Livro de Resumos - (Siepe) da UFPR

Transcrição

Universidade Federal do Paraná
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Coordenadoria de Iniciação Científica e Integração Acadêmica
Livro de Resumos
Volume 1
21
21º Evento de Iniciação Científica
6
Evento dede
Iniciação
em
6º6ºEvento
Inovação
Desenvolvimento Tecnológico
Tecnológica
e Inovação
Curitiba – Paraná
2013
Outubro/2013
Projeto Gráfico
Karina Sabbag
Editoração
Reinaldo Cezar Lima
Criação Logomarca EVINCI
Quintino Dalmolin e Rodrigo Lofrano Alves
Todos os resumos neste livro foram reproduzidos de cópias fornecidas pelos autores. O
conteúdo dos mesmos é de exclusiva responsabilidade dos seus autores. A Coordenação
do 21º EVINCI e 6º EINTI, seus assessores ad hoc e comitês de avaliação não se responsabilizam por consequências decorrentes do uso de quaisquer dados, afirmações e/ou
opiniões inexatas (ou que conduzam a erro) publicadas neste livro.
Coordenação do 21º EVINCI e do 6º EINTI
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SISTEMA DE BIBLIOTECAS – BIBLIOTECA CENTRAL
COORDENAÇÃO DE PROCESSOS TÉCNICOS
U58
Universidade Federal do Paraná. Evento de Iniciação Científica (21. :
2013 : Curitiba)
Livro de resumos / 21. Evento da Iniciação Científica - EVINCI; 6.
Evento de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação EINTI, Curitiba, 07 a 11 de outubro, 2013; Universidade Federal do
Paraná. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. – Curitiba,
2013.
2 v.
ISSN 19839863
1. Pesquisa - Resumos. 2. Universidades e faculdades - Pesquisa Congressos. I. Universidade Federal do Paraná. Evento de Iniciação
em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (6. : 2013 : Curitiba, PR).
II. Universidade Federal do Paraná. Pró- Reitoria de Pesquisa e PósGraduação. III. Título.
CDU 1976 001.891(816.2)
CDD 20.ed. 016.378
ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Reitor
Zaki Akel Sobrinho
Vice-Reitor
Rogério Andrade Mulinari
Pró-Reitor de Administração
Álvaro Pereira de Souza
Pró-Reitora de Extensão e Cultura
Deise Cristina de Lima Picanço
Pró-Reitora de Graduação e Educação Profissional
Maria Amélia Sabbag Zainko
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Edilson Sergio Silveira
Pró-Reitora de Planejamento, Orçamento e Finanças
Lúcia Regina Assumpção Montanhini
Pró-Reitora de Assuntos Estudantis
Rita de Cássia Lopes
Pró-Reitor de Gestão de Pessoas
Adriano do Rosário Ribeiro
DIRETORES DE SETOR
Setor de Ciências Agrárias
Eduardo Teixeira da Silva
Setor de Ciências Biológicas
Luiz Cláudio Fernandes
Setor de Ciências Sociais Aplicadas
Ana Paula Mussi Szabo Cherobim
Setor de Ciências Exatas
Marcos Sfair Sunye
Setor de Ciências Jurídicas
Ricardo Marcelo Fonseca
Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Maria Tarcisa Silva Bega
Setor de Ciências da Saúde
Claudete Reggiani
Setor de Ciências da Terra
Donizeti Antonio Giusti
Setor de Comunicação e Design
Dalton Bezerra
Setor de Educação
Andréa do Rocio Caldas
Setor de Educação Profissional e Tecnologia
Luiz Antonio Passos Cardoso
Setor Litoral
Valdo José Cavallet
Setor Palotina
Elisandro Pires Frigo
Setor de Tecnologia
Marcos Antonio Marino
ADMINISTRAÇÃO DA PRPPG
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Edilson Sérgio Silveira
Maria de Fátima Mantovani
Coordenadoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia
Graciela Inez Bolzon de Muniz
Coordenadoria de Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu
Vânia Aparecida Vicente
TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS
Secretaria da PRPPG
Tânia Marcia Catapan
Secretaria da Coordenadoria de Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu
Eloisa Maria da Silva Souza
Margareth Bianchesi Santos
Regina Célia Montrezol
Secretaria da Coordenadoria de Pesquisa e Desenvolvimento da
Ciência e Tecnologia
Luis Henrique Barcelos Marques
Maria Olívia Ferreira Pereira
Secretaria da Coordenadoria de Iniciação Científica e Integração Acadêmica
Paula Hara da Silva
Giani de Lima Nunes
Jhonny Ivair de Lima Maciel (estagiário)
Mariana Reche Salgado Oliveira (estagiária)
Unidade de Bolsas e Auxílios
Jussara do Rego Elias
Alessandra Alves de Souza
Unidade de Diplomas e Certificados
Mário Assis Demczuk
Periódicos e Biblioteca Digital
Mayra de Campos Mateusi
Unidade de Processamento de Dados e Informática
José Henrique Ferreira
Alexandre Taguti Scottini (estagiário)
Felipe Fiori (estagiário)
Felipe Maba (estagiário)
Matheus Rodrigo Marzola Leite (estagiário)
Nickolas Mennezs da Silva (estagiário)
Unidade de Orçamentos e Finanças
Adriane Pilar Xhabiaras
Andrea Gomes da Silva
Clarindo Afonso
Conceição Abadia de Abreu Mendonça
Mariane Fubek
Mileny Lasbavski
Rodrigo Leandro Pinto
Agência de Inovação - Diretor Executivo
Emerson Carneiro Camargo
Coordenador de Transferência de Tecnologia
Emerson Carneiro Camargo e Alexandre Donizete Lopes de Moraes (Interinos)
Coordenador de Propriedade Intelectual
Alexandre Donizete Lopes de Moraes
Coordenação de Empreendedorismo e Incubação de Empresas
Fernando Antonio Prado Gimenez
Secretaria Executiva
Franciele Klosowski
Universidade Federal do Paraná
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós- Graduação
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação agradece aos membros do Comitê Assessor de Pesquisa e da Comissão de Iniciação Científica. Agradece também aos representantes do CNPq e da Fundação Araucária que compõem o Comitê Externo de Avaliação
do 21º EVINCI e do 6º EINTI.
COMITÊ ASSESSOR DE PESQUISA
Simone Gisele de Oliveira (Agrárias)
Chirlei Glienke (Biológicas)
Beatriz H. L. Noronha Sales Maia (Exatas)
Sérgio Soares Braga (Humanas)
Márcia Aurelina de Oliveira Alves (Saúde)
Huáscar Fialho Pessali (Sociais Aplicadas)
Adriane Bianchi Pedroni Medeiros (Tecnologia)
Henrique Firkwoski (Terra)
Elisabete Takiuchi (Palotina)
Roberto Tadeu Raittz (Ed. Profissional e Tecnológica)
COMISSÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
Simone Tostes (Agrárias)
Maria Regina Torres Boeger (Biológicas)
Rafael Ginane Bezerra (Educação)
José Arruda de Oliveira Freire (Exatas)
Edilene Coffaci de Lima (Humanas)
Fabricio Ricardo de Lima Tomio (Jurídicas)
Juliana Saab Rahal (Saúde)
Valter Afonso Vieira (Sociais Aplicadas)
Gustavo Henrique da Costa Oliveira (Tecnologia)
Alexandre Sachsida Garcia (Terra)
Cristiano Andrighetto (Palotina)
Lucas Ferrari de Oliveira (Ed. Profissional e Tecnológica)
Davi José de Andrade e Silva (Litoral)
APRESENTAÇÃO
Ética e Conhecimento
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresenta à comunidade acadêmica, pelo
quinto ano consecutivo, a Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe).
Em uma série de eventos reunidos, bolsistas e voluntários de vários programas e projetos de pesquisa, extensão e ensino participam apresentando seus projetos.
Farão parte da Siepe, em 2013, o 21º Evento de Iniciação Científica (EVINCI) e o 6º
Evento de Iniciação Tecnológica de Inovação (EINTI). Ao mesmo tempo, teremos o 12º
Encontro de Atividades Formativas (ENAF) e o 11º Evento de Extensão e Cultura (ENEC).
Esta composição – que integra ensino, pesquisa e extensão – chega à sua quinta edição, dessa vez com o tema “Ética e Conhecimento”. O objetivo é reforçar as várias
possibilidades que a Universidade oferece em seus três pilares, para além da simples
integração.
Nos eventos de iniciação científica e tecnológica, as comunidades interna e externa podem verificar os avanços da Universidade quanto ao desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação. Além disso, verificam também a sua participação nos diversos programas subsidiados, entre outras instituições, pelo Tesouro Nacional, Fundação
Araucária e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
No EVINCI deste ano, serão apresentados 1.370 trabalhos, número consideravelmente
maior do que o registrado na primeira edição do evento, em 1992, que foi de 240. O crescimento fica evidente se observarmos o histórico ao longo dos anos. No 10º EVINCI, por
exemplo, foram 682 trabalhos apresentados. O aumento progressivo de inscritos reflete
o esforço coletivo para a melhoria e expansão dos programas institucionais na UFPR. O
programa de iniciação científica – mais antigo da instituição – vem sendo impulsionado
pelo interesse e pela participação dos alunos.
Neste ano, percebe-se também um expressivo aumento em relação aos trabalhos de
desenvolvimento tecnológico e de inovação. Não só pela participação do Instituto de
Tecnologia para o Desenvolvimento (LACTEC) como parceiro, mas pelo grande número
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bolsas fornecidas pelo CNPq, resultado do incentivo governamental para
��
esta modalidade em anos anteriores. O livro de resumos do 21º EVINCI e 6º EINTI está separado em duas partes e foi publicado
respeitando-se as divisões das áreas do CNPq. Estão dispostos em ordem alfabética por
departamentos e nome de aluno, sendo:
Ciências Exatas e da Terra (190 alunos EVINCI e 20 EINTI); Ciências Biológicas (228
alunos EVINCI e 05 EINTI), Engenharias (144 alunos EVINCI e 41 EINTI); Ciências da
Saúde (174 alunos EVINCI e 07 EINTI); Ciências Agrárias (255 alunos EVINCI e 13 EINTI); Ciências Sociais Aplicadas (154 alunos EVINCI e 04 EINTI); Ciências Humanas (144
alunos EVINCI) e Linguística, Letras e Artes (47 alunos EVINCI) e Multidisciplinar (31
alunos EVINCI e 01 EINTI).
A Coordenação de Iniciação Científica e Integração Acadêmica da Pró-Reitoria de
Pesquisa e Pós-Graduação agradece aos membros dos Comitês Setoriais de Pesquisa,
à Comissão de Iniciação Científica, aos membros do Comitê Assessor de Pesquisa, aos
Livro de Resumos - 21º EVINCI e 6º EINTI / Outubro / 2013
9
membros dos Comitês externos de avaliação, aos consultores ad hoc e a todos que avaliaram relatórios, resumos e projetos de pesquisa.
A Instituição destaca e agradece também aos orientadores sem os quais os programas
institucionais de Iniciação Científica e de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação não
teriam sucesso. Agradecemos, ainda, todos aqueles que deram apoio financeiro para a
realização destes eventos, aos parceiros da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e PróReitoria de Graduação.
Edilson Sérgio Silveira
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós- Graduação
Maria de Fátima Mantovani
Coordenadora de Iniciação Científica e Integração Acadêmica
A tabela abaixo mostra a evolução destes Programas Institucionais (PIBIC e PIBITI)
ocorrida nos últimos cinco anos, bem como a quantidade de bolsas advindas das diferentes fontes de fomento para a UFPR.
Edital
Bolsas
CNPq
PIBIC
2008/2009
2009/2010
2010/2011
2011/2012
2012/2013
2013/2014
PIBITI
2008/2009
2009/2010
2010/2011
2011/2012
2012/2013
2013/2014
319
339+ 2AF
370+25AF+
11PIBIC/EM
363+ 23 AF
365+22 AF
367+24AF
15
15
55
55
54+ 23 FUNTEL
44
Bolsas Fundação
Araucária
Bolsa
UFPR/TN
Alunos
Voluntários
Trabalhos apresentados
no EVINCI/EINTI
64+60AF
70+60AF
60 AF+ 6 IC-JR
160
200
235
376
467
529
17º EVINCI- 1142
18º EVINCI- 1217
19º EVINCI- 1302
180+ 06 IC JR
180+15 AF
180+ 30AF
220
220
220
369+
253+47 AF
479+47 AF
20º EVINCI-1322
21º EVINCI-1368
22º EVINCI 2014
20
05
20
20
20
08
39
02
19
13
31
2º EINTI-17
3º EINTI-42
4º EINTI- 50
5º EINTI- 112
6º EINTI -90
7º EINTI-2014
Legenda: AF - Ações Afirmativas; EVINCI - Evento de Iniciação Científica; EINTI - Evento de Iniciação em
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação; PIBIC - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica; PIBITI - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação;
PIBIC-EM - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Ensino Médio; e IC- JR - Iniciação
Científica Júnior.
10
SUMÁRIO
EVINCI
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA.............................................. 15
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS...........................................................113
ENGENHARIAS........................................................................ 229
CIÊNCIAS DA SAÚDE.............................................................. 303
CIÊNCIAS AGRÁRIAS.............................................................. 393
ÍNDICE DE AUTORES.............................................................. 523
11
EVINCI
ufpr
21
6
Ciências Exatas
e da Terra
ufpr
21
6
Nº 0001
Tema Projeto MUDANÇAS DE REGIME NAS TROCAS DE ENERGIA NOS OCEANOS
Aluno de Iniciação Científica: Aline Yuriko Harada (PIBIC/CNPq)
Curso: Oceanografia - Pontal do Paraná (MT)
Orientador: Eduardo Marone
Departamento: Centro de Estudos do Mar
Setor: Setor de Ciências Exatas
Palavras-chave: Mudanças de Regime, Conteúdo de Calor, Nível do Mar
Área de Conhecimento: 10000003
Atualmente, uma das interpretações da variabilidade à longo prazo no clima e registros biológicos baseia-se no conceito de “regimes'' e “mudanças de regime”, que podem ser definidos como alterações inesperadas que contrastam com estados permanentes de qualquer sistema complexo
ou por longos intervalos no qual as observações permanecem acima ou abaixo do valor da média global. O intuito deste trabalho é analisar os
dados de conteúdo de calor e nível do mar nos oceanos, a partir de dados globais e regionais (oceanos Atlântico, Atlântico Norte, Atlântico Sul,
Pacífico, Pacífico Norte, Pacífico Sul, Hemisfério Norte, Hemisfério Sul e o Oceano Global), concomitantemente a dados pluviométricos locais
(Curitiba, Piraquara, Colônia Cachoeira, Morretes, Véu da Noiva e Porto Amazonas), entre os anos de 1925 e 2012, que podem estar associados
a índices como o Multivariate Enso Index (MEI), North Atlantic Oscillation (NAO), Mixing Layer Depth (MLD). Tem como objetivo estabelecer
a linha temporal das mudanças de regime e suas inter-relações, além de investigar trabalhos que apontam que mudanças em pequenas escalas nas
observações de alguns parâmetros estão diretamente ligadas a mudanças na dinâmica na escala global. Os dados de pluviosidade foram obtidos do
Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR) e os dados de nível do mar global foram retirados dos bancos de dados do Permanent Service for
Mean Sea Level (PSMSL) e índices como MEI, NAO e MLD, do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), de 1955 a 2006.
Por fim, os dados de conteúdo de calor do National Oceanic and Atmospheric Administration & Estuary Restoration Act (NOAA – ERA), de 1955
a 2011. Estes foram organizados na planilha eletrônica Excel com a finalidade de realizar a compilação e o estudo das variações de regime através
do algorítimo definido por Sergei Rodionov em 2005 do Regime Shift Index (RSI). No banco de dados, assim criado, é aplicado o cálculo do RSI
usando como controle as mudanças na média, pela aplicação sequencial do test-t de Studen, e da variância, baseada no teste-F. Os resultados se
mostraram compatíveis com pesquisas relacionadas às variações climáticas, especialmente na mudança de regimes após a década de 70, quando se
iniciou um novo modo na tendência do aquecimento climático global. A partir destes, será possível estabelecer uma linha cronológica das mudanças
de regime, bem como descartar relações de causa-efeito ou covariação, e acompanhar suas alterações em diversas escalas, além de verificar suas
influências e explorar as inter-relações globais.
Nº 0002
Tema Projeto IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMA PARA A GERAÇÃO DE MAPAS DE
INDICE DE FRAGILIDADE AMBIENTAL
Aluno de Iniciação Científica: Amanda Pereira Antunes (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Engenharia Cartográfica e de Agrimensura (MT)
Orientador: Diuliana Leandro
Departamento: Geomática
Setor: Setor de Ciências da Terra
Palavras-chave: Fragilidade Ambiental, Mapas de Índice de Fragilidade Ambiental, Planejamento e Gestão Ambiental
O termo fragilidade ambiental está associado à possibilidade de um sistema sofrer interferências, ou de ser modificado. Desta forma está diretamente relacionado a áreas que são sensíveis a impactos ambientais e a danos que podem ser causados ao meio ambiente, principalmente pela
ação antrópica. Alterações nos componentes da natureza, como relevo, solo, vegetação, clima e recursos hídricos acarretam o comprometimento
da funcionalidade do meio ambiente, estas alterações podem quebrar o estado de equilíbrio. Por este motivo é importante o estudo da fragilidade
ambiental, pois fornece ferramentas que indicam, por exemplo, as possibilidades de utilização do solo de forma que venham a suprir as necessidades
das populações locais de maneira sustentável, evitando a degradação do ambiente. Também é de extrema importância ao Planejamento Ambiental,
porque proporciona uma melhor definição das diretrizes e ações a serem implementadas no espaço físico-territorial, servindo de base para o zoneamento e fornecendo subsídios à gestão do território. Quando se trata do estudo da fragilidade ambiental, a forma mais utilizada para se realizá-lo,
é através da analise de mapas, por isso o objetivo geral desta pesquisa é a criação de um programa, cuja função, é a geração de mapas de Índice de
Fragilidade Ambiental utilizando metodologia IFA proposta por Leandro (2013), na qual se utiliza conhecimentos das Ciências Geodésicas e áreas
afins, visando gerar subsídios para políticas de planejamento e gestão ambientalmente adequada da área de estudo, a Bacia do Rio Atuba, situada na
região nordeste do município de Curitiba, com área de 127,43 km². O programa vem sendo desenvolvido através de uma rotina Matlab e implementado de forma que até pessoas leigas possam utilizá-lo de forma simples e intuitiva. Para garantir a eficácia da rotina e validá-lo utilizou-se mapas
de fragilidade ambiental aplicando a metodologia IFA no software ArcGis. Ao analisar o resultado final pode-se perceber que a Bacia do Rio Atuba
possui índices de fragilidade baixos, sendo que, 46,54 % da área apresenta fragilidade muito baixa, 46,45 % baixa, 6,87% media e 0,13% alta, esta
área não possui regiões com índice de fragilidade muito alto. E que a rotina permitiu delimitar adequadamente as áreas com índice de fragilidade
médio e alto tornando mais eficaz o planejamento de diretrizes e ações nessa bacia.
17
Nº 0003 Tema Projeto
IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS DE DERIVA LONGITUDINAL LITORÂNEA,
NAS PRAIAS DO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO DO SUL (SC).
Aluno de Iniciação Científica: Ana Paula de Martini de Souza (Pesquisa voluntária)
Orientador: Marcelo Renato Lamour
Palavras-chave: Células de Deriva, Tendência de Transporte, São Francisco do Sul
O ambiente costeiro é constantemente modificado e influenciado por um complexo sistema de forças e processos. A ilha de São Francisco do
Sul - SC (26º14’S, 48º38'W) possui grande porção de seu território formada pela Planície Costeira, envolvendo terrenos de sedimentação atual de
extrema fragilidade. O presente trabalho tem como objetivo principal detectar células de deriva litorânea através das características granulométricas
dos sedimentos praiais que foram analisadas pelo granulômetro Bluewave S3500, utilizando o software MICROTRAC e o analisador de Imagens de
partículas SIA que determinou a esfericidade e o arredondamento. Para a obtenção de vetores de tendência de transporte sedimentar foram utilizados
os parâmetros gerados pelo granulômetro que posteriormente foram passados pelo software GSTA. A praia da Enseada, com um caráter protegido
das ondas oceânicas, indicou vetores convergentes de tendência de transporte para a sua porção média, o que pode indicar uma característica erosiva
neste ponto. Neste ponto, ambos, o grau de arredondamento e de esfericidade média estão em torno dos 62%, o que é bastante diferente das demais
mensurações que variam progressivamente entre os 65% e os 68%. Na Praia Grande, onde a energia das ondas é maior, foram verificados dois
pontos de convergência de vetores, onde os graus de arredondamento (67-69%) e esfericidade (71-73%) foram maiores que os demais. Intercalado a
estes, foi verificada uma convergência de vetores que apresenta graus de arredondamento em torno dos 63% e de esfericidade de 72-74%. Portanto,
foi verificado um padrão inverso de relações entre o encontrado em praias com energias de ondas diferentes. Outras análises ainda estão em curso
como forma de elaboração de publicações científicas. No entanto, pode-se notar uma correlação entre a esfericidade e o arredondamento dos grânulos com a convergência das células de deriva litorânea da praia da Enseada que não ocorre na Praia Grande devido principalmente as disparidades
entre forças e processos que essas praias apresentam.
Nº 0004
Tema Projeto RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DO JUNDIÁ RHAMDIA QUELEN AO ES-
TRESSE DO TRANSPORTE SOB DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE
CLORETO DE SÓDIO NA ÁGUA.
Aluno de Iniciação Científica: Ananda Letícia Almeida Cordeiro (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Tecnologia em Aqüicultura - Pontal do Paraná (MT)
Orientador: Fabiano Bendhack
Palavras-chave: Sangue, Peixe, Anatomia
O jundiá (Rhamdia quelen) é um peixe de água doce e hábitos bentônicos, que pode ser encontrado no fundo de lagos de água salobra por suportar
até 0,9 g/L de sal na água. O uso de sal (NaCl) em cultivos dulcícolas tem sido empregado não apenas para auxílio na regulação osmótica dos peixes
e como método profilático á possíveis doenças,mas como atenuante ao processo de estresse destes animais. O objetivo desse trabalho foi avaliar as
respostas fisiológicas do jundiá ao estresse do transporte sob diferentes concentrações de cloreto de sódio na água. O experimento teve início com a
despesca de dez peixes provenientes de viveiro escavado,para avaliação do estado basal (GC). Para o transporte (duração de 3 horas) foram utilizados
330 peixes (25,91 ± 2,16 cm e 360,98 ± 99,20 g) do mesmo viveiro, que foram distribuídos em três caixas de transporte com capacidade de 250 litros
cada, que compuseram os tratamentos: 0 (T0); 8 (T8) e 12 (T12) gramas de NaCl/L. Para avaliação do estado fisiológico, foram retiradas amostras
de sangue de dez peixes de cada tratamento com intuito de analisar as seguintes variáveis sanguíneas: cortisol, glicose, sódio, cloretos, potássio e
cálcio. Os parâmetros de qualidade da água como: ph, oxigênio dissolvido, temperatura e amônia da água do transporte, foram acompanhados e
sofreram pouca alteração e mantiveram-se dentro das condições aceitáveis para a espécie. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado,
as médias foram submetidas à ANOVA e quando apresentadas diferenças, comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%. Para o cortisol, os peixes
do GC apresentaram-se com níveis elevados, contudo, não houveram diferenças significativas entre os tratamentos e entre os tratamentos e o GC.
Os níveis de glicose plasmática apresentaram-se maiores nos peixes do T8 em relação aos peixes do GC, não apresentando diferença com os demais
tratamentos, porém, os peixes do T12 apresentaram tendência de elevação, acompanhando o perfil dos peixes do T8. As alterações iônicas apresentaram níveis elevados de sódio nos peixes do T8 e T12, já o cloreto sérico apresentou diminuição nos peixes do T12 em relação os peixes do GC e
T0. O potássio não apresentou diferença entre os tratamentos e para o cálcio observou-se elevação nos peixes do T8 e T12. Com estes resultados foi
possível concluir que o uso de sal, nas concentrações testadas, provocou aumento na glicose e alterações iônicas, quando comparados ao GC e ao T0,
deste modo não sendo recomendado o uso destas concentrações, sugerindo novos testes em menores concentrações.
18
COMPARAÇÃO ENTRE OS MINERAIS PESADOS DOS SEDIMENTOS
FLUVIAIS COM OS DA LINHA DE PRAIA NO LITORAL PARANAENSE
Aluno de Iniciação Científica: Bianca de Andrade Colle (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Geologia (MT)
Orientador: Maria Cristina de Souza
Departamento: Geologia
Palavras-chave: Minerais Pesados, Brejatuba, Dinâmica Sedimentar
Com o propósito de realizar estudo da dinâmica e evolução da praia de Brejatuba, no município de Guaratuba-PR, o projeto tem como objetivo
determinar se há influência mineralógica dos sedimentos do rio Saí Guaçu nos sedimentos da linha de costa da praia, a proporção desses minerais
e se possível os eventos geológicos que propiciam essa influência. A realização da pesquisa consistiu em separar, analisar e comparar os minerais
pesados presentes no rio com os da face praial coletados no inverno de 2011 e que compreendem nove pontos de coleta. Os sedimentos da linha de
costa já haviam sido processados e analisados por pesquisadores do Laboratório de Estudos Costeiros - LECost - da UFPR. Os minerais do rio foram
processados e analisados pela presente bolsista. A preparação das amostras consistiu na elutriação de 100 gramas de cada material para a eliminação
de sais solúveis e frações finas, na secagem em estufa e no peneiramento. O peneiramento é feito despejando-se cada amostra separadamente sobre
um conjunto de 11 peneiras sobrepostas, com malhas de 2,000 mm a 0,062 mm, que são colocadas sobre um agitador mecânico por 15 minutos; as
frações finais peneiradas são pesadas em uma balança digital, identificadas e armazenadas. Para a confecção das lâminas para análise foram utilizadas
as frações de areia muito fina, pois elas reúnem os sedimentos diretamente abaixo da moda da distribuição dos minerais pesados. O material selecionado foi separado em minerais leves e pesados por separação densimétrica em bromofórmio (CHBr3, densidade 2,8g/cm³) e em seguida, com um
imã, foram retirados os minerais magnéticos (ilmenita, magnetita) e produzidas lâminas com os minerais pesados. Os grãos pesados foram contados
e analisados ao microscópio petrográfico. A partir da interpretação dos resultados obtidos concluiu-se que os minerais do rio Saí Guaçu têm uma
elevada influência na variação e na proporção mineralógica dos sedimentos da linha de costa de Brejatuba. Foi possível observar que a proporção
de zircão que ingressa no sistema hidrodinâmico e deposicional diminui em direção norte da praia, e que a apatita e a hornblenda aumentam em
direção norte. Isso confirma a hipótese de que além do rio e da deriva litorânea efetivos no transporte, deposição e dinâmica dos sedimentos da praia,
existe uma entrada de sedimentos oriundos de outro local, podendo ser dos córregos que deságuam em Brejatuba - que infelizmente se encontravam
canalizados impossibilitando a coleta de material - da plataforma continental ou do próprio Morro do Cristo, ao norte da praia.
Nº 0006
Tema Projeto APROVEITAMENTO DE ENERGIA GEOTÉRMICA DO SISTEMA AQUÍFERO GUARANI (SAG), NO ESTADO DO PARANÁ, PARA PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Aluno de Iniciação Científica: Bianca Lemos Rocha (Bolsista permanência)
Orientador: Eduardo Chemas Hindi
Palavras-chave: Sistema Aquífero Guarani, Hidrotermalismo, Geotermômetros de Sílica
O Sistema Aquífero Guarani (SAG) formado pelas sequências arenosas das formações Pirambóia e Botucatu, é usado, no Estado do Paraná, para
fins de abastecimento público, balneabilidade ou uso industrial, com profundidades variando de 100 a pouco mais de 1.200 m e temperaturas, medidas na surgência, variando de 18 °C a 68 °C. Essas temperaturas caracterizam o SAG como um sistema geotérmico de baixa entalpia dominado por
água, impossibilitando o seu aproveitamento para a produção de energia elétrica por meio de usinas geotérmicas convencionais, mas não inviabilizando a produção de energia elétrica a partir de usinas binárias ou suas equivalentes. O objetivo principal desta pesquisa é investigar potencialmente
promissoras para o aproveitamento de energia geotermal no SAG, pelo uso de geotermômetros químicos (sílica e iônicos), que é um procedimento
consagrado e aplicado em todos os lugares do mundo onde haja ocorrência de águas termais. O desenvolvimento desta pesquisa envolve os seguintes procedimentos: (a) compilação, avaliação, padronização e organização de um banco de dados hidroquímicos, hidrotermais e cartográficos de
poços do SAG; (b) estimativas da temperatura da água no reservatório, avaliando o estado de equilíbrio químico de espécies minerais em solução
e pelo cálculo da temperatura de equilíbrio aplicando-se geotermômetros de sílica apropriados. Resultados preliminares desta pesquisa indicam
um gradiente geotérmico 26,6 °C km-1 e que as concentrações de sílica nas amostras de água apresentam-se saturadas em relação ao quartzo e
insaturadas em relação à sílica amorfa. As temperaturas máximas calculadas com diversos geotermômetros químicos, baseados nas condições de
equilíbrio da sílica, ficaram compreendidas entre 72 °C e 103 °C, caracterizando o SAG como um sistema hidrotermal de baixa entalpia. Na continuidade desta pesquisa está prevista a inclusão de novos dados, o que possibilitará identificar e detalhar áreas com anomalias hidrotermais no SAG,
potencialmente favoráveis à produção de energia elétrica geotermal na Bacia Sedimentar do Paraná. A depender dos resultados, os procedimentos
adotados nesta pesquisa poderão servir de modelo de prospecção geotermal em outra partes do território brasileiro, onde ocorram águas termais.
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Nº 0007
Tema Projeto DINÂMICA E FORÇANTES DA FERTILIZAÇÃO REMOTA DA PLATAFOR-
MA CONTINENTAL PARANAENSE.
Aluno de Iniciação Científica: Brenda Borges Mendonça (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Maurício Almeida Noernberg
Palavras-chave: Pluma do Rio da Prata, Fertilização da Plataforma Sul-Sudeste, Imagens de Satélite
Um importante processo oceanográfico observado durante os períodos de outono e inverno, na plataforma continental da costa sul-sudeste do Brasil,
é a penetração de águas frias e de baixa salinidade. Estas águas originadas nas latitudes mais altas, incluindo o estuário do Rio da Prata, a Plataforma
Continental Argentina e a região oeste da Zona de confluência das Correntes do Brasil e Malvinas, são transportadas para o norte sobre a Plataforma
Continental Brasileira, influenciando na produtividade biológica da região. Estudos sobre a dinâmica de dispersão da pluma do Rio da Prata (PRP),
menos salina e com baixas temperaturas, mostram que ela pode estender-se até 23ºS. Com o objetivo avaliar a variabilidade interanual (2003-2012),
nos meses de maio a setembro, da fertilização PRP sobre a plataforma continental sul-sudeste, utilizei imagens do sensor MODIS para análise de
parâmetros geofísicos, como temperatura de superfície do mar (TSM), concentração de clorofila e coeficiente de extinção da luz (kd490) ao longo de
uma série temporal de dez anos. A região escolhida cobre o litoral de São Paulo, até Santa Catarina (entre 24ºS e 29ºS / 46º30’W e 49ºW). Os ventos
também podem influenciar na dispersão de plumas de rios, portanto dados meteorológicos de quatro estações foram utilizados. Análises visuais prévias mostraram altas correlações entre os parâmetros. Foi observada a direta relação entre altas taxas de clorofila com altos coeficientes de extinção
de luz seguindo o padrão de dispersão das águas mais frias indicadas nas imagens de TSM. Para as análises iniciais, três áreas foram delimitadas ao
longo da plataforma, a primeira aproximadamente a 24ºS, a segunda a 26ºS, próxima à Baía de Paranaguá e a terceira, 28ºS. A partir dos resultados
foi possível observar um padrão de diminuição das médias mensais de TSM para as áreas. Na primeira, os valores ficaram entre 19ºC e 24ºC, exceto
para o ano de 2007, cuja média atingiu 18ºC em junho devido ao fenômeno de La Niña. Na segunda área, as médias ficaram entre 23ºC e 18ºC, com
variações pouco significativas, exceto para maio e julho de 2007. A terceira área apresentou as menores médias, comportamento que pode ser atribuído à passagem da PRP na região. Os valores diminuíram ao longo dos meses, ficando em torno dos 21ºC e 17ºC, exceto para os anos de 2007 e 2010,
cujos valores atingiram 16ºC nos meses de junho e agosto. Sendo assim, pode ser possível que a passagem da PRP tenha acentuado os baixos valores
mensais de TSM, principalmente nas duas últimas áreas. As análises dos demais parâmetros continuam em andamento.
CARACTERIZAÇÃO DOS FLUIDOS PÓS-MAGMÁTICOS DE PREENCHIMENTO DE AMÍGDALAS EM ROCHAS VULCÂNICAS DA PROVÍNCIA
MAGMÁTICA DO PARANÁ.
Aluno de Iniciação Científica: Bruno Guimarães Titon (PIBIC/CNPq)
Orientador: Eleonora Maria Gouvea Vasconcellos
Colaborador: Otavio Augusto Boni Licht
Palavras-chave: Brechas Vulcânicas, Província Magmática do Paraná, Basalto
Existem inúmeros trabalhos científicos que têm como objetivo entender, interpretar e mapear a Província Magmática do Paraná, composta pelos
derrames cretáceos da Formação Serra Geral, que cobrem aproximadamente 75% da superfície da Bacia do Paraná, sendo caracterizados em sua
maioria como basaltos de natureza toleítica. Trata-se de uma das maiores manifestações vulcânicas em regiões continentais do mundo, com 800.000
km³ em volume de rocha. A maior parte desses derrames é composta por rochas básicas, porém há a ocorrência de rochas intermediárias e ácidas.
O objetivo desse trabalho é compreender a história e a evolução dos fluidos pós-magmáticos associados aos derrames da Província Magmática
do Paraná, a partir da análise de clastos de brechas vulcânicas formadas nos eventos interderrames na região sudoeste do Estado do Paraná. As
amostras utilizadas no trabalho foram coletadas na pedreira Pauluk, localizada na Serra do Paredão, em Cruz Machado (PR). Foi realizada pesquisa
bibliográfica para entender e identificar os principais minerais que preenchem amígdalas. Em seguida realizou-se análise petrográfica. As brechas
são compostas por clastos de basalto envoltos em matriz arenosa-siltosa. Os clastos são compostos por labradorita e augita que ocorrem como
fenocristais e na matriz; e minerais opacos. Os minerais estão envolvidos por vidro vulcânico oxidado. A matriz é composta por quartzo, opacos,
micas e material siltoso. Em alguns casos, nota-se orientação dos minerais da matriz. As amígdalas dos clastos são preenchidas por zeólitas, sílica
microcristalina, celadonita, que preenche totalmente ou ocorre nas bordas das amígdalas e carbonato. Possuem formatos variados, sendo globulares, oblatas e ameboides, podendo ser semicirculares e compõem entre 5% e 30% do volume total dos clastos variando entre 0,01 mm até 4 cm de
tamanho. As amigdalas das porções mais externas dos clastos foram parcialmente preenchidas pela matriz, evidenciando uma certa plasticidade dos
clastos durante a formação da rocha. As brechas possuem estrutura laminada plano-paralela e textura sustentada pela matriz. As texturas observadas
nos clastos são: fanerítica subafírica a porfirítica, subofítica a intergranular, hipohialina a hipocristalina com plagiocásio intersertal; e a estrutura
é amigdaloide e de fluxo. Em uma próxima fase do projeto, análises por difração de raio X serão realizadas com a finalidade de diagnosticar os
minerais que preenchem amígdalas e diferenciar as espécies de carbonato e zeólitas encontrados.
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Nº 0009
Tema Projeto MODELAGEM DO AMBIENTE DAS ANTENAS DE SINAIS GNSS NA CALI-
BRAÇÃO EM CAMPO E INVESTIGAÇÃO DA SUA INFLUÊNCIA NA DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DE CALIBRAÇÃO
Aluno de Iniciação Científica: Carla Silva Dagostin (PIBIC/CNPq)
Curso: Engenharia Elétrica (Eletron.,Eletrotec.,Telecom.) (MT)
Orientador: Claudia Pereira Krueger
Palavras-chave: Arduino, Rede, RS485
O trabalho visa monitorar temperatura e umidade de um ambiente não controlado através da criação de uma rede de sensores ligada a um computador. A montagem consiste em uma rede MODBUS construída através do protocolo RS485 com dois arduinos, sendo um deles o modelo UNO
que servirá de escravo, o segundo modelo MEGA, que servirá de mestre, ambos serão alimentados através da fonte externa e quatro sensores de
temperatura e umidade DHT11 para medição da temperatura ambiente em torno de duas antenas localizadas na Geodésia dentro da Universidade
Federal do Paraná. Os Arduinos que são plataformas de prototipagem eletrônica de hardware livre, projetada com um microcontrolador de placa
única, com suporte de entrada/saída embutido, com ferramentas acessíveis, de baixo custo, flexíveis e fáceis de usar, nos quais, o programa para
a execução da rotina de leitura dos sensores será desenvolvido. Os sensores ficarão dispostos dois em cada local e servirão para monitorar a interferência da temperatura e umidade dentro e fora da área fechada em torno da antena. Esses dados serão enviados para um computador com o
EXCEL instalado, através dos microcontroladores, e no mesmo será feito um arquivo no qual estarão setadas as colunas com as entradas de valores
conforme a programação, como por exemplo, uma coluna para aquisição de temperatura interna, temperatura externa, umidade interna e outra para
aquisição dos valores de umidade externa, em seguida, no mesmo arquivo, serão gerados gráficos com períodos específicos para verificação da variação dos valores. O sistema consistirá em um computador que ficará exclusivo para o sistema pelo período necessário de aquisição dos resultados.
A aquisição do dados se torna importante para o trabalho como um todo, visto que serão esses dados que mostrarão se há interferência ou não do
clima no desempenho das antenas.
Nº 0010
Tema Projeto SIMULAÇÃO DO PROCESSO DE INTERCEPTAÇÃO NA BACIA DO RIO
SACI –SC
Aluno de Iniciação Científica: Eddie Gabriel Teixeira (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Geografia (M)
Orientador: Irani dos Santos
Colaborador: Fernando Helmuth Syring Marangon
Departamento: Geografia
Palavras-chave: Interceptação, Simulação, Calibração
Interceptação é o processo pelo qual a precipitação é captada e retida pela vegetação e é perdida por evaporação sem tocar o solo. Este fenômeno
é quantificado por meio de monitoramento em campo, podendo também ser simulado por meio de um modelo matemático. Entretanto, o levantamento dos dados é indispensável para o desenvolvimento e a calibração dos modelos levando em consideração a grande variabilidade dos domínios
morfoclimáticos. O presente trabalho tem como objetivo simular o processo de interceptação na bacia experimental do Rio Saci com o modelo de
Rutter para vegetaçao esparsa (Sparse Rutter Model). A bacia possui área de 10,2 ha sendo 85% ocupada com reflorestamento de Pinus taeda com
idade de 30 anos, e está localizada no município de Rio Negrinho, na região norte de Santa Catarina. A bacia experimental foi implementada em
2005 e é mantida pelo Laboratório de Hidrogeomorfologia (LHG/UFPR), sendo que neste trabalho foram utilizadas séries históricas medidas com
frequência de 10 minutos, no período de 2008 a 2012, referentes à precipitação externa, ao escoamento de tronco e à precipitação interna.. O modelo
de Rutter para vegetação esparsa foi programado em Excel e aplicado para simular eventos de precipitação do período. Na calibração do modelo,
a determinação dos cinco parâmetros foi realizada de forma manual, buscando a melhor eficiência na simulação mas mantendo o significado físico
das grandezas. Os resultados demonstram que o modelo é capaz de simular adequadamente em linhas gerais o processo de interceptação observado
na bacia do rio Saci. Entretanto, verificou-se que é necessário a discussão futura para adotar uma equação que compreenda a interferência da rugosidade no escoamento de tronco, tornando a simulação do processo de interceptação mais precisa.
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Nº 0011
Tema Projeto AVALIAÇÃO DA SOROPREVALÊNCIA DE ERLIQUIOSE EM CÃES ATEN-
DIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UFPR - CAMPUS PALOTINA
Aluno de Iniciação Científica: Evelyn Regina Marchioro (Pesquisa voluntária)
Curso: Medicina Veterinária - Palotina (MT)
Orientador: Flavio Shigueru Jojima
Colaborador: Tatiane Francieli Sebastiani, Vanessa Tomazoni Stona,
Departamento: Campus Palotina Pedro Argel Zadinello Moreira.
Setor: Campus Palotina
Palavras-chave: Erlichia canis, Soroprevalência, SNAP 3Dx
Erliquiose Canina é uma doença, causada por uma bactéria intracelular obrigatória, da ordem rickettsia do gênero Ehrlichia, transmitida pelo
carrapato Rhipicephalus sanguineus. A infecção com Ehrlichia canis ocorre principalmente durante a estação quente quando o vetor carrapato está
ativo. O diagnóstico da doença pode ser difícil devido a suas diferentes fases e manifestações clinicas. Esse diagnóstico tem como base o histórico
clinico associado a exames hematológicos, citológicos e sorológicos. A doença pode apresentar em três fazes, aguda subclínica e crônica. A fase
aguda tem como principais sinais clínicos elevada febre, anorexia, depressão, letargia, palidez de mucosas, emaciação, ixidiose recorrente, vômitos,
perda de peso. A fase subclínica os animais não apresentam sinais clínicos, em alguns casos pode-se observar emaciação, apetite seletivo e letargia.
A fase crônica pode ser moderada, com sinais da fase aguda, de forma atenuada, ou recorrer com maior severidade, podendo levar o animal a óbito.
O achado hematológico mais comum é trombocitopenia. O presente estudo observou os sinais clínicos, os resultados dos exames hematológicos e
comparou com o resultado do exame sorológico SNAP 4DX test. Inicialmente avaliamos sinais clínicos, tais como, febre, anorexia, apatia, palidez
de mucosas, perda de peso, vômitos, hiporexia, epistaxe bem como a presença de ectoparasitos. Dos animais avaliados 39 foram submetidos ao teste
sorológico para Ehrlichia canis SNAP 4DX test. Os cães com apatia e hiporexia representaram 28,20%, enquanto 20,51% apresentaram vômito,
em 17,94% febre, 15,38% palidez de mucosas, 10,25% anorexia, 7,69% perda de peso e 2,56% epistaxe. A presença de ectoparasitos foi registrada,
em 46,15% dos cães possuíam carrapatos no momento da consulta. Comparando sinais clínicos aos do hemograma, 82,06% apresentavam trombocitopenia e 15,38% linfocitose, sendo que 54% foram negativos para o SNAP 4DX. Os 17,94%, que não apresentaram trombocitopenia, desses
apenas 28,57%, foram positivos para E. canis no teste sorológico. Podemos concluir que a avaliação clínica é importante para o direcionamento dos
exames complementares, tais como hemograma e teste sorológico. Contudo o paciente em fase aguda pode não apresentar anticorpos ocorrendo
falso negativo no SNAP 4DX. Para confirmação do diagnóstico é importante a combinação do exame hematológico que pode apresentar alterações
em linfócitos e plaquetas juntamente com as alterações clínicas evidentes no animal no momento da consulta.
CLASSIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS ESCORREGAMENTOS
OCORRIDOS NO DIA 11 DE MARÇO DE 2011 NA REGIÃO DA SERRA DO
MAR (MORRETES)
Aluno de Iniciação Científica: Fernanda Avelar Santos (PIBIC/CNPq)
Orientador: Rodolfo José Angulo Co-Orientador: Maria Cristina de Souza
Palavras-chave: Escorregamentos, Morretes, Prevenção
Esse projeto teve como foco principal a interpretação de fotos aéreas obtidas da região da Serra do Mar (no estado do Paraná) em Morretes, no
local em que ocorreram os escorregamentos no dia 11 de março de 2011, e a partir disso foi classificado e quantificado todos os escorregamentos
identificados. A imagem escolhida para o estudo foi adequada para o objetivo dessa pesquisa, pois possui uma resolução espacial de 0,5 m, uma
resolução temporal de 1,7 dias no nadir e uma resolução radiométrica de 11 bits, sendo tirada pelo satélite Word View 1. Após essa imagem ter sido
devidamente georreferenciada através do software ArcGis, foi observado os blocos de rochas deslocados, as áreas iniciais de deslocamento de massa
e todo o seu caminho percorrido até chegar nas áreas de deposição desses sedimentos e inundações na parte mais baixa do relevo. Utilizando esse
mesmo software foi feita a digitalização dos escorregamentos e foi identificado mais de 800, sendo estes essencialmente translacionais. Ao longo
da realização desse projeto, uma questão muito importante chamou a atenção: no ano de 2005, a Minerais do Paraná (MINEROPAR), realizou um
projeto para o IBAMA, cujo objetivo era o mapeamento dos atributos do meio físico como subsídio à gestão de áreas protegidas, cuja área piloto era
do Parque Nacional Saint Hilaire/Lange (mesma área de estudo desta pesquisa). Foi feito, portanto, nessa época vários mapas temáticos abordando os
locais de maior e de menor fragilidade do meio físico. Deste modo, tornou-se de suma importância comparar os resultados obtidos nesta pesquisa, no
evento que ocorreu em 11 de março de 2011, com os resultados que foram obtidos no trabalho realizado pela MINEROPAR em 2005, antes mesmo
deste desastre natural acontecer e causar muitos prejuízos para a sociedade em vários aspectos. Como os resultados foram muito semelhantes, uma
questão social de grande relevância surgiu: como prevenir de forma efetiva que esse tipo de acontecimento cause danos econômicos, ambientais e
principalmente perdas de vidas humanas, uma vez que temos as ferramentas, tecnologia e profissionais aptos para isso.
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PROPRIEDADES ÓPTICAS DO SYGONANTHUS NITENS
Aluno de Iniciação Científica: Helton Alvares Gonçalves (Bolsista permanência)
Curso: Física (Bacharelado) (M)
Orientador: Wido Herwig Schreiner
Co-Orientador: Arandi Bezerra
Departamento: Física
Palavras-chave: Óptica, Sygonanthus nitens (Capim Dourado), Física
Esta pesquisa teve como objetivo entender as propriedades ópticas do Sygonanthus nitens, mais especificamente explicar o que faz com que a planta
tenha um aspecto metálico e dourado, semelhante ao elemento Ouro (Au). Foram feitos vários experimentos e muitas reflexões sobre os resultados
experimentais, até que a resposta ficou eviente. Outras propriedades físicas e químicas da planta também foram descobertas. Foi um trabalho em
equipe, cada pesquisador contribuiu para a obtenção da resposta. Minha parte foi medir a intensidade da luz refletida em uma amostra de Capim
Dourado variando o ângulo de reflexão. Foi usado 4 luzes distintas: um laser azul, um vermelho, um verde e a luz visivel branca. O motivo de usar
estas luzes em especifico, foi devido ao fato de nossa visão ter 3 tipos de sensores que captam basicamente a luz azul, verde e vermelho e com estas
três podemosver todas as outras cores, como uma combinaçao destas. Por meio destes experimentos pude observar uma fluerescência no capim
dourado quando excitado com luz azul, e a intensidade da luz refletida com relação ao seu angulode reflexão obdece as leis da óptica, apesar de
nao ser perfeita a reflexão, como no caso do espelho, devido as propriedades superficiais do capim dourado (a microscopia revelou rugosidade,
regular). Antes de iniciar qualquer experimento, foi verificado através da técnica XPS (X-rays Photoelectron Spectroscopy) que a composição do
Sigonanthus nitens se resume a combinação de aproximadamente 1,69% de Silício, 86,58% de carbono e 11,72% de oxigênio, porém cabe ressaltar
que a técnica XPS não detecta hidrogênio. Os dados foram organizados em graficos tridimensionais, onde as três dimensões em questão são: ângulo
de reflexão, intensidade e comprimento de onda da luz refletida. O detector usado no meu experimento media todo o espectro visivel da luz e um
pouco do infra-vermelho e um pouco do ultra-violeta.
CONTEXTO DEPOSICIONAL E ESTRATIGRAFIA DA PARTE OCIDENTAL
DA BACIA BAURU
Aluno de Iniciação Científica: Hely Cristian Branco (PIBIC/CNPq)
Orientador: Luiz Alberto Fernandes
Palavras-chave: Estratigrafia, Bacia Bauru, Geologia
A Bacia Bauru é uma bacia sedimentar neocretácea do tipo continental interior localizada na porção centro-sul da América do Sul, com porções no
Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e nordeste do Paraguai. Atualmente ocupa área de aproximadamente
370.000 km², com espessura de até 480m. É constituída por sequência siliciclástica arenosa única, subdividida nos grupos Caiuá, depositado em
condições desérticas, e Bauru, depositado em condições semi-áridas de lençóis de areia e leques aluviais marginais. A porção leste da bacia possui
mais dados bibliográficos e um maior detalhamento estratigráfico, com o grupo Caiuá subdividido em suas respectivas formações, as quais na parte
oeste ainda não foram mapeadas. Este projeto objetiva suprir essa escassez de dados com o detalhamento e atualização da estratigrafia da porção
oeste da Bacia Bauru. O trabalho desenvolvido está relacionado com a primeira fase desses estudos e foi constituído por três etapas principais.
Inicialmente foi feita compilação de dados publicados para avaliar o grau de conhecimento da bacia, sobretudo da porção oeste. Os dados foram
convertidos em mapas e tabelas utilizados na preparação da fase de levantamentos de campo. Nesta etapa, foram percorridos cerca de 2.000km em
seção regional por rodovias no Mato Grosso do Sul e Goiás em um período de seis dias, ao longo dos quais foram feitas descrições de afloramentos
e coleta de amostras. Posteriormente foi iniciado o tratamento dos dados coletados, com revisão e refinamento das descrições, preparação de fotomontagens e análises petrográficas de seções delgadas das amostras coletadas. Com base nisso, foi elaborado mapa com refinamento da distribuição
geográfica das unidades e foram propostas novas seções para futuras etapas de campo. Dentre os novos dados gerados nessa fase inicial, destaca-se
a identificação de arenitos silicificados na região centro-leste do Mato Grosso do Sul, possivelmente relacionados com os processos de silicificação
de arenitos estudados na porção leste da bacia.
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SIMULAÇÃO DOS IMPACTOS DE CENÁRIOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS SOBRE AS VAZÕES NA BACIA DO RIO APUCARANINHA, PARANÁ.
Aluno de Iniciação Científica: Isabela Raquel Ramos Iensen (PIBIC/CNPq)
Colaborador: Gilson Bauer Schultz
Palavras-chave: Mudanças Climáticas, Modelagem Hidrológica, Vazão
A compreensão acerca dos processos hidrológicos em uma bacia hidrográfica e sua possível resposta às mudanças climáticas é fundamental para
a compreensão do sistema hidroambiental da bacia e poderá servir de base para planejar melhores formas de gestão dos recursos hídricos e uso
da terra. Os modelos matemáticos permitem simular cenários sobre os processos hidrológicos da bacia, auxiliando na avaliação de impactos de
eventuais mudanças futuras. Neste sentido, este trabalho visa simular os impactos das mudanças climáticas previstas nos cenários A2 (pessimista
em relação às emissões de gases de efeito estufa) e B2 (otimista em relação às emissões de gases de efeito estufa), desenvolvidos pelo IPCC, para
a bacia do Rio Apucaraninha prognosticando as alterações sobre o regime de vazões na bacia, utilizando modelagem hidrológica. A bacia do Rio
Apucaraninha está localizada nos municípios de Tamarana, Londrina, Mauá da Serra e Marilândia do Sul, região noroeste do estado do Paraná e
possui uma área de drenagem de 504 km². Para a simulação dos cenários climáticos foi utilizado o modelo SWAT (Soil and Water Assessment Tool).
O modelo permite a simulação de diferentes processos físicos da bacia de forma detalhada através da compartimentação da bacia em sub-bacias, que
para este estudo foram determinadas seguindo a lógica das ottobacias. As sub-bacias foram divididas em HRUs (unidade de resposta hidrológica),
que são conjuntos únicos de uso da terra, tipo de solo e topografia. O modelo foi calibrado e validado para a simulação do escoamento na bacia
do Rio Apucaraninha para os dois cenários climáticos. O modelo apresentou ajustes satisfatórios em relação aos dados observados permitindo a
reprodução das condições da bacia hidrográfica. As simulações dos cenários climáticos A2 e B2 ao serem comparadas ao clima atual resultaram
em mudanças nas vazões, principalmente no que diz respeito à ocorrência de eventos extremos. A utilização da modelagem hidrológica juntamente
com a aplicação de cenários de mudança climática permitiu dimensionar os impactos gerados sobre a dinâmica hidrológica da bacia sendo uma
ferramenta útil para o planejamento ambiental.
Nº 0016
Tema Projeto SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE COMPLEXOS DERIVADOS DE ARE-
NORUTENIO E BENZENOTRIACETATO
Aluno de Iniciação Científica: Isis Mani Wahl Godoy (PIBIC/CNPq)
Curso: Química (MT)
Orientador: Herbert Winnischofer
Co-Orientador: Marcio Peres de Araujo
Departamento: Química
Palavras-chave: Polimeros de Coordenação, Rutênio, Catálise
Os polímeros de coordenação são redes compostas por centros metálicos ligados a unidades orgânicas que se repetem continuamente no espaço.
Estes polímeros têm emergido como uma interessante área da química supramolecular, isso por causa das possibilidades de aplicações em diversas
áreas devido às suas propriedades químicas, termodinâmicas, físicas e estruturais. Uma propriedade particularmente interessante é a formação de
estruturas porosas o que torna esses materiais fortes candidatos para aplicação em catálise. No presente projeto, estudamos a utilização de complexos derivados de [{(η6- areno)ClRu}2Cl2], em especial os polímeros formados utilizando o ligante ponte ácido benzeno-1,3,5 triacético. O ligante
ácido benzeno – 1,3,5 triacético é conhecido por formar polímeros de coordenação com íons livres. Os derivados de [{(η6- areno)ClRu}2Cl2]
possuem interessantes propriedades atuando como agentes anti-tumorais e catalisadores. A partir desses dois compostos foi possível sintetizar um
novo material que segundo as análises feitas (FTIR, UV-vis, RMN e difratometria de raios X de pó) mostrou ser o polímero de coordenação idealizado. Assim partimos para uma segunda etapa do trabalho que é estudar as propriedades catalíticas do composto obtido. Com base na literatura,
foi escolhida a catálise de alcoóis secundários como objeto de estudo, pois este processo é de grande importância para química orgânica sintética.
Foi realizada então a oxidação do 1-feniletanol (120µmL) utilizando como catalisador o polímero de coordenação sintetizado (1,35µmol, 0,001g)
e H2O2 (115µmL) como agente oxidante em meio aquoso (10mL). Esse procedimento foi realizado para pH ácido, básico e neutro, à temperatura
ambiente, e observou-se pouca variação na conversão do álcool, que foi de cerca de 0,53%, 0,43% e 0,5% respectivamente. Comparando-se com
valores obtidos na literatura para um caracterizador homogêneo similar sob as mesmas condições, foi obtido 1,7%. Assim, mesmo tendo uma conversão mais baixa, o polímero de coordenação utilizado tem a vantagem de ser um catalisador heterogêneo, pouco solúvel e de fácil recuperação.
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Nº 0017
Tema Projeto MELHORAMENTO DE CAPIM MOMBAÇA ATRAVÉS DA ADUBAÇÃO SOB
CONDIÇÃO SUBTROPICAL
Aluno de Iniciação Científica: Julia Gonçalves Dias Fonseca Ferreira (PIBIC/CNPq)
Curso: Agronomia (MT)
Orientador: Antônio Carlos Vargas Motta Co-Orientador: Sebastião Brasil Campos Lustosa
Departamento: Solos e Engenharia Agrícola
Colaborador: Rangel Consalter, Anne Luise Sass, Haline Helena Wippel
Setor: Setor de Ciências Agrárias
Palavras-chave: Pastagem, Nitrogênio, Clorofila
Uma pastagem bem manejada, levando-se em consideração as características edafoclimáticas e fisiológicas, é a alternativa mais econômica quando
se fala em alimentação de bovinos. A adubação é uma importante aliada na manutenção das pastagens, levando em consideração que boa parte
dos solos brasileiros não são capazes de fornecer nutrientes em quantidades necessárias ao bom desenvolvimento das plantas. O nitrogênio (N)
é o principal elemento no aumento de produtividade de pastagens de gramíneas. A falta de nitrogênio (N), por afetar diretamente a produção de
clorofila e influenciar a cor das plantas, vem sendo avaliada via tabela construída a partir de áreas com suprimento variado de N. Contudo, o uso
exagerado de nitrogenio pode ocasionar problemas que desde o aumento do custo de produção à acidificação do solo e outro danos ao ambiente.
Esse projeto acompanhou a condução de um experimento iniciado 29 de setembro de 2012 com a administração das doses crescentes de N, na
Fazenda Experimental do Canguiri. O objetivo do estudo é fornecer parâmetros para que se possa explorar pastejos de forma consciente, criando
como ferramenta para diagnose de N uma régua de tons que relacione o teor de clorofila nas pastagens com a necessidade de adubação nitrogenada.
Essa régua deverá facilitar a recomendação da adubação de N para forrageiras, possibilitando assim a obtenção de pastos de melhor qualidade e
produtividade. Aos 40 dias do inicio do tratamento foi observado que tanto quanto em relação à altura e à produtividade de massa fresca (kg m-2)
os tratamentos que não receberam adubação nitrogenada tiveram o menor desempenho, enquanto os que receberam 225 e 300 kg ha-1 tiveram o
melhor desempenho. Quanto ao teor de clorofila presente na parte aérea os tratamentos de 0 e 75 kg ha-1 foram os tiveram os menores valores,
sendo que foi crescente do tratamento de 150 kg ha-1 ao de 225 kg ha-1, havendo um redução no tratamento de 300 kg ha-1. Ao analisar o teor de
carotenoides somente as plantas que receberam 300 kg ha-1 apresentaram diferença, sendo que nessas plantas o quantidade foi maior. Após 75 dias
do inicio do experimento a produtividade de matéria fresca aumento conforme maior a dose de N aplicada. Quando o experimento completou 150
dias, apenas os tratamentos com 225 kg ha-1 diferença significativa quanto à produtividade de matéria seca, sendo a maior. Nesta mesma data não
foi verificado diferença quanto às quantidades de clorofila e de carotenoides entre os tratamentos. Análises ainda estão sendo realizadas a fim de
verificar o efeito dos tratamentos.
Nº 0018
Tema Projeto VARIAÇÃO TEMPORAL DA BIODIVERSIDADE E ABUNDÂNCIA DO ZOO-
PLÂNCTON EM PONTAL DO SUL – PR.
Aluno de Iniciação Científica: Laura Maria Straub (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: José Guilherme Bersano Filho
Palavras-chave: Zooplâncton, Zona de Arrebentação, Composição
As zonas de arrebentação de praias arenosas constituem locais de grande produtividade biológica e devido a elevada abundância zooplanctônica
são consideradas áreas de crescimento e de alimentação para diversas larvas de peixes e crustáceos. No estado do Paraná, informações sobre o
zooplâncton de praias arenosas são bastante deficientes e este estudo tem como objetivos a avaliação da composição, densidade e variação temporal
do zooplâncton em um trecho da praia de Pontal do Sul – PR (25°34'21S; 48°20'51W). As coletas foram realizadas quinzenalmente entre Março
de 2012 e Março de 2013. Os arrastos foram feitos na zona de arrebentação interna com uma rede cilindro-cônica com malha de 300 µm, 1,5 m de
comprimento, 0,5 m de diâmetro de boca, equipada com um fluxômetro Hydrobios para cáculo do volume filtrado. Após os arrastos o material foi
fixado em solução de formaldeído a 4% e neutralizado com Tetraborato de Sódio. A classificação taxonômica foi realizada com o auxílio de atlas
específicos e as contagens feitas em placas de Bogorov sob microscópio estereoscópico. Os resultados apontaram grande variabilidade para os dados
de temperatura, com mínima de 18oC durante o outono e máxima de 27 oC durante o verão, enquanto que a salinidade pouco variou temporalmente,
com mínima de 30 e máxima de 36. Até o momento, foram registrados 8 grupos taxonômicos, sendo os copépodes dominantes em termos de diversidade e abundância. O maior pico de densidade do zooplâncton total foi verificado no mês de março com 45.753 ind.m-3, enquanto o menor ocorreu
em junho com apenas 165 ind.m-3. Dentre as 14 espécies de copépodes, as mais abundantes foram Pseudodiaptomus acutus, Temora turbinata, e
Acartia lilljeborgi, com densidades médias de 1986, 1741 e 475 ind.m-3, respectivamente. A espécie mais frequente no verão foi Pseudodiaptomus
acutus, ao passo que Temora turbinata foi mais abundante no outono e no inverno, sugerindo um padrão inverso ao observado em anos anteriores,
nos quais Temora turbinata apresentou maiores densidades nos períodos mais quentes. Este trabalho encontra-se em andamento e as possíveis
razões para o padrão de variação temporal encontrado, serão aqui avaliadas.
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Nº 0019
Tema Projeto VARIAÇÃO TEMPORAL DE HIDROMEDUSAS NA PRAIA DE PONTAL DO
SUL – PARANÁ.
Aluno de Iniciação Científica: Lorena Silva do Nascimento (PIBIC/CNPq)
Orientador: José Guilherme Bersano Filho
Palavras-chave: Hidromedusas, Arrebentação, Variação Temporal
Estudos sobre hidromedusas em ambientes costeiros são ainda muito raros no Brasil, sobretudo em zonas de arrebentação, tidas como importantes
berçários naturais para várias espécies. Em função desta realidade, o presente estudo objetiva avaliar a variação temporal da composição e densidade de hidromedusas, em relação à temperatura e salinidade entre Agosto de 2012 e Janeiro de 2013, na praia de Pontal do Sul – PR. As coletas foram
realizadas mensalmente, a partir de arrastos na zona de arrebentação com uma rede cilindro-cônica (malha de 300 μm) equipada com fluxômetro
Hydrobios. A temperatura apresentou uma variabilidade sazonal significativa, com um mínimo de 19,5 ° C durante o inverno e um valor máximo de
29 °C durante o verão, enquanto a salinidade variou pouco e ficou entre 30 e 36. Foram registrados 14 táxons de Hydromedusae e as espécies mais
importantes em termos de freqüência e abundância foram a holoplanctônicas Liriope tetraphylla e a meroplanctônica Obelia spp. A primeira delas
foi mais importante durante o inverno, com 90% do total de hidromedusas, e a segunda foi especialmente abundante durante o verão, representando
50% da composição. No inverno, o valor médio de densidade ficou em 45 ind.m-3 com um máximo de 596 ind.m-3, enquanto que no verão a média
foi de 53 ind.m-3 com um pico de 747 ind.m-3. Chama a atenção, o fato de os menores valores terem sido observados durante a primavera, com uma
média de 2 org. m-3. A espécie holoplanctônica L. tetraphylla é geralmente muito abundante durante todo o ano em águas costeiras do sul do Brasil.
No entanto, as condições de verão como valores mais elevados de temperatura e de salinidade, podem beneficiar o aumento da taxa de reprodução
de espécies meroplanctônicas, favorecendo a liberação de formas medusoides através dos pólipos bentônicos, fato que explicaria a predominância
de Obelia spp. durante o período mais quente do presente estudo.
Nº 0020
Tema Projeto CONTROLE DE VELOCIDADE DO AR EM AMBIENTE FECHADO VISAN-
DO CONFORTO TÉRMICO
Aluno de Iniciação Científica: Luis Eduardo Camilotti (PIBIC/CNPq)
Curso: Engenharia Elétrica (Eletron.,Eletrotec.,Telecom.) (MT)
Orientador: Gustavo Henrique da Costa Oliveira
Colaborador: João Dias da Silva
Departamento: Engenharia Elétrica
Setor: Setor de Tecnologia
Palavras-chave: Controle de Processos, Conforto Térmico, Identificação
O objetivo deste projeto é o desenvolvimento de um sistema controle da velocidade do ar em um ambiente fechado. Sabe-se que a velocidade do
ar é um dos fatores que influenciam o conforto térmico em edficações. Esse sinal é parâmetro, juntamente a outras variáveis – umidade do ar, temperatura da sala, dentre outras relacionadas às pessoas e às atividades realizadas na sala –, para um índice PMV, que representa o conforto térmico
do ambiente. Portanto, o resultado será integrado em um sistema de controle de conforto completo. O sistema de controle consiste em fazer um
protótipo que seja capaz de ler um sinal analógico que indica a velocidade do ar, e atue em um vetilador de modo que a velocidade resultante seja a
que melhor traduza o conforto térmico dos ocupantes. A primeira etapa do projeto consiste em ler o sinal analógico fornecido por um sensor de velocidade de vento, modelo EE66, e mapear este sinal, utilizando um arduino, de forma indicar o resultado na tela do computador. Um controlador será
responsável por analisar essa leitura, conforme a necessidade da sala, e aumentar ou diminuir a potência de acionamento do ventilador. A partir desse
ponto, o sinal retorna ao arduino, onde recomeçam as etapas do projeto. O projeto conta, ainda, com o projeto de circuitos elétricos que auxiliarão
em seu funcionamento: tendo em vista que o sinal transmitido pelo sensor de velocidade do vento varia entre 0-10V, e o arduino trabalha apenas com
sinais entre 0-5V, é necessário aplicar um circuito divisor de tensão, de forma a adaptar o sinal ao parâmetro aceitável pelo arduino; outro circuito
presente é o detetor de passagem por zero, que envia um pulso ao arduino toda vez que o sinal de entrada passa pelo valor zero, responsável por
controlar o tempo de acionamento por parte do arduino; a partir dai, outro circuito, chamado circuito de disparo, é responsável em transferir o pulso
PWM gerado pelo arduino para o ventilador, a partir do acionamento de um TRIAC presente no circuito. O resultado do projeto é um protótipo de
controlador de velocidade do ar que possa ser integrado em um sistema de controle de conforto térmico.
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Nº 0021
Tema Projeto IMPLEMENTAÇÃO DE INTERFACES INTERATIVAS PARA MÉTODOS DE
CLASSIFICAÇÃO DE DADOS CARTOGRÁFICOS EM AMBIENTE WEB
Aluno de Iniciação Científica: Marilia Minatel (PIBIC/CNPq)
Orientador: Luciene Stamato Delazari
Co-Orientador: André Luiz Alencar de Mendonça
Palavras-chave: Atlas Interativos, Mapas na Web, Cartografia
Neste projeto tem-se por objetivo implementar um Atlas Digital Interativo em ambiente web. Um Atlas Interativo pode ser entendido como um
conjunto de mapas em um ambiente no qual o usuário pode manipular os dados, como por exemplo, alterar o esquema de cores em um mapa
temático. Entretanto, quando estes mapas estão disponíveis na Internet faz-se necessário prever que qualquer usuário pode acessá-los e alterá-los.
Algumas funções são comuns a diversas aplicações em que se utilizam mapas, como por exemplo, a navegação e a mudança de escala. A grande
maioria destes usuários não possui conhecimento acerca de como classificar e simbolizar dados temáticos, por exemplo. Deste modo, propõe-se
o desenvolvimento de interfaces que guiem o usuário na tarefa de classificar dados temáticos, bem como de um sistema especialista que crie uma
base de dados para apoiar o uso. Para tal, os dados referentes a aspectos sociais do Estado do Paraná foram armazenados em uma base de dados
PostgreSQL. As interfaces foram implementadas em ambiente web por meio de linguagem web javaScript, HTML e PHP, sendo esta para conexão
entre a web e o banco de dados. Este último, além de oferecer suporte para consultas, gerencia também os dados de login dos usuários, de modo a
garantir segurança e a possibilidade da inserção de novas informações no banco. A introdução de um sistema especialista também torna possível
que, baseando-se no uso pregresso por especialistas, possa-se gerar um mapa a partir de novos dados. O processo inicia-se com a seleção de uma
unidade de área e tema. Em seguida, por meio de caixas de diálogo são apresentadas indicações sobre o nível de medida, o método de classificação
mais adequado aos dados, o numero de classes e o esquemas de cores. Os métodos de classificação implementados são: intervalos constantes,
quantis, quebras máximas, desvio padrão e jenks. O usuário pode então utilizar as sugestões oferecidas pelo sistema para construir o mapa, ou caso
o usuário seja experiente, pode tomar suas próprias decisões acerca dos parâmetros necessários para gerar o mapa e alimentar a base de conhecimento do sistema. Em curso, está a implementação da simbolização por meio de simbolos pontuais proporcionais e mapas de pontos de contagem.
Nº 0022
Tema Projeto TRATAMENTO DE ÁGUAS OLEDOSAS EM SISTEMA DE FLOTAÇÃO POR
AR DISSOLVIDO
Aluno de Iniciação Científica: Michael Feroldi (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Tecnologia em Biocombustíveis - Palotina (N)
Orientador: Dilcemara Cristina Zenatti
Departamento: Campus Palotina
Palavras-chave: Água Residuária, Biodiesel, Coagulação
A enorme preocupação com a onerosidade do tratamento de efluentes agroindustriais, frente aos padrões de disposição final tem sido foco de inúmeros estudos e metodologias. Tratamentos químicos envolvendo coagulação e floculação são os mais utilizados pelo baixo custo além da diversidade
de agentes empregados de acordo com as condições de atuação. Fatores como eficiência e custo são fundamentais para a escolha do agente químico.
Aplicabilidade com posteriores tratamentos, características do lodo gerado e volume também são requisitos básicos para o sucesso do processo.
Coagulantes à base de Al+3 e Fe+3 são os mais utilizados pela eficácia na remoção de cargas negativas das partículas e facilidade na agregação/
floculação. Neste contexto o presente trabalho tem como objetivo o tratamento físico-químico de água residuária de biodiesel, bem como seu descarte
adequado. Água de lavagem do biodiesel produzido por rota metílica homogênea básica foi empregada no tratamento e variáveis como pH, Turbidez,
Cor Aparente, DQO (Demanda Química de Oxigênio) e O&G (Óleos e Graxas) foram determinadas no Laboratório de Química Analítica da UFPR –
Palotina. Os ensaios foram submetidos a 3 diferentes tempos de floculação e 3 diferentes dosagens de coagulante seguido de decantação por 24 horas.
Os tempos empregados foram de 5, 10 e 15 minutos e as dosagens de sulfato de alumínio e cloreto férrico foram 250, 750 e 1.250 mg.L-1, e 150,
300 e 450 mg.L-1 respectivamente. A caracterização do efluente resultou em altos valores em todas as variáveis analisadas. DQO de 998,284-1.096
gO2L-1, 839,77-1.360 mgL-1 de O&G, 448.000 NTU de turbidez, 1.900.000 PCU de cor aparente e pH 10,4. As eficiências de cor e turbidez foram
as mais satisfatórias e praticamente independentes da dosagem de coagulante, influenciadas principalmente pelo tempo de floculação/decantação.
Maiores eficiências – acima de 99% – de O&G foram observadas com sulfato de alumínio. Dispersões foram observadas nas eficiências de DQO
(21,77-99,98%), podendo ser explicado pela baixa influência da dosagem de coagulante e por não serem suficientes de realizar quebras homogêneas
da emulsão de partículas coloidais. O pH baixou para 3,43 nas maiores dosagens de tempo e sulfato de alumínio, pela maior remoção de hidroxilas do
meio básico. Os resultados foram considerados de alta relevância pelas características iniciais extremamente severas. Com a maioria das eficiências
acima de 99% e dependentes dos tempos de floculação os testes apresentaram-se atrativos do ponto de vista ambiental.
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Nº 0023
Tema Projeto ZONEAMENTO HIDROQUÍMICO DO SISTEMA AQUÍFERO GUARANI
(SAG) NO ESTADO DO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Paula Cristina Neuburger de Oliveira (Bolsista permanência)
Palavras-chave: Sistema Aquífero Guarani, Zoneamento Hidroquímico, gvSIG
O Sistema Aquífero Guarani (SAG) é um dos maiores aquíferos do mundo, com uma extensão de aproximadamente 1,2 x 10^6 km2, dos quais,
pouco mais de 130.000 km2 ocorrem em território paranaense. No Estado do Paraná, as águas captadas nesse aquífero são usadas, principalmente,
para fins de abastecimento público. No entanto, resultados imprevistos quanto à qualidade de suas águas, obtidos nas perfurações para captação de
água para abastecimento público, mostram que a qualidade das águas armazenadas não atende aos requisitos legais para consumo humano, in natura,
no que diz respeito a alguns parâmetros físico-químicos. O objetivo principal desta pesquisa é fazer um zoneamento hidroquímico do aquífero no
âmbito do Estado do Paraná, de modo a orientar a explotação do SAG, minimizando o risco de se obter água inadequada para o consumo humano
e perda de recursos financeiros. O zoneamento hidroquímico está sendo feito em ambiente SIG, utilizando-se dados hidroquímicos compilados no
banco de dados do Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas - UFPR, utilizando-se o programa gvSIG. A base cartográfica usada para representar
a localização dos pontos amostrados foi extraída do Mapa Geológico do Estado do Paraná, escala 1:650.000 (datum horizontal: SAD 69). Sobre a
cópia digitalizada e georreferenciada desse mapa, fez-se a vetorização do contorno do Estado e das formações Pirambóia e Botucatu. A distribuição
espacial dos principais parâmetros hidroquímicos será sintetizada em mapas de isovalores, em escala regional, representando os principais parâmetros químicos determinados nas análises físico-químicas de água, permitindo avaliar as condições de potabilidade da água, caracterizando zonas mais
adequadas para a captação de águas do SAG para fins de abastecimento público. Como o conjunto de dados é pequeno (menor que 250 pontos), estão
sendo testados métodos de interpolação de modo a se obter uma boa representação espacial, sendo os melhores resultados, os obtidos pela aplicação
dos métodos de interpolação de krigagem com variograma linear (Krigagem Universal) e de funções multiquádricas. Os primeiros resultados desta
pesquisa mostram zonas do SAG, onde parâmetros químicos (sulfato, cloreto e sólidos dissolvidos totais) apresentam concentrações acima dos
valores máximos legais de potabilidade. Nas etapas seguintes dos trabalhos, será feita uma correlação entre as isolinhas e os principais lineamentos
estruturais da bacia, de modo a se investigar um possível controle geológico na composição e fluxo da água através do SAG.
ENTOMOFAUNA TERRESTRE AGREGADA A PLANTIOS FLORESTAIS DA
ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE RIO NEGRO, PR
Aluno de Iniciação Científica: Raiza Serena Barbosa Voltan (Bolsista permanência)
Curso: Engenharia Florestal (MT)
Orientador: Nilton José Sousa
Co-Orientador: Marcelo Dias de Souza
Departamento: Ciências Florestais
Colaborador: Amanda Ribeiro Negreiros, Mayara Antunes Iancheski
Palavras-chave: Diversidade, Entomofauna, Dominância
A Ocotea Porosa, conhecida popularmente como Imbuia, é uma espécie da família Lauraceae, tendo um grande desenvolvimento econômico e
cultural na região sul do Brasil, onde se encontra ameaçada de extinção. Pinus Glabra, da família Pinaceae, faz parte das espécies do sul dos Estados Unidos, sendo este, uma das opções para o reflorestamento no sul do Brasil, sendo assim, estes dois plantios, foram utilizados no estudo, com o
objetivo de analisar suas diferenças em relação à diversidade faunística e variações da entomofauna terrestre associada com cada ambiente, sabendo, que os dois plantios apresentam características próprias, sendo a Imbuia uma espécie nativa e Pinus uma espécie introduzida. Os trabalhos de
campo foram realizadas na fazenda experimental da Universidade Federal do Paraná, em Rio Negro. As coletas foram realizadas de março a maio
de 2013, sendo feitas quinzenalmente, concluindo a estação de Outono. Foram utilizadas 16 armadilhas do tipo “pitfall”, sendo oito por ambiente
(blocos), das quais foram confeccionadas com potes recicláveis de 14 cm de altura, alinhados à superfície do solo, sendo preenchidos com água, sabão e sal para conservação dos espécimes. Após as coletas, os insetos foram transportados para o Laboratório de Proteção Florestal da UFPR, onde
foram triados, identificados e analisados os dados, para os cálculos faunísticos e ocorrência significativa da entomofauna em relação aos ambientes.
As coletas resultaram em 6157 indivíduos no ambiente de Pinus e 1722 em Imbuia, distribuídos em 16 ordens, sendo 14 ordens para Imbuia e 16
para Pinus, da qual as ordens Thysanura e Thichoptera ocorreram exclusivamente em Imbuia. No plantio de Pinus, a ordem Collembola foi dominante, sendo que o predomínio dessa ordem no ambiente, possivelmente está relacionado com sua adaptação a ambientes úmidos, na superfície do
solo, se localizando próximo a serrapilheira situada no solo do ambiente. No ambiente de Imbuia, a ordem Diptera se teve maior ocorrência, pois
os indivíduos desta ordem ocorrem em vários habitats diferentes, sendo que a vegetação rasteira é um fator positivo para sua sobrevivência, pela
diversidade faunística e polinização, dentre outros fatores positivos para os indivíduos. Dessa forma, o ambiente de Pinus apresentou menor índice
de diversidade de margalef (0,73), embora tenha apresentado maior número de indivíduos, e a floresta de imbuia apresentou maior diversidade de
ordens (1,18), concluindo como o ambiente mais equilibrado e diversificado, devido a melhor distribuição dos indivíduos.
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Nº 0025
Tema Projeto MÉTODO DA TABULAÇÃO CRUZADA PARA ELABORAÇÃO DE MAPAS
DE SUSCEPTIBILIDADE A PROCESSOS GEOAMBIENTAIS APOIADO EM
ATRIBUTOS TOPOGRÁFICOS
Aluno de Iniciação Científica: Sarah Manzoli Dias (FUNPAR)
Orientador: Claudinei Taborda da Silveira Co-Orientador: Alberto Pio Fiori
Departamento: Geografia Colaborador: Priscila Schilipack
Palavras-chave: Movimentos de Massa, Geomorfometria, Serra do Mar Paranaense
A identificação e o mapeamento das áreas com predisposição à ocorrência de processos naturais catastróficos vêm se tornando uma preocupação
maior na medida em que a ocupação do homem em áreas de risco aumenta gradativamente ao longo do tempo, levando a demanda por mapas de
susceptibilidade. Tendo como motivação o evento recente nas encostas na porção norte da Serra da Prata de 11/03/2011, composto por escorregamentos, corridas de detritos e corridas de lama associadas a inundações, procurou-se desenvolver métodos e técnicas para a elaboração de produtos
cartográficos que identifique a susceptibilidade a esses processos na Serra do Mar Paranaense na escala 1:50000. A necessidade de desenvolvimento
do método apresentado se deu pela falta de critérios pré-estabelecidos para o mapeamento da susceptibilidade, tendo em vista que outros trabalhos
relacionados apresentam objetivos distintos e processos que diferem dos aqui tratados. A técnica utilizada para o presente trabalho foi a geomorfometria, que se utiliza da análise digital do relevo para a extração de atributos quantitativos dos Modelos Digitais do Terreno (MDT), possibilitando o
cálculo de diferentes atributos topográficos. A obtenção desses atributos permitiu relacioná-los com as cicatrizes de movimentos de massa ocorridos
em 2011, possibilitando a identificação dos atributos de hipsometria, plano de curvatura e declividade como os principais fatores condicionantes dos
movimentos de massa. Cada um dos diferentes processos e suas intensidades está associado a uma morfologia de vertente específica, e todas as relações entre formas de relevo e tipos de processos foram analisadas. A combinação dos atributos topográficos foi obtida por meio da tabulação cruzada
e, para tanto, todos os atributos foram discretizados com base nos valores obtidos em histogramas da intersecção entre um processo específico e o
atributo em questão. A combinação dos atributos topográficos corresponde a uma morfologia específica de vertente. Todas as combinações foram
comparadas com as relações entre forma de relevo e tipos e intensidade de processos geoambientais, resultando em um mapa de susceptibilidade com
as classes de muito alta susceptibilidade a processos de escorregamentos e escorregamentos associados a corridas de detritos, alta susceptibilidade a
processos de escorregamentos, corridas de detritos, escorregamentos associados a corridas de detritos e inundações associadas a corridas de lama e,
por fim, moderada susceptibilidade a escorregamentos associados a corridas de detritos e inundações associadas a corridas de lama.
Nº 0026
Tema Projeto EFICIÊNCIA DE CONVERSÃO DA RADIAÇÃO SOLAR FOTOSSINTETICA-
MENTE ATIVA INTERCEPTADA EM FITOMASSA DE EUCALYPTUS DUNNII
MAIDEN
Aluno de Iniciação Científica: Sergio Costa Junior (PIBIC/CNPq)
Orientador: Carlos Roberto Sanquetta
Co-Orientador: Ana Paula Dalla Corte
Colaborador: Alexandre Behling, Aurelio Lourenço Rodrigues
Palavras-chave: Biomassa, Mudas, Luminosidade
O crescimento das plantas depende do saldo de matéria seca acumulada pela fotossíntese. Dessa forma, esse trabalho teve como objetivo avaliar
a eficiência de conversão da radiação solar fotossinteticamente ativa (εb) interceptada em fitomassa de plântulas de Eucalyptus dunnii Maiden. O
experimento consistiu em dois tratamentos, representados por mudas plantadas em bandejas com densidade de 100% (TA) e de 50% (TM). Cada
tratamento foi composto por 5 repetições, implantadas em estufa plástica com irrigação controlada. O experimento consistiu em um delineamento
inteiramente casualizado, conduzido por um período de 170 dias. Assumindo-se que a εb seja o quociente da produção de fitomassa seca (PFS) pela
radiação fotossinteticamente ativa interceptada (RFAint), procedeu-se com a determinação desses dois parâmetros. Para isso foram avaliadas as 16
mudas centrais em cada repetição, visando eliminar o efeito de borda. A cada 20 dias, duas dessas mudas tinham o seu peso seco determinado por
compartimento (raiz, caule e folhas) para a obtenção da PFS. A RFAint é uma função da radiação fotossinteticamente ativa incidente (RFAinc),
do coeficiente de extinção de luz (k) e do índice de área foliar (IAF). O IAF foi obtido com base na relação da área foliar total das plântulas, determinada em scanner foliar, e da área total ocupada por essas plântulas na bandeja. Foram instalados sensores de luminosidade na altura do colo
das mudas e outro próximo ao ápice das plântulas para obter a RFA transmitida (RFAt) e RFA incidente (RFAinc). Com base nos valores dessas
variáveis e no IAF, calculou-se o valor de k. Obteve-se, finalmente, o valor da RFAint, sendo possível então, o cálculo da εb. Como resultados,
observou-se que as mudas do TM obtiveram um εb de 5,5723 g MJ-1, enquanto as do TA obtiveram valores de εb maiores, igual a 7,7506 g MJ-1.
Isso implica que em uma densidade de plantas mais alta há uma maior eficiência de interceptação da RFA. Esse fato é resultado da ocupação mais
rápida da área foliar das mudas do espaço entre elas durante o crescimento. Até o presente momento do experimento, pode-se concluir que para
acelerar o processo de produção de mudas, densidades mais altas são recomendadas, visto a maior eficiência dessa conformação em converter a
radiação fotossinteticamente ativa em fitomassa.
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Nº 0027
Tema Projeto MECÂNICA QUÂNTICA EM REFERENCIAIS QUÂNTICOS NÃO INERCIAIS
Aluno de Iniciação Científica: Sergio Torlai Pereira (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Renato Moreira Angelo
Palavras-chave: Referenciais Quânticos, Dualidade Onda-Partícula, Mecânica Quântica
O conceito de referencial inercial é fundamental para as teorias físicas. Na Mecânica Clássica partimos do pressuposto que tais referenciais não
interagem com o sistema, ou seja, que a existência de um observador não influencia o sistema estudado. Tais referenciais têm uma estrutura de
espaço-tempo fundamentalmente clássica, pois o estado do aparato, ao qual são referidas as medidas, é conhecido sem nenhuma incerteza pelo
observador. Além disso, formalmente, as leis do movimento de um sistema devem ser idênticas da perspectiva de dois ou mais referenciais inerciais em movimento relativo. A primeira pergunta que buscamos responder neste trabalho é se podemos fazer tais considerações na Mecânica
Quântica. Investigamos ainda quais as implicações de descrevermos um sistema a partir de um referencial quântico. Na primeira etapa, mostramos
que as leis da dinâmica quântica, tais como descritas pelo teorema de Ehrenfest, permanecem invariantes por transformações do grupo de Galileo.
Verificamos também que, do ponto de vista da equação de Schrödinger, a invariância dinâmica se manifesta através de transformações de Gauge
no Hamiltoniano e na função de onda. Na segunda etapa, descrevemos um sistema quântico a partir de um referencial inercial e mudamos para a
descrição de coordenadas relativas, promovendo uma partícula do sistema a referencial quântico. A estrutura formal resultante é sutil e nos leva a
diversos paradoxos, como reportado na literatura. Mostramos que a inclusão de um corpo massivo, bem localizado e não correlacionado na descrição do sistema pode evitar o surgimento de tais paradoxos. Além disso, através da análise de alguns casos específicos verificamos que a previsão de
comportamento“ondulatório ou corpuscular” de um sistema quântico torna-se invariante sob trocas de referenciais quânticos.
Nº 0028
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO DA DISPERSÃO DE ÓLEO NO MEIO MARINHO
Aluno de Iniciação Científica: Tábata Fernanda Vilas Boas de Miranda (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Marcelo Sandin Dourado
Co-Orientador: Audalio Rebelo Torres Junior
Palavras-chave: Modelagem Numérica, Dispersão de Óleo, Baía de Guanabara
Neste trabalho a dispersão de óleo na superfície do mar foi analisada através do uso de modelos numéricos. Para a caracterização dos cenários será
utilizado o modelo numérico de circulação oceânica Princeton Ocean Model (POM), criado pela Universidade de Princeton, juntamente com os
modelos de dispersão de poluentes Automated Data Inquiry for oil Spills (ADIOS 2) desenvolvido pela NOAA e o modelo de trajetória de óleo Lagrangeano desenvolvido pelo Laboratório de Modelagem de Processos Marinhos e Atmosféricos - LAMMA da UFRJ. Como análises preliminares
foram realizados testes com o modelo de dispersão de óleo ADIOS 2. Diferentes tipos de óleos, velocidades do vento, temperatura e salinidade,
foram inseridos no modelo para verificar possíveis alterações na dispersão e na evaporação de uma tonelada de óleo derramada na superfície do
mar. Com base na escala de densidade dos líquidos derivados do petróleo (API), observa-se que quando um óleo de maior API (menor densidade) é
derramado, este evapora em maior velocidade comparada a um óleo de menor API (maior densidade). Ao final de 5 dias de simulação o óleo menos
denso evaporou cerca de 85%, enquanto que a taxa de evaporação foi de apenas 24% para o óleo de maior densidade. Em relação ao vento o modelo
ADIOS 2 considera o processo de dispersão apenas para velocidades do vento acima de 2,5 m/s. Testes com a temperatura e salinidade mostraram
que com a diminuição da temperatura a evaporação também diminui, o mesmo acontece quando são impostos menores valores de salinidade, porém
em menor proporção mostrando que a influência da salinidade na evaporação é mínima. Com o uso do modelo POM, foram criados cenários com
diferentes velocidades de vento, para verificar a influencia deste na Baía de Guanabara (BG). Observou-se que não há influência do vento na BG,
sendo esta dominada pela maré. Este fato pode ser também confirmado pela análise da energia cinética, que respondeu diretamente ao ciclo de maré.
O modelo de trajetória de óleo Lagrangeano mostrou que o óleo acompanha as correntes de maré. Sendo também validado através de comparações
entre as trajetórias de óleo calculadas pelo modelo e trajetórias de derivadores lançados na BG em campanhas do Projeto BG.
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Nº 0029
Tema Projeto ESTUDO BIOESTRATIGRÁFICO DA FORMAÇÃO RIO DO RASTO, PER-
MIANO DA BACIA DO PARANÁ, BRASIL
Aluno de Iniciação Científica: Tiago Casseb Barbosa (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Cristina Silveira Vega
Palavras-chave: Bioestratigrafia, Vertebrados, Permiano
A Bacia do Paraná é uma depressão intracratônica paleozoica que abriga rochas sedimentares e ígneas, as quais se depositaram antes da separação
do Pangea, fim da Era Mesozóica, e por isso tendo continuidade na Europa e África. Dentre estas unidades, o foco deste trabalho é a Formação Rio
do Rasto, de idade Neopermiana, registrada na Bacia do Paraná. É dividida em dois membros (Serrinha, inferior, e Morro Pelado, superior), ambos
representando paleoambientes lacustres, sendo o Membro Morro Pelado com um clima mais árido, de transição para um ambiente desértico. Quanto
ao conteúdo fossilífero destacam-se os vertebrados no Membro Morro Pelado. A descrição dos fósseis se faz importante para caracterização bioestratigráfica. Os materiais foram coletados no Km 122 da PR-090 (próximo a São Jerônimo da Serra, PR) e no afloramento denominado “Monjolo”
na BR-376, km 313 (PR), ambos oriundos do Membro Morro Pelado. Correspondem a materiais atribuídos a anfíbios temnospôndilos e peixes.
Dentre as peças de anfíbio, têm-se uma mandíbula (UFPR 0152 PV) de aproximadamente 28 mm, contendo 16 dentes. São descritas também duas
interclavículas (UFPR 0272 PV (a); UFPR 0274 PV (a)) possivelmente de morfótipos diferentes, já que em UFPR 0272 PV (a) são reconhecíveis
diversas estruturas como as trabéculas laterais e a esternal, e UFPR 0274 PV (a) apresenta uma morfologia semelhante a uma interclavícula, porém
a ausência de feições diagnosticas dificultando a identificação detalhada. Também são registrados dois fêmures (UFPR 0202 PV; UFPR 0206 PV)
sendo que no exemplar UFPR 0202 PV observam-se diversas estruturas diagnósticas como o trocanter interno e os côndilos fibular e tibial, e no
outro exemplar observa-se somente o trocanter interno. Têm-se ainda uma unidade metapodial (UFPR 0203 PV (a, b)) com poucas características
diagnosticas, sendo impossível definir se pertence ao apêndice proximal ou distal. Por fim, descreve-se uma mandíbula atribuída a um peixe (UFPR
0252 PV (a, b)) de aproximadamente 14 mm de comprimento com dois agrupamentos de dentes em forma de faca. Os vertebrados são descritos
na literatura como sendo pertencentes a horizontes estratigráficos distintos, divididos em três paleofaunas: Aceguá, Posto Queimado ( RS) e Serra
do Cadeado (PR). As idades discutidas para estas três paleofaunas variam, porém há um consenso incipiente de que estas representam o Permiano
Superior e de que as paleofaunas de Aceguá e Posto Queimado são correlatas. Os fósseis descritos neste trabalho provem da Fauna Local da Serra
do Cadeado, e ajudarão no refino bioestratigráfico
Nº 0030
Tema Projeto ASPECTOS METEOROLÓGICOS ASSOCIADOS AO EVENTO EXTREMO
DE NOVEMBRO DE 2008 NO LESTE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Aluno de Iniciação Científica: Ueslei Adriano Sutil (IC-Voluntária)
Orientador: Marcelo Sandin dourado
Palavras-chave: Interação Oceano-Atmosfera, Oceanografia, Meteorologia
O estado de Santa Catarina sempre foi afetado pelos desastres naturais, especialmente os associados a eventos extremos de precipitação. Um destes
eventos mais intensos ocorreu em novembro de 2008. Os dados do evento apontam que entre os dias 9 e 13 ocorreram precipitações diárias com
intensidade variável de 10 a 50 mm por dia. Dos dias 18 ao dia 29 não houve trégua da chuva, sendo os dias 22 e 23 os mais chuvosos, com totais
diários em torno de 250 mm. Estes valores nunca haviam sido registrados em nenhum dos postos pluviométricos do Vale do Itajaí. Apesar destes
dados, não se sabe como o oceano teve influência na quantidade de chuvas observadas, e nem como a interação do oceano com a atmosfera ajudou
a desenvolver este evento extremo de precipitação. Portanto, o objetivo deste trabalho é analisar a influência dos parâmetros oceanográficos e
meteorológicos, tais como os fluxos de calor, ventos e a Temperatura da Superfície do Mar (TSM), para determinar a influência do oceano e a sua
interação com a atmosfera, no evento extremo de precipitação que ocorreu em novembro de 2008 no leste do estado de Santa Catarina. Para a realização deste trabalho, inicialmente é feita uma climatologia utilizando-se os dados de interpolação da NOAA de Temperatura da Superfície do Mar
(TSM), bem como a sua anomalia (ATSM), para o período de 1981 a 2012. Os resultados da climatologia mostram que a feição que se destaca é a
Pluma do Rio da Prata (PRP), com sua localização variando de acordo com o ano, mas que influencia diretamente a costa do Paraná e Santa Catarina.
A ATSM ajuda a reforçar esta evidencia, demonstrando uma região com temperatura anômala negativa, próxima ao litoral de Santa Catarina, que
é mais pronunciado no mês de Julho, quando a área possui uma anomalia de -3°C. Quando observado os valores diários da TSM, encontra-se na
região oceânica próxima a Santa Catarina uma feição bem pronunciada, com temperaturas próximas a 23,5°C, sobretudo nos dias 22 e 23, enquanto
que a ATSM apresenta, para a mesma data uma temperatura anômala de 0,5°C. Conclui-se a partir dos resultados obtidos que a dinâmica oceânica
regional possui influência da PRP e a Corrente do Brasil. Estas feições possuem grande importância para modular a TSM na região, principalmente
na plataforma continental, junto com os efeitos da sazonalidade.
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Nº 0031
Tema Projeto PASCAL E SEUS 2^1000 HOMENS
Aluno de Iniciação Científica: Diogo Ubaldino (PET)
Curso: Matemática (Bacharelado e Licenciatura) (T)
Orientador: Luiz Antônio Ribeiro De Santana
Departamento: Matemática
Palavras-chave: Triângulo de Pascal, Binômio de Newton, Analise Combinatória
O objetivo desse trabalho é mostrar a solução de um problema da VIII olimpíada da Matemática de 1947 em Moscou, e também as relações entre
os números do triângulo de Pascal, coeficientes binomiais e análise combinatória. O problema é: sejam 2^1000 homens reunidos em um ponto A,
os quais se dividem pela metade, e cada metade vai para direção l e para direção m, respectivamente. A cada cruzamento essas metades se dividem
novamente ao meio, e vão para as direções l e m, e assim sucessivamente. Quantos homens ocuparam cada lugar da milésima linha? De início
temos como é definido o problema da olimpíada, e vemos se esse tal problema possui solução, para depois mostramos como é definido e construído
o triângulo de Pascal, junto com propriedades e ilustrações, método de construção e simetrias. Após isso damos início a resolução do problema,
definindo cada posição em relação à respectiva linha do triângulo de Pascal, e comparamos a relação existente com o número de homens em cada
cruzamento. Depois definimos os coeficientes binominais, denotamos cada coeficiente que acompanha cada potencia, de acordo com sua potência e
posição, e com isso vimos que os coeficientes binomiais e os números das linhas do triângulo de pascal são os mesmos. Concluímos que podemos
escrever os coeficientes binomiais como coeficientes do triângulo de Pascal. Logo após, definimos o que é um conjunto, o que é um subconjunto,
e calculamos o número de subconjuntos de um conjunto dado, usando como base definições de análise combinatória, para com isso definirmos
todas as possíveis quantidades de subconjuntos de p elementos de um dado conjunto de n elementos. Mostramos propriedades de combinatória, e
assim concluímos que os números de quantidades citadas acima são os mesmos números da n-ésima linha do triângulo de Pascal. Por fim definimos
fatoriais, a idéia de fatorial, propriedades e construções, e mostramos que a quantidade de subconjuntos de um certo conjunto pode ser escrita em
termos de fatoriais, para também concluirmos que o número de homens de cada posição do milésimo cruzamento, os números da milésima linha
do triângulo de Pascal e todas as combinações simples feitas com 1000 objetos, são todos representados pelo mesmo número. Com isso podemos
calcular facilmente quantos homens ocupam cada posição, para finalmente resolvermos o problema proposto.
Nº 0032
Tema Projeto FUNDAMENTOS DO CÁLCULO
Aluno de Iniciação Científica: Reinaldo Ançay Junior (PIBIC/CNPq)
Curso: Engenharia Química (MT)
Orientador: Ximena Mujica Serdio
Palavras-chave: Funções, Conjuntos, Sequências
Nosso estudo iniciou com a revisão bibliográfica do livro Um Curso de Cálculo vol. 1 de H. L. Guidorizzi, com o estudo dos números reais - a
definição dos números reais a partir de conjuntos, bem como a definição das operações binárias soma e multiplicação, junto ao estudo de suas
propriedades - a estrutura de corpo, a topologia canônica dos números reais, e a propriedade dos intervalos encaixantes. Em seguida, para aprofundar mais esses assuntos ainda sob outro ponto de vista, começamos a revisar o capítulo introdutório do livro Espaços Métricos e Introdução à
Topologia de Hygino Domingues, vendo com mais detalhamento a álgebra de conjuntos, relações binárias, relações de equivalência, de ordem e a
definição de funções via relações binárias - em todos os conceitos, buscaram-se exemplos e contra-exemplos. A partir da definição de função, viu-se
a definição de composição de funções, e as propriedades dessa operação binária - comparar o conjunto dos números reais junto às operações soma
e multiplicação - estrutura de corpo, ao conjunto de funções munido da composição de funções e produto por um escalar real - estrutura de espaço
vetorial. Observamos a evolução da notação original de função, a partir de relações binárias, à notação geralmente utilizada em livros de cálculo.
Em seguida, estudamos os conjuntos imagem direta e imagem inversa de uma função. Após estudar os conceitos de função injetiva, sobrejetiva,
bijetiva, bem como a extensão ou a restrição de uma função, passamos ao estudo da função inversa. Através do uso de funções definidas no conjunto
dos números naturais, passamos ao estudo da cardinalidade de conjuntos: finito, enumerável, ou não-enumerável. A seguir passamos ao estudo de
subconjuntos de R e os conceitos de máximo, mínimo, supremo e ínfimo, de um conjunto, e a propriedade dos intervalos encaixantes. Retomando
as funções definidas sobre os números naturais, o estudo de seqüências reais, como utilizá-las para encontrar o máximo, mínimo, supremo e ínfimo,
de um conjunto.
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DESIGUALDADES ELEMENTARES E SUAS APLICAÇÕES
Aluno de Iniciação Científica: Renan Vinícius de Souza (IC-Jovens Talentos)
Orientador: Luiz Antonio Ribeiro de Santana
Palavras-chave: Desigualdades, Inequações, Aplicações
O objetivo deste trabalho é um estudo a respeito de desigualdades e técnicas para a prova destas. O estudo foi baseado no capítulo introdutório do
livro de Zdravko Cvetkovski, intitulado Inequalities: Theorems, Thecniques and Selected Problems, Springer-Verlag 2012. Por exemplo, temos a
desigualdade x4+y4+4xy+2≥0, e o objetivo é prová-la para todos x, y reais. Podemos fazê-lo raciocinando que x4 + y4 + 4xy + 2=(x4 −2x2y2
+y4)+(2x2y2+4xy + 2)=(x2–y2)2+2(xy+1)2≥0. Também é de importância observarmos que a desigualdade encontrada não é estrita, então, para
alguns x, y reais, poderemos ter uma igualdade, ou seja, se tivermos x4 +y4 + 4xy +2 = 0, queremos descobrir quais são esses valores que x e y
assumem para que valha a igualdade. Os mesmos valores de x e y para (x2 –y2)2 + 2(xy + 1)2 = 0 ser verdadeira são os que fazem com que valha a
igualdade x4 +y4 + 4xy +2 = 0. Portanto, se (x2 –y2)2 + 2(xy + 1)2 = 0, então (x2 –y2)2=0 e 2(xy + 1)2 =0. Da segunda equação encontrada temos
que (xy+1)²=0, então xy = -1, portanto x=-1/ y. Daí concluímos que x e y tem sinais opostos. Sejam, então x > 0, e y < 0. Da primeira equação teremos
x²-y²=0, então x²=y², daí |x|=|y|, mas como x>0, temos que x=|y|. Daí, |y|=-1/y, e de y<0 temos que -y =1/y, isto é, y=-1, e daí x=1. Da mesma forma,
x e y podem assumir os valores de -1 e 1 respectivamente. Seja agora, a desigualdade √x+√y+√z≥ xy+yz+zx. Queremos prová-la para x,y,z reais,
tais que x+y+z=3. A solução se dá da seguinte forma: 3(x+y+z)=(x+y+z)² = x²+y²+z² +2 (xy+yz+zx), logo xy+yz+zx =1/2(3x –x² +3y – y² + 3z –z²).
Substituindo temos √x + √y + √z − (xy +yz +zx) = √x + √y + √z +1/2(x² −3x + y² − 3y +z² −3z)= 1/2((x² −3x + 2√x)+(y² −3y +2√y)+(z² − 3z +2√z))=
1/2(√x(√x −1)²(√x +2) + √y(√y −1)²(√y +2) + √z(√z −1)²(√z +2)) ≥ 0, isto é, √x +√y +√z ≥ xy + yz +zx, como queríamos demonstrar. Novamente
analisando que a desigualdade não é estrita, pensaremos em quais valores x, y e z podem assumir para que seja verdadeira a igualdade √x +√y +√z
= xy + yz +zx. Podemos pensar da seguinte forma: 1/2(√x(√x −1)²(√x +2) + √y(√y −1)²(√y +2) + √z(√z −1)²(√z +2))=0 o que equivale dizer que
(√x(√x −1)²(√x +2) = 0, √y(√y −1)²(√y +2)=0, √z(√z −1)²(√z +2))=0. Analisando agora: (a-1)²(a+2) é forma equivalente do polinômio a³-3a+2, que
tem raízes 1 (dupla) , -2. Para a igualdade, temos que as igualdades (√x(√x −1)²(√x +2)=0, (√y(√y −1)²(√y +2)=0 e (√z(√z −1)²(√z +2)=0 devem ser
simultaneamente satisfeitas. Porém, obedecendo a hipótese de que x, y e z devem ter soma igual a 1, teremos que x=y=z=1.
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE SISTEMAS DE RAÍZES E DIAGRAMAS
DYNKIN
Aluno de Iniciação Científica: Cléber Barreto dos Santos (PIBIC/CNPq)
Orientador: Edson Ribeiro Alvares
Palavras-chave: Sistemas de Raízes, Diagramas Dynkin, Grupo de Weyl
Nosso objetivo neste trabalho é apresentar como se dá a classificação dos sistemas de raízes irredutíveis, e sua relação com os diagramas Dynkin
conexos. Fixemos um espaço euclidiano E, isto é, um espaço vetorial de dimensão finita sobre R com uma forma bilinear simétrica positiva definida.
Geometricamente, uma reflexão em E é uma transformação linear inversível que mantém, pontualmente, um hiperplano H fixo, e que a cada vetor
ortogonal à H associa o seu vetor oposto. As reflexões são transformações lineares ortogonais, isto é, são transformações que preservam produto interno. Dizemos que um subconjunto F do espaço euclidiano E é um sistema de raízes se: é um conjunto finito, gera o espaço E, e não possui o elemento
neutro, além disso, se v é um elemento os únicos múltiplos de v que podem estar em F são o próprio v e seu oposto, além disso, a reflexão associada a v
deixa F invariante, e por fim, se u e v são dois elementos de F, então existe um número k inteiro tal que 2(v, u) = k(u,u). Cada um dos elementos desse
conjunto será chamado de raiz. Pode-se provar que a cada par de raízes podemos obter outro par a partir de sua soma e diferença, isto é fundamental na
construção da estrutura de grupo que será dada ao conjunto de reflexões associadas aos elementos do sistema de raízes. Ao sistema de raízes podemos
associar um subgrupo de GL(E) que denotaremos por W, que é o subgrupo gerado pelas reflexões. Este grupo pode ser identificado a um subgrupo
do grupo simétrico sobre F. Em particular, W é finito e é chamado de grupo de Weyl do sistema de raízes F. Dizemos que um sistema de raízes é
irredutível se, e somente se, não pode ser escrito como união de dois conjuntos ortogonais. A cada sistema irredutível podemos associar uma matriz
denominada de Cartan, a qual também pode-se associar um grafo de Coxeter que depende apenas da matriz de Cartan, isto é, depende apenas das
reflexões associadas às raízes. Mostraremos que isso é equivalente a dizer que o grafo de Coxeter para tal conjunto é conexo. Podemos classificá-los
de diversas maneiras, como por exemplo Dynkin e Euclidianos, que possuem propriedades algébricas e geométricas particulares interessantes. Para
finalizar o trabalho apresentaremos como classificar os sistemas irredutíveis de raízes e a sua relação com os tipos especiais de diagramas Dynkin que
conhecemos através dos conceitos que vimos sobre a matriz de Cartan, e grafo de Coxeter para provar que existem somente onze classes de sistemas
de raízes irredutíveis, e que cada uma dessas classes está associada a um tipo especial de Diagrama Dynkin.
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Nº 0035
Tema Projeto NÚMEROS PRIMOS E CRIPTOGRAFIA RSA
Aluno de Iniciação Científica: Jean Carlo Baena Vicente (PET)
Orientador: Carlos Henrique dos Santos
Palavras-chave: Primalidade, Criptografia RSA, Fatoração
O método de criptografia RSA é fundamentado em conceitos da teoria de números e baseia-se na codificação feita por meio de uma chave pública,
dada por n=pq, onde p e q são primos distintos. Assim sendo, a segurança da mensagem codificada, depende do quão complicado será decompor n
usando os recursos teóricos e tecnológicos disponíveis atualmente. Se n for o produto de números primos “pequenos”, por exemplo, a fatoração será
imediata usando algoritmos usuais de fatoração e um computador sem muita sofisticação, tornando o processo vulnerável. Também não basta que
n seja o produto de números primos somente “grandes”, pois se estes forem relativamente próximos um ao outro, não importa quão grande sejam,
usando o método de fatoração de Fermat, não seria difícil a sua fatoração. Também não estamos interessados em números que sejam “populares”,
como os números de Mersene e de Fermat, por razões óbvias. Com o objetivo de encontrar números primos que sejam adequados para gerar a chave
pública segura para a criptografia RSA, deparamos com o problema da verificação da primalidade de um dado número. Encontrar um número primo
adequado não é uma tarefa simples, embora existam infinitos primos, pois, para a finalidade da criptografia RSA, devemos tomar um número que
possua algumas centenas de algarismos e afirmar, com certeza, que este número é primo, tomando os cuidados anteriormente mencionados. Como
(ainda) não é conhecida uma fórmula para gerar primos, na busca de um primo se faz necessário, também, aplicar testes de primalidade, que, dependendo da forma do número a ser testado, podem ser extremamente eficientes e rápidos. Antes mesmo de aplicar testes de primalidade, pode-se
verificar se o número é um pseudoprimo, assim, caso seja, as chances de se obter um primo são consideravelmente maiores, caso contrário, provamos que o número é composto com bem poucos cálculos. A aplicação dos conceitos e resultados providos da Teoria dos Números à Criptografia
RSA serviu de estímulo para um aprofundamento nesta área do conhecimento presente na grade curricular do curso.
Nº 0036
Tema Projeto INTEGRAL DE LEBESGUE E INTEGRAL DE RIEMANN: UM ESTUDO
COMPARATIVO.
Aluno de Iniciação Científica: Bruno de Lessa Victor (PET)
Orientador: José Carlos Corrêa Eidam
Palavras-chave: Integral de Lebesgue, Integral de Riemann, Teoria da Medida
A história da integração é muito mais antiga do que muitas vezes pensamos. Existem métodos de cálculo de área datados da Grécia Antiga, como por
exemplo, os métodos de Eudoxo e Arquimedes. Este último inclusive, em um dos resultados mais espetaculares já obtidos na história da matemática,
demonstrou que a área de uma parábola circunscrita a um triângulo tem 4/3 da área deste. A integração de forma semelhante à que conhecemos hoje
surgiu com Leibniz e Newton, no século XVII. Suas aplicações se tornaram muito maiores do que apenas o cálculo de quadraturas, mas mesmo
assim ainda não havia sido introduzida uma definição rigorosa do processo. Os primeiros passos foram dados por Cauchy, já no século XVIII, que
provou que toda função contínua era integrável. Mas a teoria completa só surgiu com Bernhard Riemann, por volta de 1850. Uma de suas principais consequências é que o fato de a função ser integrável está relacionado com o conjunto de pontos onde a função é descontínua.No começo do
século XX, o matemático francês Henri Lebesgue começou a visualizar uma forma diferente de integração. A ideia era generalizar a de Riemann,
de forma que a continuidade da função não fosse mais relevante, o conjunto do domínio onde a função é definida não fosse necessariamente um
intervalo, mas todos os resultados conseguidos por Riemann fossem preservados. Para isso, foram introduzidos novos conceitos como: medida de
um conjunto, conjuntos mensuráveis e funções mensuráveis. Neste trabalho, mostraremos as definições e os teoremas utilizados para a construção
da integral de Lebesgue. Provaremos que generalizações sobre processos de limite em sequências de funções também são obtidas, e que o objetivo
de generalização da integral de Riemann foi alcançado apenas nos casos em se trabalha com intervalos limitados.
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Nº 0037
Tema Projeto O PROBLEMA DE DIDO: UMA INTRODUÇÃO AO CÁLCULO VARIACIO-
NAL.
Aluno de Iniciação Científica: Douglas Harmatiuk de Almeida (Outro)
Curso: Engenharia Mecânica (N)
Orientador: José Carlos Corrêa Eidam
Palavras-chave: Séries de Fourier, Desigualdade Isoperimétrica, Identidade de Parseval
A Mitologia Clássica relata que certa vez a filha do rei Tiro, a princesa Dido (Elisa), fugindo da guerra refugiou-se na Costa do Mediterrâneo,
norte da África. Lá, lhe foi proposto que ganharia o terreno que conseguisse cobrir com um pedaço de couro de boi. Dido então cortou o couro em
finíssimas tiras, com o qual cercou uma imensa área de forma circular onde nasceu o núcleo da cidade de Birso, sendo Dido sua rainha. Cidade que
prosperou e mais tarde se tornaria a famosa Cartago. Um dos fatores que contribuíram para o sucesso de tal lenda, foi a forma usada de um círculo,
que naturalmente e intuitivamente é a forma plana que apresenta a maior razão área por perímetro, fato já conhecido desde a Grécia antiga, mas de
difícil demonstração. A justificativa para esta afirmação foi obtida apenas em 1870 por Karl Weiertrass usando cálculo variacional. Matematicamente, esse lendário problema se resume naquilo que se conhece por "desigualdade isoperimétrica", que pode ser enunciada da seguinte forma: “Dada
uma curva fechada simples com um perímetro fixo, qual é forma geométrica que engloba maior área?”. Seguindo o trabalho de Adolf Hurwitz,
pode-se responder tal questão usando séries de Fourier, isto é, séries periódicas de senos e cossenos. O método de trabalho envolve aproximar a
curva dada por uma curva (seccionalmente) diferenciável; esta última tem suas funções coordenadas dadas como séries de senos e cossenos.Via
cálculo diferencial, pode-se calcular diretamente o perímetro da curva e e a área englobada pela mesma. A identidade de Parseval entra de forma
decisiva na demonstração da desigualdade isoperimétrica, a qual será estrita, exceto quando o traço da curva é um círculo. O trabalho tem como
objetivo mostrar, conforme disponibilidade de tempo, esta e outras aplicações de séries de Fourier.
Nº 0038
Tema Projeto EQUAÇÕES DIFERENCIAIS E APLICAÇÕES NA ENGENHARIA
Aluno de Iniciação Científica: Frederico Ivanchechen de Mattos (PIBIC/CNPq)
Curso: Engenharia Civil (MT)
Orientador: Adriana Luiza de Prado
Palavras-chave: Equações Diferenciais, Sistema de Equações Diferenciais, Modelagem
O estudo de equações diferenciais surgiu contemporaneamente com o Cálculo Diferencia de Fermat, Newton e Leibniz. Logo, verificou-se que
muitos comportamentos físicos podiam ser escritos usando as notações de integral e derivada, e solucionar tais problemas tornou-se interessante.
Entretanto, a soluções dessas equações diferenciais não era tão simples; simplificações algébricas e a notação da anti-derivada foram de pouca
ajuda. Finalmente, com os estudos de matemáticos como Jacob Bernoulli e Leonhard Euler, foi possível resolver tais equações e possibilitou aos
pesquisadores de equações diferenciais dar um passo à complexidade de problemas, começando-se a procurar soluções exatas e aproximadas de
sistemas de equações diferenciais e a de equações de derivadas parciais. Pode-se resolver esses sistemas com conhecimentos de transformada de
Laplace; autovalores e autovetores; linearização e métodos de análise de estabilidade; métodos númericos (Método de Euler, Método de Taylor,
Método de Runge-Kutta); Séries de Fourier, Bessel e Legendre; ... Todas essas resoluções são usadas para expressar fenômenos físicos de interesse
da engenharia, como sistemas de pesos e molas; circuitos elétricos em série e em paralelo; determinação de esforços mecânicos e flambagem de
vigas isostáticas; resolver a equação unidimensional do calor e da onda. Muito mais que simplesmente entender e demonstrar as equações diferenciais que regem cada fenômeno, durante o período da bolsa estudou-se como deduzir as resoluções dessas equações, variantes desse problema e
problemas mais literais. Para o EVINCI será dado foco nas aplicações das equações diferenciais na engenharia civil, como resolver a equação da
viga; determinar o ponto crítico de flambagem e encontrar o valor do ângulo de torção de uma barra unitária.
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Nº 0039
SOLUÇÕES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PARCIAIS PELO MÉTODO
DAS DIFERENÇAS FINITAS
Aluno de Iniciação Científica: Eduardo Henrique Viecilli Martins de Mello (PIBIC/CNPq)
Curso: Engenharia Civil (MT)
Orientador: José Antonio Marques Carrer
Palavras-chave: Equação da Onda, Método das Diferenças Finitas, FORTRAN
As equações diferenciais parciais aparecem em diversos campos das ciências, tendo como exemplo: a equação do calor ou da difusão; a equação do
potencial ou de Poisson; a equação da onda. Porém, a solução analítica de uma equação diferencial parcial, EDP, nem sempre é trivial, ou existe.
Logo, soluções numéricas muitas vezes são necessárias para este tipo de equações. Este trabalho desenvolve a solução numérica e compara com
a solução analítica de uma EDP. Foi escolhida, assim, a equação da onda, que possui solução analítica para problema unidimensional, e dentre os
métodos numéricos existentes, o Método das Diferenças Finitas. Este Método se baseia na expansão da série de Taylor, que envolve derivadas de
n-ésima ordem, e aproxima a derivada num ponto por um quociente que envolve o valor da função em pontos anteriores e posteriores ao ponto
considerado. A distância entre os pontos é o denominador da divisão e quanto menor esta distância, menor será o erro envolvido. E diferentemente
da solução analítica, que fornece solução para todos os pontos, o método fornece a solução para alguns pontos, ou seja, discretiza a solução. Apesar
de envolver algumas aproximações e desconsiderar elementos da série de Taylor, o Método das Diferenças Finitas fornece resultados suficientemente próximos da solução analítica. Para realizar a simulação numérica, é feito um programa próprio na linguagem FORTRAN. Para efeitos de
comparação, será feita uma representação gráfica da solução numérica sobreposta à solução analítica. Aumentando o número de divisões da corda
ou diminuindo a distância entre os pontos, respeitando certo critério, poder-se-á notar a convergência para a solução real. A partir da verificação da
aplicabilidade do método para este caso, pode-se partir para soluções de outras equações diferenciais.
Nº 0040
Tema Projeto GEOMETRIAS DE CARTAN-KLEIN: UMA ÓTICA DIFERENTE
Aluno de Iniciação Científica: Aline Zanardini (Outro)
Orientador: Carlos Eduardo Durán Fernández
Palavras-chave: Geometrias de Cartan-Klein, Geometria Inversiva, Geometria Projetiva
Uma geometria no sentido de Klein é um conjunto X munido de um grupo de transformações G que age transitivamente sobre X. Neste projeto
temos como objetivo o estudo das geometrias de Klein através de exemplos e aplicações sob uma perspectiva atual que, em particular, nos permite
estabelecer uma conexão com a pesquisa que vem sendo desenvolvida na área. A primeira referência estudada foi o livro ‘Geometry’ de David A.
Brannan, Matthew F. Esplen e Jeremy J. Gray. Dentre as geometrias que estudamos, destacamos as geometrias inversiva e projetiva. A geometria
inversiva (plana) é caracterizada por um conjunto denominado plano complexo estendido junto com o grupo das transformações de Möbius. Similarmente, a geometria projetiva (plana) é caracterizada pelo plano projetivo, que consiste em acrescentar ao plano euclidiano um conjunto de pontos
no infinito, a cada um correspondendo uma coleção de retas paralelas, e estes pontos incidentes sobre uma mesma reta denominada reta no infinito.
O grupo projetivo é então definido pelo quociente do grupo GL(2, R) por seu centro. Procuramos ainda generalizar a ideia de congruência para
ilustrar o conceito de invariantes de ações de grupos e como eles são encontrados. Por exemplo, na geometria inversiva define-se o conceito de circunferência generalizada e, dadas duas circunferências generalizadas, sempre é possível aplicar uma sobre a outra por uma transformação inversiva.
Assim, surge naturalmente o problema de classificar as famílias de conjuntos de circunferências generalizadas que são equivalentes na geometria
inversiva. Em nosso estudo distinguimos um caso especial deste problema e apontamos uma solução parametrizada pelo problema de Apolônio.
Esta é a primeira aplicação. Como segunda aplicação, apresentamos a razão cruzada, um invariante da geometria projetiva, como uma ferramenta
a ser empregada em técnicas de correção no processamento de imagens oriundas de levantamentos aerofotogramétricos. Finalmente, estudamos os
processos de limite e osculação de curvas a fim de obter invariantes diferenciais a partir de invariantes finitos mais elementares, especificamente,
nos interessa como a razão cruzada pode ser utilizada na interpretação deste problema restrito a curvas na reta projetiva. Para tal seguimos o artigo
‘The Schwarzian as a Curvature ’, publicado no Journal of Differential Geometry, volume 4, número 4 (1970), 515-519, de Harley Flanders. Com
o estudo deste artigo começamos a estudar o que se conhece na literatura por geometria de Cartan-Klein.
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Nº 0041
FUNDAMENTOS DISCRETOS DO CÁLCULO DE DIFERENÇAS
Aluno de Iniciação Científica: Larissa Kovalski (PET)
Orientador: José Carlos Cifuentes Vasquez
Palavras-chave: Cálculo de Diferenças, Cálculo Diferencial, Modelagem
Neste trabalho faremos um estudo introdutório do cálculo de diferenças por analogia com o cálculo diferencial visando à formação inicial de professores de matemática no que respeita aos fundamentos da modelagem matemática e das aplicações. Este estudo começará delimitando os tipos de
funções que são objetos de cada um desses cálculos. O cálculo diferencial, como é conhecido, trata de funções reais de variável contínua (geralmente um subconjunto dos números Reais), enquanto que o cálculo de diferenças, trata de funções reais de variável discreta (usualmente o conjunto dos
números Naturais). O estudo por analogia deverá salientar, por exemplo, que ao conceito de derivada de primeira ordem, segunda ordem, etc., de
uma função de variável contínua, corresponderá o conceito de variação de primeira ordem, segunda ordem, etc., de uma função de variável discreta.
Assim mesmo, serão definidos por analogia os conceitos de integral e de antiderivada para as funções de variável discreta, demonstrando os correspondentes teoremas fundamentais do cálculo. Neste trabalho, ainda, estudaremos algumas funções elementares e suas variações e antiderivadas no
contexto do cálculo de diferenças, como as funções polinomiais, a função exponencial e outras. Na construção do arcabouço teórico para o cálculo
de diferenças, deduziremos também as correspondentes regras de derivação e integração, dentre elas, a regra de Leibniz e a regra de integração por
partes. Finalmente, serão introduzidas as equações de diferenças que são geralmente utilizadas para descrever a evolução de certos fenômenos de
acordo com um certo “tempo discreto”, com o objetivo de achar uma função que os descreva a partir de uma relação de recorrência. Concluiremos
o trabalho apresentando alguns problemas e técnicas no contexto das equações de diferenças de primeira ordem.
TRAJETÓRIAS DE CAMPOS VETORIAIS NO TORO
Aluno de Iniciação Científica: Wagner Augusto Almeida de Moraes (Outro)
Orientador: Alexandre Kirilov
Palavras-chave: Campos Vetoriais, Toro, Trajetórias
Analisando campos vetoriais definidos no toro bidimensional, cujas órbitas são retas, observa-se que as órbitas serão periódicas ou densas no
toro. A partir desse exemplo bastante conhecido, conjecturou-se que as órbitas de qualquer campo vetorial contínuo não singular definido no toro
bidimensional teriam órbitas periódicas ou todas as órbitas seriam ergódicas. Em seu artigo de 1932, publicado no “Journal de mathématiques
pures et appliquées” Arnaud Denjoy mostrou que a conjectura era válida para campos vetoriais não singulares de classe C^r, com r>1, e apresentou
um contraexemplo para a conjectura no caso r=1, construindo um campo vetorial não singular, de classe C^1, que não possui órbitas periódicas
nem densas no toro. Neste trabalho procuramos estudar esse resultado a fundo. Iniciamos definindo o toro flat a partir de relações de equivalência
e estudamos o caso linear, no qual as órbitas são retas e verificamos que a projeção de tais retas no toro apresenta órbitas periódicas ou densas,
dependendo do coeficiente angular dessa reta ser racional ou não. Neste ponto do trabalho utilizamos o software de geometria dinâmica GeoGebra
para visualizar propriedades do toro flat e de tais campos vetoriais. A seguir definimos precisamente os conceitos de campos vetoriais, trajetórias,
órbitas e ergodicidade. Por fim, passamos ao desenvolvimento das ferramentas necessárias para estudar a prova de Denjoy e a construção do contraexemplo. Através de um estudo cuidadoso de difeomorfismos de classe C^r, definidos no círculo S^1, que preservam orientação e ferramentas de
análise tais como: a existência de funções de corte suaves, convergência de séries e teorema de função inversa concluímos essa etapa do trabalho. O
próximo passo nesse projeto é estudar a conjectura de Seifert, que afirma essencialmente o mesmo resultado para a esfera S^3, ou seja, se qualquer
campo vetorial contínuo definido em S^3 possui órbita periódica. Adiantamos que um contraexemplo para esse resultado foi apresentado, em 1972,
por Paul Schweitzer (na classe C^1) e mais tarde por Krystyna Kuperberg (para campos suaves).
