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ÍDICE
RELATÓRIO SOBRE O POVO CIGAO .............................................. 2
1. Destaques históricos - testemunho da população cigana ............................ 2
2. Distribuição geográfica do povo Cigano / Categorias Ciganas ................ 8
3. Organização social específica ................................................................... 16
4. Costumes e tradições do povo Cigano …...........................................19
5. A cultura cigana / influência na cultura local. Personalidades ................. 22
6. Ofícios e ocupações específicas ................................................................ 33
7.Instituições (oficiais, não-governamentais, etc.) que representam os interesses da
comunidade Cigana……………………………………………………........39
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Instituto de Enseñanza Secundaria Ribeira do Louro (Spain), Asesoramiento, Tecnología e Investigación S.L. (Spain), Fundación
Secretariado Gitano (Spain), "ETHNOTOLERANCE" (Bulgary), Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Pastoral dos Ciganos
(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
RELATÓRIO SOBRE O POVO CIGAO
1. Destaques históricos – testemunho1 da população Cigana
Como o seu nome sugere, acreditava-se inicialmente que os Romani (Ciganos) eram
provenientes do Egipto. No entanto, se tivermos em consideração os verdadeiros antepassados
dos Ciganos, estes foram um grupo de pessoas que partiram da Índia no décimo ou décimo
primeiro séculos antes de Cristo. Aparte este facto não controverso, de que os Ciganos são
originários da Índia, o resto da história inicial dos Ciganos é assunto de controvérsia. Quando os
Ciganos partiram da Índia, por onde passaram, se vieram numa ou mais “vagas”, tudo está
sujeito a discussão por falta de clara evidência2. A causa da Diáspora Cigana também é
desconhecida.
Uma teoria sugere que depois de terem deixado a Índia, os Ciganos emigraram para
ocidente para o Irão (Pérsia) e Península Arábica, com alguns a dirigirem-se para o Norte, para a
Ásia Central (embora alguns defendam que o grupo da Ásia Central lá tenha chegado numa
migração anterior). Alguns grupos deslocaram-se para ocidente para Bizâncio e Transcáucaso,
alcançando a Europa não depois de 1250. Por volta do ano 1300, a sua migração tinha alcançado
o sudeste da Europa; por volta do ano 1400 a Europa Ocidental.
Quando os Ciganos chegaram à Europa, foram capazes de dizer às pessoas que tinham
vindo da Índia; mas esta informação não se transformou em conhecimento geral e cedo foi
esquecida pelos próprios Ciganos. Espalharam-se vários pressupostos, alguns dos quais bastante
bizarros; pensava-se que eram sobreviventes de raças pré-históricas como os Druidas, Núbios,
habitantes emergindo das cavidades da Terra ou simplesmente uma população recrutada das
franjas da sociedade Europeia que pintava a sua pele artificialmente e falava uma linguagem
forjada com propósitos de actividade criminal. Nunca referidos pela sua própria denominação
1
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Jean Pierre Liegeois – “Roma in Europe”, p. 15-18
http://www.Roma.org/Roma_history/
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Romani (de origem Indiana significando “pessoa”, muitos outros nomes lhes foram dados, mais
frequentemente Ciganos, Gitanos (Egípcios), Zigeuner, Tsiganes e Cingaros.
O povo cigano já era conhecido em Bizâncio em meados do século 11 quando começou a
deslocar-se para Constantinopla. A presença de palavras Arménias em todos os dialectos dos
Ciganos Europeus, de acordo com F.Miklosic, leva-nos a concluir que os Ciganos foram de
Bizâncio para a Arménia3. Nas fontes não está registado quando o Povo Cigano se deslocou da
Arménia para Bizâncio, mas presume-se que isto aconteceu na primeira metade do século 11
quando Seldjuk atacou a Arménia e causou o conhecido movimento das pessoas da Arménia em
direcção a Byzantium Antalya. De acordo com as fontes também não é possível verificar o que
aconteceu durante a travessia dos Ciganos para os Balcãs. Encontra-se evidência concreta da
presença dos Ciganos na actual Grécia na liturgia do Mosteiro Xiropotamos em Athos, desde
1325 até 1330, onde está escrito que Anna, filha de Limocherval tinha um marido “Egípcio”. De
acordo com outras informações, parece que no final do século 13 e início do século 14 os
Romani viviam em Corfu, que na altura pertencia a Angevins. Também há uma possibilidade de
eles viverem nesse tempo noutras áreas de Bizâncio que pertenciam a Veneza. De qualquer
modo, na segunda metade do século 14 os Romani estiveram em regiões do sul da Península
Balcânica. Este facto está relacionado com o avanço de Osmanli na Ásia Menor e depois com a
sua vinda para a Europa. Nos territórios controlados pelos Otomanos, as suas capacidades
artesanais, particularmente em metalurgia e fabrico de armas, asseguraram-lhes um lugar na
economia, um estado que no século 15 institucionalizou a escravatura nos principados da
Moldávia e Wallachia.
Por exemplo, a fixação em massa dos Ciganos tem lugar entre os séculos 13 e 14 na
Bulgária. Eles chegaram com o exército Otomano na conquista dos Balcãs denominados por
"chingene", "sterlet", "kibti”. Alguns deles estabeleceram-se permanentemente e outros
tornaram-se vagabundos. Durante o Renascimento, as comunidades ciganas formaram-se nas
cidades.
No início da segunda metade do século 14, as evidências da dispersão do grupo Cigano
para outras partes da Europa são mais numerosas.
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http://lovari.hr/gypsy-history/
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Na Moldávia e Wallachia, o primeiro texto conhecido sobre o Povo Cigano está
relacionado com a situação de escravidão de famílias ciganas. Nesta primeira referência datada
de 1385, um grupo de pessoas Romani, com o nome de “ciganos”, foram incluídos num
documento de doação do voivode Dan I de Wallachia para o Mosteiro de Tismana. Outras
referências semelhantes ocorrem também durante o reinado de Mircea Cel Batran. Um destes
documentos, datado pelos especialistas do período entre 1390 e 1406, também contém a primeira
referência ao grupo Romani no território da Transilvânia. De acordo com outro documento, em
1416, a cidade da Transilvânia Kronstadt (Brasov) dá-lhes dinheiro e comida. Na Moldávia, a
presença dos Ciganos é mencionada pela primeira vez em 1428, durante o reinado de Alexandru
cel Bun, num documento de doação ao mosteiro. Desde o tempo da sua chegada aos países
medievais romenos, os Ciganos foram escravos dos proprietários de terras, sendo emancipados
somente em 1851.
Na Polónia, um documento mencionava a presença dos Ciganos em Cracóvia em 1401,
depois em Lvov em 1405. Outros grupos continuaram a espalhar-se no século catorze para a
Boémia e depois até 1430 através de toda a Europa ocidental, excepto para os países nórdicos.
Entre 1407 e 1416, várias crónicas referem a presença dos ciganos na Alemanha.
Seguidamente, os Ciganos atravessam as cidades Hanseáticas e são localizados na Saxónia,
Baviera e Hesse.
Em 1419, a cidade francesa de Chatillon en Dombes faz uma doação a um grupo de
Ciganos levando cartas do imperador e duque de Sabóia.
No século 15, quando os Réis Católicos começaram a implementar a ideia da Espanha
como um Estado, os Ciganos já estavam a viajar através da Península Ibérica. Algumas famílias
instalaram-se em lugares como a Andaluzia, a conhecida casa dos Ciganos. A história dos
Ciganos Espanhóis é a história de um choque cultural entre uma comunidade errante e uma
comunidade sedentária. A criação de uma identidade étnica cigana estabelece-se contra a maioria
da população, o eterno conflito entre os Ciganos e os poderes instalados. Com a primeira Sanção
Pragmática dos Réis Católicos em 1499, começou uma fase muito longa de perseguição, onde
era visada a diversidade cultural dos ciganos, estavam proibidos de utilizar a sua língua e roupas
tradicionais, eram obrigados a assentar, a abandonar o seu artesanato tradicional e a servir um
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Lorde. A Sanção Pragmática de Carlos III em 1783 indicava o seguinte: “Eu declaro que aqueles
que se auto-denominam de Ciganos não o são nem por origem nem por natureza, nem provêm de
origens contaminadas.” No édito, eram reconhecidos como cidadãos Espanhóis mas a sua
existência e diversidade eram negados: os Ciganos não existiam, nem podiam viver como tal.
Esta igualdade de direitos que era oferecida aos Ciganos era de facto desigualdade até à
Constituição de 1978.
Em Portugal, a primeira evidência escrita da presença dos Ciganos data de 1521 – o
“Auto das Ciganas”, de Gil Vicente, que foi representado na corte do Rei D. João III. Pode dizerse que um primeiro momento em que os Ciganos foram olhados com curiosidade foi seguido
quatro anos depois por um período sucessivo de perseguição. Em 1525, os Ciganos foram
proibidos de entrar no Reino Português.
Depois de verificar o falhanço desta medida, seguiram-se novas medidas e julgamentos
subsequentes. Deles resultaram condenações e exílio. Os Ciganos foram deportados para África
(Angola foi a primeira colónia Portuguesa que recebeu os Ciganos), para o Brasil e
consequentemente para outros continentes. Durante o resto do século 16 e primeira metade do
século 17, foram legisladas leis contra os Ciganos. Esta tendência foi facilitada depois de 1640,
porque o Reino em guerra precisava de homens para o exército.
Alistaram-se muitos Ciganos. Consequentemente, a presença do grupo foi tolerada,
embora com a imposição de regras. No início do século 18, voltaram medidas de expulsão dos
Ciganos com condenação de prisão. A instituição do regime liberal libertou os Ciganos de
perseguição. Em 1822, é reconhecida a cidadania do Povo Cigano.
Os Nómadas no norte da Europa são registados na primeira metade do século 16.
Nas Ilhas Britânicas, acreditava-se que os Ciganos tinham chegado na segunda metade do
século 15, entrando na Escócia pela Dinamarca. Referidos como “peregrinos Egípcios” em
fontes mais antigas, sabe-se que procuraram a protecção do Rei James IV da Escócia numa
viagem para a Dinamarca em 1506, o que sugere que continuaram a manter-se durante algum
tempo contactos com clãs Ciganos no Continente. A primeira referência aos Ciganos em
Inglaterra é a descrição por Sir Thomas More de uma mulher “Egípcia” que lia sinas em
Lambeth em 1514. Uma referência subsequente de 1687 confirma o casamento de Robert Hern e
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Elizabeth Bozwell, ‘Rei e Rainha dos Ciganos’ em Camberwell. Enquanto muitas fontes
subsequentes falam de ‘nómadas’ ou ‘latoeiros viajantes’ que não podem sem ambiguidade ser
ligados aos Ciganos, muita da história da comunidade cigana na Bretanha pode ser traçada
graças a fontes que nos fornecem tanto uma descrição da comunidade como uma amostra do seu
discurso cigano.
Estas oferecem testemunhos da Língua de regiões como Northumberland, Durham,
Derbyshire, Cheshire, Norfolk, Hampshire e Kent.
Muitas leis repressivas foram publicadas a partir de 1530, banindo os Ciganos de entrar
em Inglaterra e Gales e forçando a partir os residentes nos países. Nos anos seguintes estão
registadas deportações de Ciganos. A Escócia adoptou medidas semelhantes em 1541 obrigando
os Ciganos a abandonar o Reino no prazo de 30 dias. Leis semelhantes continuaram a ser
implementadas nos dois séculos seguintes e foram abolidas gradualmente por volta de 1856.
Na Rússia, os Ciganos deslocaram-se para Sul em 1501, sendo a Sibéria alcançada
somente em 1721. Em Malta, na primeira presença histórica escrita dos Zíngaros, Giacomo
Bosio, o historiador dos Cavaleiros de Malta, mostra que eles viveram nas cavernas de Rabat.
Encontram-se outras primeiras referências aos Ciganos em crónicas de países e cidades
da Europa: Ljubljana 1387, Hildeshaim 1407, Basel 1414, Augsburg, Lunenburg, Hamburg,
Libek, Vajmar, Magdeburg, Leipzig, Frankfurt, Strasbourg, Zurich, Bern, Brussels 1417-1420,
Netherlands 1420, Belgium 1421, Bologna 1422, Paris 1427, Constance 1430, Sweden 1512,
Norway 1544 e Finland 1597.4
Na história moderna, o século 19 teve particular significado para os Ciganos Europeus.
Embora a procura de fornecer uma história e identidade legítimas a esta população começasse
durante o Iluminismo, ironicamente o mesmo período registou o estabelecimento da imagem
romântica “cigana”, a qual permanece tão firmemente até hoje. Ao mesmo tempo, nos meados
do século 19 emergiu o racismo científico que conduziu à tentada destruição do Povo Cigano no
Terceiro Reich de Hitler.
