Brasil - Blog Seac RJ

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Brasil - Blog Seac RJ
Brasil
INDICADORES
Econom ico
Ações da
Brookfield ON
1,32
(em R$)
1,03
1,04
1,06
17/1
20/1
21/1
1,11
www.brasileconomico.com.br
22/1
23/1
BC indica freio
na alta dos juros
Jason Alden/Bloomberg
PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA . SEXTA-FEIRA 24 DE JANEIRO DE 2014 . ANO 5 . Nº 1.105 . R$ 3,00
Em meio aos sinais trocados disparados ontem pelo mercado financeiro, a ata do Copom e a
préviadainflaçãoforaminterpretadasporalgunscomoofimpróximodaelevaçãodaSelic,que
sósubiriamais0,25pontoemfevereiro,chegandoa10,75%,informaLuizSérgioGuimarães.
O patamar considerado elevado por muitos, dizem analistas, estaria ainda longe de atrair
investidores estrangeiros, que só voltariam ao país com taxas de juros acima de 13%. P16e17
Fabio Gonçalves
‘Governar
com o PMDB
é entregar
o governo a
empreiteiras’
Candidato do Psol à Presidência
da República, o senador Randolfe Rodrigues vai centrar sua
campanha eleitoral na crítica
ao modelo de política de PT e
PMDB e à alta de juros e na defesa da reforma agrária. P4a6
TECNOLOGIA
AVIAÇÃO
Empresas do
país adotam
bitcoins
Azul muda
presidente de
olho no IPO
Lojas e hotéis instalados no
Brasil já estão aceitando pagamento na moeda criptografada. O movimento ainda
é pequeno, mas empresários
apontam vantagens como
rapidez e segurança. P10
AntonoaldoNeves,responsável pelo projeto de fusão
da companhia aérea com a
Trip, é o novo executivo e
terá como principal missão
preparar a oferta de ações
em análise pela CVM. P14
ESTILO S/A
Emoções, transgressões
e homenagens na semana
de alta-costura de Paris. P15
DIA DO APOSENTADO
Desigualdade entre
benefícios do INSS e
de servidores públicos
persiste no Brasil. P9
AGENDA CULTURAL
Coleção de Peter Ludwig
em mostra no CCBB de
São Paulo. P20E21
DAVOS
Mantega
descarta
desonerações
O ministro da Fazenda reafirmou ontem, na Suíça, que
o combate à inflação é a prioridade do governo. Ele disse
que não pretende conceder
novas desonerações. Em debate no Fórum Econômico
Mundial, Mantega rechaçou
riscos de crises na economia
dos países emergentes, que
ainda devem liderar o crescimento mundial. P3
INFLAÇÃO
IPCA-15
surpreende
pessimistas
Bancos e analistas de mercado iniciaram o ano revendo
para baixo suas projeções de
preços em 2014. Passagens
aéreas e alimentos foram os
itens que mais ficaram fora
das expectativas. P7
2 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
MOSAICO POLÍTICO
GILBERTO NASCIMENTO
[email protected]
COM LEONARDO FUHRMANN
PSB PREFERE ADIAR DISCUSSÃO
“
É um sistema que
vem ganhando
credibilidade. É
antigo, está sendo
reformado, mas
a gente vê uma luz
no fim do túnel”
D
iferentemente da Rede, o PSB não tem pressa para decidir sua política de alianças regionais.
A ideia é avançar nas discussões de temas nacionais dentro dos estados com o PPS e outros
aliados para depois decidir novas coligações. “Ainda temos cinco meses para montar as chapas”,
diz o senador Rodrigo Rollemberg (DF). Segundo ele, a prioridade do partido é a disputa nacional, com
a candidatura de Eduardo Campos a presidente, e a ex-ministra Marina Silva, líder da Rede, como vice.
As diretrizes serão lançadas no próximo dia 4, em Brasília. Os três pontos fundamentais são:
reconhecer os avanços sociais dos últimos 20 anos e lutar por mais conquistas; aprofundar a
democracia; e buscar o desenvolvimento sustentável, com qualidade de vida e distribuição de renda.
Pedro França/Ag Senado
Caso a estratégia dê certo, os socialistas vão decidir a maioria das coligações estaduais em março. A Rede tem pressionado o PSB para
não se aliar a tucanos ou petistas
nos estados, como forma de fixar
a candidatura de Campos e Marina como uma terceira via à polarização entre estes dois partidos no
País. Em Minas, o PSB resiste a se
afastar do PSDB. O argumento é
que os tucanos tiveram um papel
importante nas vitórias do prefeito reeleito de Belo Horizonte, o socialista Márcio Lacerda. A situação em São Paulo é ainda mais
complicada, pois a divisão entre
candidatura própria e o apoio à
reeleição do tucano Geraldo Alckmin causa um racha dentro do partido anterior à entrada da Rede.
Em Brasília, Rollemberg espera
ter como vice o deputado Reguffe
(PDT). Além do PPS, eles negociam o apoio do Solidariedade e
pretendem procurar o PSol.
Luiz Fernando Pezão
Paulo Araujo
Polêmico, mas com alta audiência
A agência Pepper usa a audiência para se defender dos críticos à sua
atuação nas redes sociais do PT. A empresa se tornou alvo de ataques
internos por causa de um artigo sem assinatura que foi publicado no
perfil oficial do partido com críticas pessoais ao presidenciável do PSB,
o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Quando a Pepper
assumiu as redes sociais petistas, o perfil da presidente Dilma, candidata
à reeleição, tinha pouco mais de 13 mil curtidores. Hoje, passa de 200 mil.
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr
Dilma retribui
apoio de um
aliado fiel
Lenha de Cesar
Sócio de hotel volta a ter problemas
O vereador do Rio Cesar Maia
(DEM) divulgou uma entrevista com
um deputado do PSB. Anônimo, o
parlamentar acusa Aécio Neves de
ter falado contra o rompimento da
aliança PSB-PSDB em São Paulo
para criar atrito entre Eduardo
Campos e Marina. O PSDB hesita
em apoiar Cesar ao governo do Rio.
O empresário Paulo Masci de Abreu - que no mês passado ofereceu
emprego no hotel Saint Peter ao ex-ministro José Dirceu, condenado no
mensalão - agora é alvo do MPF. O político desistiu do trabalho depois da
revelação de que o principal sócio da empresa era um “laranja” do
Panamá. Agora, Abreu é acusado de prática monopolista e de usar
concessões de cidades próximas a São Paulo para transmitir para a capital.
Com aquisições e concessões próprias, ele concentrou uma dezena de
rádios só na Grande São Paulo. O império foi acumulado em 40 anos.
Jefferson Dias, procurador da República, quer que o governo fiscalize.
CARTAS
Vice-governador do Rio,
depois do descarrilamento
de um trem da SuperVia que
causou caos no transporte
O governador do Amazonas,
Omar Aziz (PSD), anunciou
ontem que a presidente Dilma
Rousseff confirmou a ele, pelo
telefone, que irá ao Estado para
a inauguração da Arena
Amazônia, um dos estádios da
Copa do Mundo. Favorito à
reeleição, ele tem sido assediado
por políticos ligados a outros
presidenciáveis, mas reafirma o
seu apoio à petista.
Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ).
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Diversão familiar
é prejudicada por
alta de preços
Mobilidade poderia
ser favorecida por
eventos
Postura política
mostra pouco valor
dado ao povo
Alimentação daqui a pouco
vai ficar inacessível como um
programa em família. Qualquer
conta está ficando exorbitante.
E não estou falando de lugares
refinados e sim de fast food. Esta
alta crescente dos preços vai não
só pressionar a inflação como
o orçamento familiar. Vamos
ter que escolher entre nos divertir
ou nos alimentar nas ruas.
Transporte coletivo nunca foi
prioridade em governo algum,
ainda mais ferroviário. Mas se os
políticos fossem espertos,
aproveitariam esta época de
Copa e Olimpíadas para dar uma
solução nesta situação. Os
visitantes vão precisar se deslocar
com segurança e conforto pela
cidade. Ou os turistas vão todos
andar de táxi?
A ironia e os sorrisos com que
as autoridades trataram o dia
de caos urbano nos transportes
do Rio, na quarta-feira, são
emblemáticos. Mostra a faceta
colonial de grande parte das
lideranças governamentais do
país que, dentro de seus
privilégios nas altas funções
públicas, pouco se importam com
o sofrimento das massas.
Susana Guimarães
Mauro de Sá
José de Anchieta Almeida
Niterói, RJ
Rio de Janeiro, RJ
Rio de Janeiro, RJ
INDICADORES
A Bovespa caiu forte ontem, após dados apontarem contração da
indústria da China e a gestora de fundos Pimco aconselhar investidores
a serem cautelosos com o Brasil. O giro financeiro totalizou R$ 6,8 bi.
TAXAS DE CÂMBIO
▲ Dólar comercial (R$ / US$)
COMPRA
VENDA
2,4010
2,4030
▲ Euro (R$ / E)
3,2816
3,2841
JUROS
■ Selic (ao ano)
META
EFETIVA
BOLSAS
▼ Bovespa - São Paulo
▼ Dow Jones - Nova York
▼ FTSE 100 - Londres
10,5%
10,4%
VAR. %
ÍNDICES
1,99
48.320,00
1,07
16.198,06
0,78
6.773,28
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 3
▲
BRASIL
Divulgação
JOGOS OLÍMPICOS
Orçamento deve subir em R$ 2,5 bi
O orçamento operacional do comitê organizador dos Jogos
Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro será de cerca de R$ 7 bilhões,
um acréscimo de mais de R$ 2,5 bilhões reais em relação à
estimativa inicial, disse à Reuters uma fonte próxima ao assunto.
O aporte da União, inicialmente estimado em R$ 1,4 bilhão, também
deverá ser elevado para R$ 1,9 bilhão. Reuters
Editor: Paulo Henrique de Noronha
Thomas Hodel/Reuters
[email protected]
“
O governo
brasileiro tem
todo o empenho
para ter a
Copa das Copas.
Podem vir ao Brasil,
serão recebidos
de braços abertos
pelo povo brasileiro”
Dilma Rousseff
Presidenta do Brasil
governo brasileiro tem demonstrado seu compromisso com a estabilidade e a manuntenção de uma
política fiscal austera”.
Dilma Rousseff inicia sua
visita com a Copa na agenda
Dilma também está na Suíça, mas começou sua visita em Zurique falando de Copa do Mundo com o presidente da Fifa, Joseph Blatter
Mantega: ‘Não haverá
novas desonerações’
Em Davos, no Forum Econômico Mundial, ministro rechaçou a ameaça da fuga de capitais
de investidores dos países emergentes: “Não acredito em crise de meia-idade dos Brics”
Redação
[email protected]
Em suas primeiras declarações no
Forum Econômico Mundial em
Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu
ontem que não haverá novas desonerações tributárias. “Neste momento, não vemos necessidade de
reeditarmos desonerações”, afirmou Mantega, assegurou, entretanto, que a desoneração sobre a
folha de pagamentos das empresas vai ser mantida.
O ministro disse que o controle
da inflação continua sendo a prioridade para o governo brasileiro e,
em relação à política fiscal — um
ponto muito criticado por analistas financeiros — afirmou que o
novo alvo de meta de superávit primário a ser perseguido pelo governo será definido em fevereiro, jun-
tamente com o anúncio do montante de contingenciamento de
verba pública em 2014.
Em debate sobre os Brics
(além do Brasil, integram o grupo
dos emergentes Rússia, Índia,
China e África do Sul), Mantega
descartouo risco de uma crise provocada por uma temida fuga de investidores. “Não acredito que haja crise de meia-idade dos Brics”,
disse Mantega, enfático, acrescentando que a crise é mundial e
afetou a todos, não só os emergentes. “Os países avançados provocaram esta crise e estão em vias
de recuperação. O comércio crescia, antes da crise, a um nível de
6%, 7% ao ano. Acho que daqui
para a frente, com a recuperação
do comércio, voltará a crescer
4% a 5%”, acrescentou o ministro, durante debate sobre a economia dos Brics, no início da tarde.
Para Mantega, a
recuperação dos
EUA pode provocar
problemas cambiais
para os emergentes no
curto prazo, mas a
recuperação da maior
economia do mundo
será benéfica aos Brics
Mantega disse acreditar que os
Brics continuarão a liderar o crescimento da economia mundial,
mas, para que isso ocorra, ressaltou que é preciso que os países desenvolvidos façam mudanças importantes nos seus modelos de
crescimento.
Para o ministro, a recuperação
dos Estados Unidos pode provocar problemas cambiais para as
economias emergentes no curto
prazo, mas, a seguir, a recuperação da maior economia do mundo
será benéfica para os Brics.
Na véspera, o presidente do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, havia dito em Davos não acreditar que o
Brasil venha a ser rebaixado pelas
agências de classificação de risco:
“Não há razões objetivas para o
Brasil sofrer um rebaixamento. O
Apenas hoje a presidenta Dilma
Rousseff participará do Forum
Econômico Mundial, com um discurso no qual tentará ressaltar os
avanços da economia brasileira,
para criar um clima de confiança
dos investidores.
A presidenta chegou ontem à
Suíça, mas não foi direto a Davos.
Em Zurique, ela se reuniu com o
presidente da Fifa, Joseph Blatter,
para discutir a preparação do Brasil para a Copa do Mundo. Dilma
assegurou a Blatter que o governo
brasileiro está empenhado em realizar todas as obras para a Copa e
que o país está preparado para receber o evento deste ano.
“O governo brasileiro tem todo o empenho para ter a Copa das
Copas. Os estádios, os aeroportos, os portos, teremos todas as
obras para que sejamos um país
que recebe bem. Podem vir ao Brasil, serão recebidos de braços
abertos pelo povo brasileiro”, afirmou Dilma na sede da Fifa.
No início deste mês, Blatter disse a um jornal suíço que o Brasil começou muito tarde a se preparar
para o Mundial e que é o país com
mais atrasos na preparação para
uma Copa do Mundo desde 1975.
O Brasil sofre com diversos
atrasos, tanto nas obras de infraestrutura quanto na construção e reforma de arenas. Dos 12 estádios do Mundial, somente dois
foram inaugurados dentro do prazo e o palco de abertura do torneio, em São Paulo, só ficará pronto em abril, dois meses antes da
competição. Na terça-feira, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, visitou a Arena da Baixada
em Curitiba e manifestou forte
preocupação com o atraso das
obras, que podem levar à suspensão de jogos naquela cidade. com
ABr, Reuters e Bloomberg
4 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
▲
BRASIL
ENTREVISTA RANDOLFE RODRIGUES Senador (AP) e candidato do Psol à Presidência da República
Eduardo Miranda,
Paulo Henrique de Noronha e
Rozane Monteiro (O Dia)
[email protected]
Qual é a opinião do sr. sobre as
políticas de combate à inflação?
A ótica do governo nos últimos
20 anos é a de que se aumentam
os juros para frear a inflação e para diminuir a oferta. Ou seja, para que as pessoas comprem menos. Nós queremos apostar no
aumento do consumo.
Mas o governo também
aposta no aumento do
consumo interno...
Essa é a mesma ótica na qual
apostamos desde 2002, no projeto de Lula, quando éramos do
PT. Continuamos acreditando
no consumo. Já a prática do governo, hoje, não condiz mais
com isso. A segunda maior taxa
de juros do planeta advoga contra o consumo interno, contra o
grande mercado de massas que
o Brasil pode ser. Quero apostar
no inverso: diminuir os juros,
aquecer a economia e incrementar a produção para combater a
inflação. O governo quer inibir a
felicidade das pessoas pedindo
que elas consumam menos.
‘APOSTAMOS
NO AUMENTO
DO CONSUMO,
NÃO DOS JUROS’
Candidato do Psol à Presidência da República, Randolfe Rodrigues é forte crítico da política de juros altos do governo Dilma Rousseff para conter a inflação.
Em entrevista ao Brasil Econômico, o senador do Amapá afirma que é preciso
baixar os juros para aumentar a concorrência e a oferta de produtos ao consumidor. “O governo quer inibir a felicidade das pessoas pedindo que elas consumam menos. Quero acreditar no inverso”. Defensor da reforma agrária, Randolfe diz que o país ficou refém do agronegócio e que a exportação baseada em
commodities é um atraso. “Estamos voltando a um modelo de exportação dos
anos 60. Isso é assustador para um país que está entre as dez maiores economias
do planeta”, argumenta. Randolfe defende o fim da doação de empresas nas
campanhas políticas e garante que pode governar sem o PMDB: “É possível e é
necessário governar sem ele. Há outras formas de governabilidade”.
E a inflação?
A inflação pode ser inibida com
uma regra clara e elementar do
mercado capitalista: a concorrência. Nos Estados Unidos, a inflação é coibida pela livre concorrência. Na concorrência de
ofertar o melhor preço, as empresas estabelecem o menor patamar de inflação. Aqui, importamos um modelo pronto de ter
meta de inflação, superávit primário e alta taxa de juros. A única forma de não ter a inflação,
então, é a infelicidade. É com o
pai dizendo ao filho que não poderá comprar o Playstation que
ele pediu de aniversário.
E o que o governo pode fazer
para aumentar a concorrência?
Reduzir a taxa de juros e aumentar a produção. Uma coisa leva à
outra. O governo colocou na cabeça da população que quem comanda a taxa de juros é o mercado. Isso não é verdade. Quem designa os diretores do Banco Central e as autoridades monetárias
é a presidenta da República. A
presidenta torce para que a taxa
de juros não suba, mas os analistas do Copom, designados por
ela, só veem o que o mercado define. A partir daí, eles aumentam a taxa de juros para atender
ao capital financeiro. Se fosse para atender ao capital produtivo,
não aumentariam a taxa de juros. A independência, portanto,
já existe, falta institucionalizála. Nunca ouvi dizer que prevaleceu a vontade do Estado Nacional numa reunião do Copom.
Não existe definição ousada no
sentido de baixar a taxa de juros
para aumentar a produção.
O governo Dilma têm sucesso
na área social. Qual é a visão do
Psol sobre essas políticas?
O Bolsa Família, por exemplo, é
um programa de transferência
de renda, mas ele transfere apenas 0,3% do PIB. É um programa importante no combate à miséria, mas não tem sustentabilidade nesse combate. Um grande programa de combate à miséria é a seguridade social. A previdência pública transfere 8% do
PIB para a distribuição de renda.
Esse programa só foi incluído na
constituição porque, na época,
o salário-mínimo não tinha muito poder de compra.
De que maneira se faz isso?
A previdência pública tem que
ser reconstituída, como acontece nos países democráticos. A
Europa constituiu, ao longo das
décadas de 60 e 70, um estado
de bem-estar social a partir de
uma previdência pública forte.
Demos um passo importante
em 1988, quando incorporamos
os trabalhadores rurais nela. A
Bolsa é importante para o combate à miséria, mas não é um programa sustentável. Não houve
consolidação da chamada classe
média. Temos que pensar em
programas de transferência de
renda e geração concreta de emprego, aquecendo a economia.
Se a gente acompanhar a balança comercial dos anos 60 para
cá, veremos que ela tem o formato de um peixe. Tínhamos um
modelo baseado na exportação
de commodities e, em pleno século 21, estamos voltando a ele.
É assustador um país que está entre as dez maiores economias do
planeta ter um modelo de exportação baseado em commodities.
Não estamos acumulando nem
distribuindo riquezas.
A presidenta Dilma Rousseff
desonerou impostos, criou o
programa Inovar-Auto e, para
qualificar a mão de obra para a
indústria, criou o Pronatec.
Esse é o caminho?
Programinha no varejo sem acertar no atacado não resolverá o
problema. Não adianta tudo isso
se não baixarmos os juros, se
não houver espírito de competi-
“
O governo colocou na
cabeça da população
que quem comanda a
taxa de juros é o
mercado. Isso não é
verdade. Quem designa
os diretores do Banco
Central é a presidenta
da República”
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 5
Divulgação
AUTOPEÇAS
Importações de Coreia e México disparam
As importações de autopeças da Coreia do Sul e do México
aumentaram consideravelmente de janeiro a novembro de 2013 —
53% e 48%, respectivamente, sobre o mesmo período em 2012,
segundo o Sindipeças, sindicato da indústria nacional de autopeças.
