Reconstruindo com qualidade formas que a

Transcrição

Reconstruindo com qualidade formas que a
O universo científico da nova Implantodontia
V. 6, N0 2 | Mar/Abr 2009 ISSN 1678-661
Reconstruindo com
qualidade formas
que a natureza criou
Nesta edição:
Caderno Científico
Metodologia Científica
Produtos e Serviços
Temas em Debate
Mercado IN
da ão
os raç
n
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20 oin ras 5
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Os n ag.
P
ISSN - 1678-6661
Vol. 6 • No 2 • Março/Abril • 2009
ImplantNews - Vol. 6, n.2 (março/abril/2009) - São Paulo: VM Comunicações - Divisão Cultural, 2004
Periodicidade Bimestral
ISSN - 1678-6661
1. Implantes dentários. 2. Cirurgia de implantes. 3. Prótese sobreimplantes.
I. VM Comunicações - Divisão Cultural II. Título
CDD 617.6005
Black D74
v
A importância da publicação científica
Vivemos na era da informação. Essa realidade é incontestável, com os diferentes recursos
de comunicação existentes no mundo moderno. Isso não poderia ser diferente na área da
saúde. Os profissionais e os usuários do sistema têm acesso a todo tipo de informação.
Assim, um novo olhar para a questão da publicação científica é imperioso: os profissionais
têm obrigação de divulgar o conhecimento produzido, como forma de socialização dessa
informação.
Historicamente, as profissões da saúde veiculavam sua informação por meio de livros. Hoje,
isso é considerado muito limitado, uma vez que o processo de produção do livro é demorado e caro, o que leva à obsolescência rápida do seu conteúdo. Dessa forma, a informação
mais atual é, hoje, aquela que se encontra publicada nos periódicos. Sim, em periódicos de
qualidade. É nesse contexto que atualmente os periódicos são avaliados pela comunidade
científica. Pela qualidade da informação neles contida em termos científicos, pela acessibilidade dos mesmos em diferentes meios de comunicação (pelo menos a possibilidade
de visualização de suas listas de conteúdos na internet), pela idoneidade do processo de
PONTO DE VISTA
Cassiano Kuchenbecker
Rösing
revisão, pela produção acadêmica de seu corpo editorial etc.
O nosso País, pelo processo de avaliação da Pós-graduação, entendeu claramente que necessitamos divulgar o que produzimos e em veículos qualificados. Nesse sentido, continuase a priorizar que a pesquisa científica seja o norte da construção do conhecimento e que
ele seja divulgado brevemente. Antigamente, havia um ditado usado no meio acadêmico:
“Publicar ou Perecer”. Hoje, ele evoluiu para algo muito mais interessante que é a noção
de divulgar o conhecimento produzido de forma qualificada nos meios qualificados. Isso
será muito útil para que os profissionais estejam atualizados com maior qualidade, gerando
mais saúde às pessoas.
Recentemente, a Capes divulgou a relação de classificação Qualis dos Periódicos em
Odontologia. Essa classificação tem por base a indexação das revistas e o impacto por elas
gerado por meio de citações. As revistas latino-americanas que estão indexadas no Lilacs
receberam a classificação como B4, isto significa que estão disponíveis para acesso de sua
referência e resumo nessa importante base latino-americana. A revista ImplantNews está
classificada nesse grupo de revistas que tem sido positivamente considerado no processo
de avaliação da Pós-graduação para docentes e discentes. Esse é um dos passos importantes
para atingir mais pessoas, com possibilidade de encontrar na base de dados as referências
necessárias, o que é fundamental para a inclusão de um periódico como daqueles com
importância reconhecida.
Cassiano Kuchenbecker Rösing é professor de Periodontia da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul e da Universidade Luterana do Brasil.
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):121
121 |
Capa:
Imagem que expressa a perfeição
das formas da natureza como
ponto de partida para a
reabilitação oral com implantes.
Publicação bimestral dirigida
aos cirurgiões-dentistas,
especialistas ou com interesse
em Implantodontia.
editor científico: Prof. Dr. Paulo Rossetti
editor científico associado: Prof. Luiz A. Gomes
conselho científico: Profs. Drs. Antônio Pinheiro (UFBA-Salvador/BA), Antônio Wilson Sallum (FOPUnicamp/SP), Arthur Belém Novaes Jr. (Forp-USP-Ribeirão Preto/SP), Carlos dos Reis Pereira Araújo
(FOB-Bauru/SP), Carlos Eduardo Francischone (FOB-Bauru/SP), Carlos Nelson Elias (IME/RJ), Cimara
Fortes Ferreira (NSU College of Dental Medicine/USA), Cláudio Luiz Sendyk (Unisa/SP), Elcio Marcantonio
Jr. (Unesp-Araraquara/SP), Flavia Rabello de Mattos (Fapi/SP), Guaracilei Maciel Vidigal Junior (UnigranrioRio de Janeiro/RJ), Hugo Nary Filho (USC-Bauru/SP), Israel Chilvarquer (Fousp-São Paulo/SP), Jamil A.
Shibli (UnG- Guarulhos/SP), Luciano Lauria Dib (Unip/SP), Marco Antonio Bottino (Unesp-São José dos
Campos/SP), Marco Aurélio Bianchini (UFSC/SC), Marco Antônio Brandão Pontual (Ufes/ES), Maurício
G. Araújo (UEM-Maringá/PR), Paulo Sérgio Perri de Carvalho (Unesp-Araçatuba/SP), Renato Mazzonetto
(FOP-Unicamp/SP), Thomaz Wassall (SLMandic-Campinas/SP), Waldemar Daudt Polido (ABO-Porto
Alegre/RS), Wilson Roberto Sendyk (Unisa/SP).
avaliadores: Profs. Drs. Antônio Wilson Sallum, Carlos dos Reis Pereira Araújo, Carlos Nelson Elias, Cimara Fortes
Ferreira, Elcio Marcantonio Jr., César Arita, Flavia Rabello de Mattos, Guaracilei Maciel Vidigal Junior, Jamil A.
Shibli, Marco Antonio Bottino, Marco Aurélio Bianchini, Marco Antônio Brandão Pontual, Renato Mazzonetto.
conselho consultivo: Profs. Drs. Aldo Brugnera Junior (Univap/SP), Antonio Vicente de Souza Pinto
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Sartori (Ilapeo-Curitiba/PR), José Cícero Dinato (UFRGS/RS), Laércio W. Vasconcelos (P-I Brånemark
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Mário Groisman (SLMandic/RJ), Milton Miranda (SLMandic-Campinas/SP), Pedro Tortamano Neto (FouspSão Paulo/SP), Rander Pereira Avelar (UNB/DF), Ricardo Curcio (Hospital Heliópolis/SP), Sérgio Jayme
(Instituto Sérgio Jayme-São Paulo/SP), Wellington Cardoso Bonachela (FOB-USP- Bauru/SP).
conselho de tecnologia aplicada: Profs. Drs. Adolfo Embacher Filho (Itu/SP), Ariel Lenharo (Inepo-São
Paulo/SP), Aziz Constantino (São Paulo/SP), Cláudio Chedid (Ciodonto-São Paulo/SP), Dráuseo Speratti
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Candia Alba Jr. (São Paulo/SP).
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Qualis: B4 - Odontologia e Interdisciplinar
B5 - Medicina II e Engenharias II e III
INDEXAÇÃO:
BBO - Bibliografia Brasileira de Odontologia
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
ISSN 1678-6661
7020-Revista V.6-n.2.indd 122
121
PONTO DE VISTA
A importância da publicação científica
Cassiano Kuchenbecker Rösing
125
EDITORIAL
IDS 2009 - o futuro da Implantodontia
passa por aqui
127
CADERNO CIENTÍFICO
Um registro da produção dos autores
nacionais
205
EVENTOS
Osseointegração - 20 anos
da experiência brasileira
210
TEMAS EM DEBATE
Banco de ossos na Implantodontia
212
METODOLOGIA CIENTÍFICA
Pequena introdução ao método –
Parte II
214
A VEZ DOS EDITORES
Sugestões de leitura
216
PREMIAÇÕES
Os vencedores das premiações
do IN 2008
220
PRODUTOS & SERVIÇOS
Cursos para ampliar e aperfeiçoar
os conhecimentos
223
MERCADO IN
229
NORMAS DE PUBLICAÇÃO
Importante: a revista ImplantNews só comercializa
assinaturas através de telemarketing próprio.
Não possui “vendedores” em domicílio.
30/3/2009 16:39:08
Envelhecimento versus Implantodontia - O que muda com a
idade?
Issues on Implantology: the elderly - What changes
with age?
Viviane Rabelo, Angelo Menuci Neto, Carlos Eduardo
Francischone, Rodinei Bucco Jr
137
Avaliação do comportamento de células mesenquimais
humanas sobre superfícies de implantes dentários
Evaluation of differentiation and mineralization of human
mesenchymal cells plated on dental implant surfaces
Gustavo Mendonça, Daniela Baccelli Silveira Mendonça,
Maria Angélica Rehder Araújo, Wagner Rodrigues Duarte,
Lyndon F. Cooper, Francisco J. L Aragão
143
Osso homógeno fresco congelado utilizado na reconstrução
de maxila atrófica
The use of fresh-frozen homogenous bone graft for
reconstruction of the atrophic maxilla: a case report
Anna Cristina Biagini, Evelyn Júri Rezende de Lacerda,
Valéria Leobas de Castro Antunes, Maurício Makoto Koga,
Alexander D’Alvia Salvoni
151
Carga imediata em implantes unitários
Immediate loading of single-tooth implants
Carlos Alberto do Amaral Valladão Junior, Alberto Fedeli
Junior, Aurélio Belas, Abílio Cardoso Junior
161
Avaliação do sucesso de 20 casos de levantamentos de
seio maxilar utilizando osso autógeno particulado e Gen-Ox
inorgânico associados em partes iguais (1:1) - controle de
dois anos
Success evaluation of 20 cases of maxillary sinus lifting with
filled with 1:1 mixture of particulate, autogenous and
Gen-Ox-anorganic bones - a two-year follow-up study
Rafael Manfro, Walter Rosa Nascimento Júnior, José
Aristides Loureiro, Marcelo Carlos Bortoluzzi, Camila Reis
D´Campora Zago
169
Análise estrutural e do desempenho in vitro das lâminas
dos raspadores ósseos
Structural and in vitro analysis of commercially available
bone scrapers
Luís Carlos de Moraes e Silva Jr., Altair Dantas de
Andrade, Marcelo Corrêa Manso, Mario Groisman, Glória
de Almeida Soares, Guaracilei Maciel Vidigal Jr.
179
Fratura de mandíbula como complicação pós-operatória
da instalação de implantes dentários
Mandibular fracture a postoperative complication after
dental implant placement
Rogério Bonfante Moraes, Ricardo Pimenta D`Ávila, João
Gualberto de Cerqueira Luz
187
Overdenture mandibular sobre implantes carregados
imediatamente
Mandibular overdenture supported by immediate loading
dental implants: a clinical report
José Maurício dos Santos Nunes Reis, Antonio Alves
de Almeida Júnior, João Gustavo Rabelo Ribeiro, José
Cláudio Martins Segalla, Érica Gouveia Jorge, Ivan
Ribeiro de Faria
197
Ancoragem ortodôntica com implantes osseointegrados
Orthodontic anchorage with osseointegrated implants:
a case report
Paulo Sérgio Perri de Carvalho, Edson Virgílio Zen Filho,
Dan Franklin Kjaer, Mariliza Comar Astolphi de Carvalho
Assinatura anual - R$ 490,00 | 6 edições anuais
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sumário
127
CADERNO CIENTÍFICO
ARTIGOS ORIGINAIS / ORIGINAL ARTICLES
IDS 2009 - o futuro
da Implantodontia passa por aqui
A IDS - International Dental Show é a maior exposição de novas tecnologias e serviços do mundo, realizada a
cada dois ano, em Colônia, na Alemanha. Trata-se de um evento no qual profissionais e executivos envolvidos
com o mercado odontológico não devem faltar, uma vez que é nessa mostra que as novidades acontecem.
Para registrar a importância desse evento, o volume de novas tecnologias lançadas e ter uma projeção
de como será a prática da Odontologia nos próximos anos, veja o testemunho in loco do nosso
editor científico, professor doutor Paulo Rossetti, que participou ativamente da edição 2009 da IDS.
A IDS, maior feira de Odontologia do mundo, reuniu 1.750 expositores e mais de 55 paises (64% estrangeiros), nos seus 138.000 metros quadrados. No local, cerca de 100.000 pessoas testemunharam o futuro da
Implantodontia e o Brasil marcou presença nos segmentos de livros, implantes, componentes e associados.
Foi muito difícil percorrer cada estande sem“tropeçar”em alguma inovação, como instrumentos para extração
dentária atraumática, uma seringa que “economiza” anestésico e proporciona segurança ao paciente, siliconas
de adição que podem ser autoclavadas após a moldagem, entre outras.
Sem dúvida, as companhias com sistemas CAD-CAM para fresagem de zircônia, cobalto-crômio e titânio (150
editorial
no total), e as cirurgias em tempo real (todos os dias), foram as coqueluches da feira. Os moldes agora podem
ser escaneados, o computador “esculpe”os troquéis no gesso, enquanto outro sistema já trabalha na restauração
final (metálica ou cerâmica). Uma vantagem: pode-se escolher fresadora e software separadamente, na maioria
dos fabricantes. O Brasil deve sofrer uma revolução radical nos próximos anos.
Os aparelhos para tomografia computadorizada ficaram mais compactos: novos filtros aumentam a precisão
das imagens invertidas em preto e branco ou coloridas artificialmente.
Para cirurgia, o investimento também foi nos sistemas piezoelétricos, que evitam o aquecimento e melhoram o pós-operatório. Já existem novas brocas descartáveis e com limitadores que impedem até mesmo que o
cirurgião mais inexperiente cometa um erro na osteotomia. Ao mesmo tempo, novos biomateriais prometem
uma Implantodontia minimamente invasiva.
Os
implantes foram apresentados
com novos desenhos de conexões e tratamentos de superfície e, agora,
existem implantes híbridos (plataforma de zircônia e corpo de titânio). Finalmente,
uma nova pasta profilática
com baixo teor de flúor, combinando as propriedades antivirais e
antibacterianas da lactoferrina e oxigênio ativo, prometem acabar de vez com a placa e o sangramento ao redor
dos implantes.
Realmente,
esses cinco dias mudaram
os rumos da Implantodontia. Que as empresas brasileiras presentes
nesta edição continuem a mostrar seu talento no exterior, e que novas tecnologias sejam desenvolvidas para
o benefício dos pacientes.
ImplantNews: sempre na vanguarda do conhecimento!
Boa leitura! Paulo Rossetti
Editor científico
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):125
7020-Revista V.6-n.2.indd 125
125 |
30/3/2009 16:39:08
Série especial
Da pesquisa prática à pesquisa clínica
Envelhecimento versus Implantodontia O que muda com a idade?
Issues on Implantology: the elderly - What changes with age?
RESUMO
Os implantes dentários estão consagrados na literatura como uma excelente
opção reabilitadora de espaços edêntulos, seja pela condição conservadora
dos dentes vizinhos, pela pouca invasividade ou pela previsibilidade de resultado que esta modalidade de tratamento oferece. Considerando isso, é
crescente o número de indicações de implantes dentários, mas mesmo que
a técnica cirúrgico-protética seja semelhante, os perfis dos pacientes mudam.
Este artigo tem o objetivo de discutir os aspectos cirúrgicos e protéticos em
pacientes idosos.
Unitermos - Implante dentário; Opções reabilitadoras; Espaços edêntulos;
Pacientes idosos.
ABSTRACT
Dental implants have been shown in the literature to be an excellent treatment
option for edentulous patients, preserving adjacent teeth, reducing invasiveness,
or due to their predictability. As a result, the number of recommendations
for dental implant treatment is considerably higher, but it is necessary to
understand that, although surgical-prosthetic techniques may be very similar,
patient´s profile varies with ageing. The objective of this literature review is to
discuss aspects related to osseointegration in elderly patients.
Key Words - Dental implants; Implant-supported rehabilitation; edentulous
patients; Elderly patients.
* Especialista em Periodontia e Odontogeriatria; Mestre em Implantodontia pela Universidade do Sagrado Coração - Bauru/SP.
** Especialista em CTBMF pela PUC/RS; Mestre em Implantodontia pela Universidade Sagrado Coração - Bauru/SP; Professor do curso de Especialização em Implantodontia
da ABO/RS.
*** Coordenador dos Programas de Mestrado e Doutorado em Implantodontia da Universidade Sagrado Coração - Bauru/SP, Professor titular de Implantodontia Universidade
Sagrado Coração - Bauru/SP; Professor titular de Dentística FOB-USP/SP.
**** Aluno do curso de Especialização em CTBMF pela Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre/RS.
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):127-34
127 |
CADERNO CIENTÍFICO
Viviane Rabelo*
Angelo Menuci Neto**
Carlos Eduardo Francischone***
Rodinei Bucco Jr****
Rabelo V | Menuci Neto A | Francischone CE | Bucco Jr R
CADERNO CIENTÍFICO
Introdução
Desde a última década, a utilização de implantes osseointegrados como suporte de próteses fixas e removíveis
tem aumentado significativamente, devido à simplificação
dos procedimentos cirúrgicos e regenerativos, bem como
evidências científicas relatadas a longo prazo1.
Em função dos excelentes resultados obtidos nas
reabilitações utilizando-se implantes, em que encontramos
um índice de sucesso relatado nos trabalhos do professor
Brånemark de 81% na maxila e 91% na mandíbula acima de
15 anos, em 350 casos2, podemos observar a mudança dos
perfis de nossos pacientes.
É esperado que os pacientes idosos (60 anos, segundo o
IBGE3) constituam um aumento substancial da proporção de
indivíduos que precisam de implantes4. O Ministério da Saúde
divulgou, recentemente, resultados de pesquisas que apontam
um percentual de 37,8% de indivíduos com mais de 50 anos
de idade sem nenhum dente natural remanescente em boca, o
que significa uma população de aproximadamente 30 milhões
de pessoas5. Nessa avaliação não foram incluídos pacientes que
apresentavam dentes inadequados ao tratamento odontológico.
Estes deveriam ser considerados desdentados, o que elevaria
ainda mais os percentuais estatísticos dos desdentados totais.
Se considerarmos a situação apresentada em países
como Itália, com 20% de edêntulos entre 65 e 74 anos de idade,
e nos Estados Unidos com 26% de edêntulos na faixa de 65 a
69 anos de idade, estamos muito distantes de alcançar a meta
recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que
estabelecia para o ano de 2000 uma média de 50% da população na faixa etária de 65 a 74 anos de idade com, pelo menos,
20 dentes em condições funcionais5. As pessoas estão vivendo
mais, e o problema de perda de dentes continua sendo mais
prevalente em idosos do que em outros grupos etários6-7.
Pacientes que permanecem durante um período prolongado completamente edêntulos sem próteses ou com
próteses inadequadas, em pelo menos uma arcada, sofrem
de problemas estéticos, funcionais, nutricionais, gastrointestinais, bem como problemas articulares (ATM), de fala e
auto-estima5.
Os pacientes idosos têm maior prevalência de doenças
locais e sistêmicas, e maior dificuldade de adaptação muscular das próteses removíveis8 .
Com a realização desta revisão da literatura, pretendemos elucidar algumas questões que ocasionalmente geram
dúvidas para os cirurgiões a respeito da osseointegração em
pacientes idosos.
gerando a necessidade de desenvolver protocolos de tratamento cada vez mais dinâmicos9, visando acompanhar a
expectativa de vida dos pacientes idosos e o grau de exigência
de pacientes jovens (Caso 1).
Caso 1
Figura 1
Paciente idosa com ausência de elementos dentários
e perda de suporte labial em uma vista frontal.
Figura 2
Vista lateral.
Figura 3
Paciente em oclusão, com prótese total superior e prótese fixa
sobreimplantes inferior. Cirurgia realizada pelo doutor Carlos Eduardo
Francischone Jr. e prótese pelo doutor Carlos Eduardo Francischone.
Revisão da Literatura
O tratamento com implantes dentários rapidamente
se tornou o padrão na reabilitação protética do edentulismo,
| 128
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):127-34
Figura 4
Paciente com suporte labial restaurado em uma vista frontal.
Rabelo V | Menuci Neto A | Francischone CE | Bucco Jr R
Figura 5
Vista lateral.
Figura 6
Paciente maxilectomizada, apresentando deformidade facial.
Caso clínico realizado na Universidade do Sagrado Coração - USC/Bauru.
Cirurgia realizada pelo doutor P-I Brånemark e Próteses pelos doutores
Mauricio Rigolizzo, Ivete Sartori e Carlos Eduardo Francischone.
Figura 7
Implantes osseointegrados e estrutura metálica instalada.
Figura 8
Radiografia panorâmica após a instalação dos implantes.
caderno científico
Caso 2
Figura 9
Restauração protética removível.
Figura 10
Paciente com prótese em oclusão.
Figura 11
Paciente reabilitada com implantes osseointegrados
e prótese, apresentando uma harmonia facial.
Figura 12
Follow up de oito anos.
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Rabelo V | Menuci Neto A | Francischone CE | Bucco Jr R
Caso 3
CADERNO CIENTÍFICO
Figura 13
Prótese em boca após oito anos de instalação.
Figura 16
Radiografia panorâmica após a instalação dos implantes na maxila.
Cirurgia realizada pelo doutor Hugo Nary Filho
e prótese pelo doutor Carlos Eduardo Francischone.
Figura 14
Paciente em oclusão.
Figura 17
Vista oclusal com implantes instalados.
Figura 15
Radiografia panorâmica do acompanhamento de oito anos.
Pacientes idosos parcialmente desdentados podem ser
reabilitados com uma prótese removível ou fixa suportada
por dentes, mucosa ou implantes. As próteses removíveis
são uma opção de tratamento para todos os pacientes pelo
fato de oferecerem estética, versatilidade, não ser invasiva e
oferecer fator de reversibilidade (Caso 3).
Pessoas que se tornam edêntulas precocemente constituem um grupo particularmente desafiador de tratar.
Baseado nas projeções do IBGE, para os próximos 40
anos, a população de idosos no Brasil vai aumentar em torno de cinco vezes (Gráfico 1)3. O Brasil já tem o sexto maior
aumento de envelhecimento da população10, e a estimativa
para 2020 é de que a população idosa no Brasil tenha uma
expectativa de vida de 71,2 anos (homem) e 74,7 anos (mulher), chegando a representar quase 13% da população10.
| 130
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):127-34
Figura 18
Prótese (overdenture) acrilizada.
Figura 19
Prótese adaptada na boca da paciente.
Figura 20
Vista lateral sem a prótese.
Figura 21
Vista lateral com a prótese.
Figura 22
Vista frontal com prótese.
O aumento da longevidade do ser humano é uma
realidade observada atualmente nas populações mundiais,
onde os cidadãos idosos estão vivendo mais e em condições
mais saudáveis do que em qualquer tempo do passado da
humanidade11.
Apesar dos programas implementados para o controle
da cárie e da doença periodontal, é certo que a população
de desdentados totais dentro de 15 a 20 anos aumentará
no Brasil e em todo o mundo, em função do aumento da
longevidade do ser humano.
Com o aumento da população de idosos, deve-se ficar
atento a essa faixa etária de pacientes, uma vez que ocorre
uma série de alterações de órgãos e sistemas ou doenças
de base.
Uma das principais alterações que ocorrem com a
idade é a osteoporose8. A osteoporose é a redução da massa
óssea. O osso é um tecido que se renova com mais intensidade nas primeiras décadas de vida, sendo que a partir dos
30 anos, o quadro se inverte, e a reabsorção do osso passa
ser maior que a formação12. Um estudo sobre osteoporose
revela pequeno efeito da doença na taxa de sucesso de implantes13.Foi analisado um total de 450 implantes colocados
em maxilas e mandíbulas de 116 mulheres acima de 50 anos
e a taxa de sucesso foi de 92%13. Em outro estudo, o autor
coloca 70 implantes em 14 pacientes com osteoporose. O
grupo apresentou uma taxa de sucesso maior que 97% após
de um período de controle de três anos14. A osteoporose
sozinha, não tem efeito no sucesso de implantes 8.
A diabetes é outra doença que acomete com maior
frequência os pacientes idosos. É uma doença metabólica,
resultado da deficiência na secreção de insulina15. Alguns
autores encontraram taxas de sucesso de 88%, em 178
implantes colocados em região de sínfise, em 89 pacientes
diabético controlados, depois de 60 meses de controle16, e
94% de sucesso em 141 implantes em pacientes diabéticos
controlados, depois de cinco anos de carga17. Alguns estudos
mostram taxas similares de 93% e 92% de sucesso, entre
pacientes não diabético e diabético tipo I, em um total de
2.632 implantes18.
O hipotireoidismo é outra desordem metabólica, em
que se vai ter pouca ou nenhuma produção do hormônio da
tireoide, que estimula o conjunto de reações necessárias para
assegurar todos os processos bioquímicos do organismo15.
O hipotireoidismo diminui o recrutamento, maturação e
atividade celular óssea, inibindo a cicatrização óssea15. Isso
nos leva a deduzir que a doença influencia de maneira negativa a osseointegração. Um dos poucos trabalhos sobre o
assunto, nos traz um estudo retrospectivo com 27 pacientes
do gênero feminino com hipotireoidismo (82 implantes colocados) e 29 pacientes controle (81 implantes colocados),
com taxas de sucesso de 95% e 97% respectivamente, após
dez anos de carga19.
Outra entidade patológica que pode levantar algumas
incertezas, são as doenças cardiovasculares (doenças cardíacas isquêmicas, disritmias, anomalias cardíacas, insuficiência
cardíaca congestiva). Apesar de causarem alterações fisiológicas, as doenças cardiovasculares não afetam clinicamente
o sucesso dos implantes8. Em uma análise retrospectiva relacionando doenças cardiovasculares com a osseointegração
inicial, participaram do estudo 246 pacientes, sendo 39 com
alguma doença cardiovascular. Este estudo demonstra que
13% fracassaram em ambos os grupos (doenças cardiovas-
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):127-34
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CADERNO CIENTÍFICO
Rabelo V | Menuci Neto A | Francischone CE | Bucco Jr R
CADERNO CIENTÍFICO
Rabelo V | Menuci Neto A | Francischone CE | Bucco Jr R
culares e grupo controle)20. Deve-se estar atento também às
anomalias cardíacas que requerem profilaxia antibiótica da
endocardite bacteriana.
A motricidade certamente é um quesito a ser considerado, pois é natural que a habilidade motora, a destreza
e, sobretudo, a motricidade fina depreciem com o envelhecimento11. E esse fenômeno ocorre não somente pelo
envelhecimento por si, mas decorrente de uma série de
eventos degenerativos, doenças sistêmicas e complicações
orgânicas, como AVC, Mal de Parkinson, artroses, perda de
tônus e resistência musculares11. Como consequência da
diminuição da capacidade motora, associada, muitas vezes,
com a diminuição ou até perda da acuidade visual, observase um aumento na incidência de doença periodontal e cárie
radicular e, consequente, aumento na perda de elementos
dentários remanescentes, com consequente necessidade
de reabilitação protética, em virtude da qualidade pobre de
higiene observada nessas condições11.
A capacidade de controlar a placa bacteriana, através
de adequada higiene bucal, é um dos fatores que devem ser
avaliados ao se planejar o tratamento do paciente, principalmente se for idoso com limitação motora5. Três condutas são
adotadas para contornar essas dificuldades:
1. Chamadas periódicas rígidas e constantes para manutenção e controle de higiene, podendo reabilitar esses
pacientes com planejamentos convencionais de próteses
fixas sobreimplantes.
2. Treinamento de acompanhantes familiares ou não para
realização e controle de higiene bucal, associada ao item 1.
Com isso pode-se também reabilitar paciente com planejamentos convencionais de próteses fixas sobreimplantes.
3. Planejar tratamentos alternativos com próteses removíveis - ou overdentures - para facilitar a higiene em
ambiente familiar. Atento a essa condição do idoso, as
empresas de suporte têm lançado dispositivos de higiene
que facilitam a remoção de restos alimentares e o controle
de placa bacteriana, como o Waterpik, por exemplo.
Discussão
O perfil de quem procura implantes dentários mudou
significativamente nos últimos anos. Nos anos iniciais da
osseointegração, a maioria dos pacientes encontrava-se na
faixa etária de 50 a 65 anos. Agora, estão incluídas pessoas
com até 90 anos ou mais. Isso se deve ao crescente envelhecimento da população mundial e o maior conhecimento do
fenômeno da osseointegração e seus benefícios10.
Frente a esta tendência mundial de envelhecimento
populacional, no Brasil a situação de edentulismo da população acima de 65 anos é de 57% na arcada superior e 34%
na arcada inferior, sem considerar os pacientes com dentes
inviáveis21.
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REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):127-34
Soma-se a isso, pacientes maxilectomizados e com
síndromes, os quais podem necessitar planejamentos e
reabilitações especiais (Caso 2).
A ausência parcial ou total de dentes leva a uma
redução na capacidade mastigatória, pois o paciente evita
alimentos consistentes e fibrosos, deixando de ingerir nutrientes essenciais para a boa qualidade da sua dieta e que
contribuem para exacerbar os problemas sistêmicos que, por
sua idade, já possa estar apresentando11.
Manter a saúde bucal e restabelecer a função mastigatória é parte integrante da promoção de saúde nos pacientes
idosos. Presença de conforto bucal e apropriada habilidade
mastigatória e de nutrição influenciam diretamente na qualidade de vida desses pacientes22.
Para voltar a permitir uma função mastigatória adequada às suas necessidades alimentares mínimas na terceira
idade e reabilitar o paciente do ponto de vista funcional,
estético e fisiológico, os implantes osseointegrados aparecem
como uma excelente alternativa de reabilitação oral11.
Nos últimos anos, os implantes dentários assumiram
grande importância entre a população geriátrica, onde além
de melhorarem a estética e a função, as próteses implantossuportadas podem prevenir a perda de auto-estima e combater
o isolamento social, causados pela ausência de dentes ou destes estarem em péssima composição para um correto preparo
do bolo alimentar, bem como no aspecto visual, permitindo,
assim, ao indivíduo desfrutar de um envelhecimento com boa
qualidade de vida física, social e psicológica11.
O fato de ser idoso não é uma contraindicação para
o uso de implantes23. Vários estudos mostram que os problemas técnicos cirúrgicos ou protéticos e complicações
encontradas em pacientes geriátricos são similares àquelas
reportadas em alguns pacientes jovens ou mesmo adultos23. Também observamos que os índices de sucesso dos
implantes dentários em pacientes idosos, considerando
alterações sistêmicas, são altos (Tabela 1) e comparáveis aos
índices encontrados em pacientes adultos sem alterações
sistêmicas.
TABELA 1 - ÍNDICE DE SUCESSO DE IMPLANTES DENTÁRIOS EM PACIENTES
COM PROBLEMAS
Autores
Patologia
Índices de sucesso
Minsk, Polson, 1998
Osteoporose
92%
Friberg et al, 2001
Osteoporose
97%
Olson et al, 2000
Diabetes
88%
Peled et al, 2003
Diabetes
94%
Morris et al, 2000
Diabetes
92%
Attard, Zarb, 2002
Hipotireoidismo
95%
Zarb et al, 1999
Doenças Cardiovasculares
87%
Rabelo V | Menuci Neto A | Francischone CE | Bucco Jr R
Para pacientes idosos deve-se evitar enxertos ósseos
para reconstrução e incrementar as técnicas de ancoragem
com implantes em osso primário para criar forma de retenção para prótese fixa ou overdenture. Conceitos menos
invasivos como All-on-four devem ser considerados para
esses casos (Caso 4).
Caso 4
Figura 27
Follow-up de seis meses
Figura 28
Vista oclusal com a prótese desmontada após seis meses de instalação
dos implantes, mostrando condição de saúde dos tecidos peri-implantares.
Figura 24
Prótese superior e inferior instaladas em carga imediata.
Cirurgia realizada pelo doutor Peter Ilg e prótese pelo doutor
Carlos Eduardo Francischone e pela doutora Patrícia de Paula Eduardo.
Figura 25
Radiografia panorâmica após a instalação dos implantes.
Figura 26
Vista frontal da paciente logo após a instalação das próteses.
Conclusão
O tratamento com implante pode ser indicado de forma segura para pacientes idosos. Aqueles com complicações
sistêmicas controladas por medicamento são candidatos para
reabilitação bucal com implantes com consentimento do
médico que o acompanha. Facilitando assim as funções orais
(fala, deglutição, mastigação), oferecendo mais conforto e
qualidade de vida ao paciente. Segundo alguns autores24, nem
a idade por si só, nem a diminuição da capacidade motora de
higienizar a boca que normalmente a acompanha são sozinhas contraindicações para tratamentos com implantes.
Deve-se levar em conta normas médicas de saúde
geral, onde todo o esforço deve ser focado na seleção meticulosa do paciente, visando considerar possíveis condições
de complicações cirúrgicas e sistêmicas.
