03 - O Idealista - edição março
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03 - O Idealista - edição março
Órgão informativo da USE-Jaú - Ano 9 - Edição 96 - março 2011 - distribuição gratuíta - [email protected] Bom será percebermos a extensão do bem, o benefício do bem que podemos espalhar e fazer. Aí sim perceberemos que nós mesmos podemos construir a felicidade que desejamos. Afinal toda colheita é fruto de semeaduras... Leia nesta edição Viver é evoluir, aprender, renovar conceitos, olhando para trás tão somente para conferir o quanto já progredimos e seguir adiante, buscando cada vez mais o conhecimento, despidos de preconceitos, de idéias refratárias, imaginando que o crescimento espiritual requer esforço e dedicação. • Editorial - Pág 02 • A Razão de Ser do Espiritismo-Pág 02 • Manifestando a Negatividade - Pág 03 • Ainda bem que não registraram o Evangelho! - Pág 03 • Pensando, fazendo, sentindo o mal - Pág 04 •Grandes Vultos do Espiritismo - Pág. 05 • Movimento Espirita - Pág 06 • Casas Espítitas - Pág 07 • Luz na Alma - Pág 08 • Mãos que Curam - Pág 09 • Sob a Luz do Evangelho - Pág 10 • O Sentimento Religioso - Pág 10 • Sois a Luz - Pág. 11 • Informação Espírita - Pág 12 Página 02 EXPEDIENTE O IDEALISTA Órgão de divulgação do Movimento Espírita da Região de Jaú. Editado pela USE - União das Sociedades Espíritas - Regional Jaú. Órgão da USE - União das Sociedades Espíritas do estado de São Paulo. Jornalista Responsável: Rodrigo Galvão Castro MTb 25.315 Coordenador: Alvaro Francisco Buttignon Diretor: Secretário: Sônia Marli Albino Vernier Diretor Tesoureiro: Antonio Aparecido Rossi Conselho de Redação: Edson Tomazelli [email protected] João Benjamin [email protected] Clarides Joanir do Rio [email protected] Luciana Bombonatti [email protected] Martha Triandafelides Capelotto [email protected] Diagramação e Impressão: Gráfica e Editora Rimi Ltda. R. Angelo Piva, 471 - Brotas - SP Fone (14) 3653-1520 [email protected] Só serão publicadas matérias que estiverem de acordo com a orientação doutrinária do Jornal. Os originais dos artigos que não forem publicados não serão devolvidos aos seus autores. Correspondência para este jornal enviar para: Av. Prefeito Luiz Liarte, 392 Centro - Jaú/SP - Cep 17211-360 [email protected] O Idealista Editorial Chega às suas mãos mais uma edição do nosso periódico, trazendo matérias para sua reflexão, sempre com a proposta de divulgar a Cultura Espírita e levar até você leitor um conteúdo sério, doutrinariamente correto, mas agradável de apreciar e analisar dentro da liberdade e da razão, por isso que logo abaixo inserimos parte de uma mensagem de Vitor Hugo, escrita por Divaldo Franco que mostra a grandeza da Doutrina dos Espíritos. Nossos arti- A Razão de Ser do Espiritismo Victor Hugo (espírito) (PARTE DA MESAGEM) Quando o obscurantismo da fé dominava as mentes, quando as luzes e as sombras se alternavam na civilização, surgiu o Espiritismo com a sua razão de ser para promover o homem e a mulher, a vida e a imortalidade, o amor e o bem a níveis dantes jamais alcançados. Realizando uma revolução silenciosa como poucas jamais ocorridas na História, tornou-se poderosa alavanca para o soerguimento do ser humano, retirandoo do caos do materialismo a que se arrojara ou fora atirado sem a menor consideração, para que adquirisse a dignidade ética e cultural, fundamentada na identificação dos valores morais, indispensável para a identificação dos objetivos essenciais e insuperáveis da paz interna e da consciência de si mesmo durante o trânsito corporal. Permitiu que o ser humano se redescobrisse como Espírito imortal que é, preexistente ao berço e sobrevivente ao túmulo, facultando-lhe compreender a finalidade existencial, que é imergir no oceano do inconsciente, onde dormem os atos pretéritos e as construções que projetam diretrizes para o mo- culistas abordam diversos temas que traduzem responsabilidade de cada um na condução de nossa existência, vigiar os nossos pensamentos e evitar a presença da negatividade que atrapalha muito o equilíbrio do ser, não é trabalho fácil, mas possível. E nessa busca constante de aprimoramento é nossa importante tarefa fazer o bem no limite de nossas possibilidades, pois é comum sentir o mal que atraímos pela nossa sintonia com valores contrários ao bem. Que possamos usar o que já temos de bom na construção de um mundo melhor, nossas mãos podem fazer mais por uma humanidade tão sofrida e sequiosa de harmonia e paz. Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo” – a luz não argumenta, mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina. Pela segunda vez você recebe o Suplemento do Departamento de Infância e Juventude, que pretende despertar em nossas crianças momentos de diversão e aprendizado, acompanhe com elas a proposta do mês, aproveite a oportunidade para compartilhar momentos agradáveis de aprendizado. Boa Leitura. mento e o futuro, a fim de diluir as volumosas barreiras de sombra e de crueldade a que se entregou. O Espiritismo traçou novos programas para a compreensão da vida e a mais eficaz maneira de enfrentá-la, desafiando o materialismo no seu reduto e os materialistas no seu cepticismo, oferecendo-lhes mais seguras propostas de comportamento para a felicidade ante as vicissitudes do processo existencial. Trouxe a perfeita mensagem da justiça divina, por enquanto mal traduzida pela consciência humana, contribuindo para a transformação da sociedade, mas sem a revolução sangrenta das paixões em predomínio, que sempre impõe uma classe poderosa sobre as outras que são debilitadas à medida que vão sendo extorquidos os seus parcos recursos até a exaustão das suas forças, quando novas revoluções do mesmo gênero explodem, produzindo desgraça e ódios que nunca terminam . . . Trabalhando a transformação moral do indivíduo, propõe-lhe o comportamento solidário e fraternal, a aplicação da justiça corretiva e reeducativa quando delinqüi, conscientizando-o de que as suas