Enquanto que o episódio mais relevante na história dos Ciganos durante o século anterior
tivesse sido a abolição da escravatura na Roménia e a resultante emigração em massa dessa parte
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da Europa para o resto do mundo, o século 20 ficou marcado por dois acontecimentos principais:
o Holocausto e o colapso do Comunismo na Europa. Também emergiu a actividade política dos
Ciganos, a qual floresceu depois do fim da 1ª Guerra Mundial, principalmente na Europa de
Leste.5
Relacionado com o Holocausto, em Março de 1936, foi esboçado o primeiro documento
referente à “introdução da solução total para o problema cigano a um nível nacional e
internacional”, sob a orientação do Secretário de Estado Hans Pfundtner do Ministério do
Interior do Reich, e foi estabelecida em Berlim a principal instituição Nazi para lidar com os
Ciganos, denominada Racial Hygiene and Population Biology and Research Unit of the Ministry
of Health.
Em Janeiro ou Fevereiro de 1940, teve lugar o primeiro assassínio em massa do
Holocausto no campo de concentração em Buchenwald, quando 250 crianças ciganas de Brno
foram usadas como cobaias para testar Zyklon-B, mais tarde usado nas câmaras de gás em
Auschwitz-Birkenau. Na Checoslováquia, foram construídos campos especiais para liquidar os
Ciganos em Lety e Hodonín. Durante a Segunda Guerra Mundial, os Ciganos também foram
deportados dos países aliados da Alemanha, como Itália, Eslovénia, Croácia, Roménia.
Durante os anos que se seguiram à Guerra, a população cigana na Europa estava
paralisada. A actividade política era mínima e os Ciganos estavam relutantes mesmo em
identificar publicamente a sua etnicidade ou chamar a atenção para ela através de um esforço
colectivo. Não se seguiram nenhumas reparações às atrocidades cometidas pelos Nazis contra
eles e não foram feitas nenhumas tentativas por nenhuma agência nacional ou internacional para
reorientar os sobreviventes tais como as que foram feitas em larga escala para os sobreviventes
de outros grupos de vítimas, em vez disso continuou-se a produzir legislação anti-cigana. Na
Alemanha, até 1947, aqueles que saíram dos campos tiveram de permanecer escondidos com
risco de serem de novo encarcerados, desta vez em campos de trabalho, se não pudessem
apresentar documentação comprovativa da cidadania Alemã.
Nos anos 50 e 60, aconteceram novas vagas de migração na Europa. Na Dinamarca,
desde 1958, os Ciganos instalaram-se em Copenhaga e na Finlândia viviam em Helsínquia. Na
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Ian Hancock – “Romanies” - Encyclopedia of Europe: 1789-2004
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Áustria, muitos Ciganos instalaram-se na região oriental (Burgenland) desde 1958. Nos anos 60,
chegou uma nova vaga de Ciganos Jugoslavos a Itália. Ao mesmo tempo, novos grupos em
várias vagas chegaram aos Países Baixos, onde tinham sido quase totalmente expulsos devido a
severa legislação, sendo a vaga principal originária da Jugoslávia e Hungria. Falando da
Jugoslávia, a imigração de Ciganos iniciou-se nos anos sessenta, com sucessivo ressurgimento,
especialmente nos finais dos anos oitenta, quando milhares de Ciganos partiram da Macedónia,
particularmente em direcção à Alemanha.
Depois da queda dos regimes comunistas, trabalhar no estrangeiro tornou-se um modo de
vida para milhares de Ciganos provenientes dos antigos países comunistas. Os destinos
preferidos são a Grécia, Itália, Espanha, Portugal, França, Alemanha, Bélgica, Holanda e Reino
Unido.
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2. Distribuição geográfica do Povo Cigano / Categorias de Ciganos
A. População
Não é fácil responder à pergunta “O que é a actual
população cigana hoje em dia?”. Por outro lado, os
representantes oficiais de muitos países querem “reduzir” o
número de Ciganos que vivem na sua terra – por exemplo,
em 1997, oficialmente não havia Ciganos a viver na
Moldávia – enquanto por outro lado muitos activistas
ciganos tendem a citar números mais altos. Assim, só é
possível dar uma sequência de números, desde estimativas
baixas a altas estimativas para um dado país.
Com uma população na Europa estimada entre 8 a
12 milhões, eles podem ser encontrados em toda a parte, da
Finlândia à Grécia e da Irlanda à Rússia, mas eles não têm
“pátria”. O maior número de Ciganos vive na Europa
Central de Leste: Roménia, Eslováquia, Bulgária, Hungria e
antiga Jugoslávia.
De acordo com os números publicados pelo
Conselho da Europa em 2007, o número total de Ciganos e
Nómadas era de 9.855.382 pessoas, sendo a estimativa
média por país apresentada na figura nº 1.
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Uma representação destes números pode ser encontrada no seguinte gráfico que cita
como fonte o Conselho da Europa.
De acordo com a informação e estatística disponível sobre a população Cigana, temos a
seguinte situação a nível nacional:
No Reino Unido, os Ciganos eram reconhecidos como uma minoria étnica em 1988. A
sua população total é estimada em cerca de 65.000, embora não haja números precisos. Além
disso, aqueles que são referidos como Ciganos tanto pelas entidades oficiais como pelos meios
de comunicação e percepção popular, incluem de facto membros de comunidades historicamente
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diversas. Descendentes de imigrantes Ciganos dos continentes constituem uma grande parte
daqueles que se referem a eles próprios como ‘Romanichéis’ ou ‘Ciganos Galeses e Ingleses’.
Parece provável que esta população absorveu Nómadas Ingleses indígenas, que tinham mantido
comunidades separadas até ao século 17 e talvez até mais tarde. As duas outras populações
itinerantes são os Nómadas Irlandeses e Escoceses. Os Nómadas Escoceses tendem a permanecer
na Escócia, mas os Nómadas Irlandeses mantêm casa na Irlanda, Inglaterra e Gales, alternando
entre os vários locais. Os Ciganos Ingleses podem ser encontrados em todo o país. Enquanto
todas as três comunidades tendem a interagir, partilhando muitas vezes caravanas, casando entre
si e partilhando relações familiares, há comunidades Ciganas que não são itinerantes e vivem
separadamente. Estes são principalmente descendentes de imigrantes da Europa Central e de
Leste que chegaram ao Reino Unido na década de 1930 e mais tarde nos anos cinquenta, assim
como imigrantes mais recentes que chegaram ao país seguindo a expansão da União Europeia.
Estes imigrantes ciganos estão habitualmente instalados nas maiores cidades – principalmente
Londres, Birmingham e Manchester.
Em 1991, o Departamento Ambiental revistou 12.316 caravanas em Inglaterra, estimando
que há três pessoas por caravana e cerca de quatro pessoas por família em média, o que indicaria
a presença de cerca de 40.000 nómadas em Inglaterra. Também em 1991, 708 famílias foram
revistadas no País de Gales (mais de 312 em 1996) e uma análise mais completa mostrou a
presença de cerca de 800 famílias com cerca de 3600 pessoas.
Na Escócia, 980 acampamentos com 3000 pessoas são reconhecidos oficialmente e 1600
delas são crianças em idade escolar.6
No século 18, em Espanha, havia cerca de 10.700 Ciganos, dos quais perto de 8.000
viviam na Andaluzia. A Andaluzia sempre foi considerada como a pátria cigana, onde têm
vivido muitos Ciganos e agora mais de metade dos Ciganos Espanhóis vivem lá. No século 19,
havia informações de que cerca de 100.000 Ciganos viviam em Espanha.
Nesta altura há alguns números contraditórios relativamente ao número de cidadãos
Ciganos a viver em Espanha. A Constituição Espanhola não permite discriminação ou tratamento
6
Jean Pierre Liegeois – “Roma in Europe”, p. 25-30
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diferenciado e o recenseamento municipal não recolhe informação específica sobre raças e
culturas. Somente alguns estudos feitos pelas Associações Ciganas ou instituições nacionais ou
regionais fornecem informação aproximada. De acordo com a informação fornecida pelo
Instituto de Sociologia Aplicada, em 1978 os Ciganos constituíam 189.404 pessoas em Espanha.
A estatística do Instituto de Sociologia Aplicada, actualizada em 2003 (com um aumento
populacional de 5.2%), dá um número de 435.629. Finalmente, informações fornecidas por
associações de Ciganos e instituições das Comunidades Autónomas mostram que o actual
número estimado de Ciganos é 646.300.
Em Portugal, também é proibido pela Constituição da República recolher informação
com base na origem étnica, por isso a informação disponível sobre este assunto é escassa. A
maioria dos grupos ciganos vive em áreas com uma densidade populacional mais elevada, como
Lisboa. Também se pode encontrar um número maior de pessoas ciganas em regiões como o
Alentejo (especialmente no distrito de Beja) e Trás-os-Montes. Os grupos ciganos estão
concentrados especialmente nas regiões do litoral Português, com uma densidade populacional
mais elevada e em regiões perto das fronteiras.
O número total de Ciganos que foi possível identificar era de 21.831 pessoas, das quais
20% vivem no distrito de Lisboa.
Na Bulgária, não há cidade do país sem pelo menos alguns representantes de famílias
ciganas. Actualmente, todos os Ciganos são sedentários, mas no passado mais recente e mais
distante, alguns deles eram veraneantes. No que diz respeito à religião, estão divididos em
Ciganos “Dassikane”, isto é, Ciganos Cristãos e Ciganos “Horahane” – associados ao Islão. As
principais comunidades ciganas na Bulgária identificadas pelos pesquisadores são três - Jerlii,
Kaldarasi e Rudari.
Relativamente ao número da população, na Bulgária os que declararam a identidade
cigana em 1956 eram cerca de 194.000; em 1959 – 214.167; em 1976 – 373.200; em 1989 as
autoridades contaram 576.927 pessoas como Ciganas, mas notaram que mais de metade
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preferiram e declararam a identidade Turca.7 De acordo com o último recenseamento oficial, em
2001, 370.908 cidadãos Búlgaros definiram a sua identidade como Ciganos.
Na Roménia, os Ciganos constituem uma das maiores minorias. De acordo com o
recenseamento de 2002, constituíam 535.140 pessoas (2.5% da população total), sendo a
segunda maior minoria étnica na Roménia depois dos Húngaros.8
Contudo, outras estimativas referem um número mais elevado de Ciganos na Roménia.
De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa para a Qualidade de Vida de 1998 e
publicado em 20009, há de 1.452.700 a 1.588.552 Ciganos hetero-identificados (dos quais de
922.465 a 1.002.381 se auto-identificaram, representando de 5 a 7% da população total). Há
muitas razões porque muitos Ciganos não declaram a sua etnicidade no recenseamento: eles não
têm um cartão de identidade ou certidão de nascimento, porque receiam a discriminação ou
devido ao processo de assimilação étnica.
Na Grécia, havia entre 300.000 a 350.000 Ciganos, de acordo com uma estimativa
publicada pelo Greek Helsinki Monitor em 1999. O governo Grego estima um número entre
200.000 e 300.000.
Na Hungria, o número real de Ciganos é uma questão controversa. No recenseamento de
2001 só 190.000 pessoas se chamavam Ciganos, mas especialistas e organizações ciganas
estimam que há entre 450.000 e 1.000.000 de Ciganos10. Os condados com a concentração mais
elevada da maioria cigana são Borsod-Abaúj-Zemplén e Szabolcs-Szatmár-Bereg (oficialmente
45.525 e 25.612 pessoas em 2001), mas há outras regiões tradicionalmente com uma população
cigana elevada como partes de Baranya e do vale de Tisza. Embora vivam tradicionalmente no
campo, na sequência das tendências de urbanização geral na segunda metade do século 20,
muitos deles deslocaram-se para as cidades. Há uma minoria considerável de Ciganos a viver em
Budapeste (12.273 pessoas em 2001, oficialmente).
Em França, um recenseamento de 1961 mostrou que 26.628 pessoas eram nómadas,
21.690 eram semi-sedentárias e 31.134 eram sedentárias, constituindo um total de 79.452
7
Elena Marushiakova and Vesselin Popov - "The Roma in Bulgaria", Sofia, 1993
2002 census data, based on Population by ethnicity
9
http://www.edrc.ro/docs/docs/Romii_din_Romania.pdf
10
Stratégiai Audit 2005 - DEMOS Magyarország
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(United Kingdom)
pessoas ciganas. Actualmente, estima-se que tendo em conta o desenvolvimento populacional, os
Ciganos (nómadas ou não) e os Viajantes (nómadas ou gente em viagem) são um grupo de cerca
de 300.000 a 400.000 pessoas 11.
Em Itália, o Conselho de Ministros do Observatório da Imigração indicou no fim do ano
de 1990 o número de 29.790 imigrantes da Jugoslávia, regularmente registados em Itália e há
razões para acreditar que a maioria eram Ciganos. O número estimado de Ciganos em Itália varia
de 90.000 a 180,000 pessoas12, mas o número é mesmo mais elevado se tivermos em conta a
imigração ilegal da Roménia e dos antigos estados Jugoslavos.
Grupos importantes de Ciganos podem ser encontrados nos antigos estados Jugoslavos
como a Sérvia (100.000 a 400.000), Macedónia (50.000 a 260.000) e Bósnia Herzegovina.