Em relação as complicações sistêmicas e a osseointegração, sabemos que não há influência nos índices de sucesso
do tratamento. Observando as complicações sistêmicas mais
frequentemente encontradas, sabemos que:
1. A osteoporose sozinha, não tem efeito no sucesso de
implantes8.
2. Em relação a diabetes, se o controle de glicemia for
adequado, não irá comprometer o índice de sucesso dos
implantes.
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CADERNO CIENTÍFICO
Figura 23
Radiografia panorâmica inicial. Paciente com 82 anos.
Rabelo V | Menuci Neto A | Francischone CE | Bucco Jr R
CADERNO CIENTÍFICO
3. Pela pouca quantidade de trabalhos sobre osseointegração
e pacientes com hipotireoidismo e pelo comportamento
fisiológico da doença, achamos mais prudente o paciente
estar em acompanhamento com um médico endocrinologista durante o período de tratamento.
4. As doenças cardiovasculares não alteram as taxas de sucesso dos implantes, mas devemos ficar atentos a essas
patologias. Elas podem ser contraindicações relativas aos
procedimentos cirúrgicos. Sugerimos que os pacientes
com patologias cardiovasculares devam estar assistidos
pelo médico cardiologista; e protocolos de redução de
ansiedade, com o uso de fármacos (sedação endovenosa
e sedação via oral através do uso de benzodiazepínicos),
são bem indicados. Devemos considerar, ainda, a possibilidade de usarmos anestesia geral ou sedação endovenosa
em ambiente hospitalar quando o paciente apresentar
complicações sistêmicas graves que lhe imponham risco
de morte elevado ou quando a cirurgia for muito extensa
ou envolver um número elevado de implantes.
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12. Tresguerres IF, Clemente C, Donado M, Gómez LP, Blanco L, Alobera
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REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):127-34
5. A redução da acuidade visual e a perda parcial ou total do
tônus e da força muscular, determinam uma motricidade
diminuída e uma maior dificuldade para enxergar/avaliar
a eficiência da higiene bucal. Como já recomendado
anteriormente, a determinação de protocolos rígidos de
controle dos implantes e da qualidade da higiene bucal,
a simplificação dos tratamentos, planejamentos alternativos e o eventual auxílio de familiares ou assistentes
na eliminação de restos alimentares e controle da placa
bacteriana, contornam as dificuldades e eventuais complicações devidas a estas condições musculares e visuais, de
maneira a não contraindicarmos a terapia com implantes
dentários em idosos.
Endereço para correspondência:
Viviane Rabelo
Instituto Renaissance - Centro Médico do Hospital da Bahia
Av. Magalhães Neto, 1.541 - Sala 4.006 - Pituba
41810-825 - Salvador - BA
Tels.: (71) 2109-2435 / 2109-2436
[email protected]
13.
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Estudo Clínico
Avaliação do comportamento de células mesenquimais
humanas sobre superfícies de implantes dentários
Gustavo Mendonça*
Daniela Baccelli Silveira Mendonça**
Maria Angélica Rehder Araújo***
Wagner Rodrigues Duarte****
Lyndon F. Cooper*****
Francisco J. L Aragão******
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar uma superfície de implante dentário compatível biologicamente e
que aumente a resposta celular de osteoblastos de maneira a estimular o processo de diferenciação
do tecido ósseo. Neste estudo foram utilizados discos de titânio comercialmente puro (cpTi) grau
IV (6,0 mm x 1,0 mm) divididos em três grupos. Estes discos foram somente usinados (grupo U)
ou usinados e subsequentemente tratados com ataque ácido (grupo Ac) ou usinado, jateamento
e ataque ácido (grupo J/Ac). Células mesenquimais humanas indiferenciadas foram cultivadas
sobre os discos e diferenciadas em osteoblastos. Os níveis de expressão de genes relacionados
à diferenciação do tecido ósseo (Fostatase Alcalina–ALP; Sialoproteína Óssea–BSP; e Runx2)
foram avaliados após sete e 21 dias através de PCR-tempo real (o gene GAPDH foi utilizado como
controle endógeno). Após 35 dias avaliou-se a formação de nódulos de mineralização corados com
Alizarin Red S. Observou-se um aumento relativo nos níveis de expressão dos genes ALP, BSP e
Runx2 para a superfície com J/Ac quando comparada com as superfícies U e Ac. Após 21 dias
a expressão de ALP estava 80 vezes maior na superfície J/Ac e o aumento no nível de BSP foi
de 25 vezes. Após 35 dias a área mineralizada foi de 18%, 71% e 80%, para as superfícies U, Ac
e J/Ac, respectivamente. Estes resultados sugerem que o jateamento da superfície previamente
ao ataque ácido permitiu um maior nível de expressão de genes relacionados à cascata de diferenciação do tecido ósseo e formação de nódulos de mineralização in vitro, podendo levar a uma
maior e melhor resposta de osseointegração destas superfícies.
Unitermos - Jateamento; Ataque ácido; Implante dentário; Expressão gênica; Fosfatase alcalina,
sialoproteína óssea, Runx2, osteoblastos, células-tronco mesenquimais humanas.
ABSTRACT
Novel implant surfaces have been developed to improve/accelerate the osseointegration process.
The mechanism by which implant surface improves osteoblast response at endosseous titanium
implants is not fully understood. One of the mechanisms is related to induction of expression of
bone-tissue specific genes inducing cells to differentiate into osteoblasts. The aim of this study
was to evaluate a biologically compatible implant surface that can improve osteoblast responses
and leads to a faster osseointegration. Commercially pure grade IV titanium disks (6.0x1.0mm)
were machined (U) or machined acid etching (Ac) or sandblasted/acid etching (J/Ac), and divided
into three groups. Human Mesenchymal Stem Cells were plated onto the disks and differentiated
into osteoblasts. The expression levels of osteoblast-specific genes were evaluated by Real Time
PCR to measure the mRNA levels of alkaline phosphatase (ALP), bone sialoprotein (BSP), and
Runx2 after 7 and 21 days. The housekeeping gene GAPDH was used as a control. At 35 days,
mineralization nodules were evaluated by Alizarin Red S staining. After 21 days, the expression
levels of ALP for J/Ac and BSP were upregulated 80-fold and 25-fold, respectively. After 35
days, the mineralized area U, Ac and J/Ac was 18%, 71%, and 80%, for, respectively. The results
demonstrated that a sandblasted/acid etched surface can affect adherent cell-bone specific gene
expression, leading to a higher expression of osteoblast-specific genes and an increased in vitro
mineralization response.
Key Words - Sandblasting; Acid etching; Dental Implants; Gene expression; ALP, BSP, Runx2,
osteoblasts, human mesenchymal stem cells.
* Bone Biology and Implant Therapy Laboratory, Department of Prosthodontics, University of North Carolina at Chapel Hill, Chapel Hill, NC/EUA; Curso de Odontologia da
Universidade Católica de Brasília; Programa de Pós-graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia da Universidade Católica de Brasília.
** Bone Biology and Implant Therapy Laboratory, Department of Prosthodontics, University of North Carolina at Chapel Hill, Chapel Hill, NC/EUA; Programa de Pós-graduação
em Ciências Genômicas e Biotecnologia da Universidade Católica de Brasília.
*** Especialista em Implantes - PUC/Campinas; Mestre em Implantodontia pela Universidade Federal de Santa Catarina; Instituto Latino Americano de Pesquisa e Ensino
Odontológico.
****Especialista em Periodontia - Unesp; Doutorado em Dental Sciences, Tokyo Medical and Dental University.
***** Bone Biology and Implant Therapy Laboratory, Department of Prosthodontics, University of North Carolina at Chapel Hill, Chapel Hill, NC/EUA.
****** Programa de Pós-graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia da Universidade Católica de Brasília; Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
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CADERNO CIENTÍFICO
Evaluation of differentiation and mineralization of human
mesenchymal cells plated on dental implant surfaces
Mendonça G | Mendonça DBS | Araújo MAR | Duarte WR | Cooper LF | Aragão FJL
CADERNO CIENTÍFICO
Introdução
Atualmente, apesar da baixa taxa de implantes perdidos (em torno de 5% nos primeiros cinco anos e 15% em
quinze anos), as causas estão sem uma resposta comprovada
cientificamente1-5. Acredita-se que o implante é perdido precocemente quando há um aquecimento exagerado do tecido
ósseo durante sua instalação ou então a prótese provisória
sobre este implante em osseointegração não foi devidamente
aliviada1,4-5. Novas superfícies de implantes têm sido desenvolvidas com o intuito de melhorar / acelerar o processo de
osseointegração. Sabe-se atualmente que a superfície do
implante osseointegrado desempenha um papel crucial no
contato e na manutenção da ligação entre implante e osso6-7.
Entretanto, o mecanismo pelo qual estas superfícies influenciam a resposta do tecido ósseo continua relativamente sem
explicação. Um dos mecanismos pelo qual as superfícies dos
implantes osseointegrados atuam sobre as células ósseas
é através da indução de expressão de genes relacionados à
cascata de diferenciação do tecido ósseo8-9. Desta maneira, as
células indiferenciadas migram para a superfície do implante
e são estimuladas a se diferenciarem em osteoblasto.
Vários trabalhos têm buscado maneiras de melhorar
a superfície do implante de modo a otimizar a adesão, proliferação e diferenciação celular de osteoblastos, reduzindo
assim o tempo de início da síntese de matriz óssea e a união
aos implantes osseointegrados e com isso reduzir o tempo
de tratamento e aumentar ainda mais a longevidade dos
implantes osseointegrados6-7,10-13.
Para melhorar a performance e assim aumentar o
sucesso dos implantes é essencial o desenvolvimento de
superfícies com características que se relacionem otimamente
com proteínas específicas e subsequentemente com as células
ósseas pertinentes. Isto é, imediatamente após a instalação
do implante, proteínas serão adsorvidas do plasma para a
superfície do material, controlando assim a adesão celular e
regeneração tecidual. Esta imediata interação poderia evitar
a perda óssea que ocorre mesmo quando os implantes são
instalados em alvéolos de extração imediata14. As interações
iniciais das proteínas que irão mediar a adesão celular dependem de muitas propriedades dos biomateriais, incluindo
composição química, carga, tensão superficial e topografia. A
proposta deste trabalho foi avaliar uma superfície de implante
osseointegrado compatível biologicamente e que aumente
a resposta celular de osteoblastos, comparando estes resultados com outras superfícies de implantes.
Material e Métodos
Preparo dos discos
Discos de titânio comercialmente puro grau IV com
dimensões de 6,0 mm de diâmetro x 1,0 mm de espessura
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REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):137-41
foram confeccionados em torno CNC. Após a usinagem um
terço dos discos foi submetido ao processo de tratamento ácido (Neodent Implante Osteointegrável, Curitiba/PR). Outro
grupo (1/3) foi submetido previamente a jateamento com óxido de alumínio e posteriormente ao processo de tratamento
ácido (Neodent Implante Osteointegrável, Curitiba/PR). Os
discos foram divididos em três grupos: usinado (U), ataque
ácido (Ac) e jateamento seguido de ataque ácido (J/Ac).
Cultura de células
Células mesenquimais humanas (Lonza, EUA) foram adquiridas para utilização neste estudo e mantidas em
D-Modified Eagle’s Media (D-MEM) (Invitrogen, Carlsbad/
CA, EUA) e suplementado com 10% de soro fetal bovino
(SFB) (Invitrogen) e 1x Antibiótico (Invitrogen). Ao atingirem
80% de confluência em placas de 150 mm, as células foram
descoladas com solução de trypsina-EDTA (Invitrogen) e
semeadas sobre os discos de titânio. Foram colocadas 50.000
células por disco, 50 μl de meio D-MEM. As células foram
deixadas em contato com os discos durante quatro horas antes
da colocação de novo meio. Após a fixação inicial das células
foi adicionado meio de cultura adicional para cobrir totalmente
o disco (aproximadamente 200 μl). A indução da diferenciação
em osteoblastos foi iniciada 24 horas após o cultivo das células sobre os discos, trocando o meio de cultura pelo meio de
diferenciação, contendo 10-7M dexametasona (Invitrogen), 50
nM ácido ascórbico (Invitrogen) e 2,5 μM beta-glicerofosfato
(Invitrogen). As células foram cultivadas por um período de
até 35 dias. Após esse período, as células foram lisadas para
isolar RNA (após sete e 21 dias) para análise molecular da expressão de genes ósseos. Ou coradas para verificar a formação
de nódulos de mineralização (após 35 dias).
Extração e análise de RNA
Para a análise molecular, os discos foram colocados
em placas de cultura com seis poços. Seis discos foram
utilizados para cada período de expressão e o experimento
foi realizado com três amostras por grupo. Os períodos de
avaliação da expressão gênica foram sete e 21 dias após o
início da diferenciação celular.
Para avaliação do nível de expressão de RNA mensageiro (mRNA) nas células aderidas aos discos de titânio,
após o período de cultura selecionado, os discos foram
removidos do meio de cultura e lavados duas vezes com
solução tampão de fosfato (PBS). As células aderentes em
cada disco foram lisadas com Trizol (Invitrogen) de acordo
com o protocolo do fabricante e coletadas em precipitação
com etanol. O RNA total foi quantificado utilizando UV
espectrofotometria. Para cada amostra de RNA (n=3) foi
obtido o cDNA utilizando 1,0 μg do RNA total. cDNA foi
obtido utilizando o kit SuperScript II (Invitrogen) de acordo
com a recomendação do fabricante para uma reação padrão
Mendonça G | Mendonça DBS | Araújo MAR | Duarte WR | Cooper LF | Aragão FJL
Mineralização
Após 35 dias, o meio de cultura dos poços contendo
os discos de Ti foram removidos, os poços lavados três vezes
com PBS à 37oC e fixados com formalina 4%. Em seguida,
os discos de Ti foram desidratados em série crescente de
álcoois, como se segue: álcool 30% (uma hora) - álcool 30%
(uma hora)- álcool 50% (uma hora) - álcool 50% (uma hora)
- álcool 70% (overnight)- álcool 95% (uma – duas horas)
- álcool 95% (uma – duas horas) - álcool 100% (uma hora)
- álcool 100% (uma hora). Após a desidratação, os discos de
Ti foram corados com Alizarin red S (Sigma), que colore em
vermelho os nódulos de mineralização ricos em cálcio. Os
discos foram fotografados e as imagens obtidas processadas
em um programa de imagens (Image Tool for Windows,
versão 2.02, University of Texas Health Science Center, San
Antonio/TX, EUA). Foi calculada a porcentagem da área total
dos discos que apresentaram formação de matriz mineralizada. Neste trabalho foram utilizadas apenas duas amostras
de cada superfície para a mineralização e, portanto, não foi
realizada a análise estatística.
Resultados
Análise da expressão gênica
O padrão de expressão dos genes foi obtido e serão
apresentados como mudanças relativas no nível de expressão
comparados à superfície usinada sete dias.
Os níveis de expressão do gene ALP (fosfatase alcalina), medidos pela produção de seu mRNA apresentou-se
bastante elevado para o grupo jateamento/ataque ácido com
um nível de expressão 3,1 vezes maior após sete dias e 83,0
vezes após 21 dias, comparados com a superfície usinada
(Figura 1). A superfície com ataque ácido não apresentou
diferenças nos níveis de expressão deste gene, quando
comparados à superfície usinada (Figura 1).
Os níveis relativos de expressão do mRNA do gene
BSP (sialoproteína óssea) após sete dias são baixos, pois as
células ainda não estão produzindo matriz mineralizada.
Entretanto, após 21 dias os níveis de expressão apresentaram
uma indução de 25,0 vezes comparados com a superfície
usinada (Figura 2). A superfície com ataque ácido não apresentou diferenças nos níveis de expressão deste gene, quando
comparados à superfície usinada (Figura 2).
A expressão relativa do gene Runx2, após sete dias,
apresentou uma indução de 4,5 vezes maior que o grupo
controle (usinado), enquanto a superfície com ataque ácido
apresentou um aumento na indução de 2,5 vezes (Figura 3).
Após 21 dias, o nível de expressão do gene Runx2 apresentou
uma indução de aproximadamente 2,0 vezes para a superfície
jateamento/ataque ácido quando comparado à superfície usinada sete dias (Figura 3). Após 21 dias, as superfícies usinada
e ataque ácido apresentram diminuição no nível de expressão do Runx2 comparados ao usinado sete dias, enquanto
a superfície jateamento/ataque ácido apresentou ainda um
aumento de 2,0 vezes comparado ao controle (Figura 3). A
superfície jateamento/ataque ácido apresentou um aumento da 11,5 vezes e 9,5 vezes no nível de expressão do gene
Runx2 quando comparada à superfície usinada e superfície
de ataque ácido 21 dias, respectivamente (Figura 4).
CADERNO CIENTÍFICO
de 20,0μl. Foi realizado real time PCR para avaliação dos níveis de expressão dos mRNAs para os genes fosfatase alcalina
(ALP) sialoproteína óssea (BSP) e Runx2. Volumes iguais de
cDNA foram utilizados para preparar todas as reações de
PCR. As reações foram preparadas utilizando o kit TaqMan
Universal PCR Master Mix (Applied Biosystems/CA, EUA)
de acordo com o protocolo do fabricante em um termociclador ABI 7000 para Real time PCR (Applied Biosystems). A
expressão relativa do mRNA foi determinada pelo método
2-ǻǻCt e expressa como nível relativo de expressão. Todas as
reações foram normalizadas de acordo com a expressão do
gene GAPDH.
Figura 1
Nível de expressão relativo do gene ALP comparado
à superfície usinada sete dias. Os resultados são apresentados
como nível de expressão relativo ao grupo controle Usinado sete dias (Método 2ǻǻCt).
Figura 2
Nível de expressão relativo do gene BSP comparado
à superfície usinada sete dias. Os resultados são apresentados
como nível de expressão relativo ao grupo controle Usinado sete dias (Método 2ǻǻCt).
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):137-41
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CADERNO CIENTÍFICO
Figura 3
Nível de expressão relativo do gene Runx2 comparado
à superfície usinada sete dias. Os resultados são apresentados
como nível de expressão relativo ao grupo controle Usinado sete dias (Método 2ǻǻCt).
Figura 4
Nível de expressão relativo do gene Runx2 após 21 dias comparado
à superfície usinada e ataque ácido 21 dias, respectivamente.
Os resultados são apresentados como nível de expressão relativo
ao grupo controle - Usinado 21 dias (Método 2ǻǻCt).
Mineralização
Após 35 dias, os discos foram corados com Alizarin
Red S para detecção de nódulos de mineralização. A superfície com tratamento de jateamento/ataque ácido apresentou
maior porcentagem de mineralização (80%) quando comparada com as superfícies usinadas (18%) e ataque ácido
(71%), Figuras 5 e 6.
Figura 5
Discos corados com Alizarin Red S. (A) Usinado,
(B) Ataque ácido, (C) jateamento/ataque ácido.
| 140
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):137-41
Figura 6
Medida da área mineralizada corada com Alizarin Red S.
Discussão
Os efeitos da topografia da superfície na resposta
celular, tais como, diferenciação e mineralização, têm sido
investigados em vários estudos in vitro e também in vivo6-10.
O mecanismo pelo qual a superfície do implante atua na
resposta de osseointegração não está ainda completamente
elucidado. Os modelos in vitro para o estudo dos efeitos de
novas superfícies de implantes permitem uma análise da
resposta específica de células controladas sobre o material
de estudo. Neste estudo foram utilizadas células mesenquimais humanas indiferenciadas. Este tipo de célula é apta a
se diferenciar em células do tecido ósseo, cartilaginoso ou
adiposo, quando devidamente estimulada para uma destas
três vias. Após um período de expansão, estas células foram
colocadas sobre os discos e diferenciadas na via osteogênica
(esta diferenciação foi comprovada via PCR). Este modelo in
vitro permite avaliar os efeitos das superfícies na expressão
gênica e na diferenciação destas células na linhagem de
escolha (osteogênica). Após a indução da diferenciação,
a expressão de genes específicos como Runx2 induzem a
diferenciação de novas células. Os dados in vitro de análise
molecular e mineralização, comparados à superfície lisa e
com ataque ácido, sugerem que a utilização de jateamento seguido de ataque ácido influenciam uma maior diferenciação
e expressão de genes específicos da cascata de diferenciação
do tecido ósseo.
A superfície tratada com jateamento/ataque ácido
apresentou uma resposta aumentada nos níveis de expressão dos genes ALP, BSP e Runx2. Um aumento no
nível de expressão do gene Runx2 indica um aumento
na diferenciação de osteoblastos15. Este aumento na diferenciação é confirmado pelo aumento da expressão do
gene ALP, que é um gene marcador do início do processo
de diferenciação de osteoblastos. E é também confirmada
pelo aumento nos níveis de BSP, que é um gene tardio
de osteoblastos e característico do início da deposição de
matriz mineralizada16.
Mendonça G | Mendonça DBS | Araújo MAR | Duarte WR | Cooper LF | Aragão FJL
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9. Isa ZM, Schneider GB, Zaharias R, Seabold D, Stanford CM. Effects of
Conclusão
Baseado nas limitações deste trabalho, foi possível
observar in vitro uma resposta positiva da superfície tratada
com jateamento seguido de ataque ácido para modular a
resposta de células mesenquimais humanas na diferenciação
em osteoblastos. Uma maior expressão de genes relacionados
com a cascata de diferenciação do tecido ósseo foi observada
em células cultivadas sobre a superfície com jateamento/ataque ácido, associado com uma maior porcentagem de área
mineralizada.
Recebido em out/2008
Aprovado em jan/2009
Agradecimentos: Os autores agradecem a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e a Neodent Implante Osteointegrável
(Curitiba/PR) pelo apoio dado a este projeto através de bolsa de doutorado
Sandwich e Pesquisa.
Endereço para correspondência:
Gustavo Mendonça
Universidade Católica de Brasília - UCB - Curso de Odontologia
QS 07, Lote 1 - Bloco “S”, Sala S-213, EPCT - Águas Claras
71966-700 - Taguatinga - DF
Telefax: (61) 3356-9612
[email protected]
[email protected]
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
CADERNO CIENTÍFICO
Como resposta ao aumento da expressão destes genes,
após 35 dias de cultura, também foi possível observar uma
maior área de nódulos de mineralização sobre a superfície
dos discos tratados com jateamento/ataque ácido, indicando
uma maior atividade de osteoblastos em relação às demais
superfícies (Figuras 5 e 6).
Os níveis elevados de Runx2 influenciam a expressão
de outros genes relacionados à diferenciação de osteoblastos,
tais como, Fosfatase alcalina, Colágeno tipo I, Osteocalcina e
Osteopontina17. Este aumento na expressão de Runx2 pode
ser uma resposta específica da topografia da superfície sobre
a célula aderida. Outros estudos também apresentaram expressão aumentada de Runx2 em superfícies com topografia
ativada8-9. Os níveis elevados de expressão gênica observados
neste estudo refletem também o que foi observado em outros
estudos, quando comparam superfícies ativadas comparadas
às superfícies de implantes apenas usinadas6-9,12-13. Entretanto, estudos de longo prazo também são necessários para
verificar o real desempenho e benefício de novas superfícies
de implantes osseointegrados.
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REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):137-41
141 |
Relato de Caso Clínico
Osso homógeno fresco congelado utilizado
na reconstrução de maxila atrófica
The use of fresh-frozen homogenous bone graft
for reconstruction of the atrophic maxilla: a case report
RESUMO
O objetivo deste artigo foi relatar um caso clínico onde houve a utilização de osso homógeno fresco congelado, proveniente de um banco de ossos, na reconstrução de uma
maxila comprometida, por meio do preenchimento da cavidade antral e aumento da
espessura do rebordo alveolar, possibilitando, dessa forma, a instalação de implantes
osseointegráveis e suas respectivas próteses. Foi concluído que esse enxerto é uma
alternativa viável, segura e pouco traumática para o aumento ósseo com finalidade
reabilitadora, embora haja a necessidade de mais pesquisas em longo prazo.
Unitermos - Transplante ósseo; Enxerto homógeno; Implantes.
ABSTRACT
The aim of this paper was to report a clinical case where a frozen homogenous, bone
bank graft was used in the reconstruction of a compromised maxilla, filling the maxillary
sinus cavity and increasing the thickness of the alveolar bone, to provide an adequate
site for dental implants and their respective prostheses. Within the limits of this study,
it was concluded that this graft is a possible, secure, and a non-traumatic alternative
when used to increase the bone volume for further patient rehabilitation, although more
clinical long-term research is necessary.
Key Words - Bone transplants; Homogenous grafts; Implants.
*Mestrandos em Implantodontia - Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic - Campinas/SP.
**Professor doutor do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Odontologia e Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic - Campinas/SP.
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143 |
CADERNO CIENTÍFICO
Anna Cristina Biagini*
Evelyn Júri Rezende de Lacerda*
Valéria Leobas de Castro Antunes*
Maurício Makoto Koga*
Alexander D’Alvia Salvoni**
Biagini AC | Lacerda EJR | Antunes VLC | Koga MM | Salvoni AD
CADERNO CIENTÍFICO
Introdução
Os enxertos ósseos datam de trabalhos realizados no
século 181. Na cavidade bucal, devido ao fato da exodontia
dentária resultar na perda do osso alveolar devido à atrofia
do rebordo edêntulo2-3, técnicas de aumento de rebordo
alveolar e levantamento de seio maxilar vêm sendo desenvolvidas para viabilizar o uso de implantes e permitir a
confecção de próteses que reabilitarão o indivíduo estética
e funcionalmente.
A incorporação dos enxertos ao leito receptor apresenta cinco estágios: 1. Inflamação, com aumento da atividade
osteoclástica; 2. Revascularização do enxerto; 3. Osteocondução, na qual o enxerto tem a função de arcabouço para o
crescimento de vasos e formação de osso; 4. Osteoindução,
na qual células mesenquimais do hospedeiro são induzidas a
se transformarem em osteoblastos por proteínas encontradas
no enxerto conhecidas como “bone morfogenetic proteins”
(BMPs)4; e 5. Remodelação óssea, com características de
reabsorção e formação contínua de osso5-8.
Atualmente podemos utilizar enxertos autógenos,
homógenos ou alógenos, heterógenos ou xenógenos e aloplásticos. Com relação à reparação após a utilização desses
materiais, os enxertos autógenos são os mais previsíveis9-11,
sendo considerados o “padrão ouro” para a enxertia óssea9,12. Investigadores concordam que osso autógeno fresco,
cortical e medular, é o melhor tipo de enxerto1,11. São os
únicos a fornecerem células com capacidade osteogênica
e um arcabouço ósseo imunologicamente idêntico ao leito
receptor1,7,9,13-14.
Quanto ao osso homógeno, sua perspectiva de utilização aumentou após um pesquisador ter observado a
formação de osso ao realizar transplantes de fragmentos
ósseos sem células viáveis em 19654. Embora não possua propriedades osteogênicas4-5, apresenta atividade osteoindutora,
osteocondutora15-16 e resposta imunológica histocompatível
entre o enxerto e o hospedeiro17-18. Quando comparado
Devido ao reduzido volume ósseo das
áreas doadoras intrabucais, muitas
vezes, é necessária a obtenção do enxerto
autógeno de áreas doadoras extrabucais,
por meio de métodos cirúrgicos
alternativos, o que pode representar alto
custo com procedimentos hospitalares,
anestesia geral e morbidade cirúrgica20-22.
| 144
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):143-8
ao osso autógeno, o osso homógeno apresenta a mesma
sequência de formação de reparação óssea, porém com as
fases ocorrendo de forma mais lenta19.
Devido ao reduzido volume ósseo das áreas doadoras intrabucais, muitas vezes, é necessária a obtenção do
enxerto autógeno de áreas doadoras extrabucais, por meio
de métodos cirúrgicos alternativos, o que pode representar
alto custo com procedimentos hospitalares, anestesia geral
e morbidade cirúrgica20-22. Além disso, não são todos os
pacientes que aceitam duas zonas cirúrgicas, ou seja, uma
doadora e uma receptora, sejam elas intrabucais ou não. A
utilização do osso homógeno nesses casos passa a ser uma
alternativa viável cujas vantagens são: redução no tempo
cirúrgico, menor perda sanguínea, redução do potencial de
infecção e de deformidades cosméticas no leito doador.
Quanto à técnica de levantamento de seio maxilar, em 1996, a Academia de Osteointegração do Boston
College avaliou os resultados de 1007 levantamentos de
seio maxilar utilizando osso autógeno; osso homógeno
liofilizado desmineralizado; osso heterógeno bovino
desproteinado mineralizado; e tricálcio fosfato e hidroxiapatia como enxertos aloplásticos. Todos os materiais, com
exceção do osso liofilizado desmineralizado apresentaram
taxas de sucesso altas, sendo que foi de grande consenso
a utilização do osso autógeno quando o remanescente
ósseo for inferior a 3 mm23.
Este artigo apresenta um caso clínico onde se discute
a possibilidade de utilização do osso homógeno em duas
formas de enxertia: a forma em“bloco”, que é utilizada para
aumentar a espessura óssea, e a forma ‘particulada’, utilizada
neste trabalho, para levantamento de seio maxilar.
Relato de Caso Clínico
A paciente MEM, 46 anos, gênero feminino, se
apresentou queixando-se da ausência do primeiro molar e
pré-molares superiores direitos. Durante a anamnese a paciente declarou-se não fumante e não portadora de nenhuma
doença sistêmica sendo classificada como ASA I. Ao exame
clínico-radiográfico observou-se o comprometimento da
raiz do canino, a ausência de espessura do rebordo alveolar
e a pneumatização do seio maxilar. Devido à grande quantidade de osso necessária foi sugerida a remoção óssea de
área extrabucal. A paciente após avaliar custos e já tendo
passado pela morbidade de uma cirurgia de remoção óssea
preferiu a utilização do osso humano congelado do Banco
de Ossos. O procedimento cirúrgico foi realizado sob anestesia local. Foi feito o preenchido do seio com osso particulado e dois blocos ósseos foram preparados e aparafusados
para aumento da espessura da área. Seis meses depois de
realizada a enxertia, a área foi reaberta para a instalação de
quatro implantes (Figuras 1 a 10).
Biagini AC | Lacerda EJR | Antunes VLC | Koga MM | Salvoni AD
CADERNO CIENTÍFICO
Figura 1
Área a ser enxertada sem a espessura
óssea necessária para a instalação dos implantes.
Figuras 2a e 2b
Radiografias periapicais mostrando a pneumatização do seio e ausência de altura para instalação dos implantes.
Figura 3
Após incisão, descolamento do retalho
com exposição da área a ser operada.
Figura 4
Abertura e levantamento da membrana do seio.
A
B
Figuras 5a e 5b
Osso homógeno.
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):143-8
145 |
Biagini AC | Lacerda EJR | Antunes VLC | Koga MM | Salvoni AD
A
B
Figuras 6a e 6b
Osso particulado e sequência do preparo do bloco ósseo.
CADERNO CIENTÍFICO
A
B
Figuras 7a e 7b
Preenchimento da cavidade do seio com o osso particulado e fixação dos blocos ósseos com parafusos de titânio.
Figura 8
Sutura do retalho.
Figura 9
Área enxertada após seis meses.
A
Figuras 10a e 10b
Instalação de quatro implantes viabilizados devido ao enxerto realizado.
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REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):143-8
B
Discussão
Embora seja de consenso absoluto que os enxertos
autógenos são o melhor tipo de enxertia, os enxertos ósseos
homógenos vêm sendo utilizados amplamente na prática
clínica odontológica com bons resultados. O seu emprego
tornou as cirurgias mais rápidas e menos traumáticas, pois
não há a necessidade de acesso cirúrgico para remoção do
enxerto autógeno de uma área doadora. Devido ao crescente
uso desses enxertos nas cirurgias reconstrutivas, o conhecimento de suas características histológicas e biomecânicas
passa a ser de grande importância.
Existem várias técnicas de preparo do osso homógeno para enxerto, todas objetivando diminuir a antigenicidade do osso e evitar a destruição das proteínas
osteoindutoras17-18,24. Dentre essas técnicas existe o armazenamento após congelamento em diferentes temperaturas e
o processo de liofilização ou “freeze-drying” com estocagem
em temperatura ambiente18,24.
É importante salientar que o modo de armazenamento influencia na osteoindução e osteocondução do enxerto
homógeno. O congelamento preserva essas duas propriedades15-16 enquanto os processos de liofilização ou esterilização
prejudicam significativamente a regeneração dos enxertos25.
O osso fresco congelado pode ser usado sozinho ou
em combinação com o osso autógeno como demonstrado
em trabalho19 onde indivíduos receberam esses enxertos
associados para reconstrução de mandíbulas atróficas e de
defeitos ósseos oriundos de trauma e recessão de tumores.
Segundo estudo realizado25, enxertos criopreservados
ao serem comparados com enxertos colhidos a fresco, levando-se em consideração parâmetros histológicos como:
viabilidade celular, presença de vascularização, necrose,
manutenção da matriz óssea, processo inflamatório, remodelação óssea e fibrose, demonstraram que apenas a viabilidade
celular apresenta mudança significativa após a criopreservação e, uma vez que os enxertos ósseos não necessitam de
células viáveis para sua utilização, o processo de criopreservação passa a ser um método útil para o armazenamento
dos aloenxertos em bancos de tecidos não inviabilizando
seu emprego futuro nas cirurgias reconstrutivas.
