Paolo Gregorutti, afirmava que sua expectativa era

Transcrição

Paolo Gregorutti, afirmava que sua expectativa era
Editorial
Em todo Editorial agradecemos os
escritores/colaboradores e destacamos suas
matérias. Neste, não será diferente, porém
vamos também destacar os anunciantes e
os assinantes.
A Revista cresceu para 64 páginas, repletas
de novidades e matérias inéditas, aliás este
é um dos pontos importantes da revista, os
assuntos são atuais, as novidades no mundo
ornitológico é destaque aqui, e por que não
dizer que é isso que é o sucesso da revista.
A partir deste número, estaremos também
no Facebook, com nossa página sendo
alimentada semanalmente com notícias,
frases, fotos, filmes, compartilhamento,
etc. interagindo mais com este mundo
ornitológico.
Encadernamos os 10 primeiros números
em uma bela capa dura e formamos o 1º
volume de nossa obra, que esta a venda a
quem se interessar. Para quem nos tem
acompanhado sabe que é uma vitória. E é
aí que gostaríamos de ressaltar os nossos
colaboradores/escritores que, a partir deste
número, aumentaram com a chegada do Sr.
Otto Lutz que estará sempre conosco, o Sr.
Thierry Duliére com a matéria da Calopsita
Face Pálida e o Sr. Anibal Rolim, com 2
matérias – Visita ao Criador Emil Debrier e
Mutações da Rosela Pennang. Sem esta
colaboração preciosa dos escritores, a
revista não seria tão forte em termos de
conteúdo.
Mas, também, pensamos que uma revista
precisa circular e os anunciantes precisam
ser vistos; os assinantes e nossos leitores
são “clientes” espontâneos, atraídos pela
qualidade de nosso trabalho e têm uma
função especial na nossa revista, pois
colaboram e crescem respectivamente em
importância, número e em divulgação.
Os anunciantes são também parte de
nossa história, não só pelo investimento
que fazem, mas por acreditarem no nosso
potencial, e precisamos destacar em nome
de todos que aqui já anunciaram e também
aqueles que estão começando a anunciar,
aqueles que estão conosco desde o início,
como a Alcon, Christino, Laboratório São
Camilo, Crupa, Sr. Rolli Bruch, Criadouro São
Cristovão (Sr. Paulino), Criadouro Caetés
(Sr. Djaci Araújo), Sr. Felipe Zabeu, ZooFood,
Kakatoo, Sr.Dionísio Damiani e Criadouro
Araçoiaba da Serra ( Sr. Oduvaldo).
Boa leitura
Paul Richard
Expediente
Fase 4 Editora Ltda.
CNPJ: 11.140.529/0001-27
Rua Roberto Teixeira dos Santos, 444
Pq. Taquaral - Campinas - São Paulo
CEP: 13087 - 330
Diretor Geral: Giowander Baumgartner
Paul Richard Wolfensberger
Diagramação:Cesar Ramon Del Rio Junior
Agradecimentos
Renato Uchoa, Heinz Kuppers (Alemanha),
Carsten Daume (Alemanha), Felipe Zabeu, Mauro
Garcia, Anibal Rolim, Emil Debrier (Bélgica), Gerrit
Wesseling (Holanda), Otto Lutz (Alemanha), Peter
Frenger (Alemanha), Gunter Ballon (Alemanha),
Thierry Duliere (França), Christina Wolfensberger,
Jean Pierre Rotzetter (Suiça), Dr. Marcelo Lago,
Dr. Valério Balani, Thomas Arndt (Alemanha), Dr.
Fabio Penna Firme Curto, Jean Edmund Abboud
(Johnny), Luiz Mauro S. de Oliveira, Dilson Aquino,
Peter Lissberg (Suiça), e Andre Devroe (Bélgica).
sumário
04
Pressão de Seleção
17
Visita ao criadouro de
Emil Debrier, especialista em Manons
34
A mutação face-pálida
nas calopsitas
52
Forpus Coelestis:
A genética da mutação
turquesa
06
Heinz Kuppers e o
pequeno “ Jardim do
Éden”
19
Gerrit, um holandês e
suas aves raras
40
JP Rotzetter O Comandante Suiço
54
Peter Lissberg Criando Pássaros na
Suíça
08
Carsten, Stefanie e a
adorável Mia no País
das Maravilhas
22
Rosella Pennant
Platycercus Elegans
42
Distúrbios reprodutivos
em Aves Postura
Crônica
57
Andre Devroe - criador
de psitacídeo
12
Exposição da BVP
27
Der Falbe - O FULVO
Calopsita Mutação Fulvo
45
Desvendando a
Pulorose
60
Exposição do Clube de
Bocholt (Alemanha)
14
Homenagem à
Ênio Cunha
30
Otto Lutz: Resultado de
um trabalho genético
48
O que é a Spirulina?
15
Carduelis Capone
32
Poster
50
Johnny - Campeão
Brasileiro de Canário
Border Fancy
PRESSãO
DE SELEÇÃO
Q
4
ualquer criação com seleção genética
exige o que se chama pressão de
seleção, ou seja, que o criador deve ser
rígido na seleção pois é a maneira que ele tem
de melhorar a qualidade do plantel. Pressão
de seleção envolve muita observação, esforço
e rigidez.
É frequente ouvirmos colocações como,
apesar de não ser um bom pássaro este é
filho de fulano de tal e por isto fica no plantel.
Isto pode até dar certo, porém as chances
diminuem quando usamos indivíduos que
não estão dentro do padrão requerido.
Assim sendo, devemos estar atentos aos
fatores importantes que um determinado
fenótipo nos apresenta, uma vez que,
quando analisamos um pássaro, são vários
os fatores a serem levados em conta, isto é
o que diferencia um bom de um mal criador.
Tipo, postura no puleiro, posição de cauda
e asas, linha de dorso, largura de ombros,
implantação de cabeça (pescoço), posição
de pernas e pés, formato da cabeça, largura
da parte de trás da cabeça(backskull),
profundidade da máscara, tamanho e posição
das pintas, posição e tamanho do bico, tipo
de penas (duras-pincel de barba ou maciasblush), comprimento e direcionamento de
penas e balanço (vista global do animal).
Lembre-se que não basta o periquito ser
grande, ele tem que possuir harmonia.
Além
de
termos
de
observar
constantemente estes fatores, não
devemos nos esquecer de perseguir um
fator que também é de suma importância,
a PREPOTÊNCIA, ou seja, a capacidade de
um individuo de imprimir ou transmitir suas
qualidades em seus descendentes, isto
também é muito importante na pressão de
seleção.
Claro que para conseguirmos esta
prepotência, na minha maneira de ver,
devemos utilizar a consangüinidade, e neste
caso, os que me conhecem sabem que defendo
e uso o line breeding (consangüinidade em
segunda geração ou mais-avô com neto,
primos etc...). Isto porque acredito que seja a
maneira mais consistente de fixar qualidades.
Entretanto também vamos fixar defeitos, aí
entra a pressão de seleção.
Portanto, o que deve ser buscado é a
qualidade como um todo, e não em um ou
outro aspecto. É claro e saudável que cada
criador tenha a sua marca imprimida no
plantel, afinal de contas em tudo o que foi
colocado não podemos esquecer que o que
determina o plantel é o olho do criador, e aí
entra o aspecto individual de gosto.
Pressão de seleção é fundamental para
conseguirmos uma evolução constante e não
momentânea. É claro que como já coloquei,
exige esforço,observação e rigidez, mas vale a
pena.
5
Periquitos!
Heinz Kuppers
E o pequeno “ Jardim do Éden”
autor: paul richard wolfensberger
P
oucos Criadores nos detiveram
tanto tempo antes de mostrar seus
pássaros. Heinz e sua esposa cuidam
do seu pequeno “Jardim do Éden” com uma
dedicação e carinho que é bonito de se ver.
Além do cuidado e variedade com seus
jardins, tivemos a sorte de estar numa época
onde as flores estavam desabrochando e
a variedade de cores deslumbravam nosso
olhar.
Além disso, ainda pertence a este cantinho,
uma cadeira de balanço dupla para o casal,
para “os pombinhos”, um presente dos
amigos da Federação AZ, por seus préstimos
como diretor de Periquitos da AZ por 25 anos
contínuos, o qual terminou o seu mandato
em 2009.
Longe da administração técnica da AZ e
aposentado, Heinz cuida agora com muito
mais tempo de suas aves, e como diz: “agora
tenho tempo de, às vezes, levá-las para
competir, coisa que raramente acontecia”.
Numa linhagem de Periquitos, praticamente
vinda do criador Jo Mannes, aliás, diga-se
de passagem, um dos grandes amigos que
Heinz tem na ornitologia, Heinz conseguiu
ter um padrão importante e uniforme em seu
criadouro.
Parabéns
pela
dedicação,
simpatia,
hospitalidade e principalmente pelo
maravilhoso pequeno “Jardim do Éden, digo
“Jardim do Heinz“.
6
A Esq. Theo Vins e a dir. Heinz Kuppers (como diretor de periquitos) no Campeonato da AZ em 1999
Vista do Jardim do Éden
7
criador em destaque!
Carsten, Stefanie
e a adorável Mia no
País das Maravilhas
Autor: Felipe Zabeu
A
s vezes viajamos milhares de
quilômetros
para
conhecermos
periquitos e para saber como os
criadores de outros países se dedicam
a
criá-los.
Nessa
busca,
felizmente,
conhecemos muitas pessoas, criadores
dedicados, trabalhos fantásticos, visões
de super-pássaros, lugares especiais, mas,
uma coisa, que às vezes nem imaginávamos
que encontraríamos pelo caminho acontece
- conhecer pessoas especiais.
Carsten Daume é ainda jovem e um
ótimo criador de periquitos australianos
padrão Exposição. Vive em uma linda e
confortável casa em Langenhagen, próximo
à cidade de Hannover na Alemanha, com a
esposa Stefanie e sua linda e meiga filha
Mia que se envolve também na criação
de seus animais - periquitos australianos
padrão exposição, canários, mandarins
e mini-coelhos. No País das Maravilhas,
pois o amor que eles tem pelos animais é
tão grande que transluz para o amor que
eles tem pelas pessoas. Não tenho melhor
palavra para descrever este amigo, se não,
como uma pessoa especial, e a dedicação
da família pelos animais pude sentir como
a alegria que vemos no filme da Alice.
8
9
criador em destaque!
10
Loriket
Pyrrhura mutação
ExposiÇãO da BVP
Jandaia Sol Campeã
com suas variações e também muitas
bar, onde ficam reunidos os criadores
mutações.
conversando, fazendo negócios e tomando
Para nossa surpresa o campeão da
café, com uma bilheteria para acessar à
(De Belgische Vereniging
voor Parkieten - en
Papegaaienliefhebbers)
exposição, pois a cobrança de ingresso
é praxe na Europa (aproximadamente
exposição foi uma Jandaia Sol do Criador
Rosela eximius Rubina
Kenny Willems.
R$5,00). Pudemos apreciar excelentes aves
expostas em arranjos de viveiros e plantas,
ao longo de toda a exposição, sendo que
muitas aves eram de origem brasileira,
Traduzindo, BVP é Clube Belga de Psitacídeos.
N
inclusive
uma
coleção
com
muitas
a Bélgica existem várias Federações
variedades de Pyrrhurras, quase todas da
Ornitológicas, apesar de que, perante
espécie P. molinea, com diversas mutações,
a C.O.M (Confederação Ornitológica
além de aves australianas principalmente
Rudi Vanhorenbeeck
Anibal Rolim ao lado das Pyrrhuras Mutações
Mundial), somente uma Federação é a
que representa o país. Mas tanto Bélgica
como Holanda, apesar de terem diferentes
Cabeça de Ameixa Golden
Federações, os criadores que tem como
prioridade disputar os Mundias, promovidos
pela COM , se filiam nas Federações de sua
preferência e também na Federação “oficial”
perante a COM.
Red Rumped Opalino
Fora isso, os países criam diversos
Clubes fortes especializados, como o BVP,
localiza em Antuérpia, e seu campeonato, de
que é um Clube de Criadores de Psitacídeos,
novembro de 2011, teve 2.000 canários de
como existe o BVA, Clube especializado em
Porte (exposição de 1 dia). O BVP, no ano de
Agapornis, ou ainda o BPC (Clube Belga
2011, fez a exposição em uma cidadezinha
de Canário de Postura), que organizam
perto de Lewen, com 26 Expositores, com
grandes exposições específicas.
75 viveiros pequenos e 40 viveiros grandes,
O Clube de Canário de Postura se
além das gaiolas de exposição, sendo que
Pyrrhuras Molinae Canela e Turquesa
o mais impressionante é que eram mais
de 100 espécies diferentes de Psitacídeos.
Tudo isso acontecendo em apenas
1,5
dia de exposição (abertura no Sábado e
fechamento no Domingo ao meio dia)
O que nos chama a atenção são sempre
as instalações dos viveiros, quase sempre
do próprio Clube, facilmente montáveis e
12
Pyrrhuras Mutação Canela
Pyrrhuras Molinae Turquesa e Canela
desmontáveis, com decoração, placas de
exposição (ou de apresentação ao público)
identificação, muita organização, sendo
se misturam.
que as aves de concurso com as aves de
Num barracão anexo, há um café-
13
Carduelis
“Capone”
Não podemos deixar de compartilhar com nossos leitores, nosso pesar e nossa homenagem ao amigo e
criador Ênio Cunha, um grande parceiro ornitólogo, e amigo de sempre, que fará muita falta e já deixa saudades
em nosso meio.
