Mapa do Ensino Religioso

Transcrição

Mapa do Ensino Religioso
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MAPA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO
ENSINO RELIGIOSO
NO PERÍODO DE 1995 a 2010
2
ENSINO RELIGIOSO
3
MAPA DA PRODUÇÃO
CIENTÍFICA DO
NO PERÍODO DE 1995 a 2010
SÉRGIO ROGÉRIO AZEVEDO JUNQUEIRA (COORD.)
CURITIBA - 2013
4
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Prof. Dr. Clemente Ivo Juliatto – Reitor
Escola de Educação e Humanidades
Profa. Dra. Maria Lurdes Gisi – Decana EEH
Programa de Pós-Graduação e Teologia
Prof. Dr. Agenor Brighenti – Coordenador do Programa
Linha Teologia e Sociedade
Grupo de Pesquisa Educação e Religião (GPER)
EQUIPE DE PESQUISA
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira (Coordenador)
Isabel Cristina Piccinelli Dissenha
Sérgio Barbosa Rodrigues
Bruno Serafim Ferracioli (Bolsa Capes)
Maria Eunice Rodrigues Chaves (Bolsa PROSUPE)
Elizabete Aparecida Pereira (PIBIC)
Luciane de Fátima Gelinski Feola (PIBIC/CAPES)
Rafael Matos dos Santos (PIBIC)
Tacieli Adriane Maciel (PIBIC/PUCPR)
Dados da Catalogação na Publicação
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR
Biblioteca Central
M297
2013
Mapa da produção científica do ensino religioso : no período de 1995 a 2010 /
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira (coord.). – 2013.
430 f. : il. ; 30 cm
Bibliografia: f. 411-414
1. Ensino religioso - 1995-2010. 2. Pesquisa bibliográfica. 3. Religião Pesquisa. 4. Reforma do ensino. I. Junqueira, Sérgio Rogério Azevedo.
II. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Programa de Pós-Graduação em
Teologia.
CDD 20. ed. – 377.1
5
6
SUMÁRIO
Parecer
10
Apresentação
13
1ª. Parte – Fundamentos
28
Capítulo 01 - Ensino Religioso: construção de uma identidade
29
Capítulo 02 - Uma área do conhecimento e sua divulgação
37
2ª. Parte – Produção Científica
41
Capítulo 03 - Produção Bibliográfica
42
1. Dissertações e teses: organização da pesquisa
43
2. Artigos em eventos: explicitação da pesquisa
49
3. Artigos em periódicos: uma produção amadurecida
60
4. Livros: uma produção consolidada
77
3ª. Parte – Produção do Ensino Religioso
86
Capítulo 04 - Identidade da produção científica entre 1995 a 2010
87
1. Dissertações e teses: espaço de pesquisa
88
2. Artigos em eventos: divulgação das pesquisas
96
3. Artigos publicados em Periódicos Científicos
115
4. Livros: uma reflexão consolidada
126
Capítulo 05 - Pesquisadores e temas de uma identidade
151
1. Perfil dos Pesquisadores
151
+ Teses e Dissertações
160
+ Artigos em Eventos Científicos
168
+ Artigos em Periódicos Científicos
174
+ Livros
180
2. Temas abordados nas diferentes publicações
184
+ Identidade (História, Legislação, Epistemologia)
188
+ Ensino-Aprendizagem (Metodologia, Subsídios, Aprendizagem)
247
+ Formação de Professor
343
+ Educação Confessional
385
Considerações Finais
408
Referenciais
411
Adendo
Produção de 2011
Produção de 2012
7
TABELAS
Tabela 01a - Dissertações
Tabela 02b - Dissertações
Tabela 02 - Instituições
Tabela 03 - Programas
Tabela 04 - Orientador/Orientando
Tabela 05 - Evento
Tabela 06 - Quadro resumo dos ENER´s
Tabela 07 - Estrutura de artigo
Tabela 08 - Revista de Catequese
Tabela 09 - Revista AEC
Tabela 10 - Livros
Tabela 11 - Editora
Tabela 12 - Autores
Tabela 13 - Dissertações
Tabela 14 - Instituições
Tabela 15 - Instituições
Tabela 16 - Programas
Tabela 17 - Programas
Tabela 18 - Exterior
Tabela 19 - Eventos
Tabela 20 - CONERE
Tabela 21 - Simpósios
Tabela 22 - Seminários
Tabela 23 - Colóquios
Tabela 24 - Anais Educação
Tabela 25 - Eventos Ciências da Religião
Tabela 26 - Eventos Ensino Religioso
Tabela 27 - Cronologia
Tabela 28 - Publicação de Educação
Tabela 29 - Publicações Teologia/ Ciência da Religião
Tabela 30 - Publicações Áreas Diferenciadas
Tabela 31 - Cronologia
Tabela 32 - Editoras
Tabela 33 - Pesquisadores
Tabela 34 - Teses e Dissertações
Tabela 35 - Orientando - Orientador
Tabela 36 - Teses - Orientador
Tabela 37 - Orientador - Orientando
Tabela 38 - Formação - Graduação
Tabela 39 - Especialização
Tabela 40 - Formação - Mestre
Tabela 41 - Formação - Doutor
Tabela 42 - Formação
Tabela 43 - Formação
Tabela 44 - Autores
Tabela 45 - Educação
Tabela 46 - Teologia/ Ciência da Religião
Tabela 47 - Ensino Religioso
Tabela 48 A - Autores
Tabela 48 B - Autores
Tabela 49 - Formação
Tabela 50 - Formação
Tabela 51 - Formação
Tabela 52 - Formação
Tabela 53 - Formação
Tabela 54 - Autores
Tabela 55 - Produção
Tabela 56 - Produção sobre Identidade
Tabela 57 - Produção sobre Ensino-Aprendizagem
Tabela 58 - Produção sobre a Formação de professor
Tabela 59 - Produção sobre Educação Confessional
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MAPAS
Mapa 01 - Dissertações entre 1975 a 1994
Mapa 02 - Eventos de Ensino Religioso de 1974 a 1998
Mapa 03 - Artigos em Revistas de Catequese (SP) / Educação da AEC (SP) até 1994
Mapa 04 - Dissertações entre 1995 a 2010
Mapa 05 - Teses entre 1995 a 2010
Mapa 06 - Eventos entre 1995 a 2010
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SIGLAS E ABREVIATURAS
AEC
AECPR
ALER
ANPTECRE
ASPER
CAPES
CE
CEB
CNBB
CNE
CNPQ
CONAE
CONIC
CV
D
DF
Dra
ENER
ER
FONAPER
FTD
GPER
GRERE
GT
IES
ISBN
ISSN
LDB
M
MEC
MG
PCNER
PIBIC
PR
Prof.
Profa.
PUCPR
PUCSP
RJ
RS
SC
SP
TCC
Associação de Educação Católica
Associação de Educação Católica do Paraná
Asocación Latinoamericana para el Estudo de las Religión
Associação dos Programas de Pós-Graduação em Teologia e Ciências da Religião
Associação de Professores de Ensino Religioso
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Ceará
Câmara de Educação Básica
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Conselho Nacional de Educação
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Conferência Nacional de Educação
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs
Currículo Lattes
Doutor
Distrito Federal
Doutora
Encontro Nacional de Ensino Religioso
Ensino Religioso
Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso
Frère Théophane Durand
Grupo de Pesquisa Educação e Religião
Grupo de Reflexão sobre Ensino Religioso
Grupo de Trabalho
Instituições de Ensino Superior
International Standard Book Number
International Standard Serial Number
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Mestre
Ministério da Educação
Minas Gerais
Parâmetro Curricular Nacional de Ensino Religioso
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
Paraná
Professor
Professora
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
São Paulo
Trabalho de Conclusão de Curso
10
PARECER
11
PARECER TÉCNICO
Parecerista: Prof. Livre-docente Dr. Afonso Maria Ligorio Soares
Matéria: Mapa da produção científica do Ensino Religioso no período 1995-2010
Responsável pelo Projeto: Prof. Livre-docente Dr. Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
1. Pertinência
O levantamento e análise empreendidos pelo grupo de pesquisadores liderados pelo prof.
Sérgio Junqueira resultaram em um mapeamento substantivo da produção realizada no
período compreendido entre 1995 e 2010, dando conta do que poderia ser denominado como
fase de constituição do Ensino Religioso após as definições ensejadas pela atual redação do
art. 33 da LDB.
A classificação do material recolhido, a abrangência dos exemplares e sua
representatividade e distribuição pelo território nacional, bem como a precisão das questões
que nortearam a análise da produção (p. 10) comprovam a coerência entre o enfoque da
pesquisa, a área de conhecimento que lhe está na origem e a leitura crítica que destina à
produção científica estudada.
2. Relevância
Há que reconhecer o ineditismo da pesquisa empreendida, em um esforço concentrado que
remonta a 2008, e certamente implicou no desafio de conciliar o tempo dos pesquisadores
com a ausência de verbas específicas, o que, certamente, deve ter impedido que o projeto
viesse a termo em menor prazo. O fato de ser preciso trabalhar com textos de estruturas
diferenciadas (artigos, comunicações científicas, dissertações, teses e livros) deve ter exigido
ajustes de não fácil execução.
No entanto, o resultado aqui espelhado é uma contribuição sem paralelo na história
recente das Ciências da Religião e, provavelmente, nas Ciências da Educação. Temos aqui
um estado da arte bastante exaustivo sobre amplitude, tendências teóricas e vertentes
metodológicas que emergem do que até aqui se escreveu sobre o Ensino Religioso. Esse mapa
está destinado a orientar e a influenciar positivamente a produção ulterior sobre esse Ensino,
na medida em que detecta onde estão os desequilíbrios e as lacunas, os trajetos a serem
reforçados e as veredas a serem deixadas de lado.
3. Impacto presumível
É de se esperar que o Mapa ora apresentado repercuta fortemente em, pelo menos, duas
pontas: de um lado, os Programas de pós-graduação das áreas de Ciências da Religião e de
Educação; de outro lado, nas instâncias governamentais responsáveis pela regulamentação e
planejamento do Ensino Religioso nas várias Unidades Federativas.
Pelo que diz respeito aos Programas de Ciências da Religião, o presente Mapa está
cobrando uma abertura maior em suas linhas de pesquisa para o tema do Ensino Religioso,
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principalmente no que concerne o estudo da relação de constituição entre a pesquisa
acadêmica sobre as religiões e sua transposição didática na forma de ensino religioso.
4. Limites e Prospectivas
É bastante compreensível que uma pesquisa tão inédita, com a ambição de cobrir um
período tão largo de tempo em um espaço tão vasto como é o Brasil não consiga, afinal, dar
conta da realidade total das produções referentes ao tema delimitado. Esta constatação não é a
delação de um defeito, mas a constatação de limitações muito realistas.
Certamente teria sido melhor cobrir um período menor de tempo e concentrar a busca de
material de forma mais intensa nesse período. Mas o fato é que não havia mapas anteriores de
igual calibre, cobrindo outros períodos. Desse modo, é louvável a iniciativa que foi levada a
termo, nas condições realistas que se apresentaram.
Também se pode apontar para a necessidade de que pesquisas ulteriores que venham a
alimentar e complementar este Mapa inicial recebam um adequado financiamento das
agências responsáveis a fim de que se possa enriquecer o levantamento quantitativo e refinar
ainda mais as análises qualitativas, inclusive – talvez – estabelecendo parcerias e convênios
interinstitucionais e internacionais.
5. Mérito da Pesquisa
Por todas as razões alegadas acima – a saber, a pertinência do levantamento e análise
empreendidos; a relevância e originalidade da pesquisa; o impacto que se espera no mundo
acadêmico, no sentido de suscitar mais e melhores produções sobre o tema – e não obstante as
inevitáveis lacunas que costumam acompanhar um trabalho de tal magnitude, este Mapa da
produção científica do Ensino Religioso (período 1995-2010) reúne todas as condições e
méritos para ser aprovado e publicado de forma a garantir sua ampla divulgação junto a
Programas de Pós-graduação da área e/ou a ela afins, bem como a todos os estudiosos que, de
alguma forma estejam envolvidos com o tema.
Dr. Afonso M. L. Soares
PUC-SP, 19/12/2012
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APRESENTAÇÃO
14
APRESENTAÇÃO
Os estudos compreendidos como tipo de “estado do conhecimento” que
procuram realizar uma análise da produção de um tema organizado em um período
estabelecido de tempo contribuem para revelar temáticas e metodologias que são
priorizadas pelos pesquisadores, oferecendo elementos importantes para aprimorar
a pesquisa em um determinado campo do saber. Estes mapas são fundamentais
para acompanhar a constituição de uma área do conhecimento, pois revelam os
temas que permanecem ao longo do tempo, assim como as tendências ou os temas
silenciados. Para a realização deste mapeamento, o corpus sobre o qual foi
elaborada análise deste trabalho são os artigos pesquisados em periódicos, em
eventos, teses e dissertações, livros e relatórios de pesquisas.
Neste estudo foi realizado um mapeamento da produção no campo do ensino
religioso produzidos em dissertações, teses, artigos de eventos e periódicos, assim
como em livros sobre este componente curricular. Procurou-se verificar as
mudanças nos temas priorizados, emergentes e silenciados, assim como nas
tendências teóricas e metodológicas das pesquisas. As questões que nortearam a
análise dessa produção foram: Quais temas e subtemas mais frequentes nesses
estudos? Quais autores e referenciais teóricos que fundamentaram as pesquisas?
Quais as metodologias e técnicas de coleta de dados utilizadas nestes estudos?
Que tendências estão mais evidentes? Quais as temáticas que emergem e quais as
esquecidas? Para a constituição do corpus de análise foram selecionados os
resumos das fontes já mencionadas organizadas a partir da Plataforma do
Curriculum Vitte, Banco de Dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES), Periódicos CAPES, Indexadores como SCIELO,
Latindex, Biblioteca Wolfgang Gruen (GPER), Biblioteca da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná e Universidade Federal do Paraná. O indicador de busca dos
resumos foi às palavras-chaves utilizadas pelos autores das pesquisas, tais como:
ensino religioso - ensino religioso escolar – educação religiosa (quando
compreendida como componente curricular).
O mapeamento foi realizado com apoio de estudantes da graduação com
bolsa do programa de iniciação à pesquisa do PIBIC e por cinco pesquisadores,
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estes últimos realizaram análise do conteúdo a partir dos resumos com base em
fichas que continham informações sobre: título, autor, instituição, objetivo,
metodologia e resultados. Por tratar-se de textos com estruturas diferenciadas como
artigos de periódicos e de eventos, dissertações, teses e livros a pesquisa exigiu
ajustes para poder mapear estes produtos, sendo que as categorias de análise
foram distribuídas em quatro: história e legislação; aspectos metodológicos e
epistemológicos; formação de professores; escola confessional.
A primeira categoria sobre a história e legislação compreende os textos que
exploram a origem e desenvolvimento desta área de conhecimento que compõe a
base nacional comum do currículo e a discussão sobre a legislação. A segunda
categoria organiza os trabalhos sobre elementos da metodologia, o processo ensino
e aprendizagem, subsídios, seleção de conteúdos, epistemologia e didática da
disciplina. Os materiais referentes à formação de professores foram articulados na
terceira categoria, com o estudo que se inicia com a experiência da formação
expandindo-se com o estudo sobre o currículo. Finalmente, os trabalhos sobre este
componente curricular aplicado em instituições explicitamente confessional que
apresentam características particulares.
Este longo estudo iniciado em 2008 visa contribuir para uma ampla discussão
sobre a identidade pedagógica do Ensino Religioso por meio de análise da produção
científica nesta área, a fim de favorecer na formação do (a) professor (a). Ao
aprofundar teoricamente essa temática, se faz necessário estabelecer uma análise
de contexto destacando a função do Ensino Religioso enquanto área de
conhecimento estabelecida pelo Conselho Nacional de Educação nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (1998 e 2010).
A contemporaneidade traz uma série de questionamentos, mudanças e
desafios diante do momento histórico que estamos vivenciando: a transformação de
valores, o capitalismo avançado, o consumo desenfreado, uma sociedade de
velocidade, de tecnologia, informatizada e virtual.
Neste contexto, a discussão sobre o Ensino Religioso, enquanto área de
conhecimento e componente curricular explicitado pela legislação como um
elemento da formação integral do educando está pautada no desenvolvimento de
uma vivência e uma filosofia de vida fundamentada na ética, na justiça, nos direitos
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humanos e na defesa da dignidade do ser humano; em outras palavras, na formação
para a o exercício da cidadania. Para tal, o Ensino Religioso deve ser trabalhado de
forma interdisciplinar, visando à educação integral do aluno, à formação de valores
fundamentais, através da busca do transcendente e da descoberta do sentido mais
profundo da existência humana, levando em conta a visão religiosa do educando
(JUNQUEIRA, 2002, p.104).
Considerando que o Ensino Religioso recebeu pela primeira na história da
educação no país o status de área do conhecimento, sendo a quinta área na escala
das demais áreas. Essa compreensão está em construção e por isso, a importância
de estabelecer suas bases epistemológicas, perfil e tendências para sua
consolidação. Esse entendimento parte do princípio de que um dos meios para se
atingir esta finalidade é identificar e analisar a produção de conhecimento.
Nesse sentido optou-se para este estudo, o recorte histórico entre o período
de 1995 a 2010, porque foi nesse período em que foi estabelecido um movimento
nacional de professores para a instalação do FONAPER (Fórum Nacional
Permanente do Ensino Religioso) o qual contribuiu com as discussões sobre o
Ensino Religioso na LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional) 9394/96,
sancionada em 20 de dezembro de 1996, e a revisão do artigo 33 sobre este
componente curricular através da Lei nº 9475/97.
Compreende-se que para alcançar os objetivos propostos para a efetivação
desse componente curricular o caminho seria através do estudo sobre o estado da
arte ou estado do conhecimento que é veiculado nesse ensino. Por isso esse estudo
tem a abordagem qualitativa e uma metodologia exploratória e histórica analítica,
para identificar e analisar a produção do conhecimento no Ensino Religioso. Esse
trabalho apoia-se na análise dos registros da produção científica produzidos no
Brasil ao longo do século XX e na primeira década do século XXI, tendo em vista
estabelecer a identidade desta disciplina inserida no currículo escolar das escolas
públicas.
Compreende-se que a pesquisa de abordagem qualitativa ganha novo
significado, passando a ser concebida como uma trajetória circular em torno do que
se deseja compreender, não se preocupando única e/ou aprioristicamente com
princípios, leis e generalizações, mas voltando o olhar à qualidade, aos elementos
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que sejam significativos para o observador-investigador.
Essa abordagem qualitativa reúne dados por meio de entrevistas e
observações, técnicas. Alguns dados podem ser quantificados, como no caso do
censo ou de informações históricas sobre pessoa ou objetos estudados, mas em
geral a análise é interpretativa. Porém, os (as) pesquisadores (as) codificam os
dados de uma forma que permita que sejam eticamente analisados.
A capacidade de ir além do senso comum pela reflexão, no pensamento
crítico, revisitando os fenômenos e aplicando o olhar investigativo foi o percurso para
iniciarmos a pesquisa. De forma sistemática e crítica procura-se conhecer um objeto
analisando profundamente em suas diferentes características por um conjunto de
princípios que o organizam. Para este conhecimento foi necessário um percurso de
procedimentos (descrições, explanações, interpretações, orientações, coleta de
dados, métodos e análises) fundamentados por uma razão ou uma teoria que
sustentarão todo este processo.
A característica essencial da pesquisa é que ela deve objetivar o avanço do
conhecimento. O conhecimento científico tem uma grande relevância para o meio
acadêmico e, consequentemente, para o desenvolvimento cultural de um país; pois
os(as) pesquisadores(as) movidos(as) de criatividade, investigação, criticidade e
cientificidade
desenvolvem
suas
pesquisas
e
produções
intelectuais
comprometidos(as) com os avanços tecnológicos e científicos que a sociedade
contemporânea nos apresenta.
Porém, para que este conhecimento seja valorizado e sirva de referência para
posteriores estudos e avanços, se faz necessária a sua divulgação. O acesso ao
conhecimento gerado, portanto, é extremamente importante para a evolução das
comunidades científicas, visto que nos apropriamos de novos pontos de vista,
conceitos, métodos, técnicas, instrumentos, ferramentas, enfim, tendências e
perspectivas que norteiam a construção do saber de uma área de conhecimento.
Para se chegar à aquisição do conhecimento científico é necessário o uso de
métodos que possibilitem ao(a) pesquisador(a) sair de uma posição de expectador
(a) passivo (a) e passe, através das suas hipóteses, a ser o(a) problematizador (a)
utilizando os resultados obtidos para as ações e decisões, retroalimentando assim
os resultados. É desta forma que o conhecimento científico é construído, a partir de
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novas teorias e de novas leis, ao se explicar novos fatos e fenômenos fundamentado
na verificação e correspondência com a realidade do fenômeno.
As pesquisas procuram desenvolver declarações de verdades relevantes que
possam ser utilizadas para explicitar situações que descrevam relações de interesse
coletivo. No campo das Ciências Sociais destaca-se a pesquisa qualitativa, a qual é
fundamentalmente interpretativa, inclui-se nesta perspectiva, o desenvolvimento da
descrição de um cenário que colabora na identificação de categorias sustentadas
em teorias. Dentre estas pesquisas, encontra-se o “estado da arte” ou “estado do
conhecimento.
Embora recentes no Brasil, os estudos de estado da arte pois são sem
dúvida, de grande importância, pois pesquisas desse tipo é que podem conduzir à
plena compreensão do estado atingido pelo conhecimento a respeito de
determinado tema – sua amplitude, tendências teóricas, vertentes metodológicas. A
relevância de pesquisas do tipo estado da arte está em acompanhar e pontuar o
movimento
do
conhecimento
em
um
determinado
período,
permitindo
consequentemente compreendê-lo em perspectivas relacionáveis no que concerne a
contextos históricos, políticos e sociais.
Sendo que o termo estado da arte resulta de uma tradução literal do Inglês, e
tem por objetivo realizar levantamentos do que se conhece sobre um determinado
assunto a partir de pesquisas realizadas em uma determinada área.
Esses estudos são necessários no processo de evolução da ciência, a fim de
que se ordene periodicamente o conjunto de informações e resultados obtidos,
favorecendo a organização que mostre a integração e configuração emergentes, as
diferentes perspectivas investigativas, os estudos recorrentes, as lacunas e as
contradições (Idem, p.4).
Salienta a autora, que num estado da arte é necessário considerar categorias
que identifiquem, em cada texto, e no conjunto deles as facetas sobre as quais o
fenômeno vem sendo analisado. Os objetivos desses trabalhos não se restringem a
identificar a produção, mas analisá-la, categorizá-la e revelar os múltiplos enfoques
e perspectivas. As pesquisas do tipo estado da arte têm nas revisões bibliográficas
suas principais aproximações, pois “analisam a produção bibliográfica em
determinada área [...] fornecendo o estado-da-arte sobre um tópico específico,
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evidenciando novas ideias, métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor
ênfase na literatura selecionada” (NORONHA e FERREIRA, 2000, p. 191).
Os diversos autores André (2002), Mazzotti (2002), Angelucci (2004), Ventorin
(2006), Ferreira (2002) Romanowski (2002) que escrevem sobre o estado da arte
nos afirmam que nos últimos quinze anos tem se produzido um conjunto significativo
de pesquisas conhecidas pela denominação “estado da arte” ou “estado do
conhecimento”. Definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer em
comum o desafio de mapear e discutir certa produção acadêmica em diferentes
campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm
sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e
em que condições têm sido produzidas certas dissertações de mestrado, teses de
doutorado, publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos e de
seminários. Também são reconhecidas por realizarem uma metodologia de caráter
inventariante e descritivo da produção acadêmica e científica sobre o tema que
busca investigar, à luz de categorias e facetas que se caracterizam enquanto tais em
cada trabalho e no conjunto deles, sob os quais o fenômeno passa a ser analisado.
Apesar dessa técnica ser pouco conhecida entre os pesquisadores do Brasil, ela é
bem recebida e utilizada, sobretudo, na área da educação.
A literatura especializada tem evidenciado de maneira imperativa a
necessidade de acompanhar o desenvolvimento, as transformações e inovações
que buscam tornar os campos da educação e seus profissionais cada vez mais
competentes para atender, com propriedade, aos anseios daqueles que vêm
conquistando o direito à educação. Neste aspecto os estados da arte podem:
Significa uma contribuição importante na constituição do campo teórico de
uma área de conhecimento, pois procuram identificar os aportes significativos da
construção da teoria e prática pedagógica, apontar as restrições sobre o campo em
que se move a pesquisa, as suas lacunas de disseminação, identificar experiências
inovadoras investigadas que apontem alternativas de solução para os problemas da
prática e reconhecer as contribuições da pesquisa na constituição de propostas na
área focalizada (ROMANOWSKI, 2006, p. 39).
Esta análise do processo de evolução da ciência, a fim de que se ordene
periodicamente o conjunto de informações e resultados já obtidos, favorecendo a
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organização que mostre a integração e a configuração emergentes, as diferentes
perspectivas investigadas, os estudos recorrentes, as lacunas e as contradições;
não se restringe apenas a identificar a produção, mas analisá-la, categorizá-la e
revelar os múltiplos enfoques e perspectivas (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS
E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Estados do conhecimento Disponível em: http://www.inep.gov.br/comped/estudos/default.htm Acesso em 09 de
junho de 2010.)
Para desencadear um processo de análise qualitativa dos estudos produzidos
nas diferentes áreas do conhecimento, um levantamento e uma revisão do
conhecimento produzido sobre o tema é um passo indispensável; pois este tipo de
estudo caracteriza-se por ser descritivo e analítico. Ao realizar uma pesquisa do tipo
estado da arte, são necessários os seguintes procedimentos:
Definição dos descritores para direcionar as buscas a serem realizadas;
localização dos bancos de pesquisas, teses e dissertações, catálogos e acervos de
bibliotecas, biblioteca eletrônica que possam proporcionar acesso a coleções de
periódicos, assim como aos textos completos dos artigos; estabelecimento de
critérios para a seleção do material que compõe o corpus do estado da arte;
levantamento de teses e dissertações catalogadas; coleta do material de pesquisa,
selecionado
junto
às
bibliotecas
de
sistema
COMUT
ou
disponibilizados
eletronicamente; leitura das publicações com elaboração de síntese preliminar,
considerando o tema, os objetivos, as problemáticas, metodologias, conclusões, e a
relação entre o pesquisador e a área; organização do relatório do estudo compondo
a sistematização das sínteses, identificando as tendências dos temas abordados e
as relações indicadas nas teses e dissertações; análise e elaboração das
conclusões preliminares (ROMANOWSKI, 2002. p.p. 15 e 16).
Os dados coletados em estudos do tipo estado da arte ou estado do
conhecimento indicam a atenção que os pesquisadores dão à temática. Além de
apontar para que aspectos da área da educação voltam-se a preocupação dos
pesquisadores, apontam os temas, subtemas e conteúdos priorizados em pesquisas
e mostram a necessidade de algumas pesquisas, ou seja, mostram que alguns
temas são quase que totalmente silenciados.
Os estudos de tipo de estado da arte evocam aspectos pontuais como um
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curso ou uma área de formação com sua proposta específica e os temas que têm
preocupado os pesquisadores. Outro aspecto que esses estudos mostram são os
tipos de pesquisa utilizados nas investigações. Tais pesquisas estão apoiadas na
análise de depoimento, nos estudos de um caso, nos estudos de caso do tipo
etnográfico, descritivos exploratórios, de pesquisa-ação, pesquisa ação-colaborativa,
nos estudos que fazem a análise da prática pedagógica, a história de vida, a
autobiografia, análise das práticas discursivas, pesquisa teórica, pesquisa
bibliográfica.
Um estado da arte é de fato um mapa que nos permite continuar caminhando;
um estado da arte é também uma possibilidade de perceber discursos que em um
primeiro exame se apresentam como descontínuos ou contraditórios. Em um estado
da arte, está presente a possibilidade de contribuir com a teoria e prática de uma
área do conhecimento (MESSINA, 1998, p.1).
Através do levantamento do que se conhece sobre determinada área é
possível estabelecer relação com produções anteriores, identificando temáticas
recorrentes e apontando novas perspectivas, consolidando uma área de
conhecimento e constituindo-se orientações de práticas pedagógicas para definição
dos parâmetros de formação de profissionais para atuarem na área (BRANDÃO,
1986, p.7).
Ao se estabelecer algumas ideias e definições sobre pesquisas do tipo estado
da arte ou estado do conhecimento e, as suas relações com o Ensino Religioso,
procura-se colaborar para que sejam criadas novas perspectivas no campo da
produção científica para que, por meio destas, seja possível apontar novos
caminhos e responder a antigas perguntas sobre a identidade do Ensino Religioso,
bem como, identificar quais são suas características e tendências.
Nesta perspectiva, esta pesquisa almeja compreender a formação do conceito
sobre o Ensino Religioso a partir de autores que articularam suas reflexões e
experiências nesta temática, de forma a construir um corpo de fundamentação. A
difusão das etapas deste processo de mapeamento da construção da identidade do
Ensino Religioso é de fundamental importância para que a comunidade acadêmica
posicione-se diante dos registros desta pesquisa.
O caminho percorrido para a análise de dados seguiu os seguintes passos: 1-
22
Levantamento do referencial bibliográfico para análise documental; 2- Levantamento
do referencial teórico para estado da arte ou estado do conhecimento, análise
qualitativa, pesquisa histórica exploratória; 3- Validação dos indicadores; 4Aplicação dos indicadores na análise, categorização e interpretação das
contribuições teóricas.
Considerando o objetivo proposto, o procedimento metodológico escolhido foi à
pesquisa exploratória, por meio de levantamento bibliográfico. Dessa forma, levou-se
a efeito o trabalho de identificação das obras, análise e interpretação das informações
contidas na contra capa, apresentação, introdução e conclusão.
Compreende-se pesquisa exploratória como o primeiro passo da pesquisa
científica e tem como principal objetivo o aprimoramento de ideias e ou a descoberta
de intuições. Esse tipo de pesquisa tem por finalidade proporcionar maiores
informações sobre o assunto, facilitar a delimitação da temática de estudo, definir os
objetivos ou formular hipóteses de uma pesquisa ou descobrir um novo enfoque que
se pretende realizar. Nesse tipo de pesquisa o que conta são as novas informações
levantadas e não, o diálogo com o conhecimento acumulado. A literatura
especializada enfatiza que:
Explorar é tipicamente a primeira aproximação de um tema e visa criar maior
familiaridade em relação a um fato ou fenômeno. Quase sempre se busca essa
familiaridade pela prospecção de materiais que possam informar o pesquisador a
real importância do problema, o estágio em que se encontram as informações já
disponíveis a respeito do assunto, e até mesmo, revelar ao pesquisador novas
fontes de informação. Por isso a pesquisa exploratória é quase sempre feita como
um levantamento bibliográfico, entrevistas com profissionais que estudam/atuam na
área, visitas a web sites, etc (SANTOS, 1999, p. 26).
A pesquisa exploratória proporciona a formação de ideias para o entendimento
do conjunto do problema, enquanto que a pesquisa descritiva procura quantificar os
dados colhidos e analisá-los estatisticamente. Os estudos exploratórios são
frequentemente utilizadas para gerar hipóteses e identificar variáveis que devem ser
incluídas na pesquisa.
A pesquisa com dados qualitativos é a principal metodologia utilizada nos
estudos exploratórios e consiste em um método de coleta de dados não
23
estruturados, baseado em pequenas amostras e cuja finalidade é promover uma
compreensão inicial do conjunto do problema de pesquisa.
A pesquisa exploratória envolve o levantamento bibliográfico e documental,
observação informal, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas
com o problema e, análise de exemplos que estimulem a compreensão do assunto
estudado. Por mais que seu planejamento seja bastante flexível, quase sempre
assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso.
Assim, com relação ao objetivo proposto para esta pesquisa, à metodologia
empregada possibilitou o estudo a partir da análise de conteúdo, utilizou-se, para
isso, uma vertente histórica, uma tipologia e análise tendo como referencial teórico
Laurence Bardin (1977).
Quanto à vertente histórica, optou-se por este recorte histórico porque
tivemos neste período fatos importantes como a aprovação da LDB (Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional) 9394/96 e também a Lei 9475/97, que traz uma
nova redação para o artigo 33; em 1998 com a publicação de diretrizes para a
formação dos professores, as quais orientam para uma nova caracterização ao
Ensino Religioso. E também foi neste ano que se comemorou os quinze anos da
instalação do FONAPER (Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso).
Quanto à tipologia, foram considerados os livros elaborados na perspectiva de
sistematização sobre o Ensino Religioso. Aqui vale ressaltar que não é um estudo
sobre os textos didáticos utilizados por estudantes alunos ou livros que
acompanham orientam professores de como empregar os livros didáticos. Para tal,
considerou-se as orientações elaboradas, segundo a Comissão de Avaliação de
Livros, a qual define o livro como um produto impresso ou eletrônico e que possua
registro ISBN ou ISSN (para obras seriadas) e que contenha , no mínimo cinquenta
páginas publicadas por uma editora pública ou privada, associação científica,
instituição de pesquisa ou órgão oficial. Os livros são uma produção intelectual que
resultam de investigação nas diferentes modalidades, tais como: obras integrais,
coletâneas, dicionários ou enciclopédias, anais (texto completo) desde que o
conteúdo traduza a natureza científica da produção e assuma três quesitos:
relevância temática; inovação; potencialidade do impacto.
Essa pesquisa nos permitiu optar por uma abordagem qualitativa, pois
24
possibilita articular vários elementos do material coletado. A análise de conteúdo foi
empregada na perspectiva de Bardin (1977) sendo compreendida como:
Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por
procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens,
indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos
relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens
(BARDIN, 1977, p. 42).
Do ponto de vista analítico instrumental, este conceito foi fundamental para a
compreensão dos dados fornecidos através dos resumos, apresentações e
considerações finais das obras.
Bardin enfatiza que a análise de conteúdo busca compreender mais além dos
significados imediatos; conduz a uma tarefa paciente de "desocultação" do não-dito,
do latente, do que permaneceu encoberto. Como explicita Bardin (1977, p.44), a
análise de conteúdo busca conhecer aquilo que está por trás das palavras... é a
busca de outras realidades através das mensagens.
As diferentes etapas da análise de conteúdo organizaram-se em torno de três
polos cronológicos: 1) a pré-análise; 2) a exploração do material; 3) o tratamento dos
resultados, a inferência e a interpretação.
Para que a área de conhecimento sobre o Ensino Religioso possa constituirse como espaço de fato do conhecimento é necessário aprimorar o campo da
pesquisa, especificamente explicitar objetos definidos, perguntas claras e coesas,
metodologias que permitam realizar o percurso científico para esta área.
Ao propor uma objetivação na produção realizada sobre o Ensino Religioso, é
para buscar o latente, o não explicitado por estes pesquisadores, em vista da
formação inicial e continuada dos(as) professores(as) desta área, procurar o que
fundamenta cada um dos trabalhos, a lógica do procedimento adotado por estes
autores. Todo esse processo demanda um processo de elaboração de variáveis que
permitam a construção de uma linha de trabalho, em vista da percepção da estrutura
dos textos e de suas fontes.
Nesta perspectiva é que foi realizada a análise e mapeamento de produção
bibliográfica no Brasil ao longo do século XX e na primeira década do século XXI,
visando estabelecer a identidade desta disciplina inserida no currículo escolar
25
brasileiro. Para alcançar os objetivos propostos, optou-se por realizar o estudo por
meio do estado da arte ou estado do conhecimento, e fora, utilizado, a pesquisa
exploratória e histórica com abordagem qualitativa.
O processo de coleta e análise de dados na presente pesquisa, conforme o
referencial teórico de (Bardin, 1977), seguiu as seguintes etapas:
1− Pré- análise:
Na pré-análise se organizou o material que constituiu o “corpus” da pesquisa.
Antes de definir qual seria o corpus do trabalho, realizou-se a leitura flutuante. Este
processo ocorre quando se tem o primeiro contato com o material que será
analisado. A realização da leitura levou à escolha do referencial teórico e do tema
que seria abordado, passando pela formulação dos objetivos, das questões
norteadoras de pesquisa e do problema, a referenciação dos índices e a elaboração
de indicadores.
As decisões tomadas a respeito do corpus condicionaram a ênfase que foi
dada na pesquisa (análise qualitativa). O próximo passo foi a constituição do corpus,
isto é, definição do conjunto de documentos a serem submetidos à análise.
Durante a leitura flutuante percebeu-se que seria necessário inicialmente
compor o processo histórico da área de Ensino Religioso para posteriormente
realizar uma análise e compreensão desta produção. A partir destes elementos
organizou-se à formulação dos objetivos e a elaboração de indicadores que
fundamentam a interpretação dos dados analisados, esta pesquisa leva em
consideração as seguintes questões: “A produção bibliográfica difundida oferece
solidez para a área de conhecimento?”, “A produção bibliográfica sobre o Ensino
Religioso seguem o rigor necessário para a pesquisa na área?”, “A produção
bibliográfica colabora para estabelecer a identidade do Ensino Religioso, que
progressivamente assume um perfil de área de conhecimento?”
Partindo destas questões, propôs-se como objetivo geral (já referenciado
anteriormente) analisar e mapear a produção de conhecimento do Ensino Religioso
no período de 1995 a 2010, para estabelecer o seu perfil.
2− Codificação e categorização:
Na etapa de codificação e categorização da pesquisa são realizadas as
decisões tomadas na pré-análise, é o momento da codificação em que os dados
26
brutos são organizados sistematicamente, segundo regras de classificação,
agregação e enumeração com o objetivo de esclarecer para o analista quais são as
características do material selecionado. A principal função desta etapa é fazer a
ligação entre o material que foi escolhido para a análise e a teoria que será utilizada
pelo (a) pesquisador (a).
A codificação compreende a escolha de unidades de registro, a seleção de
regras de contagem e a escolha de categorias.
[...] Tratar o material é codificá-lo. A codificação corresponde a uma
transformação - efetuada segundo regras precisas – dos dados brutos do texto,
transformação esta que, por recorte, agregação e enumeração, permite atingir uma
representação do conteúdo, ou da sua expressão suscetível de esclarecer o analista
acerca das características do texto, que podem servir de índices, ou, como diz O. R.
Holsti: A codificação é o processo pelo qual os dados brutos são transformados
sistematicamente e agregados em unidades, as quais permitem uma descrição
exata das características pertinentes do conteúdo [..] (BARDIN, 1977, p. 103).
A categorização consiste em classificar e reagrupar as unidades de registro
em um reduzido número de categorias, tendo como objetivo tornar compreensível a
totalidade dos dados e a sua diversidade.
[...] A unidade de registro é a unidade de significação a codificar e corresponde
ao segmento de conteúdo a considerar como unidade de base, visando a categorização
e a contagem frequencial. A unidade de registro pode ser de natureza e de dimensões
muito variáveis [...] (Idem, p. 104).
3− Inferência:
A inferência, esta que nos faz transitar pela parte mais fértil da análise de
conteúdo, está concentrada nos aspectos implícitos da mensagem que está sendo
analisada. O(A) pesquisador(a) lê o material buscando descobrir o que está nas
entrelinhas, tudo aquilo que mesmo não estando explícito acaba sendo transmitido
pela mensagem. Nessa fase, a interpretação é essencial, deve estar relacionada ao
corpus existente, de modo que seja validada pela comunidade científica da área.
27
Concluindo, sistematizam-se os resultados com os objetivos iniciais, buscando a
construção de conhecimento científico sobre o objeto pesquisado.
Durante essa etapa da pesquisa, estabeleceram-se as relações entre os
dados obtidos e a fundamentação teórica, na busca de minuciar e refletir sobre os
dados encontrados, e assim, nesse aprofundamento desvelar além das tendências,
quais caracteres estão presentes no Ensino Religioso nacional na atualidade; pois é
o que dará sentido à nossa interpretação. Pois, de fato, o tema desta pesquisa está
disperso em diversas áreas, percebe-se que os pesquisadores são oriundos da
educação, da teologia, alguns da ciência da religião, do direito, da psicologia e
discutem a questão do Ensino Religioso em decorrência de suas pesquisas como o
currículo, a formação de professor, a laicidade, o livro didático, história da educação.
Mas, progressivamente percebe-se que se inicia um movimento de pesquisadores
por meio da análise dos Currículos Lattes em que a sua produção é dedicada ao
Ensino Religioso, com pesquisa, participação em programas de pós-graduação,
eventos com Grupos de Trabalho e mais recentemente a discussão dentro da
subárea da Teologia/Ciência da Religião de uma área do conhecimento em que o
Ensino Religioso é compreendido como aplicabilidade da Ciência da Religião o que
poderá demandar para a próxima década a compreensão de uma área.
O trabalho foi organizado em três partes, inicialmente denominado de
“Fundamentos” em explicita-se a construção da identidade deste componente
curricular e sua relação com o conhecimento; a segunda parte apresenta a estrutura
do que é a produção científica no campo dos trabalhos acadêmicos (Dissertações e
Teses), trabalhos em eventos, artigos em periódicos e livros, a proposta é de
articular o que foi produzido até 1994 para que o pesquisador compreenda esta
articulação. Finalmente a terceira parte “Produção do Ensino Religioso” apresenta a
identidade da produção no campo deste componente curricular entre 1995 a 2010
visando demonstrar a compreensão dos pesquisadores, das temáticas e dos
espaços em que foram produzidos. Com certeza esta identificação contribuirá para
que outros trabalhos possam prosseguir na compreensão do Ensino Religioso no
espaço da academia.
28
PRIMEIRA PARTE
Fundamentos
29
CAPÍTULO 01
ENSINO RELIGIOSO: CONSTRUÇÃO DE SUAS TENDÊNCIAS
A construção das diferentes tendências para Ensino Religioso como
componente curricular é um processo que ocorreu especialmente ao longo da
república brasileira, entretanto é fundamental compreender como a questão religiosa
esteve presente no ambiente educacional em toda história brasileira a partir da
presença europeia na constituição do povo brasileiro, pois, inicialmente o projeto de
invasão territorial e dominação da população local confundiam-se com uma proposta
político-econômica. Assim, cabia à educação religiosa cumprir a função de
homogeneizar a cultura brasileira. Contudo, o regime republicano em seu sistema
educacional construiu um componente curricular que valoriza a pluralidade cultural
religiosa de sua população na formação do cidadão.
De fato foi com a implantação do regime Republicano a partir de 1890 a que o
contexto educacional religioso assume uma nova perspectiva, pois a organização
política brasileira sofreu forte influência das ideias positivistas interferindo em diferentes
aspectos da vida social especificamente no campo da escolarização em que o país é
declarado laico.
Portanto, a partir da proclamação da República e da formação de um Estado
laico, o aspecto cultural toma relevância no país considerando que a população
nacional é constituída por uma cultura heterogênea, permitindo compreender a
diversidade a partir do pluralismo cultural religioso.
Em decorrência de acordos entre a Igreja Católica e o Poder executivo
brasileiro, teremos por conta da Reforma Francisco Campos, o decreto conhecido
como Independência da República, de 30 de abril de 1931, que menciona: o ensino da
religião “é admitido como facultativo de acordo com a confissão do aluno e dos
interesses da família, sendo que a organização dos programas e as escolhas dos
livros ficam a cargo dos ministros dos respectivos cultos” (Oliveira, L., 2007, p.51-52).
Posteriormente na Constituição de 1934, no artigo 153 que cita: o ensino
religioso “será de frequência facultativa e ministrado de acordo com os princípios da
confissão religiosa do aluno, manifestada pelos pais ou responsáveis e constituirá
30
matéria dos horários nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e
normais”.
O artigo 133, da Constituição de 1937, assume a seguinte concepção desta
disciplina: “O Ensino Religioso poderá ser contemplado como matéria do curso
ordinário das escolas primárias, normais e secundárias. Não poderá, porém,
constituir objeto de obrigação dos mestres ou professores nem de frequência
compulsória por parte dos alunos”.
Tal premissa teve forte influência do Manifesto dos “Pioneiros da Escola
Nova” ou “Educadores da Escola Nova”, representantes de um grupo empenhado
em reestruturar a Educação de forma a ser modernizada e orientada a adaptar-se ao
processo industrial do país (GADOTTI, 1993, pp. 241-245). Os escolanovistas eram
contra a inclusão do Ensino Religioso por considerarem os princípios da laicidade,
obrigatoriedade e gratuidade do ensino público.
Durante todo o ano de 1941 a Lei Orgânica do Ensino Secundário foi
preparada pessoalmente por Gustavo Capanema. Em um documento manuscrito,
redigido naquela ocasião, ele previu a inclusão da instrução religiosa no currículo do
ensino secundário, entre as disciplinas de educação geral.
Esta medida veio atender as reivindicações da Igreja Católica aproximando-a
do Estado, já que no período da ditadura de Getúlio Vargas as aulas de Religião
foram canceladas, pois o argumento utilizado apoiava-se no papel da religião como
ação moderadora na sociedade, pois lhe cabia o ensino de valores e atitudes cristãs
que contribuíram para a paz e para a tranquilidade social (OLIVEIRA, L. 2007, p. 52).
Como consequência da Constituição da “Terceira República” estabeleceu a
primeira lei de orientação geral da educação brasileira. A Lei de Diretrizes e Bases
para o Ensino de 1961 (Lei n. 4.024), no seu artigo 97 homologou o modelo mais
antigo e utilizado do Ensino Religioso em todo o território nacional – Ensino
Religioso Confessional. Em 1964, no quarto período republicano, o governo militar
por meio de um golpe armado depôs o presidente constitucional João Goulart, e
para programar o regime autoritário da ditadura foi necessário revogar e alterar
dispositivos da legislação sobre a educação.
Nova proposta ocorrerá em 1971, ocasião em que foi promulgada a Lei de
Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º Graus, de número 5.692/71, que em seu
31
artigo 7º, parágrafo – sem revogar totalmente a LDB DE 1961 – repete o dispositivo
da Carta Magna de 1968 e Emenda Constitucional número 1/69. Esta insere o
Ensino Religioso nos horários regulares, o que acaba por criar, a área de estudos de
Moral e Cívica, Artes e Educação Física; no intuito, de formar alunos voltados ao
civismo e a moral concernentes ao regime militar.
Frente à crise política para restabelecer a democracia no país e, diante de
paradigmas emergentes de possibilidades e certezas, o Ensino Religioso procura a
sua redefinição como disciplina regular no currículo escolar. No contexto do início do
processo para a Constituinte, em 1985 o encaminhamento do projeto da nova Lei de
Diretrizes e Bases no Congresso Nacional e em 1995 a instalação do FONAPER,
faz com que o Ensino Religioso volte a ser objeto de discussão.
Na Constituição Federal de 1988, por meio do artigo 210, parágrafo 1º do
Capítulo III da Ordem Social fica estabelecido que “O ensino religioso de matrícula
facultativa, constituir-se-á disciplina dos horários normais das escolas públicas de
ensino fundamental”. Enquanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
Lei n. 9.394/96 orienta os sistemas de ensino de todo país com uma característica
mais liberal, ou seja, não mais orientar, mas tutelar todo o processo educacional,
com a pretensão de favorecer a diversidade nacional e a pluralidade cultural
brasileira. O que implicou, inclusive, uma nova compreensão para a educação
nacional, estabelecendo os princípios e fins mais amplos.
Essa lei inseriu o Ensino Religioso no contexto global da educação, que
acabou por preconizar o respeito à diversidade cultural-religiosa do Brasil. Contudo,
o Ensino Religioso, manteve-se como disciplina e não se reverteria em ônus para o
Estado. Descarta-se, desse modo, qualquer possibilidade de uma compreensão
pedagógica e apoia-se numa postura de catequização e não na perspectiva de
disciplina escolar, fato este que provocou protestos e mudanças posteriores, como
destaca o artigo 33, parágrafo 1º: “O Ensino Religioso, de matrícula facultativa,
constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de educação básica,
sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências
manifestas pelos alunos ou por seus responsáveis”.
A inserção do Ensino Religioso no contexto global da educação visava tornar
as relações do saber mais solidárias e participativas. Ajuda a descobrir instrumentos
32
eficazes para a compreensão e para a ação transformadora da realidade social,
através dos valores fundamentais da vida.
Portanto no período entre 1995 (abril) a 1996 (dezembro), assistiu-se a uma
nova mobilização para a definição desta disciplina. Apesar de garantida na
Constituição, necessitava de elementos complementares para serem melhores
definidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Tivemos no ano de 1995, um marco importante na história do Ensino
Religioso, a fundação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso
(FONAPER), o qual ocorreu no dia 26 de setembro, na cidade de Florianópolis (SC),
durante a celebração dos vinte e cinco anos do Ensino Religioso em Santa Catarina.
O evento promovido e apoiado pela Editora Vozes, contou com a presença de
coordenadores e professores provenientes de dezoito Estados.
O FONAPER caracterizou-se como espaço supra institucional, com
profissionais da disciplina, com uma firme convicção de que o problema que se faz
necessário discutir o aspecto pedagógico, e não o das religiões. Para tal, definiram
quatro princípios norteadores de trabalho: garantir que a escola, seja qual for sua
natureza, ofereça o Ensino Religioso ao educando, em todos os níveis de
escolaridade, respeitando as diversidades de pensamento e opção religiosa e
cultural do educando; definir junto ao Estado o conteúdo programático do Ensino
Religioso integrante e integrado às propostas pedagógicas; contribuir para que o
Ensino Religioso expresse uma vivência ética pautada pela dignidade humana;
exigir investimento real na qualificação e capacitação de profissionais para o Ensino
Religioso, preservando e ampliando as conquistas de todo magistério, bem como
garantir-lhes condições de trabalho e aperfeiçoamento necessários.
Em 22 de julho de 1997, foi promulgada a Lei 9.475, que alterou o artigo 33
da LDB 9.394/96 retirando o termo “sendo oferecido, sem ônus para os cofres
públicos” e dando outros dispositivos ao texto sobre o Ensino Religioso, foi mantido
a questão da matrícula facultativa, acrescido a questão deste ser parte integrante da
formação básica do cidadão e constituir como disciplina dos horários normais das
escolas públicas de Educação Básica, assegurando o respeito à diversidade cultural
religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. Foi explicitado que
caberia aos sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição
33
dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e
admissão dos professores. Assim como aos sistemas de ensino ouvirão entidade
civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos
conteúdos do ensino religioso [...] (REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei
9.475 [22 de julho de 1997, que dá nova redação ao artigo 33 da Lei (9.394/96) de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional]. In: JUNQUEIRA, 2007, p. 45).
A partir deste momento, prioriza-se o princípio religioso, sem acentuar esta ou
aquela tradição religiosa; cada aluno será aceito independente do credo professado.
Esta alteração da legislação foi consequência de um significativo movimento
articulador promovido pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso
(FONAPER).
A nova redação do artigo 33 centra o enfoque do Ensino Religioso como
disciplina escolar, entendendo-o como uma área do conhecimento, com a finalidade
de reler o fenômeno religioso, este colocado como objeto da disciplina.
A partir da Lei 9.475/97, o Conselho Nacional de Educação por meio da
Resolução 02/98, “estabelece que a disciplina deva ser integrada no conceito de
área de conhecimento, definindo-se norteadoras e estruturas de leitura e
interpretação da realidade essencial para garantir a possibilidade de participação
autônoma do cidadão na construção de seus referenciais religiosos” (OLIVEIRA, L.
2007, p. 58.).
O FONAPER, em 1997 elaborou coletivamente, em meio a um debate
acadêmico, legislativo e com a participação da sociedade civil, os Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCNER), com a finalidade de “subsidiar
e auxiliar sistemas de ensino, professores e estudantes na caracterização geral do
Ensino Religioso, através da organização dos conteúdos (Cultura e Tradições
Religiosas, Escrituras Sagradas, Teologias, Ritos, Ethos): tratamento didático dos
conteúdos e dos pressupostos para avaliação. É tomada como diretriz a abordagem
do fenômeno religioso e das religiões pelo prisma da Antropologia da Religião”
(FONAPER, 1997, p. 28-30).
O que dá um novo impulso a toda esta proposta é, sem dúvida, a redação do
artigo 33 da LDB, com o parecer 4/98 da Câmara de Educação Básica do Conselho
Nacional de Educação. Ao deliberarem as Diretrizes Curriculares Nacionais,
34
estabelecem que o Ensino Religioso seja compreendido como uma área do
conhecimento reafirma-se, portanto, a necessidade de capacitarem educadores para
ministrarem esta disciplina, pois, diante de seu novo “status”, exige-se que se tenha
um tratamento adequado às novas propostas pedagógicas, o que seria alcançado
com uma formação mais sistemática e efetiva do professor. Espera-se também que
esta disciplina se firme de fato como uma área na formação básica do cidadão.
Os esforços de estruturar uma identidade para uma disciplina, que desde a
origem possui um caráter muito mais político do que pedagógico, favorecem este
embate; enquanto o FONAPER compreende o Ensino Religioso como um
componente do currículo, que, por isto mesmo, existe algo a ser pesquisado e
ensinado por favorecer a formação do cidadão - “Ensino Religioso direito de todo
cidadão” (JUNQUEIRA, 2002, p.81-82). Para a construção da escolarização deste
componente curricular foi fundamental o 9º Seminário Nacional de Capacitação
Profissional para o Ensino Religioso que ocorreu na PUCSP (São Paulo/SP) quando
pela primeira vez foi formalizada a relação entre o Ensino Religioso e a Ciência da
Religião, a partir deste evento iniciou uma construção de aproximação acadêmica
para constituição de uma área de conhecimento.
No campo pedagógico foi necessário uma ampla discussão sobre o
componente curricular a partir das discussões da Conferência Nacional da Educação
(CONAE) em 2010, evento que ocorreu entre os dias 28 de março a 01 de abril, mas
que foi o resultado de uma mobilização nacional iniciada em cada município do país
e culminou com esta Conferência em Brasília (DF). É necessário ressaltar que a
CONAE constituiu-se, assim, num espaço democrático de construção de acordos
entre atores sociais, que, expressando valores e posições diferenciadas sobre os
aspectos culturais, políticos, econômicos, apontam renovadas perspectivas para a
organização da educação nacional e para a formulação do Plano Nacional de
Educação 2011-2020.
Com esta direção, a CONAE representou um exemplo do princípio
constitucional do regime de colaboração e construiu um patamar histórico para a
efetivação do Sistema Nacional de Educação no Brasil. O clima de credibilidade, de
entusiasmo e de compromisso com as mudanças na educação nacional, instaurado
pela Conferência, mediante o assumir de medidas concretas, a curto e médio prazo,
35
constitui um desafio a ser enfrentado pelo Estado e a sociedade. Portanto, o
documento final da CONAE expressou o processo democrático de sua construção e
a significativa participação de trabalhadores/as, mães/pais, estudantes, dirigentes,
demais atores sociais que se preocupam com a educação, seja por meio das
entidades da sociedade civil organizada ou pelo compromisso pessoal, refletindo,
discutindo e propondo caminhos para a educação brasileira.
E no capítulo que se refere ao Documento final da Conferência Nacional de
Educação (Documento Base) foi assegurada quanto à educação religiosa: a) inserir,
no Programa Nacional do Livro Didático, de maneira explícita, a orientação para
introdução da diversidade cultural-religiosa; b) desenvolver e ampliar programas de
formação inicial e continuada sobre diversidade cultural-religiosa, visando superar
preconceitos, discriminação, assegurando que a escola seja um espaço pedagógico
laico para todos, de forma a garantir a compreensão da formação da identidade
brasileira; c) inserir os estudos de diversidade cultural-religiosa no currículo das
licenciaturas; d) ampliar os editais voltados para pesquisa sobre a educação da
diversidade cultural-religiosa, dotando-os de financiamento; e) garantir que o ensino
público se paute na laicidade, sem privilegiar rituais típicos de dadas religiões (rezas,
orações, gestos), que acabam por dificultar a afirmação, respeito e conhecimento de
que a pluralidade religiosa é um direito assegurado na Carta Magna Brasileira
(CHAGAS, Francisco. Documento Final da CONAE. Brasília: MEC, 2010).
Em dezembro de 2010 o Conselho Nacional de Educação (CNE) homologou
a nova versão das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
atualizando o texto de 2008. Neste texto afirma que a base nacional comum,
complementada em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar por
uma parte diversificada e que constituem um todo integrado e não podem ser
consideradas como dois blocos distintos possibilitando a sintonia dos interesses
mais amplos de formação básica do cidadão com a realidade local, as necessidades
dos alunos, as características regionais da sociedade, da cultura e da economia que
perpassa todo o currículo, que estão voltados à divulgação de valores fundamentais
ao interesse social e à preservação da ordem democrática, os conhecimentos que
fazem parte da base nacional comum a que todos devem ter acesso,
independentemente da região e do lugar em que vivem, asseguram a característica
36
unitária das orientações curriculares nacionais, das propostas curriculares dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, e dos projetos político-pedagógicos das
escolas.
Os conteúdos curriculares que compõem a parte diversificada do currículo
serão definidos pelos sistemas de ensino e pelas escolas, de modo a complementar
e enriquecer o currículo, assegurando a contextualização dos conhecimentos
escolares em face das diferentes realidades. Sendo que a base nacional comum e
parte diversificada são compostas de conteúdos que têm origem nas disciplinas
científicas, no desenvolvimento das linguagens, no mundo do trabalho, na cultura e
na tecnologia, na produção artística, nas atividades desportivas e corporais, na área
da saúde e ainda incorporam saberes como os que advêm das formas diversas de
exercício da cidadania, dos movimentos sociais, da cultura escolar, da experiência
docente, do cotidiano e dos alunos. E os componentes curriculares obrigatórios do
Ensino Fundamental sejam organizados em relação às áreas de conhecimento: a)
Linguagens (Língua Portuguesa; Língua Materna, para populações indígenas;
Língua Estrangeira moderna; Arte; e Educação Física); b) Matemática; c) Ciências
da Natureza; d) Ciências Humanas (História; Geografia); e) Ensino Religioso (De
matrícula facultativa ao aluno, é parte integrante da formação básica do cidadão e
constitui componente curricular dos horários normais das escolas públicas de Ensino
Fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil e
vedadas quaisquer formas de proselitismo, conforme o art. 33 da Lei nº 9.394/96).
De fato a identidade do Ensino Religioso no contexto das escolas está sendo
solidificada a partir da leitura do pedagógico proposto pela relação deste
componente curricular no cenário do ambiente da sala de aula (Resolução CNE/CEB
nº 07/10).
Portanto, a escolarização do Ensino Religioso de um componente curricular
de aula de religião para uma resposta a leitura religiosa da sociedade a partir da
Ciência da Religião e dos novos pressupostos da educação brasileira que considera
a pluralidade cultura, um país laico e a importância do conhecimento em diálogo
será discutido nas diferentes produções científicas produzidas em todo o país.
37
CAPÍTULO 02
UMA TEMÁTICA DE PESQUISA E SUA DIVULGAÇÃO
O Ensino Religioso é objeto de pesquisa em diferentes campos do
conhecimento como educação, teologia, ciência da religião, filosofia, direito,
sociologia,
antropologia,
psicologia
e
outros.
Estas
pesquisas
atuam
tangencialmente ou diretamente sobre este tema. Antes de discutir a produção
identificada sobre o Ensino Religioso é importante compreender o conhecimento.
Para tal consideramos que o ser humano desde o início de sua existência se depara
com um mundo que lhe é totalmente desconhecido, o qual precisa ser descoberto.
Nesta relação entre sujeito e objeto começa a compreender e a representar a si e ao
mundo que o cerca passando a dar forma e significado a estes, e assim, conhecêlos.
Falar em conhecimento nos remete as seguintes questões: Que tipos de
conhecimentos existem? E em cada conhecimento, qual é o seu objeto de estudo?
Quais os métodos de produção de conhecimento? O que diferencia o conhecimento
do senso comum do conhecimento científico?
Na construção da compreensão destas questões, devemos perceber que em
cada tipo de conhecimento existe um objeto e um método de produção para realizálo, bem como a diferença entre o conhecimento do senso comum e o conhecimento
científico. Pois, o conhecimento do senso comum é o conhecimento acumulado
pelos seres humanos, de forma empírica, baseado apenas na experiência cotidiana,
sem se preocupar com o rigor da experiência científica. Enquanto o conhecimento
científico é uma conquista recente da humanidade: data de quase quatrocentos
anos, tendo surgido no século XVII com a revolução galileana. Isso não significa que
antes não houvesse um saber rigoroso, pois, desde o século VI a. C., na Grécia
Antiga os sábios aspiravam a um conhecimento que se distinguisse do mito e do
saber comum. O experimento científico é um tipo de conhecimento adquirido pelo
ser humano baseado no uso da razão, com a intenção de buscar verdades
universais ou destruir mitos.
A produção do conhecimento científico inicia com o reconhecimento de uma
38
situação problema, sobre a qual o pesquisador formula possíveis hipóteses e propõe
a busca da causa ou solução desta situação. A partir dessas situações postas,
utiliza-se a força de um espírito investigativo; metodicamente verificam-se cada uma
delas, para finalmente com a confirmação de alguma hipótese ou questão, produzir
um novo conhecimento. Mas apesar de todo esse esforço metódico para produzir-se
conhecimento, é preciso ter em mente que a ciência é passível de falhas, existindo
assim a possibilidade do conhecimento ser refutado.
A realidade do conhecimento científico só é estabelecida após sua
comprovação ser efetivada, demonstrada e experimentada. “O conhecimento
científico é extremamente importante para a sociedade, pois é a partir dele que é
possível a transformação social e tecnológica” (GARCIA, 1997, p.45).
O conhecimento científico segundo Lakatos e Marconi, (2001, p. 80) possui as
seguintes características: real: porque lida com ocorrências ou fatos; contingente:
suas proposições ou hipóteses têm veracidade ou falsidade conhecida através da
experiência e não apenas pela razão; sistemático: trata de um saber ordenado
logicamente, formando um sistema de ideias conexas; verticalidade: os resultados
devem estar explícitos, devem ser comprovados; falível: não é absoluto, definitivo;
aproximadamente exato: novas proposições e pesquisas podem gerar resultados
diferentes, reformulando assim o acervo existente.
As pesquisas, bem como seus respectivos resultados, recebem credibilidade
na medida em que são publicadas e submetidas à análise crítica de grupos de
pesquisa diferenciados; como se a qualidade fosse creditada por comitês de
periódicos, participantes de congressos, colegas de instituições diversas, conforme
nos descrevem Adami e Marchiori (2005, p. 73): entende-se que a validade de um
conhecimento científico está atrelada à sua submissão à comunidade científica,
cujos participantes (pares) julgam as contribuições apresentadas, criando uma
condição consensual que atesta a sua confiabilidade.
Todavia, se cada ciência tem a sua particularidade, então nos questionamos:
Qual método respeita o saber religioso? Em que consiste o conhecimento do Ensino
Religioso? Qual é o seu objeto de estudo?
Neste contexto está à discussão sobre o Ensino Religioso que compreende a
religião também como um tipo de conhecimento humano, pois ela responde as
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questões existenciais do ser humano e reflete sobre a sua dimensão religiosa. É o
mesmo ser humano que pensa, sente e vive a experiência religiosa.
Pois, para desenvolvermos uma relação interessante e possível sobre o
encontro da religião e a cultura, o termo a ser observado é o fenômeno religioso.
Podemos definir fenômeno religioso como a compreensão do fato religioso, em suas
manifestações culturais, não se trata de teologia propriamente dita, mas sim, de um
trabalho que leva em consideração o estudo da religião na cultura em geral.
“Atualmente, considera-se como marco referencial a concepção de que o fenômeno
religioso se manifesta em uma cultura. É a cultura que marca profundamente a
maneira de ser e viver do ser humano” (JUNQUEIRA, 2007, p. 67). Em todas as
culturas existentes encontramos um traço sempre marcante, a presença da religião;
estudar esse fato é não somente necessário, como indispensável.
A fenomenologia religiosa consiste no estudo do fato religioso nas suas
manifestações e expressões sensíveis, com a finalidade de apreender o seu
significado último. Piazza explica essa definição afirmando que, enquanto a
fenomenologia religiosa tem por objeto o estudo do fato religioso, ela se situa “no
campo da investigação histórica”. Enquanto compreensão do seu significado último
se situa no campo da interpretação pessoal. E, por fim, enquanto adota o método
fenomenológico, ela se coloca no campo da observação objetiva e não no da
interpretação filosófica (PIAZZA apud JORGE, 1998, p. 18).
O Ensino Religioso é um conhecimento dos componentes básicos do
fenômeno religioso, e o tratamento didático dos seus conteúdos. O Ensino Religioso
realiza-se em nível de análise e síntese. “Pelo fato de ser um conhecimento
construído na pluralidade cultural da sala de aula, não se trata de um conhecimento
fragmentário e simples; antes o Ensino Religioso é um conhecimento complexo”
(OLIVEIRA, E. 2009, p, 66).
O pensamento complexo é o responsável pela ampliação do saber. Se o
pensamento for fragmentado, reducionista e mutilador, as ações terão o mesmo
rumo, torna o conhecimento cada vez mais simplista e simplificador (PETRÁGLIA,
2003, p. 50).
Como disciplina, o Ensino Religioso tem por ação sensibilizar os alunos para
a necessidade de valorizar a experiência religiosa própria e a dos outros. Para tanto,
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existe este espaço concreto que é a sala de aula. É neste contexto que se dá
também a construção acadêmica do saber religioso. O Ensino Religioso é um saber
que se constrói. Nas palavras de Oliveira, E, (2009, p. 115) como área do
conhecimento, o Ensino Religioso constrói significados com base nas relações que
os alunos estabelecem no entendimento da [experiência religiosa]. Essas
construções vão arquitetando-se pelos diferentes processos de observação que se
constata, pela reflexão acerca do que se observa e pela informação sobre o que se
reflete de forma continuada.
O Ensino Religioso, enquanto disciplina enquadra-se no padrão comum a
todas as outras áreas do conhecimento, ou seja, tem: objeto de estudo: o fenômeno
religioso; conteúdo próprio: conhecimento religioso; tratamento didático: didática do
fenômeno religioso; objetivos definidos; metodologia própria; sistema de avaliação;
inserção no sistema de ensino.
O saber construído estabelece um pensamento decorrente no ensino e na
aprendizagem. Desta forma, decorrem as diferentes concepções de Ensino Religioso
veiculadas na história: aula de religião (Teologia – conceito de religiosidade, fé,
crenças: particularidades entre elas); aula de vivência religiosa (Antropologia –
favorece a compreensão das diferentes expressões religiosas, possibilitando uma
visão global de mundo e de pessoa); aula de interpretação e análise do
conhecimento religioso (Ciência da Religião-análise dos elementos comuns e
específicos às diversas religiões, isto é, o fenômeno religioso em si e nas suas
múltiplas expressões).
O Ensino Religioso por meio do seu conhecimento específico e, articulando
religião e cultura, tem como desafio diante da incerteza, da contradição, da
descontinuidade dos fatos, da quebra dos valores e das normas sociais que vivemos
na sociedade contemporânea contribuir na reconstrução das utopias e dos
horizontes dos seres humanos. Outra meta a alcançar é a de incentivar a vivência e
a descoberta de valores fundamentados na ética; de favorecer relações
interpessoais fraternas, solidárias e justas; bem como desenvolver a consciência
planetária, resgatar a essência do ser humano, para que juntos possamos construir
um mundo melhor.
41
SEGUNDA PARTE
Produção
42
CAPÍTULO 03
PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Percebe-se um crescimento exponencialmente de informações por conta da
especialização dos pesquisadores em diversas áreas do conhecimento como
consequência a multiplicação de textos o que exige uma classificação e
categorização destas produções. Na medida em que cresce o número de objetos de
informação, quer seja quantitativo ou qualitativo esse crescimento, é preciso
aumentar o número de índices e cuidar para que estes lhes agreguem algum valor.
Outra preocupação refere-se ao gigantismo dos próprios índices, como acontece,
por exemplo, com as bases de dados criadas pelos mecanismos de busca na
internet e os catálogos das maiores bibliotecas. Neste cenário informacional as
revisões de literatura, por seu aspecto sumarizador, principalmente, assumem
importante função orgânica, juntamente com os índices, abstracts e as bibliografias
especializadas.
Na produção de um trabalho científico é necessário tomar como base a
revisão de literatura. Por isso o processo do mapeamento da produção acadêmica
contribui para os pesquisadores realizarem seus efetivos trabalhos.
Nesta perspectiva se buscou junto aos programas de Pós-Graduação de
Mestrado e Doutorado as Dissertações e Teses sobre o Ensino Religioso, e nos
trabalhos apresentados em eventos científicos que possuíssem comitês de
pareceristas para avaliar os trabalhos, preferencialmente relacionados a Instituições
de Ensino ou a Associações de Pesquisas e livros teóricos sobre este componente
curricular. Os artigos em periódicos científicos, não foram pesquisados magazines;
O período selecionado foi a partir de 1995, ano de fundação do Fórum
Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) que antecedeu a
homologação da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (9.394/96) até o
ano de 2010. Entretanto ao longo desta pesquisa foram registrados trabalhos
anteriores ao período selecionado, por ser o primeiro mapa de uma produção
bibliográfica visando à divulgação e o seu reconhecimento.
43
1. DISSERTAÇÕES E TESES: ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA
Uma das formas de verificar o amadurecimento de uma área de pesquisa é
identificar a produção de trabalhos realizados junto aos programas de pósgraduação stricto senso (Mestrado e Doutorado). Para tal verificamos a importância
desta etapa da escolarização desde o parecer de 1965 (CESU/977,65) que orientou
a implantação no Brasil desta fase. Afirma-se que a pós-graduação torna-se, assim,
na universidade moderna, cúpula dos estudos, sistema especial de cursos exigido
pelas condições da pesquisa científica e pelas necessidades do treinamento
avançado.
O seu objetivo imediato é, sem dúvida, proporcionar ao estudante
aprofundamento do saber que lhe permita alcançar elevado padrão de competência
científica ou técnico-profissional, impossível de adquirir no âmbito da graduação.
Mas, além destes interesses práticos imediatos, a pós-graduação tem por fim
oferecer, dentro da universidade, o ambiente e os recursos adequados para que se
realize a livre investigação científica e onde possa afirmar-se a gratuidade criadora
das mais altas formas da cultura universitária. Três aspectos orientam a pósgraduação: formar professorado competente que possa atender à expansão
quantitativa do nosso ensino superior garantindo, ao mesmo tempo, a elevação dos
atuais níveis de qualidade; estimular o desenvolvimento da pesquisa científica por
meio da preparação adequada de pesquisadores; assegurar o treinamento eficaz de
técnicos e trabalhadores intelectuais do mais alto padrão para fazer face às
necessidades do desenvolvimento nacional em todos os setores.
Normalmente os Programas de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado)
compreendem uma área de concentração à escolha do candidato e matérias
conexa. No caso do doutorado, a exigência da tese representa um trabalho de
pesquisa importando em real contribuição para o conhecimento do tema, enquanto
para o Mestrado se requer uma dissertação, memória ou ensaio. Nesse caso exigese dissertação, sobre a qual será examinado, em que revele domínio do tema
escolhido e capacidade de sistematização.
Desta forma, as pesquisas defendidas por estudantes nas diferentes
Instituições de Ensino Superior, nos programas de pós-graduação permitiram
44
estruturar o ensino religioso, componente curricular organizado nas escolas
brasileiras e as pesquisas se estenderão inclusive no exterior, mas foi acentuada a
realidade nacional.
O primeiro levantamento no âmbito da pesquisa foi realizado em 2003 pelo
Grupo de Pesquisa Educação e Religião (GPER), sendo que a produção coletada no
site do CNPq constituía, no dia 04 de março de 2003, 1336 trabalhos com 350
registros de pesquisadores. Inicialmente foram selecionados apenas os trabalhos
relacionados ao segmento Teses, Dissertações, Monografias e Trabalhos de
Conclusão de Curso (TCC). Algumas dificuldades de ordem técnica, como o acesso
a Plataforma Lattes do CNPq e as constantes mudanças do elenco de referências
dos pesquisadores, retardaram os serviços de pesquisa. Esta realidade, contudo,
permite avaliar a própria condição da fonte de pesquisa. A necessidade de atualizar
constantemente das referências dos autores pesquisados revela-se a dinamicidade
do próprio objeto de pesquisa, qual seja o “Ensino Religioso”, e o interesse que este
assunto vem despertando no meio da comunidade acadêmica.
Em grande parte, as temáticas das produções localizadas giram em torno da
redescoberta da importância do Ensino Religioso nas escolas, da elaboração de
uma proposta curricular específica e da preocupação na preparação de professores
para ministrá-lo aos estudantes. Outro item bastante presente na pesquisa tem sido
a descrição da perspectiva histórica do Ensino Religioso e seus fundamentos numa
sociedade do conhecimento voltada para a interdisciplinaridade. Outros enfoques
abordados, embora menos recorrentes, foi sobre o ensino como construção de
cidadania; a questão de gênero, a expressão ecumênica como manifestação da
capacidade de convivência das pessoas diante da enorme diversidade cultural da
atualidade e o resgate da afetividade e da corporeidade nesse ensino.
Um segundo mapeamento foi realizado pela Profª. Dra. Lurdes Caron para a
Tese de Doutorado entre 2005 a 2007. Finalmente destaca-se o trabalho que
ocorreu entre o segundo semestre 2008 e primeiro 2009 pelo Grupo de Pesquisa
Religião e Educação do Programa de Pós-Graduação de Ciências da Religião da
PUCSP, em que constataram a existência de 50 teses e dissertações relativas ao
Ensino Religioso.
Em um primeiro momento, procurou-se selecionar o material, fazendo a
45
leitura dos resumos, e fomos percebendo a amplitude dos assuntos abordados nas
pesquisas. Assim, pensamos em agrupá-los em três eixos: formação do professor,
tema que prevalece na maioria das teses e dissertações selecionadas; finalidades e
currículo, que se apresentam com uma variedade de temáticas em estudo; material
didático e subsídios para a formação docente, objeto de estudo enfrentado em
poucos trabalhos.
Nessa pesquisa percebeu-se que a ênfase maior está nos estudos realizados
com relação à formação dos professores de Ensino Religioso. O que gerou no
segundo semestre de 2009 um relatório voltado para a educação e formação
docente apresentado no Congresso da SOTER e publicado na Revista Pistis &
Práxis.
Visando atualizar o mapa das dissertações e tese em 2011 foi finalizado um
relatório sobre o estado do conhecimento desta área da produção científica com
ênfase no período de 1995 a 2010, ou seja, a partir da fundação do Fórum Nacional
Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) e a Conferência Nacional da
Educação (CONAE). Ao longo destes 15 anos três fatos significativos aconteceram,
homologação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) que criava
o ensino religioso confessional e Interconfessional. No ano seguinte (1997) ocorreu
a revisão do artigo sobre este componente curricular reorientando para uma
proposta a partir da escola, vedando toda e qualquer forma de proselitismo. Mas, em
2010, o presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) homologava o acordo Brasil e
Estado do Vaticano que indica a possibilidade de um ensino confessional, sem
retroceder a Lei de Diretrizes (9475/97).
Com uma perspectiva de historicizar este processo foi localizado que a
primeira dissertação é de 1975, no período até 1994 foram localizadas nove
dissertações (Tabela 01) distribuídas em cinco estados da federação (Espírito Santo,
Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul) e duas sobre o Ensino
Religioso no Brasil defendida na Itália – Roma (Tabela 02).
46
Período
No de Dissertações
1975
01
1978
03
1982
02
1987
01
1990
02
1994
02
19 anos
11 Dissertações
Tabela 01a - Dissertações
Romeu Gomes
Aracy Luiza Molin
Dolvina Dallpissol
João Breier
Helena
Wichert
Passos
José
Roberto
Rodrigues Dellard
Cleves Emerich dos
Santos
José
Ildeu
Corgozinho
José Avenas Filho
Evilásio Tambosi
Maria Aparecida de
Andrade
A não diretividade na educação religiosa:
Estudo de caso com adolescentes
Sugestão de um programa fundamentado
em princípios cristãos para a formação de
professores de Ensino Religioso
Metodologia não diretiva para o Ensino
Religioso?
O Ensino Religioso nos estabelecimentos
oficiais do ensino do primeiro grau
Bases teóricas para diretrizes curriculares
da educação religiosa na pré-escola – um
enfoque
de
educação
integrada
ecumênica destinada à escola pública
Audiovisual
e
educação
religiosa:
experiência realizada no colégio Santo
Inácio e na Paróquia São Jaime Apóstolo,
no município do Rio de Janeiro.
Ensino Religioso: Corpo estranho no
currículo de 1º e 2º graus?
Aspectos educativos da prática religiosa
Maria
Helena
Novaes
Sem informação
Universidade
Federal
Fluminense
Pontifícia
Universidade
Católica do Rio Grande do
Sul
Universidade de Santa
Maria
Universidade de Santa
Maria
Universidade Federal do
Paraná
Mestrado
em
Educação
Sem informação
Creusa Capalbo
Ademardo Serafim
de Oliveira
Sem informação
O discurso cientificista sobre a religião,
subsídios teóricos para uma melhor
compreensão do fenômeno religioso por
parte do educador.
Identidade da educação religiosa no
Estado de Santa Catarina
Identidade da educação religiosa nas
escolas do Estado de Mato Grosso do Sul
Terezinha Accioly C
Granto
Sem informação
Sem informação
Sem informação
Sem informação
Sem informação
RJ
1975
RS
1978
Sem informação
RS
1978
Sem informação
RS
1978
Sem informação
PR
1982
Pontifícia
Universidade
Católica do Rio de Janeiro
Sem informação
RJ
1982
Universidade Federal do
Espírito Santo
Universidade Federal de
Minas Gerais
Universidade Federal do
Rio de Janeiro
Mestrado
em
Educação
Sem informação
ES
1987
MG
1994
Mestrado
Educação
RJ
1994
Roma
/Itália
Roma
/ Itália
1990
Universidade
Salesiana
Universidade
Salesiana
em
Pontifícia
Sem informação
Pontifícia
Sem informação
1990
Tabela 01b – Dissertações
Instituição
Estado
No de Dissertações
Universidade Federal do Espírito Santo
ES
01
Universidade Federal de Minas Gerais
MG
01
Universidade Federal do Paraná
PR
01
Universidade Federal Fluminense
RJ
01
Universidade Federal do Rio de Janeiro
RJ
01
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
RJ
01
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
RS
01
Universidade de Santa Maria
RS
02
Universidade Pontifícia Salesiana (Roma – Itália)
02
09 IES (08 BR/01 IT)
11 Dissertações
Tabela 02 - Instituições
47
Antes de 1995 foram identificadas apenas dissertações sobre o Ensino
Religioso, nenhuma Tese, sendo que entre os programas localizados na área de
Educação (Tabela 03) sendo: três programas no Brasil e dois da Universidade
Pontifícia Salesiana de Roma (Evilásio Tambosi - Identidade da educação religiosa
no Estado de Santa Catarina – Programa de Educação e de Maria Aparecida de
Andrade - Identidade da educação religiosa nas escolas do Estado de Mato Grosso
do Sul, não foi identificado o Programa, ambas as defesas de 1990) e, porém seis
dissertações não foram possível identificar o programa de pós-graduação de origem.
Das defesas realizadas no Brasil foram identificados apenas quatro orientadores das
nove dissertações finalizadas (Tabela 04).
Programas
Sem Informação
Educação
Dissertações
06
03 (BR) / 02 (IT)
Tabela 03 – Programas
Tabela 04 – Orientador/Orientando
ORIENTADOR
Ademardo Serafim de Oliveira
Creusa Capalbo
Maria Helena Novaes
Terezinha Accioly C.
Sem Informação
Sem Informação
Sem Informação
Sem Informação
Sem Informação
Sem Informação
Sem Informação
ORIENTANDOS
Cleves Emerich dos Santos
José Roberto Rodrigues Devellard
Romeu Gomes
José Avenas Filho
Aracy Luiza Molin
Dolvina Dallpissol
Helena Passos Wichert
João Breier
José Ildeu Corgozinho
Evilásio Tombosi (Roma/Itália)
Maria Aparecida de Andrade (Roma/Itália)
Este foi o mapa identificado sobre a pesquisa do Ensino Religioso com ênfase
em aspectos pedagógicos como o currículo, subsídios e elementos do sistema de
ensino público no contexto brasileiro que antecedeu aprovação da Lei de Diretrizes e
Base da Educação (9394/96), a partir de 1995 este cenário é alterado
completamente.
48
Mapa 01 – Dissertações entre 1975 a 1994
49
2. ARTIGOS EM EVENTOS: EXPLICITAÇÃO DA PESQUISA
Discutir a questão da difusão do conhecimento nos leva prioritariamente a
procurar entender como e por que se comunica esse conhecimento. Isso ocorre, por
exemplo, por meio de eventos de extensão universitária, como foi orientado na
Reforma Universitária de 1968, expressa na Lei 5.540, tornou a Extensão obrigatória
em todos os estabelecimentos de ensino superior e nas universidades, como cursos
e serviços especiais estendidos à comunidade. Dessa forma cabe ao ensino
superior preocupar-se com a propagação do conhecimento gerado em seu interior.
Pensando nas universidades, podemos também salientar a necessidade de reforçar
o trinômio essencial, ensino - pesquisa – extensão, e, assim, não basta apenas
gerar conhecimento e/ou ensiná-lo a seus estudantes; a sociedade em geral
também deve ter acesso a esse conhecimento e aos benefícios por ele gerados.
Em novembro de 1999, é publicado o plano nacional de extensão,
desenvolvido pelas Instituições Públicas de Ensino Superior, que definem “a
Extensão Universitária como o processo educativo, cultural e científico que articula o
Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora
entre a Universidade e a Sociedade.” (Extensão Universitária: organização e
sistematização, 2007, p.17). Assim fica definido evento científico como a “Ação que
implica na apresentação e/ou exibição pública, livre ou com clientela específica, do
conhecimento ou produto cultural, artístico, esportivo, científico e tecnológico
desenvolvido,
conservado
ou
reconhecido
pela
Universidade”.
(Extensão
Universitária: organização e sistematização, 2007, p.17), que apresenta a seguinte
classificação dos tipos de eventos e suas definições, conforme quadro a seguir.
50
Classificação
Congresso
Seminário
Ciclo de debates
Exposição
Espetáculo
Evento esportivo
Festival
Outros
Definição
Evento de grandes proporções, de âmbito regional, nacional ou
internacional, em geral com duração de 3 a 7 dias, que reúne
participantes de uma comunidade científica ou profissional ampla.
Observação: realizado como um conjunto de atividades, como mesas
redondas, palestras, conferências, apresentação de trabalhos, cursos,
minicursos, oficinas/workshops; os cursos incluídos no congresso, com
duração igual ou superior a 8 horas devem, também, ser registradas e
certificadas como curso. Incluem-se nessa classificação eventos de
grande porte, como conferência nacional de..., reunião anual de..., etc.
Evento científico de âmbito menor do que o congresso, tanto em
termos de duração (horas a 1 ou 2 dias), quanto de número de
participantes, cobrindo campos de conhecimento mais especializados.
Incluem-se nessa classificação eventos de médio porte, como
encontro, simpósio, jornada, colóquio, fórum, reunião, mesa-redonda,
etc.
Encontros sequenciais que visam à discussão de um tema específico.
Inclui: Ciclo de..., Circuito..., Semana de...
Exibição pública de obras de arte, produtos, serviços, etc. Em geral é
utilizada para promoção e venda de produtos e serviços. Inclui: feira,
salão, mostra lançamento.
Demonstração pública de eventos cênicos musicais. Inclui: recital,
concerto, show, apresentação teatral, exibição de cinema e televisão,
demonstração pública de canto, dança e interpretação musical.
Inclui: campeonato, torneio, olimpíada, apresentação esportiva.
Série de ações/eventos ou espetáculos artísticos, culturais ou
esportivos, realizados concomitantemente, em geral em edições
periódicas.
Ação pontual de mobilização que visa a um objetivo definido. Inclui
campanha.
Tabela 05 – Evento
A comunicação científica representa o compromisso da comunidade científica
de divulgar os resultados de suas pesquisas para que seus pares tomem
conhecimento do que está sendo desenvolvido e evitar a repetição de estudos e
esforços físicos, materiais e financeiros. Essa divulgação é realizada através dos
eventos científicos. O termo evento de origem latina “eventus” significa
acontecimento (festa, espetáculo, comemoração, solenidade, etc.) e pressupõe-se
que seja organizado por especialistas, com objetivos institucionais, comunitários ou
promocionais. Por isso, podemos entender evento científico como o espaço
privilegiado da divulgação e difusão das pesquisas realizadas que se apresentam de
forma essencial na busca de novos conhecimentos, pois reúnem profissionais ou
estudantes de uma determinada especialidade para troca e transmissão de
conhecimento de interesse comum aos participantes.
51
Os eventos científicos podem desempenhar as seguintes funções: “encontros
como forma de aperfeiçoamento de trabalhos; encontro como reflexo do estado da
arte; encontros como forma de comunicação informal”. Os eventos ou encontros
científicos têm por finalidade reunir profissionais e especialistas de uma determinada
área de atuação para transmissão de informações de interesse comum aos
participantes. As informações são transferidas oralmente, de maneira formal ou
informal, e, via de regra, reunida e disseminada aos participantes através de
documento específico. Os eventos podem ser realizados, de acordo com a
importância e a abrangência do assunto tratado, de pequenos encontros de
especialistas até congressos internacionais, reunindo um grande número de
participantes. Assumem um papel de grande importância no processo da
comunicação, na medida em que a transmissão de ideias e fatos novos chegue ao
conhecimento da comunidade de maneira mais rápida que aquelas veiculadas pelos
meios formais de comunicação, como o documento impresso.
Constatamos que o evento científico é o local e o momento de comunicar os
resultados da ciência. Para Salomon, a comunicação consiste em apresentar
“conhecimentos extraídos e obras de pesquisas científicas e/ou tratados à maneira
científica, com o fim de informar”. (1999, p. 207). E será importante descrever,
mesmo que sumariamente, como é efetuada a comunicação científica. A
comunicação inicia-se pela divulgação do próprio evento científico, pois disso
depende muito o sucesso do próprio evento. Normalmente são divulgados com
antecedência, através de anúncios em periódicos especializados, cartazes e
panfletos produzidos pelas entidades organizadoras, além de nota veiculada em
boletins de entidades de classe e imprensa em geral (notícias em jornais diários).
Também são muito utilizados os portais eletrônicos (web-sites) das entidades
organizadoras e patrocinadoras dos eventos.
A antecedência é uma questão chave nesse processo, pois se faz necessário
que os interessados tenham acesso às informações do evento, para que possam
programar sua participação, elaborar sua pesquisa e passar pelo rito de submissão
da mesma. Os responsáveis pelo evento avaliam os trabalhos e comunicações, para
que essas informações possam seguir e formar o corpo de apresentações no
evento, essas que são apresentadas nos eventos podem ser divulgadas antes,
52
durante ou após a sua realização.
Fica clara a importância dos eventos científicos na divulgação das pesquisas,
de trabalhos teóricos, de relatos de experiência, pela quantidade de comunicações
aceitas, apresentadas oralmente e em pôster nos referidos eventos. Podem ocorrer
sob o nome de congressos, seminários, reuniões, encontros, simpósios, jornadas e
outros. As comunicações são publicadas nos Anais – publicações geradas a partir
dos eventos, visando a maior disseminação dos trabalhos apresentados. Essa
publicação normalmente ocorre na forma de anais, considerado um tipo de literatura
que não se encontra disponível através dos canais comerciais. Apresentam ainda
limitação geográfica de distribuição, dadas às pequenas tiragens, geralmente
esgotando-se na distribuição aos participantes dos eventos. Com o advento da era
digital, vale ressaltar que os Anais eram publicados anteriormente apenas em mídia
impressa, e hoje, com os avanços das tecnologias da informação e da comunicação
podem ser encontrados em mídia eletrônica digital. Passaram do impresso, para os
disquetes, CD-ROM e atualmente são disponibilizados na Web, em forma de textos
que passam por um processo de edição e publicação. As diversas fases deste
processo podem ser informatizadas em um sistema integrado que gerencie o fluxo
da informação desde a etapa de submissão do trabalho até a sua publicação e
disponibilização em uma Biblioteca Digital.
Segundo Campello, “os anais aparecem numa variedade de forma que vão
desde a publicação feita pela própria instituição organizadora, até a publicação por
editoras comerciais, caso em que o produto se apresenta na forma de volumes de
excelente qualidade editorial” (2003, p. 64). Sobretudo com a possibilidade da
publicação dos anais dos eventos científicos na internet, atualmente parece tarefa
mais fácil localizá-los, mas isso nem sempre é regra e por esse motivo os anais são
entendidos como literatura cinzenta, definida aqui por (CAMPELLO, 2003, p. 97).
A expressão literatura cinzenta, tradução literal do termo inglês grey literature,
é usada para designar documentos não convencionais e semipublicados, produzidos
nos âmbitos governamental, acadêmico, comercial e da indústria. Tal como é
empregada, caracteriza documentos que têm pouca probabilidade de serem
adquiridos através dos canais usuais de venda de publicações, já que nas origens
de sua elaboração o aspecto da comercialização não é levado em conta por seus
53
editores. A expressão se contrapõe àquela que designa os documentos
convencionais ou formais, ou seja, a literatura branca.
Essa literatura acaba ganhando esse nome justamente por ser distribuída fora
do circuito comercial e não estar amplamente difundida e disponível no mercado,
como, por exemplo, os livros e periódicos. Mas vale ressaltar que com a
possibilidade de publicar os anais de forma digital, através da internet, seu alcance,
visibilidade e importância aumentaram muito.
O artigo científico é o grande responsável pela divulgação científica nos
eventos e podemos definir artigo científico como um texto escrito para ser publicado,
com objetivo de comunicar os dados de uma pesquisa. As publicações em revistas
especializadas são para divulgar conhecimentos, ou para comunicar resultados ou
novidades a respeito de um assunto, como ainda, para contestar, refutar ou
apresentar outras soluções de uma situação controvertida. Lakatos e Marconi
ressaltam outro aspecto importante dos artigos. (2001, p. 259) concluído um trabalho
de pesquisa – documental bibliográfico ou de campo – para que os resultados sejam
conhecidos, faz-se necessário sua publicação. Esse tipo de trabalho proporciona
não só a ampliação de conhecimentos como também a compreensão de certas
questões. Os artigos científicos, por serem completos, permitem ao leitor, mediante
a descrição da metodologia empregada, do processamento utilizado e resultados
obtidos, repetir a experiência.
A avaliação da produção técnica científica apresentada em eventos permite
verificar o nível de desenvolvimento dos temas abordados nos mesmos, conhecer os
autores que se dedicam ao estudo e pesquisa das diversas áreas do conhecimento
e entender a amplitude e a natureza das atividades de pesquisa desenvolvidas nas
diferentes áreas do conhecimento. Dessa forma, precisamos entender qual é a
estrutura de um artigo científico, e aqui nos servimos do modelo apresentado por
Lakatos e Marconi (2001, p. 259-260), onde diz que o mesmo deve ser composto
das seguintes partes:
Preliminares;
Cabeçalho – título (e subtítulo) do trabalho.
Autor (es).
Credenciais do (s) autor (es).
Local de atividades
54
Sinopse
Corpo do artigo
Introdução – apresentação do assunto, objetivo, metodologia,
limitações e proposição.
Texto – exposição, explicação e demonstração do material;
avaliação dos resultados e comparação com obras anteriores.
Comentários e Conclusões – dedução lógica, baseada e
fundamentada no texto, de forma resumida.
Parte referencial
Bibliografia.
Apêndices ou anexos (quando houver necessidade).
Agradecimentos.
Data (importante para salvaguardar a responsabilidade de
quem escreve um artigo científico, em face da rápida evolução
da ciência e da tecnologia e demora de certas editoras na
publicação de trabalhos).
Os artigos científicos encontram nos eventos acadêmicos o espaço de
exposição. Em áreas com uma tradição e com sociedade científicas já consolidadas,
é facilmente compreendido o rigor e a qualidade dos trabalhos apresentados. No
que se refere ao Ensino Religioso, uma área em que as pesquisas são recentes e
naturalmente a sua divulgação e o seu rigor de análise ainda se encontram sendo
estabelecidos, torna-se necessário inicialmente contextualizar o cenário dos eventos
para identificarmos as referidas produções.
Sendo que os registros sobre os eventos para discussão do Ensino Religioso
são dispersos, tendo em vista que estes foram promovidos por órgãos do governo
em diferentes esferas, instituições religiosas e educacionais. Junqueira (2010, p.
167) recorda que essa história encontra o seu registro já em 1950 (17 a 23 de
janeiro), quando, no Rio de Janeiro, ocorreu o I Congresso Nacional de Ensino da
Religião, uma promoção do então Secretariado Nacional de Ensino da Religião
(SNER), que, além desse evento nacional, promoveu uma série de encontros e
congressos estaduais e nacionais ao longo da década de 1950 visando à discussão
dessa disciplina que, naquele momento histórico, era identificado com aula de uma
doutrina religiosa.
A CNBB foi à primeira instituição religiosa a preocupar-se, em âmbito
nacional, com a formação de professores de ER. A partir de 1974, teve início a
55
formação de professores para o ER, com a realização de Encontros Nacionais para
Coordenadores e Professores de Ensino Religioso (ENER), favorecendo a
discussão, definição e organização curricular desse ensino. Assim, de 1974 até
1998, foram realizados 12 Encontros Nacionais. Vale a pena ressaltar que esses
encontros eram promovidos pela CNBB e realizados de dois em dois anos. Durante
a Assembléia Nacional Constituinte, foram realizados anualmente. Posterior a 1988,
a CNBB continuou promovendo esses encontros, novamente de dois em dois anos,
até 1998. Apresentamos os Encontros Nacionais para Coordenadores e Professores
de Ensino Religioso
ENER
nº
1
Ano
Local
Principais temas abordados
1974
Rio de Janeiro/RJ
2
1976
Rio de Janeiro/RJ, no
Mosteiro
de
São
Bento.
3
1981
Rio de Janeiro/RJ, na
Gávea.
Implantação, em todos os Estados da Federação, da Lei
5692/71, que no 7º artigo, parágrafo único, se referia à
disciplina do Ensino Religioso a ser ministrada dentro do
horário normal das aulas, porém de matrícula facultativa.
Nesse primeiro encontro foram completados e ratificados a
pesquisa e o levantamento de dados cujos resultados
seriam publicados, em 1976, na Coleção Estudos da CNBB
sobre a Educação Religiosa na Escola.
Apresentava como pauta das discussões, além do estudo
da legislação federal e estadual existente, também a
identidade do Ensino Religioso, com o questionamento:
Evangelização ou Catequese? E ainda, foram discutidas
questões a respeito do modelo confessional sobre a
responsabilidade da elaboração de programas e
conteúdos.
Teve como objetivo a troca de experiências, a avaliação da
implantação da Lei 5.692/71 nos Estados, além da
organização de cursos e encontros de capacitação de
coordenadores para o Ensino Religioso nas Secretarias de
Educação, dioceses e escolas. No material da época é
possível se observar a preocupação com seleção,
formação e credenciamento dos professores para essa
disciplina.
56
4
1984
Belo
Horizonte/MG,
no Cenáculo.
5
1986
Brasília/DF, Casa de
Retiros da Assunção.
6
1988
Brasília/DF, Casa de
Retiros da Assunção,
no mesmo período da
Constituição.
Foi indicada a adoção da tríade VER-JULGAR-AGIR no
desenvolvimento da temática em sala de aula. Inicialmente
com trocas de experiências, seguidas de análise
antropológico-teológica da religiosidade e um forte
questionamento sobre a identidade do Ensino Religioso,
aprofundou a distinção e a complementaridade entre o
Ensino Religioso e a catequese e a questão da
confessionalidade na escola pública. Não se chegou a uma
conclusão definitiva, mas a proposta de continuar o estudo
da identidade do Ensino Religioso e da modalidade de
formação de professor. Nesse encontro faltaram apenas
dois Estados e um Território. Outro elemento importante foi
à discussão que subsidiou a geração do GRERE (Grupo de
Reflexão do Ensino Religioso).
Teve como objetivo o desenvolvimento da reflexão sobre o
Ensino Religioso na política educacional vigente, em vista
da nova Constituição em elaboração no Congresso
Nacional. Os temas abordados foram: a política
educacional no Brasil, visão panorâmica do Ensino
Religioso no contexto da história, o papel da escola na
educação, a pastoral da educação. Houve ainda
questionamentos sobre a natureza e os objetivos do ER,
qual o papel do Estado e das autoridades religiosas na
formação do professor, como colocar o Ensino Religioso no
contexto global da educação e como garantir as questões
do na Constituição. Na ocasião, foi elaborado um manifesto
ao povo brasileiro a favor da permanência do Ensino
Religioso na Constituição.
Contando com a presença de 19 Estados e dois Territórios,
além do Distrito Federal. Os objetivos desse encontro
foram: encontrar caminhos para o diálogo com os
Deputados Constituintes sobre o Ensino Religioso; refletir
sobre os princípios da educação no contexto sociopolítico
brasileiro, buscar uma linguagem comum no ER. Na
ocasião, foi analisada a situação do Ensino Religioso nos
Estados, seus aspectos positivos e negativos, os desafios
presentes na caminhada educacional brasileira e o papel
do Ensino Religioso na educação. As conclusões foram: a
elaboração e entrega de um documento aos constituintes,
mobilização nacional, regional e local, organização local,
regional e nacional dos coordenadores e equipes (o
GRERE em nível nacional), promoção de um congresso de
professores de ER, participação dos professores nos
ENER´s, envio de um documento aos bispos e pastores
demonstrando as dificuldades elencadas. Ficaram
pendentes questões como qualificação do professor,
aprofundamento na ocasião do ecumenismo.
57
7
1988
Belo
Horizonte/MG,
na Casa de Retiros
São José.
8
1990
Petrópolis/RJ,
no
Convento
Madre
Regina.
Com a presença dos coordenadores estaduais do ER,
professores, representantes das principais editoras
relacionadas com a disciplina, um representante do
CELADEC, bispos responsáveis pelo ER, nacionais e
alguns regionais, assessores da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) e membros do GRERE, reunindo
um total de 90 participantes. O evento ocorreu no momento
em que a Constituição assegurou a presença do Ensino
Religioso na escola brasileira, ao mesmo tempo em que os
Estados iniciaram a elaboração de suas Constituições
Estaduais e Tiveram início as discussões da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Foi elaborada
uma carta aberta aos educadores, na qual é defendido o
posicionamento dos participantes do ENER (Encontro
Nacional do Ensino Religioso): Foi defendida a escola
pública, gratuita e de qualidade – O Ensino Religioso, como
educação da dimensão religiosa da pessoa humana,
respeitado o pluralismo cultural, de ideias, de concepções
pedagógicas e da liberdade religiosa, faz parte do processo
global e integral da educação. O Ensino Religioso na
Escola deve contribuir para que ela possa se situar a partir
da realidade do educando, levando em consideração sua
vida e sua cultura. Nosso esforço é contribuir, a partir da
dimensão religiosa, para a transformação da sociedade
dividida em classes, numa perspectiva libertadora em uma
sociedade justa, fraterna, humana e solidária.
Com representantes de 26 Estados da Federação, exceto o
Tocantins e a participação de 69 pessoas, das quais se
destaca a presença de três bispos, três assessores da
CNBB e de um representante da Comissão Evangélica
Latino-Americana de Educação Cristã (CELADEC). Houve
reflexões sobre os desafios da realidade cultural e das
novas leis do ensino e, ao mesmo tempo, a busca de
metodologias para favorecer uma prática educativa
renovada. O tema principal foi o Ensino Religioso e a
dimensão metodológica, com os seguintes enfoques: no
marco antropológico, na prática pedagógica (linguagem e
interdisciplinaridade) e sobre o processo histórico da
educação nos últimos anos. Neste encontro foram
levantadas ideias-chave para a organização de propostas e
para aprofundar conceitos para a releitura do Ensino
Religioso,
tais
como:
valores,
ecumenismo,
interconfessionalidade, interdisciplinaridade, linguagem,
símbolo, formação, celebração na escola, libertação como
processo, além dos fundamentos antropológicos do Ensino
Religioso. Nesse evento é percebida a importância do
Ensino Religioso estar vinculado ao Setor de Educação da
CNBB para possibilitar fazer distinção da catequese. Fato
concretizado na Assembléia Geral da CNBB em abril de
1991.
58
9
1992
São Paulo/SP,
Instituto Pio XI.
10
1994
Fortaleza/CE
11
1996
Brasília/DF
12
1998
Campinas/SP
no
Dando prosseguimento aos temas do 7º e 8º ENER´s, teve
como objetivo a reflexão sobre a identidade, conteúdo e
linguagem do Ensino Religioso, tendo em vista a
compreensão do seu papel numa educação interdisciplinar
que favoreça a formação íntegra e integradora do aluno.
Participaram 88 pessoas, representantes dos Estados da
Federação, quatro bispos, dois assessores da CNBB e os
membros do GRERE. O tema central desse encontro foi à
interdisciplinaridade e o Ensino Religioso. Foi assessorada
pela professora Ivani Catarina Arantes Fazenda, que
apresentou os fundamentos da interdisciplinaridade e
mostrou seu desenvolvimento histórico, filosófico e
pedagógico. Foram desenvolvidos discussões e debates,
utilizando-se painéis sobre as questões da identidade,
conteúdos
e
linguagem
do
ER,
além
da
interdisciplinaridade. Os participantes propuseram que
esse alicerce teórico interdisciplinar fosse aprofundado e
orientado para uma prática mais eficiente. Na ocasião, foi
constatado que em 18 Estados as aulas de Ensino
Religioso eram interconfessionais; em oito, apresentavam
características confessionais; e no Tocantins ainda não
havia sido implantada. Foi ressaltado também que havia
comissões interconfessionais as quais orientavam a prática
do Ensino Religioso nas escolas na maioria dos Estados,
sendo que quase a totalidade das Secretarias de Educação
alicerçava-se em conteúdos programáticos já aprovados
em suas instâncias.
Com a temática “O Fenômeno Religioso no Contexto da
Pós-Modernidade”, foram discutidas as mudanças
socioculturais e o fenômeno religioso, as manifestações
religiosas e o diálogo inter-religioso e a prática
interdisciplinar. É importante ressaltar que um ano antes da
criação do
Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso
(FONAPER) e de sua proposta sobre o modelo
fenomenológico, o 10º ENER propôs a discussão sobre o
fenômeno religioso.
Houve uma reflexão sobre o impacto entre a matriz
sociopolítica, econômica, cultural e religiosa e as culturas
advenientes. Nesse percurso, foi possível compreender os
aspectos sociopolíticos, econômicos, culturais e religiosos
presentes em cada Estado, levantamento de princípios e
critérios que possam nortear a ação pedagógica do Ensino
Religioso, e com base nesses mesmos princípios e critérios
foram analisados validade, urgência, metas e recursos
disponíveis.
Teve como temática a correlação do Ensino Religioso e o
Projeto Político Pedagógico da escola, seus pressupostos
e a viabilização, visando à organização de diretrizes para
sua inserção no Projeto Político Pedagógico escolar, e
destarte considerava o ser humano sujeito políticoreligioso.
Tabela 06 - Quadro resumo dos ENER´s
59
Foi proposto para o ano de 2002 o 13° Encontro Nacional de Ensino Religioso
(ENER) visando à avaliação e celebração dos 25 anos de ENERs e dos 50 anos da
CNBB e sua atuação e influência com e no Ensino Religioso no Brasil, mas esse
encontro não foi efetivado (JUNQUEIRA, 2009).
A partir de 1996-1997, o FONAPER assumiu com competência a parte
política e pedagógica do ER. A CNBB passou, então, a dar maior atenção à
formação de professores de Ensino Religioso das Escolas Católicas.
Mapa 02 – Eventos de Ensino Religioso de 1974 a 1998
60
3. ARTIGOS EM PERIÓDICOS: UMA PRODUÇÃO AMADURECIDA
As novas descobertas e invenções criaram uma grande revolução em todas
as épocas, pois interferiram nos padrões de comportamento e ao acesso do
conhecimento nas sociedades, entre estas criações encontra-se a imprensa, pois
provocou radicais mudanças na cultura permitindo que o conhecimento chegasse de
forma mais ampla ao público, precisamos destacar a Revolução industrial, pois
representou a evolução do mercado e o desenvolvimento da ciência e tecnologia.
Consequentemente não é suficiente produzir o conhecimento, é fundamental a sua
difusão enriquecendo as diferentes áreas de conhecimento, para tal é significativo
articulação da pesquisa com o tornar público os resultados. À medida que a
pesquisa é organizada surge à necessidade de criar as estratégias de publicizar o
trabalho, neste cenário encontra-se a elaboração e divulgação de artigos científicos
em periódicos. Pois, a comunicação científica é essencial dentro da ciência, pois
enquanto a pesquisa não for analisada pelos pares esta não será certificada, esta
divulgação poderá ser formal ou informal. Entre os processos de sistematização
encontra-se publicação em periódicos científicos que são revistas especializadas
voltadas para discussão universitária e institutos de pesquisa, especialmente para
proporcionar à comunidade científica um canal formal de comunicação e
disseminação da produção técnico-científica nacional por meio da publicação de
artigos originais que sejam resultados de pesquisas tecno-científica e que
contribuam para o avanço do conhecimento.
O periódico científico ou revista científica, denominação cada vez mais aceita
para designar as publicações produzidas em intervalos regulares e constituídas
graças à contribuição de artigos, como um dos produtos da ciência que tem tido
maior aceitação como registro da produção científica. O reconhecimento pela
comunidade científica exige do pesquisador a publicação de suas pesquisas e, para
esse fim, cada vez mais se impõe a busca pelas revistas mais bem avaliadas pelos
órgãos reguladores e indexadores, para então ocorrer à submissão do artigo. É
certo, porém, que quanto melhor a avaliação da revista, maior é o interesse dos
mais renomados pesquisadores nela publicarem, o que dificulta consequentemente,
a participação de novos autores nessas publicações, principalmente dada à
61
quantidade reduzida de artigos publicados em cada edição. Do outro lado do
processo da comunicação científica, pode-se identificar o papel desempenhado pelo
editor-chefe da revista, o responsável pelo recebimento das submissões dos
pesquisadores, escolha e envio a pareceristas da área para avaliação (blind review)
e finalmente para decidir o que pode ser publicado e em qual edição.
O conhecimento incorporado pela literatura científica, por meio dos periódicos
científicos, é também disponibilizado nas redes eletrônicas. Versões eletrônicas dos
periódicos científicos impressos, bem como periódicos científicos exclusivamente
eletrônicos, são cada vez mais comuns na grande rede, cópias fiéis, espelhos ou
não, do formato em papel, proporcionando o aumento da visibilidade da ciência e
ampliando a audiência. O mundo acadêmico e o conhecimento científico legitimado
pelo sistema formal de comunicação da ciência, cuja expressão máxima é o
periódico científico, passam a conviver com uma forma de comunicação e
informação
diferente
que
extrapola
o
convencional,
rompendo
fronteiras
“reconhecidas”, ampliando a audiência e alcançando outros públicos, atingindo a
audiência da alçada da divulgação científica, fazendo uma grande interseção com
públicos não especializados. A interação da divulgação científica com a
comunicação referente à pesquisa sobre o processo de comunicação científica de
comunidades científicas brasileiras em redes eletrônicas, da qual as autoras
participaram. Especificamente, a pesquisa visou verificar a função e a importância
dos diversos recursos eletrônicos na comunicação científica em rede, na sua
interdependência e relação com canais de comunicação formais e informais,
tradicionais e convencionais. Entre os resultados, foi visto um dos primeiros
fenômenos
observados,
decorrente
da
Internet,
foi
à
aproximação
entre
comunicação científica (de cientistas para cientistas) e divulgação científica.
O advento da revista científica data do século XVII, com o surgimento do
Journal des Sçavants, fundado pelo francês Denis de Sallo, a comunicação de
novas descobertas científicas era realizada anteriormente por um grupo restrito de
pesquisadores que trocavam cartas para divulgar suas ideias ou esporadicamente
se reuniam para trocar conhecimento. O cerne da concretização da revolução
científica ficou evidenciado com a invenção da imprensa no século XV, fato que
exerceu importante papel na difusão do conhecimento científico. Tanto o periódico
62
científico quanto o artigo representam uma das inovações mais características e
notáveis da revolução científica. Enquanto no Brasil temos o registro do Propagador
das Ciências Médicas ou Anais de Medicina, Cirurgia e Farmácia (1827) idealizado
por Xavier Sigaud, médico francês radicado no Brasil, temos ainda a Gazeta Médica
(Rio de Janeiro – 1862) e a Gazeta Médica (Salvador – 1866). Mas, foi somente no
século XX que este tipo de publicação assumiu uma maior proporção e qualificação
nos diferentes países.
O periódico científico demonstra sua importância quando nos remete a
autoridade do que é escrever e do grande valor que esse ato representa, pois a
linguagem escrita é uma das conquistas mais relevantes da humanidade, ela passa
a ter importância quando é descoberta e reconhecida como uma forma de
comunicação. A explicitação permite que a informação seja socializada.
Assim, ao serem publicadas, cumprem práticas de um itinerário consagrador,
definido pelas relações presentes no âmbito da sua área de atuação, de modo a
assegurar, tanto seu retorno econômico quanto simbólico, pois o contexto comporta
a existência de grupos em formação e até em competição, ocupantes de diversas
posições no que se considera um campo da produção cultural todos em busca da
legitimidade atribuída pelas instâncias de consagração.
A partir da década de 1950, um grande número de periódicos científicos
começou a surgir principalmente nos Estados Unidos e Europa, contribuindo para o
rápido crescimento das inovações. Nessa mesma época, Eugene Garfield, cujo
primeiro trabalho data de 1955, demonstrou preocupação em identificar, entre a
grande quantidade de títulos existentes, quais seriam os mais importantes para cada
área, o que ele chamou de literatura nuclear, para estabelecer pelo fator de impacto,
o núcleo básico de publicações relevantes na área.
Em 1972, o Journal Citation Report (JCR) começou a utilizar índices
bibliométricos que geravam o fator de impacto. A utilização desse indicador é
considerada
uma
importante
ferramenta
para
avaliação
das
publicações,
especialmente se utilizada na comparação entre títulos de uma mesma área do
conhecimento.
A partir da década de 1960, estudos apontam a preocupação com a avaliação
de revistas científicas e técnicas, sinalizando a necessidade de se definirem
63
parâmetros mensuráveis, capazes de refletir a qualidade da informação registrada.
Ainda na visão dessas autoras, várias críticas vêm sendo formuladas, em âmbito
internacional, quanto à publicação de revistas sem critérios de qualidade e para as
quais vêm se perdendo esforços, material publicado, recursos financeiros e até
prestígio de organizações científicas ou instituições.
Aferir ou mensurar qualidade não é um processo fácil, todavia, quando se
trata de revista científica, a avaliação é realizada por um conjunto de aspectos
relacionados que atendem ao cumprimento das normas estabelecidas pela própria
revista, pelo corpo editorial (distribuição geográfica e competência de seus
membros), pelo processo de revisão por pares (revisores ou pareceristas e fluxo de
revisão), pelo conteúdo e mérito científico (originalidade, relevância e validade), pela
regularidade e frequência de publicação, pela aceitação da comunidade científica
(distribuição geográfica e citações). Em geral, esses critérios são analisados por
bases de dados e por agências de fomento à pesquisa que são os principais
responsáveis pelo controle, medição e análise da produção científica. Os motivos
pelos quais um editor busca que a revista seja indexada em base de dados estão
geralmente ligados à oportunidade de aumento de sua visibilidade e disseminação
nacional e/ou internacional.
No Brasil, existe o conjunto de avaliação de procedimentos utilizados pela
CAPES para estratificação da qualidade da produção intelectual dos programas de
pós-graduação. Tal processo foi concebido para atender às necessidades
específicas do sistema de avaliação e é baseado nas informações fornecidas por
meio do aplicativo Coleta de Dados. Como resultado, o órgão disponibiliza uma lista
com a classificação das revistas publicadas pelos programas de pós-graduação para
a divulgação da sua produção, instituída no ano de 1998, com a finalidade de
qualificar os periódicos científicos existentes nas áreas (CAPES). Em 2007, o
processo de avaliação sofreu modificações e a nova estratificação (CAPES) passou
a ser avaliada. A modificação na maneira de avaliação pela CAPES causou grande
impacto na comunidade científica, e para a maioria dos periódicos científicos o
momento é de reestruturação. O sistema de avaliação CAPES denominado Qualis.
A avaliação de um periódico contribui igualmente para o comportamento da literatura
nas áreas específicas, o que pode ser observado em estudos de autoria e citações.
64
Além disso, a realidade no Brasil aponta para outros fatores que na maioria das
vezes não são considerados para avaliação da produção científica das áreas,
prejudicando exponencialmente a avaliação e o reconhecimento do periódico
científico na comunidade. Entre os critérios de avaliação encontramos os seguintes
critérios: corpo editorial; indexação em bases de dados; circulação nacional e /ou
internacional; colaboração de consultores nacional/estrangeiros; permuta regular
com publicações nacional/estrangeiras; veiculação virtual; periodicidade regular;
artigos em idiomas de grande penetração na comunidade acadêmica; projeto gráfico
de qualidade.
Nestes periódicos encontramos fundamentalmente três tipos: artigo científico
que são resultados de pesquisa discute ideias, métodos, técnicas relatos de
experiência, estudos de caso etc.; artigo original que relata trabalhos originais
completos que envolvem abordagens teórico-práticas referentes a pesquisas,
indicando resultados conclusivos e significativos; artigo de revisão que constitui um
relato sobre o conhecimento disponível de determinado tema, mediante análise e
interpretação da produção científica existente de informações já publicadas. Os
artigos científicos, publicados nos periódicos científicos, além de oferecerem um
meio para a preservação do conhecimento neles registrado, servem a pelo menos
mais três propósitos: a comunicação entre cientistas, a divulgação de resultados de
pesquisa e dos estudos acadêmicos, e o estabelecimento da prioridade científica.
Dessas funções, apenas na última citada é considerado como o único meio,
gozando, até agora, de consenso na comunidade científica e acadêmica. Nas
demais funções, o artigo publicado não é a única nem a primeira vez em que os
resultados são divulgados, nem é o principal meio de comunicação entre os
cientistas. Entre o início da pesquisa e a publicação de seus resultados em um
artigo, há várias instâncias de comunicação e divulgação, em diversos níveis de
abrangência e formalidade. O conhecimento dessas atividades de comunicação e
divulgação que precedem a publicação do artigo é importante para o estudo dos
periódicos e das literaturas científicas em geral.
Neste contexto para destacar a importância do artigo numa revista científica
Laville e Dionne (1999, p.247) fazem a seguinte alusão nas revistas científicas, o
artigo é provavelmente o meio por excelência para comunicação da pesquisa. É nas
65
revistas que se vê melhor e mais rapidamente a ciência que se faz; é nelas que a
comunidade pode avaliar a justa medida da pesquisa, pois o pesquisador precisa
dizer o essencial, e com concisão, pois as páginas são limitadas. Problemas,
problemática, método, tipos de dados considerados, conclusões tiradas e suas
incidências sobre o saber em evolução são expostos no artigo com precisão. Isso é
nele exposto, sem que seja necessário reproduzir os dados em pormenor, nem
elaborar longamente sobre os instrumentos utilizados para colhê-los e os
tratamentos particulares que receberam, pois os leitores dos artigos, desde que
tenham um pouco de experiência em pesquisa, habitualmente sabem a que se
remeter.
Para definir tecnicamente um artigo científico NBR (2003, p.02) conceitua
como artigo científico é parte de uma publicação com autoria declarada, que
apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas
áreas de conhecimento.
Mas, a melhor definição para o termo artigo científico é a de que este é um
texto científico, daí o nome, por vezes acadêmico, mas que tem a função de relatar
uma gama de resultados imbuídos de originalidade, encontrados a partir de uma
pesquisa. O artigo científico é apresentado segundo a linguagem e método próprios
de uma área de ciência e, de modo geral, com uma estrutura lógica de
argumentação, apresentando inicialmente o problema ou objetivo da investigação, o
conjunto de hipóteses, as possíveis soluções do problema ou modos de se atingir o
objetivo, uma descrição dos métodos e técnicas, utilizados, uma análise dos
resultados obtidos, uma conclusão que aponta qual hipótese foi verificada
experimentalmente.
Assim, um artigo científico pode ser conceituado como um estudo realizado
de maneira resumida sobre uma questão que se fundamenta em alguma natureza
científica. Define-se então como um relatório escrito e publicado que descreve
resultados originais de uma pesquisa. É a publicação válida por excelência e todas
as revistas científicas têm uma seção ampla dedicada a publicar artigos originais.
Pois de fato, os artigos publicados nos periódicos científicos servem ao menos a três
propósitos: a comunicação entre cientistas, a divulgação de resultados de pesquisa
e dos estudos acadêmicos, e o estabelecimento da prioridade científica.
66
O artigo científico relata informações e resultados de uma pesquisa de
maneira clara e concisa. Sua característica principal é ser publicado em periódicos
científicos.
É histórico o fato de que o conceito deste já é praticamente o mesmo desde o
século XVIII, a partir da evolução científica ocorrida na época, a necessidade de
destacar resultados de uma determinada pesquisa, o desenvolvimento das editoras
especializadas, entre outros aspectos, mas o principal era a demanda por pesquisa
que estava presente.
Um elemento sobre os periódicos é o seu registro, embora não seja
obrigatório é um parâmetro para o controle de qualidade de revistas científicas,
assim como um critério de indexação em base de dados nacionais e internacionais,
este registro é o ISSN - Número Internacional Normalizado para Publicações
Seriadas
(International
Standard
Serial
Number)
é
o
identificador
aceito
internacionalmente para individualizar o título de uma publicação seriada, tornando-o
único e definitivo. Seu uso é definido pela norma técnica internacional da
International Standards Organization ISO 3297. O ISSN é operacionalizado por uma
rede internacional, e no Brasil o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT) atua como Centro Nacional dessa rede.
A qualidade dos periódicos é sem dúvida consequência do resultado dos
artigos publicados, como ressalta a sua especificidade destinado a serem publicados
em revistas e periódicos científicos, esta modalidade de trabalho tem por finalidade
registrar e divulgar, para público especializado, resultados de novos estudos e
pesquisas sobre aspectos ainda não devidamente explorados ou expressando novos
esclarecimentos sobre questões em discussão no meio científico.
Artigo científico pode ser entendido como um trabalho completo em si mesmo,
mas possui dimensão reduzida. Pois, a apresentação sintética, em forma de relatório
escrito, dos resultados de investigações ou estudo realizados a respeito de uma
questão. Já que escrever artigos científicos é importante para expor aspectos novos
por nós descobertos, mediante o estudo e a pesquisa, a respeito de uma questão,
ou de aspectos que julgamos terem sido tratados apenas superficialmente, ou
soluções novas para questões conhecidas; expor de uma maneira nova questão já
antiga; anunciar resultados de uma pesquisa, que será exposta futuramente em
67
livro; desenvolver aspectos secundários de uma questão que não tiveram o devido
tratamento em livro que foi editado ou que será editado; abordar assuntos
controvertidos para os quais não houve tempo de preparar um livro.
O artigo é um meio de atualização de informações e por isso, enquanto fonte
de pesquisa, jamais pode ser ignorado por estudantes e professores no processo de
busca e aquisição de conhecimentos.
O artigo científico é o grande responsável pela divulgação nos eventos e
podemos definir artigo científico como um texto escrito para ser publicado, com o
objetivo de comunicar os dados de uma pesquisa. Segundo Santos, “são geralmente
utilizados como publicações em revistas especializadas, seja para divulgar
conhecimentos, seja para comunicar resultados ou novidades a respeito de um
assunto, como ainda, para constatar, refutar ou apresentar outras soluções de uma
situação controvertida”.
Noronha (2000) reconhece que na divulgação do conhecimento em meios
formais, os periódicos científicos tem reconhecido valor pela rapidez e eficiência na
comunicação de resultados. Entretanto, há que se ressaltar também o papel
desempenhado por outros tipos de documentos como no caso das dissertações e
teses – produtos finais dos cursos de pós-graduação.
Como há diversidade no que seja o método em cada área da ciência, a forma
do artigo científico pode variar em sua apresentação, não existindo em sua estrutura
única que assegure, por si mesma, a cientificidade de um artigo ou texto que
pretenda ser científico.
Diante dessa impossibilidade de uma construção textual objetivamente
científica, há a necessidade do exame de um artigo pela comunidade científica, pois
a ciência é uma forma de conhecimento de caráter público, cuja validade só se
estabelece após o debate em torno dos resultados e do caminho percorrido – o
método – que conduziu a sua construção.
O papel do artigo científico fundamentalmente é derivado do próprio gênero
do mesmo. Conforme a regra, podemos dividi-lo fundamentalmente em Três
gêneros:
- Artigos de revisão bibliográfica: são elaborados a partir da análise de
referenciais teóricos ou fontes bibliográficas. Sua função é ampliar o entendimento
68
sobre o tema a partir, da síntese e da estruturação conceitual.
- Artigos originais: seu papel é destacar os resultados de uma pesquisa
prática realizada pelo autor ou pelo grupo de trabalho, apesar de também se
apoiarem em fontes bibliográficas. Porém, as diferenças estão na metodologia de
elaboração, que foge do universo da leitura para a vida prática real.
- Artigos de divulgação: servem para comunicar ao público alvo que seja do
interesse do autor.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas os artigos são
classificados em dois tipos: original e revisão. O artigo original “parte de uma
publicação que apresenta temas ou abordagens originais [...] (relatos de experiência
de pesquisa, estudo de caso, etc.)”. O artigo de revisão “parte de uma publicação
que resume, analisa e discute informações já publicadas
A partir dessas diferenças conceituais, pode-se ter uma ideia da
complexidade do trabalho exigido, de modo que, desta forma um artigo científico
pode não ser mais simples ou fácil que uma monografia ou um TCC sobre o mesmo
tema.
Para Lakatos e Marconi (2001) os artigos científicos possuem as seguintes
características:
- não constituem em matéria de um livro;
- são publicados em revistas ou periódicos especializados;
- permitem ao leitor, por serem completos, repetir a experiência.
A estrutura de artigos publicados em periódicos científicos está denominada
na norma NBR 6022/2003, criada para especificar a apresentação de Artigos em
publicação periódica científica impressa cuja atualização foi realizada em Maio de
2003. Esta estrutura é constituída de três partes:
a)
pré-textuais [título, nome(s) do(s) autor (es), resumo da língua do texto
e as palavras-chave na língua do texto, resumo e palavras chave em língua
estrangeira].
b)
textuais [ introdução, desenvolvimento e conclusão];
c)
pós-textuais [título em língua estrangeira (se houver), nota (s)
explicativa(s), referências, glossário, apêndice(s), anexo(s)].
Considerando que a apresentação de um artigo científico não inclui capa,
69
folha de rosto e sumário, a primeira folha inicia com o próprio título. Assim nas
páginas a seguir, serão descritas as orientações gerais de apresentação e
formatação do próprio modelo.
Título:
Autoria:
Resumo Técnico:
Palavras-chave:
O corpo do artigo:
Nos
artigos
científicos:
As Referências:
Anexos:
correspondendo ao conteúdo, deve ser conciso, todo em letras maiúsculas e em negrito.
Se houver subtítulo, após dois pontos, este virá em letras minúsculas e sem o negrito.
alinhado à direita deve vir, em itálico, o nome do autor, com inserção de asterisco
indicativo de nota de rodapé com a sua qualificação acadêmico-profissional no pé da
página (para que essa nota de rodapé apareça você deve clicar em exibir, cabeçalho e
rodapé, rodapé direito e, na caixa, escreve-se a titulação e status profissional do autor).
tem a finalidade de informar ao leitor o teor do artigo. Começa informando qual é a
natureza do trabalho, o objeto de estudo, os objetivos visados, as teorias em que se
apoiou o autor, onde e como os dados foram coletados e se os objetivos foram
alcançados. Tudo isto deve ser feito em um único parágrafo, sem entrada na primeira
linha, contendo entre 200 e 250 palavras.
são palavras (chamadas de unitermos temáticos ou descritores) que caracterizam de
forma precisa o conteúdo do trabalho, separadas por ponto e vírgula e ponto final. Ex.
Palavras-chave: Formação do Professor; PROFORMAR-UE; Curso Normal Superior.
artigo científico solicitado para os convidados que participarão da coletânea pode ser
classificado como um Artigo Científico de Relato de Experiência Docente e, assim sendo,
deve: iniciar com apresentação do tema e dos objetivos do artigo; em seguida passar a
expor os fatos na ordem cronológica descendente ou ascendente; recorrer a dados e se
os apresentar, analisá-los e, com base neles, concluir.
agradecimentos por apoios financeiros para a pesquisa; a pessoas que contribuíram
com dados ou informações e observações críticas, revisões, vêm depois das conclusões.
devem ser feitas de acordo com as normas da ABNT. Devem ser referenciadas todas as
obras que são citadas no corpo do trabalho direta ou indiretamente. Por obras entendese: livros, artigos de revista científicas e demais periódicos impressos, artigos,
depoimentos de pessoas, anotações de aula ou outras informações retiradas de
publicações eletrônicas, sítios eletrônicos com legislação, de DVDs, CDs ou qualquer
outro suporte que contenha informação.
nesta parte pós-textual colocam-se documentos importantes que não devem constar do
corpo do texto (quadros, tabelas, mapas, fotos, etc.).
Tabela 07 – Estrutura de artigo
Referindo-se da evolução do conceito de artigos de pesquisa, e apesar da
aparente novidade, a importância dos artigos científicos para produção científicoacadêmica já tem alguns séculos de história, esta forma textual foi uma das
principais maneiras de perpetuação e divulgação em muitas disciplinas de pesquisa,
mantendo uma forma mais ou menos estável há muito tempo. Os artigos científicos
encontram nos eventos acadêmicos o espaço de exposição. Em áreas com uma
tradição e com sociedade científicas já consolidadas, é facilmente compreendido o
rigor e a qualidade dos trabalhos apresentados. No que se refere ao Ensino
Religioso, uma área em que as pesquisas são recentes e naturalmente a sua
divulgação e o seu rigor de análise ainda se encontram sendo estabelecidos, tornase necessário inicialmente contextualizar o cenário dos eventos para identificarmos
as referidas produções.
Deste modo, o artigo científico, ao tornar público e aberto ao debate o
70
conhecimento elaborado em pesquisa, é um meio fundamental para a divulgação e
desenvolvimento da ciência.
Historicamente o primeiro registro que temos sobre publicação de textos
sobre o Ensino Religioso foi promovido pelo Secretariado Nacional de Ensino da
Religião contava com o apoio das escolas e com da Associação de Educação
Católica (1945), a este secretariado cabiam as seguintes funções: campanhas
eficientes que visassem à catequese como base de todo apostolado, sobretudo no
que se referia à grande ignorância religiosa em que o país se encontrava. Por isso
ocorreram esforços conjugados no aprimoramento da catequese, para que houvesse
claro conhecimento dos objetivos da formação religiosa, do catecúmeno e dos
métodos catequéticos, inclusive sobre o material a ser utilizado; para tal seria
estabelecido um texto único de religião que fosse prudente e seguro, além da
manutenção e aprimoramento da Revista Catequética, ocorreu nas décadas de
quarenta e cinquenta.
Posteriormente não foram encontrados registros de artigos sobre o Ensino
Religioso, até a década de setenta quando a Revista de Catequese criada em 1977
(n. 0), Editora Salesiana (SP) passou a publicar artigos, notícias, experiências sobre
este componente curricular que com a Lei 5692 (1971) iniciava um novo percurso e
orientação para a disciplina. O primeiro Conselho Editorial era composto por:
Bernadette Mello, Hilário Moser, Hilário Passero, Luiz Colussi, Maria Stella Sanches
Coelho, Mário Bonatti, Raimundo José A. Soares, Ralfy Mendes de Oliveira
(Coordenador) e Wolfgang Gruen. A partir de 1995 foi reduzido significativamente a
temática do ER na Revista de Catequese sendo a temática de fato assumida pela
“Diálogo” (JUNQUEIRA, 2000, 187). Entre 1978 a 1999 estes foram os textos
publicados pela Revista de Catequese sobre o Ensino Religioso, tornaram-se como
que únicas fontes para os pesquisadores desta área do conhecimento:
Período
Ano 01 – n.03 - 1978
Ano 02 – n. 05 - 1979
Ano 03 – n. 09 1980
Título
Ensino Religioso em Mato Grosso
Aspectos Legais do Ensino Religioso na
Escola
Encontro de Professores
Autor
Redação
Wolfgang Gruen
Diocese de Presidente
Prudente (SP)
71
Ano 04 n. 14 - 1981
Ano 05 – n. 18 - 1982
Roteiro para o Ensino Religioso
Catequese e Ensino Religioso
Ano 05 – n. 18 - 1982
O Ensino Religioso em Classes de 5º e 8ª
séries
Ensino Religioso nas escolas
Coordenação do Ensino Religioso
Ensino Religioso no Estado do Mato Grosso
do Sul
Problemas do professor do Ensino Religioso
O Ensino Religioso e a confessionalidade
Diferença entre catequese nas comunidades
e Ensino Religioso
Ensino Religioso – a escola – o currículo
O 4º Encontro Nacional sobre Ensino
Religioso
Ensino Religioso escolar
III Seminário Nacional de Educação e
Ensino Religioso de Deficientes Auditivos
Experiência de Ensino Religioso
Ano 06 – n. 22 1983
Ano 06 – n.24 - 1983
Ano 07 – n.26 - 1984
Ano 07 – n.28 - 1984
Ano 07 – n.26 - 1984
Ano 07 – n.26 - 1984
Ano 07 – n.26 - 1984
Ano 07 – n.26 - 1984
Ano 08 – n.29 - 1985
Ano 08 – n.30 - 1985
Ano 08 – n.30 - 1985
Ano 09 – n.33 - 1986
Ano 09 – n.34 - 1986
Ano 09 – n.36 - 1986
Ano 10 – n.40 - 1987
Ano 11 – n. 42 - 1988
Ano 11 – n. 43 - 1988
Ano 11 – n. 44 – 1988
Ano 11 – n. 44 – 1988
Ano 11 – n. 44 – 1988
Ano 11 – n. 44 – 1988
Ano 12 – n. 47 – 1989
Ano 12 – n. 47 – 1989
Ano 12 – n. 47 – 1989
Ano 12 – n. 47 – 1989
Ano 13 – n. 52 – 1990
Ano 13 – n. 52 – 1990
Ano 13 – n. 52 – 1990
Ano 13 – n. 52 – 1990
Ano 14 – n. 54 – 1991
Ano 14 – n. 54 – 1991
Ano 14 – n. 55 – 1991
Ano 14 – n. 56 – 1991
Ano 14 – n. 56 – 1991
Ano 14 – n. 56 – 1991
Ano 15 – n. 58 – 1992
Grupo de Reflexão sobre Ensino Religioso
Escolar (GRERE)
2ª. Reunião do Grupo de Reflexão sobre
Ensino Religioso Escolar (GRERE)
Encontro de coordenadores de Ensino
Religioso
6º Encontro Nacional de Coordenadores
Estaduais de Ensino Religioso nas escolas
públicas
Ensino Religioso no Brasil
IV Seminário de Educação e Ensino
Religioso aos deficientes Auditivos
A natureza do Ensino Religioso, à luz de
uma aula
Ensino Religioso escolar, um desafio sempre
presente
O Ensino Religioso nas escolas públicas
Nota do Conselho Permanente sobre o ER
O Ensino Religioso no estado do Rio de
Janeiro
O Ensino Religioso, um desafio que continua
Apoio ao Ensino Religioso
Aspectos do Ensino Religioso escolar
Estatuto Pastoral do Ensino Religioso
escolar
8º Encontro Nacional do Ensino Religioso
Encontro de Professores de Ensino
Religioso
Primeiro Congresso de Professores de
Ensino Religioso da Diocese de Assis
Grupo Nacional de Reflexão de Ensino
Religioso
Seminário sobre Ensino Religioso Escolar
A caminhada do Ensino Religioso e da
Pastoral Bíblica
A linguagem do Ensino Religioso
Ensino Religioso escolar e pluralismo
religioso
A educação Religiosa em Santa Catarina: 20
ano do CIER
Ensino Religioso no contexto da escola
Maria José Dias Brosch
Diocese de Itabira/Cel
Fabriciano
Arquidiocese de São Paulo
Pia Clara
Raimundo Ricardo Sobrinho
Redação
Wolfgang Gruen
Luiz Alves de Lima
José Geeurickx
Maria Leônida Fávero
Israel José Nery
Ivo Loscheiter
CNBB
Equipe de Coordenação de
Belém (PA)
CNBB
CNBB
Diocese de Santa Cruz do
Sul
CNBB
Vital Wilderink
Salvador Stragapede
Wolfgang Gruen
Marcos Sandrini
Vital Wilderink
CNBB
Sonia Nikitiuk
Vital Wilderink
Ivo Loscheiter
Alberto Ramos
Francisco Catão
CNBB
Redação
Diocese de Assis
CNBB
Redação
CNBB
Francisco Catão
Francisco Catão
CIER
Vital Wilderink
72
Ano 15 – n. 59 – 1992
Ano 16 – n. 61 – 1993
Ano 18 – n. 72 – 1995
Ano 18 – n. 72 – 1995
Ano 19 – n. 73 – 1996
Ano 19 – n. 74 – 1996
Ano 19 – n. 74 – 1996
Ano 22 – n. 87 – 1999
pública
Seminário sobre Ensino Religioso Escolar –
Regional Sul
9º Encontro nacional de Ensino Religioso
25 anos do Conselho de Igrejas para a
Educação Religiosa – CIER
Reunião do Grupo de Reflexão do Ensino
Religioso – GRERE
Carta do Fórum Nacional Permanente do
Ensino Religioso
Curso de Ensino Religioso escolar
O Ensino Religioso Escolar em debate
A Educação Religiosa: um grande desafio
nos dias de hoje
CNBB
CNBB
CIER
CNBB
FONAPER
Redação
Setor de Educação da
CNBB
Francisco Catão
Tabela 08 – Revista de Catequese
Paralelamente ao trabalho de divulgação dos primeiros exercícios de
teorização do Ensino Religioso da “Revista de Catequese”, outro espaço de
publicação que antecipou a leitura pedagógica do Ensino Religioso foi a Revista de
Educação da AEC, estes foram os artigos localizados entre a origem da Revista
1978 e 1994:
Período
Ano 01 – n. 01 - 1978
Ano 18 – n. 72 - 1989
Ano 22 – n. 88 - 1993
Ano 22 – n. 88 – 1993
Ano 22 – n. 88 – 1993
Ano 22 – n. 88 – 1993
Ano 22 – n. 88 – 1993
Ano 22 – n. 88 - 1993
Título
O objetivo específico da instrução religiosa
nas escolas
Interdisciplinaridade a partir do Ensino
Religioso
O Ensino Religioso escolar no Brasil, no
contexto da história e das leis
Projeto Educativo e Ensino Religioso na
escola
Pensando nos conteúdos do Ensino
Religioso
Metodologia do Ensino Religioso: novas
perspectivas
O Ensino Religioso na escola deve ser
confessional? Interconfessional?
