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www.revistaoutdoor.pt nº9 janeiro/fevereiro 2013 outdoor Revista Torna-te fã Manali leh em BTT, pedalar na estrada mais alta do mundo por Aurélio Faria Entrevista Aventura com Emanuel Pombo Ascensão ao Island Peak por Luísa Tomé desafio Ecopista do Dão atividade Snowboard em 10 questões soS Código Segurança Outdoor foto-reportagem A Serra e a Estrela por Teresa Conceição Diretrizes EDITORIAL 05 GRANDE REPORTAGEM Manali Leh em BTT, pedalar na estrada mais alta do Mundo por Aurélio Faria 06 nº9 Janeiro_Fevereiro 2012 EM FAMÍLIA EVENTO — Brincar na Neve 14 ATIVIDADE — Trekking com Burros na Costa Vicentina 16 aventura DESAFIO — Ascensão ao Island Peak no Nepal por Luísa Tomé 18 EVENTO — The Color Run 26 PROJETO — Galiza por Sílvia Romão 30 06 entrevista Emanuel Pombo — Downhill 34 POR TERRA ATIVIDADE — Ecopista do Dão 42 EVENTO — Paintugal 48 neve atividade — Snowboard em 10 questões 52 indoor — Preparação indoor para snowboard 56 ENTREVISTA — Nick Coutts 58 Pedro Pedrosa liderou a primeira grande expedição internacional de BTT… a travessia a Manali leh, a estrada mais alta do mundo. Não perca as histórias e desafios desta grande aventura… FOTOGRAFIA PORTFOLIO DO MÊS — Luís Lopes 60 FOTO DO MÊS — Rafting no Rio Paiva 68 FOTO-REPORTAGEM — Serra e a Estrela por Teresa Conceição 70 SOS Código de Segurança Outdoor 76 34 DESCOBRIR REGIÃO — Na rota das aldeias históricas da Serra da Estrela 80 livro aventura — Ericeira de Luís Ruivo 88 PROJETO — Os Seven Summits de Paulo Miranda 90 kids PARQUES AVENTURA 94 ATIVIDADES OUTDOOR 98 DESPORTO ADAPTADO JUDO PARA TODOS 104 ESPAÇO APECATE Como desenvolver o Turismo de bicicleta em Portugal 108 equipamento 112 a fechar 114 O atual campeão nacional de downhill esteve à conversa com a Outdoor e contou-nos alguns dos seus segredos, histórias e sonhos. Não perca esta entrevista recheada de vitórias! 70 Teresa Conceição, através das suas imagens desvenda-nos alguns dos segredos da Serra da Estrela! Aqui comprovamos que mais uma vez, há imagens que valem mais que mil palavras. Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores. Não é permitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista. Onde eficiência e cOntrOlO se juntam. OCCAM Advanced Dynamics é a tecnologia com que criámos a bicicleta de trail mais eficiente do mercado. Uma máquina que te fará subir mais ágil do que nunca e te dará o máximo controlo para fazeres faísca em qualquer descida. Nova Orbea Occam, onde eficiência e controlo se juntam. ADY GSB THT CHT www.orbea.com Editorial Ficha técnica chegou o número 9! A Revista Outdoor dá às boas vindas a 2013. www.portalaventuras.clix.pt N este novo ano como o frio decidiu não dar tréguas, nós decidimos dar-vos sugestões para partirem à aventura com estas temperaturas. Edição nº8 WPG – Web Portals Lda NPC: 509630472 Capital Social: 10.000,00 Começamos a nossa 9ª aventura outdoor a pedalar na estrada mais alta do mundo com Pedro Pedrosa… Sabem onde fica? Na reportagem vão encontrar esta e outras respostas. Continuamos a pedalar e metemos conversa com Emanuel Pombo, o nosso campeão de downhill que nos conta alguns segredos. Para além das suas palavras, deslumbrem-se com imagens fantásticas de Luís Lopes, num portfólio de cortar a respiração. A nossa aventura a pedalar termina na ecopista do Dão. Daqui, passamos ao ponto mais alto de Portugal Continental: a Serra da Estrela. Vamos levá-lo à descoberta das aldeias históricas e das atividades outdoor incluindo o snowboard, tão apreciado nesta altura. Na fotografia, Teresa Conceição desvenda-nos um pouco mais sobre a Serra, através da foto reportagem! Continuamos a nossa viagem, vamos caminhar na Galiza e terminamos com a ascensão ao Island Peak. Pelo meio ainda descobrimos atividades outdoor para realizar em Portugal, parques temáticos, ouvimos conselhos para partirmos à aventura em segurança e colocamos a leitura em dia com o livro “Ericeira” de Miguel Ruivo. O desafio está lançado, aceita entrar na aventura de ler o número 9 da Revista Outdoor? Boas aventuras e continue a acompanhar todas as novidades aventureiras no Portal Aventuras e no Facebook! ø Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide Telefone: 214702971 Site internet: www.revistaoutdoor.pt E-mail: [email protected] Registo ERC n.º 126085 Editor e Diretor Nuno Neves | [email protected] Marketing, Comunicação e Eventos Isa Helena | [email protected] Sofia Carvalho | [email protected] BEBIANA CRUZ | [email protected] Revisão Cláudia Caetano Colaboraram neste número: Amâncio Santos, ana lima, andré faria, antónio gavinho, Aurélio Faria, cláudia almeida, emanuel pombo, jaime rendeiro, luís lopes, luísa tomé, nick coutts, paulo miranda, pedro alves, pedro pedrosa, sílvia romão, teresa conceição. som bebiana cruz Nuno Neves Design Editorial Inês Rosado Fotografia de capa luís lopes Desenvolvimento Ângelo Santos 5 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Grande Reportagem Manali leh em BTT, pedalar na estrada mais alta do mundo! 6 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Foto: Paulo Mourão Por Aurélio Faria A minha expedição: Pedro Pedrosa Grande Reportagem Manali Leh em Btt Q uase 10 anos depois da aventura aos Himalaias, Pedro Pedrosa continua a dar pouca importância ao facto de ter liderado a primeira grande expedição internacional da BTT portuguesa: a travessia de Manali leh, a estrada mais alta do mundo. Em agosto de 2003, e num feito que passou praticamente despercebido, um grupo de 7 portugueses pedalou mais de 500 km entre os 4000 e os 5000 metros, e à sombra dos altos cumes, percorreu a famosa e perigosa estrada que liga as províncias norte-indianas himalaianas com o Ladakh, já na fronteira com o Tibete. O PROJETO A ideia surgiu-me numa viagem anterior de mota com o meu primo Nuno Pe(...) uma drosa. Desafiei amigos de todo o país, e apurei um grupo final de 7 eleviagem até mentos. Constituiu-se um outro Manali, um percurgrupo mais pequeno de 5 que efeso massacrante e algo tuou um trekking no Ladakh, e se cruzou, algumas vezes, com os aterrador, para quem BTTistas. nunca presenciou as ul- trapassagens aparenEntrámos no mundo das estradas temente suicidas dos de montanha com uma viagem até Manali, um percurso massacrante condutores indiae algo aterrador, para quem nunca nos. presenciou as ultrapassagens aparentemente suicidas dos condutores indianos. À chegada, fizemos 1 dia de marcha para adaptação à altitude, já superior a 2000m. Fomos notícia quando nos equipámos a preceito e montámos as bicicletas. Tivemos até direito a foto no jornal local, com legendas em hindi. O PRIMEIRO LA Em chinês ou tibetano, colo de montanha ou passe diz-se La. Numa tarde de chuva e frio, estreámo-nos no Rothang La, 3980 mts, a meio do segundo dia de expedição . O mau tempo foi depois compensado com a primeira descida vertiginosa e alucinante pelas entranhas do vale de Lahul. Aqui tivemos a primeira noção das dimensões himalaianas: seguimos o curso do rio Chandra e voltámos a subir para Keylong, o local de pernoita depois de 80 e tal kms a pedalar... OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 7 Grande Reportagem A PAREDE Planeamos atacar a Parede, - como Na longa chamámos ao Baralacha La-, ao subida, mantiprincípio da tarde. A 4880 metros de altitude, a vemo-nos concenprimeira «parede» representrados e tentámos tava em apenas 20 km mais sempre ir bebendo de 1000 metros de desnível de subida sobre o local de dorágua, para manter mida, e era também a nossa a hidratação primeira aproximação aos 5000 correta. e às zonas onde sabíamos sentir já os efeitos da altitude. Na longa subida, mantivemo-nos concentrados e tentámos sempre ir bebendo água, para manter a hidratação correta. Fizemos o passe por volta das 14 horas. Depois da alegria e fotos da praxe, iniciámos a descida, com paragem nas primeiras dahbas (tendas de chá) a 4700 metros. Bebemos chá e reconfortámos o estômago com o habitual arroz, dahl e chapati. Cansados, adormecemos e, ao acordar, imediatamente nos apercebemos do erro cometido: havia fortes dores de cabeça! Ainda indevidamente aclimatizados, havia que descer rapidamente até ao local da dormida. É lindíssima a descida de 40 km até Sarchu! O vale é aberto, e devido às chuvas recentes estava coberto por um manto verde em contraste, deslumbrante, com as montanhas rochosas e os picos nevados. Cruzámos uma zona inóspita, com controlo militar e de passaportes, e depois de uma linha de água, local de acampamentos turísticos de verão, entrámos no estado de Jammu e Caxemira. AS GATALOOPS A pensar na dupla etapa, acordámos cedo nesse dia 22 de agosto, e começámos logo a pedalar vale abaixo, ao longo do rio, até ao marco que assinala o início das 21 gata loops. Na realidade, é uma estrada que serpenteia encosta acima, com uma inclinação suave, em 21 curvas em cotovelo. Fomos contando as ditas, e no final da 21ª gata loop atingimos os 4600 metros de altitude. E ainda nos faltavam alguns kms até ao Nakehla La (4850 mts), o primeiro colo do dia, e por alguns considerado como dos mais duros da travessia. Alertados pela experiência do passe anterior, rapidamente descemos até Whisky Nulah, a 4500, antes de atacarmos o nosso primeiro 5000. Com calma e paciência para manter um ritmo lento, e sempre com a preocupação da boa hidratação, e atingimos o objetivo, brindados com o bom 8 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Grande Reportagem Manali Leh em Btt tempo e vistas deslumbrantes das montanhas a perder de vista! A descida surpreendeu-nos com um troço de estrada que mais parecia uma prova de trial. Sem alcatrão testámos a concentração e os limites dos pneus Maxxis. Naquela noite, dormimos numa tenda tipo berbere, jantámos xau-min, e ainda tivemos energia para um serão de cantigas à desgarrada entre indianos e portugueses. Memoráveis, as “Pang Sessions!” solveu pedalar connosco numa SCOTT alugada e algo torta. Com ele, rimo-nos e atravessámos um espetacular planalto de 40 km a 4600 mts de altitude. Fomos ainda obrigados a vencer mais duzentos metros de altitude para acampar no único sítio com água. Ao lado de duas stupas budistas, era um sítio lindíssimo, mesmo no final do vale e na base da montanha que iríamos subir no dia seguinte. Tomamos banho de copo, des- cansámos e contemplamos com respeito os 5350 metros que teríamos ainda que enfrentar. AS PAISAGENS A primeira tarde pôs à prova a paciência e capacidade em manter um ritmo lento numa subida interminável... Mas fomos logo animados pela beleza da paisagem de cascatas, gargantas e vales imensos que se abriam a cada curva. No alcatrão deste início O PLANALTO INTERMINÁVEL Com mal de altitude, o João optou por seguir com o grupo do trekking para Leh. Foi substituído pelo José Artur que levou a sua SEVEN até ao fim. Neste dia, o Raju, guia da logística que só víamos ao final da tarde, juntou-se ao grupo, e reOUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 9 Grande Reportagem de itinerário, a animação dos camiões que buzinam constantemente acabou também por ser irritante. Recordo a paisagem em TangLang La, e a vista panorâmica de 360º graus com o maciço dos Himalaias em todo o esplendor. As bandeiras de oração e um pequeno templo budista, - curiosamente com divindades hindus-, contrastavam com o edifício pré-fabricado dos operários que reparam todos os verões uma estrada danificada pelas intempéries. O vale que descemos é em tudo diferente de tudo o que já pedalamos até aqui. As cores magenta, grená e castanho escuro, as aldeias de casas tipicamente tibetanas e telhados onde se armazenam colheitas e se seca bosta de animais para combustível de Inverno, as culturas, as searas e a linha de água serpenteante. Acabámos por acampar num pequeno vale, onde tomámos um banho de “imersão” no ribeiro frio. AS DIFICULDADES O mal de altitude, agravado pelo esforço físico intenso, foi a maior dificuldade. Alguns de nós começaram logo a sentir as inevitáveis e normais dores de cabeça. O João foi quem mais se ressentiu, e nos últimos dias foi enquadrado no grupo de trekking. A descida de Tang Lang La é capaz de ter sido a mais alucinante da expedição. Depois de alguns, poucos, kms, de estrada má, avistámos uma linha que desce abruptamente e como um risco a encosta de terra. Não hesitámos quando lá chegámos: saímos da estrada para o mais louco «downhill» realizado num vertiginoso e inclinado trilho que provocou a separação imediata do grupo. Quando nos reencontrámos na estrada, gritámos da adrenalina: afinal, tínhamos descido dos 5100 para os 4700m em 2 a 3 kms , e atalhado em poucos minutos mais de 10 km na estrada! Foto: Paulo Mourão À medida que subíamos o vale em direção à alta montanha, havia cada vez menos trânsito, e mais chuva, que teimava em cair... Suposta- mente, a influência da monção não deveria ter passado para além do primeiro passe. Alterações climáticas?!... A paisagem fez-nos esquecer tudo isso! 10 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR OS REGISTOS As jornadas foram planeadas com quadros estatísticos e resumo das dificuldades esperadas. Dia 8 De Debring a Upshi; início do dia cedo com o ataque ao passe respeitável de 5360 mts ; subida de 20 km em piso duro, e possilidade de surpresas nos troços mais altos. Depois do passe, fabulosa descida. Na parte final, dhabas. O DIA MAIS ALTO E eis que chegou o dia D! Inspirados pelas mantras budistas, ouvidas às 5 da manhã, levantámo-nos antes do nascer do sol. Não quisemos arriscar uma subida tardia e o calor do meio-dia. Avançámos determinados e confiantes, para vencer mais de 2000 metros de desnível em 36 km, preparados para pedalar muitas horas a subir..., a subir..., subir.... Ao km 20, atingimos o controlo militar e apresentámos a necessária autorização, obtida no dia anterior em Leh. Única avaria da expedição: o Paulo Mourão substituiu a corrente. A partir do checkpoint, a estrada começou a degradar-se, e o piso tornou-se muito irregular, com cada vez menos alcatrão e mais pedra à superfície. Agravados pelo frio, pela chuva e pelos efeitos da altitude, os quilómetros finais foram OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 11 Grande Reportagem Manali Leh em Btt Duas bicicletas de travão de disco pagram o preço, e o susto foi grande para os condutores. Grande Reportagem demolidores. A última hora de ascensão foi um verdadeiro desafio físico e mental, e exercício de concentração para atingir objetivo do dia e da expedição. Na última curva, e com o passe á vista, a queda de flocos de neve brindou o momento especial de pedalar a 5602 metros de altitude. Abrimos as garrafas de vinho do Porto Numância e tinto Monte Agudo, e saltámos literalmente de alegria. Houve ainda tempo para o chá oferecido aos que ali passam pelo militar de serviço. Vestimo-nos depois o mais que pudemos e aí viemos nós, de volta a Leh, em duas horas de descida non-stop! A situação político-militar em Caxemira impediu que pedalássemos ainda mais alto. A estrada continua para o Nubra Valley, e sobe a cordilheira do Karakorum, onde entronca com a famosa KKH, a KaraKorum Highway e com outro passe acima dos 5000 metros. Mas há sempre um novo desafio nossa espera: quem sabe, um dia destes, poderemos muito bem rolar por aquela outra estrada que trepa até aos 5900 metros de um vulcão na Bolívia! ø Conversa editada por Aurélio Faria Jornalista 12 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR António Silva Pedro Pedrosa (Guia) Idade: 32 anos Bicicleta: VooDoo D-Jab titânio, Pace, XT, Race Face 20-30-40 / Mavic CrossMax XL / 2xMaxxis WormDrive/ Magura Tomac João Teixeira Paulo Mourão Idade: 32 anos Bicicleta: Seven Sola titânio, RShox Sid team, RFace 22-32-42 / Mavic CrossMax XL disc / Discos Mini-Hope / 2xMaxxis Ignitor Idade: 39 anos Bicicleta: Trek Fuel 100 ; Pace ; XT ; RFace 2232-42 / Mavic CrossMax XL disc / Discos Mini-Hope / 2xMaxxis Ignitor Idade: 28 anos Bicicleta: BH Coronas ; Marzochi Bomber Z1 ; XTR ; LX 22-32-42 / Mavic / Shim V-Brake / Maxxis Ignitor + Maxxis WormDrive Daniel Marques Miguel Tolda Idade: 18 anos Bicicleta: Specialized S-Works M5 ; RShox Sid Race ; XTR ; FSA 2232-44 / Mavic CrossMax XL / Shim V-Brake XTR / Maxxis Ignitor + Maxxis Larsen Idade: 28 anos Bicicleta: Giant XTC 960 ; Manitou 6 elite ; XT/LX ; RFace 22-32-44 / Mavic CrossRoc disc / Discos Mini-Hope / Maxxis Ignitor + Maxxis WormDrive Luís Coelho Idade: 38 anos Bicicleta: Specialized Stumpjumper ; Pace ; XT ; Shim 2232-42 / Mavic / Shim V-Brake / 2xMaxxis Ignitor OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 13 Grande Reportagem Manali Leh em Btt Participantes Himalaya Trail 2003 Em Família Evento I niciou-se no passado dia 16 de dezembro a 5ª edição do Programa “BRINCAR NA NEVE” desenvolvido pela Federação de Desportos de Inverno de Portugal. Este é um projeto que se destina as crianças entre os 6 e os 10 anos e tem como principal objetivo a divulgação dos desportos de inverno, mais concretamente o Esqui Alpino e o Snowboard. As atividades decorrem na Estância de Esqui Serra da Estrela Vodafone e no Skiparque de manteigas em três momentos distintos durante os meses de dezembro, fevereiro e março. O enquadramento dos jovens é efetuado por técnicos da FDI14 -Portugal e monitores da área da saúde e do desporto, garantindo com a sua formação uma articulação imprescindível entre o brincar e o estímulo ao desenvolvimento desportivo e técnico, conducente a princípios de exigência e qualidade. Com esta atividade, a FDI-Portugal pretende para além de sensibilizar os jovens para a prática desportiva, incutir o gosto pela competição, focar a importância do companheirismo e incentivar para a prática necessária dos cuidados ambientais. A todos os jovens inscritos é disponibilizado o equipamento para a prática de esqui e Snowboard, nomeadamente esquis/ Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR prancha, botas, capacete, bastões, casaco