No norte da Europa, há aproximadamente 10.000 Ciganos (kale) a viver na Finlândia,
principalmente na Área Metropolitana de Helsínquia e na Suécia, onde em 1993 se estimava que
a comunidade cigana contava cerca de 15.000 pessoas.
B. Categorias de Ciganos
Os Ciganos reconhecem divisões entre eles próprios baseadas em parte em diferenças
territoriais, culturais e linguísticas. Os Ciganos, além dos vários nomes que lhes são dados por
Gadže, usam outros nomes para se descreverem a eles próprios – a pertença ao seu grupo. Os
grupos não deveriam ser confundidos com clãs ou linhagens, porque estes são subdivisões de
grupos, e podem variar em tamanho de alguns milhares (como os Ciganos Lotfitka, os Ciganos
Latvian) a mais de um milhão.
Algumas autoridades reconhecem cinco grupos principais baseados na sua dispersão
geográfica:
os Kalderaši (o mais numeroso, tradicionalmente ferreiros, dos Balcãs, muitos dos quais
emigraram para a Europa Central e América do Norte)
os Gitanos (também chamados Calé, a maioria na Península Ibérica, Norte de África e
Sul de França)
11
12
Jean Pierre Liegeois – “Roma in Europe”, p. 25-30
Jean-Pierre Liégeois – “Roma, Tsiganes, Voyageurs”, p.34, Conseil de l'Europe, 1994
14
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os Manush (também conhecidos como Sinti, a maioria na Alsácia e outras regiões de
França e Alemanha)
os Romnichal (Romanies) (principalmente no Reino Unido e América do Norte).
os Erlides (também conhecidos como Yerlii) (população cigana instalada no sudeste da
Europa e Turquia).
Cada uma destas principais divisões pode ser mais dividida em dois ou mais sub-grupos
distinguidos pela especialização ocupacional ou origem territorial, ou ambos. Alguns dos
nomes destes grupos são: Machvaya (Machwaya), Lovari, Churari, Sinti, Rudari, Boyash,
Ludar, Luri, Xoraxai, Ungaritza, Bashaldé, Ursari e Romungro.
De acordo com outra teoria13, há quatro correntes principais de grupos ciganos baseados
nos dialectos que falam:
Os Ciganos dos Balcãs, com um vocabulário Turco muito alargado;
Os Ciganos Vlax que emigraram para a actual Roménia e têm uma grande influência
Romena nos seus dialectos;
Os Ciganos Carpáticos, encontrados nas Repúblicas Checa e Eslovaca, na Hungria e na
Áustria com uma camada mais forte de lexemas eslavos na sua linguagem;
Os Ciganos órdicos, com uma forte influência Alemã.
Estes quatro grupos principais incluem:
Balcãs: Arlii, Erlii, Jerlides, Sepetčides, Bugurdži, Kalajdži, Drindari.
Carpáticos: Czech, Moravian, Hungarian, West and East Slovakian e
Burgenland
Rroma
Vlax: Servi, Vlaxurja, Rišarja, Kalajdži, Vlax, Džambaši, Laxora, Gurbeti, Cerhara,
âurar, Mačvaja, Patrinara, Lovara, Dirzara, Mašara, Kalderaši, Rudari, Bejaša, Ursari,
Lingurari e Gurvara
órdicos: Abruzezzi, Calabrezi, Cale, Kaale, Lotfitka, Manouches, Volšenenge, Polska,
Sinti, e Xaladitka
13
http://www.rroma.org/the_rroma/rroma_groups.html
15
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3. Organização social específica
Os Ciganos estão organizados em várias sub-divisões, as quais por falta de um melhor
termo são denominadas grupos. A lista de tais grupos é bastante longa, e cada um deles está
dividido em entidades mais pequenas.
O primeiro e mais importante nível para as pessoas ciganas é a família. A família, que
pode ser bastante grande e conter várias gerações, é o centro da vida dos Ciganos. A primeira
aliança está sempre centrada nos parentes.
Como exemplo, na Bulgária, a organização social de todas as comunidades ciganas
assenta no conceito da família patriarcal – a família tradicional alargada consiste em pelo menos
três gerações a viver juntas. A família é o elemento mais importante da organização social para o
Cigano patriarcal e tudo gira à volta dela. Educa-se a criança num princípio de selecção sexual
para adoptar uma herdada informação etnocultural, adquirir e manter especificidade étnica. Os
papéis dos homens e mulheres na família são diferentes e complementam-se. A mulher é aquela
que toma conta das crianças e dos adultos diariamente. Ela foi educada de forma conservadora e
assegura a continuação da tradição no grupo. A sua principal preocupação é a educação da
descendência feminina antes do casamento. O homem é o chefe da família, fornecendo comida e
defendendo a reputação da família. Isto dá-lhe o direito de ser a autoridade incontestada e de
tomar as decisões importantes. O outro elemento importante da organização social é o controle
social que é compreensivamente aplicado e reforça a primazia das estruturas da Comunidade
sobre as individuais. Está relacionado com as inúmeras regras e proibições no que concerne ao
bem e ao mal, puro e impuro, certo e errado, permitido e proibido.
16
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Em Espanha, os Ciganos vivem habitualmente muito perto uns dos outros, especialmente
com a família paterna, por isso a relação é diária.
Os papéis dos homens e mulheres ciganos na família tende a ser muito tradicional e
conservadora; habitualmente a mulher toma conta da casa e das crianças e o homem é
responsável pela protecção da sua família e profissão, o que requer maior força física. Tanto os
homens como as mulheres estão habitualmente envolvidos em ganhar dinheiro para a família.
Os mais velhos, especialmente os avós, são os mais respeitados. São aqueles que têm
mais experiência e consequentemente pedem-lhes conselhos já que são os homens sábios da
família.
Em Portugal, a família também é um dos pilares da sociedade cigana e um dos factores
que mais contribuíram para a sobrevivência do grupo. O conceito de família cigana representa os
membros mais chegados residindo debaixo do mesmo tecto, assim como os outros parentes
incluídos na rede alargada de relacionamentos – família alargada.
O segundo nível é a linhagem, isto é, a família alargada. Por exemplo, entre os
Kalderaši, encontram-se os Jonešti, Bumbulešti, Miheješti, Saporroni etc. Estas linhagens têm os
seus nomes desde algum proeminente chefe antigo ou antepassado. Por exemplo, Jonešti deriva
de Jono (John), Miheješti de Mihai (Michael), etc.
O terceiro nível da organização é o grupo “sub-étnico”, como Kalderaši, Lovari, Sinti,
Čurara, Mačvaja, Zlotara, etc.
Os grupos são entidades “históricas” que estão ligadas por uma história comum (onde o
grupo originalmente se instalou ou onde vagueava) assim como por tradições e língua comuns –
um dialecto – e algumas vezes por negócios comuns. A pertença a um grupo é mais importante
do que o facto de ser cigano.
Os Ciganos nómadas exibem muitas vezes estruturas adicionais dentro do grupo. Entre
estes, podem-se contar muitos Ciganos Vlax que viajavam com cavalos e carroças. Isto permitialhes manter um grau elevado da sua organização social. A organização social dos Kalderaši
fornece um bom exemplo destas estruturas, que também são válidas para outras. Em todos os
países do mundo, os Kalderaši estão divididos em nações: Sérvios, Moldavos, Húngaros, Gregos,
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Russos, etc. Uma nação refere-se a um país no qual eles viveram mas actualmente raramente têm
passaporte.
Os Kalderaši que viajaram e trabalharam juntos formavam uma companhia, que consistia
em várias famílias, não necessariamente da mesma linhagem. O nome da companhia deriva
sempre do nome do seu chefe, aquele que representa os Ciganos perante as autoridades locais.
Estes níveis são extremamente rígidos e assim têm permanecido em certas comunidades.
O ultimo nível é a pertença étnica, nomeadamente o conceito de Cigano, e por oposição o
Gadže ou não-Cigano.14
As alianças matrimoniais15 são um elemento essencial na organização social e variam
consideravelmente de um grupo cigano para outro. Para alguns grupos, tais como os Kalderaši e
Lovari, o casamento é o resultado de longas negociações da família. Para outros, Kales na
Finlândia, Manus, Romanichals, Travellers em Inglaterra, o casamento muitas vezes começa
com uma fuga dos jovens que vêm pedir o perdão e aprovação das suas famílias, e para outros
algumas vezes acontece que a fuga ocorre depois de um acordo entre as famílias, mas antes do
casamento ter lugar. Um casamento entre dois grupos pode ocorrer e pode indicar o caminho
para outros, ou pelo contrário, devido à deslocação de um grupo não ser seguido por outros.
Os Ciganos Lovara ou Sinti que casam em Burgenland na Áustria têm de romper com as
suas famílias. Na Bélgica, muitos casamentos entre Viajantes e manus causam o aparecimento de
outro grupo. Na Itália, as trocas matrimoniais entre Ciganos hrvatsko e slovessko levam ao
aparecimento dos dois grupos.
Viajar deve ser visto mais como uma mobilidade potencial do que com nomadismo.
A viagem para os Viajantes e nómadas é funcional em vários aspectos: permite uma organização
social, permite adaptabilidade e flexibilidade, permite o exercício de profissões. A viagem
permite que grupos diferentes vivam juntos numa residência, para estar mais perto, algumas
vezes para se oporem ou casarem. Juntamente com a sua função social, a viagem tem uma
função económica. É óbvio para certas ocupações: o vendedor de rua que segue as datas das
14
15
http://www.Roma.org/the_Roma/social_organisation.html
Jean Pierre Liegeois - “Roma in Europe”, p. 54-60
18
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feiras e festivais, o negociante de cavalos nas feiras de gado, o trabalhador agrícola nas estações
de fruta, a apanha das uvas ou azeitonas.
A Grã-Bretanha é talvez o único país em que as comunidades ciganas tradicionais mantêm um
estilo de vida predominantemente itinerante, vivendo em caravanas ou acampamentos. Muitas
famílias tendem a estar instaladas no mesmo local por longos períodos de tempo. Isto facilita
tanto a frequência da escola como a manutenção de redes de clientes e contactos comerciais. É
costume para as famílias viajar durante os meses de Verão assim como ocasionalmente para
feiras e reuniões familiares alargadas. A família alargada é a unidade doméstica e produtiva. As
famílias nucleares ocupam habitualmente um ou dois atrelados que ficam ao lado um do outro,
com os outros parentes a ocupar os lugares próximos.
4. Costumes e tradições dos Ciganos
A. Costumes e tradições
As tradições foram uma das ferramentas através das quais a identidade dos Ciganos se
manteve ao longo dos séculos e tiveram um papel muito importante em todos os lugares onde
viveram.
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As tradições, chamadas romano zakono pelos Ciganos que vivem nos países eslavos,
romano sakaši entre os Lovara, são transmitidas pelos avós e pais aos filhos e netos.
Estas tradições ciganas criam os romanimos ou romanipen – isto é, a identidade dos
Ciganos. O lugar onde estas tradições têm a sua inteira força entre os Ciganos em todo o mundo
está dentro da família e na vida familiar. Para os Ciganos, a unidade básica é constituída pela
família e linhagem16. As tradições cobrem todos os aspectos da vida, do nascimento à morte,
tanto para inter-relacionamentos como para conflitos, para a vida familiar, higiene, etc.
As tradições familiares formam o âmago da cultura cigana. Estão ainda muito presentes e
vivas actualmente, mesmo quando os Ciganos já não vivem uma vida de acordo com as
tradições.
Um acontecimento importante é o nascimento. Em muitos grupos ciganos, antes e depois
do nascimento, há um número de proibições para a mulher grávida e para a mãe. Um ritual
cíclico alargado ainda funciona, com a finalidade de proteger a vida e a saúde da jovem mãe e do
bebé.
Em Portugal, o nascimento de crianças marca de facto o reconhecimento do homem na
sua comunidade. Com o primeiro filho, o homem adere a um nível mais alto e é visto como um
verdadeiro chefe de família com autoridade autónoma. Também marca o estatuto das mulheres
porque elas podem esperar ganhar alguma influência e poder, não ficando mais sob o rígido
controlo da mãe do seu marido.
Nas comunidades ciganas búlgaras, depois do nascimento, o bebé é ritualmente lavado
em água salgada (para não cheirar a verde e ser mais saudável), na qual colocam moedas para a
saúde e florescer primaveril, se o nascimento for na Primavera. Fazem os conhecidos bolos, os
parentes e amigos reúnem-se a uma mesa com bolos rituais, comendo mel, halva e queijo. Não
servem álcool com bolos. Dá-se os parabéns ao jovem bebé e aos seus pais e oferece-se ao bebé
dinheiro e roupas.
16
http://www.rroma.org/rroma_traditions/
20
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Na Bulgária, há também o costume de barbear o rapaz, o que representa uma razão
para celebração familiar. É realizado no quintal por um barbeiro profissional, acompanhado por
música, anedotas, desejos e um jantar festivo.
O primeiro passo importante na vida de um recém-nascido é o baptismo, quando se dá o
nome à criança. Todos os membros da família, assim como os membros do clã estão presentes
nesta ocasião. A escolha do padrinho e da madrinha é importante. São geralmente membros
conceituados da família alargada.