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Nº 0043
Tema Projeto LEVANTAMENTO PRELIMINAR SOBRE A PREVALÊNCIA DE SINTOMAS
DEPRESSIVOS ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Aluno de Iniciação Científica: Laressa Krefer (Outro)
Curso: Psicologia (MT)
Orientador: Stela Adami Vayego
Colaborador: Thalise Salas Borges
Departamento: Estatística
Palavras-chave: Sintomas Depressivos, Prevalência, Estatística Não Paramétrica
A depressão é um transtorno do humor, causada não por um agente etiológico, mas por múltiplos fatores determinantes, principalmente sociais.
Suas manifestações podem ser tanto psicológicas e comportamentais – como desânimo, apatia, pessimismo – e somáticas - como perda de apetite
e insônia. De acordo com a OMS, a depressão tende a se tornar a doença mais comum no mundo nos próximos anos. As dificuldades da vida acadêmica tornam os estudantes universitários um grupo vulnerável ao transtorno da depressão. A prevenção é uma medida para evitar o aparecimento
ou agravamento dessa doença. Ela pode ser feita ao se detectar precocemente sintomas depressivos por meio de instrumentos validados. Este estudo
tem por objetivo verificar a ocorrência de sintomas depressivos em alguns estudantes da UFPR. Dois questionários foram disponibilizados via
internet no período de abril a dezembro de 2012. Um referente ao perfil sociodemográfico e o Inventário de depressão de Beck (BDI), para rastrear
os sintomas depressivos. Após aceitarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), 181 estudantes da UFPR responderam à pesquisa,
sendo 42% da Psicologia, 11% da Medicina, 22% da Letras e 25% da Nutrição, com idades entre 17 e 52 anos. As classes utilizadas para classificar
o grau de depressão foram: 0-3 ausência de depressão, 4-7 depressão leve, 8-15 depressão moderada e 16 ou mais depressão grave. 26,52% dos
estudantes apresentaram depressão grave, 34,25% apresentaram depressão moderada, 24,31% apresentaram depressão leve e 14,92% apresentaram
sintomas mínimos de depressão ou nenhum sintoma. A prevalência de sintomas depressivos entre estudantes do sexo feminino foi de 85,71% e
81,82% entre os estudantes do sexo masculino. Dos estudantes de Medicina, que responderam aos questionários, 100% apresentam algum sintoma
depressivo, contra 87,50% dos estudantes de Letras, 84,78% dos estudantes de Nutrição e 79,73% dos estudantes de Psicologia.
Nº 0044
Tema Projeto MORTALIDADE NEONATAL: FATORES DE RISCO NO MUNICÍPIO DE
CURITIBA-PR E REGIÃO METROPOLITANA EM 2001, 2005 E 2009
Aluno de Iniciação Científica: Thalise Salas Borges (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Nutrição (MT)
Orientador: Stela Adami Vayego
Colaborador: Laressa Krefer
Departamento: Estatística
Palavras-chave: Mortalidade Neonatal, Fatores de Risco, Estatística Epidemiológica
A mortalidade neonatal é o principal componente da mortalidade infantil e estima o risco de um nascido vivo morrer durante a primeira semana de
vida. A mortalidade neonatal está intimamente relacionada com as condições socioeconômicas e de saúde da mãe, bem como assistência à gestação,
ao parto e ao bebê nas primeiras horas de vida, e a sua redução é um grande desafio para os serviços de saúde. Assim, identificar os fatores de risco
para mortalidade neonatal da população de Nascidos Vivos (NV) em Curitiba e Região Metropolitana se faz necessário para futuras intervenções
voltadas à redução dos óbitos nesse específico período da vida. Os dados utilizados são dados secundários obtidos do SINASC - Sistema de Informação de Nascidos Vivos e do SIM - Sistema de Informação de Mortalidade coletados dos Nascidos Vivos (NV) filhos de mães residentes em Curitiba
e Região Metropolitana nos anos de 2001, 2005 e 2009. As variáveis observadas foram dos óbitos neonatais, que compreende local de nascimento,
duração da gestação, sexo, cor/raça, e peso ao nascer; e as variáveis maternas e obstétricas, que compreende idade da mãe, instrução da mãe, tipo de
gravidez e tipo de parto. As análises estatísticas do Risco Relativo, Intervalo de confiança e p-valor foram calculadas utilizando o software estatístico
Bioestat®. Os dados coletados foram organizados em forma de tabelas, apresentando separadamente as variáveis dos óbitos neonatais e as variáveis
maternas e obstétricas, nos respectivos anos de 2001, 2005 e 2009. Foi observada associação estatística significativa (p-valor).
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Nº 0045
Tema Projeto AVALIAÇÃO DA CINÉTICA DO ESCURECIMENTO DA POLPA CONCEN-
TRADA DE YACON – POLYMNIA SONCHIFOLIA – OBTIDA POR EVAPORAÇÃO ABERTA E A VÁCUO.
Aluno de Iniciação Científica: Isadora Caroline Sebben (PIBIC/CNPq)
Orientador: Maria Lúcia Masson
Departamento: Engenharia Química
Palavras-chave: Yacon, Antioxidante, Escurecimento
O yacon é uma espécie de batata que apresenta muitas propriedades funcionais e antioxidantes. É popularmente conhecida como batata diet,
pois tem alto teor de uma substância que ajuda no tratamento de pessoas diabéticas: frutos oligossacarídeos (FOS), e por isso tem sido motivo de
muitos estudos recentes. Foi comprovado que a ingestão diária do yacon traz benefícios à saúde. Este tubérculo promove um efeito prebiótico no
organismo, fazendo com que as bactérias boas cresçam rapidamente e aumentem a imunidade do organismo, tornando o meio intestinal mais resistente às doenças locais. Vários carboidratos são armazenados nas raízes de yacon: frutose, glucose, sacarose, oligossacarídeos com baixo grau de
polimerização e traços de amido e inulina. O objetivo da pesquisa é avaliar a mudança no comportamento reológico do yacon quando é adicionada
a ele a polpa do maracujá. Os estudos são feitos em função do pH e da temperatura. Os frutos oligossacarídeos são estáveis em temperatura de no
máximo 140°C, então, utiliza-se processos térmicos pra diminuir a decomposição da raiz e a intervenção da água no processo. Para selecionar as
polpas concentradas, analisa-se o odor, a cor, o formato e a viscosidade, pois deve-se considerar as interações com as outras substâncias dissolvidas.
Baseado nisso, foi desenvolvido a polpa concentrada do yacon através de tratamentos térmicos seguidos de processos de evaporação aberta e a
vácuo, e assim, avaliaram-se as alterações da cor usando um colorímetro Hunter Lab e também as modificações da viscosidade. Para o tratamento
térmico, o yacon foi descascado, cortado em pedaços com 2 cm de espessura e fervido em água durante 1 minuto. Assim, pôde-se desativar as
enzimas e estabilizá-lo quimicamente. Após esse procedimento, o yacon foi triturado com um processador comum de cozinha. Colocou-se a polpa
no evaporador e ela foi deixada lá até que atingisse a temperatura de ebulição da água. Isso aconteceu em menos de cinco minutos. A partir daí, o
tempo começou a ser cronometrado para que fosse feita a primeira medida. Essas medidas foram realizadas de 15 em 15 minutos, durante 2 horas
com amostras de 100g de polpa, misturadas em uma solução de sulfito de sódio a 5% (p/p). Concluiu-se que a evaporação a vácuo é mais vantajosa
em relação à evaporação aberta, pois a temperatura de ebulição da água diminui, e assim, a enzima do yacon é menos degradada, o que significa
que a variação na sua cor é menor.
Nº 0046
Tema Projeto CRIAÇÃO DE CAPACITAÇÃO DE MINERAÇÃO DE DADOS
Aluno de Iniciação Científica: Simão Lucas Teixeira Stocko (PIBIC/CNPq)
Curso: Gestão da Informação (M)
Orientador: Denise Fukumi Tsunoda
Co-Orientador: Celso Y. Ishida
Departamento: Ciências e Gestão da InformaçãoColaborador: Josiete do Carmo
Setor: Setor de Ciências Sociais Aplicadas
Palavras-chave: Mineração de Dados, WEKA, Capacitação
Estuda a utilização de dados, que são gerados e armazenados em bancos de dados (BD), para a criação de capacitação em Data Mining (mineração
de dados – MD). A MD utiliza heurísticas específicas que procuram por conhecimentos considerados “valiosos” ou ainda, “surpreendentes” em
grandes massas de dados no ambiente organizacional, no qual existe a necessidade crescente de obter informações que realmente agreguem valor
às decisões [TURBAN, 2005]. Além da MD, essa pesquisa destaca a visualização de informações (VI), que utiliza de técnicas para ilustrar graficamente as informações, contribuindo para a melhor compreensão da base de dados. A VI é definida como uma ciência que combina aspectos de
computação gráfica, interação humano-computador, cartografia e mineração de dados [FREITAS et al., 2001]. A proposta desta pesquisa ocorrera
em três etapas: pesquisa em referencial teórico (para conhecimento do assunto abordado), estudo de ferramentas de MD e VI para criação da capacitação no âmbito virtual e impresso abordando noções básicas das mesmas e suas etapas. Mostra o processo knowledge-discovery in databases
(KDD), que tem como principal atividade a descoberta de conhecimento a partir de dados. O KDD geralmente é confundido com a MD, mas vale
lembrar que a MD é somente parte desse processo. Nesta capacitação são apresentadas de forma sucinta as áreas onde a mineração é aplicada
(exemplo: medicina, marketing, comércio e indústria, área bancária, entre outras) citando exemplos já difundidos no ambiente acadêmico. O software livre utilizado na capacitação é o Waikato Environment for Knowledge Analysis (WEKA) nesta ferramenta são apresentadas de forma prática
a aplicação de heurísticas de regras de associação, agrupamento (clusterização) e classificação de dados, além da parte de visualização gráfica.
A pesquisa encontra-se na segunda fase - desenvolvimento da capacitação da MD. E pretende que a mesma venha a auxiliar docentes e discentes
interessados em conhecer a MD e a VI. Na sequência a capacitação será transformada para que possa ser disponibilizada em Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA), no modelo não-presencial que permite o acesso e consequente aprendizado por qualquer interessado no assunto, seja interno
ou externo à universidade.
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Nº 0047
Tema Projeto MAPA INTERATIVO DO CENTRO POLITÉCNICO PARA ANDROID
Aluno de Iniciação Científica: Paulo Marcos Dores Junior (PET)
Curso: Ciência da Computação - Bacharelado (TN)
Orientador: Marcos Didonet Del Fabro
Colaborador: Clarissa Dreischerf Pereira, Jomaro Corrêa Rodrigues, Nicole
Martineli Brum
Departamento: Informática
Palavras-chave: Mapa, Interativo, Politécnico
Há dificuldade por parte dos novos alunos e transeuntes em se localizar pelo campus Centro Politécnico, seja por falta de placas ou informações
quaisquer. O objetivo do projeto é resolver este problema através de um mapa interativo desenvolvido para dispositivos móveis Android, que servirá de base aos usuários para encontrarem salas de aula, departamentos e outras instâncias físicas da universidade que estão instaladas no campus
Centro Politécnico. Esta aplicação será desenvolvida integralmente pelos participantes, através de pesquisas em diversas áreas da computação,
sendo elas: entendimento da plataforma Android; entendimento em Java e programação orientada a objetos; análise e trabalho em processamento
de imagens por dispositivos móveis; desenvolvimento de algoritmos que busquem o caminho mais adequado, tanto para veículos quanto para pessoas, através de grafos; gerenciamento da aplicação através da Engenharia de Software e Requisitos; disposição visual dos elementos para melhor
interação humano-computador; e desenvolvimento de algoritmo de busca de palavras-chave. Além destes pontos, o projeto contará com imagens
aéreas fornecidas pela coordenação do curso de Engenharia Cartográfica e Agrimensura da UFPR. A principal dificuldade encontrada pelos participantes do projeto é de conhecer e integrar as diversas áreas da computação citadas, para desenvolvimento de um único aplicativo. A motivação dos
discentes desenvolvedores do Mapa Interativo se dá justamente por vencer as dificuldades apresentadas que auxiliarão em muito a fixar o conteúdo
fornecido pelas matérias do Departamento de Informática, além de fornecer uma aplicação real que resolva a problemática encontrada pelos alunos
do PET Computação, devido ao grande número de pessoas que necessitam de maiores informações para chegar ao seu local de destino.
Nº 0048
Tema Projeto A PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE GESTÃO DO CONHECIMENTO EM
REVISTAS ESPECIALIZADAS NO BRASIL.
Aluno de Iniciação Científica: Martha Karolina Vila Rosa (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Gestão da Informação (M)
Orientador: Helena de Fátima Nunes Silva
Departamento: Ciências e Gestão da Informação
Palavras-chave: Gestão do Conhecimento, Base km, Conteúdo
Proposta de criação de um manual para a Base de Gestão do Conhecimento (KM). Visa estabelecer a padronização para aperfeiçoamento da recuperação de informação sobre produção científica com qualidade compatível a uma base de dados de abrangência nacional. Busca delinear as etapas do
processo de indexação desse repositório, de modo a contribuir com a qualidade de informações dos seus registros e a preservação do conhecimento,
assim como aperfeiçoar a segurança das informações do sistema que a suporta. A base KM contém informações sobre a produção científica brasileira em Gestão do Conhecimento como: congressos, periódicos, teses e dissertações. Objetiva a padronização dos procedimentos de entrada dos dados
com a elaboração de um manual com o passo a passo para obter informações sobre as revistas indexadas na base. Com fundamento no referencial
teórico relativo à manutenção das fontes de informação, descrevendo um padrão para os procedimentos para o desenvolvimento do mesmo. Desta
forma, pretende promover a manutenção dos congressos, periódicos, teses e dissertações, por meio de uma revisão sistemática dos procedimentos e
dos campos de busca da Base, como título, nome do(s) autor(es), sua filiação, resumo, palavras-chave, tipologia do documento, referências e procedimentos adotados na pesquisa indexada, uma categorização para os indicadores e critérios de qualidade de indexação encontrados na literatura do
domínio da Ciência da Informação. A fim de aperfeiçoar o processo de manutenção da base, visa corrigir e excluir inconsistências de informações.
Como resultado o instrumento potencializa a recuperação do conteúdo pelo usuário na KM, assim como sua contribuição para o aprimoramento
da qualidade de indexação do conteúdo relacionada à todas as produções cientificas na Base de Dados Km a qual permite a realização de estudos e
análises com maior facilidade e precisão.
GEOLOCALIZAÇÃO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS ASSISTIDA POR SENSOR ELETROMAGNÉTICO
Aluno de Iniciação Científica: Thiago Roscia Cerdeiro de Lima (PET)
Orientador: Luis Allan Künzle
Colaborador: Giancarlo Klemm Camilo, Jonatan Otávio Korello, Lior Spach
Palavras-chave: Geolocalização, Dispositivos Móveis, Campo Eletromagnético
Com o advento de dispositivos móveis, é cada vez maior o número de pessoas que possuem um smartphone ou tablet. Por meio destes, os usuários
utilizam aplicativos que visam facilitar diversas ações, como gerenciar contas, enviar e-mails, marcar eventos no calendário e se localizar. Para este
último exemplo, foram criados diversos aplicativos que fazem uso dos sensores que vêm equipados nos dispositivos, através dos quais é possível
obter sua localização de diferentes modos. O método mais utilizado é através do receptor de GPS, que se trata de orientação por meio de satélites,
cujo sinal é livremente disponibilizado. Ele cumpre seu papel guiando o usuário ao ar livre. Entretanto, dentro de prédios, seu sinal não funciona
corretamente. Para cobrir esta necessidade, foram implementados meios de estimar o posicionamento por meio da triangulação do sinal emitido por
roteadores Wi-Fi nas proximidades. Infelizmente, esta não é uma solução que possa ser generalizada, sobretudo no Brasil, onde é difícil encontrar
roteadores Wi-Fi em número suficiente em grande parte dos estabelecimentos. Uma alternativa, que possibilitaria estimar a localização em qualquer
lugar do globo, independentemente de se estar dentro ou fora de um prédio, é através do sensor de campo magnético. Tal sensor pode ser utilizado
para detectar metais e medir a intensidade do campo magnético da Terra no ponto em que se encontra. Foi esta a tecnologia que escolhemos estudar
com profundidade, a fim de criar um aplicativo para o sistema operacional Android que mostre a posição (em termos de coordenadas) do dispositivo. Como método, foi proposto, primeiramente, construir um banco de dados, que contém diversas coordenadas e suas respectivas leituras do
campo magnético. Isto é realizado por meio de um programa para o Android que utiliza os sensores de Wi-Fi, campo magnético e o giroscópio. O
giroscópio é utilizado para normalizar os dados do padrão eletromagnético, cuja leitura diverge dependendo da orientação do dispositivo. Dados
recebidos pelo receptor de Wi-Fi, como identificação (SSID) e amplitude do sinal de roteadores, são colhidos quando estiverem disponíveis para
aumentar a precisão do processo. A partir dessa base de dados, estima-se a localização futura pela leitura das informações do dispositivo do usuário
e do uso do algoritmo k-NN (k-Nearest Neighbors), que compara os dados recentemente lidos com cada uma das ocorrências na base de dados,
calculando a distância euclidiana. Este se constitui em um método inovador para geolocalização e um amplo campo de estudo.
COMPARATIVO ENTRE AS BIBLIOTECAS ARIA E PLAYER PARA CONTROLE DE ROBÔS MÓVEIS.
Aluno de Iniciação Científica: Victor Duran Barroso (IC-Jovens Talentos)
Orientador: Eduardo Todt
Palavras-chave: Robótica, ARIA, Player
As bibliotecas ARIA e Player são bibliotecas open source para controle de robôs móveis que apresentam propriedades bastante distintas. A biblioteca ARIA, escrita em C++, é uma biblioteca (SDK) desenvolvida para todas as plataformas MobileRobots/ActivMedia e permite o acesso direto
por meio da linguagem C++, ou das linguagens Java e Python por meio de uma camada de abstração, e que permite controlar todos acessórios
disponíveis pelo robô tanto em baixo nível quanto em alto nível para projetos complexos. A biblioteca Player por outro lado é um software que
fornece uma interface de conexão simples do tipo servidor/cliente para uma série de sensores e atuadores através de uma conexão IP e que recebe
dados do programa cliente por meio de um socket TCP. Foi projetado para ser independente de plataforma e que suporta uma grande variedade de
hardwares, além de permitir ser usado em qualquer linguagem que suporte socket TCP, sendo já suportado em C, C++, Python e Ruby, além de
outras linguagens suportadas não oficialmente. Ambas as bibliotecas contam com simuladores para realizar testes com qualquer número de robôs,
que facilitam o desenvolvimento de softwares e a correção de bugs. O Player é uma opção muito mais interessante se há a necessidade de trabalhar
com diferentes robôs e plataformas, e conta com outras vantagens em comparação ao ARIA, tais como maior comunidade de usuários e capaz de
funcionar em qualquer plataforma POSIX, incluindo sistemas embarcados. Entre os aspectos negativos destacam-se a má documentação e não
possuir um sistema de ações que permitem definir comportamentos complexos a partir de simples blocos de construção para controle de movimento
dinâmicos e contínuos. A biblioteca ARIA por sua vez se torna uma excelente opção se há apenas o interesse nas plataformas MobileRobots/ActivMedia, pois sua boa documentação, sistema de ações para definir comportamentos complexos e o suporte e atualização da Adept Mobile Robots
garantem muita facilidade no desenvolvimento de softwares tanto voltado para pesquisa quanto para fins educacionais. Optei por utilizar o Player
em trabalhos futuros, principalmente pela versatilidade, e o próximo objetivo será portar a biblioteca para a plataforma Android para controlar robôs
por meio de tablets e celulares.
DESENVOLVIMENTO DE PLATAFORMA NÃO-HOLONÔMICA PARA PESQUISA E ALGORITMOS PARA LOCALIZAÇÃO E NAVEGAÇÃO DE ROBÔS
MÓVEIS
Aluno de Iniciação Científica: Cainã Costa Trevisan (PET)
Orientador: Eduardo Todt
Colaborador: Alexandre Augusto Muller, Cristian da Costa Rocha
Palavras-chave: Robótica, FPGA, Navegação de Robôs
A Robótica, mesclando várias áreas do conhecimento, atualmente está presente em vários momentos do nosso cotidiano, apresentando um potencial
de desenvolvimento extremamente grande. Em particular na robótica móvel, as tarefas de localização e navegação são fundamentais para a autonomia
de movimentação dos robôs. Estas tarefas são desafiadoras de modelar com exatidão em ambientes simulados, devido à grande quantidade e variabilidade de fatores que influenciam a percepção do ambiente pelo robô, tais como alterações em intensidade e espectro de iluminação, obstáculos móveis,
irregularidades no terreno e imprecisões na calibração de sensores laser, sonares e câmeras. Por isso, é extremamente importante o desenvolvimento de
plataformas abertas para que a pesquisa com experimentos práticos nesta área possa ser viabilizada. Este projeto visa a construção de um robô móvel, integrando a plataforma de desenvolvimento de hardware reconfigurável FPGA (Field Programmable Gate Array) com sensores de sonar - que permitem
detectar obstáculos e calcular a distância em que se encontram desses - para localização e navegação do robô. A ideia principal é que as saídas dos sonares sejam enviadas ao FPGA que, utilizando algoritmos implementados em hardware, possa interpretá-los e a partir disso enviar sinais de acionamento
para os motores de corrente contínua (DC) por modulação de largura de pulsos - PWM (Pulse Width Modulation) de forma a evitar colisões, mantendo o
movimento. O objetivo da primeira parte do projeto é fazer um chassi para o robô usando, na maior parte, materiais reciclados, montar o circuito elétrico
para acionamento dos motores e fazer o controle de velocidade por PWM dos motores. A plataforma baseada em FPGA permite a implementação em
hardware de algoritmos que em plataformas computacionais convencionais, baseadas em processadores, apresentam elevado custo computacional. A
segunda parte consiste em codificar, usando a linguagem de descrição de hardware VHDL (VHSIC Hardware Description Language) o controle do robô
através de uma API para os motores e sonares; implantar algoritmos que mapeiem os arredores do robô e transferir dados via USB entre o FPGA e um
computador para análises dos mapas gerados. Outra meta é a documentação e disponibilização de todo o código e circuitos desenvolvidos para que o
projeto possa ser ampliado por pesquisas futuras. Como resultados já obtidos tem-se a construção do chassi com os motores, rodas e bateria, a instalação
e posta em marcha da plataforma FPGA, e algoritmos de controle por PWM e interface com sensores sonar.
Nº 0052
Tema Projeto PROCESSAMENTO EM CUDA UTILIZANDO PARALELIZAÇÃO DE DA-
DOS PARA A BUSCA DE SMALL RNAS (SRNAS)
Aluno de Iniciação Científica: Júlia Pacholok Veiga e Souza (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (N)
Orientador: Lucas Ferrari de Oliveira
Colaborador: Maria Berenice Steffens
Departamento: Escola Técnica da UFPR
Setor: Setor de Educação Profissional e Tecnológica
Palavras-chave: GPGPU, CUDA, Processamento de Alto Desempenho
Devido ao rápido avanço da tecnologia das GPUs (Graphic Processing Units) e com o surgimento da GPGPU (GPU de Propósito Geral) visando
utilizar a GPU como processador auxiliar e não apenas como placa gráfica, a NVIDIA desenvolveu a plataforma de programação CUDA (Compute
Unified Device Structure), a primeira solução para programação de propósito geral em GPUs. Essa plataforma de desenvolvimento contém ferramentas que formam um modelo de programação paralela de fácil aprendizagem e vasta aplicação. As aplicações com maior potencial de paralelização são aquelas que executam uma mesma operação em grande quantidade de dados, realizando a operação para cada dado paralelamente. Partindo
do trabalho de otimização do sRNAScanner, foram selecionadas funções que poderiam passar por outro processo de reescrita, utilizando CUDA. O
trabalho de paralelização começou com o estudo da plataforma CUDA e do software otimizado em si, seguido por estudos de bibliotecas especializadas: a biblioteca STL, da linguagem C++, que é uma coleção de estruturas de dados; e sua implementação em CUDA que está disponível através
da biblioteca Thrust. Utilizando os conhecimentos adquiridos, primeiramente foi analisada a possibilidade de paralelização de um conjunto de três
funções do programa, que tratam dos valores de espaçamento entre os promotores -35 e -10 numa sequência de sRNA previamente encontrada.
Durante a análise da função percebeu-se que para realizar a paralelização com sucesso seria necessário copiar muitos dados para a memória da GPU
antes da execução, o que caracterizaria um processamento custoso demais, mesmo utilizando a programa otimizado. Assim, a reescrita que deveria
aprimorar o processamento acabaria desfavorecendo-o. Logo, analisou-se outra função com grande potencial para paralelização, esta responsável
por realizar o cálculo das matrizes de peso posicional, a parte principal do programa, pois a partir desse cálculo são encontradas as possíveis sequências de sRNA. São utilizadas 3 matrizes, cujos valores são calculados utilizando a mesma sequência de dados, o que possibilitou uma paralelização
mais efetiva que a função anterior. A paralelização do código ainda está em fase de testes, mas com os resultados prévios é possível afirmar que o
custo da cópia de dados para a memória da GPU será compensado pelo processamento, considerando que com a paralelização a função pode ser
abordada de outras maneiras além da original, possibilitando assim uma comparação entre as formas de estruturar a função na plataforma CUDA,
para assim atingir o melhor resultado possível.
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Nº 0053
Tema Projeto COMPUTAÇÃO EVOLUTIVA - PROGRAMAÇÃO PARALELA UTILIZANDO
CUDA
Aluno de Iniciação Científica: Evelim Carla Ribeiro (PIBIC/CNPq)
Orientador: Aurora Trinidad Ramirez Poxo
Palavras-chave: CUDA, PSO, Métricas de Muitos Objetivos
O estudo de programação paralela efetuado em placas de vídeo está crescendo com a Computer Unified Device Architecture, mais conhecida como
CUDA, desenvolvida pela NVIDIA. Este modelo de programação além de obter um aumento na performance computacional, é de fácil compreensão, pois seus códigos podem ser escritos em linguagem de alto nível. Este trabalho visa: 1) Entender este modelo de programação entre CPU
e GPU (processamento que está contido na placa de vídeo), no qual a GPU utiliza aplicativos que são acelerados e executam subproblemas, que
são resolvidos independentemente em paralelo por blocos de threads, assim livrando a CPU de trabalhar com as partes sequenciais; 2) Estudar o
algoritmo evolutivo Enxame de Partículas, mais conhecido como PSO (Particle Swarm Optimization), com o objetivo de aprender sua estrutura
de dados, além de compreender sua implementação em CUDA para criar maior familiaridade com essa plataforma. A execução do PSO ocorre em
um conjunto de movimentos de partículas dentro do domínio que busca uma função para achar o melhor valor de fitness (função de avaliação); 3)
Estudar os algoritmos GD (Generational Distance) e IGD (Inverted General Distance) para tomar conhecimento dessas métricas usadas em algoritmos evolutivos de muitos objetivos, e então implementá-los em CUDA, visando um aumento na performance do tempo de execução do algoritmo
em relação ao não paralelizado. O GD é uma métrica experimental cujo valor representa quão “longe” o pareto front conhecido está do pareto front
verdadeiro. E o IGD é a métrica inversa ao GD, no qual calcula a distância do pareto front verdadeiro para o pareto front conhecido. Os algoritmos
pesquisados nesse estudo são especialmente aptos para serem programados com GPU, pois o PSO é um algoritmo populacional, e os algoritmos
GD e IGD tratam problemas com muitos objetivos.
Nº 0054
Tema Projeto CRIAÇÃO DE CAPACITAÇÃO DE MINERAÇÃO DE DADOS - LINGUA-
GEM R
Aluno de Iniciação Científica: Fernando Futoshi Fujioka (PIBIC/CNPq)
Orientador: Denise Fukumi Tsunoda
Colaborador: Josiete do Carmo
Departamento: Ciências e Gestão da Informação
Palavras-chave: Linguagem R, Gráficos, Estatística
Esta pesquisa propõe a criação da capacitação em Linguagem R para a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A
linguagem R foi criada por Ross Ihaka e por Robert Gentleman no departamento de Estatística da Universidade de Auckland, Nova Zelândia,
em 1996, segundo Ashlee Vance(2009). Atualmente é mantida e distribuída pelo “R Development Core Team” como software livre. Sua última
versão é a 3.0.1, de 16 de maio de 2013. O R é uma linguagem, porém apesar de ser interpretada, não é compilada e também é um ambiente de
desenvolvimento integrado, para cálculos estatísticos e gráficos, visto que é utilizada na área de estatística e probabilidade, passando por análise
de dados, e utilizada por docentes e discentes de diversas áreas do conhecimento. Conforme o volume de informações utilizadas por estudiosos
das diversas áreas cresce, existe a necessidade de facilitar o uso de novos softwares como o da linguagem R, otimizando desta forma o tempo e os
resultados. Visando facilitar o trabalho e a aprendizagem de docentes e discentes, a linguagem R conta com o pacote R Commander, o qual possui
como principais funções a carga e a criação de banco de dados. A capacitação apresenta em linguagem acessível as etapas básicas de utilização da
ferramenta, desde a instalação do software, explicando os pacotes existentes dentro da ferramenta, tipos de objeto, a interface para o usuário, e como
usar a calculadora entre funções básicas: adição e subtração até logaritmos entre outros; criação de objetos por vetores simples, matrizes e dataframes, elaboração de gráficos e importação de tabelas. Contudo nesta pesquisa os resultados e a efetiva aplicação da capacitação não ocorrerão até o
envio deste resumo, pois a mesma esta em fase de desenvolvimento. Atendendo ao princípio de buscar auxiliar a sociedade na qual esta inserida,
limitando-se ao estágio de noções básicas de utilização da ferramenta, sendo ainda necessária a elaboração de estudos futuros para comprovação
das informações e aplicação da mesma.
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Nº 0055
Tema Projeto BANCO DE DADOS E MINERAÇÃO DE DADOS EM BIOINFORMÁTICA
Aluno de Iniciação Científica: Ana Paula Sandoval Carlos (PIBIC/CNPq)
Curso: Informatica Biomédica (TN)
Orientador: Jeroniza Nunes Marchaukoski
Palavras-chave: Bioinformática, Anotação Gênica, Bancos de Dados
Com o avanço da tecnologia, o crescimento das informações através da produção de dados é exorbitante. Em se tratando de dados biológicos, como
a genômica e proteômica, o contingente é ainda maior. O desafio posto na manipulação, armazenamento e administração desses dados complexos
instiga a busca de soluções eficazes que necessitam de grande capacidade e velocidade de processamento e análise das informações na área da Bioinformática, de grande valia para a contribuição do progresso das Ciências Biológicas. Com a proposta de desenvolver novas pesquisas e técnicas
no armazenamento e recuperação de dados biológicos complexos, este estudo trata da modelagem desses, definindo arquiteturas de banco de dados
para o gerenciamento de grandes volumes de informação e estratégias de mineração. Os objetivos deste; estudo das técnicas de integração banco de
dados e modelagem de dados complexos, estudo de algoritmos genéticos e redes neuronais, extração de características de dados biológicos complexos e modelagem, construção de estratégias e algoritmos para a mineração de dados biológicos nos bancos construídos e também em banco de
dados públicos, GenBank NCBI, EMBL, DDBJ. Ao verificar os bancos, observou-se a redundância ocasionada por erros de anotação de genes ou
informações repetidas de diferentes formas. Os comandos de inserção e comparação dos dados no banco de dados dos repositórios foram alterados
de forma a facilitar o entendimento. Neste trabalho, o identificador ‘gi’ do NCBI foi utilizado como referência para integrar os dados das bases
de dados públicas NCBI, PFAM e COG, das proteínas em estudo. Uma nova base de dados integradora foi desenvolvida utilizando-se o Sistema
Gerenciador de Banco de Dados MySQL, linguagem de programação C e interface para a manipulação de dados em MATLAB. Com os bancos de
dados públicos (NCBI, PFAM e COG) integrados, as consultas às informações de proteína são extraídas de forma transparente e mais rapidamente,
já que não é necessária a consulta aos bancos de dados individualmente. As pesquisas e manipulação das informações das proteínas são realizadas
no MATLAB através de comandos da linguagem de Banco de Dados SQL e também com funções próprias do MATLAB, o que eu torna acesso aos
dados mais facilitado, pois a interface do MATLAB é mais amigável e, dinâmico pois os dados podem ser acessados em um único local.
Nº 0056
Tema Projeto FERRAMENTAS PARA VISUALIZAÇÃO DA BIOINFORMAÇÃO
Aluno de Iniciação Científica: Diego Palma Navarro (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Alessandro Brawerman
Palavras-chave: Bioinformática, Aplicativos Móveis, Visualização da Informação
Com o crescimento da quantidade de informação gerada por pesquisas em biologia molecular, ficou claro a limitação de seu estudo sem a utilização de ferramentas computacionais, que possibilitam a análise e gestão dos dados mapeados. Como exemplo, pode-se citar a conclusão do projeto
de sequenciamento do genoma humano, em 2003. Seu término só foi possível graças as ferramentas computacionais aplicadas e ao poder de
processamento dos equipamentos utilizados. Além deste, foi também de suma importância o desenvolvimento de ferramentas que auxiliassem na
visualização dos dados, facilitando enormemente a análise feita pelo profissional. Neste sentido, com o intuito de facilitar o acesso a informação e
com a vantagem de permitir mobilidade nas pesquisas, este projeto propõe o desenvolvimento de uma ferramenta de visualização de dados biológicos para dispositivos móveis. O aplicativo se conecta aos principais bancos de dados biológicos a fim de procurar informações sobre proteínas
ou genes fornecidos como entrada pelo usuário. Estas buscas, normalmente são realizadas através de navegadores de Internet e o resultado obtido
muitas vezes é um conjunto de informações que exige uma análise para filtrar os dados que seriam a resposta para o problema procurado. A solução
proposta neste trabalho, além de permitir mobilidade para seu usuário, já que o mesmo não precisa estar na frente de seu computador para realizar
as buscas, trabalha nos resultados obtidos, automatizando os filtros e trazendo apenas as informações relevantes para a pesquisa. A solução utiliza
técnicas de design de interação formatando o resultado de uma maneira já simplificada e de fácil visualização da informação biológica. Um outro
ponto positivo do aplicativo em questão é o uso de técnicas de design centrado no usuário para garantir uma boa usabilidade do produto. Muitas
vezes, para se conseguir uma busca completa de informações de uma proteína, por exemplo, é necessário a visita e consulta a diversos websites de
sistemas biológicos. Com o uso do aplicativo, entretanto, estas visitas são realizadas de maneira transparente ao usuário, ou seja, para o usuário o
acesso é somente no aplicativo, sendo que este faz as buscas necessárias nos diversos bancos biológicos e traz a informação coletada para o usuário,
sem que o mesmo perceba que foram realizadas diversas pesquisas. O aplicativo, para dispositivos que utilizam sistemas operacionais Android, já
se encontra disponível, de forma gratuíta, na Google PlayStore.
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Nº 0057
Tema Projeto UTILIZAÇÃO DE OTIMIZAÇÃO MANUAL DE CÓDIGO NA REESCRITA DO
SOFTWARE SRNA SCANNER
Aluno de Iniciação Científica: André Gehring Dias de Almeida (PIBIC/CNPq)
Curso: Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (T)
Orientador: Lucas Ferrari de Oliveira
Palavras-chave: Processamento de Alto Desempenho, Otimização, Bioinformática
Nos últimos anos o barateamento do preço da memória RAM e o aumento da sua capacidade alterou um paradigma utilizado na área de Bioinformática. Este paradigma de desenvolvimento de softwares utiliza muito o disco rígido e não há otimização de código. Com o advento da arquitetura
multi-core e de memórias de baixo custo, o acesso ao disco passou a ser o maior entrave de qualquer aplicação, pois o disco não possui velocidade
compatível com os demais componentes. Dessa maneira, as aplicações que necessitam de muito poder de processamento devem ser otimizadas para
aproveitar o hardware ao máximo. O software otimizado foi o sRNAScanner, utilizado para encontrar sequências de sRNAs dentro de genomas
bacterianos. O código original do software utiliza cinco arquivos de entrada, quarenta e quatro arquivos temporários e quatro arquivos de saída
todos gravados em disco. A reescrita do código fonte foi feita em três etapas. A primeira etapa teve foco em uma análise parcial do código, para compreender o funcionamento do programa e o seu papel na área de biologia, além de identificar funções que pudessem ser paralelizadas. Na segunda
etapa do trabalho foi desenvolvida a primeira versão reescrita do código. Utilizando a hierarquia de memória, foram substituídos os arquivos textos
temporários originais por estruturas de dados dinâmicas. Na terceira etapa foi feita uma análise mais minuciosa do código e uma segunda versão do
código foi desenvolvida. Nesta versão foram utilizadas técnicas de otimização manual de código. Nessa parte mais aprofundada do projeto foram
detectados erros de vazamento de dados no programa original. Após corrigido esses erros o programa passou a encontrar mais sRNAs do que o original. Em todo o processo de reescrita, testes com os resultados parciais garantiram a coerência dos resultados. O teste, sempre usando as 6 threads
do processador, com a bactéria Bacillus anthracis Ames AE016879, ficou 19,721 vezes mais rápido na primeira versão do código, e 108,760 vezes
mais rápido na segunda versão. Nesse caso de teste o software original apresentava 255 sequências de sRNAs, com a correção dos erros na segunda
versão da reescrita, o software passou a apresentar 1872 sequências de sRNAs. Segundo o software valgrind, esse caso de teste utiliza durante toda
a execução aproximadamente 22,3 MB de memória.
Nº 0058
Tema Projeto TESTES EM MICROPROCESSADORES COM VHDL
Aluno de Iniciação Científica: Cesar Augusto Prestes (Pesquisa voluntária)
Orientador: Roberto André Hexsel
Palavras-chave: VHDL, MIPS, Testes
Uma das maneiras de sistematizar os conhecimentos obtidos na disciplina de Arquitetura de Computadores é empregá-los diretamente no projeto
de um processador. Para tanto, a partir de um modelo descrito em VHDL --linguagem para modelar e sintetizar circuitos-- da implementação num
"pipeline" de cinco estágios do conjunto de instruções do processador MIPS, e disponível como hardware livre (projeto MiniMIPS, disponível
em www.opencores.org), fizemos testes para varificação de corretude e de desempenho no projeto original, para garantir que este é adequado à
utilização em projetos mais complexos. Em continuação ao trabalho desenvolvido anteriormente em dissertação de mestrado do PPGInf e em
trabalho de conclusão de curso no BCC (TG), a tarefa era desenvolver testes e ferramentas que facilitassem o desenvolvimento e a depuração do
projeto. Comecei por testar todas as novas instruções que haviam sido implementadas no TG e para isso utilizei os programas de ordenação bubble
sort, quick sort, merge sort. Inicialmente estes programas foram compilados sem nenhuma otimização para simplificar a análise dos resultados, e
depois com otimização máxima (-O3), quando alguns deles não apresentaram os resultados esperados, devido a uma falha no circuito de previsão
de desvios. O tamanho das entradas dos programas de ordenação foi aumentado para verificar se havia alguma falha no sistema de memória. Para
tanto, desenvolvi também uma função (codificada em VHDL) que mostra o conteúdo da memória na tela, entretanto a memória do minimips só
trabalha com leituras de 1 byte, devido a issofoi preciso fazer a leitura da memória 4x para que os resultados saíssem da forma correta. Algumas
das funções da unidade de lógica e aritmética foram verificadas porque o código VHDL parecia estar incorreto. Os testes indicaram que a implementação não está errada.
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Nº 0059
Tema Projeto SÍNTESE E IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMA EMBARCADO EM FPGA
Aluno de Iniciação Científica: Alexandre Augusto Muller (PET)
Orientador: Roberto André Hexsel
Colaborador: Alan Gonzalez Meger Zangrandi, Clara Daia Hilgenberg Darú,
Departamento: Informática Pedro Guilherme Chaves
Palavras-chave: Sistemas Embarcados, FPGA, MIPS
O uso cada vez mais frequente de sistemas embarcados demanda a formação de profissionais com bons conhecimentos na área de projeto e desenvolvimento destes sistemas. O processador MIPS (Microprocessor without Interlocked Pipeline Stages) possui um conjunto de instruções reduzido
(em inglês, RISC) e uma microarquitetura simples de cinco estágios. Tais características, somadas à literatura de referência abundante, o tornam
um processador ideal para fins didáticos e adequado a sistemas embarcados. O objetivo deste projeto é construir um computador completo com o
processador MIPS, implementado em um Field Programmable Gate Array (FPGA). FPGAs são circuitos com blocos de lógica configuráveis usados para implementar protótipos de circuitos grandes e complexos. O FPGA que será empregado é um Spartan 6, da Xilinx. Os alunos envolvidos
sintetizarão e auxiliarão na depuração do código VHDL do processador, que foi escrito pelo orientador. O modelo do processador e seu “testbench”,
que foram testados somente em simuladores, precisam de alterações para funcionar corretamente na placa com o FPGA - construção da memória
utilizando blocos disponíveis no FGPA, implementação de interfaces de escrita e leitura com o componente de conversão USB-UART (USB para
serial assíncrono) disponível e desenvolvimento de componentes de código VHDL para realizar a troca de mensagens com outros periféricos --barramentos de memória e de Entrada/Saída. Estes periféricos tornarão possível executar um sistema operacional similar ao Unix (a princípio o Xinu,
que, assim como o processador, é pequeno, didático e adequado a projetos embarcados). Para tanto, o projeto abrange o estudo do funcionamento
da interface serial e os drivers necessários para ligar periféricos (como um pequeno display) à placa, a interface com memórias externas (para
conter o sistema operacional),e a possível optimização do programa gerado pelo sintetizador em função do número de blocos lógicos (LUTs), para
implementar um processador com múltiplos núcleos e maior desempenho.
Nº 0060
Tema Projeto MODELOS COSMOLÓGICOS DE ENERGIA ESCURA E A CONSTANTE
COSMOLÓGICA
Aluno de Iniciação Científica: Vanessa Ribeiro Krubniki (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Fernando Pablo Devecchi
Palavras-chave: Energia Escura, Campos Escalares, Relatividade
Levando-se em consideração o caráter atrativo da força gravitacional, com o acúmulo de dados observacionais que mostram que o universo sofre
uma expansão acelerada surge a necessidade de se admitir a existência de uma forma de energia de pressão negativa, que seria responsável por
contra balancear a gravidade após um período inicial de forte atração, passando em seguida a dominar sobre a energia gravitacional. Tal energia é
denominada energia escura, e sua natureza permanece desconhecida. Neste trabalho são estudados alguns modelos de energia escura – com base no
modelo cosmológico padrão – com o objetivo de se encontrar modelos que se ajustem aos dados de evolução de distâncias, onde a energia escura será
representada por um campo escalar. Caso a aceleração obtida de um modelo baseado em um certo potencial se comporte da forma esperada, então
existe a possibilidade de que esse potencial descreva corretamente a energia escura. Para isso, foi realizado um estudo inicial da teoria da relatividade
em sua forma tensorial. A relatividade geral, por não se restringir apenas a referenciais inerciais, é usada para o estudo da gravitação e portanto está
em foco como método utilizado. A partir de seu estudo são encontradas as equações de campo de Einstein, responsável pela descrição do campo
gravitacional gerado, nesse caso, pela energia escura. Em conjunto com a equação de movimento de Klein-Gordon, constituem na base da formulação de qualquer modelo cosmológico. O sistema formado pela equação de Klein-Gordon e por uma combinação das duas equações linearmente
independentes de Einstein é resolvido numericamente e um dos resultados é o gráfico da aceleração, que muda de acordo com o potencial testado.
Ajustando os parâmetros do problema de forma a tentar obter a curva procurada, podemos, a partir do resultado, descartá-lo ou considerá-lo viável
como potencial de energia escura, além de encontrar os valores desses parâmetros e condições iniciais permitidos para uma descrição satisfatória.
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MODELO DE EQUAÇÃO MESTRA PARA O EXPERIMENTO PHOTO-CELIV
Aluno de Iniciação Científica: Samylla Boazegevski (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Física (Licenciatura) (N)
Orientador: José Arruda de Oliveira Freire
Palavras-chave: Photo-Celiv, Mobilidade, Sistemas Desordenados Orgânicos
Nesta pesquisa é analisado um modelo teórico para descrever o experimento de Photo-Celiv (Charge Extraction of photogenerated charge carriers
by Linearly Increasing Voltage), que é um experimento para determinação da mobilidade dos portadores de carga em sistemas orgânicos desordenados. Esse experimento relativamente recente [1] mede a corrente transiente no material subseqüente à absorção de um pulso luminoso. É muito
semelhante ao experimento de tempo-de-voo com o diferencial de que o transporte é ambipolar, as amostras podem ser muito menos espessas e
a voltagem varia linearmente no tempo. Do sinal da foto-corrente se pode extrair a mobilidade efetiva dos portadores [2]. O modelo usado nesse
trabalho para descrever o material orgânico desordenado é o modelo da desordem Gaussiana, que associa uma distribuição Gaussiana aos orbitais
localizados LUMO (orbital molecular desocupado menos energético) e HOMO (orbital molecular ocupado mais energético) no qual o transporte
de elétrons e buracos acontece respectivamente. Para descrever a dinâmica dos portadores de carga, é utilizada uma equação mestra, que fornece
a evolução temporal da ocupação eletrônica dos sítios da rede, os quais contém um par de níveis de energia representando os orbitais LUMO e
HOMO localizados. O campo elétrico variável do experimento é incorporado na definição da energia dos sítios que por sua vez entram na expressão
das taxas de salto entre sítios vizinhos. Tratamos um caso unidimensional e obtivemos a corrente transiente como função do tempo para diferentes
valores dos parâmetros do modelo: as desordens dos orbitais moleculares, a taxa de variação e a magnitude máxima da voltagem aplicada, a eficiência da recombinação elétron-buraco, o comprimento da amostra e a temperatura. [1] G. Juška, N. Nekrašas, K. Genevièius, J. Stuchlik, and J. Koèka,
Thin Solid Films 451– 452, 290 (2004). [2] G. Juška, K. Arlauskas, M. Viliunas, and J. Koèka, Phys. Rev. Lett. 84, 4946 (2000).
Nº 0062
Tema Projeto SINCRONIZAÇÃO EM MODELOS DE DINÂMICA NEURONAL
Aluno de Iniciação Científica: Vitor Salomão Recacho (PIBIC/CNPq)
Orientador: Ricardo Luiz Viana
Palavras-chave: Sincronização de Osciladores Caóticos, Neurônios, Hodgkin-Huxley
Sincronização de osciladores é um fenômeno bem conhecido em física. Em particular o fenômeno de sincronização de osciladores regulares é observado desde o século 18, com o passar dos anos percebeu-se que o comportamento da natureza não correspondia com os resultados encontrados,
surgindo a necessidade de uma nova teoria que pude-se explicar esse comportamento não regular da natureza. O exito dos estudos na área de Dinâmica não-linear e caos, fez com que novos campos de pequisas fossem abordados entre eles a sincronização de osciladores caóticos. Sincronização
de osciladores caóticos, por sua vez é um fenômeno mais recente, tendo seus primeiros estudos datados na década de 1990. Nesse trabalho realizamos um estudo sobre o acoplamento de mapas conhecidos como Mapa de Rulkov que simulam a dinâmica neuronal. Aqui propomos a computação
numérica do comportamento de vários desses neurônios de forma a simular como o acoplamento de uma rede de neurônios altera o comportamento
individual de cada sítio. Mostramos que com a variação da intensidade do acoplamento bem como seu alcance é possível obtermos acoplamentos
parciais do modelo. Quando obtemos estados parcialmente sincronizados dizemos que os neurônios estão em um estado cooperativo e nesse caso
nossa rede apresenta comportamento global. Mostramos ainda que para determinados intervalos do parâmetro de acoplamento o estado sincronizado não pode ser obtido. De forma a corroborar os resultados obtidos para o mapa de Rulkov, que apresenta comportamentos limitados dado a
simplicidade do modelo, um conjunto de equações diferenciais conhecido como modelo de Hodgkin-Huxley para o comportamento de neurônios
foi também simulado. O Modelo de Hodgkin-Huxley é composto de equações diferenciais que descreve de modo mais exato a dinâmica de um
nerônio. Como resultado mostramos que o comportamento de ambas as redes são similares no que diz respeito à rota de sincronização.
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Nº 0063
Tema Projeto DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO PARA MEDIÇÃO DE VAZÃO
EM SISTEMAS MICROFLUÍDICOS.
Aluno de Iniciação Científica: Guilherme Augusto Dalri (IC-Voluntária)
Orientador: Cyro Ketzer Saul
Co-Orientador: Fabio Adhemar da Silva Rahal
Palavras-chave: Microfluídica, Sensor de Vazão, Mesofabricado
O aumento da demanda de sistemas tipo Lab-on-a-chip (LOC) que envolvem volumes cada vez menores, exige a mensuração de vazões da ordem de nanolitro por minuto. Considerando que o INCT, para diagnósticos em saúde pública, visa o desenvolvimento de sistema de baixo custo.
O presente trabalho visa o desenvolvimento de um dispositivo para a realização de medidas de vazão em sistemas microfluídicos. O dispositivo
consiste em um sistema calorimétrico, que mede a temperatura do líquido na entrada, submete o líquido a um aquecimento com potencia conhecida e posteriormente mede sua temperatura na saída. Sendo conhecida sua capacidade térmica a determinação da vazão é imediata. Para medir a
temperatura serão utilizados termistores que são dispositivos sensores cuja resistência muda com a variação da temperatura. Tanto o aquecimento
quanto o monitoramento da temperatura será efetuado com microcontrolador de plataforma aberta conhecido como Arduino Uno R3. O controle
da potencia dissipada no resistor de aquecimento será efetuada empregando um sinal PWM (Pulse-width modulation) e para a medição da temperatura do líquido, tanto na entrada quanto na saída, serão empregados conversores ADC (Analog-to-Digital Converter) de 10 bits que permite uma
resolução de temperatura de 0,06°C. A estruturação do dispositivo consiste em várias camadas de poli estireno expandido de baixa densidade que
visam o isolamento térmico, por mais duas camadas onde se localizam os canais micrométricos e duas camadas de acrílico de reforço estrutural do
sistema. Todos os componentes do mecanismo são fabricados em uma fresadora a laser. Para testar a eficiência do mecanismo compara-se um fluxo
induzido por bombeamento de controle externo com o fluxo determinado pelo método proposto, a fim de determinar vazões com grande precisão.
Nesse trabalho serão apresentados resultados preliminares.
Nº 0064
Tema Projeto AVALIAÇÃO DO RUÍDO EM ACADEMIAS DE GINÁSTICA
Aluno de Iniciação Científica: Gabriele Sturm (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Engenharia Ambiental (MT)
Orientador: Paulo Henrique Trombetta Zannin Co-Orientador: Karyn Lia Hamad Anjelo
Departamento: Mecânica
Palavras-chave: Ruído, Academias de Ginástica, Saúde Ocupacional
O ruído está intimamente ligado às atividades de lazer, inclusive em academias de ginástica, em que milhares de professores e alunos estão expostos
a elevados níveis de pressão sonora durante várias horas por dia, sem qualquer tipo de proteção, sendo necessária a preocupação com a saúde mental
e corporal desta população. Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivo avaliar os níveis de ruído em duas academias de ginástica (A1 e
A2), através de medições dos níveis de pressão sonora - nível sonoro equivalente (Leq), níveis mínimos (Lmin) e máximos (Lmax) - e simulações
computacionais dos parâmetros acústicos (tempo de reverberação - TR e índice de transmissão da fala – STI). Para a coleta de dados, foi utilizado
um medidor sonoro classe I da marca Brüel&Kjær, modelo 2238 e as simulações computacionais foram realizadas com o software Odeon Combined versão 9.2. Os valores medidos mostraram que os níveis de pressão sonora (Leq) variaram entre 74,3 e 93,6 dB(A), atingindo o valor máximo
(Lmax) de 106,2 dB(A), ultrapassando, assim, os valores limites estabelecidos pela legislação. Para a academia A2, em que os parâmetros acústicos
simulados encontraram-se acima do recomendado, foram feitas simulações computacionais utilizando recobrimentos de superfícies diferentes e
com maiores coeficientes de absorção sonora e verificou-se que o tempo de reverberação foi reduzido e o índice de transmissão da fala passou de
pobre para satisfatório, melhorando assim as condições acústicas desta academia. Conclui-se que o ambiente da academia de ginástica onde as
pessoas buscam a promoção da saúde e lazer apresentou, incoerentemente, altos níveis de pressão sonora, típicos de ambientes industriais, gerando
assim extrema preocupação com relação à saúde de seus alunos e, especialmente, dos professores atuantes. Diante dos resultados encontrados neste
estudo, fica evidente a necessidade de ações que minimizem e controlem a ação prejudicial do ruído nas academias de ginástica. Estas ações podem
incluir a redução do nível da música nas aulas de ginástica associada ao tratamento acústico das salas em que são realizadas.
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Nº 0065
Tema Projeto O ESTUDO DA ANIQUILAÇÃO DE PÓSITRONS EM AMBIENTES MOLECU-
LARES E SUA RELAÇÃO COM OS MODOS VIBRACIONAIS DA MOLÉCULA
Aluno de Iniciação Científica: Érika Sathie Takatsuki (PET)
Curso: Matemática (Licenciatura) (N)
Orientador: Sergio d Alemeida Sanchez
Palavras-chave: Pósitron, Aniquilação, Vibração Molecular.
Uma importante implicação da interação da antimatéria com a matéria é o fenômeno de aniquilação. Neste caso, quando uma antipartícula encontra sua respectiva partícula, as duas se aniquilam produzindo radiação gama. Os primeiros estudos de aniquilação de pósitrons (antipartícula
do elétron) em ambientes moleculares surgiram no final da década de 40 e início dos anos 50 [J. W. Schearer e M. Deutsch, Phys. Rev., 76, 462
(1949) e M. Deutsch, Phys. Rev., 82, 866 (1951)]. O objetivo do experimento era medir o parâmetro de aniquilação (Zeff), que estaria relacionado
à probabilidade de um pósitron se aniquilar com um dos elétrons da molécula. Se desprezarmos a correlação do pósitron incidente com os elétrons
do alvo teríamos que Zeff é o número de elétrons do alvo molecular. Contudo, observou-se experimentalmente que o parâmetro de aniquilação pode
ser ordens de grandeza maior que o número de elétrons do alvo [T. J. Murphy e C. M. Surko, Phys. Rev. lett., 67, 2954 (1991)]. Com a evolução
de feixes monoenergéticos mais intensos [R. G. Greaves e C. M. Surko, Phys. Plasma, 4, 1528 (1997)], conseguiu-se medir o Zeff em função da
energia. Com esses novos experimentos, foi possível notar que o parâmetro de aniquilação é fortemente dependente da energia. Além disso, era
possível notar a presença de picos de Zeff próximos aos modos vibracionais do alvo molecular. O objetivo deste trabalho foi estudar uma sequência
de moléculas com parâmetros de aniquilação medidos experimentalmente e analisar como os picos observados se relacionam com os modos vibracionais da molécula. Para tal, foi preciso estudar a teoria de vibrações moleculares através do livro Molecular Quantum Mechanics, de P. W. Atkins;
e de estrutura eletrônica tal como descrito no livro Modern Quantum Chemistry, de Attila Szabo e Neil S. Ostlund. Com isso, será possível usar
o programa computacional GAMESS para obter os modos vibracionais das moléculas de interesse. Além disso, baseado em dados experimentais
publicados nos artigos da área, iremos analisar a importância ou não do modo vibracional ser ativo no infra-vermelho. Pelos dados medidos de Zeff,
percebe-se esses modos tem maior importância na descrição do processo do que os modos inativos [G. F. Gribakin, J. A. Young e M. C. Surko,
Review of Modern Physics (2010)]. Posteriormente, iremos estudar os modelos existentes na literatura que explicam tais fenômenos e aplicar um
deles na obtenção do espectro de aniquilação de pósitrons em ambientes moleculares.
Nº 0066
Tema Projeto APRISIONAMENTO DE ELÉTRONS POR BASES DO DNA ISOLADAS E
NA PRESENÇA DE SEUS RESPECTIVOS PARES
Aluno de Iniciação Científica: Fernanda Brandalise Nunes (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Sergio dAlmeida Sanchez
Co-Orientador: Márcio Henrique Franco Bettega
Colaborador: Diego Farago Pastega, Thiago Correa de Freitas
Palavras-chave: DNA, Elétron, Ressonância
Sabe-se que elétrons de baixa energia (EBEs) são as espécies secundárias mais abundantes provenientes da interação da radiação ionizante com o
corpo humano [V. Cobut et al., Radiat Phys. Chem. 51, 229 (1998)]. Esses EBEs podem ficar temporariamente aprisionados nas bases do DNA (adenina – A, timina – T, citosina – C e guanina – G), formando uma ressonância, que pode induzir quebras de simples e dupla fita do DNA [B. Boudaïffa
et al., Science 287, 1658 (2000)]. Portanto, é importante obter as energias de aprisionamento vertical dos elétrons (EAEs) a essas bases, que podem
ser relacionadas às posições das ressonâncias. Nesse trabalho, foram feitos cálculos de otimização de geometria das bases do DNA isoladas e na
presença de seus respectivos pares (AT e CG) e, posteriormente, cálculos de estrutura eletrônica. Tal estudo foi feito utilizando o programa computacional GAMESS [M. W. Schmidt et al., J. Comput. Chem. 14, 1347 (1993)], com a aproximação de segunda ordem de Møller-Plesset (MP2) e um
conjunto de base 6-31G(d). Então, aplicamos uma relação empírica de escala como obtida em [S. W. Staley et al., J. Phys. Chem. 98, 116 (1994)], que
relaciona a energia dos orbitais virtuais às posições das ressonâncias, a fim de obtermos as EAEs para cada sistema, como uma aproximação para o
processo de espalhamento. Nós obtivemos três EAEs para cada uma das bases isoladas, que estão em bom acordo com os valores experimentais [K.
Aflatooni et al., J. Phys. Chem. A 102, 6205 (1998)] e obtidos em contas de espalhamento [C. Winstead et al., J. Chem. Phys. 125, 244302 (2006);
C. Winstead et al., J. Chem. Phys. 127, 085105 (2007)] disponíveis na literatura. Os valores obtidos das EAEs para o par CG estão aproximadamente
0,3 eV abaixo (acima) dos valores obtidos para a molécula citosina (guanina) isolada. Esse deslocamento nas EAEs pode ser explicado através do
estudo da carga líquida dos compostos, como realizado em [T. C. Freitas et al., J. Chem. Phys. 138, 174307 (2013)], a partir do qual obtivemos um
valor de +0,024692 (u.a.) para a citosina, e -0,024692 (u.a.) para a guanina. Para o par AT não foram observadas variações significativas das EAEs,
e os valores obtidos para a carga líquida das moléculas foram consideravelmente menores do que para o par CG.
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Nº 0067
Tema Projeto CÁLCULOS DE SEÇÃO DE CHOQUE ELÁSTICA PARA A COLISÃO ELÉ-
TRON-ACETONITRILA
Aluno de Iniciação Científica: Erik Vinicius Rodrigues de Lima (IC-Jovens Talentos)
Orientador: Milton Massumi Fujimoto
Palavras-chave: Acetonitrila, Matriz-R, Seção de Choque Elástica
A acetonitrila (CH3CN) é uma molécula presente na atmosfera terrestre e no meio interestelar. Na atmosfera terrestre a acetonitrila tem sido apresentada como um traçador muito útil na verificação da queima de biomassa e a medição simultânea de CO e CH3CN possibilita determinar a razão
da queima de biomassa comparada com a queima de combustível fóssil, isto tem uma relação importante com o estudo do aquecimento global da
atmosfera terrestre. A acetonitrila foi observada em nuvens no meio interestelar e também pode ser considerada como um dos importantes reagentes
precursores dos aminoácidos, os quais estão relacionados com a origem da vida [1,2]. Apesar disso, existem poucos dados espectroscópicos disponíveis na literatura. Neste trabalho o objetivo foi calcular a seção de choque elástica da colisão de elétrons de baixas energias com a molécula de
CH3CN, entre 1 e 10 eV. A molécula de CH3CN foi descrita através de uma função de onda Hartree-Fock, utilizando-se geometria disponível na
literatura, foi escolhido o confôrmero na geometria mais estável que pertence ao grupo de simetria pontual Cs. O método da Matriz-R foi utilizado
para resolver as equações de espalhamento. O estudo foi realizado utilizando-se diferentes níveis de aproximação para a descrição do potencial de
interação elétron-molécula: aproximação estático-troca e estático-troca-polarização. Devido a molécula de CH3CN apresentar um grande dipolo
permanente de 1,64 D, o qual gera um potencial interação de longo alcance, foi utilizado o procedimento de completar com Born para levar este
efeito em conta. Os resultados apresentados comparam a influência da polarização em grandezas como a soma das autofases, seções de choque
diferencial (SCD) e integral (SCI). A soma das autofases indica a presença de uma ressonância e que também pode ser vista nos resultados de SCI.
A posição e a largura desse pico de ressonância é influenciada pelo efeito de polarização da nuvem eletrônica da molécula. Os resultados de SCD
serão apresentados durante o evento, são inéditos e não existem resultados experimentais para comparação.[1] A.J.T. de Laat, J. A. de Gouw, J.
Lelieveld, A. Hansel, J. Geophys. Res., 106, 28469 (2001); [2] W. Sailer, A. Pelc, P. Limão-Vieira, N.J. Mason, J. Limtrakul,P. Scheier, M. Probst,
T. D. Mark, Chem. Phys. Lett. 381 216–222 (2003)
Nº 0068
Tema Projeto DINÂMICA DE SPINS, INSTABILIDADE DE FILAMENTAÇÃO E CAMPOS
MAGNÉTICOS CÓSMICOS
Aluno de Iniciação Científica: Pedro da Nóbrega Bearzoti (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Fernando Haas
Palavras-chave: Plasma Quântico, Ondas e Instabilidades em Plasmas, Instabilidade do Duplo Feixe
Um plasma que não possua um equilíbrio termodinâmico perfeito possui uma energia livre que dará origem à ondas internas. Considerando um
plasma em que todas as forças estejam balanceadas, pode-se considerar que ele está em um certo equilíbrio, e uma solução independente do tempo
é possível. No entanto, a energia livre citada anteriormente causará ondas auto-excitadas, e o equilíbrio será instável. Dentre as instabilidades estudadas na mecânica de plasma, umas das mais importantes é a instabilidade de duplo feixe. Este trabalho busca fazer a comparação entre os modelos
clássico e quântico da instabilidade de duplo feixe, tanto para o caso frio, em que a temperatura do plasma é considerada zero, quanto para o caso
quente, em que a temperatura é levada em conta. A instabilidade de duplo feixe clássica (bem como toda instabilidade de feixe) é causada pela
passagem de um feixe de partículas carregadas através do plasma ou pela da passagem de uma corrente pelo plasma, o que leva uma das diferentes
espécies (íons ou elétrons) a terem velocidades de deriva diferentes. Uma passagem de duplo feixe em um plasma quântico, no entanto, depende
também de fatores adimensionais H e K para ser considerada uma instabilidade. O parâmetro K já aparece no caso clássico, correspondendo ao
número de onda adimensionalizado. A instabilidade do feixe duplo clássica ocorre sempre que a velocidade de fase da onda excede a velocidade
escalar dos feixes, resultando K < 1. Já a instabilidade quântica depende de ressonâncias não triviais envolvendo o parâmetro H, o qual é uma medida dos efeitos quânticos de difração ligados ao caráter ondulatório dos portadores de carga do plasma. Neste trabalho fazemos uma comparação
detalhada entre as instabilidades do duplo feixe clássica e quântica.
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Nº 0069
Tema Projeto INTERMITÊNCIA ON-OFF E O INÍCIO DE PROCESSOS TURBULENTOS
Aluno de Iniciação Científica: Ramon Bilha Azenha (PIBIC/CNPq)
Orientador: Sergio Roberto Lopes
Palavras-chave: Plasma, Trubulência, Intermitência on-off
O estudo de sistemas dinâmicos tem aplicações nas mais diversas áreas da ciência. Em particular em física, o estudo de tais sistemas pode ajudar
no entendimento de diversos fenômenos. Nesse trabalho abordamos o problema de intermitência on-off em sistemas físicos de interesse. Em tais
sistemas, a presença de uma variedade invariante faz com que o sistema ocupe somente uma parte do espaço de fase. Em geral a estabilidade dessa
variedade pode ser estudada computando-se o espectro de expoentes de Lyapunov do sistema. Nesse trabalho abordamos um exemplo simples de
sistema dinâmico onde a perda de estabilidade se dá através desse processo de intermitência. Mostramos aqui que a intermitência se deve à perda
de estabilidade local de certas porções da variedade invariante. Nesses casos quando uma trajetória vizinha à variedade invariante passa próximo
a uma área localmente instável, ocorre uma ejeção da trajetória dessa região, visto que essa fica sob a ação de uma variedade instável da variedade
invariante, gerando assim o que se convencionou chamar de ejeção ou burst. Para determinados intervalos dos parâmetros do modelo, é possível
mostrar que o sistema apresenta instabilidade local, porém, estabilidade global. Devido a essa característica, o sistema fica eternamente sendo ejetado e atraído para a vizinhança da variedade invariante fazendo com que o processo intermitente seja perene. Como aplicação, o modelo é aplicado a
um problema previamente proposto na literatura, que propõe-se a estudar a turbulência da borda de um plasma confinado em dispositivos de fusão
(Tokamaks). Com os resultados, pudemos criar uma série temporal onde as emissões são mostradas e assim conseguimos observar que quando uma
órbita esta sob influência de direções transversalmente instáveis de órbitas periódicas embutidas na variedade invariante, essa é ejetada da região,
divergindo exponencialmente. Após a ejeção, a estabilidade global fará com que a órbita se reaproxime da variedade, a essa reaproximação dá-se o
nome de fase de recuperação. Finalmente, sugerimos que as recentes observações em emissões de plasmas podem ser relacionadas a esse fenômeno
dinâmico de perda de instabilidade transversal de uma variedade invariante imersa no espaço de fase.
EFEITOS QUÂNTICOS E INSTABILIDADES EM PLASMAS ASTROFÍSICOS
Aluno de Iniciação Científica: Sidney Tiago da Silva (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Fernando Haas
Palavras-chave: Ondas em Plasmas, Amortecimento de Landau, Plasma Quântico
Analisamos os principais modos coletivos (ondas) em plasmas com campo magnético de equilíbrio nulo. A saber, os modos eletrostáticos básicos
(ondas de Langmuir e ondas íon-acústicas) bem como a propagação de modos transversais. As ondas de Langmuir se propagam paralelamente
ao campo elétrico e sua freqüência a própria freqüência do plasma mais um termo de correção que está relacionada diretamente à temperatura do
plasma. As ondas transversais se propagam perpendicularmente ao campo elétrico, e sua freqüência é a soma da freqüência do próprio plasma mais
a sua freqüência, que é o produto dos quadrados entre seu número de onda e sua velocidade pro pagante. Como a velocidade de propagação da onda
e a própria velocidade da luz, o termo de correção ao qual está relacionada com a temperatura se torna desprezível comparada com as freqüências.
As ondas Íons-acústicos são quando levamos em conta a dinâmica dos íons. Isso ocorre quando a onda pro pagante possui velocidade muito menor
que a velocidade típica dos elétrons e velocidade maior que a velocidade dos íons. Com isso percebemos que a freqüência da onda e proporciona
mente a temperatura dos elétrons e inversamente a massa dos íons. Utilizamos tanto a descrição via fluidos como a teoria cinética para plasmas,
ou seja, o sistema de Vlasov-Maxwell. A discrição via fluido e uma primeira aproximação para encontrar as freqüências, ao qual trabalhamos com
a equação de continuidade da densidade e a equação de conservação do momento das partículas. Por meio da teoria cinética, determinamos o
amortecimento não colisional dos modos coletivos. Especificamente, consideramos o amortecimento de Landau decorrente da relação de dispersão
de cada onda. Tratamos tanto o amortecimento relacionado com a freqüência dos elétrons e o amortecimento das ondas íons- acústicas. A análise,
feita no contexto de plasmas clássicos, serve como preparação ao estudo de ondas e instabilidades em plasmas quânticos, especialmente levando
em consideração a dinâmica de spins. Aplicações são esperadas, no contexto astrofísico e de plasmas densos na presença de lasers ultra-intensos,
bem como levando em conta efeitos relativísticos.
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Nº 0071
Tema Projeto PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL DE NANOPARTÍCU-
LAS DE PRATA EM UM VIDRO SÓDIO-BORATO
Aluno de Iniciação Científica: Maximilia Frazão de Souza (PIBIC/CNPq)
Orientador: Guinther Kellermann
Palavras-chave: Nanoagregados de Ag, Nucleação, Crescimento
O trabalho realizado teve como objetivo a preparação e estudo do mecanismo envolvido na formação de nanocristais de Ag no vidro 72B2O3-28Na2O (% em moles) supersaturado com Ag durante o tratamento isotérmico do vidro. As amostras do vidro inicial foram preparadas a partir da
fusão dos reagentes na forma pó, finamente triturado, seguido de um resfriamento rápido do material fundido até a temperatura ambiente usando a
técnica de splat-cooling. Como resultado foram obtidas lâminas de vidro transparente a luz visível, com espessuras entre 100 µm e 150 µm, contendo átomos de Ag homogeneamente dispersos em seu interior. Na caracterização das amostras foi utilizada a técnica de espalhamento de raios X
a baixo ângulo –SAXS. As medidas de SAXS foram realizadas na linha de SAXS do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Campinas,
SP utilizando radiação de l = 1,078 Å. Neste trabalho serão apresentados os resultados correspondentes ao vidro tratado isotermicamente a 560 K
durante 90 minutos. A partir da análise das curvas de espalhamento, tomadas após sucessivos períodos de tratamento térmico, foi possível obter a
função que descreve a distribuição de raios dos nanocristais. Estudos anteriores por TEM deste mesmo compósito mostraram que os nanocristais
formados tinham forma aproximadamente esférica. A análise das curvas de SAXS foi feita então assumindo partículas esféricas homogêneas embebidas em um vidro também homogêneo. Os melhores acordos entre as curvas experimentais e as curvas ajustadas foram obtidos quando uma
função lognormal foi usada para descrever a distribuição de raios dos nanocristais N(R,t). A partir das funções N(R,t) foi possível a determinação
da dependência temporal do: raios médio, densidade numérica e dispersão relativa em tamanho dos nanocristais. Os resultados mostram um rápido
crescimento do raio médio das nanopartículas no início do tratamento térmico – até 50 min – seguido de um crescimento mais lento em estágios
avançados. A dispersão relativa em tamanho – razão entre o desvio padrão da distribuição N(R,t) e o raio médio - apresenta valores mais elevados
no início do tratamento térmico e depois diminui sistematicamente até atingir o valor 0,14 após 50 min, mantendo este valor até o final do tratamento
térmico. A análise comparativa entre estes parâmetros e a intensidade de SAXS integrada – que é proporcional ao volume total das nanopartículas –,
tomada em diferentes períodos ao longo do tratamento térmico, permitiu a determinação do mecanismo envolvido no crescimento dos nanocristais
de prata.
Nº 0072
Tema Projeto PROPRIEDADES FÍSICAS DE FILMES FINOS DE LIGAS DO SISTEMA BI-
MNSB
Aluno de Iniciação Científica: Danilo Roberto Ratkovski (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Celso de Araujo Duarte
Palavras-chave: Ligas de BiMnSb, Filmes Finos, Propriedades Físicas
Estudos de ligas de Bi, Mn e Sb através de medidas elétricas, ópticas e estruturais em filmes finos têm sido relatadas por muitos autores, apesar de
alguns estudos em filmes finos de Bi puro apresentarem grandes inconsistências. Há várias motivações para o estudo dessas ligas. Por exemplo, o
Bi passa por uma transição metal-semicondutor quando a espessura do filme é reduzida. O pequeno valor do gap das ligas desse elemento encontra
aplicações em dispositivos de efeito Hall, sensores de potência para hiper frequências, termopilhas e detectores de micro-ondas. Além do mais, o
Bi possui elevado fator g de Landé que julgamos abrir a possibilidade para o desenvolvimento de válvulas de spin. O Bi participa de várias ligas
supercondutoras com alta temperatura de transição e, pelo seu baixo ponto de fusão, o crescimento da fase cristalina é relativamente simples. Já
o Sb possui afinidade com o Bi na formação de ligas, e em particular, ligas desses elementos se destacam pelas suas propriedades termoelétricas.
Ligas de Bi e Sb tem despertado recentemente intenso interesse em especial pela possibilidade do desenvolvimento dos chamados isolantes topológicos, nova variedade de materiais que promete grande aplicação tecnológica. Finalmente, o Mn se destaca pelas suas propriedades magnéticas,
de modo que ligas que o contenham apresentem magnetização, suscitando aplicações tecnológicas no desenvolvimento de, por exemplo, memórias
magnéticas. O BiMn tem sido um dos materiais mais intensivamente discutidos para aplicação em magneto-óptica de armazenamento de dados. Em
contraste com suas promissoras aplicações na magneto-óptica, o BiMn apresenta vários problemas ligados a sua estabilidade cristalina e magnética.
A fim de superar estas dificuldades, busca-se a manipulação controlada e otimizada de parâmetros de crescimento. Neste trabalho apresentamos o
resultado de medidas de algumas propriedades de filmes finos de Bi, Mn e Sb produzidos por evaporação térmica sobre substrato de vidro: medidas
de difração de raios-X, absorbância e transmitância óptica, e medidas elétricas.
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Nº 0073
Tema Projeto DESENVOLVIMENTO DE ESTRUTURAS FLUÍDICAS BASEADAS EM PA-
PEL E MULTICAMADAS POLIMÉRICAS
Aluno de Iniciação Científica: Gabriel Pereira Freitas (PIBIC/CNPq)
Co-Orientador: Fabio Adhemar da Silva Rahal
Palavras-chave: Microfluídica, Polímeros, Diagnóstico
O projeto do INCT para Diagnósticos em Saúde Pública tem interesse no desenvolvimento de sistemas de diagnóstico rápido de baixo custo. Neste
trabalho são apresentados alguns resultados do desenvolvimento de métodos para fabricação de sistemas fluídicos híbridos baseados em papel e
multicamadas poliméricas em meso-escala (micro/milímetro). A definição das estruturas fluídicas foi efetuada empregando um sistema de fresagem
a laser e o fechamento das mesmas foi efetuado empregando um sistema de laminagem térmica. A fresagem a laser foi efetuada em uma fresadora
Laser Gravograph 100 que funciona como uma impressora, cujos desenhos das estruturas foram elaboradas utilizando o software Coreldraw11. O
fechamento dos canais foram feitos com uma laminadora de plástico Polaseal PDA4-230SL. Vários polímeros e papéis cromatográficos tiveram
sua resistência ao calor e estabilidade dimensional avaliadas a fim de determinar os melhores candidatos para a fabricação das estruturas. Dentre os
materiais utilizados se destacaram o Polietileno Naftalato (PEN) e Acetato de Celulose, ambos ainda sobre análise, o papel de cromotagrafia, e um
polímero composto por uma camada de Polietileno Tereftalato (PET) e uma camada de Acetato de Polivinila (EVA). Os parâmetros de potência e
velocidade de corte da fresadora a laser foram estudados e caracterizados para cada polímero e papel cromatográfico utilizados a fim de minimizar
e/ou evitar os derretimentos do material, o aparecimento de rebarbas e as deformações causadas pelo excesso de calor. A caracterização desses parâmetros também foi necessária para melhorar a resolução dos canais. Os resultados comprovam a viabilidade da técnica empregada para a produção
de dispositivos em meso-escala. Em etapa posterior começaremos a avaliar as configurações mais adequadas para fabricação de dispositivos para
diagnósticos.
PROPRIEDADES ÓPTICAS DE POÇOS QUATERNARIOS COM IMPLANTAÇÂO DE MN
Aluno de Iniciação Científica: Renato Fernando Caron (PIBIC/CNPq)
Orientador: Evaldo Ribeiro
Colaborador: Rogério Luiz Maltez
Palavras-chave: Poços Quânticos, Implantação Iônica, Spintônica
Este trabalho visa avaliar a possibilidade de obter controle sobre o spin do elétron em materiais semicondutores, para possível aplicação em
transporte de informações e dispositivos de spintrônica, explorando a técnica de implantação de íons de Manganês (Mn) em semicondutores convencionais. Na literatura é comum encontrar o crescimento de semicondutores magnéticos diluídos como MnAs e MnGaAs. No presente trabalho
estudamos as modificações nas propriedades ópticas pela presença do Mn em poços quânticos e assim avaliar sua potencialidade para spintrônica.
As amostras utilizadas foram crescidas por MOCVD (Metal-Organic Chemical Vapor Deposition) no Laboratório de Optoeletrônica do LNLS, em
Campinas, e consistem de poços quânticos de InGaAsP ladeados por barreiras de InGaAsP de composição diferente das dos poços. As larguras
dos poços são de 30 e 40 nm, e situam-se a 50 nm da superfície da amostra. Foram implantadas doses de Mn de 1, 10 e 20 at.% através de uma
colaboração com o Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cada amostra foi clivada em três partes, e duas delas sofreram
tratamento térmico a 650 oC e 750 oC. O outro pedaço foi mantido como implantado para fins de comparação. Numa segunda rodada ampliamos os
tratamentos térmicos para 850 oC. Utilizamos fotoluminescência (PL) em baixa temperatura para estudar as amostras originais, sem implantação,
e amostras selecionadas dos conjuntos implantados e tratados termicamente. As amostras tratadas apresentam boa recuperação do sinal de emissão
do substrato, porém o sinal do poço quântico (banda de emissão do poço por volta de 1050 nm) só está presente para as amostras de maior concentração de Mn. A melhor temperatura de tratamento varia para cada dose implantada. O resultado para 20% de Mn é intrigante pois quanto maior
a dose de implantação espera-se ter uma maior concentração de defeitos, precisando de temperaturas maiores para uma recuperação razoável. A
comparação dos espectros de PL das amostras originais revela que a qualidade inicial das mesmas pode ser responsável por esse comportamento
inesperado. Também apresentaremos resultados de tratamento nas amostras não-implantadas, com a intenção de verificar o deslocamento do pico
de PL para o azul, como indicado acima, pois pode estar relacionado com uma modificação do perfil da interface devido ao tratamento térmico.
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Nº 0075
Tema Projeto CORRENTES BIPOLARES LIMITADAS POR CARGA ESPACIAL EM ALTOS CAMPOS EM DIODOS DE POLÍMERO/C60: UMA DESCRIÇÃO SIMPLES DO MODELO
Aluno de Iniciação Científica: Deize Corradi Grodniski (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Marlus Koehler
Palavras-chave: Dispositivos Fotovoltaicos Orgânicos, Diodos, Propriedades de Transporte
Atualmente existe a necessidade do desenvolvimento e disseminação de fontes renováveis de energia para a redução das emissões de gases de efeito
estufa. Nesse sentido, os polímeros conjugados, uma classe de semicondutores orgânicos, vêem sendo utilizados na fabricação de células solares
orgânicas por apresentarem vantagens tecnológicas e econômicas em relação aos dispositivos tradicionais de silício. Neste trabalho nós investigamos as propriedades de transporte no escuro de dispositivos fotovoltaicos orgânicos formados pela heterojunção de um copolímero semicondutor
e de fulereno (C60). Os copolímeros são compostos de unidades de tiofeno, fenileno e fluoreno, onde o tiofeno foi mantido constante enquanto a
razão entre fluoreno/fenileno foi variada. Medidas mostraram que para baixas tensões, a curva da densidade de corrente j em função da tensão V
(j x V) apresentam um crescimento exponencial, típico do comportamento de um diodo. Por outro lado, as curvas de j x V são limitadas por carga
espacial em altas tensões. Esta última segue previsões teóricas previstas anteriormente na literatura, que explica a corrente no escuro em fotodiodos
de polímero/fulereno em altas tensões. Para descrever a curva completa de j x V, nós estendemos o modelo anterior assumindo uma resistência
interna em série dependente de carga espacial. Deste modelo, nós ajustamos as curvas experimentais para estimar a mobilidade efetiva sobre todo
o dispositivo, e para obter a corrente de saturação reversa j0. Observamos uma forte relação entre j0 e a mobilidade efetiva, que são parâmetros
importantes para a eficiência do diodo fotovoltaico. Os resultados mostraram que o copolímero com a maior mobilidade efetiva total é o PFT
[(9,9dihexyl-9H-fluorene-2,7-diyl)-1,2-ethenediyl-2,5-thiophene-1,2ethenediyl].
Nº 0076
Tema Projeto PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM DETETOR FOTOACÚSTICO
Aluno de Iniciação Científica: Matheus Radaelli (Pesquisa voluntária)
Orientador: Evaldo Ribeiro
Palavras-chave: Detetores, Resposta Espectral Plana, Efeito Fotoacústico
Detetores de luz comumente encontrados são baseados em materiais semicondutores (fotodetedores de Si, Ge, InGaAs, PbS etc.) ou consistem de
fotomultiplicadoras com catodos específicos para cada faixa espectral. A característica desses equipamentos é possuir uma resposta espectral que
não é constante, e que são específicas para certas faixas espectrais (visível, infravermelho próximo, infravermelho médio etc.). Quando são utilizados em técnicas ópticas como refletância, transmitância ou luminescência, se o intervalo de comprimento de onda for muito grande é importante
fazer a correção do espectro medido pela resposta espectral do detetor utilizado. Além disso, as fontes de luz empregadas em algumas destas técnicas
(lâmpadas de deutério, xenônio ou halógena) também possuem espectros muito diferentes entre si. Novamente, a normalização das medidas experimentais pela emissão espectral da fonte pode ser importante dependendo da faixa de comprimentos de onda analisada. O presente trabalho visa
projetar, construir e caracterizar um detetor fotoacústico, de resposta espectral plana, baseado no efeito de absorção de radiação por corpos negros.
Embora o nome fotoacústico possa remeter a um processo físico específico, o detetor em questão utiliza uma câmara selada e um microfone para
realizar a medida da intensidade luminosa. Em uma câmara selada, com atmosfera ambiente, são colocados lado a lado um microfone e um alvo de
material totalmente absorvedor (corpo negro). A luz a ser medida é direcionada sobre o corpo negro, sendo absorvida e causando uma pequena elevação em sua temperatura. O ar da câmara selada aquece e dilata levemente, causando um aumento de pressão sobre o microfone, gerando um sinal
elétrico. Dentro de certos limites (a ser determinado experimentalmente para este protótipo) a relação entre a intensidade luminosa e a variação de
pressão da cela é linear. Como o corpo negro em princípio absorve igualmente todos os comprimentos de onda, seu funcionamento é independente
da energia do feixe luminoso incidente, sendo conhecido como um detetor de resposta espectral plana, apropriado para calibrações radiométricas
simples. Serão apresentados os progressos no desenho, a escolha do material absorvedor, a definição do circuito de polarização do microfone e os
testes da câmera selada.
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ESTUDO DE MORFOLOGIA DE CÉLULAS SOLARES ORGÂNICAS CONSTRUÍDAS COM FULERENOS E PSIF-DBT
Aluno de Iniciação Científica: Nicholas Ercolano Monteiro (Pesquisa voluntária)
Orientador: Lucimara Stolz Roman
Colaborador: Andréia Gerniski Macedo, Cleber F. Nascimento Marchiori.
Palavras-chave: Morfologia, Célula Solar, Bicamada
Na corrida do desenvolvimento de energias alternativas baratas e com baixo impacto ambiental, investigam-se materiais que possam aproveitar uma
fonte de 120.000TW, o sol. Células solares poliméricas (CSP) possuem baixo custo e uma relevante facilidade para produção em larga escala com
método de impressão rolo pra rolo, diferentemente das células de silício que além de necessitarem de pessoal altamente qualificado requerem altas
temperaturas para seu processamento, o que as encarece significantemente. A funcionalização química pode mudar significantemente as propriedades de elétricas e ópticas de um polímero alterando sua estrutura eletrônica devido à inserção aplicada. Para aprimorar a morfologia precisamos
reorganizar a camada ativa por meio de aquecimento e pelo controle de espessura através de sua deposição. Este estudo apresenta a resposta de
um dispositivo construído com poli[(2,7-dioctilsilfluoreno)-2,7-diil-alt-(4,7-bis(2-tienil)-2,1,3-benzotiadiazol)-5,50-diil](PSiF-DBT) como material doador e fulereno como material aceitador. Estudos recentes mostram que o PSiF-DBT é um material promissor como CSP por ter apresentado
uma interessante eficiência em conversão de potência (do inglês power conversion efficiency, PCE) bem como um bom fator de preenchimento.
Primeiramente determina-se a melhor temperatura de annealing para o PCE. Então encontra-se a melhor espessura ajustando a concentração de
PSiF-DBT em diclorobenzeno utilizando a técnica de deposição por centrifugação. As curvas de eficiência quântica de conversão(do inglês Incident
photon conversion efficiency, IPCE), PCE e densidade de corrente por tensão aplicada, JxV, são tomadas para caracterização eletrônica, bem como
as de perfilometria e microscopia de força atômica para conhecimento da espessura e morfologia de superfície respectivamente.
HIDROFOBICIDADE DE FILMES CRISTALINOS E NANOCRISTALINOS
DE ÓXIDO DE CÉRIO
Aluno de Iniciação Científica: Jean Carlo Souza (PROBEM/UFPR)
Orientador: Dante Homero Mosca Junior Colaborador: V. Fernandes, J. Varalda, W. H. Schreiner
Palavras-chave: Óxido de Cério, Hidrofobicidade, Vacâncias de Oxigênio
Recentemente, foi demonstrado que vários óxidos cerâmicos de Terras Raras (Z = 58 a 71) resistentes a ambientes agressivos apresentam o comportamento hidrofóbico (Gisele Azimi et all, Nature Materials, 20 January 2013, p.1) interessantes para aplicações em diversas áreas tecnológicas.
Em especial, destaca-se o dióxido de cério, também conhecido como céria, amplamente empregado em várias aplicações tecnológicas nas áreas
de conversores catalíticos, suporte eletrolítico de células combustíveis e dissociação termoquímica da água. Baseados nesse resultado e trabalhos
de nosso grupo de pesquisa sobre filmes finos nanocristalinos de céria fabricados por eletrodeposição, iniciamos um estudo da hidrofobicidade de
eletrodepósitos de céria. Descrevemos resultados preliminares sobre filmes finos de céria com espessura nanométrica entre 5 e 30 nm eletrodepositados sobre substratos comerciais de silício monocristalino e sobre camadas de grafeno suportadas sobre substratos comerciais de carbeto de silício
monocristalino. Soluções eletroquímicas aquosas de cloreto de cério diluídas mantidas à temperatura ambiente foram usadas, sendo as eletrodeposições realizadas pelo método potenciostático em célula de eletrodos estacionários com eletrodo de referência de prata em cloreto de prata saturado.
De acordo com análises de microscopia eletrônica de transmissão em seção transversal, os filmes nanocristalinos consistem de nanogrãos (com
tamanhos médios entre 5 e 200 nm que preservam a estrutura cristalina de um rede cúbica tipo da fluorita) dispersos em meio a uma matriz de céria
desordenada. Os eletrodepósitos de céria podem apresentar deficiência de oxigênio controlada por aditivo. A estequiometria dos eletrodepósitos de
céria foi controlada através da adição nas soluções de diferentes concentrações de peróxido de hidrogênio. Análises de espectroscopia de fotoelétrons
dos níveis de caroço eletrônico 3d do cério forma usadas para determinar a estequiometria dos filmes. Sondagens locais usando espectroscopia perdas
de energia eletrônica revelam ainda que a deficiência de oxigênio produz um aumento na concentração de vacâncias de oxigênio nas regiões desordenadas e nos nanogrãos. Para comparação, filmes cristalinos de céria estequiométrica foram também usados em nossas análises. Os filmes estudados
revelam comportamento hidrofóbico dependente da estequiometria, com os ângulos de contato variando entre 70 e 100 graus. Agradecemos o apoio
de Marcos Woehler e da Profa. Dra. Maria Rita Sierakowki do Laboratório de Biopolímeros do Departamento de Química.
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Nº 0079
Tema Projeto INCORPORAÇÃO DE CHUMBO EM FILMES FINOS DE ÓXIDO DE VANÁ-
DIO
Aluno de Iniciação Científica: Sumaya Ribeiro Baioni (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Ney Mattoso Filho
Palavras-chave: Película, Vanádio, Chumbo
O óxido de vanádio tem uma transição de metal para isolante em 68°C. Essa transição altera suas propriedades elétricas e ópticas. A transmitância na
região do infravermelho (IR) cai cerca de 70% (T68°C). Essa variação na transmitância IR leva diversas aplicações, como por exemplo, interruptor
óptico e “janelas inteligentes”. Neste último caso, os edifícios usam como cobertura as janelas termocromáticas, que filtram a radiação infravermelha em dias quentes, evitando o uso de ar condicionado e resultando em economia de energia. A idéia deste trabalho é aperfeiçoar o processo
de produção dos filmes de Vanádio incorporados com Chumbo, utilizando Pentóxido de Vanádio (V2O5), juntamente com o Tris(hydroxymethyl)
propane (CH3CH2C(CH2OH)3) para uma redução no tempo de depósito, melhor incorporação do V4+ no filme e também diminuição no tempo
para tratamento térmico. Para incorporação de chumbo Pb2+ nos filmes de óxido de vanádio foi produzido uma solução de Nitrato de Chumbo
(Pb(NO3)2) com a mesma concentração da solução de óxido de vanádio. Os filmes foram produzidos por deposição eletroquímica em modo pontenciostático, utilizando uma célula de 3 eletrodos. A solução final consiste da mistura em volume da solução de Pentóxido de Vanádio (V2O5) com
Tris(hydroxymethyl)propane (CH3CH2C(CH2OH)3) e com a solução de Nitrato de Chumbo (Pb(NO3)2). A temperatura da solução foi mantida
durante o depósito em 80ºC. Para produção da solução foi utilizado Pentóxido de Vanádio (V2O5) Usando essa nova rota, conseguimos resultados
positivos quanto a incorporação de chumbo a partir de 3% de Nitrato de Chumbo (Pb(NO3)2) em volume de solução. Além disso, foi observado que
com o uso do Tris(hydroxymethyl)propane (CH3CH2C(CH2OH)3) reduziu pela metade o tempo de produção de filme. As análises foram realizadas
no Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e por Espectroscopia por Dispersão de Energia (EDS).
PRODUÇÃO DE NANOPARTÍCULAS DE OURO E PRATA EM DIVERSOS
SOLVENTES PARA APLICAÇÕES EM INATIVAÇÃO FOTODINÂMICA E FOTÔNICA
Aluno de Iniciação Científica: Gabriela Luchtenberg Plautz (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Ismael Leandro Graff
Co-Orientador: Arandi Ginane Bezerra Jr (UTFPR)
Colaborador: Wido Herwig Schreiner, Vinicius Silva de Oliveira
Palavras-chave: Nanopartículas, Ablação Laser, Distribuição de Tamanho
Este trabalho diz respeito à produção e caracterização de nanopartículas (NP´s), soluções coloidais, através da técnica de ablação laser de alvos
sólidos imersos em meios líquidos. Utilizamos alvos de alta pureza de ouro (Au) e silício (Si) e os meios líquidos testados foram água bi-destilada
e acetona PA. A produção das NP´s se deu utilizando um laser de Nd: YAG emitindo no infra-vermelho, comprimento de onda de 1064 nm, taxa
de repetição de 1 kHz, largura de pulso de 200 ns e energia máxima por pulso de 3 mJ. Após a produção das NP´s analisamos a distribuição de
tamanho através de medidas de espalhamento dinâmico de luz (DLS), sendo a distribuição média obtida pela amostragem de 04 medidas. Uma vez
caracterizada a distribuição de tamanhos da solução inicial, submetemos a amostra a irradiações com outros dois lasers; laser de N e Nd: YAG de
alta potência. O laser de N emite na região do UV (337,1 nm), tem uma energia por pulso relativamente baixa e a sua largura de pulso é de 3 ns. O
laser de Nd: YAG de alta potência pode emitir em quatro harmônicos distintos, desde o infra-vermelho (1064 nm) até o UV (266 nm), a largura de
pulso é de 6 ns e a energia por pulso pode chegar a 850 mJ no infra-vermelho. A amostra de NP's de Au que estudamos tinha um tamanho médio
inicial de 37 nm e grande dispersão. Após irradiação com laser de N por 15 minutos, o tamanho médio foi para 19 nm e a dispersão diminuiu de
maneira bastante significativa. As soluções coloidais com NP's de Au foram substituídas por NP's de Si produzidas em acetona, uma vez que esse
material ainda não foi muito investigado e pelo grande potencial em aplicações para diagnóstico na biologia e medicina. Até o presente momento,
constatamos que o tamanho médio inicial, antes das irradiações, das NP's de Si varia entre 20 e 50 nm, dependendo da forma como são produzidas.
As irradiações com laser de N não se mostraram muitos eficientes para a redução de tamanho das NP's, mesmo variando os tempos de irradiação de
maneira considerável. Porém, um efeito que é claramente observado é a grande diminuição na dispersão de tamanho após as irradiações. Quando
a amostra é irradiada com o laser de Nd: YAG de alta potência, obtemos uma reduação siginificativa do tamanho e dispersão . Contudo, verifica-se
que ocorre uma espécie de “efeito sanfona” a medida que a amostra é re-irradiada, ou seja, o tamanho médio uma hora aumenta e outra diminui.
Esse efeito está sob investigação para determinar a física envolvida, de modo que sejamos capazes de contorná-lo e obter NP's com tamanho médio
abaixo de 10 nm.
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NANOESTRUTURAS DE PMMA DEPOSITADAS POR ELECTROSPINNING
Aluno de Iniciação Científica: Bruno Morais Serafim (PIBIC/CNPq)
Palavras-chave: Biomateriais, Electrospinning, Polímeros
O Polimetilmetacrilato (PMMA), popularmente conhecido como acrílico ou vidro plástico, é um material termoplástico amplamente conhecido
pela sua rigidez e translucidez. Estas características, associadas ao seu baixo peso, torrnaram possível a substituição do vidro em diversos casos,
bem como a utilização deste material em diversas outras finalidades. Produzido pela primeira vez em 1928, hoje tem seu uso amplamente difundido
nas mais diversas áreas de pesquisa. Este trabalho analisou a deposição de soluçóes de PMMA em clorofórmio, em concentrações entre 0.5% e
5.0%, utilizando a técnica de deposição por eletrospining. Esta técnica de deposição foi patenteada em maio de 1900 por J. F. Cooley, e consiste
basicamente na utilização de um campo elétrico da ordem de KV/cm entre uma seringa com uma solução a ser depositada e um aparato usado como
alvo, a fim de se depositar homogeneamente uma solução. Esse campo ocorre graças a uma diferença de potencial gerada por uma fonte de alta
tensão, e propicia que as moléculas da solução sejam ionizadas, sofrendo assim uma atração Coloumbiana que as desloca até o aparato onde são
depositadas. Tal técnica de deposição tem se mostrado extremamente viável na produção de diferentes biomateriais, atualmente usados em drug
delivery, engenharia de tecidos, medicação por pegalização, fabricação de sensores industriais, entre outros. A caracterização morfológica das soluções depositadas foi realizada utilizando-se Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), e pôde confirmar a produção de nanoesferas e nanofios,
nas concentrações de 1.0% e 2.0%, respectivamente. O próximo passo deste trabalho será realizar deposições de soluções de PMMA em outros
solventes, tais quais Diclorometano e Metiletilcetona, a fim de observar – se a obtenção de diferentes estruturas nanométricas.
Nº 0082
Tema Projeto SUBSTRATOS PLÁSTICOS APLICADOS A CÉLULAS SOLARES ORGÂ-
NICAS
Aluno de Iniciação Científica: Lucas Ferreira Lima (PIBIC/CNPq)
Orientador: Lucimara Stolz Roman
Colaborador: Natasha Ariane Diniz Yamamoto, Andréia Gerninski Macedo
Palavras-chave: Célula Solar, Substrato Plástico e Flexível, Polímeros Orgânicos Semicondutores
Dispositivos fotovoltaicos orgânicos têm concentrado grandes esforços de pesquisa devido às suas vantagens frente aos dispositivos fotovoltaicos
convencionais, tais como a possibilidade de produzir dispositivos com área maior, métodos de produção mais simples e de menor custo, além de
oferecerem a possibilidade de produzir dispositivos flexíveis, que são viáveis para se alcançar maiores valores de eficiência aumentando a absorção
de radiação em ângulos de incidência maiores, o que em dispositivos baseados em vidro plano é uma fonte de perda de eficiência. Então a substituição do vidro por novos substratos, flexíveis e transparentes, surge como uma questão importante. Recentemente nós reportamos alguns resultados
acerca de nossos esforços em desenvolver células solares orgânicas flexíveis com a seguinte arquitetura: poli(éter-imide) (PEI) como substrato
flexível, óxido de estanho dopado com índio (ITO) como eletrodo transparente, o polímero poli(3,4-etilenodioxitiofeno):poli(estirenossulfonato)
(PEDOT:PSS) foi utilizado como camada intermediária, a fim de melhorar a taxa de injeção / coleção de portadores positivos (buracos) e foi utilizada uma bicamada entre o polímero poli[9,9'-dioctil-fluoreno-co-bitiofeno] (F8T2) e a molécula de fulereno (C60), nesse caso o primeiro (F8T2)
funciona como doador e o segundo (C60) como aceitador de elétrons. Nesse trabalho anterior, investigamos o desempenho da hexafluoroacetona
(HFA) como um composto útil para a finalidade de modificar o filme de PEDOT:PSS, reduzindo significativamente a sua resistência de folha. No
entanto, o tratamento com o HFA requer uma elevada estabilidade térmica dos componentes do dispositivo - acima de 413 K - e outros substratos
plásticos, como o poli(tereftalato de etileno) (PET), têm temperatura de transição vítrea inferior a este valor. Neste trabalho, nós apresentamos
nossas recentes tentativas de construir dispositivos fotovoltaicos flexíveis, com a mesma arquitetura já descrita, utilizando substratos plásticos de
baixa resistividade elétrica e de elevada transmitância óptica, no entanto, empregando tratamentos que não necessitam de temperaturas elevadas,
tais como com o HFA.
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Nº 0083
Tema Projeto CARACTERIZAÇÕES ESTRUTURAL, MAGNÉTICA E ELÉTRICA DE FIL-
MES FINOS DE FEGA CRESCIDOS SOBRE SUBSTRATOS DE ZNSE/
GAAS(001).
Aluno de Iniciação Científica: Ronei Cardoso de Oliveira (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: José Varalda
Colaborador: D. H. Mosca, M. Eddrief
Palavras-chave: FeGa, Magnetostricção, Filme Fino
Materiais magnetostrictivos são interessantes para aplicação em dispositivos tais como controle de vibração ativo, implantação de superfícies de
controle e captação de energia por sensores de torque e estresse. As ligas de FeGa massivas apresentam magnetostricção. Muito embora sua origem
seja controversa, é sabido que alguns ingredientes são necessários, tais como ordenamento dos átomos de Ga, distorção tetragonal da estrutura cristalina, alto grau de textura (preferencialmente [001]) e constantes elásticas fortemente dependentes da quantidade de Ga na liga. O controle destes
parâmetros é uma condição necessária para a obtenção de nanoestruturas de FeGa magnetostrictivas. No trabalho desenvolvido aqui, estudamos
o efeito da temperatura do substrato e recozimentos nas propriedades dos filmes de FeGa para uma proporção constante de Fe e Ga. Os filmes de
FeGa(36nm)/ZnSe/GaAs(001) foram crescidos por MBE (MBE – molecular beam epitaxy). Durante o crescimento, as pressões parciais de Ga e
Fe na câmara foram mantidas constantes e variou-se a temperatura do substrato (Ts). Foram crescidos filmes com Ts = 180 °C sem recozimento
e com recozimento por uma hora em 320 °C e filmes com Ts = 320 °C. Estudamos a estrutura dos filmes por medidas de difração de raios–x. As
medidas de difração de raio-x permitiram determinar os parâmetros de rede das amostras. Foi observada textura [001] e uma distorção tetragonal
em função das temperaturas de crescimento e de recozimento. Os parâmetros de rede do FeGa na direção [001] são entre 1.1 % e 3.6 % maiores
que o do ferro puro (a = 0.286 nm). Este fenômeno é explicado pela variação da constante elástica do Fe com a adição de Ga. Foi observado que
o tratamento térmico relaxa a estrutura do FeGa. As propriedades magnéticas foram estudadas por medidas de magnetização em função do campo
magnético em 300 K e 10 K. A partir dos ciclos de histerese foram obtidas as constantes anisotrópicas K para amostras com 14% e 29% de Ga.
Com 14% de Ga, foi encontrado um K 7% maior do que o do Fe puro (45 kJ/m^3), enquanto que para 29% os filmes são isotrópicos. Neste caso os
pares Ga-Ga na família de direções [100] podem se distribuir aleatoriamente minimizando a anisotropia magnetocristalina do Fe. Em conclusão, a
textura, as variações dos parâmetros de rede em função da dopagem, temperatura de crescimento e de recozimento, bem como as características de
anisotropias magnéticas observadas indicam que as amostras de FeGa possuem as características de um material magnetostrictivo mesmo quando
crescidas na forma de filmes finos.
Nº 0084
Tema Projeto ANÁLISE DE LIGAS DE SE PELA TÉCNICA FOTOACÚSTICA
Aluno de Iniciação Científica: Arlon Fernando da Silva (PIBIC/CNPq)
Orientador: Kleber Daum Machado
Palavras-chave: Semicondutores, Selenio, Espectroscopia Fotoacústica
O selênio possui propriedades semicondutoras e de fotocondutividade, e estas propriedades são a base da larga utilização deste elemento, assim
como de suas ligas, na fabricação de células fotovoltaicas, de retificadores e de medidores de exposição fotográfica e detectores de raios X. Além
destas aplicações, o selênio é usado nos processos de reprodução xerográfica, na indústria vidreira, como desgaseificante na indústria metalúrgica,
como agente de vulcanização, como oxidante em certas reações e como catalisador. Sendo por isso de grande interesse o estudo das propriedades
físicas, especialmente as ópticas, desse elemento e de suas ligas. Este trabalho descreve uma investigação das propriedades e oticas das ligas Se9In e
Se9Ga utilizando a espectroscopia fotoacústica. As ligas de Se foram produzidas por meio da técnica de moagem mecânica, os reagentes foram moídos em um container de aço utilizando um moinho Fritsch Pulverisette 7. Os reagentes utilizados para a liga Se9In foram o Se cristalino (Aldrich,
pureza > 99,99%) e o In (Aldrich, pureza > 99,99%), para liga Se9Ga os reagentes foram Se cristalino (Aldrich, pureza > 99,99%) e Ga (Aldrich,
pureza > 99,99%). Medidas de espectroscopia fotoacústica foram feitas no Laboratório de Síntese e Caracterização de Materiais (LSCM) do Departamento de Física da UFPR. No experimento, radiação policromática é emitida por uma lâmpada (Osram, modelo Eha, 500W), que em seguida
passa por um monocromador (Newport, Cornerstone 130), gerando assim um feixe monocromático. O feixe de luz monocromático é modulado por
um chopper (Thorlabs MC2000) e incide na célula fotoacústica que contém a amostra onde o sinal fotoacústico será gerado. O sinal é então detectado por um microfone (Bruel&Kjaer, modelo 4950) onde é analisado por um amplificador ou lock-in (Stanford SR830), na frequência de modulação
da radiação incidente. Durante as medidas, a frequência do chopper foi mantida em 7 Hz, e o comprimento de onda da radiação incidente foi variado
de 300 a 1600 nm, para com isso se obter o espectro de absorção das amostras. Foram feitas espectroscopias para as ligas Se9In e Se9Ga e uma
para uma amostra de carvão, esta para ser utilizada como referência para a emissão da lâmpada. Com a espectrocopia fotoacústica foram obtidos
os espectros de absorção otico das liga Se9In e Se9Ga, e a partir destes espectros foram encontrados os seus respectivos comprimentos de onda de
corte e o gap de energia de cada uma das ligas.
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Nº 0085
Tema Projeto SÍNTESE DE NANOPARTÍCULAS DE METAIS DE TRANSIÇÃO EM ACE-
TONA POR ABLAÇÃO A LASER
Aluno de Iniciação Científica: Franciele Renata Henrique (INCT)
Orientador: Wido Herwig Schreiner
Co-Orientador: Arandi Ginane Bezerra Jr.
Colaborador: Miguel Grissai Santos, Vinicius Silva de Oliveira, Ney Mattoso
Palavras-chave: Nanopartículas, Ablação a Laser, Metais de Transição
Nanopartículas metálicas são materiais promissores em áreas como eletrônica, fotônica e biomedicina. Sua síntese geralmente é feita através de rotas químicas que levam a resíduos de reagentes e contaminação superficial, exigindo grandes esforços para a purificação. A ablação a laser em meio
líquido (LASiS) é uma alternativa para a síntese de nanopartículas com tamanho e formato controlados. Nesta técnica, um feixe de laser é focalizado
sobre um alvo imerso em meio líquido. Nanopartículas de diversos tamanhos, formas e composições podem ser geradas através da combinação
apropriada de alvo, laser e solvente. Neste trabalho, estudamos a influência da acetona como solvente na composição e estrutura das nanopartículas
produzidas. Este solvente foi escolhido porque estabiliza coloides metálicos sensíveis à oxidação. Realizamos ablação a laser em vários alvos de
metais de transição, como: Co, Cr, Fe, Mo, Ni, Ti, W. Utilizamos o harmônico fundamental de um laser Nd:YAG (1064 nm) operando em modo
Q-switch com pulsos de 200 ns e energia da ordem de 1 mJ. A taxa de repetição foi de 1,5 kHz e potência de 1,5 W. As nanopartículas produzidas
foram caracterizadas através das seguintes técnicas: DLS (Dynamic Light Scattering, Espalhamento Dinâmico de Luz), Espectroscopia UV/Vis,
TEM (Transmission Electron Microscopy, Miscroscopia Eletrônica de Transmissão) e SAED (Selected Area Electron Diffraction, Difração de Elétrons de Área Selecionada). Também medimos as taxas de produção em mg/h para determinarmos a eficiência do nosso método. Nossos resultados
indicam que a utilização da acetona leva à formação de compostos organometálicos, como carbonis e carbetos, com estruturas cristalinas geradas
devido às propriedades de confinamento e pressão da LASiS. Nós podemos concluir que esta técnica é eficiente para a produção de nanopartículas
de metais de transição que podem ser utilizadas na nanotecnologia. Além disso, a acetona interpreta um importante papel na composição das nanopartículas produzidas.
Nº 0086
Tema Projeto DESENVOLVIMENTO DE BIOFILMES OU NANOPARTÍCULAS ATRAVÉS
DE HIDROCOLÓIDES E A INCORPORAÇÃO DE CELULOSE BACTERIANA
OU BIOMOLÉCULAS.
Aluno de Iniciação Científica: Helen Priscila Bassani (PIBIC/CNPq)
Orientador: Maria Rita Sierakowski Co-Orientador: Rilton Alves de Freitas
Colaborador: Camila V. Sens, Clayton F. de Souza
Palavras-chave: Xiloglucana, Gelana, Celulose Bacteriana
Entre os hidrocolóides (HD), recentemente, a xiloglucana (XG) e a gelana (GL) vêm ganhando importância como modificadores de superfícies.
Essas características são decorrentes de diferentes tipos de interação entre as moléculas (hidrofílicas ou hidrofóbicas), alterando as propriedades interfaciais. Levando em conta esses efeitos, XG (extraída de sementes), GL e misturas de XG e GL (50%, m/m, de cada) foram incorporadas à polpa
mecanicamente tratada de celulose bacteriana (CBt), para o desenvolvimento de biocompósitos na forma de filmes. As alterações nas superfícies
dos filmes foram avaliadas através da deposição de solventes com diferentes polaridades, tais como: água ultra pura, diiodometano e formamida,
por de medidas de ângulo de contato (AC). A molhabilidade de cada solvente sobre as superfícies dos filmes foram estudadas pelo método da
gota séssil, onde os AC de avanço e de retrocesso foram obtidos, e através dos quais foi calculada a energia livre superficial (ELS) pelos métodos
da equação de estado, método de Wu e ácido-base de Lewis. Também, topografias dos filmes foram analisadas por microscopia de força atômica
(AFM), pelas quais foram determinados os valores de rugosidade. Os componentes dispersivos (obtidos pelo método de Wu) apresentaram valores
altos, indicando alta polaridade das superfícies dos filmes. Através do método ácido-base, o alto valor do componente básico da ELS mostrou a
existência de grupos doadores de elétrons (oxigênios) nas superfícies. As amostras com 10% (m/m) de GL apresentaram uma maior hidrofilicidade,
quando do uso da formamida como solvente. Nas imagens obtidas por AFM observou-se microfibrilas com maiores diâmetros para os biocompósitos com XG, e os filmes apresentaram diminuição da rugosidade com a incorporação dos HD. Portanto, foi possível observar diferentes comportamentos nas superfícies dos biofilmes com diferentes forças de adesão. Agradecimentos: CNPq, CAPES e UFPR.
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Nº 0087
Tema Projeto CONSTITUINTES QUÍMICOS DE SINNINGIA WARMINGII
Aluno de Iniciação Científica: Carlos Augusto Ehrenfried (PIBIC/CNPq)
Curso: Química - Licenciatura (N)
Orientador: Maria Élida Alves Stefanello
Palavras-chave: Sinningia warmingii, Lapachenol, Halleridona
O gênero Sinningia (Gesneriaceae) está representado no Brasil por 67 espécies, entre as quais se encontra S. warmingii, uma espécie que ocorre
nas regiões Sul e Sudeste do país. Esta planta é uma erva anual, que apresenta tubérculo perene, e não teve até o momento nenhum estudo químico. O objetivo do presente trabalho foi efetuar o estudo fitoquímico dos tubérculos desta espécie, isolando e identificando os constituintes de seus
extratos. Os tubérculos foram coletados em Londrina, PR, secados em estufa a 40º, moídos e extraídos a frio com hexano, diclorometano (DCM),
acetato de etila e etanol, sucessivamente. Os extratos em hexano e DCM foram analisados por cromatografia em camada delgada analítica (CCDA)
e reunidos devido a sua similaridade. O extrato resultante foi cromatografado em uma coluna (CC), eluída com hexano e misturas de hexano e acetona. As frações obtidas foram analisadas através de CCDA e purificadas por cromatografia em camada delgada preparativa (CCDP). Em todos os
procedimentos cromatográficos foi utilizado gel de sílica como fase estacionária. As substâncias obtidas foram identificadas através da análise dos
seus espectros de RMN (1H, 13C, DEPT, HSQC, HMBC) e comparação dos dados obtidos com a literatura. Até o momento foram obtidas quatro
substâncias: 1 ( 22,7 mg); 2 (7,6 mg); 3 (3,4 mg) e 4 (53,1 mg). O espectro de RMN de 1H de 1 apresentou sinais de cinco hidrogênios aromáticos
(δ 7,45 – 8,14), sendo 4 deles com acoplamentos de um anel 1,2-dissubstituido, hidrogênios olefínicos (δ 6,40 e 5,65) e um grupo metoxila (δ 3,96).
As substâncias 2 e 3 apresentaram espectros de RMN de 1H similares, mostrando sinais referentes a um grupamento metila ligado a anel aromático
(δ 2,53) e hidrogênios de dois anéis aromáticos ( δ 7,1-8,3), diferindo entre si no número de hidrogênios aromáticos e na multiplicidade dos sinais.
A substância 4 apresentou sinais característicos de um composto alifático, insaturado e oxigenado, com sinais de hidrogênios oximetínicos (δ 4,24),
oximetilênicos (δ 4,08) e grupos metilênicos (δ 2,22, 2,33, 2,61 e 2,77). Esses dados, bem como aqueles dos demais espectros, foram compatíveis
com os compostos conhecidos como lapachenol (1), tectoquinona (2), 7-hidroxi-2-metilantraquinona (3) e halleridona (4). O presente estudo mostra
a presença de compostos característicos do gênero Sinningia. Agradecimentos: CNPq, CAPES e UFPR.
Nº 0088
Tema Projeto CATALISADORES POLIMÉRICOS PARA A SÍNTESE DE BIODIESEL DE
SEBO
Aluno de Iniciação Científica: Diego de Oliveira Galvan (PIBIC-AF/FA)
Orientador: Maria Aparecida Ferreira César-Oliveira
Co-Orientador: Angelo Roberto dos Santos Oliveira
Colaborador: Agne Roani de Carvalho
Palavras-chave: Poliarilenos Sulfonados, Biodiesel, Catálise Heterogênea
A utilização de combustíveis alternativos se encontra em amplo crescimento com a grande demanda de energia, com destaque para o biodiesel.
Tornou-se constante a busca por meios de produção de energia autossustentável que privilegie tecnologias mais eficientes e capazes de causar baixo
impacto ambiental. Por outro lado, um grande problema ambiental tem sido observado devido ao constante descarte inadequado de embalagens
usadas associado ao grande aumento da produção e de utilização do PET - poli(tereftalato de etileno). Unindo estas duas importantes demandas, este
trabalho propõe o desenvolvimento de um polímero funcionalizado, a partir da reciclagem química do PET pós-consumo, para utilização como catalisadores poliméricos ácidos na síntese de biodiesel. Investigou-se a hidrólise como método de despolimerização de garrafas PET pós-consumo, a
fim de se obter ácido tereftálico (AT). Todos os resultados, tanto da hidrólise ácida como da básica, evidenciaram o sucesso das reações, produzindo
o AT em altos rendimentos, com alta pureza e alto grau de degradação do PET. A hidrólise básica mostrou-se mais eficiente e dentre os catalisadores
de transferência de fase testados, em substituição aos descritos na literatura, o brometo de N-hexadecil-N,N-dimetil-N-etilamônio proporcionou
os melhores resultados. Vale ressaltar que o uso do brometo de N-hexadecil-N,N,N-trimetilamônio também é promissor, pois embora ligeiramente
inferiores, os resultados gerados através de sua utilização também merecem destaque. O AT foi usado nas reações de polimerização em etapas, com
diferentes difenóis: hidroquinona, resorcinol, catecol e bisfenol-A. Os poliarilenos foram obtidos como sólidos amarelados, em bons rendimentos,
em torno de 95%, em apenas três horas de reação. Os polímeros foram pouco solúveis em uma ampla gama de solventes testados e, dessa forma,
a formação dos poliarilenos foi constatada por FTIR. Esses poliarilenos foram sulfonados com sulfato de acetila em condições experimentais variadas. Os poliarilenos sulfonados foram obtidos em bons rendimentos, em torno de 70%, e a sua formação foi confirmada por FTIR. As análises
de índice de acidez demonstraram altos teores de grupos sulfônicos, em torno de 3,3 mmol/g para o derivado do resorcinol, 6,5 mmol/g para o
derivado da hidroquinona e 2,2 mmol/g para o derivado do bisfenol-A, e 5,6 mmol/g para o derivado de catecol. Esses valores são bem superiores
aos de catalisadores poliméricos comerciais, fazendo com que os poliarilenos sulfonados sintetizados sejam potenciais catalisadores heterogêneos
na síntese de biodiesel.
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ESTUDOS DE HIDRÓLISE DE TRIACILGLICEROIS POR CATÁLISE ENZIMÁTICA
Aluno de Iniciação Científica: Edmilson Jose Kleinert (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Nadia Krieger
Colaborador: Mirian Regina de Moraes
Palavras-chave: Biocatálise, Hidrólise, Ácidos Graxos
Ácidos graxos livres são matéria-prima fundamental para a produção de ésteres, cuja aplicação é intensa na indústria alimentícia e na produção
de biodiesel. Dentre os métodos para obtenção de ácidos graxos está a hidrólise alcalina, onde há dificuldade na remoção do sabão formado e o
processo que utiliza condições supercríticas, que podem chegar 250 °C e 70 bar. O uso de catalisador de origem biológica é uma alternativa para
que as condições de reação sejam mais brandas e para que o produto tenha maior grau de pureza, se comparado à obtenção por métodos químicos.
Nesse contexto, este trabalho visa a produção de ácidos graxos por catálise enzimática utilizando o extrato bruto de um fungo isolado recentemente
de abacate em decomposição (Fusarium solani 515-12 DRM 02), e que produz altos níveis de lipases por fermentação submersa. As reações de hidrólise foram avaliadas nas razões em massa água:óleo de 1:1, 3:1 e 5:1. A lipase presente no extrato bruto de F. solani foi utilizada como catalisador
da reação de hidrólise de óleo de fritura na proporção 7 % em massa. As reações foram mantidas em agitação orbital de 200 rpm, a 30 °C. Foram
retiradas alíquotas ao longo de 48 h, as quais foram analisadas por dois métodos: titulométrico e de Lowry-Tinsley. O primeiro se baseia na titulação,
com NaOH, da amostra em meio alcoólico previamente neutralizado e, como resposta à essa análise, tem-se o índice de acidez. O segundo método
consiste na análise do complexo formado entre ácidos graxos com íons de cobre que, pela coloração esverdeada, possibilita a leitura da absorbância
em espectrofotômetro em 715 nm. A curva analítica para o método de Lowry-Tinsley foi preparada com padrão produzido pela hidrólise total do óleo
de fritura por via alcalina. O rendimento do processo de hidrólise determinado pelo método de titulação foi de 23 % e pelo método de Lowry-Tinsley,
de 25 %, após em 48 h, na razão 1:1 água:óleo, a 30 °C. Embora as conversões tenham sido baixas nesse primeiro ensaio, o processo de hidrólise
enzimática com o óleo de fritura ainda será otimizado variando-se as condições de reação (temperatura e agitação), o preparado enzimático (enzima
livre ou imobilizada), as razões água:óleo e enzima:meio de reação. Em relação aos métodos de análise utilizados, a titulação foi considerada um método falho para as primeiras horas de reação, pois a quantidade de ácidos graxos na amostra é muito pequena. Portanto, o método de Lowry-Tinsley
foi definido como o mais adequado para a determinação dos ácidos graxos oriundos do processo de hidrólise.
SÍNTESE DE BIOCOMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS E INSUMOS QUÍMICOS A
PARTIR DA BIOMASSA UTILIZANDO CATALISADORES HOMOGÊNEOS E
HETEROGÊNEOS
Aluno de Iniciação Científica: Juliane Hostert Gomes (UFPR–EXTENSÃO)
Orientador: Claudiney Soares Cordeiro
Colaborador: Edilson da Silva Ferreira
Palavras-chave: Glicerólise, Catálise em Meio Heterogêneo, Acilgliceróis
No trabalho apresentado no EVINCI em 2012, foi demostrado que o estearato de zinco comercial (um carboxilato lamelar), é ativo na glicerólise do
óleo de palma. Este é um método alternativo ao usual, que utiliza como catalisadores bases de Brönsted, como os hidróxidos de sódio, potássio ou
cálcio como catalisadores. No método tradicional são utilizadas ainda temperaturas elevadas (acima de 200°C), de modo que o material produzido
apresenta-se contaminado com sabões, entre outros produtos indesejáveis, e possui ainda sabor de queimado. A síntese utilizando carboxilatos de
zinco se mostrou adequada, tendo sido obtidas conversões que podem ser comparadas a método tradicional, porém, utilizando-se condições de
síntese mais brandas. Estes resultados motivaram o desenvolvimento de um novo projeto que utiliza como catalisador para a glicerólise do óleo de
palma a hidrotalcita, também conhecida como argila aniônica, hidróxido misto lamelar. Este sólido já é utilizado como trocador iônico, material
adsorvente, possui aplicações na medicina e é comprovadamente ativo como catalisador em várias reações orgânicas, incluindo esterificação e transesterificação. A hidrotalcita utilizada neste trabalho possui composição química alumínio e magnésio, tendo sido gentilmente cedida pela empresa
IL-YANG PHARM. CO., LTD. Devido ao aumento do uso de biodiesel na matriz energética nacional, a produção de glicerol tem aumentando
consideravelmente nos últimos anos, de modo que este trabalho tem como foco o desenvolvimento de tecnologias que aumentem as opções de
uso do glicerol. Tendo como base os resultados obtidos anteriormente com os carboxilatos de zinco, as reações foram realizadas com 5% (m/m)
catalisador (hidrotalcita) e razão molar glicerol:óleo de 2:1. A reação foi realizada a 170°C e o tempo foi fixado em 6 h. O catalisador será analisado
antes e após o uso por técnicas de difração de raios X e espectroscopia vibracional de infravermelho com transformada de Fourier para verificar
possíveis alterações na sua estrutura química após cada ciclo de reação. Os acilgliceróis produzidos serão monitorados por cromatografia de camada
delgada (CCD) e por cromatografia de permeação em gel (CPG). Os resultados preliminares, obtidos por CCD, mostraram que a hidrotalcita possui
atividade catalítica na glicerólise. Novos ensaios por CPG serão realizados em breve.