e calças para a neve. Estão também incluídos no programa a alimentação, seguro, dormidas na Pousada da Juventude das Penhas da Saúde, o transporte para as pistas, forfaits e aulas ministradas por professores credenciados. Ao longo das várias edições do programa “BRINCAR NA NEVE” foram iniciadas nos desportos de inverno mais de 100 crianças, tendo sido descobertos alguns jovens com grande potencial que integram agora as seleções nacionais juvenis da FDI-Portugal. ø Jaime Rendeiro Federação de Desportos de Inverno OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 15 Em Família Atividade P trekking com burros arta à descoberta da natureza na companhia dos nossos simpáticos amigos orelhudos. Por belas paisagens campestres e falésias fantásticas, uma caminhada diferente e uma experiência para toda a família. Se pensa que os burros são teimosos e dão coices, esqueça... o burro é afável, terno, paciente, robusto, cooperativo e pachorrento e será, antes de tudo, o seu companheiro, vida e alma nesta bela travessia. Venha burricar! ø António Gavinho Itinerário sugerido Dia 1: Vale das Amoreiras e Praia Vale dos Homens Receção e breve introdução ao manejo dos burros. Preparação do burros e início do trekking a partir do Vale das Amoreiras, rumo Noroeste, por montes brandos e verdejantes passando por terrenos agrícolas, pastagem e pinhais. Alguns montes e casas de campo, habitados, abandonados ou recentemente reanimados decoram o percurso. Na aldeia do Rogil um café é sempre bem-vindo antes de continuarmos até à nossa praia favorita, Vale dos Homens. Enquanto os burros aguardam em cima da falésia, os caminhantes podem usu16 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR fruir da bela praia protegida entre os rochedos, um deles coroado com um ninho de cegonhas brancas. Este é o único local do mundo onde as cegonhas nidificam nas falésias! Segue-se um belo percurso na falésia ou por um pinhal romântico, dependendo do andamento do grupo. Pouco antes da chegada atravessamos um vale com uma ribeira, e chegamos ao conforto e acolhimento da Quinta Pero Vicente. Duração: 5 a 6 horas; Distância aprox.: 12 Km; Dia 2: Praia da Amoreira Partimos do Pêro Vicente em direção ao Rogil. Rodamos depois para sul, por uma vasta planície salpicada com manadas de gado. Regressamos à costa atravessando uma floresta densa e sombria de pinheiros mansos, acabando num caminho junto às dunas da falésia, sempre com a magnífica Costa Sul à vista. Acompanhamos a falésia até chegarmos à fantástica Praia da Amoreira e sua ria. Depois de desfrutarmos praia e mar (c/ café-restaurante) entramos por um belo vale e descobrimos as ruínas do antigo Monte da Amoreira situado em singular harmonia com a paisagem em redor. Todas as casas abandonadas pelo homem, menos o pastor que cuida dos terrenos em Em Família Trekking com Burros s na costa vicentina volta com o seu gado. Subimos ao planalto e terminamos a nossa viagem no Serrão. Transfer ao ponto de partida dia 1 - Vale das Amoreiras. Duração: 4 a 5 horas Distância aprox.: 11 Km Programa inclui: - 2 dias de caminhadas guiadas com burros - Enquadramento trekking com burros - 1 burro por 3 participantes - Acompanhamento por Guia - Transporte de bagagens nos burros - Picnic nos dois dias - Seguro de Resp.Civil e Acidentes Pessoais - Transfer início / fim do percurso Ficha Técnica: Grau de dificuldade: Moderado Adequado a crianças a partir dos 6 anos Ponto de Encontro: Vale das Amoreiras, 3km NE de Aljezur - 10:30h do dia 1 Equipamento obrigatório: Mochila pequena, cantil (ou similar), roupa e calçado adequado para caminhar. Equipamento Recomendado: Máquina fotográfica, impermeável, protetor solar, óculos escuros, chapéu. Bagagem: Máximo de 1 saco / mochila de 12kg por pessoa (evitar malas rígidas por não serem adequadas ao transporte nos burros) Número mínimo: 3 pessoas (desconto para famílias a partir 4 pessoas) Um programa: Caminhos da Natureza Contactos E-mail: [email protected] Telefone: 214 029 752 / 962 543 289 / 98 OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 17 Perfil Aventura Island Peak -Pede dal bhat, é o que ela come sempre! – Disse a Pipas com o seu ar decidido. Tinha chegado o momento de escolher a refeição e eu não me encontrava na sala comum do lodge. Já tinha passado tempo suficiente para a minha parceira de quarto conhecer bem as minhas preferências, o que não era difícil, já que, desde que entrara no Parque Nacional de Sagarmata para iniciar o trekking me enamorara por aquele prato típico nepalês tão saboroso! É com o aromático vapor que sai das lentilhas condimentadas com especiarias e alho que o meu apetite aumenta. A acompanhar esta taça cheia de bhat, é servido um simples arroz, ou dal, e alguns vegetais no meu caso, pois não como carne. O grupo era grande e convinha não atrasar muito os pedidos, afinal não estamos a falar de um restaurante. Rolo no pequeno espaço que separa as duas camas do quarto e sinto o bem estar de alongar as costas. É o suficiente para me poder esticar um pouco, mas mesmo só um pouco. Não posso dei18 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR xar de rir da situação, o espaço não é muito mas a vista da janela compensa grandemente. Depois de passar algum tempo a alongar regresso à sala onde me dão a sorrir a notícia que o meu almoço vai ser “o do costume”. Os lodges são pequenas casas locais adaptadas para receber as centenas de trekkers que acorrem todos os anos a este parque tão emblemático, é aqui que se encontra o monte Evereste e costuma ser a primeira opção para quem visita o Nepal pela primeira vez. Não foi o meu caso, esta é a minha segunda ida ao Nepal. Há oito anos tinha optado por uma zona menos turística quando aqui passei a minha lua-de-mel, o parque de Langtang e os Lagos de Gosaikund, local de peregrinação hindu e de grande significado espiritual. Na zona onde nos encontramos os lodges já têm algumas condições de conforto, encontramo-nos num local remoto onde todos os bens que consumimos são carregados por animais ou às costas de alguém. Não seria justo pedir mais do um pouco em baixo. Seria o dia em que faríamos uma pausa para aclimatar e para isso estava planeado uma visita ao campo base do Amadablan, essa belíssima montanha que nos abraça como uma mãe carinhosa. No entanto, chove há três dias e ainda nem a conseguimos ver. Vindos da Passados cinco dias de caminhada, o nosso orga- enigmática, confusa e poluída capital nepalesa, nismo já se acostumou ao tranquilo ritmo do dia- já tivemos a nossa dose de sorte quando ater-a-dia de quem optou por umas férias ativas e ramos no inacreditável aeroporto de Lukla. Os saudáveis. Que melhor pode haver que partir ventos fortes, a nebulosidade e a constante para um país longínquo como o Nepal, mudança de visibilidade leva a que os com toda a aura de magia que convoos sejam muitas vezes atrasados Passados tém e passar dezassete fantásticos ou cancelados. A adrenalina invadias a caminhar num ambiente de esta aterragem, curva apercinco dias de de montanha, com paisagens tada à esquerda, faz-se silêncio caminhada, o nosso deslumbrantes e na compana pequena avioneta, baixar organismo já se acostunhia de amigos que partilham para os 450m de pista, à nosdo mesmo gosto? A parte físisa frente um penhasco, tramou ao tranquilo ritmo ca até acaba por ser o mais var com convicção, respirar do dia-a-dia de quem fácil, penso que o maior desafundo, já está! Entramos no optou por umas férias fio é a partilha tão íntima que mundo dos shortens e bandeiativas e saudátemos com todo o grupo nestes ras de oração da melhor maneidias, o desafio de tolerar feitios ra, percorremos o trilho que nos veis. diferentes dos nossos, o desafio de leva a Phakding debaixo de um sol aceitar alguma má disposição derivade Outono, sentindo o leve cheiro dos da do cansaço, o desafio de sair da nossa rododendros e acompanhados pelo som das zona de conforto. águas fortes do rio Dudhkoshi. Na manhã seguinte subimos os 520m de altitude que nos separaObservo o grupo que se encontra sentado na vam da capital do reino sherpa, Namche Bazaar. sala do lodge em Pangboche. É um momento de Estamos agora a quase 4000m de altitude e para descanso, uns lêem, há quem converse, outros que a nossa aclimatação seja o melhor possível, escrevem os seus diários, outros ainda deixam- vamos aqui pernoitar mais uma noite. Quan-se dormitar levados pelo cansaço. O moral está do subimos em altitude, a pressão diminui, o ar OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 19 Aventura Island Peak que nos é oferecido, uma cama, comida, casa de banho por vezes no interior e um espaço quente onde todos podemos confraternizar. Atrevo-me até a dizer que poderia perder todo o encanto se houvesse demasiadas mordomias. Aventura torna-se rarefeito e a concentração de oxigénio é menor, o que significa que temos menos oxigénio disponível. A respiração torna-se ofegante. O nosso fantástico organismo tem resposta a esta situação, mas para isso necessita de tempo. Tempo para poder fabricar mais glóbulos vermelhos para que o oxigénio transportado para as nossas células comece a aumentar. E aproveitando esse tempo, visitamos no dia seguinte a aldeia de Khunde debaixo de uma chuva miudinha e persistente. Esta mesma chuva acompanhou-nos ao Mosteiro budista de Tengboche e as nossas mãos húmidas fizeram rodar os moinhos de oração em respeito pelas tradições locais. Tivemos o privilégio de nos abrigar um pouco neste mosteiro e visitar o seu interior, sentados tranquilamente no chão da enorme sala de orações adornada de cores vivas. - As vistas do Amadablan daqui são espetaculares – ouço alguém dizer. À nossa frente uma capa cinzenta de nuvens não nos deixa ter a mínima ilusão de ver as montanhas tão cedo. E é esta a razão do silêncio que se instalou entre o grupo. Ninguém saiu para visitar o campo base do Amadablan. No dia seguinte acordamos com o mesmo céu cinzento. Olho pela janela e tento imaginar como 20 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Aventura Island Peak será essa montanha tão mágica, Amadablan. O João aproxima-se: - Luísa, vamos cancelar a ida para Dughla hoje. Só vamos apanhar chuva e o conforto no próximo lodge é menor. Ficamos mais um dia em Pangboche, descansamos e temos mais tempo para aclimatar. Estamos na montanha e já sabes como é, dependemos das condições climatéricas e temos que ser flexíveis e ir alterando os planos conforme for melhor. O meu coração bateu mais forte. Como vamos explicar isto ao restante grupo sedento de caminhar e já há dois dias dentro do mesmo lodge? Hoje - Não te preocupes, hoje tenho vai ser um dia uma surpresa que vai alegrar longo, vamos mais toda a gente. Estava a guarda-la para o campo base, uma vez subir em almas vou ter mesmo que a titude e por vezes ajuda usar já. se conversarmos um Chegada a hora do almoço pouco para distrair nem queria acreditar no que do cansaço. via, adeus fried rice, dal bhat, tomato soup, hoje há bacalhau cozido com batatas regado por um maravilhoso azeite alentejano! Foi o suficiente para nos animar e proporcionar um almoço saboroso e divertido. Restabelecidas as energias e cada vez mais acostumados à altitude, partimos para uma jornada de dois dias numa só, recuperando o tempo perdido. De ânimo forte deixamos o que foi o nosso lar nestes três dias e seguimos rumo ao nosso objectivo, o Kala Pattar, de onde se têm das mais fascinantes vistas do Evereste. - Posso contar-te a história do livro que estou a ler? - Pergunto à Inês, com quem partilho uma forte amizade e amor pela montanha. Hoje vai ser um dia longo, vamos mais uma vez subir em altitude e por vezes ajuda se conversarmos um pouco para distrair do cansaço. - Estás a ler um livro passado no deserto, não é? Curioso como escolheste um local quase oposto ao que estamos - Respondeu ela. Estou a ler o "Tuareg", mas ao longo da minha leitura tenho deparado com situações comuns entre o deserto e a montanha, mais do que opostas. Depois de termos passado estes dias juntos percebemos que a montanha nos oferece tempo e espaço para estarmos a sós connosco próprios, mas ao mesmo tempo também partilhamos tudo e ficamos unidos aos outros com laços de ferro. - OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 21 Aventura Vou contar-te um episódio que me marcou neste livro. - E assim passou o tempo até à paragem para almoço. Pernoitamos essa noite na pequena aldeia de Lobuche num modesto lodge. No quarto ao meu lado está um casal, a Rita e o Miguel, com quem os laços de amizade se vão estreitando cada vez mais. São de uma disponibilidade incrível e como médicos estão constantemente a ser solicitados sem nunca deixar de ajudar. A tábua de madeira que separa os nossos quartos é tão fininha que quando me deito um pouco na cama para descansar encosto-me e sinto alguém do outro lado, sorrio, a noção de intimidade aqui desvanece-se... Ao final do dia ainda saio um pouco para apreciar a beleza da pirâmide quase perfeita do monte Pumori. A chuva dos dias anteriores trouxe-nos uma surpresa, tinha nevado naquelas altitudes e na manhã seguinte esperava-nos um espetáculo 22 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR surpreendente no trilho que nos leva ao Kala Pattar com os seus 5600m. A pureza do branco que nos rodeava tornou a paisagem mais bela; foi-se mostrando à medida que íamos desligando os frontais e o sol espreitava ao nosso lado. Se o trilho se mostrou uma surpresa, a vista deste miradouro privilegiado deixou toda a gente extasiada! Evereste, Nuptse, Lhotse, Khumbu ice falls, finalmente ao vivo a imagem que retinha na minha memória há tantos anos, num poster oferecido por um amigo. Somos abençoados por um dia soalheiro, nem uma brisa passa por nós, está calor e há quem comece a libertar-se da roupa. Há tempo para conversar, fotografar, alongar, rir ou simplesmente observar em silêncio tamanha grandiosidade. Mas o tempo não para e sensatamente começamos a regressar, felizes com um sentimento de dever cumprido. No entanto, o nosso objectivo nesta viagem é maior e vai requerer mais força, tenacidade e confiança, subir aos 6190m do Island Peak, qual "ilha num mar de gelo" vista da aldeia de Lobuche. Aventura Island Peak - Temos que nos organizar, somos muitos para um duche apenas – Ouço alguém reclamar. Ao longo de toda a viagem vão surgindo pequenos contratempos para resolver, é assim viajar em grupo. E são estes contratempos que nos tornam mais humanos e fortalecem a nossa amizade. Os lodges são muito simples, mas há alguns que oferecem duche, se assim podemos chamar à pequena casa de pedra com um balde pendurado, onde se coloca água aquecida que sai por uns pequenos furos. Não convém usar muita, é um recurso escasso. Para quinze pessoas tomarem duche nestas condições passaram algumas horas. Está uma senhora a aquecer constantemente água e os elementos do grupo vão passando com um ar feliz e lavadinho à medida que saem da casa de banho. Com ajuda, os cabelos compridos são lavados no exterior com água fria, tarefa que traz risota a todos. É esta simplicidade de dar valor a pequenas coisas que tomamos por certas, que nos torna mais humildes e nos dá a possibilidade de relativizar muitas das nossas prioridades. Escusado será dizer que este duche foi dos melhores que tomei, como se da melhor banheira se tratasse e o pequeno fio de água que escorria pelo balde pareceu-me satisfatoriamente abundante. Dirigimo-nos para o campo base em duas fases, há elementos que seguiram à frente para quando chegarmos já termos parte do acampamento montado. Acabaram-se os lodges, a partir daqui a nossa casa vai ser uma tenda, opção que não agrada a todos. A tenda messe, o coração do acampamento é uma grande tenda branca com forma de iglo, espaço para comer, ler, conversar ou simplesmente descansar. Aqui existe uma mesa, bancos, luz e aquecimento o que a torna bastante convidativa. Seguimos a um passo lento e ritmado, vamos para 5000 m e temos mesmo que forçar esta lentidão, tudo é feito com muita calma como se praticássemos tai-chi, com a mesma concentração. O fascínio de encontrar a OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 23 Aventura natureza na sua forma mais agreste e grandiosa nesta região nunca acaba, e é neste ambiente que encerra uma atração mágica indescritível que chegamos ao campo base do Island Peak. Vamos recolher os nossos sacos que foram transportados por yaks e escolhemos o melhor local para montar a tenda. Só depois de terminada esta tarefa é que nos reunimos novamente. - Amanhã é um dia de treino, vamos finalmente utilizar o material técnico que trouxemos. Vamos usar o arnês, aprender a caminhar encordados, como utilizar o jumar, rapelar, etc. - João explica-nos o dia seguinte como só ele consegue, como um mestre que transmite a sua arte porque a ama profundamente e se identifica com ela. O ambiente é descontraído e para muitos cheio de novidades nessa manhã. Todos estamos atentos às explicações que nos são dadas, afinal a nossa vida pode depender disso. Em todas as atividades a correta utilização do material é essencial para minimizar riscos de acidentes e esta não é uma exceção. Foi montaEm todas do um rapel para treinarmos esta as atividades a técnica de descida por cordas, treinamos regras de segurança correta utilização numa cordada e verificamos o do material é essencial material individual. para minimizar riscos de acidentes e esta não é uma exceção. À tarde na tenda messe, dediquei-me com o Miguel à tarefa de filtrar água. A que recolhemos dos cursos de água não é própria para consumo. Para evitar fervê-la ou utilizar desinfetantes que demoram algum tempo a atuar e deixam a água com um sabor estranho, todos os dias era filtrada para encher os nossos cantis. É uma boa maneira de passar o tempo, tranquilamente e na conversa. Após o jantar temos a típica reunião que precede o dia de ascensão. João descreve pausadamente o que nos espera no dia seguinte, anima e