Interreligioso?
ASSINTEC – 20 anos de Ensino Religioso
Interconfessional
Autor
M. Gurgel
Carlos Henrique Carrilho
Crus
José Israel Ney
Elí Benincá e Equipe de
Suporte
Teresinha Motti Lima da Cruz
Rosamaria Calaes de
Andrade
João Barros – Guy Jorge
Ruffier – Lurdes Caron
Iris Mathilde Boff Serbena
Tabela 09 – Revista AEC
Em 1995 com a criação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso
(FONAPER) é proposto uma leitura do Ensino Religioso a partir da escola, é
confirmado com alteração do artigo 33 da LDB em 1997, esta confirmação ocorre
73
em 2010 com a homologação da nova versão das Diretrizes do Ensino Fundamental
que considera este componente curricular como uma área do conhecimento. A partir
de uma nova configuração do Ensino Religioso com perspectiva pedagógica e
concebida como área de conhecimento ampliaram as pesquisas junto aos
programas de pós-graduação, com a elaboração de dissertações e teses iniciaram
as produções acadêmicas a partir deste conhecimento produzido e divulgado por
meio de artigos em periódicos científicos.
Neste contexto é organizada a primeira revista específica sobre o Ensino
Religioso, ela não possui o perfil de uma revista científica, pois a intencionalidade é
contribuir na formação de professores desta área – REVISTA DIÁLOGO das edições
Paulinas. A história desta revista confunde-se com o estabelecimento de uma nova
configuração para este componente curricular, foi quando o bispo responsável pelo
Setor da Educação da CNBB, D. Aloysio Penna, procurou viabilizar a proposta de
uma revista de apoio ao Ensino Religioso, através das Edições Paulinas. Assim foi
criada a primeira revista de fato para esta disciplina: revista “Diálogo (outubro
1995)”. Ocorre num contexto de reflexão e preocupação com a formação de
professores, sobretudo por solicitação de diversos professores do Ensino Religioso,
no X Encontro Nacional de Ensino Religioso - ENER (Fortaleza, agosto 1994),
manifestou-se a urgência desta iniciativa que já fora apresentada em encontros
anteriores, para o apoio aos docentes tanto de escolas públicas como privadas. A
revista “Diálogo” caracteriza-se por ser monotemática, ou seja, aborda um tema sob
vários aspectos, quatro números ao ano, os primeiros números publicados: Ensino
Religioso no Brasil (0/1995); Ensino Religioso e direitos humanos (1/1996); Matriz
cultural religiosa brasileira (2/1996); Cristianismo no Brasil (3/1996); Ética e
educação (4/1996); Violência e convivência humana (5/1997); Violência e as
religiões (6/1997); Deus e a violência (7/1997); Ética e violência (8/ 1997); Educação
em tempos globais (9/1998); Religiões e educação (10/ 1998); Ensino Religioso:
experiências pedagógicas (11/ 1998); Educação e o mundo do trabalho (12/1998);
Como falar de Deus (13/1998); Experiência religiosa e transcendência (14/1999);
Música na educação (15/1999); Ecumenismo (16/1999). A revista encontra-se em
sua terceira editoria, a primeira foi Luzia Sena (1995-2005), seguida Maria Inês
Carniatto (2006-2010) e Roseane Barbosa (2010 -...).
74
Além das revistas sobre o Ensino Religioso tivemos a publicação de Boletins
e Jornal para professores deste componente curricular, o primeiro registro é o
Boletim ENTRE NÓS (Notícias – Experiências – Reflexões), criado em 1990
(ago/set) pela Editora FTD (São Paulo/SP) com objetivo de criar um canal de
comunicação, mediado pelo Departamento de Educação Religiosa da Editora FTD,
mas que relacione professores com professores mediante intercâmbio de notícias
sobre o Ensino Religioso Escolar (ERE), assim como a partilha de experiências
concretas nesse terreno, aprofundamento da reflexão sobre os principais
componentes da área, foi previsto para ser bimestralmente, ou seja, ser publicado e
distribuído pela editora nas instituições escolares quatro vezes ao ano, com quinze
páginas por número. O último boletim registrado é de 1999 (mar/abr), após este não
foi localizado novas publicações. Em 1992 as edições paulinas lançou o LER
(Laboratório de Ensino Religioso) iniciado em março/abril, o projeto teve seu início
no primeiro semestre deste ano com reuniões de professores para discutir este
componente curricular, último registrado é de abril de 1993 (n. 07).
Em 2007 o Pontifício Instituto Missões Exterior (PIME) lançou o Jornal “O
Transcendente” (mar/abr) com sede em Florianópolis (SC) segundo o editor a
intenção é abordar o fenômeno religioso e os diversos elementos das religiosidades,
em consonância com a legislação em vigor, por meio de textos, discussões,
conteúdos formativos, entrevistas, dinâmicas, jogos e outras sugestões práticas que
auxiliem na preparação e no desenvolvimento das aulas de Ensino Religioso e na
formação do professor, são publicados quatro números por ano.
Foram
criados
dois
boletins
on
line,
inicialmente
o
GPERNEWS
(www.gper.com.br) o primeiro publicado em 2005 (24/03), inicialmente uma
publicação quinzenal, mas em 2006 semanalmente com a preocupação de apoiar o
trabalho dos professores e a divulgação de pesquisas. Entre 2005 a 2010 foram
publicados 282 boletins, com um total de 3157 assinantes. O segundo boletim on
line foi criado em 2011 pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, não
existe uma periodicidade e a sua proposição é divulgar as novidades do site
www.fonaper.com.br. Desta forma lentamente os diferentes periódicos são
construídos para tornar conhecidas as pesquisas e ações pedagógicas sobre o
Ensino Religioso, assim como na primeira década do século XXI com ampliação de
75
dissertações e teses nos diferentes programas de Pós-Graduação, criação de
grupos de pesquisa, enfim a inserção do Ensino Religioso como objeto de pesquisa
percebe-se divulgação de artigos científicos em periódicos com perfil científico no
Brasil, alterando o quadro que ocorreu ao longo de todo o século XX.
É necessário fazer memória do esforço realizado pela CNBB/GRERE, que
entre 1997-2003 no SITE da CNBB – continha espaço para o setor de Ensino
Religioso que disponibilizou informações e artigos prosseguiu entre 2004 a 2006
inclusive com o Boletim “Ensino Religioso em questão” (2005) na realidade para
cada um dos vinte e sete números era divulgada uma questão respondida por um
especialista: 01. O que é o Ensino Religioso no contexto escolar? (Luzia Sena - São
Paulo/SP); 02. Qual a razão do Ensino Religioso na escola? (Luzia Sena - São
Paulo/SP); 03. Quais os modelos de Ensino Religioso no Brasil? (Luzia Sena - São
Paulo/SP); 04. Existe alguma sustentação legal para o ER no Brasil? (Profª. Anísia
de Figueiredo-MG); 05. Qual a legislação que define o Ensino Religioso como área
de conhecimento? (Profª. Anísia de Figueiredo-MG); 06. Por que foi dado a esta
disciplina o nome de Ensino Religioso? (Profª. Anísia de Figueiredo - MG); 07. Qual
o tratamento metodológico dado ao Ensino Religioso como área de conhecimento?
(Profa. Ms. Marilac Loraine R. Oleniki - Curitiba/ PR); 08. Qual a linguagem para o
Ensino Religioso? (Profa. Ângela Holanda - Maceió/ AL); 09. O Ensino Religioso é
área de conhecimento? Por que? O que é uma área de conhecimento? (Prof. Sérgio
Junqueira - Curitiba/ PR); 10. Que dificuldades estão presentes no imaginário
coletivo brasileiro que impede a compreensão deste ensino como área de
conhecimento? (Prof. Antonio Boeing - São Paulo/SP); 11. Que critérios didáticometodológicos podem ser observados no Ensino Religioso? (Profa. Ms. Marilac
Loraine R. Oleniki - Curitiba/ PR); 12. Catequese, Ensino Religioso, aula de religião
é a mesma coisa ou possui diferença? (Luzia Sena - São Paulo/SP); 13. Quem
define os conteúdos do Ensino Religioso? (Profª. Anísia de Figueiredo - MG); 14.
Quais são os eixos do ER e que conteúdos os integram? (Prof. Antonio Boeing - São
Paulo/SP); 15. Existe alguma avaliação no Ensino Religioso? Como acontece?
(Profa. Ângela Holanda - Maceió/ AL); 16. O Ensino Religioso está inserido na matriz
curricular das 800 horas conforme O QUE determina a atual LDBN? (Profª Anísia de
Figueiredo - MG); 17. Como se efetiva o fazer pedagógico do Ensino Religioso?
76
(Profa. Ms. Marilac Loraine R. Oleniki - Curitiba/ PR); 18. Os professores de Ensino
Religioso recebem orientações pedagógicas e administrativas de quem? (Profa.
Ângela Holanda - Maceió/ AL); 19. Como é admitido o professor de Ensino Religioso
na rede pública? (Profa. Ângela Holanda - Maceió/ AL); 20. Quem é o responsável
pela habilitação do professor de ER? (Prof. Antonio Boeing - São Paulo/SP); 21.
Quais os requisitos/critérios para abertura de cursos de graduação? (Prof. Sérgio
Junqueira - Curitiba/ PR); 22. Os profissionais do Ensino Religioso são formados
pela Teologia? Ou quem os prepara? (Prof. Antonio Boeing - São Paulo/SP); 23.
Existem experiências de organização dos professores para refletir e articular o ER?
(sindicato, ASPER...) (Profa. Lurdes Caron - São Paulo/SP); 24. Existem
experiências de organizações religiosas para refletir e articular o Ensino Religioso?
(AEC, CNBB, CONIC, CELADEC...) (Profa. Lurdes Caron - São Paulo/SP); 25. Qual
o papel do CONER? (Profa. Lurdes Caron - São Paulo/SP); 26. Qual o papel do
FONAPER? (Profa. Lurdes Caron - São Paulo/SP); 27. O ENSINO RELIGIOSO nas
escolas católicas pode ser confessional? (Prof. Antonio Boeing - São Paulo/SP). A
partir de 2011 na página da CNBB foi inaugurada a Biblioteca do Ensino Religioso
com várias estantes que servem de fonte de apoio a que se dedica a pesquisa.
http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/educacao-e-cultura/setor-ensinoreligioso (Acesso 23 de maio de 2012).
Mapa 03 – Artigos em Revistas de Catequese (SP) / Educação da AEC (SP) até 1994
77
4. LIVROS: UMA PRODUÇÃO CONSOLIDADA
Para realizar a difusão da produção do conhecimento existem diversas
possibilidades, entre as quais a publicação de livros que resultam de pesquisas,
eventos e outras ações de especialistas das diferentes áreas. Os livros, ao longo
dos séculos, possuem uma história que envolve várias questões, como a
preservação e acessibilidade das informações, seus avanços tecnológicos, até o
procedimento de fabricação do livro. É importante ressaltar que o livro
contemporâneo deve ser visto como processo da ação humana, feita por diferentes
povos através de milhares de anos.
Os livros nascem na antiguidade com os mesopotâmios e egípcios. Cada
qual, ao seu modo, desenvolve uma forma peculiar de registrar seus conhecimentos
e experiências através da escrita. Utilizando para tal tarefa materiais que
encontravam mais facilmente. Os mesopotâmios utilizavam tabuletas de argila; os
indianos faziam livros de folhas de palmeiras; os maias e astecas utilizavam um
material macio existente entre o caule e a casca das árvores; e os romanos
escreviam em “tabuletas de madeira chamadas pugillares, recobertas por camada
de cera e marcadas em instrumento pontiagudo conhecido como stilus ou graphium”
(Paiva, 2010, p.16), as quais possuíam arestas perfuradas de um lado para serem
amarradas.
No início da Idade Média, o Império Romano estava em ruínas e a invasão
bárbara fez com que os livros e as bibliotecas fossem destruídos; as bibliotecas que
restaram estavam nos monastérios, fazendo da cultura um privilégio do clero.
Nessas bibliotecas os livros eram manuscritos, reproduzidos por algumas pessoas
especializadas do clero, denominados de monges copistas, (herdeiros dos escribas
egípcios ou dos libraii romanos); os quais passavam grande parte de sua vida para
concluir uma única obra. Tais obras eram recheadas de iluminuras e a caligrafia
ricamente decorada, transformava livro nesse período numa obra de arte de valor
inestimável, o que tornava seu acesso extremamente restrito.
Durante a Idade Média a arte de confecção dos livros recebeu certa evolução,
ganhara um senso estético, como a introdução de margens, divisão em capítulos,
paginação, a separação de palavras, a pontuação no texto, o uso de letras
78
maiúsculas, índices, sumários e resumos. O pergaminho é lentamente substituido
pelo papel. No século XII ocorreu o desenvolvimento das Universidades no AlAndaluz (o sul da Espanha, então ainda árabe), na Itália, na França, na Inglaterra e
em Portugal; isso ocorre junto com a ascensão da classe burguesa. Os avanços nos
meios acadêmicos contribuíram para que a cultura erudita saísse dos conventos e
mosteiros e fosse acessível (desde que houvesse dinheiro e vontade para isso) a
pessoas de diferentes proveniências. A formação cultural era um dos meios de
ascensão social; desse modo os burgueses estavam interessados em obtê-la,
enquanto a aristocracia, em sua maioria, não sabia e nem queriam aprender a ler.
Os códices ou livros manuscritos sofreram uma grande expansão, e foram
criadas tecnologias de produção em massa de manuscritos através de dezenas de
copistas que reproduziam diariamente livros e manuais para os estudantes. A
burguesia no século XV estava cada vez mais próspera principalmente a dos
estados italianos, pois, durante toda a Idade Média, tinham monopolizado o
comércio de produtos orientais (especiarias, tapeçaria, perfumes, jóias,...) com a
cidade de Constantinopla, desde a quarta cruzada, pela via mediterrânea.
Aliado a esse fator acontece à migração de intelectuais do Império Bizantino
que estava sofrendo constantes ataques dos turcos otomanos, os quais futuramente
conquistariam o Império. Estes intelectuais traziam seus conhecimentos e livros
impregnados pela cultura Greco-romana de concepção francamente humanista. Esta
perspectiva é que orientará a formação cultural da burguesia italiana e, acabará
incentivando dentro da Europa uma proposta cultural chamada Renascimento, que
exigirá a confecção de novas obras humanistas.
No século XVI, os italianos entram em decadência devido à ascensão da
burguesia portuguesa com a expansão marítima, que a cada nova expedição náutica
trazia novos conhecimentos das terras distantes, incentivando assim a produção
literária.
Todo esse desenvolvimento cultural iniciado no século XII até o século XVI
impulsiona o crescimento da arte da tipografia que a principio funcionava como
aspecto da xilogravura, onde eram esculpidas letras em bloco de madeira que era
mergulhado em tinta e pressionado contra a folha de papel. A tipografia era
simplesmente o aperfeiçoamento desta técnica, pois em vez de utilizar um bloco
79
com um texto fixo, utiliza-se um grande número de pequenas peças, cada qual
entalhada com uma única letra, o “tipo”, que unidos formam palavras e após a
impressão podem ser reutilizados em outra impressão. Mas não podemos ignorar
que se esta técnica teve impacto por si só, foi porque já existia uma procura ávida de
livros, principalmente por uma burguesia rica e sedenta de saber.
Essa tecnologia iniciaria uma revolução cultural moderna e foi desenvolvida
por Johannes Gutenberg, em 1455, quando inventou a imprensa com tipos metálicos
móveis reutilizáveis. Temos a Biblia, traduzida do latim para o alemão, como a
primeira obra realizada desta forma. A imprensa de Gutenberg revoluciona no
sentido de facilitar a produção de livros rapidamente e em grande quantidade. Isso
fez com que os preços dos livros sofressem uma consideravel baixa; mas, convém
destacar, que a invenção da impresa só é revolucionária porque já existia uma
demanda reprimida de obras literárias. Sendo assim, a técnica desenvolvida por
Gutenberg acelera a popularização da leitura. Na segunda metade do século XVI, o
livro adquire seu formato atual.
O surgimento da revolução industrial inglesa, a partir de 1750, trouxe grandes
mudanças no modo de produção de bens. A produção de livros não ficou de fora
dessa onda de mecanização, que trouxe a produção em massa das obras literárias
e, por sua vez, o seu barateamento.
O período contemporâneo é marcado pelo surgimento da informação não
linear, oriunda dos jornais ou das enciclopédias, além da elevada qualidade do
acabamento dos livros nas edições de luxo. Pois, a socialização ou difusão do
conhecimento é essencial para que uma área seja estruturada e desenvolvida.
Desta forma, falar sobre uma produção teórica do Ensino Religioso e de sua difusão
no contexto educacional brasileiro é um desafio por nos faltar documentos, pois
foram localizadas obras somente a partir dos anos setenta; anteriormente
encontramos brochuras.
Inicialmente as obras publicadas sobre o Ensino Religioso eram de caráter
prosélito para defender uma proposta ideológica entre Estado e poder eclesiástico.
Progressivamente observaremos que a preocupação com o caráter de uma
metodologia
científica
através
de
pesquisas
com
perspectiva
qualitativa,
especialmente em decorrência da presença do espaço universitário, alterou o perfil
80
das obras produzidas.
Como já destacado, esta pesquisa foca nos estudos que sistematizam a
identidade teórica do Ensino Religioso, enquanto componente curricular. Os livros
sobre o Ensino Religioso no campo didático é outro estudo a ser realizado, pois por
possuírem uma função própria no processo de ensino-aprendizagem, diferem desta
pesquisa.
No início do século XX, encontramos personagens como Mario Lima que
produziu as obras: “A escola leiga e a liberdade de consciência, estudo filosófico”
(1914) e “O bom combate, história da Ação Católica” (1929) as quais abordavam
temas religiosos de alguma forma relacionados com a escola, um apelo ao ensino
da religião na escola em resposta a um período que se travava de retirada do Ensino
Religioso da mesma. Outro nome de destaque é Leonel Franca com o livro “Ensino
Religioso e Ensino Leigo: aspectos pedagógicos, sociais e jurídicos” (1931). As suas
obras expressam um período de embate entre correntes e introdução do Ensino
Religioso no sistema educacional brasileiro que se formava.
No ano de 1974, temos a publicação do livro “Educação Religiosa nas
Escolas” das Editora Paulinas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB). Este relata a primeira pesquisa realizada no Brasil sobre a situação do
Ensino Religioso nos Estados, quanto à legislação e os programas. A pesquisa
realizou-se em vista do artigo 7º, parágrafo único da Lei 5692/71 e demonstrou que
este componente curricular deveria assumir sua natureza a partir da escola,
qualquer outro ponto de vista corre o risco de falsear radicalmente o Ensino
Religioso fazendo dele um problema insolúvel. Este registro demonstra uma nova
postura frente a esta disciplina, completamente alterada em relação ao processo do
período de Mario de Lima e Leonel Franco.
A busca de uma identidade para o Ensino Religioso ocorre não apenas nas
escolas públicas, mas também nas escolas religiosas. Podemos perceber esta
busca de uma nova concepção, a partir do registro no livro “Catequese em escola
católica: uma experiência” de Israel Nery publicado em 1974, pela Editora Vozes, o
qual relata a experiência no Colégio La Salle Abel em Niterói (RJ). Tal experiência
resultou uma coleção de material didático que foi utilizado em diversas escolas
brasileiras – “Coleção Meu Cristo Amigo”.
81
A década de oitenta como consequência das amplas discussões para a
manutenção do Ensino Religioso na escola, por meio das articulações no período da
Constituinte, resultou em uma série de publicações, entre as quais: em 1986 pela
editora FTD, do livro “Religião na escola um assunto importante. Questionamentos e
Metodologia do Ensino Religioso”, de Therezinha M. L. da Cruz e de Maria Ali M. Del
Estal. Este livro encontra-se dentro de uma experiência didática da Coleção Didática
– “Irmãos a Caminho”, dirigido aos professores e foi construído a partir do material
didático. A Profa. Therezinha reviu o livro em 1987, e publicou “Prática de Educação
Religiosa” em uma Coleção – Por onde começar. Em 1997 a Profa. Therezinha
editou novamente o texto revisado também pela FTD – “Didática de Ensino Religioso
nas estradas da vida: um caminho a ser feito”. Esta autora é uma das referências na
produção didática do Ensino Religioso com os seus livros didáticos, os quais foram
sistematizados teoricamente nestas três edições para formação de professores (as),
este último livro faz parte da Coleção Conteúdo e Metodologia.
Destaca-se a importante publicação em 1987 da obra “O Ensino Religioso
nas constituições do Brasil, nas legislações de ensino e nas orientações da Igreja”.
Organizado a partir dos estudos sobre o Ensino Religioso nas constituições do
Brasil, nas legislações e nas orientações da Igreja Católica no Brasil, foi realizado
pelo Grupo de Reflexão sobre Ensino Religioso (GRERE). O livro recupera a
memória histórica das lutas jurídicas, pedagógicas e políticas em torno da questão
do Ensino Religioso ao longo da história do Brasil e situa este ensino como direito
fundamental da pessoa humana e para a educação integral. Propõe como prioridade
no Ensino Religioso a formação de professores(as) e outros(as) agentes de
educação que possam influir cristãmente, no mundo da educação. O objetivo desta
obra era ser um manual para pastores (as), leigos (as) e parlamentares nos debates
a favor da educação religiosa na nova Constituição de 1988 e nas legislações
consequentes.
Nos anos noventa em plena discussão da Lei de Diretrizes e Bases, foram
publicadas duas coleções visando à formação de professores (as) e a identidade da
disciplina. A primeira na perspectiva confessional, publicada pela Editora FTD, foi a
Coleção Biblioteca do Ensino Religioso, pois entre as mais frequentes solicitações
dos (as) educadores (as) dedicados (as) ao Ensino Religioso Escolar está a
82
exigência de formação específica. Um dos instrumentos normalmente empregados
na busca dessa formação permanente são os subsídios didáticos, seja na forma de
coleção seriada, seja na forma de textos monotemáticos de aprofundamento. Nasce
daí o perfil desta coleção! São livros acessíveis de autores de renome, articulados
com o Ensino Religioso escolar; servem como bibliografia dos cursos; facilitam o
trabalho dos professores (as); permitem a todos (as) alargar as bases, às vezes
demasiado acanhadas, em que se apoia nosso conhecimento de religião. As obras
publicadas foram “O movimento de Jesus” (1991) de Eduardo Hoornaert; “A busca
do Sagrado” (1991) de João Batista Libânio; “Paulo: trabalho e missão” (1991) de
José Comblin; “Depois do Arco-Íris: uma proposta ecológica” (1991) de José Pedro
Soares Martins; “Experiência de Deus: ilusão ou realidade?” (1991) de Jung Mo
Sung e “A educação da dimensão religiosa no ambiente escolar” (1993) de Anísia de
Paulo Figueiredo.
Ano de Publicação
Número de livros sobre ER identificados = 17
1914
1
1929
1
1931
1
1974
2
1986
1
1987
2
1988
1
1991
5
1993
2
1994
1
Tabela 10 – Livros
Neste contexto uma das editoras que se destacou antes de 1995 foi sem
dúvida a FTD que organizou uma editoria específica, mas posteriormente não mais
se ocupou desta área. Ela criou nos anos noventa a oficina de professores e um
boletim de apoio a docentes; como consequência, foi fundada a Biblioteca do Ensino
Religioso na perspectiva confessional teológica.
A Editora FTD foi fundada no Brasil, em 1902, pelos Irmãos Maristas na área
83
de educação no país. A Congregação dos Irmãos Maristas, nome pelo qual ficou
conhecida a Congregação dos Pequenos Irmãos de Maria, fundada em 1817, na
França, pelo Padre Marcelino Champagnat, veio para o Brasil em 1897, fundando
vários colégios, faculdades e universidades.
As iniciais da editora são uma homenagem à Frère Théophane Durand, que,
em 1883, assumiu a diretoria da Congregação Marista, dando grande estímulo à
produção de obras didáticas, o que ressaltou a função educadora dos Irmãos
Maristas. Quando Frère Théophane Durand assumiu a direção da Congregação, já
existiam 50 títulos publicados, e ele estimulou ainda mais a produção.
A sigla FTD foi registrada como marca comercial para a criação da empresa
editorial, pois os livros eram escritos pelos Irmãos Maristas, que não queriam expor
seus nomes, apenas o logotipo da Congregação. Um dos objetivos das publicações
era a adaptação das obras à realidade e à cultura brasileira. A primeira publicação
em português da "Collecção de Livros Clássicos FTD" foi o livro Exercícios de
Cálculo sobre as Quatro Operações Fundamentais, em 1902, marcando o
nascimento oficial da “Coleção FTD” no Brasil. Por volta de 1915, já havia 94 títulos,
e em 1925, um total de 160 volumes.
Mediante a então precária produção gráfica nacional, os livros eram enviados
para serem impressos em Lyon, na França. As provas voltavam para serem
revisadas, até que se chegasse à publicação definitiva. Durante a Primeira Guerra
Mundial, mediante a impossibilidade de transporte marítimo entre Brasil e Europa, os
livros foram publicados no Brasil (entre 1925 e 1930). Na década de 60, a FTD se
estabeleceu como empresa independente, com sede própria, encarregando-se
totalmente da criação, publicação e distribuição dos seus produtos, passando a
publicar livros de autores brasileiros. Hoje, conta com mais de 4 mil obras impressas,
e em seu parque gráfico de 51 mil metros quadrados de área, continua produzindo.
Localizada no bairro da Bela Vista, a matriz da Editora FTD, em São Paulo, possui
dois prédios nos quais se concentram os departamentos: administrativo, financeiro,
comercial e editorial da empresa.
Editoras que publicaram os livros sobre o Ensino Religioso
84
Livros publicados sobre o Ensino Religioso
EDITORA
Paulinas
FTD
Vozes
Schmidt
3
8
3
1
Imprensa Oficial
1
Tipografia Moderna
1
Tabela 11 - Editora
Neste período que antecede a fundação do Fórum Nacional Permanente do
Ensino Religioso constamos que os primeiros pesquisadores a produziram obras de
reflexão teórica foram os seguintes:
De tal forma que ao longo do século XX, especialmente na segunda metade a
reflexão teórica do Ensino Religioso ocorreu por meios destes autores:
Livros publicados
sobre o Ensino Religioso
Autores e/ou Co-Autores
Anísia de Paulo Figueiredo
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – GRERE
Eduardo Hoornaert
Francisco Catão
João Batista Libânio
José Comblin
José Pedro Martins
Jung Mo Sung
Lizete Carmen Vieser
Miguel Martins Filho
Therezinha M. L. da Cruz
Mario Lima
Leonel Franca
Israel Nery
Maria Ali M. Del Estal
1
2
1
1
1
1
1
1
1
1
2
2
1
1
1
Tabela 12 – Autores
Nesta construção da produção histórica do ensino religioso podemos ilustrar
com estas capas dos livros publicados no território brasileiro até 1994:
85
Década de Vinte (1920 a 1929)
Década de setenta (1970 a 1979)
Década de oitenta (1980 a 1989)
Década de noventa (1990 a 1994)
Livros publicados até 1994
86
TERCEIRA PARTE
Produção do Ensino Religioso
87
CAPÍTULO 04
A PRODUÇÃO CIENTÍFICA ENTRE 1995 a 2010
Percebe-se um crescimento exponencial de publicações sobre o Ensino
Religioso a partir de 1995 com destaque para a primeira década do século XXI,
textos em eventos, artigos em revistas, livros, especialmente dissertações e teses
que impulsionam as pesquisas. Para a identificação da produção se buscou junto
aos programas de Pós-Graduação de Mestrado e Doutorado as Dissertações e
Teses sobre o Ensino Religioso, e nos trabalhos apresentados em eventos
científicos que possuíssem comitês de pareceristas para avaliar os trabalhos,
preferencialmente relacionados a Instituições de Ensino ou a Associações de
Pesquisas e livros teóricos sobre este componente curricular, assim como os artigos
em periódicos científicos, não foram pesquisados magazines;
O período selecionado foi a partir de 1995, ano de fundação do Fórum
Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) que antecedeu a
homologação da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (9.394/96) até o
ano de 2010. Entretanto ao longo desta pesquisa foram registrados trabalhos
anteriores ao período selecionado, por ser o primeiro mapa de uma produção
bibliográfica visando à divulgação e o seu reconhecimento.
88
1. Dissertações e Tese: espaço da pesquisa
O levantamento das Dissertações eTeses foi realizado a partir da seleção dos
títulos ou alguma das palavras-chave que referendavam a disciplina.
Foram
consideradas cento e vinte e duas (122) Dissertações e vinte e uma (21) Teses no
período de 1995 a 2010 defendidas em Território brasileiro, e uma dissertação sobre o
Ensino Religioso produzida na Itália e duas Teses sendo uma na Itália e outra na
Espanha. Após este processo de identificação foi localizado a distribuição de
defesa/publicação dos respectivos trabalhos na seguinte cronologia:
Período
Dissertações
Teses
1995
03 Dissertações
00 Teses
1996
03 Dissertações
00 Teses
1997
02 Dissertações
00 Teses
1998
02 Dissertações
00 Teses
1999
06 Dissertações
00 Teses
2000
02 Dissertações
02 Teses
2001
03 Dissertações
00 Teses
2002
05 Dissertações
01 Teses
2003
07 Dissertações
04 Teses
2004
08 Dissertações
01 Teses
2005
13 Dissertações
02 Teses
2006
12 Dissertações
00 Teses
2007
13 Dissertações
02 Teses
2008
13 Dissertações
04 Teses
2009
13 Dissertações
02 Teses
2010
17 Dissertações
03 Teses
15 anos
122 Dissertações
21 Teses
Tabela 13 - Dissertações
As 122 dissertações estão distribuídas em 45 Instituições de Ensino Superior,
sendo: 14 Confessionais, 08 Privadas, 22 Públicas (Estaduais/Federais) e 01
Fundação Municipal. Estas dissertações estão divididas nas cinco regiões
geográficas do país: Norte (nenhuma) Nordeste (CE – BA -PB – PE – PI - SE),
Centro Oeste (GO – DF), Sudeste (ES – RJ – MG – SP) e Sul (PR – SC – RS).
89
Instituição de Ensino Superior
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Universidade Anhembi Morumbi
Universidade Católica de Petrópolis
Universidade de Alfenas
Universidade de Uberaba
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Universidade do Oeste Paulista
Universidade Estácio de Sá
Universidade Estadual de Campinas
Universidade Federal da Bahia
Universidade Federal de Juiz de Fora
Universidade Federal de São Carlos
Universidade Federal de São João Del Rei
Universidade Federal de Sergipe
Universidade Federal de Uberlândia
Universidade Federal do Ceará
Universidade Federal do Espírito Santo
Universidade Federal do Paraná
Universidade Federal do Piauí
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Universidade Federal Fluminense
Universidade Gama Filho
Universidade Luterana do Brasil
Universidade Metodista de Piracicaba
Centro Universitário Nove de Julho
Universidade Braz Cubas
Universidade Católica de Pernambuco
Universidade de Brasília
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Universidade Estadual de Maringá
Universidade Federal de Santa Catarina
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Universidade de São Paulo
Universidade Estadual Paulista
Universidade Federal da Paraíba
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Universidade Metodista de São Paulo
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Universidade Regional de Blumenau
Escola Superior de Teologia
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
45 Instituições de Ensino Superior (IES)
Estado
RJ
SP
RJ
MG
MG
SC
SP
RJ
SP
BA
MG
SP
MG
SE
MG
CE
ES
PR
PI
RJ
RS
RJ
RJ
RS
SP
SP
SP
PE
DF
RS
PR
SC
RS
SP
SP
PB
MG
SP
GO
SP
SC
RS
SP
PR
15 Estados
Dissertações Defendidas
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
02
02
02
02
02
02
02
03
03
03
03
04
04
06
05
06
13
15
17
122 Dissertações
Tabela 14 – Instituições
Enquanto as 21 Teses estão distribuídas em 11 Instituições de Ensino
Superior, sendo: 05 Confessionais, 04 Públicas (Estaduais/Federais) e 02
90
Instituições Religiosas com programas não credenciados. Estas Teses estão
divididas em quatro regiões geográficas do país: Nordeste (CE), Centro Oeste (GO),
Sudeste (RJ – MG – SP) e Sul (RS).
Instituições com Programas de Doutorado
Estado
Teses
Universidade Federal do Ceará
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Universidade Federal de Minas Gerais
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Escola Superior de Teologia
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Instituto Teológico Shammah (Programa não reconhecido)
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Seminário Internacional de Teologia (Programa não reconhecido)
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
11 Instituições de Ensino Superior (IES)
CE
GO
MG
RJ
RJ
RS
RS
SP
SP
SP
SP
06 Estados
01 Tese
01 Tese
01 Tese
03 Teses
01 Tese
06 Teses
01 Tese
01 Tese
04 Teses
01 Tese
01 Tese
21 Teses
Tabela 15 – Instituições
As
Dissertações
foram
defendidas
em
13
Programas
diferentes,
predominando inicialmente os da área de Educação (57 Dissertações), seguida pela
área de Filosofia na subárea da Teologia/Ciências da Religião (51 Dissertações), de
forma dispersa encontramos em áreas da Antropologia, Ciências Sociais, Direito,
Letras, Psicologia, Comunicação.
Programas
Dissertações
Antropologia Social
Ciências Sociais
Comunicação e Educação
Filologia e Língua Portuguesa
Gênero
História e Filosofia da Educação
Psicologia
Sociologia e Antropologia
Direito
Sem Informação
Semiótica, Tecnológicas de Informação e Educação
Teologia
Ciências da Religião
Educação
13 Programas Identificados
01
01
01
01
01
01
01
01
02
02
02
17
34
57
122 Dissertações
Tabela 16 – Programas
Entre as 21 Teses defendidas no Brasil foram localizados com ênfase
inicialmente na área da Filosofia – subárea Teologia/Ciências da Religião com 12
Teses e seguida pela área de Educação com 06 Teses.
Programas de Doutorado
Teses
Direito
01 Tese
91
Linguística e Língua Portuguesa
Filosofia
Ciência da Religião
Educação
Teologia
06 Programas
01 Tese
01 Teses
03 Teses
06 Teses
09 Teses
21 Teses
Tabela 17 – Programas
Percebe-se que a discussão do Ensino Religioso foi efetivada no Ensino
Superior, entre Dissertações e Teses dos 27 Estados da Federação localizamos 15
Estados, ocorreram defesas em todos os estados das Regiões Sul e Sudeste, na
metade dos estados da Região Centro-Oeste, entre os oito estados do Nordeste
localizamos seis estados com defesa; não foi localizado nenhum trabalho na região
Norte.
O trabalho foi realizado em 21 IES públicas destacando instituições com
expressão no país: Universidade de São Paulo, Universidade de Brasília,
Universidade Estadual de Campinas, Universidade Federal de Minas Gerais, além
da significativa presença entre as Instituições Confessionais: Católicas, Luterana,
Metodista e Presbiteriana. Outro aspecto a ser ressaltado é o fato de área de
Educação e a Sub-área da Teologia/Ciências da Religião que pertence área da
Filosofia apresentam a maior concentração de pesquisas e elaboração dos trabalhos
acadêmicos. Finalizando é necessário ressaltar três Instituições que concentram o
maior número de trabalhos, a PUCPR com 18 dissertações, mas em especial a
PUCSP (16 M e 04 D) e a Escola Superior de Teologia (13 M e 06 D) que possuem
Mestrado e Doutorado o que demonstra que SP – PR – RS concentram as
pesquisas na área do Ensino Religioso.
Entre as dissertações e Teses sobre o Ensino Religioso brasileiro defendidas
no exterior localizadas são:
Programa Marista de Educação Religiosa, um ideal, um caminho, uma proposta. Processo
histórico de mudança de uma catequese escolar para educação religiosa escolar na Província
Marista do Rio de Janeiro
Ubaldo Gianetto
Educação
Universidade Pontifícia Salesiana
1996
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
92
De forma descritiva apresentar os modelos organizados
para a área pastoral da Província Marista do Rio de
Janeiro, tendo como condutor a disciplina hoje
denominada Educação Religiosa Escolar, mas que
inicialmente era conhecida como Aula de Religião. A fim de
compreender os modelos propostos, serão apresentados
alguns elementos que contextualizam e contribuem para
caracterizar cada uma das etapas que se sucederam
progressivamente.
Especificamente
sobre
o
desenvolvimento dessa disciplina na Escola Católica do
Brasil, não encontrei outro autor, entretanto pude utilizar
estudos que contextualizassem, como o do P. Lima ao
abordar o movimento catequético no Brasil, ou do P.
Tolentino, quando, em 1989, apresentou também uma tese
de doutorado sobre a renovação da catequese no Brasil,
ambas produzidas na Universidade Pontifícia Salesiana.
Mas o grande referencial foi, sem dúvida, Thomas Kuhn,
em seu livro: “As estruturas das revoluções científicas”, ao
tratar das questões referentes aos Paradigmas, referências
que assumem significativo papel norteador nas decisões
de homens e instituições. Para realizar tal pesquisa foi
possível contar com uma certa quantidade de documentos
da Instituição, sobretudo pelo acesso que me foi concedido
aos Arquivos Gerais dos Irmãos Maristas, onde pude
confrontar originais das circulares dos Superiores Gerais,
com elementos dos Capítulos da Congregação e outros
documentos do próprio Fundador. Uma grande
contribuição foi a possibilidade de encontrar cópias das
Circulares, Atas de Conselho, Boletins Informativos,
Relatórios de diversos aspectos da Província Marista do
Rio de Janeiro, no próprio Arquivo Geral. Além da
contribuição direta da Comissão Pastoral Educativa,
através do Escritório Central da UBEE. Um terceiro
elemento enquanto orientação para a organização, seleção
das fontes foram os II. Gonçalves Xavier, Claudino
Falquetto, Gentil Paganotto, Sulpício José e a Profª. Janice
Salomão que vivenciaram todo esse processo e prestaram
uma rica contribuição no sentido de compreender certos
termos, questões nem sempre explícitas nos documentos.
Um quarto referencial foram os relatórios de cada Colégio
Marista da Província, sintetizando o processo pastoral.
Esse trabalho, organizado por mim quando membro da
CPE, além de um grande relatório do processo de
implantação do Programa Marista de Educação Religiosa,
concluído em 1993, foi sem dúvida o marco que permitiu
desenvolver toda essa pesquisa.
Zelindo Trenti
O Ensino Religioso no Brasil: estudo do seu processo de escolarização
Educação
Universidade Pontifícia Salesiana
2000
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
93
Educar é um processo democrático de descoberta e
redescoberta do ser humano em comunidade, exigindo
uma participação sempre mais consciente de todos. A
história nos revela que não há neutralidade em educação,
porque toda proposta educativa é subsidiada por aspectos
que explicitam o tipo de ser humano e de sociedade em
que se acredita. Desta forma a educação supõe um
processo de humanização, personalização e de aquisição
de meios para ação transformadora na sociedade. No
Brasil, a partir dos anos setenta, diante das significativas
mudanças sociais no país, e das exigências educacionais,
provocou a discussão de um Currículo Escolar que fizesse
frente aos desafios dos novos tempos. Para tal algumas
disciplinas foram criadas e posteriormente canceladas em
vista de um acerto que favorecesse a formação das novas
gerações. Os especialistas no Ensino Religioso
procuraram envolver a disciplina neste contexto da
educação, cujas estruturas foram articuladas para que, a
partir desta matéria, contribuísse na formação dos
estudantes em conhecer, refletir e posicionarem-se diante
da dimensão religiosa do ser humano. Cresceu a
consciência de que a estrutura básica do componente
curricular deveria assumir um novo perfil como elemento
coerente com a proposta do sistema de educação em um
todo, solicitando, portanto, uma reordenação da disciplina.
Diante do significativo desafio de que todos os professores
desta disciplina são “leigos”, ou seja, o Brasil não possui
uma tradição em habilitar os docentes nessa área, mas
apenas “credenciar” segundo os critérios das autoridades
religiosas, urgiu a alteração deste quadro, exigindo um
espaço de tempo para reorganização da formação dos
profissionais, para articulação dos programas e para a
produção de subsídios. O Ensino Religioso no Brasil foi
estabelecido em um momento histórico mais intenso na
perspectiva de compreendê-lo como um componente
curricular e não um corpo estranho no sistema
educacional. O presente trabalho foi o de buscar nas
origens do país a compreensão do surgimento e
desenvolvimento deste percurso, a partir da história
nacional, com enfoque na educação, a fim de favorecer a
exposição da escolarização do Ensino Religioso no Brasil,
fator fundamental para a sua permanência na ESCOLA.
Eloy Rodríguez Navarro
Fuentes Antropológicas y Sociológicas de la Educación Religiosa en el sistema escolar brasileño,
en la perspectiva foucaultiana. Una disciplina entre Religión y Área de Conocimiento.
Filosofia
Universidade Complutense de Madrid
2006
Anísia de Paulo Figueiredo
94
Para tratar de la evolución, continuidad, discontinuidad y
otros aspectos de la inclusión y transición de una disciplina
garantizada en el sistema público de enseñanza -que ni
siquiera alcanzó su madurez como tal, y que ahora es
absorbida y ampliada por la Educación Religiosa (EDUR)
como área de conocimiento- son tomados algunos
caminos que permiten ir al núcleo de una problemática
secular. La Enseñanza Religiosa (ER) en el Brasil,
disciplina del currículo escolar, tiene una trayectoria que se
inició con su comprensión como Enseñanza de Religión
(EDR) y proseguimiento en la Educación Religiosa (EDUR)
como área de conocimiento, según la Resolución CEB
/CNE nº 02/98. Para elaborar este tratado filosóficojurídico
construido con algunas teorías que permiten la
contextualización y la comprensión de la problemática en
pauta, fue necesario utilizar conceptos de Michel Foucault,
entre otros, los de procedencia, continuidad y
discontinuidad, seguidos de las categorías o concepciones
de poder y de saber. Tales conceptos son utilizados para
la constatación de la realidad en que se encuentra una
disciplina en el actual sistema escolar brasileño, en fase de
configuración y ampliación, desde que absorbida por un
área de conocimiento, que también convive con el
problema epistemológico al definirse como tal. Las
concepciones de "poder" y "saber", favorecen el análisis
del discurso que preside toda la trayectoria que circunda la
naturaleza de la materia en cuestión. La problemática
constatada es de naturaleza epistemológica que procede
de fuente antropológica. Esta se bifurca en vertientes
socio-político-culturales que se orientan hacia una
confluencia jurídica. La procedencia de los elementos que
impiden la eventual normalidad de la disciplina y su
absorción y ampliación como área de conocimiento tiene
como punto de partida la comprensión del principio de la
libertad religiosa, inseparable del principio de la laicidad de
un Estado Republicano. El presente estudio es resultado
de um esfuerzo en buscar horizontes que indiquen que
dirección tomar para la superación de los antagonismos y
divergencias que impiden el consenso entre corrientes de
concepciones filosóficas opuestas. El diálogo entre las
partes involucradas es fundamental, para que la Educación
Religiosa , como área de conocimiento, pueda abrir
espacio para la disciplina Enseñanza Religiosa,
absorbiéndola en toda su extensión, con el fin de
encaminarla para su finalidad en el conjunto curricular,
debidamente configurada, desde que se encuentre la
solución para las dificultades constatadas.
Tabela 18 – Exterior
95
Mapa 04 – Dissertações entre 1995 a 2010
Mapa 05 – Teses entre 1995 a 2010
96
2. Artigos em eventos científicos: divulgação das pesquisas
A organização de eventos científicos com trabalhos no campo do Ensino
Religioso com destaque na primeira década do século XXI entre os 27 estados da
federação foram localizados eventos em 22 sendo o primeiro datado do ano de
1974, ENERs - Encontro Nacional de Ensino Religioso promovido pela CNBB.
Outros registrados neste período até o ano de 2010, distribuídos nas regiões:
Região Norte (Pará: Belém; Rondônia: Ariquemes e Porto Velho); Região Nordeste
(Alagoas: Atalaia, Maceió, São Miguel dos Campos; Bahia: Alagoinhas; Ceará:
Fortaleza; Maranhão: São Luiz; Paraíba: João Pessoa; Patos; Pernambuco: Recife,
Caruaru e Nazaré da Mata; Piauí: Teresina); Região Centro Oeste (Distrito Federal:
Brasília e Taguatinga; Goiás: Goiânia; Tocantins: Palmas; Mato Grosso do Sul:
Dourados); Região Sudeste (Espírito Santo: Vitória e Serra; Rio de Janeiro: Rio de
Janeiro, Petrópolis, Campos de Goytacaz; Minas Gerais: Belo Horizonte, Montes
Claros, Uberlândia; São Paulo: São Paulo; Campinas, Santo André; Sorocaba);
Região Sul (Paraná: Curitiba, Campo Mourão, Faxinal do Céu; Santa Catarina:
Florianópolis, Blumenau, Joinville, Lages, Santo Bento Sul, Brusque, Chapecó,
Criciúma, Rio do Sul, Rodeio, São José; Porto Alegre: Cachoeira do Sul, Lajeado,
Passo Fundo, São Leopoldo).
Unidade da
Federação
SP
RS
SP
SC
SC
SP
Cidade
Evento
I Seminário Nacional de Ensino
Religioso para professores de
Escolas Católicas
I Simpósio de Ensino Religioso
II Seminário Nacional de Ensino
Religioso para professores de
Escolas Católicas
I Seminário Catarinense de
Ensino Religioso
Fórum Nacional Luterano de
Ensino Religioso
III Seminário Nacional de Ensino
Religioso para professores de
Escolas Católicas
III Seminário Nacional de Ensino
Religioso das Escolas Católicas
I Encontro Nordestino de
Educação Religiosa
I Fórum Norte Mineiro de
Educação Religiosa
São Paulo
São Leopoldo
Campinas
Blumenau
Rodeio
Campinas
SP
Campinas
CE
Fortaleza
MG
Montes Claros
PB
Patos
PR
Faxinal do Céu
RJ
Duque
Caxias
de
Fórum Municipal do Ensino
Religioso
Seminário de Ensino Religioso
no Paraná
I Seminário Cultura Religiosa e
Educação:
Intersecções
Disciplinares
Ano
Promotor
2000
CNBB e AEC/Brasil
2001
Faculdades Est
2001
CNBB e AEC/Brasil
2002
Universidade Regional de Blumenau
2003
Igreja Luterana
2003
AEC/Brasil
2003
Associação de Educação Católica do Brasil
2004
Universidade Estadual do Ceará
2004
2004
Faculdades Santo Agostinho - Superintendência
Regional de Ensino - Secretaria Municipal de
Educação
Secr. da Educação e Cultura do Mun. de Patos
2004
Secretaria da Educação do Estado do Paraná
2004
Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
da UERJ
97
RS
Passo Fundo
II Encontro de Ensino Religioso
2004
RS
Porto Alegre
2004
SC
Brusque
IV Fórum Estadual do Ensino
Religioso
II Mostra do Ensino Religioso
AL
CE
Atalaia
Fortaleza
2005
2005
PR
Campo Mourão
PR
Curitiba
PR
Faxinal do Céu
RJ
Sem referência
RS
Sem referência
TO
Palmas
Seminário de Ensino Religioso
I Seminário sobre Ensino
Religioso
Seminário sobre as Diretrizes do
Ensino Religioso
II Seminário Paranaense do
Ensino Religioso e Pastoral
Escolar
Seminário de Ensino Religioso
no Paraná
Encontro com professores de
Ensino Religioso
V Fórum Estadual do Ensino
Religioso
I Fórum de Ensino Religioso
AL
Maceió
MA
São Luis
MS
Dourados
PA
Belém
PA
Belém
PR
Curitiba
RJ
Rio de Janeiro
RS
Passo Fundo
Seminário Municipal de Ensino
Religioso
III Fórum Municipal de Educação
de São Luís
Seminário Municipal de Ensino
Religioso
Seminário Estadual de Ensino
Religioso Pará
Encontro de Professores de
Ensino Religioso
Simpósio de Ensino Religioso no
Estado do Paraná
I Seminário de Ensino Religioso
do Leste I
IV Encontro de Ensino Religioso
SP
São Paulo
DF
Taguatinga
RJ
Rio de Janeiro
RS
RS
Passo Fundo
Sem referência
AL
São Miguel dos
Campos
RO
Porto Velho
RS
Porto Alegre
SC
Blumenau
SC
Florianópolis
SC
Rio do Sul
SC
Sem referência
SP
São Paulo
BA
Alagoinhas
MG
Uberlândia
PB
João Pessoa
V Capacitação do Ensino
Religioso
Seminário Regional de Ensino
Religioso Virtual
Seminário do ISER sobre o
Ensino Religioso
V Encontro de Ensino Religioso
Encontro Estadual de Ensino
Religioso
I Seminário Municipal para
Formação de Professores de
Ensino Religioso
Encontro
Estadual
de
Coordenadores da Formação
Continuada e Professores do
Ensino Religioso
III Seminário Estadual de Ensino
Religioso
Encontro Acadêmico dos Dez
Anos do Curso de Licenciatura
da FURB
Seminário: Ensino Religioso,
gênero e sexualidade em Santa
Catarina
Encontro
de
Formação
Continuada do Ensino Religioso
II Seminário de Ensino Religioso
na Escola Católica
Seminário “Ensino Religioso e
Direito à Educação no Brasil
VIII
Encontro
do
Ensino
Religioso
V Seminário de Educação
Religiosa
I Seminário Paraibano de Ensino
Religioso
PE
Caruaru
PE
PR
Recife
Curitiba
2004
Coordenadoria de Estado da Educação e da
Secretaria Municipal de Educação, Instituto
Teológico de Passo Fundo CONER-RS
CONER/RS
2005
Escola de Educação Básica Monsenhor Gregório
Locks e E.E.Fundamental Paquetá.
SME
Secretaria Municipal de Educação e Assistência
Social
Sem referência
2005
AECPR
2005
Secretaria da Educação do Estado do Paraná
2005
Sem referência
2005
CONER/RS
2005
2006
Associação Tocantinense de Ensino Religioso
(ASTER) e da Secretaria da Educação e Cultura
SME
2006
SEMED MA
2006
Prefeitura de Dourados
2006
2006
Departamento
de
Ensino
Arquidiocese de Belém
Sem referência
2006
Secretaria da Educação do Estado do Paraná
2006
UERJ
2006
2006
Conselho Nacional de Ensino Religioso e Instituto
de Teologia e Pastoral de Passo Fundo
Secretaria de Educação
2007
Universidade Católica de Brasília
2007
Instituto de Estudos da Religião
2007
2007
SEEM PF
AECRS
2008
SME
2008
Secretaria de Estado da Educação
2008
Sem referência
2008
FURB
2008
Instituto Estadual de Educação
2008
GERE
2008
AECSC
2008
ONG Ação Educativa
2009
Diocese de Alagoinhas
2009
Faculdade Católica de Uberlândia
2009
Universidade Federal da Paraíba – UFPB
Seminário de Ensino Religioso
2009
I Fórum de Ensino Religioso
Painel sobre a identidade do Ensino
Religioso no atual cenário brasileiro
(EAD)
2009
2009
Secretaria de Educação, Esportes, Juventude, Ciência e
Tecnologia de Caruaru
Vozes
UNINTER
Religioso
da
98
PR
RJ
Curitiba
Campos
Goytacaz
Encontro de diálogo inter-religioso
I Semana de capacitação dos
professores de Ensino Religioso
2009
2009
ASSINTEC e SME
Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacaz
RJ
Rio de Janeiro
Encontro Estadual de Professores de
Ensino Religioso
2009
AECRJ
RS
Cachoeira do Sul
2009
CONER e 24ªCRE
RS
Passo Fundo
VII Seminário Regional de Formação
Continuada para professores de
Ensino Religioso
VII Encontro de Professores de
Ensino Religioso
2009
RS
Porto Alegre
IV Seminário Estadual da APER/RS
2009
O CONER/RS, juntamente com a 7º Coordenadoria
Regional de Educação/CRE e a Secretaria Municipal de
Educação de Passo Fundo
Associação de Professores de Ensino Religioso do Rio
Grande do Sul
SC
Chapecó
2009
Unochapecó
SC
Criciúma
I Seminário Regional de Ensino
Religioso
Encontro de Ensino Religioso
2009
A Associação de Educação Católica de Santa
Catarina/AEC, em parceria com a Gerência de Educação
de Criciúma
SC
Joinville
Encontro de Ensino Religioso
2009
Associação de Educação Católica de Santa Catarina/AEC,
em parceria com a Gerência de Educação de Joinville
SC
Lages
Encontro de Ensino Religioso
2009
Associação de Educação Católica de Santa Catarina/AEC,
em parceria com a Gerência de Educação de Lages
SP
São Paulo
2009
ASPER - Associação de Professores de Ensino Religioso
ES
Vitória
Do Conto de Escola às Memórias
Póstumas, com Machado, da infância
à velhice, aprendendo a olhar para a
morte e o mal como grandes e
verdadeiras razões para Viver!
I Simpósio de Ensino Religioso do
Espírito Santo I (ISERES)
2010
Faculdade Unida
MA
São Luiz
Fórum de Ensino Religioso de São
Luiz Ensino Religioso e Cidadania:
importância e formação do cidadão
2010
UEMA – IESMA
MG
MG
PE
Belo Horizonte
Uberlândia
Caruaru
2010
2010
2010
SOTER/ PUC-Minas
CEMEPE
Secretaria de Educação de Caruaru
PE
Nazaré da Mata
23º Congresso Anual da SOTER
VI Seminário de Educação Religiosa
II Seminário de Ensino Religioso de
Caruaru
II Fórum de Ensino Religioso de
Pernambuco
2010
Sem referência
PR
RJ
Curitiba
Rio de Janeiro
VI Encontro de diálogo inter-religioso
VII Seminário de Ensino Religioso
2010
2010
ASSINTEC
SEEDUC-RJ
RO
Ariquemes
Secretaria Municipal de Educação de Ariquemes
Porto Velho
Lajeado
2010
2010
Paulinas
UNIVATES/CONER-RS/ 3ª Coordenadoria de Educação
RS
Passo Fundo
1º Encontro de formação sobre
Ensino Religioso
ER, conhecimento e diálogo
Seminário
Regional
de
Ensino
Religioso
Encontro de Professor de Ensino
Religioso – CONER
2010
RO
RS
2010
CONER/Seccional Passo Fundo
SC
Blumenau
III Encontro Acadêmico do Curso de
Ciências da Religião
2010
FURB
SC
São José
I Simpósio Catarinense de Ensino
Religioso
2010
SP
Santo André
3o Seminário do Ensino Religioso da
Diocese de Santo André
2010
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC),
juntamente com a Secretaria de Estado da Educação
(SED/SC), a Associação dos Professores de Ensino
Religioso do Estado de Santa Catarina (ASPERSC) e o
Centro Universitário Municipal de São José (USJ)
Diocese de Santo André
SP
SP
São Paulo
São Paulo
Seminário sobre o Ensino Religioso
II Fórum de Professores de Filosofia,
Sociologia e Ensino Religioso
2010
2010
ANEC
ANEC
SP
Sorocaba
Encontro de professores
Ensino Religioso Escolar
debate
2010
Sub-Regional Sul-1 da CNBB
TO
Palmas
1º Encontro dos Professores de
Ensino Religioso das Escolas Católica
do Estado do Tocantins
2010
Universidade Católica de Tocantins
dos
Tabela 19 – Eventos
99
Um dos principais organizadores de eventos e difusores de trabalhos sobre o
Ensino Religioso foi o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso
(FONAPER), iniciado na Assembléia dos 25 anos do Conselho de Igrejas para o
Ensino Religioso (CIER), que hospedou o Fórum Nacional do Ensino Religioso, de
24 a 26 de setembro de 1995 em Florianópolis – SC aprovou a Carta de Princípios.
Nesta Assembleia foi criado o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso e
eleita uma Comissão Provisória para preparar a 1ª Sessão do Fórum. (Apud
JUNQUEIRA, 2004, p. 69), no período de 1995 a 2010 foram realizados Congressos
de Ensino Religioso e Seminários de Capacitação Docente, esta é a relação dos
eventos:
CONERE nº
1
Período
18 a 21 de
julho
de
2000
Local
Hotel Praia Sol, no
município de Serra
- ES
2
11 a 13 de
setembro
de 2002
São Leopoldo-RS,
na Universidade do
Vale do Rio dos
Sinos (UNISINOS)
3
03 a 05 de
novembro
de 2005
Florianópolis (SC)
4
29
de
outubro de
2007
PUCPR Curitiba PR
Resumo do congresso
Neste evento, durante a 8a Sessão do FONAPER esteve presentes 210 profissionais
da educação, representando 20 estados da Federação. O tema central estudado
pelos educadores foi “O professor de Ensino Religioso aprendendo: A ver, a saber, a
fazer e a ser”. Os participantes do Congresso, após estudos e debates, consideraram
que para o Ensino Religioso como área do conhecimento, conforme a Resolução nº
02/98, existe a necessidade de professores habilitados para o seu exercício;
consideraram a recente valorização do Fenômeno Religioso, nos documentos legais
Art. 33 da Lei 9394/96, modificado pela Lei 9475/97, como parte integrante da
formação do ser humano; consideraram a exigüidade do prazo dado pelo Art. 87§ 4º
da Lei 9394-96, para a formação dos docentes na área em questão. Finalizando este
evento, foi elaborada uma carta solicitando ao Conselho Nacional de Educação a
aprovação de Curso de licenciatura em Ensino Religioso, com currículo básico
equivalente em todo o território nacional.
Com a temática: "Manifestações Religiosas no mundo contemporâneo: interfaces
com a Educação". Entre os palestrantes, mencionamos os Professores doutores
Antonio Flávio de Oliveira Pierucci (USP); James Fowler (Univ. de Emory, Atlanta,
EUA) e Hans-Jürger Fraas (Univ. de Munique, Alemanha). Paralelamente, houve
apresentação de trabalhos, mesas redondas e outras atividades de discussão e
aprofundamento do Ensino Religioso, tendo sido um importante momento para
verificar o andamento
Com 480 participantes de nove estados da federação. Simultaneamente a este
Congresso, ocorreu o III Seminário Catarinense de Ensino Religioso e o I Seminário
de Ensino Religioso das Escolas Confessionais de Santa Catarina. O objetivo deste
evento foi o de fazer memória dos dez anos do Fórum Nacional Permanente do
Ensino Religioso (FONAPER) e traçar perspectivas para esta área do conhecimento.
As questões abordadas foram a história do FONAPER; o Ensino Religioso no
contexto da educação nacional; a identidade pedagógica do Ensino Religioso; objeto
e objetivos do Ensino Religioso; a elaboração didática do Ensino Religioso; a
confessionalidade como ponto de partida para a distinção entre Ensino Religioso e
Pastoral; A formação do (a) educador (a) de Ensino Religioso: perspectivas de uma
história. Outro elemento a ser destacado foram os vinte e cinco trabalhos
selecionados para serem apresentados por professores, pesquisadores e estudantes
da área do Ensino Religioso.
Com a participação de cerca de 150 professores e pesquisadores.
Na abertura a Profa. Mst. Emerli S. apresentou uma dança da cultura indiana. Em
seguida houve a composição de uma mesa com a presença da Profa. Lilian B.
(FONAPER), do Pe. Chiquin (ASSINTEC), da Profa. Maria Lurdes G. (PUCPR), da
Profa. Eleonor (Secretaria Municipal de Educação de Curitiba) e da Profa. Rosilea W.
(SECAD/MEC). Após este momento do cerimonial de abertura a Profa. Rosilea W.
(MEC/SECAD) proferiu a conferência de abertura sobre as concepções da
diversidade.
100
5
12 a 14 de
novembro
de 2009
PUC Goiás
Seminários nº
1
Período
20 de maio
de 1997
Local
São Paulo/SP
2
4 e 7 de
agosto de
1997
Brasília/DF
3
27 a 29 de
outubro de
1997
Curitiba/PR
4
10 e 11 de
novembro
de 1998
Blumenau/SC,
(FURB)
5
16 a 18 de
março
de
1999
Teresina/PI
6
16 e 17
de maio de
2000
15 e 16 de
maio
de
2002
Santos/SP
8
24 a 26 de
setembro
de 2004
Maceió/AL
9
03 e 04 de
outubro de
2006
PUCSP
Paulo/SP)
7
Em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás/PUC Goiás e o
Conselho de Ensino Religioso do Estado de Goiás/CIERGO, deu-se este V
Congresso Nacional de Ensino Religioso (V CONERE).O evento, realizado na cidade
de Goiânia, contou com a presença aproximada de 300 participantes.Os trabalhos
iniciaram-se na noite do dia 12/11, no Auditório da Área IV, nas dependências da
PUC Goiás. A Solenidade de Abertura contou com as seguintes autoridades:
representante da Reitoria da PUC Goiás; Secretária de Estado da Educação (Profa.
Milca Severino Pereira); Coordenador do FONAPER (Prof. Remí Klein); Presidente
do CIERGO (Dom José Silva Chaves) e Representante do Prefeito Municipal de
Goiânia. Em seguida, ocorreu o Painel Formação Docente e Ensino Religioso no
Brasil, o qual contou com a presença das professoras Iria Brzezinski (ANFOPE), Dra.
Glória das Neves Dutra Escarião (UFPB) e Dra. Lílian Blanck de Oliveira
(FONAPER).
Resumo do congresso
Contou com a presença de 26 pessoas, de 22 universidades. O objetivo desse
seminário foi “discutir e encaminhar sistematicamente a formação do profissional de
Ensino Religioso”. Da agenda constaram os momentos de discussão sobre cursos
de graduação, de especialização, de aperfeiçoamento e de extensão. Distribuiu-se,
então, o relatório do padre Roque, o qual também se fazia presente, relatório esse já
apresentado na Câmara dos Deputados. O voto relator traz aspectos significativos
na constituição dos elementos para o Ensino Religioso
Em simultaneidade com a 4ª Sessão do Fórum, com a seguinte programação:
a) Ensino Religioso na LDB: histórico e encaminhamentos; b) Ensino Religioso nos
sistemas de ensino (estaduais e municipais); c) processo de habilitação dos
professores do Ensino Religioso; d) Política dos Parâmetros Curriculares Nacionais
do Ensino Religioso; e) Política de organização do Ensino Religioso no Brasil. Essa
sessão reuniu 19 universidades e cerca de 109 pessoas, com destaque para a
sessão solene no Salão Dois Candangos da Universidade de Brasília, onde foram
homenageados: Sr. Marco Maciel, digníssimo Vice-presidente da República; Sr.
Carlos Alberto Ribeiro Xavier, representante do Ministério de Educação e Cultura; o
Deputado Federal Pe. Roque Zimmerman, na figura do Sr. Paulo César Carbonari,
seu representante; Sra. Eda Machado de Souza, representando o Sr. Edson
Machado, seu esposo. Foram lançados oficialmente os Parâmetros Curriculares
Nacionais do Ensino Religioso. Também foi feita a entrega da sugestão de currículo
para o Ensino Religioso, cuja análise ocupou praticamente todo o tempo do
encontro. Também se destacou a visita do deputado federal Maurício Requião, que
aceitara apresentar no Congresso a proposta do Fórum para o texto de substituição
ao Art. 33 da LDB.
Com a finalidade de “encaminhamento das áreas temáticas de capacitação do
profissional do Ensino Religioso com os docentes das respectivas disciplinas, nas
diferentes instituições de Ensino Superior”. Participaram 127 pessoas, representando
29 universidades e diversas denominações religiosas, de diferentes regiões do
Brasil.
Novamente contou-se com a presença do deputado federal padre Roque. O objetivo
desse seminário foi “discutir e encaminhar a implementação das áreas temáticas do
Ensino Religioso” a partir do tema “Área de Conhecimento na Capacitação
Profissional: a) Teologia Comparada; b) Textos Orais e Escritos Sagrados; c)
Fundamentos Pedagógicos do Ensino Religioso (pedagogia, didática, metodologia)”.
Fizeram-se presentes 67 pessoas.
O objetivo desse seminário foi “discutir e encaminhar a implementação das áreas
temáticas do Ensino Religioso”, com o tema “Área de Conhecimento na Capacitação
de Professores: Culturas e Tradições Religiosas”, com a participação de 150
pessoas.
Realizado em parceria com a Universidade Católica de Santos.
PUC/PR
(São
Estiveram presentes representantes de ensino superior, de sistemas de ensino e de
diferentes grupos religiosos, totalizando uma representação de 15 regiões da
Unidade Federativa. O evento desencadeou a discussão das políticas de formação
docente para o Ensino Religioso na realidade brasileira. O seminário teve a
participação do presidente da Câmara Nacional de Educação (CNE), professor
Aparecido Cordão, e do professor Teófilo Bacha, membro da CEE/PR, reunidos em
um painel no qual foram discutidas as diretrizes para a formação de professores de
educação básica e Ensino Religioso. O segundo tema abordado em mesa-redonda
tratou sobre “o epistemológico ao pedagógico na formação docente”, contando com
as assessorias dos professores Dr. Danilo Romeu Streck, Dra. Lilian Anna
Wachowiez e Dr. Domênico Costella. O terceiro tema, por meio de painel, consistiu
em relatos de experiências nacionais sobre a formação de professores de Ensino
Religioso nas instituições de ensino superior (IES) e sistemas de ensino.
Com a presença de profissionais de 25 Estados da Federação, fizeram-se presentes
professores de Ensino Religioso, representantes de ensino superior, sistemas de
ensino e de diferentes grupos religiosos. A temática central foi “O Ensino Religioso:
uma área de conhecimento para a formação do cidadão”, sendo desenvolvido
através de três aspectos: epistemologia, legislação e estrutura de capacitação
docente. Destacou-se a presença de professores/pesquisadores de diversas
instituições de ensino superior (UFAL/UNIMEP/PUCPR/UNISINOS/EST/FURB),
participando dos debates ocorridos ao longo do seminário. Foi encerrado com a
presença do Prof. Dr. Francisco Aparecido Cordão, do Conselho Nacional de
Educação (CNE – Câmara de Educação Básica).
Participaram professores de Ensino Religioso, representantes de ensino superior,
sistemas de ensino e de diferentes grupos religiosos. A temática central foi “O
diálogo entre o Ensino Religioso e as Ciências da Religião”, com o objetivo de refletir
101
10
03 e 04 de
novembro
de 2008
11
23 a 25 de
setembro
de 2010
Universidade
Católica
de
Brasília
(Taguatinga/DF)
Universidade
Federal da Paraíba
(João Pessoa/ PB)
sobre a identidade das Ciências da Religião e sua relação com o Ensino Religioso
com vistas a orientar a formação dos professores para essa disciplina curricular. A
discussão ocorreu em três eixos: Educação – Ciências da Religião – Licenciaturas.
Estiveram presentes cerca de 198 participantes, com representantes de 24 Estados
da Federação, sendo este assim um importante momento político de reflexão sobre a
implantação das licenciaturas do Ensino Religioso. Foi especialmente nesse evento
que ocorreu a oportunidade de apresentação de trabalhos com anais
Com a presença de professores de Ensino Religioso com a temática Diversidade,
Direitos Humanos e Ensino Religioso: questionando concepções e práticas.
Tabela 20 – CONERE
No processo de fortalecimento e na da discussão do Ensino Religioso no
campo dos eventos científicos, estes dois eventos que o FONAPER organizou
tiveram grande influência na história, pois se detiveram em critérios importantes e
necessários durante sua organização: periodicidade - apresentam regularidade;
publicação de anais (impresso ou digital) com trabalhos completos; existência de
comitê científico; relevância para a área em questão; participação de pesquisadores
de expressão nacional e/ou internacional; público alvo de especialistas envolvidos
na área. Dando sequência na apresentação dos principais eventos ligados à área do
Ensino Religioso, apresentamos mais um quadro, com os eventos realizados pelas
Faculdades EST (Escola Superior de Teologia em São Leopoldo no Rio Grande do
Sul), com a realização dos Simpósios de Ensino Religioso, com início em 2001.
Simpósios
de
Ensino
Religioso
1
Ano
Detalhes
2001
2
3
4
5
6
2003
2005
2007
2008
2009
7
2010
Com o tema “Ensino Religioso e Pastorado Escolar”, cujos anais foram publicados em 2001 sob o título “O Ensino
Religioso e o Pastorado Escolar: novas perspectivas – princípios includentes”, sob a coordenação e organização de
Remí Klein, Oneide Bobsin, Manfredo Carlos Wachs e Henri Luiz Fuchs, em São Leopoldo/RS, pelo Instituto
Ecumênico de Pós-Graduação em Teologia da EST & Con-Texto Gráfica e Editora.
Organizado por Henri Luiz Fuchs, Manfredo Carlos Wachs e Remí Klein, sem publicação de anais.
Cujos anais foram publicados sob o título “Ensino Religioso na escola: bases, experiências e desafios”;
“Práxis do Ensino Religioso na escola”
“Ensino Religioso: Diversidade e Identidade”
“Fenômeno Religioso e Metodologias”. É possível perceber que a abertura para as conferências e para socialização
das pesquisas é fundamental para ampliação do conhecimento dessa área do Ensino Religioso, em efetiva
construção.
Com o tema “Ensino Religioso: Religiosidade e práticas educativas” seu principal objetivo foi o de refletir sobre a
diversidade religiosa e a sua concretização nas práticas educativas na sala de aula.
Tabela 21 - Simpósios
Outra instituição que merece atenção é a Associação de Professores de
Ensino Religioso do Estado de Santa Catarina, denominada ASPERSC, que, ainda
que de dimensões regionais, apresenta certa relevância nacional, sobretudo pelo
fato de ser o Estado de Santa Catarina um polo de formação de professores do
102
Ensino Religioso. Tem sistematicamente realizado o Seminário Catarinense de
Ensino Religioso desde 2002 e os Colóquios Catarinenses de Ensino Religioso, em
quatro edições até o momento, com seu início em 2004 ocorrendo a cada dois anos.
Para estes colóquios não foram produzidos anais.
Nº
1
Ano
2002
2
2003
3
2003
4
2007
5
2009
Detalhes
Foi realizado na Universidade Regional de Blumenau, sua cidade-sede, com a temática “Rosto pedagógico do Ensino
Religioso”. Esse primeiro evento foi organizado pelos acadêmicos do curso de Licenciatura e os trabalhos foram
publicados nos anais do segundo seminário
Foi sediado na Universidade do Planalto Catarinense na cidade de Lages, com a temática: “Educação e
Transcendência”
Realizado em Florianópolis, em parceria com o FONAPER e AECSC (2005) e apresentou como temática “Ensino
Religioso: memória e perspectivas”, cujos anais foram somados aos do III Congresso Nacional de Ensino Religioso e
do I Seminário das Escolas Confessionais de Santa Catarina;
Na Universidade Comunitária da Região de Chapecó com o tema: Terra e Alteridade: Pesquisas e Práticas
Pedagógicas em Ensino Religioso e, a partir dele foi publicada a obra “Terra e Alteridade”;
Na Universidade Regional de Blumenau, com a temática: “Culturas e diversidade religiosa na América Latina:
pesquisas e práticas pedagógicas”. Esse evento foi simultâneo ao I Seminário Internacional Culturas de
Desenvolvimento e foi publicado o livro com os trabalhos sob o título “Culturas e Diversidade Religiosa na América
Latina: Pesquisas e Perspectivas Pedagógicas”.
Tabela 22 - Seminários
Nº
1
Ano
2004
2
2006
3
2008
4
2010
Detalhes
Ocorreu na cidade de Rio do Sul, nas dependências do PETI- Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Este
colóquio foi um marco importante para a ASPERSC, pois reuniu professores de todo o Estado para momentos de
reflexão a respeito da importância do professor e da professora de Ensino Religioso como agentes de transformação
social. O evento foi realizado com a parceria da Gerência Regional de Educação e Inovação e da Secretaria Municipal
de Educação de Rio do Sul.
Ocorreu na cidade de Pomerode e reuniu cerca de 200 professores, acadêmicos e pesquisadores desta área do
conhecimento. Tendo como tema “O diferente e a diferença no contexto escolar”. O encontro, desta vez contou com o
apoio dos Grupos de Pesquisas Educação e Religião (GPER), Subjetividade, Educação e o Sagrado (FURB) e o
patrocínio da Secretaria Municipal de Educação de Pomerode, Conjunto Educacional Dr. Blumenau, Secretaria
Municipal de Educação de Jaraguá do Sul, Secretaria Municipal de Educação de Indaial e da Associação de Educação
Católica (AEC/SC).
Em São Bento do Sul (Auditório do Campus da UNIVILLE), com a temática “Universo Simbólico e a práxis do Ensino
Religioso”.
Ocorreu em Joinville, com o tema “Diversidade cultural religiosa e direitos humanos: desafios ao currículo escolar em
Santa Catarina”.
Tabela 23 - Colóquios
Constatamos que o caráter científico/acadêmico desta área somente foi
identificado na primeira década do século XXI, quando então os eventos assumiram
características como: periodicidade, comissão científica, entre outros critérios que
são adotados na organização de eventos. para a publicação em anais. Além das
palestras e das conferências foram criados espaços para divulgação de pesquisas
que iniciavam nas instituições de ensino superior. Aspecto de relevância nessa
caminhada é o envolvimento das universidades e seus cursos de pós-graduação lato
sensu e strictu sensu. Com essa participação o modelo de evento utilizado nas
103
universidades passa a ser adotado pelos eventos de Ensino Religioso. Com isso o
rigor utilizado nos eventos das demais áreas do conhecimento também é aplicado
aos eventos do Ensino Religioso. Estes são os principais motivos pelos quais os
primeiros artigos com características científicas foram identificados por esta
pesquisa apenas a partir de 2001.
A partir deste levantamento foi possível perceber que a região sul é
responsável por mais eventos, contando com um total de 36, seguida pela região
sudeste, com 20 eventos. Em terceiro lugar encontramos a região nordeste com 13
eventos, em quarto a região centro oeste com 5 e por último a região norte com 4
eventos.
Acreditamos que a região sul ocupa a primeira posição em número de
eventos pelos seguintes motivos. O primeiro se dá pelo fato de Santa Catarina ser o
primeiro Estado da federação que reconhece o Ensino Religioso como disciplina do
currículo regular e com isso naturalmente as discussões ocorrem para a criação das
bases necessárias para a efetivação da disciplina e da formação docente. Outro
motivo de grande importância é a presença de dois grupos de estudos bem
organizados na EST e na PUC/PR e suas participações no FONAPER. No entanto,
observando os eventos do Ensino Religioso realizados em 2010, notamos uma
distribuição mais uniforme deles no Brasil, fato esse que demonstra o crescimento
quantitativo e qualitativo da discussão no âmbito nacional. Ano a ano os eventos
vêm se distribuindo de maneira mais equilibrada do ponto de vista regional, fato
relevante, pois como o Brasil é um país de grandes dimensões com uma cultura
muito diversificada e por isso a discussão deve ocorrer da maneira mais ampla
possível.
Outro aspecto que não podemos deixar de mencionar nesta identificação de
eventos mesmo que seja no tocante à formação continuada, é a ampliação dos
mesmos e a sua divulgação nesta primeira década do século XXI.
É importante ressaltar que os eventos possuem também o caráter formativo,
que diferentemente dos anteriores não está atrelado à apresentação de trabalhos e
pesquisa, mas que merece destaque por ser um exemplo de acontecimento de
divulgação de concepção do Ensino Religioso, e ilustra o que ocorre em diversas
regiões do país. Na cidade de Curitiba, Paraná, é chamado de “Arte e
104
Espiritualidade”, coordenado pela equipe pedagógica da Associação Inter-religiosa
de Educação (ASSINTEC).
Segundo Schlögl (2005, p. 79) em 1995 a equipe pedagógica da Assintec
elaborou um projeto intitulado “Música e Espiritualidade”. O objetivo era promover,
uma vez ao ano, no auditório da Biblioteca Pública do Paraná, um evento que
focasse as diferentes manifestações musicais das culturas religiosas. O encontro
realizar-se-ia em uma quarta- feira à tarde e cantores, instrumentistas e estudiosos
da música sacra estariam apresentando a música e palestrando sobre seu
significado no contexto religioso. A plateia constituir-se-ia de professores da Rede
Pública de Educação. Por mais alguns anos esse encontro anual abarcou a música
e seus desdobramentos no mundo religioso, incluindo aqui eventos que
contemplaram a música sagrada dos povos indígenas, dos orientais, incluindo os
cantos chineses. Posteriormente o título do evento mudou, passando a ser chamado
de “Arte e Espiritualidade”, a fim de alargar as fronteiras e envolver outras
linguagens artísticas como a plástica, a dança, o teatro, etc.
A partir desta mudança, em cada evento pinturas de conotação espiritual
foram expostas no interior do auditório, o que desde então vem acontecendo até os
dias atuais. O evento que marcou a mudança de título apresentou aos professores
uma experiência de unificação entre a linguagem musical e a linguagem plástica. No
palco enquanto se realizava a desempenho musical, ao mesmo tempo aconteciam
pinturas realizadas em estado meditativo. Pintor e músicos formavam o cenário
deste momento.
Em novo formato, ocorrendo uma vez ao ano, sempre em uma quarta-feira e
sempre no segundo semestre, o evento tem contado com a participação significativa
de professores de Curitiba e Região Metropolitana, sendo que o número de
participantes varia entre 100 a 150 pessoas. Tornou-se tradição na ASSINTEC a
promoção deste encontro, que é considerado como apoio na formação de um ideário
dialogicista entre os docentes da área.
É a seguinte a relação de temáticas desenvolvidas nos eventos: Óperas e
duetos; Música Popular Brasileira e Teologia; Capoeira; grupos folclóricos:
ucranianos, israelenses e italianos; cantos e percussão de umbanda e candomblé;
Tai Chi Chuan; música Hare Krishna; música sacra cristã; dança sagrada indiana
105
(Bharata Natyam); viola caipira; mantras; arte indígena incluindo cantos, danças e
objetos decorativos; apresentação de corais, inclusive grupos corais das Escolas
Municipais de Curitiba, entre outras apresentações. As palestras que seguem às
performances artísticas focaram questões, tais como: técnica vocal e espiritualidade;
a dança na busca do encontro com o divino; a cultura afro-descendente, religião e
arte; o folclore e as formas de acreditar dos povos; tai chi chuan e taoísmo;
territórios do sagrado (dialogando com a geografia); cantos sagrados e fórmulas de
poder religioso; aspectos da apontados pelos cantos populares brasileiros; música
regional e espiritualidade; a arte indígena e os comunicados do espírito; mensagens
espíritas em reflexão; criança e religiosidade; entre outras. Até o presente momento
já ocorreram dezesseis encontros deste projeto (1995-2010). Sistematicamente e
por meio das diferentes formas de expressão foi possível a divulgação de uma
concepção de Ensino Religioso com impacto em uma área específica. Pois, Assintec
vem tratando dos encontros de “Arte e Espiritualidade” com muita seriedade, pois
está consciente de seus desdobramentos no favorecimento da compreensão das
diferentes manifestações do sagrado.
A partir desta atualização histórica abordaremos os aspectos ligados à análise
dos artigos e pesquisadores dos 458 trabalhos em 17 Anais (Os anais do I e II
Seminário Catarinense de Ensino Religioso publicados em conjunto no período
compreendido de 2001 a 2010 distribuídos em três áreas: eventos na área de
educação, /Ciências da Religião e Ensino Religioso, salientando que os eventos de
Ensino Religioso, já são responsáveis pela maioria das publicações da área, com
isso nos levando a considerar essa área já como consolidada e independente.
Depois propomos uma análise sobre os autores, baseados numa pesquisa a partir
do currículo lattes, apresentando sua formação acadêmica, desde a graduação até o
doutorado, tentando compreender o perfil do pesquisador da área do Ensino
Religioso. No item posterior será traçado um perfil referente aos artigos do Ensino
Religioso e a análise propriamente dita.
+ Eventos na área de educação
O evento produzido pela Associação de Pós-Graduação em Educação
(ANPED) é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1976 graças ao
106
esforço de alguns Programas de Pós-Graduação da Área da Educação. Em 1979, a
Associação consolidou-se como sociedade civil e independente, admitindo sócios
institucionais (os Programas de Pós-Graduação em Educação) e sócios individuais
(professores, pesquisadores e estudantes de pós-graduação em educação).
A finalidade da Associação é a busca do desenvolvimento e da consolidação
do ensino de pós-graduação e da pesquisa na área da Educação no Brasil. Ao longo
dos anos, tem-se projetado no país e fora dele como um importante fórum de
debates das questões científicas e políticas da área, tendo se tornado referência
para acompanhamento da produção brasileira no campo educacional. Na área
educacional este evento é anual é o com certeza o mais importante, entretanto
artigos sobre o Ensino Religioso nos anais foi registrado apenas um trabalho o que
demonstra a reduzida presença desta temática junto Congressos Nacionais da
ANPED.
Esta Associação da ANPEd é dividida pelas cinco regiões do Brasil, no Sul do
Brasil encontramos a primeira edição em julho de 1998, o então denominado “I
Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul” teve como sede a
Universidade Federal de Santa Catarina, na cidade de Florianópolis. Participaram
pesquisadores de 17 programas de pós-graduação em educação. Os 15 eixos
temáticos do seminário foram organizados considerando o conjunto dos 307
trabalhos encaminhados ao evento. O II Seminário ocorreu em 1999, na
Universidade Federal do Paraná, na cidade de Curitiba, contando com a participação
dos 19 programas de pós-graduação em Educação da região. Percebeu-se um
aumento significativo de trabalhos inscritos (686 trabalhos) nos 20 eixos temáticos
definidos para o evento. Nas duas primeiras edições todos os trabalhos inscritos
foram apresentados, não havendo Comitê Científico. No ano 2000 a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, organizou o III Seminário, que
contou com a participação de 19 programas de pós-graduação. Para essa edição foi
instituído um Comitê Científico que, com a participação de pareceristas ad hoc dos
diversos programas da região, procedeu à seleção dos trabalhos. Para o evento
foram selecionados 204 textos de um total de 352 submetidos à avaliação. O IV
Seminário, realizado em 2002, teve como sede a Universidade Federal de Santa
Catarina, em Florianópolis, tendo como tema “Na contracorrente da universidade
107
operacional”. Contou com a participação de 19 programas de pós-graduação e
inscrições de 714 textos, dos quais 426 foram selecionados. O V Seminário
aconteceu na cidade de Curitiba no ano de 2004, tendo a Pontifícia Universidade
Católica do Paraná como sede. Com o tema “Pesquisa em Educação e
Compromisso Social” congregou 21 programas de pós-graduação. Este número
mostra a expansão da pós-graduação em educação na região, com a abertura de
dois novos cursos no período. A Universidade Federal de Santa Maria, na cidade de
Santa Maria-RS, organizou o VI Seminário, no ano de 2006. Com o tema “Pesquisa
em Educação: Novas Questões?” contou com a participação de 21 Programas de
Pós-Graduação, sendo que os trabalhos foram apresentados em 14 eixos temáticos.
O VII Seminário ocorreu na Universidade do Vale do Itajaí, sob a denominação de
Anped Sul, e trouxe como tema “Pesquisa em Educação e Inserção Social”. Esse
evento teve 1.176 participantes e contou com 952 trabalhos submetidos à avaliação,
sendo 700 aprovados pelo comitê científico. Em 2010 a programação científica foi
estruturada em conferências, apresentação de trabalhos orais, apresentação de
trabalhos como pôster, abordando assuntos vinculados a 19 eixos temáticos, na
Universidade Estadual de Londrina (PR), assim distribuídos V ANPED SUL (03
trabalhos), VI ANPED SUL (03 trabalhos), VII ANPED SUL (2 trabalhos).
O Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE) é um evento
científico, no campo educacional, que congrega pesquisadores e profissionais da
educação que trabalham com questões relacionadas à temática da formação
docente, do ensino das diferentes disciplinas e do currículo. Esses profissionais são,
em sua maioria, docentes e discentes que atuam nos programas de Pós-graduação
em Educação, nas Faculdades de Educação e nas redes de Educação Básica.
Pode-se dizer que o ENDIPE é, hoje, o maior evento acadêmico na área da
Educação, uma vez que, em seus últimos encontros, tem contado com mais de
quatro mil participantes.
O ENDIPE ocorre de dois em dois anos, em diferentes Estados e são
organizados por Instituições de Ensino Superior que, na assembléia final de cada
encontro, se apresentam como proponentes para sediar o próximo evento. A
finalidade do ENDIPE é socializar os resultados de estudos, pesquisas e práticas.
Constitui-se, portanto, em um espaço privilegiado de trocas de experiências, de
108
articulação de grupos, de questionamentos, de novas ideias e de novas reflexões,
assim registrados XII ENDIPE (02 trabalhos); XIV ENDIPE (03 trabalhos).
O EDUCERE é um evento acadêmico e científico organizado pela Graduação
e Pós-Graduação em Educação da PUCPR. Sediado na cidade de Curitiba (ParanáBrasil), desde 2001, tem focalizado como objetivo a socialização dos resultados das
pesquisas realizadas por acadêmicos da graduação, da Pós-Graduação e
profissionais da Área da Educação. O evento, historicamente, tem aproximado os
docentes e os estudantes da Educação Superior e os professores da Educação
Básica. Este evento oportuniza um fórum permanente de discussões com
apresentações das pesquisas e relatos de experiência entre os professores e os
estudantes de Pós-Graduação, da Pedagogia, das Licenciaturas, da Educação
Básica. Com essa articulação busca aprimorar a formação inicial e continuada dos
profissionais da Educação. Em sua nona edição (2009) foi uma edição Internacional,
em 2010, o evento não ocorreu, foram registrados os seguintes trabalhos: II
EDUCERE (01 trabalho); III Educere (02 trabalhos); IV EDUCERE (04 trabalhos); V
EDUCERE (03 trabalhos); VI EDUCERE (06 trabalhos); VII EDUCERE (03
trabalhos); VIII EDUCERE (01 trabalho); IX EDUCERE (04 trabalhos).
O grupo de pesquisa de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e
Educação no Brasil" (HISTEDBR) realiza sistematicamente eventos que objetivam a
difusão da produção científica, resultante de estudos e pesquisas de perspectiva
histórica da área de Educação, realizados e/ou em andamento, tanto por estudantes
de pós-graduação como por docentes de instituições de ensino superior, públicas e
privadas, direta ou indiretamente envolvidos com os diversos grupos do HISTEDBR
no Brasil, sendo que foram registrados no HISTEDBR VIII dois (02) trabalhos sobre
o Ensino Religioso.
O Congresso Ibero-americano de História da Educação Latino-Americana
(CIHELA), fruto da iniciativa de pesquisadores latino-americanos e ibéricos, reunidos
por interesses comuns e desejosos de maior intercâmbio científico. O evento teve
sua primeira edição em 1992, na cidade de Bogotá, capital da Colômbia. Os
Congressos seguintes ocorreram em Campinas (Brasil), Caracas (Venezuela),
Santiago (Chile), San José (Costa Rica), San Luis Potosi (México), Quito (Equador),
Buenos Aires (Argentina). Ao longo dessa trajetória, foram criadas entidades
109
científicas próprias dessa área de estudos em vários países. Além disso, redes de
pesquisadores, grupos de pesquisa e investigadores individuais têm trabalhado para
intensificar os esforços institucionais e informais de intercâmbio, por meio de trocas
de informações, projetos comuns e publicações em periódicos especializados dos
países que integram a organização do evento.
Em todas as suas edições, o CIHELA contou com a liderança de um Comitê
Internacional, composto por representantes dos países envolvidos. Nesta edição, há
representantes dos seguintes países no Comitê Internacional: Brasil, Argentina,
Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, México,
Nicarágua, Peru, Portugal, Uruguai, Venezuela. No IX Congresso Ibero americano
de História da Educação Latino Americana IX CIHELA (04 trabalhos).
Foram localizados trabalhos sobre o Ensino Religioso em anais em eventos
na área História da Educação: Congresso de História da Educação V (03 trabalhos),
e Congresso Luso Brasileiro de História da Educação VI (03 trabalhos). No campo
da Educação Confessional: Congresso Estadual da AEC/PR – Curitiba/PR – 2003
XIV, Congresso Nacional de Educação da AEC – Belo Horizonte (MG) XIX e
Congresso Nacional de Educação da AEC – Natal (RN) XVIII (08 trabalhos). No
campo de Pesquisa da Educação: Encontro de Atividades Científicas VII (01
trabalho); Encontro de Pesquisa IV (01 trabalho); Seminário de Pedagogia em
Debate VII (01 trabalho) e Seminário de Pesquisa (01 trabalho).
ÁREA DE EDUCAÇÃO
Anais – Evento – Local – Ano
Trabalhos
II EDUCERE – Curitiba/ PR – 2002
01
XIV Congresso Estadual da AEC/PR – Curitiba/PR - 2003
05
III Educere - - Curitiba/ PR – 2003
02
V ANDEP SUL – Curitiba/PR – 2004
03
XVIII Congresso Nacional de Educação da AEC – Natal (RN) - 2004
01
XII ENDIPE – Curitiba – 2004
02
IV Encontro de Pesquisa – UEPG – Ponta grossa - 2004
01
VII Encontro de Atividades Científicas - Londrina - 2004
01
V EDUCERE – Curitiba/PR – 2005
03
VI Congresso Luso Brasileiro de História da Educação - Uberlândia – 2006
03
VI EDUCERE – Curitiba/PR – 2006
06
VI ANPED SUL – Santa Maria/RS - 2006
03
XIX Congresso Nacional de Educação da AEC – Belo Horizonte (MG) – 2007.
02
VII EDUCERE – Curitiba/PR -2007
03
VII Seminário de Pedagogia em Debate – Curitiba - 2007
01
110
ÁREA DE EDUCAÇÃO
Anais – Evento – Local – Ano
Trabalhos
VII ANPED SUL – Itajaí/SC – 2008
02
V Congresso de História da Educação – Aracaju/SE2008.
03
XIV ENDIPE – Porto Alegre – 2008
03
31ª ANPED – Caxambu/MG – 2008
01
VIII EDUCERE – Curitiba/PR – 2008
01
HISTEDBR VIII – Campinas/SP – 2009
02
IX EDUCERE – Curitiba/PR – 2009
04
IX Congresso Ibero americano de História da Educação Latino Americana - IX CIHELA – Rio de
Janeiro – 2009
Seminário de Pesquisa
04
01
Tabela 24 – Anais Educação
+ Eventos na área de Teologia e Ciências da Religião
Na área de Teologia e Ciências da Religião o grupo mais organizado e com o
evento mais significativo é a SOCIEDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS DA
RELIGIÃO (SOTER) é uma associação civil, sem fins lucrativos, fundada em julho de
1985 por um grupo de teólogos e cientistas da religião do Brasil. Com sede em Belo
Horizonte - MG, seus objetivos são incentivar e apoiar o ensino e a pesquisa no
campo da Teologia e das Ciências da Religião; divulgar os resultados da pesquisa;
promover os serviços dos teólogos e cientistas da religião às comunidades e
organismos não-governamentais na perspectiva da construção da cidadania e da
inclusão social; facilitar a comunicação e a cooperação entre os sócios e defender
sua liberdade de pesquisa (cf. Estatuto, Art.3.). Concretizando seus objetivos, a
SOTER promove congressos periódicos, seminários e encontros de pesquisa;
patrocina publicações e cadastro de Professores e Pesquisadores de Teologia e
Cientistas da Religião e trienalmente organiza sua Assembléia eletiva. A sociedade
conta atualmente com cerca de 500 sócios e permanece aberta à adesão de novos
associados, dentro das normas do Estatuto (Art. 5.), acolhendo professores/as e
pesquisadores/as que atuem academicamente na área da Teologia e das Ciências
da Religião, possuindo ao menos o grau acadêmico de mestre na sua área de
conhecimento. Desde o XXI Congresso (2008) foi estabelecido um GT Religião e
Educação que sistematizou o espaço inclusive para o Ensino Religioso. Neste
primeiro ano com 06 trabalhos, no XXII Congresso (2009) também 06 trabalhos e no
XXIII (2010) 18 trabalhos. A mais recente Associação dos Programas de Pós-
111
Graduação em Teologia e Ciências da Religião (ANPTECRE) criada em 2008, em
seu segundo Congresso realizado em 2009 entre os GT´s ocorreu o de Ensino
Religioso em que foram apresentados 08 trabalhos. Entre os eventos que tem
ocorrido de forma sistemática encontramos o Núcleo Paranaense de Pesquisa em
Religião (NUPPER), fundado em abril de 2003, é um grupo de investigação científica
independente que objetiva, sob a ótica das ciências humanas, analisar o fenômeno
religioso em sua unidade e diversidade: III Seminário Nacional Religião e Sociedade
(07 trabalhos); O espaço do Sagrado no Século XXI (07 trabalhos); V Seminário
Religião e Sociedade: O Espaço do Sagrado no Século XXI (03 trabalhos). Foram
localizados trabalhos em outros eventos: ALER – Asocación Latinoamericana para el
Estudo de las Religión (ES) (10 trabalhos); I Encontro do GT nacional de História
das Religiões e das Religiosidades / ANPUH (12 trabalhos); I Simpósio Internacional
em Ciências da Religião (09 trabalhos) ; III Congresso Internacional de Ciências da
Religião (01 trabalho); III Seminário Nacional Religião e Sociedade (07 trabalhos); III
Simpósio Internacional sobre Religiosidades, Diálogos Culturais e hibridações (08
trabalhos) ; XI Congresso Latino Americano sobre Religião e Etnicidade: Mundos
Religiosos: identidades e convergências (10 trabalhos); III Fórum Mundial de
Teologia e Libertação (01 Trabalho).
ÁREA DE TEOLOGIA/CIÊNCIAS DA RELIGIÃO
Anais – Evento – Local – Ano
III Seminário Nacional Religião e Sociedade – O espaço do sagrado no século XXI – NUPPER/UFPR –
Curitiba/PR – 2006
ALER – Asocación Latinoamericana para el Estudo de las Religión(ES) – São Bernardo – 2006.
I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosidades / ANPUH – Maringá - 2007
I Simpósio Internacional em Ciências da Religião – Paraíba – 2007
III Fórum Mundial de Teologia e Libertação - 2009
II Congresso da Associação ANPTECRE – Belo Horizonte – 2009.
III Congresso Internacional de Ciências da Religião – Goiânia/Go -2009
III Simpósio Internacional sobre Religiosidades, Diálogos Culturais e hibridações – Mato Grosso do Sul –
2009.
V Seminário Religião e Sociedade: O Espaço do Sagrado no Século XXI - Curitiba – 2009
XXI Congresso da SOTER– PUC - Minas – Belo Horizonte/MG – 2008
XXII Congresso da SOTER– PUC - Minas – Belo Horizonte/MG – 2009
XXIII Congresso anual da SOTER – PUC - Minas – Belo Horizonte/MG – 2010
IV Congresso Internacional em Ciências da Religião – PUC Goiás – 2010
Trabalhos
07
10
12
09
01
08
01
08
03
06
06
18
01
Tabela 25 – Eventos Ciências da Religião
+ Eventos na área de Ensino Religioso
Antes de adentrar especificamente na análise dos artigos da área do Ensino
112
Religioso, gostaríamos de chamar a atenção para o importante fato que essa área
obteve 63% dos artigos pesquisados, por isso, já estão consolidados e podemos
entendê-lo como área independente e de vital importância para o processo de
crescimento e desenvolvimento desse ensino em nosso país.
O primeiro evento realizado foi proposto pelo Instituto Ecumênico de Pós
Graduação em Teologia (EST), ocorrido entre os dias 29 de junho a 1º de julho de
2000, com os anais publicados apenas em 2001, com o seguinte título: I Simpósio
de Ensino Religioso e Pastorado Escolar, seu principal objetivo proporcionar a
socialização da produção acadêmica tanto por parte de professores e estudantes
dos cursos desta instituição. No 1º seminário foram publicados 11 trabalhos, em
2005 ocorre o III Simpósio de Ensino Religioso com 30 trabalhos, em 2007 o IV
Simpósio com 28 trabalhos, em 2008 o V Simpósio com 15 trabalhos, em 2009 o VI
Simpósio com 22 trabalhos e em 2010 o VII Simpósio com 16 trabalhos publicados.
Esta instituição se destaca nacionalmente pela produção realizada por sua
linha de pesquisa denominada Fenômeno Religioso e práxis educativa na América
Latina, sendo que existem no momento dois grupos de pesquisa: Currículo,
Identidade Religiosa e Práxis Educativa e Educação Religiosa na Infância e na
Juventude, integrante da pós-graduação em Teologia, com o seguinte objetivo:
realizar pesquisas sobre a relação entre o fenômeno religioso e a educação em suas
múltiplas formas e interfaces, compreendendo a análise das políticas, processos e
práticas educativas, num enfoque interdisciplinar, na perspectiva da Teologia, ética e
educação emancipatórias e/ou da libertação e dos direitos sociais, com atenção para
a ação/omissão do Estado e a práxis educativa das denominações religiosas, das
instituições escolares e dos movimentos sociais na América Latina.
Outro evento nessa área são os Seminários Catarinenses de Ensino
Religioso. Em julho de 2001, acadêmicos e docentes da primeira turma de
Especialização em Fundamentos e Metodologias do Ensino Religioso em Ciências
da Religião, da Universidade Regional de Blumenau/FURB, organizaram o I
Seminário Catarinense de Ensino Religioso, com o tema “Rosto Pedagógico do
Ensino Religioso”. Em 2003, nas dependências da Universidade do Planalto
Catarinense (UNIPLAC), em Lages, realizou-se o II seminário, com o tema
“Educação e Transcendência”. No decorrer da programação deste evento,
113
professores e demais participantes fundaram a Associação dos Professores de
Ensino Religioso do Estado de Santa Catarina ASPERSC. Desde então, a
ASPERSC assumiu a responsabilidade de promover os Seminários Catarinenses de
Ensino Religioso, de forma itinerante, para abranger todas as regiões do Estado.
Nos dois primeiros seminários foram publicados 12 trabalhos. O IV seminário
ocorreu em Chapecó no ano de 2007, na UNOCHAPECÓ, com 7 trabalhos, o V
Seminário ocorreu em 2009 na FURB com 18 trabalhos.
Os eventos do FONAPER ocupam grande importância no cenário dos
eventos do Ensino Religioso. Entre eles podemos citar os CONERE, o I foi realizado
em 2000 no município de Serra, no Espírito Santo. O II realizado em 2002 na
Unisinos em São Leopoldo - RS, o III em Florianópolis/SC – 2005 com 26 trabalhos,
o IV em Curitiba/PR – 2007 com 25 trabalhos. O V em Pontifícia Universidade
Católica de Goiás – Goiânia/GO com 16 trabalhos. Também os seminários: X
Seminário Nacional de Formação de Professores realizado em 2008 na
Universidade Católica de Brasília – Taguatinga – DF com 28 trabalhos e o XI
Seminário Nacional de Formação de Professores realizado em 2010 na
Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – PB com 32 trabalhos. Finalizando
esse itinerário, citamos o I Fórum Multicultural: o Ensino Religioso no Centro-Oeste
do Brasil. Congresso Internacional Diversidade Cultural, Religiosidade e Educação Universidade de Brasília – UNB, realizado em 2005 com 12 trabalhos.
ÁREA DE ENSINO RELIGIOSO
Anais – Evento – Local – Ano
I Simpósio de Ensino Religioso e Pastorado Escolar EST – São Leopoldo/RS – 2001
I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso - FURB (Blumenau) / UNIPLAC (Universidade do
Planalto Catarinense) - 2002/2003
II Congresso Nacional de Ensino Religioso nas escolas - Universidade Iguaçu – UNIG (Nova
Iguaçu/RJ) – 2004
I Fórum Multicultural: o Ensino Religioso no Centro-Oeste do Brasil. Congresso Internacional
Diversidade Cultural, Religiosidade e Educação - Universidade de Brasília – UNB – 2005
III CONERE - FONAPER – Florianópolis/SC – 2005
III Simpósio de Ensino Religioso - EST – São Leopoldo/RS – 2005
IV CONERE - FONAPER – Curitiba/PR – 2007
IV Seminário Catarinense de Ensino Religioso - Universidade Comunitária da Região de Chapecó
(UNOCHAPECÓ) – 2007
IV Simpósio de Ensino Religioso - EST – São Leopoldo/RS – 2007
V Simpósio de Ensino Religioso - EST – São Leopoldo/RS – 2008
X Seminário Nacional de Formação de Professores – FONAPER - Universidade Católica de
Brasília – Taguatinga – DF – 2008
V Congresso Nacional de Ensino Religioso – FONAPER - Pontifícia Universidade Católica de
Goiás – Goiânia/GO – 2009
V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e
Desenvolvimento – FURB – 2009
VI Simpósio de Ensino Religioso - EST – São Leopoldo/RS – 2009
XI Seminário Nacional de Formação de Professores – FONAPER - Universidade Federal da
Paraíba – João Pessoa - PB – 2010
VII Simpósio de Ensino Religioso - EST – São Leopoldo/RS – 2010
Trabalhos
11
12
02
12
26
30
25
07
28
15
28
16
18
22
32
16
114
Tabela 26 – Eventos Ensino Religioso
Mapa 06 – Eventos entre 1995 a 2010
115
3. Artigos publicados em Periódicos Científicos
No período entre 1995 a 2010 foram localizados 129 artigos sobre o Ensino
Religioso em periódicos científicos essas publicações caracterizam-se como um
espaço fundamental para tornar as pesquisas conhecidas para ampliar as áreas de
conhecimento. A norma NBR 6023/2002, define um periódico científico como ‘uma
publicação em qualquer tipo de suporte, editada em unidades físicas sucessivas,
com designações numéricas e/ou cronológicas e destinada a ser continuada
indefinidamente’. Já a NBR 6021:2003, especifica os requisitos para apresentação
dos elementos que constituem a estrutura de organização física de uma publicação
periódica científica impressa, define-se como sendo ‘Um dos tipos de publicações
seriadas, que se apresenta sob a forma de revista, boletim, anuário etc., editada em
fascículos com designação numérica e/ou cronológica, em intervalos pré-fixados
(periodicidade), por tempo indeterminado, com a colaboração, em geral, de diversas
pessoas, tratando de assuntos diversos, dentro de uma política editorial definida, e
que é objeto de Número Internacional Normalizado (ISSN)’.
Enquanto no site do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT), PERIÓDICO é definido como sendo o ‘Tipo de publicação
seriada, normalmente publicada com frequência previamente definida, em fascículos
sucessivos, caracterizada pela variedade de conteúdo e de colaboradores. São
publicações de conteúdo técnico-cientifíco com informações baseadas em
resultados experimentais podendo conter informações e/ou observações de cunho
científico ou de divulgação emitindo opiniões que se apresentam sob a forma de
revista, boletim, anuário, etc’.
Para atingir esse primeiro ponto, merece menção a interdisciplinaridade
estabelecida com a Ciência da Informação: Popis, a comunicação situa-se no
próprio coração da ciência. É para ela tão vital quanto a própria pesquisa, pois a
esta não cabe reivindicar com legitimidade este nome enquanto não houver sido
analisada e aceita pelos pares. Isso exige, necessariamente, que seja comunicada.
Possuindo a característica de fonte de informação para o desenvolvimento da
ciência e indicador da produção científica teórico-prática divulgada em suas
publicações, o periódico científico apresenta-se como ferramenta de memória e
disseminação, sendo considerado importante instrumento de comunicação para o
116
desenvolvimento da ciência, divulgando a pesquisa científica área do Ensino
Religioso, colocando o pesquisador atual e futuro em contato com a produção já
registrada no campo do estudo.
Por outro lado, um artigo publicado numa revista conceituada não representa
apenas a opinião do autor; leva também o selo de autenticidade cientifica através do
imprimatur dado pelo autor e os examinadores que ele possa ter consultado.
O conteúdo dos periódicos quase sempre é formado por artigos, mas também
podem ser apresentadas outras formas de trabalho, como resenhas, estudos de
casos, dentre outros. Enquanto um artigo científico deva obedecer às normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, a equipe editorial de cada
periódico científico pode estabelecer critérios diferenciados para submissão dos
trabalhos apresentados, tanto no formato impresso quanto eletrônico. Todavia,
alguns critérios precisam ser atendidos pelo próprio periódico para balizar a sua
qualidade, para efeitos de avaliação e indexação.
Nesse contexto, é muito importante que o periódico seja identificado pelo
International Standard Serial Number – ISSN (Número Internacional Normalizado
para Publicações Seriadas), cujo uso é definido pela norma técnica internacional da
International Standards Organization ISO 3297 e é reconhecido como o identificador
aceito internacionalmente para individualizar o título de uma publicação seriada,
tornando-a única e definitiva.
Por meio do ISSN identifica-se o título de uma publicação seriadas em
circulação, futura (pré-publicação) e encerrada, em qualquer idioma ou suporte físico
utilizado (impresso, online, CD-ROM, dentre outros). Esse código é composto por
oito dígitos, incluindo o dígito verificador, e é representado em dois grupos de quatro
dígitos cada um, ligados por hífen, precedidos sempre por um espaço e a sigla
ISSN.
O ISSN serve de parâmetro para o controle de qualidade de revistas
científicas e também um critério de indexação em base de dados nacionais e
internacionais. Quanto aos resultados já obtidos em relação ao mapeamento dos
primeiros periódicos científicos estão sendo organizadas tabelas para favorecer
análise.
Um primeiro elemento a ser considerado é a distribuição dos artigos ao longo
117
dos anos, numa crescente produção e divulgação dos artigos em 37 periódicos
científicos.
Ano
1995
1996
1998
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
No de artigos
00
01
02
03
04
09
16
12
20
16
10
11
24
Tabela 27 Cronologia
Visando uma melhor compreensão da distribuição dos artigos, organizamos
os mesmos em três categorias a partir dos periódicos em suas respectivas áreas de
publicação: educação, teologia/ciência da religião e diversificada.
a) Área de Educação
Revista
N. de Revistas
Números publicados
Área
Caderno CEDES
Caderno de Pesquisa
EDUCERE – Revista da Educação
Revista Brasileira de Educação
Revista de Educação da AEC
01
06
02
03
12
Educação
Educação
Educação
Educação
Educação
Revista Diálogo Educacional
14
Revista Educação e Sociedade
Revista Educação em Movimento
02
12
Revista Educação em Questão
Revista CEAP
Revista Mirandum
01
01
01
n. 76
n. 131/131/131/131/131/137
n. 02/02
n. 27/27/02
n. 108/136/136/136/136/136/
138/138/138/138/138/138
n. 03/06/16/17/29/30/23/26/
20/23/23/16/16/16
n. 106/97
n. 08/09/05/01/05/05/02/09/
02/05/09/05
n. 00
n. 00
n. 00
Educação
Educação
Educação
Educação
Educação
Educação
Tabela 28 - Publicação de Educação
+ Caderno CEDES é uma publicação de caráter temático, dirigida a profissionais e
118
pesquisadores da área educacional, com o propósito de abordar questões que se
colocam como atuais e significativas neste campo de atuação, este periódico foi
iniciado em 1980, mantendo de 3 a 6 novos títulos por ano.
+ Caderno de Pesquisa é um periódico da Fundação Carlos Chagas, instituição
considerada centro de excelência em pesquisa educacional, foi criado em 1971, com
o objetivo de divulgar a produção acadêmica sobre educação, gênero e etnia.
Veicula amplo especto interdisciplinar de temas emergentes, estudos e pesquisas
que propiciam troca de informações e o debate sobre questões de caráter teórico e
metodológico, aborda as relações entre educação e os problemas e perspectivas
sociais do país, orientações das políticas públicas na área, avaliação educacional e
temas étnico-raciais, de gênero e de família, privilegiando a publicação de estudos
realizados no Brasil e a ótica interdisciplinar.
+ Revista EDUCERE é da UNIPAR publica trabalhos inéditos das diversas áreas da
Educação, tais como, ensino-aprendizagem, currículo, psicologia educacional,
políticas e práticas na Educação Básica e Ensino Superior, Educação Ambiental,
Educação em Saúde e Educação Profissional, tecnologia educacional, dentre outras.
+ Revista Brasileira de Educação dedicada à publicação de artigos acadêmicocientíficos, fomentando e facilitando o intercâmbio acadêmico no âmbito nacional e
internacional. É dirigida a professores e pesquisadores, assim como a estudantes de
graduação e pós-graduação das áreas das ciências sociais e humanas, tendo por
áreas de interesse: educação; educação básica; educação superior e política
educacional; movimentos sociais e educação. São publicados também documentos,
resenhas e notas de leitura. Na seção Documentos, são divulgados textos coletivos
elaborados pela ANPEd ou por associações afins, bem como documentos recentes
(leis, pareceres, normalizações), emanados de órgãos governamentais e que
abordem questões de interesse para a área educacional.
+ Revista de Educação da AEC é uma revista da Associação de Educação Católica,
uma publicação encerrada em 2007, de âmbito nacional que contribuía na formação
de professores e gestores especialmente das escolas católicas de educação básica.
+ Revista Diálogo Educacional este periódico publica trabalhos originais e inéditos
que contribuam para o desenvolvimento da ciência da área da educação. Abordando
temas emergentes capazes de suscitar a troca de informações, bem como debate
de questões neste campo de conhecimento. A revista se destina a divulgar a
produção acadêmica e científica de pesquisadores e grupos de pesquisa nacionais e
internacionais da área de Educação contribuindo com o intercâmbio promovendo a
geração de novos conhecimentos. Com tiragem de 600 exemplares e disponível
online, a Revista Diálogo Educacional vem divulgando, desde o ano 2000, pesquisas
e estudos sobre a formação de professores e o pensamento educacional brasileiro.
119
+ Revista Educação e Sociedade é um dos mais importantes periódicos hoje
editados na área da Educação no país. Idealizada como instrumento de incentivo a
pesquisa acadêmica e debate amplo sobre o ensino, nos seus diversos prismas, ela
atinge, após anos de publicação ininterrupta, um grande acúmulo de análises,
informações, debates, fontes teóricas, relatos de experiências pedagógicas, entre
outros, de grande interesse a cientistas e educadores que atuam nas ciências
humanas e outros campos do saber. Um aspecto a ser salientado, no horizonte
abrangido por Educação & Sociedade, é seu trabalho de abertura aos países da
América Latina e Europa.
+ Revista Educação em Movimento uma publicação da Associação de Educação
Católica do Paraná em parceria com Pontifícia Universidade Católica do Paraná,
com textos na área da docência e gestão, esta publicação foi concluída em 2005.
+ Revista Educação em Questão editada desde 1987, nasceu da iniciativa de
professores do Departamento de Educação da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN), quando o Mestrado em Educação, instalado em 1978, completou
nove anos formando mestres nas áreas de concentração em Pré-Escolar e
Tecnologia Educacional. Os professores acreditando na educação e na pesquisa
sócio educacional como ferramentas de transformação do social, não mediram
esforços para materializar o projeto editorial da Revista Educação em Questão em
substituição ao Boletim de Educação, criado em 1981, de circulação basicamente
restrita às universidades federais da região Nordeste. Essa ousadia significou buscar
uma distribuição nacional por meio do estabelecimento de uma parceria com a
Editora Cortez e, posteriormente, com a rede de editoras universitárias do país.
Significou, igualmente, constituir um conselho editoral cientificamente representativo
do conjunto dos professores.
+ Revista de Educação do CEAP esta é uma publicação do Centro de Estudos e
Assessoria Pedagógica sediado em Salvador (BA) criado em 1993 e constitui um
espaço de reflexão e formação permanente para professores.
+ Revista Mirandum é uma publicação da Editora Mandruvá, uma parceria da USP,
Universidade Autônoma de Barcelona e da Universidade do Porto.
A presença de artigos sobre o Ensino Religioso nos periódicos da área de
Educação se efetiva a partir da iniciativa de autores que conseguem ter os seus
respectivos textos aprovados. As duas revistas com maior incidência de artigos –
Educação em Movimento (AEC-PR) e Diálogo Educacional (PUC-PR) possuíam
relação com grupo de pesquisa tornando possível esta divulgação.
120
b) Área de Teologia/Ciência da Religião
Revista
Ciberteologia
Ciência da Religião – História e Sociedade
Estudos Teológicos
Horizonte
Revista Caminhos
Revista de Estudos da Religião
N. de
Revistas
03
03
08
06
01
09
Revista Interações – Cultura e Comunidade
Revista Núcleo de Estudo da Religião
Revista Numen
Revista Pistis e Praxis
03
03
01
10
Revista Religião e Cultura
Teocomunicação
Último Andar
UNICLAR (Faculdades Integradas Claretianas)
06
01
1
01
Números publicados
Área
n. 18/23/27
n. 02/01/01
n. 02/01/02/01/02/02/02/02
n. 20/03/04/06/16/19
n. 02
n. 02/00/02/02/02/00/00/02/
00
n. 05/08/05
n. 14/14/14
n. 01
n. 02/02/02/02/02/02/02/
02/02/02
n.11/11/11/11/11/11
n. 02
n. 00
n. 01
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Teol/CieRelg
Tabela 29 – Publicações Teologia/ Ciência da Religião
+ Ciberteologia é uma revista eletrônica de teologia e cultura. Sua missão é apurar
cada vez mais o diálogo com as novas mídias na complexa missão da comunicação
no mundo globalizado. Como sugere o título escolhido para a revista entendido que
o pensamento teológico, seja na área da pesquisa acadêmica, seja no desafio de
pensar criticamente a práxis cristã, necessita urgentemente achar seu lugar na era
da informação para não ficar a reboque das novas técnicas cibernéticas. Há
certamente uma discussão intrateológica a ser efetivada sobre este tema, da qual já
fazemos parte como sujeitos, como meio e como produto. Entretanto, no panorama
das revistas e portais similares já existentes temos um diferencial. Este consiste em
abrir progressivamente ao domínio público uma significativa parcela do acervo
bibliográfico que viemos acumulando em quase oito décadas de atuação no Brasil.
Oferece ao público, a cada número, além de artigos científicos de pesquisadores
desta e de áreas afins, excertos de nossos principais livros em forma de artigos e
comentários. Além disso, o ciberleitor tem acesso a resenhas abalizadas sobre
nossa produção teológica e cultural, bem como a uma agenda dos Eventos mais
significativos, com espaço para Fórum e opiniões dos visitantes. Desde 2005 a
Revista persegue o objetivo de promover a divulgação e a discussão das novas
tendências na pesquisa da área de teologia, em suas interfaces com os estudos de
filosofia, literatura e ciência da religião. Sua proposta é estabelecer diálogo com
autores nacionais e internacionais, acolhendo artigos de pesquisadores de outros
países e divulgando a produção brasileira a outros centros de pesquisa e ensino
teológicos.
+ Ciência da Religião – História e Sociedade é um periódico semestral do Programa
de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Escola Superior de Teologia da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, que desde seu início em 2002 tem
contribuído com relevante temáticas que tratam da religião e suas mais variadas
vertentes. Sua política editorial, em consonância com as tendências
contemporâneas de estudo do fenômeno do campo religioso, tem como objetivo
121
publicar artigos que reflitam a religião na interface das ciências humanas e sociais; é
a religião sob o olhar da Teologia Reformada, da História Social, da Sociologia, da
Antropologia, da Psicologia, da Educação e da Filosofia.
+ Estudos Teológicos uma publicação da Escola Superior de Teologia Luterana de
São Leopoldo (RS), é um periódico semestral e tem como missão oferecer um fórum
privilegiado para os debates teológicos sobre temas candentes, considerando a
estreita ligação entre fé e religião, por um lado, com a sociedade, economia, política,
ecologia e questões de gênero e etnias, por outro, de forma autônoma diante de
outras teologias, como a europeia ou norte-americana, mas, por outro lado, sensível
à interdependência dos países e saberes num mundo globalizado.
+ Horizonte - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião tem por missão
veicular trabalhos científicos que contribuam para o avanço da pesquisa,
especialmente nas áreas das Ciências da Religião, Filosofia e da Teologia, da
formação acadêmica crítica e integral, aberta ao diálogo, à perspectiva
interdisciplinar e à pluralidade de ideias. A revista publica trabalhos, especialmente
de doutores de programas de pós-graduação, na forma de artigos, comunicações
(como entrevistas, estudo de casos), resenhas e notas bibliográficas e resumos de
dissertações e teses, preferencialmente de pesquisadores nas áreas de Filosofia,
Teologia e Ciências da Religião. Criada em 1997, com a publicação dos dois
primeiros números, fruto dos Ciclos de Palestras e Debates do Núcleo de Estudos
em Teologia da PUC Minas (NET). Houve um intervalo entre o primeiro volume (n.1
e n.2) e o segundo volume de cinco anos. Em 2003, a revista foi assumida pelo
Núcleo de Cultura Religiosa da universidade, realizando a mudança do seu layout,
redefinindo a missão da revista e iniciando sua adequação aos critérios do QualisCapes. Em 2005, com o surgimento do Programa de Pós-graduação em Ciências da
Religião, houve novo impulso, a ampliação da Comissão Editorial e do Conselho
Editorial Nacional e Internacional, a indexação em diversas agências e, a partir de
2007, a integração da revista a esse Programa e o apoio da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). A Revista é filiada à Associação
Brasileira de Editores Científicos (ABEC) e iniciou em 2009 sua integração ao
Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER-IBICT), com sua versão online,
publicando de forma aberta e integral todos os seus números.
+ Caminhos uma publicação que visa divulgar a produção científica do Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) em Ciências da Religião da
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), bem como estabelecer
intercâmbio científico com pesquisadores (as), outras instituições e demais
programas na área de Ciências da Religião no Brasil e no exterior.
+ Revista de Estudos da Religião (REVER) é uma publicação semestral. Seus
objetivos são informar o leitor sobre a pesquisa corrente (em especial no Brasil) e
propiciar uma discussão metateórica em torno da Ciência da Religião. Ao mesmo
tempo, a REVER pretende servir de elo com a discussão acadêmica internacional,
abrindo espaço para artigos de autores de outros países. Cada número
da REVER traz uma Seção temática que reúne artigos sobre um assunto específico.
Outros artigos incluídos na parte principal da revista estão na seção Intercâmbio.
Em Fórum, o leitor vai encontrar textos pontuais sobre temas diversos relacionados
122
ao estudo das religiões. Outros textos e informações de interesse estão na
seção Resenhas.
+ Revista Interações – Cultura e Comunidade da Faculdade Católica de Uberlândia
voltada para as Ciências da Religião e para as linhas de investigação das
Humanidades e Ciências Sociais que se ocupam do estudo da cultura e dos
diferentes tipos de comunidade que tenham ligação com a religião. Surgiu em 2006
com o objetivo amplo de contemplar estudos acadêmicos interdisciplinares sobre
cultura e comunidade. Marcando uma nova fase, desde o terceiro número passou a
focalizar-se nos estudos sobre religião desenvolvidos, sobretudo, nos programas de
Pós-Graduação, com o objetivo de integrar os diversos ramos do conhecimento que
buscam melhor compreensão do ressurgimento do fenômeno religioso nos últimos
decênios. Nessa trajetória pretende ser um meio de comunicação científica e de
interação com as comunidades acadêmicas preocupadas em compreender e
analisar o fato religioso, bem como de veiculação de avanços conceituais,
metodológicos e experiências nesse campo interdisciplinar de estudos. Com isso
visa contribuir não apenas para o enriquecimento do debate nacional e internacional
em torno das graves questões de alcance global que tangem o universo religioso
contemporâneo, como também oferecer subsídios à preparação de profissionais
nessa área. A revista tem como foco a publicação de contribuições científicas tanto
no campo específico das Ciências da Religião e subáreas (Teologia, Filosofia da
Religião, História da Religião, Sociologia da Religião, Psicologia da Religião,
Antropologia, entre outras) como no campo mais amplo das Ciências Sociais e
Humanidades, cujas linhas de pesquisa convergem, de maneira interdisciplinar, para
o estudo da cultura e dos diferentes tipos de comunidade que tenham ligação com a
religião.
+ Revista Núcleo de Estudos da Religião/ Revista Brasileira de História das
Religiões – Criada no ano de 2008, sediada no Departamento de História da
Universidade Estadual de Maringá, é um periódico vinculado ao GT de História das
Religiões e das Religiosidades da ANPUH – Associação Nacional de História,
voltado especificamente para os estudos em religiões e religiosidades. Sua estrutura
contempla artigos científicos e de atualização teórico-metodológica, dossiês
temáticos, resenhas, relatos de pesquisa, estudos de caso, entrevistas e textos
especiais (assinados por autores convidados, conteúdos de palestras, debates e
trabalhos apresentados em congressos), quando recomendados por pesquisadores
e aprovados pelo Conselho Editorial. As colaborações devem ser inéditas e podem
ser encaminhadas exclusivamente por e-mail. Aceitam-se, para avaliação, textos em
português e espanhol.
+ Revista Numen do Programa de Pós-gradução em Ciência da Religião da
Universidade Federal de Juiz de Fora (PPCIR-UFJF) de trabalhos acadêmicos
inéditos relacionados à área de ciência da religião, reconhecida como área do saber
científico aberta ao diálogo interdisciplinar tendo como eixo a compreensão do
fenômeno religioso. A proposta da revista Numen é ser um espaço para a
divulgação de pesquisas relevantes para a compreensão da religião, com abertura
para perspectivas diversas. Ela busca superação dos reducionismos simplistas na
apreciação da religião, oferecendo oportunidade para contribuições oriundas de
123
diversas áreas de conhecimento. Com isso, intenta promover o debate de ideias
sobre o tema, possibilitando olhares complementares e críticas entre abordagens
conflitantes. Evidentemente, Numen não se concebe como veículo de divulgação
religiosa, mas sim de compartilhamento de estudos comprometidos com a
abordagem necessária no âmbito de estudos de pós-graduação
+ Revista Pistis e Praxis é uma publicação semestral da Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (PUCPR), publicada pela primeira vez em 2009, com o intuito de
constituir um meio de disseminação de novas descobertas na pesquisa voltada a
área de Teologia, especialmente para dialogar com os pesquisadores nacionais e
internacionais sobre os diversos focos que a pastoral apresenta. Para isso, o
Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Teologia da PUCPR, em conjunto
com o Conselho Editorial, define em cada número da revista um tema que será
abordado no Dossiê, seção que objetiva estimular o debate. A revista é
complementada por artigos sobre assuntos de interesse e relevância para a área,
bem como por resenhas de publicações significativas.
+ Revista Religião e Cultura uma publicação da PUCSP em pareceria com a edições
paulinas.
+ Teocomunicação uma publicação semestral da Faculdade de Teologia da PUCRS,
que objetiva divulgar a produção científica relevante em sua área de conhecimento.
São Publicados artigos originais, científicos e de revisão, que promovam a difusão
de pesquisas na área de Teologia, preferencialmente, de acordo com as linhas de
pesquisa do Programa, e suscitem o debate nessa área de conhecimento.
+ Último Andar são Cadernos de Pesquisa em Ciências da Religião inaugura em
2006 sua nova versão eletrônica. Criada em 1998, ocasião em que o Programa de
Estudos Pós-Graduados em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo comemorava 20 anos, ela tem como principal objetivo dar visibilidade
e incentivo aos projetos de pesquisa discente. Além de possibilitar um espaço de
intercâmbio de artigos com outras Universidades e Programas de Pós-graduação,
esta publicação reflete o apoio docente em manter a heterogeneidade de
abordagens do fenômeno religioso.
+ UNICLAR uma publicação da faculdades Integradas Claretianas Unidade São
Paulo, apresenta artigos que focalizam estudos de temáticas religiosas com épocas
e contextos diferenciados, entre os quais alguns provenientes de pesquisas de tese
de doutorado, dissertações de mestrado e monografia.
A sub-área de Teologia/Ciência da Religião progressivamente assume dentro
de suas políticas editoriais o tema do Ensino Religioso, um registro são ao números
com dossiê sobre este componente curricular favorecendo que por meio deste
periódicos existe de fato uma ampla discussão sobre a identidade e as concepções
do ER no cenário brasileiro.
124
c) Áreas Diferenciadas
Revista
Debates do Núcleo de Estudos da Religião
Fragmentos de Cultura
História: Questões & Debates
Horizontes Antropológicos
Norte Científico
Plures – Humanidades
Psicologia: Teoria e Pesquisa
Rev. Direito
Revista Contemporânea
Revista da Católica
Revista de História e Estudos Culturais
Revista de Antropologia
N. de
Revistas
01
01
01
01
01
01
01
01
06
01
01
01
Números publicados
Área
n. 1
n. 11
n. 43
n. 27
n. 01
n. 01
n. 01
n. 04
n. 02/02/02/06/02/02
n. 04
n. 03
n. 01
Antropologia
Diversos
História
Antropologia
Diversos
Diversos
Psicologia
Direito
Diversos
Diversos
História
Antropologia
Tabela 30 – Publicações Áreas Diferenciadas
+ Debates do Núcleo de Estudos da Religião a religião se apresenta como uma das
questões mais recorrentes e universais da sociedade, tendo se constituído num
tema clássico de estudo e pesquisa nas Ciências Sociais e Humanas. Sua longa
duração histórica a torna um fato social diversificado e de grande atualidade, que
exige aprofundamento e pesquisa constante. O Núcleo de Estudos da Religião
(NER), integrado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é hoje uma referência nacional na área
dos estudos da religião, tendo em seu periódico, Debates do NER, um importante
veículo de divulgação dos resultados das pesquisas realizadas por seus membros e
de intercâmbio com outros núcleos no país e no exterior.
+ Fragmentos de Cultura é uma publicação bimestral da Pontifícia Universidade
Católica de Goiás que privilegia, na grande área das ciências humanas, as áreas de
Filosofia, Teologia, Ciências Sociais e da Religião, para divulgar produções
científicas e estabelecer intercâmbio científico com outras instituições locais,
nacionais e internacionais.
+ História: Questões & Debates é publicada pela Associação Paranaense de História
e pelo Programa de Pós-Graduação em História da UFPR, há quinze anos e,
recentemente, foi classificada entre as cinco melhores revistas científicas brasileiras
da área de História, conforme fórum designado pelas agências de fomento do
governo federal. A revista é organizada a partir de dossiês temáticos, mas também
aceita artigos de tema livre, preferencialmente da área de História, ou ligados às
áreas de conhecimento e tema afins.
+ Horizontes Antropológicos surgido em 1995, o periódico semestral do PPGAS
representa os esforços continuados do Programa para a publicação de uma revista
acadêmica de alta qualificação e abrangência internacional. Seus números são
temáticos, abertos à pluralidade de interpretações e de temas que possam
interessar à antropologia para compreensão dos fenômenos socioculturais.
+ Norte Científico: a Revista Norte Científico é um periódico semestral de divulgação
125
científico-tecnológica do IFRR, que tem por finalidade publicar trabalhos originais sobre
temas relevantes nas diversas áreas do conhecimento, que contribuam com o
desenvolvimento das ciências e apresentem afinidade com os objetivos e fins deste
Instituto Federal.
+ Plures – Humanidades a revista recebe artigos, relatos de experiência e resenhas cuja
temática esteja relacionada à Educação Escolar. Conta com colaborações enviadas por
professores, pesquisadores e acadêmicos da área de Educação, provenientes de
instituições do Brasil e do exterior. A revista teve início em 2000 e manteve uma
publicação anual, até 2007. Em 2008 passou a ser editada semestralmente.
+ Psicologia: Teoria e Pesquisa tem por objetivo é publicar trabalhos originais
relacionados à psicologia que se enquadrem nas seguintes categorias: estudos
empíricos, revisão da literatura, artigos teóricos, artigos metodológicos, relato de
experiência profissional, comunicação breve, carta ao editor, nota técnica, resenha.
Notícias também podem ser publicadas, a critério do Editor.
+ Rev. Direito – Sem informação.
+ Revista Contemporânea é uma revista da Universidade Federal da Bahia.
+ Revista da Católica tem por objetivo principal ser o veículo oficial de registro e
divulgação da produção intelectual de estudantes e professores, resultante das
atividades de ensino, pesquisa e extensão desta instituição. A coordenação da Revista é
exercida pelo Conselho Editorial, formado pelo conjunto dos editores-representantes dos
diversos cursos de graduação e da pós-graduação e pelo Setor de Publicações.
+ Revista de História e Estudos Culturais entrou no ar em dezembro de 2004 com o
objetivo de trazer ao público leitor uma publicação que se caracterizasse pela agilidade,
universalidade e gratuidade. Essa preocupação, porém, não encerrava as expectativas
depositadas na sua criação. Pelo contrário, o grande propósito era tornar acessível uma
publicação capaz de incentivar a interlocução acadêmica e a ampla divulgação de
pesquisas instigantes e de alto nível, procurando traduzir a dinâmica e a diversidade dos
diálogos interdisciplinares da pesquisa histórica e dos Estudos Culturais.
+ Revista de Antropologia: uma publicação semestral do Departamento de Antropologia
da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo FFLCH/USP. Seu objetivo é publicar artigos inéditos nacionais e internacionais que
apresentam resultados de pesquisa ou ensaios teóricos e que estejam em concordância
com as preocupações da Antropologia. A revista aceita artigos em qualquer época do
ano, em fluxo contínuo, e tem publicado também dossiês ou números temáticos.
Áreas como História, Direito, Psicologia, Antropologia, Direito e revistas
pluridisciplinar publicaram textos de forma diversificada a partir da proposta dos
autores.
126
4. Livros: uma reflexão consolidada
Certamente podemos ressaltar que a construção da identidade do Ensino
Religioso, a partir da escola, foi mérito da Coleção Ensino Religioso Escolar: Série
Fundamentos pela Editora Vozes com os livros “Um paradigma didático para o
Ensino Religioso” (1994) de Lizete Carmen Viesser; “O Ensino Religioso na escola”
(1995) de Wolfgang Gruen; “Ensino Religioso: perspectivas pedagógicas” (1995) de
Anísia de Paulo Figueiredo; “O desenvolvimento da experiência religiosa” (1995) de
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira; “O Ensino Religioso no Brasil: tendências,
conquistas e perspectivas” (1996) de Anísia de Paulo Figueiredo; “O Ensino
Religioso na nova LDB” (1997) de Lurdes Caron e Equipe do GRERE; “Ensino
Religioso e formação do ser político. Uma proposta para a consciência de cidadania”
(1998) de Tarcizo Gonçalves Filho.
Em 1997 foi publicada a primeira edição dos “Parâmetros Curriculares
Nacionais do Ensino Religioso”, elaborado pelo Fórum Nacional Permanente do
Ensino Religioso (FONAPER), texto de referência para orientar esta área de
conhecimento, no ano de 2009 foi publicado a nona edição.