ações serão também os seus juízes e que não fugirá de si mesmo onde quer que vá. Todo esse contributo moral foi retirado do Evangelho de Jesus, especialmente do Seu Sermão da montanha, no qual reformulou os valores humanos até então aceitos, demonstrando que forte não é o vencedor de fora, mas aquele que se vence a si mesmo, e poderoso, no seu sentido profundo, não é aquele que mata corpos, mas não é capaz de evitar a própria morte. Revolucionando o pensamento ético e abrindo espaço para novo comportamento filosófico, a Sua palavra vibrante e a Sua vivência inigualável, colocaram as pedras básicas para o Espiritismo no futuro alicerçar, conforme ocorreu, os seus postulados morais através da ética do amor sob qualquer ponto de vista considerado. A razão de ser do Espiritismo encontra-se na sua estrutura doutrinária, diversificada nos seus aspectos de investigação científica ao lado das demais correntes da ciência, do comportamento filosófico com a sua escola otimista e realista para o enfrentamento do ser consigo mesmo e da vivência ético-moral-religiosa que se estrutura em Deus, na imortalidade, na justiça divina, na oração, na ação do bem e sobretudo do amor, única psicoterapia preventiva-curativa à disposição da Humanidade atual e do futuro. (Parte de página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 7 de junho de 2001, em Paris, França) FONTE: http://www.espirito.org. br/portal/artigos/mundo-espirita/a-razao-de-ser-do-espiritismo.html Página 03 O Idealista Manifestando a Negatividade Valentim Antonio gativa e positiva de nossa personalidade, consoante com tudo aquilo que possuRodrigues Professor/Escritor ímos gravado em nossas consciências; objetiva e subjetiva. Essas polaridades fazem parte de “Fostes chamados ao contato de espíri- nossa individualidade. São inerentes tos de naturezas diver- ao ser humano, mas são proporcionais sas, de caracteres antagônicos; não me- ao nível evolutivo de cada um de nós. lindrai a nenhum daqueles com quem Para alguns, a polaridade positiva já vos encontrardes.”... “A perfeição, como se tornou tão intensa que obscureceu disse Jesus, encontra-se inteiramente na a polaridade negativa. Ofuscou, mas prática da caridade sem limites, pois os não eliminou. Ela continua latente e, deveres da caridade abrangem todas as se permitirmos, ela poderá voltar a se posições sociais, desde a mais humilde manifestar com grande intensidade. Quando algum acontecimento exteaté a mais elevada. O homem que vivesse isolado não teria como exercer essa rior nos afeta de alguma maneira é porcaridade. Somente no contato com os que encontra em nosso interior, o reflesemelhantes, nas lutas mais penosas, ele xo correspondente provocando reações encontra ocasião de pratica-la”. - Evange- diversas e diferentes para cada um de lho Segundo o Espiritismo – XVII – 10. nós. Essas reações estão profundamente Todos nós temos em nosso íntimo, vinculadas ao nosso crescimento espirias duas polaridades energéticas pelas tual, ou seja, elas refletem os arquivos da quais exteriorizamos tudo aquilo que memória de nosso ser total, de acordo faz parte de nosso ser mais profundo, com a programação que ele vem receou seja; manifestamos as polaridades ne- bendo durante sua existência. Baseados no exposto acima, devemos compreender que qualquer tipo de julgamento que façamos de nosso próximo, estaremos colocando nesse julgamento, os reflexos de nossa própria alma e de nossos arquivos mentais. Cada um de nós vê o mundo pela sua janela, por um prisma essencialmente particular. Como somos distintos uns dos outros, é claro que nossas manifestações também o sejam. Alguns conseguem exteriorizar condições mais evoluídas que outros. Não porque sejam melhores ou mais santos, mas porque, através das sucessivas reencarnações, tiveram mais oportunidades, mais tempo, e já conseguiram assimilar lições que os outros não conseguiram. Se cultivamos atitudes negativas, se criamos energia mental de níveis inferiores de vibração, certamente só poderemos exteriorizar manifestações negativas, ou melhor, só poderemos ver o mundo pelo seu lado mais negro e negativo, eliminando de nós mesmos, todas as possibilidades e capacidade de vislumbrar o bem em todo o universo, pois as lentes com que olhamos o mundo estão ofuscadas pela nossa própria negatividade. Procedendo assim, criamos uma atmosfera negativa em nosso campo magnético que vai atraindo, mais e mais, coisas negativas, até que as mesmas comecem a exsudar através de nosso corpo físico, na forma de doenças psicossomáticas, problemas sociais e existenciais e outros das mais variadas espécies. Somente com a espiritualização, ou melhor, com a evangelização é que poderemos, pouco a pouco, eliminar de nós mesmos, todos os traumas e arquivos inferiores de nosso ser, tornando límpidas e cristalinas nossas lentes de percepção do mundo e manifestarmos o Cristo interno que habita em cada um de nós. Só assim poderemos ver o mundo com os olhos do amor, da compreensão, da tolerância e da fraternidade, virtudes tão preconizadas pelo Mestre Jesus, nos evangelhos. Ainda bem que não registraram o EvangelWellington Rocha Balbo Bauru-SP As leis criadas pelo homem, naturalmente imprimem organização à ordem social. Leis que protegem marcas, por exemplo, são importantes para que não exista a exploração indevida da imagem. Concordo que todos devem se defender contra a atuação de gente sem compromisso com o respeito ao direito do outro. As leis dos homens são, pois, justas e necessárias. Preservar-se em um mundo ainda distante da imperecível lei evangélica é imprescindível. Há casos pululando por todos os cantos do país de pessoas que se aproveitaram de documentos perdidos e aplicaram golpes na praça. Há alguns dias escrevi artigo intitulado: “Mundo dos recibos e comprovantes”, abordando a falta de confiança entre os habitantes desta morada denominada planeta Terra. A verdade é que guardamos tantos papéis em forma de recibos porque desconfiamos uns dos outros. Quando