tranquiliza o grupo, dá conselhos pertinentes e manda-nos descansar mais cedo, a partida fica marcada para as 4 horas da manhã. Quem terá conseguido descansar esta noite? O nervosismo espelha-se em alguns olhares sonolentos; tomamos um chá, algumas bolachas e com os frontais ligados iniciamos a nossa subida. Sinto-me lindamente, calma, feliz pelo dia que me espera. Seguimos a passada lenta e cadenciada do João que nos leva a transpor a primeira parte de rocha e nos eleva, já com o sol a raiar, ao glaciar. É deslumbrante esta zona do glaciar. Separamo-nos em duas cordadas e percorremos o glaciar onde as vistas nos vão surpreendendo cada vez 24 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Aventura Island Peak mais. De todos os efeitos que a hipoxia, ou baixo teor de oxigénio, pode ter no ser humano, tive a sorte de me acontecer o melhor, a euforia. E ao chegar ao ponto chave, à zona onde alguns membros do grupo já tinham instalado cordas, extraio um poder destas fortes montanhas de granito, um magnetismo que fortalece a vontade e torna menos intransponíveis as barreiras que se nos apresentam. Com o meu companheiro de escalada à frente, Aurélio, sigo conversando alegremente e tentando reter o mais possível na minha mente esta paisagem tão grandiosa. Aguardamos a saída da primeira cordada do cume, com a qual nos cruzamos, encarrapitados na vertente, num equilíbrio precário. É a nossa vez, seguimos para o ponto mais alto, cada respiração um esforço, cada passada uma dura empreitada. Alegres naquele espaço tão reduzido felicitamo-nos, é a hora dos sorrisos, das fotografias e de absorver toda a forte energia que nos rodeia. Cansados mas alegres iniciamos o nosso regresso “a casa”. É à porta da tenda messe que abraço o Aurélio e o felicito. A subida é muitas vezes longa e penosa, mas a tarefa só está terminada quando descemos e nos encontramos em segurança, só ai relaxamos e damos por terminada a jornada. O verdadeiro valor do esforço na montanha, não vem meramente de atingir o cume; vem mais do sonho do que é atingir o objetivo. Por isso, ao seguir pelos belíssimos trilhos na montanha, sentindo a sua quietude, ao sorrir para as crianças quando se cruzam no caminho, ao sentir as orações a voarem desprendendo-se das suas bandeiras, ao orar na passagem pelos shortens, rapidamente nos tornamos crianças cheias de admiração pelas coisas simples e belas. É necessária humildade para entrar no coração deste lugar, como um viajante penitente explorando a mensagem da natureza para além dos altos cumes. ø Luísa Tomé Papa-Léguas www.papa-leguas.com OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 25 Aventura Evento THE COLOR RUN Matosinhos, Lisboa, Coimbra e Algarve estão no caminho dos 5 kms mais felizes do planeta! 26 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Aventura The Color Run OUTDOOR Julho_Agosto 2011 27 Aventura O que é o The Color Run®? O The Color Run® é uma grande festa de alegria e diversão. Os 5 kms, a primeira parte do festival podem ser feitos a correr, a caminhar ou a rastejar e é uma experiência ímpar que se concentra menos na velocidade e muito mais num momento colorido de diversão entre amigos e família. Os participantes são de todas as idades, formas e feitios, e todos eles são “brindados” com uma Tatoo logo na saída. Quer se trate de um participante ocasional ou de um verdadeiro atleta, estes cinco quilómetros The Color Run® constituem uma experiencia incomparável, em que não só a cor, mas também o riso, a alegria e o convívio são comuns a cada um dos participantes. Como funciona? Este evento tem duas regras muito simples: o uso obrigatório de uma t-shirt branca no início da prova e pintura O total no final! Os participantes partem para os 5 quilómemaior banho tros como um imaculado de COR -- o Color livro branco. No fim, fiBlast -- é reservado para cam como se tivessem o final, e logo depois os caído no caldeirão das cores do arco-íris! E se participantes são convidapor acaso não chegados a comparar pinturas e a rem o suficientemente permanecer em animado coloridos, no final terão uma festa inesquecível de convívio, com comida, COR. muita cor e grande animação! O que é a COR? Cada quilómetro do percurso é associado a uma cor: amarelo, laranja, cor de rosa e azul. À medida que os participantes completam os sucessivos quilómetros, entram nas Zonas de Cor -- as Color Zones -onde são pulverizados de cor por voluntários, patrocinadores e colaboradores do evento. O maior banho de COR -- o Color Blast -- é reservado para o final, e logo depois os participantes são convidados a comparar pinturas e a permanecer em animado convívio, com comida, muita cor e grande animação! Todos os produtos utilizados ao longo do percurso são 100% naturais e seguros – a tinta em pó atirada aos participantes é constituída, essencialmente, por amido de milho, não representando qualquer perigo e sendo facilmente lavável após o final. E o que acontece no final? Podemos seguramente garantir que o nosso fi- 28 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Aventura The Color Run nal é o melhor pós-5 quilómetros do planeta. No final da corrida, os participantes são convidados a ficar na festa e a testarem os limites máximos da COR nos seus amigos. ø Datas: Matosinhos 10/03 Coimbra 04/05 Lisboa, Algarve – Brevemente Mais informações Facebook OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 29 Aventura Projeto por Silvia Romão GALIZA... N ão sei se é a Galiza que tem algo de português ou se, ao contrário, Portugal tem algo de galego. Talvez qualquer uma das hipóteses seja válida e é isso que me faz surgir este sentimento de pertença de cada vez que vou à Galiza. A primeira vez que aqui estive era uma recém-adolescente e o olhar sobre esta região ficou-se pela excitação própria das excursões 30 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR do colégio que nos permitiam dormir fora de casa. Ou melhor, davam a sensação de fazer algo proibido quando (pensávamos nós) passávamos as noites a enganar os professores, fingindo que dormíamos quando na realidade inventávamos jogos diversos, preferencialmente de terror, para nos manter despertos. Nessa altura, não dormir uma noite inteira era a maior aventura que podíamos viver na Galiza. Volto à Galiza agora, passado quatro anos. Não pela fé nem pelos seus caminhos mas pela vontade de explorar os pormenores que, em passagens anteriores não tinha tido oportunidade de ficar, apreciar, tornar-me íntima. Chego a Mondariz escondida pelo nevoeiro de inverno. A encosta cobre-se de nuvens baixas que se confundem com as chaminés fumegantes que salpicam entre o verde da paisagem. Há frio, há chuva, há muita água que escorre por onde há espaço. E onde não há, ela cria-o afastando pedras, ignorando árvores presunçosamente e sem pedir licença. Ainda mais em Mondariz, onde ela é protagonista. Esta vila, não muito distante da fronteira portuguesa, tem como centro de atenções uma nascente de águas termais que a tornaram famosa nos finais do século XIX e quase todo o século XX, até o turismo termal se associar a pessoas de condição débil e entrar num período menos glorioso. Hoje, reabilitado, transformou-se num SPA e centro de bem estar termolúdico que acolhe calorosamente gente de todas as idades à procura de curas rápidas e eficazes para acabar com os dias que transbordam cansaço e excesso de trabalho. Mas Mondariz é muito mais que águas exclusivamente termais. Existem as águas do rio Tea presentes em todos os seus recantos. E graças aos caminhos que elas desbravaram ao longo dos anos, é agora possível acompanhar o seu percurso, respeitosamente ao seu lado. Apesar da ameaça permanente de chuva, avanço pelos trilhos que ladeiam o rio, encorajada por um grupo de praticantes de canoagem pouco intimidados pela força crescente que o rio vai exibindo à medida que a floresta se adensa. Olhando à distância, a sensação que surge é que neste lugar existe uma constante competição entre a determinação da água e a teimosia das árvores e outras vegetações que, ao percebe- OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 31 Aventura Galiza Largos anos mais tarde foi o Caminho de Santiago. Muitos trilhos já tinham passado pela sola dos meus pés mas nenhum me ensinou tanto como os nove dias que passei a percorrer as estradas antigas dos peregrinos. Aí conheci a Galiza da fé que se mistura com a Galiza natural. Ambas casam de uma forma tão íntima que se torna difícil estar numa sem sentir a outra. Mesmo quando o propósito não seja peregrinar. Da minha experiência de busca de uma fé pessoal, que surge a partir de um questionar constante de mim própria e da realidade que me rodeia, encontrei na Galiza e nos passos do Caminho, tempo e espaço para reflexões mais íntimas sobre os assuntos do divino, seja ele qual for. Não encontrei respostas concretas mas cresceu esta curiosidade pela existência e os seus mistérios. O que se tornou uma força motora da minha vontade indomável de conhecer o mundo. De preferência a pé. Aventura Assim que faço a curva do trilho percebo quem realmente manda ali. Olho conformada para a água que transborda, avisando-me que por ali deixou de haver caminho para mim. rem que o rio invade o seu espaço, se fincam ainda mais na terra. Nesta guerra nenhum ganha, nenhum perde. As árvores ali estão determinadas a manterem-se firmes perante a ameaça furiosa da água. De tal forma que quanto mais o leito sobe, quanto mais ele se enfurece, mais elas parecem ignorá-lo assumindo até uma postura divertida perante tal atrevimento hídrico. Por seu lado, a água, forte quando unida, mostra toda a sua audácia, desafiando a paisagem que invade sem cerimónias. O caminho segue pela margem e transforma-se num espaço de observação desta disputa de elementos da natureza. Atrevimento meu pensar que não me deixo envolver nestas discórdias. Assim que faço a curva do trilho percebo quem realmente manda ali. Olho conformada para a água que transborda, avisando-me que por ali deixou de haver caminho para mim. Que a partir dali é só entre o rio e a floresta. Não há espaço para mais ninguém. Ao longo do percurso que é a minha vida tenho vindo a aprender - por vezes de maneira fácil, outras de forma mais bruta - que há situações que não vale a pena contrariar. Se o caminho que segue em frente se torna uma sucessão de obstáculos cada vez mais intransponíveis, provavelmente é o destino a mostrar-nos que não é por ali. Então, sem mágoas nem ressentimentos mas com a lição aprendida, volto para trás, não porque desisto mas porque sei que há outros trilhos mais adequados à minha condição. Afinal 32 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR a vida é fácil e não vale a pena contrariá-la demasiado. Ou teimar seguir direções que não são as nossas. Chegou pois o momento de voltar para trás. Interromper o percurso e regressar esperando que a chuva não se tenha unido ao leito do rio e tomado para si também o caminho de regresso. A frustração das coisas inacabadas vai-se diluindo à medida que me aproximo de novo do ponto de partida. Aqui, em pleno inverno galego, o lugar é da água que, ao contrário do que me pareceu no início, não compete com as árvores. Antes as abraça, alimenta-as e assegura-lhes que, enquanto conseguir reunir forças estará ali para as nutrir. De forma mais efusiva no inverno para que tenham todos os recursos para florir no verão. Por seu lado, as árvores não resistem teimosamente. Antes se curvam elegantemente numa vénia discreta, agradecendo o esforço cooperativo da água. E desta simbiose, deste trabalho de equipa, onde antes vi competição, nasce toda a paisagem natural única que forma a Galiza. A natureza e a fé confundem-se mais uma vez. Nesta fusão mostram-me que há sempre um lado bom mesmo quando parece o contrário. E que onde há competição pode antes surgir cooperação, se estivermos mais atentos. Se conseguirmos ver os dois lados. ø Sílvia Romão 30dp.org Em família Entrevista emanuel pombo, um prazer sobre rodas por Bebiana Cruz fotografias: Luís lopes 34 Julho_Agosto 2011 2013 Janeiro_Fevereiro OUTDOOR OUTDOOR Entrevista Emanuel Pombo OUTDOOR Julho_Agosto 2011 35 Entrevista Emanuel Pombo dispensa apresentações. O atual campeão nacional de downhill esteve à conversa com a Outdoor e contou-nos alguns segredos, histórias e sonhos. Não perca esta entrevista recheada de vitórias. Como surgiu a tua paixão pelo BTT? Surgiu aos meus 12 anos quando recebi a minha primeira bicicleta por ter tido boas notas na escola. E o downhill apareceu por acaso ou já eras fã da modalidade? Foi um pouco por acaso. Por volta dos 14 anos recebi um computador com acesso à internet e descobri, juntamente com meu irmão mais ve36 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR lho o que era o Downhill. Depois decidimos fazer uma pista atrás de casa para andar aos fins de semana com os amigos e a partir daí nunca mais quis outro desporto. A Madeira é uma região propícia à prática deste desporto. O facto de seres madeirense influenciou-te a praticaresdownhill? A Madeira é bastante propícia a prática do downhill e sem dúvida que influenciou em todos os aspetos. Já viajei bastante em competição e devo dizer que os trilhos madeirenses estão ao nível dos melhores do mundo, mas aliados a paisagens de cortar a respiração. A Madeira é sem sombra de dúvida um paraíso para o Downhill. Entrevista Emanuel Pombo Este é um desporto que exige muitas horas de treino. Como te preparas para as provas? A preparação exige bastante treino e empenho. Primeiro, defino os objetivos a cumprir com o meu treinador Tiago Aragão e depois é elaborado um plano de treinos de forma a estar na minha melhor forma física nessas alturas. Essa preparação passa por muitas horas na bicicleta, seja a pedalar ou descer, no ginásio, na preparação da minha bike e treino psicológico para quando chegar as provas, nada falhar. Qual a maior dificuldade numa prova de Downhill? A maior dificuldade para mim é concentração OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 37 Em família Entrevista que é preciso ter em provas importantes. O Downhill é uma prova contra o relógio, mas que ao mesmo tempo, tudo está contra nós. Seja a degradação do piso com as passagens dos atletas, as condições climatéricas ou simplesmente a nossa confiança. É aqui que a concentração é fundamental para não falhar nada no momento certo! Descreve-nos a sensação de competir ao lado dos melhores do mundo. É um enorme orgulho e um sonho concretiza38 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR do! Sempre admirei muitos destes pilotos e muitos deles são meus ídolos, mas hoje em dia são meus adversários com que tenho o privilégio de competir. É uma sensação muito boa. Quais são os spots que eleges para a prática desta modalidade em portugal continental e ilhas? Em Portugal continental abriu recentemente o Bikepark de Ponte de Lima que é muito bom, em relação as ilhas, a Madeira é o melhor spot nacional. OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 39 Entrevista Emanuel Pombo Em 2010 viste o teu sonho ser quanha-me qualificado num bom lugar para a se destruído em segundos numa final, mas na última descida de treiqueda perigosa em Itália. nos antes da grande final, decidi ir Como aconteceu esse incium pouco mais rápido e acabei (...) dente? por me descontrolar no final e embati violentaÉ verdade! Naquela altuda primeira secção técnica e mente com a minha ra estava na minha melhor embati violentamente com a época de sempre. Tinha minha cabeça numa árvore cabeça numa árvore que sido Campeão Nacional e que provocou uma lesão na provocou uma lesão na vencido a Taça de Portuminha coluna que poderia minha coluna que podegal de Downhill e fui fazer ter posto um ponto final na ria ter posto um ponto a prova da Taça do Mundo minha carreira! Felizmente de Val-Di-Sole como prepaisso ainda não estava destinafinal na minha carração para o Campeonato da do e acabou por não ser esse reira! Europa e do Mundo nas semao caminho que teria que seguir. nas seguintes. Esta Taça do Mundo em Itália é das pistas mais técnicas e O que te motivou a regressar? exigentes, mas estava a sentir-me bem. TiAcho que foi a paixão pelo que faço! Foi um mo- Entrevista mento horrível, que até tentei desistir do Downhill, mas não consegui! Foi quando decidi recuperar e mostrar a mim próprio que não era isto que iria parar-me, mas sim tornar-me mais forte! O documentário “The Comeback” documenta o teu regresso. O que significou para ti este projeto? Significou muita coisa, mas o mais importante era mostrar a minha história a outras pessoas e passar a mensagem que desistir não é opção e que devemos lutar pelo que nos faz feliz e pelos nossos sonhos. Recebi muitas mensagens positivas de pessoas que tiveram lesões, não só derivado das bicicletas, e que o meu documentário “The Comeback” foi uma inspiração para não desistir e continuar. Estas mensagens foram muito importantes para mim. O período de recuperação foi bastante duro e de muito trabalho, mas valeu a pena. “The Comeback” foi uma inspiração para não desistir e conConsideras que esta é tinuar. Estas mensagens uma modalidade valoforam muito importantes rizada em Portugal? para mim. O período de Acho que sim! Houve uma recuperação foi bastante evolução bastante grande na modalidade nos últimos duro e de muito trabaanos e o trabalho passa por lho, mas valeu a dar mais visibilidade e dá a pena. conhecer o Downhill ao público em geral e não só a um “nicho” específico de pessoas. Essa visibilidade é importante para os atletas conseguirem mais patrocínios, de forma a poder competir ao mais alto nível. Com um percurso já recheado de vitórias, o que ainda pretendes alcançar? Quero conquistar a minha 10ª camisola de Campeão Nacional e entrar no Top 20 da Taça do Mundo e Campeonato do Mundo em 2013. O número de praticantes de BTT está a aumentar. Quais os conselhos que dás a quem se está a iniciar? Os