A fim de comparar o processo de reparo de enxerto de
osso homógeno com o enxerto de osso autógeno por meio
de imagens tomográficas em suínos, 12 animais foram sacrificados aos sete, 30, 60 e 90 dias pós-operatórios, quando suas
mandíbulas foram removidas para a realização das tomografias
espirais. Observou-se que durante todo o processo de reparação o enxerto autógeno foi o que obteve melhor resultado.
Mostrava-se mais unido ao leito receptor e com radiopacidade
semelhante a do tecido ósseo adjacente, além de ausência de
reabsorção óssea ao seu redor. Em contrapartida, o enxerto
homógeno se apresentava menos reabsorvido e na maioria das
vezes, com sinal de reabsorção do tecido ósseo adjacente26.
Em estudo realizado em perônio de ratos, pesquisadores27 ao compararem enxertos autógenos com e sem
periósteo com enxerto homógeno sem periósteo observaram
que quando o periósteo é mantido a reabilitação do enxerto
é quase completamente de origem periostal e quando ele é
retirado a neoformação óssea parte do endósteo, não havendo diferença significativa no comportamento do enxerto
autógeno quando comparado ao homógeno.
Quanto ao aspecto biomecânico, investigadores28
após realizarem um ensaio laboratorial e clínico com o osso
humano corticoesponjoso processado quimicamente e usado
como enxerto homógeno concluíram que esse osso tem resistência mecânica adequada e é uma alternativa viável e útil
para substituição do enxerto autógeno fresco e constituição
de bancos de ossos.
Pesquisadores29 utilizando o osso homógeno fresco
congelado para levantamento do seio maxilar em dez indivíduos constataram, cinco meses depois de realizada a
enxertia, por meio de biópsia e avaliação histomorfométrica
sob microscopia de luz, que a maioria dos espécimes apresentava osso neoformado completamente integrado ao osso
pré-existente. Concluíram ser o osso homógeno congelado
fresco um material biocompatível que pode ser utilizado com
sucesso na reconstrução de seios maxilares sem interferir
com o processo reparador ósseo.
Conclusão
Dentro dos limites desse estudo, podemos afirmar
que a utilização de osso humano fresco congelado é uma
alternativa viável para reconstrução dos rebordos atróficos
e enxertos nos seios maxilares, diminuindo a morbidade
e riscos inerentes aos procedimentos autógenos, além de
apresentarem capacidade de remodelação, incorporação e
qualidade que permitem resistir às cargas funcionais quando
da instalação de implantes osseointegrados.
Recebido em set/2008
Aprovado em fev/2009
Endereço para correspondência:
Anna Cristina Biagini
Rua Saul Navarro, 184 - Apto 1.502 - Praia do Canto
29057-360 - Vitória - ES
Tel.: (27) 3225-2658
[email protected]
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):143-8
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CADERNO CIENTÍFICO
Biagini AC | Lacerda EJR | Antunes VLC | Koga MM | Salvoni AD
CADERNO CIENTÍFICO
Biagini AC | Lacerda EJR | Antunes VLC | Koga MM | Salvoni AD
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Revisão da Literatura
Carga imediata em implantes unitários
Immediate loading of single-tooth implants
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura referente à técnica
de aplicação de carga imediata em implantes unitários. Avaliaramse as indicações clínicas e os fatores relevantes para o êxito da
técnica, suas vantagens; bem como seus riscos. Um caso clínico
de carga imediata em implante unitário foi apresentado.
Unitermos - Implantes unitários; Carga imediata; Implantes
dentários.
ABSTRACT
The purpose of this article was to evaluate the effectiveness of
immediately loaded, single-tooth implants by means of a literature
review. Clinical conditions, advantages, important factors related
to the success of this technique, as well as the inherent risks
were evaluated. A clinical case of an immediate-loaded singletooth implant was presented.
Key Words - Single-tooth implant restorations; Immediate
loading; Dental implants.
* Doutorando em Biopatologia Bucal, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Unesp; Professor responsável pela Disciplina de
Implantodontia da Faculdade de Pindamonhangaba - Fapi.
** Mestrandos em Biopatologia Bucal, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Unesp.
*** Pós-doutoranda em Biopatologia Bucal, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Unesp.
**** Professora assistente doutora da Disciplina de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Unesp.
***** Professor titular da Disciplina de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - Unesp.
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CADERNO CIENTÍFICO
Carlos Alberto do Amaral Valladão Junior*
Alberto Fedeli Junior **
Aurélio Belas ***
Abílio Cardoso Junior****
Valladão Jr CAA | Fedeli Jr A | Belas A | Cardoso Jr A
CADERNO CIENTÍFICO
Introdução
Os conceitos básicos dos implantes osseointegrados
evoluíram de uma série de experimentos que tiveram início
nos anos 60 por Per-Ingvar Brånemark. Em meados de 1969,
pesquisadores1 realizaram estudos experimentais com implantes no intuito de reter e suportar próteses dentais.
Os autores2 propuseram que, após a instalação dos
implantes intraosseos em sítios cirúrgicos, estes deveriam
permanecer submersos, sem sofrer cargas ou distúrbios por
um período de três as seis meses.
Alguns autores3, já no ano de 2000, fizeram um estudo
clínico e radiográfico com acompanhamento de 18 meses de
implantes unitários que receberam carga imediata (grupo tratado, com 14 implantes), comparados com implantes ativados
pelo método convencional de dois estágios (grupo controle
com oito implantes). Foram instalados implantes Brånemark
System (Nobel Biocare) com torque de 35 Ncm. Os autores
reportaram falhas em dois de 14 implantes unitários que
receberam carga imediata e nenhuma falha em oito implantes
instalados, seguindo o protocolo convencional.
No ano seguinte, outros pesquisadores4 instalaram 286
implantes, em 75 pacientes. Os implantes instalados foram
implantes Sargon, com mecanismo interno de expansão de
sua estrutura. Foram instalados 81 implantes, imediatamente
após extração, recebendo carga imediata. Foram também
instalados 162 implantes que receberam carga imediata, em
sítios já cicatrizados e 30 implantes instalados recebendo
carga tardia. A taxa de sucesso obtida foi de 96% na maxila
e 94,8% na mandíbula. A taxa de sucesso encontrada pelos
autores foi de 98,9% nos implantes instalados imediatamente
após exodontias, comparada com uma taxa de 93,9% em
regiões cicatrizadas.
Um estudo clínico5 foi realizado comparando a instalação de implantes que receberam carga imediata em alvéolos
cicatrizados e em locais previamente cicatrizados. Foram
realizados 28 implantes em 26 pacientes, todos unitários,
recebendo carga imediata. Deste total, 19 implantes foram
instalados imediatamente após a exodontia e nove em sítios
cicatrizados, todos em regiões de incisivos e pré-molares na
maxila e na mandíbula. Os implantes utilizados foram: 21
Steri-oss e 7 Alpha Bio, com revestimento de hidroxiapatita.
As cirurgias foram feitas sem retalho, tanto para os casos após
exodontias, quanto para aqueles em sítios já cicatrizados. A
taxa de sucesso foi de 82,4% em implantes imediatos e de
100% para os implantes não imediatos.
No ano de 2002, alguns casos clínicos foram apresen6
tados com implantes instalados após exodontias, recebendo
carga imediata. Segundo os autores, as seguintes condições
seriam necessárias para o êxito da técnica: a. Ausência de
infecção localizada no dente a ser removido; b. Profundidade
mínima da osteotomia variando de 3 mm a 5 mm apical ao
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alvéolo existente; c. Espaço ou fenda entre o implante e o
alvéolo remanescente deve ser de 1,5 mm a 2 mm; e d. Minimizar o trauma cirúrgico sem o levantamento de retalhos,
desde que haja planejamento cirúrgico adequado, através de
análise clínica criteriosa e exames complementares, como
tomografias computadorizadas.
Outros avaliadores7 realizaram um estudo prospectivo
de cinco anos, com o intuito de avaliar a taxa de sucesso
de oito implantes unitários restaurados de forma imediata
com implantes ITI TPS (Straumann), na região anterior da
maxila. Foram avaliados oito pacientes saudáveis, com média
de idade de 21 anos, com perda de um incisivo central ou
lateral. A estabilidade dos implantes foi avaliada com o uso
do Periotest (Siemens). A avaliação de cinco anos indicou
ausência de perda de implantes.
Outra pesquisa8, realizada em meados de 2003, apresentou casos de implantes instalados na região de incisivos
maxilares, com provisórios imediatos, acompanhados por um
período de dois anos. Foi realizada a instalação de implante
recebendo carga imediata na reposição de um único incisivo
central superior, indicado para exodontia por motivo de reabsorção ou fratura radicular, em cada paciente estudado. Os
implantes instalados foram Replace Select (Nobel Biocare).
Os autores obtiveram um sucesso de 93,5%.
Outros avaliadores7 realizaram um estudo
prospectivo de cinco anos, com o intuito de
avaliar a taxa de sucesso de oito implantes
unitários restaurados de forma imediata
com implantes ITI TPS (Straumann),
na região anterior da maxila. Foram
avaliados oito pacientes saudáveis, com
média de idade de 21 anos, com perda
de um incisivo central ou lateral.
A avaliação de cinco anos indicou
ausência de perda de implantes.
Alguns autores9 fizeram comparações entre implantes que receberam carga imediata (52) e implantes que
receberam carga precoce (49) em 32 pacientes parcialmente
edêntulos. Para o grupo com implantes que recebeu carga
imediata, estes deveriam ser instalados com torque acima
de 30 Ncm. Os implantes instalados foram Osteotite NT
(Implant Innovations), seguindo o protocolo convencional
de preparo do leito cirúrgico. Os autores obtiveram taxas
de sucesso similares em ambos os métodos: 96,15% para
os implantes que receberam carga imediata e 97,96%, para
aqueles que receberam carga precoce.
Realizou-se uma avaliação10 de 44 pacientes, num total
de 50 implantes Brånemark System MKIII TiUnite de plataforma larga. Todos os implantes receberam carga imediata. O
torque de instalação mínimo foi de 35 Ncm. A estabilidade
dos implantes foi testada com análise de frequência de ressonância, usando-se o Ostell (Integration Diagnostic). Neste
estudo não houve perda de implantes.
Outra avaliação11 envolveu 50 implantes instalados
em 26 pacientes que receberam carga imediata. Os implantes eram de superfície usinada, Brånemark System
(Nobel Biocare). Os implantes foram instalados com torque
mínimo de 60 Ncm, para casos individuais e de 32 Ncm
para casos com implantes múltiplos. A taxa de sucesso
total foi de 98%.
Outros pesquisadores12 reportaram o uso de Implantes
Brånemark System TiUnite e Brånemark System usinados
(sem tratamento de superfície) em 44 pacientes, separados
de maneira aleatória em dois grupos. O objetivo do estudo
foi comparar os implantes de superfície tratada (TiUnite) com
os de superfície não tratada ou usinados, quando utilizados
na região posterior de mandíbula, recebendo carga imediata.
Como resultado, três implantes falharam dos 66 instalados,
no grupo teste, obtendo-se um sucesso de 95,5%. No grupo
controle, dos 55 implantes instalados, oito falharam, sendo
uma taxa de sucesso de 85,5%.
Alguns autores13 realizaram um estudo retrospectivo
de três anos em 46 pacientes com implantes Brånemark
MKIV recebendo carga imediata. As cirurgias foram todas
realizadas, sem retalho, na região de maxila. A taxa de sucesso
encontrada para implantes unitários foi de 81%, comparada
com 94% para implantes esplintados.
Um estudo experimental14 foi executado em seis minipigs que receberam 24 implantes. Cada animal recebeu
quatro implantes e foi dividido em dois grupos experimentais: dois implantes foram submetidos à carga imediata, em
contatos cêntricos e outros dois implantes, sem contatos
oclusais, foram utilizados como controle. Dados histológicos
indicaram ausência de interferência negativa na interface
osso-implante após aplicação de forças oclusais.
Outra pesquisa15 utilizou da análise de frequência de
ressonância (RFA) para avaliar 344 implantes que receberam carga imediata, em 51 pacientes. Os implantes foram
instalados, entre os forâmenes mentonianos em osso edêntulo ou em locais de extração e restaurados com protocolo
imediato. Todos os testes de ressonância realizados nesse
estudo foram feitos com uso do transdutor em forma de
“L” do Ostell (Integration Diagnostics). As taxas de sucesso encontradas nesse estudo (n=276) foram de 99,1% na
mandíbula e 97,5% na maxila.
Outro estudo retrospectivo16 avaliou 43 implantes
Astra Tech que receberam carga imediata em alvéolos cicatrizados e em sítios já cicatrizados. Estes foram instalados na
região de dentes anteriores e pré-molares de 28 pacientes.
No ato cirúrgico, a estabilidade inicial dos implantes foi testada com a remoção do montador do implante. No processo
de avaliação três dos 28 pacientes apresentaram falhas em
quatro implantes.
Alguns autores 17 relataram 20 casos clínicos de
pacientes com implantes unitários que receberam carga
imediata na região posterior de maxila e mandíbula. Ao
todo foram instalados 20 implantes Ankylos (Friadent).
A perda óssea marginal foi avaliada através de tomadas
radiográficas no ato cirúrgico e, também, após três, seis
e 12 meses. A perda óssea foi considerada pequena: de 0
mm a 0,5 mm em dez implantes, após um ano e 0,5 mm a
1 mm em nove dos implantes instalados no mesmo período
de avaliação.
Um estudo de cinco anos de acompanhamento18 de
111 implantes 40 Frialit (Dentisply/Friadent); dois IMZ Twin
Plus (Dentisply/Friadent); 36 XiVE (Dentisply/Friadent);
quatro Ankylos (Dentisply/Friadent); três Restore (Lifecore);
20 Maestro (Biohorizons); seis Brånemark (Nobel Biocare)
para próteses unitárias com provisórios em infraoclusão
foram instalados com torque mínimo de 25 Ncm. Destes
implantes, 67 foram instalados imediatamente após extrações
dos dentes. A taxa de sucesso final foi de 97,2%.
Outros autores realizaram um estudo19 com acompanhamento de um ano, de 202 implantes SwissPlus® (Zimmer
Dental) instalados em 33 pacientes. Todos foram instalados
em maxila edêntula, com cirurgia sem retalho e recebendo
carga imediata. Os sítios foram propositadamente subinstrumentados para se alcançar alta estabilidade primária e torque
mínimo de 45 Ncm. Houve falha de apenas dois implantes
que foram substituídos imediatamente.
Relato de Caso Clínico
Paciente do sexo masculino, 46 anos, foi submetido
à cirurgia de implante recebendo carga imediata, na região
do dente 36 ausente. Após seis meses, o caso foi concluído
com a confecção de uma coroa de porcelana pura, sobre o
implante.
Após exame clínico, anamnese do paciente e avaliação
de radiografias e tomografias da região, o caso foi selecionado
para a realização da técnica de instalação de implante recebendo carga imediata - Figuras 1, 2 e 3. Podemos observar
uma boa disponibilidade óssea nestes exames e, clinicamente, uma boa faixa de gengiva inserida.
A cirurgia foi realizada sem rebatimento de retalho,
através da utilização de bisturi circular acoplado ao contra-ângulo. Após a realização das osteotomias com brocas
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CADERNO CIENTÍFICO
cônicas, o implante Replace Select Groovy (Nobel Biocare),
com comprimento de 10 mm e diâmetro de 5 mm foi instalado (Figura 4).
A coroa provisória foi instalada em consulta subsequente à cirurgia, no prazo de 24 horas.
Seis meses após a cirurgia, iniciou-se aos procedimentos para confecção das restaurações cerâmicas sobre o
implante e dente adjacente. Utilizou-se como pilar protético o pilar Gold Adapt (Nobel Biocare). Modificando-se a
técnica, foi realizada uma infraestrutura em cerâmica pura,
Figura 1
Tomografia computadorizada.
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injetada sobre o pilar, transformando-o em um pilar cerâmico personalizado. A coroa foi confeccionada com o sistema
Empress 2 (Ivoclar-Vivadent). Foi realizada, primeiramente,
a cimentação adesiva da coroa de cerâmica pura sobre o
dente 37. O pilar cerâmico personalizado foi instalado sobre
o implante com um torque de 35 Ncm (Figura 5). O orifício
do parafuso foi obliterado com teflon e resina. A coroa de
cerâmica pura foi cimentada com os procedimentos de cimentação adesiva (Figuras 6 e 7). A radiografia final pode
ser vista na Figura 8.
Figura 2
Raios-x panorâmico inicial.
Figura 3
Aspecto clínico.
Figura 4
Inserção do implante.
Figura 5
Contorno estético do pilar.
Figura 6
Coroas cimentadas.
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Discussão
Destacam-se como desvantagens do método de dois
estágios: necessidade de uma segunda cirurgia; maior tempo
de tratamento; dificuldades mastigatórias; comprometimento
estético, comumente relacionado a desafios psicológicos,
sociais e funcionais durante o período que antecede a
segunda fase do tratamento19. Em relação às vantagens,
destaca-se, principalmente, a previsibilidade de resultados
com altas taxas de sucesso e a vasta literatura e pesquisas
disponíveis1,2,7,20-21.
Destacam-se como vantagens do método de um estágio ou carga imediata: redução do tempo de tratamento;
evita-se uso de próteses removíveis provisórias; maior aceitabilidade do tratamento pelos pacientes; melhor estética e
funcionabilidade alcançados em menor tempo10,12,22.
Contudo, alguns fatores devem ser considerados no
uso da carga imediata: a necessidade de estabilidade primária do implante no ato cirúrgico, quantidade e qualidade
óssea adequadas; forma, tamanho, diâmetro e superfície dos
implantes utilizados; fatores oclusais, restauração protética
adequada e critérios de seleção e exclusão de pacientes20,22.
A maioria dos trabalhos publicados enfoca o uso de
carga imediata em implantes unidos ou esplintados, para casos de pontes fixas ou protocolos imediatos. Poucas pesquisas
encontram-se disponíveis para casos de carga imediata em
implantes unitários16-17,22.
Conforme a Conferência de Consenso sobre Carga
Imediata23, realizada em 2006, os seguintes critérios e parâmetros devem ser observados para a prática de carga imediata
sobreimplantes em casos unitários ou parciais:
1. A carga imediata foi definida como uma restauração
implantossuportada, colocada em contato oclusal, pelo
menos 48 horas após a cirurgia.
2. Uma alta taxa de sucesso para o tratamento foi relatada,
contudo a maioria dos estudos possui acompanhamento
dos casos de até dois anos.
Figura 8
Raios-x panorâmico final.
3. A região de pré-molares mandibulares e maxilares apresentou maior taxa de sobrevivência para carga imediata.
Incisivos e molares são sugeridos para restauração imediata em infraoclusão.
4. Para que um implante receba carga imediata, este deve
possuir estabilidade primária (conferida por vários métodos como, RFA, pelo torque de colocação do intermediário
de 35 Ncm ou 32 Ncm e pelo torque reverso). Em áreas
de enxertos, maiores cuidados e mais evidências são
necessárias.
5. O comprimento dos implantes deve ser de 10 mm ou
maior, com mínimo de 3,5 mm de diâmetro. Os implantes
de superfície tratada e com design de cônico rosqueável
apresentam os melhores resultados, segundo as evidências científicas.
6. É preferível restaurações provisórias sem contato oclusal
em MIF (máxima intercuspidização funcional), sem contatos em movimentos excursivos.
7. Deve-se evitar a técnica de carga imediata em pacientes
com hábitos parafuncionais, fumantes inveterados e aqueles com pobre higiene bucal. Esta técnica também deve
ser evitada em pacientes possuindo doenças sistêmicas
como diabetes e hiperparatireoidismo.
Com base nos estudos apresentados, a taxa de sucesso
dos implantes unitários submetidos à carga imediata variou
de 56,5% a 100%, sendo em média de 91,79%. Esta pode ser
atribuída à presença de diversas variáveis nos estudos, como
implantes instalados em sítios pós-exodontias; diferentes
tipos de implantes; implantes com superfície tratada, outros
com superfície lisa; variados comprimentos (7 mm a 18 mm)
e diâmetros (3,5 mm a 5,0 mm) de implantes utilizados e não
padronização do protocolo cirúrgico.
Apesar da taxa de sucesso dos implantes unitários
que recebem carga imediata ser menor do que os implantes
unitários tratados com o protocolo de dois estágios, diversos
autores concordam que a técnica possui alta previsibilidade
de sucesso3,5,10,16,18.
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Figura 7
Aspecto vestibular.
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Referente aos implantes unitários que recebem carga
imediata pode-se classificá-los conforme tabela abaixo.
Conclusão
CADERNO CIENTÍFICO
Com base nos trabalhos apresentados que envolveram
casos clínicos, pesquisas experimentais e revisão bibliográfica,
podem-se inferir algumas conclusões relevantes referentes
à carga imediata em implantes unitários.
1. Necessidade de travamento mecânico inicial do implante
em torno de 35 Ncm, para o sucesso da técnica.
2. O termo carga imediata refere-se às restaurações implantossuportadas, colocadas em contato oclusal, pelo
menos 48 horas após a cirurgia. Àquelas restaurações
sem contatos funcionais ou em infraoclusão podem ser
consideradas como provisionalização imediata.
3. Implantes com comprimento de 10 mm ou mais apresentam resultados mais previsíveis.
4. Implantes com superfície tratada são preferidos em comparação aos usinados.
5. Os pacientes candidatos a implantes recebendo carga
imediata não devem possuir hábitos parafuncionais, como
bruxismo ou apertamento dentário; higiene oral limitada,
ou estado de saúde comprometido ou não controlado.
Recebido em set/2008
Aprovado em jan/2009
Endereço para correspondência:
Carlos Alberto do Amaral Valladão Junior
SCN Quadra 05 - Bloco A - Sala 230
70715-900 - Brasília - DF
Tel: (61) 3328-4031
[email protected]
Autor
Implantes
Unitários
Carga
Imediata
Região do
Implante
Tamanho (T)
Diâmetro (Ø)
dos Implantes
Tipo de
Superfície*
Torque
Mínimo de
Inserção
Oclusão
Avaliação
(meses)
Taxa de
Sucesso
(imediatos)
Ericsson et al
(2000)
14
12 à 23
31;33
T 13;15;18 mm
Ø 3,75 mm
Usinada
35 Ncm
Sem ou
Contato mínimo
18
85,7%
Jo et al
(2001)
73
Variadas
T 10; 13; 16 mm
Ø 3,8 até 6,8 mm
Tratada
-
Contato mínimo
40
95,4%
Chaushu et al
(2001)
28
15 à 25
35; 34; 44;
45; 33; 43
T 12; 13; 14; 16
Ø 3,25; 3,8; 4,0 mm
Tratada SAE
(21); HA (7)
35 Ncm
Contato mínimo
24
89,3%
Hui et al
(2001)
24
13 à 23
T 13 à 18 mm
Ø RP
Usinada
40 – 50 Ncm
Infraoclusão
15
100%
Andersen
et al (2002)
8
13 à 23
T 12 à 14 mm
Ø 3,3; 4,1 mm
Tratada TPS
35 Ncm
Infraoclusão
60
100%
Groisman
et al (2003)
92
11,21
T 13; 16 mm
Ø 3,5; 4,3; 5,0; 6,0 mm
Tratada (OE)
Manual
Infraoclusão
24
93,5%
Calandriello
et al (2003)
50
36,46
T > 10 mm
Ø WP
Tratada (OE)
50 Ncm ou
manual
Com contato
oclusal
12
100%
Calandrielo
et al (2003)
20
Variadas
T 10; 13 mm
Ø 3,75 e 5,0 mm
Usinada
60
Contato mínimo
24
98%
Rocci et al
(2003)
27
17 à 28
T 8,5-18 mm
Ø 3,75-4,0
Usinada
Contato mínimo
36
81%
Abboud et al
(2005)
20
1os molares e
pré-molares
T 9,5; 11; 13; 14
Ø 3,5; 4,5 5,5 mm
Tratada (SAE)
Infraoclusão
12
95%
De Kok et al
(2006)
43
15 à 25
T 11; 13; 15; 17
Ø 3,5; 4,0; 4,5; 5,0 mm
Tratada (SAE)
Infraoclusão
30
90,6%
111
15 à 25
35 à 45
T 10 a 18 mm
Ø 3,5 a 6,5 mm
Usinada (6);
TPS (5); SAE
(76); RBM (7);
HA (17)
Infraoclusão
60
95,5%
Degidi et al
(2006)
> 25 Ncm
25 Ncm
* Superfícies: SAE – Jateada e com ataque ácido; HA – com revestimento de hidroxiapatita; TPS – Plasma Spray de Titânio OE – oxidação eletroquímica; RBM -jateada com meio reabsorvível.
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REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):151-7
157 |
CADERNO CIENTÍFICO
Valladão Jr CAA | Fedeli Jr A | Belas A | Cardoso Jr A
Estudo Clínico
Avaliação do sucesso de 20 casos de levantamentos
de seio maxilar utilizando osso autógeno particulado
e Gen-Ox inorgânico associados em partes iguais (1:1) controle de dois anos
Success evaluation of 20 cases of maxillary sinus lifting with filled with 1:1 mixture
of particulate, autogenous and Gen-Ox-anorganic bones - a two-year follow-up study
RESUMO
A técnica do levantamento de seio maxilar permite instalação de implantes em
regiões maxilares posteriores deficientes. Os autores realizaram 20 casos, dez
com 16 implantes instalados no mesmo estágio (grupo 1) e dez com 14 implantes
instalados cinco meses após a enxertia (grupo 2). Foi usada uma combinação de
osso autógeno particulado e Gen-Ox anorgânico (proporção de 1:1). Seis meses
após a instalação dos implantes eles foram reabertos e as próteses metalocerâmicas
implantossuportadas foram instaladas. Os pacientes foram submetidos a controles
clínicos e radiográficos e após dois anos apresentaram um índice de sucesso de
100% no grupo 1 e 78,6% no grupo 2 com perda de três implantes. O índice de
sucesso dos tratamentos independente de grupos foi de 90%.
Unitermos - Implantes dentários; Levantamento de seio; Prótese sobreimplante.
CADERNO CIENTÍFICO
Rafael Manfro*
Walter Rosa Nascimento Júnior**
José Aristides Loureiro***
Marcelo Carlos Bortoluzzi****
Camila Reis D´Campora Zago*****
ABSTRACT
Maxillary sinus lifting allows implant placement in maxillary posterior deficient areas.
The authors performed 20 cases, ten with 16 implants installed in the same day of
surgical procedure (group 1) and ten with 14 implants installed five months later (group
2). Six months after implant placement, implant-supported, metalloceramic prostheses
were fabricated. Clinical and radiographic follow-ups were made. After two years, a
success rate of 100% and 78.6% was verified in groups 1 and 2 (three implants lost),
regardless of timing for implant placement. The overall success rate was 90%.
Key Words - Dental implants; Maxillary sinus lifting; Implant-supported prostheses.
* Mestre em Implantodontia Unisa/SP; Coordenador do curso de Especialização em Implantodontia - Unoesc/Joaçaba.
** Mestre em Implantodontia Unisa/SP; Professor dos cursos de Especialização em Implantodontia Ipeno-Unicastelo e Ipeno - Estácio de Sá - Florianópolis/SC.
*** Especialista em Prótese Dental Aonp-Londrina; Clínica privada em Curitiba/PR.
**** Doutor em Estomatologia - PUC/RS; Professor do curso de Especialização em Implantodontia Unoesc/Joaçaba.
***** Especialista em Implantodontia Ipeno - Estácio de Sá; Professora assistente do do curso de Especialização em Implantodontia Unoesc/Joaçaba
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):161-6
161 |
Manfro R | Nascimento Jr WR | Loureiro JA | Bortoluzzi MC | Zago CRD
CADERNO CIENTÍFICO
Introdução
A reabilitação da região posterior da maxila é um dos
maiores desafios da Implantodontia atual. A presença do seio
maxilar algumas vezes pneumatizado associado a reabsorção
fisiológica do rebordo alveolar edêntulo diminui a altura
óssea na região, muitas vezes, impossibilitando a instalação
de implantes osseointegrados pelo método tradicional.
A técnica do levantamento de seio maxilar é o tratamento mais realizado para maxila posterior atrófica. Apresentando um sucesso em torno de 95% a 97%1-9.
Diversos materiais de preenchimento apresentam
bons resultados quanto a formação óssea, permitindo a
osseointegração dos implantes apesar de normalmente
formarem um osso tipo IV3, 10-13.
O sucesso da reabilitação protética e consequentemente do tratamento, merece considerações, muitas vezes,
não consideradas por cirurgiões e, principalmente, por
protesistas.
O objetivo deste trabalho é apresentar o controle de
dois anos dos casos apresentados em 2007, quando avaliamos a osseointegração primária e a formação óssea em
radiografias11, dos 20 casos tratados através da técnica de
levantamento de seio maxilar e discutir as prováveis causas
das falhas na osseointegração dos implantes.
Metodologia
Seleção de pacientes
Entre março de 2004 e junho de 2005 foram selecionados pacientes que apresentavam perda dos elementos dentais
posteriores da maxila com indicação para reabilitação com implantes osseointegrados e que necessitavam de levantamento
de seio maxilar para instalação dos mesmos. Foram descartados pacientes com indicações absolutas para o tratamento.
Pacientes fumantes e portadores de sinusite crônica foram
incluídos no trabalho. Os fumantes foram aconselhados a
diminuir a quantidade cigarros, porém sem nenhum protocolo
especial. Os pacientes portadores de sinusite foram avaliados
inicialmente por um especialista em otorrinolaringologia.
Protocolo pré-operatório
Após serem submetidos a uma avaliação pré-operatória sistêmica, foram solicitados modelos em gesso e
radiografias panorâmicas. Após enceramento progressivo
e determinação do posicionamento dos implantes foram
medidas a quantidade de osso remanescente na região a ser
instalada. Se a quantidade de osso fosse considerada suficiente para obter um travamento inicial mínimo o implante seria
instalado em um único estágio6 (grupo 1), se não houvesse
osso suficiente os implantes seriam instalados cinco meses
após a enxertia (grupo 2).
| 162
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):161-6
Os pacientes, nos dois dias anteriores a cirurgia, foram
submetidos a inalação com Vicky Vaporubi com o objetivo
de dar permeabilidade ao óstio do seio maxilar facilitando a
elevação da membrana sinusal e diminuindo o risco de infecçção por anaeróbios11. No dia anterior foram feitos bochechos
com gluconato de clorexidina a 0,12%. Três horas antes foi
ministrado 8 mg de dexametazona por via oral de uma hora
antes, 1 g de Cefadroxil também por via oral. Após a cirurgia os
pacientes foram mantidos com o cefadroxil por sete dias (dois
dias com 1 g e cinco dias com 500 mg). O controle da dor foi
realizado com cetaprofeno 100 mg por três dias11. No quarto
dia de pós-operatório os pacientes reiniciaram a inalação,
sendo mantida até o sétimo dia de pós-operatório.
Técnica cirúrgica
A incisão foi realizada dependendo da instalação imediata dos implantes ou não. No grupo 1 a incisão foi realizada
na crista alveolar enquanto que os do grupo 2 a incisão foi
realizada no fundo de sulco. Após descolamento subperostal
foi realizada a osteotomia para acesso ao seio maxilar com
broca esférica número 08 (Jet lote: 2875859).
O osteotomia superior foi realizada 15 mm acima da
crista do rebordo alveolar. Um descolamento da membrana
foi cuidadosamente realizado expondo a parede lateral da
cavidade nasal. Uma membrana de colágeno bovino foi colocada com o objetivo de delimitar a cavidade a ser preenchida
por osso e tratar possíveis microperfurações da membrana
não observadas. Perfurações pequenas foram tratadas apenas
com a membrana de colágeno bovino (Gem-derm – lote:
020417). Perfurações maiores quando possíveis foram suturadas e uma membrana de colágeno bovino (Gem-derm – lote:
020417) foi colocada na região superior da loja melhorando
o fechamento da membrana. As que não foram possíveis de
serem fechadas às cirurgias foram canceladas.
O enxerto foi obtido de corpo e ramo mandibular.
Após uma incisão sobre a linha oblíqua externa da mandíbula
foi removido um bloco com brocas de fissuras número 701
(Labordental – lote: 2796179). Após removido este bloco foi
particulado com particulador específico (Signus Vince). A
este enxerto foi então adicionado osso xenógeno inorgânico
bovino (Gen-Ox inorgânico – Baumer, Brasil – lote: 2796179)
numa proporção de 1:1 e misturados com pouca quantidade
de soro fisiológico 0,9%.
Essa mistura obtida foi instalada na cavidade previamente preparada através do levantamento de seio maxilar.
No grupo 1 o implante foi instalado neste estágio enquanto
que no grupo 2 o seio foi preenchido apenas com a associação de osso autógeno e osso xenógeno inorgânico bovino.
A janela lateral foi fechada com a mesma membrana de
colágeno bovino (Gem-derm – lote: 020417) e as suturas
foram realizadas com Vicryl 5-0 (Ethicon Johnson & Johnson,
Brasil – lote: 974770).