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VOLÁTEIS INDUZIDOS POR PLANTAS E SUA IMPORTÂNCIA EM INTERAÇÕES TRITRÓFICAS: ESTUDO DA EMISSÃO EM SOJA, MILHO E TOMATE
Aluno de Iniciação Científica: Liah Aira Dias Ferreira (CNPq-Balcão)
Orientador: Paulo Henrique Gorgatti Zarbin
Co-Orientador: Delia Milagros Pinto Zevallos
Palavras-chave: Semioquímicos, Soja, Controle Biológico
Semioquímicos são substâncias químicas envolvidas nas interações entre seres vivos. O conhecimento e identificação dos mesmos têm se mostrado de
grande utilidade na agricultura, uma vez que o seu estudo oferece uma gama de oportunidades para o desenvolvimento de estratégias sustentáveis de
controle de pragas menos agressivas ao meio ambiente e a saúde humana. Durante os ultimos anos, tem se reconhecido a importância de um grupo de
voláteis em específico, produzidos por plantas após ovoposição ou ataque de artrópodes herbívoros. Esses voláteis induzidos pela herbivoria incluem
terpenos (mono, sesqui e homoterpenos) assim como aldeídos, alcoóis e cetonas, que atraem inimigos naturais das pragas e podem repelir outros
herbívoros. O conhecimento destes voláteis e das interações que mediam é de enorme importância, uma vez que sua manipulação poderia melhorar o
controle biológico no campo assim como diminuir a pressão de pragas ao repelir outros insetos herbívoros. Embora seja grande o aumento de pesquisas
nesta área os estudos estam baseados em uns quantos sistemas modelo, que se limita a uma quantidade pequena de plantas. Se torna cada vez mais
evidente a necessidade de um conhecimento mais aprofundado dos diferentes voláteis induzidos, como os alteram assim como as relações ecológicas
que medeiam, utilizando como sistemas modelo sistemas tritróficos baseados plantas de importância econômica, pragas e seus inimigos naturais que
ocorrem no Brasil. Na primeira parte deste trabalho, foram realizadas aerações com mudas de soja intactas (controle) e mudas de soja de 48h após
herbivoria da lagarta de Anticarsia gemmatalis em terceiro instar, e os voláteis foram coletados em uma coluna contendo um polímero adsorvente (20
mg) por um periodo de 24 h. Posteriormente foi realizada a dessorção desses compostos com 300µL de hexano bidestilado. Os extratos foram concentrados e analisados por cromatografia gasosa, GC, em coluna DB-5 e submetidos à análise de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de
massas, GC-MS. Verificou-se, que a herbivoria pelas lagartas induz a emissão de compostos. A partir dessas análises, foi possível formular hipóteses
para os compostos evidenciados. Os índices de KOVATS foram calculados, e pelos quais pode se confirmar a presença dos compostos; Propanoato de
cis-3- hexenila, isobutirato de cis-3- hexenila, α- cariofileno, α- farneseno, os quais já foram descritos na literatura. Propõe-se, para a continuação de
tal estudo, a realização de bioensaios, a fim de analisar o comportamento dos insetos praga frente a esses voláteis.
Nº 0092
Tema Projeto OXIDAÇÃO DO ÁCIDO 2,3-DIHIDRÓXIDOBUTANODIÓICO E OBTENÇÃO
DE UM NOVO POLIÉSTER COM SEU PRODUTO DE OXIDAÇÃO E UM DIOL
Aluno de Iniciação Científica: Marcel Astolphe (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Ronilson Vasconcelos BarbosaColaborador: Grece Aparecida Senhorini, Thiago Alessandre
Palavras-chave: Oxidação, dihidróxidobutanodióico, poliéster alifático
Uma grande variedade de reagentes (baseados ou não em metais) tem sido empregada para oxidar álcoois primários e secundários a aldeídos ou
cetonas, respectivamente. No entanto, tais processos geralmente produzem quantidades significativas de subprodutos inorgânicos ou orgânicos prejudiciais ao meio ambiente. Relatos de literatura mostram que a oxidação de álcoois secundários à cetonas podem ser conduzidas na presença de NaClO sem a necessidade do uso de catalisador. Dessa forma, objetiva-se determinar em um primeira etapa, uma metodologia que seja ambientalmente
menos agressiva para oxidação do ácido 2,3-dihidróxidobutanodióico. Por critérios comparativos, o ácido é inicialmente oxidado com a utilização
do Reagente de Jones. Testa-se então diferentes condições e metodologias de oxidação empregando-se NaClO na presença de ácido acético. Em uma
segunda etapa, busca-se a síntese de novos poliésteres a partir de diferentes dióis. Será esperado a obtenção de polímeros lineares de elevado peso
molecular para emprego como aditivos. Copolímeros orgânicos encontram uma vasta gama de aplicações. Devido às suas características estruturais,
estes materiais podem ser usados como base para a fabricação de materiais plásticos e também encontram emprego como aditivos, visando a modificação/melhoria das propriedades de outros materiais. Ainda, poliésteres alifáticos são uma classe de materiais promissores nas áreas farmacêuticas
e biomédicas. Poliésteres alifáticos são também conhecidos por ser a mais promissora categoria de polímeros biodegradáveis e materiais ambientalmente amigáveis. Somandose isto ao fato de que as unidades hidroxila provenientes do ácido 2,3-dihidróxidobutanodióico oxidam-se com certa
facilidade, sob condições apropriadas, torna-se atrativo a síntese de um novo poliéster e o estudo de suas propriedades.
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Nº 0093
Tema Projeto SÍNTESE DE BIOCOMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS E INSUMOS QUÍMICOS A PARTIR DA
BIOMASSA UTILIZANDO CATALISADORES HOMOGÊNEOS E HETEROGÊNEOS
Aluno de Iniciação Científica: Tatyana dos Santos Bastos Casagrande (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Claudiney Soares Cordeiro
Co-Orientador: Fernando Wypych
Palavras-chave: Acilgliceróis, Catálise Heterogênea, Monolaurina
Este projeto tem por objetivo a síntese da monolaurina através da esterificação de ácido láurico com glicerol, utilizando o laurato de zinco como
catalisador. Esta é uma alternativa ao método comumente aplicado na indústria, a glicerólise de óleos vegetais, que utilizada como catalisadores
os hidróxidos de sódio, potássio ou cálcio, e temperaturas de 220 – 250ºC. O material graxo assim obtido é normalmente contaminado por sabões
e possui sabor de queimado. A esterificação catalisada por carboxilato de zinco é realizada em condições mais brandas (140 – 170ºC) e não leva
formações de sabões. A monolaurina pode ser utilizada como surfactante não iônico, possui atividade contra alguns tipos de microorganismos e
auxilia na absorção de medicamentos, uma vez que é capaz de penetrar nas mucosas. Com o intuito de se determinar as melhores condições de
reação, estabeleceu-se um planejamento fatorial de 23(dois níveis e três variáveis). As variáveis escolhidas foram a temperatura (T), razão molar
ácido láurico:glicerol (RM) e a porcentagem mássica de catalisador (CAT), estando estas duas últimas relacionadas à massa de ácido láurico. Os
respectivos limites, máximo e mínimo aplicados, foram: 140ºC e 170ºC, 1:1 e 1:2, 5% e 10%. Foram realizados ainda três experimentos no ponto
central para avaliação de erros associados aos procedimentos experimentais (T = 155ºC, RM = 1:1,5 e CAT = 7,5%). O tempo de reação foi fixado
em 3h com base em uma curva cinética, que foi determinada utilizando as seguintes condições de reação: T = 170ºC, RM = 1:2 e CAT = 10%.Todos
os experimentos descritos acima já foram executados, entretanto, os materiais graxos ainda estão sendo analisados por cromatografia de permeação
em gel. Resultados preliminares já mostraram que o catalisador é ativo na esterificação do ácido láurico com o glicerol, e que em determinadas
condições de síntese (T = 140ºC, RM = 1:1 e CAT = 5%), é possível obter-se rendimentos que podem ser comparados aos obtidos com a glicerólise
tradicional.
COPOLÍMEROS DERIVADOS DE ÁCIDO ACRÍLICO COMO ADITIVOS REDUTORES DO PONTO DE FLUIDEZ DE BIODIESEL
Aluno de Iniciação Científica: Thomas Mitchel Freires Baena (PIBIC/CNPq)
Orientador: Maria Aparecida Ferreira César-Oliveira
Co-Orientador: Angelo Roberto dos Santos Oliveira
Departamento: Química Colaborador: Aline Silva Muniz
Palavras-chave: Biodiesel Etílico de Soja, Aditivos Poliméricos, Ponto de Fluidez
Juntamente com a necessidade cada vez maior de substituição dos combustíveis derivados do petróleo por outros de origens renováveis e menos
poluentes, pesquisas nessa área vêm conquistando cada vez mais espaço, focando custos e eficiências melhores que as das fontes energéticas
tradicionais. O biodiesel é um exemplo bastante promissor de combustível alternativo, atualmente em ascensão, no consumo energético mundial.
No Brasil, a matéria-prima predominante para o biodiesel é o óleo de soja, mas outras fontes para a produção de biocombustíveis vêm sendo estudadas, como óleo de palma, óleo de girassol, gordura animal e muitas outras de menor valor comercial. Apesar das vantagens na utilização destes
combustíveis, seu uso ainda apresenta algumas limitações. Com a redução da temperatura ambiente, tanto o óleo diesel mineral quanto o biodiesel
sofrem aumento de viscosidade e iniciam a cristalização. Para o biodiesel, a solidificação se dá em temperaturas mais elevadas, dificultando assim
seu transporte e armazenamento, podendo inviabilizar sua utilização. Visando a solução desse problema, mais acentuado em regiões de baixas temperaturas, aditivos poliméricos vêm sendo desenvolvidos para reduzir o ponto de névoa (CP - temperatura em que cristais começam a ser formados)
e o ponto de fluidez (PP - temperatura na qual o combustível deixa de fluir). Com o objetivo de reduzir o PP e o CP do biodiesel e de suas misturas
com petrodiesel, foram desenvolvidos neste projeto aditivos da classe dos ésteres copoliméricos de cadeia longa, a partir de metacrilatos de alquila,
acrilatos de alquila e dos álcoois dodecanol e tetradecanol. Para alcançar as características desejadas de aditivo polimérico, o monômero metacrílico
foi primeiramente transesterificado e então copolimerizado com o ácido acrílico, para posterior esterificação das unidades ácidas do copolímero.
Os polímeros sintetizados foram caracterizados por FTIR e avaliados no desempenho sobre as propriedades de fluxo a frio, por determinação dos
valores de PP e CP de amostras puras e aditivadas de éster etílico de soja - B100 (biodiesel puro), B20 (20% de biodiesel e 80% de petrodiesel) e
B5 (5% de biodiesel e 95% de petrodiesel), com diversas concentrações de aditivo, na faixa de 25 a 1000 ppm. Excelentes resultados foram obtidos
nos testes com os aditivos poli(metacrilato de dodecila-co-acrilato de tetradecila) e poli(metacrilato de dodecila-co-acrilato de dodecila), reduzindo
o ponto de fluidez do biodiesel etílico de soja para -17 ºC e -19 ºC, respectivamente.
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Nº 0095
Tema Projeto SÍNTESE DA (±)-1-(2,6-DICLOROFENIL)ETILAMINA E SUA RESOLUÇÃO
UTILIZANDO A METODOLOGIA DE SÍNTESE DE AMIDAS DIASTEREOISOMÉRICAS
Aluno de Iniciação Científica: André Bencici Neri (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Farmácia (MT)
Orientador: Angela Cristina Leal Badaró Trindade
Colaborador: Rossimiriam Pereira de Freitas,
Departamento: Farmácia
Tania Maria Bordin Bonfim, Janaina Gomes Heuko
Setor: Setor de Ciências da Saúde
Palavras-chave: Aminas Quirais, Síntese Racêmica, Resolução
Algumas aminas quirais, em especial a S-(-)-1-(2,6-diclorofenil) etilamina, têm sido cada vez mais empregadas na síntese orgânica, sendo utilizadas
como materiais de partida e/ou intermediários na obtenção de novas substâncias naturais complexas e, também, como indutoras quirais em sínteses estereosseletivas. Uma das maneiras para a obtenção dessas substâncias é através da síntese de racematos com posterior separação da mistura
enantiomérica. O presente trabalho tem como objetivo a síntese das aminas quirais S-(-)-1-(2,6-diclorofenil)etilamina e R-(-)-1-(2,6-diclorofenil)
etilamina, na forma de mistura racêmica, e a posterior separação dos enantiômeros pela formação de amidas diastereoisoméricas, mais fáceis de
serem separadas por cromatografia. A preparação da mistura racêmica foi realizada a partir da substância de partida aquiral, 2,6-diclorobenzaldeído,
em quatro etapas de síntese. Primeiramente o 2,6-diclorobenzaldeído foi tratado com brometo de metilmagnésio em tetra-hidrofurano anidro para a
obtenção do (±)-1-(2’,6’-diclorofenil)etanol, obtendo-se nesta etapa rendimento de 100%. Este álcool foi então convertido ao p-toluenossulfonato
de (±)-1-(2’,6’-diclorofenil)etila por tratamento com cloreto de p-toluenosulfonila, em diclorometano e na presença de trietilamina. Posteriormente houve substituição do grupamento tosilato pelo grupamento azido, através do tratamento com azida de sódio, em acetona, formando o
(±)-2-(1’-azidoetil)-1,3-diclorobenzeno. Obteve-se nessas duas etapas de síntese rendimento de 73%. O (±)-2-(1’-azidoetil)-1,3-diclorobenzeno
foi reduzido com hidreto de lítio e alumínio em tetra-hidrofurano anidro, levando assim à amina racêmica desejada, (±)-1-(2’,6’-diclorofenil)
etilamina, com rendimento de 79%. A mistura racêmica foi então submetida à formação de amidas diastereoisoméricas (N-[1'-(2,6-diclorofenil)
etil]-2-(2-metoxinaftalen-6-il)-propilamida), empregando o S-naproxeno como ácido quiral e diclorometano como solvente, na presença de diciclo-hexilcarbodi-imida. O produto bruto da reação foi submetido a separação das amidas por cromatografia em coluna de sílica, fornecendo dois
produtos isolados (A e B) e ainda uma mistura (A+B). Os produtos A e B isolados foram encaminhados para a obtenção dos espectros de RMN de
1H e de 13C, para a verificação de suas estruturas. A atribuição da estereoquímica correta dos diastereoisômeros será realizada após hidrólise das
amidas e determinação da rotação específica das aminas puras.
Nº 0096
Tema Projeto SÍNTESE DE GLICOPORFIRINAS
Aluno de Iniciação Científica: Andressa Veiga (PIBIC/CNPq)
Orientador: Alan Guilherme Gonçalves Colaborador: Stephanie Melissa Siu Ló, Diogo Ricardo Banzan Ducatti
Palavras-chave: Glicoporfirinas, Dipirrometanos, Terapia Fotodinâmica
Glicoporfirinas são moléculas baseadas na associação molecular entre carboidratos e porfirinas. Estes compostos têm sido alvo de estudos direcionados ao desenvolvimento de fotossensibilizadores com potencial aplicação na Terapia Fotodinâmica (PDT) do câncer. Uma das formas mais desejáveis de se promover a ligação entre uma porção porfirínica e uma porção carboidrato se dá através da formação de uma ligação carbono-carbono.
Um dos principais tipos de glicoporfirinas resultante deste processo são as C-1-desoxialditol porfirinas. Estas moléculas apresentam notável estabilidade em meio biológico devido à alta resistência proporcionada pela ligação carbono-carbono. Assim, o objetivo do presente trabalho compreende o
desenvolvimento de rotas sintéticas voltadas à obtenção de C-1-desoxialditol porfirinas com potencial aplicação na PDT. Para tal, diferentes grupos
protetores comumente empregados em síntese de carboidratos foram avaliados a fim de se alcançar os maiores rendimentos possíveis. Primeiramente, derivados dietil ditioacetais foram empregados na síntese de C-1-desoxialditol dipirrometanos utilizando-se pirrol e ácido trifluoroacético
(TFA). Os rendimentos obtidos foram 87%, 88% e 57% para as rotas sintéticas empregando intermediários benzoilados, benzilados e metilados,
respectivamente. Estes dipirrometanos estão sendo diretamente empregados na síntese das C-1-desoxialditol porfirinas correspondentes. Esta etapa
do trabalho envolve a avaliação de diferentes reagentes para a síntese de porfirinas: utilização de TFA ou trifluoreto de boro eterato (BF3O(Et)2)
como catalisador e dióxido de selênio SeO2 ou 2,3-Dicloro-5,6-diciano-1,4-benzoquinona (DDQ) como agente oxidante. A purificação dos produtos de reação está sendo realizada por cromatografia “flash” em sílica e cromatografia em camada delgada preparativa. As moléculas purificadas
estão sendo estruturalmente caracterizadas com utilização de técnicas de ressonância magnética nuclear (RMN) e espectrometria de massas. Até
o presente momento os melhores rendimentos obtidos foram nas seguintes condições: 28% para a 5,15-[bis(fenil)]-10,20-[bis(1-desoxi)-2,3,4,5,6-penta-O-benzoil-D-galactitol]porfirina, utilizando-se BF3O(Et)2 e DDQ; 23% para a 5,15-[bis(fenil)]-10,20-[bis(1-desoxi)-2,3,4,5,6-penta-O-benzil-D-galactitol]porfirina também com BF3O(Et)2 e DDQ; 8% para a 5,15-[bis(fenil)]-10,20-[bis(1-desoxi)-2,3,4,5,6-penta-O-metil-D-galactitol]
porfirina utilizando-se TFA e SeO2. No futuro, as C-1-desoxialditol porfirinas obtidas serão avaliadas quanto suas atividades fotodinâmicas frente
a células tumorais.
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SÍNTESE DE BIBLIOTECAS DE COMPOSTOS PARA AVALIAÇÃO EM REAÇÕES DE RESOLUÇÃO CINÉTICA MEDIADAS POR LIPASES
Aluno de Iniciação Científica: Talita Cadorin Fraiz (PIBIC/CNPq)
Orientador: Nadia Krieger
Co-Orientador: Leandro Piovan
Colaborador: Mirian Regina de Moraes
Palavras-chave: Biocatálise, Resolução Cinética Enzimática, Transesterificação
Um tema relevante na atualidade é a utilização de enzimas como biocatalisadores de reações químicas de interesse sintético. A alta seletividade das
enzimas (quimio, régio e enantiosseletividade), aliada à grande variedade de substratos em que atuam, trazem grandes vantagens para a síntese de
produtos naturais, fármacos e agroquímicos. Além disso, seu uso pode ser uma alternativa às condições reacionais drásticas de pressão, temperatura
e pH necessárias em muitas rotas químicas. Estes biocatalisadores normalmente trabalham sob condições brandas, em meios reacionais neutros e
temperatura próxima a ambiente, contribuindo para que esse tipo de abordagem sintética seja classificada como química verde. Se aplicadas à indústria, ofereceriam um alto custo benefício, pois une sustentabilidade ao fator econômico. Apesar dessas vantagens, as condições ideais de reação
e estabilidade variam de enzima para enzima, de modo que pouco se sabe sobre a atividade de muitas delas. Como exemplo pode ser citada a lipase
do fungo Fusarium solani, objeto de estudo deste trabalho. O fungo isolado de abacate em decomposição produz uma lipase que se destacou quanto
à sua capacidade lipolítica. Após determinação das condições ideais de reação, esta lipase produzida por fermentação submersa apresentou atividade de hidrólise de 83 U/mL pelo método titulométrico. Frente a essas informações, viu-se uma possibilidade de estudo da lipase para síntese de
compostos em solventes orgânicos. A enzima imobilizada será utilizada em reações de esterificação enantiosseletiva de álcoois secundários quirais.
Dessa forma, a enzima será avaliada quanto à sua aplicabilidade em síntese orgânica assimétrica. Além dos álcoois, seus respectivos ésteres foram
sintetizados, para serem utilizados como padrões cromatográficos para a reação de resolução cinética enzimática. Os álcoois foram sintetizados a
partir da redução de cetonas com borohidreto de sódio. A partir dos álcoois foram sintetizados os ésteres fazendo-se uma acetilação com anidrido
acético e piridina. Os compostos sintetizados foram caracterizados por espectroscopia de massas e infravermelho, ressonância magnética nuclear
de 13C e de 1H.
ESTUDO DA REAÇÃO DE DESFOSFORILAÇÃO DE ÉSTERES DE FOSFATO COM NUCLEÓFILOS NITROGENADOS
Aluno de Iniciação Científica: Thomas Golin Almeida (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Elisa Souza Orth
Palavras-chave: Detoxificação, Ésteres de Fosfato, Catálise
Os ésteres de fosfato são, em geral, compostos altamente estáveis, cuja importância se deve a sua presença em diversos processos biológicos. Por
outro lado, essas altas estabilidades permeiam a projeção de inseticidas, pesticidas e gases de guerra com derivados de ésteres de fosfato, apresentando ação neurotóxica. Vários estudos são direcionados a essa classe de compostos tóxicos, com o objetivo de acelerar suas reações de clivagem,
fundamental na detoxificação química desses agentes. Esses interesses estão em consonância com as preocupações em diminuir os grandes estoques
destes agentes tóxicos e auxiliar em medidas profiláticas em casos de contaminação, que se não tratados, podem ser fatais. Neste trabalho foi investigada a ação catalítica de alguns nucleófilos nitrogenados na clivagem do pesticida dietil-p-nitrofenilfosfato (paraoxon), em diferentes condições
experimentais (pH e concentração de nucleófilo) e elucidada sua ação mecanística. Foi utilizada a espectroscopia UV-visível para monitorar o
avanço da reação e obter os parâmetros cinéticos, e espectroscopia de massa para verificar os intermediários de reação. Avaliou-se os nucleófilos
imidazol e cisteamina na reação com o triéster dietil-2,4-dinitrofenilfosfato (DEDNPP) e o pesticida paraoxon. O imidazol, um potente nucleófilo,
se mostrou um eficiente catalisador, acelerando a reação de clivagem do DEDNPP em ~ 105 vezes, comparado com sua reação espontânea. A
detoxificação do paraoxon se mostrou eficiente na presença do imidazol, sendo que sua clivagem foi ~ 106 vezes mais rápido que sua respectiva
reação espontânea. Isto é, uma decomposição que levaria ~300 anos para ocorrer, na presença do imidazol, ocorre em aproximadamente 10 dias. A
cisteamina também se mostrou eficiente na clivagem do éster DEDNPP, com incrementos na velocidade de até 104 vezes. Entretanto, os estudos
mostraram que a reação com este nucleófilo apresenta um mecanismo complicado, no qual diversos caminhos diferentes para o ataque nucleofílico
se processam consecutivamente. Evidencia-se que os nucleófilos avaliados são fortes candidatos para aplicação na detoxificação do pesticida paraoxon, assim como de outros agentes neurotóxicos organofosforados.
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Nº 0099
Tema Projeto ALCALOIDES DE ESPÉCIES DO GÊNERO GUATTERIA
Aluno de Iniciação Científica: Cassiano Pires (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Beatriz Helena L N Sales MaiaColaborador: Anderson Rogerio dos Santos
Palavras-chave: Guatteria, Alcaloides, Atividade Biológica
A família Annonaceae é a maior representante da ordem Magnoliales, compreendendo cerca de 30 gêneros e 2500 espécies, dentre elas 300 pertencem ao gênero Guatteria. O gênero é conhecido pela ocorrência de alcaloides do tipo aporfínico, oxoaporfínico e protoberberino, se destacando
os alcaloides liriodenina, reticulina e anonaina, considerados marcadores quiomiotaxonômicos da família. O objetivo deste estudo foi a avaliação
da atividade biológica dos extratos, isolamento e identificação dos metabólitos secundários de Guatteria ferruginea e G. sellowiana. Para isso, as
partes aéreas das duas espécies foram extraídas com metanol e o extrato da G. ferruginea foi submetido ao tratamento ácido-base, fornecendo a
fração alcaloídica (FA) e o extrato da G. sellowiana foi submetido à partição com éter de petróleo, CHCl3 e AcOEt. A FA de G. ferruginea foi purificada através de métodos cromatográficos (cromatografia em coluna em sílica gel ou sílica gel com carbonato, e cromatografia em camada delgada
preparativa), resultando no isolamento, até o momento, do alcaloide oxoaporfínico liriodenina. Esta se apresentou como um sólido amorfo, de cor
amarela, com teste positivo frente ao revelador de Dragendorff. A elucidação estrutural foi realizada através de RMN 1H e 13C, observando-se os
sinais característicos do esqueleto oxoapofínico: grupo carbonila em 182,5 ppm (C-7) e os carbonos C-4 e C-5 em 124,3 e 144,7 ppm relacionados
aos hidrogênios H-4 e H-5 em 7,7 e 8,8 ppm, ambos como dubletos, J=5,2 Hz. A fração clorofórmica de G. sellowiana foi analisada através de
CLAE, utilizando uma coluna RP-18 X-Terra, 5µm (250 mm x 4,6 mm) e fase móvel MeOH:H2O,numa eluição gradiente 5:95 a 100:0 em 70
min. com fluxo de 1 mL.min-1. Foi identificado o alcaloide oxoaporfínico lisicamina como majoritário nessa fração, quando comparado ao padrão
de lisicamina, considerando o tempo de retenção e os espectros no UV superponíveis. As atividades antimicrobiana e antitumoral foram avaliadas
para os extratos brutos metanólicos. A atividade antitumoral foi realizada utilizando-se 10 linhagens de células tumorais humanas, mas nenhum
resultado significativo foi obtido. A atividade antimicrobiana foi testada contra 11 microrganismos, determinando-se a Concentração Inibitória
Mínima (CIM), através do método da microdiluição em caldo. A atividade antimicrobiana mostrou-se forte para Rhodococus equi (62 mg.mL-1,
ambas espécies) e moderada frente ao Bacilos subtilis (350 µg mL-1 para G. sellowiana). O trabalho fitoquímico continuará para o isolamento de
novos alcaloides.
Nº 0100
Tema Projeto UTILIZAÇÃO DE CLAE PARA ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE PRO-
DUTOS NATURAIS
Aluno de Iniciação Científica: Inaiara Casapula (PIBIC/CNPq)
Orientador: Beatriz Helena L N Sales MaiaColaborador: Germana Davila dos Santos
Palavras-chave: CLAE, Flavonoides, Lonchocarpus
A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) é uma técnica amplamente utilizada na área de produtos naturais, tanto no isolamento dos
metabólitos secundários em extratos vegetais, como na identificação e quantificação desses compostos isolados em outros extratos vegetais. Aqui
está apresentado o trabalho com duas espécies vegetais: Lonchocarpus filipes e Schinus terebinthifolius. A espécie L. filipes, estudada anteriormente
em nosso grupo, forneceu 8 flavonoides pertencentes a classe dos dibenzoilmetanos, cuja estrutura é muito semelhante a de fotoprotetores sintéticos. Pela técnica de CLAE, buscou-se identificar no extrato diclorometânico (ED) das raízes de L. filipes os 8 flavonoides previamente isolados
e para quantificação utilizou-se os 4 com maior massa. O ED e os flavonoides de L. filipes foram analisados por CLAE-DAD em uma coluna RP18 X-Terra, 5µm (250 mm x 4,6 mm), observando que dentre os flavonoides de maior massa (LF-1, LF-2, LF-6 e LF-8) apenas os LF-1 e LF-8
apresentaram pico cromatográfico com pureza suficiente para a quantificação. A quantificação foi realizada utilizando o método do padrão externo,
com construção de suas respectivas curvas de calibração em função da área média do pico versus a concentração injetada, nas mesmas condições
utilizadas para a análise do extrato das raizes. Uma solução estoque de 1,0mg.mL-1 de cada padrão, foi preparada e solubilizada em acetonitrila.
Solução padrão cobrindo o espaço linear em 6 níveis de concentração ( 0,01; 0,05; 0,010; 0,25; 0,50 e 1,00 mg mL-1) foram preparadas a partir
da solução estoque e o volume final ajustado para 1 mL, em triplicata. Obteve-se em cada curva um R2 de 0,9979 para LF-1 e 0,9999 para LF-8,
quantificando no extrato de raízes de L. filipes as massas de 13,62 mg de LF-1 e 2,16mg de LF-8 em 100mg do extrato. A espécie S. terebinthifolius apresenta atividade antimicrobiana e análise por CLAE das frações (1-5) do extrato metanólico das folhas da planta em ambiente natural e
em condições axênicas foram realizadas comparando com padrões isolados da planta (ácido gálico, galato de metila, galato de etila, quercetina e
catequina). Análises dos padrões e das frações foram realizadas na condição gradiente MeOH:H2O 5:95 a 100:0 em 60 min., fluxo 1 mL.min-1,
com a mesma coluna descrita acima, usando como comparativo o tempo de retenção e o espectro no ultravioleta. Os resultados evidenciaram que
apenas o galato de metila estava presente tanto nas frações 4 e 5 como no extrato da planta axênica, e que estas amostras foram as que apresentaram
maior atividade biológica.
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IDENTIFICAÇÃO DE ACETOGENINAS DIRETAMENTE EM EXTRATOS E
FRAÇÕES DE ANNONA RUGULOSA ATRAVÉS DE LC-ESIMSN.
Aluno de Iniciação Científica: Luiz Eduardo da Silva (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Francinete Ramos Campos
Colaborador: Vanessa Cristina Godoy Jasinski, Andersson Barison,
Roberto Pontarolo
Palavras-chave: LC-ESIMSn, Annonaceae, Acetogenina
A família Annonaceae é conhecida por compreender diversas espécies produtoras de acetogeninas, incluindo as do gênero Annona. As acetogeninas
têm despertado particular interesse devido ao amplo espectro de atividades, como ação anti-inflamatória, vermífuga, antiemética, antimalárica,
antineoplásica, inseticida e imunossupressora. A espécie Annona rugulosa é nativa do Brasil, encontrada na Floresta das Araucárias, e produz frutos
comestíveis parecidos com a fruta-do-conde. Na medicina popular, seu chá é utilizado para o tratamento de dores nos rins e infecções de garganta.
Neste contexto, o isolamento e identificação de acetogeninas de A. rugulosa torna-se essencial, visto que até o momento não há registros na literatura sobre a caracterização dessas substâncias na espécie. Este trabalho objetiva o desenvolvimento de técnicas que possibilitem a análise direta
de acetogeninas em frações e extrato de espécies de Annonaceae através de ESIMSn e LC-ESIMSn, evitando o processo laborioso de isolamento
de substâncias já conhecidas. Em estudos anteriores do grupo foram obtidos extrato, frações e padrões de acetogeninas das folhas de A. rugulosa
os quais foram utilizados no presente estudo. Duas subfrações foram submetidas à análise por Espectrometria de Massas Sequencial (ESIMSn)
em espectrômetro do tipo triplo quadrupolo da Applied Biosystems MDS Sciex API 3200 e os resultados foram confirmados por RMN de 13C. Os
dados permitiram identificar até o momento a isodesacetiluvaricina, desacetiluvaricina e membranacina, relatadas pela primeira vez em A. rugulosa.
Os dados do perfil de fragmentação e de RMN de 13C dessas acetogeninas têm permitido auxiliar na identificação de outros compostos da mesma
classe, aprimorando a sua detecção diretamente em frações e extratos. As análises de LC-ESIMSn do extrato, frações e subfrações ainda estão em
andamento.
Nº 0102
Tema Projeto EMPREGO DE UM NOVO PESTICIDA VISANDO O CONTROLE BIORRACIONAL
DO PULGÃO-GIGANTE-DO-PINUS, CINARA ATLANTICA (HEMIPTERA, APHIDIDAE)
Aluno de Iniciação Científica: Rubia Francielle Chiquito (PIBIC/CNPq)
Orientador: Francisco de Assis Marques Co-Orientador: Mario Antonio Navarro da Silva
Colaborador: Beatriz Helena L. N. Sales Maia, Vanusa Rodrigues Hora,
Scheila Ribeiro Messa Zaleski
Palavras-chave: Cinara atlantica, Novo Pesticida, Baixa Toxicidade
O pulgão-gigante-do-pinus Cinara atlantica (Hemiptera, Aphididae), é um inseto sugador, exclusivamente fitófago, que causa danos diretos devido
à sucção da seiva. Estes afídeos alimentam-se em colônias localizadas nos brotos, ramos, caule e raízes de árvores do gênero Pinus. Os ataques mais
intensos, e com danos mais significativos, ocorrem em mudas em viveiros e em plantios novos, que constituem um dos fatores limitantes de sucesso
em florestas recém-implantadas, ou no início da condução de brotação. O objetivo deste trabalho foi: a) avaliar a toxicidade de composto de origem
sintética no controle de ninfas de C. atlantica; e b) determinar a concentração letal média, CL50 e CL90 para ninfas de C. atlantica. Os bioensaios
para avaliar o efeito do composto sobre ninfas de C. atlantica, foram realizados com insetos criados em laboratório após a terceira geração, utilizando-se 10 ninfas de C. atlantica em cada muda de pinus em uma gaiola de PVC (10 cm de diâmetro por 30 cm de altura). Várias concentrações do novo
pesticida foram utilizadas: 20, 30, 40, 60, 100, 150, 200, 250 e 300 µM. Os testes foram realizados em triplicata. Cada tratamento foi representado
por cinco mudas de P. taeda contendo dez ninfas de segundo instar de C. atlantica. A concentração letal média, CL50, no período de 24 horas foi
de 72,17 µM e a CL90 foi de 233,55 µM. Comparando-se o valor de CL90 do novo pesticida em desenvolvimento com o valor recomendado para
o imidacloprido (Confidor®), percebe-se que o composto em estudo além de ser menos tóxico para animais aquáticos, pode ser utilizado em menor
concentração do que o produto comercial, o que o qualifica como candidato em potencial para a substituição de importantes compostos atualmente
empregados para o controle de pragas florestais, como os neonicotinóides que já foram banidos em alguns países da Europa.
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Nº 0103
Tema Projeto SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE NANOCOMPÓSITOS ELETROATI-
VOS ESTABILIZADOS POR POLÍMEROS NATURAIS
Aluno de Iniciação Científica: Emili Emilha Lucht (PET)
Orientador: Marcio Eduardo Vidotti Miyata
Colaborador: Igor Rocha
Palavras-chave: Polímeros Condutores, Eletrocromismo, Nanocompositos
O desenvolvimento de polímeros condutores procura aliar a grande processabilidade e baixo custo dos polímeros com a atividade eletroquímica de
um material condutor. Dentre esses materiais está o poli(3-4,etilenodioxitiofeno), ou comumente chamado de PEDOT, o qual pode ser aplicado em
diversos dispositivos, como em diodos orgânicos emissores de luz, eletrônicos plásticos, células solares e sensores, por causa da sua alta condutividade elétrica, estabilidade em diferentes atmosferas e fácil processamento. Apesar da fácil polimerização do monômero EDOT, o polímero formado
não é estável em solução aquosa. A fim de que ele se torne estável em uma fase coloidal, utiliza-se um estabilizador. Neste trabalho emprega-se
a goma de acácia como agente estabilizador, pois além dela possibilitar a obtenção de blendas solúveis em meio aquoso; ela é obtida em grande
quantidade no Brasil e não é utilizada, sendo exsudada das plantas como mecanismo de defesa. A reação de polimerização do EDOT será realizada
com persulfato de amônio como agente oxidante em diversas concentrações na presença da goma de acácia, como dito anteriormente. É importante
ressaltar outra característica do PEDOT, ele é um material eletrocrômico, ou seja, através da aplicação de potencial, ocorre alteração na sua cor. Esta
propriedade é interessante, pois suas aplicações são ainda maiores, podendo ser utilizadas em dispositivos eletrocrômicos como sensores e janelas
inteligentes. A caracterização dos polímeros formados será efetuada através de técnicas espectroscópicas, como UV-Vis e Raman e espalhamento
de luz dinâmico. Através do primeiro é possível visualizar o crescimento do polímero que se torna azul devido ao aumento da absorbância, cuja
banda possui um máximo em 720 nm. As estruturas formadas deverão ser caracterizadas pelas microscopias eletrônicas de varredura (SEM) e de
transmissão (TEM) e a atividade eletroquímica será investigada por meio da voltametria cíclica (CV). Com o término deste projeto, deseja-se a
partir de uma rota química simples com um agente oxidante barato e com um estabilizante natural, obter um polímero condutor estável em solução
aquosa e compreender como ocorre a formação das partículas coloidais.
Nº 0104
Tema Projeto DESENVOLVIMENTO DE CÁPSULAS E DE FILMES FLEXÍVEIS DE
POLI(CAPROLACTONA) OU DE POLILACTÍDEO
Aluno de Iniciação Científica: Gabriela Fregonese Feltrin (PIBIC/CNPq)
Orientador: Sônia Faria Zawadski
Co-Orientador: Grece Aparecida Senhorini
Colaborador: Carlos Eduardo Lunelli, Siddhartha Om Kumar Giese,
Cristiano Egevardt
Palavras-chave: Poli(caprolactona), Poli(lactídeo), Cápsulas
Polímeros são amplamente empregados nas mais diversas áreas pela sociedade contemporânea. No entanto, seu uso elevado gera problemas socioambientais porque grande parte dos polímeros mais comumente utilizados podem demorar décadas para se decompor. Nesse contexto os polímeros
biodegradáveis, como o poli(lactídeo) (PLA), a poli(caprolactona) (PCL) e o poli(hidroxibutirato-co-valerato) (PHBV), surgem como alternativa
pois, pelo fato de serem constituídos por ésteres alifáticos, podem ser degradados a CO2, H2O e biomassa através da ação de organismos vivos ou
enzimas. Estes polímeros tem recebido muita atenção nas pesquisas, existindo diversos estudos demonstrando sua baixa toxicidade, inclusive com
aprovação pelo Food and Drug Administration (FDA) para a utilização como sistemas de liberação de fármacos (DDS). Contudo, polímeros biodegradáveis são, em geral, mais caros e formam filmes com características mecânicas inferiores aos polímeros não biodegradáveis, sendo necessária a
utilização de plastificantes para melhorar estas características. O GLIAL é um derivado acilado que possui ação plastificante, e que é obtido através
de uma reação de esterificação envolvendo a glicerina e o ácido lático. Neste trabalho foram utilizadas amostras dos polímeros derivados de ácido
lático, PLA ou PCL, para a preparação de filmes com GLIAL a 10% e 20% (m/m) ou de cápsulas poliméricas carregadas com o ativo 1,4-dimetóxibenzeno nas proporções 9% 19% e 40% (m/v). A caracterização das cápsulas foi feita por UV-VIS, que evidenciou o encapsulamento de 77,2% e
97,8% do ativo para as amostras de 9% e 19% de uma das amostras da PCL e de 48,8% para a amostra de 9% da amostra de PCL de menor massa
molar, sugerindo que a encapsulação varia com a proporção de ativo utilizada e com o tamanho da cadeia polimérica da amostra. As outras amostras
de cápsulas e filmes estão sendo avaliadas por DSC (calorimetria exploratória diferencial), MEV (microscopia eletrônica de varredura), espectrometria na região do infravermelho e termogravimetria.
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UTILIZAÇÃO DE CATALISADORES PARA A OBTENÇÃO DE ÉSTERES
METÍLICOS A PARTIR DA CATALISE HETEROGÊNEA DA ESTERIFICAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS
Aluno de Iniciação Científica: Ana Carolina Cons Bacilla (PIBIC/CNPq)
Orientador: Shirley Nakagaki
Colaborador: Alesandro Bail, Vannia Cristina dos Santos,
Marianne Roque de Freitas
Palavras-chave: Biodiesel, Esterificação, Catálise Heterogênea
Fontes de energia menos poluentes e renováveis vêm sendo pesquisadas para substituírem os combustíveis fósseis. Como substituinte do diesel
pode ser utilizado o biodiesel, obtido a partir de fontes vegetais, que pode ser produzido através da reação catalítica (homogênea ou heterogênea)
de esterificação de ácidos graxos, ou transesterificação de triacilgliceróis, com álcoois de cadeia curta. Na indústria, comumente, tal produção
ocorre através de catálise homogênea, que proporciona excelentes taxas de conversão, porém necessita de etapas de purificação, entre outras desvantagens ambientais. Neste contexto, a catálise heterogênea, apesar de geralmente apresentar menores taxas, se mostra mais vantajosa por não
serem necessárias tais etapas e se mostra mais adequada aos princípios da Química Verde. Neste estudo três sólidos (o sulfato de vanádio (III), um
óxido de metal representativo (denominado composto 6) e o mesmo imobilizado em sílica, foram avaliados como sólidos catalisadores na reação
de esterificação do ácido láurico com metanol em processo heterogêneo. O composto 6 é comercialmente disponível e o V2(SO4)3 foi produzido
a partir do V2O5 e o composto imobilizado foi preparado através do processo sol-gel (conforme reações descritas na literatura) e foram caracterizado por diversas técnicas. Nas reações dos três compostos, foram analisadas condições de reação como: proporção ácido:álcool, concentração
de catalisador, temperatura e tempo. Para o composto 6 puro e imobilizado em sílica as condições ótimas ainda estão sendo investigadas. Para o
V2(SO4)3 foi realizado um planejamento fatorial 24 com as melhores condições encontradas (conforme já apresentado no EVINCI 2012). Após
as todas as reações catalíticas, o excesso de metanol foi retirado e os produtos titulados com uma solução de NaOH para determinação do total de
conversão do ácido ao éster. Após cada reação, os sólidos foram devidamente lavados e armazenados para posterior estudo de reciclagem. As taxas
de conversão observadas para o composto V2(SO4)3 foram altas, sendo superiores a 95% sob algumas condições. Entretanto parte do valor da
conversão também pode ser atribuída ao processo catalítico homogêneo visto que o sólido apresenta parcial solubilidade nas condições de reação.
Este aspecto do composto catalítico esta sob investigação. As taxas de conversão para o composto 6 puro chegaram a 90%. O composto imobilizado
em sílica apresentou conversões superiores às do composto 6 não imobilizado, nas mesmas condições. As melhores condições de reação para estes
sólidos ainda estão sendo otimizadas.
Nº 0106
Tema Projeto ESTUDO DA ATIVIDADE CATALÍTICA DE METALOPORFIRINAS EM SU-
PORTE INORGÂNICO SINTÉTICO EM REAÇÕES DE OXIDAÇÃO DE ALCANOS E ALCENOS
Aluno de Iniciação Científica: Fernando Henrique Coffacci de Lima (PIBIC/CNPq)
Orientador: Fernando Wypych
Co-Orientador: Shirley Nakagaki Bastos
Colaborador: Guilherme Sippel Machado, Geani Maria Ucoski
Palavras-chave: Porfirina, Catálise, Oxidação
Metaloporfirinas são investigadas como catalisadores de reações de oxidação. As reações de oxidação podem ser processadas via catálise homogênea e heterogênea. Na catálise heterogênea tem-se a possibilidade de reutilização do catalisador, geralmente um composto ativo na catálise homogênea que está imobilizado em um suporte inorgânico. Neste trabalho estudou-se a imobilização da metaloporfirina [Fe(TDCSPP)] (5,10,15,20
– meso-2,6-dicloro-3-sulfonatofenil porfirinato de ferro III) (FePor) no sólido inorgânico SiPic, uma sílica funcionalizada (a preparação e caracterização da sílica já foi descrita no EVINCI 2012). A imobilização da FePor no sólido se processou através da reação de 300 mg de SiPic, 0,015 mmol
de FePor e 45 mL de metanol. Essa mistura foi deixada por 24 h à temperatura ambiente. O sólido final contendo a FePor imobilizada (FePor-SiPic)
foi lavado com metanol e a solução de lavagem foi analisada por UV-Vis para a determinação indireta da quantidade de FePor imobilizado na sílica
(loading = 3,84 x 10-5 mol/g). O sólido FePor-SiPic, foi caracterizado por FTIR que mostrou bandas características da sílica (deformação axial
do SiO-H, a 1090 cm-1, estiramento do Si-O-Si banda a 950 cm-1, vibração Si-OH e a banda a 790 cm-1, deformação do grupo Si-O), por espectroscopia de UV-Vis em emulsão de óleo nujol mostrou as bandas características da FePor (Soret a 420 nm e bandas Q) e análise de EPR (sinais
característicos da presença de ferro III, simetria axial g = 6,0 e g = 2,0 e sinal rômbico g = 4,3). Realizou-se um estudo da capacidade do sólido
em adsorver o complexo e o seu ponto de saturação. Este estudou mostrou que o suporte SiPic possui grande capacidade de adsorção do complexo
devido a presença de cargas positivas na estrutura do suporte e pela presença de cargas negativas no complexo, que proporcionam uma interação
eletrostática entre as fases. O ponto de saturação ainda não foi identificado devido a falta de material. A atividade catalítica do sólido FePor-SiPic
foi investigada em reações de oxidação do cicloocteno, cicloexano e cicloexeno utilizando-se iodosilbenzeno como doador de oxigênio. Na oxidação do cicloocteno observou-se formação de 65% de epóxido. Para a oxidação do cicloexano obteve-se 13 % de cicloexanol e menos de 1 %
de cicloexanona. Na oxidação do cicloexeno obteve-se 30% de epóxido, 10% álcool e 80% de cetona. As soluções de reação foram analisadas por
UV-Vis e não foi observada lixiviação significativa da metaloporfirina, o que torna o catalisador potencialmente reutilizável.
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Nº 0107
Tema Projeto ESTUDO DA REATIVIDADE DE LIGANTES AZO NA SÍNTESE DE COM-
PLEXOS DE RUTÊNIO (II)
Aluno de Iniciação Científica: Guilherme Augusto Barbosa (IC-Voluntária)
Orientador: Márcio Peres de Araujo
Palavras-chave: Rutênio, Azo-compostos, Reatividade
A química do rutênio vem atraindo grande interesse devido às diversas propriedades que complexos desse metal possuem, juntamente com a grande
diversidade e versatilidade dos ligantes que podem ser utilizados, tornando-os potencialmente promissores em estudos biológicos e catalíticos.
A utilização de azo-compostos como ligantes tais como o 1-(2-Piridilazo)-2-naftol (PAN), é motivadora, pois a coordenação ao centro metálico
ocorre de forma tridentada (N,N,O-doador), além de estabilizar o rutênio (II) e conferir aos complexos propriedades estruturais e eletrônicas que
podem propiciar a aplicação destes complexos, por exemplo, em estudos catalíticos e biológicos. O objetivo deste trabalho é a síntese de complexos
de rutênio (II) contendo os ligantes potencialmente tridentados 1-(2-Piridilazo)-2-naftol (PAN) e 1-(2-hidróxi-1-naftilazo)-2-naftol-4-sulfônico
(CalconTM). A caracterização inicial será realizada por Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de 31P{1H}, 1H e 13C, espectroscopia vibracional na região do infravermelho e espectroscopia eletrônica na região do ultravioleta- visível. Para a síntese dos complexos, 26,0 mg de ligante
foi dissolvido em 20,0 mL etanol previamente desaerado em um frasco Schlenk e então adicionado 20,0 µL de trietilamina (TEA) e, após alguns
minutos, 100,0 mg do precursor [RuCl2(PPh3)3]. A reação permaneceu sob refluxo e atmosfera de argônio durante 4 horas e após este tempo, o
solvente foi evaporado sob pressão reduzida levando a formação de um sólido vermelho escuro, que foi filtrado e lavado com éter etílico e seco sob
pressão reduzida. O rendimento para a reação com o PAN foi de 72,0% e para o CalconTM foi de 70,0%. Na caracterização por RMN de 31P{1H}
(CH2Cl2, 200 MHz), o complexo [RuCl(pan)(PPh3)2] apresentou um singleto com deslocamento químico em δ (25,3 ppm) e o [RuCl(calcon)
(PPh3)2] em δ (27,3 ppm), evidenciando que os átomos de fósforo estão em mesmo ambiente químico. Desta forma, pode-se assumir que os átomos
de fósforo estão em posição trans e que o ligante azo está no plano perpendicular ao eixo que contém a ligação PPh3-Ru-PPh3. Portanto, a síntese
dos complexos contendo os ligantes PAN e CalconTM foram obtidos com rendimentos consideráveis, bem como caracterizados utilizando uma
ferramenta muito poderosa, a RMN de 31P{1H}.
Nº 0108
Tema Projeto MODIFICAÇÃO QUÍMICA EM GRAFENO E ÓXIDO DE GRAFENO VISAN-
DO PREPARAÇÃO DE NOVOS NANOCOMPÓSITOS MULTIFUNCIONAIS
Aluno de Iniciação Científica: Jéssica Eliza Silva Fonsaca (PIBIC/CNPq)
Orientador: Aldo José Gorgatti Zarbin
Co-Orientador: Elisa Souza Orth
Colaborador: Sergio Humberto Domingues, Hiany Mehl,
Marcela Mohallem Oliveira
Palavras-chave: Grafeno Funcionalizado, Nanopartículas, Nanocompósitos
A nanociência tem mostrado crescente interesse pelos materiais de grafeno (rGO) e óxido de grafeno (GO), que possuem características distintas
e excepcionais. O GO pode ser obtido através da oxidação do grafite, levando a uma superfície rica em grupos oxigenados (epóxido, carboxilatos,
alcóxidos), que permitem ancorar diversas funcionalidades e os tornam passivantes promissores de nanopartículas (NPs). O controle do tamanho,
forma e distribuição destas pode determinar as propriedades de materiais nanoestruturados, como em nanocompósitos. Desta forma, este trabalho
teve como objetivo ancorar grupos tióis na superfície do GO, variar o grau de funcionalização e sintetizar compósitos de nanopartículas de prata
(Ag-NPs), para obtenção de materiais com características de controle de tamanho das NPs. Para isso, o GO foi obtido através do método de Hummers, e através da sua reação com cisteamina foi possível ancorar grupamentos tióis livres na superfície grafítica do material, obtendo GOSH e
GOSHSH, referente ao GO mais e menos tiolado, respectivamente. Em seguida, estes materiais foram reduzidos simultaneamente com nitrato de
prata utilizando borohidreto de sódio levando aos nanocompósitos rGOSHAg e rGOSHSHAg. Todas as amostras obtidas foram caracterizadas por
espectroscopia Raman, infravermelho (IV), difração de raios X (DRX) e microscopia eletrônica de transmissão (MET). Análises de Raman mostram
perfis típicos de materiais derivados de grafeno, com bandas D, G, D’ e G’. Dados obtidos através de IV confirmam a funcionalização do GO com
cisteamina através das bandas de N-H em 3297 cm-1 e 1542 cm-1, de S-H em 2572 cm-1, de C=O em 1646 cm-1 e de CN em 1430 cm-1 e um
aumento da intensidade destas bandas com o aumento do grau de funcionalização. Dados de DRX e MET indicam a formação dos nanocompósitos
propostos e mostram que o nanocompósito mais funcionalizado (rGOSHSHAg) apresenta nanopartículas metálicas com tamanhos menores (5 nm),
homogeneamente distribuídos. Com isso, pode-se concluir que a modificação química do GO com grupos específicos permite obtenção de nanocompósitos promissores, com características de controle de tamanho das NPs. Esta abordagem inovadora permeia uma otimização dos nanomateriais, fundamentais nas aplicações em sensores, dispositivos óticos, elétricos, supercondutores, magnéticos, catalíticos, entre outros.
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Nº 0109
Tema Projeto PREPARAÇÃO ESTUDO DA ATIVIDADE CATALÍTICA DE UM SÓLIDO ES-
TRUTURADO BASEADO EM MANGANES PORFIRINA E ÁCIDO ESQUÁRICO
Aluno de Iniciação Científica: João Felipe Stival (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Shirley Nakagaki Bastos
Colaborador: Gabriel K. B. Ferreira (Doutorando /PPG/ DQ/ UFPR), Ronny R.
Departamento: Química Ribeiro (UFPR), Jacqueline A. Marques (UEPG), Luiz F. C. de Oliveira (UFJF)
Palavras-chave: Porfirina, Oxidação, Catálise Heterogênea
Nas últimas três décadas, observa-se um grande número de trabalhos com metaloporfirinas (MP) como catalisadores de oxidação, em catálise
homogênea e heterogênea. Quando a MP é imobilizada em um sólido inorgânico (por exemplo sílica gel) o sólido resultante apresenta moléculas
catalíticamente ativas apenas em alguns pontos. Em contrapartida, pode-se sintetizar polímeros de coordenação contendo apenas MP na sua estrutura, diminuindo os problemas de diluição observados na imobilização de MP em suportes inertes. Neste trabalho se relata a síntese e caracterização
de um sólido obtido através da combinação da MP [Mn(T4H3MTPP)](OAc) ([acetato de 5,10,15,20-tetrakis(4-hidroxi-3-metoxifenil)porfirinato
manganês(III)]) e do ácido esquárico (3,4-diidroxiciclobut-3-en-1,2-diona)(HSQ). O sólido foi obtido através da reação solvotérmica do ligante
porfirina [H2(T4H3MTPP)], acetato de manganês (II) e HSQ na proporção em quantidade de matéria de 1:5:3 respectivamente, utilizando DMF
como solvente a 150ºC por 48 h em um reator de aço inoxidável (sólido preto, granular denominado MnPQ). O sólido foi lavado exaustivamente
com metanol e DMF e caracterizado através das técnicas de espectroscopia eletrônica de UV-Vis, espectroscopia vibracional na região do infravermelho (FTIR), ressonância paramagnética eletrônica (RPE) e microscopia eletrônica de varredura e transmissão (MEV/MET). MnPQ apresentou
atividade catalítica na oxidação do cicloocteno, cicloexeno, cicloexano. Observou-se seletividade para formação de epóxido na oxidação dos
alcenos e de álcoois na oxidação do alcano. Para todos os substratos, os rendimentos obtidos na formação de compostos oxifuncionalizados foram
inferiores aos observados na catálise homogênea com a MnP em solução. Esta queda pode estar relacionada a uma provável coordenação axial do
íon esquarato às MP do sólido, inativando-as para a catálise. O sólido foi recuperado após catálise e será reutilizado.
SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO 2,6–DIFORMIL-4-METILFORMOL E
DO LIGANTE MACROCÍCLICO TIDF
Aluno de Iniciação Científica: Marcelo Carpes Nunes (IC-Jovens Talentos)
Orientador: Fabio Souza Nunes
Co-Orientador: Shirley Nakagaki
Colaborador: Raquel De Abreu Fochesato
Palavras-chave: 2,6–diformil-4-metilformol, Tetraiminodifenolato, Ligante Macrocíclico
Objetivo do trabalho é sintetizar o ligante macrocíclico tetraiminodifenolato (tidf) e seus complexos heterobimetalicos. Este foi preparado a partir
do dialdeído 2,6–diformil-4-metilformol. Para preparação do dialdeído precursor foram encontrado dois meios de obtenção: a primeira síntese
descrita envolve basicamente a hidroformilação do p-cresol, proteção do grupo fenol, oxidação dos álcoois a aldeído e desproteção do fenol; o
outro pelo método descrito por Linoy e colaboradores que consiste em obter o dialdeído a partir de p-cresol e HMTA através da reação de Duff. O
segundo método se mostrou mais viável em função de ser apenas uma única etapa e não possuir produtos intermediários como na primeira. O ligante por sua vez foi feito por outras sínteses templates já descritas antes, ambas partem do principio de reagir o dialdeido com 1,3-diaminopropano
e acetatos e nitratos (método Nag). A síntese com magnésio se mostrou mais viável devido a maior velocidade, maiores rendimentos e menor
toxidade dos produtos. Os produtos foram submetidos a analise elementar os resultados encontrados foram próximos aos esperados 2,6–diformil4-metilformol Calc.: C 64,13%; H 4,82%; N 0%. Exp.: C 65,85%, H 4,91%, N 0%;[Pb(tidf-H2)](NO3)2•3H2O Calc.: C 36,84%; H 4,02%; N
10,37%. Exp.: C 36,50%, H 4,34%, N 10,64% ; [Mg2(tidf)](NO3)2•4H2O Calc.: C 44,21%; H 5,64%; N 12,30%. Exp.: C 44,54%, H 5,30%, N
12,99%;O dialdeído 2,6-diformil-4-metil-fenol foi caracterizado pelo forte aroma e pela coloração amarelada característica e por espectroscopia
na região infravermelho apresentando bandas características em 3043 cm-1, 1681 cm-1 e 1602 cm-1 atribuídos aos estiramentos dos grupamentos
O-H, Caromático-O e C aromático =C aromático respectivamente. A partir deste foi sintetizado o complexo [Mg2(tidf)(NO3)2.]4H2O que foi
caracterizado pela cor amarelo e pelo aparecimento das bandas do complexo 1681 cm-1 n(C=N) e 1539 cm-1 n(C-O) e 1384 cm-1 n(N-O) do
contra-íon nitrato outras bandas não são identificadas devido à alta intensidade deste que acaba mascarando outras bandas.
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Nº 0111
Tema Projeto COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO COM O LIGANTE 2,6-DIFORMIL-4-
-METILFENOL BIS(SEMICARBAZONA) - BIS(H3SCSAL)
Aluno de Iniciação Científica: Mayara Hissami Inoue (PIBIC/CNPq)
Orientador: Fábio Souza Nunes
Palavras-chave: Cobre, Compostos de Coordenação, Semicarbazona
Complexos metálicos derivados das semicarbazonas e tiossemicarbazonas têm sido bastante estudados devido a sua aplicação antifúngica. Porém,
não é muito explorada a atividade biológica de complexos binucleares de metais de transição (II). O objetivo desse trabalho é o estudo do comportamento desta classe de compostos como base de Lewis multifuncional para a formação de complexos com íons de metais de transição. A obtenção
do ligante 2,6-diformil-4-metilfenol bis(semicarbazona), aqui representado por bis(H3SCsal), foi feita através da condensação de 2,6-diformil-4-metilfenol (que também foi sintetizado e caracterizado em nosso laboratório) com cloridrato de semicarbazida na proporção molar de 1:2, em
etanol. Esse ligante foi caracterizado por análise elementar e espectroscopia de absorção no infravermelho: C11H14N6O3. Calc.: C 47,48%; H
5,07%; N 30,20%. Exp.: C 46,93%; H 5,06%; N 29,13%. Na região do infravermelho pode-se destacar as bandas em 3477 cm-1 (nN-H), 1699 cm-1
(nC=O), 1660 cm-1 (nC=N), 1255 cm-1 (nC-Ofenólico). Para obter os complexos, uma solução de dois equivalentes de um sal de cobre (cloreto,
nitrato e perclorato de cobre (II)) foi adicionada a uma solução contendo um equivalente do ligante. Nos complexos, a hidroxila ligada ao anel
aromático encontra-se desprotonada, deixando a carga do ligante como -1. O ligante semicarbazona pode existir em sua forma tautomérica enólica
e ainda exibe equilíbrios de dissociação podendo coordenar-se através de formas desprotonadas. Foram isolados e caracterizados três compostos
diferentes. [Cu2(bis(H2SCsal))Cl3](H2O)3 - Calc.: C 23,39%; H 3,39%; N 14,88%. Exp.: C 23,89%; H 3,31%; N 14,94%. [Cu2(bis(SCsal))
NO3].3H2O Calc.: C 25,50%; H 3,31%; N 18,93%. Exp.: C 25,12%; H 3,11%; N 19,19%. [Cu2(bis(SCsal))ClO4].6H2O – Calc.: C 20,45%; H
3,72%; N 13,01%. Exp.: C 20,54%; H 2,84%; N 12,86%. No IR, destacamse bandas em 640 cm-1 e 540 cm-1 referente aos estiramentos (nCu-N)
e (nCu-O) respectivamente, que são semelhantes em todos os espectros. As bandas em 1097 cm-1 e 1390 cm-1 são atribuídas aos estiramentos
(nCl-O) e (nN-O) do íon perclorato e nitrato respectivamente. Outras análises que possam caracterizar esses complexos, bem como o isolamento e
caracterização de outros compostos de cobre e de diferentes metais estão em andamento.
Nº 0112
Tema Projeto COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO COM UM LIGANTE MACROCÍCLICO
TETRAAZAIMINODIFENÓLICO
Aluno de Iniciação Científica: Raquel de Abreu Fochesato (IC-Jovens Talentos)
Orientador: Fabio Souza Nunes
Co-Orientador: Shirley Nakagaki
Colaborador: Marcelo Carpes Nunes
Palavras-chave: Complexos Macrocíclicos, Tetraazaiminodifenólico, Heterobimetálico
Complexos macrocíclicos contendo ligantes derivados de bases de Schiff tem sido investigados em nosso grupo de pesquisa para aplicações como
sistemas biomiméticos e em estudos de propriedades espectroscópicas, magnéticas e eletroquímicas de interesse para tecnologia. O ligante tidf
mostrou ser uma opção interessante para a obtenção de complexos macrocíclicos heterobimetálicos. Neste trabalho, apresentamos a preparação do
complexo [VO(tidf)](ClO4)2 que contém o ligante macrocíclico tetraiminodifenólico tidf. Este ligante foi obtido a partir da reação template entre
4-metil-2,6-diformilfenol, 1,3-diaminopropano e sal de magnésio(II), resultando no material de partida [Mg2(tidf)](NO3)2.4H2O. O ligante tidf é,
portanto, capaz de acomodar um ou dois íons metálicos em sua cavidade macrocíclica. Assim, o complexo [VO(tidf)](ClO4)2 foi sintetizado através
da reação de transmetalação entre [Mg2(tidf)](NO3)2.4H2O e [VO(acac)2]. O produto obtido apresentou uma coloração laranja-avermelhado e foi
caracterizado por análise elementar, espectroscopias de absorção no intravermelho, no UV-VIS e EPR. Análise elementar Calcd(Exp.): %C, 43,00
(46,43); %H 4,21 (4,50); e %N 8,36 (8,89). Em seus espectros de IR, podemos destacar as bandas 1682 cm-1 (nC=N); 1602 cm-1 (nC-O) ; 1504
cm-1 (nC=C); 891 cm-1 e 626 cm-1 atribuídas respectivamente a vanadila (VO2+) e ao perclorato (ClO4-). Nos espectros no UV-VIS as bandas em
217 e 255 nm foram atribuídos às transições π-π* internas do ligante tidf e a banda em 510 nm foi atribuída à transição do tipo d-d da vanadila. Os
perfis e os parâmetros do espectro de EPR à temperatura ambiente confirmam a presença de vanádio(IV) no complexo. Sendo o número de linhas
determinado por 2nI + 1 (n = número de núcleos paramagnéticos por molécula e I = momento angular de spin nuclear), a ocorrência de oito linhas
caracteriza uma molécula contendo um núcleo paramagnético com I= 7/2, como é o caso do VO2+ (S = 1/2). Estes valores também estão de acordo
com aqueles encontrados na literatura para vanadila neste mesmo tipo de ambiente químico.
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Nº 0113
Tema Projeto SÍNTESE, CARACTERIZAÇÃO E REATIVIDADE DE COMPLEXOS FOSFÍ-
NICOS DE RUTÊNIO CONTENDO LIGANTES N-C.
Aluno de Iniciação Científica: Santina Maria Rebelo Borges (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Marcio Peres de Araujo
Palavras-chave: Rutênio, Fosfinas, Catálise
A química dos compostos de rutênio vem sendo muito estudada principalmente os compostos que contém ligantes fosfínicos, pois estes possuem
átomos doadores que estabilizam complexos metálicos por reagirem rapidamente formando uma variedade de tipos de compostos. Além destes
ligantes, a formação da ligação Ru-Carbono, via ativação da ligação C-H com ligantes N-C possuem uma grande importância em síntese orgânica
em função da possibilidade de formação de ligação C-C catalisadas por complexos de rutênio e por ter grande potencial para aplicação em catálise.
Esses ligantes são de grande interesse em função de sua reatividade e a estequiometria que impõem ao redor do centro metálico como resultado de
suas restrições geométricas e suas propriedades eletrônicas, porém mesmo com todos esses benefícios, poucos trabalhos são relatados na literatura
até o momento contendo ligantes N-C. Os ligantes nitrosilados, aqui trabalhados, apresentam como doadores, além do átomo de nitrogênio, átomos
de carbono que através da retirada do hidrogênio ácido a partir da reação com uma base tornam-se ligantes bi ou tridentados. Dentro desse contexto,
neste trabalho foram utilizados diferentes tipos de ligantes fosfínicos e ligantes N-C. Os complexos de Ru(II) foram sintetizados com ligantes fosfínicos do tipo PPh3 e dppb (Bis(difenilfosfina)butano) e ligantes N-C do tipo DL-α-metilbenzilamina, 2-fenilindole e benzilamina. Os compostos
obtidos foram caracterizados por técnicas de RMN 1D de 31P{1H} e de 1H, espectroscopia vibracional na região do infravermelho, voltametria
cíclica e difração de raio-X (quando obtidos monocristais apropriados). Após caracterização dos compostos, os mesmos foram testados suas reatividades frente a moléculas pequenas como CO e H2 e como pré-catalisadores em reações de transferência de hidrogênio.
Nº 0114
Tema Projeto SÓLIDOS CATALÍTICOS PARA REAÇÃO DE OXIDAÇÃO BASEADOS EM
COBRE(II) PORFIRINA IMOBILIZADA EM HIDRÓXIDOS DUPLOS LAMELARES E SÍLICA OBTIDA PELO PROCESSO SOL-GEL HIDROLÍTICO
Aluno de Iniciação Científica: Talita Malewschik (CNPq-Balcão)
Orientador: Shirley Nakagaki
Colaborador: Kelly A.D.F. Castro, Guilherme S. Machado e Geani M. Ucoski
Palavras-chave: Cobreporfirina, Oxidação, Catálise Heterogênea
A preparação de catalisadores seletivos e eficientes para reações de oxidação, em condições brandas, com altos números de turnovers e, se possível,
recicláveis, é um difícil desafio para a pesquisa química. Os modelos químicos inspirados nos sistemas biológicos têm apresentado resultados consideráveis, principalmente quando imobilizados em diferentes suportes, favorecendo os processos de recuperação e reciclagem. As metaloporfirinas
(MP) são catalisadores eficientes e seletivos para reações de oxidação sob condições brandas. A utilização destes compostos metalomacrocíclicos,
como catalisadores em reações de oxidação, tem gerado grande interesse na química bioinorgânica. A imobilização de diferentes MP em suportes
inorgânicos, tais como argilas naturais catiônicas (montmorilonita e caulinita), compostos lamelares aniônicos sintéticos (hidróxidos duplos lamelares
- HDL), sílica, dentre outros, para a produção de sólidos catalíticos, é uma alternativa aos compostos utilizados na catálise homogênea. A imobilização
pode evitar a agregação molecular (que pode resultar na dimerização dos complexos), a auto-oxidação destrutiva, fenômenos que em solução levam
a diminuição da atividade catalítica. Neste trabalho relatamos a imobilização de uma cobreporfirina, meso-tetrakis[(diclorofenilporfirina)cobre(II)]
- [Cu(TDCPP)], (CuP) em dois sólidos diferentes (hidróxido duplo lamelar e sílica) visando a obtenção de catalisadores robustos e recicláveis para
reações de oxidação de cicloocteno e catecol. A CuP foi imobilizada em HDL de Mg e Al contendo ânions nitrato intercalados, preparado pelo método da co-precipitação (CuP-HDL). Ela também foi imobilizada em sílica preparada pelo método sol-gel hidrolítico catalisada por ácido (CuP-Si). A
atividade catalítica da CuP imobilizada e não imobilizada foi comparativamente analisada (catálise heterogênea e homogênea). Os resultados ainda
que preliminares mostraram que tanto a CuP não imobilizada, quanto os sólidos CuP-HDL e CuP-Si apresentam eficiência catalítica frente as reações
de oxidação de cicloocteno com iodosilbenzeno (40,7% para CuP-HDL e 43,6% para CuP-Si) e catecol com H2O2 (8% para CuP-HDL e 11% para
CuP-Si). Além disso, observou-se que a CuP imobilizada nos suportes (catálise heterogênea) apresentam atividade catalítica melhor do que a não
imobilizada (catálise homogênea), podendo indicar que o catalisador esta superficialmente imobilizado ao suporte e que não foi desativado pelo meio
de reação. As condições de reação estão sendo estudadas e melhoradas para obtenção de melhores resultados catalíticos.
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Nº 0115
Tema Projeto OXIDAÇÃO DE CARVÕES VEGETAIS NO PREPARO DE BIOCARVÃO
“BIOCHAR” QUE SEQÜESTRA CARBONO E COMPLEXA ÍONS METÁLICOS NUTRIENTES DE PLANTAS.
Aluno de Iniciação Científica: Karen Mary Mantovani (PIBIC/CNPq)
Orientador: Antonio Salvio Mangrich
Colaborador: Liliam Cristina Angelo
Palavras-chave: Condicionador de Dolo, EPR, Carvão Vegetal
O Brasil é o maior produtor de carvão vegetal no mundo, contribuindo com 38,5% da produção mundial. A funcionalização de estruturas de carvão
vegetal tem sido um desafio químico, pois necessita da introdução de grupos químicos na superfície do material. Neste trabalho funcionalizou-se
carvão vegetal para produzir ligantes macromoleculares para produção de condicionadores orgânicos de solos (COS), com atividades semelhantes
às da matéria orgânica do solo (MOS), incluindo a capacidade de adsorção/complexação de íons metálicos. Foi preparado um COS por reação de
nitração/oxidação do carvão vegetal com ácido nítrico e outro com peróxido de hidrogênio tendo óxido de selênio como catalisador. Os parâmetros
avaliados no processo basearam-se em método quimiométrico de planejamento fatorial de 23 e 24 no qual as variáveis avaliadas foram: concentração, temperatura e tempo. Os materiais obtidos foram caracterizados por espectroscopias de FTIR e EPR. Os mesmos foram estudados usando-se
íons-sondas metálicas VO2+ (um ácido duro de Pearson) e Cu2+ (um ácido de dureza intermediária). A mesoporosidade e a capacidade de troca
catiônica (CTC) no material produzido foram determinadas pelo método de adsorção de azul de metileno (AM) onde o cátion de azul de metileno
(C16H18N3S+) substitui os cátions Na+, Ca2+, K+, Mg2+ e H3O+ adsorvidos, ocorrendo um processo de adsorção irreversível. Verificou-se que
as duas rotas de oxidação realizadas, proveram novos grupos funcionais aos carvões vegetais. Os espectros de FTIR mostraram que os tratamentos
levaram a funcionalização dos carvões vegetais com a formação de grupos Φ-COOH, Φ–NO2 e C-O. Os dados de EPR sugerem perda de material
diamagnético, ou geração de radical livre orgânico (RLO) com os tratamentos. O teste de adsorção de AM revelou significativo aumento da mesoporosidade e capacidade de troca catiônica do carvão com os tratamentos.
Nº 0116
Tema Projeto FOTODESCOLORAÇÃO DE SOLUÇÕES DE CORANTES REATIVOS
TÊXTEIS ATRAVÉS DE CATALISADORES DE FE/TIO2 E NI/TIO2 OBTIDOS
PELO MÉTODO SOL-GEL
Aluno de Iniciação Científica: Mateus Barbian Urio (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Leda Maria Saragiotto ColpiniCo-Orientador: Giane Gonçalves Lenzi
Colaborador: Joyce Coldebella, Raphael Menechini Neto, Helton José Alves
Palavras-chave: Fotocatálise, Titânia, Sol-gel
A poluição de corpos d’água com efluentes de indústrias têxteis provocam além da poluição visual, alterações em ciclos biológicos afetando principalmente processos fotossintéticos. A fotocatálise heterogênea vem se mostrando como alternativa para tratamento destes efluentes promovendo a
total mineralização dos compostos orgânicos através da ativação de um semicondutor por luz solar ou artificial, como TiO2. Objetivou-se sintetizar,
caracterizar e avaliar o potencial de fotodegradação dos catalisadores de ferro e níquel suportados em titânia, em soluções dos corantes Amarelo-145,
Azul-19 e Laranja-122. Os materiais foram preparados pelo método sol-gel, variando a proporção mássica de ferro e níquel em 2 e 5% e calcinados
a 250, 300 e 400 °C. Em cada experimento fotocatalítico foi empregado 0,05 g dos catalisadores e 150 mL da solução dos corantes. Em agitação
magnética constante, eram irradiados durante 1 hora, quando em luz solar, e em intervalos de 0,5, 1, 3, 5 e 7 h quando em luz artificial fornecida por
uma lâmpada de tungstênio de 300 W. Posteriormente, a percentagem de descoloração das soluções em função do tempo foi determinada através de
medidas espectrofotométricas, realizadas nos comprimentos de onda de máxima absorção das soluções dos corantes. Com base nos resultados de
caracterização, das medidas de fissisorção de N2, observou-se uma área superficial específica que variou para os materiais entre 63,06 e 312,63 m2.g1, indicando que os materiais apresentam características mesoporosas com diâmetro médio de poros variando entre 26,69 e 32,21 Å. As análises de
Redução a Temperatura Programada evidenciam a redução de Ni(II) a Ni(0) e de redução de espécies de ferro na superfície dos materiais. Os mapeamentos obtidos através de Energia Dispersiva de Raios X comprovaram a distribuição homogênea de ferro e níquel na superfície da titânia. Quanto às
estruturas cristalinas dos materiais, os difratogramas obtidos através de Difratometria de Raios X evidenciam a presença de linhas características de
titânia na forma anatase tanto em Fe/TiO2 quanto em Ni/TiO2, linhas características à NiO nos catalisadores Ni/TiO2, porém não foram detectadas
fases cristalinas ao ferro nos catalisadores Fe/TiO2, provavelmente devido a alta dispersão na superfície da titânia. As maiores descolorações observadas foram 75,15% sob luz solar, e 97,45% sob luz artificial, utilizando os catalisadores 5% Ni/TiO2 e 2% Ni/TiO2, respectivamente, ambos aplicados
ao corante Laranja-122 e calcinados a 400 °C, temperatura de calcinação que se mostrou mais eficiente em todos os ensaios.
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Nº 0117
Tema Projeto OXOVANADATOS APLICADOS NA PREVENÇÃO DE DANOS MOLECU-
LARES DO DNA
Aluno de Iniciação Científica: Kahoana Postal (PIBIC/CNPq)
Orientador: Giovana Gioppo Nunes
Co-Orientador: Jaísa Fernandes Soares
Colaborador: Daniela Florêncio Maluf
Palavras-chave: Polioxovanadatos, Valência Mista, Quimioproteção
Recentemente nosso grupo de pesquisa relatou a síntese e a atividade quimioprotetora do polioxovanadato de valência mista (Me4N)6[V15O36(Cl)]
(A) frente a reação de alquilação do DNA plasmidial pUC19. Neste trabalho, foi proposta a ampliação da rota sintética empregada na preparação
de A, visando a incorporação de outros ânions inorgânicos simples encapsulados no arcabouço de polioxometalatos. Iniciamos nossos estudos pela
substituição do Cl- presente em A por I-. Para tanto, NH4VO3, manitol e [(n-But)4N]I (2:1:1) foram colocados para reagir em água sob refluxo por
24 horas gerando uma suspensão, da qual foi isolado um sólido preto (B, 64 % de rendimento) e um filme verde-azulado que se formou na parede
do béquer após repouso da solução mãe (C). O produto B é insolúvel em todos os solventes testados e foi caracterizado por difratometria de raios
X de pó como o óxido de valência mista (NH4)2V3O8 (carta JCPDS no 51-1733). O produto C foi isolado em 36 % de rendimento e mostrou-se
insolúvel em água e solúvel em solventes orgânicos polares. O espectro de infravermelho de C possui atribuições (cm-1) em 2964 e 2870 δ(CH2CH3); 1482 δas(CH3); 1378 δs(CH3), características de polioxovanadatos e do cátion [(n-But)4N]+. O espectro apresenta ainda bandas em 880
e 600 cm-1 caracteristicas da deformação angular das cadeias alifáticas do cátion e dos estiramentos V-O-V. A natureza do cátion foi confirmada
por RMN de 1H em acetona-d6, pela presença dos sinais da butila, referentes a um tripleto (CH3) em δ = 0,9 ppm e a um multipleto (CH2) em δ
= 1,3 e 1,6 ppm. A dosagem de vanádio é compatível com a formação do polioxovanadato [N(But)4]5V18O42I. Este polioxoânion já foi anteriormente descrito na literatura com o cátion [N(Et)4]+ e apresenta 10 centros de vanádio(IV) e 8 centros de vanádio(V). O espectro de EPR de C, em
acetona a 77 K, apresenta uma banda alargada (Δpp = 476 Gauss e g = 1,97) característica de espécies polinucleares contendo vanádio(IV) com
interação magnética, sobreposto ao padrão hiperfino dos espectros paralelo e perpendicular de espécies mononucleares. O resultado confirma a
redução, mesmo que parcial do vanádio(V) para (IV) e sugere que o agregado não seja estável em solução. Neste trabalho foi possível obter dois
oxocompostos de vanádio de valência mista, +IV e +V, empregando-se uma rota sintética de baixo custo e condições brandas de reação. A atividade quimioprotetora do produto C deverá ser testada e comparada com a relatada para o polioxovanadato (Me4N)6[V15O36(Cl)], em uma etapa
subsequente deste trabalho.
Nº 0118
Tema Projeto SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS E SUA
UTILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DE SENSORES ELETROQUÍMICOS
Aluno de Iniciação Científica: Amanda Maciel (PIBIC/CNPq)
Orientador: Marcio Eduardo Vidotti Miyata
Co-Orientador: Izabel Cristina Riegel Vidotti Miyata
Colaborador: Franciele Wolfart, Ronaldo Cestari Quintanilha
Palavras-chave: Polímeros Naturais, Polímeros Condutores, Eletrodos Modificados
O presente projeto de pesquisa aborda a síntese e a caracterização de materiais poliméricos formados a partir de um polímero natural (goma arábica) e de um polímero condutor (poli(pirrol)) para aplicação em sensores. A área de materiais poliméricos é de grande interesse, pois possibilita a
obtenção de compostos com propriedades únicas que aliam a alta atividade eletroquímica apresentada pelos polímeros condutores à elevada processabilidade, solubilidade em água e a não-toxicidade da goma arábica. A síntese do poli(pirrol) foi realizada baseada na rota proposta por Amarnath e
colaboradores1, porém foram modificadas condições de síntese: pH, proporção dos reagentes e temperatura. Utilizou-se, então a técnica de dispersão
do monômero pirrol em solução aquosa contendo goma arábica e ácido sulfúrico, sendo adicionadas lentamente alíquotas de solução de persulfato
de sódio. A síntese foi acompanhada pela espectroscopia UV-Vis, na qual foi observada a formação do poli(pirrol) através do crescimento de bandas
de absorção na região entre 400-600 nm . O material formado foi caracterizado pelas técnicas de espectroscopia Raman e FTIR. Após caracterização, eletrodos de ITO foram modificados com o novo material pela técnica de layer by layer, porém estes eletrodos não apresentaram atividade
eletroquímica. Assim, novos estudos para a modificação do eletrodo foram realizados via síntese eletroquímica, utilizando a técnica de voltametria
cíclica (Potencial = -0,5 a 1,4V, velocidade = 50 mV s-1) em solução aquosa de goma arábica com adição de pirrol. Após formação do polímero,
testes voltamétricos foram feitos em diferentes faixas de pH para comprovar a eletroatividade do eletrodo modificado. A partir dos resultados obtidos
será estudada a potencialidade do eletrodo modificado como sensor de amônia e outros analitos. 1 - Tunc, T. Surf. Coat. Technol. 2006, 200, 4713.
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Nº 0119
Tema Projeto MODIFICAÇÃO ESTRUTURAL DE BIOPOLÍMEROS COM MONITORIZA-
ÇÃO EM TEMPO REAL: ASPECTOS FÍSICO-QUÍMICOS E APLICAÇÕES
BIOMÉDICAS
Aluno de Iniciação Científica: Gabrielly Fuji Messias Nagatomy (PIBIC/CNPq)
Orientador: Rilton Alves de Freitas
Colaborador: Maria Rita Sierakowski
Palavras-chave: Xiloglucana, Espalhamento de Luz, Degradação Enzimática em Tempo Real
Xiloglucanas apresentam papel estrutural e função de reserva em muitas dicotiledôneas. São moléculas formadas por um esqueleto celulósico, 1-4
β-D-glucana, substituída em O-6 por unidades simples de α-D-xilopiranose (Xylp). Algumas unidades de Xylp são substituídas em O-2 by β-Dgalactopyranose (Galp). Assim, tem-se uma cadeia semi-flexível, hidrossolúvel, com aplicações industriais como aditivo espessante e estabilizante.
Neste estudo, a xiloglucana (XG) extraída de sementes de Hymenaea courbaril (Jatobá) e Tamarindus indica (Tamarindo) foram tratadas com
endo-celulase e o efeito sobre a massa molar, raio de giração (Rg), raio hidrodinâmico (Rh) e comprimento de persistência (Lp) das amostras foi
determinado. Para degradação enzimática, soluções a 0,5 mg/mL das XGs foram tratadas com endo-celulase (EGII) a 0,006 U/mL, 0,009 U/mL ou
0,012 U/mL e avaliadas em tempo real por multi-detectores (espalhamento de luz, índice de refração e viscosimetria) e alíquotas por cromatografia
de exclusão por tamanho (SEC). Propriedades como massa molar, índice de polidispersão (Mw/Mn), viscosidade intrínseca ([η]) e o raio de giro
foram determinados. Após a realização das reações enzimáticas, foi possível observar que não houve diferenças no tempo de início do processo de
degradação enzimática, porém, houve proporcionalmente uma redução mais significativa da massa molar de ambas as XG de forma dependente
da concentração enzimática no meio reacional. Os dados de Lp obtidos também foram comparados aos da XG antes do tratamento enzimático,
indicando que as XG não apresentam alteração de Lp em função do processo de degradação enzimática, apesar das alterações de massa molar, raio
de giro, viscosidade e raio hidrodinâmico observadas nos experimentos. Tais estudos podem contribuir para uma aplicabilidade de xiloglucanas
nativas em processos industriais, além de auxiliarem na elucidação da atividade de endo-celulase sobre a estrutura da XG. Agradecimentos: CNPq,
CAPES e UFPR.
Nº 0120
Tema Projeto SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE SISTEMAS CONDUTORES GOMA
ARÁBICA- POLIANILINA
Aluno de Iniciação Científica: Guilherme Albino Ribeiro Milczwski (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Izabel Cristina Riegel Vidotti Co-Orientador: Marcio Vidotti
Colaborador: Ronaldo Cestari Quintanilha, Patrícia Arianne Cornelsen
Palavras-chave: Polianilina, Goma Arábica, Caracterização
Polímeros condutores são macromoléculas orgânicas formadas por uma cadeia carbônica repetitiva. Suas propriedades condutoras ou semicondutoras se devem a ligações duplas e simples alternadas, o que permite aos elétrons π contribuir na condução de corrente elétrica, no entanto a aplicação
em larga escala é limitada pela baixa solubilidade em solventes aquosos, uma estratégia para resolver esse problema é o uso de polímeros, sintéticos
ou naturais, para formas dispersões destes polímeros condutores. A Goma arábica, exsudada do tronco e galhos de árvores do grupo das acácias, é
um interessante polímero natural para esse fim. São compostas principalmente de uma mistura de polissacarídeos do grupo das arabinogalactanas e
geralmente importada de países africanos, onde é extraída de árvores das espécies Acacia senegal e Acacia seyal. A goma utilizada neste trabalho
foi a goma arábica comercial, tratada por processo de dialise e então liofilizada. A síntese de compósitos eletroativos de goma arábica e polianilina
foi feita em solução aquosa de anilina, dissolvida em meio ácido, na presença da goma dialisada e de oxidante persulfato de amônio nas proporções
de 0,5:1; 1:1 e 2:1 m/m goma:anilina. Durante a síntese, a absorbância da mistura reacional foi acompanhada por UV-vis no comprimento de onda
de 410 nm. O aumento da absorbância indica a ocorrência da reação, enquanto um posterior comportamento constante indica o término da síntese.
A caracterização das blendas formadas foi feita por espectroscopia de infravermelho (FT-IR), que indicaram grupamentos tanto da goma arábica
como da polianilina, evidenciando interação entre os polímeros. As propriedades eletroquímicas foram testadas por voltametria cíclica indicando atividade eletroquímica no material sintetizado, sendo possível identificar os processos de oxidação e redução do polímero condutor. CNPq
(477467/2010-5), CAPES e UFPR.
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DETERMINAÇÃO DOS PKAS DO BIOPOLÍMERO GOMA ARÁBICA: DISTINÇÃO ENTRE GRUPOS ÁCIDOS URÔNICOS E PROTÉICOS.
Aluno de Iniciação Científica: José Guilherme Lopes Ferreira (PROBEM/UFPR)
Orientador: Elisa Souza Orth
Colaborador: Izabel Cristina Riegel-Vidotti, Bruno C. da Silva, Aline Grein
Palavras-chave: Goma Arábica, Titulação Potenciométrica, Determinação de pKa
A goma arábica é um exsudato extraído de árvores da família Acacia, mais especificamente da Acacia senegal e Acacia seyal e é constituída
principalmente de polissacarídeos e glicoproteínas, sendo sua composição química complexa e extremamente variável, dependendo da estação do
ano, idade da árvore, região, entre outros. É utilizada como espessante e estabilizante na indústria alimentícia, manufatura de colas e formulação
de tintas. Suas soluções em água formam agregados tipo-micelares e suas propriedades físico-químicas variam com a sua concentração, a temperatura, força iônica do meio, entre outros. Neste trabalho foram determinados os pKas da goma arábica, onde foi possível distinguir os grupos
ácidos urônicos e protéicos e estimar suas proporções nas diferentes amostras, utilizando a técnica de titulação potenciométrica e programa BEST7.
Avaliou-se também o efeito da concentração da goma, na presença e ausência dos sais NaCl e CaCl2. As soluções de goma arábica foram preparadas 24 horas antes da titulação, com os sais NaCl (0,1M e 0,01M) ou CaCl2 (0,01M) quando necessário. As titulações foram realizadas em uma
célula de vidro, de parede dupla, mantido fechado, com a temperatura controlada por um banho termostatizado a 25°C, agitação magnética. A base
utilizada KOH (0,1 ou 0,01 M), adequadamente padronizada, foi adicionada com micropipeta de alta precisão e o pH medido e registrado para posterior tratamento. A determinação dos pKas foi feito através de cálculo iterativo pelo programa BEST7 considerando a influência de 3 pKas: ~3,50
correspondente aos ácidos urônicos, ~4,80 para os grupos O-metil-urônicos e ~6,50 para os grupos protéicos. Observou-se que o pKa dos grupos
ácidos urônicos diminui exponencialmente com o aumento da concentração da goma, até aproximadamente 25 mg/mL, onde se mantem constante.
Estudos anteriores indicam esta concentração para formação dos agregados. O ponto de equivalência apresentou um aumento linear com o aumento
da concentração de sais e da goma. Estes estudos são importantes na caracterização físico-química da goma arábica, pois potencializa projetar suas
aplicações. Ressalta-se que muitos biopolímeros, como proteínas e enzimas têm seus comportamentos intrinsicamente relacionados aos equilíbrios
dos seus grupamentos. Desta forma, como diversos estudos em paralelo têm apontado potencialidades da goma na preparação de microcápsulas
para liberação de fármacos e/ou design de catalisadores, é fundamental sua elucidação estrutural e físico-química.
Nº 0122
Tema Projeto APERFEIÇOAMENTO DO PROCESSO DE COACERVAÇÃO ENTRE
GOMA ARÁBICA E GELATINA
Aluno de Iniciação Científica: Mariana de Oliveira (PROBEM/UFPR)
Orientador: Izabel Cristina Riegel Vidotti Co-Orientador: Bruno Campos da Silva
Colaborador: Fernanda F. Simas Tosin
Palavras-chave: Goma Arábica, Microcápsulas, Gelatina
A goma arábica tem várias aplicações industriais, tanto na área farmacêutica, como alimentícia e cosmética, sendo o Brasil um importante consumidor de goma arábica, tendo importado mais de 3,7 milhões de dólares de janeiro a maio de 2013. A árvore de Acacia mearnsii de Wild (acácia
negra) é a terceira mais plantada no território brasileiro, no entanto, a goma produzida por estas árvores não são exploradas. Este trabalho tem como
objetivo a continuação do estudo a fim de verificar o potencial de aplicação da goma arábica de acácia negra, através da microencapsulação por coacervação complexa com gelatina do tipo A (GEL), utilizando diferentes frações de uma goma de acácia negra de origem nacional em comparação às
cápsulas formadas com goma arábica comercial obtidas da Sigma-Aldrich (GAC). Realizou-se a extração sequencial dos polissacarídeos da goma
bruta de acácia negra, em três etapas: extração aquosa em temperatura ambiente; extração aquosa a 60°C; extração em meio alcalino à temperatura
ambiente, resultando em três frações distintas: GNF, GNQ e GNA respectivamente. Sabe-se que as frações GNF, GNA e GAC formam microcápsulas com morfologia esférica pelo método de coacervação complexa quando ajustado para os pHs 3,5, 3,6 e 4,0, respectivamente. Após reticulação com glutaraldeído, as cápsulas apresentam estabilidade, sendo possível secar, por liofilização, e manipulá-las sem ocasionar o rompimento
da parede. Foi realizada a caracterização dos polissacarídeos quanto à dosagem de proteínas, ácidos urônicos e fração arabinogalactana-proteína
(AGP). Realizou-se também a análise da influência da agitação nas etapas do processo de coacervação complexa com o objetivo de aperfeiçoar e
compreender qual a etapa determinante da morfologia, eficiência de encapsulamento e tamanho aparente das cápsulas. A etapa crítica para a melhor
condição de formação das cápsulas foi a que sucedeu ao ajuste de pH, a qual demanda uma agitação branda, caso contrário ocasionará a interação
rápida e exacerbada das macromoléculas, formando agregados irregulares e polidispersos e, consequentemente, cápsulas disformes e com menor
eficiência de encapsulamento. Os resultados mostram que é possível aperfeiçoar o método de coacervação complexa, pois mesmo com a variação
da velocidade de agitação antes do ajuste do pH, ocorre a formação de cápsulas, permitindo até mesmo diminuir uma etapa no processo. Assim, é
possível a aplicação de goma arábica de acácia negra como substituinte a goma arábica comercial em processos de encapsulamento Agradecimentos: CNPq (477467/2010-5),CAPES e UFPR.
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Nº 0123
Tema Projeto PENEIRA MOLECUALAR SI-MCM-41 MODIFICADA COM KF:POTENCIAL
CATALITICO NA SÍNTESE DE BIODIESEL
Aluno de Iniciação Científica: André Marta da Rocha (IC-Voluntária)
Orientador: Helton José Alves
Palavras-chave: Biodiesel, Catálise Heterogênea, Peneiras Moleculares
O biodiesel atualmente em sua grande maioria é obtido através da reação denominada transesterificação de óleo e/ou gordura vegetal ou animais na
presença de um álcool de baixo peso molecular, geralmente metanol ou etanol juntamente com um catalisador básico, frequentemente o metóxido
ou etóxido que é preparado através do hidróxido de sódio (NaOH) ou hidróxido de potássio (KOH) a qual se apresenta na mesma fase dos reagentes, estado líquido, denominados catalisadores homogenêos, sendo esse irrecuperáveis e promotores de reações paralelas indesejáveis como por
exemplo a saponificação que consome parte do catalisador reduzindo o rendimento. A substituição dos catalisadores homogêneos por catalisadores
heterogêneos é uma alternativa muito vantajosa e promissora, pois além de não gerar reações paralelas, facilita o processo de separação, uma vez
que estes estão presentes em fases distintas sendo o catalisador em sua maioria sólido e os reagentes na fase líquida. Além de serem reutilizadas em
novas reações sem grandes tratamentos não onerando o aumento do custo de produção. Esta pesquisa foi realizada utilizando a peneira molecular
Si-MCM-41, modificada através de impregnação com um sal inorgânico Fluoreto de Potássio (Si-MCM-41-KF) e comparada frente a peneira Si-MCM-41 sintetizada sem tratamento, como catalisador heterogêneo básico na reação de conversão de óleo de soja em biodiesel. Foi avaliada a
estabilidade dos catalisadores heterogêneos sintetizados através do desempenho em reações frente a ensaios de lixiviação, atraves da comparação de
perca em massa e a basicidade dos catalisadores . As amostras dos biodieseis provenientes das reações foram submetidas á avaliação do percentual
de conversão em ésteres metílicos, por Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H).
Nº 0124
Tema Projeto OBTENÇÃO DE PENEIRAS MOLECULARES PARA O USO COMO CATALI-
SADORES HETEROGÊNEOS EM REAÇÕES DE TRANSESTERIFICAÇÃO
Aluno de Iniciação Científica: Angela Maria Wiest (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Helton Jose Alves Colaborador: Carolline Rodrigues Ranucci
Palavras-chave: Peneira Molecular MCM-41, Catalisador Heterogêneo, Biodiesel
A procura por fontes renováveis de energia vem aumentando a cada ano, recebendo grande destaque neste contexto o biodiesel. Este consiste em
um biocombustível para uso em motores a combustão interna biodegradável e não tóxico, que apresenta vantagens frente ao diesel de petróleo tais
como: alto ponto de fulgor; menor emissão de material particulado, monóxido de carbono e dióxido de carbono e isenção de enxofre e compostos
aromáticos.Tradicionalmente, o biodiesel é produzido pelo processo de transesterificação ou alcoóolise de óleos vegetais e/ou gorduras animais
na presença de um álcool de cadeia curta, a reação ocorre com o auxílio de um catalisador alcalino, comumente NaOH e KOH, sendo estes não
recuperáveis e passíveis de formação de subprodutos indesejáveis (sabão), contribuindo para a elevação de custos e geração de resíduos. O propósito do projeto é produzir biodiesel por uma rota alternativa, utilizando um catalisador heterogêneo, devido às vantagens conferidas ao processo
produtivo, como facilidade na separação do biodiesel do meio reacional, ausência de reações paralelas e possibilidade de reuso do catalisador em
novas reações. Dentre os inúmeros catalisadores heterogêneos conhecidos na literatura, merecem destaque as peneiras moleculares mesoporosas da
família M41S. Objeto de estudo a mais de quinze anos, as peneiras moleculares MCM-41 possuem elevada área superficial, estabilidade térmica,
facilidade de separação e reuso, conferindo ao sólido uma rede muito ampla de possibilidades de utilização. Contudo estes materiais podem sofrer
perda mássica no meio reacional, devido a lixiviação dos cátions CTA+. Esse problema deve ser solucionado, uma vez que, a fração dissolvida
representa além da necessidade de reposição da massa do catalisador em cada novo ciclo, contaminação dos ésteres e glicerina formados. Em virtude
disso, o meio reacional foi modificado através do tratamento com um sal inorgânico, o fluoreto de potássio (KF), a fim de se obter catalisadores
mais estáveis. Os materiais sólidos preparados foram caracterizados por diferentes técnicas, como a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e
Difratometria de Raios-X (DRX).
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Nº 0125
Tema Projeto AVALIAÇÃO DE QUITOSANA OBTIDA DA CARAPAÇA DE CAMARÃO
COMO CATALISADOR HETEROGÊNEO NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL
Aluno de Iniciação Científica: Cristie Luis Kugelmeier (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Helton José Alves
Colaborador: Eduardo Luis Cupertino Ballester
Palavras-chave: Quitosana, Íon Metálico, Catalisador Heterogêneo
A quitosana, composta em maior quantidade por unidades de β-(1-4)-2-amino-2-desoxi-D-glicose e um menor número de unidades de β-(1-4)-2acetamido-2-desoxi-D-glicose, representa um biopolímero obtido através da desacetilação da quitina, a qual constitui os exoesqueletos de crustáceos e outros organismos aquáticos, além de estar presente em insetos e fungos. Devido às características físicas e químicas, a quitosana possui
uma ampla faixa de utilização, como aplicações na área de alimentos, na biomedicina, em cosméticos, no tratamento de efluentes e na recuperação
de metais pesados em águas residuais. Seu uso é ainda mais extenso quando o intuito for utilizar os vários derivados de quitosana obtidos por
meio de reações químicas com o objetivo de inserir diferentes grupos funcionais em sua estrutura, conferindo ao material diferentes propriedades e aplicações. Devido a sua interação com íons metálicos, a quitosana possui ampla faixa de utilização visando a adsorção desses íons. Uma
dessas aplicações envolve utilizar a quitosana com íons metálicos para a formação de complexos coordenados com a própria quitosana. Isso se
torna possível pelo fato de existir em sua estrutura grupos amino e hidroxilas, que são altamente reativos devido a presença de pares de elétrons
não compartilhados, os quais servem como sítios ativos para os íons metálicos, possibilitando a atuação destes como catalisadores em reações.
Complexos de coordenação compreendem compostos metálicos formados através de interações ácido-base de Lewis, onde os ligantes apresentam
disponibilidade de elétrons e os metais que originam o complexo são íons que possuem orbitais disponíveis para receber os elétrons. O objetivo do
trabalho foi utilizar a quitosana obtida em laboratório, como suporte catalítico, para ser impregnada com íons metálicos cobre (II), submetendo-a
ao processo de reticulação de sua cadeia polimérica e posterior secagem através da utilização de CO2 supercrítico, obtendo-se diferentes tipos de
catalisadores heterogêneos, sendo eles impregnados antes da secagem e após a secagem, apresentando área superficial superior ao da quitosana
pura. Os materiais obtidos serão caracterizados pelas técnicas de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Difratometria de Raios X (DRX) e
Titulação Condutimétrica. A Fisissorção de Nitrogênio (BET) realizada revelou que a forma de secagem possibilitou a elevação da área superficial
dos catalisadores obtidos. Os materiais possuem propriedades promissoras para o uso como catalisador heterogêneo na reação de transesterificação
para a obtenção biodiesel.
MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE REAÇÕES DE OXIREDUÇÃO ATRAVÉS
DO PROGRAMA COMSOL MULTIPHYSICS
Aluno de Iniciação Científica: Jacqueline Ariele Schraier (IC-Voluntária)
Orientador: Mário José Dallavalli
Palavras-chave: Comsol, Modelagem, Reatores Eletroquímicos
Este projeto de iniciação cientifica tem como principais objetivos o aprendizado do manuseio do programa computacional Comsol Multiphysics
4.0a, pertencente ao programa de pós-graduação em Engenharia Química da Universidade Federal do Paraná, e o aprimoramento dos conhecimentos referentes a reatores eletroquímicos. Para isso será realizada a modelagem e a simulação multifísicas, através do Comsol, a fim de se estudar a
otimização de um processo em um reator eletroquímico contínuo, utilizado para realização de reações de oxiredução em fluxo sobre anodo de carbono vítreo reticulado (CVR). A primeira etapa restringiu-se ao estudo do programa, para compreender e visualizar como o software se comporta,
logo, efetuou-se a simulação e modelagem de um sistema simples e de fácil entendimento, anteriormente estudado e disponível em forma de artigo
no próprio software. O modelo utilizado como base de estudo envolvia a eletrodeposição de íons de cobre em uma microcavidade, em duas dimensões, presente em placas de circuitos elétricos, sendo o estudo baseado e fundamentado na equação de Nernst-Planck. Como o desenvolvimento do
trabalho está fundamentado na inserção direta de parâmetros, no desenvolvimento da geometria e da escolha das físicas, após o entendimento e a
obtenção dos resultados (em forma de gráficos gerados pelo próprio simulador) condizentes com o esperado do modelo inicial, foram-se efetuando
pequenas na mudança na geometria, a fim de aproximar-se da geometria de um reator eletroquímico. De maneira geral, o Comsol Multiphysics
nos permite ter uma ideia de como os reatores eletroquímicos irão se comportar em determinadas condições, logo ele possibilita que seja feita um
controle e uma otimização do processo através da escolha de novas variáveis e equações. Utilizar um programa como este, que envolve ferramentas
computacionais, é de grande utilidade, pois ele torna o aprendizado acadêmico mais dinâmico e atrativo, possibilitando que o aluno se envolva
de maneira mais efetiva com a Engenharia Química, fazendo com que utilize várias áreas de conhecimento, possibilitando a ocorrência de uma
integralização das matérias aprendidas durante o curso.
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MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE REAÇÕES DE OXIREDUÇÃO EM REATOR ELETROQUÍMICO COM ANODO DE CARBONO VÍTREO RETICULADO (CVR)
Aluno de Iniciação Científica: Joice Taira (IC-Voluntária)
Orientador: Mário José Dallavalli
Palavras-chave: Comsol, Simulação, Eletroquimica
O objetivo deste programa de iniciação cientifica é a modelagem e simulação multifísicas para a otimização de processo em um reator eletroquímico
contínuo, utilizado previamente para realização de reações de oxirredução em fluxo sobre anodo de carbono vítreo reticulado (CVR). Porém, na
primeira etapa, o objetivo se restringiu ao manuseio do programa. Por isso iniciamos o projeto modelando sistemas mais simples e de mais fácil
compreensão. Para nos acostumarmos ao programa começamos modelando um sistema de deposição eletroquímica em um poro de uma placa de
cobre, em um sistema em duas dimensões. Sendo que em cada etapa do processo nós parávamos para entender o que precisava ser feito e quais
parâmetros eram necessários em cada parte do processo. Finalizada esta etapa, nós começamos a refazer este modelo, porém desta vez fazendo a
deposição eletroquímica em uma placa de cobre e não em um poro desta, pois isto facilitaria a passagem deste modelo para o de reator eletroquímico
que foi inicialmente proposto. Ao mesmo tempo em que fazíamos estas mudanças, aproveitamos para também passarmos o modelo de duas para três
dimensões, aproximando ainda mais do modelo do reator. Mesmo que este projeto de iniciação cientifica tenha o objetivo de otimizar um processo
eletroquímico, a principal finalidade do mesmo é o de espalhar o conhecimento do manuseio do programa de modelagem e simulação multifísicas
Comsol, para implementar o aprendizado dos alunos de graduação, pois o currículo do curso de engenharia química atual, contem apenas o ensino
de programas que suportam uma física por vez. Portanto, o objetivo principal foi alcançado, pois foi possível entender a base do Comsol de forma
que poderemos utiliza-lo para modelar sistemas que sofrem influencia de varias físicas ao mesmo tempo.
Nº 0128
Tema Projeto SÍNTESE ELETROQUÍMICA E CARACTERIZAÇÃO ELETROCRÔMICA
DO POLIBITIOFENO
Aluno de Iniciação Científica: Paulo Cezar dos Santos Machado (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Liliana Micaroni
Palavras-chave: Eletrocromismo, Politiofeno, Polímeros Condutores
O eletrocromismo é a propriedade que alguns materiais apresentam de alterar a sua cor quando submetidos a uma mudança no potencial elétrico
aplicado. Estes materiais podem ser compostos orgânicos ou inorgânicos e dentre a diversidade de materiais possíveis utilizamos para este trabalho o
polibitiofeno, com o objetivo de estudar as condições de síntese eletroquímica do polibitiofeno (PBT), sobre as suas propriedades eletrocrômicas.. O
polibitiofeno foi depositado sobre uma placa de ITO a partir de uma solução percussora preparada em acetonitrila com dissolução de 2,2-bitiofeno,
na concentração 0,01 mol L-1, e tetrametilamonio tetrafluorborato (TMABF4) na concentração 0,1 mol L-1, por meio da síntese potenciostática,
com potencial controlado de 1,3 V por 17 s, e pela síntese potenciodinâmica (por voltametria cíclica), entre os potenciais de 0 V a 1,5 V, por 2 ciclos, com velocidade de varredura de 50 mV s-1. Para avaliar qual das técnicas apresenta as melhores condições de formação e de estabilidade dos
filmes de PBT obtidos, fizemos uso de técnicas de caracterização como voltametria cíclica, para identificar os potenciais de oxidação e de redução,
espectroeletroquímica, para avaliar os potenciais cujos filmes possuem a maior variação de coloração e em qual comprimento de onda, e espectrocronoampérica, para investigar a faixa de potencial no qual os filmes, após serem submetidos a uma série de saltos duplos de potencial, apresentam a
maior estabilidade em suas propriedades eletrocrômicas. Por ambas as técnicas de síntese, a caracterização por voltametria cíclica permitiu observar
que o potencial de redução deste material é 0,8 V e o potencial de oxidação é 1,1 V, e a caracterizição espectroeletroquímica apontou para uma
maior variação na coloração deste material (de azul, no estado oxidado, para vermelho, no estado reduzido) no comprimento de onda de 480 nm.
A espectrocronoaperometria apontou que o filme produzido pela síntese potenciostática, apresenta maior estabilidade de suas propriedades quando
submetido a 150 saltos duplos de potencial de 0,8 V e 1,1 V, já a síntese por voltametria cíclica apresentou maior estabilidade com os potenciais de
0,5 V e 1,4 V. Comparando as duas técnicas de síntese, conclui-se que filmes de PBT obtidos por voltametria cíclica apresentam maior estabilidade
eletrocrômica.
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MONTAGEM DE SENSOR ELETROQUÍMICO À BASE DE COPOLÍMERO
DERIVADO DE POLIANILINA PARA DETERMINAÇÃO DE HIDROQUINONA
Aluno de Iniciação Científica: Roger Gonçalves (PET)
Orientador: Regina Maria Queiroz de Mello
Palavras-chave: Hidroquinona, Sensor Eletroquímico, Copolímero
Polímeros condutores são bastante versáteis devido as suas propriedades elétricas, óticas e catalíticas únicas. Os polímeros derivados da polianilina,
além de possuírem tais propriedades, possuem fácil processabilidade e alta estabilidade térmica em condições ambientes, tornando-se desta forma
promissores na construção de sensores eletroquímicos e dispositivos eletrocrômicos. A hidroquinona é empregada em fármacos como clareador
de pele e é também utilizada em tratamento de melasmas. Entretanto, seu uso é restrito em alguns países europeus por causa do risco de câncer e
efeitos adversos em concentrações maiores que 2% em cremes tópicos. Em concentrações baixas é extremamente tóxica para organismos aquáticos, devido à sua ação como agente redutor altamente solúvel em água. Desta forma, usou-se um polímero condutor derivado de polianilina com
boas propriedades eletrocatalíticas como sensor eletroquímico na determinação de concentrações de hidroquinona na ordem de ppm. A síntese do
copolímero[3] foi realizada em meio aquoso ácido (0,5 mol.L-1 de HClO4), com concentração de o-metóxianilina e ácido metanílico em 50 e 70
mmol.L-1, respectivamente. Foi utilizado o método potenciodinâmico (de -0,2 à 1,4 V) na velocidade de 50 mV s-1 em uma célula de três eletrodos,
sendo o eletrodo de trabalho grafite comercial, o referência de Ag/AgCl/KCl(sat) e o contra de grafite. Após a síntese, o eletrodo foi ciclado em
meio aquoso sem a presença dos monômeros e com o contra eletrodo de platina. Para os testes com hidroquinona, foi preparada uma solução de
concentração conhecida (0,1 mol.L-1) e feita adições sucessivas de alíquotas desta, antes de cada varredura de potencial. Para determinar o limite
de detecção e quantificação, foram feitas varreduras da solução sem a presença do analito. Os resultados encontrados foram de 85,8 μmol.L-1 e
2,86 μmol.L-1 de limites de detecção e quantificação respectivamente. A sensibilidade foi de 34,0 mA mol-1.cm-2. A fim de se determinar se ocorre alguma contaminação do eletrodo, após todas as adições, foram feitos mais brancos para se comparar com os feitos antes das adições, sendo,
portanto estes, idênticos aos brancos pós-medidas. O eletrodo modificado com o polímero poli[o-metóxianilina-co-(anilina sulfonada)] se mostrou
bastante sensível à presença de pequenas quantidades de analito, bem como demonstrou ótima reprodutibilidade. Contudo, a durabilidade frente a
um número grande de medidas foi baixo em comparação a outros métodos encontrados na literatura.
INVESTIGAÇÃO DE BIOMARCADORES EM PLASMA SANGUÍNEO PARA
DIAGNÓSTICO DO AVEI ATRAVÉS DE RMN ALIADA A QUIMIOMETRIA
Aluno de Iniciação Científica: Angelita Nepel (PIBIC/CNPq)
Orientador: Andersson Barison
Co-Orientador: Caroline Werner P. S. Grandizoli
Departamento: Química Colaborador: Fábio Simonelli, Francinete Ramos Campos
Palavras-chave: AVEi, Diagnóstico Precoce, RMN
A doença encefálica (DVE), Segundo o Ministério da Saúde, tem grande impacto atual, sendo a maior causadora de mortes e sequelas no Brasil.
Dos dois tipos de DVE existentes (isquêmico e hemorrágico), 80-85% são de origem isquêmica (acidente vascular encefálico isquêmico – AVEi).
Atualmente a progressão do DVE pode ser apenas parcialmente predita, uma vez que é baseada somente em exames clínicos e laboratoriais de
rotina, além de exame de imagem. Consequentemente, existe grande dificuldade na realização de testes de diagnóstico precoces de AVEi, e ainda,
mais de 30% dos diagnósticos iniciais são incorretos. Estudos mostram que o surgimento de uma patologia causam alterações características de
metabólitos específicos na composição química de tecidos e biofluidos corporais que podem ser utilizados como biomarcadores. Desta forma, a
identificação de biomarcadores possui valioso potencial para auxiliar os exames clínicos e de imagem. Neste contexto, a metabonômica oferece
uma alternativa na busca por biomarcadores, pois há um grande potencial em utilizar o perfil metabólico de biofluidos de pacientes com AVEi aliada
a abordagens quimiométricas para identificar possíveis biomarcadores que possam ser utilizados para o prognóstico de AVEi. Uma das principais
ferramentas de análise de metabólitos é a RMN que apresenta vantagens de rápida obtenção de perfis metabólitos de todas as substâncias presentes
em uma amostra, com o mínimo de preparo, evitando assim, a necessidade de laboriosos processos de extração e/ou purificação. Portanto, a análise
de biofluidos pela RMN aliada a quimiometria pode atuar na identificação de biomarcadores, que geram perfis metabólitos característicos da patologia. Neste sentido, foram coletados amostras de plasma sanguíneo de pacientes maiores de 18 anos de ambos os sexos com diagnóstico de AVEi
e de um grupo de controle, formado por indivíduos saudáveis, sem fatores de risco cardiovasculares e sem prévia história de AVEi, foram coletados
e submetidos a analise por RMN de 1H. A análise quimiométrica destes espectros, pelo método de componentes principais (PCA), permitiu discriminar as amostras em grupos de controle e pacientes que sofreram AVEi, indicado que há possibilidade de empregar a RMN aliada a quimiometria
para o diagnóstico de AVEi.
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CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES SUPERFICIAIS DE BIODISPOSITIVOS FORMADOS A PARTIR DE CELULOSE BACTERIANA E GOMA
ARÁBICA
Aluno de Iniciação Científica: Caroline Ezequiel de Paulo da Silva (PIBIC/CNPq)
Orientador: Izabel Cristina Riegel Vidotti Co-Orientador: Aline Grein
Departamento: Química Colaborador: Francine Valenga, Maria Rita Sierakowski
Palavras-chave: Goma Arábica, Celulose, Microscopia
Biomateriais são tradicionalmente definidos como materiais utilizados em dispositivos médicos e interagem com sistemas biológicos através das
superfícies envolvidas, portanto é de vital importância o estudo das propriedades superficiais de um biomaterial. No presente trabalho, modificou-se
celulose bacteriana (CB) com goma arábica visando o desenvolvimento de um biocurativo. A celulose bacteriana é um biopolímero produzido pela
bactéria Acetobacter xylinum na forma de membranas altamente hidratadas. Uma das aplicações mais promissoras da celulose é na área biomédica,
devido as suas propriedades, como biocurativos ou substituintes temporários à pele lesionada. A goma arábica é um biopolímero extraído de exudatos de troncos e galhos de árvores de acácia e trata-se de um polissacarídeo ramificado com frações proteicas. A África é a maior produtora de
goma, porém no Brasil, planta-se a espécie Acacia mearsnii De Wild, e a goma proveniente dessa árvore não é explorada comercialmente. A fim de
investigar as modificações de CB com goma arábica comercial (importada) (GAC) e goma arábica nacional (GAN) foram utilizados os seguintes
métodos: medida do ângulo de contato (AC) e microscopia de força atômica (AFM). Modificaram-se as membranas de celulose bacteriana pela
adsorção de goma arábica (comercial e nativa) pelo método de imersão. A superfície das membranas foi analisada em um tensiômetro DataPhysics
OCA15+ a partir do método da gota séssil. A partir dos resultados obtidos para o AC utilizando água e a energia superficial calculada pelo método
de Newmann, pode-se inferir que a adesão de goma à CB acrescentou maior hidrofobicidade ao sistema devido à diminuição da energia superficial. Realizaram-se imagens de AFM dos biocompósitos num equipamento Agilent PicoPlus Molecular Imaging, em modo tapping. Foram feitas
imagens, em regiões 5 µm x 5 µm, de uma amostra controle sem modificação e de outras duas modificadas com GAC e GAN. É possível verificar
que houve adesão de goma, tanto GAC como GAN, nas membranas de CB. Observou-se a formação de agregados esféricos, uma característica
bastante comum à goma arábica. A partir das técnicas realizadas, foi possível mostrar que tanto a GAC como a GAN modificam a superfície da
CB, o que pode aumentar a versatilidade da CB como biocurativo e ainda agregar valor a um produto nacional (GAN). Agradecimentos ao CNPq(477467/2010-5), a CAPES e a UFPR.
Nº 0132
Tema Projeto DADOS TERMODINÂMICOS DE MOTORES ALIMENTADOS A BIOCOM-
BUSTÍVEIS
Aluno de Iniciação Científica: Vanessa Rossato Bach (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Carlos Henrique Coimbra Araújo
Palavras-chave: Energias Renováveis, Hidrogênio, Etanol
A situação energética atual tem estimulado pesquisas interessadas em combustíveis renováveis e não poluentes. Etanol e hidrogênio são atrativos
devido ao baixo impacto ambiental que apresentam, e é a partir dessa perspectiva que a pesquisa foi realizada. Misturas de hidrogênio a outros combustíveis é uma excelente alternativa para melhorar o desempenho do motor e diminuir a emissão de gases poluentes. Uma das grandes vantagens
em se utilizar o hidrogênio misturado e não puro é a redução nos problemas inerentes ao armazenamento dele dentro dos automóveis. No aspecto
ambiental, temos um aumento na concentração de óxidos nitrosos à medida que a proporção em massa de hidrogênio é adicionada ao etanol, isto de
deve à elevada temperatura de pico e pressão, além da redução de tempo necessário para a dissociação de NO em N2 e O2. Quando se trata de monóxido de carbono, suas concentrações diminuem conforme as porcentagens de hidrogênio aumentam na mistura com o etanol. Isto ocorre devido
à redução de átomos de carbono na mistura do combustível e a elevada taxa de difusão do hidrogênio, o que auxilia no processo da mistura, e por
consequência, uma combustão mais eficiente. Economicamente falando, o consumo de combustível diminui consideravelmente quando hidrogênio
é adicionado na mistura. No presente trabalho, será mostrado que o hidrogênio pode ser usado como um combustível suplementar ao etanol em
motores de combustão interna sem muitas dificuldades, o que resulta em uma melhora considerável no desempenho do motor e uma redução de
componentes tóxicos nos gases de exaustão comparado com motores à gasolina ou etanol convencionais. Para tanto, é calculado o poder calorífico
de uma mistura hidrogênio+combustível, para várias concentrações de hidrogênio, bem como é destacado o impacto prático para a região Oeste do
Paraná e o estado como um todo.
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EXTRAÇÃO NO PONTO NUVEM PARA CONCENTRAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE CR(VI) POR MÉTODO ESPECTROFOTOMÉTRICO
Aluno de Iniciação Científica: Bárbara Fernanda Sanches Razaboni (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Gilberto Abate
Palavras-chave: Cromo, Concentração, Ponto Nuvem
O elemento cromo pode ser encontrado na natureza principalmente em dois diferentes estados de oxidação, o Cr(III) que é essencial à vida em
pequenas concentrações, e o Cr(VI) que é um agente carcinogênico. Uma enorme quantidade de resíduos industriais contendo Cr(VI) é gerada
diariamente, sendo descartada principalmente em corpos aquáticos, o que justifica o desenvolvimento de métodos analíticos para a determinação
desse elemento. O método espectrofotométrico empregando a difenilcarbazida (DPC), está entre os métodos mais empregados para a determinação
de Cr(VI) e cromo total. No entanto, seu limite de quantificação é superior ao definido pela Portaria 2914 do Ministério da Saúde, de 50 g L-1 para
cromo total em águas potáveis, sendo necessário empregar um método de extração e concentração, que pode ser obtido pelo uso de um tensoativo
para a extração no ponto nuvem (CPE). A partir de uma concentração micelar crítica, os monômeros de tensoativo se agrupam em micelas, que podem interagir com o analito de interesse, ou com o complexo orgânico contendo o analito. Quando o sistema é aquecido, há a tendência de separação
de fases: uma rica em surfactante - “nuvem”, e outra aquosa, possibilitando concentrar o analito na fase rica. O objetivo desse estudo foi investigar
o método de CPE com o reagente DPC, para a extração, concentração e quantificação de Cr(VI), e determinação espectrofotométrica. Para tal,
foi utilizada uma solução de Cr(VI) em concentração de 100 g L-1, visando avaliar as melhores condições de extração, empregando o surfactante
Triton X-114 (1,0 % m/v). O método foi adaptado para uso sob condições de injeção em fluxo, em virtude dos pequenos volumes finais obtidos. As
melhores condições observadas até o momento foram: teor de Na2SO4 de 13 % (m/v) para promover o efeito salting out; temperatura de extração
de 50 ºC; tempo de extração de 20 minutos, sem a necessidade de centrifugação; adição de 100 µL mL-1 de etanol na fase rica, a fim de diminuir a
viscosidade da solução contendo a fase rica, e permitir o manuseio da mesma. Os estudos efetuados nas condições citadas proporcionaram um fator
de concentração entre 10 e 20 vezes, o que permite inferir que é possível efetuar a extração e quantificação de Cr(VI). Estudos adicionais vêm sendo
conduzidos, a fim de obter a curva analítica e a posterior validação do método para aplicação em amostras de efluentes aquosos e de águas potáveis.
CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DE UM ELETRODO ÍON-SELETIVO PARA
DETERMINAÇÃO DE PANTOPRAZOL UTILIZANDO FILMES DE POLIPIRROL PREPARADOS SOBRE GRAFITE ESCOLAR
Aluno de Iniciação Científica: Eduardo Henrique Bindewald (PIBIC/CNPq)
Orientador: Luiz Humberto Marcolino Júnior Co-Orientador: Márcio Fernando Bergamini
Colaborador: Bárbara Viero de Noronha
Palavras-chave: Eletrodos Íon-seletivos, Polipirrol, Pantoprazol
O desenvolvimento de metodologias eletroquímicas para a determinação de fármacos vem atraindo a atenção de laboratórios de análise interessados em procedimentos simples, seletivos, sensíveis e menos onerosos que os métodos oficiais preconizados pelas farmacopeias. Nesse sentido,
métodos potenciométricos, utilizando eletrodos íon-seletivos (ISE), atendem essas exigências e permitem a determinação de diversas espécies
de interesse farmacêutico. O presente trabalho tem como objetivo desenvolver um método potenciométrico para a determinação de pantoprazol
utilizando um ISE baseado em filmes de polipirrol preparado sobre grafite escolar. A modificação do eletrodo base (grafite escolar) por filmes de
polipirrol permite a dopagem da rede polímérica com ânions do fármaco e confere seletividade a resposta potenciométrica do dispositivo. Para a
modificação adequada dos eletrodos diversos parâmetros envolvidos na eletropolimerização, tais como pH, eletrólito suporte, densidade de corrente
e carga elétrica foram avaliados a fim de obter as melhores respostas potenciométricas. O melhor desempenho para o sensor proposto foi obtido
utilizando sulfato de amônio 1,00 x 10-2 mol L-1 em pH 5 como eletrólito suporte aplicando-se 0,6 mA cm-1 de densidade de corrente e 250 mC
de carga elétrica. O efeito do condicionamento do sensor antes da medida demonstrou que a melhor resposta é exibida logo após a formação do
filme. A curva analítica foi linear no intervalo de concentração de pantoprazol entre 9,90 x 10-6 e 1,08 x 10-2 mol L-1, com um coeficiente de
correlação de 0,9892 (n = 3) e uma sensibilidade (slope) de 58 mV dec-1. O procedimento proposto foi avaliado frente à determinação do analito
em amostras reais de formulações farmacêuticas, através de adição de padrão, obtendo valores com erro relativo ao valor rotulado em torno de 5%.
Em comparação com os procedimentos relatados na Farmacopeia Brasileira, pode-se afirmar que a metodologia aplicada neste trabalho mostrou-se
consideravelmente viável, principalmente levando-se em conta a simplicidade e o baixo custo da instrumentação utilizada.
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AVALIAÇÃO OXIDATIVA DO ÓLEO RESIDUAL E BIODIESEL DURANTE A
ESTOCAGEM
Aluno de Iniciação Científica: Gabriela Menegon Buosi (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Maria Cristina Milinsk
Colaborador: Glaucio José Gomes
Palavras-chave: Óleo Residual, Biodiesel, Avaliação Oxidativa
Dentro da produção de biodiesel, os óleos residuais têm sido foco de estudos por ser uma matéria prima de baixo custo de obtenção e por serem
resíduos causadores de problemas tanto econômicos quanto ambientais. O biodiesel apresenta inúmeras vantagens quando comparado ao diesel, tais
como: ser menos poluente, apresentar menor toxicidade e possuir caráter biodegradável. Para ser comercializado no país o biodiesel deve atender as
especificações estabelecidas pela Agência Nacional de Petróleo e Gás e Biocombustíveis (ANP). No entanto, devido à presença dos ácidos graxos
insaturados na matéria prima, o biodiesel torna-se suscetível a sofrer reações oxidativas que podem alterar sua composição e consequentemente,
deixar de atender as especificações da ANP durante o armazenamento. Nesse contexto, existem vários estudos que avaliam a formação desses
compostos indesejáveis provenientes de reações hidrolíticas e oxidativas ao longo do tempo de estocagem. Assim, o objetivo deste estudo foi de obtenção de biodiesel a partir de óleo residual e avaliar o processo oxidativo ao longo do tempo de estocagem utilizando métodos de análises clássicas
empregadas aos óleos vegetais, tais como índice de acidez, peróxido e extinção específica na região do ultravioleta. A reação de transesterificação
foi realizada a temperatura ambiente, utilizando catálise básica e etanol. Após a obtenção do biodiesel o mesmo foi armazenado em frasco âmbar
para posteriores análises. As análises foram realizadas a cada quinze dias em um intervalo de seis meses. Os resultados obtidos demonstraram
que o biodiesel quando estocado por um determinado tempo apresentam compostos oriundos de processos oxidativos bem como um aumento de
viscosidade. Este fato pode estar relacionado com a presença de ácidos graxos insaturados, uma vez que as duplas ligações são mais suscetíveis ao
processo de oxidação. Estes fatores podem ainda aumentar a presença de ácidos graxos livres e diminuir a qualidade do biocombustível. Assim, para
a produção de biodiesel torna-se importante conhecer o perfil em ácidos graxos na matéria prima empregada para assegurar a qualidade do produto
final bem como avaliar a necessidade do uso de aditivos a fim de reduzir a formação de compostos oxidados.