Em valores absolutos, as importações da Coreia do Sul somaram
US$ 1,5 bilhão e as do México, US$ 745 milhões. iG
Fabio Gonçalves
“
O governo Dilma
assentou menos que o
último governo da
ditadura. Somos um
dos países com maior
concentração de
latifúndios e isso tem
relação direta com o
preço dos alimentos”
forma da constituição”. Em resposta aos que diziam que ele queria instaurar uma república socialista, ele chamou a atenção
para o fato de todas as nações capitalistas terem feito a reforma
agrária, o Japão do pós-guerra,
os Estados Unidos com sua industrialização e a Europa. O governo da presidenta Dilma assentou menos que o último governo da ditadura. Somos um
dos países com maior concentração de latifúndios e isso tem relação direta com o preço dos alimentos. Com a reforma agrária
é possível retirar a especulação
sobre esses preços. Os meus colegas do Congresso que representqam o agronegócio são os parlamentares mais felizes que encontro. A escolha do governo é estar
ao lado deles.
te pode dizer ao povo brasileiro
que queremos governar sem o
PMDB, e isso é viável se o presidente da República estabelece
um diálogo com a população.
Além disso, acredito na expressão da vontade popular na eleição para governadores, senadores e deputados do Psol.
O sr. acha que o governo do PT
deixou de ser de esquerda?
O cientista político Jairo Nicolau
disse, em entrevista ao Brasil
Econômico, que apenas cerca
de 15% dos eleitores levam em
conta os conceitos de esquerda e
direita na hora de votar.
A maioria pensa, primeiro,
no seu próprio bolso...
Em 2002, pelo conjunto das variadas forças que levaram Lula
ao poder, esse espírito da esquerda esteve em disputa. Mas, hoje,
temos convicção de que houve
uma opção clara pela velha política, pelo agronegócio e pelo
cumpliciamento com empreiteiras. Fui membro da CPI que identificou os negócios de Carlinhos
Cachoeira e da empreiteira Delta. Essas foram as maiores vergonhas da história do Congresso
Nacional, mas, para mim, elas tiveram um sentido didático, porque eu compreendi, detalhadamente, como funcionam as entranhas desse cumpliciamento
do público com o privado. O governo se converteu a esse jogo e,
agora, acha normal a governabilidade instaurada pelo PMDB.
ção na indústria. Estamos num
ciclo fadado a não ter o dia seguinte. Não temos a geração de
empregos sustentáveis, os últimos números apresentam uma
retração do emprego, estamos
com sinais constantes de retração da economia, com média de
crescimento inferior a 2% ao
ano, voltamos a ser uma economia agrário-exportadora e,
pior, nos orgulhamos disso.
Aliás, somos um dos poucos países das três Américas que ainda
não fez a reforma agrária.
Mas ainda há espaço para
uma reforma agrária?
Não temos espaço, temos necessidade. O discurso do presidente João Goulart, no dia 13 de março de 1964, no comício da Central do Brasil, é atual. Ele dizia:
“Ficam desapropriados todos os
latifúndios à beira das rodovias
federais. Essa não é a reforma
agrária que o povo brasileiro
quer e precisa. Essa, só com a re-
O senhor já foi chamado de
“ala light” do Psol. Existe a ala
radical e a ala light no partido?
Ainda bem que há divergências
no Psol. Não temos a tradição
das estruturas políticas fechadas, herméticas, de pensamento único. No Brasil, uma estrutura de esquerda fechada, não dá
certo. Mas nossa candidatura é à
esquerda. Mais à nossa esquerda, só o precipício.
Nós defendemos a esquerda
com convicção. Do ponto de vista das campanhas, porém, isso
está cada vez mais longe da percepção do eleitor. Acreditamos
em justiça social, em igualdade,
em reforma agrária.
Como é que se governa sem
o PMDB, chamado por alguns
de partido moderador?
Com exceção do senador Pedro
Simon (RS) — que, inclusive só
chama o partido de MDB (em
alusão à legenda que abrigou os
opositores do regime militar) —
além de outros poucos peemedebistas, o PMDB orgânico não terá espaço em nossa governabilidade. A chance que o povo brasileiro nos dará de governar o Brasil é a chance de governar o país
sem o PMDB.
Mas o sr. acha viável, no nosso
sistema partidário, governar
sem o PMDB na base aliada?
É possível e é necessário governar sem ele. Há outras formas de
governabilidade. Governar com
o PMDB significa entregar a Petrobras, os ministérios, os contratos milionários e entregar o
governo às empreiteiras. A gen-
“
Governar com
o PMDB significa
entregar a
Petrobras,
os ministérios,
os contratos
milionários e
entregar o governo
às empreiteiras”
6 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
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BRASIL
ENTREVISTA RANDOLFE RODRIGUES Senador (AP) e candidato do Psol à Presidência da República
‘SE O POVO QUER SE VER LIVRE DE
SARNEY E RENAN, É A NOSSA VIA’
Fabio Gonçalves
O Psol não teme que o partido,
ao chegar ao poder, passe pelas
mesmas transformações pelas
quais passou o PT?
PMDB, do Sarney e do Renan,
essa é a nossa via.
Qual é a opinião do senhor sobre
o futuro da chapa de Eduardo
Campos com Marina Silva?
Se fosse assim, poderíamos ter ficado no PT. Teria sido o caminho
mais cômodo. Todos nós já estaríamos em quadros e cargos federais. Vamos apresentar como credencial a nossa prática, e não apenas palavras. Quando migrei do
PT para o Psol, eu tinha a reeleição para deputado estadual assegurada. O Psol não obteve quociente eleitoral para a minha reeleição e não me reelegi em 2006.
Um não tem nada a ver com o outro. Me lembra aquela música
dos Engenheiros do Hawaii: “Eu
presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada”.
Marina esteve comigo na luta
contra o Código Florestal, se
identifica com nossas bandeiras
em defesa do meio ambiente,
dos índios e dos sem-terra. O
PSB estava do outro lado, o
Eduardo conversava com o (deputado federal e líder ruralista)
Ronaldo Caiado (DEM-GO) até
a véspera. Marina apareceu no
palanque dele da noite para o
dia. Essa aliança não prospera.
O que o sr. acha da reforma
política e do financiamento
privado de campanhas
eleitorais?
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), felizmente, moveu
uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo
Tribunal Federal pelo fim do financiamento das campanhas pelas empresas. A Câmara está
pressionando o STF para decidir
pelo contrário. Quero organizar
um grupo de parlamentares para visitar o Supremo, na contramão do que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB), está fazendo. Se o STF
proibir o financiamento já neste
ano, teremos dado um enorme
passo republicano.
E Marina na cabeça da chapa?
A ordem dos fatores não altera o
produto. Há mais contradições
do que convergências. Na intimidade da urna, conhecendo Marina como conheço, acho que ela
votará em mim. É comigo que
ela tem mais identidade.
O sr. poderia resumir as
bandeiras do Psol para a
campanha presidencial?
Mas isso não vai estimular
ainda mais o caixa 2?
Acreditamos na lei. O que é fora
da lei sempre corre o risco de ser
pego, de ser denunciado. Vai ficar escandaloso ostentar uma
grande campanha se você tiver
a possibilidade de doações somente de pessoas físicas, e com
teto estabelecido. O caixa 2 ficará muito evidente. Ficará mais
fácil saber quem doou a viagem
de jatinho aos candidatos.
E quanto à reforma política?
Defendemos uma reforma política que amplie a participação popular. Os grandes avanços no
texto constitucional de reforma
política vieram da iniciativa popular de lei. É o caso, por exemplo, da Ficha Limpa. A gente pode avançar com a introdução da
revogação popular de mandato.
E com a aceitação de assinaturas
eletrônicas nas propostas de
emendas populares.
Voto facultativo e candidatura
avulsa entrariam na reforma?
Acho, particularmente, que candidatura avulsa enfraquece o sistema partidário. Temos uma cultura muito personalista e a candidatura avulsa só reforçaria ainda mais esse personalismo.
Quanto ao voto facultativo, gosto de citar o Frei Betto: “Se é para facultar o voto, então vamos
facultar, também, os impostos”. Além disso, na prática, nós
já temos um voto facultativo
diante da multa muito pequena
que se paga por não votar.
E o voto distrital?
É um instrumento que aumenta o representante e o repre-
“
Na intimidade da urna,
conhecendo Marina
como conheço, acho
que ela votará em mim.
É comigo que ela tem
mais identidade.
Essa aliança dela com
Eduardo Campos (PSB)
não prospera”
sentado, mas há uma contradição: também diminui as possibilidades de minorias parlamentares. E não existe democracia sem minoria parlamentar. Vejo o distrital misto como uma alternativa para tentarmos construir uma aproximação entre o representante e
o representado e para a manutenção da representação proporcional.
Falando na eleição deste ano,
como será a aliança do Psol em
nível nacional e nos estados?
O foco nacional de alianças é
com o PSTU e o PCB, com
quem já estamos conversando.
Nos estados, as alianças que saírem do foco da agenda nacional serão analisadas. Se o povo
brasileiro quer se ver livre do
A primeira é a mobilidade urbana, com tarifa zero no transporte coletivo. Essa pauta não é dos
municípios, tem que ser responsabilidade da União. Falei para
Dilma que ela deveria enfrentar
a máfia das empresas de ônibus
nas cidades. Outra demanda das
manifestações de junho foi a saúde pública. O governo respondeu com o Mais Médicos, mas é
insuficiente. Precisamos de
mais médicos bem remunerados. É fundamental ampliar o orçamento da saúde pública.
Quanto à educação, ela precisa
ser, na prática, federalizada. O
maior custo, hoje, é assumido
por estados e municípios. A
União não arca com sua responsabilidade. E tem a questão dos
juros altos, que combatemos.
Quem será a vice da sua chapa?
Convidei a (ex-deputada federal) Luciana Genro (Psol-RS).
Teremos uma resposta até o dia
20 de fevereiro.
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 7
Severino Silva
TRENS URBANOS
MP quer multar SuperVia em R$ 300 mil
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) enviará à
Justiça Estadual dossiê sobre o descumprimento, pela SuperVia, de
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), com multas previstas de
até R$ 300 mil, por causa do descarrilamento de trens anteontem. O
acidente provocou uma pane que durou mais de 13 horas e deixou
milhares de pessoas sem o transporte na quarta-feira. ABr
2014 inicia com inflação baixa
Prévia do índice oficial de janeiro, o IPCA-15 de 0,67% veio abaixo das expectativas dos economistas, que foram
obrigados a rever suas projeções. Para alguns deles, no entanto, o Banco Central continuará elevando os juros
Rafael Neddermeyer
Fernanda Nunes
[email protected]
O ano de 2014 iniciou surpreendendo o mercado. O primeiro indicador de inflação divulgado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) — uma prévia do indicador oficial, o IPCA — veio bem
abaixo das expectativas. A taxa de
0,67% de janeiro foi 0,08 ponto
percentual inferior à de dezembro
(0,75%) e também menor que a
de janeiro de 2013 (0,88%).
A surpresa partiu da variação
dos preços do grupo transporte,
que em dezembro havia avançado
1,17% e em janeiro ficou em
0,43%, por causa, principalmente, da queda das passagens aéreas.
Sozinho, esse item contribuiu para desacelerar a inflação em 0,10
ponto percentual.
“Um janeiro de inflação baixa
pode ser um indicativo de um trimestre de preços menores”, projeta o economista da PUC-Rio e da
Opus Investimento, José Márcio
Camargo.
O resultado do IPCA-15 levou o
Itaú a rever a sua projeção para o
IPCA fechado deste mês, de
0,77% para 0,64%. Em 12 meses,
segundo o banco, a inflação deverá acumular 5,68%, ante 5,91% registrados em dezembro.
Em seu relatório, o banco ressaltou ainda como fator positivo
que “os núcleos da inflação variaram menos que o esperado, assim
como os serviços”, fatores que
contribuíram para a revisão das
projeções do Itaú. Da mesma forma, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro
e de Capitais (Anbima) reviu sua
expectativa para o fechamento do
IPCA de 0,73% para 0,64%.
Camargo chama atenção para a
leitura do índice de difusão — que
contabiliza, entre os itens que
compõem a pesquisa, aqueles que
tiveram seus preços elevados. O
índice acelerou para 75% (ante
70,1% em dezembro), dado que
motivou o economista da Opus Investimento a afirmar que o retrato
da inflação pelo IPCA-15 não é tão
positivo como pode parecer à primeira vista, mas, sim, marcado
por quedas de preços de itens pontuais, sem refletir o comportamento do conjunto dos preços.
“Olhando o índice por dentro, é
possível perceber que há pressões
inflacionárias importantes, como
a dos serviços, que ainda está muito alta. Há ainda os preços adminis-
“
Um janeiro de inflação
baixa pode ser um
indicativo de que
a variação dos preços
no primeiro trimestre
deste ano será menor
do que a que estava
sendo esperada
pelo mercado”
José Márcio Camargo
Economista da Opus Investimento
As passagens aéreas foram o item que mais contribuiu para a perda de ritmo da inflação em janeiro
“
Apesar do bom
resultado, o IPCA-15
está ligeiramente acima
da média dos meses
de janeiro da década,
o que demonstra
que ainda não há
uma desaceleração
propriamente dita”
André Perfeito
Economista da Gradual
trados, contidos no ano passado,
que poderão ser recompostos neste ano. E, se o real continuar se desvalorização frente ao dólar, os preços dos bens comercializáveis tendem a subir”, argumenta.
O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, acrescenta que “apesar do
bom resultado, a taxa de janeiro
está ligeiramente acima da média dos meses de janeiro dos últimos dez anos, o que aponta que
ainda não há uma desaceleração
da inflação propriamente dita”.
Com base nessa premissa, ele
aposta que o Banco Central conti-
nuará o processo de elevação da
taxa básica de juros, a Selic, na
próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “O
Banco Central tem feito um trabalho muito correto num ambiente
tão adverso”, afirma.
O IPCA-15 revela que os preços
administrados (passíveis de controle pelo governo) subiram
0,73% e os livres, 0,65%. A principal contribuição para a inflação
dos preços livres partiu dos bens
comercializáveis (0,76%), enquanto os não comercializáveis
(voltados exclusivamente ao mercado interno) variaram 0,56%.
Os preços dos alimentos e bebidas, tradicionalmente mais
elevados nessa época do ano,
quando o clima prejudica a cultura de hortaliças e legumes,
não vieram tão altos quanto o esperado, segundo o Itaú. Ainda
assim, a taxa de 0,96% do grupo
de alimentação e bebida representou o segundo maior impacto na formação do índice fechado do IPCA-15, com contribuição de 0,24%.
Depois da gasolina, que ficou
2,90%, a carne foi o item de maior
impacto individual na prévia da inflação oficial, tendo crescido
3,91%. Em seguida, as principais
altas do grupo alimentação partiram das variações de preços da cenoura (16,30%), cebola (14,33%)
e frutas (4,34%).
Entre os nove grupos que compõem o IPCA-15, o mais elevado
foi o de despesas pessoais, com alta de 1,31%, ante 1,18% no mês anterior. Dos itens do grupo, a maior
variação foi a de excursões
(9,45%), seguida de cigarro
(3,62%) e cabeleireiro (1,36%).
8 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
▲
BRASIL
Paulo Araújo
RFR LOG LOGÍSTICA S.A.
(Em Constituição)
ATA DE ASSEMBLEIA DE CONSTITUIÇÃO DA S.A. DE CAPITAL FECHADO.
Aos 14/10/2013, às 10h, reuniram-se em 1ª convocação, em Indaiatuba, SP, na Rua
Jânio Jeferson dos Santos, s/n, Qd.A, Lt.13, Loteamento Comercial João Narezi, em
Assembleia Geral, com o propósito de constituir uma S.A. de capital fechado, a totalidade dos subscritores do capital da sociedade RFR LOG Logística S.A. (“Cia.”),
Cia., Anexo I desta Ata, nos termos do art.87 da Lei 6.404/76, de acordo com o que
crição. Por aclamação, o fundador Sr. Américo de Moraes Filho, brasileiro, divorcia
!""#!$%& ' " #!& #! %#*"# do naAv. ClavásioAlves da Silva, 341, apto. 21, bl.B, Limão, São Paulo, SP, assumiu
a presidência desta reunião, indicando e convidando para secretária a Sra. Marcia
Aparecida Castilho Gonzalez, brasileira, fonoaudióloga, divorciada, RG 6.763.700
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55, apto. 2.002, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP. O Sr. Presidente deu então por
instalada a Assembleia Geral, na qual dispensou-se a indicação das convocações
dos subscritores, uma vez que todos estavam presentes, nos termos do §4º do
art.124 da Lei 6.404/76. O Sr. Presidente, em seguida, declarou que tinha em mãos
o projeto do Estatuto Social da Cia., devidamente assinado por todos os subscritores
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* < desse à leitura do projeto do Estatuto Social e, não havendo quem pedisse a palavra,
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;toria da Cia.. O Sr. Presidente, então, fez uma breve explicação de como funcionaria
esta eleição, esclarecendo que cada subscritor deveria assinar a sua cédula, para
que pudessem ser computados os votos, já que cada ação dava direito a 1 voto.Após
a explicação do Sr. Presidente sobre a votação, os subscritores fundadores decidi F $ F>
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outras 6 posições de diretores vagas, nos termos do Estatuto Social. Em continuida :
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critores, em número de 2, tinham votado. O Sr. Presidente passou a ler, em voz alta,
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aprovado. Inicialmente foi proposta a remuneração global, no valor mínimo legal para
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bros presentes, eleitos para os cargos eletivos, declaram individualmente, sob as
penas da lei, não estarem impedidos, por lei especial, de exercerem a administração
da sociedade e nem condenados ou sob efeitos de condenação, a pena que vede,
ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de
prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular,
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contra as relações de consumo, a fé pública, ou a propriedade. Cumpridas as formalidades legais, o Sr. Presidente ressaltou que, conforme discriminado no documento
Anexo I a esta Ata, os acionistas fundadores subscreveram capital social no valor de
R$1.240.000,00, dividido em 1.240.000 ações ON, sem valor nominal, com o preço
de emissão de R$1,00 por ação, a ser integralizado 10% por meio de moeda corren T 5$ >
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M RFR LOG Logística S.A., cujo
objeto social é o transporte rodoviário de cargas, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, interestadual e internacional, e a participação societária em
outras sociedades, empresárias ou simples, nacionais ou estrangeiras, como sócia,
acionista ou quotista e a participação em outros empreendimentos, de qualquer natureza, por qualquer forma juridicamente possível. Nada mais havendo a deliberar,
suspendeu-se a sessão para que fosse feita a lavratura desta Ata, em 2 vias de igual
< T + : F! Wnada a lavratura foi reaberta a sessão pelo Sr. Presidente, o qual solicitou a mim,
Secretária, para ler esta ata, que aprovada, vai assinada por mim, pelo Sr. Presiden H ! tendo o outro o seu destino legal, qual seja, o registro de comércio. SP, 14/10/13.
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Responsável. Anexo I. Lista dos Acionistas Fundadores e Subscritores do Ca ! " #$% T
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!, sociedade Ltda., CNPJ
07.100.026/0001-50, com sede na Rua José Marques Prata, 105, Vila Palácio, Gua:
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! Marcia Aparecida Castilho Gonzalez w 5!$$&!"%% ' 99{ ' 5$y!%%%] W
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1.240.000 / 100% / 124.000. Anexo II. Estatuto Social. Capítulo I. Denominação,
Sede, Objeto e Duração. Art.1º. A sociedade operará sob a denominação RFR
LOG Logística S.A. (a “Cia.”) e será regida pelo presente Estatuto Social, pela Lei
6.404/76 (“Lei das S.A.”), por acordos de acionistas arquivados na sede da Cia. e
pelas demais disposições legais aplicáveis. Art.2°.ACia. tem foro em Indaiatuba, SP,
e sede na Rua Jânio Jeferson dos Santos, s/n, Qd. A, Lt. 13, CEP 13.347-407. A Cia.
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F< liais, subsidiárias ou escritórios, no território nacional ou no exterior. Art.3°.ACia. tem
por objeto o transporte rodoviário de cargas, exceto produtos perigosos e mudanças,
intermunicipal, interestadual e internacional, e a participação societária em outras
sociedades, empresárias ou simples, nacionais ou estrangeiras, como sócia, acionista ou quotista e a participação em outros empreendimentos, de qualquer natureza, por qualquer forma juridicamente possível. Art.4°. A Cia. tem prazo indeterminado de duração.Capítulo II. Capital Social. Art.5°. O capital social da Cia. subscrito é
de R$1.240.000,00, equivalente a 1.240.000 ações ON, sem valor nominal. Art.6º.