Reproduzo aqui a Nota de Falecimento divulgada pelo Sr. Mauro Garcia, Vice Presidente da AMAE, último
Clube ao qual Ênio Cunha fez parte.
‘‘Em 17/03/2012, faleceu aos 79 anos, nosso Vice Presidente Administrativo, Prof. Ênio Medeiros Cunha.
Todos nós amigos e companheiros da ornitologia estamos de luto.
Pessoa extraordinária e de integridade ímpar, dotado de grande coração, abdicado, dedicado, grande
profissional de ensino, pai exemplar e amigo de todas as horas.
Vítima de traumatismo craniano, no dia 04/03, foi hospitalizado e não resistiu às complicações pósoperatórias.
Quis o destino que ele fosse sepultado no mesmo dia em que a AMAE completa três anos de vida e seu
mandato se encerra: missão cumprida.
Sua trajetória de vida e profissional nem ouso comentar tamanho o seu brilhantismo.
Não menos brilhante foi sua vida ornitológica. Foi sócio fundador da SOM (Sociedade Ornitologica Mineira), do
CMCP (Clube Mineiro de Criadores de Pássaros) e por último da AMAE (Associação Mineira de Aves exóticas).
Juiz da Ordem Mundial de Ornitologia do Hemisfério Sul, Diretor de POAS da FOB (Federação Ornitológica
do Brasil), Vice Presidente Administrativo da AMAE, criador de Periquitos e ultimamente ainda de columbídeos,
já tendo criado canários, agapornis, Tarim da Venezuela e outros.
Como Diretor da FOB tornou-se grande catalisador e referência ornitológica.
Todos que o conheciam sabem de sua capacidade técnica e administrativa. Dominava, como poucos, a
genética e era exímio escritor de artigos. Não tolerava erros gramaticais: era, porque não dizer, perfeccionista.
Sua ausência representa grande perda para a ornitologia e todos os seus companheiros de jornada de vida.
À sua esposa, Maria Auxiliadora e seus filhos Henrique e Renata, nossos mais profundos e sinceros
pêsames, extensivos a todos os seus familiares.
Que Deus o tenha em sua companhia.”
Selvagem
O
Pintassilgo
europeu
(Carduelis
carduelis),
aqui
popularmente
conhecido por Pintassilgo Português,
em ingles (Goldfinch), em francês(
Chardonneret) em Italiano (Cardellino) e
em alemão (Stieglitz) abrange seu território
em toda a Europa, começando por Portugal
e indo até a Rússia (alguns autores
especialistas afirmam em seus livros que
é uma ave encontrada em todo o mundo)
e conforme vai avançando no território
europeu vai aumentando de tamanho, ou
seja, o menor deles habita Portugal e o
maior deles habita a Rússia.
Em 1999, numa vista a um criador
Foto Massimo Natale | www.alcedoedizioni.it
Homenagem à Ênio Cunha.
Foto Massimo Natale | www.alcedoedizioni.it
Foto Massimo Natale | www.alcedoedizioni.it
Por paul richard wolfensberger
Branco de Olhos Pretos
Perolado
Fotos retiradas do livro de Alcedo: www.alcedoedizioni.com
italiano, situado na fronteira com a
Eslovênia e Áustria, de nome Paolo
Gregorutti, afirmava que sua expectativa
era muito grande, pois praticamente já
possuía as Mutações básicas para em 10
ou 15 anos fazer com o Pintassilgo o que
demoraram a fazer com os Canários, em
150 anos. A saber, que naquela época,
já existiam no Pintassilgo Português, o
Pastel, Canela, Isabel, Ágata, Albino, Satinet,
Amarelo, Opalino e o Eumo.
Coincidentemente, agora em 2012, em
visita ao criador italiano Daniele Capone,
residente na Alemanha, especialista em
Mutações do Carduelis carduelis, relembro
de 13 anos atrás, pois encontro inúmeros
exemplares de beleza indescritível, do
Pintassilgo em suas Mutações. Podemos
verificar no livro Atlante Del Cardellino
(autores Massimo Natale e Leone Giuliano
Pidaà, Editora Alcedo s.r.l. ), fotos de seus
pássaros e seu grande número de Mutações
e Combinações de Mutações.
No livro acima citado, existem as
seguintes Mutações e Combinações de
Mutações: Opal, Canela, Ágata, Eumo,
Lutino, Pastel, Isabel, Satinet, Albino, Cabeça
Branca e suas cominações ( Cabeça Branca
Canela, Cabeça Branca Ágata, Cabeça
Branca Eumo, Cabeça Branca Isabel, Cabeça
Mauro de Queiroz Garcia
Vice Presidente Técnico da AMAE.
14
15
Branca Lutino, Cabeça Branca Satinet),
Visita ao criadouro de Emil Debrier,
especialista em Manons.
Opal, Opal Canela, Opal Ágata, Opal Isabel,
Opal Cabeça Branca, Pheo, Azul, Perolado,
Amarelo, Amarelo Eumo, Amarelo Isabel,
Amarelo Lutino, Amarelo Opal, Amarelo
Opal Ágata, Arlequim e Branco.
Daniele Capone fala entusiasmado de
por Anibal Rolim
E
sua criação e dedicação. Morando ao lado
m viajem a Europa no semestre
de seu restaurante, num lindo lugar perto
passado,entre
de Frankfurt, explica em conversa com seu
vários
criadores
destacados em diferentes tipos de aves,
amigo Raimund Daenner (juiz de Exóticos
visitamos o belga Emil Debrier, especialista
da Alemanha) (foto), sua preocupação sobre
em Manons. Tínhamos acabado de visitar
a alimentação, experiências com farinhadas,
outro criador consagrado de manons, o
vitaminas etc. e na sua procura constante
holandês Fred Panjer, que junto com Debrier
para o bem estar e aprimoramento de suas
acumulam muitos títulos de campeões
aves.
mundiais desta espécie. Em ambos, vimos
manons simplesmente perfeitos.
Esta pequena ave, menosprezada por
muitos que a vêem apenas como ótima ama
para outras aves exóticas, também tem sua
beleza, pela riqueza dos detalhes de seu
Paolo Gregorutti, afirmava que sua expectativa
desenho que podem ser vistos em várias
é grande em qualidade. E como dispõe de
era muito grande, pois praticamente já possuía
diferentes nuances de cores. Mas, para isto,
pouco espaço se comparado com vários
as Mutações básicas para em 10 ou 15 anos
é necessário uma criação bem organizada,
criadores
ter conhecimento dos padrões técnicos da
algumas cores, não todas. Especialmente
fazer com o Pintassilgo o que demoraram a
espécie e, é claro, ter ótimas matrizes. E foi
negro-marrons, negros-cinzas, mokas, e as
o que vimos na casa do Emil Debrier. Além
variedades de inos e inos-recessivos das
fazer com os Canários, em 150 anos.
da imensa gentileza ao nos receber, mostrar
quais o Panjer havia nos falado antes. E
sua criação e ter a paciência de explicar na
estes eram os que estávamos mais curiosos
linguagem universal dos “sinais” e do “mim
para ver, seriam mutações desconhecidas
ser brasileiro e não entender” falado em
para nós? Já estávamos bem contentes em
inglês-tupiniquim, depois ainda nos levou
perceber que aqui no Brasil os manons negro-
até sua casa, onde estava com visitas, e
marrons e negro-cinzas são também de
participarmos da mesa que estava servida.
ótima qualidade (eu gostaria de vê-los numa
exposição na Europa para poder comparar,
Sua criação não é grande em números,
brasileiros,
cria
manons
de
acho que não fazem feio, e também nas
outras cores estamos no caminho).
Vista Externa do Restaurante
Raimund e Daniele
Vista Externa do Restaurante
Mas, afinal, o que seriam os inos e inos
recessivos? Existem diferentes nomes em
diferentes paises,
e neste caso os inos
que vi na criação do Debrier são os que nós
apresentamos como fulvos, e sabemos que
esta é uma mutação sexo-ligada . Tenho que
destacar que os fulvos que vi são magníficos,
pelo porte e especialmente pela marcação,
bem desenhados no babador e nas escamas,
tanto na versão marrom como na cinza. Mas
e os inos recessivos ? Ora , também os temos,
são os albinos...estes também de bom porte
16
e especialmente boa plumagem, bem farta.
17
Estas visitas nos acrescentaram, em
mutação, que é sexo-ligada, tem bastante
termos dos manons, além da qualidade
variação no seu desenho, e devem ser
das variedades que vimos, detalhes sobre
selecionados os exemplares com maior
as cores. Os canelas , bem avermelhados e
marcação clara- perolada especialmente
escuros, mais ou menos da cor de tijolo, e os
na face, parte superior do peito e asas, o
mokas num tom nem próximo aos negros
que acentua o contraste com as partes que
nem aos canelas, a cor desejada fica mais
continuam escuras.
para o chocolate ou café, bem homogênea
Quero
em toda a ave. E vimos também vários
para agradecer em meu nome e dos demais
exemplares de perolados, nas cores negro-
visitantes a estes dois criadores, que
marron e negro cinza, que são as preferidas
certamente receberão estas revistas, pela
por mostrarem bastante contraste. Esta
generosidade e simpatia como nos receberam.
aproveitar
esta
oportunidade
criador em destaque!
Gerrit
Um holandês
e suas aves raras.
Por Paul Richard Wolfensberger
V
ivendo perto de Rotterdam na Holanda,
Gerrit ocupa seu pequeno, mas
precioso espaço, com alguns viveiros de
raridades, principalmente em 4 espécies: Ring
Neck, Grande Alexandre, Cabeça de Ameixa e
Mustache, além de ter um casal de Barraband
Verde Cinza e Misty e mais alguns casais de
Splendid, como os opalinos e violetas.
É de se admirar a quantidade de raridades
encontradas num espaço pequeno, contendo
uns dez viveiros, com tamanha variedade,
tendo-se ainda grande possibilidade de
criar muitas novas cores a cada ano. Por
exemplo, nos Cabeça de Ameixa (Blosson),
as Mutações Fulvo, Opalino, Verde Cinza e
Lutino são os destaques, mas além delas,
18
Gerrit ainda possui o Amarelo de Olho Preto
e o “Golden Cherry” um amarelo mostarda,
de hereditariedade recessiva. Imaginem
só se surgir um Azul, quantas cores se
multiplicarão?
Nos Grande Alexandre, a principal Mutação é
o Lutino, mas com o Azul e o Verde Cinza, já
planeja fazer o Albino e o Cinza.
Nos Mustaches os destaques são o Azul,
Azul Turquesa e o Fulvo Bronze, ou seja,
sabemos que em breve ele obterá um Fulvo
Azul e Fulvo Turquesa.
Quanto aos Ring Neck, nos dá a impressão
que devem ser “amas”, por estarem nos
19
Mustache Selvagem e Fulvo (Falbe)
20
viveiros sempre juntos com as outras aves
de outras espécies e praticamente possuir
um Ring Neck de cada cor. A se destacar, os
cabeça Amarela e Branco (recessivo, portanto
de cauda clara), os Pallids, Violeta, Violeta
Turquesa, etc.
Com isso percebemos e destacamos que
“quantidade não faz verão”, ou seja, com
poucos viveiros, algumas espécies, e muitas
Mutações, Gerrit, se sobressai como um dos
grandes criadores da Europa.
Mustache Turquesa
21
ROSELA PENNANT
PLATYCERCUS
ELEGANS
Vamos descrever de maneira simples cada uma, na sua genética, o que causa nos pigmentos e qual as cores resultantes.
AZUL
Mutação recessiva, elimina a psitacina.
Onde era azul-cobalto, continua. Onde era
negro, continua. E onde era vermelho muda
para cinza claro ou branco. Olhos escuros. O
resultado é uma ave em azul, preto, cinza e
branco.
Por Anibal Rolim
A Pennant é uma das maiores rosellas,
e é a mais altiva e elegante na postura e
movimentos, tendo daí o seu próprio nome
científico. Também se destaca das demais
pelas suas cores, que tem desenho e
composição distinta de todas as outras.
Na sua forma original, tem 3 cores
principais:
- Azul-cobalto nas bochechas, ombros e
bordos das penas das asas e cauda. Esta
cor é produzida pela disposição e refração da
melanina negra.
- Negro desenhando o centro das penas nas
costas, asas e cauda . É a cor da melanina
negra.
- E a sua cor mais chamativa, vermelho,
cobrindo todo o corpo.
E é aí que se dá um fenômeno
especial nesta espécie e que faz as
suas mutações se manifestarem
de forma diferente da maioria dos
outros psitacídeos. Acontece que
quando são jovens, na primeira
plumagem, a área vermelha das
adultas ainda não está desta
cor, esta área no início é toda
verde. A Pennant é em principio
uma ave verde. E a cor VERDE
nos psitacídeos é o resultado da
composição de AZUL (melanina
negra) + AMARELO (psitacina).
Depois, no segundo ano quando ficam
adultas, mudam de cor, a área verde perde
melanina saindo o azul, e a psitacina amarela
Rosela Pennant Selvagem - Foto Paul
laranja
Verde Mar (Laranja) – Foto Paul Wolfensberger
Rosela Pennang no seu habitat natural
Foto Jef Van Esch
muda para psitacina vermelha. E então a
Pennant se torna vermelha.
E a partir deste principio, no jogo de cores
das mutações fica tudo diferente.
