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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LABORATÓRIO DE FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR NÚCLEO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS EFEITO DA OVARIECTOMIA SOBRE O BALANÇO AUTONÔMICO CARDÍACO DE RATAS SUBMETIDAS À DESNUTRIÇÃO PROTEICA Ouro Preto 2010 F738e Fortes, Luis Henrique Santos. Efeito da ovariectomia sobre o balanço autonômico cardíaco de ratas submetidas à desnutrição proteica [manuscrito] / Luis Henrique Santos Fortes. – 2010. xxix, 119 f.: il., tabs., grafs. Orientador: Prof. Dr. Luciano Gonçalves Fernandes. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto de Ciências Exatas e Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas. Área de concentração: Bioquímica estrutural e Fisiológica. 1. Batimento cardíaco - Teses. 2. Desnutrição - Teses. 3. Rato como animal de laboratório Teses. 4. Ovários - Cirurgia - Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título. CDU: 616.12-008.3:612.621.1 Catalogação: [email protected] UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS LABORATÓRIO DE FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR NÚCLEO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – NUPEB EFEITO DA OVARIECTOMIA SOBRE O BALANÇO AUTONÔMICO CARDÍACO DE RATAS SUBMETIDAS À DESNUTRIÇÃO PROTEICA AUTOR: Luís Henrique Santos Fortes ORIENTADOR: Prof. Dr. Luciano Gonçalves Fernandes Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação do Núcleo de Pesquisas em Ciências Federal Biológicas de Ouro da Preto, Universidade como parte integrante dos requisitos para obtenção do título de Mestre, em Ciências Biológicas, área de concentração: Estrutural e Fisiológica. Ouro preto 2010 Bioquímica Este trabalho foi realizado no Laboratório de Fisiologia Cardiovascular do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto, com o auxílio do CNPq, FAPEMIG e UFOP. iii “... Mestre como eu faço para me tornar sábio? - É preciso fazer boas escolhas meu filho. - Mas como faço para ter boas escolhas, mestre? - Para fazer boas escolhas, é preciso experiência meu filho. - E como adquirir experiência? - Más escolhas, “filho”. "O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar de novo com mais inteligência." (Henry Ford) iv Dedicatória v A minha mãe, por toda luta para que eu pudesse lutar por meus sonhos. Ao meu Pai por todo empenho e amor durante todo esse tempo. Aos amigos, por tanto me ajudarem nessa conquista. A minha namorada, por sempre acreditar que tudo iria dar certo. Ao Ensino público por me dar essa grande oportunidade. vi Agradecimentos vii Agradecer, demonstrar gratidão, reconhecimento, importância.......Um simples termo que o real significado pode ser muito mais complexo, ao mostrar uma gama de sentimentos envolvidos. Então, agradeço a: A Deus, por ser tão generoso e me permitir viver e encontrar pessoas que tanto me fizeram crescer, e por estar sempre caminhado ao meu lado fazendo com que meus sonhos se tornem real. A meus pais e melhores amigos, Isabel Santos Fortes e Eustáquio Omar Fortes, pelo grande amor, carinho e apoio fantástico durante todos esses anos de estudo. Sei que sempre continuarão me apoiando. Aos meus irmãos Marcelo Santos Fortes e Isabela Santos Fortes pelo grande amizade, amor e carinho. Ao meu amor, minha vida, minha namorada, minha amiga Thaylane Silveira de Oliveira, pelo grande carinho, amor e por tanto confiar em mim durante esses anos que estou longe de casa. Ao meu primo André Lana, por ser o grande amigo que é, e ter estado sempre disposto a me ajudar quando necessitei. Ao meu orientador Prof. Dr. Luciano Gonçalves Fernandez, pela amizade pelos ensinamentos, por aceitar fazer parte desse meu caminho me ajudando em momentos de dúvida. Ao Prof. Dr . Deoclécio Alves Chianca Júnior, por abrir as portas do laboratório e me dar essa grande oportunidade. Ao Prof. Leonardo Máximo Cardoso, pelos ensinamentos e grande ajuda nos momentos de dúvida. À grande amiga Arlete Rita Penitente, por toda confiança que teve em mim, por acreditar que eu conseguiria mesmo quando eu mesmo achava o contrario, por abrir as portas de um novo caminho e por todo incentivo, muito obrigado. Ao Professor MSc. Aureliano Claret da Cunha pela incondicional ajuda e paciência na hora que precisei e por sua amizade. Ao Sr. Paulo Luciano “Seu Paulo”, por ser o grande amigo que é. Por quebrar tantas vezes meu “galho” quando precisei fugir do trabalho ou chegar atrasado. Ao amigo e companheiro de UFOP Miltinho, que estava sempre lá, sempre ajudando com os animais. À Aparecida Trópia (Cida), pela grande assistência e disposição prestada. viii À Miriam que disponibilizou várias vezes seu tempo pra me ensinar e esclarecer dúvidas. Ao pessoal do LAPAC, Cássio e Adão, pela grande ajuda e atenção. Aos amigos do LFC, Alisson, Alessandro, Aline Resende, Arthur, Fabiana, Nathalia, Lílian, Manoel, Márcio, Tchalton, Gabriel, Marcela (Toc), Aline, Alessandra e Vanessa pelos ótimos momentos de convivência. À Fernanda (Baju) e à Mara (Maravilha) pela grande amizade, estavam sempre ali, prontas pra ajudar, sempre que precisava de alguma coisa. Muito obrigado por toda ajuda e pelos ótimos momentos durante esse tempo. À Marcela Libertino pelo grande laço de amizade e pela imensa ajuda prestada. Aos amigos do mestrado Ana Paula, Paula, Amanda, Sonaly, Karina. Aos professores e colegas do NUPEB pelo grande apoio. Aos grandes amigos Leonardo (Tedy), Lawrence (Pantufa), Victor (Vivi), Guilherme (Guiguizudo) e Ricardo (Zé Mayer), por todo o companheirismo e amizade. Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente colaboraram para a realização deste trabalho. Meus sinceros agradecimentos a todos vocês. ix Sumário x 1. 2. 3. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 2 1.1 Desnutrição ................................................................................................................... 2 1.2 Aspectos fisiológicos do ciclo reprodutivo feminino .................................................... 6 1.3 Desnutrição e ciclo reprodutivo .................................................................................... 9 1.4 Pós-menopausa e Hipertensão arterial ........................................................................ 11 1.5 Variabilidade da Frequência Cardíaca ........................................................................ 15 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 22 2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 22 2.2 Objetivos específicos................................................................................................... 22 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 24 3.1 Modelo animal – desnutrição proteica ........................................................................ 24 3.2 Composições das dietas.................................................................................................. 24 3.3 Protocolos para cirurgia de ovariectomia ......................................................................... 26 3.4 Registros da pressão sistólica (PAS) e Frequência Cardíaca (FC) por Pletismografia de cauda. 26 3.5 Preparo e implante das cânulas arteriais, venosas e eletrodos para ECG........................ 29 3.6 Registro da Pressão Arterial e do Eletrocardiograma (ECG) .......................................... 32 3.7 Protocolo experimental: Avaliação do controle autonômico da frequência cardíaca. ..... 33 3.8 Preparação das Drogas utilizadas .................................................................................... 35 3.9 Coletas e analise das amostras para análise bioquímica e Hormonal. ............................... 36 3.10 Constatação do ciclo estral, coloração e captura das imagens ....................................... 37 3.11 Análise dos dados ........................................................................................................... 38 3.12 Análises da Frequência Cardíaca (FC) e Pressão Arterial Média (PAM) ...................... 38 3.13 Análise do Tônus autonômico cardíaco ........................................................................ 39 3.14 Análise do Índice autonômico cardíaco (IAC) .............................................................. 40 3.15 Analise da variabilidade da Frequência Cardíaca no Domínio da Frequência. ............ 40 3.16 Análise estatística .......................................................................................................... 42 4. RESULTADOS .................................................................................................................. 44 4.1 Efeito da ovariectomia e desnutrição sobre o peso corporal dos animais. ....................... 44 4.2 Efeitos da ovariectomia e desnutrição sobre o acumulo de gordura intra-abdominal ..... 45 4.3 Efeitos da ovariectomia e desnutrição sobre a ciclicidade estral .................................... 46 4.4 Efeitos da ovariectomia e desnutrição sobre os parâmetros bioquímicos e hormonais..... 46 4.4.1 Lipídeos séricos ......................................................................................................... 46 4.4.2 Proteínas séricas ....................................................................................................... 48 4.4.3- Estradiol .................................................................................................................... 50 4.5 Efeitos temporais da desnutrição e ovariectomia sobre pressão arterial Sistólica e frequência Cardíaca avaliada pelo método de Pletismografia de cauda.................................. 51 4.6 Efeito da desnutrição e ovariectomia sobre FC e PAM basais medidos pelo método direto (cateterização). .............................................................................................................. 54 xi 4.7 Balanço Autonômico ................................................................................................... 56 4.7.1 Efeitos do bloqueio vagal (Metil-atropina) sobre os níveis de PAM e FC................ 56 4.7.2 Efeitos do bloqueio farmacológico do sistema nervoso simpático realizado com Beta-bloqueador (metoprolol) sobre a PAM e FC .............................................................. 59 4.7.4 Avaliação do Índice Autonômico Cardíaco (IAC) .............................................. 65 4.7.5 Análises do tônus autonômico cardíaco .............................................................. 66 4.7.6 Efeitos da ovariectomia e desnutrição sobre a razão entre as potências do espectro de FC ..................................................................................................................... 68 5. DISCUSSÃO. .............................................................................................................. 70 6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO ........................................................................................... 83 7. PERSPECTIVAS ............................................................................................................... 85 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................ 89 9. APÊNDICE ............................................................................................................... 106 xii Lista de Figuras xiii Figura 1- Variação hormonal do ciclo estral em ratas (Buffet & Bouchard, 2001). ...... 8 Figura 2- Variação hormonal do ciclo menstrual em mulheres (Buffet e Bouchard, 2001). ................................................................................................................................ 9 Figura 3- Exemplo de um segmento de intervalo de ondas sucessivas R-R. ................. 20 Figura 4- Representação da janela de visualização do software Chart® durante um registro de medida indireta de FC e pressão arterial. A seta indica o primeiro pico de sinal após o desinflar da bomba. As linhas: representando o sinal pulso (A), inflar de inflar e desinflar da bomba, (B) e na linha (C) observa-se a interrupção do sinal de frequência cardíaca com o inflar da bomba. ................................................................. 28 Figura 5- Representação da janela de visualização do software Chart® durante um registro de medida indireta de FC e pressão arterial. As linhas representando; o sinal de pulso (A), inflar de inflar e desinflar da bomba, (B) e na linha (C) Período entre chaves e retângulo vermelho, demonstrando período tomado como Frequência cardíaca .......................................................................................................................... 29 Figura 6- Imagem representativa de um conector Rj45 ................................................ 30 Figura 7- (A)Local de dissecação do trígono femoral e (B)Isolamento da artéria e veia femoral e inserção dos cateteres .............................................................................. 31 Figura 8- Desenho esquemático do implante de eletrodos para aquisição dos sinais eletrocardiográficos. ...................................................................................................... 32 Figura 9- Representação da janela de visualização do software Kananda® durante o registro eletrocardiográfico e de pressão arterial. As linhas representam o xiv eletrocardiograma (1º.), pressão arterial pulsátil (2º.), frequência cardíaca (3º.) e pressão arterial media (4º.). ........................................................................................... 33 Figura 10- Esquema dos protocolos experimentais adotados. ...................................... 35 Figura 11- Imagem representativa da metodologia adotada para coleta de secreção vaginal utilizada pra confecção dos esfregaços. (a,b,c) com auxílio de uma pipeta de 20 µl preenchida com salina (NaCl 0,9%), a qual foi injetada dentro do canal vaginal e em seguida aspirado. (d) marcação na cauda dos animais para identificação de cada um durante todo o experimento. (e) lâminas confeccionadas da secreção aspirada e analisadas em microscópio óptico na objetiva de 40x. .................................................. 38 Figura 12- Esquema demonstrativo do duplo bloqueio farmacológico com metilatropina (A) e metoprolol (P) para obtenção da frequência cardíaca intrínseca (FCI), tono vagal (TV) e simpático (TS) cardíaco. ................................................................ 39 Figura 13- Imagem de exemplo da janela de análise de série batimento a batimento no domínio do tempo do software cardioseries V.1.0. ........................................................ 41 Figura 14- Figura representativa de um sinal simulado no domínio do tempo e sua transformação para o domínio da frequência. O sinal é composto de um componente oscilatório correspondente às Ondas de Mayer (0,5 Hz) e outro às Ondas de Hering (2 Hz). A transformação pela Transformada Rápida de Fourrier discrimina os dois principais componentes em frequência que constituem o sinal. ................................ 41 Figura 15- Efeitos da ovariectomia de desnutrição sobre o ganho de peso (g) dos animais após procedimento cirúrgico. Valores numéricos mostram média ± EPM. Barras seguidas de letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. ............................................................................................... 44 xv Figura 16- Efeito da ovariectomia e da desnutrição sobre o acumulo de gordura intraabdominal em ratas, peso (g). Valores numéricos mostram média ± EPM. Barras seguidas de letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. .................................................................................................................. 45 Figura 17- Figura representativa de um esfregaço vaginal na fase cíclica do diestro, obtida em microscópio óptico com aumento de 40 x. (L) indica forte presença de leucócitos (Marcondes et al., 2002). .............................................................................. 46 Figura 18- Efeito da ovariectomia e desnutrição sobre o lipidograma de ratas. Para cada fração lipídica em questão, médias seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. ......................................... 48 Figura 19- Efeito da ovariectomia e da desnutrição sobre as concentrações das proteínas plasmáticas por grupos (mg/dL). Para cada fração proteica em questão, médias seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. ............................................................................................... 49 Figura 20- Efeito da ovariectomia e da desnutrição sobre as concentrações plasmáticas de estradiol por grupos (pg/mL). Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05............................................................................................ 50 Figura 21- Figura ilustrativa do Efeito temporal da restrição proteica e ovariectomia sobre a PAS e frequência cárdica, aferidos durante cinco meses.................................. 53 Figura 22- Efeito da ovariectomia e da desnutrição sobre níveis Basais de FC (A) e PAM (B) nos grupos Controles (Sham, OVX) e Desnutridos (Sham, OVX). Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. ..................... 55 xvi Figura 23- Efeitos do bloqueio farmacológico com anticolinérgico (metil-atropina) sobre a FC (A) e PAM (B) dos grupos Controle (Sham e OVX), Desnutrido (Sham e OVX). Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05............................................................................................ 58 Figura 24- Efeitos do bloqueio farmacológico com β1-bloqueador (metoprolol) sobre a FC (A), e PAM (B) nos Grupos Controle (Sham e OVX), Desnutridos (Sham e OVX). Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. ............................................................................................... 61 Figura 25- Efeito do duplo bloqueio farmacológico com anticolinérgico metil-atropina e β1-bloqueador metoprolol sobre a FC (A) e PAM (B) nos grupos controles (Sham e OVX) e desnutridos (Sham e OVX). Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. ......................................... 64 Figura 26- Efeito do duplo bloqueio farmacológico sobre o ∆ de variação da FC dos Grupos Controle (Sham e OVX), Desnutridos (Sham e OVX). Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. ......................................................... 65 Figura 27- Índice Autonômico Cardíaco dos grupos controle (Sham e OVX) e desnutrido (Sham e OVX). Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. .................................................................................................................. 66 Figura 28- Tônus simpático (A) e parassimpático (B) dos grupos Controles e Desnutridos. Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05...... 67 xvii Figura 29- Relação dos espectros de FC (LF/HF) dos grupos Desnutridos e Controles. Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. ..................... 68 Lista de Tabelas xviii Tabela 1- Composição química da dieta para desnutrição experimental (g/100g de dieta) ............................................................................................................................... 25 Tabela 2- Os valores representam média ± EPM da média por grupos experimentais. Lipoproteínas de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), colesterol total (CT), Triglicérides (TRIG), Lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL). ........................................................................................................................... 47 Tabela 3- Valores médios ± EPM das concentrações séricas (g/dL) das Proteínas Plasmáticas por grupos. ................................................................................................. 49 Tabela 4- Valores médios ± EPM de FC (bpm), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda por grupos experimentais. ...................................................... 52 Tabela 5- Valores médios ± EPM de PAS (mmHg), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda por grupos experimentais. ...................................................... 52 Tabela 6- Parâmetros Cardiovasculares, FC (bpm) e PAM (mmHg), Os valores representam média ± EPM da média nos grupos controles e desnutridos na situação basal e após bloqueio farmacológico com metil-atropina. ............................................ 57 Tabela 7- Parâmetros Cardiovasculares, FC (bpm) e PAM (mmHg) Os valores representam média ± EPM da média nos grupos controles e desnutridos na situação basal e após bloqueio farmacológico com metoprolol................................................... 60 Tabela 8- Parâmetros Cardiovasculares, FC (bpm) e PAM (mmHg), Os valores representam média ± EPM da média nos grupos controles e desnutridos na situação basal e após duplo bloqueio farmacológico. .................................................................. 63 Tabela 9-Valores unitários de peso para cada animal ao final de 28 semanas (Gramas). ...................................................................................................................................... 106 Tabela 10- Acumulo de Gordura intra-abdominal, valores por animal (Gramas) ..... 106 Tabela 11- Concentrações plasmáticas de LDL (mg/dL). ........................................... 107 Tabela 12- Concentrações plasmáticas de HDL (mg/dL). ........................................... 107 Tabela 13- Concentrações séricas de Colesterol total (CT) ........................................ 107 xix Tabela 14- Concentrações séricas de Triglicérides (Trig) .......................................... 108 Tabela 15- Concentrações séricas de lipoproteína de muita baixa densidade (VLDL) ...................................................................................................................................... 108 Tabela 16- Concentrações séricas de Proteínas totais (g/dL). .................................... 108 Tabela 17- Concentrações séricas de albumina (g/dL) ............................................... 