As ações são indivisíveis em relação à Cia.. Cada ação ordinária dá ao seu titular o
direito a 1 voto nas deliberações das Assembleias Gerais. Art.7º. As ações serão
registradas no Livro de Registro de Ações Nominativas da Cia.. Art.8º. AAssembleia
Geral pode alterar, a seu critério, o valor do capital social e criar ações de outras espécies ou classes. Ainda a critério da Assembleia Geral, a integralização de novas
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bens, obedecidas as formalidades legais. Art.9º. A Cia., mediante deliberação da
€  * Y-las em tesouraria para posterior alienação. Capítulo III. Assembleia Geral. Art.10.
A Assembleia Geral reunir-se-á, ordinariamente, dentro dos 4 meses seguintes ao
término do exercício social e, extraordinariamente, sempre que o interesse social
assim demandar. As Assembleias Gerais serão convocadas, instaladas e deliberarão de acordo com a Lei, com as normas deste Estatuto Social e com o disposto em
acordo de acionistas arquivado na sede da Cia.. Art.11. AGOw de deliberar sobre os seguintes assuntos, dentre outros previstos neste Estatuto e na
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ou constituição de qualquer obrigação sobre ativos da Cia.. Art.13. Sem prejuízo do
atendimento às disposições legais aplicáveis, os acionistas serão convocados para
quaisquer Assembleias Gerais por meio de cartas protocoladas, ou enviadas pelo
correio com aviso de recebimento, as quais deverão ser entregues ou recebidas,
conforme o caso, com antecedência de 8 dias da realização da Assembleia Geral.
Art.14. As AGO/E poderão ser convocadas e realizadas simultaneamente e instrumentadas em ata única, que poderá ser lavrada em forma de sumário. Art.15. AAs ;
Cia., que escolherá, dentre os acionistas presentes, o secretário da Assembleia Geral. Art.16. Os acionistas poderão fazer-se representar nas Assembleias Gerais por
outros acionistas, por administrador da Cia. ou por advogado, desde que haja mandato expresso para tanto. §Único. Os presentes à Assembleia Geral deverão comprovar sua condição de acionista e, se for o caso, a condição de procurador, de
acordo com a lei. Capítulo IV. Administração. Art.17. A administração da Cia. com D ;
! Seção I. Diretoria.Art.18. @ ;
da Cia. será composta de, no mínimo, 2 e, no máximo, 8 diretores sem designação
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quando será dispensado o termo, e serão declarados empossados pela Assembleia
Geral, sendo que os prazos de gestão estender-se-ão até a investidura dos novos
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que acumulará as atribuições do substituído e as suas. §2º. Na vacância de qualquer
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para eleger o sucessor, que completará o mandato do sucedido. §3º. No caso de o
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permanecer no cargo até a posse do novo eleito, que deverá constar de ata no livro
competente. Art.20.;
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seus membros. §Único.  ;
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Y realizar todos e quaisquer atos relativos ao objeto social, exceto aqueles que, de
acordo com este Estatuto Social, acordo de acionistas arquivado na sede da Cia., ou
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a) cumprir e fazer cumprir a Lei, o Estatuto Social, acordo de acionistas arquivado na
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!! Art.22. Em juízo, ativa e
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! Art.23. Compete aos
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ou fora dele, vedado, no entanto, em atividades estranhas ao interesse social. §2º.
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F ou terceiros, bem como obrigar a Cia. em negócios estranhos a seus objetivos, tais
F € de, em autorização dos outros sócios. Capítulo V. Conselho Fiscal. Art.24. A Cia.
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ou quando solicitado pelos acionistas, na forma da Lei. Art.25. Quando instalado, o
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e igual número de suplentes, eleitos pela Assembleia Geral entre pessoas naturais,
residentes e domiciliadas no País, que preencham as exigências contidas no art.162
da Lei 6.404/76. §1º. _ :
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T 1ª Assembleia Geral que se realizar após a sua eleição e poderão ser reeleitos. §2º.
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F H  servado o disposto no art.162, §3º da Lei 6.404/76. §3º. Quando instalado, o Conse:
 : * que convocado por qualquer um dos seus membros. Capítulo VI. Exercício Social,
Lucros e sua Destinação. Art.26. O exercício social coincidirá com o ano civil, iniciando-se em 01/01 e terminando em 31/12 de cada ano. Art.27. No encerramento
do exercício social, será levantado o balanço patrimonial e serão elaboradas as de
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$%{ ] k ‚ !59 59& "!y%y'&"] k 5{ pagamento do dividendo obrigatório, calculado com os ajustes do Art.202 da Lei
6.404/76. Art.28. Por deliberação daAssembleia Geral, a Cia. poderá levantar balanços trimestral ou semestralmente e declarar dividendos intermediários à conta de
lucros acumulados ou reservas de lucros, respeitadas as disposições legais. Art.29.
Por deliberação daAssembleia Geral, a Cia. poderá levantar balanços intermediários
e pagar juros sobre capital próprio aos acionistas. As quantias pagas a título de juros
sobre o capital próprio poderão ser imputadas ao valor dos dividendos obrigatórios
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! Capítulo VII. Liquidação.
Art.30. A Cia. entrará em liquidação nos casos previstos em Lei ou por deliberação
da Assembleia Geral, que estabelecerá a forma de liquidação, e, se for o caso, insta :
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xando-lhes as respectivas remunerações, nos termos da Lei. Capítulo VIII. Do Direito de Recesso. Art.31. Sem prejuízo do disposto na legislação vigente, nos casos
de transformação do tipo jurídico, fusão, cisão, na qualidade de empresa cindida ou
cindenda, ou incorporação, na qualidade de empresa incorporadora ou incorporada,
será conferido direito de recesso ao sócio dissidente, devidamente deliberado em
Assembleia Geral, observando-se, quanto à apuração dos seus direitos e haveres na
Cia., o disposto no art.137 da Lei das S.A.. Capítulo IX. Acordos de Acionistas.
Art.32. Os acordos de acionistas devidamente arquivados na sede da Cia., que,
dentre outras avenças, estabeleçam cláusulas e condições para a alienação de
ações de emissão da Cia., disciplinem o direito de preferência ou regulem o exercício
do direito de voto dos acionistas, serão respeitados pela Cia. e por sua administração. §Único.As obrigações e responsabilidades resultantes de tais acordos de acionistas serão válidas e oponíveis a terceiros tão logo tais acordos tenham sido devidamente averbados nos livros de registro da Cia.. Os administradores da Cia. zelarão
pela observância desses acordos de acionistas e o presidente da Assembleia Geral
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//. Nos casos omissos ou duvidosos do
presente Estatuto Social, aplicar-se-ão o disposto em acordo de acionistas arquiva
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Maior oferta de vagas está em hotéis, restaurantes e shoppings
Temporário
de verão pode
virar emprego
de verdade
Eleições e Copa devem aumentar a
efetivação no setor de asseio e conservação
Redação
[email protected]
Após registrar um aumento de
30% nas contratações temporárias, no final do ano passado, o setor de asseio e conservação sinaliza boas expectativas para 2014. Em função das
eleições e da realização da Copa do Mundo no país, os períodos de pico não devem se restringir ao começo e ao final de
ano. Portanto, há a possibilidade de uma parcela considerável dos funcionários contratados para suprir o aumento da
demanda no verão serem efetivados no fim do período.
Presidente da Federação
Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental
(Febrac), Ricardo Garcia, afirma que o crescimento das contratações no setor está relacionado a uma busca das companhias pela descentralização
dos serviços.
“As empresas brasileiras estão em um processo de competição muito acirrado, então
precisam buscar ferramentas
de gestão eficientes. Por isso,
a terceirização vem aumentando. O potencial de crescimento é muito maior, mas
não vem se efetivando pelo
momento da economia, de inflação e juros altos, que levam a
uma insegurança dos contratantes em tomar essa decisão”, diz.
Além dos serviços de limpeza,
o setor engloba cargos como recepcionista, jardineiro e porteiro.
As exigências pelo Nível Médio
completo e outros cursos de qualificação são cada vez maiores. Os
estabelecimentos que mais têm
contribuído para o crescimento
da oferta de vagas são hotéis, restaurantes, shoppings e novos aeroportos, na medida em que expandem na mesma proporção do
desenvolvimento da economia e
poder de compra da população.
Para Garcia, ainda não é possível traçar os rumos do setor para
2015 — ano sem eventos esportivos e eleições. Ele pensa que a escolha do próximo presidente da
República será decisiva nesse sentido: “Com a continuidade do PT
no poder, não há perspectivas de
grandes mudanças no cenário. O
partido já assimilou uma forma
de administrar o país, que não está se mostrando eficiente neste
momento. O mundo inteiro está
em crise, mas a forma como o PT
vem gerindo não permite ao Brasil dar um salto, como em direção a uma reforma trabalhista,
tributária, política, que todos sabemos serem necessárias”.
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 9
Divulgação
PRÉ-SAL
Libra terá até US$ 500 mi em 2014
A Petrobras informou ontem que o Comitê Operacional do campo de
Libra, primeiro contrato de partilha de produção de petróleo no país,
aprovou orçamento entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões para
2014. Os recursos serão gastos em atividades exploratórias, como o
reprocessamento de dados sísmicos da área e a perfuração de dois
poços já no segundo semestre do ano. Redação
Dia dos aposentados sem festa
Diferença de remunerações de segurados do INSS e da União revela quanto os benefícios pagos a quem atuou na
iniciativa privada são menores. No INSS, maioria ganha R$ 724; no funcionalismo federal a média é de R$ 4 mil
Henrique Manreza
Aline Salgado
[email protected]
A disparidade de remunerações
colocam em dois extremos os 21
milhões de inativos do Brasil, que
têm hoje, no Dia Nacional do Aposentado, pouco para festejar. De
um lado, 16,7 milhões que recebem benefícios no valor de R$ 724
a R$ 4.390,24. Do outro, os servidores inativos da União, com aposentadorias médias que vão de
R$6.366 a R$ 16.297. As diferenças se explicam, em parte, pelos
melhores salários pagos no funcionalismo e a legislação mais favorável, que por alguns anos permitiu,
inclusive, a paridade entre salários de ativos e inativos. No entanto, essas conquistas vêm sendo limitadas nos últimos anos.
Responsável pelo pagamento de
16,7 milhões de aposentadorias por
mês, com base em estatísticas de
2012 do Ministério da Previdência
Social, o INSS mantém o maior número de benefíciospagosaos profissionais que estão hoje inativos no
país.Desse total, a maioria, 10,8milhões, recebem até umsalário mínimo, que teve um aumento de
6,78%frente aobenefíciodoanoanterior, indo de R$678 para R$724.
Enquanto isso, o restante dos
aposentados — 5,9 milhões — que
recebem acima do piso previdenciário, ganharam um reajuste menor, de apenas 5,56%, estipulado
com base no Índice Nacional de
Preços ao Consumidor (INPC).
Desses, apenas 21 mil têm renda
um pouco mais confortável, recebem acima do piso previdenciário, que com valor reajustado foi
para R$ 4.390,24.
“Sentimos no bolso que a inflação é maior do que aquela concedida como reajuste aos aposentados. Só com essa diferença de aumentos, 372 mil aposentados do
Brasil vão cair de faixa e passarão
a receber um salário mínimo”, critica Warley Martins, presidente
da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap).
Soma-se a isso o fator previdenciário. Como o redutor aumenta
em função da expectativa de vida,
que subiu para 74,6 anos, em 2012
— segundo o IBGE —, os benefícios
de quem se aposentou ou planeja
se aposentar até novembro deste
ano terão um corte de 1,67% a
5,21%, de acordo com o especialista em previdência Newton Conde.
Do outro lado, os servidores públicos inativos da União, incluindo civis e militares, que contabilizam 524.197 pessoas, apresentam
Na administração pública federal, o Judiciário conta com as maiores remunerações pagas. O valor médio dos benefícios é de R$ 16 mil
“
Sentimos no bolso que a
inflação é maior do que
aquela concedida como
reajuste. Só com essa
diferença de aumentos,
372 mil aposentados do
Brasil vão cair de faixa
e passarão a receber
um salário mínimo”
Warley Martins
Presidente da Cobap
condições de vida um pouco melhores. Segundo dados compilados pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), com base no Boletim Estatístico de Pessoal da Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento, os benefícios médios pagos
vão de R$ 6.366, para inativos civis do Executivo, a R$ 16.297, para inativos do Judiciário.
Pedro Palotti, coordenador
substituto da Coordenação-Geral
de Pesquisa da Enap e Alessandro
Freire, assessor técnico, destacam que, apesar da discrepância
entre os benefícios do INSS e do
serviço público, a maioria dos aposentados no funcionalismo ganham próximo do teto previdenciário, no valor de R$ 4.390,24.
A dupla de especialistas esclarece ainda que as diferenças de valores recebidos reflete a maior contribuição dos servidores para a Seguridade Social, frente aos trabalhadores do INSS, que têm a contribuição limitada ao teto. Além disso há uma tradição de melhores salários, em especial, no núcleo duro da administração pública.
“Assim como os salários, os
benefícios variam de acordo
com o órgão e a carreira do servidor.Em carreiras de elite, como na Advo c acia G era l da
União, na Procuradoria Geral
da Fazenda e na Polícia Federal,
os vencimentos são maiores.
São assimetrias que fazem com
que haja discrepâncias inclusive entre Executivo, Legislativo
e Judiciário”, afirmam.
Nos últimos anos, no entanto,
algumas leis vêm limitando os benefícios dos servidores. Em 2003,
a Emenda Constitucional 41 acabou com a paridade de remunerações entre servidores ativos e inativos. Em 2012, foi criada a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do
Poder Executivo, o Funpresp.
Com essa medida, o governo estabeleceu que os novos servidores,
que ingressaram a partir de 2013,
serão submetidos a novas regras
de aposentadoria, que limitam os
benefícios no valor do teto previdenciário da época. Para ter mais
ganhos, eles terão que contribuir
para o fundo de pensão.
ESTATÍSTICAS
16,7 mi
Número de aposentados pelo
INSS, de acordo com dados do
Ministério da Previdência de 2012.
21 mil
Total de aposentados que
continuam trabalhando ou
procurando emprego, segundo
dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad), do
Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
70,8%
Percentual de maiores de 60 anos
que permanecem no mercado
informal de trabalho, segundo
dados da Pnad 2012.
10 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
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EMPRESAS
Editora: Flavia Galembeck
Já aceita no país,
bitcoin ainda é
aposta no futuro
Meio de pagamento enfrenta obstáculos para se popularizar.
São Paulo terá caixa eletrônico para converter reais em moeda virtual
Rodrigo Carro
[email protected]
Criada em 2009, a moeda virtual
bitcoin começa a ser aceita por estabelecimentos comerciais espalhados pelo Brasil. Já é possível
comprar suplementos alimentares e hospedar-se em pousadas
usando a unidade monetária, na
verdade um código alfanumérico
utilizado em transações online.
Só no Rio de Janeiro e em São Paulo, o site www.coinmap.org identifica 15 locais em que a bitcoin
pode custear a aquisição de produtos e serviços.
Oriundos do ramo de informática, Murilo Rocha e seu sócio na
loja Energic Sport Center Suplementos, Victor Silva, enxergaram
no início de 2013 a oportunidade
representada pelas bitcoins, cuja
cotação estava em ascensão. Por
enquanto, trata-se de uma aposta
que ainda não se reverteu em aumento de vendas. “Para o comerciante, é um investimento potencial. A volatilidade da bitcoin é
grande, mas o período é de muitas
notícias positivas”, justifica Rocha. “Uma loja dos Estados Unidos, a Overstock.com, triplicou
as vendas no primeiro dia em que
começou a usar a bitcoin.”
As oscilações na cotação da bitcoin ainda são um obstáculo à ampla aceitação da moeda, destaca
Rodrigo Zeidan, professor de Economia e Finanças da Fundação
Dom Cabral. No ano passado, a bitcoin acumulava até novembro
uma valorização superior a
4.000%. Ontem, por volta das
18h, cada unidade da moeda online valia R$ 1.919,99, de acordo a
cotação do site Mercado Bitcoin.
“Para ser um meio de pagamento
universal, como o dólar americano, a bitcoin precisa ter um valor
razoavelmente previsível”, diz Zeidan. “Um exportador, por exemplo, não vai querer que a moeda
varie muito pois isto pode prejudicar as transações.”
Para o suíço Ueli Schweizer,
proprietário do resort Village Mata Encantada, em Santa Cruz Ca-
“
Para ser um meio de
pagamento universal,
a bitcoin precisa ter
um valor razoavelmente
previsível. Um
exportador não
vai querer que a moeda
varie muito pois isto
pode prejudicar
as transações”
Rodrigo Zeidan
Professor de Economia e Finanças
da Fundação Dom Cabral
brália (BA), a principal vantagem
da bitcoin está na simplicidade, rapidez e segurança das transações.
“Com a bitcoin, não fico dependente de bancos ou governos. Implementamos neste mês de janeiro e, até agora, não realizamos nenhuma transação. Mas resolvi adotar a bitcoin mais por apostar na
ideia e considerá-la positiva, do
que por esperar resultados práticos imediatos”, explica Schweizer. No Hostel Caracol, em Florianópolis (SC), a moeda virtual passou a ser aceita três meses atrás.
“Um smartphone já resolve todo o
problema. Não tem tarifa, é muito
mais vantajosa do que o cartão de
crédito, por exemplo”, argumenta Enzo Baldessar, que presta assessoria ao estabelecimento no
uso deste meio de pagamento.
Como forma de divulgar a
moeda virtual e a própria empresa, a brasileira Mercado
Bitcoin adquiriu de uma
companhia portuguesa um
caixa eletrônico que converte reais em bitcoins. O equipamento estará em funcionamento na Campus Party, evento de inovação tecnológica, internet e entretenimento eletrônico
em rede que será realizado em São Paulo, a partir
do próximo dia 28. Quando iniciou suas atividades, em 2011, a Mercado
Bitcoin se limitava a intermediar operações de câmbio. A partir de agosto do
ano passado, começou a diversificar sua a linha de negócios e
planeja lançar em fevereiro um
“gateway de pagamento” — software que converterá imediatamente para reais o pagamento do
cliente em bitcoins.
“Atualmente, o lojista assume
o risco da oscilação cambial, já
que não pode converter imediatamente o pagamento em reais”,
diz Rodrigo Batista, CEO da Mercado Bitcoin. “Com o uso do gateway, a taxa cobrada do lojista
será de 0,99%, muito menor que
a de um cartão de crédito”. Para
obter bitcoins é necessário baixar um programa no site www.
bitcoin.org e iniciar a “mineração”: o candidato a milionário
virtual precisa quebrar um código alfanumérico complicado para extrair as moedas. Com o nível
de complexidade atual da criptografia utilizada, um usuário doméstico levaria anos para “minerar” algumas bitcoins. “Para os
governos, esse tipo de moeda é
pouco interessante, já que não
está sujeita à tributação”, destaca Nelson de Sousa, professor
de Finanças do Ibmec-RJ.
Fani Loss
[email protected]
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 11
Patricia Stavis
TELECOM
Virgin Mobile vai usar redes da Vivo
A Virgin Mobile anunciou na quinta-feira acordo de
compartilhamento de redes com a Vivo e pedido de licença para
lançar operadora celular virtual no Brasil. Após obter a permissão
da Anatel, a Virgin Mobile reforçará o grupo de operadoras móveis
virtuais, que é formado por Porto Seguro, unidade do grupo
segurador de mesmo nome, e Datora Telecom. Reuters
Lenovo compra
unidade de
servidores
da IBM
Novo portal investe no
mercado audiovisual
No ar há dois meses, o ComoSeFaz.TV pretende se estabelecer como um elo entre todos
os agentes do setor - de autores a anunciantes - para impulsionar a produção nacional
Por US$ 2,3 bilhões,
negócio é a maior
aquisição já feita por uma
empresa de TI chinesa
Divulgação
Moacir Drska
[email protected]
São Paulo
O mercado audiovisual brasileiro
vive um momento de boas perspectivas. Cercada de polêmicas e
em vigor desde setembro de
2012, a Lei 12.485 é um dos fatores que estão aquecendo o setor,
ao estabelecer — entre outras
questões — a obrigatoriedade de
veiculação de uma cota mínima
de produções nacionais pelos canais da TV por assinatura. Essa
maior abertura encontra um reforço também no crescimento
dos projetos de marcas e anunciantes, bem como no surgimento de possibilidades em novas telas e plataformas, como os dispositivos móveis, o YouTube e os serviços de vídeo sob demanda.