conselhos que dou é que usem sempre proteções, nunca pratiquem Downhill sozinhos e que se divirtam! Tenho a certeza que quem experimentar, vai querer continuar! ø 40 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Entrevista Emanuel Pombo OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 41 Por Terra ecopista do dão, uma aventura por descobrir 42 Setembro_Outubro2013 Janeiro_Fevereiro 2011 OUTDOOR OUTDOOR Por Terra Ecopista do Dão OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 43 Por Terra 44 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Mais tarde, os municípios de Santa Comba Dão, Tondela e Viseu, a Associação de Municípios da Região Dão Lafões, e a Refer associaram-se para a recuperação do antigo ramal ferroviário do Dão reativando-o em meados de 2011, agora convertido em Ecopista. (...) toda a Ecopista é um festim visual e um oásis de observação de espécies florísticas e faunísticas, afastado das monoculturas intensivas e de concentrados habitacionais. Fotos: Aventuris Trata-se da maior do género no país até ao momento, com 49,2 km de extensão. Atravessa 3 concelhos: Santa Comba Dão, Tondela e Viseu. O troço de Santa Comba Dão inicia-se 200 metros a norte da estação de comboios, à cota de 165 m, contabiliza 10,90 km de comprimento e a pista apresenta-se de cor azul, de seguida Tondela, com 19,50 km de extensão e a pista apresenta-se de cor verde iniciando-se nos 166 m de cota. Finalmente, Viseu com 17,92 km de extensão, sendo este o troço mais antigo e de cor vermelha que termina no Parque Urbano da Aguieira. Começando em Santa Comba Dão em direção a Viseu vamos encontrar um leve desnível subindo continuamente, sendo que há um pico de altura entre Parada de Gonta e Farminhão, atingindo os 490 m de altitude, o máximo desta Ecopista. Pelo caminho vamos encontrar vestígios da antiga via férrea recuperados, de que são exemplo a OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 45 Por Terra Ecopista do Dão A Linha do Dão, que ligava Santa Comba Dão a Viseu, numa extensão de 49,2 km inaugurada a 25 de novembro de 1890, foi a primeira ligação ferroviária da cidade de Viseu tendo sido encerrada no dia 25 de setembro de 1988. Por Terra ponte de Treixedo, a ponte de Nagosela, o túnel sob a ER 230, a ponte de Tinhela e a ponte metálica sobre o rio Dinha. Em Torredeita um núcleo museológico onde não falta um comboio a vapor, em Canas de Santa Maria um templo românico-gótico do século XIV, em Três-Rios (onde passam o rio Pavia, Asnes e Sasse) vestígios de um castro, inscrições romanas, janelas manuelinas, sepulturas medievais, uma lagareta e um pelourinho. A respeito dos elementos naturais, que precediam o caminho-de-ferro, para o bom apreciador, toda a Ecopista é um festim visual e um oásis de observação de espécies florísticas e faunísticas, afastado das monoculturas intensivas e de concentrados habitacionais. Relativamente à flora apresentam-se, como exemplos, entre o número vasto de espécies, manchas de Carvalho Alvarinho(Quercus robur), de Carvalho Negral (Quercus pyrenaica) e de Medronheiro (Arbutus unedo). 46 Destacamos o outono para visita da Ecopista, pois é quando se verifica o desenvolvimento de grandes núcleos de fungos, desde os cogumelos comestíveis, como o Tortulho (Macrolepiota Procera), espécies venenosas como a Amanita muscaria, até às mais raras e difíceis de encontrar, como o Clathrus ruber ou o Phallus impudicus. A existência destas espécies atesta boas condições do solo proporcionadas pelo “húmus” produzido pela floresta autóctone. Esta densidade verifica-se com mais afinco no troço de Santa Comba Dão/Ton- Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR dela. O abandono a que esteve votado este local proporcionou o desenvolvimento das referidas espécies em toda a sua plenitude e com grande à vontade, durante cerca de 20 anos. Para os frequentadores mais atentos é também possível encontrar vestígios de animais selvagens: Solo das bermas fuçado pelo javali (Sus Scrofa), fezes de raposa (Vulpes vulpes) e de gineta (Genetta genetta) e nas primeiras chuvas muitos sapos comuns atravessam a Ecopista. Nos céus podem observar-se aves como a É impossível não adjetivar o ambiente que envolve a Ecopista como deslumbrante, estimulando todos os nossos sentidos. Começando em Santa Comba Dão, vai a acompanhar-nos ora do lado esquerdo ora do direito, o rio Dão (cuja nascente é em Aguiar da Beira e se junta ao rio Mondego e rio Criz em Mortágua, formando a Albufeira da Barragem da Aguieira). De caudal largo e lento vigia-nos até Tondela, local onde nos começa a acompanhar o rio Pavia. Já no troço de Viseu, vamos encantar-nos com os grandes penedos abertos há mais de 100 anos para permitir a passagem do comboio. Atualmente nessas paredes estão fixadas plaquetes e argolas que permitem a sua utilização para a escalada e rappel. A Ecopista do Dão oferece múltiplas possibilidades de utilização, como os treinos de ciclismo e ciclismo recreativo, skate, corrida e pedestrianismo. Em inúmeros locais ao longo da pista encontramos núcleos de manutenção, com aparelhos para praticar exercício físico. É permitida a circulação de veículos a motor apenas a residentes, onde se encontram as faixas de alcatrão cinzento. FICHA TÉCNICA: Desnível: 357m (cota mínima - 133m; cota máxima - 490m) Início e final do percurso: Santa Comba Dão e Viseu. Distância: 49,2 km Tipologia: Linear Piso e sinalização: O pavimento é em asfalto antiderrapante e todo o percurso está pintado de cores distintas consoante o concelho onde se encontram. Com o tracejado branco no centro, para dividir a circulação nos dois sentidos, apenas no concelho de Viseu. Sinalização específica, tanto horizontal como vertical. Para além das marcas quilométricas, disponibiliza ainda painéis informativos sobre a Ecopista e sua envolvência. Sempre que a geografia do terreno obriga, ou a confluência com vias rodoviárias, há balizamento com elementos de madeira. Um programa: Aventuris Contactos E-mail: [email protected] Telefone: + 231 922 386 | 963 542 439 As várias entradas da Ecopista, onde algumas coincidem com a existência de antigas estações de comboio, são: Santa Comba Dão, Nagosela, Tonda, Porto da Lage, Tondela, Naia, Casal do Rei, Sabugosa, Parada de Gonta, Farminhão, Várzea, Torredeita, Mosteirinho, Figueiró, Travasso de Orgens, Tondelinha, Vildemoinhos e em Viseu. RECOMENDAÇÕES E CONSELHOS PRÁTICOS Utilização de roupa e calçado confortável, adequado às condições climatéricas previstas, nomeadamente: roupa leve, térmica e transpirável, um impermeável/corta-vento e sapatilhas confortáveis adaptadas à atividade, chapéu para o sol ou gorro e luvas para o frio e calças que permitam a liberdade de movimentos, protetor solar no verão. Levar recipiente para líquidos de pelo menos um litro de capacidade, por pessoa. Em caso de passeios com duração superior a 3 horas é aconselhável levar ainda um reforço alimentar na mochila. ø Cláudia Almeida Aventuris OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 47 Por Terra Ecopista do Dão águia de asa redonda (Buteo buteo), milhafre (Milvus migrans), garça real (Ardea cinerea) e uma colónia de patos reais (Anas platyrhynchos). Nos rios, peixes como carpa (Cyprinus carpio), achigã (Micropterus salmoides), boga (Rutilus lusitanicus), enguia (Anguilla anguilla) e a lontra (Lutra lutra). Por Terra Evento Emboscada Diamond Conflict 8º ANIVERSÁRIO PAINTUGAL 48 Janeiro_Feveiro 2013 OUTDOOR Aventura 8º Aniversário Paintugal Bastidores Muito se poderia escrever sobre os 11 meses de preparação que o Emboscada Diamond Conflict teve, até ver a luz do dia, os dias 29 e 30 de setembro. O grupo organizador, composto por 8 associados Paintugal: André Faria, António Maia, Luis Canto, Alexandre Moniz de Bettencourt, Alexandra Falcão, Gonçalo Lalanda, Níger Rodrigues e João Nabo, é sensivelmente o mesmo grupo que nos 8 últimos anos organiza o evento de aniversário da Associação. A experiência acumulada foi fator chave para o sucesso da última edição. Com quatro propostas dos Municípios concorrentes na mesa, Proença-a-Nova efetivamente recolhia as melhores condições para a realização de um evento de dimensão internacional. Todas as componentes que podem fazer um evento de sucesso estavam garantidas, pelo fantástico apoio logístico e agilidade da Câmara Municipal de Proença-a-Nova. Atividades Os mais de 500 participantes do evento puderam desfrutar de 2 dias completos de muitas atividades! No primeiro dia puderam participar nas atividades extras, o jogo Portugal Versus, visitar o espaço comercial, dispor do suporte técnico gratuito, workshop de CQB, participar em alguns torneios como o Tippmann TPX Tippmann Challenge e Tippmann Sniper Challenge como a estreia Nacional do 1º CQB Challenge para equipas! Tudo isto estava incluído no bilhete do evento. A noite foi animada no centro de Proença-a-Nova, com uma banda e o DJ convidadoo. No segundo dia do evento tudo estava focado no jogo principal de 4 horas. A atmosfera festiva das equipas e jogadores de várias partes do país e do estrangeiro, o sorteio de prémios no valor total de 3.000 euros e menções honrosas aos participantes, como generais, melhor equipa, prémio de fairplay, etc. Portugal Versus… O tema deste jogo baseou-se nas invasões francesas e a luta da população de Proença-a-Nova, e respetiva soberania Portuguesa sobre o seu território, em 1807. Os exércitos de Napoleão foram comandados pelo General “Bolazos” de Espanha, e de Portugal pelo General “Alex”. De um lado tínhamos bastantes jogadores estrangeiros e do outro jogadores Portugueses que durante uma hora batalharam num jogo que foi um aquecimento para o dia seguinte! Com uma esmagadora pressão por parte dos estrangeiros e o número inferior de jogadores da equipa Portuguesa, a tarefa desta foi comprometida ao passar dos primeiros minutos, e da posse de terreno por parte dos exércitos de napoleão! Foi um ótimo jogo para conhecer o campo, testar material e por em prática algumas táticas preparadas para o jogo de domingo. Diamond Conflict Os jogadores vindos de norte a sul de Portugal, de Espanha, Inglaterra, Escócia, Holanda, Polónia e Finlândia, totalizando 56 equipas, foram transportados para um cenário de guerra civil e tráfico de diamantes na Serra Leoa. Em campo, foram construídas aldeias e um campo de refugiados cheio de tendas, pelos Escuteiros do Agrupamento 157 do CNE. Este campo de refugiados estava repleto de personagens de civis e médicos sem fronteiras, representados pelos jovens atores e atrizes da Companhia de Teatro Montes OUTDOOR Janeiro_Feveiro 2013 49 Por Terra da Senhora. Após 4 horas de combates, tornou-se claro o domínio do E.S.L, com controlo de pontos chaves do campo durante o jogo. Mesmo com a troca de entrada das equipas a meio do jogo, este domínio não foi afetado. A F.R.U. para além de conseguir completar a missão da destruição da Antena com a colocação da bomba relógio, somou pontos com a venda de diamantes nas aldeias que possuía durante o jogo. Mas o E.S.L. quebrou a pequena diferença pontual com a venda de 6 diamantes ao contrabandista! No final, a vitória sorriu a todos neste evento épico, mas em termos de pontuações: E.S.L.: 6579 pontos e F.R.U.: pontos de 1981 Como é apanágio da Paintugal, a segurança foi um dos elementos chave, com centenas de controles de radar feitos a todos os jogadores que entravam em campo e aleatoriamente dentro do mesmo. Para além deste trabalho, os 27 árbitros em campo bateram o record de qualquer evento, proporcionando ao jogador uma experiência única e mais justa, um dos claros objetivos da Organização deste evento. Conclusão O evento que celebrou 8 anos da Associação Paintugal foi um sucesso incomparável, a julgar pelas reações de todos os presentes e respetivos feedbacks após o evento, segundo a Paintugal. Para além de se utilizarem as valências de vários parceiros do município onde se realizou o evento, pudemos contar com o apoio de associações nacionais do desporto, com uma representação do melhor que se faz em Portugal, e ainda a parceria com o Airsoft a dar um brilho extra, pela maior associação Nacional. A presença da massa de jogadores nacionais e estrangeiros, expositores, visitantes e media em geral, colocou na história desta associação e do desporto, dois dias alucinantes, fruto do trabalho pelo amor ao desporto de Paintball, que tutela esta Associação desde a sua nascença! entidades Este evento contou com o apoio e participação de 35 entidades, desde parceiros a media partners, de patrocinadores a expositores e lojas. Os patrocinadores ofereceram mais de 3000€ de prémios para sortear pelos jogadores, sendo eles: Emboscada, Tippmann, Planet Eclipse, NXE, Wonderfun, Dye, Proto, Totem Air e Reball. Um espaço de lojas e expositores que recebeu largos elogios, foi composto por JCT, Emboscada, O Caleiro, Dye, Wonderfun/Swell, Estratego, Gopro, Adrenalicia, Câmara Municipal de Proença-a-Nova, Eventur, Escuteiros Agrupamento 157 CNE, As50 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR sociação Lusitana de Airsoft, APD, Photopaintball, Skyfuncenter, Associação Clube Raia Aventura e Associação de Jogos do Norte. Obteve-se parcerias de media com o Portal Aventuras, Revista Jogada do Mês, Revista Outdoor, Revista O Praticante, X3 Magazine, Gazeta do Interior, Revista GRIP e a Castelo Branco TV e LocalVisão com reportagem no local. ø Associação Paintugal EXPERIÊNCIA: General E.S.L. – José Martins “Zéf” A estratégia começou a ser delineada cerca de 3 semanas antes do evento entre mim e o meu Coronel Pataias do Bando de Irmãos. Depois de analisado o mapa e os objetivos chegamos à conclusão que o ponto fundamental seria a Mina devido à sua centralidade e à pontuação dos Diamantes disponibilizados nesse local. Adicionalmente, identificámos a zona de maior conflito, o corredor entre o Aeródromo e a Mina, devido à sua proximidade das entradas. Decidimos que iriamos dividir a Fação em três Esquadrões, um que ficaria encarregue da zona entre o Aeródromo e a Mina (Esquadrão Sumana), outro para a zona da Antena e Kailahun (Esquadrão Stronge) e o terceiro ficaria na zona da Mina (Esquadrão Koroma). Assim que tivemos acesso à lista de jogadores procedemos à divisão das equipas e nomeação de líderes para os esquadrões que ficaram com +/-55 jogadores cada. Depois de contactados e de aceitaram o cargo, ficaram a liderar Sumana o Nimrod do Bando de Irmãos; Stronge o Alferes da Spetsnaz e o Jimmy do NPL ficou encarregue de Koroma. Foi-lhes enviada a nossa estratégia e as equipas que estariam a liderar para estudarem. Este pormenor é muito importante pois desta forma foram para o evento a saber o que teriam de fazer e não foram apanhados desprevenidos. Ainda antes do evento, passei a Sexta-feira a contactar todos os responsáveis das equipas que faziam parte da fação para saberem em que Esquadrão estavam e a quem se deveriam dirigir para receber instruções. Mais um pormenor muito importante, como se verá mais à frente. Infelizmente no Sábado só chegaria ao fim da tarde e por isso encarreguei o Pataias de contactar com os Comandantes de Esquadrão de forma a fazerem um reconhecimento do terreno e assim fazerem uma afinação à estratégia. Depois de perder o duelo TPX com o PRocha e decididas as entradas (até ficamos com a entrada que queríamos), eu o Pataias e os Comandantes de Esquadrão delineamos a seguinte estratégia final: Com a entrada a Oeste iriamos o mais rápido possível formar uma linha desde o Aeródromo até OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 51 Aventura 8º Aniversário Paintugal à outra extremidade do campo em Kailahun de Foi um jogo duro mas com a ajuda do meu Coroforma a impedir a passagem da FRU para a zona nel e Comandantes no cumprimento da estratégia Sul do terreno e assim controlarmos o Campo de e no esforço e disponibilidade de todos os jogadoRefugiados e Freetown, bem como a Mina. O con- res para esse mesmo cumprimento conseguimos trolo do Aeródromo, Paiol, Antena e Kailahun era ganhar. secundário. O importante era ter a linha. Toda a estratégia foi montada com cuidado e com O hospital móvel seria colocado junto da Mina e o objetivo de dominar o campo e o jogo mas sem o contingente inglês na nossa equipa (BEF) esta- o empenho dos jogadores a estratégia não interesva encarregue do transporte de Diamantes e dos sava para nada. Por isso o meu obrigado a todos os Médicos. jogadores do ESL. A partir da 2ª hora do jogo como passávamos a Agradecimentos à Paintugal pelo fantástico evenentrar a Norte a estratégia passava por recuar a tos e por todo o trabalho ao longo destes oito anos. linha de Sumana para servir de tampão junto à Agradecimentos ao meu Coronel, Comandantes entrada da FRU, Koroma faria uma linha junde Esquadrão e todos os jogadores da fação to do Campo de Refugiados de forma a ESL pelo esforço e empenho. não permitir que a FRU passase pela Obrigado também ao General PRozona Sudoeste do terreno e Stroncha e todos os jogadores da FRU. “Toda a estratége conquistaria a Antena e Kaigia foi montada com lahun para impedir que a FRU Nota Paintugal: O nosso querido tivesse reentradas no hospital José Martins “Zéf” deixou-nos cuidado e com o objetivo de Kailahun. de um modo terrível e chocande dominar o campo e o De notar que os meus conte, com os seus jovens 27 anos jogo mas sem o empenho tactos feitos na sexta surtiram de idade, no passado dia 25 de efeito pois tanto no sábado outubro. dos jogadores a estratécomo no domingo eu, o Pataias Quem teve a sorte de cruzar cagia não interessava e os Comandantes de Esquadrão minhos com Zef, foi presenteads para nada (...)” fomos abordados pelos responsácom sua generosidade e humildaveis das várias equipas. de, acompanhado por uma alegria e No domingo depois de umas últimas energia contagiante. afinações lá estávamos prontos para comeA associação Paintugal apresenta as condoçar a guerra. lências à sua família e amigo Posso dizer que se não