Nº 0136
Tema Projeto UTILIZAÇÃO DE QUIMIOMETRIA PARA OTIMIZAÇÃO DE MÉTODOS DE
EXTRAÇÃO E NA DETERMINAÇÃO DE POLUENTES AMBIENTAIS
Aluno de Iniciação Científica: Jéssica Aguera de Araujo (PIBIC/CNPq)
Orientador: Noemi Nagata
Colaborador: Bianca do Amaral
Palavras-chave: Atrazina, Desetilatrazina, Desisopropilatrazina, Calibração Multivariada
Nas últimas décadas, a intensificação dos problemas ambientais tem evidenciado a necessidade de se monitorar os diversos compartimentos ambientais. Neste contexto, destaca-se o interesse por micropoluentes orgânicos (ex. pesticidas), sistematicamente lançados no ambiente e não efetivamente removidos/degradados pelos sistemas convencionais de tratamento de água e esgoto. A quantificação destes poluentes é bastante complexa
em função das matrizes envolvidas e das baixas concentrações apresentadas (na faixa de mg L-1 a ng L-1) acarretando na incompatibilidade entre a
concentração das espécies de interesse e a sensibilidade das técnicas instrumentais disponíveis (usualmente a cromatografia). Com base nisso, este
trabalho propõe o desenvolvimento de métodos de extração e pré-concentração do herbicida atrazina (ATZ) e seus principais metabólitos (desetilatrazina, DEA, e desisopropilatrazina, DIA) baseado em SPE acoplado a técnica espectroscópica de UV-Vis. A linearidade das curvas analíticas
foi obedecida nos intervalos de concentração de 0,5 a 3,5 mg/L para ATZ, 0,5 a 3,5 mg/L para DIA e 1,0 a 3,0 mg/L para DEA. A extração e pré-concentração da ATZ foi executada aplicando-se cartuchos C18 (Thermo, 500mg), e avaliada através de um planejamento 24 com quintuplicata do
ponto central, com a concentração de ATZ constante (20 µg/L). Os fatores e níveis (respectivamente, (-) e (+)) estudados foram: condicionamento
(5 mL ACN/5 mL H2O e 5 mL MeOH/5 mL H2O), volume da amostra (200 mL e 400 mL), pH (5 e 7) e eluição do analito (5 mL ACN e 5 mL
MeOH). A avaliação dos efeitos revelou que apenas o efeito principal de volume da amostra foi significativo com 95% de confiança (0,1138; s =
0,08875). Assim, maiores volumes de amostra refletem em maiores absorbâncias dentro dos níveis avaliados. A eluição não se mostrou significativa,
mas o valor calculado para este efeito (0,07848) ficou próximo da estimativa do desvio. Isto indica uma leve tendência na obtenção de melhores
resultados através da eluição com metanol. Provavelmente, o efeito de pH não foi significativo pois na faixa avaliada, a ATZ se encontra desprotonada (pka = 1,62) apresentando a mesma interação com os grupos do adsorvente. Assim, o valor otimizado para os parâmetros avaliados foram o
condicionamento com ACN, 400 mL de amostra em pH 7,0 e eluição com MeOH,. Como etapa futura modelos multivariados serão desenvolvidos
para determinação de ATZ, DEA, DIA via espectrofotometria UV-Vis, já que os problemas de sobreposição de sinal podem ser contornados com
ferramentas de calibração multivariada (PLSR).
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Nº 0137
Tema Projeto APLICAÇÃO DE DISPOSITIVOS DGT MODIFICADOS COM MONTMO-
RILONITA NA ESPECIAÇÃO DE CÁDMIO EM TESTES DE TOXICIDADE
FRENTE A PEIXES
Aluno de Iniciação Científica: Jessica Stival (INCT)
Orientador: Marco Tadeu Grassi
Colaborador: Simone Braga da Silva, Letícia Pereira.
Palavras-chave: Ecotoxicologia, GF- AAS, Águas Naturais
Nos dias atuais é sabido que a toxicidade de metais sobre a biota aquática é dependente da sua especiação, em vez da concentração total da espécie
metálica. Os efeitos tóxicos estão associados à fração biodisponível, que é dada pela soma das concentrações dos íons livres hidratados, dos complexos inorgânicos e complexos orgânicos fracos ou cineticamente reversíveis. Portanto, é crescente o interesse pelo desenvolvimento de técnicas
analíticas robustas e sensíveis voltadas para a análise de especiação. Zhang e Davison (1995) introduziram a técnica de Difusão em Filmes Finos
por Gradiente de Concentração (DGT), que foi proposta para permitir a determinação de espécies metálicas lábeis através da sua difusão por um
hidrogel e acumulação em uma fase ligante. Após a imersão do dispositivo, é estabelecido um gradiente de concentração entre o hidrogel e a solução, segundo a Primeira Lei de Difusão de Fick. Neste trabalho, dispositivos DGT modificados com Montmorilonita (MT Sigma-Aldrich) foram
utilizados na análise de especiação de cádmio em testes de toxicidade. A MT é um argilomineral do tipo 2:1, com alta capacidade de troca catiônica,
pela elevada área superficial e substituições isomórficas. É um material natural, abundante e de baixo custo. Os dispositivos foram aplicados em
ensaios ecotoxicológicos utilizando peixes (jundiá) como organismos-teste. Esta etapa foi realizada em parceria com o Laboratório de Toxicologia
Ambiental do Departamento de Farmacologia da UFPR. Os bioensaios foram realizados em aquários com concentração de Cd2+ entre 0,1 e 100,0
µg/L, mais o controle. A cada 24 h havia troca da solução e reposição dos dispositivos nos dias 1, 2, 3, 5, 7 e 14. Os dispositivos foram eluídos com
4,0 mL de HNO3 1,0 mol/L por 24 h. As determinações de Cd foram feitas por Espectrometria de Absorção Atômica em Forno de Grafite (GF AAS).
Foi observada uma forte variação nas concentrações de Cd nas frações total, dissolvida e lábil, ao longo do tempo, para todas as concentrações avaliadas, evidenciando uma dificuldade na manutenção de um sistema com concentração constante do metal, por conta da necessidade de substituição
diária da água do aquário, da limpeza, da adição de alimento e pelos riscos de contaminação cruzada, devido à grande variação nas concentrações
utilizadas. De qualquer maneira, é possível afirmar que o uso do DGT modificado com montmorilonita representa uma alternativa viável para o
estudo da especiação de metais em águas naturais.
Nº 0138
Tema Projeto ANÁLISE DA CONTAMINAÇÃO DE SOLO POR GASOLINA UTILIZANDO
INFRAVERMELHO (DRIFT) ACOPLADA A FERRAMENTAS DE CALIBRAÇÃO MULTIVARIADA
Aluno de Iniciação Científica: Joice Cardoso Banczynski (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Patrício Guillermo Peralta-Zamora Colaborador: Sandra Stets
Palavras-chave: Gasolina, DRIFT, Calibração Multivariada
A contaminação de solos e águas subterrâneas por derivados de petróleo é um problema relativamente freqüente, principalmente em função de
contínuos vazamentos em tanques de armazenamento subterrâneo. Do ponto de vista ambiental, especial atenção deve ser dada aos alquilbenzenos
(BTEX: benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos), os quais perfazem cerca de 10 a 59% (m/m) da gasolina e mostram reconhecido efeito carcinogênico. No Brasil, a gasolina é aditivada com aproximadamente 24% de etanol, fato que aumenta consideravelmente a mobilidade dos BTEX e,
consequentemente, a probabilidade de contaminação das águas subterrâneas. Neste trabalho, desenvolveu-se um método orientado à identificação
de solos contaminados por gasolina, recorrendo-se à espectroscopia infravermelho e a uma técnica multivariada de reconhecimento de padrões
(PCA, do inglês principal component analysis). Amostras de latossolo vermelho distroférrico sem histórico de contaminação foram coletadas no
município de Pato Branco, sudoeste do Estado do Paraná. Referidas amostras foram secas a 60ºC, trituradas, separadas em frações granulométricas
de 45 µm e fortificadas com gasolina comercial diluída em n-hexano, na faixa de concentração compreendida entre 7,5 e 50 mg kg-1. Os espectros
foram registrados entre 4.000 e 400 cm−1 (infravermelho médio), utilizando-se espectrofotômetro infravermelho com transformada de Fourier
da marca Bruker (Vertex 70). Cada espectro foi adquirido como uma média de 128 varreduras, com resolução de 8 cm-1. Para a construção dos
modelos de classificação foram selecionadas apenas as regiões de informação analítica relevante, como as regiões compreendidas entre 3.130 a
3.090 cm-1 e 1.620 a 1.580 cm-1 correspondentes a estiramentos C-H e C=C de grupamentos aromáticos, respectivamente; 1.450 a 1.370 cm-1,
correspondente a deformação C-H de grupos alquil e 3.400-3.100 cm-1 referente ao estiramento de grupos fenólicos (O-H). O modelo otimizado foi
elaborado utilizando-se pré-processamentos fundamentados em Detrend (remoção de tendências e flutuações) e MSC (correção de espalhamento do
sinal multiplicativo), ambos recomendados para o processamento de sinais obtidos por refletância. Nestas condições, duas componentes principais
(CP) representaram aproximadamente 99% da variância total dos dados espectrais, o que permitiu discriminar amostras (gráfico de scores) em
função da concentração de contaminante. Trata-se de um resultado que sugere uma boa potencialidade da associação DRIFT/análise multivariada
para a detecção e quantificação de contaminação de solo por gasolina.
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Nº 0139
Tema Projeto SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE NANOCOMPÓSITOS ENTRE NANO-
TUBOS DE CARBONO E NANOPARTÍCULAS DE OURO PARA POSTERIOR CONSTRUÇÃO DE SENSORES ELETROQUÍMICOS
Aluno de Iniciação Científica: Leticia Binhara Felippe (PIBIC/CNPq)
Orientador: Luiz Humberto Marcolino Junior Co-Orientador: Márcio Fernando Bergamini
Colaborador: Fabio Roberto Caetano, Aldo José Gorgatti Zarbin
Palavras-chave: Nanopartículas, Sensores Voltamétricos, Nanotubos de Carbono
A utilização de nanocompósitos entre nanotubos de carbono (NTC) e nanopartículas metálicas tem sido uma área bastante explorada na eletroanálise devido ao aumento da área ativa dos eletrodos como também na eficiência da transferência eletrônica entre o analito e o modificador, gerando
sistemas com maior sensibilidade e seletividade proporcionado por esses materiais. Particularmente, os eletrodos modificados com nanopartículas
de ouro apresentam um vasto intervalo útil de potencial de trabalho permitindo ainda o controle e modificação em sua superfície. No presente
trabalho é descrita a síntese e caracterização de um nanocompósito entre NTCs e nanopartículas de ouro (AuNPs) para posterior utilização deste
material como modificador em sensores eletroquímicos. A síntese do nanocompósito foi feita através da modificação na clássica rota bifásica, onde
os íons Au(III) são reduzidos com borohidreto de sódio. Os nanotubos de carbono (NTCs), previamente funcionalizados, em fase orgânica, servem
de suporte para o crescimento das nanopartículas. Através de imagens obtidas pela Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET), as nanopartículas de ouro se apresentaram com um tamanho médio de 7±4 nm. Os testes eletroquímicos foram realizados utilizando voltametria cíclica com um
sistema composto de um eletrodo de trabalho (constituído de 60% em massa de carbono grafite, 20% do compósito NTC/AuNPs e 20% de óleo
mineral (Nujol)) um eletrodo de referência Ag/AgCl em KCl saturado e Pt como contra-eletrodo. Para a caracterização eletroquímica do eletrodo,
foi usada uma solução de K3[Fe(CN)6] 1,0 x 10-3 mol L-1 como sonda em meio de NaNO3 0,1 mol L-1. Estudos iniciais indicaram uma área ativa
duas vezes maior em comparação ao eletrodo modificado somente com NTC. Também foi avaliado o comportamento do eletrodo modificado com
o compósito em meio ácido, que apresentou o perfil eletroquímico típico do ouro, porém em magnitudes de corrente até sete vezes maiores que o
eletrodo Bulk. Esses resultados indicaram um material promissor para a construção de sensores eletroquímicos para a determinação de espécies de
interesse, como por exemplo a Dopamina, estudos estes, que estão em andamento.
Nº 0140
Tema Projeto DEGRADAÇÃO DE FENOL EM SOLOS CONDICIONADOS COM MATRIZ FER-
TILIZANTE CONTENDO SUBPRODUTOS DA INDUSTRIALIZAÇÃO DO XISTO
Aluno de Iniciação Científica: Luis Fernando Amorim Batista (PETROBRAS)
Orientador: Iara Messerschmidt
Co-Orientador: Betânia Fraga Pereira
Colaborador: Rafael Garrett Dolatto
Palavras-chave: Fenol, Solo, Degradação
Compostos fenólicos sintéticos geralmente estão presentes em águas residuais de indústrias de carvão, petroquímica e em óleos de refinaria. Em
concentrações específicas podem ser prejudicais a saúde humana, sendo considerados poluentes prioritários na lista da USEPA (United States Environmental Protection Agency). O Projeto Xisto Agrícola, uma parceria entre a Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) e a Petrobras (São Mateus do
Sul, PR) tem como principal objetivo o uso dos subprodutos do xisto como insumos agrícolas. Do ponto de vista da segurança ambiental do uso destes
subprodutos e considerando que estes materiais poderiam conter compostos fenólicos em sua composição, é fundamental verificar: a) a presença e a
concentração de fenóis nos mesmos e b) a possível degradação e, ou contaminação de solos e águas subterrâneas por estes fenóis. Assim, foi avaliada
a degradação de fenol em amostras de solo (Argissolo Vermelho distrófico arênico) coletadas na área experimental do Departamento de Solos da
UFSM, RS. Estes solos foram condicionados com matriz fertilizante composta por subprodutos da industrialização do xisto (xisto retortado - XR),
em doses crescentes (750, 1500 e 3000 kg ha-1 de XR), em sistema plantio direto com rotação de culturas, de espécies anuais de verão e de inverno.
Até o momento foram analisadas amostras de solo em três épocas de coleta, sempre ao final de cada safra agrícola de verão e de inverno. Os estudos
de degradação do fenol nestas amostras foram conduzidos utilizando 5,0000 g (± 0,0001 g) de solo em 150,0 mL de solução de CaCl2 0,01 mol L-1
contendo fenol em concentração de 50,0 mg L-1, mantidas sob agitação de 150 rpm a 25,0 °C, em incubadora. Durante nove dias a concentração de
fenol nas suspensões foi quantificada via método espectrofotométrico na região do UV (270 nm). Todos os ensaios foram realizados em triplicatas das
amostras. De modo geral, considerando-se a concentração inicial adicionada, observou-se que entre 3 a 9 dias ocorre degradação da espécie fenólica,
nas amostras de solos estudadas. A degradação do fenol ocorreu mais rapidamente (3 dias) na amostra com a menor dose da matriz fertilizante - MF
(750 kg ha-1) quando comparada com a amostra testemunha (sem adição de MF). Por outro lado, nos experimentos empregando amostras de solo com
doses maiores da matriz fertilizante (1500 e 3000 kg ha-1), não foi constatado esta mesma tendência de degradação do fenol.
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UTILIZAÇÃO DE CATALISADORES SUPORTADOS PARA DEGRADAÇÃO
DE ESTROGÊNIOS EM SOLUÇÃO AQUOSA POR PROCESSOS DE FOTOCATÁLISE HETEROGÊNEA
Aluno de Iniciação Científica: Talyta Mahrara Barbosa Alexandre (PIBIC/CNPq)
Orientador: Patricio Guillermo Peralta Zamora Co-Orientador: Marcus Vinícius LIz
Palavras-chave: Degradação Fotocatalítica, Fotocatálise Heterogênea, Catalisadores Suportados
De maneira geral os sistemas convencionais de tratamento de esgoto não permitem a remoção de micropoluentes, o que faz com que a proposta
de novas tecnologias de tratamento seja absolutamente essencial. Dentro deste contexto cabe à fotocatálise heterogênea um lugar de destaque, em
razão da sua elevada eficiência de degradação frente a inúmeros micropoluentes de relevância ambiental. Infelizmente, a separação dos fotocatalisadores dificulta aplicações em grande escala, em função do seu usual tamanho nanométrico. Para contornar estes inconvenientes o presente trabalho
propõe o uso de formas imobilizadas de dióxido de titânio (TiO2) para degradação de estrogênios em solução aquosa. Incialmente, o fotocatalisador
foi imobilizado em anéis de vidro, utilizando-se processos sol-gel. Estas formas imobilizadas de dióxido de titânio (TiO2) foram caracterizadas por
espectroscopia Raman, espectrometria de fluorescência de raios-X e microscopia eletrônica de varredura, constatando-se a fase anatase do dióxido
de titânio (TiO2) em concentração da ordem de 15%, assim como a sua homogênea distribuição na superfície do suporte. O referido catalisador
imobilizado foi utilizado para degradação fotocatalítica dos estrogênios (estrona, 17b-estradiol e 17a-etinilestradiol), utilizando-se reator de bancada assistido por radiação UV-A seguido de técnicas analíticas de controle, principalmente cromatografia em fase líquida para que se avalie a
potencialidade das formas imobilizadas no processo de degradação em modo contínuo. Em geral, as degradações fotocatalíticas do processo garante
a degradação praticamente completa de todos os estrogênios, em reações assistidas em 60 minutos de tratamento, o que representa um resultado
promissor em relação ao estabelecimento de processos contínuos de tratamento.
ADSORÇÃO DE FERRO EM GOMA RESINA ATRAVÉS DE CARVÃO ATIVADO.
Aluno de Iniciação Científica: Nathalia Migdalski Santos (PIBIC/CNPq)
Orientador: Monica Beatriz Kolicheski
Departamento: Tecnologia Química
Palavras-chave: Goma Resina, Pinnus, Resinagem
A resina de Pinus, goma resina, é obtida por resinagem da espécie Pinnus Eliotti, esta se apresenta como um líquido viscoso, inflamável, de cor
translúcida amarelo/marrom a branco e apresentando um forte odor característico. Constituída por um conjunto de substâncias hidrofóbicas, a resina é solúvel em solventes orgânicos e apresenta aproximadamente 66% de ácidos resínicos, 25% de terebintina (óleo essencial), 7% de material
neutro não volátil e de 2% de água. Os principais produtos com valor comercial são o breu e a terebintina obtidos a partir do processamento da
resina bruta. O processamento permite agregar valor a resina pois o breu e a terebintina são utilizados em diversos ramos da industria química,
farmacêutica e alimentícia. Assim pequenos e médios proprietários florestais podem se beneficiar do processo de resinagem em suas propriedades
e agregar valor à resina através da obtenção de breu e terebintina em mini-destilarias. O processo consiste de operações de separação tais como filtração extração, decantação e destilação. Na destilação ocorre a separação da terebentina que é a fração volátil e consiste geralmente de hidrocarbonetos cíclicos (monoterpenos), do breu que é a fração fixa formado na sua maior parte por ácidos resínicos, mas também por ácidos graxos, ésteres
desses ácidos, esteróis, alcoóis, além de sesquiterpenos e diterpenos. Além das etapas físicas existe uma etapa química que consiste na precipitação
do ferro presente na resina. A origem do ferro ainda não é certa, mas para produtos de melhor qualidade o ferro de deve ser eliminado no início
do processamento da goma resina. Uma alternativa para a remoção do ferro é a adsorção em carvão ativado, desta forma esse trabalho teve como
objetivo analisar a possibilidade de remover o ferro presente na goma resina através de adsorção com carvão ativado em substituição do processo
usual que é a precipitação com ácido oxálico ou forfórico. Com isso visa-se inovar a tecnologia, usando a adsorção. A filtração concomitantemente
com a adsorção, com um adsorvente adequado, pode apresentar vantagens, como: a remoção de cátions metálicos complexados ou não, a redução
dos teores de metais a níveis muito inferiores aos alcançados com a precipitação, o baixo custo operacional, entre outras. Foram obtidos os dados
físico-químicos da resina de maneira experimental e alguns através de estimativas. Posteriormente foi determinado o percentual de ferro na goma
para depois analisar a viabilidade da operação de adsorção.
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Nº 0143
Tema Projeto INCORPORAÇÃO DE ANTIMÔNIO EM MATERIAIS ADSORVENTES E
POSTERIOR APLICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE SENSORES ELETROQUÍMICOS
Aluno de Iniciação Científica: Bruno Dias Ferreira (PIBIC/CNPq)
Orientador: Luiz Humberto Marcolino Júnior Co-Orientador: Márcio Fernando Bergamini
Colaborador: Ava Gevaerd
Palavras-chave: Eletrodo Modificado, Antimônio, Sensor Eletroquímico
Devido a sua alta toxicidade, os metais traço se tornam uma grande preocupação quando o assunto é poluição ambiental, visto que como são incompatíveis com a maioria dos tratamentos biológicos efluentes que existem, são descartados de maneira incorreta no esgoto doméstico. Para as
análises eletroquímicas, os eletrodos chamados “mercúrio free” são utilizados como alternativa aos antigos eletrodos de gota de mercúrio. No grupo
de eletrodos “mercúrio free”, encontramos os eletrodos de antimônio, em diversas formas, que podem ser empregados para essas análises. Porém,
por muitas vezes há a necessidade de monitoras as espécies de interesse, e essas encontram-se em concentrações muito baixas; assim a associação
das técnicas já existentes com novos materiais que atribuam às análises maior especificidade, seletividade, além de resultados mais satisfatórios.
Neste trabalho é descrita a caracterização eletroquímica de eletrodos de pasta de carbono modificados (EPCM) com biochar e antimônio para a
determinação de metais pesados. Para a preparação dos eletrodos modificados foram utilizadas duas metodologias distintas. Baseado na primeira
metodologia, preparou-se manualmente, em almofariz e pistilo, uma pasta de carbono base, para posterior deposição de antimônio, esta composta
nas proporções, em porcentagem, de 50:25:25 grafite, óleo mineral e biochar, respectivamente. Para a modificação da superfície eletródica, tomando
como base experimentos já descritos na literatura, foi aplicado ao eletrodo, imerso em uma solução de 1,0 x 10-5 mol L-1 de Sb(III), durante 120
s, um potencial de -1,0 V. De acordo com a segunda metodologia, primeiramente incorpora-se o antimônio na estrutura do biochar; para isso, com
base em procedimentos já realizados no grupo, a incorporação do Sb ao biochar é feita pela adição de 50 mg da amostra de carvão em 50 mL de
uma solução contendo 5,0 x 10-3 mol L-1 do metal, sob agitação constante a temperatura ambiente durante 24 horas. secagem, utilizou-se o material
para a preparação da pasta de carbono. Após filtração e secagem do sólido, este foi utilizado para a preparação de uma pasta de carbono, nas mesmas
condições supracitadas. Os eletrodos construídos foram submetidos a medidas de voltametria cíclica, o que indicou a presença de Sb na superfície
do EPCM, sendo que o perfil voltamétrico obtido é condizente com o descrito na literatura. A caracterização eletroquímica desses eletrodos, bem
como a otimização de parâmetros para a aplicação como possível sensor voltamétrico para metais de interesse estão em andamento.
Nº 0144
Tema Projeto CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DE UM NOVO ELETRODO COMPÓSITO
PARA DESENVOLVIMENTO DE SENSORES VOLTAMÉTRICOS
Aluno de Iniciação Científica: Francyelle Calegari (PIBIC/CNPq)
Orientador: Marcio Fernando Bergamini Co-Orientador: Luiz Humberto Marcolino Junior
Colaborador: Grupo de Eletroquímica e Corrosão - UC
Palavras-chave: Sensores Eletroquímicos, Eletrodo Compósito, Eletrodo Modificado
O desenvolvimento de sensores eletroquímicos é uma das áreas de maior e mais rápido avanço dentro da Química Analítica. Os novos desafios
propostos por amostras de interesse industrial, clínico e ambiental, têm levado a uma crescente busca por dispositivos com melhores características,
tais como alta sensibilidade, seletividade, estabilidade, maior robustez e possibilidade de adaptações no tamanho e arranjo de eletrodos. Atualmente, dentre os mais diversos tipos de materiais empregados na preparação de sensores destaque para os eletrodos compósitos, os quais podem ser
definidos como “um material que consiste em pelo menos uma fase condutora misturada com pelo menos uma fase isolante”. Em linhas gerais, a
fase condutora é composta por um metal ou pó de carbono e a fase isolante por um aglutinante orgânico, a combinação de diferentes condutores e
aglutinantes leva a obtenção de eletrodos com características particulares que podem atender diversas demandas. O objetivo do presente trabalho foi
construir e avaliar um novo eletrodo compósito preparado a partir de polietileno Vinil Acetato (PEVA) e Negro de Fumo (NF) como fase isolante e
fase condutora, respectivamente. Estudos sobre a composição do material eletródico, variando as porcentagens dos materiais empregados, e intervalo útil de potencial em diferentes eletrólitos de suporte foram realizados. Os dispositivos foram caracterizados empregando principalmente a técnica
de voltametria cíclica, o que permitiu determinar valores de capacitância e porcentagem da área eletroativa do sensor. Os melhores resultados foram
obtidos para os eletrodos preparados com 25% (m/m) PEVA e 75% (m/m) NF. O Eletrodo de composição selecionada apresentou um intervalo de
resposta linear entre 1,99 x 10-5 e 6,35 x 10-4 mol L-1 para o ácido ascórbico (AA) e foi empregado com sucesso para a determinação voltamétrica
do analito em amostras de sucos. A possibilidade de modificação do eletrodo proposto com filme de Azul da Prússia (AP) para a determinação de
H2O2, e também como suporte para imobilizar a enzima glicose oxidase (GOx) também foi investigada, o dispositivo apresentou uma reposta linear
entre 9,99 x 10-5 e 6,95 x 10-4 mol L-1 e foi utilizado para a determinação de glicose. Até o presente momento é possível verificar que o eletrodo
compósito foi capaz de determinar com sucesso os analitos avaliados e que a modificação com a enzima GOx conferiu seletividade ao sensor proposto evidenciando sua potencialidade na preparação de biossensores.
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Nº 0145
Tema Projeto ADSORÇÃO DO ANTIBIÓTICO AMOXICILINA EM CARVÃO ATIVADO QUIMI-
CAMENTE (H3PO4) OBTIDO A PARTIR DE BAGAÇO DE CANA DE AÇÚCAR
Aluno de Iniciação Científica: Laiéli dos Santos Munaretto (INCT)
Orientador: Antônio Sálvio Mangrich
Colaborador: Juliana Schultz
Palavras-chave: Carvão Ativado, Adsorção, Antibiótico
O Brasil é um grande produtor agroindustrial, com isso, acaba gerando resíduos de biomassa. Grande parte desses resíduos não tem um destino
adequado, tornando-se problema para a indústria que os gera e, principalmente, para o meio ambiente. Este trabalho visou à produção de um material de maior valor agregado (carvão ativado – CA), utilizando o bagaço de cana de açúcar, que é um importante resíduo agroindustrial. O material
desenvolvido foi testado na adsorção de antibiótico, um contaminante, principalmente de águas superficiais. Mesmo presente em concentrações baixas, gera problemas ambientais e de saúde pública, devido ao consumo de águas contaminadas pela população produzindo o aumento da resistência
de bactérias, dificultando o diagnóstico e tratamento médico. O CA foi obtido fazendo-se a ativação química com H3PO4, e sua caracterização foi
realizada pelo método Brunauer, Emmett, Teller – BET (Quantachrome, Modelo Nova 1200); obtendo-se tamanho médio de poros de 4,7 nm e
área superficial específica média de 746,1 m2/g. Para testar a adsorção do antibiótico amoxicilina, realizaram-se testes em batelada com agitador
magnético e com coluna de adsorção, utilizando-se uma concentração inicial de 1,4 X 10-3 mol/L. Para isso, fez-se curva padrão utilizando-se
espectrofotômetro UV-Vis (Shimadzu, UV-2401), no comprimento de onda de 230 nm. Fizeram-se testes, também, com carvão ativado comercial,
marca: Dinâmica (CAC) para comparação. Observou-se que, em ambos os testes de adsorção, houve grande queda na concentração do antibiótico,
tendo diminuição mínima da concentração de 3 ordens de grandeza. Nos testes em batelada, foram obtidas concentrações parecidas entre os CAs
produzidos e o CAC, já nos testes com coluna, mais eficientes, houve uma maior adsorção nos CAs produzidos. Observou-se correlação entre a
maior concentração de adsorção do antibiótico com a maior área superficial específica e com o menor diâmetro médio de poros do CA.
DESSORÇÃO DE ELEMENTOS QUÍMICOS EM SOLOS CONDICIONADOS COM SUBPRODUTOS DO XISTO
Aluno de Iniciação Científica: Rafael Jörg Bieberbach de Presbiteris (IC-Voluntária)
Orientador: Prof. Dra. Iara Messerschmidt Co-Orientador: Dra. Betânia Fraga Pereira
Colaborador: MSc. Jennifer Vanelle dos Santos (Doutoranda)
Palavras-chave: Solo, Subprodutos do Xisto, Dessorção
No processo de beneficiamento do folhelho pirobetuminoso (xisto) em São Mateus do Sul, PR, executado pela Unidade de Negócios do Xisto (Petrobras-SIX), são gerados vários subprodutos. O xisto retortado (XR), subproduto gerado em maior quantidade, tem em sua composição considerável
teor de matéria orgânica (15%), elevado teor de silício (52%) dentre outros nutrientes, características que o tornam potencial insumo para a agricultura. Apesar destes benefícios, a possível liberação de elementos traço deste subproduto para o solo e águas subterrâneas é uma preocupação. Assim,
é de grande relevância que sejam conduzidos estudos detalhados sobre a segurança ambiental da utilização do XR como condicionador de solo, em
termos da dinâmica de lixiviação de elementos traço, bem como de macro e micronutrientes. Neste sentido, o Projeto Xisto Agrícola, uma parceria
entre a Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) e a Petrobras (São Mateus do Sul, PR) tem como principal objetivo o uso dos subprodutos do xisto
como insumo agrícola. Foram estudadas amostras de solo (Argissolo Vermelho distrófico arênico) coletadas na área experimental do Departamento
de Solos da Universidade Federal de Santa Maria/RS. Os experimentos de campo consistiram em quatro diferentes tratamentos do solo, sendo um
testemunha (T1), sem adição de XR, e os demais com a adição de 750, 1500 e 3000 kg ha-1 de XR (T2, T3 e T4, respectivamente), os quais foram
conduzidos em sistema plantio direto com rotação de culturas de espécies anuais de verão e de inverno. Até o momento foram analisadas amostras
de solo em três épocas de coleta, sempre ao final de cada safra agrícola de verão e de inverno. As amostras coletadas foram utilizadas em ensaios de
dessorção em batelada, nos quais 2 g do solo são adicionados a 40 mL de água ultrapura para em seguida serem agitados por 24 horas, centrifugados
e filtrados em membrana de acetato de celulose 0,45 μm. Os extratos aquosos foram analisados por medidas de pH, condutividade elétrica e concentração de elementos químicos dessorvidos (ICP OES). Os resultados foram comparados com a legislação brasileira vigente (CETESB e CONAMA)
e quanto às diferenças observadas entre tratamentos e entre cada coleta. De modo geral, sugere-se que a adição do XR favorece o aumento da concentração de macronutrientes nos extratos de solo, como Ca, Mg e Fe sem alterar as concentrações de elementos traço, como Cr e Pb. Este trabalho
está em andamento e conclusões adicionais com respeito à segurança ambiental do uso deste material serão obtidas.
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ESTUDO CINÉTICO DA ADSORÇÃO DO CORANTE ARTIFICIAL AMARELO
CREPÚSCULO PRESENTE EM EFLUENTE DA INDÚSTRIA DE REFRIGERANTE
Aluno de Iniciação Científica: Rafaela Campos de Souza (Bolsista permanência)
Orientador: Agnes de Paula Scheer
Co-Orientador: Érika de Castro Vasques
Colaborador: Vitor Renan da Silva
Palavras-chave: Adsorção, Efluente Industrial, Corante Amarelo Crepúsculo
A indústria de refrigerantes descarta em seu efluente correntes de água provenientes da lavagem de garrafas retornáveis e equipamentos, que somado ao descarte proveniente do processamento da bebida formam o efluente industrial. Os processos convencionais de tratamento biológico são
eficientes para a degradação da sacarose, mas são recalcitrantes à degradação de corantes. Desta forma, esse trabalho tem o objetivo de avaliar o
processo de adsorção do corante amarelo crepúsculo, utilizando sericina e carvão ativado como materiais adsorventes. Para avaliar a eficiência
dos adsorventes na adsorção do corante, foram realizados testes de adsorção em batelada com solução sintética de 100 mg∙L-1 de corante em água
destilada. No estudo cinético, foram colocados 30 ml desta solução em erlenmeyers de 125 mL contendo, separadamente, 0,03g de carvão ativado
e 0,015g de sericina. As amostras foram acondicionadas em incubadora (shaker), com agitação de 150 rpm e temperatura controlada de 25 °C. As
alíquotas foram retiradas de tempos em tempos. Em seguida, as alíquotas foram filtradas e a quantidade de corante adsorvido foi verificada em
espectrofotômetro no comprimento de onda de 480 nm. Além disso, avaliou-se o efeito do pH na capacidade de adsorção do corante. Os resultados
mostraram que o melhor adsorvente na adsorção do corante amarelo crepúsuculo foi o carvão ativado, atingindo um tempo de equilibrio cinético
de aproximadamente 12 horas. Foram realizados testes em laboratório que comprovaram as características de cada adsorvente, previamente citadas
na literatura. A sericina não foi um bom adsorvente, visto que a adsorção utilizando este adsorvente ocorreu apenas em pH muito baixo, e o comportamento de adsorção-dessorção foi verificado ao longo do estudo de equilíbrio. Com o procedimento adotado será possível evitar que compostos
recalcitrantes sejam despejados no corpo hídrico.
IMPLANTAÇÃO DE PROTOCOLO ANALÍTICO PARA DETERMINAÇÃO DE
PBDE UTILIZANDO CROMATOGRAFIA EM FASE GASOSA E ESPECTROMETRIA DE MASSAS
Aluno de Iniciação Científica: Rogerio da Silva Souza (PIBIC/CNPq)
Orientador: Marco Tadeu Grassi
Colaborador: Emerson Luis Yoshio Hara
Palavras-chave: Éteres Difenílicos Polibromados, Cromatografia Gasosa, Planejamentos Experimentais
Os retardantes de chama são compostos orgânicos utilizados com o intuito de reduzir e/ou evitar a propagação do fogo. Uma classe de compostos
utilizada para este fim são os éteres difenílicos polibromados (PBDE). A alta persistência e baixa solubilidade em água permite que estes compostos
se acumulem em sedimentos, onde podem apresentar efeitos nocivos sobre a biota aquática. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é implantar um
protocolo analítico para determinação dos PBDE em sedimentos, utilizando a cromatografia à gás acoplada a espectrometria de massas (CG-EM).
Uma solução contendo 14 congêneres dos PBDE em hexano foi utilizada como padrão cromatográfico. Inicialmente, empregou-se um planejamento
fatorial 23 avaliando as variáveis: temperatura do injetor (250°C e 300°C); tempo de splitless (1min e 3 min); e temperatura da linha de transferência
(250°C e 300°C) com triplicata do ponto central. A partir das áreas dos picos cromatográficos conclui-se que a melhor condição instrumental é aquela representada pelo ensaio que correspondem a todos os fatores de nível (+). A análise dos efeitos indicou que, com um nível de confiança de 95%,
apenas a temperatura do injetor e de linha de transferência foram significativos. Sendo assim, excluiu-se o fator tempo de splitless, fixando-o em 3
min para todos os ensaios seguintes e acrescentou-se as variáveis tempo de pulso de pressão (0,25 min e 1 min) e amplitude do pulso de pressão (50
kPa e 150 kPa), montando um planejamento 24 com ponto central realizado em triplicata. Observou-se que apenas a amplitude do pulso de pressão
possui efeito significativo com um nível de confiança de 95%. A análise do planejamento mostrou que as melhores condições para determinação dos
14 PBDE são aquelas de nível (+) para todos os fatores avaliados. Sendo assim, os planejamentos fatoriais aplicados à otimização das condições cromatográficas permitiram avaliar cinco fatores relevantes com um número que experimentos reduzidos na identificação e determinação dos PBDE,
minimizando os efeitos de degradação e separação com detectabilidade e eficiência satisfatórias. Atualmente está sendo otimizado um método de
clean-up e extração dos PBDE para posterior determinação em sedimentos de rios da Região Metropolitana de Curitiba.
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Nº 0149
Tema Projeto ANÁLISE MICROESTRUTURAL RÚPTIL EM ROCHAS DO GRUPO ITARA-
RÉ - BACIA DO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Ana Carolina Sanches de Souza (IC-Voluntária)
Orientador: Barbara Trzaskos
Palavras-chave: Microestrutural, Grupo Itararé, Deformação Rúptil
No Grupo Itararé, Permocarbonífero da Bacia do Paraná, é possível observar alguns conjuntos de falhas que ocorreram ao longo da evolução da
Bacia, como a Zona de Falha do Perimbó. Essa zona é um alinhamento bem marcado no terreno, tanto no embasamento quanto na cobertura sedimentar, e reflete uma combinação de falhas de direção N40-50E predominantemente, cortadas por falhas secundárias de direção NW e N-S. Ela possui
história de deformação complexa, pois se desenvolveu como falha oblíqua dextral-reversa no Pré-Cambriano e foi reativada como falha transcorrente
sinistral durante o Paleozóico, aproveitando as paleoestruturas rúpteis do embasamento. Parte da Falha do Perimbó aflora na região do município
de Ituporanga, Santa Catarina, cortando os folhelhos da Formação Rio do Sul. As fraturas são preenchidas por minerais de carbonato e pirita ao
longo de seus planos. Dados obtidos por análise termogravimétrica (TGA) determinaram que o mineral carbonático da fratura é calcita, enquanto a
espectrometria de massa de razões isotópicas (IRMS) de carbono e oxigênio indicou que o fluido que precipitou o carbonato é de origem meteórica.
A pirita é granular e concentra-se próxima às paredes da falha, enquanto a calcita é predominantemente do tipo fibrosa, o que indica que sua cristalização ocorreu durante a deformação, ou seja, é sintectônica. Suas fibras cresceram perpendicularmente em relação às paredes da fratura e foram
rotacionadas com a evolução do cisalhamento, possibilitando a reconstrução da cinemática do processo. As faixas de calcita apresentam diferentes
graus de deformação, de forma que as mais rotacionadas são as mais antigas, enquanto as menos rotacionadas e perpendiculares aos planos da falha
são aquelas que cristalizaram no último momento. Observando as feições microestruturais foi possível distinguir cinco momentos de deformação e
cimentação da fratura. As espessuras das faixas de cimento calcítico são milimétricas, de tamanhos variados, onde as mais recentes são as mais espessas do conjunto. Além das fraturas que geraram espaço para a cristalização de calcita e pirita, existem falhas lístricas de pequeno porte que cortam
a faixa de cimento mais próxima da parede da fratura. Também há uma falha cortando todas as faixas de cimento, o que significa que esta ocorreu
ao final do processo, sendo a última deformação observada em seção delgada. Os dados microestruturais obtidos até o momento serão confrontados
posteriormente com os resultados da análise de catodoluminescência, para que os momentos de deformação sejam melhor definidos.
SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA E MINERAIS OPACOS DOS GRANITOS
DA REGIÃO DE PIÊN, SUDESTE DO ESTADO DO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Giovanni Francesco Mandelli (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Carlos Eduardo de Mesquita Barros
Palavras-chave: Suscetibilidade, Magnética, Piên
O projeto em questão, iniciado no final do mês de maio deste ano, tem como objeto de estudo os granitos neoproterozóicos da região de Piên
(sudeste do Estado do Paraná), sua suscetibilidade magnética (SM) e seus constituintes minerais opacos. Além da estimativa das condições de
cristalização destes granitos, com ênfase na fugacidade de oxigênio, e classificação de sua assinatura magnética. A parte inicial do projeto envolverá pesquisa bibliográfica. Em seguida, serão descritas amostras já disponíveis de granitos da Suíte Rio Piên, com ênfase em suas características
petrográficas. Posteriormente serão realizadas pesquisas bibliográficas sobre os corpos graníticos de Piên e classificação magnética dos mesmos,
que utiliza como critério os valores de SM. Serão confeccionadas lâminas delgadas desses granitos e, de posse dessas lâminas, finalizadas suas
descrições, obter-se-ão fotomicrografias com um sistema de captura de imagens acoplado ao microscópio petrográfico. Também serão realizadas
análises modais dessas rochas, com o auxílio de um contador de pontos acoplado ao microscópio petrográfico e determinações dos minerais opacos
existentes a partir de dados de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Determinados os componentes opacos e suas composições químicas
semi-quantitativas obtidas com auxílio do EDS (Energy Dispersive X-Ray Detector), acoplado ao MEV, serão confeccionados diagramas comparativos entre proporção de minerais opacos e valores de SM dos granitos em estudo. Os granitos serão então classificados com base em seu comportamento magnético. A fim de entender como a fugacidade de oxigênio atua, e influencia, no processo de cristalização desses magmas graníticos, será
feita nova pesquisa bibliográfica. Será por fim verificado se as condições de cristalização dos magmas graníticos da Suíte Rio Piên são coerentes
com o ambiente geotectônico, previamente proposto na bibliografia.
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TECTÔNICA CENOZOICA DO SUDOESTE DO PARANÁ E NORDESTE DE
SANTA CATARINA
Aluno de Iniciação Científica: Gustavo Lopes Queiroz (IC-Voluntária)
Orientador: Eduardo Salamuni
Colaborador: Edenilson Roberto do Nascimento
Palavras-chave: Neotectônica, Morfotectônica, Software
De maneira a investigar a possível influência de processos tectônicos ativos ou atuantes ao longo do Cenozóico dentro do contexto do sudoeste
paranaense e nordeste catarinense, foram tomados dois planos de trabalho paralelamente: O primeiro, estudar a geomorfologia, geologia, identificar as morfoestruturas da área de estudo consultando trabalhos anteriores e bibliografias de interesse e reunir todos esses dados para analise final;
O segundo, criar ferramentas virtuais de análise estrutural e geomorfométrica, não só para auxiliar o presente trabalho mas também para facilitar
futuras pesquisas que tenham um enfoque neotectônico, morfoestrutural, geomorfológico ou geológico. As ferramentas foram criadas para uso em
anexo ao conjunto de softwares ArcGIS, tendo sido programadas utilizando a linguagem Python, atualmente integrada a este. As funcionalidades
da três principais ferramentas criadas incluem: Gerar tabelas de dados azimutais de lineamentos estruturais, previamente traçados em ambiente
SIG, para facilitar a construção de diagramas de rosetas; Extrair uma rede de drenagem tridimencional de maneira automática e então identificar as
quebras anômalas de relevo ( knickpoints ), classificadas segundo ordem de anomalia, para auxiliar a análise neotectônica; Classificar e identificar
as principais unidades de rugosidade do relevo a partir de um modelo digital de elevação para auxiliar a análise visual e individualização de áreas
homogêneas do terreno. Após o traçado dos lineamentos estruturais da área de estudo em diferentes escalas, e todos os dados planialtimétricos,
geológicos e geomorfométricos serem reunidos, inclusive os gerados a partir das ferramentas desenvolvidas, foi possível delimitar pontos e áreas
de interesse para futuros trabalhos de enfoque neotectônico. A metodologia de trabalho e os produtos gerados foram satisfatórios visto que outras
pesquisas poderão vir a se beneficiar do presente estudo, tanto de maneira a reduzir problemas práticos na análise estrutural e geomorfométrica
quanto a utilizar os dados obtidos durante este.
Nº 0152
Tema Projeto TIPOLOGIA QUÍMICO-MINERALÓGICA DE FELDSPATOS ALCALINOS
DAS ROCHAS ORNAMENTAIS DO COMPLEXO ALCALINO DE TUNAS PR: ANÁLISE POR CATODOLUMINESCÊNCIA
Aluno de Iniciação Científica: Alberto Caixeta Botelho (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Cristina Valle Pinto-Coelho Colaborador: Ney Pereira Mattoso Filho
Palavras-chave: Feldspato Alcalino, Catodoluminescência, Tunas
O Complexo Alcalino de Tunas é caracterizado por um corpo plutônico, de idade mesozoica, localizado no Primeiro Planalto Paranaense, a cerca de
80 km da cidade de Curitiba. Sua gênese está relacionada à Reativação Wealdeniana da Plataforma Brasileira, em um contexto de calmaria tectônica.
Os litotipos predominantes no complexo são sienitos e microssienitos, além de diques de traquito. O objetivo do projeto é estabelecer a variação da
composição química dos feldspatos alcalinos, principal fase mineral dessas rochas, relacionada à diferença de cor manifestada ao longo do maciço
sienítico. Para tanto, as amostras foram separadas com base em aspectos texturais e estruturais em seis fácies: a) cinza; b) cinza esverdeada; c) verde;
d) verde no contato traquito-sienito; e) verde acinzentada; e f) verde fina. Nesse trabalho foram realizadas análises de catodoluminescência (CL)
acoplada a lupa polarizada (LP) e ao microscópio eletrônico de varredura (MEV) em sete amostras, sendo duas da fácies cinza, duas da fácies cinza
esverdeada, duas da fácies verde no contato traquito-sienito, e uma da fácies verde acinzentada. Imagens obtidas de CL-LP apontam duas cores
em CL predominantes para os feldspatos alcalinos, azul para as porções mais límpidas e vermelho para as porções mais turvas relacionadas à fase
albítica mesopertítica. A partir de análises de espectros de CL-MEV nos feldspatos alcalinos foi evidenciada a emissão de luminescência em duas
bandas de comprimento de onda preferenciais, uma em torno de 420 nm, e outra em torno de 730 nm, correspondentes às cores azul e vermelho,
respectivamente. A banda de emissão no azul CL está relacionada a defeitos das ligações dos tetraedros de Al-O--Al e/ou presença do cátion Eu2+
na estrutura do feldspato alcalino, ao passo que a banda de emissão no vermelho está relacionada a presença do cátion Fe3+ na estrutura cristalina
das porções mais turvas dos minerais. Foram identificadas secundariamente, em espectros da fácies cinza, bandas de emissão em torno de 547 nm,
possivelmente devido à presença do cátion Er3+. As fácies cinza esverdeado e verde no contato traquito-sienito apresentam também emissão CL
secundária em torno de 561-571 nm, relacionada à presença dos cátions Er3+ e/ou Mn2+ na estrutura cristalina dos feldspatos alcalinos. Com base
nos resultados obtidos na análise espectral e com valores da literatura para emissão em CL de feldspatos alcalinos, foi possível verificar a existência
de ativadores de luminescência no mineral, possibilitando uma caracterização inicial.
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FASES DE CRISTALIZAÇÃO DE DOLOMITA ASSOCIADA A PROCESSOS
TERMOBÁRICOS: USO DA TÉCNICA DE CATODOLUMINESCÊNCIA
Aluno de Iniciação Científica: Jéssica Thaís Ferreira Oste (FUNPAR)
Orientador: José Manoel dos Reis Neto
Palavras-chave: Dolomita em Sela, Catodoluminescência, Faixa Itaiacoca
Os processos termobáricos estão associados a fluidos hidrotermais com temperatura e pressão no campo da diagênese, com capacidade para gerar
fraturamentos e estilolitos na rocha encaixante. As fraturas se tornam conduto para a circulação dos fluidos quentes. Processos termobáricos em rochas carbonáticas estão associados a fluidos promotores de dissolução, o que gera porosidade secundária e brechação da rocha encaixante. Brechas
carbonáticas, com sua gênese relacionada a processos termobáricos, apresentam paragênese mineral constituída por dolomita do tipo em sela, ou
seja, carbonato de cálcio e magnésio com hábito do tipo “capa de espada”, dentre outros minerais indicadores desse tipo de processo. A presença
de dolomita em sela indica a participação de magnésio no sistema, bem como entrada de manganês e ferro em sua estrutura cristalina. Dentre as
técnicas analíticas disponíveis, a catodoluminescência (CL) consiste no bombardeamento de elétrons sob um material, o qual tem capacidade de
emitir luz ao ser excitado. A técnica de CL é uma ferramenta importante para a diferenciação de fases de cristalização do mineral. A luminescência
de carbonatos está relacionada com a presença de íons inibidores e ativadores em sua estrutura, no caso Fe2+ e Mn2+ respectivamente, que se
apresentam em solução em maiores ou menores quantidades devido ao quimismo dos fluidos. Sendo assim, este trabalho visa caracterizar, por meio
da análise de catodoluminescência, as diferentes fases de formação de dolomita em função da variação das condições físicas e químicas do meio. A
dolomita do tipo em sela dos afloramentos da Faixa Itaiacoca, no município de Castro, Paraná, se apresenta com feições euédricas e com hábito em
ponta de lança. Análises por CL evidenciaram cores variando de amarelo alaranjado a vermelho acastanhado de intensidade moderada, indicando
uma variação do núcleo em direção as bordas dos cristais quanto às proporções de Fe2+ e Mn2+. Desta maneira, podem-se determinar diferentes
fases de crescimento de dolomita em sela a partir da borda de clastos fragmentados da brecha carbonática. Foi possível identificar variações químicas dos fluidos hidrotermais, as quais foram visualizadas nas zonações de cores da dolomita sob CL. A aplicação da técnica de catodoluminescência
mostrou-se efetiva quanto à caracterização de diferentes fases de cristalização de dolomita do tipo em sela.
Nº 0154
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DO SISTEMA AQUÍFERO GUARANI
(SAG) NO ESTADO DO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Isis Armstrong Dias (Bolsista permanência)
Palavras-chave: Sistema Aquífero Guarani, Hidroquímica, Classificação de Água
No Estado do Paraná o Sistema Aquífero Guarani (SAG) se estende por uma área de pouco mais de 131.000 km2, ocorrendo desde as escarpas do
Terceiro Planalto Paranaense, até as divisas com os Estados de Santa Catarina ao sul, São Paulo ao norte e Mato Grosso do Sul a oeste e, até as fronteiras com o Paraguai e Argentina a sudoeste. O objetivo desta pesquisa é caracterizar o quimismo das águas do SAG, com base nos resultados, de
análises físico-químicas de amostras de águas coletadas em poços e surgências naturais e estabelecer as prováveis relações entre as características
hidroquímicas e o arcabouço geológico do SAG no Estado do Paraná. Está em andamento a fase de compilação, avaliação da qualidade, padronização e organização dos dados hidroquímicos, que serão seguidas pelas etapas de análise estatística uni e multivariada; classificação geoquímica da
água pelo método de íons dominantes; e especiação química da água e cálculo dos índices de saturação dos minerais especiação química da água.
Embora a análise estatística uni e multivariada não estabeleça a causa da composição química da água, ela permite verificar se os grupos estatisticamente distintos têm relações com o contexto hidrogeológico. Os dados analíticos foram obtidos no banco de dados do Laboratório de Pesquisas
Hidrogeológicas (UFPR) e os cálculos hidroquímicos serão feitos com o programa Phreeqc Interactive, apropriado para a especiação química da
água e cálculo dos índices de saturação da água em relação a determinados minerais. A classificação geoquímica da água será representada graficamente, utilizando-se o diagrama de Piper para a apresentação dos resultados. A análise estatística será feita usando-se o programa PSPP. Com
a conclusão das estapas desta pesquisa espera-se, além da caracterização hidroquímica das zonas de baixo, médio e alto confinamento, chegar a
um entendimento claro dos mecanismos de interação água-rocha e da relação entre as predominâncias iônicas e índices de saturação, nos diversos
níveis de confinamento do aquífero, permitindo fazer inferências quanto ao fluxo e idade relativa das águas armazenadas no SAG.
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LITOGEOQUÍMICA DOS ORTOGNAISSES DA PEDREIRA CENTRAL EM
CAMPO LARGO-PR: REPRESENTANTES DO COMPLEXO ATUBA NA MICROPLACA CURITIBA
Aluno de Iniciação Científica: Veleda Astarte Paiva Müller (PET)
Orientador: Carlos Eduardo de Mesquita BarrosCo-Orientador: Cristina Valle Pinto-Coelho
Palavras-chave: Microplaca Curitiba, Litogeoquímica, Foliação Ígnea
A Microplaca Curitiba é um bloco tectônico inserido na Província da Serra da Mantiqueira, representando uma zona de deformação dúctil com
direção NE-SW que se estende do Rio Grande do Sul ao sul da Bahia. O Complexo Atuba compõe a faixa metamórfica da Microplaca Curitiba
em sua porção setentrional. A Pedreira Central, localizada no município de Campo Largo (PR), se enquadra em uma região de rochas classificadas
como ortognaisses neoproterozóicos, os quais têm composições comparáveis às de granitoides cálcio-alcalinos. Foi realizado um trabalho de campo
na pedreira que incluiu a descrição do afloramento e das rochas em termos mineralógicos, texturais e estruturais, além da coleta de quatro amostras
para análise petrográfica e análise química dos óxidos maiores e menores e dos elementos-traço. O objetivo das análises químicas é reconstituir
a história magmática dos granitoides originais com o uso da litogeoquímica, incluindo a comparação dos dados químicos obtidos com a química
característica das rochas da série tonalito-trondhjemito-granodiorito, dos adakitos e dos sanukitóides. No momento, iniciou-se o tratamento dos
dados geoquímicos com a construção de tabelas e a confecção de diagramas de variação, diagramas classificatórios, padrões de elementos terras
raras e diagramas discriminantes de ambientes geotectônicos. As análises petrográficas revelam rochas compostas principalmente por andesina,
microclínio, quartzo e hornblenda, além da presença de biotita e actinolita e dos minerais acessórios zircão e apatita. Na escala do afloramento as
rochas mostram uma foliação homogênea e algo retilínea marcada pela orientação de cristais de anfibólio alternados principalmente com cristais
de quartzo, andesina e microclínio. Há constante presença de cristais subédricos com moderada orientação preferencial e pouco deformados, além
de não estarem separados por agregados de novos grãos. Estas características sugerem que a deformação ocorreu em condições dúcteis e provavelmente durante a cristalização magmática.
Nº 0156
Tema Projeto INTERPRETAÇÃO GEOFÍSICA QUALITATIVA DO ESCUDO PARAENSE E
REGIÕES ADJACENTES
Aluno de Iniciação Científica: Luiz Gilberto Kirsch Andreis (PIBIC/CNPq)
Orientador: Francisco José Fonseca Ferreira
Co-Orientador: Luís Gustavo de Castro
Colaborador: Leonardo Fadel Cury, Eduardo Salamuni.
Palavras-chave: Aeromagnetometria, Escudo Paranaense, Geotectônica
O reconhecimento das descontinuidades tectônicas, do arranjo espacial em subsuperfície e dos compartimentos estruturais da região do Escudo
Paranaense constitui um grande desafio, tanto na área da cartografia como na contextualização geológica regional. O presente trabalho intenta complementar a análise estrutural convencional com base em dados e informações de subsuperfície obtidos pela interpretação do arcabouço estrutural-magnético. Neste sentido, dados aeromagnetométricos foram qualitativamente interpretados a partir de um conjunto de métodos de realce. Os
principais métodos utilizados foram os seguintes: derivadas nas direções x, y e z, amplitude e inclinação do sinal analítico, gradiente horizontal
total, inclinação do gradiente horizontal total e inclinação do sinal analítico do gradiente horizontal total. Também foram utilizadas técnicas semiquantitativas, com ênfase na deconvolução de Euler, cujos resultados são expressos em termos de estimativas estatísticas de profundidades de fontes
anômalas. A área objeto do presente estudo envolve as grandes estruturas aflorantes no Escudo Paranaense, tais como as zonas de cisalhamento
Lancinha, Morro Agudo e Itapirapuã e seus prolongamentos sob a Bacia do Paraná, sendo limitada pelas coordenadas 52°18’54”W/23°40’20”S e
47°33’51”W/26°57’40”. Os resultados da análise qualitativa permitiram estabelecer as assinaturas magnéticas das principais zonas de cisalhamento
do Escudo Paranaense, assim como rastrear seu prolongamento sob a Bacia do Paraná. Por outro lado, a análise semi-quantitiativa permitiu sugerir
as profundidades das principais fontes magnéticas da área de estudo. Por fim a integração dos dados geofísicos e geológicos resultou na interpretação do arcabouço magnético-estrutural, o qual foi cotejado às principais estruturas de superfície, resultando no delineamento de um arcabouço
geofísico-geológico integrado.
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Nº 0157
Tema Projeto VARIABILIDADE INTERANUAL DE OUTONO NO CLIMA PRESENTE E FU-
TURO DA AMÉRICA DO SUL EM SIMULAÇÕES DO PROJETO CMIP5.
Aluno de Iniciação Científica: Evelin de Lara Pallu (PIBIC/CNPq)
Orientador: Alice Marlene Grimm
Palavras-chave: El Niño-Oscilação Sul, Mudanças Climáticas, Simulações Climáticas
Eventos El Niño-Oscilação Sul (ENOS) são a principal fonte de variabilidade climática interanual e um dos principais fatores que afetam significativamente
a precipitação na América do Sul. Episódios El Niño e La Niña são caracterizados, respectivamente, pelo aquecimento e resfriamento anômalo das águas
superficiais do Oceano Pacífico Leste, sendo que estes fenômenos fazem parte da oscilação oceano-atmosfera ENOS. O objetivo deste projeto é analisar como
essas oscilações de temperatura da superfície do mar (TSM) influenciam a precipitação da América do Sul no clima presente e como podem se desenvolver
num cenário de mudanças climáticas antropogênicas, tendo como foco principal o outono. Foram analisados dados observados (1950-2005) e dados obtidos das
simulações do modelo MPI-ESM-LR da série histórica do clima presente (1950-2005) e projeções para o clima futuro (2060-2100) no cenário RCP 4.5. Este
modelo integra o experimento CMIP5 (Coupled Model Intercomparison Project Phase 5 - World Climate Research Programme). ��
A climatologia mensal e sazonal foi calculada para TSM e precipitação na América do Sul. Os episódios El Niño e La Niña foram identificados e composições de anomalias de precipitação,
TSM e variáveis atmoféricas foram realizadas para estes eventos. Foi feita a análise de componentes principais (ACP) de TSM (escala global) e precipitação
na América do Sul, para identificar os modos associados com ENOS. Os componentes principais de TSM foram correlacionados com dados de precipitação e
componentes principais de precipitação com séries de TSM, para poder verificar as inter-relações dessas variáveis. Foram verificados os impactos de episódios
ENOS sobre a frequência de eventos extremos de precipitação e sua representação do modelo no clima presente e nas projeções do futuro. Eventos extremos
são valores diários de precipitação que estão acima de um determinado percentil de sua distribuição. Neste trabalho, foi utilizado o percentil 90 obtido da distribuição Gama ajustada a médias móveis de três dias da precipitação. Para verificar a confiabilidade do modelo, os resultados das simulações do clima presente
foram comparados com os dados observados. O modelo representa adequadamente algumas influências dos eventos ENOS observadas no outono, entretanto,
as projeções do futuro mostram ser mais coerentes com o clima atual observado do que as simulações do presente. No futuro, as anomalias de TSM no Oceano
Atlântico e Pacífico irão aumentar, interferindo na intensidade das chuvas da América do Sul, principalmente sobre o Sul do Brasil.
Nº 0158
Tema Projeto VARIABILIDADE CLIMÁTICA INTERDECADAL DE OUTONO DA PRECIPI-
TAÇÃO NA AMÉRICA DO SUL NAS SIMULAÇÕES DO PROJETO CMIP5
Aluno de Iniciação Científica: Paola Fernanda Almeida Costa (IC-Voluntária)
Palavras-chave: Oscilações Climáticas Interdecadais, Modelos Climáticos, América do Sul
O estudo da variabilidade de elementos como temperatura da superfície do mar e precipitação na América do Sul ajuda a compreensão do clima
presente e a melhorar as previsões para o clima futuro, pois ajuda a entender os mecanismos da variabilidade climática e a validar modelos climáticos. A variabilidade interdecadal de dados observados da precipitação na América do Sul e da temperatura da superfície do mar (TSM) global
(1950-2005), assim como dos correspondentes dados de uma simulação para o mesmo período feita com o modelo MPI-ESM-LR, é analisada.
Este modelo integra o experimento CMIP5 (Coupled Model Intercomparison Project Phase 5 - World Climate Research Programme). Os modos
de variabilidade dos dados observados e simulados são comparados, para validação do modelo. Além da variabilidade, as médias sazonais de
precipitação e TSM, observada e simulada, também são comparadas. A climatologia e variabilidade do clima futuro (2050-2100) projetado pelo
modelo também são verificadas. A simulação do clima presente (1950-2005) pelo modelo MPI-ESM-LR usa dados observados das emissões dos
gases de efeito estufa, enquanto a projeção do clima para o futuro (2050-2100) usa o cenário RCP 4.5. Os dados observados de precipitação e
TSM (1950-2005) são provenientes do banco de dados do Laboratório de Meteorologia da UFPR, que provém de diversas fontes e passa por uma
rigorosa identificação e reparo de dados espúrios e duvidosos. Todos os dados foram filtrados por filtro gaussiano, para reter apenas oscilações com
períodos acima de oito anos (oscilação interdecadal). Foi então feita uma Análise de Componentes Principais para determinar os componentes da
variabilidade interdecadal de totais sazonais e anuais de precipitação e TSM, com sua distribuição espacial e evolução temporal. Foi ainda feita a
correlação de modos de TSM com a precipitação e de modos de precipitação com a TSM e posteriormente, a Composição de Anomalias de campos atmosféricos (precipitação, vento divergente, pressão ao nível do mar, etc.) para fases opostas de um modo interdecadal de variabilidade de
TSM. Todas as análises citadas acima foram realizadas para o outono austral. Os resultados mostram que o modelo representa razoavelmente bem
a climatologia sazonal de precipitação e de TSM e uma tendência de aumento da precipitação na América do Sul e aumento da TSM no Oceano
Pacífico equatorial central.
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Nº 0159
Tema Projeto OSCILAÇÕES INTERDECADAIS DA PRECIPITAÇÃO DE OUTONO E SUA
INFLUÊNCIA SOBRE A FREQUÊNCIA DE EVENTOS EXTREMOS DE PRECIPITAÇÃO NA AMÉRICA DO SUL.
Aluno de Iniciação Científica: Rodrigo Branco Rodakoviski (CNPq-Balcão)
Palavras-chave: Interdecadal, Eventos Extremos, Análise de Componentes Principais
Este estudo tem como objetivo a caracterização das oscilações interdecadais da precipitação sobre a América do Sul durante o outono e seu impacto
sobre os eventos extremos. São utilizados dados de chuva da Agência Nacional de Águas e de serviços meteorológicos de outros países do continente, no período 1950-2008. São feitas médias de totais mensais de precipitação em quadrículas de 2,5º (latitude e longitude) e médias de totais diários
em quadrículas de 1,0º (latitude e longitude). Dados mensais são utilizados para a determinação de modos de variabilidade interdecadal, enquanto
os dados diários são usados na identificação de eventos extremos de precipitação. Para determiná-los, são calculadas médias móveis de três dias e
aos dados de cada dia do ano é ajustada uma distribuição gamma. Percentis maiores ou iguais a 90 são considerados extremos, sendo contabilizado o
número de ocorrências em cada mês, de modo a montar séries de números de eventos extremos. Para estudar a relação da variabilidade interdecadal
com a temperatura superficial do mar (TSM), é utilizado o conjunto de dados de TSM do Hadley Center (UK), interpolados para quadriculas de
5,0º (latitude e longitude). Foram feitas análises de componentes principais (ACP) das séries de precipitação, eventos extremos e TSM, nas quais
é utilizado um filtro gaussiano para reter oscilações interdecadais. São gerados modos de variabilidade rotacionados para cada mês, estação, para o
ano e para meses corridos, obtendo-se gráficos de factor scores (mostrando a distribuição temporal da variabilidade) e de factor loadings (mostrando
a distribuição espacial). Para alguns modos selecionados, são feitas composições de anomalias de parâmetros atmosféricos e oceânicos para fases
opostas: positiva, quando o desvio padrão dos factor scores é maior que +0,7, e negativa, quando o desvio padrão é menor que -0,7. São também
correlacionados os modos de precipitação com TSM e eventos extremos, e modos de TSM com precipitação e eventos extremos, para fazer uma
verificação cruzada da relação entre diferentes variáveis. São identificadas as regiões nas quais os principais modos de variabilidade interdecadal
da precipitação de outono possuem mais fortes componentes e são ajustadas distribuições gamma à precipitação diária nestas regiões durante fases
positivas e negativas de tais modos, para que possa ser analisada também a influência da variabilidade interdecadal sobre a distribuição de chuva
diária. Os resultados mostram impacto significativo dessa variabilidade sobre a frequência de eventos extremos em várias regiões.
Nº 0160
Tema Projeto AVALIAÇÃO DA ALTITUDE ORTOMÉTRICA DA RN LIGADA À RÉGUA LINI-
MÉTRICA DO RESERVATÓRIO DE CAPIVARI CACHOEIRA.
Aluno de Iniciação Científica: Clauber Rogério da Costa (Pesquisa voluntária)
Palavras-chave: Altitude Ortométrica, Ondulação Geoidal, Rastreio GPS
Avaliação da altitude ortométrica da RN ligada à régua linimétrica do reservatório de Capivari Cachoeira. A distancia vertical é considerada
como a grandeza espacial de maior uso em obras de engenharia. Esta informação é utilizada, por exemplo, em construções de reservatórios de
abastecimento ou produção de energia, obras de redes de distribuição de água e esgoto, monitoramento de recalque. “Altitude ortométrica (H) de
um ponto é a distância desse ponto da superfície do terreno ao geoide, cotada ao longo da vertical, pode ser obtida com o nivelamento geométrico associado à Gravimetria. Modernamente surgiu uma nova opção: obte-la do rastreio de satélites artificiais em regiões nas quais o geoide é
conhecido”(GEMAEL,1999). Este trabalho tem como objetivo avaliar a altitude ortométrica da Referência de Nível (RN), ligada à régua linimétrica
do reservatório de Capivari Cachoeira, utilizando diferentes métodos como: o nivelamento geométrico de visadas iguais, rastreio GPS relativo
estático e obtenção da ondulação geoidal através dos softwares como o Mapgeo (IBGE) e EGM 2008 (ICGEM) estão sendo empregados. Rastreios
GPS relativo estático com duração de três horas foram realizados sobre duas RRNN (Referências de Nível) situadas nas proximidades do reservatório. Estas RRNN possuem altitudes ortométricas bem definidas que conjuntamente com as altitudes elipsoidais, advindas do rastreio possibilitam
o calculo da ondulação geoidal para cada uma delas. Mediante as coordenadas das RRNN situadas na área de estudo, foi possível obter novas
ondulações geoidais com emprego dos softwares Mapgeo (IBGE) e EGM2008 (ICGEM). Também foi realizado o nivelamento geométrico da RN
01 pertencente à rede vertical da Companhia Paranaense de Energia (COPEL) à régua linimétrica do reservatório. Tal levantamento possibilitou o
transporte da altitude da RN 01 até a régua conduzindo a determinação do nível do reservatório em relação com a rede altimétrica. Até o momento
as analises realizadas, mostraram que o Mapgeo é o melhor modelo entre os dois utilizados na determinação da ondulação geoidal.
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PROTÓTIPO DE UM SISTEMA EYE-TRACKING
Aluno de Iniciação Científica: Everton Bortolini (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Luciene Stamato Delazari
Co-Orientador: Daniel Rodrigues dos Santos
Palavras-chave: Eyetracking, Interfaces de Mapas, Interação Humano Computador
Este trabalho tem por objetivo desenvolver um protótipo para um eye-tracking, a partir de dados coletados por um sensor Kinect. O eye-tracking
consiste em registrar os movimentos dos olhos, sendo neste caso, para avaliação de interfaces de mapas em dispositivos, baseando-se em conhecimento prévio na área de Interação Humano-Computador (IHC). O uso de ferramenta eye-tracking possibilita fazer uma avaliação quantitativa
das interfaces dos mapas, ao contrário dos métodos tradicionais, nos quais predominam avaliações qualitativas. O método desenvolvido tem por
fundamento básico extrair automaticamente as pupilas de um observador e registrar seus movimentos em tempo real. O desenvolvimento do protótipo eye-tracking está sustentado em linguagem de programação C++, compiladores Microsoft Visual Studio 2008, integrado com a biblioteca
Open Source Computer Vision (OpenCV) e Microsoft Face Tracking Software Development Kit for Kinect for Windows (Face Tracking SDK).
O método desenvolvido é dividido em etapas: 1) Extração automática do rosto do operador – neste caso, usa função existente no OpenCV; 2)
Extração automática do par de olhos do operador – também usa função desponível no OpenCV, sendo os olhos automaticamente separados em
direito e esquerdo; 3) Segmentação do objeto de interesse (pupila do operador) – neste caso, usa funções de suavização pela mediana da vizinhança, limiarização para identificação da pupila e detecção de bordas sobre as imagens são empregadas e os pixels de borda que definem os olhos do
operador são automaticamente extraídos; 4) Ajustamento dos pixels de borda que descrevem a pupila extraída – um modelo matemático, como
o da equação da elipse e as observações advindas dos pixels de borda da pupila extraída, são utilizados para ajustar, pelo Método dos Mínimos
Quadrados (MMQ), as observações e 5) Transformar os pixels de borda das pupilas, esquerda e direita, automaticamente extraídas e ajustadas
para a tela do computador – aqui, um modelo de mapeamento polinomial é aplicado empregando como observação os pixels de bordas ajustados e
como controle pontos randomicamente gerados e visíveis na tela do computador. O MMQ é novamente empregado, porém, neste caso, para estimar
os parâmetros da equação polinomial. Posteriormente, os pixels de borda são transformados para o sistema de coordenadas da tela do computador.
No presente estágio da pesquisa em desenvolvimento, estão sendo realizados ensaios com uma webcam, sendo a integração com o sensor Kinect é
objetivo a ser perseguido posteriormente.
Nº 0162
Tema Projeto ESTUDO DO EFEITO DO MULTICAMINHO COM O EMPREGO DE DIFE-
RENTES MATERIAIS.
Aluno de Iniciação Científica: José Guilherme de Oliveira Catunda (PIBIC/CNPq)
Co-Orientador: Anderson Renato Viski
Colaborador: Renata Magda Cavalcante Werlich, Diuliana Leandro
Palavras-chave: Multicaminho, Satélites GPS, Permissivadade
GPS é um sistema de navegação que permite determinar as coordenadas de um ponto na superfície terrestre. Contudo, para se obter uma precisão
nos posicionamentos com esse sistema, é necessária a eliminação ou minimização de ruídos e de erros sistemáticos que os afetam, dentre os últimos cita-se o erro advindo do efeito do multicaminho. Este erro ocorre quando um sinal enviado por um satélite chega à antena de forma direta ou
refletida de modo difuso, difratado ou especular por mais de um caminho. Este sinal pode ser refletido por elementos que estão no ambiente em seu
entorno (SEEBER, 1993). O objetivo principal deste trabalho de pesquisa consiste em analisar o efeito do multicaminho atuante nos dados GPS, os
quais podem ser de diferentes intensidades em face do entorno existente. Anteparos de diferentes materiais foram construídos, possibilitando testar à
permissividade deles em resposta a sua condutividade em refletir o sinal GPS. Para iniciar os estudos foram realizados levantamentos em três marcos
próximo ao Laboratório de Geodésia Espacial e Hidrografia (LAGEH), no Centro Politécnico, visando definir qual o melhor destes marcos a ser
empregado neste estudo. Foram realizados posicionamentos absolutos estáticos com duração de uma hora e meia. Após o processamento dos dados
coletados com programa TEQC (Translate Edit Quality Check) e analise dos resultados o marco escolhido foi o RM 03. Verificou-se que o efeito de
multicaminho foi mais atuante nele. Estão ainda sendo realizadas analises da constelação GPS para o marco RM03 no que tange a detecção de qual
satélite desta constelação apresenta a menor elevação e um azimute favorável à geração do efeito de multicaminho. Definido este satélite determinou-se a posição ideal para a colocação de anteparos nas proximidades do RM03. Eles consistem de placas de 1m por 1m constituídas de isopor, alumínio, espuma acústica, madeira, isopor fino e lona. Posicionamentos estáticos foram iniciados, empregando-se receptor de dupla frequência (Leica
GPS900), mascara de elevação de zero grau e intervalo de gravação de dados de 1 segundo. Tendo-se um total de 6 experimentos com anteparos e um
sem o emprego de nenhuma placa no entorno do marco. Os dados coletados estão sendo processados com o programa Leica Geo Office®. Espera-se
indicar o efeito do multicaminho atuante no posicionamento do marco RM 03 advindo dos diferentes anteparos. Desta forma espera-se indicar o grau
de permissividade de cada um dos materiais empregados em resposta a sua condutividade em refletir o sinal GPS.
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Nº 0163
Tema Projeto CONCEITOS E EXPERIÊNCIAS DE RENATURALIZAÇÃO DE RIOS
Aluno de Iniciação Científica: Juliana Wilse Landolfi Teixeira de Carvalho (Outro)
Curso: Geografia (N)
Palavras-chave: Renaturalização, Corpos Hídricos, Bacia Hidrográfica
O presente trabalho aborda questões referentes a um conceito relativamente novo no âmbito da gestão de recursos hídricos e recuperação de
corpos d´água: renaturalização de rios. É feita inicialmente uma revisão conceitual dos processos de manejo e recuperação de rios degradados,
dentre eles restauração, reabilitação, remediação, revitalização e renaturalização de rios. Cada projeto elaborado com base nestes conceitos possui
planos de ação específicos. A renaturalização se configura como um processo complexo de retorno às condições sustentáveis de um determinado
rio, pois vai além das etapas compreendidas no processo de revitalização – melhoria na qualidade das águas para usos múltiplos e replantio de
mata ciliar. Além destes aspectos, propõe a recomposição dos subtratos dos rios e de suas margens por meio de iniciativas que utilizem materiais
naturais, recomposição da biota aquática e conservação de áreas naturais de inundação. A ação de renaturalização deve ainda contemplar a participação social e constantes práticas de educação ambiental. Neste processo é importante que o rio retorne às condições de um ecossistema de águas
correntes naturais. Rios são considerados naturais quando não poluídos e quando possuem capacidade natural de modificar seu leito e curso, ou
seja, quando possuem dinâmica de fundo, dinâmica de margens e dinâmica de áreas de inundação (BINDER, 2001). São descritas também neste
trabalho algumas das experiências de renaturalização de rios já existentes no mundo, a fim de compreender melhor o conceito. Dentre elas rio Isar
(Alemanha); rio Anacostia (EUA), rio das Velhas (Minas Gerais/Brasil); rio Tijuco Preto (São Carlos/São Paulo/Brasil), rio Regge (Holanda) e rio
Mapocho (Chile). Tais projetos se deram em contextos diferentes, mas à todos eles foi necessário agir sobre o contexto da bacia hidrográfica e à
luz da transdisciplinaridade.
Nº 0164
Tema Projeto PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS NASCENTES E CORRE-
LAÇÃO COM PARÂMETROS GEOGRÁFICOS ZONAIS
Aluno de Iniciação Científica: Michely Alves Tonett (PIBIC/CNPq)
Orientador: Tony Vinicius Moreira Sampaio
Palavras-chave: Nascentes, Análise de Padrões Espaciais, Cartografia Digital
A produção de materiais cartográficos apresenta limitações impostas pelos processos e métodos empregados, os quais afetam a qualidade da representação cartográfica. Em especial a rede de drenagem possui baixos índices de acurácia, demandando, portanto, estudos para verificação das bases
e aperfeiçoamento dos métodos empregados. As dificuldades presentes na elaboração destes produtos cartográficos comprometem a qualidade dos
mesmos, sendo possível verificar que tanto processos tradicionais como a fotointerpretação, quanto processos mais atuais e automatizados, como
a extração a partir de modelos digitais de elevação, resultam em imprecisões da ordem de 25% a 50% (SAMPAIO, 2008, 2010 e 2012). A partir da
análise das Bacias Hidrográficas do Rio Verde - PR (BHRA) e Benevente – ES (BHRB), a pesquisa analisa a influência da geologia e do relevo na
dimensão (área) das bacias de drenagem com nascentes perenes, objetivando identificar parâmetros que possam ser incorporados a algoritmos de extração automática da drenagem, fornecendo maior acurácia a este método. Quanto a analise gerada a partir da coleta amostral das bacias de primeira
ordem e a sua relação com o meio, a pesquisa permitiu observar que, no que se refere ao litotipo, as áreas variaram significativamente, apresentando
diversas grandezas para litotipos similares. Apesar de isoladamente, alguns litotipos, como por exemplo o granito, apresentarem bacias geralmente
de pequenas dimensões, a mesma relação não foi observada para os granodioritos e demais rochas metamórficas. No entanto, as relações entre o
tamanho das bacias amostradas e os tipos de relevo mostraram-se mais significativas, uma vez que não se observou a presença de bacias de primeira
ordem em unidades de relevo plano, enquanto classes de relevo mais dissecadas apresentaram, em média, bacias de drenagem maiores.
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AVALIAÇÃO DA ZONA RIPÁRIA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CORREDEIRAS, SC.
Aluno de Iniciação Científica: Pedro Thiago Ramin da Silva (PIBIC/CNPq)
Palavras-chave: Zonas Ripárias, Áreas de Contribuição, Bacia Hidrográfica
As zonas ripárias consistem nas áreas de entorno de rios, lagos e outros corpos hídricos. Estas áreas são definidas como a interação entre os ecossistemas terrestres e aquáticos, contemplando a faixa de terra marginal entre os canais e as encostas, sendo também denominadas genericamente
de mata ciliar. As zonas ripárias possuem grande importância para a conservação dos ambientes fluviais, permitindo a manutenção do equilíbrio do
sistema fluvial. A manutenção destas áreas permitem a estabilização das margens fluviais e outros processos geomorfológicos essenciais, possuindo a capacidade de filtro biogeoquímico na paisagem ao reduzir a quantidade de resíduos químicos lançados nos rios. Este trabalho possui como
objetivo realizar a identificação das zonas ripárias da bacia hidrográfica do rio Corredeiras em ambiente SIG, possibilitando ainda a avaliação da
largura das zonas ripárias e sua relação com as áreas de contribuição a montante. Para realizar a identificação e mapeamento dos usos da terra foram
utilizadas as ferramentas de edição do software ArcGis 9.3 e a confecção de mosaico ortorretificado com as ortofotocartas do município de Rio
Negrinho - SC (escala 1:10.000). A bacia hidrográfica do rio Corredeiras localiza-se na zona rural do município, compreendida pelas coordenadas
26º10’ a 26º42’ Sul e 49º46’ a 49º29’ Oeste. A identificação das classes foi realizada a partir da distinção de padrões de textura e tonalidades, sendo
atribuída a classe de acordo com o conhecimento prévio dos usos encontradas na área. Durante o mapeamento do uso da terra foram identificadas
e demarcadas às zonas ripárias ao longo do rio Corredeiras. A partir das curvas de nível e pontos cotados foi gerado o modelo digital do terreno
(MDT) e obtida em ambiente SIG a área de contribuição por pixel. O rio principal foi dividido em seções equidistantes ao longo do seu curso com
o objetivo de avaliar a relação das áreas de contribuição a montante de cada seção com a largura de zona ripária correspondente. Foram analisados
e elaborados gráficos com a relação entre a largura da zona ripária e a respectiva área de contribuição a montante ao longo do canal. Conclui-se que
zonas ripárias tem grande importância para o sistema fluvial e a partir da analise das áreas de contribuição para cada seção foi possível avaliar a
variabilidade da largura da zona ripária ao longo do canal principal.
Nº 0166
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO DE FEIÇÕES EROSIVAS LINEARES A PARTIR DA ANÁ-
LISE MORFOMÉTRICA: ESTUDO DA REGIÃO NOROESTE DO PARANÁ – BR.
Aluno de Iniciação Científica: Caroline Gonçalves Mangueira (PIBIC/CNPq)
Orientador: Leonardo José Cordeiro Santos
Palavras-chave: Erosão Linear, Morfometria, Características Pedológicas
Os condicionantes morfométricos e antrópicos são determinantes na formação dos processos acelerados de erosão que atingem a região noroeste
do Estado do Paraná. A presença significativa de voçorocas nesta região tem despertado o interesse e mobilizado profissionais de diferentes campos
desde a década de 1950. Desta forma, a região noroeste, que abrange uma extensão total de 22.057 km², o que corresponde a aproximadamente
11% do território total do Paraná, foi selecionada com o objetivo de analisar a distribuição das feições erosivas a partir da influência dos parâmetros
morfométricos (hipsometria, declividade e curvatura), através do Modelo Digital do Terreno da área. Após a detecção das quebras naturais no histograma de frequência, considerando a ocorrência dos processos de voçorocamento, foi feita a análise integrada e quantitativa dos parâmetros morfométricos e da espacialização das voçorocas, por meio de cálculos dos seguintes índices: Frequência de Distribuição de Erosão (FD), Concentração
de Erosão (CE) e Potencial de Erosão (PE). Os atributos topográficos do relevo, como plano e perfil de curvatura, declividade e hipsometria, são
importantes indicadores que podem caracterizar processos geoambientais, incluindo os processos erosivos lineares. A análise integrada mostrou que
a curvatura da vertente convergente convexa – quando analisada em plano e em perfil – é a mais susceptível a esse tipo de erosão na área estudada.
Já ao que diz respeito à declividade e hipsometria, a concentração de erosão está na classe entre 4 a 7% e 330 – 380m, área de média vertente. A
localização das erosões também condiz com a classe SP IV do Sistema Pedológico da Região Noroeste do Paraná, elaborado por NAKASHIMA
(2000), classe essa bastante vulnerável aos processos erosivos. Neste sistema pedológico, encontrado em maior quantidade na margem esquerda
do rio Ivaí, a cobertura latossólica ocupa todo o topo e alta vertente. A partir da média vertente para jusante, verificam-se transformações verticais
e laterais passando para uma cobertura argissólica, o que se evidencia com mais clareza próximo aos sopés da vertente. Tais resultados corroboram
com o estudo anterior (MANGUEIRA, 2012), onde o maior índice de concentração de cicatrizes erosivas foi encontrado também na margem esquerda do Ivaí, com predomínio de Argissolos.
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Nº 0167
Tema Projeto SIMULAÇÃO DA ESTABILIDADE DE ENCOSTA UTILIZANDO O MODELO
TRIGRS
Aluno de Iniciação Científica: Karen Estefania Moura Bueno (PIBIC-AF/CNPq)
Colaborador: Felipe Costa Abreu Lopes
Palavras-chave: Deslizamentos, Modelo TRIGRS, Precipitação
Em março de 2011, a Serra do Mar e o litoral paranaense foram afetados por um evento pluviométrico de grande magnitude, o qual desencadeou
uma série de deslizamentos e enchentes. Um dos locais mais atingidos foi a bacia do Bom Brinquedo, a qual compreende uma área de 0,17 km²,
localizada no município de Antonina. Nas encostas do morro Bom Brinquedo havia um bairro residencial, o qual foi todo afetado pelos deslizamentos, tendo as residências destruídas, famílias inteiras desalojadas e a uma vítima fatal. Tendo em vista o evento ocorrido, o objetivo desse trabalho é
descrever os fenômenos ocorridos na bacia do Bom Brinquedo e aplicar o modelo de estabilidade de encostas TRIGRS (Transient Rainfall Infiltration and Grid-based Regional Slope Stability Model). Este modelo foi desenvolvido por Baum et al (2002) e calcula a estabilidade de encostas por
meio de combinações de análises hidrológicas e de estabilidade de maneira transiente, onde as mudanças da poro-pressão do solo são calculadas
através do método do Fator de Segurança (FS) e a capacidade de infiltração da chuva conforme o avanço da infiltração segundo o método de Iverson (2000). Os parâmetros do modelo são: intensidade de precipitação, declividade, profundidade do solo, profundidade do nível freático inicial,
condutividade hidráulica, difusividade hidráulica, coesão para tensão efetiva, ângulo de atrito interno e peso total da unidade de solo. Vale ressaltar
que o modelo TRIGRS considera as características oriundas do modelo digital de terreno (MDT). Os dados utilizados nas simulações foram obtidos
em campo na área de estudo e foram coletados após o evento em questão. Foram considerados na simulação os valores de precipitação medidos
para o evento considerado. Os resultados mostram simulações de estabilidade de encostas da área de estudo para três cenários distintos, onde a os
dados de precipitação variaram temporalmente.
DINÂMICA SEDIMENTAR FLUVIAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
CUBATÃO DO NORTE – SC
Aluno de Iniciação Científica: Marcos Eduardo de Paula Modesto (PIBIC/CNPq)
Orientador: Fabiano Antonio de Oliveira
Palavras-chave: Sedimentos, Granulometria, Fluvial
O trabalho tem por finalidade principal o estudo da evolução paleogeográfica da planície costeira norte do estado de Santa Catarina. As margens
fluviais dos rios Cubatão do Norte, Pirabeiraba e São João foram estudadas por meio de análises granulométricas e estatística descritiva, com o
objetivo de se encontrar as principais características e/ou possíveis similaridades na disposição dos estratos. Os procedimentos adotados para a
análise granulométrica foram os métodos de pipetagem, para análise dos sedimentos finos (argila e silte), e de peneiramento, para as demais frações
granulométricas. Os resultados obtidos até o momento se baseiam unicamente no método de peneiramento. As análises pautadas na metodologia de
pipetagem serão concluídas e posteriormente incluídas à análise geral. A análise estatística da amostra do Ponto 1 (rio São João), indicou uma maior
presença de sedimentos mais grosseiros, como “areia muito grossa” e “grânulos e seixos”, conforme definição da escala Wentworth. Os estratos analisados no Ponto 2 (rio Pirabeiraba) apresentaram variação na deposição dos sedimentos de granulometria maior, como “areia muito grossa” e “grânulos e seixos”. Comparando-se os resultados das duas primeiras camadas do perfil (P2-1 e P2-2), observa-se grande variação na porcentagem de
material grosseiro. A camada mais superficial apresentou 44,5% de sedimentos de granulometria “areia grossa”, ao passo que a camada subsequente
se compõe de mais de 73% de “grânulos e seixos”, indicando uma maior competência de transporte do rio no momento da deposição desta camada.
Os últimos dois estratos observados no perfil, respectivamente P2-5 e P2-6, também apresentaram diferenças na quantidade de granulometria maior.
O quinto estrato se demarca pela presença de mais de 58% de “grânulos e seixos” enquanto o sexto apresentou apenas 7,1%, predominando frações
sedimentares do tipo “areia muito grossa”, perfazendo 54,3% da camada. Os rios estudados se localizam em ambientes de planície costeira e as
oscilações observadas podem estar relacionadas tanto à ocorrência de grandes eventos pluviométricos quanto à variação do nível marinho, que pode
eventualmente ocasionar alterações na dinâmica do fluxo hídrico dos cursos d’água. Nenhuma das amostras apresentou caráter bimodal nas frações
granulométricas, indicando comportamentos mais homogêneos durante as fases de deposição dos diferentes estratos.
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Nº 0169
Tema Projeto ESTILOS FLUVIAIS DO RIO SAGRADO (MORRETES/PR): COMPARA-
ÇÃO NOS ANOS DE 2006 E 2011
Aluno de Iniciação Científica: Monica Kleina (IC-Voluntária)
Orientador: Leonardo José Cordeiro SantosColaborador: Eduardo Vedor de Paula
Palavras-chave: Mapeamento, Feições Fluviais, Produção de Sedimentos
A fisiografia fluvial é definida através de princípios físicos que regulam o escoamento da água na superfície terrestre, responsáveis pela esculturação
do relevo. Ela define um arranjo espacial diferenciado na calha fluvial, caracterizado por feições fluviais. Utilizando como base de informação as
feições fluviais (ilhas e barras), aplicou-se a metodologia de Brierley & Fryirs (2003), intitulada River Styles, adaptada ao modelo de Lima (2010).
Esta metodologia permite classificar e representar cada segmento de um rio, visando identificar seus principais atributos morfológicos. A escolha
da área em estudo se deve a alta produção de sedimentos pela bacia e áreas que drenam para a baía de Antonina (PAULA, 2010). Por isto coube
aplicar os Estilos Fluviais, que mostram esses sedimentos depositados em forma de feições, tornando-se possível visualizar seu comportamento. As
feições foram identificadas através de fotointerpretação, utilizando das imagens SPOT-5 de 2006 e WorldView de 2011, (verificadas nas imagens do
programa Google Earth), e mapeadas no software ArcGis10. O objetivo deste trabalho foi realizar um mapeamento das feições fluviais presentes no
rio Sagrado (Morretes/PR), para posteriormente mapear os Estilos Fluviais, de acordo com as principais características de cada trecho avaliado. Este
mapeamento se procedeu para os anos de 2006 e 2011, tornando-se possível realizar uma análise comparativa tanto para a produção de sedimentos,
quanto para os Estilos Fluviais. Com a realização do campo, foi possível visualizar as feições mapeadas para o ano de 2011, confirmando o assoreamento do rio. Outro apoio para este mapeamento refere-se a dados altimétricos, características do vale, sinuosidade e forma do canal. Em relação
à produção de sedimentos, houve um considerável acréscimo, comprovando seu comportamento instável. Devido à sinuosidade e declividade do
canal, as feições fluviais são formadas a partir do terço médio, sendo encontradas até próximo a sua foz. Mapearam-se sete modalidades de Estilos
Fluviais, sendo as mesmas para os dois anos (exceto pela localização dos sedimentos nos dois últimos segmentos). Os Estilos Fluviais possibilitaram verificar as mudanças presente no rio Sagrado, demonstrando sua dinâmica, no contexto de evolução da paisagem.
Nº 0170
Tema Projeto A RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS GEOMORFOMÉTRICAS DO RELEVO E
OS PROCESSOS DE MOVIMENTO DE MASSA NA REGIÃO CENTRAL DA
SERRA DO MAR PARANAENSE
Aluno de Iniciação Científica: Priscila Schilipack (Pesquisa voluntária)
Orientador: Claudinei Taborda da Silveira Colaborador: Sarah Manzoli Dias
Palavras-chave: Assinatura Geométrica do Relevo, MDT, Movimento de Massa
No dia 11 de março de 2011 ocorreu na região central da Serra do Mar Paranaense, designada localmente de Serra da Prata, um conjunto catastrófico
e simultâneo de escorregamentos, corridas de detritos e inundações associadas a depósitos na planície. O evento resultou em grandes prejuízos pela
destruição total ou parcial de casas, ruas, estradas, pontes, lavouras e, tragicamente, um óbito, demonstrando a necessidade de estudos na região
envolvendo o entendimento dos processos de movimento de massa, o que motivou a pesquisa. Nesse caso, o relevo aparece como um dos principais
condicionantes, pois interfere diretamente nas atividades erosivas, no volume e na velocidade do escoamento superficial. A abordagem matemática
realizada, através da geração de Modelo Digital do Terreno (MDT) e seus derivados, como declividade e plano de curvatura, teve como objetivo
principal encontrar uma relação entre determinadas feições morfológicas e processos específicos na paisagem, caracterizando assim uma possível
assinatura geométrica. Para isso, esses três atributos topográficos foram combinados e classificados. Além disso, foram delimitadas, com a ajuda de
imagem de satélite WorldView1, de resolução de 60 cm, as porções do terreno onde ocorreram os processos de escorregamento, corridas de detritos
e inundações associadas a depósitos. A intersecção dessas duas informações permitiu concluir que os escorregamentos encontram-se nas maiores
altitudes, acima de 400m, as quais são resultado da maior resistência litológica dos corpos graníticos. As corridas de detritos apresentaram-se como
evento subsequente aos escorregamentos, concentrando-se nas áreas convergentes das vertentes, nos fundos de vale, contribuindo para o transporte
e a mobilização de depósitos pretéritos, além de troncos de árvores e fluxo de lama. A planície, caracterizada por baixas altitude e declividade, sofreu
com a deposição do material mobilizado à montante – apresentando cones dentríticos nas desembocaduras dos rios – e com o extravazamento do
rio Jacareí para o leito maior.
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Nº 0171
Tema Projeto IDENTIFICAÇÃO DE UNIDADES MORFOLÓGICAS DO RELEVO NO ES-
TADO DO PARANÁ APOIADAS EM ATRIBUTOS TOPOGRÁFICOS DERIVADOS DE MODELO DIGITAL DO TERRENO (MDT).
Aluno de Iniciação Científica: Rayman Aluy Virmond Juk (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Claudinei Taborda da Silveira Colaborador: Ricardo Michael Pinheiro Silveira
Palavras-chave: Mapeamento Geomorfológico, Geomorfometria, MDT
O reconhecimento, compreensão e delineação das múltiplas variáveis que compõe o meio físico- natural são de grande importância para alicerçar
ações de planejamento e gestão ambiental e territorial, sendo o mapeamento geomorfológico um importante instrumento de apoio. A demanda de
cartografia geomorfológica é crescente, no entanto o método convencional é um processo oneroso e caro, pois envolve extensos trabalhos de campo.
Face essa questão é necessário o avanço de técnicas de inferência espacial, apoiada no avanço das geotecnologias e informática. Nesse sentido, o
presente trabalho tem por objetivo identificar unidades morfológicas do relevo apoiando-se na análise digital dos atributos topográficos derivados
de um Modelo Digital do Terreno, obtido a partir de dados planialtimétricos de cartas topográficas na escala 1:25000, na porção central da Serra
do Mar Paranaense, que abrange quatro cartas topográficas na escala 1:25.000 (2858-1 NE, 2858-1 SE, 2858-2 NO e 2858-2 SO). Dentre os atributos topográficos utilizados destacam-se: declividade, plano e perfil de curvatura e a própria hipsometria, que foram particionados de acordo com
parâmetros definidos e cujas combinações que resultam nas distintas formas do terreno foram realizadas pelo processo de álgebra de mapas. Uma
primeira classificação consistiu na combinação do plano de curvatura com a declividade, resultando em 9 classes morfológicas (áreas convergentes,
divergentes e planares, combinada com três classes de declividade: 0-6%; 6-30%; > 30%. Em seguida, foi aplicada a proposta de mapeamento
automatizada de Weiss (2001), resultando em produtos com 10 ou 6 classes morfológicas. A pesquisa constatou o potencial de aplicação do MDT e
seus subprodutos, aliado às técnicas de SIG e geoprocessamento, aos trabalhos de cartografia do relevo em escala regional. A proposta se mostrou
eficaz, exequível e com grande aplicabilidade, além de oferecer subsídios aos trabalhos de mapeamento geomorfológico.
Nº 0172
Tema Projeto A ESPACIALIDADE DE PRÁTICAS ALTERNATIVAS DE SAÚDE: CENTROS
ESPÍRITAS E BENZEDEIRAS EM AVARÉ/SP
Aluno de Iniciação Científica: Marcelo Santini Medaglia Marcelo (PIBIC/CNPq)
Orientador: Francisco de Assis Mendonça
Palavras-chave: Conhecimento Vernacular, Práticas de Saúde, Fitoterapia
Os cuidados e práticas de saúde da população são bastante diversificados e envolvem tanto aspectos científicos, econômicos e políticos quanto
culturais. As sociedades tradicionais, embasadas em conhecimento vernacular, desenvolvem várias práticas tais como a benzição, o curandeirismo,
o uso de ervas, etc. para tratar dos males das populações. No presente estudo dois tipos destas práticas foram analisados - os centros espíritas (institucionalizada) e das benzedeiras (livre), ambas envolvendo tanto aspectos materiais quanto religiosos. O uso da fitoterapia, muito evocado por
estas práticas, se faz presente desde a antiguidade dos povos; os medicamentos daí produzidos a partir de plantas medicinais são, em sua maioria,
corriqueiras na cultura brasileira, além da utilização diferenciada de líquidos (chás e infusões) entre centros espíritas e benzedeiras. Na presente pesquisa foi analisada a espacialização destas duas práticas de saúde tendo como foco o município de Avaré, estado de São Paulo. Entre os resultados
obtidos na pesquisa, alguns revelam a grande demanda que existe para os centros espíritas na atualidade, tanto por pessoas adeptas do espiritismo
como de religiões e credos distintos; estas instituições existem em maior numero que as benzedeiras na cidade e estão localizadas na área central
e pericentral urbana, geralmente associada aos bairros com maior densidade demográfica. As benzedeiras, por outro lado, não são facilmente encontradas, por conta do progresso que a medicina acadêmica em detrimento do conhecimento vernacular ou tradicional; elas estão localizadas na
periferia da área urbana em locais de concentração de população de baixa renda. Um motivo que pode ter acarretado na redução desta prática nas
cidades é a modernização rural e urbana, no centro-sul do Brasil, que têm reduzido a atuação das benzedeiras, enquanto e surpreendentemente, a
procura pelos centros espíritas tem aumentado.
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CLIMA URBANO E DENGUE EM CIDADES DO CENTRO-SUL DO BRASIL:
CONDICIONANTES CLIMATOLÓGICOS EM FOZ DO IGUAÇU
Aluno de Iniciação Científica: Nathan Rodrigues de Lima (PIBIC/CNPq)
Orientador: Francisco de Assis Mendonça
Palavras-chave: Condicionantes Ambientais, Clima Urbano, Dengue
O processo global de urbanização encontra-se, hodiernamente, num estágio avançado, sobretudo nos países periféricos. O ambiente saturado, principalmente no que diz respeito à atmosfera citadina, apresenta-se degradado em muitas regiões do globo, gerando demanda por estudos específicos.
Frente a esta realidade, coloca-se a perspectiva do clima urbano. Esta possui como objetivo contribuir, a partir de seus resultados, com propostas
para o planejamento urbano, de maneira a tornar os efeitos atmosféricos da urbanização menos agravantes à população citadina. Partindo deste
princípio, busca-se aqui, como objetivo principal, uma análise do clima urbano como fator limitante ao desenvolvimento e expansão da dengue,
visto que a doença está fortemente atrelada a fatores ambientais urbanos. Destacamos neste ponto a utilização da metodologia do Sistema Clima
Urbano - SCU, desenvolvida por Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro (1976). Num primeiro momento, tem-se como foco a apresentação e
caracterização do estado da arte do clima urbano no Brasil, tendo como base o Banco de Teses e Dissertações da CAPES, no intervalo entre 1990
e 2010. Buscou-se também uma análise aprofundada dos estudos do clima urbano elaborados sobre a região Sul do Brasil (1987 a 2012), visto
o direcionamento do projeto de pesquisa. Desta forma, torna-se possível expor a espacialização dos estudos de caso em clima urbano no Brasil,
assim como os eixos de pesquisa hegemônicos e suas justificativas. Outrossim, os estudos referentes a região Sul brasileira tiveram como objetivo o
embasamento teórico e a obtenção de um conjunto de dados a nortear a fase final da pesquisa, isto é, a aplicação da metodologia em estudo de caso
referente a cidade de Foz do Iguaçu - PR. Com o auxílio do trabalho de campo, tornou-se possível a obtenção de dados de temperatura "in loco" da
cidade de Foz do Iguaçu, captada através de pontos distribuídos estrategicamente em regiões densamente urbanizadas, urbanizadas e regiões com
maior presença/proximidade de áreas verdes. Assim, os resultados culminam com um mapeamento das áreas onde os fatores ambientais relacionados ao clima urbano indicam a formação de condições favoráveis ao vetor da dengue - Aedes aegypti, na cidade de Foz do Iguaçu.
OCORRÊNCIA E PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO DO GOLFINHO-NARIZ-DE-GARRAFA, TURSIOPS TRUNCATUS (MONTAGU, 1821) NA BAÍA DE GUARATUBA, PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Felipe Rodrigues (IC-Voluntária)
Orientador: Camila Domit
Palavras-chave: Tursiops truncatus, Guaratuba, Cetáceos
O golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) ocorre tanto em águas costeiras quanto oceânicas e é considerado cosmopolita. No Estado do Paraná sua ocorrência é descrita apenas por métodos etnobiológicos e restrito a avistagens oportunísticas. Considerando seu padrão de distribuição na
zona costeira do sul do Brasil e a plasticidade comportamental da espécie, este estudo tem por objetivos analisar de forma sistemática a ocorrência
o padrão de distribuição desta espécie na Baía de Guaratuba, além de avaliar a forma de uso da área. As coletas de dados foram realizadas entre
abril e junho de 2013, sendo semanalmente a partir de um ponto fixo, onde foram realizadas amostragens em períodos de cinco horas por dia, e
quinzenalmente por meio de uma embarcação, realizando transectos pré-estabelecidos na desembocadura e área interna a Baía. Foram realizados
oito dias de amostragem, sendo cinco em ponto fixo e três embarcado, totalizando 32h46min de esforço de campo. Os golfinhos estavam presentes
em 37,5% dos dias de esforço, totalizando cinco avistagens de T. truncatus, onde foram registrados entre 1 a 3 indivíduos por grupo (Média dos
grupos= 1,5± 0,83; n=08). Todas as avistagens de T. truncatus foram obtidas pelas campanhas amostrais por meio de ponto fixo. A distância média entre o ponto-fixo de observação e os indivíduos amostrados foi de 340,6 metros (SD ± 212,83; entre 75 e 650 metros). A principal atividade
comportamental observada foi a de alimentação (80%), seguida de deslocamento (20%). Todos os registros foram obtidos na maré enchente e a
área mais utilizada por estes animais foi o setor ao redor da área de travessia de ferry-boats (57,14%). A continuidade das amostragens na região,
considerando as variáveis sazonais e espaciais, trarão informações para realizar ações de gestão na área estudada e descritas no Plano de Ação
Nacional de Pequenos Cetáceos como prioritárias para a conservação da espécie.
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Nº 0175
Tema Projeto ATUALIZAÇÃO DA BASE DE DADOS DE PEIXES RECIFAIS DO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Humberto Luiz Nadolny Gerum (PIBIC-AF/CNPq)
Orientador: Henry Louis Spach
Co-Orientador: Daphne Spier Moreira Alves
Palavras-chave: Checklist, Ictiofauna, Censo Visual
A disponibilidade de informações a respeito de espécies de peixes presentes em ambientes recifais ainda é restrita no Brasil, não sendo suficiente
para o desenvolvimento de planos de manejo, que possibilitam o monitoramento e a preservação desses ambientes. Apesar do aumento considerável
dos estudos sobre peixes recifais nos últimos anos, o litoral do Paraná ainda representa uma lacuna no conhecimento científico nesta área. A maior
parte dos estudos de peixes da Baía de Paranaguá utilizou metodologias que pouco contemplam os ambientes recifais. Dessa forma, o objetivo
desse trabalho foi atualizar a base de dados de peixes de habitats consolidados do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP). Foram realizadas
amostragens semanais, entre outubro 2012 e abril de 2013, em ambientes naturais com substrato consolidado e ambientes artificiais do Complexo
Estuarino de Paranaguá, através de mergulhos em apnéia, arbalete e espinhel. Foram identificados nas observações de campo exemplares de peixes de 18 ordens, 46 famílias, 83 gêneros e 98 espécies. Uma maior diversidade de espécies foi observada nas famílias Carangidae (10 espécies),
Serrandidae (8), Haemulidae (7), Syngnathidae (6), Ariidae e Tetraodontidae (5 cada), Lutjanidae e Atherinopsidae (4 cada), com 32 famílias
apresentando entre ente uma e três espécies, na sua maioria (26 famílias) representadas na área por apenas uma espécie. Os levantamentos realizados até o momento constataram pela primeira vez no Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) a presença de espécies das famílias Muraenidae,
Pomacentridae, Pomacanthidae, Chaetodontidae e Scaridae e das espécies Dasyatis zugei, Dasyatis americana, Aetobatus narinari, Gymnothorax
funebris, Epinephelus marginatus, Hyporthodus niveatus, Mycteroperca acutirostris, Mycteroperca microlepis, Rypticus saponaceus, Serranus
flaviventris, Lutjanus cyanopterus, Lutjanus jocu, Abdefduf saxatilis, Stegastes fuscus, Stegastes variabilis, Pomacanthus paru, Chaetodon striatus,
Sparisoma axillare e Odontoscion dentex. Essas novas ocorrências para a área do CEP, representam para área um acréscimo de 8% e 9% no número
de famílias e espécies, respectivamente.
Nº 0176
Tema Projeto ABUNDÂNCIA E VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DE ESPÉCIES DOMI-
NANTES DE FITOPLÂNCTON NO LITORAL PARANAENSE E ANÁLISE INICIAL DOS SEUS ESPECTROS DE ABSORÇÃO
Aluno de Iniciação Científica: Ícaro Marx Cuesta Duarte (IC-Voluntária)
Orientador: Luiz Laureno Mafra Júnior Colaborador: Maurício Almeida Noernberg, Byanka Myzerkowski
Palavras-chave: Fitoplâncton, Coeficiente de Absorção, Baía de Paranaguá
Foram realizados dois estudos complementares que nos permitem estabelecer padrões em relação aos espectros de absorção de cada grupo fitoplânctônico.No primeiro trabalho, comparamos a abundância e composição fitoplanctônica em cinco pontos da Baía de Paranaguá (PR) com os coeficientes de absorção do fitoplâncton (afito(λ)). No dia 05/04/2012 foram coletadas amostras subsuperficiais para identificação taxonômica e contagem
das células >20µm (microfitoplâncton). Foram registrados 36 táxons distintos, dentre diatomáceas penadas (13), cêntricas (12) e dinoflagelados
(11). A abundância total seguiu um gradiente crescente em direção ao interior do estuário, apresentando mínimo no ponto 1 (mais externo) e máximo
no ponto 4 (transição entre setores meso e eurihalino). Tal gradiente foi dominado pela diatomácea Guinardia delicatula, com abundância entre
30.100 cel·L-1 no ponto 1 e 183.900 cel·L-1 no ponto 4.. A elevação do coeficiente de absorção (afito) na faixa da clorofila-c total (λ=630-639nm)
corroborou a dominância de diatomáceas. Adicionalmente,a partir do segundo estudo foram fornecidos dados preliminares sobre os coeficientes de
absorção específica do fitoplâncton, a partir de cultivos de células isoladas da baía de Paranaguá (PR).Rhodomonas lens (criptofícea), Tetraselmis
suecica (clorofícea), Prorocentrum minimum (dinoflagelado), Coscinodiscus wailesii e Pleurosigma sp. (diatomáceas) foram as espécies cultivadas.
Os cultivos apresentaram concentrações médias de 6,99·105, 9,8·105, 7,03·104, 6,72·101 e 1,15·105 cel·ml-1, e concentrações de clorofila-a de
221,3, 814, 57,9, 81,2 e 383,4 µg·dm-3, respectivamente, rendendo conteúdos celulares de clorofila-a entre 0,32 pg·cel-1 (R. lens) e 1208 pg·cel-1
(C. wailesii). Ainda que todos os cultivos tenham apresentado coeficiente de absorção mais elevados em torno das faixas de absorção da clorofila-a (443 e 675 nm). Os resultados preliminares indicaram algumas feições peculiares, como os picos de clorofila-b (483 nm e 650 nm) exibidos
pela clorofícea, único dos cultivos a ter esse pigmento detectado. A criptofícea apresentou alto coeficiente de absorção na faixa dos carotenóides
(~480nm), além de picos característicos na região da clorofila-c total (630–640 nm). Além desta, as diatomáceas C. wailesii e Pleurosigma sp.
também apresentaram picos de absorção correspondentes à clorofila-c (total). Este trabalho contribui para o estudo da especificidade da absorção
espectral entre as distintas classes fitoplânctônicas.
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MORFOLOGIA DOS ÓRGÃOS DE KÖLLIKER DE PARALARVAS DE OCTOPUS VULGARIS (CEPHALOPODA: OCTOPODIDAE) EM RESPOSTA A
DIFERENTES SALINIDADES
Aluno de Iniciação Científica: Juliana Midori Huy (PIBIC/CNPq)
Orientador: Erica Alves Gonzales Vidal
Palavras-chave: Osmorregulação, Ecologia Experimental, Ultraestrutura
Os cefalópodes são invertebrados altamente desenvolvidos. A espécie alvo deste estudo, Octopus vulgaris tem como estratégia de vida a produção
de grande quantidade de ovos de pequeno tamanho, os quais produzem indivíduos planctônicos que durante esta fase ocuparão um nicho ecológico
diferente dos adultos bentônicos. Nestes indivíduos, denominados paralarvas, é possível verificar a existência de ultraestruturas semelhantes a tufos,
denominados Órgãos de Kölliker (OK). Várias hipóteses existem a fim de investigar a funcionalidade destas estruturas, a qual ainda é desconhecida,
tais como: auxílio na flutuabilidade, osmorregulação e mecanismo de defesa contra predadores, relacionados com a sobrevivência durante a fase
planctônica. Este trabalho explora as possíveis respostas morfológicas dos OK em relação à osmorregulação, importante mecanismo fisiológico
para sobrevivência no ambiente marinho. Os objetivos são: 1) comparar e descrever o número médio de OK presentes em uma área de 10000µm2
nas regiões do manto, cabeça e braços de paralarvas recém-eclodidas de Octopus vulgaris sob diferentes salinidades e, 2) obter a densidade média
de OK que romperam a epiderme e seu diâmetro médio nas mesmas regiões do corpo das paralarvas sob diferentes salinidades. O experimento
abrangeu cinco salinidades – 15, 20, 27, 34 e 37 – e as análises foram realizadas com o uso de imagens de microscopia eletrônica de varredura. Os
resultados mostram que, no que diz respeito à densidade de OK, número de OK irrompidos e diâmetro médio em paralarvas de mesma salinidade,
existe diferença entre as regiões do corpo. O manto apresenta a maior densidade média (7,3; 8,3; 8,8; 4,9 e 4,5 em 10000µm2, nas salinidades 15,
20, 27, 34 e 37 respectivamente), porém, apesar de os braços possuírem menor densidade (4,6; 3,1; 5,4; 2,8 e 3,6 a cada 10000µm2) e diâmetro
médio dos tufos (8,8; 10,6; 9,3 e 12,5 µm nas salinidades 15, 20, 27 e 37 respectivamente), existe uma maior proporção no número de OK irrompidos por área (1,6; 2,2; 4,7; 0,5 e 3,6). Quando realizada a comparação entre áreas do corpo das paralarvas sob diferentes salinidades, as respostas
morfológicas mais notáveis nos OK ocorrem em salinidade 27, isto é, um maior número de OK irrompidos foi observado nesta salinidade (50%
dos OK presentes na área) em relação às demais.
Nº 0178
Tema Projeto PADRÕES DE CRESCIMENTO E USO DE HABITAT DE ATHERINELLA
BRASILIENIS E ANCHOA TRICOLOR NO COMPLEXO ESTUARINO DE
PARANAGUÁ, PARANÁ.
Aluno de Iniciação Científica: Kamila Maier Santos (PIBIC/CNPq)
Orientador: Henry Louis Spach
Co-Orientador: Barbara Maichak de Carvalho, Fernanda Eria Possatto
Departamento: Centro de Estudos do Mar Colaborador: Felipe Abbatepaulo, Ana Passos.
Palavras-chave: Peixes, Crescimento, Baía de Paranaguá
O presente trabalho teve como objetivos identificar os padrões temporais e espaciais de ocupação de Atherinella brasiliensis e Anchoa tricolor nas
áreas entre marés; e estimar através de dados de distribuição de frequência de tamanho o crescimento das duas espécies. O período de amostragem foi
de agosto de 2010 a julho de 2011. As coletas foram realizadas mensalmente, na maré de quadratura em 17 pontos do eixo Norte-Sul do Complexo
Estuarino de Paranaguá (CEP). A rede utilizada nos arrastos foi do tipo “picaré”. Em cada ponto de arrasto, também foram amostrados dados de
salinidade, temperatura, clorofila, turbidez e sedimentos (granulometria e matéria orgânica). Um total de 10382 exemplares de Atherinella brasiliensis e 32495 exemplares de Anchoa tricolor foram capturados. As espécies Anchoa tricolor e Atherinella brasiliensis estiveram presentes na área
principalmente como recrutas, seguido pelos pequenos adultos e uma ocorrência mínima de grandes adultos. Observando o comprimento padrão
médio dos indivíduos é possível notar alguns padrões de distribuição por tamanho nos setores do CEP. As espécies Atherinella brasiliensis e Anchoa
tricolor apresentam aumento no comprimento padrão do Setor Interno para o Setor Externo. Esse padrão é provavelmente resultado da procura pelos
jovens dessas espécies, por áreas mais internas mais favoráveis a sobrevivência em função de maior proteção contra predadores (maior turbidez) e
maior disponibilidade de alimentos. Não foram evidenciadas diferenças significativas entre setores em relação a densidade e biomassa da espécie
Atherinella brasiliensis, por outro lado, no período chuvoso a densidade e a biomassa foram significativamente maior do que no período seco. Para
a espécie estuarina Anchoa tricolor, em média a densidade e a biomassa foi maior no Setor Interno. Considerando-se os períodos seco e chuvoso,
a densidade e a biomassa foram maiores no período chuvoso, principalmente no final desse período. Nas fases iniciais do ciclo de vida, os padrões
distribuição de tamanho de Atherinella brasiliensis e Anchoa tricolor parecem indicar a mesma estratégia de ocupação voltada para a otimização da
sobrevivência em função de uma maior disponibilidade de alimento e a presença de melhores condições de proteção contra predação. Por outro lado
a competição interespecífica estaria sendo reduzida através de diferenças nos padrões de distribuição da abundância e biomassa.
105
Nº 0179
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO DO ZOOPLÂNCTON DA BAÍA DO ALMIRANTADO,
ILHA REI GEORGE, ANTÁRTICA
Aluno de Iniciação Científica: Marcella Mordaski Córdova (PIBIC/CNPq)
Orientador: Theresinha Monteiro Absher
Palavras-chave: Antártica, Zooplancton, Copépodes
O zooplâncton é um componente do plâncton constituído por um grupo diversificado de organismos que vivem na coluna d’água dos oceanos. Tem
um importante papel na reciclagem de nutrientes. Dividem-se em dois grandes grupos: 1) holoplâncton - permanecem durante todo o ciclo de vida
no plâncton; 2) meroplâncton - estão presentes no plâncton somente durante uma parte do seu ciclo de vida. Grande parte dos estudos realizados
na região da Ilha Rei George (Antártica) apresenta os copépodes, salpas e eufausiáceos como os componentes mais abundantes do zooplâncton
antártico, tanto em número como biomassa. O presente trabalho está inserido no programa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Antártico
de Pesquisas Ambientais - INCT-APA do CNPq e tem por objetivo caracterizar o zooplâncton da Baia do Almirantado (Ilha Rei George) em cinco
pontos de coleta próximos às estações de pesquisa de Machu Picchu (MP), Comandante Ferraz (CF), Thomas Point (PT), Arctowski (AR) e um controle em Botany Point (BP) com a finalidade de avaliar a influência das estações de pesquisa sobre a composição do zooplâncton. Durante a XXVIII
Operação Antártica Brasileira (2009/2010) foram coletadas amostras de zooplâncton nos dias 11, 15, 23 e 29 de dezembro de 2009. Foi utilizada
uma rede cônica de plâncton (malha 150 μm) com abertura da boca de 60 cm de diâmetro provida de um fluxômetro. Foram feitos três arrastos
oblíquos consecutivos em cada estação, de 30m de profundidade até a superfície com cinco minutos de duração cada a uma velocidade aproximada
de 2 nós. Em um total de 15.882 organismos zooplanctônicos coletados os mais abundantes holoplanctônicos foram os copépodes, seguidos pelas
salpas e dentre os meroplanctônicos foram as larvas de equinoderma seguidas das larvas de poliquetas. O ponto próximo à estação Arctowski, no dia
29 de dezembro foi o que apresentou maior número de indivíduos (1662 copépodes). Foi verificada maior diversidade e abundância do zooplâncton
nas proximidades das estações de pesquisa indicando uma provável influência antrópica no ambiente marinho adjacente.
Nº 0180
Tema Projeto MIGRAÇÃO VERTICAL DIÁRIA DO ICTIOPLÂNCTON NA ZONA DE ARRE-
BENTAÇÃO DA PRAIA DE PONTAL DO SUL - PR
Aluno de Iniciação Científica: Marina Cardoso Lima (PIBIC/CNPq)
Orientador: Marco Fábio Maia Corrêa
Palavras-chave: Ictioplâncton, Migração, Praia Arenosa
O ictioplâncton corresponde às primeiras fases da vida do peixe adultoe correspondeà fase de recrutamento. É considerado de extrema importância
por fornecer informações sobre a ecologia das espécies bem como permitir previsões do futuro recurso pesqueiro. O estudo tem por objetivo confirmar, quantificar e caracterizar a migração nictemeral de ovos e larvas dos peixes (os componentes do Ictioplâncton) na zona de arrebentação de praias
arenosas. A área analisada situa-se no município de Pontal do Paraná, na Praia de Pontal do Sul – PR, sul do Brasil. O início da pesquisa que segue se
deu em 2010, com duas campanhas amostrais – verão e primavera – ambas com duração de 48 horas, totalizando a coleta de 162 amostras distribuídas
em 11 períodos. A amostragem foi realizada com rede de arrasto cilindro-cônica abrangendo a coluna d’água, em profundidade de aproximadamente
1,2 metros, e o fundo com auxílio de uma rede de epibentos. Foi contabilizado um total de 3434 ovos e 785 larvas, dos quais 2266 ovos e 498 larvas
foram capturados na coleta do verão e 1168 ovos e 287 larvas na coleta da primavera. No verão, foram coletados 655 ovos no fundo e 1611na coluna.
Na primavera foram coletados 248 ovos na coleta do fundo e 920 ovos na superfície. Para as larvas, na primavera foram obtidas 166 larvas no fundo
e 332 na coluna e no verão 141 no fundo e 146 na coluna.No verão as maiores densidades médias de ovos foram observadas respectivamente no
horário das 19:00 (na coluna), 19:00 e 23:00 (no fundo), as duas últimas não diferiram significativamente das observadas para as 23:00 e 7:00 horas
na coluna. De um modo geral as densidades médias de ovos foram maiores entre as 19 e 23 horas, sempre na coluna. Para as larvas, as diferenças
observadas entre as densidades médias em ambas as estações foram maiores (porém não significativamente diferente das demais) no horário das 23
horas no fundo. O processamento dessas amostras revelou um padrão diferente do verificado para misidáceos e copépodas, e a migração nictemeral
não foi detectada. Para larvas, a capacidade de evasão durante as amostragens pouco profundas possivelmente influenciaram nos resultados. Para
ovos, o padrão pode estar relacionado com o tipo de energia de ondas incidente no local. Para que essas hipóteses sejam corroboradas sugere-se um
novo planejamento amostral abrangendo maiores períodos espaço-temporais. Fatores oceanográficos como a altura da maré e pluviosidade, apesar de
testados neste trabalho, não apresentaram nenhuma correlação significativa com as densidades de ovos e larvas de peixes.
106
Nº 0181
Tema Projeto ANÁLISES MORFOMÉTRICAS CRANIANAS DE EXEMPLARES DE PON-
TOPORIA BLAINVILLEI (GERVAIS & D´ORBIGNY, 1844), ENCONTRADOS
NO LITORAL DO ESTADO DO PARANÁ.
Aluno de Iniciação Científica: Ronaldo Alves dos Santos Junior (IC-Voluntária)
Orientador: Camila Domit
Palavras-chave: Pontoporia blainvillei, Craniometria, Litoral do Paraná
A Toninha (Pontoporia blainvillei), cetáceo endêmico do Oceano Atlântico Sul Ocidental é classificada pela IUCN como vulnerável quanto ao risco
de extinção. Considerando as variações bioecológicas registradas ao longo da distribuição da espécie, foram estabelecidas quatro áreas de manejo
(FMA). Na FMA II está incluído o Estado do Paraná, onde toninhas são registradas encalhadas em praias desde a década de 80. Com o objetivo de
caracterizar a população de toninhas registrada no Paraná foi realizada uma analise morfométrica craniana dos exemplares. Com estas informações
foi possível analisar possíveis variações geográficas. Foram analisados espécimes depositados nas coleções científicas do Museu de Ciências Naturais da UFPR e Museu de História Natural do Capão da Imbúia e material coletado entre 2007 e 2012 durante monitoramentos nas praias dos municípios de Pontal do Paraná a Matinhos e nas Ilhas das Peças, Mel e Superagui. Para cada animal foi avaliado o estado de decomposição, determinado
o sexo e realizada a biometria. Os crânios foram mensurados utilizando 39 caracteres morfométricos com auxilio de paquímetro. Devido ao estado
de conservação, 41 exemplares puderam ser analisados e entre estes, 20 foram considerados cranialmente maturos. Apenas 8 indivíduos tiveram
o sexo determinado. O comprimento total (CT) dos indivíduos variou entre 1190 a 1630 mm (x=1255,14 mm ± 126,79) e o comprimento côndilo
basal (CBL) variou de 315 a 385 mm (x=318,48 mm ± 23,56). A análise de regressão entre as medidas de CT e CBL demonstra não haver um padrão
de crescimento entre estas medidas (R=-0,211 P>0.05). Entretanto, como é relatada diferença entre sexos quanto aos parâmetros de crescimento,
e a amostra analisada não pode ser separada por esta variável, é possível que o dimorfismo sexual seja responsável pelo resultado obtido. Os ossos
cranianos foram analisados quanto ao crescimento considerando agrupamentos funcionais e há um desenvolvimento ontogenético de alguns grupos.
Os caracteres morfométricos com menor coeficiente de variação intrapopulacional foram utilizadas para comparação interpopulacionais. As medias
de CT e CBL encontradas para o Paraná são inferiores aos de exemplares de outras FMA’s (CT Médio em mm FMA I=1280,35; FMA III=1338;
FMA IV=1382,0; CBL Médio FMAI=370,85mm). A caracterização morfométrica das toninhas do Paraná contribui com o conhecimento sobre a
estrutura populacional da espécie. Os resultados obtidos colaboram com a avaliação de estoque populacional considerada como ação prioritária
para a conservação da espécie.
Nº 0182
Tema Projeto REVISÃO DAS ESPÉCIES DE MOLUSCOS MARINHOS DEPOSITADAS NA
COLEÇÃO DO CEM/UFPR COM MANUTENÇÃO E COMPLEMENTAÇÃO
Aluno de Iniciação Científica: Silvio Luiz Ferreira (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Theresinha Monteiro Absher Colaborador: Gabriela de Paula
Palavras-chave: Identificação, Malacofalna, Conservação
A preservação das coleções biológicas atua de maneira decisiva para o conhecimento e preservação da biodiversidade de uma determinada localidade. Assim, a riqueza e o bom estado de conservação dos espécimes possibilita estudos de sistemática, filogenia e revisões taxonômicas de gêneros e
espécies de moluscos da fauna brasileira. Coleções são bancos que armazenam espécimes preservados de forma ordenada, utilizadas como base de
pesquisa científica, ensino, divulgação e referência de trabalhos científicos. O presente trabalho tem como objetivo reorganizar, catalogar, revisar,
digitalizar o Livro Tombo do Laboratório de Moluscos Marinhos (LMM) do Centro de Estudos do Mar (CEM/UFPR) e compilar informações da
distribuição da malacofauna. O trabalho de reorganização e manutenção consistiu na troca dos frascos, reformulação de etiquetas e substituição
de álcool (70%) nas amostras. O acervo do LMM esta em processo de revisão taxonômica, sendo organizado segundo bibliografia especializada.
