfico do texto bíblico. 4. Proposição: é uma declaração simples do assunto que se propõe a apresentar, desenvolver ou explicar. Consiste em uma afirmativa 133 clara do princípio eterno da passagem principal e indica claramente o rumo que o estudo deve tomar. O ideal é que seja uma frase afirmativa, devendo ser específica e não apresentar ambiguidade ou imprecisão. 5. Oração de transição: tem por objetivo ligar a proposição ao restante do estudo, unindo a proposição às divisões, fornecendo uma progressão suave para elas. Deve sempre conter uma palavra-chave que delineie a característica dos pontos principais. 6. Divisões principais: são as seções principais de um estudo ordenado. Seu objetivo é promover clareza de ideias e unidade de pensamento. As divisões esclarecem os pontos principais do estudo e auxiliam as pessoas a recordá-los. Cada divisão contribui para o desenvolvimento da proposição e devem ser distintas umas das outras e, se possível, dispostas em forma de progressão. É necessário que cada divisão contenha sua própria discussão, ilustração e aplicação. a. A discussão é o desdobramento das ideias contidas nas divisões. b. A ilustração é para o estudo bíblico o que uma janela é para a casa. Assim como a janela permite a entrada da luz, uma boa ilustração permite o esclarecimento da mensagem. Jesus utilizava muitas ilustrações em seus sermões, pois elas trazem clareza ao estudo e o tornam mais interessante. Dão vida e ênfase à verdade bíblica. Pode ser uma parábola, uma analogia, uma história, o relato de uma experiência pessoal, um acontecimento histórico etc. © Editora Inspire c. A aplicação é um dos momentos mais importantes do estudo e, em geral, é feita no final de cada divisão. Se as verdades expostas no estudo não forem aplicadas à medida que o estudo progride, corre-se o risco do estudo tornar-se pesado e difícil de acompanhar. A aplicação deve ser específica e definida. 7. Conclusão: é o ponto culminante do estudo, onde tudo o que foi dito se concentra com intensidade, a fim de produzir um impacto profundo. Não é o lugar do estudo apropriado para se introduzir novas ideias, e sim, o local onde os ouvintes são incentivados a responder pessoalmente ao desafio apresentado. Deve ser breve, expressa com poucas orações ou frases. Pode ser uma recapitulação, uma ilustração, um apelo ou uma motivação através do pensamento principal do estudo, de um texto bíblico, de uma citação, de um poema etc. 134 Para mais tipos de formatos de esboços de estudos e mensagens bíblicas, leia: STANLEY e JONES (2010), PAES (2009) e MARINHO (2008). Essas fontes possuem riquíssimas ilustrações e modelos. Decida comunicar para transformar Sempre que for desenvolver ou aplicar um estudo, tente responder às perguntas abaixo, pois elas conduzem para a transformação do ouvinte: 1. Para quem irei pregar? 2. O que a Bíblia diz acerca de suas necessidades? 3. Qual é a maneira mais prática de dizê-lo? 4. Qual é a maneira mais positiva de dizê-lo? 5. Qual é a maneira mais encorajadora de pregar? 6. Qual é a maneira mais simples de pregar? 7. Qual é a maneira mais pessoal de dizê-lo? © Editora Inspire 8. Qual é a maneira mais interessante de dizê-lo? Invista no seu ministério 1. Adquira uma Bíblia de Estudos: NVI de estudos, Palavra-Chave, Shedd, Thompson, Genebra, Pentecostal etc. 2. Tenha Bíblias com outras traduções: NVI, Viva, NTLH, ARA, ARC etc. 3. Adquira livros para estudo que o auxiliem na exegese, como comentários bíblicos, dicionários bíblicos etc. e livros que o despertem a desenvolver um relacionamento maior com Deus. 4. Assista noticiário de TV e filmes com o objetivo de extrair mensagens. 5. Assista mensagens, grave e aprenda no seu coração. 6. Estude e leia sobre outros assuntos gerais. 7. Tenha um bom testemunho, pois ele fala mais alto que a sua voz. 8. Desenvolva hábitos espirituais. 135 ESTUDO BÍBLICO PARA A CÉLULA É muito importante o líder de célula ter bem claro o conceito de célula abordado na Disciplina 3, acima. Veja na página 30. Isso é fundamental, pois o líder de célula não pode deduzir que o estudo bíblico é o único objetivo da reunião semanal da célula. Ao invés disso, há outros elementos na reunião igualmente importantes. No contexto da PIB, o estudo aplicado na célula é produzido por um grupo de pastores e ministros orientados e escolhidos pela Base de Discipulado. Essa produção considera temas avulsos ou em série ao longo do ano, previamente escolhidos. Um dos segredos do sucesso do pastoreio em células é a unidade do estudo. Em muitas igrejas, a escolha, a preparação e a aplicação do estudo ficam a cargo do líder de célula. Isso gera um potencial arriscado de multiplicidade de visão, minando a unidade da igreja. Ter o estudo unificado é fundamental para guiar o rebanho numa única direção. Sendo assim, o líder de célula tem por obrigação usar o estudo previamente disponibilizado no Sistema Facepib. © Editora Inspire Portanto, o líder de célula deve adquirir o estudo através do sistema supracitado com antecedência. Com o esboço já preparado, o líder deve estudá-lo, de modo a contextualizá-lo ao perfil de sua célula (por exemplo: juventude, adolescentes etc.). Geralmente, o estudo possui alguns pontos de aplicação. Na aplicação, o líder tem a liberdade de ser sensível ao Espírito Santo a ponto de, não necessariamente, ter que aplicar todos os pontos do estudo. Relembre a estrutura do encontro de célula nas páginas 58, 59 e 60, na Disciplina 3. 136 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Por que é importante o líder de célula saber montar estudos bíblicos? 2. Quais são os princípios básicos na interpretação bíblica? 3. Exercite as fases da interpretação bíblica mencionadas acima no texto de Atos 1.8. a. Procure responder as questões da primeira fase e veja quantas informações você extrairá apenas da leitura minuciosa do texto. b. Faça um estudo sobre os contextos descritos na segunda fase no texto em questão. c. Investigue os termos “poder” e “testemunha”. d. Qual é o princípio eterno no texto de Atos 1.8? Como este princípio pode ser aplicado à sua vida? © Editora Inspire 4. Explicite elementos de um esboço de estudo bíblico. 5. Como o estudo bíblico deve ser aplicado no encontro de célula na PIB? 137 BIBLIOGRAFIA BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2000. MARINHO, R.M. A arte de pregar. São Paulo: Vida Nova, 2008. PAES, C.M. Como preparar mensagens para transformar vidas. São Paulo: Vida, 2009. STANLEY, S. e JONES, L. Comunicação que transforma. São Paulo: Vida, 2010. ZUCK, R.B. A interpretação bíblica. São Paulo: Vida Nova, 1994. LEITURA OBRIGATÓRIA © Editora Inspire PAES, C.M. Como preparar mensagens para transformar vidas. São Paulo: Vida, 2009. 138 © Editora Inspire 139 10. VIDA FINANCEIRA O tema vida financeira é um assunto de muita relevância nas situações da vida. Como líder de célula, você precisa estar bem seguro do que a Palavra de Deus nos ensina, exorta e capacita a respeito da vida abundante descrita em João 10.10: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente”. Esta plenitude também inclui a área financeira, por meio da obediência aos mandamentos e ensinos de Jesus a respeito deste assunto. A Bíblia tem mais versículos sobre dinheiro do que sobre salvação. Contudo, há muitas famílias lutando nessa área; você conhece algumas delas, ou você mesmo esteja vivendo dias difíceis. Vamos, então, estudar juntos, começando pelo que a Bíblia nos esclarece sobre o assunto. PANORAMA BÍBLICO ACERCA DO DINHEIRO © Editora Inspire Em Mateus 6.24, encontramos as seguintes palavras de Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”. Neste texto, encontramos dois antagonismos: odiar versus desprezar e dedicar versus desprezar. Rick Warren, escrevendo sobre este texto em seu livro Uma vida com propósitos ressalta a impossibilidade de servirmos, amarmos ou dedicarmo-nos a Deus e ao Dinheiro. O texto não diz “vocês não devem servir”, mas “vocês não podem”. É impossível fazer ambos. Outras traduções bíblicas trazem, ao invés da palavra Dinheiro, a tradução original do grego Mamom. Assim, Mamom significa, literalmente, dinheiro; e consta como um dos chamados sete pecados capitais, também nomeado como ganância ou avareza. Em seu livro, Derrote Mamom, o pastor Pr. Fabiano Ribeiro esclarece: “Mamom é uma potestade maligna, cujo alvo é desviar a nossa adoração a Deus” (RIBEIRO, 2013). No livreto Guia prático de Dízimos & Ofertas – 100 perguntas e respostas bíblicas, o autor complementa: Mamom é um deus que age em relação ao dinheiro. Uma potestade que atua na área financeira, a mando de Satanás, 140 para trazer destruição e desviar o nosso coração de Deus, atraindo nossa atenção para o poder, status e dominação (RIBEIRO, 2014). Mamom atua em nossas vidas de diferentes formas. Um dos pastores de nossa igreja conta que, certa vez, durante uma viagem, pôde perceber o quanto isso é verdade. Ao fazer uma viagem longa de carro, levando consigo sua esposa e sua sogra, de idade avançada, programou-se para fazer paradas a cada duas ou três horas. Mentalmente, foi escolhendo os postos em que iria parar, pois conhecia bem a estrada e suas paradas. Como sabia que precisava de um café para manter-se bem acordado, foi escolhendo os lugares onde o cafezinho era mais barato. Ele, então, conta que a certo ponto, o Espírito Santo perguntou-lhe: “não é melhor escolher os postos onde os banheiros femininos são mais limpos?” Ele então percebeu o quão “muquirana” estava sendo, decidindo comprar o mais barato apenas porque é mais barato. Ele conta ainda que, ao entrar em um destes postos durante a viagem, pensou em comprar uma goma de mascar – uma das marcas mais conhecidas – para ir mastigando e espantando o sono. Depois decidiu não comprar, mas, de repente, viu no caixa que aquela marca estava realizando um sorteio de um carro. “Oba! Vou levar”, ele pensou. E logo se deparou com uma pergunta: “Qual a chance de ganhar um carro comprando um chiclete?” Viu que, daquela vez, a “deusa sorte” estava prestes a influenciar uma decisão. © Editora Inspire A Bíblia diz por meio do profeta Isaías que esses tipos de influências espirituais são verdadeiros ladrões, pois desejam roubar nossa fé em Jeovah Jireh, o Deus da Provisão. “Mas vocês, que abandonam o Senhor e esquecem o meu santo monte, que põem a mesa para a deusa Sorte e enchem taças de vinho para o deus Destino, eu os destinarei à espada, e todos vocês se dobrarão para a degola. Pois eu os chamei, e você nem responderam: falei, e não me deram ouvidos. Vocês fizeram o mal diante de mim e escolheram o que me desagrada.” Isaías 65.11, 12. Se uma pessoa joga na loteria, participa intencionalmente de negócios em que a sorte é um fator preponderante (como rifas e prêmios), ou em esquemas para receber dinheiro fácil com o mínimo ou nenhum esforço (como o caso de pirâmides), ela está se colocando numa posição influenciável para este tipo de demônio. 