Mutação na linha azul, por ser também
perda da psitacina, porém uma perda apenas
parcial de cerca de 20%. É recessiva em
relação ao padrão original, e dominante em
relação ao azul. Na maioria dos psitacídeos,
que são verdes, o resultado desta mutação é
a cor verde-mar, que é um verde “desbotado”
tendendo ao azul. Na Pennant, é o vermelho
que “desbota”, e a cor geral fica laranja ou
vermelho-claro. Olhos escuros, desenhos em
azul e preto.
Azul Pastel (Laranja Claro) – Foto Gunter Ballon
Fulvo Azul – Foto Peter Frenger
Diversos Arlequins – Foto Gunter Ballon
Temos várias mutações já estabelecidas, algumas mais comuns e outras ainda raras, que podem se somar criando outras cores e nuances.
As principais mutações primárias são:
22
AZUL
Lutino
Canela
Opalino
Laranja
Platinum
Diluído
Arlequim Dominante
Laranja-Claro
Fulvo
Amarelo
Arlequim Recessivo
23
LARANJA-CLARO
Mutação também da linha azul, com maior
perda da psitcina, em cerca de 50% . Também
é recessiva, em relação ao original e ao
laranja, e dominante em relação ao azul. Nos
psitacídeos verdes a cor resultante desta
mutação é o azul-pastel. Na Pennant fica um
laranja bem mais claro, desenhos em azul e
preto. Olhos escuros.
Diversos Filhots Inos com Laranja
Foto Gunter Ballon
24
LUTINO
Esta mutação faz o contrário da azul,
permanece a psitacina vermelha onde era
desta cor, e retira toda a melanina. Onde era
azul-cobalto muda para branco, e onde era
negro fica...amarelo! Por onde se conclui
que nas áreas originalmente negras havia
psitacina amarela encoberta. O resultado
é que a Pennant lutina é uma ave de cor
semelhante ao rubino de outras, com
bochechas e ombros brancos, corpo vermelho,
e com desenhos amarelos nas costas, asas e
cauda. Olhos caracteristicamente vermelhos.
É descrito haver lutinas sexo-ligadas e
lutinas recessivas.
Lutino (Rubino) – Foto Gunter Ballon
PLATINUM
FULVO
CANELA
Mutação recessiva parcial-lutino, sexo-ligada,
da linha da redução intensa da melanina, mas
não completa, em cerca de 90%. O resultado é
que pode permanecer um azul bem leve nas
bochechas e ombros ou ficar branco, e fica
com cor cinza-claro no desenho das costas,
asas e cauda. Olhos vermelhos.
Mutação recessiva, com olhos vermelhos.
Permanece a cor vermelha do corpo, e nos
desenhos das costas e asas há uma redução
importante da melanina. E como em outros
psitacídeos, podemos ter fulvos mais escuros
com desenhos cinza (dun-fallow), e mais
claros com desenhos em canela claro ou
escuro (bronze-fallow). Bochechas e ombros
ficam em azul-claro.
Mutação recessiva sexo-ligada, em que as
melaninas não se oxidam até a cor negra,
ficando da cor marron-canela. As áreas azuis
ficam um pouco mais claras, o corpo continua
vermelho intenso, e os desenhos das asas,
costas e cauda que eram pretos ficam
marron-canela. Quando nascem os olhos
são vermelhos e depois escurecem, ficando
escuros avermelhados, como é costume nas
aves canelas.
Platinum – Foto Gunter Ballon
Normal Fulvo – Foto Peter Frenger
Canela - Foto Anibal Rolim
25
especial calopsita!
DILUÍDO
Der Falbe - O FULVO
Calopsita Mutação Fulvo
Mutação recessiva, em que a cor das
melaninas continua negra, mas diminui
em quantidade, tornando-se cinza. O corpo
permanece vermelho, mas as áreas em azul
e negro se diluem, ficando azul-claro e cinza.
Olhos escuros, um pouco mais claros ao
nascerem.
Beispiel A: (Exemplo A)
Ao descrever o Exemplo A gostaria de
mostrar um acasalamento básico para criação
de aves saudáveis e puras, para com isso
formarmos ou desenharmos uma linha firme
Esq. Branco Canela (Amarelo+Azul), Dir. Amarelo
Foto G. Ballon
Normal Fulvo – Foto Peter Frenger
ARLEQUIM-DOMINANTE
Esta mutação, como é descrito no nome,
é dominante. Causa a falta de melaninas
apenas em algumas áreas pelo corpo, que
ficam de cor amarela. Nas outras áreas a
cor permanece vermelha com desenhos em
negro.
Albino com Canela (Lacewing)
Foto Gunter Ballon
Fulvo Azul – Foto Peter Frenger
Esq. Diluído ou Pastel Azul, Dir. Platinum
Foto Gunter Ballon
Arlequim Azul – Foto Paul Wolfensberger
ARLEQUIM-RECESSIVO
A1 – (M) Fulvo
Beispiel b: (Exemplo b)
Um Macho, resultado do acasalamento A,
de cor selvagem (Normal), portador de Fulvo,
será agora, acasalado com uma Fêmea Fulva.
A partir deste acasalamento, serão
esperadas aves ou filhotes melhores do
que os ancestrais iniciais, pois mostrarão as
propriedades que trazem através das cores
Selvagens. No entanto, isso somente será
possível para quem tem um plantel ou uma
A2 – (F) Normal
linhagem de Calopsitas dentro do Padrão
ou Standard.
O resultado das cores das aves
oriundo desse acasalamento já é bem
interessante.
Assim, poderemos dizer que metade (50%)
dos filhotes já serão na Mutação Fulvo e
destes, metade será Macho e metade
será Fêmea. Os outros 50% dos filhotes
serão de cor Selvagem, Portadores
de Fulvo, e também teremos metade
Machos e metade Fêmeas.
Faz sentido, e é necessário no início
E nesta mutação também o nome usado
é bem definido. Também causa a falta de
melaninas, apenas em algumas áreas pelo
corpo, com predileção pela cabeça, e por
isto também chamadas de cabeça-amarela.
Existem autores que as consideram como
portadoras visuais de amarelo-de-olhospretos.
Platinum - Foto Anibam Rolim
26
de Fulvo. Neste acasalamento ou exemplo, não
importa se o Macho for Normal ou a Fêmea
for Fulvo, ou vice versa, os resultados serão os
mesmos, independente do caminho escolhido.
Será então acasalada uma cor Selvagem
(Normal) com um Fulvo, obtendo-se como
resultado do acasalamento somente filhotes
de cores Selvagens (Normal ou Cinza), sendo
todos (100%) portadores de Fulvo.
Como a Mutação Fulvo é recessiva, temos
a necessidade de segurar, garantir, pelo menos
2 filhotes (M e F) que neste momento estarão
formando a base de nossa geração de Fulvos
na criação.
Amarelo – Foto Paul Wolfensberger
(M)Macho, (F) Femea, “/” Portador, a cor Normal Subentende-se a cor Selvagem, Cinza.
Albino – Foto Peter Frenger
OPALINO
Mutação recessiva sexo-ligada, em que
ocorre uma redistribuição das melaninas,
dando uma aparência perolada, de cor negra
na extremidade das penas maiores. Olhos
escuros.
PARTE 2
Por Otto Lutz (tradução Paul Richard Wolfensberger)
AMARELO
Mutação também recessiva, e difícil de
explicar e descrever. Em princípio ocorre
a saída das melaninas dos desenhos das
costas, asas e cauda, e juntamente existe
uma sufusão, um espalhamento da cor
amarela pelas costas. O resultado é uma ave,
com as bochechas e ombros azuis-claro, com
vermelho na cabeça, peito, ventre e uropígio;
e amarelo no dorso. Por seleção se pode
chegar a aves quase inteiramente amarelas
com olhos escuros.
A3 – (M) Normal/Fulvo
A4 – (F) Normal/Fulvo
deste ciclo de acasalamento, não usarmos 2 cores
ou 2 aves, que tenham parentesco próximo ou que
sejam da mesma família. Isto possibilita às outras
gerações futuras nos darem muitas combinações
e acasalamentos entre si, evitando também
parentescos muito próximos (consanguinidade).
B3 – (M) Normal/Fulvo
B4 – (F) Normal/Fulvo
B5 – (M) Fulvo
B6 – (F) Fulvo.
Estas 12 mutações podem ser
combinadas entre si, sendo criadas
dezenas de novas cores e combinações.
B1 – (M) Normal/Fulvo
B2 – (F) Fulvo
27
Conforme descrito no Exemplo B, teremos
como resultado filhotes portadores de Fulvo
(B3 e B4). Agora neste exemplo C faremos o
acasalamento desses dois pássaros Portadores
de Fulvo, criaremos agora (M) e (F) Selvagem
portadores de Fulvo, mas em nenhuma das aves é
visivel que são Portadoras (pelo fenótipo), somente
pela genética (genótipo) saberemos que são
portadores da Mutação Fulvo.
Nas representações gráficas do exemplo C
mostramos os filhotes que serão esperados.
Em percentual podem sair deste acasalamento
25% de Fulvos, (a probabilidade é sempre calculada
em 100 pássaros). Mas a experiência criando
Calopsitas mostra que o percentual em relação
ao esperado, é de 25% também, mesmo que não
tenhamos criado 100 pássaros. As aves restantes
ou esperadas, que vão compor os outros 75% de
filhotes, todos terão a cor Selvagem ( Normal, Cinza).
O resultado é que apenas metade dos
Selvagens (Normal,Cinzas) também são portadores
de Fulvo, o restante ( a outra metade) são
aves visuais (fenótipos e geneticamente
também) Normais, da cor Selvagem.
Existe neste momento o que chamamos
de “pp” possível portadores, como uma
desvantagem neste acasalamento.
A vantagem indiscutível é que a cor das
aves (por serem filhos de 2 Selvagens) será
com segurança melhor que os exemplares da
geração anterior e exemplos anteriores.
Para alcançar esse resultado, devem ser
acasalados os “Top de Linha” as Calopsitas,
dentro do Padrão ou Standard.
O resultado de se criar Fulvos bons, vem
certamente de qualidade boa que trazem
um tamanho aceitável, topetes longos e
refletidas manchas grandes nas bochechas.
Como você pode ver à partir dos
exemplos, a reprodução de mutação rara é
uma tarefa difícil de lidar e não se deve ter
pressa.
Um bom planejamento deve ser o alvo,
e devemos ter a consciência de que durante
2 ou 3 anos são necessários para realmente
criarmos um pássaro com qualidade.
” // “ – Possível Portador.
Beispiel c: (Exemplo c)
C3 (M) Normal pp Fulvo
C5 (F ) Normal pp fulvo
C4 (M) Normal pp Fulvo
C6 (F ) Normal pp Fulvo
75%
25%
C1 (M ) Normal port Fulvo
Beispiel d: (Exemplo d)
O último exemplo aqui descrito é apenas
concebido como um último recurso, se nenhum
outro parceiro ou ave esteja disponível, e só
teríamos como objetivo criar mais portadores,
mesmo assim sem ser visual ( só geneticamente,
não no fenótipamente) e só a metade das aves.
Como você pode ver no exemplo, cruzamos
uma Calopsita de cor Selvagem Macho Portador de
Fulvo com uma Femea Normal Cinza. Como apenas
um dos pássaros de nossa criação, contribui com o
D1 (M) Normal port Fulvo
28
C2 (F ) Normal port Fulvo
C7 (M ) Fulvo
gene Fulvo, o resultado será o de que não obteremos
nenhum Fulvo.
Também aqui temos de novo o problema,
como no exemplo B, porque apenas metade serão
portadores e isso não poderá ser visto externamente
ou pelo visual (fenótipo).
Ao acasalarmos estas aves filhotes no ano
seguinte, não haverá perspectiva para todos, pois
são considerados “PP” Possíveis Portadores de
Fulvo. Se destes, criarmos 01 na cor (Fulvo), teremos
a certeza que os pais são com certeza Portadores de
Fulvo. Logicamente para este resultado, precisamos
ter um pouco de sorte.
D2 (F) Normal
Beispiel A:
Das unter A beschriebene Beispiel möchte ich als
Basisverpaarung für die Zucht eines gesunden
und gefestigten Stammes von Falben bezeichnen.
Es spielt hierbei keine Rolle ob der Falbe das
Männchen oder das Weibchen ist. Die zu erwarten
Ergebnisse, sind bei beiden Möglichkeiten
dasselbe.
Wird also der Falbe mit einem wildfarbigen
Nymphensittich verpaart so erhalten wir nur
wildfarbige Vögel, die allerdings alle spalterbig in
Falbe sind.
Da der Falbe rezessiv vererbt, benötigen wir,
um bereits in der ersten Generation Falben zu
erhalten, immer zwei zumindest spalterbige Vögel.
Wie schon erwähnt ist diese Verpaarung die
Basis der Falbenzucht.
Beispiel B:
Ein aus A gezogenes wildfarbiges Männchen,
das spalterbig in Falbe ist, wird an ein
Falbenweibchen verpaart. Aus dieser Verpaarung
sind nun Jungvögel zu erwarten, die schon bessere
Schaueigenschaften als unser Ausgangsfalbe
mitbringen.
Allerdings diese nur, wenn der wildfarbige
Partner bereits ein gut durchgezüchteter
Standard-Nymphensittich ist.
Das Ergebnis der Farbvögel, die wir mit dieser
Verpaarung erhalten, ist bereits interessant.
So können wir auf die Hälfte aller Jungvögel in
Falbe hoffen. Die andere Hälfte sind wildfarbige
Männchen und Weibchen, alle spalterbig in Falbe.