Manfro R | Nascimento Jr WR | Loureiro JA | Bortoluzzi MC | Zago CRD
Nos pacientes do grupo 1 as cirurgias de reabertura
foram realizadas seis meses após a instalação dos implantes.
No grupo 2 os implantes foram instalados cinco meses após
a enxertia e foram colocados em função seis meses após sua
instalação.
Confecção das próteses
Seis meses após sua instalação os implantes foram
reabertos e após o período de cicatrização da gengiva, foram
iniciados os procedimentos de prótese. As próteses foram
confeccionadas por cinco profissionais diferentes, todos
habilitados para trabalhar com o sistema de implantes utilizado. Dependendo da situação do caso, do tipo de conexão
do implante e da preferência profissional, os pilares foram
selecionados e instalados conforme as orientações de cada
fabricante (Quadros 1 e 2). As moldagens forma feitas através
de moldeiras abertas ou fechadas, dependendo de cada caso e
da preferência do profissional. Os implantes múltiplos foram
esplintados. A adaptação das infraestruturas metálicas foram
avaliadas através de radiografias periapicais nas unitárias e
teste do aperto de um parafuso associada à radiografia periapical quando múltiplas e as que não apresentaram passividade
Caso
Número de implantes
e marca comercial
Componente intermediário e
torque de inserção
Material da prótese
Condição Biomecânica
da Prótese
Situação em 2 anos
1
2 SIN
Ucla metálico HE 32 Ncm
Metalocerâmica
Esplintadas
Sucesso
2
2 SIN
Ucla metálico HE 32 Ncm
Metalocerâmica
Esplintadas
Sucesso
3
2 SIN
Ucla metálico HE 32 Ncm
Metaloceramica
Esplintadas
Sucesso
4
2 SIN
Ucla metálico HE 32 Ncm
Metaloceramica
Esplintadas
Sucesso
5
1 SIN
Ucla metálico HE 32 Ncm
Metalocerâmica
Unitária
Sucesso
6
2 SIN
Ucla metálicos HE 32 Ncm
Metalocerâmica
Esplintadas
Sucesso
7
1Ankylos
Metalocerâmica
Unitária
Sucesso
8
1 Ankylos
Metalocerâmica
Unitária
Sucesso
9
1 Ankylos
Metalocerâmica
Unitária
Sucesso
10
2 Ankylos
Metalocerâmica
Unitária
Sucesso
Pilar standard
25 Ncm
Pilar pré-angulado
15 Ncm
Pilar pré-angulado
15 Ncm
Pilar standard
25 Ncm
CADERNO CIENTÍFICO
QUADRO 1 - DESCRIÇÃO DO TRATAMENTO PROTÉTICO REALIZADO NOS CASOS DO GRUPO 1
QUADRO 2 - DESCRIÇÃO DO TRATAMENTO PROTÉTICO REALIZADO NOS CASOS DO GRUPO 2
Caso
Número de implantes
e marca comercial
Componente intermediário e
torque de inserção
Material da prótese
Condição Biomecânica
da Prótese
Situação em 2 anos
1
1 SIN
Ucla metálico HE 32 Ncm
Metalocerâmica
Unitária
Sucesso
2
1 SIN
Ucla metálico HE 32 Ncm
Metalocerâmica
Unitária
Perdidos
3
1Dentoflex
Ucla metálico HI 32 Ncm
Metaloceramica
Unitária
Sucesso
4
1 Dentoflex
Metaloceramica
Unitária
Sucesso
5
1 Dentoflex
Metalocerâmica
Unitária
Sucesso
6
2 Dentoflex
Ucla metálico HI 32 Ncm
Metalocerâmica
Esplintados
Perdidos
7
3SIN
Ucla metálico HE 32 Ncm
Metalocerâmica
Esplintados
Sucesso
8
1 Ankylos
Metalocerâmica
Unitários
Sucesso
9
2 Ankylos
Metalocerâmica
Esplintados
Sucesso
10
1 Ankylos
Metalocerâmica
Unitários
Sucesso
Esteticone HI
20 Ncm
Esteticone HI
20 Ncm
Pilar standart
25 Ncm
Pilar standart
25 Ncm
Pilar standart
25 Ncm
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):161-6
163 |
Manfro R | Nascimento Jr WR | Loureiro JA | Bortoluzzi MC | Zago CRD
foram cortadas e novamente soldadas até que a estrutura estivessem com a adaptação passiva. A porcelana foi aplicada e as
coroas foram então parafusadas com o torque recomendado
por cada sistema (Quadros 1 e 2). Ajustes oclusais necessários
foram realizados e os pacientes foram liberados para uso de
dieta pastosa por 30 dias e após este período dieta livre. Em
nenhum caso foi realizado próteses provisórias prévias.
Os implantes foram avaliados pelos critérios de sucesso de um pesquisador14 em três meses, seis meses, um
ano e dois anos. Nos controles de um e dois anos as coroas
foram removidas para conferência dos torques de fixação e
situação da mucosa peri-implantar.
gios e os outros dez foram tratados em um estágio. Em um
caso específico um dos implantes foi instalado em um estágio
e um segundo foi instalado em dois estágios.
Todos os 30 implantes instalados apresentavam osseointegração clínica dentro dos critérios propostos por um
pesquisador14 durante as cirurgias de reabertura e permaneceram até a instalação das próteses definitivas.
As próteses foram confecionadas de maneira convencional e os dados dos tratamentos realizados nos pacientes do
grupo 1 quanto ao número de implantes, componentes intermediários, material da prótese e se os implantes foram tratados
como unitários ou esplintados e a situação em dois anos estão
dispostos na Quadro 1. Os mesmos dados referentes ao grupo
2 e a situação após dois anos estão no Quadro 2.
O índice de sucesso de cada controle e cumulativo
durante os dois anos de avaliação do sucesso dos implantes
nos tratamentos realizados no grupo 1 estão no Quadro 3.
O índice de sucesso de cada controle e cumulativo
durante os dois anos avaliação do sucesso dos implantes do
grupo 2 estão no Quadro 4.
Se forem considerados os 30 implantes independente de serem instalados em um ou dois estágios o índice
de sucesso cumulativo em dois anos obtido foi de 90%.
Avaliação dos resultados
Os resultados avaliados foram colocados em fichas
específicas.
CADERNO CIENTÍFICO
Resultados
No período de março de 2004 a junho de 2005 foram
tratados através da técnica proposta 13 pacientes com 20
seios maxilares enxertados e 30 implantes instalados.
Dos seios maxilares dez foram tratados em dois está-
QUADRO 3 - ÍNDICE DE SUCESSO POR AVALIAÇÃO E CUMULATIVA DOS IMPLANTES INSTALADOS NO GRUPO 1
Tempo de
avaliação
Número de implantes
avaliados
Número de implantes
perdidos
Índice de sucesso
Sucesso cumulativo
3 meses
16
0
100%
100%
6 meses
16
0
100%
100%
12 meses
16
0
100%
100%
24 meses
16
0
100%
100%
Total
16
0
100%
100%
QUADRO 4 - ÍNDICE DE SUCESSO POR AVALIAÇÃO E CUMULATIVA DOS IMPLANTES INSTALADOS NO GRUPO 2
| 164
Tempo de
avaliação
Número de implantes
avaliados
Número de implantes
perdidos
Índice de sucesso
Sucesso cumulativo
3 meses
14
2
85,2%
85,2%
6 meses
12
1
91,7%
78,6%
12 meses
11
0
100%
78,6%
24 meses
11
0
100%
78,6%
Total
14
0
100%
78,6%
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):161-6
Discussão
A técnica de levantamento de seio maxilar é uma das
técnicas mais utilizadas para o tratamento da maxila posterior
atrófica. Diversos trabalhos apresentam sucessos superiores
a 90% com tempos de controle de um ano há nove anos de
avaliação1-9,11,15-16.
O sucesso na obtenção da formação óssea e na osseointegração primária não é difícil de ser obtido. Na avaliação da
osseointegração primária dos mesmos casos aqui apresentados
observamos um índice de sucesso de 100%11. A grande dificuldade está na manutenção do trabalho protético instalado
sobre estes implantes. Diversos fatores contribuem para esta
dificuldade. O osso neoformado normalmente é de pobre
qualidade, tipo IV17. A região reabilitada é a que recebe maior
carga de força mastigatória. Alguns profissionais que instalam
a prótese sobre estes implantes não tem formação adequada
sobre osseointegração, não sabendo respeitar sua fisiologia e
falhando principalmente na questão biomecânica18.
Nos casos apresentados observa-se uma diferença
grande de índices de sucesso entre os grupos 1 e 2 sendo esta
favorável a instalação dos implantes em apenas 1 estágio.
Alguns autores4 preconizam que os implantes, independente da quantidade de osso residual, sejam sempre
instalados na cirurgia de levantamento de seio maxilar pois
o índice de sucesso é o mesmo e ajuda a manter altura do
osso enxertado e facilita assim sua vascularização.
Outro fator interessante é de que as perdas ocorreram
nos primeros seis meses de utilização. Isto explica-se pelo fato
de que o osso em que os implantes estão osseointegrados ainda não sofreu o processo de reabsorção e neoformação o que
melhoraria sua qualidade devido ao estímulo mastigatório.
No caso 2 do grupo 2 a perda de osseointegração foi
observada menos de um mês após a instalação definitiva da
prótese. A paciente apresentava o dente vizinho ao implante
com tratamento de canal e apesar deste radiograficamente
estar em bom estado e sem lesão periapical apresentou
um quadro de abcesso agudo neste intervalo de tempo. Se
este quadro foi relevante para a perda do implante não foi
possível definir.
Outro fato em comum entre os implantes perdidos é
que a quantidade de osso remanescente antes da cirurgia de
levantamento de seio maxilar era muito pequena, variando
entre 2 mm a 3 mm e o osso neoformado foi de má qualidade.
Apesar deste quadro os três apresentavam-se osseointegrados na cirurgia de reabertura e durante os procedimentos
protéticos, porém a utilização de pilares tipo Ucla faz com
que o profissional execute uma série de torques e contratorques durante a execução do trabalho protético, seja em
cicatrizadores, pilares de transferência, estrutura metálica
e nas provas dos dentes. Essa força exercida no implante
osseointegrado em um osso de má qualidade pode levar a
quebra da união osso/implante levando a perda do implante. Em nossa opinião, sempre que possível, deve-se utilizar
pilares intermediários tipo esteticone, minipilares ou pilares
de conexão Morse, pois sua utilização requer uma quantidade
muito menor de torques e contratorques no implante.
A questão da esplintagem ou não dos implantes não
parece ter interferido no resultado obtido, pois dois dos implantes perdidos estavam ferulizados esplintados e apenas
um implante não esplintados foi perdido.
Outro fator a ser considerado seria a utilização de carregamento progressivo19 ou a não utilização de coroas de cerâmicas em implantes instalados em osso de má qualidade18.
Conclusão
O sucesso na obtenção da formação
óssea e na osseointegração primária
não é difícil de ser obtido.
Na avaliação da osseointegração
primária dos mesmos casos aqui
apresentados observamos um índice
de sucesso de 100%11. A grande
dificuldade está na manutenção do
trabalho protético instalado sobre
estes implantes. Diversos fatores
contribuem para esta dificuldade.
O trabalho por nós apresentado mostra que os primeiros meses após a instalação das próteses sobreimplantes em
seio maxilar são o período mais crítico da reabilitação. Isto
deve-se ao fato do osso neoformado normalmente ser do tipo
IV e ainda não sofreu estímulo suficiente para melhorar sua
qualidade. Outra conclusão possível é de que a utilização de
pilares tipo Ucla facilita a quebra da união dente/implante
podendo levar a perda do mesmo.
Recebido em mar/2008
Aprovado em out/2008
Endereço para correspondência:
Rafael Manfro
Av. XV de Novembro, 371 - Sala 1.102
89600-000 - Joaçaba - SC
[email protected]
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):161-6
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CADERNO CIENTÍFICO
Manfro R | Nascimento Jr WR | Loureiro JA | Bortoluzzi MC | Zago CRD
CADERNO CIENTÍFICO
Manfro R | Nascimento Jr WR | Loureiro JA | Bortoluzzi MC | Zago CRD
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Estudo Clínico
Análise estrutural e do desempenho in vitro
das lâminas dos raspadores ósseos
Structural and in vitro analysis of commercially available bone scrapers
RESUMO
Existem diversos raspadores ósseos comercialmente disponíveis, apresentando diferentes
características e resultados clínicos. Na literatura atual, existem poucos trabalhos que
analisem as características estruturais e do projeto dos diferentes raspadores e que as
relacionem à eficácia dos mesmos. O objetivo deste trabalho foi analisar os projetos de
nove diferentes raspadores ósseos e as características estruturais do aço das lâminas de
corte, correlacionando com o desempenho in vitro. O presente trabalho avaliou o ângulo
de corte da ponta ativa; a distância do acesso por onde o osso é coletado; a dimensão
do contorno de grãos, o grau de dureza e a composição química do metal da lâmina do
raspador; além da eficácia do raspador num teste in vitro. Com cada um dos raspadores
ósseos, um cirurgião-dentista realizou 20 golpes de raspagem ao longo de um segmento
de fêmur bovino de 6 cm. As partículas de osso coletadas foram pesadas em uma balança
de precisão. Os resultados demonstraram que tanto a abertura da ponta ativa, quanto o
ângulo de corte da ponta ativa, que são características dos projetos dos raspadores ósseos,
não influenciaram na quantidade de osso raspado. Entretanto, as características estruturais
das lâminas dos raspadores ósseos (diâmetro médio de grão, dureza Vickers e composição
química) influenciaram na quantidade de osso raspado. A análise estrutural dos raspadores
ósseos é uma importante ferramenta para validar seu uso e oferecer maior conforto e
segurança aos pacientes e cirurgiões.
Unitermos - Osso autógeno; Engenharia dos materiais; Regeneração óssea; Raspadores
ósseos; MEV; EDS.
CADERNO CIENTÍFICO
Luís Carlos de Moraes e Silva Jr.*
Altair Dantas de Andrade**
Marcelo Corrêa Manso***
Mario Groisman****
Glória de Almeida Soares*****
Guaracilei Maciel Vidigal Jr******
ABSTRACT
There are many commercially available bone scrapers presenting different characteristics
and different clinical results. In the current literature, there are few articles analyzing the
structural and design characteristics related to the effectiveness of bone scrapers. The
aim of the present study was to analyze the design of nine different commercially available
bone scrapers, as well as the structural characteristics of their stainless steel blades, as
well as the in vitro performance of these instruments. With each bone scraper, one dentist
performed 20 strokes in a 6cm bovine femur block. The bone particles harvested were
weighted using a precision weight. The results of the different scrapers show that both the
opening and the cutting angles of the cutting end, which are characteristics of the bone
scrapers projects, did not influence the quantity of bone harvested. On the other hand,
structural characteristics of these blades (average diameter of the grain, Vickers hardness,
and chemical composition) influenced in the quantity of the harvested bone. The structural
analyses of scrapers are an important tool in the validation of its use and also provide more
comfort and safety for patients and surgeons.
Key Words - Autogenous bone; Materials engineering; Bone regeneration; Bone scrapers;
SEM; EDS.
* Aluno do curso de Especialização de Implantologia Oral - Unigranrio.
** Aluno do curso de Mestrado de Implantologia Oral - Unigranrio.
*** Professor do curso de Mestrado de Implantologia Oral - Unigranrio.
**** Mestre em Periodontia pela Universidade de Lund.
***** Coordenadora do Programa de Engenharia de Materiais e Metalurgia - Coppe/UFRJ.
****** Doutor em Engenharia de Materiais e coordenador do curso de Mestrado de Implantologia Oral - Unigranrio.
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Silva Jr LCM | Andrade AD | Manso MC | Groisman M | Soares GA | Vidigal Jr GM
CADERNO CIENTÍFICO
Introdução
tica e apresenta uma estrutura não-cúbica com o carbono
aprisionado no reticulado, desta forma o deslizamento próprio dos mecanismos de deformação não ocorre facilmente
nessa estrutura; logo, a estrutura martensítica é dura, forte,
mecanicamente resistente diante de soluções estáticas e
frágeis10-12. Isto acentua a importância da dureza em certas
aplicações de engenharia, particularmente nos casos em que
se deseja um aço resistente à abrasão, desgaste por atrito e
a deformação. Estas vantagens são obtidas através do seu
rápido resfriamento térmico. O aço martensítico é usado em
lâminas de cortes, por exemplo lâminas de facas10-12.
O objetivo do presente estudo foi identificar as
principais características comuns aos projetos de diferentes
raspadores ósseos comercialmente disponíveis e, também,
da lâmina de corte dos mesmos, relacionando-os ao seu
desempenho in vitro.
Os defeitos ósseos podem ter diversas causas, sendo
as mais frequentes: a perda de elementos dentários; doenças
periodontais; fraturas ósseas; fraturas radiculares; lesões
periapicais etc1-2. Defeitos verticais podem ser regenerados
até o limite de 5 mm, de forma previsível, podendo chegar
até 7 mm em alguns casos3. Estes defeitos podem ser regenerados através de enxertos, cujo material pode ser de
origem autógena, alógena, xenógena ou aloplástica4. Os
enxertos autógenos são obtidos do próprio paciente e, no
caso, podem ser coletados da cavidade oral5 ou de áreas
extrabucais6.
As principais áreas doadoras da cavidade oral são:
sínfise mandibular; ramo mandibular e tuberosidade7-8. Os
enxertos podem ser retirados na forma de blocos ou particulados9. Os enxertos particulados são obtidos triturando-se
os blocos ou através dos raspadores ósseos10. Os raspadores
ósseos apresentam como vantagens: facilidade de manuseio;
necessitam de uma técnica menos invasiva; e apresentam
baixo custo em relação aos outros biomateriais para enxertia,
como as membranas de poli-tetrafluoretileno-expandido e
as hidroxiapatitas.
Apesar do aspecto macroscópico semelhante, podem
existir diferenças de desempenho entre os raspadores ósseos de diferentes fabricantes causadas, principalmente, por
diferenças nos projetos.
A fase da lâmina do aço dos raspadores é martensí-
Material e Métodos
Raspadores utilizados
Foram caracterizados nove raspadores, comercializados no mercado nacional e internacional, de seis fabricantes
diferentes. Os raspadores estão identificados como: 1- Kopp;
2- 3i; 3- Neodent descartável; 4- SIN; 5- Neodent de cabo
não descartável; 6- MX-Grafter; 7- Schwert com lâmina de
aço; 8- Schwert com lâmina tratada; e 9- Neodent novo,
modificado de acordo com desenvolvimento do trabalho
(Figuras 1, 2 e 3 e Tabela 1).
TABELA 1
| 170
Raspadores
Fabricação
Validade
Lote
Fabricante
País
Cidade
Kopp
12-06-06
12-06-08
st-1680
Sistema de Implante
Friccionais
Brasil
Curitiba
3i
06-2006
06-2009
315606
Biomet 3i
EUA
Losgatos – CA
Neodent
descartável
15-09-06
15-09-06
2728949
Brasil
Curitiba
SIN
03-2006
03-2008
E3407
Brasil
São Paulo
Neodent
03-10-05
03-10-08
178437
Brasil
Curitiba
Mx-Grafter
03-23-05
Indeterminada
05-c002
Maxilon
EUA
Hollis – NH
Schwert lâmina
de aço
04-2005
Indeterminada
ncs 10356500027
A. Schweickhardt Gmbh
& Co. KG
Alemanha
Tuttlingen
Schwert lâmina
tratada
08-2005
Indeterminada
ncs 10356500027
Alemanha
Tuttlingen
Neodent modificado
15-09-06
15-09-08
2728949
Brasil
Curitiba
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):169-76
JJGC Ind e Com
de Materiais
Dentários Ltda
Sistema
de Implante
JJGC Ind e Com
de Materiais
Dentários Ltda
A. Schweickhardt Gmbh
& Co. KG
JJGC Ind e Com
de Materiais
Dentários Ltda
Silva Jr LCM | Andrade AD | Manso MC | Groisman M | Soares GA | Vidigal Jr GM
Figura 2
6-MX-grafter; 3- Neodent descartável;
8- Schwert lâmina tratada; 2- 3i.
Análise dos projetos dos raspadores
A abertura do ponto de entrada do coletor
Todos os modelos de raspadores foram medidos
usando-se o projetor de perfil, instrumento de verificação
de retas (Figura 4).
Figura 3
9- Neodent novo.
Análise do contorno de grão
As lâminas dos raspadores foram analisadas usando-se microscópio óptico com o objetivo de avaliar os tamanhos dos contornos de grãos dos aços das lâminas. No
microscópio óptico foram obtidas dez imagens, de regiões
diferentes, com aumento de 500 vezes cada. Além disso,
também foi feita uma imagem de uma régua de precisão
(Carl Zeiss Jena de 1 mm), com escala de 1/10 de mm, em
um aumento de 500 vezes (Figura 6). Com as imagens e
a régua de precisão impressa foram traçadas 20 retas, de
1/10 mm de comprimento, com a régua aleatoriamente
posicionada sobre as imagens. O número de grãos por onde
as 20 retas percorreram foram anotados para obtenção de
um valor médio.
Figura 4
Entrada do coletor da lâmina 3, demonstrada pela seta.
Análise da angulação
Com as lâminas seccionadas conseguiu-se visualizar a
angulação da ponta ativa, no projetor de perfil. Com as retas
assinaladas foi possível calcular o ângulo da tangente, que representa o ângulo da ponta ativa ou ponta de corte (Figura 5).
Figura 6
Régua de precisão que serviu como padrão.
Dureza de Vickers
Figura 5
Imagem no microscópio eletrônico de varredura da ponta ativa seccionada.
A aferição da dureza Vickers da lâmina de aço dos raspadores foi realizada usando o durômetro da Eleitz Wetzlar
e para o cálculo da dureza Vickers usou-se a tabela de Zur
Bestimming der Vickershäte mit dem. (Peso = 100g), a partir
da média de dez pontos, de cada lâmina, de cada raspador
(Figura 7).
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CADERNO CIENTÍFICO
Figura 1
1- Kopp; 5- Neodent; 4- SIN;
7- Schwert lâmina de aço.
Silva Jr LCM | Andrade AD | Manso MC | Groisman M | Soares GA | Vidigal Jr GM
lizado com outro raspador. Devido à impossibilidade de se
controlar a força aplicada aos raspadores ósseos, optou-se
por um estudo cego. Desta forma, os cirurgiões-dentistas não
eram informados sobre o peso do osso raspado.
Figura 7
Marcação da dureza Vickers do Neodent modificado.
Figura 8
Cirurgião-dentista realizando a raspagem.
Análise da composição química
do aço das lâminas
Através da espectroscopia por dispersão de energia
(EDS), com aceleração de elétrons de 20 kV, no microscópio
eletrônico de varredura (MEV) (JEOL JSM-6460LV, Japão),
verificou-se a composição química das ligas de aço.
CADERNO CIENTÍFICO
Análise do desempenho in vitro
Foram usados ossos de fêmur bovino de 6 cm de
comprimento para análise do desempenho dos raspadores.
Após a remoção do periósteo, dois cirurgiões-dentistas
realizaram 200 golpes, com cada raspador, percorrendo distância de 6 cm, sendo que a cada 20 golpes eram retirados os
ossos particulados coletados nos raspadores e pesados. Os
ossos coletados foram pesados em uma balança de precisão
(Gehaka, modelo BG200) (Figuras 8 e 9). Não foi permitido
que o bloco de osso utilizado em um raspador fosse reuti-
Figura 9
Verificação do peso das partículas ósseas na balança de precisão.
QUADRO 1 - PESO EM GRAMAS DO OSSO BOVINO COLETADO APÓS 20 GOLPES DE RASPAGEM (FORAM REALIZADAS DEZ SESSÕES
DE 20 GOLPES PARA CADA RASPADOR)
Média
Total em gramas de osso
raspado / classificação
dos grupos
0,26 0,13 0,30
0,20
2,0g
0,24
0,25 0,21 0,20
0,22
2,22g +++
0,16
0,13
0,27 0,18 0,16
0,17
1,73g ++
0,30
0,15
0,16
0,17
0,15 0,15
0,17
1,72g ++
0,08
0,18
0,22
0,14
0,12 0,12 0,13
0,14
1,41g +
0,29
0,23
0,33
0,20
0,25
0,32 0,21 0,23
0,25
2,5g
0,13
0,07
0,19
0,16
0,19
0,16
0,16
0,05 0,10
0,13
8- Schwert com
0,19
lâmina tratada
0,22
0,24
0,16
0,32
0,23
0,20
0,23 0,21 0,24
0,22
2,24g +++
9- Neodent
modificado
0,20
0,20
0,38
0,21
0,29
0,24
0,34 0,32 0,33
0,26
2,64g ++++
1o
2o
3o
4o
5o
6o
7o
1- Kopp
0,21
0,21
0,16
0,17
0,19
0,21
0,21
2- 3i
0,16
0,28
0,20
0,21
0,32
0,15
3- Neodent
descartável
0,12
0,14
0,21
0,17
0,19
4- SIN
0,18
0,14
0,17
0,15
5- Neodent
0,17
0,14
0,11
6- Mx-Grafter
0,22
0,21
7- Schwert com
0,15
lâmina de aço
Raspadores
| 172
0,13
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):169-76
8o
9o
10o
+++
++++
1,36g +
Os raspadores 1, 6 e 9 apresentavam cabo plástico
com lâmina de corte plana; os raspadores 2, 3 e 4 apresentavam cabo plástico e lâminas de corte circulares; enquanto
os raspadores 5, 7 e 8 apresentavam cabo metálico e lâmina
de corte plana. O ângulo de função de cada raspador foi de:
raspador 1- 45,11°; 2- 27,53°; 3- 30,71°; 4- 23,96°; 5- 37,68°;
6- 41,38°; 7- 67,21°; 8- 39,66°; 9- 47,83°.
Os resultados do teste in vitro foram estratificados
em quatro grupos, de acordo com a quantidade de osso
raspado. No grupo + + + + encontraram-se os raspadores
que, após 200 golpes, rasparam mais de 2,5 g; no grupo + +
+ os raspadores removeram entre 2 g e 2,5 g; no grupo + +
entre 1,5 g e 2 g; e no grupo + os raspadores que removeram
menos que 1,5 g (Quadro 1).
Análise Estatística
Os dados obtidos a partir das variáveis estudadas
dos nove diferentes tipos de raspadores foram comparados
através da análise de variância (Anova). Nos casos onde
diferenças significativas foram detectadas, foi realizado o
teste não-paramétrico de múltiplas comparações StudentNewman-Keuls (SNK) para identificação das diferenças
significativas. Além disso, a quantidade de osso raspado foi
correlacionada através da análise de regressão com cada uma
das outras variáveis.
Resultados
coletor. Os pontos de entrada dos coletores dos raspadores
(Figura 4) 5, 7 e 8 apresentaram abertura acima de 1 mm;
enquanto nos raspadores 1, 3, 6 e 9 as aberturas variaram de
0,6 mm a 1 mm. Já as aberturas dos raspadores 2 e 4 ficaram
abaixo de 0,6 mm. Este parâmetro não apresentou relação
com o desempenho in vitro (Quadro 4).
O teste de múltiplas comparações (SNK) revelou que
os raspadores 6 e 9 apresentaram resultados superiores aos
raspadores 3, 4, 5 e 7 (p<0,05). Os raspadores 2 e 8 apresentaram desempenho superior aos raspadores 5 e 7 (p<0,05).
O raspador 1 apresentou resultado superior ao raspador 7
(p<0,05). As demais comparações não apresentaram diferenças significativas entre si.
Não houve correlação positiva entre a angulação da
ponta ativa dos diferentes raspadores e a quantidade de osso
coletado no teste (Quadros 1 e 2).
O resultado da análise do tamanho do contorno de
grão, que está relacionada à resistência mecânica das lâminas,
mostrou valores elevados para os raspadores 1, 2 e 6. Estes
apresentaram uma contagem acima de 17 grãos por 1/10
mm de superfície (Figuras 10 e 11). O raspador de número 9
apresentou uma contagem entre 13 e 15 grãos, para mesma
área. Os demais raspadores apresentaram entre 4 a 9 contornos de grãos por 1/10 mm. Foi observada correlação positiva
entre o tamanho dos contornos de grão e a quantidade de
osso coletado (Figura 12 e Quadro 3).
A análise do projeto da ponta ativa revelou diferenças
entre os raspadores, principalmente no ponto de entrada do
QUADRO 2 - RESULTADO DAS TRÊS MEDIÇÕES DA ANGULAÇÃO DA PONTA
ATIVA
Média dos
resultados
1o
2o
3o
1- Kopp
44,60°
44,96°
45,77°
45,11°
2- 3i
28,59°
27,08°
26,94°
27,53°
3- Neodent
descartável
31,75°
30,07°
30,31°
30,71°
4- SIN
23,96°
23,58°
24,35°
23,96°
5- Neodent
35,43°
37,69°
39,94°
37,68°
6- Mx-Grafter
43,21°
37,85°
43,10°
41,38°
7- Schwert com
lâmina de aço
66,84°
67,38°
67,41°
67,21°
8- Schwert com
lâmina tratada
41,18°
36,87°
40,93°
39,66°
9- Neodent
modificado
48,18°
47,63°
47,70°
47,83°
Raspadores
Figura 10
Contornos de grãos da lâmina 2.
Figura 11
Contornos de grãos da lâmina 6.
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CADERNO CIENTÍFICO
Silva Jr LCM | Andrade AD | Manso MC | Groisman M | Soares GA | Vidigal Jr GM
Silva Jr LCM | Andrade AD | Manso MC | Groisman M | Soares GA | Vidigal Jr GM
Figura 12
Contornos de grãos da lâmina 4.
QUADRO 3- RESULTADOS DA ANÁLISE DOS TAMANHOS DOS CONTORNOS DE GRÃOS
1o
2o
3o
4o
5o
6o
7o
8o
9o
10o
1- Kopp
26,29
26,32
26,31
25,30
24,32
23,28
25,21
24,30
27,24
23,28
25,18
2- 3i
23,24
17,20
21,13
17,17
19,20
19,17
19,20
16,23
19,16
18,20
19
3- Neodent
descartável
6,70
7,50
7,70
8,70
7,90
9,90
10,10
10,10
9,80
11,80
9,02
4- SIN
4,50
5,50
6,60
5,40
4,60
5,40
6,80
5,40
5,80
7,80
5,75
5- Neodent
13,11
10,90
12,90
7,10
9,11
6,70
6,12
10,90
5,60
7,80
9,02
6- Mx-Grafter
19,22
20,20
24,21
23,17
24,24
21,18
18,20
18,17
17,16
17,19
20,30
7- Schwert com
7,50
lâmina s/ tratamento
5,70
2,20
4,40
5,40
3,30
4,40
5,50
4,40
4,40
4,72
8- Schwert com
lâmina tratada
7,40
4,40
6,60
7,50
5,50
6,60
8,80
6,40
7,80
6,60
6,76
9- Neodent
modificado
13,48
12,80
13,30
13,80
13,40
15,40
12,40
13,40
14,12
13,34
13,54
CADERNO CIENTÍFICO
Raspadores
Figura 13
EDS da lâmina 6.
| 174
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):169-76
Figura 14
EDS da lâmina 8.
Média
Silva Jr LCM | Andrade AD | Manso MC | Groisman M | Soares GA | Vidigal Jr GM
QUADRO 4 - RESULTADOS, EXPRESSOS EM VALORES MÉDIOS, DA CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E DO TESTE
IN VITRO DE DIFERENTES RASPADORES ÓSSEOS
Ponto de entrada
do coletor
Angulação
Contorno
de grão
Dureza
Vickers
Osso coletado
in vitro
1- Kopp
0,95 mm
45,36°
26,70
205,2
0,20g
2- 3i
0,57 mm
27,53°
18,90
840,5
0,22g
3- Neodent
descartável
0,90 mm
30,71°
8,2
633,6
0,17g
4- SIN
0,50 mm
23,96°
5,50
778,6
0,17g
5- Neodent
1,37 mm
37,68°
8,85
475,3
0,14g
6- Mx-Grafter
0,82 mm
41,38°
17,85
673,5
0,25g
7- Schwert com
lâmina de aço
1,03 mm
67,21°
4,25
499
0,13g
8- Schwert com
lâmina tratada
1,01 mm
41,07°
5,90
505,3
0,22g
9- Neodent
modificado
0,73 mm
47,83°
13,48
608,1
0,26g
A análise da dureza Vickers (Quadro 4) revelou que
as lâminas dos raspadores 2, 3, 4 e 6 alcançaram valores entre 630 e 845. As lâminas de número 5, 7 e 8 apresentaram
valores de dureza entre 470 e 510. A lâmina do raspador
número 1 não apresentou desempenho muito favorável no
teste de raspagem in vitro, com valor médio de dureza de
205,2. O aumento da dureza Vickers apresentou, através da
análise de regressão, correlação positiva com a quantidade
de osso raspado.
A espectroscopia por dispersão de energia (EDS)
mostrou resultados similares para oito lâminas, sendo
o único resultado diferente obtido da lâmina número 8.