109 Tabela 18- Concentrações séricas de globulina (g/dL). .............................................. 109 Tabela 19- Valores de FC (BPM e PAS( mmHg), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda ............................................................................................... 109 Tabela 20- Valores de FC (BPM e PAS( mmHg), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda ............................................................................................... 110 Tabela 21- Valores de FC (BPM e PAS( mmHg), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda ............................................................................................... 110 Tabela 22- Valores de FC (BPM e PAS( mmHg), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda ............................................................................................... 111 Tabela 23- Níveis basais de PAM (mmHg) nos diferente grupos de estudo ................ 111 Tabela 24- Níveis basais de FC (BPM) nos diferentes grupos de estudo. ................... 112 Tabela 25- FC (BPM) antes e após administração de metil-atropina nos grupos controles. ...................................................................................................................... 112 Tabela 26- PAM antes e após administração de metil-atropina nos grupos controles. ...................................................................................................................................... 113 Tabela 27- FC (BPM) antes e após administração de metil-atropina nos grupos desnutridos ................................................................................................................... 113 Tabela 28- PAM (mmHG) antes e após administração de metil-atropina nos grupos desnutridos ................................................................................................................... 114 xx Tabela 29- FC (BPM) antes e após administração de metoprolol nos grupos controles. ...................................................................................................................................... 114 Tabela 30- PAM (mmHg) antes e após administração de metoprolol nos grupos controles ....................................................................................................................... 115 Tabela 31- FC (BPM) antes e após administração de metoprolol nos grupos desnutridos ................................................................................................................... 115 Tabela 32- PAM (mmHg) antes e após administração de metoprolol nos grupos desnutridos ................................................................................................................... 116 Tabela 33- FC (BPM) antes e após duplo bloqueio farmacológico nos grupos controles. ...................................................................................................................................... 116 Tabela 34- PAM (mmHg) antes e após duplo bloqueio farmacológico nos grupos controles. ...................................................................................................................... 117 Tabela 35- FC (BPM) antes e após duplo bloqueio farmacológico nos grupos desnutridos. .................................................................................................................. 117 Tabela 36- PAM (mmHg) antes e após duplo bloqueio farmacológico nos grupos desnutridos. .................................................................................................................. 118 Tabela 37- LF e HF durante o período basal e razão LF/HF dos grupos controles... 118 Tabela 38- LF e HF durante o período basal e razão LF/HF dos grupos desnutridos. ...................................................................................................................................... 119 xxi Lista de Abreviaturas xxii FAO Food and Agriculture Organization ONU Organização das Nações Unidas OMS Organização Mundial da Saúde LH Hormônio Luteinizante FSH Hormônio folículo estimulante PRS Prolactina GnRH Hormônio Liberador da Gonadotrofina IMC Índice de Massa Corporal PA Pressão Arterial PAM Pressão Arterial Média PAS Pressão Arterial Sistólica FC Frequência Cardíaca ECG Eletrocardiograma Bpm Batimentos por minuto COL Colesterol Total TRIG Triglicérides HDL Lipoproteína de alta densidade LDL Lipoproteína de baixa densidade VLDL Lipoproteína de muito baixa densidade ET-1 Endotelina 1 SNC Sistema Nervoso Central SNA Sistema Nervoso Autonômico OVX Ovariectomizado Sham Cirurgia Fictícia SHAM Cirurgia Fictícia COVX Controle ovariectomizado CSham Controle Sham DSham Desnutrido Sham DOVX Desnutrido ovariectomizado IL-1 Interleucina 1 IL-6 Interleucina 6 TNF-α Fator de necrose tumoral alfa NO Oxido Nítrico ECA Enzima conversora da angiotensina xxiii ANG I Angiotensina I ANG II Angiotensina II VFC Variabilidade da Frequência Cardíaca IAC Índice Autonômico Cardíaco Kg Quilogramas g Gramas cm Centímetros mmHg Milímetros de mercúrio Kcal Quilocalorias LF Low Frequency – Componente parassimpático do espectro da variabilidade da FC HF High Frequency – Componente simpático do espectro da variabilidade da Frequência Cardíaca UFOP Universidade Federal de Ouro Preto LFC Laboratório de Fisiologia Cardiovascular Pg Pico gramas xxiv Resumo xxv Doenças cardiovasculares (DCV) aparecem como a principal causa de morte de homens e mulheres na idade adulta. A literatura relata haver diferenças sexo específicas na incidência de DCV, principalmente em mulheres na pós-menopausa e jovens com perda da função ovarina, sugerindo assim, cardioproteção atribuída ao estrógeno. Desnutrição proteica é caracterizada como uma síndrome multifatorial de condições patológicas decorrentes de um desequilíbrio pelo aporte alimentar insuficiente podendo afetar o funcionamento dos processos fisiológicos do organismo. Vários são os fatores que exercem modulação sobre o início da fase púbere, tais como, mecanismos intrínsecos de oscilações hormonais, ações inibitórias de neurotransmissores do sistema nervoso central (SNC) sobre o funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, bem como fatores extrínsecos, sendo o estado nutricional um fator importante para o desencadeamento púbere. Assim, a desnutrição pode alterar a síntese e liberação de estrógenos, levando a cardioproteção diminuída em mulheres desnutridas. Objetivamos nesse trabalho, avaliar em ratas Fisher, normonutridas e desnutridas, os efeitos da ovariectomia, sobre a pressão arterial, modulação autonômica cardíaca bem como outros parâmetros potenciais na gênese de doenças cardiovasculares, como perfil lipídico, proteico e acúmulo de gordura intra-abdominal. Ratas Fisher com 90 dias, normonutridas ou desnutridas, foram submetidas à ovariectomia (OVX) ou cirurgia para retirada fictícia dos ovários (Sham) e divididas em grupos Controle Sham (Csham), Controle OVX (COVX), Desnutrida Sham (DSham) e Desnutrida OVX (DOVX). Antes das cirurgias de OVX, realizou-se o primeiro registro de pressão arterial sistólica (PAS) e frequência cardíaca (FC) por pletismografia de cauda, sendo estes parâmetros aferidos durante 4 meses após OVX. Dois dias antes da eutanásia dos animais, foram implantados eletrodos, para registros eletrocardiográficos (ECG), e cateteres femorais para registro de FC, PAM direta, administração de drogas e coleta de amostras sanguíneas. Após o registro basal de ECG as ratas receberam metil-atropina (5 mg/kg) seguida de metoprolol (4 mg/kg), ou na ordem inversa. No dia seguinte, foram coletadas amostras sanguíneas e os animais foram submetidos à eutanásia em câmara de CO2. Os intervalos entre sucessivas ondas R do ECG foram determinados, e séries batimento a batimento, de FC foram geradas. Para análise da variabilidade da FC (HRV), as séries de FC tiveram seu espectro calculado pela transformada rápida de Fourier, e integrados em bandas de baixa (LF: 0,2 - 0,75 Hz) e alta frequência (HF: 0,75 - 3 Hz). As ratas desnutridas (Sham e OVX) ao final do 5º mês tiveram uma maior PAS quando comparadas ao grupo controle (Sham e OVX), (145,6 ± 1,4; 151,4 ± 8 vs. 133,5 ± 1,5; xxvi 118,6 ± 5 mmHg), bem como maior FC (426 ± 7 ; 409,7 ± 15,3 vs. 378,8 ± 11,3; 377,4 ± 10 bpm). Pelo registro direto, ratas desnutridas apresentaram FC elevada em relação ao grupo controle (DSham 461 ± 13; DOVX 453,6 ± 14,5 vs. CSham 392,7 ± 14,5; COVX 373,04 ± 14,36 bpm). Ratas CSham apresentaram menor resposta simpática (bradicardia após metoprolol: 35, 2 ± 0,21 vs. COVX 68,3 ± 5; DSham 91,7 ± 5,3; DOVX 69, 6 ± 8,2 bpm). A PAM não foi afetada pela OVX ou desnutrição. O índice autonômico cardíaco proposto por Goldberger em 1999 mostrou-se alterado nos diferentes grupos, mas com maior evidência nos grupos COVX (0,85 ± 0,03) e DSham (0,73 ± 0,03) e DOVX (0,74 ± 0,02). A razão entre as potencias do espectro nas bandas LF e HF (LF/HF) mostrou-se elevada nos grupos desnutridos quando comparado aos grupos controles (DSham 0,73 ± 0,09; DOVX 0,71 ± 0,09 vs. CSham 0,47 ±0,04 ; COVX 0,45 ± 0,03). Nos espectros de FC a banda de LF é fortemente associada à modulação simpática cardíaca, enquanto que a de HF, à atividade vagal sobre o coração. Assim, a razão LF/HF dos espectros de FC é considerada um forte indicador de balanço simpatovagal cardíaco. A análise sobre os parâmetros bioquímicos mostrou uma elevação nas concentrações de lipoproteínas plasmáticas (LDL) nos grupos COVX, DSham e DOVX quando comparado ao grupo CSham (57,1 ± 3,2; 61,1 ± 5,3; 62,2 ± 5,6 vs. 30,7 ± 3,6 mg/dL) bem como colesterol total (93,3 ± 4,7; 88.3 ± 8,7; 96.1 ± 6,3 vs. 70,5 ± 4,6 mg/dL). As frações proteicas mostraram-se diminuídas nos grupos desnutridos quando comparado ao grupo controle: Proteínas totais (6,38 ± 0,35; 6,65 ± 0,14 vs. 5,2 ± 0,12; 5,32 ± 0,08 g/dL); Albumina (4,54 ± 0,12; 4,62 ± 0,10 vs. 2,54 ± 0,08; 2,38 ± 0,10 g/dL): Globulina (3,69 ± 0,17; 3,90 ± 0,14 vs. 2,31 ± 0,11; 2,42 ± 0,10 g/dL). Os animais COVX apresentaram um maior acúmulo de gordura intra-abdominal quando comparado aos CSham (16,47 ± 0,79 g vs. 11,13 ± 0,49 g) contudo, não foram observadas diferenças nos animais DSham ou DOVX (0,67 g ± 0,09 vs. 1,48 ± 0,26 g). Os resultados apresentados mostram que a OVX não foi capaz de promover modificações autonômicas em ratas controle e desnutridas, mas a desnutrição foi apropriada em promover uma disfunção simpatovagal. Além disso, tanto a OVX quanto a restrição proteica foram eficazes em causar alteração no perfil lipídico e distribuição de gordura em ratas, proporcionando risco de eventos cardiovasculares. xxvii Abstract xxviii Cardiovascular diseases (CVD) show up as the main cause of death in men and women into adulthood. The literature reports significant sex-specific differences in CVD incidence, particularly in postmenopausal and young women with ovarian function loss, suggesting cardioprotection attributed to estrogen. Protein malnutrition is characterized as a multifactorial syndrome of pathological conditions caused by an imbalance of insufficient food intake, which can affect the physiological processes in the body. There are many factors that exert modulation in the beginning of puberty, such as, intrinsic mechanisms of hormonal variations, inhibitory action of neurotransmitters in central nervous system (CNS) on the operation of the gonadalpituitary-hypotalamic, as well as extrinsic factors. Thus, nutritional state is a major factor for puberal triggering. Additionaly, malnutrition can change estrogens synthesis and release strongly, leading a decrease cardioprotection in undernourished women. In this work, we aimed to evaluate, in female Fisher rats, normotensive, wellnourished and undernourished, the ovariectomy effect on the blood pressure, cardiac autonomic modulation, such as others potential parameters in the genesis of the cardiovascular diseases, as the lipid and protein profile and intra-abdominal fat accumulation. Ninetyday-old female Fisher rats, wellnourished and undernourished, were submitted to ovariectomy (OVX) or sham surgery for ovaries removal (Sham). They were divided into Sham Control group (ShamC), OVX Control (OVXC), Sham Undernourished (ShamU) and OVX Undernourished (OVXU). Before the OVX, it was perfomed the systolic blood pressure (SBP) and heart rate (HR) record by tail plestimography. These parameters were measured during four months after OVX. Two days before the sacrifice of animals, the electrodes were implanted, in order to obtain electrocardiography record (ECG), and catheters were implanted in femoral vessels to get direct FC and PAM record, drugs administration and blood sample collection. After the ECG basal record, the female rats received methyl-atopine (5 mg/kg) followed by metoprolol (4 mg/kg), or in reverse order. The Day after, it was collected blood sample and the animals were sacrificed in CO2 chamber. The intervals between successive R waves of ECG were determined, and beat to beat series of HR were generated. For HR variability analysis (HRV), the HR series had its spectrum calculated by Fourrier fast transform and integrated into bands of low (LF: 0.2 - 0,75 Hz) and high frequency (HF: 0.75 - 3 Hz). The undernourished female rats (Sham e OVX), at the end of fifth month, had a higher SBP when compared with the control group (Sham e OVX), (145.6 ± 1.4; 151.4 ± 8 vs. 133.5 ± 1.5; 118.6 ± 5 mmHg), as well as higher HR (426 ± 7 ; 409.7 ± xxix 15.3 vs. 378.8 ± 11.3; 377.4 ± 10 bpm). For the direct record, undernourished rats showed high HR in relation to the control group (ShamU 461 ± 13; OVXU 453.6 ± 14,5 vs. ShamC 392.7 ± 14.5; OVXC 373.04 ± 14.36 bpm). ShamC animals showed smaller sympathetic effect (bradycardia after metoprolol: ShamC 35. 2 ± 0,21 vs. OVXC 68.3 ± 5; ShamU 91.7 ± 5.3; OVXU 69. 6 ± 8,2 bpm). The MAP was not affected by OVX or malnutrition. The cardiac autonomic index proposed by Goldberger, in 1999, was changed in the different groups, but it was more evident into OVXC group (0.85 ± 0.03), ShamU (0.73 ± 0.03) and OVXU (0.74 ± 0.02). The ratio between LF and HF (LF/HF) spectrum power showed high into undernourished groups when compared with control groups (ShamU 0.73 ± 0.09; OVXU 0.71 ± 0.09 vs. ShamC 0.47 ±0.04 ; OVXC 0.45 ± 0.03). In HR spectrum, the LF band was strongly associated with cardiac sympathetic modulation, and HF, with parasympathetic activity to the heart. Thus, HR spectrum ratio LF/HF is considered an important and solid indicator of cardiac sympathetic-vagal balance. The biochemical parameters analysis showed an increase of plasma lipoproteins concentration (LDL) in OVXC, ShamU and OVXU groups when compared with ShamC group (57.1 ± 3.2; 61.1 ± 5.3; 62.2 ± 5.6 vs. 30.7 ± 3.6 mg/dL), such as total cholesterol (93.3 ± 4.7; 88.3 ± 8.7; 96.1 ± 6.3 vs. 70.5 ± 4.6 mg/dL). The protein fractions were decreased in undernourished group in relation to control group: Total protein (6.38 ± 0.35; 6.65 ± 0.14 vs. 5.2 ± 0.12; 5.32 ± 0.08 g/dL); Albumin (4.54 ± 0.12; 4.62 ± 0.10 vs. 2.54 ± 0.08; 2.38 ± 0.10 g/dL): Globulin (3.69 ± 0.17; 3.90 ± 0.14 vs. 2.31 ± 0.11; 2.42 ± 0.10 g/dL). The OVXC animals showed higher intraabdominal fat accumulation in relation to ShamC (16.47 ± 0.79 g vs. 11.13 ± 0.49 g). However, no difference was observed into ShamU or OVXU (0.67 g ± 0.09 vs. 1.48 ± 0.26 g). These results show that OVX cannot promote autonomic changes in wellnourished and undernourished female rats, but malnutrition promotes a sympathetic-vagal dysfunction. Moreover, as OVX much as protein restriction were effective in changing the lipid profile and fat distribution in female rats, increasing the cardiovascular events risk. xxx INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO 1 INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO 1.1 Desnutrição Os efeitos da privação alimentar e da fome vêm sendo observados desde épocas remotas e sendo descritos através dos tempos. Em 1928, inquéritos realizados em diferentes países, pela antiga liga das nações, divulgaram relatórios sobre as condições alimentares no mundo demonstrando que mais de 2/3 da humanidade viviam em permanente estado de fome (Castro, 1965). Em 1974, durante a realização da Conferencia mundial sobre Alimentação, realizado pela Food and Agriculture Organization (FAO), órgão pertencente às Nações Unidas (ONU), os governos participantes defenderam o direito inalienável de todo homem, mulher ou criança estarem livres do risco de fome e da desnutrição para o desenvolvimento de suas necessidades físicas e mentais, de acordo com o conceito de Segurança Alimentar. Com a proposta os governantes esperaram uma redução de 50% do número de desnutridos no mundo até 2015 (Domene et al., 2003). Com bases em estudos nutricionais realizados em todos os continentes, Food and Agriculture Organization of the United Nations (FOOD, 2001), relatou que embora em termos percentuais, tenha havido decréscimo na incidência de desnutrição entre 1990 e 1999, em números absolutos 623,7 milhões de pessoas nesses continentes ainda são acometidas por essa carência nutricional. Em 2002, no Segundo Fórum Mundial de Alimentação, constatou-se que o número de desnutridos diminui em 8 milhões a cada ano. Para alcançar os objetivos propostos pelos governantes em 1974, à taxa de redução deveria ser de pelo menos 22 milhões por ano. Dados como estes, mostram que todas as medidas tomadas até agora foram de pequeno impacto para a real diminuição do número de desnutridos no mundo (Domene et al., 2003). Mais recentemente, dados estimados pela FAO em 2008, mostraram que o aumento do número de pessoas desnutridas de 2003 para o ano de 2007 foi de 75 milhões, sendo que no ano de 2007 existiam no mundo aproximadamente 923 milhões de pessoas afetadas pela desnutrição, e a cada 5 segundos, morre uma pessoa no mundo devido a alguma carência nutricional. Mostrando que, em pleno século 21, a 2 INTRODUÇÃO insegurança alimentar mesmo não sendo nova aparece como um problema que assombra diversas nações. Em 2010, segundo a FAO, é observada uma queda em 98 milhões de pessoas desnutridas no mundo, significando 9,6% no total de subnutridos, em grande parte devido ao crescimento da economia em países em desenvolvimento. Mesmo assim o número de pessoas que sofre de alguma carência nutricional ainda é relativamente alto. Mesmo com toda evolução no combate a fome e desnutrição, dados mostrados pela WHO em agosto de 2010, na resolução de Joannesburg, mostram com grande preocupação que a desnutrição continua a ser uma das principais causas de morte e incapacidade para as crianças: 1 em cada 3 mortes, e 20% dos anos perdidos de vida saudável são atribuíveis à desnutrição em todas as suas formas. Desnutrição proteico-calórica é definida pela Organização Mundial da Saúde como uma síndrome multifatorial de condições patológicas decorrentes de um desequilíbrio pelo aporte alimentar insuficiente, transporte ou utilização de nutrientes (por exemplo, proteínas, iodo ou cálcio) por células do organismo para assegurar o crescimento e manutenção de funções especificas do organismo (Sawaya et al.,2003). Muitas vezes o inadequado aproveitamento biológico dos alimentos ingeridos é motivado por alguns tipos de doenças, em particular infecciosas e parasitarias bem como um quadro de síndrome de má absorção (Monteiro, 2003). No ano de 2006 foi estabelecida uma nova definição para desnutrição, sendo caracterizada por uma condição fisiológica anormal causada por deficiência, excessos ou desequilíbrios na ingestão de calorias, proteínas ou outros nutrientes (ONU, 2006). Este novo conceito abrangerá não só a falta, mas também o excesso alimentar (Comitê Permanente de Nutrição – Ctherini Bertine, 2006), englobando com isso outro grande problema de saúde pública nos dias atuais, a obesidade. Assim, existem três tipos básicos de alterações dietéticas: 1) diminuição da quantidade total de alimentos, ou seja, fome, também chamada de desnutrição calórica total. A nível severo, este tipo de desnutrição foi denominada marasmo; 2) alteração na composição dos alimentos consumidos, ou seja, alteração da qualidade da dieta. O que pode provocar um tipo de desnutrição severa, chamada kwashiorkor; 3) aumento na quantidade de alimento ingerido acima das necessidades para a sobrevivência do organismo, ou seja obesidade (Sawaya, 2003). A desnutrição do tipo kwashiorkor, pode ser caracterizada pela deficiência de proteína encontrada principalmente no leite materno, além de vitaminas e sais minerais 3 INTRODUÇÃO em um primeiro momento, e mais tarde na carne, que é um tipo de alimento mais caro sendo extremamente raro na mesa de populações mais pobres, estas se alimentando principalmente a base de carboidratos, (Mendonça, 2003; Voltarelli et al., 2008). Em primeira instancia vê-se um quadro de fadiga, irritabilidade, letargia, incluindo diarreia, anemia e retardamento motor. Não tratada, a doença evolui, a imunidade do paciente cai e o corpo apresenta edema. Em quadros graves, pode ocorrer deficiência mental e morte. Mesmo tratada, a criança que teve kwashiorkor dificilmente atinge altura e peso normais (Mendonça, 2003). Este tipo de desnutrição é considerado como forma mais letal de má nutrição e tem um papel muito importante em pelo menos metade das mortes anuais de crianças no mundo em desenvolvimento. Dados mostrados pela Organização mundial da saúde (OMS) em 2007 mostram que esta forma de desnutrição afeta uma em cada quatro crianças em todo o mundo: 150 milhões (26,7%) estão com baixo peso e 182 milhões (32,5 %) têm desenvolvimento retardado. Relata-se que 55% das mortes infantis em países em desenvolvimento estão associadas à desnutrição, sendo que 12,2 milhões de mortes anuais de crianças menores de 5 anos, 6,6 são causadas pela desnutrição. De acordo com a OMS, a alimentação inadequada de recém-nascidos e crianças são responsáveis por um terço dos casos de desnutrição (WHO, 2007). No Brasil a prevalência de desnutrição em crianças menores de 5 anos de idade, aferida pela proporção de crianças com déficit de crescimento, foi 7% em 2006 (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, 