a honestidade for a marca registrada de nossos habitantes, certamente não precisaremos de tantos comprovantes para provar coisa qualquer. Bastará a palavra, apenas a palavra. Mas, retornando ao assunto das leis humanas, muitas delas estão com os dias contados. Aliás, vou além e afirmo que em certos níveis da sociedade algumas leis em voga deveriam ser abolidas, ou então, flexibilizadas pela consciência das pessoas. No movimento espírita, por exemplo, não cabe utilizar leis para proteção de marcas no intento de blindar essa ou aquela instituição, essa ou aquela sigla dos próprios espíritas. Na seara espírita, não estamos trabalhando para essa ou aquela instituição, mas, sim, para o Cristo, na ânsia de libertarmonos dos cadeados do egoísmo. Ora, estamos entre espíritas, irmãos de ideal e, sobretudo, irmãos de caminhada. Inexistem razões para impedirmos agremiações espíritas de utilizarem siglas ou outras denominações porque estão registradas e protegidas pelas leis humanas. Não quero subverter a ordem e a organização. Nada disso. Reitero meu apreço e respeito às leis vigentes na sociedade. Mas, dentro do movimento espírita devemos, tanto quanto possível, não enveredar pelo lado da exclusividade, seja de nomes de instituições, grupos de estudo e etc. Proteger é normal, todavia os excessos prejudicam. Naturalmente que o bom senso e a fraternidade darão coerência para que tudo esteja organizado, evitando confusões com a igualdade de nomes e siglas. As ações pautadas na coerência evitam dissabores e problemas, isso é óbvio. Entretanto, observemos que as maiores maravilhas da Terra estão ao alcance de todos. As estrelas, o sol, o mar e as sublimes virtudes da natureza não se subordinam às imposições humanas. Dia chegará em que os frutos de nossa inteligência serão divididos com a coletividade. A propósito, lembro-me do grande Mahatma Ghandi que dizia: “Não aprecio monopólios e privilégios, o que não for para ser de todos, também não quero pra mim”. Ainda bem que não registraram o Evangelho! Página 04 O Idealista Pensando, fazendo, sentindo o mal Orson Peter Carrara. Matão - SP www.orsonpcarrara.k6.com.br [email protected] O mal existente à nossa volta é resultante de nossa própria sintonia com os valores contrários ao bem. Na verdade, tudo na vida conspira a nosso favor! Não se assuste o leitor. Não estou “tapando o sol com a peneira”, a conhecida frase popular. Os leitores podem pensar que estou cego, não enxergando a torrente de desafios, maldades, falcatruas, desonestidades, corrupção e inverdades que nos circundam a cada instante. Não, não estou cego. A maldade, a inveja, o ciúme, a corrupção e seus derivados, existem. Infelizmente, ainda convivem conosco. Mas são eles frutos do orgulho, da vaidade, do egoísmo que ainda carregamos conosco. Afinal, a infelicidade só existe porque a permitimos. E permitimos quando adotamos condutas de revolta, de maledicência, de desonestidades. O quadro atual do planeta apenas reflete, coletivamente, o que vai dentro do coração... Que pena! Por isso, não vale a pena perder tempo fazendo o mal, pensando no mal, sentido o mal. Alguns dias com mágoa no coração, por exemplo, podem significar anos futuros de sofrimento e enfermidade. Melhor não perder a oportunidade de pedir desculpas ou aceitar esquecer o mal que supostamente entendemos nos foi dirigido, mesmo que tenha sido proposital. O erro é sempre marca profunda no coração daquele que o comete, apontando-lhe a deficiência de compreensão e a necessidade de cada um. É preciso pensar que ninguém precisa ser mau para que o que fez o mal seja punido. A Lei do Universo nos isenta dessa degeneração moral a fim de punir os que falham, valendo-se da própria maldade que eles mesmos demonstram ter, por ignorar tais leis em si próprios. Isso porque o mal que fazemos redunda em nosso próprio mal. A vida deve ser um hino à bondade, pois só assim seremos capazes de estarmos envolvidos pelocântico doce e inspirador do Bem que nos protegerá sempre. Nada do que fizermos, de bem ou de mal, ficará desconhecido no plano da Verdade que, ingenuamente, tentamos enganar. E, mais do que os fatos em si mesmos, tais feitos retornarão com as marcas indeléveis das intenções mais profundas que estavam dentro de cada um que agiu, quando e como agiu. É pela intenção, mais do que pelo fato, que as leis da vida geram conseqüências, amparando ou deixando o indivíduo entregue aos seus próprios desatinospara que aprenda a respeitar a própria vida e seus semelhantes. É no sentimento que está a porta paraa verdade e para a compreensão exata da vida. É no coração que se encontra a nossa sentença de condenação ou absolvição. Melhor, pois, renunciar de causar prejuízos ao próximo. Seja pela ação, pelo pensamento, pela intenção. Cada um deles terá conseqüências próprias. Melhor, pois, renunciar de mágoas e ressentimentos, para perdoar, compreender, tolerar. Sem perder de vista a extensão da expressão prejuízos ao próximo. Quanta coisa cabe aí?! Bom será percebermos a extensão do bem, o benefício do bem que podemos espalhar e fazer. Aí sim perceberemos que nós mesmos podemos construir a felicidade que desejamos. Afinal toda colheita é fruto de semeaduras... Nota do autor: baseado na página 173, capítulo 19, 1ª edição do livro A Força da Bondade, editora IDE, de André Luiz Ruiz e Lúcius. visite nosso site: www.useregionaljau.com.br O Idealista Página 05 Grandes Vultos do Espiritismo George Vale Owen (Rev.) George Vale Owen, sacerdote, membro da ramificação que havia monopolizado o sentimento de religiosidade dos povos da Inglaterra e de outras nações. Trabalhava ligado as lides espíritas e havia se integrado entre os homens de renome que deram grandes passos no sentido do implantar as idéias espíritas naquele país. Os problemas relacionados com o Espírito, despertaram em Owen a intenção de fazer com que um novo conceito de Deus se tornasse acessível às criaturas humanas, conceito este despojado de dogmas, de ritos, de