O baptismo tem lugar na igreja – católica, ortodoxa ou protestante – e posteriormente
todas as pessoas que estão na festa comem, bebem e divertem-se. A partir desse momento, os
padrinhos tomam um lugar importante na vida da criança, como segundos pais, ajudando-a em
todos os momentos difíceis ou importantes da sua vida.
Os Ciganos muçulmanos nos Balcãs não realizam baptismos. Uma tradição muito
celebrada pelos ciganos muçulmanos é o “syunet” ou circuncisão dos rapazinhos até à idade de
sete anos. É habitualmente feita por um muçulmano rico chamado “syunetchiya”, que organiza
em toda a região a circuncisão de todos os rapazes, sem olhar à origem étnica. São trazidos de
modo triunfante num cavalo ornamentado, sobre o qual é colocado um cobertor colorido
chamado “Asha”. A celebração é acompanhada por uma corrida de cavalos, luta e outros jogos
de corrida atractivos, que dão significado ao evento, o qual será recordado durante anos, sendo
associado com outros acontecimentos importantes, tanto nas vidas individuais dos
contemporâneos do “syunet” como noutros eventos públicos que ocorrem durante o “syunet”.
Outro evento importante para os Ciganos é o casamento. Historicamente, entre os
Ciganos (assim como entre outros), os casamentos ocorriam tradicionalmente na comunidade
numa idade jovem – para os rapazes, entre os 15 e os 17 anos, para as raparigas entre os 14 e os
16 anos. Contudo, em muitos lugares, os casamentos ciganos raramente são oficiais.
Na Grã-Bretanha, o casamento realiza-se dentro da comunidade, embora o casamento
dentro de comunidade mais alargada dos Viajantes (incluindo os Viajantes Irlandeses e
Escoceses) esteja espalhado e aceite. Os casais geralmente casam numa idade muito jovem,
algumas vezes após um breve período de conhecimento. As relações românticas fora do
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casamento são desencorajadas e a comunidade é especialmente protectora das raparigas a este
respeito.
As possíveis esposas para um rapaz são procuradas por via oral, isto é, os Ciganos dizem
uns aos outros que rapariga, de que família, tem idade certa para casar. O pai e a mãe do noivo
visitam algumas vezes a família da menina. Os pais do rapaz procuram uma futura nora que seja
bonita, que tenha recursos e seja de uma família conhecida. Se tanto os pais do noivo como da
noiva gostarem da união, pode então começar a cerimónia correspondente aos esponsais. Em
alguns grupos, paga-se dinheiro pela noiva e por vezes quantias avultadas. Mesmo agora, esta
tradição de “comprar” a noiva permanece muito viva entre os Ciganos Vlach e especialmente
entre os Kalderaši.
Um costume semelhante era praticado na comunidade dos Ciganos Muçulmanos e
chamava-se babahak (o direito do pai). Contudo, actualmente, está quase esquecido e perder-seá obviamente de forma irrecuperável.
A escolha e decisão final são feitas pelos pais. Entre os Kalderaši, há algumas vezes
acordos prévios sobre os esponsais, quando as crianças são muito jovens. Se o casamento não se
realizar, os pais do rapaz ou da rapariga têm de pagar uma multa.
Outra tradição muito bem preservada, que precede o dia do casamento é a pintura da
noiva com hena. Está mais preservada nas comunidades ciganas muçulmanas e é feita num
círculo familiar restrito em casa da noiva. O ritual começa à meia-noite. A noiva é pintada com
hena consistentemente nos dedos e palmas de ambas as mãos e nos dedos dos pés. O ritual é
acompanhado com a dádiva de dinheiro num tecido branco, que é enrolado à volta das mãos e
pés da noiva. A lona branca é atada com um fio vermelho e ambos simbolizam a integridade da
jovem esposa. A própria pintura com hena é feita por uma mulher idosa e influente que só casou
uma vez e nunca traiu o marido. É ajudada por mulheres mais jovens e ágeis. Ela e todos os
parentes mais velhos abençoam o jovem casal.
No dia do casamento, estão presentes os parentes da comunidade e mesmo de outras
aldeias ou cidades. São honrados com uma abundância de comida e bebidas, apresentadas pelos
pais dos noivos. A partir desse momento, os pais dos noivos são considerados parentes.
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No casamento, todos os convidados dão presentes aos recém-casados, algumas vezes
dinheiro e eles agradecem a delicadeza dando-lhes pequenos presentes. As cerimónias do
casamento culminam quando o jovem casal se retira para o seu quarto (costumava ser uma tenda
especial) onde a união é consumada. Tradicionalmente, todos os convidados esperavam pelo
resultado – provando os traços de sangue a virgindade da rapariga, demonstrando assim a todos
os convidados que era honrada. Se a noiva não provasse que era virgem, o casamento era por
vezes anulado e a noiva era devolvida aos pais e o dinheiro devolvido ao grupo que tinha pago
pela noiva.
Existe outra tradição entre os diferentes grupos ciganos: o rapto da rapariga pelo rapaz ou
a fuga do jovem casal quando os pais não concordam formalmente com o casamento. Alguns
dias depois, o jovem casal regressa e o casamento é celebrado. Em alguns grupos ciganos, uma
forma simbólica de rapto ainda é praticada.
Depois do casamento, a rapariga usa um lenço na cabeça. Não é livre de mostrar o seu
cabelo senão ao seu marido. Esta tradição ainda é forte entre muitos Ciganos, mas nas grandes
cidades está a desaparecer.
Tradicionalmente, a noiva vai viver com a família do marido mas no entanto o seu pai e
mãe acompanham a sua vida na sua nova família. Na comunidade cigana Espanhola, confirma-se
a união do casal quando o seu primeiro filho, seja homem ou mulher, entra na idade adulta.
Se o casamento não resultar, o divórcio é permitido entre os Ciganos. Isto pode acontecer
por mútuo consentimento ou ser julgados no Kris. Uma vez divorciados, são ambos livres de
casar de novo.
As comunidades Ciganas também têm costumes e rituais específicos relacionados com a
morte nos funerais. Algumas das tradições mais típicas relacionadas com a morte e sepultura
encontram-se entre os Kalderaši de crença cristã. Quando alguém morre na família, os seus
familiares mais próximos compram o caixão e lá colocam o corpo com as suas melhores roupas.
Algumas vezes, objectos queridos para o falecido são colocados no caixão. Durante três dias, o
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falecido e o caixão permanecem em casa. Durante três dias e três noites, a sua família senta-se a
seu lado.
Ao quarto dia, o falecido é levado para o cemitério, sempre com os pés para a frente e
sepultado em túmulos ricos, comum na comunidade Kalderaši.
Para os Ciganos muçulmanos, o costume da sepultura envolve dar algum dinheiro aos
parentes do falecido/ iskati.
Em Espanha, nos funerais, todas as conotações com um povo nómada e com os povos
orientais estão visíveis. Historicamente, a caravana e todos os pertences do falecido são
queimados e este ritual ainda é realizado hoje por ciganos nómadas no Norte da Europa. Em
Espanha, eles vendiam os seus cavalos ou animais e queimavam a carroça do falecido, hoje ainda
há famílias que queimam as roupas do falecido. São actos de purificação com origens orientais.
Hoje, os Ciganos espanhóis são habitualmente enterrados, como os outros cidadãos, em
cemitérios. O velório é sempre realizado na casa do falecido, mas estão a começar a usar as casas
mortuárias cada vez mais.
Usam roupas pretas durante o luto, e este empréstimo cultural da sociedade dominante é
usada unicamente pelos Ciganos Espanhóis.
Outra parte importante das tradições ciganas dedicam-se a regras sobre o ritual limpeza e
falta de limpeza. Este conceito tem as suas reais implicações não só na vida diária dos Ciganos
e no modo como tomam conta das suas casas mas também em alguns costumes muito
importantes relacionados com nascimentos de crianças, morte e funerais, etc. Finalmente,
também afecta as relações inter-geracionais assim como as relações entre os homens e mulheres
Ciganos e a percepção dos idosos e crianças.
Desde a primeira menstruação e até à menopausa, a rapariga é considerada como sendo
potencialmente suja e podia assim sujar um homem. Não é permitido ao homem tocar a saia da
mulher e as mulheres, por outro lado não se podem sentar perto das ferramentas usadas para
trabalhar. Se isso acontecer, todo o trabalho fica sujo e tem de ser deitado fora ou destruído.
Quando um Cigano é considerado ritualmente sujo, não pode comer e beber com os outros
Ciganos, somente com os seus familiares próximos. Isto continua até ao momento em que o
estado de sujidade pára. Outras coisas são consideradas ritualmente sujas. Por exemplo, comer
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ou beber de pratos ou recipientes no chão; lavar juntamente as roupas do homem e da mulher;
lavar juntamente roupas da parte de cima e roupas da parte de baixo, etc. Estas tradições ainda
estão muito vivas entre muitos grupos ciganos, mais ainda entre os Kalderaši, Lovari, Sinti e
Travellers em Inglaterra. Em Inglaterra, por exemplo, as famílias ciganas ainda mantêm os
valores tradicionais tais como a dicotomia entre limpo e conspurcado, o que se exprime na
separação do fornecimento de água de acordo com o seu uso, uma preferência por cozinhar ao ar
livre (para mostrar publicamente a separação dos utensílios de cozinha dos usados para outras
finalidades, tais como para limpar ou lavar roupas), evitar certos tópicos de discussão na
presença de pessoas de sexo diferente, evitar certos animais e a sua imagem (por exemplo,
pavões e cobras), e outros. Materiais poluídos ou conspurcados são queimados, e incluem os
pertences de membros da família mortos.
A instância judicial mais alta das estruturas sociais ciganas é o Kris. Esta instância, um
“Tribunal Cigano” é de facto um tribunal arbitrário. Os membros deste tribunal são escolhidos
entre os ciganos mais conceituados, honestos e inteligentes na comunidade. Cada membro da
comunidade que tenha um problema com outro é livre de contactar o Kris. Os membros do
tribunal reúnem e avaliam a prova e os delitos cometidos ao queixoso. A pena mais alta dada
pelo Kris é o banimento da comunidade, ou por um período de tempo ou para sempre. Este é um
grande castigo, porque um cigano não pode existir sem as estruturas sociais ciganas. Este castigo
é mais temido do que a morte. Mas deve dizer-se que nunca nenhum Kris aplicou esta pena. Um
Kris não tem o direito de tirar a vida a um cigano. O Kris também aplica outras penas, por
exemplo multas (por vezes muito altas), a serem pagas pela parte culpada. Esta tradição ainda
está viva, mesmo nos países da Europa Ocidental, onde os Ciganos ainda continuam a resolver as
suas disputas internas dentro da comunidade.
,
5. A cultura cigana / influência na cultura local. Personalidades
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A cultura cigana é diversa e não há uma cultura universal, mas há características comuns
a todos os Ciganos: lealdade para com a família( alargada e clã); crença em Del (Deus) e Beng (o
Diabo); crença no destino; padrões e normas, variando em grau de grupo para grupo; adaptação a
condições de mudança. A cultura cigana é diversa, com uma variedade de tradições e costumes,
mas a integração de muitos Ciganos na cultura não-cigana devido à sedentarização diluiu muitos
valores e crenças culturais.
A cultura cigana, como qualquer outra, tem duas vertentes principais – espiritual e
material. O lado espiritual das várias comunidades ciganas na Europa e em todo o mundo está
dependente dos seguintes elementos básicos: estilo de vida (nómada – sedentária), religião,
linguagem. Está reflectido no calendário cigano de feriados, rituais especiais e costumes, valores
da comunidade, formas de governação interna, folclore, medicina popular e outros.
A. A cultura espiritual cigana
Os ciganos adoptam habitualmente a religião dominante do país de acolhimento,
preservando muitas vezes aspectos dos seus sistemas de crença particulares e religião e culto
indígenas. A religião cigana tem um sentido de moralidade altamente desenvolvido, tabus e
sobrenatural, embora não seja muitas vezes reconhecida por religiões organizadas.
Oficialmente, uma grande parte dos Ciganos nos Balcãs (ex-Jugoslávia, Bulgária,
Macedónia e Albânia) e os Ciganos da Crimeia são Muçulmanos. Podem-se encontrar alguns
elementos muçulmanos na sua vida diária: os seus nomes, culinária, roupas e algumas
cerimónias. Na Bulgária, os Ciganos Muçulmanos, excepto os mais conservadores, celebram os
feriados muçulmanos. Os maiores deles, do mesmo modo que para todo o mundo muçulmano,
são os dois Bayryama – Kurban / Koch Bayryam e Ramazan / Sheker Bayryam.
Todos os outros são Cristãos, católicos, ortodoxos, alguns protestantes (na Letónia,
Estónia, Finlândia e Suécia, por exemplo).
Desde a Segunda Guerra Mundial, um número crescente de Ciganos aderiu aos
movimentos Evangélicos. Na última metade do século passado, os Ciganos tornaram-se pastores
e criaram as suas próprias igrejas e organizações missionárias pela primeira vez. Em alguns
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países, a maioria dos Ciganos pertencem a igrejas ciganas. Esta mudança inesperada tem
contribuído enormemente para uma melhor imagem dos Ciganos na sociedade. O trabalho que
realizam é visto como mais legítimo e começaram a obter permissão legal para actividades
comerciais.