Sinnvoll für den Beginn dieser Zucht ist es, zwei
Farbvögel an zwei nicht miteinander verwandte
normale Nymphensittiche verpaart. Dies hat
den Vorteil, das man im kommenden Jahr gute
Kombinationsmöglichkeiten hat und die Vögel an
nicht zu enge Verwandte verpaaren muss.
Beispiel C:
Wie unter Beispiel B beschrieben, haben wir nun
zwei spalterbige Vögel von zwei Ausgangspaaren.
Diese verpaaren wir nun miteinander. Keiner der
beiden Partner zeigt die Farbe sichtbar, aber wie
wir wissen, sind beide spalterbig in Falbe, trotzdem
werden nicht viele Farbvögel zu erwarten sein. Auf
den bildlichen Darstellungen des Beispiels C sehen
wir was in der Nachzucht zu erwarten ist.
Prozentual können hier 25% Falben fallen (die
Wahrscheinlichkeit ist immer auf
hundert Vögel gerechnet). Die Erfahrung in der
Zucht zeigt jedoch, dass das prozentuale Verhältnis
der zu erwartenten Möglichkeiten meist stimmt;
dies auch wenn keine hundert Vögel vorhanden
sind. Die restlich zu erwartenten Jungvögel,
machen 75% aus, sie sind alle in Wildfarbe.
Die Besonderheit hierbei ist, dass nur die
Hälfte der Wildfarbigen auch wieder spalterbig in
Falbe ist. Die restlichen Vögel, die optisch nicht von
den Spaltern zu unterscheiden sind, sind reinerbige
Wildfarbige.
Diesen Nachteil, dass die vermeintlich
Spalterbigen nur durch Kontrollverpaarungen
bestimmt werden können gleicht der unbestrittene
Vorteil der Zucht mit zwei Spalterbigen aus.
Die Farbvögel aus zwei Spaltern werden mit
Sicherheit qualitativ die Besseren sein als in den
vorangegangenen Beispielen.
Um dieses Ergebnis zu erreichen, müssen TopStandard-Nymphensittiche eingekreuzt werden.
Die
hieraus
gezüchteten
Falben
werden sicherlich schon annähernd gute
Standardqualitäten mitbringen, die sich in einer
akzeptablen Größe, langen Hauben und großen
Wangenflecken wiederspiegeln.
Wie Sie anhand der Beispiele sehen können ist
die Zucht einer schwierigen Mutation nicht „auf die
Schnelle“ zu bewältigen.
Eine gezielte Planung und Konsequenz in den
folgenden zwei bis drei Jahre sind nötig um die
Vögel wirklich zu verbessern.
Beispiel D:
Das letze hier angeführte Beispiel ist nur als
Notlösung gedacht, falls kein anderer Partner zur
Verfügung steht und wir nur auf einen Spalterbigen
in unserer gewünschten Farbe zurückgreifen
können.
Wie Sie es auch bildlich sehen können,
haben wir einen wildfarbigen Nymphensittich,
der spalterbig in Falbe ist mit einer wildfarbigen,
reinerbigen Henne verpaart.
Da nur einer unserer Zuchtvögel das Gen
für Falbe trägt, werden keine Farbvögel in der
Nachzucht zu erwarten sein.
Auch hier haben wir wieder das Problem wie
unter Beispiel B, weil nur die Hälfte spalterbig und
dies äußerlich nicht zu erkennen ist.
Die Verpaarungen mit diesen Jungvögeln im
darauffolgenden Jahr sind alle Glücksverpaarungen.
Wenn dann doch ein Falbe daraus fällt, ist das
nur möglich weil die beiden Verdachts-Spalterbigen
tatsächlich spalterbig in Falbe sind. Hierzu braucht
man das Quäntchen Glück, ohne das es auch in der
Nymphensittichzucht nicht geht.
Abschließend sei zu der Zucht von Falben
erwähnt, dass diese sehr interessant ist und eine
echte züchterische Herausforderung darstellt.
Wer den Platz, die Zeit und auch etwas Geduld
hat, sollte sich dieser schönen Mutationsfarbe
annehmen und versuchen sie zu einem wirklich
guten Standard-Vogel zu züchten.
C8 (F) Fulva
Finalmente devo dizer que criar Fulvo é um
verdadeiro desafio, mas muito interessante na
Criação de Calopsitas. Quem tem local (instalações),
tempo e paciência, deveria planejar e criar belos
exemplares sempre no Padrão (Standard) desta
Mutação.
D3 (M) Normal pp Fulvo
D4 (F ) Normal pp Fulvo
D5 (M) Normal pp Fulvo
D6 (F) Normal pp Fulvo
Ou seja, 25%(M) /Fulvo, 25% (F)/Fulvo, 25% (M) Normal e 25% (F) Normal.
29
criador em destaque!
Otto Lutz:
Resultado de um
trabalho genético
Diversos arlequins
Por Paul Richard Wolfensberger
Canela Ino
Vista Viveiro
Conversando com Otto, ele exibe as 2
Mutações mais raras em seu plantel, o Fulvo
e o Bochecha Amarela, que foram adquiridas
de outros criadores, e mostra os seus
Portadores, que ele já tem, dizendo: “meu
trabalho agora é colocar a Mutação dentro da
minha linhagem, para produzir filhotes iguais
aos outros, em forma e tamanho”.
Otto se dedica à uma revista ornitológica
alemã, só de Calopsitas, a Nymphen Sittich
Special, e recentemente lançou um belo
livro com mais de 600 fotos coloridas sobre
Calopsitas. Sua criação premiadíssima é
resultado de um trabalho árduo de seleção
genética, e este deveria ser o objetivo
de todo criador, pois apesar de demorar
a aparecer, é um trabalho gratificante e
muito reconhecido.
Pérola Cinza
Bochecha amarela arlequim Cinza
Arlequim Pérola Canela
Jardim, Lago e Criadouro
Otto dentro de 1 dos viveiros
qualidades, em outra Mutação...o belo
riar Calopsitas requer o mesmo
(excepcionalmente grande e redonda), e mais
cuidado e seleção que se tem ao criar
além, o porte e largura do peito etc. depara-se
qualquer outra ave, onde o objetivo
ali, com uma conclusão irrefutável: estamos
C
30
é a busca do melhor, ou de algo que seja o
diante de aves excepcionais.
mais perfeito possível... ou seja, definir ou
Depois
seguir o Padrão da Espécie, criar sua família,
citados acima, de filhotes fêmeas, filhotes
linhagem, identificação e seguir em frente
machos,
sempre obtendo resultados melhores.
separados por sexo, sigo vendo mais aves
Quando se visita uma criação como a de
em outras instalações e percebo que não
Otto Lutz, criador alemão especialista em
há praticamente nenhuma diferença de
Calopsitas, com mais de 200 aves, e logo no
qualidade, não existem aves boas, médias
primeiro momento, de observar o 1º viveiro
ou regulares, mas sim, todas se nivelam
(estavam em época de descanso) vê-se
“por cima”, por uma uniformidade e padrão
a imagem de uma Calopsita maravilhosa,
incríveis, uma verdadeira linhagem, ou seja,
com topete enorme, ou observa-se outra,
Otto é um criador renomado, pelo seu nível
praticamente
de excelência.
igual,
com
as
Viveiros Individuais e Ninhos
tamanho da marcação laranja na bochecha
mesmas
de
passar
adultos/
pelos
matrizes,
Arlequins
Ninhos externos
Fulvo
viveiros
também
Detalhe das Bochechas
Canela Ino
Arlequim Pérola Cinza
Cara Branca Arlequim Cinza
Cara Branca Arlequim Cinza
31
calopsitas
Natureza – Jef van Esch
Pérola Canela – Foto Aves&Criadouros
32
CB Pérola Canela - Foto Aves&Criadores
Arlequim Cinza – Foto Otto Lutz
CB Arlequim Perola Cinza
Foto Aves&Criadouros
Femea (F) – Cinza – Foto Otto Lutz
(M) Canela – Foto da Aves&Criadouros
(F) Canela – Foto Otto Lutz
Pérola Cinza – Foto Aves&Criadouros
Arlequim Pérola Canela
Foto Aves&Criadouros
Ino (Lutino) - Foto Aves&Criadouros
CB Ino (Albino) – Foto Aves&Criadouros
Canela Ino (Lacewing)
Foto Aves&Criadouros
Cara Branca (CB) Cinza
Foto Aves&Criadouros
(M) CB Canela – Foto Otto Lutz
(F) CB Canela – Foto Otto Lutz
CB Arlequim Cinza – Foto Aves&Criadouros
Face Pálida Pérola Cinza
Foto Aves&Criadouros
Face Pálida Arlequim Cinza
Foto Aves&Criadouros
(M) Prateado(Silver)
Foto Aves&Criadouros
Macho (M) – Cinza – Foto Otto Lutz
Arlequim Canela – Foto Otto Lutz
(M) Fulvo – Foto Otto Lutz
Arlequim Pérola Cinza
Foto Aves&Criadouros
(M) Bochecha Amarela Cinza
33
(M) CB Prateado – Foto Aves&Criadouros
A mutação
face-pálida
nas calopsitas
N
o fim dos anos 90, um criador francês,
o saudoso Olivier GOUIN, criou e
começou a fixar uma linhagem de
calopsitas de bochechas amarelas. Ele
achava que tinha bochechas-amarelas
na sua criação, os primeiros a entrar na
França na época, mas logo - assim que
fotos foram publicadas na internet, com
um amigo criador do norte da França, nós
o informamos que o fenótipo dos pássaros
parecia outro! Achei desde aquela época que
era uma mutação desconhecida até então na
Europa, chamada de “face pastel” nos EUA!
Paralelamente, como estava na ocasião em
contato direto com o doutor australiano
Terry MARTIN, por causa da preparação do
seu livro sobre a genética dos psitacídeos,
também passei a adotar o termo FACEPÁLIDA. Em 2003, Olivier cedeu a mim e a um
amigo, alguns pássaros puros e ‘portadores’.
Acasalamos estas aves considerando que
nossa hipótese era a correta, quer dizer, que
estávamos diante de uma mutação de série
azul incompleta, ou seja, com uma supressão
parcial de psitacinas amarelas e vermelhas.
Comparando, este pássaro é uma mutação
do mesmo tipo que o turquesa do periquito
de colar, da catarina ou dos azuis de mar e
34
verde de mar na Neophema splendida. Do
mesmo jeito a mutação FACE-BRANCA, que
está bem estabelecida, é uma mutação de
série azul puro, ou seja, com uma supressão
total de psitacinas amarelas e vermelhas.
Comparando, este pássaro é uma mutação
do mesmo tipo que o azul no periquito de
colar ou da Neophema splendida.
Assim, dentro desta hipótese e tendo em
conta a experiência dos criadores americanos
que já criavam esta mutação, apesar da
denominação incorreta,
acasalamos os
mutantes FACE-PÁLIDA com os FACEBRANCA e desde o primeiro ano criamos
os FACE-PÁLIDA com os FACE-BRANCA
com cada casal. Tomamos outro cuidado
de diversificar os sangues e na mesma
ocasião introduzir algumas mutações novas.
Os pássaros do Olivier já eram de um tipo
excelente e os machos eram portadores
de outro gen INO ou Pérola. Portanto, em
2004, criei meus primeiros FACE-PÁLIDA.
Naquele ano obtive os FACE-PÁLIDA
CINZA e os FACE-PÁLIDA INOS (CREMINOS)
com um balanço posterior para 2004 de 4
filhotes criados e vivos.
A partir de 2005, nasceram os primeiros
FACE-PÁLIDA Pérola CINZA e FACE-
Fêmea FACE-PÁLIDA Pérola CINZA
portadora de FACE-BRANCA
Hora de fazer
um balanço
depois de 8 anos
de trabalho!
Por Thierry Duliere
(tradução Christina Wolfensberger)
com um balanço posterior de 63 filhotes de
FACE-PÁLIDA criados, vivos. A mutação era
então sólida e podia ser considerada bem
estável. Vale notar que naquele ano criamos
e pusemos anel no macho FACE-PÁLIDA
CINZA que ganhou medalha de ouro em
PIACENZA (campeonato mundial de 2009), na
fêmea da mesma cor, que ganhou medalha
de prata e a fêmea FACE-PÁLIDA CANELA
(que também é BOCHECHAS-AMARELAS,
mas não visível pois mascarada pela facepálida e CODOMINANTE fator simples, que
só é notado por um olho de especialista) que
ganhou a medalha de bronze.
Em 2008 só adicionei à lista a FACE-PÁLIDA
Pérola INO, mas o ano consolidou a
aquisições. O balanço posterior de 54 filhotes
de FACE-PÁLIDA criados e vivos. No fim da
estação, devido a uma mudança e redução
de criação, diminui consideravelmente a
quantidade dos bichos.
Em 2009, nas novas instalações e com
o número de casais de calopsitas diminuído
para 65, criei - a título de novidade - um FACEPÁLIDA CODOMINANTE fator duplo (outras
da qual uma homozigoto para um FACEPÁLIDA não vingou), mas também uns FACEPÁLIDA FULVO-CINGIDO Pérola CINZA
espetaculares. Por outro lado, o número e a
Macho FACE-PÁLIDA FULVO-CINGIDO
portador de FACE-BRANCA – Medalha de
prata no campeonato mundial de 2012
PORTANTO É PRECISO
COMPREENDER A GENÉTICA
DA MUTAÇÃO FACE PÁLIDA
Fêmea FACE-PÁLIDA INO (CREMINO)
portadora de FACE-BRANCA
PÁLIDA CODOMINANTE fator simples CINZA.