fanatismo e de obscurantismo. Animado desse propósito foi buscar na carreia eclesiástica um meio mais rápido e eficiente de colocar-se em contacto com as almas daqueles que desejavam encaminhar-se para uma vida melhor e mais segura, no além-túmulo. Owen conseguiu chegar ao sacerdócio solidamente alicerçado nos princípios e científicos, os quais lhe propiciaram profunda perspicácia no sentido de adentrar o âmago de todas as questões que reclamam a atenção da mente humana. Ordenou-se sacerdote em Liverpool, quando tinha apenas 24 anos de idade, tendo sido designado para desempenhar o seu ministério no humilde curato de Seaford. Ele era um homem humilde, embora atrás dessa humildade cristã ocultasse uma fortaleza de ânimo e um Espírito sempre predisposto para a luta. Devido a essa humildade e apesar de sua sólida formação espiritual, jamais logrou alcançar um lugar proeminente no seio do clero ou qualquer projeção dentro de sua Igreja. No propósito de buscar um contacto mais íntimo com o mundo espiritual lembrouse do “Batei e abrir-se-vos-á” dos ensinamentos evangélicos e, com isso, viu desabrochar a sua mediunidade, graças à interferência de sua mãe, desencarnada em 1909, e que começou a dar suas primeiras manifestações em 1913. A princípio ele relutou em aceitar a realidade dos fatos, dado o seu excessivo apego à verdade. Não tardou muito em ter as provas mais convincentes, o que fez com que se convertesse inteiramente ao espiritismo. As mensagens recebidas foram condensadas em quatro livros. Nessa época começou a receber mensagens de um Espírito que se intitulava “Astriel” mensagens essas eivadas da mais profunda filosofia. Sua primeira obra, “Os baixos Campos do Céu” e, logo a seguir, “Os Altos Campos do Céu”, tiveram notável repercussão. A fase seguinte foi a publicação do livro “Os Mistérios do Céu”, inspirada por um Espírito que se subscrevia “Leader”. Espírito esse que assumiu um controle único sobre todas as comunicações dadas posteriormente e cujo nome ele próprio mudou para “Ariel”, formando o quarto e último livro “Os Batalhões do Céu”. Os prólogos das obras de Vale Owen foram elaboradas por “Sir” Arthur Conan Doyle, o genial criador de Sherlock Holmes, o que demonstra o elevado sentido das comunicações recebidas do plano espiritual. Os trabalhos do médium, publicados no “Correio Semanal”, fizeram com que esse periódico atingisse tiragens surpreendentes. Suas obras são conhecidas na Inglaterra por “Escrituras de Owen”. Sabe-se que a versão de seus livros para o vernáculo seria sob o título “A Vida Além do Véu”. O êxito colimado por ele no campo espírita acarretou-lhe a perda da sua paróquia, pois a ela teve que renunciar, perdendo a fonte de onde tirava o necessário para o seu sustento. Nesse evento ele proclamou: “Muitos são os que podem ser vigários de Oxford, porém não são muitos os que podem fazer o meu trabalho de propaganda” . Aos 53 anos de idade George Vale Owen iniciou sua tarefa de divulgação do Espiritismo. Dirigiu-se aos Estados Unidos da América onde ele já estava bem difundido, fazendo ali muitas prédicas, granjeando grande número de amigos, posteriormente regressado à Inglaterra, onde proferiu mais de 150 conferências, esgotando todos os seus recursos materiais e ficando quase na indigência, sendo amparado por “Sir” Arthur Conan Doyle, seu grande amigo. Em 1931 foi acometido de grave enfermidade, porém, prosseguiu na tarefa de propaganda sem dar demonstrações das dores que o acometiam. Em 9 de março desse mesmo ano veio a desencarnar. Godoy, Paulo Alves. Da Obra: Os Grandes Vultos do Espiritismo. Edições FEESP visite nosso site: www.useregionaljau.com.br Página 06 O Idealista O Idealista Página 07 Página 08 O Idealista Jesus - Amor O Culto do Evangelho no Lar Neio Lúcio Francisco Cândido Xavier Povoara-se o firmamento de estrelas, dentro da noite prateada de luar, quando o Senhor, instalado provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados Escritos e, como se quisesse imprimir novo rumo à conversação que se fizera improdutiva e menos edificante, falou com bondade: - Simão , que faz o pescador quando se dirige para o mercado com os frutos de cada dia? O apóstolo pensou alguns momentos e respondeu, hesitante: - Mestre, naturalmente, escolhemos os peixes melhores. Ninguém compra resíduos da pesca. Jesus sorriu e perguntou, de novo: - E o oleiro? Que faz para atender à tarefa a que se dispõe? - Certamente, Senhor – redargüiu o pescador, intrigado -, modela o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja. O amigo Celeste, de olhar compassivo e fulgurante, insistiu: - E como procede o carpinteiro para alcançar o trabalho que pretende? O interlocutor, muito simples, informou sem vacilar: - Lavará a madeira, usará a enxó* e o serrote, o martelo e o formão. De outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta. Calou-se Jesus, por alguns instantes, e aduziu: - Assim também, é o lar diante do mundo. O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira aos seus propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranqüila sem que o lar se aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se nos não habituamos a amar irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante? Jesus relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou: - Pedro, acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma claridade nova. A mesa de tua casa é o lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos a luz através do céu. Se a claridade é a expansão dos raios que constituem, a fartura começa no grão. Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a multidão, mas, sim, no singelo domicílio dos pastores e dos animais. Simão Pedro fitou no Mestre os olhos humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se, murmurou, tímido: - Mestre, seja feito como desejas. Então Jesus, convidando os familiares do apóstolo à palestra edificante e à meditação elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro culto cristão do Lar. * Ferramenta de cabo curvo e lâmina de aço, usado para desbastar madeira em carpintaria e tanoaria. (Aulete) (Do livro “Jesus no Lar”, pelo Espírito Neio Lúcio, Francisco Cândido Xavier) Bezerra de Menezes No que refere a Jesus, Ele para nós é tudo, e nos utiliza como instrumento que nos leva à auto-educação espiritual e à instrução que, conseqüentemente, nos leva a verdade. Jesus consola. Jesus instrui. Jesus educa. Jesus abre a mente das criaturas, predispondo-as para o aprendizado divino, mesmo vivendo na Terra. Jesus para nós outros é o Guia, é o Alicerce, é a Vida, é o próprio Amor de Deus rente ao chão... E o Evangelho mostra as bem-aventuranças a todos os homens que se esforçam nos caminhos da perfeição. Se queremos nos libertar, respeitemos os direitos que os outros possuem. Se quisermos elevar os nossos sentimentos, passemos a trabalhar no silêncio porque, se realizamos alguma coisa de bom, o lucro maior é de quem faz. Trabalha com carinho, trabalha com gratidão, trabalha com interesse de servir, trabalha com amor, que com esse esforço externo, aparecer-te-ão oportunidades de operar dentro de ti vencendo as tuas inferioridades, que representa o verdadeiro trabalho. Jesus é o nosso ideal! Meditemos n’Ele, para compreendê-Lo melhor. Ele é o portador do nosso impulso consolador, porque é o médico de todas as almas e a luz de todos os caminhos. Página recebida em 15-07-1987, na Sociedade Espírita Maria Nunes, Belo Horizonte, Minas Gerais, pelo médium João Nunes Maia Página 09 O Idealista Mãos que Curam Martha Triandafelides Capelotto Jaú/SP “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários...” Atos, cap.19- 11 e12 Desde há muito tempo, a imposição das mãos era usada como recurso para aliviar, consolar, melhorar e até curar doenças físicas e espirituais. Até o advento do Espiritismo, muito pouco se sabia sobre esse recurso que, na maioria das vezes, os fenômenos de curas que ocorriam pela imposição das mãos, eram envoltos em mistérios ou algo sobrenatural. Hoje, nós sabemos por meio da Doutrina dos Espíritos, que esses fenômenos ocorrem pela influência dos fluidos que constituem os veículos dos pensamentos e que tudo o que percebemos ou recebemos é absorvido pelo nosso corpo perispiritual. Vejamos o que nos diz Allan Kardec, em a Gênese, no capítulo referente aos “Milagres do Evangelho: “O princípio dos fenômenos psíquicos repousa, como já vimos, sobre as propriedades do fluido perispiritual, que constitui o agente magnético sobre as manifestações da vida espiritual durante a vida e depois da morte; enfim, sobre o estado constitutivo dos Espíritos e seu papel como força ativa na natureza. Conhecidos esses elementos e constatados os seus efeitos, sua consequência é fazer admitir a possibilidade de certos fatos que antes eram rejeitados, a menos que se lhes atribuísse uma origem sobrenatural.” Assim, o estudo sobre os fluídos, principalmente o fluido cósmico universal, que seria a matéria elementar primitiva, tanto agindo no estado ponderável como o da imponderabilidade, modificável de maneiras infinitas, explica-nos os fenômenos que ocorrem com a imposição das mãos, num processo denominado lei de absorção e repulsão de fluidos. As mãos servem de instrumento para a projeção de fluidos magnetizados, doados pelo passista e absorvidos pela pessoa necessitada. “A energia cósmica tem muitos nomes, manifesta-se de muitas formas, conquanto seja sempre a mesma, em essência e fundo: akasa, para os hindus, aôr para os hebreus, telêsma, para os hermetistas, azoth, para os alquimistas, força ódica de Reichemback, força psíquica de Crookes, fluido mesmérico, fluido vital, fluido universal, eletricidade, enfim, como quer que se chame, é sempre fluido cósmico universal, do qual uma das manifestações mais úteis e poderosas é o magnetismo, visto que pode ser utilizado em forma simples e acessível aos homens, na cura das moléstias”. (Passes e Radiações – Edgard Armond, 27ª edição, Ed. Aliança). Passista pode ser qualquer um, mas, as condições morais, éticas, alguns cuidados profiláticos em relação ao próprio corpo, abstenção de certos vícios, assim como, um mínimo de conhecimento teórico sobre matéria e espírito, permitirão uma maior eficácia no tratamento, pois para curar pela ação fluídica, quanto mais depurado os fluidos, mas eficiente se tornará o tratamento. Os passes são de três categorias: 1) passe magnético: aquele em que o passista doa seus fluidos, utilizando a força magnética existente em seu próprio corpo perispiritual; 2) passe espiritual: é uma espécie de magnetização feita pelos espíritos, sem intermediários, diretamente no perispírito das pessoas enfermas ou perturbadas. Nesse caso, o necessitado não recebe fluidos magnéticos de passistas ou médiuns, mas outros, mais finos e puros. O seu poder curativo é grande, muito diferente e muito melhor que o que possui o magnetizador encarnado; e, finalmente, 3) passe misto: é uma modalidade de passe onde se misturam fluidos do passista com os da espiritualidade. A combinação é muito maior do que no passe puramente magnético e seus efeitos muito mais salutares. Este é o tipo de passe que é aplicado nas Casas Espíritas. Assim, a grosso modo, fica dada uma pequena amostra da complexidade do assunto que exige estudo e aprofundamento, como fizeram muitos respeitáveis do meio científico, contemporâneos de Kardec, que acabaram absolutamente convencidos de tudo o que estava sendo apresentado pela Doutrina dos Espíritos. Façamos nós o mesmo, abrindo nossas mentes para novas revelações, novos ensinamentos, deixando de lado a resistência atávica em permanecermos presos a conceitos ultrapassados e dogmatismos infundados. Viver é evoluir, aprender, renovar conceitos, olhando para trás tão somente para conferir o quanto já progredimos e seguir adiante, buscando cada vez mais o conhecimento, despidos de preconceitos, de idéias refratárias, imaginando que o crescimento espiritual requer esforço e