As igrejas ciganas evangélicas existem hoje em quase todos os países onde os Ciganos
estão instalados. O movimento é particularmente forte em França e Espanha; há mais do que mil
igrejas ciganas (conhecidas como “Filadélfia”) em Espanha, quase cem só em Madrid. Na
Alemanha, o grupo mais numeroso é o Grupo cigano Polaco, tendo a sua principal igreja em
Mannheim.
Nos últimos anos, várias outras congregações têm estado activamente a converter os
Ciganos como os Pentecostes – entre os Kalderasi, Lovari e Sinti, a maioria na Europa
Ocidental. Na Inglaterra, uma vaga de conversões ao Pentecostes cigano começou no início da
década de 1980 e continua hoje entre os Ciganos Ingleses. Muitas famílias têm abandonado
certas tradições e negócios que estão em contradição com os ensinamentos da missão, tais como
a leitura de sinas, e frequentam serviços religiosos numa base regular. Um clero cigano tem sido
treinado dentro da comunidade e é activo a organizar convenções para os seus seguidores no país
assim como na actividade missionária entre os Ciganos no estrangeiro.
Outras congregações, como a Baptista, a Igreja Adventista do Sétimo Dia e Testemunhas
de Jeová são activas actualmente na Roménia, por exemplo.
Aparte a sua pertença a uma religião, as crenças tradicionais dos Ciganos são muito
dualistas: por um lado Del ou Devel (Deus), a fonte de todo o bem, luz e protector de homens;
por outro lado Beng, o Diabo, a origem do mal, escuridão e o tentador dos homens.
Esta crença dualista pode ser o vestígio de dogmas orientais antigos.
A tradição oral popular nas comunidades ciganas, da qual todo o tesouro cultural se
pode orgulhar – histórias, canções, lendas, dizeres e provérbios, adivinhas, poesia popular, etc. –
não foi registada e armazenada até anos recentes. O folclore cigano é decerto a maior e
inesgotável riqueza espiritual, que dá um retrato interessante dos seus portadores como um todo.
Há uma forte tradição de música cigana na Europa de Leste e Central, notavelmente em países
como Hungria, Roménia, Bulgária e os estados da antiga Jugoslávia. Uma parte da música
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cigana baseia-se na música popular dos países por onde os Ciganos passaram ou onde se
instalaram. A música local é adoptada e tocada – habitualmente instrumental – e está
transformada lentamente em estilos ciganos, que são geralmente mais complexos do que os
estilos originais. Por outro lado, a música cigana tem influenciado muito a música local.
Na Bulgária, por exemplo, as canções e danças ciganas são uma mistura de tradições
populares ciganas e dos Balcãs.
Na Europa Ocidental, o flamengo Espanhol é em larga medida a música (e dança, ou
mesmo a cultura) dos Ciganos da Andaluzia.
Também em Inglaterra, um rico reportório de histórias e canções populares foi
preservado até recentemente entre os Ciganos idosos, com temas, motivos e estilos de
representação que são largamente partilhados com a população sedentária.
Medicina popular, principalmente espalhada na Bulgária mas também nos outros países
Balcãs e Roménia, é o resultado do isolamento e hostilidade para com as novas terras procuradas
por migrantes ciganos dos tempos antigos, a sua desconfiança da medicina tradicional e a falta
de fundos para tratamento especializado nos tempos mais recentes. Todas estas razões preservam
muitas fórmulas e práticas médicas como baene, fazendo hamaliyka, fundindo um pote de bala,
lambidela de um olho, lágrima de baço e muitas outras com alto impacto psicoterapêutico no
paciente. Muitas famílias ciganas retiveram até hoje a capacidade de curar com ervas e poções e
unguentos especialmente preparados, passando isso de geração em geração.
Valores ciganos fundamentais são também uma parte integrante da cultura cigana.
Na Bulgária, eles andam à volta da liberdade, família, crianças, divertimento e tradições,
obedecem aos requisitos básicos, à falta de ambição para governar sobre os outros, à boa vontade
para com a cultura búlgara, etc.
Em Espanha, o sistema de valores é construído como um modo de vida e uma maneira de
lidar com o mundo cigano. Os valores espirituais dos Ciganos vêm de uma cultura errante e
oriental; são um povo que viajou da Índia, através da Europa, para Espanha durante mais de mil
anos. Agora a grande maioria está instalada e vive em casas e apartamentos mas ainda pensam
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neles próprios como uma raça errante e retêm os seus valores culturais antigos como as ideias
orientais do puro e impuro.
Alguns exemplos são os seguintes:
O valor de ser e não ter.
O valor da palavra de alguém é respeitado entre os Ciganos sem ter de assinar papéis ou
documentos escritos.
O respeito pelos idosos, pelo seu conselho e experiência.
A liberdade é um dos valores mais importantes para os Ciganos. A liberdade individual e
colectiva, principalmente o valor que é dado à pessoa e às relações.
B. A cultura Material dos Ciganos
A cultura material dos ciganos é o resultado dos ofícios e trabalhos típicos dos Ciganos.
Desde que os ciganos descobriram o mundo e o mundo os descobriu, a glória dos ofícios ciganos
é incontestável até aos dias de hoje, e durante séculos têm sido a mais segura fonte de
subsistência, formando o sentimento e a compreensão da cultura material cigana.
Um dos negócios mais antigos e mais respeitados entre os Ciganos é o negócio da forja.
É sagrado e baseia-se no princípio da família e parentesco. Mesmo hoje os Ciganos continuam os
ferreiros mais populares e peças do seu trabalho revelam o trabalho das pessoas; tornam as suas
vidas mais fáceis e o mundo à sua volta mais belo.
De igual modo, o ofício dos Ciganos que continuam a tradição do trabalho em madeira
pode ser definido. Geralmente este ofício está relacionado com a arte de produzir colheres, taças
e potes de madeira, etc.
O negócio dos cavalos e outros animais domésticos também é uma tradição ancestral, que
não perde a sua magia mesmo hoje na Bulgária. Na Grã-Bretanha, é particularmente saliente na
cultura cigana participar em feiras, que ocorrem uma ou duas vezes por ano, cada uma em datas
fixas, numa variedade de locais no país. São muitas vezes chamadas feiras de cavalos e ainda
envolvem um significativo negócio de cavalos, embora agora o objectivo principal dos cavalos
seja um investimento na exibição.
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Ainda assim no contexto Britânico, um elemento específico da cultura dos Viajantes são
as carroças pintadas, adoptadas no final do século 19 e produzidas por construtores sedentários
de carroças. Muitos Ciganos ainda mantêm carroças pintadas como artigos de colecção e
exposição. Os motivos favoritos e outras imagens ou estátuas colocadas nas carroças são cavalos,
ferraduras, fruta, flores e pássaros. As caravanas modernas também são requisitadas a
construtores não ciganos, e a origem e estilo estão também sujeitos à moda interna da
comunidade. Tendem a ser decoradas em cores e motivos florais no mobiliário interior.
A música e danças com ela relacionadas também são uma parte integral da vida
tradicional cigana. Os ciganos têm dado uma contribuição valiosa para o Romance Russo,
czardas e flamengo Espanhol.
Outra actividade cigana típica está relacionada com o treino de ursos (pelos Ursari, como
são conhecidos na Roménia) e outros animais (como macacos). Nos anos recentes, esta
actividade tem estado a desaparecer devido a um número de razões objectivas.
Infelizmente, actualmente encontramos um número de trabalhos artesanais com uma
única tecnologia já desconhecida. A perda de cultura material e espiritual cigana é uma parte
integrante do processo de assimilação da comunidade, que tem prevalecido durante séculos.
C. Personalidades
Entre as personalidades mais conhecidas na cultura mas também noutros domínios devem
ser mencionados:
PAÍS
Roménia
OME
DOMÍIO
Barbu Lautaru (Vasile Barbu o Cultura – foi um dos cantores mais
seu nome verdadeiro)
apreciados e tocadores de kobsa. Ele
teve sucesso a misturar elementos da
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(United Kingdom)
música
tradicional
cigana
com
elementos da música oriental, romance
russo e elementos ocidentais;
Anton
Pann
(Antonie Cultura - poeta, compositor de música
Pantoleon Petroveanu)
religiosa e popular, compôs a música
do hino nacional da Roménia;
Zavaidoc (Marin Teodorescu)
Portugal
Espanha
Bulgária
Cultura – cantor do período entre as
guerras;
Grigoraş Dinicu
Cultura – violonista e compositor, é
conhecido pela sua composição de
1909, chamada Hora Staccato;
Fănică Luca (Iordache Luca Cultura – tocador de flauta de pã e
Ştefan)
cantor cigano, foi considerado um dos
mais talentosos tocadores de flauta de
pã de todos os tempos;
Ionel Budişteanu (Nae Ion Cultura – violinista cigano e maestro;
Voicu)
Política e administração – é o
Carlos Miguel
Presidente da Câmara de um Município
Português (Torres Vedras)
Quaresma
Desporto – jogador de futebol famoso
EL PELÉ (Ceferino Gimenez Religião – Boémio beatificado pelo
Papa João Paulo em 1997;
Malla)
Juan Manuel Montoya
Medicina – Médico, desenvolveu o seu
primeiro estudo sobre a saúde e
condições dos ciganos em Madrid;
Juan De Dios Ramírez Heredia Política – foi o primeiro cigano
membro do parlamento em Espanha e
também o primeiro Membro do
Parlamento Europeu na Europa;
Adelina Jiménez
Educação – a primeira mulher cigana
espanhola a ganhar um grau em
educação;
Jose Heredia Maya
Cultura/educação – professor de
Literatura Espanhola na Universidade
de Granada; o mais importante poeta
cigano de Língua Espanhola de todos
os tempos;
Dr. Atanas Dimitrov
Cultura - filósofo, conferencista e
tradutor;
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(United Kingdom)
Dr. Asen Kolev
Prof. Hristo Kyuchukov
Ivan Kirilov
Hungria
Alemanha
Inglaterra
França
Suécia
Cultura – filósofo
Educação - educador, linguista
Justiça/Cultura – magistrado e
escritor
Professor Alexander Chirkov
Medicina – cirurgião cardíaco
Russi Zabunov
Sociedade Civil – fundador da primeira
organização cigana na Bulgária
Shakir Pashov
Política – político
Manoush Romanov
Política – político
Usin Kerim
Cultura – poeta
Sally Ibrahim
Cultura – poeta
George Parishuv
Cultura – poeta e jornalista
Vasil Chaprazov
Cultura – poeta e jornalista
Souli Metkov
Cultura – jornalista
Stoyanka Sokolova
Cultura – jornalista
Cyril Lambov
Cultura - pianista, compositor e
maestro
Angelo Malikov
Cultura - tsimbalista, compositor
Hassan Chinchiri
Cultura – violinista e maestro
Ibro Lolov, Boris Karlov, Cultura – acordeonistas
Traicho Sinapov
Ivo Papazov, Mladen Malakov Cultura – clarinetistas
Serafim Todorov
Desporto – campeão mundial de box
Vasko Vassilev
Cultura – escultor
Souli Seferov
Cultura – artista
Janos Balasz
Cultura – artista conhecido pela sua
arte e poesia naïve
Janos Bihari
Cultura /- um violinista virtuoso do
século 19
Philomena Franz
Cultura – Foi a primeira Sinti
condecorada com a “Cruz de Mérito
Federal”, a mais alta condecoração civil
que a Alemanha confere;
Ian Hancock
Educação/Cultura - educador cigano,
professor e activista
Matéo Maximoff
Cultura – escritor
Katarina Taikon
Cultura – escritor e jornalista
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6. Ofícios e ocupações específicos
Os negócios tradicionais são inseparáveis dos grupos ciganos, porque estes negócios
tradicionais formaram uma das bases mais fortes da identidade do grupo. Mais importante, o
trabalho, mais na forma de negócios, é uma parte integrante da identidade cigana. Esse trabalho é
parte de uma identidade e é ilustrado pelos vários significados da palavra butji – trabalho em
Romanes. Embora signifique trabalho em geral, alguns grupos ciganos usam-na somente quando
falam do trabalho de forja. Se perguntarmos a um Cigano da Crimeia "savo xizmeti keres?" –
que negócio praticas? - , ele responderá "kerav butji"- literalmente “Eu trabalho”, querendo dizer
“Sou ferreiro”. Nestes dialectos ciganos da Crimeia, a palavra butjari significa um ferreiro.
Os negócios tradicionais, talvez com excepção da leitura de sinas, são trabalho do
homem. Não significa que as mulheres não estão envolvidas, pelo contrário, elas frequentemente
ajudam os seus maridos, irmãos e pais no trabalho.