No entanto, eu continuava a preparar outras
combinações, desenvolvendo na França os
CODOMINANTES, os
FULVOS-CINGIDOS
(fulvo pálido) e os BOCHECHAS-AMARELAS
com um balanço posterior para 2005 de 13
filhotes FACE-PÁLIDA CINZA criados e vivos.
Em 2006, eu não criei novas combinações
com os FACE-PÁLIDA, mas nasceram os
machos FACE-PÁLIDA CINZA de um tronco
premiado com medalha de ouro em HASSELT
(campeonato mundial de 2008) com um
balanço posterior para 2006 de 16 filhotes
FACE-PÁLIDA criados e vivos.
Em 2007, pus anel nos meus primeiros
FULVOS-CINGIDOS (fulvo pálido) FACEPÁLIDA CINZA, FACE-PÁLIDA PÉROLA
INO CANELA, FACE-PÁLIDA ARLEQUIM,
FACE-PÁLIDA CANELA E FACE-PÁLIDA
homozigotos (CINZA e Pérola CINZA)
diversidade de combinações para os FACEPÁLIDA homozigoto aumentaram com boas
perspectivas para o futuro. O ano foi concluído
com uma criação de 76 FACE-PÁLIDA vivos. E
com um filhote do ano FACE-PÁLIDA INO, que
ganhou medalha de prata em MATOSINHOS
(campeonato do mundo de 2010) com um
FACE-PÁLIDA homozigoto CINZA.
Em 2010, assim como em 2011, continuei
trabalhando para homogeneizar a qualidade
dos mutantes, que resultou numa medalha
de prata em TOURS (campeonato mundial de
2011) e uma outra em ALMERIA (Campeonato
mundial de 2012) com um FACE-PÁLIDA
FULVO-CINGIDO CINZA portador FACEBRANCA.
Neste resumos anuais, contei a vocês
a respeito dos FACE-PÁLIDA homozigotos;
vale notar que entre as aves que foram
criadas por Olivier GOUIN, um já apresentava
uma máscara mais intensa e as faces tinham
uma coloração amarela-alaranjada bem
marcante. Ele foi gerado de um casal de
uma filha mutante com seu pai. No que diz
respeito aos ‘portadores’ que ele nos cedeu,
desde o início acasalamos com os FACEBRANCA, mas partindo do princípio que não
eram PORTADORES GARANTIDOS feitos de
um mutante com um não mutante!
Na verdade o FACE-PÁLIDA é um FACE-BRANCA INCOMPLETO. E as duas mutações são “alelos”,
ou seja, dois estados diferentes de uma mesma mutação. Uma ave pode ser portador de:
1. Dois gens NÃO-MUTANTES ;
2. Um gen mutante para a mutação FACE-BRANCA completo e um gem NÃO-MUTANTE, portador
FACE-BRANCA ;
3. Um gen mutante da mutação FACE-BRANCA incompleto portanto FACE-PÁLIDA e um gem
NÃO-MUTANTE, sujeito portador FACE-PÁLIDA ;
4. Um gen mutante para a mutação FACE-BRANCA completo e um gem mutante para a mutação
FACE-BRANCA incompleto portanto sujeito FACE-PÁLIDA portador FACE-BRANCA ;
5. Dois gens mutantes para a mutação FACE-BRANCA completo, sujeito FACE-BRANCA ;
6. Dois gens mutantes para a mutação FACE-BRANCA incompleto, portanto sujeito FACE-PÁLIDA
Homozigoto, não portador de FACE-BRANCA ;
Mas há somente DOIS GENS POR AVE para essa mutação, quer seja em estado completo FACEBRANCA ou estado incompleto FACE-PÁLIDA.
Macho FACE-PÁLIDA FULVO-CINGIDO
homozigoto CINZA
E se há 6 genótipos enumerados acima, o número de fenótipos é mais limitado!
Assim, os casos 1, 2 e 3, as aves tendo dois gens NÃO MUTANTES, ou um gen FACE-BRANCA e
um gen NÃO MUTANTE ou um gen FACE-PÁLIDA e um gem NÃO MUTANTE serão todos de aspecto
NÃO MUTANTE ... quer dizer em CINZA – serão tipos selvagens! O primeiro terá certamente uma
máscara mais intensa e o segundo uma máscara mais clara, mas é impossível identificá-los
35
escreveu suas observações referentes a
identificação do primeiro FACE-PÁLIDA
Homozigoto, nascido na casa de Olivier
GOUIN portanto ave de 2003 e neste momento
eu já tinha formado para a estação 2007 dois
casais para tentar produzir aqueles pássaros,
o que fiz em 2007, depois em 2008 e em 2009.
Mencionei pela primeira vez com cautela
durante uma jornada técnica no sul da França,
estes avanços na identificação dos FACEPÁLIDA homozigotos. Em virtude dos meus
primeiros resultados em 2007 e reafirmados
por aqueles em 2008 e dos anos seguintes, fiz
estas observações chegar ao conhecimento
dos amadores de calopsitas do mundo todo.
Agora que as hipóteses viraram certezas, é
possível validá-las publicando nas revistas.
A – Algumas calopsitas FACE-PÁLIDA heterozigotes (portadoras de FACE-BRANCA)
1
02.2010 | [email protected])
A nível genético é preciso compreender o
resultado dos diferentes acasalamentos:
A nível genético é preciso
compreender o resultado dos
diferentes acasalamentos:
A mutação FACE-PÁLIDA tem a mesma
hereditariedade da FACE-BRANCA pois é
na verdade uma variação, um alelo desta
Tipo selvagem x FACE-BRANCA:
• 100% TIPO SELVAGEM portador de FACE-BRANCA
Tipo selvagem x FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA:
• 50% TIPO SELVAGEM portador de FACE-BRANCA
• 50% TIPO SELVAGEM portador de FACE-PÁLIDA
Atenção: não sabemos diferenciar o TIPO SELVAGEM portador
de FACE-BRANCA do TIPO SELVAGEM portador de FACE-PÁLIDA
Tipo selvagem x FACE-PÁLIDA homozigoto:
• 100% TIPO SELVAGEM portador de FACE-PÁLIDA
Atenção: se o FACE-PÁLIDA não for confirmado homozigoto,
é impossível garantir seus descendentes, que não são FACEPÁLIDA como portadores !
FACE-BRANCA x FACE-BRANCA:
• 100% FACE-BRANCA
FACE-BRANCA x FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA:
• 50% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA
• 50% FACE-BRANCA
36
2
02.2010 | [email protected])
02.2010 | [email protected])
3
4
mutação, e ela domina a FACE-BRANCA. Ela
é no entanto RECESSIVA AUTOSÔMICA em
relação ao tipo selvagem.
Tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA x FACE-BRANCA:
• 50% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA
• 25% tipo selvagem portador de FACE-BRANCA
• 25% tipo selvagem portador de FACE-BRANCA
Atenção: não se sabe diferenciar os tipo selvagem portador de FACEBRANCA dos tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA
Tipo selvagem portador de FACE-BRANCA x FACE-PÁLIDA portador de
FACE-BRANCA:
• 25% FACE-BRANCA
• 25% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA
• 25% tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA
• 25% tipo selvagem portador de FACE-BRANCA
02.2010 | [email protected])
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Atenção: não se sabe diferenciar os tipos selvagem portador de FACEBRANCA dos tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA
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Tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA x FACE-PÁLIDA portador de
FACE-BRANCA:
• 25% FACE-PÁLIDA homozigoto
• 25% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA
• 25% tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA
• 25% tipo selvagem portador de FACE-BRANCA
FACE-BRANCA x FACE-PÁLIDA homozigoto:
• 100% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA
Tipo selvagem portador de FACE-BRANCA x FACE-PÁLIDA homozigoto:
• 50% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA
• 50% tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA
Tipo selvagem portador de FACE-BRANCA x FACE-BRANCA:
• 50% FACE-BRANCA
• 50% tipo selvagem portador de FACE-BRANCA
Tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA x FACE-PÁLIDA homozigoto:
• 50% FACE-PÁLIDA homozigoto
• 50% tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA
02.2010 | [email protected])
02.2010 | [email protected])
1- Fêmea FACE-PÁLIDA FULVO-CINGIDO CINZA portador de FACE-BRANCA | 2- Fêmea FACE-PÁLIDA CODOMINANTE fator simples CANELA portador de FACE-BRANCA
3- Fêmea FACE-PÁLIDA FULVO-CINGIDO Pérola CINZA portador de FACE-BRANCA | 4- Fêmea FACE-PÁLIDA CODOMINANTE fator simples CINZA portador de FACE-BRANCA
5- Fêmea FACE-PÁLIDA CODOMINANTE fator duplo CINZA portador de FACE-BRANCA | 6- Fêmea FACE-PÁLIDA CODOMINANTE fator simples Pérola CINZA portador de FACE-BRANCA
de forma confiável porque pode ter grandes
interações geradas pelas qualidades de cor
da linhagem de origem da ave. E a questão
que se impõe é se saberíamos reconhecer os
pássaros dos casos 4 e 6, os FACE-PÁLIDA
portadores
FACE-BRANCA (ou heterozigotes) dos FACE-PÁLIDA homozigotos (não
portadores de FACE-BRANCA).
No fim de 2009, nenhuma publicação
oficial tinha sido feita dentro das revistas
especializadas e foi o trabalho feito na
França que permitiu identificar o primeiro
homozigoto e confirmá-lo. A informação
para os criadores do mundo todo partiu do
fórum:
http://calopsitte.forumactif.com/
onde desde março de 2007, Michael LEFEBRE
37
ESTABELECER UMA
LINHAGEM DE
FACE-PÁLIDA com
alguns pássaros
para começar
A hereditariedade desta mutação e
sua dominância sobre a FACE-BRANCA é
a chance de se estabelecer uma linhagem
e multiplicar aqueles que são mutantes.
É recomendável começar selecionando
um (ou mais) machos FACE-PÁLIDA
portadores de FACE-BRANCA ou de FACEPÁLIDA homozigotos, pois de um lado nos
machos se aprecia melhor a qualidade da
másFACE e de outro isto permite de usar
as fêmeas FACE-BRANCA da sua criação,
habituadas à reprodução nas suas próprias
instalações. Desde a primeira geração,
se cria os FACE-PÁLIDA portadores de
FACE-BRANCA e pode-se aproveitar da
mutação que o macho carrega e se valer
da qualidade de sua própria linhagem.
Nota: é preciso evitar de
combinar o FACE-PÁLIDA com
o BOCHECHAS-AMARELAS, pois
o FACE-PÁLIDA BOCHECHASAMARELAS é difícil de reconhecer,
mas apresenta dificuldades
de criação do BOCHECHASAMARELAS
(abandono
da
ninhada depois de semanas
chocando os ovos).
Thierry DULIERE
[email protected]
RECONHECER OS FACE-PÁLIDA homozigotos
O gen FACE-PÁLIDA age diluindo
parcialmente as psitacinas amarelas e
vermelhas-alaranjadas na calopsita. Assim, a
máscara, como as bochechas, apresenta uma
diluição variante, dependendo se o pássaro em
questão é portador ou não de FACE-BRANCA.
As penas sob a cauda também são diluídas
como a máscara.
A cor amarela se transforma em amarelo
pálido no pássaro portador de FACE-BRANCA,
enquanto as bochechas clareiam são amarela
alaranjado claro, enquanto que no pássaro
homozigoto, a máscara é mais amarela e
principalmente as bochechas são amareloalaranjadas com uma ponta de flúor.
Nota:
é impossível confundir estes
pássaros com os de bochechas amarelas, pois
nesta mutação, a máscara permanece intensa
e as bochechas ficam amarelas sem a nuância
de laranja como no caso da FACE-PÁLIDA.
Resta a fotografia, como melhor explicação,
e por isso fiz algumas fotos comparativas de
FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA em
diferentes combinações, o CINZA, o Pérola,
o INO e o CODOMINANTE fator simples. Na
verdade até hoje os elementos homozigotos
não se encontram ainda em todas as
combinações, a mutação não tem mais de
10 anos de trabalho na Europa e a prioridade
foi dada para aqueles que começaram com
as primeiras linhagem a produzir pássaros
selecionados para concurso.
7
PERSPECTIVAS EM CONCURSO E CRIAÇÃO
Na França conseguimos criar uma dinâmica
entre os criadores de calopsitas standard e
dentro dos campeonatos da FFO (Federation
Française Ornithologic) = Campeonato
Nacional Francês da Federação FFO: são
250 pássaros desta espécie apresentados
regularmente em concurso.
O FACE-BRANCA foi uma chance para
o desenvolvimento do FACE-PÁLIDA, para
a fixação e multiplicação dos mutantes
evitando a consanguineidade. Espero que
agora que a mutação está fixada, que os
elementos homozigotos se desenvolvam,
que cada um se empenhe em selecionar
os pássaros por tipo e cor capazes de ir a
concurso! Hoje em dia, a mutação está
bem estabelecida nos Estados Unidos e no
Canadá de um lado e na França do outro. Em
nível de Europa as linhagens são igualmente
estabelecidas na Bélgica e nos Países Baixos
e de agora em diante há criação destes na
Espanha, Alemanha, Áustria e Itália. Que
cada um continue no bom caminho e que
se encontrem cada vez menos nas fichas
de julgamento denominações errôneas
(cara amarela, bochechas amarelas) para
pássaros FACE-PÁLIDA, como tive a ocasião
de encontrar em altos níveis internacionais
e como amigos encontraram em seus países
quase vizinhos ! Atualmente estou com
aprox. 25 unidades homozigotos criadas e
vivas, nem todas mantidas porque tenho
regras para a escolha das unidades a
conservar (aptidão para concorrer, interesse
para acasalamentos, tipo, porte, cor, etc...)
a raridade acaba sendo às vezes o último
critério ! Não fui o único que consegui tê-los e
o número de unidades homozigotos cresce a
cada ano. Em toda formação de casal, temos
que contar de 2 a 3 gerações, formando
uma parte de casais para gerar filhotes de
concurso, uma outra criar os pais de filhotes
de concurso, e uma outra para obter os
avós dos filhotes de concurso. Certos pares
produzem os três, mas isso é muito raro!