dedicação. visite nosso site: www.useregionaljau.com.br Página 10 O Idealista Não julgueis, a fim de que não sejais julgados. Aquele que estiver sem pecado, lhe atire a primeira pedra. E.S.E Cap. X Não julgueis, a fim de que não sejais julgados; porque vós sereis julgados segundo houverdes julgado os outros; e se servirá para convosco da mesma medida da qual servistes para com eles. (Mateus, cap. VII, v. 1,2). Então os Escribas e os Fariseus lhe conduziram uma mulher que tinha sido surpreendida em adultério; ora, Moisés nos ordena na lei para lapidar as adúlteras. Qual é, pois, sobre isso, vosso sentimento? Eles diziam isso tentando-o, a fim de ter do que acusa-lo. Mas Jesus, abaixando-se, escrevia com o dedo sobre a terra. Como continuassem a interrogá-lo, ele se ergueu e lhes disse: Aquele dentre vós que estiver sem pecado, lhe atire a primeira pedra. Depois, abaixando-se de novo, continuou a escrever sobre a terra. Mas eles, ouvindo-o falar assim, se retiraram um após outro, os velhos saindo primeiro; e assim Jesus permaneceu só com a mulher, que estava no meio da praça. Então Jesus, se levantando, lhe disse: Mulher, onde estão os vossos acusadores? Ninguém vos condenou? Ela lhe disse: Não, Senhor. Jesus lhe respondeu: Eu também não vos condenarei. Ide, e, no futuro, não pequeis mais. (João, cap. VIII, v. de 3 a 11). “Aquele que estiver sem pecado, lhe atire a primeira pedra”, disse Jesus. Esta máxima nos faz da indulgência um dever, porque não há ninguém que dela não tenha necessidade para si mesmo. Ela nos ensina que não devemos julgar os outros mais severamente do que julgaríamos a nós mesmos, nem condenar em outrem o que nos desculpamos em nós. Antes de censurar uma falta de alguém vejamos se a O Sentimento Religioso Rogério Coelho Muriaé - MG “(...) Torna tua vida um hino de amor e deixa que o sentimento religioso trabalhe tuas inspirações”. - Joanna de Ângelis Poderoso propulsor de nossa marcha evolutiva, o sentimento religioso, ínsito na intimidade d`Alma, deve ser estimulado sempre, pois é através desse nobre sentimento que seremos auxiliados de vários modos em nossa incessante busca da perfeição. Com ele enfrentaremos as vicissitudes naturais do carreiro evolutivo com mais tranquilidade, equacionando-as, ou pelo menos as minimizando à medida que aparecem. Tal sentimento nos dará o acréscimo de energia para o enfrentamento das dores, auxiliando-nos a superá-las, e ensejará uma suficiente abertura em nosso entendimento a fim de que possamos compreender o sentido da dor, a necessidade das lutas e das renúncias, ao mesmo tempo em que dinamizará nosso bom ânimo, que – consequentemente – nos firmará no escorregadio terreno das provas e expiações. A nobre Mentora Joanna de Ângelis, nos convida1 a mergulhar – diariamente – nosso pensamento numa frase de Jesus, dela fazendo um elo de ligação com o Pai Celestial, uma vez que tal providência não só nos auxiliará a enfrentar com serenidade e brio os percalços da vida, mas nos oferecerá os recursos para superá-los com eficiência, logrando o sucesso de nosso empreendimento evolutivo. Sendo o sofrimento uma realidade ainda ligada ao nosso processo evolutivo, o sentimento religioso, ou seja, a religiosidade é a terapêutica criadora da resignação dinâmica que nos permite uma antevisão do futuro risonho, no qual nossa caminhada evolutiva se estenderá sem os altibaixos limitados pela aflição e serenidade, ensejando-nos uma estabilidade emotiva tão necessária mesma reprovação não pode recair sobre nós. A censura lançada sobre a conduta de outrem pode ter dois motivos: reprimir o mal ou desacreditar a pessoa cujos atos se criticam; este último motivo não tem jamais desculpa, porque é da maledicência e da maldade. O primeiro pode ser louvável, e torna-se mesmo um dever em certos casos, uma vez disso deve resultar um bem, e sem isso o mal não seria jamais reprimido na sociedade; o homem, aliás, não deve ajudar o progresso de seu semelhante? Não seria preciso, pois, tomar no sentido absoluto este princípio: “Não julgueis, se não quiserdes ser julgados”, porque a letra mata, e o espírito vivifica. Jesus não podia proibir de censurar o mal, uma vez que ele mesmo disso nos deu o exemplo, e o fez em termos enérgicos; mas quis dizer que a autoridade da censura está em razão da autoridade moral daquele que a pronuncia; tornar-se culpável daquilo que se condena em outrem é abdicar essa autoridade; é mais, é se arrogar o direito de repressão. A consciência íntima, de resto, recusa todo respeito e toda submissão voluntária àquele que, estando investido de um poder qualquer, viola as leis e os princípios que está encarregado de aplicar. Não há autoridade legítima aos olhos de Deus, senão aquela que se apóia sobre o exemplo que dá do bem; é o que ressalta igualmente das palavras de Jesus. O sentimento religioso brota no coração e se desenvolve na mente à percepção e entendimento dos Planos Divinos em favor de nossa alteada destinação espiritual. Do que ensina1 a Mentora amiga, ainda podemos depreender: “(...) O sentimento religioso brota no coração e se desenvolve na mente, ora como necessidade de união com Deus, vezes outras como forma de louvor e de gratidão a Ele, portanto não tem a finalidade de negociar benefícios, mediante pedidos incessantes e promessas ilógicas, tão ao gosto de muitas criaturas detentoras de credulidade irrefletida. Sem dúvida, ele assim também se expressa em alguns níveis de consciência, revelando-se em forma primária, ingênua, mas que crescerá na direção das finalidades elevadas. É inata a tendência humana para a adoração. Quando não o faz a Deus, aplicando o sentimento religioso, deriva-a para objetos, pessoas e aspirações. Na ambição da fortuna, torna o homem avaro; na busca do prazer incessante, atira-o à promis- cuidade da luxuria; na sede da fama ou do poder, apaixona-o e o torna ególatra na conquista do mundo, ensandece-o e vitima-o. Canalizando-a, porém, para o sentimento religioso liberta-o, ampliando-lhe