141 Isaías também alerta sobre outro tipo de demônio, chamado aqui de deus Destino, que podemos interpretar como o outro lado da moeda; há a sorte de um lado, e o destino de outro. Este destino refere-se a pensamentos recorrentemente negativos quanto à fé em nós mesmos e em nosso posicionamento aliado à benção divina. Há pessoas que tendem a entregar sua situação a um fatalismo em que creem que coisas boas não acontecerão com elas. De nada adiantará estudar, preparar-se melhor ou ser o melhor funcionário da empresa, porque o reconhecimento não virá. Se você reconhece esse pensamento de “freio de mão puxado” na área financeira da sua vida, pode ser que tenha se rendido à influência maligna nessa questão. O profeta Isaías nos orienta a confiar em Jeovah Jireh, o Deus da Provisão, que, como um Pai amoroso, deseja premiar seu esforço e abençoá-lo com o melhor dessa terra, dando-lhe, por exemplo, a paz de espírito quando você recebe seu holerite, o sentimento de gratidão por tudo que você já tem e a satisfação de uma vida plena em Cristo. Em todo o relato bíblico, contudo, vemos Satanás usando a deusa Sorte ou o deus Destino para que pessoas desconfiassem de Jeovah Jireh. Deus nunca trará uma palavra profética ou um sonho divino em que oriente o jogo com a sorte. Como diz o apóstolo Paulo, seja anátema qualquer profecia, sonho ou ensino que venha neste sentido (Gálatas 1.9). © Editora Inspire ATESTADO DE POBREZA Em algumas circunstâncias, algumas pessoas são levadas a assinar um atestado de pobreza, um instrumento legal que comprova que uma pessoa não tem recursos financeiros para determinado fim. Contudo, existem pessoas que assinam verdadeiros atestados de pobreza em sua mentalidade e modo de ser; atestam a si mesmas que vivem e pertencem a uma situação miserável, o que são palavras muito fortes para trazermos a nós mesmos. Pessoas que vivem desta forma já estão sob o domínio maléfico de Mamom e abrem ainda mais espaço para que este atue por meio de um espírito de miséria que assola as esferas da vida. Em nosso país, toda uma cultura é regida pela chamada “lei de Gerson”. Na verdade, ela é mais antiga do que o episódio que lhe deu o nome, mas foi muito bem representada por um jogador da seleção brasileira de futebol 142 em 1970, torneio em que ganhamos definitivamente a Taça “Jules Rimet” no México. Em um lance do jogo, um jogador do time adversário cometeu uma falta contra o jogador brasileiro Gerson. O juiz não apitou e ele continuou a jogada. Mas os jogadores do time contrário, reconhecendo a falta, pararam de jogar. O brasileiro, então, deu um passe para um gol. Os adversários reclamaram, pois esperavam que ele parasse a bola ao invés de continuar, levando vantagem no erro do juiz. Foi um lance muito discutido. O episódio ficou conhecido como a “Lei do Gerson”, por conta de uma propaganda de cigarros que, na época, apenas mostrou esta faceta da cultura brasileira: a de sempre dar um “jeitinho” e tentar levar vantagem em tudo. Há uma história em que um rei poderosíssimo da antiguidade queria conhecer a “essência do universo”. Então, pediu aos sábios do seu grande reino que trouxessem para ele qual seria esta essência, esta lei maior que resumisse todas as verdades. Os sábios se reuniram durante seis meses e depois trouxeram a resposta escrita em um livro dez vezes maior do que a Bíblia. O rei disse: “Eu sou um rei poderoso; vocês acham que eu tenho tempo para ler tudo isso? Vocês têm um mês para resumir essa essência do universo em algo que eu possa ler. Se fizerem, receberão muitos presentes, caso contrário, receberão a morte.” Um mês depois, chegaram os sábios com um papelzinho em que constava, em uma frase, a “essência do universo”: “Não existe almoço grátis.” © Editora Inspire Existem pessoas que são levadas pelo pensamento de que precisam sempre ganhar, normalmente à custa de outras pessoas. Se o outro ganha, ela sente-se lesionada. Este pensamento de “levar vantagem”, estar sempre ganhando, é uma verdadeira traça, uma ferrugem que corrói vidas e relacionamentos. E qual é o nome deste demônio? Mesquinhez. E este é sempre acompanhado pela soberba – a crença de achar que somos o centro do universo. ACUMULADORES Há um programa de TV a cabo bastante famoso que retrata pessoas que acumulam tudo, ou um objeto em específico, a ponto de suas casas ficarem inabitáveis. Estas pessoas agem assim porque pensam que pode ser que, algum dia, possam vir a precisar daquilo que deveriam doar ou jogar fora. 143 Houve um episódio que mostrou a história de um homem não jogava os jornais fora, e sua casa ficou tomada por pilhas de jornais. Um dia, uma pilha caiu em cima dele e trancou a porta. Ele ficou soterrado por dias até que morresse, pois ninguém mais o visitava. Os vizinhos só descobriram o ocorrido pelo cheiro de morte, depois de algum tempo. Se você tem contas de luz ou água pagas datadas do século passado, antes de 2000, não se preocupe, pode jogá-las fora! Há uma lei que determina quantos anos você deve guardar certos documentos (alguns até 20 anos), mas faça uma revisão em seu guarda roupa, no seu escritório, na sua casa e na sua mesa. Certamente há coisas das quais você pode e deve se desfazer, e outras que vão ser benção na vida de outras pessoas; você deve doá-las, e rápido. Se você percebe em você atitudes de miséria, escassez ou mesquinharia, ore a Jesus e pedindo perdão, entregue-os a Ele agora mesmo. COMO SER LIBERTO Existem alguns passos muito importantes para que livremo-nos definitivamente das influências de Mamom em nossas vidas. Em primeiro lugar, devemos identificar, em nós mesmos, quais são estes espíritos ou pensamentos malignos. Não devemos olhar para o outro, mas fazermos uma autoanálise sincera e dirigida pelo Espírito de Deus. Em segundo lugar, devemos viver esta libertação que temos em Jesus diariamente. Precisamos praticar todos os dias uma nova mentalidade financeira. Como fazer isso? Falaremos de três princípios. © Editora Inspire 1. Credibilidade. Ganharmos credibilidade significa removermos toda legalidade em nossas vidas. Algumas ações incluídas neste quesito são: a. Pague seus impostos devidamente (Mateus 17.24-27). b. Rejeite diariamente a “Lei de Gerson” e o ímpeto de levar vantagem. c. Pratique a satisfação em Jesus, destruindo a mesquinhez. d. Não faça dívidas (“Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros” Romanos 13.8a). 2. Fidelidade. Demonstre sua total confiança no Deus da provisão por meio de atitudes de fidelidade em: 144 a. Dízimos e ofertas programadas: “Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto no pouco,tambémédesonestonomuito.Assim,sevocêsnãoforemdignosdeconfiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeirasriquezas?Esevocêsnãoforemdignosdeconfiançaemrelação ao que é dos outros, quem lhes dará o que é de vocês?” Lucas 16.10-12. b. Contratos e compromissos (escritos e/ou verbais). “Seja o seu ‘sim’, ‘sim’ e o seu ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do Maligno” Mateus 5.37. 3. Generosidade. A generosidade é uma das marcas mais fortes daqueles que entregaram definitivamente suas vidas financeiras a Deus. “Há maior felicidade em dar do que em receber” Atos 20.35. Para viver uma vida de credibilidade, fidelidade e generosidade, teremos de ser guiados pelo Espírito Santo. Ele mesmo nos conduzirá nesta jornada: “Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão,emtodooseuesplendor,vestiu-secomoumdeles.SeDeusvesteassim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens (e mulheres) de pequena fé?” Mateus 6.28-30 © Editora Inspire PRINCÍPIOS DA VIDA FINANCEIRA EQUILIBRADA Em primeiro lugar, precisamos entender o que é uma vida financeira equilibrada, ou, uma vida com liberdade financeira. Ao contrário do senso comum, isso não significa necessariamente ter muito dinheiro, mas ter uma vida ausente de: a. Dívidas; b. Transações financeiras desonestas; c. Preocupação por falta de dinheiro; d. Impossibilidade de ser generoso. 1. Reconhecimento. A vida financeira equilibrada passa por reconhecer que tudo o que possuímos pertence a Deus. Isso inclui todos os nossos bens e recursos financeiros. A percepção de Jó deve ser a mesma que 145 a nossa: “Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor” Jó 1.21. Quando temos este entendimento, podemos servir a Deus e ao Reino com os bens que recebemos dos céus. Nosso amor e devoção estarão depositados no lugar certo. “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo – a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens – não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre” 1 João 2.15-17. 2. Serviço. Em vez de usar o dinheiro apenas em benefício próprio ou para adquirir mais bens, devemos servir como administradores da propriedade divina que está em nosso nome, de forma a comunicar o amor de Deus ao mundo e satisfazer as necessidades de outros, à medida que Deus nos capacita e orienta. Devemos entender que tudo o que temos e o que adquirimos são apenas meios para que cumpramos o propósito de Deus em nossa vida. Se nossos objetivos se limitarem a ganhar dinheiro ou adquirir bens com esse dinheiro, então, nosso sistema de valores está errado. Alguns sintomas de um sistema inadequado de valores são: © Editora Inspire a. Estar pronto a sacrificar coisas mais importantes do que o dinheiro por causa do dinheiro, tais como um bom nome e uma consciência limpa. b. Tentar usar o dinheiro para comprar coisas que não podem ser compradas tais como amor, paz de espírito, segurança, amizades etc. c. Esquecer-se de Deus ou negligenciar a responsabilidade com Ele e com sua família, igreja e célula. 3. Dízimos e ofertas. Uma vida financeira equilibrada é caracterizada pela capacidade em dar a Deus o dízimo com obediência e alegria, conforme a orientação bíblica: “Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa” (Malaquias 3.10a). 4. Necessidades x Desejos. Outra característica é que passamos a compreender que Deus prometeu suprir nossas necessidades básicas 146 como alimento e roupas. Tudo o que recebemos além disso comprova a abundância de Deus em nossas vidas. “Pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar, por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos.” 1 Timóteo 6.7-8. É certo que existem muitas coisas além do alimento e roupa que podem tornar a vida mais agradável e produtiva, como casa própria, um carro confortável para a família, a possibilidade de uma viagem a passeio etc. No entanto, é importante fazer uma distinção entre a necessidade e o desejo. Está aí um ponto central da questão. Grande parte dos problemas da vida financeira nascem da dificuldade de fazer esta distinção. A maioria das pessoas que sofrem por dívidas, está endividada por conta de desejos, e não de necessidades. Percebemos, pela Palavra de Deus, que Ele tem prometido suprir as nossas necessidades (comida e roupa), mas, não está comprometido com os nossos desejos que podem, inclusive, estar contaminados pela “cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens” 1 João 2.16. Deus não nos assina um “cheque em branco”, mas credita a nós o que será preciso para suprir nossas necessidades e, como é um Pai amoroso, eventualmente atende desejos na medida que abençoamos pessoas que Ele deseja abençoar. Esta afirmação pode ser confirmada na leitura do Salmo 37. © Editora Inspire 5. Flexibilidade. Seja flexível em ajustar-se a um ganho, ou a uma perda inesperada. Paulo aprendeu a viver desta forma: “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade.” Filipenses 4.12 O segredo da tranquilidade financeira é nos ajustarmos, quando necessário, às possibilidades de nossa renda. Assim, em tempos de abundância, poderemos dar e investir com sabedoria, em vez de pagar dívidas antigas. 