Os espécimes encontrados na coleção do LMM (CEM/UFPR) são procedentes das campanhas de pesquisas (SUESTE, CONCITEC e REVIZEE),
dissertações de mestrado e teses de doutorado de diversos ambientes do litoral paulista, paranaense, catarinense e do continente Antártico. Os
caracteres diagnósticos utilizados para identificação dos bivalves basearam-se na morfologia da parte interna e externa da concha (cor, forma, ornamentação, simetria, charneira, ligamento, cicatrizes dos músculos adutores). Para os gastrópodes foram considerados a morfologia da parte externa
da concha (cor, ornamentação, formato, canal sifonal, abertura, opérculo). A referida coleção está sendo digitalizada e estruturada nos moldes dos
bancos de dados da rede paranaense de coleções biológicas: TAX on-line, com intuito de após o término deste trabalho solicitar a incorporação
desta coleção nesta rede de pesquisa. No acervo do LMM observaram-se quatro Classes de moluscos, tendo a predominância de Bivalvia (famílias
Veneridae, Mytilidae, Mactridae e Arcidae) e Gastrópoda (famílias Littoridae, Naticidae e Fissurellidae), distribuídos em um total de 44 famílias.
Também se observou espécies de ambientes estuarinos, costeiros e oceânicos, sendo estas amostras provenientes de regiões subtropical e polar.
Além disto, coleções didáticas estão sendo estruturadas que serão disponibilizadas a professores e estudantes do ensino fundamental e médio.
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MONITORAMENTO DE LONGO PRAZO DA BIOTA E DAS PROPRIEDADES FISICO-QUÍMICAS DA ÁGUA E DO SEDIMENTO EM UMA PRAIA ESTUARINA DA BAÍA DE PARANAGUÁ.
Aluno de Iniciação Científica: Bryan Renan Müller (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Mauricio Garcia de Camargo Co-Orientador: Fernanda Maria de Souza
Palavras-chave: Macrofauna Bêntica, Variabilidade Temporal, Múltiplas Escalas
Monitoramentos da macrofauna bêntica com dados quinzenais, durante mais de um ano, são importantes para avaliações de impactos ambientais
e gestão dos ambientes estuarinos, mas inexistentes no país. Além disso, nesses estudos de variações temporais, há o confundimento causado por
variações em pequenas escalas na interpretação das escalas maiores, o qual pode ser evitado realizando-se amostragens em escalas menores – como
dias, semanas e quinzenas - aninhadas e replicadas em cada escala. O presente trabalho visa analisar a variação temporal da macrofauna bêntica e
de características ambientais, ao longo de dois anos, em dois locais fixos de uma praia estuarina da Baía de Paranaguá. A praia da Ponta do Poço
foi analisada com base em dois locais (L1 e L2), distantes 100 metros entre si e próximos a área de instalação do futuro Porto de Pontal do Paraná.
Neles, foram realizados monitoramento quinzenal e amostragem hierárquica temporal, com análise da macrofauna bêntica, salinidade e pH da
água, clorofila-a, granulometria, teores de carbonato de cálcio e matéria orgânica, nitrogênio, fósforo e carbono orgânico total no sedimento. As
amostras de sedimento foram coletadas com um corer de 10 cm de diâmetro e altura, lavadas em campo e fixadas em formalina 4%. Os indivíduos
foram identificados até o menor táxon possível. As análises estatísticas serão realizadas utilizando-se uma ANOVA nested, com teste Student-Newman-Keuls, e uma análise espectral de séries temporais, com correlação cruzada entre as variáveis bióticas e físico-químicas, para a amostragem hierárquica e para o monitoramento, respectivamente. Neste estudo será considerado o período de amostragem entre novembro de 2010 e
novembro de 2012. Os oito táxons com maior abundância, até o momento, são: Misidáceo sp1, Anfípode sp1, Scoleleps chilensis, Dispio remanei,
Poecilochaetus serpens, Anfioxo, Bathyporeia sp1 e Prionospio pinnata. A salinidade variou de 23 a 34, com os maiores valores nos meses de
março e abril, e menores durante o mês de junho. Já o pH variou de 7,44 a 8,18, com valores máximos em maio e outubro, e mínimo em setembro.
L1 e L2 apresentaram diferenças nos parâmetros abióticos medidos, apesar de estarem situados na mesma praia. Uma possível causa pode ser a
influência do sangradouro natural presente na praia, o qual possui características heterogêneas a eles, podendo afetar os parâmetros granulométricos
e da água de suas adjacências. Estes são resultados preliminares do projeto, as análises químicas e granulométricas serão realizadas após o término
das amostragens, em agosto de 2013.
Nº 0184
Tema Projeto COMPOSICÃO E VARIABILIDADE ESPACIAL DO BOSTRYCHIETUM NA
BAÍA DE PARANAGUÁ (PARANÁ, BRASIL).
Aluno de Iniciação Científica: Inara Regina Wengratt Mendonça (PIBIC/CNPq)
Orientador: Paulo da Cunha Lana
Palavras-chave: Bostrychietum, Variabilidade Espacial, Salinidade
As comunidades de macroalgas que se desenvolvem aderidas aos substratos duros dos manguezais recebem o nome de Bostrychietum. São importantes por aumentar a biodiversidade local ao fornecerem refúgio, alimento e locais de reprodução para muitos animais. Assim como os manguezais,
estas comunidades vêm sendo muito afetadas por atividades antrópicas, o que justifica estudos sobre sua composição e distribuição. Este trabalho
tem o objetivo de avaliar a composição, distribuição e biomassa do Bostrychietum ao longo do eixo leste-oeste do complexo estuarino subtropical da
Baía de Paranaguá, na costa sul do Brasil, em um gradiente de salinidade de 15 a 30. Para avaliar a variabilidade em distintas escalas espaciais, adotei um planejamento espacialmente hierarquizado nos níveis de setores (dezenas de quilômetros), áreas (quilômetros a centenas de metros) e pontos
(dezenas de metros a metros). Até o momento foram encontradas 13 espécies de macroalgas: Bostrychia radicans, Bostrychia tenella, Bostrychia
binderi, Bostrychia calliptera, Bostrychia montagnei, Bostrychia pinnata, Caloglossa leprieurii, Caloglossa ogasawarensis, Catenella caespitosa,
Rhizoclonium riparium, Rhizoclonium africanum, Cladophoropsis membranacea, Boodleopsis pusilla, além de emaranhados de cianobactérias do
gênero Microcoleus. As espécies mais abundantes foram B. montagnei, B. pinnata e B. radicans, com biomassa seca média de 2,028 mg/cm², 1,587
mg/cm² e 1,168 mg/cm² respectivamente. A variabilidade da biomassa algal em distintas escalas espaciais foi avaliada por uma ANOVA aninhada.
Homocedasticidade e normalidade não foram atingidas para B. montagnei, entretanto a ANOVA aninhada é considerada robusta em relação a estas
violações. A biomassa de B. montagnei variou significativamente entre os setores, com p. valor de 0,0004. Devido à sua ausência no setor oligohalino pode ser considerada estenohalina de salinidades elevadas. A biomassa de B. radicans também variou significativamente entre setores, com
p.valor = 0,038. Aparentemente seu desenvolvimento é mais favorecido no setor oligohalino, onde foi mais abundante, embora esteja presente ao
longo de todo o gradiente estuarino. Variações significativas entre áreas foram observadas para B. radicans, p. valor = 0,035, e B. pinnata, p.valor
= 0,038, sendo a última uma espécie categoricamente eurihalina. No entanto, ambas são influenciadas por forçantes que atuam igualmente em menores escalas espaciais, como competição por espaço, taxa de insolação, ou presença de poluentes.
108
CARACTERÍSTICAS DA DINÂMICA HÍDRICA E ESTRATIFICAÇÃO DO
SUBESTUÁRIO BENITO (COMPLEXO ESTUARINO DE PARANAGUÁ) DURANTE UM CICLO DE MARÉ DE SIZÍGIA
Aluno de Iniciação Científica: Guilherme de Oliveira Cruz (PIBIC/CNPq)
Orientador: Mauricio Almeida Noernberg
Palavras-chave: Caracterização Hidrodinâmica, Estrutura Termo-Halina, Subestuário
O subestuário Benito, alvo desse estudo, localiza-se no eixo norte-sul do Complexo Estuarino de Paranaguá mais precisamente no extremo no norte
na baía das laranjeiras. Esse subestuário possui uma área liquída de 16.54 Km2, bacia de drenagem com 884,9 Km2 de área e densidade de drenagem 2.18 rios/km2. O objetivo deste estudo visa caracterizar o padrão de circulação, dinâmica hídrica e estrutura termo-halina do subestuário Benito
em um ciclo de maré de sizígia. Para o estudo, primeiramente foi feito um levantamento batimétrico a fim de se conhecer o assoalho do subestuário,
desse modo saberíamos os melhores locais para determinar os pontos para as amostragens. Para a coleta dos dados foram realizadas duas campanhas, sendo que para a primeira utilizou-se o equipamento CTD realizando medições horárias durante um ciclo de maré em quatro pontos amostrais
em uma seção transversal em relação à desembocadura, a fim de se obter os dados de salinidade, temperatura e densidade. A segunda coleta foi feita
na desembocadura do subestuário em perfilagens horárias utilizando um perfilador acústico (Sontek-ADP), durante um ciclo de maré, a fim de se
obter os perfis de velocidade da desembocadura do subestuário. Durante todo o período de coleta foi fundeado um correntômetro S4 InterOcean,
para sabermos a direção e intensidade das correntes e a variação da maré. No subestuário a amplitude de maré foi de 2,25m, correspondendo a um
regime de mesomaré. A salinidade teve um máximo e mínimo de 22,7 e 11,2, respectivamente, e temperatura praticamente homogênea, com máximo de 25°C e mínimo de 23,95°C. Em maior parte do tempo monitorado as características de estabilidade da coluna d’água apresentaram turbulência, e número de Ri menor que dois ou muito próximo significando que há total mistura no subestuário. As parcelas predominantes no transporte
de sal foram o transporte advectivo gerado pela descarga fluvial com intensidade de 34.3987 kg m-1s-1, e a correlação da maré com -20.3910 kg
m-1s-1. O valor do Transporte de sal médio durante o ciclo de maré foi de 34.3987 kg m-1s-1 e pela somatória dos termos é de 5.4385 kg m-1s-1.
O valor do parâmetro v que é a fração de fluxo de sal estuário acima foi de 0,98.
Nº 0186
Tema Projeto MARCADORES ORGÂNICOS GEOQUÍMICOS EM AMOSTRAS DE SEDI-
MENTO DA BAIA DE GUARATUBA, PR: HIDROCARBONETOS POLÍCICLICOS AROMÁTICOS E ALQUILBENZENOS LINEARES
Aluno de Iniciação CientíficA: Aline Cason Corrêa (PIBIC/CNPq)
Orientador: César de Castro Martins
Colaborador: Tatiane Combi, Ana Lúcia Lindroth Dauner.
Palavras-chave: Hidrocarbonetos, Sedimento, Baía de Guaratuba
A Baía de Guaratuba, localizada ao sul do litoral do Paraná (25°52'S, 48°38'O), possui reservas preservadas de Mata Atlântica, portanto, esta sobre
uma Área de Proteção Ambiental. Por estar próxima a Baía de Paranaguá e da região metropolitana de Curitiba, além do crescente aumento populacional e turístico na região, a Baia está sujeita a impactos antrópicos como a introdução de esgotos e hidrocarbonetos do petróleo. Os esgotos são
um dos principais causadores de contaminação em ambientes aquáticos, pois além de poder causar eutrofização, possuem vários outros contaminantes como metais e os hidrocarbonetos. Essas substâncias também são encontradas no petróleo, na queima de combustíveis fósseis e de biomassa
vegetal podendo causar danos ao ecossistema e a saúde humana, devido ao potencial tóxico e mutagênico. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
distribuição dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) e dos alquilbenzenos lineares (LABs) ao longo de 11 pontos distribuídos na Baía
de Guaratuba, PR, comparando com dados pretéritos de hidrocarbonetos alifáticos (HAs) a fim de avaliar um possível quadro de contaminação
ambiental. Em outubro de 2010 foram coletadas amostras de sedimento que após o processamento inicial (secagem, maceração, extração e purificação), foram analisadas em um cromatógrafo gasoso acoplado a um espectrômetro de massa (GC-MS). As concentrações dos HPAs variaram de 6,37
a 175,10 ng.g-1 (média: 44,9 ± 44,1 ng.g-1) e dos LABs ficaram entre 2,79 e 29,00 ng.g-1 (9,97 ± 7,14 ng.g-1), ambos marcadores apresentando
uma concentração maior na porção central da Baía de Guaratuba. Os HPAs encontrados foram associados a origem petrogênica, combustão de
biomassa vegetal e de derivados de petróleo, e também de fontes naturais. Os LABs apresentaram origem recente e predominância dos LABs com
cadeia de onze átomos de carbono. Apesar da presença de compostos petrogênicos e dos LABs estarem presentes em todos os pontos, as concentrações foram baixas se comparadas a outros locais sujeitos a atividades humanas, como Baía de Santos (HPAs: 80 a 42.390 ng.g-1 e LABs: 25,3
a 430,6 ng.g-1) e a Lagoa dos Patos (HPAs entre 37,7 e 11.779,9 ng.g-1 e LABs de 3,2 a 1601,9 ng.g-1) considerados com índices de média a alta
contaminação. As concentrações foram próximas ao do Canal de São Sebastião com valores de HPAs entre 20,4 e 200,3 ng.g-1 e LABs de nd a 27,7
ng.g-1, não havendo características de contaminação na Baía de Guaratuba. Entretanto, para uma melhor caracterização do estado de contaminação
por efluentes domésticos, marcadores orgânicos de contaminação fecal, como o coprostanol estão sendo estudados.
109
Nº 0187
Tema Projeto FLUXO DE CO2 NA INTERFACE AR-MAR DO EIXO NORTE- SUL DO
COMPLEXO ESTUARINO DE PARANAGUÁ (CEP)
Aluno de Iniciação Científica: Joana Carneiro de Campos (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Eunice da Costa Machado
Colaborador: Bruno Guides Libardoni
Palavras-chave: Interface Ar-mar, Fluxos de CO2, Metabolismo Pelágico
Áreas costeiras, diferentemente das oceânicas, constituem sistemas rasos complexos que apresentam uma infinidade de processos associados. Sabe-se
que os ciclos biogeoquímicos nestes ecossistemas estão sofrendo alterações em resposta às mudanças climáticas globais, com a tendência, em caráter
episódico ou permanente, de apresentarem menores teores de oxigênio dissolvido e maiores de CO2, com consequências claramente negativas para
estes sistemas. Os estuários apresentam grande importância na dinâmica do dióxido de carbono atmosférico, podendo atuar como fonte ou sumidouro
deste gás, por intermédio de processos físicos e biológicos. Neste contexto, diversos autores acreditam que o ambiente costeiro é possivelmente
heterotrófico, atuando como fonte de CO2. Com o intuito de observar o papel do eixo Norte-Sul no Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) como
fonte ou sumidouro do CO2 atmosférico, investigou-se a distribuição de variáveis mestres ao longo do gradiente de salinidade. Para tal, realizou-se
uma campanha de amostragem durante a maré de sizígia, mensurando-se a temperatura, o pH e a salinidade (in situ), a alcalinidade, e o oxigênio
dissolvido. O CO2 total foi determinado a partir de um modelo de interações iônicas, através dos dados de alcalinidade, pH, salinidade e temperatura.
As temperaturas variaram de 18 a 27,5°C, a salinidade exibiu um gradiente de 20 a 30 em ambas as estações, e o pH variou de 7,44 a 8,11, sendo os
valores mais elevados durante o verão. A alcalinidade apresentou gradiente decrescente do setor externo para o interno, causado provavelmente pela
diluição e mistura com águas fluviais com baixo teor de carbonatos. As concentrações de dióxido de carbono foram supersaturadas no inverno e no
subsaturadas no verão. O percentual de Oxigênio Dissolvido, revelou um comportamento inverso ao CO2%. Os resultados obtidos permitem inferir
um metabolismo predominantemente heterotrófico ao longo de todo o Eixo Norte-Sul do CEP durante o inverno, com inversão do sistema durante
o verão. Entretanto, ainda não se pode afirmar com certeza se está inversão vale para toda a estação, devido à falta de réplicas temporais. Por outro
lado, em uma base anual, o sistema atuou como uma fonte de CO2, com um fluxo líquido de CO2 na interface estuário-atmosfera, calculado a partir
da diferença entre os teores de subsuperfície e de equilíbrio atmosférico, usando um coeficiente de transferência dependente da velocidade do vento,
de 1,8*102 mol*m².ano-1, o qual se encontra na faixa reportada em outros sistemas estuarinos.
Nº 0188
Tema Projeto ANÁLISE DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO E DIÓXIDO DE CARBONO NA IN-
TERFACE AR-ÁGUA NO EIXO LESTE-OESTE DO COMPLEXO ESTUARINO DE PARANAGUÁ- PARANÁ-BRASIL
Aluno de Iniciação Científica: Laís Fabiana Oliskovicz (PIBIC/CNPq)
Orientador: Eunice da Costa Machado
Colaborador: Bruno Libardoni, Joana Carneiro de Campos
Palavras-chave: Metabolismo, Fluxos de CO2 na Interface Ar-água, Estuário Subtropical
Este estudo teve como finalidade caracterizar o metabolismo pelágico no eixo Leste-Oeste do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP), e avaliar
se este sistema atua como fonte ou sumidouro de CO2. Foram efetuadas duas campanhas amostrais em julho de 2012, durante o período de maré
de sizígia. A primeira foi realizada no começo do mês, cobrindo a maré enchente e a vazante, e a segunda ocorreu no último dia do mês, durante
a vazante. As medições da temperatura, salinidade e pH foram obtidas in situ. Alíquotas para determinar a alcalinidade foram fixadas e analisadas
posteriormente em laboratório. O CO2 total foi determinado com base nos dados de alcalinidade, pH, salinidade e temperatura, utilizando um modelo de interações iônicas. Na primeira amostragem a salinidade variou de 4,5 a 30, os valores para a temperatura se mantiveram entre 20°C e 22°C
e o pH oscilou de 7,3 à 8,0. Já na segunda amostragem a variação da salinidade foi menor (15 a 30), a temperatura permaneceu constante (17ºC)
e o pH variou de forma similar (7,3 a 8,0). Os dados de incidência do vento foram usados para avaliar as interações na interface ar-água, através
do coeficiente de transferência obtido por meio da velocidade do vento. Os fluxos de CO2 foram calculados a partir da diferença entre os teores
de subsuperfície e de equilíbrio atmosférico e extrapolados para escalas diária e anual do metabolismo no eixo Leste-Oeste do CEP. Houve uma
diminuição significativa nos valores de alcalinidade desde a desembocadura da baía, do setor externo para o interno, devido ao aumento do aporte
fluvial adentrando o CEP. A saturação do CO2 mostrou um gradiente crescente da região externa para a interna, associado ao aporte dos manguezais
e dos rios, ricos em matéria orgânica. A saturação do oxigênio dissolvido (O.D) apresentou um gradiente decrescente ao longo do estuário, mas
com um aumento no setor médio, que pode estar associado ao acréscimo nas atividades fotossintéticas. As variações nas concentrações de CO2 e
OD observadas ao longo do estuário estão associadas aos processos de produção e mineralização da matéria orgânica, bem como a maior ou menor disponibilidade de luz e a drenagem continental. Estes resultados permitem inferir que, o metabolismo ao longo do eixo Leste-Oeste pode ser
considerado predominantemente heterotrófico e que no decorrer deste período de amostragem, o sistema atuou como fonte líquida de CO2 para a
atmosfera, com valores de CO2 acima de 100% de saturação.
110
MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DA ÁREA DE RESTINGA DO MUNICÍPIO DE PONTAL DO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Kaline Brazauskas (PIBIC/Fundação Araucária)
Palavras-chave: Erosão/Deposição, Linha de Costa, Geoprocessamento
A Zona Costeira é o espaço geográfico de interface marítima e territorial ajustada de acordo com à energia aplicada por forçantes físicas(ondas,
marés, correntes, ventos e tempestades), que atuam sobre ambientes distintos delimitados em função de seu comportamento topográfico, granulométrico e composicional. A linha de costa é uma feição altamente dinâmica, sendo delimitada pelo alcance máximo de espraiamento das ondas de
tempestade ou da maré de sizígia, no pós-praia, onde se verifica a vegetação fixadora das dunas embrionárias. O município de Pontal do Paraná se
localiza na porção centro-norte do litoral paranaense, delimitado ao norte pela desembocadura do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP) e ao sul
pelo município de Matinhos. Configura uma região de importância ecológica por comportar áreas de proteção permanente como restingas e manguezais. O objetivo deste estudo foi a demarcação de áreas sensíveis aos processos de erosão e/ou deposição sedimentar as quais possibilitam a adoção
de medidas preventivas que ofereçam segurança a população e a propriedade, assim como a preservação das unidades botânicas e faunísticas. As
áreas de avanço e recuo das linhas de costa foram determinadas pela sobreposição de três conjuntos de ortofotos (1953, 1980 e 2003), por técnicas de
geoprocessamento, possibilitando a demarcação de setores sensíveis à erosão e/ou deposição. Entre os anos de 1953 e 2003 o município de Pontal do
Paraná apresentou processos predominantemente deposicionais, com o avanço da linha de costa na maior parte do município. Próximo a desembocadura do CEP, entre anos de 1953/80 foi observado avanço na linha de costa em torno dos 430 m, contudo a montante desta área observou-se uma
pequena área onde se constata um recuo de ≈100 m. No segundo período analisado (1980/2003), o padrão deposicional próximo a desembocadura
do CEP se inverte, apresentando uma área erosiva com recuo médio de 20 m. A sul desta área constatou-se também a ocorrência de um novo foco
erosivo, de recuo aproximado de 85 m. Na porção central da área de estudo, constatou-se o avanço médio de 110 m da linha de costa no primeiro
período, enquanto que no período posterior a mesma região apresentou estabilidade. Ao sul dessa região, houve um aumento médio de 20 m na taxa
de avanço da linha de costa do primeiro para o segundo período de estudo. Estas características indicam que ao longo de 50 anos houve uma variação
dinâmica dos padrões de aporte, circulação e energia da área, o que é inerente aos ambientes costeiros de sedimentação.
A INFLUÊNCIA DO EVENTO METEOROLÓGICO EXTREMO REGISTRADO EM DE MARÇO DE 2011 SOBRE O SEDIMENTO DE FUNDO DA BAÍA
DE ANTONINA - PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Anne de Nonohay da Silva (PIBIC/UFPR-TN)
Palavras-chave: Fluxos de Massa, CEP, Granulometria
O litoral paranaense em março de 2011 vivenciou um quadro climático extremo, proporcionado por valores pluviométricos excessivos os quais
provocaram impactos socioeconômicos e ambientais negativos na face oeste da Serra da Prata, unidade de relevo pertencente a Serra do Mar. Tal
quadro, atingiu na forma de fluxos de massa e alagamentos principalmente os municípios de Antonina, Morretes e Guaraqueçaba. As áreas de despejo das bacias de drenagem destas regiões se dão no eixo E-W do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP), correspondente as baías de Antonina
a montante e Paranaguá a jusante. Neste contexto, estima-se que os processos relacionados ao aporte de água doce, como a intrusão de sedimentos
fluviais, foram possivelmente intensificados, resultando em modificações na configuração do sedimento de fundo da Baía de Antonina. O objetivo
deste trabalho é avaliar se estas mudanças ocorreram comparando os valores granulométricos encontrados neste estudo com dados pretéritos à 2011
através do método de Análise de Componentes Principais (PCA). As análises estatísticas deste trabalho foram baseadas em 50 amostras coletadas
em pontos ao longo da baía de Antonina, priorizando seus principais cursos d’água, Nhundiaquara, Cachoeira e Faisqueira, e posteriormente submetidas à análises laboratoriais de peneiramento e pipetagem, além da quantificação de CaCo3 e matéria orgânica associadas às amostras. Os resultados preliminares de comparação visual obtidos sugerem mudanças no padrão sedimentar da região, uma vez que 44,8% das amostras sofreram
aumento em seu diâmetro médio, 41,3% sofreram diminuição do seu diâmetro médio e 13,7% não apresentaram mudanças significativas. De forma
geral, foi observada uma leve melhora no grau de seleção dos sedimentos, passando de 58,6% para 31,1% os muito pobremente selecionados, de
31,1% para 44,8% os pobremente selecionados e de 6,8% para 20,6% os moderadamente selecionados.
111
Ciências
Biológicas
ufpr
21
6
CARACTERIZAÇÃO DA FUNÇÃO DOS GENES HSERO_0317 E HSERO_4580 DE HERBASPIRILLUM SEROPEDICAE NA COLONIZAÇÃO EPIFÍTICA DE RAIZ DE MILHO
Aluno de Iniciação Científica: Anna Claudia Savian (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Biomedicina (MT)
Orientador: Emanuel Maltempi de Souza Co-Orientador: Rose Adele Monteiro
Departamento: Bioquímica
Colaborador: Eduardo Balsanelli, Marcelo Bueno Batista
Setor: Setor de Ciências Biológicas
Palavras-chave: Fixação Biológica de Nitrogênio, Herbaspirillum seropedicae, Interação Planta-Bactéria
Herbaspirillum seropedicae é uma bactéria diazotrófica-associativa, membro da classe Betaproteobacteria, capaz de colonizar epifiticamente e
endofiticamente gramíneas de interesse econômico, como milho, arroz e cana-de-açúcar, promovendo o crescimento vegetal. A análise prévia do
perfil transcriptômico de H. seropedicae SmR1 durante colonização da rizosfera de milho revelou que os genes Hsero_0317 e Hsero_4580 são
superexpressos nas bactérias aderidas à raiz. O primeiro destes genes codifica uma proteína com um domínio de esterase e um domínio alfa-beta
hidrolase, e o segundo uma proteína sem função conhecida. Com o objetivo de determinar as funções destes genes na interação planta-bactéria,
estirpes mutantes foram construídas. O gene Hsero_0317 foi amplificado por PCR e clonado no plasmídeo pCR2.1, dando origem a pCR2.10317. A
interrupção do gene pelo cassete de resistência a canamicina obtido do plasmídio pUC4-KIXX, e a clonagem do gene nocauteado no vetor conjugável pJQ200SK estão em andamento. O gene Hsero_4580 também foi amplificado por PCR, clonado no vetor pTZ57R/T, interrompido pelo cassete
de resistência a canamicina, e o gene interrompido foi clonado no vetor conjugável pSUP202. Este plasmídio foi transferido para H. seropedicae
por conjugação, mas foram recuperados apenas transconjugantes resultantes de um evento de recombinação. Visando utilizar um sistema de seleção
de recombinação mais eficiente, o gene inativado será clonado no vetor pJQ200SK. Após a obtenção, os plasmídios derivados de pJQ200SK serão
transferidos por conjugação para H. seropedicae e estirpes resultantes de recombinação dupla serão selecionadas por resistência a canamicina e
capacidade de crescimento em sacarose. Estas estirpes mutantes serão utilizadas em ensaios de inoculação de milho. Suporte Financeiro: CNPq/
UFPR, Fundação Araucária; INCT/Fixação Biológica de Nitrogênio/CNPq.
Nº 0192
Tema Projeto ESTUDO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA DE POLISSACARÍDEOS DOS GÊ-
NEROS PLEUROTUS, LENTINUS E AGARICUS EMPREGANDO-SE LINHAGENS MCF-10A E MCF-7 (TUMOR DE MAMA)
Aluno de Iniciação Científica: Beatriz Santana Borges (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Biológicas (N)
Orientador: Célia Regina Cavichiolo Franco Co-Orientador: Edvaldo da Silva Trindade
Departamento: Biologia Celular Colaborador: Daniel de Lima Bellan 1, Stellee Marcela Petris Biscaia 2,
Setor: Setor de Ciências Biológicas Marcelo Iacomini 3
Palavras-chave: Polissacarídeos, Gêneros Pleurotus, Lentinus e Agaricus, Linhagens MCF-10A E MCF-7 (Tumotor de Mama)
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2007), do Ministério da Saúde, indicaram que o país teve 472 mil novos casos da doença em
2006, 234 mil entre homens e 238 mil entre mulheres. Neste contexto, a procura de novas moléculas, novos alvos e novas formulações passam a ser
estudo altamente prioritário. Um exame da literatura recente mostra que polissacarídeos de fungos e compostos obtidos de plantas estão entrando na
ordem do dia, como possibilidades importantes a serem estudadas. Do ponto de vista da aplicabilidade social, deve-se considerar que o Brasil é o
10o mercado farmacêutico do mundo em faturamento, com US$ 4,1 bilhões anuais de arrecadação. No entanto, cabe ressaltar que, com exceção do
Brasil e México, todos esses países possuem política de desenvolvimento de novos medicamentos e detêm a maioria das patentes do mundo. Com
vistas a mudar esta realidade, as Universidades representam um papel extremamente importante, pois são Centros de Excelência para a formação
de recursos humanos altamente qualificados na área de pesquisa relacionada ao desenvolvimento de novos sistemas terapêuticos, podendo gerar
produtos inovadores que atendam às necessidades da população. Produtos naturais de plantas, fungos, bactérias e outros microrganismos continuam
sendo usados em preparações farmacêuticas na forma de compostos puros ou extratos. Atualmente, estudos epidemiológicos e testes pré-clínicos
têm revelado um grande potencial dos compostos naturais no combate do câncer . Entre as substâncias de origem natural com potencial aplicação no
tratamento do câncer destacam-se os polissacarídeos de origem fúngica. Estudos vêm demonstrando que a atividade antitumoral de polissacarídeos
está relacionada com polissacarídeos constituintes da parede celular do fungo, o β-D-glicano. Estudos in vitro sugerem que o β-D-glicano estimula
a produção de mediadores pró-inflamatórios e citocinas (IL-4, IL-6, IL-8 e TNF-). Diante dos aspectos descritos anteriormente, a presente pesquisa
consiste em estudar, a atividade biológica e o potencial antitumoral dos polissacarídeos provenientes dos cultivos de alguns gêneros: Pleurotus,
Lentinus e Agaricus; com enfoque nas frações que apresentarem atividade antitumoral em modelo in vitro em linhagens de tumor de mama . Informamos que este projeto terá inicio no segundo semestre de 2013, onde a bolsista realizou toda revisão bibliográfica e elaboração deste projeto que
integra uma nova linha de pesquisa do Departamento de Biologia Celular-UFPR.
115
LIANAS DA ÁREA DE FLORESTA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - SETOR PALOTINA
Aluno de Iniciação Científica: Camila Cristina Silva Carpanese (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Biológicas - Gestão Ambiental - Palotina (MT)
Orientador: Juliano Cordeiro
Colaborador: Daniela Fumagalli, Jessica C. Kruger, Caleb R. Rudy Ramos
Palavras-chave: Floresta Estacional Semidecidual, Levantamento Floristico, Lianas
O conhecimento das espécies que integram a flora de um determinado local é fundamental para a caracterização da biodiversidade e com isso produzir informações científicas que venham ampliar os registros de ocorrência e distribuição dessas espécies em seus respectivos ambientes naturais.
Diante do panorama atual de eliminação e substituição da vegetação as referências sobre dados florísticos são escassos, necessitando-se desta forma
que estudos possibilitem registrar e ampliar as informações sobre a flora do Paraná. A região Oeste do Estado era ocupada pela Floresta Estacional
Semidecidual e sofreu intenso processo de antropização nas últimas cinco décadas. O presente trabalho visou o levantamento florístico das espécies
de lianas do remanescente da Floresta Estacional Semidecidual do Setor Palotina da UFPR localizada com coordenadas 24º 18' 44” S - 53º 55' 16”
W. A área de estudo possui aproximadamente 4,26 hectares e patamar altimétrico em torno dos 310 m.s.n.m. O enquadramento geológico pertence à
Bacia Sedimentar do Paraná, com litologia composta por basaltos pertencentes à unidade JKSGB1 da Formação Serra Geral. É possível reconhecer
o padrão de rampa retilínea-convexa quanto à feição geomorfológica, sendo o relevo predominantemente suave ondulado. A principal unidade pedológica, de acordo com é o Latossolo Vermelho Eutrófico. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cfa, sem estação seca. O
levantamento florístico foi realizado durante o período de mar/11 a jun/13. O procedimento de coleta foi de caminhadas semanais visando atingir a
totalidade da área para a coleta de material fértil (ramos com botões, flores e/ou frutos) das lianas com a ajuda de tesoura de poda e podão. O material
coletado eram alocados em prensas de campo e posteriormente transferidos para prensas de madeira e secos em estufas para a produção de exsicatas
que ficaram depositados no herbário do Laboratório de Botânica do Setor Palotina. Foram amostrados 25 morfoespécies de lianas, pertencentes a 13
gêneros e 13 famílias botânicas. Do total de indivíduos amostrados, 10 foram identificados até o epíteto específico, 3 até a categoria de gênero, 11 não
foram identificados. As famílias que apresentaram maior diversidade de espécies foram: Bignoniaceae (n=9), Passifloraceae e Sapindaceae (n=2). As
outras dez famílias encontradas apresentam apenas uma espécie. As famílias identificadas são de ocorrência típica em áreas de Floresta Estacional
Semidecidual e a quantidade de morfoespécies demonstra que o remanescente abriga considerável diversidade de lianas.
Nº 0194
Tema Projeto CONSTRUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ISCA CORRESPONDENTE AO
DOMÍNIO CITOPLASMÁTICO DE SEMAFORINA 5A.
Aluno de Iniciação Científica: Fernanda Rigo (PIBIC/CNPq)
Orientador: Silvio Marques Zanata
Co-Orientador: Celso Fávaro Jr.
Departamento: Patologia Básica
Colaborador: Adriana Frohlich Mercadante, Breno Castello Branco Beirão e
Evelyn Castillo Lima
Palavras-chave: Semaforinas, Neurobiologia, Biologia Molecular
Durante o desenvolvimento do sistema nervoso, os neurônios devem fazer contato correto com alvos específicos que normalmente estão muito
afastados. Para isso são necessárias vias sinalizadoras que funcionam como guias no correto direcionamento do cone de crescimento do axônio. As
semaforinas (SEMAs) são proteínas que podem ser secretadas ou associadas à membrana que têm papel ativo na sinalização para uma correta na
navegação axonal durante o desenvolvimento do sistema nervoso (ramificação e formação de sinapses) atuando como inibidores ou quimiorepelentes e realizando atividade quimioatrativa, além da participação na progressão tumoral, angiogênese e diferenciação de linfócitos B. As semaforinas
de classe 5 são proteínas transmembrânicas, que contém sete repetições trombospondinas. Dois membros dessa família foram identificados em
vertebrados, Sema5A e Sema5B. A Sema_5A é ainda pouco estudada e pouco se sabe sobre sua modulação e papéis específicos. Através do estudo
da interação entre proteínas, é possível esclarecer melhor os processos no qual determinada proteína participa num organismo vivo. Desta forma,
o objetivo deste trabalho é construir uma isca para o domínio citoplasmático da Sema_5A através de fragmentos de cDNA (DNA complementar)
contendo a seqüência codificadora do domínio citoplasmático de Sema_5A, que foram amplificados por PCR, digeridos e inseridos no vetor pGILDA Estas construções foram transformadas em bactérias DH5α e as colônias que apresentavam o inserto, observados através de PCR de colônia
foram amplificados e submetidos a técnica de Mini-prep. Esta isca será utilizada para a técnica de duplo híbrido, amplamente utilizada para detectar
interações protéicas in vivo e será de grande importância para o desenvolvimento de projetos futuros para identificar os parceiros moleculares da
Sema_5A.
116
Nº 0195
Tema Projeto AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA DOS EFEITOS DO CÁDMIO EM EMBRIÕES DE
GALLUS GALLUS
Aluno de Iniciação Científica: Gisleine Jarenko Steil (PIBIC/CNPq)
Orientador: Claudia Feijó Ortolani-Machado Co-Orientador: Francisco Filipak Neto
Departamento: Biologia Celular
Palavras-chave: Embrião de Ave, Cádmio, Estresse Oxidativo
O cádmio é um metal altamente tóxico, capaz de causar efeitos adversos em uma ampla variedade de animais, incluindo embriões de aves. Estes são
empregados como modelo na toxicologia, pois são muito sensíveis à ação de contaminantes. Considerando que a desregulação do potencial redox
nas células é um importante mecanismo de toxicidade da maioria dos contaminantes conhecidos, assim como o cádmio, a investigação do sistema
antioxidante mostra-se útil na determinação dos efeitos tóxicos do cádmio em embriões de ave. Assim, o objetivo do presente trabalho foi a adequação de protocolos para determinação das atividades enzimáticas da superóxido dismutase e catalase, bem como da concentração de glutationa e de
peróxidos lipídicos em embriões de aves com 3 e 7 dias de desenvolvimento e, posteriormente, avaliar os efeitos de duas concentrações do cloreto
de cádmio (CdCl2) nos embriões. Os ovos foram divididos em 3 grupos e expostos através da injeção, na câmera de ar do ovo, de 100 µl de CdCl2 a
5 µM e a 50 µM. O grupo controle recebeu o veículo empregado na preparação das soluções de cádmio (tampão fosfato salina, PBS). Após a exposição, os ovos foram incubados durante 3 e 7 dias, lavados com PBS e armazenados a -80 °C. Para as análises, os embriões foram homogeneizados
em PBS, e o homogenato centrifugado e aliquotado. A concentração de proteínas foi determinada pelo método de método de Bradford (1976) e
serviu de base para as padronizações. Verificou-se que é possível avaliar a concentração da glutationa por método colorimétrico com DTNB (ácido
5,5'-ditiobis-2-nitrobenzóico) para embriões de 3 e 7 dias, porém, a atividade da catalase não é detectável para embriões com três dias de desenvolvimento. A partir dessa fase do projeto, os protocolos para as análises bioquímicas das enzimas superóxido dismutase, bem como da peroxidação
lipídica pelo método FOX e carbonilação de proteínas estão sendo adaptados para serem utilizados em embriões de aves.
Nº 0196
Tema Projeto ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DOS POLISSACARÍDEOS DAS SE-
MENTES DE CHIA (SALVIA HISPANICA)
Aluno de Iniciação Científica: Luana Matos Martins (PIBIC/CNPq)
Orientador: Carmen Lúcia de Oliveira Petkowicz
Palavras-chave: Salvia hispanica, Polissacarídeo, Sementes Chia
As sementes de Salvia hispanica, conhecida como chia, são amplamente difundidas na alimentação ocidental graças as suas propriedades nutricionais, como altas concentrações de ácidos graxos ômega-3, ferro, cálcio e magnésio. As fibras presentes proporcionam uma sensação de saciedade,
pois quando entram em contato com a água formam uma espécie de gel que ocupa um grande volume no aparelho digestivo. Entretanto, não foram
encontrados na literatura estudos caracterizando os polissacarídeos ali presentes. Assim, este trabalho teve como objetivo o isolamento e caracterização dos polissacarídeos solúveis em água presentes nas sementes de chia. Quando as sementes de chia são embebidas em água, um gel transparente
e mucilaginoso é formado, entretanto este permanece firmemente ligado à semente. Assim diferentes métodos foram testados visando o isolamento
desta mucilagem para estudo dos polissacarídeos. A condição escolhida para a extração dos polissacarídeos foi: proporção semente/água de 1:40;
temperatura de 80°C; 2h. Após a extração o material era depositado em placas de Petry e seco em estufa a 50°C. Após a secagem as sementes eram
removidas por atrito, o polissacarídeo ressolubilizado em água e então precipitado com etanol e seco a vácuo. A composição monossacarídica foi
determinada após hidrólise, redução e acetilação utilizando cromatografia gasosa e o conteúdo de monossacarídeos ácidos foi estimado por método
colorimétrico. O polissacarídeo apresentou um rendimento de 5,3% e era formado por: 0,7% de fucose; 1,5% de rhamnose; 2,7% de manose; 7,6%
de galactose; 10% de glucose; 17,3% de arabinose; 42,5% de xylose e 18,4% de ácidos urônicos. A cromatografia de gel permeação mostrou um
perfil de eluição polimodal. As análises reológicas foram realizadas a 25°C em reômetro Haake Mars utilizando sensor placa-placa. Para as análises
reológicas o polissacarídeo foi solubilizado em água nas concentrações de 2 e 4% (m/v). As curvas de fluxo demonstraram um comportamento
pseudoplástico. Na taxa de cisalhamento de 0,001 s-1 as soluções a 2 e 4% (m/v) apresentaram viscosidade de 294 e 798 Pa.s, respectivamente. As
análises oscilatórias indicaram que nas concentrações testadas o polissacarídeo apresenta um comportamento de gel, com predomínio do módulo
elástico sobre o módulo viscoso em toda a faixa de frequência analisada. Os resultados demonstram que a mucilagem formada quando as sementes
de chia são embebidas em água contém polissacarídeos com propriedades espessantes e gelificantes.
117
FATORES PSICOLÓGICOS E APTIDÃO FÍSICA DE MULHERES COM FIBROMIALGIA
Aluno de Iniciação Científica: Maikon Helmuth dos Santos Jenichen (PIBIC/CNPq)
Curso: Educação Física (Bacharelado) (MT)
Orientador: Joice Mara Facco Stefanello Co-Orientador: Suelen Meira Góes
Departamento: Educação Física
Colaborador: Suelen Meira Góes, Ana Paula Dalazuana Souza Rosa,
Joice Mara Facco Stefanello
Palavras-chave: Fibromialgia, Aptidão Física, Fatores Psicológicos
INTRODUÇÃO: A fibromialgia (FM) é uma síndrome caracterizada por dores músculo-esqueléticas crônicas e difusas, com a presença de pontos dolorosos específicos (tender points), identificados através da palpação. Também está associada a sintomas como fadiga, alterações do sono,
comprometimento das habilidades físicas, alterações do humor, altos níveis de ansiedade, depressão e percepção ao estresse. OBJETIVO: Avaliar
os fatores psicológicos (percepção do estresse, sintomas depressivos, humor e cinesiofobia) e a aptidão física de mulheres com e sem síndrome da
fibromialgia. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram selecionadas 68 mulheres (33 com FM e 35 grupo controle) com faixa etária entre 26 e 52 anos.
O estudo é transversal, descritivo, correlacional e do tipo comparativo-causal. A aptidão física foi avaliada pelos testes de Caminhada de 6 Minutos
(TC6), Time Up and Go (agilidade e equilíbrio dinâmico), Teste de Sentar e Levantar da Cadeira em 30 Segundos (força de membros inferiores).
Para a avaliação da percepção do estresse foi utilizada a Escala de Percepção do Estresse (EPS). Para os sintomas depressivos usou-se o Inventário
de Depressão de Beck (IDB). O estado de humor foi mensurado pelo Questionário de Avaliação de Humor (BRUMS), e a cinesiofobia pela Escala
Tampa de Cinesiofobia (ETC). O teste t de Student, com nível de significância em p<0,05, foi empregado para avaliar as diferenças nas variáveis
investigadas entre ambos os grupos (com FM e GC). RESULTADO: O grupo FM apresentou maior déficit no desempenho dos testes de agilidade
e equilíbrio dinâmico e de força de membros inferiores do que o grupo controle (p<0,001). No teste de caminhada de seis minutos (TC6) o grupo
FM reportou maior intensidade de dor e maior esforço após o TC6 (p<0,000). O Grupo FM apresentou maior grau de cinesiofobia (p<0,000), maior
prevalência e intensidade de sintomas depressivos (p<0,000), maior percepção de estresse (p<0,000) e maiores indicadores de estado de humor
negativo (raiva, fadiga, tensão, depressão e confusão mental) e menores indicadores de vigor. Conclusão: Os resultados apresentados mostram que
o grupo FM tem um déficit acentuado em seu nível de aptidão física e aspectos psicológicos quando comparado ao GC. Entender os aspectos físicos
e psicológicos em pacientes com FM é importante para o desenvolvimento de intervenções mais eficazes.
ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA DE ACORDO COM WHOQOL BREV
DE IDOSOS COM MAIS DE 60 ANOS, DE AMBOS OS SEXOS, APÓS 10
SEMANAS DE APRENDIZAGEM DE NATAÇÃO.
Aluno de Iniciação Científica: Michele Teles de Paula (PIBIC/CNPq)
Curso: Educação Física (Licenciatura) (MT)
Orientador: Maria Gisele dos Santos
Palavras-chave: Qualidade de Vida, Idosos, Natação
O envelhecimento populacional é hoje comum e tende a aumentar, vem acompanhado de diversas mudanças nos sistemas do organismo (interferindo diretamente na qualidade de vida) e algumas delas são causadas principalmente pela falta de atividade física, por isso a pratica de atividades
regulares orientadas nessa faixa etária é muito importante. Os exercícios realizados dentro da água vêm ganhando mais adeptos, inclusive nessa
fase da vida, devido às propriedades físicas da água que diminui o impacto nas articulações e dá mais equilíbrio estático e dinâmico, facilitando a
prática. Buscando conhecer a percepção de qualidade de vida desse público analisou-se a qualidade de vida de acordo com o questionário whoqol
bref em idosos com mais de 60 anos, de ambos os sexos, após 10 semanas de aprendizagem de natação, esse questionário foi desenvolvido pela
Organização Mundial da Saúde. O estudo é de caráter descritivo qualitativo e a amostra foi composta por 10 alunos participantes do Programa de
Natação para Melhor Idade do Projeto Permanente de Atividades Aquáticas do Centro de Educação Física e Desporto da Universidade Federal do
Paraná. O questionário foi aplicado antes e após o ensino da natação, no qual os idosos responderam à 26 questões referentes aos domínios: físico,
psicológico, relações sociais, meio ambiente e auto-avaliação da qualidade de vida. Constatou-se mudanças positivas, principalmente quanto aos
domínios : físico que diz respeito à dor, desconforto, energia e fadiga, sono e repouso e contribui principalmente para a realização das atividades
de vida diária, domínio psicológico:que está relacionado aos sentimentos positivos e negativos, a melhora da auto estima e a sensação de bem
estar e o domínio relações sociais: que está ligado as relações pessoais e que mostra que a natação dependendo de sua abordagem pode integrar e
sociabilizar. O domínio meio ambiente se manteve e se refere à segurança física e proteção, acredita-se que isso ocorreu, pois, segundo os próprios
idosos relataram, eles se sentem inseguros para fazer as atividades físicas pela necessidade de ter que sair de casa e a violência urbana os reprimem.
O estudo permitiu conhecer a percepção de qualidade de vida desse grupo e compreender que a natação contribui para uma melhor condição de
vida e é compatível com essa etapa da vida.
118
Nº 0199
Tema Projeto QUALIDADE DE VIDA EM PRATICANTES DE JIU-JÍTSU DA CIDADE DE
CURITIBA-PR
Aluno de Iniciação Científica: Monique Mello Garajau (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Valdomiro de Oliveira
Co-Orientador: Natália Bonetti Moreira
Colaborador: Gislaine Cristina Vagetti
Palavras-chave: Jiu Jitsu, Atividade Fisica, Qualidade de Vida
As artes marciais antigamente eram conhecidas como uma prática mística e com o acesso restrito, no entanto, atualmente são populares e acessíveis
e mostram muitos benefícios aos praticantes. Estudos têm demonstrado que a prática de jiu-jítsu, além de aprimorar a autodefesa, melhora de forma
significativa suas capacidades físicas e mentais. Contudo, pouco se sabe sobre a influência do jiu-jítsu na qualidade de vida dos seus praticantes.
Desta maneira, o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de praticantes de jiu-jítsu em diferentes sexos da cidade de Curitiba – PR. A coleta de dados foi realizada em três academias de artes marciais da cidade no período de Abril a Maio de 2013. Uma pesquisadora
previamente treinada entrevistou individualmente os atletas, avaliando o nível de atividade física por meio do IPAQ, por fim, a qualidade de vida
foi avaliada por meio do questionário WHOQOL-Bref, mensurando os seguintes domínios: físico, psicológico, social, ambientes e qualidade de
vida geral. Para a descrição da amostra avaliada foi utilizada a distribuição de frequência, já para análise dos domínios da qualidade de vida entre
os sexos foi utilizada a média, valor mínimo e máximo. A amostra foi composta por 68 praticantes de jiu-jítsu (38 homens e 30 mulheres), entre 18
e 46 anos de idade. A maioria dos atletas avaliados praticava ≥ 150 minutos por semana de atividades físicas (92,6%) e apresentaram uma média
percepção de saúde (55,9%). Com a análise da qualidade de vida, foi possível observar que os homens demonstraram maiores escores nos domínios
Qualidade de vida geral (80,26 vs. 76,67), Psicológico (80,70 vs. 76,53) e Ambiental (72,62 vs. 72,50) quando comparado as mulheres. Já com
a análise dos resultados das mulheres foi possível observar maiores escores nos domínios físico (79,29 vs. 78,67), social (81,67 vs. 70,39) e na
média dos quatro domínios (77,50 vs. 75,59). Diante disso, conclui-se que a prática de jiu-jítsu produz o aumento significativo da qualidade de vida
geral dos praticantes. Sobre a qualidade de vida entre os sexos, a mesma reflete de forma diferente, assim, deve-se levar consideração tais aspectos
durante a sua prática para que maiores benefícios psicofisiológicos e sociais sejam atingidos.
Nº 0200
Tema Projeto POSSÍVEIS LEGADOS ESPORTIVOS DOS JOGOS OLÍMPICOS E PARA-
OLÍMPICOS RIO 2016
Aluno de Iniciação Científica: Patricia Cristina siqueira Alves Perroni (PIBIC/CNPq)
Orientador: Doralice Lange de Souza
Palavras-chave: Legados, Esportivos, Olímpicos
Esta pesquisa teve como objetivo explorar formas de trabalho com a Educação Olímpica, com os valores olímpicos no espaço escolar e com as
expectativas de professores quanto aos legados esportivos decorrentes da vinda dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Os dados foram
coletados através de entrevistas semiestruturadas e aprofundadas com quatro professoras de Educação Física da rede Municipal de Ensino de Curitiba que trabalham em aulas regulares de Educação Física ou em projetos de contraturno escolar no âmbito da escola. Os dados foram analisados a
partir de procedimentos da teoria fundamentada. Todas as professoras trabalham com vivências de esportes olímpicos visando o desenvolvimento
de valores tais como respeito, fair play, excelência, amizade e multiculturalismo. O trabalho se dá principalmente durante aulas práticas, onde
situações de desrespeito, violência e demonstrações de baixa autoestima, entre outros problemas, se manifestam. As principais dificuldades encontradas pelas professoras em seu trabalho são o comportamento dos alunos (violência física e verbal), o desrespeito pela figura do professor, a
falta de valorização de seu trabalho, a falta de apoio da direção da escola e a falta de incentivo por parte de órgãos governamentais para o esporte
olímpico. As professoras entrevistadas não acreditam que os Jogos Rio 2016 irão gerar um legado esportivo significativo para o país. Para que haja
de fato a criação de um legado elas sugeriram a necessidade de mais parcerias entre governos, escolas e clubes para a criação de espaços e vivência
de esportes olímpicos dentro e fora da escola, cursos de capacitação em Educação Olímpica para os professores, e mais apoio para o trabalho dos
mesmos. Estas sugestões podem ser úteis na formulação de políticas públicas que visem à construção de legados positivos relacionados com a vinda
dos Jogos Olímpicos para o Brasil. Palavras-chaves: legados, esportivos, olímpicos.
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ASSOCIAÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE RISCO À SAÚDE COM A
AGREGAÇÃO DE FATORES DE RISCO METABÓLICOS EM ADOLESCENTES DA REDE PÚBLICA DA CIDADE DE CURITIBA-PR
Aluno de Iniciação Científica: Priscila Iumi Watanabe (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Wagner de Campos
Co-Orientador: Michael Pereira da Silva
Palavras-chave: Comportamentos de Risco, Saúde, Adolescentes
Diversos comportamentos adotados durante a adolescência podem afetar negativamente os níveis de saúde e tendem a consolidar-se na idade
adulta, dentre eles estão: níveis insuficientes de atividade física, hábitos alimentares inadequados, tabagismo e consumo de álcool. A presença e
agregação de fatores de risco metabólicos estão associadas ao surgimento de doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas
e diabetes mellitus. Diante disto, torna-se importante analisar estes fatores na população jovem bem como verificar sua associação com os hábitos
relacionados a saúde. O objetivo deste estudo foi investigar a associação dos hábitos alimentares, consumo de álcool e tabaco e inatividade física
com a agregação de fatores de risco metabólico em uma amostra de adolescentes, de ambos os sexos de Curitiba, Paraná. Foram avaliados 162
alunos neste estudo de caráter transversal. O consumo de alimentos relacionados ao risco cardiovascular foi obtido mediante utilização do Questionário Simplificado para a Avaliação de Risco Cardiovascular (CHIARA; SCHIERI, 2001). A identificação dos hábitos de fumo e consumo de
bebidas alcoólicas foi realizada através das questões da versão em português do Youth Risk Behavior Survey (GUEDES; LOPES, 2010). O tempo
sedentário foi avaliado através de acelerômetros do modelo ActiGraph GT1M e GT3X e foi contado como a soma do tempo onde os counts/minuto
ficaram ≤100. O risco metabólico foi avaliado através da obtenção das dosagens de Glicemia, Triglicerídeos, Colesterol Total, LDL-Colesterol,
HDL-Colesterol e avaliação da Circunferência de Cintura. Escores Z foram calculados para cada fator de risco e a soma destes escores categorizou
o Escore de Risco Metabólico. A correlação de Spearman foi utilizada para verificar a associação entre as variáveis, adotando p
ASSOCIAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA COM A AGREGAÇÃO DE FATORES
DE RISCO METABÓLICO EM ADOLESCENTES DA REDE PÚBLICA DA CIDADE DE CURITIBA-PR
Aluno de Iniciação Científica: Priscila Marques da Silva (PIBIC/CNPq)
Orientador: Wagner de Campos
Co-Orientador: MIchael Pereira da Silva
Palavras-chave: Atividade Física, Saúde do Adolescente, Fatores de Risco
Objetivo: Investigar a associação dos níveis de atividade física com a agregação de fatores de risco metabólicos em adolescentes da rede pública
de ensino da cidade de Curitiba-PR. Métodos: A amostra foi composta por 162 adolescentes com idades entre 12 a 17 anos matriculados na rede
pública de ensino de Curitiba-PR, sendo 64 meninos e 98 meninas. Foram realizadas medidas de massa corporal, estatura, circunferência de cintura
e o cálculo do IMC. A atividade física foi obtida através do uso de dados uniaxiais de acelerômetros dos modelos ActiGraph GT1M e GT3X. Os
pontos de corte para atividades físicas foram leve ≥ 1,5 e < 3,0 METs, moderada ≥ 3,0 e < 6,0 METs e vigorosa ≥ 6,0 METS, verificados de acordo
com a equação sugerida por Freedson Pober e Janz (2005). Para análise laboratorial dos triglicerídeos, LDL-C, HDL-C, e glicemia foram coletados
aproximadamente 8 ml de sangue de cada sujeito. Para verificar a associação entre a atividade física e a agregação de fatores de risco metabólicos
em adolescentes foi utilizada a correlação de Spearman adotando p<0,05 como significância estatística. Resultados: Em relação a prática de atividade física a média para os meninos foi de 250, 30 minutos da atividades leves, 54,37 minutos de atividades moderadas e 5,0 minutos de atividades
vigorosas. A média para as meninas foi de 250,60 minutos de atividades leves, 40,37 minutos de atividades moderadas e 1,71 minutos de atividades
vigorosas. A média do escore de risco metabólico para os meninos foi de – 0,624 e para as meninas -0,554. Foi encontrada uma correlação inversa
entre atividade moderada (r=-0,255, p<0,05) e vigorosa (r= -0,264, p<0,05) com o escore de risco metabólico nas meninas. Para os meninos nenhuma associação foi verificada. Conclusão: Não houve associação significativa entre os níveis de atividade física e o escore de risco metabólico nos
meninos. Em relação as meninas, houve correlação inversa, ou seja, quanto maiores os níveis de prática de atividade física moderada e vigorosa,
menor o escore de risco metabólico.
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Nº 0203
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO IMUNOQUÍMICA DE ANTICORPOS MONOCLONAIS
CONTRA TOXINAS DO VENENO DA ARANHA LOXOSCELES SP.
Aluno de Iniciação Científica: Sabrina Karim Silva (IC-Voluntária)
Curso: Enfermagem (MT)
Orientador: Larissa Magalhães Alvarenga Co-Orientador: Juliana Ferreira de Moura
Colaborador: Alessandra Becker Finco, Rafaela Lenzi Fogaça,
Isabel Biasi Yamanaka
Palavras-chave: Anticorpo Monoclonal, ELISA, Loxosceles intermedia
Loxoscelismo é o termo que designa acidentes causado por aranhas do gênero Loxosceles, popularmente conhecidas como “aranha marrom”. Esse
acidente é caracterizado por causar lesões cutâneas necróticas degenerativas e/ou falha da função renal e distúrbios hematológicos. O tratamento de
pessoas com suspeita de acidente por Loxosceles deve ser através da administração do soro antiloxoscélico, que possui sua eficácia até 72 horas. A
equipe de saúde enfrenta dificuldades em identificar precocemente o loxoscelismo, porque não há testes específicos para identificação das toxinas
no sangue de pacientes acidentados. O objetivo desse trabalho, portanto, é caracterizar anticorpos monoclonais específicos contra toxinas dos venenos de aranha do gênero Loxoceles. Para isso, anticorpos foram produzidos previamente, a partir da fusão de células do baço de um camundongo
BALB/C fêmea imunizado com o veneno de Loxosceles intermedia, que originou hibridomas secretores de anticorpos monoclonais. O hibridoma
4F10A12 foi escolhido por apresentar reatividade relevante nos testes de ELISA frente aos três venenos das principais espécies de importância médica no Brasil (Loxosceles intermedia, Loxosceles gaucho e Loxosceles laeta). Os anticorpos secretados pelo hibridoma 4F10A12 foram purificados
por cromatografia de afinidade em Sepharose-Proteína-G. A purificação originou o mAb12, com pureza comprovada por corrida eletroforética em
gel de poliacrilamida. Através da técnica de ELISA foi possível verificar que o monoclonal mAb 12 reconhece proteínas das três espécies principais
de Loxosceles encontradas no Paraná. Como perspectiva para esse trabalho tem-se a realização de Western blotting, que irá aferir quais proteínas o
monoclonal mAb12 está reconhecendo. O trabalho final irá contribuir para a construção e validação do teste diagnóstico para Loxoscelismo baseado
no reconhecimento de proteínas específicas presente nos soros de pacientes através do monoclonal mAb12.
INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL DE CRESCIMENTO E TOXICIDADE DE
MICROALGAS DO GÊNERO DINOPHYSIS ISOLADAS DO LITORAL PARANAENSE E ADJACÊNCIAS.
Aluno de Iniciação Científica: Camila Prestes dos Santos Tavares (PIBIC/CNPq)
Orientador: Luiz Laureno Mafra Junior
Palavras-chave: Microalgas, Cultivo, Toxinas
Microalgas do gênero Dinophysis têm causado problemas no Sul do Brasil, pois podem causar efeitos deletérios ao ambiente ou ao homem,
associados principalmente à produção de ficotoxinas, sendo um agente etiológico da Síndrome do Envenenamento Diarreico por Consumo de
Marisco (DSP). Este trabalho buscou estabelecer o cultivo de microalgas do gênero Dinophysis em laboratório, caracterizando as taxas de crescimento e produção de toxinas diarréicas por estas microalgas potencialmente nocivas provenientes do litoral paranaense e adjacências. A manutenção
de cepas da microalga mixotrófica Dinophysis spp. em laboratório dependeu do cultivo prévio da criptofícea Teleaulax amphioxeia e do ciliado
Myrionecta rubra, isolados, respectivamente, da Baía de Inokushi/Japão e Baía de Guaratuba/PR. Alguns estudos recentes têm encontrado em
Dinophysis spp. plastídeos originados de diversas algas, como as rafidofíceas Heterosigma akashiwo, diante disto, Myrionecta rubra foi submetida
a um experimento, no qual seu crescimento foi testado mediante à oferta de dietas compostas por concentrações equivalentes da rafidofícea H.
akashiwo, ou das criptofíceas Rhodomonas sp. ou Chroomonas sp.. As cepas foram mantidas em laboratório, em água do mar enriquecida com meio
de cultivo f/2, sob temperatura de 22 ±1 °C, salinidade de 30, irradiância de 122 ±1 μE.m-2.s-1 e fotoperíodo de 12:12 h (claro:escuro), durante 15
dias. Porém tais dietas não se mostraram adequadas para o crescimento satisfatório de D. acuminata, as células de M. rubra na ausência de alimento
apresentou máxima de densidade celular de 660 cel.ml-1 (µ = 0,26 d-1), valor superior ao encontrado nas células alimentadas com H. akashiwo
(máx. 335 cel.ml-1; µ = 0,26 d-1), com Chroomonas sp. (máx. 555 cel.ml-1; µ = 0,21 d-1) e com Rhodomonas sp. (máx. 293 cel.ml-1; µ = 0,20
d-1). Desta forma, demonstrou que a cepa cultivada de M. rubra, nas condições deste experimento, não conseguiu ser sustentada em cultivo com H.
akashiwo, Rhodomonas sp. ou Chroomonas sp. como alimento. As cepas de D. acuminata, M. rubra e T. amphioxeia apresentaram contaminação
por uma cianobactéria não identificada, o que levou a perda das cepas, impossibilitando a continuação do presente estudo, entretanto o cultivo das
cepas já estão sendo retomadas.
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POTENCIAL ANTIMICROBIANO IN VITRO DAS CEPAS DE LACTOBACILLUS REUTERI E LACTOBACILLUS SALIVARIUS DE AVES, FRENTE A
MICRORGANISMOS INDICADORES
Aluno de Iniciação Científica: Flávia Raquel Bender (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Tecnologia em Biotecnologia - Palotina (N)
Orientador: Edna Tereza de Lima
Colaborador: Rubens Sthêfan Castilho dos Santos, Marcelo Gusella e
Anorita Vendrame
Palavras-chave: Lactobacillus spp, Aves, Substâncias Antimicrobianas
O objetivo do estudo foi avaliar a ação de substâncias antimicrobianas in vitro produzidas por diferentes cepas de Lactobacillus reuteri e L. salivarius (produtoras), frente a microrganismos indicadores Gram positivos e Gram negativos. Foram utilizadas 30 cepas de L. reuteri e 30 de L. salivarius isoladas do inglúvio e cecos de aves matrizes reprodutoras. As cepas foram reativadas em caldo MRS, incubadas a 37°C por 48 horas em condições de anareobiose (109 UFC/mL). A capacidade inibitória das cepas das 60 cepas de Lactobacillus testadas frente aos diferentes microrganismos
indicadores: Enterococcus faecalis, Lactobacillus casei, Lactobacillus helveticus, Lactobacillus sake, Listeria monocytogenes Staphylococcus aureus, Salmonella Enteretidis fagotipo 4 e Pseudomonas spp, foi observada pela formação do halo de inibição ao redor das culturas produtoras e dos
sobrenadantes livres de células (microfiltração – Millex GV), utilizando os métodos de antagonismo “spot on the lawn” e antagonismo simultâneo
de difusão em poços. As culturas indicadoras foram reativadas em caldo BHI a 37°C por 24 horas (106 UFC/mL). Foi verificado por meio do halo
de inibição que os microrganismos indicadores, E. faecalis, L. monocytogenes, L. casei, L. helveticus, L. sake e S. Enteretidis apresentaram maior
percentual de sensibilidade (100%) pelo método de antagonismo “spot on the lawn”, com diâmetro variando de 12 a 26mm, enquanto o S. aureus
(96,67%), Pseudomonas (90%) apresentaram o menor índice, diâmetro entre 09 a 25mm. Este método foi de grande importância para verificar a
ação de diversas substâncias antimicrobianas (ácidos orgânicos, peroxido de hidrogênio, bacteriófagos e bacteriocinas) produzidas pelas cepas de
L. reuteri e L. salivarius. A atividade antimicrobiana dos sobrenadantes livres de células foi observada pelo método de antagonismo simultâneo de
difusão em poços, com formação do halo de inibição ao redor dos poços. Neste método, L. monocytogenes, Pseudomonas e S. aureus, L. helveticus
e L. sake apresentaram percentual de sensibilidade de 73,33%, 20%, 13,33%, 62% e 45,55% respectivamente, com diâmetro variando entre 07 a
29 (mm). Enquanto E. faecalis, L. casei e S. Enteretidis apresentaram um perfil de resistência frente as cepas produtoras. Utilizando os métodos de
antagonismo “spot on the lawn” e antagonismo simultâneo de difusão em poços, verificamos que as cepas produtoras apresentaram ação antagônica
frente aos microrganismos Gram positivos e Gram negativos, com possível ação de substâncias protéicas denominadas de bacteriocinas.
Nº 0206
Tema Projeto ESTABELECIMENTO DE UM PROTOCOLO DE MICROPROPAGAÇÃO IN
VITRO DE SCHINUS TEREBINTHIFOLIUS (ANACARDIACEAE)
Aluno de Iniciação Científica: Gabriella Norvila Valerio (PIBIC/CNPq)
Curso: Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia (MT)
Orientador: Vania Aparecida Vicente
Co-Orientador: Juliana Degenhardt
Colaborador: Beatriz Helena Noronha, Germana Davila dos Santos
Palavras-chave: Schinus terebinthifolius, Micropropagação, Antimicrobiano
Schinus terebinthifolius Raddi, pertencente à família Anacardiaceae, é nativa da América do Sul, destacando-se no Brasil, Paraguai e Argentina,
sendo conhecida popularmente como aroeira. Esta possui interesse farmacológico devido a suas propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias
e cicatrizante, estas propriedades estão relacionadas com os seus componentes químicos como os taninos, flavonoides encontrados em diferentes
partes da planta, propiciando estudos clínicos, farmacológicos e químicos. Micro-organismos endofíticos desta planta podem estar envolvidos
em suas propriedades fitoterápicas por meio do envolvimento na produção de metabólitos secundários, onde já existem estudos de associação
da variabilidade microbiana com a variabilidade fitoquímica. Neste contexto a propagação “in vitro” pode ser uma importante ferramenta para a
eluciadação do papel da comunidade endofitica no potencial antimicrobiano de S. terebinthifolius. O objetivo deste estudo é o estabelecimento de
um protocolo de micropropagação visando a produção da S. terebinthifolius sob condições assépticas em casa de vegetação e analisar o potencial
antimicrobiano produzido sob tais condições. Para o ensaio de micropropagação foram utilizadas mudas provenientes de uma planta, da qual
foi previamente comprovado seu potencial antimicrobiano, localizada no Campus Politécnico da Universidade Federal do Paraná, os segmentos
nodais, dessas mudas, foram imersos em soluções desinfectantes e introduzidos em meio de cultura apropriado, com diferentes concentrações de
fitoreguladores. Baseado no percentual de contaminação dos segmentos nodais, durante o estabelecimento in vitro de S. terebinthifolius, verificou-se nas plantas submetidas ao tratamento com o cloreto de mercúrio as menores percentagens de oxidação e maiores taxas de sobrevivência. Depois
de estabelecida a melhor condição de assepsia, foram realizados experimentos para avaliação do melhor meio e concentração de fitoreguladores
para introdução “in vitro” da planta S. terebinthifolius. Os resultados obtidos sugerem que o meio WPM, (4,4µM BAP, 0,1µM ANA e 7g/L Agar),
foi o melhor para introdução. Suporte Finaceiro: CNPQ
122
Nº 0207
Tema Projeto BANCO DE DADOS E SÍTIO NA INTERNET DO LABORATÓRIO DE GENÉ-
TICA MOLECULAR HUMANA
Aluno de Iniciação Científica: Andressa Eloisa Valengo (PIBIC/CNPq)
Orientador: Maria Luiza Petzl-Erler
Co-Orientador: Pablo Sandro Carvalho Santos
Departamento: Genética
Colaborador: Liana Alves de Oliveira
Palavras-chave: Banco de Dados, Pênfigo, Divulgação Científica
O objetivo deste trabalho é estruturar o banco de dados (BD) do Laboratório de Genética Molecular Humana (LGMH), organizar a inclusão de
dados, incluir novos dados e realizar o levantamento e sumarização destes dados. Foram realizadas alterações na estrutura do BD, com o intuito
de resolver problemas encontrados, bem como a inclusão/atualização de dados dos registros. Procurou-se testar a funcionalidade das alterações
realizadas, para saber da necessidade de mantê-las ou modificá-las. No decorrer do projeto, outros integrantes do grupo de pesquisa puderam especificar mais claramente as suas necessidades em relação ao BD, o que tornou possível a melhora da estrutura e das funcionalidades do BD. Além do
armazenamento adequado da informação no laboratório, é importante tornar acessíveis ao público em geral os resultados das pesquisas realizadas,
por isso, continuamos a desenvolver o site do LGMH. Fizemos alterações no código fonte para torná-lo mais compatível com os diferentes navegadores, inclusive de dispositivos móveis. Uma versão em inglês está também sendo preparada. Paralelamente a isto, iniciamos um novo projeto que
se enquadra nas atividades complementares, intitulado “Pênfigo e a Hipótese do Mosquito: Análise in silico”, no qual verificamos a similaridade de
sequências entre as proteínas salivares do Simulium nigrimanum e as desmogleínas. Isto se justifica, pois uma das hipóteses de fator ambiental na
patogênese de Pênfigo Foliáceo Endêmico (PFE), uma doença autoimune de pele, envolve mosquitos da família simuliidae: Lombardi et al. (1992)
relacionaram a distribuição geográfica dos insetos com PFE. Foi sugerido que na saliva desses mosquitos exista algum componente que estimule
uma resposta imune e que tenha uma reação cruzada com proteínas dos desmossomos, tendo como alvo principal a desmogleína 1 (DSG1), podendo
desencadear a autoimunidade. Para tal comparação, foi desenvolvido um código em linguagem C. Após analisarmos os resultados obtidos, os valores mais significativos, quanto à identidade de sequência, foram entre a DSG1 e as proteínas salivares do Simulium nigrimanum, em comparação
com as demais desmogleínas.
Nº 0208
Tema Projeto CITOGENÉTICA EM CITÓTIPOS DE SCAPTEROMYS, FAMÍLIA CRICETI-
DAE (RODENTIA), OCORRENTES NOS ESTADOS DO PARANÁ E DO RIO
GRANDE DO SUL
Aluno de Iniciação Científica: Gacyelle dos Santos Morais (IC-Voluntária)
Curso: Ciências Biológicas (M)
Orientador: Íris Hass
Colaborador: Luana Barbosa
Palavras-chave: Scapteromys, Akodontini, Citogenética Animal
Pertencentes à ordem Mammalia, os roedores destacam-se como maiores representantes da ordem dos placentários, o gênero Scapteromys possui
adaptações como cauda comprida e garras longas, que permitem o hábito fossorial e natatório. Estes roedores são importantes reguladores da
biodiversidade, e relevantes no aspecto sanitário por serem hospedeiros de nematóides, pulga, carrapato e hantavírus, o qual pode causar infecção
como febre hemorrágica nos seres humanos. O objetivo deste estudo foi avaliar alterações cromossômicas em espécimes de Scapteromys. Foram
estudados três exemplares coletados do Rio Grande do Sul no Município de Bujuru e quatro no Paraná na localidade de Barro Preto, Município de
São José dos Pinhais. As metáfases foram analisadas em microscopia óptica com posterior montagem do cariótipo com auxílio e um microscópio
Zeiss acoplado a uma câmera CCD e software BandView, para a avaliação de possíveis alterações cromossômicas, como translocação, duplicação,
deleção, inversão e fusão cêntrica. Os resultados preliminares mostraram que os quatro indivíduos do Estado do Paraná apresentaram 2n=36 e que
os três exemplares do Estado do Rio Grande do Sul possuem 2n= 32. Para cada técnica de bandeamento foram analisadas 20 células por indivíduo.
Com o emprego da banda C foi verificado a marcação em todos os centrômeros dos cromossomos autossômicos, e nos machos o cromossomo Y
apresentou-se heterocromático, como descrito na literatura. Em bandeamento G foi possível parear corretamente os cromossomos dos dois citótipos
de Scapteromys. Até o momento a técnica de bandeamento Ag-NOR não apresentou resultados suficientes para a análise dos exemplares de ambas
as localidades. A técnica de ZOO-FISH também não apresentou resultados satisfatórios, e novos testes estão sendo realizados. A caracterização
cromossômica desta espécie, juntamente com a filogenia comparativa com o gênero Akodon, auxiliará em projetos que visem à conservação das
espécies e das áreas ocupadas por eles. Apoio Financeiro: UFPR, Fundação Araucária.
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AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE PROLINA EM PLANTAS DE TRIGO EM ASSOCIAÇÃO COM BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS SUBMETIDAS AO ESTRESSE OSMÓTICO IN VITRO
Aluno de Iniciação Científica: Kléber Saatkamp (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Eliane Cristina Gruszka Vendruscolo Colaborador: Fernando Furlan, Jaina Lunkes, Andressa Estevam
Palavras-chave: Bactéria Promotora de Crescimento, Escassez de Água, Prolina
Cerca de dois terços da população mundial tem o trigo (Triticum aestivum) e seus derivados como base de sua dieta alimentar diária, sendo uma das
principais fontes de calorias e proteínas. Bactérias promotoras de crescimento vegetal (BPCV) podem aumentar a tolerância das plantas à seca. O
objetivo deste trabalho foi estudar uma variedade comercial de trigo da COODETEC (CD 120) para verificar o efeito da BPCV em plântulas de trigo
submtidas a estresse osmótico. As plântulas foram obtidas in vitro segundo protocolo de Neiverth et al. (2010). Após 28 dias de cultivo em meio MS,
as plântulas foram transferidas individualmente para tubos de ensaio contendo meio MS sem fonte de Nitrogênio e com PEG – 6000 (0,3MPa). Estas
foram inoculadas e co-cultivadas com Azospirillum brasilense (A) (106 células) e/ou fertilização nitrogenada (Meio MS completo e MS sem fonte de
N) totalizando 6 tratamentos: T1- controle, com plântulas não inoculadas; T2- inóculo (A); T3- A +N ; T4-PEG;T5- PEG +A; T6- PEG +A +N. Foram
avaliados a parte aérea da plântulas, o Teor Relativo de Água (TRA%), o Índice de Estabilidade de Membrana (IEM%), a massa fresca (g) depois de
retirada e secagem com papel toalha, massa seca (g) após a mesma ser colocada em estufa de secagem à 65oC por 72h. E o conteúdo de prolina pelo
método de Bates (1973) modificado. Como resultados obtidos, observou-se que o PEG atuou como agente osmótico, diminuindo o TRA ao menor
índice (22%) correspondendo a 40% menor que o controle. A presença da bactéria e N em meio estressante com PEG (T5) permitiu a manutenção
dos valores de TRA similares ao controle, demonstrando funcionar como um atenuador do estresse osmótico, embora diferenças maiores no IEM nos
diferentes tratamentos não foram observadas. As maiores massas frescas de plantas foram observadas no T3 com a presença de A+N. Em relação à
prolina, foram observadas diferenças entre os tratamentos avaliados sendo que tanto a presença da A + N (T3) e PEG (T4) e ambos (T6) determinaram
aumentos nos teores de prolina na ordem de 45,5%; 119,29% e 200,3%, demonstrando que as plantas respondem aumentando os níveis de osmólitos
na forma de aminoácidos (prolina). No T6 (A+PEG), os maiores aumentos de prolina apontam para o fato de que a planta também percebeu a bactéria
como agente estressante. Estes dados são parciais e outros experimentos estão sendo realizados.
Nº 0210
Tema Projeto AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ASSOCIATIVO DE ISOLADOS BACTERIANOS
OBTIDOS NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ EM CULTIVAR DE TRIGO MODELO
Aluno de Iniciação Científica: Maiara Pasuch de Camargo (IC-Voluntária)
Orientador: Eliane Cristina Gruszka Vendruscolo
Co-Orientador: Marise Fonseca dos Santos
Palavras-chave: Bactérias Diazotróficas, Isolados Bacterianos, Promoção de Crescimento Vegetal
As bactérias diazotróficas podem ser usadas como promotoras de crescimento vegetal, produzindo fito-hormônios, fixando nitrogênio (N2) ou
devido a outros mecanismos que contribuam para o desenvolvimento da planta. Os objetivos do trabalho foram: verificar o potencial associativo de
isolados bacterianos em cultivar modelo (CD120) de trigo e avaliar a produção de ácido-3-indol acético (AIA) por isolados bacterianos coletados
na Região Oeste do Paraná. Para o estudo foram inicialmente realizadas as curvas de crescimento de 9 cepas bacterianas: UFPRPALT 1, UFPRPALT 14, UFPRPALT 77, UFPRPALT 87, UFPRPALT 118, UFPRPALT 121 e UFPRPALT 122, sendo usadas como controles Herbaspirillum
seropedicae e Azospirillum brasilense. As bactérias foram pré-inoculadas em meio DIGS líquido overnight. Para o teste da adesão, 50 sementes
assépticas e pré-germinadas foram inoculadas com 106 células de cada bactéria. As plântulas de trigo foram dispostas individualmente em 30 tubos de ensaio contendo meio MS líquido sem fonte de nitrogênio por 5 dias. Aleatoriamente foram selecionados plântulas, as quais foram usadas
para as avaliações em triplicata. Os parâmetros avaliados foram: massa fresca e seca da parte área, morfologia de raiz, isolamento e contagem de
população bacteriana: epifítica e endofítica. A população epifítica e endofítica de bactérias medida em termos de Unidade Formadora de Colônias
(UFC) foi avaliada segundo o método da microgota (Romeiro et al.,2011). Para quantificação do AIA inoculou-se cada um dos isolados em frascos
contendo 4mL de meio DIGS e DIGS suplementado com L-Triptofano (0,2M) segundo protocolo proposto por Mayer (1958). Como resultados
obtidos, apenas o isolado UFPRPALT 121 pareceu ter impedido o crescimento da parte aérea e radicular da planta, apresentando massas secas
e frescas menores. As demais cepas bacterianas não promoveram aumentos expressivos nas biomassas e na morfologia radicular em relação ao
controle. Quanto a produção do fito-hormônio AIA, apenas a bactéria UFPRPALT 1 apresentou resposta negativa para a produção do mesmo e as
outras cepas em média tiveram níveis de 0 a 1,97 ug de AIA /ug de proteína. Quanto a presença de bactérias epi e endofíticas, o isolado que melhor
apresentou associação com o genótipo CD120 foi o UFPRPALT 77 com 42 x103 e 41,3x104 UFC. Estes valores representam quase o dobro da
população encontrada para H. seropedicae. O isolado UFPRPALT 1 apresentou ter a menor capacidade de associação, com ausência de população
bacteriana epifiticamente aderida às raízes e apenas 4x103 UFC endofiticamente.
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Nº 0211
Tema Projeto AVALIAÇÃO DE TRANSFORMANTES DE PHYLLOSTICTA CITRICARPA E
INDUÇÃO DE SINTOMAS PARA ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA DA MANCHA PRETA DOS CITROS
Aluno de Iniciação Científica: Desirrê Alexia Lourenço Petters (PIBIC/CNPq)
Orientador: Chirlei Glienke
Colaborador: Eduardo Henrique Goulin, Camila da Costa Senkiv
Palavras-chave: Agrotransformação, Indução de Sintomas, Crescimento Micelial
A Mancha Preta dos Citros (MPC), causada pelo patógeno Phyllosticta citricarpa, é uma doença que acomete várias espécies de citros importantes economicamente, trazendo grandes prejuízos e problemas aos produtores, principalmente devido à grande dificuldade de ser controlada e/ou
erradicada. Disseminada por meio de mudas, restos de material vegetal, água da chuva e vento, a doença só acomete a parte externa dos frutos,
de modo que não provoca alterações no sabor, permitindo que os frutos sejam utilizados para fabricação de sucos. Entretanto, para o mercado de
fruta fresca, há uma perda, uma vez que a aparência dos frutos é bastante prejudicada. Além dos gastos com o custo de produção, para impedir a
disseminação do patógeno, a exportação dos frutos também é afetada, uma vez que barreiras fitossanitárias impedem a entrada dos mesmos em
locais livres da doença. Sendo assim, verifica-se então a importância de estudos para caracterizar este microrganismo, seja sobre de a distribuição
geográfica ou epidemiologia e ciclo de vida. Com informações mais específicas, é possível melhor orientar as atividades realizadas para controlar a disseminação do microrganismo quanto permitir que locais livres da doença possam destinar seus frutos à exportação. Uma estratégia que
permite obter informações genéticas sobre os mecanismos de patogenicidade do microrganismo é a agrotransformação. Através dela, é possível
inserir no genoma do patógeno um fragmento exógeno de DNA, contendo um gene de interesse. No presente caso, foi inserido um fragmento que
permite que o patógeno expresse resistência ao glifosinato de amônio e também expresse a proteína verde fluorescente (GFP). Existindo então
estes transformantes, as atividades desenvolvidas envolveram a manutenção destas linhagens, caracterização com relação ao crescimento micelial
e esporulação, e realização de testes de indução de sintomas em frutos destacados, com e sem injúria. Observando as diferenças de comportamento
dos transformantes quando comparados à linhagem selvagem, pode-se inferir possíveis alterações que tenham surgido pela inserção do fragmento
em algum gene ou região envolvida em um processo metabólico, orientando novos focos de investigação, de modo a descobrir as sequências de
DNA das regiões envolvidas nestes processos.
Nº 0212
Tema Projeto AVALIAÇÃO GENÉTICA DE BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS OBTIDAS DE ÁREAS DA REGIÃO OESTE DO ESTADO DO PARANÁ SOB DIFERENTES MANEJOS DE CULTIVO
Aluno de Iniciação Científica: Everton Geraldo Capote Ferreira (IC-Voluntária)
Orientador: Luciana Grange
Co-Orientador: Marco Antonio Bacellar Barreiros
Colaborador: Walkyria Neiverth, André Barazetti
Palavras-chave: Rizobactérias, Manejos de solo, FBN
As rizobactérias endofíticas possibilitam redução nos impactos ambientais e nos custos de produção na agricultura, devido aos seus potenciais
biotecnológicos para a fixação biológica de nitrogênio (FBN) e utilização como promotoras de crescimento vegetal (BPCV). Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a diversidade genética de indivíduos endofíticos isolados de distintos solos provenientes de nove manejos
agrícolas diferentes entre si, mais uma área de mata ciliar, através de técnicas moleculares. O DNA genômico das estirpes foi extraído de colônias
puras, obtendo-se um total de 323 amostras. A caracterização genética de 269 isolados mais sete estirpes padrões foi realizada pela reação de rep-PCR com “primer” específico BOX verificando um total de 25 agrupamentos. Destes, foram selecionadas 93 estirpes e estas foram submetidas à
reação de PCR para o gene que codifica a região 16S rRNA a fim de serem analisados, utilizando o programa BioNumerics (Applied Mathematics,
Bélgica), quanto ao polimorfismo de comprimento de fragmentos de restrição (RFLP) com diferentes enzimas de restrição (Hae III, Afa I, Hha I,
Hinf I, Hap). Como etapa subsequente foram selecionados a partir dos dendrogramas os 31 indivíduos mais polimórficos para o sequenciamento
parcial do gene 16S rRNA. Os produtos de PCR do gene ribossomal 16S foram purificados com o kit “PureLink” (Invitrogen™) de acordo com as
instruções do fabricante. Em seguida os produtos purificados foram submetidos à reação de sequenciamento pelo método de Sanger, com o uso do
“kit” “DYEnamic™ET dye terminator cycle sequencing (MegaBACE™). As sequências obtidas foram analisadas com o auxílio dos programas
phredPhrap versão 0,990722 (1993-2000) e examinadas manualmente. As seqüências de nucleotídeos geradas foram comparadas com outras sequências previamente depositadas no banco de dados internacional "GenBank" do National Center for Biotechonology Information (NCBI), usando a
ferramenta BLASTN. Foram identificados os gêneros: Pantoea, Enterobacter. Microbacterium, Delftia, Agrobacterium. Sendo assim, foi possível
observar que não houve relação direta das estirpes com o manejo de cultivo nem com o tipo de solo, o que vem revelando não só a alta diversidade
genética dos micro-organimos obtidos das diferentes áreas, como também a alta adaptabilidade destes isolados frente às condições permitidas pelos
diferentes sistemas agrícolas.
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Nº 0213
Tema Projeto ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE BACTÉRIAS EN-
DOFÍTICAS ISOLADAS DE PLANTAS DE TRIGO E MILHO NA REGIÃO
OESTE DO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Fernanda Freitas de Oliveira (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Eliane Cristina Gruszka Vendrusculo
Co-Orientador: Marise Fonseca dos Santos
Colaborador: Elisiane Inês Dall’Oglio Chaves (UNIOESTE),
Joel A. C. Abreu, Maiara P. Camargo
Palavras-chave: Bactérias Diazotróficas, Gene 16S, Sequenciamento
A interação de rizobactérias com diversas culturas tem sido tema de pesquisas no mundo todo, devido ao potencial biotecnológico evidenciado no
aumento da produtividade das culturas, possibilidade de redução dos custos de produção pela diminuição do uso de adubos nitrogenados, e consequentemente, melhor conservação dos recursos ambientais. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi isolar e caracterizar molecularmente bactérias
endofítica associadas às raízes de trigo e milho na Região Oeste do Paraná. Plantas de trigo e milho plantadas e coletadas em três áreas de mata com
solo: arenoso (A1), latossolo roxo (A2) e hidromórfico (A3). A coleta foi realizada após 60 dias da germinação, e o isolamento ocorreu utilizando-se
7 meios de cultura sólidos DYGS, NFb, JNFb, LG, LGD, LGI e LGI-P. Através dos isolamentos foram obtidos 50 isolados bacterianos, sendo 27
isolados de plantas de trigo: A1 – 10 isolados (1-DYGS, 2-NFb, 3-JNFb, 1-LG, 2-LGD e 1-LGI); A2 – 12 isolados (1-NFb, 4-JNFb, 3-LG, 2-LGI
e 2-LGI-P) e A3 – 5 isolados (1-NFb, 2-LG, 1-LGI e 1-LGI-P). Nas plantas de milho foram obtidos 23 isolados: A1 – 7 isolados (4-JNFb, 1-LGD,
1-LGI e 1-LGI-P); A2 – 8 isolados (1-NFb, 3-JNFb, 2-LGD e 2-LGI); A3 – 8 isolados (2-JNFb, 1-NFb, 3-LGI e 2- LGI-P). Para a caracterização
molecular foram realizadas as extrações de DNA e a amplificação da seqüencia do gene 16S com os primers Y1-Y3. O produto da amplificação foi
purificado com enzimas exo/SAP e então realizada a reação de sequenciamento (3500xL Genetic Analyzer). Dos 50 isolados, obtivemos sequências
de apenas 14 sendo identificados até o momento os gêneros Agrobacterium, Bacillus, Burkholderia e Rhizobium. Constatou-se alta variabilidade
entre os isolados obtidos em todos os parâmetros analisados, confirmando que populações com elevado grau de diversidade morfofisiológica e
genética se estabelece endofiticamente com Poaceaes.
RESISTÊNCIA A FUNGICIDAS BENZIMIDAZÓIS E MUTAÇÕES NO GENE
B-TUBULINA EM LINHAGENS DE COLLETOTRICHUM SP. UTILIZANDO
COMO MODELO MONILINIA FRUCTICOLA
Aluno de Iniciação Científica: Hannah Ebbinghaus de Araujo (PIBIC/CNPq)
Colaborador: Juliana Marta Muehlmann Fischer, Louise Larissa May de Mio
Palavras-chave: Fungos Patógenos, Substituições, Podridão Parda
Fungos dos complexos Colletotrichum acutatum e C. gloeosporioides são descritos como causadores da doença Queda Prematura dos Frutos Cítricos
(QPFC). Existem diferentes padrões de resistência aos fungicidas do grupo benzimidazóis em espécies de Colletotrichum presentes em pomares cítricos, sendo C. acutatum resistente, enquanto C. gloeosporioides era descrito como sensível a este fungicida. Em estudos com centenas de linhagens
de C. gloeosporioides provenientes de pomares cítricos, o LabGeM encontrou alta freqüência de linhagens resistentes ao fungicida carbendazim (um
benzimidazol). Experimentos laboratoriais, como a avaliação de crescimento micelial em meio de cultura com diferentes concentrações de fungicida
e o sequenciamento de genes têm demonstrado que este fungo pode possuir características semelhantes às descritas para vários fitopatógenos, como
Monilinia fructicola. Nestes fungos, a presença de mutação no códon 198 (E198A) do gene beta-tubulina, confere resistência a benzimidazóis. Além
disto, outras substituições de nucleotídeos parecem ser responsáveis por padrões de resistência distintos, possibilitando classificar os isolados em
sensíveis (S), baixa resistência (LR) e alta resistência (HR). De acordo com a literatura, em M. fructicola, uma substituição no códon 6, (de CAT
para TAT) é responsável pelo padrão LR. A mutação no códon 198 é observada nos isolados com alta resistência (GAA para GCA). Alguns trabalhos
relatam a existência de linhagens resistentes de C. gloeosporioides em função de uma mutação no códon 200. Entretanto, não existe consenso sobre
qual é o padrão de resistência observado em Colletotrichum, em especial em linhagens de pomares cítricos do Brasil onde este fungicida foi utilizado
por décadas. O objetivo deste trabalho foi verificar a similaridade entre os padrões de resistência de C. gloeosporioides e Monilinia fructicola através
do sequenciamento do gene beta-tubulina. Para tanto, foram realizadas avaliações de resistência utilizando benzimidazóis e o sequenciamento do
gene beta-tubulina em linhagens das duas espécies. O teste discriminatório com fungicida separou os isolados de C. gloeosporioides em resistentes
(R) e sensíveis (S) e de Monilinia fructicola em sensíveis (S), baixa resistência (LR) e alta resistência (HR). O sequenciamento do gene beta-tubulina
tem demonstrado as substituições nos códons citados para M. fructicola, porém nenhuma mutação clássica foi encontrada nos isolados de C. gloeosporioides. Foi, entretanto encontrada uma substituição ainda não caracterizada nestes isolados.
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Nº 0215
Tema Projeto DESENVOLVIMENTO E AGROTRANSFORMAÇÃO DE ENDÓFITOS EX-
PRESSANDO O GENE REPÓRTER DSRED PARA ENSAIOS DE CONTROLE BIOLÓGICO DE PHYLLOSTICTA CITRICARPA
Aluno de Iniciação Científica: Juliana Bernardim Wobeto (Outro)
Colaborador: Camila da Costa Senkiv, Paulo Camargo dos Santos
Palavras-chave: Phyllosticta Capitalensis, Mancha Preta dos Citros, Agrotransformação
A citricultura Brasileira apresenta sérios problemas fitossanitários, em especial a Mancha Preta dos Citros, doença causada pelo fungo Phyllosticta
citricarpa. Esta deprecia o valor comercial de frutos cítricos destinados ao mercado de frutas frescas, reduz a produtividade devido à queda prematura dos frutos, aumenta o custo de produção, e causa sérias restrições na exportação de frutos. Emprega-se atualmente o controle químico, que além
de aumentar o custo de produção traz prejuízos para a saúde humana e para o meio ambiente. Torna-se perceptível assim, a importância de estudos
envolvendo controle biológico. Uma das formas encontradas para o controle de tal doença é a associação de microrganismos endofíticos, que se
associam às plantas de forma mutualística, competindo com o patógeno. O estudo in planta desta relação entre endófitos e patógeno é facilitada por
meio do emprego de linhagens transformadas destes fungos contendo genes repórteres (GFP e DsRed) expressando proteínas de fluorescência. Em
editais anteriores já foram obtidas linhagens do patógeno Phyllosticta citricarpa e de uma espécie endofítica P. capitalensis expressando a proteína
verde fluorescente (GFP), porém os transformantes de P. capitalensis não foram ainda caracterizados. Além disso, estudos da interação são facilitados se genes repórteres diferentes forem utilizados em cada espécie de fungo. Assim, objetivou-se a agrotransformação de endófitos expressando o
gene repórter DsRed (proteína vermelha fluorescente), bem como a caracterização dos transformantes de P. capitalensis GFP. Inicialmente, o vetor
contendo o gene DsRed foi inserido em A. tumefaciens pelo método de transformação via eletroporação para posterior transformação fúngica. Para
tanto, estão sendo avaliados diferentes variáveis quanto ao tempo e condições de co-cultivo bactéria + fungo. Quanto a caracterização dos transformantes de P. capitalensis expressando o gene gfp, foram avaliadas 14 colônias quanto a estabilidade mitótica após 5 gerações. A expressão do gene
gfp foi verificada em microscopia fluorescente e apenas 5 mantiveram-se estáveis. Tais linhagens foram avaliadas por PCR quanto a presença do
gene, e caracterizadas morfologicamente a fim de se obter a linhagem com características morfológicas e fisiológicas mais semelhante a linhagem
selvagem para os estudos futuros de controle biológico.
Nº 0216
Tema Projeto VARIABILIDADE EM FUNGOS DO GÊNERO COLLETOTRICHUM ISOLA-
DOS DE PLANTAS DE POMARES CÍTRICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO.
Aluno de Iniciação Científica: Kalinka Pereira Gonzales (PIBIC/CNPq)
Co-Orientador: Caroline Elise Waculicz Andrade
Colaborador: Hellen Katarine Rosa Moreira, Andressa Peres Bini,
Douglas Adamoski Meira
Palavras-chave: Colletotrichum, Variabilidade Genética, Podridão Floral
A Podridão Floral dos Citros (PFC) é causada pela infecção de flores por fungos das espécies Colletotrichum acutatum e C. gloeosporioides. Está
presente em locais que propiciam mais de uma florada dos citros (Citrus spp.) e acarreta a abscisão de frutos jovens. Na literatura não há relatos da
presença de linhagens patogênicas de Colletotrichum de forma endofítica; ou se este está presente como patógeno latente em plantas cítricas entre as
floradas contribuindo como reservatório de inóculo para a disseminação da doença. A validação de métodos de diagnóstico para verificar se o fungo
se apresenta de forma endofítica em plantas cítricas, assim como o isolamento e identificação de fungos do gênero Colletotrichum colonizando o
interior de plantas cítricas de pomares com relatos da doença, é premente. Outro aspecto importante a ser investigado é a presença no campo, de
linhagens de Colletotrichum spp resistentes aos fungicidas utilizados nos pomares cítricos. Estes esclarecimentos servirão de base para a adoção de
medidas de controle da doença PFC. O presente trabalho teve como objetivo identificar as espécies de Colletotrichum presentes como endofíticas
em plantas cítricas e da vegetação espontânea em pomares cítricos, além de verificar a resistência dos isolados aos fungicidas Carbendazim e Nativo. Foram isolados 120 fungos endofíticos do gênero Colletotrichum de plantas cítricas e 69 isolados de plantas da vegetação espontânea. Estes
isolados foram identificados por PCR espécie-específica e sequenciamento da região ITS1- 5,8S- ITS2 do rDNA e parcial dos genes GPDH como
pertencentes ao Complexo de espécies C. gloeosporioides, porém tais genes são insuficientes para determinar a espécie. O estudo dos mecanismos
de resistência ao fungicida Carbedazim vem sendo realizado por meio de sequenciamento parcial do gene da Beta-tubulina e testes de resistência aos
fungicidas Carbendazim e Nativo in vitro. Alta porcentagem de isolados resistentes ao carbendazim já foi encontrada, porém sem correspondências
com as mutações clássicas no gene da Beta-tubulina. Para esclarecer as espécies dos isolados, análise multigênica utilizando sequência de actina,
calmodulina e quitina vem sendo realizada juntamente com a caracterização morfológica por microcultivo dos isolados.
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CLONAGEM, EXPRESSÃO E DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE DAS PROTEÍNAS DO SISTEMA DE FOSFOTRANSFERASES DE HERBASPIRILLUM
SEROPEDICAE
Aluno de Iniciação Científica: Larissa Souza Correa Rosa (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Marcelo Muller dos Santos Co-Orientador: Lucas Zanon Monteiro
Palavras-chave: Clonagem, Expressão, Transformação
Herbaspirillum seropedicae é uma bactéria endofítica, fixadora de nitrogênio e promotora do crescimento de plantas. Além disso, H. seropedicae
produz alguns produtos de interesse biotecnológico como polihidroxibutirato, exopolissacarídeos e ácido indolacético. Essas características tornam
esta bactéria um alvo potencial para engenharia metabólica, com o intuito de aplicá-la como inoculante de gramíneas de interesse econômico, tais
como, arroz, milho e trigo, bem como em outros processos biotecnológicos. Através da análise do sequenciamento genômico de Herbaspirillum
seropedicae, foram localizados genes do sistema de fosfotransferases (PTS – do inglês phosphotransferase system). Este sistema desempenha um
papel central na integração dos metabolismos de carbono e nitrogênio em procariotos. Dos genes identificados em H. seropedicae, três deles são
homólogos a genes PTS-Ntr de outras bactérias (ptsP - EINtr, ptsO - NPr, ptsN - EIIANtr). Também foi localizado o gene ptsM que expressa uma
proteína putativa EIIA tipo-manose (que regula o transporte de manose) e hprK que codifica uma enzima bifuncional quinase/fosfatase que atua na
regulação de PTS via fosforilação/defosforilação de PtsO. As permeases EIIB e EIIC que atuam no transporte de carboidratos e, que normalmente
são encontradas no sistema PTS de enterobactérias não foram encontradas em H. seropedicae, indicando que o sistema PTS em H. seropedicae
tenha um papel preponderantemente regulatório. Os cinco genes do sistema PTS em H. seropedicae foram amplificados e clonados em vetor pTZ18R digerido com SmaI. Os genes ptsM e ptsO já foram sequenciados e subclonados em vetor de expressão pET28a. Os demais genes estão sendo
confirmados através de sequenciamento de DNA e serão posteriormente subclonados no vetor pET28a. Os genes ptsM e ptsO foram expressos em
E. coli após indução com IPTG. PtsM mostrou-se solúvel e foi purificada por cromotagrofia de afinidade com uma coluna carregada com Ni solúvel
nas condições testadas, porém o suficiente para ser purificada por 2+. Já PtsO mostrou-se parcialmente cromatografia de afinidade. A purificação
das proteínas do sistema PTS de H. seropedicae e o estabelecimento do ensaio de atividade fosforilase in vitro permitirá uma melhor caracterização
deste sistema em bactérias diazotróficas.
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE TERPENOS CÍTRICOS NO CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE PICNÍDIOS DE PHYLLOSTICTA CITRICARPA
Aluno de Iniciação Científica: Leonardo da Costa Linchuca (PIBIC/CNPq)
Orientador: Vanessa Kava-Cordeiro
Colaborador: Lisandra Santos Ferreira Maba (Doutoranda)
Palavras-chave: Phyllosticta citricarpa, Mancha Preta dos Citros, Terpenos
A Mancha Preta dos Citros (MPC) ou Pinta Preta é uma importante doença causada pelo fungo Phyllosticta citricarpa. Sua transmissão ocorre
através da disseminação dos esporos infectando frutos, folhas e ramos causando uma lesão redonda e com bordos escurecidos, característica da
doença. Os sintomas ocasionados pela doença depreciam os frutos para comercialização, não interferindo na sua qualidade interna. Países onde não
há a MPC, como os europeus, recusam a importação de frutos com sintomas, por ser esta doença classificada como quarentenária A1. Em pomares
muito afetados, a MPC pode causar a queda prematura dos frutos, agravando os prejuízos econômicos acarretados por esta doença. Atualmente, a
única forma de controle eficaz vem sendo com o uso de fungicidas nas plantações, que além da contaminação ambiental e do custo elevado tem levado à seleção de isolados resistentes a estes fungicidas. Alternativas para o controle desta e outras doenças são o alvo de pesquisa em vários países
onde a cultura de citros tem grande importância econômica, como no Brasil. Óleos voláteis presentes em cascas de citros desempenham diversas
funções nos frutos e estudos recentes tem indicado que alterações na composição desses óleos afetam a ação de microrganismos fitopatogênicos,
incluindo o fungo P. citricarpa. O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência dos terpenos limoneno, citronelol, cariofileno, linalol e
nerol sobre o crescimento e produção de picnídios de P. citricarpa. Nos experimentos realizados foi possível notar a ação estimulatória do limoneno e do cariofileno tanto no crescimento quanto da produção de picnídios. O citronelol, linalol e nerol tiveram ação de inibição na produção de
picnídios, e crescimento sendo o linalol que apresentou a maior ação inibitória, comparado ao citronelol e nerol. Com esses resultados foi possível
afirmar que os óleos voláteis presentes na casca de citros desempenham uma importante ação na patogenia da P. citricarpa. O estudo da resposta
deste fitopatógeno a estes terpenos voláteis é um importante passo no estudo da interação deste patógeno com seu hospedeiro e poderá contribuir
para o desenvolvimento de novas estratégias para o controle da MPC, com a redução do uso de fungicidas.
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Nº 0219
Tema Projeto FUNGOS ENDOFÍTICOS: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL BIOTECNOLÓGI-
CO DA COLEÇÃO DO LABGEM
Aluno de Iniciação Científica: Marcela Silvestre Dias (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Vanessa Kava-Cordeiro
Colaborador: Felipe Borges dos Santos
Palavras-chave: Corantes Têxteis, Fungos Endofíticos, Biodegradação
Corantes têxteis são substâncias orgânicas solúveis utilizadas para conferir cor a fibras têxteis. Estes corantes podem ser prejudiciais quando descartados no ambiente sem tratamento adequado já que aumentam a turbidez da água dificultando a atividade de organismos fotossintetizantes e
ainda alguns corantes apresentam ação carcinogênica. Devido aos problemas ambientais causados pelos corantes, tornou-se necessário o estudo
de alternativas para o tratamento dos efluentes da indústria têxtil. A biodegradação apresenta papel importante no tratamento destes efluentes. Essa
tecnologia consiste na modificação estrutural de substâncias poluentes utilizando organismos como fungos, bactérias, algas, entre outros. Organismos endofíticos vêm sendo muito estudados pelo seu potencial biotecnológico. São definidos como endofíticos todos os organismos capazes de
colonizar tecidos internos dos vegetais sem causar qualquer dano aparente. O presente trabalho tem como objetivo analisar o potencial de fungos
endofíticos na degradação de corantes têxteis. Inicialmente um único fungo endofítico (I4.8) foi testado quanto ao seu potencial na descoloração
de três corantes do tipo Remazol: azul, amarelo e vermelho. Este fungo apresentou elevado potencial na descoloração do corante azul (aproximadamente 95%). O resultado para os corantes amarelo e vermelho não foram significativos nas condições ensaiadas. Os resultados promissores com
o corante azul motivaram a repetição do experimento adicionando-se outros dois fungos endofíticos (I5.8 e U2.4A) . Neste experimento foram
testadas diferentes suplementações de fonte de carbono, glucose, frutose e galactose (10 e 15 g/L) no meio de cultivo com os três corantes. Todos
apresentaram elevada porcentagem de descoloração dos corantes testados, principalmente para o Remazol Azul (86 a 96%). Os resultados menos
satisfatórios na procentagem de descoloração foram obtidos nos testes para o corante Remazol Amarelo (55 a 72%) enquanto que para o Remazol
vermelho foi de 72 a 86%. Houve diferença de resposta dos três isolados em relação à fonte de carbono utilizada, denotando o potencial de melhoramento de resposta de descoloração utilizando diferentes condições de cultura para cada isolado. Os três isolados de fungo utilizados estão sendo
identificados por análise morfológica e sequenciamento da região ITS e também outros experimentos com diferentes condições de cultivo serão
ensaiadas visando aumentar a porcentagem de descoloração dos corantes do tipo Remazol, muito utilizados na indústria têxtil.
Nº 0220
Tema Projeto ANÁLISE FUNCIONAL DO GENE NTRC DE RHIZOBIUM SP. NGR234
Aluno de Iniciação Científica: Najara Nogari de Mello (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Ana Cláudia Bonatto
Co-Orientador: Roseli Wassem
Palavras-chave: Rhizobium sp. NGR234, Gene NtrC, Sistema NTR
O nitrogênio é o nutriente mais abundante na matéria viva, participando na composição de moléculas como ácidos nucleicos, proteínas, carboidratos, entre outras. Bactérias diazotróficas como Rhizobium sp. NGR234 são capazes de converter N2 atmosférico a NH3 através do processo de
fixação biológica de nitrogênio. Na maioria das proteobactérias o metabolismo de nitrogênio é controlado pelo sistema NTR. Entre as proteínas
que compõem este sistema estão as proteínas NtrB e NtrC, que formam um sistema de dois componentes. A proteína NtrB é uma proteína sensora
controlada pelos níveis de amônio intracelular, e a proteína NtrC é um ativador transcricional controlado por NtrB. Quando a disponibilidade de
amônio é baixa, a proteína NtrC-P ativa a transcrição de genes envolvidos em vias alternativas para a obtenção de amônio, entre estas a fixação
de nitrogênio. Rhizobium sp. NGR234 é uma bactéria diazotrófica, gram-negativa, capaz de estabelecer simbiose com cerca de 112 gêneros de
legumes. Neste organismo pouco se conhece sobre o controle do metabolismo de nitrogênio e da fixação que ocorre nos nódulos. O objetivo deste
trabalho foi obter uma estirpe mutante com deleção do gene ntrC de Rhizobium sp. NGR234, para possibilitar o estudo da função da proteína NtrC
no metabolismo de nitrogênio deste organismo. Para tanto, foram feitas construções para a obtenção de uma estirpe mutante ntrC- de NGR234. As
regiões inicial e final do gene ntrC foram amplificadas e clonadas no vetor pTZ57. Estes fragmentos foram clivados e ligados ao vetor pUC18 para
construir um gene truncado sem alteração na fase de leitura. O gene ntrC truncado (ntrC-Del) foi clonado no vetor pK18mobsacB e esta construção
inserida em células de Rhizobium sp. NGR234. As células que sofreram dupla recombinação foram selecionadas em meio contendo sacarose e serão
analisadas através da amplificação do gene ntrC por PCR para confirmar a mutação. As estirpes confirmadas como mutantes serão utilizadas para
estudar as funções de NtrC em Rhizobium sp. NGR234.
129
INDUÇÃO DE SINTOMAS DA DOENÇA MANCHA PRETA DOS CITROS
PARA ESTUDO DA EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE BIOLÓGICO DO FUNGO PHYLLOSTICTA CITRICARPA
Aluno de Iniciação Científica: Renata Amorim (PIBIC/Fundação Araucária)
Colaborador: Alan de Oliveira Silva
Palavras-chave: Phyllosticta citricarpa, Controle Biológico, Epidemiologia
A citricultura é um dos mais importantes setores do agronegócio brasileiro e o país é o maior produtor mundial de laranja e produtor do suco desta
fruta. A maior parte desta produção destina-se à exportação, por isso é importante que o fruto in natura apresentese saudável. Pragas e doenças
causam ameaças à citricultura, trazendo prejuízos à produção e levando a erradicação de milhões de plantas nos parques citrícolas do país. O fungo
Phyllosticta citricarpa é o fitopatógeno responsável pela doença Mancha Preta dos Citros (MPC) que afeta várias espécies de citros de importância
econômica. Causa o aparecimento de lesões no fruto que o depreciam comercialmente e diminuem sua aceitação pelo mercado consumidor e afetam
a produção. As exportações são prejudicadas porque existem barreiras fitossanitárias em países que são livres da doença. Para o seu controle, são
usados agentes químicos, que trazem prejuízos ambientais e à saúde humana. Nesse contexto, visa-se o controle biológico. Entretanto, para que o
potencial de fungos endofíticos neste controle seja avaliado, necessita-se de protocolos de indução de sintomas de MPC em frutos e em ramos em
condições de laboratório. Assim, no presente projeto objetivou-se tal desenvolvimento. As atividades desenvolvidas envolveram manutenção de
linhagens de microrganismos endofíticos a serem utilizados no controle biológico, manutenção das linhagens de P. citricarpa selvagem e transformantes e realização de testes de indução de sintomas de MPC em frutos e ramos. Estes testes foram realizados utilizando-se metodologias com e
sem injúria em frutos cítricos destacados, inoculando o fungo P. citricarpa que gerou lesões na casca dos frutos. Áreas delimitadas na casca foram
fotografadas em diferentes intervalos de tempo, de 7 a 45 dias, em busca da presença de sintomas de MPC. Obtevese sucesso na obtenção de sintomas quando injúrias foram utilizadas. Quando foi utilizada metodologia sem injúria, ocorreu a formação apenas de microlesões. O protocolo de indução de sintomas em ramos destacados está sendo otimizado. Estão sendo utilizados ramos de plantas de laranja cultivadas em condições axênicas
e também provindas do campo. Para tais experimentos utilizou-se o transformante LGMF06-2 de P. citricarpa que expressa um gene repórter que
codifica uma proteína verde fluorescente. Assim, após realização dos inóculos, é possível garantir que as lesões formadas foram devido aos esporos
inoculados nos experimentos. Isso é garantido pela visualização em microscopia de fluorescência e PCR.
AVALIAÇÃO DA VARIABILIDADE GENÉTICA EM TAYASSU PECARI
(QUEIXADA), ATRAVÉS DE MARCADORES MOLECULARES – ANÁLISE
DE MICROSSATÉLITES
Aluno de Iniciação Científica: Marina Valquiria Vatte (IC-Voluntária)
Orientador: Iris Hass
Colaborador: Mariana Mayer Mion
Palavras-chave: Microssatélites, Tayassu pecari, Variabilidade Genética
O Tayassu pecari é conhecido popularmente como queixada, essa espécie de porco-do-mato é nativa da América do Sul, tem uma grande importância na sustentabilidade alimentar das populações indígenas, além dos criadores com fins de manutenção, reprodução e exploração comercial.
Esse estudo tem o objetivo de ampliar os dados sobre a variabilidade genética em populações de queixadas, mantidas em cativeiro, por meio da
utilização de locos de microssatélites, marcadores heterólogos, desenvolvidos para porco doméstico (Sus scrofa domestica). As amostras de sangue
dos queixadas foram coletadas em dois criadouros do Estado do Paraná: Fazenda Experimental Gralha Azul (PUC-PR), localizada no município
de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba e do Parque Municipal das Araucárias, na cidade de Guarapuava. A extração do DNA
foi feita no laboratório de Citogenética Animal do Departamento de Genética da Universidade Federal do Paraná, pelo método “salting out”. A
checagem da integridade das moléculas de DNA foi realizada em de gel de agarose 0,8%. Neste trabalho estão sendo otimizadas as condições de
PCR para quatro locos de microssatélites: SW1407, ALOX12A, SW857 e SW444. O loco ALOX12A amplificou com 151 pb na amostra controle
e de 133 a 146 pb nos outros indivíduos da amostra. Já o loco SW444 amplificou de 92 a 122 pb na amostra controle, e 98 pb nas amostras de
queixada. Para todos os indivíduos estudados, até então, ambos os locos amplificaram alelos em homozigose. A visualização dos alelos, produto da
PCR, é feita em gel de poliacrilamida não-desnaturante 10%, para que se possa revelar a presença de alelos monomórficos ou polimórficos. Após
estes resultados, será analisada a diversidade alélica, as taxas de heterozigosidade, homozigose e a variabilidade genética. Para fim de apresentar
proposições que visam a otimização da criação destes animais nos cativeiros, pois a perda de alelos pode gerar complicações genéticas nas espécies,
assim se verificada esta perda poderá ser informada ao criadouro, de certa forma que providências poderão ser tomadas para solucionar o problema.
Apoio: UFPR, Fundação Araucária.
130
Nº 0223
Tema Projeto A SELEÇÃO DE UM DOADOR NK ALORREATIVO NO TRANSPLANTE DE
CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS
Aluno de Iniciação Científica: Amanda Lameck Pinho (PIBIC/CNPq)
Orientador: Maria da Graça Bicalho
Colaborador: Jefferson Goulart Bueno Junior
Palavras-chave: Células Natural Killer, HLA-C, Efeito GvL
O presente estudo tem como objetivo avaliar e refletir sobre as implicações imunológicas de um método alternativo de seleção doador receptor no
Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) utilizado por alguns centros transplantadores. Trata-se da seleção de um doador de CTH
por meio da análise do potencial alorreativo das células natural killer e seus ligantes HLA em benefício do tratamento antitumoral ou Efeito GvL
(Enxerto versus Leucemia). Três modelos têm sido propostos e nossa análise considerou um deles, onde analisamos a interação KIR ligante no
sentido genótipo KIR do doador e ligante HLA do paciente, explorando o efeito alorreativo das células NK sobre as células tumorais. Para atingir
esse efeito é necessária uma condição de alorreatividade das células NK, condição esta atingida quando é selecionado um doador cujos receptores
KIR inibidores não encontram seus ligantes expressos nas células do paciente. As famílias analisadas foram encaminhadas ao LIGH pelo serviço de
transplante do Hospital Erasto Gaertner, para seleção do doador HLA compatível na família nuclear e estendida. Os resultados da tipagem HLA e
KIR disponíveis em nosso banco de dados, foram analisados para a interação KIR - Ligante totalizando 24 pacientes e seus familiares. Esta análise
considerou as interações que diferentes receptores KIR estabelecem com seus ligantes, ou seja, os epítopos HLA-C e epítopos Bw4. Os receptores KIR3DS1/3DL1 ligam-se a epítopos presentes nos alotipos HLA-A3 e HLA-11 bem como nos epítopos Bw4 presentes em cerca de 50% dos
alotipos HLA-B. Os receptores KIR 2DS2/2DL2 ligam-se aos alotipos do grupo C1 de HLA-C codificados pelos alelos HLA-C*01, -C*03, -C*07
e-C*08, enquanto os receptores KIR 2DS1/2DL1 ligam-se aos alotipos do grupo C2 de HLA-C codificados pelos alelos HLA-C*02, -C*04,- C*05
e -C*06. Nestas 24 famílias investigou-se quais dentre os possíveis doadores poderiam contribuir com o efeito GvL para o paciente e em apenas 5
famílias foram encontrados os doadores cuja interação KIR ligante poderia ser benéfica. As famílias analisadas foram 17/07, 23/07, 26/07, 06/08,
07/08. Em 83% dos doadores o efeito GvL poderia ser atingido via Bw4 e em 42% dos doadores via C2 e nenhum caso via C1 do paciente e KIR
2DS2/2DS3 do doador. Com esta visão é possível sugerir que o estudo de novos métodos de seleção de doadores para o TCTH é de grande importância para o sucesso de um transplante e para a não reincidência de uma atividade tumoral, como também pela perspectiva de aumentar as chances
de se encontrar doadores para pacientes com indicação de TCTH.
Nº 0224
Tema Projeto VARIANTES DO GENE BCHE, SÍNDROME METABÓLICA E OBESIDADE
Aluno de Iniciação Científica: Angela Adriane Hanel Antoniazzi (IC-Voluntária)
Curso: Medicina (MT)
Orientador: Lupe Alle Furtado
Co-Orientador: Luciane Viater Tureck
Palavras-chave: BCHE, Butirilcolinesterase, Obesidade
O gene BCHE está localizado no cromossomo humano 3 (3q26.1-q26.2) e possui 4 exons, totalizando 2447 pares de bases. Ele codifica a enzima
Butirilcolinesterase, a qual é uma esterase que hidrolisa ésteres de colina, como a acetilcolina. Tal enzima é sintetizada pelo fígado e está presente
no plasma humano, músculo liso, pâncreas, adipócitos, pele e substância branca do cérebro e coração. Embora, a butirilcolinesterase, diferente da
acetilcolinesterase, não possua função fisiológica conhecida, sabe-se que a enzima apresenta relação com o metabolismo de lipídeos. Este trabalho
objetiva analisar uma possível associação entre variantes -116A e 1914 G do gene BCHE e a presença de obesidade e Síndrome Metabólica em
adultos. Para isso, foi necessária a padronização da técnica de genotipagem PCR – SSCA do polimorfismo 1914G do gene BCHE. Seis amostras
de adultos obtidas de funcionários técnicos e administrativos da Universidade Federal do Paraná – Curitiba/Brasil – foram utilizadas na padronização. Primeiramente, na PCR (Polimerase Chain Reaction), foi definida a temperatura ótima para hibridização dos primers na fita de DNA.
Subsequentemente, buscou-se definir as variáveis do gel de poliacrilamida (concentração de poliacrilamida) e da eletroforese (voltagem e tempo de
duração) para que houvesse separação de bandas. Onze géis foram feitos, variando a concentração de poliacrilamida no gel, a voltagem e o tempo
de eletroforese. Todavia, não houve sucesso em nenhum dos processos realizados, pois não houve separação de bandas nos géis produzidos e submetidos à eletroforese. Diante disso, devem-se buscar outros processos que possibilitem a padronização da técnica de genotipagem PCR – SSCA
do polimorfismo 1914G do gene BCHE, para assim ser possível analisar a relação entre tal variante e os distúrbios metabólicos, como a obesidade
e a Síndrome Metabólica.
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ANÁLISE DA MUTAÇÃO R337H TP53 EM PACIENTES COM CARCINOMAS MAMÁRIOS ESPORÁDICOS
Aluno de Iniciação Científica: Carolina Mathias (PIBIC/CNPq)
Orientador: Iglenir João Cavalli
Co-Orientador: Enilze Maria de Souza Fonseca Ribeiro
Colaborador: Cíntia Callegari
Palavras-chave: Câncer de Mama, TP53, PCR-RFLP
O câncer de mama é considerado o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a
incidência estimada para 2012 foi de 52.680 novos casos e 12.852 o número de mortes no Brasil. A carcinogênese é um processo caracterizado
por várias etapas que alteram a constituição genética e epigenética das células mamárias e pode progredir de duas maneiras: doença “in situ” ou
invasiva. Mutações no gene supressor de tumor TP53, são sugestivamente associadas ao desenvolvimento de câncer de mama com prognóstico
desfavorável. A mutação R337H TP53 se caracteriza por codificar uma histidina no lugar de arginina (R337H), no exon 10 do gene TP53, no domínio de dimerização da proteína p53. Os objetivos deste projeto são analisar a frequência da mutação R337H TP53, em pacientes portadoras de
carcinomas mamários, atendidas no Hospital Nossa Senhora das Graças de Curitiba e, destas pacientes selecionadas uma subamostra de pacientes
com idade inferior a 35 anos que, em geral, apresentam carcinomas com evolução clínica mais agressiva. Será utilizado o material blocado em
parafina e a técnica de PCR-RFLP. Numa etapa inicial do desenvolvimento do projeto foram selecionadas 625 pacientes portadoras de carcinomas
mamários diagnosticadas entre os anos de 2003 a 2007, sendo 532 (85%) do tipo ductal, o mais frequente. Os 15% restantes correspondem a carcinomas lobulares, papilares, mucinosos, tubulares e túbulo-lobulares. Entre os carcinomas ductais, o invasor foi o mais frequente, ocorrendo em
aproximadamente, 78% dos casos. A genotipagem das 625 pacientes portadoras a de carcinomas mamários para a identificação da mutação R337H,
será iniciada no mês de setembro de 2013, seguindo-se a tabulação dos dados e a comparação estatistica dos dados clínico-histopatológicos obtidos
das pacientes portadoras da mutação R337H TP53 com os das pacientes que não apresentam a mutação.
Nº 0226
Tema Projeto INVESTIGAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE POLIMORFISMO DO GENE ADI-
POQ E RESPOSTA À INTERVENÇÃO DIETÉTICA EM MULHERES OBESAS
Aluno de Iniciação Científica: Caroline Schovanz Schenknecht (Pesquisa voluntária)
Orientador: Lupe Furtado Alle
Palavras-chave: Obesidade, ADIPOQ, Polimorfismo G276T
Adiponectina, também denominada Acrp30, AdipoQ, apM1 ou GBP28, é uma proteína secretóriaexpressa exclusivamente nos tecidos adiposo
branco e marrom. É um hormônio de sensibilização à insulina, que exerce a sua ação através dos receptores AdipoR1, AdipoR2 e T-caderina.
Acredita-se que também possua ações anti-inflamatórias. O gene da adiponectinahumana (3q27) consiste em três exons e dois íntrons. Dentre os
polimorfismos deste gene já descritos, um dos mais extensamente estudados é opolimorfismo G276T (rs1501299) que esta localizado no íntron2.
Pesquisas indicam que indivíduos com o genótipo G/G possuem níveis plasmáticos de adiponectina menores do que indivíduos de genótipo T/T.
A redução nosníveis plasmáticos desta proteína pode estar associadaa um risco aumentado de desenvolvimento de resistência à insulina, diabetes
mellitus tipo 2 (DM2), síndrome metabólica e obesidade. No entanto, a associação desse polimorfismo com a obesidade e o perfil lipídico ainda
é um fato controverso. Sendo a obesidade uma condição complexa que se tornou uma preocupação mundial por afetar tanto países desenvolvidos
como países em desenvolvimento, evidencia-se a importância de elucidar fatores ligados a esta condição. Assim, buscando investigar a associação
entre o variante G276T do gene ADIPOQ, a obesidade e o perfil lipídico, esta pesquisa analisou 140 mulheres obesas adultas (IMC ≥ 30) submetidas a uma intervenção dietética e em amostras controle de mulheres não obesas (IMC < 25) pré-menopausa (N=74), os dois grupos constituídos por
euro-brasileiras. Também buscou avaliar a influencia do variante do gene ADIPOQ na resposta a intervenção dietética sobre variáveis antropométricas e bioquímicas. O DNA genômico foi extraído de sangue periférico, a partir do lisado de leucócitos pelo método de salting-out e polimorfismo
foi analisado por genotipagem Taqman.