2009). A palavra proteína deriva do grego “protéios”, que significa o que tem prioridade. Essa palavra tem um real sentido, já que de fato são elas as macromoléculas mais importantes das células. As proteínas são compostos orgânicos com uma estrutura complexa, resultante da união de inúmeros aminoácidos. Dos vinte aminoácidos que constituem as proteínas, nove são considerados essenciais, ou seja, não são sintetizados pelo organismo e devem ser adquiridos através da dieta. Esses compostos possuem funções vitais para os organismos, atuando de forma versátil, ou seja, possuindo diversificadas funções. As proteínas participam da estrutura dos tecidos (função estrutural), atuam como agentes reguladores das atividades biológicas (função enzimática) resultam em hormônios (função hormonal), atuam no combate a agentes estranhos ao organismo (função de defesa), além de servirem como fontes de aminoácidos (função nutritiva) (Lehninger, 2005). Baseado nisso, a desnutrição 4 INTRODUÇÃO proteica é altamente prejudicial ao organismo, uma vez que as proteínas fornecem aminoácidos que regulam e cumprem funções fisiológicas e metabólicas no organismo. Tendo por base que estudos sobre desnutrição proteica em humanos são mais observacionais do que experimentais, vê-se a necessidade da avaliação através de modelos animais controlados de acordo com a intensidade da desnutrição e o tempo de exposição (Giacomelli & Marçal-Natali, 1999). O rato, então, torna-se o modelo experimental mais utilizado nestes estudos devido às vantagens que apresenta, tais como fácil manejo, alta capacidade de adaptação aos diferentes protocolos de desnutrição, além de possuir metabolismo acelerado, sendo este, de alta relevância uma vez que permite investigações experimentais rápidas, principalmente daqueles distúrbios promovidos pela desnutrição apenas tardiamente no ser humano (Bello et al., 2005). Existem hoje, varias metodologias pra induzir desnutrição em ratos. Alguns autores adotam o aumento do número de filhotes da ninhada durante o período de aleitamento, levando à competição pelo leite materno, diminuindo a disponibilidade de nutrientes para cada animal individualmente (Chase & MC Khann, 1969; Bell e Slotkin, 1988). Outro método utilizado é através da redução do conteúdo proteico oferecido à fêmea durante o período de amamentação dos filhotes (Pedrosa & Moraes Santos, 1987). Em outros trabalhos, essa desnutrição é promovida durante a gestação, com redução do teor de proteínas oferecido às fêmeas (Tonkiss et al., 1998). E ainda, com a diminuição do conteúdo proteico da dieta após o desmame (Benade et al., 1993). Todas as metodologias citadas anteriormente são eficazes em promover um quadro de desnutrição em diferentes fases. No Laboratório de Fisiologia Cardiovascular (LFC) é adotado há alguns anos como modelo experimental para a desnutrição, a redução na oferta de proteínas após o desmame (Trópia et al., 2001; Oliveira et al., 2004; Bezerra, 2009). Experimentos têm mostrado que a desnutrição seja ela pré- ou pós-natal pode levar a diversas alterações fisiopatológicas, tais como baixo peso ao nascer, crescimento retardado, alterações metabólicas, modificação na composição de lipoproteínas plasmáticas, alterações na hematopoese com baixa produção de novas células com grande parte apresentando-se anormais, surgimento de diabetes, obesidade, alterações nos níveis de pressão arterial, hipertrofia glomerular, aterosclerose e um comprometimento morfofuncional com modificações no comportamento e 5 INTRODUÇÃO aprendizagem (Lucas et al., 1997; Lucas, 1998; Monteiro, 2003; Almeida e Mello, 2004). Dados do LFC mostram um aumento do tônus vasomotor simpático em animais submetidos a um modelo de desnutrição proteica pós-desmame (Trópia et al., 2001). Os estudos ainda sob o mesmo modelo animal mostraram alterações nos valores basais de frequência cardíaca (FC) e pressão arterial média (PAM), além do aumento da variabilidade desses parâmetros, quando analisados em intervalos de noventa minutos, no domínio do tempo (Oliveira et al., 2004). Loss et al. (2007) demonstraram uma perturbação da homeostase cardiovascular decorrente da desnutrição. Nesse trabalho foram mostradas alterações no ganho do barorreflexo antes e após bloqueios autonômicos além de alteração no período de latência da resposta barorreflexa. Gomide et al. (2007), relatou ainda que, existe uma importante interação entre o sistema reninaangiotensina e o sistema simpático vasomotor. Foi evidenciada uma hiperatividade do eixo renina-angiotensina na gênese da pressão arterial em animais desnutridos. Martins (2007) explanou através da análise da variabilidade da FC no domínio da frequência um aumento da atividade eferente simpática e redução da atividade eferente parassimpática após bloqueio autonômico em ratos submetidos à desnutrição proteica, sugerindo uma disfunção autonômica cardíaca nesses animais. Bezerra (2009) confirmou ainda que a desnutrição proteica pós-desmame promove prejuízos na regulação reflexa cardiopulmonar, com atenuação das respostas hipotensoras e bradicárdicas produzidas por administração de fenilbiguanida e, ainda, ratos desnutridos apresentam uma menor queda da atividade simpática após ativação do reflexo Bezold-Jarisch. 1.2 Aspectos fisiológicos do ciclo reprodutivo feminino Os ratos (e todos os outros modelos animais) podem ser utilizados como uma poderosa ferramenta de estudo e com possibilidade de aplicação em representações humanas, contanto que, as diferenças anatômicas e fisiológicas do desenvolvimento biológico devam ser levadas em consideração (Quinn, 2005). A utilização de animais experimentais para o estudo do ciclo reprodutivo feminino é conhecida há muitos anos. Como ratas possuem ciclos reprodutivos curtos, são animais ideais para verificar alterações que ocorrem durante o ciclo reprodutivo 6 INTRODUÇÃO (Sportiniz et al., 1999; Marcondes et al., 2001). Esses animais apresentam ciclo estral regular, que se caracteriza por mudanças morfológicas nos ovários, útero e vagina (Mendonça et al., 2002). O ciclo estral tem a duração média de 4 a 5 dias e sendo caracterizado por quatro fases bem definidas: proestro, estro, metaestro e diestro, os quais podem ser determinados pelos tipos celulares observados por um esfregaço vaginal (Freeman, 1988; Marcondes et al., 2002). Proestro é a fase onde os níveis de hormônios gonadotrópicos, Luteinizante (LH), Prolactina (PRL) e folículo estimulante (FSH), estão elevados e a estimulação do ovário é máxima, o que se traduz num aumento progressivo na produção dos estrógenos, fenômeno observado indiretamente pela proliferação do epitélio vaginal. Isso confere ao esfregaço um grande número de células nucleadas pequenas, poucas células cornificadas e tipos celulares intermediários, sendo característica dessa fase a ausência quase total de leucócitos, sendo que a ovulação ocorre na noite desse dia (Freeman, 1994). O estro corresponde à fase em que a fêmea está receptiva ao macho (Marcondes, 2002). Nessa fase é observado um aumento máximo no grau de cornificação do epitélio, o que reflete altos níveis estrogênicos, especialmente se comprados ao de progesterona. A grande maioria das células apresentam-se cornificadas e não se observa presença de células nucleadas ou de leucócitos, sendo esta fase pósovulatória. O metaestro e o diestro são fases não férteis do ciclo, caracterizadas pela presença predominante de leucócitos e muco (Marcondes et al., 2002). Além dos tipos celulares, os níveis hormonais também podem ser responsáveis pela determinação da ciclicidade estral. Sendo observado durante a fase fértil níveis elevados de estradiol, progesterona, FSH e LH. Na fase não fértil estes hormônios encontram-se diminuídos, (Fink, 1988; Merrian e Silberstein, 2000; Buffet e Bouchard, 2001). Apesar de não apresentar sangramento vaginal, os mecanismos neuroendócrinos envolvidos no processo reprodutivo assemelham-se muito ao da mulher. Sendo a menstruação um processo diferente. A menstruação é a descamação periódica e cíclica do endométrio progestacional acompanhada de perda sanguínea devido à ruptura de pequenos vasos sanguíneos, que ocorre caso não se dê a fecundação do ovócito II, marcando o início de um novo ciclo. Tem seu início com a menarca, por volta dos 10 a 13 anos de idade, e tem seu último 7 INTRODUÇÃO evento, a menopausa, por volta dos 45 a 50 anos, tendo uma duração média de 28 dias, com uma variação de 25 a 30 dias (Silberstein & Merriam, 2000). O ciclo reprodutivo da mulher, diferentemente do que acontece em ratas, é composto por duas fases: Uma fase folicular e uma lútea. A primeira fase, folicular, dura em média 10 a 14 dias sendo caracterizado pela maturação de um folículo ovariano sob, estimulo do hormônio FSH. Assim, o folículo ovarino inicia secreção de estrógeno que tem um importante papel no estímulo da proliferação do endométrio. A segunda fase, lútea, dura de 12 a 14 dias. Nesta fase, sob concentrações máximas de estrógenos, tem-se a liberação de LH pela hipófise, terminando a maturação folicular com consequente ovulação, sendo marcante também nesta fase, altas concentrações de progesterona. (Goldmam et al., 2009). Uma vez o óvulo não sendo fecundado, o corpo lúteo regride em 9 a 11 dias. (Buffet & Bouchard, 1998). Após esta fase os níveis séricos de estradiol e progesterona diminuem consideravelmente acarretando na degeneração e descamação do endométrio provocando assim a hemorragia menstrual (Robert et al., 2007; Buffet & Bouchard, 2001) . Um normal funcionamento do ciclo menstrual requer uma coordenada atividade do hipotálamo com a secreção de hormônio liberador da gonadotrofina coriônica (GnRH); glândula Pituitária com a secreção dos hormônios glicoproteicos LH e FSH que por sua vez controlam o ovário na liberação dos hormônios como estradiol, progesterona, inibina e ativina e outros moduladores ovarianos, regulando assim, a maturação folicular, ovulação, formação do corpo lúteo (Silberstein & Merriam, 2000; Buffet e Bouchard, 2001) . Oscilações dos níveis hormonais em ratas e em mulheres são demonstradas nas Figuras 1 e 2. Figura 1- Variação hormonal do ciclo estral em ratas (Buffet & Bouchard, 2001). 8 INTRODUÇÃO Figura 2- Variação hormonal do ciclo menstrual em mulheres (Buffet e Bouchard, 2001). Durante o ciclo estral de ratas, o hormônio estradiol é encontrado em altas concentrações atingindo um pico máximo durante o proestro, tornando a cair no final do estro, permanecendo em concentrações mínimas até o final do metaestro e diestro (Richard, 1986). A progesterona pode ser encontrada em concentrações mais elevadas durante o metaestro, começando a diminuir até o diestro (Richard, 1986). Durante o proestro sua concentração diminui consideravelmente com a chegada da ovulação, ainda no estro, recupera o seu pico máximo, decaindo em seguida para começar a apresentar uma elevação dos níveis plasmáticos novamente entre o estro e o metaestro (Richard, 1986). 1.3 Desnutrição e ciclo reprodutivo A puberdade pode ser definida como o período da vida do indivíduo, entre a infância e a idade adulta, quando se atinge a plenitude das funções reprodutivas. É nesta fase de maturação que começam a surgir os caracteres sexuais secundários que vão desenvolvendo-se pela crescente ação hormonal, aceleração do crescimento corporal, gônadas com capacidade de produzir espermatozoides ou oócitos, aptos a fertilização, além da ocorrência de alterações comportamentais. A primeira menstruação, chamada menarca, é um importante marco biológico marcando o início da fase final da 9 INTRODUÇÃO puberdade. Como é um sinal muito evidente, muitos autores a considera como o fim da fase púbere (Trench & Santos, 2005) Tanto em animais como em seres humanos vários são os fatores que exercem modulação sobre o inicio da fase púbere, tais como, mecanismos intrínsecos de oscilações hormonais, ações inibitórias de neurotransmissores do sistema nervoso central (SNC) sobre o funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal bem como fatores extrínsecos, sendo o estado nutricional um fator importante para o desencadeamento púbere (Warren et al., 1983; Kaplowitz, 2008). É bem conhecido na literatura que a puberdade de um indivíduo esta relacionada com a aquisição de determinada massa corporal como evidenciado pelo retardo púbere nos estados de desnutrição, como também, o ganho excessivo de peso com grande aumento no índice de massa corporal (IMC) podendo antecipar a puberdade em alguns anos (Lee et al, 2007). Tanto a desnutrição como uma redução severa no tecido adiposo parece estar relacionada com atraso da menarca ou mesmo em quadros de amenorreia observados em atletas de alto desempenho (Baker, 1985). Frisch et al. (1980; 1081) também observaram que uma diminuição moderada de peso bem como uma perda significativa da massa gordurosa pode atrasar a menarca em até 10 anos. Sob condições especiais de uso de medicamentos ou trauma, o início dos ciclos ovulatórios podem sofrer um atraso por mais de 20 anos (Feigelman et al., 1987). Além disso, mulheres adultas com baixo peso (10 a 15% do peso ideal), e também com perda de peso acentuada, como observado em quadros de anorexia nervosa, bulimia, apresentam um estado e amenorreia primaria ou secundária (Frisch, 1990; Fricsh et al, 1996). Esta subsequente amenorreia observada, esta ligada a uma disfunção hipotalâmica. O eixo pituitário gonadal esta inalterado, sugerindo que este tipo de amenorreia é adaptativa prevenindo uma gravidez que seria inviável (Frisch, 1971; Vigersky et al., 1977; Frisch et al, 1996). Mulheres com esse tipo de amenorreia hipotalâmica apresentam tanto mudanças qualitativas como quantitativas na secreção de gonadotrofinas, LH, FSH e também o estrógeno. Os níveis séricos de LH, FSH e estradiol apresentam-se diminuídos, e a resposta do LH para GnRH mostra-se diminuída em direta correlação com a perda de peso (Warren et al., 1975; Vigersky et al., 1977). Experimentos realizados em macacos mostraram que um simples dia em “jejum” foi capaz de provocar a supressão na secreção de LH e testosterona em macho da espécie, (Cameron, 1993). 10 INTRODUÇÃO Alguns estudos mostram que o ciclo estral de ratas pode sofrer alterações de acordo com vários fatores: como idade, estação do ano, origem do animal bem como as condições alimentares (Mendonça et al., 2002). Uma menor ingestão alimentar prejudica a função reprodutiva em fêmeas de mamíferos. A ovulação natural do ciclo estral acaba não acontecendo, a puberdade é atrasada e os pesos dos ovários tornam-se diminuídos (Sue Lintern-Moore & Everitt, 1978). Diversos estudos realizados em humanos e animais têm evidenciado que agressões nutricionais, independente do tipo, durante períodos sensíveis de desenvolvimento (fetal, neonatal ou infância) podem causar consequências posteriores através de um mecanismo conhecido como “programação epigenética” (Baker, 1985; Barker, 1993). 1.4 Pós-menopausa e Hipertensão arterial O climatério é a fase da vida da mulher em que ocorre a transição do período reprodutivo, ou fértil, para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários. Já a menopausa, é basicamente a soma de duas palavras gregas, mês e fim, sendo definido como o último ciclo menstrual da mulher assim como a menarca é caracterizado como o primeiro (Trench & Santos, 2005). Nesta fase os ovários, naturalmente deixam de funcionar, e a produção de estrogênio pelas células foliculares dos ovários diminui, e consequentemente se produzem no organismo, diversas mudanças fisiológicas, algumas resultantes da cessação da função ovariana (OMS, 1996). Entretanto, a menopausa pode ser ainda resultante de ovariectomia bilateral cirúrgica, realizada na mulher ainda em idade fértil (Bassam, 1999). A OMS considera que uma mulher encontra-se na pós-menopausa após ausência de menstruação durante 12 meses consecutivos, o que normalmente ocorre entre 45 e 50 anos (OMS, 1996). Atualmente, a maioria dos países ocidentais experimentou uma melhoria na atenção à saúde o que se traduz num aumento da expectativa de vida, com isso, espera-se que a mulher passe mais de um terço de sua vida na fase pós-menopausa (Botrel et al., 2000). Mesmo com a melhora da atenção a saúde, a literatura mostra que as doenças cardiovasculares são uma das principais causas de óbito na sociedade moderna (Botrel et al., 2000). Essa incidência de doenças cardiovasculares ocorre temporalmente de maneira diferente entre os sexos. A morbiletalidade no sexo feminino apresenta uma 11 INTRODUÇÃO maior incidência após a menopausa, e principalmente em mulheres jovens com perda da função gonadal (Kannel et al., 1976; Reckelhoff, 2001). Ao longo dos anos, muitos estudos têm mostrado diferenças sexo especificas na incidência de doenças cardiovasculares, e os estrógenos têm sido considerados os principais colaboradores para essa dissimilaridade (Fismam et al., 2002). Essas contendas são observáveis ainda no período pós-púbere persistindo durante adolescência e fase adulta (Himmelmann et al., 1994; Yong et al., 1993). Embora seja um ponto de muita discussão e controvérsia, muitos estudos têm demonstrado que em todos os grupos étnicos, homens apresentam um maior risco de doença renal e cardiovascular quando comparados com mulheres de mesma idade na pré-menopausa (Reckelhoff, 2001). Além disso, trabalhos utilizando-se da técnica de registro ambulatorial da pressão arterial por 24 horas têm mostrado que a PA é mais elevada nos indivíduos do sexo masculino do que feminino em idade pareada. Contudo, após a menopausa essa diferença é revertida, com a prevalência da elevação da PA sendo maior na mulher do que no homem de mesma idade (Wiinlberg et al., 1995; Khoury et al, 1992; Burt et al., 1995). Além disso, grandes estudos populacionais, como o estudo Framinghan mostram que o risco de infarto agudo do miocárdio é 2,6 vezes mais alto em mulheres pós-menopáusicas do que pré-menopáusicas (Kannel et al., 1976). As razões para essas diferenças sexuais da PA ainda não estão muito bem esclarecidas. Muitos trabalhos têm sugerido, mas não provado, que os estrógenos são responsáveis pela menor PA em mulheres jovens. Dados sobre a flutuação da PA durante as fases do ciclo menstrual podem defender essa hipótese. Chapman et al. (1997), em um estudo de mudanças hemodinâmicas associadas com o ciclo menstrual mostrou uma menor PA durante a fase lútea, que é a fase de concentrações mais elevada de estradiol, do que durante a fase folicular. Entretanto, observações opostas também já foram relatadas, com uma elevação da PA durante a fase lútea (Dunne et al., 1991). Durante o período gestacional tanto estradiol quanto progesterona encontram-se elevados, apresentando taxas séricas de 50 até 100 vezes os níveis basais de mulheres não gravidas e a pressão arterial encontra-se diminuída durante esse período (August, 1990). Embora os mecanismos pelos quais os estrógenos exerçam sua função cardioprotetora não estejam bem esclarecidos, existem várias linhas de pensamento acerca do assunto. Por exemplo, pesquisas têm mostrado que os estrógenos apresentam uma marcante modulação sobre os níveis de lipídeos e lipoproteínas circulantes 12 INTRODUÇÃO (Aloysio, 1999). Mulheres na pós-menopausa apresentam uma elevação significativa dos níveis séricos de colesterol total (CT), triglicérides (TRIG), lipoproteína de baixa densidade (LDL colesterol) e uma diminuição da fração lipoproteína de alta densidade (HDL colesterol) (Stevenson et al., 1993). A prevalência dessa síndrome metabólica leva a um perfil lipídico mais aterogênico com aumento da oxidação de LDL’s levando ao aparecimento de obesidade central (intra-abdominal) (Carr, 2003). A terapia de reposição hormonal tem sido empregada, e é capaz de reverter essas alterações (Grodstein, 1996). O declínio da função ovariana após a menopausa está associado com o aumento espontâneo de moléculas pró-inflamatórias como a interleucína 1 e 6 (IL-1, IL-6 ) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) (Pfeilschifter et al., 2002). Outras linhas de pesquisa levam em consideração as alterações provocadas diretamente sobre o sistema vascular (Koh, 2002; Tostes, 2003). Trabalhos mostram que a menopausa esta associada ao dano endotelial e atenuação da vasodilatação dependente do endotélio (Kublickiene et al., 2005). A diminuição dos níveis de óxido nítrico (NO) tem sido observada, visto que o estradiol através de receptores específicos no endotélio e célula muscular lisa tem uma ação modulatória sobre a síntese de NO. A disfunção endotelial e redução do NO pode também estimular a síntese e liberação de endotelina (ET-1), resultando em um aumento do tônus vasoconstrictor, estimulando a liberação e atividade de fatores de crescimento, resultando na hiperplasia da musculatura lisa e migração dentro da íntima resultando no aumento das moléculas próinflamatórias (Liuzzo, 1994; Koh, 2002). O estradiol é capaz de atenuar vasoconstricção dependente de ET-1 em artérias coronárias in vitro e in vivo, (Tostes et al., 2003). Outros trabalhos têm também demonstrado que o estrógeno pode modular a ação da ET1 através da expressão gênica de seus receptores e em contrapartida mulheres tratadas com reposição hormonal apresentaram diminuição dos níveis séricos de ET-1 e seus receptores (Saitta et al., 2001). Outro sistema no qual o estrógeno tem uma importante participação é o sistema renina angiotensina (SRA). É observada elevação na expressão gênica e nos níveis séricos de angiotensinogênio em resposta ao estradiol, e tanto a terapia de reposição hormonal (TRH) quanto o uso de contraceptivos promovem um aumento de seus níveis, (Fischer et al., 2002; Tostes et al., 2003). Outro fato interessante é a influência sobre os níveis de renina plasmática. O estradiol é capaz de promover aumento nos níveis de renina plasmática bem como o de angiotensina I (Ang I). Contudo, sabe-se que a Ang I é convertida por uma enzima produzida nos pulmões, enzima conversora da 13 INTRODUÇÃO angiotensina (ECA), em Angiotensina II, que é um agente vasoconstrictor e induz a proliferação da vasculatura. Com isso, há de se pensar que haveria um aumento de resistência vascular periférica com consequente elevação da PA. Pesquisadores acreditam que é através deste mecanismo que alguns anticoncepcionais podem causar elevação da PA. Em contrapartida, alguns ensaios mais recentes, fazendo uso de novas tecnologias, como radioimunoensaio, apresentam dados diferentes, mostrando que em mulheres os níveis de renina são inferiores quando comparados com homens, e em mulheres na pré-menopausa ou pós-menopausa que recebem Terapia de Reposição Hormonal (TRH) os níveis de renina diminuem consideravelmente quando comparados com mulheres pré- e pós menopáusicas que não receberam o tratamento, ( Schunkert et al., 1997). Outro fato a se considerar é que o estrógeno é capaz de suprimir a atividade da ECA, com isso promovendo uma significante redução nos níveis de Ang II (Schunkert et al., 1997; Fischer et al, 2002). Tanto em animais como em seres humanos a deficiência estrogênica pode levar a um aumento na expressão de receptores do tipo AT1, (Laborde et al, 2004; Harrisson-Bernard et al., 2003). Harrison-Bernade et al. (2003) e Labord et al. (2004) mostraram em um experimento com ratas OVX, que a diminuição de estradiol circulante promoveu uma maior expressão de receptores AT1. Em contrapartida, o tratamento com TRH é eficaz em promover a diminuição na expressão desses receptores em diferentes tecidos, como vasos, rins, adrenal e aumento nas ações da Angiotensina (1-7). A Ang (1-7) apresenta efeitos opostos dos das Ang II, promovendo uma vasodilatação dependente do NO e também facilitando o reflexo pressoreceptor (Ferrario et al., 1997). Brosnihan et al.