Conceitos Gramaticais Ens. Ling.

Transcrição

Conceitos Gramaticais Ens. Ling.
Universidade de Brasília
Instituto de Letras
Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução (LET)
Disciplina: Cód. Gramática e Ensino de Línguas
Prof. Responsável: Dr José Carlos P. Almeida Filho
2º. Sem. 2014
OBJETIVO
A área de Aprendizagem e Ensino de Línguas tem uma relação forte e sui
generis com a gramática. Na longa história da profissão, o estudo da forma das
línguas tornou-se o eixo organizador de muitos métodos filiados à tradição da
abordagem gramatical. É preciso de início buscar conhecer os múltiplos
conceitos de língua e linguagem para nuclear aqueles que tomam a gramática
como o eixo sistêmico para o ensino e a aprendizagem de novas línguas. As
tradições de produção de gramáticas e da linguística geral depois dos anos 60
do século passado influenciaram muito o ensino de línguas.
Quando a
disciplina escolar Língua Portuguesa ou Língua Estrangeira foi equiparada às
demais disciplinas ditas de conteúdo o efeito foi consagrar a gramática (e o
léxico) como seu conteúdo natural. A febre aplicadora de teorias linguísticas,
tão promissora a princípio, logo cedeu lugar a experiências de aplicação de
teorias magnéticas como a gerativo-transformacional. Quando muitos se
convenceram de a gramática mais adequada para um ensino contemporâneo
de línguas era a nocional tradicional com críticas, a pecha de tradicional
afastou-a das salas e um ensino meio envergonhada da gramática passou a
ser ministrado. Mesmo na fase brasileira pós 1978, quando aqui se introduziu o
ensino de corte agora comunicacional, o ensino da gramática não arredou pé
de seu lugar nucleador das decisões práticas e concretas de um curso de
língua camaleando-se em ensino gramatical comunicativizado. A possibilidade
de se produzirem agora gramáticas comunicativas será explorada na disciplina
além do idéia de uma gramática pedagógica ao alcance dos aprendizes. O
lugar relativo da gramática e da explicitação gramatical serão igualmente
discutidos e aplicados nesta disciplina a contextos brasileiros de ensino e de
aprendizagem de línguas, nos esforços de professores alunos de línguas assim
como na ação de terceiros. Perguntamo-nos, primeiro, qual o lugar da
gramática no ensino comunicativo de línguas e como um professor ou
professora de língua voltado para um ensinar para a aquisição deve
desempenhar sua ação de ensinar gramática e sob quais condições. Uma teoria
de aquisição terá de estar subjacente para que possa fundamentar posições.
Essas perguntas e outras apontam para o conceito de abordagem e não
método como central na configuração da prática de ensinar e aprender uma
nova língua. Posições favoráveis à permanência da centralidade da gramática
na grande operação de ensino de línguas serão exploradas assim como
posições nuançadas de ensino de gramática como prática subalterna à
centralidade da interação construída para o sentido.
PROGRAMA
1.
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7.
8.
9.
Conceitos de língua e linguagem na tradição linguística;
Perspectiva histórica do ensino da gramática em métodos e abordagens;
Fases do desenvolvimento do ensino gramatical de línguas no Brasil;
Relação entre a abordagem gramatical e as crenças enraizadas no público
sobre ensino de línguas;
Gramática tradicional e crítica a ela dirigida;
Categorias de uma gramática comunicativa – o caso do inglês;
Características salientes ou centrais da abordagem humanístico-interativocomunicacional e o lugar relativo do estudo gramatical explícito e atento;
Gramáticas pedagógicas;
A pesquisa sobre o ensino da gramática no país e exterior.
AVALIAÇÃO
TAREFAS PARA AVALIAÇÃO NESTA DISCIPLINA
(1) Construção de aspectos selecionados de uma gramática comunicativa.
Trabalho em pares num artigo para publicação numa revista nacional
ou estrangeira ou como capítulos de uma só coletânea temática. (50
pontos)
(2) Exercício individual de composição escrita individual de um artigueto
para a seção Artigo de Capa no Portal SALA a partir de um tópico
relacionado com a disciplina que o professor apresentará duas
semanas antes da data aprazada para a realização da “prova”. (50
pontos)
BIBLIOGRAFIA
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