Nos anos noventa entre os livros publicados na década encontramos: “Em
busca do sentido da vida. A temática da educação religiosa” (1993) de Francisco
Catão, pelas Paulinas; “O fenômeno religioso: Ensino Religioso escolar” (1995) de
Francisco Catão, pela Letras & Letras; “Texto referencial para o Ensino Religioso
escolar” (1996) da CNBB/Regional Sul III, pela Vozes; “Educação Religiosa: como
ensinar” (1997) de Miguel Lucas, pela Loyola; “Ética, religiosidade e cidadania:
subsídios psicopedagógicos para professores” (1997) de Rosamaria Cales de
Andrade - Laice Calaes de Oliveira - Maria da Conceição de Oliveira, pela Edt. Lê,
são todos textos que buscam refletir os aspectos teóricos sobre o perfil do Ensino
Religioso que está sendo construído.
No século XXI a identidade pedagógica do Ensino Religioso assumiu
características acadêmicas, coleções explicitam este perfil e todas voltadas para
subsidiar a formação de professores (as). A coleção: Subsídios Pedagógicos, da
Editora Vozes, foi para atualizar a Coleção Ensino Religioso série fundamentos,
publicados na Coleção Subsídios: “O tema gerador no currículo de educação
127
religiosa: o senso do simbólico” (2000) de Anísia de Paulo Figueiredo; “Ensino
Religioso nas fronteiras da ética” (2001) de Amauri Carlos Ferreira; “Fundamentos
filosóficos dos valores no Ensino Religioso” (2001) de Eurico dos Santos Veloso;
“Ensino Religioso e sua relação pedagógica” (2002) de Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira - Rosa Gitana Krob Meneghetti - Lilian Anna Waschowicz; “Adoradores do
sol. Reflexões sobre a religiosidade indígena” (2003) de Lucio Paiva Flores. A
Editora Paulinas está ainda publicando uma coleção Temas do Ensino Religioso
com apoio da PUCSP: “Pentecostais: origens e começo” (2005) de João Décio
Passos; “Ritos: expressões e propriedades” (2005) de Maria Angela Vilhena;
“Pluralismo religioso: as religiões no mundo atual” (2005) de Wagner Lopes
Sanchez; “Como a religião se organiza: tipos e processos” (2006) de João Décio
Passos; “O uso de símbolos: sugestões para a sala de aula” (2006) de Maria Celina
Cabrera Nasser; “Novos Movimentos religiosos: o quadro brasileiro” (2006) de Silas
Guerreiro; “Ensino Religioso: construção de uma proposta” (2007) de João Décio
Passos; “Ensino Religioso: aspectos legal e curricular” (2007) de Sérgio Rogério
Azevedo Junqueira - Rosa Lydia Teixeira Corrêa - Ângela M. R. Holanda;
“Espiritismos: limiares entre a vida e a morte” (2008) de Maria Angela Vilhena. O
Grupo de Pesquisa Educação e Religião (GPER) organizou duas Coleções que já
estão concluídas, a primeira pela Ed. Champagnat – Coleção Educação e Religião:
“Educação Religiosa: construção da identidade do Ensino Religioso e da Pastoral
Escolar” (2002) foi um livro organizado por Luís Alberto Sousa Alves e Sérgio
Rogério Azevedo Junqueira; “Ensino Religioso no Brasil” (2004), livro organizado por
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira e Raul Wagner.
A coleção: Ensino Religioso, pela Ed. Ibpex, foi o principal subsídio para um
Curso de Especialização na modalidade de Educação a Distância ofertada para todo
o país, os livros são: “Cultura e Diversidade” (2008) de Rosa Lydia Teixeira Corrêa;
“História, legislação e fundamentos do Ensino Religioso” (2008) de Sérgio Rogério
Azevedo Junqueira; “Espaço sagrado estudos em geografia da religião” (2008) de
Sylvio Fausto Gil Filho; “Fundamentando pedagogicamente o Ensino Religioso”
(2009) de Edile Fracaro Rodrigues e Sérgio Rogério Azevedo Junqueira; “Ensino
Religioso fundamentos epistemológicos” (2009) de Ednilson Turozi de Oliveira;
“Ensino Religioso perspectivas para os anos finais do ensino fundamental e para o
128
ensino médio” de Emerli Schlogl; “Cultura Religiosa: caminhos para a construção do
conhecimento” (2009) de Luiz Alberto Sousa Alves; “Ensino Religioso uma
perspectiva para a educação infantil e os anos inicias do ensino fundamental” (2009)
de Silvana Fortaleza dos Santos.
Ao elaborar textos para formar o (a) professor (a) do Ensino Religioso
estabeleciam-se aspectos da identidade desta área de conhecimento, são reflexões,
pesquisas, sistematizações realizadas nas mais diferentes regiões do país. Este é
outro elemento que ocorre a partir de 2000, os autores não estão mais concentrados
no sul e sudeste, inicia-se a produção em outras regiões do país: “Trajetória de uma
luta em prol da educação com amor pela paz” (2002) de Albina Pedó (Cuiabá),
publicada pela própria autora em gráfica da região; “Encantar. Uma prática
pedagógica no Ensino Religioso” (2003) de Marilac Loraine R. Oleniki e Viviane
Mayer Daldegan, pela Ed. Vozes; “Ensino Religioso: educação centrada na vida
subsidia para a formação de professores” (2004) organizada por Valmor da Silva e
equipe de Goiás, publicado pela Paulus na Coleção Pedagogia e Educação; com
texto da Profa. Anísia de Figueiredo, mas publicado como obra da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil; o texto “Ensino Religioso no Cenário da Educação
brasileira. Aspectos históricos e sócio-político-culturais” (2007) Ed. CNBB.
A Editora Cortez em sua coleção: Formação de Professores coordenada
pelos Professores Antônio Joaquim Severino e Selma Garrido Pimenta, assumiu um
livro sobre o Ensino Religioso; o que o torna significativo politicamente por demarcar
um espaço de área de conhecimento. O texto é “Ensino Religioso no ensino
fundamental” (2007) de Lilian Blanck de Oliveira - Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
- Luiz Alberto Sousa Alves - Ernesto Jacob Kein. No campo de formação temos
ainda: “Formação de docentes e Ensino Religioso no Brasil: tempos, espaços,
lugares” (2008) organizado por Lilian Blanck de Oliveira - Simone Riske-Koch e
Tarcísio Afonso Wickert, publicado pela Edifurb (Blumenau). Visando não apenas a
reflexão, mas o fazer da sala de aula foram publicados: “Ensino Religioso e
cidadania: textos e dinâmicas” (2004), organizada pela Equipe do jornal Mundo
Jovem e publicada pela EDIPUCRS; “Dinâmicas para o Ensino Religioso” (2008)
material organizado por Maria Dirlane Witt e Edson Ponick, publicado pela Ed.
Sinodal. Finalmente publicado na Coleção Oficinas: aprender fazendo da Ed. Cortez
129
as atividades no livro “Alteridade, culturas & tradições: atividades do Ensino
Religioso para o Ensino Fundamental” (2009), elaborado por Edile Maria Fracaro
Rodrigues, Emerli Schlogl e Sérgio Rogério Azevedo Junqueira.
Os três tipos de produção evidenciam ampliação da busca do Ensino
Religioso como área do conhecimento: publicação de trabalhos acadêmicos, anais
de eventos que divulgaram as pesquisas e relatórios de pesquisa. Os trabalhos
acadêmicos publicados têm as seguintes dissertações de Mestrado: de Claudia
Malbergier Caon (1996) que publicou “Quem tem medo da educação religiosa? A
Educação Religiosa ortodoxa judaica”, pela Ed. Exodus; Lurdes Caron (1997) que
pela Editora Sinodal publicou “Entre conquistas e concessões: uma experiência
ecumênica em educação religiosa escolar”.
No século XXI uma nova relação de dissertações foram publicadas: “Um
ideal, um caminho, uma proposta. Processo histórico de mudança de uma
Catequese Escolar para Educação Religiosa Escolar na Província Marista do Rio de
janeiro 1958 a 1995” (2001), de Sérgio Rogério Azevedo Junqueira; “Metodologia e
Ensino: Religar e Projetar” (2002) de Marcio Graça pela Ed. Madras; “Contribuição
do Ensino Religioso no acesso à fé: uma leitura teológico-pastoral” (2005) de Mateus
Geraldo Xavier pela Edt. Loyola; “Ethos no Ensino Religioso” (2005) de Miguel
Longhi pela Edt. Vicentina; “Trajetória do Ensino Religioso no Brasil e no Rio Grande
do Sul: legislação e Prática” (2005) de Pedro Ruedell, pela Ed. Sulina/Unilasalle;
“Idas e vindas do Ensino Religioso em Minas Gerais: a legislação e as contribuições
de Wolfgang Gruen” (2007) de Antônio Francisco da Silva, pela SEGRAC Editora e
Gráfica Limitada; “O Ensino Religioso: significados de religião em diferentes
contextos educativos” (2007) de Célia Marize Bundchen pela Ed. Concórdia; “O livro
didático na formação do professor de Ensino Religioso” (2009) de Claudino Gilz pela
Ed Vozes. Foram publicadas as seguintes teses de Doutorado: “O processo de
escolarização do Ensino Religioso no Brasil” (2002) de Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira pela Ed. Vozes; “A integração pedagógica no Ensino Religioso” (2004) de
Laude Erandi Brandenburg pela Ed. Sinodal; “Educação Religiosa: fundamentação
antropológico-cultural da religião segundo Paul Tillich” (2007) de Pedro Ruedell,
publicado pela Ed. Paulinas. Também foram publicados trabalhos resultados de
cursos de especialização: “Afinal, o que é o Ensino Religioso?” (2000) de Madalena
130
Fernandes publicado pela Paulus; Sérgio Rogério Azevedo Junqueira organizou o
livro “Ensino Religioso, uma produção a partir de olhares múltiplos” (2006) e
publicado pela Ed. Bagozzi , com artigos elaborados em curso de especialização da
Associação de Educação Católica do Paraná (AECPR).
Os anais de eventos do Fórum Nacional do Ensino Religioso (FONAPER):
“Ensino Religioso: memória e perspectivas. Edição comemorativa dos dez anos do
FONAPER” (2005), organizado por Sérgio Rogério Azevedo Junqueira e Lilian
Blanck de Oliveira publicado pela Champagnat; “Religião, cultura e educação:
interfaces e diálogos” (2006) organizado por Cleide C. da Silva Scarlatelli - Danilo R.
Streck - José Ivo Follmann publicado pela Unisinos; “Ensino Religioso e formação
docente: Ciências da Religião e Ensino Religioso em diálogo” (2006), organizado por
Luzia Sena publicado por Paulinas. As Faculdades EST publicaram os anais de seus
eventos: O Ensino Religioso e o pastorado escolar: novas perspectivas – princípios
includente (2001)! , “Ensino Religioso na escola: bases, experiências e desafios”
(2005) organizado pela Laude Erandi Brandenburg - Henri Luiz Fuchs - Remi Klein Manfredo Carlos Wachs, pela Ed. Oikos; “Práxis do Ensino Religioso na escola: IV
Simpósio de Ensino Religioso” (2007) organizado por Manfredo Carlos Wachs Henri Luiz Fuchs - Laude Erandi Brandenburg e Remi Klein publicado pela Ed.
Sinodal; “Ensino Religioso: diversidade e identidade. V Simpósio de Ensino
Religioso” (2008) organizado por Remi Klein - Laude Erandi Brandenburg - Manfredo
Carlos Wachs, publicado pela Ed. Sinodal; “Fenômeno Religioso e metodologias. VI
Simpósio de Ensino Religioso” (2009) organizado por Laude Erandi Brandenburg Manfredo Carlos Wachs - Remi Klein – Iuri Andréas Reblin publicado pela Sinodal.
Temos os Fóruns Luterano e de Santa Catarina: “Ensino Religioso no contexto
escolar: Fórum Nacional Luterano de Ensino Religioso” (2005) organizado por Edson
Ponick - Maria Dirlane Witt - Marta Nomberg da Silva, pela Ed. Sinodal; “Terra e
Alteridade: pesquisas e práticas pedagógicas em Ensino Religioso” (2007)
organizado por César da Silva Camargo, Élcio Cecchetti, Lilian Blanck de Oliveira,
publicado pela Ed. Nova Harmonia; “Culturas e Diversidade na América Latina:
pesquisas e perspectivas pedagógicas” (2009) organizado por Lilian Blanck de
Oliveira, Élcio Cecchetti, Rosa Assunta de Cezaro, Simone Riske-Koch, publicado
pelas Eds. EDIFURB e Nova Harmonia.
131
Também se destacam as publicações de relatórios de pesquisa: “Ensino
Religioso em escolas públicas: impactos sobre o estado laico” (2008), organizado
por Roseli Fischmann, publicado por FEUSP e Factash 2008; “O Sagrado:
fundamentos e conteúdo do Ensino Religioso” (2009), organizado por Sérgio
Rogério Azevedo Junqueira, publicado pela Ed. Ibpex.
Finalmente, em 2010, são publicadas as obras “Religião e educação: da
ciência da religião ao Ensino Religioso” (Coleção Temas do Ensino Religioso) de
Afonso Maria Ligorio Soares, Ed. Paulinas; “Laicidade e Ensino Religioso no Brasil”
de Debora Diniz; Tatiana Lionço; Vanessa Carrião, Ed. Letras Livres/EdUNB e
“Diversidade Religiosa e Ensino Religioso no Brasil: memórias, propostas e desafios.
Obra comemorativa aos 15 anos do FONAPER” (2010) de Adecir Pozzer; Élcio
Cecchetti; Lilian Blanck de Oliveira; Remi Klein, Ed. Nova Harmonia;” Ensino
Religioso: Religiosidades e práticas educativas (2010), de Manfredo Carlos Wachs;
Henri Luiz Fuchs; Laude Erandi Brandenburg; Iuri Andréas Reblin.
Evidencia-se, portanto, (conforme ilustram os quadros 4 e 5) que uma das
áreas com menor exploração e valorização no Brasil, dentro da história da
educação, cresceu de forma significativa integrando pesquisadores e professores da
educação básica, tendo como propósito estabelecer o Ensino Religioso como, de
fato, uma área de conhecimento ainda em produção.
Ano de Publicação
Número de livros sobre ER identificados = 78
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
4
3
5
2
0
3
3
5
2
4
8
7
9
8
11
4
Tabela 31- Cronologia
A partir deste histórico procuramos realizar análise de classificação
considerando os três quesitos descritos pela Comissão de Avaliação de Livros da
132
CAPES e os registramos setenta e oito no período de 1995 a 2010; publicados na
perspectiva da formação do conceito sobre Ensino Religioso. Buscamos autores que
articularam suas reflexões e experiências nesta temática de forma a constituir um
corpo de fundamentação. Para tal foi utilizado como instrumento a ficha de
classificação dos livros elaborada pelo Conselho Técnico-Científico da Educação
Superior. O Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES) durante a
111ª Reunião, realizada em 24 de agosto de 2009 que aprovou o roteiro para
Classificação de Livros, o qual traz conceitos e definições comuns e sugestão de
modelo de ficha de classificação e servirá como orientação para as 23 áreas que
classificarão os livros na avaliação trienal de 2010.
Em várias áreas do conhecimento, os livros constituem a principal modalidade de
veiculação de produção artística, tecnológica e científica. As outras áreas de
conhecimento, nas quais a produção de conhecimentos quase não se expressa na
forma de livros, mas preferencialmente na forma de artigos em periódicos, não utilizarão
o Roteiro para Classificação de Livros. O roteiro consolida discussões ocorridas nas
áreas e no âmbito do CTC-ES desde o início do ano de 2008, cujos esforços eram de
estabelecer critérios e procedimentos comuns para a qualificação de livros. Esse
instrumento possibilitou caracterizar: a identificação dos dados da obra, os aspectos
formais da obra, editoria, características adicionais, vínculo, tipo da obra e natureza
do texto e avaliação qualitativa da obra.
No que diz respeito à avaliação qualitativa do conteúdo, não foi possível analisar
todos os critérios propostos pelo roteiro do CTC- ES, pois, para isso seria necessária a
leitura da obra completa. Todavia, observou-se nas obras, aspectos quanto à:
relevância: Contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico da área de
conhecimento; atualidade da temática; da Inovação: Contribuição inovadora para o
campo do conhecimento; potencialidade do Impacto: Reimpressão ou re-edição;
Possíveis usos no âmbito acadêmico ou fora dele.
De fato no período entre o século XX e a primeira década do século XXI,
identificamos 95 livros, assim classificados de acordo com a sua tipologia
encontramos 79 livros (41 obras completas, 11 obras organizadas, 14 anais
científicos, 13 dissertações/tese).
133
1) Presença quantificada das editoras no cenário da produção de livros
Numericamente cinco editoras se destacaram por uma produção de livros
teóricos sobre o Ensino Religioso: Vozes (19), Paulinas (16), FTD (9), IBPEX (9),
Sinodal (9). Entretanto é importante ressaltar que enquanto política de publicação as
editoras Vozes, Paulinas e FTD, assumiram Editorias específicos e chegaram a
estabelecer políticas de publicação, como por exemplo: desenvolvendo reuniões
com professores, bem como, subsídios de apoio para a implantação de um modelo
específico para esta disciplina.
Especificamente a FTD criou nos anos noventa a oficina de professores e um
boletim de apoio a docentes; como consequência, foi fundada a Biblioteca do Ensino
Religioso na perspectiva confessional teológica. A Editora Vozes, por meio de seu
departamento editorial, promoveu a divulgação do modelo fenomenológico ao apoiar
reuniões do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, assim como a
publicação de duas coleções específicas para subsidiar a formação docente. A
Editora Paulinas promoveu reunião de professores e em suas livrarias realiza
palestras de apoio ao Ensino Religioso, além de divulgar a proposta desta disciplina
em sua revista Diálogo. A Editora Sinodal na realidade é uma publicadora vinculada
a Instituição de Ensino Superior, muitas de suas publicações são na realidade Anais
de Eventos. Finalmente a Editora IBPEX publicou uma coleção de apoio a um curso
de especialização, não faz parte de sua linha editorial.
EDITORA
Vozes
Paulinas
Ibpex
Sinodal
Champagnat
Cortez
Loyola
Nova Harmonia
Oikos
AEC
Ave Maria
Bagozzi
Cegrac
CNBB
Concórdia
Edifurb
EDIPUCRS
Êxodus
Livros publicados sobre o Ensino Religioso
16
13
9
9
4
2
2
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
134
Factash
FTD
Gráfica
Lê
Letras & Letras
Letras Livres
Madras
Paulus
Sulina
Unisinos
Vicentina
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Tabela 32 – Editoras
+ Vozes sua história começa com a iniciativa de um frade, Frei Inácio Hinte, que
adquiriu em Petrópolis, uma velha impressora Alauzet dos padres lazaristas. Para
isso, contou com o apoio de Frei Ciríaco Hielscher, que foi o responsável pela
construção do primeiro Convento Franciscano de Petrópolis e o fundador da Escola
Gratuita São José, da qual foi o primeiro diretor. Como guardião do convento, foi
também o primeiro responsável pela Editora Vozes, assinando a ata da reunião de
fundação da editora, em 5 de março de 1901. A editora nasceu com o nome de
Typographia da Escola Gratuita São José. Tocada à mão pelo Irmão Frei Matias
Hermanns e sob a direção técnica de Frei Inácio Hinte, a restaurada Alauzet
funcionou pela primeira vez imprimindo cartões de visita para o guardião Frei
Ciríaco. Por muitos anos, os funcionários que auxiliavam Frei Inácio na Typographia
da Escola Gratuita São José eram estudantes ou ex-estudantes da própria escola,
que se destacavam nos estudos e iam aí trabalhar. Entre os primeiros livros
publicados pela Typographia estão: "O primeiro livro de leitura", editado pelos
professores da Escola Gratuita São José, "A vida e o culto de Santo Antônio", de
Frei Luís Reinke, "Cecília", de Frei Basílio Röwer, "Breves meditações para todos os
dias do ano", de Frei Pedro Sinzig, e "Manná: o alimento da alma devota", um livro
de orações populares escrito por Frei Ambrósio Johanning. Em 1939, a editora
ganhava uma nova razão social: Editora Vozes Ltda.
+ Paulinas é parte integrante do amplo e ousado projeto de evangelizar usando os
modernos meios de comunicação, concebido pelo Padre Tiago Alberione no início
do século XX, e concretizado com a participação, ativa e sábia, da irmã Tecla Merlo.
No Brasil, a editora foi fundada em 1931, quando as primeiras irmãs paulinas:
Dolores Baldi e Stefanina Cillario, missionárias vindas da Itália, desembarcaram na
cidade de São Paulo e foram acolhidas pelo povo brasileiro. Em sua trajetória, tecida
de fé e de coragem, de ousadia e determinação, a Editora Paulinas foi sempre fiel
ao seu objetivo de colaborar na construção do Reino de Deus, partindo das
necessidades, esperanças e desejos do nosso povo, sendo presença profética na
sociedade e contribuindo para a inculturação da fé na realidade brasileira.
+ Sinodal iniciou em 1927, quando foi criado no sul um Centro Editorial e
Distribuidor de literatura evangélica. Na realidade, porém, seus alicerces foram
lançados em 1864, quando da chegada a São Leopoldo do Pastor Dr. Hermann
Borchard. Borchard veio convocado pela Comunidade Evangélica de São Leopoldo,
135
mas recebera também a incumbência de organizar a vida do povo evangélicoluterano no Rio Grande do Sul. Foi, porém, muito além, pois viajou até o Uruguai e
visitou também congregações luteranas no Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Desde 1933, o Centro de Impressos também fornecia materiais para o
Departamento de Música Sacra, dirigido pelo Dr. E. Rotermund. Mais de 1.000 livros,
entre romances e material escolar, foram vendidos somente em 1933. Além disso, o
“Abreifikalender” teve uma tiragem de 3.500 exemplares e o “Jahrweiser” chegou a
7.000 (1934: 8.000) exemplares. Desde 1934 foi publicado o Cancioneiro da
Juventude Evangélica (2.000 exemplares). O livro de Erich Fausel, “D. Dr. Wilhelm
Rotermund. Ein Kampf um Recht und Richtung des evangelischen Deutschtums in
Brasilien”, foi publicado com uma tiragem de 1.000 exemplares. Uma revista para
jovens (“Evangelische Jugend”) era publicada de dois em dois meses, com uma
tiragem de 1.000 exemplares. A campanha de nacionalização do governo brasileiro
foi um duro golpe também para o Centro de Impressos. Praticamente tudo deixou de
ser publicado. Com urgência, porém, o Centro de Impressos pode preparar materiais
para o tempo de sobrevivência. Um pequeno manual de ofícios, depois hinos para o
Natal e sermões foram publicados em língua portuguesa. Após a Segunda Guerra
Mundial, passada a crise, em 1948, foi convocado o Pastor Wilhelm Nõllenburg, que se
destacara por suas campanhas evangelísticas, para dirigir o Centro de Impressos. Em
1954 ocorreu o registro do nome “Editora Sinodal”. Atividade importante começou em
1968, quando foi criada a “Comissão de Literatura - Castelo Forte”, que a partir de
1969, publicou pela primeira vez o “Castelo Forte - Devoções Diárias”. Nos anos
posteriores a 1945, timidamente, a Editora Sinodal começou a traduzir Lutero.
Depois, o trabalho pode ser continuado em colaboração entre as duas maiores
Igrejas Luteranas do país, editando-se, hoje, em colaboração com a Editora
Concórdia, a Coleção Obras de Lutero. A Editora Sinodal conta com a colaboração
de distribuidores e representantes espalhados pelo Brasil para fazer chegar ao seu
público os mais de 400 títulos que compõem seu catálogo de publicações.
Anualmente a Editora lança no mercado em média 35 novos títulos.
2) Perfil dos Livros
Utilizando-se da metodologia já descrita anteriormente para responder a
problemática da presente pesquisa, a análise dos livros foi realizada em quatro
blocos respectivamente: dissertações e tese, anais de eventos científicos, obra
organizada e obra completa.
1º Bloco - Dissertações e tese
Uma tipologia de publicação são pesquisas resultantes especialmente de
dissertações e teses apresentadas em programas de pós-graduação (Mestrado e
Doutorado) que foram submetidas a julgamento de uma banca examinadora e após
aprovada, são entregues inicialmente à biblioteca da instituição onde foram
136
apresentadas. A partir desta etapa este material pode ser consultado ou emprestado
aos leitores interessados. Pode, ainda, ser acessado na íntegra ou em partes em
portais na internet, bases de dados e bibliotecas virtuais. Entretanto, para que seus
achados possam fazer parte da literatura científica é necessário que seja publicada.
A dissertação ou tese pode ser transformada em artigo de periódico, com
ampla redução em sua extensão, e submetido a julgamento por pares. Também
pode ser publicada como livro, depois de avaliada e aceita por uma editora. Em
ambos os casos – artigos e livros – esta reformulação deve obedecer às
especificidades de cada um deles.
A decisão de transformar a dissertação ou tese em livro deve ser respaldada
no tipo de estudo realizado e, na opinião das editoras da área, as quais irão avaliar
se o conteúdo é adequado para ser veiculado por este meio. A transformação de
uma dissertação ou tese em livro pode não ser somente uma cópia fiel de seu
conteúdo. Para se adequar ao formato do livro, o texto da tese pode passar,
também, por alterações na sua estrutura e conteúdo. A extensão de algumas partes
ou seções pode ser reduzida e a outras podem ser acrescidos dados, desde que
não alterem o conteúdo original da tese.
(Fonte: http://www.bvs-sp.fsp.usp.br:8080/html/pt/paginas/guia/a_cap_08.htm Acesso em 13
de julho de 2010).
Foram localizadas treze obras publicadas entre os períodos de 1995 a 2010,
resultantes
de
trabalhos
de
especialização,
dissertação
e
tese,
assim
compreendidas:
− Especialização: “Afinal o que é o Ensino Religioso” (2000, Paulus); “Ensino
Religioso: uma produção a partir de olhares múltiplos” (2006, Bagozzi);
− Dissertação: “Quem tem medo da educação religiosa?” (Exodus, 1996); “Entre
conquistas e concessões: uma experiência ecumênica em educação religiosa
escolar” (1997, Sinodal); “Um ideal, um caminho, uma proposta: processo histórico
de mudança de uma catequese escolar para educação religiosa escolar na província
marista do Rio de Janeiro 1958 a 1995” (Champagnat, 2001); “Metodologia e ensino:
religar e projetar” (2002, Madras); “Ethos no Ensino Religioso” (2005, Vicentina);
“Trajetória do Ensino Religioso no Brasil e no Rio Grande do Sul: legislação e
prática” (Sulina, 2005); “Contribuições do Ensino Religioso no acesso à fé: uma
137
leitura teológico-pastoral” (Loyola, 2006); “Idas e vindas do Ensino Religioso em
Minas Gerais: a legislação e as contribuições de Wolfgang Gruen” (Segrac, 2007);
“O livro didático na formação do professor de Ensino Religioso” (Vozes, 2009);
− Tese: “O processo de escolarização do Ensino Religioso no Brasil” (2002, Vozes);
“Educação Religiosa: fundamentação antropológico-cultural da religião segundo Paul
Tillich” (2007, Paulinas).
Quanto à avaliação qualitativa do conteúdo levando-se em consideração as
variáveis para analisar as obras, no que diz respeito à relevância, observou-se que
os temas abordados contribuem para o desenvolvimento científico da área de
conhecimento e para a resolução de problemas nacionais relevantes. São temas
como: - apresentação de uma proposta de educação e de Ensino Religioso que não
seja fundamentada somente na visão religiosa, baseada unicamente na visão cristã,
mas de uma visão fundamentada na antropologia filosófica, pois é esta que se volta
para as questões existenciais do ser humano,- o desenvolvimento do ser humano no
seu aspecto religioso, para transformá-lo num indivíduo conhecedor e observador
das leis da Toráh, mas que ao mesmo tempo lhe oferece ampla oportunidade de
questionar, discutir, exercitar-se no campo puramente lógico e intelectual, - a
problemática da formação de professores para um programa de Ensino Religioso de
caráter ecumênico, em vista da importância do corpo docente na concretização de
qualquer proposta pedagógica, - pesquisa histórica com documentos originais que
registra o processo do ER em instituição confessional por um período de trinta e sete
anos, - a questão da fragmentação disciplinar e da importância do rompimento de
pensamentos que isolam, reduzem e inibem ou reprimem a transcendência dos
saberes e dos sentidos, - análise das manifestações da religiosidade do Ensino
Religioso e da educação religiosa escolar, abordando seus objetivos, a qualificação
e a habilitação dos docentes, assim como o currículo, seus conteúdos e sua
metodologia, considerando a proposta pedagógica da escola, pública ou
confessional, - apresentação e investigação das diferentes concepções de ethos
incorporadas nas diversas propostas de Ensino Religioso desenvolvidas no decorrer
da história da educação brasileira, a saber, as percepções de ethos nas propostas
curriculares de Ensino Religioso confessional, interconfessional e fenomenológica, contribuição do livro didático na formação do professor de Ensino Religioso, -
138
afirmação de que é possível o ordenar o Ensino Religioso tomando-o como
mediação pedagógica possível, desde o contexto escolar, para o acesso à fé cristã.
Quanto à inovação percebeu-se originalidade na formulação do problema de
investigação, pois as obras são diversificadas trazendo assim contribuição inovadora
para o campo do conhecimento do Ensino Religioso; dado observado através das
conclusões das pesquisas dos (as) autores (as), os (as) as quais destacam /
evidenciam: - a importância do diálogo entre a escola e a antropologia filosófica para
o desenvolvimento do ser humano nos seus múltiplos aspectos e dimensões, - em
que medida o sistema educacional judaico poderia contribuir para a prática
pedagógica de maneira geral, - a utilização do método dedutivo e do princípio
metodológico do ver-julgar-agir, permitiu identificar aspectos da história e analisar a
situação do Ensino Religioso de caráter ecumênico na atualidade, - as interrelações
do Ensino Religioso com a Educação Artística reintegram o homo complexus, que
como destaca Morin, tornando-o mais sensível e feliz, - no Ensino Religioso uma de
suas carências sérias, considerando-se a legislação e os programas oficiais, é a
falta de acolhida às expressões religiosas e culturais de cunho popular, bem como a
não inclusão dos desafios socioeconômicos das metas e programas, - a
necessidade no campo da formação de docentes para o componente curricular de
Ensino Religioso na atualidade brasileira, - avanço nos resultados em relação à
análise do livro didático de Ensino Religioso, evidenciando que qualquer livro
didático pode ser para além de auxiliar da aprendizagem, um dos elementos
constitutivos da formação docente, - a teologia como ponto de partida, para que esta
área de conhecimento tenha sua cidadania plenamente reconhecida no contexto
educacional brasileiro, e para que a relevância do Ensino Religioso para o acesso à
fé seja confirmada, o Ensino Religioso no modelo interconfessional da década de
setenta, destacando Paul Tillich como autor que construiu e aplicou o método das
correlações e o aplicou especificamente em relação à cultura e religião, durante o
processo de escolarização do Ensino Religioso no Brasil revela-se uma realidade
profundamente pluralista numa nação que fala a mesma língua e que estabeleceu
percursos próximos para a inserção no Ensino Religioso no ambiente escolar,
entretanto nunca idêntica.
Quanto à potencialidade de impacto detectaram-se possíveis usos das obras:
139
- pelos profissionais de Ensino Religioso escolar (coordenadores, gestores, docentes
envolvidos com as discussões e encaminhamentos epistemológicos para a formação
de docentes para essa área de conhecimento), - pessoas que buscam maior
aprofundamento acerca da dimensão religiosa e transcendental do ser humano
(setores acadêmico, teológico e espiritual), - uma obra especificamente discute o
sistema educacional ortodoxo, porém com abertura para instituições judaicas de
Ensino Religioso, escolas religiosas de outros credos e escolas da comunidade
judaica que não seguem a linha ortodoxa, no campo da educação, na área da
educação específica da educação religiosa formal, com enfoque direcionado para o
Ensino Religioso, redimensionado pela legislação em vigor, Conselho de Igrejas
para Educação Religiosa.
2º Bloco - Anais de eventos científicos
Outra categoria identificada foram as publicações que registraram os Anais
resultantes de eventos sobre o Ensino Religioso, os quais foram divulgados em
mídias (CD e on line), canais eletrônicos (web-sites) das entidades organizadoras e
patrocinadoras dos eventos, periódicos especializados, cartazes e panfletos. Pois,
os trabalhos e comunicações, escolhidos após avaliação por especialistas indicados
pelos organizadores, que são apresentados nos eventos podem ser divulgados
antes, durante ou após a sua realização. Os trabalhos aceitos pela comissão
organizadora dos eventos e distribuídos antes do encontro são denominados
“preprints”, permitindo aos participantes um conhecimento prévio dos trabalhos para
debates. O conjunto dos trabalhos apresentados é divulgado em um documento
único, denominado anais, atas, "proceedings", que é distribuído aos participantes
dos eventos, durante ou após a sua realização. Os anais podem ser editados como
uma publicação independente (formatos impresso ou digital [disquete ou CD-ROM]),
além de constar em números especiais ou suplementos de revistas e, muito
raramente, como publicação comercial. Os anais de eventos são considerados como
literatura cinzenta ou não convencional por serem editados não formalmente e,
consequentemente de difícil localização e aquisição. Para esta análise, foram
considerados os livros publicados. Sendo os
eventos considerados científicos
destacam-se como canais eficientes de comunicação da produção científica, na
140
divulgação dos resultados de pesquisas, de trabalhos teóricos e de relatos de
experiência (JUNQUEIRA S., DISSENHA. I.C.P, BARBOSA S.R, 2010, p. 165).
Este bloco de livros se apoia na análise da produção registrada em eventos,
sejam estes científicos, formadores ou de outras formas que contribuíram de alguma
maneira para a sistematização e divulgação na área de Ensino Religioso. Foram
considerados eventos ou encontros que tinham por finalidade reunir profissionais e
especialistas, com o intuito de discutir e publicizar conhecimentos relativos ao
Ensino Religioso, enquanto área de atuação, além de divulgar informações
resultantes de pesquisas que buscaram ampliar as discussões com seus pares de
área.
No campo do Ensino Religioso, são encontrados trabalhos apresentados em
eventos de diversas áreas especialmente na Educação; Teologia e Ciências das
Religiões, e trabalhos dispersos em História, Sociologia e outras especialmente na
Área das Ciências Humanas.
As trocas científicas, por especialistas e pesquisadores, especificamente
quanto aos saberes do Ensino Religioso, no modelo de grandes encontros, há pouco
tempo poderia ser considerada temática nova. Os encontros de outrora não
assumiam uma perspectiva científico-acadêmica apresentando um forte cunho
organizacional e de troca de experiências sem uma definição metodológica, porém,
na marcha histórica desta área estes foram fundamentais.
Os registros encontrados nos eventos, que incluem o Ensino Religioso em
suas reflexões, inicialmente tratam da perspectiva da organização e formação de
docentes, e só posteriormente assumem uma perspectiva científica.
Especificamente foram localizados 13 livros que se adequaram a esta
categoria publicados entre 1995 a 2010, os quais foram produzidos a partir dos
eventos de Ensino Religioso promovidos pelo Fórum Nacional Permanente do
Ensino Religioso: (2002 - Religião, Cultura e Educação, publicado apenas em 2006
– Ed. Unisinos; 2005 - Ensino Religioso: memória e perspectivas – Ed. Champagnat;
2006 - Ensino Religioso e formação docente: Ciências da Religião e Ensino
Religioso em diálogo – Ed. Paulinas; 2010 – Diversidade Religiosa e Ensino
Religioso no Brasil: memórias, propostas e desafios – Ed. Nova harmonia);
As Faculdades EST nos Simpósios de Ensino Religioso que promoveu,
141
produziu as publicações dos anais: (O Ensino Religioso e o pastorado escolar:
novas perspectivas – princípios includente – 2001 – Gráfica, 2005 - Ensino Religioso
na escola: bases, experiências e desafios – Ed. SinoldaL/Oikos; 2007 - Práxis do
Ensino Religioso na Escola – Ed. Sinodal; 2008 - Ensino Religioso: diversidade e
identidade – Ed. Sinodal; 2009 - Fenômeno religioso e metodologias; 2010 - Ensino
Religioso: Religiosidades e práticas educativas – Ed. Sinodal).
A Associação de Professores de Ensino Religioso de Santa Catarina que
promove eventos regionalmente, obteve as seguintes publicações: (2007) Terra e
alteridade: pesquisas e práticas pedagógicas em Ensino Religioso – Ed. Oikos/ Nova
Harmonia; (2009); Culturas e diversidade religiosa na América Latina: pesquisas e
perspectivas pedagógica – EDIFURB/Nova Harmonia.
A Igreja Luterana realizou um evento isolado em 2003 e publicou os anais
pela editora Sinodal em 2005 - Ensino Religioso no contexto escolar. Fórum
Nacional Luterano de Ensino Religioso. Todas estas obras foram estabelecidas de
forma organizada.
Quanto à avaliação qualitativa do conteúdo, no que diz respeito à relevância,
destacam-se temas como: - os caminhos a serem traçados para prosseguir no
processo de escolarização do ER no Brasil; - posicionamento frente à temática do
ER nas redes estadual, municipal e sinodal de educação; - diálogo entre o ER e as
Ciências da Religião; - respeito à alteridade, da existência de uma sociedade
solidária e da possibilidade de uma vida de justiça e de paz; - práxis do ER na
escola; - análise do processo ensino e aprendizagem e a prática docente; - reflexão
sobre a área de conhecimento do ER a partir da realidade educacional brasileira; - o
fenômeno religioso no contexto brasileiro e suas implicações metodológicas em
contextos educativos; - dimensões da religiosidade tendo como pano de fundo a
questão do fenômeno religioso e do contexto da sala de aula, percepção de que
cultura e desenvolvimento estão associados à dinâmica dos processos sociais,
fenomenológicos, religiosos entre outros.
Quanto à inovação, percebeu-se que os textos são diversificados,
demonstram originalidade nos assuntos discutidos nos eventos, trazendo assim
contribuição inovadora na discussão sobre a práxis do Ensino Religioso na Escola e
à continuidade da pesquisa dessa importante área de conhecimento; dado este
142
observado através dos elementos dos textos que evidenciam: - reflexões e
pesquisas para subsidiar o movimento nacional para o estabelecimento do
componente curricular de Ensino Religioso como uma das áreas do conhecimento,
segundo a Resolução 02/98 do CNE; - o reforço e a proposta da Igreja Evangélica
de Confissão Luterana no Brasil, através de sua postura ecumênica, de continuar a
sua caminhada a partir de sua base de fé, contribuindo para que o ER seja um
espaço de humanização e respeito à liberdade religiosa; - a relevância do fator
religião na sociedade brasileira e seu papel na compreensão de nossa própria
cultura; - a importância das Ciências da Religião, enquanto um canal indispensável
para prosseguir e aprofundar a reflexão e prática; - a abordagem de que é nas
interfaces da religião, cultura e educação que talvez melhor experimentemos o fato
de vivermos numa confluência de temporalidades; - a práxis contextualizada,
aprofundada e qualificada do Ensino Religioso na escola e uma continuidade de
pesquisa nesta área de conhecimento; - o encaminhamento de atividades como
pesquisa e práticas pedagógicas, onde questões como Terra e Alteridade recebam
atenção especial e desafiem as novas gerações buscarem alternativas para um
futuro com esperanças e compromisso para toda a humanidade; - o estado da
pesquisa sobre fenomenologia religiosa e metodologia no grupo representativo; - as
concepções de desenvolvimento e educação que integrem e valorizem a diversidade
cultural que constitui a América Latina; - a construção de pesquisas e perspectivas
pedagógicas inovadoras que promovam o (re) conhecimento das alteridades, na
constante busca pela promoção dos direitos humanos.
Quanto à potencialidade de impacto detectaram-se possíveis usos das obras
entre: educadores; pesquisadores; gestores e demais pessoas comprometidas e
atuantes para com o desenvolvimento do ER como área de conhecimento;
professores e estudantes dos cursos de Ciências da Religião e de ER; formação e
capacitação continuada de educadores (as) dentro dos novos paradigmas do ER.
3º Bloco – Obra Organizada
Visando a discussão de temas convergentes encontramos em diversas áreas
do conhecimento, livros organizados por um (a) ou mais autores (as), que buscam
outros(as) pesquisadores (as) para partilhar temáticas semelhantes.
143
Entre os 11 livros contemplados nesta categoria, três são especificamente
sobre subsídios/ recursos para o docente do Ensino Religioso: “Ensino Religioso e
cidadania: textos e dinâmicas” (EDIPUCRS, 2004); “Dinâmicas para o Ensino
Religioso” (Sinodal, 2008); “Alteridade, culturas e tradições: atividades do Ensino
Religioso para o ensino fundamental” (2009, Cortez).
As demais obras abordam textos na perspectiva pedagógica sobre a
identidade do Ensino Religioso no contexto brasileiro: “Educação Religiosa:
construção da identidade do Ensino Religioso e da pastoral escolar” (Champagnat,
2002); “Ensino Religioso e sua relação pedagógica” (Vozes, 2002); “Ensino
Religioso no Brasil” (Champagnat, 2004);” O Sagrado: fundamentos e conteúdo do
Ensino Religioso, Ibpex, 2009, “Ensino Religioso: educação centrada na vida,
subsídio para formação de professores” (Paulus, 2004); “Formação de docentes e
Ensino Religioso no Brasil: tempos, espaços, lugares” (Edifurb, 2008); “Ensino
Religioso em escolas públicas: impacto sobre o estado laico” (Factash, 2008);
“Laicidade e Ensino Religioso no Brasil” (Letras Livros, 2010).
A partir da análise destes livros perceberam-se os seguintes elementos no
que diz respeito à relevância: - artigos e atividades direcionadas ao trabalho do ER e
Cidadania; - dinâmicas para a troca de experiência e construção coletiva do
conhecimento; - aspectos teóricos sobre os fundamentos pedagógicos do ER,
especificamente no campo da didática, atualizando a reflexão sobre a proposição
construída pelo PCNER, - discussão do ER nas instituições confessionais, levando
em consideração enquanto componente curricular e aspectos afins com a Pastoral
Escolar; - discussão sobre a identidade pedagógica, projeto pedagógico e avaliação;
- o registro histórico da construção do ER no cenário brasileiro ao longo da história,
para estabelecer a identidade deste componente curricular; - tendências
pedagógicas relacionadas com a bíblia e ao ecumenismo; - situação da formação de
professores de ER no cenário brasileiro, um retorno a comunidade catarinense; análise do ER em escolas públicas em suas interações com sociedade e cidadania,
destacando os impactos sobre o Estado Laico; - encontro entre as religiões e o
dispositivo da laicidade, oferta do ER nas escolas públicas brasileiras.
Quanto à inovação, as obras abordam temas como: – reflexões com
dinâmicas para serem trabalhadas com adolescentes e jovens; - dinâmicas que
144
possibilitam aos educandos a reflexão sobre transcendência e o conhecimento
religioso, - atividades que buscam valorizar o pluralismo e a diversidade cultural, reflexão sobre a identidade, concepção, história, mediação tecnológica do ER e a
estrutura de Pastoral escolar; - sistematização das reflexões sobre a identidade
pedagógica do ER e sua relação com aspectos da escolarização; - registro histórico
da primeira década do movimento de escolarização do ER no cenário brasileiro; discussão do perfil e o momento de passagem entre os dois modelos de ER:
fenomenológico e interconfessional; - relação entre ensino, pesquisa e extensão, no
diálogo entre ensino superior e a educação na discussão sobre o sagrado; questionamento da existência do ER no cenário brasileiro como país laico; - as
autoras percorrem as leis e livros didáticos a fim de responder sobre o significado do
ER nas escolas públicas brasileiras.
Quanto à potencialidade de impacto, detectaram-se possíveis usos das obras
entre: educadores (as) de ER e das áreas humanas, pesquisadores da área de
conhecimento, apoio didático aos professores; lideres religiosos, acadêmicos.
4º Bloco – Obra completa
Esta quarta categoria são livros estruturados por um, ou mais autores, de
forma unitária articuladamente, em que a temática é resultante de uma pesquisa ou
de reflexões coerentes e pertinentes, bem como, com a unicidade da equipe que
produziu a obra.
As quarenta e uma publicações que se enquadram neste bloco de análise,
foram organizadas em três grupos: - produções de único autor; - de mais de um
autor com unidade na elaboração; - obras publicadas por uma instituição ou
organização (por exemplo: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB;
Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso – FONAPER).
− Único autor: “O fenômeno religioso: Ensino Religioso escolar” (Letras e
Letras, 1995); “O Ensino Religioso na escola” (Vozes, 1995); “Ensino Religioso:
perspectivas pedagógicas” (Vozes, 1995); “O desenvolvimento da experiência
religiosa” (Vozes, 1995); “O Ensino Religioso no Brasil: tendências, conquistas,
perspectivas” (Vozes, 1996); “Educação religiosa como ensinar” (Loyola, 1997);
“Didática do Ensino Religioso nas estradas da vida – um caminho a ser feito” (FTD,
145
1997); “O Ensino Religioso e formação do ser político: uma proposta para a
consciência de cidadania” (Vozes, 1998); “O Ensino Religioso na nova LDB” (Vozes,
1998); “O tema gerador no currículo de educação religiosa: o senso do simbólico”
(Vozes, 2000); “Fundamentos filosóficos dos valores no Ensino Religioso: subsídios
no Ensino Religioso” (Vozes, 2000); “Ensino Religioso nas fronteiras da ética:
subsídios pedagógicos” (Vozes, 2001);” O Ensino Religioso em sala de aula. Luz
nova no chão da escola (Loyola, 2002); Adoradores do sol: reflexões sobre a
religiosidade indígena” (Vozes, 2003); “A interação pedagógica no Ensino Religioso”
(Sinodal, 2004); “Pentecostais: origens e começo” (Paulinas, 2005); “Pluralismo
religioso: as religiões no mundo atual” (Paulinas, 2005); “Ritos: expressões e
propriedades” (Paulinas, 2005); “Como a religião se organiza: tipos e processos”
(Paulinas, 2006); “Novos movimentos religiosos” (Paulinas, 2006); “O uso de
símbolos: sugestões para a sala de aula” (Paulinas, 2006); “Ensino Religioso:
significados da religião em diferentes contextos educativos” (Concórdia, 2007);
“Ensino Religioso: construção de uma proposta” (João Décio Passos (Paulinas,
2007); “Espaço sagrado: estudos em geografia da religião” (Ibpex, 2008); “História,
legislação e fundamentos do Ensino Religioso” (Ibpex, 2008); “Cultura e diversidade”
(Ibpex, 2008); “Fundamentalismos: matrizes, presenças e inquietações” (Paulinas,
2009); “Espiritismos: limiares entre a vida e a morte” (Paulinas, 2008); “Cultura
religiosa: caminhos para a construção do conhecimento” (Ibpex, 2009); “Ensino
Religioso: fundamentos epistemológicos” (Ibpex, 2009); “Ensino Religioso uma
perspectiva para a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental”
(Ibpex, 2009); “Ensino Religioso perspectivas para os anos finais do ensino
fundamental e para o ensino médio” (Ibpex, 2009); “Religião e educação: da ciência
da religião ao Ensino Religioso” (Paulinas, 2010);
− Mais de um autor com unicidade: “Ética, religiosidade e cidadania: subsídios
psicopedagógicos para professores” (Lê, 1997); “Encantar: uma prática pedagógica
no Ensino Religioso” (Vozes, 2003);” Ensino Religioso: no ensino fundamental”
(Cortez, 2007); “Ensino Religioso: aspectos legal de curricular” (Paulinas, 2007);
“Fundamentando pedagogicamente o Ensino Religioso” (Ibpex, 2009);
− Institucional: “Texto referencial para o Ensino Religioso escolar” (Vozes,
1996 – CNBB Regional Sul III); “Parâmetro Curricular Nacional do Ensino Religioso”
146
(Ave Maria, 1997 – FONAPER); “Ensino Religioso no cenário da educação
brasileira” (CNBB, 2007 – CNBB).
A partir destas obras percebeu-se quanto a relevância, temas que abordam: –
como trabalhar a escola a educação religiosa na escola leiga e pluralista cumprindo
o preceito constitucional; - a distinção entre os conceitos de catequese e ER e o
modelo de aula de ER a partir da figura de Maria, (este texto tornou-se um clássico
na literatura do ER); - reflexão a partir do contexto escolar para rediscutir este
componente curricular em uma nova perspectiva: o pedagógico, superando a leitura
eclesial; - primeiro trabalho explícito relacionando a temática do desenvolvimento
humano com o ER; - registro histórico da construção do ER no cenário brasileiro,
para estabelecer a sua identidade; - leitura do ER em uma perspectiva confessional,
para a escola católica; - formação do professor e eixos temáticos ligados a
cidadania; - - reflexão no campo filosófico que busca dialogar a relação do ER com a
questão política e de cidadania; - primeiro texto que sistematiza o que de fato
ocorreu na tramitação do artigo 33, da Lei 9634/96; - atualização da leitura
pedagógica do ER a partir do novo perfil deste componente curricular; - aspectos
filosóficos dos valores em sintonia com as urgências do processo educacional; leitura filosófica no campo da ética; - reflexão sobre o ER a partir da reuniões da
AEC do Brasil; - discussão sobre a cultura indígena brasileira, especialmente sobre
os elementos da religiosidade; - articulação da Ciência da Religião com o ER,
contribui com uma educação religiosa de caráter transconfessional; - principais
desafios do pluralismo religioso no contexto atual e Igrejas cristãs; - os ritos,
enquanto
pedagogias,
oferecem
conteúdos
às
consciências
e
regem
comportamentos; - relação entre a religião e as organizações sociais; - subsídios
para auxiliar na compreensão das mudanças em curso no campo religioso brasileiro;
- subsídios para que os símbolos sejam utilizados com facilitador da aprendizagem,
levando em consideração os objetivos da disciplina; - texto sobre o ER na ótica
protestante; - proposta para a identidade do ER na ótica das Ciências da Religião
(fenômeno religioso); - subsídios para a investigação do fenômeno religioso por meio
da interpretação das suas espacialidades; - síntese do processo histórico da
construção da identidade do ER elaborada de forma didática; - estudo da
diversidade cultural e sua variável na formação do povo brasileiro; - relevância de
147
grupos fundamentalistas não somente nos conflitos políticos internacionais, como
também por sua presença e ação no Brasil; - apresentação acadêmica da realidade
brasileira do espiritismo; - discussão acerca do fazer pedagógico do professor de
ER; - fundamentos epistemológicos do ER; - multiculturalismo (alicerça a
possibilidade de se compreender que o fenômeno religioso se estabelece por meio
de múltiplas linguagens: símbolos, mitos, ritos); - primeira obra que expressa a
relação teórica do ER e a Ciência da Religião; - relação da aprendizagem com o ER;
- roteiro para a formação de professores relacionado a prática pedagógica do ER, a
partir da LDB 9394/97; - referenciais teóricos-epistemológicos e pedagógicodidáticos do ER, como componente curricular; - interação pedagógica do ER e a sua
relação com a escola, especialmente na instituição pública; - fundamentos
pedagógicos do ER; - texto provisório que apresenta a reflexão e ação renovadoras
do ER no Rio Grande do Sul; - história do ER no contexto brasileiro, organizada pela
equipe da CNBB.
Quanto à inovação, as obras apresentam temáticas no que diz respeito a: reflexões de como iniciar estudantes e professores, numa atitude religiosa pluralista
e aberta ao diálogo ecumênico interreligioso, na perspectiva fenomenológica; apresentam ao público leitor a sistematização do principal intelectual desta área, do
período dos anos setenta a noventa, articulada nesta obra. A inovação deste texto é
a sistematização das reflexões das décadas anteriores; - primeiros elementos para a
escolarização do ER a partir da escola; - temática do desenvolvimento humano e da
experiência religiosa vinculada ao ER (até então, não era uma temática discutida
amplamente); - percurso histórico do ER que contribuiu como referencia para outros
trabalhos e novas pesquisas; - orientações psicopedagógicas de Santo Agostinho
para o educador religioso; - metodologia para formação de professores; - o exercício
de argumentar o papel do ER e sua relação com a cidadania; - percurso histórico do
movimento nacional do ER; - proposta de transposição didática do Ensino Religioso,
em um tema comemorado no ano 2000; os 500 anos da chegada dos portugueses
no Brasil; - reflexão sobre os valores na modernidade e pós-modernidade; - a
identidade e o agir ético na formação do professor; - instrumentos e técnicas de
planejamento, a fim de reconstruir um referencial para propor uma nova prática de
ER, - repensar a história religiosa, a partir do índio; - a concepção que o pluralismo
148
religioso é um princípio básico para o campo religioso atual; - o universo dos rituais é o
caminho para conhecermo-nos em nossa unidade antropológica fundamental e na
diversidade; - compreender os novos movimentos religiosos dentro de um constante
jogo entre o fundamentalismo e o relativismo; - amplo panorama sobre religião e ER no
Brasil, para que se pense sobre essas questões de uma forma mais apropriada com
suas repercussões e sua relação com a cultura atual; - o modelo das Ciências da
Religião é o único habilitado a sustentar a autonomia epistemológica e pedagógica do
ER; - operacionalização do conceito do espaço sagrado através do estudo das
espacialidades religiosas; - construção do conceito de cultura e a sua aplicação, para
compreender a relação na formação da diversidade religiosa brasileira; - articulação das
Ciências da Religião com o Ensino Religioso; - a questão das relações complexas entre
a sociedade e o religioso que a reflete, incide sobre ela, a significa; - criação e
organização das tradições religiosas no seu universo histórico-cultural e sua importância
no processo de humanização; - metodologia do ER por segmento escolar; - explicitação
da relação entre ER e a Ciência da Religião; - aplicação dos elementos da
psicopedagogia para orientar a formação do professor de ER; - a nova função do ER,
enquanto área de conhecimento; - propostas de encaminhamentos epistemológicos e
pedagógicos baseados na LDBEN 9394/96 e na Lei 9475/97, que alterou a redação do
artigo da LDBEN; -organização dos fundamentos pedagógicos para o ER, visando a
estruturação deste componente curricular; - o lugar do ER na realidade escolar e suas
conexões com as políticas públicas; - sistematização de um período de pesquisa e
orientação operacional no Rio Grande do Sul; - importância de estudar uma disciplina a
caminho de sua configuração com área de conhecimento e fundamentos para tal.
Quanto à potencialidade de impacto detectaram-se possíveis usos das obras
entre: formação de professores; educadores; pesquisadores; estudantes de magistério e
licenciatura, professores do Ensino Fundamental e Médio, coordenadores; educadores
de escolas públicas, educação e diversos níveis de atuação; apoio didático ao professor
de ER; disciplinas afins do ensino fundamental e médio. No que diz respeito à
reimpressão ou reedição; vale destacar que uma obra (1995, Vozes) devido ao
ineditismo esgotou e a editora não o reeditou. Estas obras destacadas nos permitem
revisitar aspectos históricos, pedagógicos e epistemológicos para o Ensino Religioso no
contexto brasileiro.
149
Década de noventa (1995 a 1999)
Década de dez – Século XXI (2000 a 2003)
Década de dez – Século XXI (2004 a 2006)
150
Década de dez – Século XXI (2007 a 2008)
Década de dez – Século XXI (2009 a 2010)
Livros publicados entre 1995 a 2010
151
CAPÍTULO 05
PESQUISADORES E TEMAS DE UMA IDENTIDADE
Com a efetivação das pesquisas e ampliação das publicação dos diferentes
aspectos sobre o Ensino Religioso especialmente a partir da revisão do artigo 33 da
Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (1997) estimulado pelo trabalho
articulado pelas ações do Fórum Nacional Permamente do Ensino Religioso
(FONAPER) temos um novo horizonte de pesquisas e ações sobre este componente
curricular. A partir do levantamento da produção científica foi possível identificar os
pesquisadores e seus respectivos perfis, assim como os temas mais aprofundados
nessa área. Vejamos este quadro produzido pela pesquisa.
1. PERFIL DOS PESQUISADORES
Visando análise da produção científica do Ensino Religioso, é necessário
conhecer o perfil de seus autores, acompanhar o processo de evolução da disciplina
e assim da produção científica. Para tanto, decidimos levantar o perfil dos currículos
desses autores disponibilizados na Plataforma Lattes com as informações sobre sua
formação acadêmica. A Plataforma Lattes é a experiência do CNPq na integração de
bases de dados de Currículos, de Grupos de pesquisa e de Instituições em um único
Sistema de Informações, pois permite o cadastro, envio, atualização e download de
currículos de pessoas que atuam na área de tecnologia, pesquisas e ciência. Na
plataforma Lattes, o histórico e os dados de quem atua nas áreas envolvidas ajudam
a formar o conceito dos profissionais que estão na base de dados. Essa situação se
caracteriza na prática, pois o mundo acadêmico reconhece o currículo Lattes como a
ferramenta preferencial para a apresentação do profissional da área. As pesquisas
sobre os profissionais da área acadêmica, via de regra, é realizada através dessa
base de dados.
Devido ao seu grau de abrangência, as informações constantes da Plataforma
Lattes podem ser utilizadas tanto no apoio a atividades de gestão, como no apoio à
formulação de políticas para a área de ciência e tecnologia. O Currículo Lattes
152
registra a vida pregressa e atual dos pesquisadores sendo elemento indispensável à
análise de mérito e competência dos pleitos apresentados à Agência. A partir do
Currículo Lattes (CV), o CNPq desenvolveu um formato-padrão para coleta de
informações curriculares hoje adotados pela maioria das instituições de fomento,
universidades e institutos de pesquisa do País.
Os arquivos pessoais marcam uma característica de acordo com Fraiz (1988)
esta preponderância do valor informativo de seus documentos, para uso de fins
históricos e identificatórios. Tais documentos favorecem ao acesso não somente a
história de pessoas ou instituições, mas também como uma trajetória de atuação e
relação sócio-política e econômica que circunscreve os registros contidos nos
currículos. Após o mapeamento foram localizados 559 Autores, Orientandos e
Orientadores de Dissertações e Teses, Autores e Co-Autores de Artigos para
Eventos Científicos e Periódicos Científicos, de Livros Teóricos sobre o Ensino
Religioso.
A partir do mapeamento foi possível identificar que o Paraná (PUCPR) e o Rio
Grande do Sul (EST) apresentam o maior índice de produção e divulgação dos
trabalhos realizados sobre este componente curricular, destacando: Sérgio Rogério
Azevedo Junqueira (18 orientações de mestrado – 48 artigos em eventos – 38
artigos em periódicos – 14 livros), seguido de Remi Klein (02 orientações de
mestrado – 22 artigos em eventos – 04 artigos em periódicos – 06 livros), Manfrendo
Carlos Wachs (01 orientação de doutorado – 01 orientação de mestrado – 22 artigos
em eventos – 06 livros), finalmente nesta relação do grupo de pesquisadores com
maior incidência localizamos: Laude Erandi Brandenburg (01 orientação de
mestrado – 11 artigos em eventos – 06 livros), assim como Lilian Blanck de Oliveira
(13 artigos em eventos – 04 artigos em periódicos – 06 livros). Este grupo de cinco
pesquisadores são de Doutores sendo um na área de Educação e quatro em
Teologia que ao longo de quinze anos (1995-2010) discutiram elementos referentes
a história, legislação, epistemologia e didática, relacionados a programas de pósgraduação em suas instituições PUCPR – EST – FURB o que favorece o
desenvolvimento de uma produção acadêmica. A partir destes elementos
detalhamos a cartografia dos pesquisadores e sua relação com a produção e sua
formação.
153
Autor/a
Adalgisa Regina Teixeira
Adecir Pozzer
Ademildo Kuhn
Adilson Schultz
Adriana Campos
Adriana do Carmo Correa Fontes
Adriana Regina de Jesus Santos
Afonso Maria Ligorio Soares
Ailton Trindade da Silva
Airton Gomes Teixeira
Alane de Lucena Leal
Alberto da Silva Moreira
Alberto do Amaral Júnior
Alceu Ravanello Ferraro
Aldinéa Gomes de Mello
Alessandro Cesar Bigheto
Aline Branquinho Silva
Aline Pereira Lima
Alípio Marcio Dias Casali
Álvaro Baso
Amauri Carlos Ferreira
Ana Alice Alcantara Costa
Ana Cândida Vieira Henriques
Ana Ericka Sobral Chrispim Pereira Cínthia
Ana Lúcia Parada Baptista
Ana Maria Coutinho de Sales
Ana Marie Cavaliere
Ana Paula Rodrigues Cavalcanti
Anaxsuell Fernando da Silva
Anderson Cavalcante Viana Filho
Anderson de Freitas Barros
Anderson Ferreira Costa
Andréa Carla Agnes e Silva Pinto
Andréa de Oliveira Queiroz
Andréa Gomes Cardoso
Andreza Silva Souza
Ângela Maria Holanda
Anísia de Paulo Figueiredo
Anna Cândida da Cunha Ferraz
Anneliese Pikart
Antonio Boeing
Antonio Chizzotti
Antonio da Silva Pereira
Antonio Donizetti Sgarbi
Antônio Francisco da Silva
Antonio Gomes da Costa Neto
Antonio Joaquim Severino
Antônio Lopes Ribeiro
Antonio Maspoli de Araújo Gomes
Araceli Sobreira Benevides
Augusto Betzch
Augusto Schumann dos Santos
Azimar dos Santos Soares Júnior
Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa
Benedita Aguiar Ferreira
Berenice Fernandes de Souza Outeiro
Bonifácio Solak
Brendan Coleman McDonald
Bruno Ferreira da Costa
Carla Rosane Silveira Garcia
Carlos André Cavalcanti
Carlos Odilon da Costa
Carlos Roberto Jamil Cury
Carmem Maria Craidy
Carmencita de Araújo Seffrin
Carolina do Rocio Nizer
Cássia Maria Baptista de Oliveira
Ceciélio Dias Côrtes
Cecília Hess
Célia Marize Bundchen
Célia Smarjassi
Célio Borja
Celma Christina Cruz da Rocha
Cesar Alberto Ranquetat Júnior
Cesar Augusto Castro
César da Silva Camargo
Cézar Alencar Arnault de Toledo
Claricia Otto
Claudete Beise Ulrich
Claudia Kluck
Claudia Malbergier Caon
Orientando de
Doutorado
Orientador de
Doutorado
Orientando de
Mestrado
Orientador de
Mestrado
Autor de Artigo
de Evento
Autor de Artigo
em Periódico
Autor de
Livro
154
Cláudia Regina Tavares Cardoso
Claudiana Soares da Costa
Claudino Gilz
Cláudio de Souza
Cledes Markus
Cleide C. da Silva Scarlatelli
Cristiano Otávio Paixão Araújo Pinto
Cristina Py de Pinto Gomes Mairesse
Cybelle Pardo Andrade Amaral Gomes
Cynthia Greive Veiga
Daniel Bueno da Silveira
Daniel Torquato Fonseca de Lima
Daniela Hack
Daniela Patti do Amaral
Daniela Viana Leal
Danilo Badaró Mendonça
Danilo Romeu Streck
Danise Cristiane Rios Araújo
Darcy Cordeiro
Dario Paulo Barrera Rivera
Debora Diniz
Débora Toniolo Rau
Débora Vasti Colombani Bispo de Almeida
Denise Botelho
Denise Hinnah de Almeira
Diane Marcy de Brito Marinho
Diego Messias da Silva
Diego Moraes Batista
Dilmeire Sant’Anna Ramos Vosgerau
Diná Raquel Daudt da Costa
Divino Flavio de Souza Nascimento
Djanna Zita Fontanive
Dolores Henn Fontanive
Domenico Costella
Dora Incontri
Douglas Cabral Dantas
Douglas Jeferson Menslin
Ederlaine Fernandes Braga
Edgley Cassiano Delgado
Edile Maria Fracaro Rodrigues
Edilson Ribeiro
Edith Gonzalez
Edlaine de Campos Gomes
Ednilson Turozi de Oliveira
Ednilza Alves Cabral da Silva
Edson Pereira Lopes
Edson Ponick
Eduardo Basto de Albuquerque
Eduardo Paiva dos Santos
Elaine Gleci Neuenfeldt
Elcio Cecchetti
Eliana Aparecida Lopes Gagg
Eliane Maura Littig Milhomem de Freitas
Eliane Moura da Silva
Eline de Oliveira Campos
Elisabeth Zisssis Gersos
Elisama Sara Souto de Almeida
Elisângela Pereira Machado
Eliseu Roque do Espírito Santo
Eliton de Araujo Santos
Elizabete da Conceição Paiva de Oliveira
Ellen M. Dallmann
Elson Oliveira Souza
Emerli Schlögl
Emerson Alessandro Giumbelli
Eninéia Maria de Almeida
Enio José da Costa Brito
Érica Emilia Rodrigues Machida
Erica Ströher
Erlei Antonio Vieira
Ernesto Jacob Keim
Eronides Rodrigues de Freitas Silva
Eronildes Schultz Souza
Estevão Domingos de Oliveira Neto
Euclésio Rambo
Euclides Marchi
Eulálio Figueira
Eunice Simões Lins Gomes
Eurico dos Santos Veloso
Eusa Reynaldo da Silva
Eva Maria Siqueira Alves
Evaldo Luis Pauly
Evanor Daniel de Castro
Everaldo Cescon
155
Éverson Dummer
Fábia da Costa Leite Rodriguez
Fabiana Cristina da Conceição
Fábio Augusto Darius
Fábio Portella Lopes de Almeida
Fátima Aparecida Frisanco
Fernando Lothario da Roza
Flawbert Farias Guedes Pinheiro
Francisca Helena Cunha Daneliczen
Francisca Roseane Franco Ribeiro de Sousa
Francisco Aparecido Cordão
Francisco Catão
Francisco de Assis Carvalho
Francisco Melquiades Falcão Leal
Geraldo José de Paiva
Gianice Stabile Fortes
Gilberto Luiz Ludwig
Gilbraz de Souza Aragão
Gilmar Francisco Araujo
Gilson Marcos da Silva
Gilton Barbosa Abreu
Giovanna Cristina Januário Alves
Gisela Isolde Waechter Streck
Gisele Mazzarollo
Giseli do Prado Siqueira
Glória das Neves Dutra Escarião
Gracileide Alves da Silva
Graziela Rinaldi da Rosa
Gundula Schievelbein
Hédio Silva Júnior
Henri Luiz Fuchs
Hilário Inácio Bonh
Hugo Alexandre Espínola Mangueira
Ieda Zimmermann Port
Iglê Moura Paz Ribeiro
Iliana Juracy de Amorim Biscaia Machado
Inês Alves Lourenço
Ione Fiorini Thomé
Iracildo Pereira Castro
Ires Lausmann Klein
Iria Markus Schmidt
Irma Beatriz Araújo Kappel
Isabel Cristina de Moura Dorn
Isabel Cristina Piccinelli Dissenha
Iuri Andréas Reblin
Ivoni Anselmo
Ivonildes da Silva Fonseca
Izabel Moura Dorn
Jacirema Maria Thimoteo dos Santos
Jaime Roy Doxsey
James Reaves Farris
Janaína Camilo
Janaina Hubner
Janayna de Alencar Lui
Jaqueline R. Bezerra Galiza
Jesse Felipe de Almeida
Joachim Andrade
João Décio Passos
João Everton Cruz
João Henrique dos Santos
João Marcelo Rodrigues Silva
Joel Antonio Ferreira
Joel Luís Dumke
Joel Spcart
Joelma Brandi
Jonas Roos
Jordanna Castelo Branco
Jorge Claudio Ribeiro
José Antonio Cervigon Pinedo
José Antônio Lucas Guimarães
José Camilo dos Santos Filho
José Carlos Bertoni
José Carlos Calazans
José Carlos Souza Araujo
José Claudio Pecini
José Damião Limeira
José Deon
José Donizete de Souza
José Ivo Follmann
José J Queiroz
José Luis Derisso
José Ribamar Torres Rodrigues
José Rubens Lima Jardilino
José Vaidergorn
156
Josefa Vênus de Amorim
Joselina da Silva
Josely de Moraes Antonio
Josias Rafael Wagner
Juan José Mourino Mosquera
Juliana de Mello labor
Júlio César de Lima
Jung Mo Sung
Jussara Wilborn Griebeler
Kalil de Oliveira
Karin Wondracek
Karina Kosicki Bellotti
Kássia Mota de Sousa
Kelly Sartori Sebben
Kleberson Massaro Rodrigues
Laan Mendes de Barros
Laerthe de Moraes Abreu Junior
Laice Cales de Oliveira
Lara Sayão Lobato de Andrade Ferraz
Laude Erandi Brandenburg
Leá Marcondes
Leandro Rosa
Léo Marcelo Plantes Machado
Leomar Antônio Brustolin
Liana Plentz Marquardt
Lidia Kadlubitski
Lidiane Fatima Grützmann Carneiro
Ligia de Souza Junqueira
Lilian Anna Waschowicz
Lilian Blanck de Oliveira
Lilian Conceição da Silva Pessoa
Liliana Cláudia Seehaber
Loreni Maria Machado
Lourival José Martins Filho
Luana Andressa Freitas Ribeiro Peres
Lúcia Velloso Maurício
Luciana Andreis
Luciana de Almeida Campos
Luciana Maria Giovanni
Luciane Marina Zimernan
Lúcio Kreutz
Lucio Paiva Flores
Luis Carlos de Lima Pacheco
Luis José de Oliveira Geraldes
Luiz Alberto Sousa Alves
Luiz Alencar Libório
Luiz Antônio Cunha
Luiz Carlos Barreira
Luiz Cavaliere Bazílio
Luiz Felipe Pondé
Luiz Guilherme Mattos Braga
Luiz Heron Scherer
Luiz João Firmino
Lurdes Caron
Lurdes Fatima Polidoro
Lusival Antonio Barcellos
Luzia Sena
Lygia Baptista Beraba Pauleto Segala
Lyndon de Araújo Santos
Madalena Fernandes
Manfredo Carlos Wachs
Manoel Campos Rodrigues
Mara Regina Martins Jacomelli
Marceli Porn Steffens
Marcelo Máximo Purificação
Márcia E. L. da Paixão
Marcia Mello Costa De liberal
Márcia Serra Ribeiro Viana
Márcio Graça
Márcio Hoff
Marco Aurélio Corrêa Martins
Marcos André Scussel
Marcos Augusto Armange
Marcos Barbosa de Oliveira
Marcos Prestes
Marcos Rodrigues da Silva
Marcos Suel Zanette
Marga Janete Ströher
Margarete Vill de Souza
Margarida Manke Bento
Margarida Maria Lacombe Camargo
Maria Amélia Schmidt Dickie
Maria Angela Vilhena
Maria Aparecida Sanches Coelho
157
Maria Auxiliadora Monteiro Oliveira
Maria Azimar Fernandes e Silva
Maria Cecília M. NN. Giovanella
Maria Celina Cabreira Nasser
Maria Clara L. Bingemer
Maria Cristina Alves de Pontes
Maria Cristina Caetano
Maria Cristina Lima
Maria Cristina Mariante Guarnieri
Maria Cristina Rieth
Maria da Conceição de Oliveira
Maria da Graça Nicoletti Mizukami
Maria de Fátima Canindé Silva da Fonseca
Maria de Fátima Magalhães Mariani
Maria de Lourdes Masiero Lamim
Maria Dilma Watanabe
Maria Dirlane Witt
Maria do Carmo Martins
Maria do Socorro Batista Martins
Maria do Socorro de Oliveira
Maria do Socorro Ieião Bezerra Martins
Maria Efigênia Daltro Coelho
Maria Eliane Azevedo da Silva
Maria Garcia
Maria Inês Carniato
Maria José Fontelas Rosado-Nunes
Maria José Torres Holmes
Maria Judith Sucupira da Costa Lins
Maria Lina Rodrigues de Jesus
Maria Lúcia de Freitas Lucena
Maria Luiza V. Kepler
Maria Marta Martins da Silva
Maria Suzana de Stefano Menin
Mariane do Rocio Perts Kravice
Marielle de Souza Vianna
Marilac Loraine da Rosa Oleniki.
Marilena Ap. Jorge Guedes de Camargo
Marilena Rodrigues Abud
Marili Bassini
Marília De Franceschi Neto Domingos
Marinilson Barbosa da Silva
Marisa Bittar
Marisa Cristina Vorraber Costa
Marislei de Sousa Espídula Brasileiro
Maristela Gomes de Souza Guedes
Marlon Lenadro Schock
Marly Ferreira Holanda Ramos
Marta Nornberg da Silva
Mateus Geraldo Xavier
Maurício Sales de Almeida
Mercedes Villa Cupolillo
Michael Reinhard Maria Becker
Michelle de Kássia Fonseca Barbosa
Michelle Razuck Arci
Miguel Longhi
Miguel Lucas
Milena Aparecida Almeida Candiá
Mirian Matulio de Souza
Mirian Rejane Flores Cerverira
Monica Amaral Melo Poyares
Napoleão Marcos de Moura Mendes
Natasja Weena Cabral Pontes
Neide da Silva Paiva
Neide Márcia Scheffer de Oliveira
Neide Miele
Nestor Luiz João Beck
Neuza Alves Nascimento
Nilda de Oliveira Bentes
Nilton de Freitas Monteiro
Nilva Windmoller Brendler
Nilza Bernardes Santiago
Nilza Donizetti Dias Ferreira
Nivaldo Alves de Souza
Norberto Dallabrida
Norma Edith Ben Altabef
Núbia Berny Mauch
Oneide Bobsin
Oscar Vasconcelos de Souza Filho
Osmarina Ercídia de Almeida
Oswaldo Vianna Junior
Patrícia Corsino
Patrícia Lopes Fernandes
Paula Maria Fernandes da Silva
Paulo de Tarso Galembeck
158
Paulo Francisco Júnior
Paulo Vinicius Bpatista da Silva
Pedro Lima Vasconcellos
Pedro Miguel Almeida
Pedro Ruedell
Péricles Andrade
Peters Kravice
Priscila Kaufmann Corrêa
Rachel de Morais Borges Perobelli
Rafael Rodrigues da Silva
Raimundo Márcio Mota de Castro
Raquel Miranda de Oliveira
Raul Aragão Martins.
Raul Wagner
Remí Klein
Renata Dumont Flecha
René Simonato Sant’ana
Ricardo Antonio Gonçalves Teixeira
Ricardo Mariano
Rita Estefânia Luz dos Passos
Rivael de Jesus Nacimento
Roberlei Panasiewicz
Roberto Antonio Daunis
Roberto Ervino Zwetsch
Robson Stigar
Rodinei Baldinot
Rodolfo Petrelli
Rodrigo Augusto de Souza
Rodrigo Mota Narcizo
Rodrigo Oliveira dos Santos
Rogerio Garcia
Romilda Teodora Ens
Romualdo Portela de Oliveira
Ronald Alves Nunes
Rosa Assunta de Cezaro
Rosa Cássia Trindade
Rosa Gitana Krob Meneghetti
Rosa Lydia Teixeira Corrêa
Rosa Maria Calaes de Andrade
Rosália Maria Netto Prados
Rosane Andrade Torquato
Rosângela da Silva Gomes
Rosangela Sturmer
Rosanilda Kich
Rosário de Fátima Silva
Roseana Viebrante
Roselí Blanck
Roseli Fischmann
Samir Araujo Casseb
Sandra de Fátima Pereira Tosta
Sandra de Sá Carneiro
Sandra Mara de Oliveira
Sandra Michelluzzi Biazotto
Sandro Luckmann
Selma de Sousa Brito
Sérgio de Araújo
Sérgio Junqueira
Sergio Luis do Nascimento
Sergio Portella
Sérgio Ricardo Coutinho Santos
Shirley da Silva Bastos
Siéllysson Francisco da Silva
Silas Guerriero
Silvana Fortaleza dos Santos
Silvia Cristina Hack Alves
Simone Fusinato Rezende
Simone Paixão Rodrigues
Simone Riske Koch
Sirlene de Castro Oliveira
Solange de Araújo Severino
Sonia Aparecida de Nogueira
Sonia de Itoz
Sonia Maria Dias
Sonia Maria Silveira
Sônia Maria Teles Teixeira
Sonia Regina Lyra
Sonia Salete P. Assumpção
Soraya Heinrich Eberle
Sueli Carneiro
Sueli Teresinha de Abreu Bernardes
Sunamita Araújo Pereira
Susana Maria Zimmer
Suzan Alberton Pozzer
Suzana dos Santos Gomes
159
Sylvio Fausto Gil Filho
Talita Bender Teixeira
Tânia Conceição Iglesias do Amaral
Tânia Cristina Markus
Tarcísio Afonso Wickert
Tarcizo Gonçalves Filho
Tatiana Lionço
Teofilo Bacha Filho
Teresinha Zanella
Terezinha Maria Mocellin
Thalita Folmann da Silva
Thalita Regina Garcia da Silva
Therezinha M. L. da Cruz
Thiago A. Avellar de Aquino
Thomé Eliziário Tavares Filho
Ulysses Rezende Neto
Valdir Cândido de Deus
Valério Guilherme Schaper
Valmir Biaca
Valmor da Silva
Vanessa Carneiro Bonina Lima Magri
Vanessa Carrião
Vera Janete Winkelmann
Vera Lúcia do Amaral
Vera Lúcia Lins Sant’anna
Vera Lúcia Oliveira Neiss
Vera Maria Ferrão Candau
Vera Regina Aparecida Faria
Vera Rudge Werneck
Verioni Ribeiro Bastos
Veroni Teresinha Medeiros
Verônica Luisa Dhein
Vicente Paulo Alves
Vicentina Jacques Binello
Vicentina Mendes da Silva Santos
Vilma Tereza Rech
Vítor Lins Oliveira
Viviane Cristina Cândido
Viviane Lontra Teixeira Nunes
Viviane Mayer Daldegan
Volmir Araldi
Wagner Lopes Sanches
Wagner Teruel
Walmor de Oliveira Azevedo
Wanda Deifelt
Wander Moreira da Costa
Wanderley José de Faria
Wilian Ramos Marcos
William César Andrade
Willian Kaizer de Oliveira
Wilma B. Borges de Macedo
Wilma Rosa Cononaco
Wilson José Vieira
Wolfgang Gruen
Zenaide Aparecida Coradine
Zilda Gaspar Oliveira de Aquino
Zuleika Leonora Schmidt Costa
Tabela 33 - Pesquisadores
160
+ TESES E DISSERTAÇÕES
a) Relação Orientando/Orientador
Dos 122 pesquisadores distribuídos entre 87 Orientadores registrados e 04
não identificados nas Dissertações, e 21 pesquisadores distribuídos entre 20
Orientadores registrados. Percebe-se que o tema do Ensino Religioso para um
número significativo de Orientadores das Dissertações e Teses surgiu como um
elemento tangencial em suas respectivas pesquisas, não assumindo sua linha de
investigação contínua. Os quadros que seguem explicitam a relação entre
Orientandos e Orientadores de tal forma que permita a compreensão sobre o
impacto
das
pesquisas.
É
necessário deixar registrado
que
a falta de
complementação dos CV muitas vezes não permitiu uma clara identificação de
Orientandos e Orientadores.
Dissertações
Orientadas - Mestrado
17
05
03
02
01
Orientadores
Sérgio Junqueira
José J Queiroz
Ernesto Jacob Keim
Cézar Alencar Arnault de Toledo
Enio José da Costa Brito
Gisela Isolde Waechter Streck
Hilário Inácio Bonh
Jung Mo Sung
Márcia Mello Costa De Liberal
Maria José Fontelas Rosado-Nunes
Remí Klein
Silas Guerriero
Valmor da Silva
Vera Rudge Werneck
Alceu Ravanello Ferraro
Alípio Marcio Dias Casali
Amauri Carlos Ferreira
Ana Alice Alcantara Costa
Antonio Joaquim Severino
Carlos André Cavalcanti
Carmem Maria Craidy
Claricia Otto
Cristiano Otavio Paixão Araújo Pinto
Danilo Romeu Streck
Dario Paulo Barrera Rivera
Denise Botelho
Edson Pereira Lopes
Elaine Gleci Neuenfeldt
Emerson Alessandro Giumbelli
Eva Maria Siqueira Alves
Evaldo Luis Pauly
Gilbraz de Souza Aragão
No. de pesquisadores
01
01
01
11
74
161
04
Glória das Neves Dutra Escarião
Jaime Roy Doxsey
James Reaves Farris
Joel Antonio Ferreir
José Camilo dos Santos Filho
José Carlos Souza Araujo
José Ribamar Torres Rodrigues
José Rubens Lima Jardilino
Joselina da Silva
Juan José Mourino Mosquera
Laan Mendes de Barros
Laerthe de Moraes Abreu Junior
Laude Erandi Brandenburg
Leomar Antônio Brustolin
Lúcia Velloso Maurício
Luciana Maria Giovanni
Lúcio Kreutz
Luiz Alencar Libório
Luiz Carlos Barreira
Lusival Antonio Barcellos
Lygia Baptista Beraba Pauleto Segala
Manfredo Carlos Wachs
Márcia Serra Ribeiro Viana
Marcos Barbosa de Oliveira
Marga Janete Ströher
Margarida Maria Lacombe Camargo
Maria Amélia Schmidt Dickie
Maria Aparecida Sanches Coelho
Maria Auxiliadora Monteiro Oliveira
Maria Clara L. Bingemer
Maria da Graça Nicoletti Mizukami
Maria do Carmo Martins
Maria Suzana de Stefano Menin
Marilena Ap. Jorge Guedes de Camargo
Marisa Bittar
Marisa Cristina Vorraber Costa
Mercedes Villa Cupolillo
Nestor Luiz João Beck
Nilda de Oliveira Bentes
Nivaldo Alves de Souza
Norberto Dallabrida
Paulo Vinicius Bpatista da Silva
Pedro Lima Vasconcellos
Raul Aragão Martins.
Ricardo Mariano
Roberlei Panasiewicz
Roberto Ervino Zwetsch
Rodolfo Petrelli
Rosália Maria Netto Prados
Sandra de Fátima Pereira Tosta
Sérgio de Araújo
Sueli Teresinha de Abreu Bernardes
Walmor de Oliveira Azevedo
Zilda Gaspar Oliveira de Aquino
Sem Informação
Tabela 34 – Teses e Dissertações
162
ORIENTADOR - Mestrado
Alceu Ravanello Ferraro
Alípio Marcio Dias Casali
Amauri Carlos Ferreira
Ana Alice Alcantara Costa
Antonio Joaquim Severino
Carlos André Cavalcanti
Carmem Maria Craidy
Cézar Alencar Arnault de Toledo
Cézar Alencar Arnault de Toledo
Claricia Otto
Cristiano Otavio Paixão Araújo Pinto
Danilo Romeu Streck
Dario Paulo Barrera Rivera
Denise Botelho
Edson Pereira Lopes
Elaine Gleci Neuenfeldt
Emerson Alessandro Giumbelli
Enio José da Costa Brito
Enio José da Costa Brito
Ernesto Jacob Keim
Ernesto Jacob Keim
Ernesto Jacob Keim
Eva Maria Siqueira Alves
Evaldo Luis Pauly
Gilbraz de Souza Aragão
Gisela Isolde Waechter Streck
Gisela Isolde Waechter Streck
Glória das Neves Dutra Escarião
Hilário Inácio Bonh
Hilário Inácio Bonh
Jaime Roy Doxsey
James Reaves Farris
Joel Antonio Ferreir
José Camilo dos Santos Filho
José Carlos Souza Araujo
José J Queiroz
José J Queiroz
José J Queiroz
José J Queiroz
José J Queiroz
José Ribamar Torres Rodrigues
José Rubens Lima Jardilino
Joselina da Silva
Juan José Mourino Mosquera
Jung Mo Sung
Jung Mo Sung
Laan Mendes de Barros
Laerthe de Moraes Abreu Junior
Laude Erandi Brandenburg
Leomar Antônio Brustolin
Lúcia Velloso Maurício
Luciana Maria Giovanni
Lúcio Kreutz
Luiz Alencar Libório
Luiz Carlos Barreira
Lusival Antonio Barcellos
Lygia Baptista Pereira Segala Pauletto
Manfredo Carlos Wachs
Márcia Mello Costa De Liberal
Márcia Mello Costa de Liberal
Márcia Serra Ribeiro Viana
Marcos Barbosa de Oliveira
Marga Janete Ströher
Margarida Maria Lacombe Camargo
Maria Amélia Schmidt Dickie
Maria Aparecida Sanches Coelho
ORIENTANDOS - Mestrandos
Gisele Mazzarollo
Maria Dilma Watanabe
Vera Lúcia Oliveira Neiss
Elizabete da Conceição Paiva de Oliveira
Rogerio Garcia
Hugo Alexandre Espínola Mangueira
Zuleika Leonora Schmidt Costa
Fátima Aparecida Frisanco
Tânia Conceição Iglesias do Amaral
Divino Flavio de Souza Nascimento
Fábio Portella Lopes de Almeida
Lurdes Caron
Cybelle Pardo Amaral Gomes
Antonio Gomes da Costa Neto
Michelle Razuck Arci
Maria Efigênia Daltro Coelho
Luiz Guilherme Mattos Braga
Antônio Francisco da Silva
José Antonio Cervigon Pinedo
Dolores Henn Fontanive
Francisca Helena Cunha Daneliczen
Simone Fusinato Rezende
Simone Paixão Rodrigues
Neide Márcia Scheffer de Oliveira
Luis Carlos de Lima Pacheco
Kelly Sartori Sebben
Rita Estefânia Luz dos Passos
Maria José Torres Holmes
Mariane do Rocio Perts Kravice
Simone Riske Koch
Aldinéa Gomes de Mello
Marcos Prestes
Oscar Vasconcelos de Souza Filho
José Claudio Pecini
Sirlene de Castro Oliveira
Ceciélio Dias Côrtes
Débora Vasti Colombani Bispo de Almeida
Maria Cristina Lima
Viviane Cristina Cândido
Wilma Rosa Cononaco
Napoleão Marcos de Moura Mendes
Zenaide Aparecida Coradine
Kássia Mota de Sousa
Marcos André Scussel
Giseli do Prado Siqueira
Jacirema Maria Thimoteo dos Santos
Márcio Graça
Ligia de Souza Junqueira
Ulysses Rezende Neto
Vilma Tereza Rech
Shirley da Silva Bastos
Vera Regina Aparecida Faria
Luiz Heron Scherer
Gilmar Francisco Araujo
Antonio Donizetti Sgarbi
Gracileide Alves da Silva
Luciana de Almeida Campos
Gianice Stabile Fortes
Ailton Trindade da Silva
Augusto Schumann dos Santos
Berenice Fernandes de Souza Outeiro
Claudia Malbergier Caon
Marcelo Máximo Purificação
Danilo Badaró Mendonça
Janayna de Alencar Lui
Giseli do Prado Siqueira
163
Maria Auxiliadora Monteiro Oliveira
Maria Clara L. Bingemer
Maria da Graça Nicoletti Mizukami
Maria do Carmo Martins
Maria José Fontelas Rosado-Nunes
Maria José Fontelas Rosado-Nunes
Maria Suzana de Stefano Menin
Marilena Ap. Jorge Guedes de Camargo
Marisa Bittar
Marisa Cristina Vorraber Costa
Mercedes Villa Cupolillo
Nestor Luiz João Beck
Nilda de Oliveira Bentes
Nivaldo Alves de Souza
Norberto Dallabrida
Paulo Vinicius Bpatista da Silva
Pedro Lima Vasconcellos
Raul Aragão Martins.
Remí Klein
Remí Klein
Ricardo Mariano
Roberlei Panasiewicz
Roberto Ervino Zwetsch
Rodolfo Petrelli
Rosália Maria Netto Prados
Sandra de Fátima Pereira Tosta
Sérgio de Araújo
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Silas Guerriero
Silas Guerriero
Sueli Teresinha de Abreu Bernardes
Valmor da Silva
Valmor da Silva
Vera Rudge Werneck
Vera Rudge Werneck
Walmor de Oliveira Azevedo
Zilda Gaspar Oliveira de Aquino
Sem Informação
Sem Informação
Sem Informação
87 Orientadores/03 Sem Informação
Maria Cristina Caetano
Mateus Geraldo Xavier
José Carlos Bertoni
Priscila Kaufmann Corrêa
Anísia de Paulo Figueiredo
Nilza Donizetti Dias Ferreira
Aline Pereira Lima
Vanessa Carneiro Bonina Lima Magri
José Luis Derisso
Célia Marize Bundchen
Adalgisa Regina Teixeira
Roselí Blanck
Iracildo Pereira Castro
Cecília Hess
Volmir Araldi
Sergio Luis do Nascimento
Robson Stigar
Thalita Regina Garcia da Silva
Rosangela Sturmer
Valdir Cândido de Deus
Cesar Alberto Ranquetat Júnior
Wilian Ramos Marcos
Gilton Barbosa Abreu
Alane de Lucena Leal
Maria de Lourdes Masiero Lamim
Douglas Cabral Dantas
Ricardo Antonio Gonçalves Teixeira
Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa
Cláudia Regina Tavares Cardoso
Claudino Gilz
Danise Cristiane rios Araújo
Douglas Jeferson Menslin
Edile Maria Fracaro Rodrigues
Edilson Ribeiro
Emerli Schlogl.
Erlei Antonio Vieira
Isabel Cristina Piccinelli Dissenha
Léo Marcelo Plantes Machado
Liliana Cláudia Seehaber
Marilac Loraine da Rosa Oleniki.
Miguel Longhi
Rivael de Jesus Nacimento
Silvana Fortaleza dos Santos
Vera Lúcia do Amaral
Lurdes Fatima Polidoro
Monica Amaral Melo Poyares
Raimundo Márcio Mota de Castro
Ederlaine Fernandes Braga
Vicentina Mendes da Silva Santos
Fernando Lothario da Roza
Lara Sayão Lobato de Andrade Ferraz
Marcos Suel Zanette
Francisco de Assis Carvalho
José Donizete de Souza
Pedro Ruedell
Terezinha Maria Mocellin
122 Orientados
Tabela 35 – Orientando – Orientador
164
Segue a relação dos Orientadores e Orientandos do Doutorado sobre o Ensino
Religioso:
Teses Orientadas - Doutorado
02
01
Orientadores
No. de pesquisadores
Nestor João Luís Beck
Alberto da Silva Moreira
Antonio Chizzotti
Antonio da Silva Pereira
Brendan Coleman McDonald
Cynthia Greive Veiga
José J. Queiroz
Lúcio Kreutz
Luiz Cavaliere Bazílio
Luiz Felipe Pondé
Manfredo Carlos Wachs
Manoel Campos Rodrigues
Maria Clara L. Bingemer
Maria Garcia
Oneide Bobsin
Paulo de Tarso Galembeck
Roberto Antonio Daunis
Vera Maria Ferrão Candau
Wagner Teruel
Wanda Deifelt
01
19
Tabela 36 – Teses - Orientador
ORIENTADOR - Doutorado
ORIENTANDO - Doutorado
Alberto da Silva Moreira
Antonio Chizzotti
Antonio da Silva Pereira
Brendan Coleman McDonald
Cynthia Greive Veiga
José J. Queiroz
Lúcio Kreutz
Luiz Cavaliere Bazílio
Luiz Felipe Pondé
Manfredo Carlos Wachs
Manoel Campos Rodrigues
Maria Clara L. Bingemer
Maria Garcia
Nestor João Luís Beck
Nestor Luiz João Beck
Oneide Bobsin
Paulo de Tarso Galembeck
Roberto Antonio Daunis
Vera Maria Ferrão Candau
Wagner Teruel
Wanda Deifelt
21 Orientadores
Marislei de Sousa Espídula Brasileiro
Lurdes Caron
Carmencita de Araújo Seffrin
Michael Reinhard Maria Becker
Renata Dumont Flecha
Teresinha Maria Mocellin
Pedro Rudell
Cássia Maria Baptista de Oliveira
Viviane Cristina Cândido
Lourival José Martins Filho
Eliton de Araujo Santos
Mateus Geraldo Xavier
Hédio Silva Júnior
Lilian Blanck de Oliveira
Laude Erandi Brandenburg
Celma Christina Cruz da Rocha
Irma Beatriz Araújo Kappel
Gisela Isolde Waechter Streck
Maristela Gomes de Souza Guedes
Sonia Salete P. Assumpção
Remi Klein
21
Orientados
Tabela 37 – Orientador - Orientando
b) Formação dos pesquisadores
O mapeamento para identificar a formação dos Mestres e Doutores que
165
defenderam seus respectivos trabalhos em IES no Brasil foi realizado por meio do
Currículo Lattes, entretanto não foi possível identificar o CV de todos estes
pesquisadores, em consequência do não preenchimento completo deste instrumento
ou mesmo a inexistência deste.
Dos 122 Mestres, identificamos a graduação de 96. É necessário ressaltar
que alguns destes possuem mais de um curso de bacharelado e/ou licenciatura,
mas a pesquisa optou por registrar apenas o primeiro curso, ressaltando a formação
dos identificados na área da Pedagogia, seguidos por Filosofia e Teologia. É
compreensível pelo fato de que a pesquisa sobre a escola com a leitura do Ensino
Religioso tenha promovido este interesse por parte de pedagogos e filósofos.
Enquanto no campo da Teologia a formação religiosa tem produzido este estudo,
não foi destaque os que possuem o curso de Ciências da Religião, é compreensível
por ser uma formação restrita a instituições estaduais do ensino superior.
Formação dos Mestres
Graduação em Pedagogia
Graduação em Filosofia
Graduação em Teologia
Graduação em História
Graduação em Direito
Graduação em Psicologia
Graduação em Ciências da Religião
Graduação em Ciências Sociais
Graduação em Comunicação Social
Graduação em Biologia
Graduação em Administração de Empresa
Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Graduação em Economia
Graduação em Educação Artística
Graduação em Letras
Graduação em Serviço Social
Graduação em Sociologia
Graduação em Turismo
18 Cursos de Graduação
Quantificação
35
16
12
06
04
04
03
03
03
02
01
01
01
01
01
01
01
01
96 Pesquisadores
Tabela 38 – Formação - Graduação
Dos 122 Mestres localizamos 27 Cursos de Especialização realizados por 69
dos pesquisadores no seu processo de formação, cursos na área da educação são
os que possuem a maior incidência: Metodologia do Ensino Superior (08),
Administração Escolar (06), Psicopedagogia (05), Currículo (03), Educação geral
(03) e Didática (02). No campo do Ensino Religioso (07) e Ciências da Religião (08)
são cursos que foram sendo ofertados a partir da LDB (9394/96).
166
Formação dos Mestres
Quantificação
Especialização Metodologia do Ensino Superior
Especialização em Ciências da Religião
Especialização em Ensino Religioso
Especialização em Administração Escolar
Especialização em Filosofia
Especialização em Psicopedagogia
Especialização em Currículo
Especialização em Educação
Especialização em Didática
Especialização em Estudos dos Problemas brasileiros
Especialização em Administração de Pessoal
Especialização em Alfabetização
Especialização em Bioética
Especialização em Educação Cristã
Especialização em Filosofia da Religião
Especialização em Gestão Estratégica
Especialização em História
Especialização em História da África
Especialização em Interdisciplinaridade
Especialização em Língua Portuguesa
Especialização em Magistério do Ensino Fundamental
Especialização em Orientação Educacional
Especialização em Psicodrama
Especialização em Qualidade Total
Especialização em Supervisão
Especialização em Teologia
Especialização História da América Latina
27 Cursos de Especialização
08
08
07
06
06
05
03
03
02
02
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
65 Pesquisadores
Tabela 39 – Especialização
A pesquisa no CV permitiu localizar que os 122 Mestres estão distribuídos em
13 programas de Mestrado, mapeamos 120 Mestres, 02 não foi possível registrar o
programa específico.
Programas
Antropologia Social
Ciências Sociais
Comunicação e Educação
Filologia e Língua Portuguesa
Gênero
História e Filosofia da Educação
Psicologia
Sociologia e Antropologia
Direito
Semiótica, Tecnológicas de Informação e Educação
Teologia
Ciências da Religião
Educação
13 Programas Identificados
Tabela 40 – Formação – Mestre
Dissertações
01
01
01
01
01
01
01
01
02
02
17
34
57
120 Dissertações
167
O perfil de formação dos que defenderam a sua respectiva Tese foi a
seguinte, dos 21 Doutores, no campo com maior incidência da graduação foi a
Filosofia.
Formação Acadêmica
Doutores
Graduação em Filosofia
Graduação em Enfermagem
Graduação em História
Graduação em Letras
Graduação em Teologia
05 Cursos de Graduação
05
01
01
01
02
10 pesquisadores
Tabela 41 – Formação – Doutor
Entre os 10 cursos de especialização localizados nos CV 12 Doutores, com a
formação no campo educacional assumindo um destaque relevante.
Formação Acadêmica
Especialização em Alfabetização
Especialização em Ensino Religioso
Especialização em Administração Escolar
Especialização em Capelania Hospitalar
Especialização em Educação Cristã
Especialização em Educação Pré-escolar
Especialização em Ensino Fundamental
Especialização em Língua Portuguesa
Especialização em Literatura Brasileira
Especialização em Planejamento Educacional
10 Cursos de Especialização
Doutores
02
02
01
01
01
01
01
01
01
01
12 Pesquisadores
Tabela 42 – Formação
Os programas de Mestrado com efetiva participação destes Doutores foram o
de Educação (05) e Teologia (06), conseguimos detectar de 16 pesquisadores.
Formação Acadêmica
Mestrado em Educação
Mestrado em Teologia
Mestrado em Ciências da Religião
Mestrado em Direito
Mestrado em Enfermagem
Mestrado em Estudos Linguísticos
Mestrado em Psicologia
07 Programas
Doutores
05
06
01
01
01
01
01
16 Pesquisadores
Tabela 43 – Formação
168
+ ARTIGOS EM EVENTOS CIENTÍFICOS
a) Relação Produto/Pesquisador
Entre os três blocos de eventos foram localizados entre autores e co-autores
341 pesquisadores, identificados 458 trabalhos apresentados em eventos (62 ED /
89 TE/CR – 300/ER), alguns destes de fato apresentam sistematicamente suas
pesquisas nacionalmente, pois é importante identificar que alguns autores se
encontram vinculados a grupos de pesquisas, outros autores resumem suas
apresentações às exigências dos Programas de Pós-Graduação, assim como as
apresentações endógenas limitadas a seus espaços institucionais. O que
poderemos verificar nas tabelas seguintes. A primeira apresenta os valores
absolutos, ou seja, a soma dos artigos de cada pesquisador nas três áreas de
eventos. Posteriormente apresentaremos uma tabela por cada tipo de evento,
inserindo gráficos, para apresentar a representatividade dos principais autores da
área.
Número
de
autores
01
02
01
01
01
01
03
01
03
07
03
07
11
43
Autores
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Remí Klein - Manfredo Carlos Wachs
Henri Luiz Fuchs
Lilian Blanck de Oliveira
Laude Erandi Brandenburg
Simone Riske Koch
Claudino Gilz - Silvana Fortaleza dos Santos - Viviane Cristina Cândido
Marcos André Scussel
Edile Maria Fracaro Rodrigues - Cláudia Regina Tavares Cardoso - Francisca Helena
Cunha Daneliczen
Léo Marcelo Plantes Machado - Cesar Alberto Ranquetat Júnior - Dolores Henn
Fontanive - Lurdes Caron - Gisela Isolde Waechter Streck - Iuri Andréas Reblin Marilac Loraine da Rosa Olenik
Barbara Raquel do Prado Gimenez - Emerli Schlögl - Elcio Cecchetti
Danise Cristiane Rios - Afonso Maria Ligório Soares - Edson Ponick - Márcio Hoff Maria José Torres Holmes - Marlon Leandro Schock - Talita Bender Teixeira
Kleberson Massaro Rodrigues - Amauri Carlos Ferreira - Robson Stigar - Anneliese
Pikart - Darcy Cordeiro – Lourival José Martins Filho - Maria do Socorro de Oliveira Mariane do Rocio Peters Kravice - - Silvia Cristina Hack Alves - Valério Guilherme
Schaper - Anísia de Paulo Figueiredo
Andréa Carla Agnes e Silva Pinto - Claudia Kluck - Célia Smarjassi - Eunice Simões
Lins Gomes - Everaldo Cescon - Liliana Claudia Seehaber - Wilian Ramos Marcos Jacirema Maria Thimoteo dos Santos - Rachel de Morais Borges Perobelli - Sonia
Regina Lyra - Adecir Pozzer - Adilson Schultz - Álvaro Baso - - Araceli Sobreira
Benevides - Carlos Odilon da Costa - Claudete Beise Ulrich - - Cledes Markus Cristina Py de Pinto Gomes Mairesse - Douglas Jeferson Menslin - Érica Emilia
Rodrigues Machida - Eronides Rodrigues de Freitas Silva - Eusa Reynaldo da Silva Evaldo Luis Pauly - Evanor Daniel de Castro - Gisele Mazzarollo - Giseli do Prado
Siqueira - Ires Lausmann Klein - Júlio César de Lima- JussaraWilborn Griebeler Lilian Conceição da Silva Pesosa de Lira - – Maria Inês Carniato - Marielle de Souza
Vianna - Oneide Bobsin - Raimundo Márcio Mota de Castro - Rosangela Stürmer Sandra Michelluzzi Biazotto - Sonia de Itoz - - Viviane Lontra Teixeira Nunes
Número de artigos
publicado por cada autor
48
22
16
13
11
10
09
08
07
05
06
04
03
02
169
265
Adriana do Carmo Correa Fontes - Adriana Regina de Jesus Santos - Bonifácio Solak
- Carolina do Rocio Nizer - Cesar Augusto Castro - Cezar de Alencar Arnaut de
Toledo - Dilmeire Sant’Anna Ramos Vogerau - Erlei Antonio Vieira - Hilário Inácio
Bohn - Ildemar Kunitz - Lígia de Souza Junqueira - Luiz Alberto Sousa Alves - Luiz
Antônio Cunha - Lyndon de Araújo Santos - Celma Christina Rocha - Mara Regina
Martins Jacomelli - Marco Aurélio Corrêa Martins - Maria Cecília M. NN. Giovanella Mariane do Rocio -Peters Kravice - Maristela Gomes de Souza Guedes - Marly
Ferreira Holanda Ramos - Circe Mara Marques - Milena Aparecida Almeida Candiá Norma Edith Ben Altabef. - Patrícia Lopes Fernandes - Raimundo Márcio Mota de
Castro - Remí Klein - Renata Dumont Flecha - Rodrigo Augusto de Souza - Rodrigo
Mota Narcizo - Romilda Teodora Ens - Sandra Mara de Oliveira - Eli Benincá - Erma
Klein - Sonia Aparecida de Nogueira - Tânia Conceição Iglesias do Amaral - Thalita
Folmann da Silva - Wilson José Vieira - Adriana Campos - Ana Cândida Vieira
Henriques - Ana Maria Coutinho de Sales - Anderson Cavalcante Viana Filho Anderson de Freitas Barros - Irena Pletsch Heinrich -Antonio Francisco da Silva Elenice Revers - Antônio Lopes Ribeiro - Antonio Maspoli de Araújo Gomes - Azimar
dos Santos Soares Júnior - Claudiana Soares da Costa - Diego Messias da Silva Djanna Zita Fontanive - Edgley Cassiano Delgado - Edith Gonzalez - Eduardo Basto
de Albuquerque - Elson Oliveira Souza - Eulálio Figueira - Fábia da Costa Leite
Rodriguez - Fabiana Cristina da Conceição - Flawbert Farias Guedes Pinheiro Francisca Helena Cunha Daneliczen - Erica Eloni Weber Stroher - Giovanna Cristina
Januário Alves - Gracileide Alves da Silva - Isabel Cristina Piccinelli Dissenha - João
Everton Cruz - Jorge Claudio Ribeiro - José Carlos Calazans - Léo Marcelo Plantes
Machado - Marcos André Scussel - Marcos Rodrigues da Silva - Maria Azimar
Fernandes e Silva - Maria Cristina Mariante Guarnieri - Maria Eliane Azevedo da
Silva - Maria José Torres Holmes - Marília de Franceschi Neto Domingos - Marislei
Espíndula Brasileiro - Miguel Longhi - Neide Miele - Pedro Miguel Almeida - Péricles
Andrade - Rafael Rodrigues da Silva - Therezinha Motta Lima da Cruz - Rivael de
Jesus do Nacimento - Ronald Alves Nunes - Selma de Sousa Brito - Sérgio Barbosa
Rodrigues - Sérgio Ricardo Coutinho Santos - Sônia Maria Teles Teixeira - Sylvio
Fausto Gil Filho - Tarcísio Wickert - Teseinha Maria Mocellin - Thiago A. Avellar de
Aquino - Vera Lúcia Lins Sant’anna - Vera Lúcia Oliveira Neiss - Verioni Ribeiro
Bastos - Vicente Paulo Alves - Viviane Lontra Teixeira - William César Andrade Adriana de Campos - Airton Gomes Teixeira - Alberto da Silva Moreira - Alessandro
Cesar Bigheto - Aline Branquinho Silva - Ana Ericka Sobral Chrispim Pereira Cínthia Ana Lúcia Parada Baptista - Ana Paula Rodrigues Cavalcanti - Anaxsuell Fernando
da Silva - Anderson Ferreira Costa - Andréa de Oliveira Queiroz - Andréa Gomes
Cardoso - Andreza Silva Souza - Ângela Maria Ribeiro Holanda - Augusto Betzch Benedita Aguiar Ferreira - Bruno Ferreira da Costa - Carla Rosane Silveira Garcia –
Cláudio de Souza -Daniel Bueno da Silveira - Daniel Torquato Fonseca de Lima Daniela Hack - - Denise Hinnah de Almeira - Diane Marcy de Brito Marinho - Diego
Moraes Batista - Diná Raquel Daudt da Costa - Djanna Zita Fontanive - Dora Incontri
- Edilson Ribeiro - Ednilza Alves Cabral da Silva - Eduardo Paiva dos Santos Eliana
Aparecida Lopes Gagg - Eliane Maura Littig Milhomem de Freitas - Eline de Oliveira
Campos - Elisabeth Zisssis Gersos - Elisama Sara Souto de Almeida - Elisângela
Pereira Machado - Eliseu Roque do Espírito Santo - Ellen M. Dallmann - Eninéia
Maria de Almeida - Erica Ströher - Erlei Antonio Vieira - Eronildes Schultz Souza Estevão Domingos de Oliveira Neto - Euclésio Rambo - Euclides Marchi - Éverson
Dummer - Fábio Augusto Darius - Francisca Roseane Franco Ribeiro de Sousa Francisco Aparecido Cordão - Francisco Melquiades Falcão Leal - Gilberto Luiz
Ludwig - Giovanna Cristina Januário Alves - Gracileide Alves da Silva - Graziela
Rinaldi da Rosa - Gundula Schievelbein - Ieda Zimmermann Port - Iglê Moura Paz
Ribeiro - Inês Alves Lourenço - Ione Fiorini Thomé - Iria Markus Schmidt - Isabel
Cristina de Moura Dorn - Ivoni Anselmo - Ivonildes da Silva Fonseca - Izabel Moura
Dorn - Janaina Hubner - Jaqueline R. Bezerra Galiza - Jesse Felipe de Almeida Joachim Andrade - João Henrique dos Santos - João Marcelo Rodrigues Silva - Joel
Luís Dumke - Joel Spcart - Paulo Francisco Júnior - Joelma Brandi - Jonas Roos José Damião Limeira - José Deon - Josefa Vênus de Amorim - Josely de Moraes
Antonio – Kalil de Oliveira - Karin Wondracek - Lara Sayão Lobato Andrade Ferraz Leomar Antônio Brustolin - Liana Plentz Marquardt - Loreni Maria Machado - Luciana
Andreis - Luciane Marina Zimernan - Luis Carlos de Lima Pacheco - Luiz Alberto
Sousa Alves - Luiz João Firmino - Marceli Porn Steffens - Márcia E. L. da Paixão Marcos Augusto Armange - Marcos Rodrigues da Silva - Margarete Vill de Souza Margarida Manke Bento - Mari Lúcia de Freitas Lucena - Maria Azimar Fernandes e
Silva - Maria Cristina Alves de Pontes - Maria Cristina Rieth - Maria de Fátima
Canindé Silva da Fonseca - Maria de Fátima Magalhães Mariani - Maria do Socorro
Batista Martins - Maria do Socorro Ieião Bezerra Martins - Maria Lina Rodrigues de
Jesus - Maria Luiza V. Kepler - Maria Marta Martins da Silva - Marilena Rodrigues
Abud - Marinilson Barbosa da Silva - Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro Maurício Sales de Almeida - Michelle de Kássia Fonseca Barbosa - Mirian Matulio de
Souza - Mirian Rejane Flores Cerverira - Natasja Weena Cabral Pontes - Neide da
Silva Paiva - Neide Márcia Scheffer de Oliveira - Neide Miele - Nilva Windmoller
01
170
Brendler - Nilza Bernardes Santiago - Núbia Berny Mauch - Osmarina Ercídia de
Almeida - Oswaldo Vianna Junior - Paula Maria Fernandes da Silva - Raquel Miranda
de Oliveira - Raul Wagner - René Simonato Sant’ana - Rodinei Baldinot - Rodrigo
Oliveira dos Santos - Rosa Cássia Trindade - Rosângela da Silva Gomes - Rosanilda
Kich - Rosário de Fátima Silva - Roseana Viebrante - Roseana Viebrantz – Samir
Araujo Casseb - Sandro Luckmann - Sergio Portella - Siéllysson Francisco da Silva Simone Fusinato Rezende - Solange de Araújo Severino - Sonia Maria Dias - Sonia
Maria Silveira - Soraya Heinrich Eberle - Sunamita Araújo Pereira - Susana Maria
Zimmer - Suzan Alberton Pozzer - Tânia Cristina Markus -Teresinha Maria Mocellin Teresinha Zanella - Thomé Eliziário Tavares Filho - Valmir Biaca - Vera Janete
Winkelmann - Vera Lúcia do Amaral - Veroni Teresinha Medeiros - Verônica Luisa
Dhein - Vicente Paulo Alves - Vicentina Jacques Binello - Vítor Lins Oliveira Wanderley José de Faria - Willian Kaizer de Oliveira - Wilma B. Borges de Macedo Luana Andressa Freitas Ribeiro Peres
Tabela 44 - Autores
+ Autores da área de educação
Qtdade.
Autores
Trabalhos
Publicados
ÁREA DE EDUCAÇÃO
Nomes
01
03
02
05
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Claudino Gilz - Edile Maria Fracaro Rodrigues - Lílian Blanck de Oliveira
Léo Marcelo Plantes Machado - Marilac Loraine da Rosa Olenik
Barbara Raquel do Prado Gimenez - Cláudia Regina Tavares Cardoso - Kleberson Massaro
Rodrigues - Silvana Fortaleza dos Santos Viviane Cristina Cândido
Andréa Carla Agnes e Silva Pinto - Claudia Kluck - Danise Cristiane Rios Araújo - Emerli
Schlögl
Adriana do Carmo Correa Fontes - Adriana Regina de Jesus Santos - Bonifácio Solak Carolina do Rocio Nizer - Cesar Augusto Castro - Cezar de Alencar Arnaut de Toledo Dilmeire Sant’Anna Ramos Vogerau - Erlei Antonio Vieira - Hilário Inácio Bohn - Laude
Erandi Brandenburg - Lígia de Souza Junqueira - Luiz Alberto Sousa Alves - Luiz Antônio
Cunha - Lyndon de Araújo Santos - Manfredo Carlos Wachs - Mara Regina Martins
Jacomelli - Marco Aurélio Corrêa Martins - Maria Cecília M. NN. Giovanella - Mariane do
Rocio -Peters Kravice - Maristela Gomes de Souza Guedes - Marly Ferreira Holanda Ramos
- Milena Aparecida Almeida Candiá - Norma Edith Ben Altabef. - Patrícia Lopes Fernandes Raimundo Márcio Mota de Castro - Remí Klein - Renata Dumont Flecha - Rodrigo Augusto
de Souza - Rodrigo Mota Narcizo - Romilda Teodora Ens - Sandra Mara de Oliveira Simone Riske Koch - Sonia Aparecida de Nogueira - Tânia Conceição Iglesias do Amaral Thalita Folmann da Silva - Wilson José Vieira
04
37
23
05
04
03
02
01
Tabela 45 – Educação
Ao analisar os trabalhos publicados, foram localizados entre autores e coautores 53 pesquisadores. Como forma de valorar as contribuições, sinteticamente
apresenta-se abaixo um ranking de autores e número de publicações, esta é uma
forma de compreender a distribuição nacional da pesquisa.
171
01
01
04
03
14
61
Trabalhos
Publicados
Qtdade.
Autores
ÁREA DE Teologia/Ciências da Religião
Nomes
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Lilian Blanck de Oliveira
Afonso Maria Ligório Soares - Emerli Schlogl - Viviane Cristina Cândido - Simone Riske Koch
Amauri Carlos Ferreira - Silvana Fortaleza dos Santos - Robson Stigar
Célia Smarjassi - Cesar Alberto Ranquetat Júnior - Claudia Regina Tavares Cardoso - Claudino Gilz Dolores Henn Fontanive - Edile Maria Fracaro Rodrigues - Elcio Cecchetti - Eunice Simões Lins Gomes
- Everaldo Cescon - Liliana Claudia Seehaber - Wilian Ramos Marcos - Jacirema Maria Thimoteo dos
Santos - Rachel de Morais Borges Perobelli - Sonia Regina Lyra
Adriana Campos - Ana Cândida Vieira Henriques - Ana Maria Coutinho de Sales - Anderson Cavalcante
Viana Filho - Anderson de Freitas Barros - Antonio Francisco da Silva - Antônio Lopes Ribeiro - Antonio
Maspoli de Araújo Gomes - Azimar dos Santos Soares Júnior - Claudiana Soares da Costa - Danise
Cristiane Rios - Diego Messias da Silva - Djanna Zita Fontanive - Edgley Cassiano Delgado - Edith
Gonzalez - Eduardo Basto de Albuquerque - Elson Oliveira Souza - Eulálio Figueira - Fábia da Costa
Leite Rodriguez - Fabiana Cristina da Conceição - Flawbert Farias Guedes Pinheiro - Francisca Helena
Cunha Daneliczen - Giovanna Cristina Januário Alves - Gracileide Alves da Silva - Isabel Cristina
Piccinelli Dissenha - João Everton Cruz - Jorge Claudio Ribeiro - José Carlos Calazans - Léo Marcelo
Plantes Machado - Marcos André Scussel - Marcos Rodrigues da Silva - Maria Azimar Fernandes e
Silva - Maria Cristina Mariante Guarnieri - Maria Eliane Azevedo da Silva - Maria José Torres Holmes Marília de Franceschi Neto Domingos - Marislei Espíndula Brasileiro - Miguel Longhi - Neide Miele Pedro Miguel Almeida - Péricles Andrade - Rafael Rodrigues da Silva - Remí Klein - Rivael de Jesus do
Nacimento - Ronald Alves Nunes - Samir Araujo Casseb - Selma de Sousa Brito - Sérgio Barbosa
Rodrigues - Sérgio Ricardo Coutinho Santos - Sônia Maria Teles Teixeira - Sylvio Fausto Gil Filho Tarcísio Wickert - Teseinha Maria Mocellin - Thiago A. Avellar de Aquino - Vera Lúcia Lins Sant’anna Vera Lúcia Oliveira Neiss - Verioni Ribeiro Bastos - Vicente Paulo Alves - Viviane Lontra Teixeira William César Andrade - Luana Andressa Freitas Ribeiro Peres
15
06
04
03
02
01
Tabela 46 – Teologia/ Ciência da Religião
+Autores da área de Ensino Religioso
01
01
01
02
01
01
04
06
13
34
Nomes
Remí Klein
Manfredo Carlos Wachs
Henri Luiz Fuchs
Laude Erandi Brandenburg - Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Marcos André Scussel
Francisca Helena Cunha Daneliczen
Lurdes Caron - Gisela Isolde Waechter Streck - Iuri Andréas Reblin - Simone Riske Koch
Edson Ponick - Elcio Cecchetti - Márcio Hoff - Maria José Torres Holmes - Marlon Lenadro Schock Talita Bender Teixeira
Anneliese Pikart - Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa - Cesar Alberto Ranquetat Júnior - Darcy
Cordeiro - Dolores Henn Fontanive – Lourival José Martins Filho - Maria do Socorro de Oliveira Mariane do Rocio Peters Kravice - Silvana Fortaleza dos Santos - Silvia Cristina Hack Alves - Valério
Guilherme Schaper
Adecir Pozzer - Adilson Schultz - Álvaro Baso - Anísia de Paulo Figueiredo - Araceli Sobreira Benevides
- Carlos Odilon da Costa - Claudete Beise Ulrich - Cláudia Regina Tavares Cardoso - Claudino Giz Cledes Markus - Cristina Py de Pinto Gomes Mairesse - Douglas Jeferson Menslin - Érica Emilia
Rodrigues Machida - Eronides Rodrigues de Freitas Silva - Eusa Reynaldo da Silva - Evaldo Luis Pauly
- Evanor Daniel de Castro - Gisele Mazzarollo - Giseli do Prado Siqueira - Ires Lausmann Klein - Júlio
César de Lima- JussaraWilborn Griebeler - Lilian Conceição da Silva Pesosa de Lira - Lilian Blanck de
Oliveira – Maria Inês Carniato - Marielle de Souza Vianna - Oneide Bobsin - Raimundo Márcio Mota de
Trabalhos
Publicados
Qtdade.
Autores
ÁREA DE ENSINO RELIGIOSO
21
21
16
10
08
07
05
04
03
02
172
156
Trabalhos
Publicados
Qtdade.
Autores
ÁREA DE ENSINO RELIGIOSO
Nomes
Castro - Rosangela Stürmer - Sandra Michelluzzi Biazotto - Sonia de Itoz - Viviane Cristiane Cândido Viviane Lontra Teixeira Nunes
Adriana de Campos - Airton Gomes Teixeira - Alberto da Silva Moreira - Alessandro Cesar Bigheto Aline Branquinho Silva - Ana Ericka Sobral Chrispim Pereira Cínthia - Ana Lúcia Parada Baptista - Ana
Paula Rodrigues Cavalcanti - Anaxsuell Fernando da Silva - Anderson Ferreira Costa - Andréa de
Oliveira Queiroz - Andréa Gomes Cardoso - Andreza Silva Souza - Ângela Maria Ribeiro Holanda Augusto Betzch - Benedita Aguiar Ferreira - Bruno Ferreira da Costa - Carla Rosane Silveira Garcia –
Cláudio de Souza -Daniel Bueno da Silveira - Daniel Torquato Fonseca de Lima - Daniela Hack Danise Cristiane Rios Araújo - Denise Hinnah de Almeira - Diane Marcy de Brito Marinho - Diego
Moraes Batista - Diná Raquel Daudt da Costa - Djanna Zita Fontanive - Dora Incontri - Edilson Ribeiro Ednilza Alves Cabral da Silva - Eduardo Paiva dos Santos Eliana Aparecida Lopes Gagg - Eliane
Maura Littig Milhomem de Freitas - Eline de Oliveira Campos - Elisabeth Zisssis Gersos - Elisama Sara
Souto de Almeida - Elisângela Pereira Machado - Eliseu Roque do Espírito Santo - Ellen M. Dallmann Emerli Schlögl - Eninéia Maria de Almeida - Erica Ströher - Erlei Antonio Vieira - Eronildes Schultz
Souza - Estevão Domingos de Oliveira Neto - Euclésio Rambo - Euclides Marchi - Éverson Dummer Fábio Augusto Darius - Francisca Roseane Franco Ribeiro de Sousa - Francisco Aparecido Cordão Francisco Melquiades Falcão Leal - Gilberto Luiz Ludwig - Giovanna Cristina Januário Alves Gracileide Alves da Silva - Graziela Rinaldi da Rosa - Gundula Schievelbein - Ieda Zimmermann Port Iglê Moura Paz Ribeiro - Inês Alves Lourenço - Ione Fiorini Thomé - Iria Markus Schmidt - Isabel
Cristina de Moura Dorn - Ivoni Anselmo - Ivonildes da Silva Fonseca - Izabel Moura Dorn - Janaina
Hubner - Jaqueline R. Bezerra Galiza - Jesse Felipe de Almeida - Joachim Andrade - João Henrique
dos Santos - João Marcelo Rodrigues Silva - Joel Luís Dumke - Joel Spcart - Paulo Francisco Júnior Joelma Brandi - Jonas Roos - José Damião Limeira - José Deon - Josefa Vênus de Amorim - Josely de
Moraes Antonio – Kalil de Oliveira - Karin Wondracek - Lara Sayão Lobato Andrade Ferraz - Leomar
Antônio Brustolin - Liana Plentz Marquardt - Loreni Maria Machado - Luciana Andreis - Luciane Marina
Zimernan - Luis Carlos de Lima Pacheco - Luiz Alberto Sousa Alves - Luiz João Firmino - Marceli Porn
Steffens - Márcia E. L. da Paixão - Marcos Augusto Armange - Marcos Rodrigues da Silva - Margarete
Vill de Souza - Margarida Manke Bento - Mari Lúcia de Freitas Lucena - Maria Azimar Fernandes e
Silva - Maria Cristina Alves de Pontes - Maria Cristina Rieth - Maria de Fátima Canindé Silva da
Fonseca - Maria de Fátima Magalhães Mariani - Maria do Socorro Batista Martins - Maria do Socorro
Ieião Bezerra Martins - Maria Lina Rodrigues de Jesus - Maria Luiza V. Kepler - Maria Marta Martins da
Silva - Marilac Loraine R. Oleniki - Marilena Rodrigues Abud - Marinilson Barbosa da Silva - Marislei de
Sousa Espíndula Brasileiro - Maurício Sales de Almeida - Michelle de Kássia Fonseca Barbosa - Mirian
Matulio de Souza - Mirian Rejane Flores Cerverira - Natasja Weena Cabral Pontes - Neide da Silva
Paiva - Neide Márcia Scheffer de Oliveira - Neide Miele - Nilva Windmoller Brendler - Nilza Bernardes
Santiago - Núbia Berny Mauch - Osmarina Ercídia de Almeida - Oswaldo Vianna Junior - Paula Maria
Fernandes da Silva - Raquel Miranda de Oliveira - Raul Wagner - René Simonato Sant’ana - Rodinei
Baldinot - Rodrigo Oliveira dos Santos - Rosa Cássia Trindade - Rosângela da Silva Gomes - Rosanilda
Kich - Rosário de Fátima Silva - Roseana Viebrante - Roseana Viebrantz - Sandro Luckmann - Sergio
Portella - Siéllysson Francisco da Silva - Simone Fusinato Rezende - Solange de Araújo Severino Sonia Maria Dias - Sonia Maria Silveira - Soraya Heinrich Eberle - Sunamita Araújo Pereira - Susana
Maria Zimmer - Suzan Alberton Pozzer - Tânia Cristina Markus -Teresinha Maria Mocellin - Teresinha
Zanella - Thomé Eliziário Tavares Filho - Valmir Biaca - Vera Janete Winkelmann - Vera Lúcia do
Amaral - Veroni Teresinha Medeiros - Verônica Luisa Dhein - Vicente Paulo Alves - Vicentina Jacques
Binello - Vítor Lins Oliveira - Wanderley José de Faria - Willian Kaizer de Oliveira - Wilma B. Borges de
Macedo
01
Tabela 47 – Ensino Religioso
b) Formação dos pesquisadores
A partir da compreensão da leitura dos pesquisadores percebemos que o
mapa da formação é o seguinte no campo da graduação: área de educação (63),
filosofia (35) e ciências da religião (17). Com a especialização temos no campo da
173
educação (32); Ensino Religioso (24); administração escolar (20); ciências da
religião (14). Enquanto no Mestrado os três programas localizados são: Educação
(54), Ciências da Religião (32) e Teologia (29), enquanto nos programas de
Doutorado são Teologia (18), Ciências da Religião (11) e Educação (11). O
mapeamento dos autores confirma que os pesquisadores são oriundos da
Educação, Teologia e Ciências da Religião, mas encontramos pesquisadores com
formação na filosofia, história, Direito e Ciências Sociais e outras áreas em menor
incidência, motivados por temáticas tangenciais a questão do Ensino Religioso.
174
+ ARTIGOS EM PERIÓDICOS CIENTÍFICOS
a) Autor/Produção
Na análise encontramos 93 autores e coautores, sendo 53 autoras e 40
autores, a relação entre Autor e artigos produzidos assim estão distribuídos:
Artigos
produzidos
37
07
06
04
03
02
01
Autores
Sérgio Junqueira
Edile Maria Fracaro Rodrigues
Luiz Antonio Cunha
Claudino Gilz
Emerli Schlögl
Lílian Blanck de Oliveira
Luiz Alberto Sousa Alves
Lurdes Caron
Remí Klein
Robson Stigar
Ângela Maria Ribeiro Holanda
Cláudia Regina Tavares Cardoso Adkins
Emerson Giumbelli
Lurdes de Fátima Polidoro
Sylvio Fausto Gil Filho
Viviane Cristina Cândido
Afonso Maria Ligorio Soares
Alessandro Cesar Bigheto
Ana Marie Cavaliere
Anísia de Paulo Figueiredo
Carlos Roberto Jamil Cury
Cesar Ranquetat Junior
Dora Incontri
Erlei Antonio Vieira
Gisela I. W. Streck
Isabel Cristina Piccinelli Dissenha
Janayna de Alencar Lui
Laude Erandi Brandenburg
Leo Marcelo Plantes Machado
Liliana C. Seehaber
Marilac da Rosa Olenik
Rachel de Morais Borges Perobelli
Sérgio Barbosa Rodrigues
Ademildo Kuhn
Alberto da Silva Moreira
Antonio Boeing
Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa
Célio Borja
Celma Christina Cruz da Rocha
Daniela Patti do Amaral
Daniela Viana Leal
Débora Toniolo Rau
Dilmeire Sant’Anna Ramos Vosgerau
Domenico Costella
Douglas Cabral Dantas
Douglas Jeferson Menslin
Edlaine de Campos Gomes
Ednilson Turozi de Oliveira
Eliane Moura da Silva
Eulálio Figueira
Evaldo Luis Pauly
Geraldo José de Paiva
Gilson Marcos da Silva2
Henri Luiz Fuchs
Iliana Juracy de Amorim Biscaia Machado
No. de
pesquisadores
01
01
01
07
06
17
60
175
Irma Beatriz Araújo Kappel
Janaína Camilo
Jordanna Castelo Branco
José Antônio Lucas Guimarães
José Carlos Bertoni
José Vaidergorn
Josias Rafael Wagner
Juliana de Mello labor
Karina Kosicki Bellotti
Leá Marcondes
Lidia Kadlubitski
Lidiane Fatima Grützmann Carneiro3
Luis José de Oliveira Geraldes
Luiz Guilherme Braga
Luzia Sena
Maria Amélia Schmidt Dickie
Maria Celina de Queirós Cabrera Nasser
Maria Eliane Azevedo da Silva
Maria Judith Sucupira da Costa Lins
Marili Bassini
Marília De Franceschi Neto Domingos
Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro
Miguel Longhi
Neuza Alves Nascimento
Patrícia Corsino
Rosa Lydia Teixeira Corrêa3
Rosane Andrade Torquato
Roseli Fischmann
Sandra de Sá Carneiro
Sergio Luis do Nascimento
Simone Riske-Koch
Suzana dos Santos Gomes
Teofilo Bacha Filho
Vera Lúcia do Amaral
Vicente Paulo Alves
Viviane Mayer Daldegan
Wander Moreira da Costa
Wolfgang Gruen
Tabela 48 a - Autores
Artigos produzidos
37
07
06
04
03
02
Autores
Sérgio Junqueira
Edile Maria Fracaro Rodrigues
Luiz Antonio Cunha
Alessandro Cesar Bigheto
Claudino Gilz
Dora Incontri
Emerli Schlögl
Emerson Giumbelli
Lílian Blanck de Oliveira
Luiz Alberto Sousa Alves
Lurdes Caron
Remí Klein
Robson Stigar
Ângela Maria Ribeiro Holanda
Cláudia Regina Tavares Cardoso Adkins
Lurdes de Fátima Polidoro
Sylvio Fausto Gil Filho
Viviane Cristina Cândido
Afonso Maria Ligorio Soares
Ana Marie Cavaliere
Anísia de Paulo Figueiredo
Carlos Roberto Jamil Cury
Cesar Ranquetat Junior
Erlei Antonio Vieira
Gisela I. W. Streck
No. de pesquisadores
01
01
01
10
05
15
176
01
Isabel Cristina Piccinelli Dissenha
Janayna de Alencar Lui
Laude Erandi Brandenburg
Leo Marcelo Plantes Machado
Liliana C. Seehaber
Marilac da Rosa Olenik
Rachel de Morais Borges Perobelli
Sérgio Barbosa Rodrigues
Ademildo Kuhn
Alberto da Silva Moreira
Antonio Boeing
Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa
Célio Borja
Celma Christina Cruz da Rocha
Daniela Patti do Amaral
Daniela Viana Leal
Débora Toniolo Rau
Dilmeire Sant’Anna Ramos Vosgerau
Domenico Costella
Douglas Cabral Dantas
Douglas Jeferson Menslin
Edlaine de Campos Gomes
Ednilson Turozi de Oliveira
Eliane Moura da Silva
Eulálio Figueira
Evaldo Luis Pauly
Geraldo José de Paiva
Gilson Marcos da Silva2
Henri Luiz Fuchs
Iliana Juracy de Amorim Biscaia Machado
Irma Beatriz Araújo Kappel
Janaína Camilo
Jordanna Castelo Branco
José Antônio Lucas Guimarães
José Carlos Bertoni
José Vaidergorn
Josias Rafael Wagner
Juliana de Mello labor
Karina Kosicki Bellotti
Leá Marcondes
Lidia Kadlubitski
Lidiane Fatima Grützmann Carneiro3
Luis José de Oliveira Geraldes
Luiz Guilherme Braga
Luzia Sena
Maria Amélia Schmidt Dickie
Maria Celina de Queirós Cabrera Nasser
Maria Eliane Azevedo da Silva
Maria Judith Sucupira da Costa Lins
Marili Bassini
Marília De Franceschi Neto Domingos
Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro
Miguel Longhi
Neuza Alves Nascimento
Patrícia Corsino
Rosa Lydia Teixeira Corrêa3
Rosane Andrade Torquato
Roseli Fischmann
Sandra de Sá Carneiro
Sergio Luis do Nascimento
Simone Riske-Koch
Suzana dos Santos Gomes
Teofilo Bacha Filho
Vera Lúcia do Amaral
Vicente Paulo Alves
Viviane Mayer Daldegan
Wander Moreira da Costa
Wolfgang Gruen
Tabela 48 b - Autores
60
177
b) Formação dos pesquisadores
Dos 90 autores e co-autores que publicaram 129 artigos localizados sobre o
Ensino Religioso em periódicos científicos no período de 1995 a 2010, 10 currículos
não foram localizados. Os demais, no que diz respeito à caracterização do perfil dos
(as) autores, quanto à formação acadêmica, identificou-se:
- Graduação (alguns autores tinham mais de uma graduação, foram considerados
apenas a primeira graduação) com 80 professores distribuídos nas seguintes
graduações localizadas foram: Pedagogia (26 autores); Filosofia (16 autores);
Teologia (09 autores); Ciências Sociais (04); Letras (03); História (03); Direito (03);
Educação Artística (02); Ciências da Religião (02); Arquitetura e Urbanismo (02);
Turismo (01); Superior da Formação de professores (01); Sociologia (01); Psicologia
(01); Informática (01); Geografia (01); Enfermagem (01); Comunicação Social (01);
Ciências Biológicas (01) e Biblioteconomia (01).