Há vários ramos de negócios tradicionais entre os grupos ciganos. Os mais importantes
são: Metalurgia dividida em trabalho de caldeireiros e ferreiros; negócio de cavalos; música
como um negócio e marcenaria. Não se deve pensar deles como uma subdivisão rígida. Também,
ao longo dos tempos, os Ciganos têm tido algumas estranhas profissões como rendimento
suplementar e têm sido altamente adaptáveis às mais modernas tecnologias.
Nos tempos de hoje, podemos encontrar Ciganos em todas as profissões, advogados,
médicos, educadores, mas também mecânicos, agricultores, etc. Isto pode parecer peculiar ou
mesmo surpreendente mas o facto dos Ciganos terem todas as profissões está bem documentado
desde o século 15 17 .
Os negócios e ocupações tradicionais incluem:
A. Metalurgia
Uma das ocupações tradicionais mais importantes dos Ciganos é a metalurgia.
Trabalho com ferro
17
http://www.Roma.org/Roma_traditions/Roma_trades/
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A profissão de ferreiro é uma das mais antigas entre os Ciganos. Costumava ser a
principal profissão dos Ciganos Cárpatos e dos Balcãs. Nessas regiões, os Ciganos eram de facto
ferreiros famosos e estabelecidos, instalados em aldeias, mas também eram conceituados
fabricantes de armas. Tal era o seu renome, que vários reis Húngaros proibiam a nobreza de
empregar ferreiros Ciganos sem a sua explícita autorização. No Império Otomano, muitos eram
empregados como sabljari, directamente sob a jurisdição do exército Otomano. Isto deu origem
à chamada Cengene Sancak, uma entidade do exército Otomano que empregava muitos Ciganos.
O negócio da manufactura de ferro inclui o fabrico de ferramentas agrícolas, artigos
domésticos, objectos de ferro para construção e instalação, fechaduras, ferrolhos, chaves e tipos
diferentes de ferrolhos de portas e portões, ferraduras de cavalos, etc.
Na Bulgária, o fabrico de objectos de ferro (sachos, machados, facas, martelos, foices,
gadanhas, pás, pregos) e as actividades tradicionais de ferragem dos Ciganos, Burgudzii,
Demirdzis e Chilingira, estão combinados com capacidades de tratamento de maquinaria de
metal, amoladores e serviços afins. Nas aldeias, essa combinação acompanha o nablatanstvo,
(produção de ferraduras para animais e sua ferragem) e o sarachlak, (produção de artigos de
cabedal para burros e cavalos).
Hoje, os melhores ferreiros fazem objectos de ferro forjado, painéis de vedações de ferro,
que são procurados não só no nosso mercado mas muitas vezes são recebidos pedidos do
estrangeiro. A urbanização e industrialização reclassificam parte dos ferreiros na produção de
olaria: gamelas, potes, caçarolas, vasos.
Trabalho em cobre
Outro trabalho, outra profissão entre os Ciganos, relacionado com o trabalho de metal é a
estanhagem de caldeirões e potes. Esta profissão, ainda hoje praticada por alguns grupos de
Ciganos, encontra-se principalmente nos Balcãs, na Roménia e na Hungria. A estanhagem e a
manufactura de utensílios de cobre – panelas, pratos, caldeirões, aparelhos de destilação (para
pintura e brandy), artigos domésticos (jarros, chávenas, etc.) – estão primeiramente associados
com certos subgrupos da comunidade ou com o metagrupo Kaldarashi, cujo nome deriva do
Romeno – căldărar/căldăraş, um fabricante de caldeirões. Podem-se encontrar ainda artesãos
dotados entre eles. A tecnologia e a metodologia desta profissão são as mesmas entre todos os
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grupos ciganos e em todos os países e envolvem algum conhecimento básico de químicos. Isto
significa que a tecnologia não é tão primitiva como pode parecer. Mas os Ciganos aplicam-na
usando instrumentos e técnicas primitivos. Com ligação à eliminação de restrições enquanto
vagueavam, parte dos sub-grupos Kaldarashi regressam ao estilo de vida errante. Devido a isto, o
trabalho não é feito em forjas estacionárias mas estes latoeiros viajam de aldeia em aldeia com
todos os seus instrumentos e montam o seu local de trabalho.18
Trabalho em ouro e prata
Entre os Ciganos – principalmente na Roménia – também se encontram alguns joalheiros
bastante primitivos (ardžintari da palavra romena argintar, um homem que trabalha com a prata).
Eles retiram o metal de antigas moedas e jóias de prata, que lhes são vendidas pela população
local. Este negócio inclui o fabrico de joalharia, partes dos arreios, botões de roupa, objectos
domésticos e religiosos (incensórios, castiçais, cruzes).
É interessante que a terminologia ligada à forja em Romanes não é de origem Indiana. A
maioria dos termos deriva de facto do Grego (também com algumas palavras de outras línguas).
Contudo, os nomes dos metais são de origem Indiana: sastro [ferro], somnakaj ou suvnakaj
[ouro], rup [prata].
Somente dois dialectos conservaram o antigo indiano pirdo [cobre], enquanto todos os
outros usam aquisições mais recentes. (xarkuma).
B. Trabalho em Madeira
Outro negócio, o entalhe, foi trazido pelos Ciganos da Índia. Mesmo agora nos Balcãs, na
Roménia e Hungria, alguns grupos de Ciganos ainda entalham colheres, gamelas e outros
utensílios que as populações necessitam, mas são principalmente comprados como lembranças
pelos turistas estrangeiros. Estes Ciganos chamam-se Lingurari (Em Romeno lingurar – alguém
que faz colheres) na Roménia e nos Balcãs. Noutros países – Hungria e Croácia chamam-se
Bejaš.
Na Bulgária, o fabrico de cestaria e madeira também é um negócio tradicional. Nas
décadas recentes, a tendência para restaurar alguns dos ofícios ciganos tradicionais não passou
18
http://www.Roma.org/Roma_traditions/Roma_trades/copppersmiths.html
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pelos fabricantes de cestos. Além disso, a produção de cestos tradicionais está modificada e
especializada no fabrico de cestos de flores, cortinas, mesas, cadeiras, malas, chapéus-de-chuva,
suportes, etc; são usados materiais tais como aveleira, faia e tiras de vime.
C. Música
No que diz respeito à música Cigana, este é um dos negócios tradicionais ciganos mais
populares. Esta actividade tem sido um ofício tradicional durante gerações de famílias ciganas e
tem sido transmitido de pai para filho, sendo praticado por um grupo, uma banda. Toca-se em
ocasiões diferentes como casamentos, festas, feiras e não requer conhecimentos de notas
musicais. Os instrumentos usados, por ordem de frequência, são: o violino, (incluindo um tipo de
violino improvisado, de facto uma viola com uma semicircular ou com seis cordas), o alaúde, o
xilofone, o acordeão, (tirado da música alemã), o baixo (violoncelo e baixo), a guitarra, gaitas de
foles, assobio, salgueiro, faia ou cana, pandeireta (usada pelos Ciganos Ursari), o clarinete.
Actualmente, na Bulgária por exemplo, os cantores Ciganos e instrumentistas trabalham
em estúdios de gravação profissionais para a interpretação de canções ciganas e Búlgaras. O
mesmo fenómeno está a acontecer nos outros países dos Balcãs, tais como a Roménia e a
Hungria.
A música Egípcia resulta de uma vasta variedade de tradições étnicas – por exemplo a
Romena, Turca, Judaica e Eslava – assim como as tradições Ciganas. A música cigana contém
muita improvisação, é espontânea, é ritmicamente rica, tem facetas melódicas variadas e
combina o uso do andamento com mudanças de ritmo.
A música Cigana é muito importante nas culturas europeias ocidentais tais como BosniaHerzegovina, Sérvia, Montenegro, Macedónia, Albânia, Hungria, Rússia e Roménia, e as
práticas de estilo e representação dos músicos Ciganos têm influenciado os compositores
clássicos Europeus tais como Franz Liszt e Johannes Brahms. O som distintivo da música cigana
influenciou fortemente o bolero, jazz, flamengo e Cante Jondo na Europa. O jazz de estilo cigano
Europeu ainda é amplamente praticado entre os criadores originais (o Povo Cigano); um que
reconheceu esta dívida artística foi Django Reinhardt.
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D. Outros negócios
Especializações itinerantes
Na Grã-Bretanha, talvez o único país onde as comunidades ciganas tradicionais mantêm
um impressionante estilo de vida itinerante, os Ciganos Romani trabalham quase sempre por
conta própria, e tendem a manter um portfolio de especializações itinerantes. Estas incluem
venda de produtos (venda nas ruas de cobertores, lençóis, carpetes, artigos domésticos); negócio
de produtos em segunda mão (carros, caravanas, roupas, mobiliário); criação de cavalos e cães
de raça; limpeza de produtos descartados e lixo, especialmente fragmentos de metal; construção
e jardinagem; entretenimento casual; e ofícios ciganos especializados: roupas feitas à mão,
pregos e cestos de madeira, flores artesanais de urze branca, sortilégios de sorte e rendas, afiar de
facas, leitura de sinas.
Trabalho Agrícola sazonal
É praticado como um estilo de vida semi-nómada pelos Ciganos que viajam através do
campo e oferecem o seu próprio trabalho assalariado na agricultura.
O egócio da “Mala”
Na Bulgária, o negócio da “Mala” começou a desenvolver-se como um tipo de negócio
para o fornecimento de roupa barata e produtos industriais escassos de países vizinhos, e
consequentemente foi limitado à venda de produtos dos famosos mercados em Dimitrovgrad no
bairro Ilyanci em Sofia. No início, a produção era realizada numa bancada improvisada nas
cidades, mas actualmente, depois de sobreviver durante o período da “Mala” transitório, os
negociantes já têm as suas próprias lojas. Somente uma pequena proporção desenvolveu as suas
actividades de modo a criar a sua própria cadeia de lojas e boutiques com prestígio oferecendo
mais qualidade e mesmo mercadorias de marca.
Em Espanha, e também em Portugal, as ocupações tradicionais dos grupos Ciganos são
pequenos negócios, que mobilizam toda a família, como a venda em feiras e mercados de
produtos como vestuário, calçado, carpetes ou outros.
A Leitura de Sinas
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Desde os tempos antigos, os Ciganos eram conhecidos por praticarem a arte de falar
sobre a sorte. Ao longo dos tempos, usaram muitos métodos, desde bolas de cristal, cartas de
tarot (diz-se que os Ciganos inventaram este tipo de cartas) e leitura das mãos. As mulheres que
lêem a sina fingem que os seus poderes vêm do sobrenatural. Como regra, elas não usam a
leitura da sina aos outros Ciganos. Na sua comunidade têm outras formas de prever o futuro e de
curar. Os Ciganos usam muitas vezes amuletos e talismãs, para afastar problemas, maus espíritos
e doenças. Também usam ervas na cura de doenças, muitas delas tendo propriedades
farmacêuticas também atestadas pela medicina convencional.
Trabalhar no estrangeiro
Depois da queda dos regimes comunistas, trabalhar no estrangeiro (Gurbetchiystvo em
Búlgaro) tornou-se um modo de vida para dezenas de milhares de Ciganos da Europa de Leste.
Os países preferidos são: Grécia, Itália, Espanha, Portugal, França, Alemanha, Bélgica, Holanda
e Inglaterra. Habitualmente os homens vão primeiro, e depois as suas esposas e filhos. Empregos
na construção, agricultura, comércio e serviços são os preferidos. Uma pequena parte destes
Ciganos instalou-se permanentemente como colónias organizadas segundo um princípio
genérico. Uma parte significativa, contudo, prefere investir o dinheiro ganho nas suas terras de
origem, na construção de casas de família, na compra de terras, animais e carros e no
desenvolvimento do seu próprio negócio.
egócios perdidos
Nos ofícios ou nas ocupações actualmente desaparecidos dos Ciganos, podemos incluir:
processamento de osso e chifre que eram transformados em pentes, botões, cabos de facas,
cabos de cachimbo e canhões de pólvora;
processamento de pêlo de animal usado para fazer escovas;
comércio ou negócio de cavalos. Em todos os países Europeus, os Ciganos eram conhecidos
como negociantes de cavalos e mais habitualmente como especialistas nesse negócio. O
negócio de cavalos foi a profissão principal dos Ciganos na Polónia, Estados Bálticos e
Rússia. Os Ciganos nómadas nestes países viajavam de cidade em cidade, trazendo cavalos
para serem vendidos ou negociados na cidade seguinte. Isto também era feito pelos Lovari da
Transilvânia e Hungria, cujas lendas dizem que eles compreendiam a linguagem dos cavalos.