Esta lâmina apresentou em sua composição titânio, ferro,
carbono e cromo, além dos componentes observados nas
demais lâminas, ferro, carbono e cromo, constituintes do aço
inoxidável. (Figuras 13 e 14). A presença de titânio deve-se
ao recobrimento da superfície do aço com nitrito de titânio,
para aumento da dureza superficial.
Discussão
Não foram encontrados na literatura estudos que
tenham realizado a caracterização estrutural e de projetos
de instrumentos como os raspadores ósseos, que demonstra
o ineditismo do presente trabalho, mas ao mesmo tempo,
impossibilita a comparação dos resultados. Para análise dos
resultados do presente estudo foi usado uma análise estratificada dos resultados não considerando o efeito combinado
das diferentes características. Os raspadores 2, 3 e 4 apresentaram angulação da ponta ativa bem aproximada, em torno
de 30°, mas o raspador 2, por ter apresentado resultados na
análise do tamanho do contorno de grão e da dureza Vickers
muito mais elevados, permitiu que seu resultado em relação
à raspagem in vitro fosse superior aos demais.
Os raspadores 7 e 8 apresentaram entupimento da
região do ponto de entrada do coletor, embora suas distâncias sejam a segunda e terceira maiores; enquanto os
raspadores 1, 2 e 6 têm menor distância da área coletora e
apresentaram bom desempenho no teste in vitro, e não entupiram. Provavelmente isto ocorre porque as lâminas destes
raspadores têm uma área de armazenamento de partículas
ósseas maiores do que os raspadores 7 e 8.
Os raspadores 3 e 5 apresentaram tamanho de contornos de grãos semelhantes, sendo que o raspador 3 apresentou
resultados de dureza Vickers mais elevados. Além disso, seu
resultado em relação à raspagem in vitro foi melhor que o
raspador 5. O raspador 4 apresentou melhor resultado de
dureza Vickers e raspagem in vitro do que o raspador 5.
Entretanto, o raspador 5 apresentou melhores resultados
de contorno de grão em relação ao de número 4. Isto indica
que a dureza Vickers mais elevada seja uma característica tão
importante quanto o tamanho do contorno de grão.
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CADERNO CIENTÍFICO
Raspadores
Silva Jr LCM | Andrade AD | Manso MC | Groisman M | Soares GA | Vidigal Jr GM
Quando comparados às brocas, o uso do raspador
não promove aumento significativo, de relevância clínica,
da temperatura óssea. Além disso, brocas usadas para osteotomia desgastam muito osso e, às vezes, algum osso fica
preso às suas superfícies, mas não o suficiente para defeitos
ósseos maiores.
Conclusão
CADERNO CIENTÍFICO
Com base na análise dos resultados obtidos e dentro
dos parâmetros do presente estudo, é possível concluir
que:
Os raspadores 6 e 9 apresentaram resultados semelhantes em dureza Vickers, abertura da entrada do coletor e
Referências bibliográficas
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for bone augmentation. Int J Periodontics Restorative Dent 2003;23:
277-85.
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radiographic assessment of autograft healing and adaptation. Int J
Periodontics Restorative Dent 2004;24:334-43.
| 176
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):169-76
angulação da ponta ativa, e também foram os raspadores que
apresentaram melhor desempenho no teste in vitro.
O estudo e a compreensão das características estruturais dos instrumentos, usados em Implantodontia, são
ferramentas importantes no desenvolvimento de novos e
melhores produtos. Novos estudos que avaliem o efeito
combinado de diferentes características são desejados.
Recebido em ago/2008
Aprovado em dez/2008
Endereço para correspondência:
Guaracilei Maciel Vidigal Jr.
Av. Nossa Senhora de Copacabana, 749 - Sala 1.205 - Copacabana
22050-000 - Rio de Janeiro - RJ
[email protected]
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Relato de Caso Clínico
Fratura de mandíbula como complicação pós-operatória
da instalação de implantes dentários
Mandibular fracture a postoperative complication after dental implant placement
RESUMO
A fratura espontânea da mandíbula é uma rara complicação pós-operatória da
instalação de implantes dentários. O objetivo deste trabalho é relatar um caso
de fratura da mandíbula ocorrida uma semana após a instalação de implantes
osseointegrados por outra equipe e discutir os possíveis fatores predisponentes
ligados à sua ocorrência. Não havia história prévia de trauma na região e o paciente
relatava parestesia no lábio inferior e mento no lado esquerdo desde a instalação
dos implantes. No exame clínico havia dor à palpação com discreta movimentação
óssea na região de corpo mandibular esquerdo e foi observada oclusão dentária
apenas na região anterior em decorrência de edentulismo mandibular posterior
bilateral. Nos exames de imagens foram visualizados dois implantes longos que
invadiam a região do canal mandibular e uma fratura completa da mandíbula na
região de corpo esquerdo e associada ao implante mais posterior. O tratamento
de escolha foi a remoção dos implantes seguida de redução aberta da fratura e
imobilização com placa e parafusos de titânio. Com base nas características clínicas
acima mencionadas, pôde-se especular que o padrão oclusal e as alterações proprioceptivas devido a parestesia parecem ser fatores importantes que contribuem
para o aumento das tensões na região posterior da mandíbula e consequente
fratura após instalação de implante dentário.
Unitermos - Implantes dentários; Complicações pós-operatórias; Fraturas mandibulares.
CADERNO CIENTÍFICO
Rogério Bonfante Moraes*
Ricardo Pimenta D`Ávila**
João Gualberto de Cerqueira Luz***
ABSTRACT
Spontaneous mandibular fracture is a rare postoperative complication after dental
implant placement. The aim of this study was to report a case of mandibular
fracture one week after placement of dental implants by another surgical team,
and to discuss possible predisposing factors associated to it. There was no history
of previous trauma and the patient reported paresthesia in the lower lip and chin
on the left side since implant placement. On clinical examination, there was pain
on palpation with discrete bone mobility and dental occlusion only in the anterior
region as a result of bilateral, posterior mandibular edentulism. Two long implants
impinging the mandibular canal were viewed on radiographs, and a complete
mandibular fracture on the left mandibular body associated to the most posterior
implant, as well. The treatment of choice was the removal of implants followed
by open reduction of fracture and fixation with titanium plate and screws. Based
on the aforementioned clinical characteristics, it can be speculated that occlusal
patterns and proprioceptive changes due to paresthesia seem to be important
factors contributing to the increase of stress in the posterior mandibular region
and the accompanying fracture after dental implant placement.
Key Words - Dental implants; Postoperative complications; Mandibular fractures.
* Especialista em CTBMF pela APCD-SP; Mestrando em CTBMF pela Universidade de São Paulo - Fousp.
** Especialista em CTBMF pela APCD-SP; Cirurgião Bucomaxilofacial do Hospital Santa Marina/SP.
*** Professor associado da Disciplina de Traumatologia Maxilofacial da Universidade de São Paulo - Fousp; Coordenador do curso de Especialização em CTBMF da APCD-SP.
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Moraes RB | D`Ávila RP | Luz JGC
CADERNO CIENTÍFICO
Introdução
Os implantes dentários osseointegrados têm sido
utilizados com alto índice de sucesso na reabilitação oral.
Porém, complicações intra ou pós-operatórias à instalação
dos mesmos podem ocorrer, sendo que as mais comuns
são dor, edema, hemorragia e distúrbios neurossensoriais1.
A fratura de mandíbula é a mais rara e temida das possíveis
complicações após a instalação de implantes osseointegrados, apresentando taxa de ocorrência entre 0,2% a 3,5%
dos casos2-3.
A atrofia mandibular acentuada é o principal fator
que pode contribuir para a ocorrência de fraturas associadas a implantes osseointegrados3-5. De forma associada,
alterações sistêmicas como a osteoporose e a osteomalácia,
ou mesmo outras alterações locais como lateralização do
nervo alveolar inferior previamente aos implantes, implantes longos e ancorados bicorticalmente; perda óssea periimplantar avançada e osteomielites também aumentam o
risco de fratura mandibular5-9.
As forças mastigatórias diárias também podem gerar
fraturas espontâneas da mandíbula sem que ocorra qualquer
trauma no osso mandibular. Estes casos estão associados
a regiões de implantes ainda não osseointegrados, pois
representam áreas de concentrações de forças e fragilidade
da mandíbula3,7-8.
Com o objetivo de reduzir o potencial de fraturas, a
mandíbula pode ser previamente reconstruída com técnicas
de enxertos ósseos, favorecendo a permanência de cortical
óssea vestibular e lingual3. Assim como, a estabilidade dos
implantes não deve ser conseguida à custa de fixação bicortical, pois a interrupção ou a penetração destes na borda
inferior da mandíbula aumenta sua fragilidade10.
Considerando os poucos casos de fraturas mandibulares associadas a implantes dentários descritos na literatura e
a importância do assunto, principalmente quanto à sua pre-
Figura 1
Radiografia panorâmica utilizada no planejamento para
instalação de implantes no lado esquerdo mandibular.
| 180
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):179-83
venção, o objetivo deste relato é apresentar um caso clínico de
fratura mandibular associada a implantes dentários e discutir
os possíveis fatores predisponentes ligados à ocorrência desta
complicação, assim como seu tratamento.
Relato de Caso Clínico
Paciente do gênero masculino, 67 anos, procurou o serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial relatando a
ocorrência de um forte estalo no lado esquerdo da mandíbula
durante uma refeição, o que gerou dor intensa, dificuldade
em ocluir os dentes e aumento de volume no lado esquerdo
da face. Também relatou que havia instalado dois implantes
osseointegrados na região posterior da mandíbula havia uma
semana, na mesma região onde ocorreu o estalo.
O paciente se queixou de parestesia do lábio inferior e
do mento, no mesmo lado, desde a instalação dos implantes.
Na radiografia panorâmica trazida pelo paciente (pré-operatória à instalação dos implantes) visualizou-se moderada
atrofia óssea na região do corpo mandibular esquerdo (Figura
1). Na revisão da história médica apresentava-se com boa
saúde geral.
No exame clínico constatou-se edema na região jugal
e submandibular do lado esquerdo e, através da palpação
bimanual do corpo da mandíbula, foi observada discreta
movimentação óssea e relato de aumento da dor. No aspecto
intrabucal foi observada área edêntula posterior bilateral
na mandíbula e oclusão dental apenas sobre os dentes
anteriores, pois o paciente não usava qualquer prótese na
região posterior.
Após exames radiográficos solicitados no hospital
(incidências panorâmica, póstero-anterior e lateral oblíqua de
mandíbula) constataram-se dois implantes longos na região
posterior da mandíbula que invadiam o canal mandibular,
tendo sido diagnosticada uma fratura completa da mandíbula
associada ao implante mais posterior (Figuras 2, 3 e 4).
Figura 2
Observar fratura óssea completa junto ao implante mais
posterior na região de corpo mandibular esquerdo.
Moraes RB | D`Ávila RP | Luz JGC
Figura 4
Radiografia lateral oblíqua da mandíbula
do lado esquerdo evidenciando a fratura.
CADERNO CIENTÍFICO
Figura 3
Vista aproximada da radiografia panorâmica onde
se observam implantes invadindo a região do canal mandibular
e a fratura junto ao implante mais posterior.
Figura 5
Controle pós-operatório de dois anos, onde se nota
a fixação com placa rígida do sistema 2.4 mm, bem
como completa consolidação e remodelação óssea.
O tratamento da fratura foi realizado sob anestesia
geral, através de redução aberta e fixação interna com placas
e parafusos de titânio (Osteomed - M4 System, Osteomed,
Cleveland/Ohio). Inicialmente, através de incisão intrabucal
sobre a crista do rebordo e incisão de alívio, os cotos da fratura foram acessados, reduzidos e fixados com duas placas
retas do sistema 2,0 mm (2,0 mm Mini System, Osteomed,
Cleveland/Ohio). Os implantes foram removidos por apresentarem mobilidade e por interferirem na instalação das
placas e parafusos de fixação. No período pós-operatório
inicial se observou instabilidade dos cotos fraturados, sendo
necessária uma nova intervenção cirúrgica sob anestesia geral
para substituição dos meios de fixação por uma placa mais
grossa e rígida do sistema 2,4 mm (2,4 mm Maxi System,
Osteomed, Cleveland/Ohio). O paciente foi orientado a
manter dieta leve por 30 dias. No acompanhamento semanal
houve boa evolução.
Os exames radiográficos pós-operatórios de controle,
após dois anos, mostraram adequada redução e fixação da
fratura com completa consolidação e remodelação óssea
(Figura 5). Houve melhora significativa da parestesia após
este período, permanecendo discreta sensação de dormência
na região do mento.
Discussão
Cada vez mais a Implantodontia tem se dedicado à
reabilitação oral de casos com atrofias ósseas intensas, aumentando os riscos de complicações graves, como a fratura
de mandíbula. Porém, poucos casos de fraturas mandibulares
associadas à instalação de implantes têm sido relatados na
literatura6-8,11-12.
Alterações sistêmicas como a osteoporose e a osteomalácia, por promoverem redução na densidade e mineralização óssea, aumentam os riscos de fraturas mandibulares8.
A osteoporose é a mais comum e atinge principalmente
mulheres brancas no período pós-menopausa13. Quanto à
osteomalácia, a causa mais comum inclui deficiência nutricional e geralmente ocorre em pessoas mais velhas e edêntulas14. Concordando, a maioria das fraturas mandibulares
associadas a implantes relatadas na literatura ocorreram em
mulheres e com idade avançada2-3,6,9.
Dentre os fatores locais, a atrofia mandibular acentuada é considerada o principal fator predisponente à fratura. Nestes casos, a mandíbula apresenta uma massa óssea
reduzida e de baixa qualidade, prejudicando a dissipação
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CADERNO CIENTÍFICO
Moraes RB | D`Ávila RP | Luz JGC
das fraturas descritas na literatura
das forças no local de instalação do
ocorreu duas a quatro semanas após
implante6-7.
As características oclusais
Outro importante fator prea instalação dos implantes, sem
observadas
no
caso
apresentado
disponente à fratura é a lateralização
qualquer trauma na mandíbula3,6-7.
Porém, estes autores afirmaram que
do nervo alveolar inferior previaindicaram que a mastigação era
a atrofia mandibular acentuada e
mente à instalação dos implantes. A
realizada apenas sobre os dentes
a lateralização do nervo alveolar
mandíbula torna-se bastante fragianteriores,
promovendo
na
inferior previamente a instalação
lizada devido à extensa remoção da
dos implantes foram os fatores recortical externa da mandíbula3,7,10.
região posterior da mandíbula,
Porém, no caso relatado foi
levantes na ocorrência das fraturas,
um
ponto
de
fl
exão
sob
constante
observado que a reabsorção óssea no
e as forças mastigatórias um fator
tensão, favorecendo a ocorrência
local da fratura era apenas moderasecundário. Para outros autores3,
em um dos seus casos descritos,
da, com altura óssea total acima de
da fratura junto ao implante
as forças mastigatórias do próprio
20 mm, assim como não foi realizada
mais
posterior.
paciente influenciaram na ocora lateralização do nervo alveolar
rência da fratura. Em nosso caso a
inferior previamente à instalação
fratura também ocorreu durante a
dos implantes.
mastigação de alimentos, fortalecendo o conceito das ondas
Outros fatores predisponentes à fratura foram releprejudiciais de tensão que atuam na mandíbula; por este
vantes neste caso, como: características oclusais, localização
motivo, sugere-se repouso funcional e dieta leve por um
do implante, concentração de tensão ao redor do implante e
período de quatro semanas no período pós-operatório à
ocorrência de parestesia.
instalação dos implantes3,7.
As características oclusais observadas no caso apreOutro fator a ser considerado em nosso caso é a presensentado indicaram que a mastigação era realizada apenas
ça de parestesia. Esta modifica os padrões mastigatórios devido
sobre os dentes anteriores, promovendo na região posterior
às alterações proprioceptivas10, também contribuindo no auda mandíbula, um ponto de flexão sob constante tensão,
mento das tensões sobre a área dos implantes dentários.
favorecendo a ocorrência da fratura junto ao implante mais
Quanto ao tratamento das fraturas mandibulares
posterior. Concordando com esta hipótese, alguns autores15
avaliaram in vitro a distribuição de tensão sob diferentes conassociadas aos implantes osseointegrados, este segue os
dições de mastigação e observaram que a ação dos músculos
mesmos princípios de redução e imobilização utilizados para
masseter e temporal promoveram zonas de elevada tensão
outras fraturas ósseas16. Alguns autores defendem que duas
miniplacas podem ser usadas no tratamento das fraturas de
nas regiões de ângulo e borda anterior do ramo mandibular,
mandíbulas atróficas quando há altura óssea adequada17-18.
sendo estas mais acentuadas com a mastigação sobre os
Porém, a combinação de condições desfavoráveis, como
dentes anteriores do que sobre os molares bilateralmente.
área de contato reduzida no local da fratura, osso mandibuPadrão oclusal semelhante foi encontrado em diverlar com pobre vascularização, atrófico e denso, bem como
sos casos de fratura mandibular após lateralização do nervo
resultados desfavoráveis encontrados na literatura, faz com
alveolar inferior e instalação de implantes3,7,10. Porém, nestes
casos a atrofia mandibular acentuada associada à grande
que o tratamento das fraturas de mandíbula atróficas seja
remoção óssea da parede vestibular foram os principais
realizado, com maior taxa de sucesso, com uma placa de
fatores discutidos pelos autores para o desenvolvimento da
fixação de alta rigidez16,19. Análises biomecânicas, in vitro,
em modelos de mandíbulas atróficas sugerem que a região
fratura, não sendo considerado o padrão oclusal. No caso
do corpo está sujeita a forças de várias direções durante as
apresentado, não houve a lateralização do nervo alveolar
funções estomatognáticas diárias, podendo favorecer a fadiga
inferior, conforme relatado pelo paciente e também por
das miniplacas e consequente instabilidade da fratura20. Esconfirmação no transoperatório do tratamento da fratura,
tes dados concordam com o caso apresentado, onde houve
pois não havia sinais de osteotomias na parede vestibular
a necessidade de substituir as duas miniplacas do sistema
da mandíbula.
2,0 mm por uma placa mais forte do sistema 2,4 mm devido
A fratura mandibular também pode ocorrer mesmo
à instabilidade da fratura no período pós-operatório.
sob condições funcionais relativamente normais12. As forças mastigatórias diárias produzem ondas prejudiciais de
Conclusão
tensão com grande concentração no local onde o implante
foi instalado, em especial antes da osseointegração nos caAlgumas considerações já foram sugeridas quanto à
sos onde o nervo foi transposto7. Esta teoria tem sido bem
aceita, pois de modo semelhante ao caso relatado, a maioria
manutenção ou remoção dos implantes associados a fraturas
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REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):179-83
Moraes RB | D`Ávila RP | Luz JGC
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Com base nas características clínicas deste caso,
pode-se especular que o padrão oclusal e as alterações
proprioceptivas devido a parestesia parecem ser fatores importantes que contribuem para o aumento das tensões na
região posterior da mandíbula e consequente fratura após
instalação de implante dentário.
Recebido em ago/2008
Aprovado em jan/2009
Endereço para correspondência:
Rogério Bonfante Moraes
Av. Dr. Silva Melo, 106 - Bloco 4 - Apto. 132
04675-010 - São Paulo - SP
Tel.: (11) 5683-2946
[email protected]
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REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):179-83
183 |
CADERNO CIENTÍFICO
mandibulares. Sob condições favoráveis os implantes podem
ser deixados no local, resultando em reparação óssea sem intercorrência e eventual osseointegração6. Os seguintes fatores
devem ser considerados nesta decisão de manter ou retirar
um implante no traço de fratura: importância do implante
no plano de tratamento total, presença ou não de infecção,
presença ou não de mobilidade do implante e interferência
na instalação das placas e parafusos para fixação interna da
fratura3,21. Também, se o implante não estiver deslocado ou
exposto à cavidade oral, o mesmo pode ser deixado para
osseointegrar12. No caso apresentado, os implantes foram
removidos, pois aquele associado à fratura apresentava-se
com mobilidade e o outro interferia na instalação dos meios
de fixação.
Relato de Caso Clínico
Overdenture mandibular sobre implantes
carregados imediatamente
Mandibular overdenture supported by immediate loading dental implants: a clinical report
RESUMO
A prótese total convencional mandibular frequentemente apresenta prognóstico
desfavorável devido à falta de estabilidade, suporte e retenção, especialmente em
casos de extensa reabsorção do rebordo residual. A colocação de dois implantes
na região interforaminal e a utilização de próteses mucoimplantorretidas ou
overdentures podem favorecer esse prognóstico. Assim, as próteses podem
apresentar melhor função mastigatória, retenção, estabilidade, fonética e
conforto, representando um tratamento alternativo valioso para pacientes
totalmente edêntulos. Com a previsibilidade dos implantes odontológicos, o
procedimento de carga imediata tornou-se prática constante, simplificando os
procedimentos, reduzindo o período de cicatrização, diminuindo a ansiedade
do paciente, reduzindo os honorários e reabilitando prática e rapidamente os
pacientes. Este relato de caso descreve a reabilitação de uma paciente com
a colocação de dois implantes na região interforaminal da mandíbula, seguido
da inserção imediata de overdenture mandibular e prótese total convencional
maxilar. O encaixe bola/O’ring foi utilizado para aumentar a retenção e
estabilidade da prótese mandibular confeccionada, tendo em vista a intensa
reabsorção na região posterior do rebordo residual.
Unitermos - Prótese dentária; Implantes dentários; Prótese total imediata.
CADERNO CIENTÍFICO
José Maurício dos Santos Nunes Reis*
Antonio Alves de Almeida Júnior**
João Gustavo Rabelo Ribeiro***
José Cláudio Martins Segalla****
Érica Gouveia Jorge*****
Ivan Ribeiro de Faria****
ABSTRACT
Due to the lack of stability, support and retention, the conventional mandibular
complete denture commonly presents uncertain prognostics. Therefore, the use
of a minimum of two dental implants in the interforaminal area and the use of an
overdenture can provide additional advantages in comparison to conventional
mucosa-supported denture. This kind of treatment can provide better function,
retention, stability, phonetics and patient relieve, especially in cases involving
severe residual ridge resorption. Thus, the overdenture represents a precious
alternative to the conventional treatments. In addition, the high success rate
of the immediate loaded dental implants, the reduced healing time, the lower
patient anxiety and lower expenses have contributed to a good acceptance
for both, clinicians and patients. This paper relates a clinical case involving
a rehabilitation of an edentulous woman using two immediate loaded dental
implants, a mandibular overdenture and a conventional maxillary complete
denture. The ball/O-ring attachment was used for improve the retention and
stability of the overdenture fabricated, considering the intensity of the residual
ridge resorption.
Key Words - Dental Prosthesis; Dental Implants; Immediate complete
denture.
* Professor substituto, Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara - Unesp.
** Mestrando do Programa de Pós-graduação em Reabilitação Oral, Área de Prótese, Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara - Unesp.
*** Doutorando do Programa de Pós-graduação em Reabilitação Oral, Área de Prótese, Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara - Unesp.
**** Professor adjunto, Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara - Unesp.
***** Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Endodontia da Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara - Unesp.
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):187-94
187 |
Reis JMSN | Almeida Júnior AA | Ribeiro JGR | Segalla JCM | Jorge EG | Faria IR
CADERNO CIENTÍFICO
Introdução
A prótese total mandibular, sem dúvidas, é a modalidade da Reabilitação Oral que apresenta prognóstico mais
desfavorável, principalmente em casos de intensa reabsorção
do rebordo residual. Estruturas como língua, glândulas salivares, músculos mentual, bucinador e milo-hioideo e suas
inserções, além do rebordo residual, geralmente reabsorvido,
influenciam diretamente a pouca retenção, estabilidade e
suporte dessa prótese. Assim, em alguns casos, faz-se necessária a utilização de meios auxiliares que propiciem melhor
estabilidade e retenção para a prótese total mandibular1. Em
1958, foi sugerida a utilização de dentes naturais para suportar próteses totais, surgindo o conceito de overdenture2.
Com o advento dos implantes odontológicos, a prótese
mucossuportada pôde ser substituída por uma prótese fixa implantossuportada, com a utilização de quatro a seis implantes
na região interforaminal. Essa prótese ficou conhecida como
protocolo de Brånemark, sendo o primeiro tratamento com
implantes odontológicos para reabilitar pacientes totalmente
edêntulos, considerados inválidos orais. Por razões financeiras1-2 ou no caso de pacientes com debilidade física ou mental
ou que, simplesmente, apresentem falta de habilidade para
realizar higienização bucal, pode-se contraindicar as próteses
fixas. Nesses casos, a presença de dois implantes na região
interforaminal permite a confecção de próteses mucoimplantorretidas removíveis ou overdentures sobreimplantes1,3.
Essas próteses podem apresentar melhor função mastigatória
e fonética, retenção, estabilidade e conforto ao paciente, além
de apresentar menor abrasão aos tecidos moles em comparação às próteses convencionais. Dessa maneira, a overdenture
mandibular representa um tratamento alternativo valioso para
os pacientes totalmente edêntulos4, contribuindo, ainda, para
seu aspecto psicossocial.
Outro fator relevante é que, com a previsibilidade dos
implantes odontológicos, os procedimentos de carga imedia-
Figura 1
Sorriso da paciente com as próteses antigas. Observar desvio
de linha média para o lado esquerdo, plano oclusal alterado,
excesso de papilas e formato dos dentes incompatível
com as características físicas da paciente.
| 188
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):187-94
ta têm-se tornado prática constante aos reabilitadores orais. A
carga imediata simplifica os procedimentos, reduz o período
de cicatrização, a ansiedade do paciente, os honorários e
reabilita prática e rapidamente os pacientes1,5-6. Para isso, os
implantes devem apresentar estabilidade primária superior
a 35 Ncm e a prótese apresentar-se retentiva, estável7 e com
maior suporte possível, evitando ao máximo sobrecarregar
os implantes recém-colocados3-4.
O presente artigo relata um caso clínico reabilitado
com a colocação de dois implantes na região interforaminal
mandibular, seguido da colocação imediata de overdenture
mandibular e prótese total convencional maxilar.
Relato de Caso Clínico
Uma senhora, 87 anos, procurou a clínica de reabilitação
oral da Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara
- Unesp, com objetivo de substituir suas próteses removíveis,
total maxilar e parcial mandibular, confeccionadas há apenas
12 meses. Durante anamnese, a paciente relatou insatisfação
com a retenção e estética de suas próteses. Por meio das
Figuras 1 e 2, pode-se observar estética, linha mediana da
face, formato dos dentes, planos oclusais, acabamento e
caracterização insatisfatórios. Verificou-se, ainda, deficiente
condição estrutural e periodontal dos dentes remanescentes, não possibilitando a substituição da prótese parcial
removível.
Após os exames físicos e radiográficos (Figuras 3 e 4),
foi proposto à paciente a substituição de sua prótese total
maxilar e confecção de overdenture mandibular imediata
sobre implantes odontológicos. As vantagens, desvantagens
e possíveis limitações foram elucidadas à paciente e, com sua
anuência, o tratamento foi realizado.
A partir dos modelos de estudo, moldeiras individuais
foram confeccionadas e clinicamente ajustadas (Figuras 5
e 6), possibilitando moldagens funcionais pela técnica de
Figura 2
Visão frontal das próteses. Estética, acabamento
e caracterização insatisfatórios.
Reis JMSN | Almeida Júnior AA | Ribeiro JGR | Segalla JCM | Jorge EG | Faria IR
Figura 3
Visão frontal sem as próteses. Observar as coroas
totais insatisfatórias e a extensa reabsorção do rebordo
residual na região inferior posterior.
Figura 5
Moldeira individual superior
confeccionada sobre modelo de estudo.
Figura 7
Molde funcional maxilar com
selado periférico em godiva e
moldagem propriamente dita
com polissulfeto.
face) para a seleção e montagem dos dentes foram delimitadas. A seleção de cor dos dentes foi realizada com escala Vita
clássica (Figura 13). Além disso, a cor gengival foi selecionada
(Figura 14) para a acrilização personalizada seguindo a técnica de caracterização de Tomaz Gomes.
Os modelos funcionais foram montados em articulador semiajustável e os dentes artificiais Premium (Heraeus
Kulzer GmbH/Hanau, Alemanha) na cor A3 montados,
provados estética e funcionalmente (Figura 15) e aprovados
pela paciente. Os dentes remanescentes foram extraídos do
modelo de gesso, a montagem dos dentes finalizada e as
próteses incluídas e acrilizadas (Figura 16). Em seguida, a
prótese mandibular foi duplicada em resina acrílica incolor,
obtendo-se o guia cirúrgico para a orientação durante a
colocação dos implantes odontológicos (Figura 17).
CADERNO CIENTÍFICO
pressão seletiva8. Para a moldagem de bordo e obtenção
do selado periférico foi utilizada godiva em bastão (Kerr
Manufacturing Co, Orange/CA, EUA). Para a moldagem da
área chapeável propriamente dita foi utilizado polissulfeto
(Permelastic Regular – Kerr Manufacturing Co, Orange/CA,
EUA) Figuras 7 e 8. Modelos funcionais foram obtidos com
gesso Tipo IV (Figuras 9 e 10) e uma base de prova e uma
base de registro foram confeccionadas.
Para a determinação da dimensão vertical foram utilizados métodos fonéticos, proporcionais e métricos (Figura
11). A relação cêntrica foi reproduzida pela retrusão da língua
associada ao método guiado não forçado, buscando uma
posição ortopedicamente estável à paciente. Previamente à
fixação dos roletes de cera (Figura 12), as linhas de orientação
(linhas alta do sorriso, das comissuras labiais e mediana da
Figura 4
Radiografia panorâmica. Observar deficiente condição estrutural
e periodontal dos dentes remanescentes; região inferior interforaminal
com altura óssea satisfatória para colocação de implantes.
Figura 6
Moldeira individual superior comparando o lado esquerdo
já ajustado para moldagem funcional com pressão seletiva
e o lado direito ainda não ajustado.
Figura 8
Molde funcional mandibular.
Observar que os dentes foram
simultaneamente moldados.
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CADERNO CIENTÍFICO
Figura 9
Modelo funcional superior em gesso pedra especial.
Figura 11
Mensuração da dimensão vertical
de oclusão, determinada por meio
dos métodos fonéticos,
proporcionais e métricos.
Figura 12
Bases de prova e registro fixadas com grampos
metálicos. Observar linhas de orientação (linha alta do sorriso,
linha das comissuras labiais e linha mediana da face)
demarcadas para a seleção e montagem dos dentes artificiais.
Figura 14
Determinação da cor gengival para personalização
da prótese pelo sistema de caracterização Tomaz Gomes.
Figura 16
Próteses totais acrilizadas.
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Figura 10
Modelo funcional inferior em gesso pedra especial.
Figura 13
Seleção de cor por meio de escala Vita clássica.
Uma das formas de determinar a cor é por meio
da cor da pele do paciente.
Figura 15
Prova estética e funcional das próteses,
com os dentes Premium montados em cera.
Figura 17
Após as exodontias, o guia cirúrgico foi utilizado
para determinação do posicionamento dos implantes.
Os dentes remanescentes foram extraídos e dois implantes osseointegráveis Master Screw Grip de 3,75 mm x
15 mm (Conexão Sistemas de Implantes, São Paulo/SP) foram
inseridos na região dos primeiros pré-molares inferiores, evitando a região de alvéolo fresco. Os implantes apresentaram
estabilidade primária superior a 60 Ncm. Em seguida, dois
intermediários do tipo “attachment bola mini” (Neodent Implantes Osseointegráveis, Curitiba/PR) de plataforma regular
(4,1 mm) e 3,0 mm de cinta metálica foram colocados sobre os
implantes e torqueados com 20 Ncm. Após a instalação dos intermediários, espaçadores plásticos fornecidos pelo fabricante
e cápsulas de retenção foram adaptados sobre os encaixes bola
(Figuras 18 e 19). Com a pasta branca zincoenólica (Lysanda
Produtos Odontológicos, São Paulo/SPl), pincelada sobre as
cápsulas de retenção, evidenciou-se a região da prótese a ser
aliviada para a obtenção de espaço para a captura das cápsulas de retenção (Figura 20). Após assentamento passivo das
próteses e testes de retenção, suporte e estabilidade, foram
realizados ajustes das áreas de sobrecompressão com auxílio,
também, da pasta branca e ajustes oclusais por meio de papel
carbono e tiras de celofane (Figuras 21 e 22). Após refinamento
e balanceamento oclusal, as cápsulas de retenção foram capturadas em posição com resina acrílica quimicamente ativada
(Duralay, GC America, Alsip/Ilinois, EUA). Com as próteses
assentadas na cavidade bucal (Figuras 23 e 24), solicitou-se à
paciente ocluir até a polimerização da resina acrílica. Após a
captura das cápsulas de retenção (Figura 25), a região anterior
da prótese foi reembasada com resina acrílica macia Coe-Soft
(GC America, Alsip/Ilinois, EUA), propiciando maior conforto
à paciente durante o período de cicatrização (Figura 26). Contatos oclusais e áreas de sobrecompressão foram novamente
verificados. Decorrido o período de cicatrização clínica dos
tecidos moles (Figura 27), por volta de 45 dias, a resina macia
foi substituída por resina acrílica rígida, específica para reembasamento imediato (Tokuyama Rebase II, Tokuyama Dental
Corp/Tóquio, Japão).