- Especialização: (alguns autores tinham mais de uma especialização, foram
considerados apenas o primeiro curso), foram localizados 48 professores com
cursos de especialização nas seguintes áreas:
Ensino Religioso
Ensino Superior
Educação Infantil
Sociologia
Planejamento e Avaliação Educacional
Catequética
Administração Escolar
Língua Portuguesa
Terapia Corporal
Teórico-prática em Comunicação Social
Teologia
Tecnologias Educacionais
Supervisão Pedagógica
Sistema de Informação
Psicopedagogia
Planejamento Urbano e Habitacional
Pensamento Contemporâneo
Missiologia
Metodologia do Ensino Fundamental
Literatura
História e Sociologia
História
Gestão Educacional
Gerência e Tecnologia de Qualidade
Geografia
Filosofia
Educação Cristã
Currículo
Capelania Hospitalar
Bioética
06
04
03
02
02
02
02
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
01
178
Assessores de Jovens
Arte e Educação
Antropologia Social
Administração de Pessoa
01
01
01
01
Tabela 49 – Formação
- Para o Mestrado foram localizados 69 professores com mestrado nas seguintes
áreas:
Educação
Teologia
Ciência da Religião
História
Antropologia Social
Sociologia e Antropologia
Ciências Sociais
Psicologia
Linguística
Geografia
Filosofia
Enfermagem
34
12
06
04
03
03
02
01
01
01
01
01
Tabela 50 – Formação
- Com o Doutorado foram localizados 42 professores com doutorado nas seguintes
áreas:
Educação
Ciência da Religião
Teologia
História
Antropologia Social
Filosofia
Sociologia e Antropologia
Sociologia
Psicologia
Linguística
Ciências Sociais
14
08
06
03
03
02
02
01
01
01
01
Tabela 51 – Formação
- Para o Pós-doutorado foram localizados 14 professores com Pós-Doutorado:
Educação
Teologia
História
Sociologia
Psicologia
Geografia
Filosofia
Ciência da Religião
Antropologia
04
02
02
01
01
01
01
01
01
Tabela 52 – Formação
179
- Para a Livre-Docência foram localizados 04 professores com Livre Docência:
Ciência da Religião
Educação
Psicologia
Teologia
01
01
01
01
Tabela 53- Formação
180
+ LIVROS
a) Relação Autor/produto
Quanto aos temas de interesse, evidenciou-se em sua maioria que os (as)
autores (as) são voltados para: educação, Ensino Religioso, livro didático, virtudes,
valores humanos e religiosos, ciências da religião e educação confessional, cultura
escolar, fundamentos, diretrizes e metodologia do Ensino Religioso, diversidade
religiosa, transdisciplinaridade, diálogo inter-religioso, identidades, sociabilidades e
políticas sociais, teologia, pentecostalismo, sociologia da religião e igreja,
diversidades
histórico-culturais
e
direitos
humanos;
culturas,
ciência
e
desenvolvimento; currículo; formação inicial e continuada de professores, práxis
docente e relação Teologia e Pedagogia.
Autores e/ou Co/Autores
Sérgio Rogério Azevedo Junqueira
Laude Erandi Brandenburg
Lilian Blanck de Oliveira
Manfredo Carlos Wachs
Remi Klein
Henri Luiz Fuchs
Anísia de Paulo Figueiredo
Elcio Cecchetti
João Décio Passos
Luiz Alberto Sousa Alves
Debora Diniz
Edile Fracaro Rodrigues
Edson Ponick
Emerli Schlogl
Iuri Andréas Reblin
Lurdes Caron
Maria Angela Vilhena
Maria Dirlane Witt
Pedro Lima Vasconcellos
Pedro Ruedel
Rosa Lydia Teixeira Corrêa
Simone Riske Koch
Adecir Pozzer
Afonso Maria Ligorio Soares
Alberto do Amaral Júnior
Amauri Carlos Ferreira
Ângela Maria Holanda
Anna Cândida da Cunha Ferraz
Antônio Francisco da Silva
Célia Marize Bundchen
César da Silva Camargo
Claudia Malbergier Caon
Claudino Gilz
Cleide C. da Silva Scarlatelli
Danilo R. Streck
Ednilson Turozi de Oliveira
Ernesto Jacob Keim
Eurico dos Santos Veloso
Francisco Catão
Livros publicados sobre o Ensino Religioso
14
6
6
6
6
4
3
3
3
3
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
181
José Ivo Follmann
Laice Cales de Oliveira
Leandro Rosa
Lilian Anna Waschowicz
Lucio Paiva Flores
Luiz Antônio Cunha
Luzia Sena
Madalena Fernandes
Marcio Graça
Maria Celina Cabreira Nasser
Maria da Conceição de Oliveira
Marilac Loraine R. Oleniki
Marta Nornberg da Silva
Mateus Geraldo Xavier
Miguel Longhi
Miguel Lucas
Nilton de Freitas Monteiro
Raul Wagner
Romualdo Portela de Oliveira
Rosa Assunta de Cezaro
Rosa Gitana Krob Meneghetti
Rosa Maria Calaes de Andrade
Roseli Fischmann
Silas Guerreiro
Silvana Fortaleza dos Santos
Sueli Carneiro
Sylvio Fausto Gil Filho
Tarcísio Afonso Wickert
Tarcizo Gonçalves Filho
Tatiana Lionço
Therezinha M. L. da Cruz
Valmor da Silva
Vanessa Carrião
Viviane Mayer Daldegan
Wagner Lopes Sanches
Wolfgang Gruen
Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso
CNBB
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/ Regional Sul III
Equipe do GRERE
Equipe Mundo Jovem
Tabela 54 – Autores
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2
1
1
1
1
182
b) Formação de professores
Dos 80 autores e co-autores que publicaram livros de Ensino Religioso no
período de 1995 a 2010, 18 currículos não foram localizados. Dos demais, no que
diz respeito à caracterização do perfil dos (as) autores, quanto à formação
acadêmica, identificou-se:
- Graduação (alguns autores tinham mais de uma graduação): As graduações que
mais se destacaram: Pedagogia, Filosofia, Teologia, Ciência da Religião, Psicologia,
Educação Artística.
- Especialização: Os cursos de especialização que mais se destacaram: Metodologia
para o ER, Metodologia do Ensino Superior, Fundamentação e Métodos do ER em
Ciências da Religião, Ciência da Religião, Didática do Ensino, Supervisão Escolar.
- Mestrado: Os cursos de mestrado que mais se destacaram: Educação, Teologia,
Ciência da Religião, Psicologia, Geografia da Religião, Ciências Sociais.
- Doutorado: Os cursos de doutorado que mais se destacaram: Educação, Geografia
da Religião, Teologia, Ciências da Religião, Filosofia, Psicologia.
- Pós-doutorado: Os cursos de pós-doutorado que mais se destacaram são:
Educação, Ciências Sociais, Geografia da Religião, Teologia, Ciência da Religião.
Vale ressaltar que não se incluiu nos dados apontados o perfil das autorias do
Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, Equipe Mundo Jovem,
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/Regional Sul III, Fórum Nacional
Permanente do Ensino Religioso, Equipe do GRERE, Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil.
Além da formação acadêmica, observou-se a atuação dos (as) autores (as)
na carreira docente em universidades. Dos 62 autores, 47 atuam como professores
(as) em universidades e faculdades. Através destes dados constatou-se que há uma
relação direta e proporcional entre a docência e a produção científica, pois aqueles
que atuam como professores são os de maior destaque em produção científica.
Conclui-se assim que a atividade de formação interfere significativamente na carreira
de pesquisador como produtor de novos conhecimentos.
Outra importante análise realizada é por meio da experiência do (a) autor (a),
183
pois permite identificar sua área de atuação e os seus respectivos temas de
pesquisa. Evidenciou-se que 75% dos (as) autores (as) atuam nas áreas de
Educação e Teologia. Os demais atuam nas áreas de Direito, Psicologia, Filosofia,
Sociologia, Geografia e Ciências da Religião.
184
2. TEMAS ABORDADOS NAS DIFERENTES PUBLICAÇÕES
Dos 809 documentos analisados (122 dissertações de mestrado, 21 teses de
doutorado, 458 artigos em eventos, 129 artigos em periódicos e 79 livros teóricos
sobre o Ensino Religioso tivemos a intencionalidade de compreender a questão do
campo de pesquisa sobre este componente curricular, pois para se constituir como
um “campo” de pesquisa é necessário definir os limites ou fronteiras próprias da
estruturação de um campo científico visando clarificar o objeto que se estuda
focadamente, distinguindo-se de outros, mesmo que cada campo se inscreve na
interface de outros campos que integram um sistema de conhecimentos mais
vastos.
Com essa identificação esperamos contribuir para estabelecer dois percursos
epistemológico e praxiológico (metodologia, didática) e estes possam orientar a
formação do profissional que atuará junto a este componente curricular.
Fazer ciência é uma tarefa crítica e reflexiva, é manter uma constante atenção
epistemológica para afastar a possibilidade de enxergar o real com olhar
conturbado, justamente por que os objetos de estudo das ciências humanas estão
muito próximos do cotidiano dos investigadores. É fundamental dentro das Ciências
Sociais o emprego da teoria rigorosa como observação sistemática da realidade.
Isso posto nos leva a considerar a ideia de campo científico do autor, creio que a
mesma que tinham em mente as autoras para afirmar a impossibilidade no momento
de considerar a formação do professor como um campo científico de pesquisa
(JARDILINO, 2010).
Pois, o funcionamento do campo científico deixa transparecer que as
escolhas
são
desinteressadas,
porém,
sabemos
que
todas
as
escolhas
epistemológicas e metodológicas são também escolhas políticas. Já que não há
escolha científica do campo da pesquisa, métodos empregados, lugar de publicação
que não seja uma estratégia de investimento objetivamente orientada para a
maximização do lucro científico, a obtenção do reconhecimento dos pares
concorrentes. Desta maneira, podemos permanecer no estágio atual, até o
esgotamento das nossas produções sobre o Ensino Religioso e a desintegração de
uma temática que jamais virá a constituir o campo teórico. O que pretendemos
185
colocar são o reconhecimento e os contornos daquilo que poderá ou não se
constituir um campo de pesquisa científico. Isso pode observar nas varias análises
de levantamentos, diagnósticos e estados da arte produzidos no e para
compreender as fronteiras daquilo que nos constituiria como campo.
Foi unânime, na analise dos pesquisadores em afirmar que no quadro de
referência há uma dispersão de autores sem um aprofundamento de categorias
teórica e/ou aproximações e explicitações de campos epistemológicos que
ajudariam a demarcar nosso objeto de análise: a questão do Ensino Religioso. De
forma geral, os textos carecem de um mergulho mais denso na literatura de base e
um aprofundamento nas reflexões teórico-metodológicas. Um exemplo recorrente
nas análises é que uma exacerbada exploração de citação de autores provocando
uma grande proliferação de citações e, percebe-se, a quase a inexistência de um
aprofundamento dos conceitos que fundamentem a análise dos dados. Os autores
da contemporaneidade são citados sem que ocorra um retorno à base
epistemológica dos autores.
Quanto à metodologia dos textos carecem de discussão e referência teórica
sobre os procedimentos adotados. Em sua maioria, explicitam de forma muito
aligeirada os sujeitos ou documentos para obter os dados de pesquisa. Os
resultados de pesquisa são, geralmente, apresentados de forma ampla, o que
significa que remete muito pouco ao “universo pesquisado”, dando margem, por
meio da forma escrita, para generalizações. Nota-se uma separação entre teoria e
prática, essas duas instâncias estão divorciadas em todo o processo de
apresentação do texto que informa a pesquisa.
Não é possível, pelos resultados analisados, apontar grandes avanços no
estado do conhecimento. A pluralidade não ajuda a constituir novas descobertas,
pois influenciados pelas novas abordagens metodológicas dos microcosmos e
contextos localizados, há poucos trabalhos que consigam generalizar os achados de
forma que constitua novas categorias para o campo. Isso possivelmente vem ocorre
pela nossa falta de vigilância epistemológica tanto para os quadros de referencias
como metodológicos do campo. Há hipótese de que a dispersão do campo quanto
às variadas temáticas, quanto à fragilidade nas questões metodológicas e em
especial nas questões teóricas de embasamento e sustentação dos trabalhos e dos
186
referenciais adotados se afirmam e nos levam a pensar em traçar contornos para a
constituição de um campo.
Sabemos que a existência de um campo se circunscreve a demarcação de
seus limites realizados por interesse específicos dos que neles atuam e para o qual
fazem investimentos econômicos e psicológicos, dos agentes dotados de um habitus
e das instituições nele inseridas. Por isso o que determina a existência de campo é a
ação dos sujeitos e dos grupos, constituídos e constituintes das relações de força,
que investem tempo, dinheiro e trabalho, cujo retorno é pago pela economia
particular de cada campo, no caso do campo científico, prestígio e reconhecimento
da área. A rigor um campo é delimitado pelos valores ou forma de capital que lhe
dão sustentação. Reconhecemos que o funcionamento de um campo, não somente
produz, mas reconhece uma forma específica de práticas científica e interesses
regulados pelo habitus, para o seu próprio reconhecimento na arena dos outros
campos.
Embora mantendo a vigilância epistemológica a qual sejamos chamados na
métier científico e tendo consciência da dificuldade de reconhecer propriamente dita
os contornos da moldura de um campo podemos ser iluminados por uma Ilusio –
encantamento do local vivido como o lugar da evidência, isto é um produto não
consciente da doxa do campo das variantes constituintes (método, teorias) e mesmo
do habitus que petrifica os valores e, por fim, o perigo do ajustamento pela
esperança nas possibilidades limitadas que o campo nos oferta. Pensamos devemos
carregar as tintas numa visão mais prospectiva da construção de um campo, o que
chamamos aqui de contornos. Isso está referenciado nos diversos levantamentos,
estudos que foram citados e também neste que confirma o “andar da carruagem” de
nossa área-campo.
Em todos os trabalhos citados os temas recorrentes são: história e legislação,
epistemologia, metodologia e subsídios, formação de professores, espaço
confessional escolar. O que passamos a presentar é a partir de uma identificação
histórica dos trabalhos realizados especialmente em recorte de 1995 a 2010
compreender o percurso de objetos e métodos para a identificação deste
componente curricular, mas ao longo da pesquisa e para preparar o período
histórico selecionado registramos e comentamos os trabalhos produzidos no período
187
anterior, ou seja, até 1994 o que poderá colaborar na compreensão desta área como
espaço de pesquisa.
De forma geral os diferentes autores produziram seus respectivos trabalhos
sobre a história, a identidade, a legislação do Ensino Religioso no contexto
brasileiro. Outro aspecto abordado foram os elementos sobre a questão da
metodologia, subsídios, conteúdos para o cotidiano da sala de aula, assim como
sobre a formação de professores, além do trabalho realizado sobre as Escolas
TOTAL
Livros
Artigos em
Periódicos
Eventos de
Ensino
Religioso
Eventos de
Teologia/C
R
Eventos de
educação
Textos de
Eventos
Dissertaçõe
s
Teses
Identidade
(História,
Legislação,
Epistemologia e
Política dos
Sistemas de
ensino).
07
42
111
22
40
50
51
24
234
Educação
Formação de EnsinoConfessional professores aprendizagem
(Metodologia,
Subsídios,
Conteúdo,
Aprendizagem).
Categorias
Confessionais, vejamos o quadro geral da distribuição desta produção:
07
45
249
16
32
201
47
47
395
02
18
79
14
15
50
28
02
129
05
17
18
11
02
05
03
06
49
21
122
458
63
89
306
129
79
809
TOTAL
Tabela 55 - Produção
188
+ Identidade (História, Legislação, Epistemologia e Política dos Sistemas de
ensino)
Para a construção da identidade do ensino religioso pesquisa referente à
história da composição deste componente curricular ao longo da educação e das
legislações brasileiras foi fundamental compreender a presença do ER no contexto
escolar. Especialmente os estudos sobre as Constituições brasileiras e as
legislações educacionais com destaque para os textos legislativos a partir de 1996
em decorrência do novo contexto que exigiu aos sistemas de ensino a orientação
específica para a efetivação desta disciplina. Paralelamente a reflexão sobre objeto
do ensino religioso para estabelecer a epistemologia e a sua relação com uma área
de conhecimento demandou uma nova relação com as Ciências da Religião. Desta
forma as pesquisas ocorreram sobre a presença regional do desenvolvimento deste
componente curricular nos diferentes estados e municípios do país. As diferentes
publicações foram localizadas nas regiões do país como Paraná, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Sergipe, Uberaba e Jaraguá. A relação do Brasil com a União
Europeia e especificamente com Portugal e o Vaticano, a questão da laicidade e o
acordo que foi firmado com a Santa Sé alterando a compreensão sobre este
componente curricular no cenário brasileiro. De fato a questão histórica e
epistemológica do ensino religioso inicialmente foi estabelecida por uma relação de
políticas entre o Estado e a igreja católica que estruturou legislações para justificar a
presença deste componente na escola. As pesquisas, os estudos iniciais refletiram,
sistematizaram esta realidade do século XX, mas que a partir da aproximação de
uma leitura pedagógica esta realidade foi alterada.
Ao analisar os 234 documentos sobre a Identidade que envolve a história,
legislação, política e epistemologia do Ensino Religioso é notória que a metodologia
de pesquisa é fundamentalmente qualitativa, bibliográfica, documental, histórica.
Análise de textos recolhidos junto aos sistemas de ensino. Das dez dissertações
defendidas entre 1995 a 2000 refletiram os trabalhos das Secretarias de Educação
como de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Entre 2001 a 2008, um
total de vinte e três dissertações assume um perfil de registro do processo histórico
da implantação do modelo de Ensino Religioso dos diferentes sistemas de ensino e
sua relação com a leitura pedagógica a partir da Lei de Diretrizes e Bases da
189
Educação, porém entre 2009 e 2010 (dez dissertações) temos questões como o
Estado laico à produção científica sobre o Ensino Religioso pode considerar um
novo cenário de pesquisas sobre a identidade deste componente curricular,
enquanto as sete teses em uma perspectiva da identidade e fundamentos para esta
disciplina. Para este mapeamento foi possível o acesso a dezoito dissertações na
integra e quatro teses, a partir das quais verificamos que entre as obras mais citadas
estão: Processo de escolarização do Ensino Religioso (JUNQUEIRA, S. Vozes,
2002); Ensino Religioso no Brasil: tendências, conquistas e perspectivas
(FIGUEIREDO, A. Vozes, 1995); Ensino Religioso: perspectivas pedagógicas
(FIGUEIREDO, A. Vozes, 1994); Ensino Religioso e sua relação pedagógica
(MENEGHETTI, R; WASCHOWICZ, L.; JUNQUEIRA, S. Vozes, 2002); O Ensino
Religioso na nova LDB: histórico, exigência, documentário (CARON, L e GRERE
Vozes, 1998); Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso (FONAPER, Ave Maria,
1997); O Ensino Religioso na Escola (GRUEN, W. Vozes, 1994); Ensino Religioso:
memória e perspectivas (JUNQUEIRA, S.; OLIVEIRA, L. Champagnat, 2005).
Quanto ao impacto dos textos apresentados nos eventos e aos artigos publicados
em periódicos científicos com esta perspectiva de discutir a identidade e a questão
legal do ensino religioso percebe-se que 34 trabalhos foram apresentados em
eventos de representatividade: ANPED sul (V um trabalho; VI dois trabalhos);
ENDIPE (XII dois trabalhos); HISTEDBR (VIII dois trabalhos); EDUCERE (III um
trabalho; IV três trabalhos; VI dois trabalhos); SOTER (XXI cinco trabalhos; XXII
quatro trabalhos; XIII oito trabalhos) e no GT nacional de História das Religiões e
das Religiosidades / ANPUH (I cinco trabalhos). Enquanto nos periódicos científicos
foram localizados 18 artigos em revistas com classificação Qualis: Estudos
Teológicos (três artigos); Revista Horizonte (três artigos). Revista Pistis & Praxis
(dois artigos); Revista Diálogo Educacional (cinco artigos); Revista Interações (um
artigo); Revista Brasileira de Educação (um artigo); Revista Religião & Cultura (dois
artigos); Revista Ciências da Religião – história e sociedade (um artigo).
Finalizando os livros são essencialmente no campo da história e da releitura
do Ensino Religioso na perspectiva da escola construindo um novo cenário para a
transposição didática do Ensino Religioso
40
50
49
24
TOTAL
Artigos em
Periódicos
22
Livros
Eventos de
Ensino
Religioso
Textos de
Eventos
111
Eventos de
Teologia/CR
42
Eventos de
educação
07
Identidade
(História,
Legislação,
Epistemologia
e Política dos
Sistemas de
ensino).
Dissertações
Teses
Categorias
190
234
Tabela 56 – Produção sobre Identidade
Dissertações
Maria
1995
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
Ciências
da
Religião
Ecumenismo e pluralismo
na
Educação
Religiosa
escolar em Santa Catarina
Sem
Informação
José
Antonio
Cervigon Pinedo
1996
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
Ciências
da
Religião
Ensino Religioso escolar diagnóstico
e
possível
alternativa - um estudo de
caso
Enio José da
Costa Brito
Maria
Watanabe
1996
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo,
Ciências
da
Religião
Deus não vai à escola Ensino Religioso na escola
municipal de São Paulo
(1989 -1992).
Alípio
Marcio
Dias Casali
Terezinha
Mocellin
Dilma
O quadro religioso plural catarinense
penetra nas escolas públicas do estado. A
dimensão religiosa, parte integrante do
ser humano, e contemplada no art.21 na
Constituição Federal, que assegura aos
educandos uma disciplina, denominada
educação religiosa escolar. Em Santa
Catarina, essa disciplina vem sendo
organizada e ministrada em caráter
ecumênico pelo CIER (Conselho de
Igrejas para a Educação Religiosa). A
preocupação central do CIER é passar a
formação cristã aos educandos. Nossa
pesquisa demonstra a necessidade de ir
além, eis que o contexto plural da escola
está a exigir uma educação religiosa
escolar (ERE) que tenha metodologia
adequada, serão inspiradores de uma
consciência religiosa escolar plural e
poderão fomentar uma prática de
desenvolver integralmente os nossos
educandos.
A questão religiosa é um assunto
problemático,
principalmente
pelos
preconceitos que ao redor dela giram. O
mesmo ocorre ao se falar de Ensino
Religioso, enquanto matéria. Essa "crise"
do Ensino Religioso é, normalmente,
associada à existência dele, ou não, nas
escolas públicas. Mas, e nas escolas de
caráter confessional (como são as
escolas católicas)? Como é que é visto o
Ensino Religioso pelos estudantes desses
colégios?
Nesse
ponto
fazia-se
necessária uma pesquisa de campo, para
termos uma ideia, o mais aproximado
possível, da realidade existente. Foi aí
que iniciamos nossa busca e o nosso
referencial prático. Após aplicarmos a
pesquisa, com base nos dados obtidos
fomos analisando as conclusões dos
mesmos:
“a
religião
vista, pelos
estudantes, como necessária, ela é
também, relegada à esfera do particular”.
Na presente dissertação analisamos o
fenômeno da importância da religião.
passamos depois à análise das possíveis
causas do porque foi relegado ao âmbito
do particular. e concluímos, observando
que as mudanças (transformações) em
curso pelo mundo todo estão exigindo a
necessidade de um homem, ou melhor,
um ser humano integral. por outro lado, a
educação não pode continuar atrelada a
velhos paradigmas com sua educação
esfacelada, ela exige uma educação
integradora. nessa educação, o Ensino
Religioso tem um papel fundamental na
educação da dimensão espiritual.
Em 1991, por ocasião da reorientação
curricular nas escolas da prefeitura de
São Paulo, algumas religiões pediram a
inclusão do Ensino Religioso na grade
191
Antonio
Sgarbi
Donizetti
1997
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
História e
Filosofia
da
Educação
Igreja,
educação
e
modernidade na década de
30.
Luiz
Carlos
Barreira
Marcos
Zanette
Suel
1997
Universidade
Federal de Juiz
de Fora
Ciências
da
Religião
Ensino Religioso: Sim ou
Não?
Uma
abordagem
hermenêutica no contexto
da prática pedagógica
Walmor
Oliveira
Azevedo
Paulo
1999
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
Ciências
da
Religião
Realidade, poder, ilusão: um
estudo sobre a legalização
do Ensino Religioso nas
escolas e suas relações
conflitivas como disciplina
"sui generis", no interior do
sistema público de ensino.
Maria
José
Fontelas
Rosado-Nunes
Anísia de
Figueiredo
de
curricular. Convocou-se um seminário
para que todos os credos participassem
da estruturação do curso como projeto
especial. Implantado no último bimestre
de 91, com grave oposição da imprensa,
foi logo interrompido, entretanto, por ter
sido constatado, durante a avaliação, que
algumas professoras estavam fazendo
catequese. Meu propósito é descrever
essa experiência, examinar os fatos
históricos implicados nas atitudes dessas
professoras,
mostrando
a
responsabilidade da igreja católica na
manutenção da consciência ingênua,
através da interpretação ideológica de
seus mitos e fornecer pistas para uma
educação religiosa possível e necessária,
pela releitura dos mitos formadores de
nossa identidade, à luz do pensamento de
Feuerbach e de outros humanistas, para
substituir esquemas religiosos defasados
por outros que façam sentido em nosso
tempo, a fim de que deus possa ir à
escola restabelecendo o sagrado como
relações humanas.
O objetivo deste estudo é contribuir para a
história e a historiografia da educação
brasileira, produzindo um conhecimento
sobre o "escolanovismo católico dos anos
30" especificamente nos anos de 1934 a
1938, surgido no âmbito das associações
de professores católicos (APCS) que
começaram a se organizar a partir de
1928, sistematizado nos anos de 1933 e
1934, sobretudo pelo professor Everardo
Backheuser, construído e divulgado de
modo mais orgânico pela confederação
católica brasileira (CCBE) e por seu órgão
oficial, a revista brasileira de pedagogia.
Em 1933, depois da cisão com os
"profissionais
da
educação"
da
Associação Brasileira de Educação
(ABE), os educadores católicos reunidos
em
APCS,
para
fortalecer
sua
organização, fundaram a CCBE, que tinha
como objetivo a luta pelo Ensino Religioso
nas escolas e a defesa das “ideias
avançadas" e "progressistas", do mundo
moderno, mas lendo-as à luz dos critérios
e com a ponderação da encíclica divini
illius magistri, de Pio XI. Essas ideias
eram veiculadas pela revista brasileira de
pedagogia. Quem liderou este processo
foi o católico liberal Everardo Backheuser,
fundador e primeiro presidente da CCBE.
Foi um processo cheio de conflitos, como
se pode observar ao longo da leitura da
revista brasileira de pedagogia, a qual,
apesar das dificuldades, manteve sua
postura inicial até 1938, quando,
repentinamente, deixou de circular. A
revista divulgou os aspectos pedagógicos,
filosóficos, políticos e psicológicos do
escolanovismo católico através de artigos,
resenhas,
comentários,
etc.,
que
retratavam o quotidiano dos educadores e
das escolas associadas à confederação.
Este estudo mostra a importância dos
educadores católicos das APCS e da
CCBE, que não só difundiram a escola
nova, mas dialogaram com a cultura
moderna no campo educacional e criaram
um
movimento
novo,
original
e
independente,
denominado
"escolanovismo católico".
A pesquisa articula, a partir da abordagem
hermenêutico-filosófica,
o
lugar
estratégico do educador e do educando
na prática pedagógica da disciplina
Ensino Religioso
O presente estudo trata da legalização do
Ensino Religioso no Brasil e sua
consequente
implementação
e
implantação nas escolas da rede pública
oficial, nesses últimos anos, permitindonos constatar as dificuldades de ordem
jurídica, administrativa e pedagógica, por
conta de um imaginário que se formou
sobre a disciplina, ao longo de vários
séculos. Pelo curso dos acontecimentos,
percebemos a origem, a continuidade e o
desfecho de tal legalização, durante os
quais duas correntes se formaram: uma a
favor da garantia desse ensino como
disciplina, com ônus para os cofres
públicos. Para esta esse é um direito do
cidadão e dever do Estado, uma vez que
192
Nilza Donizetti Dias
Ferreira
1999
Universidade
Metodista
de
São Paulo
Ciências
da
Religião
Da Legislação à sala de
aula: O percurso do Ensino
Religioso na Escola Pública
Maria
José
Fontelas
Rosado-Nunes
Pedro Ruedell
1999
Universidade do
Vale do Rio dos
Sinos
Educação
Evolução
do
Ensino
Religioso
nas
escolas
oficiais do Rio Grande do
Sul.
Sem
Informação
esse cidadão contribui para a sua
manutenção com o dinheiro dos impostos.
Desta forma, exige o tipo de educação,
segundo suas concepções. É a corrente
liderada pela Igreja, baseada no princípio
da liberdade religiosa, segundo a
declaração Dignitatis Humanae. A outra
corrente contrária ao Ensino Religioso
pago pelos cofres públicos, por entendê-lo
como ensino da Religião ou Religiões. O
Estado, desde a instalação da República,
é laico, assim como as instituições pelas
mesmas geridas. Compete às instituições
religiosas organizá-lo e mantê-lo, ainda
que utilizem o espaço físico das escolas.
Baseia-se no princípio da liberdade
religiosa, pela hermenêutica francesa. Em
decorrência, instala-se uma problemática
que tem como fundo um imaginário
coletivo sobre o Ensino Religioso,
construído ao longo do regime de
padroado de conotação regalista; com
raízes no princípio da laicidade do Estado,
pela instalação do estado republicano e
da liberdade religiosa do cidadão,
corolário deste; tomando corpo, durante
todo o século XX, com desfecho na Lei
9475/98 que alterou o artigo 33 da atual
LDB. Em meio a uma dialética de poder
interno, o Ensino Religioso figura como
disciplina sui generis. Para a sua
normalidade, esse estudo aponta como
necessária a delimitação de seu objeto,
desvinculando-a de Religiões ou de uma
Religião, para, com natureza própria,
adaptar-se ao ambiente escolar e aí
desempenhar a sua função.
O Ensino Religioso nas escolas públicas
do Brasil tem sido alvo de constantes
divergências entre políticos, educadores e
clérigos. O percurso do ER até a sala de
aula é longo. Antes de chegar ao seu
destino percorre diferentes repartições
públicas onde sobre modificações em sua
interpretação, aplicabilidade e aceitação.
Nesse sentido esta pesquisa realizada em
escolas públicas da cidade de São Paulo,
busca levantar informações legais,
educacionais
e
eclesiásticas,
que
permeiam esse polêmico ensino traçando
sua trajetória a partir da legislação
vigente, a lei 9.475/97 que dá nova
redação ao art. 33 da lei 9.394/96,
passando pela regulamentação do
governo estadual, indo para a delegacia
de ensino, chegando à escola e
finalmente, quando permitido, entrando
em sala de aula através do serviço
voluntário. Nota-se que no estado de São
Paulo, a prática está distante da teoria
legal, que dispõe sobre o ER como parte
integrante da formação básica do
cidadão, constituindo disciplina nas
escolas públicas.
Este trabalho trata da evolução do Ensino
Religioso nas escolas oficiais do estado
do rio grande do sul, de 1770 a 1998.
Tem como objetivo caracterizar esta
instrução
religiosa
nas
instituições
governamentais de ensino, discernindo as
variações que o acompanham. A
legislação civil e eclesiástica e os agentes
promotores do Ensino Religioso foram os
aspectos definidos para a pesquisa. Esta
se orientou pela pergunta-chave: qual tem
sido e qual é, na prática escolar, a
identidade do Ensino Religioso? Como o
Ensino Religioso faz parte do ensino e
ambos estão condicionados pelo contexto
sócio-econômicopolítico, a coleta de
dados, centrada no Ensino Religioso,
também abrangeu o ensino em sua
contextualização. A exposição descritiva
dos resultados da pesquisa segue a
ordem do tempo e se divide em três
partes, correspondentes às três grandes
situações políticas do país: colônia,
império e república. A evolução do
contexto político e a variação das
características do Ensino Religioso
definiram a subdivisão em períodos e
momentos distintos o tempo do império e
da
república.
A conotação
mais
persistente é seu caráter confessional.
Mudanças significativas ocorrem a partir
da década de 1960. A maior alteração é
trazida pela lei nº 9.475/97, passando o
193
Zenaide Aparecida
Coradine
1999
Centro
Universitário
Nove de Julho
Sem
Informaçã
o
Ensino Religioso na Escola
Pública do Estado de São
Paulo - relatório final da
CER (Comissão Especial
sobre o Ensino Religioso):
uma análise documental.
José Rubens
Lima Jardilino
Fátima Aparecida
Frisanco
2000
Universidade
Estadual
de
Maringá
Educação
Ensino Religioso na escola
pública
brasileira:
uma
questão política
Cézar Alencar
Arnault Toledo
Ensino Religioso do domínio das
instituições religiosas para o dos sistemas
de ensino e constituindo-se em parte
integrante da formação básica do
cidadão. Os dados mais significativos
estão dispostos cronologicamente em
nove quadros, que constituem o fulcro
documental e de posicionamentos, a
marcar o caminho evolutivo do Ensino
Religioso no Brasil e especialmente no rio
grande do sul. Para contrapor aos
documentos legislativos a realidade do
Ensino Religioso assim como era
experimentado na prática escolar, foi feita
uma pesquisa através de entrevistas
individuais com 27 pessoas, que atuaram
na instrução religiosa de escolas públicas,
como professores e supervisores de
Ensino Religioso. Seus depoimentos, por
provirem
de
épocas
diferentes,
correspondem praticamente ao tempo da
república, de 1902 a 1998. Pode-se
salientar como características principais
do Ensino Religioso: seu caráter
confessional, até 1997; a ligação com a
política do país e do estado através da
instituição eclesiástica; e sua índole
formativa na maior parte do tempo. Uma
de suas carências sérias é a falta de
acolhida nos seus programas às
expressões religiosas e culturais de cunho
popular. Outra limitação é a não inclusão
dos desafios socioeconômicos nas metas
e programas do ensino e do Ensino
Religioso. A caracterização transhistórica
do Ensino Religioso no rio grande do sul,
detalhada neste trabalho, pode ajudar a
situar e a compreender melhor o Ensino
Religioso hoje.
compreensão do processo educacional no
campo jurídico, no histórico-filosófico e no
campo psico-antropológico, a análise que
propomos está centrada na compreensão
das questões relacionadas à cidadania e
ao direito das minorias religiosas,
ressaltadas
nas
análises
e
nos
documentos que compuseram o relatório
final da Comissão.
O objetivo deste trabalho foi evidenciar os
motivos religiosos e políticos que fizeram
mudar, num curto espaço de tempo, a
redação do art. 33 da nova Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional
– LDB n.º 9.694/96. Para isso, pesquisouse sobre a relação entre a Igreja Católica
e o Estado no que se refere ao Ensino
Religioso na escola pública desde a
proclamação
da
República,
especificarnente, a partir da instituição do
Estado e do ensino laicos. Ficou evidente,
nos estudos realizados, que a perda de
poder, por parte da Igreja, não
representou, de fato, seu afastamento real
do Estado, já que permanecia o poder de
persuasão da Igreja sobre a maioria da
população brasileira, que era católica. O
estabelecimento
de
pactos
de
colaboração recíproca se apresenta como
uma saída conveniente para as duas
instituições. A moral religiosa ainda era
fundamental para garantir a harmonia
social e a própria sobrevivência do novo
regime de governo. Ao mesmo tempo,
convinha à Igreja prestar-se a isso, como
oportunidade de integrar-se à República e
garantir suas reivindicações, inclusive o
Ensino Religioso. Mudanças foram
ocorrendo nesse pacto, a partir no
momento em que as outras religiões
foram ganhando mais adeptos junto à
população e consequente força política,
impondo-se, aos poucos, o pluralismo
religioso. A aceitação do pluralismo na
vida social foi transformando o pacto de
colaboração entre Estado e as demais
denominações religiosas. A necessidade
de manter a relação de troca de favores
obrigou a Igreja Católica a uma
reestruturação. Abriu mão do Ensino
Religioso confessional e aceitou não só o
diálogo com as demais religiões, como
assume a defesa de um Ensino Religioso,
na reformulação do referido art. 33,
voltado ao conhecimento, isento de
proselitismo, preconceitos e dogmas. É
evidente essa nova postura a partir do
momento em que ela aceitou as
194
2001
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
Ciências
da
Religião
Idas e vindas do Ensino
Religioso em Minas Gerais:
a
legislação
e
as
contribuições de Wolfgang
Gruen
Enio José da
Costa Brito
Cecília Hess
2002
Universidade
Regional
de
Blumenau
Educação
Identidade
do
Ensino
Religioso em Santa Catarina
Nivaldo Alves
de Souza
Ricardo
Antonio
Gonçalves Teixeira
2002
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiânia
Ciências
da
Religião
O Ensino Religioso nas
escolas públicas municipais
de Aparecida de Goiânia
Sérgio
Araújo
Antônio
da Silva
Francisco
de
propostas dos novos paradigmas do
Ensino Religioso do I Fórum Nacional
Permanente
do
Ensino
Religioso
(Fonaper), uma entidade civil, embora
tenha muitos de seus membros ligadas à
Igreja Católica e às igrejas protestantes.
Portanto, a presença do Ensino Religioso
na escola laica sempre foi garantida por
meio de negociações políticas que
favoreciam tanto o Estado como a Igreja.
A escolha do tema Ensino Religioso
devesse ao diuturno trabalho que este
pesquisador vem desenvolvendo nessa
área desde 1974, em Minas Gerais. A
necessidade de aprofundamento sempre
esteve presente durante a realização
desses
trabalhos.
Compreender
a
trajetória evolutiva da legislação do
Ensino Religioso e seus deslocamentos
quanto ao conteúdo, sempre foram
motivos de preocupação de sua parte. O
quadro religioso nos últimos trinta anos,
em Minas Gerais, sofreu profundas
mudanças. Reflexo dessas mudanças é o
enfoque dado à Educação Religiosa.
Busca-se, hoje, partir das riquezas
presentes no educando, deixando de lado
as preocupações catequéticas. O que
está em jogo não é mais a religião, mas a
religiosidade que cada educando traz
consigo. A pesquisa procura captar as
mudanças no âmbito da nomenclatura,
reveladoras das transformações ocorridas
na compreensão mesma do Ensino
Religioso: Ensino de Religião, Ensino
Religioso
e,
finalmente,
Educação
Religiosa. Para acompanhar esses
deslocamentos, resgatam se as mútuas
influências ocorridas entre a prática do
Ensino Religioso na Escola Pública e a
legislação tanto no âmbito federal quanto
estadual. A análise mais detalhada
dessas interações revelou a influência
marcante do pensamento e da prática de
Wolfgang GRUEN. A história mostrou,
com suas idas e vindas que a proposta de
GRUEN respondia às novas demandas
de diálogo, de pluralidade e de
ecumenismo.
A
pesquisa
finaliza
apontando para os desafios que
permanecem
Este é um estudo sobre a construção do
conhecimento do Ensino Religioso na
pluralidade da escola. Mais do que um
estudo é uma reflexão. O objetivo
fundamental deste estudo é discutir a
construção
do
conhecimento
do
fenômeno
religioso,
enquanto
historicidade que constitui base concreta
do
ser
humano,
adaptado
às
circunstâncias de um determinado tempo,
em função de sua sobrevivência. Através
de um breve histórico sobre a trajetória do
Ensino Religioso, desde a chegada dos
Jesuítas (1549) até os dias de hoje,
discute-se neste trabalho, a importância
da construção do conhecimento religioso
que preconiza o respeito à opção religiosa
do educando. Assim dentro de um quadro
de
referência
e
contextualizando
historicamente, buscou-se refletir sobre o
Ensino
Religioso
como
disciplina
obrigatória
dentro
do
currículo
educacional brasileiro e sua importância
na formação do cidadão. Do outro lado,
procurou-se analisar o papel do Ensino
Religioso na escola, e sua ação
pedagógica na evolução do diferencial do
Eu, o fortalecimento relacional do Nós em
vista da personalização desse Eu e a
humanização do Nós na construção de
uma sociedade mais fraterna e solidária.
O Ensino Religioso, hoje realidade em
todas as escolas públicas brasileiras, é o
tema gerador deste trabalho, que tem por
fim discutir a intenção dos grupos
religiosos ao proporem aos parlamentares
a integração da disciplina na grade
curricular das escolas públicas e, ainda,
estudar a realidade do Ensino Religioso
vivida no município de Aparecida de
Goiânia para assim constatar se há ou
não eficácia, segundo sua proposta. No
capítulo I – Discussão acerca do Ensino
Religioso a partir da Nova LDB – é feita
uma análise da historicidade do Ensino
Religioso no Brasil até a apresentação da
195
Sirlene de Castro
Oliveira
2002
Universidade
Federal
de
Uberlândia
Educação
Embates entre o Ensino
Religiosos e o Ensino Laico
na
Imprensa
Uberabense(1924-1934)
José
Carlos
Souza Araujo
Wilma
Cononaco
2003
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
Ciências
da
Religião
Operação
semente.
A
história,
a
proposta
pedagógica e a importância
do EREP (Ensino Religioso
José J Queiroz
Rosa
nova LDB. O II – O Ensino Religioso nas
Escolas Públicas Municipais de Aparecida
de Goiânia – enfoca o Ensino Religioso
em Goiás, perpassando pelos aspectos
legais até chegar ao objeto de estudo,
que é a realidade do Ensino Religioso nas
escolas públicas municipais da referida
cidade e; nesse intervalo, discutem-se as
propostas de ensino e a problemática
enfrentada no âmbito administrativo. No III
e último capítulo – Ensino Religioso: uma
Análise Sociológica acerca da Moral e da
Religião – são analisadas as situações
enfocadas nos capítulos I e II à luz dos
teóricos.
O presente trabalho constitui um estudo
sobre o Ensino Religioso e o ensino laico
em Uberaba, empreendido na imprensa,
mais precisamente nos periódicos Correio
Católico, sob a responsabilidade editorial
dos frades dominicanos, e Lavoura e
Comércio,
enfocando
o
período
compreendido entre 1924 e 1934. Busca
a configuração do embate entre o Ensino
Religioso e o ensino laico, aquele
assumido pela perspectiva católica e este
por uma postura liberal. O conflito acirrase na medida em que a Igreja Católica
passa a exigir a inserção do Ensino
Religioso no currículo da rede oficial,
tendo como oponente os liberais,
defensores do ensino laico. Este estudo
propõe analisar como a temática foi
recebida e debatida na imprensa
periódica,
buscando
identificar
os
instrumentos utilizados a fim de alcançar
os objetivos propostos. Para tanto,
utilizou-se em primeiro lugar uma
pesquisa bibliográfica e documental, com
apontamentos das questões consideradas
essenciais. Posteriormente, houve a
transcrição de todas as publicações
inerentes ao tema, sendo digitadas,
analisadas e categorizadas, possibilitando
assim, o delineamento do trabalho. A
partir daí, propôs-se resgatar a trajetória
histórica das duas instâncias diretamente
ligadas ao objeto em questão, ou seja, o
embate entre o Ensino Religioso e o
ensino laico, realçando os aspectos que o
circunscreveram. NO capítulo segundo,
procurou-se apresentar o papel da
educação em face dos interesses das
instituições em questão e como a
laicização implantada com a República
em 1891 provocou mudanças no contexto
educacional; a infiltração do pensamento
liberal na educação e o acirramento dos
debates entre os defensores deste e os
representantes da Igreja Católica. O
capítulo
terceiro
consiste
na
contextualização
sócio-econômicoreligiosa de Uberaba, com ênfase para a
educação e o seu processo de
consolidação, bem como para a imprensa
e a sua relevância no desenvolvimento
local e regional. O capítulo quarto ocupase com a análise das publicações sobre o
Ensino Religioso e o ensino laico.
Buscou-se enfocar como justificativas
para se implantar o Ensino Religioso nas
escolas públicas, os aspectos como: o
laicismo, o protestantismo, a liberdade de
consciência, a moral, a educação e a
instrução, a formação de professores e o
patriotismo. As publicações analisadas
permitiram confirmar o que já havia sido
vislumbrado na fundamentação teórico,
porém sob um novo prima: o lócus de
onde parte o discurso. O periódico
permite ao pesquisador analisar a
participação dos autores na sua
produção, identificar possíveis conexões
entre as representações sociais e
institucionais, além de possibilitar uma
visão do reflexo que a notícia causa na
comunidade. Dessa forma, a história local
contribui extremamente com a história
nacional, uma vez que é passível de
constituir-se em um referencial próprio,
capaz de permitir uma análise estrutural
dos fatos, das mentalidades e da cultura
construídas pela coletividade.
A pesquisa realizada objetiva relatar a
caminhada em São Paulo, do EREP,
Ensino Religioso da Escola Pública,
promovida pela Arquidiocese de São
196
da Escola Pública) na
evolução
do
Ensino
Religioso
Alane
Leal
de
Lucena
2004
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Ciências
da
Religião
Religião
e
Educação:
Pressupostos básicos para
a construção da Cidadania
Rodolfo Petrelli
José Claudio Pecini
2004
Universidade do
Oeste Paulista
Educação
O Ensino Religioso e o seu
caráter formador do cidadão
José
dos
Filho
Camilo
Santos
Paulo. Apontando a sua contribuição para
a evolução do ER, identifica a sua
proposta pedagógica, seus resultados e a
permanência de alguns aspectos desta
proposta na atual concepção do ER.
Identificar, relatar, descrever, a ação que
educadores, estimulados por membros do
EREP, vêm realizando nos últimos trinta
anos junto às escolas públicas paulistas
no sentido de fazer valer o direito do
aluno ao ER que lhe é garantido por lei,
são os objetivos almejados neste
trabalho. Desenvolveu-se a pesquisa a
partir de duas hipóteses levantadas: a
suposição inicial de que, a proposta do
EREP, embora cristã/ católica parece se
fundamentar em uma visão pluralista do
ER,
se
aproxima
de
caráter
transconfessional, superando a antiga
proposta catequética; em certos aspectos,
a sua prática pode ser vista como
antecipatória, pois, a sua visão de ER, se
aproxima das atuais concepções desta
área da educação. Alguns referenciais
teóricos forma invocados ao longo do
trabalho para esclarecer a proposta
pedagógica e a contribuição do EREP no
âmbito do ER. Deste referencial
destacamos, o Ensino Religioso como
educação
à
abertura
e
ao
questionamento,
como
descoberta
existencial da vida no que ela tem de mais
amplo e profundo; o ER como educação
da religiosidade; o ER como estudo do
fenômeno religioso. Os procedimentos
metodológicos constituíram-se pela busca
e estudos de fontes, principalmente no
arquivo do EREP, onde há farta
documentação, em grande parte inédita.
A pesquisa permitiu confirmar as
hipóteses iniciais. A proposta do EREP se
mostrou aberta, passível de uma
abordagem cristã/ católica que permite o
diálogo inter-religioso, que respeita o
pluralismo. Também ficou patente o seu
caráter transconfessional. O EREP não
visava a conversão do aluno, mas a
educação de sua religiosidade
O presente trabalho visa a estabelecer
relações entre a educação e a religião
como base para um novo modelo da
prática religiosa ao encontro da sua
essência e da formação da cidadania do
indivíduo. Buscou-se, com isso, a
etimologia da palavra religare, religar o
indivíduo com tudo que o cerca, tendo em
vista a ação, a prática religiosa no seu
aspecto mais significativo: permitir ao
homem perceber-se e perceber seu
espaço
no universo.
para
tanto,
desenvolveram-se
oficinas
com
estudantes de uma classe de aceleração
(CA), de uma escola da rede pública de
ensino fundamental. Nesses encontros,
foram trabalhados elementos pertinentes
ao tema cidadania, entendido como o
próprio direito à vida no sentido pleno,
quais sejam: solidariedade, diálogo e
ecologia.
O presente trabalho, intitulado o Ensino
Religioso e o seu caráter formador do
cidadão contemporâneo, tem como
objetivo fundamental demonstrar a nova
interpretação que essa disciplina ganha,
em ambiente escolar, principalmente com
a promulgação da lei de diretrizes e bases
da educação nacional, no seu artigo 33, e,
no caso do estado de São Paulo, com a
indicação CEE Nº 07/2001. A opção pela
análise teórica foi possível a partir de
pesquisas realizadas no campo da
educação religiosa, no decorrer da
educação brasileira, principalmente no
que há de diferente entre a concepção de
aula religião e o sentido que o Ensino
Religioso ganha, na atualidade. As
informações obtidas por meio de leituras e
pesquisas
proporcionam
um
entendimento do caráter do Ensino
Religioso, na questão educacional, tanto
do Brasil como no estado de São Paulo.
Quanto à contribuição que essa disciplina
dá à formação do ser humano, constitui
uma das partes da educação integral para
o terceiro milênio, porque abrange, além
de
muitos
elementos,
o
lado
transcendental dentro ambiente escolar,
197
Luciana de Almeida
Campos
2004
Universidade
Federal
Fluminense
Educação
Em nome de Jesus: Um
estudo
sobre
Religião,
Política e Cultura na Escola
Pública e Laica
Lygia Baptista
Beraba Pauleto
Segala
Neide
Márcia
Scheffer de Oliveira
2004
Escola Superior
de Teologia
Teologia
A legislação sobre o Ensino
Religioso no Rio Grande do
Sul: do período Colonial de
1707 ao ano 2000
Evaldo
Pauly
Luis
principalmente no entendimento do
próximo como pessoa, como cidadão,
como integrante dos mistérios da vida.
Então, valorizar os vários aspectos,
juntamente com a sacralidade da
existêcia, constitui um dos pontos
essenciais para a construção de um
mundo melhor
Os objetivos desta dissertação são
compreender como as discussões sobre a
cultura popular e a religião se articulam no
interior da escola pública neste início de
século XXI. Parto da hipótese que com o
significativo aumento de professores e
estudantes
pentecostais
e
neopentecostais, algumas mudanças vem
acontecendo
no
cotidiano
destas
instituições e nos seus modos particulares
de considerar a cultura popular que foram
construídos sob influência da tradição
cultural católica. Para tal elegi dois focos
neste trabalho: o primeiro segue no
sentido de pensar como acontece o
Ensino Religioso dentro da escola. O
segundo se encaminha para examinar a
forma particular como os debates sobre a
cultura popular se objetivam em sala de
aula, sobretudo através da pedagogia do
folclore, ponto sob o qual convergem de
modo mais claro as polêmicas em torno
de religião, pois neste campo podem se
objetivar
tensões,
discordâncias
e
conflitos, haja vista que esta se desenha
como saber impregnado de aspectos
religiosos. Embora minhas preocupações
se direcionem a vivência da religião nas
escolas,
coube
considerar,
nesta
pesquisa, outras instâncias direta ou
indiretamente relacionadas ao tema,
como o poder legislativo fluminense e a
formação de professores. o foco principal
do meu trabalho de campo, foi a
observação e o registro sistemáticos,
utilizando o diário de campo, da rotina de
dois estabelecimentos educativos: um
público e um privado confessional.
Realizei nestas escolas entrevistas
gravadas com professores, estudantes e
responsáveis escolhidos. Busquei analisar
planos de aula e o material didático
utilizado. Parti de minha experiência como
professora e como bolsista, busquei
entender
especialmente
como
as
discussões
acerca
das
diferenças
culturais no país, mais particularmente o
repertório do folclore brasileiro, eram
tratadas no interior das escolas, uma vez
que percebia por vezes, o uso
fragmentário e caricato das tradições
populares e ainda sua frequente
reinterpretação, considerando as opções
religiosas dos professores. na busca de
uma interlocução com o poder legislativo
entrevistei dois deputados, um estadual e
um federal, sobre a questão do Ensino
Religioso e de modo complementar a
estas entrevistas, fiz pesquisas que
relacionavam estas personalidades e o
tema em questão, em jornais. Foram
realizadas
ainda,
entrevistas
na
Universidade Federal Fluminense Na
Faculdade
de
Educação/Niterói
a
docentes e discentes sobre a temática
desta
dissertação.
De
modo
complementar,
foi
aplicado
um
questionário exploratório aos estudantes
da graduação do curso noturno de
pedagogia, além de consulta aos dados
socioculturais que a universidade já
possuía sobre estes. Recorri ainda à
análise de fluxograma do curso e as
ementas das disciplinas.
Esse trabalho apresenta um resgate da
legislação sobre a disciplina escolar
Ensino Religioso no estado do rio grande
do sul. Alguns documentos legais pouco
conhecidos são reproduzidos na íntegra.
A dissertação discute, de
forma
fundamentada,
essa
legislação
relacionando-a, às diferentes épocas e
correntes de pensamento. O primeiro
capítulo aborda a trajetória legal da
disciplina do período colonial e imperial:
1707 à proclamação da república em
1889. O segundo capítulo busca mapear
a história do período da república de 1889
até 2000. O terceiro capítulo apresenta a
198
Rogerio Garcia
2004
Universidade de
São Paulo
Educação
A implantação do Ensino
Religioso
nas
escolas
públicas:?
guerra
de
posição? e hegemonia do
grupo católico
Antonio
Joaquim
Severino
legislação federal após os anos setenta e
busca comprovar a possibilidade de tornar
a lei uma realidade na escola pública. a
dissertação busca por procedimentos
válidos e apropriados para buscar
compreender pedagogicamente o Ensino
Religioso, após percorrer a sua trajetória
evolutiva desde os séculos passados até
a sua concepção atual. Nesse sentido, a
dissertação apresenta tópicos de uma
proposta elaborada da pedagogia espírita
para que a escola deixe de receber
remendos novos em pano velho, e possa
ser um local onde o diálogo aberto e
respeitoso prevaleça, onde a liberdade, a
ação e o amor sejam os princípios para
uma nova educação escolar
Pesquisar o Ensino Religioso através dos
muitos caminhos na história brasileira,
para conseguir se implantar nas escolas
públicas, foi a escolha para analisar o
processo de construção da hegemonia da
Igreja Católica. Da colônia, quando a
catequização
dos
?selvagens?
os
escravizava, pela fé ou pela força, com os
jesuítas alcançando influência política,
poder econômico e domínio total sobre a
educação e o ensino, até o presente onde
a disputa pelo ensino público continua.
Nas Constituições se colheram subsídios
para orientar a análise das relações entre
o Estado e a Igreja, bem como obras que
trataram do tema. Com o método
materialista histórico, se articularam
diversas fontes numa convergência
nuclear. No entanto o estopim para todo
esse conjunto, foi a contribuição
intelectual ?orgânica? de um pensador
marxista que muito ampliou o ferramental
teórico
para
decodificação
da
complexidade das sociedades modernas.
Falamos de Antonio Gramsci (19811937), este sardo que pela sua intensa
atividade política e intelectual, nos legou
um cabedal teórico valioso para muitas
áreas do saber humano. Sem pedantismo
ou pré-conceitos, Gramsci leu a sua
realidade de uma maneira universal e
atemporal. Estava certo ao afirmar que
qualquer iniciativa para tirar as massas de
sua condição subalterna, teria que
necessariamente
passar
por
uma
profunda revolução moral e cultural,
romper aquela ?mumificada cultura
popular?. Pelo direito constitucional a
Igreja atinge as massas em setores que
vão do nascimento à morte, do
atendimento
aos
confinados,
à
benemerência, mas o de maior peso é a
educação, o ensino. A Igreja, considerada
mater e magistral impera solenemente
nesta área. No início na década de 30, as
discussões e debates sobre o Ensino
Religioso ganharam vulto e contornos
específicos. De um lado se instalava o
grupo católico que lutava pela sua
inserção na escola pública, e do outro
lado se posicionava um grupo de
educadores que defendiam-na como
única, laica, universal etc. Pelas letras da
Lei de Diretrizes e Bases para a educação
nacional, se complementaria o dispositivo
constitucional do Ensino Religioso na
escola pública. O Ensino Religioso
conseguiu se inserir na Lei, contudo não
como desejavam os católicos. Para eles,
faltava o Estado arcar com as despesas
de professores e outras, além de intervir
no conteúdo. Os laicistas conseguiram
impedir que isso ocorresse. Esse foi o
período de 1961, data da promulgação da
primeira LDB. A vitória viria em 1996
quando os católicos conseguiram, em
menos de um ano de promulgada a nova
LDB, modificá-la no artigo que trata desse
ensino. Após tantos anos de embate,
através
de
inúmeros
recursos,
conseguiam os católicos, além de garantir
tudo que já possuíam, obrigar o Estado a
arcar com o ônus do pagamento dos
professores, das despesas relativas a
esse
ensino,
bem
como
ter
responsabilidade com os conteúdos e
suas práticas. Pela ?guerra de posição? a
Igreja Católica conquistou a hegemonia
nacional e garantiu a disseminação de
sua
concepção
de
mundo:
a
199
transcendênci
Viviane
Cândido
Cristina
2004
Centro
Universitário
Nove de Julho
Educação
O Ensino Religioso em suas
fontes. Uma contribuição
para a epistemologia do
Ensino Religioso
José J Queiroz
Berenice Fernandes
de Souza Outeiro
2005
Universidade
Presbiteriana
Mackenzie
Ciências
da
Religião
Ensino Religioso em Minas
Gerais: uma alternativa de
resgate dos valores éticos e
morais
Márcia
Serra
Ribeiro Viana
Débora
Vasti
Colombani Bispo de
Almeida
2006
Pontifícia
Universidade
Católica de Sâo
Paulo
Ciências
da
Religião
Ensino Religioso ou Ensino
sobre
religiões?
A
concepção
de
Ensino
Religioso escolar no Estado
de São Paulo
José J Queiroz
Tendo em vista a necessidade de
caracterizar o Ensino Religioso como área
de conhecimento e, conseqüentemente,
melhor compreender sua natureza e
finalidade, esta dissertação tem como
objetivo analisar três fontes de discursos
sobre o ER, a saber, a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil, o Fórum
Nacional Permanente para o Ensino
Religioso e o ―Grupo do Nãoǁ,
apontando as respectivas concepções de
ER e seus fundamentos. Partimos de uma
suposição, a ser demonstrada, de que as
três fontes apresentam concepções
divergentes,
ambíguas
e
até
contraditórias no que tange a essa
disciplina como área de conhecimento.
Este fato decorreria dos fundamentos
epistemológicos
que
embasam
as
concepções de ER dos três grupos. Com
este trabalho, a partir do estudo das três
fontes, seus discursos e suas concepções
e o reflexo destas nos textos legais,
pretendemos contribuir para a busca de
uma epistemologia do ER. Como
categorias de análise das concepções das
três fontes, recorremos a três matrizes: o
discurso teológico como matriz das
concepções
da
CNBB;
a
visão
fenomenológica e antropológica do ser
humano e de religião como base das
concepções do Fórum e a visão laica,
pragmática e questionadora da educação
como fundante da posição do ―Grupo do
Nãoǁ. Trata-se de uma pesquisa
documental e metodológica, para o
estudo das fontes do discurso em Ensino
Religioso.
Este trabalho desenvolve uma análise
sobre a disciplina Ensino Religioso, na
atualidade,
nas
escolas
públicas
estaduais de minas gerais, no nível
fundamental, de 5a. a 8a. série, face à
legislação
federal
e
à
mineira
especificamente. Este tema se encontra
na intersecção direta do campo religioso
com a formação da sociedade brasileira.
O objetivo é o de mostrar o percurso da
referida disciplina na legislação federal e
estadual como meio de entender os seus
desdobramentos
hoje
nas
escolas
mineiras. Para chegar a isto, é feito um
estudo com base na história do Ensino
Religioso na educação oficial brasileira
desde a chegada dos jesuítas no Brasil,
em 1549, passando por todo o período
colonial, monárquico e republicano.
Através do levantamento cronológico das
principais leis procura-se evidenciar o por
quê e como esta disciplina entrou na
grade curricular nacional. Investiga-se
também nos diversos períodos estudados
o perfil do professor para esta disciplina, o
que se exigia e o que se exige hoje para a
formação deste profissional. O interesse
central da pesquisa é verificar se, em
minas gerais, no ensino fundamental, o
conteúdo ensinado se aproxima mais das
questões éticas ou morais do que de um
Ensino Religioso propriamente dito. Esta
pesquisa fundamenta-se teoricamente
nas observações de Émile Durkheim a
respeito da religião como fato social e
coletivo e na importância que ele deu à
escola como o ambiente propício para o
ensino da moral leiga como virtude
desejável para o desempenho futuro da
criança na sociedade.
A pesquisa trata da questão das
concepções de Ensino Religioso no
sistema escolar público do Estado de São
Paulo. O estudo aponta e analisa as
concepções explícitas e implícitas que
aparecem nas discussões preliminares e
posteriores à Lei 10783/01 que ocorreram
na Assembléia Legislativa, por ocasião da
tramitação do Projeto de Lei 1036/99.
Focaliza também a Deliberação CEE
16/2001 e a Indicação CEE 07/2001 e os
escritos produzidos pelos mentores do
Ensino Religioso escolar público para o
Estado de São Paulo, contidos nos
Cadernos de Ensino Religioso e nos
artigos publicados na revista eletrônica
REVER. Como pressuposto teórico para
200
Fábio
Portella
Lopes de Almeida
2006
Universidade de
Brasília
Direito
Liberalismo
político,
constitucionalismo
e
democracia: a questão do
Ensino
Religioso
nas
escolas públicas
Cristiano
Otávio Paixão
Araújo Pinto
Janayna de Alencar
Lui
2006
Universidade
Federal
de
Santa Catarina
Antropolog
ia Social
Em nome de deus: um
estudo
sobre
a
implementação do Ensino
Religioso
nas
escolas
públicas de São Paulo
Maria Amélia
Schmidt Dickie
José Luis Derisso
2006
Universidade
Federal de São
Carlos
Educação
O Ensino Religioso na
escola
pública
e
a
epistemologia dos materiais
implementados nas escolas
oficiais do Estado de São
Paulo após a Lei n. 9475/97
Marisa Bittar
essas análises foram expostas as
principais
concepções
de
Ensino
Religioso, a confessional, a transreligiosa
e a fenomenológica. Conclui-se que o
Ensino Religioso escolar público do
Estado de São Paulo se apresenta como
uma mescla de várias concepções
conflitantes, prevalecendo a tendência de
caracterizá-lo como Ensino de Religiões,
privilegiando o enfoque da história, da
cultura e da ética, preterindo o que a
concepção
transreligiosa
e
fenomenológica consideram fundamental,
a saber, o estudo e a experiência do
Transcendente.
A presente dissertação tem por objetivo
discutir, tendo por marco teórico o
liberalismo político de John Rawls, a
interpretação do art. 210, § 1º, da
Constituição Federal de 1988, que
estabelece o Ensino Religioso nas
escolas públicas, tendo por objeto de
estudo a constitucionalidade da Lei
Estadual n. 3.459/2000, do Rio de
Janeiro. Para cumprir esse objetivo, o
primeiro capítulo tem por objetivo discutir
o direito à liberdade religiosa, cujos
delineamentos são traçados a partir de
uma leitura reconstrutiva de elementos da
história constitucional brasileira a respeito
do tema, fundada na busca pelo equilíbrio
reflexivo entre o liberalismo político
rawlsiano e essa história institucional.
Esse capítulo é importante porque a
discussão a respeito do Ensino Religioso
deve levar em consideração a própria
liberdade religiosa e o modo pelo qual as
instituições brasileiras têm lidado com
esse direito. O segundo capítulo discute
os pressupostos normativos da educação
pública, também a partir do liberalismo
político, de forma a mostrar que o objetivo
das instituições de ensino numa
democracia constitucional é formar
cidadãos capazes de exercer os seus
direitos e de participar na vida pública. O
terceiro capítulo tem por propósito
desafiar, a partir dos pressupostos
estabelecidos nos capítulos anteriores, a
constitucionalidade da Lei Estadual n.
3.459/2000 e a proposta de professores
de ensinarem o criacionismo nas escolas
públicas, que surgiu em função do modelo
de Ensino Religioso adotado por esta lei.
O presente estudo trata do processo de
implementação do Ensino Religioso nas
escolas públicas do estado de São Paulo,
tendo como foco as relações de
instituídas no interior do campo estudado,
bem como a identificação das estratégias
individuais dos atores envolvidos na ação.
Através da participação de grupos como o
conselho de Ensino Religioso do estado
de São Paulo (CONER/SP), a associação
dos professores de Ensino Religioso de
São Paulo (ASPER/SP) e a secretaria de
educação do estado de São Paulo é
possível compreender como se deu este
processo de inclusão do Ensino Religioso
na rede pública de ensino.
O objetivo desta pesquisa é mostrar as
mudanças ocorridas no formato de
epistemológica religiosa ensinada nas
escolas públicas após a promulgação da
lei número 9475/97 que alterou o artigo 33
da LDB número 9394/96, e para revelar a
sua
inclinação
ideológica. Estas
alterações
foram
observadas
principalmente no estado de São Paulo
em 2001, quando a Secretaria Estadual
de Educação regularizou o sujeito e o
Conselho de Educação implementado na
rede pública de ensino. Nós pesquisamos
o desenvolvimento histórico das relações
entre a Igreja e o Estado no Brasil e sua
interferência na educação desde a escola
jesuíta. Este estudo histórico observado
variadas formas em que a religião
apareceu no sistema escolar e os
confrontou com a nova forma adotada em
São
Paulo. Nós
lotado
nossa
retrospectiva histórica com o processo de
elaboração da Constituição de 1998 e
número LDB 9394/96 até a definição da
lei 9475/97. Assim, procedeu-se à análise
epistemológica de dois materiais distintos
implementados
pelo
Conselho
de
201
Lara Sayão Lobato
de Andrade Ferraz
2006
Universidade
Católica
de
Petrópolis
Educação
Uma fundamentação para o
Ensino Religioso na filosofia
do encontro de Martin
Buber.
Vera
Rudge
Werneck
Cesar
Alberto
Ranquetat Júnior
2007
Pontifícia
Universidade
Católica do Rio
Grande do Sul
Ciências
Sociais
A implantação do novo
modelo de Ensino Religioso
nas escolas públicas do
Estado do Rio Grande do
Sul: Laicidade e pluralismo
religioso
Ricardo
Mariano
Jacirema
Thimoteo
Santos
2007
Universidade
Metodista
de
São Paulo
Ciências
da
Religião
Ensino Religioso e
Educação
para
Solidariedade
Jung Mo Sung
Maria
dos
a
a
Educação a partir de 2002, como o
subsídio para professores de religião nas
escolas oficiais do estado durante os dois
primeiros anos da implementação de
nossa análise da presença da Religião na
sistema público de ensino liquidada em
uma perspectiva teórica e epistemológica
que concebe a religiosidade, e as
instituições religiosas ou clericais como
produtos históricos que expressam a
relação que as pessoas compartilham um
com o outro, sob a determinação de
interesse
distinto
apresentado
na
sociedade. Nossa pesquisa observou que
a redefinição dos religiosos ensinados
mostra um esforço católica, a fim de
responder a uma nova realidade em que o
pluralismo religioso se manifesta mais
abertamente e até mesmo no Brasil. Esse
esforço dá continuidade a uma linha
ecumênica adotada pela Igreja Católica,
no Vaticano, de 1962-1966, e mostra
também, como parece na pressão do
passado da Igreja Católica, agora juntouse a outras pequenas denominações
evangélicas, no sentido de manter
privilégios no sistema público por
subsídios materiais para a sua ação
evangélica. Ele mostra que os católicos
não aceitar a fórmula leigo como um
negócio que consiste em reconhecer a
religião como um assunto privado para
preservar o sistema público contra
possíveis constrangimentos.
Este trabalho teve como objetivo analisar
o Ensino Religioso na escola Pública.
Buscou-se discutir as questões suscitadas
pela presença do Ensino Religioso no
currículo da Escola Pública, com base no
estudo sobre o imaginário presente na
história das relações Educação e Religião
no Brasil, na Legislação Brasileira e nas
Deliberações Estaduais que versam sobre
o Ensino Religioso e nas afirmativas
sobre os objetivos da disciplina (na fala
dos estudantes do Ensino Médio da
Escola Estadual Rui Barbosa, em
Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro).
Buscou-se analisar o imaginário sobre o
Ensino Religioso por se acreditar ser o
imaginário uma fonte de análise crítica
que possibilita uma melhor compreensão
da sociedade e aponta caminhos para a
Educação. No plano teórico partiu-se de
um referencial específico: a Filosofia do
Encontro de Martin Buber.
Esta dissertação analisa, de uma
perspectiva sociológica, o processo de
implementação do novo modelo de
Ensino Religioso nas escolas públicas do
estado do Rio Grande do Sul, em
obediência à Lei federal 9.475/97, que
estabelece que o Ensino Religioso é parte
integrante da formação básica do cidadão
e veda qualquer forma de doutrinação e
proselitismo. Trata, também, da história
do Ensino Religioso no Rio Grande do Sul
e no Brasil e os embates ocorridos no
passado e no presente, entre os grupos
laicistas e a Igreja Católica, que ainda é o
grupo religioso mais empenhado e
influente na defesa e implementação
dessa disciplina nas escolas públicas.
Analisa as questões da secularização, da
laicidade, do pluralismo e da relação entre
Estado e igrejas no Brasil. Mostra que a
nova configuração supraconfessional da
disciplina de Ensino Religioso reflete, em
parte, a pluralização do campo religioso
brasileiro e, por conta disso, a crescente
pressão sobre os agentes públicos para
tratarem com isonomia as diferentes
agremiações religiosas. Ao mesmo
tempo, porém, demonstra a persistência,
no Rio Grande do Sul, de práticas
confessionais e proselitistas contrastantes
com a proposta legal de uma disciplina de
Ensino Religioso não-confessional e
pluralista.
A disciplina de Ensino Religioso; por
passar desapercebida e ser entendida
como de menor importância; acaba não
recebendo o devido valor na grande
maioria das escolas públicas e; também;
na Academia. Tendo em vista essa
problemática; a presente dissertação tem
como objetivo mostrar a relevância da
202
Aline Pereira Lima
2008
Universidade
Estadual
Paulista - Julio
de
Mesquita
Filho
Educação
O uso da religião como
estratégia de educação
moral em escolas públicas e
privadas
de
Presidente
Prudente
Maria Suzana
de
Stefano
Menin
mesma para a sociedade; focando sua
contribuição para superar a exclusão
social e; conseqüentemente; a sua
relação com a Educação para a
Solidariedade. A partir dessa perspectiva;
para a concretização desse objetivo;
consideramos
alguns
conceitos
fundamentais para esse fim; como
educação;
neoliberalismo;
exclusão
social; solidariedade; sentido da vida;
conversão
epistemológica;
ética
e
religiosa. Também apresentamos três
modelos de Ensino Religioso; a saber; o
Fórum Nacional Permanente do Ensino
Religioso;
a
Educação
para
a
Religiosidade
e
o
Confessional;
apontando e refletindo sobre suas
propostas pedagógicas; bem como pontos
positivos e algumas limitações impostas
por elas que precisamos levar em
consideração ao utilizar qualquer um
destes modelos. Como procedimentos
metodológicos optamos pela pesquisa
bibliográfica; sendo Jung Mo Sung e Hugo
Assmann os autores que fundamentaram
e justificaram; de forma mais precisa; a
pertinência da Educação para a
Solidariedade com o Ensino Religioso.
Com esse trabalho; pretendemos propor
que o Ensino Religioso é uma disciplina
que deve ser compreendida e respeitada
por todos aqueles que estão envolvidos
com a educação; pois essa disciplina; ao
auxiliar o processo educacional no
combate à exclusão social; acaba por
possuir uma participação precisa na
nossa sociedade.
Vinculado linha de pesquisa “Processos
formativos, diferenças e valores” este
trabalho apresenta os resultados da
pesquisa em nível de mestrado realizada
em uma escola pública e duas
particulares confessionais em Presidente
Prudente a fim de identificar, numa
perspectiva comparativa, o sentido
atribuído à religião no interior dessas
escolas evidenciando a relação entre
educação moral e Ensino Religioso. Para
tanto teve-se como objeto as estratégias
de educação moral através do Ensino
Religioso.
Estudos
recentes
têm
demonstrado que há um interesse
crescente da sociedade como um todo e
da educação pelo tema da moralidade,
sobretudo, pelos “problemas” vivenciados
na escola que vão desde a violência à
ausência de limites, autoridade e
disciplina. Há queixas generalizadas
sobre violência, vandalismo, indisciplina,
individualismo, etc. uma saída que tem se
encontrado é oferecer religião como forma
de solucionar tais problemas. No Brasil, a
religião vem se fazendo presente de
diferentes modos e, fortemente, dentro da
escola, como forma de moralização das
crianças. É o que se evidencia com esta
pesquisa. Assim, tendo como referencial a
psicologia da moralidade buscou-se:
evidenciar o sentido atribuído à religião no
interior da escola; aferir como a religião
tem
sido
utilizada
para
educar
moralmente em escolas públicas e
particulares confessionais; e analisar os
procedimentos adotados para educação
moral através do Ensino Religioso. O
estudo de abordagem qualitativa contou
com observações em salas de 4ª série do
ensino fundamental e entrevistas com
professores
de
três
escolas
em
Presidente
Prudente,
uma
pública
estadual, uma particular confessional
católica e uma particular confessional
evangélica. Os dados sistematizados e
analisados permitiram corroborar que a
escola pública, embora laica, se utiliza em
maior escala da religião como estratégia
de educação moral, entendendo ser a
religião uma ferramenta preciosa na
formação
geral
do
aluno.
Os
procedimentos adotados estão centrados
nos procedimentos verbais e de respeito
unilateral que não colaboram para
formação da moral autônoma na criança.
As escolas particulares também se
utilizam, embora de maneiras diferentes,
da religião como fator moralizante. Para
uma a religião configura-se como único
203
Dolores
Fontanive
Henn
José Carlos Bertoni
2008
Universidade
Regional
de
Blumenau
Educação
Dignidade
e
Ensino
Religioso: um olhar a partir
da
educação
para
a
superação
Ernesto Jacob
Keim
2008
Universidade
Presbiteriana
Mackenzie
Educação,
Arte
e
Hitória da
Cultura
Da legislação à prática
docente: o Ensino Religioso
nas escolas municipais de
Santos.
Maria da Graça
Nicoletti
Mizukami
caminho ou meio de educar moralmente
na escola enquanto para outra existem
possibilidades diversas mas a religião é
vista
como
meio
eficiente.
Os
procedimentos embora variados estão
centrados em procedimentos verbais de
educação
moral.
Nesse
sentido
corrobora-se
a
necessidade
do
conhecimento
dos
postulados
do
desenvolvimento moral e a revisão, por
parte da escola pública, de seu papel
enquanto instituição de ensino laica e
plural.
O estudo Dignidade e Ensino Religioso:
um olhar a partir da educação para a
superação está situado na linha de
pesquisa Filosofia e Educação do
Programa de Pós-Graduação - Mestrado
em Educação, da Fundação Universidade
Regional de Blumenau, SC, Brasil. No
cotidiano escolar identificamos diferentes
espaços de exclusão, agressão, omissão
e discriminação, que atentam contra a
dignidade das pessoas. Toda ética que se
paute na alteridade, pressupõe uma
educação da escuta, acolhimento e
compromisso em perceber o rosto do
outro como uma exigência a trazer
possibilidades de superação para a
construção da dignidade humana. Esta
pesquisa busca identificar como a
dignidade humana, entendida como um
elemento circunstancial dos princípios da
Ética da Alteridade se fez presente em um
conjunto de atividades na perspectiva de
uma formação continuada em Ensino
Religioso e contribui com referenciais
teóricos e práticos para o conjunto da
educação escolar. A pesquisa é de cunho
qualitativo e no que se refere aos
aspectos teóricos movimenta-se dentro de
uma perspectiva interdisciplinar tendo em
Emmanuel Lévinas e Paulo Freire seus
referenciais básicos. A pesquisa social se
dá na abrangência da 12ª GERED de Rio
do Sul, Estado de Santa Catarina, Brasil,
com treze (13) educadores de Ensino
Religioso, que integraram processos de
formação continuada para esta área do
conhecimento no período de 1996 a 2006.
Os resultados sinalizam contribuições,
desafios e perspectivas para a elaboração
de outros processos nesta direção.
O presente estudo descritivo, acrítico, de
natureza qualitativa desenvolvido no ano
de 2007 teve como objetivo identificar e
analisar como os professores de Ensino
Religioso do Ensino fundamental das
Escolas Municipais de Santos traduzem
na sua prática docente a Legislação, as
Políticas Educacionais da Rede de
Santos, o Plano de Curso e sua própria
formação básica e continuada. Teve como
objetivo específico analisar a legislação, a
concepção de Ensino Religioso, a
capacitação e formação de professores e
a descrição das expectativas e práticas
dos mesmos. O estudo fez alguns
recortes na proposta investigativa do
projeto para poder aprofundar as análises,
uma vez que a legislação educacional do
município de Santos determina no Artigo
2º que: “No Ensino Fundamental as aulas
de Ensino Religioso serão ministradas, do
1º ao 5º ano, pelo professor regente da
classe e, do 6º ao 9º ano, pelo regente da
disciplina”.
Logo,
fez-se
pesquisa
qualitativa com professores do Ensino
Fundamental I, do 1º ao 5º ano. Fez-se
observações não-participante de dez
encontros de formação continuada
promovidos no ano de 2007 pelo Setor de
Formação (SEFORM) do Departamento
Pedagógico (DEPED) da Prefeitura
Municipal de Santos. Da mesma forma
observou-se e registrou-se por meio de
vídeo e fotos as aulas de dez professores.
Deste
grupo,
selecionou-se
uma
professora do 3º ano para análise de duas
aulas sobre símbolos religiosos. Os
pressupostos teóricos desta pesquisa
transitam por dois eixos: O eixo da
Formação de Professores dentro das
contribuições teóricas de Dewey (1959),
Schön (1995, 2000), Zeichner (1992,
1993, 1995, 2003), Demo (1996, 2008),
Stenhouse e Elliott (2003), Alarcão (1996,
204
Ulysses
Neto
Rezende
2008
Escola Superior
de Teologia
Teologia
Ensino
Religioso
em
escolas públicas da região
da Direc 5 do Estado da
Bahia. Uma análise de
modelos
de
Ensino
Religioso e de práticas
docentes
Laude Erandi
Brandenburg
Gilton
Abreu
Barbosa
2009
Escola Superior
de Teologia
Teologia
O Ensino Religioso como
instrumento para minimizar
as desigualdades sócioeducacionais no contexto
escolar
Roberto Ervino
Zwetsch
Marcelo
Máximo
Purificação
2009
Escola Superior
de Teologia
Teologia
A influência do Ensino
Religioso e da educação no
processo de reintegração de
menores em situação de
vulnerabilidade social.
Marga Janete
Ströher
Robson Stigar
2009
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
Ciências
da
Religião
O tempo e o espaço na
construção
do
Ensino
Religioso: um estudo sobre
a concepção do Ensino
Religioso
na
Lei
de
Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
Pedro
Lima
Vasconcellos
2007), L. S. Shulmann (2004), Mizukami e
Reali (2002, 2005) e Paulo Freire (1974,
1979, 2005). O eixo do Ensino Religioso
com enfoque na fenomenologia que
estuda o sentido das expressões
religiosas no seu contexto específico e
sua significação para o ser humano nas
contribuições de Rudolf Otto (1992),
Mircea Eliade (1992, 1998), nos
Parâmetros
Curriculares
Nacionais
elaborados
pelo
Fórum
Nacional
Permanente do Ensino Religioso –
FONAPER (1998, 2000) e nas obras de
Junqueira (2002, 2007), Figueiredo (1995)
e Oliveira (2007).
Este trabalho traz uma análise reflexiva
acerca do Ensino Religioso e dos
modelos utilizados nas escolas públicas
estaduais que compõem a V Diretoria
Regional de Educação do Estado da
Bahia – DIREC 5 – a fim de compreender
os conflitos estabelecidos na aplicação da
legislação nacional e estadual no
cotidiano dessas escolas, bem como
apontar caminhos para outras reflexões
acerca do Ensino Religioso nas escolas
públicas do Brasil, de modo geral, e da
Bahia, de modo específico.
A sociedade atual tem dado primazia aos
bens materiais e à tecnologia, estando tão
iluminada no conhecimento e tão escura
em sentido espiritual. É discutindo e
buscando soluções que deve trabalhar o
Ensino Religioso nas escolas públicas,
pois constatamos a erosão dos valores
morais. Isso nos leva a invocar a justiça, a
paz e uma educação que estimule o
senso crítico à base da pergunta, como
fazia Cristo. É nesta visão que sugerimos
um currículo do Ensino Religioso nas
escolas públicas que trabalhe a justiça
social, a tolerância, a paz e o resgate de
valores.
O cruzamento entre o Ensino Religioso,
no âmbito educacional, e as políticas
públicas, sem sombra de dúvidas, é uma
temática essencial para as ciências
sociais. A presente pesquisa servirá como
suporte pedagógico para os professores
de Ensino Religioso e para os demais
profissionais que trabalham diretamente
com a ressocialização de crianças e
jovens em situação de vulnerabilidade
social. A primeira parte aborda a
historicidade do Ensino Religioso no
Brasil, sobretudo, no Estado de Goiás,
apresentando aspectos curriculares da
disciplina e a formação dos professores
desta área do saber. Em seguida, aborda
a criança e o adolescente em situação de
risco, mostrando alguns aspectos sociais
ligados à história dos meninos e meninas
de rua, delineando o papel da família e as
concepções sociais e éticas, culminando
com os aspectos legais. Na seqüência, o
fechamento da pesquisa se dá com o
levantamento dos dados, nos três eixos: o
Ensino Religioso; a problematização dos
menores em situação de vulnerabilidade
social; e a reintegração de jovens.
O objeto da presente pesquisa é analisar
a concepção do Ensino Religioso na atual
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. A Hipótese que apresento nesta
pesquisa é que a concepção de Ensino
Religioso apresentada no artigo 33 da
atual LDB seria uma concepção “mista” e
constituída por uma composição de varias
correntes e interesses. Na verdade existe
uma grande ambigüidade na redação do
artigo 33 da atual LBD sobre a concepção
de Ensino Religioso e sobre as suas
deliberações. A redação do artigo 33 da
atual Lei de Diretrizes e Bases da
Educação
Nacional
traz
inúmeras
dificuldades a respeito da sua identidade,
principalmente quanto ao seu conteúdo
curricular, devido a sua ambigüidade.
Apresento a hipótese que a atual redação
do artigo 33 da referida Lei teria sido uma
saída estratégica e política para agradar
os vários grupos religiosos e não
religiosos
existentes na
sociedade
brasileira, principalmente a CNBB, o
FONAPER, os evangélicos, as demais
instituições religiosas e também o próprio
205
Hugo
Alexandre
Espínola Mangueira
2010
Universidade
Federal
da
Paraíba
Ciências
da
Religião
Acordo
Brasil-Santa
Sé:Catolicização da Vida
Pública na República Laica
Carlos André
Cavalcanti
Isabel
Cristina
Piccinelli Dissenha
2010
Pontifícia
Universidade
Católica
do
Paraná
Teologia
Livros de Ensino Religioso:
uma
produção
de
conhecimento no período de
1995 a 2010
Sérgio Rogério
Azevedo
Junqueira
grupo do não, que milita pela exclusão do
Ensino Religioso no espaço escolar.
Essas correntes, cujos lobbies se fizeram
presente no congresso nacional, levaram
a uma lei de consenso, por natureza
ambígua, que reflete seus interesses
divergentes. A saída que apresento para
a resolução dessas ambigüidades e
superação do mal estar da referida
disciplina de Ensino Religioso é a
inserção da Ciência da Religião como um
novo modelo para a disciplina de Ensino
Religioso. Propomos o estudo científico e
laico do fenômeno religioso como
qualquer outro conhecimento inscrito na
esfera das ciências que são ensinadas
nas escolas. Propomos a adequada
formação desses profissionais com todo o
cuidado que se dispensa para a formação
de profissional de qualquer outra área
Insistimos que o objeto desse estudo
deve ser a formação do cidadão e não a
conversão de discípulos.
Esta Dissertação analisa o acordo ou
concordata assinada pelo governo
brasileiro com a Santa Sé, na CidadeEstado do Vaticano, em 2008, relativa ao
Estatuto Jurídico da Igreja Católica no
Brasil, ratificada pelo Congresso Nacional
no ano seguinte. O Acordo versa sobre
assuntos ligados a pretensos direitos da
Igreja Católica Apostólica Romana e a
sua atuação no Brasil. O objetivo do
trabalho foi examinar a compatibilidade do
Acordo com o ordenamento jurídico
nacional (análise de constitucionalidade) e
verificar as possíveis influências no
contexto sócio-religioso brasileiro, através
de revisão bibliográfica do Direito e, de
forma
complementar,
mitocrítica
aproximativa das recorrências verbais
obsessivas presentes no texto da
Concordata, conforme método da Teoria
do Imaginário de Gilbert Durand.
Concluímos pela incompatibilidade do
Acordo com os princípios constitucionais
da laicidade, liberdade religiosa e
isonomia e ainda pela frontal colisão com
o disposto no artigo 33 da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
O conteúdo do Acordo é inconstitucional,
fere a isonomia institucional e representa
um retrocesso no caráter laico da
disciplina “Ensino Religioso” do sistema
educacional brasileiro face aos modernos
preceitos das Ciências das Religiões.
Constitui-se,
portanto,
numa
nova
tentativa de catolicização da vida pública
em plena República Laica já no século
XXI.
A presente pesquisa foi desenvolvida com
o objetivo de identificar e analisar a
produção do conhecimento no Ensino
Religioso por meio do estado da arte, nos
livros produzidos no Brasil, no período de
1995 a 2010. Para atingir a meta geral da
pesquisa, foram propostos os seguintes
objetivos
específicos:
identificar
a
compreensão do conceito de produção do
conhecimento e sua relação com o Ensino
Religioso; identificar a produção de livros
sobre o Ensino Religioso no contexto
brasileiro, estabelecendo o estado da arte
no período de 1995 a 2010; estabelecer
categorias de análise de livros para o
Ensino Religioso, a fim de contribuir na
construção da estrutura desta área do
conhecimento e da formação do (a)
professor(a). Os(As) autores(as) que
deram sustentação teórica para esta
investigação foram: Bardin (1977),
Junqueira (2002, 2007), Adami e
Marchiori
(2005),
Lakatos
(2001),
Romanowski (2002 e 2006), Brandão
(1986), Noronha e Ferreira (2000),
Malhotra (1993), PCNER (1997), Oliveira
L. (2007), Oliveira E. (2009), Laville e
Dione
(1999),
Garcia
(1997).
A
metodologia
da
investigação
foi
qualitativa,
empregada
através
da
pesquisa exploratória e do tipo “estado da
arte” ou “estado do conhecimento”. Foram
analisadas setenta e sete obras, e o
instrumento utilizado como referencial
para classificação de livros fora o roteiro
aprovado
pelo
Conselho
TécnicoCientífico da Educação Superior (CTC-
206
Fatima
2010
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
Ciências
da
Religião
O Ensino Religioso nas
escolas
públicas:
uma
violação da laicidade do
Estado?
Silas Guerriero
Maria José Torres
Holmes
2010
Universidade
Federal
da
Paraíba
Ciências
da
Religião
Ensino Religioso: problemas
e desafios
Glória
das
Neves
Dutra
Escarião
Valdir Cândido de
Deus
2010
Escola Superior
de Teologia
Teologia
Ensino
Religioso
nas
escolas municipais da zona
norte de Curitiba
Remí Klein
Lurdes
Polidoro
ES), pois o que se buscava era
estabelecer a identidade desta disciplina
inserida no currículo escolar brasileiro.
Esta análise identifica que há um
crescimento da pesquisa nesta área de
conhecimento,
assim
como
da
sistematização e divulgação através dos
livros. Porém pode-se perceber que
temos a carência de publicação de obras
que abordem temas referentes à
formação de professores, sistematização
dos
aspectos
pedagógicos
e
metodológicos, assim como, de novas
proposições de estrutura curricular
subsidiada pela Ciência da Religião.
Outra temática não explorada é sobre os
livros didáticos e as novas tecnologias
para apoiar a ação docente e discente, o
que exigirá novas perspectivas de
publicação.
O objeto da presente pesquisa é analisar
a
controvérsia
existente
entre
a
concepção dos que defendem e
promovem a separação entre Estado e
Igreja, assim como a neutralidade do
Estado em relação ao Ensino Religioso.
Partindo da discussão acerca de sua
natureza antropológica, compreende-se
que o Ensino Religioso pode auxiliar no
desenvolvimento e promoção do ser
humano em todas as suas dimensões,
possibilitando uma integração e convívio
entre adeptos de diferentes vertentes
religiosas.
Sendo
assim,
faz-se
necessário lutar para que haja uma
autêntica educação da religiosidade
inserida no sistema público de educação.
O
presente
trabalho
leva
em
consideração, também, a situação da
sociedade secular contemporânea para
poder, a partir de então, compreender o
papel de um Ensino Religioso num Estado
laico. A hipótese levantada é a de que o
Ensino Religioso, na Escola Pública, não
viola a laicidade do Estado. Conclui-se
que o Estado, ao obrigar a disciplina do
Ensino Religioso para as escolas públicas
do Ensino Fundamental, não está ferindo
o princípio constitucional da laicidade do
Estado. Cabe ao Estado garantir o Ensino
Religioso como direito dos cidadãosestudantes, banindo, porém, qualquer
espécie de proselitismo
Tendo como referência o Ensino Religioso
na rede municipal de João Pessoa, a
pesquisa investiga seus problemas e
propostas de superação das dificuldades.
Reconhecendo o preconceito como o
principal impedimento para o pleno
desenvolvimento da matéria, algumas
soluções são debatidas.
A formação dos professores destinados à
área do Ensino Religioso é o objeto deste
estudo. Através de análise documental,
verificamos como é ministrado o Ensino
Religioso nos dias de hoje nas escolas
municipais,
mediante
as
novas
orientações. O trabalho foi elaborado em
três capítulos. O primeiro capítulo versa
sobre a legislação que concedeu a
estrutura
do
Ensino
Religioso,
perpassando desde o Brasil Colônia até
nossos dias, fornecendo elementos para
formação de uma proposta viabilizadora
para o Ensino Religioso. O segundo
capítulo evidencia o processo formativo
dos professores de Ensino Religioso e
também
a
legislação
para
tal
procedimento,
esclarecendo
as
dificuldades para a inserção do Ensino
Religioso na escola. O capítulo três
aborda o Ensino Religioso nas escolas
municipais da zona norte de Curitiba.
Analisamos de forma documental a
ASSINTEC e sua colaboração para a
vigência do Ensino Religioso no âmbito
escolar. A pesquisa nos forneceu o
conhecimento da existência de normas
para o Ensino Religioso nas escolas
municipais
contidas
no
Caderno
Pedagógico: Ensino Religioso. A pesquisa
revela que o processo formativo dos
professores precisa urgentemente ser
realizado, pois desse modo será passado
para os educandos o sentido real do
exercício da cidadania, que os tornará
cidadãos participativos no destino dessa
207
nação.
Vanessa Carneiro
Bonina Lima Magri
2010
Universidade
Estadual
Paulista - Júlio
de
Mesquita
Filho
Educação
O Ensino Religioso na
escola pública: um estudo
sobre a experiência da rede
estadual de Minas Gerais
Marilena
Ap.
Jorge Guedes
de Camargo
O presente trabalho é resultado de
investigação da experiência da disciplina
do Ensino Religioso na escola pública da
Rede Estadual de Ensino do Estado de
Minas Gerais com a delimitação sobre a
ação de ensinar do professor em sala de
aula. Procuramos identificar as marcas
dos conflitos e dos impasses presentes
nesta prática docente. Para isso,
percorremos uma trajetória de coleta de
documentos que registram a implantação
do Ensino Religioso, enquanto um
componente curricular, observando as
suas articulações com o movimento de
organização de professores, de modo
específico, e com o terreno cultural de
Minas Gerais, de modo amplo. Junto à
Secretaria Estadual de Educação de
Minas Gerais recolhemos documentos e
depoimentos, a fim de, construirmos o
corpus de nosso estudo. Nesse conjunto
de documentos, identificado como registro
de memória de práticas docentes,
cartografamos o ato de ensinar.
Teses
Hédio
Júnior
Silva
2003
Pontifícia
Universidade
Católica
de
São Paulo
Direito
A liberdade de crença
como
limite
à
regulamentação
do
Ensino Religioso
Maria Garcia
Irma
Beatriz
Araújo Kappel
2003
Universidade
Estadual
Paulista Júlio
de
Mesquita
Filho
Linguística
e
Língua
Portuguesa
O discurso institucional
legal
do
Ensino
Religioso
Paulo de Tarso
Galembeck
O presente trabalho tem como escopo principal
investigar os contornos constitucionais da
liberdade de crença no Brasil, patenteando a
relação de implicação existente entre o princípio
da liberdade de crença e a regra do Ensino
Religioso nas escolas públicas do ensino
fundamental. A norma proibitiva contida no art. 19,
inciso i, da constituição federal, comete ao estado
uma obrigação negativa, de não fazer, perfazendo
uma área de abrangência na qual estão
focalizadas textualmente: a proibição de criar,
instituir, fundar, firmar ou celebrar qualquer culto
ou igreja. A proibição de destinar auxílio ou
contribuição financeira, permanente ou eventual,
para suportar quaisquer tipos de despesas de
quaisquer cultos ou igrejas. A proibição de
obstruir, impedir, tolher, perturbar ou estorvar o
funcionamento de qualquer culto ou igreja. A
proibição de manter, com quaisquer cultos,
igrejas, ou com representantes destas, relação de
sujeição, subordinação ou anexação. A proibição
de realizar qualquer pacto, acordo ou união – a
qualquer título - com culto ou igreja.
Considerando-se que o princípio da liberdade de
crença veda qualquer forma de vinculação e
subvenção as atividades de natureza religiosa,
buscamos promover uma reflexão sobre os limites
constitucionais impostos à disciplina jurídica do
Ensino Religioso, com ênfase na atividade
regulamentadora. Do cânone constitucional da
liberdade de crença decorrem dois princípios
organizativos indispensáveis para a descrição e a
regulação da matéria, quais sejam a laicidade
estatal e a separação do estado da religião.
Irradiando-se por todo o sistema normativo, e
cimentando o regime jurídico da liberdade de
crença, a laicidade enlaça as várias normas
constitucionais pertinentes e incide sobre toda a
matéria infraconstitucional, fixando fronteiras e
cometendo obrigações positivas e negativas ao
estado e aos particulares. Verificar-se-á, assim,
que a norma do Ensino Religioso deve guardar
rigorosa obediência e sintonia com os limites e
termos da laicidade estatal, pelo que a adoção de
norma infraconstitucional, que permitiu o
financiamento público do Ensino Religioso, bem
como a ingerência estatal nesta seara (lei n.
9.475/1997),
afigura-se
irremediavelmente
inconstitucional.
Esta tese empreendeu uma reflexão acerca dos
fatores sócio-histórico e ideológicos que
constituem os sentidos do Discurso Institucional
Legal no que se refere ao Ensino Religioso. Para
isso, efetuamos o cotejo entre os artigos das
Constituições Federais e leis que regulamentaram
o mesmo assunto ou silenciaram-se, a partir da
hipótese de que, antes da elaboração final do
texto jurídico, há um jogo político para o seu
estabelecimento. Sustentada na Análise do
Discurso de linha francesa, a partir de uma
análise qualitativa, considerando a presença de
outros discursos, discutimos o processo de
constituição das vozes (polifonia - percebida a
partir das marcas de heterogeneidade e dos
silêncios) nos enunciados, e dos sentidos
208
Pedro Ruedell
2005
Universidade
do Vale do Rio
dos Sinos
Educação
Fundamentação
antropológico-cultural
da religião segundo
Paul
Tillich
Perspectivas
pedagógicas
aberta
frente aos dispositivos
legais vigentes.
Lúcio Kreutz
Cássia
Baptista
Oliveira
2008
Universidade
do Estado do
Rio de Janeiro
Educação
Templos de consumo.
Ensino Religioso e
escola
na
contemporaneidade
Luiz Cavaliere
Bazílio
Maria
de
(polissemia percebida a partir dos enunciados e
paráfrases) na identificação das formações
discursivas e ideológicas. A análise procurou
demonstrar que o Discurso Institucional Legal se
inscreve em formações discursivas e ideológicas
conflitantes, sobrepondo o dizer dos dominantes
na elaboração conceitual e teórica que serve para
instrumentalizar
instituições
e
grupos
privilegiados. Conhecer parte do discurso
institucional legal que normatiza um aspecto da
educação possibilitar-nos-á compreender um
pouco mais a sociedade em que vivemos da
mesma forma que, ao analisar a sociedade,
poderemos entender os discursos que nela são
produzidos.
Atento à problemática do Ensino Religioso, minha
reflexão se insere num percurso histórico, do qual
participo ativamente desde a década de 1960.
Associando-me a outros profissionais do ensino,
em âmbito estadual e nacional, refleti com eles
sobre as mudanças contextuais, procurando
ressignificar a compreensão do Ensino Religioso e
reconfigurar a sua prática, dentro da realidade
cambiante. Tais reflexões foram elaboradas em
textos, parcialmente publicados, e levadas à
prática em projetos de formação de professores e
em subsídios para aulas de educação religiosa.
Com esta atividade, também entrei em contato
com autoridades de ensino, no sentido de
promover programas de atualização dos
professores na disciplina aqui em questão. Agora,
no trabalho de tese, insiro-me neste processo, o
qual constitui, por assim dizer, o chão de minhas
considerações, que desenvolvo em três partes:1)
um olhar histórico sobre a evolução do Ensino
Religioso, com destaque às mudanças ocorridas,
visando a uma melhor compreensão do mesmo,
segundo a legislação em vigor; 2) organização de
elementos basilares como tentativa de ajudar a
edificar um sistema coerente de sustentação para
esta disciplina escolar; 3) sugestão de indicadores
para o processo educativo no qual se insere a
educação religiosa. Nesta tríplice perspectiva,
tenho como objetivo principal ajudar a construir
uma fundamentação antropológico-cultural para a
religião. Movido por este intuito, dirijo meu
pensamento sobre a dimensão religiosa do ser
humano como habitat do religioso e detenho-me
em seguida nas expressões religiosas que se
revestem de traços culturais. Abordando estes
aspectos,
espero
contribuir,
ainda
que
parcamente, para o estabelecimento da
pretendida base e evidenciar que o Ensino
Religioso é um elemento indispensável para a
educação integral do cidadão e para a obra de
edificar uma sociedade justa e solidária. Com a
intenção de dar a este trabalho uma consistência
coerente e unificadora, recorro ao pensamento de
Paul Tillich (1886-1965), distinguido pensador e
professor, que atuou em universidades da
Alemanha e dos Estados Unidos. As categorias
de pensar deste autor se ajustam como alicerce à
educação religiosa, considerando esta como
desenvolvimento da dimensão profunda do ser
humano que é a da religião. Sigo também a Tillich
no método das correlações, por ele construído, e
que é de índole dialética, com a particularidade de
manter os polos da realidade enfocada em tensão
e na ambiguidade, no fluir constante da essência
para a existência. Em tudo isto tentou identificarme e posicionar-me de maneira a conferir às três
seções a interligação de um único processo do
Ensino Religioso como tal, no qual minha
trajetória está inserida.
Este trabalho examina, a partir do fato inédito do
retorno da obrigatoriedade do Ensino Religioso às
escolas públicas estaduais do Rio de Janeiro, os
desafios singulares do capitalismo contemporâneo
que perpassam a educação. Através do que
acontece no Ensino Religioso, são destacadas as
tensões políticas singulares entre escola pública,
religião e contemporaneidade. Em busca dessa
compreensão, tornou-se fundamental aventurarse pela cidade; a Avenida Brasil e a Avenida das
Américas foram escolhidas como elementos de
referência e funcionaram como rastros que
enunciam a
modernidade pesada e a
modernidade leve. O que a religião poderá nos
fornecer para pensar a atualidade? Que
subjetividades singulares são produzidas na
escola pública por meio da violação da
Constituição? A importância de uma reflexão
sobre o Ensino Religioso, sobretudo no campo
educacional, se deve a uma preocupação em
relação aos desafios, aos conflitos e às tensões
gerados no âmbito da cultura brasileira, e
provocados pelo fenômeno religioso. Considera-
209
Teresinha Maria
Mocellin
2008
Pontifícia
Universidade
Católica
de
São Paulo
Ciências da
Religião
O mal estar no Ensino
Religioso: localização,
contextualização
e
interpretação.
José J. Queiroz
Viviane Cristina
Cândido
2008
Pontifícia
Universidade
Católica
de
São Paulo
Ciência da
Religião
Epistemologia
da
controvérsia para o
Ensino
Religioso:
aprendendo
e
ensinando
na
diferença,
fundamentados
no
pensamento de Franz
Rosenzweig.
Luiz
Pondé
Marislei
de
Sousa Espídula
Brasileiro
2010
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Ciência da
Religião
Ensino Religioso na
escola: o papel das
Ciências das Religiões
Alberto da Silva
Moreira
Felipe
se que os templos de consumo em que os
citadinos vivem evidenciam que a religião na
educação deve ser analisada pela via da
politização do Ensino Religioso, reconhecendo
que “os movimentos religiosos de hoje têm uma
capacidade singular de revelar os males da
sociedade, sobre os quais eles têm seu próprio
diagnóstico”. (Bauman, 1998:226). Como suporte
desta temática, buscou-se recursos na história e
na sociologia, no intuito de refletir sobre os cinco
conceitos em torno dos quais as narrativas da
condição tendem a se desenvolver: emancipação,
individualidade,
tempo/espaço,
trabalho
e
comunidade. O principal apoio consistiu no livro
Modernidade líquida, de Zygmunt Bauman, em
que ele examina a profunda mudança que o
advento deste tipo de modernidade produziu na
condição humana.
Esta tese pretende analisar o Ensino Religioso
nas escolas públicas; na atualidade brasileira.
Parte do pressuposto de que haja um mal-estar
relativo a essa disciplina. Essa metáfora; oriunda
da área da saúde; aparece; em muitos discursos;
como algo difuso no Ensino Religioso. Fazer uma
radiografia para localizá-lo foi o objetivo principal
do trabalho. Como preâmbulo; apontam-se as
raízes históricas desse mal- estar. A raiz remota;
na catequese dos índios e negros escravos e os
conflitos que gerou nos evangelizadores e nos
evangelizados. A raiz próxima; no advento da
República; a separação entre Igreja e Estado e os
conflitos decorrentes. O laicismo da era
republicana; a principio; alijou a disciplina do
espaço público. Depois; graças à pressão da
Igreja Católica; ela foi readmitida; sempre; porém;
em caráter facultativo para o aluno. A pesquisa
localizou vários focos de mal-estar. Eles se
concentram; especialmente; na legislação e sua
aplicação;
devido à
sua imprecisão e
ambiguidade. Depois; a formação dos docentes
para a disciplina é a outra maior incidência do
mal-estar. Estas duas situações foram analisadas
no último capítulo da tese. O suporte teórico das
analises é a filosofia da práxis de Gramsci.
Compreendemos a finalidade do ER como sendo
possibilitar aos educandos uma ampliação de sua
visão de mundo, levando-os a uma maior
compreensão das questões religiosas no âmbito
da vida moderna, tendo a religião como seu objeto
de estudo, elevando tais estudos e reflexões à
categoria de elementos colaboradores na
compreensão e vivência do autenticamente
humano e do diálogo na diferença. Destacamos
que, para ampliar a visão de mundo do educando,
o ER necessita contemplar o estudo da religião
tanto do ponto de vista institucional quanto do
ponto de vista da experiência religiosa, ou seja,
considerar a religião de forma ampla e não reduzila a alguma de suas compreensões, a saber,
como fenômeno religioso, fenômeno natural,
moral ou sagrado, recorrendo, para tanto, a uma
abordagem multidisciplinar. Nessa persperctiva
ser religioso ou não deixa de ser um a priori, uma
vez que as instituições e as experiências
religiosas existem independentemente da fé, por
outro lado, conhecer as instituições e as
experiências religiosas e suas buscas reais para,
de fato, serem experiências religiosas pode vir a
ser um contraponto para o embate, no ambiente
das controvérsias, com as imposições da razão
moderna. Pensando na religião como um objeto
de estudo que, por si mesmo, exige uma
abordagem multidisciplinar localizamos essa área
como sendo as Ciências da Religião, entretanto,
no decorrer de nossa pesquisa, pudemos
perceber que essa escolha comportava a
dificuldade de, sendo tão amplo o espectro das
Ciências da Religião, devido e graças às muitas
possibilidades de abordagem, defini-las como
depositárias da epistemologia do ER seria deixar
essa última diante de uma enormidade de opções
e da necessidade de escolher qual delas seria seu
fundamento.
Neste estudo tem-se por objetivos analisar o
Ensino Religioso e defender o papel das Ciências
das Religiões nesse processo. Para tanto,
realizou-se uma pesquisa bibliográfica, com
análises integrativa, sistematizada e quantiqualitativa de publicações científicas elaboradas
entre 1978 e 2009. Os resultados apontaram 207
pesquisas disponibilizadas, em sua maioria, no
sítio do Fórum Nacional Permanente de Ensino
Religioso, intensificadas nos últimos dez anos em
instituições das regiões Sudeste e Sul do Brasil. A
análise das publicações permitiu identificar três
grupos de estudos que discutem o Ensino
Religioso: uma minoria que discorda do Ensino
210
Religioso na escola; um grupo que se diz
satisfeito com a situação atual e um grupo maior
defensor de mudanças na legislação, na formação
dos professores, no currículo e na didática do
Ensino Religioso. O estudo revelou um Ensino
Religioso interdisciplinar e transdisciplinar, que se
apresenta como uma disciplina que colabora com
outras ciências, o que justifica a necessidade de
compreender o Ensino Religioso por meio dos
constructos teórico-filosóficos/sociológicos das
religiões. Os autores concordam que o Ensino
Religioso é necessário e que se deve incluir as
diferenças entre as religiões. Dentro dessa
perspectiva, o presente estudo analisou o papel
das Ciências das Religiões como uma alternativa
para o Ensino Religioso, levando-se em
consideração os princípios da cientificidade, da
integralidade, da supraconfessionalidade, da
interdisciplinaridade, da transdisciplinaridade, da
subjetividade,
da
contextualidade,
da
refutabilidade e da flexibilidade. Ante o Ensino
Religioso atual, as Ciências das Religiões podem
contribuir de forma neutra e sem comparar as
religiões entre si. Conclui-se, com este estudo,
que nos últimos trinta anos muito se publicou
sobre Ensino Religioso, no entanto, existe a
necessidade de uma formação docente voltada
para o Ensino Religioso brasileiro, levando em
consideração toda a sua complexidade por meio
das Ciências das Religiões.
Eventos – área Educação
2003
24 a 26
setembro
III
EDUCERE
Pontifícia
Universidade
Católica do Paraná
- PUCPR
O
percurso
do
Ensino Religioso na
escola
de
doutrinação
à
construção
do
conhecimento
Kleberson M. Rodrigues
Léo Marcelo P. Machado
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
2004
27 a 30 de abril
V ANDEP
SUL
Pontifícia
Universidade
Católica do Paraná
- PUCPR
A construção de
uma concepção: o
Ensino
Religioso
em
uma
perspectiva
pedagógica a partir
do artigo 33 da
LDB
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
2004
29 de agosto a
01 de setembro
XII ENDIPE
Pontifícia
Universidade
Católica do Paraná
- PUCPR
As
tramas
na
construção
da
concepção
de
Ensino
Religioso
brasileiro
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
de
Refletir sobre o Ensino Religioso na escola não é
uma tarefa tão fácil, pois como se constitui em uma
área do conhecimento em fase de estruturação,
ainda encontra muita resistência de ambos os
lados quer sejam das Igrejas e Tradições
Religiosas ou dos membros da escola. Esta
resistência muitas vezes é acentuada pelo
desconhecimento do objetivo e finalidade do
Ensino Religioso no ambiente escolar. Tendo como
ponto de partida à reflexão e entrevistas com
professores
da
educação
básica,
sendo
complementada com dados bibliográficos, alguns
membros do grupo de Pesquisa educação e
Religião se propuseram a descrever o percurso
histórico do Ensino Religioso, do qual se pode
destacar o momento de transição de um modelo
teológico para um modelo com um caráter mais
pedagógico, em sintonia com o ambiente escolar.
Esta concepção de um novo modelo, tendo como
objetivo o fenômeno religioso, tem como grande
divulgador o Fórum Nacional Permanente do
Ensino Religioso (FONAPER). Mas ao ser
incorporado no currículo escolar junto com as
demais áreas do conhecimento, é necessário
sabermos a sua finalidade, o porquê do Ensino
Religioso na escola e qual a sua pretensão. Esta é
grande dificuldade do professor que muitas vezes
não recebeu formação para tal área do
conhecimento. Assim, o cenário que se evidencia é
a necessidade da formação do professor para atuar
nesta área do conhecimento e a questão da
discussão inicia-se na escola, devido ao caráter
pedagógico. O Ensino Religioso não pode ser
considerado um estranho dentro da escola, mas
sim uma área do conhecimento que contribui na
humanização e conhecimento do educando.
A revolução da educação foi uma das de maior
impacto nos últimos dois séculos. O ensino se
generalizou e se tornou obrigatório até idades cada
vez mais avançadas em muitos países e se
diversificou em seus conteúdos. O próprio conceito
de educação pode-s dizer que mudou. Na maioria
dos países, esse tema da educação aparece,
justamente, como um dos mais desafiantes para o
futuro de seu desenvolvimento. Neste contexto é o
Ensino Religioso, um componente inserido no
currículo das escolas brasileiras como forma de
conquista de um espaço para instituições
religiosas, que assume um novo perfil visando à
formação do cidadão capaz de reler o seu cotidiano
em uma perspectiva pluralista para que dele
participe ativamente como um cidadão.
Conhecemos o ensino que visa à construção
(produção) do conhecimento e que se caracteriza
pela promoção do debate, da hipótese divergente,
da dúvida - real ou metódica, do confronto de
idéias, de informações discordantes e, também, da
exposição competente de conteúdos formalizados.
Igualmente conhecemos o ensino que visa à
transmissão e que se caracteriza pelo silêncio, pela
211
2004
IV Encontro
de
Pesquisa
Universidade
Estadual de Ponta
Grossa – UEPG
(Ponta Grossa/PR)
A concepção de
Ensino Religioso no
“discurso”
do
Fórum
Nacional
Permanente
do
Ensino
Religioso
(FONAPER)
Léo Marcelo Plantes
Machado
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
Kleberson
Massaro
Rodrigues
concordância, pela subserviência, pela aversão à
dúvida metódica, pela repressão e até punição à
hipótese divergente, pelo monopólio da informação
e da interpretação nas mãos do professor que
freqüentemente trabalha com informações arcaicas
e
descontextualizadas
sob
os
aspectos
antropológicos, sociológicos e históricos. No
entanto, para além destes modelos de ensino, a
educação passa hoje por momentos de revisão.
Vivemos precisamente numa época em que a
consciência da diversidade cultural entre os países
e também no interior deles se acentuou. Nunca,
como no presente momento histórico, o respeito à
diversidade cultural foi tão reivindicado. Estamos
simultaneamente conscientes da unidade do
destino do homem em todo o planeta e de suas
radicais diferenças culturais em cada povo
(BECKER, 1993: 130). Diante deste contexto,
encontramo-nos em um repensar generalizado da
educação. Revisão da escola. Nas últimas
décadas, nossa tarefa de educadores cristãos ficou
submetida à mesma revisão que atingiu tudo
quanto se refere à educação em geral. Neste
contexto encontra-se o processo de escolarização
do Ensino Religioso, inicialmente o trabalho
realizado na escola era uma transposição do que
se realizava na paróquia, o modelo caracterizavase antes de tudo um código doutrinal (dogma,
moral, sacramentos), de verdade sobrenatural
diretamente revelada de Deus, o professor com
autoridade dada pela Igreja apresentava um
catecismo
segundo
uma
linguagem
neoescolástica. Pois a catequese era concebida,
sobretudo, como uma introdução sistemática e
orgânica desse complexo doutrinal do catecismo,
onde sua finalidade primeira era o conhecimento
exato intelectual das verdades de fé. O que em
prática esse tipo de catequese exprimia
provavelmente no fazer aprender de memória e no
recitar as perguntas e respostas do catecismo
oficial. As explicações fornecidas eram em geral
para aprender o sentido das palavras, não
necessariamente o conteúdo. O caráter intelectual
ou cognitivo desta catequese era absolutamente
dominante. A formulação exata e integral deste
código doutrinal era reservada ao magistério da
Igreja e vinha aprofundada pela teologia.
Progressivamente, existe a introdução de
elementos psicopedagógicas, que influenciam na
seleção de conteúdos, estratégias e nos subsídios.
Existe uma preocupação de compreender a
experiência do aluno. A fidelidade ao ser humano
explicita-se na preocupação de compreender o
processo de ensino-aprendizagem da fé cristã,
buscando
procedimentos
didáticos
mais
apropriados. De um acento inicial sobre o
conteúdo, percebe-se uma alteração para a
preocupação com o aluno, o método adequado. Tal
preocupação encontra sua origem e grande
expoente na Alemanha, Áustria, França e Bélgica,
seus Catequetas convictos de uma real
necessidade de renovamento
do método
catequético. É interessante recordar que a
catequese nesse ambiente é, sobretudo, realizada
na escola, o que influencia os estudos sobre a o
processo sistemático do ensino da religião. Nesse
contexto, amplia o conceito de Pastoral como o agir
da
Igreja,
progressivamente
existe
uma
preocupação de explicitar a escola como espaço
privilegiado desta presença eclesial.
Atualmente há um crescimento na discussão sobre
a presença do Ensino Religioso na escola. Por um
lado há resistências, de outro, aceitações, sendo
desenvolvidas várias concepções diferentes sobre
sua importância, sua metodologia e finalidade no
ambiente escolar. Alguns organismos buscam o
debate e a reflexão sobre este assunto, dentre
eles, o Fórum Nacional Permanente do Ensino
Religioso (FONAPER), o qual desde sua fundação
em 1995, realiza eventos formativos para os
professores tendo como objetivo discutir sobre o
Ensino Religioso. Neste período o FONAPER
formou uma concepção, esta por sua vez trouxe
algumas implicações na visão de tal assunto. Esta
concepção foi o objeto desta pesquisa que
procurou descrever a concepção de Ensino
Religioso presente no discurso do FONAPER. A
metodologia constitui-se em análise documental do
material
distribuído
aos
filiados,
sendo
complementado com entrevistas, com as
lideranças e algum filiado do FONAPER. Os
resultados apontam uma fase de transição de
pressupostos
teológicos
para
pressupostos
pedagógicos, assim o FONAPER busca apresentar
as instituições escolares o Ensino Religioso como
área do conhecimento tendo o mesmo tratamento
das demais áreas do conhecimento. A concepção
212
2004
IV
EDUCERE
Pontifícia
Universidade
Católica do Paraná
–
PUCPR
(Curitiba/PR)
O Fórum Nacional
Permanente
do
Ensino
Religioso
(FONAPER) e sua
contribuição para o
processo
de
escolarização
do
Ensino Religioso
Kleberson M. Rodrigues
Léo Marcelo P. Machado
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
2004
IV
EDUCERE
Pontifícia
Universidade
Católica do Paraná
–
PUCPR
(Curitiba/PR)
A
Associação
Interconfessional
de
Educação
(ASSINTEC) e o
Ensino Religioso no
Paraná
Emerli Schlogl
2004
IV
EDUCERE
Pontifícia
Universidade
Católica do Paraná
Ensino Religioso:
pressupostos
e
desafios
Barbara
Raquel
Prado Corrêa
do
presente contempla o espaço onde a ação
acontece, ou seja, é o espaço escolar que define a
metodologia e aplicação, não sendo mais uma
questão de fé. Mesmo com movimento formativo o
FONAPER encontra dificuldades em fazer esta
concepção presente no cotidiano escolar, vários
fatores contribuem para isto, entre eles: a falta de
formação do professor específica para esta área
em alguns Estados; a dificuldade de abertura por
parte dos professores que continuam a trabalhar o
Ensino Religioso na perspectiva de valores. Desta
forma se evidencia a necessidade da formação
continuada do professor do Ensino Religioso, da
qual o FONAPER que ser um agente de
contribuição.
O Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso
(FONAPER) foi criado em 1995 e, ao longo de sua
existência, vem buscando acompanhar, organizar e
subsidiar o esforço de professores, associações e
pesquisadores. Esta pesquisa teve como objetivo
descrever as principais ações do FONAPER no
percurso histórico de escolarização do Ensino
Religioso. A metodologia constitui-se em um
levantamento
bibliográfico e
uma
análise
documental do material produzido. Os resultados
apontam uma fase de transição de pressupostos
teológicos para pressupostos pedagógicos, que
contempla o espaço em que a ação acontece, ou
seja, é o espaço escolar que define a metodologia
e aplicação, não sendo mais uma questão de fé.
Não é possível entender a história do FONAPER
de forma estática, ou mesmo linear. Em um
primeiro momento, ocupou-se com a promulgação
da Lei de Diretrizes e Bases, simultaneamente com
a estrutura do Ensino Religioso por meio da
produção do Parâmetro Curricular Nacional do
Ensino
Religioso.
A
implementação
da
compreensão do atual modelo para esta área do
conhecimento foi expressa pelos Cadernos
Temáticos, assim como o Curso de Extensão em
doze módulos, o que exigiu a preocupação com a
formação de professores. Foram realizadas nove
sessões ordinárias do FONAPER, sete congressos
sobre a capacitação docente e dois congressos
nacionais para professores do Ensino Religioso.
Assim, o cenário que se evidencia é a necessidade
da formação do professor para atuar nesta área do
conhecimento. O Ensino Religioso não pode ser
considerado um estranho dentro da escola, mas
sim uma área do conhecimento que contribui na
humanização e conhecimento do educando.
O Brasil foi invadido pelo império português e isto
trouxe uma marca muito importante para a
identidade da educação neste país. Em se tratando
do Ensino Religioso é importante perceber que
além da invasão territorial, descuidadamente
chamada de descobrimento, tivemos a invasão das
idéias religiosas que vigoravam em Portugal. País
marcadamente católico que ao chegar nestas
terras realizou sua ocupação em termos bastante
amplos, a iniciar pelos espaços e riquezas da terra
e culminando com a ocupação ideológica.
Conquistar um povo, subjugando-o requer certos
procedimentos. A vivência religiosa de um povo se
encontra no centro de sua cultura. Podemos
encontrar ainda, em vilarejos antigos a posição
central da igreja em relação à construção urbana
da cidade. Um símbolo arquitetônico que denota a
importância da religião na vida da comunidade.
Sabendo que o centro da vida comunitária se
estrutura a partir do substrato religioso, o
conquistador habilidoso poderia, destruindo a fé
local e pessoal, enfraquecer o dominado e com
isso conseguir melhor manejo sobre ele. As
diferentes nações indígenas aqui encontradas
sofreram uma completa desqualificação da fé
através do insistente trabalho de evangelização e
catequização, a partir do qual se desejava salvar a
alma desses povos pagãos. Isto ao menos, é o que
se declarava, já observamos que motivações
ocultas, como no caso a exploração do serviço
humano indígena e a plena utilização de suas
terras foi um determinante, inclusive da própria
doutrinação. O mesmo aconteceu com o povo
oriundo do continente africano. Vieram pessoas
das mais diferentes nações, havia a diferença de
costumes, linguagem, religião, entre outras. Eram
transportados em tumbeiros, que levavam cerca de
60 dias na travessia marítima. A escravidão de
africanos por portugueses data de 1442. Do
mesmo modo como aconteceu com os povos
indígenas, desta mesma foram os africanos foram
destituídos de seu poder religioso, ou ao menos é o
que se tentou fazer.
A ansiedade de conhecimento, de respostas diante
de algo inerente e intrínseco a essência / existência
humana: a transcendência, que tem permeado toda
213
–
PUCPR
(Curitiba/PR)
2004
21 e 22
outubro
de
2004
04 a 24
outubro
de
2006
06 a 08
novembro
de
2006
06 a 08
novembro
de
Seminário
de
Pesquisa
Universidade
Estadual
de
Maringá – UEM
(Maringá/PR)
Universidade
do
Norte do Paraná UNOPAR (PR)
Efetivação
do
Ensino
Religioso
nas
escolas
públicas do Paraná
Ensino Religioso: a
busca de um novo
paradigma
educacional
na
formação do ser
humano
no
contexto escolar
Tânia Conceição Iglesias
do Amaral
Cezar de Alencar Arnaut
de Toledo
Sonia
Aparecida
de
Nogueira
Sandra Mara de Oliveira
Adriana Regina de Jesus
Santos
VI
EDUCERE
Pontifícia
Universidade
Católica do Paraná
–
PUCPR
(Curitiba/PR)
O Ensino Religioso
no
Brasil:
uma
abordagem
histórica a partir
dos
Parâmetros
Curriculares
Nacionais
Rodrigo
Souza
VI
EDUCERE
Pontifícia
Universidade
Católica do Paraná
–
PUCPR
(Curitiba/PR)
Revista
Diálogo:
uma
visão
transformadora
Cláudia Regina Tavares
Cardoso
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
VII
Encontro
de
Atividades
Científicas
Augusto
de
a existência do homem. Neste contexto de procura
para diferentes respostas, surgem diferentes meios
e formas religiosas, com avanço significativo em
todo o mundo, sendo objeto de estudo por
filósofos, teólogos, sociólogos e educadores de
modo geral. Os sentimentos sociais que cercam a
existência do indivíduo tornaram-se fundamentais
para que este procure formas e/ou fórmulas de
sucesso que garantam a continuidade de sua ação
e a sua interação social de maneira cada vez mais
satisfatória. Abre-se, portanto, uma vasta
possibilidade
de
elucubrações
sobre
a
transcendência humana. Alves (1985, p. 34) afirma
que a religião exerce o poder, o amor e a dignidade
da imaginação e, nesse nível, simbolicamente
satisfaz carências ou desejos. Deus ou qualquer
entidade supra terrena tem o poder de reduzir
conflitos e encaminhar soluções, que por ora a ele,
indivíduo, é impossíveis de suprir ou resolver. Na
perspectiva de possíveis soluções a questão
espiritual do ser humano torna-se relevante a
análise dos diferentes fenômenos religiosos, num
entendimento científico aplicado ao Ensino
Religioso, para que forneça ao indivíduo subsídios
em sua busca de sentido neste aspecto,
ressaltando-se a dificuldade de definições, por
haver diferentes concepções científicas, éticas,
morais, culturais e até mesmo de senso comum
sobre a temática. Por outro lado, entendo a
necessidade de compreender este indivíduo em
sua totalidade global educacional.
Sem resumo
A pesquisa intitulada: Ensino Religioso: a busca de
um novo paradigma educacional na formação do
ser humano, no contexto escolar, tem como
objetivo refletir sobre os valores intra e extraescolares visto que estamos inseridos numa
sociedade onde o respeito, a amizade, dentre
outros, são valores que estão desatualizados na
visão da sociedade individualista. Durante as
observações ficou evidente para nós que
carecemos
mudar
nossas
concepções
e
trabalharmos de forma que o outro seja tão
importante quanto o eu. Sendo assim, começamos
pesquisar sobre o tema e descobrimos que é
possível integrar o Ensino Religioso em todas as
disciplinas de maneira científica e não apenas
como processo de catequização. Optamos por
procurar textos relacionados à Ética, sendo que
esta já está inserida nos PCNs destacando vários
valores
que
necessitamos
resgatá-los.
Abordaremos também textos e atividades que
conduzam as crianças à reflexão sobre como estão
se comportando na vida e na escola e assim
possibilitando-os
a
descobrir
sua
própria
identidade. Com esse trabalho estaremos
buscando a essência da vida e, juntos, construindo
uma sociedade pautada na coletividade excluindo
assim o individualismo. Percebendo-se a
necessidade de valores, iremos propor que a
escola procure de forma clara e objetiva dar
continuidade ao trabalho, valorizando assim, a
pessoa humana no seu aspecto biopsicossocial.
O presente trabalho procura mostrar os processos
e tensões da evolução histórica da compreensão
que temos hoje da disciplina de Ensino Religioso.
Realizando uma breve incursão histórica, o estudo
vê na atual proposta de Ensino Religioso, presente
na Lei Nº 9.475/1997 e nos Parâmetros
Curriculares Nacionais, uma significativa mudança
no conceito de Ensino Religioso. Essa mudança
tem implicações diretas na prática pedagógica do
professor de Ensino Religioso.
A Revista Diálogo é editada pelas Paulinas e foi
organizada com estética, técnica e na perspectiva
que permitisse uma aproximação do Ensino
Religioso (ER) com o profissional-professor. Com
periodicidade regular, a primeira Revista foi
lançada em outubro de 1995, completando em
2005, dez anos, contribuindo na formação dos
professores do ER no movimento nacional e os
aproximando do modelo fenomenológico. Criada a
partir das aspirações dos professores e da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que
desejavam um veículo de comunicação que
mantivesse o profissional de ER em sintonia com
as diversas iniciativas inerentes à sua área de
atuação. Ela é monotemática, que aborda um tema
sob vários aspectos. Há, no Diálogo, a Seção
Cartas, onde os leitores expressam suas opiniões e
críticas com relação às matérias publicadas, dessa
forma consegue-se extrair o papel do veículo na
prática e formação do professor-leitor. Buscou-se
214
2006
VI ANPED
SUL
Universidade
Federal de Santa
Maria
Santa
Maria/RS
Deslizes
na
proposta curricular
de Ensino Religioso
de Santa Catarina:
um
recorte
discursivo
Simone Riske Koch
Hilário Inácio Bohn
2006
VI ANPED
SUL
Universidade
Federal de Santa
Maria
Santa
Maria/RS
Práticas
pedagógicas
de
Ensino Religioso e
séries iniciais do
ensino
fundamental: uma
pesquisa a partir de
Unidades
Escolares da 24ª.
GEREI de Jaraguá
do Sul.
Mariane do Rocio Peters
Kravice
Lilian Blanck de Oliveira
na pesquisa de campo, o instrumento para
responder aos questionamentos sobre o papel da
Revista Diálogo para a prática docente do ER no
Brasil. A primeira consta no Relatório do
Departamento de Marketing e Publicidade da
Revista, realizada em 2003. Depois, outra pesquisa
executada este ano, sendo o público-alvo as 545
pessoas cadastradas no mailing list do Grupo de
Pesquisa Educação e Religião (GPER –
www.gper.com.br). Outro momento da pesquisa de
2006 foi enquetes nos sites: do GPER e no
FONAPER (Fórum Nacional Permanente do Ensino
Religioso - www.fonaper.com.br). No GPER o
enfoque foi “o papel da Revista Diálogo na
formação dos professores” e no FONAPER, se
como professor, o internauta conhecia a Revista
Diálogo. Por último a entrevista com a pessoafonte: Irmã Luzia de Sena, editora responsável
desde a fundação do Diálogo até a edição
comemorativa dos dez anos e a análise das cartas
dos leitores à editoria.
Somos contínua e intensamente interpelados por
marcadores identitários e vivemos numa época de
difusão das diferenças, em que os sentimentos de
pertencimento são cambiantes, complexos, difíceis
de capturar, descrever e analisar. Esta pesquisa
tem por objetivo desvelar o discurso sobre os
diferentes e as diferenças que atravessam um dos
documentos oficiais que norteiam o componente
curricular de Ensino Religioso no Estado de Santa
Catarina, a saber, a Proposta Curricular de Santa
Catarina: Implementação do Ensino Religioso no
Ensino Fundamental. Esta proposta, em seu texto
introdutório, apresenta o objetivo Conselho de
Ensino Religioso do Estado de Santa Catarina –
CONER/SC como um dos referenciais que
subsidiaram a elaboração da presente proposta
curricular. Analisamos este objetivo à luz da teoria
da Análise do Discurso de orientação francesa.
Para tal, procedemos a uma investigação teórica
das questões que envolvem os diferentes e as
diferenças, visando compreender como elas
circulam na materialidade lingüística do texto
elaborado. A análise mostra que os efeitos de
sentido produzidos no texto sinalizam na direção
da presença de um constante jogo de poder nas
relações humanas subjacentes ao processo de
elaboração deste objetivo. Este jogo de poder é
marcado por um discurso que parece deslizar, pois
ao mesmo tempo em que prevê o reconhecimento
das diferenças, se percebe certo cerceamento de
fronteiras religiosas comuns. Assim, os sentidos e
os sujeitos parecem resultar de filiações em redes,
na relação de distintas formações discursivas.
A problemática desta pesquisa situa-se no âmbito
da disciplina de Ensino Religioso oferecida nas
séries iniciais do Ensino Fundamental das
Unidades Escolares da 24ª Gerência de Educação
e Inovação (GEREI) do Município de Jaraguá do
Sul. Encontros de atualização dos conhecimentos
teórico-metodológicos da disciplina de Ensino
Religioso a partir da LDB n. 9394/96, realizados no
decorrer do ano de 2003 com aproximadamente
180 educadores das séries Iniciais do Ensino
Fundamental e Educação Infantil das Unidades
Escolares
dessa
GEREI,
sinalizaram
a
necessidade de uma formação continuada para
essa área do conhecimento. A pesquisa
bibliográfica e pesquisa social desenvolvida no
segundo semestre de 2004, com alguns
educadores da Educação Infantil e Séries Iniciais
do Ensino Fundamental de doze Unidades
Escolares dessa GEREI investigou referenciais
para um possível aporte teórico/metodológico a
orientar os educadores das séries iniciais do
Ensino Fundamental. Para a coleta de dados se
utilizou um instrumento de pesquisa contendo
questões dissertativas visando colher informações
a partir de diferentes olhares, contextos e histórias
de vida da temática em pesquisa. Os dados
coletados foram sistematizados em (7) sete
quadros síntese em função da incidência de
"aspectos
mais
freqüentes
e
relevantes"
enunciados nas respostas dos educadores
pesquisados. Práticas pedagógicas críticas,
criativas e interdisciplinares; conhecimento de
valores humanos fundamentais; estudo do
fenômeno religioso na diversidade cultural
religiosa; respeito e convivência com o diferente;
participação na formação de cidadãos éticos e
formação de profissionais para uma docência de
significado e com qualidade da disciplina de Ensino
Religioso nas séries iniciais do Ensino
Fundamental e Unidades Escolares como um todo;
foram algumas das ênfases que mais se
destacaram na sistematização e análise dos dados
coletados.
215
2008
09 a 12
novembro
de
2008
09 a 12
novembro
de
2008
09 a 12
novembro
de
V
Congresso
de História
da
Educação
Universidade
Federal de Sergipe
O Ensino Religioso
no
contexto
histórico escolar de
Pernambuco
Andréa Carla
Silva Pinto
Agnes
V
Congresso
de História
da
Educação
Universidade
Federal de Sergipe
O Ensino Religioso
dos jesuítas pósconcílio Vaticano II
(1962-1986):
permanências
e
mudanças
Renata Dumont Flecha
V
Congresso
de História
da
Educação
Universidade
Federal de Sergipe
A educação como
propagadora da Fé:
um estudo sobre o
Ensino
Religioso
através
das
excursões do grupo
escolar
José
Rangel – JF (19491960)
Lígia
de
Souza
Junqueira
Milena
Aparecida
Almeida Candiá
O desenvolvimento histórico do Ensino Religioso
no Brasil pode ser entendido pela observação dos
diversos sentidos e objetivos que a ele foram
conferidos em momentos históricos significativos
da nossa formação social, buscando compreender
o sentido da sua presença no currículo das
escolas, desde a Colônia, extrapolando em muito
os limites de uma disciplina. Julia (2002, p.44)
afirma que uma disciplina se define tanto por suas
finalidades quanto por seus conteúdos. Ele ressalta
o cuidado para não se cair em algumas tentações
no
campo
das
disciplinas
escolares:
estabelecimento de genealogias enganosas,
querendo a todo custo recuperar “as origens” de
uma disciplina em tal ou qual segmento
antecedente; afirmar que uma disciplina não é
ensinada porque ela não aparece nos programas
escolares ou porque não existem cátedras
oficialmente com o seu nome; pensar que um
funcionamento das disciplinas escolares é idêntico
a antigamente, pois elas são submetidas a
transformações constantes, tanto em finalidades,
quanto em conteúdos e métodos. Assim, estes
estudos ampliam a concepção de disciplina escolar
e as “coisas ocultas” no processo de inserção de
uma disciplina no currículo.
Este trabalho compõe a pesquisa de doutoramento
intitulada “Pecado e culpa: atualização das
representações na pedagogia jesuítica pósConcílio Vaticano II (1962-1986)”, por ser este um
evento importante, um verdadeiro divisor de águas
na história da Igreja Católica. As mudanças
trazidas pelo mundo moderno tais como a
secularização, a dessacralização, a industrialização
e o avanço da ciência, colocaram a Igreja diante da
necessidade de promover reformulações profundas
em suas estruturas de expressão da doutrina
cristã, para que esta pudesse alcançar os homens
de uma forma mais eficaz. A Igreja viu-se na
contingência de preocupar-se também com os
problemas de cunho social, como a pobreza, a
injustiça e a violência, decorrentes do modo como
os homens organizam sua vida social. O Concílio
Vaticano II expressou essas preocupações e
propostas de alternativas em seus documentos
denominados constituições (textos que tratam das
verdades doutrinárias), decretos (textos que
expõem disposições disciplinares) e declarações
(textos que emitem uma espécie de juízo sobre um
problema concreto). O Ensino Religioso operado
pelos jesuítas em seus colégios não se restringe à
disciplina que a este conteúdo se dedica, mas
busca inserir o ensino/aprendizagem das virtudes
cristãs em todo o currículo de sua proposta
pedagógica, bem como em práticas extraescolarizo, como os chamados “estágios sociais”.
Assim, o Ensino Religioso articula-se com a própria
pedagogia jesuítica e pretende a formação integral
de cada aluno, abordando conjuntamente aspectos
relacionados ao mundo da ciência (letras) e ao
mundo da fé (virtude). O objetivo é levar o aluno a
usar essa formação para ser um homem a serviço
dos outros, um homem que pratique, de forma
constante, a solidariedade.