estavam todos os nossos jogadores no arranque de jogo poucos faltavam. Nota Paintugal: O nosso querido José Martins “Zéf” Muito do nosso sucesso no jogo se deveu ao início deixou-nos de um modo terrível e chocante, com os de jogo em força, como já disse, estávamos todos seus jovens 27 anos de idade, no passado dia 25 de prontos para entrar e todos sabiam para onde ir e outubro. com quem ir e foi aqui que se notou o pequeno Quem teve a sorte de cruzar caminhos com Zef, foi pormenor dos meus contactos feitos na sexta. presenteada com sua generosidade e humildade, E resultou em pleno a estratégia: acompanhado por uma alegria e energia contaSumana rapidamente formou a sua linha e con- giante. quistou Aeródromo e Paiol. Koroma conquistou a Mina e formou a linha A associação Paintugal apresenta as condolências à Stronge formou a linha de contenção sua família e amigos. Durante as 2 primeiras horas de jogo a nossa linha resistiu e nunca a FRU passou para a zona Sul do campo. Apenas perdemos a Mina durante algum tempo por inépcia minha pois esqueci-me de enviar o hospital móvel para essa zona. A partir da segunda hora de jogo não conseguimos segurar a zona de Freetown e do Campo de Refugiados e por pouco não perdemos a Mina mas com o esforço dos nossos jogadores conseguimos conter a FRU na zona de Freetown e Campo de Refugiados. Durante todo o jogo o BEF conseguiu apanhar vários Diamantes, negociar com o Contrabandista e entregar os Médicos no Aeródromo na primeira parte do jogo. Neve Fotos: FDI Atividade Neve Snowboard o snowboard, em 10 questões Neve O snowboard é um dos desportos preferidos dos amantes de férias na neve. A Outdoor esteve à conversa com Sergio Figueiredo da Federação Portuguesa de Desporto de inverno e em apenas 10 questões ficámos a saber em que consiste a atividade, qual o equipamento ideal, recomendações para quem se quer iniciar na modalidade, e muito mais! Entre nesta aventura… outdoor: Em que consiste o Snowboard? sérgio figueiredo: O Snowboard é uma modalidade desportiva no âmbito dos desportos de inverno, praticada na neve, na qual se utiliza uma prancha fixa aos pés para deslizar em pendentes de montanhas. É uma modalidade acessível a todos? Sim, é uma modalidade acessível a todos, apenas têm que adquirir ou alugar o material necessário para a prática e aprender os passos iniciais da modalidade com técnicos desportivos especializados no snowboard. Qual o equipamento essencial para a prática da modalidade? Na escolha de uma prancha, quais os elementos que se deve ter em atenção? Para um praticante iniciado é importante ter em consideração a altura e peso da praticante. Uma prancha com a flexibilidade e tamanho adequado facilita em boa medida a aprendizagem da técnica de base. Quais os principais estilos no snowboard? A nível geral podemos considerar três estilos distintos na modalidade: a) O estilo Alpino, mais utilizado no deslize em pistas de esqui. b) O estilo Freestyle, normalmente aplicado em “snowparks”. c) O estilo Freeride, mais utilizado em situações de fora de pista. Quais as manobras mais comuns na modalidade? As manobras utilizadas com maior frequência são: 180º / 360º / Indy Grab / Tail Grab / Fifty-fifty / Board slide / Rodeo As pistas de snowboard apresentam cores diferentes. O que representam as cores e qual o significado de cada uma? As pistas são caracterizadas por cor, estando balizadas e sinalizadas de acordo com o seu grau Foto: Pocean Surf Academy Vestuário Técnico: Calças e blusão impermeável, luvas, gorro e googles, calções de proteção. Material Técnico: Prancha e Botas de Snowboard. 54 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Fácil: Verde Intermédia: Azul Difícil: Vermelha Muito difícil: Negra Nas estâncias de esqui estão sempre disponíveis mapas de pistas com informações importantes que ajudam na seleção, orientação e planeamento das pistas a utilizar para a prática do esqui. A utilização de zonas fora de pista é da exclusiva responsabilidade dos esquiadores que aí praticam a sua atividade. Como está a evolução da modalidade em Portugal? O Snowboard tem evoluindo bastante nos últimos anos, tanto ao nível do lazer como a nível competitivo. É Em Portugal uma modalidade com um paso principal local sado não muito longínquo, mas para a prática é a caracterizado por um grande desenvolvimento técnico associado Estância de Esqui ao próprio desenvolvimento tecda Serra da Esnológico do material. trela. Quais os principais locais para a prática da modalidade? Em Portugal o principal local para a prática é a Estância de Esqui da Serra da Estrela. Em Espanha temos algumas estâncias de referência como Sierra Nevada, Formigal e Baqueira-Beret. Na zona dos Pirinéus temos ainda Andorra, que possui uma grande oferta em termos de condições de neve e pistas. Na Europa temos também toda a zona dos Alpes, distribuídas por diferentes países (França, Suíça, Itália, Áustria e Alemanha) onde se enquadram diferentes estâncias de esqui, nomeadamente: Tignes, Val d’Isére, Megéve, St. Moritz, Zermatt, Wengen, Gstaad, Cortina d’Ampezzo, Lech, St. Anton, Schladming e Garmisch-Partenkirchen, entre outras bastante conhecidas, onde se pode praticar esta modalidade durante quase todo o ano. No quadro competitivo tem aumentado substancialmente o número de competições da modalidade o que naturalmente proporcionou um significativo aumento do número de snowboarder inscritos na Federação de Desportos de Inverno de Portugal. No ano passado realizou-se em Portugal a primeira prova internacional de Snowboard, na Covilhã. Este ano a FDI-Portugal aumentou a fasquia e vai realizar durante o mês de janeiro mais uma prova internacional, desta vez pontuável para a Europa Cup da Federação Internacional de Esqui. ø Quais são as recomendações para quem pretende iniciar-se no snowboard? A recomendação principal é que todos os interessados em iniciar-se na modalidade façam a sua introdução à prática junto de técnicos desportivos especializados no ensino do snowboard. Em qualquer estância de esqui existem escolas com profissionais preparados para o ensino da modalidade que vos podem acompanhar com as progressões mais adequadas às vossas necessidades e fazer evoluir tecnicamente nas melhores condições de segurança em pista. É também bastante importante que todos estes praticantes adquiram o seu material em superfícies comerciais com técnicos especializados, que saibam dar as recomendações de compra OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 55 Neve Snowboard ou aluguer mais adequadas às suas necessidades. de dificuldade, segundo o seguinte modelo: Neve 1 É aconselhável iniciar o treino com um aquecimento no Jacob’s Ladder durante 2 minutos O Agradecimento: Club Manager Amâncio Santos e Owner Nick Coutts Preparação INDOOR para snowboard Snowboard é o desporto mais radical e difícil para se praticar na neve! Uma das formas de se divertir no inverno. O snowboard é uma modalidade que consiste em deslocar-se sobre uma prancha descendo as encostas nevadas das montanhas, à semelhança do que acontece no esqui! Desta forma, é necessário uma preparação antes de iniciar a aprendizagem ou até mesmo a sua prática regular. Neste artigo são aconselhados alguns exercícios possíveis de realizar num espaço indoor (ginásio). Estas sugestões serão mais eficazes se possível com o supervisionamento de um instrutor especializado. A todos desejamos boas aventuras pelo mundo do snowboard! ø Club Manager Amâncio Santos Fitness Hut Amoreiras 56 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR 10 8 minutos de spinning bike de forma intervalada: 30 segundos sentado seguido de 30 segundos em pé Neve Treino Indoor 2 Saltos a pés juntos partindo da posição de squat durante 15 metros 3 Squat isométrico contra a parede durante 1 minuto 4 12 repetições de power lunge com bola medicinal 4 ou 6 kg e rotação do tronco 5 12 repetições de leg curl deitado com os pés numa fit ball 7 12 saltos laterais de uma perna para outra por cima de um step 6 6 repetições de prancha lateral com rotação do tronco para cada lado 8 12 repetições de leg extension, com paragem 3 segundos em cim 9 12 repetições de squat com salto OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 57 Neve Entrevista Entrevista a … Nick Coutts Nick Coutts é fundador da cadeia de ginásios Fitness Hut e esconde uma paixão pelo snowboard. Não podes deixar de ler esta entrevista fantástica. Qual a estratégia da cadeia low cost Fitness Hut? Oferecer uma experiência de fitness “world-class” a um preço muito acessível. Desenhámos e construímos espaços de qualidade, “cool”, impulsados por uma tecnologia e repletos de equipamentos topo de gama. Conseguimos atrair profissionais de fitness com experiência e que são muito motivados. Focámo-nos na criação de um ambiente profissional, cheio de energia e dinamismo. Assim, conseguimos ajudar os nossos sócios a atingir os seus resultados! Onde se podem encontrar os Ginásios Premium Lowcost Fitness Hut? Está prevista a expansão para mais locais? Neste momento temos 4 clubes abertos,. Um no Porto (C. Comercial Trindade), em Cascais, nas Amoreiras e no Arco do Cego. Estamos na fase de “Pré-inauguração” do nosso 5º clube em Odivelas (C.Comercial Strada Outlet, antigo Odivelas Parque) que vai abrir em março de 2013. O nosso objetivo para 2013 é abrir mais 6 a 8 clubes até dezembro. Desta forma, estamos agora na fase de formalização de contratos de outros locais (quase todos na área da Grande Lisboa). 58 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Numa fase dominada pela crise económica, qual a vossa estratégia para o sucesso? Oferecer um produto de alta qualidade a um preço acessível e sermos 100% transparentes. Na primeira estratégia, saliento que os consumidores procuram qualidade nos serviços e querem fazer compras prudentes e racionais. Na segunda estratégia, esta sempre foi a nossa postura, mas particularmente nesta fase, para ter successo é fundamental sermos claros e honestos com o público em geral e para com os nossos sócios. Com um percurso recheado de sucessos o que te falta alcançar? O Fitness Hut é ainda uma marca muito recente. Como fundador deste projeto, ainda não assumimos o sucesso. Sabemos que estamos no bom caminho, mas em última análise só podemos medir o nosso sucesso por meio de dois factores importantíssimos: através do comportamento dos nossos sócios e do crescimento da cadeia, porque só podemos continuar a abrir clubes se conseguirmos entregar aos nossos sócios, consistentemente, uma boa experiência de fitness aquando estão a treinar nos “HUT’s”! Sabemos que és fã de snowboard e praticante da modalidade. Como surgiu esta paixão? O snowboard funciona como um escape a uma vida profissional intensa? Sim. Desde o 1ª chairlift, no primeiro dia de férias, estás num “outro mundo”. A sensação é incomparável. Acabo cada dia completamente cansado e durmo sempre muito bem, acordando no dia a seguir pronto para mais um dia na montanha! O que te atrai na modalidade? A sensação de “100% freedom” é o que mais gosto. Desafiar-me, enfrentar e ultrapassar o “medo”.... Como é a tua rotina diária? Pratica este desporto com frequência? Começo os dias com o meu treino no ginásio às 07:00. Treino JJB (Jiu Jitsu Brasileiro) 2 a 3 vezes por semana à noite e gosto de competir lutando nos torneios de JJB. Às vezes jogo Rugby, mas agora sou muito lentooooo.... No verão gosto de jogar ténis e no inverno, se conseguir, vou então 1 ou 2 semanas praticar snowboard. É muito importante para mim fazer alguma “coisa” física todos os dias... sou completamente viciado... Quando vais para a neve, como te preparas? Faço mais treinos de pernas (agachamentos) e mais “core” no ginásio. Quais são os teus locais de eleição para a prática de snowboard? Normalmente vou com a minha família, com as 3 crianças e a minha mulher, e gostamos de ir até Morzine em França. A escolha deste local deve-se também ao facto de termos lá uns amigos com um chalet, a mais ou menos uma hora de caminho do aeroporto de Geneva e claro porque Morzine tem muitas pistas e um “snow-park” com saltos, half-pipes, etc. Que conselho pretendes deixar à população que está a ficar cada vez mais sedentária? Basta dedicarem 30 a 40 minutos de exercício diariamente. Desta forma vão aumentar os níveis de energia e sensação de bem-estar e vão melhorar a sua qualidade de vida. Sedentarismo é a causa nº 1 de doenças que resultam em morte. Normalmente o comportamento sedentário é um hábito... e para mudar esse registo é importante comprometer-se consigo mesmo 100%. Sem este compromisso o seu sucesso vai ser improvável. Então, eu aconselho que façam esta mudança com um amigo que tenha o mesmo objetivo. ø OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 59 Neve Nick Cotts Fui de férias para a neve, pela primeira vez, quando tinha 28 anos porque a minha namorada (atualmente minha mulher) esquiava. Acabei por ganhar o “bichinho” do snowboard porque, fiquei fascinado com as imagens dos snowboarders ao fazerem o “slalom” e o “off piste” ao descerem grandes montanhas. Durante os últimos 15 anos vou de férias para estâncias de neve, de snowboard 1, 2 ou até 3 vezes por ano. Fotografia Portfólio do mês — Luís Lopes 60 Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR Fotografia Portfólio OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011 61 Fotografia 62 Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR Fotografia Portfólio OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 63 Fotografia 64 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Fotografia Portfólio OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 65 Fotografia 66 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Fotografia Portfólio Biografia: O meu nome é Luís Lopes e sou um fotografo-freelancer profissional de desportos aventura e outdoor. Sou um apaixonado pela captura da essência de cada desporto e isso faz-me procurar, infinitamente a luz perfeita numa paisagem natural. Esta é a minha verdadeira paixão. A minha carreira de fotógrafo aprofundou-se no mundo de Mountain-bike, assim como outros desportos ao ar livre. Como tal, sinto-me honrado e orgulhoso por fotografar aquilo que gosto mais. Nos últimos anos fui fotógrafo e editor da revista portuguesa ONBIKE e graças a essa experiência, fui levado para um nível superior que qualquer fotógrafo deseja atingir. Tendo sido escolhido para juiz do melhor concursos de fotografia de aventura e outdoor, o Red Bull Illume 2010. Nesse momento senti que todo o meu percurso me tinha dado mais experiência e humildade. Atualmente dedico-me ao aperfeiçoamento da reputação que ganhei e pela procura de perspetivas únicas e originais adelgaçadas à melhor qualidade de luz. ø Por favor, sinta-se livre e à vontade para explorar o meu portfolio online e seguir a minha jornada em... Site: www.luislopesphoto.com Facebook OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 67 Fotografia do mês Fotografia Foto do Mês A imagem ilustra uma atividade de rafting em que o caudal estava com alguns rápidos e onde o entusiasmo e a diversão do grupo são notórios. A Atividade realizou-se no Rio Paiva, no Norte de Portugal onde se encontra o rio com melhores características para a prática desta modalidade. ø Cláudia Caetano www.equinocio.com Facebook Foto: Humberto Almendra rafting no rio paiva Fotografia Foto-Reportagem por Teresa Conceição A Serra e a Estrela 70 Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR Fotografia A Serra e a Estrela OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012 71 Fotografia O que a neve dá Quem vem do Sul para ver neve, sente a recompensa à chegada: “A estrelinha está connosco, fomos abençoados”, diz quem salta da viatura mesmo antes de começar a experimentar o gelo nas mãos e no rosto de acompanhantes distraídos. O que a neve esconde Quem vê a Estrela uma vez por ano, na época branca, não pode imaginar tudo o que a neve tapa. Não me refiro apenas a locais de maior interesse geológico, nem à paisagem de estranhas formações rochosas que fica camuflada com a neve. Não. É das surpresas aquáticas que quero falar. Apesar de a neve cobrir apenas uma pequena parte da Serra, é uma das zonas mais interessantes que fica secreta: os lagos no Planalto Superior. Quando a Serra enverga altiva a coleção de inverno, a paisagem gelada e transformada é a única que os visitantes distantes vão levar de recordação… no corpo e nas fotografias. A montanha mais alta do conEstas zonas húmidas são muitas tinente, quando nevada, cria a e de tamanho variado. E é um Quando a Serilusão de lugar ainda mais disprazer fazer caminhadas para ra enverga altiva tante. Lugar quase estrangeias descobrir, por rochas e caa coleção de inverno, a ro, da estranheza de ter num minhos estreitos. Há lagoas, país temperado prendas sefontes, charcos. E bichinhos paisagem gelada e transmelhantes às que só a Euroem abundância, tanto dentro formada é a única que os pa mais alta pode oferecer. de água como a sobrevoá-la. visitantes distantes vão Há algumas espécies únicas De grande altitude não se que só podem ser observadas levar de recordação… pode gabar a Estrela: para aqui, a nível nacional. no corpo e nas fototer 2 mil metros foi preciso grafias. acrescentar-lhe uma torre huO Irão na Serra mana no ponto mais alto. Mas exiA raridade desta zona conferiu-lhe be um trunfo invulgar: pode chegar-se outra distinção: as lagoas da Estrela ao cimo por estrada alcatroada – boas notícias estão protegidas pela Convenção de Ramsar. É para quem gosta de deslocar-se sentado. um tratado entre países de todo o mundo, iniciaE quem quer experimentar a neve bem de perto do em 1971 na cidade iraniana de Ramsar, para e com alguma velocidade, pode aventurar-se na proteger as zonas húmidas ameaçadas por atituestância de esqui no topo. Para os que não es- des pouco ecológicas. quecem no farnel o queijo da Serra, a vista pode ainda tornar-se mais saborosa. Ainda