As queixas estéticas e funcionais da paciente foram
plenamente solucionadas por meio de procedimentos
terapêuticos relativamente simples e rápidos (Figura 28).
Vale ressaltar que a paciente foi extremamente instruída
sobre o período crítico de osseointegração dos implantes,
aproximadamente quatro meses, e sobre os procedimentos
para colocação e higienização das próteses e dos pilares.
Na Figura 29, pode-se verificar a imagem radiográfica dos
implantes após seis meses do procedimento cirúrgico. A
paciente relata alta satisfação com suas próteses, com o pósoperatório cirúrgico e com a facilidade de controle posterior,
higienização e colocação desse tipo de prótese.
Figura 18
Adaptação dos intermediários “bola mini” sobre os implantes
recém-colocados. Sobre os pilares estão os espaçadores plásticos
que evitam a penetração de resina acrílica em áreas retentivas,
além de propiciar ligeiro alívio para liberdade de movimento.
Figura 19
Cápsulas de retenção instaladas sobre os intermediários.
Figura 20
Desgaste sendo realizado na parte interna da prótese na região
de captura das cápsulas de retenção. Deve-se realizar o desgaste
até a prótese ser adaptada aos tecidos de maneira passiva.
Figura 21
Ajustes dos contatos oclusais.
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Figura 22
Ajuste das áreas de sobrecompressão da prótese.
Figura 23
Assentamento da overdenture para a captura das cápsulas de retenção.
Figura 24
Próteses finalizadas. Observar plano oclusal satisfatório.
Figura 25
Seleção de dentes, posicionamento, caracterização e acabamento satisfatórios.
Figura 26
Interior da overdenture com resina macia para propiciar maior
conforto à paciente durante o período de cicatrização.
Figura 27
Após 45 dias da cirurgia. Observar a saúde dos tecidos moles.
Figura 28
Próteses em concordância com o rosto e biotipo da paciente.
Figura 29
Radiografia panorâmica após seis meses.
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Discussão
A prótese mucoimplantorretida é uma opção terapêutica satisfatória, fundamentada pela literatura1-4,6,9-10. Comparando a overdenture à prótese fixa, a prótese mucoimplantorretida
apresenta vantagem estética por permitir melhor suporte para
os tecidos moles e labial devido à presença da flange vestibular.
Ao mesmo tempo, a overdenture é uma prótese removível,
o que facilita a higienização e contribui para pacientes com
debilidade funcional e/ou idade avançada. Essas próteses
apresentam, ainda, vantagem econômica, por necessitar de
menos implantes, além de honorários laboratoriais reduzidos,
tendo em vista a facilidade e o tempo para confecção1.
Ao se comparar o custo entre uma overdenture retida
por dois intermediários isolados e uma prótese total convencional, observa-se que a overdenture pode custar até 2,4
vezes a mais11. Dessa forma, os cirurgiões-dentistas devem
realizar minuciosa avaliação dos seus pacientes, buscando
oferecer modalidades terapêuticas pertinentes e com satisfatório custo-benefício6. É preciso evitar o generalismo
e a sobrevalorização dos planejamentos e procedimentos
clínico-laboratoriais executados.
Tanto clínica, quanto laboratorialmente, a overdenture
segue os princípios da prótese total convencional. Dessa
maneira, moldagens funcionais, reproduzindo fielmente, e de
forma dinâmica, os tecidos que auxiliarão no suporte, retenção e
estabilidade da overdenture são fundamentais6,8. Como relatado
anteriormente, foi realizada moldagem funcional por pressão
seletiva, proporcionando cobertura máxima da área chapeável e
respeitando o limite de tolerância dos tecidos bucais8,11-12. Nesta
técnica, a mucosa aderida de suporte é registrada de forma não
compressiva, em razão da presença de tecido ósseo subjacente, e
a mucosa móvel do fundo de sulco vestibular, correspondente ao
selado periférico, é registrada sob leve pressão13. Após ajuste das
moldeiras, obtendo-se espaço aproximado de 2,0 mm aquém
do fundo de sulco vestibular e, respeitando os limites da linha
do“Ah”, a moldagem é realizada com material mais consistente
para a região de bordo e material com maior escoamento para
a área chapeável propriamente dita8. Essa moldagem, muitas
vezes negligenciada pelos cirurgiões-dentistas, pode determinar
o sucesso de uma overdenture12.
Após as exodontias, os implantes foram inseridos
em locais onde havia osso cicatrizado, evitando possíveis
complicações com a estabilidade primária na região de
alvéolo fresco. Além disso, sabe-se que a qualidade óssea
da região interforaminal da mandíbula é bastante favorável
para a colocação de implantes e seu imediato carregamento
oclusal, apresentando alta taxa de sucesso3-4,6,12. Estudos
clínicos comprovam o sucesso quando cargas funcionais
são aplicadas em até três semanas após a colocação de dois
implantes e intermediários isolados4,6,10,14.
O encaixe bola/O’ring possui resiliência, o que permite
maior movimentação e menor tensão e desgaste dos componentes. No entanto, autores1,3 caracterizam a distância vestibulolingual das overdentures como sendo um fator limitante para
a utilização desses componentes, uma vez que, se o implante
estiver mal posicionado, seria necessário um contorno desfavorável da prótese. Outro problema apontado na literatura1
relaciona-se à pouca quantidade de resina acrílica por volta
da cápsula, o que pode enfraquecer essa união. Para evitar
esses contratempos, os implantes foram colocados seguindo
um guia cirúrgico, obtido a partir da duplicação da prótese
acrilizada. Além disso, foi utilizado um intermediário de menor diâmetro (bola mini), o que permite maior quantidade de
resina para captura e detenção da cápsula de retenção.
Outro aspecto relevante a ser considerado é que o
paciente que utiliza uma prótese total, na maioria das vezes, pouco se preocupou com sua saúde bucal e, ao longo
dos anos, perdeu seus dentes. A overdenture está retida por
implantes que, assim como os dentes, possuem tecidos circunvizinhos que podem apresentar reações inflamatórias,
comprometendo sua osseointegração. O cirurgião-dentista
deve instruir e motivar o paciente quanto à higienização
tanto da prótese, quanto dos pilares e da mucosa bucal. Além
disso, o rebordo residual continuará sendo reabsorvido e a
adaptação que existia no momento da colocação da prótese
será prejudicada, aumentando as forças sobre os componentes de retenção3. Sendo assim, os componentes de retenção
e estabilização da prótese passarão a atuar como suporte,
extrapolando seu limite funcional. Para evitar complicações,
deve-se realizar reembasamento das próteses e substituição
dos componentes desgastados sempre que necessário.Visitas
de controle devem ser agendadas, ao menos semestralmente,
para observar tanto a higienização dos componentes, quanto
a adaptação da prótese aos seus tecidos de suporte.
Conclusão
A overdenture retida por encaixe bola/O’ring sobre
implantes carregados imediatamente, na região interforaminal da mandíbula, mostra ser uma opção de tratamento
apropriada. O posicionamento, a estabilidade primária dos
implantes, a distribuição das forças oclusais, a adaptação da
prótese à mucosa de suporte e as consultas de controle são
imprescindíveis para o sucesso deste tipo de tratamento.
Recebido em jan/2009
Aprovado em mar/2009
Endereço para correspondência:
Faculdade de Odontologia de Araraquara
Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese
José Maurício dos Santos Nunes Reis
Rua Humaitá, 1.680 - Centro
14801-903 - Araraquara - SP
Telefax: (16) 3301-6406 / 3301-6408
[email protected]
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CADERNO CIENTÍFICO
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Relato de Caso Clínico
Ancoragem ortodôntica com implantes osseointegrados
Orthodontic anchorage with osseointegrated implants: a case report
RESUMO
A ancoragem ortodôntica é um dos dilemas da Ortodontia, sendo um aspecto limitante do tratamento ortodôntico. Isto se deve ao fato de que o movimento planejado
de um dente ou grupo de dentes causa uma reação recíproca nos dentes que
servem de ancoragem. Há muito tempo tenta-se criar um tipo de ancoragem fixa
intrabucal que não reagisse às forças ortodônticas, transferindo-as diretamente ao
tecido ósseo. O desenvolvimento deste tipo de ancoragem ortodôntica foi possível
somente após a criação dos implantes osseointegrados de titânio na década de
1960 por Brånemark et al. Este trabalho vem demonstrar a utilização de implantes
convencionais, instalados na região posterior da maxila, como ancoragem ortodôntica intrabucal e que após o término do tratamento foram utilizados como suporte
para próteses parciais fixas. O tratamento foi finalizado com sucesso, sendo que
os implantes mantiveram-se imóveis, sem qualquer sinal ou sintoma de perda da
osseointegração.
Unitermos - Procedimentos de ancoragem ortodôntica; Ortodontia; Implantes
dentários; Osseointegração.
CADERNO CIENTÍFICO
Paulo Sérgio Perri de Carvalho*
Edson Virgílio Zen Filho**
Dan Franklin Kjaer***
Mariliza Comar Astolphi de Carvalho****
ABSTRACT
Orthodontic anchorage is one of the main dilemmas in orthodontics, because it poses
limitations on orthodontic treatment. This is due to the fact that planned movement
of one tooth or group of teeth causes a reciprocal action on the anchorage teeth.
Several attempts have been made to achieve a fixed intraoral anchorage that
does not present reactions to orthodontic forces, transferring them directly to the
bone tissue. Development of this type of orthodontic anchorage was only possible
after the advent of titanium endosseous implants in the 1960s by Branemark et
al. This paper demonstrates the utilization of conventional implants, placed at the
posterior maxillary region for intraoral orthodontic anchorage, which were employed
for placement of fixed partial dentures after treatment completion. Treatment was
successfully finalized and the implants were kept stable, without any sign or symptom
of loss of osseointegration.
Key Words - Orthodontic anchorage procedures; Orthodontics; Dental
implants; Osseointegration.
* Professor titular do Departamento de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP e do Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada da Faculdade de
Odontologia de Araçatuba - Unesp.
** Estagiário da Disciplina de Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP.
*** Cirurgião-dentista; Especialista em Ortodontia.
**** Cirurgiã-dentista; Especialista e mestre em Prótese Dentária.
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CADERNO CIENTÍFICO
Introdução
A ancoragem ortodôntica é um dos dilemas da Ortodontia, sendo também um dos aspectos mais limitantes no
tratamento ortodôntico1. Esta se baseia nas condições de equilíbrio estático, definidos por Newton em 1687, que diz que para
cada ação há uma reação2. Ou seja, o movimento planejado de
um dente ou grupo de dentes irá causar uma reação recíproca
nos dentes que estão sendo utilizados como ancoragem3. Isto
pode causar, em certos casos, efeitos indesejáveis nos elementos dentários que servem como ancoragem.
A ortodontia também utiliza a ancoragem extrabucal
e elásticos intermaxilares que apesar de diminuírem esses
efeitos, também podem vir a causar alguns movimentos
impróprios dos dentes4. Estes tipos de ancoragem têm seu
uso limitado em casos onde há grandes perdas dentárias ou
quando os dentes presentes apresentam-se comprometidos
periodontalmente, não sendo possível conseguir um apoio
intrabucal correto2.
Há muito tempo tenta-se criar um tipo de ancoragem
fixa que não reagisse às forças ortodônticas e que proporcionasse uma ancoragem fixa e imóvel, transmitindo estas forças
diretamente ao tecido ósseo. Autores5 relataram a tentativa de
criar este tipo de ancoragem com parafusos de vitálio e fios
de aço inoxidável em mandíbulas de cachorros, observando a
falha destes após o início da ativação das forças ortodônticas.
Muitos outros tipos de materiais foram testados, porém, após
a instalação de cargas, estes perdiam seu suporte3.
Com a introdução da osseointegração na década de
19606, um novo horizonte abriu-se na Odontologia. O advento dos implantes de titânio trouxe novas possibilidades
de tratamento não somente na Odontologia reabilitadora,
mas também na Ortodontia e Ortopedia facial.
Vários autores6 comprovaram que estes implantes
permaneciam na cavidade oral por muitos anos sem sofrer
qualquer tipo de corrosão ou oxidação, mantendo um íntimo
contato com o tecido ósseo, mesmo após anos em função.
Desta forma muitos profissionais começaram a pesquisar se
estes implantes conseguiriam resistir às forças ortodônticas,
pois estas, apesar de serem de menor intensidade do que as
de oclusão, caracterizam-se por serem forças contínuas com
duração superior a seis meses e com direção estabelecida
(horizontalmente extrusiva ou intrusiva assim como rotacional) o que difere das cargas oclusais7.
Em um estudo feito em fêmur de coelhos1, foi demonstrado que implantes de tamanho reduzido, sendo
submetidos a uma força de 100 g durante quatro a oito semanas permaneceram imóveis e sem sinais de complicações
após o término do trabalho. Outros autores8 também vieram
confirmar o achado deste estudo, tendo alguns, utilizado
forças de maior magnitude e durante um maior período
de tempo em implantes instalados na região da maxila e
| 198
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):197-202
ou zigomático de macacos que eram exteriorizados na face
por meio de dispositivos que se conectavam a um capacete
expansor. Esses implantes foram submetidos a uma força de
600 g durante 12 semanas, conseguindo-se uma separação
da sutura zigomático-temporal de até 16 mm sem qualquer
sinal de perda dos mesmos.
Em um estudo feito em humanos, outros autores5
instalaram implantes de 10 mm de comprimento na região
retromolar e molar, que foram submetidos a forças que
variavam entre 150 g a 400 g durante um período médio de
26 meses, não relataram qualquer tipo de problema, como
mobilidade ou perda de suporte ósseo, permanecendo estes
osseointegrados.
Assim, a partir do advento dos implantes osseointegrados, o conceito de ancoragem intrabucal rígida estabeleceu-se como uma técnica, proporcionando novas formas de
tratamento para a Ortodontia e Ortopedia facial.
Este trabalho vem demonstrar um caso clínico com a
utilização de implantes convencionais instalados na região
posterior da maxila servindo como ancoragem para o tratamento ortodôntico e, posteriormente, sendo utilizado como
suporte para prótese fixa.
Relato de Caso Clínico
Paciente, 39 anos, gênero feminino, apresentava
ausência dos dentes 14 ao 18, 24, 26, 36, 37, 38 e 45 (Figura
1). Estas perdas dentárias causaram o aparecimento de
diastemas na região anterior, juntamente com uma mordida
anterior profunda, trespasse horizontal de aproximadamente
10 mm e diminuição da dimensão vertical (Figuras 2 e 3).
Devido a ausência de dentes posteriores que não
permitiam uma ancoragem intrabucal satisfatória foi planejada a instalação de dois implantes osseointegráveis na
maxila posterior, região de primeiro e segundo molares do
lado direito para servirem de ancoragem fixa ao aparelho
ortodôntico. Após a conclusão do tratamento ortodôntico,
os implantes foram utilizados para reposição dos molares
superiores do lado direito. O planejamento ortodôntico foi
realizado visando a correção dos trespasses horizontal e
vertical entre os dentes anteriores superiores e inferiores por
meio da movimentação dos mesmos no sentido palatino e
lingual, respectivamente.
Inicialmente foram instalados dois implantes (T.F.
– Tissue functional) de 9 mm de comprimento e 4 mm de
largura na região posterior direita da maxila. Aguardou-se
quatro meses para que ocorresse a osseointegração, sendo
feita a reabertura e instalação dos componentes protéticos e
prótese provisória (Figura 4).
A prótese provisória envolvia ambos os implantes, para
que as forças ortodônticas fossem divididas entre eles. Sobre
esta foi colado um tubo ortodôntico e um aparelho fixo orto-
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Figura 1
Radiografia inicial mostrando
as ausências dentárias.
B
Figuras 2a e 2b
Imagens iniciais mostrando os diastemas, mordida profunda anterior
e trespasse horizontal acentuado. A. Vista frontal; e B. Vista lateral.
A
B
C
Figuras 3a a 3c
Modelos de estudo inicias mostrando as discrepâncias dentárias do paciente. A. Visão lado esquerdo;
B. Visão lado direito; e C. Visão lateral mostrando o acentuado trespasse horizontal.
Figura 4
Radiografia mostrando o posicionamento dos implantes
no início do tratamento ortodôntico.
Figura 5
Início do tratamento ortodôntico quatro meses
após a instalação dos implantes.
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CADERNO CIENTÍFICO
A
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CADERNO CIENTÍFICO
dôntico - técnica mista de Edge-Wise standart e Begg (Figura
5). Neste caso foi utilizada a técnica diferencial do arco reto
com forças leves de aproximadamente 56 a 113 gramas.
Na arcada inferior planejou-se o mesmo tratamento,
retração da bateria anterior, mas como havia elementos posteriores suficientes não houve a necessidade de instalação
de implantes.
Após seis meses de tratamento ortodôntico a paciente já apresentava uma diminuição dos diastemas e
do trespasse horizontal (Figura 6). O tratamento durou
aproximadamente dois anos e oito meses conseguindo-se
corrigir os trespasses horizontal e vertical assim como o
fechamento dos diastemas. Ao final do tratamento ortodôntico foi instalado um implante na região do dente 14,
sendo feita a reabilitação protética deste juntamente com
a dos outros implantes instalados no início do tratamento
(Figura 7).
A paciente retornou ao consultório para controle
aproximadamente cinco anos após o final do tratamento
(Figura 8). Os implantes apresentavam-se clinicamente
sem mobilidade ou sensação dolorosa e radiograficamente
podia-se observar que estes mantinham íntimo contato com
o tecido ósseo, com somente uma pequena reabsorção da
crista óssea entre os dois implantes (Figura 9).
Figura 6
Aspecto clínico após seis meses de tratamento ortodôntico.
Figura 7
Imagem oclusal da arcada superior mostrando a reabilitação
protética fixa dos implantes osseointegrados.
A
B
Figuras 8a e 8b
Aspecto clínico final.
A. Frontal; e B. Lateral, aproximadamente
cinco anos após o término do tratamento.
Figura 9
Radiografia do caso finalizado e após
instalação do implante na região do dente
24 e reabilitação protética fixa dos implantes.
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Figuras 10a a 10c
Modelos de estudo do caso finalizado.
A. Visão do lado esquerdo;
B. Visão do lado direito e
C. Visão lateral mostrando a correção
do trespasse horizontal.
B
C
todôntica sem sofrer qualquer perda óssea peri-implantar1,3,8
ou mesmo da osseointegração4. A utilização de implantes
instalados em áreas posteriores desdentadas possibilita
ancoragem fixa intrabucal, sendo que as forças ortodônticas
Discussão
aplicadas sobre eles são diretamente transmitidas ao tecido
ósseo peri-implantar4.
A Ortodontia é umas das áreas da Odontologia que
Por outro lado, a ancoragem proporcionada pelos
vem se beneficiando com a utilização dos implantes osimplantes evita de o apoio ser feito sobredentes o que pode
seointegrados que ajudam a contornar problemas, que antes
causar alguns efeitos indesejáveis, devido ao fato das forças
4
limitavam a terapêutica ortodôntica , como em casos onde
serem recíprocas, tendo uma ação e reação, o que muitas
perdas dentárias na região posterior ou presença de dentes
vezes causa danos como reabsorções radiculares e extrusão
comprometidos periodontalmente, estes últimos inadequadentária aos elementos que servem de apoio.
dos para uma ancoragem ortodôntica intrabucal.
No caso em questão utilizou-se como ancoragem
O caso clínico apresentado demonstra o que os trabaimplantes convencionais instalados na maxila posterior deslhos publicados anteriormente já haviam observado, isto é,
dentada e que, após servir de ancoragem ortodôntica, iriam
que os implantes podem ser utilizados como ancoragem orser utilizados como suporte para prótese parcial fixa. Apesar
de constituírem-se como ancoragens ideais,
o apoio sobre estes tipos de implantes possuem limitações, pois poderão ser usadas
No caso em questão utilizou-se como ancoragem implantes
somente na ausência de elementos denconvencionais instalados na maxila posterior desdentada
tários. Nestes casos o planejamento deve
ser feito com precisão, pois os implantes
e que, após servir de ancoragem ortodôntica, iriam ser
instalados deverão ser instalados na posição
utilizados como suporte para prótese parcial fixa. Apesar de
correta para confecção das próteses.
constituírem-se como ancoragens ideais, o apoio sobre estes
Nos últimos anos, além da ancoragem
feita sobre implantes convencionais, foram
tipos de implantes possuem limitações, pois poderão ser
desenvolvidos mini-implantes que podeusadas somente na ausência de elementos dentários.
riam ser utilizados em casos onde não houve
Observou-se com o caso finalizado e com os modelos
de estudo, que a paciente passou a apresentar oclusão e
estética satisfatórias (Figura 10).
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):197-202
201 |
CADERNO CIENTÍFICO
A
Carvalho PSP | Zen Filho EV | Kjaer DF | Carvalho MCA
CADERNO CIENTÍFICO
perda dentária ou quando se deseja fechar espaços onde foi
feita a exodontia. Estes podem ser instalados em posições
estratégicas como palato duro, servindo como ancoragem
ortodôntica ou mesmo na vestibular do processo alveolar e
sendo descartados após o término do tratamento1,3,8.
Os implantes também evitam a utilização das ancoragens extrabucais e elásticos intermaxilares que, além de
causarem efeitos deletérios sobre os elementos dentários,
também necessitam da colaboração dos pacientes.
Observa-se que os implantes trouxeram uma nova era
na Ortodontia, em que o planejamento feito não precisa se
preocupar com a reação causada sobre os dentes que servem
de apoio e os tipos de movimentação são quase ilimitados.
Referências bibliográficas
1. Roberts WE et al. Osseous adaptation to continuos loading of rigid
endosseous implants. Am J Orthod 1984;86(2):95-111.
2. Lindhe J, Karring T, Lang NP. Tratado de Periodontia clínica e Implantologia
Oral. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.
3 Shapiro PA, Kokich VG. Uses of implants in orthodontics. Dent Clin North
Am 1988;32(3):539-50.
4. Higuchi KW, Slack JM. The use of titanium fixtures for intraoral anchorage
to facilitate orthodontic tooth movement. Int J Oral Maxillofac Implants
1991;6(3):338-44.
5. Gainsforth BL, Higley LB. A study of orthodontic anchorage possibilities
Conclusão
Os implantes osseointegrados podem ser utilizados
como ancoragem ortodôntica em pacientes desdentados
posteriores e suas instalações devem obedecer a um planejamento cirúrgico-protético criterioso para que eles possam, ao
final do tratamento, ser suporte para prótese parcial fixa.
Recebido em dez/2008
Aprovado em fev/2009
Endereço para correspondência:
Paulo Sérgio Perri de Carvalho
Depto. de Estomatologia da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP
Al. Octávio Pinheiro Brisola, 9-75
17012-901 - Bauru - SP
[email protected]
in basal bone. Am J Orthod Oral Surg 1945;31:406-17.
6. Brånemark PI, Hansson BD, Adell R. Osseointegrated implants in the
treatment of the edentulous jaw. Experience from a 10-year period. Scand
J Plast Reconstr Surg 1977;16(Suppl):18-38.
7. Linder-Aronson S, Nordenram A, Anneroth G. Titanium implant anchorage
in orthodontic treatment: an experimental investigation in monkeys. Euro
J Orthody 1990;12(4):414-9.
8. Smalley WL et al. Osseointegrated titanium implants for maxillofacial protraction
in monkeys. Am J Orthod Dentofac Orthop 1988;94(4):285-95.
Tese de Mestrado
No dia 17 de novembro de 2008, Bruno Gadelha F. Maia defendeu Tese de Mestrado
em Implantodontia da Universidade de Santo Amaro, em São Paulo, com o título
“Análise por elementos finitos das tensões em implantes curtos com diferentes proporções
coroa/implante”. Participaram da banca avaliadora os professores doutores Roberto
Chaib Stegun, Cláudio Luiz Sendyk (orientador) e Antônio Ricardo Calazans Duarte.
| 202
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):197-202
EVENTOS
Um evento muito especial que já tem
a presença confirmada de 1.400 colegas
Em setembro, o melhor da Implantodontia se encontra no Anhembi.
Não perca. Você faz parte deste contexto profissional.
Um encontro de quem fez e faz a história da Implantodontia
Promoção
Per-Ingvar Brånemark
Laércio W. Vasconcelos
Presidente de honra
Presidente do Congresso
Realização
Apoio Institucional
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):205-8
205 |
Osseointegração - 20 anos
da experiência brasileira
EVENTOS
Congresso internacional comemorativo reunirá um grande
time de especialistas em Implantodontia e áreas afins.
Em 2005, um grande evento em São Paulo marcou
os 40 anos da descoberta do princípio da Osseointegração,
reunindo grandes nomes nacionais e internacionais da
Odontologia. Em 2009, um outro acontecimento lembrará mais uma conquista na área, desta vez mostrando
a trajetória da Osseointegração e, consequentemente, da
Implantodontia no Brasil: “Osseointegração - 20 anos da
experiência brasileira”.
O evento, que acontecerá nos dias 3, 4 e 5 de setembro, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo,
tem tudo para ficar marcado na história da Implantodontia,
e já conta com mais de 1.400 pré-inscritos.“Trata-se de um
encontro que oferece os últimos avanços decorrentes do
princípio da Osseointegração, ministrado por autoridades
que fazem deste procedimento a melhor solução protética
em Odontologia”, justifica Laércio W. Vasconcelos, presidente do evento.
Além disso, o congresso contará com a participação do professor doutor Per-Ingvar Brånemark, como
presidente de honra, e terá parte da renda destinada
ao tratamento de pacientes carentes no P-I Brånemark
Institute - Bauru.
A programação científica oficial será ministrada em
cinco auditórios e salas, oferecendo cerca de 4.500 lugares
simultâneos, somando mais de 120 h / aula. São conferências
nacionais e internacionais, mesas-redonda, workshops de
Tecnologia Aplicada e plantão de dúvidas. Um time de primeira linha, composto por grandes nomes internacionais
e nacionais, abordarão temas da atualidade para o aperfeiçoamento científico dos participantes.
Prêmio de Incentivo à Pesquisa
No congresso, a produção científica de pesquisadores,
especialistas e clínicos no contexto da reabilitação oral com
implantes será reconhecida com a outorga do Prêmio de
Incentivo à Pesquisa em três modalidades, tendo o professor
doutor Paulo Sérgio Perri de Carvalho como presidente da
Comissão de Avaliação e Outorga.
Confira as categorias:
| 206
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):205-8
• Defesa de Tese - trabalhos produzidos pelos cursos de
Especialização em Implantodontia (apresentação oral).
Os três melhores trabalhos terão prêmio em dinheiro,
certificado e publicação na revista ImplantNews.
• Painéis Científicos - os três melhores trabalhos produzidos nas áreas multidisciplinares que compõe o contexto
da Implantodontia terão prêmio em dinheiro, certificado
e publicação na revista ImplantNews.
• Artigo publicado na ImplantNews - melhor artigo publicado na revista ImplantNews, no período de nov./dez.
2008 a jul./ago. 2009. Os três melhores trabalhos terão
prêmio em dinheiro e certificado.
Para mais informações e inscrições dos trabalhos
acesse www.implantnews.com.br/20anos e consulte o
regulamento para as categorias Defesa de Tese e Painéis
Científicos.
Expo20
No evento acontecerá a Exposição Internacional de
Produtos e Serviços para Implantodontia - Expo20. Serão
58 empresas especialmente convidadas para expor produtos
e serviços para procedimentos avançados em reabilitação
oral com implantes.
As empresas que já confirmaram participação no
congresso são: Arti-Dente, Baumer, Biomet3i, Bionnovation
Biomédicos, Bioparts, Conexão, DebortoliAce, Dental Press,
Dentflex, Dentoflex, Dentsply, Globtek, ICE, INP, IntraLock-System, Masi Equipamentos, Maximu’s/DHPRO,
Nacional Ossos, Neodent, Nobel Biocare, Norbi, Odonto
Atual, P-I Brånemark Philosophy, Promodent, Quintessence, SLMandic, Signo Vinces, SIN, Straumann Brasil, Systhex,
Tri Hawk, VK Driller, Welfare e Wilcos.
Eventos paralelos
Durante o congresso serão realizados eventos paralelos como o IN 2009 - Encontro Internacional de Leitores
ImplantNews, que chega a sua quarta edição, o PerioNews
2009 - Encontro Internacional de Atualização Clínica em
•
•
•
•
•
•
•
•
Programação Científica Oficial
• Próteses fixas em zircônia e CAD/CAM na Implantodontia: resultados clínicos
• Protocolos clínicos reduzidos: decisões contemporâneas
para resultados estéticos e funcionais nos implantes
• Análise crítica da longevidade estética em Osseointegração
• Soluções atuais utilizando um novo conceito de implante
para a reabilitação de pacientes com dentição comprometida
Conferências internacionais –
Principais temas
Mesas-redondas nacionais
e internacionais - Temas centrais
Dente e implante? Dente ou implante?
Tratamento minimamente invasivo na Implantodontia
Levantamento de seio maxilar pericrestal otimizado
O implante curto: uma solução simples para os casos
complexos?
Modificações nas superfícies dos implantes para melhorar
sua ancoragem
Otimização na função e estética em rebordos edêntulos
severamente comprometidos através de procedimentos
reconstrutivos e implantes orais
Realidade virtual como auxílio na terapia periodontal e
peri-implantar
Técnica platform switching ampliada para preservar o osso
peri-implantar e melhorar os resultados protéticos
• 20 anos da Osseointegração no Brasil. Como estávamos
e para onde vamos?
• Atuais paradigmas para obtenção de excelência em estética peri-implantar
• Enxerto ósseo autógeno e suas alternativas
• Plataformas convencionais ou modificadas?
• Oclusão na Implantodontia: o que mudou nos últimos
20 anos?
• Tratamento protético e cirúrgico da maxila atrófica: estamos atentos às expectativas dos nossos pacientes?
• Planejamento multidisciplinar: como começar? Como
terminar?
• Modificações nas superfícies dos implantes
Primeiros ministradores internacionais confirmados
Ady Palti
(Alemanha)
Björn Klinge
(Suécia)
Matteo Chiapasco
(Itália)
Niklaus Lang
(Suíça)
Carlos Eduardo
Franck Renouard
Francischone (Brasil)
(França)
Tomas Albrektsson
(Suécia)
Luigi Canullo
(Itália)
George Watzek
(Áustria)
Irena Sailer
(Suíça)
Nitzan Bichacho
(Israel)
Roland Glauser
(Suíça)
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):205-8
207 |
EVENTOS
Periodontia e Cariologia e o II Simpósio Internacional
Quintessence no Brasil.
Esses encontros, sem dúvida, contribuirão ainda mais
para a atualização científica dos participantes e farão com
que o Osseointegração – 20 anos da experiência brasileira
seja um acontecimento que os profissionais da Odontologia
não podem perder.
Conferências especiais - Principais temas
• Considerações fundamentais para o uso da carga imediata
• Prótese metal free na Implantodontia
• Enxerto de tecido mole na prevenção e tratamento das
doenças peri-implantares
• O que a Ortodontia pode fazer pela Implantodontia?
• Extração e carga imediata em dentes unitários
• Planejamento cirúrgico-protético com conexões internas
e externas na Implantodontia
• Lidando com as complicações nas reconstruções: como
evitá-las e tratá-las?
• Design de implantes endósseos: a interrelação entre
macro, micro e nanoestruturas
• Ciência e arte para os enxertos no seio maxilar: estratégias
e resultados clínicos
• Reabilitação total com implantes em pacientes idosos
• Bifosfonatos orais: o que o implantodontista precisa
saber?
• Monitoramento e manutenção da saúde dos tecidos
peri-implantares
• Utilização dos recursos diagnósticos por imagem na
Implantodontia
• Manipulação tecidual em Implantodontia – Ciência e
arte
• A microbiota peri-implantar como fator de risco: o que
nós sabemos
• Carga imediata pós-exodontia em alvéolos com defeitos
ósseos extensos: uma nova técnica
• Fixações zigomáticas x Enxerto ósseos: quebrando paradigmas
• Reabilitação da ausência dos incisivos central e lateral
adjacentes: aspectos cirúrgicos-protéticos
• Reconstruções craniomaxilofaciais em pacientes maxilectomizados e irradiados: sobrevida ou qualidade de
vida?
• Complicações nos casos de implantes zigomáticos: falta
de técnica ou falta de conhecimento?
• Cirurgia guiada: significado para o planejamento reverso.