6. Perspectiva. Mantenha suas finanças na perspectiva correta. A Bíblia nos exorta: “Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam” Mateus 6.20. Devemos nos lembrar de que não vivemos para as coisas deste mundo, mas para a eternidade. Até lá, temos a promessa de que seremos cuidados por Deus: 147 “Lembrem-se: aquele que semeia pouco também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente. Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer que lhes seja acrescentada toda a graça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra.” 2 Coríntios 9.6-8. Certamente, estes seis princípios para uma vida financeira equilibrada não esgotam o assunto, porém, são bases essenciais à nossa vida. A partir da adoção destes princípios, podemos passar a abordar um assunto muito importante, uma ferramenta de auxílio para o equilíbrio financeiro. ORÇAMENTO FAMILIAR SIMPLES É importante que saibamos montar um orçamento familiar simples. Vamos começar com um exercício. Suponha que você tenha uma entrada (salário) de R$ 1.000,00. Quais são os itens do seu orçamento? Monte uma sugestão na tabela abaixo, escrevendo os itens e valores referentes às saídas (despesas): © Editora Inspire Tabela – Orçamento Familiar Simples (Exercício) ENTRADAS SAÍDAS 148 Salário R$ 1.000,00 Veja uma sugestão abaixo de como poderia se organizar este orçamento: Tabela – Orçamento Familiar Simples (Exemplo) ENTRADAS SAÍDAS Salário R$ 1.000,00 Dízimo R$ 100,00 Ofertas R$ 50,00 Necessidades Mensais (70%) R$ 600,00 Investimentos (15%) R$ 150,00 Provisão (10%) R$ 100,00 Atualmente, existem muitos recursos gratuitos para auxiliar você a organizar suas finanças familiares em sites e aplicativos para celulares, como: GuiaBolso (guiabolso.com.br); Minhas Economias (minhaseconomias.com.br); MoneyWise e Orçamento Inteligente. © Editora Inspire SAINDO DA CRISE FINANCEIRA Existem situações em que a prioridade para a saúde financeira será a de nos livrarmos de crises geradas pelo acúmulo de dívidas. Como sair deste “poço”? Existem alguns princípios básicos a serem seguidos. 1. Não faça dívidas; comece a comprar à vista A provisão financeira de Deus indicará a importância e o tempo de cada aquisição. Dê chance a Deus de prover o que é necessário, antes de comprá-lo precipitadamente. Lembre-se de que Ele pode prover, ao diminuir as contas e/ou aumentando a renda. Contudo temos que fazer a nossa parte e um dos primeiros passos em situações de crise é parar de usar cartão(ões) de crédito, utilizando apenas o débito. Isso fará com que você viva sob o princípio de viver com aquilo que tem. A Bíblia fala sobre o perigo de nos endividarmos, pois “Quem toma emprestado é escravo de quem empresta” Pro- 149 vérbios 22.7b. Por isso, é a orientação bíblica: “Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros...” Romanos 13.8. 2. Seja resistente às compras não planejadas Estamos cercados de publicidade e propagandas por todos os lados, tentando nos convencer de que precisamos de algo de que realmente não precisamos, ou ainda, de que temos que aproveitar aquela oportunidade para adquirir um bem. Muitos caem nesta armadilha e se descontrolam com compras não previstas, o que leva ao caos financeiro e seu aprofundamento. Seja sábio ao não se deixar ser vulnerável a este tipo de sugestão consumista. 3. Fuja de empréstimos, em especial para itens supérfluos Seja extremamente criterioso para adquirir empréstimos. O melhor é não ter de fazê-lo, mas, se for necessário, limite-se a adquirir somente para casos essenciais. Não empreste dinheiro, de pessoas ou instituições financeiras, para custear seus gastos diários. Ore, pondere e consulte alguém especializado antes de tomar esta decisão. 4. Avalie-se honestamente © Editora Inspire É importante, em primeiro lugar, avaliar porque a crise se instalou e qual a razão pela qual seus meios, aparentemente, não têm sido suficientes para seus gastos. Talvez houve descontrole nos gastos, com coisas supérfluas; talvez haja alguma raiz de pecado envolvida ou mesmo um cenário espiritual mais abrangente familiar. Talvez Deus esteja testando sua fé ou preparando você para mudanças. Busque a ajuda do Espírito Santo e de sua igreja para responder a estas questões. 5. Fuja radicalmente das dívidas Precisamos entender que, quando temos dívidas, nossa vida, família, ministério e o próprio nome de Deus e da igreja são afetados. É preciso decisão e atitude resolutas para que estejamos livres de dívidas, ainda que sacrifícios sejam necessários. O Senhor dará os meios necessários para honrarmos a Ele neste processo. Você pode utilizar esta tabela a seguir para avaliar suas dívidas. Se necessário, faça isso com a ajuda de seu discipulador. Primeiro, liste todas as suas dívidas e valores. Depois, responda ao questionário. 150 AVALIAÇÃO FINANCEIRA 1. Faça uma relação de todas as dívidas Compras Dinheiro que devo a Juros anuais AVALIAÇÃO DE CADA ITEM: Quantia total Avaliação SIM Devo vender? NÃO (Um ponto para cada afirmação. Total nos quadrinhos de avaliação) © Editora Inspire Aumenta minha eficiência Não aumenta minha eficiência em servir a Deus em servir a Deus Não é absolutamente essencial É absolutamente essencial. Não contribui diretamente para a unidade e harmonia da família. Contribui diretamente para a unidade e harmonia da família Pode ser substituído por algo mais barato. Não pode ser substituído por algo mais barato. Não proporciona mais tempo para eu gastar com a família Proporciona mais tempo para eu gastar com a família Seu valor não está aumentando Seu valor está aumentando mais do que os juros e a inflação. Requer gastos de manutenção Não requer gastos de manutenção. SIM NÃO DEVO VENDER? 151 COMO ORIENTAR NA CÉLULA SOBRE FINANÇAS Ao orientar pessoas em sua célula acerca de suas finanças reforce sempre os princípios a seguir: 1. Como líder, tenha sempre uma vida financeira equilibrada. Seu exemplo falará mais alto! 2. Compartilhe como ter uma vida financeira equilibrada, contando o seu testemunho. 3. Use o livro Derrote Mamom (Ed. Inspire, 2011) como referência de estudo, o que pode ser feito individual ou coletivamente. 4. Desenvolva junto com seu liderado um orçamento familiar simples. 5. Acompanhe mensalmente a aplicação do orçamento planejado. 6. Saiba onde procurar ajuda. Indique o Celebrando Recuperação, que oferece grupos de apoio específicos. Nossa igreja também pode oferecer auxílio para consultorias e orientações financeiras. Para negociar dívidas vencidas em bancos, procure ajuda jurídica. © Editora Inspire 7. Interceda! Deus é o Deus da provisão para todas as necessidades. Certamente uma vida financeira saudável trará paz de espírito e grandes possibilidades de viver a generosidade que o Senhor nos ensina! 152 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Como você definiria uma vida financeira saudável? 2. Com base neste estudo, monte o seu orçamento familiar simples. 3. Com base neste estudo, preencha também sua tabela de Avaliação Financeira. © Editora Inspire 153 BIBLIOGRAFIA BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2000. COY, L. Curso Conflitos da Vida. Hollywood: Successful Life Ministries, 1988. RIBEIRO, F. Derrote Mamom. São José dos Campos: Inspire, 2011. LEITURA OBRIGATÓRIA RIBEIRO, F. Derrote Mamom. São José dos Campos: Inspire, 2011. © Editora Inspire 154 © Editora Inspire 155 11. BATALHA ESPIRITUAL Somos advertidos, na Palavra de Deus, que travamos uma luta espiritual que não é contra as pessoas e sim contra potestades espirituais. Ter uma consciência clara disso faz com que não haja desgastes com pessoas, não se quebre relacionamentos e não se veja as forças esmorecem por aplicar-se energia no lugar errado. Nossa luta não é contra pessoas! Lembre-se de que Jesus morreu por elas: “Pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” Efésios 6.12. Precisamos ter conhecimento, sabedoria e discernimento para as batalhas espirituais que enfrentamos. É certo que teremos batalhas, pois ao entregar nossas vidas a Jesus, já nos posicionamos espiritualmente, declarando submissão a Deus e rebelião contra Satanás. Veja que a Bíblia o descreve como príncipe da potestade do ar: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” Efésios 2.2 (ACF). © Editora Inspire Você não deve ter medo, pois tem uma aliança com Jesus e está debaixo da proteção do Seu sangue. Portanto, revista-se da armadura de Deus (Efésios 6). Lembre-se: “Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo” 1 João 4.4. O objetivo deste estudo não é esgotar, tampouco abordar o tema de forma muito aprofundada, mas trazer uma abordagem equilibrada e conhecimento bíblico básico para nortear suas ações que, com certeza, contarão com a ajuda imprescindível do Espírito Santo. BUSCANDO O EQUILÍBRIO Quando o assunto é batalha espiritual, percebemos hoje dois erros que chegam aos extremos: um é o excesso e outro a escassez na atenção dada a este assunto. Há igrejas em que, a cada pecado, conflito ou problema que as pessoas passam, coloca-se a culpa em demônios que devem ser, então, 156 expulsos. Algumas chegam a colocar uma pessoa endemoninhada em cima do altar, fazem perguntas, deixam-no falar no microfone, expõem-na em programas de TV etc. Entretanto, esquecem-se de que o Diabo é o pai da mentira; além de mentir numa circunstância assim, também está expondo a pessoa ao constrangimento. Outro extremo praticado por algumas igrejas é a postura de ignorar completamente a esfera da batalha espiritual. Tornam-se, então, passivas em relação ao assunto. Por esse motivo, muitas igrejas têm sido atacadas, com suas famílias destruídas e ministérios findados. Negar a existência do Diabo e suas ações faz parte da sua ação maligna para impedir as pessoas de serem livres. Portanto, procuramos sempre ter uma postura equilibrada. Não damos ênfase em nossas celebrações a nenhuma manifestação, pois o alvo da celebração é a adoração a Deus e é exatamente isso que o Diabo deseja roubar. “Há dois erros iguais, mas opostos, nos quais nossa raça pode cair, com respeito aos demônios. Um deles é descrer em sua existência. O outro, é crer neles e sentir por eles um interesse doentio. Os próprios demônios sentem-se bem, igualmente, quando esses erros ocorrem, e saúdam um materialista ou um mágico com o mesmo deleite.” C. S. Lewis © Editora Inspire Em todas as situações, Jesus é nosso principal exemplo no contexto da batalha espiritual. Observe como Ele lidou com os ataques diretos de Satanás: “Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. O tentador aproximou-se dele e disse: Se és o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães. Jesus respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: Se és o Filho de Deus, joga-te daqui para baixo. Pois está escrito: Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra. Jesus lhe respondeu: Também está escrito: Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus. Depois, o Diabo o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. E lhe disse: Tudo isto te 157 darei, se te prostrares e me adorares. Jesus lhe disse: Retire-se, Satanás! Pois está escrito: Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto. Então o diabo o deixou, e anjos vieram e o serviram” Mateus 4.1-11. CONCEITOS IMPORTANTES Batalha espiritual é um conflito constante que o cristão enfrenta contra as influências do mundo, contra a sua própria natureza pecaminosa (carne) e contra o Diabo. A batalha é um combate com um propósito específico, dentro de um determinado período ou época. No mundo espiritual, entendemos que a guerra existe desde a fundação do mundo e acabará no final dos tempos, quando Satanás for totalmente aprisionado, juntamente a todos os seus demônios. Enquanto isso, levantam-se batalhas espirituais em todo o tempo. Os personagens deste cenário são: eu e você, anjos e demônios, Deus e Satanás. Lemos em 1 João 2.16: “Pois tudo o que há no mundo - a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens - não provém do Pai, mas do mundo”. E também: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está sob o poder do Maligno” 1 João 5.19. © Editora Inspire A Bíblia nos revela alguns aspectos importantes acerca de batalhas espirituais: • Batalha espiritual é Deus derrotando Satanás com o sopro da sua boca: “Então será revelado o perverso, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e destruirá pela manifestação de sua vinda” 2 Tessalonicenses 2.8. • Batalha espiritual é a luta entre a carne e o espírito: “Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja” Romanos 8.5. • Batalha espiritual é a luta entre anjos e demônios: “Houve então uma guerra nos céus. Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão, e o dragão e os seus anjos revidaram” Apocalipse 12.7. • Batalha espiritual é vencer as aflições do mundo pela fé: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” João 16.33. 158 • Batalha espiritual é livrar pessoas da morte: “Liberte os que estão sendo levados para a morte; socorra os que caminham trêmulos para a matança” Provérbios 24.11. Muitos cristãos assumem a batalha espiritual como se ela fosse uma responsabilidade unicamente sua e isso não é correto. É muito importante entender que somos apenas instrumentos nas mãos de Deus, a batalha é do Senhor! O motivo de crentes desistirem do ministério ou fracassarem na fé é justamente não terem clareza desse papel. Querem ver resultados imediatos, mobilizados por si mesmos. Podemos apresentar três tipos de batalhas espirituais, que acontecem em diferentes níveis. O primeiro deles é a luta espiritual no nível do solo (pessoa/pessoa); o segundo nível é a batalha espiritual no nível das instituições; a igreja local como linha de frente em uma cidade ou comunidade (organização/organização); e o terceiro nível é a própria guerra espiritual (a Igreja de Cristo contra Satanás). Nível 1: A batalha espiritual no nível do solo © Editora Inspire A batalha a nível solo é, na verdade, uma luta individual travada contra a ação de Satanás e seus demônios na vida de uma pessoa. Quando acontece um processo de cura e libertação, isto não é uma expulsão de demônios, mas um processo de libertação dentro de uma reeducação de vida espiritual para que não haja mais reincidências. Nível 2: A batalha espiritual no nível das instituições Quando pecou no Jardim do Éden, o homem entregou o direito legal dado por Deus sobre a Terra a Satanás; isto é, passou uma “procuração em branco” para que o adversário se tornasse posseiro, por meio do engano, daquilo que pertence a Deus e foi entregue nas mãos do homem. Há, portanto, um nível mais amplo de batalha espiritual quando um conjunto de soldados, ou seja, a igreja ou várias igrejas guerreiam unidas em uma esfera mais estratégica, por exemplo, ao agirem para conquistar uma cidade para Cristo. Lemos em Mateus 12.28: “Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus”. 159 Nível 3: Guerra espiritual A guerra espiritual é uma referência a esta guerra em caráter geral, à luta total travada pela Igreja contra Satanás, universalmente. É neste contexto maior que entendemos a missão da Igreja de Cristo e a de cada um de nós: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” Atos 1.8. E também Marcos 16.15: “E disse-lhes: Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas”. Muitos encontram dificuldades com a falta de estratégia ou a falta de coragem para conquistar um território. Não é fácil, pois o Diabo não quer perder o seu lugar, ou territórios, então, é preciso ter estratégias para conquista. ESTRATÉGIAS DIVINAS PARA UM LÍDER DE CÉLULA Como líder de uma célula que está em uma cidade, é muito importante que você compreenda que sua família e célula fazem parte da estratégia de Deus dada à nossa igreja para conquista desta cidade para o Senhor Jesus. O exemplo de Josué nos relembra acerca deste posicionamento. © Editora Inspire “Na sétima vez, quando os sacerdotes deram o toque de trombeta, Josué ordenou ao povo: Gritem! O Senhor lhes entregou a cidade! A cidade, com tudo o que nela existe, será consagrada ao Senhor para destruição. Somente a prostituta Raabe e todos os que estão com ela em sua casa serão poupados, pois ela escondeu os espiões que enviamos. Mas fiquem longe das coisas consagradas, não se apossem de nenhuma delas, para que não sejam destruídos. Do contrário trarão destruição e desgraça ao acampamento de Israel. Toda a prata, todo o ouro e todos os utensílios de bronze e de ferro são sagrados e pertencem ao Senhor e deverão ser levados para o seu tesouro. Quando soaram as trombetas o povo gritou. Ao som das trombetas, e do forte grito, o muro caiu. Cada um atacou do lugar onde estava, e tomaram a cidade” Josué 6.16-20. Como líder de célula você deve ter uma vida de constante oração e adoração a Deus. Lembre-se de orar em seu lar e inspirar sua célula a orar também. Participe dos movimentos de oração convocados pela igreja, tais como 24h de Oração e Adoração e as Madrugadas de Oração. Você faz par160 te de um santo exército levantado por Deus para proclamar Seu Reino aqui na terra. Não precisamos ter medo do Diabo, mas precisamos ter consciência das ciladas que ele procura armar contra todos nós. Além disso, você deve desenvolver os frutos do Espírito, tendo uma vida de santidade e lealdade. Esteja atento a comportamentos de pessoas que confrontam os valores bíblicos; saiba diferenciar dúvida de combate. Há pessoas que não conhecem a Palavra de Deus, mas sempre se posicionam contra o que a Bíblia diz. Cuidado com a deslealdade. Há uma diferença entre ter uma opinião diferente e se posicionar contra um direcionamento dado a igreja por nossa liderança. Essas pequenas ações refletem a necessidade de oração específica. Cuidado também com pessoas que tentam atingir suas emoções, fazendo-o se sentir desqualificado para liderar, deixando-o com baixa autoestima. Às vezes o inimigo usa pessoas para nos desequilibrar e nos enfraquecer espiritualmente, portanto, tenha uma consciência clara de quem você é em Jesus. Sua identidade firmada em Jesus não permitirá que você sofra ataques em sua mente. © Editora Inspire Cuidado com o ambiente da sua casa. Objetos que faziam parte de uma aliança espiritual fora da presença de Deus devem ser deixados para trás. Converse sobre isso com seus pastores. Seja sábio e equilibrado sempre, nunca tomando decisões sozinho, mas sempre alinhado com seu coordenador, supervisor e pastor de rede. A leitura bíblica e devocional são ações simples e poderosas que nos auxiliam em nossas batalhas diárias. Comece seu dia sempre entregando suas primícias ao Senhor Jesus em oração e leitura da Palavra. Tenha hábitos de orar em sua casa, pelos seus filhos, ungindo-os, tendo a adoração em família como um estilo de vida. OS ADVERSÁRIOS As pessoas precisam saber que o Diabo existe, assim como seus demônios. Não devem se manter na passividade, fazendo de conta que ele não atacará os filhos de Deus. Podemos comprovar sua existência e a de seus liderados (demônios) pela Palavra de Deus. Mas entenda que Deus não os criou, tudo começou pelo orgulho e rebelião. Veja o texto bíblico: 161 “Você estava no Éden, no jardim de Deus; todas as pedras preciosas o enfeitavam: sárdio, topázio e diamante, berilo, ônix e jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda. Seus engastes e guarnições eram feitos de ouro; tudo foi preparado no dia em que você foi criado. Você foi ungido como um querubim guardião, pois para isso eu o designei. Você estava no monte santo de Deus e caminhava entre as pedras fulgurantes. Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você. Por meio do seu amplo comércio, você encheu-se de violência e pecou. Por isso eu o lancei em desgraça para longe do monte de Deus, e eu o expulsei, ó querubim guardião, do meio das pedras fulgurantes. Seu coração tornou-se orgulhoso por causa da sua beleza, e você corrompeu a sua sabedoria por causa do seu esplendor. Por isso eu o atirei à terra; fiz de você um espetáculo para os reis” Ezequiel 28.13-17. É impossível que o que acontece no mundo espiritual passe despercebido. Todo crente é vítima de ataques constantes que ocorrem no viver de cada dia. É preciso, urgentemente, acordar do sono da indiferença e da posição derrotista de que tudo é assim mesmo, conformando-se com uma vida medíocre, pobre, infeliz e fracassada. A batalha espiritual acontece contra cada um dos adversários daqueles que creem: © Editora Inspire A batalha contra a carne A Palavra de Deus fala da guerra interior existente na alma do cristão, travada entre a carne (natureza pecaminosa) e o espírito. A carne, com sua concupiscência, deseja o pecado, mas o espírito deseja as coisas de Deus, conforme Gálatas 5.17: “Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam”. A igreja dispõe de várias ferramentas que nos ensinam a lutar contra nossa carne: Celebrando Recuperação, Retiro Satisfação, Retiro Restauração e cursos diversos. A batalha contra o mundo “Mundo” significa os valores malignos que regem as relações terrenas e pecaminosas da humanidade. Por isso, nossa luta requer uma mudança de 162 postura em nossas decisões, ética e em nossas ações. 1 João 5.19 afirma que “o mundo todo está sob o poder do Maligno”. Paulo, em 2 Coríntios 4.4 diz: “O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” 2 Coríntios 4.4. Tudo que o Diabo quer é ganhar este mundo trazendo sua influência para alcançar aqueles que não estão abertos para Cristo e até mesmo os cristãos. “Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no mundo” 1 João 4.3b. As pessoas precisam saber que o Diabo não brinca de ser Diabo, então, os filhos de Deus não podem brincar de “serem crentes”. Outro aspecto da oposição do mundo são as suas aflições peculiares, pois o cristão pertence ao Reino de Deus e, portanto, sofrerá oposição do reino deste mundo: “Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes me odiou. Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia” João 15.18-19. Jesus disse que venceu o mundo, com suas aflições (João 16.33). Nós podemos também vencer, Nele. © Editora Inspire A batalha contra Satanás Observe que a Palavra de Deus nos convoca a estarmos alertas em relação a Satanás: “Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar” 1 Pedro 5.8. Satanás utiliza de algumas estratégias para enganar as pessoas a respeito de si mesmo: 1. Ele deseja que as pessoas não creiam na sua existência. Existem pessoas que creem que Satanás é um mito inventado pela religião. Admitir sua existência é necessário para combatê-lo. 2. Ele coloca uma lente de aumento em si mesmo para provocar medo nas pessoas. Muitos têm uma atitude medrosa para com o Inimigo. Atribuem a ele muitas coisas. Procuram conhecer as profundezas de Satanás e vivem cheias de superstições. Devemos procurar conhecer mais de Deus e da sua Palavra, isso sim, nos dará condições de sermos vitoriosos: “Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês” Tiago 4.7. 