que pouco divulgada, a distinção é mais 72 Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR Fotografia A Serra e a Estrela uma boa estrela para a Serra. Pode ter um efeito cómico dizer que se esteve a passear num Sítio Ramsar, mas seja qual for o nome que se lhe dê, o que interessa é manter a vontade de deixar os locais sem mácula. A velha máxima: não deixar nada a não ser saudades, não tirar nada a não ser fotografias. Os baptismos das rochas É mais outro segredo da Serra: a bizarria das formações rochosas ao longo da cadeia montanhosa gerou batismos que só os habitantes conhecem. Podemos passar por elas sem dar por nada ou notar-lhes as semelhanças com o nome que carregam: a rocha do Cabeço do Homem, o Chimpanzé, o Orelhudo, o Coelho, os Namorados. Podemos aceitar esses ou inventar outros. Pode ser mais um exercício a acrescentar à caminhada, e este pelo menos não faz doer músculo nenhum. Dar um nome acrescenta valor, e não sobrecarrega de adjetivos um lugar que não necessita deles. O certo é que sabe bem chegar ao final do dia para poder descansar e gozar o poente, em contraluz indiscreto sobre o casal narigudo que murmura segredos de pedra para toda a eternidade. ø Teresa Conceição OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 73 Fotografia 74 Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR Fotografia A Serra e a Estrela OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 75 S.O.S. ... Código de Segurança Outdoor D iz-se nas artes marciais que a melhor maneira de evitar um golpe é não estar lá. O mesmo princípio se aplica quando vamos fazer qualquer atividade de outdoor e queremos evitar uma situação desagradável, o ideal é não nos pormos a jeito para que a lei de murphy entre em ação cumprindo umas básicas regras de segurança. Planear a viagem Parece óbvio, mas o facto é que frequentemente descuramos este aspecto, que é dos mais importantes. É tão simples como olhar para um mapa 76 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR e fazer uma estimativa do percurso, antecipar os locais onde potenciais problemas podem acontecer e prepararmo-nos para eles, seja procurando rotas alternativas seja adestrando o equipamento para sermos capazes de os superar. O plano de viagem, além dos obstáculos pelo caminho contempla ainda os próximos pontos do código de segurança de outdoor: Avisar alguém Por onde vamos, quanto tempo presumimos demorar e quando estaremos de volta. Idealmente deixamos o nosso plano de viagem com duas pessoas, para que em caso de algo de inespera- S.O.S. Código Segurança Outdoor Fotos: Ricardo Perna do acontecer haja quem possa alertar as equipas de socorro no pior dos casos, ou de nos ir buscar caso seja preciso. O facto de se deixar o plano com duas pessoas permite uma redundância que garante que haverá mesmo alguém a contar com o nosso regresso. Só não se esqueçam de avisar quando voltarem. Ter consciência do tempo Não apenas do clima, obviamente que é importante saber de antemão com o que vamos contar a nível climatérico para que nos possamos equipar adequadamente, mas com o tempo que vamos demorar. Por hábito estimamos por baixo o tempo que demoramos a fazer percursos na natureza porque não contamos com o cansaço acumulado, a dificuldade de progressão pela irregularidade do terreno, ou apenas com o que perdemos maravilhados com aquela paisagem única. É assim importante que estejamos conscientes do nosso ritmo de progressão no tipo de ambientes em que nos deslocamos, e dar tempo para apreciar a viagem, e se não temos essa experiência, mais vale estimar por cima, dando uma boa folga, para não sermos surpreendidos pelo cair da noite antes do final do nosso percurso. OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 77 S.O.S. Conhecer os seus limites Termos uma boa noção do que somos ou não capazes de fazer, não tanto para que possamos explorar esses limites mas para que possamos manter um ritmo confortável, para podermos apreciar a atividade em si. Compreendermos também o grau de dificuldade da atividade a que nos propomos, assim como os sinais que antecipam algum problema mais sério, como a desidratação, a exaustão ou a hipotermia. Levar mantimentos suficientes Garantir que além dos alimentos planeados para a viagem levamos algo extra para alguma eventualidade inesperada pode fazer a diferença entre esperar por socorro com algum conforto ou em agonia. A água é da maior importância de levar em quantidade suficiente, pois a sua falta irá condicionar rapidamente muitos factores fisiológicos, como a nossa capacidade de tomar 78 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR decisões acertadas. Levar um kit de sobrevivência Compreendendo o que é uma situação de sobrevivência e como reagir perante uma, adestramos o nosso kit às necessidades específicas do local, do tempo que vamos demorar e do tempo que demora a sermos socorridos em caso de acidente. Um kit de sobrevivência não precisa de ser a versão romântica à venda nas lojas mas algo tão simples como um apito e uma bateria extra para o telemóvel, porque a segunda regra da sobrevivência é dar a conhecer a quem nos procura onde estamos (a primeira é seguir este código). Afinal somos os primeiros responsáveis pela nossa própria segurança. Bons passeios e encontramo-nos no mato. ø Pedro Alves Instrutor de Bushcraft e técnicas de sobrevivência www.escoladomato.com Descobrir na rota das aldeias históricas da serra da estrela 80 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 81 Descobrir Na Rota das Aldeias Históricas Descobrir Sortelha Castelo Rodrigo Uma aldeia do Concelho do Fundão, encaixada a meia encosta nascente, na Serra da Gardunha, entre os 600 e 635 m de altitude e as ribeiras de Gualdim e de Alpreada. Toda ela se desenvolve de uma forma concêntrica, em torno de um elemento de referência, o Castelo, nomeadamente a torre de Menagem. Por trás dos Paços do Concelho, no ponto mais alto e central da aldeia, impõe-se o Castelo, representando a arquitectura militar gótica e manuelina, com a sua torre sineira e de menagem. Sortelha localiza-se na Beira Alta, na zona raiana, e pertence ao concelho do Sabugal. Situa-se sobre uma alta e isolada colina, na cota 770m a 820m. Localiza-se nos vastos territórios de Riba Côa, a 10 Km da margem direita do rio Côa, próximo da Ribeira de Aguiar, 3 Km a sul de Figueira de Castelo Rodrigo e a 12,5 Km da raia espanhola. Linhares localiza-se a cerca de 810 metros de altitude, numa das faldas da Serra da Estrela, no concelho de Celorico da Beira, acerca de 4 Km da Estrada Nacional 17 que liga Coimbra à Guarda. Situada a 773 metros de altitude, a sudoeste da Serra de S. Cornélio, assenta sobre terrenos graníticos e integra-se na zona do concelho onde se verificam simultaneamente as altitudes mais baixas (400 a 800 metros) e as encostas mais declivosas. Com um passado rico bem guardado até aos nossos dias, cada uma das pedras das magníficas ruas que aqui existem, contam histórias fantásticas que revelam a importância desta aldeia. Belmonte Vila tão antiga como Portugal. Desde 1500 e tão famosa no Brasil como em Portugal. A vila de Belmonte teve foral em 1199 e está situada no panorâmico Monte da Esperança (antigos Montes Crestados), em cujo morro mais rochoso foi construído nos finais do séc. XII o seu castelo que juntamente com os castelos de Sortelha e Vila de Touro, formaram até à assinatura do Tratado de Alcanices (1297), a linha defensiva do Alto Côa, apoiada na retaguarda pela muralha natural da Serra da Estrela e pelo Vale do Zêzere. 82 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Fotos: Turismo Serra da Estrela Castelo Novo Almeida Marialva Situada na ala sudoeste do concelho de Almeida, do qual dista 19 Km, a aldeia medieval de Castelo Mendo encontra-se implantada sobre um maciço granítico, a 756m de altitude. A vila de Almeida é sede de concelho e situa-se numa zona planáltica, chamada Planalto das Mesas, a 2,5 Km da margem direita do rio Côa e a cerca de 7 Km da fronteira com Espanha. O Concelho de Almeida é constituído por 29 freguesias e apresenta uma riqueza histórico/patrimonial assinalável, consolidada na existência de três centros históricos: as aldeias medievais de Castelo de Mendo, Castelo Bom e o núcleo histórico da vila de Almeida, delimitado pela sua fortaleza militar traçado abaluartado. Pela sua esplêndida situação sobre um monte de penhascos de difícil acesso, a pequena aldeia de Marialva foi uma importante praça militar na Idade Média. Quase inacessível dos lados nascente, sul e poente, a aldeia domina uma paisagem agreste e recortada, de vales cavados, o que lhe confere uma ambiência de certa forma rude e agressiva. A leste e a sul circunda-a o rio Côa. Povoação de raízes muito antigas, era já habitada no séc. VI a. C. pela tribo dos Aravos. Romanos, Suevos e Árabes que a ocuparam sucessivamente. Percebemos porquê quando lá chegamos. Alta e inacessível, só era possível conquistá-la a ferro e fogo. Trancoso De volta à cidade média! O ar medieval da vila de Trancoso acolhe o visitante que percorre as suas vielas ladeadas por portões biselados e paredes com mísulas. Despertam a casas de duas larga e outra nominadas as Trancoso. atenção as portas, uma estreita, dejudiarias de Os judeus povoaram a vila e transmitiram aos seus descendentes o carácter comercial que lhes era típico. ø Mais informações: Turismo da Serra da Estrela | www.turismoserradaestrela.pt OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 83 Descobrir Rota das Aldeias Históricas Castelo Mendo Descobrir Foto: Aventuris Atividades Outdoor no Serra da Estrela rota Queijo Serra da Estrela Por entre a paisagem dos verdes prados que adivinham a pastorícia serrana, desbravamos os caminhos em veículos todo terreno em direção aos produtores do queijo serra da estrela em total ambiente rural. A prova deste queijo conhecido por todo o mundo pela sua genialidade fica á distância de um gesto onde o pão rústico serve de cama do babujar deste. Tendo Celorico da Beira, a Capital do Queijo da Serra da Estrela, tão perto, visitamos o Solar do Queijo, onde alguns segredos serão desvendados sobre a conceção deste pasto quase de fantasia! Não acredita? Venha provar com a Active Way! Programa previsto: Partida em veículo todo-o-terreno em direção à capital do queijo da Serra da Estrela – Celorico da Beira; Visita ao Solar do Queijo com provas de queijos; Visita a um produtor local de queijo com observação in loco da conceção e provas de degustação; Regresso ao local de partida. Foto: Activeway Ficha Técnica Transporte em veículo Todo-o-Terreno com saídas da Guarda, Belmonte, Trancoso ou local a combinar. Duração: ½ dia ou 1 dia Época: novembro a maio Número de participantes: 2 a 12 Preço por pessoa: ½ dia - 45€ ou 1 dia - 60€** - *O preço inclui: guia, seguro de acidentes pessoais e provas ** O preço inclui: guia, seguro de acidentes pessoais, provas e refeição em restaurante típico. Para grupos possuímos preços especiais. Crianças até 10 anos gratuito com exceção da refeição do almoço. 84 Para reservas e informações: +351 963 967 623 ou [email protected] Um Programa: Activeway Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Descobrir Serra da Estrela “Descobrir a Estrela” “Descobrir a Estrela” em torno das duas grandes potencialidades paisagísticas é o lema doa vários passeios pedestres à sua disposição. Foto: Adriventura Ficha técnica Duração: 1/2 dia, 1 dia ou 2 dias Grau de dificuldade: Fácil a elevada Distâncias: de 5 a 16km Tipo de percursos: lineares e circulares Preço: a consultar Um Programa: Adriventura Fotos: Clik Outdoor Desde dos tempos clássicos que as lagoas da Serra da Estrela “enfeitiçam” as nossas mentes, que juntamente com os imensos vales da Serra da Estrela encerram não só uma beleza paisagística, possuidores de características geológicas únicas em Portugal, como também são reveladores da melhor simbiose entre o Homem e a Natureza, berço de importantes testemunhos da forma de vida desta gente”. caminhada Á volta da torre Ficha Técnica Guia: Fernando Romão Diferença altitudinal: 373m (cota mínima 1620m; cota máxima - 1993m) Início e final do percurso: Torre Pontos de passagem/interesse: Lagoas e Covão do Meio, Covão do Boeiro, Salgadeira, Cântaro Gordo. Realização: de maio a novembro Duração: 4 h | Distância: 8 km Tipologia: Circular | Dificuldade: Média Um Programa: Aventuris Foto: Aventuris Percurso circular em torno do ponto mais alto de Portugal continental, proporciona magníficas vistas do território circundante. Apesar do aspecto desolador da paisagem, ao longo do itinerário, ficará a conhecer alguns dos mais importantes e ricos habitats, animais e plantas, que representam o andar superior desta montanha. Um patamar com características pseudo-alpinas, onde a vegetação pouco mais é que arbustos rasteiros e herbáceas, formando zonas arbustivas intercaladas com os prados de altitude, os cervunais húmidos, os charcos e lagoas naturais de origem glaciar e a presença constante do granito. OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 85 Descobrir Caminhada Vale Glaciar do Zêzere Ficha técnica Guia: Fernando Romão Diferença altitudinal: 600m (cota mínima - 820m; cota máxima - 1420m) Início: Caldas de Manteigas Final do percurso: Covão d’Ametade Pontos de passagem/interesse: Rio Zêzere, aspetos da glaciação, queda de água da Candieira, Covão da Ametade. Realização: Todo o ano. | Preço: 12,5€ Duração: 5 h | Distância: 13 km Tipologia: Linear | Dificulade: Média Um Programa: Aventuris Foto: Aventuris Foto: Aventuris Com início na zona de Manteigas, faremos a subida integral do maior vale glaciar de Portugal, o Zêzere, na Serra da Estrela. De trajecto linear, este vale apresenta ainda os vestígios da última glaciação e dos processos que deram origem a este monumento natural. O rio Zêzere, de águas cristalinas e frias será também uma constante ao logo do percurso, que termina, praticamente na sua nascente, no Covão da Ametade. Autonomia na Serra da Estrela Venha viver uma inesquecível travessia em autonomia através das paisagens glaciares do Parque Natural da Serra da Estrela. O atual itinerário é fruto da larga experiência que temos na Serra e permite-lhe conhecer alguns dos locais mais belos e inóspitos da “nossa montanha”. Foto: Papa-Léguas Esta atividade é um clássico e uma das mais belas travessias de trekking que se pode realizar em Portugal. 86 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Ficha Técnica Duração: 4 dias ( 3 dias em travessia. 1 noite em residencial. 2 noites ao relento (bivaque). 1 pequeno-almoço, 1 Almoço celebração) Dificuldade: Média / Alta Preço da atividade: 170 € Um Programa: Papa-Léguas Foto: Caminhos da Natureza Uma mini travessia de 2 dias na Serra da Estrela por bosques, cumeadas, pistas florestais, e calçadas num enquadramento unico de alta montanha em Portugal. Conquista do ponto mais alto de Portugal continental, a Torre a 2000m. Itinerário previsto Dia 1 – Covilhã a Manteigas: Nível C: 40km 1300m D+ | Nível D: 57km 1600m D+ Dia 2 – Manteigas a Covilhã: Nível C: 60km 1700m D+ | Nível D: 73km 2100m D+ Foto: Caminhos da Natureza Ficha Técnica Duração: 2 dias, 1 noite Tipo de atividade: Percurso auto guiado por GPS em BTT Percurso: Circular Grau de dificuldade C – Exigente (D1: 40km, 1100D+, D4: 60km, 1700D+) D – Muito Exigente (Dia 1:57km, 1600D+, D4: 73km, 2100D+) Promotor: Caminhos da Natureza Foto: Papa-Léguas Léguas na serra da Estrela Num fim de semana percorra algumas das zonas mais espetaculares do Parque Natural da Serra da Estrela: Penhas Douradas, Planalto Central, Alto da torre, lagoas glaciares, Gargantas de Loriga… Na primeira caminhada desceremos desde o Alto da Torre as Gargantas de Loriga num cenário espetacular. No segundo dia, exploraremos o planalto central da Serra da Estrela, para conhecer os seus lagos glaciares e a sua paisagem tipicamente sub alpina e única em Portugal. Foto: Papa-Léguas Programa Previsto: - Ida para Loriga ( serra da Estrela) - Caminhada Torre - Loriga - Caminhada Planalto Central Ficha Técnica Duração: 3 dias Dificuldade: Média Preço da atividade: 170 € Um Programa: Papa Léguas OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 87 Descobrir Serra da Estrela Serra da Estrela em BTT Descobrir Livro Aventura Livro ERICEIRA de Miguel Ruivo Miguel Ruivo Nascido na Califórnia em 1966, Miguel Ruivo cresceu em S. Pedro do Estoril onde apanhou as suas primeiras ondas com apenas 10 anos de idade. Europeu com apenas 14 anos, e fundou instituições como a Associação Nacional de Surfistas ou a Associação de Surf Amigos da Indonésia, a qual ainda preside. Nos mais de 35 anos que dedica à modalidade, Miguel acumulou um percurso ímpar em Portugal pelo trabalho que desenvolveu como atleta, técnico, dirigente e jornalista onde conquistou vários títulos de campeão nacional, em Surf e Longboard, revolucionou os métodos de trabalho na Seleção Nacional enquanto ocupou o cargo de Selecionador Nacional (94 / 95) levando Tiago Pires ao seu primeiro Título de campeão Licenciado em Marketing e Comunicação Empresarial (Universidade Atlântica), e com uma Pós-Graduação em treino de Surf (FMH-IST), Miguel está atualmente dedicado à direção do projeto “Surf Solutions Management & Consulting” onde desenvolve soluções de comunicação para conceituadas empresas como a Fiat Portugal, Embaixada da Indonésia em Lisboa, Despomar, Rocksisters, entre outras. 