Esse novo cenário está no centro da criação do ComoSeFaz.TV.
No ar há dois meses, o portal brasileiro pretende se consolidar como um curador de projetos audiovisuais no mercado nacional, sejam eles voltados à televisão aberta, à TV paga, à internet ou aos
dispositivos móveis.
“Com a abertura do mercado,
hojeé possível criar e comprar produções de boa qualidade. Por outro
lado,existe todo umcaminho complexo no mercado audiovisual para
formatarum projeto,especialmente para quem nunca fez isso”, diz
Sandra Freitas, criadora e diretora
do ComoSeFaz.TV. “Nossa ideia é
ligar todos os pontos dessa cadeia,
de autores e produtoras, a exibidores, agências e anunciantes”.
O portal conta com três segmentos de atuação. O carro-chefe
é a área de TV, que abre espaço para as ideias de autores e produtores
locais. A partir dos roteiros, sinopses e argumentos apresentados, a
equipe do portal faz uma análise e
traça todo o planejamento do projeto, o que inclui, entre outras
questões, a identificação de plataformas de exibição, mídias, marcas e anunciantes mais propensos
a investir naquela produção.
Concluída essa fase, a empresa faz a conexão entre todos esses agentes e acompanha todas
as etapas de produção caso o projeto seja aprovado. Ao mesmo
tempo, a produção em questão fica disponível no site para a consulta de interessados.
Sandra Freitas, diretora do ComoSeFaz.TV: plano de movimentar R$ 35 milhões até o fim de 2014
“
Existe todo um
caminho complexo no
mercado audiovisual
para formatar um
projeto, especialmente
para quem nunca fez
isso. Nosso objetivo é
ligar todos os pontos
dessa cadeia”
Sandra Freitas
Diretora do ComoSeFaz.TV
“A ideia é criar um banco de
conteúdos para que os autores sejam vistos e, ao mesmo tempo, as
emissoras possam ter novas alternativas de compra de produções
e as agências possam identificar
projetos que tenham mais a ver
com as marcas de seus clientes”,
explica Sandra.
O caminho inverso também
acontece. Marcas e anunciantes
podem sugerir ideias para campanhas e projetos, que são estruturados, por sua vez, pela equipe do
portal. Com o conceito formatado, o ComoSeFaz.TV abre um processo de seleção de produtores
que possam executar o projeto.
A estrutura do portal inclui
ainda as áreas de RTV, que gerencia todas as etapas dos projetos,
desde o início da produção até a
entrega do produto final, e a divisão Global, que, entre outras atividades, oferece serviços de coprodução e suporte para produções
locais e no exterior.
Criado com um investimento
inicial de R$ 2 milhões, o ComoSeFaz.TV aposta em um modelo
de negócios no qual as receitas
são geradas a partir de uma comissão de 15% a cada projeto fechado. Atualmente, o portal tem
em seu portfólio 34 projetos disponíveis, divididos nos segmentos de entretenimento e conteúdo de marca. Na primeira frente,
é possível filtrar as produções por
gêneros como aventura, moda,
música e comportamento. Já nos
projetos de marca, a procura pode ser feita por segmentos como
automóveis, serviços e varejo.
Embora não revele o número
de projetos já viabilizados pelo
ComoSeFaz.TV desde a sua criação, Sandra diz que a soma do valor dos projetos disponíveis hoje
no portal é de R$ 70 milhões.
“Nosso objetivo é encerrar 2014
com no mínimo 15 projetos fechado, o que movimentaria em torno de R$ 35 milhões”, afirma.
O grupo Lenovo, maior fabricante
de PCs do mundo, fechou acordo
para comprar a unidade de servidores da IBM em um negócio esperado há muito tempo e avaliado
em US$ 2,3 bilhões, a maior aquisição já feita por uma empresa de
tecnologia chinesa.
A Lenovo irá pagar US$ 2,07 bilhões em dinheiro e o restante em
suas ações, disse a empresa em comunicado à bolsa de Hong Kong.
O acordo ultrapassa a aquisição
pela Baidu da 91 Wireless, anteriormente detida pela NetDragon
Websoft, por US$ 1,84 bilhão no
ano passado, segundo dados da
Thomson Reuters, e destaca o
crescimento das empresas de tecnologia do país conforme elas avaliam a expansão internacional.
A aquisição irá permitir à Lenovo diversificar sua receita além do
segmento de PCs, que vem registrando queda nas vendas, e remodelar-se como uma força crescente em dispositivos móveis e servidores de armazenamento de dados. E também vai aumentar sua
participação no mercado de servidores para 14%, disse Peter Hortênsio, vice-presidente sênior da
Lenovo e presidente do Pense Business Group. A IBM domina o mercado de servidores high-end,
com 57% do mercado, de acordo
com a consultoria Canalys.
Para a IBM, a venda significa
se livrar de seu negócio de margens baixas x86, que vende servidores menos poderosos e mais
lentos do que as ofertas de maior
margem, e intensifica seu foco na
mudança para software e serviços mais rentáveis.
A americana disse no início
deste mês que iria gastar mais de
US $ 1,2 bilhão para construir até
15 centros de dados, nos cinco
continentes, para expandir seus
serviços de nuvem e atingir novos clientes e mercados. A empresa também vai investir mais de
US $ 1 bilhão em uma nova unidade de negócios para o Watson —
sistema de supercomputador que
venceu os humanos no quiz show
de TV “Jeopardy” — para oferecer os serviços em nuvem.
A aquisição pela Lenovo dos negócios ThinkPad PC da IBM em
2005, por US$ 1,75 bilhão, foi o
trampolim para a empresa chegar
ao topo do ranking mundial de fabricantes de PCs. Reuters
12 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
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EMPRESAS
Macintosh: 30 anos de (r)evolução
Com uma interface gráfica simples, usando ícones e mouse, o computador da Apple conquistou para sempre o
consumidor final. Da rivalidade histórica com a Microsoft, a americana agora encara outro oponente: o Google
AFP Photos/John G. Mabanglo
Há 30 anos, muito antes da invenção do iPhone e do iPad, a americana Apple revolucionou o mundo
da informática com o lançamento
do computador Macintosh, que
manteve uma rivalidade lendária
com Microsoft.
“O Mac foi um salto quântico”,
diz Randy Wigginton, um dos primeiros funcionários da Apple.
“Nós não inventamos tudo, mas
tornamos tudo mais fácil e acessível. Foi o primeiro computador
com o qual as pessoas podiam jogar e dizer ‘como é bom’”.
Antes da apresentação do Mac,
em 24 de janeiro de 1984, os computadores eram máquinas caras
para o universo corporativo, comandados por uma linguagem
quase incompreensível para
quem não é programador.
O novo dispositivo da Apple
mudou isso e abriu o caminho
para o uso do computador pelo
público em geral, graças a uma
interface gráfica simples, que
propôs um simples clique em
ícones com o mouse — inventado na década de 1960 pelo engenheiro Doug Engelbart do instituto de pesquisa da Universidade Stanford, que morreu no ano
passado —, e que com o qual o
Mac se tornou popular.
Essas manobras, aparentemente simples, requeriam capacidade
em termos de memória e processadores enormes para os computadores da época, mas a Apple conseguiu manter os preços acessíveis para os compradores.
Naquela época, não era incomum desembolsar US$ 10 mil ou
mais por um computador, mas o
primeiro Mac foi vendido a US$
2.500 e tinha 128 kilobytes de memória RAM.
Além do produto em si, a publicidade de um minuto anunciando o Mac para o mercado,
transmitida ao vivo no Super Bowl, os segundos mais caros da
publicidade norte-americana,
ficou gravada na memória. A
propaganda, criada pelo diretor
de “Blade Runner” e “Alien”, Ridley Scott, foi inspirada no universo do romance “1984” de
George Orwell, com uma tela representando o “big brother” esmagado por um carro esportivo
com as cores da Apple.
Por trás dessa metáfora, havia
um duro golpe contra a IBM, o
principal ator no momento no
mercado de computadores, disse
à AFP, Daniel Kottke, um engenheiro que fez parte do desenvolvimento do primeiro Mac.
Antes da apresentação
do Mac, os
computadores eram
máquinas caras para o
universo corporativo,
comandados
por uma linguagem
quase incompreensível
para quem não
é programador
Na era dos dispositivos
móveis, o rival agora é outro
O criador e a criatura: Steve Jobs apresenta uma das muitas versões do Mac nesses trinta anos
Desde o final da década
de 2000, o Macintosh
cedeu seu papel de
carro-chefe para que
a empresa fundada por
Steve Jobs brilhasse
com outros
dispositivos, como
o iPhone ou o iPad
Houve uma grande batalha no
conselho de administração sobre
a possibilidade de estender essa
publicidade, considerada “inapropriada”, mas ela não vingou.
Além da IBM, outra rivalidade que entrou para a história foi
com a Microsoft, que trouxe, no
fim de 1985, a primeira versão
do seu sistema operacional Windows, que se tornou inseparável
dos PCs.
“Acho que (o presidente e fundador da Apple, já falecido) Steve
Jobs alimentou a ideia de uma oposição entre o Windows e o Mac”,
disse Daniel Kottke.“Steve Jobs
sempre brigava com a Microsoft,
mas a rivalidade tornou-se ainda
mais forte quando a Microsoft lançou o Windows, porque ele dizia
ter sido copiado. A interface gráfica do Mac foi adaptada pela Microsoft, que a chamou de Windows”.
As façanhas do Mac para o desenho e edição fotográfica lhe valeram o sucesso no mundo editorial
e na imprensa.
Mas a Microsoft assumiu a liderança e levou o mercado com o foco em programas instalados em
computadores que parceiros, como HP ou Dell, fabricavam a preços bem inferiores aos do Mac.
Ao longo dos anos, o Mac original, que parecia uma grande caixa
cinza com um leitor de disquetes,
evoluiu para uma linha de computadores mais finos.
Cerca de 16,5 milhões de cópias foram vendidas durante o
ano fiscal que terminou no final
de setembro último, mas desde o
final da década de 2000, o Mac cedeu seu papel para que a empresa
brilhasse com outros dispositivos,
como o iPhone ou o iPad.
E com o aumento de dispositivos móveis, a rivalidade passou
da Microsoft para o Google, cuja
plataforma Android agora domina o mercado de smartphones e
tablets. AFP
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 13
Andrew Harrer/Bloomberg
VAREJO
Walmart vai apoiar produção nos EUA
Patricia Stavis
O Walmart, maior varejista do mundo, informou que criou um fundo de US$ 10
milhões para apoiar a fabricação nos EUA, e que um dos seus fornecedores de
bicicletas, a Kent International, de Nova Jersey, planeja iniciar a produção local
ainda este ano. A Fundação Walmart irá fornecer os fundos para o programa de
cinco anos. Bill Simon, presidente do Walmart nos EUA, se comprometeu a comprar
US$ 50 bilhões em produtos feitos naquele país na próxima década . Reuters
Ades muda para
reconquistar
confiança do
consumidor
Após contaminação de
um lote, Unilever lançou
a marca Soy Force para
reverter queda de vendas
Daniel Carmona
[email protected]
Pouso Alegre, MG
Da esq. para dir., Daniel Prianti e Bruno Dollo, da Router, e Jeremy Cochran, da irisWorldwide: Brasil é prioridade para a inglesa
Aquisição dá gás para
irisWorldwide no país
Após compra da agência de publicidade Router, grupo estreia aqui com campanha para Shell
Gabriela Murno
[email protected]
A agência de publicidade inglesa
iris Worldwide inicia suas atividades no país, depois da aquisição do controle da agência brasileira Router, concluída no final
do ano passado. A nova agência,
chamada irisRouter, passa a fazer parte de uma rede global
com 14 escritórios em dez países
e já trabalha em uma campanha
para a Shell este ano.
Segundoo CEO da iris e responsável pelas Américas, Jeremy Cochran, o Brasil é um mercado-chaveparaodesenvolvimentodaagência na América Latina e para a expansão com seus clientes globais.
“Empresas globais que atendemos além da Shell já mostraram interesse em contar com o
trabalho do escritório no país.
Estamos otimistas com os resultados que poderemos trazer a esses clientes”, diz.
Com faturamento total de R$
300 milhões, a nova operação
brasileira vai ajudar na meta da
iris de crescer 30% em 2014.
“Queremos que nosso negócio dobre de tamanho em dois
anos. Crescemos entre 25% e
30%, nos últimos anos, e estar
no Brasil vai acelerar nosso crescimento”, reitera o executivo.
A estratégia de entrada no Brasil difere da forma de chegada a
outros países, já que aconteceu
por meio de uma aquisição. Cochran explica que se começasse
do zero, a agência perderia negócios por aqui.
“As oportunidades no Brasil estão aparecendo agora. Se tivéssemos optado por começar uma operação organicamente, o processo
demoraria de três a cinco anos para se consolidar no mercado. Não
poderíamos perder oportunidades”, diz Cochran.
A irisRouter segue desenvolvendo projetos integrados em Live
Marketing e Digital, já realizados
pela Router — com clientes como
Unilever e Natura — agora com o
expertise multidisciplinar da iris e
seus talentos globais. A única sobreposição no portfólio é a Sony.
A agência inglesa trará para o
Brasil o Project 72, uma inovação para o mercado nacional,
que coloca um desafio de briefing para toda a rede propor soluções em até 72 horas.
“
Se tivéssemos
optado por começar
uma operação
organicamente,
o processo demoraria
de três a cinco anos
para se consolidar.
Não poderíamos
perder oportunidades”
Jeremy Cochran
CEO da iris Worldwide
“O projeto pode ser implementado de imediato. Ele aumenta a diversidade de pensamentos
nos trabalhos apresentados aos
clientes, além, é claro, de dar
mais velocidade de resposta às demandas”, diz o sócio-diretor da
Router, Daniel Prianti.
As sinergias entre as duas agências são tantas, que surpreenderam a iris. “Quando resolvemos
vir para o Brasil não esperávamos
encontrar uma empresa com o
mesmo DNA, que acredita na importância da inovação e da criatividade”, ressalta Cochran, acrescentando que a plataforma de inovação TrendTech, criada pela brasileira, será levada para as outrasunidades da iris. A plataforma funciona como um portal interno de referências e tendências mundiais.
Conhecida mundialmente como uma agência de inovação e
criatividade, a iris Worldwide
tem diversos cases conhecidos.
Entre eles, está um projeto de
branded content criado para a
Johnnie Walker. A marca de
whisky tenta se livrar do rótulo
de bebida para os mais velhos. Então, a iris aproveitou a parceria
na Fórmula 1 com a Vodafone
McLaren Mercedes para ir além
da logo em um carro de corrida.
A agência criou uma solução
que convidava as pessoas a entrar
no mundo dos campeões do
Lewis Hamilton e Jenson Button.
A ação dobrou a afinidade das pessoas com a marca e atingiu mais
de 170 milhões de espectadores
de 150 países, o que equivale a
£41 milhões de valor de mídia.
Onze meses após o episódio de
contaminação de um lote do suco
a base de soja Ades, a Unilever tenta se recuperar da crise de imagem que, segundo o executivochefe Paul Polman, custou ¤ 70 milhões (R$ 220 milhões) sobre os resultados resultados globais registrados pela companhia no ano passado — a anglo-holandesa anunciou lucro líquido de ¤ 4,84 bilhões , 11% a mais em relação à
2012. Fruto principalmente de amplo um esforço de marketing que
em outubro último apresentou ao
mercado uma proposta remodelada da bebida que, de acordo com
os responsáveis, já recolocou o
produto nos mesmos índices de
venda antes da crise. Segundo o último dado da Nielsen, o Ades liderava o mercado com a considerável folga de 67% de participação
em seu segmento.
Passada a tempestade que levou a própria empresa a reconhecer duas falhas no processo de produção do suco — a primeira foi a
ativação de uma máquina durante
uma rotina de limpeza, que resultou na presença de soda cáustica
no produto, a segunda foi não ter
identificado esse erro na fase de
análise sensorial —, a Unilever já
tinha um plano na manga: o Soy
Force. Hoje presente em todas as
embalagens, ele simboliza o relançamento de Ades no mercado desde o fim do ano passado.
Embora a empresa garanta que
o novo conceito para o produto já
estava em desenvolvimento há
dois anos, para o rejuvenescimento de uma marca líder com 15
anos, o relançamento veio na esteira das turbulências.
“Foi uma coincidência mesmo. A Unilever já trabalhava no
desenvolvimento dessa nova roupagem quando tudo aconteceu”,
comentou um executivo durante
uma visita à fábrica em Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais.
Falar sobre o passado recente
ainda é algo sensível no chão de fábrica. “A crise aconteceu. Foi muito difícil, mas ela passou. Estamos
atingindo agora um outro patamar”, avalia Shelida Barsella, diretora de marketing. A formulação
do produto não sofreu alteração.
14 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
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EMPRESAS
Aérea Azul sob nova direção
Antonoaldo Neves, que atuou na fusão com a Trip, assume presidência com a missão de conduzir o adiado IPO
Divulgação
Neeleman vai se
dedicar às questões
estratégicas da
empresa. Antonoaldo
participou de todo
o processo de fusão
da Azul com a Trip
com sua equipe
da McKinsey
Erica Ribeiro
[email protected]
A Azul Linhas Aéreas tem um novo
presidente que terá o papel de deixar a empresa pronta para uma nova tentativa de IPO, dizem fontes
do setor. Antonoaldo Neves , até
então sócio da consultoria McKinsey, assume o cargo e a função de liderar os executivos da companhia
a partir desta segunda-feira, sob a
supervisão do fundador da companhia, David Neeleman. O executivo também foi membro do Conselho da Infraero nos anos de 2011 e
2012. Neeleman, que antes acumulava os postos de presidente da
Azul e CEO da empresa aérea, agora tem dois executivos à frente do
negócio. Além de Nevez, José Mario Capriolli, ex-presidente da aérea Trip — adquirida pela Azul — e
agora CEO da holding da aérea.
Com isso, Neeleman vai se dedicar a questões estratégicas da
empresa. Antonoaldo participou
de todo o processo de fusão da
Azul com a Trip com sua equipe
da McKinsey e, segundo Neeleman, conhece a cultura e o modelo de negócios da companhia.
“Tenho a confiança de que escolhemos a pessoa certa para uma
posição de extrema importância
para nosso sucesso. Dessa forma,
poderei dedicar ainda mais tempo
à assuntos mais estratégicos para
deixar a Azul cada vez melhor para todos que convivem com ela”,
disse David Neeleman em comunicado enviado à imprensa.
Para uma fonte do setor, o fato
de Antonoaldo Neves assumir o
cargo é carregado de fortes motivos , sendo o IPO o mais importante deles. Em agosto do ano passado, a Azul desistiu de dar segui-
Antonoaldo Neves, ex-sócio da consultoria McKinsey, assume a presidência nesta segunda-feira
mento ao processo de registro de
oferta pública inicial de ações (ou
IPO) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), alegando que as
condições macroeconômicas naquele momento não eram favoráveis a isso. Em seguida, em outubro, teve negado seu pedido de registro de companhia aberta na autarquia, por estar com documentos fora dos padrões exigidos pela
Lei das S/A. Agora, a empresa
aguarda a resposta da apelação feita à CVM quanto ao registro de
companhia aberta e o IPO. E a figura de Neves ajudaria no processo,
diz a mesma fonte. O IPO será importante para aumentar o fôlego
da empresa no mercado e deixalá ainda mais preparada para o segundo grande desafio, avalia a fonte: enfrentar a investida de TAM e
Avianca no segmento regional.
Ambas as empresas, por meio de
seus presidentes, José Efromovich
e Claudia Sender, respectivamente, já deixaram público o desejo de
reentrar nesse mercado. Para o especialista, esse caminho poderia
trazer turbulências à Azul. O desafio das concorrentes, no entanto,
é investir em frota nova,treinamento e pessoal. Enquanto a Azul
segue nesse mercado em voo solo,
diz a fonte, se beneficia sozinha
do Plano de Aviação Regional, cria-
do pelo governo com recursos de
R$ 7 bilhões e que prevê aeroportos
com base em dois tipos de aeronaves: o ATR 72 e Embraer 175, aeronaves que compõem a frota da
Azul, que também teria ajudado
na elaboração do estudo que dá base ao projeto, afirma a fonte.