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Nº 0227
Tema Projeto INVESTIGAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE POLIMORFISMOS DO GENE
HSD11B1 E FATORES DE RISCO PARA A SÍNDROME METABÓLICA
Aluno de Iniciação Científica: Débora Scaraboto (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Lupe Furtado Alle
Palavras-chave: Síndrome Metabólica, HSD11B1, Polimorfismos
A Síndrome Metabólica é um grupo heterogêneo de doenças metabólicas cuja etiologia não está completamente elucidada. Ela consiste no comprometimento da sensibilidade à insulina, intolerância à glicose, ou diabetes mellitus em combinação com pelo menos duas outras desordens
metabólicas, incluindo obesidade abdominal, dislipidemias e microalbuminúria. A marcante diferença na prevalência desta doença entre grupos
étnicos, entre outros fatores, indica que a Síndrome Metabólica tenha base genética. Uma vez que a herdabilidade desta doença é alta, os estudos
de associação entre polimorfismos genéticos e a Síndrome Metabólica são um caminho para elucidar os mecanismos moleculares subjacentes a tal
patologia. A predisposição genética, a alimentação inadequada e a inatividade física estão entre os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da Síndrome Metabólica. A enzima 11-β-hidroxiesteroide desidrogenase tipo 1 (11-β-HDS1) é um alvo em potencial para o tratamento
de diabetes mellitus devido ao seu papel na conversão de cortisona a cortisol no tecido adiposo visceral. Alguns autores já associaram a atividade
aumentada dessa enzima com o desenvolvimento de obesidade visceral e de Síndrome Metabólica. O presente trabalho busca correlacionar variáveis antropométricas (Índice de massa corporal, razão cintura/estatura, peso, altura e densidade corporal) e bioquímicas (perfil lipídico e marcadores
inflamatórios) que estão associadas à Síndrome Metabólica com variantes intrônicos rs846910 e rs12086634 do gene HSD11B1 em amostra populacional da cidade de Curitiba-PR. A genotipagem dos variantes intrônicos acima citados foi realizada pelo método Taqman e sua relação com as
variáveis antropométricas e bioquímicas será analisada por meio de análise de correlação e de regressão múltipla. Os resultados obtidos ainda não
foram analisados pelos métodos estatísticos e, portanto, não estão relatados no presente resumo.
Nº 0228
Tema Projeto PAPEL DO POLIMORFISMO GENÉTICO -519 DA MMP-1 NA TENDINOPA-
TIA PRIMÁRIA DO TIBIAL POSTERIOR.
Aluno de Iniciação Científica: Eliza Cristiane de Carvalho (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Maria Cristina Leme Godoy dos Santos
Colaborador: José Eduardo Baroneza
Palavras-chave: Polimorfismos Genéticos, Metaloprotease, Tendinopatia Primária
Desordens dos tendões são comuns e constituem problema freqüente na prática diária do cirurgião ortopedista de pé e tornozelo. Alguns tendões
são, particularmente, vulneráveis e apresentam alteração degenerativa primária, além disso, a literatura demonstra a influência genética em alguns
grupos de risco. Mediadores inflamatórios como as metaloproteases, estão associados ao processo de inflamação e podem influenciar a degenerações de tendões. Tendo em vista que a diferenciação e função celular observadas na tendinopatias dependem não só de fatores locais, mas também
da expressão desses mediadores inflamatórios, torna-se válido avaliar a influência desses na tendinopatia. Polimorfismos são variações genéticas
encontradas na população, consideradas dentro da normalidade, que tornam um indivíduo mais ou menos suscetível a uma determinada patologia;
polimorfismos em gene de metaloproteases já foram associados a diversas patologias. O objetivo do trabalho é investigar a influência do polimorfismo -599 no gene da MMP-1 correlacionando-os com a tendinopatia primaria do tendão tibilar posterior. O DNA dos voluntários (grupo teste, 50
pacientes submetidos a procedimento cirúrgico e com diagnóstico anatomopatológico de lesão degenerativa do tendão tibial posterior e grupo controle, 100 pacientes com tendão tibial posterior integro e sem sinais de degeneração) foi obtido a partir de células epiteliais da mucosa bucal através
de extração com acetato de amônia. As reações de PCR e RFLP foram padronizadas. Até o momento foi realizada as analise de 33% das amostras;
sendo que o alelo A foi encontrado em 72,7% dos pacientes. A análise estatística será pelo Teste Qui-quadrado (significância de 5%). Espera-se
identificar possível marcador genético relacionado à tendinopatia e contribuir para a identificação de indivíduos susceptíveis.
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Nº 0229
Tema Projeto VARIABILIDADE GENÉTICA DO GENE HLA-F EM UMA AMOSTRA DE
AFRO-BRASILEIROS DO SUL DO BRASIL
Aluno de Iniciação Científica: Fernanda Alcântara (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Valéria Maria Munhoz Sperandio Roxo Colaborador: Samuel A. Bezerra Neto, Geórgia Fernanda Gelmini
Palavras-chave: HLA-F, Afro-brasileiros, Polimorfismo
O MHC (Major Histocompatibility Complex ou Complexo Principal de Histocompatibilidade) é constituído por um grupo de genes que codificam
a síntese de glicoproteínas de superfície celular expressas por diferentes tipos de células que participam de diversos processos da resposta imune.
Nos seres humanos, este complexo se localiza no braço curto do cromossomo 6, próximo ao centrômero, e se chama complexo HLA (Human Leukocyte Antigen ou Antígeno Leucocitário Humano). Seus loci são divididos nas classes I, II e III, de forma que os alelos que compõem estes loci
da classe I são divididos nas subclasses A, B, C, E, F, G, H, J e X e os da classe II, correspondem à subclasse D. Estes genes apresentam relação
de codominância e codificam proteínas responsáveis por exibir antígenos diversos para o reconhecimento pelos linfócitos T. Eles diferem entre si
pelas células às quais apresentam estes antígenos: as moléculas codificadas pelos genes MHC de classe I apresentam antígenos às células T CD8+
e as de classe II, às células T CD4+ Eles estão frequentemente em desequilíbrio de ligação, o que pode refletir uma vantagem seletiva para certas
combinações alélicas ou uma mistura recente de populações; além disso, certos alelos HLA são mais frequentes em determinadas etnias ou doenças,
o que pode indicar uma associação positiva (de susceptibilidade às doenças) ou negativa (de resistência às mesmas) com estes alelos em se tratando
de patologias. A fim de avaliar a variabilidade genética apresentada por éxons do gene HLA-F em uma amostra composta por 159 indivíduos sadios, doadores voluntários de medula óssea que se auto-denominam afro-brasileiros pelo conhecimento de sua origem, empregou-se a metodologia
descrita por MANVAILER (2012) no tratamento das amostras. Observou-se a predominância do grupo HLA-F*01:01A que incluiu os alelos HLA-F*01:01:01 e HLA-F* 01:01:03, que foram agrupados devido a análise de polimorfismos deste estudo não abranger o éxon 7, responsável pela
diferenciação entre estes.
Nº 0230
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO DA EXPRESSÃO DE GENES DE REPARO COMO
ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA EM CARCINOMAS MAMÁRIOS.
Aluno de Iniciação Científica: Heloisa Magagnin Brincas (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Enilze Maria de Souza Fonseca Ribeiro
Co-Orientador: Iglenir João Cavalli
Palavras-chave: Câncer de Mama, Tropomiosina, TPM4
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no mundo, somando 14% das mortes diagnosticadas como decorrência de câncer na população humana, desta forma estudos que visam a melhor compreensão desta doença se fazem muito importantes. As proteínas
que atuam no sistema de reparo e no citoesqueleto são interessantes objetos de estudo, pois estão envolvidas em importantes processos celulares
como no reparo de danos e na divisão celular e adesão. O presente estudo pretende caracterizar a expressão de um dos genes de tropomiosina, o
TPM4 utilizando-se a técnica de PCR em tempo real, qRT-PCR. Para a análise da expressão gênica será utilizado o método de Quantificação Relativa, também denominado Método 2-ΔΔCt, o qual calcula o nível de expressão de determinado gene alvo em relação às amostras de referência.
As tropomiosinas são proteínas diméricas com alfa-hélice, coiled-coil, ligantes de filamentos de actina em tecidos musculares e em tecidos não-musculares aonde compõem os microfilamentos que estabilizam o citoesqueleto das células. Muitos estudos indicam que as tropomiosinas podem
estar envolvidas no processo de tumorigênese e no processo metastático em tecido mamário. Em um estudo anterior de proteômica do Laboratório
de Citogenética Humana e Oncogenética (LabCHO) do Departamento de Genética da Universidade Federal do Paraná – UFPR realizado por Milioli (2011), as proteínas TPM4 apresentaram uma expressão diferenciada em tecido de mama tumoral em relação ao tecido normal. Ao comparar-se
a expressão destes genes em tecido tumoral e tecido normal e correlacionar-se este nível de expressão com as características histopatológicas do
tumor pretende-se contribuir com a definição de novos marcadores, importantes no diagnóstico e prognóstico, além de serem possíveis alvos para
o tratamento do câncer de mama. Pretende-se assim estar-se contribuindo futuramente para a redução da mortalidade causada por esta doença.
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Nº 0231
Tema Projeto DOENÇA DE ALZHEIMER: ANÁLISE DE GENES CANDIDATOS
Aluno de Iniciação Científica: Micheli Pecharki (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Ricardo Lehtonen Rodrigues de Souza
Colaborador: Daiane Priscila Simão-Silva,
Gleyse Freire Bono, Mauro Roberto Piovezan
Palavras-chave: Doença de Alzheimer, Butirilcolinesterase, Inibidores Colinesterásicos
A doença de Alzheimer (DA) é uma demência senil caracterizada por um progressivo declínio da memória e de outras funções cognitivas, decorrentes do processo neurodegenerativo. Atualmente, os fármacos disponíveis para o tratamento da DA, os anti-colinesterásicos (IChEs), visam o
aumento da atividade de neurônios colinérgicos, por meio da inibição das enzimas Acetilcolinesterase (AChE) e Butirilcolinesterase (BChE). A
BChE pode atuar como substituta da AChE, mantendo e regulando a transmissão colinérgica quando esta enzima está ausente ou com sua atividade
comprometida. O objetivo do presente trabalho foi avaliar, através de um estudo caso controle, o efeito dos inibidores colinérgicos sob a atividade
da BChE. Foi avaliado a atividade enzimática do plasma de 30 pacientes, prováveis DA, do ambulatório de Disfunção Cognitiva do HC-UFPR, tratados com os IChEs Donepezil (DNP) e Galantamina (GLT) (inibidores reversíveis da AChE) e Rivastigmina (RVG) (inibidor pseudo-irreversível
da AChE e BChE). Os pacientes foram pareados por idade e escolaridade com 39 controles. A atividade da BChE nos pacientes tratados com RVG
foi 15,27% menor comparada aos controles e 19,86% maior no grupo tratado com GLT do que nos controles. Já o grupo tratado com DNP apresentou atividade similar ao do controle (2,39% menor). A diminuição da atividade com uso da RVG era esperada devido a sua ação na inibição da
BChE. Para os inibidores específicos da AChE verificou-se que o DNP, que tem atuação específica em tecido nervoso, não alterou a nível de plasma
na atividade da BChE, já os pacientes tratados com GLT apresentaram nível aumentado da atividade, possivelmente pelo efeito de feedback da
BChE em substituir a AChE. Comparando a atividade da BChE entre os três grupos, a atividade enzimática do grupo de pacientes tratados com RVG
foi menor comparada à média de atividade dos pacientes tratados com GLT e DNP (17,30% e 22,85%, respectivamente). Embora haja uma diminuição da média da atividade enzimática dos pacientes tratados com RVG, a resposta variou muito entre os pacientes (DP=4,35). A heterogeneidade
da resposta dos pacientes aos inibidores colinérgicos pode ser devida a outros fatores que afetam a atividade da BChE. Estes dados evidenciam que
a medida da atividade da BChE pode ser uma possível variável a ser analisada durante o direcionamento do tratamento, pois embora a inibição da
BChE possa melhorar a transmissão colinérgica, a resposta dos pacientes ao medicamento não é homogênea.
Nº 0232
Tema Projeto DIABETES MELLITUS: ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO ENTRE TIPO 1 E GE-
NES CANDIDATOS
Aluno de Iniciação Científica: Sarah da Costa Amaral (PIBIC/CNPq)
Orientador: Ricardo Lehtonen Rodrigues de Souza
Co-Orientador: Lupe Furtado Alle
Colaborador: Alejandro Boëchat Fernandes
Palavras-chave: BCHE, Diabetes, Estudo de Associação
O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente sua função, causando o aumento da concentração de glicose no sangue. Suas manifestações clínicas mais comuns são poliúria, polidipsia,
perda de peso, polifagia e visão turva. O Diabetes Mellitus do tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células
beta das ilhotas pancreáticas, produtoras de insulina e é subclassificado em diabetes do tipo 1 autoimune (tipo 1a) ou diabetes do tipo 1 idiopático
( tipo 1b). Homens e mulheres são igualmente afetados pelo DM1, entretanto, nos países com alta prevalência da doença, há predomínio do gênero
masculino, com diagnóstico após os 20 anos de idade. Predomina na raça branca, porém, sua incidência é variável entre populações e áreas geográficas, refletindo diferentes genes de suscetibilidades e fatores ambientais desencadeantes. O objetivo deste trabalho é investigar genes candidatos em
amostras de pacientes diagnosticados com Diabetes mellitus tipo 1 com amostras controle através de estudo de associação. Até o momento, foram
coletadas 37 amostras de pacientes diagnosticados com Diabetes Mellitus tipo 1, as quais tiveram seus DNA’s extraídos e genotipados através do kit
TaqMan SNP genotyping da Applied Biosystems. Para o SNP -116 do gene BCHE, as frequências alélicas encontradas foram de 86,76% para o alelo
G e de 13,33% para o alelo A, e as frequências genotípicas encontradas foram 73,33% para o genótipo GG, 26,67% para o genótipo GA e 0% para
o genótipo AA, encontrando-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p = 0,55). Em relação ao SNP K do gene BCHE, a frequência alélica encontrada
foi de 59,09% para o alelo G e de 40,91% para o alelo A, e as frequências genotípicas encontradas foram 45,45% para o genótipo GG, 27,27% para
o genótipo GA e 27,27% para o genótipo AA, não se enquadrando em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p = 0,04). Segundo os dados encontrados, a
frequência do alelo A neste grupo de pacientes está o dobro da frequência encontrada na população de Curitiba (18,00%). Entretanto, o número de
amostras ainda será aumentado para confirmar esses resultados.
135
Nº 0233
Tema Projeto EXPRESSÃO DE MIRNAS EM PÊNFIGO FOLIÁCEO
Aluno de Iniciação Científica: Simone Lenis Fachin (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Maria Luiza Petzl-Erler
Palavras-chave: MicroRNAs, Pênfigo Foliáceo, Fluidos Corporais
MicroRNAs (miRNAs) são pequenos RNAs não codificadores, com 18 a 24 nucleotídeos, que regulam a expressão gênica em nível pós-transcricional, através da sua ligação a regiões específicas no RNA mensageiro (RNAm). Dependendo da complementaridade desta ligação, os miRNAs
podem promover a degradação do RNAm ou a repressão da tradução. Os miRNAs estão presentes tanto no interior de células, quanto livres nos
fluidos corporais, onde encontram-se protegidos dentro de vesículas e em complexos proteicos e lipoproteicos, o que permite que eles sejam altamente estáveis. A função dos miRNAs circulantes ainda não é bem conhecida, mas a mudança nos níveis desses miRNAs já foi associada com
várias doenças, como lúpus eritematoso sistêmico e esclerose múltipla. Desta forma, hipotetizamos que a alteração no padrão de expressão de
certos miRNAs circulantes possa estar envolvida no desenvolvimento e manifestação da doença pênfigo foliáceo (PF). PF é uma doença autoimune
complexa caracterizada pela produção de autoanticorpos patogênicos contra a desmogleína 1, uma glicoproteína constituinte dos desmossomos e
responsável pela adesão entre as células da pele. Como consequência, ocorre acantólise e desprendimento das camadas mais superficiais da pele.
Neste trabalho temos como objetivo caracterizar os níveis de miRNAs circulantes de cerca de 50 indivíduos, incluindo pacientes de PF em diferentes estágios da doença e controles saudáveis, a fim de verificar se há uma associação entre certos miRNAs circulantes e o PF. Para isso, será
feita a extração dos miRNAs do soro ou plasma e, em seguida, a transcrição reversa e a quantificação dos cDNAs por qRT-PCR (reação em cadeia
da polimerase quantitativa em tempo real). Nesta primeira etapa do projeto foi feita a seleção dos miRNAs candidatos a partir de arranjos de PCR
disponíveis comercialmente. Foi escolhido o arranjo contendo o maior número de miRNAs relacionados a doenças autoimunes ou envolvidos no
desenvolvimento de células do sistema imune. Também foi feito o levantamento dos dados dos indivíduos que possivelmente irão compor a amostra. Para o pareamento dos indivíduos, serão levados em consideração dados como: ocupação no momento da averiguação, idade, sexo e presença de
familiares afetados. Este trabalho terá continuidade em projetos de mestrado e doutorado, nos quais, se alguma associação for observada, pretende-se investigar como estes miRNAs podem estar contribuindo para o surgimento e o desenvolvimento da doença e, ainda, investigar se eles podem
servir como biomarcadores para o prognóstico e diagnóstico do PF.
Nº 0234
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO DA EXPRESSÃO DE GENES DE REPARO DA VIA FANC-BRCA E
DO GENE TPM2 COMO ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA EM CARCINOMAS MAMÁRIOS
Aluno de Iniciação Científica: Tayana Schultz Jucoski (PIBIC/CNPq)
Orientador: Enilze Maria de Souza Fonseca Ribeiro
Co-Orientador: Iglenir João Cavalli
Palavras-chave: Câncer de Mama, Tropomiosinas, mRNA
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e corresponde a 22% dos novos casos a cada
ano. O câncer de mama consiste em um conjunto de doenças que possuem características moleculares e histopatológicas distintas, além de variabilidade genética. Caracteriza-se pelo desenvolvimento anormal de células da mama que passam a se multiplicar em alta taxa levando à formação
de tumor. Tem sido observado um aumento na incidência assim como na mortalidade por este tipo de câncer, justificando a realização de pesquisas
sobre os mecanismos relacionados com o início e progressão do tumor assim como identificação de alvos para serem usados em terapia. Dentre
estes alvos, as proteínas que atuam no sistema de reparo e no citoesqueleto se mostram interessantes objetos de estudo uma vez que estão envolvidas
em importantes processos celulares como reparo de danos, divisão celular e adesão. As tropomiosinas são proteínas responsáveis pela regulação da
actina que atua nas células musculares juntamente com a miosina e ATP promovendo movimentos celulares. Esta proteína apresenta quatro genes
em humanos: TPM1, TPM2, TPM3 e TPM4. O presente trabalho tem como objetivo específico avaliar a expressão de mRNA do gene TPM2 em
carcinomas mamários ductais invasivos (CDI) em comparação com tecido mamário não tumoral. O estudo vem sendo realizado com amostras
provenientes do Hospital Nossa Senhora das Graças e de Clínicas, coletadas no ato cirúrgico, após a assinatura de consentimento livre e esclarecido.
Até o momento foram analisadas 36 amostras de CDI e 8 de tecido não tumoral. O RNA é extraído das amostras tumorais e não tumorais com o kit
RNeasy®(Qiagen), com posterior síntese de DNA complementar por meio da transcriptase reversa usando-se o kit High CapacitycDNA Reverse
Transcription (AppliedBiosystems). A análise da expressão gênica por PCR em tempo real está sendo realizado pelo método de quantificação relativa delta-delta Ct com o uso de SYBR Green e dois genes de referência. A análise estatística realizada através do teste de Mann-Whitney mostrou
uma diminuição da expressão do gene TPM2 da ordem de quatro vezes em relação ao tecido mamário não tumoral (p=0,0001). Esta diminuição
pode colaborar para o desarranjo dos filamentos de actina contribuindo para o estabelecimento e evolução da doença.
136
Nº 0235
Tema Projeto ANÁLISE GENOTÓXICA EM ASTYANAX SERRATUS (CHARACIDAE),
APÓS CONTAMINAÇÃO POR INJEÇÃO INTRAPERITONEAL COM CHUMBO II E NANOPARTÍCULAS DE TIO2
Aluno de Iniciação Científica: Ana Carolina Dagostim (PIBIC/CNPq)
Orientador: Marta Margarete Cestari
Colaborador: Kézia Aguiar Delmond
Palavras-chave: Nanopartículas, Lambari, Chumbo
O chumbo (Pb) é considerado um dos metais mais tóxicos para o ambiente aquático, devido a sua capacidade de mimetizar elementos essenciais,
principalmente cálcio, ferro e zinco, alterando assim atividades fisiológicas normais da célula. A mutagenicidade e/ou clastogenicidade do chumbo
está relacionada com distúrbios na regulação enzimática, o que provavelmente afeta a replicação, tradução e reparo do DNA. Nanopartículas são altamente atrativas em tecnologias industriais e medicinais por apresentarem grande área de superfície e alta reatividade química. As nanopartículas de
dióxido de titânio estão sendo empregadas no mercado sendo inevitável sua presença em ambientes aquáticos, seja por lançamento direto ou indireto.
A possibilidade de que nanopartículas de óxido de metais possam adsorver metais tóxicos presentes no meio representa um grave risco ambiental. O
presente trabalho teve por finalidade testar os possíveis efeitos genotóxicos do Pb, das NpTiO2 e da associação dos dois contaminantes em eritrócitos
e cromossomos do peixe Astyanax serratus. Foi realizado um bioensaio agudo (96h) em 8 grupos (n=15), os quais foram submetidos à injeções intraperitoneais na dose de 40mg Pb2+/kg, às doses de 50µg, 5µg e 0,5µg de Np TiO2/kg e 40mg Pb2+/kg associado a cada uma das doses de Np TiO2/
kg além de um grupo controle negativo. Como biomarcadores foram utilizados o Teste de Micronúcleo Písceo (sendo considerados micronúcleo
(MN) e Alterações Morfológicas Nucleares (AMN) como indicadores de mutagenicidade) e o Teste de Aberrações Cromossômicas. As AMN foram
classificadas segundo Carrasco et al. (1990). Os grupos foram comparados pelo Teste de Kruskal-Wallis. O baixo índice mitótico da espécie tornou a
análise de aberrações cromossômicas inviável. Não foram observados micronúcleos em nenhum dos grupos. Quanto ao total de AMN foi observado
um aumento na indução de alterações para os grupos em associação de 40mg Pb2+ com 5µg/ kg Np TiO2 (p< 0.0001) e 0,5µg/kg Np TiO2 (p=0.006).
No entanto, não houve diferença estatística para o grupo tratado com a associação de 40mg Pb2+ com 50µg/ kg Np TiO2 (p=0.5036). Os resultados
obtidos evidenciam a capacidade de agregação das Np em maiores concentrações, devido a sua alta reatividade, o que dificulta o transporte de Pb2+
para o interior da célula, impedindo possíveis efeitos mutagênicos, como evidenciado pelo teste do micronúcleo písceo.
Nº 0236
Tema Projeto ANÁLISE GENOTÓXICA EM HOPLIAS INTERMEDIUS (ERITHRYNIDAE),
APÓS CONTAMINAÇÃO TRÓFICA COM CHUMBO II (21 ΜG/G) E NANOPARTÍCULA DE DIÓXIDO DE TITÂNIO.
Aluno de Iniciação Científica: Helyandra de Lurdes Schicora Gonçalves (PIBIC/CNPq)
Colaborador: Taynah Vicari
Palavras-chave: Dióxido de Titânio, Peixes, Genotoxicidade
A poluição no ambiente aquático, decorrente da exposição a inúmeras substâncias, causadas pela atividade humana, tem se mostrado nocivos aos
organismos que nele habitam. Dessa forma, são de grande importância os estudos para avaliar a genotoxicidade dessas substâncias. O chumbo,
metal não essencial, conhecidamente tóxico porém importante em diversas atividades humanas, e os nanomateriais, pouco conhecidos e muito
utilizados em produtos como tecidos, cosméticos, protetores solares, materiais de construção, entre outros, foram utilizados neste experimento para
serem avaliados quanto a sua genotoxicidade. A realização de bioensaios com a espécie Hoplias intermedius (Erythrinidae), o popular trairão, foram
nas concentrações de 0,1µg/g, 1µg/g e 10µg/g de nanopartículas de Dióxido de Titânio e 21µg/g de chumbo II, via trófica, durante um período
de 70 dias (14 ciclos de alimentação). Com o objetivo de verificar possíveis efeitos e consequências no material genético destes peixes, a análise
foi realizada através dos biomarcadores genéticos ensaio cometa e teste de micronúcleo písceo, com contagens de 100 núcleóides e 2000 células,
respectivamente. A análise estatística utilizada foi o teste de Kruskal-Wallis para dados não paramétricos, seguido pelo teste de Student Newman
Keuls, com nível de significância de 5% (p<0,05). O resultado obtido para o ensaio cometa com tecido renal demonstrou diferenças significativas
entre os grupos controle negativo, controle positivo, e as três concentrações conjugadas de nanopartículas de Dióxido de Titânio com chumbo II
(p=0,0374). Para o teste de micronúcleo písceo, quanto ao total de alterações morfológicas nucleares, não demonstrou diferença significativa entre
os grupos, porém ao analisar as alterações morfológicas separadamente, a alteração notched, quando comparada aos grupos controle negativo,
controle positivo, e as três concentrações conjugadas de nanopartículas de Dióxido de Titânio com chumbo II, houve diferença significativa apresentando um p=0,0115, demonstrando então possíveis efeitos genotóxicos à exposição aos contaminantes.
137
Nº 0237
Tema Projeto ANÁLISE GENOTÓXICA EM RHAMDIA QUELEN (SILURIFORME), APÓS
CONTAMINAÇÃO POR INJEÇÃO INTRAPERITONEAL COM CHUMBO II E
NANOPARTÍCULA DE DIÓXIDO DE TITÂNIO.
Aluno de Iniciação Científica: Laís Fernanda Oya Silva (PIBIC/Fundação Araucária)
Palavras-chave: Nanopartículas, Peixe, Genotoxicidade
Nanopartículas são potencialmente atrativas às indústrias devidas suas propriedades físico-quimicas, porém as consequências da sua presença em
ambiente aquático ainda são desconhecidas. O chumbo, outro elemento muito utilizado pelas indústrias, é tóxico e pode causar danos aos organismos em níveis histológicos. O trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos genotóxicos da Nanopartícula de Dióxido de Titânio (NpTiO2) e Chumbo
Inorgânico (PbII), em sangue e tecido cerebral na espécie Rhamdia quelen, sendo esta considerada nativa e de fácil manutenção em cativeiro. Foi realizado o bioensaio agudo (96 horas) via injeção intraperitoneal, no qual 135 exemplares foram divididos em 10 grupos: 2 controles negativos, 5ng/g
NpTiO2, 50ng/g NpTiO2, 500ng/g NpTiO2, 21mg/g PbII, 5ng/g NpTiO2 + 21mg/g PbII, 50ng/g NpTiO2 +21mg/g PbII, 500ng/g NpTiO2+21mg/g
PbII, Controle Positivo (0,5mg/g metilmetanosulfonato). Após 96 horas de administração da injeção intraperitoneal foram coletados sangue e
cérebro para a realização do teste do micronúcleo písceo e alterações morfológicas nucleares e o ensaio cometa, respectivamente. Foi observado
que grupo PbII não apresentou genotoxicidade em tecido cerebral ou em eritrócitos quando comparado com o grupo controle negativo. Apesar do
chumbo ser um agente neurotóxico, não foi observada sua genotoxicidade possivelmente pelo curto tempo de exposição ao contaminante ou pelo
bioindicador utilizado. Todos os grupos de associação entre Np e PbII não apresentaram diferenças significativas quando comparados entre si, tanto
no ensaio cometa do tecido cerebral quanto na análise de alterações morfológicas (AMN) totais nos eritrócitos. O grupo contaminado com 5ng/g
NpTiO2 apresentou maiores danos tanto em cérebro quanto em eritrócito. Entre as AMN mais observadas no grupo de 5ng/g NpTiO2 destacou-se
o tipo vacuolated. Provavelmente, devida a baixa concentração de nanopartículas, a capacidade de agregação das mesmas foi reduzida, consequentemente sua eficiência de entrada nas células e distribuição no organismo foi maior, possibilitando danos nucleares.
Nº 0238
Tema Projeto ANÁLISE DE VARIAÇÃO MOLECULAR COM VISTAS AO ESTUDO FILO-
GEOGRÁFICO E BIOSSISTEMÁTICO DO COMPLEXO MYRCIA LARUOTTEANA CAMBESS. (MYRTACEAE)
Aluno de Iniciação Científica: Anna Victoria Silverio Righetto Mauad (PIBIC/CNPq)
Orientador: Eric de Camargo Smidt
Co-Orientador: Viviane da Silva-Pereira
Departamento: Botânica
Colaborador: Renato Goldenberg, Duane Fernandes Lima
Palavras-chave: DNA Plastidial, rpl2-psbA, rpL32-trnL(UAG)
Myrtaceae é conhecida como uma família de alta complexidade taxonômica. Devido ao grande incremento no número de espécies novas e a falta de
uma revisão taxonômica completa e recente, é comum encontrarmos complexos de espécies mal delimitadas em diversos gêneros da família, inclusive em Myrcia. O gênero Myrcia Cambess. é um dos mais ricos da tribo Myrteae, com cerca de 396 espécies. Um destes complexos é constituído
por M. laruotteana Cambess., M. selloi (Spreng.) N.Silveira, M. lajeana D.Legrand e M. tomentosa (Aubl.) DC., aqui denominado de complexo M.
laruotteana. M. laruotteana ocorre de Santa Catarina ao Maranhão, M. tomentosa tem distribuição desde o Paraná até o Amazonas e Paraíba, e M. lajeana e M. selloi ocorrem do Rio Grande do Sul ao Paraná. Quinze populações destas quatro espécies foram analisadas utilizando o sequenciamento
de dois fragmentos nucleotídeos do DNA plastidial para: (1) determinar a variabilidade e a estruturação genética interpopulacional histórica, (2) verificar se existem relações entre padrões genéticos, morfológicos e geográficos que ajudem na delimitação das espécies. Foram sequenciadas amostras
de 73 indivíduos para os fragmentos rpl2–psbA e rpL32–trnL(UAG) os quais geraram matrizes com tamanhos de 801pb (653-759pb) e 930pb (671901pb) respectivamente. Para o primeiro fragmento foram detectados 29 sítios variáveis, sendo 19 deles parcimoniosamente informativos (PICs), e
para o segundo, 61 sítios variáveis, sendo 23 PICs. Para a detecção dos haplótipos foram excluídos todos os gaps, deleções/inserções de repetições
mononucleotídicas e mutações de ponto, restando na matriz combinada dos dois fragmentos 27 sítios variáveis. Foram gerados 41 haplótipos sendo
27 deles representados em um único indivíduo. As análises de variância molecular AMOVA indicam que segundo a estrutura formada pelos grupos
de táxons classicamente reconhecidos, 59% de variação é representada dentro das populações, 41% por divergências entre as populações dentro
dos grupos e 0% de variação entre os grupos taxonômicos. Segundo estes resultados, há uma alta variabilidade molecular local e uma ausência de
distinção discreta entre os táxons abordados de acordo com a taxonomia atualmente aplicada a este complexo de espécies.
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Nº 0239
Tema Projeto ESTUDO DO EFEITO DE DIFERENTES CONDIÇÕES DE CULTIVO NA
REGENERAÇÃO IN VITRO DE PLANTAS DE SCHOMBURGKIA CRISPA
Aluno de Iniciação Científica: Daniela Antonietti (PIBIC/CNPq)
Orientador: Suzana Stefanello
Colaborador: Sabrina Buttini, Patrícia da Costa Zonetti, Roberta Paulert
Palavras-chave: Fertilizantes Comerciais, Carvão Ativado, Orquídeas
Os protocolos para otimização do cultivo in vitro de orquídeas, vem se especificando cada vez mais, conforme as exigências de cada espécie. O uso
de fertilizantes e de carvão ativado em meio de cultura são alternativas para tornar a propagação dessas plantas mais simples e barata. O objetivo
desse trabalho foi avaliar o efeito da suplementação do meio de cultura MS com carvão ativado e a utilização de fertilizantes comerciais na regeneração in vitro de plântulas de Schomburgkia crispa. Foram utilizadas plântulas (5 meses) as quais foram divididas e utilizadas em dois experimentos.
No primeiro avaliou-se a sobrevivência das plântulas em meio de cultura MS isento de carvão ativado e suplementado com 1,5 g.L-1 de carvão
ativado. O segundo avaliou-se o crescimento em meio de cultura MS e na presença de dois fertilizantes comerciais: Biofert® e Nutrigarden® em
todos os casos com a suplementação com sacarose (30 g.L-1) e geleificados com agar (6,5 g.L-1). Foram testadas as seguintes combinações: MS
completo + vitaminas do MS (T1), MS com metade da concentração de macronutrientes + vitaminas do MS (T2), 5mL.L-1 de Biofert® (T3),
10mL.L-1 de Biofert® (T4), 10mL.L-1 de Biofert® + vitaminas do MS (T5), 15mL.L-1 de Biofert® (T6), 2,5mL.L-1 de Nutrigarden® (T7),
5mL.L-1 de Nutrigarden® (T8), 5mL.L-1 de Nutrigarden® + vitaminas do MS (T9) e 10mL.L-1 Nutrigarden® (T10). Após 120 dias de cultivo
foram avaliadas as variáveis: taxa de sobrevivência, altura da parte aérea, número de folhas, brotos e raízes. As plântulas cultivadas em meio isento
de carvão ativado foram as que apresentaram maior sobrevivência (75%). Com relação ao efeito dos fertilizantes, houve diferenças significativas e
os menores percentuais de sobrevivência foram observados nas plântulas cultivadas com 2,5 e 10mL.L-1 de Nutrigarden®. As plântulas em meio
com Biofert® (T3,T4 e T6) apresentaram maiores alturas de parte aérea (0,92cm). Para o número de folhas, os tratamentos contendo o fertilizante
Nutrigarden® foram menos eficientes (T7, T8 e T10) resultando em plantas com menos folhas (6,79, 6,57 e 6,54 respectivamente). O tratamento
com o mesmo fertilizante na concentração 10mL.L-1 (T10) foi menos eficiente na formação de raízes, bem como os meios de cultura MS (T1 e T2).
Por outro lado, os tratamentos com Nutrigarden® foram os mais eficientes para o número de brotos não diferindo significativamente das plantas
cultivadas em meio MS e nos tratamentos com 10 e 15mL.L-1 de Biofert®.
Nº 0240
Tema Projeto LEVANTAMENTO DE PLANTAS EXÓTICAS OCORRENTES NO REMA-
NESCENTE FLORESTAL DAÁREA DA UFPR - CAMPUS PALOTINA
Aluno de Iniciação Científica: Daniela Fumagalli (PIBIC/CNPq)
Colaborador: Camila Cristina Carpanese, Jessica Carmelo Krüger,
Caleb Rudy Rosa Ramos.
Palavras-chave: Contaminação Biológica, Flora, Floresta Estacional Semidecidual
A contaminação biológica é um processo ocasionado pela introdução antrópica, acidental ou não, de espécies em um local historicamente diferente
de sua distribuição natural, sendo estas chamadas de exóticas que, por sua vez, é considerada a segunda maior ameaça à perda de biodiversidade,
após a destruição dos habitats. Assim, para avaliar a dimensão deste problema, foi realizado o levantamento florístico das espécies exóticas que
ocorrem na área de Floresta Estacional Semidecidual do Setor Palotina da UFPR, localizada dentro da área urbana do município de Palotina, região
oeste do Estado, com coordenadas 24º 18' 44” S - 53º 55' 16” W. A área de estudo possui aproximadamente 4,26 hectares e patamar altimétrico em
torno dos 310 m.s.n.m. O enquadramento geológico pertence à Bacia Sedimentar do Paraná, com litologia composta por basaltos pertencentes à
unidade JKSGB1 da Formação Serra Geral. É possível reconhecer o padrão de rampa retilínea-convexa quanto à feição geomorfológica, sendo o
relevo predominantemente suave ondulado. A principal unidade pedológica, de acordo com é o Latossolo Vermelho Eutrófico. O clima da região,
segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cfa, sem estação seca. A metodologia consistiu em visitas quinzenais à área, durante o período ago/12
a jun/13, para coleta de material botânico fértil. Todo material foi herborizado e quando possível identificado taxonomicamente, em seguida depositado no Laboratório Multidisciplinar de Botânica da UFPR – Setor Palotina. Foram amostrados 11 espécies exóticas de 10 generos distintos,
pertencentes a 10 famílias botânicas. As espécies encontradas foram com maior diversidade foram: Citrus aurantium; C. limon; Eriobotrya japonica; Heliconia rostrata; Hovenia dulcis; Merremia tuberosa; Morus nigra; Musa paradisiaca; Persea americana; Ricinus communis e Wettinia sp..
A possível causa da contaminação biológica no remanescente se dá pela ação humana. O conhecimento científico da diversidade vegetal de áreas
naturais é fundamental para o estabelecimento de planos de manejo com a finalidade de proteção contra possíveis contaminações biológicas. Dessa
forma faz-se necessário a realização de estudos mais detalhados, de acordo com as condições de nossos ecossistemas para revelar a real situação
de espécies invasoras.
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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DE PLANTAS ARBÓREAS DO PARQUE
PRIMAVERA, IPORÃ, PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Jessica Carmelo Krüger (Bolsista permanência)
Colaborador: Camila Cristina Carpanese, Daniela Fumagalli,
Caleb Rudy Rosa Ramos.
Palavras-chave: Floresta Estacional Semidecidual, Flora, Estrato Arbóreo
O estado do Paraná apresenta uma grande variedade de ambientes naturais, em cada região a influência do clima e diversos outros fatores proporcionam o desenvolvimento de uma diversidade muito grande. Floresta Estacional Semidecidual faz parte do estado do Paraná onde hoje restam
apenas 3,4% do total onde antes ocorria. Os levantamentos florístico são importantes para o conhecimento da biodiversidade das unidades de
conservação. A região Noroeste do Paraná corresponde a 17,6 % da superfície do território estadual e apresenta solos derivados do arenito Caiuá,
os quais representam 71,4 % da área da região. Portanto, o objetivo deste trabalho foi estudar a flora arbórea, no sentido de conhecer as espécies
desta comunidade. O Parque Primavera está localizado dentro do quadro urbano da cidade de Iporã na região noroeste do Paraná. Enquadramento
geográfico da área pertence à Formação Arenito Caiuá com predomínio de Latossolos Vermelhos Distróficos com textura arenosa. Com o intuito de
conseguir uma caracterização da flora arbórea do local, foram realizadas visitas mensais a área com finalidade coletar material vegetativo e reprodutivo dos indivíduos arbóreos, durante o período de out/11 a mar/13. Como resultado do levantamento florístico foi possível reconhecer 44 espécies
pertencentes a 18 famílias botânicas. A riqueza de espécies por famílias ficou assim distribuída: Rutaceae com nove, Meliaceae com seis, Fabaceae
com cinco, Lauraceae com quatro, Boraginaceae, Solanaceae e Rubiaceae com três, Lamiaceae e Sapotaceae com duas, Asteraceae, Cannabaceae,
Cariaceae, Melastomataceae, Monimiaceae, Nyctaginaceae e Salicaceae, com uma. As famílias e espécies encontradas são típicas de remanescentes
de Floresta Estacional Semidecidual. A quantidade e o rol de espécies são informações primordiais para o planejamento de ações conservacionista
de acordo com o plano de manejo do Parque.
LEVANTAMENTO DOS CARACTERES ANATÔMICOS DA SUBTRIBO
GOODYERINAE KLOTZSCH (ORCHIDACEAE: ORCHIDOIDEAE) NO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL
Aluno de Iniciação Científica: Jéssica Domingues Schafhauser (PIBIC/CNPq)
Orientador: Cleusa Bona
Co-Orientador: Eric de Camargo Smidt
Colaborador: Mathias Erich Engels
Palavras-chave: Goodyerineae, Anatomia Vegetal, Orchidaceae
A subtribo Goodyerineae (Cranichideae, Orchidoideae, Orchidaceae) é composta de ervas terrestres e humícolas, com caule horizontal de onde
surgem as raízes e caule ereto mais desenvolvido e com folhas. É composta de 35 gêneros, distribuídos particularmente nos trópicos e subtrópicos.
No Brasil, são encontrados quatro gêneros (Aspidogyne Garay, Ligeophila Garay, Microchilus C. Presl e Platythelys Garay), os quais ocorrem
também no estado do Paraná, com cerca de 16 espécies. Devido à carência de informações neste grupo, as mudanças de circunscrição decorrentes
do esclarecimento das relações filogenéticas e o provável surgimento de novidades taxonômicas, temos como objetivo analisar anatomicamente os
órgãos vegetativos das espécies de Goodyerineae, com o propósito de levantar caracteres que possam auxiliar na taxonomia e filogenia. As análises
anatômicas foram feitas a partir de material fresco ou fixado em FAA, seguindo técnicas convencionais em anatomia vegetal. Foram avaliadas
nove espécies (Aspidogyne argentea, A. kuczynskii, A. longicornu, A. fimbrillaris, Ligeophila juruenensis, L. rosea, Microchilus arietinus, M. austrobrasiliensis, e Platythelys schlechteriana). A estrutura anatômica das espécies analisadas é semelhante: RAIZ- epiderme uniestratificada com
tricomas radiculares simples; córtex parenquimático com idioblastos com ráfides; exoderme e endoderme de paredes delgadas e endoderme com
estrias de Caspary; cilindro vascular poliarco variando de seis a 16 pólos de xilema, com predominância de medula distinta. CAULE (horizontal
e ereto) - epiderme uniestratificada, com parede periclinal externa ligeiramente espessada; colênquima angular em posição subepidérmica; córtex
parenquimático e amilífero, com ráfides; endoderme com estrias de Caspary geralmente visível; cilindro vascular com feixes vasculares colaterais
dispersos no parênquima sem medula distinta (atactostelo). FOLHA - epiderme em ambas as face com células geralmente poligonais em vista
frontal, com paredes anticlinais retas e delgadas ou ligeiramente curvas na face abaxial; estômatos anomocíticos na face abaxial. Epiderme uniestratificada com células mais volumosas na face adaxial, paredes periclinais externas delgadas e convexas, cutícula fina e lisa em ambas as faces;
mesofilo homogêneo com idioblastos com ráfides; feixes vasculares colaterais com bainha parenquimática. O trabalho relata que os caracteres
anatômicos são comuns no grupo, e as características que variaram estão relacionadas com o porte das plantas, como por exemplo, o número de
pólos de xilema e floema na raiz.
140
Nº 0243
Tema Projeto EFEITO ALELOPÁTICO DO EXTRATO DE SÁLVIA (SALVIA OFFICINALIS L.)
NA GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INICIAL DO AMENDOIM-BRAVO
E SOJA
Aluno de Iniciação Científica: Angélica Luana Kehl da Silva (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Patricia da Costa Zonetti
Co-Orientador: Leandro Paiola Albrecht
Colaborador: Karla Gabriela da Silva
Palavras-chave: Planta Daninha, Alelopatia, Planta Medicinal
A planta daninha Euphorbia heterophylla L. conhecida como amendoim-bravo ou leiteira apresenta múltipla resistência a herbicidas. Uma alternativa no manejo desta planta seria por meio de informações de potencialidade alelopática de determinada planta para futuro bioprospeção. Assim
este projeto buscou avaliar a potencialidade do extrato da planta medicinal sálvia na germinação do amendoim- bravo e da soja. Os extratos foram
obtidos com folha fresca e seca. Para a secagem das folhas, as mesmas após lavadas foram colocadas em estufa por 48 horas a 40ºC. O extrato bruto
foi preparado na proporção de 1 grama de folha para 5 mL de água destilada. O material vegetal (folha fresca ou seca) foi triturado em liquidificador
com adição de água destilada, em seguida o homogeneizado foi filtrado. Os tratamentos consistiram do extrato bruto (100%) e a proporção de 50%
do mesmo. No grupo controle foi utilizado apenas água destilada. O bioteste de germinação foi realizado utilizando caixas gerbox forradas com
papel germitest umedecidos com 6 mL dos diferentes tratamentos. Em cada caixa foram dispostas 50 sementes. Diariamente o ensaio foi verificado
e sempre que necessário as caixas foram umedecidas. Ao final de sete dias foram obtidos a porcentagem de germinação (%G) e o índice de velocidade de germinação (IVG). Para o bioteste de crescimento, 20 plântulas crescidas por sete dias em papel com água destilada foram dispostas em
rolos de papel germitest umedecidas com os diferentes tratamentos. Após sete dias, foram medidas a raiz primária e a parte aérea das plântulas. O
crescimento foi obtido pela diferença entre o comprimento final e inicial e pelas medidas de biomassa fresca e seca. Todos os ensaios permaneceram
em câmara de germinação tipo B.O.D com temperatura de 25° C e fotoperíodo de 12 horas. Após a análise dos dados observou-se que a %G de
ambas as espécies não foi afetada pelos diferentes extratos. No entanto, o extrato bruto da folha seca promoveu atraso na germinação das mesmas.
O comprimento da raiz de plântulas de amendoim-bravo foi afetado pelos dois tipos de extrato bruto (folha fresca e seca), e a biomassa seca da
raiz apenas pelo extrato folha seca a 50%. Com relação ao crescimento da parte área de leiteira, o mesmo foi reduzido com extrato obtido da folha
fresca. O crescimento das plântulas de soja foi estimulado na presença dos extratos. Os resultados indicam possível ação alelopática inibitória de
folhas de sálvia sobre o amendoim-bravo, e ação estimulatória sobre a soja.
Nº 0244
Tema Projeto ALONGAMENTO E ENRAIZAMENTO DE BROTAÇÕES DE EUCALYPTUS
GRANDIS X E. UROPHYLLA CULTIVADAS IN VITRO
Aluno de Iniciação Científica: Bruna Barbosa dos Santos (PIBIC/CNPq)
Orientador: Marguerite Germaine Ghislaine Quoirin
Colaborador: Cassiana de Oliveira
Palavras-chave: Micropropagação, Carvão Ativado, BAP
O material vegetal utilizado foi um clone do híbrido E. urophylla x E. grandis, fornecido pela Embrapa-Florestas. Foram utilizados tufos com cinco
brotos cada, cultivados por 30 dias em meio de multiplicação in vitro. Foram conduzidos dois experimentos: efeito do tipo de vedação dos frascos
em relação ao número de brotos obtidos em meio de multiplicação e efeito da adição de carvão ativado (CA) ao meio de cultura sobre o alongamento dos brotos. No primeiro experimento, foi comparado o número de brotos gerados em meio de cultura MS com BAP, em frascos tampados
com tampa de plástico ou com duas camadas de filme de PVC. Os tratamentos foram avaliados aos 21 dias, sendo considerados número de brotos
por tufo, presença de calo nas folhas e taxa de necrose. O tratamento utilizando o filme de PVC apresentou média de 9,8 brotos por tufo, contra 8,2
brotos na vedação convencional, e 9% dos brotos com calos nas folhas, contra 56% na vedação convencional. Nenhum dos tratamentos apresentou
necrose dos explantes durante o tempo de condução do experimento. Contudo, a manutenção prolongada dos tufos em frascos vedados com filme
de PVC causou stress nas folhas, que apresentaram coloração avermelhada após 30 dias. No segundo experimento foram testadas três concentrações de CA: 0,5; 1,0 e 1,5 g.L-1 e um controle sem, em meio MS. Após 21 dias foram avaliadas: altura dos brotos, presença de calos nas folhas,
número de brotos alongados por frasco e necrose. À exceção da taxa de necrose, não houve diferença estatística entre as concentrações testadas.
A porcentagem de brotos alongados variou de 33,8 com 1,5 g.L-1 de CA a 49,7 sem CA, com alturas entre 1,07 cm e 1,23 cm, respectivamente.
A presença de calos nas folhas variou de 68,4% no controle a 90% em 1,5 g.L-1 de CA. Esse último tratamento se mostrou melhor em termos de
sobrevivência, com média de 1% de explantes necrosados. Alguns brotos cultivados em meio contendo 1,5 g.L-1 de CA apresentaram raízes e após
30 dias foram aclimatizados. Para tal, as plantas foram gradualmente expostas às condições ex vitro. De 60 plantas enraizadas, seis foram aclimatizadas e transferidas a casa de vegetação, em tubetes com vermiculita. Após 30 dias, foram transferidas para vasos contendo substrato Plantmax,
onde se estabeleceram quatro até o encerramento do presente trabalho. Portanto, recomenda-se a vedação dos frascos com PVC para multiplicação,
enquanto não há diferença em adicionar o CA para alongamento do híbrido estudado
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MINIESTAQUIA DE PINHÃO MANSO (JATROPHA CURCAS L.)
Aluno de Iniciação Científica: Eliziane Carvalho Guédes (IC-Voluntária)
Orientador: Katia Christina Zuffellato-Ribas Colaborador: Alex Caetano Pimenta
Palavras-chave: Germinação de Sementes, Propagação Vegetativa, Minijardim
Jatropha curcas L., conhecida por pinhão manso, pinhão-paraguaio, purgueira e pinha de purga, é uma espécie introduzida no Brasil que se encontra em processo de domesticação, dispersa em grande parte do território nacional. Apresenta ciclo produtivo variado de acordo com o método de
propagação utilizado. Possui propriedades medicinais, sendo utilizada como vermífugo para animais ou como cicatrizante; porém, o crescente uso
do pinhão manso está relacionado às características do óleo produzido, visto que apresenta qualidades para ser transformado em óleo diesel. Assim,
os objetivos gerais desse trabalho foram estabelecer um protocolo de enraizamento e produção de mudas de Jatropha curcas L. e, desenvolver um
sistema de produção, em larga escala, via miniestaquia. Para a instalação do minijardim de pinhão manso, estudos sobre a germinação de sementes
foram realizados a partir de três genótipos (167-II-2, 182-I-4 e 190-II-2), como testes de teor de umidade, curva de embebição, tetrazólio, germinação e índices de velocidade de germinação e emergência das mesmas. O intuito dos testes foi o de verificar a potencialidade de germinação de
sementes para formação de minijardim, visando o posterior enraizamento de miniestacas selecionadas com e sem a aplicação de reguladores vegetais do grupo das auxinas, verificar a melhor época de coleta e a produtividade de miniestacas/minicepa, utilizando a clonagem como estratégia para
encurtar o tempo de obtenção de cultivares superiores e estabelecer as características morfo-anatômicas de material juvenil e adulto de Jatropha
curcas L. Os experimentos foram realizados na Embrapa Florestas, Colombo – PR. O número de repetições por lote e de sementes por repetição,
assim como o delineamento experimental foi diferenciado conforme o teste realizado. Com relação às análises de sementes realizadas, concluiu-se
que os lotes avaliados de sementes de Jatropha curcas L. diferem entre si na porcentagem final de umidade após período de 24h de embebição,
sendo que sementes mais leves e que absorvem menor teor de água apresentam maior viabilidade e porcentagem de germinação. A semeadura de
pinhão manso em estufa mostra-se viável em meses nos quais a temperatura esteja acima de 25ºC (182-I-4, com 28,83%). Assim, foi possível, por
meio dos três genótipos utilizados, a instalação de minijardim para a sequência dos trabalhos com miniestacas e minicepas.
Nº 0246
Tema Projeto PROPAGAÇÃO VEGETATIVA VIA ESTAQUIA DE DRIMYS BRASILIENSIS
MIERS (WINTERACEAE)
Aluno de Iniciação Científica: Isabelle Lourenço de Almeida (PIBIC/CNPq)
Orientador: Katia Christina Zuffellato-Ribas Co-Orientador: Maria Izabel Radomski
Colaborador: Luciele Milani Zem
Palavras-chave: Enraizamernto, Ácido Indolbutírico, Épocas do Ano
Drimys brasiliensis Miers popularmente conhecida como cataia ou casca-d’anta, é uma espécie pertencente à família Winteraceae, cuja distribuição
nas Américas se dá desde o sul do México até o extremo sul da América do Sul. Sua utilização é para fins alimentícios, ornamentais, madeireiros e
até medicinais, sendo, neste caso, utilizada como anti-anêmica, para fraqueza, para problemas digestivos e vômitos, como estimulante, antiespasmódica, aromática, anti-diarréica, antifebril, contra hemorragia uterina, e em certas afecções do trato digestivo. Devido sua ampla área de utilização,
Drimys brasiliensis mostrou-se importante economicamente, o que explica o interesse no estudo de sua propagação. O presente trabalho objetivou
estudar o enraizamento de estacas semilenhosas tratadas com diferentes concentrações de ácido indolbutírico (IBA), coletadas em 2 estações do
ano (primavera/2012 e verão/2013) no bosque da Embrapa Florestas, no município de Colombo-PR. Foram confeccionadas estacas com 10 a 12 cm
de comprimento, com corte reto no ápice e em bisel na base, e com 2 folhas cortadas ao meio na porção apical. Após a desinfestação do material,
as bases das estacas foram imersas por 10 segundos em soluções hidroalcoólicas 50% conforme os tratamentos: 0, 500, 1500, 3000, 4500 e 6000
mgL-1 IBA, além da testemunha (100% água). Os experimentos foram montados segundo um delineamento inteiramente casualizado em esquema
fatorial de 2 x 7 (2 épocas x 7 concentrações de IBA), contendo 4 repetições de 20 estacas por unidade experimental, totalizando 560 estacas em cada
instalação. As estacas foram acondicionadas em tubetes contendo vermiculita e casca de arroz carbonizada (1:1) e mantidas em casa de vegetação
climatizada. Após 120 dias da instalação, cada experimento foi avaliado, considerando-se a porcentagem de estacas enraizadas, número de raízes/
estaca, comprimento médio das raízes/estaca, porcentagem de estacas vivas, mortas, com calos, com novas brotações e estacas que mantiveram as
folhas originais. Em ambas as estações, a concentração de ácido indolbutírico não influenciou significativamente no enraizamento de estacas de Drimys brasiliensis Miers, porém o experimento realizado na primavera/2012 foi efetivamente melhor do que o experimento conduzido no verão/2013,
apresentando 36,08% de enraizamento, 2,34 raízes por estaca, com 0,18 cm de comprimento e 88,40% de novas brotações.
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Nº 0247
Tema Projeto BIOATIVIDADE DE EXTRATOS DE MIL-FOLHAS (ACHILLEA MILLEFO-
LIUM L.) EM SEMENTES DE PICÃO-PRETO
Aluno de Iniciação Científica: Jéssica Fernanda Barazetti (PIBIC/UFPR-TN)
Colaborador: Guilherme Lorini Nunes
Palavras-chave: Alelopatia, Planta Daninha, Planta Medicinal
As plantas daninhas representam um dos principais problemas nas monoculturas, e os estudos acerca de alternativas ao controle químico tem sido
cada vez mais importantes. O picão-preto é uma planta daninha que atinge muitas culturas na região oeste do Paraná, em especial a soja, ganhando
muita atenção por parte dos pesquisadores. Nesse contexto, o uso de extratos vegetais, a fim de explorar compostos alelopáticos de plantas medicinais, vem ganhando destaque na área de fitossanidade. Mil-folhas é uma planta muito cultivada, devido às suas propriedades medicinais, e seus
efeitos alelopáticos vêm sendo testados através do extrato de suas folhas e de seu óleo essencial. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do
extrato de mil-folhas sobre a germinação e crescimento inicial de plântulas de Bidens subalternans D.C. e Bidens pilosa L. Os extratos foram obtidos a partir de folhas secas, coletadas no canteiro de plantas medicinais da UFPR, Setor Palotina. As folhas foram trituradas com água destilada
em um triturador, na concentração de 1 grama de folha em 20 mL de água. O extrato foi filtrado com gaze e algodão, respectivamente, e diluído nas
concentrações de 25, 50 e 75% a partir do extrato base (EBA). Como controle, foi utilizada apenas água destilada. Para verificar a influência dos
extratos sobre a germinação, cinquenta sementes foram dispostas em papel germitest previamente umedecido com os extratos. A avaliação foi feita
a partir da contagem diária das sementes germinadas, pela protusão da radícula. No ensaio de crescimento das plântulas, vinte e cinco sementes
foram alocadas em papéis germitest com os diferentes tratamentos por dez dias. Após este período foram medidos o comprimento da raiz principal
e parte área. Todos os ensaios foram repetidos quatro vezes. Não houve efeito dos extratos testados provenientes das folhas da planta mil-folhas
sobre a germinação de nenhuma das espécies avaliadas de picão-preto. Em relação ao crescimento inicial das plântulas, os extratos afetaram apenas
o comprimento da parte área da espécie Bidens pilosa L., promovendo acréscimo no mesmo. Esses resultados sugerem que o extrato aquoso de
mil folhas nas concentrações estudadas não possui efeitos negativos sobre as sementes de picão-preto. Sugere-se que a extração aquosa pode não
ter sido capaz de extrair algum composto que possua propriedades alelopáticas de interesse ao manejo da planta daninha em questão, indicando a
necessidade de estudos com outras extrações e diferentes concentrações.
Nº 0248
Tema Projeto MICROPROPAGAÇÃO DE BRASILIDIUM FORBESII
Aluno de Iniciação Científica: Lucas Roberto Pereira Gomes (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Luciana Lopes Fortes Ribas
Palavras-chave: Orchidaceae, Cultura de Tecidos, 'Thin Cell Layer'
A família Orchidaceae possui grande importância econômica pela exuberância de suas flores. A maioria das espécies se encontra em risco de
extinção, devido á perda de habitat e a extração predatória. As técnicas de micropropagação possibilitam a produção de mudas em grande escala,
ajudando na recuperação das espécies ameaçadas. O presente trabalho tem como objetivo otimizar a etapa de multiplicação in vitro utilizando o
método de TCL para estabelecer um protocolo de micropropagação para Brasilidium forbesii. Protocormos e as duas primeiras folhas formadas da
germinação in vitro após seis meses da inoculação em meio de cultura WPM foram utilizados como explantes. Bases foliares de 5 mm de comprimento foram cortadas transversalmente e inoculadas em meio de cultura WPM, suplementado com BAP (0,5 a 32 µM) mantidas por 15 ou 30 dias
no escuro para indução e regeneração de PLBs. Ápice e base dos protocormos (0,5 mm de comprimento) foram testados em meios de cultura WPM
e MS suplementados com BAP (0,5 a 32 µM) e mantidos 30 dias na ausência de luz. Em seguida, os explantes foram expostos na luz por 30 dias e
subcultivados para o mesmo meio e as mesmas concentrações por mais 60 dias. Os PLBs foram individualizados e inoculados em meio WPM, na
ausência ou presença de carvão ativado (1 a 3 g L-1), sem regulador vegetal, para o alongamento e enraizamento. Os resultados das bases foliares
revelaram que o tempo de exposição no escuro de 30 dias foi melhor do que 15 dias para indução e regeneração de PLBs. Os protocormos foram
mais responsivos do que as bases foliares. As melhores respostas foram obtidas com o ápice do protocormo, cultivado em meio de cultura WPM,
acrescido de 4 mM de BAP (82% de regeneração de PLBS e número médio de 7,9 PLBs). A formação de raízes ocorreu em meio sem regulador
vegetal, independente da presença e concentração do carvão ativado. No entanto, mudas de maior comprimento e número de raízes ocorreram em
meio com 3 g L-1 de carvão ativado. O período de exposição no escuro foi um fator importante para a indução de PLBs. Recomenda-se adicionar
BAP (4 mM) no meio de cultura WPM para indução de PLBs de bases foliares e ápices de protocormos. O sistema TCL foi promissor para a multiplicação in vitro de B. forbesii, utilizando bases foliares e protocormos como explantes.
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ALELOPATIA DO EXTRATO DE ERVA-CIDREIRA (LIPPIA ALBA MILL.) EM
SEMENTES DE PICÃO-PRETO (BIDENS SUBALTERNANS D.C.)
Aluno de Iniciação Científica: Tharyn Reichel (IC-Voluntária)
Colaborador: Karla Gabriela da Silva
Palavras-chave: Planta Daninha, Controle Alternativo, Planta Medicinal
Os aleloquímicos são compostos orgânicos provenientes do metabolismo secundário vegetal. Estas moléculas podem interferir no crescimento e
desenvolvimento de diversas plantas. Assim, plantas que possuem compostos com atividade alelopática inibitória podem ser utilizadas como fonte
de potenciais herbicidas naturais. A erva-cidreira é uma planta medicinal muito difundida no Brasil e com diversas finalidades, porém há pouco
conhecimento sobre sua ação alelopática em plantas daninhas. Este trabalho teve o objetivo de avaliar a bioatividade de extratos de folhas de erva-cidreira sobre a germinação e crescimento inicial do picão-preto. Foram avaliados os extratos aquosos de folhas frescas e secas de erva-cidreira
na proporção 1:5 (g/mL). A partir do extrato-base foram feitas diluições e obtidos os tratamentos: 0, 25, 50, 75 e 100%. Como controle (0% do
extrato), utilizou-se apenas água destilada. As sementes de picão-preto foram previamente lavadas com hipoclorito e em seguida foram postas para
germinar em papel umedecido com os diferentes tratamentos em placas de petri. Após sete dias, foram contabilizadas o número de sementes germinadas e obtido as variáveis: índice de velocidade de germinação (IVG) e porcentagem de germinação (%G). No teste de crescimento, plântulas
com aproximadamente 2 cm foram dispostas em rolos de papel germitest, umedecidos com os diferentes tratamentos acondicionados em recipientes
de plásticos. No sétimo dia foram avaliados o comprimento da parte aérea e raiz primária, biomassas fresca e seca destes órgãos vegetais. Todos os
ensaios permaneceram em estufa de germinação tipo B.O.D a 30/20ºC (dia/noite) com fotoperíodo de dez horas. Foi realizada análise de variância e
regressão. Os extratos de folha fresca e seca promoveram redução nas variáveis de germinação. A regressão linear foi significativa para %G e IVG.
O extrato da folha fresca não afetou as medidas de crescimento, no entanto, o extrato da folha seca foi estatisticamente significativo na variável
biomassa seca da parte aérea e da raiz, sendo que as mesmas apresentaram comportamento quadrático. Nas características germinativas foi possível
observar que o extrato da folha seca promoveu uma redução mais acentuada ao longo dos diferentes tratamentos em comparação com o extrato da
folha fresca. Os extratos evidenciaram possível ação alelopática sobre a germinação de picão-preto.
Nº 0250
Tema Projeto ATIVIDADE FOTOSSINTÉTICA DE LAGUNCULARIA RACEMOSA E RHI-
ZOPHORA MANGLE EM UM GRADIENTE DE SALINIDADE
Aluno de Iniciação Científica: Guilherme de Souza Nogueira (PIBIC/CNPq)
Orientador: Maria Regina Torres Boeger Co-Orientador: Letícia Larcher de Carvalho
Palavras-chave: Fotossíntese, Mangue, Salinidade
Define-se manguezais como ecossistemas costeiros localizados em regiões tropicais e subtropicais do mundo, ocupando áreas de entremarés nos
quais se observa uma exigência estrutural e fisiológica dos organismos. A vegetação é caracterizada por uma baixa diversidade de espécies arbóreas.
No sul do Brasil ocorrem as seguintes espécies: Avicennia schaueriana (Acanthaceae), Laguncularia racemosa (Combretaceae) e Rhizophora mangle (Rhizophoraceae). As espécies de mangue necessitam ajustar a sua fisiologia devido às condições ambientais extremas, como solos alagados,
baixas concentrações de oxigênio e salinidade variável. Diferentes mecanismos adaptativos são apresentados por essas plantas, tais como raízes
aéreas, e de sustentação, produção de propágulos e viviparidade, glândulas de sal foliares e estratégias de exclusão e compartimentalização de sais.
O objetivo deste estudo foi caracterizar os padrões fotossintéticos de Laguncularia racemosa e Rhizophora mangle em condições de salinidade
representadas por duas áreas de manguezais, Antonina e Guaratuba, Paraná. Quinze indivíduos, por espécie, por área foram selecionados, totalizando 30 indivíduos analisados em cada estuário. Em cada indivíduo, folhas mais expostas dos ramos foram analisadas quanto às trocas gasosas
com um sistema aberto portátil de fotossíntese, IRGA, modelo CI-340 (BioScience). As variáveis analisadas foram: PAR (Luz Fotossinteticamente
Ativa), Pn (Taxa fotossintética), WUE (Uso Eficiente da Água), E (Taxa de Transpiração) e C (Condutância Estomática). Para comparar os valores
médios dos parâmetros entre as espécies, foi realizada análise de variância (ANOVA), seguida de comparações a posteriori utilizando teste Tukey.
Comparando-se as duas espécies presentes na mesma área, observou-se que, em Antonina, as espécies apresentaram valores semelhantes de Pn e
WUE. Em Guaratuba, não houve diferenças significativas entre as variáveis estudadas. Quando compara-se a mesma espécie entre as duas áreas de
estudo, L. racemosa apresentou apenas diferença para Pn. Para R. mangle, foram observadas diferenças para os valores médios de Pn, E e C. Os
resultados indicaram que as espécies apresentaram diferentes padrões fotossintéticos, sendo que essas diferenças são mais marcantes em R. mangle.
Possivelmente, essas diferenças ocorram em função da salinidade e mecanismos de exclusão e compartimentalização de sais.
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Nº 0251
Tema Projeto MORFOLOGIA DA FRÚSTULA DA DIATOMÁCEA LITHODESMIOIDES
VON STOSCH, 1986 NO SUL DO BRASIL
Aluno de Iniciação Científica: Annie Dorothea Van der Meer (IC-Jovens Talentos)
Orientador: Luciano Felício Fernandes
Co-Orientador: Priscila Izabel Tremarin
Colaborador: Flávia Ehlke Miranda
Palavras-chave: Diatomáceas, Microscopia Eletrônica, Lithodesmioides
Diatomáceas são microalgas eucariontes clorofiladas, presentes em abundância no mar e na água doce, possuindo parede celular de sílica e com
ornamentações diversas nas espécies, sendo usadas para identificação taxonômica. A maioria é autótrofa, e são os maiores produtores primários
planctônicos, responsáveis por até 45% da produção de carbono nos oceanos. Atualmente o estudo das diatomáceas marinhas tem sido muito importante na região Sul do Brasil devido á florações produzidas pelo gênero Pseudo-nitzschia. Esse gênero produz ácido domóico, toxina potente que
pode levar a graves danos neurológicos, cardíaco-respiratórios, e até mesmo à morte. O estudo de outros gêneros também é muito importante, pois
apesar do grande número de espécies de diatomáceas na região Sul, há poucos estudos taxonômicos nacionais utilizando microscopia eletrônica,
o que dificulta o conhecimento da biodiversidade local. As investigações taxonômicas também servem de base para estudos de ecologia, biologia
molecular e biotecnologia das diatomáceas. Na família Lithodesmiaceae, foi descrito o gênero Lithodesmioides em 1986 no qual duas espécies
estão incluídas: Lithodesmioides minutum e Lithodesmioides polymorpha. Lithodesmioides polymorpha foi descrita originalmente por Von Stosch
no estuário do rio Norman em Karumba, Golfo de Carpentaria, Austrália, e em 2005 foi proposta a variedade L. polymorpha var. tunisiense por
Yahia- Kefi na Tunísia, no sudoeste do Mar Mediterrâneo. Lithodesmioides minutum foi descrita por Von Stosch e encontrada em Townsville, norte
de Queensland, Austrália, não havendo mais registros. Nesse trabalho, registramos Lithodesmioides minutum pela primeira vez na América do Sul,
ao longo litoral de Florianópolis, Santa Catarina, fornecendo medidas e descrição em microscopia eletrônica. Suas principais características são um
processo bilabiado central e ausência de espinhos pequenos na face da valva (presentes em Lithodesmioides polymorpha), e serem menores e menos
silicificadas que Lithodesmioides polymorpha. Algumas diferenças em relação a descrição original foram encontradas, como o formato da valva,
na maioria biangular, podendo se tratar de uma variação. No trabalho, também são fornecidas comparações entre Lithodesmioides e os gêneros
próximos Bellerochea, Lithodesmium e Ditylum. Como há poucos estudos sobre estes gêneros, já que são muito pouco silicificados e difíceis de
identificar em microscópio óptico, a microscopia eletrônica fornece uma importante ferramenta para o estudo dessas espécies no Brasil.
Nº 0252
Tema Projeto ESPÉCIES DE STROPHARIACEAE SINGER & A.H. SM. (AGARICALES,
BASIDIOMYCOTA) NO MUNICÍPIO DE PALOTINA, PR
Aluno de Iniciação Científica: Lianara Segalin Lettrari (PIBIC/CNPq)
Orientador: Vagner Gularte Cortez
Palavras-chave: Taxonomia, Micobiota, Cogumelos
A família Strophariaceae Singer & A.H. Sm. pertence à ordem Agaricales, filo Basidiomycota, cujos representantes possuem basidiomas com
características marcantes como esporada marrom escura, estípite geralmente com anel, podendo ser persistente, fugaz ou ausente. Esses fungos
crescem em diversos tipos de substratos, como madeira em decomposição, esterco e serrapilheira, e em distintos habitats, como florestas, campos
e jardins. O projeto teve como objetivo o conhecimento da diversidade de Strophariaceae no Parque Estadual de São Camilo (PESC), situado no
município de Palotina, região oeste do Paraná, e que possui 400 hectares de Floresta Estacional Semidecidual. Também foram considerados nesse
estudo, espécimes coletados no Campus da Universidade Federal do Paraná, em Palotina. As coletas ocorreram entre agosto de 2012 e junho de
2013, geralmente em dias úmidos e quentes, logo após chuvas. Nas coletas foram percorridas trilhas, registrando o habitat e modo de crescimento
dos espécimes. A análise macroscópica foi realizada com o material fresco, no laboratório, com auxílio de microscópio estereoscópico, considerando características morfológicas do píleo (diâmetro, forma, cor, superfície, margem), contexto (espessura, consistência e cor), lamelas (inserção,
cor, proximidade, consistência, bordas), estípite (tamanho, inserção no píleo, forma, cor, superfície, consistência, presença de rizomorfas e micélio
basal) e véu (presença, localização, consistência e cor). A cor da esporada e das macroestruturas foi determinada através de carta de cores. Posteriormente, foram analisados sob o microscópio óptico equipado com sistema de captura de imagens, sendo feitas 25 medidas de cada microestrutura
(esporos, basídios, cistídios e hifas). Depois de analisados, os espécimes foram identificados e preservados em envelopes com naftalina e uma ficha
de identificação, no Herbário do Campus Palotina (HCP). Registrou-se a ocorrência de cinco gêneros, sendo identificadas até o momento as seguintes espécies: Agrocybe cylindracea (DC.) Maire, A. earlei (Murrill) Watling, A. pediades (Fr.) Fayod, A. perfecta (Rick) Singer, A. retigera (Speg.)
Singer, Deconica coprophila (Bull.) P. Karst., Galerina saltensis Singer, Psilocybe yungensis Singer & A.H. Sm., Stropharia apiahyna (Speg.)
Cortez & R.M. Silveira e S. coronilla (Bull.) Quél. Galerina saltensis, até então conhecida somente na Argentina, é registrada pela primeira vez no
Brasil, e S. apiahyna é uma nova ocorrência para o estado do Paraná.
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ESTABELECIMENTO DE PROTOCOLO PARA A REGENERAÇÃO DE
SCHOMBURGKIA CRISPA A PARTIR DE REGIÕES MERISTEMÁTICAS
Aluno de Iniciação Científica: Mariana Moresco Ludtke (PIBIC/UFPR-TN)
Colaborador: Eliane Cristina Gruszka Vendruscolo
Palavras-chave: Orquídea, Cultivo in vitro, Regiões Meristemáticas
O crescimento e a morfogênese de células e tecidos in vitro são regulados pela interação e balanço entre substâncias adicionadas ao meio, como
reguladores de crescimento como auxinas e citocininas, os quais auxiliam no desenvolvimento in vitro influenciando a divisão e o alongamento
celular, formação de meristemas caulinares e/ou radiculares. A regeneração de plantas in vitro pode ocorrer por organogênese ou embriogênese
somática, podendo ocorrer de forma direta ou indireta. O objetivo do presente trabalho foi testar um protocolo de regeneração para Schomburgkia
crispa (Orchidaceae) a partir de regiões meristemáticas. Foram usados ápices radiculares e segmentos de folhas com 1,0 cm como explantes. Os
explantes foram inoculados em meio de cultura MS, acrescido de 30 g.L-1 de sacarose, 3 g.L-1 de Phytagel e suplementados com diferentes combinações dos reguladores 2,4-D (0; 1 e 2 mg.L-1), ANA (0; 0,5 e 1 mg.L-1) e BAP (0 e 0,1 mg.L-1), totalizando 10 tratamentos com 3 repetições
(Experimento I). Posteriormente, avaliou-se também o efeito de concentrações maiores de 2,4-D (0; 1; 2 e 4 mg.L-1) combinado com BAP (0; 0,1
mg.L-1) resultando em 8 tratamentos, com 3 repetições (Experimento II). A unidade experimental constou de uma placa de Petri contendo oito
folhas e quatro raízes em ambos os experimentos. Após 30 dias de cultivo após a inoculação dos explantes realizou-se a avaliação visual com o
auxílio de estereomicroscópio da ocorrência de modificações morfogenéticas. Em ambos os experimentos observou-se que boa parte dos explantes
continuava verde com aspecto de material viável. Algumas raízes apresentavam-se intumescidas, contudo nenhuma massa celular ou protocormos
encontrava-se visível. Com o passar de mais 30 dias observou-se que muitos dos explantes foram secando ou permaneceram verdes sem, contudo,
regenerar protocormos, calos ou qualquer massa celular visível, indicando não serem responsivos aos tratamentos com os reguladores de crescimentos e as concentrações empregadas. No experimento I, a maior sobrevivência dos ápices radiculares de S. crispa (45,83%) ocorreu na presença de 1
mg.L-1 de 2,4-D e dos segmentos foliares no meio de cultura suplementado com 0,5 mg.L-1 de ANA e 0,1 mg.L-1 de BAP (50%). No experimento
II, a maior sobrevivência de ápices radiculares e segmentos foliares ocorreu na presença de 4 mg.L-1 de 2,4-D e a ausência de BAP (91,6% para
ápices radiculares e 25% para segmentos foliares).
Nº 0254
Tema Projeto ESTABELECIMENTO DE PROTOCOLO PARA REGENERAÇÃO DE MIL-
TONIA FLAVESCENS DE REGIÕES MERISTEMÁTICAS E EFEITO DE REGULADORES NO CRESCIMENTO DE PLÂNTULAS
Aluno de Iniciação Científica: Sabrina Buttini (Pesquisa voluntária)
Colaborador: Patricia da Costa Zonetti, Daniela Antonietti
Palavras-chave: Orquídea, Cultivo in vitro, Miltonia flavescens
O cultivo in vitro é uma ótima opção para a multiplicação e preservação de plantas. No caso das orquídeas esta é uma ótima opção, pois muitas
espécies correm risco de extinção por serem muito exploradas, graças a sua beleza. Estudos utilizando orquídeas demonstraram que partes da planta
como os ápices radiculares e folhas jovens, quando em condições adequadas de meio de cultura, podem induzir à formação de calos e protocormos
permitindo a produção em larga escala de plantas superiores. O objetivo do trabalho foi avaliar a eficácia da regeneração de Miltonia flavescens a
partir de regiões meristemáticas e o efeito de reguladores vegetais no crescimento de plântulas. Os explantes utilizados foram segmentos de folhas
jovens e ápices de raízes de aproximadamente 0,5 cm, extraídos de plantas obtidas pela germinação in vitro e com aproximadamente dois anos de
cultivo (Experimento I). Os explantes foram inoculados em meio de cultura MS/2 suplementado com sacarose (30 g.L-1), agar (6,5 g.L-1) e combinações de reguladores de crescimento: 2,4-D (0; 3 e 6 mg L-1), BAP (0; 0,5 e 1 mg.L-1) e TDZ (0; 0,5 e 1 mg L-1). O pH do meio de cultura foi
ajustado para 5,8. Após a inoculação em câmara de fluxo laminar, os explantes foram mantidos no escuro, em sala de crescimento, a 25±1ºC, pelo
período de 60 dias. O experimento foi inteiramente casualizado, com três repetições, tendo como unidade experimental uma placa de Petri com
sete folhas e quatro ápices radiculares. Realizou-se a avaliação da taxa de sobrevivência aos 60 dias de cultivo e observou-se que a combinação de
6 mg.L-1 de 2,4-D e 1 mg.L-1 de BAP resultou na maior sobrevivência (87%) e a combinação 6 mg.L-1 de 2,4-D e 0,5 mg.L-1 de BAP a menor
sobrevivência (30%). Houve formação de massa celular compacta nos segmentos foliares do tratamento contendo 3 mg.L-1 de 2,4-D e 0,5 mg.L-1 de
BAP, contudo ela ocorreu em baixa frequência e não ocorreu formação de protocormos. Outro experimento foi montado (Experimento II) utilizando-se plântulas completas (com aproximadamente 0,5 cm e dois anos de idade) como explantes, as quais foram inoculadas em meio de cultura MS/2
suplementado com sacarose (30 g.L-1), agar (6,5 g.L-1) e diferentes combinações de reguladores de crescimento: 2,4-D (0; 3 e 6 mg L-1) e BAP (0;
0,5 e 1 mg.L-1), onde a unidade experimental consistiu de um vidro com três plântulas e três repetições. Os explantes não se mostraram responsivos
ao longo de 60 dias de cultivo e não houve a formação de calos ou massas celulares, bem como a regeneração de plântulas.
146
Nº 0255
Tema Projeto ANÁLISE DE MUTAÇÕES NO GENE KDR EM POPULAÇÕES DE AEDES
AEGYPTI (DIPTERA: CULICIDAE)
Aluno de Iniciação Científica: Anna Julia Pietrobon (PIBIC/CNPq)
Orientador: Mario Antonio Navarro da Silva Colaborador: Ana Caroline Dalla Bona e Oscar Aguirre Alexander Obando
Departamento: Zoologia
Palavras-chave: Diptera, Aedes aegypti, Controle
O controle do Aedes aegypti, principal vetor do vírus da dengue, é feito principalmente por inseticidas. No Brasil, os inseticidas organofosforados
e piretróides são usados no controle das formas imaturas e adultas, respectivamente. Embora os mecanismos de ação sejam distintos, ambos inseticidas se ligam a moléculas do sistema nervoso responsáveis pela transmissão do impulso elétrico, impedindo sua propagação e levando o inseto
a morte. O uso continuado destas substâncias tem selecionado populações resistentes, que apresentam alterações na estrutura do sítio-alvo dos
inseticidas causadas por mutações genéticas. O objetivo do trabalho foi avaliar a frequência da mutação Val1016IIe relacionada com a resistência
a piretróides e a suscetibilidade aos organofosforados em populações de A. aegypti do município de Jacarezinho, Paraná. Para avaliar a suscetibilidade aos organofosforados foram realizados bioensaios com larvas de terceiro instar final e quarto inicial da geração F1 com dez concentrações de
temephos (Grau Técnico). Cada concentração com 20 larvas e quatro réplicas. O experimento foi repetido quatro vezes, tendo como controle larvas
da população suscetível Rockfeller. Com os resultados foram estimadas as CL50, e CL95, utilizando o software Probit GW-bacis e o calculo da
RR50 e RR95. Para avaliar a frequência da mutação Val1016IIe o município foi dividido em quatro regiões (R1, R2, R3 e R4) e de cada uma delas
foram analisados 15 indivíduos. A verificação da mutação foi realizada por PCR alelo-específica e a leitura dos resultados em gel de poliacrilamida
10%. Os resultados dos bioensaios a partir da dose diagnóstica 0.0162 ppm de temephos indicaram 95,33% de mortalidade e RR95 igual a 2,52. Dos
56 indivíduos que foram genotipados para a mutação Val1016Ile, 58,93% eram heterozigotos (Val/Ile), 41,07% homozigoto para o alelo mutante
(Ile/Ile) e nenhum individuo para o alelo selvagem (Val/Val). A frequência do alelo 1016IIe foi 0,61, 0,70, 0,77 e 0,75 nas regiões R1, R2, R3 e R4,
respectivamente, enquanto que a frequência do alelo 1016Val foi 0,39, 0,30, 0,23 e 0,25. O cálculo das frequências genotípicas esperadas após uma
geração de acasalamento ao acaso indica um aumento no número de indivíduos homozigotos para o alelo 1016Ile em todas as regiões. Este estudo
indica que a população do vetor em Jacarezinho encontra-se com alteração da suscetibilidade ao temephos. Além disso, as altas frequências do alelo
1016Ile, relacionado à resistência à piretróides, podem comprometer as ações de controle do vetor.
Nº 0256
Tema Projeto MONITORAMENTO DAS ESPÉCIES EXÓTICAS DA COMUNIDADE DE
INVERTEBRADOS MARINHOS INCRUSTANTES EM SUBSTRATO ARTIFICIAL, NA FOZ DO RIO ITIBERÊ, PARANAGUÁ-PR
Aluno de Iniciação Científica: Camilla Felippe (PIBIC/CNPq)
Orientador: Maria Angélica Haddad
Palavras-chave: Bentos marinho, Bioinvasão, Interações entre Espécies
Nas últimas décadas, as atividades marítimas têm sido a principal fonte de introdução de espécies marinhas exóticas. Para monitorar a presença e
a abundância dessas espécies na área portuária de Paranaguá, o projeto propõe a identificar os invertebrados incrustantes que colonizam substratos
artificiais, classificando-os em introduzidos, nativos ou criptogênicos. Experimentos com placas de polietileno foram instalados no Iate Clube
de Paranaguá, localizado próximo ao Porto de Paranaguá, no interior da Baía de Paranaguá. De maio de 2013 a janeiro de 2012, esses conjuntos
compostos por 2 placas de polietileno, de 12 x 12 cm, foram amarrados em flutuadores do Iate Clube, submersos em uma profundidade de 1,5m.
A cada trimestre, as placas eram recolhidas e substituídas por novas. Os trimestres correspodem aos períodos de maio a julho, agosto a outubro e
novembro a janeiro. A análise das placas se deu sob microscópio estereoscópico e a porcentagem de cobertura dos organismos foi estimada a partir
de uma grade quadriculada, contando-se as espécies presentes em 40 pontos de intersecção. Durante o período de estudo, recrutaram 35 morfotipos
de invertebrados incrustantes. Destes, cinco espécies são consideradas introduzidas: o briozoário Hippoporina indica, o hidroide Podocorina n. sp.,
o octocoral Stragulum bicolor e os cirripédios Amphibalanus reticulatus e Striatobalanus amaryllis. Somente 4 espécies são nativas e 26 criptogênicas. As maiores porcentagens de cobertura, em todo período de estudo, foram de H. indica (19,58%), dos hidrozoários da família Campanulariidae
(13,22%) e de mexilhões (9,51%). No primeiro trimestre, que corresponde ao período de outono/inverno, os briozoários, principalmente H. indica,
e os poríferos predominaram, com 65,35% e 14,48% de cobertura, respectivamente. No segundo trimestre (inverno/primavera), os organismos
mais abundantes foram os Campanulariidae (37,91%) e os tubos de poliquetas e de anfípodos (18,25%). No terceiro recrutamento (primavera/
verão), a abundância de mexilhões foi alta (26,58%), seguida de briozoários, principalmente da família Electriidae (14,33%). Os dados mostram
que houve alterações na comunidade nas diferentes épocas do ano, indicando padrões de sazonalidade das espécies. Assim como espécies consideradas introduzidas e criptogênicas predominara no fouling, provavelmente devido a vantagens biológicas, como crescimento mais rápido, maior
capacidade reprodutiva, ou ecológicas, como alta capacidade competitiva e de defesa contra predadores. Os resultados reforçam a necessidade do
monitoramento das espécies.
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Nº 0257
Tema Projeto PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO VOADORES DE UM MANGUEZAL DA
BAÍA DE GUARATUBA, LITORAL SUL DO PARANÁ, BRASIL
Aluno de Iniciação Científica: Jaqueline dos Santos Pontes (PIBIC/CNPq)
Orientador: Liliani Marilia Tiepolo
Departamento: Campus
Setor: Setor Litoral
Palavras-chave: Manguezal, Pequenos Mamíferos Não Voadores, Baía de Guaratuba
Pesquisas sobre a biologia de pequenos mamíferos terrestres têm revelado a importância dos mesmos nos mais variados processos dos ecossistemas
florestais. De acordo com Pardini et al. (2003), assim como as baixas densidades de muitos táxons, o tamanho das áreas de vida e até mesmo o tipo
de habitat são fatores que podem dificultar estudos no local, cuja abordagem inclua a composição, a estrutura ou a dinâmica das comunidades. Por
tal, é provável que o baixo número de registros da mastofauna nos manguezais seja um reflexo dos fatores citados por Pardini et al. (2003). O trabalho visa obter o levantamento dos representantes de pequeno porte das Ordens Rodentia e Didelphimorphia. Pretende-se iniciar este projeto, por
meio de uma fase de campo piloto em julho de 2013, com a finalidade de testar a metodologia. Para realizar os estudos nos manguezais, haverá uma
adaptação nos métodos já existentes para captura dos diferentes grupos de mamíferos (roedores e marsupiais). Incluindo o uso de armadilhas dos
modelos Tomahawk e Sherman. Sendo assim, os espécimens capturados serão identificados e observados quanto ao peso, sexo, estado reprodutivo
e medidas morfométricas. Devido à dificuldade de identificação de alguns táxons, os espécimens serão cariotipados seguindo protocolos usualmente
utilizados na análise citogenética. Serão realizadas coletas bimestrais, com cinco dias consecutivos de duração. As coletas terão esforço amostral
de 180 igualmente divididas entre os modelos Tomahawk e Sherman, distribuídas em intervalos de 10m, ao longo de três eixos longitudinais, em
três paisagens diferentes (1º área lodosa = mais mole; 2º área menos lodosa = mais firme e 3º área de mata = super Firme, na borda do mangue). No
manguezal, as armadilhas serão alocadas em suportes de madeiras flutuantes e fixadas em árvores, uma vez que o local é constantemente inundado
pela ação das marés. Esperamos com este trabalho produzir a primeira lista de pequenos mamíferos, incluindo áreas de manguezais do litoral do
Paraná, utilizando métodos sistemáticos e padronizados. Por ser um ambiente pouco explorado em estudos sobre mamíferos teremos condições de
analisar algumas características das espécies, tais como habito permanência, frequência e abundância. Referência Bibliográfica: PARDINI, R.; E.H.
DITT; L. CULLEN JR; C. BASSI & R. RUDRAN. 2003. Levantamento rápido de mamíferos terrestres de médio e grande porte, p. 181-201. In:
L. CULLEN JR; R. RUDRAN & C. VALLADARES-PADUA (EDs). Métodos de estudo em biologia da conservação e manejo da vida silvestre.
Curitiba: Editora UFPR, 667 p.
Nº 0258
Tema Projeto LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES DE MORCEGOS (MAMMALIA: CHIROPTE-
RA) EM FRAGMENTOS FLORESTAIS URBANOS DE CURITIBA, PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Jennifer de Sousa Barros Pereira (PIBIC-AF/CNPq)
Orientador: Fernando de Camargo Passos
Palavras-chave: Fragmentação, Diversidade, Chiroptera
A fragmentação florestal pode causar redução do tamanho de diversas populações, desaparecimento de espécies que necessitam de grandes áreas
para sobreviver e a aproximação dos animais silvestres com os humanos. Os morcegos realizam importantes funções ecológicas, atuando na
polinização, dispersão de sementes e no controle de pragas agrícolas. Alguns estudos demonstram que esses animais são menos vulneráveis a
fragmentação quando comparados a outros mamíferos, pois se adaptam facilmente a ambientes alterados, fato que permite o estabelecimento de
comunidades de quirópteros em remanescentes florestais nas cidades ou diretamente no meio urbano, pois esses ambientes oferecem abundância e
variedade de recursos alimentares, além de abrigos oportunos. Curitiba é rica em parques e bosques com mata nativa, contendo também manchas
de vegetação resultante da arborização urbana, tais áreas em conjunto podem servir como recurso para quirópteros de ampla área de vida ou como
manchas de habitat isoladas para metapopulações, porém, pouco se sabe sobre os morcegos presentes em remanescente florestais da cidade. Sendo
assim, o presente estudo tem como objetivo avaliar a composição e riqueza das espécies de morcegos em fragmentos florestais localizados no
município de Curitiba. O estudo será realizado em três áreas de Floresta Ombrófila Mista situadas na cidade: Bosque Alemão, localizado no bairro
Vista Alegre, Bosque Reinhard Maack, no bairro Hauer, e Museu de História Natural do Capão da Imbuia, no bairro Capão da Imbuia. Os dados
foram coletados entre os meses de Maio e Julho em amostragens mensais em duas noites por bosque, com redes expostas por um período de seis
horas a partir do por do Sol. Os morcegos capturados foram identificados, anilhados e soltos, depois de passarem por procedimentos de biometria,
sexagem, determinação da condição reprodutiva e categoria etária. Espécimes que necessitaram de confirmação taxonômica foram coletados e
depositados na Coleção Zoológica da Universidade Federal do Paraná (DZUP). Até o momento foram realizadas seis noites de coleta totalizando
um esforço amostral de 1224 h/redes que resultaram na captura de 54 morcegos, pertencentes a seis espécies, das famílias Phyllostomidae (92,6%)
e Vespertilionidae (7,4%). As espécies mais abundantes foram Artibeus lituratus (42,6%) e Sturnira tildae (37,3%). Ainda que as amostragens não
tenham terminado é possível identificar uma semelhança com outros estudos, já que essas espécies são bastante comuns em meio urbano, devido à
facilidade para encontrar abrigos e alimentos.
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Nº 0259
Tema Projeto ANÁLISE ENZIMÁTICA DO EFEITO DO ORGANOFOSFORADO MALA-
THION EM DIFERENTES ESTÁGIOS DO CICLO DE VIDA DE CHIRONOMUS SANCTICAROLI (DIPTERA: CHIRONOMIDAE)
Aluno de Iniciação Científica: Maiara Vicentini (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Mario Antonio Navarro da Silva Colaborador: Débora Rebechi, Vinicius Sobrinho Richardi
Palavras-chave: Chironomidae, Diptera, Ecotoxicologia
O malathion é um inseticida organofosforado neurotóxico, de importância agrícola e médico-veterinária, que pode atingir corpos hídricos e afetar
a biota. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do malathion em quatro estágios do desenvolvimento de Chironomus sancticaroli (Diptera:
Chironomidae) através da quantificação da enzima acetilcolinesterase (AChE). Os organismos utilizados foram provenientes da colônia do Laboratório de Entomologia Médica e Veterinária (LEMV) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), mantida em sala de criação com temperatura e
fotoperíodo controlados. Foram realizados bioensaios de toxicidade aguda (48h) com 9 concentrações do inseticida e réplicas do controle, para a
calibração da faixa letal. A partir dos resultados destes bioensaios foram calculadas as concentrações letais (CLs). A partir desses dados, e da legislação ambiental, foram escolhidas as concentrações 0,100; 10,064 e 17,270 µg/l (CONAMA, CENO e CL2, respectivamente) para a realização de
2 bioensaios de toxicidade crônica, com duração de 14 dias. Esses bioensaios foram realizados em recipientes de 1,8L, com 80 larvas de 1º ínstar
em cada e réplicas para o controle água, controle solvente, CONAMA, CENO e CL2. Estes recipientes foram mantidos em câmara de germinação
tipo BOD com temperatura e fotoperíodo controlados e foram retiradas larvas de 3ºinstar final/4º instar inicial, de 4º instar final, pupas, machos e
fêmeas, totalizando 500 organismos analisados, sendo 20 de cada estágio por concentração. Para os ensaios enzimáticos foram utilizados o método
baseado em Ellman et al. (1961) modificado para microplaca por Silva de Assis (1998) para a AChE e o de Bradford (1976) para a quantificação
das proteínas totais de cada organismo. Como resultado foram obtidas as seguintes médias das atividades enzimáticas, em ordem de concentração,
respectivamente, expressas em mmol/mg ptn/min: 101,9; 128,8; 101,5; 91,3 e 123,6 das larvas de 3º/4º instar; 184,2; 237,7; 246,4; 237,5 e 208,1
das larvas de 4º instar; 183,9; 276,6; 266,4; 234,5 e 268,6 das pupas; 187,9; 293,7; 346,9; 296,3 e 280,3 das fêmeas; e 227,9; 245,9; 385,6; 293,3 e
219,6 dos machos. Foi encontrado, nas fêmeas, um aumento significativo do controle solvente e concentrações se comparados com o controle água,
e os machos apresentaram aumento significativo principalmente para o CONAMA se comparado ao controle água. Os resultados indicam que a
exposição ao malathion, nessas concentrações, não altera a atividade da AChE nos diferentes estágios do ciclo de vida de Chironomus sancticaroli,
exceto nos machos.
Nº 0260
Tema Projeto VESPAS (HYMENOPTERA) AMOSTRADAS EM CINCO FRAGMENTOS
DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL
Aluno de Iniciação Científica: Nathiele Thaiane Oliveira Artmann (Pesquisa voluntária)
Orientador: Rodrigo Barbosa Gonçalves Colaborador: Priscila Soares Oliveira
Palavras-chave: Apocrita, Fragmentação, Diversidade
O objetivo deste trabalho foi analisar os himenópteros coletados em diferentes áreas, datas e cores de pratos-armadilha em fragmentos de floresta
estacional semidecidual. Este estudo foi realizado na Fazenda Assú, uma propriedade privada à 20km de Palotina, no oeste paranaense. Foram escolhidos cinco fragmentos florestais, sendo que um deles é uma RPPN (Área 1), com um perímetro de 11,08 km. As outras áreas com 3,13 km (área
6), 3,48 km (área 7), 1,62 km (área 8) e 0,709 km (área 9). As cores de pratos-armadilhas utilizadas foram as cores azul e amarelo, sendo dispostos
uma vez a cada mês durante o dia todo. A número de pratos dispostos foi proporcional ao tamanho de cada área de amostragem e são colocados
a uma distância de 5 a 10m sendo: área 1 com 110 pratos, área 7 com 34, área 6 com 32, área 8 com 16 e área 9 com 8, totalizando 200 pratos, as
cores dos pratos foram dispostas alternadamente. Até o momento as coletas foram realizadas uma vez a cada mês totalizando 10 coletas (agosto de
2012 a maio de 2013). Foram amostradas 10 famílias, número total de indivíduos coletados foi de 595. Crabronidae apresentou o maior número
de indivíduos (358), seguido por Pompilidae (155), Vespidae (34), Formicidae (18) Mutillidae (13), Chrysididae (5), Tiphiidae (5), Sphecidae (4),
Scoliidae (1), Chalcididae (1). Nos pratos de cor azul foram coletados 149 indivíduos, nos pratos de cor amarela 446, indicando uma preferência
pela cor amarela. Houve variação na quantidade de indivíduos coletados por dia, sendo que em novembro foi coletado o maior número de indivíduos (176), seguido por dezembro (90), fevereiro (72), março (58), abril (56), janeiro (39), maio (36), outubro (36), setembro (23), agosto (13).
A diferença nos números de indivíduos coletados pode estar relacionada à condição climática do dia de amostragem e ao período do ano em que
a coleta foi realizada. O número de indivíduos por área foi: área 1 (312), área 6 (113), área 7 (89), área 8 (32) e área 9 (39). A riqueza de famílias
entre as áreas foi proporcional ao seu tamanho, maiores áreas (1,6,7) apresentaram maior riqueza. Mas o número de indivíduos coletados por prato
foi maior na menor área, podendo ser explicado pelo aumento da dominância de uma família em uma pequena área.
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Nº 0261
Tema Projeto DIVERSIDADE DE ABELHAS EUGLOSSINA (HYMENOPTERA, APIDAE)
EM CINCO FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL
Aluno de Iniciação Científica: Priscila Soares Oliveira (PIBIC/CNPq)
Orientador: Rodrigo Barbosa Gonçalves
Palavras-chave: Diversidade, Euglossina, Fragmentação
O objetivo deste trabalho foi comparar a captura de abelhas Euglossina em cinco fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, utilizando
garrafas-armadilha. Estas armadilhas são compostas por garrafas pet (500mL), com duas aberturas laterais e cotonetes embebidos em cineol para
atração das abelhas. Este estudo foi conduzido na Fazenda Assú, uma propriedade privada à 20km de Palotina, no oeste paranaense. Foram escolhidos cinco fragmentos florestais circundados por agricultura, sendo um deles uma RPPN (área 1), com um perímetro de 11,08 km. As outras
áreas possuem 3,13km (área 6), 3,48km (área 7), 1,62km (área 8) e 0,709km (área 9). As amostragens começaram em agosto de 2012, totalizando,
até agora, 11 coletas. Em cada coleta foram instaladas 40 garrafas, distribuídas em função do tamanho das áreas, sendo 22 garrafas na área 1, seis
na área 6, sete na área 7, três na área 8 e duas na área 9. Em onze amostragens, 376 indivíduos foram coletados, sendo Euglossa o gênero mais
amostrado com 271 espécimes. A espécie mais abundante foi Euglossa fimbriata (144), seguida de Eulaema nigrita (49), Euglossa cordata (39),
Eufriesea violácea (34), Euglossa annectans (19) e Euglossa pleosticta (3). O mês com maior captura foi de janeiro de 2013, com 42 indivíduos e
seis espécies. Independentemente dos meses de amostragem, a área com maior taxa de captura foi a Área 1 (RPPN) e as áreas com maior riqueza de
espécies foram a 1 e 6. Os meses com maior número de espécies foram outubro e novembro, devido a presença de Eufriesea violacea, uma espécie
com atividade restria à primavera. Na área 1 foram encontrados em média 0,87 indivíduo por armadilha e o total de 6 espécies, na área 6, 0,77
indivíduo e 6 espécies, na área 7, 0,88 indivíduo e 5 espécies, na área 8, 0,81 indivíduo e 5 espécies e na área 9 em média 0,86 indivíduo e o total de
4 espécies. As armadilhas amostraram cerca de um indivíduo por garrafa, com exceção das áreas 6 e 8 (tamanhos intermediários) que amostraram
menos. Quanto ao número de espécies em cada área, este ficou entre quatro e seis espécies, sendo que a área de menor perímetro amostrou o menor
número que as demais. Desta maneira percebe-se que, com o maior perímetro da área, parece haver uma leve tendência ao aumento do número de
espécies, mas uma estabilização da taxa de captura de indivíduos.
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE HOMING DE GRANDES BAGRES DO ALTO PARANÁ: UMA NOVA ABORDAGEM
Aluno de Iniciação Científica: Raquel Patella (CNPq-Balcão)
Orientador: Walter A. Boeger
Co-Orientador: Rafael Antunes Baggio
Palavras-chave: Pseudoplatystoma corruscans, Homing, Microssatélites
Devido à propagação da agricultura, pecuária e edificação de barragens, a bacia do Alto Rio Paraná dispõe de poucos ambientes ainda em estado
original. Em decorrência disso, as populações do pintado, Pseudoplatystoma corruscans, maior bagre da região, têm sofrido alto risco de impacto,
com consequentes prejuízos econômicos e ecológicos. O pintado é um peixe migrador, comportamento esse que permite ao animal a busca por um
ambiente com melhores condições, auxiliando assim sua sobrevivência, dispersão e abundância. Peixes migradores usam trechos bastante extensos
de rio para realizar seu ciclo de vida, com áreas de alimentação e reprodução distintas. Portanto, espécies migradoras apresentam maior vulnerabilidade à fragmentação do hábitat decorrente de construção de reservatórios na calha dos rios. Esse fator torna-se mais agravante sobre populações de
bagres se essas espécies realizarem homing. Tal comportamento tem sido sugerido para P. corruscans e outros grandes bagres neotropicais, ainda
que nenhum estudo tenha testado tal hipótese com metodologia robusta e objetiva. A coleta de material de animais adultos de grande porte é difícil
(com consequente impacto no tamanho amostral) e a amostragem para testar homing deve ser realizada em local e período reprodutivo específico,
os quais são geralmente desconhecidos. Portanto, o projeto sugere a utilização de larvas como proxy da estrutura do pool reprodutivo de cada tributário. Após a reprodução, ovos e larvas são carregadas unidirecionalmente no rio, sendo possível amostrá-las na desembocadura dos tributários,
diminuindo as coletas ao longo das calhas e a necessidade de coleta de tecido de peixes adultos. A coleta de larva é intuitivamente mais econômica
por maximizar o número amostral. Larvas de diferentes tributários e da calha principal do Alto Rio Paraná serão coletadas, identificadas através
da técnica de código de barras genético, genotipadas para marcadores microssatélites e análises genéticas possibilitarão testar o comportamento de
homing em P. corruscans. A hipótese de presença de homing poderá ser corroborada caso seja confirmada a estruturação genética entre as populações dos tributários com mistura de populações na calha principal do rio. O projeto visa produzir conhecimentos para auxiliar o estabelecimento de
estratégias de conservação e manejo dos estoques naturais de grandes bagres neotropicais.
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Nº 0263
Tema Projeto ESTRESSE NA GESTAÇÃO E PERIPARTO: IMPACTO SOBRE A ANSIE-
DADE
Aluno de Iniciação Científica: Bárbara Amanda Bebber (PIBIC/CNPq)
Orientador: Erica Cristina Bueno do Prado Guirro Co-Orientador: Fabiana Carla Puntel, Anderson Luiz de Carvalho
Palavras-chave: Ansiedade, Estresse, Filhotes
O estresse faz parte da vida e a necessidade de adaptar-se causa alterações neuroendócrinas e fisiológicas importantes. O estresse no periparto é capaz
de interferir de modo permanente no comportamento, regulação neuroquímica, ansiedade, emocionalidade e cognição. Todavia há dúvidas sobre os
efeitos tardios e permanentes gerados pelo estresse na gestação. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do estresse na gestação e no periparto sobre a ansiedade de ratos Wistar do nascimento até o 90° dia de vida. Para tanto, foram utilizadas 20 ratas prenhes, divididas em cinco grupos
experimentais: G1- sem estresse; G2- estresse do 3° ao 12° dia de gestação (a cada 48h, a rata foi submetida a nado forçado em água morna por 60seg
e deixada por três horas em isolamento sob claridade); G3- estresse do 12° ao 21° dia de gestação (manejo idem G2); G4- estresse no periparto (do
3° ao 21° dia de vida, a ninhada foi separada da mãe e mantida sob claridade por 3 horas); G5- estresse do 3° ao 21° dia de gestação e do 3° ao 21°
dia de periparto. No 30° (T1), 60° (T2) e 90°(T3), os 160 filhotes foram avaliados quanto à ansiedade, utilizando-se do labirinto em cruz elevado,
que é uma metodologia internacional. Neste teste, cada animal foi individualmente colocado no centro de uma estrutura em cruz, elevada a 60 cm
do solo, composta por dois braços abertos perpendiculares e dois braços fechados. Houve videogravação por 5 minutos e avaliou-se a latência para
iniciar a movimentação, tempo de permanência nos braços abertos/fechados, grooming nos braços abertos/fechados, número de vezes que o animal
se levantou nos braços abertos/fechados, número de vezes que o animal urinou e/ou defecou nos braços abertos/fechados. Os dados foram analisados
por ANOVA de uma via seguido do teste de Tukey (p<0,05). Não houve diferença significativa entre os grupos na latência para se movimentar. Os
animais permaneceram mais tempo nos braços fechados; em T2 e T3, os filhotes de G2 e G5 permaneceram mais tempo nos braços abertos que em
T1. Os animais de levantaram e realizaram grooming apenas nos braços fechados, sendo que os animais de G3, G4 e G5 levantaram mais vezes em
todos os momentos de avaliação. O número de vezes que os animais urinaram e/ou defecaram sofreu pouca alteração, porém os valores apresentados
em G2 foram mais elevados. De maneira geral, os filhotes de G1 e G2 apresentaram tendência a maior número de sinais indicativos de ansiedade.
Conclui-se que o estresse na segunda metade da gestação e/ou no periparto reduz a ansiedade de filhotes de ratos Wistar.
Nº 0264
Tema Projeto ESTRESSE NA GESTAÇÃO E PERIPARTO: IMPACTO SOBRE APRENDI-
ZADO E MEMÓRIA ESPACIAL
Aluno de Iniciação Científica: Fabiana Carla Puntel (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Erica Cristina Bueno do Prado Guirro Colaborador: Bárbara Amanda Bebber, Anderson Luiz de Carvalho
Palavras-chave: Cognição, Estresse, Filhotes
O estresse faz parte da vida e a necessidade de adaptar-se promove alterações neuroendócrinas e fisiológicas importantes. O estresse no periparto
é capaz de interferir de modo permanente no comportamento, regulação neuroquímica, ansiedade, emocionalidade e cognição. Todavia persistem
dúvidas sobre os efeitos tardios e permanentes gerados pelo estresse na fase gestacional. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do
estresse na gestação e no periparto sobre o aprendizado e memória espacial de ratos do nascimento até o 90° dia de vida. Para tanto, foram utilizadas
20 ratas Wistar prenhes que foram divididas em cinco grupos experimentais: G1- sem estresse; G2- estresse do 3° ao 12° dia de gestação (a cada
48h, a rata foi submetida a nado forçado em água morna por 60seg e deixada por três horas em isolamento sob claridade); G3- estresse do 12° ao
21° dia de gestação (manejo idem G2); G4- estresse no periparto (do 3° ao 21° dia de vida, a ninhada foi separada da mãe e mantida sob claridade
por 3 horas); G5- estresse do 3° ao 21° dia de gestação e do 3° ao 21° dia de periparto. No 30° (T1), 60° (T2) e 90°(T3), os 160 filhotes foram
avaliados quanto ao aprendizado e memória espacial, utilizando-se do labirinto aquático de Morris, que é uma metodologia aceita internacionalmente. Neste teste, cada animal é individualmente colocado em uma piscina de 150cm de diâmetro, 50cm de altura e com 30cm de água morna,
na qual é acrescido leite em pós para garantir turbidez. Uma plataforma transparente é colocada em um quadrante pré-determinado, a 1cm abaixo
do nível da água. Ao lado da piscina há figuras geométricas que permitem o mapeamento espacial do ambiente. No mesmo dia, cada animal passa
por quatro sessões de treino e um teste final, sendo o tempo de corte de cada sessão de 1 minuto. O teste final foi videogravado e foram avaliados:
o tempo que o animal permaneceu no quadrante onde estava a plataforma (TQ); e o tempo necessário para subir na plataforma (TP). Os dados
foram analisados por ANOVA de uma via seguido do teste de Tukey (p<0,05). Os animais de G3, G4 e G5, em T1, levaram mais tempo para subir
na plataforma, porém em T2 e T3 os tempos foram significativamente menores, mesmo quando comparados a G1 e G2. Em G1 e G2, os tempos
mantiveram-se estáveis durante T1, T2 e T3. Quanto a TQ, os animais de G3, G4 e G5 apresentaram tempos menores que nos grupos G1 e G2, em
todos os momentos de avaliação. Conclui-se que o estresse na segunda metade da gestação e/ou no periparto aumenta o aprendizado e a memória
espacial de filhotes de ratos Wistar.
151
ECOLOGIA COMPORTAMENTAL DE ABELHAS SEM FERRÃO: PREFERÊNCIA DE FORMA E SIMETRIA FLORAL
Aluno de Iniciação Científica: Julia Lopes Henke (PIBIC/CNPq)
Orientador: Gabriel Augusto Rodrigues de Melo
Palavras-chave: Comportamento, Meliponina, Morfologia floral
Estudos de comportamento dos animais visitantes florais são de grande importância para a compreensão dos sistemas de polinização. Muitas flores
apresentam características específicas utilizadas para atrair certos tipos de polinizadores. Entre estas características estão a forma e a simetria floral.
Estudos sobre preferência de formas florais em abelhas se restringem a Apis mellifera e ao gênero Bombus, não sendo conhecido o comportamento
de abelhas nativas sem ferrão da subtribo Meliponina. Buscando aumentar o conhecimento nesta área foi investigada a preferência por simetria
floral de operárias forrageiras da espécie Melipona mondury, por meio de flores artificiais. Flores artificiais com simetria radial e bilateral foram
confeccionadas em papel cartão roxo, com uma abertura central na qual se encaixou um tubo eppendorf preenchido com solução de sacarose 50%.
Um suporte retangular de papel cartão verde escuro foi confeccionado para a fixação das flores artificiais. Inicialmente algumas abelhas foram
submetidas ao seguinte treinamento: uma operária saindo de sua colméia era capturada e levada ao local do teste, onde lhe era apresentada um alimentador com solução sacarose 50%. As abelhas que retornavam ao local e se alimentavam da solução eram marcadas e utilizadas no experimento
de escolha. Para as abelhas marcadas eram oferecidas quatro flores artificiais, sendo duas radiais e duas bilaterais, apresentadas ora na posição vertical, ora na horizontal. Foram utilizadas vinte e quatro abelhas em cada uma das posições, cada uma realizando dezesseis escolhas. Foi registrado
o número de aproximações de cada abelha em cada categoria de simetria nas duas posições. As abelhas apresentaram uma preferência significativa
por flores bilaterais na posição horizontal (teste t, t= 2,85, p<0,01) e por flores radiais na posição vertical (teste t, t= -3,81, p<0,001). Essa diferença
pode ser explicada pela necessidade das abelhas por uma área de pouso na posição vertical, a qual é maior e mais homogênea em relação ao centro
da flor naquelas com simetria radial. Para a preferência reversa na posição horizontal, é possível que o maior contraste da borda das flores bilaterais
com o suporte tenha facilitado a localização do centro da flor pelas abelhas.
Nº 0266
Tema Projeto LISTA PRELIMINAR DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS (HYMENOPTERA:
FORMICIDAE) DO ESTADO DO PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Juliana Maria Calixto (Pesquisa voluntária)
Orientador: Rodrigo dos Santos Machado Feitosa
Palavras-chave: Mirmecofauna, Inventário, Distribuição
Hymenoptera é considerada uma das ordens megadiversas de insetos englobando grupos de grande importância ecológica e econômica. Dentre os
himenópteros, as formigas se destacam por representarem a única família em que todas as espécies são verdadeiramente sociais. As formigas constituem uma das famílias de insetos mais comuns e biologicamente heterogêneas, com destacada importância ecológica, econômica e sanitária. De
acordo com o último catálogo taxonômico publicado, Formicidae soma 21 subfamílias, englobando aproximadamente 12.800 espécies descritas em
cerca de 310 gêneros até o ano de 2013. Atualmente são reconhecidas 15 subfamílias, 104 gêneros e cerca de 2.500 espécies para a fauna brasileira.
Por ser um país de dimensões continentais, inventários sobre a diversidade de organismos no Brasil podem ser mais bem sucedidos se conduzidos
no âmbito das regiões políticas do país. Inventários de espécies para diferentes estados têm se mostrado uma fonte de informação importante para
distintas áreas de estudo e para a composição de um panorama geral da fauna e flora do país. Consequentemente, o mesmo se aplica a inventários
focados na mirmecofauna. O conhecimento sobre o número e distribuição de espécies de formigas do Paraná é marcadamente superficial quando
comparado ao de estados vizinhos, como SC e SP, por exemplo. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é a confecção de um inventário atualizado das espécies de formigas encontradas no estado do Paraná. A lista está sendo elaborada com base no levantamento de artigos que levem em
consideração diferentes aspectos da mirmecofauna do estado aplicados para fins ecológicos, comportamentais ou taxonômicos. Ainda, expedições
recentes de coleta e o exame do material depositado na Coleção Entomológica Pe. J. S. Moure da UFPR compõem o banco de dados do presente
inventário. O estudo apontou a presença de 11 subfamílias de formigas no Paraná, das 15 conhecidas para o Brasil, a saber: Amblyoponinae, Cerapachyinae, Dolichoderinae, Ecitoninae, Ectatomminae, Formicinae, Heteroponerinae, Myrmicinae, Ponerinae, Proceratiinae e Pseudomyrmecinae.
Neste momento o trabalho segue com o levantamento dos gêneros e espécies de formigas do Paraná. Além da lista atualizada, o estudo apresentará
um mapa indicando a distribuição das localidades com registros de coleta de formigas no estado. Através deste estudo será possível indicar áreas
prioritárias para coleta, a fim de aperfeiçoar o banco de dados sobre a mirmecofauna paranaense que servirá de suporte para estudos em diferentes
áreas do conhecimento.
152
Nº 0267
Tema Projeto DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES DO GRUPO “LATERICIA” DO GÊNERO
CYCLOCEPHALA DEJEAN (MELOLONTHIDAE, DYNASTINAE, CYCLOCEPHALINI)
Aluno de Iniciação Científica: Mariana Domingues dos Santos (PIBIC/CNPq)
Orientador: Lúcia Massutti de Almeida
Co-Orientador: Paschoal Coelho Grossi
Palavras-chave: Entomologia, Taxonomia, Região Neotropical
Cyclocephala Dejean, 1821 é um gênero com algumas espécies consideradas pragas e outras de importância na polinização, com mais de 350
espécies descritas (Ratcliffe & Cave 2009). O grupo “latericia” é formado por 10 espécies, Cyclocephala ohausiana, C. cearae e C. latericia
descritas por Höhne (1923) e mais sete espécies novas, com distribuição conhecida para o Brasil, excetuando-se C. latericia. Para a definição do
grupo “latericia” foram analisadas mais de 50 espécies do gênero. O grupo pode ser diagnosticado pela seguinte combinação de caracteres: Corpo
curto, oval (13-25 mm); pronoto globoso, mais largo que longo, com as laterais arredondadas; pronoto marrom-amarelado e élitros variando de
marrom-amarelado à negro; clípeo com as bordas laterais subparalelas, superfície sem tubérculos; distância entre o dente basal e o mediano das
tíbias anteriores dos machos maior que a distância entre o dente mediano e o dente apical; fêmeas com três dentes bem desenvolvidos; tíbias médias
e posteriores com o ângulo externo projetado até metade do primeiro tarsômero; edeagos simétricos, alongados e curvos, com falobase achatada
dorso-ventralmente; e parâmeros arredondados, com o ápice afilado e projetado. Cyclocephala cearae, que apresentava dúvidas quanto a sua validade é definida como espécie distinta das demais, pois apresenta caracteres únicos e está restrita ao Nordeste do Brasil, e tem distribuição simpátrica
com uma espécie do Maranhão. Cyclocephala ohausiana se distribui no Cerrado de GO, MG, MT e SP e tem distribuição simpátrica com duas
espécies novas. As populações definidas como C. latericia são de pelo menos seis espécies distintas, todas novas, uma restrita à região Sul, três para
a região Norte e duas outras das áreas de Cerrado. Ficou definido que Cyclocephala latericia não possui distribuição para o Brasil. As principais
características para separar as espécies do grupo são: número, posição e forma dos dentes das maxilas; forma e pontuação do mento; forma dos
parâmeros; forma da epipleura elitral das fêmeas; pontuação do pronoto e élitros; forma das tíbias anteriores; pilosidade da superfície dorsal do
corpo. Foram realizadas sete novas descrições de espécies do Brasil (Pará; Rondônia; Acre; Maranhão; Goiás; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul;
Minas Gerais; Santa Catarina; Paraná; e São Paulo), e três redescrições do Brasil e Bolívia (Rio Grande do Norte; Pernambuco; Ceará; Alagoas;
Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; e Minas Gerais) e (Santa Cruz de La Sierra).
Nº 0268
Tema Projeto CHAVE PICTÓRICA PARA ADULTOS DAS ESPÉCIES DE ALEOCHARA
DA REGIÃO NEOTROPICAL COM POSSÍVEL INTERESSE FORENSE
Aluno de Iniciação Científica: Renato José Simioni (CNPq-Balcão)
Orientador: Edilson Caron
Palavras-chave: Taxonomia, Coleoptera, Identificação
Staphylinidae é a família mais diversa dentro de Coleoptera e Aleocharinae é o maior grupo monofilético conhecido, no qual Aleochara é o gênero
tipo da subfamília e foco principal do presente projeto. Aleochara é um grupo formado por mais de 450 espécies e pode ser encontrado em quase
todo o mundo. O hábito ectoparasitóide da larva e predador ativo dos adultos torna este táxon um regulador natural das populações de moscas,
possuindo potencial para estudos em entomologia forense. A entomologia forense é a ciência que aplica os estudos dos insetos aos procedimentos
legais, entre eles, os relacionados à investigação de crimes contra pessoas vítimas de morte violenta. Os peritos devem identificar as diferentes
espécies que habitam uma cena de crime, para isso utilizam chaves de identificação que podem ser descritivas ou pictóricas. A chave pictórica possui
o objetivo de facilitar o processo de identificação, pois além das características descritivas morfológicas, ela está complementada com ilustrações
das estruturas descritas em cada item. Com isso, o presente trabalho tem por objetivo desenvolver uma chave de identificação pictórica de indivíduos
adultos de Aleochara da região neotropical com possível interesse forense, com o intuito de facilitar o trabalho prático dos peritos forenses. Para a
confecção da chave pictórica foram selecionadas as quatro espécies que até o momento são indicadas como de potencial forense. Todas as espécies
foram dissecadas e algumas estruturas desenhadas utilizando microscópio estereoscópio Nikon SMZ 1000 com câmara-clara acoplada. Fotos de
estruturas também foram realizadas utilizando o mesmo equipamento com captura de imagem acoplada. A chave foi confeccionada com três passos dicotômicos utilizando caracteres do mesosterno, edeago, espermateca e coloração. As espécies utilizadas são Aleochara (Xenochara) sp. que
possui como característica diagnostica a presença de uma carena no mesosterno, enquanto A. bonariensis com coloração castanho-amarelado e A.
pseudochrysorrhoa e Aleochara sp. diferem apenas no formato do edeago.
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Nº 0269
Tema Projeto REDESCRIÇÃO DE UMA ESPÉCIE DE COLEOPTERA QUE OCORRE NA
MAIOR FLOR DO BRASIL
Aluno de Iniciação Científica: Sidnei Bortoluzzi da Silva (IC-Voluntária)
Orientador: Edilson Caron
Palavras-chave: Entomologia, Staphylinidae, Taxonomia
Aristolochia gigantea Mart & Zucc (Aristochiaceae) é a maior flor nativa e endêmica encontrada em três biomas brasileiros: Mata Atlântica, Cerrado
e Caatinga, onde possui distribuição da Bahia ao Paraná. Espécie provavelmente polinizada por moscas atrai também outros grupos de insetos, entre
eles Coleoptera. Entre os coleópteros que ocorrem em A. gigantea estão as espécies da subfamília Aleocharinae, pertencente à família Staphylinidae.
As espécies da subfamília são encontradas em quase todas as regiões do mundo e estão entre os predadores generalistas mais abundantes de uma
comunidade, contudo existem espécies com hábitos alimentares especializados, as quais habitam ninhos de insetos sociais, fungos e flores. Ctenopeuca romani Bernhauer, 1928 está entre os aleocarines que podem possuir hábito alimentar especializado, fitófago, ou estar ocorrendo na flor para a
predação das moscas polinizadoras. A espécie foi registrada pela primeira vez em 1928 em flores de A. gigantea no estado da Bahia. A redescrição de
espécies, principalmente de Aleocharinae, é necessária uma vez que este grupo é um dos mais difíceis de Coleoptera do ponto de vista taxonômico.
Assim, o presente estudo redescreveu detalhadamente a espécie C. romani com ilustrações de diversas estruturas diagnósticas do gênero e da espécie.
O material analisado foi coletado em A. gigantea no estado da Bahia, na data de 21/10/2010. Para realização dos estudos, seguiu-se a metodologia
tradicionalmente utilizada para o estudo taxonômico de Staphylinidae. As microdissecações e ilustrações foram realizadas sob esteroscópio Nikon
SMZ1000 com câmara clara e câmera digital acoplada e microscópio óptico Motic BA310 com câmera digital acoplada. A versão final dos desenhos
e fotos foi preparada usando Adobe Photoshop CS3, versão 10.0. Ctenopeuca romani possui coloração que varia do amarelo-escuro ao marrom-escuro, pontuações visíveis no pronoto e élitro, metacoxa com um espinho na margem baso-external, o macho possui como característica marcante
uma fileira de espinhos na região dorso-apical dos segmentos 3 e 4 e um único espinho na margem apical do segmento 7 do abdômen, lobo médio do
edeago com base bulbosa e ápice na metade apical agudo. A fêmea é similar ao macho, exceto pela ausência de espinhos na região dorso-apical dos
segmentos 3, 4 e 7 do abdômen e a espermateca possui formato de “L” com cápsula esférica e base curvada.
Nº 0270
Tema Projeto ESTUDO COMPARADO DE GÊNEROS NEOTROPICAIS DE CHNOODINI
(COLEOPTERA, COCCINELLIDAE, COCCIDULINAE)
Aluno de Iniciação Científica: Thaysa Carolina Krüger (PIBIC/CNPq)
Orientador: Lucia Massutti de Almeida
Co-Orientador: Camila Fediuk de Castro Guedes
Palavras-chave: Morfologia, Taxonomia, Neotropical
Coccidulinae é formada por coccinelídeos predadores de afídeos (Hemiptera, Aphididae). Um grande número de caracteres são compartilhados
pelos componentes dessa subfamília, porém a antena curta e o palpo maxilar fortemente securiforme e de lados paralelos parecem mostrar a verdadeira sinapomorfia para a mesma. Dentre os Coccidulinae, Exoplectrini foi reconhecida incluindo 10 gêneros distribuídos mundialmente, porém
atualmente a tribo passou a ser denominada Chnoodini incluindo os gêneros Chnoodes, Aulis, Coeliaria e Exoplectra. O objetivo deste trabalho
foi estudar a morfologia de representantes das espécies dos quatro gêneros com distribuição Neotropical, a fim de levantar novos caracteres que
auxiliem na distinção e reconhecimento dos mesmos. Os exemplares foram desenhados, fotografados e dissecados visando um estudo detalhado
da morfologia. O material utilizado pertence à Coleção Entomológica Pe. J. S. Moure e Smithsonian Institution, Washington, USA. Os gêneros da
tribo compartilham os seguintes caracteres: Corpo pubescente; clípeo expandido lateralmente; olhos recortados pela gena; antenas curtas e clavadas
com 8 a 11 artículos com a inserção parcialmente escondida; mandíbulas assimétricas; palpos maxilares fortemente securiformes; abdome com 6
segmentos. Chnoodes caracteriza-se por apresentar as tíbias angulosas na margem externa, o pronoto subsinuoso ou pouco subsinuoso na base; as
epipleuras sem fóveas ou com fóveas leves, o abdome com cinco esternitos e um sexto vestigial. Aulis apresenta o corpo com pelos muito longos e
eriçados; pernas com tíbias finas e sem projeções. Coeliaria caracteriza-se pelo hipômero com fóvea profunda; antenas com 10 artículos; epipleura
larga e sem fóveas; tíbias com dentes laterais agudos e garras tarsais bífidas com dentes longos. Exoplectra caracteriza-se pelas antenas com 11
artículos; epipleura com fóvea pouco profunda para encaixe dos fêmures posteriores; tíbias com dentes laterais agudos ou obtusos. As ilustrações
e descrições estão sendo finalizadas e o estudo das espécies tipo será importante para a finalização do trabalho.