88 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR continuam a usufruir das ondas da Ericeira, como tributo e recordação para todos os que têm passado pela Vila e contribuído para o desenvolvimento do surf e enraizamento da sua cultura na Ericeira. ERICEIRA é um livro de capa dura, numa edição bilingue, português/inglês. A edição foi da empresa Despomar Lda. e está à venda desde o dia 26 de novembro nas lojas Ericeira Surf Shop. ø Surf Solutions PuroFeeling.com “ERICEIRA Wolrd Surfing Reserve” que conta com o contributo de alguns dos mais conceituados fotógrafos de Surf do País, pretende contribuir para que um melhor conhecimento das características e cultura da Vila possam ajudar na missão de preservação da orla costeira, a que as autoridades e comunidades locais ficaram obrigadas com a atribuição do título de Reserva Mundial de Surf. O livro divide-se em oito capítulos centrais, passando pelas raízes históricas da Vila, os primeiros testemunhos do contacto da Vila com o Surf, incluindo partes dedicadas a algumas das mais emblemáticas praias na relação da Ericeira com o Surf. A maioria dos textos são da autoria do próprio Miguel Ruivo, mas a obra conta ainda com um prefácio de Paulo Martins, e textos de José Caré Junior, José Diogo Quintela e João Braga de Macedo. A edição de fotografia ficou a cargo do reconhecido fotógrafo Carlos Pinto e no conjunto, esta obra conta com fotografias do próprio e de João Bracourt, Pedro Mestre, Mauro Motty, Daniel Moreira, Rui Oliveira, Ricardo Santos Luís, Michel Amaro, João Valente, Ricardo Bravo, Caco Oliveira, Nuno Vieira. Alguns dos melhores surfistas nacionais, a maior parte deles habituais frequentadores das praias da Ericeira, protagonizam os momentos de ação que, sem exceção, tiveram lugar num dos palcos de ondas desta Vila. O livro conta com várias imagens de surfistas locais, reconhecidos e anónimos, que usufruíram e OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 89 Descobrir Livro Aventura E m março de 2011, a organização internacional Save the Waves Coalition atribuiu à Ericeira o estatuto de Reserva Mundial de Surf, uma distinção comparável ao estatuto de Património Mundial da UNESCO, para as ondas. O livro de Miguel Ruivo, um dos nomes dominantes das ondas da Ericeira, é antes de mais uma obra de homenagem, há muito merecida, que imortaliza a Ericeira, a sua beleza e as suas maravilhosas ondas, agora com o estatuto de Reserva Mundial de Surf. Descobrir Os Seven Summits de Paulo Miranda 90 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR gal. E talvez fosse assim até há 5 anos atrás, quando este homem “normalíssimo”, como se refere a si próprio, começou a fazer caminhadas na Serra da Estrela, descobrindo-se irresistivelmente atraído pelos grandes espaços ao ar livre e recuperando a sensação de liberdade que a rotina e a monotonia do dia a dia teimavam em afastar. Algum tempo e muitas caminhadas depois, no início de 2010, teve lugar a sua primeira experiência séria de montanhismo, na serra de Gredos com a subida do Almanzor (2.592m), local da Península Ibérica com carácter alpino mais acentuado. Orientada por Hélder Santos e António Coelho, do Papa-Léguas, esta viagem proporcionou aprendizagens importantes sobre técnicas de progressão em neve e gelo, movimentação em cordada e auto-detenção. Desta aventura a outras atividades bem mais exigentes, foi apenas um pequeno passo. O espírito aventureiro recém-descoberto, rapidamente se transformou numa dependência da adrenalina associada às atividades mais radicais. Nesse mesmo ano, depois da subida ao ponto mais alto dos Pirinéus (Aneto, 3.404m) e ao pico mais elevado de Espanha (Mulhacén, 3.482m), Paulo Miranda aventurou-se a subir o Monte Branco (4.807m), o cume mais proeminente dos Alpes, com o seu amigo e companheiro de montanha Paulo Avelar. Apesar da previsão de mau tempo, a inexperiência levou Paulo Miranda a arriscar uma primeira subida ao cume, na companhia de um pequeno grupo de alpinistas russos. Depois de vicissitudes várias, o sangue-frio e uma boa dose de sorte permitiram o regresso ao refúgio du Goûter em segurança. Indelével, ficou o aviso de que o alpinismo deve ser encarado com muita seriedade, já que dos riscos incorridos na alta montanha, podem resultar desfechos demasiado sombrios. Dividido entre o orgulho pela conquista do Monte Branco e a consciência dos riscos desnecessários que havia corrido, Paulo Miranda revê-se nas palavras de João Garcia, num dos seus livros “No Monte Branco percebi que só atinge o topo quem se esforça. Não é quem é mais velho, nem quem tem mais equipamento, nem quem é mais bonito. No alpinismo, como na vida, só atinge o cume quem OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 91 Descobrir Seven Summits P oder-se-ia dizer que Paulo Miranda, de 45 anos, é um homem comum; alguém com um quotidiano organizado em torno do seu trabalho, enquanto Diretor do Serviço a Clientes na Chronopost Portu- Descobrir O planeamento pormenorizado da viagem é algo que me dá um prazer enorme. É uma forma de começar a viver o acontecimento muitos meses antes. se esforça.”. O regresso aos Alpes, em agosto de 2011, acrescentou mais duas conquistas ao seu portefólio: o Gran Paradiso (4.061m) a montanha mais alta de Itália, e o Signalkuppe (4.559m), situado na fronteira entre a Itália e a Suíça. Os “Seven summits” Em dezembro de 2011, inspirado pela conquista dos sete cumes mais altos de cada continente, iniciada anos antes por Ângelo Felgueiras, Paulo Miranda desafia-se a si próprio: “Percebi que um projeto desta natureza não é um exclusivo de homens extraordinários. Pensei que, afinal, com a dose certa de motivação, determinação, planeamento e disciplina, este poderia ser um projeto ao alcance de alguém que tenha iniciado tardiamente a prática do alpinismo”. Homem previdente e organizado, desde logo começou a planear o seu projeto procurando introduzir-lhe um desafio adicional, relativamente aos outros dois portugueses – João Garcia e Ângelo Felgueiras - que haviam conquistado os sete cumes : concretizar o projeto em apenas 4 anos. Paulo Miranda dá grande importância à organização das suas expedições, preferindo chamar a si essa tarefa. “O planeamento pormenorizado da viagem é algo que me dá um prazer enorme. É uma forma de começar a viver o acontecimento muitos meses antes. Nesta atividade os pormenores têm toda a importância; podem fazer a diferença entre o sucesso e o insucesso ou entre a vida e a morte.” Cinco cumes por conquistar Com o apoio da Berg Outdoor, e com uma responsabilidade acrescida, Paulo Miranda deu início ao seu projeto “Seven Summits”, com a conquista dos cumes mais próximos de nós: o Kilimanjaro (5.895 m), situado no norte da Tanzânia, e o Elbrus (5.642 m) localizado na parte ocidental da cordilheira do Cáucaso, na Rússia. No dia 18 de maio de 2012, Paulo Miranda subiu sozinho, ao ponto mais alto do continente Africano. “Nem a chuva que teimou em cair todos os dias na montanha, nem a solidão das horas passadas na tenda fizeram esmorecer a determinação por um resultado bem-sucedido”, refere o alpinista. Apenas 3 meses depois, a 12 de agosto, apesar dos ventos fortes e das baixas temperaturas, seguiu-se a conquista do Elbrus, o cume mais alto da Europa. Em dezembro de 2012, Paulo Miranda partiu para a Argentina, à conquista do Aconcágua (6.962m), o mais alto ponto do continente americano, na companhia de Carlos Sá, ultra maratonista português. 92 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Descobrir Seven Summits Depois do Aconcágua, seguir-se-ão, em 2013, o monte McKinley (6.194m), no Alasca, o ponto mais alto da América do norte, e a subida à pirâmide de Carstensz (4.884m) na Oceânia. Já em 2014, o projeto continua com o maciço de Vison (4.892m), na Antártida. A subida ao Evereste (8.850m), a mais alta montanha do planeta, situada na cordilheira dos Himalaias, prevê-se para 2015. A kind of magic “Estranhamente, não é a chegada ao cume que me proporciona maior satisfação. O nascer do sol a mais de 5.000 metros é um momento de puro encantamento”, refere Paulo Miranda. A intensa sensação de liberdade que decorre do facto de se estar acima do nível das nuvens, confere o toque final de magia. No entanto, longe dos picos mais altos do mundo, é para o Monte Branco que pende o seu coração de alpinista, talvez por revelar “o mais belo e vasto manto branco que já vi”, como refere, ou talvez por ter sido ali mesmo que a sua vocação aventureira e destemida incontestavelmente se revelou. ø Paulo Miranda OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 93 parques aventura parque aventura sniper A Sniper nasce de uma crescente tendência para a procura de emoções fortes e diferentes, que marcam de alguma forma a nossa personalidade e o modo de estar na vida! Para atingir sensações diferentes, os desportos de aventura são um instrumento imprescindível. Os desportos de aventura são normalmente praticados em campo aberto, em contacto com a natureza, fomentam o convívio com amigos e conhecidos de uma forma verdadeiramente saudável, deixando transparecer características e atitudes que hipoteticamente poderia pensar não as experimentar ou possuir. A Sniper insere-se nestes conceitos e porque a segurança e o profissionalismo são fundamentais para que o divertimento seja a sua única preocupação. Contactos Local: Bucelas Telefone: +351 219 694 778 Email: [email protected] Parque Aventura: Sniper 94 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Foto: Sniper Kids O Pena Aventura Park é um parque de atividades Lúdicas e de Desporto Aventura/Natureza, onde a aventura nunca tem fim! É um destino único e uma referência no Norte de Portugal, localizado em Ribeira de Pena, distrito de Vila Real, junto da saída da A7. A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. À sua espera temos um fantástico conjunto de atividades a desenvolver em terra, no ar e na água. Desfrute de momentos extraordinários de grande entusiasmo e muita diversão! Das atividades por nós desenvolvidas, cuja informação detalhada disponibilizamos na nossa página |www.penaaventura.com.pt| destacamos a realização da descida no maior Fantasticable do Mundo e o alucinante Salto negativo. Campos de férias (Pena aventura Júnior) Não temos expressões que possam descrever totalmente os nossos campos de férias, por esse motivo vem descobri-lo. A equipa do Pena Aventura Júnior oferece-te a possibilidade de realizar atividades únicas cheias de aventura e emoção, como ‘’ fantasticable’’ onde podes descer 1.540m de cumprimento de slide, ou realizar o salto negativo e dares piruetas a 17m de altura. Para os pequenos aventureiros com menos 35kg, propomos o ‘’mini cabo’’ , ‘’trampolim’’ e muitos mais, pois nos nossos campos de férias a emoção é para todos. As nossas atividades são muitas e diversificadas como: Canoagem; Paddelsurf: Catamaran; Paintball; Escalada; Segway; workshops de malabarismo, natureza, reciclagem, e salvamento… Para as noites temos os melhores jogos, animação e surpresas, tudo isto para fazer do teu campos de férias singular e inesquecível. O Pena Aventura Júnior oferece dois espaços únicos para o teu campo de férias O Pena Aventura Park e EcoPark Azibo, se preferires podes optar por um programa nos dois espaços, combinando a natureza do EcoPark Azibo com a adrenalina e emoção de Pena Aventura Park. Aventura, emoção, natureza, diversão e novas amizades são a nossa proposta para os teus campos de férias. Contactos Local: Ribeira de Pena Telefone: +351 259 498 085 Email: [email protected] Parque Aventura: Pena Aventura Park OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 95 Kids Parques Aventura pena aventura park Kids Luso Aventura A Luso Aventura dispõe de dois Parques Aventura, localizados no centro e sul do país, Figueira da Foz e Albufeira. Ambos os Parques são uma excelente forma de premiar uma equipa de trabalho, comemorar o aniversário da organização ou solidificar o espírito da equipa! As atividades são delineadas para que os participantes percebam que, em conjunto, poderão atingir o que de modo isolado seria impossível. Contactos Local: Albufeira e Figueira da Foz Email: [email protected] Telefone: +351 915 536 555 (Figueira da Foz); +351 913 185 782 (Albufeira). Parque Aventura: Luso Aventura pedaços de aventura Aventure-se no nosso percurso de pontes suspensas entre as árvores... Destinado a “Pequenos e Grandes Aventureiros”, no Parque Palmela – Cascais, temos dois percursos bem dinâmicos interligados por plataformas. Com níveis de dificuldade destintos os nossos aventureiros podem optar pelo Percurso Azul, para adultos e crianças a partir dos 5 anos e com 1.10m de altura. Este percurso tem uma duração de aproximadamente 30 minutos e a dificuldade é média/baixa. Os mais crescidos e corajosos podem optar pelo Percurso Vermelho, destinado a adultos e crianças a partir dos 10 anos e com 1.30m de altura. Aqui a dificuldade já se faz notar pela sua extensão, 14 obstáculos distintos que em média demoram cerca de uma hora a superar. A segurança é garantida através da supervisão atenta dos monitores credenciados e da utilização de material certificado. PVP: €6.50 Percurso Azul | €8.50 Percurso Vermelho 10% Desconto para grupos (+6 pessoas) Contactos Local: Cascais Telefone: +351 912 426 118 Email: [email protected] Parque Aventura: Pedaços de Aventura 96 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam. O Parque Aventura da Figueira da Foz oferece 8 percursos de Arborismo, em perfeita comunhão com a natureza, com jogos até 12 metros de altura e grandes slides! Em Albufeira, além do Arborismo, também é possível desfrutar de um jogo de Paintball, numa área total de 2500m². Atividades Outdoor Insufláveis para todos os gostos Sabe mais em www.nolimite.org btt Algarve Selvagem Serras e Mar Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt trilho do lobo Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt 98 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Passeio Pedestre Mata dos Medos Sabe mais em www.treebo.pt gruta da utopia Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt btt nas termas do vimeiro Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Atividades Outdoor Trekking em Monchique Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Workshop de compotas e licores Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt rafting no rio paiva Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt ski Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt paintball noturno Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt via ferrata Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 99 Atividades Outdoor tour em buggy Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt rafting paiva Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Léguas na Serra do Gerês Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt 100 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR pela costa atlântica Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt curso intensivo de bushcraft Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt topo da arrábida Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Atividades Outdoor Rota das Aldeias de Xisto Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt gruta/Labirinto Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Museu Nacional de História Natural e da Ciência e ao Jardim Botânico Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt As Camélias em Terras de Basto Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt rota do azeite Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Visita á Quinta da Bacalhôa e passeio pedestre no p.N da Arrábida Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 101 Atividades Outdoor bob cat Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt kayak aventura Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt gps paper Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt dunas de são jacinto Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt trekking sintra Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Voos de Paramotor Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt 102 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR Atividades Outdoor rappel em sintra Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt batismo de bodyboard e surf Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt mergulho em sesimbra Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt paintball no vimeiro Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Madrid a Lisboa em BTT Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt Arrábida Bike & Trekking Tour Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 103 Desporto Adaptado Fotos: EJU Judo é hoje um desporto ao alcance de todos O s nomes de Nuno Delgado, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000, ou de Telma Monteiro, campeã da Europa em título, não passam despercebidos ao público português. Os dois judocas são o expoente máximo da modalidade em Portugal. Se Telma é hoje a grande esperança lusa em qualquer competição em que entra, sob o desígnio das medalhas, já Nuno Delgado pendurou o quimono mas o tatami continua a ser o seu habitat natural. O antigo atleta, distinguido em 2000 com a Medalha de Honra ao Mérito Desportivo, é atualmente o mentor da maior escola de judo do país, à qual dá nome (EJND – Escola de Judo 104 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Nuno Delgado), num projeto de cariz desportivo e social que ajuda a formar campeões para a vida. A escola assenta as bases num modelo difuso, funcionando em rede e desenvolvendo-se através de protocolos de parceria, para a instalação de centros de formação, com estabelecimentos de ensino e associações de diversa natureza. Invertendo a tradicional lógica do clube convencional, a EJND, associação desportiva sem fins lucrativos, leva o Judo ao encontro dos alunos, promovendo a expansão da modalidade. É também por isso que a EJND adota uma postura de Responsabilidade Social através da constituição de parcerias com entidades empresariais, possi- “Este projeto faz todo o sentido para estimular a autoconfiança, empreendedorismo e capacidade de superação dos mais novos. As áreas performativas são fundamentais para o desenvolvimento pleno do indivíduo – música, teatro, dança, artes plásticas e desporto – que por sua vez são os pilares da motricidade e também pelo tempo livre de interação