Além destes pontos, a vinda de
Antonoaldo serviria também, em
última instância, para reduzir o poder de Caprioli internamente.
Estado do Rio terá novos distritos industriais
Áreas próximas ao Arco
Metropolitano são as que
mais atraem interesse de
empresas e investidores
Representantes dos municípios localizados na extensão do Arco Metropolitano reuniram-se ontem
com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Julio
Bueno, para apresentar áreas potenciais que poderão ser oferecidas às empresas que queiram se
instalar no Rio de Janeiro nos pró-
ximos anos. Nessa primeira apresentação foram identificadas
áreas totais de 58 quilômetros quadrados potenciais para futuros Distritos Industriais.
“Essa é uma primeira apresentação. Agora vamos identificar as demandasdecadaárea,comonecessidade de acesso e a infraestrutura
que já possuem, como energia, telefonia e gás natural”, afirmou Bueno.
O secretário lembrou que os
municípios que serão cortados pelo Arco Metropolitano, que deverá
ser inaugurado até o fim do semes-
Região Metropolitana
tem 58 quilômetros
quadrados de
potenciais áreas
de interesse para
a construção de polos
de concentração de
indústrias. O setor de
navipeças é um deles
tre, já estão sendo beneficiados por
um grande volume de investimentos, e há empreendedores buscando áreas no local, de olho nesse corredor logístico.
No total, já existem pelo menos
R$ 60 bilhões em investimentos
na região. Além disso, há uma série de pequenas e médias empresas que se instalaram ao longo do
período de construção do Arco
Metropolitano. O empreendimento, que soma R$ 1,6 bilhão, vai ligar Itaboraí a Itaguaí, num total
de 150 quilômetros.
“Acreditamos fortemente na
realização da segunda etapa dos
investimentos, na área petroquímica, que possui maior encadeamento e deverá atrair grande
quantidade de pequenas e médias
empresas para a região, a partir de
2018 ”, avaliou Julio Bueno.
Entre as oportunidades mais
avançadas para novos distritos
industriais está a área de quatro
milhões de metros quadrados
em Duque de Caxias, que será
destinada à criação de um polo
de navipeças.
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 15
ESTILO S/A
MARCIA DISITZER
Decoração asiática
ganha mais espaço
Fotos Divulgação
Fotos EFE e Reuters
[email protected]
Para quem gosta
de decoração
com toque
oriental: a Gajah,
loja especializada
em móveis e
objetos asiáticos,
abriu filial no Casa
& Gourmet
Shopping, em
Botafogo, no Rio
de Janeiro. O
minigaveteiro (R$ 242) é exemplo do
que se encontra por lá.
Luxo e poder: capa
de ouro para iPhone
Atelier Versace
Christian Dior
Schiaparelli
Chanel
Esqueça as
tradicionais
capas de
iPhone 5.
Em
Londres,
os mimos
agora podem ser
de ouro e até de diamante,
verdadeiras joias. O preço?
De R$ 150 mil a R$ 350 mil.
Martin Margiela
QUANDO PARIS SONHA
A
PONTO A PONTO
■ Está lindo o
calendário da
Maybelline,
que inicia as
comemorações
de 100 anos da
marca, criada
em 1915. Na
foto ao lado, o
mês de
fevereiro
mostra como
surgiu a
primeira
campanha
publicitária de Maybelline e a
consequente popularização do
rímel: nos anos 1930, 63% das
americanas já usavam máscara.
Vinte anos de carreira
de Herchcovitch
Alexandre
Herchcovitch
comemora 20 anos
de carreira e quem
ganha presente
somos nós: o
designer criou
coleção cápsula
com a reedição de
peças icônicas, como a
camiseta ao lado. Herchcovitch;
Alexandre - 11-3063-2888.
Jean Paul
Gaultier
Kenneth Willardt
Gustavo Marx
Giambattista
Valli
temporada do sonho, ou melhor, de
Alta-Costura verão 2014, começou no
último domingo, com a apresentação da
sexy coleção de Atelier Versace, e terminou ontem,
em Paris. Foram muitas emoções, algumas
transgressões e homenagens. Marco Zanini
estreou na Schiaparelli e reverenciou a criadora da
grife, Elsa Schiaparelli (1890-1973), com chapéus
surrealistas. Karl Lagerfeld — à frente da Chanel —
respirou ares esportivos e inspirou-se no skate.
Na passarela, as modelos misturaram tênis com
vestidos bordados. A Dior de Raf Simons apostou
no preto e branco e num estilo jovem, limpo e
futurista. Martin Margiela colocou na passarela
modelos com máscara de pedraria e a tendência
artsy. Giambattista Valli criou flores em 3D em
vestidos de festa e Jean Paul Gaultier decolou nas
asas de uma borboleta.
■ NoCrystal
HairLeblon
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Protetores solares
com nova tecnologia
A Shiseido acaba de lançar o Expert
Sun Aging Protection Lotion Plus
FPS 50 (R$ 211) e o Expert Sun
Aging Protection
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tecnologia
que inibe
dano celular.
0800-148023.
Coluna publicada às sextas-feiras
16 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
▲
FINANÇAS
Editora: Eliane Velloso
[email protected]
CHEQUE SEM FUNDOS
Emissão cai 2% no ano passado
O número de cheques devolvidos por falta de fundos em 2013 caiu para
2% do total de compensados, ante 2,02% em 2012, segundo dados
da Serasa Experian. O número também caiu na comparação mensal
e anual. Em dezembro registrou 1,91% de cheques devolvidos ante
2% em novembro e 2,04 % em dezembro de 2012. A Serasa atribuiu
a queda à baixa taxa de desemprego e quitação de dívidas. Reuters
Alta da Selic não compensa
‘risco-Brasil’ para estrangeiros
Enquanto os juros subiram de 7,5% para 10,5% ao ano, spreads dos ‘credit default swaps’ brasileiros — que medem
a probalidade de calote dos títulos da dívida — dobraram. Fluxo tende a continuar negativo, pressionando o dólar
Evandro Monteiro
Léa De Luca
[email protected]
São Paulo
A alta da Selic, a taxa de juros básicos da economia, não está servindo para atrair mais dólares ao
Brasil. E, enquanto o fluxo cambial continuar negativo, a tendência das cotações do dólar é de alta. Nem mesmo a perspectiva de
um ciclo de aumento dos juros
maior e mais extenso, como indicado pela ata da última reunião
do Comitê de Política Monetária
(Copom) divulgada ontem, reverteu essa expectativa do mercado.
Ontem, o dólar fechou em alta de
1,3%, a R$ 2,40.
“Nem Selic a 15% atrairia mais
capital para o Brasil neste momento”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. “Os juros subiram, mas o risco-Brasil subiu mais”, afirma Paulo Gala, estrategista-chefe do Banco Fator.
Enquanto a Selic subiu de 7,5% ao
ano para 10,5% nos últimos 12 meses, os “spreads” dos credit default swaps (CDS) brasileiros que medem a probabilidade de calote dos títulos da dívida emitida
por empresas e governo brasileiros — dobraram, passando de 108
em janeiro do ano passado para
193 no último dia 21, segundo a
Bloomberg. Ou seja, o fluxo cambial tende a continuar negativo,
pressionando o dólar. Neste ano,
até o dia 17 — último dado disponível no Banco Central - saíram US$
1,89 bilhão. A entrada de US$ 306
milhões na sexta-feira passada,
no câmbio financeiro, foi um movimento pontual: “Foi o dinheiro
de captações de empresas brasilei-
ras no exterior, como a Petrobras”, lembra Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO.
Para o especialista, taxa mais
alta apenas não é mais suficiente pode proporcionar arbitragens
mas essas operações podem ser fechadas no exterior, com baixo impacto sobre as cotações do dólar,
diz. “Até os investidores japoneses tem procurado outros mercados, agora que a situação clareou
na Europa”, afirma. Para Nehme,
o dólar tem fundamentos conceituais para continuar subindo, começando pelo déficit em transações correntes, de US$ 80 bilhões
no ano passado, e a redução dos investimentos estrangeiros diretos.
Em 2013, o número ficou próximo
ao de 2012 (US$ 64 bilhões) mas a
parte efetiva (excluindo os entre
companhias) caiu de US$ 52 bilhões para US$ 42 bilhões, lembra. “O cenário não é atraente pa-
“
O cenário está
favorável para a alta
do dólar neste ano.
Há fundamentos para
continuar subindo,
começando do déficit
em transações à queda
dos investimentos
estrangeiros diretos”
Sidnei Nehme
Diretor da NGO
ra investidores estrangeiros, e
crescimento baixo com inflação
resistente vai acentuar essa tendência”. Ele diz ainda que até o
próprio BC deu sinais de que espera pressão sobre os preços do dólar no mercado a vista este ano.
Agostini, da Austin, concorda
que neste momento, o juro brasileiro não é mais tão atraente para
o investidor estrangeiro como já
foi. E mesmo que suba mais um
pouco — o economista espera
mais meio ponto na próxima reunião do Copom em fevereiro.
“Com o fim da fase crítica da crise
financeira internacional, e com o
desmonte do programa de estímulos nos Estados Unidos, as opções
de investimento nesses países voltam a ser concorrentes de peso para o Brasil”, diz. “O risco-Brasil está maior, inclusive de rebaixamento da nota do país. Por isso, a alta
dos juros não vai interromper a
tendência de saída de dólares”.
Gala, do Fator, também vê outra alta da Selic em fevereiro - apesar do IPCA 15 divulgado ontem
ter vindo abaixo das expectativas.
“A ata do Copom foi dura e clara.
O ciclo está longe de ser encerrado, há muita incerteza no ar”, diz.
Mas, como Agostini e Nehme, ele
também acha que a alta dos juros
não está compensando o risco,
que subiu mais. “A julgar pelo que
está sendo negociado no mercado
futuro de juros, a taxa hoje deveria estar em 13,3% ao ano”, diz.
Mas Gala lembra que o BC não
está interessado em subir os juros
para atrair esse capital volátil, especulativo, que vem aqui atrás de
arbitragens. “O BC não vai segurar o dólar com juros”, diz.
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 17
Divulgação
OFERTA
Itaú confirma que venderá seguradora
O Itaú Unibanco confirmou ontem, em comunicado à Comissão de
Valores Mobiliários (CVM), que venderá sua operação de seguros de
grandes riscos, estimada em R$ 1 bilhão. O banco negou que o
processo já tenha sido iniciado, conforme foi antecipado pela
imprensa. Segundo o Itaú, a operação será competitiva e deve
ocorrer nos próximos dias, quando “tornará público o resultado”. IG
Susep pune por venda irregular
15 associações e cooperativas que vendiam seguros terão que pagar um total de R$ 331 milhões em multas
Patricia Santos
Liana Verdini
[email protected]
Quinze associações e cooperativas que comercializavam seguros
de forma irregular foram multadas em R$ 331 milhões pela Superintendência de Seguros Privados
(Susep). A maior multa foi aplicada contra a União Nacional dos
Proprietários de Veículos Automotores (Union), que terá que pagar
R$ 238,9 milhões. A punição foi
confirmada na quarta-feira pelo
Conselho Diretor da autarquia.
O processo foi iniciado por denúncia do Sindicato dos Corretores
de Seguros e de Empresas Corretoras de Seguros no Estado do Espírito Santo (Sincor-ES). Em março de
2011, a entidade sindical revelou ter
encaminhado denúncia à Susep,
Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público Estadual de que associações e cooperativas estavam negociando seguros automotivos, atividade que, por lei, só pode ser feita por corretores ouempresas corretoras habilitadas pela Susep.
A partir daí, a própria entidade
fiscalizadora iniciou um combate
mais efetivo ao mercado marginal
de seguros, abrindo os processos
contra as associações e cooperativas agora multadas. Para sistematizar essa prática, o superintendente da Susep, Luciano Santanna, criou uma força-tarefa com fiscais dedicados exclusivamente a
este trabalho. Foram identificadas
300 associações e cooperativas
atuando de forma ilegal no Brasil.
O valor da multa é calculado
com base no número de associados, somado à média dos valores
dos bens segurados pela entidade.
No caso da Union, que recebeu a
maior multa, havia oito mil asso-
Primeiras denúncias
contra a venda ilegal de
seguros foram feitas em
2011 pelo Sincor-ES.
Força-tarefa da Susep
foi criada e identificou
300 entidades atuando
irregularmente
Luciano Santanna estruturou a Susep para combater ilegalidade
CVM propõe regras mais
rigorosas para as companhias
que recebem incentivos fiscais
Empresas poderão
perder o registro se
atrasarem prestação de
informações por 1 ano
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está propondo alterar
duas instruções que regem as
companhias incentivadas. O objetivo é modernizar o regime de
prestação de informações por
parte dessas empresas, beneficiadas por incentivos fiscais das
agências de desenvolvimento regional ou setorial nas áreas da Sudene, Sudam, Sudepe, Embratur
e Reflorestamento.
A CVM propõe que elas passem a enviar seus informes, eventuais e periódicos, por meio de
sistema eletrônico disponível em
sua página na internet. Além disso, a autarquia sugere a redução
do prazo para suspensão do registro em caso de atraso no envio de
informações. Atualmente, a companhia pode demorar até três
anos antes de a entidade reguladora poder agir. A proposta é que
o atraso permitido seja de 1 ano.
De acordo com a CVM, “além
de alinhar a regulamentação das
companhias incentivadas com
aquela das companhias abertas,
o objetivo da alteração é o de garantir que as companhias incentivadas registradas nesta autarquia apresentem um fluxo de informações com o mínimo de interrupções possível”, explicou
por nota o órgão regulador.
A minuta de instrução, que entrou ontem em audiência pública, muda a Instrução CVM nº
265/97, que trata do registro de
sociedades beneficiárias de recursos de incentivos fiscais, e a Instrução CVM nº 427/06, que dispõe sobre o cancelamento de ofício e a suspensão do registro das
sociedades incentivadas.
A CVM tem 1.970 companhias incentivadas registradas
em seu sistema, mas apenas 55
estão cadastradas na BM&FBovespa. Além disso, grande parte está com os registros cancelados ou suspensos. No início do
ano passado, de uma única
vez, a autarquia cancelou o registro de 812 sociedades incentivadas por descumprimento
de suas instruções. Ao receberem o incentivo, estas sociedades passaram a ser fiscalizadas, disciplinadas e regulamentadas pela CVM.
As ações das companhias incentivadas são negociadas pelos
fundos de investimentos (Finam,
Finor, Fiset e Funres) em leilões
especiais na bolsa de valores. A
minuta de instrução estará aberta para consulta pública por um
mês e as sugestões do mercado serão recebidas pela CVM até o dia
24 de fevereiro.
ciados que contrataram a proteção veicular.
Além da Union, também foram
multadas a Cooperativa Shopping
Norte de Transporte, Portal do
Tempus Assistência Familiar, Associação dos Servidores do Corpo
de Bombeiros e Policiais do Estado de Minas Gerais (Ascobom), Associação Brasileira de Proteção e
Amparo aos Proprietários de Veículos Leves, Pesados e Motocicletas (Clube Brasil), Associação Pentecostal do Brasil (Aspem/Brasil),
Total Flex Proteção Veicular, Associação dos Proprietários de Veículos, Associação Nacional de Proteção Veicular (Asprovel), Associação de Proteção das Empresas de
Transporte de Carga, Associação
de Proteção e Benefícios aos Transportadores de Cargas (Asatruck),
Cooperativa de Comunicação e
Apoio Social dos Condutores Autônomos da Grande Belo Horizonte,
Associação dos Amigos Proprietários de Veículos Automotores
(Amive), Shalom Associação de
Proteção Veicular e Associação de
Proteção ao Veículo Automotor de
Minas Gerais (Apoio Car).
IRONPAR CRÉDITO, INVESTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S.A.
CNPJ/MF nº 18.694.812/0001-40 - NIRE nº 35.300.455.827
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
Data, Hora e Local: 13/11/2013, às 10 horas, na sede social, em Barueri, SP, na Calçada Crisântemos,
18, Alphaville Comercial. Convocação e Presenças: Dispensada a publicação de Editais de Convocação,
conforme o disposto no Art.124, §4°, da Lei 6.404/76, e posteriores alterações, tendo em vista a presença
da totalidade dos acionistas da Cia, conforme assinaturas constantes do “Livro de Presença de Acionistas”.
Mesa: Presidente: Vera Maria Melo e Pinto; e Secretária: Sonia Ayache Almeida. Ordem do Dia: a)
aprovar, nos termos dos artigos 59 e 122, IV da LSA, a realização da “1a Emissão de Debênture Simples,
Nominativa, Conversível em Ações, da Espécie Subordinada” (respectivamente, “1a Emissão” e “Debênture”),
e b) Autorizar a Diretoria a realizar todos os atos complementares para a realização da 1a Emissão, nos
termos da legislação aplicável. Deliberações realizadas por unanimidade, sem ressalvas: a) Aprovada
a 1a Emissão de Debênture da Cia, conversíveis em ações, tendo as seguintes condições: 1. Nº de Série:
A emissão será realizada em série única. 2. Valor Total de Emissão: O valor total da 1a Emissão será de
3. Quantidade de Debêntures: Será emitida
1 Debênture. 4. Valor Nominal Unitário da Debênture: O valor unitário da Debênture, na Data de Emissão
!" 5. Data de Emissão: A data
de emissão da Debênture será 20/11/2013 (“Data de Emissão”). 6. Forma e Conversibilidade: A Debênture
#$# %& ' *% *+- %
O prazo para a conversão das ações se dará em até 60 dias do vencimento da Data de Vencimento da
Debênture, ou, nos casos de vencimento antecipado, em até 30 dias do evento que deu causa ao vencimento
* < => # > > 7.
Destinação dos Recursos: os recursos a serem captados na distribuição da Debênture serão destinados para
fomento e desenvolvimento das atividades da Cia, e especialmente para aquisição de direitos creditórios. 8.
Espécie: A Debênture será da espécie subordinada. 9. Preço de Subscrição e Forma de Integralização: a
Debênture será subscrita e integralizada (devendo a integralização ser realizada à vista e em moeda corrente
nacional), pelo seu Valor Nominal. 10. Prazo de Vigência e Data de Vencimento: A Debênture terá prazo
de vigência de 24 meses contados da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 20/11/2015 (“Data de
Vencimento”). 11. Remuneração: A remuneração da Debênture contemplará juros remuneratórios anuais
@G >%" < >% > * >># pro rata
temporis, por dias úteis decorridos, incidentes sobre o Valor Nominal Unitário ou o saldo do Valor Nominal
Unitário da Debênture, desde a Data de Emissão, e a Remuneração será paga em 12 parcelas mensais,
H *H < J * *H
da Remuneração devido em 20/12/2013 e o último devido na Data de Vencimento (sendo cada data de
pagamento da Remuneração, uma “Data de Pagamento da Remuneração”). 12. Correção Monetária: A
Debênture não sofrerá correção monetária. 13. Multas e Juros Moratórios: Ocorrendo impontualidade no
pagamento, pela Emissora, de qualquer quantia devida ao titular da Debênture, incluindo, sem limitação, o
pagamento da Remuneração devida nos termos da Escritura de 1a Emissão, os débitos em atraso vencidos e
*H * WX *= + # *H >Y
* # % > *% Y> > Y> > #
irredutível e não compensatória, de 2% e (ii) juros moratórios à razão de 1% ao mês, ambos incidentes sobre
as quantias em atraso. 14. Repactuação Programada: Não haverá repactuação da Debênture. 15. Vencimento
<* # %: O eventual atraso superior a 30 dias, do pagamento da Remuneração
ao debenturista, antecipa o vencimento do prazo de conversão em ações, desde que requerido pelo
debenturista à Diretoria da Cia em até 10 dias corridos, contados a partir do 31º dia de vencimento do prazo
para pagamento da Remuneração. Além dessa hipótese, outras a serem descritas na Escritura de 1a Emissão
poderão (i) acarretar o vencimento antecipado automático da Debênture, independentemente de aviso ou
% Y> > Y>[ > * \> > * #
todas as obrigações relativas à Debênture. Neste caso, a Cia/Emissora obriga-se a efetuar o pagamento do
Valor Nominal Unitário da Debênture em circulação, acrescido da respectiva Remuneração, calculada pro
rata temporis desde a Data de Emissão ou a Data de Pagamento da Remuneração imediatamente anterior,
conforme o caso, até a data do efetivo pagamento, e de quaisquer outros valores eventualmente devidos
pela Emissora ou, ainda, converter a Debênture em ações, na forma prevista na Escritura de 1ª Emissão.