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Nº 0271
Tema Projeto PARÂMETROS BIOLÓGICOS DE ALEOCHARA PSEUDOCHRYSORRHOA
(COLEOPTERA: STAPHYLINIDAE), ESPÉCIE DE POTENCIAL IMPORTÂNCIA FORENSE NA REGIÃO DE CURITIBA
Aluno de Iniciação Científica: Sirlei Rosemeri Rothe (PIBIC/CNPq)
Orientador: Lucia Massutti Almeida
Co-Orientador: Rodrigo César Corrêa
Colaborador: Kleber Makoto Mise
Palavras-chave: Entomologia Forense, Fauna de Coleoptera, Fauna Necrófila
Staphylinidae é uma família de Coleoptera com potencial interesse forense por possuir espécies de hábito necrófilo. As larvas de Aleochara possuem hábito parasitóide e os adultos predadores e por isso suas espécies são importantes como reguladores naturais de moscas, sendo, portanto
relevantes em estudos ecológicos, de controle biológico e em entomologia forense. Aleochara pseudochrysorrhoa Caron, Mise & Klimaszewski,
2008, se destaca por ser abundante em carcaças suínas na região de Curitiba. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar seus parâmetros biológicos
ainda não conhecidos, bem como adequar uma metodologia para sua criação. Estes experimentos têm sido conduzidos desde 2012 quando os exemplares foram coletados. Os adultos são alimentados com larvas e os imaturos com pupas de Sarconesia chlorogaster (Wiedemann, 1831) (Diptera).
Como substrato para oviposição e manutenção da umidade foi utilizada terra vegetal e os indivíduos são acondicionados em câmara climatizada
com temperatura de ±25°C, umidade relativa de ±70% e fotofase de 12 horas. O ciclo de vida dura cerca de 30 dias: oviposição à eclosão dos ovosquatro dias; busca pelo pupário hospedeiro- até dois dias (caso não encontre o pupário em tempo hábil a larva morre); fase parasitóide- oito dias
(durante esta fase a larva sofre duas mudas, emergindo como larva de 3º instar); formação da câmara pupal- um dia; fase de pupa no solo- 20 dias,
quando então um adulto emergirá do solo completando o ciclo. Porém, houve algumas incongruências entre os resultados obtidos quanto à duração
dos instares, com variações na duração do ciclo de 29 a 35 dias. Devido a isso novas replicas estão sendo realizadas com intuito de aprimorar os
dados obtidos e estabelecer com maior confiabilidade a duração de cada instar. Serão analisados dez descendentes por casal de um total de 10 casais,
totalizando 100 replicas. Estas também serão importantes para obtenção de outras informações relevantes acerca do comportamento da espécie,
assim como algumas inferências quanto à proporção de machos e fêmeas.
Nº 0272
Tema Projeto AVALIAÇÃO DE METODOLOGIAS HISTOPATOLÓGICAS UTILIZADAS NO
DIAGNÓSTICO DE ALTERAÇÕES HEPÁTICAS EM PEIXES
Aluno de Iniciação Científica: Thiago Brobio Massanti (PIBIC/CNPq)
Orientador: Antonio Ostrensky Neto
Co-Orientador: Thayzi de Oliveira Zeni
Departamento: Zootecnia
Colaborador: Aline Horodesky; Ana Silvia Pedrazzani, Giorgi dal Pont
Palavras-chave: Avaliação de Impacto, Histopatologia, Fígado
Análises histopatológicas em peixes têm sido reconhecidas como ferramentas muito úteis no estudo e diagnóstico de efeitos agudos e crônicos
provocados por diversos grupos de poluentes. Entretanto, as diferentes metodologias de interpretação dos resultados das análises histopatológicas
utilizadas podem dificultar a comparação de resultados de diferentes trabalhos. Com o objetivo de comparar duas metodologias de avaliação de
impacto histológico, uma proposta por Bernet (1999) e outra por Cardoso (2003), exemplares de Rineloricaria sp., foram coletados em dois rios
da região de Morretes/PR. Um dos rios apresenta histórico de contaminação ambiental por diesel (Rio Sagrado) e outro apresenta características
semelhantes, porém, sem contaminação pretérita (Rio Marumbi). In loco, os peixes foram submetidos à secção medular e posteriormente fixados em
Solução de Davidson. Os peixes foram levados ao laboratório e, após 48 horas, tiveram seu fígado extraído. O material coletado foi então submetido
a processamento histológico e secção em micrótomo rotativo (5μm). As lâminas histológicas permanentes foram coradas com Hematoxina de Harris
e eosina (HE), sendo posteriormente fotomicrografadas e analisadas em microscópio óptico, com auxílio do software Leica Qwin Lite V.2.4. Ao
todo, foram coletados 223 exemplares de Rinelocaria sp., sendo que uma lâmina permanente foi confeccionada para cada animal. Cada lâmina teve
cinco campos fotomigrografados, totalizando 1115 fotomicrografias. Após a análise, feita por um observador treinado, os resultados das alterações
observadas nos diferentes rios foram comparadas estatisticamente. Tanto para Bernet quanto Cardoso, houve diferença significativa nas alterações
hepáticas observadas (P<0,003 e P<0,00001, respectivamente) evidenciando que com a utilização de ambas as metodologias obtém-se o mesmo
resultado. Porém, do ponto de vista operacional, a aplicação da metodologia de Cardoso é mais rápida e fácil, quando comparada a de Bernet, que
considera a severidade da lesão e avalia o escore da alteração que, por sua vez, deve ser atribuído pelo observador. Cardoso utiliza medições padronizadas das áreas lesionadas através de um software e, apesar de não considerar a severidade da lesão e sim a sua ocorrência e prevalência, pareceu
ser a metodologia mais segura.
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CAPTURABILIDADE DE PEQUENOS MAMÍFEROS NÃO VOADORES EM
RELAÇÃO AO TIPO DE ISCAS EM UMA ÁREA DE MANGUEZAL DA BAÍA
DE GUARATUBA, LITORAL SUL DO PARANÁ.
Aluno de Iniciação Científica: Vanessa Ketlenn Zavadzki Santos (PIBIC/CNPq)
Orientador: Liliani Marilia Tiepolo
Departamento: Campus
Setor: Setor Litoral
Palavras-chave: Roedores, Iscas, Armadilhas
As regiões neotropicais são as regiões que comportam a maior riqueza em espécies de pequenos mamíferos, desta forma os inventários deste grupo
são de extrema importância para a compreensão da biodiversidade atual. Atualmente existem diversas iscas que são utilizadas na captura destes
mamíferos, porém nas regiões de floresta ombrófila densa é incipiente a existência de estudos sobre a quantificação da eficácia destas iscas. Por tais
motivos, este trabalho busca o aprimoramento destes métodos para qualificar as expectativas de capturas de pequenos mamíferos, correlacionando
com o tamanho e o tipo da armadilha utilizada, sendo também possível explorar a efetividade de diversas iscas, avaliando a variedade de espécies
capturadas com cada tipo de isca e de armadilha, compreendendo a preferência do animal, constituindo um chamariz mais aplicável para cada espécie, ampliando a riqueza de espécies obtida para a área. Para este trabalho serão analisados três ambientes diferentes localizados na Baía de Guaratuba, na localidade conhecida como Cabaraquara. O estudo terá início em julho de 2013 por meio de uma fase de campo piloto para testar e aprimorar
o método. Serão utilizadas 180 armadilhas, distribuídas em intervalos de 10m, ao longo de três eixos longitudinais divididos em 5 linhas cada, utilizando armadilhas do tipo tomahawk (pequena: 30 x 9 x 9 cm, média: 30 x 17,5 x 15,5 cm, grande: 45 x 17,5 x 15 cm) e sherman (pequena: 25 x 8 x
9 cm, média: 31 x 8 x 9 cm, grande: 43 x 12,5 x 14,5 cm). A atividade de campo durará cinco dias, sendo repetidos a cada dois meses. Em cada local,
serão distribuídos 5 tipos de iscas (uma para cada linha), sendo elas: mel de jataí (Tetragonisca sp.) e pasta de amendoim; goiaba triturada e queijo
parmesão ralado; banana, farinha de milho e sardinha; ovo cozido moído; e pequenos crustáceos e peixes. A partir das capturas será estabelecido
um nível de significância entre as iscas utilizadas com as espécies encontradas, observando também a preferência do tamanho e tipo de armadilha.
Desta forma será possível aferir estatisticamente a preferência de cada espécie, além das iscas e das armadilhas que obtém maior sucesso de captura
em determinado ambiente. Embora o estudo não tenha sido iniciado, pretendemos utilizar alguns itens que representam uma nova formulação de
iscas para captura de pequenos mamíferos, como o uso do mel de jataí, goiaba, e pequenos crustáceos. São itens encontrados nos ambientes a serem
estudados, e espera-se que tenham efeito positivo influenciando a capturabilidade dos pequenos mamíferos na área avaliada.
Nº 0274
Tema Projeto REVELANDO PADRÕES DE RIQUEZA E COMPOSIÇÃO DE BORBOLE-
TAS (LEPIDOPTERA: HESPERIOIDEA E PAPILIONOIDEA) NO PARANÁ,
BRASIL
Aluno de Iniciação Científica: Gabriela Lourenço Leviski (PIBIC/CNPq)
Orientador: Mirna Martins Casagrande
Co-Orientador: Eduardo Carneiro
Palavras-chave: Biodiversidade, Biogeografia, Conservação
As comunidades de borboletas (Hesperioidea & Papilionoidea) são frequentemente reconhecidas por sua sensível alteração frente a diferentes
aspectos ambientais o que as torna um grupo eficaz na determinação de qualidade de hábitat e efeitos antropicos, auxiliando consequentemente na
ação de políticas de conservação. Tendo em vista a diversidade geológica, climática e biológica do Paraná, o presente trabalho objetivou reconhecer
os padrões de riqueza e composição de borboletas no estado, contribuindo assim para a otimização do seu sistema unidades de conservação. O
presente estudo baseou-se em informações de distribuição coligidas durante mais de 70 anos de registros históricos, presentes em coleções entomológicas e em bibliografia. Os registros coligidos foram transformados em mapas cuja distribuição das espécies eram representadas através de cinco
diferentes metodologias e três tamanhos de escala, representadas através de quadrículas. Os valores de riqueza e composição obtidos foram correlacionados com esforço amostral, topografia, clima, remanescentes florestais e unidades de conservação. Verificou-se uma distribuição heterogênea
da riqueza e da composição ao longo do estado. Independente da escala, a riqueza e a composição se mostraram correlacionadas entre si, apesar de
apontarem diferenças sobre seus fatores determinantes. Os padrões de distribuição de borboletas no estado do Paraná se mostram influenciados por
fatores tanto fitofisiográficos como climáticos, indicando que alterações nesses fatores devem acarretar em mudanças na distribuição das espécies.
Observou-se que as áreas de maior riqueza coincidem com aquelas com o maior tamanho de remanescentes florestais, embora tal correlação não
esteja presente para unidades de conservação. Algumas áreas com maiores dissimilaridades de fauna são representadas apenas por pequenos fragmentos desconectados no noroeste. Tais resultados sugerem que o plano atual de unidades de conservação do estado é ineficaz para a manutenção
de determinados grupos da fauna, e que implementações visando sua otimização podem ser realizadas em remanescentes desprotegidos.
156
Nº 0275
Tema Projeto ANÁLISE DE DESENVOLVIMENTO DE ESPÉCIES ARBÓREAS PIONEI-
RAS EMPREGADAS EM PROCESSOS DE REPOSIÇÃO FLORESTAL
Aluno de Iniciação Científica: Cleudir Pedro Pavan Alves (IC-Junior/FA)
Curso: Agronomia - Campus Palotina (MT)
Palavras-chave: Mudas Nativas, Categorias Sucessionais, Áreas Degradadas
Para que o processo de reposição das áreas de floresta possa ocorrer, é fundamental o emprego de mudas de árvores nativas que venham a corresponder com a caracterização da biodiversidade original. Outro fator de extrema importância a ser considerado é a classificação e o empregado
adequado das espécies arbóreas por grupo ou categoria sucessional. Pode-se classificar as espécies arbóreas em quatro categorias – pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climácicas. Este projeto visa à caracterização morfológica e ecológica de mudas de espécies arbóreas pioneiras
nativas usadas para recomposição da vegetação de remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual. A metodologia a ser executada consistirá
em selecionar nos viveiros municipais 30 mudas de três espécies pioneiras. Essas mudas serão identificadas por uma placa de alumínio numerada
sequencialmente. Serão mensurados seus dados morfológicos: tamanho, circunferência ao nível do colo, número de folhas e área foliar total. O
local de plantio será na área destinada a reposição florestal do Colégio Agrícola Adroaldo Augusto Colombo em Palotina-PR. O plantio será feito
em covas de 20 x 30 cm dispostas em mosaico de forma a intercalar as espécies de diferentes grupos ecológicos. As remedições serão realizadas aos
30 dias para verificação da mortalidade das mudas, aos 60, 120, 180, 240 e 300 dias para mensuração das características morfológicas. Durante o
período de desenvolvimento das plantas serão realizadas limpezas periódicas para eliminar as plantas invasoras que possam causar competição com
as espécies arbóreas. Com os dados obtidos serão calculados os índices de mortalidade por espécie/grupo ecológico, incremento total em altura,
em diâmetro, em número total de folhas e em área foliar. Ao término do projeto pretende-se com os dados coletados com o desenvolvimento das
espécies a campo quais espécies que melhor se desenvolveram a campo tanto do ponto de vista morfológico quanto ecológico. Estas informações
servirão para orientação de projetos de recomposição florestal na região de Palotina, PR.
Nº 0276
Tema Projeto PRINCIPAIS ESPÉCIES E COMPORTAMENTOS DAS AVES QUE CONSO-
MEM OS FRUTOS DE TREMA MICRANTHA EM PALOTINA - PR
Aluno de Iniciação Científica: Larissa Cristina Hjort (PIBIC/CNPq)
Orientador: Luiz Augusto Macedo Mestre Co-Orientador: Juliana Rechetelo
Colaborador: Fábio Apolinário Martins
Palavras-chave: Trema micrantha, Frugivoria por Aves, Dispersão
Frugivoria é uma relação mutualística importante para a conservação de áreas naturais, pois envolve o consumo e a dispersão de sementes de espécies vegetais. No entanto ainda existem poucos estudos sobre a utilização destes recursos em Floresta Estacional Semidecidual. O presente estudo
teve como objetivos; (1) identificar as espécies de aves que se alimentam e usam como poleiro a espécie arbórea Trema micrantha (Grandiúva,
Ulmaceae) e, (2) quantificar os principais comportamentos de obtenção dos frutos desta espécie nas bordas de fragmentos florestais da cidade de
Palotina – PR. Foram observados 23 indivíduos de T. micrantha, no período de 05 de março de 2012 a 06 de Junho de 2013, entre 6h30 e 10h.
Em 65 horas e 30 minutos de observações foram registradas 22 espécies de aves consumindo frutos (principalmente verdes) de T. micrantha, em
607 eventos. Também foram observadas outras 21 espécies de aves utilizando esta árvore como poleiro (465 visitas). As seguintes espécies foram
observadas consumindo os frutos: Tangara sayaca (Sanhaço-cinzento, 24,7% do total dos eventos de consumo), Elaenia flavogaster (Guaracava,
21,8%), Dacnis cayana (Saí-azul, 12,9%), Myiozetetes similis (Bentevizinho-de-penacho-vermelho, 6,4%), Conirostrum speciosum (Figuinha-de-rabo-castanho 5,9%), Turdus leucomelas (Sabiá-barranco, 5,3%), Crotophaga ani (Anu, 4,8%), Pitangus sulphuratus (Bem-te-vi, 3,2%), Pipraeidea bonariensis (Saíra-viúva, 2,9%), Tyrannus melancholicus (Suiriri, 2,9%), Tersina viridis (Saí-andorinha, 2,3%), Empidonomus varius (Peitica,
1,9%), Elaenia sp. (1,8%), as demais espécies apresentaram menos de 1% do total de consumos cada. Foram registrados três comportamentos
alimentares: PI (picking), a ave captura do fruto sob o poleiro sem estender o corpo; RE (reaching), a ave captura o fruto estendendo-se para baixo
ou para cima do poleiro; HO (hovering), a ave captura o fruto em voo pairando brevemente em frente a ele. Destes, o comportamento de capturar
o fruto sob o poleiro sem estender o corpo (PI) foi o mais usado pelas aves (57,8%). Os frutos da espécie arbórea Trema micrantha podem ser considerados bons recursos alimentares às aves da região, principalmente em estações com menor disponibilidade a alimento, considerando que esta
espécie produz frutos durante todo o ano. Dessa forma, sugere-se que a espécie Trema micrantha seja mais utilizada em projetos de recuperação
de áreas degradadas.
157
ASSEMBLEIA DE MORCEGOS (MAMMALIA, CHIROPTERA) DA FLORESTA ESTADUAL DO PALMITO, PARANAGUÁ, PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Luiz Henrique Varzinczak (PIBIC/CNPq)
Orientador: Fernando de Camargo Passos
Palavras-chave: Mata Atlântica, Quirópteros, Diversidade
Um dos 25 hotspots para a conservação da biodiversidade mundial, a Mata Atlântica possui registro para ao menos 113 espécies de quirópteros.
No Neotropico os morcegos podem corresponder a até metade da fauna de mamíferos em determinados ambientes possuindo papel importante na
ocupação de diversos nichos tróficos e nas dinâmicas ambientais. O conhecimento acerca da quiropterofauna brasileira é considerado heterogêneo e
fragmentado de modo que novos estudos podem contribuir para a melhor compreensão acerca desta ordem no Brasil. Desta forma, o objetivo deste
estudo foi inventariar e conhecer a fauna de quirópteros da Floresta Estadual do Palmito (25º35’ S, 48º33’ W) (FEP), no município de Paranaguá,
litoral do Paraná. A FEP possui como formação vegetal característica a Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas (FODTB) havendo também formações de Restinga (RES). Quatro fases de campo de seis noites foram realizadas entre os meses de dezembro de 2012 e maio de 2013 utilizando-se
doze redes de neblina de dimensões 6 x 2,5 m posicionadas no sub-bosque totalizando 24 noites de amostragem e esforço total de 25920 m²/h. Foram
amostradas três diferentes áreas dentro da FEP sendo duas localizadas em ambientes de FODTB e uma em RES. Cada área foi amostrada com duas
noites por fase totalizando oito noites no total. Ocorreram 152 capturas sendo registrada na FEP a riqueza de 17 espécies de duas famílias e onze gêneros diferentes. O índice de diversidade de Shannon (H’) foi de 1,62 e a Equitabilidade (J) 0,57. De maneira geral a composição de espécies registrada
na FEP se mostra semelhante àquela observada em ambientes similares no litoral do Paraná e na região sul do Brasil. Observou-se a predominância
de indivíduos da família Phyllostomidae com 94% das capturas. Artibeus lituratus (Olfers, 1818) foi a espécie mais capturada com 57% das capturas
(n = 87). Esta alta abundância pode estar relacionada com sua dieta generalista que possibilita maior plasticidade ecológica. Os morcegos de hábito
alimentar frugívoro corresponderam a 90% das capturas. A alta incidência de espécimes desta guilda reflete a importância do grupo na dispersão de
sementes e regeneração das florestas. Trabalhos como o presente estudo possuem elevada relevância por fornecerem dados sobre a composição de
espécies destes ambientes possibilitando o auxilio na definição de ações conservacionistas. Maiores esforços amostrais, bem como amostragens em
diferentes estratos vegetais, podem fornecer melhores informações acerca da composição da quiropterofauna da FEP.
Nº 0278
Tema Projeto AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DE MUDAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS
NATIVAS SECUNDÁRIAS UTILIZADAS EM PROCESSOS DE REPOSIÇÃO
FLORESTAL
Aluno de Iniciação Científica: Mateus Alves (IC-Junior/FA)
Curso: Agronomia - Campus Palotina (MT)
Palavras-chave: Mudas Nativas, Categorias Sucessionais, Áreas Degradadas
Para que o processo de reposição das áreas de floresta possa ocorrer, é fundamental o emprego de mudas de árvores nativas que venham a corresponder com a caracterização da biodiversidade original. Outro fator de extrema importância a ser considerado é a classificação e o empregado
adequado das espécies arbóreas por grupo ou categoria sucessional. Pode-se classificar as espécies arbóreas em quatro categorias – pioneiras,
secundárias iniciais, secundárias tardias e climácicas. Este projeto visa à caracterização morfológica e ecológica de mudas de espécies arbóreas
pioneiras nativas usadas para recomposição da vegetação de remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual. A metodologia a ser executada
consistirá em selecionar nos viveiros municipais 30 mudas de três espécies de plantas secundárias iniciais. Essas mudas serão identificadas por
uma placa de alumínio numerada sequencialmente. Serão mensurados seus dados morfológicos: tamanho, circunferência ao nível do colo, número
de folhas e área foliar total. O local de plantio será na área destinada a reposição florestal do Colégio Agrícola Adroaldo Augusto Colombo em
Palotina-PR. O plantio será feito em covas de 20 x 30 cm dispostas em mosaico de forma a intercalar as espécies de diferentes grupos ecológicos.
As remedições serão realizadas aos 30 dias para verificação da mortalidade das mudas, aos 60, 120, 180, 240 e 300 dias para mensuração das características morfológicas. Durante o período de desenvolvimento das plantas serão realizadas limpezas periódicas para eliminar as plantas invasoras
que possam causar competição com as espécies arbóreas. Com os dados obtidos serão calculados os índices de mortalidade por espécie/grupo
ecológico, incremento total em altura, em diâmetro, em número total de folhas e em área foliar. Ao término do projeto pretende-se com os dados
coletados com o desenvolvimento das espécies a campo quais espécies que melhor se desenvolveram a campo tanto do ponto de vista morfológico
quanto ecológico. Estas informações servirão para orientação de projetos de recomposição florestal na região de Palotina, PR.
158
Nº 0279
Tema Projeto EFETIVIDADE DE UM CORREDOR ECOLÓGICO COMO INSTRUMENTO
DE PRESERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS AMBIENTES AQUÁTICOS, PARANÁ, BRASIL
Aluno de Iniciação Científica: Mayla Cristina Walbrink (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Yara Moretto
Colaborador: Thomas Kerhrwald Fruet
Palavras-chave: Ecossistema Aquático, Macroinvertebrados Bentônicos, Vegetação Ripária
Considerando que a vegetação ripária atua como amenizadora dos efeitos negativos provenientes do escoamento superficial, objetivou-se avaliar a
efetividade de um corredor ecológico para a qualidade da água de um rio através da comunidade de macroinvertebrados bentônicos e das variáveis
físicas e químicas da água. As coletas foram bimensais pelo período de um ano, com o amostrador Petersen modificado, em quatro pontos de coleta
(P1 a P4) ao longo do rio São João, que liga uma Reserva Particular de Patrimônio Natural ao Parque Nacional do Iguaçu, através de um corredor
ecológico. A microbacia do rio São João abrange uma área total de 77,75 km2, sendo que 92,98% desta microbacia estão representadas pela agricultura (44,11%) e pela mata nativa (48,87%). A análise de componentes principais (PCA) evidenciou que a distribuição dos pontos de coleta foram
influenciados negativamente pelas variáveis nitrato, nitrito, ortofosfato, temperatura e condutividade elétrica (eixo 1) e para o segundo eixo foram
associados positivamente a turbidez e negativamente o pH. A análise de variância entre os eixos da PCA e os pontos de coleta evidenciou que P1
diferiu de P2 e P3 e assemelhou-se quanto aos parâmetros selecionados pelo eixo 1 da PCA com o P4 (p<0,05). A área de drenagem para o P1 é
representada por 87,57% de agricultura e para P4 constatou-se 22,30% do mesmo uso. Através da fauna bentônica observou-se maiores valores
de riqueza, equitabilidade e diversidade para o ponto P2 ao passo que maiores abundâncias foram registradas nos pontos P1 e P4, especialmente
representada pelos táxons Chironomidae, Oligochaeta e Coleoptera. Embora diferentes, os valores dos atributos da comunidade bentônica, entre os
pontos de coleta e meses, não foram significativos estatisticamente. Este fato possivelmente está associado à mitigação dos impactos agrícolas pela
área de mata nativa, especialmente no entorno da nascente no P1. Do P2 ao P3, a área de drenagem apresentou uma melhora na preservação do uso
do solo, diminuindo em 44,41% a área agrícola e elevando em 47,93% a cobertura do solo para mata nativa. Considerando que os demais pontos
de amostragem, com características de uso do solo muito semelhantes, não apresentaram alterações significativas na qualidade da água e na fauna
bentônica, a influência da vegetação ripária e o seu papel como tampão ficou evidente, pois nestes pontos a maioria dos afluentes não é desprovida
de vegetação no entorno. Assim, o corredor ecológico no entorno do rio São João configurou-se de extrema importância para a integridade do
ecossistema aquático.
Nº 0280
Tema Projeto ANÁLISE DE CRITÉRIOS MORFOLÓGICOS E ECOLÓGICOS DE MUDAS
DE ÁRVORES NATIVAS A SEREM UTILIZADAS EM PLANTIOS DE REPOSIÇÃO FLORESTAL
Aluno de Iniciação Científica: Michael dos Santos Seidenstucker (IC-Junior/FA)
Palavras-chave: Espécies Nativas, Grupos Sucessionais, Floresta Estacional Semidecidual
A vegetação do Estado sofreu desde meados do século XX com a ação antrópica em várias frentes e de diferentes maneiras reduziu as áreas ocupadas pela flora nativa e colaborou com o processo de extinção de suas espécies. No oeste paranaense a Floresta Estacional Semidecidual foi a que
sofreu maior impacto por estar localizada numa região de alto potencial agrícola, o que acarretou em sua substituição progressiva, principalmente,
pelas culturas do milho e soja. Para que o processo de reposição das áreas de floresta possa ocorrer, é fundamental o emprego de mudas de árvores
nativas que venham a corresponder com a caracterização da biodiversidade original. Este projeto visa à caracterização morfológica e ecológica de
mudas de espécies arbóreas nativas usadas para recomposição da vegetação em um remanescente de Floresta Estacional Semidecidual do Setor
Palotina da Universidade Federal do Paraná. A metodologia a ser executada consistirá em selecionar nos viveiros municipais 50 mudas de espécies
nativas. Essas mudas serão separadas por espécies e grupos ou categorias sucessionais. Toda muda será identificada por uma placa de alumínio
numerada sequencialmente. Em seguida serão mensurados seus dados morfológicos: tamanho, circunferência ao nível do colo, número de folhas e
área foliar total. O local de plantio será dentro da área do Setor Palotina da UFPR destinada aos projetos de restauração florestal. O plantio será feito
em covas de 20 x 30 cm dispostas em mosaico de forma a intercalar as espécies de diferentes grupos ecológicos. As remedições serão realizadas aos
30 dias para verificação da mortalidade das mudas, aos 60, 120, 180, 240 e 300 dias para mensuração das características morfológicas. Durante o
período de desenvolvimento das plantas serão realizadas limpeza periódicas para eliminar as plantas invasoras que possam causar competição com
as espécies arbóreas. Com os dados obtidos serão calculados os índices de mortalidade por espécie/grupo ecológico, incremento total em altura, em
diâmetro, em número total de folhas e em área foliar. Ao término do projeto será produzida uma lista com as espécies que melhor se desenvolveram
a campo tanto do ponto de vista morfológico quanto ecológico que servirá como base para orientação em projeto de recomposição florestal na região
de Palotina, PR.
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CRESCIMENTO DA CIANOBACTÉRIA TOXIGÊNICA CYLINDROSPERMOPSIS RACIBORSKII (WOLOSZYNSKA) SEENAYYA ET SUBBA RAJU
SOB DIFERENTES INTENSIDADES LUMINOSAS
Aluno de Iniciação Científica: Kathleen Liedtke Kolb (IC-Jovens Talentos)
Orientador: Luciano Felício Fernandes
Co-Orientador: Juliana Wojciechowski
Colaborador: Fernanda Buck Fonseca
Palavras-chave: Cylindrospermopsis, Intensidade Luminosa, Reservatório Alagados
Cylindrospermopsis raciborskii (Woloszynska) Seenayya et Subba Raju é uma cianobactéria filamentosa potencialmente tóxica, com comportamento invasor, que vem produzindo florações cada vez mais frequentes em reservatórios no mundo todo. Uma floração praticamente permanente
de C. raciborskii ocorre na barragem do reservatório de Alagados, Paraná, Brasil, desde 2002. O objetivo desse trabalho foi avaliar as respostas
morfofisiológicas de uma cepa de C. raciborskii, isolada desse reservatório subtropical, cultivada sob diferentes intensidades luminosas, a fim de
caracterizar sua preferência ecológica no que diz respeito a esse fator ambiental. Os tricomas de C. raciborskii foram isolados a partir de amostras
coletadas no reservatório. A cepa foi mantida em meio ASM-1 á temperatura de 25°C. Os experimentos foram realizados sob nove intensidades
luminosas, entre 9 e 250 µmol fótons.m2.s-1. As respostas morfofisiológicas da cepa foram acompanhadas a partir da medida do crescimento dos
cultivos (absorbância a 750 nm). Os cultivos submetidos às intensidades luminosas baixas, de 9 e 20 μmol fótons m-2.s-1, não apresentaram crescimento intensivo. Os cultivos submetidos a intensidades luminosas acima de 50 μmol fótons.m-2.s-1 tiveram taxa de crescimento média homogênea
durante a fase log de crescimento, em torno de 0,5. Esse parece ser o máximo de crescimento da cepa sob as condições estudadas. Não ocorreu
nenhum sinal de fotoinibição, mesmo nos cultivos submetidos à intensidade luminosa mais alta, 250 μmol fótons.m-2.s-1. A taxa de crescimento
encontrada durante esse estudo é semelhante a de outras cepas brasileiras e também de cepas isoladas de diferentes regiões do globo, demonstrando
a adaptação a diferentes condições ambientais e a capacidade de C. raciborskii de sobreviver em ampla faixa de intensidades luminosas.
Nº 0282
Tema Projeto AVALIAÇÃO REPRODUTIVA DA ICTIOFAUNA DE AMBIENTES EXPOS-
TOS E NÃO EXPOSTOS A ÓLEO COMBUSTÍVEL
Aluno de Iniciação Científica: Patricia Ramos de Vargas (Pesquisa voluntária)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba (MT)
Orientador: Antonio Ostrensky Neto
Co-Orientador: Aline Horodesky
Departamento: Zootecnia
Colaborador: Thayzi de Oliveira Zeni, Thiago Brobio Massanti
Palavras-chave: Reprodução, Peixes, Acidentes Ambientais
Um acidente, ocorrido em 2001 e ocasionado pelo rompimento de um trecho da tubulação do oleoduto (Oleoduto Araucária-Paranaguá-OLAPA),
que interliga a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR) ao terminal em Paranaguá no litoral paranaense, gerou o vazamento de aproximadamente 57 mil litros de óleo diesel, que foram lançados em rios da Serra do Mar paranaense. O objetivo deste trabalho foi avaliar como a dinâmica
reprodutiva de espécies de peixes coletadas nos rios expostos ao óleo se encontrava dez anos após o acidente. Os rios avaliados foram divididos em
dois grupos. Os rios do Meio e Sagrado foram considerados Tratamento, por terem sido atingidos pelo vazamento de óleo diesel. Enquanto os rios
do Pinto, Passa Sete e Marumbi, que apresentam características fisiográficas, físicas e químicas semelhantes às dos rios impactados, foram considerados Controle, pois os mesmos não foram afetados pelo acidente. Dentre os 1.151 peixes coletados das três espécies consideradas indicadoras
neste estudo (Scleromystax barbatus, Mimagoniates microlepis e Rineloricaria sp.), 648 eram fêmeas, 403 machos e 100 classificados como de
sexo indeterminado. Para as três espécies analisadas não foram constatadas diferenças estatísticas significativas nas proporções sexuais identificadas no Tratamento e Controle. A partir das análises histológicas das gônadas foi possível classificar os seguintes estádios de maturação das fêmeas:
imaturo, em maturação inicial e final e maturo; e para os machos: imaturo, em maturação, maturo e espermiado. Os resultados obtidos evidenciaram
que os parâmetros reprodutivos das três espécies avaliadas foram semelhantes entre os ambientes expostos e não expostos ao óleo, indicando que,
sob o ponto de vista reprodutivo, não havia mais evidências de impactos ambientais causados pelo acidente em questão.
160
Nº 0283
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO FITOSSOCIOLÓGICA DE UMA FLORESTA OMBRÓ-
FILA DENSA ALTOMONTANA NA SERRA DO CAPIVARI, CAMPINA GRANDE DO SUL – PARANÁ
Aluno de Iniciação Científica: Renann de Silos Vieira (PIBIC/CNPq)
Orientador: Christopher Thomas Blum
Co-Orientador: Carlos Vellozo Roderjan
Palavras-chave: Floresta Nebular, Caracterização Estrutural, Serra do Mar
Encontrada somente no alto das montanhas da Serra do Mar, a Floresta Ombrófila Densa Altomontana é condicionada por situações ambientais
muito singulares, que a tornam uma formação florestal exclusiva dentro do bioma Mata Atlântica. Este estudo teve como objetivo caracterizar,
através de parâmetros fitossociológicos, um remanescente de Floresta Ombrófila Densa Altomontana na serra do Capivari, localizada no município
de Campina Grande do Sul-PR. Foram alocadas 20 parcelas de 5x10 metros, onde foram analisados todos os indivíduos com perímetro à altura
do peito igual ou superior a 10 cm. Foram registrados 588 indivíduos, distribuídos em 24 espécies pertencentes a 15 famílias botânicas. A família
com maior riqueza específica foi Myrtaceae (5 espécies), seguida por Melastomataceae e Lauraceae (3 espécies cada). As demais famílias foram
representadas por apenas uma espécie cada. O trecho de floresta estudado apresentou baixa diversidade de espécies (H’=2,602 nats/ind) e alta densidade de indivíduos (5.880 ind./ha), havendo predomínio de árvores com troncos finos e tortuosos, formando um único estrato arbóreo de aproximadamente 5 metros de altura. Com 100% de frequência nas parcelas, Ilex microdonta Reissek (Aquifoliaceae) foi a espécie de maior importância
estrutural na comunidade, com maior densidade (1.200 ind./ha) e dominância (11,82 m2/ha), o que resultou em uma porcentagem de importância de
19,48%. Outras duas espécies de grande importância estrutural foram Symplocos incrassata (11,88%) e Siphoneugena reitzii (10,97%) que, juntas
com I. microdonta, representam 42,3% da estrutura florestal. O fato de poucas espécies apresentarem elevado destaque estrutural na comunidade é
considerado comum em hábitats sujeitos a condições ambientais muito severas. Na análise de agrupamento da presença e ausência de espécies, a
serra do Capivari apresentou maior similaridade florística com a serra do Ibitiraquire, o que foi reforçado pelo Índice de Similaridade de Sörensen.
Analisando os dados obtidos, pôde-se confirmar a característica de baixa diversidade da Floresta Altomontana, composta por famílias de dispersão
universal e alta densidade de indivíduos, com sua estrutura dominada por um grupo de poucas espécies. A baixa estatura das árvores e ausência de
indivíduos emergentes configura um padrão fisionômico-estrutural inerente à Floresta Ombrófila Densa Altomontana, que decorre de condicionantes ambientais muito restritivas.
Nº 0284
Tema Projeto LEVANTAMENTO DA MACROFAUNA DULCÍCOLA E AVALIAÇÃO DO GRAU
DE INTEGRIDADE DE DOIS RIOS DO MUNICÍPIO DE PALOTINA-PR
Aluno de Iniciação Científica: Samaila Pujarra (IC-Voluntária)
Orientador: Lucíola Thais Baldan
Palavras-chave: Lótico, Macroinvertebrados, BMWP
Alterações nos ecossistemas aquáticos são contínuas e crescentes, tendo como causa principal atividades antrópicas. O uso de organismos presentes
no ambiente aquático como ferramenta para avaliação pode fornecer uma excelente perspectiva sobre a integridade de corpos de água. O presente
estudo teve por objetivo conhecer a estrutura e composição da macrofauna de dois ambientes lóticos do município de Palotina, PR e determinar
o grau de integridade dos dois ambientes estudados. Foram estudados dois pontos no córrego Quati – Parque Estadual São Camilo, e seis pontos
no rio Pioneiro, que recebe resíduos doméstico, industrial e agrícola. As coletas de macroinvertebrados ocorreram em fev/mai/ago/nov-2012, com
amostrador Surber (30x30cm, 0,05mm de abertura de malha) em corredeira e remanso, sendo três réplicas para cada substrato. Foram registrados
dados físicos (turbidez) e químicos (pH, condutividade). Para a macrofauna foram obtidos valores de riqueza de espécies (E(Sn)), equitabilidade
(Evar), diversidade de Shannon-Wiener (H), BMWP- CETEC e grupos funcionais tróficos (GFT). Foram identificados 33515 organismos, de 53 famílias e 99 gêneros. Os maiores valores de diversidade e riqueza foram registrados em Q2, P3 e P6. P4 apresentou os menores valores para riqueza,
diversidade e equitabilidade. Os maiores valores de equitabilidade foram registrados para Q1, P2 e P3. Segundo a classificação do BMWP, P1, P2
e P4 possuem qualidade de água aceitável; Q2, P5 e P6 ótima e os demais boa. Coletores-filtradores e coletores-catadores, dominantes na maioria
dos pontos, foram representados por quironomídeos e oligoquetas em P4 e P5, e por simulídeos e tricópteros em Q2 e P6. Cortadores estiveram
presentes somente no Quati e P3, locais com maior extensão de mata ciliar. Os valores baixos dos índices ecológicos e do BMWP, associados à alta
turbidez e condutividade registrados para o P4, podem ser resultado do aporte de material alóctone. Tal ponto é o mais próximo da zona urbana e
podem indicar o despejo de efluentes que alteram a qualidade da água e a macrofauna, como demonstrada pela distribuição dos GTF. P6 encontra-se
mais distante da área urbana e apresentou ótimas pontuações nos diferentes índices, assim como menor turbidez, condutividade e pH neutro, podendo indicar a capacidade de autodepuração do rio. Além disso, a elevada presença de simulídeos e tricópteros, sensíveis à diminuição de oxigênio
dissolvido reforçam tal ideia.
161
Nº 0285
Tema Projeto ESTUDO DA OOGÊNESE DE LOXOSCELES INTERMEDIA
Aluno de Iniciação Científica: Everton Fogaça (PIBIC/CNPq)
Orientador: Claudia Feijó Ortolani-Machado
Palavras-chave: Aranha-marrom, Ovário, Oogênese
A Loxosceles intermedia é uma espécie encontrada no sul do país, venenosa, e com uma biologia reprodutiva complexa. O objetivo deste trabalho
foi analisar aspectos anátomo-morfológicos do ovário de virgens adultas, logo, 1 semana, 1 mês, durante e logo após a 1ª e 2ª oviposição. Todas as
análises foram feitas após a 1ª cópula para melhor entender o processo de oogênese nesta espécie. Os ovários foram fixados em paraformaldeído
4%, incluídos em Historesina e os cortes seriados corados com HE. Outros foram processados para microscopia eletrônica de varredura. Com
as diferentes técnicas pôde-se constatar que o ovário é uma estrutura alongada e dupla, com ovócitos distribuídos dorsalmente e presos à parede
ovariana por um pedúnculo. Uma fina membrana separa os ovócitos do hepatopâncreas. Os ovócitos são classificados segundo suas dimensões,
volume citoplasmático e presença de grânulos vitelogênicos (I ao VI e em degeneração). A oogênese é um processo contínuo, pois é possível
identificar as diferentes fases de desenvolvimento do ovócito ocorrendo simultaneamente. Além disto, se observou a predominância de determinados tipos de ovócitos de acordo com o estado reprodutivo da fêmea. Na virgem e logo após a 1a cópula se encontram todos os tipos de ovócitos,
exceto o VI. Este foi observado somente na fêmea após 1 semana da cópula, havendo, também, grande quantidade de ovócitos em degeneração.
Os ovócitos III e IV predominaram no ovário 1 mês após a cópula. Durante a oviposição foi observada a predominância de ovócitos que parecem
em degeneração e III, além da presença de uma secreção eosinofílica na luz ovariana. Logo após a 1ª oviposição, foram encontrados ovócitos IV,
V e VI em menor número e predominância de ovócitos III e degenerativos. Os poucos ovócitos VI encontrados apresentavam uma membrana
protéica com rugosidades, indicando, talvez, o início da internalização do ovócito. Na mesma situação, também foi constatada a presença da
secreção eosinofílica. As características gerais do ovário na 2ª oviposição foram parecidas com as encontradas na 1ª oviposição. As perspectivas
futuras incluem a observação do ovário utilizando a microscopia eletrônica de transmissão para elucidar algumas características ultraestruturais do
processo de oogênese e, assim, contribuir para o entendimento da biologia reprodutiva da aranha-marrom.
Nº 0286
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO DA MOLÉCULA DE HEPARINA PARA IDENTIFICAR
QUAIS GRUPAMENTOS QUÍMICOS SÃO IMPORTANTES NO MECANISMO DE ESTÍMULO DA SÍNTESE DE PGHS
Aluno de Iniciação Científica: Aline Raquell Leck (IC-Voluntária)
Orientador: Edvaldo da Silva Trindade
Palavras-chave: Heparina, Célula Endotelial, Matrix Extracelular
Heparina é utilizada em clínica médica desde a década de 50 e, é até hoje é o agente antitrombótico de escolha. Nas últimas décadas surgiram as
heparinas de baixo peso molecular (LMWH), que são obtidas pela despolimeração (química ou enzimática) da heparina não fracionada. A ação
de heparina e LMWH, bem como outros agentes antitrombóticos, sobre o endotélio vascular foi investigada e observou-se que, estimulam de forma específica a síntese do proteoglicano de heparam sulfato (PGHS), e também alteram a estrutura de suas cadeias sacarídicas, promovendo um
aumento na proporção do dissacarídeo característico da molécula de heparina. Este PGHS passa a ter uma atividade antitrombótica interessante,
o que nos levou a propor que a atividade dos compostos antitrombóticos, pelo menos em parte, pode ser mediada por este proteoglicano. Dados
anteriores mostram que o alvo de ligação é a matriz extracelular (MEC), a qual deve participar de forma indireta no mecanismo de estímulo do
PGHS, mas os mecanismos envolvidos ainda são desconhecidos. Com o objetivo de avaliar os requisitos estruturais na molécula de heparina, que
são responsáveis por desencadear o mecanismo de estímulo da síntese de PGHS, duas heparinas não fracionadas e duas LMWHs foram submetidas
a modificações químicas de dessulfatação ou caboxirredução. A dessulfatação branda permite remover apenas os grupamentos N-sulfatado, sendo
necessário utilizar outras formas de dessulfatação, como a O-dessulfatação e N/O-Dessulfatação. Apenas com a dupla dessulfatação que foram
obtidos compostos com menor teor de sulfato. Já a carboxirredução levou a compostos com baixo teor de ácidos carboxílicos, praticamente sem
alterar o conteúdo de grupamentos sulfato. Os resultados mostraram que as modificações químicas realizadas nas moléculas de heparina foram
bem sucedidas, como comprovado nas dosagens químicas e na Ressonância Magnética Nuclear. Os dados mostraram que os grupamentos sulfatos
e carboxílicos presentes na molécula de heparina são fundamentais para que o composto exerça sua atividade anticoagulante de forma plena. Com
relação à capacidade de estímulo da síntese de PGHS, os resultados mostraram que somente com a dessulfatação total (N- e O-dessulfatada) que
foi possível abolir o estímulo de PGHS. Por outro lado, a carboxirredução também levou a diminuição do estímulo da síntese de PGHS. Assim,
os resultados permitem afirmar que o estímulo da síntese de PGHS não é apenas fruto da carga negativa, nem somente de sulfato, mas deve ser da
localização espacial das cargas negativas, que devem ser avaliadas futuramente.
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Nº 0287
Tema Projeto AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTITUMORAL "IN VITRO" DE COMPLE-
XOS IMUNOMODULADORES HOMEOPÁTICOS
Aluno de Iniciação Científica: Ana Gilda Vicenzi (PIBIC/CNPq)
Orientador: Carolina Camargo de Oliveira Co-Orientador: Dorly de Freitas Buchi
Colaborador: Maria Luiza Ferreira dos Santos
Palavras-chave: Melanoma, Espécies Reativas de Oxigênio e Nitrogênio, Homeopatia
Dentre os diversos tipos de cânceres existentes, destacam-se os cânceres de pele. E ainda, dentro deste grupo, destaca-se o melanoma maligno, que
apresenta alta taxa de mortalidade em estágios avançados. Esse apresenta tumores com alto poder metastático e que burlam o sistema imunológico.
Os tratamentos convencionais usados contra o melanoma, no entanto, causam muitos efeitos colaterais e apresentam baixa taxa de sucesso. Já os
complexos produzidos a partir de compostos naturais altamente diluídos, não causa problemas ao organismo, e mostra-se uma opção viável de tratamento alternativo. Este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos de compostos e complexos naturais altamente diluídos sobre células murinas
de linhagem B16F10, que possuem capacidade metastática muito similar à humana, em aspectos de produção de reativos intermediários de oxigênio
e nitrogênio. Para isso, as células foram cultivadas em meio DMEM (Dulbecco’s Modified Eagle Medium) contendo 10% de Soro Fetal Bovino
(SFB), penicilina 100U/ml, estreptomicina 100μg/ml, e mantidas a 37ºC, 5% CO2. Após a desadesão, foram mantidas em placas de 96 poços (1000
céls/poço). Após 24h foram tratadas com 20% (v/v) de M2 (Canela e associações), Belladona, Thuya, ou veículo (água destilada) tendo os grupos
recebido um reforço de 1% do volume total das respectivas soluções a cada 24h passadas do primeiro tratamento. Foram mantidos grupos controle
sem tratamento para cada experimento. Para os ensaios de detecção da produção do ânion superóxido e de óxido nítrico, o tratamento durou 96
horas. No primeiro, a produção de O2- foi quantificada pelo método baseado na redução extracelular do citocromo c; a produção de óxido nítrico
foi medida utilizando o reagente de Griess e Reagente de DAN. Os ensaios de produção de O2- e de NO (Reagente de Griess), foram lidos em
espectrofotômetro, com comprimento de onda de 550 nm. Enquanto para o Reagente de DAN, foi usado espectrofluorímetro, com comprimento de
onda de excitação de 365 nm e, de emissão, de 450 nm. As células tratadas e não tratadas foram também submetidas a ensaio de quantificação de
produção de melanina através análise de leitura por espectrometria (490 nm). Os resultados de todos os ensaios mostraram que a produção de NO
foi diminuída em células tratadas com M2. Porém esses experimentos precisam ser repetidos para confirmar os dados. Aparentemente os compostos
e o complexo testados não alteram diretamente esses padrões celulares.
Nº 0288
Tema Projeto AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS RESERVATÓRIOS DE IRAÍ E
PASSAÚNA: ESTRESSE OXIDATIVO EM HEPATÓCITOS E MORFOLOGIA
DAS BRÂNQUIAS DE RHAMDIA QUELEN
Aluno de Iniciação Científica: Cassio Hideo Noso (PIBIC/CNPq)
Orientador: Ciro Alberto de Oliveira Ribeiro Colaborador: Dandie Antunes Bozza
Palavras-chave: Biomonitoramento, Rhamdia quelen, Reservatórios
O crescimento populacional leva, consequentemente, a um aumento no consumo de água. Ao mesmo tempo em que isso ocorre, também cresce
de forma contraditória a poluição proveniente das cidades, indústrias e ambientes agrícolas em corpos hídricos, como rios e lagos, pela atividade
antrópica descuidada e inconsequente. Essa atividade pode gerar uma degradação completa dos ambientes aquáticos, com prejuízos muitas vezes
irreversíveis à qualidade da água, tornando-a imprópria para o seu uso e consumo. Para verificar essa degradação do ecossistema aquático, são
necessários estudos que visam compreender os riscos de exposição a estes ambientes contaminados. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi
avaliar a qualidade da água em dois dos maiores reservatórios que abastecem Curitiba, Passaúna e Iraí, através de biomarcadores bioquímicos e
morfológicos que podem detectar danos induzidos pelo estresse oxidativo. O termo estresse oxidativo é o desbalanço entre a produção de espécies
reativas de oxigênio (aumenta) e as defesas celulares antioxidantes (diminuí), podendo estar envolvido em danos, como carcinogênese, mutagênese
e fragmentação de proteínas. Para esse estudo de biomonitoramento, utilizou-se peixes juvenis de Rhamdia quelen (Jundiá), que foram divididos em
dois grupos Passaúna (P) e Iraí (I), sendo cada grupo subdividido em dois grupos, os quais consistiam em trinta indivíduos cada, que foram expostos
por três (P/3 e I/3) e seis (P/6 e I/6) meses em tanques redes em cada reservatório. Para todos os grupos expostos neste trabalho foram realizadas
análises visando verificar a condição óxido-redutora das células do fígado, utilizando biomarcadores bioquímicos de estresse oxidativo, como verificar a atividade da enzima catalase e a quantificação de proteínas totais pelo método de Bradford. Outro biomarcador verificado foi o morfológico,
onde se procurou avaliar alterações nas estruturas das brânquias através da técnica de microscopia eletrônica de varredura. Os biomarcadores são
utilizados para análise da qualidade da água, pois eles indicam alterações na resposta biológica dos bioindicadores. Os resultados ainda são parciais
e deverão ser apresentados na íntegra na comunicação oral do EVINCI/2013 bem como no relatório final.
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Nº 0289
Tema Projeto AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUA DOS RESERVATÓRIOS IRAÍ E
PASSAÚNA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA ATRAVÉS DE
BIOMARCADORES EM RHAMDIA QUELEN
Aluno de Iniciação Científica: Dandie Antunes Bozza (PIBIC/CNPq)
Orientador: Ciro Alberto de Oliveira Ribeiro Colaborador: Francisco Filipak Neto, Daniele Dietrich Moura Costa
Palavras-chave: Biomonitoramento, Rhamdia quelen, Reservatórios
O desenvolvimento das grandes cidades, áreas de produção agrícola e industrial levaram nas últimas décadas a um aporte cada vez maior de dejetos
e resíduos aos corpos hídricos, acarretando na diminuição da qualidade da água também nos reservatórios de abastecimento urbano. Isto tem afetado
não só a população humana, mas também os organismos aquáticos que habitam esses ecossistemas. A partir desses organismos (bioindicadores)
foram desenvolvidas técnicas para avaliar a qualidade da água, através de parâmetros fisiológicos, morfológicos e moleculares denominados
biomarcadores. O objetivo desse estudo foi avaliar a qualidade da água dos reservatórios que abastecem Curitiba e região metropolitana através
de biomarcadores em peixes (Rhamdia quelen). Foram montados quatro tanques redes de 2m³ de volume, dois no reservatório do Iraí e dois no
reservatório do Passaúna. Os tanques foram povoados com trinta exemplares juvenis em cada tanque provenientes de uma estação de piscicultura,
os quais foram mantidos por seis meses. O reservatório do Iraí possui uma extensão de 14,6 km2 e localiza-se no município de Piraquara, é conhecido por apresentar contaminação por dejetos urbanos, provenientes de áreas de ocupação irregular próximo às margens do rio Iraí. O reservatório
do Passaúna possui uma extensão de 10,5 km2 e localiza-se nos municípios de Almirante Tamandaré, Araucária, Campo Largo, Campo Magro e
Curitiba, parte dele localizado em uma área industrial, mas sofre influência do antigo aterro sanitário da cidade de Curitiba e de atividades agrícolas.
Após o período de exposição os animais foram anestesiados e em seguida mortos. Foram coletados fígado, músculo e cérebro. O fígado foi dividido
em duas amostras, sendo uma utilizada para análise morfológica em microscopia de luz e a outra para análises bioquímicas (quantificação total de
proteínas, peroxidação lipídica, carbonilação de proteínas concentração de GSH, atividade da enzima GST). O cérebro e músculo foram utilizados
para avaliar a atividade da enzima acetil-colinesterase. As análises encontram-se em andamento e deverão estar prontas para o relatório final assim
como para o painel.
ESTUDO DOS EVENTOS DE CITOADESÃO ENTRE ERITRÓCITOS E CÉLULAS ENDOTELIAIS DESENCADEADOS PELA FOSFOLIPASE-D DO VENENO DE LOXOSCELES INTERMEDIA
Aluno de Iniciação Científica: Eduardo Soares Constantino Lopes (PIBIC/CNPq)
Orientador: Silvio Sanches Veiga
Co-Orientador: Luiza Helena Gremski
Palavras-chave: Aranha-marrom, Fosfolipase-D, Citoadesão
As aranhas do gênero Loxosceles são popularmente conhecidas como aranhas-marrons por apresentarem coloração característica que varia de
marrom claro a marrom escuro. Dentre o gênero, a espécie L. intermedia tem importância clínica, pois está envolvida em casos de envenenamento
humano na região de Curitiba e Região Metropolitana. Sabe-se que o veneno desta aranha é um complexo de substâncias, de maior parte proteica.
Dentre elas, destacam-se as fosfolipases-D, por estarem relacionadas com diversos efeitos biológicos sobre hemostasia e resposta inflamatória.
Entre esses efeitos, podem causar agregação plaquetária, ativação de células endoteliais, hemólise, aumento da permeabilidade vascular e citotoxicidade. Em uma série de estudos, foram identificadas diversas isoformas de fosfolipase-D do veneno de L. intermedia, das quais seis foram obtidas
em sua forma recombinante, sendo nomeadas de LiRecDT1 a LiRecDT6. Além disso, também foi obtida um isoforma mutada da LiRecDT1, por
uma mutação sítio-dirigida, que substituiu a histidina na posição 12 do sítio catalítico por uma alanina. Essa isoforma mutante foi chamada de LiRecDT1H12A e demonstrou uma menor atividade fosfolipásica. Outros estudos mostram que, em detrimento da atividade catalítica da LiRecDT1,
ocorre a geração de metabólitos lipídicos bioativos. Dentre eles, há o ácido lisofosfatídico (LPA) que pode estar envolvido com eventos de adesão
de eritrócitos a células endoteliais. Com base nisso, objetivou-se o estudo do papel da fosfolipase-D recombinante (LiRecDT1) sobre eritrócitos
para o acontecimento de citoadesão eritrócito-endotélio. Os eritrócitos foram tratados, separadamente, com a toxina LiRecDT1; com a isoforma
mutada da toxina (LiRecDT1H12A); e com veneno total da aranha L. intermedia. Após isso, foram transferidos para o cultivo de células endoteliais
(linhagem RAEC) a fim de propiciar a citoadesão. Os resultados foram visualizados em microscopia óptica e, embora preliminares, indicam que
eritrócitos expostos a fosfolipase-D recombinante de L. intermedia podem estar sendo induzidos a liberar lipídios bioativos que levam ao evento de
citoadesão. No entanto, dificuldades acerca da reprodutibilidade do experimento não permitem maiores investigações. Mas estima-se que o evento
pode estar relacionado aos distúrbios hematológicos observados no Loxoscelismo. Com a confirmação destas observações iniciais, o estudo segue
a fim de esclarecer os mecanismos envolvidos na citoadesão e verificar seu efeito na ativação das células endoteliais.
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Nº 0291
Tema Projeto AÇÃO DE PRODUTOS NATURAIS ALTAMENTE DILUÍDOS NO PROCES-
SO DE CICATRIZAÇÃO NO DORSO DE CAMUNDONGOS (PROCESSO
CIRÚRGICO COM FIO NÃO ABSORVÍVEL)
Aluno de Iniciação Científica: Fernando Fortunato Jeronimo (PIBIC/CNPq)
Orientador: Dorly de Freitas Buchi
Co-Orientador: Carolina Camargo de Oliveira
Colaborador: Jenifer Pendiuk Gonçalves, Cleber Rafael Vieira da Costa,
Katia Fialho do Nascimento
Palavras-chave: Cicatrização, Compostos Altamente Diluídos, Inflamação
Introdução: o tecido epitelial desempenha várias funções no organismo, como percepção sensorial, absorção de nutrientes, secreção glandular,
revestimento e proteção do corpo. Sendo formado basicamente de epiderme, derme e hipoderme é composto principalmente por células epiteliais
e tecido conjuntivo, este é rico em matriz extracelular que possui grande quantidade de fibras colágenas, proteoglicanos além de outras moléculas.
Em casos de injúria, ocorrem processos inflamatórios havendo então a modificação do tecido (principalmente da matriz extracelular) para a ação
de células inflamatórias e posterior recuperação. Por apresentar essa característica é um alvo interessante para estudos sobre cicatrização. Os compostos altamente diluídos podem ser uma alternativa eficaz nesse processo, pois possuem baixa citotoxicidade e podem auxiliar nesse processo,
além de possuírem baixo custo de produção. Objetivo geral: este trabalho visa avaliar a interferência de compostos altamente diluídos no processo
de cicatrização. Metodologia: 25 camundongos swiss foram submetidos a um procedimento cirúrgico de incisão (1cm com bisturi nº15) e sutura
(3 pontos: um nó e dois sobre-nós, com fio cirúrgico de seda trançada 4-0 não absorvível) na região dorso-cervical sob anestesia de quetamina
(100mg/kg) / xilasina (20mg/kg) . Após a cirurgia os animais foram separados em 5 grupos: controle, veículo, M1, M8 e Curcuma ch30. Com
exceção do grupo controle, todos animais receberam o respectivo tratamento com o composto manipulado na forma de gel, sendo aplicado durante
3 dias a cada 24 horas na dosagem de 180mg/cm². Após o tratamento o tecido foi removido, fixado e processado para microscopia de luz. Foram
usadas as colorações de hematoxilina eosina (para análise histológica) e tricrômico de gomori (para análise de tecido cunjuntivo e epidérmico).
As lâminas foram escaneadas no escaneador de lâminas Meta System/Zeiss e as imagens mensuradas no software ImageJ (área epidérmica e área
de tecido conjuntivo), os dados obtidos foram análisados estatisticamento no software GraphPad Prism 5. Resultados: Não houveram diferenças
significativas entre a área total dos tecidos epidérmico e conjuntivo, bem como entre as razões tecido epidermérmico / tecido conjuntivo. Porém,
nota-se uma significativa recuperação da área epidérmica danificada, além maior reorganização do tecido conjuntivo nos grupos tratatos. O grupo
tratado com Curcuma ch30 apresenta maior volume de tecido de granulação, sendo um indício de formação de quelóide. Essas alterações serão
analizadas de forma não paramétrica.
Nº 0292
Tema Projeto AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE PRODUTOS ALTAMENTE DILUÍDOS EM
CÉLULAS TUMORAIS
Aluno de Iniciação Científica: Gustavo Rodrigues Rossi (PIBIC/CNPq)
Orientador: Carolina Camargo de Oliveira Co-Orientador: Dorly de Freitas Buchi
Colaborador: Jenifer Pendiuk Gonçalves
Palavras-chave: Melanoma, Belladona cH 200, Macrófagos
Melanoma é um dos tipos de câncer mais agressivos, que exibe um grande potencial metastático e é caracterizado por ser o mais rápido em expansão
mundial. Ele surge da transformação maligna das células produtoras de pigmento, chamadas de melanócitos. Esse processo é dependente de uma
complexa interação entre fatores genéticos e ambientais. O melanoma e outros cânceres possuem capacidade de manipulação de células do sistema
imunológico em seu favor, fazendo com que não sejam detectadas e eliminadas. O composto natural altamente diluído utilizado neste estudo foi
obtido a partir de diluições sucessivas de uma tintura-mãe da planta Atropa belladonna (Bell 200cH), que é normalmente utilizada para o tratamento
de dor e febre. Estudos anteriores realizados em nosso laboratório demonstraram que a Bell 200cH ativa macrófagos peritoneais de camundongos
tratados in vitro, aumentando a produção de interferon gama (IFN-γ) e óxido nítrico (NO). O IFN-γ é uma citocina que auxilia no combate a infecções virais, bactérias e células tumorais e o NO é um radical livre, que pode facilmente reagir com proteínas e DNA, e também possui atividade
antitumoral. Para verificar o efeito do composto Bell 200cH sobre células de melanoma murino, B16F10, foram realizados experimentos utilizando
cristal violeta para analisar a proliferação celular. As células B16F10 foram cultivadas com meio DMEM, suplementado com 10% de soro fetal
bovino, em placas de 96 poços e tratadas com Bell 200cH por 24, 48, 72 ou 96h. Os resultados mostraram que após 24 e 72 horas de tratamento com
Bell 200cH a proliferação celular diminuiu quando comparado aos grupos tratados com veículo. Também estão sendo realizados experimentos de
cocultura utilizando macrófagos da linhagem RAW 264.7 e células B16F10 tratadas com Bell 200cH, onde será avaliada, por citometria de fluxo,
a viabilidade das células tumorais após a cocultura, para verificar se o tratamento age sobre os macrófagos, tornando mais efetivo o ataque contra
as células tumorais.
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Nº 0293
Tema Projeto ESTUDO DOS EFEITOS NEUROTÓXICOS DA INTOXICAÇÃO PELO
MERCÚRIO NA RETINA DE RATO E DO PAPEL NEUROPROTETOR DE
ANTIOXIDANTES
Aluno de Iniciação Científica: Laura Mattana Dionísio (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Rubens Bertazolli Filho
Colaborador: Julia Aikawa
Palavras-chave: Metilmercúrio, Retina, Gliose
O mercúrio é um poluente ambiental neurotóxico. Ele se acumula no sistema nervoso central resultando em degeneração e atrofia do córtex sensorial. A
retina constitui-se em outro sítio de deposição. As bases moleculares das alterações causadas pelo mercúrio na retina são pobremente conhecidas. A célula de Muller é a principal célula da glia em retina de vertebrados. Suas funções estão relacionadas ao suporte metabólico e nutricional dos neurônios.
Destaca-se também a proteção contra o estresse oxidativo através da produção de glutationa. A gliose ou ativação das células de Muller é uma resposta
bem conhecida às agressões na retina, tal como o descolamento da retina. A regulação positiva da GFAP (proteína ácida fibrilar glial) é o marcador
inespecífico mais sensível da gliose retiniana. Um dos efeitos conhecidos do mercúrio sobre os astrócitos é o aumento na geração de radicais livres.
A N-Acetil-cisteína (NAC), precursora da glutationa, se mostrou eficaz na redução da geração de radicais livres pelo MeHg. O objetivo do presente
estudo é investigar os efeitos da exposição do mercúrio na retina. Ratos Wistar foram intoxicados intraperitonealmente (IP) com metilmercúrio na dose
única de 2500 µg/kg (grupo controle). Os animais tratados receberam, concomitantemente, 3mmol/kg de NAC IP. Os animais foram ortotanasiados 3
dias após e os olhos foram enucleados. As retinas foram dissecadas e homogeneizadas em tampão RIPA. A quantificação proteica foi feita pelo método
de Bradford. As amostras foram submetidas à eletroforese (SDS-PAGE, 10%, 30 µg por poço) e transferidas para uma membrana de nitrocelulose.
Para o Western Blotting (WB), os anticorpos utilizados foram: GFAP (1:1000, Sigma) e B-actina (1:800-Santa Cruz). As imagens foram analisadas
por densitometria pelo programa Image J. Também foram fixados olhos com formalina 4% e incluídos em paraplast. Os cortes foram submetidos a
análise imunohistoquímica com o anticorpo contra GFAP. Os resultados obtidos no WB demonstram que no terceiro dia após a intoxicação mercurial,
os níveis de GFAP estavam aumentos em 100%, sendo que a administração concomitante de NAC não foi capaz de afetar este aumento. A análise
imunohistoquímica evidenciou a gliose nas retinas de animais intoxicados, com inequívoco sinal na membrana limitante interna da retina, sendo que,
consoante ao resultado obtidos no WB, a NAC não alterou o padrão de marcação. A conclusão preliminar do presente estudo é de que a NAC não é
capaz de diminuir a gliose retiniana decorrente do intoxicação com metilmercúrio, ao menos nas condições empregadas.
Nº 0294
Tema Projeto IDENTIFICAÇÃO DO(S) COMPONENTE(S) DA MATRIZ EXTRACELULAR
QUE ESTÁ(ÃO) ENVOLVIDOS COM O MECANISMO DE ESTÍMULO DA
SÍNTESE DE PGHS CAUSADO PELA HEPARINA
Aluno de Iniciação Científica: Patricia Sampaio Monteiro (PIBIC/CNPq)
Colaborador: Tabata D’Maiella Freitas Klimeck, Gustavo Rodrigues Rossi,
Célia Regina C. Franco
Palavras-chave: Heparina, Célula Endotelial, Matrix Extracelular
Heparina é utilizada em clínica médica desde a década de 50 e, apesar das intensas buscas por novas drogas, é até hoje é o agente antitrombótico
de escolha. Sua ação sobre o endotélio vascular foi investigada e observou-se que a heparina, bem como outros agentes antitrombóticos, estimulam
de forma específica a síntese do proteoglicano de heparam sulfato (PGHS), e também alteram a estrutura de suas cadeias sacarídicas, promovendo
um aumento na proporção do dissacarídeo trissulfatado deste composto. Este PGHS passa a ter uma atividade antitrombótica interessante, o que
nos levou a propor que a atividade dos compostos antitrombóticos, pelo menos em parte, pode ser mediada por este proteoglicano. Utilizando
células endoteliais em cultura e heparina conjugada com biotina e marcadores fluorescentes, fomos capazes de demonstrar previamente que o sítio
de ligação para a heparina é a matriz extracelular (MEC), a qual deve participar de forma indireta no mecanismo de estímulo do PGHS. Assim, os
mecanismos envolvidos neste processo são objetos de estudo do presente projeto. Nesta parte do projeto, objetiva-se avaliar os componentes da
Matriz Extracelular que estão envolvidos no mecanismo de estímulo da síntese de PGHS pela heparina. Para tanto, foram utilizadas duas heparinas não fracionadas, que foram modificadas quimicamente (dessulfatadas por 4 ou 6 horas, ou ainda, totalmente dessulfatadas (N-e O-sulfato) e
carboxireduzidas). A dessulfatação gradual (4 ou 6 horas) foi acompanhada pela redução do estímulo da síntese de PGHS. Já a dessulfatação total
(N- e O-dessulfatado) aboliu o estímulo de PGHS. Por outro lado, a carboxiredução também levou a diminuição do estímulo da síntese de PGHS.
Assim, considerando que este fenômeno não é apenas fruto da carga negativa (heparina dessulfatada ainda tem carboxila), nem somente de sulfato
(heparina carboxirreduzida ainda mantém sulfatos), mas fruto da localização espacial das cargas negativas, as celulas foram expostas à estas heparinas com o intuito de avaliar alterações morfológicas que poderiam ocorrem ou no arranjo dos componentes da matriz extracelular. No entanto, as
heparinas, aparentemente, não induzem alterações na morfologia celular das células endoteliais, mesmo quando avaliado em microscopia óptica ou
eletrônica de varredura. Além disto, foi possível observar uma sutil, mas não expressiva, alteração na marcação de fibronectina, quando as células
foram expostas às heparinas não modificadas. Estudos adicionais devem ser realizados para a comprovação destes dados.
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Nº 0295
Tema Projeto EFEITO DO ÁCIDO ALFA-LIPÓICO (ALA) NA GLOMERULOESCLEROSE E NA
ATIVAÇÃO DE NRF2 NO TECIDO RENAL EM RATOS NEFRECTOMIZADOS
Aluno de Iniciação Científica: Susan Amaral Jaigobind (PIBIC/CNPq)
Orientador: Lia Sumie Nakao
Colaborador: Silvia Daniele Rodrigues, Maria Fernanda Soares
Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Estresse Oxidativo, Uremia
A doença renal crônica (DRC) é uma doença degenerativa que compromete a função renal e, portanto, induz desequilíbrios hídrico e osmótico e
acúmulo de toxinas urêmicas no organismo. O estresse oxidativo está reconhecidamente associado aos estágios finais da DRC, e dados de nosso
grupo têm indicado que a uremia poderia ser o gatilho deste estresse. Portanto, neste trabalho, investigamos o tratamento antioxidante com ácido
alfa lipóico (ALA) in vivo e in vitro. Para os estudos in vivo, avaliamos se ALA inibiria os danos renais em ratos urêmicos. Para isso 8 ratos Wistar
machos foram submetidos a cirurgia de nefrectomia 5/6 e outros 8 ratos à cirurgia de laparotomia (grupo sham). O ALA (solução 250 mg/L em
água de beber, ad libitum, do 7º ao 60º dia pós-cirúrgico) foi administrado para metade dos ratos nefrectomizados e para metade dos ratos sham, de
modo que havia 4 grupos experimentais: DRC, SHAM, DRC ALA, SHAM ALA. Os tecidos renais destes animais foram coletados, fixados, emblocados, cortados e submetidos à coloração por PAS. Foram feitas análises estatísticas entre os grupos experimentais aplicando-se o teste t-Student.
Os resultados mostraram que o ALA não protegeu o rim de glomeruloesclerose, pois comparando os grupos DRC e DRC ALA, o grupo tratado
apresenta uma média de glomérulos esclerosados maior do que o grupo não tratado (p>0,05). A análise de fibrose e atrofia e porcentagem de células
infiltradas também mostrou que os grupos tratados com ALA apresentam lesões mais intensas que os grupos não tratados (p>0,05). Para os estudos
in vitro, avaliamos se a uremia altera a ativação da via antioxidante Nrf2 em células vasculares, uma vez que a literatura tem mostrado que esta via
é inativada nos rins de ratos com DRC. Para isso, células musculares lisas (RASM) e endoteliais (RAEC) foram igualmente cultivadas, tratadas e
divididas nos seguintes grupos: tratamento com soro não urêmico e soro urêmico de pacientes em hemodiálise. A ativação de Nfr2 foi verificada
pela translocação desta proteína para o núcleo, através de Western blotting com frações citossólicas e nucleares. Como controle positivo, tratamos
as células com o agente ativador de Nrf2, tert-butilhidroquinona (tBHQ). Os resultados preliminares mostram que de fato células tratadas com soro
urêmico não ativam Nrf2. Para avaliar se ALA ativa esta via, iremos inicialmente avaliar a viabilidade celular após o tratamento com diferentes
concentrações de ALA, pelo teste de MTT, pois a literatura mostra que ALA pode atuar como agente anti ou pró-apoptótico.
Nº 0296
Tema Projeto AVALIAÇÃO DAS MOLÉCULAS DA MATRIZ EXTRACELULAR QUE LIGAM
HEPARINA E PODEM CONTRIBUIR PARA O ESTÍMULO DA SÍNTESE DO
PROTEOGLICANO DE HEPARAM SULFATO
Aluno de Iniciação Científica: Tabata D’Maiella Freitas Klimeck (PIBIC/Fundação Araucária)
Colaborador: Patrícia Sampaio Monteiro, Gustavo Rodrigues Rossi,
Célia Regina C. Franco
Palavras-chave: Heparina, Célula Endotelial, Matriz Extracelular
Heparina é utilizada em clínica médica desde a década de 50 e, é até hoje é o agente antitrombótico de escolha. Nas últimas décadas surgiram as
heparinas de baixo peso molecular (LMWH), que são obtidas pela despolimeração (química ou enzimática) da heparina não fracionada. A ação de
heparina e LMWH, bem como outros agentes antitrombóticos, sobre o endotélio vascular foi investigada e observou-se que, estimulam de forma
específica a síntese do proteoglicano de heparam sulfato (PGHS), e também alteram a estrutura de suas cadeias sacarídicas, promovendo um aumento na proporção do dissacarídeo característico da molécula de heparina. Este PGHS passa a ter uma atividade antitrombótica interessante, o que
nos levou a propor que a atividade dos compostos antitrombóticos, pelo menos em parte, pode ser mediada por este proteoglicano. Dados anteriores
mostram que o alvo de ligação é a matriz extracelular (MEC), a qual deve participar de forma indireta no mecanismo de estímulo do PGHS, mas
os mecanismos envolvidos ainda são desconhecidos. Com o objetivo de avaliar os componentes da MEC que estão envolvidos no mecanismo de
estímulo da síntese de PGHS pela heparina, foram utilizadas duas LMWHs, que foram modificadas quimicamente (dessulfatadas por 8 horas, ou
ainda, totalmente dessulfatadas (N-e O-sulfato) e carboxireduzidas). A dessulfatação total (N- e O-dessulfatada) aboliu o estímulo de PGHS. Por
outro lado, a carboxirredução também levou a diminuição do estímulo da síntese de PGHS. Assim, considerando que este fenômeno não é apenas
fruto da carga negativa, nem somente de sulfato (heparina carboxirreduzida ainda mantém sulfatos), mas fruto da localização espacial das cargas
negativas, estas LMWHs foram expostas para as células com o intuito de avaliar alterações morfológicas que poderiam ocorrem ou mesmo no
arranjo dos componentes da MEC. No entanto, as LMWHs, aparentemente, não induzem alterações na morfologia celular das células endoteliais,
mesmo quando avaliado em microscopia óptica ou eletrônica de varredura. Além disto, foi possível observar uma sutil, alteração na marcação de
fibronectina, quando as células foram expostas às LMWHs não modificadas. Em relação às alterações da informação gênica dos componentes da
matriz extracelular, os resultados, ainda preliminares mostram que trombospondina pode ser um dos alvos, além do PGHS, que sofre alteração (up
regulation). O trabalho continua, inicialmente com a avaliação da fibronectina e, por outro lado, dos demais componentes da MEC que podem sofre
“up” ou “down regulation”.
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Nº 0297
Tema Projeto AÇÃO DE PRODUTOS NATURAIS ALTAMENTE DILUÍDOS NO PROCES-
SO DE CICATRIZAÇÃO DA PELE EM CAMUNDONGOS
Aluno de Iniciação Científica: Jenifer Pendiuk Gonçalves (PIBIC/CNPq)
Orientador: Dorly de Freitas Buchi
Co-Orientador: Carolina Camargo de Oliveira
Colaborador: Cleber Rafael Vieira da Costa
Palavras-chave: Pele, Cicatrização, Produtos Naturais Altamente Diluídos
A pele é o nosso maior órgão e sua principal função é servir como uma barreira protetora contra infecções e perda excessiva de água. O processo
de cicatrização da pele é geralmente organizado em quatro fases complementares. A hemóstase é a fase inicial, onde tem início o reparo do tecido
recrutando células do sistema imunológico e promovendo sua diferenciação e ativação. A fase inflamatória tem um papel central na eliminação de
organismos invasores e também participando ativamente nos processos de reparo. Células fagocíticas, neutrófilos e macrófagos desempenham o
importante papel de eliminar bactérias e restos celulares da ferida. Na fase proliferativa fibroblastos são atraídos para o local, novos vasos sanguíneos são criados, começa a síntese de matriz extracelular, promovendo o fechamento da ferida e a formação de novo epitélio. Tem início então a fase
de remodelação, quando se produz uma nova matriz extracelular e as células participantes das fases anteriores sofrem apoptose, formando então
uma cicatriz. O objetivo deste trabalho é verificar se produtos naturais altamente diluídos na forma de gel possuem efeito sobre as diferentes fases
do processo de cicatrização da pele de camundongos após incisão e sutura. Para tal, camundongos albinos suíços foram submetidos à cirurgia na
pele dorsal, onde foi feito um corte de aproximadamente 1cm de comprimento compreendendo toda a espessura da pele, o qual foi suturado com
três pontos usando fio de sutura absorvível e tratado por três dias consecutivos com gel de produtos naturais altamente diluídos. Foram usados 3 a
5 animais por grupo de tratamento. Após o período experimental, os animais foram mortos e a pele do local da lesão recolhida e processada para
histologia com coloração de Tricrômico de Gomori. As lâminas contendo três cortes de locais diferentes da lesão para cada animal foram escaneadas
e quantificou-se as áreas da epiderme e tecido conjuntivo ao redor da lesão usando o programa ImageJ. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos para os parâmetros analisados, sendo que 78% dos cortes histológicos do grupo controle apresentaram fechamento completo da
epiderme ao passo que para os grupos tratados esta porcentagem foi de 61%. O material está em processo de coloração para resorcina fucsina com
o objetivo de visualizar e quantificar os novos vasos sanguíneos no tecido lesionado, uma vez que estes são importantes para suprir com nutrientes,
oxigênio e novas células a área em regeneração, permitindo a progressão da cicatrização.
Nº 0298
Tema Projeto DESENVOLVIMENTO GONADAL DA ESPÉCIE EXÓTICA OPSANUS BETA
(TELEOSTEI - BATRACHOIDIDAE) NO COMPLEXO ESTUARINO DE PARANAGUÁ, PARANÁ, BRASIL.
Aluno de Iniciação Científica: Vinícius de Saraiva Chagas (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Luís Fernando Fávaro
Colaborador: Jeferson Keiti Nagata
Palavras-chave: Espécies Invasoras, Desenvolvimento Gonadal, Histologia
Opsanus beta é uma espécie marinho/estuarina de hábito demersal, tem sua distribuição natural no Atlântico Central Oeste, do Golfo do México
até Palm Beach, na Flórida. Os registros da espécie na costa sudeste e sul do Brasil, próximos de zonas portuárias, indicam que é possível que
tenha alcançado estas regiões através da água de lastro, sendo exótica no Atlântico Sul Ocidental, podendo representar uma ameaça a fauna
local, desestruturando a teia trófica. O presente estudo objetivou caracterizar o desenvolvimento gonadal de fêmeas e machos. As coletas foram
mensais no período de out/2011 a set/2012, em fundo rochoso, utilizando espinhéis. Foram coletados 147 fêmeas e 300 machos totalizando 447
exemplares. De cada exemplar foram tomados os dados morfométricos (comprimento e peso totais), as gônadas retiradas e pesadas, sendo algumas
destinadas ao processamento histológico. O material processado para histologia foi fixado em Alfac (18 horas), desidratado em série de álcoois,
diafanizado em xilol e incluído em parafina, sendo posteriormente cortado na espessura de 7μm e corado com Hematoxilina-Eosina (HE). A análise
microscópica das gônadas permitiu evidenciar quatro estádios de desenvolvimento ovariano e cinco de desenvolvimento testicular, de acordo
com os tipos e quantidades das células da linhagem germinativa. Fêmeas imaturas não foram obtidas. O padrão de desenvolvimento gonadal é
o mesmo apresentado para outros teleósteos. Indivíduos em reprodução foram encontrados durante todo o ano. A desova do tipo parcelada foi
caracterizada histologicamente pela presença de gônadas semidesovadas e semiesgotadas. Os resultados obtidos indicam que a espécie tem grandes
possibilidades de se tornar invasora, pelas táticas reprodutivas utilizadas: reprodução ocorrendo ao longo de todo o ano.
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Nº 0299
Tema Projeto HIPOPLASIA RENAL EM CAPRINO
Aluno de Iniciação Científica: Eduardo Michelon do Nascimento (Pesquisa voluntária)
Orientador: André Luís Filadelpho
Co-Orientador: Aline De Marco Viott
Colaborador: Arlei José Birck, Alcides Branco da Silva Júnior, Tatiane Caleffo
Palavras-chave: Malformação, Agentes Teratogênicos, Distúrbios do Crescimento
Hipoplasia é um distúrbio do crescimento caracterizado pelo desenvolvimento incompleto de um órgão, ou parte dele. Trata-se de uma anomalia
que se apresenta de forma uni ou bilateral, ocorrendo em bovinos, cães e gatos, sendo o cerebelo, rins e testículos os órgãos comumente afetados.
A etiologia desta anomalia ainda permanece desconhecida, porém, defeitos genéticos, deficiências hormonais específicas, agentes infecciosos e/ou
tóxicos antes do nascimento ou durante períodos de crescimento pós-natal, podem causar a hipoplasia. Devido à redução do crescimento, os órgãos
afetados apresentam decréscimo da função e falta de reserva funcional normal. Em ovinos, a susceptibilidade em apresentar defeitos congênitos depende do estágio de desenvolvimento ao qual o embrião foi exposto aos agentes causadores. Nos primeiros dias da fixação do zigoto no endométrio,
o embrião não sofre interferência de fatores ambientais, porém, é mais sensível às ações de agentes teratogênicos de origem genética, quadro este que
se inverte com o avanço da gestação. Frente ao que foi exposto, o objetivo deste trabalho é o de relatar um caso de hipoplasia renal em um caprino,
que foi encaminhado ao Laboratório de Anatomia Animal da UFPR – Setor Palotina. O espécime tratava-se de um caprino, macho, SRD, com aproximadamente 10 meses de idade, oriundo de uma propriedade localizada no município de Palotina – PR, que veio a óbito por causas naturais. Após
a chegada do animal, o mesmo foi submetido à técnica de formolização para utilização no ensino da anatomia veterinária. Durante a dissecção do
animal, constatou-se que o caprino apresentava em sua cavidade abdominal apenas o rim direito, e uma estrutura de menor tamanho que sugeria ser
o rim esquerdo. Deste modo, procedeu-se a coleta do material em questão, que foi encaminhado ao Laboratório de Patologia Veterinária da UFPR –
Setor Palotina para ser processado pelas técnicas de rotina de histologia. O resultado obtido pela análise das lâminas comprovou que a estrutura em
questão tratava-se do rim esquerdo hipoplásico. A hipoplasia unilateral do rim frequentemente não causa sintomas, pois através de uma hipertrofia
compensatória o rim direito executa a função do rim contralateral. A determinação das causas de hipoplasia é muito variada, e consequentemente, o
seu controle torna-se difícil. Evitando-se o uso indiscriminado de fármacos e produtos químicos durante a prenhez, e o fornecimento dos nutrientes
necessários ao desenvolvimento do animal são algumas das medidas para se evitar o aparecimento destas anomalias.
Nº 0300
Tema Projeto TRONCO BRAQUIOCEFÁLICO E ARTÉRIA SUBCLÁVIA EM AVES DA LI-
NHAGEM COBB 700
Aluno de Iniciação Científica: Lucas Pedro de Souza Glaeser (PIBIC/CNPq)
Orientador: Arlei José Birck
Co-Orientador: André Luis Filadelpho
Departamento: Anatomia
Colaborador: Rodrigo Patera Barcelos, Susymeri Baroni
Palavras-chave: Anatomia, Tronco Braquiocefálico, Aves (Gallus gallus)
O Brasil é um dos maiores produtores de carne aviária do mundo e para tal pesquisas na área que visem um melhor aproveitamento dos recursos
utilizados para viabilidade de conformação de carcaça é de suma importância. O desenvolvimento filogenético das aves produziu diferenças significativas na função cardiovascular, quando comparados com os répteis e com os quais mantém estreita relação. Estas diferenças estão relacionadas
ao fato de, como nos mamíferos, as aves terem adquirido habilidades para manutenção homeotérmica interna, apresentando separação completa do
sangue dos sistemas circulatório geral e pulmonar. Observamos que alguns autores ao tratarem do comportamento vascular não individualizam a
espécie tão pouca a linhagem das aves. Assim, julgamos pertinente empreender pesquisa que analise a origem e ramificação do tronco braquiocefálico em aves da linhagem Cobb 700, no intuito de acrescentar dados a escassa literatura existente e incentivar um maior número de pesquisas na
área, visto a descontinuidade que separa os trabalhos consultados desse que agora propomos. Foram utilizados dez exemplares com idades entre
cinco e seis semanas, procedentes do Setor de Avicultura do Município de Toledo - PR. Após eutanásia, o sistema vascular arterial foi canulado via
artéria isquiática direita e em seguida preenchida por solução marcadora (neoprene Látex corado). Posteriormente as aves foram fixadas em solução
de formol a 10% por período de no mínimo de 72 horas e então dissecados. Dos troncos braquiocefálicos originam as artérias carótidas comum e
subclávia. As artérias subclávias emitem de forma constante as artérias esternoclaviculares, axilares, torácicas internas e os troncos peitorais e de
forma inconstante as artérias esternoclaviculares acessórias e os ramos pericárdicos. Verificou-se uma ou duas artérias esternoclaviculares acessórias. Ramos pericárdico originou-se da artéria subclávia.
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Nº 0301
Tema Projeto VEIA PORTA HEPÁTICA EM SUÍNOS DA LINHAGEM (C40 + TEMPO)
Aluno de Iniciação Científica: Mariana Leocádia Magro (IC-Junior/FA)
Palavras-chave: Fígado, Veia Porta, Suíno
Fígado (do latim ficatu) é a maior glândula e o segundo maior órgão do corpo. Funciona tanto como glândula exócrina, liberando secreções num
sistema de canais que se abrem numa superfície externa, como glândula endócrina, uma vez que também libera substâncias no sangue ou nos vasos
linfáticos. Localiza-se no hipocôndrio direito, epigástrio e pequena porção do hipocôndrio esquerdo, sob o diafragma. Em jovens é proporcionalmente maior. pois constitui 1/20 do peso total de um recém nascido. O objetivo deste trabalho foi analisar a distribuição da veia porta hepática
intra-parenquimal no fígado, trazendo informações importantes relacionadas a um melhor acesso cirúrgico. Desta feita, utilizaram-se 20 fígados
de animais adultos entre machos e fêmeas na faixa etária de 180 dias, os quais tiveram a veia porta canulada e preenchida por sustância sintética
corada (Neoprene látex), em seguida fixados em solução aquosa de formol a 10% para sua subsequente dissecação. No material analisado até o presente momento, 3 fígados dissecados, verificou-se que: a) no lobo lateral esquerdo encontramos em 2 casos (66,66%) um ramo dorsal e um ramo
ventral. Em 1 caso (33,33%) encontramos três um dorsal um médio e um ventral; b) o lobo medial esquerdo em 2 casos (66,66%) apresenta um
ramo dorsal e um ramo ventral. Em 1 caso (33,33%) encontramos três segmentos um dorsal, um médio e um ventral; c) o lobo quadrado apresenta
em 2 casos (66,66%) dois segmentos sendo um dorsal e outro ventral, ramos estes advindos de ramos do lobo medial esquerdo. Em 1 caso (33,33%)
encontramos o referido lobo recebendo um ramo advindo do lobo medial direito; d) o lobo medial direito em todos os casos (100%) apresentou para
o referido lobo dois segmentos sendo um dorsal e outro ventral; e) o lobo lateral direito em todos os casos (100%) apresentou para o referido lobo
três segmentos sendo um dorsal, médio e ventral; f) o processo caudado do lobo caudado em todos os casos (100%) apresentou para o referido lobo
dois segmentos sendo um dorsal e outro ventral.
Nº 0302
Tema Projeto SEGMENTAÇÃO ANÁTOMO CIRÚRGICA DO BAÇO DE NUTRIA (MYO-
CASTOR COYPUS)
Aluno de Iniciação Científica: Matheus Gabriel Marques Peracchi (IC-Junior/FA)
Palavras-chave: Nutria, Baço, Artéria Lienal
A família Capromyidae (RODENTIA: MAMMALIA), possui três gêneros já extintos, restando apenas, no Brasil, o gênero Myocastor, com uma
única espécie, o M. coypus, conhecida como ratão-do-banhado, ou nutria. Trata-se de um mamífero roedor, muito perseguido pelo homem, que visa
o aproveitamento de sua pele e carne. Embora originário do extremo sul do continente americano, esse animal foi introduzido, em meados do último
século, nos EUA e Europa, com vistas à sua exploração econômica tendo, entretanto, se dispersado na natureza. Visando a obtenção de informações,
de cunho morfológico, que possam fundamentar procedimentos que visem à preservação do nutria na natureza, bem como subsidiar pesquisas que
busquem aprimorar métodos de sua exploração racional. O baço é o maior dos órgãos linfáticos e faz parte do sistema reticuloendotelial, participando
dos processos de hematopoiese (produção de células sanguíneas) e hemocaterese (destruição de células velhas). Tem importante função imunológica
de produção de anticorpos e proliferação de linfócitos ativados, protegendo contra infecções, e a esplenectomia (cirurgia de retirada do baço) determina capacidade reduzida na defesa contra alguns tipos de infecção. É um órgão extremamente frágil, sendo muito suscetível à ruptura, em casos de
trauma ou ao crescimento (esplenomegalia) em doenças do depósito e na hipertensão portal. Estudamos a segmentação arterial e venosa de dez baços
de ratão-do-banhado (Myocastor coypus), entre machos e fêmeas colhidos na Pró-Fauna Assessoria e Comércio Ltda. Para tanto empregamos as
técnicas de injeção de acetato de vinila, injeção de Neoprene látex 650 corado. Dividimos o órgão em três porções: dorsal, média e ventral, limitadas
através dos vasos lienais e gastroepiplóicos esquerdo. Evidenciamos segmentos arteriais (AS), venosos (SV) e arteriovenosos (SAV) nas seguintes
porcentagens: porção dorsal – 69,5% de segmento arteriovenoso (SAV) 23,9% de segmento arterial (SA), e 6,65% de segmento venoso (SV). Na
porção média foi encontrado respectivamente 62,5%, 18,9% e 18,6% de segmentos arteriovenoso, venoso e arterial, respectivamente. Foi encontrado
segmentos arteriovenosos, arterial e venosos e 72,2, 22,4 e 5,5 % na porção ventral, respectivemente.
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Nº 0303
Tema Projeto ATIVIDADE DAS ENZIMAS ANTIOXIDANTES NO PROCESSO OXIDATI-
VO INFLAMATÓRIO DE RATOS WISTAR ASMÁTICOS
Aluno de Iniciação Científica: Bruna Carolina Lui Dias (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Anita Nishiyama
Co-Orientador: Ana Lucia Zanatta
Departamento: Fisiologia
Colaborador: Dalva T. de Souza Zardo Miranda, Rodrigo Martinez de Campos,
Mariana da Costa Massaro
Palavras-chave: Enzimas Antioxidantes, Estresse Oxidativo, Óleo de Peixe
Com o objetivo de avaliar a atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPX) em ratos
asmáticos (machos Wistar) suplementados com óleo de peixe e vitamina E, foram utilizados animais pesando 220 ± 20g. Eles foram separados em grupo
controle (C), asmático (A), suplementado com óleo de peixe, 1 g/Kg de peso corpóreo (p.c.) (OP), asmático suplementado com óleo de peixe (AS) e
asmático suplementado com óleo de peixe e vitamina E, 100 mg/Kg de p.c (ASE). A duração da suplementação foi de 21 dias e a indução à asma nos
grupos A, AS e ASE ocorreu por sensibilização e exposição à ovalbumina. Após a coleta do lavado bronco alveolar, este foi utilizado para quantificar
a atividade da CAT pelo método de Aebi 1984, através do consumo de peróxido de hidrogênio pela enzima. Enquanto que a quantificação da atividade
das enzimas SOD e GPX, foram realizadas a partir dos kits da BioAssay Systems®. Todos os resultados foram expressos como média ± erro padrão
da média e a análise estatística foi realizada por ANOVA. O valor de atividade da CAT reduzido (p<0,05) no grupo A (0,1636 µmol/min.mg ± 0,021)
em relação ao grupo C (0,3282 µmol/min.mg ± 0,0379), correspondeu ao encontrado na literatura. O valor estatisticamente igual do grupo A com os
grupos OP (0,1868 µmol/min.mg ± 0,0203), AS (0,2009 µmol/min.mg ± 0,022) e ASE (0,1614 µmol/min.mg ± 0,0194), revelaram que o óleo de peixe,
associado ou não a vitamina E, não provocou modificações na atividade da enzima nos animais asmáticos e permaneceu equivalente ao grupo controle.
A manutenção da atividade enzimática da SOD entre os grupos A (24,11 U/mg ± 0,6182) e ASE (14,19 U/mg ± 0,8208), e ambos, menores (p<0,05)
que o grupo C (14,19 U/mg ± 0,8208), indicou que o óleo de peixe associado a vitamina E, não induziu incremento na atividade da SOD nos animais
asmáticos. Porém, o valor do grupo AS (33,91 U/mg ± 2,325) maior (p<0,05) que o do grupo A e estatisticamente igual ao do grupo C, sugere que o óleo
de peixe, sem associação, reverteu a baixa atividade da enzima encontrada nos asmáticos. O valor da atividade da GPX do grupo C (198,0 U/g ± 45,08)
maior (p<0,05) que o do grupo A (12,59 U/g ± 5,23) e estatisticamente igual aos dos grupos OP (230,3 U/g ± 38,54), AS (164,1 U/g ± 31,25) e ASE
(157,4 U/g ± 28,75), revelou que o óleo de peixe, independente da vitamina E, reverteu a atividade da GPX que estava diminuída no grupo asmático.
Assim, é provável que o óleo de peixe minimize o estresse oxidativo em ratos asmáticos por aumentar a atividade das enzimas SOD e GPX.
Nº 0304
Tema Projeto ALTERAÇÃO DO NÍVEL DE ÁGUA CORPORAL E VARIABILIDADE DE
FREQUÊNCIA CARDÍACA APÓS REDUÇÃO DE PESO PRÉ-COMPETIÇÃO
EM ATLETAS DE JIU-JITSU
Aluno de Iniciação Científica: Caroline Gerba Alves (IC-Voluntária)
Orientador: Raul Osiecki
Co-Orientador: Rogerio Luz Coelho, MD
Colaborador: Johny Young Blood
Palavras-chave: Água Corporal, Frequência Cardíaca, Jiu Jitsu
INTRODUÇÃO: É sabido que atletas de modalidade de lutas, como o jiu-jitsu realizam manobras dietéticas no período pré-competitivo para reduzir
o peso corporal com objetivo de atingir o peso ideal para sua categoria. A perda corporal de água é prejudicial à saúde e ao desempenho esportivo,
a desidratação pode gerar quebra da homeostase corpórea e alteração da atividade metabólica. Assim, são necessários estudos que investiguem o
nível de desidratação de atletas de lutas e a associação entre a desidratação, saúde e performance destes atletas. OBJETIVO: O presente trabalho se
prestou a verificar o nível da desidratação, relacionando com os possíveis efeitos e consequências na saúde (através da determinação da Variabilidade da Frequência Cardíaca – VFC) destas modalidades dietéticas usualmente empregadas por 8 atletas masculinos de jiu-jitsu de nível nacional
e internacional. METODOLOGIA: A amostra contou com oito atletas de jiu-jitsu, com idades entre 18 e 28 anos de nível competitivo nacional e
internacional, que foram avaliados em dois momentos distintos: a) pré-protocolo de perda de peso e b) pós-protocolo de perda de peso. Para caracterização da amostra foi realizada uma avaliação antropométrica de acordo com a disponibilidade do atleta. Os atletas foram orientados a utilizar os
métodos de desidratação usualmente empregados por eles próprios em períodos pré-competitivos para a redução do peso corporal. RESULTADOS:
Foram encontradas diferenças significativas entre os valores pré e pós-protocolo nos aspectos: água corporal total (pré = 45,0L e pós = 41,06L com
p < 0,05); percentual de água corporal (pré = 59,6% e pós = 55,4% com p < 0,05). Também foi encontrada diferença nos valores pré e pós-protocolo
para Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC), expressadas em média ± desvio padrão: pré = 56,9875 ± 30,5199 e pós = 9,325 ± 2,00339 com
p < 0,001. CONCLUSÕES: A desidratação usualmente utilizada pelos atletas para atingir peso de competição está associada ao aumento agudo de
fatores de risco cardiovasculares e à saúde, como a redução da VFC e dos líquidos corporais. Mais estudos são necessários para avaliar como esses
fatores se comportam de forma crônica.
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Nº 0305
Tema Projeto AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ÂNIONS SUPERÓXIDO POR MACRÓ-
FAGOS ALVEOLARES EM PULMÃO DE RATOS WISTAR ASMÁTICOS SUPLEMENTADOS COM ÔMEGA-3 E VITAMINA E
Aluno de Iniciação Científica: Mariana da Costa Massaro (IC-Voluntária)
Colaborador: Ana Lucia Zanatta, Dalva T. S. Zardo Miranda,
Rodrigo Matinez de Campos
Palavras-chave: Ânions Superóxido, Asma, Óleo de Peixe
O objetivo do estudo foi determinar a concentração de Ânions superóxido produzidos pelos macrófagos do LBA de ratos asmáticos suplementados
com óleo de Peixe e Vitamina E. Foram utilizados ratos Wistar machos pesando 220±20g separados em 5 grupos: Controle (C), Suplementado
com óleo de peixe (OP), Asmático (A), Asmático suplementado com óleo de Peixe (AS) e Asmático suplementado com óleo de peixe e vitamina E
(ASE). A suplementação da dieta com o óleo de peixe foi feita por 21 dias consecutivos (1g/kg de peso corporal), sendo que os grupos C e A receberam água na mesma medida. A dose de Vitamina E veiculada correspondeu à 100mg/kg. No 5º e no 12º foi realizada a sensibilização e exposição à
Ovalbumina (OVA). No 19º, 20º e 21º dias foi realizado o desafio alergênico pulmonar. No 22º dia foi realizada a coleta do LBA para a quantificação
dos ânions Superóxido. O método de quantificação baseia-se na redução do NBT, cuja reação forma um precipitado azul. A intensidade da cor foi
então medida no espectrofotômetro. Os valores foram expressos como Média± erro padrão, onde a análise estatística foi realizada por ANOVA.
O grupo A (0,06±0,003) (n=15), apresentou-se diminuído (p<0,05) em relação ao grupo C (0,090,007) (n=9), o mesmo ocorreu com os grupos
OP (0,06±0,002) (n=13) e ASE (0,06±0,002) (n=13). Ao contrário dos valores obtidos para o grupo AS (0,07±0,005) (n=15), que se mostraram
semelhantes ao grupo C (p<0,05) . A partir dos valores obtidos, é possível verificar que os macrófagos deste ensaio, por serem retiradas de um ambiente hiperestimulado, apresentam capacidade de produção de ROS inversamente relacionada com sua ação in vivo. Assim, os resultados sugerem
a diminuição da capacidade de produção de ROS pelos macrófagos dos Ratos asmáticos suplementados. Nesse contexto, os animais asmáticos
suplementados com o óleo de peixe, foram capazes de minimizar a produção de ânions superóxido típica da asma.
Nº 0306
Tema Projeto VIABILIDADE DE CÉLULAS DE SERTOLI DE RATOS PRÉ-PÚBERES EX-
POSTAS IN VITRO AO MONO-(2-ETILHEXIL)-FTALATO E NONILFENOL.
Aluno de Iniciação Científica: Marina Augusto Heuschkel (PIBIC/CNPq)
Orientador: Rosana Nogueira Morais
Colaborador: Andrei de Sousa Santos, Katlyn Barp Meyer
Palavras-chave: Ftalato, Nonilfenol, Células de Sertoli
Com o declínio da função reprodutiva masculina, cresce também a preocupação em relação aos desreguladores endócrinos, substâncias que podem
alterar o sistema endócrino e reprodutivo. Entre elas estão o mono-(2-etilhexil)-ftalato (MEHP) e o 4-nonilfenol (NP), as quais, entre outros efeitos,
induzem a formação de espécies reativas de oxigênio, levando ao estresse oxidativo em células testiculares, incluindo as células de Sertoli, principal linha de defesa testicular. Assim, nosso objetivo foi avaliar a citotoxicidade de diferentes doses de MEHP e NP a serem utilizadas em estudo
de estresse oxidativo em cultivos primários de células de Sertoli de ratos pré-púberes. Para isolamento das células, os testículos de ratos Wistar
de 18 a 21 dias (n=20) foram coletados, decapsulados e digeridos em duas etapas com colagenase (0,1%). As células de Sertoli foram separadas
por sedimentação, ressuspendidas em meio de cultura Ham’s F-12 e meio de Eagle modificado, semeadas em placas de 96 poços em 300 uL de
suspensão (10µg de DNA/mL) por poço e cultivadas a 34°C em uma atmosfera de 5% CO2 e 95% ar. O MEHP e NP, diluídos em dimetilsulfóxido,
foram adicionados ao meio de cultivo em concentrações variáveis. Os tratamentos (n=8 por grupo) foram veiculo 0,25% (Controle) ou diferentes
concentrações de MEHP (M1, 10μM; M2, 50μM; M3, 100 μM; M4, 200 μM) ou NP (N1, 10μM; N2, 20 μM; N3, 40 μM; N4, 100μM). Os tratamentos foram feitos após quatro dias de cultivo, por 24 horas. Para avaliar a citotoxicidade das substâncias, determinou-se a viabilidade celular por
ensaio MTS (3-(4,5-dimetil-2-il)-5-fenilmetil (3-carboxi)-2-(4 sulfofenil)-2H-tetrazolio), utilizando um kit comercial (CellTiter 96 Aqueous non
radioactive cell proliferation assay; PromegaCorp., Madison, WI). O método determina a viabilidade celular pela medida da conversão de MTS em
formazan pelas enzimas desidrogenases de células metabolicamente ativas. A leitura da absorbância a 490 nm é diretamente proporcional à viabilidade. A média (±EPM) da viabilidade celular (%) foi de 98,4±1,5; 99,0±1,0; 97,8±2,0 e 102,7±1,9 em relação ao controle após exposição a M1,
M2, M3 e M4 e de 99,2±1,5; 97,7±1,6; 101,4±1,2; 98,9±1,8, para N1, N2, N3 e N4 respectivamente, não sendo detectada diferença significativa
entre o grupo controle e os tratados. Deste modo, podemos concluir que as concentrações utilizadas de MEHP e NP não são citotóxicas e podem
ser usadas para avaliar seus efeitos oxidativos sobre células de Sertoli in vitro.
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Nº 0307
Tema Projeto AVALIAÇÃO DE EFEITOS REPRODUTIVOS EM RATOS MACHOS ADUL-
TOS EXPOSTOS IN UTERO AOS ANTIVIRAIS ACICLOVIR E GANCICLOVIR.
Aluno de Iniciação Científica: Natalia Botelho Trevisani (PIBIC/CNPq)
Curso: Odontologia (MT)
Orientador: Anderson Joel Martino Andrade
Colaborador: Fabíola Nihi
Palavras-chave: Antivirais, Ratos, Testículo
Os processos envolvidos no desenvolvimento gonadal e fenotípico masculinos são sensíveis à exposição a agentes químicos, pois dependem
de complexas interações entre células e sistemas de sinalização química. Estudos anteriores indicam que os antivirais Aciclovir e Ganciclovir
apresentam potencial para alterar o desenvolvimento testicular de ratos, especialmente quando a exposição ocorre no início do período de
diferenciação gonadal. O presente projeto avaliou os possíveis efeitos tardios nos órgãos reprodutivos de ratos expostos in utero a esses antivirais.
Ratas penhes foram divididas em cinco grupos experimentais, recebendo três aplicações (08h00; 13h00 e 18h00) de veículo ou antivirais pela via
subcutânea, no 10º dia de gestação: (1) Veículo (3 x água destilada); (2) Aciclovir 75 mg/kg (3 x 25 mg/kg); (3) Aciclovir 300 mg/kg (3 x 100 mg/
kg); (4) Ganciclovir 75 mg/kg (3 x 25 mg/kg); (5) Ganciclovir 300 mg/kg (3 x 100 mg/kg). Os descendentes masculinos foram investigados diariamente a partir do 38º dia pós-natal quanto à separação prepucial (marcador externo do início da puberdade em ratos), e eutanasiados no 91º dia (± 1
dia) para análise do peso de órgãos reprodutivos, histologia testicular e testosterona sérica. A exposição aos antivirais não causou alteração no peso
corporal das progenitoras ou das ninhadas. Também não foram observadas diferenças significativas no dia médio de separação prepucial. Não houve
diferença nos pesos de órgãos, com exceção dos testículos e epidídimos. No grupo exposto ao Ganciclovir 300 mg/kg o peso do epidídimo estava
significativamente reduzido em relação ao controle, enquanto houve um aumento no peso do epidídimo no grupo aciclovir 75 mg/kg. Também foi
observada uma redução significativa no peso relativo dos testículos dos animais expostos ao ganciclovir 300 mg/kg. Na análise da histologia testicular foram encontradas alterações nos túbulos seminíferos dos animais expostos a maior dose de ganciclovir, incluindo depleção de células germinativas e redução do diâmetro dos túbulos seminíferos. A concentração sérica de testosterona não demonstrou qualquer alteração. Esses resultados
indicam que a exposição ao ganciclovir durante uma curta janela da diferenciação gonadal de ratos, 10º dia de gestação, pode causar efeitos tardios.
Estudos adicionais são necessários para revelar os mecanismos responsáveis pela depleção de células germinativas após a exposição in utero.
Nº 0308
Tema Projeto EFEITOS DOS FTALATOS DBP E DEHP EM MODELOS DE HIPERSENSI-
BILIDADE DE CONTATO: AVALIAÇÃO DE EDEMA DE ORELHA E HISTOLOGIA EM CAMUNDONGOS.
Aluno de Iniciação Científica: Renata Mercer Zaia (PIBIC/CNPq)
Orientador: Luana Fischer
Co-Orientador: Anderson Joel Martino Andrade
Colaborador: Ana Carolina Lourenço, Natalia Botelho Trevisani,
Leonardo de Athayde Pinto
Palavras-chave: DBP, Hipersensibilidade de Contato, Camundongos
Estudos recentes têm demonstrado que certos ftalatos, como o DBP, podem exercer efeitos adjuvantes em modelos de hipersensibilidade de contato,
exacerbando a resposta inflamatória. De acordo com estimativas de exposição humana, perfumes contendo DBP podem resultar em exposições de
0,4 mg DBP/dia. O objetivo do presente estudo é investigar o efeito adjuvante do DBP em um modelo de hipersensibilidade de contato induzida
por oxazolona, usando doses de DBP relevantes para os humanos. Uma vez que dados preliminares mostraram que o DBP apresenta maior potencial adjuvante em relação ao DEHP, o primeiro foi escolhido para a realização de um estudo dose-resposta. Camundongos adultos Balb/c foram
divididos em 8 grupos experimentais (n=6/grupo). Os tratamentos foram realizados em duas etapas: (1) fase de sensibilização, com aplicação
tópica de oxazolona (75 µg/animal) ou veículo (30 µL acetona/animal) no abdômen tricotomizado; e (2) fase de indução, com aplicação tópica na
orelha direita de oxazolona (75 µg/animal), oxazolona seguida de DBP, ou apenas veículo (30 µL acetona/animal). De acordo com os tratamentos
recebidos nas fases de sensibilização/indução, foram constituídos os seguintes grupos experimentais: acetona/oxazolona (controle negativo de
sensibilização); oxazolona/acetona (controle negativo de indução); oxazolona/oxazolona (controle positivo); oxazolona/oxazolona+DBP 0,04 mg;
oxazolona/oxazolona+DBP 0,4 mg; oxazolona/oxazolona+DBP 4 mg. O DBP, diluído em acetona, foi aplicado no dia da indução e nos dois dias
subsequentes, enquanto os demais grupos (controles) receberam veículo (30 µL acetona/animal). Por três dias subsequentes à indução a espessura
da orelha (edema) foi medida com um micrômetro. Após a última medida, os animais foram eutanasiados e as orelhas foram coletadas para a análise
histológica. A espessura da orelha estava aumentada no grupo controle positivo, quando comparado aos controles negativos. O edema induzido por
oxazolona estava aumentado nos grupos tratados com DBP nas doses 0,4, e 4 mg/orelha, quando comparados com o grupo controle positivo. Porém,
não foi encontrada diferença entre o controle positivo e o grupo tratado com 0,04 mg de DBP. Estes resultados indicam que o DBP pode aumentar
o edema no modelo de hipersensibilidade de contato induzida por oxazolona em camundongos. Mais estudos, incluindo os dados de histologia e
análise do perfil de células por citometria de fluxo, atualmente em andamento, são necessários para a identificação do mecanismo de ação do DBP
nos modelos de hipersensibilidade por contato.
173
Nº 0309
Tema Projeto PRODUÇÃO DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO POR MACRÓFAGOS ALVEOLARES EM PULMÃO DE RATOS WISTAR ASMÁTICOS SUPLEMENTADOS COM
ÔMEGA-3 E VITAMINA E.
Aluno de Iniciação Científica: Rodrigo Martinez de Campos (IC-Voluntária)
Co-Orientador: Ana Lucia Zanatta
Colaborador: Dalva Teresinha de S. Z. Miranda, Mariana da C. Massaro,
Bruna Carolina Lui Dias
Palavras-chave: Estresse Oxidativo, Asma, Óleo de Peixe
O quadro de inflamação asmática está associado com o estresse oxidativo, decorrente da geração excessiva de espécies reativas de oxigênio (ERO) e/
ou diminuição de antioxidantes endógenos. O peróxido de hidrogênio (H2O2) é um exemplo de ERO presente no ambiente inflamatório; não é nocivo
ao organismo, mas reage com nitrito formando o peroxinitrito (ONOO−), que promove a peroxidação lipídica. O objetivo deste estudo foi avaliar
a produção de H2O2 em lavado bronco alveolar (LBA) de ratos asmáticos suplementados com ômega-3 e vitamina E. A avaliação da produção de
H2O2; que consiste na detecção do peróxido de hidrogênio através da oxidação do vermelho de fenol pela peroxidase. Foi verificado que nos múltiplos ensaios de padronização da produção de H2O2 com estímulos, tanto o PAF quanto o PMA não foram satisfatórios em seus propósitos, pois a
produção deste composto por ambos os estímulos foi estatisticamente igual quando comparados aos grupos sem estímulos. Portanto, estes dados não
foram usados para interpretação dos resultados gerais. Ratos Wistar machos adultos com aproximadamente 220±20g, foram separados em grupos:
controle (C), asmático (A), suplementado com óleo de peixe (OP), asmático suplementado com óleo de peixe (AS) e asmático suplementado com
óleo de peixe e vitamina E (ASE). A suplementação ocorreu durante 21 dias, a dose administrada de óleo de peixe foi 1g/Kg de peso corpóreo (pc) e a
dosa da vitamina E foi de 100 mg/Kg pc. A asma foi induzida nos grupos A, AS e ASE, por sensibilização nos 5º e 12º dias e exposição à ovalbumina
(1 mg/mL) nos 19º, 20º e 21º dias. Todos receberam dose letal de uretana no 22º dia, foi coletado o LBA para o ensaio. Os resultados foram expressos
como média ± erro padrão da média e a análise estatística foi realizada por ANOVA com pós-teste de Tukey.
Nº 0310
Tema Projeto DETERMINAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DOS ANTIVIRAIS ACI-
CLOVIR E GANCICLOVIR EM RATAS TRATADAS DURANTE A GESTAÇÃO
Aluno de Iniciação Científica: Leonardo de Athayde Pinto (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Anderson Joel Martino Andrade
Colaborador: Fabíola Nihi
Palavras-chave: Aciclovir, Ganciclovir, Concentração Sérica
Os processos envolvidos no desenvolvimento gonadal e fenotípico masculino são particularmente sensíveis a exposição a xenobióticos, pois dependem de complexas interações entre células e sistemas de sinalização química. Dados preliminares indicam que os antivirais aciclovir e ganciclovir
apresentam potencial para alterar o desenvolvimento e função testicular de ratos, quando a exposição ocorre no início do período de diferenciação
gonadal. O presente estudo teve como objetivo analisar as concentrações séricas de aciclovir e ganciclovir em ratas prenhes expostas no 10° dia
de gestação (dose interna), e a relação desses dados com os efeitos tóxicos observados em estudos complementares. Ratas prenhes foram obtidas
a partir do acasalamento de ratos Wistar adultos durante a fase escura do ciclo de luz, na proporção de um macho para três fêmeas. As fêmeas
prenhes foram então divididas em cinco grupos experimentais, recebendo três aplicações (08h00; 13h00 e 18h00) de veículo ou antivirais pela via
subcutânea no 10º dia de gestação: (1) Veículo (3 x água destilada); (2) Aciclovir 75 mg/kg (3 x 25 mg/kg); (3) Aciclovir 300 mg/kg (3 x 100 mg/
kg); (4) Ganciclovir 75 mg/kg (3 x 25 mg/kg); (5) Ganciclovir 300 mg/kg (3 x 100 mg/kg). Uma hora após a última administração, os animais
foram eutanasiados para a coleta de sangue e obtenção do soro. A determinação das concentrações séricas dos antivirais aciclovir e ganciclovir
foi realizada pelo método de cromatografia líquida de alta resolução (HPLC) com detecção ultravioleta. As concentrações séricas de aciclovir na
menor e maior dose foram (mg/L; média ± desvio padrão) 6,69 ± 1,10 e 27,40 ± 5,26, respectivamente, e para o ganciclovir 7,61 ± 1,52 e 42,83
± 4,91. Os resultados de experimentos complementares conduzidos no nosso laboratório indicaram que os efeitos testiculares, como depleção de
células germinativas, são observados apenas em animais expostos a maior dose de ganciclovir. Por outro lado, a maior dose de aciclovir parece ter
promovido efeitos mais severos sobre o desenvolvimento geral dos filhotes, bem como alterações no peso do timo. Embora esses dados possam
sugerir diferentes espectros de toxicidade para esses antivirais, os resultados do presente estudo indicam que os efeitos observados também podem
ser resultado de diferenças na biodisponibilidade desses compostos. Dados obtidos em seres humanos indicam que administrações intravenosas
podem resultar em concentrações plasmáticas de aciclovir e ganciclovir próximas àquelas reportadas no presente estudo para ratos.
174
Nº 0311
Tema Projeto INDUÇÃO DE PREJUÍZOS COGNITIVOS PELA PRIVAÇÃO DE SONO
REM DEPENDE DE NORADRENALINA E SEROTONINA NO MODELO DE
PARKINSONISMO INDUZIDO POR ROTENONA
Aluno de Iniciação Científica: Ana Carolina Damm dos Santos (PIBIC/CNPq)
Orientador: Marcelo de Meira Santos LimaColaborador: Marcela Alexandra Vargas Castro
Palavras-chave: Privação de Sono REM, Dopamina, Rotenona
O modelo de Doença de Parkinson (DP) em roedores, induzido por aplicação de rotenona intranigral, descrito recentemente, fornece um modelo
importante para estudo dos mecanismos de lesão neuronal dopaminérgica induzida por toxinas. A relevancia deste modelo permanece inexplorada,
em especial no que tange os distúrbios de sono que ocorrem na DP. Assim, a construção de um modelo que demonstre as diversas alterações comportamentais e neuroquímicas relacionadas ao sono podem ser úteis no entendimento da associação entre DP e regulação do sono. Utilizaram-se
ratos Wistar machos distribuídos nos seguintes grupos: sham controle (n=10), sham privados de sonode movimentos oculares rápidos (PSREM)
(n=10), rotenona controle (n=10) e rotenona PSREM (n=10). Foram realizadas injeções bilaterais com infusão intranigral de rotenona no dia zero
e no dia 1 foi realizado o teste do campo aberto. No dia 20 os respectivos grupos passaram por um período de 1 dia de PSREM, sendo novamente
testados no campo aberto no dia 21. Concomitantemente, os grupos foram submetidos a sessões de treino no teste de reconhecimento de objetos,
seguido por um período exato de 24 horas de PSREM, dia 21. No dia seguinte (22), os ratos foram re-expostos ao teste de campo aberto e ao teste
de reconhecimento de objetos (fase de escolha). Após a última sessão de testes comportamentais, os encéfalos foram dissecados e imediatamente
seus estriados foram recolhidos para fins neuroquímicos. Observamos que uma breve exposição à PSREM foi capaz de alterar drasticamente o
Teste de Reconhecimento de Objetos, similarmente à lesão nigroestriatal promovida pela lesão intranigral com rotenona. Entretanto, a combinação
de PSREM e rotenona surpreendentemente não provocou prejuízo na memória, devido a um mecanismo compensatório mediado pela liberação
estriatal de dopamina. Ainda, foi demonstrada a existência de mudanças na neurotransmissão de Serotonia e Noradrenalina no estriado, mais como
função da PSREM e PSREM somada à rotenona, respectivamente.
Nº 0312
Tema Projeto ESTUDO DO EFEITO DA EXPOSIÇÃO MÚLTIPLA AO LIPOPOLISSACARÍ-
DEO SOBRE A DEGENERAÇÃO DOPAMINÉRGICA NA SUBSTÂNCIA NEGRA PARTE COMPACTA EM RATOS WISTAR
Aluno de Iniciação Científica: Danielle Regina Bento Lessa da Silva (PIBIC/CNPq)
Orientador: Anete Curte Ferraz
Colaborador: Ana Marcia Delattre
Palavras-chave: Doença de Parkinson, Memória, LPS
Nos últimos anos uma variedade de mecanismos foram propostos para explicar a etiologia da doença de Parkinson (DP) e sua progressiva perda
neuronal dopaminérgica. Baseado nas hipóteses de que a DP é resultante da interação sinérgica de múltiplos insultos, e das evidencias que mostram
que a reação glial e processos inflamatórios podem participar de uma série de eventos em cascata que levam à morte neuronal, neste estudo foi
avaliado o efeito da exposição crônica ao lipopolissacarídeo (LPS) como fator desencadeante de uma perda progressiva dos neurônios dopaminérgicos, analogamente à realidade da perda gradual e contínua vista no paciente portado da DP. Para tanto, ratos Wistar com 12 semanas de idade
foram submetidos à cirurgia estereotáxica para implantação unilateral de cânula de espera para infusão intranigral de solução contendo 0,8μg/μl de
LPS (grupo LPS) ou solução salina (grupo Sham). O dia da cirurgia foi considerado o dia 0, e as infusões foram realizadas nos dias 2, 6, 10 e 14
após a instalação da cânula. 48 horas após cada aplicação um grupo de animais foi ortotanasiado para quantificação dos neurotransmissores através
de técnica cromatográfica. Os grupos foram submetidos a testes comportamentais para avaliação da motricidade através do campo aberto (CA) e
memória de reconhecimento do novo objeto. Os dados foram analisados por ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Duncan. No teste do CA
os animais do grupo salina e LPS, independentemente do número de injeções, não demonstraram alteração em nenhum dos parâmetros analisados.
No teste de memória de reconhecimento do novo objeto, os animais dos grupos Sham permaneceram mais tempo explorando o objeto novo em
relação ao familiar frente aos diferentes números de injeções (p<0,02). No entanto, o grupo LPS apresentou prejuízo de memória que se manteve
independentemente do número de injeções (p<0,005). Muito embora todos os animais que receberam injeção intranigral de LPS tenham apresentado
significativa redução na concentração de dopamina estriatal (p<0,01) esta redução não foi influenciada pelo número de injeções aplicadas (p=0,23).
Assim, conclui-se que a aplicação de LPS pode gerar um processo suficiente para reduzir a concentração deste neurotransmissor e afetar o desempenho do teste de memória, todavia esta redução não se apresentou progressiva.
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Nº 0313
Tema Projeto INFLUÊNCIA DO CRONOTIPO SOBRE A SESTA
Aluno de Iniciação Científica: Fábio Henrique Menom (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Prof. Dr. Fernando Mazzilli Louzada
Palavras-chave: Sesta Diurna, Cronotipo, Sono de Ondas Lentas
A sesta apresenta vários benefícios já descritos na literatura, tais como reduzir a sonolência, melhorar o desempenho cognitivo, além de ser uma boa
estratégia para lidar com a privação de sono. Apesar disso, são poucos os estudos que tiveram como objetivo estudar os fatores que a influenciam.
Portanto, esse estudo tem a finalidade de investigar se o cronotipo é um dos fatores que influenciam a arquitetura da sesta diurna. Para participar
do estudo um total de 43 voluntários saudáveis entre 18-32 anos (22.16 ± 0.58) preencheram o questionário HO - “Morningness - Eveningness
Questionnaire” (MEQ) de Horne e Östberg - com o objetivo de se pesquisar a preferência circadiana e a Escala de Sonolência de Epwort (ESS) para
avaliar o perfil do sonolência diurna. Para monitorar o sono noturno, durante uma semana os sujeitos utilizaram actígrafos e preencheram diários de
sono antes de retornar ao laboratório para dormirem a sesta. No dia do experimento, após a montagem da polissonografia, os voluntários tiveram a
oportunidade de dormir 90min, tendo como horário de início aproximadamente 13:30. Eles dormiram em média 66.55 minutos, com uma latência de
sono média de 10.6 minutos. A maior parte do tempo da sesta foi ocupada pelo estágio 2 (54.61%), seguida pelo estágio 1 (25.6%), SWS (15.37%) e
sono REM (4.42%). A pontuação no questionário HO, os dados do actímetro e os minutos de vigília prévia foram correlacionados com as variáveis da
sesta obtidas na polissonografia. Foi encontrada uma correlação negativa entre a pontuação do questionário e o sono de ondas lentas (SWS) (r=-.364,
p=.044) e uma correlação positiva com o Estágio N1 (r=.371, p=.014). Isto significa que a matutinidade (preferência por acordar e dormir mais cedo)
está associada a uma maior duração do sono de ondas lentas e a uma menor duração de N1 numa sesta feita no período da tarde, o que poderia ser
explicado por uma maior pressão de sono nesses indivíduos, ou então pelo horário programado para a sesta, o qual é mais apropriado.
Nº 0314
Tema Projeto EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE SOBRE FATORES
PRÓ-INFLAMATÓRIOS NA GERAÇÃO F1 PROMOVIDA PELA EXPOSIÇÃO
PRÉ-NATAL AO LIPOPOLISSACARÍDEO
Aluno de Iniciação Científica: Isabela Menezes (Pesquisa voluntária)
Palavras-chave: Doença de Parkinson, omega-3, neuroproteção
Baseados na hipótese de que a causa da doença de Parkinson (DP) é multifatorial e resultante da interação sinérgica de múltiplos insultos, alguns
autores começaram a especular que fatores específicos, que ocorreram ainda com o indivíduo intra-utero, podem predispor à neurodegeneração.
Estudo em animais demonstrou que a exposição pré-natal ao lipopolissacarídeo de Escherichia coli (LPS), que mimetiza uma infecção bacteriana
durante a gestação em humanos, causou uma perda significativa nos neurônios dopaminérgicos da substancia negra parte compacta. Assim, o objetivo foi investigar o efeito lesivo desta toxina administrada num período crítico para o desenvolvimento do sistema nervoso central em associação
com a suplementação com ácidos graxos poliinsaturados da família ômega-3 sobre a função cognitiva e a motricidade na geração F1. Para tanto,
ratas Wistar com 12 semanas de idade foram divididas em dois grupos: óleo de peixe (OP) que receberam durante a gestação e lactação suplementação diária com 3g/kg de óleo de peixe e grupo controle (C) sem suplementação. No 11º dia de gestação cada grupo foi subdividido em dois
e cada rata recebeu, via i.p., injeção com LPS (OP/LPS e C/LPS) na dose de 1ml/kg corporal ou volume idêntico de solução salina (OP/S e C/S).