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(United Kingdom)
7. Instituições (oficiais, não-governamentais, etc.) que representam os
interesses da comunidade Cigana
Instituições e organizações actualmente a trabalhar para ou envolvidas no
desenvolvimento da comunidade Cigana19 nos Estados Europeus estão representadas no seguinte
quadro, mas a sua lista não está limitada:
País
Albânia
Áustria
Belarus
19
ISTITUIÇÃO / ORGAIZAÇÃO
Roma Active Albania
Union of Albania Roma - Amaro Drom
ROMANO CENTRO
Office for Democratic Institutions and
Human Rights
University of Graz (Rombase project)
European Union Agency for Fundamental
Rights (FRA)
Kulturverein Österreichischer Roma,
Vienna
Verein Roma, Oberwart, Burgenland
Verein Ketani fur Sinti und Roma, Linz
Romlex project at the University of Graz
International Center for cultures and
languages
Ekhipen
Web-site
http://www.unioniamarodrom.org
http://www.romano-centro.org/
http://www.osce.org/odihr/
http://www.fra.europa.eu
http://www.kv-roma.at/
http://www.verein-roma.at/
http://www.sinti-roma.at/
http://romani.uni-graz.at/romlex
www.reocities.com; home.medewerker.uva.nl/t.d.stek/
39
__________________________________________________________________________________________________________
Instituto de Enseñanza Secundaria Ribeira do Louro (Spain), Asesoramiento, Tecnología e Investigación S.L. (Spain), Fundación
Secretariado Gitano (Spain), "ETHNOTOLERANCE" (Bulgary), Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Pastoral dos Ciganos
(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
Bélgica
Vlaams Centrum Woonwagenwerk
European Roma Information Office
Open Society Institute and Soros
Foundation Networks
The European Network Against Racism
http://erionet.org/site/
http://www.soros.org
European Roma Grassroots Organisation
Network
Foundation of Regional Development Roma
Bulgária
Croácia
Romani Baht Foundation
Integro Association
Amalipe, Center for Interethnic Dialogue
and Tolerance
NGO Roma Together, Polski Trambesh
Inter Ethnic Initiative for Human Rights
Foundation
Roma Foundation Iskra
Bahtale Chave Foundation
Roma Information Centre
Association DROM Organization, Vidin
Foundation “Sham”, Montana
Foundation "Napreduk", Pazardjik
Foundation Roma - Lom
Open Society Institute, Sofia
“Student Society for Development of interethnic dialogue
FRR Roma
FRKR "Nangle
Foundation S.E.G.A. - Start Effective
Grassroots Alternatives
International Centre for Minority Studies
and Intercultural Relations
Ethnotolerance
Bulgarian Helsinki Committee, Sofia
Klub Roma Hrvatske
Unija Roma Hrvatske
Local Roma National Minority Council of
Zagreb
Centre for Peace, Nonviolence and Human
Rights
Centre for Civil Initiatives
Organization for Democratic Society
Human Rights Centre Zagreb
40
http://www.enar-eu.org/
http://www.ergonetwork.org
http://plovdiv.techno-link.com/
ClientsSites/romafon/ROMA.htm
http://www.romanibaht.com
http://www.integrobg.org/en/
http://amalipe.com/
http://www.romatogether.org/
http://www.inter-ethnic.org/
http://oldwebsite.nadejda-romite.org/bg/
http://www.ric-bg.info/bg
http://drom-vidin.org/
http://www.roma-lom.org/
http://www.osf.bg
http://romastudents.org/
http://frdroma.org/
http://www.nwngo.net/ngobaza/Nangle-mon.html
http://www.sega.bg
http://www.imir-bg.org/
http://ethnotolerance.org
http://www.bghelsinki.org/
http://www.umrh.hr/Novo/asociation.htm
http://www.unija-roma.hr/
http://www.centar-za-mir.hr/
http://www.cci.hr/
http://www.human-rights.hr
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Secretariado Gitano (Spain), "ETHNOTOLERANCE" (Bulgary), Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Pastoral dos Ciganos
(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
Chipre
República
Checa
Dinamarca
Estonia
Centre for Education and Counselling of
Women
Croation Helsinki Committee
Center for Peace, Legal Advice and
Psychosocial Assistance
Dom Research Center
Centrum Romistiky (Thr Romani Studies
Center)
Helsinki Citizens’ Assembly, Roma Section
Nadace Dzeno (The Dzeno Foundation)
Nadace Romano Chave (The Romane
Chave Foundation)
Romani Children and Youth Association of
the Czech Republic
Romska Obcanska Iniciativa (The Romani
Civic Initiative)
Romea and Romano Vodi, Prague
Roma Rising - Romove Obrozeni
Vzájemné Souzití (Life together), Ostrava
Athinganoi, Prague
Drom, Brno
IQ Roma Service,Brno
Romano Hangos
League of Human Rights LLP (Liga
Lidských Práv)
People in Need
The Czech Government Council for Roma
Community Affairs
International Romani Union
Documentation Centre for Human Rights
Romani Centre for Central and Eastern
Europe
The Museum of Romani Culture
Association of Wallachian Roma in Czech
Republic
The Khetane-Spolu Citizen’s Association
The Society of Roma in Moravia
The Romane Chave Foundation
The Romani Democratic Initiative
The Democratic Alliance of Roma of the
Czech Republic
Romana Kulturako Centri, Kopenhagen
http://www.cesi.hr/en/
North-Estonian Roma Association, PõhjaEesti Romade Ühing
http://www.estblul.ee/ENG/
Members/pe_rooma.html
41
http://www.center4peace.org/
http://www.domresearchcenter.com
http://pf.ujep.cz/cr/
http://www.czechia.com/hcaroma
http://www.dzeno.cz/
http://romove.radio.cz
http://www.romea.cz
http://www.romarising.com
http://www.vzajemnesouziti.estranky.cz/
http://www.drom.cz/
http://www.iqrs.cz/verze/en/
http://www.romanohangos.cekit.cz/
http://www.llp.cz
http://www.clovekvtisni.cz/indexen.php
http://www.vlada.cz
http://www.unionromani.org/union_in.htm
http://www.rommuz.cz/
http://www.cepsr.com/clanek.php?ID=3
http://www.euroma.dk/
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Secretariado Gitano (Spain), "ETHNOTOLERANCE" (Bulgary), Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Pastoral dos Ciganos
(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
Finlândia
França
Alemanha
Grécia
Hungria
The Romany Mission/Romano Missio
International Romani Writer’s Association
Association Nationale Tzigane
d'Enseignement
et Pédagogie Scolaire (ANTEPS)
Association Tsiganes Solidarités
Comité pour le Respect des Droits des
Tsiganes
Coordination des Associations Tsiganes de
France
Etape 29 - Gens du Voyage
Romano Atmo
Romano Yekhipe, France
Union Socio-Educative Tzigane d'Aquitaine
(USETA)
La voix des Rroms
Dokumentations und Kulturzentrum
Deutscher Sinti und Roma
Katholische Zigeunerseelsorge in
Deutschland
Landesverband Deutscher Sinti und Roma
Roma Union Frankfurt
Sinti and Roma Partner Organizations of the
Zentralrat
Verband Deutscher Sinti und Roma:
Landesverband Berlin-Brandenburg
Verband Deutscher Sinti und Roma:
Landesverband Baden-Württemberg
Verband Deutscher Sinti und Roma:
Landesverband Hessen
Verband Deutscher Sinti und Roma:
Landesverband Nordrhein-Westfalen
Verband Deutscher Sinti und Roma:
Landesverband Rheinland-Pfalz
Gesellschaft für bedrohte Völker GfbV
Forum Tsiganologische Forschung FTF,
University of Leipzig, Leipzig
Solidarity Center of Roma Women
Amalipe Association of Roma Culture and
Traditions
Association of Roma Women Participating
in Public Life
Autonomy Foundation (Hungarian
Foundation for Self-Reliance)
42
http://www.romanomissio.fi/
http://www.romaniwriters.com/
http://perso.wanadoo.fr/ats/
www.sintiundroma.de
http://www.ksfrs.de/
http://www.sintiundroma-nrw.de/
http://www.imadr.org
www.sinti-roma-berlin.de
www.sinti-roma-bawue.de
www.sinti-roma-hessen.de
http://www.uni-leipzig.de
http://www.autonomia.hu/
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Secretariado Gitano (Spain), "ETHNOTOLERANCE" (Bulgary), Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Pastoral dos Ciganos
(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
Irlanda
Itália
Lituânia
Macedónia
European Roma Rights Center
Foundation for Roma Civic Rights and
Legal Protection
Roma Research Institute
Roma Scientific and Artistic Society
Roma Youth Federation
Kalyi Jag Roma School for Vocational
Training
Amaro Drom
Lungo Drom
Roma Civil Rights Foundation (Roma
Polgárjogi Alapítvány)
The Gypsy Inter-Ministerial Committee
Council for Roma Affairs
Manush Foundation
Pavee Point Travellers' Centre
Irish Traveller Movement, ITM Network of
local Traveller organizations
The National Association of Travellers’
Centres
Centro Culturale Zingaro "Thèm Romanó"
Centro di Documentazione Zingara (Opera
Nomadi)
Centro Studi Zingari/Romanó Sicarimasko
Than
Opera Nomadi
Romano Komiteto ande Italia
Unione Nazionale Internazionale Rom e
Sinti in Italia (UNIRSI)
Opera Nomadi, Calabria
Opera Nomadi, Centro di Documentazione
Zingara, Torino
Opera Nomadi, Rom e Sinti, Padova
Thèm Romanó (Centro Culturale Zingaro),
Lanciano
O Vurdón
Unione Nazionale Internazionale Rom e
Sinti in Italia, UNIRSI, Milan
Inforoma
Gypsy Fire and the Roma Community
Centre
Roma Community Center DROM
Kumanovo
National Roma Centrum
43
http://www.errc.org/
http://www.amarodrom.hu/
http://www.lungo-drom.hu/
http://rpa.ingyenweb.hu/
www.mfa.gov.hu
http://www.manush.hu/eng
www.paveepoint.ie/
http://www.itmtrav.com/
http://www.natc.ie/
http://web.tiscalinet.it/
associazionethrom/index.htm
http://www.operanomadimilano.org/
http://www.operanomadirc.it/
http://digilander.libero.it/ontorino/
www.vurdon.it/romani.htm
http://www.inforoma.it
http://www.nationalromacentrum.org/
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(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
Moldova
Roma Association Cerenja and Radio
Cerenja, Stip
Roma Progress, Rancovce
Roma Community Center DROM
Kumanovo, Kumanovo
Center for Institutional Development
Association of Citizens Sumnal
Roma National Congress
Tarna Rom
http://www.cerenja.com.mk/
http://www.romaprogres.org/
http://cira.org.mk/en/
http://romanationalcongress.webs.com/
Democratic Roma Center, Pogorica (at the
Montenegro Swedish Helsinki Committee)
Youth Cultural Center Juventas, Pogorica
Noruega
Romani og Romanèsfolkets Landsforbund
Nederlands Instituut Sinti en Roma NISR
Stichting Roma Emancipatie
Spolu International Foundation, Utrecht
Landelijke Sinti en Roma Organisatie
Países
LSRO / Sinti en Roma Centrum, Best
Baixos
Het Wiel, Stichting Woonwagennieuws
Woonwagenzending, Emmen
Nevipe, Rom News Agency
Radio Patrin
Advisory and Information Centre of Roma
Centrum Kultury Romow
Stowarzyszenie Spoleczo Kulturalne
Polónia
Amala Roma Society
Regional Museum, Roma Museum, Tarnów
Secretariado Diocesano de Lisboa da ONPC
Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos
CEFEM – Centro de Estudos
Rede Europeia Anti Pobreza / Portugal –
REAPN
http://www.nisr.nl/
www.spolu.nl/
http://www.cracow.travel
http://www.sdl-onpc.org.pt/
http://www.portal.ecclesia.pt/
http://www.cefitness.com/cef.php
http://www.reapn.org/
http://www.fpce.up.pt/ciie/migracoes.html
Centro Europeu de Formação e Estudos
sobre Migrações
Portugal
http://www.juventas.co.me
Alto Comissariado para a Imigração e
Diálogo Intercultural
Associação Cristã de Apoio à Juventude
Cigana
Associação das Mulheres e Crianças
Ciganas Portuguesas
Associação para o Desenvolvimento da
Etnia Cigana
Associação Social Recreativa e Cultural
www.acidi.gov.pt
44
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(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
Cigana de Coimbra
Associação Cigana de Leiria
DROM ROM - Associação Sócio-Cultural
Cristã (ADR)
Federação Calhim Portuguesa
Igreja Evangélica Filadélfia Cigana de
Portugal
Associação União Romani Portuguesa
Roménia
Sérvia
Eslováquia
Agentia Impreuna, Bucharest
Resource Center for Roma Communities
Policy Center for Roma and Minorities
Roma Center Amare Romentza
Federaţia Etnică a Romilor din România
Fundaţia Soros
Centrul Romilor pentru Intervenţie socială
Asociaţia Studenţilor Romi
Asociaţia Femeilor Rome
Centrul Romilor pentru Sănătate Sastipeu
Agenţia Naţională a Romilor
Alianţa Civică a Romilor
Asociaţia Florarilor
Asociaţia Liga Meseriaşilor Romi
Asociaţia Jurnaliştilor Romi
Asociaţia Unirea Romilor
Roma Concern
Asociaţia Creştin-Democrată a Romilor
Asociaţia Meşteşugarilor Romi din
România
Asociaţia Romilor Lăutari
Asociaţia Şanse Egale pentru Romi şi Sinţi
Asociaţia Partida Romilor
Pro-Europa
Romski Informativni Centar, Kragujevac
Society for the Improvement of Roma
settlements
Roma Educational Centre
Association of Roma Students
Association for Educational Improvement
Roma NGO Ronos
Foundation for an Open Society
Civic Initiatives
Novi Sad Humanitarian Centre
http://www.agentiaimpreuna.ro/
http://www.romacenter.ro/