163 POSSESSÃO DEMONÍACA Satanás e seus demônios querem habitar em homens, mulheres e crianças que são vazias do Espírito Santo, os filhos das trevas. Os espíritos malignos, então, possuem a pessoa e a obrigam a fazer coisas que ela jamais faria em sã consciência. A possessão demoníaca se dá quando um ou mais demônios entram em uma pessoa e ficam ali, usando-a sob seu controle, expressando todo o seu ódio e maus propósitos através dela. A própria expressão “possessão demoníaca” já diz que é alguém que está sob posse de Satanás. Mas o Espírito Santo habita nos filhos de Deus e os usa para fazerem obras grandiosas conforme a vontade de Deus. “Eles atravessaram o mar e foram para a região dos gerasenos. Quando Jesus desembarcou, um homem com um espírito imundo veio dos sepulcros ao seu encontro. Esse homem vivia nos sepulcros, e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com correntes; pois muitas vezes lhe haviam sido acorrentados pés e mãos, mas ele arrebentara as correntes e quebrara os ferros de seus pés. Ninguém era suficientemente forte para dominá-lo. Noite e dia ele andava gritando e cortando-se com pedras entre os sepulcros e nas colinas. Quando ele viu Jesus de longe, correu e prostrou-se diante dele, e gritou em alta voz: Que queres comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te por Deus que não me atormentes! Pois Jesus lhe tinha dito: Saia deste homem, espírito imundo! Então Jesus lhe perguntou: Qual é o seu nome? Meu nome é Legião, respondeu ele, porque somos muitos” Marcos 5.1-9. © Editora Inspire Pessoas de ambos os sexos e de idades diferentes são mencionadas na Bíblia em casos de possessão demoníaca. • Crianças: “Então, eles o trouxeram. Quando o espírito viu Jesus, imediatamente causou uma convulsão no menino. Este caiu no chão e começou a rolar, espumando pela boca” Marcos 9.20. • Jovens: “Essa moça seguia a Paulo e a nós, gritando: Estes homens são servos do Deus Altíssimo e lhes anunciam o caminho da salvação. Ela continuou fazendo isso por muitos dias. Finalmente, Paulo ficou indignado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo eu lhe ordeno que saia dela! No mesmo instante o espírito a deixou” Atos 16.17-18. 164 • Adultos: “Enquanto eles se retiravam, foi levado a Jesus um homem endemoninhado que não podia falar. Quando o demônio foi expulso, o mudo começou a falar” Mateus 9.32-33. Outras pessoas que sofreram essa situação: • Saul: “O Espírito do Senhor se retirou de Saul, e um espírito maligno, vindo da parte do Senhor, o atormentava” 1 Samuel 16.14. • Judas: “Então Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, um dos Doze” Lucas 22.3. • Pessoas que se envolveram com ocultismo como bruxaria, feitiçaria, idolatria e espiritismo: “Não permitam que se ache alguém entre vocês que queime em sacrifício o seu filho ou a sua filha; que pratique adivinhação, ou dedique-se à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria ou faça encantamentos; que seja médium ou espírita ou que consulte os mortos. O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas, e é por causa dessas abominações que o Senhor, o seu Deus, vai expulsar aquelas nações da presença de vocês. Permaneçam inculpáveis perante o Senhor, o seu Deus. As nações que vocês vão expulsar dão ouvidos aos que praticam magia e adivinhação. Mas, a vocês, o Senhor, o seu Deus, não permitiu tais práticas” Deuteronômio 18.10-14. © Editora Inspire Assim como há a possessão demoníaca, há também a libertação espiritual por meio do nome de Jesus. Não existe dom de expulsar demônios. Qualquer crente pode expulsá-los, usando o poder que há no nome de Jesus. Mas para usar o poder que há nesse nome, o crente precisa ter uma vida de consagração e comunhão com Deus. Expulsar demônios exige vida de oração e jejum e sensibilidade ao Espírito Santo, numa vida de conexão diária com Jesus. “Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados” Marcos 16.17-18. Quem expulsar demônios deve apenas usar o nome de Jesus com autoridade. Não se deve “entrevistar” estes espíritos malignos, tudo o que falarem não tem nenhum valor, já que eles são mentirosos e enganadores. Repetimos que Satanás é conhecido como pai da mentira. Quem usa a autoridade que há no nome de Jesus para expulsar demônios não precisa agredir o en- 165 demoninhado, nem nada parecido. Jesus não entrava em luta corporal com o possesso, apenas usava Sua autoridade. Tudo deve ser feito com a maior discrição e muito respeito ao ser humano pelo qual Jesus morreu na cruz. ORIENTAÇÕES PRÁTICAS Cada pessoa e cada situação demandará uma total dependência do Espírito Santo para a instrução de como agir naquele momento. Existem, também, algumas orientações gerais que devemos ter como princípios: • Esteja revestido de sua armadura espiritual diariamente, por meio de uma vida de santidade e posicionamento. • Use a autoridade que Deus deu a você. • Dê ordens aos demônios para silenciar e evitar qualquer dano à pessoa e ao ambiente. • Mande pegar tudo o que pertence a ele e que vá para o lugar onde Jesus determinar. • Se estiver com mais de uma pessoa o acompanhando, apenas uma ministra, as outras intercedem. © Editora Inspire Precisamos lembrar de que o direito legal para que um demônio esteja em uma pessoa precisa ser renunciado por ela mesma. Esta base legal pode ser por pecado pessoal ou por atitudes na herança familiar com envolvimentos ocultistas. Conduza esta pessoa, então, a um processo de libertação e cura. Este é um longo caminho e precisa ser acompanhado bem de perto. Comece pelo Celebrando Recuperação; ela pode também frequentar uma campanha no culto de libertação, mas a todo tempo incentive a leitura da Palavra e oração. Posteriormente, que esta pessoa possa participar dos Retiros Satisfação e Restauração. VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO Temos a nossa parte a fazer nestes enfrentamentos, porém sozinhos não venceremos. Precisamos de Deus e do Seu poder para vencer. Você deve 166 colocar toda sua suficiência em Jesus Cristo porque você é povo adquirido, sacerdócio santo de Deus: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” 1 Pedro 2.9. Deus tem um imenso prazer em tornar pessoas livres, salvas e plenas. Além disso, servimos a um Deus Todo-Poderoso: o Senhor é um homem de guerra (Êxodo 15.3); Deus é o Senhor dos exércitos (Zacarias 4.6b, 1 Samuel 1.11); o Senhor peleja pelo seu povo (Êxodo 14.14) e a guerra é do Senhor (1 Samuel 17.47b). Você ainda pode ler o livro Cobertura Espiritual (Ed. Inspire), do nosso Pr. Carlito Paes, material que fornecerá mais informações sobre como proteger sua casa, seus filhos e seu lar das ações malignas. Esse livro é uma importante ferramenta para sua formação espiritual nesta área. Louvado seja o Senhor pela vitória que Ele mesmo nos concedeu, pela Sua graça e Seu poder. Sigamos as orientações bíblicas e, destemidamente, denunciemos as obras das trevas para a liberdade de todos os que amam a Jesus. © Editora Inspire 167 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Cite um texto bíblico que comprove a existência do Diabo e sua ação na terra e outro que nos ensina como deve ser nossa postura espiritual diante das batalhas espirituais aprendidas nessa lição. © Editora Inspire 168 BIBLIOGRAFIA BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2000. ANDRADE, M. A. Vida em abundância: Através da libertação e quebra de maldições. São Paulo: Ágape Reconciliação, 2001. ANDERSON, N. T. Quebrando correntes. São Paulo: Mundo Cristão, 2010. BORGES, M. S. (Coty). Pastoreamento inteligente: O padrão de aconselhamento na libertação. 2ª ed. Almirante Tamandaré: Jocum, 2011. SOUZA FILHO, J. A. de. A arte da guerra espiritual. Bragança Paulista: Mensagem Para Todos, 2009. © OBRIGATÓRIA Editora Inspire LEITURA PAES, C. Cobertura Espiritual – como proteger sua casa do Inimigo. São José dos Campos: Inspire, 2011. 169 12. GESTÃO DE PESSOAS Lidar com pessoas é uma tarefa árdua, mas necessária em todas as esferas da vida humana. Não fomos criados para viver sozinhos! Estamos cercados de pessoas em casa, no trabalho, na escola ou no trânsito. Relacionar-se é uma ação intrínseca a todos nós. É verdade que nos relacionamentos existem diferentes graus de intimidade e que vivemos neles grandes dores, mas também grandes alegrias. Como líderes, aprender a nos relacionar bem e a fomentar bons relacionamentos é um de nossos maiores e mais importantes desafios. Algumas pessoas podem pensar que nascem com o talento natural para cuidar, mobilizar e atrair pessoas; outras, porém, podem se sentir grandemente desafiadas. Ser um líder é pastorear pessoas e isso certamente requer certas habilidades, dons e talentos. Eles podem vir mais naturalmente, mas também, podem e devem ser ampliados e enriquecidos por meio de treinamentos, leituras e capacitações. © Editora Inspire Você é um líder! Então, tem que desenvolver sua capacidade em gerir pessoas, viabilizar projetos e formar novos líderes. Talvez não haja muitas pessoas sob sua liderança, mas você pode começar liderando a si mesmo! Se você está neste curso, é porque pessoas reconhecem em você este potencial. Então, encare de frente o desafio de sempre aprender e crescer ainda mais, seja na gestão de pessoas, seja em outras áreas de sua liderança. Todas as suas limitações podem ser alvos de seu investimento em oração, treinamento e capacitação. PRINCÍPIOS BÍBLICOS DE LIDERANÇA A Palavra de Deus é cheia de exemplos para nos ensinar sobre a tarefa abençoadora de cuidar de outras pessoas. Antes de tudo, lembre-se de que liderança provém Dele, e não de você mesmo. Por isso, devemos pedir a Deus por direcionamento e sabedoria a cada desafio de liderar. “E, se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá 170 livremente” Tiago 1.5a. De fato, isso não deve ser feito de qualquer forma, mas deve ser alvo de nosso esforço e atenção! “Procure obter sabedoria; use tudo o que você possui para adquirir entendimento” Provérbios 4.7. 