como o meio e os nossos pares”, diz Nuno Delgado. judo como instrumento de inclusão social, nomeadamente o campeão olímpico Nuno Delgado e Carlos Oliveira Dinis, presentes na cerimónia. "Quando pensamos em cidadãos portadores de deficiência, tudo isto adquire um sentido muito especial. Estes cidadãos são exemplos para todos nós, pela sua determinação, vontade, coragem de vencer as adversidades, procurar ir mais além e, muitas vezes, conseguem mesmo fazer melhor do que os outros", afirmou. Inclusão Social pelo Judo em debate Lisboa recebeu no final de novembro o Congresso Europeu de Inclusão Social através do Judo e outros desportos. Durante dois dias, foram váPresidente da República faz visita de Na- rias as contribuições no sentido de potenciar as tal ao Clube Judo Total razões sociais que a modalidade oferece a todos. O Presidente da República, Cavaco Silva, afir- “O congresso decorreu de forma notável, tendo mou não querer um país com excluídos, porque Portugal afirmado muito bem perante a União esse seria um país incompleto e defendeu que Europeia de Judo tudo o que está a fazer no donunca como hoje é tão necessário que os portu- mínio do Judo Paralímpico e do Judo Adaptado gueses se ajudem uns aos outros. e ainda do Judo Social. De facto, os nossos pro"Não quero para Portugal que alguns sejam jetos e tudo o que temos vindo a fazer foram coexcluídos. Um país que não inclui todos é um mentados por todos os presentes de uma forma país incompleto e todos nós queremos um muito elogiosa e não será exagero dizer Portugal completo", afirmou Cavaco que o nosso país serviu como um Silva. bom exemplo para todos”, disse O Chefe de Estado falava a proManuel Costa e Oliveira. O se(..) esta é uma pósito da promoção da inclucretário-geral da Federação modalidade que tem são social, numa cerimónia Portuguesa de Judo afirtudo a ver com os procesde judo inclusivo, dos promou ainda que “a União jetos Judo Total e Judo SoEuropeia de Judo pretensos de reabilitação em curso, cial, que trabalham com de que este trabalho connão apenas ao nível físico, pessoas portadoras de detinue no seu seio e que, através da recuperação dos ficiência e com crianças e para tanto, conta com jovens de bairros sociais grupos funcionalmente afecPortugal numa primeira de Lisboa. linha de intervenção”. tados, mas igualmente do "O judo também dá a cada Para além das palestras e ponto de vista psicolóum de nós o sentido da ajuda apresentações teóricas do gico e social. aos outros e nunca como hoje judo de cariz social, que denos precisámos tanto de nos ajucorreram na Universidade Ludar uns aos outros", defendeu Casófona de Humanidades e Tecnolovaco Silva. gias, o Congresso Europeu de Inclusão O Presidente dedica habitualmente uma visita Social através do Judo e outros desportos conpor altura do Natal a um projeto social, tendo tou com algumas demonstrações que, explicou este ano assistido a esta apresentação de judo, Manuel Costa e Oliveira, mereceram “os maiono complexo desportivo da Lapa, tendo ofereci- res elogios por parte de todos os Congressistas, do um lanche aos atletas e formadores. muito em particular dos estrangeiros que estiveram presentes”. "O judo, de acordo com o seu fundador, é uma filosofia de vida assente em valores morais, “Aliás, a nós foi mesmo dito que uma demonséticos, sentido de responsabilidade social, soli- tração de Judo Paralímpico e Judo Social era dariedade para com os outros. É como alguns algo já visto, mas não se passando o mesmo com dizem, a ajuda para fazer das fraquezas força, o Judo Adaptado, perfeitamente inovador em ajudarmo-nos a vencer os desafios, as dificulda- termos da própria União Europeia de Judo, por des que a vida nos coloca", enalteceu. contar com as áreas de deficiência da paralisia Cavaco Silva agradeceu a quem trabalha com o cerebral e da deficiência motora”, referiu. OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 105 Desporto Adpatado Judo bilitando a crianças com dificuldades financeiras e/ou necessidades psicomotoras especiais, oportunidades de integração e relacionamento desportivo e social em pé de igualdade com os outros. Desporto Adaptado O Judo Paralímpico, o Judo Adaptado e o Judo Social crescem a cada dia que passa, embora o desejo dos grandes mentores de projetos nas três áreas seja o de que estas se estendam mais um pouco por todo o País e não se concentrem tanto nas cidades de Lisboa e Porto. O Clube Judo Total em Lisboa, por exemplo, é um caso de sucesso. “Tudo continua a correr muito bem, com o clube a contar cada vez com mais atletas. No momento presente, seria muito bom que o CJT encontrasse um melhor espaço para os treinos e, como quase sempre acontece, que conseguisse uma maior disponibilidade financeira para organizar e participar em provas, mesmo a nível internacional”, atirou Manuel Costa e Oliveira. Já o vice-presidente da União Europeia de Judo, Franco Capelletti, foi muito claro ao dizer na sessão de encerramento que a União Europeia de Judo irá reforçar a sua atenção privilegiando esta questão da Inclusão Social pelo Judo, confirmando a Diretora do setor da Educação, Bénédicte Rouby, que irão fomentar mais reuniões e debates neste sentido, tendo mesmo anunciado um próximo congresso a ter lugar na vizinha Espanha, em data a definir. Do lado português, a Federação Portuguesa de Judo, afirmou com clareza que existe uma grande disponibilidade para abraçar projetos neste domínio, que de momento se centram no Clube de Judo Total, na Escola de Judo Nuno Delgado e na Alta de Lisboa. A terminar o Congresso, foi muito importante escutar os projetos que o Futebol e o Rugby desenvolveram nas áreas sociais de intervenção, excelentes exemplos de boas práticas de inclusão social nas suas respetivas modalidades. ø Ana Lima 106 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Espaço APECATE como desenvolver o Turismo de Bicicleta em Portugal E ste texto é para si que começou agora a ler. Se for agente político gaste 5 minutos e leia estas 1134 palavras. E se dentro deste grupo tiver responsabilidades de decisão, retire umas ideias para agir. Se for profissional ligado à Animação Turística ajude a refletir sobre este tema e faça eco dele, fazendo lobby. Se for cicloturista 108 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR veja se falta alguma coisa e dê a sua opinião. Se for simplesmente amante da bicicleta talvez queira contribuir com a sua simpatia à causa e identificar-se com ela. Os tempos que vivemos são dominados no nosso País, à conta do “contexto”, mais por notas pessimistas e pela lamúria e menos por nos focarmos Existem milhões de verdadeiros “ciclo-turistas” em todo mundo, isto é, pessoas cuja principal motivação nas suas férias, desde a escolha do destino à seleção de um programa ou atividdaes de ocupação, é andar de bicicleta (por exemplo, só da Alemanha foi estimado [2010] terem saído 5 milhões de turistas de natureza dos quais cerca de 300 mil especificamente de BTT) . É um “nicho” de mercado bem estudado nalgumas partes do globo. Pouco em Portugal. O que procuram estes turistas? Boas estradas (bom piso e pouco ou nenhum movimento) ou bons caminhos e trilhos (antigos, cénicos, estreitos, naturais), bom clima, segurança, boa comida, boa(s) bebida(s), bom serviço, excelente relação preço/qualidade, enquadramento profissional e especializado. Encontra-se tudo isto em Portugal, numas regiões e locais mais do que noutras, mas no geral atingimos um excelente equilíbrio e resultado final. Fotos: A2Z Adventures Porque não encontram Portugal para vir passar as suas férias cicláveis? Desde logo porque simplesmente Portugal não é reconhecido como destino para tal tipo de férias. Menos ainda se insistirmos em tentar afirmar uma qualquer região ou local de Portugal para tal (exeção feita a questões pontuais como eventos que possam ocorrer). Para os que têm alguma ideia sobre o nosso País, vem-lhes à cabeça as praias do Algarve, Lisboa, as levadas da Madeira (para andar a pé) e, menos, com Porque não um pouco de sorte, talvez o Douro, encontram Porpelo vinho do Porto. Nas atividades a vir cá fazer para além do tugal para vir passar “triple SSS” (sand, sun, sea), ou as suas férias cicláveis? seja, papo-para-o-ar, lá se vai Desde logo porque simfazendo nome (leia-se, promovendo fortemente) no Golfe e plesmente Portugal não é pouco mais. reconhecido como des- onde poderemos fazer a tal diferenciação positiva e sair vencedores, quer em tino para tal tipo de termos comparativos, quer Identificados alguns dos probleférias. em atingir resultados finanmas, foquemo-nos nas soluções. ceiros de investimentos feitos, Desde logo começar pela base, isto em emprego, em riqueza, em quaé, criar um documento estratégico nalidade de vida. O que isto tem a ver com cional para o turismo ciclável. Não é preciso OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 109 Espaço APECATE Turismo Bicicleta andar de bicicleta? Bom, Portugal já é um dos melhores destinos do mundo para fazer turismo em bicicleta, que alguns apelidam de cicloturismo (palavra usada também com outro signifcado), mas tira pouco proveito disso. E pode ser ainda melhor. Como é que isto pode ser convertido em atividade rentável e empregadora, contributo para o desenvolvimento turístico de Portugal, parte do crescimento económico tão necessário ao nosso País? É aqui que gostaria de centrar este reflexão. Espaço APECATE inventar muito, nem gastar muitos milhares de euros. Existe bench marking internacional disponível, consultem-se os agentes desta atividade turística aos vários níveis (operadores, hotelaria, restauração), coordene-se uma equipa de trabalho, talvez com um ou outro input de peritos nacionais ou internacionais na matéria. Nesse documento cada agente deve identificar o seu papel, em que ponto está (em termos de qualidade turística) e para onde Existe já deve ir (na atuação do seu negócio ou serviço público), se quer muito trabalho a trabalhar este nicho de mercaser feito a diferentes do. Deve existir uma visão claníveis, mas não coorra e objetivos. Existe já muito trabalho a ser feito a diferentes denado. Podiam ser níveis, mas não coordenado. dados aqui inúmeros Podiam ser dados aqui inúmebons e maus exemros bons e maus exemplos. Refiro apenas um, por ser recente plos. e ser uma oportunidade (ou não) de desempenhar, incorporar ou contribuir para este documento estratégico de base - a Carta da Mobilidade Ligeira, criada pelo Despacho nº12646/2012 do atual Governo, emSetembro de 2012. Que aspetos podem ser considerados fundamentais nesta discussão, em concreto na afirmação de Portugal a nível internacional como destino para Turismo Ciclável, diria mesmo como “Bike 110 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR Espaço APECATE Turismo Bicicleta Friendly Destination”? • Promoção internacional forte e concertada entre Turismo de Portugal, Entidades Regionais de Turismo e Privados, para que Portugal seja reconhecido como destino para férias em bicicleta tendo como objetivo primário o aumentar a presença do País nos catálogos internacionais de ofertas deste tipo de produto. Para conseguir isto são necessárias ferramentas como um ou vários bons vídeos promocionais que se tornem virais na internet, presença em feiras temáticas com Portugal, uma seção específica no site visitportugal.com ou outro criado para o efeito, campanhas de marketing digital direcionadas para mercados selecionados com tradição de emissão deste tipo de turistas como EUA, Austrália, UK, Holanda, Bélgica, França, Alemanha ou emergentes como o Brasil. • Promover a excelência nos serviços recetivos, criando ou dinamizando selos/labels oficiais de reconhecimento de boas práticas turísticas bike friendly em alojamento, restauração, transferes, animação turística. • Desenvolvimento e promoção de ferramentas online de divulgação e planeamento de turismo ciclável, como é exemplo o portal bikotels. com que apresenta uma rede de alojamento bike friendly em Portugal e disponibiliza percursos e planeamento com recurso a GPS, mas também de outras que possam contribuir para esse fim, como o ciclovias.pt, e apps móveis que existem ou possam ser adaptadas a este fim, tornando todos estes recursos acessíveis a partir do portal temático destinado a este tipo de turistas. • Promover as boas práticas bike friendly em todo o ciclo de vida da atividade turística do ciclista, desde o transporte da bicicleta em transportes públicos, alojamento, restauração, animação turística (guias, aluguer de bicicletas, transferes de bagagens), quer através de ações de formação, dos selos e da reunião de toda essa informação que fica disponível on-line quer para operadores quer para utilizadores finais. • Sinalização turística de percursos para cicloturismo, quer em termos de estradas asfaltadas quer de caminhos e trilhos BTT, incentivando a criação de Centros de Ciclismo e de BTT ou redes regionais de itinerários turísticos cicláveis, que se podem inspirar em exemplos de boas práticas internacionais como a National Cycle Network no Reino Unido, financiada por dinheiros públicos de impostos sobre apostas. São vários os caminhos que podem ser percorridos para levar o Turismo em Portugal a representar uma fatia verdadeiramente estratégica na economia do nosso País. Este segmento de mercado pode dar um impulso interessante a muitos dos agentes tradicionais em alturas do ano tipicamente de época baixa, como já acontece de forma massiva em destinos que sazonalmente são de neve (Estâncias de Ski) ou de praia (Ilhas Baleares). O investimento é pequeno e os resultados seriam recompensadores, basta implementar uma estratégia correta e todos (públicos e privados) contribuirmos para os mesmos objetivos de forma concertada. ø Pedro Pedrosa A2Z Adventures & A2Z Consulting by Ytravel, lda * *empresa associada da APECATE OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 111 Equipamento MOCHILA DEUTER FUTURA PRO 42 Descrição: Mochila versátil e polivalente, com características e pormenores de construção de grande qualidade. As funcionalidades muitos completas tornam-na numa excelente escolha para caminhadas de um ou vários dias e para montanhismo. Preço: PVP: 128,95€ | Com desconto de 25%: 96,71€ Mais informações: “Strail” www.s-trail.com TIMEX Descrição: Esta é uma coleção colorida e original. Com braceletes slip trough, fáceis de trocar, podemos ter um estilo jovem e outdoor e acompanhar as tendências ao mesmo tempo. Com preços abaixo dos 60€ são uma prenda ideal para a namorada mais extrovertida! Mais informações: Timex 112 Janeiro_Fevereiro 2013 OUTDOOR GARMIN FÉNIX Descrição: Desenvolvido em colaboração com guias de montanha profissionais e concebido para alpinistas e entusiastas das atividades ao ar livre, o relógio fénix™ é uma ferramenta de navegação mãos-livres para Outdoor que o orientará com precisão em ambientes alpinos rigorosos. Este é o primeiro relógio de pulso com navegador GPS + ABB (altímetro/barómetro/bússola) que inclui funcionalidades de navegação GPS Garmin completas. Mais informações: Garmin www.buygarmin.com Descrição: Na senda dos consagrados Base Camp Duffle, que pela sua robustez se tornaram nos sacos de transporte mais usados em expedições, a The North Face lançou este ano o Waterproof Duffle. Para além das características já conhecidas dos Base Camp Duffles (robustez, resistência à água e leveza), o Waterproof Duffle é totalmente estanque (o acesso ao interior é feito através de fecho estanque) e vem equipado com alças almofadadas, para ser transportado como mochila. Disponível nas versões de 40 e 70 Litros de capacidade e nas cores preto e encarnado. Tecido resistente e impermeável em nylon ripstop com costuras seladas. O fecho TIZIP® WaterSeal é estanque como um fato seco de mergulho! As alças de costas são construídas para carregar durante pouco tempo e as cintas de compressão ajudam a acomodar a carga. As fitas Dasy Chain permitem que possa juntar mais equipamento ou prender o saco a bagageiras de carro ou transportadoras de animais. WATERPROOF DUFFEL 40L – 234,90€ WATERPROOF DUFFEL 70 L – 254,90€ Mais informações: Yupik www.yupik.com.pt M-CONNECT MERREL Descrição: Graças a quatro coleções (Barefoot, Bare Access, Mix Master e Proterra), a M-Connect apresenta várias propostas para atletas de outdoor, através de um ajustamento mais natural e de um design que garante maior rapidez e leveza, seja no asfalto, na pista, na montanha ou num treino mais generalizado. Mais informações: Merrel OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2013 113 Descobrir Equipamento THE NORTH FACE WATERPROOF DUFFEL 114 Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR A fechar De 27 de fevereiro a 3 de março de 2013, a BTL – Feira Internacional de Turismo regressa a Lisboa para comemorar 25 anos de sucessos ao serviço do turismo nacional. BTL aposta em MI, Golf e Turismo Religioso em 2013. Sabe mais em www.portalaventuras.pt agenda outdoor Ainda não sabes o que fazer no próximo fim de semana? Com a agenda outdoor do Portal Aventuras vais ficar a par dos próximos eventos! Entra no fantástico mundo das atividades outdoor. Boas Aventuras! Sabe mais em www.portalaventuras .pt conhece as pequenas rotas Encontre no Portal Aventuras alguns percursos de pequenas rota que pode realizar no nosso país… De norte a sul, venha descobrir Portugal a caminhar. Junte um grupo de amigos e parta a aventura! Boas Aventuras! Sabe mais em www.portalaventuras.pt passatempos portal aventuras Foto: The Color Run Gostas de Passatempos? O Portal Aventuras tem constantemente passatempos com ofertas de atividades, equipamentos, bilhetes de parques zoológicos, aventura, corridas, maratonas e muitos mais! De que esperas? Concorre já ao passatempo em vigor e habilita-te a ser o vencedor! Sabe mais em www.portalaventuras.pt OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 115 A Fechar btl
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