(1999) em um estudo com ratas OVX, observou que em tratamento preventivo com TRH houve uma redução de atividade da ECA acompanhado de uma queda nos níveis de Ang II com um subsequente aumento nos níveis de Ang (1-7). Pode ainda existir alterações sobre a vasoatividade, com aumento da atividade do sistema nervoso simpático levando a um aumento do tônus vascular e consequente elevação da pressão arterial, (He et al., 1998 ; Dantas, 2001; Czarnecka et al., 2009). Receptores de estrógeno têm sido identificados em centros cerebrais envolvidos com a regulação cardiovascular, como por exemplo, área pré-óptica, núcleo paraventricular, núcleo supraóptico, núcleo do tracto solitário, ventrolateral da medula e área postrema (Pelletier et al., 1988; Simoniam, 1997). Xiao – Rui He et al. (1998) demonstrou em um experimento realizado com ratas OVX que a administração de estradiol resultou em uma redução gradual da FC, atividade do nervo renal e splâncnico dentro de 20 minutos 14 INTRODUÇÃO quando comparados com animais que receberam veículo, mostrando uma inibição da atividade simpática promovida pelo estradiol. Mulheres sob TRH na pós-menopausa apresentam uma diminuição na frequência de disparo de um nervo simpático, constituindo outro mecanismo de efeitos benéficos do estradiol (Vongpatanasin et al., 2001). A deficiência de estradiol promove ainda um aumento da sensibilidade simpática barorreflexa (Minson et al., 2000). Os hormônios sexuais femininos, principalmente os estrógenos, apresentam inúmeros efeitos sobre o sistema cardiovascular, podendo conferir cardioproteção. Considerando essa proteção conferida pelo estradiol, há de se destacar que a sua redução, seja no período pós-menopausa, por outros motivos de supressão hormonal ou decorrentes de um estado nutricional inadequado, pode significar um grande aumento na incidência de patologias cardiovasculares. 1.5 Variabilidade da Frequência Cardíaca Na prática clínica são utilizados diversos marcadores para estimar as condições de saúde de um indivíduo bem como estimar o risco de acontecimentos cardiovasculares através de reflexos gerais e específicos. Com avanço dos tempos e o desenvolvimento de novas tecnologias temos testemunhado o reconhecimento e a importante relação entre o sistema nervoso autonômico e mortalidade decorrentes de eventos cardiovasculares, incluindo morte súbita (Task Force, 1996). O sistema nervoso autônomo (SNA) exerce um poderoso efeito modulador sobre o sistema cardiovascular em condições fisiológicas e fisiopatológicas. Este é formado por uma gama de neurônios aferentes e eferentes que fazem a conexão entre o sistema nervoso central (SNC) e os órgãos efetores. O SNA é considerado uma via bineuronal, por apresentar um braço simpático e outro parassimpático, possuindo um neurônio préganglionar (colinérgicos) localizados no SNC que inervam gânglios (por exemplo, gânglio simpático, para- ou pré-vertebral) e outro pós-ganglionar, que são redes neuronais periféricas apresentando neurônios motores que controlam o musculo liso e outros alvos viscerais. Desse modo, consistem em duas vias paralelas e diferentemente reguladas (Guyenet, 2006), que exercem funções opostas em algumas situações, por exemplo, no controle da frequência cardíaca, na musculatura gastrintestinal, mas não 15 INTRODUÇÃO exercem ações opostas em outras situações como em relação às glândulas salivares e o musculo ciliar. O coração então, esta sob influência direta dos dois sistemas, simpático (por todo o miocárdio) e parassimpático (para o nodo sinusal, miocárdio atrial, e nódulo atrioventricular) (Rabe, 2007). Esta modulação simpática e parassimpática é fortemente influenciada por informações oriundas dos barorreceptores, quimiorreceptores, sistema respiratório, sistema vasomotor sistema termorregulador e do sistema renina angiotensina aldosterona. Com isso, é possível aceitar que o coração não funciona de uma forma regular em seus batimentos, e, portanto alterações na FC, definidas como Variabilidade da Frequência cardíaca (VFC), dentro de um padrão de normalidade, indicam habilidade do coração em responder a múltiplos estímulos fisiológicos bem como compensar desordens induzidas por doenças (Rejandra, 2006: Vanderlei, 2009; Marães, 2010). Um dos primeiros estudos contendo informações de que o sistema cardiovascular, ao ser modulado pelo sistema simpático e parassimpático, era capaz de modificar a VFC, foi observado no sofrimento fetal à concomitância de distúrbios nos intervalos R-R entre batimentos cardíacos (Hon & Lee, 1965; Gaziano e Freeman, 1977). Vários estudos na literatura demonstram haver uma importante associação entre diminuição da VFC e morte súbita, como também foi mostrado em pacientes pósinfartados haver uma forte diminuição da VFC (Wolf et al., 1978). Nos últimos anos tem surgido na literatura uma significante correlação entre o risco de desenvolver arritmias letais e sinais de aumento da atividade simpática e, ou diminuição da atividade parassimpática. Assim, a VFC constitui um potente e independente indicador de mortalidade cardiovascular. Todas essas observações encorajam pesquisadores a desenvolverem novos marcadores quantitativos da atividade autonômica (Task Force, 1996). Como constituir um melhor índice para estabelecer o balanço Simpatovagal? Existem varias maneiras de se avaliar o SNA, sendo de formas diretas e indiretas. Um registro direto da atividade de neurônio autonômicos, como velocidade de condução e amplitude dos picos de atividade elétrica neural, requer dissecação de fibras nervosas superficiais, tornando esta metodologia inviável na prática clínica. Já metodologias indiretas baseiam-se na aplicação de um estimulo quantificável e a observação da resposta fisiológica do órgão alvo de um reflexo autonômico conhecido, ou utilizando- 16 INTRODUÇÃO se drogas que interfiram direta ou indiretamente sobre a atividade do SNA, (Hainsworth, 1990; Castro, 1992). Uma das maneiras de se avaliar o balanço autonômico cardíaco é através de bloqueio farmacológico do sistema nervoso simpático e parassimpático. Ao se induzir essa situação obtém-se a frequência intrínseca do coração, essa, determinada pela velocidade de despolarização do nodo sinoatrial, ou também chamada de ondas de intervalo R-R. A Figura 3 mostra um exemplo de um intervalo R-R. Quando a influência vagal é predominante para o coração, a frequência cardíaca é menor que a frequência cardíaca intrínseca. Já quando a fração simpática prevalece, o que é observado é uma elevação da Frequência cardíaca, apresentando-se em valores mais altos que a Frequência cárdica intrínseca (Goldberger, 1999). Goldberger (1999) propôs um índice para avaliar o balanço autonômico simpático-parassimpático. Este índice (Vagal-simphathetic Effect), também conhecido como Índice Autonômico Cardíaco (IAC), é definido como a razão entre o intervalo RR basal (antes do bloqueio farmacológico) e o intervalo R-R intrínseco (após bloqueio farmacológico). Valores de IAC que presentam-se maiores de 1 mostram a existência de um predomínio de atividade vagal sobre o coração, e valores que se mostrem inferiores a 1 caracterizam um predomínio de atividade simpática. Para que o índice seja amplamente aceito é necessário que obedeça a alguns critérios: 1) o índice deve variar amplamente e similarmente entre indivíduo em resposta a diferentes estímulos autonômicos; 2) indivíduos submetidos às mesmas condições autonômicas devem apresentar uma variabilidade mínima do índice entre si; 3) a resposta do índice às várias condições autonômicas devem refletir alterações do estado fisiológico e ter uma interpretação significativa. Este deve fornecer ainda, informações do efeito resultante do sistema nervoso simpático e parassimpático (Goldberger, 1999). Apesar de ser uma ótima maneira de se estimar o balanço autonômico, essa metodologia torna-se limitada na prática clínica, por haver a necessidade da realização de bloqueios farmacológicos do SNA. Algumas formas que não apresentam necessidade de administração de fármacos bloqueadores são descritas. Por exemplo, técnicas em que as alterações sobre o balanço autonômico são observadas durante modificações graduadas do ângulo de inclinação ao qual o paciente é submetido, partindo de uma posição em decúbito para a posição ortostática. Tal modificação induz, por exemplo, através principalmente do baroreflexo, ativação simpática e inibição vagal provocando elevação da FC, aumento do 17 INTRODUÇÃO inotropismo, e vasoconstricção periférica cujo, resultado em pacientes saudáveis, é um discreto aumento da PAM e diastólica, e pouca ou nenhuma alteração na PAS (Wieling et al., 1985; Montano et al., 1994; Bootsma et al., 1994). Outra metodologia utilizada para avaliar o balanço autonômico é a manobra de Valsalva. Esta foi inicialmente descrita como uma forma de expelir pus do ouvido médio para nasofaringe através da realização de um esforço respiratório contra uma resistência fixa ou fossas nasais e boca fechadas (Nishimura & Tajik, 1985). Esta manobra provoca uma sequência de respostas hemodinâmicas que, por sua vez induzem flutuações da atividade autonômica para o coração e vasos sanguíneos, mediadas pelo sistema barorrefexo arterial (Elisberg et al. , 1953; Liang & Liu, 2006). As possibilidades oferecidas por novas técnicas computadorizadas para quantificar pequenas oscilações das variáveis cardiovasculares (batimento a batimento), em particular a um eletrocardiograma (intervalo R-R) aumentam a visão de que essas oscilações rítmicas poderiam gerar alguns discernimentos dentro dos mecanismos regulatórios neurais que operam em organismos íntegros, os quais estão submetidos a grandes variações na vida cotidiana. Avanços na bioengenharia e no processamento de sinais biológicos têm permitido inúmeras possibilidades de novos procedimentos terapêuticos não invasivos, bem como o aumento da capacidade de diagnóstico, especialmente na área cardiovascular (Ribeiro, 1992; 2005). Nos últimos anos, a análise da variabilidade de frequência cardíaca tem trazido possibilidades reais de observação e compreensão dos mecanismos extrínsecos do controle do ritmo cardíaco em situações fisiológicas e patológicas (Ribeiro, 1992; 2005). Existem várias metodologias para analisar a VFC. Uma dessas metodologias e a análise da VFC no domínio da frequência. Os fenômenos que apresentam certo grau de ritmicidade podem ser caracterizados por meio da obtenção do espectro de potência das ondas senoidais nas frequências que compõem os ritmos, no domínio do tempo. Com isso, para executar esse procedimento, vê-se necessário transformar os ritmos do domínio do tempo para o domínio da frequência através de procedimentos matemáticos. A transformada rápida de Furrier (FFT) torna-se uma excelente ferramenta para obtenção da densidade espectral da potência (Rajendra et al., 2006). Métodos no domínio da frequência permitem analisar individualmente o sistema nervoso autônomo, simpático e parassimpático, em várias situações fisiológicas e 18 INTRODUÇÃO patológicas e sua relação com outros sistemas que também interferem na VFC, (Rajendra et al., 2006). Fazendo uso da FFT, Akselhold et al., (1981) provaram que a análise espectral da VFC poderia ser utilizada como um método quantitativo para avaliar flutuações na FC. A densidade espectral pode ser obtida por meio da análise de sucessivas séries de intervalos R-R obtidos a partir de um sinal eletrocardiográfico. Esse espectro de potência, geralmente é dividido em três principais regiões: Banda de muito baixa frequência (VLF) 0,0033 Hz a 0,04 Hz; Banda de baixa frequência (Low frequencyLF) de 0,04 a 0,15 Hz expressa a intensidade de modulação simpática sobre o coração; bandas de alta frequência (High frequency- HF) 0,15 a 0,4 Hz, que são devidas à modulação vagal sobre o nódulo sinoatrial. Já em ratos estes componentes espectrais são encontrados em frequências diferentes que variam de 0,20 a 0,75 Hz (LF) e 0,75 a 2,5 Hz (HF) (Dias da Silva et al., 2001). A normalização dos dados é frequentemente utilizada para minimizar a influência da banda de muito baixa frequência. Essa normalização pode ser realizada através da razão entre as potências de cada um dos componentes HF e LF pelo espectro total da potência, subtraindo o VLF e multiplicando o valor resultante por 100 (Malliani, 1999). Em palavras mais simples, é feito o cálculo percentual de cada componente em relação ao espectro total. A variabilidade da FC representa um dos mais promissores marcadores da atividade autonômica. A importância clínica deste parâmetro no domínio da frequência tornou-se evidente no fim da década de 1980 quando ficou confirmado que a variabilidade da frequência cardíaca era um forte e independente fator de prognóstico de mortalidade após infarto agudo do miocárdio (Task Force, 1996). Cada vez mais a utilização da FC e de sua variabilidade, pode viabilizar uma ferramenta para o uso cotidiano da prática clínica, aprimorando o desenvolvimento de ferramentas de coleta e analise dos sinais eletrocardiográficos especialmente dos intervalos R-R. Como a determinação da FC depende da interação entre atividade simpática e parassimpática e de propriedades das células marca passo cardíacas, a utilização dessa técnica pode levar à determinação da regulação autonômica tônica de uma maneira não invasiva (Pagani et al., 1986; Marães, 2010). 19 INTRODUÇÃO Figura 3- Exemplo de um segmento de intervalo de ondas sucessivas R-R. Fonte: http://medicblogreloaded.files.wordpress.com/2007/08/ecg.png 20 OBJETIVOS 21 OBJETIVOS 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Avaliar o efeito da desnutrição e ovariectomia sobre o balanço autonômico cardíaco em ratas. 2.2 Objetivos específicos • Avaliar temporalmente os valores de PAS e FC • Avaliar os níveis basais de pressão arterial e frequência cardíaca, antes da ovariectomia e por 4 meses após o processo cirúrgico. • Avaliar a participação do componente simpático sobre a manutenção dos níveis basais de frequência cardíaca de ratas controle e desnutridas após privação dos hormônios estrogênicos. • Avaliar a participação do componente parassimpático sobre a manutenção dos níveis basais de frequência cardíaca de ratas controle e desnutridas após privação dos hormônios estrogênicos. • Avaliar o perfil lipídico e proteico em ratas desnutridas • Avaliar o ganho de peso e acúmulo de gordura intra-abdominal dos animais após ovariectomia. • Avaliar o efeito da desnutrição sobre a ciclicidade estral de ratas Fisher 22 MATERIAIS E MÉTODOS 23 MATERIAIS E MÉTODOS 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Modelo animal – desnutrição proteica Para a realização deste trabalho foram utilizadas ratas Fischer, fornecidas pelo Laboratório de nutrição experimental da escola de Nutrição, UFOP-MG. Os procedimentos experimentais seguiram os critérios de ética em experimentação animal, aprovados pela comissão de ética da instituição no protocolo 2009/10. Após período de reprodução foram mantidas em um biotério próprio anexo ao Laboratório de Fisiologia Cardiovascular com todos os procedimentos seguindo também as normas recomendadas pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA). Após o desmame, realizado com 28 dias, 56 fêmeas foram divididas em quatro grupos experimentais: Controle Sham (CSham) e Controle OVX (COVX), que passaram a receber uma dieta comercial Labcil/Socil® contendo 15% de proteína, e grupos Desnutridos Sham (DSham) e Desnutridos OVX (DOVX), que receberam dieta experimental de desnutrição contendo 6% de proteína durante 55 dias, para que os animais pudessem ser considerados adultos jovens, onde teve início o experimento, prorrogando-se a dieta por mais 28 semanas, totalizando 279 dias ou 40 semanas de experimento, com animais controle pesando entre 190 e 200 gramas e animais desnutridos pesando ente 80 e 90 gramas. Os animais foram mantidos durante todo experimento em regime de temperatura controlada (23±°1C) e ciclo de 12 horas claro e 12 horas escuro e com livre acesso à agua e comida. 3.2 Composições das dietas As dietas ofertadas aos grupos experimentais diferiram apenas em seu teor proteico. A ração dada aos animais do grupo controle foi do tipo comercial Labcil/Socil ® que apresenta 15% de proteína. A ração da dieta imposta aos animais do grupo desnutrido foi preparada no LFC a base de compostos semi-purificados (Tabela 1). 24 MATERIAIS E MÉTODOS Tabela 1- Composição química da dieta para desnutrição experimental (g/100g de dieta) 1 Ingredientes Desnutrido Proteína (Caseína) 6 Amido de milho 79 Óleo de soja 8 Mistura de sais¹ 5 Mistura de vitaminas2 1 Fibra (celulose) 1 Teor calórico 422 Kcal Mistura de sais minerais ( g/kg de mistura): NaCl – 139,3/ KI – 0,79/ MgSO4.7H2O- 57,3/ CaCO3381,4 / MnSO4.H2O – 4,01 / FeSO4.7H2O – 27,0 / ZnSO4.7H2O – 0,548 / CuSO4.5H2O – 0,477 / CoCl2.6H2O – 0,023 / KH2PO4 – 389,0. 2 Mistura de Vitaminas (g/Kg de Mistura): Acetato de retinol 2.000.000 IU / Colecalciferol – 200.000IU / Ácido p-aminobenzóico – 10,00 / I-Inositol – 10,00 / Niacina – 4,00 / Pantotenato de cálcio – 4,00 / Riboflavina – 0,80 / Tiamina HCL – 0,50 / Ácido fólico – 0,20 / Biotina – 0,04 / Vitamina B12 – 0,003 / Sacarose – q.s.p 1000 / Colina - 200,0 / α-Tocoferol – 10.000IU Devido à natureza do animal, apresentando dentes que apresentam a característica de crescer intermitentemente, destinados a roer, neste trabalho optou-se em alterar a forma que a ração desnutrida que foi dada aos animais, da forma de pó, para o formato de pellets. Com isso esperava-se melhor alimentação dos animais e com menor perda de peso durante o tempo de tratamento. Para produção dos pellets da ração, foi preparada uma solução do Polímero Polivinilpirrolidona a 10% em álcool absoluto. Esta solução foi misturada na proporção de 115ml para cada 250g da ração em pó. Dessa mistura foram feito os pellets que secavam com auxilio de um ventilador por 48 horas para garantir total remoção do álcool. 25 MATERIAIS E MÉTODOS 3.3 Protocolos para cirurgia de ovariectomia Para a realização da cirurgia de ovariectomia dos animais, estes com aproximadamente 85 dias de vida, foram utilizados Ketamina [0,1ml/100g de peso, via intraperitoneal (IP), (Vetbrands, São Paulo, Brasil)] e xilasina [0,02ml/100g de peso, via IP (Agener União, São Paulo, Brasil)] na concentração (ketamina: 80mg/kg ; Xilazina: 7mg/kg). Os flancos direito e esquerdo foram tricotomizados e assepsiados. Com o animal em decúbito lateral, fez-se uma pequena incisão através da pele e da musculatura abdominal entre o bordo superior da coxa e a última costela. Através desse orifício, o ovário foi identificado e exteriorizado. Realizou-se um ponto de ligadura das tubas uterinas e artérias ováricas, a fim de evitar sangramentos excessivos, e então foi realizado a remoção dos ovários. As tubas uterinas forram reposicionadas dentro do abdome, e realizada a sutura local. Os animais foram transferidos para uma gaiola individual sobre uma manta térmica para minimizar os efeitos hipotérmicos provocados pelo anestésico. 3.4 Registros da pressão sistólica (PAS) e Frequência Cardíaca (FC) por Pletismografia de cauda. Para tal procedimento, após a realização do esfregaço vaginal para constatação da fase estral em que o animal se encontrava (Proestro, fase escolhida para registros) os animais foram colocados dentro de um tubo cilíndrico de acrílico, contendo frestas para ventilação do animal, onde permaneciam por alguns minutos para adaptação ao novo ambiente. Passado o período de adaptação, as ratas foram aquecidas e ventiladas adequadamente para o registro de PAS e FC. Após acondicionamento do animal no tubo de acrílico, este tinha sua cauda exteriorizada sendo adicionado um manguito de borracha na região proximal da cauda conectado a um esfingomomanômetro programado para inflar e desinflar automaticamente em intervalos periódicos de aproximadamente 40 segundos. Próximo ao manguito foi colocado, junto à cauda, um transdutor de sinal com auxílio de um velcro, para que o eletrodo não se soltasse com eventuais movimentos dos animais. Este transdutor captava os sinais e os enviava para um computador onde eram registrados. O 26 MATERIAIS E MÉTODOS sinal captado foi enviado a um amplificador de sinais, RTBP 2000 Rat Tail Blood Pressure System For Rats and Mice (Kent Scientific Corporation) e conectado a um conversor analógico digital PowerLab/400 (ADInstruments, Austrália). A comunicação de dados entre o PowerLab e o computador se dá através de um cabo conectado a uma placa SCSI onde o software Chart for Windows® gerava os registros de pulso, pressão da bomba e frequência cardíaca a partir dos dados enviados pelo amplificador de sinais e conversor analógico digital. Após início do registro, quando o sinal se tornava constante, sem interrupções, era retirado o aquecimento do animal, com o intuito de evitar um superaquecimento. Utilizando-se a pletismografia de cauda para o registro de pressão arterial sistólica, após o inflar do manguito de borracha adicionado à cauda, tem-se a perda dos sinais de pulso de FC, e concomitantemente, com o desinflar do manguito observa-se o retorno dos sinais de pulso de FC, como pode ser observada a Figura 3 e Figura 4. Diante disso, tem-se como PAS, o primeiro sinal (pico) ocorrido após o ciclo de inflar e desinflar do manguito. Para análise da PAS, foram tomados dez valores de primeiro sinal (Figura 4) após o ciclo inflar/desinflar e considerado como valor relativo à PAS a média desses valores. Para os valores de FC foram adquiridos dez intervalos de dez segundos entre os ciclos inflar desinflar (Figura 5), e obteve-se a média desses valores, considerando então este valor médio como o valor relativo à FC. Os registros de PAS e FC foram realizados mensalmente sempre no dia correspondente a fase estral do proesto. 