1. O exemplo de Barnabé Um dos exemplos bíblicos mais inspiradores que temos sobre liderança mobilizadora foi o de Barnabé. Leia sobre este homem no texto a seguir: “Quando chegou a Jerusalém, tentou reunir-se aos discípulos, mas todos estavam com medo dele, não acreditando que fosse realmente um discípulo. Então Barnabé o levou aos apóstolos e lhes contou como, no caminho, Saulo vira o Senhor que lhe falara, e como em Damasco ele havia pregado corajosamente em nome de Jesus. Assim, Saulo ficou com eles, e andava com liberdade em Jerusalém, pregando corajosamente em nome do Senhor. Falava e discutia com os judeus de fala grega, mas estes tentavam matá-lo. Sabendo disso, os irmãos o levaram para Cesaréia e o enviaram para Tarso” Atos 9.26-30. © Editora Inspire Segundo o relato bíblico, podemos entender que “Barnabé” era um apelido dado a este homem (Atos 4.36-37). A palavra “Bar” significa “filho”; Barjonas, por exemplo, seria “filho de Jonas” e “Bartimeu”, “filho de Timeu”. “Nabé” vem do grego paraclises, da mesma raiz para paracletos, palavra usada para designar o Espírito Santo, como o Consolador ou Amigo. Um dos significados do nome Barnabé, portanto, é “Filho do Espírito Santo”, o que aplicou-se muito bem às atitudes deste homem (HUBER, 2011). Além disso, a palavra paracletos vem de para (ao lado) e cletos (ajuda). Promover o cuidado também está na essência de seu nome. Barnabé era generoso (vendeu um campo e depositou todo o dinheiro aos pés dos apóstolos), possuía um bom caráter e era amoroso para com todos. Ser guiado pelo Espírito Santo é a primeira marca de sua liderança. Para liderar e mobilizar pessoas, é preciso ser guiado pelo Espírito e deixar seu caráter ser moldado por Ele. Outra característica marcante do ministério de Barnabé foi a perseverança. A transformação de vidas requer tempo e paciência. Não espere resultados rápidos. Tudo acontece por meio de conversas, conselhos e muitas vezes, até repetições. Valores menos importantes requerem menos 171 fé e menos esforço; se pessoas são o que há de mais importante, elas vão requerer grande esforço de nossa parte. Barnabé foi um instrumento fundamental para formação do apóstolo Paulo. Quando as pessoas desprezaram ou duvidaram daquele homem que antes perseguia os cristãos, Barnabé foi aquele que decidiu andar perto. Portanto, não desista das pessoas! Desenvolver hábitos espirituais leva tempo. Amadurecer é um processo. Quando etapas não são respeitadas, muitas vezes o que se recebemos é um fruto sem sabor. No processo de pastorear pessoas, é fundamental estar atento aos primeiros passos daqueles que estão à nossa volta. Paulo teve dificuldade em se integrar e alguns duvidaram da sua conversão: “Quando chegou a Jerusalém, tentou reunir-se aos discípulos, mas todos estavam com medo dele, não acreditando que fosse realmente um discípulo” Atos 9.26. Também aprendemos com o exemplo de Barnabé que a liderança mobilizadora passará por priorizarmos nosso tempo. Ajudar pessoas em sua formação espiritual é uma tarefa que exige tempo e paciência, amor e cuidado. Observe que Barnabé modificou a sua agenda, reservou tempo e foi em busca de Paulo. “Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, quando o encontrou, levou-o para Antioquia” Atos 11.25. Você tem estado disposto a mudar o rumo, o calendário, o plano do dia para liderar e abençoar aqueles que estão perto de você? Não desista dos desafios que o Senhor coloca à sua frente. Em atitude de amor, persevere, para que grandes líderes sejam formados por meio de você; quem sabe, assim como Paulo e Barnabé, eles irão muito além que nós mesmos! © Editora Inspire 2. O exemplo de Eliseu Outro exemplo marcante sobre liderança mobilizadora está na vida de Eliseu. Este líder nos ensina que a liderança, além de precisar ir em direção às pessoas, também permite que pessoas venham nos buscar. “Em seguida, Elias lhe disse: Fique aqui, pois o Senhor me enviou ao rio Jordão. Ele respondeu: Juro pelo nome do Senhor e por tua vida que não te deixarei ir só! Então partiram juntos. Cinquenta discípulos dos profetas os acompanharam e ficaram olhando a distância, quando Elias e Eliseu pararam à margem do Jordão. Então Elias tirou o manto, enrolou-o e com 172 ele bateu nas águas. As águas se dividiram, e os dois atravessaram em chão seco. Depois de atravessar, Elias disse a Eliseu: O que posso fazer em seu favor antes que eu seja levado para longe de você? Respondeu Eliseu: Faze demimoprincipalherdeirodeteuespíritoprofético.DisseElias:Seupedido é difícil; mas, se você me vir quando eu for separado de você, terá o que pediu; do contrário, não será atendido. De repente, enquanto caminhavam e conversavam, apareceu um carro de fogo e puxado por cavalos de fogo que os separou, e Elias foi levado aos céus num redemoinho” 2 Reis 2.6-11. A liderança de Eliseu nos mostra que um bom líder ensina por meio de seus exemplos e atitudes. Suas ações têm poder maior que suas palavras! Na tarefa de ensinar valores e princípios a outros, um líder eficaz precisa, antes de tudo, ter essas mesmas práticas em sua vida. Também aprendemos com Eliseu que bons líderes possuem bons mentores. “Só os tolos não aprendem com os bem sucedidos”, diz Carlito Paes. Mentores ou discipuladores são pessoas que encorajam, dão cobertura espiritual e impulsionam a seguir os passos de Jesus. Todo bom líder deve, antes de tudo, ser um excelente liderado, um aprendiz convicto e um discípulo atento. © Editora Inspire Eliseu nos mostra que o liderado acompanha o seu líder. Eliseu tinha um compromisso com Elias; havia em seu coração uma predisposição a ir com seu mestre. Precisamos estar perto de pessoas que nos inspirem e nos permitam, em humildade, a aprender com elas. Por isso, o discipulado é um processo maior que afinidade pessoal. Por vezes, temos muitos amigos, mas nem todos eles são uma inspiração para nós. Ter um discipulador e discipular está numa esfera maior que a amizade, pois é uma tarefa espiritual. Se você é um líder que busca crescer por meio do exemplo de pessoas cheias de Deus, seus liderados também serão inspirados pelo seu exemplo. Outra lição que aprendemos com Eliseu é que o liderado tem experiências sobrenaturais com seu líder. Como lemos: “Quando o SENHOR levou Elias aos céus num redemoinho, aconteceu o seguinte: Elias e Eliseu saíram de Gilgal, e no caminho disse-lhe Elias: Fique aqui, pois o SENHOR me enviou a Betel. Eliseu, porém, disse: Juro pelo nome do SENHOR e por tua vida que não te deixarei ir só” 2 Reis 2.1-2. No Reino de Deus não há espaço para carreira solo. Jesus sempre esteve cercado de pessoas. Quantas experiências Seus discípulos tiveram ao Seu lado! Quando lideramos e mobilizamos pessoas, vivemos experiências que nunca poderíamos experimentar sozinhos. 173 Eliseu também nos ensina que a liderança passa pela prestação de contas. Eliseu reconhecia o poder de Deus na vida de Elias e buscava a ele como seu mentor. Como líderes, devemos ter o valor da prestação de contas e então compartilhá-la com nossos liderados. A partir do exemplo, teremos autoridade para ouvir aqueles que estão nosso seu cuidado. O líder respeita e almeja a unção de seu mentor. Precisamos ter uma visão clara dele: todo homem de Deus é suscetível a falhas; porém, isto não deve ferir o princípio do respeito e da busca por chegar até onde alguém já chegou. Apenas recebemos da unção que respeitamos. Veja o pedido de Eliseu: “Depois de atravessar, Elias disse a Eliseu: O que posso fazer em seu favor antes que eu seja levado para longe de você? Respondeu Eliseu: Faze de mim o principal herdeiro de teu espírito profético” 2 Reis 2.9. Quando você honra aqueles por quem é liderado, você inspira aqueles que lidera. Filhos que tratam bem seus pais, viram seus pais tratarem bem seus avós. Quanto mais você honrar aquele que lhe dá cobertura espiritual, mas confiantes com sua liderança ficarão seus liderados. Contudo, não se esqueça de que pessoas são imperfeitas, todos somos crentes em recuperação! Quando focamos nas falhas, esquecemo-nos do poder de Deus sobre aquela pessoa. Ao levarmos isso em oração a Deus, certamente essa será a atitude de nossos liderados quando eles tiverem de lidar com nossas falhas. © Editora Inspire ESTILOS DE LIDERANÇA Nem todos os líderes são iguais. Existem diferentes perfis de liderança, e será muito útil que você conheça suas características ao liderar. Bill Hybels, em seu livro Liderança Corajosa (HYBELS, 2010), descreve estilos que considera os principais perfis de liderança, os quais apresentaremos a seguir. Estes estilos não são excludentes, mas podem surgir e se complementar de acordo com a situação. 1. O estilo de liderança visionário O líder visionário tem em mente uma imagem clara do que o futuro pode trazer. Prega visões poderosas deste futuro e possui um entusiasmo incansável para tornar essas visões em realidade. Não sente qualquer inibição em convidar qualquer pessoa a fazer parte desta visão. O líder visionário é idealista e 174 cheio de fé e não é facilmente desencorajado ou dissuadido. Coloque-o diante de um grande número de pessoas, e ele exibirá a visão para todo mundo. Pode ou não possuir habilidade natural para formar equipes, alinhar talentos, estabelecer metas ou administrar o progresso em caminho. Por vezes, terá de achar outras pessoas que possam ajudá-lo, ou terá de trabalhar arduamente para desenvolver as habilidades que não lhe são naturais. O líder visionário transmite a visão, atrai pessoas a ela e morrerá tentando realizá-la. 2. O estilo de liderança direcional Este estilo de liderança tem a habilidade, dada por Deus, para escolher o caminho certo para uma organização quando ela chega a um impasse decisivo. Avalia cuidadosamente os valores da organização, a missão, os pontos fortes e os fracos, os recursos, o pessoal e a capacidade de aceitação para mudanças. Com extraordinária sabedoria, o líder direcional coloca a igreja ou um ministério na direção certa. É uma liderança extremamente importante, pois erros em momentos decisivos podem arruinar organizações. Líderes direcionais podem ou não ser conhecidos em uma organização; podem ter ou não a capacidade de enfrentar o público e se destacar em uma liderança pública. © Editora Inspire 3. O estilo de liderança estratégica O líder estratégico tem a habilidade, dada por Deus, de tomar uma empolgante visão e fragmentá-la em uma série de fases alcançáveis e sequenciais. Possibilita a uma organização marchar de forma consciente para a concretização de sua missão. Forma um plano estratégico que todos podem compreender e no qual todos podem participar. Ele, então, desafia os membros da equipe a realizar o plano. Esforça-se para alinhar os vários subgrupos de uma organização, de forma que toda a energia da organização se concentre na realização da visão. 4. O estilo de liderança gerencial O líder gerencial tem a habilidade, dada por Deus, de organizar pessoas, processos e recursos, no esforço de cumprir uma missão. Ele fica com 175 “água na boca” ao pensar em trazer ordem ao caos. Sente profunda satisfação em monitorar e em ajustar processos, motivando os membros da equipe ao estabelecer as devidas marcações pelo caminho, até chegarem ao objetivo final. 5. O estilo de liderança motivacional O líder motivacional é o que tem a habilidade, dada por Deus, de manter seus companheiros de equipe empolgados. Está à procura de “ombros encurvados e olhos embotados” e é rápido em injetar o tipo certo de inspiração naqueles que mais precisam dela. O líder motivacional possui um senso aguçado sobre quem precisa de reconhecimento público e quem precisa apenas de uma palavra de encorajamento em particular. Percebe que mesmo nossos melhores companheiros de equipe ficam cansados e se desconcentram. Ele não fica amargo ou vingativo quando a moral do grupo afunda. 