As excursões foram práticas pedagógicas
recorrentes nos programas dos grupos escolares
mineiros desde os primeiros anos de sua criação,
tendo ganhado relevância de forma acentuada no
final da década de 1920, quando da
implementação da Reforma de Ensino Primário
1927/1928 do Estado de Minas Gerais. Essa
reforma, em certa medida, estava sintonizada com
os pressupostos teóricos da Escola Nova que
valorizavam as excursões escolares como recursos
fundamentais para a aprendizagem e socialização
dos estudantes, corroborando, assim, para que as
excursões se consolidassem como recursos
pedagógicos importantes no cotidiano dos grupos
escolares. A relevância dessas práticas fica
evidenciada nos diversos registros dos arquivos
escolares, que nos possibilitaram desvelar nuances
significativas da cultura dos grupos, das quais
podemos destacar o caráter doutrinário atribuído a
essas excursões. Desta forma, buscamos neste
trabalho reconstruir parte do cotidiano do Grupo
Escolar José Rangel (Juiz de Fora – MG)2, a partir
dos registros das excursões escolares realizadas
nesta instituição, no período de 1949 a 1960.
Procuramos compreender tais práticas como
processos político-culturais, tanto produtoras de
sentidos e identidades quanto espaços de
sustentação de um projeto cultural mais amplo, ou
seja, como práticas de legitimação do ideário
católico na escola pública. As análises
desenvolveram-se em torno das estratégias
utilizadas pela Igreja para a difusão de sua
ideologia, estabelecidas
principalmente
nas
216
2009
30 de junho a 03
de julho
HISTEDBR
VIII
2009
30 de junho a 03
de julho
HISTEDBR
VIII
2009
25 de novembro
IX
Congresso
Ibero
americano
de História
da
Educação
Latino
Americana
IX CIHELA
UNICAMP
A influência da
Igreja Católica na
educação pública
brasileira
através
do Ensino Religioso
(1889-1937)
Patrícia
Fernandes
Mara Regina
Jacomelli
Lopes
UNICAMP
O Ensino Religioso
no
contexto
histórico escolar de
Pernambuco
Andréa Carla Agnes e
Silva Pinto
UERJ
O Augusto pontífice
abençoa
os
congressistas
do
congresso católico
de
educação:
Ensino Religioso,
representações
docentes
e
cobertura
da
imprensa
no
congresso
promovido
pela
CCBE em 1937
Rodrigo Mota Narcizo
Martins
práticas escolares das excursões no referido grupo.
Para a realização do trabalho recorremos aos
Livros de Atas de Excursões do Grupo José Rangel
(1949-1960) e aos Livros de Atas de Reuniões de
Leitura dos Grupos Centrais, encontrados no
acervo dos primeiros grupos escolares de Juiz de
Fora. A investigação apoiou-se, ainda, nos textos
legais da Reforma - decreto n° 7970-A, de 15 de
outubro de 1927, sobre o Regulamento de Ensino
Primário e o decreto n° 8094, de 22 de dezembro
de 1927, sobre os Programas do Ensino Primário,
além da literatura pertinente ao tema. Quanto ao
recorte temporal adotado neste estudo, 1949 a
1960, cabem registrar as limitações impostas pelas
fontes encontradas no acervo consultado, diante
das quais nos deparamos com uma imensa lacuna
não sendo possível localizar outros registros de
excursões anteriores ao ano de 1949, fato que
direcionou a periodização deste estudo. Sabe-se,
porém, que através de outras fontes desse
acervo3, há indícios claros de ocorrências
freqüentes destes eventos na escola estudada. 4
Além disso, o período recortado revela-se rico pelo
acirramento da luta católica frente à ameaça do
Comunismo e contra a ascensão de práticas
religiosas “nocivas” a seu ideário.
O presente trabalho buscou demonstrar a
influência da Igreja Católica na educação pública
brasileira no período de 1889 - 1937. Para tanto,
fez-se um significativo levantamento e análise
bibliográfica, procurando responder as seguintes
questões: Qual é a história do Ensino Religioso nas
escolas públicas brasileiras, no período de 1889 a
1937? Como a Igreja Católica influenciou a
educação pública brasileira através do Ensino
Religioso, em especial, nesse período? De 18891937 foi possível perceber que a Igreja Católica,
mesmo se separando do Estado em 1890,
influenciou as decisões do país. Tal influência se
verificou, principalmente, através da legislação do
período, pois para fazer valer suas idéias, e
preceitos, a Igreja se organizou politicamente para
estar presente na elaboração das Constituições de
1934 e 1937, re-introduzindo o Ensino Religioso
nas escolas públicas.
O desenvolvimento histórico do Ensino Religioso
no Brasil pode ser entendido pela observação dos
diversos sentidos e objetivos que a ele foram
conferidos em momentos históricos significativos
da nossa formação social, buscando compreender
o sentido da sua presença no currículo das
escolas, desde a Colônia, extrapolando em muito
os limites de uma disciplina. Julia (2002, p.44)
afirma que uma disciplina se define tanto por suas
finalidades quanto por seus conteúdos. Ele ressalta
o cuidado para não se cair em algumas tentações
no
campo
das
disciplinas
escolares:
estabelecimento de genealogias enganosas,
querendo a todo custo recuperar “as origens” de
uma disciplina em tal ou qual segmento
antecedente; afirmar que uma disciplina não é
ensinada porque ela não aparece nos programas
escolares ou porque não existem cátedras
oficialmente com o seu nome; pensar que um
funcionamento das disciplinas escolares é idêntico
a antigamente, pois elas são submetidas a
transformações constantes, tanto em finalidades,
quanto em conteúdos e métodos. Assim, estes
estudos ampliam a concepção de disciplina escolar
e as “coisas ocultas” no processo de inserção de
uma disciplina no currículo. A exposição nas
páginas seguintes não tem por objetivo cair nessas
tentações, de trazer uma genealogia, um
esgotamento do tema, encontrar uma história
linear, mas destacar alguns momentos que
consideramos
importantes
para
maior
compreensão do período e obter um conhecimento
mais consistente sobre o tema. Tomaremos como
balizamento à ótica da “cultura escolar” que tem
sido introduzida no campo historiográfico e nas
pesquisas educacionais, sobretudo em pesquisas
que abordam a História das Disciplinas Escolares,
enfocando especificamente neste estudo, o Ensino
Religioso enquanto disciplina curricular.
Este trabalho tem a proposta de empreender uma
análise e reflexão sobre Confederação Católica
Brasileira
de
Educação,
realizado
pela
Confederação Católica Brasileira de Educação
(CCBE) em outubro de 1937. A abordagem inclui o
Ensino Religioso e as representações de
professores para esta modalidade de ensino e as
formas de divulgação e cobertura do evento por
parte do jornal mineiro O Diário. Os congressos
promovidos pela Confederação Católica Brasileira
de Educação (1933 – 1938) tinham o objetivo de
reunir o professorado católico e seus intelectuais
para debater a educação sob a perspectiva
217
2009
25 de novembro
IX
Congresso
Iberoamericano
de História
da
Educação
Latino
Americana
IX CIHELA
UERJ
Educar
en
Tucumán en la 1º
mitad
del
siglo
XIX: primeras
tensiones entre el
catecismo religioso
y el ideario liberal
Norma
Altabef.
Edith
Ben
católica. Diferente do I Congresso – realizado 1934
-, que abordou múltiplos aspectos da “pedagogia
católica” o II Congresso Católico Brasileiro de
Educação teve um tema bem específico: o Ensino
Religioso. A ênfase, neste aspecto, perpassou as
diversas atividades do congresso, como a seleção
de publicações para exposição de material
pedagógico e a seleção das seções de estudo em
que os trabalhos propostos deveriam ser
encaixados. No evento de 1937, a importância da
qualidade do catecismo dirigi-se para as camadas
sociais mais favorecidas da sociedade, ao passo
que, em 1934, há um enfoque menos demarcado
em relação à classe social à qual o Ensino
Religioso se dirige prioritariamente. Ademais, a
discussão sobre a qualidade do Ensino Religioso
também norteava as idéias voltadas para a
formação de professores. Ao descrever e analisar
as atividades e discursos presentes no II
Congresso de Educação, com o objetivo de
identificar modelos, representações e estratégias
de profissional docente, um aspecto de grande
importância é pontuar como a documentação
selecionada na pesquisa produz efeitos evidentes
nos processos de exame e reflexão. Quando nos
debruçamos sobre o II Congresso, não temos o
mesmo suporte documental em relação aos
discursos produzidos pelos educadores católicos
no escopo do evento de 1934. Não há livro de
anais e as poucas informações presentes na
Revista Brasileira de Pedagogia são insuficientes
para pensarmos sobre eventuais permanências,
mudanças e rupturas sobre as representações do
professorado em relação ao primeiro evento. A
única fonte documental encontrada que contempla,
mesmo que de maneira limitada, as teses
debatidas no II Congresso é o jornal mineiro O
Diário. No entanto, as características deste
periódico enfocam os aspectos informativos e
cotidianos das atividades de ensino, em detrimento
do “rigor técnico” presente em um registro
sistematizado das teses. Estas circunstâncias
discursivas acabam achando a atenção para outro
rol de estratégias, envolvendo os professores e
educadores,
relacionadas,
mesmo
que
indiretamente, ao evento em si mesmo que não
estejam presentes nas teses do evento. O Diário,
conforme indica seu nome, era um jornal mineiro
de circulação diária de propriedade da Boa
Imprensa S.A., sendo filiado à Associação de
Jornalistas Católicos. O jornal realizou uma
extensa cobertura do congresso noticiando
diversos tipos de acontecimentos e aparentemente
servindo de suporte impresso à comissão
organizadora por conta da divulgação de
informações relevantes sobre o evento ou a ele
relacionados. A reflexão sobre as representações
dos professores na questão do Ensino Religioso
nos permite observar as nuances e as pontuais
divergências entre os membros do grupo católico e
também
perceber
o
reforço
de
certas
características que podem ser consideradas como
desejáveis e valorizadas no professorado católico.
E, atrelada a essa situação, há o aspecto da
publicidade e divulgação destas idéias, onde a
CCBE se posiciona como organização capaz reunir
e congregar o professorado católico brasileiro.
Mas, ao voltarmos nossos olhos sobre os registros
do II Congresso, ocorrido três anos após o
primeiro, há a nítida constatação de encolhimento
da amplitude das discussões sobre a educação
católica como um todo, a limitada repercussão do
evento – a despeito da montagem de uma série de
discursos veiculados na imprensa católica local,
destacando a sua grande relevância – e a
quantidade bastante restrita de produções
impressas mencionado o Congresso. Estas
constatações estavam relacionadas à conjuntura
de problemas pelo qual passava à CCBE, extinta
em 1938.
El trabajo se propone analizar aspectos de la
educación em Tucumán em la primera mitad del
siglo XIX. Em el contexto de uma sociedade casi
predominantemente rural, la província estaba
integrada por seis curatos de la campana y el
curato rectoral, cuyos limites se mantuvieron hasta
mediados del siglo XIX. La región era una de lãs
más densamente pobladas desde lãs épocas
precolombina y colonial, hasta alcanzar lãs tasas
más elevadas a mediados del siglo. La población
de 30.000 habitantes em 1810 había ascendido, de
acuerdo a um censo levantado em 1845 a 57.876,
residiendo em la capital de la província el 30%.
Este fue el escenario del proceso de la
independência, impactando a militarización y la
guerra em la sociedade, com uma marca que
definió su cotidianeidad, su política, su economia y
218
2009
25 de novembro
IX
Congresso
Iberoamericano
de História
da
Educação
Latino
Americana
IX CIHELA
UERJ
Ensino
Religioso
Confessional, uma
ameaça
para
práticas
educacionais
multiculturalmente
comprometidas
Adriana
do
Correa Fontes
Carmo
su cultura. Em esse contexto irá conformando uma
nueva sociedad, nuevos protagonistas com nuevos
roles. El ejército revolucionario heredó de la milícia
colonial uma estructura basada em relaciones
clientelares y que ellas se integraron a lãs nuevas
jerarquías, lealtades y solidaridades propias de la
disciplina y convivência militar. Es este nuevo
clientelismo de raíz familiar y social pero ahormado
por la militarización em que se filtrará em la cultura
política provincial imprimiéndole los rasgos que
aparecen de forma particular desde 1820 com el
auge de lãs facciones. Lãs urgencias de la guerra
obligaron a incorporar al ejército a jóvenes que no
cumplían con los requisitos de los miembros
esenciales de la comunidad territorial, no eran jefes
de família, y no estaban incluídos en la vida
electoral por lãs nuevas reglamentaciones. Se há
dicho también que al incorporarse al ejército rdtos
jóvenes no solo lo hacían por lazos de clientelismo
o parentesco sino por uma aspiración de participar
em la vid política. Pudo tratarse de uma situación
coyuntural originada em lãs necesidades de la
guerra revolucionaria pero es posible también que
esta fractura entre uma parte de la oficialidade y la
práctica política legal fundara uma via alternativa
de acceso al poder político, uma legalidad basada
en la acción militar difícil de extirpar uma vez
convalidadada em um momento fundacional de la
política provincial independiente. La educación
imperante estaba dominada por el paradigma
colonial, caracterizado por el memorismo y la
repetición, sobre la base de contenidos
fundamentalmente referidos a cuestiones religiosas
y de urbanidad, elementos de gramática, historia y
latín. La disciplina se aseguraba mediante uma
gama de castigos corporales, siendo el más común
arrodillar al alumno; otros incluían encierros, golpes
em la mano com la palmeta y azotes, solo
aplicados em casos extremos. Este modelo
coexistirá con intentos de moralizacion de lãs
costumbres, expresiones ilustradas y liberales, que
avanzaban em forma muy lenta y no sin
resistências. Esta tensión se expresa em el
pensamiento de Alejandro Heridia cuando
manifiesta que la felicidad de um pueblo se logra “
com la propagacion d la luces y la adquisición dm
uma educación regularizada...que dispone el ánimo
a recibir impresiones indelebles de moral cristiana y
de religión sagrada, al mismo tiempo que el
entendimiento a adquirir cierto imperio que coloca a
la juventud em la aptitud de refrenar lãs pasiones
más desordenadas”. La Iglesia, conservaria su
influencia, em esos âmbitos, por el hecho de ser
depositaria de uma tradición educativa, y disponer
de los recursos materiales y humanos, de los que
muchas veces carecian los distintos órganos de um
endeble estado provincial construcción. Lejos de
primar ideas republicanas y los pricipios cívicos, los
funcionários, educadores religiosos y los maestros
laicos, centraban sus afanes em que lãs escuelas
impartieran lãs primeras letras, la gramática latina,
el catecismo “para que la educación e ilustración
de la juventud.. sirviera para atajar em tiempo su
prostitución y conseguir los deliciosos frutos que
vuelan a la prosperidad y la utilidad pública”. Em
este sentido lãs administraciones después de mayo
realizaron intentos, muchos de ellos frustados, para
favorecer la expansión de la educación y poder
llegar a sectores marginados de la sociedad.
Uma breve análise do processo de formação
histórica do Brasil revela o quanto à diversidade foi
substituído por um pretenso universalismo. Os
dominantes trataram de impor suas crenças,
credos, hábitos e costumes e as demais
expressões culturais foram oprimidas, assim como
as vozes de seus representantes. Daí, apesar da
pluralidade religiosa presente em nosso território, o
catolicismo foi adotado como religião oficial do
país, já que era praticado pelos grupos
dominantes. Durante um longo período da nossa
história, a Igreja se manteve atrelada ao Estado. A
articulação Igreja-Estado teve seu fim com a
proclamação da República em (1889) que rompe
de vez com o período imperial. Após tantos anos
de separação, o Estado do Rio de Janeiro, desafia
a laicidade da educação brasileira e o
multiculturalismo ao resgatar a articulação IgrejaEstado, a partir da lei nº 3.459 de 14 de setembro
de 2000 que discorre sobre o Ensino Religioso em
escolas estaduais, sendo este obrigatório para as
instituições e facultativo para os estudantes. É
neste contexto de imposição e subalternização que
o multiculturalismo em sua tendência crítica traz
consideráveis contribuições, neste caso específico,
para o campo educacional. Multiculturalismo crítico
diz respeito à corrente teórica que luta pela
valorização das diferenças, buscando espaços
219
2010
4
a
7
setembro
2010
de
de
1º
Congress
o
Internacio
nal
de
Educação
e
Espirituali
dade
Sociedade Espírita
O Ensino Religioso
no contexto escolar
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
representativos para vozes e identidades
desvalorizadas. Além disso, desafia as relações
desiguais de poder. Em virtude d um passado
excludente, um presente injusto e fortemente
marcado por desigualdades, os grupos não
hegemônicos não tem seus direitos respeitados e
suas identidades são desprivilegiadas. Deste
modo, se rendem a lógica dos dominantes. Com a
religião não foi diferente, os colonizadores
impuseram a doutrina Católica a todos e, assim os
indígenas foram catequizados. Apesar de ter se
passado mais de quinhentos anos de colonização,
ainda hoje, a religião imposta pelos brancocolonizadores continua sendo a dominante, haja
vista que no concurso para professor de Ensino
Religioso do estado de Rio de Janeiro, o
catolicismo foi à designação religiosa com o maior
percentual de vagas. Com base no exposto acima,
este estudo teve por objetivo identificar como o
Ensino Religioso proposto pela lei 3.459/00 vem-se
desenvolvendo na prática em escolas da rede
estadual carioca. Dadas especificidades das
pesquisas nas ciências sociais, a abordagem
qualitativa é a mais adequada, dentre seus
métodos, priorizamos o exploratório. A pesquisa
exploratória possibilita uma compreensão global,
mais geral da situação investigada e considerando
as peculiaridades desta investigação este é o
método que melhor se enquadra. Adotamos como
instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturadas e o questionário. As entrevistas foram
realizadas com os professores e com os
coordenadores e os questionários aplicados aos
estudantes. O estudo se desenvolveu em três
escolas do Estado do Rio de Janeiro, apesar do
número não ser representativo quando comparado
ao quantitativo de instituições estaduais, é
importante destacar que na época, apenas 15
escolas ministravam a disciplina. Os dados foram
levantados no portal eletrônico da Secretaria da
Educação. Em relação à discussão teórica,
destacamos o multiculturalismo e os documentos
legais que versam sobre o Ensino Religioso. Dividise em dois eixos, no primeiro tratamos do
multiculturalismo crítico, suas categorias e
intencionalidades. Alguns autores o informam como
um movimento revolucionário, que rompe com a
lógica da homogeneização, em prol da valorização
das diferenças, daí sua agenda transformadora. No
que diz respeito aos documentos, ressaltamos a
Lei 3.459/2000 e a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação nº 9.394/96, a luz das contribuições
multiculturais, focalizamos seus avanços e
retrocessos. Concluímos que apesar da pluralidade
cultural ser um dos temas transversais, ainda há
muito que avançar, na medida em que, a
diversidade religiosa dos estudantes não é
considerada
pelas
instituições
que
não
mencionaram a facultatividade da disciplina.
Percebemos neste estudo que a vertente crítica do
multiculturalismo não foi adotada. Os professores
revelaram que, embora houvesse preocupação
com a pluralidade religiosa, na maioria das vezes,
o ensino ministrado era do tipo confessional, tal
como exige a lei. Contudo, mais uma vez, em
nossa história, os não possuem suas identidades
legitimadas. No que diz respeito aos potenciais
multiculturais, precisamos avançar para que as
diferenças sejam compreendidas como diferenças
e não como desigualdades.
Sem resumo
Eventos – área de Teologia/Ciências da Religião
2006
III
Seminário
Nacional
Religião e
Núcleo Paranaense
de Pesquisa em
Religião
O
papel
das
instituições
educacionais e o
Ensino
Religioso
Elson Oliveira Souza
Ao longo da educação, o Ensino Religioso foi
fortemente marcado pelo vínculo estabelecido
entre a Igreja e o Estado. “““ Decorrente disso,
esta disciplina no ensino curricular, em sua
220
Sociedade
O espaço
do sagrado
no século
XXI
no Paraná
2006
III
Seminário
Nacional
Religião e
Sociedade
O espaço
do sagrado
no século
XXI
Núcleo Paranaense
de Pesquisa em
Religião
A identidade do
Ensino
Religioso
ao longo da história
da
educação
brasileira
Danise Cristiane Rios
2006
III
Seminário
Nacional
Religião e
Sociedade
O espaço
do sagrado
no século
XXI
Núcleo Paranaense
de Pesquisa em
Religião
A polêmica em
torno do Ensino
Religioso
nas
escolas públicas:
laicismo e religião
Cesar Ranquetat Junior
2006
03 a 07 de julho
XI
Congresso
Latino
Americano
sobre
Religião e
Etnicidade:
Mundos
Religiosos:
identidades
e
convergênc
ias
ALER
–
Asocación
Latinoameri
cana para
Universidade
Metodista
La enseñanza de la
religión
en
la
educación
colombiana:
un
análisis histórico
Edith Gonzalez
trajetória, foi marcada pela simbiose: “Igrejas” e
"Estado” no espaço educacional brasileiro, em
detrimento de um Ensino Religioso laico, não
proselitista. No período imperial isto era normal.
Considerando que a religião católica era a oficial
da monarquia. Com o advento da República, a
nova constituição passou a apregoar que no
espaço escolar o ensino deve ser laico. A
questão a ser discutida é por que esta disciplina,
há séculos no espaço escolar brasileiro, ainda
não sedimentou seu espaço no ambiente escolar.
O atual governo do Paraná vem, através de suas
atuais políticas públicas, tentado romperem com
a simbiose entre a religião e a política, visto que
está é a problemática que envolve o Ensino
Religioso. Afinal, ainda hoje, para muitos ele é
compreendido como um elemento eclesial no
espaço escolar, não sendo reconheço como
elemento curricular. O teto que segue referenda
um pouco da história, do papel das instituições
educacionais e do Ensino Religioso no Paraná.
A educação nesta sociedade do século XXI
continua, a enfrentar desafios e crises, como em
outros tempos. É evidente o sofrimento da
humanidade diante das tecnologias que em
alguns momentos torna-se paradoxo, ao mesmo
tempo, que trazem benefícios também acarreta
desigualdades sociais, pois sabemos que não
são todos que se beneficiam com os avanços das
tecnologias e pesquisas. A educação nesta
realidade social também está fragilizada, a escola
como espaço de sistematização do conhecimento
vai perdendo suas características essenciais, de
ensino e aprendizagem; o professor se depara
cada vez mais com a violência e a falta de
comprometimento dos pais com relação aos
filhos. Desse modo a escola perde sua principal
característica, passando a tomar as dores da
sociedade e a adquirir novas responsabilidades
que não são da educação. Deste modo, o Ensino
Religioso como parte da educação e área de
conhecimento, também enfrenta muitos desafios.
A discussão sobre a identidade do Ensino
Religioso e a formação do professor desta área
de ensino, faz-se necessária diante desta
sociedade do século XXI, onde vivemos a era do
descartável, do virtual, desta forma o homem se
distancia cada vez mais dos valores e das
tradições culturais e religiosas. Acredita-se que o
Ensino Religioso como parte da educação quer
contribuir para o processo de transformação e
humanização da sociedade como afirma
Junqueira: “O processo de humanização, que se
realiza em base ao conhecimento, à linguagem e
à ação, produz um conhecimento que se situa,
nas condições materiais de produção de vida,
nos valores e no sentido que se atribui à
existência”
O Ensino Religioso nas escolas publica volta a
ser motivo de debates e discussões com a
presença desta disciplina na Constituição Federal
de 1988 e com a Lei 9475/97 que altera o artigo
33 da LDB de 1996. Este debate vem se
realizando através de artigos escritos em jornais,
revistas e na internet. Procuraremos demonstrar
que as teses levantadas pelos opositores do
Ensino Religioso nas escolas publicas partem de
uma postura ideológica laicista, seculariza que
compreende a religião, o “religioso”, como algo
negativo e irracional que não deve ser ensinado
nas escolas publicas. Por outro lado os
defensores desta disciplina assumem uma
cosmovisão onde a religião, o fenômeno
religioso,
apresenta-se
como
um
fator
fundamental, presente em todas as culturas e
próprio do homem. Parte de uma concepção do
homem, de uma antropologia filosófica que vê o
ser humano como um ser naturalmente religioso,
o
homo
religiosus,
que
necessita
do
transcendente
La enseñanza de la religión en el contexto del
sistema educativo colombiano ha estado
presente desde la época de la colonia hasta la
actualidad, con claros momentos que la definen.
Es así como se pueden ubicar seis hitos en la
historia de esta educación a saber: Colonia
(1492-1820), República (1820-1840), Modernidad
(1840-1920), Reforma a la modernidad (19201960), Modelo de tecnología educativa (19601990) y Modelo contemporáneo de educación
(1990-2006). Estos hitos fueron configurando y
determinado un sistema de creencias y
manifestaciones religiosas en la cultura
colombiana.Por lo tanto, hacer un análisis
histórico a cerca de la enseñanza de la religión
nos permite interpretar las intencionalidades
educativas que han estado presentes en los
221
el Estudo
de
las
Religión
2006
03 a 07 de julho
XI
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Latino
Americano
sobre
Religião e
Etnicidade:
Mundos
Religiosos:
identidades
e
convergênc
ias
ALER
–
Asocación
Latinoameri
cana para
el Estudo
de
las
Religión
Universidade
Metodista
Os
novos
paradigmas
da
educação teológica
e
do
Ensino
Religioso
na
universidade
brasileira
Antonio
Maspoli
Araújo Gomes
de
2006
03 a 07 de julho
XI
Congresso
Latino
Americano
sobre
Religião e
Etnicidade:
Mundos
Religiosos:
identidades
e
convergênc
ias
ALER
–
Asocación
Latinoameri
cana para
el Estudo
de
las
Religión
Universidade
Metodista
Ensino Religioso: o
oficial
e
a
textualidade.
Eduardo
Basto
Albuquerque
de
2006
03 a 07 de julho
XI
Congresso
Latino
Americano
sobre
Religião e
Etnicidade:
Mundos
Religiosos:
identidades
e
convergênc
ias
ALER
–
Asocación
Latinoameri
cana para
el Estudo
Universidade
Metodista
A implantação do
novo modelo de
Ensino
Religioso
nas
escolas
públicas do
Estado
do
Rio
Grande do Sul.
Cesar Alberto Ranquetat
Júnior
procesos de la enseñanza, los cuales se fueron
enmarcando dentro del ámbito de la moral, las
buenas costumbres, la obediencia, el respeto a la
autoridad, el patriotismo, la libertad, igualdad y
justicia. Así mismo nos permite hacer una lectura
del momento histórico actual, donde la
enseñanza de la religión en las escuelas,
colegios y universidades se representa como
letargo de una tradición con predominio de la
iglesia católica que monopolizó el sistema
educativo y del cual hoy no ha sido posible hacer
realidad los sueños de respeto por la pluralidad
religiosa y la libertad de cultos expresada en la
Constitución Nacional Colombiana de 1991.
Igualmente, pese a los esfuerzos por reglamentar
la
enseñanza de la
religión
en los
establecimientos educativos con el fin de restituir
la obligatoriedad de la clase de religión desde
una perspectiva del conocimiento del hecho
religioso presente cada cultura; si embargo,
impera la base jurídica de la Ley 133 del 24 de
mayo de 1994 sobre la libertad religiosa y de
cultos, que en el artículo 11 ratifica .El Estado
continúa reconociendo personería jurídica de
derecho público eclesiástico a la Iglesia Católica
y a las entidades erigidas o que se erijan
conforme a lo establecido en el artículo 1 de Ley
20 de 1974, aprobatoria del Concordato..
A Teologia e as Ciências da Religião têm, no
Brasil, uma longa Pré História e um curta
História. A Teologia chegou ao Brasil com os
Jesuítas. No entanto em função dos interesses
eclesiásticos envolvidos e, especialmente, em
virtude da inquisição, a teologia levou quase
quinhentos anos para adentrar e encontrar o seu
lugar na academia brasileira. A partir de meados
dos anos setenta do século passado, foram
surgindo os primeiros cursos de Pós-Graduação
em Teologia e Ciências da Religião em
universidades confessionais. Foram dois em
Ciências da Religião e os demais em Teologia.
Os primeiros que entraram no sistema de
avaliação da CAPES foram o de Teologia da
PUC-RJ e os de Ciências da Religião da PUC-SP
e da UMESP. Hoje são onze programas nesta
área. Por serem poucos, ou por razões de outra
ordem, como a tradição de parentesco entre
Teologia e Filosofia, esses cursos entraram para
o rol da Comissão de Filosofia. A partir do
Parecer 241/99 do CNE/CES e do Parecer 063
de 19 de Fevereiro de 2004 do CNE/CES a
teologia e as ciências da religião passaram a
ocupar seu lugar na academia através da
graduação. Esta pesquisa busca explicitar as
implicações deste novo paradigma para a
formação teológica, formação em a ciência da
religião, o Ensino Religioso e para a teologia
como ciência e profissão no Brasil.
Há uma história da hegemonia simbólica da
produção
e
transmissão
de
discursos
instauradores de visões de mundo. Esta história
tem uma de suas facetas fincadas na legislação
do Ensino Religioso nas escolas públicas
brasileiras. Há três momentos dela: de 1891 a
1934, de 1934 a 1991 e o período que se
inaugura pela Lei n. 9.394. Esta estabelece que o
Ensino Religioso deva se pautar pelo respeito à
diversidade religiosa no Brasil. E atribui a cada
unidade federativa o estabelecimento de normas
e procedimentos para a sua implementação. Esta
comunicação focaliza este período e discute
textos didáticos produzidos pela Secretaria de
Educação do Estado de São Paulo, para o
Ensino Religioso, e destinados ao corpo docente.
A análise deste material procurará identificar os
fundamentos
do
dispositivo
discursivo
empregado, a presença de quais elementos de
visões de mundo e se há a consagração de
alguma delas.
A Lei 9475/97 que alterou o artigo 33 da LDB (Lei
de Diretrizes e Bases da Educação) definiu um
novo modelo de Ensino Religioso nas escolas
públicas que busca respeitar o pluralismo
religioso da sociedade brasileira e impedir
qualquer forma de proselitismo. A partir desta Lei
os diversos Estados da Federação ficaram
responsáveis pela regulamentação e implantação
do novo modelo de Ensino Religioso. O presente
trabalho visa demonstrar o processo de
implantação desta nova modalidade de Ensino
Religioso nas escolas públicas do Estado do Rio
Grande do Sul. Explicitar e analisar os principais
atores sociais envolvidos neste processo,
ressaltando os conflitos, os interesses, as
disputas, as articulações que estão por trás deste
processo, bem como as intenções e motivações
dos
agentes
intricados
nesta
questão.
222
de
las
Religión
2006
03 a 07 de julho
XI
Congresso
Latino
Americano
sobre
Religião e
Etnicidade:
Mundos
Religiosos:
identidades
e
convergênc
ias
ALER
–
Asocación
Latinoameri
cana para
el Estudo
de
las
Religión
Universidade
Metodista
2007
07 a 10 de maio
I Encontro
do
GT
nacional de
História
das
Religiões e
das
Religiosida
des
/
ANPUH
Universidade
Estadual
Maringá
de
2007
07 a 10 de maio
I Encontro
do
GT
nacional de
História
das
Religiões e
das
Religiosida
des
/
ANPUH
Universidade
Estadual
Maringá
de
2007
07 a 10 de maio
I Encontro
do
GT
nacional de
História
das
Religiões e
das
Religiosida
des
/
ANPUH
Universidade
Estadual
Maringá
de
2007
07 a 10 de maio
I Encontro
do
GT
nacional de
História
das
Religiões e
das
Universidade
Estadual
Maringá
de
Ensino
Religioso
no Paraná
Emerli Schlögl
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
Sylvio Fausto Gil Filho
Ensino
Religioso
na
educação
infantil, ênfase na
construção de uma
área
de
conhecimento pela
proposição
de
temas específicos,
a
exemplo,
a
Amazônia
Viviane Cristina Cândido
Ensino
Religioso
em
Franz
Rosenzweig
Maria Cristina Mariante
Guarnieri
A linguagem no
Ensino Religioso:
limites
e
possibilidades
Teseinha Maria Mocellin
O Ensino Religioso
numa perspectiva
solidária
Jacirema
Maria
Thimoteo dos Santos
Focalizaremos nossa atenção no CONER-RS
(Conselho do Ensino Religioso do Rio Grande do
Sul)
entidade
civil
que
reúne
várias
denominações religiosas, constituída de acordo
com a determinação legal, para ser ouvida pelos
sistemas de ensino para a definição dos
conteúdos
de
Ensino
Religioso.
Ainda
analisaremos o papel da Coordenadoria de
Ensino Religioso na Secretária de Educação do
Estado do Rio Grande do Sul, a visão que as
denominações religiosas têm sobre este novo
modelo de Ensino Religioso e o perfil dos
professores desta disciplina.
O Ensino Religioso um dos componentes
curriculares das escolas brasileiras é o resultado
de um contínuo duelo entre Estado e Igreja,
durante décadas o conteúdo definido a ser
ministrado aos estudantes era a doutrina de
único grupo religioso visando à doutrinação das
novas gerações. Entretanto a partir da Lei
5692/71 um dos Estados da federação. Paraná
iniciou uma nova experiência de superar o ensino
confessional de uma única instituição para iniciar
o diálogo entre grupos religiosos, inicialmente
apenas de matriz cristã. O resultado desta
proposta foi à criação da Associação
Interconfessional de Educação (ASSINTEC) que
iniciou uma reorganização do Ensino Religioso a
partir da escola, a leitura pedagógica dos
conteúdos religiosos promoveu um percurso de
discussão sobre esta área que culminou em 1997
com a revisão do artigo trinta e três da Lei
9495/96 (LDBEN) alterando por completo objeto
de estudos do Ensino Religioso que passou a ser
o fenômeno religioso na sociedade. Passados
quase uma década da alteração da LDBEN
novamente o Estado do Paraná prossegue a
reflexão repropondo objeto de estudo para a
disciplina de o sagrado no coletivo. Desde a
origem da ASSINTEC até o presente momento
percebe-se a preocupação de compreender este
componente na perspectiva do conhecimento no
espaço escolar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional 9394/96 propõe que o Ensino Religioso
seja disciplina de oferta obrigatória para as
escolas de educação básica e de matrícula
facultativa
aos
estudantes.
Este
fato
deniciadenuncia a dificuldade de compreensão
acerca dos conteúdos que poderiam compor o
currículo dessa disciplina que evidenciassem
como área de conhecimento e a retirassem do
risco de caracterizar como proselitista. Neste
trabalho, pretendemos dar ênfase à construção
dessa área de conhecimento, situando o Ensino
Religioso na educação infantil e propondo um
olhar sobre o tratamento de um tema específico,
a Amazônia, buscando pontuar repostas iniciais
para as perguntas a quem ensinar eu que ensinar
próprias de um projeto curricular.
Frente à discussão que se apresenta sobre
Ensino de Religião, essa comunicação pretende
propor uma reflexão a partir do pesador Franz
Rosenzweig
(1829-1929).
Partindo
do
pressuposto que a religião se dá na experiência
concreta, Rosenzweig terá como preocupação
principal o Ensino Religioso, o que transforma
uma possível teoria da religião em uma
pedagogia da religião, pois, para ele,
compreender judaísmo é praticar judaísmo. O
objetivo de Rosenzweig não é validar o judaísmo
– a religião. É a experiência pessoal que funda
seu pensamento e esta experiência é expressa
na linguagem do judaísmo.
Este texto discute importância da linguagem no
Ensino Religioso, na atualidade. A linguagem
expressa nossos pensamentos, possibilita-nos
penetrar no âmago dos símbolos, comunica
sentimentos e afetos. Por outro lado, pode ser
também um instrumento de incompreensão,
dominação violência descriminação e exclusão
do outro. A linguagem no Ensino Religioso como
mediação para comunicar, compreender e
vivenciar a diversidade cultural, alteridade e a
solidariedade serão vista sob o prisma das
contribuições de Ludwig Wittgenstein, em sua
teoria da linguagem como jogo, e na aplicação
dessa teoria à linguagem religiosa elaborada por
Paul Van Buren.
A disciplina de Ensino Religioso pode ser um
elemento fomentador de uma educação
libertadora ao contribuir na luta para a superação,
do atual quadro de exclusão social em nossa
sociedade. Para tal, precisa ter uma práxis
educativa transformadora e desenvolver um
Conteúdo Programático que trabalhe a Educação
223
Religiosida
des
/
ANPUH
2007
07 a 10 de maio
I Encontro
do
GT
nacional de
História
das
Religiões e
das
Religiosida
des
/
ANPUH
Universidade
Estadual
Maringá
Educação, religião,
cidadania e cultura
– um debate atual
Liliana Claudia Seehaber
Léo Marcelo Plantes
Machado
2007
16 a 18 de julho
I Simpósio
Internacion
al
em
Ciências da
Religião
UFPB
Implantação
do
Ensino
Religioso
na rede pública
municipal
de
Ensino
João
Pessoa
Maria
Holmes
2007
16 a 18 de julho
I Simpósio
Internacion
al
em
Ciências da
Religião
UFPB
Ensino
Religioso
nas escolas do Rio
de Janeiro
Ronald Alves Nunes
2007
16 a 18 de julho
I Simpósio
Internacion
al
em
Ciências da
Religião
UFPB
O Ensino Religioso
na Paraíba: relato
de uma experiência
Maria Azimar Fernandes
e Silva
de
José
Torres
para a solidariedade. O presente trabalho tem
como objetivo apresentar o modelo de Ensino
Religioso do Estado do Rio de Janeiro e os seus
entraves, bem como a Educação para a
Solidariedade como uma proposta pedagógica a
ser desenvolvida nesta disciplina. Como
fundamentação teórica utilizou, entre outros, os
autores Jung Mo Sung e Hugo Assmann, pois
para eles é preciso e possível discutir, refletir e
trabalhar a solidariedade na educação.
Pensar a religião desvinculada de um processo
histórico-social para nós é incabível. Por
considerando que a religião é um fenômeno
social que desempenha um papel importante na
formação e conduta moral do indivíduo e grupo
social decidiu aprofundar o assunto, a fim de
propor um subsidio pedagógico que fundamente
o tema cultura e cidadania para os professores
que atuam na área do conhecimento religioso.
Fruto da reflexão sobre o significado da religião
na vida, na cultura, na educação e na formação
para a cidadania dos grupos humanos, o texto
potencializa o pressuposto, de que a religião é
uma relação interior do indivíduo com a realidade
transcendental é a partir da experiência do
sagrado vivido, que se desenvolve e fortifica a
cultura em uma relação dialógica com a
educação em prol da construção da cidadania.
Este trabalho apresenta a proposta de
implantação do Componente Curricular Ensino
Religioso nas Escolas do Município de João
Pessoa, com base na Lei 9475/97, que concebe
o Ensino Religioso como parte integrante da
formação do cidadão, assegurando sua inclusão
em horário normal da escola pública, respeitando
a diversidade cultural religiosa do Brasil e
vedando quaisquer formas de proselitismo. O
Projeto de Implantação do ER nas Escolas de
Ensino Fundamental II tem como objetivo geral
formalizar o ER nas escolas municipais,
valorizando o pluralismo e a diversidade cultural
religiosa existente na cidade, no Brasil e no
mundo; e, como objetivos específicos, constituir
um quadro de docentes, proporcionar um espaço
de estudo e reflexão acerca do fenômeno
religioso tomando como referência os PCNER, e
contribuir para que o processo de ensinoaprendizagem seja um espaço de formação
humana, ética e cultural. Sua proposta curricular
enfoca os seguintes eixos temáticos: culturas e
tradições religiosas, textos sagrados, teologias,
ritos e ethos, e sua proposta metodológica
enfatiza a observação, reflexão e informação. As
ações do projeto incluem formação continuada de
professores, visitas às escolas e relatos de
experiências, com vistas a subsidiar os
educadores no entendimento do diálogo religioso
no cotidiano escolar.
Este trabalho, baseado em projeto de doutorado,
pretende contribuir para a discussão em torno do
Ensino Religioso nas escolas da rede pública,
assunto que tem preocupado cientistas sociais e
pesquisadores de religião e educação, porque
mexe com nossa tão propalada diversidade
religiosa. Ao mesmo tempo, coloca em debate a
posição do Estado brasileiro frente a um assunto
tão polêmico, pois o aspecto religioso pertence à
esfera privada e a educação pública é laica. O
Rio de Janeiro se configura como o primeiro
estado do país a desenvolver projetos de lei
voltados para o Ensino Religioso, inclusive
promovendo concurso público para contratação
de professores de religião, remunerados pelo
erário público. Nas escolas deste estado o
Ensino Religioso tomou forma no período 2000–
2006, mas continua gerando grande polêmica
quanto ao tipo de Ensino Religioso que deve
prevalecer: o modelo católico? O “evangélico”? E
os demais grupos religiosos? Não existe entre
educadores, familiares e religiosos um consenso
sobre o modelo que deve prevalecer. Os pais
religiosos desejam que seus filhos tenham uma
continuação do que aprendem em suas religiões;
por outro lado, existem grupos que defendem que
a escola não é lugar de religião, pois já existem
espaços próprios para tal divulgação. Enfim,
existem grandes debates, tanto no campo político
quanto no religioso, sobre o ensino da religião
como matéria curricular.
O trabalho pretende apresentar o relato da
experiência de implantação e implementação do
E.R. nas Escolas Públicas da Paraíba,
destacando: como tudo começou, a Comissão
Gestora do E.R. na SEEC/PB, os desafios e
perspectivas, a capacitação dos professores, as
mudanças na legislação, a parceria com
224
2007
16 a 18 de julho
I Simpósio
Internacion
al
em
Ciências da
Religião
UFPB
Os entraves do
Ensino Religioso
Azimar
dos
Soares Júnior
Santos
2008
XXI
Congresso
da SOTER
PUCMG
Por
uma
Epistemologia do
Ensino Religioso
Afonso
Soares
Maria
Ligorio
2008
XXI
Congresso
da SOTER
PUCMG
Ensino Religioso,
uma epistemologia:
de Nicolau de Cusa
a Raimon Panikkar
Sonia
Lyra1
Regina Lyra
Sonia
2008
XXI
Congresso
da SOTER
PUCMG
O Ensino Religioso
na Lei de Diretrizes
e
Bases
da
Educação Nacional
9394/96
Robson Stigar
2008
XXI
Congresso
da SOTER
PUCMG
O
conceito
de
religiosidade
no
modelo
antropológico
de
Ensino Religioso
Wilian Ramos Marcos
2008
XXI
PUCMG
O
Pedro Miguel Almeida
modelo
de
Este trabalho tem por objetivo analisar a
disciplina de Ensino Religioso nas escolas, como
sendo ponto fundamental na educação da
religiosidade que tem como objetivo o estudo do
“transcedente”. A L.D.B. (Leis de Diretrizes e
Bases) de 1996 estabelece o Ensino Religioso
como uma disciplina, assim como as outras, que
fazem parte do currículo escolar. A principal
preocupação com o Ensino Religioso, nas
escolas que adotam tal disciplina, é a forma em
que estas aulas estão sendo conduzidas. O
catolicismo e o protestantismo disputam estes
espaços destinados ao Ensino Religioso na
maioria das escolas, deixando de lado as demais
religiões existentes, a exemplo do espiritismo
kardecista, da umbanda, do candomblé, entre
outras. As aulas de religião não podem ser
doutrinadoras, catequéticas, mas sim um espaço
de reflexão, formando consciência, formando
cidadania.
Aqui serão apresentados três modelos de Ensino
Religioso: o catequético, o teológico e o da
ciência da religião e se tentará justificar porque a
Ciência da religião é o modelo mais coerente
para fundamentar teórica e metodologicamente a
prática do ER. Em seguida, será mostrado um
exemplo da contribuição que pode dar a filosofia
da religião no processo de transposição didática
dos resultados da Ciência da Religião para os
conteúdos e práticas pedagógicas.
Diante da necessidade imediata de uma
epistemologia que possa fundamentar o Ensino
Religioso e, se possível, transpô-lo para um
diálogo
inter-religioso,
abordar-se-á
primeiramente a mística como conceito
fundamental de Raimon Panikkar e far-se-á uma
associação com a obra do místico medieval
Nicolau de Cusa
A presente comunicação relata da forma
panorâmica
a
pesquisa
que
venho
desenvolvendo no mestrado de Ciências da
Religião da PUCSP, que tem como tema: A
concepção de Ensino Religioso na atual Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n°
9394/96. As motivações desta pesquisa
nasceram a partir da minha experiência de
professor de Ensino Religioso na rede publica
estadual de ensino no estado do Paraná, onde
constatei as dificuldades de se trabalhar com a
disciplina de Ensino Religioso devido à própria
concepção de Ensino Religioso que o artigo 33
da atual LDB estabelece. Constatei que a atual
lei é ambígua e esta situação prejudica a
identidade do Ensino Religioso, e isso acaba por
se refletir na comunidade escolar, acadêmica e
na sociedade em geral. A atual redação do artigo
33 da LDB traz inúmeras dificuldades a respeito
da sua identidade, principalmente quanto ao seu
conteúdo curricular e contratação de professores.
Por isso optei como tema da minha pesquisa,
investigar como foi constituída, no tempo e no
espaço a concepção de Ensino Religioso que
permeia o referido artigo 33 da atual LDB.
O Ensino Religioso está presente no contexto
educacional brasileiro desde os tempos da
colônia. Durante muito tempo foi entendido como
ensino da religião oficial, isto é, como elemento
eclesial na escola, como se fosse uma extensão,
uma parte da Igreja Católica presente no meio
escolar. Essa situação criou a identificação do
ER com a catequese eclesial. Com o tempo isso
mudou o ER não é mais entendido como
catequese. Mudou também o panorama religioso
brasileiro. A Igreja Católica não é mais
hegemônica nem mantêm as mesmas relações
com o aparelho estatal de outros tempos. Surgiu
uma nova consciência religiosa, decorrente do
pluralismo religioso. Com o atual contexto de
pluralismo, mesmo que haja pressões por parte
das igrejas, não existe mais espaço para um ER
entendido como catequese. Ele saiu de um
contexto de ensino de religião para fundamentarse em uma educação da religiosidade. Esta
compreendida como a “atitude de abertura
dinâmica que o homem realiza em direção do
sentido radical de sua existência” (GRUEN,
1995). Este novo modelo de ER é também
conhecido como modelo antropológico. Nesse
sentido o presente trabalho pretende abordar
alguns pontos de reflexão que o conceito de
religiosidade permite levantar com relação à
identidade do ER como elemento integrante da
vida escolar e também com relação à formação
de professores diante da perspectiva do
pluralismo religioso.
Em 05 de Outubro de 1910, teve lugar em
225
Congresso
da SOTER
Ensino
Religioso
nas
escolas
públicas
em
Portugal
2009
21 a 25 de janeiro
III
Fórum
Mundial de
Teologia da
Libertação
Belém - PA
Ensino Religioso:
legislação e seus
desdobramentos
nas salas de aula
do Brasil
(In) tolerância e
preconceito:
o
Ensino
Religioso
em Sergipe
Samir Araujo Casseb
2009
21 a 24 de abril
III Simpósio
Internacion
al
sobre
Religiosida
des,
Diálogos
Culturais e
hibridações
Universidade
Federal do Mato
Grosso do Sul
2009
21 a 24 de abril
III Simpósio
Internacion
al
sobre
Religiosida
des,
Diálogos
Culturais e
hibridações
Universidade
Federal do Mato
Grosso do Sul
Ensino Religioso: a
natureza de um
equívoco
etimológico.
Verioni Ribeiro Bastos
2009
21 a 24 de abril
III Simpósio
Internacion
al
sobre
Religiosida
des,
Diálogos
Culturais e
hibridações
Universidade
Federal do Mato
Grosso do Sul
Ensino Religioso e
Segurança
Nacional
José Carlos Calazans
2009
21 a 24 de abril
III Simpósio
Internacion
al
sobre
Religiosida
des,
Universidade
Federal do Mato
Grosso do Sul
Epistemologia da
controvérsia para o
Ensino Religioso:
aprendendo
e
ensinando
na
Viviane Cristina Cândido
Péricles Andrade
Portugal à implantação do regime republicano e,
com ele, o início da chamada I República, que
durou até ao golpe de 28 de Maio de 1926, o qual
instituiu uma ditadura militar. O seu término deuse em 1933, iniciando-se, então, o Estado Novo
que, embora diferente daquela, se caracterizou
também por ser um regime contrário à
democracia pluralista. A análise ou, até mesmo, a
simples referência da grande complexidade de
todo esse período que vai de 1910 até 1933, no
tocante às questões políticas e suas implicações
nas políticas de Estado para a Educação,
marcadamente para o Ensino Religioso,
excederia os limites desta nossa comunicação.
Salientamos, apenas, o forte laicismo e
anticlericalismo como marcas importantes da I
República. Por exemplo, A Lei da Separação da
Igreja do Estado, de 20 de Abril de 1911, no seu
artº 10, considerava o Ensino Religioso, onde
quer que fosse ministrado, como culto público e,
no seu artº 170, fazia-o depender de autorização
do Ministério da Justiça, quando ministrado fora
dos templos
Sem informação
Esta comunicação tem como objetivo analisar os
limites da aplicação dos dispositivos do artigo 33
da Lei 9475 de 22 de julho de 1997 no espaço
escolar das redes estaduais em Sergipe.
Algumas questões são norteadoras: a aplicação
da lei consegue evitar o proselitismo? Como são
definidos os conteúdos e as normas para
habilitação dos professores? Parte-se da
premissa que a aplicação em parte da Lei Nº
9475 não consegue evitar o proselitismo no
Ensino Religioso, tendência constatada nos
conteúdos, nas normas para habilitação dos
professores no Ensino Religioso e no
envolvimento das entidades religiosas nas
práticas educacionais.
A configuração epistemológica dos parâmetros
que norteiam o Ensino Religioso no país, sendo a
única
disciplina
curricular
presente
na
Constituição Federal, que busca atingir a prática
da tolerância religiosa e compreensão do ser
humano, de forma holística, não se coaduna a
terminologia vigente dada a essa área de
conhecimento. Buscamos assim verificar os
indicadores, dentro do processo histórico, e
paradigmaticamente a natureza desse equívoco,
como também apontar para uma nova
denominação concernente ao conceito relegere.
Assim, consideramos que Ensino Religioso faz
emergir a idéia forjada, durante séculos, que
compreende um processo confessional repleto de
juízo de valores e diminuição do arcabouço
cultural e das crenças de outros povos, o que
foge completamente ao conceito Religião.
Revolução social do século vinte definiu as
idéias de uma nova estrutura social e econômica,
ao mesmo tempo em que globalizou a discussão
dos direitos universais do homem. A mesma
revolução
teve
como
conseqüência
o
desenvolvimento da informática e a digitalização
da informação e do ensino, criando através do
mundo virtual uma crescente relatividade do
conhecimento.
Assim,
no
século
XX,
principalmente após a segunda Grande Guerra, a
competição tecnológica, econômica e política
foram profundamente marcadas pela competição
da informação. Ao mesmo tempo e em todo o
mundo, a revolução social permitiu que as
religiões do mundo emergissem em lugares onde
antes não existiam, desenclausurando dos seus
nichos históricos as religiões institucionalizadas
locais. No século XXI, assistimos a uma
revolução e a uma competição, para qual temos
que nos preparar com profundo conhecimento
dos valores e conquistas culturais adquiridos.
Este século assistirá a uma revolução das idéias
e da espiritualidade, onde a competição entre
novas tecnologias alternativas e do pensamento
laico e religioso definirão os valores sociais,
econômicos e políticos. Desta forma, a
Segurança Nacional deve reestruturar-se neste
sentido, com um maior respeito pelas opções dos
cidadãos ao mesmo tempo salvaguardando a
integridade dos Estados e dos indivíduos.
A questão do ER está posta: laicidade do Estado;
criacionismo e evolucionismo e hegemonia da
igreja católica são seus pilares; a falta de uma
epistemologia a base de suas indefinições e
ambigüidades. Nesse trabalho consideraremos
226
Diálogos
Culturais e
hibridações
diferença,
fundamentados no
pensamento
de
Franz Rosenzweig
2009
21 a 24 de abril
III Simpósio
Internacion
al
sobre
Religiosida
des,
Diálogos
Culturais e
hibridações
Universidade
Federal do Mato
Grosso do Sul
Escola e religião:
problemas
e
desafios hodiernos
Everaldo Cescon
2009
XXII
Congresso
da SOTER
PUCMG
A escola e a
instrução religiosa:
problemas
e
desafios hodiernos
Everaldo Cescon
2009
XXII
Congresso
da SOTER
PUCMG
A concepção de
Ensino
Religioso
na atual Lei de
Diretrizes e Bases
da
Educação
Nacional
Robson Stigar
2009
XXII
Congresso
da SOTER
PUCMG
Ciências
da
Religião e Ensino
Religioso: um novo
espaço e lugar
para graduação no
Brasil
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
Lilian Blanck de Oliveira
2009
XXII
Congresso
da SOTER
PUCMG
Imaginário
Religioso: desafios
e perspectivas para
o Ensino Religioso
Vera
Lúcia
Oliveira
Neiss
Amauri Carlos Ferreira
nossa tese de que, para ampliar a visão de
mundo do educando, o ER necessita contemplar
o estudo da religião tanto do ponto de vista
institucional quanto do ponto de vista da
experiência religiosa, evitando reduzi-la a alguma
de suas compreensões, a saber, como fenômeno
religioso, fenômeno natural, moral ou sagrado.
Apresentamos ainda os fundamentos de uma
epistemologia para o ER que tenha como pano
de fundo a diferença e assuma o desafio do
conhecimento que emerge dessa tensão e de
uma abordagem multidisciplinar.
Partindo da análise das hodiernas mudanças no
cenário religioso nacional, mas, sobretudo
ocidental – retorno do religioso na pósmodernidade como uma presença transversal no
agir coletivo e público; encontro/confronto entre
religiões universais; alastramento de uma religião
sem tradição, etc. – indica-se a necessidade de
repensar
radicalmente
o
problema
da
transmissão do patrimônio religioso, confiada
tradicionalmente à escola: que instrução religiosa
será menos discriminadora, mais respeitosa e
mais construtiva para todos? Estudar a religião
como história, como ética, como costume social,
como fé? Convém identificar as repercussões já
produzidas e, a partir delas, refletir sobre os
cenários de renovação do Ensino Religioso e da
escola no seu todo. Enfim, comporta a fundação
de uma nova Paidéia para o homem e para a
sociedade de amanhã.
A religião está mudando e, com ela, o quadro
estrutural do Ensino Religioso na escola. É
preciso repensar o problema da transmissão do
patrimônio religioso. A instrução religiosa busca
novos perfis: que instrução religiosa será menos
discriminadora e mais construtiva para todos?
Que aspecto de uma religião dar a conhecer, de
que perspectiva interpretá-la e em que ótica
pedagógica? Estudar a religião como história,
como ética, como costume social, como fé?
Convém identificar os fatores da transição e
registrar as repercussões já produzidas na
concepção e na práxis do Ensino Religioso dos
últimos anos. Desta base empírica poderá partir
uma reflexão sobre os cenários de renovação da
escola: de um lado, a escola precisa redefinir-se
e
reavaliar-se
como
instituição-tipo
da
transmissão cultural e, de outro, é obrigada a
satisfazer as expectativas impostas pelas
emergências sociais, culturais, profissionais.
Após a promulgação da atual LDB, a educação
passou por inúmeras mudanças. Novos
parâmetros surgiram e nortearam a educação. O
mesmo processo também aconteceu com a
disciplina de Ensino Religioso, que passou a ser
orientada pela nova redação do artigo 33 da LDB
sendo desenhada como área de conhecimento,
passando a ser um novo foco de pesquisa,
reflexão e também como componente curricular,
tanto no aspecto religioso como pedagógico.
Este trabalho identifica e apresenta o lócus, que
circunscreve a formação de docentes para a
disciplina de Ensino Religioso, ampliada e
absorvida pela área de Educação Religiosa, nos
termos da Resolução 02/98 da Câmara de
Educação Básica do Conselho Nacional de
Educação, a exigir a devida formação acadêmica
dos profissionais para o campo de sua atuação, a
exemplo das demais áreas de conhecimento. A
partir do registro de algumas situações, estudos,
pesquisas e intervenções com o objeto em
discussão,
busca
analisar
e
discutir
possibilidades
na direção de
propostas
qualitativas, em relação às necessidades e ações
em desenvolvimento. O estudo sinaliza e provoca
para a efetiva construção de um lugar: a
graduação para o componente curricular de
Ensino Religioso, no espaço da formação de
docentes no Brasil, a partir dos reclames e
ditames da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional n. 9394/96.
O tema do Imaginário Religioso Infantil foi
escolhido para essa comunicação devido ao
interesse em aprofundar o tema de uma
monografia concluída no ano de 2004. Na
ocasião, o trabalho investigativo foi bastante
surpreendente e constatou-se a necessidade de
retomar alguns pontos para melhor trabalhá-los.
Pretende-se desenvolver o referido trabalho a
partir de dois marcos teóricos, sendo um sobre a
teoria do imaginário e outro sobre o simbolismo
infantil, enfatizando a importância do Ensino
Religioso no Ensino Fundamental I, com o intuito
de compreender como se dá a formação do
imaginário religioso das crianças de 10 anos e
227
2010
XXIII
Congresso
da SOTER
PUCMG
A ASSINTEC e o
Ensino
Religioso
no Paraná: uma
história contada por
seus símbolos
Emerli Schlögl
Sérgio Junqueira
2010
XXIII
Congresso
da SOTER
PUCMG
Ensino
Religioso
no
mundo
globalizado
Giovanna
Cristina
Januário Alves
Ana Maria Coutinho de
Sales
2010
XXIII
Congresso
da SOTER
PUCMG
Estudo do aspecto
social
do
livro:
Ensino Religioso e
ensino leigo de
Leonel Franca
Fabiana
Cristina
Conceição
da
2010
XXIII
Congresso
da SOTER
PUCMG
O Ensino Religioso
na
Conferência
Nacional
dos
Bispos do Brasil
Rivael de Jesus
Nacimento
Sérgio Junqueira
do
2010
XXIII
Congresso
da SOTER
PUCMG
O estado da arte
ou conhecimento:
um caminho para
pesquisa
e
da
divulgação
da
produção
no
Ensino Religioso
Sérgio Junqueira
Isabel Cristina Piccinelli
Dissenha
Sérgio
Barbosa
Rodrigues
2010
XXIII
Congresso
da SOTER
PUCMG
O perfil do Ensino
Religioso
no
Colégio e Curso
Santa Catarina
Fábia da Costa Leite
Rodriguez
Flawbert Farias Guedes
Pinheiro
verificar se a família, a escola e as instituições
religiosas contribuem para a formação desse
imaginário religioso infantil.
Esta pesquisa focalizando a história da
organização do Ensino Religioso a partir da
Associação Inter-Religiosa (ASSINTEC) estrutura
no início dos anos setenta como espaço para
propor nova configuração para esta disciplina,
buscando superar o modelo confessional.
Utilizando o método histórico foi possível
estabelecer a partir dos símbolos utilizados pelas
diferentes equipes de trabalho o desenvolvimento
de um modelo do componente curricular para as
escolas públicas que promoveu impacto
inicialmente apenas na cidade de Curitiba e
posteriormente no Estado do Paraná e em outras
regiões do Brasil. Este estudo regional impactou
nacionalmente o Ensino Religioso brasileiro.
Nesse texto discorremos sobre as perspectivas e
desafios do(a) professor(a) de Ensino Religioso,
frente ao processo de exclusão social, que vem
atingindo a sociedade brasileira. Para tanto,
partimos de estudos sobre o desenvolvimento do
ajuste neoliberal e de sua hegemonia. Busca-se,
portanto, compreender dialeticamente o conceito
de ajuste neoliberal e como ele, de forma
hegemônica, vem influindo nas questões
econômicas, políticas, culturais e sociais dos
países subdesenvolvidos e emergentes, bem
como no comportamento das pessoas. Neste
contexto, faz-se necessário discorrer sobre o
Ensino Religioso enquanto disciplina voltada para
formação crítica/reflexiva do(a) cidadão(ã),
buscando compreender sua contribuição para a
prática de atitudes de tolerância dos jovens e
adolescentes frente à uma sociedade pós
moderna, onde os valores voltados para o
relacionamento, como: amizade, solidariedade,
respeito...., estão esquecidos, em detrimento de
valores extremamente competitivos e que diz
respeito aos interesses pessoais/individuais,
priorizando o “ter” em detrimento do “ser”.
Esse trabalho discute o Ensino Religioso nas
Escolas, estudando o aspecto social da obra
“Ensino Religioso e Ensino Leigo” de Leonel
Franca, datado de 1931. Já naquele contexto
sóciohistórico, o autor dialoga com as práticas
pedagógicas existentes e a repercussão das
mesmas. Traz elementos acerca da educação
moral e de sua interferência no âmbito social,
também
utilizando
pesquisas
empíricas,
sobretudo no campo europeu, deixando sempre
em evidência que as sociedades adeptas ao
Ensino Religioso em suas escolas, tinham
números de criminalidade e suicídios juvenis
muito baixos em comparação com as escolas
laicizadas. Segundo o autor, a educação auxilia
na formação da consciência moral sendo esta
uma questão ético-religiosa que repercute na
vida social.
Esta pesquisa é a conclusão da dissertação de
Mestrado sobre a construção do Ensino Religioso
na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil no
período de 1952 a 2010, é um trabalho qualitativo
documental que estabelece a identidade desta
disciplina que foi sendo estabelecida pelos
consultores da CNBB em diálogo com o
episcopado, para tal foram analisados atas,
relatos, documentos e diferentes registros desta
conferência
nacional.
Utilizando
como
referenciais teóricos autores como JUNQUEIRA,
FIGUEIREDO, CARON e outros pesquisadores
que analisam a história e fundamentos desta
área do conhecimento.
O Ensino Religioso desde sua origem foi
concebido como espaço político de difusão da fé
no espaço escolar na educação básica de
crianças e adolescentes na história brasileira,
entretanto na segunda metade dos anos noventa
do século XX, mais precisamente em 1998 o
Conselho Nacional de Educação definiu esta
disciplina como uma área do conhecimento.
Progressivamente
as
universidades
estabeleceram-na como campo de produção
acadêmica, inclusive produzindo trabalhos como
dissertações e teses, como também eventos
científicos foram organizados e livros teorizando
esta área foram publicados. Diante deste quadro
percebeu-se a necessidade de sistematizar e
aprofundar a discussão do significado de
pesquisa e divulgação para esta área a partir da
proposta de estado da arte ou conhecimento.
O presente trabalho analisou o perfil da disciplina
Ensino Religioso (ER) no Colégio e Curso Santa
Catarina,
na
cidade
de
Cabedelo-PB,
identificando como é aplicada a didática em sala
228
2010
XXIII
Congresso
da SOTER
PUCMG
2010
XXIII
Congresso
da SOTER
PUCMG
Por Um Debate
sobre
as
Postulações
Epistemológicas
em vias do Ensino
Religioso:
Para
Educar ou para
Entender
a
Religião?
Rui Barbosa e a
questão
da
laicidade na escola
de aula pelo professorado dessa disciplina; e,
ainda, se o ER consta como disciplina autônoma
do ensino fundamental (5º ao 9º ano). O art. 3º da
LDBEN nº 9.394/96 propõe um diálogo mais
amplo sobre as diferentes tradições religiosas e
até mesmo instiga debates àqueles que não
professam religião alguma, levando em conta o
devido respeito ao Estado que diz laico, segundo
o artigo 5º, VI da Constituição Federal de 1988.
Essa temática foi proposta no intuito de contribuir
para o crescente estudo acadêmico no âmbito do
fenômeno Religioso.
Sem resumo
Eulálio Figueira
Marília de Franceschi
Neto Domingos
A chamada “Questão Religiosa”, ao final do
segundo império levou diversos políticos a
posicionarem-se sobre a questão da laicidade na
escola. Através de seus escritos e seus
pronunciamentos políticos, Rui Barbosa foi um
ardoroso defensor da escola pública laica. Tema
pouco discutido e pouco conhecido na história da
educação, a laicidade torna-se tema de
atualidade, quando se discute sobre os rumos do
Ensino Religioso na escola pública. Este trabalho
de pesquisa fixou-se sobre os escritos de Rui
Barbosa a respeito da laicidade –em especial
sobre as propostas da escola laica – e do Ensino
Religioso na despertar do período republicano.
Através de uma pesquisa bibliográfica e
documental apresentamos as idéias daquele que
pode ser considerado um dos fundadores da
escola laica no Brasil republicano.
Eventos – área de Ensino Religioso
2001
2001
2001
2001
2002/2003
O
Ensino
Religioso e
Pastorado
escolar:
novas
perspectiva
s
–
princípios
includentes
O
Ensino
Religioso e
Pastorado
escolar:
novas
perspectiva
s
–
princípios
includentes
O
Ensino
Religioso e
Pastorado
escolar:
novas
perspectiva
s
–
princípios
includentes
O
Ensino
Religioso e
Pastorado
escolar:
novas
perspectiva
s
–
princípios
includentes
I
e
II
Seminário
Catarinense
de Ensino
Religioso
EST
Ensino
Religioso
em
chave
de
reflexão
antropológica
Anísia
de
Figueiredo
Paulo
Sem resumo
EST
A
dimensão
epistemológica do
Ensino Religioso.
Desafios de uma
reflexão
contemporânea
Celma
Rocha
Christina
Sem resumo
EST
O Ensino Religioso
e a fenomenologia
religiosa
Eli Benincá
Sem resumo
EST
Ensino Religioso:
os fundamentos e
desafios
Ildemar Kunitz
Sem resumo
FURB
(Blumenau) /
UNIPLAC
(Universidade
do
Planalto
Catarinense)
O Ensino Religioso
na construção da
educação nacional
Sérgio
Rogério
Azevedo Junqueira
A revolução da educação foi uma das de maior impacto nos
últimos dois séculos. O ensino se generalizou e se tornou
obrigatório até idades cada vez mais avançadas em muitos
países e se diversificou em seus conteúdos. O próprio
conceito de educação pode-s dizer que mudou. Na maioria
dos países, esse tema a educação aparece, justamente, como
um dos mais desafiantes para o futuro de seu
desenvolvimento. Neste contexto é o Ensino Religioso um
componente inserido no currículo das escolas brasileiras como
forma de conquista de um espaço para instituições religiosas,
que assume um novo perfil visando à formação do cidadão
229
capaz de reler o seu cotidiano em uma perspectiva pluralista
para que dele participe ativamente como um cidadão.
2002/2003
I
e
II
Seminário
Catarinense
de Ensino
Religioso
FURB
(Blumenau) /
UNIPLAC
(Universidade
do
Planalto
Catarinense)
Educação
Religiosa
escolar/Ensino
Religioso em Santa
Catarina:
uma
história
em
constante tessitura
Lurdes Caron
2002/2003
I
e
II
Seminário
Catarinense
de Ensino
Religioso
FURB
(Blumenau) /
UNIPLAC
(Universidade
do
Planalto
Catarinense)
O Ensino Religioso
na rede municipal
de Pomemorode:
um caminho em
construção
Álvaro Baso
Izabel Moura Dorn
Roseana Viebrante
Simone Riske Koch
2002/2003
I
e
II
Seminário
Catarinense
de Ensino
Religioso
O Ensino Religioso
no
ensino
fundamental
Marilac
Oleniki
2002/2003
I
e
II
Seminário
Catarinense
de Ensino
Religioso
FURB
(Blumenau) /
UNIPLAC
(Universidade
do
Planalto
Catarinense)
FURB
(Blumenau) /
UNIPLAC
(Universidade
do
Planalto
Catarinense)
O Ensino Religioso
no Brasil a partir da
Lei 9475 de 27 de
julho de 1997
Lurdes Caron
2005
25 a 28 de
agosto
I
Fórum
Multicultural
: o Ensino
Religioso no
CentroOeste
do
Brasil.
Congresso
Internaciona
l
Diversidade
Cultural,
Religiosidad
e
e
Educação
Universidade
de Brasília UNB
Ensino
Religioso
Escolar – uma
experiência
investigativa sobre
seus
avanços
teóricos
e
sua
prática nas escolas
públicas de Brasília
Aline
Silva
2005
25 a 28 de
agosto
I
Fórum
Multicultural
: o Ensino
Religioso no
CentroOeste
do
Brasil.
Congresso
Internaciona
l
Diversidade
Cultural,
Religiosidad
e
e
Educação
Universidade
de Brasília
O Ensino Religioso
e seu importante
papel dentro da
Educação Pública
Cláudio de Souza
Loraine
R.
Branquinho
O Ensino Religioso, em Santa Catarina, contemplando nas
constituições e legislações estaduais a partir de 1935, vem se
constituindo em uma verdadeira espiral, cuja evolução pode
ser analisada através de diferentes etapas. De 1935 até 1969,
caracterizou-se mais pela confessionalidade, com predomínio
da Igreja Católica. A partir de 1970, passou a ser denominado
e entendido como Educação Religiosa Escolar, uma proposta
de educação, aberta a todo o educando catarinense,
independente de credo religioso.
O município de Pomerode situa-se no Vale do Itajaí, na região
nordeste de Santa Catarina, a 33 quilômetros de Blumenau e a
175 de Km Florianópolis, a capital do Estado. É uma cidade de
colonização alemã, cujos primeiros habitantes chegaram às
margens do Rio do Texto/Pomerode em 1861, provenientes de
diferentes regiões da Alemanha, deste em sua maioria vindos
da região da Pomerânia. Com 23.5000 habitantes, possui uma
excelente qualidade de via, conservando a sua cultura e
tradição. Destaca-se nas áreas de turismo, educação, saúde e
serviço social. A Secretaria Municipal de Educação abrange 32
Unidades Escolares, entre Ensino de Educação Infantil, ensino
Fundamental, Ensino Médio e Educação Especial. Na área da
educação, Pomerode tem investido continuamente na
formação continuada e entre as áreas de conhecimento
contempladas está o Ensino Religioso, que sempre se fez
presente na história do município. O presente texto procura
perpassar esta história, visando buscar nos embricamentos da
mesma presença do Ensino Religioso na perspectiva dos
diferentes paradigmas pelos quais passou esta área do
conhecimento.
Reflete o Ensino Religioso na formação do educando, no
Ensino Fundamental, considerando a necessidade de uma
prática (exercício pedagógico) e teoria que mobilize o
conhecimento religioso numa atitude de entendimento da
realidade em visa de oportunizar às novas gerações fazeremse agentes de sua história.
Estamos neste início de milênio, como também o foi em outros
tempos, vivendo uma acentuada busca de esclarecimentos
sobre inúmeras questões, entre elas, neste documento,
destacam-se as relacionadas ao Ensino Religo. É importante
ressaltar que já durante o período da Assembléia Constituinte
o Ensino Religioso passou a ser objeto de interesse não só da
Igreja Católica Apostólica Romana, mas de diferentes igrejas,
setores e níveis da sociedade brasileira, principalmente da
família, dos professores e da escola pública.
A temática do Ensino Religioso é algo que desde os pioneiros
da educação, em 1932, divide opiniões. Esses defendiam um
ensino laico, e por isso afirmavam que o Ensino Religioso não
tinha o seu espaço na escola pública. Em contra partida, outro
grupo defendia o Ensino Religioso como direito de todo
cidadão, uma vez que todos nós possuímos uma dimensão
religiosa. Devido à grande influência exercida pela igreja
Católica no Brasil esse ensino foi muitas vezes caracterizado
como corpo estranho a escola, sendo caracterizado como
catequese. Diante dessa realidade e da nossa realidade atual,
isto é, uma sociedade pós-moderna, que busca afirmar o
respeito ao diferente e reconhecer e valorizar o
multiculturalismo presente em nossa sociedade surge à
necessidade de buscar firmar a identidade pedagógica do
Ensino Religioso. Assim, este trabalho teve como objetivo
aprofundar sobre o contexto histórico do Ensino Religioso
escolar no Brasil, as leis que fundamentaram a sua prática e
as conseqüências para a nossa atualidade. A partir desse
contexto, buscou-se apresentar a configuração teórica do
Ensino Religioso na atualidade, seus avanços e a proposta
dos Parâmetros Curriculares Nacionais para esse ensino. Mas
sabendo-se que nem sempre os avanços teóricos encontram
de imediato o seu reflexo na prática procuramos confrontar
essa base teórica com uma experiência investigativa da sua
prática em seis escolas públicas de Brasília. Foram realizadas
entrevistas semi-estruturadas com seis professores que
ministravam essa disciplina na rede pública de Brasília, a fim
de investigar no discurso desses professores a sua visão e
atuação prática nesse ensino. A partir dessa confrontação,
pretendeu-se identificar aproximações e distanciamentos entre
a teoria e a prática do Ensino Religioso, buscando investigar
as suas razões e justificativas.
Este ensaio tem por objetivo refletir sobre o Ensino Religioso
na educação pública. Para desenvolver esta temática algumas
perguntas servirão para sua delimitação. Os estudantes da
rede pública demonstram viver relacionamentos com a idéia
do Sagrado e do Transcendente? Estas possíveis relações
são significativas para nossos educandos? Qual seria a
importância desta temática para a educação dos educandos?
Como poderíamos tratar deste assunto respeitando a
diversidade cultural e religiosa do Brasil? Bem, estas são
algumas questões que estão colocadas aqui. A preocupação,
enquanto profissional da educação, que trabalha com gente
interagindo diretamente com várias pessoas dentro e fora do
ambiente escolar, é o de refletir sobre a importância de
valorizarmos este campo do conhecimento. A existência do
fenômeno religioso como um fato, que nem sempre é
devidamente valorizado e reconhecido como um conhecimento
importante para um mundo cada vez mais globalizado e
multicultural. Epistemologicamente o Ensino Religioso ocupa-
230
2005
25 a 28 de
agosto
I
Fórum
Multicultural
: o Ensino
Religioso no
CentroOeste
do
Brasil.
Congresso
Internaciona
l
Diversidade
Cultural,
Religiosidad
e
e
Educação
Universidade
de Brasília
O Ensino Religioso
na construção da
identidade
Solange de Araújo
Severino
2005
III CONERE
FONAPER
História
FONAPER
Raul Wagner
2005
III CONERE
FONAPER
FONAPER – 10
anos
de
uma
história que, em si
mesma, já aponta
para o futuro!
Viviane
Cândido
2005
III CONERE
FONAPER
Paradigmas
do
Ensino Religioso
Maria Inês Carniato
2005
III CONERE
FONAPER
Ensino
InterReligioso: teoria e
prática
Dora Incontri
Alessandro
Bigheto
do
Cristina
Cesar
se do conhecimento religioso, situado num espaço para além
das Instituições Religiosas e/ou Tradições Religiosas. O
espaço onde se situa o conhecimento religioso é “o humano”.
Seu fundamento é antropológico. O enfoque, portanto, é o ser
humano, em busca da Transcendência. Ultrapassa o
conhecimento comum aos crentes que têm um conhecimento
“dado” e aceito pelo ato de fé. O conhecimento religioso é uma
construção, fruto do esforço humano. Em razão disto, o
conhecimento precisa ser epistemologicamente enfocado nas
dimensões antropológica, sociológica, psicológica e teológica.
O fenômeno religioso é universal. Em todos os tempos,
lugares e povos encontraram tal fenômeno. Esta afirmação é
atestada pela etnologia e pela História das religiões. A religião
faz parte de sua natureza. Ele crê em Deus ou em ídolos, que
para si pratica. A modernidade proclamou a morte de Deus. A
razão a ciência tinha finalmente vencido, era o que se
supunha. No entanto, o que se tem visto recentemente é o
contrário, um espantoso crescimento de religiões e fiéis, com
seitas e cultos os mais variados surgidos principalmente em
países mais adiantados, como Japão e Estados Unidos. O
comunismo de Estado buscou com todas as suas forças,
poder e ciência, terminar com a religião. Para eles a religião
era uma alienação, ópio do povo. No entanto, esse comunismo
desmoronou e a religião segue florescente. A educação por
definição e natureza, é um processo multicultural e o
conhecimento religioso acumulado ao longo das eras está aí
não podendo ser ignorado, ele faz parte de todo este processo
de construção, particularmente, em se tratando da cultura
brasileira, onde o Sagrado sempre teve lugar de destaque.
Ensino Religioso trabalha como campo de humanização que
constrói relações dialogais entre as diversas disciplinas e o
contexto social em que a escola está inserida, agindo como
elemento integrante e integrador da unidade na diversidade
esteve articulando vários mini-projetos interdisciplinares. Ao
mesmo tempo em que desenvolveu um trabalho específico de
autoconhecimento e identidade com todas as séries de Ensino
Médio, em vista do projeto bimestral interdisciplinar “A paz é a
gente que faz”. O Ensino Religioso desenvolveu juntamente
com as demais disciplinas, no primeiro bimestre, quatro mini
projetos. O principal foi uma pesquisa sobre a identidade
religiosa da família, resgatando toda a herança cultural que
vem permeando a forma de ser e conviver do aluno no mundo,
construindo a árvore religiosa de cada família e da turma em
geral. Foi um trabalho interdisciplinar com o tema de forma
contextualizada com os conhecimentos propostos para o
bimestre. Cujo tema foi: a paz é a gente que faz (Paz interior).
Seus objetivos foram: Favorecer o autoconhecimento na
perspectiva da harmonia consigo e mesmo e com todos os
seres do universo; oportunizar o desenvolvimento de
argumentos claros e concisos e desenvolver uma atitude
positiva diante da vida.
Uso como ponto de partida para esta reflexão o momento dos
25 anos do Conselho de Igrejas para o Ensino Religioso em
Santa Catarina (CIER), na perspectiva a minha caminhada e
experiência no campo religioso, ecumênico e inter-religioso.
Não faço referência a datas e determinados momentos que já
estão registrados nas atas, crônicas e memórias encontradas
no Portal do FONAPER e publicados em livros e resenhas
Na Assembléia dos 25 anos do CIER - Conselho das Igrejas
para o ER - realizada em Florianópolis em 25 e 26 de
setembro de 1995, acontece à proposição e organização do
Fórum Nacional do Ensino Religioso, o qual é instalado em 26
de setembro de 1995 e transformado em FONAPER - Fórum
Nacional Permanente do Ensino Religioso, sendo formado por
educadores, organismos e entidades interessadas e/ou
envolvidas com o ER. Em Carta de Princípios elaborada na
data de sua instalação, os participantes definem o FONAPER
como um “espaço pedagógico, centrado no atendimento ao
direito do educando de ter garantida a educação de sua busca
do Transcendente” e como “espaço aberto para refletir e
propor encaminhamentos pertinentes ao Ensino Religioso,
sem discriminação de qualquer natureza” (FONAPER, 2002)
considerando a memória histórica do ER no Brasil, o trabalho
das diferentes organizações que o acompanham e o contexto
sócio-político-cultural e pluralista.
Paulo Freire, ao falar da historicidade humana e do
protagonismo histórico do ser humano em vista do mundo
novo, privilegia o atributo humano da linguagem e seu
potencial transformador do presente e antecipatório do futuro
que sonhamos. No Ensino Religioso e na escola, de modo
geral, a linguagem sonhadora revela a utopia do mundo novo,
cujo solo é o conhecimento científico e o horizonte é o mistério
da condição humana. Edgar Morin, professor da Universidade
de Paris, no livro que escreveu a pedido da UNESCO, sobre
os novos paradigmas da educação do futuro.
A proposta de Ensino Religioso – e já adotamos de início o
termo inter-religioso – tem de assumir pressupostos claros,
para que sua elaboração didática seja eficaz e atinja as
finalidades almejadas. Tanto em nossa prática pedagógica, a
ser aqui descrita, como nos livros didáticos que escrevemos
(Todos os Jeitos de Crer) se embutem esses pressupostos,
tomados dos clássicos da educação – sobretudo Comenius,
Rousseau e Pestalozzi – figuras esquecidas e negligenciadas
nas pesquisas atuais. Uma determinada postura didática, para
ser coerente, decorre obviamente de uma dada visão
filosófico-pedagógica, que se inicia na própria concepção do
231
2005
III CONERE
FONAPER
Ensino
Religioso
na
legislação:
aspectos
fislosófico-jurídicos
e
conseqüências
pedagógicas
Anísia
de
Figueiredo
Paulo
2005
III CONERE
FONAPER
Confessionalidade
e Ensino Religioso:
de onde partir?
Viviane
Cândido
2005
III CONERE
FONAPER
A formação do
educar de Ensino
Religioso:
Francisco Aparecido
Cordão
Cristiane
ser humano e das finalidades últimas da educação. Por isso,
não há como prescrever e padronizar técnicas, como receitas
prontas, pois antes de qualquer aplicação possível – e toda
aplicação didática tem de se adaptar ao contexto e à realidade
dos estudantes, dos docentes, da escola… – devemos
examinar as motivações profundas de uma ação pedagógica.
Uma dada experiência, baseada em tais motivações, pode,
portanto servir de inspiração, motivar outras propostas,
levantar debates e não restritamente propor técnicas fechadas.
Neste sentido, nossa abordagem da questão religiosa na
educação procura evitar dois caminhos comuns: o ensino
confessional tradicional – que é a catequese, a doutrinação
num determinado credo – e o que poderíamos denominar de
antropologismo diante da religião, que é uma visão
distanciada, pretensamente neutra, mas que indica ceticismo
em relação ao conteúdo do fenômeno religioso.
Numa tentativa em perceber e analisar as concepções atuais
de Ensino Religioso, seu ciclo evolutivo e/ou retroativo, em
meio a continuidades e descontinuidades, e dar
prosseguimento ao esforço em encontrar o caminho para sua
passagem de disciplina a área de conhecimento, tomamos
como fundamento a própria legislação que o mantém, com
seus princípios filosófico-jurídicos, em tal realidade e da qual
procedem a conflitos e perspectivas, dificuldades e
possibilidades, aberturas e empecilhos para a sua
configuração como componente curricular, ou seja, de
disciplina absorvida e ampliada pela Educação Religiosa como
“área de conhecimento”, segundo a Resolução CEB/CNE nº
02/98. Para tanto, não se consegue percorrer o itinerário
construído até aqui, sem tomar o fio condutor da problemática
tecida com a presença de elementos formadores da “malha”
sócio-político-cultural, ou seja, o pano de fundo, ou cenário
diante do qual atuaram e atuam atores sociais e políticos, de
diferentes grupos, pertencentes a dois sistemas: o escolar e o
religioso
Nos dias atuais há os que lembram com saudade do tempo
em que esta questão não se colocava para a escola católica.
Tempo em que ser católico era parte da identidade pessoal e
que não causava estranheza que a escola católica, lugar de
católicos, fizesse acontecer à educação católica por meio,
inclusive, do ER, muitas vezes assumindo o lugar da
catequese. Os pais afirmavam com tranqüilidade que haviam
colocado seus filhos na escola católica porque esperava uma
educação com base em valores religiosos, uma educação
religiosa. Assim parecia haver correspondência entre a
expectativa dos pais e da sociedade e o trabalho da escola.
Os tempos atuais, contudo, refletem outro panorama. Do ponto
de vista da religião o que temos presenciado é o aumento da
chamada pelos sociólogos da religião, oferta religiosa, o que
tem significado que não contamos mais com o mesmo
contingente que se dizia católico há alguns anos atrás. Isso
tem sido posto em várias instâncias como a objetivação do
dado de que a Igreja católica está perdendo seus fiéis. Temos
questionado essa afirmação considerando que muitos dos que
se diziam católicos estavam muito mais condicionados à
prática dos sacramentos por motivos sociais. A escola católica,
por sua vez, tem diante de si um novo contexto. Muitas estão
inseridas em comunidades que, há muito, deixaram de
caracterizar-se pela prática católica. Mesmo os pais embora
façam, muitas vezes, um discurso em prol da escola católica e
seus valores, têm como real motivo a possibilidade de escape
de uma educação pública que possa não atender aos seus
objetivos na formação acadêmica de seus filhos.
Considerando o contexto da educação em geral, há de
salientar-se que a nova LDBEN - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, 9394/96, prevê uma educação em valores
e voltada para a cidadania, bem como a ética como um tema
transversal devendo, portanto, perpassar todas as disciplinas.
Citamos esses três temas: valores, cidadania e ética para
destacar que os mesmos não fazem mais parte
exclusivamente da escola católica, preocupada com a
formação integral e com o homem e a mulher novos. A
expectativa é de que sejam tratados e vivenciados na
educação em geral e nas escolas em particular, sejam elas
confessionais ou laicas particulares ou públicas.
Diante desses desafios a escola católica necessita abrir-se
para novas perspectivas: fazer acontecer uma educação
capaz de corresponder aos desafios de uma nova sociedade
na quais homens e mulheres encontra diferentes formas de
viver a experiência do Transcendente, não havendo, portanto,
uma única via antigamente considerada a religião. Não
podemos mais ousar falar de valores e ética como
pressupostos religiosos, uma vez que também aqueles que
não são “adeptos” de uma religião podem vivenciá-los. Termos
como valores universais e sociais e ética civil visam deixar
claro esse desligamento, por assim dizer, do mundo religioso.
Buscar a clareza de sua identidade confessional uma vez que
já não pode atribuí-la ao ER necessitando assim buscar ser
toda ela confessional, em tudo o que pensa e faz, constituindose num testemunho, enquanto o ER mantém preservada sua
natureza como uma disciplina, inserida num currículo e em pé
de igualdade com todas as outras, conquanto tenha um
conhecimento a oferecer e contribua para a ampliação da
visão de mundo dos educandos.
A Atual LDB – Lei Federal nº 9.394/1996, a Lei Darcy Ribeiro
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional contempla o
Ensino Religioso na seção III (Do Ensino Fundamental) do
232
perspectivas
uma história
de
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio
de Ensino
Religioso
EST
Concepções
epistemológicas do
Ensino Religioso
Laude
Erandi
Brandenburg
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio
de Ensino
Religioso
EST
A
eclesiologia
republicana e o
Ensino Religioso
Evaldo Luis Pauly
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio
de Ensino
Religioso
EST
O Ensino Religioso
nas constituições
do Brasil
Eliseu Roque
Espírito Santo
do
Capítulo II (Da Educação Básica), do Titulo V (Dos níveis e
das modalidades de Educação e Ensino), no Artigo 33, com a
redação dada pela Lei nº 9.475/97, publicada no Diário Oficial
da União em 23/07/1997. O Caput do Artigo 33 apresenta
desde logo a situação objetiva do Ensino Religioso no nível do
Ensino Fundamental: será de matricula facultativa, será parte
integrante da formação básica do cidadão, deverá constituir
disciplina dos horários normais das escolas públicas, deverá
assegurar o respeito à diversidade cultural e religiosa do
Brasil, e estão vedados quaisquer formas de proselitismo. O §
1º do Artigo 33 determina que os sistemas de ensino a que
estão vinculados os estabelecimentos de Ensino Fundamental
“regulamentarão os procedimentos para a definição dos
conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas
para a habilitação e a admissão dos docentes”. O § 2º do
mesmo Artigo 33 prevê, ainda, que “os sistemas de ensino
ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes
denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do
Ensino Religioso”. A LDB é suficientemente clara ao vetar que
a disciplina Ensino Religioso se preste a pratica de “quaisquer
formas de proselitismo”. O Ensino Religioso deve assegurar “o
respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil”. Essa
diversidade e pluralidade cultural e religiosa não é um
fenômeno genuinamente brasileiro. Ele é praticamente
universal. Poderíamos dizer que é uma chama acesa no
coração de cada ser humano e que isto, por si só, já é razão
suficiente para que uma Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional contemple a temática do Ensino Religioso.
A Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de
Educação, em estudo não concluído sobre “Ensino Religioso e
sua pratica escolar”, assevera que o “Ensino Religioso, como
parte integrante do currículo, quando legalmente aceito e não
só, mas constitucionalmente prescrito para os currículos das
escolas do ensino fundamental, na medida em que envolve a
questão da laicidade do Estado, a realidade sócio-cultural dos
múltiplos credos e a face existencial de cada indivíduo, tornase uma questão de alta indagação e complexidade, em termos
de encaminhamento adequado, frente aos princípios que
orientam a convivência democrática da humanidade
contemporânea”. Observa que, “cada vez que este tema
compareceu à cena dos projetos educacionais, veio sempre
carregado de uma discussão intensa em torno de sua
presença e factibilidade, em um país laico e multicultural.” De
acordo com o prescrito no Artigo 210 da Nossa Constituição
Federal de 1988, “o Ensino Religioso, de matrícula facultativa,
constituirá disciplina dos horários normais das escolas
públicas de ensino fundamental”. Da Norma Constitucional
podemos distinguir três elementos constitutivos do Ensino
Religioso, quais sejam: de oferta obrigatória no Ensino
Fundamental,
de
matricula
facultativa
e
a
ser
executada/ministrada nos horários normais das escolas
públicas. A estes três elementos constitutivos, a LDB de 1996
acrescentou, no seu Artigo 33, os seguintes: faz parte
integrante da formação básica do cidadão, deverá assegurar a
diversidade cultural e religiosa do Brasil e estão vedados
quaisquer formas de proselitismo.
Após o conhecimento dos preceitos legais e o envolvimento
com as tentativas de prática dessa legislação no Ensino
Religioso, passou-se à abordagem da questão dos conteúdos
dessa área de saber intrinsecamente ligada com a questão
legal. Vejo como fundamentais duas dimensões na
organização do conteúdo: as concepções epistemológicas e a
questão metodológica de encaminhamento do mesmo. Nosso
foco são as concepções epistemológicas geradoras dos
conteúdos e interligadas com legislação e metodologia. Isso
significa que, por de trás da abordagem dos conteúdos, há
concepções epistemológicas, princípios do conhecimento
religioso, que fundamentam e impulsionam o Ensino Religioso
nas escolas públicas ou privadas.
O artigo discute a relação pública – privado a partir de dois
contextos: a experiência histórica da formação de uma igreja
camponesa no Brasil e a proposição de um esquema
eclesiológico compatível com o modo de vida republicano.
Assim, é plausível sustentar a inserção da disciplina Ensino
Religioso no currículo da escola pública sob controle
acadêmico da docência brasileira. De outro modo, a
justificação do financiamento público desta disciplina quebra o
princípio republicano basilar da separação entre o público e o
privado, dentro do qual insere o princípio democrático da
separação absoluta entre Igreja e Estado.
O trabalho pretende analisar o debate acerca da inclusão do
Ensino Religioso no currículo das escolas públicas
considerando-o inserido numa disputa mais ampla onde a
questão do Ensino Religioso é apenas a ponta do iceberg.
Para isso analisa as Constituições do Brasil de 1824, 1891,
1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. Observa que o debate sobre o
Ensino Religioso vem acompanhando toda a história da nossa
educação. Enquanto o monopólio da Igreja, no Brasil colônia,
o Ensino Religioso não era problema era o único tipo de
ensino disponível. Com a expulsão dos jesuítas e a chegada
da Corte de Portugal ao Brasil a educação a educação
começa um processo de emancipação da Igreja, mas logo em
seguida se vê sob o monopólio do Estado. Os textos
constitucionais nos permitem ver a assunção do Estado na
direção da educação. Enquanto a Constituição de 1824 dedica
apenas duas alíneas ao assunto e a constituição de 1891
umas quatro, a constituição de 1934 de dica um capítulo
233
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio
de Ensino
Religioso
EST
O Ensino Religioso
e a formação da
identidade
Nilva
Windmoller
Brendler
Manfredo
Carlos
Wachs
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio
de Ensino
Religioso
EST
A pergunta sob um
novo
olhar
no
Ensino Religioso
Remi Klein
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio
de Ensino
Religioso
EST
O
CONER-RS:
organização
ecumênica ou interreligiosa?
Cesar
Alberto
Ranquetat Júnior
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio
de Ensino
Religioso
EST
O aconselhamento
pelo professor de
Ensino Religioso:
como lidar com o
pedido de ajuda
proveniente
da
comunidade
escolar?
Cristina Py de Pinto
Gomes Mairesse
inteiro e a partir daí começa-se a normatizar de forma mais
ampla tanto a educação em geral como o Ensino Religioso.
Esta prática analisa assunção do monopólio do Estado na
Educação. Discutir a temática da educação religiosa nas
escolas sem levar em conta este pano de fundo histórico pode
nos levar às conclusões simplistas.
Este trabalho monográfico apresenta uma pesquisa e análise
das contribuições do Ensino Religioso para a formação de
uma identidade pessoal e autônoma. A primeira parte consiste
em uma pesquisa bibliográfica, sobre as principais
características da adolescência, as mudanças biopsicossociais
que acontecem nesta faixa etária.
Perguntar é algo natural para uma criança, aliás, para todo ser
humano, mesmo que se costume identificar e associar a idade
dos porquês a crianças até seis/sete anos. Coincidentemente,
é a idade de sua entrada obrigatória na escola. A partir disso,
poder-se-ia concluir que, doravante, importa deixar de
perguntar e passar a responder... Outrossim, que lugar e que
papel tem a pergunta no processo educativo e, em especial,
no processo educativo-religioso? Que concepções estão
presentes numa pedagogia da pergunta? Uso esta expressão
inspirado numa obra de Paulo Freire e Antonio Faundez,
intitulada Por uma pedagogia da pergunta. Neste sentido, li,
certa vez, um artigo muito interessante de Moacyr Scliar,
intitulado: Perguntar não ofende. Aproxima. O escritor fez
referência a Sócrates e à sua inovação na Filosofia pelo seu
método de ensino, a maiêutica. Sócrates não afirmava, mas
perguntava por acreditar que pelo diálogo se partejariam as
idéias e emergeria uma verdade. A pergunta é inerente à
nossa
vida,
à
nossa
comunicação,
aos
nossos
relacionamentos e ao nosso processo educativo em geral, não
só religioso. Já nem mais nos damos conta de que a todo o
momento perguntamos e isso não se restringe à idade dos
porquês, mas abrange a todas as idades, como vemos, por
exemplo, no livro O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder, que
apresenta uma jovem de quinze anos também cheia de
perguntas
A Lei Federal nº 9475/97 afirma em seu parágrafo 2º a
necessidade de ser ouvida entidade civil, formada por
diferentes denominações religiosas, para a definição dos
conteúdos do Ensino Religioso. A partir dessa definição legal,
constituem-se, em diversos estados brasileiros, conselhos de
Ensino Religioso, os chamados CONER (Conselhos do Ensino
Religioso), compostos por várias denominações religiosas. No
estado do Rio Grande do Sul foi fundado, em 26 de novembro
de 1997, o CONER-RS (Conselho do Ensino Religioso do
Estado do Rio Grande do Sul), quatro meses após a Lei
9.475/97. O CONER-RS é um sucedâneo do GTERI (Grupo
Tarefa para o Ensino Religioso Interconfessional, criado em
1990, que tinha como objetivo elaborar uma proposta de
Ensino Religioso interconfessional cristão. Atualmente o
CONER-RS é composto pelas mesmas denominações
religiosas que faziam parte do Grupo Interconfessional,
incluindo a Confissão Israelita. Há um predomínio de
denominações cristãs na composição do CONER-RS, sendo
que a única não cristã, a Israelita, tem vínculos históricos com
as mesmas.
Nossa sociedade está em constante modificação. Novos
paradigmas vão surgindo e modificando nossa forma de
pensar e agir. Idéias e crenças são transformadas
rapidamente, de acordo com os cidadãos que as veiculam no
ambiente social. O que é correto hoje pode não ser amanhã.
Temos como exemplo o comportamento de jovens no
ambiente social e escolar. Antigamente eles não tinham tanta
participação em decisões familiares como têm hoje. A escola e
seus representantes não questionavam, nem levavam em
conta seus anseios. Atualmente, muita coisa mudou. Portanto,
nem sempre temos, como educadores, as melhores posições
frente ao mundo para auxiliarmos nas escolhas e decisões de
nossos semelhantes. A prática do Ensino Religioso nas
escolas requer que o educador responsável pela disciplina
tenha diferentes conhecimentos para que possa atender a
diversidade de temas e assuntos que são de interesse e
preocupação de seus estudantes. Além disso, há conteúdos
que devem ser trabalhados com o grupo, com o intuito de
cumprir o plano político-pedagógico da instituição à qual o
educador pertence. Este explicita os conteúdos que deverão
ser abordados durante o período letivo e deve servir como
parâmetro para a docência no cotidiano de uma sala de aula.
Paralelamente, outras demandas surgem e
precisam ser atendidas e supridas de forma a auxiliar na
formação global dos educandos, pois podem tornar-se
entraves que dificultarão o pleno desenvolvimento de uma
personalidade. Os psicólogos, quando estão presentes nas
escolas, muitas vezes recebem esses estudantes e a
comunidade em geral e têm por uma de suas atribuições
mediarem os conflitos que surgem, buscando auxiliar na
resolução destes. Quando os psicólogos não estão presentes
ou o aluno não se sente à vontade para procurar alguém da
área psicológica, seja por que motivo for muitas vezes é o
professor responsável pela disciplina de Ensino Religioso que
é solicitado a auxiliar. Ele deve intervir nesse momento em que
o educando precisa de ajuda para dar conta da dificuldade que
se faz presente. O professor deve pelo menos iniciar a
condução do processo de aconselhamento, com o intuito de
atender a demanda, tentando auxiliar na elaboração da
234
2007
IV CONERE
FONAPER
O Ensino Religioso
na rede municipal
de educação de
Curitiba: desafios e
possibilidades
Diná Raquel Daudt
da Costa
Wilma B. Borges de
Macedo
2007
IV
Seminário
Catarinense
de Ensino
Religioso
Universidade
Comunitária
da Região de
Chapecó
Dez anos do artigo
33 da LDBEN:
avanços e desafios
Sérgio
Rogério
Azevedo Junqueira
2007
IV
Seminário
Catarinense
de Ensino
Religioso
Universidade
Comunitária
da Região de
Chapecó
Ensino
Religioso
em Santa Catarina:
memórias
e
desafios de um
percurso
em
constante
construção
Élcio Cecchetti
Ione Fiorini Thomé
2008
X Seminário
Nacional de
Formação
de
Professores
- FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
Ensino
Religioso
no
âmbito
educacional
das
escolas
públicas
estaduais
do
Espírito Santo
Eliane Maura Littig
Milhomem de Freitas
2008
X Seminário
Nacional de
Formação
de
Professores
- FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
O Ensino Religioso
na rede pública
municipal
de
ensino de João
Pessoa
Maria José
Holmes
Torres
2008
X Seminário
Nacional de
Formação
de
Professores
- FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
O Ensino Religioso
nas
escolas
públicas do Brasil:
realidades
e
desafios
Giseli
do
Siqueira
Prado
mesma. Como o professor deve proceder, se muitas vezes
acredita não possuir a formação necessária para contribuir na
resolução do conflito que se instaurou na vida do outro? É
essa a questão principal que pretendo desenvolver nesse
trabalho
Este texto focaliza a questão do trabalho realizado junto aos
professores da Rede Municipal de Ensino de Curitiba na área
do Ensino Religioso, tendo em vista a formação dos mesmos
para o exercício da docência nesta disciplina. O objeto de
pesquisa foi o material e os procedimentos que a Secretaria
Municipal da Educação de Curitiba utiliza para a formação do
seu corpo docente. Foi realizada uma análise do material de
apoio pedagógico e cursos de formação dos professores de
Ensino Religioso planejados, organizados e conduzidos pela
equipe pedagógica da ASSINTEC – Associação Inter-religiosa
de Educação em parceria com a Secretaria Municipal da
Educação de Curitiba. A pesquisa se ateve aos documentos
das Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de
Curitiba e aos Cadernos Pedagógicos elaborados com o fim
específico de auxiliar os professores nas questões pertinentes
ao Ensino Religioso. Quanto aos cursos, foi apresentado um
breve relato de como acontecem e qual a resposta dos
participantes referente aos mesmos.
Ao relermos as legislações estaduais a partir de palavraschaves visando compreender a atual situação do Ensino
Religioso brasileiro, operacionalizados nos estados da
federação que legislaram sobre esta área do conhecimento,
podemos verificar os avanços e desafios existentes para
implantação deste ensino. Um dos principais aspectos ainda
ser melhorado está relacionando com certeza á
profissionalização do professor desta e do conhecimento com
certeza abertura de curso de licenciatura em Ensino Religioso.
No geral, temos professores (as) de diferentes licenciaturas e
disciplinas ministrando esse ensino considerando que as
normatizações estaduais e municipais permitem ter no quadro
do magistério público profissionais de áreas afins, devido à
inexistência de curso de licenciatura específica. Á outras
realidades, professores complementando carga horária com
Ensino Religioso e professor de Ensino Religioso
complementando a carga horária com outras disciplinas devido
à carga horária ser de apenas uma hora aula semanal no
currículo das escolas.
A diversidade é uma marca no nosso mundo e se manifesta
em todos os ecossistemas naturais e na própria humanidade.
A própria cultura adquiriu formas diversas através dos tempos
e dos espaços. Essa multiplicidade manifesta-se na
originalidade e na pluralidade de identidade que caracterizam
os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. A
diferença ente culturas é grupo da singularidade de cada
grupo social. Constatar isso, todavia, não significa negar a
existência de características comuns. O grande líder da não
violência, Mahatma Gandhi, nos deixou grande exemplo nesse
sentido, pois não demorou em perceber que só nos
construímos no encontro com o diferente, e que todo ser
torna0se humano na medida em que se confronta e dialoga
com aquilo que lhe é desconhecido.
A presente comunicação trata do percurso histórico da
disciplina do Ensino Religioso no Estado do Espírito Santo,
após Lei de nº 9.475 de 22 de julho de 1997 e instituição do
CONERES pelo Decreto nº 1735-R de 26 de setembro de
2006. Inicia com explanação sobre a implantação da disciplina:
a nova reformulação, diretrizes para seleção de professores e
levantamento da demanda de estudantes que optaram pelo
Ensino Religioso, dentre outras que garantiram seu
oferecimento. Apresenta os caminhos percorridos para a
formação docente: fórum, encontros, cursos, discussões,
mesa redonda e reflexões que estão contribuindo para a
construção dos saberes pedagógicos dos educadores
capixabas que ministram o Ensino Religioso. Finaliza refletindo
sobre a escola como espaço privilegiado para o Ensino
Religioso, ou seja, esclarece a função social da escola e o
papel pedagógico que a disciplina desempenha.
Este artigo pretende socializar o processo de implementação
do Ensino Religioso como componente curricular na Rede
Pública Municipal de Ensino de João Pessoa/PB. Apresentase, inicialmente, uma rápida caracterização da Rede Pública
Municipal de Ensino de João Pessoa e um breve histórico
sobre o Ensino Religioso no Brasil. Após, descreve-se a
implementação do Ensino Religioso na Rede Pública Municipal
de Ensino de João Pessoa, o perfil dos professores de Ensino
Religioso e os desafios e perspectivas que ora se apresentam.
O Ensino Religioso foi compreendido ao longo dos anos ora
como catequese na escola, ora como ensino da religião, tendo
como objeto a doutrina cristã, garantida pela estrutura de
cristandade, herdada do período colonial, figurando nessa
condição até a primeira metade do século XX. Essa estrutura
na atual sociedade pluralista não corresponde mais aos
anseios dos educandos e da educação, embora ainda
persistam os defensores do modelo confessional, há também
os que se posicionam contrários, defendendo a liberdade
religiosa, gerando permanentes discussões em relação a essa
disciplina. Para compreender melhor a realidade do Ensino
Religioso nas escolas públicas do Brasil elaboraremos um
esboço de sua trajetória nas Constituições e Leis de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, pontuando os principais
desafios para efetivação dessa disciplina do currículo escolar,
235
2008
X Seminário
Nacional de
Formação
de
Professores
- FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
O mal estar no
Ensino Religioso:
localização,
contextualização e
interpretação
Teresinha
Mocellin
Maria
2008
X Seminário
Nacional de
Formação
de
Professores
- FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
O Ensino Religioso
na sociedade pósmoderna: desafios
e
perspectivas
diante
do
pluralismo religioso
Adriana de Campos
2008
X Seminário
Nacional de
Formação
de
Professores
- FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
Educação
intercultural
e
Ensino Religioso:
buscando
aproximações
Francisca
Helena
Ciunha Daneliczen
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de
Ensino
Religioso FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Educar e cuidar
Eduardo Paiva dos
Santos
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de
Ensino
Religioso FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Ensino Religioso:
na escola, na vida
Eronides Rodrigues
de Freitas Silva
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de
Ensino
Religioso FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Laicidade: princípio
fundamental para o
Ensino Religioso
Maria José
Holmes
Torres
admitida hoje como área do conhecimento, nos termos da
Resolução CNE/CEB nº 02/98, que estabelece a Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, e sua
contribuição efetiva na "formação básica do cidadão".
O presente estudo quer contribuir com o debate sobre a
preocupação voltada às questões provenientes da situação de
inquietação no Ensino Religioso nas escolas públicas, na
atualidade brasileira. A questão pesquisada é a localização da
crise ampla no Ensino Religioso. Localizar a sua gênese e
mais especificamente nos pontos em que ela mais incide, é o
objetivo principal do trabalho. Como preâmbulo aponta-se as
raízes históricas desse mal-estar. A raiz remota na catequese
dos índios e negros escravos e os conflitos que gerou nos
evangelizadores e nos evangelizados. A raiz próxima, no
advento da República, a separação entre Igreja e Estado e os
conflitos decorrentes. A pesquisa localizou vários focos de
mal-estar. Eles se concentram, especialmente, na legislação e
sua aplicação. A formação dos docentes para a disciplina é a
outra maior incidência do mal-estar no Ensino Religioso que
desponta dos dados colhidos na pesquisa de campo.
Os conflitos e desafios vivenciados pela disciplina de Ensino
Religioso vêm perdurando há alguns anos. A disciplina que foi
promovida pela Igreja Católica, vem acompanhando as
modificações constantes da sociedade pós-moderna. A Igreja
perdeu sua plausibilidade e a disciplina começou a se
estranhar enquanto disciplina escolar. A modernização e a
secularização trouxeram a idéia da laicização e a escola
enquanto um espaço laico não pôde mais oferecer uma
disciplina proselitista. Porém, a idéia de que o Ensino
Religioso é um ensino de “Religião” não foi descortinada. O
Ensino Religioso diante na nova consciência do pluralismo
religioso em um espaço privilegiado que pode suscitar o
diálogo e a tolerância encontra-se perdido e sua valorização
ainda não se efetivou. Esta comunicação tem o propósito de
levar a reflexão sobre os conflitos vivenciados no Ensino
Religioso e as perspectivas quanto ao seu futuro no âmbito
escolar.
Este artigo traz elementos para contextualizar a cultura e o
Ensino Religioso, que pedagogicamente oportuniza a releitura
do fenômeno religioso a partir dos conhecimentos religiosos
elaborados, historicamente, por diferentes grupos humanos. O
Ensino Religioso, neste sentido, constitui-se elemento que
assume formas culturais contribuindo para a diversidade
cultural na perspectiva da educação intercultural diante de
seus desafios, conflitos e necessidades. Contextualiza o
cenário da pesquisa a partir de uma prática pedagógica
interdisciplinar: Cultura e Religiosidade Indígena, que integra o
Projeto: Respeitando as Diferenças – Uma Nova Perspectiva
para o Ensino Religioso elaborado e desenvolvido através da
coordenação pedagógica da área do Ensino Religioso, da
Secretaria Municipal de Educação de Balneário Camburiú/SC.
O texto busca identificar e sinalizar algumas considerações
dos processos elaborados no intento de contribuir para
identificar, discutir, desafiar, diálogos e possíveis futuras
pesquisas, a partir dos diferentes olhares e leituras dos
autores consultados em contraponto com o relato da prática
pedagógica em apresentação.
Este texto faz parte de nosso trabalho de dissertação de
mestrado em Ciências das Religiões pela UFPB. Aqui
buscamos instigar uma reflexão sobre a importância de uma
prática pedagógica fundamentada no “cuidar” do ser humano,
principalmente quando este trabalho com o “outro”, toca em
questões tão delicadas e fundamentais como a educação, os
fenômenos naturais e o fenômeno religioso, a nosso ver,
indissociáveis no processo ensino-aprendizagem do Ensino
Religioso. A relevância da abertura para novos olhares e
leituras sobre o outro e conseqüentemente sobre nós mesmos,
torna-se um ponto marcante em prol do exercício do diálogo
como fonte de saberes e poderes de intervenção, contra toda
forma de preconceito e exclusão, também, nas práticas
pedagógicas.
A pesquisa que venho realizando acerca do Ensino Religioso
nas práticas educativas, no cotidiano das escolas públicas,
tem como objetivo observar e analisar como vem sendo
ministrado o Ensino Religioso como área de conhecimento,
que por falta de informação e despreparo de alguns docentes,
se confunde com aula de religião e foge dos ditames dos
PCNER. O docente precisa ter conhecimento, dá um novo
ressignificando na construção de um cidadão construído
integralmente, que ele tenha em mente que a grande riqueza
da humanidade esta realmente na complexidade do pluralismo
no campo religioso e cultural e é isso que norteia o viver da
comunidade humana. A principal tarefa do professor é
entender essa diversidade cultural e religiosa na pluralidade da
escola pública. E para este educador enfrentar estes desafios
precisa do conhecimento.
Ao se falar do Ensino Religioso (ER) não podemos deixar de
falar da História do Brasil e da História da Educação que,
desde o início da colonização, sempre caminharam de mãos
dadas. Foi um período marcado pela cristianização dos povos
indígenas e dos negros vindos da África que tinha como
objetivo uma educação evangelizadora. As leis vão mudando e
conseqüentemente este componente curricular também vai
tomando um novo rumo, chegando até aos sistemas de ensino
público pela porta principal. Atualmente eis que surge um novo
ER nas escolas, respaldado pela Lei de Diretrizes e Bases
236
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional de
Formação
de
Professores
para
o
Ensino
Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
Educação
Religião
e
Luciane
Zimernan
Marina
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional de
Formação
de
Professores
para
o
Ensino
Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
Ensino
Religioso
entre formação e
informação
Marcos
Scussel
Manfredo
Wachs
André
Carlos
9.394/96, cuja nova redação do Art. 33 deu origem à Lei
9.475/97. Embora existam muitas dificuldades e muitos
caminhos para percorrer, é um sonho realizado ter essa
prática pedagógica nas escolas.
Este trabalho apresenta o Ensino Religioso como uma área do
conhecimento, levando em consideração as fase e
transformações dos educandos. Ele expõe a preocupação
fundamental com o aluno, que é vivo, inquieto e participante.
Mostra também a preocupação com os educadores que não
temem suas dúvidas e que buscam por acalmar suas
inquietações de uma forma criativa e com bases convincentes.
Serão abordados nas próximas páginas fatores importantes
sobre o desenvolvimento físico, emocional e psicológico do ser
humano, em conjunto com sua evolução de fé. Será
apresentado um apanhado sobre a legislação e as
concepções epistemológicas do Ensino Religioso. Far-se a um
breve relato sobre o trabalho voltado para o Ensino Religioso,
e finalmente será apresentada uma proposta de trabalho, que
não tem a mínima intenção de ser uma fórmula mágica, mas
estará voltada para uma prática dinâmica e pedagógica em
favor dos educandos e dos educadores que um dia ousaram
em sonhar com um Ensino Religioso, inter religioso e lúdico.
Os desafios da educação atual provocam mudanças na forma
de ver e compreender os processos de ensino e
aprendizagem. Mais do que repassar informações, as quais
estão cada vez mais acessíveis a todos, a educação precisa
desenvolver competências para a construção de uma vida
melhor. Segundo Morin, não basta uma cabeça cheia,
precisamos de uma cabeça bem-feita. A Escola tem a função
de socializar conhecimentos e produzir novos conhecimentos.
O Ensino Religioso, enquanto componente curricular,
juntamente com as outras áreas, tem a missão de socializar
conhecimentos e de construir novos, preparando os jovens
para enfrentar as incertezas da vida e do futuro. Diante da
diversidade cultural e religiosa, a socialização da informação
religiosa não é um fim em si mesmo, mas um meio para a
formação
integral do ser humano e para o desenvolvimento da
cidadania.
Artigos em Periódicos
A construção do Ensino Religioso na atual LDB
Robson Stigar
A Educação na concordata Brasil-Vaticano
Luiz Antonio Cunha
A identidade do Ensino Religioso a partir dos livros
Sérgio
Rogério
Azevedo Junqueira
Isabel
Cristina
Piccinelli Dissenha
Sérgio
Barbosa
Rodrigues
A Hipótese que apresentei nesta pesquisa é
que a concepção de Ensino Religioso
apresentada no artigo 33 da atual LDB seria
uma concepção “mista” e constituída por
uma composição de varias correntes e
interesses. Supomos que a atual redação
do artigo 33 da LDB teria sido uma saída
estratégica e política para agradar os vários
grupos religiosos e não religiosos existentes
na sociedade brasileira, principalmente a
CNBB, o FONAPER, os evangélicos, as
demais instituições religiosas e também o
próprio grupo do NÃO, que milita pela
exclusão do Ensino Religioso no espaço
escolar. Essas correntes, cujos lobbies se
fizeram presente no congresso nacional,
levaram a uma lei de consenso, por
natureza ambígua, que reflete seus
interesses divergentes.
Este texto analisa três artigos da
concordata firmada pelo governo brasileiro
com o Vaticano, em novembro de 2008,
concernentes à educação. Com base no
texto do acordo e de notícias publicados na
imprensa, o texto focaliza, especialmente, a
questão do Ensino Religioso nas escolas
públicas, situada no contexto definido pela
ambigüidade do Estado brasileiro, entre o
confessionalismo e laicidade.
A identidade do Ensino Religioso como área
de conhecimento pode ser historicamente
demonstrada a partir dos livros produzidos
para sistematizar as reflexões, as pesquisas
e os diversos estudos referentes aos
aspectos
legais,
metodológicos,
às
propostas de conteúdo, à formação de
professores e às questões relacionadas ao
ensino-aprendizagem desse componente
curricular. Este artigo deriva do primeiro
relatório de uma pesquisa de abordagem
qualitativa utilizando metodologia históricoanalítica
apoiada
em
documentos
impressos,
visando
compreender
a
identidade
de
uma
disciplina
que
progressivamente assume um perfil de área
de conhecimento. São apresentados três
quadros que tratam da produção referente
ao Ensino Religioso: Quadro 1 – Período de
publicação; Quadro 2 – Editoras que
Último Andar (18), 1-74,
1º Semestre, 2010 –
ISSN 1980-8305
Educ. Soc., Campinas,
vol. 30, n. 106, p. 263280, jan./abr. 2009
Horizonte, Belo
Horizonte, v. 8, n. 16, p.
136-152, jan./mar. 2010
- ISSN: 2175-5841
237
publicaram os livros sobre o Ensino
Religioso; Quadro 3 - Autores e ou
coautores que publicaram livros sobre o
Ensino Religioso. A presente reflexão indica
outras frentes, como empreender análise de
conteúdo dos textos apresentados nessas
publicações a fim de contribuir para a
definitiva configuração identitária do Ensino
Religioso.
A identidade do Ensino Religioso no contexto da laicidade
Sérgio
Junqueira
Edile
Rodrigues
Rogerio
Fracaro
A identidade do Ensino Religioso, do rito cristão na história da
educação brasileira
Leá Marcondes
Liliana C. Seehaber
A luta pela ética no ensino fundamental: religiosa ou laica?
Luiz Antonio Cunha
A questão do Ensino Religioso na União Européia
Lílian
Blanck
Oliveira
Sérgio Junqueira
de
A discussão sobre o Ensino Religioso na
escola pública das diferentes unidades da
Federação é uma polêmica constante ao
longo da história da República brasileira. A
imposição legal do Ensino Religioso no
âmbito escolar pode remeter à ideia de um
Estado não laico e acarretar mais
preocupações e discussões do que
propriamente promover uma formação
integral que favoreça os estudantes. No
Estado laico, as religiões são livres contanto
que respeitem a neutralidade confessional
da esfera pública e a garantia de cuidar do
bem comum. O Ensino Religioso, no espaço
da educação, contribui para prevenir a
intolerância e instiga os estudantes a
buscar seus direitos e liberdades. Isto não
significa abrir mão do direito de expressão
da confessionalidade de estudantes e
professores, mas permitir ao outro ser
sujeito de sua cultura e de seus desejos. O
Ensino
Religioso
como
componente
curricular está alicerçado nos princípios da
cidadania, no entendimento do outro
enquanto outro. E isso só é possível num
Estado laico, pois é competência do Estado
assegurar aos estudantes o direito de
receber a formação religiosa desejada. É
um direito cidadão.
Horizonte, Belo
Horizonte, v. 8, n. 19, p.
xx-xx, out./dez. 2010
No decorrer da história, o Ensino Religioso
foi marcado pelas relações estabelecidas
entre Estado e Igreja, formando uma
simbiose entre a política e a religião, a qual
definia sua natureza e seu papel. É
decorrente desta simbiose, toda a
problemática e os debates que envolvem o
universo educacional onde o Ensino
Religioso é entendido como um elemento
eclesial na escola, sendo tratado como
apêndice do sistema escolar, como
elemento estranho ao currículo. Atualmente,
há o esforço de assegurá-lo como disciplina
regular integrante do sistema escolar, mas o
cerne do Ensino Religioso deve estar
centrado
nos
conteúdos
de
uma
Antropologia Religiosa e não mais, como o
ensino das doutrinas de uma determinada
religião. A compreensão de alguns dados
históricos sobre a trajetória do Ensino
Religioso nas escolas brasileiras, nos
ajudarão a entender melhor a questão
auxiliando a superar os desafios que
permanecem,
como
entraves,
no
reconhecimento desta disciplina na grade
curricular. O texto que segue, referenda as
diversas fases e abordagens da disciplina
de Ensino Religioso, nos diferentes
períodos históricos, salientando o contexto
sócio-político educacional vivenciado nestes
504 anos de escolarização e em especial
nos últimos 33 anos quando entrou em
vigor as Leis de Diretrizes de Base da
Educação.
Este artigo identifica um conflito entre dois
conceitos de Ética no currículo das escolas
públicas de ensino fundamental no Brasil
contemporâneo. De um lado, a Ética laica,
fundamentada nos provisórios consensos
político-ideológicos; de outro, a Ética
religiosa, convergente com uma Educação
Moral e Cívica de conteúdo religioso. Esse
conflito conceitual é explicado pelo autor
como produto de um conflito político em
torno da autonomia do campo educacional.
O Ensino Religioso é um componente
curricular nas escolas do continente
europeu desde o século dezoito, quando a
religião passa a fazer parte do cotidiano
escolar. A compreensão de um Ensino
Religioso relacionado às instituições
religiosas de matriz cristã persiste no século
vinte e um, entretanto a alteração do perfil
Revista Educação em
Movimento – v. 03 – n.
09 – set/out 2004
Cadernos de Pesquisa,
v. 39, n. 137, p.401-419,
maio/ago. 2009
Revista Diálogo
Educacional, Curitiba, v.
6, n.17, p. 125-138,
jan./abr. 2006.
238
Ainda o Ensino Religioso em escolas públicas: subsídios para
a elaboração de memórias sobre o tema
Roseli Fischmann
Análise da reportagem da Época sob os pontos de vista do
Ensino Religioso e do Leitor - Jesus vai a Escola
Cláudia
Regina
Tavares
Cardoso
Adkins
Sérgio Junqueira
Aspectos legislativos do Ensino Religioso brasileiro: uma
década de identidade
Sérgio
Rogério
Azevedo Junqueira
Ângela Maria Ribeiro
Holanda
Rosa Lydia Teixeira
Corrêa3
Autonomização do campo educacional: efeitos do e no Ensino
Religioso
Luiz Antonio Cunha
Concepções epistemológicas no Ensino Religioso: desafios
para a práxis
Laude
Brandenburg
Erandi
étinico-cultural religioso do continente está
exigindo todo um repensar sobre esta
prática curricular. O Fórum Europeu de
Ensino Religioso, por meio de suas sessões
ordinárias, está promovendo uma ampla
reflexão sobre esta temática, buscando
tecer novos olhares, leituras e perspectivas
aos desafios que se apresentam na
atualidade em relação a ela. O presente
artigo explicita, a partir da Constituição da
União Européia e atividades do Fórum
Europeu de Ensino Religioso, alguns
elementos históricos da geografia e
itinerários pedagógicos desse componente
curricular.
O presente trabalho apresenta-se como um
testemunho, na linha da literatura de
testemunho que se desenvolve em
abordagens
que
integram o
fazer
acadêmico e a reflexão sobre a construção
histórica, como em Agamben e outros. Traz
narrativas da autora, de sua vivência
reflexiva do debate em torno do tema do
Ensino Religioso em escolas públicas, em
espaço público no Brasil, destacando a
experiência do Estado de São Paulo, em
1995, e, em nível federal, em 1996 e 1997,
como parte do processo de elaboração dos
Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC.
A história do Ensino Religioso é organizada
a partir das legislações, dos textos didáticos
produzidos para subsidiar o cotidiano da
sala de aula, mas especialmente dos textos
publicados em revistas e jornais brasileiros.
Essas publicações expressam a polêmica
envolvendo esta área do conhecimento, e
que mobilizam a relação do Estado e Igreja,
ao longo do século XX e recentemente no
século XXI. Este artigo parte das reações
provocadas pelo texto publicado pela
Revista Época n.º 537, edição de 1.º de
setembro de 2008, a partir da concepção do
Ensino Religioso e das teorias do leitor.
Procura analisar mais um momento desta
história contemporânea, para tal foram
utilizados autores como Chartier, Chalhub e
Mattelart que nos permitem construir este
percurso histórico.
O cenário do Ensino Religioso brasileiro foi
alterado a partir de 1997 com a revisão do
artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases de
Educação Nacional, onde ficou estabelecida
para cada estado da federação a
responsabilidade de orientar este ensino
quanto à oferta nos horários normais das
escolas públicas, a organização dos
conteúdos
e
a
formação
dos(as)
professoras(as). Desta forma encontramos
situações diversificadas para compreender
os aspectos divergentes e convergentes
explicitando a sua identidade enquanto área
de
conhecimento
nos
aspectos
organizacionais, curriculares, na formação
de professores(as) e a entidade civil
mencionada no artigo 33.
Com base no conceito de campo, de Pierre
Bourdieu, o autor analisa as vicissitudes do
processo de autonomização do campo
educacional no Brasil, focalizando, para
isso, o Ensino Religioso nas escolas
públicas. Ao longo da argumentação, o
texto focaliza protagonistas diretamente
envolvidos nos conflitos do campo e
examina a legislação sobre essa questão,
no nível federal e nos estados do Rio de
Janeiro e de São Paulo, a qual é referidas à
conjuntura política e social. O artigo conclui
que, embora seja geral a tendência de
perda de autonomia do campo educacional
brasileiro, em proveito do campo político e
do campo religioso, ela ocorre num grau
menor em São Paulo do que no Rio de
Janeiro.
As concepções epistemológicas são
determinantes para a intencionalidade e a
prática do Ensino Religioso. O presente
estudo
ocupa-se
em
apresentar
concepções epistemológicas presentes
numa amostragem da realidade da escola
pública estadual e em setores de apoio ao
Ensino Religioso no Estado do Rio Grande
do Sul. Evoca também a fala das ausências
na abordagem do Ensino Religioso.
Constata
possibilidades
de
encaminhamento
das
concepções
epistemológicas
na
prática
desse
Revista Contemporânea
v. 01 - n. 02 - jul/dez 2006
Revista da Católica – n.
04 – v. 02 – 2010
Revista Religião &
Cultura – Vol. VI – n. 11
Jan/Jun 2007 – ISSN
1676-6881,
p. 9 a 42
Revista Contemporânea
v. 01 - n. 02 - jul/dez 2006
Estudos Teológicos, v.
46, n. 2, p. 45-59, 2006
239
Do confessional ao plural: uma análise sobre o novo modelo
de Ensino Religioso nas escolas públicas brasileiras
Cesar
Junior
Do Ensino Religioso ao estudo da Religião: uma proposta
epistémológica
Viviane
Cândido
Educação e Religião: o novo modelo de Ensino Religioso nas
escolas públicas do Estado do Rio Grande do Sul
César A. Ranquertat
Júnior
Ensino confessional, laico ou inter-religioso? Qual a melhor
resposta ?
Dora
Incontri
–
Alessandro
Cesar
Bigheto
Emerson Giumbelli
Ensino Religioso em escolas públicas no Brasil: notas de
pesquisa
Ranquetat
Cristina
Ensino Religioso na Escola Pública – Uma Mudança de
Paradigma
Janaína Camilo
Ensino Religioso na escola pública: o retorno de uma
polêmica recorrente
Carlos Roberto Jamil
Cury
componente curricular na rede estadual de
escolas/RS.
Este artigo procura examinar a nova
modalidade de Ensino Religioso definida
pela Lei Federal 9.475/97 que altera o artigo
33 da LDB de 1996. O novo modelo de
Ensino Religioso se afasta de toda forma de
confessionalismo e proselitismo buscando
estar de acordo com a atual pluralização do
campo religioso brasileiro. Analisam-se
também questões como a laicidade, a
secularização e a relação Estado e Igreja
Católica
que
estão
intimamente
relacionadas com o Ensino Religioso nas
escolas públicas.
Neste trabalho apontamos para a finalidade
do ER - Ensino Religioso - e evidenciamos
sua ,natureza como disciplina. Partimos das
controvérsias do ER e as explicitamos. Na
seqüência, apresentamos, em linhas gerais,
nossa proposição de uma epistemologia
para o ER, capaz de fornecer elementos
para a consideração das controvérsias
existentes sobre o assunto
O presente texto procura examinar, o
processo de implementação do novo
modelo de Ensino Religioso nas escolas
públicas do estado do Rio Grande do Sul,
em obediência à Lei Federal 9.475/97.
Demonstra o predomínio de igrejas cristãs,
principalmente a Igreja Católica na
organização e administração do Ensino
Religioso e a persistência, no Rio Grande
do Sul, de práticas confessionais e
proselitistas contrastantes com a proposta
legal de uma disciplina de Ensino Religioso
não-confessional e pluralista.
Sem informação
O texto procura discutir algumas dimensões
da definição e implementação da disciplina
de Ensino Religioso em escolas públicas no
Brasil. Inicia com reflexões mais gerais que
levam em consideração a noção de
laicidade e os marcos nacionais para o
Ensino Religioso. Em seguida, propõe um
cotejo entre as situações dos estados de
São Paulo e Rio de Janeiro, abordando
contrastes e pontos convergentes. Por fim,
apresenta os primeiros resultados de uma
pesquisa que cobre 12 estados brasileiros,
destacando três dimensões: os aparatos
estatais, os conselhos inter-religiosos e a
formação de professores.
Durante o ano de 2003 foi desenvolvido o
projeto “Ensino Religioso na Escola Pública
do Estado de São Paulo”, que objetivou
oferecer aos professores de Ensino
Religioso a oportunidade de discutir
propostas que viabilizassem o Ensino
Religioso na Rede Oficial de Ensino, tendo
como caminho norteador as premissas
estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB/96), especialmente
aquela que veta o proselitismo religioso na
sala de aula. Assim, tanto durante a
realização de seminários temáticos, quanto
nas várias ações de capacitação dos
professores, os debates evidenciaram que
não podemos ensinar uma religião, mas
religiões, tendo como conceitos éticos
básicos o respeito à diversidade e o
exercício da tolerância. Este artigo tem
como proposta sugerir leituras teóricas
sobre alteridade e representação e,
também, propor atividades destinadas ao
desenvolvimento desses conceitos em sala
de aula, especialmente através de projetos
interdisciplinares.
O texto objetiva refletir sobre a rumorosa
questão que envolve o Ensino Religioso em
escolas públicas. Esse Ensino Religioso,
ainda que facultativo, vem revelando-se
problemático em Estados laicos, perante o
particularismo e a diversidade dos credos
religiosos. Cada vez que tal proposta
compareceu
à
cena
dos
projetos
educacionais, veio carregada de uma
discussão intensa em torno de sua
presença e factibilidade em um país laico e
multicultural. No caso do Brasil, o conjunto
de princípios, fundamentos e objetivos
constitucionais, por si só, garante amplas
condições para que, com a toda a liberdade
e respeitadas todas as opções, as igrejas,
Rev. Diálogo Educ.,
Curitiba, v. 8, n. 23, p.
289-305, jan./abr. 2008
INTERAÇÕES - Cultura
e Comunidade / v. 4 n.5 /
p. 229-244 / 2009
Revista do Núcleo de
Estudo da Religião NER (Programa de PósGraduação
em
Antropologia Social UFRGS) Ano 09 - - 2008
- número 14
Revista de Educação
CEAP – v. 45 – junho/
2004, 1-10.
Revista do Núcleo de
Estudo da Religião NER (Programa de PósGraduação em
Antropologia Social UFRGS) Ano 09 - - 2008
- número 14
Revista de Estudos da
Religião Nº 2 / 2004 / pp.
26-36
Revista Brasileira de
Educação - Set /Out
/Nov /Dez 2004 No 27
240
Ensino Religioso, uma disciplina escolar
Sérgio Junqueira
os
cultos,
os
sistemas
filosóficotranscendentais
possam,
legitimamente,
recrutar
fiéis,
manter
crentes, manifestar convicções, ensinar
seus princípios, fundamentos e objetivos e
estimular práticas em seus próprios
ambientes e locais. Além disso, hoje mais
do que ontem, as igrejas dispõem de meios
de comunicação de massa, em especial as
redes de televisão ou programas religiosos
em canais de difusão, para o ensinamento
de seus princípios
O status do ensino religioso nas escolas
públicas em cinco países é apresentado
neste artigo, que é resultado da
participação do autor em seminário da
Association
Francophone
d’Education
Comparée, em Sèvres (França), em outubro
de
2005.
Com base
nos
textos
apresentados e na bibliografia dos
conferencistas principais, a diversidade da
situação internacional é apresentada e nela
se verificam surpreendentes contrastes e
semelhanças.
O presente artigo destaca o Ensino
Religioso nesses últimos 15 anos, no
contexto das legislações, apresentando
aspectos entre conquistas, desafios e
perspectivas desde 1995, quando da
instalação do Fórum Nacional Permanente
do Ensino Religioso (Fonaper), o qual
mobilizou educadores e instituições de
ensino superior para a construção da
identidade pedagógica deste ensino. A Lei
de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional n. 9.394/96, por meio da nova
redação dada ao artigo 33 pela Lei n.
9.475/97, consolida a discussão curricular,
a utopia do respeito à diversidade religiosa,
na perspectiva do convívio a partir do
diálogo inter-religioso, e a reflexão da
operacionalização
deste
ensino
na
implantação/implementação dos sistemas e
redes de ensino.
Sem resumo
Ensino Religioso, uma herança do autoritarismo
José Vaidergorn
Sem resumo
Ensino Religioso: da concepção à regulamentação
Anísia
de
Figueiredo
Entre crentes e pagãos: Ensino Religioso em São Paulo
Janayna de Alencar
Lui
O Ensino Religioso como disciplina do
currículo, é assunto discutido em todas as
etapas da implantação e implementação da
educação no Brasil. Passou, nesse
transcurso, por diferentes óticas das quais
procedeu a um tipo de olhar sobre seu
objeto de estudo e de interesse sóciopolítico-cultural, nas respectivas fases de
sua organização e efetivação como parte
integrante do sistema de ensino. Tomado
como fio condutor de todo o processo
civilizatório brasileiro foi sempre amparado
por uma legislação especial que continua a
remetê-lo à condição de disciplina “sui
generis”: componente de dentro e de fora
do ambiente escolar, a um só tempo. É
integrante do sistema escolar como
disciplina, mas dependente do sistema
religioso,
com
linguagens,
práticas,
ambientes e outros aspectos diferenciados.
Este último sistema é chamado a opinar
sobre
que
conteúdos
incluir
na
programação escolar e, em determinados
Estados, a orientar a sua organização e
prática pedagógica. A escola, por sua vez,
com sua natureza laica, deve oferecê-lo,
desde que a freqüência seja facultativa,
pois a própria Carta Magna o faz passar
pelo prisma da liberdade religiosa, uma vez
que a escola da rede pública está vinculada
ao principio da laicidade do Estado. Se
entendido como algo próprio da religião, a
Lei Maior, a partir de 1934, assegura ao
cidadão, uma vez matriculado em escola da
rede pública, o direito em fazer a opção
pela freqüência à disciplina, ou não.
(Constituição Federal, art. 210, § 1º). E
mais, a Escola depende de alguns critérios
administrativos e de aspectos filosóficos
que pontuam a natureza da matéria,
constantes de Leis Regulamentares
O artigo procura refletir sobre as estratégias
de atuação dos atores envolvidos no
processo de implantação do Ensino
Ensino Religioso nas escolas públicas: a propósito de um
seminário internacional
Luiz Antônio Cunha
Ensino Religioso no contexto das
conquistas, desafios e perspectivas
Ângela Maria Ribeiro
Holanda
legislações:
entre
Paulo
Revista Educação e
Sociedade, Ano 27 - 2006 - número 97
Rev. Diálogo Educ.,
Curitiba, v. 10, n. 30, p.