Como o FACE-PÁLIDA pode ser combinado
com todas as cores MENOS O BOCHECHASAMARELAS*, tem um futuro promissor,
cabendo a cada um fazer um trabalho sério
com seus pássaros. Consegui finalmente criar
um número grande de CODOMINANTE fator
duplo FACE-PÁLIDA homozigoto, de FACEPÁLIDA FULVO-CINGIDO homozigoto, de
ARLEQUIM FACE-PÁLIDA homozigoto... Agora
me ocupo com a criação do FULVO-BRONZE
FACE-PÁLIDA CINZA (incl. Pérola). Com uma
paciência, sorte e um trabalho rigoroso dos
apaixonados por calopsitas!
Participo com alguns amigos de um fórum na Internet, consagrado às CALOPSITAS e muita espécies de bicos-aduncos. Este fórum, em língua
francesa, tornou-se em poucos anos referência para os criadores de calopsitas, com visitadores de vários países e agora de vários continentes.
As informações contidas neste artigo são na maior parte fruto de um trabalho de equipe e a soma de conhecimentos e observações partilhadas
entre inúmeros criadores. Vocês podem visita o fórum no seguinte endereço: http://calopsitte.forumactif.com/
Vocês irão encontrar tudo que diz respeito à alimentação, cuidados, criação, instalações, standards, concursos, bolsas, jornadas técnicas. É um
lugar de reencontro entre amadores...
Mas no nosso espírito isso não substitui nem os clubs nem as revistas e nem os livros!
38
B – Algumas calopsitas FACE-PÁLIDA homoozigotes (NÃO portadoras de FACE-BRANCA)
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02.2010 | [email protected])
02.2010 | [email protected])
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02.2010 | [email protected])
7- Macho FACE-PÁLIDA CINZA portador de FACE-BRANCA
8- Macho FACE-PÁLIDA CINZA homozigoto
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02.2010 | [email protected])
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02.2010 | [email protected])
14
02.2010 | [email protected])
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9- Ao centro cabeça de macho BOCHECHAS-AMARELAS CINZA
10- Fêmea FACE-PÁLIDA CINZA portadora de FACE-BRANCA
11- Fêmea FACE-PÁLIDA CINZA homozigoto
12- Ao centro cabeça de fêmea BOCHECHAS-AMARELAS Pérola CINZA
13- Fêmea FACE-PÁLIDA INO (CREMINO) portadora de FACE-BRANCA
normalmente chamada de CREMINO portadora de FACE-BRANCA
14- Fêmea FACE-PÁLIDA INO (CREMINO) homozigoto
normalmente chamada de CREMINO homozigoto
15- Macho CODOMINANTE fator simples CINZA portador de FACEBRANCA
16- Macho CODOMINANTE fator simples CINZA homozigoto
02.2010 | [email protected])
02.2010 | [email protected])
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Jean Pierre no Campeonato Mundial
Em frente ao restaurante Blumlisalp AG
Agapornis Personatas
Baterias de gaiolas
Viveiro dos Red Rumped
Em frente as gaiolas dos Periquitos
JP Rotzetter
O Comandante
Suiço
A
chegada à pequena cidade de Alterswill
na Suíça, já é deslumbrante, repleta
de trechos de pequenas estradas e
cidadezinhas, com a vista dos Alpes Suíços ao
Periquito Fulvo
fundo; é como se estivéssemos indo sempre
Rosela Eximius Rubina
Calopsita Arlequim Cinza
Calopsita Cinza (F)
em direção deles.
Esta paisagem faz parte da vida de Jean
Pierre, hospitaleiro, proprietário de um belo
Vista do Paraíso
restaurante,e que recebe muitos clientes;
40
Rotzetter literalmente “põe a mão na
Jean Pierre está presente em todos os
massa” cozinhando as refeições, onde sua
Campeonatos Mundiais e também em
mais gosta, mas mantém um grande Criadouro
especialidade é a Lasagna.
muitos Campeonatos regionais pela Europa. É
com Periquitos Ingleses, Periquitos australianos,
Diretor da OMJ (Ordem Mundial de
também Juiz de Psitacídeos, inclusive já julgou
Agapornis ( Roseicollis, Personatas, Nigrigenis
Juízes de Ornitologia da COM- Confederação
aqui no Brasil no Torneio Internacional em
e Liliane), Red Rumped, Calopsitas e Roselas
ornitológica Mundial) há mais de 10 anos,
Jaraguá do Sul (SC).
(Eximius e Icterotis), vide fotos.
Criador de Psitacídeos, não qualifica o que
Viveiro dos agapornis Liliane e Nigrigenis
Rosela Eximius Rubina em cima do Ninho
Em frente a bateria de Viveiros
A prefeita de jaraguá do sul(SC)
entregando uma Homenagem 41
ao Juíz Jean Pierre Rotzetter.
Distúrbios reprodutivos em Aves
Postura Crônica
I
42
niciamos nosso contato com uma
série de matérias sobre algumas das
principais doenças que acometem as aves.
Resumidamente falamos nas últimas edições
sobre afecções virais, bacterianas, fúngicas
e parasitárias, suas manifestações e riscos
para os animais. Espero que possa tê-los
apresentado a elas de forma clara e objetiva.
Começaremos a partir dessa edição a
falar um pouco sobre alguns dos problemas
reprodutivos encontrados nos plantéis
daqueles que criam aves, seja comercialmente
ou como hobby. Como alterações reprodutivas,
englobaremos desde aquelas causadas por
processos patológicos a erros de manejo e
disfunções nutricionais.
Darei início ao tema falando sobre um
problema relativamente comum a criadores
de aves, particularmente calopsitas, periquitos
australianos, agapornis e passeriformes
exóticos – a postura crônica. Tal distúrbio não
é exclusivo de plantéis de criadores, e pode
ocorrer em aves “pet”, inclusive aquelas criadas
sem a presença de um macho.
Pode parecer estranho e irônico falarmos
sobre excesso de ovos em um criadouro,
quando, em tese, espera-se que as matrizes
possuam alta produtividade, de forma a se
obter muitos filhotes. Porém, mais a frente,
ficarão claros os motivos pelos quais não
desejamos tal alteração em nossas aves.
Na natureza, a maioria dos animais possui
um período específico para se reproduzir.
Durante alguns meses no ano, estimulados
pela maior incidência solar, maior oferta e
variedade de alimentos sazonais e elevação da
temperatura - dentre outros fatores - os casais
se unem e dá-se início ao período reprodutivo.
A natureza, sábia como ela só, propicia que os
filhotes nasçam no período mais adequado
para aumentar suas chances de sobrevivência.
E faz isso “enviando” uma série de sinais aos
pais, estimulando a liberação dos hormônios
reprodutivos.
Entretanto, boa parte dos criadores e
donos, buscando cuidar de suas aves da melhor
maneira possível, acaba por cometer alguns
erros e excessos. Por conta disso, diversas
aves cativas desenvolvem posturas repetidas e
contínuas, sejam os ovos férteis ou não.
O melhor exemplo, comercial e intencional,
que podemos dar, são os ovos de galinha
vendidos em mercados. Tais ovos não são
férteis, ou seja, não foram fecundados por um
macho. São resultado de manejo zootécnico.
No caso das galinhas de granja, consideradas
animais de produção, busca-se um aumento
no número de posturas, uma vez que a
lucratividade da atividade está diretamente
ligada a um maior número de ovos produzidos.
Tais animais recebem dieta específica, são
submetidos a fotoperíodos diários artificiais
(podendo chegar a 24 horas de luz por dia) e
recebem suplementos vitamínicos e minerais
com o único objetivo de produzir ovos de melhor
qualidade e em maior número. Por conta do
desgaste que sofrem, vivem menos e são
descartados ainda jovens, quando o número de
ovos não mais corresponde ao desejado.
Mas não é isso que queremos com nossas
matrizes, correto? Devemos sempre lembrar
que os animais possuem uma capacidade
máxima produtiva e excessos podem levar a
complicações sérias e até ao óbito do animal. De
nada adianta termos dois anos de reprodução
intensiva, se as fêmeas apresentarem em
seguida uma severa redução no número de
ovos, ou pior, morrerem em função disso. Na
grande maioria das vezes, trabalhamos com
aves de alto valor comercial e zootécnico e
perder uma matriz em fase reprodutiva pode
significar mais de 4 anos até se obter outra em
igual situação.
E o que levaria uma calopsita ou uma
Calopsita adulta com severa inflamação e edema
celomático e aumento de radiopacidade medular,
principalmente dos ossos longos, relacionado
a hiperostose poliostótica. Tais achados são
habituais em aves em postura crônica.
Autor: Dr. Rômulo Braga
Calopsita adulta, com fratura patológica de
rádio-ulna direita. Notar o posicionamento da
asa em repouso e a fratura completa no exame
radiográfico.
Autor: Dr. Hélio José Santos Bagetti Filho
rosela, animais completamente diferentes
de uma galinha de granja a colocarem ovos
em excesso? Em alguns casos, inclusive na
ausência de um macho?
Conforme falamos no início do texto,
alguns fatores são responsáveis pelo estímulo
da reprodução nas aves selvagens. Uma ave
cativa não sofre nenhum tipo de restrição
alimentar dentro de uma gaiola. Pelo contrário.
Os criadores, boa parte das vezes, buscam
oferecer o que há de “bom e melhor” para seus
animais. Adicionam à sua dieta legumes, raízes
e farinhadas com altos teores de minerais e
gordura, durante todo o ano. Suplementam
vitaminas e proteínas de forma indiscriminada
e contínua.
Muitos, quando possuem o criatório
próximo, ou dentro, de suas residências, não
respeitam o fotoperíodo indicado para a
espécie. São comuns aves que acordam com
o nascer do sol e vão dormir apenas quando o
último morador apaga as luzes. Tais animais
dormem satisfatoriamente apenas 5 a 6 horas
por dia, quando não menos.
O hábito de se manter ninhos, tocas ou
qualquer outra estrutura similar durante todo
o ano também pode se tornar um problema.
Para os casais adultos, a existência de um local
apropriado para postura é um dos mais fortes
estímulos à reprodução.
Dessa forma, ao se
disponibilizar
fontes
alimentares altamente
calóricas e proteicas
e manter os animais
com horas de luz por
dia acima do indicado,
acaba-se por criar,
artificialmente,
os
mesmos estímulos que
são responsáveis pela
procriação dos animais
na natureza.
Nem todas as aves
irão reagir da mesma
forma a tais estímulos.
O problema reside no
fato de alguns animais
não mais possuírem
Oviduto necrosado com ovo no interior, expelido por exemplar fêmea de
ringneck, portadora de postura crônica. Autor: O próprio.
fidelidade a períodos e estações do ano para
reprodução, como seus parentes selvagens.
A maioria dos psitacídeos brasileiros (araras,
papagaios, anacãs, maritacas, etc), ainda retém
comportamento mais natural e raramente são
acometidas de postura crônica. Outras, mais
domesticadas, como as calopsitas, periquitos
e agapórnis, são mais suscetíveis. As fêmeas
podem manifestar o quadro por curtos períodos,
onde colocam muitos ovos e depois voltam
ao normal, ou podem passar o ano inteiro em
constante postura, chegando a colocar mais de
140 ovos por ano (!), como já atendi em minha
clínica.
A produção de um ovo pelo organismo
requer o uso de mineiras (principalmente o
cálcio) e proteínas em níveis altíssimos. Quando
o animal produz uma quantidade de ovos
superior ao considerado limite para a espécie,
pode ocorrer o esgotamento do organismo
dentro de algumas semanas. A maioria dos
animais acometidos tende a evoluir para
43
Hérnia em periquito australiano. Em seu interior
podia-se observar alças intestinais e oviduto.
Autor: Wanda Mingo
44
quadros de desnutrição e hipocalcemia (foto
1), o que, associado à fadiga muscular, tornaos mais suscetíveis a diversas patologias. São
usuais fraturas espontâneas de ossos longos,
principalmente das asas, como úmero e rádioulna (fotos 2 e 3). Prolapsos de cloaca e oviduto
(quando uma estrutura interna é exteriorizada
e não retorna para o interior do corpo), bem
como lacerações e necrose dos mesmos órgãos
também ocorrem com frequência (foto 4).
Hérnias, embora mais raras, são eventualmente
encontradas (foto 5). Distocias e distúrbios
de calcificação dos ovos são muito comuns
e possuem prognóstico variado. Quando o
ovo encontra-se em tamanho normal e há
passagem, um veterinário experiente pode ser
capaz de manobrá-lo e removê-lo sem maiores
danos ao animal. Tal procedimento deve ser
realizado preferencialmente sob anestesia e
com o uso de analgésicos, buscando controle
da dor e relaxamento da musculatura cloacal,
o que facilita a saída do ovo. Eventualmente,
podemos encontrar ovos de tamanho maior do
que o habitual ou com calcificação anômala (foto
6), os quais geralmente requerem intervenções
cirúrgicas. Tentativas de remoção manual dos
ovos, realizadas por pessoas sem experiência,
podem levar à rupturas e colabamentos dos
mesmos no interior do oviduto (foto 7).