as metas e aspirações que se transformam no essencial a conquistar, proporcionando-lhe os meios saudáveis para consegui-lo. Todos os grandes vultos da Humanidade lograram realizar os seus sonhos de contribuir para o progresso geral, graças à religiosidade que aplicaram aos seus planos e ao sentimento de fidelidade que mantiveram em relação aos mesmos, jamais se afastando dos rumos que seguiam”. Se Jesus afirmou ser Ele o “Caminho”, é evidente que seguindo-O não nos perderemos; mas para que O sigamos sem possibilidade de desvios desastrosos, faz-se mister que nos situemos no mesmo patamar da decisão que fez Paulo escrever aos coríntios: “Já não sou em quem vive, mas Cristo vive em mim”. Página 11 O Idealista Sois a Luz Alvaro Francisco Buttignon Jaú- SP “Vós sois a luz do mundo” Jesus. (Mateus, 5:14.) Quando o Cristo designou os seus discípulos, como sendo a luz do mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade na Terra. Excetuando o sentido bíblico e analisando no nosso cotidiano a designação do Cristo, nós também somos “luzes”. A missão da luz é varrer sombras e salvar vidas, e, cada um de nós, movemos vidas que nos envolvem. O pai e a mãe são as luzes do lar, tendo como responsabilidade a condução do mesmo dentro dos princípios cristãos, conduzindo os filhos que a Providencia Divina confiar-lhes à educação e ao crescimento moral, dentro de uma conduta ética e fraterna para com os semelhantes. Dentro de sua capacitação profissional e no local de seu trabalho, agindo com seriedade, honestidade e demonstrando a sua retidão será luz a irradiar no ambiente e certamente contagiará os demais, pois ninguém fica indiferente a alguém que demonstre os princípios de caridade, fraternidade e respeito por aqueles que o cercam. A chama da candeia gasta o óleo. A iluminação elétrica consome a força gerada na usina. A claridade, seja do Sol ou do candelabro, é sempre mensagem de segurança e discernimento, reconforto e alegria, tranqüilizando aqueles em torno dos quais se resplandece. Assim para desenvolvermos a missão que o Cristo espera de cada um, deveremos utilizar o combustível que nos serve de base, ou seja, aquilo que já aprendemos e que trazemos gravado em nossa consciência, pois todas as leis de Deus aí estão registra- das em seus princípios básicos, e na medida de nosso entendimento, vamos expandindo esse combustível, ampliando a Luz própria, estendendo-a mais longe. Se nos compenetrarmos, pois, da lição do Cristo, interessados em acompanhá-lo, é indispensável a nossa disposição de doar as nossas forças na atividade incessante do bem, para que a Boa Nova brilhe na senda de redenção para todos. Mesmo se aparentemente estiver só no serviço do bem, não te aflijas e lembre-se de que Jesus, antes de reunir seus apóstolos, era sozinho à frente deste vasto mundo, e nem por isso o Cristianismo deixou de surgir, por templo vivo do amor, ainda hoje em construção na Terra, para a felicidade humana. Essa construção feita diariamente por aqueles que irradiam sua Luz em seu derredor, por menor que seja essa Luz, a construção se fortalece e atinge cada vez mais corações, sensibilizando e convidando-os para a construção, silenciosamente. Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho. Acima de todas as preocupações, busquemos o Senhor, oferecendo aos outros o melhor de nós mesmos, através de todas as situações e a todas as criaturas que vierem a trilhar o nosso caminho. Sigamo-lo, auxiliando indistintamente. Não nos detenhamos em conflitos ou perquirições sem proveito. Continuemos em nossa marcha regenerativa para frente, mesmo quando nos sintamos a sós, pois a sombra foge ao fulgor da luz. Não nos esqueçamos de que milhares de quilômetros de treva, no seio da noite, não conseguem apagar alguns milímetros da chama brilhante de uma vela, contudo, basta um leve sopro de vento para extingui-la. “Vós sois a luz do mundo” – exortounos o Mestre -, e a luz não argumenta, mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina. Base: Fonte Viva – Emmanuel – psicografia Francisco Candido Xavier Página 12 O Idealista Suplemento do Departamento da Infância e Juventude - USE-Jaú Março-2011 PASSATEMPO O Corpo - Dádiva Divina O Espírito - Existência e Sobrevivência O corpo Presente de Deus Nós somos Espíritos. Deus é nosso Pai e Criador. Ele é chamado de Criador, porque criou tudo o que existe na Natureza e no Universo - a Terra, o Sol, a Lua, etc . Sabemos que Deus existe observando a sua obra, sua criação - os homens, as plantas, os animais e os minerais. Aterra foi criada por Deus e serve para plantar. É da terra que o homem tira grande parte dos seus alimentos. As plantas fornecem os alimentos que nos dão força e saúde. Sendo Deus o Criador de todas as coisas, também criou as plantas. As plantas têm vida e buscam seu alimento na terra e na água. Os frutos servem de alimento para homens e animais. As plantas que recebem amor e que são tratadas com carinho crescem mais bonitas. As árvores nos dão sombra gostosa, frutos saborosos, remédios, etc . Os animais são seres vivos criados por Deus. Existem vários tipos de animais: de pelos, de penas, de couro, de escamas... Eles podem viver na terra ou nas águas. Alguns podem voar, mas outros só se arrastam. Alguns animais são domésticos (cachorro, gato), outros são selvagens (raposa, urso, leão, tigre, onça, gorila). Os insetos também fazem parte da Criação de Deus. Devemos proteger os animais como a toda a obra da Criação. corpo Recebemos de Deus um corpo como instrumento de progresso, enquanto estamos na terra. Devemos cuidar do nosso corpo físico através de bons hábitos de espírito alimentação, higiene,saúde. Exemplos: comer frutas e verduras, escovar os dentes, pentear os cabelos, tomar banho, fazer exercícios. Coloque a Palavra Certa no lugar Certo Terra – evoluir – corpo – Amá-lo – nosso próprio bem – instrumento – preservá-lo – espírito O ___ ___ ___ ___ ___ É UM ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ DE QUE O ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ NECESSITA PARA ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ NA ___ ___ ___ ___ ___. ___ ___ ___ - ___ ___ E ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ É TAREFA QUE NOS CABE DESEMPENHAR PARA O ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___. Os minerais não possuem vida, como as plantas e os animais. Eles são representados pelos vários tipos de pedras, rochas, pelo ouro, pela prata, pelo ferro, etc . Cada tipo de mineral serve para um tipo de função. Os homens utilizam as pedras para construir casas e ruas, o ferro para construir pontes. As pedras estão sobre a terra e dentro das águas, dos rios e dos mares. Deus, que criou todas as coisas, também c riou a água, que faz parte do reino mineral. A água é um bem precioso e finito, por isso não devemos desperdiça- lá. Sem a água não há vida. Aágua pode ser doce ou salgada. A água pode estar nos estado sólido (gelo), líquido ou gasoso (vapor). Aágua está no lago, no rio, no riacho, na lagoa ou no mar... A chuva, como tudo o que Deus criou, tem importante função na Natureza; sem ela, a vida seria muito difícil, como no sertão. Adaptado do Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-Juvenil (FEB) www.searadomestre.com.br/evangelizacao Suplemento do Departamento da Infância e Juventude - USE-Jaú A educação, convenientemente entendida. constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas. Essa arte, porém, exige muito tato, muita experiência e profunda observação(...) "(Livro dos Espíritos - Questão 917) "Desde pequenina, a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz da sua existência anterior. A estudá-los devem os pais aplicar-se. Todos os males se originam do egoísmo e do orgulho(...)"(Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo XIV, item 9). Estou com medo... - Paiê! Lívia chamou o pai, no meio da noite. Seu Gilberto, sonolento, veio ver o que aconteceu. - Estou com medo... - a garota logo explicou. - Medo de quê? - quis saber o pai. - Medo, ora! - Deve haver um motivo... - o pai argumentou calmamente. - É que... eu acho que tem um espírito embaixo da minha cama - explicou a menina. - Filha, nós já conversamos sobre isso, lembra? Não há espíritos embaixo da sua cama. - Mas, pai... - Espíritos são pessoas que já morreram e vivem no Mundo Espiritual. Eles não costumam se esconder embaixo da cama de meninas. Mas, se algum dia você enxergar um espírito, faça uma prece pedindo que ele possa ser auxiliado e que encontre a paz. - Mas, pai, também tenho medo que você morra... - Filha, todos vamos morrer um dia e voltar ao Mundo dos Espíritos. Devemos confiar em Deus, pois Ele sabe quanto tempo cada pessoa deve viver. A fé em Deus e na vida após a morte nos ajudam a entender e aceitar a separação provisória que a morte ocasiona. O pai de Lívia também explicou sobre a reencarnação, as inúmeras idas e vindas que o espírito faz da Terra ao Plano Espiritual e vice-versa, até se tornar um ser perfeito. Enquanto falava, Seu Gilberto se abaixou para pegar um travesseiro que estava no chão. Ele não encontrou nenhum espírito embaixo da cama, mas sim, Fofão, o urso de Lívia que estava sumido há dois dias. Lívia abraçou o pai e o urso, seus companheiros de brincadeiras. De mãos dadas, fizeram então uma prece: Amigo Jesus, agradeço a vida e a família que tenho. Ajuda-me a não ter medo da morte e a aproveitar o tempo que tenho na Terra para ajudar os outros, aprender e evoluir sempre. Que eu tenha boas atitudes, para ser merecedor das energias positivas e intuições enviadas pelo meu anjo da guarda. E que ao adormecer eu possa encontrar bons espíritos que me orientem a seguir o caminho do bem.Assim seja. Enquanto isso, na espiritualidade, os espíritos protetores de Gilberto e Lívia, que a tudo observavam, transmitiam energias de paz, dizendo também:Assim seja. Caro amiguinho, Crianças e adultos têm medos, que variam conforme a idade e o esclarecimento de cada um. Converse com seus pais sobre seus medos, a fim de entendê-los e saber que atitude tomar quando eles surgirem. Lembre-se que, em momentos de medo ou de dificuldade, uma prece é sempre uma boa idéia, pois através dela seu espírito protetor (anjo da guarda) auxilia, inspirando coragem e atitudes adequadas à situação. Cláudia Schmidt www.searadomestre.com.br/evangelizacao Março-2011 Amor e sabedoria de Deus O QUE É O QUE É? 1 - Todo mundo gosta, pode ser morna, quente, fria ou bem gelada, ninguém vive sem ela. Pode estar na jarrá, no copo, na natureza, torneira ou geladeira? O quê é o quê é? ________. 2 - Sou enorme, irradio muita luz. Não preciso de água. Não tenho pernas, mas ando por todos os lados. Gosto da cor amarela e às vezes laranja. Só apareço de dia, à noite me escondo. O quê é o quê é? __________. 3 - Minha casa é a água. Posso ser bem pequeno ou bem grandão. Tenho várias cores e nomes. Posso ser bem feroz ou enfeitar a sua casa. O quê é o quê é? _____________. 4 - Gosto da terra. Quando nasço viro um tapete verdinho, lindo de deitar. Muitos animais me usam como alimento. O quê é o quê é? ____________. 5 - Tenho muitos ramos, sou bonita, faço sombra, dou flores e frutos. O quê é o quê é? __________________. 6 - Sou cheirosa e bonita. Preciso da terra, da água e do sol para viver. O quê é o quê é? ___________. 7 - Tenho bico, duas asas e canto. O quê é o quê é? _______________. 8 - Quando nasço sou uma larva, moro em um casulo, me transformo para voar. O quê é o quê é? ____________________. 9 - Gosto muito de voar e trabalhar. Quando estou com medo, dou uma picada e solto um ferrão. Produzo algo muito docinho, bom de passar no pão. O quê é o quê é? ___________________. 10 - Nasço, cresço, morro e volto a nascer, mas meu espírito continua sempre vivo. Às vezes cuido da natureza, às vezes não. Tenho tendências boas e más que preciso melhorar. Estou sempre em evolução. O quê é o quê é? _________________.
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