291-307, maio/ago. 2010
Revista de Educação da
AEC
Ano 27 julho/setembro
1998 n. 108 – pp.90 a
103
Cad. Cedes, Campinas,
vol. 28, n. 76, p. 407411, set./dez. 2008
Revista de Educação da
AEC – ano 35 janeiro/
março 2006 n. 138 – pp.
43 a 61
Caderno de Pesquisa, v.
37, n. 131, p. 333-349,
maio/ago / 2007
241
Epistemologia do Ensino Religioso
Domenico Costella
Ednilson Turozi de
Oliveira
Eventos Acadêmicos: a construção da identidade do Ensino
Religioso nos acontecimentos e trabalhos científicos
Sérgio
Rogério
Azevedo Junqueira
Isabel
Cristina
Piccinelli Dissenha
Sérgio
Rodrigues
Barbosa
Há lugar para o Ensino Religioso na escola ?
Viviane
Cândido
Mapeamento quantitativo do Ensino Religioso no Brasil: que
dizem os pesquisadores?
Marislei de Sousa
Espíndula Brasileiro
Alberto
da
Silva
Moreira
Cristina
Religioso nas escolas públicas do Estado
de São Paulo, tendo como foco as relações
instituídas no interior do campo estudado.
Com a análise da interpretação da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(Lei n.9.394/96) e a posterior modificação
de seu artigo n.33 pela Lei n.9.475/97,
algumas questões envolvendo a escolha
dos conteúdos, capacitação docente e
formação do professor aparecem como
indicativas
para
se
entender
o
posicionamento dos grupos envolvidos.
Pela participação de grupos como o
Conselho de Ensino Religioso de São
Paulo, a Associação dos Professores de
Ensino Religioso de São Paulo, a Secretaria
de Educação do Estado de São Paulo e o
Conselho Estadual de Educação é possível
compreender a formação do campo de
disputa decorrente da implantação da
disciplina nas escolas públicas.
Este artigo situa o Ensino Religioso nas
escolas no contexto da variedade dos
saberes humanos, seguindo a intuição de
Edgar Morin. O artigo afirma que a
Epistemologia, junto com a perspectiva
fenomenológico-hermenêutica, é sensível
ao Sagrado e às experiências religiosas
num clima de respeito, análise aprofundada
e observação. O artigo propõe um processo
de autoquestionamento e auto-avaliação
dos próprios princípios teóricos para que os
professores e as professoras de Ensino
Religioso apreciem ainda mais as
experiências religiosas de cada aluno (a) e
tomem consciência da relevância de uma
perspectiva que apresente as experiências
religiosas como parte constitutiva dos seres
humanos.
A construção da identidade histórica do
Ensino Religioso tem sido demonstrada
sistematicamente a partir das legislações e
seus diferentes impactos, e propomos uma
nova variável para essa compreensão: os
eventos de divulgação, com aspectos
formadores e científi cos. Este é o primeiro
relatório de uma pesquisa de abordagem
qualitativa utilizando uma metodologia
histórico-analítica apoiada em documentos
impressos e mídia digital para estabecer
essa identidade para uma disciplina que
progressivamente assume um perfi l de
área de conhecimento. Trata-se de
pesquisa em andamento, e será necessária
ainda uma análise de conteúdo dos
trabalhos apresentados nesses eventos e
posteriormente publicados.
Em nossa dissertação, estudamos as fontes
do discurso sobre o Ensino Religioso. Para
este artigo, considerados os limites desta
forma de apresentação, escolhemos
apresentar as concepções do Grupo do Não
e as reflexões decorrentes para o ER. Ao
nos decidirmos pelas fontes a serem
utilizadas no trabalho original, optamos por
aquelas ligadas à formação da opinião
pública, em duas vias: os trabalhos
publicados no site: www.strbrasil.com.br. e
os artigos publicados pelo jornal Folha de
São Paulo. Neste artigo, no entanto,
traremos
apenas
a
primeira
por
considerarmos as questões apresentadas,
embora relativas ao Estado de São Paulo,
relevantes para o fazer pedagógico do ER
em todo o país. Apresentamos a Sociedade
da Terra Redonda e seu discurso e
compreensão
do
Ensino
Religioso,
trabalhando um a um, os textos publicados
neste site e apontando as concepções
implícitas
neste
discurso.
Como
embasamento teórico para compreensão
dessa fonte, apresentamos uma leitura do
pensamento de Fritjof Capra, relativo à
relação entre fé e ciência e de Alain
Touraine acerca da modernidade. Para a
reflexão acerca da educação e da escola,
trazemos Luckesi e Anísio Teixeira. O que
pretendemos é contribuir com um avanço
na reflexão em busca das bases
epistemológicas de um ER possível na
escola.
Nneste estudo tem-se por objetivos analisar
o perfil quantitativo do Ensino Religioso no
Brasil. Para tanto, realizou-se uma pesquisa
bibliográfica, com análises integrativa,
sistematizada e quanti-qualitativa de
Revista Religião &
Cultura – Vol. VI – n. 11
Jan/Jun 2007 – ISSN
1676-6881,
p. 43 a 56
Estudos Teológicos São
Leopoldo v. 50 n. 1 p.
164-186 jan./jun. 2010
Revista Diálogo
Educacional, Curitiba, v.
5, n.16, p. 185-207,
set./dez. 2005.
Fragmentos de Cultura,
Goiânia, v. 19, n. 11/12,
p. 849-866 nov./dez.
2009
242
Na lei nas escolas: diferentes aspectos do Ensino Religioso
no estado do Rio de Janeiro
Luiz Guilherme Braga
O dilema epistemológico do Ensino Religioso
Evaldo Luis Pauly
O ensino inter-religioso, como fazer?
O Ensino Religioso e a interpretação da lei
Dora
Incontri
–
Alessandro
Cesar
Bigheto
Maria Amélia Schmidt
Dickie
Janayna de Alencar
Lui
O Ensino Religioso escolar: modelos teóricos e sua
contribuição à formação ética e cidadã
Douglas
Dantas
O Ensino Religioso na escola pública e privada
Teofilo Bacha Filho
Cabral
publicações científicas elaboradas entre
1978 e 2009. Os resultados apontaram 207
pesquisas disponibilizadas, em sua maioria,
no sítio do Fórum Nacional Permanente de
Ensino Religioso, intensificadas nos últimos
dez anos em instituições das regiões
Sudeste e Sul do Brasil apontam um ensino
majoritariamente
interconfessional
ecumênico. Conclui-se que nos últimos
trinta anos muito se publicou sobre Ensino
Religioso, no entanto, existe a necessidade
de uma formação docente voltada para o
Ensino Religioso brasileiro, levando em
consideração toda a sua complexidade.
Este artigo propõe uma discussão sobre a
relação entre religião e modernidade a partir
dos debates gerados pela implantação do
Ensino Religioso em colégios públicos de
ensino médio do Estado do Rio de Janeiro.
Foi realizado, durante um ano, o
acompanhamento de aulas de Ensino
Religioso junto a dois professores de um
colégio estadual da cidade do Rio de
Janeiro. O acompanhamento do processo
de implantação da lei e o trabalho
etnográfico dentro da escola proporcionam
construir uma nova relação entre religião e
espaço público, na qual é possível
compreender e aceitar a presença e
atuação da religião na esfera pública de um
Estado laico sem que isso cause a
impressão de que a religião está fora de
seu lugar.
Este texto analisa e debate o dilema
epistemológico decorrente da inclusão da
disciplina Ensino Religioso no currículo das
escolas públicas de ensino fundamental.
Insere
esse
debate
nos
dilemas
epistemológicos dessa disciplina em relação
à liberdade de religião numa federação
republicana, retomando o debate político
acerca da separação entre Igreja e Estado.
Analisa as diversas constituições brasileiras
e a relação que foram estabelecendo com
esse dilema. Analisa, posteriormente,
alguns pareceres do Conselho Nacional de
Educação sobre a disciplina Ensino
Religioso e temas correlatos.
Sem Informação
O
trabalho
trata
das
diferentes
interpretações da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação, de 1996, especialmente da
reformulação de seu artigo 33, de 1997, que
implementou e regulou o Ensino Religioso
em escolas
públicas.
Sendo
essa
regulamentação referente aos ensinos de
primeiro e segundo graus, ficou a cargo dos
diferentes estados por em prática os
ditames legais, através de suas Secretarias
de Educação. Vamos considerar dois casos
específicos, o de São Paulo e o de Santa
Catarina, mostrando como essas diferentes
interpretações da lei condicionaram o tipo
de atuação possível de agentes religiosos
nos processos tanto de capacitação dos
professores como de definição de
currículos.
O percurso histórico do Ensino Religioso na
escola pública brasileira deixou-nos como
herança uma compreensão pouco unânime
acerca da identidade e objetivos desta
disciplina, o que implicou também o
surgimento de princípios e concepções
diferentes em torno de projetos políticopedagógicos, metodologias e formação de
seus professores. Este artigo tem como
objetivo
favorecer
a
revisão
de
pressupostos que estão na base de
diferentes modelos teóricos do Ensino
Religioso Escolar, como também de suas
respectivas opções pedagógicas, e apontar
algumas reflexões que contribuam para a
divulgação do modelo pluralista (ou interreligioso), mais inclusivo e democrático, e,
portanto, concernente com a natureza
mesma da escola pública.
O artigo procura situar o Ensino Religioso
frente à legislação atual pertinente ao
assunto, abrangendo tanto a escola pública
quanto a privada. Depois de breve análise
acerca do laicismo do Estado moderno e de
uma rápida excursão pela história do Brasil,
o autor levanta algumas interrogações
acerca da formação do docente para essa
Revista do Núcleo de
Estudo da Religião NER (Programa de PósGraduação em
Antropologia Social UFRGS) Ano 09 - - 2008
- número 14
Revista Brasileira de
Educação - Set /Out
/Nov /Dez 2004 No 27
Revista Mirandum – v.
15, 2003, 1-9.
Horizontes
Antropológicos, Porto
Alegre, ano 13, n. 27, p.
237-252, jan./jun. 2007
Horizonte, Belo
Horizonte, v. 2, n. 4, p.
112-124, 1º sem. 2004
Revista Educação em
Movimento – v. 01 – n.
02 – p. 79 a 84 mai/ago
2002
ISSN 1676-9430
243
O Ensino Religioso na escola pública estadual . o difícil
exercício da diferença
Laude
Brandenburg
O Ensino Religioso nas escolas públicas
José Carlos Bertoni
O Ensino Religioso no Brasil: estudo do seu processo de
escolarização
Sérgio Junqueira
O Ensino Religioso no Brasil: estudo do seu processo de
escolarização
Sérgio Junqueira
disciplina, o que poderia ser esse ensino na
escola pública e como ele pode ser
compreendido no âmbito da escola privada.
O texto encerra com uma sucinta reflexão
sobre as novas concepções acerca do tema
O ensaio apresenta as resultados
preliminares de uma pesquisa sobre
concepções epistemológicas essenciais ao
Ensino Religioso na rede estadual de
escolas do RS. Dentre elas, destaca-se a
questão das diferenças na educação e, de
modo específico, no Ensino Religioso. O
ponto de partida é o amparo na legislação
através do respeito à diversidade religiosa
nas escolas. Questões como identidade,
semelhança,
igualdade,
tolerância,
alteridade, gênero, conflitos e processo
coletivo se mesclam na busca de acenos
epistemológicos para as práticas no Ensino
Religioso. A análise preliminar dos dados
da pesquisa de campo em andamento dá
conta
do
panorama
epistemológico
detectado na revisão bibliográfica até o
momento.
Marcado por conflitos na escola pública
brasileira desde sua origem e por uma forte
presença da religião cristã, o Ensino
Religioso no Brasil evoluiu no seu processo
histórico. De uma concepção catequética e
unirreligiosa nos primórdios da colonização,
o Ensino Religioso passou para uma
concepção plurirreligiosa a partir da
laicização do Estado como tentativa de
superar o proselitismo e promover um
diálogo, especialmente, entre as religiões
cristãs. Já nos últimos anos, esse ensino
evoluiu para uma proposta transreligiosa
com o propósito de reler o fenômeno
religioso como área de conhecimento e
como parte da formação básica do cidadão,
assegurando o respeito à diversidade
religiosa brasileira. Este artigo apresenta
um panorama da evolução do Ensino
Religioso nas Leis de Diretrizes e Bases e
uma análise da concepção proposta pela
última LDB.
O presente trabalho é o resultado de uma
pesquisa que visou à compreensão do
desenvolvimento da escolarização do
Ensino Religioso no Brasil. Para isso,
buscou-se nas origens do país a
compreensão de como surgiu e se
desenvolveu este percurso a partir da
história nacional, enfocando a educação.
Isto, com a finalidade, de expor o aspecto
da escolarização do Ensino Religioso no
Brasil e qual o fator fundamental que
influenciou a sua permanência na escola.
Isto ocorreu a partir do ano de 1997, em
que o governo brasileiro homologou a
revisão do artigo 33, da Lei 9394/96,
conformando uma nova concepção para o
Ensino Religioso, articulando este ensino
como um componente curricular segundo as
exigências dos demais componentes.
Sem resumo
O Ensino Religioso no Paraná. A partir da deliberação
03/2002 do Conselho Estadual de Educação
Sérgio Junqueira
Sem resumo
O Ensino Religioso para ensinar ou formar? Um tema forte e
delicado
Eulálio Figueira
Tratar da temática do que deve ser
ensinado dentro de uma sala de aula,
sabendo que não se trata de um ato gratuito
e muito menos sem repercussões, constitui
tarefa bastante árdua, pois isso envolve a
definição dos rumos que a humanidade irá
tomar. Cada conteúdo e cada metodologia
levada para dentro de uma sala de aula não
têm o mesmo impacto que uma conversa de
bar. Uma disciplina curricular introduzida na
regularidade das salas de aula deve ter
como objetivo produzir um leque mais
alargado de testemunhos. Deverá tomar
como objeto de seu trabalho a experiência
religiosa. Desse modo, entende-se que o
estudo resultante dos esforços do Ensino
Religioso pode ajudar, de modo relevante,
não só a compreender, mas a identificar o
pensamento
religioso
da
geração
contemporânea, ou dito de outro modo:
ajudar a perceber como homens e
mulheres, em seus lugares hodiernos,
produzem razões para fazerem o que fazem
e como fazem.
Erandi
Estudos Teológicos, v.
45, n. 1, p. 78-98, 2005
Ciências da Religião –
História e Sociedade
Volume 7• N. 1 • 2009
EDUCERE – Revista da
Educação – Toledo – PR
Vol. 1, n 2, jul/dez 2001
Educere – Revista da
Educação – Vol. 1, n. 2
jul/dez 2001
Revista Educação em
Movimento, Curitiba, v.2,
n.5, p. 97-106, (Supl.),
maio/ago. 2003.
Rev. Pistis Prax., Teol.
Pastor., Curitiba, v. 2, n.
2, p. 329-344, jul./dez.
2010
244
O Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso na
internet:WWW.FONAPER.COM.BR
Sérgio Junqueira
Josias
Rafael
Wagner
O lugar do Ensino Religioso na sociedade aprendente.
Erlei Antonio Vieira
Iliana
Juracy
de
Amorim
Biscaia
Machado
Miguel Longhi
Sérgio Junqueira
O mal estar do Ensino Religioso nas escolas públicas
Ana Marie Cavaliere
O projeto “As Cores da Vida” na celebração do Ano Brasileiro
do Ensino Religioso
Claudino Gilz
Quando o Estado pede socorro à religião
Ana Marie Cavaliere
O Ensino Religioso como área do
conhecimento assumiu um novo perfil a
partir de 1997 com a promulgação da
alteração do artigo trinta e três da Lei de
Diretrizes de Educação do Brasil. Através
da memória da construção desta identidade
é possível compreender este processo,
entretanto a implementação desta nova
identidade somente foi possível através do
processo de formação dos professores que
encontram-se no cotidiano da sala de aula,
para tal duas estratégias foram importantes,
a primeira o curso a distância promovido
pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino
Religioso e a segunda estratégia a
organização de um site que atua como
formador para professores e pesquisadores
da área.
Hoje, pelo mundo todo, assiste-se a uma
crescente. multiplicação dos conhecimentos
e diversificação dos instrumentos de
pesquisa. As alterações na economia, na
política e na produção científica evidenciam
este novo tempo. “““ “““ O presente e
significativo desenvolvimento da pesquisa
nas mais diferentes áreas passou a ser
designado “estado da arte” ou” estado do
conhecimento”. Definidas como de caráter
bibliográfico, tais pesquisas parecem trazer
em comum o desafio de mapear e de
discutir uma certa produção acadêmica em
diferentes campos do conhecimento,
tentando responder que aspectos e
dimensões vem sendo destacados e
privilegiados em diferentes épocas e
lugares, de que formas e em que condições
tem sido produzidas certas teses de
doutorado, dissertações de mestrado,
monografias de especialização, publicações
em periódicos e comunicações em anais de
congressos de seminários. Neste artigo
serão apresentados e desenvolvidos o
percurso e os resultados de um trabalho de
pesquisa sobre a produção acadêmica que
vem sendo desenvolvida no Brasil no
campo do Ensino Religioso, área de
conhecimento estabelecida pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais Esse estudo foi
iniciado e conduzido como um dos projetos
do Grupo de pesquisa Educação e Religião
da Pontifícia Universidade Católica do
Paraná (PUCPR).
O artigo apresenta os resultados de uma
pesquisa realizada em 14 escolas da rede
estadual do Rio de Janeiro, onde se
analisou o processo de implementação do
Ensino
Religioso
confessional
como
disciplina regular. Os depoimentos de 96
professores demonstraram que ainda que
predomine o apoio à disciplina, há um malestar nas escolas quanto ao seu caráter
confessional. O estudo mostrou também
que a expectativa de reforço do controle
social foi a base para a aceitação da
disciplina pelos professores.
O presente artigo tem como objetivo
analisar as principais implicações à
disciplina de Ensino Religioso, provenientes
dos
fenômenos
socioculturais
que
compõem o atual contexto, de modo
especial a necessidade de superação dos
preconceitos
religiosos,
das
marginalizações, das diferenças, das
polarizações e dos fundamentalismos.
Discute a contribuição que o Ensino
Religioso pode oportunizar por meio de
proposta pedagógica e curricular composta
de um conjunto temático, gradativamente
distribuído em trimestres letivos, pertinentes
ao estudo das manifestações do fenômeno
religioso, com objetivos estabelecidos e
com enfoque adequados à faixa etária do
corpo discente. Apresenta os detalhes do
processo
de
elaboração
e
de
implementação do Projeto “As Cores da
Vida”, em comemoração ao Ano Brasileiro
do Ensino Religioso, proclamado em 15 de
novembro de 2009, na Associação
Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus.
O artigo trata da implantação do Ensino
Religioso no Estado do Rio de Janeiro, com
base na lei 3.459/2000. Constatou-se que,
na ausência de propostas oriundas do
próprio campo educacional para a formação
geral dos estudantes, a disciplina tem
ocupado esse espaço, extrapolando sua
Revista Educação em
Movimento– v. 03 – n.
09 – p. 45 a 50 set/dez
2004 ISSN 1676-9430
Revista Educação em
Movimento, Curitiba, v.2,
n.5, p. 77-94, (Supl.),
maio/ago. 2003.
Caderno de Pesquisa, v.
37, n. 131 , p. 303 – 332,
maio/ago, 2007
Rev. Pistis Prax., Teol.
Pastor., Curitiba, v. 2, n.
2, p. 479-499, jul./dez.
2010
Revista Contemporânea
v. 01 - n. 02 - jul/dez 2006
245
Religião nas escolas públicas: questões nacionais e a
situação no Rio de Janeiro
Emerson Giumbelli
Sandra
de
Sá
Carneiro
Religião, moral e civismo na escola pública
Luiz Antonio Cunha
Sintonia oscilante: religião, moral e civismo no Brasil - 1931 1937
Luiz Antonio Cunha
Tematizando o Ensino Religioso – identidade e desidentificações
Celma Christina Cruz
da Rocha
Vozes e sentidos no discurso institucional legal do Ensino
Religioso
Irma Beatriz Araújo
Kappel
atuação para além da formação religiosa,
prevista em lei. Apresenta-se a idéia de
que, frente às dificuldades enfrentadas pelo
sistema
escolar
no
processo
de
incorporação de grandes parcelas das
classes populares, o Estado abdica de seu
papel socializador e cede à religião parte de
suas responsabilidades.
Neste artigo, tomamos o Ensino Religioso
como campo de questões amplas sobre a
relação entre Estado e religião no Brasil.
Nosso foco recai sobre dois pontos mais
específicos: o artigo 33 da atual LDB, que
sinaliza certas transformações do papel e
da natureza do Ensino Religioso, e o caso
do Estado do Rio de Janeiro, enfocado a
partir da polêmica lei estadual que aprovou
o modelo confessional. Tecemos ainda
algumas considerações sobre as mudanças
que percorrem as relações no campo
religioso e, ao final, esboçamos algumas
questões, visando a continuidade da
problematização das formas pelas quais a
relação entre religião e escola vem se
definindo.
Sem resumo
O artigo examina as relacoes observadas
entre as disciplinas Ensino Religioso e
Educacao Moral e Civica no ensino basico
no Brasil. Analisa o Ensino Religioso
particularmente no curriculo das escolas
publicas e a Educacao Moral e Civica no
conjunto das escolas. Para isso, a
legislacao federal foi examinada como
produto de aliancas e conflitos entre o
campo politico e o campo religioso, naquilo
que concerne ao campo educacional. O
autor conclui que, no periodo estudado,
ambas
as
disciplinas
expressaram
diferentes sentidos, em somatorio ou em
alternancia, no jogo de forcas entre o
campo politico e o campo religioso.
O artigo tem como principal questão de
reflexão a constituição da identidade
religiosa. Utilizou-se como ferramenta
teórica
de
diálogo
elementos
das
contribuições
de
pensadores
contemporâneos, num recorte específico
que se refere à questão da identidade, das
práticas discursivas e à constituição da
identidade religiosa. O texto pretende ser
uma contribuição instigante, no sentido de
uma provocação permanente às relações
de
poder-saber-subjetividade.
Contêm
manifestos o desejo e o esforço para abrir
novos caminhos éticos numa perspectiva da
constituição de uma subjetividade que se
exerce a partir da vigilância e de um
ativismo incessante que não busca o fim da
luta, mas a liberdade de participação nela.
Este estudo fundamenta-se na base teórica
da Análise do Discurso de vertente
francesa, a partir de uma análise qualitativa.
Considerando a presença de outros
discursos, além do Discurso Institucional
Legal,
discutimos
o
processo
de
constituição das vozes (polifonia –
percebida a partir das marcas de
heterogeneidade e dos silêncios) nos
enunciados, e dos sentidos (polissemia
percebida a partir dos enunciados e
paráfrases) na identificação das formações
discursivas e ideológicas. Na perspectiva de
melhor compreender a construção e os
efeitos de sentido pelo objeto discursivo
Ensino Religioso, buscamos refletir acerca
dos textos institucionais legais tanto na
referência ou não a Deus nos Preâmbulos
das sete Constituições Brasileiras como na
presença
ou
ausência
de
artigos
específicos acerca da obrigatoriedade ou
não do Ensino Religioso nas escolas de
Educação Básica.
Revista Contemporânea
v. 01 - n. 02 - jul/dez 2006
Cadernos de Pesquisa,
v. 37, n. 131, p. 281-283,
maio/ago. 2007
Cadernos de Pesquisa,
v. 37, n. 131, p 285 a
302, maio/ago. 2007
Revista Diálogo
Educacional, Curitiba, v.
5, n.16, p. 147-166,
set./dez. 2005
Revista de História e
Estudos Culturais
Julho-Setembro 2006
Vol 03/ ano 03 – n. 03
Livros
CNBB/ Regional Sul III
Anísia
de
Figueiredo
Paula
Texto referencial para o Ensino
Religioso escolar
O Ensino Religioso no Brasil:
tendências,
conquistas
e
Vozes
Petrópolis (RJ)
1996
177 p.
Vozes
Petrópolis (RJ)
1996
150 p.
246
Lurdes Caron
Lurdes Caron e Equipe
do GRERE
Madalena Fernandes
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
e
Raul
Wagner
Pedro Ruedell
Mateus Geraldo Xavier
CNBB
Célia Marize Brundchen
Angela M. R. Holanda;
Rosa L. T. Corrêa,
Sérgio Rogério Azevedo
Junqueira
João Décio Passos
Sérgio Junqueira
Roseli Fischmann
Débora Diniz e Tatiana
Lionço
Adecir Pozzer – Elcio
Cecchetti - Lilian Blanck
de Oliveira – Remi Klein
Afonso
Soares
Maria
Ligorio
Ednilson Turozi Oliveira
Laude
Brandenburg
Anísia
de
Figueiredo
Erandi
Paulo
Tarcizo Gonçalves Filho
Wolfgang Gruen
Francisco Catão
perspectivas
Entre conquistas e concessões:
uma experiência ecumênica em
Educação Religiosa Escolar
O Ensino Religioso na nova LDB
Sinodal
São Ledoldo (RS)
1997
176 p.
Vozes
Petrópolis (RJ)
1998
85 p.
Afinal, o que é o Ensino Religioso ?
O processo de escolarização do
Ensino Religioso no Brasil
Ensino Religioso no Brasil
Paulus
Vozes
São Paulo (SP)
Petrópolis (RJ)
2000
2002
78 p.
159 p.
Champagnat
Curitiba (PR)
2004
252 p.
Trajetória do Ensino Religioso no
Brasil e no Rio Grande do Sul:
legislação e prática
Contribuição do Ensino Religioso no
acesso à fé: uma leitura teológicopastoral
Ensino Religioso no cenário da
Educação
brasileira:
aspectos
históricos e sócio-político-culturais
O Ensino Religioso: significados de
religião em diferentes contextos
educativos
Ensino Religioso: aspectos legal e
curricular
Sulina
Porto Alegre (RS)
2005
208 p.
Loyola
São Paulo (SP)
2006
142 p.
CNBB
Brasília (DF)
2007
128 p.
Concórdia
Porto Alegre (RS)
2007
112 p.
Paulinas
São Paulinas (SP)
2007
117 p.
Ensino Religioso: construção de
uma proposta
História, legislação e fundamentos
do Ensino Religioso
Ensino Religioso em escolas
públicas: impactos sobre o esta
laico
Laicidade e Ensino Religioso no
Brasil
Diversidade Religiosa e Ensino
Religioso no Brasil: memórias,
propostas e desafios
Religião e Educação: da ciência da
religião ao Ensino Religioso
Ensino
Religioso
fundamentos
epistemológicos
Ensino Religioso na Escola
Paulinas
São Paulo (SP)
2007
143 p.
Ibepx
Curitiba (PR)
2008
191 p.
Factash
São Paulo (SP)
2008
230 p.
Brasília(DF)
2010
107 p.
Nova
Harmonia
Florianópolis (SC)
2010
192 p.
Paulinas
São Paulo (SP)
2010
152 p.
Ibpex
Curitiba (PR)
2009
123 p.
Oikos/EST
São Leopoldo (RS)
2005
222 p.
Ensino
Religioso:
perspectiva
pedagógica
Ensino Religioso e formação do ser
político. Uma proposta para a
consciência de cidadania
O Ensino Religioso na escola
O fenômeno religioso: Ensino
Religioso escolar
Vozes
Petrópolis (RJ)
1995
126 p.
Vozes
Petrópolis (RJ)
1998
126 p.
Petrópolis (RJ)
São Paulo (SP)
1995
1995
162 p.
133 p.
Letras
Livros
Vozes
Letras
Letras
e
&
247
+ Ensino-aprendizagem (Metodologia, Subsídios, Conteúdo,
Aprendizagem).
A caracterização vinculada a um componente curricular está relacionada à
questão de ensino e aprendizagem, a questão da metodologia, do conteúdo,
recursos e subsídios que foi matéria de diversos textos e pesquisas produzidas
visando
compreender
estes
aspectos.
Entre
as
temáticas
desenvolvidas
encontramos a questão das diretrizes do ensino religioso construídas nos estados e
municípios, a identidade pedagógica proposta para este componente curricular, a
relação com as diferentes áreas da diversidade como elementos da etinicidade e
gênero, a distinção com a catequese, a questão do livro didático, das artes. E nesse
sentido as regiões mencionadas: os estados do Paraná e de Goiás; as cidades de
Pomerode e de Juiz de Fora.
Ao analisar os 395 documentos sobre ensino-aprendizagem que envolve
aspectos sobre as questões da metodologia, recursos, da aprendizagem, conteúdos
do Ensino Religioso. Metodologicamente das dissertações (21) e teses (01) que foi
possível ter acesso na integra encontramos pesquisas qualitativas que utilizam de
entrevistas e questionários, mas em grande parte utiliza-se de documentos e
bibliografia. Ao longo dos quinze anos de pesquisa percebe-se que nos referenciais
bibliográficos não existe referência entre os trabalhos, nos referenciais textos sobre
os mesmos temas não são mencionados pelos autores, o que seria significativo para
demonstrar ampliação dos estudos, as reflexões existem de forma paralela o que
dificulta o corpus científico desta área, verificamos que entre as obras mais citadas
estão: Processo de escolarização do Ensino Religioso (JUNQUEIRA, S. Vozes,
2002););
Ensino
Religioso
e
sua
relação
pedagógica
(MENEGHETTI,
R;
WASCHOWICZ, L.; JUNQUEIRA, S. Vozes, 2002); Ensino Religioso no Brasil:
tendências, conquistas e perspectivas (FIGUEIREDO, A. Vozes, 1995); Ensino
Religioso: perspectivas pedagógicas (FIGUEIREDO, A. Vozes, 1994); O Ensino
Religioso no Brasil (JUNQUEIRA, S.; WAGENR, R. Champagnat, 2004); Parâmetros
Curriculares do Ensino Religioso (FONAPER, Ave Maria, 1997); Ensino Religioso:
aspectos legal e curricular (JUNQUEIRA, S.; CORRÊA, R.; HOLANDA, A. Paulinas,
2007). Quanto ao impacto e repercussão dos trabalhos, em eventos científicos com
248
impacto nacional temos 32 textos apresentados, assim estabelecidos: ANPED (31ª.
um), ANPED sul (VII um), ENDIPE (XIV, um), EDUCERE (II um, III um, V um, VII
um, IX três); Luso Brasileiro de História da Educação (VI três), ANPTECRE (II seis),
SOTER (XXII um, XXIII sete), GT nacional de História das Religiões e das
Religiosidades / ANPUH (cinco). Referente aos artigos em periódicos pode destacar
que dezessete foram publicados em revistas científicas com classificação Qualis
significativa: Estudos Teológicos (cinco artigos), Revista Horizonte (três artigos),
Revista Brasileira de Educação (um artigo), Revista Diálogo Educacional (três
artigos), Revista Pistis & Praxis (dois artigos), Revista Interações: cultura e
comunidade (dois artigos) e Revista Religião e Cultura (um artigo). Finalizando
destacam-se os livros, sobre a questão de conteúdo e metodologia foram publicadas
quarenta e sete obras, sendo três propostas assumem uma perspectiva
diferenciada, a mais antiga a Coleção da Editora Vozes iniciada na década de
noventa para subsidiar a leitura pedagógica do ensino religioso e posteriormente no
início do século XXI foi recriada - Ensino Religioso nas fronteiras da ética: subsídios
pedagógicos
(Amauri Carlos Ferreira ); Fundamentos filosóficos dos valores no
Ensino Religioso: subsídios pedagógicos(Eurico dos Santos Veloso ); Adoradores do
sol: reflexões sobre a religiosidade indígena (Lucio Paiva Flores); Encantar: uma
prática pedagógica no Ensino Religioso (Marilac Loraine Olenik e Viviane e Mayer
Daldegan); Ensino Religioso e sua relação pedagógica (Sérgio Junqueira, Rosa
Gitana Meneghetti, Lilian W.). Posteriormente a Editora Paulinas em parceria com o
Programa de Ciência da Religião da PUCSP organiza uma coleção para orientar a
formação do professor de Ensino religioso com a perspectiva da Ciência da Religião
reordenando a questão do conteúdo para o componente curricular - Como a religião
se organiza. Tipos e processos (João Décio Passos); Espiritismos. Limiares entre a
vida e a morte (Maria Angela Vilhena); Fundamentalismos. Matrizes, presenças e
inquietações (Pedro Lima Vasconcellos); Novos movimentos religiosos. O quadro
brasileiro (Silas Guerriero); Pentecostais. Origens e começo (João Décio Passos);
Pluralismo religioso. As religiões no mundo atual (Wagner Lopes Sanchez). A
terceira Coleção organizada em Curitiba pelo GPER com a Editora Ibpex para o
curso de especialização na modalidade EAD estrutura uma proposta que envolve
aspectos teórico-metodológicos - Cultura e diversidade (Rosa L. T. Correa); Cultura
249
religiosa: caminhos para a construção do conhecimento (Luis Alberto Sousa Alves);
Ensino Religioso perspectivas para os anos finais do ensino fundamental e para o
ensino médio (Emerli Schlogl); Ensino Religioso uma perspectiva para a educação
infantil e os anos iniciais do ensino fundamental (Silvana Fortaleza dos Santos);
Ensino Religioso: fundamentos epistemológicos (Ednilson Turozi Oliveira); Espaço
sagrado: estudos em geografia da religião (Sylvio Fausto Gil); Fundamentando
pedagogicamente o Ensino Religioso (Edile Fracaro e Sérgio Junqueira); O Sagrado:
fundamentos e conteúdos do Ensino Religioso (Sérgio Junqueira). A última proposta é
da Editora Cortez – são dois livros que estão incluídos em coleções no campo da
educação – o Ensino Religioso no Ensino Fundamental (Lilian Blanck, Sérgio
Junqueira, Luis Alberto Alves e Ernesto Jacob K.) que faz parte da Coleção
Formação de Professores e o Alteridade, culturas e tradições: atividades do Ensino
Religioso para o ensino fundamental (Sérgio Junqueira, Emerli Schlogl, Edile
Franco) que é da Coleção Oficinas, estas duas obras orientam tanto o elemento
teórico como prática deste componente curricular. No que se refere a esta área
momentaneamente existe uma produção significativa, será necessário um
amadurecimento sobre concepções para a publicação de um livro que oriente
32
201
Tabela 57 – Produção sobre Ensino-Aprendizagem
TOTAL
16
Livros
Eventos de
Ensino
Religioso
249
Artigos em
Periódicos
Eventos de
Teologia/CR
Dissertações
45
Eventos de
educação
07
Textos de
Eventos
Ensinoaprendizagem
(Metodologia,
Subsídios,
Conteúdo,
Aprendizagem).
Teses
Categorias
aspectos epistemológicos – estruturais e didáticos para o ER.
47
47
395
250
Dissertações
Giseli do Prado Siqueira
1998
Universidade de
Alfenas
Educação
Linguagem do Ensino
Religioso
Maria
Aparecida
Sanches
Coelho
Luiz Heron Scherer
1998
Universidade do
Vale do Rio dos
Sinos
Educação
O Ensino Religioso
escolar
na
escola
pública: uma questão de
educação integral.
Lúcio Kreutz
Este
estudo
tem
como
finalidade destacar a linguagem
com
um
dos
principais
elementos para o legítimo
Ensino
Religioso.
Sendo
necessário traçar as diferenças
entre religiosidade, fé e religião,
como devidamente situar a
linguagem da religiosidade. O
estudo consiste em duas partes.
Parte um estrutura-se com a
contextualização do Ensino
Religioso através da análise da
sociedade, da escola e do
próprio Ensino Religioso. Parte
dois trata da linguagem do
Ensino Religioso e alguns de
seus pressupostos: experiência
religiosidade, fé e religião,
distinguindo a linguagem de
cada
um deles, algumas
situações concretas, desafios e
tarefas são empreendidas.
Minha pesquisa, cujo tema é o
Ensino Religioso escolar (ERE)
na escola pública, tem por
objetivo básico mostrar que este
é parte integrante da educação
escolar a nível de 1º e 2º graus.
Para atingir esse objetivo, a
pesquisa desenvolveu-se a
partir
de
fundamentos
antropológicos que apresentam
o ser humano caracterizado por
ser aberto às dimensões do
transcendente e do religioso e a
decorrência para o pedagógico.
Embora este tema tenha
relação com a teologia, esta
apenas foi referida em relação à
reflexão antropológica que é o
núcleo básico. Tal reflexão
antropológica traz as questões
das dimensões humanas que a
educação escolar deve atingir
para a realização pessoal e
social dos educandos. A partir
do
embasamento
acima
descrito,
a
pesquisa
desenvolveu o tema reportandose à história da educação no
Brasil desde que aqui chegaram
os
europeus
(portugueses,
espanhóis e outros) no século
XVI. Neste período, a igreja
católica, religião oficial no Brasil,
entre 1500 e 1889, foi a
principal articuladora, com ativa
ação
no
projeto
colonial
português de cristandade e de
exploração política e econômica
e,
consequentemente,
o
principal agente da educação
escolar. Com esse poder, a
igreja impôs um estilo de
educação religiosa nos seus
moldes.
A
partir
da
modernidade (surgimento da
república, ciências modernas,
positivismo,
industrialização),
muda esse quadro social e
acontecem
mudanças
nos
parâmetros da educação em
termos dos interesses do
estado. Há outros estudos sobre
a educação religiosa nas
escolas brasileiras (confessional
ou
pública)
que
são
apresentados nesta dissertação.
Algumas delas pertinentes ao
Ensino Religioso escolar na
escola pública são usadas como
referências para essa pesquisa.
A partir do capítulo 4 é feito um
estudo sobre o ser humano com
o respaldo de pensadores
humanistas que apresentam
uma visão cultural, psicológica e
social do ser humano com
dimensões
para
o
transcendente e religioso. A
partir desta realidade, define-se
251
Márcio Graça
1999
Universidade
Anhembi
Morumbi
Comunicaç
ão
e
Educação
Roselí Blanck
1999
Escola Superior
de Teologia
Teologia
Zuleika Leonora Schmidt
Costa
2000
Universidade
Federal do Rio
Grande do Sul
Educação
Religar e Projetar: a
inter-relação do Ensino
Religioso
com
a
educação artística
O
Ensino
Religioso
mediante a Pedagogia e
Projetos
face
à
pluralidade
cultural
religiosa brasileira
Laan Mendes
de Barros
O Ensino Religioso em
uma
instituição
de
educação infantil: um
olhar sobre a fé.
Carmem Maria
Craidy
Nestor
Luiz
João Beck
uma proposta pedagógica para
a educação escolar na escola
pública brasileira (municipal ou
estadual) com a inserção da
disciplina "Ensino Religioso
escolar". Essa proposta é
elaborada a partir do "fórum
permanente
do
Ensino
Religioso", que é uma equipe
interconfessional e ecumênica.
A referida equipe elaborou um
texto básico com os parâmetros
curriculares do Ensino Religioso
escolar.
Sem Informação
Este estudo tem por objetivo
investigar
uma
prática
pedagógica mais viável para o
alcance dos objetivos e fins da
proposta curricular de Ensino
Religioso de acordo com os
parâmetros
curriculares
nacionais para esta disciplina
(PCNER). Para tal efeito, em
primeiro lugar busca-se elucidar
o elemento característico desta
disciplina, a pluralidade cultural
religiosa brasileira. Em segundo
lugar estabelece-se um diálogo
compreensivo
entre
a
pedagogia de projetos, de
Josette
Jolibert
e
Gloria
Inostroza de Celis, quanto a
seus
pressupostos
e
encaminhamentos e os PCNER.
Em terceiro lugar procura-se
realizar uma articulação entre a
pedagogia de projetos e o
Ensino Religioso, através de
uma aproximação concreta, a
fim de visualizar possibilidades
e dificuldades na práxis da sala
de aula.
O
trabalho
realizou,
por
intermédio de uma pesquisa
empírica, uma analítica da
produção do Ensino Religioso
em sujeitos que freqüentam
uma determinada instituição de
educação
infantil
assistencialista. O estudo foi
feito neste local, que abrange
crianças,
adolescentes
e
adultos, localizado no município
de porto alegre. Trata de
verificar os processos de
subjetivação,
tendo
como
fatores o Ensino Religioso de
uma determinada confissão
religiosa proposta no local, e as
diferentes práticas religiosas
desenvolvidas por estes sujeitos
fora da instituição. Para realizar
a investigação, foram utilizadas
as observações da instituição,
como um todo, e as atividades
que envolvem a educação
religiosa, bem como foram
propostas entrevistas com as
mães/educadoras, crianças e
adolescentes. Autores como
Foucault e Deleuze, propiciaram
o aporte teórico que dá
sustentação a este estudo. A
hipótese verificada é a de que
esse ensino, por meio dos
procedimentos
pedagógicos
utilizados, não objetiva/subjetiva
estas pessoas conforme sua
intencionalidade. Conclui que,
com
estes
múltiplos
atravessamentos de poderes,
saberes e verdades religiosas
dentro ou fora do local
pesquisado, o que se cria são
modos
de
subjetivação
religiosa,
que
se
forma,
sobretudo, em relação às
possibilidades e condições de
vida que cada experiência,
tendo a vivência religiosa na
instituição,
uma
influência
relativa. A fé como recorte
temático desta investigação, se
252
Adalgisa Regina Teixeira
2001
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Psicologia
A formação de conceitos
no cotidiano da sala de
aula de uma escola
religiosa
Mercedes Villa
Cupolillo
Ederlaine
Braga
2001
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Ciências da
Religião
Ensino
Religioso:
disciplina integrante das
diretrizes curriculares do
ensino fundamental.
Valmor da Silva
Fernandes
mostrou como uma busca
constante
nas
vivências
religiosas destas pessoas na
procura de efeitos práticos e
imediatos para suas vidas,
situando-se de forma ambígua
ao que é proposto pela
instituição.
O estudo apresentado enfoca a
formação de conceitos a partir
da análise das interações entre
a professora e os estudantes da
3ª. série do ensino fundamental
em contextos diferentes na
própria instituição de Ensino
Religioso da rede privada de
Goiânia.
A
pesquisa
desenvolveu
em
duas
situações: em uma sala de aula
comum (todos os estudantes)
com a professora regente e
outra na sala de recuperação
paralela (com um número
restrito
de
estudantes
considerados defasados em
seus
processos
de
aprendizagem)
com
outra
professora.
Investigou-se
a
intervenção do professor na
formação de conceitos novos
para
a
construção
do
conhecimento do aluno, bem
como a utilização de conceitos
espontâneos da criança na
formação
de
conceitos
escolares na sala de aula.
Procedeu-se à investigação
através
de
pesquisa
bibliográfica,
pesquisa
documental (do organograma e
do estatuto da instituição) e
pesquisa de campo, através da
gravação em vídeo retiradas
das aulas. Os recortes foram
realizados a partir de contexto
de
significação.
Cada
professora
e
coordenadora
foram entrevistadas, para um
melhor compreensão de seus
objetivos e de seus padrões
interativos. Com base nas
dinâmicas
das
aulas
e
interações das professoras com
os estudantes, as análises
interpretativas evidenciam que,
nessa escola, os valores
religiosos caracterizam-se como
um importante canalizador na
formação
de
conceitos.
Concluiu-se que os processos
que envolvam a formação de
conceitos apoiados na unidade
valores -cognição - afeto emergiram
de
forma
diferenciada pelas professoras
na complexa rede de aspectos
que participaram das situações
ensino-aprendizagem.
Este estudo se propõe analisar
a história e legislação da
disciplina Ensino Religioso no
Brasil, através de pesquisa
bibliográfica e de entrevista com
professores(as)
e
estudantes(as).
O
Ensino
Religioso
no
Brasil,
no
transcorrer de sua história
passou por diversas alterações
fundamentadas em leis, no
entanto se manteve ligado à fé
religiosa conforme orientação
das igrejas. O trabalho aponta
as lutas e as conquistas tidas no
Ensino Religioso, porém, na
maioria das vezes pouco
valorizadas pelas lideranças
políticas e pelos profissionais da
educação envolvidos com a
disciplina Ensino Religioso.
Pode-se constatar que ao
sancionar uma lei é necessário
oferecer condições de execução
da mesma. Aponta-se para a
necessidade de se ter presente,
na análise, a questão da
execução do artigo 33 da Nova
Lei de Diretrizes e Bases na
253
Giseli do Prado Siqueira
2003
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
Ciências da
Religião
Tensões entre duas
propostas de Ensino
Religioso: estudo do
fenômeno religioso e/ou
educação religiosa
Jung Mo Sung
prática da disciplina Ensino
Religioso procurando trabalhar
os Parâmetros Curriculares
Nacionais de Ensino Religioso,
buscando o exercício efetivo a
respeito da diversidade cultural
existente na sala de aula e no
Brasil. Os conteúdos do Ensino
Religioso
propostos
nos
Parâmetros Curriculares visam
dar
contribuições
para
a
reafirmação da escola como
lugar de encontro, diálogo
entendimento com vistas à
formação básica cidadã.
O
Ensino
Religioso
foi
compreendido ao longo dos
anos ora como catequese na
escola, ora como ensino da
religião, tendo como objeto à
doutrina cristã, garantida pela
estrutura
da
cristandade,
herdada do período colonial que
se configura até a primeira
metade do século XX. Essa
estrutura na atual sociedade
pluralista não corresponde mais
aos anseios dos educandos e
da educação. Para elucidar
essa questão, elaboramos um
esboço de sua trajetória nas
Constituições
e
Leis
de
Diretrizes e Bases da Educação
Nacional,
pontuando
os
modelos que se configuraram
ao longo dessa história. Há hoje
um consenso de que o Ensino
Religioso
não
deve
ser
proselitista, nem instrumento
nas mãos das igrejas, mas há
proposições diferentes quanto
ao seu objeto de estudo no
panorama
nacional.
Destacamos,
porém
duas
correntes, uma defende o
estudo do fenômeno religioso e
outra
a
educação
da
religiosidade.
A
primeira
proposta, foi elaborada pelo
Fórum Nacional Permanente do
Ensino Religioso, instalado na
década de 90, constituindo-se
em ' um organismo que trata de
questões pertinentes ao Ensino
Religioso' que representando os
interesses da área, elaborou os
Parâmetros
Curriculares
Nacionais e posteriormente
investiu-se na formação de
professores, através de um
curso a distância - Capacitação
Docente para um Novo Milênio e também através da publicação
de cadernos temáticos com o
'propósito de apoiar e incentivar
a capacitação dos profissionais
da
educação.'
Explicitando
sempre o fenômeno religioso
como ponto de partida, fazendo
dele o eixo central de toda a
proposta de Ensino Religioso. A
segunda
proposta
é
apresentada na década de 70,
pelo Padre Wolfgang Gruen,
como uma proposta pedagógica
com enfoque antropológico,
visando
à
educação
da
religiosidade,
compreendida
aqui como 'atitude dinâmica de
abertura do homem ao sentido
fundamental da sua existência,
seja qual for o modo como é
percebido este sentido. Não se
trata apenas de uma atitude
entre muitas: quando está
presente, a religiosidade está à
raiz de todas as dimensões da
pessoa; melhor, está à raiz da
vida humana na sua totalidade.'
Apresentamos
também
o
pensamento
de
Assmann,
Morin, Piaget, Sung e outros
como pressupostos para análise
de critérios que nos permita
compreender qual a proposta
mais adequada para o Ensino
Religioso entendido como área
254
Maria Cristina Lima
2003
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
Ciência da
Religião
Deus é maior o Ensino
Religioso na Perspectiva
da Transreligiosidade
José J Queiroz
Tânia Conceição Iglesias
do Amaral
2003
Universidade
Estadual
de
Maringá
Educação
Análise dos parâmetros
curriculares
Nacionais
para o Ensino Religioso
nas escolas públicas
brasileiras
Cézar Alencar
Arnault Toledo
do conhecimento.
A presente dissertação tem por
objetivo central buscar um
pressuposto teórico capaz de
sustentar um Ensino Religioso,
com status de área do
conhecimento
escolar,
pertinente e inserido no nosso
tempo pós-moderno. Em nossa
hipótese,
este
pressuposto
consiste
no
caráter
transreligioso
do
Ensino
Religioso. Compusemos um
breve histórico do Ensino
Religioso,
desde
sua
identificação com a catequese
nos tempos coloniais, até sua
inclusão no currículo escolar,
amparado por leis e dispositivos
constitucionais. Discutimos os
impasses, as ambigüidades,
avanços
e
recuos
desta
trajetória. Em seguida, fizemos
uma leitura sociológica, da
Transreligiosidade no Ensino
Religioso, procurando explicitar
a categoria do transreligioso no
espectro da condição pósmoderna. Por fim, buscamos na
categoria
da
Transdisciplinaridade, analogias
para
caracterizar
a
Transreligiosidade no Ensino
Religioso. Propomos também as
Ciências da Religião como o
lócus próprio da reflexão e
estudo do Ensino Religioso em
sua
conotação
de
Transreligiosidade.
Como
suporte utilizamos trabalhos de
autores
como
Basarab
Nicolescu, Faustino Teixeira,
Wolfang Gruen, Leonardo Boff,
Carlo Cantone e outros, que
contribuem para fundamentar
teoricamente e justificar a
pertinência
da
categoria
transreligiosa como constituinte
do Ensino Religioso e como
caminho
de
resposta
às
tendências, que observamos,
hoje,
na
sociedade
pósmoderna.
Este trabalho se insere no
campo das relações entre
educação e religião no Brasil, e
mais precisamente, na presença
do Ensino Religioso como
disciplina nas escolas públicas
do país. Executando-se o
período da instituição da
república, o Ensino Religioso
esteve presente em todo
processo histórico educacional
brasileiro. A constatação da
criação de uma identidade
pedagógica
pautada
em
parâmetros epistemológicos a
partir da LDBEN (1996) que
permitiu a inclusão dessa
disciplina como componente
curricular da educação básica
originou essa pesquisa, cujo
objetivo principal é analisar os
"parâmetros
curriculares
nacionais" propostos para o
Ensino Religioso. A pesquisa
toma
para
a
análise
o
documento dos "parâmetros
curriculares nacionais para o
Ensino Religioso", no qual se
constatou
que
o
modelo
proposto não cumpre com os
objetivos de isenção proselitista
com a qual se comprometeu,
porque ainda apresenta visões
de mundo particulares o que os
evidenciam
como
uma
estratégia para garantir a
manutenção dessa disciplina
pelo estado em benefício das
igrejas,
especialmente
as
cristãs. Isso mostra que nunca
na história brasileira o Ensino
Religioso
conseguiu
tanto
espaço na esfera pública,
porque além de ter garantida
255
Miguel Longhi
Simone
Rezende
Fusinato
2004
Pontifícia
Universidade
Católica
do
Paraná
Educação
O Ethos no currículo de
Ensino Religioso
Sérgio Rogério
Azevedo
Junqueira
2004
Universidade
Regional
de
Blumenau
Educação
A
concepção
de
Sagrado no contexto do
Ensino Religioso
Ernesto
Keim
Jacob
sua
permanência
na
constituição de 1988, ainda
garantiu pela lei 9.475/97 o
status de disciplina junto às
demais constantes do currículo
básico nacional. O estudo
contribui, dessa forma, trazendo
à discussão questões mais
abrangentes no campo político
e educacional brasileiro sobre a
ingerência
de
instituições
privadas na esfera pública uma
vez que agora o Ensino
Religioso passou a se constituir
uma política pública nacional.
As constantes e incontidas
mudanças em todas as esferas
da sociedade humana atestam
que a realidade não é
permanente.
Diferentes
cosmovisões
representam
formas diversas de conceber,
ser e agir segundo o âmbito em
que cada um se move. Cada
cultura apresenta uma forma
(interior) particular, própria e
característica de ver a moral
humana e conceber o mundo.
Assim, as várias maneiras de
ser e as formas diversas de se
pôr constituem os diferentes
ethos existentes. Tanto nos
sistemas culturais quanto nas
tradições religiosas existem
diferentes verdades e diferentes
caminhos de salvação. No caso
do Brasil, o ethos no Ensino
Religioso
necessita
ser
explicitado à luz de três
vertentes ou enfoques de
compreensão,
a
saber,
confessional (o saber em si),
interconfessional (o saber em
relação) e fenomenológico (o
saber de si). Em termos
históricos, como modo de ser
das coisas e das pessoas, o
ethos representa tanto o ponto
de partida (fundamento) quanto
o ponto de chegada (meta) na
busca de compreensão e
constituição de um modus
vivendi intercultural, tendo na
tradição, na cultura e na religião
sua fonte de significação,
inspiração e renovação. Uma
proposta educacional aberta e
confluente dará ao ser humano
condições
de
re-significar
continuamente
a
realidade,
tornado-a a um tempo espaço e
oportunidade de humanização
mediante os conhecimentos,
valores e práticas dos próprios
educadores, especialmente do
professor de Ensino Religioso
na perspectiva do ethos.
Sobretudo, se pensar que o
dever ético-moral do educando
nasce da consciência interior
dos valores e vai formando a
teia de sentidos e símbolos com
que representa a vida e dá
suporte às suas vivências no
cotidiano.
Esta pesquisa tem por objetivo
investigar
e
debater
a
Concepção de Sagrado no
contexto do Ensino Religioso no
Ensino Fundamental da Escola
Pública Brasileira. O interesse
de investigar esta temática
surgiu diante da necessidade de
clarear o objeto desta disciplina,
estabelecendo sua razão de
ser, a fim de fortalecer um
suporte teórico e epistemológico
aos educadores para sua
formação e construção de seus
conteúdos. A fundamentação
teórica
da
pesquisa
é
embasada, principalmente, em
Eliade, Berger, Otto, Geertz e
Boff,
que
destacam uma
compreensão da dimensão do
sagrado de maneira mais ampla
e complexa superando o
256
Augusto Schumann dos
Santos
2005
Universidade
Presbiteriana
Mackenzie
Ciências da
Religião
A importância do Ensino
Religioso na formação
integral do aluno do
ensino fundamental
Márcia
Costa
Liberal
Célia Marize Bundchen
2005
Universidade
Luterana
do
Brasil
Educação
Significados De Religião
Em
Diferentes
Contextos Educativos
Marisa Cristina
Vorraber Costa
Mello
De
entendimento
de
sagrado
veiculado pela religiosidade
institucionalizada.
Na
perspectiva
educacional
e
pedagógica,
o
referencial
adotado
foi
Freire.
Esta
pesquisa
é
de
natureza
qualitativa, apoiada em análise
bibliográfica e documental. A
partir do levantamento e estudo
teórico e epistemológico sobre a
concepção de sagrado, foi
realizada a análise de alguns
documentos norteadores desta
disciplina em nível nacional e
estadual.
Esta
pesquisa
identificou
que
o
Ensino
Religioso carece de um suporte
teórico e epistemológico que
permite ter o sagrado como seu
principal
referencial,
e
recomenda
que
haja
a
identificação do sagrado como
base dessa disciplina. Dos
documentos
analisados,
percebeu-se que a percepção
de sagrado é muito tênue e
pouco
consistente.
Enfim,
constatou-se que o Ensino
Religioso proposto, atualmente,
para as escolas da rede pública
de ensino não dá conta da
concepção
de
sagrado
investigado nesta pesquisa.
O presente trabalho trata
primordialmente de verificar a
importância
do
Ensino
Religioso,
como
um
dos
caminhos para minimizar a
violência que nos preocupa e
assusta cotidianamente e para
tentar diminuir o desrespeito
aos
mais
velhos,
e
a
insubordinação dos jovens em
relação às instituições sociais,
em especial a irreverência para
com os professores e diretores,
fatos incontestes em nossas
escolas.
Procurou-se
estabelecer uma ponte lógica
entre a importância dos valores
imateriais e religiosos como
pilares básicos da educação,
fazendo uma análise diacrônica
dos valores que embasaram a
educação ao longo do tempo, e
da diversidade geográfica dos
povos. Ressaltamos os ideais
filosóficos
de
grandes
pensadores
e
educadores
desde a antiguidade até nossos
dias, e o aflorar dos valores
imateriais
em
todas
as
concepções educacionais. Em
nossa
pesquisa
pudemos
constatar que nossa idéia inicial
da importância da religião, para
a
plena
formação
da
personalidade,
obteve
confirmação quer através dos
objetivos
educacionais
constantes
da
legislação
educacional em nosso país,
bem como no anseio de
estudantes, pais e professores,
todos preocupados não só com
o conhecimento, mas acima de
tudo com a formação de hábitos
e atitudes comportamentais
louváveis pela sociedade.
Este estudo teve como objetivo
conhecer e discutir o significado
de Religião em três diferentes
grupos inseridos em contextos
educativos distintos: a) um
grupo de
professoras
de
escolas
públicas
que
participavam do curso de
extensão
universitária
Metodologia
do
Ensino
Religioso; b) um grupo de
estudantes de sétima série de
uma escola municipal de Cruz
Alta; c) um grupo de mulheres
atendidas em um projeto social
organizado por uma entidade
religiosa em parceria com a
257
Cybelle Andrade Pardo
Amaral Gomes
2005
Universidade
Metodista
de
São Paulo
Ciências da
Religião
A religião na educação
publica
brasileira:
o
papel
do
Ensino
Religioso no estado de
São Paulo
Dario
Paulo
Barrera Rivera
Prefeitura Municipal de Cruz
Alta. Tal foco de estudo surge
em
decorrência
de
preocupações
que
se
constituíram ao longo de minha
trajetória como professora de
Ensino Religioso. A dissertação
compõe-se de duas partes. Na
primeira – Contextualizando ?
procuro demarcar e caracterizar
o panorama cultural em que se
inscreve o estudo. Parto de um
levantamento
inicial
de
perspectivas históricas e legais
do Ensino Religioso no Brasil,
enfocando
também
os
Parâmetros Curriculares para
este Ensino. Acrescento a isso
uma discussão sobre Religião
no
mundo
contemporâneo,
relacionando-a
a
algumas
abordagens que vêm sendo
dadas ao Ensino Religioso com
vistas a evitar o proselitismo e
inscrever tal ensino no conjunto
dos saberes escolares propícios
à preparação dos estudantes
para viverem e conviverem em
um mundo plural. Na segunda
parte ? Problematizando ?
apresento o problema de
pesquisa e uma discussão
sobre religião a partir da análise
e reflexão sobre os significados
de religião expressos pelos
grupos nos três contextos
educativos pesquisados. Para
captar, analisar e discutir os
significados de Religião que
circulam
nestes
diferentes
grupos, propus a montagem de
painéis ilustrados sobre o tema,
recolhendo-se as imagens e os
textos escritos de farto material
disponibilizado para recorte
como revistas, livros, folhetos,
jornais, etc. Realizei a pesquisa
com
base
nos
subsídios
teóricos de autores que tratam
de religião e Ensino Religioso,
como Jostein Gaarder, Anísia
Figueiredo,
Valter
Kuchenbecher e Hans?Jürgen
Frass; bem como de autores
dos Estudos Culturais, como
Stuart Hall e Douglas Kellner,
que destacam a importância das
imagens, da visibilidade e da
mídia no cenário da cultura
contemporânea. As análises
mostraram que os painéis
expressam a relação entre
significados de religião e
questões
problemáticas
do
mundo atual. Há diferenças
entre as formas como os grupos
de cada contexto organizam
seus painéis e também entre
aquilo que é destacado ao
expressarem o significado de
religião.
Observa-se,
igualmente, que a mídia é
produtiva
na
criação
e
veiculação de algumas imagens
de religião como, por exemplo,
a grande disseminação da
figura e da vida do Papa.
Registra-se a predominância de
elementos da cultura cristã e do
catolicismo. Sonhos, angústias,
esperança, amor, saúde e paz
são
expressões
que
apareceram
intensamente
associadas aos significados de
religião
nestes
contextos
educativos.
A religião influenciou e esteve
intimamente ligada com o
processo educativo no decorrer
de toda a história da educação
brasileira. O Ensino Religioso é
instituído
obrigatório
nas
escolas públicas brasileiras.
Sendo o Brasil um país secular
e pluralista, onde há diversidade
religiosa em todos os setores da
sociedade,
inclusive
a
258
Danilo Badaró Mendonça
2005
Universidade
Gama Filho
Direito
O caráter do Ensino
Religioso nas escolas
públicas estaduais em
face da lei estadual nº
3.459/00
Margarida
Maria Lacombe
Camargo
Gisele Mazzarollo
2005
Escola Superior
de Teologia
Teologia
Espiritualidade
e
adolescência a partir da
disciplina de Ensino
Religioso
Alceu Ravanello
Ferraro
educação, a obrigatoriedade do
Ensino Religioso nas escolas
públicas viola a laicidade do
estado e contraria a Lei e
Diretrizes e Bases da Educação
(LDB). O contexto religioso
brasileiro atual mostra que
ocorreu significativa mudança
no quadro da religiosidade. No
estado de São Paulo, a
Secretaria
de
Estado
de
Educação e UNICAMP –
Universidade
Estadual
de
Campinas elaborou documento
para orientar as secretarias de
educação
municipais.
Tal
documento
defende
a
importância da disciplina Ensino
Religioso, e argumenta que
auxiliará
o
educando
no
desenvolvimento
e
pleno
exercício da cidadania. O
documento contempla temas
como
valores
culturais,
pluralidade
cultural,
religiosidade e ética, mas
mostra-se contraditório e falho
na abordagem desses assuntos.
Essa pesquisa discute o lugar
do Ensino Religioso nas escolas
públicas de São Paulo, a fim de
compreender como a religião
influencia a sociedade secular
brasileira.
A constituição da república
federativa do Brasil determina
que o Ensino Religioso deva ser
oferecido nas escolas públicas
de ensino fundamental, mas
nada diz explicitamente sobre o
caráter
confessional
ou
interconfessional do mesmo.
Por conta disso, legislações
estaduais e municipais, bem
como a jurisprudência, não têm
oferecido
normatização
coerente e uniforme sobre o
assunto. No estado do Rio de
Janeiro, por exemplo, o tema
voltou ao debate (não só no
âmbito legislativo e judicial, mas
envolvendo a opinião pública
em geral) especialmente por
conta de lei estadual que
determinou
o
caráter
confessional
do
Ensino
Religioso, respeitando-se a
crença dos estudantes e de
seus
pais.
A
presente
dissertação tem como objetivo
salientar a função do direito da
família
na
educação,
tradicionalmente
enunciado
como a faculdade dos pais ou
responsáveis de educarem seus
filhos conforme suas convicções
morais e religiosas, direito esse
reconhecido
por
diversas
declarações internacionais de
direitos humanos. Demonstra-se
aqui a importância de sua
vinculação ao princípio da
subsidiariedade – segundo o
qual a família tem a primazia na
educação - um aspecto que não
se deve olvidar a fim de que se
possa oferecer uma resposta
integral à questão do Ensino
Religioso nas escolas públicas.
Espiritualidade e adolescência a
partir da disciplina de Ensino
Religioso é uma pesquisa que
vem
responder
perguntas
norteadoras
acerca
do
desenvolvimento integral dos
adolescentes.
As
questões
centrais da pesquisa foram: A
espiritualidade é uma questão
que
pode
interessar
o
adolescente?
Se
a
espiritualidade interessa ao
adolescente, como ela se
manifesta? Desta forma, a
pesquisa teve o objetivo de
identificar
e
mapear
as
manifestações
de
espiritualidade
dos
259
Mateus Geraldo Xavier
2005
Pontifícia
Universidade
Católica do Rio
de Janeiro
Teologia
Contribuição do Ensino
Religioso no processo
de educação da fé: um
estudo
teológicopastoral.
Maria Clara L.
Bingemer
adolescentes, a partir de
materiais e símbolos, como
capa de Cd, livros, agendas,
objetos, música, etc.presentes
no cotidiano dos adolescentes.
Além destes símbolos foram
utilizados
na
pesquisa
questionários, enriquecendo a
metodologia da observação
participante. Diferentemente dos
rótulos colocados na fase da
adolescência, muitas vezes o
adolescente
se
apresenta
sensível e preocupado com
questões cotidianas, como a
violência. Assim, a pesquisa
auxilia na compreensão do
universo
adolescente.
A
espiritualidade interessa ao
adolescente e se manifesta
através das diversas relações
cotidianas e de um sentido
especial para a vida. O desejo
contínuo
de
transcender
manifesto no confronto diário
entre o mundo externo e o
mundo interno do adolescente,
faz com que este se desenvolva
espiritualmente.
Além
da
transcedência, o adolescente
procura dar sentido a sua vida
quando lança objetivo e metas a
serem
alcançados,
diferenciando-se do adulto que
dá sentido a vida a partir da
família. Embora o adolescente
esteja preocupado com sua vida
futura, nem sempre consegue
equilibrar o cuidado consigo
mesmo e/ou ampliá-lo para o
cuidado com o outro social.
Assim, a disciplina de Ensino
Religioso
tem
um
papel
fundamental
para
que
o
adolescente possa transcender
e expandir suas relações,
resgatando o papel do eu social,
ativo e cuidador da sociedade e
do planeta Terra.
Educar à fé, para fé ou na fé
através do Ensino Religioso,
constitui, na hora presente,
grande
desafio
para
a
comunidade
eclesial.
Na
sociedade tradicional, marcada
pelo contexto de cristandade, o
Ensino Religioso escolar dá
continuidade
ao
ambiente
familiar e cultural. Contudo, no
ambiente
secularizado
e
pluralista, a comunidade eclesial
se vê desafiada a repensar a
natureza deste ensino na
perspectiva da escola para
todos. Para fazer face ao novo
ambiente, o modelo tradicional
se reformula, e dois novos
modelos se colocam lado a
lado:
o
Ensino
Religioso
centrado na educação da
religiosidade
e
o
Ensino
Religioso focado no estudo do
fato religioso. Ora, estes dois
modelos têm encontrado fortes
resistências na perspectiva do
modelo anterior. Educar na fé,
para os representantes deste
modelo, só é possível única e
exclusivamente
desde
um
contato
explícito
com
a
revelação judaico-cristã. No
entanto,
a
plenitude
da
revelação de Jesus Cristo
atinge qualitativamente todas as
culturas e toda realidade.
Assim, as demais tradições
religiosas são lugares onde se
condensa a revelação de Deus.
Logo, o terceiro modelo tem sua
relevância. O cristão acostumou
a ver a realidade com o olhar
dualista da fé e da razão e a
classificar a revelação em
natural e sobrenatural. Na
realidade,
a
experiência
religiosa demonstra que há uma
união radicalíssima entre Deus
260
Shirley da Silva Bastos
2005
Universidade
Estácio de Sá
Educação
O Ensino Religioso:
representações
sobre
um tema polêmico
Lúcia
Velloso
Maurício
Volmir Araldi
2005
Universidade do
Estado de Santa
Catarina
(UDESC)
Educação
Os dispositivos que
garantem
o
Ensino
Religioso em Santa
Catarina
Norberto
Dallabrida
e o ser humano, entre Deus e a
realidade, antes de qualquer
construção conceitual. Portanto,
não se pode negar a validade
dos outros modelos para o
processo de educação da fé. Se
a realidade dos estudantes não
permite, sem mais, o anúncio
explícito, é de grande valia o
Ensino
Religioso
como
preâmbulo à fé cristã.
Este estudo discute em que
medida o Ensino Religioso
confessional
nas
escolas
públicas do Estado do Rio de
Janeiro, aprovado pela Lei n°
3.459/2000,
atende
à
diversidade religiosa e cultural
do seu alunado ou a interesses
políticos e corporativos de
professores
e
autoridades
religiosas.
Investigou-se
a
representação que professores,
autoridades
religiosas
e
políticos envolvidos com o tema
têm do Ensino Religioso e o
contexto
institucional
que
permitiu que ele se mantivesse
na escola pública brasileira ao
longo do tempo. A análise da
reificação e da legitimação do
Ensino Religioso nas práticas
escolares usou como referência
os estudos de Berger e
Luckmann
(2002)
sobre
Sociologia do Conhecimento. As
relações
de
poder
que
permeiam o Ensino Religioso
foram estudadas à luz do aporte
antropológico de Geertz (1989)
e da perspectiva dos estudos
culturais
críticos.
Foram
utilizadas, como técnica de
coleta de dados, a análise
documental e entrevistas semiestruturadas.
A
análise
documental
envolveu
as
constituições brasileiras, as leis
de educação nacional, os
projetos de lei em disputa no
Estado do Rio de Janeiro, a Lei
3.459/2000,
portarias
e
pareceres de órgãos do sistema
educacional, além de matérias
publicadas em diversos jornais
do Rio de Janeiro entre 2000 e
2004. As entrevistas (N=19)
foram realizadas com líderes
espirituais,
políticos,
autoridades
da
Secretaria
Estadual de
Educação
e
professores.
Tanto
as
reportagens
como
as
entrevistas foram tratadas com
base na análise de conteúdo na
perspectiva de Bardin (1999).
Os resultados indicaram que os
professores não conseguem
perceber
as
marcas
da
confessionalidade nas práticas
escolares
nem
os
condicionamentos culturais que
elas impõem. Os políticos e
líderes religiosos consideram
que: não cabe à escola o
Ensino Religioso; o Ensino
Religioso na escola pública
deve ter um caráter plural; a
doutrina a ser ensinada deve
ser a cristã. A terceira
perspectiva é a que prevalece
nas
práticas
escolares,
limitando a pluralidade religiosa.
Problematizo, a partir da lógica
foucaultiana, a disciplina e a
forma disciplinar do Ensino
Religioso nas escolas estaduais
de Santa Catarina; a difusão de
diversos dispositivos utilizados a
cada momento da história do
Ensino
Religioso
para
reorganizar e reestruturar os
mecanismos
funcionais
da
sociedade
enquanto
lógica
moral cristã; a obediência e a
subserviência como fatores
primordiais para que a lógica
261
Monica
Poyares
Amaral
Oscar Vasconcelos
Souza Filho
Melo
2006
Pontificia
Universidade
Católica de São
Paulo
Ciências da
Religião
Abra a Roda Tin dô Lê
Lê - Dimensão Religiosa
nas Brincadeiras de
Roda entre Crianças de
4 a 6 anos
Silas Guerriero
de
2006
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Ciências da
Religião
Liberdade e diversidade
religiosa em Anápolis:
construção da harmonia
na pluralidade
Joel
Antonio
Ferreir
disciplinar funcione. O legado
religioso
assenta-se
em
patamares
discursivos
e
legislativos diferenciados numa
relação de poder/saber, e o
Ensino
Religioso
aparece
fundamentado num princípio
humanista e baseado em leis
para prover a conduta dos
indivíduos, o que pode ser
observado com sua implantação
na grade curricular. Dessa
forma, o Ensino Religioso
possui uma característica de
continuidade e não de ruptura
como
se
apresenta
na
sociedade.
Este
trabalho
teve
como
objetivo estudar as Brincadeiras
de Roda enquanto possibilidade
de experiência religiosa dentro
do
espaço
escolar.
Sua
contribuição
está
na
possibilidade
ser
uma
alternativa de trabalho em
Ensino Religioso com crianças
em idades de 4 a 6 anos. Para
isto, foi feita uma aproximação
entre as Danças Circulares
Sagradas,
estudadas
primeiramente por Bernhard
Wosien, e as Brincadeiras de
Roda tradicionais, levantando
aspectos comuns entre as
práticas. Em 2004 um grupo de
24 crianças e duas professoras
foram
observados
e
a
experiência foi gravada em fitas
de vídeo cassete. Para a
compreensão da linguagem
simbólica presente na atividade,
os conceitos junguianos de self,
ego, inconsciente coletivo e
arquétipos foram estudados.
Utilizamos os conceitos de
Espaço Sagrado, definido pelos
adeptos da Nova Era, e de
Hierofania,
concebido
por
Mircea Eliade. Tendo em vista
que as atividades recebem um
tratamento de rito, os conceitos
de liminariedade e communitas
de Victor Turner foram trazidos
para
a
na
ajuda
da
compreensão dos passos dos
rituais e suas conseqüências.
Vygotsky contribui com sua
visão de mediação e zona de
desenvolvimento proximal, para
explicar motivo pelo qual as
Brincadeiras de Roda são
escolhidas para colaborar com o
conhecimento do conteúdo do
Ensino Religioso. Dentre as
possibilidades o recorte feito foi
o dos ritos e sua linguagem
simbólica. Finalmente fez-se
uma leitura de algumas das
atividades filmadas à luz do
corpo teórico acima citado.
Chegou-se à conclusão de que
as Brincadeiras de Roda, da
forma em que foram tratadas,
podem ser um dos instrumentos
do professor na construção do
conhecimento
do
Ensino
Religioso e que aliado a isto,
podem ser promotoras de
mudanças
na
forma
de
relacionamento das crianças, já
que têm aspectos comuns com
os ritos de iniciação.
Esta dissertação é o resultado
de estudo, no município de
Anápolis, no atual contexto do
Ensino Religioso num mundo
cada vez mais pluralista. Propõe
como alternativa o processo de
levar
pessoas
a
uma
maturidade dentro de uma
abertura crítica, num processo
que torne o aprendizado mais
prazeroso possível. O ponto de
partida é a atitude ecumênica
como pedra fundamental da
construção constitucional da
liberdade religiosa e do Ensino
262
Vera Regina Aparecida
Faria
2006
Pontifícia
Universidade
Católica de São
Paulo
Educação
O Ensino Religioso na
visão de estudantes,
professores
e
professoras
coordenadoras
de
escolas
públicas
estaduais de ensino
fundamental ciclo II da
cidade de Sâo Paulo:
um estudo exploratório
Luciana Maria
Giovanni
Francisca Helena Cunha
Daneliczen
2007
Universidade
Regional
de
Blumenau
Educação
Interculturalidade
e
Ensino
Religioso:
olhares e leituras a partir
de uma experiência
pedagógica
Ernesto
Keim
Jacob
Religioso, o qual é uma mera
conseqüência
da
liberdade
religiosa. O trabalho conclui que
o não-proselitismo promove a
civilização através da harmonia
social.
O relatório aqui apresentado
refere-se à pesquisa realizada
com o objetivo de investigar a
implantação da disciplina de
Ensino Religioso na grade
curricular de duas escolas
públicas estaduais de Ensino
Fundamental ciclo II da cidade
de São Paulo, na perspectiva de
professoras,
professoras
coordenadoras e estudantes
envolvidos. A pesquisa busca
obter novos discernimentos,
colher informações para a
formulação de um problema
mais preciso de pesquisa e
desenvolver
hipóteses
que
levem a pesquisas posteriores.
Apesar de a disciplina de
Ensino Religioso ter garantias
legais de funcionamento em
escolas públicas há algum
tempo, esta é a primeira vez no
Estado de São Paulo que o
encargo de ministrar as aulas é
dado a um professor licenciado
em História, Ciências Sociais ou
Filosofia, que faz parte do
quadro docente da Secretaria
de Estado de Educação de São
Paulo. A pesquisa tem por
natureza
ser
um
estudo
exploratório,
com
dados
predominantemente descritivos,
coletados pelo contato direto
com estudantes, professoras e
professoras
coordenadoras.
Foram
selecionadas
duas
escolas de bairros, regiões,
Diretorias e contextos sócioeconômico-culturais diferentes,
com a finalidade de observar as
similaridades e diferenças com
relação
às
manifestações
emitidas pelos sujeitos das duas
escolas, frente a uma proposta
única da Secretaria de Estado
de Educação de São Paulo.
Esta
investigação pretende
contribuir de forma a ampliar
dados em uma trajetória tão
conturbada, como é o Ensino
Religioso nas escolas públicas.
Os dados coletados em 2005,
com auxílio de instrumentos
previamente
construídos
e
testados, foram mapeados,
organizados
e
são
apresentados em QuadrosSíntese
e
Tabelas.
Os
resultados obtidos revelam que
a proposta de Ensino Religioso
é pouco conhecida por parte
dos
diferentes
agentes
escolares
e
acaba
negligenciada
em
seus
conteúdos
e
práticas.
A
dificuldade
de
implantação
desse
projeto
relaciona-se
principalmente à diversidade de
situações e às proporções de
uma rede pública escolar como
a do estado de São Paulo.
O espaço contemporâneo das
relações
sociais
não
é
culturalmente homogêneo e se
apresenta
marcado
pelo
encontro e conflito de diferentes
grupos. As diferenças culturais
acompanham a história da
humanidade e quando um
encontro entre diferentes grupos
parece
ter
resultados
homogêneos, no interior destes
aparecem
diferenças
significativas, que acabam por
marcar outras fronteiras entre
os grupos sociais. Neste
sentido,
surgem
questionamentos e reflexões no
espaço da intercultura, que se
263
Kelly Sartori Sebben
2007
Escola Superior
de Teologia
Teologia
O desenvolvimento do
julgamento moral e a
educação de valores na
disciplina de Ensino
Religioso
Gisela
Isolde
Waechter
Streck
refere às possibilidades de
exercícios de alteridade e
integração de maneira, que as
diferenças
sejam
ressignificadas.
Esta
intenção/ação é válida para as
diferenças étnicas e culturais, a
diversidade
de
propostas
metodológicas e saberes do
pensamento complexo, pois a
intercultura refere-se a um
campo em que convivem
múltiplos
sujeitos
sociais,
diferentes
perspectivas
epistemológicas e políticas, bem
como diversas práticas e
variados contextos sociais. O
espaço de debate entre as
diversas
concepções
e
propostas com relação ao
surgimento de questionamentos
entre
os
processos
de
identidades sociais e culturais
constitui a intercultura, que traz
sérias implicações e desafios
para a educação. Esta pesquisa
investiga como o componente
curricular de Ensino Religioso
no Ensino Fundamental aborda
a interculturalidade nas práticas
pedagógicas desenvolvidas no
âmbito escolar. A pesquisa é de
cunho
bibliográfico
e
documental e busca referenciais
para conceituar, discutir, refletir
e enunciar indicadores para
uma educação intercultural, a
partir de teóricos como Reinaldo
Matias Fleuri, Paulo Freire,
Enrique Dussel, Emmanuel
Lévinas,
Antônio
Sidekum,
Telmo Marcon, Vera Maria
Candau. A pesquisa documental
consiste na análise de um filme
e fotos gravados em DVD que
apresentam resultados de uma
das práticas pedagógicas do
Ensino Religioso: Cultura e
Religiosidade
Indígena,
desenvolvidas
na
Rede
Municipal de Educação do
Município
de
Balneário
Camboriú, Estado de Santa
Catarina, que integra o conjunto
de
estudos
e
práticas
pedagógicas
do
projeto
Respeitando as Diferenças:
Uma nova Perspectiva para o
Ensino Religioso. A análise dos
dados em confronto com os
indicadores
teóricos
traz
questionamentos e reflexões no
intuito de contribuir para discutir,
ampliar, desafiar, fomentar e
intensificar o diálogo entre os
diversos saberes, buscando
tecer olhares e leituras de
práticas pedagógicas na e para
uma
educação
intercultural
comprometida
com
a
construção de uma sociedade
mais humana tendo como um
dos critérios a alteridade.
O presente trabalho tem o
propósito de descrever etapas
da história recente da disciplina
de Ensino Religioso, sua
trajetória e atual legislação,
entender o desenvolvimento
moral do indivíduo, observando
as fases que o mesmo passa
até chegar a um nível de
maturidade em termos de
moralidade; definir o que são
valores, perceber como podem
ser trabalhados na disciplina de
Ensino Religioso e verificar se a
educação de valores está
presente na mesma. O objetivo
dessa pesquisa é realizar um
estudo sobre o desenvolvimento
do julgamento moral na infância
e pré-adolescência (educandos
e
educandas
do
Ensino
Fundamental) e também sobre
uma educação moral por meio
de uma educação de valores na
264
Luiz Guilherme
Braga
Mattos
Marcos André Scussel
2007
Universidade
Federal do Rio
de Janeiro
Sociologia
e
Antropologi
a
Fórum Permanente de
estudos juvenis: estudo
sobre uma proposta de
Ensino Religioso
Emerson
Alessandro
Giumbelli
2007
Pontifícia
Universidade
Católica do Rio
Grande do Sul
Educação
Religiosidade humana e
fazer educativo
Juan
José
Mourino
Mosquera
escola,
especificamente
na
disciplina de Ensino Religioso. A
pesquisa foi efetivada através
de uma revisão bibliográfica e
pesquisa social numa escola
estadual, na cidade de Passo
Fundo/RS. O método utilizado
para a abordagem do problema
foi o qualitativo, e quanto ao
objetivo geral, em termos de
instrumento de coleta de dados,
utilizaram-se dois questionários,
sendo que um foi respondido
por educadores/as e o outro
pelos educandos/as da escola,
visando identificar o que é
trabalhado na disciplina de
Ensino Religioso e se a
educação de valores está
inserida no meio educacional.
Como
resultados,
pode-se
afirmar que a educação de
valores está presente, mesmo
que implicitamente, na disciplina
de Ensino Religioso da escola
pesquisada.
Esta dissertação propõe uma
discussão sobre a relação entre
religião e modernidade a partir
dos debates gerados pela
implantação
do
Ensino
Religioso em colégios públicos
de ensino médio do Estado do
Rio de Janeiro. Foi realizado,
durante
um
ano,
o
acompanhamento de aulas de
Ensino Religioso junto a dois
professores de um colégio
estadual da cidade do Rio de
Janeiro. O acompanhamento do
processo de implantação da lei
e o trabalho etnográfico dentro
da
escola
proporcionam
construir uma nova relação
entre religião e espaço público,
na qual é possível compreender
e aceitar a presença e atuação
da religião na esfera pública de
um Estado laico sem que isso
cause a impressão de que a
religião está fora de seu lugar.
Partindo do entendimento de
que o homem é um ser
religioso, o presente estudo
buscou
construir
uma
compreensão da relação entre a
religiosidade humana e o fazer
educativo. Desenvolveu-se com
um grupo de alunas/educadoras
do Curso Normal que foram
acompanhadas
durante
o
processo de formação e em sua
prática de estágio. Fazendo
uma leitura da religiosidade
neste mundo fragmentado e
dessacralizado, em que o
sagrado encontra-se, muitas
vezes, camuflado na realidade
profana, percebe-se que há um
retorno ao estudo e à vivência
da espiritualidade. Por isso, são
lançados outros olhares sobre a
religiosidade, a partir da física,
da psicologia, da filosofia e da
teologia. Dialogou-se sobre o
desenvolvimento
espiritual,
relacionando vida e educação,
desenvolvimento
da
fé
e
desenvolvimento
moral
em
busca de uma “teoria de tudo”.
Buscou-se compreender que
espiritualidade, educação, ética
e vida se tecem junto,
construindo uma vida integrada
e complexa. Optando por uma
abordagem qualitativa de estilo
participante, pesquisou-se a
dimensão
da
religiosidade
humana e, posteriormente, da
prática educativa de um grupo
de sete alunas do Curso Normal
em atividades desenvolvidas no
componente
curricular
de
Didática do Ensino Religioso.
Os dados necessários foram
coletados através de memoriais
descritivos da vivência religiosa
265
Maria
de
Masiero Lamim
Lourdes
2007
Universidade
Braz Cubas
Semiótica,
Tecnológic
as
de
Informação
e Educação
Valores Éticos: Análise
semiótica do discurso da
formação
da
religiosidade
das
escolas brasileiras
Rosália Maria
Netto Prados
pessoal, de partilhas em aulas e
através de uma entrevista
durante o período de estágio
docente
das
educadoras.
Utilizou-se a análise textual
enquanto
ferramenta
para
compreender,
interpretar
e
apresentar os resultados da
pesquisa, através de sete
categoriais a priori dos fatores
do
Inventário
Espiritual
respondido por elas. Da análise
das entrevistas emergiram três
categorias: o mundo dos
estudantes, o significado do
trabalho no Ensino Religioso e a
religiosidade do educador e a
sua prática pedagógica. O
pensamento de Paul Tillich de
que fé é estar possuído por
aquilo
que
nos
toca
incondicionalmente e é um ato
da pessoa como um todo,
ajudou
a
compreender
o
fenômeno
religioso
e
a
manifestação da fé na vida,
mostrando a dinâmica da fé
humana na partilha do ser em
seu fazer educativo. A prática
de estágio das educadoras
possibilitou o desenvolvimento
de aulas de Ensino Religioso,
trabalhando
a
dimensão
religiosa do homem. Um olhar
para a História do Ensino
Religioso no Brasil e para a
experiência das educadoras
possibilitou vislumbrar caminhos
para formação de professores
neste componente curricular e
para o desenvolvimento de uma
educação ética, humana e
espiritual.
Esse estudo enfoca a questão
do ensino de religião nas
escolas brasileiras, não para
uma reflexão sobre a religião
em si, mas para uma análise do
discurso pedagógico religioso,
para uma reflexão sobre a
Filosofia e religiosidade como
ponto de equilíbrio e ética. Ele é
atual e importante visto que
muitas crianças e jovens
recebem em casa uma precária
formação religiosa e a Filosofia
hoje não é trabalhada na escola
pública. No entanto, sabe-se
que
o
homem
sente
necessidade de ir ao encontro
de uma divindade, ou de
vivenciar sua espiritualidade.
Nesse estudo, focaremos a
religião, a arte e a filosofia,
como uma abordagem da
realidade para que a pessoa
possa responder a questões
que a inquietam como saber por
que as coisas acontecem que
destino tem de onde viemos. No
entanto, temos como hipótese
que a educação se sedimenta e
se faz instrumento para formar
cidadãos críticos, responsáveis
e com sólidos fundamentos
morais. O pressuposto que
sustenta a necessidade do
Ensino Religioso demonstra que
a religião é uma abordagem da
realidade que não pode ser
vista como negativa ou positiva,
pois é um dado antropológico e
sociocultural, com força para
fundamentar ações boas ou
más,
conservadoras
ou
transformadoras. Que embora
tendo se transformado ao longo
dos tempos não desapareceu e
exerce um papel relevante na
vida da pessoa. O Ensino
Religioso ao fazer parte do
currículo das escolas coloca a
religião como parte integrante
das ciências antropológicas e
ao alcance de todos os
estudantes
complementando
sua formação e auxiliando na
266
Simone Riske Koch
Fernando
Roza
Lothario
da
2007
Universidade
Regional
de
Blumenau
Educação
Discurso
e
Ensino
Religioso: um olhar a
partir da diferença
Hilário
Bonh
Inácio
2008
Universidade
Braz Cubas
Semiótico
Tecnologia
s
de
Informaçao
e Educação
A ideologia subjacente
nas
imagens
fotográficas do livro
didático
de
Ensino
Religioso: Descobrindo
Caminhos
Vera
Rudge
Werneck
composição de valores válidos
para vida. Portanto, pesquisar a
formação docente no sentido de
abrir condições de trabalhar a
religiosidade
infantil
é
a
pretensão
desse
trabalho.
Busca-se enfatizar a questão da
interdisciplinaridade
e
da
transdisciplinaridade, possíveis
e desejadas na formação do
aluno e que através do Ensino
Religioso possibilitam costurar
as
várias
vertentes
educacionais.
O estudo Discurso e Ensino
Religioso: um olhar a partir da
diferença está situado na linha
de pesquisa Discurso e Práticas
Educativas, do Programa de
Pós-Graduação - Mestrado em
Educação,
da
Fundação
Universidade
Regional
de
Blumenau, SC, Brasil. Objetiva
compreender os efeitos de
sentido
que
podem
ser
produzidos em relação às
diferenças no discurso de um
dos documentos oficiais da
educação
que
norteia
o
componente
curricular
de
Ensino Religioso no Estado de
Santa Catarina: a Proposta
Curricular de Santa Catarina:
Implementação
de
Ensino
Religioso. A pesquisa é de
cunho qualitativo e inscrevesse
no viés teórico e metodológico
da
Análise
do
Discurso
delineada por Michel Pêcheux,
na França e Eni Orlandi e outros
estudiosos no Brasil. No que se
refere aos aspectos teóricos, a
investigação
movimenta-se
dentro de uma perspectiva
interdisciplinar e busca: 1)
conceituar a linguagem e a
noção de formação discursiva;
2) compreender a constituição
da diferença em relação à
religiosidade humana e o
Ensino Religioso no espaço
escolar como um dos lugares no
contexto da educação, a
trabalhar esta temática. 3)
analisar um dos documentos
oficiais da educação que
norteiam o Ensino Religioso em
Santa Catarina. Discute-se a
partir da base epistemológica e
das condições de produção os
fatos
da
linguagem
que
constituem o corpus dessa
investigação. A partir do mirante
teórico da Análise do Discurso
são apresentados efeitos de
sentido
relacionados
com
diversos sítios de significância
entre os quais destacam-se
condições
de
produção;
discurso da legalidade para a
legitimação;
discursos
de
autoridade;
elementos
lingüísticos
de
repetições,
dêitico, polissemia e linguagem
categórica; da homogeneidade
para a heterogeneidade. No
texto do documento analisado
também
identificamos
a
presença do silêncio registrada
principalmente na relação direta
com o outro; o outro que é
diferente
e
que
causa
estranhamento. A presença do
outro se apresenta como um
constante desafio a quem
produz, aplica e legitima as
propostas na área da educação.
A religião
é
umas
das
instituições sociais que mais
interveio nas relações humanas,
em que a sociedade acaba por
assumir uma forma de servidão
voluntária. Por esse aspecto a
Igreja Católica, como uma
instituição religiosa denominada
histórica, vem realizando o
processo de imigração de
267
Francisco
Carvalho
de
Assis
Gianice Stabile Fortes
2008
Universidade de
São Paulo
Filologia e
Língua
Portuguesa
O Gênero editorial e a
polêmica do Ensino
Religioso
Zilda
Gaspar
Oliveira
de
Aquino
2008
Escola Superior
de Teologia
Teologia
O(A) Professor(A) de
Ensino Religioso e os
(as) estudantes (as) de
Manfredo
Carlos Wachs
idéias, produzindo e impondo
para a sociedade os seus
valores, que se tornaram
parâmetro de conduta das
relações sociais. O papel da
Igreja Católica na formação dos
valores culturais da sociedade
brasileira, assim como sua
participação junto ao Estado na
construção
do
modelo
educacional no século XIX,
assim
como,
seu
distanciamento a partir da
Primeira
República.
Seu
confronto contra os liberais no
quando manifesta dos pioneiros
da educação. Sua luta para se
manter hegemônica no sistema
educacional brasileiro, com a
manutenção da disciplina de
Ensino Religioso para o ensino
oficial.
Nesse
sentido,
observamos
através
da
literatura produzida para o
ensino fundamental, onde são
pontuados os valores como de
família de mulher e seu papel
no
meio
social,
são
apresentados pela Igreja o seu
modelo para sociedade.Objeto
de estudo deste trabalho está
relacionado a uma análise de
imagens fotográficas publicadas
nos quatro volumes do livro
didático de Ensino Religioso
para o ensino fundamental de
autoria de Terezinha M. L. da
Cruz, intitulado: Descobrindo
caminhos:
Ensino
Religioso.Analisamos
as
imagens
fotográficas,
que
expressam o papel da mulher
na família como no mundo do
trabalho e relacionamos a
imigração de idéias, que a igreja
católica realiza por meio da
disciplina
Ensino
Religioso
desenvolvida para o ensino
fundamental.
Esta pesquisa como objetivo
analisar o discurso da mídia
sobre a implantação do Ensino
Religioso nas Escolas Publicas
do Estado do Rio de Janeiro. O
Corpus compreende quatro
editorais , sendo dois do Jornal
O Globo e dois A Folha de São
Paulo, todos vinculados no
período de 2003 a 2004. O foco
da pesquisa se concentra na
observação de como são
utilizadas
as
estratégias
discursivas no desenvolvimento
desse discurso que pode ser
analisado como polemico e
como se dá o processo
argumentativo, visando destacar
marcas
ideológicas
das
relações que estão implícitas na
produção
desse
discurso.
Alicerçamos nossos estudos na
Teoria da Argumentação, a
partir do que indicam Chaim
Perelman e Lucie OlbrechtsTyteca e na Analise critica do
discurso(ACD), segundo as
pesquisas de Teun A. Van Dijk
(1983; 2000; 2004 e 2005) entre
outros.
Como
todo
fato
divulgado pela imprensa não
pode ser apartado do seu
contexto
especifico
de
produção, este trabalho também
observa como os decretos
indicaram a implantação do
Ensino Religioso nas escolas
publicas no Estado do Rio de
Janeirodentro dos parâmetros
políticos-educacionais,
buscando destacat, por meio da
anallise de corpus, o papel
desempenhado pela mídia (a
imprensa) como construtora de
imagens e sentidos.
O
tema
abordado
nesta
dissertação
refere-se
às
relações de confiança, troca e
268
4o e 5a. série do ensino
fundamental:
as
relações de troca de
saberes e de confiança
no espaço educativo da
sala de aula
Mariane do Rocio Perts
Kravice
2008
Universidade
Regional
de
Blumenau
Educação
Livro Didático de Ensino
Religioso e o discurso
da diferença
Hilário
Bonh
Inácio
afetividade estabelecidas no
espaço educativo da sala de
aula entre o(a) professor(a) de
Ensino Religioso e os(as)
estudantes(as) de 4ª e 5ª série
do Ensino Fundamental, de uma
instituição
confessional
metodista, em Porto Alegre, e
todos os aspectos a ele
relacionados
para
que
tenhamos um trabalho de
qualidade, bem como para um
crescimento
consciente
e
reflexivo de todos(as) os(as)
envolvidos(as) neste processo.
Sendo assim, para que estes
aspectos sejam abordados, a
dissertação de Mestrado está
distribuída em três capítulos,
sendo o primeiro capítulo
voltado para o Ensino Religioso
enquanto fenômeno religioso e
toda a documentação pertinente
ao seu trabalho, o segundo
capítulo
voltado
para
as
questões referentes à criança e
ao(à) adolescente que se
encontram na faixa etária de 4ª
e
5ª
série
do
Ensino
Fundamental, relacionando os
aspectos
biopsicossociais,
cognitivos e religiosos, e o
terceiro
capítulo
sobre
a
formação
docente
e
a
apresentação dos resultados da
pesquisa
de
campo.
A
metodologia utilizada foi a
pesquisa participante, onde
foram
realizadas
três
observações com uma turma de
4ª série do turno da manhã, três
observações com uma 4ª série
do turno da tarde, três
observações com uma 5ª série
do turno da manhã e três
observações com uma 5ª série
do turno da tarde. Cabe
destacar que as professoras
trabalham em turnos distintos.
Após as observações foram
elaborados dois questionários,
um destinado às professoras,
com questões semi-dirigidas,
que tiveram a oportunidade de
discuti-lo com a pesquisadora, e
outro
destinado
aos(às)
estudantes(as), com questões
objetivas.
Os(As)
estudantes(as) responderam ao
questionário, após autorização
dos(as) responsáveis através de
um Termo de Consentimento.
Os resultados da pesquisa
foram
analisados
pela
pesquisadora e representados
através de gráficos.
O estudo: Livro didático de
Ensino Religioso e o discurso
da diferença está situado na
linha de pesquisa Discurso e
Práticas
Educativas,
do
Programa de Pós-Graduação –
Mestrado em Educação, da
Fundação
Universidade
Regional de Blumenau, SC,
Brasil. Objetiva compreender
como é abordada a temática da
diferença nos textos dos livros
didáticos de Ensino Religioso.
Um dos desafios da educação
na atualidade brasileira é o
respeito à diversidade cultural
religiosa presente no cotidiano
escolar e o livro didático é um
dos recursos metodológicos em
que podemos observar e
investigar essas questões. A
pesquisa é de cunho qualitativo
e inscreve-se no viés teórico e
metodológico da Análise do
Discurso. No que se refere aos
aspectos
teóricos,
a
investigação
movimenta-se
dentro de uma perspectiva
interdisciplinar
e
busca:
desvelar o discurso sobre a
diferença que atravessa o Livro
269
Rosangela Sturmer
2008
Escola Superior
de Teologia
Teologia
Religiosidade popular:
uma análise dos PCNs
do Ensino Religioso em
confronto com a práxis
pedagógica
Remí Klein
Didático (LD); identificar as
formações
discursivas
que
atravessam o texto do LD e
refletir sobre as implicações do
discurso do LD para o Ensino
Religioso. Para desenvolver a
análise, faz-se um recorte de
alguns textos dos diversos
capítulos do volume I da
coleção de Ensino Religioso:
Todos os jeitos de crer de Dora
Incontri e Alessandro Bigheto,
editada em 2004. Com o recorte
da materialidade lingüística
definida, busca-se desvelar o
discurso sobre a diferença, que
atravessa o LD. A partir do
mirante teórico da Análise do
Discurso são apresentados dois
nichos
de
sentido:
homogeneização
e
heterogeneidade, subdivididos,
respectivamente, em subnichos
como:
universalização,
dogmatismo,
hierarquização,
autoritarismo e respeito à
diferença, dialogismo e reflexão
pedagógica. O resultado da
análise do corpus selecionado
apresenta
discursos
conflitantes. Percebe-se que
estes mudam de posição, ora
apresentam um discurso de
respeito à diferença remetendo
ao
entendimento
de
um
discurso
heterogêneo,
ora
sinalizam
autoritarismo,
universalização e dogmatismo
em que se manifesta a
homogeneização. De um lado,
pode-se, pois, verificar um
profundo respeito à diferença,
por outro ainda existem alguns
deslizes,
que
indicam
homogeneização,
mas
freqüentemente
modalizados
pelos convites de respeito à
diferença.
Estudo que objetiva analisar a
relação
entre
religiosidade
popular e os Parâmetros
Curriculares
Nacionais
do
Ensino Religioso em confronto
com a práxis pedagógica. A
primeira
parte
aborda
o
surgimento da religiosidade
popular procurando conceituála. Para isso foram realizadas
no
Grupo
de
pesquisa:
Religiosidade
Popular
do
Instituto de Teologia e Pastoral
– ITEPA observações de
manifestações de religiosidade
popular em diferentes locais e
dessas
observações
foram
realizados os diários de bordo.
A pergunta sobre o que faz o
ser humano buscar expressar
de
alguma
forma
sua
religiosidade, assim como a
busca de transcendência e o
valor ao sagrado, finalizam esta
primeira parte. A segunda parte
procura
compreender
a
religiosidade
popular
num
sentido antropológico. Aborda a
relação que o ser humano tem
com o sagrado fortemente
presente
na
religiosidade
popular. Sendo que o sagrado é
uma categoria presente em
todas
as
religiões
e
é
principalmente na religiosidade
popular que as pessoas o
expressam de forma bem
criativa, com simplicidade, sem
se
preocuparem
com
os
discursos
teológicos
das
instituições. Neste sentido, trazse duas experiências em sala
de aula para mostrar que as
manifestações de religiosidade
popular estão presentes no
cotidiano escolar. A partir das
respostas encontradas nesta
parte do trabalho surgem as
questões referentes às crenças
270
Maria Efigênia Daltro
2009
Escola Superior
de Teologia
Teologia
Educação e Religião
como
elementos
culturais
para
a
superação
da
intolerância
religiosa:
integração e relação na
compreensão do Ensino
Religioso
Elaine
Gleci
Neuenfeldt
Raimundo Márcio Mota
de Castro
2009
Universidade de
Uberaba
Educação
Tocar em frente as
ensinhanças da dúvida:
a busca da identidade
do Ensino Religioso
Sueli Teresinha
de
Abreu
Bernardes
dos docentes e discentes e a
relação com o conhecimento.
Por isso é importante rever de
que modo os Parâmetros
Curriculares
Nacionais
do
Ensino Religioso apresentam o
tema da religiosidade popular.
Através de uma experiência em
sala de aula constata-se que há
uma tensão entre crença e
conhecimento.
Para
tentar
contornar essa problemática
propõe-se a pedagogia da
pergunta,
a
qual
vem
demonstrar
que
o
mais
importante
não
são
as
respostas,
mas
os
questionamentos.
O propósito deste trabalho é
entender até que ponto a
influência
da
colonização
brasileira interfere ou dificulta o
entendimento
do
Ensino
Religioso e o relacionamento
educador(a) e educando(a) com
essa realidade, já que vivemos
numa capital, Salvador, com
uma diversidade religiosa e
cultural,
de
maioria
afrodescendente. Convivemos
com uma gama de preconceitos
e intolerância religiosa que
podem fazer com que as aulas
de Ensino Religioso não sejam
respeitadas como deveriam,
bem como prejudicar a prática
educativa, transformando as
aulas em espaço de construção
de mais preconceitos. Por esta
razão,
pontuamos
a
necessidade de uma integração
entre a educação, a religião e a
cultura para o discernimento
entre
educador(a)
e
educando(a), entendendo que
cada um possui suas próprias
experiências e convicções de
vida religiosa e cultural, nas
quais tolerância e ética sejam
princípios básicos.
A pesquisa Tocar em frente as
ensinhanças da dúvida: a busca
da
identidade
do
Ensino
Religioso está situada na linha
de pesquisa Formação Docente
e Práticas Educativas, do
Programa de Mestrado em
Educação, da Universidade de
Uberaba. Este estudo tem como
objetivo principal a busca da
identidade do Ensino Religioso
enquanto componente curricular
escolar. Trata-se de uma
pesquisa teórico-empírica, de
abordagem qualitativa. Utilizou
como procedimentos a leitura
bibliográfica
e,
na
parte
empírica, narrativas de três
professoras que atuam no
Ensino Religioso na rede
estadual
de
ensino,
no
município de Uberaba/MG. O
referencial teórico apóia-se em
Junqueira
(2002a;
2002b;
2003), Eliade (2008), Otto
(2007), Freire (1987; 1993;
2001) e Oliveira et al. (2007). A
base metodológica fundamentase em Benjamim (1994), Bosi
(1994) e Moreira (2004). A
interpretação das experiências
vividas
pelas
narradoras
aproximou-se
da
análise
fenomenológica por meio da
qual se procura desvelar o nãoaparente e perceber o sentido
da experiência docente nesse
componente
curricular.
No
escopo da pesquisa, observa-se
a
identidade
do
Ensino
Religioso em três momentos:
em alguns momentos da
histórica da educação brasileira;
no entrelaçamento educação,
Ensino Religioso e sagrado; e,
na experiência de professoras
que atuam nesse componente
271
Rita Estefânia Luz dos
Passos
2009
Escola Superior
de Teologia
Teologia
Ensino Religioso no
contexto
escolar:
educação em valores
Gisela
Isolde
Waechter
Streck
Sergio
Luis
Nascimento
2009
Universidade
Federal
do
Paraná
Educação
Relações raciais em
livros
didáticos
de
Ensino Religioso do
ensino fundamental.
Paulo Vinicius
Bpatista
da
Silva
do
curricular.
Como
resultado
observou-se que: trata-se de um
novo ensino nascido a partir da
LDB 9394/96, tendo sua forma
embrionária
no
ensino
catequético
católico
e,
posteriormente, no ensino da
religião; o sagrado enquanto
objeto de estudo da disciplina
não pode estar vinculado a uma
única tradição religiosa, haja
vista ao pluralismo presente no
ambiente escolar; por ausência
de formação específica e
continuada, o professor não
consegue, ainda que se esforce,
atribuir uma identidade que
personifique o Ensino Religioso,
uma vez que o entende, quase
que
exclusivamente,
como
disciplina de valores humanos.
O que possibilita afirmar que a
identidade do Ensino Religioso
depende da construção de sua
epistemologia.
O presente estudo apresenta
um panorama da história do
Ensino Religioso no Brasil a
partir
de
uma
pesquisa
bibliográfica e nos documentos
da Secretaria Regional de
Educação do Guará II, Distrito
Federal, os quais abordam
especificamente
o
Ensino
Religioso com os estudantes e
alunas do Ensino Fundamental
das últimas séries. Retrata o
Ensino Religioso na nova Lei de
Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN), identificando
na análise a necessidade da
execução do artigo 33 da nova
LDBEN na prática do Ensino
Religioso, procurando trabalhar
os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs) do Ensino
Religioso, considerando em seu
exercício
o
respeito
à
diversidade cultural existente na
sala de aula, o desenvolvimento
humano e a formação de
valores no indivíduo. Aborda a
definição de valores e o modo
como estes podem ser tratados
na
disciplina
de
Ensino
Religioso no contexto escolar,
tendo como base os quatro
pilares
da
Educação
apresentados no relatório da
UNESCO. O estudo é uma
proposta de trabalho de Ensino
Religioso com o objetivo de
alcançar os estudantes e as
alunas das últimas séries do
Ensino Fundamental do Guará
II, Distrito Federal. O estudo
conclui que é a educação em
valores deve estar presente de
forma efetiva, no respectivo
componente curricular.
Na dissertação se efetuou
análise dos discursos sobre os
segmentos raciais negros e
brancos em livros didáticos de
Ensino Religioso de 5ª e de 8ª
séries do ensino Fundamental,
publicados entre 1977 e 2007. A
análise foi produzida nos
contextos interpretativos da
teoria da ideologia (Thompson,
1995)
e
dos
estudos
contemporâneos
sobre
discursos racistas. Além disso,
manteve-se como foco os
possíveis
impactos
da
movimentação em torno do
tema na produção de discurso
racista em livros didáticos de
Ensino Religioso, procurando
contemplar
livros
didáticos
produzidos de acordo com os
três modelos tradicionalmente
presentes em diversas escolas
do
Brasil,
a
saber:
as
concepções
denominadas
Confessional, Interconfessional
e a Fenomenológica. A análise
272
Vilma Tereza Rech
2009
Pontifícia
Universidade
Católica do Rio
Grande do Sul,
Teologia
Pluralismo
religioso:
diálogo e alteridade no
Ensino Religioso
Leomar Antônio
Brustolin
foi realizada em perspectiva
diacrônica. Foi adotada a
proposta
metodológica
de
Hermenêutica
de
Profundidade/HP
(Thompson,
1995), envolvendo três níveis de
análise. O primeiro nível foi a
análise
sócio-histórica
de
produção
simbólica,
que
baseou-se em: a) discussão
sobre
aspectos
teóricoconceituais acerca do racismo e
das relações entre negros e
brancos no Brasil; b) revisão de
estudos sobre desigualdades
raciais em livros didáticos
brasileiros e em livros de Ensino
Religioso; c) uma revisão sobre
a história do Ensino Religioso
nas escolas brasileiras e os
modelos
temáticos
nesse
campo do conhecimento que
vieram se construindo ao longo
do
período
recente
e
estabeleceram nuances
de
identidade pedagógica, no que
se
refere
aos
modelos:
Confessional, Interconfessional
e Fenomenológico. Traçamos
um panorama das religiões no
Brasil e a consonância das
diversas
manifestações
religiosas, até chegar ao cenário
democrático representado na
legislação que pela lei nº
9.475/97 (LDB) que assegura o
respeito à diversidade cultural
religiosa no Brasil. O segundo, a
análise formal ou discursiva,
consistiu na análise interna às
próprias formas simbólicas, à
qual buscou-se integrar técnicas
de análise de conteúdo. Para
análise quantitativa foi analisada
uma amostra de 229 unidades
de leitura, retiradas de 20 livros
didáticos de Ensino Religioso de
5ª e de 8ª séries do Ensino
Fundamental, nas quais foram
observados 468 personagens
nos textos e 433 personagens
nas ilustrações. O terceiro nível
de
análise
consistiu
na
interpretação/reinterpretação
das formas simbólicas e como
podem ser utilizadas para
estabelecer e manter relações
de poder desiguais entre os
grupos raciais. Os personagens
negros analisados, no modelo
Confessional,
foram
submetidos, principalmente, a
uma estratégia ideológica de
dissimulação
que
ocultava,
negava a existência social
desse grupo étnico. Além disso,
observamos que nos selos
publicados e classificados do
modelo Interconfessional, em
seu
conteúdo
as
formas
simbólicas atuaram de forma a
naturalizar
os personagens
brancos como representantes
da
espécie
e
como
interlocutores em potencial dos
textos. O modo de operação
ideológica da fragmentação foi
identificado nos três modelos e
o principal nas publicações mais
recentes como os que são
classificados
de
Fenomenológicos. Os livros
desse modelo apresentaram, ao
mesmo tempo, rupturas e
permanências nos discursos
sobre os personagens negros e
brancos.
A presente dissertação de
mestrado tem por objetivo
abordar o pluralismo religioso:
diálogo e alteridade no Ensino
Religioso. Pretende explicitar a
origem,
os
conceitos,
desdobramentos e limitações.
Inicialmente,
situa-se
o
paradigma
pluralista
no
pluralismo cultural e religioso no
273
Antonio Gomes da Costa
Neto
2010
Universidade de
Brasília
Educação
Ensino Religioso e as
Religiões de Matrizes
Africanas no Distrito
Federal.
Denise Botelho
Kássia Mota de Sousa
2010
Universidade
Federal
do
Ceará
Educação
Entre a Escola e a
Religião: Desafio para
Crianças de Candomblé
em Juazeiro do Norte
Joselina
Silva
da
contexto histórico do mundo
ocidental, especialmente na
sociedade brasileira. Analisa-se
a compreensão de religião, o
pluralismo
das
tradições
religiosas, e o direito à liberdade
religiosa como liberdade de
consciência, de crença, de
culto.
A
tolerância
nas
diferenças
bem
como
a
necessidade
da
alteridade.
Abordou-se as questões sobre o
novo horizonte da teologia das
religiões, e a teologia cristã
diante do pluralismo religioso.
Finaliza-se
com
questões
práticas
sobre
o
Ensino
Religioso,
assegurando
o
respeito à diversidade religiosa
e garantindo a integralidade das
diferentes tradições religiosas.
Essa dissertação abordou sobre
a prática do racismo cultural e
institucional em relação às
religiões de matrizes Africanas,
como
manifestação
da
diversidade
cultural
e
religiosidade, com ênfase na
disciplina Ensino Religioso, que
se constitui como área de
conhecimento da base comum,
de oferta obrigatória e de
matrícula
facultativa
nos
currículos
do
Ensino
Fundamental e Médio das
escolas públicas no Distrito
Federal. A metodologia utilizada
foi a qualitativa, que tornou
possível uma discussão sobre a
educação, com foco em relação
a participação das Religiões de
Matrizes Africanas no Ensino
Religioso no Distrito Federal.
Para tanto, foi citado o
parâmetro das políticas públicas
para o Ensino Religioso e as
Religiões de Matrizes Africanas
e a prática do racismo cultural e
institucional. Nesse contexto, foi
apresentada a questão da
identidade religiosa e sua
prática de ensino, enquanto
elemento
que
reflete
as
identidades nos processos de
inclusão
e
exclusão
que
constituem a questão da
identidade e da diferença.
Através de uma fundamentação
teórica, foi discorrido sobre o
Ensino Religioso, bem como
identificou-se os estudos sobre
as
religiões
de
matrizes
Africanas no Distrito Federal.
Também, são apontadas as
questões de Políticas Públicas
para o Ensino Religioso face a
diversidade cultural religiosa e
como as religiões de matrizes
Africanas
participam desse
processo
de
ensinoaprendizagem da disciplina.
Portanto, a abordagem foi
satisfatória, tendo em vista que
se verificou de que modo as
políticas
públicas
distritais
contemplam
as
religiões
Africanas no Ensino Religioso,
considerando a diversidade
populacional brasileira, e a
perspectiva
da
inclusão
educacional em relação à
religiosidade
afro-brasileira
como forma de combate ao
racismo, além das prerrogativas
dos gestores da Secretaria de
Educação do Distrito Federal no
sentido de tornarem efetivas, as
Políticas Públicas Afirmativas.
Este
trabalho
tem
como
temática a relação entre a
criança candomblecista e a
escola em Juazeiro do Norte,
Ceará, Brasil. Esta pesquisa
buscou
compreender
significados e sentimentos que
as crianças candomblecistas
constroem sobre as suas
274
Ligia de Souza Junqueira
2010
Universidade
Federal de São
João Del Rei
Educação
A
Educacao
como
propagadora
e
mantenedora da fé:
Representações
das
Praticas
Educativas
Religiosas nos Grupos
Escolares José Rangel
e Delfin Moreira do
Município de Juiz de
Fora (1945-1960)
Laerthe
Moraes
Junior
de
Abreu
experiências
escolares.
Adotamos como metodologias
de
pesquisa
entrevistas
individuais
e
a
pesquisa
participante. Reconhecendo a
importância da atuação das
crianças
nas
pesquisas
acadêmicas,
optamos
por
conhecer, ouvir e acompanhar 5
crianças candomblecistas do
terreiro Ilê Axé Gitofalogi, em
Juazeiro
do
Norte,
para
adentrarmos
em
suas
experiências escolares, além de
ouvir as crianças, realizamos
também,
entrevistas
com
adultos da comunidade, com
professores, coordenadores e
fizemos
observações
nas
escolas onde as mesmas
estudavam.
A
escuta,
a
observação da realidade, as
entrevistas
com
as
comunidades religiosa e escolar
nos demonstraram que as
crianças candomblecistas, por
seu pertencimento religioso, são
vítimas
de
discriminações
várias. Percebemos que a
intolerância religiosa contra o
candomblé e religiões de matriz
africana
são
mais
um
mecanismo de reprodução da
ideologia
do
racismo.
Realizamos uma reflexão sobre
a realidade escolar juazeirense
a partir da lei 10.639/03,
discutimos a ministração do
Ensino Religioso e a presença
dos signos de fé católica dentro
dos ambientes escolares. A
análise
sobre
o
ensino
vivenciado
pelas
crianças
juazeirenses pesquisadas, aqui
chamadas
de
erês,
nos
possibilitou
concluir
que:
Crianças candomblecistas são
vítimas de racismo em suas
escolas, sejam elas públicas ou
particulares. Seus agressores
podem
ser
professores,
estudantes, materiais didáticos,
bem como, práticas educativas;
Concluímos também que, o
Ensino Religioso promovido
pela secretaria de educação do
estado do Ceará, aplicado no
município de Juazeiro, se não
for criticamente analisado pode
constituir-se como mais um
espaço para a prática de
discriminações
múltiplas
e
intolerâncias
religiosas,
ao
promover o catolicismo, em
detrimento de inúmeras outras
crenças religiosas às quais as
crianças estudantes guardam
identidade e pertencimento.
O sistema educacional brasileiro
passou a ser laico a partir da
Proclamação da República,
porém nunca deixou de lado
seu caráter religioso, chegando
até a voltar, através de práticas
escolares, na década de 1930,
nas escolas públicas oficiais do
país. Comprova-se tal fato,
sobretudo nos relatos das
educadoras
dos
primeiros
Grupos Escolares de Juiz de
Fora – José Rangel e Delfim
Moreira – encontrados em
registros de excursões e
auditórios
realizados
nas
referidas instituições. Diante
disso, este trabalho tem como
objetivo analisar a influência do
Ensino Religioso católico nas
práticas
educacionais
dos
respectivos Grupos, investigar
como a Igreja utilizava a
educação para difundir seu
ideário e quais as estratégias
utilizadas pela entidade católica
para conseguir a reinserção do
ensino da sua doutrina nos
currículos oficiais. Para tanto, foi
275
Luis Carlos
Pacheco
de
Lima
2010
Universidade
Católica
de
Pernambuco
Ciências da
Religião
Imagens de fé: uma
busca de critérios na
produção de subsídios
audiovisuais
para
o
Ensino Religioso no
Brasil
Gilbraz
de
Souza Aragão
realizada pesquisa nos Livros
de atas de registros das
excursões e dos auditórios dos
Grupos
Escolares
Delfim
Moreira e José Rangel, bem
como nos Livros de atas das
Reuniões de Leitura dos Grup
os Centrais e do Grupo José
Rangel, encontrados no acervo
dos primeiros grupos escolares
de Juiz de Fora. A investigação
recorreu também aos textos das
Legislações
reformistas
do
ensino do estado de Minas
Gerais empreendidas a partir de
1906,
além
da
literatura
pertinente ao tema abordado.
Este trabalho tem como recorte
temporal o período de 1945 a
1960, intervalo esse adotado
pela limitação das fontes, uma
vez que não foram encontrados
outros registros além dos já
citados.
Outras
fontes
consultadas foram os jornais
católicos Lar Católico e O
Lampadário, encontrados na
Biblioteca
Municipal
Murilo
Mendes,
na
Biblioteca
Redentorista e no Arquivo
Arquidiocesano de Juiz de Fora.
As análises das fontes citadas
reforçam a hipótese de que
além das finalidades didáticopedagógicas, as práticas das
excursões e dos auditórios
tiveram um papel fundamental
na configuração de uma cultura
escolar própria aos Grupos. No
entanto, cumpre-se apontar o
quanto essa cultura foi marcada
por ideários que extrapolavam
os muros da escola, deixando
entrever
projetos
políticoculturais mais amplos que se
fizeram notar no cotidiano
dessas instituições, atendendo
a
interesses
ideológicos
diversos, como os da Igreja do
Brasil.
Esta pesquisa tem como
objetivo desenvolver critérios
para a elaboração de subsídios
em vídeo para o Ensino
Religioso
nas
escolas
brasileiras.
Surge
da
constatação de que há uma
lacuna não preenchida no
Ensino Religioso quanto ao
fornecimento
de
subsídios
audiovisuais que correspondam,
quanto
ao
conteúdo,
à
implementação
das
novas
políticas educacionais e suas
exigências de inter-religiosidade
e respeito à dignidade humana;
bem como que atendam, quanto
à forma, à cultura eletrônica dos
nossos tempos. A dissertação,
pois,
apresenta
uma
historiografia
do
Ensino
Religioso no Brasil e faz um
levantamento
do
Campo
Religioso brasileiro, a partir de
onde se estabelece uma
plataforma curricular legal para
avaliação dos subsídios da
educação religiosa (que deve
tematizar o religioso enquanto
conhecimento
humano,
enquanto experiência cultural de
transcendência). A seguir se
aprofundam
fundamentos
epistemológicos para análise
dos subsídios audiovisuais do
Ensino Religioso: a teoria
midiática da Modulação, de
Pierre Babin, e as abordagens
de
conhecimento
Transdisciplinar
e
Integral
(Basarab Nicolescu e Ken
Wilber). Com base nesse
suporte
histórico
e
epistemológico, então, fazemos
um ensaio de criteriologia,
partindo da análise de uma obra
audiovisual exemplar no Ensino
276
Vera Lúcia Oliveira Neiss
2010
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Minas Gerais
Ciências da
religião
Imaginário
Religioso
Infantil:
desafios
e
perspectivas para a
compreensão da criança
de dez anos
Amauri Carlos
Ferreira
Wilian Ramos Marcos
2010
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Minas Gerais
Ciências da
Religião
Modelos
de
Ensino
Religioso: contribuições
das Ciências da Religião
para a superação da
confessionalidade
Roberlei
Panasiewicz
Religioso escolar.
Essa
dissertação
busca
compreender a formação do
imaginário religioso da criança
da faixa etária de dez anos.
Para tal, aprofundou-se em
estudos de teóricos como
Piaget,
Kohlberg,
Fowler,
Durand, dentre outros, para
entender
o
processo
de
desenvolvimento da criança no
que se refere à passagem do
concreto para o abstrato. Foi
realizada uma pesquisa de
campo
em duas
escolas
confessionais
cristãs,
uma
católica e outra protestante,
ambas trabalham a disciplina de
Ensino Religioso na sua grade
curricular e estão localizadas na
zona sul de Belo Horizonte-MG.
A coleta de dados da pesquisa
foi realizada a partir de um
questionário respondido pelos
estudantes,
escolhidos
aleatoriamente, do 5º ano do
Ensino Fundamental I de cada
uma das escolas pesquisadas.
A pesquisa investigou as
possíveis influências da família,
da escola e das instituições
religiosas na formação do
imaginário
religioso
das
crianças
de
dez
anos.
Inicialmente,
partiu-se
do
pressuposto que o imaginário
religioso infantil estava ligado a
uma intenção das escolas
confessionais em contribuir
através da disciplina do Ensino
Religioso para a formação
desse imaginário.
Abordar a temática referente ao
Ensino
Religioso
não
se
constitui como tarefa das mais
fáceis. A disciplina extrapola o
campo escolar, pois envolve
questões que vão além do
campo pedagógico. Ao longo de
seu percurso em território
brasileiro pode-se perceber que
este
componente
curricular
encontra-se relacionado ao
campo das tensões políticas,
que envolvem negociações
entre Estado e religiões. Estão
em jogo, além de questões
pedagógicas, elementos de
ordem
legal,
religiosa
e
epistêmica.
Dessa
forma,
propõe-se nesta dissertação o
desenvolvimento da temática
Modelos de Ensino Religioso:
Contribuições das Ciências da
Religião para a superação da
confessionalidade.
Coloca-se
como objetivo principal analisar
o
Ensino
Religioso
considerando seus elementos
em Minas Gerais – levando em
conta
seus
dilemas
e
complexidade e constituição
histórica, tendo como pano de
fundo a relação entre Estado e
religiões - e a sua possível
relação com as Ciências da
Religião enquanto fundamento
de área de conhecimento e
elemento relevante na formação
de professores para a disciplina
e suas contribuições para a
superação das propostas de
Ensino Religioso que adotam a
confessionalidade.
Dessa
forma, o percurso adotado
utiliza como principais linhas de
reflexão os seguintes pontos:
apresentar de que maneira o
Ensino
Religioso
se
faz
presente nas Constituições
brasileiras e na legislação
educacional de Minas Gerais,
analisar a relação entre a
disciplina
e
as
religiões,
identificar de que forma o
modelo Ciências da Religião
pode se configurar como
277
importante opção na formação
de professores de ER ou aquela
que responde com mais ganhos
nesse quesito. Os principais
resultados obtidos durante a
realização
desta
pesquisa
apontam para a adoção e
desenvolvimento do Modelo
Ciências da Religião como
elemento
importante
na
compreensão
do
Ensino
Religioso enquanto área de
conhecimento.
Esse
posicionamento, por sua vez,
contribuirá no sentido de
despolitizar a disciplina em favor
do
reconhecimento
da
graduação em Ciências da
Religião como habilitação para
docência em Ensino Religioso.
Teses
Carmencita de
Araújo
Costa
Seffrin
2000
Pontifícia
Universidade
Católica do
Rio
de
Janeiro
Teologia
A inculturação da
fé
no
Ensino
Religioso escolar uma
questão
multidimensional
Antonio
da
Silva Pereira
Laude
Erandi
Brandenburg
2002
Escola
Superior
Teologia
de
Teologia
O
lugar
da
participação
na
interação
pedagógica
no
Ensino
Religioso
escolar:
perspectivas
a
partir da teoria e da
prática.
Nestor
Luiz
João Beck
Celma Christina
Cruz da Rocha
2003
Escola
Superior
Teologia
Teologia
Um olhar sobre a
constituição
da
identidade religiosa
a
partir
dos
parâmetros
curriculares
nacionais
de
Ensino Religioso
Oneide Bobsin
de
A inculturação da fé no Ensino Religioso escolar é uma
questão multidimensional. Tem suas implicações
teológicas, antropológicas e pedagógicas. Teológicas:
porque é na teologia da criação que vamos encontrar o
dado teologal de cultura e fé. Antropológicas: porque a
inculturação exige uma leitura da cultura que queremos
evangelizar; no nosso caso, brasileira. Pedagógicas:
porque o Ensino Religioso escolar está inserido na
educação sistematizada desta cultura. A partir do seu
nascedouro, o Ensino Religioso depende das filosofias,
das políticas educacionais e das relações igreja e
estado. O empenho em inculturar a fé cristã na escola
pública estatal deve considerar estas implicações.
O trabalho constitui uma análise da disciplina de
Ensino Religioso na perspectiva da participação. O
objetivo da presente tese é detectar possibilidades de
participação inerentes ao ato de ensinar e aprender, e
que podem ser potencializadas no cotidiano escolar do
Ensino Religioso. O enfoque pedagógico do Ensino
Religioso trata do modo como o viés religioso da vida
social estrutura-se, ou pode se estruturar, a partir do
princípio da participação, na realidade da sala de aula
da escola pública estadual do RS. Os três primeiros
capítulos apresentam o enfoque teórico da participação
nas concepções sócio-política, pedagógica e religiosa.
Já o quarto capítulo apresenta os subsídios buscados
em sala de aula, através da pesquisa social, sobre
possibilidades de participação existentes e que podem
ser ampliadas ou implementadas. A partir do quadro
teórico e das amostras da realidade de sala de aula,
procura-se por uma proposta participativa para a
interação pedagógica no Ensino Religioso na escola
pública estadual do RS. O quinto e último capítulo
ocupa-se com uma proposta de ação para o Ensino
Religioso a partir da consideração de diferentes
elementos pedagógicos. A participação atinge, em
termos de Ensino Religioso, três áreas: as políticas
públicas de espaço da disciplina como área
reconhecida de saber, o lugar da disciplina de Ensino
Religioso no projeto político-pedagógico de cada
escola e a organização participativa da disciplina no
limite da sala de aula. Embora esteja conectado com
os dois primeiros, esse último aspecto recebe atenção
especial no encaminhamento da proposta.
A presente pesquisa tem como objeto a identidade
religiosa constituída pelos PCNER. Estes foram
material empírico, ou seja, a fonte discursiva que
realiza esta constituição. Considerando a relevância de
tratar-se a questão da linguagem, o presente trabalho
tem como a sua principal pergunta de investigação:
Como se constituem as identidades religiosas pelo
discurso dos PCNER, pelas relações de poder que
estabelece, pelas formas de saber que institui, pelos
tipos de sujeito que desenha, prescreve, constrói, pelas
relações entre ele e consigo mesmos e com outros,
mundo, sociedade? Esta questão foi como um viés da
investigação. Como objetivos específicos, buscou-se
realizar uma revisão epistemológica, utilizando-se
como ferramenta teórica de diálogo elementos das
contribuições
de
pensadores
contemporâneos,
articulando-se tais elementos com a análise do
discurso dos PCNER, focando a constituição da
identidade religiosa, e com ela se dá a partir deste
documento. No capítulo I foram feitas considerações
sobre
elementos
tematizados
na
reflexão
contemporânea, num recorte específico que se refere à
questão da identidade, das práticas discursivas e à
constituição da identidade religiosa. Após tais
considerações, no capítulo II clarificou-se a
metodologia utilizada para a leitura e análise dos
278
Remi Klein
2004
Sonia
Salete
Parode
Assumpcão
Eliton de Araujo
Santos
2007
Lourival
José
Martins Filho
2009
2008
Escola
Superior
Teologia
PCNER,
contextualizando
e
apresentando
o
documento. No capítulo III procurou-se relacionaremse as questões tematizadas pelas reflexões
contemporâneas com a análise dos PCNER,
pontuando a forma como constituem/validam
identidades. O texto conclui, portanto que sua
contribuição relaciona-se a ser instigante, no sentido
de uma provocação permanente as relações de podersaber-subjetividade. Contém manifesto o desejo e o
esforço para abrir novos caminhos éticos numa
perspectiva da constituição de uma subjetividade que
se exerce a partir da vigilância e de um ativismo
incessante que não busca o fim da luta, mas a
liberdade de participação nela.
O tema da tese de doutorado em Teologia é o
processo educativo-religioso da criança. Propõe-se a
perceber com crianças as suas aprendizagens
religiosas significativas, a partir da interação entre as
histórias bíblicas lidas ou narradas e as suas próprias
histórias de vida e o seu imaginário religioso infantil,
percebendo aí e assim as suas conexões e interrelações. Usa a expressão histórias em jogo num duplo
sentido, por tratar-se de um entre jogo, que se constitui
num fundamento epistemológico no processo
educativo-religioso, e, por outro lado, por usar o jogo
Minha história – tua história como metodologia de
pesquisa, por considerar a história e o jogo como
atividades inerentes ao próprio ser criança. Esboça e
propõe um olhar etnocartográfico como forma de
pesquisa, a fim de exercitar novos olhares de
aproximação ao imaginário religioso infantil, valendo-se
de suas contribuições e interlocuções da etnografia e
da cartografia para criar uma própria proposta,
procurando perceber o protagonismo infantil e levando
a sério a criança como sujeita do seu processo
educativo-religioso. Busca uma correlação entre
pesquisa e ensino-aprendizagem, sistematizando uma
experiência docente realizada durante quatro anos em
vinculação com a disciplina de Metodologia do Ensino:
Ensino
Religioso,
envolvendo
estudantespesquisadores de Pedagogia e de Teologia em sua
formação teológico-pedagógica por meio da vivência
do jogo e da elaboração de memoriais descritivoanalíticos. O primeiro capítulo apresenta, de forma
narrativa e reflexiva, as reminiscências do seu autor,
rememorando as histórias bíblicas em sua história de
vida, de formação e de atuação docente. O segundo
capítulo propõe um jogo de memórias sob um olhar
etnocartográfico sobre o processo educativo-religioso
da criança. O terceiro capítulo aborda as memórias em
jogo a partir das histórias em perspectivas na formação
docente. O quarto e último capítulo enfocam as
lembranças marcantes de crianças e histórias em jogo.
Sem Informação
Teologia
Histórias em jogo:
rememorando
e
resinificando
o
processo
educativo-religioso
sob
um
olhar
etnocartográfico
Wanda Deifelt
Instituto
Teológico
Shammah
Seminario
Internacional
de Teologia
Filosofia
Criatividade
no
Ensino Religioso
Wagner Teruel
Teologia
Manoel
Campos
Rodrigues
Sem informação
Escola
Superior
Teologia
Teologia
Historicidade
da
Disciplina Ensino
Religioso
no
Amazonas e sua
importância
na
Grade
Curricular
para
o
desenvolvimento
moral e ético de
nossos educadores
e educandos
"Tem azeite na
botija?"
Ensino
Religioso nos anos
iniciais do ensino
fundamental
em
Florianópolis - SC.
Manfredo
Carlos Wachs
Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo que
buscou analisar como e a partir do quê os docentes
que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental
em Florianópolis, devidamente habilitados em
Pedagogia, desenvolvem suas práticas pedagógicas
do componente curricular Ensino Religioso. A
inquietação que gerou o tema/problema surge desde
nossa infância e vai se alimentando na trajetória
acadêmica, como profissional da educação e como
pesquisador. Optou-se pela pesquisa-ação como
percurso metodológico, sendo que participaram da
pesquisa dezesseis docentes que balizaram os
procedimentos para a observação nas unidades
educativas, às questões para as entrevistas, a
realização dos seminários e as construções teóricas
decorrentes deste exercício de pesquisar/compartilhar.
A necessidade de repensar a formação inicial e
continuada dos docentes dos anos iniciais do Ensino
Fundamental, a inserção do Ensino Religioso nos
projetos pedagógicos escolares como compromisso de
todos os profissionais envolvidos e a busca coletiva por
práticas pedagógicas interdisciplinares em Ensino
Religioso são algumas das reflexões decorrentes da
pesquisa. Entende-se que este estudo possibilita uma
reflexão do componente curricular Ensino Religioso
nos anos iniciais do Ensino Fundamental e contribui
com as vozes que ainda lutam em favor da vida e da
escola em uma perspectiva de currículo em que o
Ensino Religioso não é anexo nem apêndice, mas
de
de
279
possibilidade de produção e apropriação de
conhecimentos na feitura de um mundo mais bonito e
equânime.
Eventos – área Educação
2002
30
de
setembro a
04
de
outubro
II
EDUCERE
Pontifícia
Universida
de Católica
do Paraná
Perfil pedagógico
do Ensino Religioso
Sérgio
Rogério
Azevedo Junqueira
Léo Marcelo Plantes
Machado
Luiz Alberto Sousa
Alves
Marilac Loraine da
Rosa Oleniki
2003
09 a 11 de
julho
XIV
Congresso
Estadual da
AEC/PR
Associação
de
Educação
de
Educação
Católica do
Paraná
Uma
reflexão
histórica sobre o
aspecto
metodológico
do
Ensino Religioso
Sérgio
Rogério
Azevedo Junqueira
2003
09 a 11 de
julho
XIV
Congresso
Estadual da
AEC/PR
Associação
de
Educação
de
Educação
Católica do
Paraná
O Ensino Religioso
na
formação
integral
do
educando
Marilac
Oleniki
2003
09 a 11 de
julho
XIV
Congresso
Estadual da
AEC/PR
Associação
de
Educação
de
Educação
Católica do
Paraná
A
Educação
Religiosa
num
mundo pluralista
Bonifácio Solak
2003
24 a 26 de
setembro
III
EDUCERE
Pontifícia
Universida
de Católica
do Paraná
Sobre a formação
do cidadão: uma
proposta de Ensino
Religioso
Maria Cecília M. NN.
Giovanella
Thalita Folmann da
Silva
Romilda Teodora Ens
Loraine
R.
O Ensino Religioso a partir da nova LDBEN (9394/96), mais
especificamente da reescrita do artigo treze, passou a ser
proposto a ser proposto dentro dos parâmetros pedagógicos e
não mais como uma forma de buscar fiéis ou realizar a
educação da fé dos mesmos. Entretanto, a atual proposta,
ainda a ser amadurecida, urge aprimorar o seu caráter
pedagógico. A discussão do que é a sua identidade dentro do
contexto da educação é o desafio que professores
especialistas e pesquisadoras estão debatendo por meio de
diferentes eventos e publicações que crescem em todo o
país. O percurso ainda não está concluído e para tal urge a
seriedade e a honestidade científica perseguida por tantos.