http://www.policycenter.eu/
http://www.amarerromentza.org/
http://www.osf.ro/ro/index.php
http://www.romanicriss.org/
http://femrom.ro/aftpcn.html
http://www.sastipen.ro/
http://www.anr.gov.ro/
http://www.acrr.ro/
http://www.partidaromilor.ro
http://www.proeuropa.ro/
http://www.ric.org.rs
http://www.soros.org/
http://www.gradjanske.org/page/home/sr.html
http://www.nshc.org.rs/
Jekhetane Spolu
45
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Secretariado Gitano (Spain), "ETHNOTOLERANCE" (Bulgary), Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Pastoral dos Ciganos
(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
Eslovénia
Espanha
Open Society Fund - Soros Foundation
Únia Rómskej Mládeze
RMORK (Council of Romani NGOs)
Roma Press Agency RPA, Kosice
Romano nevo l’il
Office of the Slovak Government
Plenipotentiary for the Roma Community
ÚSVRK, Bratislava
Roma Institute
Roma Internet Radio Gipsy
Romathan, Roma theatre, Kosice
Zveza Romov Slovenije (The Roma Union
of Slovenia), Murska Sobota
Romski Informativni center ROMIC, Radio
ROMIC, Romano Them (Romski Svet),
Murska Sobota
Amala, Roma association and music groups,
Ljubljana
Bilingual paper Romske novice, Novo
Mesto
Anakerando
Asociación de Gitanos de Navarra "La
Majarí"
Asociación Nacional Presencia Gitana
Asociación Secretariado General Gitano
Oripando Kalo
Secretariado Desarollo Gitano
Uníon Romaní (Unión del Pueblo Gitano)
Uníon Romaní Andalucia
Fundacion Secretariado Gitano FSG
Hermandad de los Gitanos de Sevilla
Federación Autonómica de Asociaciones
Gitanas de la Comunidad Valenciana
Federación de Asociaciones Culturales
Cristianas de Andalucía
Federación de Asociaciones Gitanas
Extremeñas
Federación de Asociaciones Gitanas de
Castilla y León
Asociación de Mujeres Gitanas “Alboreá
Federación Regional Gitana de
Asociaciones de Castilla-La Mancha
Asociación de Enseñantes con Gitanos
Federación de Asociaciones de Mujeres
46
http://www.soros.org
http://unia_romskej_mladeze.sk-firma.com/
http://www.mecem.sk/
http://www.rnl.sk/
http://www.romainstitute.sk
http://www.gipsyradio.com/
http://www.romathan.sk/
http://www.zveza-romov.si/
http://www.romic.si/
http://www.pamplona.net/
http://www.presenciagitana.org/
http://www.eurosur.org/asgg/
http://www.secretgitano.org/
http://www.unionromani.org/
http://www.unionromani.org/
pueblo_in.htm
http://www.gitanos.org/
http://www.hermandaddelosgitanos.com/
http://aecgit.pangea.org/
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(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
Suécia
Suíça
Turquia
Ucrânia
Reino
Unido
Gitanas “Kamira”
Federación de Asociaciones Gitanas de
Cataluña
Asociación Juvenil Cultural Gitana
“Ardiñelo Kaló
Federación de Asociaciones Gitanas de
Aragón
Asociación Iniciativa Gitana
Federación de Asociaciones Gitanas de
Navarra “Gaz Kaló”
Asociación Socio-Cultural de las Minorías
Étnicas “Unga”
Federación Andaluza de Mujeres Gitanas
“Fakali”
Asociación de Promoción Gitana en la Rioja
Federación de Asociaciones Gitanas para la
integración laboral y social, promoción y
desarrollo del pueblo gitano “Calí”
Föreningen Resandefolket
Internationell Romani Råd
Romano Kulturako Centro - Romskt
kulturcentrum, Stockholm
The Delegation for Roma Issues in Sweden
The Rroma Foundation
Centre on Housing Rights and Evictions
COHRE, Geneva
Romani Cultural Platform ‘Romani
Istanbul’
Foundation of the Romani
AssociationsFederation EDROM
Sulukule Romani Culture and Development
Association
Helsinki Yurrtaslar Dernegi (Helsinki
Citizens Assembly)
International Charitable Organisation Roma
Women Fund Chiricli
Advisory Council for the Education of
Romanies and Other Travellers (ACERT)
The National Federation of Gypsy Liaison
Groups
Gypsy Council for Education, Culture,
Welfare and Civil Rights (GCECWCR)
National Association of Gypsy Women
Natl. Assn. of Health Workers with
Travellers
National Association of Teachers of
47
http://www.fagic.org/
http://www.iniciativagitana.org/
http://gazkalo.org/
http://www.gitaunga.e.telefonica.net/unga.htm
http://www.fakali.org/
http://resandefolketsriksorganisation.se/
http://www.humanrights.gov.se/
http://foundation.rroma.org/
http://www.cohre.org/
http://www.hyd.org.tr/
http://www.acert.org.uk/
http://www.nationalgypsytravellerfederation.org/
www.nationalgypsytravellerfederation.org
http://www.natt.org.uk/
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Secretariado Gitano (Spain), "ETHNOTOLERANCE" (Bulgary), Secretariado Diocesano de Lisboa da Obra Pastoral dos Ciganos
(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
Travellers
National Gypsy Council
National Romany Rights Association
Romany and Traveller Family History
Society
UNITE (Unified Nomadic Integrated
Transnational Education)
London Gypsy Traveller Unit (LGTU),
London
Ormiston Travellers' Initiative
(Cambridgeshire)
Friends Families and Travellers, Brighton
South West Alliance of Nomads (SWAN)
TravellerSpace, Penzance, Cornwall
Travellers Times, Hereford
The Clearwater Gypsies
One Voice 4 Travellers
Cheshire Gypsy and TravellersVoice
The Equality and Human Rights
Commission
Travellers Aid Trust, Kidwelly
Journey Folki
Scottish Traveller Education Programme
(STEP), Edinburgh University
Gypsy Lore Society
Boswell Romani Museum
Museum of East Anglian Life
The Museum of English Rural Life
Derbyshire Gypsy Liaison Group
http://www.grtleeds.co.uk
http://www.rtfhs.org.uk/
http://www.lgtu.org.uk/
www.ormiston.org/opus24.html
http://www.gypsy-traveller.org
http://www.gypsytravellerhelp.org/
http://travellerspace-cornwall.org/
http://www.travellerstimes.org.uk/
http://www.clearwatergypsies.com/
http://www.gypsytraveller.org/onevoice4travellers/
http://www.travellersvoice.org/
http://www.equalityhumanrights.com/
http://www.travellersaidtrust.org/
http://www.journeyfolki.org.uk/
http://www.scottishtravellered.net/
http://www.gypsyloresociety.org/
http://www.boswell-romany-museum.com/
www.eastanglianlife.org.uk
http://www.dglg.org/
Em baixo, há uma apresentação mais detalhada para os países envolvidos no projecto
ROMANINET:
Em Espanha o movimento Cigano tem actualmente mais de 600 associações (das quais
cerca de 40 são associações de mulheres). Há um número de federações diferentes e algumas
grandes associações estatais. Uma forma destas associações Ciganas poderem participar é no
único órgão oficial e estatal para a participação Cigana nas políticas e acções que afectam a sua
comunidade, o qual foi criado pelo Ministério dos Assuntos Sociais. Este órgão é denominado
Comisión Consultiva para el Programa de Desarrollo Gitano (Comité Consultor para o
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(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
Programa de Desenvolvimento Cigano) e é formado por Associações Estatais e Federações
Autónomas das Associações Ciganas.
Além disso, algumas regiões Espanholas têm as suas próprias Organizações Ciganas
como o Secretariado Cigano na Andaluzia que está ligado ao Ministério dos Assuntos Sociais e
ao Conselho Regional para a Comunidade Cigana na Estremadura, o Conselho Municipal do
Povo Cigano em Barcelona. Todas estas unidades são “consultoras”, sem poder executivo e sem
acesso directo aos recursos dos orçamentos das administrações.
O actual governo Socialista criou duas instituições importantes: o Conselho Cigano
Estatal e o Instituto de Cultura Cigana. O Ministério do Trabalho e dos Assuntos Sociais (agora
Ministério da Saúde e Política Social) criou o Conselho Estatal do Povo Cigano. Isto é um
organismo consultor inter-colegial, filiado no Ministério da Saúde e Política Social. O Conselho
confere um estatuto institucional para a colaboração e cooperação entre as associações Ciganas e
a Administração Geral do Estado para o desenvolvimento das políticas de apoio social que
permitem a promoção da integração da população Cigana.
Na Bulgária, não há autoridades formais especializadas a nível central, regional ou local
para representar os interesses dos Ciganos ou qualquer outra minoria étnica. As instituições
estatais e municipais no país conduzem uma política equilibrada nesta área, com o objectivo de
proteger os direitos e liberdades de todas as etnias. Entre elas, uma das mais importantes é o
Conselho Nacional para a Cooperação em Assuntos Étnicos e Demográficos (NCCEDI) no
Conselho de Ministros (http://www.nccedi.government.bg/). No presente, membros do NCCEDI
são Organizações Não-Governamentais (ONGs) dirigidas pelos Búlgaros, que pertencem a várias
minorias étnicas, incluindo os Ciganos. NCCEDI tem as suas próprias subdivisões, baseadas
num nível regional nas administrações regionais para a implementação do diálogo com as ONGs
locais. O trabalho desta autoridade pública e estatal é garantir a implementação de compromissos
feitos pela República da Bulgária em conformidade com o Quadro da Convenção para a
Protecção das Minorias Nacionais.
No Ministério da Educação, Juventude e Ciência (MOMN) um papel semelhante é
desempenhado pelo Departamento Consultor na integração educativa das crianças e alunos de
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(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
minorias étnicas, o qual funciona desde 2004. Este departamento estatal público aconselha o
Ministro na tomada de decisões relacionadas com uma integração mais efectiva através da
educação. Além dos representantes das instituições estatais, o mesmo número de representantes
das ONGs ciganas contribuem para o desenvolvimento da educação das crianças de minorias
étnicas, juntamente com universidades estatais e associações de professores. Todos os
documentos legislativos para a integração educativa, incluindo os que respeitam às crianças
ciganas tiveram origem neste Departamento Consultor. Além disso, fora as instituições estatais
na Bulgária, vários departamentos consultores têm sido instituídos pelos municípios para facilitar
o diálogo entre as autoridades locais e representantes das ONGs. Contudo, o maior sucesso no
desenvolvimento do movimento cigano no país, é a presença e acção de muitas ONGs ciganas e
não ciganas. Desde 1989, a Bulgária registou mais de 500 ONGs ciganas, cerca de 20 das quais
alargaram a sua vida organizacional e contribuição para o desenvolvimento da comunidade
cigana e diálogo inter-étnico.
Nos anos de 1970s , foi estabelecido um serviço especial na Grã-Bretanha, conhecido até
recentemente em muitos condados como o Serviço de Educação dos Viajantes (SEV). A sua
tarefa era e continua a ser fornecer apoio educacional aos filhos dos Viajantes e Ciganos, tanto
nas escolas como em casa, nos acampamentos. O SEV tem sido útil ao facilitar o acesso a outras
formas de formação assim como ao sensibilizar para os Ciganos Romani, os Viajantes e a sua
cultura.
Além disso, vários museus Romani têm sido estabelecidos no país, documentando
actividades e folclore tradicionais. Incluem o Museu Romani Boswell, o Museu da Vida
Anglicana do Leste e o Museu da Vida Rural Inglesa, que tem uma exposição na Internet sobre
os Ciganos.
Os grupos de interesse Romani têm estado envolvidos principalmente em campanhas
para abolir restrições nos acampamentos de caravanas e para expandir o número de
acampamentos e a sua infra-estrutura. Incluem o Conselho Cigano e o Derbyshire Gypsy Liaison
Group. Um programa de rádio semanal para pessoas ciganas foi iniciado numa rádio regional da
BBC em 2006, e vários sítios da Internet oferecem aos jovens Ciganos um forum para trocar
50
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(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
(United Kingdom)
informação e um local de encontro virtual, sendo entre eles o vencedor de um prémio o sítio
Savvy Chavvy.
Em Portugal, os interesses da comunidade Cigana são geridos por uma organização
formal, o ACIDI - Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural. Outras ONGs e
associações Ciganas Portuguesas estão envolvidas nesta actividade.
Na Roménia, a instituição oficial que representa a minoria Cigana a nível nacional é a
Agência Nacional Cigana. Além disso, há mais de 300 organizações não-governamentais
registadas que estão relacionadas com a comunidade Cigana.
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(Portugal), Grup Scolar Industrial Victor Jinga (Romania), SC CONCEPT CONSULTING SRL (România), University of Manchester
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