27 MATERIAIS E MÉTODOS A B C Figura 4- Representação da janela de visualização do software Chart® durante um registro de medida indireta de FC e pressão arterial. A seta indica o primeiro pico de sinal após o desinflar da bomba. As linhas: representando o sinal pulso (A), inflar de inflar e desinflar da bomba, (B) e na linha (C) observa-se a interrupção do sinal de frequência cardíaca com o inflar da bomba. 28 MATERIAIS E MÉTODOS A B C Figura 5- Representação da janela de visualização do software Chart® durante um registro de medida indireta de FC e pressão arterial. As linhas representando; o sinal de pulso (A), inflar de inflar e desinflar da bomba, (B) e na linha (C) Período entre chaves e retângulo vermelho, demonstrando período tomado como Frequência cardíaca 3.5 Preparo e implante das cânulas arteriais, venosas e eletrodos para ECG Para preparação das cânulas destinadas ao implante femoral, foi utilizado tubos de Polietileno PE-50 (Clai Adams, Parsipanny, NJ, EUA), soldados a tubos de polietileno PE-10 (mesmo fabricante), com dimensões ajustadas de acordo com o tamanho do animal. Antes do procedimento de implante das cânulas, estas foram lavadas com solução de salina e preenchidas com solução de salina+heparina (125 U.I.), para evitar a posterior formação de trombos no interior das cânulas vindo assim a prejudicar o sinal de registro. A extremidade livre do PE-50 foi obstruída com um pino de metal. Terminado o preparo das cânulas, os animais foram anestesiados com isoflurano (na proporção de 2 a 2,5%/2L de O2, por via aérea). Após a tricotomia da região inguinal e parede anterior externa do tórax realizou-se a assepsia dessas regiões. Através de uma pequena incisão na região inguinal, o trígono femoral foi exposto (Figuras 7 A e B), os vasos femorais identificados e separados do nervo femoral. Após a 29 MATERIAIS E MÉTODOS identificação, as cânulas foram implantadas através destes até a aorta abdominal e veia cava inferior. Em seguida, as cânulas foram exteriorizadas no dorso do animal com auxilio de um pequeno tubo de metal (Trocater), para permitir o registro e a administração de drogas com livre movimento. Terminado o procedimento os locais de incisão foram suturados. Concluído o processo de cateterização, foram realizados os implantes dos eletrodos para o registro do ECG na região previamente tricotomizada no tórax. Na fabricação dos eletrodos para os registros eletrocardiográficos foram utilizados conectores RJ45 (Figura 6) de quatro pinos crimpados a fios de cobre rígido. Figura 6- Imagem representativa de um conector Rj45 Para o implante, foi realizada uma incisão longitudinal de aproximadamente três cm na região do esterno, entre a musculatura peitoral. Através da incisão no dorso do animal os fios determinados como 1 e 2, foram transpassados subcutanemente abaixo da axila esquerda do animal, tomando cuidado com os vasos dessa região, e foram suturados junto à musculatura peitoral do animal, sendo que o fio 1 foi suturado junto ao terço lateral do músculo peitoral esquerdo e o fio 2, suturado junto ao terço lateral do músculo peitoral direito, com os dois fios fazendo uma linha reta na horizontal, formando uma derivação do triângulo de Einthoven. O fio três remanescente do eletrodo não transpassado para a região peitoral, foi fixado junto à musculatura da região dorsal do animal, funcionando assim, como um fio terra, demonstrado na Figura 8. Encerrada a cirurgia, os animais receberam o Pentabiótico Veterinário Pequeno Porte (Fort DodgeÒ, São Paulo, Brasil), administrado por via intramuscular profunda na pata posterior direita para cobertura antibiótica profilática. As ratas foram acondicionadas em gaiolas individuais e mantidas sobre manta térmica a fim de evitar o efeito hipotérmico provocado pela anestesia até a passagem completa do efeito da 30 MATERIAIS E MÉTODOS droga. Posteriormente, os animais foram mantidos na sala de experimentos sob condições de temperatura, luminosidade e níveis de ruído controlados até o momento dos experimentos. Também durante esse período, os animais receberam alimentação de acordo com o protocolo previamente estabelecido e água purificada ad libidum. A B . Figura 7- (A)Local de dissecação do trígono femoral e (B) Isolamento da artéria e veia femoral e inserção dos cateteres 31 MATERIAIS E MÉTODOS Figura 8- Desenho esquemático do implante de eletrodos para aquisição dos sinais eletrocardiográficos. 3.6 Registro da Pressão Arterial e do Eletrocardiograma (ECG) O animal cateterizado e com eletrodos implantados dois dias antes do registro, foi levado à sala de registros. Antes da conexão do animal ao equipamento e início do registro, foi administrada salina heparinizada (125 U.I.) na cânula implantada na artéria femoral do animal, com o objetivo de impedir a formação de pequenos coágulos que pudessem vir a obstruir a cânula, prejudicando assim, o sinal de registro durante o experimento. A cânula foi conectada a um transdutor de pressão (STATHAM P23DB®) que por sua vez foi conectado à placa de aquisição Akilah 4. O eletrodo de ECG foi conectado ao mesmo sistema de aquisição que, por sua vez, estava conectado a um 32 MATERIAIS E MÉTODOS computador através de um cabo USB. O registro foi captado através do software Kananda® em uma frequência de amostragem de 1000 Hz. A partir do registro da pressão arterial pulsátil foi calculada a pressão arterial média, e a partir do registro de ECG, foi calculada a frequência cardíaca. Um exemplo da janela de aquisição do software Kananda ® está representada na Figura 10. Figura 9- Representação da janela de visualização do software Kananda® durante o registro eletrocardiográfico e de pressão arterial. As linhas representam o eletrocardiograma (1º.), pressão arterial pulsátil (2º.), frequência cardíaca (3º.) e pressão arterial media (4º.). 3.7 Protocolo experimental: Avaliação do controle autonômico da frequência cardíaca. Aproximadamente 2 horas antes do registro os animais foram levados para a sala onde foi realizado o experimento afim de uma melhor adaptação do animal à sala de registros. A avaliação do controle autonômico da frequência cardíaca no coração foi realizada após bloqueio farmacológico do sistema nervoso parassimpático e simpático com drogas anti-colinérgicas e beta-bloqueadoras (Maeda et al., 1995, Negrão et al., 1992, De Angelis et al.,1999,2000). 33 MATERIAIS E MÉTODOS Após esse período, o animal foi conectado ao equipamento, sendo esperados alguns minutos para adaptação do animal ao ambiente. Ao término desse período, foi realizado o registro por um período de 20 minutos para avaliação dos parâmetros cardiovasculares basais. Transcorrido o tempo de aquisição basal, foi iniciada a administração dos bloqueadores farmacológicos com o intuito de avaliar os componentes, autonômico simpático e, ou parassimpático cardíaco. Para essa observação foi administrado em parte dos animais, após o registro basal, injeção endovenosa de um anticolinérgico (Brometo de Metil-atropina 5mg/Kg), para bloqueio do braço parassimpático para o coração, registrando o animal por mais 20 minutos. Passado esse tempo foi realizada a injeção de um beta-bloqueador (Metoprolol 2mg/Kg) com objetivo de bloquear o braço simpático para o coração. O registro continuou por mais 20 minutos, onde se obteve dados para avaliação dos parâmetros cardiovasculares sem a interferência do sistema autonômico para o coração. O grupo restante dos animais foi submetido ao mesmo protocolo experimental, mas com as drogas sendo administradas na ordem invertida, sendo primeiro administrado Metoprolol (2mg/KG) e após os 20 minutos Metil-atropina (5mg/Kg). Assim, os parâmetros cardiovasculares sobre o bloqueio simpático ou parassimpático pôde ser avaliado separadamente. A Figura 10 mostra um esquema do protocolo adotado. Período de adaptação Salina Metil-atropina Metoprolol 2horas 20 minutos 20 minutos Basal Salina 20 minutos Bloqueio Parassimpático 20 minutos Duplo Bloqueio 34 MATERIAIS E MÉTODOS Período de adaptação Salina Metoprolol Metil-atropina 2horas 20 minutos 20 minutos 20 minutos 20 minutos Basal Salina Bloqueio simpático Duplo Bloqueio Figura 10- Esquema dos protocolos experimentais adotados. 3.8 Preparação das Drogas utilizadas Solução Salina 0,9%: A solução veículo foi preparada dissolvendo-se 9,0 g de NaCl em q.s.p. 1000,0 ml de água destilada. Ketamina+ Xilasinas: Solução preparada pela adição de 2 mL de Xilazina 2% (p/v) a 10 mL de Ketamina 10% (p/v). Utilizada da seguinte forma: dose (ketamina: 80mg/kg ; Xilazina: 7mg/kg ) e volume (0,1mL/100g de animal; i.m.). Metil-atropina: a solução foi preparada dissolvendo-se 50,0 mg de metil atropina em q.s.p. 10 ml de salina, de modo que a concentração final fosse de 5 mg/ml. A solução foi protegida da luz para evitar degradação, acondicionada em tubos de polietileno Eppendorf e armazenadas a 20º C até o momento do uso. Metoprolol: A solução de metoprolol foi preparada dissolvendo-se 20,0 mg de tartarato de metoprolol em q.s.p 10,0 ml de salina, de modo que a concentração do metoprolol na solução fosse de 2 mg/ml. A solução foi protegida da luz para evitar degradação, acondicionada em tubos de polietileno Eppendorf e estocada em freezer 20ºC. 35 MATERIAIS E MÉTODOS 3.9 Coletas e analise das amostras para análise bioquímica e Hormonal. Para as coletas de amostras sanguíneas foram realizados dois procedimentos distintos de acordo com a disponibilidade do cateter anteriormente colocado nos vasos femorais para aquisição de registros. Quando os cateteres não apresentavam entupimento, os animais foram anestesiados e a amostra era recolhida através deste. Quando os cateteres apresentavam obstruídos, após anestesia, foi realizada punção da veia cava inferior, e procedia-se a coleta. Coletava-se 2 ml de sangue em seringa de 5 ml previamente preenchidas com 25µl de anticoagulante EDTA (11g/dL e Metilorange 2 mg/dL). As amostras colhidas foram levadas a centrífuga em rotação de 5000 rpm por quatro minutos, para separação do plasma. Após coleta das amostras, os animais foram sacrificados em câmara de CO2 para posterior retirada e pesagem dos órgãos: coração, útero, rins, fígado e gordura intra-abdominal. As amostras para a realização das dosagens hormonais e bioquímicas foram sempre coletadas durante a fase do ciclo reprodutivo que compreende o próestro, que é a fase de maior concentração de estrógeno, a fim de minimizar alterações nos resultados por influência das modificações nas concentrações hormonais plasmáticas durante as diferentes fases do período estral. Os animais OVX e desnutridos tiveram as amostras coletadas sem dia específico, por não apresentarem ciclos estrais característicos. Para dosagens das frações lipídicas, foi utilizado kit de determinação quantitativa do tipo Enzimático-Colorimétrico com fator clareante de lípides (LCF) da (Human do Brasil). Dosagem das proteínas totais foi utilizado kit de determinação do método colorimétrico da marca Bioclin. Para dosagem de HDL, foi utilizado kit para determinação do Colesterol HDL por metodologia enzimática-colorimétrica direta, Analisa (Gold Analisa Diagnostica Ltda). Determinações de Albumina sérica foi feita utilizando kit comercial da metodologia VBC (verde de Bromocresol), da marca Human do Brasil. Dosagens de estradiol foram realizadas pela metodologia de Elisa de competição, (Human do Brasil). 36 MATERIAIS E MÉTODOS Todas as dosagens bioquímicas foram realizadas de maneira automatizada com auxílio do aparelho CM200 ®Winer. 3.10 Constatação do ciclo estral, coloração e captura das imagens A determinação da ciclicidade foi realizada por meio de um esfregaço vaginal. Para efetuar a coleta do material, foi feito o uso de uma pipeta automática de 20µl e solução salina. Fazendo-se uso da pipeta com uma ponteira, foram introduzidos 20 µl da solução salina na vagina do animal e este sendo aspirado novamente em um movimento de lavagem. Após a coleta, o material foi transferido para lâminas histológicas e espalhados sobre sua superfície com auxílio da ponteira. Para coloração das lâminas obtidas foi utilizada a técnica de coloração hematoxilina eosina (HE). O ciclo estral das ratas foi determinado usando o esfregaço e sendo fundamentado na análise do tipo e quantidade de células descamadas, do índice acidófilo, da infiltração de leucócitos e da presença de muco. 37 MATERIAIS E MÉTODOS Figura 11- Imagem representativa da metodologia adotada para coleta de secreção vaginal utilizada pra confecção dos esfregaços. (a,b,c) com auxílio de uma pipeta de 20 µl preenchida com salina (NaCl 0,9%), a qual foi injetada dentro do canal vaginal e em seguida aspirado. (d) marcação na cauda dos animais para identificação de cada um durante todo o experimento. (e) lâminas confeccionadas da secreção aspirada e analisadas em microscópio óptico na objetiva de 40x. 3.11 Análise dos dados Foi utilizado o mesmo software Kananda ® de aquisição dos registros para fazer a conversão destes para o formato TXT (arquivos de texto). Depois de efetuada a conversão foram utilizados os programas Chart5 (ADInstruments, Austrália) e Cardioseries v1.0 para análise dos registros. 3.12 Análises da Frequência Cardíaca (FC) e Pressão Arterial Média (PAM) Para realização das análises da FC e PAM basal, foi calculada a media de 10 minutos do registro antes da injeção de qualquer droga. Após administração do 38 MATERIAIS E MÉTODOS anticolinérgico metil-atropina, foi esperado um período de 5 minutos, e então avaliado a média de um intervalo de 5 minutos para os valores de FC e PAM. Posterior à injeção do beta-bloqueador metoprolol, esperou-se mais 5 minutos e então feita à coleta de dados de 5 minutos do registro para FC e PAM. Realizado o duplo bloqueio foi obtido o valor correspondente à Frequência Cardíaca Intrínseca (FCI). 3.13 Análise do Tônus autonômico cardíaco O valor de frequência cardíaca atingida após administração de cada droga foi considerado a resposta máxima de variação da frequência cardíaca após a administração. A frequência cardíaca intrínseca foi considerada como sendo a frequência cardíaca obtida após o duplo bloqueio farmacológico. O tônus vagal foi considerado como sendo a diferença entre a frequência cardíaca intrínseca e a frequência cardíaca mínima atingida após o bloqueio com Metoprolol. O tônus simpático foi considerado como sendo a diferença entre a frequência cardíaca máxima obtida após o bloqueio com Metil-atropina e a frequência cardíaca intrínseca. Figura 12- Esquema demonstrativo do duplo bloqueio farmacológico com metil-atropina (A) e metoprolol (P) para obtenção da frequência cardíaca intrínseca (FCI), tono vagal (TV) e simpático (TS) cardíaco. 39 MATERIAIS E MÉTODOS 3.14 Análise do Índice autonômico cardíaco (IAC) Para realização do cálculo do IAC foi avaliada a razão entre a média de um período de 5 minutos de intervalo R-R basal do eletrocardiograma com a média de 5 minutos de intervalo R-R após realização do duplo bloqueio farmacológico com metilatropina e metoprolol. 3.15 Analise da variabilidade da Frequência Cardíaca no Domínio da Frequência. Para realizar a análise espectral da variabilidade da frequência cardíaca, intervalos entre sucessivas ondas R do ECG foram determinadas, e séries, batimento a batimento de frequência cardíaca (FC) foram geradas. Para gerar as séries temporais, batimento a batimento, o registro formado no software de aquisição Kananda® foi convertido em um formato (txt.) e exportado para o software Chart 5 For Windows (ADInstruments, Australia). Após exportação, foi realizada contagem dos picos de sucessivos intervalos R-R em um intervalo de 10, minutos, gerando a série temporal em pontos de 100 ms usando uma frequência de interpolação de 10 Hz. A série batimento a batimento foi exportada para o software de análise Cardioseries V1.0. Então, as séries interpoladas foram divididas em segmentos de 512 pontos (51,2s). Antes do cálculo da densidade do poder espectral, os segmentos foram inspecionados visualmente e segmentos que apresentavam ruídos foram desconsiderados. A janela Hamming foi utilizada com intuito de minimizar efeitos secundários e o e seu espectro foi calculado pela transformada rápida de Fourier (FFT), que requer intervalos iguais de tempo, e integrados em bandas de baixa (LF: 0,2 - 0,75 Hz) e alta frequência (HF: 0,75 - 3 Hz). 40 MATERIAIS E MÉTODOS Figura 13- Imagem de exemplo da janela de análise de série batimento a batimento no domínio do tempo do software cardioseries V.1.0. Mayer 0,5Hz Hering 2 Hz Tempo (s) Tempo (s) Sinal Espectro Tempo (s) Freq. (Hz) Figura 14- Figura representativa de um sinal simulado no domínio do tempo e sua transformação para o domínio da frequência. O sinal é composto de um componente oscilatório correspondente às Ondas de Mayer (0,5 Hz) e outro às Ondas de Hering (2 Hz). A transformação pela Transformada Rápida de Fourrier discrimina os dois principais componentes em frequência que constituem o sinal. 41 MATERIAIS E MÉTODOS 3.16 Análise estatística Os resultados estão apresentados como média ± erro padrão das médias (EPM) e valores de P < 0,05 foram considerados significativos. O programa GraphPad Prism 5.00 (Graphpad Inc.) foi usado para as análises estatísticas. O teste de análise de variância (ANOVA TWO WAY) seguido de pós-teste de Bonferroni, foram devidamente aplicados para análise estatística dos dados coletados. 42 RESULTADOS RESULTADOS 43 RESULTADOS 4. RESULTADOS 4.1 Efeito da ovariectomia e desnutrição sobre o peso corporal dos animais. Todos os animais submetidos à cirurgia de retirada dos ovários sobreviveram ao procedimento. Como podem ser notados na Figura 15, os animais pertencentes ao grupo COVX apresentaram um ganho de peso aumentado (46,71% em relação ao peso inicial de 194,1 ± 3) enquanto que o grupo CSham mostrou um aumento inferior (19,78% em relação ao peso inicial de 201,8 ± 5), perfazendo um diferença de 26, 9% no ganho ponderal. Analisando os animais desnutridos, tanto DSham quanto DOVX não apresentaram ganho de peso ao final das 28 semanas (após cirurgia). Os resultados mostram que os animais que receberam dieta com restrição proteica apresentaram ganho de peso significativamente menor, mostrando se 2,6 vezes inferior. Resultados mostrados na Figura 16. a 89, 8 ± 7,9 Ganho dePeso (g) 100 80 60 b 39, 6 ± 2,3 40 20 c c 4,8 ± 2,8 8,2 ± 2,8 0 Controle Sham (n=13) Desnutrido Sham(n-7) Controle OVX (n=13) Desnutrido OVX (n=7) Figura 15- Efeitos da ovariectomia de desnutrição sobre o ganho de peso (g) dos animais após procedimento cirúrgico. Valores numéricos mostram média ± EPM. Barras seguidas de letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 44 RESULTADOS 4.2 Efeitos da ovariectomia e desnutrição sobre o acumulo de gordura intra-abdominal A Figura 17 mostra que o procedimento cirúrgico de remoção dos ovários promoveu um acúmulo de gordura intra-abdominal nos animais COVX quando comprados aos animais CSham. Em animais desnutridos, observou-se que a OVX não promoveu retenção de gordura intra-abdominal. Porém, a restrição proteica imposta aos animais, causou uma importante redução nos valores de gordura intra-abdominal em Gordura Intra-abdominal (g) ambos os grupos desnutridos quando comparados aos controles. 20 a 16,4 ± 0,7 15 b 11,1 ± 0,4 10 5 c c 0,67 ± 0,09 1,4 ± 0,2 0 Controle Sham (n=7) Desnutrido Sham (n=6) Controle OVX (n=7) Desnutrido OVX (n=6) Figura 16- Efeito da ovariectomia e da desnutrição sobre o acumulo de gordura intraabdominal em ratas, peso (g). Valores numéricos mostram média ± EPM. Barras seguidas de letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 45 RESULTADOS 4.3 Efeitos da ovariectomia e desnutrição sobre a ciclicidade estral Através dos esfregaços vaginais realizados durante 30 dias consecutivos, podese constatar que a restrição proteica imposta fez com que os animais desnutridos apresentassem uma forte alteração na ocorrência das fases características de seu ciclo reprodutivo. Os animais desnutridos permaneceram estáveis em uma única fase do ciclo durante todos os dias em que foram realizados os esfregaços, o diesto. Fase esta, caracterizada pela presença de muco e leucócitos como demonstrado na Figura 18. Todos os animais submetidos ao procedimento cirúrgico de OVX também deixaram de apresentar ciclicidade estral, ficando estes animais estáveis em uma só fase de seu ciclo reprodutivo, o diestro. Figura 17- Figura representativa de um esfregaço vaginal na fase cíclica do diestro, obtida em microscópio óptico com aumento de 40 x. (L) indica forte presença de leucócitos (Marcondes et al., 2002). 