A nomeação do Ensino Religioso como área do conhecimento
pela câmara de educação básica do Conselho Nacional de
Educação provocou uma séria reflexão sobre o embasamento
deste componente curricular, historicamente a presença e
justificativa do Ensino Religioso nas escolas sempre foram
resultado
da
pressão
política,
mas
fundamentos
epistemológicos e pedagógicos eram, ou ainda são
inexistentes ou inexpressivos. Exige-se um significativo
desafio de refletir aspectos que progressivamente venham a
contribuir na estruturação destes fundamentos. O que se
pretende não é neste momento explicitar esta estrutura, mas
organizar alguns argumentos provocativos, a fim de
estabelecer um percurso para desenhar uma área de
conhecimento.
O espaço escolar, lugar de formação, propicia entrelaçamento
entre as dimensões individual social dos educandos. Nele o
aprendizado de convivência congrega a aprendizagem de si e
do outro, contribuindo para a integração dos educandos na
sociedade. Neste espaço, o Ensino Religioso ocupa um papel
significativo na formação integral dos educandos, enquanto
area de conhecimento, ao gerar uma ação pedagógica que se
fundamenta em três dimensões: saber de si, saber do outro e
transcendência. Por meio dessa dimensões propicia-se a
construção de saberes que viabilizam a cultura do respeito e
a sustentatibilidade da vida sem preconceito.
No Brasil católico do passado, a educação foi entendida como
a formação da pessoa, desde criança, na fé cristã, confundiase com catequese, responsabilidade legítima da Igreja. Isto
acontecia, inclusive, com a convivência dos governos. Por
isso, hoje, educação religiosa ainda é entendida por muita
gente de modo restrito ao cristianismo. Hoje o paradigma é
outro, convivemos com o pluralismo cultural e religioso. Os
legisladores garantiram a educação da dimensão religiosa do
ser humano, não acolhendo, entretanto, qualquer forma de
proselitismo ou desrespeito às diferentes manifestações
religiosas. Os Parâmetros Curriculares de Ensino Religioso,
elaborados no contexto cultural e religioso plural, estão sendo
uma referência na definição de conteúdos e na formação e
contratação de professores, o desafio, agora, está na
mudança de concepções e adesão ao novo paradigma. O ER,
como disciplina escolar, não é a questão de fé.
O Ensino Religioso esteve sempre presente no contexto
histórico das escolas brasileiras, com o intuito de oferecer aos
estudantes um ensino voltado para uma educação integral. O
conhecimento religioso enquanto patrimônio da humanidade
necessita estar à disposição na Escola. Em vista da
operacionalização deste processo, o Ensino Religioso tem se
caracterizado pela busca de compreensão desse sujeito,
explorando temas de seu interesse, de forma interdisciplinar,
com estratégias que consideram este novo perfil de
indivíduos, estimulando, sobretudo, o diálogo. Nos
Parâmetros Curriculares nacionais incluem-se os critérios
para seleção dos conteúdos e objetivos do Ensino Religioso,
de uma forma interdisciplinar, considerando a liberdade de
expressão diante das diferentes regiões encontradas no
âmbito escolar. O Ensino Religioso é um conhecimento
humano e devem estar disponível à socialização, os seus
conteúdos não servem ao proselitismo, mas devem
proporcionar o conhecimento de elementos básicos que
compões o fenômeno religioso. A proposta do Ensino
Religioso para as escolas não é transformá-la em uma
comunidade de fé, mas um espaço que favoreça o
desenvolvimento da consciência religiosa, contribuindo para a
formação do indivíduo enquanto cidadão, cultivando nos
estudantes os valores fundamentais para a vida em
sociedade do indivíduo enquanto cidadão, cultivando nos
estudantes os valores fundamentais para a vida em
sociedade. O Estado reconhece a necessidade de uma
educação religiosa direcionada para a cidadania, sendo
preciso que os educadores estejam preparados para este
desafio, aprimorando o encaminhamento metodológico que os
educadores estejam preparados para este desafio,
aprimorando o encaminhamento metodológico e, assim,
proporcionando
aos
educando,
de
uma
maneira
Interconfessional, o conhecimento religioso.
280
2005
03 a 05 de
outubro
V
EDUCERE
Pontifícia
Universida
de Católica
do Paraná
A
diversidade
cultural presente no
Ensino Religioso
Cláudia
Regina
Tavares Cardoso
Danise Cristiane Rios
Araújo
Silvana Fortaleza dos
Santos
2006
17 a 20 de
abril
VI
Congresso
Luso
Brasileiro
de História
da
Educação
Universida
de Federal
de
Uberlândia
O Ensino Religioso
nas
escolas
públicas de Juiz de
Fora (1930-1956)
Marco Aurélio Corrêa
Martins
2006
17 a 20 de
abril
VI
Congresso
Luso
Brasileiro
de História
da
Educação
Universida
de Federal
de
Uberlândia
A
construção
histórica de um
componente
curricular brasileiro:
Ensino Religioso
Sérgio
Rogério
Azevedo Junqueira
Lílian
Blanck
de
Oliveira
Falar de cultura é falar das inúmeras ciências. Ela é a
somatória da intelectualidade do ser humano, sua experiência
com o meio ambiente e a sociedade. O Brasil, desde seu
descobrimento, foi constituído com bases na diversidade
religiosa, começando com a própria cultura dos índios. A
religião, por meio da cultura, traz ao grupo social e ao
indivíduo uma leitura própria, particular, uma compreensão do
ser, do agir, do conviver e da responsabilidade de relacionar
com o Transcendente. Dessa responsabilidade nasce a
necessidade de desenvolver uma relação harmônica com o
próximo, como também com tudo que faz parte do meio
ambiente. A distância geográfica, por si só, provoca a
diversidade no processo dos grupos sociais. Por exemplo, o
Oriente e o Ocidente. Bortoleto (FONAPER, 2001) confirma o
papel fundamental da cultura para as civilizações, no aspecto
das tradições religiosas. No Brasil a aculturação religiosa foi
introduzida pelas diversas etnias, que é composta de religiões
oriundas da África, da Europa e dos povos indígenas, entre
outras. É nesse contexto de diversidade cultural e religiosa
que os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino
Religioso e agora, mais recentemente, as Diretrizes do Ensino
Religioso do Estado do Paraná, elaborado por uma equipe
multidisciplinar, coordenada pela Secretaria de Estado da
Educação, encontra antigos e novos desafios. Trabalhar a
manifestação do Transcendente nas escolas e introduzir as
diferentes medidas do conhecimento religioso é um dos
desafios dos educadores. Porém, entre as ferramentas
disponíveis para articular esse saber, os professores
encontram o diálogo.
Uma das estratégias adotadas pela Igreja no Brasil para influir
na sociedade ou “cristianizá-la por dentro” – princípio
cristandade renovada com a Pastoral de 1916 de D. Leme,
quando assumiu a Diocese de Olinda e recife, período
conhecido como o de Neo-cristandade – foi à atuação junto
às escolas públicas que estavam surgindo. Sobretudo após o
Movimento de 1930 e as reformas protestantes e o
crescimento dos espíritas no cenário educacional e religioso.
Isso representava uma ameaça à ordem católica e a seus
projetos. Era preciso marcar presença em todos os espaços,
sobretudo nos públicos. Inspirados ainda nos princípios da
Encíclica de Pio XI – “Divini Illius Magistri”, de 1929,
acreditavam ser força da família educar e, em seu lugar, da
Igreja (princípio"in loco parenis”), jamais do Estado. Por isso
sua opção pelo ensino privado, através do qual poderiam
livremente educar segundo os princípios do cristianismo
católico. Buscaram influir em todas as ordens e esferas
administrativas do Estado a fim de garantir esses princípios
educacionais e religiosos. Buscando, conquistar e manter o
espaço dentro do Estado e, neste caso, dentro da escola
pública, muitas iniciativas forma tomadas pela Igreja. Em Juiz
de Fora, algumas destas se destacam: a criação da
Associação de Professores Católicos e a Associação de pais
e educadores, além do Apostolado da Imprensa,
representados, na Diocese, pelo Jornal “O lampadário”. A
estratégia adotada não difere da adotada pela Igreja em nível
nacional e, até mesmo, internacional. Trazem a marca do
processo de Romanização da Igreja, iniciada no final do
século XIX e levada a termo até meados de século XX. Pela
Romanização a Se Romana passa a ter mais controle sobre
as dioceses, sobretudo em questões de doutrina. É uma
postura reacionária da Igreja no sentido de que reage à
modernidade, negando-a. Esse processo começa a mudar no
final da década de 1950 quando a Igreja Católica se
encaminha para o Concílio Vaticano II, marco do início do
diálogo da Igreja com a modernidade. Pesquisa bibliográfica e
documental, o presente trabalho procurou compreender esses
mecanismos de investigação da Igreja na Escola pública entre
as décadas de 1930 a 1950, com ênfase no debate das
reformas educacionais da década de 1930. Baseado em
pesquisa no jornal “O lampadário”, seminário da Diocese de
Juiz de Fora, criado por D. Justino, seu primeiro bispo,
procurou levantar algumas das principais estratégias adotas
pela Igreja liderada por seus Bispos ou por vigários
paroquiais, no intuito de se fazer presente nos meios
escolares públicos, chamados neutros a fim de torná-los
católicos. Não foi preocupação de este trabalho dimensionar o
alcance das tarefas da Igreja em Juiz de Fora, apenas indicar
que houve um processo e que ele está em total conformidade
com as orientações da Igreja em Roma e, sobretudo, da
Igreja no Brasil, sinal dos resultados da romanização.
Também ficaram fora dessa análise as iniciativas leigas,
embora apoiadas pela hierarquia, como a União de Moços
Católicos, o Centro Dom Vital, e, em especial, no caso de Juiz
de Fora, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Juiz
de Fora, por não encontrarem eco no Seminário “O
lampadário”, e por serem objeto de outras análises.
Um dos componentes curriculares que polemizam o cotidiano
da sala de aula é com certeza a disciplina criada no período
republicano denominada de Ensino Religioso, prevista na
Constituição brasileira de 1931. Esta disciplina retrata as
relações Igreja e Estado em um período da história nacional
mesmo considerando a laicidade estabelecida a partir de
1891. A inferência de instituições religiosas no processo de
escolarização brasileira não foi limitada às chamadas escolas
confessionais, mas fruto de contínuos esforços de que a
federação e os sistemas estaduais acolhessem ações e
profissionais de tradições, especialmente cristãs na
281
2006
17 a 20 de
abril
VI
Congresso
Luso
Brasileiro
de História
da
Educação
Universida
de Federal
de
Uberlândia
Sintonia oscilante:
religião, moral e
civismo no Brasil –
1931/97
Luiz Antônio Cunha
orientação do cotidiano escolar. Um exemplo desta presença
e inferência foi à articulação do Ensino Religioso Escolar
ministrado por lideranças das igrejas. Portanto, com objetivo
de compreender a identidade e evolução deste componente
do currículo nacional ainda vigente, a partir das Constituições
e legislações educacionais brasileiras, desenvolve-se o
presente trabalho. Para tal foi realizado um estudo
comparativo para análise e definição do Ensino Religioso na
história da educação brasileira utilizando as legislações e
comentários de época para compreender as discussões que
envolveram os diferentes textos legislativos. Em um primeiro
momento esta disciplina assumiu explicitamente um caráter
confessional (1931) e recentemente foi definida em uma
perspectiva multicultural nacional no modelo estabelecido
pela lei 9475 (1997) que introduz o veto ao proselitismo e o
respeito à diversidade religiosa nacional. Utilizando-se de
estudos como de BEREZINSKI (1997), EMÍLIO (1992),
FÁVERO (1996), FIGUEREDO (1993), FILORANO (1987)
LUSTOSA (1991), vislumbrou-se a compreensão do contexto
sócio-cultural e procederam-se as hermenêuticas da
legislação pertinente para estabelecer a relação entre a
introdução e a manutenção de uma disciplina que, a partir de
1998 tornou-se área de conhecimento. A transformação em
área de conhecimento deu-se graças ao Conselho Nacional
de
Educação
(Diretrizes
Curriculares
de
Ensino
Fundamental), que demonstrou um contínuo confronto entre
dois projetos: político-religioso e político-pedagógico. O Brasil
ao longo da república estabeleceu três modelos para o Ensino
Religioso, inicialmente o confessional assumido desde o
padroado em que os professores atuaria como iniciadores de
uma tradição religiosa, muita das vezes “preparando” as
crianças em horário escolar para os sacramentos religiosos,
os conteúdos da disciplina e a formação docente estabelecida
a partir dos princípios de Lactâncio (Séc. IV da era cristã). A
proposta era de que o professor seria o evangelizador,
favorecendo os estudantes que compreendidos como fieis
deveriam estudar o conteúdo para uma melhor adesão à
religião considerada hegemônica. A partir de 1971 (5.692 na
reforma educacional) foi elaborado o modelo interconfessional
que consistia em uma articulação entre as denominações
cristãs, utilizando-se do método antropológico-kerigmático de
origem franco-belga. O professor era compreendido como um
animador que a partir de temas relacionados a questões
como a vida, namoro, família, vida sexual deveria ensinar os
valores da sociedade a partir da ótica cristã, assumindo o
evangelho como parâmetro de comportamento. Estes dois
primeiros modelos foram reconhecidos formalmente na
primeira versão do artigo trinta e três da lei 9394 (1996), que
descreve o Ensino Religioso confessional como possível de
ser ministrado de acordo com a opção religiosa do aluno ou
do seu responsável, orientado por professores ou religiosos
preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou
entidades religiosas, enquanto o Ensino Religioso
interconfessional, resultado de acordo entre as diversas
entidades religiosas, se responsabilizam pela elaboração do
respectivo programa. Diante das discussões ocorridas na
ocasião da assinatura desta legislação 9394 (1996), ocorreu
uma ampla mobilização para reestruturação do artigo que
orientava o Ensino Religioso, pois as duas modalidades deste
componente curricular contrariavam a concepção de laicidade
do Estado. O resultado foi à primeira alteração da LDBEN
com uma nova redação para o artigo trinta e três desta
legislação em julho de 1997. O texto foi modificado sendo
publicada uma nova versão para orientar um novo modelo
denominado de fenomenológico, estruturado a partir da
compreensão de “religio” em Cícero (75 a.C). Em decorrência
desta pesquisa o resultado alcançado foi à sistematização da
história estabelecida por este componente do currículo ao
longo do período republicano e seus pressupostos
estabelecidos na colônia e império brasileiro.
Ensino Religioso nas escolas públicas é tema pouco
freqüente na bibliografia brasileira, assim como a Educação
Moral e Cívica. Quando aparecem, evidencia-se o caráter,
sobretudo ideológico da defesas ou refutação dessas
disciplinas. Sem embargo de tais posições, a comunicação
proposta atenta para um elemento comum a ambas as
disciplinas – o fato de serem inseridas nos currículos das
escolas publicas por pressões externas, de origem religiosa
e/ou política. Atenta, também para a necessidade de
sentimento das diferenças entre o ER e a EMC, bem como
das relações entre elas, para além de sua dimensão
estritamente religiosa o política. Embora essas disciplinas
existissem já nas escolas públicas do Império, foram às
mudanças, ocorridas na educação brasileira nos anos 1990
que propiciaram a reorientação buscada pela pesquisa em
curós. Com efeito, após a segunda LDB, verifica-se a enfática
retomada da antiga demanda da Igreja Católica no sentido da
implantação do ER no sistema públicos de educação básica.
A rapidez com que essa disciplina vem sendo efetivada,
inclusive mediante o recrutamento de professores
credenciados pelas entidades religiosas, em concursos por
credo, como se fez em 2004, no Rio de Janeiro, leva a pensar
no enfraquecimento político de certo laicismo passivo (todavia
eficaz), que protelou, por décadas, a implantação
generalizada dessas disciplina nas escolas públicas. Mas, a
retomada católica não se faz sem dimensão interno à própria
burocracia eclesiástica, a respeito da estratégia orientadora
282
2007
05 a 08
novembro
VII
EDUCERE
Pontifícia
Universida
de Católica
do Paraná
Currículo escolar e
algumas
possibilidades de
integração entre as
disciplinas
de
história, geografia e
Ensino Religioso
Sérgio
Rogério
Azevedo Junqueira
Edile
M.
Fracaro
Rodrigues
Barbara Raquel do
Prado
Gimenez
Corrêa
2008
VII ANPED
SUL
Universida
de de Itajaí
Perspectivas
da
pesquisa
etnográfica
no
Ensino Religioso: a
validação
dos
Edile Maria Fracaro
Rodrigues
Dilmeire
Sant’Anna
Ramos Vogerau
Sérgio
Rogério
de as relações com os demais segmentos religiosos, o que
tem repercutido sobre a direção a adotar no ER nas escolas
públicas para uma corrente, ele deve ser confessional, para
outra, inter/supra confessional. Recentemente, essa disputas
se intensificaram com os partidários da primeira corrente
acusando os da segunda de pretenderem transformar o ER
numa espécie de EMC, alusão dotada de forte conotação
pejorativa: a imagem dessa disciplina é a de ter sido uma
fusão do autoritarismo político com o catolicismo conservador
e o patrimonialismo cultural. Tais disputas presentes me
levam a buscar reconstruir as relações entre os projetos
dessas duas disciplinas no período de 1931 (quando o ER
passou a integrar o currículo das escolas públicas, pelo
decreto 19.941) a 1997 (quando a LDBEN foi alterada 9475
que reforçou sobremaneira as entidades religiosas na
definição de tal disciplina). Nesse período, a EMC ora foi
incluída no currículo, ora foi dele suprimida: presente na lei
orgânica do ensino secundário (1942), até o fim do Estado
Novo; ausente na República Populista, para retornar com toda
a força em 1969 (decreto lei 869), sendo mais uma vez
suprimida em 1993(lei 8.663). A hipótese que orienta a
pesquisa é a de que se impõe a superação do esquema
binário Igreja-Estado para a compreensão do tema em foco
(útil quando a Igreja Católica era protagonista praticamente
exclusiva), pela adaptação do conceito de campo, de Pierre
Bourdieu, à pesquisa histórica. Esse conceito permite a
apreensão tanto das alianças e dos conflitos internos à
“esfera” política e à proposta, a legislação federal é
examinada como produto de alianças e conflitos entre o
campo político e o campo religioso, naquilo que concerne ao
campo educacional. Leis, decretos, decretos-leis, portais
ministeriais e pareceres de Conselhos de Educação são
examinados, assim como suas justificativas, com o fim de
extrair deles os significados manifestos e não manifestos lidos
no contexto em que foram gerados. A conclusão do estudo é
que as disciplinas em questão expressam diferentes sentidos
no jogo de força entre o que foram gerados. A conclusão do
estudo é que as disciplinas em questão expressam diferentes
sentidos no jogo de forças entre o campo político e o campo
religioso. O ER expressa à tentativa do campo religiosa de
instrumentalizar o campo político para propósitos
hegemônicos via ação no campo educacional. A EMC por sua
vez, representa a tentativa do campo político de
instrumentalizar o campo religioso para propósitos igualmente
hegemônicos, pela mesma via escolar pública. Nas
justificativas, os sentidos indicados podem aparecer
invertidos, como no texto pelo qual o ministro Francisco
Campos encaminhou a minuta do decreto de 1931, ao Chefe
do Governo Provisório Getúlio Vargas. Quando as disciplinas
integraram
os
currículos,
Simultanemanete
houve
convergências
entre
os
respectivos
propósitos
instrumentalizadores: abrangente no Estado Novo (1937/45) e
restrita na ditadura militar (1964/85). Divergências entre o ER
e a EDM não foram encontradas no período estudado. Em
todos os casos, a instrumentalização visou, sempre, o campo
educacional, que teve retardo seu processo de
autonomização.
Compreendida como um direito de todos, dever do Estado e
da família em colaboração com a sociedade, a Educação no
Brasil é caracterizada pela igualdade de condições, pelo
respeito à pluralidade de idéias e pela valorização do
patrimônio cultural. O diálogo entre o sujeito e os saberes do
espaço que ocupa é importante no processo de apropriação
do conhecimento. Nessa proposta, o professor assume uma
perspectiva de instigar seus estudantes a questionar o
cotidiano, a investigar novos elementos para construir o
conhecimento, superando o processo de apenas repetir
informações. Historicamente no Brasil, as principais
características do currículo se compuserem numa postura de
transferência de conteúdos e informações, com baixa
possibilidade de reflexão e criticidade. Propor que temas
como trabalho, sociedade e cultura sejam articuladas para
colaborar na formação da identidade nacional desses sujeitos
do conhecimento permitem a compreensão do espaço e
tempo que o ser humano ocupa. As disciplinas de História e
Geografia podem ajudar a construir os pressupostos da
presença religiosa no país. Sendo essas três disciplinas,
áreas de conhecimento do desenvolvimento humano, pode-se
na escola articular seus objetivos para possibilitar ao aluno a
formação humana, a inter-relação com o contexto sóciocultural e a superação de possíveis pensamentos
preconceituosos diante dos diferentes olhares ao
transcendente. Assim, a interdisciplinaridade entre essas
disciplinas levará a uma reflexão sobre a diversidade
sociocultural e a uma reverência aos que compreendem o
mundo de forma diferente do que aprenderam, pois levarão
em conta os espaços histórico-geográficos diferentes.
Articulando os saberes constitutivos dessas disciplinas, em
um currículo contextualizado, com estratégias que
considerem esse novo perfil de indivíduos, estaremos criando
um espaço privilegiado de (re) elaboração constante das
situações crescentes sobre as diferentes instâncias sociais.
Vários movimentos sociais pela igualdade de direitos
marcaram a década de 1960. As rebeliões estudantis que
aconteceram na França e as lutas contra a discriminação
racial e social provocaram o interesse dos pesquisadores
para o uso de uma abordagem antropológica ou etnográfica
283
2008
XIV
ENDIPE
Pontifícia
Universida
de Católica
do
Rio
Grande do
Sul
indicadores
de
análise utilizando
um software de
análise qualitativa
Azevedo Junqueira
Práxis educativa no
Ensino Religioso –
confluência
entre
epistemologia
e
didática
Laude
Brandenburg
Erandi
para investigar o que estava se passando dentro das escolas
e das salas de aula (ANDRÉ, 2007, p. 20). Ainda segundo a
autora, “os métodos qualitativos também ganhavam
popularidade porque buscavam retratar os pontos de vista de
todos os participantes, mesmo dos que não detinham poder
nem privilégio”, o que se alinhava perfeitamente com os ideais
democráticos que surgiam nesse momento da História. Todo
sujeito é político, religioso, social, lúdico, racional, individual,
mas não é nada disto isoladamente. “E, embora mantenha
uma relação consigo mesmo, é no limiar do encontro com o
outro que constrói sua identidade” (MATO, 1998, p.282). A
caracterização social do sujeito e dos papéis por ele
exercidos é necessária para reconhecer o quanto as relações
sociais são efetivas na formação do indivíduo, pois ao pensar,
o homem estabelece sistemas de representações, de
conceitos e de mediações que lhe possibilite avançar para
além de suas contradições. Ao mesmo tempo em que uma
formação mais ampla é valorizada, percebe-se uma
sociedade que privilegia o ter e não o ser, o descartável e não
os valores reais, a razão e não a afetividade. Tendo a visão
de que o Ensino Religioso precisa ser entendido a partir de
uma visão mais ampla que reúna todas as áreas do
conhecimento, conforme salienta a própria Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (BRASIL, 1996), é que algumas
pesquisas (LONGHI 2004, SCHLÖGL, 2005; CORRÊA, 2006;
OLIVEIRA et al., 2006) têm se desenvolvido para que,
orientados por critérios éticos, a religiosidade presente em
cada um possa ser desenvolvida de maneira dialógica e
reverente ante as diferentes expressões religiosas. As
diferentes formas de interpretações da vida, as formas de
compreensão do senso comum, significados variados das
experiências percebidos pelos participantes, são o campo da
etnografia que tenta mostrar essa diversidade de significados.
Assim, a etnografia não é somente a transcrição de textos,
levantamento de genealogias, mapeamento campos,
manutenção de um diário, mas a percepção do significado
das perspectivas imediatas que um grupo particular de
pessoas faz, o que Geertz denomina como uma "descrição
densa"1. Para orientar o currículo para toda rede pública
estadual, a SEED — Secretaria de Estado de Educação do
Paraná — construiu, com o auxílio de equipes pedagógicas
dos Núcleos Regionais de Educação e de técnicospedagógicos da SEED, um documento orientador, as
Diretrizes Curriculares da Educação Básica no Paraná. Essas
diretrizes orientam a organização as disciplinas que compõem
a base nacional comum e a parte diversificada, estando entre
essa disciplina o Ensino Religioso. Para debater essas
Diretrizes, na semana de 23 a 26 de outubro de 2006 em
Curitiba (PR), a Secretaria de Educação do Estado do Paraná
promoveu um Simpósio de Ensino Religioso. Estiveram
presentes mais de 350 professores que atuam nessa área do
conhecimento. Na ocasião, foi proposto aos participantes que
elaborassem um desenho e uma frase com o objetivo de
expressar o papel do Ensino Religioso na educação dos
estudantes do Ensino Fundamental do Estado do Paraná.
Com o material coletado nesse evento, pretende-se
responder “Qual a compreensão que o professor possui
acerca do papel do Ensino Religioso como componente do
currículo do Ensino Fundamental?”. Sendo que para esse
artigo, buscou-se apresentar a etapa inicial de nossa
pesquisa, na qual foi proposto como objetivo identificar e
validar os indicadores a serem aplicados na análise de
duzentos e dezessete (217) documentos. A busca destes
indicadores se deve ao fato de que, mesmo que a pesquisa
etnográfica já esteja presente em vários estudos no campo
educacional, no que tange ao Ensino Religioso, estudos
dessa natureza ainda são recentes. Isso acarreta algumas
dificuldades para os pesquisadores que vão adentrar nesse
campo, pois possuem pouco referencial teórico e
metodologias para sustentar e encaminhar a análise de dados
de suas pesquisas, ainda mais quando se tem diferentes tipos
de dados como é o caso dessa pesquisa, que utiliza imagens
e textos como fonte de informações. Essa preocupação com o
rigor metodológico de análise é compartilhada com André
(2007) que comenta sobre a complexidade e cuidados
necessários quando se utiliza dados cuja forma de
apresentação tem origem em desenhos, fotografias, histórias
em quadrinhos ou vídeos. Além disso, é preciso ser bastante
persistente, não hesitando em fazer uma, duas, ou até dez
versões do caso até que realmente se consiga expressar a
riqueza, a complexidade e o movimento do que foi observado,
ouvido, partilhado (ANDRÉ, 2007, p. 63). Devido às diferentes
fontes e a quantidade de documentos utilizados, buscamos
também verificar, nessa etapa, como um software de análise
qualitativa de dados poderia contribuir para uma visão
aprofundada dos fenômenos inerentes do processo do Ensino
Religioso.
O trabalho enfoca a área do Ensino Religioso na perspectiva
da relação entre a epistemologia e a didática que se
concretiza na prática do currículo escolar na escola pública.
Apresenta resultados de uma pesquisa sobre concepções
epistemológicas e práticas no Ensino Religioso na rede
estadual de escolas do Rio Grande do Sul, já concluída, e de
uma pesquisa em andamento que faz um olhar para a mesma
temática no âmbito municipal. Enfoca a problemática do
Ensino Religioso e não ignora a polêmica que envolve seu
reconhecimento como área de conhecimento, mas aponta
284
2008
31ª ANPED
2009
26 a 29
outubro
IX
EDUCERE
2009
26 a 29
outubro
IX
EDUCERE
Livros
didáticos
católicos: o Ensino
Religioso
e
a
discriminação
de
religiões
afrodescendentes
Maristela Gomes de
Souza Guedes
Pontifícia
Universida
de Católica
do Paraná
A utilização como
possibilidade
de
investigação
no
Ensino Religioso
Raimundo
Márcio
Mota de Castro
Pontifícia
Universida
de Católica
do Paraná
As
diretrizes
curriculares
de
Ensino Religioso do
estado do Paraná
como documento
de concepção e
orientação
Carolina do Rocio
Nizer
Wilson José Vieira
possibilidades de práticas no cotidiano escolar, a partir de
concepções epistemológicas a ela pertinentes. O respeito à
diversidade religiosa, a articulação entre identidade e
diferença, a convivência respeitosa e alteridade e o
desenvolvimento da tolerância e resolução de conflitos
evidenciam-se como concepções fundamentais. Esses
princípios são resultados da manifestação de estudantes,
docentes, direções de escola, setores de apoio como
Conselho do Ensino Religioso - CONER, Coordenadorias de
educação e Secretaria de Educação em consonância com o
referencial bibliográfico da pesquisa. Inicialmente é feita a
contextualização do assunto e caracteriza-se o Ensino
Religioso como área de conhecimento. Em seguida aborda-se
o lugar do Ensino Religioso no currículo e sua abordagem no
cotidiano escolar através de uma didática específica
conectada com os princípios epistemológicos que orientam a
área do Ensino Religioso.
O diálogo que tento fazer através desse texto é sobre mais
um desafio, além dos muitos com os quais já lidam
professores e professoras em todo país. Mas penso no tema
desta 31ª Reunião da ANPED “Constituição Brasileira,
Direitos Humanos e Educação” e me animo a fazê-lo. Em
agosto de 2007, foram lançamentos os livros católicos: “As
Obras de Deus Criador” e “O fato Cristão”. A organização é
da Arquidiocese do Rio de Janeiro, a coordenação geral é de
Dom Filippo Santoro e a publicação é da Editora Vozes com
colaboração da entidade alemã Adveniat-Essen. Segundo
Dom Filippo, os livros foram produzidos de acordo com os
pressupostos fundamentais da Arquidiocese. Em uma revisão
detalhada do material, o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro,
Dom Eusébio Oscar Scheid, assegurou que o conteúdo é
compatível com as diretrizes da Igreja da cidade. Logo depois
foram lançados “A Igreja de Cristo” e “Os sinais do Espírito”.
Nenhum problema, não fossem essas publicações Livros
Didáticos Católicos de Ensino Religioso Confessional. Os dois
primeiros destinados ao 1º e 2º ano e os dois últimos, ao 4º e
5º ano do Ensino Fundamental. Na ocasião, em artigo
publicado no Jornal O Testemunho de Fé, Dom Filippo, que é
Bispo da Educação e do Ensino Religioso, afirmava que “os
livros estão sendo muito apreciados também fora do Estado
do Rio, por sua simplicidade e seu conteúdo bonito”. Pudera,
o principal ilustrador dos livros é o famoso cartunista Ziraldo.
Os livros surgiram pela brecha aberta através da lei estadual
3.459/2000, que regulamentou o Ensino Religioso como
confessional, nas escolas do Rio de Janeiro. As obras
desrespeitam a Constituição, burlam a própria lei do Ensino
Religioso, discriminam religiões afro-descendentes e
representam um retrocesso em importantes conquistas de
educadores e educadoras preocupados (as) com a
diversidade do país. Por onde quer que se olhe a situação é
absurda, mas vamos por partes e sem nenhuma pretensão de
esgotar aqui o assunto.
Em pesquisas educacionais tem se multiplicado, nos últimos
anos, as possibilidades de investigação. Inúmeras
metodologias e abordagem procuram mostrar as mais
diversas facetas do complexo panorama educacional. Em
recente pesquisa, realizada no Programa de Mestrado em
Educação da Universidade de Uberaba, tem-se utilizado de
narrativas com instrumento metodológico para investigar e
aferir uma possível identidade para o Ensino Religioso. O
presente trabalho visa apresentar as narrativas como
possibilidade de investigação na pesquisa educacional,
particularmente no que se refere ao Ensino Religioso, uma
vez que se entende que a escolha metodológica de uma
pesquisa seja determinante para a busca de um resultado
mais aproximado e satisfatório do que se pretende investigar.
A utilização e entendimento das narrativas aplicadas nessa
pesquisa apóiam-se na perspectiva de Benjamim (1994), que
serve de instrumental para Bosi (1994), Brandão (2003) entre
outros. A coleta de dados foi realizada no período de março a
maio de 2009, gravado em aparelhos de MP3 e transcritas
para a utilização na pesquisa mencionada. Mesmo em
andamento, já se observa que as falas das narradoras são
esclarecedoras, quando se tenta pensar a identidade do
Ensino Religioso. Percebem-se inúmeras categorias de
análise, a saber: o sagrado enquanto objeto do Ensino
Religioso, formação de professores, currículo, o espaço do
Ensino Religioso na escola e na vida do aluno, didática
utilizada entre outras. Pensa-se que a pesquisa com
narrativas na investigação educacional proporciona um olhar
atento e preciso sobre o vivido na efetivação da atividade
docente, na aprendizagem do aluno e na relação dialógica
que compõe o complexo mundo da escola, ainda mais
quando se evidencia o Ensino Religioso.
As Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso da Secretaria
de Educação do Estado do Paraná foi um documento
construído coletivamente com a participação dos professores
da rede estadual de ensino, de professores de instituições
superiores e de diferentes organizações religiosas com o
objetivo de desenvolver uma proposta para o Ensino
Religioso que superasse a “tradicional aula de religião”, ou
seja, que desenvolvesse uma perspectiva laica do Ensino
Religioso. Após a elaboração desse documento houve a
necessidade de uma efetiva implementação e tal ação, foi
desenvolvida através do processo de formação continuada
denominada “DEB Itinerante”. Nome que se dá à ida dos
técnicos do Departamento de Educação Básica aos 32
285
2009
26 a 29
outubro
IX
EDUCERE
Pontifícia
Universida
de Católica
do Paraná
Acordos
que
acordam para o
direito
e
a
diversidade
Claudia Kluck
Núcleos Regionais de Ensino do Estado do Paraná para
desenvolver oficinas nas quais se discutiam as Diretrizes
Curriculares e práticas oriundas de tal perspectiva. Um dos
principais elementos presentes nesse documento é a
definição do objeto de estudo o Sagrado que possibilita o
tratamento das diferentes manifestações religiosas sem que
ocorra o tratamento privilegiado de uma religião em
detrimento de outra. Neste documento o Ensino Religioso tem
como intenção superar o próprio processo histórico de
proselitismo ao apresentar a disciplina enquanto forma de
abordar a religião como conteúdo escolar.
A presente reflexão sobre a diversidade e direitos foi
provocada pelo Acordo firmado entre Brasil e Vaticano,
assinado no dia 13 de novembro de 2008, em seu Artigo 11,
onde, aparentemente se descortina uma tentativa em vincular
o Ensino Religioso ao Catolicismo. Em primeira instância isso
seria imputar a condição de proselitista à educação brasileira,
o que contraria preceitos legais da Magistratura Nacional e da
Educação. Num segundo momento, refletindo sobre as
implicações do acordo, surgiu o questionamento se poderia
ser estabelecidos dias de retrocesso, onde a pluralidade e a
diversidade cultural e religiosa acabariam sendo reprimida e
até combatida. Como forma de instigar a reflexão, muito
necessária, sobre o direito a diferença – como se neste país a
diversidade não fosse à regra, valendo-se de um paralelo
analisou-se, brevemente, a dominação das nações africanas
no Brasil Colônia e a negação as questões identitários. A
forma de enfrentamento do proselitismo que se anunciava
encontrou resposta no Parecer do MEC, que em franca
oposição ao Artigo 11, apóia a necessidade do Ensino
Religioso na grade escolar, e dele como fomentador ao
respeito à multiplicidade de expressões religiosas brasileiras,
contribuindo com a valorização da espiritualidade, e negando
posições proselitistas. Considerados o objeto do estudo e o
conteúdo a ser analisado, metodologicamente foi
encaminhado por meio da pesquisa qualitativa, com
abordagem fenomenológica, sendo sua modalidade a
Revisão Bibliográfica. Justificando a leitura como lócus
formativo de docentes são apresentados alguns avanços no
âmbito dos Direitos Humanos e algumas posições de religiões
e organizações onde a cultura da paz encontra tradução de
intenções e práticas, indicando a força que os
questionamentos sobre as questões cotidianas contribuem ao
levar a possibilidade de crescimento e novas formas de
encarar velhos problemas humanos.
Eventos – área de Teologia/Ciências da Religião
2006
III
Seminário
Nacional
Religião
e
Sociedade
O espaço do
sagrado
no
século XXI
Núcleo
Paranaense
de Pesquisa
em Religião
Educação, religião e
símbolos
Emerli
Schlogl
Sergio
Rogério
Azevedo
Junqueira
2006
III
Seminário
Nacional
Religião
e
Sociedade
O espaço do
sagrado
no
século XXI
Núcleo
Paranaense
de Pesquisa
em Religião
Diálogo – revista de
Ensino Religioso
Cláudio
Regina
Tavares
Cardoso
Este texto focaliza a questão da simbologia no Ensino
Religioso tendo em vista a formação do professor para a o
exercício da docência nesta disciplina. A pesquisa foi realizada
nos anos de 2004 e 2005 e se orientou na perspectiva do
método fenomenológico, o que possibilitou a inclusão do
subjetivo, condição favorável ao estudo do simbólico. Os
símbolos são identificados e explicitados na analise feita sobre
os materiais de apoio pedagógico e cursos de formação do
professor de Ensino Religioso, idealizados e conduzidos pela
ASSINTEC, desde o seu surgimento em 1973 até o ano de
2005. Buscou-se estabelecer articulações possíveis entre o
universo simbólico cultural religioso que estrutura os
conteúdos do Ensino Religioso e o universo simbólico do
professor. Para tanto, como procedimento de pesquisa de
campo empregou-se um questionário dirigido aos professores
de Ensino Religioso do Paraná e realizou-se pesquisa
bibliográfica sobre a teoria dos símbolos. Resultante das
análises interpretações realizadas evidenciou-se que o olhar
que se dirige ao mundo capta deste aquilo que em instância
psíquica o indivíduo já simbolizou, portanto não basta abrir as
janelas e tornar conhecimento dos códigos simbólicos que
compõem o fenômeno religioso, é preciso um olhar para o
próprio olhar, ou seja, articular o diálogo entre aquilo que se
conhece e aquilo que se deseja conhecer, tomando o cuidado
de perceber que os significados pessoais podem auxiliar ou
impedir o contato direto e a compreensão dos significados e
significantes de outras culturas.
Com periodicidade regular, a primeira Revista Diálogo (RD), foi
lançada em outubro de 1995, completando dez anos em 2005
de contribuição na formação dos professores do Ensino
Religioso (ER). Criada a partir das aspirações dos professores
e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que
desejavam um veículo de comunicação que mantivesse o
profissional de ER em sintonia com as diversas iniciativas
inerentes à sua área de atuação. Há, na Diálogo, a Seção
Cartas, onde os leitores expressam suas opiniões com relação
as materiais publicadas, dessa forma consegue extrair o papel
do veículo na prática e formação do professor leitor. Buscou
na pesquisa de campo, o instrumento para responder aos
questionamentos sobre o papel da RD para a prática docente
do ER no Brasil. A primeira pesquisa consta no Relatório do
Departamento de Marketing e Publicidade da Revista,
realidade em 2003. Outra pesquisa executada este ano, com
545 pessoas cadastradas no mailing lis do Grupo de Pesquisa
Educação e Religião (GPER). Também nos sites do GPER e
286
2006
III
Seminário
Nacional
Religião
e
Sociedade
O espaço do
sagrado
no
século XXI
Núcleo
Paranaense
de Pesquisa
em Religião
Alteridade e ética: um
exercício
na
perspectiva de uma
formação continuada
Lilian
Blanck de
Oliveira
Tarcísio
Wickert
Dolores
Henn
Fontanive
Djanna
Zita
Fontanive
Simone
Riske
Koch
2006
03 a 07 de
julho
XI
Congresso
Latino
Americano sobre
Religião
e
Etnicidade:
Mundos
Religiosos:
identidades
e
convergências
ALER
–
Asocación
Latinoamericana
para el Estudo
de las Religión
Universidade
Metodista
Aplicabilidade
da
disciplina de Ensino
Religioso nas escolas:
uma
proposta
pedagógica
crítica,
reflexiva e solidária
Jacirema
Maria
Thimoteo
dos
Santos
2006
03 a 07 de
julho
XI
Congresso
Latino
Americano sobre
Religião
e
Etnicidade:
Mundos
Religiosos:
identidades
e
convergências
ALER
–
Asocación
Latinoamericana
para el Estudo
de las Religión
Universidade
Metodista
Ensino Religioso: uma
prática pedagógica de
respeito às diferenças
culturais e
religiosas
Francisca
Helena
Cunha
Danelicze
n
2006
03 a 07 de
julho
XI
Congresso
Latino
Americano sobre
Religião
e
Etnicidade:
Mundos
Religiosos:
identidades
e
convergências
ALER
–
Asocación
Latinoamericana
para el Estudo
de las Religión
Universidade
Metodista
Por
uma
prática
pedagógica
em
Ensino
Religioso
condizente com a
liberdade
religiosa
Viviane
Cristina
Cândido
2007
07 a 10 de
maio
I Encontro do GT
nacional
de
História
das
Religiões e das
Religiosidades /
ANPUH
Universidade
Estadual
de
Maringá
Haveria um jogo de
linguagem específico
para
o
Ensino
Religioso? – uma
analise
dos
Parâmetros
curriculares nacionais
para o ER como fonte
Viviane
Cristina
Cândido
no FOANEPR (Fórum Nacional Permanente do Ensino
Religioso). No GPER o enfoque foi o “papel da Revista Diálogo
na formação de professores”, já no FONAPER, se como
professor, o internauta conhecia a Revista Diálogo.
O presente trabalho busca refletir a formação de docentes
numa perspectiva de formação continuada em relação ao
componente curricular de Ensino Religioso na região do Alto
do Vale do Itajaí/SC. Os educadores de ER da 12ª, Gerência
de Educação, Ciências e Tecnologia no decorrer da última
década desenvolveram exercícios de formação docente com o
objetivo de ressignificar conhecimentos e práticas pedagógicas
num processo de construção coletiva. No presente momento o
grupo de educadores com assessoria de docentes da FRUB
desenvolve estudos que circunscrevem a temática da
alteridade, um dos conteúdos que fundamental e encaminham
de forma substancial a proposta curricular de Ensino Religioso
para o ensino fundamental de SC. Neste sentido, buscam
estudar e investigar no referencial teórico de Lévinas possíveis
contribuições sobre uma ética da alteridade. A metodologia
adotada pelo grupo de trabalho se constitui em estudos
bibliográficos, observação das práticas pedagógicas no
cotidiano escolar analise e discussão coletiva buscando
estabelecer relações com as vivências e desafios na educação
básica.
A sociedade planetária encontra-se doente: miséria, violência,
guerras, tráfico que controla toda uma comunidade, gravidez
precoce, desigualdades sociais que culminam em exclusões,
poderíamos dizer que estamos voltando à barbárie, apesar de
todo o progresso conquistado, a civilização está regredindo ao
primitivo para galgar espaços maiores, ou seja, se o outro
atrapalha, é preciso eliminá-lo. Urge superarmos todas estas
questões que impedem o desenvolvimento da cidadania e do
Brasil. E nesta mesma sociedade excludente existe uma
Instituição Social que tem condições de mudar ou pelo menos
melhorar esta situação que vem se alastrando no nosso meio:
a escola, que pode proporcionar uma educação libertadora,
denunciando o opressor e ajudando o oprimido a reinventar o
mundo. Sendo a disciplina de Ensino Religioso o principal
elemento articulador nesse processo de mudança, com uma
prática pedagógica crítica, reflexiva e solidária. Neste trabalho,
pretende-se apontar uma concepção de Ensino Religioso
como partícipe na construção de uma sociedade mais cidadã
e, conseqüentemente, mais solidária, identificando a
relevância da mesma enquanto parte integrante do sistema
educacional. Como pressupostos teóricos utilizar-se-á os
autores Jung Mo Sung, Hugo Assmann, Philippe Perrenoud,
Paulo Freire, entre outros.
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o currículo na
perspectiva multicultural, enfatizando a importância do Ensino
Religioso como elemento necessário na concretização do
diálogo entre as diferenças culturais e religiosas na
comunidade escolar, bem como apresentar uma prática
pedagógica desenvolvida com educadores e educandos, das
séries finais do ensino fundamental, na Rede Municipal de
Educação, da cidade de Balneário Camburiú - SC, que
enfocou nos seus trabalhos escolares pesquisas das matrizes
culturais/religiosas Oriental, Indígena, Ocidental e Africana.
Esta proposta foi idealizada a partir da necessidade de
construir reflexões sérias, com o objetivo de integrar as
.minorias. sociais, étnicas, culturais e religiosas no currículo
escolar. A reflexão parte da análise da capacidade da
educação acolher a diferença, a pluralidade de culturas e
religiões presentes na sociedade brasileira, já que os padrões
da escolarização direcionam para a homogeneização,
portanto, uma cultura impressa e dominante. Pensar em
currículos multiculturais, onde culturas diversas tenham a
mesma importância não é utopia a partir do momento em que
estes sejam democratizados, ou seja, onde os interesses de
todos os grupos culturais e religiosos sejam representados.
Isto implica em que a escola seja espaço aberto para o
diálogo, repensando assim os padrões de funcionamento da
educação escolar.
Neste trabalho pretendemos evidenciar a necessidade de
definirmos uma epistemologia para o Ensino Religioso capaz
de por fim às indefinições e ambigüidades de que essa
disciplina curricular é portadora, devido às diferentes
concepções presentes em suas fontes, a saber, a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil, o Fórum Nacional Permanente
do Ensino Religioso e o Grupo do Não, título que atribuímos
aos que se colocaram contrário à implantação do ER em São
Paulo, por ocasião da publicação da deliberação 16/2001 em
jornais de ampla circulação no estado. Apontaremos os
motivos para considerarmos que uma epistemologia de um ER
que considere a liberdade religiosa necessita estar
fundamentada nas Ciências da Religião. Na seqüência,
apontaremos impasses e possibilidades para a prática
pedagógica no tocante as referenciais para um currículo e
para a avaliação desta disciplina.
A compreensão do Ensino Religioso como disciplina ainda não
é um fato, prova disso é tratar de uma disciplina de oferta
obrigatória para as escolas de educação básica e de matrícula
facultativa aos estudantes. O Fórum Nacional Permanente do
Ensino Religioso, uma das fontes do discurso do ER no Brasil,
tem o mérito de evidenciá-lo como disciplina e situá-lo no
campo pedagógico, para tanto declara concepções e propõe
conteúdos, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais
287
do discurso
disciplina
dessa
2007
07 a 10 de
maio
I Encontro do GT
nacional
de
História
das
Religiões e das
Religiosidades /
ANPUH
Universidade
Estadual
de
Maringá
A contribuição do
ponto de vista do
professor-leitor,
da
revista diálogo para o
Ensino Religioso
Claudia
Regina
Tavares
Cardoso
2007
07 a 10 de
maio
I Encontro do GT
nacional
de
História
das
Religiões e das
Religiosidades /
ANPUH
Universidade
Estadual
de
Maringá
Ethos e cultura no
Ensino Religioso
Liliana
Claudia
Seehaber
Miguel
Longhi
2007
07 a 10 de
maio
I Encontro do GT
nacional
de
História
das
Religiões e das
Religiosidades /
ANPUH
Universidade
Estadual
de
Maringá
O uso dos textos
sagrados em Ensino
Religioso,
algumas
notas para não cair no
discurso doutrinário
Rafael
Rodrigues
da Silva
2007
07 a 10 de
maio
I Encontro do GT
nacional
de
História
das
Religiões e das
Religiosidades /
ANPUH
Universidade
Estadual
de
Maringá
O ser e o fazer no
Ensino Religioso
Marcos
André
Scussel
2007
16 a 18 de
julho
I
Simpósio
Internacional em
Ciências
da
Religião
UFPB
Ensino
Religioso,
religiões
afrobrasileiras e suas
implicações
na
realidade escolar
Selma de
Sousa
Brito
2007
16 a 18 de
julho
I
Simpósio
Internacional em
Ciências
da
Religião
UFPB
O Ensino Religioso e
o estudo do sagrado
no
contexto
de
pluralidade
religiosa
na escola
Edgley
Cassiano
Delgado
para esta disciplina, estabelecendo, desta forma, um jogo de
linguagem, entender os seus porquês e nos perguntaremos se
o ER necessita de uma linguagem específica para constituir
como disciplina.
Com periodicidade regular, a primeira Revista Diálogo (RD), foi
lançada em outubro de 1995, completando dez anos em 2005
de contribuição na formação dos professores do Ensino
Religioso (ER). Criada a partir das aspirações dos professores
que desejavam um veículo de comunicação que mantivesse o
profissional de ER em sintonia as diversas iniciativas inerentes
à sua área de atuação. Há, no Diálogo, a Seção de Cartas,
onde os leitores expressam suas opiniões com relação às
matérias publicadas, dessa forma consegue extrair o papel do
veículo na prática e formação do professor-leitor. Buscou-se
na pesquisa de campo, o instrumento para responder aos
questionamentos sobre o papel da RD para a prática docente
do ER no Brasil.
Oriundo da fusão de pensamentos de duas dissertações de
Mestrado, o presente trabalho propõe-se AA averiguar as
relações inter-relações existentes entre ethos e cultura como
base real de um presumível contrato de convivência e
sobrevivência do gênero humano nas atuais circunstâncias.
Subsiste o fato de que o espetáculo do progresso científico
não conseguiu conter a inquietude no ser humano que
continua na sua busca por repostas para os por quês da vida.
O Ensino Religioso surge, neste contexto como área de
conhecimento que propõe um debruçar-se sobre as questões
fundamentais da existência humana. O enraizamento da
transcendência é a cultura. E, se a transcendência se
expressar para a maioria dos indivíduos através da religião,
torna-se imprescindível para a educação trabalhar o fenômeno
religioso como elemento que compõe e constitui a identidade
do sujeito. Buscar a conexão existente entre ethos e cultura
significa ir ao encontro das expectativas de fundo da
humanidade no seu modo de ser, de perceber e conceber a
realidade, o tempo e a transcendência. Tudo isso no contexto
da multiculturalidade, no qual o docente, no sue papel de
mediador, deve estar preparado para compreender e fazer
compreender as inúmeras faces, símbolos e significados das
várias religiões ou orientações filosóficas presentes na sua
sala de aula, nesta busca pelo Absoluto e pela Verdade,
inerente a todo o ser humano, por mais diversa que seja a sua
cultura.
O objetivo desta comunicação no simpósio sobre o Ensino
Religioso no Brasil consiste na tentativa de analisar: Quais os
textos sagrados são utilizados nas aulas? Como esses textos
são utilizados? Quais as linhas de interpretação? A partir deste
mínimo
mapeamento,
tentaremos
lançar
alguns
questionamentos e algumas perspectivas para que a disciplina
de Ensino Religioso não seja mais uma análise do fenômeno
religioso sem a perspectiva da religião e suas interfaces, nem
tampouco que seja transformada num aprisionamento
doutrinal e catequético. Enfim, pretendemos nesta
comunicação aguçar nossos olhares para que a dinâmica do
Ensino Religioso nas escolas não caia nas armadilhas da
doutrina de uma religião, nas discussões e intrigas intrareligiosas e que se possa pensar esta disciplina de maneira
ampla e numa perspectiva macro-ecumênica (por isso antoortodoxa).
Ao refletirmos sobre o Ensino Religioso enquanto área do
conhecimento e ao nos ocuparmos com o estudo do fenômeno
religioso, precisamos ter presente a função do professor desse
componente curricular. Nenhum processo educativo constituise isoladamente sem uma intencionalidade que perpassar o
fazer pedagógico do timoneiro da educação. Neste artigo, que
é parte da dissertação do Mestrado em Educação na PUCRS,
busco aprofundar o papel do educador no desenvolvimento da
aprendizagem, no diálogo e na partilha que acontece em sal
de aula. A partir da história do Ensino Religioso, lançamos um
olhar prospectivo no aspecto do conteúdo, da metodologia e,
principalmente, do ser educador inserido no processo.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar de que
forma a religião Afro-brasileira está sendo trabalhada no
contexto da realidade escolar a partir da disciplina Ensino
Religioso e da Lei 10.639. Neste sentido a pesquisa realizada
na cidade de Belém, com professores de 5ª a 8ª série do
Ensino Fundamental de escolas públicas teve como
instrumento de coleta de dados entrevistas semi-estruturadas
desenvolvidas no período de maio de 2007. Os resultados
preliminares apontaram não só para o desconhecimento da
Lei, como para um quadro de desinteresse e falta de preparo
para o ensino da cultura Afro de um modo geral e, muito mais,
para a Religião Afro-brasileira, apontando não só os fatores
acima citados, mas o preconceito que nossa cultura
depreende sobre o conhecimento oriundo da África.
Este trabalho é resultado de pesquisa realizada nas Escolas
Virgem de Lourdes e Imaculada Conceição, tendo como
método a coleta de dados por meio de entrevistas aos que
lecionam o Ensino Religioso nos citados estabelecimentos de
ensino em Campina Grande, PB. Desse modo, o estudo em
pauta, que é resultado de trabalho monográfico de
Especialização em Ensino Religioso, objetiva vislumbrar como
é entendido e abordado o tema do Sagrado nas escolas por
meio do ER, dentro de uma realidade de pluralismos, inclusive
religiosos, como a nossa, sobretudo no sistema educacional.
Precisamos entender o tema do Sagrado e perceber como
288
2007
16 a 18 de
julho
I
Simpósio
Internacional em
Ciências
da
Religião
UFPB
Estrutura Pedagógica
do Ensino Religioso
Sérgio
Rogério
Azevedo
Junqueira
2009
21 a 24 de
abril
III
Simpósio
Internacional
sobre
Religiosidades,
Diálogos
Culturais
e
hibridações
Universidade
Federal
do
Mato Grosso
do Sul
Linguagem, diferença
e dignidade: espaços
e
encontros
na
diversidade
Simone
Riske
Koch
Dolores
Henn
Fontanive
Elcio
Cecchetti
2009
24 a 27 de
agosto
II Congresso da
Associação
ANPTECRE
PUCMG
Ensino Religioso em
Minas
Gerais:
Percurso evolutivo da
disciplina
nas
legislações de ensino
após a década de 70
Adriana
de
Campos
2009
24 a 27 de
agosto
II Congresso da
Associação
ANPTECRE
PUCMG
A experiência religiosa
do jovem no ambiente
escolar em tempos de
pós-modernidade
Anderson
Cavalcant
e
Viana
Filho
2009
24 a 27 de
agosto
II Congresso da
Associação
ANPTECRE
PUCMG
Práticas do ensino de
religioso: um estudo
de caso do colégio
Anderson
de Freitas
Barros
2009
24 a 27 de
agosto
II Congresso da
Associação
ANPTECRE
PUCMG
A pesquisa e a
produção do Ensino
Religioso
nos
programas de PósGraduação
de
Teologia e Ciências
da Religião
2009
24 a 27 de
agosto
II Congresso da
Associação
ANPTECRE
PUCMG
Religião e Educação:
temas
contemporâneos?
Uma
tentativa
de
aproximação a partir
de Álvaro Negromonte
Afonso
Maria
Ligorio
Soares
Rachel
Perobelli
Remi
Klein
Sérgio
Rogério
Azevedo
Junqueira
Antonio
Francisco
da Silva
este tem sido trabalhado pelo ER numa perspectiva de
respeito à formação integral do ser humano.
Este texto estabelece elementos para articulação do Ensino
Religioso como componente curricular dentro do cenário
nacional de educação. Nesta perspectiva, este componente
curricular considera todas as dimensões, mas, como Área de
Conhecimento, enfatiza a dimensão religiosa do ser humano
contemplando a sua interrelação capaz de promover o respeito
à diversidade; atualização do conhecimento do fenômeno
religioso e a reflexão sobre as diversas formas de expressão
em diferentes culturas e tradições religiosas. O Ensino
Religioso deve tornar possível reler e estabelecer novos
significados para o objeto de seu estudo: o fenômeno religioso.
Isso envolve: compreender a diversidade religiosa, conhecer o
significado da experiência de transcendência, atitudes, gestos,
símbolos, textos sagrados e ritos de diversas tradições.
O cotidiano escolar é um dos espaços onde continuamente
transitam sujeitos e conhecimentos cujas vivências e redes de
significados se percebem entretecidas com questões que
indicam a presença do religioso em uma relação de
diversidade. As linguagens que transitam no contexto escolar
são vozes, que como janelas se abrem pronunciando,
desafiando e requerendo vivências educativas em
perspectivas de alteridade e compromisso com a construção
de um mundo melhor e possível. O presente texto busca
contribuir com breves reflexões sobre linguagem, diferença e
dignidade no intento de sinalizar possíveis espaços e
encontros na área de conhecimento de Ensino Religioso
marcada pelas diversidades.
O Ensino Religioso vem buscando encontrar sua identidade no
âmbito escolar. Cada estado tem autonomia em regulamentar
os procedimentos para a definição dos conteúdos e
estabelecer as normas para habilitação e admissão dos
professores, o que contribui para grandes desafios. Outro fator
relevante para debate é a questão de a disciplina ser de
caráter facultativo para o aluno. Mesmo diante de vários
questionamentos sobre a temática, Minas Gerais conseguiu
garantir o Ensino Religioso nas grades curriculares das
escolas públicas. Uma evolução foi a Lei Estadual 15435/2005
que prevê isonomia de tratamento entre os professores de
Ensino Religioso e os demais da rede pública e a garantia ao
profissional em participar de concurso público. A presente
comunicação visa refletir sobre esta temática.
O Ensino Religioso vem passando por uma crise de identidade
nesses tempos pós-modernos. Ao tentarmos especular sobre
a experiência religiosa do jovem no ambiente escolar em
tempos de pós-modernidade, não podemos perder de vista o
debate sobre a ―secularização e dessecularização. O objetivo
deste estudo é correlacionar os efeitos dos fenômenos da
―secularização e dessecularização no Ensino Religioso e
suas repercussões na experiência religiosa do jovem no
ambiente escolar. A revisão de literatura realizada nos levou a
constatar que é preciso passar de uma cultura da
subjetividade para uma cultura da alteridade caracteriza pelo
acolhimento do outro, resgatando, assim, a identidade e o
sentido do Ensino Religioso na relação do jovem com o
sagrado.
A presente comunicação busca salientar, uma proposta de
educação religiosa direcionada a determinados fundamentos
humanistas franciscanos (sobre questões do respeito ao outro,
da abertura ao outro e da promoção do outro), ao propor um
estudo de caso, através da prática do Ensino Religioso no
Colégio Franciscano Coração de Maria de Belo Horizonte,
numa perspectiva de reflexão sobre um Ensino Religioso
integrado ao complexo sistema educacional, e perceber no
decorrer da história a multiplicidade de caminhos criados, sua
inserção no currículo sem, no entanto, se ter atingindo a
compreensão de seu verdadeiro papel no plano educacional,
frente a uma pedagogia franciscana para formação do jovem
da infância à maturidade, ao apontar-lhe a meta a atingir e o
caminho a seguir.
Nos últimos anos, o Ensino Religioso tem sido tratado de
maneira mais sistematizada. Este artigo se propõe a contribuir
com este processo, investigando que espaço ele tem nos
programas de Pós-Graduação em Teologia e Ciências da
Religião, com o intuito de identificar os grupos de pesquisa, os
projetos, os pesquisadores e a produção sobre o tema. Este é
um passo importante para a compreensão do seu
desenvolvimento e solidificação como área do conhecimento.
Os dados aqui apresentados são provenientes dos sites das
instituições brasileiras que oferecem os referidos programas.
O Tema de estudo tem a ver com a grande influência de Avaro
NEGROMONTE na defesa dos direitos da Igreja e da Religião,
nos meios educacionais que se apresentavam ameaçados
com a chegada da modernidade e do Estado Laico. Nosso
trabalho tem como ponto de partida os movimentos
empreendidos pelos defensores do lugar da Religião na
sociedade moderna, bem como a incorporação de elementos
da Escola Nova, como meios de aproximação possível entre o
público (laico) com o privado (religioso). Trabalhamos ainda o
que contém nas obras num total de dezessete livros de Álvaro
NEGROMONTE, que foge do esquema de Catecismo, que até
então eram adotados (décadas de 1940/1960, e adota planos
de aulas e livros que incorporam metodologias que fogem ao
289
2009
24 a 27 de
agosto
II Congresso da
Associação
ANPTECRE
PUCMG
Conhecer,
ser
e
saber: Desafios e
perspectivas de matriz
africana para a área
de conhecimento de
Ensino Religioso
Lilian
Blanck de
Oliveira
Marcos
Rodrigues
da Silva
2009-1206 16 e 17
de outubro
V
Seminário
Religião
e
Sociedade:
O
Espaço
do
Sagrado
no
Século XXI
Núcleo
Paranaense
de Pesquisa
em Religião –
Faculdade
Batista
A
concepção
de
Ensino Religioso na
atual lei de diretrizes e
bases da educação
nacional
Robson
Stigar
2009-1206 16 e 17
de outubro
V
Seminário
Religião
e
Sociedade:
O
Espaço
do
Sagrado
no
Século XXI
Núcleo
Paranaense
de Pesquisa
em Religião –
Faculdade
Batista
O Ensino Religioso na
educação infantil: a
possibilidade
de
manter
o
sono
acordado
Viviane
Lontra
Teixeira
2009
09 a 11 de
novembro
III
Congresso
Internacional de
Ciências
da
Religião
Universidade
Católica
de
Goiás
Goiânia
O Ensino Religioso:
uma condição para o
exercício saudável da
cidadania
Marislei
Espíndula
Brasileiro
2009
XXII Congresso
da SOTER
PUCMG
Espiritualidade:
conteúdo e estratégia
didática para uma
aprendizagem
significativa no Ensino
Religioso
Célia
Smarjassi
esquema de decorar ou guardar o conteúdo, mas levando-se
em conta muito mais a compreensão). As obras de
NEGROMONTE ainda trazem uma dupla finalidade: servir
para uma aula de catecismo e uma aula de religião (Ensino
Religioso) ministrada na época na Escola, em alguns casos
dentro dos horários normais de aula, em outros fora do dia
letivo.
A epistemologia constitui um campo da filosofia dificilmente
delimitado devido às inúmeras e tênues fronteiras com outras
áreas de conhecimento. Este trabalho busca tecer reflexões a
partir de outras tradições de crenças e saberes àquilo, que o
movimento do pensamento eurocêntrico estabeleceu como
instrumento balizador de interpretação e conhecimento no XIX
e XX. As contribuições das crenças em saberes e sabores dos
povos africanos e da diáspora se apresentam como
referenciais, para a elaboração de outros diálogos,
hermenêuticas e relações entre sujeitos e culturas para a área
de conhecimento do Ensino Religioso em construção. Como
acessar, pensar e integrar esses conhecimentos de forma inter
e trans disciplinar para e no estudo do fenômeno religioso no
contexto escolar é um dos desafios deste trabalho.
A Concepção de Ensino Religioso na atual Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional A presente comunicação tem a
pretensão de relatar da forma panorâmica a pesquisa que
venho desenvolvendo no mestrado em Ciências da Religião na
PUCSP. Esta pesquisa tem o seguinte tema: A concepção de
Ensino Religioso na atual Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. As motivações desta pesquisa nasceram
a partir da minha experiência de professor de Ensino Religioso
na rede publica estadual de ensino no estado do Paraná, onde
constatei as dificuldades de se trabalhar com a disciplina de
Ensino Religioso devido a própria concepção deste
componente curricular regulamentado pelo artigo 33 da atual
LDB. Constatei que a atual lei é ambígua e esta situação
prejudica a identidade do Ensino Religioso, e isso acaba por
se refletir na comunidade escolar, na academia e na
sociedade em geral. A atual redação do artigo 33 da LDB traz
inúmeras dificuldades a respeito da sua identidade. Por isso
optei como tema da minha pesquisa, investigar como foi
constituída, no tempo e no espaço a concepção de Ensino
Religioso que permeia o referido artigo 33 da atual LDB.
O trabalho pretende discutir a importância do Ensino Religioso
para a formação e o desenvolvimento da criança no contexto
da Educação Infantil. Percorre as diferentes visões atribuídas
ao Ensino Religioso e à criança ao longo dos séculos
discutindo o tema sob a perspectiva histórica e pedagógica,
tendo como apoio teórico a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB - 9.475/97), os Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCs - ER),
recentes livros acadêmicos que englobam o Ensino Religioso
como componente curricular e artigos publicados pelo
FONAPER. A metodologia constou de uma revisão da
bibliografia, observações e registros da atuação das crianças
diante do mistério, bem como a maneira como lidam com o
fenômeno religioso. Concluiu-se que o Ensino Religioso
constitui um dos melhores veículos para transmitir às crianças
um significado para a vida. Através do respeito à diversidade
ampliam-se as referências das crianças e favorece a melhoria
das relações na sociedade por meio do convívio respeitoso
com as outras formas de expressão religiosa e compreensão
da riqueza cultural. Espera-se que esta apresentação seja
uma contribuição para a formação inicial e continuada de
professores de Educação Infantil, estudantes dos cursos de
Ensino Religioso e pessoas que desejam trabalhar com o
Ensino Religioso nas escolas
A crescente situação de pluralismos e diversidade religiosa no
Brasil coincide com as discussões em torno do Ensino
Religioso nas escolas públicas. Neste estudo objetivou-se
compreender se o Ensino Religioso é condição especial para
um exercício pleno da cidadania e que tipo de Ensino
Religioso é mais adequado à escola pública. Para tanto, optou
por um estudo exploratório, bibliográfico, com análise
qualitativa de material disponível em Bibliotecas convencionais
e virtuais. Percebeu-se que a religião exerce influência na
sociedade atual e tem o seu papel, mas que essa influência
precisa ser sistematizada por profissionais das ciências da
religião, sendo este um dos caminhos para que a cidadania
seja alcançada e o Ensino Religioso é um dos instrumentos
para esse alcance.
Esse artigo aspira a refletir e contribuir para a implementação
de um modelo de Ensino Religioso adequado ao caráter laico
do Estado, à pluralidade religiosa e à diversidade cultural que
são características singulares do povo brasileiro. Para tanto,
elegemos a categoria espiritualidade como conteúdo e
estratégia didática. Desse modo, convocamos alguns autores
segundo a necessidade da argumentação para fundamentar
teoricamente nossa proposta: nos princípios da Teoria da
Complexidade de Edgar Morin encontramos o fundamento
epistemológico, em Alfonso López Quintás a filosofia da
educação que confere ao conhecimento o status de verdadeiro
encontro. Objetivando extrapolar o nível teórico da discussão,
apresentamos uma sugestão de transposição didática para o
ER a partir dos princípios ausubelianos de aprendizagem
significativa
290
2010
XXIII Congresso
da SOTER
PUCMG
A contribuição do
Ensino Religioso à
paz mundial, como
instrumentos
de
resgate ao Ethos
Antônio
Lopes
Ribeiro
2010
XXIII Congresso
da SOTER
PUCMG
A idéia de laicização e
o Ensino Religioso
escolar
João
Everton
Cruz
2010
XXIII Congresso
da SOTER
PUCMG
Educação
e
diversidade religiosa
Amauri
Carlos
Ferrerira
2010
XXIII Congresso
da SOTER
PUCMG
Educação e religião:
reinvenção de uma
prática educativa no
curso de Ciências das
Religiões
Eunice
Simões
Lins
Gomes
Ana
Cândida
Vieira
Henriques
Claudiana
Soares da
Costa
2010
XXIII Congresso
da SOTER
PUCMG
Sônia
Maria
Teles
Teixeira
2010
XXIII Congresso
da SOTER
PUCMG
Ensino Religioso: Uma
disciplina
transformadora
ou
mais uma disciplina
curricular?
Pedagogia
da
religiosidade:
subsídios
para
o
Ensino Religioso
2010
XXIII Congresso
da SOTER
PUCMG
Preconceito
e
discriminação religiosa
no ambiente escolar
Thiago A.
Avellar de
Aquino
Neide
Miele
Eunice
Simões
Lins
Jorge
Claudio
Ribeiro
Na pós-modernidade, o mundo efetivamente tornou-se uma
aldeia global, como disse Macluhan. Hoje, só se fala em
globalização. Nesse mundo globalizado, cujo avanço
tecnológico chegou a proporções jamais imaginadas,
principalmente nos meios de comunicações, o que afeta um
país, afeta o mundo inteiro. Qualquer acontecimento em
qualquer parte do mundo atinge uma dimensão planetária. Se
alguém é assassinado num bairro pobre do Rio de Janeiro, tão
logo se torne de conhecimento público, em questão de
segundos vira notícia no mundo inteiro. Se a bolsa de valores
não vai bem no Japão, por certo isso irá refletir nas bolsas de
vários outros países afetando assim a economia e o bem-estar
da sociedade e do próprio indivíduo. Nesse contexto, atos de
violência como os cometidos pela Marinha de Israel
recentemente, na faixa de Gaza, matando humanistas e
soldados palestinos, é motivo de preocupação para o mundo
inteiro, pois coloca em risco a segurança internacional e a paz
mundial. Outro aspecto a se considerar, nesse mundo
globalizado é com relação à preservação da natureza, também
de interesse mundial, pois o desmatamento da Amazônia, por
exemplo, afeta o clima em todo o planeta o que faz com que o
olhar dos ambientalistas do mundo inteiro volte-se para aquela
região.
O presente trabalho tem como propósito contribuir para o
aprimoramento do Ensino Religioso Escolar dentro de um
contexto de abertura para uma cultura da paz.
Compreendendo que as sociedades modernas alavancaram a
idéia de laicização e a escola, na condição de espaço público
e, portanto laico, deve refletir sobre a prática de ensinar. O
Ensino Religioso pode ensinar a tolerância religiosa e o
diálogo inter-religioso. Percebendo que o cultivo dos hábitos
religiosos não se reduz tão-somente à elite brasileira, os
camponeses também manifestam suas expressões de fé
inseridas no catolicismo popular sertanejo do Nordeste
brasileiro que une suas espiritualidades num autêntico
sincretismo. O Ensino Religioso escolar tem sido nos últimos
anos, objeto de discernimento, tanto para professores,
diretores escolares e secretários de Estados.
Educação ética e diversidade foi tema da pesquisa
desenvolvida na UFMG em 2009, na qual procuramos a partir
de entrevistas, relatos e conversas informais com educadores
da educação básica evidenciar as manifestações da
diversidade no espaço escolar. Nessa pesquisa, a diversidade
religiosa aparece como responsável na formação do
preconceito. Tendo em vista que é polêmico falar de
diversidade religiosa em um país tipicamente cristão, as
questões ligadas a essa problemática estão circunscritas a
pequenos espaços evidenciando conflitos e dilemas .Essa
comunicação apresenta parte dessa pesquisa e discute a
diversidade religiosa na escola e os desafios de professores
especificamente aqueles que lecionam Ensino Religioso e
História da África.
O Curso de Ciências das Religiões na Universidade Federal
da Paraíba tem como abordagem o fenômeno religioso, sendo
esse entendido como característica cultural dos povos,
passível de ser pesquisado, que visa estudar as crenças e
práticas religiosas e suas conseqüências para a vida humana
e a sociedade. Nosso objetivo consiste em preparar os
discentes do Curso de Ciências das Religiões através da
imaginação, explorando a dimensão simbólica do cotidiano da
realidade escolar do Ensino Religioso nas escolas municipais
desejando ultrapassar a burocratização e o conformismo que
se explicita nos livros didáticos do Ensino Religioso proposto
nas salas de aula. A metodologia consiste na pesquisa
descritiva, de campo e com abordagem qualitativa e
fenomenológica. Como instrumento para coleta dos dados, o
questionário semi-estruturado.
Sem resumo
O objetivo desta reflexão é encaminhar uma compreensão da
experiência religiosa dos jovens, especialmente universitários,
inseridos num ambiente de conhecimento e numa
modernidade que são seculares e, ao mesmo tempo, sedentos
de sentido para a existência. Nosso ponto de partida é o
conceito de religiosidade, que entendemos como “uma
capacidade humana, histórica e culturalmente determinada,
que elabora sentidos para a totalidade da existência”. Esta
concepção se nutre das idéias de Georg Simmel (1858-1918),
um dos fundadores da sociologia alemã, e que propõe a
distinção entre religiões e religiosidade, sendo que esta é uma
disposição mais original e o “berço” de religiões e/ou de outras
agências produtoras de sentido. Simmel compara a
religiosidade a outra capacidade humana, a sexualidade, na
medida em que ambas criam seus objetos e formas concretas
de realizá-las.
Sem resumo
291
Gomes
Diego
Messias
da Silva
Eventos – área de Ensino Religioso
2001
O Ensino Religioso
e
Pastorado
escolar:
novas
perspectivas
–
princípios
includentes
O Ensino Religioso
e
Pastorado
escolar:
novas
perspectivas
–
princípios
includentes
O Ensino Religioso
e
Pastorado
escolar:
novas
perspectivas
–
princípios
includentes
O Ensino Religioso
e
Pastorado
escolar:
novas
perspectivas
–
princípios
includentes
O Ensino Religioso
e
Pastorado
escolar:
novas
perspectivas
–
princípios
includentes
O Ensino Religioso
e
Pastorado
escolar:
novas
perspectivas
–
princípios
includentes
O Ensino Religioso
e
Pastorado
escolar:
novas
perspectivas
–
princípios
includentes
I e II Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso
EST
Dimensão metodológica
do Ensino Religioso.
Pensando o novo num
mundo em mudança
Therezinha
Motta Lima
da Cruz
Sem resumo
EST
Ensino Religioso e a
dimensão curricular
Remi Klein
Sem resumo
EST
Avaliação em Educação
Religiosa: uma questão
de mediação
Erma Klein
Sem resumo
EST
Ensino
Religioso
e
língua portuguesa numa
perspectiva
interdisciplinar
Erica Eloni
Weber
Stroher
Sem resumo
EST
Educar para a paz um
projeto
viável
na
Educação Infantil
Circe Mara
Marques
Sem resumo
EST
A
música
popular
brasileira como recurso
na aprendizagem do
Ensino Religioso
Irena
Pletsch
Heinrich
Sem resumo
EST
Fundamentos
metodológicos do Ensino
Religioso
Elenice
Revers
Sem resumo
FURB
Universidade
do
Planalto
Catarinense
Corporeidade,
cultura
consumista e tradições
religiosas
Luiz Alberto
Sousa
Alves
2002/2003
I e II Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso
FURB
Universidade
do
Planalto
Catarinense
Ensino Religioso como
educação
par
ao
Sagrado
Simone
Fusinato
Rezende
Dolores
Henn
Fontanive
2002/2003
I e II Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso
FURB
Universidade
do
Planalto
Catarinense
Ensino
Religioso
e
estudos culturais: um
enfoque educacional
Carlos
Odilon
da
Costa
Luiz
João
Firmino
2002/2003
I e II Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso
FURB
Universidade
do
Planalto
Catarinense
O Ensino Religioso no
cotidiano escolar e as
relações de gênero
Claudete
Beise Ulrich
A disciplina de Ensino Religioso nas exigências
curriculares atuais é a disciplina de maior
complexidade a ser trabalhada na escola, pois exige
que o educador tenha um perfil pedagógico de
interdisciplinaridade, um potencial de análise e síntese
amplo e uma capacidade de reflexão aguçada. Foi-se o
tempo em que a exigência qualitativa para trabalhar a
disciplina nas escolas passava pela necessidade de
pertencer-se a uma tradição religiosa, de estar
engajado num movimento religioso ou simplesmente
ser amigo de alguém influente.
Este texto busca discutir a dimensão do Sagrado
inerente à natureza humana, enquanto questão
pertinente à formação escolar, alicerçada na disciplina
de ER. A primeira parte trata da busca do sagrado pelo
homem, procurando identificar essa dimensão de
busca, em diferentes áreas do conhecimento.
Ressalta-se também a relevância de discutir e refletir
criticamente essa questão na escola. Num segundo
momento, destaca-se a importância da disciplina de
ER enquanto componente curricular voltado para uma
educação que respeite e valorize a pluralidade cultural,
bem como, oportunize a compreensão critica e
dialética da dimensão do sagrado na formação
humana.
O presente texto tem como objetivo principal trazer
para o mundo das discussões acadêmicas as relações
existentes entre os estudos culturais e a disciplina do
Ensino Religioso. Como podemos trabalhar nas aulas
de Ensino Religioso, com o apoio metodológico dos
estudos culturais, determinados assuntos? Quais as
possíveis contribuições que os estudos culturais
podem oferecer ao professor ou pesquisador do
fenômeno religioso. A partir da explicação da origem e
do que são os estudos culturais, os autores se
propõem a responder essas indagações e apresentar
um caminho novo que é possível percorrer dentro da
disciplina de Ensino Religioso.
O tema o Ensino Religioso no cotidiano escolar e as
relações de gênero é um tema novo. A própria
disciplina de ER está de rosto novo. Ela atualmente é
reconhecida como uma área de conhecimento humano
para a formação do/a cidadão/ã. Busca-se reincorporar
2001
2001
2001
2001
2001
2001
2002/2003
292
2002/2003
I e II Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso
FURB
Universidade
do
Planalto
Catarinense
Culturas
e
religiões
indígenas: implicações
para o Ensino Religioso
Cledes
Markus
Annelize
Pikart
2002/2003
I e II Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso
FURB
Universidade
do
Planalto
Catarinense
Respeitando
as
diferenças uma nova
perspectiva
para
o
Ensino Religioso
Francisca
Helena
Cunha
Daneliczen
2004
03 a 05 de
Junho
II
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
nas
escolas
Universidade
Iguaçu
A
concepção
fenomenológica
da
Educação
inclusiva:
perspectiva
para
o
Ensino Religioso nas
escolas
Thomé
Eliziário
Tavares
Filho
2005
25 a 28 de
agosto
I
Fórum
Multicultural:
o
Ensino
Religioso
no Centro-Oeste do
Brasil. Congresso
Internacional
Diversidade
Cultural,
Religiosidade
e
Educação
Universidade
de Brasília
O sagrado como objeto
do Ensino Religioso
Bárbara
Raquel do
Prado
Gimenez
Corrêa
a espiritualidade, a transcendência como elementos
importantes na formação integral da pessoa brasileira.
O cotidiano escolar é um lugar onde se manifesta a
pluralidade, sendo um espaço privilegiado para a
aprendizagem da convivência respeitosa entre as
diferenças. Além da convivência entre as diferentes
tradições religiosa, outro fato presente são as
manifestações nas relações de gênero, classe, etnia
que retratam muitas vezes, inclusive, manifestações do
próprio fenômeno religioso. Buscaremos refletir,
primeiramente, a importância do ER no cotidiano
escolar, o relacionamento, então com a perspectiva
teórica das relações de gênero, apontando para
alguma perspectiva de atuação na sala de aula.
A sociedade brasileira é caracterizada pelo pluralismo
religioso e diversidade cultural, que se refletem nas
escolas. Os PCNER e a nova LDB reconhecem e
consideram esta realidade escolar e seu dinamismo,
prevendo a disciplina de ER como parte integrante da
formação básica do cidadão, garantindo-lhe o direito
constitucional de liberdade de consciência e de crença,
“o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil,
vedadas quaisquer formas de proselitismo (lei
9475/97). A prática deste ER, no entanto, requer
diálogo
intercultural
e
inter-religioso,
atitude
ecumênica, respeito mútuo +a identidade e à alteridade
de cada ser humano. Mas em muitos casos ainda
prevalece o ensino confessional, com pressupostos
cristãos, desconsiderando as outras expressões
religiosas. Isto tem origem na história da colonização
quando Igreja e Estado trouxeram o cristianismo
católico dentro do projeto colonial português, numa
prática de submissão e dominações.
Pensando em uma prática educativa que contemple o
pleno desenvolvimento de nossas crianças e
conscientes de que para tanto é necessário estar
contemplando a dimensão da religiosidade das
mesmas no cumprimento do projeto educativo,
compreendemos como urgente a necessidade de estar
repensando as práticas pedagógicas com respeito ao
Ensino Religioso escolar.
O presente trabalho tem como objetivo relacionar os
pressupostos da Fenomenologia Existencial com os
Princípios Filosóficos que regem a Educação Inclusiva
no Brasil, e que serve como ideário da Educação
Especial no momento em que se discute em todo o
território nacional as políticas públicas da inclusão
escolar dos portadores de necessidades educacionais
especiais, cujo movimento rompe com as tendências
sociais do preconceito e da discriminação,
assegurando os princípios de uma educação para
todos, e um olhar humanista, tendo nos excepcionais
como sujeitos os direitos de ser diferente. Outrossim,
procuramos relacionar as similaridades dessa
concepção fenomenológica com os pensamentos que
regem os preceitos bíblicos cristãos que apregoam o
resgate do homem a partir da internalização dos
valores éticos ensinados por Jesus Cristo, como
veremos a seguir.
Diversos são os desafios à sociedade do século XXI. O
desafio da escola persiste em como relacionar tal
conhecimento com o conhecimento empírico do aluno,
mediando saberes também historicamente construído e
os
desafios
sociais/culturais
exigidos
na
contemporaneidade. O entendimento sobre essa
importante e fundamental área do conhecimento
humano. Ensino Religioso recai numa concepção que
tem por base seu multiculturalismo, enfocando o
sagrado e suas diferentes manifestações religiosas,
proporcionando a reflexão sobre a realidade, numa
perspectiva de compreensão sobre si e para o outro,
na diversidade universal do conhecimento religioso,
tendo em vista assegurar o direito á igualdade de
condições de vida e cidadania, nas diferentes
expressões religiosas advindas da elaboração cultural,
considerando o igual direito às histórias e culturas que
compões a nação brasileira, além do direito de acesso
às diferentes fontes da cultura nacional. Essa reflexão
visa proporcionar ao educando do Ensino Religioso
sua formação integral o aluno com o sujeito do
processo contínuo de educação, seu direito de acesso,
a universalidade da educação, a concepção de
formação em seus diferentes aspectos: estéticos,
éticos, cognitivo, afetivo, cultural, biológico, social e
religioso, ou seja, a completude e a significância. Nesta
perspectiva, o conhecimento religioso enquanto
patrimônio da humanidade necessita promover aos
educandos oportunidade de se tornarem capazes de
entender os movimentos específicos das diversas
culturas, cujo substantivo religioso colabora no
aprofundamento
para
o
autêntico
cidadão
multiculturalista. Requer ainda o entendimento e a
reflexão no espaço escolar diante do reconhecimento
da justiça e dos direitos de igualdades civil, social,
cultural e econômico, bem como valorização da
diversidade daquilo que distingue os diferentes
293
2005
25 a 28 de
agosto
I
Fórum
Multicultural:
o
Ensino
Religioso
no Centro-Oeste do
Brasil. Congresso
Internacional
Diversidade
Cultural,
Religiosidade
e
Educação
Universidade
de Brasília
Perspectivas
transculturais para
Ensino Religioso
2005
25 a 28 de
agosto
I
Fórum
Multicultural:
o
Ensino
Religioso
no Centro-Oeste do
Brasil. Congresso
Internacional
Diversidade
Cultural,
Religiosidade
e
Educação
Universidade
de Brasília
Religião se aprende na
escola?
o
Inês Alves
Lourenço
Lara Sayão
Lobato
Andrade
Ferraz
componentes culturais de elaboração histórico-cultural
da nação brasileira e o reconhecimento de adoção de
políticas educacionais e sociais, de estratégias
pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de
superar
a
desigualdade
étnico-racial-religiosa,
garantindo o direito Constitucional de liberdade de
crença e expressão da mesma (Art. 5º, inciso VI, da
Constituição Brasileira). O objeto do Ensino Religioso é
o estudo das diferentes manifestações do sagrado no
coletivo. Portanto o objetivo é analisar e compreender
o sagrado como o cerne da experiência religiosa do
cotidiano que nos contextualiza no universo cultural.
Assim sendo, no espaço escolar justifica-se este
estudo por fazer parte do processo civilizador da
humanidade. O resgate do sagrado é precisamente a
busca do âmago da experiência religiosa. Esse texto
visa colocar em discussão a reflexão do sagrado, no
universo da educação e como objeto do Ensino
Religioso, visando uma nova forma de pensar essa
área do conhecimento.
O objetivo deste trabalho é partilhar uma experiência
vivenciada, tentando apresentar um referencial teórico
para uma educação integralizante com características
transculturais, tendo em vista a harmonização do ser
humano. Nesta perspectiva se resgata o sentido
missionário da escola franciscana em permanente
testemunho
profético
de
paz,
resgatando,
fundamentalmente o ser irmão como principal
identidade de um franciscano. Neste sentido o ser
irmão e irmão expressa uma consciência cósmica da
interconectividade de todos os seres entre si, no
sentido da solidariedade planetária que aponta para
relações revolucionárias de convivência. Neste
contexto o Ensino Religioso se torna um campo de
humanização, que articula todas as disciplinas em
torno de um eixo formador, num diálogo trascultural
que potencializa a multirreferencialidade entre os
diversos grupos socioculturais do contexto escolar,
agindo como elemento integrante e integrador da
unidade na diversidade, pensando o ser humano em
sua totalidade, como imanente e transcendente,
vislumbrando-o em suas potencialidades afetivas,
cognitivas, morais, interpessoais e espirituais,
apontando para uma educação comprometida com o
desenvolvimento superior de consciência, em vista da
espiritualidade, inerente ao ser humano. Portanto, ao
resgatar a mística franciscana da fraternidade
universal, aponta-se para pressupostos didáticos
metodológicos
viabilizadores
de
uma
práxis
humanizadoras
que
estabelece
um
currículo
trascultural que respeita as alternativas culturais
religiosas e não religiosas na comunidade escolar.
Neste texto procuramos desenvolver uma reflexão
acerca das concepções de Ensino Religioso presentes
no imaginário da escola, apontando para um dever ser
desta disciplina, tendo como fundamentação teórica a
filosofia do encontro de Ensino Religioso na educação
pública. A educação como prática formativa considera
um dever ser do homem, e um dever ser remete-nos
necessariamente a um fim último. O fim último do
homem, segundo a ética clássica de Aristóteles (Ética
a Nicômaco. Brasília: UnB, 2001), é o bem supremo, a
felicidade. Neste sentido, é preciso que a educação
leve em conta as dimensões que cooperam para a
realização e compreensão do ser humano, dentre
estas a dimensão religiosa. Entendendo a religião
enquanto relação, esta realidade é compreendida
como um convite a pensar a existência humana em
sua plenitude. Apontar para uma perspectiva
transcendente é entender-se convocado para a relação
que comprometa a vida, transforme o homem e por ele,
a sociedade. Precisamos garantir um ensino que
considere a dimensão religiosa do homem entendido
como aspecto natural e essencial da vida humana.
Sugerimos que a questão que deva ser tratada com
mais urgência seja a questão ontológica: o que é o
Ensino Religioso? E a questão normativa: o que deve
ser o Ensino Religioso? Consideramos então o Ensino
Religioso no imaginário da escola, que idéias foram se
formando sobre ele e que acabaram por mascarar sua
essência e real importância no currículo? Analisamos
num primeiro momento o que o Ensino Religioso não é
para depois propor um dever ser fundamentado na
filosofia da religião de Martin Buber (1878-1965),
filósofo judeu, reformulador do hassidismo. Sua
filosofia propõe o homem inserido necessariamente
numa condição dialógica que permeia toda a sua
existência e permite um olhar novo sobre as questões
com os quais o homem tem que se deparar: o lugar do
homem é o entre, a relação. Sendo o homem um ser
essencialmente religioso e sendo o mundo
contemporâneo,
o
mundo
do
absurdo,
contraditoriamente fundamentalista e indiferente, com
valores manipuláveis pela mídia e com um apela
religioso confuso, o Ensino Religioso deve ser uma
possibilidade de encontro autêntico com Deus, já que
inserido no contexto educativo, deve ser uma prática
294
2005
25 a 28 de
agosto
I
Fórum
Multicultural:
o
Ensino
Religioso
no Centro-Oeste do
Brasil. Congresso
Internacional
Diversidade
Cultural,
Religiosidade
e
Educação
Universidade
de Brasília
A
construção
do
conhecimento no Ensino
Religioso
Iglê Moura
Paz Ribeiro
2005
25 a 28 de
agosto
I
Fórum
Multicultural:
o
Ensino
Religioso
no Centro-Oeste do
Brasil. Congresso
Internacional
Diversidade
Cultural,
Religiosidade
e
Educação
Universidade
de Brasília
O Ensino Religioso no
primeiro
ciclo
uma
proposição pautada no
referencial curricular do
Ensino Religioso para a
proposta pedagógica da
escola:
é
possível
realizar!
Bárbara
Raquel do
Prado
Gimenez
Corrêa
refletida diante dos fins da educação, livre de
interesses imediatos dos diversos grupos, uma
promoção da oportunidade de adesão autônoma à
convocação para uma vida de diálogo com Deus, com
o mundo e com o outro. O Ensino Religioso deve
oportunizar
a
possibilidade
deste
encontro,
promovendo a reflexão sobre o que seja essencial
nesta relação: a abertura ao diálogo, a consciência da
alteridade e a responsabilidade do viver. Conhecendose a si mesmo e entendendo-se ser convocado a estar
em relação, o aluno do Ensino Religioso deve ter a
oportunidade de perceber-se no entre, onde lhe é
exigida uma resposta responsável. A educação não
pode negar-se considerar este aspecto da existência
humana, por isso, religião também se aprende na
escola.
O projeto educacional exige ressignificar o processo
ensino aprendizagem, preservando o desejo de
conhecer e saber com a qualidade do vínculo com o
conhecimento. Esta relação do conhecimento para com
as aprendizagens requer de nós educadores
estratégias e ações transdiciplinares que sejam fontes
de riqueza e interação nas práticas de sala de aula.
Necessárias, também no Ensino Religioso, como
perspectiva de inovação e compreensão da
culturalidade e da construção de novos conhecimentos,
no campo da cultura, da religiosidade e da
espiritualidade. As oficinas são espaços de interação
que tem por objetivo atualizar a construção dos
conhecimentos práticos e experiências. Em sua
autonomia, subsidia as aprendizagens significativas,
possibilitando a multiplicidade de conhecimento. O
Plano Operatório é uma proposta de ação e
planejamento de atividades de ensino e de
aprendizagem
transdiciplinar,
necessários
na
operacionalização do processo educativo, ajustadas às
capacidades cognitivas dos estudantes. Ele favorece a
construção
de
conhecimentos
interdisciplinares
desenvolvendo as habilidades e competências
necessárias para a aprendizagem e construção do
sujeito como agente transformador de seu próprio
conhecimento.
Composta de diferentes áreas do conhecimento, o
currículo educacional brasileiro avança no sentido da
superação da fragmentação não só do ensino, mas d
indivíduo em si. O Ensino Religioso, componente
curricular
da
educação
brasileira,
visa
pedagogicamente constituído, corroborar para essa
formação. Toda sociedade organiza-se em volta e
produz sua cultura diante dos seus desafios de
sobrevivência e conservação, numa perspectiva
antropológica e ontológica humana, é na compreensão
dessa relação entre indivíduos-cultura- indivíduos, que
reside à realidade de entendimento e construção real
da postura ética, do conhecimento e saberes, ou seja,
do patrimônio de cada sociedade. Na perspectiva de
possíveis soluções às questões espirituais do ser
humano, torna-se relevante à análise dos diferentes
fenômenos religioso, num entendimento científico
aplicado ao Ensino Religioso, para que forneça ao
indivíduo subsídios em sua busca de sentido neste
aspecto, ressaltando-se a dificuldade de definições, por
haver diferentes concepções científicas, éticas, morais,
culturais e até mesmo de senso comum sobre a
temática, por outro lado entendo a necessidade de
compreender este indivíduo em sua totalidade global
educacional. O homem sempre esteve voltado a tentar
responder questões intrínsecas à sua existência e em
relação a sua ação em sociedade. Questões como a
morte, a vida, o presente e o porvir sempre foram
âmbitos de constantes preocupações e especulações.
Não se nega que a construção da identidade humana
está cada vez mais enfraquecida e distante do que
realmente seria viável para sua sustentabilidade no
mundo. A identidade do espaço escolar por
conseqüência também passa por sérias crises e
distúrbios, pois perdeu sua essência diante da
avassaladora situação dicotômica entre o saber e o
fazer. Diante desse quadro o Ensino Religioso, outrora
firmado como sendo finito e engessado nos moldes da
doutrinação, tem lutado para mudar seu perfil e firmarse numa nova identidade que beneficiará que as
gerações dêem um passo a mais diante da alteridade
multiforme, saibam conviver no espaço multicultural e
sem fronteiras. As reflexões nas quais os conteúdos
que envolvem os pressupostos do Ensino Religioso
oportunizam, permitem esclarecer posições e criar a
autenticidade da integridade humana, é questão de
preservação da vida, de sustentabilidade, de
generosidade e muito mais, de ação consciente e
constituinte das novas gerações que virão. Esse
trabalho buscou refletir o Ensino Religioso com
estudantes da rede pública municipal de Curitiba, e
assim propiciar ao educando a compreensão de sua
identidade religiosa numa construção em reciprocidade
com o outro e na percepção da idéia do
Transcendente, expressas de maneiras diversas pelos
295
2005
III CONERE
FONAPER
O adolescente e
relação
com
Transcendente
a
o
2005
III CONERE
FONAPER
Desenvolvimento
da
dimensão religiosa do
ser humano e currículo:
novos
olhares
e
perspectivas
Carlos
Odilon Da
Costa
Eronildes
Schultz
Souza
Francisca
Helena
Cunha
Daneliczen
2005
III CONERE
FONAPER
A
evolução
dos
paradigmas e o Ensino
Religioso
Darcy
Cordeiro
2005
III CONERE
FONAPER
A legislação do Ensino
Religioso
na
escola
pública do Rio Grande
do Sul
Neide
Márcia
Scheffer de
Oliveira
2005
III CONERE
FONAPER
Para além da fé:
proposta do CECR
Neide Miele
a
Gisele
Mazzarollo
símbolos religiosos.
A pesquisa trata do tema: Adolescente e sua Relação
com o Transcendente. Esta pesquisa tem como
objetivo identificar e mapear as manifestações da
relação dos adolescentes com o transcendente,
apresentadas na disciplina de Ensino Religioso e no
cotidiano de suas vidas. A pesquisa em torno deste
tema trouxe algumas contribuições acerca da
religiosidade do adolescente. No senso comum, a
sociedade rotula a fase da adolescência, como época
de afastamento das religiões e não envolvimento dos
adolescentes, em questões do sentido de suas vidas.
O artigo, porém, trará dados que contrapõem o senso
comum e que reforçam a idéia de um adolescente mais
religioso do que alguns anos atrás.
O ser humano é por excelência um ser em relação.
Relaciona-se com os outros, com a natureza e o
Transcendente. Na aspiração de sobreviver e dar
significação para sua existência vai desenvolvendo as
mais diversas formas de conhecimentos e de
relacionamentos de acordo com o relatório Delors
(1998), publicado pela UNESCO, e, que apresenta as
quatro colunas de sustentação do conhecimento, o
conviver também é uma forma de conhecer. Na
tentativa de superação de sua provisoriedade,
limitação, ou seja, sua finitude procura responder
perguntas existenciais: Quem sou? O que busco? De
onde vim? Para onde vou? Freire (2000) menciona que
somos seres em permanente devir, ou seja,
incompletos e inconclusos, que buscam ser mais.
Ainda que o tente, não consegue superar a dicotomia
Platônica-Agostiniana. Para Platão (427-347 a.C.)
existem dois mundos: um superior, transcendente,
perfeito, espiritual do qual tudo provém e retorna; outro
inferior, contingente, imperfeito, material, dependente
do primeiro. Para Sto. Agostinho (354-430), que adotou
a dicotomia platônica na sua visão do cristianismo, o
ser humano, composto de espírito e matéria, só pode
atingir a perfeição mediante o desprezo do mundo
material e a busca do mundo espiritual.
O Ensino Religioso parece ser um tema pouco
explorado pela História da Educação Brasileira. A
presente pesquisa o reconhece em vista da questão do
Ensino Religioso ser uma das polêmicas na educação,
ou seja, um terreno cauteloso num território delicado
cheio de conflitos por causa de sua própria história.
Busco com muito cuidado alcançar uma posição de
equilíbrio, sem querer em momento algum travar uma
guerra, mas fundamentar a legislação discutindo com
respeito às diferentes concepções religiosas. Um
procedimento válido e apropriado de fazer
compreender o Ensino Religioso na sua concepção
atual e recorrer a sua trajetória evolutiva desde os
séculos passados. Este trabalho tentou mapear a
história do Ensino Religiosos no Estado do Rio Grande
do Sul, apresentou as transformações pelas quais
passou o que nos ajudam a situá-lo no âmbito do
sistema escolar e a compreender-lhe suas
características atuais. É justamente este o propósito
pelo qual desenvolvi esta pesquisa de índole histórica,
contribuindo para desvendar as conotações desse
componente curricular nas escolas oficiais do Estado
do Rio Grande do Sul.
O Ensino Religioso na história da educação brasileira
sempre se constituiu numa questão de fé e de
doutrinação religiosa, amplamente exercida por apenas
uma vertente. Até a expulsão dos jesuítas pelo
Marquês de Pombal o ensino ficou praticamente
restrito aos seminários e colégios católicos. Esta
situação perdurou durante todo o período colonial, uma
vez que a escola pública ainda não existia. Introduzida
durante o Império, a incipiente rede pública foi
ampliada a partir de 1930, porém o Ensino Religioso
continuou sendo doutrinário e uma prerrogativa da
Igreja Católica. Com a implantação do regime
republicano deu-se a separação entre Estado e Igreja.
A primeira Constituição da República (1891)
estabeleceu que “seria laico o ensino ministrado nos
estabelecimentos oficiais de ensino”. Apesar deste
dispositivo, a Igreja Católica continuou exercendo o
Ensino Religioso na escola pública. Com a crescente
complexidade da realidade sociocultural do Brasil, a
Constituição de 1934, em seu artigo nº 153, menciona
pela primeira vez o Ensino Religioso: “O Ensino
Religioso será de matrícula facultativa e ministrado de
acordo com os princípios da confissão religiosa do
aluno (...) e continuará matéria dos horários nas
escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e
normais”. Desde então a matrícula facultativa e o
princípio da confissão religiosa do aluno se
consolidaram numa espécie de ranço histórico, que foi
mantido na Constituição Cidadã de 1988 e na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996.
Esta última, ao ser sancionada, oferecia um Ensino
Religioso confessional e sem ônus para o Estado. Os
legisladores deram esta redação por entenderem que,
296
2005
III CONERE
FONAPER
Rádio
informativo
e
Ensino Religioso – uma
tentativa de diálogo da
técnica jornalística com a
prática pedagógica
Kalil
Oliveira
2005
III CONERE
FONAPER
Arte,
Educação
Religião
Emerli
Schlögl
2005
III CONERE
FONAPER
O componente curricular
de Ensino Religioso na
Secretaria Municipal de
Pomerode: leituras e
percepções
e
de
Álvaro
Basso
Ellen
M.
Dallmann
Isabel
Cristina de
Moura Dorn
Loreni
Maria
Machado
Roseana
Viebrantz
Simone
Riske Koch
sendo o Ensino Religioso uma prerrogativa das igrejas,
estas deveriam arcar com os custos de tal atividade.
Assim sendo, a concepção do Ensino Religioso nas
escolas públicas continuou sendo a mesma de sempre:
uma questão de fé e de doutrinação religiosa.
Nos manuais de jornalismo, como o Manual de
Redação do jornal Folha de São Paulo, é possível
encontrar a recomendação de que o “jornalista deve
ser meticuloso e refletido, a fim de oferecer ao leitor a
mais correta expressão dos fatos” Esse tipo de
consideração, presente também em outras importantes
obras sobre comunicação, coloca o rádio informativo
como instrumento de utilidade pública e de formação
da cidadania. O estudo analisa a possibilidade de um
Ensino Religioso de abordagem que, assim como o
jornalismo, atenda uma relação entre o acontecimento
e o relato. Do ponto de vista teórico, esta abordagem
do conhecimento religioso implica uma postura mais
ética dos professores para vencer o conflito que surge
entre a convicção pessoal e a necessidade real dos
estudantes. Segundo Juarez Bahia, uma atitude
dessas no jornalismo exige independência, veracidade,
objetividade, honestidade, imparcialidade, exatidão e
credibilidade. Em resumo, se o professor de Ensino
Religioso assumir o hábito de reflexão constante de
sua prática pedagógica, vai defrontar-se com
responsabilidades básicas como o radio jornalista que
reúne, escreve e divulga notícias. Por assim dizer,
assim como os manuais cobram do radio jornalista que
este trabalhe a favor do ouvinte, o professor deve atuar
a favor do aluno. No âmbito da educação, a
diferenciação feita na Proposta Curricular de Santa
Catarina (1998) entre o professor reprodutor e o
professor transformador é um caso de atitude de
ambos. O primeiro tende a repetir o modelo de
exclusão, enquanto o segundo questiona os problemas
da sociedade atual. Passividade versus reflexão.
A arte como criação humana, especificamente
humana, releva os conflitos, desejos e os movimentos
conscientes e inconscientes do ser humano. A arte,
considerada como sacra isto é sagrada, afirma e
aponta para uma dimensão de transcendência,
objetivando na maioria das vezes estreitar o contato
entre o humano e o divino. O campo de sagrado muitas
vezes imprime uma divisão entre mundos, a saber, o
profano e o sagrado. Não em todas as culturas, mas
em algumas esta divisão se estabeleceu de modo
bastante marcado. Pode-se encontrar na arte religiosa
a delimitação entre o mundo do contato com o divino e
mundo meramente humano e material.
Conhecer o universo religioso, delimitando as próprias
crenças em relação às crenças diferentes, admitindo
que todas elas têm valor intrínseco, e procurar um
diálogo saudável entre as diversas tradições, pode
fazer o ser humano situar-se no mundo de forma muito
mais segura e fraterna. Saber que as respostas e os
cultos da fé que integram a nossa identidade têm eco
entre outras identidades religiosas pode aumentar a
nossa própria fé e ao mesmo tempo nos fazer mais
compreensivos e empáticos com a riqueza e a beleza
das religiões do planeta. Presentes em todas as
culturas, entre todos os povos, de todos os tempos, e
assumindo diversas formas de devoção, doutrinas e
princípios éticos, buscando o sentido da vida e a
transcendência em relação à morte, as religiões têm
suas especificidades, mas têm também um patamar
comum de moralidade e busca humana, onde é
possível e urgente estabelecer um diálogo respeitoso e
solidário. O reconhecimento de uma raiz comum,
profundamente humana e, por isso mesmo, divina, é
vital para que o diálogo se projete além de uma
conversa cordialmente superficial, para se tornar uma
vivência enriquecedora. Sendo a religião um fenômeno
humano abrangente, que está entranhado em todas as
áreas da cultura, suas diversas facetas permitem
perfeitamente a interdisciplinaridade no seu tratamento.
E uma das formas deste tratamento passa pelo
universo escolar, através do Ensino Religioso. Assim,
ao mesmo tempo em que o Ensino Religioso serve
para ampliar o universo cultural do aluno, este ensino
se torna muito mais consistente, enraizando-se nas
múltiplas áreas do conhecimento. Cumpre-se assim a
proposta do Fórum Nacional Permanente do Ensino
Religioso. O ser humano é por excelência um ser em
relação, se relaciona com os outros, a natureza e o
Transcendente. Na aspiração de sobreviver e dar
significação para sua existência organiza e desenvolve
as mais diversas formas de conhecimento e
relacionamento. Na tentativa de superação de sua
provisoriedade, limitação, e de sua finitude, procura
responder questionamentos existenciais tais como:
Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Para que
existo? A disposição de busca da dimensão subjetiva
do que transcende o ser humano é denominado
historicamente de religiosidade. A fonte do discurso
religioso situa-se no próprio ser humano, como um
sistema de significação construído em torno da
297
2005
III CONERE
FONAPER
O Ensino Religioso e a
escola reflexiva: uma
proposta para o diálogo
entre as religiões
Márcio Hoff
2005
III CONERE
FONAPER
O discurso sobre a
diferença nos textos
didáticos
de
Ensino
Religioso
Mariane do
Rocio
Peters
Kravice
percepção e da expressão do seu sentido de vida.
Segundo MESLIN), “o religioso pertence, portanto, ao
mais intimo do humano. Não lhe é nem estrangeiro
nem alienante, mas o constitui, como a libido, um dos
fundamentos essenciais da natureza humana”. A
religiosidade é pois uma forma histórica que assume a
capacidade de abertura ao Transcendente, inscrita na
experiência de vida de cada cultura. “Cada cultura tem
, em sua estruturação e manutenção, o substrato
religioso que a caracteriza. Este o unifica a vida
coletiva diante de seus desafios e conflitos”. O
conhecimento religioso é um dos conhecimentos
humanos. Entendendo a escola como o espaço em
construção e reconstrução dos conhecimentos
historicamente produzidos e acumulados pela
humanidade, o conhecimento religioso é patrimônio da
mesma, devendo, portanto, estar disponível a todos os
que a ele queiram ter acesso
A Secretária Municipal de Educação do município de
Charqueadas, buscando refletir com os educadores da
rede acerca da proposta de pensar a construção de
uma Escola Reflexiva, organizou e propôs através do
seu coletivo, a realização de Encontros Temáticos nos
meses de julho e agosto de 2005, em todas as áreas
de conhecimento. A supervisão pedagógica do Ensino
Religioso propôs dois encontros devido ao grande
número de inscritos. Os encontros foram oferecidos
primeiramente aos professores da área específica e as
vagas que restaram foram ocupadas por profissionais
de outras áreas de conhecimento, proporcionando aos
últimos, o contato com o universo do Ensino Religioso
Escolar. Com isso, o Ensino Religioso objetivou
desenvolver um espaço fundamental na participação e
formação de todos os que se fizeram presentes, para
que, através da sensibilidade e religiosidade imanentes
a cada educador, enquanto “ser” humano, sejam
capazes de se abrir a uma proposta reflexiva de
diálogo, e ao pluralismo, incluindo o religioso,
exercitando o convívio respeitoso com o diferente. A
racionalidade dialógica proposta pela Escola Reflexiva
como uma das diretrizes de orientação às instituições
escolares, surge como paradigma no constructo desse
processo. Pensar a dialogicidade, a alteridade e a
tolerância entre a comunidade escolar, “torna a escola
participativa e democrática, descentralizando o poder
de decisões e envolvendo todos num trabalho coletivo
e socialmente responsável”. Nos Encontros Temáticos,
se lançou a proposta de construir o Ensino Religioso
considerando as proposições demarcadas em sua
nova lei e, procurando uma interface com a Escola
Reflexiva. Assim também, o constructo do diálogo interreligioso deve ser pensado no espaço de sala de aula
e em outros espaços pedagógicos, onde a diversidade
de etnias, culturas, tradições, expressões religiosas e
modelos de pensamento estão presentes e se
entrecruzam se misturam e ao mesmo tempo se
chocam através de um tensionamento dialógico.
Dentro deste contexto “o estudo das religiões pode ser
importante para o desenvolvimento pessoal do
indivíduo. As religiões do mundo podem responder a
perguntas que o Homem vem fazendo desde tempos
imemoráveis
Um dos grandes desafios da educação brasileira na
atualidade é o estudo e a pesquisa sobre a pluralidade
cultural e a diversidade religiosa existentes no contexto
histórico-cultural dos educandos, visando assim
identificar possibilidades para estabelecer formas de
diálogo e reverência entre os 'diferentes' no cotidiano
escolar. O conhecimento e a compreensão das
diferentes formas de expressão do transcendente de
cada indivíduo no processo histórico da humanidade
contribuem para a aceitação das diferenças e,
conseqüentemente, a valorização do outro na
construção de uma sociedade democrática, e de um
mundo melhor. O ambiente escolar, como um dos
espaços privilegiados para o estudo e pesquisa nos
múltiplos processos interativos dos indivíduos, tem no
componente escolar de Ensino Religioso um dos
tempos/lugares privilegiados para as práticas
educativas que objetivam atitudes de diálogo e
reverência entre os educandos. Pelo estudo e
decodificação do fenômeno religioso na diversidade
cultural religiosa que, normalmente está presente na
sala de aula, se pode compreender as dificuldades do
educador de Ensino Religioso e como este pode
precaver-se contra qualquer forma de exclusão e/ou de
proselitismo, conforme sugere a Lei de Diretrizes e
Bases (LDB) Nº 9475/97, sendo, pois vedadas
quaisquer formas de proselitismo. Dentro desse
pressuposto de os educadores de Ensino Religioso
não poderem fazer proselitismo e nem favorecerem
determinadas concepções de transcendência parece
ser motivo suficiente e significativo para abordar-se
esta temática. O recorte que apresento neste trabalho
é uma breve abordagem de uma temática mais ampla
que desenvolvo na minha dissertação de mestrado e
objetiva compreender como é abordada a diferença do
298
2005
III CONERE
FONAPER
Ensino
Religioso
e
relações de gênero,
tecendo
novos
e
coloridos
fios
contribuições para um
currículo não sexista.
Claudete
Beise Ulrich
2005
III CONERE
FONAPER
A herança do respeito e
do diálogo
Claudino
Giz
Sérgio
Rogério
Azevedo
Junqueira
2005
III CONERE
FONAPER
A diversidade
presente
no
Religioso
Cláudia
Regina
Tavares
Cardoso
Danise
Cristiane
Rios Araújo
Silvana
Fortaleza
dos Santos
cultural
Ensino
texto Em que Todo Mundo Acredita da coleção Todos
os Jeitos de Crer – Ensino Inter-Religioso de Icontri e
Bigheto, identificando, outrossim, possíveis referenciais
para a elaboração de textos didáticos que tenham a
inclusividade como um dos desafios para a prática
pedagógica dos educadores do Ensino Fundamental.
Há algum tempo, sente-se a necessidade de uma
reflexão mais profunda sobre o que significa ser
menino e ser menina e as relações de gênero no
cotidiano escolar. Como as disciplinas, organizadas na
escola, têm colaborado na busca e na formação de um
ser humano mais pleno? Nesta reflexão, questiona-se
uma disciplina específica: o Ensino Religioso. Qual é a
visão de ser humano que o Ensino Religioso tem
buscado refletir e construir? Qual é o ponto de partida
para de reflexão do novo Ensino Religioso escolar?
“Todo ponto de vista é à vista de um ponto. Para
entender como alguém lê, é necessário saber como
são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz
da leitura sempre uma releitura.”. O desejo do olhar e
da leitura que transita e acompanha a presente
reflexão parte da tradição cristã. É um olhar aberto e
interdisciplinar. Tecer novos e coloridos fios, como
Ensino Religioso e relações de gênero, é colocar-se a
caminho da construção e reconstrução da pessoa
humana, buscando a sua plenitude. Tecer um novo
Ensino Religioso com a reflexão de gênero objetiva a
formação de cidadãs e cidadãos plenos, éticos,
solidários, onde o respeito à diversidade cultural e
religiosa e a construção de uma sociedade
democrática seja uma busca permanente.
Com o reconhecimento, em lei, do Ensino Religioso no
final da década de 90, como área de conhecimento e
como parte integrante da formação básica do cidadão
nascia um grande desafio: o de construir um material
didático-metodológico capaz de atender – isento de
qualquer forma de proselitismo - a prerrogativa de
salvaguardar a diversidade cultural e religiosa do Brasil
(FÓRUM NACIONAL, 1998, verso da capa). Uma das
iniciativas bem sucedidas se deu na Associação
Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, tendo
alguns de seus professores sistematizado um material
didático todo próprio: a Coleção "Redescobrindo o
Universo Religioso", publicada nos anos de 2001 e
2002 pela Editora Vozes. O presente trabalho tem
como objetivo explicitar o processo de implementação
da Coleção "Redescobrindo o Universo Religioso" na
AFESBJ. Toma como principal objeto de estudo os
precedentes inoperacionais, históricos e pedagógicos
da AFESBJ, as razões da estruturação didática que a
Coleção assumiu e, por fim, o parecer dos professores
de Ensino Religioso (Educação Infantil e Ensino
Fundamental) sobre os desafios e conquistas obtidos
com a sua implantação. Educar para a concretização
do sonho de uma convivência respeitosa e pacífica
entre as culturas e tradições religiosas é atualmente
uma incumbência essencialmente da escola. No
entanto, como atendê-la? As páginas que seguem não
só apresentam a proposta de abordagem didática da
Coleção “Redescobrindo o Universo Religioso” como
reafirmam a importância de sua implantação nas
escolas, sejam elas públicas ou privadas.
A vida do ser humano é constantemente bombardeada
por questionamentos, dúvidas e anseios que permeiam
a realidade. Com a mente povoada por uma
diversidade de opiniões antagônicas, que apresentam
como verdades absolutas, o homem se sente inseguro.
Com uma análise não apurada das idéias propostas,
mergulha, embebe seu espírito nelas, que mesmo
assim continuará árido e sedento. Ele ainda possui em
sua essência um ardente desejo de sanar suas dúvidas
quanto aos mistérios da vida. Porém sabemos que a
própria palavra mistério carrega em si, algo que ainda
está escondido, que possivelmente pode ser
descoberto, mas que ainda não sabemos o que é, com
segurança. O ser humano parece satisfazer este
desejo com a conquista econômica, social, afetiva, isto
é, com um imediatismo proposto pelo mundo que se
apresenta muito frágil, causando aos que a ele aderem
uma insatisfação que acentua o vazio existencial. O ser
humano pode satisfazer sua sede de realidade
material, social e afetiva, mas só descansará, quando
realizar o seu desejo de eternidade. Por si mesmo,
almeja um desejo de plenitude, mesmo que não o
reconheça. Existe no coração dos homens tal
exigência de verdade, de justiça, de esperança e de
redenção, dando a certeza de que a mensagem
transmitida pelos grandes líderes da humanidade é
viva e aceitável também em nossos dias. Ela
encontrará corações prontos para responder,
lealmente, se os profetas de tal anúncio forem também
eles, verdadeiros testemunhos. O homem por
excelência é um ser religioso, alguém que vive nos
limites entre profético (que se realiza na denúncia e no
anúncio daquilo que impede e impulsiona a vida plena)
e o mistério (que atrai numa perspectiva de plenitude).
Entendemos neste sentido, que ”o Transcendente é
299
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
FONAPER
Ensino Religioso: um
olhar retrospectivo a
partir da legislação atual
Lurdes
Caron
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
A interdisciplinaridade no
Ensino Religioso uma
análise circunspectiva
Henri Luiz
Fuchs
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Os conteúdos no ER nas
categorias
factuais,
conceituais, atitudinais e
procedimentais
Manfredo
Carlos
Wachs
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Adolescentes infratores:
uma
esperança
de
reintegração
na
sociedade.
Gundula
Schievelbei
n
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Apresentação do projeto
relativo
à
prática
pedagogia em Ensino
Religioso
Ivoni
Anselmo
Susana
Maria
Zimmer
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Espiritualidade
e
adolescência a partir da
disciplina de Ensino
Religioso
Gisele
Mazzarollo
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Interdisciplinaridade
Ensino Religioso
Graziela
Rinaldi da
Rosa
no
essencial para a explicação de sua vida e da sua
finalidade”.
Vivemos em um tempo de inúmeras mudanças no
mudanças no mundo da tecnologia, da política, da
economia e da cultura sócio-religiosa. Neste contexto
de mudanças, a sociedade brasileira em seu processo
de articulação nacional e internacional deixa marcos
significativo em seu diferente mecanismo de
organização e formação, de modo especial, na
Educação. A concepção de ensino-aprendizagem
proposta pela LDBEN 93949/96, resulta a formação de
um cidadão ativo e tecnicamente competente. Esse
fato exige uma reestruturação do Ensino Religioso.
Vivemos num tempo de ambigüidades e complexidade
nas ciências. Até há pouco, o conhecimento era
pautado pelas ciências naturais, oriundas do século
XVI. Somente no século XVII, de forma preliminar e no
século XIX que este modelo re racionalidade se
estende às ciências sociais emergente. Este modelo re
racionalidade se estende às ciências sociais
emergentes. Este modelo de racionalidade está
presente em todas as esferas e níveis da ciência
moderna. A racionalidade criou uma estrutura
totalitária, controladora de fronteiras entre o que é
considerado científico e o que é senso comum e as
humanidades. Todo conhecimento que não segue os
princípios epistemológicos e as regras metodológicas
são negadas pela racionalidade científica. Atualmente
vivemos uma complexidade que não consegue ser
respondida pelas regras e princípios racionalidade.
Nos últimos anos tenho atuado em diversos cursos de
pós-graduação de especialização em Ensino Religioso
e também em atividades letivas de extensão
promovidas por Instituições de Ensino Superior. Nos
diálogos desenvolvidos durante a atividade letiva, é
possível constatar que se tem assimilado com
naturalidade a mudança dos paradigmas e dos
referenciais do Ensino Religioso. A dimensão
epistemológica determinada pela legislação já não soa
mais tão estranha. Nos últimos anos, já não
percebemos as mesmas resistências frente ao
referencial do Ensino Religioso inter-religioso. E as
pessoas já conservam com naturalidade sobre a
diversidade religiosa e não se consegue mais ignorar a
realidade do pluralismo religioso presente na escola.
Nosso trabalho realiza-se na FASE: Fundação de
Atendimento ócio-Educativo. Esta Fundação compõese, atualmente de outros centros que são os CASES:
Centro de Atendimento Sócio-Educativo. EM Novo
Hamburgo, no bairro Canudos, divisa com o município
de Campo Bom, está localizada uma dessas unidades,
desde agosto de 2004.
O projeto KIT ENSINO RELIGIOSO é uma das formas
de ativação cultural que a Biblioteca Pública Municipal
Machado de Assis e o Colégio Estadual 25 de julho de
Novo Hamburgo estão desenvolvendo, num trabalho
de parceria na confecção de material lúdico e didático,
referente a aulas práticas de Ensino Religioso para as
séries iniciais do Ensino Fundamental. Estes KITS são
emprestados para professores da rede pública
municipal, estadual e particular de ensino, mediante
cadastro na Biblioteca Pública.
A espiritualidade e Adolescência a partir da disciplina
de ER é uma pesquisa que vem responder perguntas
norteadoras acerca do desenvolvimento integral dos
adolescentes. Esta pesquisa foi realizada com 176
adolescentes com idade média de 13 a 15 ano em uma
escola confessional, no interior do estado do Rio
Grande do Sul. As questões centros da pesquisa
foram: A espiritualidade e é uma questão pode
interessar o adolescente, como ela se manifesta?
Desta forma, a pesquisa teve por objetivo de identificar
e mapear as manifestações de espiritualidade dos
adolescentes, a partir de materiais e símbolos, como
capa de CD, livros, agendas, objetos, música, etc,
presentes no cotidiano dos adolescentes. Além destes
símbolos foram utilizados na pesquisa questionários,
enriquecendo
a
metodologia
da
observação
participante. Diferentemente dos rótulos colocados na
fase da adolescência, muitas vezes o adolescente se
apresenta sensível e preocupado com questões
cotidianas, como a violência. Assim, a pesquisa auxilia
na compreensão do universo adolescente.
Tenho buscado em minha pesquisa no Mestrado de
Educação na UNISINOS/RS resgatar e/ou desocultar
pensadoras que desafiaram e continuam a desafiar-se
num mundo ainda tão masculinizado, o mundo do
saber filosófico. Como professora também de Ensino
Religioso percebo que trabalhar com as questões de
gênero, sexualidade e mulheres é um desfio, pois faz
entrarmos em um mundo mais humano, percebemos
que há muita história de vida de mulheres, bem como
seus saberes a serem restagatados. Algumas
pesquisas e trabalhos em núcleos, grupos, centros de
programas escolares, universitários ou populares vêm
sendo realizados e tem contribuído muito para excluir
300
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O Ensino Religioso e a
escola reflexiva: uma
proposta para o diálogo
entre
as
tradições
religiosas
e
seus
adeptos
Márcio Hoff
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O mistério das letras
vivas: um mergulho no
universo
dos
textos
sagrados das religiões
Elisângela
Pereira
Machado
Márcio Hoff
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
A
aprendizagem
de
valores nas aulas de
Ensino Religioso
Elisabeth
Zisssis
Gersos
Valério
Schapper
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
A importância do Ensino
Religioso na formação
integral
Tânia
Cristina
Markus
Remi Klein
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
A interdisciplinaridade no
Ensino Religioso
Iria Markus
Schmidt
Henri Luiz
Fuchs
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
A primeira infância e o
Ensino
Religioso:
encontro essencial
Marceli
Porn
Steffens
Remi Klein
2005
24 a 26 de
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
A reflexão pedagógica
de uma professora de
Rosanilda
Kich
preconceitos. Mas, para que essas atitudes criem
forças e espaços maiores, precisamos falar gritar, citar
e criar como em um movimento único e forte, com
redes, tramando em favor de mulheres que
escreveram, pensam e pensaram. Mulheres que
produziram e que vem produzindo conhecimentos, que
possuem corpo, mente e histórias.
O presente trabalho resulta de uma experiência
pedagógica na área do Ensino Religioso, realizada no
formato de Encontros Temáticos, entre os meses de
julho e agosto de 2005. A proposta desses encontros
teve por objetivo, possibilitar, possibilitar perspectiva de
ação reflexiva sobre a prática pedagógica dos
professores de Ensino Religioso da Rede Municipal do
município de Charqueadas, fundamentados nos
princípios de uma Escola Reflexiva. Esta foi concebida
a partir dos pressupostos teóricos de Isabel Alarcão,
pensadora portuguesa. A Área de conhecimento do
Ensino Religioso inserida na proposta de construção
da Escola Reflexiva está buscando através de um fazer
reflexivo
proposto
nos
Encontros
Temáticos
instrumentalizar os educadores acerca da nova
proposta do Ensino Religioso Escolar. Deste modo,
estes poderão pensar nas aulas de Ensino Religioso
baseado neste aporte teórico-metodológico e também
nos específicos de área. Como resultado deste
processo, espera desenvolver um espaço fundamental
na formação de educandos, possibilitando os
instrumentos capazes de fazê-los se abrir à reflexão,
ao diálogo e ao pluralismo, incluindo o religioso, e ao
convívio respeitoso e harmônico com a diversidade
cultural que se mostra cada vez, mas em nossa
sociedade.
Na tentativa de conduzir o ser humano na
compreensão e no respeito da historicidade religiosa
presente nos Livros Sagrados das Religiões, A Escola
Menino Deus, acolhendo a na proposta do ER e suas
mudanças, lança-se na ventura de tornar próxima a
mensagem humanizadora das religiões revelada,
transmitida de foram viva e desafiante em suas letras e
credos. Assim, apresentamos uma experiência
pedagógica que envolveu de forma participativa,
estudantes e Comunidade Escolar, incida em julho de
2004, culminando em uma Exposição dos Textos
Sagrados das Religiões: Hindu, Budista, Judaica,
Crista, Islâmica e Religiões Primitivas, realizada na
Capela da Escola, em setembro de 2004. Para tornar
estes Textos Sagrados conhecidos dos educandos,
ocorreram encontros de formação extraclasse, que
antecederam ao evento, o que instigou os estudantes a
pesquisar sobre cada Livro Sagrado exposto.
Ampliando assim, o estudo realizado em sal de aula.
Houve participação intensa da Comunidade Escolar no
dia da exposição realizada na Feira dos Livros. As
avaliações feitas após o término da atividade
demonstram que a Comunidade Escolar recebeu muito
bem a proposta da Escola, pela iniciativa de acolher o
Pluralismo Religioso em um espaço que por
Identidade, confessa a fé Católica e o cultivo do
Carisma Franciscano.
O artigo 33 9475/97 promulga ser facultativo o ER, ao
mesmo tempo em que diz ser ele parte integrante da
formação básica do cidadão. O termo facultativo isenta
a escola de qualquer problema com relação a
diferenças de credos e crenças, mas não isenta a
escola de formar o cidadão; pelo menos é isso que a
sociedade espera dela.
Para se saber a importância do Ensino Religioso, é
preciso conhecer sua história; o contexto onde está
inserido. Neste trabalho poderemos observar quando o
Brasil foi colonizado não se dava importância ao ensino
de um modo geral, pois sua importância era
meramente para fins lucrativos. Com o tempo houve a
necessidade de mão de obra, aqui chegaram os
religiosos, entre eles, em maior número vieram os
jesuítas que fizeram o trabalho de catequizar, ensinar a
ler e tornar os escravos mais dóceis para o trabalho,
facilitando o trabalho de colonização, Ito ocorreu até a
expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal.
A pesquisa busca analisar o trabalho interdisciplinar na
escola, partindo de uma revisão histórica da
interdisciplinaridade,
conceitos,
características,
desafios e sua relação em especial com o Ensino
Religioso, que é a mais nova área de conhecimento.
Neste caso, uma análise direcionada para a Escola
Estadual de Educação Básica Pancho Verde,
localizada em Panambi/RS com vistas a entender a
concepção do trabalho interdisciplinar na sua prática
diária.
O Ensino Religioso é um componente essencial na
vida de todo ser humano, principalmente da criança. E,
como fonte de desenvolvimento, contribui para a
criatividade e para o crescimento intelectual, social,
emocional e religioso do indivíduo.
Este trabalho tem por finalidade fazer uma análise a
partir de uma reflexão sobre a ação pedagógica, as
301
novembro
Ciências
Biológicas
diante
do
Ensino
Religioso
A relação da religião na
política e construção dos
PCNs
Evaldo Luis
Pauly
Denise
Hinnah de
Almeira
Henri Luiz
Fuchs
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Currículo
do
Religioso no
Fundamental
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino
Religioso:
desafios de um novo
paradigma
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino Religioso e a
Educação de Jovens e
Adultos (EJA), um novo
olhar
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino Religioso: veículo
condutor
para
a
liberdade e a ética do
educando
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O Ensino Religioso e as
estratégias de prevenção
diante do fenômeno
Bullying
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Interação
educador
educando: um desafio
possível
no
Ensino
Religioso
Vicentina
Jacques
Binello
Manfredo
Carlos
Wachs
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O Ensino Religioso e a
valorização da vida
Margarida
Manke
Bento
Karin
Wondracek
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Observações a respeito
do babélico e do antibabélico no fenômeno e
no Ensino Religioso
Euclésio
Rambo
Oneide
Bobsin
Ensino
Ensino
Carla
Rosane
Silveira
Garcia
Oneide
Bobsin
Silvia
Cristina
Hack
Manfredo
Carlos
Wachs
João
Marcelo
Rodrigues
Silva
Valério
Guilherme
Schaper
Maria Luiza
V. Kepler
Laude
Erandi
Brandenbur
g
Érica Emilia
Rodrigues
Machida
Remi Klein
possíveis relações entre as áreas de estudo das
ciências biológicas e a área do Ensino Religioso
quanto à origem e evolução do homem.
Portugal lançou-se às aventuras marítimas e, dentre
varais conquistas territoriais o Brasil foi à principal. A
península Ibérica notabilizou-se por defender
ardentemente a fé católica. Em função disso, os
ditames do catolicismo foram levados ao Brasil e
demais países da América Latina. Portanto, o
nascimento do Brasil foi fortemente marcado pela
égide da Igreja Católica Apostólica Romana. A vocação
de nação católica já está estabelecida no documento
fundados do Brasil, que é a carta do escrivão da frota
cabralina, Pero Vaz de Caminha.
Para repensar e re-planejar o currículo do Ensino
Religioso para o ensino fundamental nas escolas
públicas é importante que o professor desta área esteja
atualizado, tornando conhecimento dos aspectos da
legislação atual, que envolvem o Ensino Religioso.
Também é necessário possibilitar a reflexão sobre as
teorias de currículo para assim posicionar-se e
construir sua proposta curricular segundo o contexto
em que a escola está inserida.
Vivemos em uma época onde o termo qualidade está
presente em vários setores de nossa sociedade. Está
presente também nas discussões em torno da
educação, que é uma das áreas essenciais à formação
do ser humano.
O presente trabalho tentará relatar a experiência de
trabalhar o Ensino Religioso com os estudantes da
Educação de Jovens e Adultos (EJA) em escola
pública. Este trabalho não será uma pesquisa, mas um
relato do que ocorre neste espaço, onde pessoas de
melhor idade, excluídas da sociedade e privadas de
seu tempo escolar, voltam para a escola. Neste espaço
elas se vêem diante da chance de debater e de
conviver com as diferentes denominações religiosas,
isto é, o pluralismo religioso das escolas públicas do
Brasil, mais especificamente o do Rio Grande do Sul,
ainda que seja um pluralismo cristão. Este espaço
escolar tem um diferencial, pois o educando tem a
possibilidade de falar e de relatar suas experiências
com o sagrado, compreendendo e interagindo com as
demais religiões. Esta prática não é usual nas outras
áreas de conhecimento, pois não há um espaço
sistemático para dialogo e acaba prevalecendo uma
educação de perguntas e respostas prontas.
Entre as questões que merecem atenção de
pensadores de todas as épocas e culturas está a da
liberdade. Existe a liberdade? O que é a liberdade?
Como é possível agirmos livremente?
O século XXI defronta-se com os desafios existentes
nos últimos 20 anos do século XX, o qual assistiuperplexo a uma realidade multifacetada a enconcobrir
fatores extremamente conflituosos, sendo considerado
o mais violento da história humana e encerrou-se sem
ter conseguido corporificar sequer as propostas do final
do século que o precedeu. Igualmente nesse período,
descobertas científicas e tecnológicas relevantes
acontecerem à custa da degradação da natureza e da
agressão à dignidade humana, determinada por um
modelo econômico extremamente capitalista e
excludente, que modificou, progressivamente, a
paisagem cultural, social, econômica e política de
diversos países e regiões do mundo, os quis irão
influenciar o momento atual que clama por superar a
exclusão e defender a vida.
A formação do educador brasileiro vem sofrendo
mudanças significativas no decorrer dos anos.
Observando a trajetória histórica desta formação é
possível perceber os processos de mudanças no
século XVIII o exercício do magistério era exercido por
pessoas das classes mais favorecidas com
exclusividades para o gênero masculino. As escolas de
formação destinavam-se a este público. Essa
prioridade foi diminuindo e a partir do início do século
XX a mulher começa conquistar seu espaço nesta
área, mas a exclusividade continuava sendo para a
classe mais favorecida.
Atuo na disciplina de Ensino Religioso em uma escola
pública estadual e seu da importância fundamental
dessa disciplina na formação integral dos educandos.
Um dia, em sala de aula, observando as atitudes e
comportamentos de muitos estudantes e alunas,
questionei-me sobre o meu papel de educadora,
principalmente de Ensino Religioso. O que eu via a
minha frente eram crianças e jovens sem um sentido
de vida, com falta de respeito mútuo e próprio, com
falta de afeto e de cuidado.
O estudo do fenômeno e do Ensino Religioso, com
observações a partir do mito de Babel, será abordado,
inicialmente considerando o antibabélico e partindo do
que pode ser entendido como uma tentativa de
302
2005
24 a 26 de
novembro
III Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Proposta curricular do
ER na Escola Estadual
de Ensino Fundamental
Barão do Rio Branco de
Catuípe/RS
Augusto
Betzch
Henri Luiz
Fuchs
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino Religioso: que
espaço é este? Uma
identidade pedagógica...
Sérgio
Rogério
Azevedo
Junqueira
homogeneização de um fenômeno plural e diverso. Já
o segundo ponto estudado contempla o que poderia
ser apresentar como uma totalização do diverso
proposto por fragmentos babélicos, o que se aprestaria
igualmente antibabélico. EM ambos os postos serão
observados os problemas do antibabélico no Ensino
Religioso. Sendo Babel o mito que aponta para a
diversidade e a pluralidade, estes aspectos serão te
matizados no teórico ponto, no qual será contemplada
ainda, a questão do diálogo, do respeito e do
reconhecimento com o diferente.
O presente trabalho de pesquisa objetiva analisar a
proposta curricular do ER da Escola Estadual de
ensino fundamental Barão do Rio Branco de Catuipe
RS. Serão analisadas as turmas de 5ª. a 8ª. série ou
ciclos 3 e 4. Para que possamos trabalhar na educação
pensando no aluno como um ser integral, devemos
trabalhar com o ER incluindo no currículo e no dia a dia
da escola. Devemos trabalhá-lo de forma integrada,
pois o aluno é integral.