6. O estilo de liderança pastoral © Editora Inspire Este líder monta uma equipe lentamente, ama os membros da equipe profundamente, acalenta-os gentilmente, apoia-os firmemente, escuta-os pacientemente e ora por eles constantemente. Traz os membros da equipe para uma rica experiência comunitária, de forma que o coração deles começa a transbordar boa vontade, estimulando-os a realizar sua missão. Este líder tende a apascentar e acalentar um grupo de pessoas tão perfeita e profundamente que, quando a questão é a causa, os colegas de equipe normalmente dizem: “Se é uma missão honrosa para Deus e que podemos fazer juntos, conte comigo. Enquanto pudermos estar em comunidade, mantendo o nosso pastor, o faremos”. 7. O estilo de liderança de formar equipes Este líder possui uma percepção sobrenatural acerca de pessoas, o que lhe permite ter êxito em achar e desenvolver pessoas certas, com habilidades certas, o caráter certo e a apropriada combinação com os outros membros. Em seguida, sabe como dispor essas pessoas nas posições corretas, pelos motivos corretos, liderando-os assim para que produzam os resultados 176 certos. O ponto forte do formador de equipe é o seu completo domínio da estratégia e uma arguta percepção sobre as pessoas. Isso permite que ele coloque pessoas certas nas posições de liderança mais críticas. Encontrar pessoas certas para as tarefas certas, em concordância com seus melhores talentos, é a marca inconfundível do estilo do líder que forma equipes. 8. O estilo de liderança empreendedor O líder empreendedor tem facilidade em iniciar tarefas. Se esse líder não puder iniciar algo novo regularmente, começa a perder energia. Uma vez que um projeto esteja em funcionamento e operando plenamente, passando a exigir um gerenciamento estável e contínuo, ou, logo que ocorram complicações, exigindo a necessidade de intermináveis discussões a respeito de políticas, sistemas e controles, a maioria dos líderes empreendedores perde o entusiasmo, a concentração e, às vezes, até mesmo a confiança. 9. O estilo de liderança reformista © Editora Inspire O ponto forte do líder reformista é alterar um ambiente. Ele volta aos fundamentos da organização entusiasticamente, a fim de descobrir a missão original e o motivo pelo qual a equipe se desviou dela. Reavalia pessoal, estratégia e valores. Reúne-se constantemente com membros da equipe para ajudá-los a compreender onde o “antigo” deu errado e como o “novo” deve ser. Gosta de arrumar, ajustar e revitalizar departamentos ou organizações danificadas. Quando tudo volta aos eixos e a funcionar suavemente, esses líderes podem ou não sentir motivação para continuar engajados. 10. O estilo de liderança consensual Este líder possui uma enorme flexibilidade; é um diplomata, com uma habilidade sobrenatural inspirada para contemporizar e negociar. É especialmente talentoso para ouvir, compreender e raciocinar de forma ampla. Ama o desafio de se relacionar com diversos grupos de pessoas e sente-se mais empolgado a enfrentar o desafio de unir e satisfazer as necessidades de vários grupos. Lidar com a complexidade é o ponto forte do líder consensual, o que faz deste líder uma contribuição importante para grandes organizações. 177 COMO VIABILIZAR PROJETOS Enquanto líder, você terá a tarefa de mobilizar pessoas e realizar projetos. Ao realizar um ato de bondade, um evento ponte com sua célula ou uma ação missionária, você estará executando um projeto. Por isso, é importante que você conheça alguns conceitos básicos sobre a organização e realização de projetos. Um projeto é um plano para a execução de um objetivo traçado. É um empreendimento planejado, um conjunto de “atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados” (PROCHONW, 1999). A palavra “projeto” vem do latim projectus, que refere-se a algo lançado para a frente. Um projeto pensa acerca de uma realidade que ainda não aconteceu e traz ideias de como torná-la real. Projetar é analisar o presente como oportunidade para realizar o futuro. Dentro de um projeto, existe um planejamento de como antecipar esta realidade, contudo, teremos sempre de lidar com imprevistos, mudanças e as variáveis de um trabalho em equipe. A formulação de um projeto consiste em relacionar as etapas necessárias para que suas ideias transformem-se em ações. Para isso, é preciso que estejam claros: © Editora Inspire • Seus objetivos. Qual o problema a ser solucionado? Ele deve existir numa esfera mensurável a administrável. • Seus stakeholders. Quais são as partes envolvidas? Quais são as pessoas ou instituições necessárias para alcançar seu objetivo? • Seus recursos. Quais são os recursos humanos, físicos e financeiros necessários? • Seus prazos. Quanto tempo espera-se para cada etapa e qual o prazo para a conclusão de seu objetivo? Formulação de um Projeto A formulação de um projeto pode ser, resumidamente, apresentada com seguintes itens a seguir: 1. Título. Comunica de forma clara e concisa o objetivo de seu projeto. 178 2. Justificativa. Apresenta o porquê da existência deste projeto e qual problema ele visa endereçar. 3. Objetivos. Mostra de que forma este problema será pontualmente endereçado. Existem objetivos gerais do projeto e objetivos específicos, que são definidos para cada fase do projeto. 4. Metas. As metas não são exatamente os objetivos em si, mas como se pretende mensurar estes objetivos. Metas qualitativas e quantitativas nos ajudam a avaliar os resultados gerados. 5. Metodologia. Apresenta com detalhes como o problema será endereçado. Responde às perguntas: Como? Com o que? Onde? Quanto? A metodologia estabelece estratégicas, processos e responsabilidades. É importante pesquisar a metodologia de projetos semelhantes. 6. Cronograma. Responde à pergunta: Quando? Projetos bem planejados têm datas de início e término para cada atividade proposta. O cronograma deve ser conhecido por todos da equipe. 7. Orçamento. O orçamento traz um cronograma financeiro do projeto, mostrando quando e como os recursos serão usados, bem como quais serão suas fontes. © Editora Inspire ATOS DE BONDADE: MOBILIZAÇÃO NA PRÁTICA Como líder de célula, uma das ações em que você experimentará o desafio de mobilizar e liderar pessoas são os atos de bondade. Um ato de bondade pode acontecer individual ou coletivamente, porém acontece de forma especial por meio das células, com o intuito de abençoar pessoas que estão à nossa volta. Como descreve Carlito Paes, no ato de bondade “Serviremos independentemente de religião às pessoas da nossa comunidade, como fez Jesus nosso Salvador, Senhor e Mestre. Ir ao encontro dos que mais precisam é nossa missão!” (Revista Felizcidade, Pastoral, Semana 28 de 10 a 16 de julho, 2011). Existem muitas formas e ideias para realizar um ato de bondade com a sua célula. Um fator em comum a todos eles é que você, como líder, tem recursos e tempo limitado para fazê-lo. É aqui que sua criatividade, mobilização e liderança serão colocados à prova. Lembre-se de que as melhores ideias surgem quando os recursos são limitados! 179 Diante deste desafio, alguns passos são muito importantes antes da concepção e da realização de um ato de bondade: • Identificar áreas de atuação; • Identificar o perfil das pessoas; • Identificar as necessidades das pessoas; • Identificar equipes e materiais. Como referência e fonte de inspiração, colocamos abaixo ideias criativas para que você mobilize sua célula nos desafios propostos pela igreja, dentro do contexto dos atos de bondade, ou mesmo fora dele, como eventos ponte e outras ações esporádicas. Por mais criativa que seja, toda ação deve envolver a oração e total dependência do Espírito Santo. Deve-se ainda comunicar sua liderança para que tudo o que você faça tenha uma cobertura espiritual. Sugestões Atos de Bondade 01. Entregar um lanchinho em ambientes de fila, por exemplo, em repartições públicas. © Editora Inspire 02. Visitar, com presentes, um asilo, um orfanato, casas de transição para crianças, juniores e adolescentes, hospitais etc. 03. Escrever cartas anônimas para presidiários (com orientação do pastor de Capelania Prisional). 04. Homenagear profissionais que atuam em áreas sem um reconhecimento maior (limpeza pública, enfermeiros, seguranças de prédios, policiais e bombeiros, motoristas de ônibus, cobradores, professores, taxistas etc.). 05. Revitalizar a casa de alguém (pintura e móveis). 06. Lavar os carros dos vizinhos ou ajudá-lo nos afazeres domésticos. Ajudar a finalizar paredes com massa fina ou até mesmo pintar. Diferentemente de revitalizar, mas finalizar algo que se percebe por muito tempo inacabado. 07. Presentear os vizinhos com um bolo ou torta especial e abençoá-los. 180 08. Fazer o enxoval de uma gestante carente. 09. Levar roupas novas em uma casa de recuperação de dependentes químicos (toda orientação com pastor da área). 10. Sair às ruas com os líderes do ministério de Evangelismo Urbano. 11. Promover um dia especial para crianças e suas famílias em uma região carente da cidade (brinquedos, jogos, lanches e roupas). 12. Organizar uma visita especial para o centro de tratamento com pacientes psiquiátricos (com toda a orientação do pastor da área). 13. Evangelizar no centro da cidade, entregando um material evangelístico. 14. Realizar uma caminhada de oração e evangelismo nos parques da cidade. 15. Revitalizar praças públicas (em parceria com a prefeitura). 16. Levar isotônico para os ambientes públicos de esporte na cidade e um folheto evangelístico para os atletas. 17. Promover um evento para que os vizinhos tragam seus pets e repartir o amor do Deus com eles. © Editora Inspire 18. Fazer um cine especial para levar princípios cristãos com as crianças da vizinhança. 19. Levar carinho, música e presentes para as crianças do GACC (Hospital em SJCampos). 20. Realizar apresentação de expressões artísticas nas escolas. 21. Fazer apresentações acústicas com evangelismo nas praças da cidade. 22. Fazer evangelismo com porteiros de prédios e hospitais. 23. Organizar um mutirão para limpeza da cidade. Coleta de lixo reciclável e evangelização. 24. Realização de flashmob pela cidade. 25. Servir algum tipo de lanchinho em postos de saúde, em diversos horários. 26. Oferecer um grande café comunitário para os desabrigados. 27. Realizar impactos evangelísticos em bairros estratégicos, incluindo cultura, entretenimento, esportes e serviço sociais. 181 28. Oferecer serenatas para os vizinhos. 29. Realizar dia da beleza para as mulheres em regiões mais carentes da cidade (envolver profissionais ligados a corte de cabelo e manicure). 30. Incentivar e auxiliar os empresários da igreja a abençoar outros empresários com atitudes práticas. 31. Levar flores para o ambiente de trabalho e compartilhar com os seus colegas. Coloque uma mensagem motivadora, em um cartão preso a cada flor. 32. Fazer um “kit antiestresse” para os universitários e entregar em sala de aula. Você pode comprar uma bolinha antiestresse (de espuma), alguns doces e chocolates, uma folha com 10 piadas (conteúdo sadio) e um livreto: Você não está aqui por acaso. 33. Colocar corações de papel com uma mensagem “Você é especial para Deus. Lembre-se disso!” e prenda nos para-brisas dos carros estacionados na faculdade. 34. Mobilizar seus colegas de trabalho a trazerem alimentos com um mês de antecedência e ao final ir com eles entregar em um dia especial na ABAP. Chegando, faça uma oração e dê uma palavra de gratidão. © Editora Inspire 35. Ligar ou visitar para uma pessoa que está longe de casa e não vê a família há muito tempo. 