4.4 Efeitos da ovariectomia e desnutrição sobre os parâmetros bioquímicos e hormonais 4.4.1 Lipídeos séricos Como pode ser observado na Tabela 2 e na Figura 19, tanto o procedimento de OVX quanto a dieta de desnutrição imposta aos animais foram capazes de promover alterações nas concentrações de lipoproteínas plasmáticas 46 RESULTADOS As concentrações de LDL mostraram-se aumentadas nos grupos COVX, DSham e DOVX quando comparadas ao grupo CSham. Não foi observada diferença entre os animais dos grupos desnutridos. Pode ser notado, que a análise das concentrações de CT também revelaram aumento em suas concentrações nos grupos COVX, DSham e DOVX quando comparados ao grupo CSham. Mais uma vez não faram vistas diferenças entre os grupos desnutridos. A análise das concentrações de triglicérides mostrou uma redução em seus valores no grupo Dsham em relação aos demais grupos que não apresentaram diferenças. Tabela 2- Os valores representam média ± EPM da média por grupos experimentais. Lipoproteínas de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), colesterol total (CT), Triglicérides (TRIG), Lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL). Grupos Frações lipídicas CSham COVX DSham DOVX LDL* 30,7 ± 3,6b 57,1 ± 3,2a 61,1 ± 5,3a 62,2 ± 5,6a HDL* 29,3 ± 2,2a 24,7 ± 2,2a 20,0 ± 1.543a 23,3 ± 1,6a CT* 70,5 ± 4,6b 93,3 ± 4,7a 88.3 ± 8,7a,b 96.1 ± 6,3a TRIG* 69,8 ± 10,4a 55,8 ± 10,3a 39,3 ± 9,4b 52,2 ± 4,6a VLDL* 13,9 ± 2,1a 11,1 ± 2,0a 7,3 ± 2,0a 10,4 ± 0,9a *Nas linhas, médias seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 47 RESULTADOS 150 a a mg/dl 100 b a 50 a a a a a a b b 0 LDL HDL COL TRIG VLDL Controle Sham (n=7) Desnutrido Sham (n=7) Controle OVX (n=7) Desnutrido OVX (n=7) Figura 18- Efeito da ovariectomia e desnutrição sobre o lipidograma de ratas. Para cada fração lipídica em questão, médias seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 4.4.2 Proteínas séricas Como pode ser observado na Tabela 3 e Figura 20, o procedimento de OVX não promoveu modificações nas concentrações plasmáticas das proteínas nos diferentes grupos estudados. As análises dos dados obtidos mostraram que a restrição proteica imposta aos animais foi capaz de promover uma redução nas concentrações plasmáticas das frações proteicas analisadas. 48 RESULTADOS Tabela 3- Valores médios ± EPM das concentrações séricas (g/dL) das Proteínas Plasmáticas por grupos. Frações Proteicas Grupos Proteína Total Albumina Globulina CSham 6,38 ± 0,35a 4,54 ± 0,12a 3,69 ± 0,17a COVX 6,65 ± 0,14a 4,62 ± 0,10a 3,90 ± 0,14a DSham 5,2 ± 0,12b 2,54 ± 0,08b 2,31 ± 0,11b DOVX 5,32 ± 0,08b 2,38 ± 0,10b 2,42 ± 0,10b Médias seguidas por letras diferentes por fração proteica (colunas), apresentam diferenças estatísticas diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 8 a 6 a b b g/dl a a a 4 b b a b b 2 0 Proteina total Albumina Globulina Controle Sham (n=7) Desnutrido OVX (n=7) Controle OVX (n=7) Desnutrido Sham (n=7) Figura 19- Efeito da ovariectomia e da desnutrição sobre as concentrações das proteínas plasmáticas por grupos (mg/dL). Para cada fração proteica em questão, médias seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 49 RESULTADOS 4.4.3- Estradiol Como pode ser observada na Figura 20, a análise dos resultados mostram que a cirurgia de OVX nos animais que receberam a dieta controle foi capaz de gerar reduções nas concentrações plasmáticas de estrógeno. Nos animais que receberam a dieta de desnutrição, a cirurgia de OVX não interferiu nas concentrações séricas de estradiol. Entretanto, estes animais tanto OVX ou não, apresentaram redução nas concentrações plasmáticas de estradiol. 250 E s tra dio l p g/m L a 200 189 ± 5 150 100 50 b 26 ± 1,5 b 32,1 ± 1,2 b 28,4 ± 1 0 Controle Sham (n=7) Desnutrido Sham (n=7) Controle OVX (n=7) Desnutrido OVX (n=7) Figura 20- Efeito da ovariectomia e da desnutrição sobre as concentrações plasmáticas de estradiol por grupos (pg/mL). Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 50 RESULTADOS 4.5 Efeitos temporais da desnutrição e ovariectomia sobre pressão arterial Sistólica e frequência Cardíaca avaliada pelo método de Pletismografia de cauda Para os valores referentes à FC, animais desnutridos independente do grupo, DSham ou DOVX não apresentaram variações ao longo do tempo, mas tiveram os seus valores aumentados quando comparados aos animais que compreendem os grupos controles, não sendo observada diferenças entre os grupos desnutridos. (Tabela 4). Para os animais controles, a FC não modificou ao longo do tempo, e não houve diferenças entre os grupos CSham e COVX. Os valores apresentados na Tabela 5 mostram que a OVX não causou alterações na PAS ao longo do tempo no grupo COVX. Para o grupo CSham, o tempo originou modificações nos valores de PAS no quarto e quinto mês quando comparado aos valores iniciais. Comparando os dois grupos controles entre si, o grupo CSham apresentou valores de PAS maiores no quarto e quinto mês quando comparados ao grupo COVX. Para o grupo dos animais desnutridos, a OVX também não provocou modificações pressóricas ao longo do tempo. Entretanto, a desnutrição proteica acarretou em elevações na PAS tanto no grupo DSham quanto no grupo DOVX em todos os meses de registro quando comparados aos grupos controles. Ao longo do tempo houve diferença nesses valores, apenas no grupo DSham no quinto mês quando comprado ao início do experimento. Entre os grupos desnutridos não houve diferença quando comparados entre si (Tabela 5). A análise da comparação entre os animais que receberam dieta controle e os que ingeriram dieta carente em proteínas mostrou que os animais que pertencem ao grupo dos desnutridos têm PAS elevada quando comparados aos grupos que receberam a dieta de desnutrição em todos os meses de registo pressórico. A Figura 22 ilustra os valores apresentados nas Tabelas 4 e 5. Não sendo consideradas diferenças significativas. 51 RESULTADOS Tabela 4- Valores médios ± EPM de FC (bpm), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda por grupos experimentais. Tempo CSham COVX DSham DOVX 1º. Mês 371,0 ± 5,7b B 370,2 ± 7,3b B 433,1 ± 2,4a A 446,1 ± 7,1a A 2º. Mês 365,8 ± 7,7b B 369,4± 9,4b B 433,7± 23,6a A 399,7 ± 13,6a A 3º. Mês 363,8 ± 4,9b B 368,3 ± 7,2b B 470,5 ± 8,2a A 469,1 ± 17,2a A 4º. Mês 369,2 ± 4,9b B 376,4 ± 8,6b B 444,1± 7,8a A 440,5 ± 9,6a A 5º. Mês 378,9 ± 11,3b B 377,4 ± 10b B 425,9 ± 7a A 409,7 ± 15,3a A Médias seguidas por letras diferentes nas apresentam diferença significativas pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. Letras maiúsculas comparam grupos nas colunas, ao longo do tempo, e letras minúsculas comparam grupos horizontalmente intergrupos. Tabela 5- Valores médios ± EPM de PAS (mmHg), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda por grupos experimentais. Tempos CSham COVX DSham DOVX 1º. Mês 111,7 ± 1,8b B 117 ± 3b B 129,3 ± 3,8a B 137,1 ± 1,2a A 2º. Mês 111,5 ± 2,5b B 119,3 ± 3,2b B 130,5 ± 6,1a B 139,8 ± 5,6a A 3º. Mês 118,3 ± 2,4b B 119,4 ± 2,9b B 134,7 ± 1,5a B 143,9 ± 1,8a A 4º. Mês 128,1 ± 1,7b A 119,2 ± 3,5b B 137,4 ± 2,4a B 136,5 ± 2,2a A 5º. Mês 133,5 ± 1,5b A 118,7 ± 5,1b B 145,6 ± 1,4a A 151,5 ± 8,1a A Médias seguidas por letras diferentes apresentam diferença significativas pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. Letras maiúsculas comparam grupos nas colunas, ao longo do tempo, e letras minúsculas comparam grupos horizontalmente intergrupos. 52 RESULTADOS PAS (mmHg) 180 160 140 120 5 ês 4 M M ês 3 ês M M Controle Sham (n=7) Desnutrido Sham (n=7) Controle OVX (n=7) Desnutrido OVX (n=7) 550 500 450 400 350 5 M ês 4 M ês 3 ês M ês M ês M 2 300 1 Frequência Cardiaca (bpm) M ês ês 2 1 100 Controle Sham (n=7) Desnutrido Sham (n=7) Controle OVX (n=7) Desnutrido OVX (n=7) Figura 21- Figura ilustrativa do Efeito temporal da restrição proteica e ovariectomia sobre a PAS e frequência cárdica, aferidos durante cinco meses. 53 RESULTADOS 4.6 Efeito da desnutrição e ovariectomia sobre FC e PAM basais medidos pelo método direto (cateterização). Não foram observadas diferenças nos valores de PAM entre os grupos estudados. Entretanto, a analise dos dados mostram aumento nos níveis basais de FC nos grupos DSham e DOVX em relação aos grupos CSham e COVX durante o quinto mês de experimento. Os resultados estão representados na Figura 23. 54 RESULTADOS 500 400 a b 392 ± 14 460 ± 13 a 453 ± 14 b 373 ± 14 300 200 100 0 Controle Sham (n=10) Desnutrido Sham (n=10) Controle OVX (n=10) Desnutrido OVX (n=10) B as al Frequência Cardiaca (bpm) A B 150 PAM (mmHg) 107,1 ± 2 107,1 ± 3 114,1 ± 4 108,4 ± 3 100 50 0 Controle Sham (n=10) Desnutrido Sham (n=10) Controle OVX (n=10) Desnutrido OVX (n=10) Figura 22- Efeito da ovariectomia e da desnutrição sobre níveis Basais de FC (A) e PAM (B) nos grupos Controles (Sham, OVX) e Desnutridos (Sham, OVX). Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 55 RESULTADOS 4.7 Balanço Autonômico 4.7.1 Efeitos do bloqueio vagal (Metil-atropina) sobre os níveis de PAM e FC Como pode ser observado nos valores apresentados na Tabela 6 e ilustrado na Figura 24 administração endovenosa do anticolinérgico metil-atropina (5mg/kg) promoveu uma elevação nos valores da FC do Grupo CSham em relação aos valores basais (p<0,005). Porém, o bloqueio vagal não evocou aumentos significativos no grupo COVX. O bloqueio farmacológico não foi capaz de promover alterações na FC dos grupos DSham e DOVX. Não foram observadas alterações sobre os valores de PAM após bloqueio farmacológico do braço parassimpático nos diferentes grupos estudados (Figura 24 ). 56 RESULTADOS Tabela 6- Parâmetros Cardiovasculares, FC (bpm) e PAM (mmHg), Os valores representam média ± EPM da média nos grupos controles e desnutridos na situação basal e após bloqueio farmacológico com metil-atropina. Parâmetros Cardiovasculares Grupos FC Comparação FC Basal* Basal 392,7 ± 14,5 B Metil. 456,9 ± 18,2 Basal 373 ± 14,3 Metil. 382,2 ± 22,4 Basal 461 ± 13,1 Metil. 425,8 ± 23,2 Basal 453,7 ± 14,5 Metil. 431,5 ± 22,4 Comparação FC Metil. ** Comparação intra grupo*** PAM α 107,1 ± 2,8 β 105,2 ± 2,5 CSham b B 107,3 ± 3,7 COVX a A 97,8 ± 10,9 109,8 ± 5,8 DSham a A 107,9 ± 5,8 108,4 ± 3,8 DOVX a 106,2 ± 4,9 *Médias acompanhadas de diferentes letras maiúsculas na coluna (Basal) apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05.**Médias acompanhadas de diferentes letras minúsculas na coluna (metil) apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05.***Médias acompanhadas por letras gregas diferentes na coluna (intragrupo) apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 57 RESULTADOS Frequência Cardíaca (bpm) A 500 400 a b b a a a,b a,b b 300 200 100 0 Basal Metilatropina Controle Sham (n=10:n=6) Desnutrido Sham (n=10:n=6) Controle OVX (n=10:n=6) Desnutrido OVX (n=10:n=6) PAM (mmHg) 150 B 100 50 0 Basal Metilatropina Controle Sham (n=10:n=6) Desnutrido Sham (n=10:n=6) Controle OVX (n=10:n=6) Desnutrido OVX (n=10:n=6) Figura 23- Efeitos do bloqueio farmacológico com anticolinérgico (metilatropina) sobre a FC (A) e PAM (B) dos grupos Controle (Sham e OVX), Desnutrido (Sham e OVX). Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 58 RESULTADOS 4.7.2 Efeitos do bloqueio farmacológico do sistema nervoso simpático realizado com Beta-bloqueador (metoprolol) sobre a PAM e FC As análises dos dados na Tabela 7 mostraram que as respostas cardiovasculares ao bloqueio do sistema nervoso simpático após administração endovenosa de metoprolol foi uma diminuição da FC no grupo COVX quando comparado ao seu valor basal (p<0,005) e também quando comparado ao grupo CSham, DSham e DOVX. Observou-se também redução da FC nos grupos DSham e DOVX quando comparados aos seus valores basais. Não foram observadas diferenças nos valores de FC do grupo CSham quando comparado aos seus valores basais. Novamente não foram notadas alterações na PAM em qualquer um dos grupos em estudo quando comparado aos seus valores basais ou intergrupos (Tabela 7 e Figura 25). 59 RESULTADOS Tabela 7- Parâmetros Cardiovasculares, FC (bpm) e PAM (mmHg) Os valores representam média ± EPM da média nos grupos controles e desnutridos na situação basal e após bloqueio farmacológico com metoprolol. Parâmetros Cardiovasculares Grupos FC Comparação Basal* Basal 392,7 ± 14,5 B Metop. 357,5 ± 14,7 Basal 373 ± 14,3 Metop. 304,7 ± 9,3 Basal 461 ± 13,1 Metop. 369,3 ± 18,3 Basal 453,7 ± 14,5 Metop. 384,1 ± 6,2 Comparação Metop.** Comparação intragrupo*** PAM 107,1 ± 2,8 CSham a 110,6 ± 3,7 B 107,3 ± 3,7 COVX a A 104,1 ± 2,2 β 109,8 ± 5,8 α 102,5 ± 7,9 β 108,4 ± 3,8 α 105,1 ± 4,6 DSham a A DOVX a *Médias acompanhadas de diferentes letras maiúsculas na coluna (Basal) apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05.** Médias acompanhadas de diferentes letras minúsculas nas colunas (Metop.) apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05.***Médias acompanhadas por letras gregas diferentes na coluna intragrupos apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 60 RESULTADOS Frequência Cardiaca (bpm) A 500 a b 400 a b b b b c 300 200 100 0 Basal n=10 Controle Sham Controle OVX Metoprolol n=5 Desnutrido Sham Desnutrido OVX B PAM (mmHg) 150 100 50 0 Basal n=10 Controle OVX Controle Sham Metoprolol n=5 Desnutrido Sham Desnutrido OVX Figura 24- Efeitos do bloqueio farmacológico com β1-bloqueador (metoprolol) sobre a FC (A), e PAM (B) nos Grupos Controle (Sham e OVX), Desnutridos (Sham e OVX). Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 61 RESULTADOS 4.7.3 Efeito do duplo bloqueio farmacológico (metil-atropina e metoprolol) sobre os níveis de PAM e FC Os Valores das respostas hemodinâmicas após duplo bloqueio farmacológico, com metil-atropina e metoprolol, (e vice versa) estão representados na Tabela 10 e ilustrados nas Figuras 26 A e B. Depois de realizado duplo bloqueio farmacológico, a FC diminuiu em todos os grupos em relação às suas respectivas situações basais. Não sendo observadas diferenças significativas entre os grupos após o bloqueio farmacológico. Para o parâmetro de PAM não foram observadas diferenças após duplo bloqueio. A análise do delta (∆) de variação da FC após duplo bloqueio mostrou uma diferença significativa entre os grupos que receberam a dieta controle e os que ingeriram dieta carente em proteínas. Estes resultados estão apresentados na Figura 27. 62 RESULTADOS Tabela 8- Parâmetros Cardiovasculares, FC (bpm) e PAM (mmHg), Os valores representam média ± EPM da média nos grupos controles e desnutridos na situação basal e após duplo bloqueio farmacológico. Parâmetros Cardiovasculares Grupos FC *Comparação Basal Basal 392,7 ± 14,5 B Duplo Bloq. 347,3 ± 9,9 Basal 373 ± 14,3 Duplo Bloq. 317,4 ± 13,1 Basal 461 ± 13,1 Duplo Bloq. 332,2 ± 11,6 Basal 453,7 ± 14,5 Duplo Bloq. 337,6 ±11,2 **Comparação duplo ***Comparação intragrupo PAM α 107,1 ± 2,8 β 105,0 ± 3,1 α 107,3 ± 3,7 β 99,3 ± 5,3 α 109,8 ± 5,8 β 106,8 ± 5,1 α 108,4 ± 3,8 β 102,6 ± 3,04 CSham a B COVX a A DSham a A DOVX a *Medias acompanhada de diferentes letras maiúsculas na coluna (Basal) apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05.**Médias acompanhadas de diferentes letras minúsculas na coluna (metil) apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05.***Médias acompanhadas por símbolos diferentes na coluna (BM) apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 63 Frequência Cardiaca (bpm) RESULTADOS a 500 400 b a b A c d c 300 200 100 0 Basal Controle Sham (n=10) Controle OVX (n=10) Duplo Bloqueio Desnutrido Sham (n=10) Desnutrido OVX (n=10) B 150 PAM (mmHg) c 100 50 0 Basal Controle Sham (n=10) Controle OVX (n=10 Duplo Bloqueio Desnutrido Sham (n=10) Desnutrido OVX (n=10) Figura 25- Efeito do duplo bloqueio farmacológico com anticolinérgico metil-atropina e β1-bloqueador metoprolol sobre a FC (A) e PAM (B) nos grupos controles (Sham e OVX) e desnutridos (Sham e OVX). Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 64 RESULTADOS 0 ∆ (bpm) -50 -45 ± 15 -100 b - 55 ± 12 b -116 ± 13 -150 - 127 ± 19 a a -200 Controle Sham (n=11) Desnutrido Sham (n=10) Controle OVX (n=11) Desnutrido OVX (n=10) Figura 26- Efeito do duplo bloqueio farmacológico sobre o ∆ de variação da FC dos Grupos Controle (Sham e OVX), Desnutridos (Sham e OVX). Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 4.7.4 Avaliação do Índice Autonômico Cardíaco (IAC) A avaliação do índice autonômico cardíaco apresentou-se de forma distinta entre os grupos estudados, apesar de todos os grupos apresentarem valores inferiores a 1. A análise dos dados apresentados na Figura 27 mostra redução no IAC dos grupos que receberam a dieta carente em proteínas (Dsham e DOVX) quando comparado aos grupos que receberam a dieta controle (Figura 28). 65 RESULTADOS a 1.0 0,89 ± 0,03 a 0,85 ± 0,03 b b 0,73 ± 0,03 0,74 ± 0,02 0.8 IAC * 0.6 0.4 0.2 0.0 Controle Sham (n=10) Desnutrido Sham (n=10) Controle OVX (n=10) Desnutrido OVX (n=10) Figura 27- Índice Autonômico Cardíaco dos grupos controle (Sham e OVX) e desnutrido (Sham e OVX). Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 4.7.5 Análises do tônus autonômico cardíaco A análise dos dados apresentados na Figura 29 mostra que o procedimento de OVX promoveu uma redução no tônus simpático no grupo COVX quando comparado ao grupo CSham. A OVX não causou aumento do tônus simpático nos animais desnutridos. Quanto à participação parassimpática, a OVX provocou um aumento do tônus parassimpático nos animais COVX quando comparado ao grupo CSham. A restrição proteica promoveu uma redução no tônus parassimpático nos animais pertencentes a esse grupo. 66 RESULTADOS A a,b 150 a,b a 99 ± 13 ∆ FC(bpm) 106 ± 8 100 112 ± 20 b 63 ± 12 50 0 Controle Sham (n=6) Desnutrido Sham (n=7) Controle OVX (n=6) Desnutrido OVX (n=6) B c ∆ FC(bpm) 50 35 ± 8 0 -50 -10 ± 18 b -57 ± 27 -100 a Controle Sham (n=5) Controle OVX (n=5) -74 ± 15 a Desnutrido Sham (n=4) Desnutrido OVX (n=4) Figura 28- Tônus simpático (A) e parassimpático (B) dos grupos Controles e Desnutridos. Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 67 RESULTADOS 4.7.6 Efeitos da ovariectomia e desnutrição sobre a razão entre as potências do espectro de FC A Figura 30 mostra razão entre as potencias do espectro de FC nas bandas de LF e HF (LF/HF) não apresentou diferenças entre o grupo CSham e COVX, mostrando que a ovariectomia não alterou a relação dos espectros, o mesmo foi observado entre o grupo DSham e DOVX. Contudo, quando comparado os grupos que receberam a dieta controle e os grupos que receberam a dieta hipoproteica, a análise dos resultados mostra que a desnutrição proteica elevou a razão LF/HF dos espectros de FC tanto para o grupo DSham quanto DOVX. 1.0 a a 0,73± 0,09 0,71± 0,09 LF/HF 0.8 0.6 b b 0,47± 0,04 0,45± 0,03 0.4 0.2 0.0 Controle Sham (n=7) Desnutrido Sham (n=7) Controle OVX (n=9) Desnutrido OVX (n=7) Figura 29- Relação dos espectros de FC (LF/HF) dos grupos Desnutridos e Controles. Valores numéricos representam média ± EPM. Barras seguidas por letras diferentes apresentam diferença estatística pelo teste de Bonferroni para p< 0,05. 68 DISCUSSÃO 69 DISCUSSÃO 5. DISCUSSÃO. Os resultados do presente trabalho demonstram que tanto a desnutrição quanto OVX em ratas Fisher provocam alterações no metabolismo lipoproteico levando a um perfil lipídico aterogênico (Figura 18). A OVX induz também, uma retenção elevada de gordura na cavidade intra-abdominal, um importante fator de risco para doenças cardiovasculares (Figura 16). Foi observado igualmente que, a desnutrição além de promover uma redução acentuada no peso corporal dos animais, é capaz de alterar a ciclicidade estral, induzindo redução dos níveis séricos de estradiol com consequente cessação dos ciclos estrais. E ainda, ratos desnutridos mostram reduções marcantes nas concentrações das proteínas plasmáticas, principalmente as de albumina (Figura 19). As avaliações hemodinâmicas mostraram que a OVX, pode interferir nos efeitos de drogas bloqueadoras do SNA, metil-atropina e metoprolol, mas não alterou claramente o balanço autonômico cardíaco nos animais submetidos a tal procedimento (Figuras 23, 24 e 25). Porém, a desnutrição proteica induziu um desequilíbrio do balanço simpatovagal nos animais submetidos à dieta com baixo teor de proteína, sugerindo importantes modificações autonômicas neste modelo experimental. Mesmo com o avanço nos programas de atenção básica à saúde, os investimentos por partes de fundações de amparo e governos, a desnutrição é ainda hoje considerada um dos maiores problemas de saúde enfrentados por países em desenvolvimento. Barker et al. (1995), foram um dos primeiros grupos a levantar a possibilidade da "origem fetal das doenças na idade adulta". Eles se basearam na hipótese de que a privação nutricional dentro do útero "programaria" o recém-nascido para uma vida de escassez. Neste caso, a desnutrição promoveria efeitos irreversíveis. As sequelas da desnutrição também são visíveis ao longo das gerações, pois uma mãe desnutrida gera filhos com baixo peso, que por sua vez, se sobreviverem, carregarão as deficiências nutricionais e transmitirão suas consequências para seus filhos. Entretanto, ainda é necessário mais estudos para um completo entendimento das alterações provocadas por essa condição patológica. Baseando-se nesses fatos, é de fundamental importância o desenvolvimento de novas metodologias de estudo, como também o desenvolvimento de modelos experimentais que mimetizem as condições de carência nutricional em seres humanos para que seja viável um completo entendimento das alterações causadas por essa 70 DISCUSSÃO síndrome. Experimentos com animais têm permitido cada vez mais esclarecimentos e são muito importantes para verificar fisiopatologias específicas da desnutrição, contando que as diferenças anatômicas e fisiológicas do desenvolvimento biológico devam ser levadas em consideração (Quim, 2005). No LFC, é utilizado o rato como modelo animal por apresentar metabolismo acelerado, ciclo reprodutivo curto e ser de fácil manuseio. O modelo de desnutrição proposto foi baseado na redução do conteúdo proteico da dieta oferecida após o desmame de 15% para 6%, o que representa uma redução de 60% da proteína ofertada aos animais. O modelo de desnutrição proteica pós-desmame adotado no LFC é justificável, visto que ainda hoje, devido principalmente à pobreza, muitas crianças têm uma alimentação inadequada após amamentação e durante toda infância. Essa metodologia já vem sendo utilizada por vários autores, e assemelha-se aos métodos utilizados em outros trabalhos da literatura (Agarwal et al., 1981; Lukoyanov et al.., 2000; Tropia et al., 2001 Ferreira et al., 2003a; Oliveira et al., 2004; Loss et al., 2007; Bezerra, 2009 ). A desnutrição do tipo Kwashiorkor pode ser caracterizada pela deficiência de proteína na dieta, além de vitaminas e sais minerais, onde a alimentação ingerida na forma de carboidrato é normal (arroz, milho e mandioca, por exemplo; alimentos de baixo custo), não ocorrendo o mesmo com a ingestão de fontes alimentares ricas em proteínas (como por exemplo, a carne bovina e/ou de aves; alimento de custo elevado) (Mendonça, 2003). No presente trabalho, foi observado que após aproximadamente 40 semanas de uma dieta carente em proteínas, mas isocalórica em relação à dieta ofertada aos grupos controles, os animais pertencentes aos grupos desnutridos apresentaram uma redução média de 67% em seu peso corporal (Figura 16). Muitos outros trabalhos, com modelos experimentais ao longo dos anos, têm afirmado que a deficiência em proteínas ou mesmo a restrição alimentar pré-natais causam retardo no crescimento fetal. Em animais, a desnutrição proteica crônica imposta a várias gerações, resultou em diminuição marcante do peso ao nascer, tamanho de órgãos, maturação sexual, comportamento e padrões de aprendizagem. De uma maneira ampla, o baixo peso ao nascer, a redução do peso e baixa estatura nos anos seguintes pode ser utilizado como um indicador básico de desnutrição (Stewart, 1975; Benade et al., 1993; Lucas, 1998; Galdino, 2000). 