Propor uma reflexão sobre o Ensino Religioso no
contexto brasileiro hoje é questionar sobre a sua
relação no espaço escolar, é refletir sobre a sua
identidade no contexto pedagógico. Mas, ao afirmamos
que alguém ou alguma coisa possui uma identidade é,
com certeza, por percebermos um conjunto de
caracteres próprios e muitas vezes exclusivos. O
desafio de discutir a IDENTIDADE PEDAGÓGICA do
Ensino Religioso encontra-se no fato de que este
historicamente não foi concebido como elemento
integrante de uma área maior como a educação, pois,
ao propormos as características pedagógicas, significa
compreender dentro do conjunto de teorias e doutrinas
na educação. Quando os pesquisadores procuram
estudar o desenvolvimento do Ensino Religioso
brasileiro, a grande fonte é a legislação e não as linhas
educacionais. Atualmente especialistas que se
dedicam a este componente curricular estão
procurando realizar por inferência a tentativa de
associar correntes pedagógicas aos diferentes
modelos desenvolvidos neste país, por associação a
partir dos subsídios didáticos existentes. Toda esta
análise e reflexão desenvolvidas em regiões brasileiras
sofrem a interferência das concepções de educação,
escola, professor, currículo e outros segmentos
relacionados ao pensar pedagogicamente o processo
de ensino-aprendizagem. Atuais proposições da
educação nacional a partir dos Parâmetros
Curriculares Nacionais ressaltam dois enfoques
significativos na articulação da formatação dos
componentes curriculares: - O primeiro é o enfoque
social aos processos de ensino e aprendizagem, desta
forma propondo para a discussão pedagógica aspectos
de extrema relevância, em particular no que se refere à
forma como se devem entender as relações entre
desenvolvimento e aprendizagem; à importância da
relação interpessoal nesse processo, assim como a
relação entre cultura e educação e o papel da ação
educativa ajustada às situações de aprendizagem e às
características da atividade mental construtiva do aluno
em cada momento de sua escolaridade. - O segundo
aspecto presente nos Parâmetros é a psicologia
genética responsável pelo aprofundamento e a
compreensão do processo de desenvolvimento na
construção do conhecimento. Compreender os
mecanismos pelos quais o indivíduo constrói suas
representações em uma perspectiva psicogenética
contribui para além das descrições dos grandes
estágios de desenvolvimento. A compreensão da
concepção de que os componentes do currículo devem
ser uns espaços de formação e informação, em que a
aprendizagem dos conteúdos deve necessariamente
favorecer a inserção do estudante no dia-a-dia das
questões sociais marcantes em um universo cultural
maior. A formação escolar deve, portanto, propiciar o
desenvolvimento de capacidades, de tal forma que o
favorecimento, a compreensão e a intervenção nos
fenômenos sociais e culturais possibilitem aos
estudantes usufruir as manifestações de sua
comunidade seja local e/ou universais. Essa função
socializadora
remete
a
dois
aspectos:
o
desenvolvimento individual e o contexto social e
cultural, com a valorização da cultura de sua
comunidade e simultaneamente buscar superar seus
limites, propiciando aos estudantes, pertencentes aos
diferentes grupos sociais, o acesso ao saber, tanto no
que diz respeito aos conhecimentos socialmente
relevantes da cultura nacional como no que faz parte
do patrimônio universal da humanidade. É importante
ressaltar que os conhecimentos transmitidos na escola
se recriam e recebem um novo sentido, sobretudo,
quando é produto de uma construção dinâmica que se
opera na interação constante entre o saber formal
escolarizado e os demais saberes; entre o que ele
aprende institucionalmente e o que traz consigo para o
espaço escolar, em um processo contínuo, permanente
de aquisição, no qual interferem fatores políticos,
303
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Sala de aula do Ensino
Religioso - em busca do
novo?
Laude
Erandi
Brandenbur
g
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Práxis
do
Ensino
Religioso: olhares em
perspectivas e novos
olhares em formação
Remi Klein
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O canto no
Religioso:
a
como
congregante
Edson
Ponick
Ensino
canção
opção
sociais, culturais e psicológicos. Na atual compreensão
do processo de ensino-aprendizagem, proposta no
Brasil, o conhecimento não é percebido como algo fora
do indivíduo, adquirido por meio de mera transmissão,
muito
menos
que
o
indivíduo
constrói
independentemente da realidade exterior, dos demais
e de suas próprias capacidades pessoais. É antes de
mais nada uma construção histórica e social, na qual
variáveis como fatores políticos, sociais, culturais e
psicológicos interferem nesta construção. Desta forma
o papel da educação seja das pessoas como da
sociedade é ampliado e indica para a necessidade de
vislumbrar uma escola voltada para a formação de
cidadãos. Nisto o atual contexto ressalta a competição
e a excelência, em que o progresso científico e os
avanços tecnológicos definem exigências novas para
os jovens que ingressarão no mundo do trabalho,
portanto, tal demanda impõe uma revisão dos
currículos que orientam o fazer cotidianamente
realizado pelos professores e especialistas em
educação em nosso país.
Há mais de 10 anos trabalha-se na configuração do
perfil do Ensino Religioso (ER) como componente
curricular. O Ensino Religioso vai constituindo sua
identidade de modo muito lento. Dez anos... Processo
vagaroso... Mas já se espera o novo. Essa expectativa
pela novidade é, ao mesmo tempo, desafiadora e
limitante. Espera-se que o Ensino Religioso seja
altamente inovador em termos de currículo e de
metodologia. A novidade é especialmente esperada de
eventos científicos e da produção bibliográfica.
Seguidamente ouço de pessoas que participam em
encontros dessa área, que é preciso apresentar-se
"coisas novas", pois muito já se sabe de como deve ser
o ER. Como, então, buscar o novo no já "velho" ER?
Discorro sobre algumas inferências e suspeitas que
percebo nesta área. Em decorrência de uma suposta
clareza referencial, surge a sala de aula como o
espaço em que se deve adentrar ou sair com esse
"novo" ER que se apregoa desde 1997.
Nestas palavras de Paulo Freire em epígrafe
evidencia-se quão importante no processo educativoreligioso, bem como no processo educativo em geral, é
partir do conhecimento prévio de nossos educandos,
sejam eles crianças e jovens estudantes ou docentes
em sua formação inicial e continuada. Com este
pressuposto e princípio pedagógico trago, a seguir,
uma reflexão sobre a práxis do Ensino Religioso, a
partir de uma amostra de uma pesquisa de campo
vinculada ao meu projeto de Doutorado em Teologia,
na Área de Concentração em Religião e Educação,
Desenvolvido no Instituto Ecumênico de PósGraduação da Escola Superior de Teologia. Realizei a
pesquisa de campo entre 2000 e 2004, em estreita
vinculação com a minha docência e voltada à formação
docente, a partir da disciplina de Metodologia do
Ensino Religioso, no Curso de Licenciatura em
Pedagogia da UNISINOS e no Curso de Bacharelado
em Teologia da EST. Como metodologia de pesquisa
utilizou um jogo Minha história – tua história e o
resgate de memoriais descritivo-analíticos. A meu ver,
tais
metodologias
de
pesquisa
participante
possibilitaram aos estudantes em sua formação
docente pensarem sobre o seu próprio processo
educativo-religioso como crianças e jovens, enquanto
educandos, para, a partir daí, melhor se assumirem e
se prepararem como educadores que estão sendo hoje
ou que serão um dia, com vistas, em especial, à sua
atuação docente no Ensino Religioso na escola. Como
referencial teórico para a minha pesquisa de campo
apoiou-me especialmente na etnografia e na
cartografia. Tomei a liberdade de fazer um jogo de
palavras entre etnografia e cartografia e, no intuito de
aproximá-las e de integrá-las em minha proposta de
pesquisa, criei o termo ‘etnocartografia’. A tese ficou
assim intitulada: Histórias em jogo: rememorando e
ressignificando o processo educativo-religioso sob um
olhar etnocartográfico
A expressão musical é constitutiva de praticamente
todas as denominações religiosas. Por sua
constituição, seus efeitos sobre o ser humano, a
música ocupa um lugar especial nas diferentes
manifestações religiosas. Nesse sentido, entendo a
música como um elemento indispensável no Ensino
Religioso. Em primeiro lugar, no sentido de conhecer e
de saber valorizar as diversas formas de como a
música integra cada religião. Cabe ao professor ouvir
com os e as estudantes composições musicais das
denominações religiosas em estudo, procurando uma
aproximação contextual a todos os elementos que
compõem cada obra. Em segundo lugar, a música
aparece como um instrumento didático-pedagógico,
enquanto caminho para experenciar momentos de
convivência, de aproximação e de respeito à
alteridade. Esse também é um aspecto importante nas
aulas de Ensino Religioso. Conhecer as diferentes
denominações religiosas deve acontecer junto com
304
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
A avaliação nas práticas
educativas: socializando
aprendizagens
Ires
Lausmann
Klein
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Celebração no Ensino
Religioso
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O Ensino Religioso e a
educação infantil
Júlio César
de
Lima
(Colégio
Santa Inês
–
Porto
Alegre/RS)
Veroni
Teresinha
Medeiros
Laude
Erandi
Brandenbur
g
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino Religioso
projetos
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O lúdico
Religioso
no
por
Liana Plentz
Marquardt
(Professor
de ER em
Porto
Alegre/RS)
Ensino
Manfredo
Carlos
Wachs
Erica
Ströher
JussaraWilb
momentos em que é possível experimentar o prazer de
estar junto, pensando, sentindo, crendo diferente.
Segundo Faustino Teixeira, “a educação religiosa deve
favorecer não apenas conhecimentos teóricos, mas
uma aproximação existencial: experiências práticas de
diálogo”. Em relação à música, uma experiência prática
que ela oferece, é a possibilidade de cantar e dançar
em conjunto, através das canções populares e
folclóricas. O canto ou a canção é uma das
manifestações musicais mais acessíveis. A canção
popular está presente na vida de cada pessoa de uma
forma ou outra. Em casa, nas ruas, nos coletivos, nos
consultórios, há sempre um aparelho eletrônico nos
(en) cantando, gostemos ou não. A canção, além de
todas as características musicais – ritmo, melodia,
harmonia, entre outros –, possui também um texto.
Esse, integrado a todos os elementos da música já
citados, dá à canção essa acessibilidade e flexibilidade
que um concerto para piano e orquestra, por exemplo,
não tem. Uma pessoa pode estar em qualquer lugar e
cantar uma canção; um grupo se reúne à beira da
praia, com ou sem um violão, e canta suas canções
preferidas. Arrisco dizer que é na canção que a força
congregante da música mais se manifesta.
A abordagem da avaliação no Ensino Religioso
encontra-se entre os assuntos de difícil compreensão e
das mais complexas práxis em todas as modalidades
de ensino. Talvez seja uma das causas por que as
mudanças estão sendo tão lentas no cotidiano da vida
escolar. A literatura é vasta e as concepções teóricas
apresentam relevantes questões a serem consideradas
no fazer pedagógico. Constato uma distância entre as
propostas teóricas e a práxis, bem como tímidos
movimentos para mudar ações sedimentadas na
estrutura da vida escolar no decorrer da História da
Educação. Ao longo de três décadas como educadora,
vivenciei, em cada época, diferentes concepções
pedagógicas e tive a oportunidade de construir e
desconstruir diversos conceitos e práticas sobre o
processo avaliativo na escola. Atualmente, como
pedagoga toma conhecimento de propostas de
Regimentos Escolares de escolas estaduais,
municipais e particulares e também das práticas
pedagógicas que os docentes desenvolvem nas
diversas modalidades de ensino. O Regimento Escolar
tem implicações e conseqüências no processo
avaliativo da escola e dos sujeitos que nela buscam e
interagem com o conhecimento. Este não é único
documento de referência para a práxis escolar, mas o
considero um retrato de suas opções e ações, pois a
legitimidade e, na maioria das vezes, a continuidade da
história escolar de cada sujeito está nele baseada.
Mais do que se constituírem em documentos da
escola, o Projeto Pedagógico, o Regimento Escolar, o
Plano de Estudos e o Histórico Escolar do educando
enquanto indivíduo deve ser considerado a significação
da aprendizagem enquanto função social, a serviço da
cidadania, que eles expressam.
Celebrar é tornar célebre algum aspecto importante da
vida humana. É, na verdade, uma necessidade
humana. No Ensino Religioso a celebração da vida tem
o seu papel e a sua importância.
A educação nas fases iniciais da infância deixou de ser
mero luxo das classes abastadas ou simples
necessidade de famílias pobres. A educação integral
na infância alcançou reconhecida importância também
a partir das políticas educacionais. Dentro dessa
concepção de educação integral também a dimensão
religiosa encontra o seu espaço de abordagem. Para
que o trabalho seja eficiente, torna-se necessário focar,
com toda seriedade, a fase em que as crianças se
encontram como se apresentam suas necessidades e
como se dá o seu desenvolvimento religioso.
Uma das características mais importantes dos projetos
é que eles envolvem o educador, o educando e a
comunidade escolar, transpondo as barreiras da sala
de aula, levando ao encontro do outro com suas
diferenças
e
peculiaridades,
abrindo
novas
perspectivas, ajudando a aprender a ter um novo olhar
sobre as pessoas, fatos, situações, valores... O projeto
pressupõe abertura: o saber não está construído - a
proposta é construí-lo. Por isso tem como sinônima
intenção, plano. Planejamos o que queremos alcançar,
mas não temos nenhum controle sobre o resultado,
porque envolve pessoas e sua ação criadora.
O presente texto visa apresentar sugestões de
atividades práticas para serem realizadas nas aulas de
Ensino Religioso. São atividades que têm como
princípio a interdisciplinaridade. São, portanto,
proposições que podem e devem ser realizadas em
conjunto com professores de outros componentes
305
orn
Griebeler
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Análise
de
material
didático para o Ensino
Religioso
Henri Luiz
Fuchs
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Construções de valores
a partir do Ensino
Religioso
Ana Lúcia
Parada
Baptista
Henri Luiz
Fuchs
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Prática pedagógica em
Ensino Religioso
Daniel
Bueno
Silveira
da
curriculares ou pelo mesmo educador numa
perspectiva interdisciplinar. Apesar das sugestões e
orientações serem redigidas para o contexto da
educação formal, as sugestões de atividades também
podem ser adaptadas para os espaços educativos
informais. Os jogos explicados neste texto são uma
das coletâneas de atividades ensinadas na disciplina
de Didática do curso de Magistério do Instituto de
Educação Ivoti – IEI, sendo confeccionadas e
exercitadas em oficinas das práticas de ensino. As
possibilidades de jogos, as modalidades e as variantes
de cada jogo não precisam se restringir às sugestões
aqui apresentadas. Sem dúvida, a criatividade de
educadores é grande e as possibilidades de criar jogos
são maiores do que as que estão aqui apresentadas.
Ao realizarmos as oficinas de práticas de ensino,
reforçamos esta nossa convicção e, no processo
dialógico de ensino, constatamos, em conjunto com os
estudantes, outras variantes e modalidades de
elaboração e execução dos jogos.
O Ensino Religioso enquanto área de conhecimento
requer uma nova abordagem na sala de aula. O
processo ensino-aprendizagem dessa área de
conhecimento requer uma nova epistemologia e uma
nova didática. A didática é entendida como a arte de
ensinar e aprender. Por ser uma arte, a didática nunca
estará completa, concluída. Haverá, a cada momento,
uma nova forma de abordar um assunto, aprofundar
um tema, produzir um novo conhecimento. O Ensino
Religioso requer uma abordagem pedagógica e não
religiosa
no
contexto
escolar.
Não
é
a
confessionalidade que provoca a didática, mas a forma
como será estudado um tema relacionado com a
dimensão religiosa ou com cada expressão do
sagrado. O currículo de Ensino Religioso não é um
espaço reservado para a legitimação, a doutrinação ou
a evangelização, de expressão de ritos, símbolos,
campanhas e celebrações. Os conteúdos curriculares
do Ensino Religioso estão relacionados com as
diversas manifestações do sagrado que constitui o
conhecimento religioso, patrimônio cultural da
humanidade. É enquanto patrimônio cultural que o
Ensino Religioso deve ser contemplado no currículo da
escola. A partir deste enfoque, ele se transforma num
espaço privilegiado para a formação integral do ser
humano. A construção de referenciais de vivência,
reverência e experiência de convívio com o diferente
estará assegurada na medida em que o Ensino
Religioso conseguir superar a sua trajetória histórica
associada à catequese ou ao modelo de tornar as
pessoas religiosas dentro de uma visão fragmentada
de ser humano inserido na história. A partir da
concepção epistemológica e pedagógica contida na
LDB 9394/96, o Ensino Religioso visa dialogar sobre o
fenômeno religioso a partir das experiências dos
educandos. Através desta compreensão do espaço do
Ensino Religioso na escola, antes de pensarmos em
materiais didáticos para os diferentes níveis de
formação escolar, somos desafiados a conhecer
melhor os parceiros de caminhada e o contexto no qual
estão inseridos. Esta aproximação didática requer um
planejamento integrado com a comunidade escolar e
as diversas áreas de conhecimento. Para tal, antes de
buscar materiais de apoio didático, o professor deverá
construir conceitos e princípios que orientem a sua
prática pedagógica em consonância com aqueles
definidos pela sociedade. O professor de Ensino
Religioso é um servidor da sociedade e não um ser
solitário desconectado do contexto histórico e da
sociedade na qual atua enquanto profissional da
educação. O ato educativo é marcado pelas
intencionalidades e construído nas tensões e
contradições presentes na sociedade e no ambiente
escolar.
Para construirmos valores através do Ensino Religioso
é preciso entender a importância da ética e dos valores
humanos, éticos, morais e espirituais, tão importantes
para o desenvolvimento integral do ser humano.
Precisamos também compreender o comportamento
dos estudantes e para isso é preciso saber um pouco
sobre as etapas do desenvolvimento da adolescência
para tentarmos resgatar valores essenciais para a
formação de pessoas cidadãs. Segundo Vazquez, a
Ética vem do grego Ethos, que significa analogamente
“modo de ser”, “costume” ou “caráter”, enquanto forma
de vida também adquirida e conquistada pelo homem.
Ethos, de acordo com os Parâmetros Curriculares
Nacionais, significa também o conjunto de valores e
atitudes que determinam a cultura.
O Ensino Religioso significa comunicar a cultura
religiosa, através da organização técnica adequada ao
contexto da aprendizagem de “ser” e “vir a ser” um ser
humano religioso e solidário.
A
idéia
da
elaboração destas sugestões de práticas pedagógicas
em Ensino Religioso é não só um esforço honesto em
prol de uma renovação e modernização da
Metodologia do Ensino Religioso que, no Brasil, já
306
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Fenômeno bullyng e a
presença do Ensino
Religioso: alteridade e
resilência,
na
perspectiva de um olhar
terno educacional
Érica
Rodrigues
Machida
(Secretaria
Municipal
de Bagé)
Remi Klein
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino Religioso: uma
prática pedagógica de
respeito às diferenças
culturais
Francisca
Helena
Cunha
Daneliczen
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Corpos e ritos na escola
Gilberto
Luiz Ludwig
Remi Klein
conta com anos de experiência, mas propõe-se,
sobretudo, a transmitir a nossa contribuição pessoal à
melhoria da qualidade do Ensino Religioso.
Efetivamente a necessidade desta melhoria surge do
fato de que o acomodamento a velhas técnicas do
ensino do religioso, sem a busca de modernos
métodos de transmissão do conhecimento religioso,
motiva, pelo menos, estagnação, o que, comparado à
dinâmica da própria vida moderna, equivale ao declínio
e à deteriorização. Para essa acomodação às velhas
técnicas contribui, de forma sensível, a carência sobre
a concepção de interdisciplinaridade e dos esforços
intencionais no sentido de criar os contextos nos quais
o Espírito de Deus possa trazer à atividade humana de
fé uma interação transformadora e redentora com a
história cristã, para um eficiente processo de ensino e
aprendizagem. Para que o Ensino Religioso seja
inovador e exigente consigo mesmo, é essencial que o
educador receba especial atenção. No entanto, não é
suficiente oportunizar aos docentes a realização de
cursos de pós-graduação, em nível de mestrado e
doutorado, possibilitando o progresso na carreira e a
ampliação de condições de dedicação integral; mas
também a capacitação do educador em metodologia do
Ensino Religioso, posto que as próprias experiências
de cursos de pós-graduação pouca relevância têm
dado à formação do professor na área do Ensino
Religioso.
Quais são os saberes necessários para o Século XXI?
Qual seriam as possibilidades apontadas para a
construção de um cenário educativo e prazeroso?
Como o Ensino Religioso pode servir de aporte para
estabelecer um diálogo frente à diversidade cultural,
religiosa e de gênero? Tais perguntas são de extrema
importância para a sociedade de hoje e para a
sociedade que se quer para o amanhã. As relações
interpessoais no Século XXI demonstram que a
violência está presente em todos os segmentos
sociais, sendo uma das principais causas que
ameaçam a construção da paz. O fenômeno Bullying
retrata de forma singular esta constatação.
Caracteriza-se por ser uma forma de violência velada,
que acontece de forma direta ou indireta nos mais
variados ambientes onde há relações interpessoais,
numa relação de desigualdade entre iguais, marcado
por perseguições constantes a uma mesma vítima e,
por ser complexo e variável, torna-se difícil sua
detecção, prevenção e erradicação. O fenômeno é
realidade inegável em nossas escolas, acontece em
cem por cento delas, quer sejam da rede pública ou
particular, e é responsável pelo estabelecimento de um
clima de perplexidade e medo entre os que ali
estudam, impedindo-os de se sentirem tranqüilos e
seguros. As conseqüências do bullying são nefastas,
ferem o indivíduo no mais íntimo do seu ser: a sua
infância e juventude, a sua pureza, tirando a
tranqüilidade e o direito de estudar em um lugar que
deveria se mostrar prazeroso, a escola. Segundo as
vítimas, o fator que mais as incomoda, somado às
agressões físicas, verbais e psicológicas sofridas no
decorrer do ano letivo, é a humilhação pela qual
passam silenciosamente. De acordo com o relato de
pessoas que foram vítimas do bullying na escola, em
pesquisa que tenho desenvolvido e acompanhado para
a dissertação de mestrado em Teologia: Educação
Comunitária, a queixa maior se dá pela falta de
percepção da dor e do sofrimento; a falta de cuidado
com o outro e do olhar da escola.
O presente texto aborda reflexões a respeito da
importância da escola contemplar, nos seus projetos
educativos, propostas na perspectiva multicultural, bem
como a contribuição do Ensino Religioso para a
concretização de práticas pedagógicas que respeitem
e valorizem as diferenças. Neste sentido, o texto inclui
o relato do projeto Respeitando as diferenças: uma
nova perspectiva para o Ensino Religioso.
A configuração do Ensino Religioso como área de
conhecimento implicou mudanças ao que se
compreendia como Ensino Religioso. Tanto os
Parâmetros Curriculares Nacionais – Pluralidade
Cultural e Orientação Sexual, ao destacarem a
diversidade social brasileira no que tange à
“multiplicidade de modos de relação com a natureza,
de vivência do sagrado e de sua relação com o profano
como também o FONAP sobre os critérios para a
organização e a seleção de conteúdos apresentam o
Corpo e o Rito como objetos de estudo da disciplina.
texto abordará o corpo e o rito da delimitação dos
conceitos até o espaço duma aula de Ensino Religioso
numa escola católica. O desafio se coloca em função
do resgate da corporeidade e do respeito à diversidade
cultural presentes nas diversas manifestações
religiosas e nos seus ritos, como também as
ritualidades cotidianas. Nos vetores civilizatórios, o
corpo sempre esteve relegado a um segundo plano.
Uma clara distinção entre o corpo, matéria,
contingente, e a alma, espírito, divino. As
307
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Morte: uma lição para a
vida
Leomar
Antônio
Brustolin
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Religiosidade humana e
fazer educativo: um olhar
a partir da didática do
Ensino Religioso
Marcos
André
Scussel
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Disciplina do Ensino
Religioso como dever ou
como prazer
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Avaliação
Religioso
Mirian
Rejane
Flores
Cerverira
Remi Klein
Núbia Berny
Mauch
Márcia E. L.
da Paixão
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Pensando as diretrizes
curriculares do Ensino
Religioso no Paraná
no
Ensino
René
Simonato
Sant’ana
conseqüências desta compreensão afetaram a
plasticidade do fenômeno religioso ocidental, a
educação, da ciência, o conhecimento e as relações
humanas. Atualmente as discussões sobre a
corporeidade ganham terreno em diversas áreas do
conhecimento. O ser humano não tem um corpo. Ele é
o corpo. O seu corpo é a sua possibilidade concreta de
expansão de seu ser. O corpo é o meu próprio eu, que
se expande. O corpo se constrói nesta materialidade.
Revelo-me absolutamente no corpo. Revelo-me pelo
meu corpo, pelas minhas emoções. Aliás, “graças ao
corpo os sentimentos e as emoções não podem ser
represados; ele, o corpo, sente incontrolável
necessidade de expressá-los. É impossível guardar
sentimentos ou uma emoção. De uma forma ou de
outra o corpo se encarrega de criar linguagens pelas
quais os sentidos se tornam evidentes” Pelas emoções
e pelos sentimentos nos damos conta de que somos
corpo. Toda a ritualidade das celebrações nasce do
corpo para a satisfação do corpo. A partir da
sensibilidade humana o corpo sente os efeitos dos
rituais de celebração, os absorve e nos faz sentir
corpos plenos.
Dentre os conteúdos específicos da disciplina de
Ensino Religioso está a morte, seu sentido e seus ritos.
Infelizmente este é um dos temas menos tratados na
formação do cidadão atual. O ocidente criou um estilo
de vida baseado no consumo, no bem-estar e no
desejo de gozar a vida sem limites. Esta mentalidade
paralisou a reflexão sobre o sentido de viver, sofrer,
perder e morrer. Crescem em diversos ambientes o
vazio e a crise de quem não reflete mais sobre o
adoecer, o sofrer, o enlutar e o envelhecer. Este artigo
visa apresentar alguns elementos sobre a morte e seu
significado para que os educadores se sintam
provocados a uma postura diferente da imposta pelo
sistema que reduz tudo ao poder do mercado, ao
imediatismo e à falta de esperança. O texto não
pretende ser um recurso para a sala de aula, mas
deseja alertar sobre a necessidade dessa temática
para os professores que pretendem formar pessoas
capazes de acolher o mistério da vida. Saber viver
implica em saber perder e morrer. Nada mais óbvio,
nada mais camuflado em nossos dias.
Este trabalho relata o processo de aprendizagem e
formação de educadores desenvolvido no componente
curricular de Didática do Ensino Religioso no Curso
Normal – Aproveitamento de Estudos, para o Mestrado
em Educação da PUCRS. Objetivou relacionar a
vivência religiosa das alunas com a sua prática
pedagógica no estágio enquanto educadoras. O estudo
em desenvolvimento mostra a dinâmica da fé humana
na partilha do ser em seu fazer educativo.
Este trabalho é a síntese de um capítulo de uma
monografia do curso de Pedagogia da Unisinos, com
ênfase em Ensino Religioso, tendo como objetivo a
reflexão sobre como estão sendo desenvolvidas as
aulas de Ensino Religioso em nossas escolas.
A avaliação no Ensino Religioso segue os
procedimentos da avaliação geral da escola. Este tema
é bastante polêmico e exige muito estudo. Sabe-se que
avaliação tem que mudar, mas o quê? É preciso
pesquisa, determinação, persistência e educadores
conscientes da necessidade de mudança. É importante
a partir do conhecimento da realidade buscar, com o
grupo, metas e estratégias a serem utilizadas, para
plena recuperação dos conteúdos abordados e/ou
praticados no dia-a-dia da sala de aula. O objetivo
geral é pesquisar métodos e técnicas que tornem a
avaliação um processo dinâmico e contínuo para a
formação integral do aluno. Como objetivos específicos
temos: trabalhar o processo de ensino-aprendizagem
em consonância com a prática avaliativa e, ainda,
buscar métodos e estratégias que auxiliem o aluno na
recuperação dos objetivos que não forem alcançados.
Para que se tenham instrumentos avaliativos sob
novas perspectivas, cito três possíveis modalidades de
avaliação pesquisadas: a avaliação diagnóstica; a
avaliação formativa e a avaliação cumulativa. Justificase este trabalho partindo da necessidade de mudança
no sistema avaliativo sem exclusão, promovendo o
aluno através de novas práticas pedagógicas, que lhe
dêem condições de trocar idéias, interagir,
desenvolver-se integralmente e construir sua
autonomia. Torná-lo cidadão preparado para interagir
na sociedade em que vive. Em síntese, a escola
precisa estar preparada para seu verdadeiro papel,
fazendo com que os estudantes tenham condições de
desenvolverem suas habilidades e competências,
tendo uma visão crítica de mundo. É mister detalhar as
ações que se referem à avaliação, uma vez que tal
assunto/temática mostra a “incerteza” por parte de
alguns educadores no tocante de sua abordagem.
Divulgar as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de
Educação Básica do Estado do Paraná para a
disciplina de Ensino Religioso a todos os interessados
308
Valmir
Biaca
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino
Religioso:
ensinar ou aprender?
Teresinha
Zanella
Remí Klein
2007
12 a 14 de
abril
IV Simpósio de
Ensino Religioso
EST
A prática pedagógica do
Ensino Religioso nos
anos iniciais
Verônica
Luisa Dhein
Manfredo
Carlos
Wachs
sobre o ensino e a implementação deste componente
curricular é o objetivo maior deste artigo. Almeja, desta
feita, convocar os leitores a uma leitura crítica e, por
conseguinte, receber destas sugestões e argumentos a
respeito do assunto. O que aqui se veicula, para
dimensionar o trabalho que se propõe ao Ensino
Religioso no estado do Paraná, é um texto articulado
em três momentos. Primeiramente, encaminha um
enfoque histórico crítico sobre o desenvolvimento do
Ensino Religioso enquanto disciplina escolar, já
fazendo uma relação com os fundamentos teóricos e
os possíveis conteúdos a se abarcar neste meio
educativo. Em segundo lugar, pontuam-se os
fundamentos
teóricos
e
encaminhamentos
metodológicos.
Por
fim,
divulgam-se
mais
pormenorizadamente os conteúdos estruturantes e os
conteúdos específicos pensados para a aplicação do
Ensino Religioso na educação pública escolar.
Ao me lançar no desafio da Prática Pedagógica I,
escolhi como ênfase o Ensino Religioso, porque
sempre gostei das experiências contadas e vividas no
mundo das religiões e seus mistérios em relação ao
sagrado e ao transcendente, enquanto elementos do
humano. A partir desse pressuposto, investiguei o que
o educando, enquanto ser humano, mais busca na vida
para superar os conflitos existenciais, em relação ao
sagrado e ao transcendente. Com a profundidade da
minha experiência acadêmica, sobremaneira quando
realizava uma Prática Pedagógica na instituição
bancária em que trabalho, sobre Etnomatemática,
referente à disciplina de Metodologia do Ensino de
Matemática II, pude constatar e perceber o quanto as
pessoas buscam, além do profissional, alguém que as
considere como seres humanos, suprindo suas
carências afetivas, como uma luz que perpassa o seu
íntimo, para que o todo seja iluminado. São essas
experiências que nos direcionam para um mundo em
que a religiosidade se faz presente no respeito face ao
outro, que é diferente na sua essência religiosa,
cultural e na experiência de vida, e vejo que esses
processos vitais não podem ser desvinculados do
mundo da educação. Comecei a trilhar um caminho
desconhecido, em busca de uma nova experiência
num colégio particular de confissão católica de São
Leopoldo para fazer minha pesquisa qualitativa e
levantar dados para identificar e aproximar o meu
objeto de estudo. Em outro momento, realizei a Prática
Pedagógica II num colégio estadual de São Leopoldo.
Os sujeitos da Prática Pedagógica II eram educandos
da segunda, terceira e quarta séries. Uma vez por
semana, num período para cada turma, realizava a
construção de um conhecimento religioso em sala de
aula, com sonhos e esperanças, que pudesse deixar
uma marca ou uma pequena semente e, quem sabe,
um brilho no olhar ou uma pequena luz que
contribuísse para um ser humano melhor e,
conseqüentemente, um mundo melhor. Mediante o
desafio lançado, mesmo entre a angústia e o medo,
pensei que tudo seria mágico e lindo e que todos iriam
gostar e participar, mas, aos poucos, fui percebendo
que atrás daqueles rostos se escondiam outros
mistérios não revelados. E fui observando que entre os
próprios colegas mediam força de poder, quem era o
mais forte era aquele que provocava mais o outro, as
diferenças entre eles eram motivo de desavença dentro
da própria sala de aula, com isso percebia também a
dificuldade de uns revelarem sua própria identidade
religiosa.
O presente trabalho faz uma reflexão a respeito do
Ensino Religioso, considerando a perspectiva da nova
Lei de Diretrizes e Bases da Educação e dos pareceres
do Conselho Nacional de Educação. Estes regem que
o Ensino Religioso deve ser visto como área do
conhecimento e ser trabalhada em sua essência a
formação integral dos estudantes, respeitando a
diversidade cultural religiosa existente, embasado em
uma metodologia dialógica. A legislação a respeito do
Ensino Religioso e seus objetivos vêm tecendo muitas
discussões em nível nacional. A Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96 aponta
para um Ensino Religioso fundamentado na formação
básica do cidadão e o respeito à diversidade cultural
religiosa do Brasil. A pesquisa realizada nas escolas
municipais constatou que ainda existem muitas dúvidas
e diferentes interpretações sobre esta legislação entre
educadores e pais de estudantes. Por outro lado, a
pesquisa bibliográfica revela que também os
legisladores e pesquisadores possuem dúvidas e
divergências, dificultando, conseqüentemente, a prática
do Ensino Religioso nas escolas públicas brasileiras.
Através de diálogos e entrevistas presenciais com
educadores da rede municipal de ensino de Ivoti que
atuam nos quatro primeiros anos do ensino
fundamental, busquei inteirar-me de como acontece à
prática educativa do Ensino Religioso nestas séries. E,
a partir disto, pontuar alguns dos desafios existentes e
sugerir propostas que possam vir de encontro a uma
309
2007
IV CONERE
FONAPER
O professor de Ensino
Religioso: o currículo e a
diversidade
cultural
religiosa
Henri Luiz
Fuchs
2007
IV CONERE
FONAPER
Interculturalidade
e
Ensino
Religioso:
olhares,
leituras
e
desafios
Francisca
Helena
Cunha
Daneliczen
2007
IV CONERE
FONAPER
Qualidade no Ensino
Religioso na perspectiva
dos educandos
Silvia
Cristina
Hack Alves
Manfredo
Carlos
Wachs
2007
IV CONERE
FONAPER
Sobre o espaço do outro:
educação religiosa e
tolerância
João
Henrique
dos Santos
2007
IV CONERE
FONAPER
Ensino Religioso como
área do conhecimento
no colégio Emile de
Villeneuve no estado de
São Paulo
Sonia
Itoz
de
prática educativa mais consistente e assim atingir o
real objetivo desta disciplina, essencial na vida de
todos os estudantes. A partir da pesquisa com as
educadoras e da minha experiência na docência e
gestão escolar na rede municipal, foi possível constatar
a evidência de alguns elementos merecedores de
destaque para uma reflexão mais aprofundada. Com
certeza não se esgotam nesse momento todas as
questões que foram abordadas, porém, darei alguns
indicativos a partir daquilo que surgiu e sobre isso farei
uma reflexão das questões que mais se destacaram.
O professor de Ensino Religioso é desafiado, a partir
da LDB Lei Nº 9.394/96, que estabelece uma nova
dinâmica curricular que contempla e insere o Ensino
Religioso como componente obrigatório no currículo da
escola, a refletir e planejar as atividades letivas
levando em consideração à diversidade cultural
religiosa do Brasil. A diversidade cultural está presente
em toda a realidade. Não é assunto novo. Nem sequer
é a última descoberta! Vivemos, porém, uma nova
realidade que desafia o ser humano a construir sua
identidade a partir do outro que não necessariamente
compartilha dos mesmos referenciais culturais e
religiosos. O professor desta área de conhecimento é
provocado a contribuir na construção do sentido da
vida dos seus estudantes numa realidade complexa
que supere os limites da fragmentação moderna. A
partir do Ensino Religioso, a reflexão sobre a
diversidade poderá ser desencadeada através da
interdisciplinaridade.
Este trabalho apresenta alguns olhares e leituras a
partir
da
pesquisa
sobre
interculturalidade,
considerando seus significados e interpretações para o
contexto educacional escolar no Ensino Religioso.
Busca
conhecer
e
compreender
algumas
representações elaboradas socialmente em torno dos
conceitos de cultura, interculturalidade e alteridade, no
intuito de identificar indicadores de interculturalidade
para a elaboração de práticas pedagógicas de Ensino
Religioso, que atendam aos desafios e exigências de
uma sociedade, que se percebe diversa
O objetivo deste estudo é a análise do Ensino
Religioso em seu aspecto real e potencial sob o
enfoque da qualidade na perspectiva dos educandos. A
amostra deste estudo é de estudantes de uma turma
de 6ª série e uma turma de 8ª série, totalizando 85
estudantes, em duas escolas estaduais do município
de Panambi. Aplicou-se um questionário onde os
estudantes respondiam duas questões: 1ª Em sua
opinião, as aulas de Ensino Religioso são de
qualidade? Justifique a sua resposta; 2ª Cite 4
aspectos que definem uma aula de Ensino Religioso de
qualidade. Também foram realizadas observações
diretas para verificar a relação das respostas dos
educandos com a aula propriamente dita. Através da
análise dos dados e das observações foi possível
verificar que, para os estudantes das séries analisadas,
sinônimo de qualidade nas aulas é a existência do
conteúdo: aprender sobre Deus, evidenciando a
importância que o educando dá à vivência da
transcendência. Nas 6ª séries também se destacou em
segundo lugar, a questão de se ter brincadeiras
durante as aulas, evidenciando-se a importância do
lúdico, bastante latente nesta fase ainda. E nas 8ª
séries, em segundo lugar, aparece a questão sobre “a
professora explica bem o conteúdo”, uma vez que os
estudantes nesta fase já começam a dar maior
importância e ter uma compreensão mais abstrata dos
conteúdos e não somente prática. Os aspectos mais
citados em ambas as séries como referência de
qualidade nas aulas foram: ter brincadeiras e jogos,
trazer, ler e estudar a Bíblia, aprender sobre Deus e
aprender sobre Jesus. Nestes aspectos, mais uma vez
evidenciou-se a importância dada ao lúdico pelo
educando, é o aprender brincando. Como os
estudantes vivem em um município de maioria cristã,
associam a aula de Ensino Religioso também com
conteúdos desta dimensão religiosa.
A presente comunicação visa a apontar a necessidade
de que a educação religiosa a ser ministrada nas
escolas públicas desenvolva e aprimore as noções de
respeito e tolerância a serem exercidas no exercício
cotidiano da convivência, especialmente com o
“diferente”, com o praticante de outra religião. Para
além da estruturação curricular, o papel do professor
de educação religiosa, como mediador das diferenças,
emerge como fundamental no sentido de mediar
conflitos e desfazer preconceitos.
Desenvolver o Ensino Religioso como área do
conhecimento, nas condições atuais, pressupõe
entender a função social da escola, considerar o
diálogo com as ciências, ter clareza e intenção na
‘escolha/eleição’ de conteúdos e desenvolver
metodologias que incluam, dialoguem e acolham as
diversidades.
A
sistematização
do
pensar/fazer/repensar, num processo de reelaborar e
310
2007
IV CONERE
FONAPER
Não apenas um dia... A
valorização de diferentes
culturas
na
práxis
curricular do Ensino
Religioso
Laude
Erandi
Brandenbur
g
2007
IV CONERE
FONAPER
A
construção
da
valorização do outro
através da convivência
na aula de Ensino
Religioso
Edson
Ponick
2007
IV CONERE
FONAPER
Diversidade
cultural
religiosa nas turmas da
educação de jovens e
adultos
Maria
do
Socorro de
Oliveira
2007
IV CONERE
FONAPER
A identidade do futuro
professor
no
curso
normal:
a
problematização de uma
realidade – um estudo
introdutório
Luciana
Andreis
Manfredo
Carlos
Wachs
refazer constantes, com objetivos, intenções e
indicadores, estabelece os critérios para fazê-lo da
escola, o mediar do professor, a aprendizagem do
aluno e para o conhecimento da comunidade escolar.
O artigo visa analisar a diversidade cultural e o Ensino
Religioso sob a ótica do slogan do IV CONERE:
“Conhecer, respeitar e participar”. A reflexão sobre a
questão da cultura na escola visa trazer contribuições
para a organização do Ensino Religioso a partir do
conhecimento de culturas silenciadas. Conhecer as
características e necessidades de seu grupo de
estudantes apresenta-se também como tarefa docente.
O respeito vem do conhecer e pode se solidificar
através da educação intercultural. Já a participação
decorre da concretização desses dois aspectos na
práxis curricular no Ensino Religioso e visa ao resgate
da integralidade humana.
O texto é uma reflexão sobre a experiência das
atividades em pequenos grupos realizadas num
seminário de formação continuada de educadores e de
professores de Ensino Religioso (ER). Parte de relatos
e de reflexões sobre as experiências de participantes
desse seminário, conhecido como Semana de
Criatividade. Defende a atividade em pequenos grupos
como um importante recurso metodológico para a
construção, individual e coletivo-comunitária, do
respeito e da valorização do outro em sala de aula e
fora dela. O texto está dividido em duas partes. A
primeira trata da aprendizagem que acontece na
convivência com as outras pessoas. Enfatiza a
desconstrução de preconceitos através dos relatos de
experiências vividas por quem está participando das
atividades em pequenos grupos. Destaca também a
riqueza presente numa discussão em grupo, partindo
da expressão riqueza babélica, de Jorge Larrosa, que
defende a característica babélica em toda e qualquer
comunicação. A segunda parte do texto explora a
expressão descobrindo (-se) (n) o outro. Apresenta
aspectos relacionados à questão do descobrir o outro e
no outro e descobrir-se no outro o outro. Descobrindo o
outro reflete sobre a importância de estar aberto para
conhecer a outra pessoa na convivência diária.
Descobrindo no outro, próximo ao primeiro, refere-se
às descobertas feitas na convivência e que estão
relacionadas consigo mesmo, com o outro e com o
mundo ao seu redor. Descobrindo-se no outro enfatiza
a valorização de si mesmo como caminho para a
valorização do outro. Descobrindo-se o outro destaca a
condição inerente a cada pessoa, de ser, sempre e em
todos os lugares, o outro. Toda a reflexão leva à
conclusão de que as atividades em pequenos grupos
podem contribuir para a formação de crianças e
adolescentes que, além de conhecerem as várias
manifestações do fenômeno religioso, também
exercitam
O presente trabalho de pesquisa apresenta como foco
de estudo a diversidade cultural religiosa nas turmas
de Educação de Jovens e Adultos, da Escola Municipal
Professor Zuza na cidade de Natal, Rio Grande do
Norte. O estudo se encaminhou no reconhecimento da
influência dessa diversidade em todo o trabalho
pedagógico: planejamento, currículo e prática. A
diversidade aqui entendida como um potencial humano
que cada pessoa traz consegue. Porém, no campo
educacional, surgem muitos obstáculos em relação à
inclusão, pois a igualdade tende a ser um padrão para
todos os educandos. Focalizaremos a cultura como um
produto da vida humana, construída pelos homens de
geração a geração no decorrer da história de diferentes
povos e grupos sociais. A religião apresenta-se como
expressão gestual e ritual de uma religiosidade, é parte
integrante da vida de um povo, possui um conjunto de
elementos que se expressam em mitos, símbolos,
normas de conduta, práticas celebrativas, ritos e
festas, cuja função é promover a experiência de uma
manifestação divina. Com esses fundamentos, religião
e cultura estão interligadas, tendo como base a
dimensão da diversidade social e religiosa do ser
humano.
Este projeto de pesquisa tem como tema central a
questão da identidade religiosa dos estudantes do
curso Normal do Instituto Estadual de Educação
Professor Pedro Schneider. Nosso objetivo é identificar
as denominações religiosas dos estudantes da escola
e
refletir
sobre
as
possibilidades para
o
desenvolvimento do diálogo inter-religioso durante o
curso e na sua prática docente. Pretendemos
desenvolver reflexões sobre as identidades religiosas
dos estudantes a fim de que eles saibam valorizá-las
de forma equilibrada, resgatando-as como ponto de
partida para o reconhecimento do outro. Partimos da
análise de alguns aspectos sobre as atitudes dos
estudantes, suas manifestações em sala de aula ao
expressarem sua
pertença
religiosa
e
seu
comportamento frente à diversidade cultural-religiosa
de seu contexto escolar, que para alguns é
311
2007
IV CONERE
FONAPER
Ensino Religioso: as
fragilidades
de
uma
criança de dez anos
Darcy
Cordeiro
2007
IV CONERE
FONAPER
Proposta curricular do
Ensino Religioso da
secretaria municipal de
educação de Natal/RN
para
o
ensino
fundamental e educação
de jovens e adultos
2007
IV CONERE
FONAPER
Diálogo:
revista
Ensino Religioso
Airton
Gomes
Teixeira
Elisama
Sara Souto
de Almeida
Maria
de
Fátima
Canindé
Silva
da
Fonseca
Maria Marta
Martins da
Silva
Maria
do
Socorro
Batista
Martins
Maria
do
Socorro de
Oliveira
Inês
Carniato
de
desconhecido e muitas vezes um local de conflitos.
Quando presente no processo de formação docente,
as questões sobre a identidade religiosa tornam-se
algo fértil, pois envolve o conhecimento de si, a
tolerância, o desenvolvimento da auto-estima, a
valorização do outro. Nosso fundamento teórico
origina-se no estudo preliminar da identidade do ser
em Martin Heidegger, e verificamos, através desta
leitura, a necessidade de reconhecimento e reflexão do
ser em si para prepará-lo ao encontro com o outro.
Também consideramos a questão da linguagem como
meio para tal conhecimento, pois é ela um dos elos
fundamentais para esta busca da identidade do ser.
Através deste trabalho pretendemos refletir sobre a
aplicação prática de princípios que se revelam
fundamental para o diálogo inter-religioso nas escolas.
No aniversário dos dez anos da Lei N. 9.475/97,
optamos por relacionar e discutir os principais
problemas que, ainda hoje, o Ensino Religioso
enfrenta. Para maior facilidade dos leitores, usamos
uma linguagem familiar (pai = Estado; mãe = Igreja; e
filha = disciplina: Ensino Religioso). A criança cresceu
é verdade, porém, diferente das outras, com algumas
características de excepcionalidade. Tentam jogá-la
em “classe especial”, mas ela teima em lutar por seus
direitos de ser diferente, numa escola que deve não só
permitir, mas abrir-se cada vez mais para a
diversidade. Desenvolvemos, nesta comunicação,
algumas questões básicas para o Ensino Religioso, a
partir da experiência de sua implantação no Estado de
Goiás (Cordeiro, 2007). São elas: a) Deve o Estado
leigo assumir uma disciplina religiosa, num regime
democrático de separação entre Estado e Igreja? b)
Como integrar num currículo escolar uma disciplina
que faz parte da Base Nacional Comum do ensino
fundamental, mas que, paradoxalmente, é de matrícula
facultativa? c) Afinal, Ensino Religioso é disciplina ou
área de conhecimento, ou seja, um pacote de
conhecimentos fechado ou uma proposta aberta à
integração aos demais saberes da escola? d) Que
entidades civis são essas que não pertence a nenhuma
Igreja nem ao Estado, mas que têm uma função
fundamental para o ER, não só a nível federal
(FONAPER) como a níveis estaduais e municipais
(CONERs)? e) Como operacionalizar a formação do
professor de Ensino Religioso, se o próprio CNE ainda
não autoriza para as IES a criação de cursos de
licenciatura plena em Ciências da Religião?
A elaboração da Proposta Curricular do Ensino
Religioso para o Ensino Fundamental e Educação de
Jovens e Adultos objetiva implantarem um trabalho que
auxiliará a prática pedagógica dos professores de
Ensino Religioso. A Proposta é o resultado de uma
construção coletiva entre professores da disciplina e
Secretaria Municipal de Educação de Natal/RN. Um
dos pontos a se destacar nesse documento deve-se a
busca de um referencial teórico-metodológico que
atenda às exigências do novo paradigma do Ensino
Religioso, conforme trata o art. 33 da Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, reformulado pela Lei
complementar 9.475/97. Assim, a respectiva proposta
tem por objeto de estudo o fenômeno religioso
presente nas culturas e na comunidade escolar, com a
finalidade de despertar no educando uma consciência
ética comprometida com o respeito e tolerância às
diferentes crenças religiosas, possibilitando a
construção de um projeto de vida cidadã
estabelecendo novas relações consigo, com o outro,
com a natureza e com o Transcendente.
Há 12 anos a Editora Paulinas lançou a revista Diálogo
de Ensino Religioso, em consonância com a nova
legislação do País que tornou o Ensino Religioso
componente
curricular
obrigatório
do
Ensino
Fundamental nos sistemas públicos de educação.
Durante mais de 30 anos o Ensino Religioso vem
mudando de enfoque, em sintonia com a cultura e as
novas exigências pluralistas da sociedade, passando
de confessional cristão para ecumênico, depois para
antropológico e centralizado em valores e atitudes, até
chegar à identidade atual: intercultural e inter-religiosa,
conforme o modelo dos Parâmetros Curriculares
Nacionais de Ensino Religioso, definidos pelo Fórum
Nacional Permanente de Ensino Religioso. É longa a
trajetória do Ensino Religioso no País, porém, sua
evolução é pouco conhecida, não só fora, como
também dentro dos sistemas de educação e da própria
escola. Muitas pessoas ainda o consideram doutrinal e
confessional, portanto, excludente, em uma escola
pluralista como a de hoje. É urgente a necessidade de
proporcionar aos profissionais da educação o
conhecimento da nova identidade do Ensino Religioso
e de seu potencial de educação para a cidadania e de
conhecimento, humanização e convivência solidária
em busca de metas comuns para a sociedade e a
terra. Esse potencial, na escola, é praticamente infinito,
por se tratar de uma ciência humana, uma cultura viva
em constante reelaboração e não do acervo particular
312
2007
IV CONERE
FONAPER
O Ensino Religioso na
escola e dimensão ética
no processo pedagógico
Rosangela
Stürmer
2007
IV CONERE
FONAPER
Cultura, religião e Ensino
Religioso:
diversidade
em questão
Euclides
Marchi
2007
IV CONERE
FONAPER
O Ensino Religioso e os
conhecimentos
indígenas
Cledes
Markus
2007
IV CONERE
FONAPER
Cultura, religião e Ensino
Religioso: a diversidade
em questão
Joachim
Andrade
SVD
2007
IV CONERE
FONAPER
Cultura,
Religião
e
Ensino Religioso:
A
diversidade
em
questão – Povo Negro,
Negritude e o
Totalmente Outro
Marcos
Rodrigues
da Silva
de uma ou outra religião. A UNESCO, órgão das
Nações Unidas para a educação e a cultura, há
décadas vem desenvolvendo o projeto Patrimônio
Cultural da Humanidade, pelo qual, em dezenas de
países em todos os continentes, são preservados
lugares arqueológicos da pré-história, da idade antiga e
construções ou ruínas da época medieval. A quase
totalidade destes lugares foi ou é formada por espaços
sagrados, onde povos de todos os tempos
desenvolveram seus ritos religiosos. Este se pode
dizer, é um “inconsciente coletivo” da humanidade,
que, por outro lado, continua hoje mais vivo do que
nunca, em milhares de diferentes manifestações. No
ano de 2001, a UNESCO adotou a Declaração
Universal Sobre a Diversidade Cultural, que assim diz
no artigo 3º: “A diversidade cultural é uma das fontes
do desenvolvimento, entendido não somente em
termos de crescimento econômico, mas também como
meio de acesso a uma existência intelectual, afetiva,
moral e espiritual satisfatória.”
O presente trabalho de pesquisa tem por objetivo fazer
uma análise da dimensão ética na relação do professor
com sua prática pedagógica na disciplina de Ensino
Religioso. Sabemos que o professor que atua nesta
área de ensino tem certa resistência na busca de uma
formação voltada para a cultura religiosa, a qual
envolve as ciências humanas que ajudam a
compreender o fenômeno religioso. O problema a ser
tratado é: Por que há um descompromisso por parte
dos professores com o Ensino Religioso? E em que
medida isso tem implicações éticas?
Este texto discute os conceitos de religião, cultura e
diversidade cultural relacionados à disciplina Ensino
Religioso. Problematiza a adjetivação do ensino
designando-o de Ensino Religioso, e a necessidade da
legislação garantir o respeito à diversidade cultural e
religiosa e a proibição do proselitismo. Ressalta que o
respeito ela é tarefa de todo o cidadão e não somente
de uma disciplina escolar.
As diversas culturas indígenas, ao longo de milênios
têm construído uma diversidade e riqueza de
conhecimentos culturais e religiosos a partir de suas
cosmovisões e de sua forma global de perceber,
interpretar e agir no mundo. Estes saberes se tornam
patrimônio da humanidade e como tal devem estar
disponíveis e, por isso, a Escola não pode se recusar a
socializá-los. Historicamente, no entanto, estes
conhecimentos foram negados e desqualificados como
idolatrias a partir do ponto de vista monocultural da
tradição ocidental. Devido a isto, ainda hoje há falta de
informação sobre a religiosidade destes povos, sendo
que no contexto escolar sua abordagem é realizada a
partir de recortes fragmentados. No entanto, a proposta
do Ensino Religioso contempla o respeito à diversidade
cultural e religiosa, com isso esta disciplina se dispõe a
estar aberta para a perspectiva intercultural, que
privilegia o horizonte conceitual e aportes teóricos das
diversas culturas, inclusive a dos povos indígenas.
Esta
abordagem
intercultural
propicia
o
reconhecimento dos diversos mundos, das diversas
culturas, e o reconhecimento ético da alteridade
absoluta do outro.
Desde a entrada no terceiro milênio todas as grandes
tradições religiosas tomaram a consciência da
necessidade de estabelecer relações mútuas
favorecendo para uma convivência harmônica. Os
contextos de globalização, comunicação e as relações
comerciais entre os continentes promoveram as
imigrações dos empresários, executivos e pessoas
qualificadas, em diversas áreas, tanto para ocidente
como para oriente facilitando uma maior integração
entre as etnias, religiões e inclusive os casamentos
mistos. Essa realidade dos últimos 20 anos introduziu
novo tema nos campos de sociologia, antropologia e
ciências da religião, conhecido como ‘coexistência
cultural’ que por sua vez apresentaram outros temas
como a tolerância religiosa, o diálogo inter–religioso
etc. Muitas vozes insistem na necessidade de um
diálogo sério e sem preconceitos entre o espírito
liberal, secular e humanístico do Ocidente e as
tradições culturais e religiosas do Oriente. Os objetivos
de tal diálogo deveriam focar na criação de uma
mentalidade cultural que se ajustasse melhor a um
mundo multi-polarizado.
A historia das populações africanas na diáspora no
território brasileiro é de, aproximadamente, 60% da
população. Estes são reconhecidos por 505 anos de
muita luta e resistência pela autodeterminação de um
povo, que se afirmam como uma cultura marcada pela
pluralidade étnica, a diversidade religiosa, numa
sociedade neoliberal, onde apenas consegue
reconhecer-se na sua realidade multicultural. O desafio
está em dar um passo adiante na afirmação da
pluralidade étnica e na valorização da diversidade
cultural, como parte integradora da identidade
brasileira.
313
2007
IV CONERE
FONAPER
Ensino Religioso no
Brasil: uma década de
continuidades
e
descontinuidades
Anísia
de
Paulo
Figueiredo
2007
IV
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso
Universidade
Comunitária
da Região de
Chapecó
Diferença e alteridade
em Ensino Religioso:
aproximações a partir de
um
exercício
de
formação continuada
Dolores
Henn
Fontanive
Simone
Riske Koch
2007
IV
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso
Universidade
Comunitária
da Região de
Chapecó
Interculturalidade:
desafio
às
práticas
pedagógicas em Ensino
Religioso
Francisca
Helena
Cunha
Daneliczen
2007
IV
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso
Universidade
Comunitária
da Região de
Chapecó
A
alteridade
e
a
religiosidade do aluno na
aula de Ensino Religioso
Adecir
Pozzer
2007
IV
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso
Universidade
Comunitária
da Região de
Chapecó
Cuidados e preservação
do meio ambiente: uma
prática pedagógica no
cotidiano escolar de
Ensino Religioso
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Identidade e Ensino
Religioso: uma relação
necessária na educação
escolar
Osmarina
Ercídia de
Almeida
Jesse
Felipe
de
Almeida
Henri Luiz
Fuchs
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino
Religioso
e
educação em direitos
humanos
Laude
Erandi
Brandenbur
g
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Educar
para
a
sensibilidade solidária:
interface entre Ensino
Religioso e literatura
infantil
Remi Klein
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Religiosidade popular e
os PCNs do Ensino
Religioso
Rosângela
Sturnmer
A passagem dos dez anos de sanção da Lei nº 9475
de 22 de julho de 1997 é marcada por mais um
acontecimento que confirma a existência de duas
categorias que interagem como dois trilhos sobre os
quais deslizam o trem do sistema educacional
brasileiro. É um trem que leva em seu bojo:
organizações, discussões, movimentos, tendências,
concepções e outros elementos de natureza sóciopolíticocultural, com ênfase em aspectos filosóficos e
jurídicos. Nos últimos meses, deparamo-nos com a
circulação, no Congresso Nacional, de Projetos de Lei
que visam a interromper, mais uma vez, o curso normal
das ações que se encaminham para a compreensão,
configuração e implantação do Ensino Religioso como
disciplina absorvida e ampliada, pela “Educação
Religiosa” como área de conhecimento, nos termos da
Resolução CNE/CEB nº 02/98. Tal Resolução pode ser
considerada como uma importante ferramenta para a
operacionalização da Lei nº 9475/97. O pano de fundo
do cenário atual retrata uma “Mudança de Época, mais
do que uma Época de Mudanças”, segundo o
pensamento de alguns filósofos contemporâneos. Em
tal cenário, consideramos como os dois trilhos
anunciados, anteriormente nesta reflexão, às
categorias
foucaultianas:
Continuidades
e
descontinuidades.
A formação de docentes é uma necessidade, desafios
e exigência legal à práxis pedagógica. Lei 93994/96 em
seu artigo 67 legisla acerca da valorização dos
profissionais de educação, promovendo entre outros
direitos, o aperfeiçoamento profissional continuado,
inclusive com licenciamento periódico para esse fim,
haja vista o universo pluralista, as novas tecnologias,
as descobertas do mundo, a essência ontológica e
profissional, resultando em novos paradigmas
educacionais.
Ao buscarmos fazer aproximações da temática
intercultural
é
necessário
inicialmente
nos
aproximarmos do termo e conseqüentemente conceitos
de cultura, tomando sempre como referência o fato das
possíveis variáveis teóricas a partir de significados e de
interpretações que decorrem dos diferentes contextos,
de onde nossos olhares e leituras podem se situar.
O ambiente escolar é o local onde se encontram todas
as diferenças possíveis. Estando em uma sala de aula,
to o educando carrega consigo tudo o que é o que
sente o que crê o que sonha. A religiosidade de cada
educando está presente no ser que está aí. O desafio
da educação está em acolher esse ser como outro e
não como mais um enfrentando o riso da uniformização
de massas onde Eu sou mais um.
A questão do meio ambiente não afeta somente grupos
isolados, mas é uma questão nacional e planetária. O
cuidado com a natureza e a vida no planeta se
apresenta como um dos desafios também para a
disciplina de Ensino Religioso no Ensino Fundamental.
A identidade sempre desperta interesse, seja no
cotidiano, seja nos contextos acadêmicos. Cada ser
humano está em constante busca por uma identidade.
As diferentes áreas do conhecimento contribuem com
suas multiplicidades de sentidos e terminologia para a
compreensão e definição de identidade. Neste texto,
refletiremos sobre a identidade e o Ensino Religioso
por considerarmos este momento histórico marcado
pela globalização e fragmentação, simultaneamente,
pela busca de sentido e organização da vida, um
tempo apropriado para a discussão.
O surgimento da temática dos direitos humanos
remonta à elaboração da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, pela ONU, no ano de 1948. Isso
significa que a preocupação com os direitos humanos é
recente na história da humanidade. Apenas 60 anos de
tempo aos países signatários implementarem políticas
e programas de aplicação dessa Declaração Universal.
As histórias ocupam lugar central no proceso educativo
religiosas, nos diversos contextos educacionais e nas
diferentes tradições religiosas, como vemos no
testemunho pedagógico contido no texto sagrado
judaico-cristão: “o que ouvimos e aprendemos, o que
nos contaram nossos pais não o encobriremos a seus
filhos, mas contaremos à vindoura geração...” As
escrituras Sagradas e Tradições Orais constituem-se
num eixo organizar do conteúdo do Ensino Religioso,
conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Assim, a leitura e a narração de história são atividade
central no ER, sobretudo na educação infantil e nos
anos iniciais do ensino fundamental. Contudo, como na
proposta atual, a Bíblia deixa de ser o texto sagrado e
passa a ser um, ao lado de outros, assim também não
há necessidade de se usar unicamente texto sagrado
do ER.
Nesse sentido, procuro abordar neste artigo como os
Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso
tratam a questão da religiosidade popular, pois se
percebe que os conteúdos das disciplinas nas escolas
314
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Possíveis significados e
debates sobre ecologia
na perspectiva do Ensino
Religioso
Talita
Bender
Teixeira
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino
Religioso
x
ensino laico: a laicização
da escola pública na 1ª.
República
Cesar
Alberto
Ranquetat
Júnior
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O Ensino Religioso nos
sistemas municipais de
ensino: alguns hiatos a
serem enfrentados
Daniela
Hack
Laude
Erandi
Brandenbur
g
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O Ensino Religioso: a
diversidade
e
a
identidade na escola
Henri Luiz
Fuchs
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Sobre
teias
e
significados:
uma
contribuição de Rubem
Alves para a reflexão
acerca
do
Ensino
Religioso
Iuri Andréas
Reblin
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Pedagogia de projetos:
um convite à ação a
partir das aulas de
Ensino Religioso
Joel
Luís
Dumke
ainda estão distantes da cultura local. Compreendendo
a escola como espaço de formação de opiniões e de
vivências, o currículo deve favorecer aos habitantes de
uma determinada região um amor em relato às
vivências locais, em especial, às vivências religiosas
da população, respeitando seu universo religioso.
Embora os eixos temáticos e conteúdos do Ensino
Religioso previstos nos Parâmetros Curriculares
Nacionais tenham sido elaborados a partir da
concepção de que atuação do ser humano nãos e
limita às relações com o meio ambiente e as relações
sociais, mas está sempre em busca de algo que
transcenda essas realidades, as temáticas que
envolvem a natureza perpassam uma necessária
consciência da sacralidade de toda a vida presente no
Planeta Terra. Nesse sentido, é preciso entender que a
nossa sociedade é produto de um paradigma
cartesiano utilitarista que, ao longo de centenas de
anos, agiu de forma predatória sobre os recursos
naturais – colhendo agora seus nefastos frutos, que
vêm em forma do desequilíbrio ambiental. O objetivo
deste artigo é destacar a importância da temática sobre
o meio ambiente e a ecologia e relacioná-la com os
eixos temáticos propostos para o Ensino Religioso.
Para tanto, valh0me de Ética da vida, de Leonardo
Boff, livro essencial que traz profundas e lúcidas
reflexões do autor sobre questões de ecologia, ética e
espiritualidade.
O regime republicano inaugurado em 1889 sepulta o
regime do padroado. O decreto 119 – A, de 7 de
janeiro de 1890, separa a igreja do Estado. Várias
esferas da vida social até então ligadas à Igreja
Católica se secularizam. A constituição de 1891 institui
o casamento civil, a secularização dos cemitérios e o
fim da subvenção estatal a qualquer culto religioso. A
secularização do Estado brasileiro refletiu-se na esfera
da educação e do ensino, que também se secularizou.
O artigo 72 parg. 6º. Da Constituição Federal, de 1891,
assim estabelecia: “Será leigo o ensino ministrado nos
estabelecimentos públicos”.
A formação tanto inicial quanto continuada é condição
primeira para as pessoas que trabalham ou desejam
atuar na educação, especialmente para as professoras
e os professores. No entanto, nota-se muitas vezes
uma significativa diferença entre o que esses
profissionais aprenderem e aprendem nos cursos e
eventos em que participam e o que realmente fazem
em seu cotidiano. Essas diferenças podem tornar-se
bastante significativas, fazendo com que a realidade e
da prática educativa seja distinta ou até mesma
contrária aos conteúdos da formação recebida.
Tivemos num momento histórico em que o
fundamentalismo e a segregação estão se tornando
cada vez mais visíveis a partir das diferentes
manifestações religiosas. A dificuldade de dialogar
sobre temas pertinentes à vida parece a cada
momento. Os movimentos religiosos estão em uso
proceso dinâmico de conquistar novos prosélitos como
se o ser humano fosse uma mercadoria. O ser
humano, por sua vez, necessita de verdades para
obter um sentido para a vida. No entanto,
paradoxalmente, quanto mais se busca um sentido
para a vida a partir das respostas oferecidas pelas
tradições religiosas, mais encontramos pessoas sem
sentido para viver e fazer a diferença na sociedade.
Desde os primórdios, o ser humano busca se organizar
em grupos culturais que contribuem para a construção
da identidade individual, grupal e transcendental. A
partir do momento em que as diferentes culturas
passaram a educar seus descendentes na escola, os
conhecimentos passaram a ser selecionados e
transmitidos de forma organizada e sistematizada.
Atualmente, um dos conhecimentos presentes nos
currículos escolares é o conhecimento religioso.
Era uma vez um menino que morava no interior das
Minas Gerais e tinha o sonho de ser pianista. Ele se
chamava Rubem Azevedo Alves. Lamentavelmente,
ele não tinha muito talento para música e as varas
andanças que ele e sua família fizeram durante sua
vida acabaram conduzindo a outros caminhos,
tornando-o um mineiro muito peculiar: pensador
brasileiro, teólogo, filósofo, cronista, psicanalista, crítico
da educação, contador de estórias (do tempo em que
ainda se permitia escrever assim: estória). Suas
palavras já foram ouvidas e lidas por milhares de
pessoas e seu pensamento adquiriu destaque
principalmente entre os educadores. Rubem Alves
esboçou uma proposta pedagógica em oposição aos
moldes educacionais dominantes. Essa proposta
defendia espaço para a inteligência criativa, a ênfase
na sapiência, no respeito à integralidade de cada
pessoa, no lúdico, no erótico e no petiço.
Tendo como princípio a pedagogia libertadora de
Freire, o trabalho tem por objetivo superar o modelo de
educação para os educandos e, baseando-se no
diálogo, criar uma alternativa que procure valorizar os
315
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino Religioso como
área do conhecimento
no ensino médio
José Deon
Laude
Erandi
Brandenbur
g
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O
registro
do
conhecimento religioso
Júlio César
de Lima
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O Ensino Religioso e a
docência nas séries
iniciais
do
ensino
fundamental:
inquietações iniciais
Lourival
José
Martins
Filho
Manfredo
Carlos
Wachs
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Professor-pesquisador
no Ensino Religioso: um
olhar para a religiosidade
e as religiões
Marcos
André
Scusel
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
A temática indígena e o
Ensino Religioso
Maria
Cristina
Rieth
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Diálogo
no
Ensino
Religioso
escolar:
possibilidades
e
interdições da relação
identidade-diversidade
Rodinei
Baldinot
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Diversidade e Ensino
Religioso: a historicidade
como
pressuposto
comum
Sergio
Portella
sujeitos e seus saberes no meio em que vivem. A partir
de uma metodologia voltada aos interesses do aluno,
buscam-se argumentos o que solidifiquem o paradigma
libertador e acredita-se que o ato de aprender precisa
estar vinculado ao mundo do estudante, o que o afasta
do simples ato de memorização e esquecimento.
Propõe-se um paradigma no qual o educando e o
educador aprenda e ensine junto. Não somente através
de repostas dadas, mas principalmente pelas
experiências, um processo real no qual a teoria e a
pratica não se encontre dissociadas da realidade, mas
em que a práxis possa intervir e alcançar os objetivos
propostos. A metodologia libertadora de trabalhar com
projetos assumem o educando como sujeito inacabado
e, com ele, cria e desenvolve novos conhecimentos
científicos que podem ser útil como instrumento de
ação transformadora na busca de uma sociedade mais
justa e fraterna. Utiliza-se o conhecimento já produzido
e disponível para, através do problema proposto,
constituir novo conhecimento.
Mas reflexões acadêmicas, a partir da segunda metade
do século XX, têm predominado uma hierarquização
dos conhecimentos com uma visão de superioridade
do saber das ciências exatas sobre as outras áreas. O
saber das ciências forçou um novo olhar sobre as
religiões que trabalhavam com a idéia de verdade
pronta e acabada. A partir do momento em que a
epistemologia demonstrou que o saber está em
construção, que verdades prontas e acabadas não
respondem às necesidades do conhecimento, o estudo
do objeto das religiões se dinamizou.
O conhecimento religioso, bem como todo tipo de
conhecimento humano, constrói-se a partir de
perguntas fundamentais. Ao perguntar-se que é de
onde veio, para onde vai, o que faz aqui, o ser humano
formula e sistematiza respostas que lhe serão
favoráveis na experiência do seu cotidiano existência.
Das pinturas rupestres nas cavernas onde habitou há
milhares de anos, a mais moderna das invenções é o
registro de suas próprias experiências que fará as
nuanças da cultura, revelando um escondido desejo
humano de eternizar-se.
Muitas questões têm permeado as discussões e os
estudos sobre a formação e a atuação docente, dentre
elas a necessidade de um/a professor; a critico/a,
reflexivo; a e pesquisador/a. Assim há uma profusão de
autores imbuídos nessas temáticas, ora defendendo,
contrapondo ou ponderando. Salienta-se que a partir
da Lei 9475/97, que dá nova redação no artigo 33 da
LDBEN 93994/96, o Ensino Religioso deixou de ser
confessional, exigindo uma radical transformação de
sua maneira de compreênde-lo e administrá-lo.
Diante da diversidade religiosa que existe em nosso
país, o Ensino Religioso assume a missão de
desenvolver uma releitura crítica do fenômeno religioso
e das religiosidades. A partir das reflexões sobre a
prática educativa, quero partilhar caminhos que nos
ajudem a qualificar nossa ação no Ensino Religioso. É
preciso começar pela realidade, pelas partilhas e
vivências dos estudantes para construir os conceitos e
ampliar a compreensão e vivencias dos estudantes
para construir os conceitos e ampliar a compreensão e
o conhecimento do fenômeno religioso. Assim começa
a ação de um educador-pesquisador: um professor que
dá o primeiro passo fazendo uma releitura religiosa
pessoal e também instituição, para depois pensar
como seria possível trabalhar o Ensino Religioso com
os estudantes: um educador que faz da pesquisa uma
pratica cotidiana em sala de atual para refletir sobre a
identidade e a diversidade religiosa.
O modo de narrar o indígena, a partir da visão do não
índio, tomando a si como referência e o outro como o
diferente, reflete o modo de ver a realidade sob a ótica
de
uma
postura
considerada
etnocêntrica.
Etnocentrismo e a tendência que tem o ser humano de
olhar o mundo através de sua própria cultura e
considerado como o mais correto e natural. O
comportamento etnocêntrico é um dos aspectos do
processo das relações socioculturais pelo qual se
tende a transformar o que se acha diferente em normal
à luz do olhar da própria cultural, considerar-se
superior às outras culturas, discriminando as
diferenças.
Há pouco tempo, o Ensino Religioso foi considerado
parte integrante da formação básica do cidadão e livre
da direção confessional. Isso é obra da Lei 93949/96.
O artigo 33 diz que o Ensino Religioso de matrícula
facultativa, é parte integrante da formação básica do
cidadão e constitui disciplina dos horários normais da
escola públicas de ensino fundamental e asseguram o
respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil,
vedadas quaisquer formas de proselitismo.
Recentes transformações na proposta educacional
brasileira concedemos a pensar o Ensino Religioso no
espaço escolar, seu papel específico e suas relações
para com os demais componentes curriculares. Nossa
316
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Adolescentes
e
a
compreensão da morte:
perspectivas
para
o
Ensino Religioso
Sonia Maria
Silveira
Gisela W.
Streck
2008
29 a 31 de
maio
V Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Representações
e
percepções
de
estudantes do ensino
fundamental sobre o
Ensino Religioso e a
Nova Era
Talita
Bender
Teixeira
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
Estudo preliminar sobre
a
especialização
no
Ensino Religioso
Sérgio
Rogério
Azevedo
Junqueira
Douglas
Jeferson
Menslin
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
O Ensino Religioso e as
teorias da educação
Darcy
Cordeiro
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
Ensino Religioso na
educação
infantil:
a
possibilidade de manter
o sonho acordado
Viviane
Lontra
Teixeira
Nunes
busca de identidade é concomitante à adesão no
contexto da diversidade curricular que é também hoje
desafiada no anseio da formação cidadã. Tal
cumprimento mostra árduo, ao que a busca de unidade
pelos componentes curricular. Nossa busca de
identidade é concomitante à adesão no contexto da
diversidade curricular que é também hoje desafiada no
anseio da formação cidadã. Tal cumprimento mostrase árduo ao que a busca de unidade pelos
componentes curriculares expressa sua necessidade
de fortalecimento. Concebemos a sociedade aos olhos
de nosso tempos e lhe devemos à contrapartida a
oferta de instituições escolares coerentes com estes
tempos. Para tanto, propomos que pressupostos
comuns aos referidos anseios sejam evidenciados na
compreensão da afirmação identitária por grupos
sociais dados no mesmo processo face ao qual hoje
repensamos
nosso
trabalhos.
Tais
seriam
pressupostos históricos. A identidade social do
educando e a identidade pedagógica do ER seriam
então os sujeitos históricos em vias de ma mesma
formação cidadão historicamente compreendida. O
presente escrito visa à melhor desenvolver as
presentes afirmações.
Na sociedade altamente consumista em que vivendo,
está em evidência o ter e o prazer, ficando esquecido o
sentido do ser, da mesma forma o sentido de viver,
sofrer, perder e morrer, crescendo em diversos
ambientes o vazio e a crise de quem não reflete mais
sobre o adoecer, o sofrer, o enlutar e o envelhecer.
Quando mais a ciência avança, menos se aceita a
realidade da morte, não somente nos hospitais, mas
também no dia a dia das pessoas, pois se passa para
as crianças a idéia de que o morto está dormindo, não
deixando que elas participem dessa experiência triste,
mas rela que lhes poderá permitir um amadurecimento
mais consciente, encarando a morte, como parte da
vida.
Esta comunicação visa a apresentar dados referentes
à minha pesquisa de doutorado, no qual analiso a
Nova Era e o Ensino Religioso. A Nova Era constitui-se
numa exuberante proliferação de ramificações,
encontros,
fusões,
superposições,
tradições
particulares e sedimentações universais. A amplitude
de significado que acerca é relevante no contexto da
religiosidade pós-moderna, marcado por situações de
arranjo pessoal. Pesquisas recentes atestam a
maleabilidade religiosidade dos brasileiros em que a
religião do Self (de si mesmo) é a resposta para um
mundo d existente individualismo.
A partir da homologação da LDB 9.394/96, onde se
institucionalizou a exigência de formação profissional
para aqueles que atuam no magistério, tentou-se
estabelecer uma identidade para os profissionais
docentes para as diversas áreas do conhecimento;
entre essas áreas está o profissional docente para o
Ensino Religioso. Apesar da legalização desse
profissional, o que se tem detectado é que poucos são
os profissionais que estão habilitados para essa área
do ensino. Uma das alternativas encontradas é a
criação de cursos de especialização Lato Sensu, cuja
característica de formação é justamente complementar
a formação docente para áreas específicas do
conhecimento. O objetivo deste artigo é retratar a
construção ou a (des) construção dessa identidade no
decorrer da história educacional no Brasil, apontando
as características dos cursos de especialização para o
Ensino Religioso através de um estudo entre os anos
de 1997 a 2008 dos diferentes cursos de
especialização para o Ensino Religioso oferecidos no
território nacional brasileiro bem como propor algumas
reflexões sobre a construção da identidade do
profissional docente para o Ensino Religioso no Brasil.
Pretende-se discorrer sobre os diversos modelos de
Ensino Religioso (ER) – confessional interconfessional
e Transconfessional – relacionando-os com as
principais teorias pedagógicas modernas – tradicional,
comportamental, renovada e progressista – bem como
com as práticas didáticas de multi, inter e
transdisciplinaridade, destacando a importância das
ciências da religião nesse contexto educacional.
O objetivo do presente trabalho é discutir a importância
do Ensino Religioso para a formação e o
desenvolvimento da criança no contexto da Educação
Infantil. Percorrem as diferentes visões atribuídas ao
Ensino Religioso ao longo dos séculos, discutindo o
tema sob a perspectiva histórica e pedagógica, tendo
como apoio teórico a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB, pela nova redação dada ao
artigo 33 pela Lei 9.475/97), os Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCNs:
ER), os artigos publicados pela Associação de
Educação Católica do Brasil (AEC) e o Programa
Marista de Educação Religiosa (PROMER). A
metodologia constou de uma revisão da bibliografia e
observações e registros das mudanças ocorridas em
317
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
O currículo do Ensino
Religioso: formação do
ser humano a partir da
diversidade cultural
Henri Luiz
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
Proposta curricular de
Ensino Religioso de
Santa Catarina: um olhar
discursivo a partir da
diferença
Simone
Riske-Koch
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
Ensino Religioso: uma
proposta metodológica
Sonia
Itoz
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
Conceituação: análise e
possibilidades
de
inserção da nova era no
currículo
do
Ensino
Religioso
Talita
Bender
Teixeira
de
uma escola confessional com relação à nova
concepção de Ensino Religioso. Concluiu-se que o
Ensino Religioso constitui um dos melhores veículos
para transmitir às crianças um significado para a vida.
Através do respeito à diversidade ampliam-se as
referências das crianças e se favorece a melhoria das
relações na sociedade por meio do convívio respeitoso
com as outras formas de expressão religiosa e a
compreensão da riqueza cultural. Espera-se que esta
apresentação seja uma contribuição para a formação
inicial e continuada de professores de Educação
Infantil, estudantes dos cursos de Ensino Religioso e
pessoas que desejam trabalhar com o Ensino Religioso
nas escolas.
O currículo do Ensino Religioso, a partir da LDB
9.394/96, requer uma nova compreensão enquanto
espaço de construção do conhecimento. A proposta
curricular elaborada pelo FONAPER e assumida como
Parâmetros Curriculares Nacionais do ER, após uma
década de implantação, carece de uma avaliação para
contribuir na reflexão e no planejamento de atividades
educativas que levem em consideração à diversidade
cultural religiosa do Brasil. A diversidade cultural está
presente nos espaços educativos. O ser humano que
constrói sua identidade a partir deste contexto histórico
marcado pela diversidade necessita de um espaço
para refletir, experenciar e desenvolver um caminho
para sua vida considerando os referenciais culturais e
religiosos. O currículo do Ensino Religioso deve
proporcionar um espaço para acessar informações,
refletir sobre a trajetória humana e proporcionar
práticas vivenciais que proporcionem experiências
vitais na sala de aula. O professor de ER é desafiado a
contribuir na construção do sentido da vida dos seus
estudantes numa realidade complexa que supera os
limites da fragmentação moderna. O currículo do
Ensino Religioso, para dar conta dos desafios da
diversidade, deve ser desenvolvido numa perspectiva
interdisciplinar.
Somos contínua e intensamente interpelados por
marcadores identitários e vivemos numa época de
difusão das diferenças, em que os sentimentos de
pertencimento são cambiantes, complexos, difíceis de
capturar, descrever e analisar. Esta pesquisa tem por
objetivo compreender como discursivamente as
diferenças atravessam um dos documentos oficiais que
norteiam o componente curricular de Ensino Religioso
no Estado de Santa Catarina, a saber, a Proposta
Curricular de Santa Catarina: Implementação do
Ensino Religioso no Ensino Fundamental. Esta
proposta, em seu texto introdutório, apresenta o
objetivo do Conselho de Ensino Religioso do Estado de
Santa Catarina – CONER/SC como um dos
referenciais que subsidiaram a elaboração da presente
proposta curricular. Analisamos este objetivo à luz da
teoria da Análise do Discurso de orientação francesa.
Para tal, procedemos a uma investigação teórica das
questões que envolvem as diferenças, visando
perceber como elas circulam na materialidade
lingüística do texto elaborado. Através da análise
percebemos que os efeitos de sentido produzidos no
texto sinalizam na direção da presença de um
constante jogo de poder nas relações humanas
subjacentes ao processo de elaboração deste objetivo.
Este jogo de poder é marcado por um discurso que
parece deslizar, pois, ao mesmo tempo em que prevê o
reconhecimento das diferenças, percebe-se certo
cerceamento de fronteiras religiosas comuns. Assim,
os sentidos e os sujeitos parecem resultar de filiações
em redes, na relação de distintas formações
discursivas.
O Ensino Religioso é um componente curricular em
processo de constituir-se pedagogicamente como uma
área de conhecimento na educação brasileira. Em
busca de uma possível proposta metodológica
socializamos a visão desta área desenvolvida numa
escola da rede de ensino particular na Zona Sul de São
Paulo. Neste trabalho, pautado no projeto políticopedagógico da escola, nos documentos do FONAPER
e em autores que atualmente subsidiam os referenciais
pedagógicos para o trabalho de Ensino Religioso,
propomo-nos a sistematizar fundamentações e
objetivos desta prática.
Os cinco eixos temáticos através dos quais se
configura o currículo do Ensino Religioso abrem
espaço para que o aluno possa dialogar com a
diversidade do fenômeno religioso. As variantes
permitem, ao professor e a professora, dentro do
espaço plural que se concretiza na sala de aula, uma
ampla abordagem sobre o Transcendente. Este artigo
busca analisar, primordialmente, as possibilidades de
inserção das abordagens sobre a Nova Era no saber
que é construído através dos eixos temáticos previstos
nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Religioso. Para tanto, num primeiro momento,
apresento uma conceituação da Nova Era, a partir de
318
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
Avaliação no Ensino
Religioso:
limites
e
possibilidades
Ires
Lausmann
Klein
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
Concepções
epistemológicas
do
Ensino Religioso e suas
práticas em sistemas
municipais de ensino
Laude
Erandi
Brandenbur
g
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
Religião e comunicação:
subsídios
audiovisuais
para educação religiosa
Luis Carlos
de
Lima
Pacheco
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
A prática pedagógica do
professor de Ensino
Religioso no contexto da
diversidade religiosa da
Ilha Cotijuba/PA
Rodrigo
Oliveira dos
Santos
Diego
Moraes
Batista
2008
X
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores
FONAPER
Universidade
Católica
de
Brasília
Culturas
juvenis
Ensino Religioso
escola
Gisela
Isolde
Waechter
Streck
Silvia
Cristina
Hack Alves
e
na
autores que abordaram o fenômeno e, num segundo
momento,
aponto
algumas
possibilidades
de
abordagem e inserção da temática no currículo do
Ensino Religioso.
A proposta deste texto é abordar a avaliação da
aprendizagem no Ensino Religioso, entre os limites e
as possibilidades na sala de aula. A memória traz na
bagagem os retratos e, pelas frestas, aponta
concepções que podem mudar o enfoque das praticas
educativas. Os/As professores/as de Ensino Religioso
convivem com os limites de concepções que insistem
em sair das frestas do tempo e, por outro lado,
vislumbram outras possibilidades por novas frestas. O
processo educativo pode ser qualificado e prazeroso,
sendo o portfólio apresentado como um instrumento de
avaliação.
O trabalho aborda resultados parciais do projeto de
pesquisa “Ensino Religioso – um olhar para as
concepções e práticas em sistemas municipais de
ensino”.
O
projeto
trata
das
concepções
epistemológicas e do encaminhamento prático do
Ensino Religioso em várias instâncias de quatro
sistemas municipais de ensino de quatro diferentes
associações municipais. O projeto em sua pesquisa de
campo abarca diferentes instâncias envolvidas:
secretarias municipais de educação, responsáveis pelo
Ensino Religioso ou coordenações pedagógicas
municipais, professoras de Ensino Religioso,
estudantes e alunas da Educação Infantil e dos Anos
Iniciais, coordenadores do CONER das regiões
envolvidas na pesquisa. O presente trabalho apresenta
os resultados da pesquisa de campo realizada com
secretarias municipais de educação e responsáveis em
relação a três focos de análise: conhecimento da
legislação
de
Ensino
Religioso,
concepções
epistemológicas do Ensino Religioso e as práticas
escolares nessa área de conhecimento. Inicia-se com
uma reflexão sobre o papel dos sistemas de ensino e
sua relação com o encaminhamento do Ensino
Religioso em nível municipal. Em seguida, apresenta
os posicionamentos das pessoas envolvidas com o
encaminhamento dessa área de conhecimento junto às
escolas do sistema municipal de ensino. Ao final,
apresentam-se alguns prenúncios e considerações
sobre a pesquisa realizada.
Esta pesquisa tem como objetivo comunicar reflexões
preliminares e motivadoras para minha dissertação de
mestrado em Ciências da Religião em torno do tema
da comunicação na educação religiosa. A reflexão
parte da constatação de lacunas na comunicação
religiosa que tem sua raiz numa inadequação à
linguagem e à cultura da mídia. A cultura da
comunicação é concebida nesta reflexão como chance
para a educação religiosa. A reflexão tem como
referenciais epistemológicos a fenomenologia da
religião na perspectiva da transdisciplinaridade e a
teoria da modulação de Pierre Babin. O foco da
reflexão é a pesquisa da produção de subsídios em
vídeo para o Ensino Religioso. O objetivo da pesquisa
é desenvolver uma metodologia de abordagem
adequada às exigências de transdisciplinaridade do
fenômeno religioso.
Este estudo buscou investigar se o professor de Ensino
Religioso considera em sua prática pedagógica a
diversidade religiosa da ilha de Cotijuba/PA. O campo
de investigação concentrou-se em duas escolas
públicas de ensino fundamental, sendo uma da rede
estadual e outra da rede municipal, ambas localizadas
na Ilha de Cotijuba. A metodologia foi fundamentada na
abordagem quanti-qualitativa,
com o
método
etnográfico. A coleta de dados foi realizada através das
técnicas de entrevistas e de observação participante,
tendo como sujeitos envolvidos um professor de
Ensino Religioso e vinte estudantes de 5ª a 8ª séries,
sendo dez pertencentes à escola municipal e os outros
dez da escola estadual. Os resultados revelaram,
inicialmente, que o professor não considerava a
diversidade
religiosa
dos
estudantes
no
desenvolvimento
de
sua
prática
pedagógica.
Observamos que, a partir do desenvolvimento da
pesquisa, houve mudanças na prática pedagógica do
professor, que passou a desenvolver um trabalho mais
voltado para a diversidade religiosa existente na ilha.
As contínuas transformações da realidade e os
constantes movimentos que a acompanham têm
influenciado decisivamente no comportamento dos/as
jovens. No cenário cultural, os/as jovens necessitam
eleger aqueles elementos que julgam adequados para
si, na construção de sua própria identidade. Aspectos
culturais como o forte apelo estetização do corpo,
dentre
outros,
geram
conseqüências
no
comportamento
dos/as
jovens
e
influenciam
diretamente no seu modo de agir e de pensar e nem
sempre trazem conseqüências positivas para os
mesmos. O/A jovem, no entanto, não se apresenta
somente como um mero consumidor dos aspectos
319
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Do fenômeno religioso
para
o
imaginário
religioso: teses para o
diálogo no VI Simpósio
de Ensino Religioso na
EST
Adilson
Schultz
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Diversidade religiosa e
os desafios para o
Ensino Religioso
Adilson
Schultz
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O fenômeno religioso no
Ensino Religioso e o
currículo escolar
Henri Luiz
Fuchs
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
A
fenomenologia
religiosa e os espaços
educativos
Laude
Erandi
Brandenbur
g
culturais. Ele/a também acaba produzindo novos
elementos que, por sua vez, influenciarão e poderão
produzir modificações na cultura já existente. A
juventude torna-se então um produto da cultura
vigente, ao mesmo tempo em que atua sobre ela,
produzindo também novas formas e práticas de
expressão cultural. E é na adoção de um estilo, nas
diversas vivências dos pares e grupos, nas incursões
pelas metrópoles, nas interações com as tecnologias,
dentre outras formas, que o/a jovem vai encontrando
espaços para criar, produzir, recriar ou expressar suas
próprias culturas. É neste fazer e refazer, consumir e
produzir que se expressam as culturas juvenis. No
entanto, o mundo da escola e o mundo dos/as jovens,
com suas expressões culturais, ainda são mundos
separados. Além disso, o mundo da cultura apresentase muito mais interessante e cativante. Os/As jovens,
no entanto, querem inclusão e reconhecimento de sua
cultura também na escola. Estas possibilidades são
colocadas também para o Ensino Religioso: ou se abre
espaço para que os/as jovens possam dialogar sobre
suas necessidades e dificuldades e, por meio de suas
culturas, se expressarem (e expressar sua
espiritualidade), ou se fica ausente e distante do
mundo juvenil.
É notório que o fenômeno religioso forjado
culturalmente, bem como tantos estudos de religião
matizados academicamente, é formulado na dicotomia
binária redutória transcendente imanente - numa
linguagem clássica, na dicotomia sagrado – profano.
Essa lógica excludente provoca dramas infindáveis e
soluções esquizofrênicas tanto na constituição quanto
na percepção do fenômeno religioso: espiritualidades
afastadas
da
realidade;
ideologias
religiosas
fundamentalistas; análises científicas em perspectiva
redutora isolando uma ciência da outra; percepções
teóricas que ignoram ou isolam o dado da fé: fanatismo
que opõem a verdade de uma religião à outra, etc. Em
última análise, essas esquizofrenias religiosas
repousam sobre a separação espiritual temporal, ou
imanente-transcendente, sagrado-profano.
Nunca existiu um período na história em que houvesse
uma só religião no mundo. Nem no nosso país, nem na
nossa cidade – e hoje, nem na nossa família! Ou seja,
a diversidade religiosa é um fenômeno universal e
atemporal. Tratamos, portanto, de um fenômeno que
não é novo. O desafio certamente é novo: as tentativas
pedagógicas e legais de um Ensino Religioso não
confessional ou que faça apologia a um determinado
credo. Para citar apenas uma questão: Como criar o
processo de ensino e aprendizagem no Ensino
Religioso sem cair no relativismo que confundo religião
como ética: Por outro lado, nunca antes na história do
Brasil vivemos num ambiente de tanta proteção à
liberdade religiosa. É ela que provoca a diversidade
religiosa que experimentamos. O sentimento popular
de que no fim qualquer caminho religioso leva a Deus
instaura uma necessidade vigilante de que nossas
práticas pedagógicas no Ensino Religioso sejam
pautadas pelo direito à diferença, pelo direito da crítica
e da autocrítica religiosa e, sobretudo pela liberdade
religiosa. Ensino Religioso é social para a formação
cidadã globalizada, uma idéia universal de cidadania.
O presente texto apresenta uma reflexão a partir do
currículo escolar e sua relação com o Ensino Religioso,
no qual será dada a ênfase no fenômeno religioso.
Inicialmente faremos um estudo introdutório da relação
entre o fenômeno religioso e a experiência religiosa.
Num segundo momento buscaremos estabelecer uma
relação do currículo com o Ensino Religioso. Num
terceiro momento, buscaremos relacionar o currículo
escolar com Ensino Religioso a partir dos fenômenos
religiosos.
Situar a fenomenologia religiosa nos espaços
educativos e analisar a relação real ou possível entre
os dois focos são os propósitos do texto, após as
abordagens sobre imaginário religioso, diversidade
religiosa, cultura, currículo escolar e Ensino Religioso.
Ao mesmo tempo em que se recolhe de modo
panorâmico alguns aspectos discutidos, este texto
pretende lançar algumas questões sob a ótica de quem
vive o cotidiano de uma escola que se debate com
tantas questões essenciais. O estado da arte do
assunto mostra-se ainda incipiente, embora a presença
do tema fenômeno religioso se faça sentir dendê os
primórdios da concepção do Ensino Religioso como
área de conhecimento. Ao tratarmos desta temática, há
questões das quais nãos e pode deixar de falar a
compreensão de religião – religiosidade, a relação
entre ciências da religião e teologia e, dentro dela, os
conceitos
de
transcendência
e
sagrado.
A
compreensão de religião e de religiosidade tem sido
temática recorrente nos debates sobre o Ensino
Religioso, justamente por se tratar de uma questão de
fundo para uma área de conhecimento que leva o
religioso no nome.
320
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Deus é pai- Deus é
como um amigo como
falar de Deus com
adolescentes no Ensino
Religioso
Gisela
Streck
W.
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Cinema
e
Ensino
Religioso: possibilidades
metodológicas
Iuri Reblin
Remi Klein
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino
Religioso
e
materiais
didáticos
necessidade de novos
olhares
Marcos
André
Scussel
Manfredo
Carlos
Wachs
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Um
convite
para
trabalhar com a literatura
no cotidiano escolar
Marielle de
Souza
Vianna
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Sobre o uso da musica e
a
espiritualidade:
a
tensão
entre
canto
comunitário e música de
performance
Soraya
Heinrich
Eberle
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Notas de uma proposta:
o Ensino Religioso como
cenário
de
uma
alfabetização
como
cenário
de
uma
alfabetização ecológica
Anaxsuell
Fernando
da Silva
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O Ensino Religioso nas
escolas
públicas
de
Goiás: continuidades e
mudanças
Cesar
Alberto
Ranquetat
Júnior
A imagem de Deus é central para entender o
desenvolvimento da religiosidade do ser humano. É
significativa não só na realidade da pessoa adulta, mas
também na da criança e do adolescente. As mudanças
que acontecem na maneira como o ser humano
imagem de Deus, no transcorrer da sua vida, são
decisivas para entender o desenvolvimento da sua
religiosidade. O Ensino Religioso é um espaço
adequado para de Deus? O objeto de estudo do
Ensino Religioso é o fenômeno religioso. Mas o que
significa isso? Por fenômeno religioso entende-se o
proceso de busca que o ser humano realiza na procura
de transcendência; desde a experiência pessoal do
Transcendente até a experiência religiosa na partilha
de grupo. Assim colocar o desafio de como falar de
Deus com adolescente no Ensino Religioso?
O cinema é certamente uma das invenções uma das
invenções mais fantásticas da história da humanidade.
E essa extraordinariedade do cinema não se deve
apenas ao entretenimento audiovisual e narrativo que
ele proporciona, mas, sobretudo, ao fato de ele reunir
em um mesmo plano de expressão a imaginação, a
criatividade, os sonhos, as visões de mundo, os
desejos, os símbolos, as axiologias, as ideologias, as
culturas, as linguagens, as técnicas, as tecnologias, as
religiões, as ciências. Tudo o que circunda o universo
humano pode ser encontrado no cinema em inúmeras
proporções e perceptivas sujeitas à história que se
quer contar e à visão e à intenção de seu contador. A
perfeita sincronia entre a luz, o som e as imagens em
movimento atribui ao cinema uma característica
singular de janela da realidade.
Rubem Alves, em seu livro O que é religião, afirma que
estudar a religião de determinado grupo social é de, de
certo modo, fácil. O estudo da História das Religiões,
seus textos sagrados, seus símbolos e sua doutrina
são acessíveis ao espaço acadêmico, pois se constitui
num conhecimento formado, definido e disponível a
todos. O desafio que nos é apresentado é formado,
definido disponível a todos. O desafio que nos é
apresentado é perceber, conhecer, compreender, ler e
interpretar a religião presente em nosso cotidiano.
Reler o fenômeno religioso e as religiosidades
presentes de forma sutil, discreta, camuflada e, às
vezes e, às vezes, invisível em nossa cultura e
sociedade. Esse desafio se apresenta aos educadores
de Ensino Religioso em sala de aula. E os recursos
que tem à disposição para desenvolver a educação
nesta área de conhecimento estão diretamente ligados
à forma como compreendermos os processos
educativos.
Ao pensarmos em atividades para trabalhar em sala de
aula que tematizem os conteúdos propostos para o
Ensino Religioso, podemos contato como auxílio dos
clássicos da literatura (adaptações ou os originais,
dependendo do contexto escolar). Por exemplo, na
obra cervantina Dom Quixote de la Mancha podemos
encontrar um constante diálogo entre o sagrado e o
profano, que parecem conviver no texto de forma
harmônica e, a partir desse romance, podemos discutir
essa importante temática em sala de aula.
Sábado à tarde, liga-se a televisão em algum canal
aberto e, surpreendente, ouve-s música evangélica.
Em outro canal, o comercial de um CD, gravado por
uma cantora evangélica. Em outro ainda, o culto de
uma igreja neopentecostal é transmitido ao vivo, e o
pastor cana. Também no contexto católico-romano
encontramos uma renovação, com religioso sendo
reconhecido como artistas de sucesso por sua carreira
musical. Na escola, os estudantes perguntam se a
professora conhece esse ou aquele outro cantor ou
grupo evangélico e cantam músicas com entusiasmo.
De qualquer forma, costuma utilizar música no contexto
do Ensino Religioso também, já que ela é um excelente
recurso. Música e culto: música e um dia: (ab|) usos da
música. Concluímos que esse novo repertório,
chamado de evangélico ou gospel, tem encontrado
livre trânsito na mídia nacional.
Desde suas origens, a sociologia destacou a
importância da religião como forma de mediação
simbólica apta para consolidar os laços sociais e
fortalecer as ordens normativas. Max Weber definiu
religião como tentativa de achar um sentido do mundo
acessível à compreensão humana. É a essa perceptiva
bem mais ampla, capaz de englobar além das religiões
institucionalizadas, com estruturadas dogmáticas
rígidas, movimentos religiosos e/ou místicos dentro da
idéia de religião, que nos referiremos constantemente,
na qual este trabalho se inclui.
Este trabalho baseia-se em entrevistas realizadas no
ano de 2007 com os principais personagens envolvidos
na implantação do novo modelo de Ensino Religioso
nas escolas públicas de Goiás e na análise da norma
que regula está disciplina. Procura-se apresentar de
forma sintética um panorama do Ensino Religioso nas
escolas públicas desse Estado.
321
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
Ensino
Religioso
resgatando valores
Eliana
Aparecida
Lopes Gagg
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
A
correlação
entre
pergunta e reposta na
prática
do
Ensino
Religioso
Jonas Roos
2009-12-11
10 a 12 de
setembro
VI Simpósio de
Ensino Religioso
EST
O encontro sagrado das
religiões: contribuições
do Grupo de Diálogo
Inter-religioso de Porto
Alegre para o Ensino
Religioso escolar
Márcio Holf
2009
22 a 24 de
outubro
V
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso –
I
Seminário
Internacional
de
Culturas
e
Desenvolvimento
FURB
O Ensino Religioso no
segmento da educação
infantil
Andréa
Gomes
Cardoso
Sandra
Michelluzzi
Biazotto
2009
22 a 24 de
outubro
V
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso –
I
Seminário
Internacional
de
Culturas
e
Desenvolvimento
FURB
Projeto
pedagógico
Religioso:
reflexões
Dolores
Henn
Fontanive
2009
22 a 24 de
outubro
V
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso –
I
Seminário
Internacional
de
Culturas
e
Desenvolvimento
FURB
Uma
pedagogia
da
imperfeição:
uma
metodologia ao Ensino
Religioso?
Evanor
Daniel
Castro
2009
22 a 24 de
outubro
V
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso –
I
Seminário
Internacional
de
Culturas
e
Desenvolvimento
FURB
Educação
interculturalidade:
desafios as práticas
pedagógicas
Francisca
Helena
Cunha
Daneliczen
e
político
Ensino
algumas
de
A sociedade precisa regatar os seus valores, pois a
falta desses vem acarretando uma degeneração ética e
moral. Ultimamente, os meios de comunicação têm
bombardeado a população com informação que tratam
da necessidade de se encontrar um caminho para o
restabelecimento dos valores no convívio diário.
Este texto procura compreender a prática do Ensino
Religioso a partir da relação entre perguntas
existenciais e conhecimento religioso enquanto
possibilidade de reposta. Proponho que é possível
pensar em uma correção entre perguntas existenciais e
desenvolvimento
de
conhecimento
religioso.
Entretanto, faz-se necessário refletir sobre o modo pelo
qual deve ser desenvolvido esse conhecimento. Em
que medida é possível desenvolver o conteúdo nas
aulas de ER sob uma perspectiva existencial?
Há 23 anos, acontecia na cidade de Assis, Itália, a
Jornada Mundial de Oração pela Paz. Um encontro
que reuniu pela primera vez,a convite do papa João
Paulo II diversas lideranças religiosas que ali estiveram
para rezar pela paz no mundo. Conforme Teixeira, a
jornada de Assis abriu espaço para uma série de
eventos inter-religiosos que se seguiram e representou
uma luz de esperança para paz no mundo. Nesse
contexto tal encontro passou a representar uma
possibilidade de colaboração entre as religiões, pois
diálogo e fraternidade entre as religiões são condições
primeiras para qualquer iniciativa de Paz entre as
nações. Dessa forma, Assis representou um primeiro
sinal de profunda ruptura com uma longa e triste
história de intolerância entre as religiões.
O presente texto quer contribuir com a reflexão sobre a
temática Metodologia no Ensino Religioso. Tem por
objetivo
auxiliar
os
professores
quanto
a
métodos/estratégias de planejamento e avaliação das
aulas, no segmento da Educação Infantil. Para isso,
apresenta algumas reflexões acerca da criança no
processo de desenvolvimento psicossocial e religioso.
Aborda também, aspectos do Ensino Religioso na
educação infantil, pois a criança que vai à escola não
vai apenas de corpo, mas leva consegue desejos,
pensamentos, suas emoções e sua religiosidade. Logo,
a escola precisa ter um currículo que contemple todas
essas dimensões e auxilie o aluno em sua formação
integral. Por isso, acreditamos que o Ensino Religioso
seja uma disciplina que contribui para essa formação,
desde que o professor esteja preparado e tenha
metodologias
adequadas
para
trabalhar
as
curiosidades e interesses dos estudantes.
O cotidiano escolar move e se move em sintonia com o
projeto formador, que o identifica e constitui. O
presente trabalho objetiva socializar algumas reflexões
e referenciais, que subsidiam, questionam e desafiam
processos e construções de Projetos PolíticoPedagógicos no contexto escolar. Busca apresentar
alguns resultados que decorrem de uma pesquisa em
desenvolvimento, a partir do ano de 2008, com
algumas escolas da abrangência da 12ª Gerência de
Educação de Rio do Sul. Os resultados parciais
sinalizam contribuições, desafios e perspectivas para a
necessidade de um constante processo de
reformulações, ressignificações diante das (pró)
vocações do contexto escolar.
Trata-se de uma proposta de metodologia e de objeto
de estudo para o componente curricular do Ensino
Religioso. O autor começa fundamentando a partir de
uma relação de confiança existente entre o
transcendente e a finitude humana. Essa relação de
confiança geraria a noção de cuidado consigo e para
com o outro. Ao discorrer essa premissa, o autor
propõe uma metodologia provida de uma alteridade
capaz de estabelcer um relacionamento de confiança,
de cuidado entre corpo docente e corpo discente.
Desse modo, o profissional do Ensino Religioso
inspiraria uma atitude diferenciada para com seu corpo
discente: seria capaz de transmitir o seu cuidado, de tal
modo que a educanda e o educando sentissem
apostados e acreditados em seus potenciais, em suas
capacidades e em seus dons singulares. E, por fim,
defende que uma Pedagogia da imperfeição
promoveria uma acolhida às diferenças religiosas e
culturais.
Este artigo refere-se à pesquisa realizada no Curso de
Mestrado em Educação, com a temática e objeto de
análise a cultura, interculturalidade e educação e a
prática pedagógica no ensino fundamental. Como
suporte teórico, apresenta o debate com diferentes
autores para conhecer, compreender e caracterizar a
cultura, interculturalidade e educação. Objetiva, ainda,
a partir do corpo teórico, identificar a presença de
alguns indicadores de interculturalidade com o
propósito de analisar documentos de uma prática
pedagógica desenvolvida no contexto escolar, a partir
de uma experiência do componente curricular de
Ensino Religioso, que busca perspectivas que atendam
aos desafios e exigências de uma sociedade que se
322
percebe diversa.
2009
22 a 24 de
outubro
V
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso –
I
Seminário
Internacional
de
Culturas
e
Desenvolvimento
FURB
A diversidade cultural
religiosa e o currículo: o
diálogo
inter-religioso
necessário a partir do
Ensino Religioso
Henri Luiz
Fuchs
2009
22 a 24 de
outubro
V
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso –
I
Seminário
Internacional
de
Culturas
e
Desenvolvimento
FURB
Quando a religião se faz
arte: sugestões de como
trabalhar o cinema nas
aulas
de
Ensino
Religioso
Iuri Andréas
Reblin
Remí Klein
2009
22 a 24 de
outubro
V
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso –
I
Seminário
Internacional
de
Culturas
e
Desenvolvimento
FURB
Conexões
entre
currículo, alfabetização e
Ensino Religioso nos
anos iniciais do ensino
fundamental
Lourival
José
Martins
Filho
Manfredo
Carlos
Wachs
2009
22 a 24 de
outubro
V
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso –
I
Seminário
Internacional
de
Culturas
e
Desenvolvimento
FURB
O Ensino Religioso como
espaço para o diálogo
inter-religioso
Marcos
André
Scussel
2009
22 a 24 de
outubro
V
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso –
I
Seminário
Internacional
de
Culturas
e
Desenvolvimento
FURB
A sala de aula usada
como
espaço
de
desenvolvimento
da
criança
para
a
construção da alteridade
na diversidade
Margarete
Vill
de
Souza
2009
22 a 24 de
outubro
V
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso –
I
Seminário
Internacional
de
Culturas
e
Desenvolvimento
FURB
Livro didático e Ensino
Religioso
Mariane do
Rocio
Peters
Kravice
A diversidade cultural religiosa está presente no
contexto da sala de aula e, a partir da LDB 9.394/96,
que estabelece uma nova dinâmica curricular que
contempla e insere o Ensino Religioso, como
componente obrigatório no currículo, a escola deve
refletir e planejar as atividades educativas, levando em
consideração a diversidade cultural religiosa do Brasil.
A partir da escrita, a escola passou a conceber um
conhecimento como padrão universalizante em
detrimento da diversidade cultural religiosa. Vivemos,
porém, uma nova realidade que desafia o ser humano
a construir sua identidade a partir do outro, que não
necessariamente compartilha dos mesmos referenciais
culturais e religiosos. Através da área de
conhecimento, a escola é provocada a contribuir na
construção do sentido da vida dos seus estudantes,
através do diálogo inter-religioso, numa realidade
complexa que busca superar os limites da
fragmentação moderna. A partir do Ensino Religioso, a
reflexão sobre a diversidade poderá ser desencadeada
através da interdisciplinaridade.
O cinema é certamente uma das invenções mais
fantásticas da história da humanidade. E essa
extraordinariedade do cinema não se deve apenas ao
entretenimento audiovisual e narrativo que ele
proporciona, mas, sobretudo, ao fato de ele reunir em
um mesmo plano de expressão a imaginação, a
criatividade, os sonhos, as visões de mundo, os
desejos, os símbolos, as axiologias, as ideologias, as
culturas, as linguagens, as técnicas, as tecnologias, as
religiões, as ciências. Tudo o que circunda o universo
humano pode ser encontrado no cinema em inúmeras
proporções e perspectivas sujeitas à história que se
quer contar e à visão e à intenção de seu contador. A
perfeita sincronia entre a luz, o som e as imagens em
movimento atribui ao cinema uma característica
singular de janela da realidade.
O artigo que apresentamos é fruto de nossa pesquisa
intitulada: Ensino Religioso nos anos iniciais do ensino
fundamental em Florianópolis – SC, realizada junto ao
Programa de Pós Graduação em Teologia, na área de
Religião e Educação das Faculdades EST em São
Leopoldo-RS. Participamos na referida instituição, do
grupo de pesquisa Currículo, Identidade, Religiosa e
Práxis educativa que tem como objetivo: subsidiar a
formação de profissionais e pesquisadores nas
temáticas da identidade religiosa e da área do
conhecimento e práxis do Ensino Religioso Realizou
uma pesquisa-ação, cientes do rigor acadêmico,
buscando promover o confronto entre os dados, as
evidências, as informações coletadas, o conhecimento
teórico do componente curricular Ensino Religioso e as
práticas pedagógicas realizadas por professores
habilitados em Pedagogia que atuam como docentes
nos anos iniciais em Florianópolis.
O presente trabalho tem o objetivo de abordar o
diálogo inter-religioso e o trabalho educativo no Ensino
Religioso. Reflete sobre os processos de diálogo
ecumênico e inter-religioso que vem sendo construído
ao longo dos tempos pelas instituições religiosas.
Diante do pluralismo religioso, reflete sobre as
possibilidades de o Ensino Religioso construir
caminhos que promovam esse diálogo no espaço
acadêmico, que transcende ao espaço institucional
religioso, e visa à formação integral e cidadã do ser
humano.
As motivações que nos levaram a elaborar este artigo
foram fruto de necessidades dificuldades que nós,
profissionais da educação, encontramos para aplicação
de metodologias na prática de ensino-aprendizagem na
sala de aula para os conteúdos de Ensino Religioso.
Este artigo propôs como tema de estudo a metodologia
de aprendizagem na prática pedagógica de turmas do
1º ciclo do Ensino Fundamental, com a atividade “a
beleza das cores”. Esta foi utilizada para o
desenvolvimento e construção de novos saberes e de
uma abordagem que possa vir a contribuir para que os
professores conheçam essa metodologia e possam
refletir sobre a forma que a sala de aula está sendo
usada como espaço de desenvolvimento da
educabilidade, para a construção da alteridade na
diversidade.
Este artigo procura apresentar um breve histórico do
Livro Didático (LD), no Brasil, como se deu a primeira
escola de leitura e escrita e como, no decorrer dos
anos, os educadores começaram a sentir falto de livros
e materiais didáticos. A partir daí, os educadores
começaram a elaborar textos e manuscritos.
Atualmente, o LD faz parte da vida escolar de milhares
de educandos em todo o país, auxiliando no processo
de ensino e de aprendizagem, não como uma
ferramenta única de conhecimento, mas como um
323
2009
22 a 24 de
outubro
V
Seminário
Catarinense
de
Ensino Religioso –
I
Seminário
Internacional
de
Culturas
e
Desenvolvimento
FURB
Olhares
que
se
encontram: o Ensino
Religioso,
o
diálogo
inter-religioso e os povos
indígenas
Sandro
Luckmann
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
–
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
A relação entre ciência e
religião:
pressupostos
metodológicos do ensino
e da aprendizagem do
religioso
Marcos
Augusto
Armange
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica de
Goiás
Saberes compartilhados
entre história e Ensino
Religioso:
uma
experiência que deu
certo
Talita
Bender
Teixeira
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica de
Goiás
O fenômeno religioso e a
epistemologia do Ensino
Religioso no currículo
escolar
Henri Luiz
Fuchs
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica de
Goiás
Ensino
Religioso
e
cidadania – da escola
para a sociedade
Mirian
Matulio de
Souza
Rosângela
da
Silva
Gomes
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica de
Goiás
O Ensino Religioso: uma
das condições para o
exercício da cidadania
Marislei de
Sousa
Espíndula
Brasileiro
Alberto da
Silva
Moreira
suporte para os educadores que buscam, através
desses manuais, aprimorarem sua prática pedagógica.
As escolas, por sua vez, participam do Programa
Nacional do Livro Didático – PNLD – que tem como
objetivo principal prover as escolas das redes federal,
estadual e municipal com obras didáticas e dicionários
de qualidade. O FNDE disponibiliza um Guia do Livro
Didático em seu sítio na internet, e envia o mesmo
material impresso às escolas cadastradas no censo
escolar. A escolha dos LDs se dá num processo
democrático, com base no Guia do Livro Didático.
Diretores e educadores analisam e escolhem as obras
que serão utilizadas. Assim, num processo histórico, o
LD se disseminou ao longo dos anos. Mudanças
ocorreram por decretos, leis e/ou práticas cumulativas
e, aos poucos, estes foram sendo reformulados,
aprovados e implementados. Hoje, as escolas de todo
país atuam no processo ensino e de aprendizagem de
seus componentes curriculares com esse suporte,
ainda que não seja o único, mas como mais uma
ferramenta para educandos e educadores. Relatamos,
a seguir, como se deu o processo histórico do livro
didático no Brasil até os tempos atuais, de forma mais
específica para o livro didático de Ensino Religioso, a
disseminação dos textos e manuais até a década 90 e
os desafios para estes livros didáticos a partir da atual
LDB.
O texto apresenta reflexões sobre algumas implicações
entre o Ensino Religioso e a diversidade dos povos
indígenas, concebidos como olhares distintos. Onde se
encontram? Quais as expectativas vislumbradas? Qual
ou quais os caminhos identificados? Por onde trilhálos? As diferentes denominações religiosas e a
diversidade cultural, presentes no universo do Ensino
Religioso, podem interagir entre si, criando um
ambiente favorável e propício para o diálogo interreligioso, como prática e metodologia ao Ensino
Religioso na escola? São questões presentes nesta
reflexão.
O artigo examina a postura das ciências e da
psicanálise em particular sobre a religião. A partir do
método materialista, que nega a dimensão metafísica,
as ciências consideram a priori a religião como criação
humana. Nessa ótica, ela cumpriria importantes
funções no atendimento das necessidades existenciais
e, por isso, deve ser analisada unicamente a partir de
sua utilidade. Para o autor, no entanto, a religião nasce
a partir do encontro pessoal entre o ser humano e a
sua divindade. Nesse encontro revela-se a categoria
do desejo que relativiza o conceito da necessidade da
religião. Essa categoria pode ser identificada pelo
mesmo método de analise das ciências, pois está
expressa na forma externa com que a religião se
apresenta: ritos, doutrinas e celebrações. A distinção
entre os conceitos torna-se importante instrumento de
ensino e aprendizagem do religioso.
Este artigo tem por objetivo relatar uma experiência
que deu certo, fruto dos saberes compartilhados entre
estudantes e professores. Numa proposta de
interdisciplinaridade, História e Ensino Religioso se
encontraram,
frutificando
desse
encontro,
possibilidades ricas de valorizar os conhecimentos
prévios dos estudantes e enriquecer o debate sobre as
relações étnico-raciais, especialmente através das
religiões afro-brasileiras.
O presente texto apresenta uma reflexão a partir do
currículo escolar e o Ensino Religioso, no qual será
dada a ênfase no fenômeno religioso. Inicialmente
faremos um estudo introdutório da relação entre o
fenômeno religioso e a experiência religiosa. Num
segundo momento, buscaremos estabelecer uma
relação do currículo escolar com o Ensino Religioso.
Num terceiro momento, buscaremos relacionar o
currículo escolar com o Ensino Religioso e a sua
epistemologia a partir dos fenômenos religiosos.
O presente texto baseia-se em experiências
pedagógicas realizadas dentro de um planejamento
interdisciplinar. Busca identificar e sinalizar algumas
considerações sobre o campo das representações
simbólicas, mitos e lendas que assumem formas
culturais, contribuindo para a diversidade cultural na
perspectiva da educação. Neste sentido, tomamos o
Festival do Boi bumbá em Parintins – Amazonas, como
manifestação da cultura popular que, embora tendo
contato com a modernidade, seus habitantes
conservam muito da mitológica indígena e cabocla que
veicula entre o real e o imaginário da região.
A crescente situação de pluralismo e diversidade
religiosa no Brasil coincide com as discussões em
torno do Ensino Religioso nas escolas públicas. Neste
estudo objetivou-se compreender se o Ensino
Religioso é uma das condições para um exercício
pleno da cidadania e que tipo de Ensino Religioso é
mais adequado à escola pública. Para tanto, optou-se
por um estudo exploratório, bibliográfico, com análise
qualitativa de material disponível em Bibliotecas
324
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica de
Goiás
Ensino Religioso: do que
mesmo
estamos
falando?
Marlon
Leandro
Schock
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica de
Goiás
O Novo paradigma do
Ensino Religioso
Wanderley
José
de
Faria
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Alteridade no contexto
escolar: experiências em
Ensino Religioso e em
psicologia
escolar
educacional
Adecir
Pozzer
Suzan
Alberton
Pozzer
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
O currículo de Ensino
Religioso para o ensino
médio no estado de
Goiás
Diane
Marcy
de
Brito
Marinho
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Quando a religião se faz
arte: sugestões de como
trabalhar o cinema nas
aulas
de
Ensino
Religioso
Iuri Andréas
Reblin
Remí Klein
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Conexões entre Ensino
Religioso
e
prática
pedagógica nos anos
iniciais
do
ensino
fundamental
Lourival
José
Martins
Filho
Manfredo
Carlos
Wachs
convencionais e virtuais. Percebeu-se que a religião
exerce influência na sociedade atual e tem o seu papel,
mas que essa influência precisa ser sistematizada por
profissionais das ciências da religião, sendo este um
dos caminhos para que a cidadania seja alcançada e o
Ensino Religioso é um dos instrumentos para esse
alcance.
Este texto é um convite à reflexão e ao diálogo a serem
instigados pelos dados apresentados por duas
pesquisas de campo e um simpósio recente sobre o
Ensino Religioso (10-12/09/2009 nas Faculdades EST).
A diversidade de respostas apresentadas à pergunta:
qual é o objeto próprio do Ensino Religioso? Levou-me
diversas vezes a fazer outra pergunta: do que mesmo
estamos falando? Diante da importância de uma
definição e uma concordância a respeito de um objeto
próprio (ou de objetos próprios) para esta disciplina,
compreendida como área de conhecimento, como um
componente curricular, faz minhas considerações e
deixo aqui um convite à reflexão.
A superação do paradigma aristotélico-tomista e a
assumência do paradigma cartesiano-galileano, que
mais tarde entrou em processo de crise, vem mudando
a configuração da sociedade. Neste contexto vem
sendo gestado um novo paradigma, e este é de certa
forma responsável pela mudança de visão do Ensino
Religioso no Brasil, tudo isso em um processo
dialético, de construção e desconstrução. A sociedade
brasileira é composta por uma diversidade de crenças,
religiões diferentes, maneiras distintas de viver sua
religiosidade. Este novo paradigma de Ensino
Religioso (E.R) deve levar em consideração toda essa
diversidade religiosa. E dentro da perspectiva do
conhecimento, do diálogo, do encontro, do respeito que
o novo paradigma do Ensino Religioso deve ser
fundamentado e ser trabalhado nas escolas
A diversidade cultural presente na escola implica
diretamente nas relações estabelecidas entre os
diversos personagens que constituem o ambiente
escolar. Pensar estas relações na escola supõe
desafios e possibilidades. Desafios enquanto
dificuldades de aceitar o diferente e as diferenças e
possibilidades enquanto espaço de contato com o
diferente e as diferenças para então (re) significá-las
na perspectiva da alteridade. Quando se criam
condições para o contato com a própria identidade,
viabiliza-se a construção de relações menos
preconceituosas em relação ao outro, favorecendo
assim o exercício da alteridade.
Rede pública estadual de Goiás constrói uma matriz
curricular inovadora para o Ensino Médio, a ser
implantada juntamente com as comunidades escolares,
cujas principais características são: período por
semestralidade e flexibilidade na distribuição das
disciplinas e sua carga horária, buscando mudanças
que proporcionem aos estudantes condições para sua
realização pessoal, profissional e cidadã, ou seja, um
ensino centrado no aluno e na integração entre arte,
cultura, trabalho, ciência e tecnologia. Com a
implantação dessa nova proposta para o Ensino Médio,
foi necessário reconstruir os currículos. Na construção
deste novo cenário educacional, o E.R. que também
começa a ser implantado, neste ano de 2009, ganha
forças e começa a construir o seu próprio currículo
para o Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos
(EJA). Além de ser uma nova disciplina, ainda não
existe o profissional específico, com licenciatura plena
em Ciências da Religião que deveria credenciá-lo com
as competências necessárias para trabalhar com este
novo ensino. Apresentamos, nesta comunicação, uma
proposta de currículo transformada em Seqüência
Didática que está sendo testada pelos professores de
E.R.
O presente texto aborda possibilidades de uso do
cinema nas aulas de Ensino Religioso a partir da leitura
do livro Como usar o cinema em sala de aula, de
Marcos Napolitano, e do material disponibilizado pelo
MEC sobre o uso de recursos audiovisuais na escola.
Atesta que o cinema envolve seus espectadores por
lidar, sobretudo, com as emoções humanas e pela
perfeita sincronia entre imagem, som e movimento e
pela utilização de um recurso milenar: o ato de contar
estórias. O texto apresenta os desafios, os cuidados e
os procedimentos necessários para o sucesso do uso
do cinema. Além disso, sugere filmes e possibilidades
de leituras religiosas de filmes diversos, reiterando, por
último, que a religião integra a realidade humana e o
segredo de uma abordagem bem sucedida no
ambiente escolar pode estar na interdisciplinaridade.
O artigo que apresentamos é fruto da pesquisa: Ensino
Religioso nos anos iniciais do ensino fundamental em
Florianópolis – SC, realizada junto ao Programa de
Pós- Graduação em Teologia na área de Religião e
Educação das Faculdades EST em São Leopoldo–RS.
Participamos na referida instituição grupo de pesquisa:
Currículo, Identidade, Religiosa e Práxis educativa que
325
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Ensino
Religioso
e
materiais
didáticos:
inquietações iniciais
Marcos
André
Scussel
Manfredo
Carlos
Wachs
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
O Ensino Religioso nos
anos iniciais do ensino
fundamental
Sandra
Michelluzzi
Biazotto
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Contribuição do Ensino
Religioso na formação
da religiosidade do aluno
nas séries finais do
ensino fundamental
Sonia Maria
Dias
Manfredo
Carlos
Wachs
2009
12 a 14 de
novembro
V
Congresso
Nacional de Ensino
Religioso
FONAPER
Pontifícia
Universidade
Católica
de
Goiás
Ensino Religioso na
educação
infantil:
a
possibilidade de manter
o sonho acordado
Viviane
Lontra
Teixeira
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores para o
Ensino Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
Diversidade,
Humanos
e
Religioso
Direitos
Ensino
Andreza
Silva Souza
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores para o
Ensino Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
Reflexões sobre Ensino
Religioso,
pluralismo,
intolerância e Direitos
Humanos
Estevão
Domingos
de Oliveira
Neto
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores para o
Ensino Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
A ação pedagógica para
a
diversidade
numa
perspectiva de raça/etnia
e sua intersecção com
os PCNER
Lilian
Conceição
da
Silva
Pessoa de
Lira
tem como objetivo: subsidiar a formação de
profissionais e pesquisadores nas temáticas da
identidade religiosa e da área do conhecimento e
práxis do Ensino Religioso.
O presente trabalho busca refletir sobre os desafios do
atual contexto educacional e sobre o papel do Ensino
Religioso. Reflete sobre o Ensino Religioso e a
religiosidade. Indaga-se sobre a necessidade de
construção de novos materiais didáticos que possam
contemplar os desafios que se apresentam. Busca
visualizar possibilidades a serem desenvolvidas em
pesquisas e em práticas inovadoras em sala de aula
que integrem as áreas do saber e construam relações
de conhecimento e vivência.
O presente texto quer contribuir com a reflexão sobre a
temática “Práticas Pedagógicas no Ensino Religioso”
que tem por objetivo auxiliar os professores quanto ao
método/ estratégias de planejamento e avaliação de
suas aulas, nos anos iniciais do ensino fundamental.
Para isso, o texto apresenta algumas reflexões sobre a
faixa etária da criança atrelada ao contexto social, a
escola. Aborda também, aspectos de seu currículo
escolar fomentando a relevância do Ensino Religioso
aos estudantes, pois eles vão à escola e levam consigo
seus desejos, pensamentos, suas emoções e crenças.
Logo, a escola precisa ter um currículo que contemple
todas essas dimensões e auxilie o aluno em sua
formação integral. Por isso, acredita-se que o Ensino
Religioso seja uma disciplina que contribui para essa
formação,
desde
que
o
professor
busque
constantemente aperfeiçoar sua ação pedagógica
levando o aluno à prática da alteridade, ao exercício da
cidadania e o (re) conhecimento e valorização da
diversidade cultural religiosa.
O presente trabalho busca refletir sobre a formação
integral do ser humano, destacando e enfocando a
pesquisa no sujeito do jovem que freqüenta as séries
finais do ensino fundamental e procurando verificar a
contribuição do Ensino Religioso para a formação e/ou
aprofundamento da religiosidade do jovem. Este
trabalho faz parte do projeto de mestrado e busca,
aqui, nesta comunicação apresentar os propósitos da
pesquisa.
O trabalho pretende discutir a importância do Ensino
Religioso na formação e no desenvolvimento da
criança no contexto da Educação Infantil. Percorre as
diferentes visões atribuídas ao Ensino Religioso e à
criança ao longo dos séculos discutindo o tema sob a
perspectiva histórica e pedagógica. A metodologia
constou de observações das formas de recepção das
ações pedagógicas, bem como de registros das
reações das crianças diante do mistério e a relação
que estabelecem com o fenômeno religioso. Concluiuse que o Ensino Religioso constitui um dos melhores
veículos para transmitir às crianças um significado para
a vida. Através do respeito à diversidade amplia as
referências das crianças e favorece a melhoria das
relações na sociedade por meio do convívio respeitoso
com as outras formas de expressão religiosa e
compreensão da riqueza cultural. Espera-se que esta
apresentação seja uma contribuição para a formação
de professores de Educação Infantil e de Ensino
Religioso.
Este trabalho trata do desafio de se adequar o
processo de internacionalização dos direitos humanos
à diversidade e à religiosidade inerentes à
humanidade. Neste sentido, analisa os argumentos das
posturas universalistas e relativistas frente aos direitos
humanos, concluindo pela incompletude das duas. Em
vista disso, o texto defende o diálogo e a ênfase em
determinados pontos de convergência entre as
diversas culturas de vidas como forma de superar a
polêmica em torno da diversidade cultural e programar
uma agenda de consenso que possa tornar o processo
internacionalização dos direitos humanos bem
sucedidos.
Refletindo sobre alguns aspectos do Ensino Religioso
nas escolas públicas do Brasil com ênfase às questões
relacionadas à legislação, surgiu o presente artigo.
Destacamos as implicações do pluralismo religioso no
contexto do Ensino Religioso nas escolas públicas,
bem como as contradições da intolerância religiosa.
Como primeiro resultado de nossa análise ressaltamos
a relevância do Ensino Religioso como instrumento
formador do aluno cidadão e beneficiário de direitos. A
pesquisa
selecionada
para
o
estudo
foi
descritiva/bibliográfica com abordagem qualitativa.
O presente artigo propõe uma modesta incursão na
conquista da educação como um direito a partir do
século XVIII, assumindo a condição de direito social no
início do século XX, quando o Estado de Direito passa
a ser considerado Estado Social. Nas décadas finais
do século XX, o Estado passa a assumir o status de
Estado Democrático de Direito, no qual o direito à
educação, com base no princípio da igualdade, passa
a considerar o direito à diferença como pilar necessário
326
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores para o
Ensino Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
O Ensino Religioso e as
teimosias
juvenis:
abertura para o diferente
Benedita
Aguiar
Ferreira
Rosa
Cássia
Trindade
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores para o
Ensino Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
Sob a proteção de Deus.
O Currículo do Ensino
Religioso: um desafio a
partir da diversidade
cultural
Henri Luiz
Fuchs
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores para o
Ensino Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
Ensino
Religioso
e
ecologia: uma proposta
educativa
para
a
diversidade
José
Damião
Limeira
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores para o
Ensino Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
Diversidade
cultural
religiosa nas turmas da
educação de jovens e
adultos
Maria
do
Socorro de
Oliveira
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores para o
Ensino Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
Saber cuidar do humano
na educação
Maria José
Torres
Holmes
à garantia desse princípio. Ou seja, somente é possível
considerar o direito à igualdade mediante o
reconhecimento da identidade do sujeito como o
elemento elucidador da diferença desse sujeito. Nesse
sentido, a ação pedagógica numa perspectiva de
raça/etnia pode contribuir para a garantia da
diversidade
na
Educação,
superando
a
homogeneidade
historicamente
imposta
como
sinônimo de igualdade. Ao mesmo tempo propondo
sua intersecção com os PCNER.
Este trabalho tem como objetivo, questionar e refletir
sobre as teimosias juvenis e suas relações de
identidade, alteridade no âmbito escolar. Como o
Ensino Religioso trabalha as questões juvenis através
dos movimentos culturais, como os rappers, punks,
emos, roqueiros, forrozeiros, hip hop, etc., no âmbito
do estudo das religiões, tendo como lugar o sagrado e
o profano, a partir das diferentes manifestações,
expressos na linguagem simbólica, e por mais
diferentes que aparentam serem, essas manifestações
juvenis estão carregadas de uma linguagem simbólica,
que diz algo da inquietação em que vivem. Na
contramão de um discurso que propaga a idéia de que
os jovens são apáticos, desinteressados, alienados,
mostrando que ainda há os que desejam participar
ativamente na construção de uma sociedade
alternativa.
No preâmbulo da Constituição brasileira de 1988
consta a afirmação “sob a proteção de Deus”, marco
de um tempo histórico e de uma compreensão de
sociedade civil em processo de constituição. Além
disso, no artigo 210 da referida Constituição
encontramos uma redação que torna mais explicita
essa concepção de estado na medida em que introduz
o Ensino Religioso como componente curricular, único
em comparação com os demais componentes do
currículo escolar da educação básica brasileira. No
Brasil, o Ensino Religioso é, de acordo com LDB, Lei
9394/96, componente curricular obrigatório. A partir da
legislação vigente e das mudanças de paradigmas, a
educação escolar passa a ser espaço de construção
de identidade individual e coletiva num contexto
marcado peal diversidade cultural religiosa. O currículo
é um espaço político no qual as diferentes concepções
de vida e de mundo se encontram e se imbricam com o
intuito de resgatar e preservar a vida. O Ensino
Religioso é parte integrante da formação básica do
cidadão e, para tal, necessita romper com o
etnocentrismo cultural que marcou a trajetória curricular
na educação brasileira.
Este estudo investiga a relação entre Ensino Religioso
e ecologia: uma proposta educativa para a diversidade.
Sem dúvida, a disciplina de Ensino Religioso, disciplina
para a diversidade, oferece uma ampla gama de
possibilidades para chegarmos a uma compreensão
maior no que se refere à Ecologia. Nosso objetivo é
contribuir para a formação do ser humano, permitindoo desenvolver a consciência e o compromisso com a
saúde planetária. A relação entre Ensino Religioso e
Ecologia é uma relação de construção, fornecendo aos
educadores e educandos maiores possibilidades de
desenvolvimento e aprimoramento da vida, dos
sentimentos, dos valores, do cuidado com o ambiente
na qual habitamos. O ser humano, portanto, precisa
evoluir-se religioso ecologicamente, ou seja, deve
refletir sua reconstrução pessoal, política, social,
psicológica e emocional no Habitat natural.
O presente estudo trata da Diversidade Cultural
Religiosa em turmas da Educação de Jovens e Adultos
(EJA) e surgiu da necessidade de responder
dificuldades
vivenciadas
nas
relações
entre
professores de Ensino Religioso e a convivência com
as diferentes crenças e práticas religiosas presentes na
sala de aula. O Ensino Religioso integra a proposta
curricular nacional de educação e procura rejuntar as
diferentes culturas, não importando qual seja o tipo de
religião a que o aluno pertença: católica, protestante,
espírita, budista ou hinduísta. Daí, este estudo ter
encaminhado mais uma reflexão na busca de superar
os obstáculos e desafios que o educador da EJA
enfrenta no seu fazer pedagógico. Para isso, precisa
alimentar a esperança de que a escola, sendo um
espaço plural, deve cultivar valores éticos, culturais e
religiosos imprescindíveis para a educação integral.
A humanização da educação é uma necessidade
prioritária no campo educacional brasileiro. Precisamos
repensar a escolares que queremos para as nossas
crianças, jovens e adultos. De que adianta inovar os
Sistemas de Ensino com as novas tecnologias, onde
as mudanças vêem apenas a parte material! Antes de
tudo é importante somar a essa escola que queremos
uma reflexão sobre o ser humano que passar por
nossas mãos, pelos quais somos responsáveis, bem
como aqueles que trabalham nas escolas. Precisamos
pensar esse cidadão que queremos formar, na sua
totalidade envolvendo, não só o físico, mas o espírito, a
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2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores para o
Ensino Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
A
ausência
da
religiosidade
das
irmandades no Ensino
Religioso
Siéllysson
Francisco
da Silva
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional
de
Formação
de
Professores para o
Ensino Religioso
Universidade
Federal
da
Paraíba
Currículo
Religioso
Médio
Vítor
Lins
Oliveira
2010-12-11
23 a 25 de
setembro de
2010
XI
Seminário
Nacional
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Formação
de
Professores para o
Ensino Religioso
Universidade
Federal
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Paraíba
A contribuição do Ensino
Religioso na formação
crítico/reflexiva
do(a)
cidadão (a) no c