36. Decidir elogiar e agradecer pelo menos uma pessoa por dia. 37. Escrever um bilhete e dar um presente de agradecimento para alguém que influenciou sua vida positivamente. 38. Presentear policiais com cartas de gratidão ilustradas por crianças com alguns presentes. 39. Deixar outro motorista parar na sua vaga de estacionamento. 40. Dar uma gorjeta generosa com uma mensagem “Jesus te ama” para o garçom, frentista e outros. 41. Descobrir uma necessidade de alguém que presta serviço a você e surpreendê-lo, suprindo esta necessidade. 42. Ajudar alguém a se reconciliar com algum amigo ou parente próximo. 182 43. Pagar para a pessoa que estiver atrás de você na fila do cinema. Se ela perguntar o motivo, diga a ela que foi Deus quem pediu para você fazer isso. 44. Deixar uma nota de valor expressivo no bolso de alguém que você sabe estar passando por dificuldade financeira. 45. Enviar uma cesta de café da manhã para uma família necessitada, com um cartão feito por cada pessoa da sua família ou célula. 46. Realizar uma disputa de games (mobilize seus filhos na organização) com premiação. No acontecimento dê uma palavra objetiva e ore pelos convidados. 47. Prender uma sacolinha na porta do quarto de cada membro da família. Por uma semana, coloque um presentinho, doce, ou bilhete na porta cada dia, para que eles encontrem quando acordar de manhã. 48. Ajudar um amigo ou vizinho que perdeu o emprego a fazer um currículo. 49. Deixar um “crédito extra” em uma lanchonete para aquela pessoa que estiver perto, aparentemente sem condições. © Editora Inspire 50. Distribuir 40 livros que trará benefícios para a vida das pessoas (Sugestões da Editora Inspire: Quebre os mitos que te fazem sofrer, Palavras de Maria, Código JMR). 51. Surpreender alguém em sua casa com um café da manhã na cama. 52. Desafiar os seus filhos na escolha de 02 brinquedos e 01 peça de roupa para doar (condição nova ou seminova). Vá com eles a um orfanato e deixe-os entregar a doação. O mesmo pode ser feito às crianças amigas de famílias pobres. 53. Pedir a sua célula doação de um computador ou laptop usado. Doe para uma pessoa necessitada e dê um curso de noção de informática e internet. Pode ser uma pessoa idosa, vocês podem criar um e-mail e um perfil em Rede Social para ela e passar a interagir com ela. 54. Oferecer aconselhamento jurídico, psicológico ou faça pesquisas para idosos ou pessoas de baixa renda. 55. Conversar com sua célula e fazer uma semana para perdoar dívidas. Cada um deve perdoar uma dívida. 183 56. Matricular um adolescente carente no Colégio Inspire e custear um ano de estudos. 57. Ajudar alguém a fazer uma mudança. 58. Transformar a república de um jovem. 59. Entregar um kit com doces e um livro para funcionários do shopping. 60. Estabelecer na sua empresa o costume de sempre dar um bom livro cristão quando fechar um negócio. 61. Anunciar um curso de culinária gratuito, o participante deve trazer apenas o material anunciado antes. 62. Fazer um dia de festa especial com as crianças de uma creche. 63. Fazer um mutirão de abraços grátis oferecendo cafezinho e pão às pessoas em centros comerciais. 64. Visitar pessoas que estão afastadas da igreja que estejam em seu raio de convívio. © Editora Inspire 65. Dar um suporte maior aos órfãos e viúvas de nossa igreja/comunidade. Fazer uma compra e levar roupas novas a viúvas, crianças, juniores e adolescentes órfãos. 66. Entregar Bíblias em áudio no hospital Pró-Visão. 67. Fazer um encontro com professores da rede pública para dar um suporte físico e espiritual. Entregar algo que demonstre gratidão a eles. 68. Chegar mais cedo em seu trabalho e deixar um bombom com um recado inspirador na mesa de cada colega. 69. Abençoar com palavras de fé as pessoas nos elevadores, nas filas etc. 70. Comprar presentes como livros, CDs ou DVDs e esperar na porta do Recomeço (ministério que recebe novos convertidos após as celebrações) para presentear alguém que aceitou Jesus. 71. Oferecer um suco, refrigerante ou uma fruta ao carteiro ou ao coletor de lixos que passar em sua rua durante o dia. 72. Colocar em sua rede social pelo menos 03 frases inspiradoras por dia durante 15 dias. 184 73. Organizar visitas a Casas de Recuperação para levar amor e suprimentos (com orientação do pastor da área). 74. Realizar um campeonato beneficente de futebol com os amigos. Doar para a ação social (ABAP) valor adicional das inscrições. 75. Fazer um dia de contação de história para crianças da sua vizinhança e presenteá-las com livros infantis cristãos (Sugestão Editora Inspire: Série Identidade: Monique & Henrique). 76. Fazer uma oficina de brinquedos artesanais para meninas e meninos e colocar princípios espirituais nesse encontro para deixar uma semente ao coração delas. 77. Ficar com os filhos de amigos para que o casal tenha uma noite especial. 78. Levar uma família amiga, que precisa de um descanso, para um fim de semana de viagem e entretenimento. 79. Realizar consertos de roupa para a comunidade. 80. Juntar e doar brinquedos novos para a nossa creche. © Editora Inspire 81. Adotar uma praça perto da sua célula (procure orientação na Prefeitura). 82. Plantar em local direcionado, árvores frutíferas. 83. Distribuir bexigas e pirulitos para as crianças em locais de aglomeração na cidade. Usar artes circenses (envolver o ministério da igreja). 84. Doar um dia de beleza e higiene para o pet (cão, gato) do seu vizinho. 85. Comprar pão e leite pelo menos três vezes na semana para um vizinho. 86. Recolher as folhas da calçada do seu vizinho. 87. Emprestar o seu carro reserva para alguém que não tenha carro para passear com sua família. 88. Fazer uma compra significativa em um açougue e entregar para uma família. 89. Ajudar durante uma semana uma mãe com bebê recém-nascido (dar todo suporte). 90. Auxiliar uma família que esteja passando por um momento de enfermidade. 185 91. Promover um chá da tarde para mulheres. 92. Melhorar o estado do carro de alguém. 93. Ajudar a terminar uma construção da casa própria de alguém. 94. Demonstrar gratidão aos times de São José dos Campos (Futsal, Vôlei, Basquete etc.) pela campanha nos campeonatos. Levar presentes aos jogadores e literatura de espiritualidade. 95. Fazer uma carreata de oração com sua célula pela cidade. 96. Enviar pelo site da prefeitura palavras de bênçãos e gratidão para o nosso prefeito. 97. Dar uma oferta exponencial para alguém (peça para Deus lhe mostrar a pessoa). 98. Colocar crédito no celular e ir a rodoviária e oferecer as pessoas para ligar para seus familiares. 99. Oferecer um almoço para os seus pais e surpreendê-los com um presente e gestos de amor. © Editora Inspire 100. Pagar por um espaço publicitário em jornais, sites importantes da cidade e outdoor para colocar a frase: Eu amo a minha cidade e oro por ela! 101. Dar uma pequena lembrança às pessoas que inspiram você. 102. Colocar corações com recados ou passagens bíblicas e pendurar nas árvores de uma praça perto da sua célula. 103. Fazer pedalada musical. Com sua célula, convidar amigos para andar de bicicleta e cantar canções durante o trajeto. 104. Fazer vasos decorativos com materiais reciclados e distribuir para as pessoas do seu condomínio. 105. Fazer um dia de lava carro gratuito para as pessoas do seu condomínio. 106. Fazer um café da manhã para as pessoas da rua onde acontece sua célula. 107. Montar uma tenda na praça ou centro da cidade e oferece oração gratuita às pessoas. 108. Montar uma tenda na praça ou centro da cidade e oferece livros cristãos gratuitos às pessoas. 186 109. Pagar a compra de supermercado de um idoso em bairro carente. 110. Organizar ajuda orfanatos, asilos, creches e convidar amigos não crentes para “Dia do Serviço Amigo”. 111. Organizar encontros para integrar amigos não crentes na célula (futebol, noite da pizza, churrasco). 112. Marcar um jantar de gratidão a um amigo não crente que o ajudou em um momento importante da sua vida. 113. Usar as redes sociais para abençoar a vida das pessoas. 114. Organizar com usa célula a doação de 1 semana das férias em ação missionária (Lar Batista-orfanato, Haiti, Senegal etc.). O VALOR DA FORMAÇÃO DE LÍDERES Um é um número muito pequeno para quem pretende fazer grandes coisas. Precisamos de outras pessoas. Este é um dos princípios abordados por John Maxwell, em seu livro 17 Incontestáveis Leis do Trabalho em Equipe, que reflete sobre o exemplo de liderança de Jesus. © Editora Inspire Uma coisa é certa: Jesus e Seus discípulos são modelos realmente confiáveis para o trabalho em equipe eficaz. Ainda que a Bíblia esteja cheia de ilustrações de líderes individuais, Jesus distingue-se porque escolheu desenvolver uma equipe. Com apenas três anos para completar Sua obra, Jesus optou pela árdua tarefa de formar uma equipe como método primordial de Seu ministério. Certamente, poderia ter uma velocidade maior trabalhando sozinho, pois Ele é Deus. Porém, optou por cumprir Sua missão por meio de uma equipe. O exemplo de Jesus nos ensina que pessoas estão acima das tarefas. Ele não deixou de cumprir as tarefas, mas deu muito valor àqueles que estavam perto. Ao liderar e mobilizar pessoas, nunca se esqueça de que pessoas estão acima de projetos, metas e números. Como sempre falamos em nossa igreja, os eventos passam, as pessoas ficam. Elas são nosso maior investimento e o seu mais alvo como líder. A missão de Jesus tinha um tempo específico para acontecer, mas Sua equipe foi o instrumento usado por Deus para a continuidade da missão de 187 Cristo na Terra. Como Jesus nos ordenou: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” Mateus 28.19-20. Formar novos líderes está no coração de nossa missão. John Maxwell nos lembra que “formar uma equipe é uma tarefa dura, mas rende grandes resultados” (MAXWELL, 2008). A equipe de Jesus é o melhor exemplo desta máxima, e este também pode ser o exemplo de sua célula. O trabalho em equipe e a formação de novos líderes realizados Jesus gerou o avanço do Reino, uma multiplicação do fruto de Sua ação. Portanto, seja intencional e persistente ao liderar pessoas e formar novos líderes. Por vezes, teremos de enfrentar sentimentos de insegurança, egoísmo, orgulho, medo ou controle. Liderar pessoas não é fácil. Nem mesmo Jesus deixou de ser traído por um membro de sua equipe. Contudo, persevere! Quando somos dirigidos pelo Espírito Santo, seremos “Barnabés” e “Eliseus” de nossa geração. Grandes resultados virão a partir de sua liderança! © Editora Inspire 188 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. De acordo com o texto, destaque algumas características do modelo de liderança de: a. Barnabé b. Eliseu 2. Quais são os estilos de liderança com os quais você mais se identifica? Cite pelo menos dois. 3. Escolha uma sugestão de Atos de Bondade e, sucintamente, esboce uma apresentação de projeto para sua concretização, utilizando os pontos apresentados nesta lição. © Editora Inspire 189 BIBLIOGRAFIA BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. São Paulo: Vida, 2000. HUBER, A. Discipulado Um a Um. Fortaleza: MDA Publicações, 2011. HYBELS, B. Liderança Corajosa. São Paulo: Vida, 2010. MAXWELL. J. 17 Incontestáveis Leis do Trabalho em Equipe. São Paulo: Thomas Nelson, 2008. PROCHONW, Schaffer, 1999 apud ONU, 1984. © Editora Inspire LEITURA OBRIGATÓRIA KORNFIELD, D. O líder que brilha. São Paulo: Vida, 2007. 190