71 DISCUSSÃO Quando se leva em consideração o ganho de peso dos animais durante o período experimental, os animais COVX apresentaram um significativo ganho de peso (46,71%) quando comparado ao grupo CSham (19,78%) (Figura 16), destacando o grande acúmulo de gordura intra-abdominal nos animais OVX. O grupo DOVX, por sua vez, não apresentou ganho significativo de peso quando comparado ao DSham, como também não mostrou aumento do corpo adiposo intra-abdominal (Figura 17). Os grupos desnutridos apresentaram ganho de peso inferior, cerca de 2,6 vezes quando comparado aos grupos controles. No entanto, a ausência do ganho de peso observada nos grupos desnutridos corrobora com dados da literatura que sugerem que o baixo teor proteico, provavelmente, não disponibiliza aminoácidos suficientes para que o organismo possa ter seu desenvolvimento ideal (Lucas, 1998). É importante ressaltar na literatura, que a deficiência dos hormônios ovarianos, em especial os estrógenos, favorece o surgimento de obesidade central (adiposidade intra-abdominal), a qual pode desencadear diversas complicações metabólicas e elevar o risco de patologias cardiovasculares, e que a TRH é capaz de reverter esse quadro (Tchernof & Poehlman, 1998; Geary & Asarian, 1999; Toth et al., 2000), concordando com os achados deste estudo, em que os animais COVX apresentaram maior peso e maior retenção de gordura intra-abdominal (Figura 16 e 17). Diante dos dados mostrados, é possível afirmar que a dieta composta de 6 % de proteína (caseína) foi eficaz em promover a desnutrição experimental e que a remoção dos ovários foi capaz de gerar alterações metabólicas induzindo ao aumento de peso dos animais. Nesta pesquisa, os achados sobre a influência da OVX e da desnutrição sobre a ciclicidade estral de ratas foram similares. O ciclo reprodutivo de ratas é caracterizado por quatro fases distintas: proestro, sendo uma fase em que há o predomínio de células nucleadas pequenas no esfregaço com ausência quase que total de leucócitos; estro, apresentando grande número de células cornificadas não havendo presença de células nucleadas e leucócitos; metaestro e diestro são fases não férteis apresentando pouca diferença entre elas, existindo um predomínio quase que total de leucócitos e muco no esfregaço. Todo o ciclo possuindo uma duração média de quatro dias (Long & Evans 1922; Freeman, 1988; Marcondes et al. 2002). Para identificar e caracterizar cada fase do ciclo pode ser feito uma lâmina histológica contendo um esfregaço vaginal, onde, de acordo com a citologia será determinado em qual fase do ciclo o animal se encontra, em concordância com os tipos celulares observados (Long & Evans, 1922; Marcondes et al., 2002). As análises diante de esfregaços realizados durante 30 dias consecutivos 72 DISCUSSÃO mostraram que após OVX ocorre cessação da ciclicidade estral, ficando este estacionado na fase diestro, com diminuição significativa nas concentrações de estradiol plasmático, tanto para animais desnutridos como controles (Figura 18 e Figura 21). Interessantemente, os animais pertencentes ao grupo DSham, isso é, aqueles que não sofreram a remoção dos ovários, também apresentaram parada da ciclicidade estral no diestro, e diminuição significativa nas concentrações séricas de estradiol (Figura 21). Estas análises concordam com dados da literatura que relatam que após OVX, tanto humanos quanto animais, deixam de apresentar ciclos estrais e menstruais. E em situações de carência nutricional ocorre a interrupção dos ciclos estrais que leva a inviabilidade de ocorrência de prenhez (Fortepiane et al., 2002; Frisch et al., 1990; 1996). Com isso, pode-se inferir que a indução de um estado de desnutrição em ratas com consequente perda de peso e tecido adiposo, induziu um estado de anestro secundário. Esses dados corroboram com dados da literatura que relatam que a restrição proteica durante a gestação ou durante períodos críticos do desenvolvimento levam a uma disfunção do ciclo reprodutivo em adultos (Wade & Jonnes, 2004; Lee et al., 2007) bem como a privação alimentar grave na idade adulta acarreta cessação da ciclicidade estral em ratas (Nakanishi et al., 1976). Outros experimentos com animais relatam ainda redução da glândula pituitária, ovários e do útero (Tropp & Markus, 2001). Neste experimento, tanto a OVX quanto a desnutrição promoveram uma redução significativa no peso uterino, ressaltando que a restrição proteica também provocou redução sobre o peso dos ovários (dados não mostrados). A privação alimentar na fase adulta em humanos e perda severa de peso como observado em quadros de bulimia, anorexia nervosa afetam a taxa de ovulação, o comportamento cíclico, receptividade sexual levando a um quadro de amenorreia (Tropp & Markus, 2001; Fricsh et al., 1990). Muitos estudos têm analisado e demonstrado uma correlação entre aumento na incidência de doenças cardiovasculares após a menopausa como também em quadros de perda da função ovariana por intervenção cirúrgica ou medicamentosa (Kannel et al., 1976; Gordon et al., 1978; Rossi et al., 2002). Um dos mecanismos pelo qual a redução de estrógenos eleva o risco de eventos cardiovascular é por meio de modificações no perfil lipídico. É sabido que os estrógenos aumentam a síntese hepática do receptor de LDL (apo-B100) elevando seu catabolismo, e portando, diminuindo os níveis de LDL circulante. Os estrógenos também agem aumentando a atividade da enzima lipase lipoproteica assim elevando os níveis de HDL e reduzindo Triglicérides (Kovanen et 73 DISCUSSÃO al., 1979; Aloysio et al., 1999). Com isso, a deficiência estrogênica leva a um desequilíbrio de tal modo, que promoveria elevação dos valores séricos de CT, LDL, Triglicérides e uma redução nos níveis de HDL, tornando assim um perfil lipídico aterogênico. Stevenson et al., (1992) em um trabalho com mulheres saudáveis, de idade entre 18 e 70 anos, relatou que as mulheres que estavam no período pós menopausa apresentaram um aumento nos níveis séricos de CT, triglicérides de LDL, bem como uma redução da fração HDL. Já as mulheres que pertenciam ao grupo que não estavam no pós-menopausa apresentaram valores inferiores. Além disso, pesquisadores têm observado que a TRH pode minimizar os efeitos da ausência estrogênica sobre os lipídeos plasmáticos, promovendo redução de LDL, triglicérides e elevando os níveis de HDL reduzindo o risco de doença cardiovascular (Koh, 2002). Os achados deste trabalho mostram que em ratas, a OVX bilateral promoveu uma significativa elevação nas concentrações séricas de LDL, CT e triglicérides quando comparado ao grupo CSham, corroborando com os dados apresentados na literatura (Tabela 2 e Figura 19). Os resultados mostram também que os animais do grupo DOVX bem como o grupo DSham apresentaram elevações séricas de suas frações lipídicas. É bem documentado na literatura que a restrição alimentar acarreta em perda significativa de peso, diminuição no tamanho de órgãos, maturação sexual, comportamento e padrões de aprendizagem (Stewart, 1975; Benade et al., 1993; Galdino, 2000), como também uma alteração na ciclicidade estral de ratas, levando á uma diminuição nos níveis circulantes de estradiol. Baseado nisso, em nosso estudo tanto os animais DOVX como os animais DSham, por apresentarem redução nos níveis estrogênicos, estariam susceptíveis a alterações acentuadas em seu perfil lipídico. Por outro lado, temos um quadro de desnutrição proteica, podendo levar a uma situação clínica conhecida como síndrome MIA (malnutrition-inflamatory- atherosclerosis) a partir da hopoalbuminemia. A restrição proteica é claramente uma potencial causa na redução da síntese hepática de albumina, diminuindo as concentrações de albumina plasmática (Kaysen et al., 1995). O fígado é o único órgão que tem a capacidade de síntese da albumina perfazendo 2/3 das proteínas plasmáticas totais. Quadros de privação alimentar pode causar redução de até 50 % em sua produção. Essa hipoalbuminemia mostra correlação, do tipo inverso, com os níveis de colesterol total e LDL produzindo alterações fisiopatológicas no metabolismo lipídico através da diminuição da pressão oncótica, o que estimula a síntese hepática de albumina e outras proteínas, inclusive apolipoproteinas, determinando também o 74 DISCUSSÃO aumento de CT, triglicerídeos e lipoproteína (a) além da diminuição de HDL (Klafke et al., 2005). Nesta investigação os animais pertencentes ao grupo DOVX e DSham apresentaram um aumento significativo nas concentrações séricas de LDL, CT e triglicérides (Tabela 2 e Figura 19), mostrando correlação negativa com as concentrações séricas de proteínas totais e albumina, corroborando com os resultados mostrados na literatura (Klafke et al., 2005). Com isso, pode-se inferir que as alterações no perfil lipídico do grupo DOVX não é apenas consequência da diminuição dos níveis de estradiol, mas também somada a alterações provocadas pela ingestão reduzida de proteínas. A metodologia de pletismografia de cauda adotada nesse estudo teve o objetivo de avaliar os níveis de PAS e FC de forma crônica ao logo do tempo experimental, por ser uma técnica não invasiva, de fácil execução e baixo custo. Os achados durante o tempo experimental mostram que os animais pertencentes ao grupo COVX não apresentaram elevação da PAS durante o tempo de experimento, contudo os animais CSham exibiram elevação da PAS nos dois últimos meses experimentais. De acordo com a literatura esperava-se o inverso, com uma elevação da PAS no grupo COVX, devido às alterações causadas pela deficiência estrogênica, como por exemplo, aumento de atividade simpática, alterações metabólicas nas concentrações de lipoproteínas plasmáticas, disfunção endotelial com consequente diminuição do agente vasodilatador NO, alterações no sistema renina angiotensina bem como outras disfunções decorrentes de níveis diminuídos de estradiol (Stevenson et al., 1993; Koh, 2002; Fischer et al., 2002; Tostes, 2003;Carr, 2003; Kublickiene et al, 2005). Entretanto, Fortepiane et al. (2004), em um trabalho realizado com animais espontaneamente hipertensos (SHR) de 18 meses de vida, relatou que os animais OVX exibiram elevação da pressão arterial média inferior do que as apresentadas pelas ratas Sham. Uma possível resposta para esse resultado seria o aumento nos níveis plasmáticos de testosterona nos animais Sham. Neste mesmo trabalho observou-se elevações nos níveis séricos de testosterona nas ratas Sham, quando comparadas a ratas mais jovens e ratas OVX. Ainda é controverso que as concentrações de testosterona mudam após a menopausa. Algumas linhas de pesquisa afirmam haver aumento, mas outras não (Jiroutek et al. 1998; Burger et al., 2002). Não ficou claro o motivo de não haver mudanças na pressão arterial dos animais OVX, sabendo que a pressão arterial modifica em mulheres submetidas à ovariectomia (August & Oparil, 1999). Outro fator que poderia ser responsável pela elevação da PAS é a elevação da atividade da renina plasmática (ARP). Animais em menopausa natural 75 DISCUSSÃO apresentam maior ARP do que ratas jovens e ratas OVX mais velhas, (Fortepiane et al. 2004). Apesar de um tempo experimental mais curto, nossos resultados mostram concordância com algumas pesquisas, relatando uma elevação mais rápida de PAS nos animais com envelhecimento natural. Vários trabalhos do LFC confirmam que ratos submetidos a um quadro de desnutrição proteica em fases iniciais de seu desenvolvimento, apresentam diversas alterações fisiológicas, como por exemplo, aumento da FC (Martins, 2007; Bezerra, 2009; Albuquerque, 2009; Moura Jr, 2009), e alterações nos níveis basais de PAM (Tropia et al., 2001; Oliveira et al., 2007). Apesar de se tratar de um modelo animal diferente, sendo utilizadas fêmeas ao invés de machos, os resultados deste ensaio mostram haver uma elevação da PAS e da FC das ratas desnutridas quando comparados aos animais controles, não havendo diferenças entre os animais pertencentes ao grupo DSham e DOVX. Isso mostra que a OVX no grupo desnutrido não foi capaz de promover alterações hemodinâmicas em relação ao grupo DSham. Em outro estudo do LFC, Martins (2007), utilizando-se de manobras farmacológicas, demonstrou um aumento no tônus simpático e diminuição da participação parassimpática em ratos desnutridos quando comparados aos ratos controles. Neste estudo, a análise da variabilidade da FC no domínio da frequência demonstrou um predomínio do tônus simpático sobre o parassimpático, pois a relação LF/HF dos animais desnutridos se mostrou aumentada em relação ao controle. Esse desequilíbrio autonômico pode ser responsável pela elevação da frequência cardíaca encontrada no presente estudo. Outros trabalhos da literatura também tem relatado que a desnutrição proteica promove aumento da atividade simpática e diminuição da atividade parassimpática (Leon-Quinto et al., 1998). Apesar disso, as medidas realizadas através da metodologia direta, isto é, através de cateterização da artéria femoral, não foram observadas diferenças na PAM nos diferentes grupos estudados. Uma possível explicação para a PAM inalterada nos animais desnutridos, considerando que a PAM é uma variável hemodinâmica, que depende do debito cardíaco e da resistência vascular periférica e que, como já mencionado, ratos desnutridos apresentam aumento da atividade simpática, esperandose então um possível aumento da resistência vascular periférica. Contudo, uma possível queda do débito cardíaco como reflexo da disfunção ventricular já observada nesse modelo (Alves et al,. 2007), pode ter resultado na não alteração da PAM nesses animais. Os valores de FC mostraram-se similares entre as duas metodologias, 76 DISCUSSÃO mostrando-se elevados nos grupos desnutridos quando comparados aos grupos controles, estando assim em concordância aos trabalhos do LFC, (Martins, 2007; Bezerra, 2009). Diante disso, podemos afirmar que a OVX, bem como a desnutrição proteica não foram capazes de promover mudanças na PAM nesse modelo experimental, entretanto a desnutrição foi eficaz em proporcionar mudanças na PAS dos animais submetidos a tal dieta. Perante dados anteriores do LFC fazendo uso de ratos, que descrevem aumento da FC e PAM basais, atividade simpática vasomotora, atividade do SRA e dados da literatura mostrando alterações autonômicas decorrentes de uma situação de desnutrição em diferentes fases do desenvolvimento do animal e após perda das funções ovarianas, decidimos avaliar o balanço autonômico cardíaco de nossos animais. Porém, é importante ressaltar que a maioria dos trabalhos realizados no LFC é feito com ratos e não ratas, e o tempo que os animais são expostos à desnutrição maior. A dificuldade de encontrar trabalhos sobre desnutrição, em que os modelos animais são fêmeas e o protocolo mais longo, torna difícil a discussão dos resultados. Várias pesquisas utilizam protocolos que empregam o bloqueio farmacológico para avaliar o balanço simpatovagal sobre o coração, sendo esta a mesma metodologia adotada neste estudo (Ahmed et al., 1994; Convertino & Sather, 2000; Diz e Jacobowitz, 1984; Goldberger, 1999; Machado & Brody, 1989). As respostas cardiovasculares ao bloqueio do sistema nervoso simpático após administração endovenosa do β1-bloqueador, metoprolol, foi uma redução significativa da FC nas ratas COVX. Interessantemente, no grupo CSham a administração dessa droga não promoveu alterações significativas da FC. Baseado nisso pode-se inferir que apesar da OVX não alterar a FC basal, exerceu efeito sobre as respostas evocadas após administração de metoprolol. Quando analisado os grupos DSham e DOVX, o bloqueio farmacológico do sistema nervoso simpático, promoveu uma redução significativa da FC desses animais. Essa redução mostrou-se de tal forma que a FC dos grupos desnutridos após o bloqueio aproxima-se da FC do grupo CSham, sugerindo fortemente que os animais submetidos à dieta hipoproteica apresentem um aumento da atividade eferente simpática para o coração. Esses resultados corroboram dados da literatura que também demonstram aumento da atividade simpática em animais submetidos a diferentes protocolos de desnutrição (Phillips & Barker, 1997; Young et al., 1985; Martins, 2007). 77 DISCUSSÃO Fazendo uso do anticolinérgico, metil-atropina, para bloquear a porção parassimpática do SNA, nota-se um aumento na FC do grupo CSham quando comparado ao grupo COVX que não apresentou alterações após a infusão da droga. Esse resultado mostra também, que a OVX pode exercer um efeito sobre a FC e na resposta à administração de metil-atropina (Dias et al., 2010), podendo haver modificações sobre o sistema nervoso parassimpático. Essa mesma droga quando aplicada nos grupos DSham e DOVX não foi capaz de promover mudanças significativas na FC, indicando um prejuízo da participação vagal sobre o cronotropismo cardíaco em nosso modelo experimental, corroborando com dados anteriores do LFC (Martins, 2007). Com base nesses resultados podemos entender que tanto a OVX quanto a desnutrição foram capazes de induzir modificações na resposta a metil-atropina e metoprolol. Contudo, são resultados de difícil compreensão, visto que as ratas desnutridas sejam elas do grupo Sham ou OVX, apresentam concentrações reduzidas de estradiol. Então, há de se esperar que os prejuízos oriundos da desnutrição somem-se aos danos proporcionados pela deficiência estrogênica levando a um desequilíbrio ainda maior do controle autonômico cardíaco, ou mesmo um acabe “sobrepondo” o outro. Foi avaliada também neste estudo a frequência cardíaca intrínseca (FCI), obtida após o duplo bloqueio farmacológico do SNA. Machado & Brody (1989) demonstraram que tanto o aumento da atividade simpática quanto à diminuição da atividade vagal levam à diminuição da FCI. Após o duplo bloqueio farmacológico, todos os grupos de estudo tiveram redução significativa nos valores de FC comparado aos seus valores basais. Entretanto o perfil de variação da FC difere fortemente entre os grupos de estudo, tendo os grupos desnutridos uma variação de FC muito maior que os grupos controle. Não estando claro ainda sobre a existência ou não de alterações autonômicas decorrentes da OVX, resolveu-se utilizar mais três testes autonômicos para avaliar modificações oriundas de tal hipótese. O IAC, teste proposto por Golgberger (1999), faz uso de um artifício matemático, para ponderar o balanço autonômico para o coração. Este índice é definido como a razão entre o intervalo R-R basal (antes do bloqueio farmacológico) e o intervalo R-R intrínseco (após duplo bloqueio farmacológico). Valores de IAC que se apresentam maiores de 1 mostram a existência de um predomínio de atividade vagal sobre o coração, e valores que se mostrem inferiores a 1 caracterizam um predomínio de atividade simpática. Os resultados, curiosamente 78 DISCUSSÃO mostraram que tanto os grupos CSham e COVX quanto DSham e DOVX, apresentaram IAC inferior a 1, mostrando aumento de atividade simpática em todos os grupos de estudo. Porém, os grupos desnutridos mostraram uma redução ainda mais acentuada do IAC, revelando que a desnutrição contribui fortemente para elevação da atividade simpática. A OVX, não proporcionou modificações significativas no IAC nos diferentes grupos. É de total conhecimento que elevações na atividade simpática para o coração pode propiciar um maior risco de morte súbita em seres humanos e ratos devido à diminuição da VFC, (Judy et al., 1976; Fletcher, 2001; Schultz et al., 2007; Schultz e Li, 2007). Igualmente, muitos trabalhos mostram haver uma concordância em que mulheres na menopausa ou com perda ovariana precoce, apresentam elevação da atividade simpática, bem como perturbações alimentares, como a desnutrição, pode levar a esse quadro de atividade simpática aumentada (Young et al.,1985(He, 1998; Dantas, 2001; Sawaya et al., 2003; Czarnecka, 2009). O coração está sob influência direta dos dois sistemas, simpático (por todo o miocárdio) e parassimpático (para o nodo sinusal, miocárdio atrial, e nódulo atrioventricular) (Rabe, 2007). Esta modulação simpática e parassimpática é fortemente influenciada por informações oriundas dos barorreceptores, quimiorreceptores, sistema respiratório, sistema vasomotor sistema termorregulador e do sistema renina angiotensina aldosterona. Com isso, é possível aceitar que o coração não funciona de uma forma regular em seus batimentos, e, portanto alterações na FC, definidas como Variabilidade da Frequência cardíaca (VFC), dentro de um padrão de normalidade, indicam habilidade do coração em responder a múltiplos estímulos fisiológicos como também compensar desordens induzidas por doenças (Rejandra et al., 2006: Vanderlei et al., 2009; Marães, 2010). Nos últimos anos tem surgido na literatura