Uma vez que se identifique que a ave está
desenvolvendo postura crônica e não havendo
ainda as complicações descritas acima, devese, através de algumas mudanças no manejo
do animal, tentar interromper o processo.
Reduzir
a
oferta
de
alimentos
excessivamente protéicos, como ovo cozido e
farinhadas de ovos ou insetos é importante.
Legumes e frutas mais calóricos, como o
jiló, beterraba, cenoura e bertalha deverão
ser dados com maior parcimônia. Sementes
oleaginosas, como o girassol, devem ser
reduzidas na dieta e utilizadas apenas como
brindes ocasionais. O mesmo pode-se falar de
Exame radiográfico de calopsita com retenção de ovo (distocia). Notar espessura
anormal da casca do ovo e tamanho maior do que o habitual. Autor: O próprio
grãos cozidos, como trigo, sorgo, milho, lentilha
e ervilha. Se os animais são mantidos em local
iluminado ou com constantes interrupções do
sono durante a noite, deve-se buscar um local
protegido e tranquilo, mantendo-os em total
escuridão por 12-14 horas por dia.
Se o recinto possui ninho, devemos removê-lo
temporariamente da gaiola e retorná-lo apenas
quando na próxima estação reprodutiva.
Animais “pet” ou mansos não deverão receber
carícias no dorso, sob as asas ou na região
cloacal, ficando as mesmas restritas à região da
cabeça.
O animal deverá preferencialmente ser
afastado do restante do plantel. Se possível
sem contato visual ou auditivo.
Adotando-se tais medidas, é possível que
consigamos interromper a postura, sem haver
necessidade de esterilizar o animal ou fazer uso
de hormônios inibidores, caros e nem sempre
efetivos.
É importante citar também que, embora a
maioria das causas de posturas crônicas seja
relacionada a manejo inadequado, algumas
doenças podem causar alterações similares,
como tumores ovarianos e disfunções
hormonais. Nessas situações, convém procurar
a ajuda de um médico veterinário capacitado,
para identificação do problema e sua correção.
Desvendando a Pulorose,
um mal que não podemos
deixar adentrar em
nossos criadouros.
C
vez é a Salmonella entérica Pullorum que
causa uma doença chamada de Pulorose ou
diarreia branca. Uma boa leitura a todos.
A Pulorose é a infecção causada
pela bactéria Salmonella Pullorum que
acomete aves, especialmente as jovens,
já
Salmonelas: quem são as Salmonelas, suas
especialmente entre os 14 e 21 dias
conversamos na edição passada, nesta
características, como se disseminam e o
do
aros
amigos
leitores,
como
nascimento,
das
provocando
mesmas.
elevada
edição vamos continuar a conhecer
diagnóstico. A partir deste número, vamos
mortalidade
sobre a importância das Salmoneloses na
falar pontualmente dos três tipos de doenças
pode causar a morte de aves adultas. Seu
Raramente
criação de nossas aves. Na edição anterior,
que as Salmonelas podem causar: Pulorose,
hospedeiro natural são as galinhas, mas
fizemos um apanhado geral sobre as
Tifo Aviário e o Paratifo Aviário. A bola da
também já foi encontrada infectando perus,
Notar estrutura radiopaca no canto direito
inferior da imagem. Trata-se de ovo rompido
e colapsado por tentativa errônea de manobra
manual em periquito australiano.
Autor: Dra. Marina Caldas
Fêmea de calopsita, portadora de postura crônica, levada à clínica após o
óbito. Notar cavidade celomática aumentada. À necropsia, identificou-se
que havia massa de grandes proporções, composta por gema, no interior do
oviduto. A mesma causava compressão dos demais órgãos, deslocamento
cranial de alças intestinais para cavidade cardiopulmonar e culminou
provavelmente com parada cárdio-respiratória. Autor: O próprio.
45
curiosidades:
A Pulorose foi descrita pela
primera vez em 1899 pelo
pesquisador Leo F. Rettger. Na
ocasião ela descreveu a doença
como uma diarréia fatal de aves
jovens, recebendo mais tarde
o nome de diarreia branca.
Durante o século XX, a doença
se alastrou por diversos países
resultando em mortalidade de
até 100%. das aves infectadas.
faisões, aves silvestres, pardais, periquitos,
eriçadas, fraqueza e diarreia de coloração
pombos, canários, avestruzes e pavões. Em
branca. Porém, dependendo da relação entre
aves industriais (frangos de corte), devido aos
o estado imune das aves e a infecção pela
rígidos controles de produção, quase não é
Salmonela, pode ocorrer morte súbita no
encontrado mais a Pulorose nestes animais,
plantel sem o aparecimento de nenhum dos
porém a presença da Salmonella Pullorum
sintomas citados acima. As aves adultas que
em aves de estimação ainda é grande em
tem um sistema imune mais desenvolvido,
todo o mundo.
quando
infectadas,
normalmente
não
A forma de transmissão mais importante
apresentam os sinais clínicos, sendo que a
é a transovariana (transmissão vertical).
manifestação da infecção por Pulorose pode
Nesta modalidade, a bactéria infecta o
incluir queda na produção de ovos, redução da
oviduto da fêmea e se dissemina através do
fertilidade e diminuição da produção de filhotes
ovo durante meses. Também existem outras
de forma geral. Em certos casos, depressão,
formas de transmissão, como pelas fezes,
perda de apetite, diarreia e desidratação.
alimentos, água e ambientes contaminados,
O grande número de mortes acontece em
e também, de forma mecânica, através de
filhotes entre a segunda e terceira semanas
pessoas, animais de estimação, roedores e
de vida, quase não ocorrendo antes do quinto
insetos que adentram ao criadouro.
ao décimo dias de vida. Quando a ave nasce
Os sintomas mais evidentes incluem
contaminada, a morte pode ocorrer logo após
sonolência, apatia, encorujamento com penas
a eclosão do ovo.
Fazendo o diagnóstico:
a
o envio de amostras para os laboratórios que
soroaglutinação (rápida e lenta) em tubos
utilizam esta metodologia e que estejam em
de ELISA são utilizados normalmente
localidades distantes do plantel.
para identificar a Salmonella Pullorum.
No entanto, a identificação por meio de
utilizando o PCR) destas bactérias, por outro
sorologia tem sensibilidade relativamente
lado, é uma técnica altamente sensível e
baixa, além do transporte da amostra exigir
específica, além de ser mais tolerante ao
cuidados especiais, o que acaba dificultando
manuseio e aos meios de transporte.
Exames
sorológicos,
como
A detecção molecular (através de DNA,
Prevenção e Tratamento
O
tratamento
diminuir
aves,
mas
a
O controle e profilaxia da pulorose
de insetos, roedores e monitoramento
estas
são as atitudes mais recomentadas. As
de pássaros que adentram ao plantel
continuarão a ser portadoras do agente.
Salmonelas são bactérias que podem
são ações que podem nos auxiliar
Dentre os medicamentos utilizados, estão:
durar bastante tempo no ambiente, mas
grandemente
sulfonamidas, nitrofuranos, cloranfenicol,
por outro lado são bastante sensíveis a
Pullorum longe de nossas aves.
enrofloxacina,
maioria dos desinfetantes, então uma boa
Até a próxima edição, para conversamos
limpeza, desinfecção periódica, controle
um pouco mais sobre as Salmoneloses.
mortalidade
46
pode
apramicina.
das
clortetraciclina
e
a
deixar
a
Salmonella
47
aminoácidos, muitos dos quais essenciais);
têm ativado completamente o seu sistema imunológico e, ao mesmo tempo, os anticorpos
- betacaroteno (vitamina A) 110mg/Kg; -
transmitidos pela mãe atenuam seu efeito).
cianocobalamina (vitamina B 12) 2mg/Kg;
(esta concentração é considerada a mais
elevada de todos os alimentos); tocoferol
(vitamina E) 190 mg/Kg.
Pelo exposto, a integração da spirulina na alimentação das
aves deve ter grande interesse. Os únicos inconvenientes são
constituídos particularmente pelo sabor e também pelo odor
e cor, além do custo relevante.
O que é a Spirulina?
Na natureza, na Great Rift Valley (África),
os flamingos vermelhos conseguem manter
viva e brilhante a cor da sua plumagem
É
graças a ação dos fito pigmentos contidos
uma das primeiras formas de vida
na spirulina (absorvem com a peculiar
concebidas pela natureza há mais de
filtragem da água mediante as lamelas do
3.6 bilhões de anos atrás. A Spirulina
bico).
contém bilhões de anos de sabedoria
evolutiva no seu DNA e é o fruto da primeira
das experiências conduzidas pelo prof.
forma de vida fotossintética da Terra.
Ernest Rosa (Universidade do Havaí) em
Com destaque, aparecem os resultados
codornas, as quais expressaram um índice
de fertilidade altíssimo (96,1%).
Vista ao microscópio, a Spirulina tem uma côr azul esverdeada e tem o aspecto de um
espiral de longos e finos filamentos. As espirulinas são um grupo de micro-algas (com
diâmetro de 50 microns e com comprimento de cerca de 250 microns) que se caracteriza pela
peculiar forma espiral, da qual originou o seu nome. Existem espécies que vivem em água
marinha e outras típicas de água doce, mas o destaque é para aquelas de interesse alimentar
(Spirulina máxima, S. platensis, S. fusiformis) que se encontram predominantemente
nas quentes águas doces das zonas tropicais e subtropicais, caracterizadas por altas
concentrações alcalinas (pH 11 e outros), habitat este que certamente não favorece o
desenvolvimento de muitas formas de vida.
48
Considerações sobre o uso na
alimentação das aves ornamentais
O
uso
alimentar
da
spirulina
(ditas
também algas azuis), por parte de algumas
populações que vivem ao longo do lago Ciad,
é conhecida desde os tempos dos antigos
Na administração das dietas e nas
farinhadas, sua utilização pode proporcionar
um visual verde, mas os pássaros gostam
e sua ingestão proporciona um melhor
desenvolvimento dos filhotes.
A Spirulina máxima é uma alga unicelular
formada por células grandes que cresce
em águas alcalinas ricas em minerais.
Contém
clorofila
A, carotenóides e
pigmentos
azuis
(ficocianinas)
razão pela qual
pertencem
ao
grupo das algas
verde azuladas ou
cianobactérias.
Conforme
relatos do Frei
Toribo de Bonavente, em 1524 a espirulina
já era utlilizada pelos astecas que a
preparavam como um caldo, adicionando a
tudo o que comiam.
Pesquisada por vários anos no Japão,
França e EUA, é saudada como uma
das maiores descobertas no campo da
alimentação naturalista deste século.
Ação: Complemento dietético, proteico e
vitamínico.
Propriedades Farmacológicas: Atua
como supressor do apetite devido a
presença relativamente alta de fenilalanina,
que atua sobre o centro do apetite. Quando
ingerida com o estômago vazio reveste
suas paredes, produzindo uma sensação de
plenitude gástrica e saciedade.
Desta forma, auxilia no tratamento
da obesidade propiciando um suave
emagrecimento sem
perdas
nutricionais.
A
presença
da
vitamina B12 evita
transtornos no sistema
nervoso e anemias
provocadas por uma
dieta
vegetariana
desbalanceada.
A
biotina
e
ferridoxina
são
substância que auxiliam na eliminação de
CO2, impedindo a formação de ácido pirúvico
e ácido lático originários da decomposição
dos açucares em ausência de oxigênio;
situação muito comum durante exercícios
físicos prolongados. Possui alto índice de
digestibilidade com uma absorção de 85%.
Contra IndicaçõeS
Não há referencias na
literatura consultada.
romanos e, atualmente, tais habitantes
Mas o aspecto mais interessante, e
a utilizam junto com farinha e mel na
ainda pouco estudado, é o papel desta alga
preparação de biscoitos.
na estimulação das respostas imunitárias
Fontes:
Relativamente recente são, ao contrário,
nas aves. Este assunto torna-se mais
o conhecimento das suas propriedades
apaixonante quando se coloca em atenção
nutricionais e extra nutricionais. Ao que se
o fato que, como é conhecido, aparecem
refere o primeiro aspecto, pode-se destacar
condições como o estresse, doenças, má
que estas algas são caracterizadas por altas
nutrição, administração de medicamentos
percentagens de vários princípios nutritivos.
(esteróides, aspirina, tetraciclina, tilosina
Para dar um exemplo, relato alguns dados
etc.) que podem induzir imunodeficiência.
http://spirulina.org.uk/portugese/what_is_spirulina.htm
C.Bartoli - II ritorno dellüomo ai maré -L’Erborista 1/1993
R. H. Henson - Wonder-food for birds -BirdWorld4/1993
R. H. Henson - Super foods for diseases prevention - Caged Birds Hobbist 2/1995
l. Mortaruolo - l/alga sipirulina nell’alimentazione degli uccelli ornamentali - Atti delia conferenza
organanizzata dal Centro Studi Ornitologici a Papigno (TR) em 16-12-95
M. Trincais - Insalate di maré (dados não fornecidos)
http://www.criadourokakapo.com/index.php?secao=artigocor000300
obtidos das análises efetuadas na Spirulina
Mas o abaixamento natural das defesas
http://www.spco.com.br/Artigos_tecnicos/espirulina.pdf
máxima (originária do lago Texcoco, México):
orgânicas se registra também nos sujeitos
http://www.aope.org.br/artigos/Tratamentos/SPIRULINA.pdf
- proteínas brutas 71 % (constituídas por 18
velhos e nos filhotes (quando ainda não
49
Canário Border Fancy
Johnny
inúmeros acasalamentos ou cruzamentos,
bem como o resultado da formação de
“famílias”, objetivando a busca por uma
linhagem ; surgem desse trabalho vários
filhotes, e entre os irmãos, alguns se
Campeão Brasileiro de
Canário Border Fancy
destacam e são separados para o concurso.