16. Resgate Antecipado: A Cia poderá, a critério da Diretoria, promover o Resgate Antecipado da Debênture,
desde que mediante o pagamento da Remuneração devida, calculada pro rata temporis, bem como mediante
a conferência de prazo de 30 dias para que os debenturistas manifestem opção pela conversão da Debênture
em ações, na forma descrita na Escritura de 1ª Emissão. b) Ante a competência privativa da Assembleia Geral
para deliberar sobre a 1a Emissão, autorizada a Diretoria da Cia a realizar os atos necessários à realização,
formalização e aperfeiçoamento da emissão da Debênture. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado,
foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso, e como ninguém se manifestou, foram encerrados
os trabalhos e suspensa a assembleia pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, após reaberta a
sessão, foi lida, achada conforme, aprovada por todos os presentes e assinada. Acionistas Presentes: Vera
Maria Melo e Pinto; Sonia Ayache Almeida. Esta certidão é cópia do original da Ata lavrada em livro próprio.
Barueri/SP, 13/11/2013. Mesa: Vera Maria Melo e Pinto, Presidente; Sonia Ayache Almeida, Secretária.
JUCESP 475.825/13-5, em 13/12/2013. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.
18 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
O MERCADO COMO ELE É...
LUIZ SÉRGIO GUIMARÃES
[email protected]
O FIM ESTÁ PRÓXIMO
Editoria de Arte
A
ata branda do Copom e o IPCA-15 de janeiro abaixo do
previsto abriram concretamente a possibilidade de o Banco
Central encerrar o ciclo de alta da Selic no mês que vem com
uma elevação derradeira de 0,25 ponto. A taxa básica subiria para
10,75%, acumulando desde abril avanço de 3,5 pontos percentuais.
O BC vê elementos estruturais favoráveis a um ritmo mais comedido
dos preços nos meses vindouros. Mas não fecha questão sobre o
encerramento do ciclo de aperto porque precisa conhecer antes o
comportamento do IPCA fechado de janeiro. Para ter certeza, anseia
por um sinal inequívoco da política fiscal. Mas como, de modo geral,
os indícios são de fim iminente do processo de ajuste monetário
cresceu expressivamente a procura por títulos prefixados.
Durante a manhã, os juros caíram
no mercado futuro de juros da
BM&F, refletindo a ata e o IPCA-15. À tarde, o dólar disparou
por um misto de fatores. Turbinado por indicador industrial ruim
na China, medo de contágio das
crises na Argentina (onde o peso
caiu ontem perto de 13%) e na Turquia e por avaliação pessimista feita pela Pimco, o dólar superou R$
2,40. E os juros foram atrás. A taxa
para a virada do ano subiu de
11,07% para 11,16%. E o contrato
para janeiro de 2017 pulou de
12,49% para 12,65%.
O IPCA-15 de janeiro trouxe
duas notícias, uma boa e outra
ruim. A boa: veio inesperadamente baixo. Subiu 0,67%, desacelerando em relação à dezembro
(0,75%) e bem abaixo da mediana
das expectativas dos analistas
(0,79%). Essa perda de fôlego pode indicar que o IPCA cheio de dezembro, com alta assustadora de
0,92%, responsável pelo Copom
ter mantido o ritmo de avanço da
Selic em 0,50 ponto na reunião da
semana passada, pode ter sido
mesmo um ponto fora da curva,
insuflado pelo item transporte (aumento da gasolina). A ruim: o índice de difusão do IPCA-15 saltou
de 70,1% para 75,1%, retornando
ao patamar de um ano atrás que levou o presidente do BC, Alexandre Tombini, às televisões para revelar o seu carrancudo “desconforto” com a inflação.
A ata reforçou entre os economistas a percepção de que a decisão do Copom da semana passada
revestiu-se de um “caráter pontual”, nas palavras do economistachefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. O documento incorporou a nota assinada
por Tombini para comentar o IPCA de dezembro. Nela, Tombini
diz que a inflação tem mostrado resistência “ligeiramente acima daquela que se antecipava”. No entender do economista-chefe do
Bradesco, Octávio de Barros, uma
inflação ligeiramente acima do
previsto irá requerer “um aperto
de juros, de forma análoga, ligeiramente acima do originalmente
imaginado” pelo BC. Ele espera o
fim do ciclo em fevereiro com alta
adicional de 0,25 ponto “desde
que os resultados do IPCA de janeiro e do IPCA-15 de fevereiro não
realimentem projeções altistas para a inflação deste ano”. Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú,
também acredita que o ritmo de alta da Selic cairá para 0,25 ponto no
Copom de 26 de fevereiro, mas pode não ser a alta final. Outras poderão vir, “dependendo da evolução
da inflação corrente”. O Itaú revisou sua projeção para o IPCA cheio
de janeiro de 0,77% para 0,64%.
A ata não se compromete com
o fim do ciclo por causa de uma variável que o BC não é capaz de controlar: a política fiscal. O BC anseia por um “sinal” fiscal. Este
condiciona os próximos passos da
política monetária. Gonçalves, do
Fator, viu a hipótese do sinal na referência feita pela ata aos “superávits primários em patamares próximos à média dos gerados em
anos mais recentes”, isto é, no
atual mandato presidencial. A presidente Dilma Rousseff dará este
sinal em Davos?
O economista do Fator viu uma
novidade importante na ata: a inclusão da avaliação de que a atividade em 2014 vai se comportar como em 2013, baixa, mas vai ocorrer, no horizonte da política monetária, uma mudança na composição da demanda e da oferta agregadas. A demanda tende a se deslocar do consumo para o investimento e o setor externo, incentivado pelo cenário global mais favorável ao crescimento da economia
doméstica. E a oferta se desloca
do setor de serviços, em crescimento mais lento, para a indústria
e a agropecuária.
Contrariando os seus princípios, o dólar nadou ontem na corrente oposta à dos títulos do Tesouro americano. A moeda americana fechou em expressiva alta
de 1,27% frente ao real, cotada a
R$ 2,4026, maior preço desde 22
de agosto, enquanto os rendimentos do T-Notes de 10 anos tombaram de 2,87% para 2,77%. O mercado americano decepcionou-se
com a avalanche de indicadores
menos exuberantes do que se ima-
ginava. Subitamente, a economia
não parece estar preparada para
uma contínua retirada, mesmo
que modesta, dos estímulos monetários aplicados pelo Federal
Reserve (Fed).
Dos seis indicadores de atividade divulgados ontem, quatro sugeriram ao Fed pisar no freio do processo de saída do afrouxamento
quantitativo. Cresceu ontem a suspeita de que o Fed não poderá
cumprir a sinalização informal de
reduzir de US$ 75 bilhões para
US$ 65 bilhões o volume de compras de títulos em sua reunião de
política monetária marcada para
quarta-feira.
O indicador antecedente do
Conference Board subiu 0,1% em
dezembro, metade do 0,2% projetado pelos analistas. O PMI Markit de manufatura caiu de 54,11
em dezembro para 53,7 em janeiro, quando o mercado apostava
em alta para 55. Foram vendidas
no mês passado 4,87 milhões de
casas usadas, número inferior à
estimativa de 4,93 milhões. O índice de preço de residências
FHFA caiu de 0,5% em novembro
para 0,1% em dezembro, ante expectativa que recuasse só ligeiramente para 0,4%. Esses quatro indicadores ruins pesaram mais
que os dois bons: os pedidos de seguro-desemprego subiram na semana passada de 325 mil para
326 mil, quando se esperava alta
para 330 mil; e a sondagem de manufatura feita pela regional de
Kansas City do Fed avançou de -3
em dezembro para 5 em janeiro,
acima dos 2 projetados.
Ao reduzir a atratividade dos
títulos do Tesouro americano, a
suspensão temporária do programa de redução das aquisições pelo Fed poderia ser uma boa notícia aos mercados de risco, mas
há o temor de que a autoridade
poderia continuar cortando a liquidez a despeito dos novos indicadores fracos.
A alta do dólar contra o real foi
exagerada e especulativa. O fundamento no qual se escorou foi a queda do PMI de manufatura chinês,
calculado pelo HSBC, de 50,5 em
dezembro para 49,6 em janeiro.
Qualquer nível abaixo de 50 indica contração, palavra muito forte
para uma economia que cresceu
7,7% no ano passado. As moedas
de países exportadores de commodities metálicas caíram em bloco.
Contribuiu para a especulação altista artigo de Michael A. Gomez,
co-responsável pela gestão de portfólio de emergentes da Pimco, a
maior gestora global de bônus desses países. Ele desancou a política
econômica brasileira, jogando
grosseiramente com o dístico positivista da bandeira nacional, Ordem e Progresso.
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 19
ARGENTINA
CV Serviços de Meio Ambiente S.A. - CNPJ/MF 33.527.268/0001-35 - NIRE 35 300 136 004
- Extrato da Ata da Reunião de Conselho de Administração - Realizada em 31 de Outubro de
2013. Arquivada na JUCESP sob nº 31.885/14-7 em 20.01.2014. Deliberado: aprovar a mudança do
endereço da sede da Sociedade, a partir de 1º de novembro de 2013, da Avenida Brigadeiro Faria Lima,
3.600, 11º andar, Sala 6, Itaim-Bibi, São Paulo, Capital, CEP 04538-132 para a Avenida Brigadeiro Faria
Lima, 3.600, 12º andar, Sala 6, Itaim-Bibi, São Paulo, Capital, CEP 04538-132.
Peso tem maior recuo diário desde 2002
A taxa de câmbio da Argentina sofreu ontem a maior queda diária
desde a devastadora crise financeira de 2002, ampliando as perdas
do dia anterior. Após perder mais de 30% de suas reservas no ano
passado, o banco central argentino desistiu nesta semana de sua
política de amparar o peso realizando intervenções no mercado de
câmbio. O peso argentino fechou em queda de 11%. Reuters
Camargo Corrêa S.A. - CNPJ/MF 01.098.905/0001-09 - NIRE 35 3 0014508 9 - Extrato da Ata da
Reunião de Conselho de Administração - Realizada em 20 de Dezembro de 2013. Arquivada na
JUCESP sob nº 28.799/14-8 em 20.01.2014. Deliberado: Tendo em vista a ausência temporária do
Presidente do Conselho de Administração, Vitor Sarquis Hallack, deliberaram, por unanimidade,
designar o Vice-Presidente do Conselho de Administração, Luiz Roberto Ortiz Nascimento, brasileiro,
casado, economista, CPF/MF 424.594.868-04, RG nº 4.116.275-4-SSP/SP, para substituí-lo no período
de 23 de dezembro de 2013 a 06 de janeiro de 2014, por motivo de férias.
Murilo Constantino
Camargo Corrêa S.A. - CNPJ/MF 01.098.905/0001-09 - NIRE 35 3 0014508 9 - Extrato da Ata
da Reunião de Conselho de Administração - Realizada em 31 de outubro de 2013. Arquivada
na JUCESP sob nº 28.798/14-4 em 20.01.2014. Deliberado: aprovar a mudança do endereço da
sede da Sociedade, a partir de 1º de novembro de 2013, da Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.600,
11º e 12º andares, Itaim-Bibi, São Paulo, Capital, CEP 04538-132, para a Avenida Brigadeiro Faria
Lima, 3.600, 12º andar, Itaim-Bibi, São Paulo, Capital, CEP 04538-132.
VBCEnergiaS.A. - CNPJ/MF00.095.147/0001-02-NIRE35300171381-ExtratodaAtadaReunião
do Conselho de Administração - Realizada em 31 de Outubro de 2013. Arquivada na JUCESP sob
nº 31.869/14-2 em 20.01.2014. Deliberado: aprovar a mudança do endereço da sede da Sociedade,
a partir de 1º de novembro de 2013, da Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.600, 11º andar, Sala 5,
Itaim-Bibi, São Paulo, Capital, CEP 04538-132 para a Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.600, 12º andar,
Sala 5, Itaim-Bibi, São Paulo, Capital, CEP 04538-132.
ESC Energia S.A. - CNPJ/MF 15.146.011/0001-51 - NIRE 35 3 0041628 7 - Extrato da Ata da
Assembleia Geral Extraordinária - Realizada em 31 de Outubro de 2013. Arquivada na JUCESP
sob nº 31.872/14-1 em 20.01.2014. A Assembleia Geral tomou as seguintes deliberações:
-1ª - Aprovada a alteração de endereço da sede da Companhia da Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.600,
11º andar, Sala 11, Itaim Bibi, São Paulo, Capital, CEP 04538-132 para Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.600
- 12º andar - Sala 11 - Itaim Bibi - São Paulo - Capital - CEP 04538-132, a partir de 1º de novembro de
2013. Em razão da deliberação acima, o Artigo 1º do Estatuto Social da Sociedade passa a vigorar com
a seguinte redação: “Artigo 1º - A ESC Energia S.A. é uma sociedade anônima, com sede e foro na
cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.600 - 12º andar - Sala 11 Itaim Bibi - CEP 04538-132, que se rege por este Estatuto Social e pelas prescrições legais e normativas
que lhe são pertinentes. Parágrafo Único - Por deliberação do Conselho de Administração, a Sociedade
poderá criar ou suprimir sucursais, filiais, agências ou escritórios em qualquer parte do território
nacional ou no exterior.” As demais disposições estatutárias permanecem inalteradas; 2ª - Aprovada
a Consolidação do Estatuto Social da Sociedade, conforme redação que compõe o anexo II à presente
ata, levado a registro na JUCESP, sendo dispensada sua publicação.
Artigo da gestora Pimco sobre o Brasil ajudou a piorar o humor dos investidores na Bovespa
Ibovespa cai 2%
após contração da
indústria chinesa
PMI preliminar Markit/HSBC da China caiu para 49,6 em janeiro,
abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração
A Bovespa caiu forte ontem, após
dados apontarem contração da
indústria da China e a gestora de
fundos Pimco aconselhar investidores a serem cautelosos com o
Brasil. O Ibovespa perdeu 1,99%,
a 48.320 pontos, para nova mínima de fechamento desde o início
de agosto. O giro financeiro do
pregão totalizou R$ 6,8 bilhões.
Em artigo publicado em seu site na internet, a Pacific Investment Management, maior gestora de bônus do mundo, disse que
embora existam ativos atrativos
no Brasil, a instauração da "ordem" no mercado financeiro local é incerta a menos que políticas efetivas sejam restauradas.
Co-responsável pela equipe
de gestores do portólio de emergentes da Pimco, Michael A. Gomez afirmou que, com os mercados emergentes enfrentando
volatilidade conforme o Fed reduz seu programa de estímulo
e antes das eleições presidenciais brasileiras, o aumento de
investimentos no Brasil por parte de investidores não dedica-
dos a mercados emergentes deve ser moderado.
“O relatório está batendo bastante na política econômica do governo e traz mau humor do mercado com o Brasil”, disse o analista de renda variável João Pedro
Brugger, da Leme Investimentos.
Antes desse relatório, a Bovespa já recuava, em dia negativo para as bolsas internacionais e com
ações ligadas a commodities afetadas pela primeira contração da
Das 72 ações
do Ibovespa,
somente oito
fecharam o pregão
de ontem no azul,
com apenas três
delas registrando
alta superior
ou igual a 1%
atividade industrial da China em
seis meses.
O PMI preliminar do Markit/
HSBC da China caiu para 49,6 em
janeiro ante 50,5 em dezembro,
abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
A ação preferencial da mineradora Vale, que tem na China seu
maior cliente, fechou em queda
de 2,63%, enquanto as siderúrgicas CSN e Usiminas apareceram
entre as dez maiores quedas.
Por sua vez, a ação preferencial da blue chip Petrobras perdeu 2,34%.
Das 72 ações do Ibovespa, somente oito fecharam o pregão no
azul ontem, com apenas três delas registrando alta superior ou
igual a 1%. O destaque positivo
foi a Brookfield Incorporações,
que disparou 18,92%. Operadores que preferiram não se identificar atribuíram a alta a especulações de que a companhia poderia
realizar uma oferta pública de
aquisição e fechar capital, num
momento em que se encontra altamente endividada.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
DA 19ª REGIÃO
AVISO DE LICITAÇÃO
PREGÃO ELETRÔNICO/SRP Nº. 03/2014
P.A. 36.792/2013 – UASG 080022- nº id
licitacao : 524250 - Objeto: Contratação de
empresa para prestação de serviços e
fornecimento dos materiais aplicados
durante as manutenções preventivas e
corretivas durante o período de garantia de
fábrica dos veículos da marca GM Chevrolet, modelo S 10, adquiridos por
este Regional. Data da Sessão: 07.02.2014,
às 10h00. Local, Informações/cópias do
Edital: Av. da Paz, 2076, sl. 603, Centro,
Maceió-AL – Tel.: (82) 2121-8182. De segunda
à quinta-feira das 08h às 17h e sexta-feiras de
08:00h às 14:00h ou sites www.trt19.jus.br,
www.licitacoes-e.com.br.
Maria Nely Duarte Ribeiro - Pregoeira
Energest S.A.