• Sinergia em Odontologia Estética osseointegrada
• Cirurgia plástica peri-implantar: arte e ciência na obtenção dos resultados
EVENTOS
Ministradores nacionais confirmados (relação parcial)
• Antonio Vicente de Souza Pinto • Adilson dos Santos Torreão • Alber Barbosa Barbara
• André Tortamano • André Zétola • Angelo Menuci Neto • Antonio Carlos Cardoso
• Carlos Alberto Dotto • Carlos Eduardo Francischone • Carlos Nelson Elias
• César Augusto Arita • Claudio Luiz Sendyk • Dalva Cruz Laganá • Dario Adolfi
• Dickson M. Fonseca • Edilson José Ferreira • Fábio Bezerra • Geninho Thomé
• Glécio Vaz de Campos • Guaracilei Maciel Vidigal Jr. • Hugo Nary Filho • Ivete Sartori
• Ivo Contin • Jamil Awad Shibli • Jan Peter Ilg • Jorge Mulatinho • José Alfredo Mendonça
• José Carlos M. Rosa • José Cícero Dinato • José Flávio Torezan • José Geraldo Malaguti
• José Henrique Cavalcanti Lima • José Virgilio de Paula Eduardo • Julio Cesar Joly
• Luciano Lauria Dib • Luis Guillermo Peredo-Paz • Luis Rogério Duarte
• Luiz Antonio Salata • Luiz Meirelles • Marcio Amorim • Marco Antonio Bottino
• Marco Aurélio Bianchini • Marcos Rikio Kuabara • Mario Groisman
• Maurício B. Rigolizzo • Maurício Barreto • Maurício G. Araújo • Mauricio Motta
• Paulo Fukashi Yamaguti • Paulo G. Coelho • Paulo Perri de Carvalho • Pedro Tortamano
• Pedro Velasco Dias • Reginaldo Migliorança • Ricardo Magini • Roberto B. Sidney
• Rogério Gonçalves Velasco • Wagner de Oliveira • Wilson Roberto Sendyk
Informações e adesões on-line acesse o site www.implantnews.com.br/20 anos.
Ou entre em contato pelo telefone (11) 2168-3400 ou pelo e-mail [email protected]
| 208
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):205-8
Banco de ossos na Implantodontia
Os bancos de ossos são hoje uma realidade a serviço da Odontologia.
Saiba mais sobre esse instrumento conferindo a opinião de quatro especialistas na área.
TEMAS EM DEBATE
Livingston R. S. Rocha
Mestre em Implantodontia
[email protected]
A recente legalização do uso dos bancos de ossos pelos implantodontistas,
periodontistas e cirurgiões bucomaxilofaciais representa uma importante
conquista da Odontologia brasileira, pois os mesmos
constituem uma ótima alternativa para a regeneração óssea
guiada. Isso se deve ao fato de que é possível atingir resultados clínicos iguais aos obtidos com a enxertia autógena
sem a necessidade de remover tecido de uma ou mais áreas
doadoras – o que gera uma maior morbidade e não tem
boa aceitação por parte dos pacientes.
Outros dois benefícios do osso homógeno em relação
ao autógeno são a simplificação e a agilização do procedimento cirúrgico. Apesar da técnica para a regeneração
óssea guiada ser a mesma para ambos, os bancos de ossos
eliminam a árdua e demorada tarefa de remoção do bloco
ósseo da área doadora. Entretanto, a simplificação e a
agilização do procedimento não significa que este deva
José Flávio R. Torezan
Especialista, mestre e doutorando em
Cirurgia Bucomaxilofacial
[email protected]
Quando o assunto em pauta é a reconstrução óssea dos maxilares, o gold standart foi, é e ainda será por muitos anos
a utilização do osso autógeno. Esta opção envolve, porém,
a utilização de áreas doadoras, sejam intra ou extrabucais,
que causarão desconforto pós-operatório importante. Inúmeros substitutos ósseos existem e um dos mais populares
e discutidos são os homoenxertos (banco de ossos).
Quando pensamos nessa opção, temos de nos lembrar
das vantagens e desvantagens. Como vantagens citamos:
disponibilidade imediata de boas quantidades:
• Ausência de áreas doadoras.
• Diminuição do tempo cirúrgico e da quantidade de
anestesia.
• Menor perda sanguínea e pouquíssimas complicações,
quando as técnicas são respeitadas.
Como desvantagens podemos citar o potencial antigênico
| 210
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):210-1
ser realizado por profissionais menos capacitados e que
a cirurgia deva necessariamente ser concluída em menor
tempo. Esses dois benefícios devem ser utilizados no
sentido de otimizar a cirurgia, visando obter da melhor
forma possível os requisitos para a regeneração óssea
guiada como a justaposição do enxerto com o leito receptor, a estabilidade mecânica do enxerto e o fechamento
primário sem tensão do tecido.
Deve ser ressaltado que o desempenho relativamente
fraco do osso homógeno na literatura médica não pode
ser transportado para a Implantodontia, pois nesta trabalha-se em regiões mais vascularizadas e as forças não são
aplicadas exclusivamente no osso enxertado como acontece
na Ortopedia e, por isso, a remodelação a curto e médio
prazo é menos crítica para o sucesso.
Apesar de necessitar de mais estudos, principalmente a
longo prazo, os bancos de ossos já possuem fortes indícios
teóricos e clínicos da sua efetividade e segurança. Particularmente, a minha experiência advinda de sete anos de
utilização de banco de ossos sugere que o osso homógeno é
suscetível às mesmas complicações do osso autógeno com
taxas de sucesso muito semelhantes ao mesmo.
(potencial resposta imune do hospedeiro), especialmente
quando utilizamos osso fresco e não congelado. Devemos
saber também que a transformação em novo osso é mais
demorada, resultando em menor volume ósseo após a regeneração óssea. Importante salientar que não são todos os
pacientes que aceitam a ideia de receber tecido de cadáver
em seus maxilares. Embora isso seja preconceito, há outros
biomateriais, e os pacientes devem ser sempre respeitados
quanto ao seu desejo.
Entre o osso mineralizado e o desmineralizado existe também muita discussão. Sabe-se da literatura internacional
que o osso desmineralizado expõe o colágeno e outras
proteínas não colagênicas, como as BMPs e outros fatores de
crescimento tecidual, porém o osso mineralizado apresenta
resultados melhores e de mais rápida formação óssea nas
áreas enxertadas.
Vale, portanto, o bom senso do cirurgião ou do implantodontista na seleção do biomaterial. Em nossa prática cirúrgica optamos em 90% dos casos pelo gold standart (osso autógeno),
porém em pacientes idosos ou debilitados trabalhamos com
uma mistura de osso homógeno (banco) e pelo menos 20%
de osso autógeno associado ao plasma rico em plaquetas.
Desde a década de 1990, a literatura tem
apresentado diversos estudos com reconstruções ósseas de grandes defeitos na área Ortopédica
utilizando-se de banco de ossos.
O sucesso obtido na área médica e após a primeira
publicação na Odontologia em 1992, o osso homógeno
passou a ser também usado na Implantodontia. Este
tecido alógeno tem sido sugerido em substituição ao
tradicional enxerto ósseo autógeno em vista do grau de
morbidade que apresenta e a pouca disponibilidade de
quantidades suficientes de material doador em algumas
áreas. Estudos científicos e clínicos têm surgido cada
vez mais, dando suporte e segurança para nós profissionais que o utilizam e aos pacientes que irão receber
o material.
Hoje temos comprovação que o osso de banco usado sob
Hugo Nary Filho
Mestre e doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial
[email protected]
É fato que os enxertos homógenos
representam uma opção de tratamento
para rebordos atróficos onde se planeja
a instalação de implantes osseointegráveis. No meu ponto
de vista sua principal aplicação seria nas reconstruções onlay
de áreas extensas, onde a única opção de zona doadora
envolveria enxertos autógenos extrabucais.
Devemos considerar que procedimentos de levantamento
de seio maxilar oferecem a possibilidade de utilização de
biomateriais, de origem sintética ou derivados de enxertos
homógenos ou heterógenos, cuja aplicação vem sendo
bastante documentada na literatura, com altos índices de
sucesso clínico. Existe, ainda, a opção do uso do próprio
enxerto autógeno para as recontruções sinusais, quando
as áreas forem menores, ou associado aos materiais anteriormente descritos.
Assim, a escolha do enxerto vai depender dos objetivos
do cirurgião, que tem opções de caractertísticas biológicas
importantes como a osteoindução, condução (principalmente) e tempo de reabsorção (manutenção dimensional
da área aumentada). Nestes casos, os enxertos de banco
não representam, para mim, uma primeira escolha, tendo
a forma de partículas em alvéolos, cavidades (seio maxilar)
e pequenos defeitos para regeneração óssea guiada apresentam altos índices de sucesso de mais de 60% de nova
formação óssea com tecido mineralizado, celularizado,
vascularizado e que permite a estabilidade primária quando
da colocação do implante.
Nos casos de grandes reconstruções onlay, os resultados
demonstram que sob a forma de grandes blocos, a ausência do componente protéico osteoindutor promove
um atraso na reparação e um maior grau de reabsorção.
Por essa razão, a escolha do mesmo para rebordo extremamente atrófico e com pouca vascularização deve ser
vista com cautela. Contudo, o grande questionamento
de alguns profissionais faz referência a possibilidade de
transmissão de doenças; entretanto, não há relatos na
literatura comprovando a contaminação com material
processado sob as normas da AATB (American Association
of Tissue Bank – EUA).
O que vale lembrar é que o planejamento adequado do
tratamento irá determinar o grau de sucesso, além do conhecimento aprofundado do material a ser utilizado, o que
nos dá condição de prever resultados e suas limitações.
a opção por biomateriais mais consagrados e empregando
técnicas de regeneração já amplamente conhecidas.
Porém, quando se aborda reconstruções onlay, há que se
entender a necessidade de estabilização mecânica primária
do implante em área enxertada, além de sua característica
biológica para propiciar uma zona de reparo e osseointegração. Nestes casos, a opção por blocos de osso autógeno
representa nossa primeira escolha, principalmente quando
a extensão do defeito possibilita a utilização de áreas intrabucais, como ramo e mento.
Em grandes defeitos, onde existe a indicação imediata de
enxertos abordando regiões como ilíaco e calvária, pondero
com o paciente a possibilidade de utilização do banco de
ossos. Você torna a cirurgia exequível em ambiente ambulatorial, com baixa morbidade e maior conforto. Nos casos
em que pudemos trabalhar com este material, evidenciamos condições satisfatórias para a posterior instalação de
implantes e seu sucesso clínico.
Não se objetiva com estes enxertos, (empregando autógeno ou homógeno) aumento em altura ou recomposições
estéticas. Por este motivo, considerando que boa parte da
ancoragem do implante se faz em osso original, entendendo
e expondo para o paciente a legislação que rege a prática dos
transplantes, enfatizando as nítidas diferenças de reparo em
relação a natureza dos materiais empregados, o enxerto de
banco pode ser uma opção viável de tratamento, que aplico
em algumas situações que mencionei anteriormente.
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):210-1
211 |
TEMAS EM DEBATE
Luís Guilherme Macedo
Especialista em Periodontia; Mestre e
Especialista em Implantodontia; Doutorando em Prótese
[email protected]
Metodologia Científica:
pequena introdução ao método – Parte II
O mundo sofreu alterações profundas no último século. Hoje, todos se perguntam:
como ter uma produção intelectual significativa no menor tempo possível?
Usar os princípios de Descartes seria um bom começo. Quando o leitor aprende a traduzir
estes princípios para o século 21, sua prática diária (clínica, laboratorial) fica mais fácil:
METODOLOGIA CIENTÍFICA
1. RECEBER ESCRUPULOSAMENTE AS INFORMAÇÕES: seja cético, duvide. A internet
fornece as ferramentas de busca (assunto de
outra coluna científica). Consulte especialistas
que possuem publicações na área, leia mais
revistas especializadas, participe de congressos
e atualize-se. Daqui, surge o que chamamos de
hipótese (assunto de outra coluna).
2. ANÁLISE: a análise é o que chamamos de Material e Método em um trabalho de tese. Passo
a passo, o leitor vai desenvolvendo o trabalho,
numa sequência lógica de eventos. A análise é
meticulosa e geralmente a parte mais demorada
do trabalho de pesquisa, que pode envolver métodos simples ou complexos (assunto de outra
coluna).
3. SÍNTESE: a síntese seria o que chamamos de
Discussão num trabalho de tese. É aqui que o
leitor vai testar a validade dos seus achados.
4. ENUMERAR E REVISAR MINUCIOSAMENTE AS CONCLUSÕES: finalmente, a
Conclusão. A conclusão deve estar de acordo
com o que foi proposto na hipótese.
Todo trabalho publicado em qualquer revista
especializada possui esta sequência e por um motivo muito simples: a ciência deve ser comunicada de
maneira rápida, clara e precisa: a principal missão
da ImplantNews.
Vamos continuar estreitando nosso canal de
comunicação. Até a próxima coluna!!
| 212
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):212
Sugestões de leitura
A VEZ DOS EDITORES
Sob a coordenação do professor doutor Paulo Rossetti, editor científico da revista, a coluna
A Vez dos Editores, traz comentários de artigos publicados em revistas, livros e sites
de pesquisas. Confira as indicações de leitura dos nossos editores para esta edição.
A fonte?
Randomized controlled clinical trial of customized zirconia and titanium implant abutments for canine and posterior
single-tooth implant reconstructions: preliminary results at 1 year of function.
Irena Sailer, Anja Zembic, Ronald Ernst Jung, David Siegenthaler, Claudia Holderegger,Christoph Hans Franz Hämerler
Clinical Oral Implants Research
Volume 20, número 2, páginas 219-225, ano 2009.
Por que é interessante?
Começam a ser publicados os estudos clínicos mais controlados sobre os pilares de zircônia, comparando
a sua resistência e estética com os pilares de titânio.
Quais são os grupos pesquisados?
20 pacientes com 40 implantes nas regiões posteriores, que receberam coroas metalocerâmicas e de cerâmica pura,
cimentadas com ionômero de vidro ou cimento resinoso.
Os achados?
Após um ano, não foram constatadas complicações técnicas ou biológicas. Duas fraturas em lasca ocorreram nas
coroas suportadas pelos pilares de titânio. Ambas as coroas sobre os pilares de titânio e zircônia induziram uma
quantidade similar de descoloração no tecido mole, comparada à gengiva dos dentes naturais.
A mensagem do artigo?
Após um ano, os pilares de zircônia mostraram a mesma sobrevivência e resultado estético similar aos pilares
de titânio.
Onde posso encontrar estudos nesta
linha?
Ceramic abutments, dental implants, implant abutments, implant reconstruction, titanium abutments, zircônia.
A fonte?
Prospective clinical evaluation of 1920 Morse taper connection implants: results after 4 years of functional loading.
C. Mangano, F. Mangano, A. Piatelli, G. Iezzi, A. Mangano, L. La Colla
Clinical Oral Implants Research
Volume 20, número 2, páginas 254-261, ano 2009.
Por que é interessante?
Pela avaliação da taxa de sobrevivência, bem como sucessos clínico, radiográfico e protético de um número
considerável de conexões Cone-Morse.
Quais são os grupos pesquisados?
1.920 implantes, 698 pacientes. As próteses eram parciais fixas (364 unidades), coroas unitárias (307 unidades),
próteses totais fixas (53 unidades) e overdentures (67 unidades).
Os achados?
A taxa de sucesso para os implantes foi de 96,61% (95,25% na maxila e 98,64% na mandíbula).
A taxa de afrouxamento do parafuso foi de 0,65% (uma coroa unitária).
A mensagem do artigo?
O uso da conexão Cone-Morse é um procedimento bem-sucedido para reabilitação das arcadas
parcial e completamente edêntulas.
Onde posso encontrar estudos nesta
linha?
Endosseous implants, implant-abutment connection, microgap, Morse taper connection implants.
| 214
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):214-5
Por que é interessante?
Avalia a taxa de sobrevivência em implantes com tratamento de superfície, que foram esplintados na
maxila edêntula para colocação das próteses totais.
Quais são os grupos pesquisados?
28 pacientes, com prótese fixa interina até 24 horas depois da cirurgia. Após 15 semanas, os pacientes
receberam as próteses parafusadas definitivas.
Os achados?
A perda óssea marginal (inicial e até oito meses depois do carregamento) foi de 1,6 mm; dos oito aos
20 meses de 0,41 mm; dos 20 aos 32 meses de 0,08 mm. A taxa de sucesso foi 98,2%.
A mensagem do artigo?
A carga imediata dos implantes com superfície tratada e pela esplintagem na maxila edêntula
é uma alternativa viável de tratamento, comparada aos procedimentos convencionais.
Onde posso encontrar estudos nesta
linha?
Dental implants, edentulous, immediate loading, implant supported, maxilla.
A fonte?
Results of a prospective randomized controlled trial of posterior ZrSiO4-ceramic crowns.
B.S. Encke, G. Heydecke, M. Wolkewitz, J.R. Strub
Journal of Oral Rehabilitation
Volume 36, número 3, páginas 226-235, ano 2009.
Por que é interessante?
Mais um estudo randomizado controlado, onde o comportamento das coroas zircônia confeccionadas
por computador é avaliado na clínica.
Quais são os grupos pesquisados?
224 pacientes, 123 restaurados com coroas de zircônia, 101 com coroas totais em ouro.
Todas as coroas foram cimentadas com ionômero de vidro.
Os achados?
Após seis, 12 e 24 meses, a taxa de sobrevivência das coroas Kavo Everest HPC foi de 97,9%, 95,1% e 89,8%, similar
às coroas de ouro. A taxa de falha cumulativa foi de 4,9% nas coroas de zircônia e 5,2% nas coroas de ouro. Uma
adaptação marginal regular foi observada em 49,5% da coroas de zircônia e 26,1% nas coroas de ouro.
A mensagem do artigo?
As coroas de zircônia são adequadas nas regiões posteriores quando 1,5 mm de redução oclusal pode ser propiciada,
mas a adaptação marginal ainda precisa ser melhorada.
Onde posso encontrar estudos nesta
linha?
Randomized controlled clinical Trial, ZrSiO4 ceramics, posterior crowns, survival rates, biological and technical
complications.
A fonte?
A 9-14 follow-up of onlay bone grafting in the atrophic maxilla.
E. Nyström, H. Nilson, J. Gunne, S. Lundgren
International Journal of Oral & Maxillofacial Surgery
Volume 38, número 2, páginas 111-16.
Por que é interessante?
Um acompanhamento de 14 anos sobre os enxertos tipo onlay, veneer ou em forma de sela para a maxila atrófica.
Quais são os grupos pesquisados?
44 pacientes, 334 implantes Brånemark inseridos.
Os achados?
27 implantes com falha. Sobrevivência de 90%. Perda óssea marginal de 1,8 mm no primeiro ano, 2,3 mm, após cinco
anos, e 2,4 mm após dez anos.
A mensagem do artigo?
O enxerto ósseo onlay, com ou sem enxerto inlay na maxila, resulta numa taxa elevada de sobrevivência nos implantes,
boa função oral e perda marginal estabilizada. Todos os pacientes ainda estão usando suas próteses fixas originais.
Onde posso encontrar estudos nesta
linha?
Bone grafting, autogenous bone, iliac crest, maxilla, implants, marginal bone level.
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):214-5
A VEZ DOS EDITORES
A fonte?
Immediate loading of implants in the edentulous maxilla: use of an interim fixed prosthesis followed
by a permanent fixed prosthesis. A 32-month prospective radiological and clinical study.
Göran Bergkvist, Krister Nilner, Sten Sahlholm, Ulf Karlsson, Christina Lindh
Clinical Implant Dentistry and Related Dental Research
Volume 11, número 1, páginas 1-10.
215 |
Os vencedores das premiações do IN 2008
Conheça os autores e trabalhos premiados na terceira edição
do Encontro Internacional de Leitores ImplantNews - IN 2008.
Melhores artigos publicados
na revista ImplantNews em 2007/2008
Painéis Científicos premiados no IN 2008
1o lugar
1o lugar
Pilares angulados: análise in vitro
da tensão gerada ao osso
Avaliação longitudinal da terapia
não-cirúrgica da peri-implantite
PREMIAÇÕES
Apresentador: Daniel Sanchez Ferrari
Autores: Renata Faria, Fernanda Pelógia
e Marco Antonio Bottino
(Publicado na edição no 6 - Vol. 4 - Nov./Dez. 2007)
Co-autores: Magda Feres, Luciana Ap. Cardoso Gouveia,
Luciene C. Figueiredo
2o lugar
2o lugar
Avaliação microscópica do desajuste vertical
da interface cilindro de titânio-minipilar cônico
na infraestrutura de titânio soldada a laser
com aplicação da porcelana
Utilização inédita do software Nobel Guide para
diagnóstico e planejamento cirúrgico de lesão óssea
Autores: Thomaz Wassall e
Valdir Benincasa de Castro Lima
Co-autores: Carlos Eduardo Francischone, Carlos
Eduardo Francischone Jr., Renato Savi de Carvalho
(Publicado na edição no 2 - Vol. 5 - Mar./Abr. 2008)
3o lugar
3o lugar
Análise por elementos finitos da configuração
cervical em implantes tipo Cone-Morse
na distribuição de estresse
Análise da interface e infiltração bacteriana
entre pilares protéticos e análogos de implantes
Apresentador: Bruno Aiello Barbosa
Apresentador: Marcos Blatt
Autores: Guaracilei Maciel Vigidal Jr., Alexandre Bernardo
de Sequeira; Luis Carlos de Moraes e Silva Jr,
Eduardo Seixas Cardoso e Glória de Almeida Soares
(Publicado na edição no 5 - Vol. 5 - Set./Out. 2008)
| 216
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):216-8
Co-autores: Bruno Fernandes Gadelha,
Tiago Neiva Galvão, Wilson Roberto Sendyk
Trabalho vencedor do Prêmio Brasil de Implantodontia - 1o lugar
Categoria - Pesquisa
Avaliação da precisão de um guia radiográfico-cirúrgico para inserção de mini-implantes
Resumo
O propósito deste estudo foi avaliar radiograficamente o grau
de precisão de um guia radiográfico-cirúrgico na predição do
posicionamento final de mini-implantes inseridos no septo
inter-radicular e, sequencialmente, determinar um índice de
risco para normatizar a indicação do procedimento de inserção
dos mini-implantes.
Material e Métodos
Um total de 53 mini-implantes foram inseridos no septo
inter-radicular vestibular da região posterior da maxila e/ou
mandíbula de 27 pacientes com idade média de 19,17 ± 9,06
anos (idade mínima de 12,72 anos e máxima de 56,37 anos).
O Guia Radiográfico-Cirúrgico Graduado (GRCG) foi utilizado com o intuito de inserir os mini-implantes no centro do
septo de forma equidistante em relação às raízes dos dentes
adjacentes. Todos os mini-implantes foram inseridos por um
mesmo profissional, seguindo um mesmo protocolo cirúrgico
de aplicação do GRCG. As distâncias entre o mini-implante e
o ligamento periodontal dos dentes adjacentes, foram denominadas de distância mesial (DM) e distância distal (DD) e, em
seguida, mensuradas nas 53 radiografias pós-cirúrgicas com
o auxílio do programa Adobe Photoshop 7.0. Os valores das
variáveis DM e DD foram subtraídos e o resultado foi dividido
por dois, quantificando o Grau de Imprecisão (GI=DM-DD/2)
do GRCG, visto que o GI representa a quantidade de desvio
do mini-implante em relação à posição de centralização no
septo, inicialmente objetivada. O grau de centralização do
mini-implante no septo e, consequentemente, a precisão do
GRCG, também foi avaliada comparando-se as variáveis DM e
DD, por meio do teste“t”. O grau de imprecisão do GRCG foi
associado à largura do septo e ao diâmetro do mini-implante
para compor a fórmula do Índice de Risco (IR = ØMI / LSI - GI),
utilizada na avaliação do risco cirúrgico de inserção dos miniimplantes. Se o IR foi menor do que 1 (IR<1), o procedimento
cirúrgico foi considerado seguro, enquanto um procedimento
com um IR maior ou igual a 1 (IR=1) foi considerado de alto
risco. Todos os testes estatísticos foram realizados com o pro-
grama Statistica (Version 6.0; StatSoft Inc., Tulsa, OK, USA),
adotando-se um nível de significância de 5%.
Resultado
O grau de imprecisão do GRCG (GI = 0,13 mm ±0,13) mostrou
que, em média, os mini-implantes foram inseridos com um
desvio de 0,13 mm (±0,13) em relação ao centro do septo. Os
resultados da comparação das distâncias mesial e distal mostraram um grau de precisão satisfatório do GRCG, visto que
nenhuma diferença estatisticamente significante foi observada
mesmo quando as distâncias foram comparadas nos grupos
G1 e G2, correspondentes aos mini-implantes desviados para
mesial e distal, respectivamente. O valor médio do Índice de
Risco (IR = 0,63±0,20) foi menor do que 1, ressaltando que o
reduzido grau de imprecisão (GI) do GRCG determinou um
baixo risco cirúrgico durante os procedimentos de inserção,
apesar das dimensões restritas do septo inter-radicular. Todos
os testes estatísticos foram realizados com o programa Statistica (Version 6.0; StatSoft Inc., Tulsa/OK, EUA), adotando-se um
nível de significância de 5%. Resultados da estatística descritiva
aplicada às variáveis DM, DD, GI, IR.Variáveis Média DP Dist.
Mesial (DM) 0,44 0,46 Dist. Distal (DD) 0,45 0,51 Grau imprecis. (GI) 0,13 0,13 Índice de risco (IR) 0,63 0,20. Resultados do
teste “t” para comparação intragrupo das variáveis DM e DD.
Dist.Mesial (DM) Dist. Distal (DD) p Média DP Média DP
Amostra total (n=53) 0,44 0,46 0,45 0,51 0,921 G1 Desviados
p/ mesial (n=32) 0,41 0,48 0,63 0,53 0,087 G2 Desviados p/
distal (n=30) 0,54 0,45 0,32 0,46 0,068.
Conclusão
A ligação estabelecida entre os procedimentos radiográfico e
cirúrgico proveu ao GRCG um reduzido grau de imprecisão
de 0,13 mm, permitindo uma acurada predição do posicionamento final do mini-implante no septo inter-radicular. O
reduzido grau de imprecisão do GRCG contribuiu para um
menor valor do índice de risco, tornando possível a indicação
da inserção de um mini-implante de 1,5 mm de diâmetro
na porção coronal do septo entre o segundo pré-molar e o
primeiro molar em 100% dos casos.
Instituição
Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São
Paulo
Orientador
Guilherme dos Reis Pereira Janson
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):216-8
217 |
PREMIAÇÕES
Apresentador: Sérgio Estelita Cavalcante Barros
Especialista em Ortodontia pela FOB-USP; Mestre e doutor em
Ortodontia e Odontologia em Saúde Coletiva pela FOB-USP;
Professor do curso de Especialização na Associação Brasileira de
Cirurgiões-Dentistas e na Universidade de Cuiabá; Pesquisador
da FOB-USP.
Trabalho vencedor do Prêmio Brasil de Implantodontia - 2o lugar
Categoria - Caso Clínico
A utilização da terapia fotodinâmica na Implantodontia
Apresentadora: Juliana Marotti
Mestranda do Departamento de Prótese Dentária da Fousp e Estagiária Didática do Lelo-Fousp.
Co-autores: Pedro Tortamano Neto, Matsuyoshi Mori, Carlos
de Paula Eduardo
PREMIAÇÕES
Resumo
Vários trabalhos reportam a utilização de laser de alta potência
na descontaminação bacteriana. Esses lasers, entretanto, podem
causar um aumento de temperatura indesejável, prejudicando a
reparação tecidual e a osseointegração dos implantes. A terapia
fotodinâmica (PDT) surge como uma opção de tratamento de
descontaminação bacteriana, porém sem causar aumento da
temperatura e a um custo reduzido. São relatados dois casos
clínicos, onde foi realizada a PDT previamente à instalação dos
implantes dentários, associada à fototerapia a laser.
Material e Métodos
Foi utilizado o laser de baixa potência, 660 nm, 100J/cm², 100
mW, associado ao azul de metileno a 0,01% por cinco minutos
previamente à irradiação. A fototerapia a laser foi realizada nas
primeiras 72 horas, objetivando a aceleração do processo de reparação tecidual, com 20 J/cm², 40 mW, pela técnica pontual em
contato. Foi realizada uma análise qualitativa por meio de fotos
digitais e quantitativa através de escala visual analógica de dor.
Resultado
O tratamento foi bem aceito pelos pacientes. Observou-se
aceleração no processo de reparação do tecido mole, menor
intensidade de dor no lado irradiado, diminuindo o tempo de
medicação sistêmica.
Conclusão
Conclui-se que os lasers de baixa potência e a PDT têm um grande emprego na área da Implantodontia, apresentando resultados
significativos na melhora do quadro clínico dos pacientes.
Instituição
Fousp
Orientador
Tomie Nakakuki de Campos
Trabalho vencedor do Prêmio Brasil de Implantodontia - 3o lugar
Categoria - Pesquisa
Avaliação do crescimento quantitativo de osteoblastos sobre diferentes tipos de superfícies
Apresentadora: Maria Angélica Rehder de Araujo
Especialização - PUC-Campinas; Mestrado - UFSC; Cursos de
Aperfeiçoamento em Implantes - APCD - Bauru, USP - Bauru,
Rio de Janeiro, Coesp e João Pessoa.
Co-autores
Augusto César Rodrigues de Souza, Cesar Augusto Magalhães Benfatti, Carlos dos Reis Pereira de Araujo
Resumo
Foi avaliado o crescimento quantitativo de linhagens celulares
osteoblásticas oriundas da calvária de rato sobre três diferentes
superfícies de implantes, testando um cultivo inédito de células
diretamente sobre a superfícies dos implantes.
Material e Métodos
Grupo I - implantes usinados; grupo II - implantes com textura
produzida por ataque ácido; e grupo III - implantes especialmente produzidos para este estudo com superfície jateada por
partículas seguida de banhos ácidos. Os implantes (n=27) foram
| 218
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):216-8
imobilizados através de um dispositivo especialmente criado,
cultivadas com 1 x 10 4 células, tripsinizados e submetidos a
contagem na câmera de Neubauer após 24, 48 e 72 horas.
Resultado
Não existiram diferenças entre os tipos de implantes com relação
ao número de células e o tempo.
Conclusão
A superfície proposta neste estudo, grupo III, apresentou comportamento semelhante ao das outras duas tradicionalmente
utilizadas, grupos I e II e sugere sua utilização sem riscos. A
contagem do número de células aderidas diretamente sobre os
implantes com micro e macrotopografias foi realizada, aproximando a situação da realidade.
Instituição
UFSC
Orientador
Ricardo Magini
Cursos para ampliar e aperfeiçoar os conhecimentos
Imersão total, língua inglesa,
avançado em Odontologia e
Implantodontia e streaming.
Confira o calendário dos cursos
oferecidos pela revista
ImplantNews em 2009 para
a atualização dos seus assinantes.
Cursos de Imersão para Especialistas
Ministrados pelos mais
com os grandes mestres brasileiros. Os
experientes professores de Implanto-
cursos serão ministrados em São Paulo,
dontia e áreas afins, os Cursos de Imer-
no Auditório da VM Comunicações, em
são proporcionam a oportunidade única
grupos pequenos de 20 alunos cada. Veja
de conviver, por 16 horas, em dois dias,
o calendário dos próximos cursos:
ABRIL
• 16 e 17 - Sidney Kina (Estética)
Mestre em Clínica Odontológica pela
Unicamp
Tema: Restaurações estéticas cerâmicas
PRODUTOS & SERVIÇOS
MAIO
• 15 e 16 - César Arita (Prótese)
Mestre e doutor em Reabilitação Oral
pela USP
Tema: Planejamento cirúrgico e protético
em reabilitação oral sobredentes e sobreimplantes – ênfase em oclusão e estética
• 21 e 22 - Jurandir Antonio Barbosa
(Ortodontia)
Mestre em Ortodontia pela FOB-USP
Tema: Straight Wire - Sistema versátil - biomecânica com pouca “fricção” e controle da
ancoragem com recursos intrabucais
JUNHO
• 19 e 20 - Wilson Roberto Sendyk
(Cirurgia)
Professor titular de Periodontia e
Implantodontia - Unisa
Tema: Conceitos atuais em enxertias ósseas
e reconstrução do processo alveolar atrófico:
procedimentos cirúrgicos avançados com osso autógeno e
homógeno em Implantodontia
JULHO
• 2 e 3 - Hugo Nary Filho
Mestre e doutor em Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial
Tema: Tratamentos atuais e tendências
futuras para reabilitações parciais e totais
empregando implantes osseointegrados
| 220
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):220-1
AGOSTO
• 13 e 14 - Marco Antonio Bottino
(Prótese)
Professor adjunto da Disciplina de Prótese
Parcial Fixa da Faculdade de Odontologia de
São José dos Campos - Unesp
Tema: Estética em reabilitação - Tratamento
integrado sobredentes naturais e implantes
• 20 e 21 - Antonio Wilson Sallum
(Periodontia)
Professor titular em Periodontia da FOPUnicamp
Tema: Visão atual do tratamento periodontal - A busca pela estética e a regeneração
• 27 e 28 - Leopoldino Capelozza Filho
(Ortodontista)
Professor doutor assistente da Faculdade de
Odontologia de Bauru - USP
Tema: Diagnóstico baseado em morfologia
– o conceito de padrão, protocolos e metas
terapêuticas individualizadas
OUTUBRO
• 1 e 2 - Carlos Eduardo Francischone
(Prótese)
Professor titular de Dentística da FOB-USP
e de Implantologia da USC/Bauru
Tema: Curso Avançado de Prótese
Sobreimplante
• 23 e 24 - Cláudio L. Sendyk
(Prótese)
Professor doutor do Departamento de Prótese
Dental da Fousp
Tema: Atualização e conscientização em
Prótese Implantossuportada
Cursos Streaming
MAIO
• Dia 8 - Luiz Fernando André
e César Augusto Arita
Tema: Moldagem
• Dia 15 - Wilson Roberto Sendyk
e Renato Mazzonetto
Tema: Cirurgia e Implantodontia - De A a Z
JUNHO
• Dia 19 - Renata Faria
e Fernando Pastor
Tema: Facetas laminadas
ministrador. Após esse período, o vídeo ficará disponível por
um mês para os que não puderam assistir a aula simultaneamente. Cada inscrito poderá assistir ao curso três vezes.