dados que mostram uma significante correlação entre o risco de desenvolver arritmias letais e sinais de aumento da atividade simpática e, ou, diminuição da atividade parassimpática. Assim, a VFC constitui um potente e independente indicador de mortalidade cardiovascular. Todas essas observações encorajam pesquisadores a desenvolverem novos marcadores quantitativos da atividade autonômica (Task Force, 1996). Assim, o segundo teste autonômico foi a análise da variabilidade da FC. A análise da variabilidade da FC no domínio da frequência tem se mostrado um dos mais promissores métodos de análise do balanço autonômico cardíaco, inclusive com grande aplicação na clínica médica. Porém, deve-se ter muito cuidado ao se analisar estes dados 79 DISCUSSÃO isoladamente, uma vez que já foram descritas situações em que a utilização desta metodologia não é indicada para se avaliar a atividade simpática e, ou, parassimpática para o coração (Notarius & Floras, 2001). Por isso é interessante que a análise espectral não seja utilizada como única fonte de dados para avaliação de balanço autonômico cardíaco, pelo menos em modelos experimentais ainda não avaliados com essa metodologia. O poder da banda LF do espectro da FC é amplamente aceito como um índice de modulação simpática, enquanto que o poder da banda de HF está fortemente associado com a modulação parassimpática (Task Force, 1996). Por outro lado, há evidências de que a banda LF do espectro da FC também representa modulação parassimpática, (Appel et al., 1989). Assim, o poder total das bandas LF ou HF representa corretamente a modulação autonômica quando apresentados em unidades normalizadas, ou pela média da razão LF/HF (Montano et al., 1994). Os resultados deste trabalho mostraram que a OVX não afetou a relação LF/HF no grupo COVX quando comparado ao grupo CSham, como também não afetou a relação LF/HF do grupo DOVX comparado ao grupo DSham, sugerindo que a OVX em ratas Fisher não evoca alterações autonômicas neste modelo experimental. No entanto, o quadro de desnutrição proteica imposta aos animais foi capaz de provocar uma elevação da relação LF/HF neste grupo. Esses achados sugerem que uma dieta composta por 6% de proteína induz um descontrole autonômico, com predominância simpática e redução da parassimpática, em ratas Fisher de 40 semanas. Em concordância com esta investigação, Dias (2010) mostrou em ratas Wistar que a OVX não foi capaz de promover alteração no balanço cardíaco simpatovagal. Mais uma vez, em anuência ao nosso estudo, dados de Martins (2007), em um trabalho realizado no LFC com ratos Fisher, reportou que animais submetidos a uma dieta hipoproteica por um período de 35 dias, apresentam um descontrole do balanço autonômico com uma prevalência do sistema nervoso simpático sobre o sistema nervoso parassimpático. Em última análise, objetivou-se avaliar neste estudo o tônus autonômico cardíaco, com o intúito de aferir a participação individual de cada um dos componentes do SNA. Apesar de não ter ficado claro, a avaliação destes parâmetros revelou que as ratas desnutridas apresentaram um maior tônus simpático quando comparadas às ratas controle, visto que, de acordo com o equilíbrio existente entre simpático e parassimpático, os animais desnutridos mostram importantes reduções no tônus parassimpático, logo, o sistema nervoso simpático teria seus efeitos aumentados. A OVX não modificou o tônus simpático nos animais submetidos à desnutrição proteica. 80 DISCUSSÃO Porém, no grupo controle, os animais OVX apresentaram tônus simpático menor que dos animais CSham. Uma possível explicação para esse curioso resultado seria que o processo de envelhecimento causa um esgotamento do tônus vagal e consequente aumento da atividade simpática, portanto indivíduos mais velhos possuem uma VFC mais reduzida (Paschoal, 2006; Loppes, 2007). Além disso, ratas COVX tiveram um aumento tônus parassimpático quando comparado aos demais grupos. Nossos resultados se aproximam a dados anteriores do LFC em que ratos submetidos à desnutrição proteica têm um descontrole da atividade autonômica para o coração, havendo prevalência do sistema nervoso simpático sobre o sistema nervoso parassimpático. Tomados em conjunto os resultados dos testes autonômicos desta pesquisa revelam que a desnutrição proteica imposta a ratas Fisher durante 40 semanas modifica negativamente o balanço autonômico simpatovagal para o coração havendo um aumento da atividade simpática e diminuição da atividade parassimpática. Já a analise se a ausência de estradiol levaria a um desequilíbrio autonômico, os dados obtidos através de diferentes testes autonômicos, revelaram que a OVX não evocou mudanças autonômicas marcantes em nossos modelos experimentais. Um problema com o estudo de alterações autonômicas, e hipertensão decorrentes da redução de estradiol circulante, é a ausência de um modelo animal bem aceito entre os pesquisadores. Vários são os modelos animais utilizados, como primatas , ovelhas, coelhos, camundongos e ratos têm sido muito utilizados, contudo, nenhuns destes modelos apresentam um quadro de hipertensão pós-menopausa ocorrendo naturalmente, (Reckelhof & Fortepiane, 2004). Sabemos que muito ainda deve ser feito na tentativa de se elucidar os mecanismos pato-fisiológicos responsáveis pelas alterações acima mencionadas. Tal conhecimento poderia fornecer informações cruciais que levariam ao aperfeiçoamento de métodos de tratamento de distúrbios homeostáticos em pessoas acometidas por desnutrição protéica e em mulheres na pós-menopausa ou com perda precoce das funções ovarianas, além de contribuir com os governos de países subdesenvolvidos na adoção de políticas de saúde mais adequadas. 81 LIMITAÇÕES DO ESTUDO LIMITAÇÕES DO ESTUDO 82 LIMITAÇÕES DO ESTUDO 6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO Nosso trabalho apresenta algumas limitações que devem ser consideradas. Por se tratar de um estudo de uma variável que só se manifesta cronicamente, e a desnutrição ser uma síndrome de forte impacto sobre a fisiologia corporal, ao longo dos meses de experimento enfrentamos diversos problemas. Um deles, a perda dos animais referente ao grupo desnutrido, por alguns fatores que valem ser mencionados: • Devido à dieta ofertada anteriormente aos animais apresentarem-se na forma de pó, estes apresentavam um crescimento exagerado da dentição, vindo a prejudicar a posterior ingestão de alimento, e o animal vindo a óbito por inanição. Com isso vimos a necessidade de buscar uma forma para tornar a ração mais dura, para melhor alimentação nos animais. Outra limitação de nosso estudo trata-se do modelo animal escolhido. Segundo a literatura, os estudos das mudanças fisiológicas decorrentes da diminuição das concentrações plasmáticas de estradiol, seja por menopausa ou por outro motivo que leve à perda das funções ovarianas, torna-se difícil devido à ausência de um modelo animal amplamente aceito entre os pesquisadores. Entretanto, Fortepiane (2004) e Reckelhoff (2004) acreditam que a linhagem de rato espontaneamente hipertenso (SHR) seja o melhor modelo para este tipo de estudo porque apresentam cessação bem definida dos ciclos estrais com diminuição dos níveis estrogênicos e aumento da pressão arterial média quando comparado ao estado pré-ovariectomia. 83 PERSPECTIVAS PERSPECTIVAS 84 PERSPECTIVAS 7. PERSPECTIVAS Devido aos dados bem contraditórios aos diversos testes autonômicos aplicados em ratas de 40 semanas nesse trabalho, nossa equipe pretende avaliar agora a atividade autonômica em ratas mais jovens para avaliar se o fator idade gerou as modificações observadas nesse trabalho. 85 CONCLUSÃO CONCLUSÃO 86 CONCLUSÃO 7. CONCLUSÃO A partir da análise e discussão dos resultados encontrados neste trabalho podemos concluir que: Redução nas concentrações plasmáticas de estrógenos por ovariectomia leva a um descontrole do metabolismo das lipoproteínas gerando um uma situação hiperlipidêmica com elevação sérica principalmente de LDL, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. Ovariectomia em ratas Fisher de 40 semanas não promove alterações autonômicas cardíacas no modelo experimental utilizado. A desnutrição proteica provoca redução significativa no peso corporal dos animais, e também causa um descontrole do metabolismo lipídico e proteico levando à hipoalbuminemia e hiperlipidemia que são importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares. A desnutrição proteica foi capaz de promover alterações autonômicas cardíacas em ratas Fisher. Mesmo não causando modificações diretas sobre a atividade autonômica cardíaca, a redução dos níveis plasmáticos de estradiol é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. 87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 88 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. ADRIANA KLAFKE, EMÍLIO MORIGUCHI & ELVINO JOSÉ G.BARROS (2005) Perfil Lipídico de Pacientes com Insuficiência Renal Crônica em Tratamento Conservador, Hemodiálise ou Diálise Peritonial. J.Bras.Nefrol. 27, 116-123. 2. AGARWAL K.N., PRASAD C. & TANEJA V. 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Animal CSham COVX DSham DOVX 1 255 300 100 95 2 249 295 89 98 3 241 280 102 118 4 260 305 90 100 5 251 331 103 103 6 228 298 98 105 7 255 287 102 112 8 215 270 9 250 270 10 253 266 11 250 270 12 198 265 13 238 260 Média ± EPM 241,3 ± 4,9 284,4 ± 5,7 99,14 ± 2,9 104,4 ± 3,02 Tabela 10- Acúmulo de Gordura intra-abdominal, valores por animal (Gramas) Animal CSham COVX DSham DOVX 1 11,0462 17,2851 0,7555 0,9565 2 11,0678 14,0304 0,9400 1,9588 3 13,1299 15,2492 0,2398 0,7644 4 12,6545 17,1300 0,8212 1,6683 5 9,6364 13,9346 0,6543 2,4361 6 10,2345 18,6885 0,6435 1,1243 7 10,1234 18,9859 Média ± EPM 11,12 ± 0,49 16,47 ± 0,79 0,67 ± 0,098 1,48 ± 0,26 . 106 APÊNDICE Tabela 11- Concentrações plasmáticas de LDL (mg/dL). Animal CSham COVX DSham DOVX 1 31,40 62,66 46,87 53,25 2 44,36 40,08 51,71 85,00 3 36,16 65,05 72,91 52,14 4 14,74 62,41 85,71 51,75 5 37,10 61,83 62,14 82,26 6 23,80 53,99 59,95 58,26 7 28,00 54,10 48,66 53,20 Média ± EPM 30,7 ± 3,6 57,1 ± 3,2 61,1 ± 5,3 62,2 ± 5,6 Tabela 12- Concentrações plasmáticas de HDL (mg/dL). Animal CSham COVX DSham DOVX 1 31,00 26,00 18,00 18,00 2 22,00 35,00 15,00 24,00 3 41,00 16,00 24,00 30,00 4 28,00 20,00 27,00 26,00 5 26,00 28,00 19,00 25,00 6 29,00 25,00 18,00 21,00 7 28,00 23,00 19,00 19,00 Média ± EPM 29,3 ± 2,2 24,7 ± 2,2 20,0 ± 1,5 23,3 ± 1,6 Tabela 13- Concentrações séricas de Colesterol total (CT) Animal CSham COVX DSham DOVX 1 69,00 111,00 69,00 79,00 2 82,00 88,00 68,00 121,00 3 70,00 98,00 111,00 93,00 4 50,00 97,00 128,00 85,00 5 86,00 71,00 87,00 118,00 6 62,00 99,00 83,00 92,00 7 75,00 89,00 72,00 85,00 Média ± EPM 70,5 ± 4,6 93,3 ± 4,7 88,3 ± 8,7 96,1 ± 6,3 107 APÊNDICE Tabela 14- Concentrações séricas de Triglicérides (Trig) Animal CSham COVX DSham DOVX 1 57,00 87,00 20,00 22,00 2 16,00 30,00 20,00 53,00 3 88,00 87,00 28,00 57,00 4 81,00 37,00 40,00 36,00 5 101,00 35,00 45,00 55,00 6 66,00 81,00 28,00 67,00 7 80,00 34,00 26,00 63,00 Média ± EPM 69,8 ± 10,4 55,8 ± 10,3 39,3 ± 9,4 52,2 ± 4,6 Tabela 15- Concentrações séricas de lipoproteína de muita baixa densidade (VLDL) Animal CSham COVX DSham DOVX 1 11,49 17,33 3,99 7,00 2 3,11 6,04 1,89 10,60 3 17,69 17,42 14,49 11,36 4 16,13 7,45 15,85 7,28 5 20,19 7,05 5,54 11,08 6 13,20 16,27 5,19 13,33 7 16,00 6,75 4,43 12,69 Média ± EPM 13,9 ± 2,1 11,1 ± 2,0 7,3 ± 2,0 10,4 ± 0,9 Tabela 16- Concentrações séricas de Proteínas totais (g/dL). Animal CSham COVX DSham DOVX 1 6,70 6,60 4,70 5,00 2 7,10 6,70 5,60 5,40 3 6,80 6,80 5,10 5,20 4 4,80 5,90 5,50 5,60 5 7,50 6,80 5,60 5,40 6 5,60 6,60 5,10 5,60 7 6,20 7,20 5,20 5,10 Média ± EPM 6,38 ± 0,35 6,65 ± 0,14 5,2 ± 0,12 5,32 ± 0,08 108 APÊNDICE Tabela 17- Concentrações séricas de albumina (g/dL) Animal CSham COVX DSham DOVX 1 4,90 4,90 2,80 2,80 2 4,60 4,60 2,50 2,50 3 4,80 4,10 2,70 2,50 4 4,20 4,50 2,40 2,50 5 4,00 4,90 2,20 2,10 6 4,80 4,80 2,80 2,30 7 4,50 4,60 2,40 2,00 Média ± EPM 4,54 ± 0,12 4,62 ± 0,10 2,54 ± 0,08 2,38 ± 0,10 Tabela 18- Concentrações séricas de globulina (g/dL). Animal CSham COVX DSham DOVX 1 3,75 3,89 1,95 2,34 2 3,42 4,14 2,70 2,30 3 3,95 3,66 2,20 2,70 4 3,10 3,33 2,65 2,60 5 4,49 3,91 2,45 2,80 6 3,85 3,79 2,00 2,16 7 3,30 4,59 2,27 2,08 Média ± EPM 3,69 ± 0,17a 3,90 ± 0,14a 2,31 ± 0,11b 2,42 ± 0,10b Tabela 19- Valores de FC (BPM e PAS( mmHg), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda CSham PAS FC Animal 1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 1 108 106 110 120 134 345 335 343 350 376 2 112 115 118 123 125 362 360 370 365 385 3 112 110 120 131 138 363 360 370 365 367 4 108 105 113 128 133 371 377 370 380 388 5 104 104 115 129 133 389 394 380 390 396 6 118 121 129 130 133 386 349 360 370 417 7 115 116 120 132 136 375 382 350 360 320 111±1 111±2 118±2 128±1 133±1 371±5 365±7 363±4 369±4 Média ± EPM 378 ±11 109 APÊNDICE Tabela 20- Valores de FC (BPM e PAS( mmHg), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda COVX PAS FC Animal 1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 1 112,3 114,8 116,4 113,3 108,3 345,8 342,6 355,7 370,9 385,6 2 119,3 124,3 125,4 128,1 137,2 389,9 399,5 391,6 389,9 390,8 3 110,5 113,1 115,5 119,5 117,9 366,8 365,4 370,3 375,8 372,7 4 121,4 121,3 122,5 120,4 119,1 380,8 369,5 370,8 375,8 395,9 5 106,4 108,6 105,5 102,4 96,5 396,6 406,8 390,9 401,7 405,2 6 130,3 134,6 129,4 124,5 121,4 360,6 354,3 359,8 389,7 366,1 7 118,7 117,9 120,5 128,7 130,0 350,8 347,5 338,8 330,8 325,3 Média 116,9 ± 119,2 ± 119,3 119,1 118,6 370,2 369,4± 368,3 376,4 377,4 ± EPM 3,0 3,2 ± 2,9 ± 3,5 ± 5,1 ± 7,3 9,4 ± 7,1 ± 8,6 ± 10 Tabela 21- Valores de FC (BPM e PAS( mmHg), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda DSham PAS FC Animal 1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 1 136,3 135,5 138,9 139,4 141,6 435,6 421,9 500,1 402,3 445,4 2 108,8 106,1 130,1 137,1 140,4 422,8 435,6 457,4 433,5 412,6 3 125,6 120,8 131,1 124,3 150,6 432,8 416,5 484,2 465,0 438,9 4 127,7 125,7 140,4 141,2 147,1 429,8 515,6 476,2 453,3 391,4 5 138,7 134,8 132,1 137,1 143,6 431,9 468,5 485,5 448,3 424,3 6 133,6 131,8 134,8 144,1 148,7 434,7 314,2 440,6 453,3 437,9 7 134,6 158,5 135,7 138,7 146,9 443,9 463,3 449,6 452,4 430,7 Média 129,3 ± 130,5 ± 134,7 137,4 145,6 433,1 433,6 470,5 444,0 425,9 ± EPM 3.8 6.0 ± 1,4 ± 2,3 ± 1,4 ± 2,4 ± 23,6 ± 8,2 ± 7,7 ± 7,0 110 APÊNDICE Tabela 22- Valores de FC (BPM e PAS( mmHg), durante 5 meses pelo método de plestimografia de cauda PAS FC 1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 1º. 2º. 3º. 4º. 5º. 1 132,7 130,9 138,5 141,3 146,9 432,7 386,4 400,9 408,9 352,9 2 134,5 169,3 136,8 134,6 131,7 463,5 396,5 498,5 465,6 391,1 3 139,7 131,1 146,2 124,3 143,5 453,7 388,5 453,5 406,4 389,4 4 135,5 130,4 149,8 137,4 198,5 412,8 342,1 465,9 457,4 482,4 5 136,8 139,3 147,1 138,1 147,1 465,8 459,3 549,0 467,5 401,3 6 142,6 149,2 146,6 141,8 147,6 453,8 401,7 461,9 445,7 421,1 7 137,6 128,0 142,8 137,6 145,6 439,8 423,1 453,5 431,8 429,8 Média 137,1 ± 139,8 ± 143,9 136,4 151,4 446,1 399,7 469,1 440,5 409,7 ± EPM 1,2 5,6 ± 1,8 ± 2,2 ± 8,1 ± 7,1 ±13,5 ±17,2 ± 9,6 ±15,2 DOVX Animal Tabela 23- Níveis basais de PAM (mmHg) nos diferente grupos de estudo Animal CSham COVX DSham DOVX 1 109,9 118,9 110,9 112,1 2 111,2 109,6 113,1 114,7 3 108,4 110,4 123,4 84,3 4 90,7 109,4 113,7 109,6 5 104,4 77,3 135,2 111,8 6 98,3 99,6 92,1 104,1 7 124,8 113,7 127,8 107,6 8 105,3 108,5 107,5 128,1 9 110,6 108,5 70,8 117,2 10 106,6 116,5 103,4 93,8 Média ± EPM 107,1 ± 2,8 107,4 ± 3,7 114,6± 4 108,4 ± 3,8 111 APÊNDICE Tabela 24- Níveis basais de FC (BPM) nos diferentes grupos de estudo. Animal CSham COVX DSham DOVX 1 483,4 435,1 413,7 476,1 2 413,4 398,9 500,1 444,8 3 402,9 358,7 486,1 355,6 4 316,6 456,1 451,2 479,3 5 386,5 368,5 397,1 412,1 6 374,6 312,6 498,5 460,1 7 376,6 336,6 498,9 476,7 8 344,7 342,1 503,2 498,4 9 396,7 342,1 420,4 508,4 10 431,1 379,6 440,1 424,6 Média ± EPM 392,7 ± 14,5 373,1 ± 14,3 460,9 ± 13,1 453,6 ± 14,5 Tabela 25- FC (BPM) antes e após administração de metil-atropina nos grupos controles. CSham COVX FC metil- FC Basal 1 483,4 453,5 435,1 427,7 2 413,4 480,4 398,9 418,5 3 402,9 451,6 358,7 406,4 4 316,6 376,2 456,1 406,5 5 386,5 470,2 368,5 348,3 6 374,6 5094 312,6 285,6 7 376,6 336,6 8 344,7 342,1 9 396,7 342,1 10 431,1 379,6 Média ± EPM 392,7 ± 14,5 atropina 456,9 ± 18,2 FC Basal FC metil- Animal 373,1 ± 14,3 atropina 382,2 ± 22,4 112 APÊNDICE Tabela 26- PAM antes e após administração de metil-atropina nos grupos controles. CSham COVX PAM metil- PAM metil- Animal PAM Basal 1 109,9 109,1 118,9 117,8 2 111,2 113,6 109,6 106,6 3 108,4 104,2 110,4 114,5 4 90,7 95,1 109,4 107,2 5 104,4 106,3 77,3 45,2 6 98,3 102,5 99,6 95,7 7 124,8 113,7 8 105,3 108,5 9 110,6 108,5 10 106,6 116,5 Média ± EPM 107,1 ± 2,8 atropina 105,2 ± 2,5 PAM Basal atropina 107,3 ± 3,7 97,8 ± 10,9 Tabela 27- FC (BPM) antes e após administração de metil-atropina nos grupos desnutridos DSham DOVX FC metil- FC Basal 1 413,7 324,1 476,1 464,2 2 500,1 435,1 444,8 461,9 3 486,1 443,1 355,6 324,1 4 451,2 464,1 479,3 468,7 5 397,3 456,3 412,1 445,1 6 498,5 359,7 460,1 424,9 7 498,9 497,7 476,7 8 503,2 498,4 9 420,4 508,4 10 440,1 424,6 Média ± EPM 461 ± 13 atropina 425,8 ± 23,2 FC Basal FC metil- Animal 453,7 ± 14,5 atropina 431,5 ± 22,4 113 APÊNDICE Tabela 28- PAM (mmHG) antes e após administração de metil-atropina nos grupos desnutridos DSham DOVX PAM metil- PAM metil- Animal PAM Basal 1 110,9 84,8 112,1 114,3 2 113,1 99,7 114,7 113,9 3 123,4 114,5 84,3 84,8 4 113,7 115,8 109,6 115,1 5 135,2 120,1 111,8 110,5 6 92,1 127,2 104,1 98,5 7 127,8 92,9 107,6 8 107,5 128,1 9 70,8 117,2 10 103,4 93,8 Média ± EPM 109,8 ± 5,8 atropina 107,9 ± 5,8 PAM Basal atropina 108,4 ± 3,8 106,2 ± 4,9 Tabela 29- FC (BPM) antes e após administração de metoprolol nos grupos controles. CSham COVX Animal FC Basal FC metoprolol FC Basal FC metoprolol 1 483,4 352,1 435,1 277,5 2 413,4 318,5 398,9 296,7 3 402,9 334,7 358,7 299,6 4 316,6 394,8 456,1 317,1 5 386,5 387,2 368,5 332,4 6 374,6 312,6 7 376,6 336,6 8 344,7 342,1 9 396,7 342,1 10 431,1 379,6 Média ± EPM 392,7 ± 14,5 357,5 ± 14,73 373 ± 14,3 304,7 ± 9,3 114 APÊNDICE Tabela 30- PAM (mmHg) antes e após administração de metoprolol nos grupos controles CSham COVX Animal PAM Basal PAM metoprolol PAM Basal PAM metoprolol 1 109,9 121,6 118,9 99,9 2 111,2 98,7 109,6 101,1 3 108,4 114,6 110,4 100,3 4 90,7 108,1 109,4 109,9 5 104,4 109,8 77,3 109,2 6 98,3 99,6 7 124,8 113,7 8 105,3 108,5 9 110,6 108,5 10 106,6 116,5 Média ± EPM 107,1 ± 2,8 110,6 ± 3,7 107,3 ± 3,7 104,1 ± 2,2 Tabela 31- FC (BPM) antes e após administração de metoprolol nos grupos desnutridos DSham DOVX Animal FC Basal FC metoprolol FC Basal FC metoprolol 1 413,7 388,6 476,1 375,9 2 500,1 411,3 444,8 398,6 3 486,1 339,3 355.6 390,1 4 451,2 337,6 479,3 371,6 5 397,1 412,1 6 498,5 460,1 7 498,9 476,7 8 503,2 498,4 9 420,4 508,4 10 440,1 424,6 Média ± EPM 461 ± 13,1 369,3 ± 18,35 453,7 ± 14,5 384,1 ± 6,2 115 APÊNDICE Tabela 32- PAM (mmHg) antes e após administração de metoprolol nos grupos desnutridos DSham DOVX Animal PAM Basal PAM metoprolol PAM Basal PAM metoprolol 1 110,9 121,1 112,1 105,3 2 113,1 106,8 114,7 121,5 3 123,4 73,1 84,3 105,3 4 113,7 106,1 109,6 93,1 5 135,2 105,4 111,8 100,1 6 92,1 104,1 7 127,8 107,6 8 107,5 128,1 9 70,8 117,2 10 103,4 93,8 Média ± EPM 109,8 ± 5,8 102,5 ± 7,9 108,4 ± 3,8 105,1 ± 4,6 Tabela 33: FC (BPM) antes e após duplo bloqueio farmacológico nos grupos controles. CSham COVX Animal FC Basal FC duplo bloq. FC Basal FC duplo bloq. 1 483,4 367,7 435,1 323,4 2 413,4 364,1 398,9 335,9 3 402,9 320,4 358,7 336,5 4 316,6 337,4 456,1 369,3 5 386,5 344,3 368,5 337,1 6 374,6 414,8 312,6 218,3 7 376,6 309,5 336,6 332,7 8 344,7 330,5 342,1 332,5 9 396,7 318,8 342,1 305,6 10 431,1 365,1 379,6 281,9 Média ± EPM 392,7 ± 14,5 347,3 ± 9,9 373 ± 14,3 317,4 ± 13,1 116 APÊNDICE Tabela 34- PAM (mmHg) antes e após duplo bloqueio farmacológico nos grupos controles. CSham COVX Animal PAM Basal PAM duplo bloq. PAM Basal PAM duplo bloq. 1 109,9 106,1 118,9 109,3 2 111,2 110,8 109,6 104,4 3 108,4 91,3 110,4 106,7 4 90,7 92,7 109,4 107,5 5 104,4 100,9 77,3 52,9 6 98,3 97,9 99,6 96,9 7 124,8 119,1 113,7 103,5 8 105,3 102,8 108,5 99,4 9 110,6 120,6 108,5 100,9 10 106,6 107,3 116,5 110,8 Média ± EPM 107,1 ± 2,8 105 ± 3,1 107,3 ± 3,7 99,29 ± 5,3 Tabela 35- FC (BPM) antes e após duplo bloqueio farmacológico nos grupos desnutridos. DSham DOVX Animal FC Basal FC duplo bloq. FC Basal FC duplo bloq. 1 413,7 277,5 476,1 322,3 2 500,1 317,6 444,8 326,1 3 486,1 304,6 355,6 272,7 4 451,2 347,9 479,3 318,3 5 397,1 386,7 412,1 337,4 6 498,5 281,7 460,1 408,7 7 498,9 368,8 476,7 337,6 8 503,2 366,7 498,4 375,5 9 420,4 376,2 508,4 338,5 10 440,1 311,2 424,6 337,8 Média ± EPM 461 ± 13,1 332,2 ± 11,6 453,7 ± 14,5 337,6 ±11,2 117 APÊNDICE Tabela 36- PAM (mmHg) antes e após duplo bloqueio farmacológico nos grupos desnutridos. DSham DOVX Animal PAM Basal PAM duplo bloq. PAM Basal PAM duplo bloq. 1 110,9 103,8 112,1 108,3 2 113,1 119,6 114,7 113,8 3 123,4 104,6 84,3 104,4 4 113,7 123,5 109,6 103,9 5 135,2 122,6 111,8 95,5 6 92,1 112,6 104,1 94,7 7 127,8 78,6 107,6 98,2 8 107,5 115,7 128,1 120,2 9 70,8 112,5 117,2 98,1 10 103,4 109,9 93,8 88,3 Média ± EPM 109,8 ± 5,8 106,8 ± 5,1 108,4 ± 3,8 102,6 ± 3,1 Tabela 37- LF e HF durante o período basal e razão LF/HF dos grupos controles. CSham COVX Animal LF(un) HF(um) LF/HF LF(um) HF(um) LF/HF 1 24 76 0,32 25 75 0,36 2 33 67 0,57 30 70 0,47 3 24 76 0,34 34 66 0,55 4 35 65 0,56 27 73 0,39 5 49 51 0,45 21 79 0,29 6 28 72 0,61 28 72 0,42 7 43 57 0,46 32 68 0,53 8 35 65 31 69 0,54 9 31 69 34 66 0,52 33,5±2,7 66,4±2,7 29,1±1,4 70,8±1,4 0,45± 0,03 Média ± EPM 0,47± 0,04 118 APÊNDICE Tabela 38- LF e HF durante o período basal e razão LF/HF dos grupos desnutridos. DSham DOVX Animal LF(un) HF(um) LF/HF LF(um) HF(um) LF/HF 1 35 65 0,32 16 84 0,36 2 38 62 0,57 48 52 0,47 3 30 70 0,34 28 72 0,55 4 28 72 0,56 26 74 0,39 5 16 84 0,45 34 66 0,29 6 48 52 0,61 50 50 0,42 7 36 64 0,46 29 71 0,53 8 49 51 41 59 0,54 9 14 33 26 50 0,52 32,6±4,08 61,4±4,8 33,1±3,7 64.2±4,04 0,71±0,09 Média ± EPM 0.73±0,09 119