CNPJ/MF no 04.029.601/0001-88 - NIRE 35.300.180.526
Ata da Assembleia Geral Extraordináriarealizada em 30 de dezembro de 2013
1. Data, Hora e Local: Realizada no dia 30 de dezembro de 2013, às 18:00 horas, na sede social da
Companhia, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, na Rua Gomes de Carvalho, 1996, 10º andar,
Sala 01, Bairro Vila Olímpia, CEP 04547-006. 2. Convocação e Presença: Presentes os acionistas que
representam a totalidade do capital social, em razão do que fica dispensada a convocação, nos termos do
art. 124, § 4º, da Lei nº 6.404/76, conforme alterada, conforme assinaturas constantes do Livro de Presença
de Acionistas da Companhia. 3. Mesa: Assumiu a presidência dos trabalhos a Sra. Ana Maria Machado
Fernandes, que nomeou o Sr. Denis Teixeira Ferreira Dias para secretariá-la. 4. Ordem do Dia: Eleger os
membros do Conselho de Administração e da Diretoria da Companhia. 5. Deliberações: Após prestados
os devidos esclarecimentos, os acionistas, por unanimidade e sem quaisquer restrições: 5.1 Aprovaram a
eleição dos membros do Conselho de Administração para o mandato de 03 (três) anos, com efeitos a
partir de 1º de janeiro de 2014, ou seja, com término em 31 de dezembro de 2016, os Srs.: Miguel Nuno
Simões Nunes Ferreira Setas, português, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RNE
nº V533027-Y e inscrito no CPF/MF sob o nº 233.022.348-05, para o cargo de Presidente do Conselho
de Administração; Luiz Otavio Assis HenriqueS, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de
Identidade RG nº 10.454.182 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº 024.750.768-79, para o cargo de Vicepresidente do Conselho de Administração; Miguel Dias Amaro, português, casado, engenheiro, portador
da Cédula de Identidade RNE nº V533253-P e inscrito no CPF/MF sob nº 233.025.998-03, para o cargo
de Conselheiro de Administração; e Carlos Emanuel Baptista Andrade, brasileiro, casado, economista,
portador da cédula de identidade RG nº 1.699.133 SSP/PE, inscrito no CPF/MF sob nº 364.349.064-04,
para o cargo de Conselheiro de Administração, todos residentes e domiciliados na Capital do Estado de São
Paulo, Rua Gomes de Carvalho, 1996, 8º andar, Sala 01, Bairro Vila Olímpia, CEP 04547-006. 5.2 Tendo
em vista o vencimento do mandato da atual Diretoria da Companhia, aprovaram a eleição dos membros da
Diretoria da Companhia para um novo mandato de 3 (três) anos, com efeitos a partir de 1º de janeiro de
2014, ou seja, com término em 31 de dezembro de 2016, tendo sido eleitos os Srs.: (i) Luiz Otavio Assis
Henriques, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº 10.454.182 SSP/SP e
inscrito no CPF/MF sob o nº 024.750.768-79, residente e domiciliado na Capital do Estado de São Paulo, com
endereço comercial na Rua Gomes de Carvalho, 1996, 8º andar, Sala 01, Bairro Vila Olímpia, CEP 04547-006,
para o cargo de “Diretor Presidente”; (ii) António Manuel Barreto Pita de Abreu, português, casado,
engenheiro, portador da Cédula de Identidade RNE V523306-0 e inscrito no CPF/MF sob o nº 231.356.91870, residente e domiciliado na Capital do Estado de São Paulo, Rua Gomes de Carvalho, 1996, 8º andar,
Sala 01, Bairro Vila Olímpia, CEP 04547-006, para ocupar o cargo de “Diretor de Sustentabilidade”. (iii)
Álvaro Jorge Guerreiro de Sousa, português, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade
RNE nº V516272-I, inscrito no CPF/MF sob o nº 232.772.218-73, residente e domiciliado na Capital do
Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Gomes de Carvalho, 1996, 10º andar, Sala 01, Bairro
Vila Olímpia, CEP 04547-006, para o cargo de “Diretor”; (iv) André Luiz de Castro Pereira, brasileiro,
casado, engenheiro civil, portador do RG: 17.997.356-3 e CPF: 157.453.778-44, residente e domiciliado na
Capital do Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Gomes de Carvalho, 1996, 8º andar, Sala
01, Bairro Vila Olímpia, CEP 04547-006, para o cargo de “Diretor”; e (v) José Cherem Pinto, brasileiro,
casado, engenheiro, portador da cédula de identidade RG nº 04.030879-3 SCC/RJ, inscrito no CPF/MF sob
o nº 723.954.947-04, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço
comercial na Rua Bandeira Paulista, nº 530 - 9º andar, CEP 04532-001 para o cargo de “Diretor”. 5.3 Os
conselheiros e os Diretores ora eleitos, neste ato e/ou por declaração própria, tomaram ciência de suas
eleições e as aceitaram, declarando não estarem incursos em crimes que os impeçam de exercer atividades
mercantis. 6. Encerramento: Oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e como ninguém se
manifestou, foram encerrados os trabalhos e suspensa a Assembleia pelo tempo necessário à impressão
desta ata em lote de folhas soltas, em forma de sumário, conforme faculta o artigo 130, parágrafo 1º, da
Lei nº 6.404/76, a qual após ter sido reaberta a sessão, foi lida, achada conforme, aprovada e assinada por
todos os acionistas. São Paulo, 30 de dezembro de 2013. Ana Maria Machado Fernandes - Presidente da
Mesa. Denis Teixeira Ferreira Dias - Secretário da Mesa. Acionistas: EDP - Energias do Brasil S.A. neste
ato representada por seu Diretor Vice-Presidente de Finanças e Relações com Investidores e de Controle de
Gestão s Diretores e por seu Diretor Vice-Presidente de Geração Luiz Otavio Assis Henriques; Ana Maria
Machado Fernandes; Luiz Otavio Assis Henriques; Miguel Dias Amaro; Miguel Nuno Simões Nunes
Ferreira Setas; e Carlos Emanuel Baptista Andrade. Declaro que a presente é cópia fiel extraída do
original. Denis Teixeira Ferreira Dias. Secretário da Mesa. Registrada na JUCESP sob o nº 26.009/14-6 em
sessão de 15/01/2014. Gisela Simiema Ceschin. Secretária Geral.
20 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
AGENDA CULTURAL
Editora: Flavia Galembeck
[email protected]
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FESTA PARA OS OLHOS
COM BASQUIAT, PICASSO
E RICHTER NO CCBB-SP
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C
omo se fossem fotografias, em dimensão
hiper-realista, a obra“48 retratos”, de Gerhard Richter,
representa os cabelos de Einstein ainda escuros e
penteados, os bigodes de Thomas Mann detalhadamente
desenhados e o olhar de Kafka - que vislumbra lugar nenhum.
As pinturas, que retratam importantes filósofos, escritores,
músicos e cientistas do século 20, em preto e branco, são
reproduções de fotografias retiradas de enciclopédias.
Exibida pela primeira vez no Festival de Veneza, em 1972, a
obra compõe a ala alemã como uma das mais poderosas da
mostra “Visões na coleção de Ludwig”, que abre amanhã no
Centro Cultural do Banco do Brasil, em São Paulo. A exposição
reúne 78 obras de uma das mais importantes coleções
particulares de arte no mundo, com curadoria de Evgenia
Petrova, Joseph Kiblitsky, representantes do Museu Ludwig
no Museu Russo de São Petersburg, e Ania Rodríguez. Com
nomes como Picasso, Andy Warhol, Jean-Michel Basquiat e
Roy Lichtenstein, a proposta da curadoria é reproduzir a
vitalidade e as escolhas fundamentais da enorme coleção.
“Escolhemos ‘Cabeças grandes’, de Picasso, para representar
o interesse dos colecionadores por arte contemporânea. Há
ainda um pedaço destinado à Pop Art, à arte alemã e aos
artistas que fogem do circuito consagrado”, explica Ania.
Em destaque o imponente painel “48 retratos”, de Gerhard Richter, hoje o
artista vivo mais caro do mundo. No detalhe, tela sem título pintada em 1984
por Andy Warhol e Jean- Michel Basquiat, exposta no 3º andar do CCBB
Em contraposição à obra de Richter, que excluiu as mulheres, o
austríaco Gottfried Helnwein montou, em 1991, um painel com 48 reproduções de personalidades femininas. Além de trazer figuras deixadas de lado por Richter, a obra discute a relação entre a técnica da pintura e da fotografia e também compõe a grande mostra do CCBB.
“Mais do que as temáticas, acredito
que o ponto forte da exposição seja
a discussão sobre a validade dos discursos artísticos que utilizam métodos tradicionais, em contraponto
aos elementos conceituais das expressões contemporâneas — que
não deixam de lado a fartura da
obra”, assegura a curadora.
“Visões na coleção de Ludwig”
nasceu da segunda parceria entre o
CCBB e o Museu Estatal Russo de
São Petersburgo. A primeira delas
foi firmada há cinco anos com a
mostra “Virada Russa” — que rendeu o prêmio de melhor exposição
do ano pela associação dos críticos
de arte. Assim como a exposição
que trouxe um pedaço do Suprematismo e do Construtivismo russo ao
Brasil, “Visões na coleção de Ludwig” também tem grande parte
das obras emprestadas pelo Museu
de São Petersburgo. As 78 peças,
avaliadas em mais de R$ 500 milhões, foram reunidas na Alemanha
para, em seguida, serem dividas em
duas levas antes de desembarcarem em São Paulo nesta semana.
Como um dos pontos chamativos da exposição, as obras de ícones da arte pop como Andy Warhol, Roy Lichtenstein e Tom Wesselmann, estão distribuídas pelo
Em homenagem ao aniversário de Sampa,
24 corações decorados por artistas
variados foram espalhados pela cidade,
entre as ruas Oscar Freire, Amauri, Dr.
Mario Ferraz e Av. Brigadeiro Faria Lima.
A iniciativa da Mastercard poderá
ser conferida nas ruas até 31/01.
Ney Matogrosso apresenta
‘Atento aos Sinais’, no Rio
Ney Matogrosso se apresenta aos cariocas
hoje e amanhã, dias 24 e 25, no Vivo Rio.
Como parte da turnê “Atento aos Sinais”,
o cantor interpreta novos e consagrados
compositores, como Paulinho da Viola,
Caetano Veloso e Criolo. Ingressos
à venda no www.ingressorapido.com.br
Murillo Constantino
Mostra nas ruas celebra o
amor nos 460 anos de SP
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NOTAS
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 21
Fotos Patricia Stavis
Divulgação
Arte brasileira e sua
internacionalização
Nas fotos, a equipe de montagem organiza as telas nas paredes
brancas do Centro Cultural, dois dias antes da abertura
NÚMEROS
R$ 500 mi
É o valor estimado das peças que
compõem a mostra “Visões na
coleção de Ludwig”.
ONDE CONFERIR
■ Abertura de “Duplo Olhar” acontece neste sábado, dia 25, às 16h.
O Paço das Artes fica na Av. Universidade, 1, Cidade Universitária,
em São Paulo.
20 mil
4º andar do centro cultural, espaço que também reserva “Cabeças
Grandes” de Picasso. Outro destaque é a tela de Jean-Michel Basquiat, em parceria com Warhol,
de 1984, sem título, exposta um
andar abaixo. “Os Luwig conseguiram juntar um conjunto bem
nutrido de arte produzida no pósguerra. Como visionários que
eram, levavam à Europa o que era
tendência no mundo das artes.
Os dois foram os primeiros colecionadores europeus a investir na
Pop Art americana”, explica
Ania. Para a abertura de amanhã,
o CCBB ficará aberto durante toda
a madrugada, de 11h de sábado
até às 21h de domingo.
No aniversário de São Paulo, Art’er pensa a cidade
Pensar a cidade de São Paulo é o
presente que o Espaço Art’er reservou para a metrópole no dia
do seu aniversário. Por meio de
debates, intervenções e diversas
linguagens artísticas em exposição, o espaço, inaugurado há
aproximadamente um ano na Vila Madalena, trabalha como uma
galeria de arte sustentável, que
incentiva o pensamento e a reutilização de materiais.
Amanhã, às 14h, o Art’er apresenta uma programação especial
iniciada com um bate-papo com
Bernardo Borges, autor do livro
“Abandonados SP”, em que retrata locais abandonados em diversas regiões da cidade. Em seguida,
o músico, escritor e artista plástico Carlos Finho faz pocket show.
Há dois anos, o artista lançou livro “Poemas de Combate”, que
reúne letras de músicas cheias de
peculiaridades da cidade. No salão central, os visitantes ainda po-
Pim Lopes
É o número de obras acumuladas
pelo casal Ludwig em sua
coleção. Os trabalhos estão
atualmente espalhados por
12 museus mundo afora.
Ao traçar temáticas como corpo,
memória e referências, a exposição
“Duplo Olhar – Um recorte da Coleção Sérgio Carvalho” apresenta
mais de uma centena de obras de arte contemporânea pertencentes ao
advogado Sérgio Carvalho, no espaço expositivo do Paço das Artes, em
São Paulo. Ao longo dos anos, o colecionador formou um significativo conjunto de obras de artistas brasileiros. Na mostra, a curadora Denise Mattar lança um olhar diferenciado para a diversa coleção, que
pretende traçar o percurso da arte
brasileira rumo ao circuito internacional ao longo dos últimos anos.
Em “Duplo Olhar”, entre pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações, as diversas linguagens artísticas se
contaminam, possibilitando leituras complexas e complementares.
Para causar esse efeito, a curadora
agrupou as obras em temas que
traduzem alguns dos principais assuntos da arte contemporânea como Corpo, Non-Sense Stories, Memórias- Segredos e afins, Referências, Tessituras, Paisagens-Paisagens, Luz e Narrativas, com peças
de artistas das mais variadas gerações como Regina Silveira, Nelson
Leirner e Ana Elisa Egreja.
A mostra abre amanhã e permanece em cartaz até dia 6 de abril.
Um catálogo com todas as obras
da exposição, textos e biografias
dos artistas será lançado no final
de março, juntamente com um debate sobre colecionismo.
dem conferir o projeto OcupArt’
er, que recebe até fevereiro obras
e instalações inéditas dos artistas
da Contempo.Art - Núcleo de Agitação e Fomento Cultural.
ONDE CONFERIR
■ Rua Harmonia, 797, Vila
Madalena. Tel:(11)3926-2512
22 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
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MUNDO
Editor: Gabriel de Sales
[email protected]
Gerard Julien/AFP
Trabalhador cuidava da grama, enquanto desempregados deixavam a agência de empregos, ontem em Madri: 2013 fechou com novo recorde de desemprego na Espanha
Espanha sai da recessão,
mas desemprego cresce
País encerrou 2013 com taxa de desemprego em alta, de 26,03%, apesar de a economia ter voltado a se expandir
no trimestre passado, após dois anos de queda; no final de dezembro, havia 5,8 milhões de espanhóis sem emprego
O desemprego na Espanha encerrou o ano 2013 com uma nova alta,
para 26,03%, se mantendo como o
principal problema de uma economia que acaba de sair da recessão,
voltando ao caminho do crescimento, mas de uma forma ainda insuficiente para absorver os efeitos
da crise no mercado de trabalho.
Quarta economia da zona do euro,depoisdaAlemanha,FrançaeItália,submetida desde o final de 2011 a
políticas de austeridade draconianas para sanear suas finanças públicas, a Espanha não conseguiu manter a tendência de queda do desemprego registrada nos dois trimestres
anterioresde2013,apesar de queestá saindo de uma recessão de dois
anos com crescimento ainda muito
pequeno para abrir novas vagas.
No final de dezembro havia
na Espanha 5.896.300 desempregados, ou seja, 8.400 a menos que no trimestre anterior,
mas, ao mesmo tempo, a população ativa se reduziu, em parte
pela emigração de pessoas e também pelo desânimo que levou
muitos a deixar de procurar emprego, o que explicaria o contraste entre a queda do número
de desempregados e alta percentual do desemprego.
“Efetivamente, há parte da população que, diante de melhores
perspectivas de emprego em outros países, vai buscando melhores perspectivas”, afirmou, ontem, o secretário de Estado de Economia, Fernando Jiménez, em coletiva de imprensa.
No último trimestre,
o Banco da Espanha
detectou um leve
progresso da
demanda interna,
mas as previsões de
crescimento continuam
baixas. O governo
espera para 2014
alta de 0,7% do PIB
Segundo a Pesquisa de População Ativa (EPA) do Instituto Nacional de Estatística (INE), que contabiliza as pessoas que buscam ativamente um emprego, o número de
desempregados caiu em 69.000
pessoas em 2013, o que significa
que “pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2007 houve
uma queda anual do desemprego”. Contudo, em termos percentuais, o desemprego se mantém alto em 26,03%, frente a uma taxa
de 25,98% registrada no trimestre
anterior, uma das mais altas dos
países industrializados.
“Acifrageraesperança”,consideraJoséRamónPin,professordaescola de negócios IESE, em referência
aos 8.400 desempregados a menos,
mas lembra que “o salário médio es-
panhol também caiu, o que significa
queosqueestãotrabalhandotêmmenos dinheiro e isso influi muito no
consumo e dificulta a recuperação”.
A crise social continua sendo
profunda em um momento em
que o país, duplamente abalado
em 2008 pelo estouro da bolha
imobiliária e o começo da crise financeira internacional, acaba de
registrar pequeno crescimento depois de dois anos de recessão.
Os jovens continuam entre os
mais afetados, com uma taxa de desempregode55,06%nafaixadeidade de entre 16 e 24 anos, em alta em
relaçãoaostrêsmesesanteriores,enquanto aumentaram em 24.600 os
lares em que todos os seus membros
ativosestãodesempregados,elevando essa cifra total a 1.832.300.
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 23
Tony Gentile/Reuters
CIDADÃOS DIGITAIS
Para Francisco, internet é ‘dom de Deus’
O Papa Francisco exortou os católicos a serem “cidadãos digitais”
construtivos, utilizando a internet, chamada por ele de “dom de Deus”,
para manifestar a sua solidariedade. O Papa tornou pública a sua primeira
mensagem sobre a comunicação, tradicionalmente emitida a cada ano, no
dia de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas. Ela recebeu o título
de “A comunicação a serviço de uma autêntica cultura de encontro”. AFP
NÚMEROS
55,06%
Taxa de desemprego no final do
último trimestre de 2013 entre os
jovens espanhóis com idade entre
16 e 24 anos, com alta em relação
aos três meses anteriores, quando
ficou em 25,98% , entre as mais
altas dos países industrializados.
36,32%
Taxa de desemprego na região de
Andaluzia, ao sul, que sofreu muito
com o estouro da bolha imobiliária,
e, 2008 enquanto o País Basco,
rica região industrial do norte,
registra a taxa mais baixa com
15,76% no final do ano.
Comissão conclui que
espionagem da NSA
é ilegal e deve acabar
Documento preparado pela Privacy and Civil Liberties Oversight Board também
conclui que ação da Agência pouco contribui para o combate ao terrorismo
Paul J. Richards/AFP
0,7%
Alta do PIB espanhol projetada
pelo Banco da Espanha em 2014,
ainda insuficiente para garantir a
recuperação do emprego. Apesar
da melhora no último trimestre
de 2013, de janeiro a dezembro
houve retração de 1,2%.
A região de Andaluzia, ao sul,
que sofreu muito com o estouro
da bolha imobiliária, mantém
sua taxa recorde de 36,32% desemprego, enquanto o País Basco, rica região industrial do norte, registra a taxa mais baixa
com 15,76%.
O secretário Fernando Jiménez
preferiu pôr o foco na queda do número de desempregados, para afirmar que “esperamos que esta mudança de tendência se mantenha
de forma que na primeira metade
do ano já passemos a registrar taxas de crescimento do emprego
brutos positivas”.
“Contudo, a taxa de desemprego continua sendo inaceitavelmente elevada e é necessário perseverar nas reformas estruturais,
perseverar no processo de consolidação fiscal”, afirmou.
Apesar disso, o Banco da Espanha publicou ontem sua estimativa para 2013, nas quais afirma que
o país “seguiu uma trajetória de
melhora gradual”, apesar de o PIB
ter se contraído 1,2% entre janeiro e dezembro.
No último trimestre, o Banco
da Espanha detectou um leve progresso da demanda interna, em
ponto morto devido ao desemprego. Contudo, as previsões de crescimento continuam sendo baixas
e, assim, o governo espera para
2014 uma alta de 0,7% do PIB, ainda insuficiente para estimular o
emprego. AFP
Comissão independente sugere ao governo dos EUA que acabe com programa da NSA
O programa de coleta de metadados telefônicos da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos é ilegal e deve parar,
segundo o relatório preparado pelo Privacy and Civil Liberties Oversight Board, criado pela Comissão
do 11/9. O documento concluiu
que o programa da NSA é ilegal
por vários motivos e contribui
pouco para a luta contra o terrorismo, razão pela qual “a comissão
recomenda que o governo ponha
fim a este programa”.
“O programa demonstrou pouco valor para proteger a nação do
terrorismo”, destacou a comissão, composta por cinco pessoas e
cujo objetivo é determinar se os
programas de espionagem do governo violam a vida privada dos
americanos e respeitam as liberdades fundamentais.
A divulgação do estudo foi feita
no mesmo dia em que Edward
Snowden, ex-analista da NSA responsável por divulgar os programas de vigilância de comunicações — temporariamente refugiado na Rússia e foragido da justiça
americana após ser acusado de espionagem — pela primeira vez
manteve um bate-papo com internautas durante uma hora no site
www.freesnowden.is.
O documento estuda a interpretação que o governo e a NSA fazem do artigo 215 sobre a lei “Ato
Patriótico”, adotada em 2001
após os atentados de 11 de setembro e que permite coletar metadados telefônicos (número, hora, duração da ligação, mas não contempla a gravação das conversas).
“A lei 215 sobre o amplo programa de metadados telefônicos carece de base legal (...), desperta preocupações sobre sua constitucionalidade com relação à Primeira e Quarta Emendas, aumenta seriamente
as ameaças sobre a privacidade e as
liberdades civis e demonstrou pouco valor”, destacou o informe.
A comissão também rejeita
que os governos de Barack Obama
e de seu antecessor, George W.
Bush (2001-2009), interpretem
que os metadados não estão protegidos pela Constituição, já que são
anônimos. AFP
24 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
Alessandro Bianchi/Reuters
▲
MUNDO
ITÁLIA
Berlusconi é alvo de nova investigação
Promotores de Milão abriram nova investigação contra Silvio
Berlusconi sobre acusações de que o ex-primeiro-ministro italiano
corrompeu testemunhas de um julgamento em que ele era acusado
manter relações sexuais com uma menor. A investigação ocorre depois
da condenação de três cúmplices culpados de atrair jovens mulheres
para se prostituírem em festas na mansão de Berlusconi. Reuters
Elvis Barukcic/AFP
Clubes europeus
driblam a crise
e faturam € 5,4 bi
UM NOVO EPISÓDIO NA VIDA DE MUJIC
Valor se refere à receita das 20 maiores agremiações no ano
fiscal encerrado em 30 de junho de 2013, que cresceu 8%
O Bayern Munich superou o Manchester United para tornar-se o
terceiro clube de futebol mais rico do mundo em receita. O Real
Madrid se manteve no topo da lista pelo nono ano consecutivo, um
recorde, segundo pesquisas da
Deloitte. O Bayern aumentou seu
faturamento em 17%, para 431,2
milhões de euros (US$ 584,5 milhões) no ano fiscal encerrado em
junho de 2013 devido a aumento
nas vendas de transmissões, de ingressos e de camisas.