Para este ano os temas a serem discutidos são: Enxertos e Biomateriais, Bifosfonatos, Cirurgia Guiada em Maxila
Atrófica, Cimentação e Moldagem e Seleção de Componentes e novidades em Coroas Protéticas Sobreimplantes
e Dentes Naturais.
Confira as datas e os conferencistas:
JULHO
• Dia 10 - Marco Antonio Bottino
e Carlos Eduardo Francischone
Tema: Coroas de metal free
sobreimplantes e dentes naturais
AGOSTO
• Dia 7 - Cláudio Luiz Sendyk
e Ivete Sartori
Tema: Planejamento de
componentes protéticos
SETEMBRO
• Dia 11 - Antonio Wilson Sallum
e Rodrigo Bueno de Moraes
Tema: Raspagem e profilaxia
OUTUBRO
• Dia 16 - Glécio Vaz
e Enilson Antonio Sallum
Tema: Recessão gengival
PRODUTOS & SERVIÇOS
Aproveitando as vantagens proporcionadas pela tecnologia das telecomunicações, a ImplantNews promove
o Curso Streaming, que possibilitará ao cirurgião-dentista
atualizar seus conhecimentos sem sair do consultório e de
sua cidade, com todo conforto e praticidade. E ele tem ainda
a opção de fazer o curso telepresencial, assistindo as aulas ao
vivo, em auditórios.
Durante as duas horas do curso os telespectadores
poderão participar ativamente da aula com perguntas ao
Inglês e Implantodontia Avançada
Conhecer
matérias optativas que podem totalizar
uma língua esaté 28 horas de aula por semana.
trangeira é fundaE ainda terá mais uma semana
mental para alcançar a excelência em
(21 horas) para o estudo de Odontologia
Implantodontia. E se essa língua for o
e Implantodontia Avançadas na Univeringlês mais sucesso ainda o profissional
sity of British Columbia, também em
obterá no seu campo de atuação. Assim,
Vancouver. As aulas abordarão Patologia
a revista ImplantNews, por meio de
Bucal, Radiologia Digital, Endodontia,
acordo firmado com o King George
Prótese, Implantodontia (incluindo
International College - KGIC, em Vancouver, no Canadá, está
planejamento e hands-on). No Curso de Odontologia Avanoferecendo um intercâmbio cultural de cursos de inglês.
çada serão oferecidos aos participantes: coffee break, almoço,
Para tanto, trimestralmente serão formadas turmas
certificados e acompanhamento de professor bilíngue.
com 30 cirurgiões-dentistas interessados em fazer o curso.
Veja as datas das atividades por turmas:
Eles passarão por uma avaliação na instituição
que os selecionará de acordo com o nível de
JULHO (1a turma)
• 24 a 26 - Curso de Odontoloconhecimento da língua, direcionando-os aos
• 6 a 24 - Curso de Inglês
gia / Implantodontia Avançada
estágios adequados.
• 27 a 29 - Curso de OdontoloSerão três semanas de imersão total em
OUTUBRO (3a turma)
gia / Implantodontia Avançada
inglês no KGIC, uma das melhores instituições
• 5 a 23 - Curso de Inglês
em curso e aperfeiçoamento de inglês. O prograa
• 26 a 28 - Curso de OdontoloAGOSTO (2 turma)
ma dará ênfase em gramática, leitura e redação,
• 3 a 21 - Curso de Inglês
gia / Implantodontia Avançada
listening, pronúncia e comunicações, além de
Mais informações sobre os cursos, em seus vários formatos, entrar em contato com
Camila pelo telefone (11) 2168-3419 ou pelo e-mail [email protected]
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):220-1
221 |
Conforto, tecnologia, corpo docente consagrado, sistema de pós-graduação
testado e aprovado. Estas são as principais
características da mais nova Unidade da
São Leopoldo Mandic, a melhor Faculdade de Odontologia e Centro de Pós-graduação do Brasil, que obteve 482 pontos
no IGC do MEC. A mesma pontuação que
a Faculdade de Medicina de Harvard e o
Instituto de Economia e Administração
de Empresas da Fundação Getúlio Vargas
receberam.
Localizada na rua Caiubi, 181, no
bairro das Perdizes, em São Paulo, o novo
centro de aperfeiçoamento foi projetado
em um espaço planejado e confortável,
com toda a infraestrutura necessária para
oferecer cursos com a qualidade tecnológica da SLMandic. As atividades da Unidade
São Paulo terão início em abril com o curso do professor
doutor Karl-Erik Kahnberg, da Universidade de Gotemburgo,
um dos maiores pesquisadores e especialistas em Implantodontia da Europa. Ele ministrará um curso de imersão sob o
tema“Reconstrução óssea para a Implantodontia”, para um
seleto grupo de profissionais com interesse na área.
Para maio, a revista ImplantNews,
em parceria com a SLMandic, oferecerá
uma série de cursos com os mais experientes professores e especialistas de
diversas áreas da Odontologia. Confira:
• Implantodontia (Cirurgia e Prótese) Profs. Drs. Carlos Eduardo Francischone,
Carlos Alberto Dotto, César Arita, Laércio
Vasconcelos, Paulo Sérgio Perri de Carvalho e Wilson Roberto Sendyk.
• Aperfeiçoamento em Implantodontia
(ênfase em Prótese Sobreimplantes, Prof.
Dr. Paulo Rossetti.
• Periodontia - Prof. Dr. Antonio Wilson
Sallum.
• Endodontia - Prof. Dr. José Luiz da Silva
Lage Marques.
• Dentística (Estética) - Prof. Dr. Sidney
Kina.
• Ortodontia - Prof. Dr. Leopoldino Capelozza Filho.
• Prótese Dentária - Prof. Dr. Eduardo Miyashita.
As aulas são mensais, num total de 24 meses, com
ênfase na prática clínica. Nessa primeira fase, 50% das vagas
já foram preenchidas.
Mais informações acesse o site www.implantnews.com.br/slmandic .
Preencha o formulário e receba a programação completa de cursos da Unidade São Paulo.
Dentflex de Ribeirão Preto lança motor cirúrgico para Implantodontia
A Dentflex, uma das maiores especialistas brasileiras de peças de mão para a Odontologia, lançou no 27o
Ciosp - Congresso Internacional de Odontologia de São
Paulo, realizado em janeiro deste ano, o Motor DForce
1000, indicado para a Implantodontia e cirurgias.
Desenvolvido com alta tecnologia e design
arrojado, o motor possui torque ajustável de
10 Ncm a 55 Ncm (com rotação de 15 Rpm
a 50 Rpm). Dispõe de 10 programas que
permitem alterar o funcionamento do
motor de acordo com o protocolo
utilizado. E apresenta exclusivo
display (LCD gráfico), que ao ser li-
gado mostra a última operação realizada, facilitando o
controle visual dos programas nos procedimentos.
O controle de velocidade (progressivo) é realizado por meio do pedal de acionamento, para maior
conforto e rapidez do profissional. Conta também micromotor com sistema de encaixe universal
intra, possibilitando trabalhar com todas
as marcas de contra-ângulos do mercado. E ainda vem montado em caixa
de poliuretano, com tratamento UV
(facilidade na desinfecção e maior
vida útil do equipamento).
Mais detalhes acesse www.dentflex.com.br ou ligue para (16) 2133-0000.
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):223-7
223 |
MERCADO IN
SL Mandic inaugura Unidade em São Paulo
Manutenção da saúde peri-implantar
Da esq. para a dir. Fábio Bezerra e Ariel Lenharo.
lançado, também, nas línguas inglesa e espanhola.
Mais informações sobre a obra, bem como
os minicurrículos dos autores, podem ser conferidos
no site www.inepo.com.br/livro
Notícias da Nobel Biocare
no mundo
A Nobel Biocare venceu uma pendência judicial de
litígio com a Materialise Dental relacionada à patente do
NobelGuide. A Vara da Justiça Federal, em Santa Ana, na
Califórnia (EUA), decidiu que a Nobel Biocare não violou
nenhuma das patentes Materialise relacionadas com o
NobelGuide.
Os produtos mencionados no processo foram o
software e guias cirúrgicos NobelGuide. A alegação da
Materialise foi de que a Nobel Biocare violou os produtos
da sua patente. O tribunal, contudo, deu decisão favorável
à Nobel Biocare.
Cabe, entretanto, recurso de apelação. A ação na
Alemanha entre as partes está em curso e uma decisão
quanto à patente Materialise naquele país é aguardada para
os próximos meses.
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):223-7
225 |
MERCADO IN
Extremamente importante no final do tratamento
implantodôntico, a manutenção da saúde peri-implantar
é um assunto pouco explorado na literatura científica. Mas esta constatação
está prestes a mudar,
depois do lançamento,
em março último, do
livro “Monitoramento e Manutenção da
Saúde Periimplantar”, de
autoria de Ariel Lenharo, doutor em
Implantodontia pela Unesp – Araçatuba, e Fábio
Bezerra, pós-graduado em Periodontia pela FOB-USP, além
de outros co-autores de renome internacional.
A obra, destinada aos estudantes de Odontologia,
professores e profissionais das áreas de Implantodontia,
Periodontia e Prótese, aborda os principais tópicos relacionados à saúde dos tecidos peri-implantares, com ênfase para
a manutenção do sucesso do tratamento em longo prazo.
“Este é o primeiro livro lançado mundialmente com enfoque
exclusivo neste tópico”, afirma Bezerra.
A publicação traz ainda várias novidades, como a cirurgia guiada, novas superfícies dos implantes, dados estatísticos
atualizados nacionais e mundiais sobre a Osseointegração,
entre outros assuntos.
O livro contém 205 páginas, divididas em 13 capítulos
que enfocam diferentes aspectos do monitoramento e da manutenção da saúde peri-implantar. Apresenta 325 ilustrações,
capa dura, papel couché de alta qualidade, produzido pela
Geográfica, tendo como editor o doutor Ariel Lenharo.
“Esperamos que esse livro possa preencher importante lacuna da Implantodontia que é a manutenção da
saúde peri-implantar após a conclusão do tratamento e
que, até então, não possuía uma obra que abordasse esse
assunto de maneira abrangente, pormenorizada e comprovada cientificamente”, ressalta Bezerra.
Esse é o terceiro livro de Ariel Lenharo e o segundo
feito em parceria com Fábio Bezerra (o primeiro foi “Terapia
Clínica Avançada em Implantodontia”, de 2002, edição já
esgotada).
O lançamento de “Monitoramento e Manutenção da
Saúde Periimplantar” aconteceu em um coquetel realizado
no Yacht Clube da Bahia, em Salvador, contando com a presença de 400 convidados, entre cirurgiões-dentistas, amigos
e autoridades. No segundo semestre deste ano, o livro será
MERCADO IN
Reconstrução em Implantodontia
Procedimento cirúrgico
de grande importância para o
implantodontista, as cirurgias
reconstrutivas requerem planejamento adequado, baseado
em protocolos clínicos que
visem resultados positivos e
satisfatórios. Dessa forma, e
para preencher uma lacuna na literatura científica
com relação ao passo a passo da
técnica, o professor titular da área de Cirurgia
Bucomaxilofacial da FOP-Unicamp, Renato Mazzonetto,
lançou o livro“Reconstrução em Implantodontia - Protocolos
clínicos para o sucesso e previsibilidade”, obra de sua autoria
com a colaboração dos cirurgiões-dentistas Frederico Felipe
Nascimento, Henrique Duque Netto, Jaime Giuseppe Rodrigues-Chessa e Leandro Eduardo Klüppel, entre outros.
O livro, publicado em edição de luxo pela Editora
Napoleão, foi lançado oficialmente durante o 27o Ciosp
– Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, que
aconteceu em janeiro último, em São Paulo, tem 365 páginas
e mais de 300 ilustrações e 600 fotos em alta qualidade. E
vem acompanhada de um DVD contendo três cirurgias ao
vivo com duração de aproximadamente 1h30: Enxerto particulado associado à malha de titânio para a reconstrução de
defeito ósseo em maxila; Enxerto em bloco para correção de
defeito ósseo em maxila; e Osteotomia segmentar e enxerto
interposicional para tratamento de defeito ósseo vertical em
mandíbula.
O livro está dividido em 15 capítulos:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
Por que e quando indicar uma cirurgia reconstrutiva.
Planejamento.
Protocolos farmacológicos para cirurgias avançadas.
Princípios biológicos aplicados às cirurgias reconstrutivas.
Princípios gerais para previsibilidade e sucesso;
Técnica cirúrgica para a remoção de enxertos autógenos
intrabucais.
Enxertos em bloco nas reconstruções ósseas.
Enxertos particulados em reconstruções ósseas.
Levantamento do soalho do seio maxilar.
Osteotomia segmentar com enxerto interposicional.
Distração osteogênica alveolar.
Utilização clínica da proteína óssea morfogenética.
Expansão cirúrgica do rebordo.
Gerenciando os acidentes e as complicações em cirurgias
reconstrutivas.
Técnicas para manejo de tecidos moles.
“É um livro didático de reconstrução óssea, que traz
novos assuntos como técnicas baseadas na linha de pesquisas da célula-tronco. E pode ser considerado como um atlas
de técnicas cirúrgicas, apresentando reconstrução óssea de
forma didática com uso de proteínas para formação de osso
sem necessidade de enxerto”, informou Mazzonetto.
Planejamento virtual em Implantodontia
Novo paradigma para o diagnóstico e planejamento
cirúrgico, a prototipagem veio revolucionar a técnica de cirurgias guiadas por computador. No entanto, o surgimento
dessa tecnologia no Brasil foi marcado por algumas impressões errôneas quanto à sua utilização, necessitando, portanto,
de uma elucidação. E é exatamente isso que se propõe o livro
“Planejamento Virtual em Implantodontia: Cirurgia Guiada
e Prototipagem”, de autoria de Frederico Nigro, doutorando em Implantodontia na Universidade Sagrado Coração
(USC/Bauru), que chegou às livrarias e sites especializados
no início de março.
“O objetivo da obra é esclarecer e orientar os profissionais interessados na utilização dessas técnicas no seu diaa-dia, apagando assim as impressões erradas quando do seu
| 226
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):223-7
advento”, afirma Nigro, que contou ainda
com a colaboração
de Israel Chilvarquer,
Lílian Waitman Chilvarquer, Jorge Elie Hayek,
Carlos Eduardo Francischone Junior, Renato Savi
de Carvalho, Bruno Aiello,
Luiz Fernando Martins André e César Oleskovicz, na
elaboração do livro.
Com prefácio assinado
pelo professor doutor Carlos Eduardo Francischone, o
livro tem 172 páginas, cerca de 600 ilustrações, capa dura em
formato A4 e impressão em papel couchê, trazendo o que de
mais moderno e avançado existe na Implantodontia atual. Publicado pela Editora Santos, está dividido em sete capítulos:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Guias em Implantodontia.
Diagnóstico por Imagem em Implantodontia.
Da tomografia para o protótipo.
Protótipos, planejamento virtual e cirurgias guiadas.
Tecnologia NobelGuide.
Guia gengival prototipado com carga instantânea.
Considerações finais.
É a primeira obra editada sobre o assunto no Brasil,
dirigida a implantodontistas, tanto cirurgiões quanto prote-
sistas que já militam na área e estão interessados em começar
a utilizar essa tecnologia com a finalidade de aprimorar e
otimizar os seus planejamentos e tratamentos. Com ela, os
profissionais poderão oferecer à sua clientela uma opção de
tratamento segura, rápida e previsível quando bem indicada.
“No livro mostramos os programas de manipulação de
imagens aliados à produção de protótipos e guias cirúrgicas,
produzidos à partir dos planejamentos virtuais”, explica
Nigro. “A obra vem desmistificar o uso dessa tecnologia
mostrando passo a passo a sua utilização e as indicações
para cada situação. Não temos a pretensão de mostrar todas
as tecnologias existentes e as opções que essas propiciam,
mas queremos inserir, de uma forma simples e objetiva, as
possibilidades de se incorporar esses tratamentos na rotina
dos implantodontistas”, acrescentou.
Os profissionais interessados em conhecer as
vantagens e exclusividades
do Sistema Bicon terão a
oportunidade de participar
do Curso teórico de introdução ao Sistema Bicon promovido,
gratuitamente, pela empresa Bicon Dental Implants. As aulas
acontecerão às sextas-feiras, no horário das 15h às 18h, nos
dias 8 de maio; 11 de setembro; 5 de junho; 7 de agosto;
2 de outubro; e 6 de novembro.
Para os profissionais com prévia experiência em Implantodontia, a empresa oferece o Curso teórico/prático,
originado e planejado para ensinar as técnicas específicas
do Sistema Bicon de Implantes. O curso é apresentado em
módulos compostos por aulas teórica (incluindo hands on) e
prática clínica com pacientes. Ao final, o participante estará
capacitado a utilizar o Sistema Bicon, maximizando todos os
benefícios que ele proporciona.
As aulas do Curso teórico/prático serão realizadas às
sextas-feiras e aos sábados, das 8h às 18h. O valor investido
nos dois módulos será de: 2 x de R$ 200,00. As próximas
turmas estão programadas para as seguintes datas: 15 e 16
de maio; 26 e 27 de junho; 28 e 29 de agosto; 25 e 26 de
setembro; 23 e 24 de outubro; e 27 e 28 de novembro.
Os dois cursos serão ministrados em São Paulo, capital
e têm vagas limitadas.
Inscrições e mais informações sobre outras localidades de cursos entrar em contato pelos
telefones (11) 2506-5512 (Grande São Paulo) ou 0800-770-1985 (demais localidades)
ou ainda pelo e-mail: [email protected]
Encontro Científico do ITI em Campinas
O ITI – International
Team for Implantology)
– realizou no dia 4 de abril
o seu Encontro Científico.
O evento aconteceu em
Campinas/SP, no The Royal Palm Plaza Hotel Resort, e contou
com a participação de grandes nomes da Implantodontia
brasileira, oferecendo uma programação de alto conteúdo
científico.
Confira como foi o Encontro Científico do ITI em
Campinas na próxima edição da ImplantNews.
Outras informações e grade completa da programação do
evento acesse os sites: www.itieducacao.org/br ou www.straumann.com.br
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):223-7
227 |
MERCADO IN
Cursos da Bicon em 2009
Como Enviar Seus Trabalhos
Importante:
1. Envie seu trabalho apenas pelo correio, em envelope com:
• CD, identificado com etiqueta, contendo o texto gravado
nos formatos DOC ou RTF (Word for Windows ou editores de
texto compatíveis), e as imagens (se houver) nos formatos
JPG ou TIF, em alta resolução (300 dpi). Atenção: apenas
o texto do trabalho deve estar no formato DOC (Word ). Em
hipótese nenhuma, as imagens devem estar contidas em um
arquivo DOC ou PPT (PowerPoint). Em caso de dúvida, entre
em contato com a redação pelo telefone (11) 2168-3400.
• impressos completos do trabalho enviado, do Termo de
Cessão de Direitos Autorais, assinado, e do Termo de Consentimento do Paciente, se for o caso.
2. Os trabalhos devem conter, imprescindivelmente, todos
os dados para contato com o autor principal (endereço,
telefones e e-mails).
3. Todos os trabalhos enviados devem respeitar os limites
máximos de tamanho de texto e quantidade de imagens/figuras.
Antes de postar, confira se o trabalho está de acordo com esses
limites no item 3, Apresentação, das Normas de Publicação.
4. Dados para envio dos trabalhos:
Para
ImplantNews
Att. Ana Lúcia Zanini Luz
Editora-Assistente – Caderno Científico
Rua Gandavo, 70 – Vila Clementino
04023-000 – São Paulo – SP
NORMAS DE PUBLICAÇÃO
de Cessão de Direitos Autorais, assinado pelo(s) autor(es) ou
pelo autor responsável.
2.7.1. Modelo de Termo de Cessão de Direitos Autorais
[Local e data]
Eu (nós), [nome(s) do(s) autor(es)], autor(es) do trabalho
intitulado [título do trabalho], o qual submeto(emos) à
apreciação da revista ImplantNews para nela ser publicado,
declaro(amos) concordar, por meio deste suficiente instrumento, que os direitos autorais referentes ao citado trabalho
tornem-se propriedade exclusiva da revista ImplantNews
a partir da data de sua submissão, sendo vedada qualquer
reprodução, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio
de divulgação de qualquer natureza, sem que a prévia e
necessária autorização seja solicitada e obtida junto à revista
ImplantNews. No caso de não-aceitação para publicação,
essa cessão de direitos autorais será automaticamente
revogada após a devolução definitiva do citado trabalho,
mediante o recebimento, por parte do autor, de ofício específico
para esse fim.
[Data/assinatura(s)]
2.8. As informações contidas nos trabalhos enviados são de
responsabilidade única e exclusiva de seus autores.
2.9. Os trabalhos desenvolvidos em instituições oficiais de
ensino e/ou pesquisa deverão conter no texto referências à
aprovação pelo Comitê de Ética.
2.10. Os trabalhos que se referirem a relato de caso clínico
com identificação do paciente deverão conter o Termo de
Consentimento do Paciente, assinado por este.
– Deverão conter título em português, nome(s) do(s) autor(es),
titulação do(s) autor(es), resumo, unitermos, introdução e/ou
revisão da literatura, proposição, material(ais) e método(s),
resultados, discussão, conclusão, título em inglês, resumo
em inglês (abstract), unitermos em inglês (key words) e
referências bibliográficas.
Limites: texto com, no máximo, 35.000 caracteres (com espaços), 4 tabelas ou quadros, 4 gráficos e 16 figuras/imagens.
3.1.2. Revisão da literatura – Deverão conter título em
português, nome(s) do(s) autor(es), titulação do(s) autor(es),
resumo, unitermos, introdução e/ou proposição, revisão da
literatura, discussão, conclusão, título em inglês, resumo
em inglês (abstract), unitermos em inglês (key words) e
referências bibliográficas.
Limites: texto com, no máximo, 25.000 caracteres (com espaços), 10
páginas de texto, 4 tabelas ou quadros, 4 gráficos e 16 figuras.
3.1.3. Relato de caso(s) clínico(s) – Deverão conter
título em português, nome(s) do(s) autor(es), titulação
do(s) autor(es), resumo, unitermos, introdução e/ou
proposição, relato do(s) caso(s) clínico(s), discussão,
conclusão, título em inglês, resumo em inglês (abstract),
unitermos em inglês (key words) e referências bibliográficas.
Limites: texto com, no máximo, 18.000 caracteres (com
espaços), 2 tabelas ou quadros, 2 gráficos e 32 figuras.
3.2. Formatação de página:
a. Margens superior e inferior: 2,5 cm
b. Margens esquerda e direita: 3 cm
c. Tamanho do papel: carta
d. Alinhamento do texto: justificado
e. Recuo especial da primeira linha dos parágrafos: 1,25 cm
f. Espaçamento entre linhas: 1,5 linhas
g. Controle de linhas órfãs/viúvas: desabilitado
1. OBJETIVO
A revista ImplantNews, de periodicidade bimestral, destina-se
à publicação de trabalhos inéditos de pesquisa aplicada, bem
como artigos de atualização, relatos de casos clínicos e revisão
de literatura na área de Implantodontia e de especialidades
multidisciplinares que a envolvam.
2. NORMAS
2.1. Os trabalhos enviados para publicação devem ser
inéditos, não sendo permitida a sua apresentação simultânea
em outro periódico.
2.2. Os trabalhos deverão ser enviados exclusivamente via
correio, gravados em CD, em formato DOC ou RTF (Word
for Windows), acompanhados de uma cópia em papel, com
informações para contato (endereço, telefone e e-mail do
autor responsável).
2.2.1. O CD deve estar com a identificação do autor responsável, em sua face não gravável, com etiqueta ou caneta
retroprojetor (própria para escrever na superfície do CD).
2.3. O material enviado, uma vez publicado o trabalho, não
será devolvido.
2.4. A revista ImplantNews reserva todos os direitos autorais
do trabalho publicado.
2.5. A revista ImplantNews receberá para publicação
trabalhos redigidos em português.
2.6. A revista ImplantNews submeterá os originais à apreciação do Conselho Científico, que decidirá sobre a sua aceitação.
Os nomes dos relatores/avaliadores permanecerão em sigilo e
estes não terão ciência dos autores do trabalho analisado.
2.7. O trabalho deverá ser entregue juntamente com o Termo
3. APRESENTAÇÃO
3.1. Estrutura
3.1.1. Trabalhos científicos (pesquisas, artigos e teses)
REVISTA IMPLANTNEWS 2009;6(2):229-30
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NORMAS DE PUBLICAÇÃO
Os trabalhos enviados que não seguirem rigorosamente as Normas de Publicação serão devolvidos
automaticamente. A revista ImplantNews adota em suas normas de publicação o estilo de Vancouver (Sistema Numérico
de Citação), visando à padronização universal de expressões científicas nos trabalhos publicados.
NORMAS DE PUBLICAÇÃO
h. As páginas devem ser numeradas
3.3. Formatação de texto:
a. Tipo de fonte: times new roman
b. Tamanho da fonte: 12
c. Título em português: máximo de 90 caracteres
d. Titulação do(s) autor(es): citar até 2 títulos principais
e. Resumos em português e inglês: máximo de 250
palavras cada
f. Unitermos e key words: máximo de cinco. Consultar Descritores
em Ciências da Saúde – Bireme (www.bireme.br/decs/)
3.4 Citações de referências bibliográficas
a. No texto, seguir o Sistema Numérico de Citação, no
qual somente os números índices das referências, na forma
sobrescrita, são indicados no texto.
b. Números seqüenciais devem ser separados por hífen (ex.:
4-5); números aleatórios devem ser separados por vírgula
(ex.: 7, 12, 21).
c. Não citar os nomes dos autores e o ano de publicação.
Exemplos:
Errado: “Bergstrom J, Preber H2 (1994)...”
Correto: “Vários autores1,5,8 avaliaram que a saúde geral e
local do paciente é necessária para o sucesso do tratamento”;
“Outros autores1-3 concordam...”
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
4.1. Quantidade máxima de 30 referências bibliográficas
por trabalho.
4.2. A exatidão das referências bibliográficas é de responsabilidade única e exclusiva dos autores.
4.3. A apresentação das referências bibliográficas deve seguir
a normatização do estilo Vancouver, conforme orientações fornecidas pelo International Committee of Medical Journal Editors
(www.icmje.org) no “Uniform Requirements for Manuscripts
Submitted to Biomedical Journals”.
4.4. Os títulos de periódicos devem ser abreviados de acordo
com o “List of Journals Indexed in Index Medicus” (www.nlm.
nih.gov/tsd/serials/lji.html) e impressos sem negrito, itálico
ou grifo/sublinhado.
4.5. As referências devem ser numeradas em ordem de
entrada no texto pelos sobrenomes dos autores, que devem
ser seguidos pelos seus prenomes abreviados, sem ponto
ou vírgula. A vírgula só deve ser usada entre os nomes dos
diferentes autores. Incluir ano, volume, número (fascículo) e
páginas do artigo logo após o título do periódico.
Exemplo:
“1. Lorato DC. Influence of a composite resin restoration on
the gengival. Prosthet Dent 1992;28:402-4.
2. Bergstrom J, Preber H. Tobaco use as a risk factor. J
Periodontal 1994;65:545-50.
3. Meyer DH, Fives-Taylor PM. Oral pathogens: from dental plaque to cardiace disease. Cure opin microbial; 1998:88-95.”
4.5.1. Nas publicações com até seis autores, citam-se todos.
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4.5.2. Nas publicações com sete ou mais autores, citam-se os
seis primeiros e, em seguida, a expressão latina et al.
4.6. Deve-se evitar a citação de comunicações pessoais,
trabalhos em andamento e os não publicados; caso seja
estritamente necessária sua citação, as informações não
devem ser incluídas na lista de referências, mas citadas em
notas de rodapé.
4.7. Exemplos
4.7.1. Livro:
Brånemark P-I, Hansson BO, Adell R, Breine U, Lindstrom J,
Hallen O, et al. Osseointegrated implants in the treatment of
the edentulous jaw. Experience form a 10-year period. Scan
J Plastic Rec Surg 1977;16:1-13.
4.7.2. Capítulo de livro:
Baron, R. Mechanics and regulation on ostoclastic boné
resorption. In: Norton, LA, Burstone CJ. The biology of tooth
movement. Florida: CRC, 1989. p 269-73.
4.7.3. Editor(es) ou compilador(es) como autor(es):
Brånemark P-I, Oliveira MF, editors. Craniofacial prostheses:
anaplastology and osseointegration. Illinois: Quintessence;1997.
4.7.4. Organização ou sociedade como autor:
Clinical Research Associates. Glass ionomer-resin: state of art.
Clin Res Assoc Newsletter 1993;17:1-2.
4.7.5. Artigo de periódico:
Diacov NL, Sá JR. Absenteísmo odontológico. Rev Odont Unesp
1988;17(1/2):183-9.
4.7.6. Artigo sem indicação de autor:
Fracture strenght of human teeth with cavity preparations. J
Prosth Dent 1980;43(4):419-22.
4.7.7. Resumo:
Steet TC. Marginal adaptation of composite restoration with and
without flowable liner [resumo] J Dent Res 2000;79:1002.
4.7.8. Artigo citado por outros autores apud:
Sognnaes RF. A behavioral courses in dental school. J Dent
Educ 1977;41:735-37 apud Dent Abstr 1978;23(8):408-9.
4.7.9. Dissertação e tese:
Molina SMG. Avaliação do desenvolvimento físico de préescolares de Piracicaba, SP. [Tese de Doutorado]. Campinas:
Universidade Estadual de Campinas;1997.
4.7.10. Trabalho apresentado em evento:
Buser D. Estética em implantes de um ponto de vista cirúrgico.
In: 3º Congresso Internacional de Osseointegração: 2002;
APCD - São Paulo. Anais. São Paulo: EVM; 2002. p 18.
4.7.11. Artigo em periódico on-line/internet:
Tanriverdi et al. Na in vitro test model for investigation of
desinfection of dentinal tubules infected whith enterococcus
faecalis. Braz Dent J 1997,8(2):67- 72. [Online] Available from
Internet <http://www.forp.usp.br/bdj/t0182.html>. [cited
30-6-1998]. ISSN 0103-6440.
5. TABELAS OU QUADROS
5.1. Devem constar sob as denominações “Tabela” ou “Quadro” no arquivo eletrônico e ser numerados em algarismos
arábicos.
5.2. A legenda deve acompanhar a tabela ou o quadro e ser
posicionada abaixo destes ou indicada de forma clara e objetiva
no texto ou em documento anexo.
5.3. Devem ser auto-explicativos e, obrigatoriamente, citados
no corpo do texto na ordem de sua numeração.
5.4. Sinais ou siglas apresentados devem estar traduzidos
em nota colocada abaixo do corpo da tabela/quadro ou em
sua legenda.
6. FIGURAS/IMAGENS
6.1. Devem constar sob a denominação “Figura” e ser
numeradas com algarismos arábicos.
6.2. A(s) legenda(s) deve(m) ser fornecida(s) em arquivo ou
folha impressa à parte.
6.3. Devem, obrigatoriamente, ser citadas no corpo do texto
na ordem de sua numeração.
6.4. Sinais ou siglas devem estar traduzidos em sua
legenda.
6.5. Na apresentação de imagens e texto, deve-se evitar o uso
de iniciais, nome e número de registro de pacientes. O paciente
não poderá ser identificado ou estar reconhecível em fotografias, a menos que expresse por escrito o seu consentimento,
o qual deve acompanhar o trabalho enviado.
6.6. Devem possuir boa qualidade técnica e artística, utilizando
o recurso de resolução máxima do equipamento/câmera
fotográfica.
6.7. Devem ser enviadas gravadas em CD, com resolução
mínima de 300dpi, nos formatos TIF ou JPG e largura
mínima de 10 cm.
6.8. Não devem, em hipótese alguma, ser enviadas
incorporadas a arquivos de programas de apresentação
(PowerPoint), editores de texto (Word for Windows) ou
planilhas eletrônicas (Excel).
7. GRÁFICOS
7.1. Devem constar sob a denominação “Gráfico”, numerados
com algarismos arábicos e fornecidos, preferencialmente, em
arquivo à parte, com largura mínima de 10 cm.
7.2. A legenda deve acompanhar o gráfico e ser posicionada
abaixo deste.
7.3. Devem ser, obrigatoriamente, citados no corpo do texto,
na ordem de sua numeração.
7.4. Sinais ou siglas apresentados devem estar traduzidos
em sua legenda.
7.5. As grandezas demonstradas na forma de barra, setor,
curva ou outra forma gráfica devem vir acompanhadas dos
respectivos valores numéricos para permitir sua reprodução
com precisão.