Criar é antes de tudo, como a arte da
preservação, requer técnica e conhecimento
genético, e por que não também, um pouco de
sorte, pois dentro de todo aquele planejamento
ao acasalar as matrizes, as aves precisam criar
Por Paul Richard Wolfensberger
bem e suas proles carregarem a expectativa e a
busca dos criadores. Falamos
sempre que inúmeras vezes
os defeitos são “dominantes”
e as qualidades “recessivas”,
por isso uma boa ninhada é
sempre muito comemorada.
Ficaremos
na
expectativa, conforme as
fotos mostram, de que
este ano possa ser mais
um
sucesso
para
este
excelente criador, no próximo
J
50
Campeonato.
ohnny, como é conhecido em nosso meio,
o Sr. Jean Edmond Abboud, cria Canários
maior Campeonato Nacional de Canários de
de Porte há apenas 4 tantos anos,
Porte do Mundo, ter o Título de Campeão
especializou-se em Borderes e atualmente
Brasileiro, é importante e requer muita
está aumentando seu plantel com Lancashire,
qualidade.
Crested e também outras raças de Porte, já
atingindo mais de 100 casais no total.
por acaso, é resultado de grande trabalho,
Num país como o Brasil, onde ocorre o
Sabemos que um Campeão não surge
51
Autor: Dílson Aquino | Criador brasileiro radicado em Miami, USA | Traduzido e Comentado por Luiz Mauro Oliveira
Forpus Coelestis:
A genética da mutação turquesa.
A
mutação turquesa nos forpus
coelestis é a mais recente mutação
da espécie.
A nossa primeira informação sobre o
aparecimento dessa mutação nos EUA,
data do ano de 2001, através do conhecido
criador americano Dr. Rainer Erhart.
A mutação é do tipo autossomal
recessiva, como a maioria das mutações
nos forpus coelestis tais como azul, ino,
fallow etc.
A mutação turquesa (fundo amarelo
diluído) embora recessiva em relação ao
verde normal e as demais mutações com
fundo amarelo (linha verde), é parcialmente
dominante em relação a mutação azul (
fundo branco ).
Ambos os genes mutantes (bl+ e bltq)
estão situados no mesmo lócus (bl) do
cromossoma (z) e podemos, portanto, ter
um fenótipo com um alelo azul de um lado
e um alelo turquesa do outro lado (bltb/ ltq)
apresentando um fenótipo intermediário
entre os fenótipos azul e turquesa.
Geneticamente, é impossível um
coelestis verde ser portador de azul e
turquesa simultaneamente pois o seu
fenótipo não seria verde ( fundo amarelo)
mas Turquesa Azul ( fundo amarelo diluído )
Se os alelos azul e turquesa estiverem
presentes no fenótipo de um coelestis ,
esse fenótipo não será verde mas um visual
TurquesaAzul (ou fallow TurquesaAzul ou
cremina Turquesa Azul etc.). Este genótipo
é chamado bi alélico ( 2 alelos para o mesmo
lócus )
Situação semelhante ocorre por
exemplo nos agaponis roseicollis com as
mutações aqua (pastel azul) e turquesa (azul
cara branca). Um roseicollis AquaTurquesa
é conhecido como verde mar e possui um
alelo aqua e um alelo turquesa ( bi alélico ).
3 Turquesas
Há 6 tipos possíveis de genótipos para
lócus bl, a saber:
Vamos agora analisar os resultados de alguns
acasalamentos com a mutação turquesa:
Verde (bl+/bl+), verde/turquesa (bl+/bltq),
verde/azul (bl+/bl), turquesa (bltq/bltq),
turquesa azul (bltq/bl) e azul (bl/bl)
1) Turquesa x Turquesa
(bltq/bltq) (bltq/bltq)
100% dos filhotes turquesa
(100% bltq/bltq)
Observar que não existe o genótipo
correspondente a um possível
verde/turquesa + azul (bl+/ bltq +bl ).
As combinações possíveis com alelos
turquesa (bltq) e Azul (bl) são portanto:
1) Um alelo normal/um alelo turquesa:
forpus verde/ turquesa (alelo turquesa
recessivo em relação ao alelo normal)
2)Um alelo azul/um alelo turquesa:
forpus turquesa azul (codominância ou
dominância parcial entre alelos).
3) Dois alelos turquesa: forpus turquesa
(fenótipo turquesa precisa de homozigoze
do alelo bltq para se expressar).
4) Dois alelos azuis: forpus
(homozigoze para o alelo azul)
52
azul
2) Verde x Turquesa
(bl+/bl+) (bltq x bltq)
100% dos filhotes verde/turquesa
(100% bl+/bltq)
3) Verde x Turquesa Azul
(bl+/bl+) (bltq / bl)
50% dos filhotes verde/azul
50% dos filhotes verde/turquesa
4) Verde x Verde Turquesa
(bl+/ bl+) (bl+/ bltq)
50% dos filhotes verdes
50% dos filhotes verde/turquesa
5) Verde/Turquesa x Verde/Turquesa
(bl+/ bltq) (bl+/ bltq)
50% dos filhotes verde/turquesa
25% dos filhotes verdes
25% dos filhotes turquesa
Azul, Turquesa homozigoto, Verde e Dir. Turquesa
6) Verde/Turquesa x Turquesa Azul
(bl+ /bltq) (bltq/ bl)
25% dos filhotes turquesa
25% dos filhotes turquesa azul
25% dos filhotes verde/azul
25% dos filhotes verde/turquesa
7) Verde/Turquesa x Blue
(bl+/ bl+) (bltq /bl)
50% dos filhotes turquesa azul
50% dos filhotes verde/azul
8) Verde/Turquesa x Turquesa
(bl+/ bltq) (bltq/ bltq)
50% dos filhotes verde/turquesa
50% dos filhotes turquesa
9) Turquesa x Azul
(bltq /bltq) (bl/ bl)
100% dos filhotes turquesa azul
10) Turquesa Azul x Turquesa Azul
(bltq/ bl) (bltq/ bl)
50% dos filhotes turquesa azul
25% dos filhotes turquesa
25% dos filhotes azuis
11) Turquesa x Turquesa Azul
(bltq /bltq) (bltq /bl)
50% dos filhotes turquesa
50% dos filhotes turquesa azul
Observar que nos cruzamentos nº 3,4,5
e 6 será impossível identificar se os filhotes
verdes produzidos portadores de turquesa
ou azul igual o real dos filhotes verdes).
O fator turquesa pode ser introduzido
em qualquer das mutações de coelectis
existente por exemplo fallow turquesa, ino
turquesa (cremino), pastel turquesa, branco
americano turquesa etc. Particularmente,
sua combinação com as mutações ino e
fator escuro seria aconselhável.
Observar que em genética a combinação
de mutações bi alelicas deve ser escrita em
uma única palavra com letra maiúscula.
Por exemplo: TurquesaAzul, Pastelino,
Pallidino, AquaTurquesa, etc.
Observar que a mutação turquesa não
apresente uma coloração uniforme mas
mesclada com área verdes e áreas azuis.
Cremino Turquesa
Verde, Azul e Dir, Turquesa
Esq Azul - dir. Turquesa
53
Peter Lissberg
Criando
Pássaros na Suíça
Peter, um inspetor de alunos e jóquei de
profissão, possui um criadouro perto da cidade
de Zurich na Suiça e de tão dedicado às suas
aves sempre obtém louváveis resultados
em seu criadouro. Criando algumas espécies
raras de Agapornis (como Nigrigenis, Cana e
principalmente o Pullaria),de Lories (Dusky e
as 2 espécies de Stella Lories), exibe em todos
os seus viveiros filhotes recém criados.
Uma criação enxuta, com grandes
viveiros, sendo quase todos os detalhes
feitos por ele, como comedouros, ninhos
especiais, árvores cuidadosamente plantadas
e cultivadas. É bonito de se ver suas aves e
o “reconhecimento” que elas têm por sua
dedicação; estão sempre acompanhando o
andar e reação de Peter, ao ponto de quando
ele entrou no viveiro de filhotes de Dusky (
4 filhotes de 2 casais) com um comedouro na
mão todos voam em sua direção, para comer
em sua mão.
Filhotes de
Lories Dusky
Detalhe do Viveiro Externo dos Lories Stella
Peter em frente ao Viveiro de Lories.
Peter ao lado do viveiro no Jardim de inverno.
Lories Stella vermelho
Lories Stella Preto
Os Lories Stella, tanto vermelho como
preto, têm viveiros especiais para cada casal,
que foram cuidadosamente elaborados e
construídos: um deles fica na sacada da casa,
e o outro no jardim de inverno, pois o frio
perdura de 6 a 8 meses por ano.
Peter ainda tem 1 casal de Papagaios
Vasa, mas segundo ele, irá criar na casa de um
amigo pois fazem muito barulho, que chegaria
até escola onde trabalha, ao lado de sua casa.
Nos próximos números, podem aguardar,
teremos matérias escritas por Peter. A criação
do Agapornis Pullaria, acompanhadas de fotos
do ninho com ovos, filhotes pequenos e os
filhotes voando, e também a criação do Lories
Duski.
Casais e filhotes de Agapornis Nigrigenis
54
Ninho feito para os Lories
Casal de Agapornis Cana
Casal de Papagaio Java
Casal de Agapornis Pullaria
Lories Stella / Thomas Arnt
Lories Stella / Thomas Arnt
Detalhe do Ninho dos agapornis Pullaria
55
Andre Devroe
grandes criadores!
criador de psitacídeo
Por Paul Richard Wolfensberger
N
uma pequena cidade da Bélgica, perto
de Leuven, vive o criador de Psitacídeos,
o Sr. Andre Devroe.
Sua área externa é dividida em 2 partes,
sendo a primeira, um galpão de criação
subdividido em diversos viveiros individuais,
onde encontram-se os Psitacídeos médios,
como diversas espécies de Roselas, King
Parrots, Red Caped, Cornutos etc. e na
segunda parte, uma bateria de viveiros
externos maiores, onde ficam os Grandes
Psitacídeos, como diversos casais de
Cacatuas, Araras e Papagaios.
Andre, como a maioria dos criadores
europeus, trata e cuida de tudo sozinho, sem
ajuda de empregados, e fala com alegria da
quantidade de aves criada por ele, cerca de
200 filhotes/ano, o que podemos considerar
ser um número bem importante.
Vale lembrar aquela frase, “é o olho
do dono e sua presença constante, que
desenvolve uma criação”.
Cacatua sanguínea
Cacatua Alba
Rosela Amarela (Caledonica)
Casal de Vierfarbig (Red Caped)
57
Casal de Cacatua Inka
Ninho com Rosela Venustus
Cacatua Citron
Amboinenses
Filhote de Cacatua alba
Vista Externa dos Viveiros
Exposição do Clube
de Bocholt (Alemanha)
A
Az - Federação Alemã, possui vários
Clubes filiados à sua Federação.
Esses clubes, como o de Bocholt,
promovem as suas exposições anuais,
que diferentemente do Brasil, não são
classificatórias para o Campeonato Nacional
Alemão, realizado todo ano, sempre com o
mesmo calendário (3ª semana de Novembro)
e é totalmente planejado e executado pela
sua diretoria.
Não só em Bocholt, mas o que é muito
comum na Europa é fazer uma exposição
didática, explicativa, com viveiros decorados,
plaquetas indicativas com o nome popular
e científico das aves, plantas, flores e até
árvores, tudo muito organizado para o
intercâmbio de admiradores e criadores, e
consiste também num lazer para a família. As
aves de concurso pouco se vê, são expostas,
julgadas e logo retiradas, mas a exposição
acontece com muito volume e organização.
Normalmente é dividida em 3 partes: a
primeira seria a exposição em si, com as aves,
viveiros, gaiolas e bancos para apreciação das
O capricho
Ring Neck Cabeça Branca Violeta
Cabeça de Ameixa Lutino
Ring Neck de Cabeça Branca (Amarela) Recessivo
Aves Expostas de Concurso
Vista da Exposição
02 SEM NOME
aves. A segunda, a parte comercial, onde tem
a presença das empresas em seus stands
e aves somente de venda; a terceira seria a
área do bar e restaurante, que são explorados
pelos membros do clube, onde os próprios
criadores e suas esposas cozinham e servem,
revertendo a renda para o próprio clube, (e
por sinal é um local que está sempre cheio e
concorrido).
A renda do evento também vem de 4
fontes: a arrecadação dos Stands, o ingresso
para a exposição, bar e restaurante e uma
tômbola, repleta de prêmios adquiridos dos e
pelos criadores e patrocinadores.
Símbolo do Clube
60
Vista dos Viveiros
Viveiros Decorativos
Vista da Exposição
Ring Neck Turquesa Arlequim
Clube de mais de 40 anos
Aves Expostas de Concurso
61

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