O Real Madrid, que no mesmo
período não ganhou troféu, aumentou suas vendas em 1,2% para 518,9 milhões de euros. A receita do Barcelona, o segundo colocado, não apresentou mudanças
significativas, totalizando cerca
de 483 milhões de euros.
Essa é a melhor colocação para o Bayern na chamada “Liga de
Dinheiro do Futebol” da Deloitte
em 11 anos.
O United aumentou suas vendas para 423,8 milhões de euros
Entre os não europeus
o Corinthians é o clube
mais bem colocado
em faturamento,
ocupando a 24ª
colocação, à frente,
inclusive, do Benfica,
de Portugal, que
está no 26º lugar
no período e está “bem posicionado” para recuperar o terceiro lugar com o aumento da renda obtida com transmissões e patrocínios
nesta temporada, disse a Deloitte.
A receita combinada dos 20
maiores clubes aumentou 8%, para 5,4 bilhões de euros, fato impressionante dado o clima econômico na Europa, disse a Deloitte.
O Paris Saint-Germain passou do décimo ao quinto lugar
após aumentar suas vendas
anuais em 81% para 398,8 milhões de euros, em parte pelas
vendas de patrocínios do Qatar,
que controla a equipe mediante a
Qatar Sports Investments.
O Manchester City, propriedade do Xeque Mansour bin Zayed
Al Nahyan, de Abu Dhabi, escalou uma posição para ficar no sexto lugar, disse a Deloitte, citando
a Etihad Airways, sediada em
Abu Dhabi, como “o ponto central do seu sucesso comercial”.
O Galatasaray e o Fenerbahçe,
ambos da Turquia, escalaram até
a 16ª e a 18ª posição respectivamente, convertendo-se nos primeiros times de uma liga de fora
da Inglaterra, da Alemanha, da Espanha, da Itália e da França a entrarem nos primeiros 20 lugares
desde a temporada 2005-2006.
O Corinthians é o clube de fora da Europa com a melhor colocação, no 24º lugar, à frente inclusive do Benfica, de Portugal,
que ocupa o 26º posto. Alex Duff,
■ A Alemanha negou asilo para o cigano bósnio Nazif Mujic,
Urso de Prata de melhor ator do Festival de Berlim 2013,
e que se encontra em um abrigo de refugiados. Ele promete
devolver o prêmio se não conseguir o asilos.Mujic ganhou
o Urso de Prata de melhor ator na 63ª Berlinale pela atuação
no filme “Um episódio na vida de um reciclador de metais”,
de Danis Tanovic, que reconstrói a dramática história que o
cigano e sua esposa grávida e doente viveram ao serem
rejeitados em vários hospitais por não terem seguro social. AFP
Bloomberg News
Pierre-Philippe Marcou/AFP
Rússia apela para que países
ignorem ameaças de atentados
durante Olimpíada de Sochi
Autoridades olímpicas
também minimizaram
possibilidade de atos
terroristas nos jogos
Jogo entre Real Madri (de branco) e Bayern Munich, primeiro e terceiro colocado em receitas
A Rússia fez, ontem, um apelo para que os países ignorem cartas
com ameaças de ataques aos Jogos
Olímpicos de Inverno no próximo
mês em Sochi, minimizando as
mensagens e chamado-as de trotes. O apelo se seguiu a declarações de autoridades olímpicas internacionais, para quem as mensagens com “ameaças terroristas”
recebidas pelos comitês olímpicos
nacionais dos Estados Unidos e de
pelo menos cinco países europeus
não representam perigo.
“Euachoqueissoéumaprovocação... e nós recomendamos a nossos colegas de outros países que não
deem atenção”, disse ochefe doComitê Olímpico da Rússia, Alexander Zhukov, em entrevista coletiva.
Depoisdedoisatentadoscomhomens-bomba matarem 34 pessoas
no mês passado na cidade de Volgogrado, no sul do país, a Rússia tem
se esforçado em assegurar a atletas
e expectadores que a Olimpíada em
Sochi, cidade próxima ao turbulento norte do Cáucaso, serão seguras.
Militantes islâmicos do norte do
Cáucaso têm ameaçado atacar os
jogos. Zhukov disse, no entanto,
que “toda as medidas de segurança
necessárias foram tomadas e a segurança está garantida”. Reuters
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 25
26 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
OPINIÃO
Editoria de Arte
Além do
Bolsa Família
Marina Grossi*
[email protected]
liminar a pobreza e reduzir a níveis toleráveis a desigualdade na
distribuição de renda são metas
que devem estar na agenda de
prioridade máxima no Brasil e no
mundo. A exclusão de milhões de
famílias do mercado formal representa
forte obstáculo para a construção de um
modelo verdadeiramente sustentável.
Podemos ir além dos já reconhecidos
projetos de transferência de renda promovidos pelos governos e ampliar em
escala exponencial o impacto desses
projetos, com o incremento da participação do setor empresarial, principal
agente na geração de emprego e renda
no Brasil e no mundo. Instrumentos para isso já existem.
Os programas de microfinanças – incluindo crédito, seguro e outros produtos do mercado financeiro para pequenos empreendedores, formais ou informais – estão entre as mais promissoras
estratégias de combate à exclusão social na atualidade. Contudo, opera numa faixa de mercado ainda muito incipiente. No mundo, cerca de US$ 25 bilhões são aplicados por ano pelo setor
de microfinanças. Essa quantia, suficiente para atender apenas 10% da demanda (pessoas economicamente ativas em microempreendimentos), é insignificante quando comparamos com
os US$ 225 trilhões que o mercado financeiro global movimenta anualmente.
No Brasil, as carteiras de microfinanças
operamcomR$1,8bilhão(ouUS$540milhões), patamar igualmente pequeno
quando observamos nossa demanda reprimida. São 52,8 milhões de pessoas acima de 16 anos excluídas do mercado financeiro formal e 40% da nossa população vivendo na informalidade.
Essa vasta camada populacional —
no caso do Brasil os egressos do Bolsa Família e os que ocupam hoje as classes C,
D e E — fica impossibilitada de crescer
com segurança por não ter acesso a serviços financeiros. O microcrédito impulsiona os negócios e os microsseguros e microinvestimentos garantem a
manutenção do patrimônio obtido. A
parcela que vive com menos de três salários mínimos, que compreende mais de
80% do mercado brasileiro, seria o público das microfinanças, com destaque
para as mulheres que hoje ocupam papel fundamental no sustento das famílias na base da pirâmide.
O microcrédito — primeira modalidade das microfinanças — começou a
ser oferecido no Brasil no final da década de 90 por uma iniciativa pioneira do
Banco do Nordeste, que teve o mérito
E
Os programas de
microfinanças — incluindo
crédito, seguro e outros
produtos do mercado
financeiro para pequenos
empreendedores — estão
entre as mais promissoras
estratégias de combate
à exclusão social
de substituir, com sucesso, a filantropia
por regras de mercado, cobrando taxas
de juros e analisando riscos, mas de
uma forma mais adequada ao público
que não poderia fornecer as garantias
tradicionais exigidas pelos bancos, como bens ou rendas relevantes.
Ao contrário das iniciativas filantrópicas, os programas de microfinanças geram benefícios para todos os atores envolvidos, a começar pelo empreendedor
e seus vizinhos, já que 70% da renda gerada pelos pequenos empreendimentos
circulam dentro da comunidade em que
vivem. Para as empresas, a prospecção
desse novo negócio tem forte potencial
de expansão, valoriza os ativos intangíveis das instituições financeiras, fortalece o mercado formal e o consumo de produtos e serviços. O setor governamental
amplia sua receita com a geração de renda e aumenta sua capacidade de investir
em programas de saneamento e recupe-
ração ambiental, educação, mobilidade,
segurança e tantas outras demandas.
O Banco Central deu um passo importante. Desde 2011 prevê direcionamento
de no mínimo 2% dos saldos dos depósitos à vista captados pelas instituições financeiras para operações de crédito destinadas à população de baixa renda e a
microempreendedores.Uma recente publicação do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) — “Microfinanças: microcrédito e microsseguros no Brasil — o papel das instituições financeiras” — monta o cenário brasileiro e propõe o aprofundamento das discussões.
A partir disso, podemos traçar novas
estratégicas para dar sustentabilidade financeira e, assim, viabilizar esse promissor e transformador modelo de negócio.
*Marina Grossi é presidente do CEBDS (Conselho
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável)
Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014 Brasil Econômico 27
ROBERTO FREIRE
PATRICK VAYSSE
Deputado federal por São Paulo
e presidente nacional do PPS
Fundador e Diretor da Vaysse Consultoria
‘Pleno emprego’ do PT é
desmascarado pelo IBGE
A hotelaria e o
turismo no Brasil
Não foram os “pessimistas” enxovalhados pela presidente
Dilma Rousseff ou os “nervosinhos” ridicularizados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, os responsáveis pela desconstrução de uma das grandes falácias alimentadas pelo
PT. O mito do “pleno emprego” se revelou uma peça de ficção devidamente desmentida pelos dados apresentados na
Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio Contínua (Pnad
Contínua), divulgada não pelos partidos da oposição, mas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mercado hoteleiro no Brasil cresce todos os anos e depois
de ser escolhido como a sede dos maiores eventos esportivos
da atualidade, a Copa do Mundo de futebol, em 2014, e as
Olimpíadas, em 2016, o pais acelera ainda mais a expansão
nessa área. O problema é se a demanda será atendida de forma adequada aos padrões internacionais e se teremos a chance de mostrar aos turistas uma boa imagem ou não. É aí que
esbarramos na necessidade de melhorias, não apenas na hotelaria nacional, mas também em todo o setor do turismo.
Osdadosapontamum índice de desocupaçãode 7,4%nosegundotrimestre de 2013, bem acima do percentual
registradopela Pesquisa MensaldeEmprego (PME), de 5,8% em abril e maio
e 6% em junho (média de 5,9%). No
Nordeste, uma em cada dez pessoas
procura vaga no mercado e não encontra. O Norte também aparece acima da
média nacional, com 8,3% de desocupação. Em novembro do ano passado,
a taxa medida pela PME chegou ao patamar de 4,6%, o que levou os arautos
do lulopetismo afalarem em pleno emprego, como se isso fosse factível em
um país cuja economia vem colecionando “pibinhos” ano após ano.
Para começar, o Brasil não possui
quase nada de hotelaria de luxo. O
que temos, atualmente, são muitos
hotéis que cobram alto e que não entregam os mesmos serviços de um
hotel de luxo no exterior, e que geralmente cobram bem menos.
Hotéis considerados de luxo, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro,
por exemplo, são apenas upscal nos
Estados Unidos e em países da Europa. Se avaliarmos o tamanho do Brasil
há poucas bandeiras “de luxo” para
atender uma demanda grande e atual.
As principais bandeiras que atendem
esses clientes não estão no país por
conta do chamado “custo Brasil”.
Outro legado perverso
da era petista é a ‘geração
nem-nem’ formada por
jovens que não trabalham
nem estudam, que
somavam 9,6 milhões em
2012 (19,6% da população
entre 15 e 29 anos)
Ainda segundo a nova pesquisa do
IBGE, um contingente de 61,3 milhões
de brasileiros de 14 anos ou mais não
trabalha nem procura ocupação. O número corresponde a 38,5% da população em idade para trabalhar de acordo
com os critérios do instituto e equivale
à soma de habitantes dos estados de
São Paulo e Rio de Janeiro. Mesmo se
não levarmos em conta os menores de
18 anos e maiores de 60, há 29,8 milhões de pessoas fora do mercado de
trabalho, seja porque desistiram ou
nem tentaram procurar emprego.
A pesquisa anterior do IBGE, adotada pelo governo para fazer proselitis-
mo político, era menos abrangente e
trazia dados referentes apenas às seis
maiores regiões metropolitanas, com
entrevistas em 44 mil domicílios. A
Pnad Contínua tem amostra de 211 mil
domicílios e alcança 3,5 mil municípios. Além disso, há diferenças sobre
os conceitos de desocupação: a PME
só considera desempregado quem está sem trabalho e procurou emprego
nos últimos 30 dias. Pela nova pesquisa, basta estar sem ocupação para fazer parte do índice de desemprego.
Outro legado perverso da era petista no comando do país é a “geração
nem-nem”, formada por jovens que
não trabalham nem estudam, que somavam 9,6 milhões em 2012 (19,6%
da população entre 15 e 29 anos), segundo dados do IBGE divulgados no
fim do ano . Já o número de brasileiros
que não trabalhavam nem queriam ter
um emprego chegou a 16,8 milhões
em novembro de 2013, ante 15,8 milhões no mesmo mês de 2012.
Por fim, os dados mais recentes do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo
próprio Ministério do Trabalho, apontam que o Brasil amargou, em 2013, o
pior resultado na geração de empregos
em dez anos, com a criação de 1,1 milhão de novos postos com carteira assinada (índice14,1% inferiorao de2012).
Comosevê,nem apoderosa máquina de propaganda do governo é capaz
de iludir a população o tempo todo. A
falácia do “pleno emprego”, construída meticulosamente com base em números escamoteados e levantamentos
pouco abrangentes, foi desmascarada
pela dura realidade vivida por milhões
de brasileiros. Como há tempos vem
alertando a oposição, desqualificada
por Dilma e seus serviçais, o castelo de
cartas do PT começou a ruir.
É preciso investir em
educação hoteleira,
formação de profissionais,
se modernizar e se inspirar
em modelos externos de
sucesso. Só assim, vamos
nos equiparar aos padrões
internacionais de hotelaria
Além disso, faltou planejamento e
investimento por parte do governo para que o setor estivesse mais a frente,
contandocomserviçosmodernosesoluções inovadoras. O setor hoteleiro no
Brasil anda estagnado há muito tempo,
sem inovação ou novidades. Ha quatro
anos, quando foi anunciado que o país
sediaria os jogos olímpicos e a Copa, foi
quando os profissionais hoteleiros e os
investidores viram a necessidade de
melhorias nessa área. Infelizmente,
muito tarde para se equiparar aos padrões internacionais e por essa razão os
preçostambémdispararamesãocobrados valores muito acima do real.
Ainda que faltem hotéis de luxo e
investimento nessa área, o que vemos é a falta de escolas e base de conhecimento para muitos profissionais do setor. Atualmente, a infraestrutura hoteleira é reduzida, não há
inovação e o que surpreenda os hóspedes. Um clássico exemplo é o wifi, cobrado na maioria dos hotéis brasileiros e disponível gratuitamente
na maioria das ruas e dos hotéis de cidades como Nova York. É claro ainda
que nem todos os lugares disponibilizam o serviço gratuitamente, mas
poderíamos sair na frente e já disponibilizar este serviço sem custo algum aos hóspedes.
Outro problema e a língua. Muitos brasileiros não falam inglês, na
verdade apenas 5% dominam o idioma, de acordo com levantamento feito pelo British Council. Isso faz com
que seja difícil a comunicação dos turistas nos hotéis e nas cidades, que
também não contam com placas informativas em inglês.
Ainda há a falta de moeda nacional disponível para saque nos bancos, falta de guias turísticos, entre
outros. Ou seja, falta estrutura para
o turismo nacional, não apenas novidades na hotelaria, mas também novidades em todas as áreas que envolvem o turismo.
É necessário estudar diferentes
perfis de turistas, para conhecer melhor as culturas e saber como recebêlos de forma adequada, sempre surpreendendo positivamente. Ainda é
preciso investir em educação hoteleira, formação de profissionais e seguir novas escolas do conhecimento, modernizar e se inspirar em modelos internacionais de sucesso. Só
assim, poderemos nos equiparar aos
padrões internacionais de hotelaria.
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas
Diretor Presidente José Mascarenhas
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28 Brasil Econômico Sexta-feira e fim de semana, 24, 25 e 26 de janeiro de 2014
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PONTO FINAL
OCTÁVIO COSTA Chefe de Redação
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Leonel de Moura Brizola foi político polêmico que despertou paixão e também inimizades históricas (seu mais poderoso desafeto
foi, sem dúvida, o empresário Roberto Marinho). Mesmo os inimigos, porém, respeitavam sua integridade. Casado com Neusa, irmã
de Jango, seus bens de maior valor pertenciam à família da mulher. Vale lembrar que, na longa
AROEIRA
carreira política, Brizola, além de
governar o Rio Grande do Sul, foi
governador do Rio de Janeiro por
dois mandatos. Durante a ditadura, os militares fizeram uma devassa em sua vida , mas nada encontraram de irregular. Pesava contra ele apenas o perfil ideológico.
Tinha uma visão de esquerda personalíssima que ele mesmo batizou de “socialismo moreno”.
O que mais assustava
os inimigos de Brizola
— que o chamavam
de caudilho — era a
facilidade com que
o líder trabalhista
se comunicava
com o povo
ro nos bairros mais populares, mulheres e homens de mais idade se
aproximavam, com olhos marejados, e pediam licença para tocar no
candidato, com uma reverência jamais vista. Na boca dos palanques,
os eleitores mais calejados mostravam intimidade com o orador e pediam que ele desfiasse um repertório que já conheciam de outras épocas. “Conta a do escorpião, Brizola!”. O político não se fazia de rogado e repetia a fábula do escorpião e
do sapo à beira do lago. No meio da
travessia, apesar das promessas
em contrário, o escorpião dá uma
ferroada no sapo e os dois morrem
afogados. Antes de afundar, o escorpião, que pedira a carona, se justifica: “É a minha índole”. Brizola
concluía o relato, pedindo que todos tomassem cuidado com a má
índole de seus adversários. O povo
aplaudia e pedia mais.
No dia 22 de janeiro, Leonel
Brizola teria feito 92 anos. Foi
um político único e não fez sucessores. Mas deixou muita história
para contar.
SOBE E DESCE
Antonio Milena
F
oi inaugurada na quarta-feira, em Porto Alegre, uma estátua do
ex-governador Leonel Brizola. No caminho entre o Palácio Piratini
e a Catedral Metropolitana, a escultura mostra o político numa
atitude típica, discursando de dedo em riste. Com a homenagem, os
gaúchos querem lembrar principalmente a Campanha da Legalidade,
que garantiu a posse do vice-presidente João Goulart após a renúncia
de Jânio Quadros. Como lembra Flávio Tavares no livro “1961: O Golpe
Derrotado”, naqueles dias tensos da vida política nacional, Brizola
comandou a reação contra os generais que se opunham ao trabalhismo,
representado por ele e por Jango, seu cunhado. Vitorioso em 1961, só foi
vencido em 1964 pelo golpe militar que lhe impôs um exílio de 15 anos.
Mas o que mais assustava os inimigos de Brizola — que o chamavam de caudilho — era a facilidade
com que o líder trabalhista se comunicava com o povo. Esse era o
verdadeiro perigo: sua capacidade
de empolgar os eleitores mais humildes. Na última eleição antes do
exílio, Brizola teve um desempenho histórico no Rio de Janeiro em
1962. Foi eleito deputado federal
com cerca de 250 mil votos, quase
um quarto do eleitorado do Estado. Até hoje é um recorde. Havia
no ar a ameaça de ele se candidatar à sucessão de Jango com grande chance de vitória. E, por isso,
os militares decidiram virar a mesa e acabar de vez com a legalidade
constitucional, que engoliram a
muito custo em 1961.
Os generais tinham mesmo o
que temer. Quem assistiu aos primeiros comícios de Brizola depois
da volta ao país ficou impressionado como seu carisma resistiu ao
longo período de exílio. Na campanha para o governo do Rio em
1982, quando Brizola descia do car-
■ O governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin , sancionou lei
que veta a utilização de animais
na produção de comésticos,
produtos de higiene pessoal e
perfumes. A fiscalização será
feita pela Secretaria da Saúde.
Henrique Manreza
‘CONTA A DO ESCORPIÃO, BRIZOLA!’
■ O PSDB paulistano vai acionar
o Ministério Público Eleitoral
contra o presidente da Fiesp
e pré-candidato do PMDB ao
governo de São Paulo, Paulo Skaf,
acusado de campanha eleitoral
antecipada, paga pela Fiesp e Sesi.

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