Os filhotes machos, aos 21 dias de vida foram submetidos a teste para avaliação da memória de localização do objeto e campo aberto. Os dados
foram avaliados por ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Duncan. A injeção de LPS, nas ratas que mantiveram o processo de gestação,
reduziu significativamente o número de filhotes por ninhada quando comparado às ratas que receberam injeção de salina (p<0.001); redução que
não foi influenciada pela suplementação com óleo de peixe (p=0.85). No teste de memória de localização do objeto, os animais dos grupos OP/S
e C/S exploraram mais tempo o objeto cuja localização foi modificada em relação ao objeto referência (p<0,04), e os animais C/LPS exibiram
tempos iguais para os dois objetos (p=0,17). No entanto, os animais OP/LPS exibiram aprendizagem semelhante a dos salinas (p<0,005). No teste
de campo aberto os animais do grupo LPS exibiram maior velocidade média em relação aos demais grupos (p<0,03), sem apresentar diferença nos
demais parâmetros. Assim, pode-se concluir que a exposição pré-natal ao LPS gerou déficit cognitivo, o qual foi revertido pela suplementação com
óleo de peixe, possivelmente através de um mecanismo anti-inflamatório.
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Nº 0315
Tema Projeto EFEITO DO TRATAMENTO COM METILFENIDATO SOBRE A RITMICIDA-
DE CIRCADIANA EM MODELO ANIMAL DO TRANSTORNO DE DÉFICIT
DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE
Aluno de Iniciação Científica: Laura Simões da Costa Pinto (PIBIC/CNPq)
Orientador: Fernando Mazzilli Louzada
Palavras-chave: Ritmo circadiano, Metilfenidato, SHR
O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é considerado o transtorno psiquiátrico mais comum na infância e a droga mais utilizada
no tratamento é o metilfenidato. Um modelo animal bastante utilizado para TDAH é a linhagem de ratos espontaneamente hipertensos (SHR), que
apresentam hiperatividade locomotora. Até o momento o efeito crônico do metilfenidato sobre a ritmicidade circadiana não foi avaliado em ratos
SHR, sendo o objetivo deste estudo avaliar o efeito da administração de metilfenidato sobre a ritmicidade circadiana neste modelo animal. Para
avaliar parâmetos do ritmo de atividade/repouso destes animais, ratos Wistar (W) e SHR foram mantidos isolados em gaiolas individuais a partir do
dia pós-natal 28 em ciclo claro/escuro 12:12 (5 animais por grupo) ou em escuro constante (4W/5SHR), com a atividade locomotora registrada por
meio de sistema de registro automático desenvolvido pelo Laboratório de Cronobiologia da UFRN durante 40 dias. Os dados de atividade foram
agrupados em blocos de 5 minutos para a construção de actogramas e para análise espectral. Ambas as linhagens mostraram-se sincronizadas ao ciclo
claro/escuro, com ritmo circadiano de atividade/repouso com período de 24h. Em escuro constante, houve diferenças no período endógeno quando
as duas linhagens foram comparadas por meio do teste U de Mann-Whitney. Ratos Wistar expressaram um período endógeno maior, {24,73(0,29)h}
quando comparados aos ratos SHR {24,06(0,07) h} (p=0,0143). Para a escolha da dose de metilfenidato a ser utilizada durante o tratamento crônico
foram realizados administrações agudas de diferentes doses do medicamento (3; 5; 7 e 10mg/kg) em comparação à solução salina em ratos Wistar,
com avaliação do efeito do tratamento na locomoção periférica, central e total no aparato de Campo Aberto. As variáveis foram comparadas por meio
do teste ANOVA de uma via, seguido de teste post-hoc de Fisher. Foram considerados significativos valores de p.
Nº 0316
Tema Projeto EFEITOS COMPORTAMENTAIS DA INOCULAÇÃO, EM RATOS WISTAR,
DA GIRO E CROTOXINA, TOXINAS DA SERPENTE CROTALUS DURISSUS TERRIFICUS (VIPERIDAE: CROTALINAE)
Aluno de Iniciação Científica: Lívia Helena Gomes Pereira (IC-Voluntária)
Orientador: Claudia Maria Sallai TanhofferCo-Orientador: Edson Antônio Tanhoffer
Colaborador: Diego de Carvalho
Palavras-chave: Labirinto em Cruz Elevado, Toxinas, Ansiedade
Acidentes causados por serpentes, no Brasil, são qualificados como problema de saúde pública. Entre os anos 2000 e 2010, foram notificados
280.699 casos em todo o território brasileiro (Sinan/SVS/MS, 2011), muitos destes envolvendo serpentes peçonhentas, como a cascavel sul-americana (Crotalus durissus terrificus). Desta maneira, o presente trabalho busca avaliar os efeitos das toxinas ofídicas – crotoxina e gitoxina
– sobre o comportamento, o aprendizado e a memória operacional de ratos Wistar. Divididos em dois grupos: controle (n=10) e experimental (n=9),
os ratos (machos pesando 200-250g) sofreram inoculação, via intrapenitoneal (IP), de solução salina e de veneno bruto de cascavel (1200µg/kg),
respectivamente. Foram, então, submetidos a testes e re-testes com a duração de cinco minutos, cada, em o labirinto em cruz elevado (LCE) e cinco
minutos de intervalo entre as exposições. Os procedimentos foram repetidos após cinco dias, desta vez com a alteração na duração dos intervalos que passaram a ter três minutos. Alterações nos níveis de ansiedade e memória em ratos do grupo experimental foram avaliados. Somente o grupo
controle apresentou diferença no tempo de permanência nos braços abertos, entre os dias de exposição ao LCE, evidenciando um possível prejuízo
de memória operacional nos animais do grupo experimental. Em termos de número de entradas nos braços, não houve diferença entre os dois grupos, uma vez que foi observado que os animais envenenados não exibiam prejuízos motores que os impedissem de realizar a tarefa. Aprovado pelo
Comitê de Ética da Universidade Federal do Paraná (UFPR), sob Certificação Nº537, o estudo pretende ampliar o conhecimento sobre os efeitos
das toxinas de Crotalus durissus terrificus ante o comportamento e a memória operacional, em casos de acidente.
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Nº 0317
Tema Projeto INDUÇÃO DE PREJUÍZOS COGNITIVOS PELA PRIVAÇÃO DE SONO
REM DEPENDE DE DOPAMINA E SEROTONINA NO MODELO DE PARKINSONISMO INDUZIDO POR ROTENONA
Aluno de Iniciação Científica: Marcela Alexandra Vargas Castro (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Marcelo de Meira Santos LimaColaborador: Ana Carolina Damm dos Santos
Palavras-chave: Sono, Parkinson, Rotenona
A doença de Parkinson (DP) decorre da degeneração dos neurônios dopaminérgicos da via nigroestriatal com consequente prejuízo na liberação
de dopamina (DA) no estriado. Essas alterações geram prejuízos motores (clássicos) e não motores (ainda pouco compreendidos), dentre eles
distúrbios de sono e prejuízos de memória. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi de investigar as alterações cognitivas e neuroquímicas,
além dos prejuízos motores, produzidas pela privação de sono de movimentos oculares rápidos (PSREM) no modelo da DP induzido por rotenona.
O modelo de rotenona intranigral recentemente descrito em roedores fornece um modelo interessante para o estudo dos mecanismos de indução
de lesão neuronal dopaminérgica da toxina. A relevância do modelo permanece inexplorado em relação a distúrbios do sono que ocorrem na DP.
Baseado nisso, a construção de um modelo de DP que retrata as várias alterações comportamentais e neuroquímicas relacionadas ao sono, seria
útil para a compreensão da associação entre DP e regulação do sono. Utilizaram-se ratos Wistar machos distribuídos nos seguintes grupos: sham
controle (n=10), sham PSREM (n=10), rotenona controle (n=10) e rotenona PSREM (n=10). Foram realizadas injeções bilaterais com infusão
intranigral de rotenona no dia zero e no dia 1 foi realizado o teste do campo aberto. No dia 20 os respectivos grupos passaram por um período de
1 dia de PSP, sendo novamente testados no campo aberto no dia 21. Concomitantemente, os grupos foram submetidos a sessões de treino no teste
de reconhecimento de objetos, seguido por um período exato de 24 horas de PSREM, dia 21. No dia seguinte (22), os ratos foram re-expostos ao
teste de campo aberto e ao teste de reconhecimento de objetos (fase de escolha). Após a última sessão de testes comportamentais, os encéfalos
foram dissecados e imediatamente seus estriados foram recolhidos para fins neuroquímicos. Observou-se que uma exposição de curta duração a
PSREM foi capaz de prejudicar drasticamente o teste de reconhecimento de objetos de forma semelhante a uma lesão nigroestriatal promovida pela
rotenona intranigral. No entanto, a combinação entre o PSREM e rotenona, surpreendentemente não resultou em uma perda sinérgica de memória,
possivelmente indicando a ocorrência de um mecanismo compensatório mediado pela liberação de dopamina no estriado. Além disso, os resultados
demonstraram a existência de alterações nos neurotransmissores serotonina e noradrenalina no estriado, principalmente em função da PSREM e da
rotenona associada à PSREM, respectivamente.
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE SOBRE A PERDA
NEURONAL DOPAMINÉRGICA PROMOVIDA PELA EXPOSIÇÃO PRÉ-NATAL AO LIPOPOLISSACARÍDEO
Aluno de Iniciação Científica: Paula Regina Gelinski Kempe (PIBIC/CNPq)
Palavras-chave: Doença de Parkinson, neuroproteção, omega-3
Embora a etiologia da doença de Parkinson ainda permaneça desconhecida, estuda-se que a redução das células dopaminérgicas pode estar associada a diferentes mecanismos. Alguns estudos em animais têm demonstrado que a exposição pré-natal ao lipopolissacarídeo de Escherichia coli
(LPS), que mimetiza uma infecção bacteriana durante a gestação em humanos, pode causar uma perda significativa nos neurônios dopaminérgicos
da substancia negra parte compacta ao gerar um processo inflamatório. Assim, hipotetizamos que o fornecimento de ácidos graxos poliinsaturados da família ômega-3, presentes no óleo de peixe, durante uma janela temporal importante para o desenvolvimento do sistema nervoso central,
pudesse desenvolver um papel crucial na modificação de fatores importantes envolvidos na etiologia desta patologia. Para tanto, ratas Wistar com
12 semanas de idade foram divididas em dois grupos: óleo de peixe (OP) que receberam durante a gestação e lactação suplementação diária de
3g/kg de óleo de peixe e grupo controle (C) sem suplementação. No 11º dia de gestação cada grupo foi subdividido em dois e cada rata recebeu,
via i.p., injeção com LPS (OP/LPS e C/LPS) na dose de 10.000 unidades de endotoxina (EU)/kg corporal ou volume idêntico de solução salina
(OP/S e C/S). Os filhotes machos, aos 21 dias de vida foram submetidos a teste para avaliação da memória de reconhecimento do novo objeto e
quantificação da concentração de dopamina (DA) estriatal e seu metabólito DOPAC (ácido 3,4-dihidroxifenilacético). Os dados foram avaliados
por ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Duncan. No teste de memória de reconhecimento do novo objeto, os animais dos grupos OP/S
e C/S permaneceram mais tempo explorando o objeto novo em relação ao familiar (p<0,01), e os animais C/LPS exibiram tempos iguais para os
dois objetos (p=0,76). No entanto, os animais OP/LPS exibiram aprendizagem semelhante a dos salinas (p<0,03). Nas dosagens estriatais, o grupo
C/LPS apresentou níveis reduzidos de DA em relação aos grupos C/S e OP/S (p<0,01), porém os animais OP/LPS aumentaram os níveis de DA
em relação a todos os grupos (p<0,02). Quanto aos níveis de DOPAC não houve diferença significativa entre todos os grupos experimentais. Concluindo, a exposição pré-natal ao LPS gerou redução de DA e déficit cognitivo, os quais foram revertidos pela suplementação com óleo de peixe,
possivelmente através de um mecanismo anti-inflamatório.
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Nº 0319
Tema Projeto AVALIAÇÃO POLISSONOGRÁFICA DA SESTA EM ADULTOS JOVENS
Aluno de Iniciação Científica: Rafael Junges Spada (IC-Voluntária)
Orientador: Fernando Mazzilli Louzada Colaborador: Felipe Beijamini, Sofia Isabel Ribeiro Pereira
Palavras-chave: sono, sesta, polissonografia
A sesta é um fenômeno transcultural comum no início da vida, porém por vezes permanece como hábito no decorrer da vida adulta, sendo que os
indivíduos que a dormem o façam por vários motivos, estando ou não privados de sono. Recentes estudos mostram benefícios relacionados a essa
prática tanto no âmbito comportamental quanto cognitivo. Dentre eles podemos citar: diminuição da sonolência, melhora no humor, na atenção e
aumento da consolidação da memória. O presente estudo tem como objetivo a avaliação da estrutura da sesta em adultos jovens. Para participar do
estudo foram selecionados, por meio da aplicação de questionários referentes a hábitos de sono e estado de saúde, apenas indivíduos sem diagnóstico prévio de distúrbios do sono, que não estivessem fazendo uso de medicação psicoativa e que possuíam idade entre 18 e 35 anos. Com estas
características foram selecionados no total 43 alunos (24 homens e 19 mulheres) da UFPR. Após uma semana de monitoramento do ciclo vigília-sono por actimetria e diários de sono, os indivíduos tiveram a oportunidade de dormir uma sesta de até 90 minutos no Laboratório de Cronobiologia
Humana da Universidade Federal do Paraná (UFPR) enquanto eram monitorados pelo eletroencefalograma (EEG). Esses dados posteriormente
foram estagiados e analisados evidenciando um tempo total de sono médio de 66,55 min (±17,43). Além disso, os resultados mostraram que a maior
parte do tempo os indivíduos permanecem em estágio N2 (54,61% do tempo total de sono), aproximadamente 70% dos indivíduos atingiram sono
de ondas lentas ou profundo (N3) e pouco menos da metade (46,5%), o sono paradoxal (REM). Esse resultado foi semelhante a outros estudos que
realizaram registros polissonográficos de sestas de mesma duração, com exceção do sono REM, que apresentou menor duração em nosso grupo.
Nº 0320
Tema Projeto AVALIAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DO TROCADOR NA+/CA2+ E DA SER-
CA NA CONTRATILIDADE E RELAXAMENTO DO MIOCÁRDIO DE ANIMAIS
COM HIPERTIREOIDISMO
Aluno de Iniciação Científica: Priscyla Oliveira da Silva (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Rosalvo Tadeu Hochmuller Fogaça
Palavras-chave: Hipertireoidismo, Cardiovascular, Endócrino
O íon cálcio possui grande importância na contratilidade cardíaca, alterações em sua concentração e em seus mecanismos de controle podem ser
causadas por diversas condições fisiopatológicas, o hipertireoidismo pode se enquadrar nessas condições. Visamos avaliar os efeitos do hipertireoidismo e a contribuição do trocador Na+/Ca2+ e da SERCA na contratilidade do músculo cardíaco. O hipertireoidismo foi induzido, em ratos (n= 6),
por injeção i.p. de T4 (200 µg/kg) durante 10 dias, o grupo controle foi tratado com injeção i.p. de salina (n= 6). Foram realizados experimentos para
avaliar a velocidade máxima de contração (df/dt máx.) e relaxamento (df/dt min.) de papilares na potenciação pós-pausa (PPP), produção de força
em diferentes concentrações de sódio extracelular e a avaliação da contração induzida por cafeína em papilares quiescentes. Observou-se que na df/
dt máx. e na df/dt min. da última contração antes da pausa, os animais hipertireoideos tem um percentual de aumento significativamente menor que
os animais controle em todos os tempos de pausa. A produção de força aumentou com a diminuição da concentração de sódio extracelular (100mM,
90mM, 70mM e 50mM), em animais controle e em animais hipertireoideos. Porém nas concentrações de 70 e 50 mM se observa que o percentual
de ganho de força do grupo hipertireoideo é menor que o grupo controle. A força máxima de contração induzida por cafeína em papilares quiescentes do grupo hipertireoideo foi menor que no grupo controle. Os resultados demonstraram que no hipertireoidismo as modificações geradas pelo
hormônio resultariam da incapacidade da SERCA de aumentar o conteúdo de cálcio no retículo sarcoplasmático (RS). Nos animais hipertireoideos
esse sistema de recaptação de cálcio estaria trabalhando em sua capacidade máxima, não podendo mais aumentar sua atividade nas situações que
requerem um aumento na liberação de cálcio, como na PPP. Isso colabora para o menor ganho percentual na df/dt máx. e na df/dt min. da primeira
contração após a pausa. O ganho de força em diferentes concentrações de sódio extracelular e a força máxima de contração induzida por cafeína dos
músculos papilares quiescentes foi significativamente menor no grupo hipertireoideo, assim o hipertireoidismo induz efeito inotrópico negativo.
Isso pode ser justificado pela menor capacidade de funcionamento do trocador Na+/Ca2+ no hipertireoidismo ou por sua expressão diminuída.
Assim, fica claro que esta disfunção hormonal causa diversos distúrbios cardiovasculares, capazes de alterar o desempenho cardíaco.
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Nº 0321
Tema Projeto EFEITO PRÉVIO DA DESIDRATAÇÃO SOBRE DETERMINANTES FISIO-
LÓGICOS DE CAPACIDADE ANAERÓBIA EM ATLETAS DE JIU-JITSU
Aluno de Iniciação Científica: Juan Henrique Szymczak Conde (PIBIC/CNPq)
Co-Orientador: Guilherme Assunção Ferreira
Colaborador: Johny Young Blood, Ednaldo Cordeiro Oliveira
Palavras-chave: Desempenho, Exercício, Fadiga
Durante o período pré-competitivo, manobras dietéticas são utilizadas para aprimoramento do desempenho. Atletas de modalidades de combate,
como o jiu jítsu, realizam protocolos de dietas para a redução do peso corporal e, dessa forma, obter vantagem sobre seus adversários. Estes protocolos incluem a restrição hídrica que pode levar à redução na capacidade de gerar esforços anaeróbios, contradizendo os reais objetivos, uma vez
que uma boa capacidade anaeróbia e eficiência mecânica são fatores determinantes para o deferimento de golpes. Diante do exposto, o objetivo
do trabalho foi verificar o efeito da desidratação sobre determinantes de performance anaeróbia em atletas de jiu-jítsu. A amostra contou com oito
atletas de jiu-jítsu, com idades entre 18 e 28 anos em nível competitivo nacional e internacional, que foram avaliados em dois momentos distintos:
1º pré- protocolo de perda de peso e 2º pós-protocolo de perda de peso, nos quais foram avaliadas a potência e capacidade anaeróbia de membros
inferiores e índice de fadiga através do teste Wingate. Para caracterização da amostra foi realizada uma avaliação antropométrica em dias aleatórios
de acordo com a disponibilidade de tempo do atleta. Foi indicado que os atletas utilizassem métodos de desidratação próprios para a redução do
peso corporal. Foram encontradas diferenças significativas entre os valores pré e pós-protocolo de redução de peso corporal para: Potência média
pré = 538,08 ± 48,65 W; pós = 521,51 ± 62,18 W (p< 0,05); potência máxima Pré = 798,09 ± 80,85 W; pós = 773,46 ± 74,53 W (p<0,05) e índice de
fadiga = pré 49,78; pós 57,0 (p<0,05). Estes resultados sugerem que protocolos de dieta que incluem processos de desidratação podem prejudicar
o desempenho de esforços anaeróbios.
Nº 0322
Tema Projeto ALTERAÇÕES DA FORÇA PREENSÃO MANUAL APÓS SIMULAÇÃO DE
FASE PRÉ-COMPETITIVA EM ATLETAS DE JIU JITSU
Aluno de Iniciação Científica: Tiago Burigo Guimarães Rubio (Outro)
Co-Orientador: Guilherme Assunção Ferreira
Colaborador: Ednaldo Cordeiro Oliveira, Johny Yongblood,
Juan Henrique Szymczak Conde
Palavras-chave: Desempenho, Atletas, Desidratação
Esportes de combates são caracterizados pela divisão de seus atletas em categorias de peso. Os atletas geralmente realizam dietas com restrição
hídrica, com o objetivo de competirem em categorias abaixo de seu peso. Contudo, estes protocolos de dieta parecem ter severos impactos sobre
o desempenho. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da desidratação induzida para a redução de peso corporal
sobre a Força de Pressão Manual (FPM) em atletas de jiu-jitsu. Oito atletas de jiu-jitsu entre 18 e 28 anos do sexo masculino a nível competitivo
realizaram testes de dinamometria para Preensão Manual em dois distintos momentos: 1° protocolo em condições normais e 2° pós-protocolo
de perda de peso (com uma semana de restrição hídrica). A força de preensão manual foi obtida do melhor resultado de duas mensurações. Para
análise estatística foi utilizado o teste T de Student para dados pareados, nível de significância adotado foi p < 0,05. Foram encontradas diferenças
significativas entre os valores observados para condições normais FPM = 57,50kgf e após perca de peso dos mesmos indivíduos FPM = 53,88kgf,
sendo observada redução de 6,3% na FPM para pós protocolo de perda de peso (p < 0,05). Os baixos valores de FPM encontrados para pós protocolo de perda de peso caracteriza a queda do desempenho. Assim, sendo demonstrado que protocolos de desidratação realizados por atletas durante
o período pré-competitivo com o objetivo de se enquadrar na sua categoria de peso pode afetar a performance, além de causar danos à saúde do
atleta. O jiu jitsu é caracterizado por momentos de realização de força isométrica associada a pegada no Kimono. Neste sentido, a restrição hídrica
pode estar associada com a queda do desempenho durante competição. Em conclusão, uma semana de restrição hídrica pode afetar a força de preensão manual em atletas de jiu jitsu, deste modo, podendo afetar significativamente a força isométrica em momentos de pegada no Kimono, sendo
decisivo para sucesso na competição.
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Nº 0323
Tema Projeto ANÁLISE DE EXPRESSÃO DE PROTEÍNAS DE PLÂNTULAS DE TRIGO
CO-CULTIVADOS COM E SEM HERBERPIRILLUM SEROPEDICAE SMR1
Aluno de Iniciação Científica: Andressa Estevam (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Marise Fonseca dos Santos Co-Orientador: Eliane C.G. Vendruscolo
Departamento: Não definido
Colaborador: Sarah Romani, Camila Gazolla Volpiano,
Emanuel de Souza Maltempi
Palavras-chave: Trigo, Bactéria Promotora do Crescimento Vegetal, Proteoma Diferencial
O Trigo cv. CD120, uma variedade de origem COODETEC, foi selecionado entre cinco outros por mostrar a capacidade de manter a interação benéfica com H.seropedicae em experimentos in vitro e produtividade quando sementes são inoculadas com a bactéria na ausência de ureia. O objetivo
deste trabalho foi iniciar os estudos proteômicos da cultivar de trigo quando in vitro co-cultivados com H.seropedicae para verificar a expressão
diferencial de proteínas de raízes e parte aérea. Para isso, as plântulas de trigo obtidas de cultura de embriões maduros (Zadok 12) foram transferidas para 10 mL de meio MS líquido 1/10 em tubos de ensaio. Após 24 horas, os tubos foram inoculados com 107 células / mL de H.seropedicae e
permaneceu durante 7 dias em co-cultivo. Como controle plântulas não inoculado seguiram o mesmo tratamento. No final do período experimental
as plântulas foram tomadas em triplicata, para separar em parte aérea e raízes e proceder a extração de proteínas. A concentração de proteínas foi
determinada pelo protocolo do ácido Bicinchoninico. Fitas de PAGE de pH imobilizado (Immobiline DryStrip – GE Health Care) pH 3-10, 7 cm, e
um SDS-PAGE 12% foram utilizados para a primeira e segunda dimensão, respectivamente, para o gel bidimensional (2DE). Após ser corado com
Coomassie G-250, as imagens foram analisadas por software ‘Imagem Mestre 2D platinum’ v.6.0. O protocolo de extração de proteína apresentou
um rendimento de 8% e boa reprodutibilidade. A na´lise da imagem mostrou que cerca de 105 pontos de proteínas (‘spots’) foram detectados nos
géis controle e inoculado de parte aérea e 90 spots para o gel do experimento com raiz. Neste último, não foram observadas ‘spots’ com peso
molecular maior que 70kDa. Sete ‘spots’ foram mais expressos na parte aérea das plântulas de CD120 inoculadas. Nenhum ‘spot’ teve expressão
aumentada no gel da parte aérea controle. Entretanto 5 ‘spots’ foram exclusivamente expressos no gel da parte aérea de plântulas controle contra
apenas 2 exclusivos nos géis da parte aérea inoculada. Um número de 4 ‘spots’ foi mais expresso no controle nos géis de raiz, enquanto que nos
geis da raiz de plântulas inoculadas 3 spots foram mais expressos. Sete spots distintos entre raiz de plântulas controle e inoculada foram verificados.
A partir destes dados podemos avaliar que a raiz apresentou maior efeito da inoculação da bactéria que a parte aérea nestes estágios iniciais da
associação benéfica. Sendo o um número pequeno de spots com expressão diferencial (
Nº 0324
Tema Projeto AVALIAÇÃO DO PAPEL DA GLUTATIONA NA OXIDAÇÃO DA 8-OXO-7,8-DIHIDRO-2’-DESOXIGUANOSINA PELO OXIGÊNIO MOLECULAR SINGLETE
Aluno de Iniciação Científica: Andressa Valerio (PIBIC/CNPq)
Orientador: Glaucia Regina Martinez
Co-Orientador: Patrícia da Silva Peres
Palavras-chave: estresse oxidativo, oxigênio singlete, 8-oxo-7,8-dihidro-2’-desoxiguanosina
A 8-oxo-7,8-dihidro-2’-desoxiguanosina(8-oxodGuo) é um dos produtos provenientes da oxidação do nucleosídeo 2’- dexosiguanosina (dGuo),
sendo utilizado como biomarcador para quantificar danos provenientes do estresse oxidativo, gerados principalmente por espécies reativas de
oxigênio (ROS), entre elas o peróxido de hidrogênio (H2O2) e o oxigênio singlete (1O2). Como a 8-oxodGuo, mesmo disponível comercialmente,
possui custo elevado, sua síntese faz-se necessária para estudos. Para testar a realização da síntese foram usados seis tipos diferentes de reações que
tinham como princípio a oxidação da dGuo. Na reação I os reagentes utilizados foram dGuo, Fe2+, azul de metileno e O2. A reação II foi composta
por dGuo, ácido ascórbico, azul de metileno e O2. As próximas reações testadas tiveram por base os reagentes de Fenton, em que os reagentes da
reação III foram dGuo, EDTA, Fe2+, ácido ascórbico e O2e da reação IV dGuo, EDTA, Fe2+, ácido ascórbico e H2O2. Nas últimas reações o íon
metálico foi mudado para Cu2+. A reação V foi constituída por dGuo, EDTA, Cu2+, ácido ascórbico e O2 e a reação VI por dGuo, EDTA, Cu2+,
ácido ascórbico e H2O2. A detecção da 8-oxodGuo foi realizada por cromatografia líquida de alta performance (HPLC), aparecendo somente nas
reações V e VI. Na primeira fase móvel testada o tempo de retenção da dGuo e da 8-oxdGuo foram muito próximos o que dificultaria a purificação,
portanto foram testadas novas fases móveis para favorecer a separação adequada. Depois de escolhida a reação, foi realizada a VI em larga escala
para obtenção de uma quantidade significativa de 8-oxodGuo, porém quando realizou-se a etapa de purificação foi observado que estava ocorrendo
a degradação da 8-oxodGuo. Não se sabe o motivo ao certo, mas a presença do cobre pode interferir, então foi utilizado outro método de purificação
sem usar o HPLC para haver retirada do cobre e depois foi purificado por HPLC para separação entre dGuo e 8-oxodGuo. Após sua purificação, a
8-oxodGuo foi liofilizada e armazenada para posteriores usos na investigação de sua oxidação por ROS na presença de glutationa.
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Nº 0325
Tema Projeto ANÁLISE FISIOLÓGICA DO CO-CULTIVO DE BACTÉRIA H. SEROPEDICAE SMR1
E A. BRASILENSE ABV5 COM PLÂNTULAS DE TRIGO (T. AESTIVUM L, CV CD 120
E FRONTANA).
Aluno de Iniciação Científica: Camila Gazolla Volpiano (IC-Voluntária)
Orientador: Marise Fonseca dos Santos Co-Orientador: Eliane C. G. Vendruscolo
Departamento: Não definido
Colaborador: Fernando Furlan, Andressa Estevam, Kleber Saatkamp
Palavras-chave: Bactéria Promotora do Crescimento Vegetal, Trigo, Fitohormônio
No sul do Brasil, a cultura do trigo sofre com veranicos que diminuem a produtividade devido ao estresse hídrico. As Bactérias Promotoras de
Crescimento Vegetal (BPCP) se associam beneficamente com vegetais, a exemplo Herbaspirillum seropedicae SmR1 e Azospirillum brasilense
AbV5. Estas são capazes de estimular o desenvolvimento vegetal e proteger contra o estresse através do aumento da síntese de ácido indol-3-acético
(AIA - promotor de crescimento vegetal) e redução da quantidade de etileno, conhecido como fitohormônio do estresse vegetal ou senescência. O
precursor da síntese de etileno é o 1-aminociclopropano-1-carboxilato, cuja enzima de síntese é ativada por AIA e sua degradação produz ácido
alfacetobutírico (ACB). O objetivo deste trabalho foi estudar duas variedades de trigo da COODETEC, a CD 120 e uma cultivar ancestral, “Frontana”, para verificar o efeito fisiológico das BPCP em plântulas de trigo in vitro, em estresse hídrico promovido por polietilenoglicol (PEG). Plântulas
obtidas a partir de cultura de embriões maduros foram transferidas para 10 mL de 1/10 meio MS líquido em tubos de ensaio com ou sem PEG 6000
(- 0,3 MPa). Após 24 horas, os tubos foram inoculados com 107 células/mL de H. seropedicae ou/e 106 células/mL de A. brasilense, mantendo-se
durante 5 dias em co-cultivo. Como controle, as plântulas não inoculadas seguiram as mesmas condições. No final do período experimental, o meio
de co-cultivo foi tomado para a quantificação de AIA, ACB e proteínas totais. O AIA nos tratamentos sem PEG com H. seropedicae foi superior
para a cv CD 120, enquanto para a cv Frontana as quantidades totais foram cerca de 10 vezes menores, todavia destacaram-se os tratamentos com
PEG e A. brasilense. A presença de ACB aumentou na presença de H. seropedicae especialmente sob estresse em ambas as cultivares. Comparando os controles (com e sem PEG) para o CD120 houveaumento de ACB em PEG, enquanto a cv. Frontana não apresentou diferenças. A proteína
total foi maior em presença de bactérias comparado ao controle. Nos tratamentos com PEG a concentração de proteínas no meio de co-cultivo foi
maior, podendo indicar morte celular da planta e/ou bactéria. Foi possível concluir que ambas as bactérias são capazes de produzir AIA associadas
ao trigo, entretanto H. seropedicae associa-se melhor com o CD 120 e A. brasiliense com a cv. Frontana. O CD 120 percebe o estresse com PEG
e sintetiza etileno, enquanto H. seropedicae ajuda a diminui-lo, diferentemente da cv. Frontana, que considera a condição in vitro tão estressante
quanto a presença de PEG no meio de cultivo.
Nº 0326
Tema Projeto COMPARAÇÃO ENTRE DUAS METODOLOGIAS PARA CONTAGENS DE
ELEMENTOS URINÁRIOS.
Aluno de Iniciação Científica: Caroline Gribner (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Aline Borsato Hauser
Co-Orientador: José Ricardo Henneberg
Departamento: Patologia Médica
Colaborador: Aguinaldo José do Nascimento, Gislene Kussen e
Railson Henneberg
Palavras-chave: Uroanálise, Câmara de Neubauer, Lâmina K-cell
As doenças renais se apresentam como um problema de saúde pública mundial, sendo crescente o número de pacientes com doença crônica em
fase terminal submetido à terapia de substituição renal. Segundo o Censo 2011 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) existem atualmente
cerca de 90.000 pacientes dialíticos no Brasil. Dentro deste contexto, o exame de urina realizado rotineiramente nos laboratórios de análises clínicas, fornece informações essenciais sobre o estado funcional dos rins, possibilitando a detecção precoce e o acompanhamento do quadro clínico
do paciente, sendo uma ferramenta útil para o diagnóstico das doenças renais, além de ser um exame de baixo custo e simples de ser realizado. As
contagens de elementos urinários por mL são superiores às contagens por campo microscópico, sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi
comparar os resultados da contagem de leucócitos e de eritrócitos em Lâminas K-Cell (por mL) e em Câmara de Neubauer (por mL). Foram analisadas 50 amostras de urina não concentradas de pacientes do laboratório do Hospital de Clínica da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR).
As contagens por microscopia ótica comum foram realizadas em duplicata, por um único microscopista avaliador, utilizando a mesma amostra
homogeneizada nos dois métodos. A análise estatística foi realizada por meio da comparação para contagem de leucócitos e de eritrócitos por mL
utilizando a lâmina Kcell e a Câmara de Neubauer por análise de regressão linear. Em relação à contagem de leucócitos (n=53) foi obtido um coeficiente de determinação (R2)=0,9916, onde y = 1,0841x. E, em relação à contagem de eritrócitos (n=53) foi obtido o valor de R2= 0,9548, onde
y = 1,075x, ou seja, observou-se uma correlação positiva entre as duas metodologias tanto para leucócitos quanto para eritrócitos. A lâmina K-cell
é utilizada rotineiramente para contagens de elementos urinários devido à rapidez e agilidade apresentados. A Câmara de Neubauer, apesar de ser
tradicionalmente considerada método de referência para quantificação em urina, não apresenta a mesma facilidade, principalmente em laboratórios
de grande porte. Após a análise dos dados, sugere-se que mais estudos sejam realizados comparando não apenas estas duas metodologias, mas
também contagens automatizadas e que venham a ser utilizadas com confiabilidade nos laboratórios de análises clínicas.
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Nº 0327
Tema Projeto EFEITO DO AUMENTO DE TEMPERATURA SOBRE CÉLULAS EMBRIO-
GÊNICAS DE ARAUCARIA ANGUSTIFOLIA EM CULTURA: ESTRESSE
OXIDATIVO E DEFESAS ANTIOXIDANTES
Aluno de Iniciação Científica: Catherine Amaral Zarpelão (PIBIC/CNPq)
Orientador: Silvia Maria Suter Correia Cadena
Colaborador: Ana Luiza Dorigan de Matos Furlanetto
Palavras-chave: Araucaria angustifolia, Estresse oxidativo, Estresse pelo calor
A Araucaria angustifolia é uma espécie de importância cultural, social e econômica, com ocorrência natural no Brasil, que se encontra na lista oficial
de flora nacional como espécie criticamente em perigo de extinção, segundo a lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN (The IUCN Red Listo
f Threatened Species TM). Dessa forma, se justificam todos os esforços no sentido de conhecer melhor os fatores fisiológicos e bioquímicos que
influenciam seu crescimento e desenvolvimento a fim de fornecer subsídios que auxiliem na implantação de práticas de reflorestamento e regeneração natural dessa espécie. Ainda, se considerarmos que a ocorrência dessa espécie está intimamente relacionada com climas de baixa temperatura
e que estudos apontam um aumento na temperatura global, entender os mecanismos de resposta gerados pelo aumento de temperatura é essencial
para o auxilio de sua conservação para gerações futuras. Tem sido descrito aumento nos níveis de espécies reativas de oxigênio em espécies vegetais
expostas a temperaturas baixas, no entanto, estudos referentes às respostas vegetais frente ao aumento de temperatura ainda são raros. No presente
trabalho, culturas de células embriogênicas de A. angustifolia foram estabelecidas e submetidas ao estresse por aumento de temperatura (30ºC por 12
horas). Foram determinados os efeitos do estresse pelo calor sobre a viabilidade celular, avaliada pelo método do MTT, e sobre a atividade da enzima
antioxidante catalase (CAT). A viabilidade celular não foi afetada pelo aumento de temperatura, enquanto que a atividade da catalase aumentou em
aproximadamente 60%. Estes resultados sugerem que o estresse pelo calor não é capaz de promover a morte das células embriogênicas de A. angustifolia, mas induz uma resposta relacionada ao estresse oxidativo, possivelmente induzido por esta condição de estresse.
Nº 0328
Tema Projeto CONSTRUÇÃO DAS ESTIRPES MUTANTES WAAL DE HERBASPIRILLUM
RUBRISUBALBICANS M1
Aluno de Iniciação Científica: Francini Myszynski (PIBIC/CNPq)
Orientador: Fábio de Oliveira Pedrosa
Co-Orientador: Rose Adele Monteiro
Palavras-chave: Herbaspirillum rubrisubalbicans, Gene Waal, LPS
Herbaspirillum rubrisubalbicans e Herbaspirillum seropedicae são Beta-proteobactérias endofíticas, fixadoras de nitrogênio encontradas em
associação com plantas de interesse econômico como milho, sorgo e cana-de-açúcar. Os lipopolissacarídeos (LPS) são estruturas da membrana
externa das bactérias gram-negativas, como o Herbaspirillum, e estão geralmente envolvidos na adesão e colonização do hospedeiro. O LPS é
formado por três regiões estruturalmente distintas: a porção denominada lipídeo-A, o núcleo oligossacarídico e o antígeno-O. A reação inicial da
biossíntese do antígeno-O envolve uma ligação fosfodiéster entre NAcGlc ou Gal ao ácido graxo undecaprenil-PP. Essa molécula serve de suporte
inicial para a ligação de NTP-açúcares por glucosiltranferases ancoradas na face citosólica da membrana interna. Após formação de uma unidade
oligossacarídica ligada ao Und-PP, a molécula é translocada para a face periplasmática da membrana interna com o auxílio da proteína Wzx (antígeno-O flipase). As unidades oligossacarídicas do antígeno-O são então polimerizadas pela antígeno-O polimerase (Wzy), e o produto é transferido
ao lipídeo-A ligado ao oligossacarídeo central pela antígeno-O ligase. O gene waaL de H. rubrisubalbicans codifica para a enzima antígeno-O
ligase, responsável pela ligação da porção sacarídica à porção lipídica da molécula de LPS. Este gene foi escolhido para a construção de um mutante
visando a verificação de possíveis mudanças na adesão da bactéria à planta. O gene waaL foi amplificado, interrompido por um gene de resistência
à kanamicina (Km) e ligado no vetor pSUP202, para posterior transformação em E. Coli e conjugação com H. rubrisubalbicans. A mutação em
waaL, que codifica uma enzima específica de biossíntese de LPS, deverá alterar esta molécula e revelar o papel do LPS de H. rubrisubalbicans em
sua interação com as plantas associadas.
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Nº 0329
Tema Projeto EFEITO DE ANTIOXIDANTES NA VIABILIDADE DE CÉLULAS DE MELA-
NOMA SOB ESTÍMULO DA MELANOGÊNESE
Aluno de Iniciação Científica: Gabriele Luise Neves Alves (IC-Voluntária)
Co-Orientador: Tassiele Andréa Heinrich
Palavras-chave: Viabilidade Celular, Antioxidantes, Melanogênese
O melanoma é um tumor de pele agressivo de alta incidência. A luz ultravioleta (UV) tem sido relacionada à gênese deste e diversas outras formas
de câncer, pois promove o aumento dos níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS), como o oxigênio singlete, que pode estar relacionado à
formação de tumores. A melanina da pele, pigmento produzido pelos melanócitos, no processo designado por melanogênese, pode proteger contra
os efeitos nocivos da luz UV e dos efeitos de ROS. Estudos mostraram, no entanto, de forma contraditória, que a melanogênese gerada por radiação
UV pode gerar ROS e intermediários tóxicos que podem danificar as células. A melanogênese diminui a resposta à quimioterapia, mas as células de
melanoma são capazes ainda de desencadear um processo de proteção ao estímulo da melanogênese. O presente estudo tem como objetivo analisar
as células B16-F10 (modelo de melanoma murino) sob estímulo da melanogênese em relação ao efeito de antioxidantes na viabilidade celular. Para
este fim, as principais atividades executadas são a esterilização de materiais, o preparo de soluções para utilização nos experimentos, o cultivo de
células e o tratamento das células B16-F10 para o estímulo da melanogênese na presença dos antioxidantes N-acetil-L-cisteína (10mM) e catalase
(500 U/ml), pela avaliação da viabilidade celular pelos métodos de MTT (brometo de 3-metil [4,5-dimetiltiazol-2il]-2,5 difeniltetrazólio) e do Cristal Violeta. Ensaios preliminares de estímulo da melanogênese mostraram diminuição na viabilidade das células B16-F10. Entretanto, esses ensaios
de estímulo à melanogênese e de viabilidade celular necessitam de replicatas para análise da reprodutibilidadde dos resultados. Pretende-se, com os
resultados obtidos até o momento, avaliar se há recuperação da viabilidade celular quando as células estimuladas para a melanogênese são tratadas
com antioxidantes. Estes estudos poderão colaborar para o melhor entendimento da resposta celular em resposta à melanogênese e à produção de
ROS, para que futuramente estes dados contribuam para o tratamento de melanomas.
ANÁLISE DE PROTEÍNAS E GLICOPROTEÍNAS DE PLASMA SEMINAL
DE SUÍNO DOMÉSTICO
Aluno de Iniciação Científica: Giovane Pelanda Vendrame (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Marise Fonseca dos Santos Co-Orientador: Nei Moreira
Colaborador: Bruno Luiz Perin Battistel, Daiane Donin
Palavras-chave: Plasma Seminal, Glicoproteínas, Suíno
O plasma seminal é um fluido fisiológico com papel essencial nas funções espermáticas in vivo, desde a ejaculação até a fertilização. O plasma
seminal contem diferentes componentes, em especial as proteínas, que são importantes fisiologicamente para o sêmen e estão presentes na forma de
complexos associados, incluindo glicoproteínas. Em algumas espécies o plasma seminal representa de 95-98% do volume total do sêmen e atua nos
espermatozoides de forma à remodelar a membrana plasmática, integrando neles proteínas, além da capacitação, reações acrossômicas e também a
motilidade espermática. A criopreservação de sêmen de suíno pode afetar algumas proteínas e aglutinar os espermatozoides, portanto dificultando
sua utilização. O objetivo deste trabalho é conhecer as proteínas de plasma seminal para contribuir nos estudos de desenvolvimento de métodos para
que não ocorra esta perda de qualidade do espermatozoide. Inicialmente, busca-se obter a concentração de proteínas, o perfil eletroforético das proteínas do plasma seminal e visualizar proteínas que são glicoconjugadas. O ejaculado foi coletado de suínos em uma unidade produtora de leitões,
na cidade de Palotina-PR, utilizando o método de mão-enluvada. Este, foi mantido à 37 ºC até a centrifugação a 400xg a 4 ºC por 15 minutos, para
separar as células do plasma seminal. O plasma seminal teve sua concentração total de proteínas determinado pelo método de Lowry modificado e
seguiu protocolo de PAGE-SDS, tendo sido corado pelos métodos de Coomassie G-250 Coloidal e do ácido periódico-Schiff (PAS) para proteínas
totais e glicoproteínas, respectivamente. A proteína total foi avaliada em 3,4 mg/mL. O perfil de proteínas apresentou proteínas proeminentes de
peso molecular acima de 60 kDa e abaixo de 40kDa. Tendo destacada 2 bandas de peso molecular 40-50kDa. Glicoproteínas são visualizadas em
especial na fração de baixo peso molecular. Na literatura são descritos estudos de proteínas de plasma seminal assim como da presença de Glicoproteínas de outros animais. Já foi identificado nesta região de baixo peso molecular proteínas que apresentam atividade biológica relevante. O que
indica que em plasma seminal de suínos a mesma atividade biológica é esperada.
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Nº 0331
Tema Projeto CONSTRUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE UMA ESTIRPE MUTANTE DE
HERBASPIRILLUM RUBRISUBALBICANS NO GENE HROP4
Aluno de Iniciação Científica: Henrique Petry Feiler (PIBIC/CNPq)
Orientador: Rose Adele Monteiro
Co-Orientador: Adriano Alves Stefanello
Colaborador: Emanuel Maltempi de Souza, Fábio de Oliveira Pedrosa,
Maria Augusta Schmidt
Palavras-chave: Herbaspirillum rubrisubalbicans, AvrPto, Doença da Estria Mosqueada
Herbaspirillum rubrisubalbicans é uma bactéria diazotrófica capaz de colonizar diversas espécies de gramíneas, através de uma associação endofítica geralmente não patogênica; no entanto, pode causar a doença da estria mosqueada em cana-de-açúcar B4362. Schmidt e colaboradores (2012)
mostraram que o sistema de secreção do tipo III (SST3) de H. rubrisubalbicans é essencial para a ocorrência da doença, o que levou à sugestão de
que uma ou mais proteínas efetoras transportadas pelo SST3 seriam responsáveis por desencadear a doença da estria mosqueada. Durante o sequenciamento do genoma de H. rubrisubalbicans M1, foi identificado um gene (denominado hrpo4) que codifica uma proteína homóloga à proteína
AvrPto de Pseudomonas syringae, uma proteína efetora do SST3 responsável pelo desencadeamento de necrose tecidual em cultivares suscetíveis
de tomate.Visando avaliar o envolvimento do gene hrpo4 no desenvolvimento da doença da estria mosqueada, foi construída de uma estirpe de H.
rubrisubalbicans mutante no gene hrpo4. O mutante foi obtido por simples recombinação usando o plasmídeo pSUP202 contendo um fragmento
Δ5’ e Δ3’ do gene hrpo4 e o marcador de seleção Tn5 KanR. A patogenicidade do mutante foi avaliada através de ensaios de inoculação em Vignia
unguiculata. A estirpe mutante hrpo4- não teve redução em sua patogenicidade quando comparada com a estirpe selvagem no organismo avaliado,
sugerindo quea proteína Hrpo4 não estaria envolvida no desencadeamento da doença nesta planta. O gene hrpo4 foi amplificado e clonado no vetor
pET29a para expressão em Escherichia coli. A proteína superexpressa foi purificada por cromatografia de troca aniônica, e usada em ensaios de
inoculação em V. unguiculata. A inoculação de Hrpo4 causou necrose tecidual nesse organismo, sugerindo que essa proteína pode ser uma das
responsáveis pelo fenótipo da doença, embora claramente não seja a única responsável. Serão realizados novos testes de interação planta-bactéria
a fim de avaliar a contribuição desta proteína para a doença da estria mosqueada.
Nº 0332
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO DO SUPRESSOR DE TUMOR RECK EM MICRO-
DOMÍNIOS DE MEMBRANA RESISTENTES À AÇÃO DE DETERGENTES
(DRMS) EM MODELO TUMORIGÊNICO HUMANO
Aluno de Iniciação Científica: Hennrique Taborda Ribas (PIBIC/CNPq)
Orientador: Sheila Maria Brochado Winnischofer
Colaborador: Thiago Jacomasso
Palavras-chave: RECK, DRM, melanoma
O melanoma é um tumor que se caracteriza pela alta capacidade de sofrer metástase, processo que depende de enzimas proteolíticas como as
metaloproteinases de matriz (MMPs). RECK é uma glicoproteína ligada covalentemente a membrana celular por molécula de glicosilfosfatidilinositol (GPI), que inibe, pelo menos, três dessas metaloproteinases de matriz: MMP-9, MMP-2 e MT1-MMP. Sabe-se que o gene RECK codifica
para diferentes transcritos alternativos e que o aumento dos níveis do transcrito denominado RECKB pode estar relacionado com o fenótipo mais
agressivo do melanoma, porém sua regulação e função ainda não são conhecidas. A proteína RECK está normalmente presente em microdominios
funcionais de membrana resistentes à ação de detergentes (DRMs) e, de forma interessante, sabe-se que algumas proteínas estão preferencialmente
associadas a DRMs em diferentes graus de malignidade do melanoma. Diante do exposto acima, os objetivos deste trabalho foram primeiramente
propor um protocolo de separação de DRMs e avaliar como o transcrito alternativo RECKB e a droga sinvastatina influenciam na localização da
proteína RECK na membrana plasmática. Para a purificação das DMRs o extrato protéico das linhagens utilizadas (célula de melanoma humano
metastático 1205Lu; célula de glioblastoma humano U87MG) foi submetido à centrifugação em gradiente de sacarose. Os resultados confirmam a
purificação das frações DMRs, com marcação específica para a proteína controle flotilina. Para avaliar a possível modulação da localização da proteína RECK canônica pela sua isoforma alternativa utilizou-se células 1205Lu que superexpressam RECKB em comparação com células controle,
1205Lu que expressam somente o EGFP (vetor vazio). Para avaliação da modulação da localização de RECK pela droga sinvastatina utilizou-se
células de glioma U87MG tratadas ou não com sinvastatina. Os resultados mostram que tanto a superexpressão de RECKB como o tratamento com
sinvastatina deslocou a proteína RECK canônica das frações DRMs. Pode-se sugerir que o aumento de RECKB leva, em parte, ao fenótipo mais
agressivo do melanoma pela sua capacidade em retirar a proteína supressora de tumor RECK do microdominio de membrana. Já a sinvastatina, por
se tratar de uma droga capaz de diminuir os níveis de colesterol, mostrou-se capaz de desestruturar os microdomínios funcionais de membrana e
deslocar a proteína RECK das frações DMRs. O entendimento de fatores que modulem a localização de RECK na membrana plasmática é de grande
importância para o entendimento de sua função como supressora de tumor no meio intracelular.
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Nº 0333
Tema Projeto AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE 1,5 ANIDROGLUCITOL
(1,5AG) EM ADOLESCENTES SAUDÁVEIS E CORRELAÇÃO COM OUTROS BIOMARCADORES PARA CONTROLE GLICÊMICO.
Aluno de Iniciação Científica: Karen Ishii Marcondes Ribas (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Fabiane Gomes de Moraes Rego Co-Orientador: Aline Borsato Hauser
Colaborador: Marciane Welter e Geraldo Picheth
Palavras-chave: Adolescentes, 1,5 AG, Diabetes
A incidência do Diabetes mellitus (DM) vem aumentando de forma epidêmica e promovendo aumento da patologia em grupos jovens. O DM é
uma síndrome metabólica caracterizada por hiperglicemia, resultante da deficiência na secreção e/ou ação da insulina. No diabetes, o adequado
controle glicêmico está relacionado diretamente com a redução no desenvolvimento e na severidade das complicações associadas à patologia como
retinopatia, neuropatia, nefropatia e doença cardiovascular. O 1,5 anidroglucitol (1,5AG) é um marcador de controle glicêmico de curto prazo (2472 horas), um poliol derivado da glucose e é encontrado no soro humano, o qual está associado com picos hiperglicêmico. Neste estudo propomos
avaliar a concentração do 1,5AG em uma população saudável brasileira de adolescentes (<18 anos) e adultos jovens (idade 18 a 25 anos) para
estabelecimento de valores de referência e identificação de características deste marcador em nossa população. O grupo adolescente aguarda a
coleta do tamanho amostral adequado. O projeto tem aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAA5881.0.000.091-10). O 1,5AG foi quantificado por método enzimático automatizado (Glycomark®). Os resultados apresentados são para o grupo de adultos jovens, separados por gênero.
As concentrações de 1,5AG (µg/mL) para adultos jovens saudáveis, homens e mulheres (18-25 anos), pareados por idade (21,9±2,3 anos) foram
respectivamente, 26,6 (20,6-32,6) e 21,0 (16,9-26,6) representados pela mediana (intervalo interquartil). Quando comparados os grupos estes foram
significativamente diferentes (P<0,001; Teste de Mann-Whitney), evidenciando que os homens apresentam concentrações superiores do analito às
mulheres. Os valores de referência, definidos como a média ± dois desvios padrões, para os grupos em estudo foram, 10,8-43,2 µg/mL e 8,5-34,9
µg/mL. Este é o primeiro reporte destas concentrações para a população brasileira de faixa etária estudada.
Nº 0334
Tema Projeto EFEITOS DE POLISSACARÍDEOS ISOLADOS DA PAREDE CELULAR
DAS RAÍZES LEPIDIUM MEYENII SOBRE MACRÓFAGOS PERITONEAIS
DE CAMUNDONGOS.
Aluno de Iniciação Científica: Laura Silveira Reyes (PIBIC/CNPq)
Orientador: Guilhermina Rodrigues NoletoCo-Orientador: Carmen Lucia de Oliveira Petkowicz
Colaborador: Marília Locatelli Corrêa Ferreira, Monique Meyenberg Cunha
Palavras-chave: macrófagos, imunomoduladores, Lepidium meyenii
Estudos com polissacarídeos das mais diversas fontes têm mostrado que estes compostos naturais bioativos podem estar envolvidos: na atividade
imunomoduladora (MORETÃO, 2004; CUNHA, 2006; ROSÁRIO, 2008; 2011; AMORIM, 2012), atividade anti-inflamatória (SCHIRATO et
al..,2006), atividade antitumoral (WANG et al., 1997; KOYANAGI et al., 2003), e atividade leishmanicida (NOLETO et al., 2002;KANGUSSU-MARCOLINO,2010; AMARAL, 2011). A Lepidium meyenii (maca) é uma planta nativa do Peru e suas raízes são utilizadas medicinalmente e
como alimento. Na medicina popular é utilizada para o tratamento da anemia, tuberculose e esterilidade (CÍCERO et al., 2001; ZHENG et al.,2000).
Considerando que não há estudos sobre as propriedades biológicas dos polissacarídeos dessa planta, os importantes efeitos imunomoduladores e
leishmanicidas obtidos para polissacarídeos de plantas e a necessidade de encontrar novos medicamentos para o tratamento das leishmanioses, o
presente projeto visa obter e caracterizar polissacarídeos das raízes de Lepidium meyenii e avaliar in vitro seus efeitos sobre macrófagos peritoneais
de camundongos e macrófagos infectados por Leishmania. Para obtenção de polissacarídeos, a farinha de maca previamente deslipidificada foi pré-tratada para retirada do amido. Em seguida foram realizadas três extrações com água fervente e os polissacarídeos obtidos em cada uma das extrações foram reunidos em uma fração única, denominada MCP. Esta fração polissacarídica apresentou um rendimento de 2,6% em relação à farinha
de maca seca, após a remoção do amido. Em sua caracterização, a fração MCP apresenta um perfil de eluição polimodal por HPSEC-MALLS/RI,
sendo constituída por Glc, Ara, Gal, ácido urônico, Xyl, Man e Rha na proporção de 16,4 : 10,0 : 4,9 : 3,2 : 2,8 : 1,5 : 1. Os sinais encontrados no
espectro de RMN- 13C desta fração indicam a presença de pectinas. Apesar do tratamento enzimático, a presença de amido também foi detectada.
O polissacarídeo promoveu perda da viabilidade celular de macrófagos em 30% na concentração 500 µg/mL em 48 h de tratamento. Em relação a
ativação de macrófagos, o polímero aumentou a produção de óxido nítrico em aproximadamente 2 vezes a partir de 25 µg/mL, quando comparado
com controle negativo (sem tratamento). Estes resultados permitem sugerir que o polissacarídeo da maca é modulador de ativação de macrófagos
peritoneais de camundongos.
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Nº 0335
Tema Projeto AVALIAÇÃO DA MELANOGÊNESE ESTIMULADA EM CÉLULAS DE ME-
LANOMA B16-F10 E SUA RELAÇÃO COM A PRODUÇÃO DE ESPÉCIES
REATIVAS DE OXIGÊNIO AO LONGO DO TEMPO
Aluno de Iniciação Científica: Letícia de Fátima Macohin (PIBIC/CNPq)
Co-Orientador: Tassiele Andréa Heinrich
Colaborador: Andréia Akemi Suzukawa
Palavras-chave: Melanogênese, EROS, B16F10
A pele contém células denominadas melanócitos que são responsáveis pela produção de melanina, um pigmento, que pode atuar como protetor por
absorver a radiação UV e que é produzida em organelas especializadas, os melanossomos, a partir da oxidação da L-tirosina pela enzima tirosinase.
O melanoma é um tumor de pele que é caracterizado pela estrutura diferenciada dos melanossomos e, embora a melanina tenha a capacidade de
remover espécies reativas de oxigênio (EROS), quando ocorre o aumento da via da melanogênese por esse tumor há a liberação de intermediários
que levam a um aumento de espécies reativas de oxigênio, outros radicais e semiquinonas. Neste estudo o objetivo era realizar uma curva de dosagem de melanina em células tumorais metastáticas da linhagem B16-F10 estimuladas com suplementação do meio de cultura RPMI 1640 com 0,4
mM de L-Tirosina (substrato para produção da melanina) e 10 mM de cloreto de amônio que é capaz de aumentar a atividade da enzima tirosinase
pelo aumento do pH. Depois é feita a medição da absorbância em tempos intermediários de 0 horas até 48 horas para compará-la com uma curva já
existente de produção de EROS em células também estimuladas (na qual o pico de produção foi em 15h pós-estimulo). Os resultados relacionados
com a curva de dosagem de melanina não seguiram um padrão, apenas em um dos experimentos pôde se observar um visível aumento da síntese
da melanina nos grupos suplementados, mas não houve repetição desses dados, portanto o experimento precisa ser refeito para estabelecer se realmente existe essa relação entre a melanogênese e a formação de EROS nessa linhagem de melanoma metastático murino (B16-F10) para que sejam
realizados outros estudos no tempo ótimo da produção de melanina e se estabeleça a relação com a produção de EROS.
Nº 0336
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA MAYTENUS ILICIFOLIA E SEU EFEITO
PROTETOR NO ENDOTÉLIO VASCULAR.
Aluno de Iniciação Científica: Marcela Malinoski Munoz (PIBIC/CNPq)
Orientador: Marcello Iacomini
Co-Orientador: Yanna Dantas Rattmann, Lauro Mera de Souza
Colaborador: Thales Ricardo Cipriani, Nessana Dartora
Palavras-chave: Maytenus ilicifolia, Patologias Vasculares, Proantocianidinas
Vários metabólitos secundários também identificados na planta Maytenus ilicifolia ("espinheira-santa") mostraram-se efetivos contra doenças crônicas degenerativas. O objetivo deste trabalho é caracterizar os componentes químicos da M. ilicifolia e investigar sua utilidade na prevenção de
patologias vasculares. Para tanto, 100 g de folhas foram secas, trituradas e submetidas à extração por infusão com 1L de água destilada fervente,
até a mistura atingir temperatura ambiente. Os extratos foram filtrados e tratados com etanol (3 volumes) rendendo duas frações, o precipitado e o
sobrenadante etanólico (SEI; 20,61 g). Uma porção de SEI (10 g) foi solubilizada em água (100 mL) e particionada com acetato de etila (100 mL,
5x), originando uma fração aquosa (SEI-H2O, 64%) e uma fração orgânica (SEI-EtAc, 36%). Os extratos obtidos foram analisados por cromatografia
líquida de ultra eficiência (UPLC, Waters-Acquity) e espectrometria de massas (ESI-MS, Quattro-LC, Waters). Em SEI, foram observadas quantidades elevadas de flavonóis-glicosídeos com absorção característica em 2 bandas no UV, em aproximadamente 255 nm e 355 nm. Compostos em menor
quantidade foram detectados em 225 nm e 280 nm, similares aos padrões de flavan-3-óis como catequinas e epicatequinas. Após a partição, na fração
SEI-H2O foram encontrados principalmente os flavonóis-glicosídeos, enquanto que na fração SEI-EtAc, as proantocianidinas (taninos condensados).
A presença destes compostos foi confirmada por ESI-MS, sendo obtidos íons negativos consistentes com flavonoides livres como a catequina/epicatequina em m/z 289, dímeros em m/z 543, 561 e 579, trímeros em m/z 815, 833 e 849 e, por fim, tetrâmeros em m/z 1089, 1105 e 1121. Pentâmeros e
hexâmeros também foram detectados em baixa quantidade. As proantocianidinas de M. ilicifolia são compostas por (epi)-catequina, (epi)-afzelechin,
e (epi)-galocatequina, distribuídos de forma aleatória, resultando em vários isômeros. Sua presença foi confirmada pelos fragmentos em m/z 273
((epi)-afzelechin), 289 ((epi)-catequina), e 305 ((epi)-galocatequina). Quercetina e kaempferol também estiveram presentes em SEI-H2O, aparecendo
em m/z 447 e 463, respectivamente. Testes farmacológicos preliminares, realizados em linhagem de células endoteliais de artéria coronária humana,
demonstraram que a fração SEI-EtAc estimulou a produção do mediador cardioprotetor óxido nítrico, por meio da ativação intracelular da via PI3K/
AKT/eNOS. Estes resultados reafirmam o potencial preventivo da M. ilicifolia nas patologias cardiovasculares.
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Nº 0337
Tema Projeto ANÁLISE DA AÇÃO ANTIPROLIFERATIVA MEDIADA PELO HEXAHIDROXI
TRIFENILENO (HTF).
Aluno de Iniciação Científica: Melyssa Kmecick (PIBIC/CNPq)
Orientador: Sheila Maria Brochado Winnischofer
Co-Orientador: Herbert Winnischofer
Colaborador: Cristiane Regina Zuconelli, Juliana de Carvalho Neme Kenski
Palavras-chave: Hexahidroxitrifenileno (HTF), Glioma, Citotoxicidade
Glioma é o tipo mais comum de tumor cerebral, caracterizado por alta letalidade, capacidade infiltrativa, invasividade e resistência aos tratamentos.
A terapia padrão para o tipo mais agressivo e maligno dos gliomas (Glioblastoma multiforme, GBM) consiste de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Entre os quimioterápicos usados encontra-se a Cisplatina (CisDDP), que apresenta vários efeitos colaterais. Devido à alta letalidade e baixa
sobrevida dos pacientes e os efeitos colaterais causados pelos tratamentos atuais, faz-se necessária a busca por novas terapias mais eficientes e que
melhorem a qualidade de vida dos pacientes. Os complexos de Rutênio possuem potencial antitumoral e são uma alternativa terapêutica interessante, com a possibilidade de menores efeitos colaterais. O HTF é utilizado como ligante precursor de alguns complexos de Rutênio e mostrou ter
atividade antiproliferativa em células de glioma. Dentro desse contexto, este projeto procurou avaliar a citotoxicidade do HTF em linhagens de
células de glioblastoma humano (T98G e U87MG) e uma possível ação sinérgica da CisDDP e do HTF para aumentar a eficiência no tratamento antitumoral. Para isso, foram realizados ensaios para avaliar a viabilidade celular pelo método do MTT. As células foram tratadas com HTF
(10mM), CisDDP (5 e 10 mM), e a combinação das duas drogas por um período de 48h. Os resultados mostram significativa redução da viabilidade,
de ambas as linhagens de glioblastoma após tratamento apenas com HTF, atingindo 27% de redução para a linhagem U87MG e 18% para a T98G.
Já nas condições em que foram utilizados co-tratamento de HTF + CisDDP houve significativo aumento de citotoxicidade para as duas linhagens
utilizadas. Na linhagem T98G, a redução na viabilidade foi de 51 % após tratamento com CisDDP 5mM e HTF 10mM e 72% quando tratadas com
CisDDP 10mM e HTF 10mM. A linhagem U87MG apresentou diminuição na viabilidade de 48% após tratamento com CisDDP 5mM e HTF 10mM
e 63% depois de tratadas com CisDDP 10mM e HTF 10mM; vale ressaltar que nas condições de co-tratamento (HTF + CisDDP) o efeito citotóxico
foi significativamente maior quando comparada a condição de tratamento apenas com o HTF 10mM. Foi observado que o HTF possui atividade
antiproliferativa em células de glioblastoma humano e seu tratamento em conjunto com a Cisplatina, provocou um maior efeito citotóxico nessas
células. Com base nos resultados, pode-se sugerir uma atividade sinérgica entre as duas drogas e uma possível estratégia terapêutica promissora no
tratamento de gliomas humanos.
Nº 0338
Tema Projeto SÍNTESE DE GLICOSÍDEOS ISOTIOCIANATOS
Aluno de Iniciação Científica: Micheli Cristina Silva Mila (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Diogo Ricardo Bazan Ducatti Colaborador: Juliana Cristina Cunico Dallagnol e Alan Guilherme Gonçalves.
Palavras-chave: Glicosídeos, Metil Glicosídeo, Síntese
Recentemente, áreas de pesquisa que buscam a síntese de novas drogas têm explorado a glicosilação de estruturas com reconhecida atividade
biológica, como, por exemplo, heterociclos sintéticos. Glicosil isotiocianatos são um dos mais versáteis derivados utilizados na química de carboidratos, pois podem ser utilizados na glicoconjugação de vários heterociclos. Esse projeto tem como objetivo sintetizar e caracterizar intermediários
necessários para a síntese de glicosídeos isotiocianatos. Dessa forma foi delineado uma estratégia para síntese dos intermediários Metil 2,3,4-TriO-acetil-6-O-p-toluenosulfonil-α-D-manopiranosídeo 1 e Metil 2,3,4-Tri-O-acetil-6-O-p-toluenosulfonil-α-D-glucopiranosídeo 2. Na síntese do
composto 1 foi utilizado metil-α-manopiranose, cloreto de p-toluenossulfonila em piridina. A mistura permaneceu agitando a temperatura ambiente
por 24 horas. Adicionou-se então anidrido acético, e deixou-se agitando por mais 24 horas também a temperatura ambiente. Foi feita uma extração
com diclorometano e o produto foi purificado em coluna de cromatografia em sílica gel, com rendimento de 24,5%. O composto 1 foi caracterizado
por RMN 1H, 13C, HSQC e COSY. Para a síntese do composto 2, D-glucose foi tratada com resina catiônica ácida para produzir o derivado metilα-D-glucopiranose. A purificação foi realizada por cristalização fornecendo um rendimento de 20%. Na sequência o derivado metil glicosídeo foi
reagido com cloreto de p-toluenossulfonila em piridina. Em seguida foi realizada a acetilação com anidrido acético e piridina. Após a extração com
diclorometano, o produto foi purificado em coluna de cromatografia em sílica gel, com rendimento de 54%. O composto 2 foi caracterizado por
RMN 1H e 13C. Utilizando o composto 2 foram realizadas tentativas para a produção do derivado Metil 2,3,4-tri-O-acetil-6-desoxi-6-isotiocianatoα-D-glucopiranosideo com isotiocianato de potássio, iodeto de sódio em acetonitrila anidra. Entretanto as analises de RMN de 1H e 13C indicaram
a formação do composto Metil 2,3,4-Tri-O-acetil-6-desoxi-6-iodo-α-D-glucopiranosideo. Como conclusão as estratégias para formação dos compostos intermediários C6 tosilados 1 e 2 foram eficientes. A transformação desses compostos no derivado isotiocianato ainda não foi alcançada,
entretanto novas tentativas estão sendo otimizadas no laboratório.
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Nº 0339
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DA INTERAÇÃO ENTRE HERBASPI-
RILLUM RUBRISUBALBICANS E ARROZ ORYZA SATIVA CULTIVAR NIPPONBARE
Aluno de Iniciação Científica: Thiago Borba Kokot (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Fábio de Oliveira Pedrosa
Co-Orientador: Glaucio Valdameri
Colaborador: Rose Adele Monteiro, Glaucio Valdameri
Palavras-chave: Herbaspirillum rubrisubalbicans, Caracterização Genotípica, Interação Planta-Bactéria
O gênero Herbaspirillum contém várias espécies, sendo um representante o Herbaspirillum rubrisubalbicans, uma bactéria fixadora de nitrogênio
encontrada em associação com gramíneas de interesse econômico como milho, sorgo e cana-de-açúcar. Este microrganismo foi inicialmente descrito como fitopatógeno de certas variedades de sorgo e cana-de-açúcar. O objetivo deste projeto é avaliar as diferenças fenotípicas encontradas entre
plântulas de arroz inoculadas com H. rubrisubalbicans e comparar com plântulas de arroz não inoculadas, avaliando o tamanho e o peso seco das
raízes e partes aéreas das plantas. Para realização do plantio, as sementes de Oryza sativa cultivar nipponbare foram previamente desinfetadas e
germinadas por 3 dias em placas de ágar-água 1% em estufa a 30°C. Após esta etapa foi realizada a inoculação das sementes germinadas de arroz
através de imersão em uma cultura de H. rubrisubalbicans pelo tempo de 30 minutos. Após a inoculação as sementes germinadas foram transferidas
para tubos de ensaio contendo a solução nutritiva Hoagland’s e pastilhas de polipropileno para suporte da planta. As plântulas inoculadas e não
inoculadas foram crescidas por 7 dias sob condições gnotobióticas e após esse tempo de crescimento foram realizadas quantificações de bactérias
endofíticas e totais presentes nas raízes das plântulas. Em condições controle, nenhum crescimento de bactérias foi verificado e assim confirmamos
a inocuidade das plântulas utilizadas. Nas plântulas inoculadas foi observado endofiticamente a presença de aproximadamente 10E+6 UFC/g de raiz
e 10E+9 UFC/g de raiz na contagem de bactérias totais presentes nestas raízes. Resultados preliminares apontam uma redução no tamanho e peso
seco de raízes e folhas das plantas inoculadas em detrimento das plantas controle. Estes resultados sugerem que existem vários fatores envolvidos
nos processos de interação planta-bactéria e que o H. rubrisubalbicans, quando inoculado em plântulas de arroz pode ter um padrão de interação
diferenciado quando comparado a outras bactérias gênero Herbaspirillum.
Nº 0340
Tema Projeto AVALIAÇÃO DE UMA FUCOMANOGALACTANA QUIMICAMENTE SULFA-
TADA COMO HEPARINOIDE
Aluno de Iniciação Científica: Aline Guimarães Santana (Bolsista permanência)
Orientador: Thales Ricardo Cipriani
Co-Orientador: Ana Helena Pereira Gracher
Colaborador: Marcello Iacomini
Palavras-chave: polissacarídeos sulfatados, coagulação sanguínea, fucomanogalactana
A trombose é definida como a formação de coágulos sanguíneos quando ocorre um desequilíbrio na hemostasia, entre os processos de início da
coagulação e sua interrupção. Agentes anticoagulantes são compostos que evitam a coagulação sanguínea por interferirem nas vias deste processo.
Estas moléculas são utilizadas tanto para prevenção e tratamento de doenças trombolíticas, quanto in vitro em testes sanguíneos ou durante diálise.
Dentre os anticoagulantes mais utilizados destacam-se a heparina e heparinas de baixa massa molar. Sua ação terapêutica deve-se a capacidade de
suas unidades de -D-glucosamina e ácido -L-idurônico 14 ligadas, os quais apresentam um complexo padrão de substituição por grupos sulfato, de
se ligarem a sítios básicos de serinos proteases e seus inibidores (antitrombina, cofator II da heparina e fator X) acelerando seus efeitos destes. No
entanto a heparina apresenta alguns inconvenientes, como o fato de ser obtida de fonte animal, e também apresentar um baixo índice terapêutico
podendo causar hemorragias e trombocitopenia. Por isto é importante a busca de novos compostos com ações anticoagulantes e/ou antitrombóticos,
também chamados de heparinoides. Com este intuito uma fucomanogalactana previamente extraída de basidiomicetos, foi quimicamente sulfatada,
sendo denominada de Fmg-S1. Esta molécula, a partir de 10 µg/ml, foi capaz de modificar o perfil cinético de coagulação do plasma (teste de recalcificação), prolongando o tempo de coagulação do mesmo e na concentração de 100 µg/ml inibiu completamente a coagulação. Esta molécula não
foi capaz de ativar o fator XII da cascata de coagulação, não agindo como um agente pró-coagulante. Testes antitrombóticos in vivo foram iniciados
a fim de se verificar sua ação na coagulação fisiológica. Também será avaliada a ação de Fmg-S1 na agregação plaquetária estimulada por ADP e
trombina, bem como testes de aPTT ex vivo.
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Nº 0341
Tema Projeto PROPRIEDADES REOLÓGICAS DA GOMA DO ANGICO BRANCO (ANA-
DENANTHERA COLUBRINA)
Aluno de Iniciação Científica: Eder Gonçalves Queiroz (PIBIC/CNPq)
Orientador: Philip Albert James Gorin
Co-Orientador: Fernanda Fogagnoli Simas Tosin
Palavras-chave: Angico Branco, Goma, Propriedades Reológicas
Gomas de exsudatos vegetais são substâncias produzidas pelos galhos, troncos e/ou frutos de algumas plantas em resposta a injúrias mecânicas, estresse climático ou invasão microbiana. As gomas são compostas majoritariamente por heteropolissacarídeos complexos. Dentre os polissacarídeos
mais descritos em gomas de exsudatos estão as arabinogalactanas, compostas por cadeias principais de β-Galp (1→3)-ligadas substituídas por cadeias laterais compostas por Araf, Arap, Galp, Rhap e GlcpA, variando de acordo com a espécie. Um exemplo clássico deste tipo de polissacarídeo é
a goma arábica, originária da África. Tendo em vista o grande aporte financeiro investido na importação da goma arábica pela indústria brasileira, a
busca por espécies nativas que produzam gomas com potencial para substituí-la é de grande interesse. Uma vez que a goma do angico branco possui
estrutura muito semelhante à da goma arábica, este trabalho teve como objetivo avaliar as suas propriedades reológicas (em água e em NaCl 0,1M
/ concentrações 2%, 5% e 10% p/p) para entender sua potencial aplicação industrial. Foram realizadas curvas de fluxo (modo CR - 0,0001 a 1000
s-1), varreduras de tensão (0,001 a 100 Pa) e varreduras de frequência (0,01 a 100 Hz). Analisando as curvas de fluxo das soluções da goma (2%,
5% e 10%) observou-se um aumento progressivo nos valores de viscosidade com o aumento da concentração. Para todas as amostras foi observado
um comportamento pseudoplástico, com diminuição da viscosidade em função da taxa de cisalhamento. Quando solubilizada em NaCl 0,1M nas
concentrações 2% e 5%, a viscosidade da goma diminuiu consideravelmente. Tal comportamento não foi evidente na concentração 10%. Através de
varreduras de frequência, foi observado um comportamento típico de gel para a amostra nas concentrações 5% e 10%, sendo o módulo elástico (G’)
superior ao módulo viscoso (G”) em toda a faixa de frequência. Um gel mais rígido foi obtido na concentração 10%. Já a amostra na concentração
2% apresentou comportamento de solução concentrada, onde G”>G’ em baixas frequências, com inversão dos módulos em frequências maiores.
Quando a amostra foi solubilizada em NaCl 0,1M, nas concentrações 2% e 5%, houve diminuição nos valores de G’ e G”, enquanto que para a
concentração 10%, a presença de NaCl não alterou significativamente seu comportamento viscoelástico. Estes resultados sugerem a utilização da
goma do angico branco como espessante/gelificante e são importantes na prospecção de utilização industrial desta goma.
ANÁLISE DE POLISSACARÍDEOS DE PLANTAS MEDICINAIS
Aluno de Iniciação Científica: Gisele Trennepohl da Costa Heinen (IC-Voluntária)
Orientador: Selma Faria Zawadzki Baggio Co-Orientador: Juliana Bello Baron Maurer
Colaborador: Fábio Tomio Yamassaki, Luciano Campestrini
Palavras-chave: nutracêuticos, nupplamed, suco funcional
Desde os primórdios da Antiguidade até a atualidade, as plantas medicinais têm sido um importante recurso terapêutico, na forma de extratos,
tinturas, pomadas e cápsulas, que utiliza como matéria-prima, parte de plantas, como folhas, caules, raízes, flores e sementes, com conhecido efeito
medicinal e/ou nutracêutico. Os alimentos nutracêuticos ou funcionais estão em evidência e se caracterizam por prover a oportunidade de combinar
produtos comestíveis de alta flexibilidade com moléculas biologicamente ativas, como estratégia para consistentemente corrigir distúrbios metabólicos resultando em redução dos riscos de doenças e manutenção da saúde. O suco utilizado neste trabalho, conhecido como suco verde, é composto
por alimentos considerados funcionais (couve, laranja, limão, abacaxi, linhaça e gengibre) e a obtenção de dados que descrevam suas características
químicas e/ou biológicas torna este trabalho relevante. Assim, o objetivo do presente trabalho foi analisar quimicamente e avaliar a atividade antioxidante do suco verde. O preparo da amostra envolveu a higienização dos ingredientes, preparo do suco, congelamento, liofilização, inativação
enzimática, deslipidificação, e obtenção de 14 frações polissacarídicas através de extrações aquosas sequenciais e extrações ácidas. Calculou-se
o valor de umidade e o rendimento das 14 frações. Estas frações foram analisadas em cromatógrafo gasoso para a determinação da composição
monossacarídica, análise esta que demonstrou a presença majoritária de galactose, arabinose e ramnose na maioria das frações, indicando a presença de polissacarídeos do tipo pectina. Também foram realizadas as dosagens espectofotométricas de carboidratos, de proteínas e de compostos
fenólicos, tanto das frações como do suco verde. O suco apresentou em torno de 43% de carboidratos, 43% de proteínas e 15% de fenólicos. As
composições de carboidratos e proteínas das frações polissacarídicas foram determinadas e foi obtida uma variação de 12,4% a 61,3% na dosagem
de carboidratos, e de 1,3% a 32,4% na dosagem de proteínas. Nas condições testadas, a análise das frações não revelou presença de compostos
fenólicos. A determinação da capacidade antioxidante foi realizada com o suco verde funcional fresco e revelou 88% de atividade antioxidante, em
relação ao padrão de BHT (butil-hidroxitolueno), utilizando o método do DPPH (1,1-difenil-2-pieril-hidrazila).
190
Nº 0343
Tema Projeto ULVANAS DE ALGAS VERDES MARINHAS, ULVA LACTUCA E ULVA FAS-
CIATA: CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE ANTICOAGULANTE.
Aluno de Iniciação Científica: Letícia Lauren Dalmollin (PIBIC/CNPq)
Orientador: Maria Eugênia Duarte Noseda Co-Orientador: Miguel Daniel Noseda
Colaborador: Pauline Laís Nasatto
Palavras-chave: Polissacarídeos ulvanas, Estrutura química, Atividade anticoagulante
Os polissacarídeos de algas verdes marinhas do gênero Ulva denominados de ulvanas, vêm sendo pesquisados devido sua estrutura química que
não tem paralelo com outras fontes de origem animal ou vegetal bem como devido as suas propriedades funcionais. Ulvanas foram extraídas das
algas Ulva lactuca e Ulva fasciata, por extração aquosa a 80 °C (4 horas, 20 g/L), resultando nas respectivas frações polissacarídicas UL e UF, com
rendimentos de 19,3% e 13,8%, respectivamente. As frações polissacarídicas UL e UF são sulfatadas (19,3 e 27,2%, respectivamente) e contêm em
torno de 22% de ácidos urônicos, estes dados estão condizentes com o que já foi descrito na literatura para ulvanas. Após hidrólise ácida, redução,
acetilação e análise dos derivados acetatos de alditóis, por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa, tanto a fração UL como a UF
apresentaram ramnose como a unidade monossacarídica majoritária (47,5 mol% e 54,0 mol%, respectivamente), além de menores percentagens de
glucose, xilose, galactose e 3- e/ou 4-metilgalactose. Os espectros de RMN de C-13 de UF e UL apresentaram, na região anomérica, dois sinais principais em 104,3 e 100,9 e em 104,4 e 100,9 ppm, respectivamente, atribuídos a unidades de ácido β-D-glucurônico e α-L-ramnose 3-sulfato (R3S)
4-ligadas. Sinais em 98,8 e 99,3 ppm correspondentes a unidades de R3S ligadas a unidades de xilose e xilose 2-sulfato, respectivamente, também
são constituintes das ulvanas de U. lactuca e U. fasciata. Os ensaios de atividade anticoagulante (testes APTT) das frações UL e UF (10 a 10.000
µg/mL) demonstraram que as mesmas apresentam baixa atividade quando comparada a heparina. Deste modo, os grupos sulfato nestas ulvanas não
estão em um posicionamento adequado para desempenho da atividade anticoagulante, como ocorre com outros tipos de polissacarídeos sulfatados.
Nº 0344
Tema Projeto EXTRAÇÃO, PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS PO-
LISSACARÍDEOS DA CASCA DO MANGOSTIN (GARCINIA MANGOSTANA).
Aluno de Iniciação Científica: Natissa de Oliveira Ribas (PIBIC/CNPq)
Orientador: Lucimara Mach Cortes Cordeiro Colaborador: Rafael Roberto Klosterhoff
Palavras-chave: Mangostin, polissacarídeos, Garcinia mangostana
O mangostin (Garcinia mangostana), é um fruto nativo do sul e sudeste da Ásia e é amplamente cultivado em outras partes dos trópicos devido a
sua popularidade e o seu potencial de comercialização. O mangostin é conhecido como “a rainha das frutas”, pois é uma das frutas tropicais mais
saborosas, conforme o seu sabor ligeiramente ácido e doce. No Brasil, o fruto foi introduzido no ano de 1935, na Bahia, e em 1942 no Pará. O mangostin pode ser consumido integralmente como suco a partir da trituração de todas as suas partes (casca, polpa e semente) e a casca pode ser utilizada
como corante. Esta compõe 70% do peso do fruto e apresenta em sua composição xantonas (substâncias que despertam o interesse na indústria de
alimentos e farmacêutica por possuir ação antioxidante), bem como elevado teor de fibras. Entretanto, não existe ainda na literatura estudos sobre
os polissacarídeos que compõem estas fibras. Desta maneira, este estudo tem como objetivo a extração, purificação e caracterização estrutural dos
polissacarídeos presentes na casca do mangostin. Os frutos foram obtidos no Mercado Municipal de Curitiba-PR, lavados em água corrente e a
casca foi separada da polpa e das sementes com auxílio de uma faca. A casca foi desidratada por liofilização e em seguida foi moída com auxílio
de moinho, resultando em 239 g de material (62,34% de umidade). Esta foi deslipidificada em aparelho de Soxhlet utilizando metanol:clorofórmio
(1:1, v/v) como solventes. Em seguida, os polissacarídeos foram extraídos pelo processo aquoso a 100ºC e alcalino (com KOH a 10%) a 100ºC, sob
refluxo, obtendo-se os extratos aquosos (fração MCW, rendimento 32,7 g) e alcalinos (fração MCK, rendimento 41,5 g), respectivamente. A fração
MCK apresentou-se composta por arabinose (36.0%), manose (4,7%), galactose (12,6%), xilose (37,8%), glucose (6,9%), e ramnose (2.0%). Para
iniciar a etapa de purificação dos polissacarídeos, estes extratos foram submetidos ao processo de purificação por congelamento e degelo, originando
frações solúveis (MCWS, MCKS) e insolúveis (MCWP, MCKP) em água fria. Estas frações serão analisadas quanto a suas composições monossacarídicas e perfil de homogeneidade. Apoio financeiro: Pronex-Carboidratos, CNPq, Fundação Araucária.
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Nº 0345
Tema Projeto ANÁLISE DOS FILMES FINOS DA PROTEÍNA GLNK DE S. MUTANS SO-
BRE MICA
Aluno de Iniciação Científica: Juliano Morimoto Borges (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Elaine Machado Benelli
Palavras-chave: Filmes Finos, Proteínas PII, Estrutura
Proteínas são polímeros de aminoácidos que desempenham as mais diversas funções em sistemas biológicos. Essas funções estão intimamente relacionadas à estrutura tridimensional a qual essas proteínas adquirem. As estruturas tridimensionais são influenciadas principalmente pelas cadeias
laterais dos aminoácidos constituintes, já as cadeias principais são responsáveis pelas ligações peptídicas. As ligações peptídicas correspondem à
ligação covalente entre o grupo carboxila de um aminoácido e o grupo amina do aminoácido seguinte com concomitante perda de uma molécula
de água. Muitas técnicas vêm sendo desenvolvidas com o intuito de facilitar e acelerar a nucleação e, assim, a cristalização de biomoléculas.
Uma das técnicas é a utilização de filmes finos de proteínas adsorvidos em substratos sólidos e a conseqüente utilização destes substratos como
principio para a cristalização. A análise destes filmes é feito por microscopia de força atômica (AFM) com o intuito de caracterizar a organização
desses filmes. Este trabalho tem como foco de estudo a proteína GlnK de Streptococcus mutans. A proteína GlnK é uma proteína da família PII.
As proteínas dessa família são caracterizadas por serem importantes transdutores de sinais de nitrogênio intra e extracelulares nos mais diversos
microrganismos. Para este estudo foram depositadas soluções de GlnK 100nM e 10nM além da proteína desnaturada sobre o substrato sólido, no
nosso caso, a mica. O método de deposição foram o drop deposition. A mica é um cristal mineral, constituído por diversas folhas de (Si,Al2)O5
ligados ionicamente com uma camada central de Al2(OH)2. Além disso, íons potássio (K+) estabilizam a rede carregada negativamente formada
pelo oxigênio. Em pH neutro a mica torna-se carregada negativamente pela perda de íons tornando-se hidrofílica e com potencial para adsorção
da proteína GlnK. Outra técnica também foi utilizada. A técnica de FTIR tem como objetivo determinar estruturas secundárias de proteínas. Isso
é possível pela incidência de feixes de luz infra-vermelho na amostra que pode estar em solução ou fixada em substrato. A incidência em comprimentos de ondas determinados são capazes de gerar freqüências reconhecidas de algumas ligações químicas. Essas ligações podem indicar quais
estruturas secundarias estão são encontradas na amostra.
COMPARAÇÃO DAS ATIVIDADES ANTICOAGULANTE E ANTITROMBÓTICA DE FRAÇÕES DE HEPARINAS SUÍNA E BOVINA
Aluno de Iniciação Científica: Daiana Leila Drehmer (PROBEM/UFPR)
Orientador: Thales Ricardo Cipriani
Colaborador: Alexsandro Vinícius Nogueira, Ana Helena Pereira Gracher
Palavras-chave: Heparina, Atividade Anticoagulante, Atividade Antitrombótica
A heparina tem ampla utilização clínica na prevenção e tratamento de problemas tromboembolíticos. Ela atua como um anticoagulante por se ligar à
antitrombina (AT) e ao cofator II da heparina (HCII), permitindo que estes inibidores de proteases formem complexos com enzimas da coagulação,
inativando-as. Sua aplicação, entretanto, leva a efeitos colaterais, que podem ser diminuídos com o fracionamento. Heparinas não fracionadas (1 g),
bovina (UB) e suína (US), cedidas pela empresa Extrasul – Extracting Quality, foram solubilizadas em 10 mL água destilada e tratadas com 7,5 mL
de etanol saturado com acetato de sódio. Este tratamento levou à formação de duas frações para cada tipo de heparina: sobrenadante (SS para suína
e SB para bovina) e precipitado (PS e PB), com rendimentos de aproximadamente 90% para as frações precipitadas e 10% para as sobrenadantes
em ambas as amostras. O tempo de tromboplastina parcial ativada (aPTT) foi utilizado para determinar a potência das heparinas em unidades internacionais (UI/mg), obtendo-se os seguintes resultados: US=171,8 UI/mg; PS=209,8 UI/mg; SS=100,5 UI/mg; UB=142,3 UI/mg; PB=160,4 UI/
mg; SB=64,1 UI/mg. Foram testados os efeitos das heparinas sobre a atividade da a-trombina e do fator Xa nas combinações trombina+AT (T1),
trombina+HCII (T2) e fator Xa+AT (T3). Todas as frações testadas inibiram as enzimas em T1, T2 e T3. Para T1 as heparinas suínas e bovinas
apresentaram resultados estatisticamente semelhantes. Em T2, as heparinas suínas tiveram diferenças significativas entre PS (IC50=0,00735 UI/
mL) e SS (IC50=0,03035 UI/mL) e, nas amostras bovinas, entre PB (IC50=0,00662 UI/mL) e SB (IC50=0,04128 UI/mL). Esses resultados permitiram concluir que o fracionamento resultou em heparinas com comportamentos distintos em relação à inibição da a-trombina via HCII. Para T3,
foi observada diferença estatística apenas entre os resultados obtidos com as heparinas bovinas PB (IC50=0,00461 UI/mL) e SB (IC50=0,00064 UI/
mL). Também foram realizados testes in vivo de inibição de trombose venosa em ratos. Na dose de 0,1 UI/kg, verificou-se que os trombos para as
heparinas US, PS, SS, UB, PB e SB corresponderam, respectivamente, a aproximadamente 30%, 30%, 48%, 78%, 27% e 22% do peso do trombo
do grupo controle (sem administração de heparina), que foi igual a 5,03 mg. Estes resultados indicam que o fracionamento das heparinas adotado
neste trabalho gera frações com diferentes potências de efeito antitrombótico.
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Nº 0347
Tema Projeto EXTRAÇÃO, PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS
POLISSACARÍDEOS DE MANGOSTIN (GARCINIA MANGOSTANA).
Aluno de Iniciação Científica: Rafael Roberto Klosterhoff (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Lucimara Mach Côrtes Cordeiro
Palavras-chave: Mangostin, Extração, Polissacarídeos
O fruto do mangostin (Garcinia mangostana) é conhecido como “a rainha das frutas”, é popularmente utilizado nos países do sudeste asiático
no tratamento da diarreia, abscesso, infecções de pele e gonorreia inclusive utilizado como agente microbiano e antiparasitário em tratamento de
disenterias, úlceras crônicas e para curar feridas. O mangontin apresenta grande variedade de propriedades farmacológicas Na literatura já foram
descritas atividade antinflamatória, antitumoral, potente agente antioxidante e atividade antibiótica contra Staphylococcus aureus e Helicobater
pylori. Os carboidratos existem como monossacarídeos, oligossacarídeos, polissacarídeos e seus derivados os quais são os principais componentes
químicos na maioria dos tecidos e células das plantas, depois da água. São os responsáveis pela formação da parede celular, o qual é o suporte para
as células vegetais e suas estruturas. As pectinas podem ser compostas por até 17 diferentes monossacarideos, desenpenham funções relacionadas
com crescimento, morfologia, desenvolvimento, adesão, expansão, porosidade, sinalização e respostas de defesa contra patógenos Visto que não há
na literatura a caracterização estrutural dos polissacarídeos presentes no mangostin (Garcinia mangostana), o objetivo deste trabalho é caracterizar
estruturalmente os polissacarídeos purificados a partir da utilização de diversos métodos e extraídos tanto em meio aquoso quanto em meio alcalino.
A extração de polissacarídeos em meio aquoso (MPW) representou 6,9 % do fruto, sendo a fração solúvel (MPWS) responsável por 6,3 % e a fração
precipitado por 0,6 %. A extração dos polissacarídeos em meio alcalino (MPK) correspondeu a 2,0 % do fruto seco. Os próximos passos a serem
realizados na pesquisa são a analise da composição monossacarídica e análise de ressonância magnética nuclear a fim de elucidar a composição
estrutural dos polissacarídeos e delinear quais serão as subsequentes etapas para a purificação dos polissacarídeos presentes na polpa do mangostin.
Apoio financeiro: Pronex-Carboidratos, CNPq.
Nº 0348
Tema Projeto MOBILIZAÇÃO DE POLIHIDROXIBUTIRATO EM HERBASPIRILLUM SE-
ROPEDICAE SMR1
Aluno de Iniciação Científica: Fernanda Holthmam (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Marcelo Müller dos Santos Co-Orientador: Cícero Silvano Teixeira
Colaborador: Fabio de Oliveira Pedrosa, Emanuel Maltempi de Souza
Palavras-chave: Herbaspirillum seropedicae, Polihidróxibutirato, PHA Depolimerases
Herbaspirillum seropedicae é uma bactéria diazotrófica e endofítica capaz de produzir e armazenar em grânulos intracelulares um poliéster biodegradável conhecido como polihidróxibutirato (PHB). Este polímero atua como reserva de carbono e também de potencial redutor, já que a sua
mobilização no interior da célula gera acetil-CoA e NADPH. A síntese de PHB ocorre a partir de acetil-CoA em três passos: (i) 2 acetil-CoA são
condensados a acetoacetil-CoA, (ii) acetoacetil-CoA é reduzido a 3-hidroxibutiril-CoA consumindo NADPH e (iii) a enzima PHA sintase polimeriza vários 3-hidroxibutiril-CoA formando PHB. Em condições de escassez de nutrientes esses grânulos de reserva são mobilizados através de
hidrolases denominadas PHA depolimerases. A PHA depolimerase hidrolisa PHB liberando 3-hidroxibutirato, (ii) o 3-hidroxibutirato é oxidado
a acetoacetato formando NADPH, (iii) o acetoacetato é convertido a acetoacetil-CoA e (iv) acetoacetil-CoA é convertido a 2 moléculas de acetil-CoA. No genoma de Herbaspirillum seropedicae foram encontrados 2 genes que codificam para PHA depolimerases, sendo estes, phaZ1 (locus
Hsero_1622) e phaZ2 (locus Hsero_0639). O objetivo principal deste trabalho é a construção de estirpes mutantes ΔphaZ1, ΔphaZ2 e ΔphaZ1.2,
pela técnica de deleção em fase, para posterior avaliação do efeito das mutações na viabilidade celular e na fixação de nitrogênio. Para construção
dos mutantes, fragmentos em torno de 500 pb a montante e a jusante do gene phaZ1 e phaZ2 de H. seropedicae foram amplificados e fusionados
por PCR. Os produtos de fusão foram extraídos de gel de agarose e purificados, para posterior clonagem em pTZ18R digerido com SmaI. Os clones
obtidos (pTZ18R_ΔphaZ1 e pTZ18R_ΔphaZ2) foram confirmados por digestão com as enzimas XbaI e PstI e por sequenciamento de DNA. Os
produtos de deleção ΔphaZ1 e ΔphaZ2 foram extraídos de gel de agarose e purificados para posterior ligação no vetor pK18mobsacB digerido com
XbaI e PstI. Após confirmação dos clones em pK18mobsacB, os plasmídeos serão conjugados em H. seropedicae SmR1 para seleção dos mutantes
e confirmação por PCR. Os mutantes serão avaliados quanto a sua capacidade de mobilizar os grânulos de PHB em condições de baixo carbono e
também se a falta de mobilização de PHB afeta a fixação de nitrogênio.
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Nº 0349
Tema Projeto ESTUDO DO METABOLISMO DE POLIHIDROXIBUTIRATO EM HERBAS-
PIRILLUM SEROPEDICAE
Aluno de Iniciação Científica: Henrique Leonardo Ruchaud Corrêa (PIBIC/CNPq)
Orientador: Leda Satie Chubatsu
Co-Orientador: Marcelo Müller dos Santos
Colaborador: Fabio de Oliveira Pedrosa e Emanuel Maltempi de Souza
Palavras-chave: Herbaspirillum seropedicae, Polihidroxibutirato, Sistema Ntr
Herbaspirillum seropedicae é uma bactéria diazotrófica e endofítica capaz de produzir e armazenar em grânulos intracelulares um poliéster biodegradável conhecido como polihidróxibutirato (PHB), que atua como reserva de carbono e de potencial redutor. Uma característica que vem sendo
observada é que baixos níveis de nitrogênio parecem estimular a produção de PHB, evidenciando uma provável relação entre a disponibilidade de
nitrogênio no meio e a síntese do polímero. Em H. seropedicae, o metabolismo de nitrogênio é em parte regulado pelo sistema Ntr. Este sistema é
composto pela enzima uridililtransferase (GlnD, codificada pelo gene glnD), as proteínas transdutoras de sinal da família PII (GlnB e GlnK, codificadas pelos genes glnB e glnK) a permease de amônia (AmtB, codificada pelo gene amtB) e o sistema de dois componentes NtrB-NtrC (codificado
pelos genes ntrB e ntrC). Para avaliar o conteúdo de PHB produzido em diferentes fases de crescimento em mutantes do sistema Ntr, as estirpes
foram cultivadas em meio contendo 37 mM de malato e baixa ou alta concentração de NH4Cl (5 mmol/L e 20 mmol/L). A quantidade de PHB foi
determinada por cromatografia gasosa a partir das culturas liofilizadas submetidas à metanólise. As quantidades de PHB, referentes à porcentagem
de peso seco, nas culturas cultivadas em alta concentração de NH4Cl foram: 17% (estirpe selvagem SmR1), 17% (glnD-) 16% (glnK-), 8% (glnB-),
8% (amtB-), 33% (ntrC-). As porcentagens obtidas nas culturas cultivadas em baixa concentração de NH4Cl foram: 25% (estirpe selvagem SmR1),
25% (glnD-), 25% (glnK-) 19% (glnB-), 14% (amtB-), 33% (ntrC-). Os níveis de produção de PHB nas estirpes glnD- e glnK- são semelhantes aos
encontrados na estirpe selvagem, indicando que nesses mutantes não houve alteração significativa na síntese de PHB. Nas estirpes glnB- e amtB-, a
biossíntese foi afetada negativamente, enquanto que em ntrC- a biossíntese foi afetada positivamente, em comparação à estirpe selvagem. A estirpe
ntrC- também foi capaz de acumular 33% de seu peso seco em PHB tanto em baixa quanto em alta concentração de NH4Cl, sugerindo que neste
mutante as concentrações de NH4Cl no meio e a produção de PHB estão desacopladas.
AVALIAÇÃO DA COLONIZAÇÃO DE HERBASPIRILLUM SP EM PLANTAS
DE MILHO ATRAVÉS DE QRT-PCR.
Aluno de Iniciação Científica: Jessica Chimene Fernandes (PIBIC/CNPq)
Orientador: Maria Berenice Reynaud Steffens Co-Orientador: Rose Adele Monteiro
Colaborador: Saulo Ferreira da Silva Junior
Palavras-chave: Herbaspirillum seropedicae, Interação Planta-Bactéria, Fixação de Nitrogênio
Herbaspirillum seropedicae estirpe SmR1 é uma bactéria fixadora de nitrogênio e endofítica que se associa com mono e dicotiledôneas através de
um complexo mecanismo de interação planta-bactéria. Esta bactéria produz hormônios de crescimento, como auxinas e giberelinas, que estimulam
o crescimento das raízes o que favorece a maior absorção de nutrientes e água. Devido a estas propriedades, esta bactéria é um importante alvo de
pesquisas para a agricultura. O nitrogênio é um fator limitante para a produtividade do milho e por isso fertilizantes nitrogenados são utilizados em
grande quantidade para garantir a demanda da produção. A uréia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado e sua produção depende de fonte energética não renovável de alto custo. Diante disso, buscam-se então alternativas para diminuir a utilização deste fertilizante sem que haja diminuição
da produção. As bactérias promotoras do crescimento vegetal e fixadoras de nitrogênio constituem uma opção bastante viável visto que promovem
o crescimento vegetal e não prejudicam o ambiente. Uma etapa importante do processo de interação planta-bactéria é a confirmação da presença da
bactéria inoculada ao longo do período do crescimento vegetal. O qRT-PCR é um método que tem se mostrado bastante eficiente e foi escolhido para
o desenvolvimento deste projeto. Foram realizados ensaios de colonização interna de plantas de milho com a bactéria H. seropedicae SmR1 e após
alguns dias de inoculação estas plantas foram avaliadas quanto a ocorrência ou não de crescimento de bactérias endofíticas. DNA bacteriano foi
purificado e uma região de 250 pares de base do gene 16S rRNA foi amplificada por PCR convencional, utilizando o par de primers Y1/Y2 . Desta
forma pode-se verificar a presença da bactéria na planta. Posteriormente será empregada a técnica qRT-PCR. Oligonucleotídeos iniciadores específicos para qRT-PCR foram desenhados e será possível observar a expressão de genes relacionados com a interação planta-bactéria de acordo com o
tempo de interação (adesão, colonização e crescimento endofítico), refletindo assim, o metabolismo das bactérias na planta inoculada.
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Nº 0351
Tema Projeto EXPRESSÃO E CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA DE UMA LIPASE IDEN-
TIFICADA A PARTIR DO SEQUENCIAMENTO MASSIVO DE DNA METAGENÔMICO.
Aluno de Iniciação Científica: Rafaela Barbirato Ferreira (PIBIC/CNPq)
Orientador: Emanuel Maltempi de Souza Co-Orientador: Helisson Faoro
Colaborador: Rose Adele Monteiro, Fábio de Oliveira Pedrosa
Palavras-chave: Bioprospecção, Metagenômica, Lipase
A metagenômica permitiu a descoberta de uma grande diversidade de enzimas com características interessantes para o campo da Biotecnologia
como esteroseletividade, enantioseletividade, atividade em solventes orgânicos e a altas temperaturas. As lipases catalisam a hidrólise de acilgliceróis de cadeia longa formando ácidos graxos livres e glicerol. Seu mecanismo catalítico é baseado na presença da tríade catalítica, composta por
serina, histidina, aspartato/glutamato. As lipases configuram oito famílias, sendo elas classificadas de acordo com sua sequência e propriedades
bioquímicas. A partir da triagem feita em uma biblioteca metagenômica, construída a partir do DNA purificado de amostras de solo da Floresta
Atlântica Paranaense, foi identificada uma nova família de lipases denominada LipAP (Activate by Proteolysis), cuja principal característica é a dependência de uma protease (PepAP) para a sua ativação. Entretanto, a relação molecular entre a lipase e a protease e as características bioquímicas
dessa nova família de lipases não foram determinadas, sendo esse o objetivo desse trabalho. Para tanto, as duas proteínas foram superexpressas a
partir do vetor pET28a, purificadas e utilizadas em ensaios in vitro para determinação da relação lipase/protease. Os plasmídeos contendo os genes
lipAP e pepAP clonados no vetor pET28a foram transformados na estirpe Rosetta de Escherichia coli para ensaios de superexpressão. A análise dos
géis indicou que as proteínas estavam sendo expressas corretamente com os tamanhos esperados. A superexpressão da peptidase PepAP resultou
em um produto insolúvel. Diferentes tampões e condições foram testadas para otimizar a produção de PepAP na forma solúvel. As condições que
produziram a maior quantidade de proteína solúvel foram utilizadas para expressão em grande quantidade e posterior purificação da proteína. Entretanto, após a etapa de purificação, verificou-se que a maior concentração de PepAP continuou na fração insolúvel. Testes de atividade realizados
com a fração solúvel coletada de PepAP e LipAP previamente purificada foram negativos, sugerindo que PepAP, de fato, não se encontrava na
fração solúvel. Novos testes estão sendo realizados utilizando tampão contendo uréia para purificar PepAP a partir da fração insolúvel. Em seguida,
a lipase ativada será caracterizada bioquimicamente em relação à temperatura e ph ótimos, estabilidade em diferentes temperaturas e ph, e atividade
em metais e detergentes.
Nº 0352
Tema Projeto DETERMINAÇÃO DO PERFIL DE SECREÇÃO DE PROTEÍNAS EM FUN-
GOS COM POTENCIAL DE BIODEGRADAÇÃO DE POLUENTES.
Aluno de Iniciação Científica: Roberto Fulton Rivera (PIBIC/CNPq)
Orientador: Jaime Paba Martínez
Colaborador: Carlos Danilo Carneiro
Palavras-chave: Secretoma, Eletroforese Bidimensional, Proteoma
Os fungos, como organismos heterótrofos, se caracterizam pela ampla e diversa produção e liberação de enzimas ao meio externo. Através destas
torna-se possível o acesso do organismo a fontes de carbono e nitrogênio para o seu metabolismo basal. A existência, dentro da indústria, de uma
tendência para a substituição de processos de caráter inorgânico ou sintético por outros de origem biológico abre uma brecha para a aplicação de
enzimas em tais processos. Assim, de maneira crescente pode se observar a aplicação de enzimas na indústria de alimentos, do papel, de cosméticos,
na biodegradação de resíduos, entre outras. O presente trabalho tem como objetivo final a expressão e caracterização do maior numero de proteínas
secretadas por duas linhagens de fungos (uma lignolítica e outra endofitica) com propriedades associadas a biodegradação de poluentes. Para tal
os fungos foram cultivados em meio mínimo sólido e líquido variando pontualmente o tipo e concentração de 6 fontes de carbono e nitrogênio. As
fontes de carbono usadas foram: amido, carboximetilcelulose, sacarose, glicose, maltose e glicerol, em concentrações de 1, 5 e 20 g/L. As fontes de
nitrogênio empregadas foram uréia, cloreto de amônia, tartarato de amônia, oxalato de amônia e nitrato de sódio, em concentrações entre 1 e 25 mM.
Extratos solúveis foram isolados e analisados por eletroforese desnaturante SDS-PAGE, seguida de coloração de prata. A biomassa resultante foi
desidratada em estufa e quantificada. De maneira geral a biomassa aumentou de forma proporcional ao teor de carbono presente no meio de cultivo.
A intensidade da variação foi particular para cada fonte e organismo usado. Para as fontes de nitrogênio, algumas delas exerceram efeito inibitório
a medida que aumentava a sua concentração no meio de cultivo, chegando a inibir drasticamente o crescimento assim como a secreção de algumas
proteínas. O efeito do teor de C e N foi diferente para meios sólidos e líquidos em relação ao perfil de secreção de proteínas. A seguir, as condições
de cultura que resultaram em perfis protéicos diferentes e complementares serão escolhidas para obtenção de novas amostras para assim formar um
pool a ser submetido a eletroforese bidimensional, seguida de identificação das proteínas presentes por espectrometria de massas.
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Nº 0353
Tema Projeto ANÁLISE DO PERFIL DE METILAÇÃO DO GENE MMP-14 EM LINHAGENS
TUMORAIS DE MAMA E EM TUMORES PRIMÁRIOS DE MAMA UTILIZANDO A TÉCNICA DE MSP
Aluno de Iniciação Científica: Ana Carolina Paschoalini Mafra (PIBIC/CNPq)
Orientador: Giseli Klassen
Colaborador: Edneia Ramos, Graciele Manica, Liliane Klassen
Palavras-chave: Epigenética, Câncer de Mama, MMPs
O câncer de mama é a principal causa de morte entre as mulheres, sendo um problema de saúde pública mundial. A epigenética estuda as modificações da estrutura tridimensional do DNA, não dentro da sequência, mas na periferia, como a metilação das citosinas e modificações pós-traducionais
nas histonas, que interferem na expressão de genes. Por esse motivo, a epigenética pode estar intimamente ligada ao desenvolvimento e ao agravamento de patologias, como o câncer de mama. As metaloproteases de matriz (MMPs) são uma família de endopeptidases conhecidas por estarem
envolvidas na progressão do câncer através do aumento da motilidade celular, invasão e metástase linfática. No câncer de mama é muito estudado
o eixo de ativação das MMP-2/MMP-14/TIMP. Este projeto propõe a análise da regulação da expressão epigenética do gene da MMP-14 em linhagens tumorais de mama. As linhagens MCF-7, MDA-MB 435 e MDA-MB 231 foram cultivadas e foram extraídos RNA para estudo de expressão
e DNA para estudo de metilação. A qualidade da síntese de cDNA foi avaliada por RT-PCR do gene constitutivo GAPDH. A reação de RT-PCR
para o gene MMP-14, mostrou que as linhagens MDA-MB 435 e MDA-MB 231 expressam o gene MMP-14, mas a linhagem MCF-7 não expressa.
Além disso a linhagem MCF-7 foi cultivada com agente desmetilante 5-asa-2-desoxicitidina e após esse tratamento o gene MMP-14 passou a ser
expresso. Estes resultados indicam que a regulação desse gene envolve a metilação do DNA. Para confirmar esses resultados o DNA extraído foi
tratado com bissulfito de sódio e a região promotora do gene amplificada, clonada e sequenciada. Os resultados mostraram que as linhagens 435 e
231 apresentaram região promotora do gene pouco metilada, e a MCF-7 apresentou região promotora altamente metilada. Foi observado, portanto,
a correlação entre expressão positiva e ausência de metilação do DNA nas linhagens que expressam MMP-14 e o contrário com a linhagem que
não expressa o gene. Ficou assim comprovada a teoria da regulação epigenética do gene MMP-14. Os passos seguintes do projeto são analisar
demais linhagens tumorais de importância clínica quanto a expressão do MMP-14, e verificar se o gene da metaloprotease em questão é regulado
por epigenética em amostras tumorais de mama.
EXPRESSÃO HETERÓLOGA E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE UMA FOSFOLIPASE RECOMBINANTE DE LAGARTA LONOMIA OBLIQUA
Aluno de Iniciação Científica: Brenda Marin (PIBIC/CNPq)
Orientador: Olga Meiri Chaim
Colaborador: Adriano Marcelo Morgon, Gabriel Otto Meissner,
Marta de Mauro Oliverio
Palavras-chave: Fosfolipase A2, Lonomia Obliqua, Clonagem
A lagarta Lonomia obliqua, conhecida popularmente por taturana, é responsável por um número elevado de acidentes na Região Sul do Brasil.
Erucismo lonômico é o quadro clínico decorrente ao acidente com essas lagartas, o qual varia de reações cutâneas leves a reações sistêmicas graves,
que incluem distúrbios hemostáticos, hemorragia intracerebral e insuficiência renal aguda. O veneno dessa lagarta é composto por diversas toxinas
e, dentre elas, uma fosfolipase A2 (PLA2). O objetivo do presente estudo é obter esta enzima recombinante através da clonagem e expressão heteróloga e avaliar sua atividade bioquímica e biológica. A obtenção da sequência codificante completa da PLA2 se deu por meio da reação em cadeia
da polimerase acoplada à transcriptase reversa (RT-PCR), a partir do RNA total extraído das cerdas que produzem e armazenam o veneno da lagarta.
Para tal, foram desenhados oligonucleotídeos gene-específicos baseados na sequência de uma PLA2 putativa de L. obliqua depositada no GenBank
(AY829845.1). O produto desta reação foi analisado em gel de agarose, extraído e purificado para a ligação em vetor de clonagem pGEM-T. Esta
construção foi transformada em cepa E. coli DH5α e, por PCR de colônia, os clones positivos foram selecionados para minipreparação de plasmídeos
e posterior sequenciamento da construção. A sequência codificante da PLA2 foi subclonada em vetor de expressão pSMT3, que fusiona uma tag de
solubilidade, e esta construção foi transformada em cepa BL21 STAR (DE3) One Shot. Realizaram-se testes de mini expressão a fim de determinar
a concentração ideal do indutor IPTG, que permitisse um melhor rendimento proteico. A expressão em larga escala foi realizada segundo o melhor
resultado obtido na mini expressão: 0,5mM de IPTG, por 4 horas a 30ºC. Após centrifugação da cultura, as bactérias foram lisadas e centrifugadas
novamente para coleta da fração solúvel, a qual foi analisada por SDS-PAGE e Western Blotting. O presente estudo permitiu a obtenção da sequência
completa codificante para a PLA2 de L. obliqua e a clonagem e expressão desta toxina, pela primeira vez, em cepa de E. coli. Entretanto, o resultado
da expressão revelou uma baixa concentração da PLA2 recombinante solúvel, a maioria sob a forma de corpos de inclusão. Portanto, no presente
momento, buscamos novas estratégias, que possibilitem a expressão da forma recombinante da PLA2 de L. obliqua solúvel, ativa e em quantidades
ideais para avaliação de suas possíveis atividades biológicas e consequente prospecção de suas aplicações biotecnológicas.
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Nº 0355
Tema Projeto ANÁLISE DA REGULAÇÃO DA EXPRESSÃO DOS GENES NIFR3NTR-
BCYX DE RHIZOBIUM SP. NGR234
Aluno de Iniciação Científica: Caroline de Moraes de Siqueira (Bolsista permanência)
Orientador: Ana Claudia Bonatto
Co-Orientador: Roseli Wassem
Palavras-chave: Fixação de nitrogênio, Rhizobium, Regulação Gênica
Rhizobium sp. NGR234 é uma α-proteobacteria que tem a capacidade de estabelecer uma relação simbiótica com leguminosas, que leva à formação
de nódulos nas raízes, onde ocorre a fixação de nitrogênio. O sistema NTR é o responsável por controlar o metabolismo de nitrogênio e induzir a
fixação de nitrogênio atmosférico. Este sistema contém dois pares de proteínas regulatórias da família de dois componentes, NtrB-NtrC e NtrY-NtrX. Sabe-se que as proteínas NtrB e NtrY controlam a atividade de NtrC e NtrX respectivamente, mas sua função neste organismo ainda é pouco
conhecida. Os genes ntrBC e ntrYX estão presentes em uma única região gênica, cuja organização sugere que formam dois operons, nifR3ntrBC
e ntrYX. O objetivo deste trabalho é caracterizar a região promotora dos dois potenciais operons e analisar sua expressão em diferentes fontes de
nitrogênio. As regiões promotoras dos genes foram amplificadas e clonadas no vetor pPROBE- GT, a montante do gene gfp, cujo produto é a proteína verde fluorescente, que pode ser quantificada através de um leitor de fluorescência. Os plasmídeos resultantes foram transferidos para a estirpe
selvagem Rhizobium sp. NGR234 e testados em cinco diferentes fontes de nitrogênio: glutamato, NH4Cl 2 e 20mM, nitrato de sódio e nitrato de
amônio. Os resultados mostram que o promotor a montante de nifR3, denominado pBC, tem sua expressão aumentada na presença de nitrato de
sódio, parecendo ser esta a condição que melhor induz a expressão desse operon. O promotor a montante de ntrY, pYX, tem nível de expressão
mais alta que pBC, mas não parece ter expressão diferenciada nas diversas condições de nitrogênio utilizadas. Novas condições serão testadas para
identificar as condições nas quais estes genes são expressos na tentativa de contribuir para a identificação de sua função em NGR234.
Nº 0356
Tema Projeto MODULAÇÃO POR ÍONS CÁLCIO DA EXPRESSÃO DO GENE RFAL DE
HERBASPIRILLUM SEROPEDICAE.
Aluno de Iniciação Científica: Estevan Rafael Tomazini (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Rose Adele Monteiro
Co-Orientador: Marcelo Bueno Batista
Colaborador: Eduardo Balsanelli
Palavras-chave: Herbaspirillum seropedicae, Interação Planta-Bactéria, Lipopolissacarideo
Herbaspirillum seropedicae é uma bactéria diazotrófica endofítica gram negativa, que pertence a classe das betaproteobactérias. H. seropedicae
coloniza endofiticamente raízes de gramíneas como milho, sorgo e cana de açúcar de forma não invasiva e não patogênica (BALDANI et al., 1986).
Organismos fixadores de nitrogênio possuem importância econômica e ambiental, podendo minimizar a necessidade do uso de adubos nitrogenados, e podendo promover o crescimento de plantas através da produção de alguns fitormônios. Os mecanismos moleculares envolvidos na adesão
e colonização de vegetais por microrganismos tem sido estudados, visto a importância econômica da atividade agropecuária (DAZZO, 1987). Os
LPS são macromoléculas encontradas exclusivamente formando a monocamada da membrana externa de bactérias gram-negativas (COLLINS &
FERRIER, 1995). A ramnose é um dos principais constituintes do LPS da estirpe selvagem SMR1 de H. seropedicae (SERRATO, 2008). A mutação
nos genes rfbB e rfbC, envolvidos na biossíntese de ramnose, alterou drasticamente a composição e estrutura do LPS de H. seropedicae, e como
consequência diminuiu a capacidade de adesão e colonização endofítica desta bactéria (BALSANELLI et al., 2010). Também foi observado que a
expressão dos genes rfb é regulada pelos níveis de cálcio (BALSANELLI et al., 2010). Apesar da importância dos genes rfbB e rfbC na biossíntese
de LPS, sabe-se que esses genes não devem estar envolvidos somente com a biossíntese de LPS. H. seropedicae tem uma serie de genes envolvidos
especificamente na síntese de LPS, o gene rfaL, codifica para uma enzima chamada de O-antigeno ligase envolida na montagem da molécula de
LPS, Portanto o objetivo desse projeto foi construir uma fusão plasmidial entre o gene rfaL o gene marcador lacZ e verificar se a expressão desse
gene é regulada por cálcio. Para essa análise foram construídas 4 fusões plasmidiais: pLig1 (rfaL::lacZ integro), pLig2 (rfaL::lacZ com deleção de
200pb), pLig3 (rfaL::lacZ com deleção de 400pb) e pLig4 (rfaL::lacZ com deleção de 600pb), estas fusões foram transformadas em H. seropedicae
e a expressão dessas fusões está sendo analisada após o cultivo das bactérias na presença e ausência de cálcio.
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INTERAÇÃO DO MILHO (ZEA MAYS) E ARROZ (ORYZA SATIVA) COM
HERBASPIRILLUM RUBRISUBALBICANS
Aluno de Iniciação Científica: Fernanda Oliveira do Carmo (PIBIC/CNPq)
Orientador: Emanuel Maltempi de Souza Co-Orientador: Rose Adele Monteiro
Colaborador: Maria Augusta Schmidt, Fabio de Oliveira Pedrosa
Palavras-chave: Interação planta bactéria, Sistema de secreção do tipo 3, Herbaspirillum rubrisubalbicans
O nitrogênio (N) é um nutriente limitante para o crescimento vegetal, sendo essencial para a síntese de proteínas, ácidos nucléicos e outros componentes celulares. Algumas plantas podem utilizar o nitrogênio atmosférico através da associação com bactérias, cianobactérias e actinomicetos
capazes de converter o N2 a amônia. Entre os organismos endofíticos estudados estão aqueles do gênero Herbaspirillum membros da classe Beta
proteobactéria. Herbaspirillum rubrisubalbicans é um diazotrofo endofítico, foi isolado de milho e é capaz de causar a doença da estria mosqueada
na variedade B-4362 de cana-de-açúcar e a doença da estria vermelha em algumas variedades de sorgo. No genoma do H. rubrisubalbicans foram
encontrados genes hrp/hrc que codificam para as proteínas do Sistema de Secreção do Tipo 3 (SST3) que pode estar relacionado com a patogenicidade desta bactéria. O gene hrpE, que codifica para uma proteína estrutural do SST3, foi identificado em H. rubrisubalbicans e mutagenizado
gerando o mutante TSE. O objetivo desse estudo foi determinar o efeito da inoculação de plântulas de milho cultivar Pioneer cv. 30F53, arroz (variedade Nipponbare) e da cana-de-açúcar B-4362 com as estirpes M1 e TSE de H. rubrisubalbicans. Os resultados mostraram que plântulas de milho
Pioneer cv. 30F53 inoculadas com H. rubrisubalbicans M1 apresentaram um aumento significativo de comprimento de folha e peso seco total 28
dias após inoculação. O mesmo resultado foi observado para o arroz Nipponbare 14 e 28 dias após inoculação. Resultados anteriores mostraram que
o mutante TSE é incapaz de produzir doença da estria mosqueada na variedade B-4362 de cana de açúcar. Para estudar a capacidade de colonização
desta bactéria nesse cultivar de cana de açúcar foram produzidas plantas micropropagadas, livres de contaminantes, e inoculadas com a estirpe TSE
de H. rubrisubalbicans. Os experimentos mostraram que, assim como em milho e arroz, este mutante não tem a mesma capacidade de colonização
da estirpe selvagem, com redução de até 100 vezes no número de bactérias endofíticas quando comparado com a estirpe selvagem M1. Por outro
lado, a estirpe mutante TSE não foi capaz de estimular o crescimento vegetal. Em conjunto, os resultados estão de acordo com resultados anteriores
que mostraram que o sistema de secreção do tipo 3 é importante para a colonização de gramíneas por H. rubrisubalbicans.
ASSOCIAÇÃO DE BIOMARCADORES COM SNPS DA REGIÃO PROMOTORA DO GENE DO RECEPTOR DE PRODUTOS DE GLICAÇÃO AVANÇADA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS
Aluno de Iniciação Científica: Karla Schoen (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Fabiane Gomes de Moraes Rego Co-Orientador: Mauren Isfer Anghebem Oliveira
Colaborador: Izabella Castilhos Ribeiro dos Santos Weiss, Geraldo Picheth
Palavras-chave: RAGE, Polimorfismo, Diabetes
O Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como qualquer intolerância à glicose primeiramente detectado durante a gestação e afeta a gestante, o feto e o neonato. O DMG tem frequência de 7% das gestações na população brasileira. A hiperglicemia característica do diabetes resulta
em aumento na produção dos produtos finais de glicação avançada (AGEs) que atuam através de ligação a receptores específicos, particularmente
o receptor para produtos finais de glicação avançada (RAGE). A interação AGE-RAGE ativa a transcrição de vários genes, resultando no aumento
da resposta inflamatória, e de moléculas associadas à aterogênese e trombogênese. Mais de cinquenta polimorfismos já foram descritos para o gene
RAGE, entre eles estão três polimorfismo funcionais da região promotora de RAGE, o -429T>C (rs1800625), o -347T>A (rs1800624) e o 63Del(345 a -407bp), a presença destes polimorfismos aumenta a expressão desta proteína, e relevantes em estudos associados a patologias. O objetivo
deste estudo é associar os genótipos destes polimorfismos com marcadores de risco para as complicações no diabetes gestacional (DMG). Pacientes
com DMG (n=150) gestantes saudáveis (controles, n=600) foram estudados. A genotipagem foi realizada por PCR-RFLP em gel de poliacrilamida
29:1 a 10%, utilizando as enzimas de restrição Alu I e Tsp509 I. As frequências genotípicas e alélicas para os polimorfismos em estudo não foram
diferentes entre os grupos (P>0,05). Os parâmetros avaliados foram os biomarcadores para controle glicêmico (glicemia em jejum, Hemoglobina
Glicada, 1,5-anidroglucitol) o perfil lipídico (Colesterol Total, HDL-Colesterol, LDL-Colesterol, Triglicérides, logTG/HDL-C), Idade e IMC.
Resultados: uma correlação (Pearson) significativa (r= 0,2022; p=0,026) foi identificada entre a concentração de HDL-Colesterol e o polimorfismo
-429T>C somente em pacientes com DMG. Todos os demais biomarcadores não apresentaram correlação significativa. Conclusão: a presença do
alelo raro (-429C) do polimorfismo -429T>C (rs1800625) do gene RAGE esta associada ao aumento da concentração sérica de HDL-colesterol,
um fator de proteção relacionado à doença cardiovascular.
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Nº 0359
Tema Projeto ANÁLISE FENOTÍPICA DE MUTANTES NODV DE RHIZOBIUM SP.
NGR234 DURANTE A INTERAÇÃO COM LEGUMINOSAS
Aluno de Iniciação Científica: Kiany Tomita de Mira (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Roseli Wassem
Palavras-chave: NGR234, NodVW, reguladores transcricionais
Rhizobium sp. NGR234 é uma estirpe capaz de nodular 112 espécies de plantas da família Fabaceae, tornando-se um dos principais organismos
de estudo dos mecanismos que controlam a interação simbiótica entre as bactérias noduladoras e as leguminosas. Essa interação simbiótica é
determinada e controlada pelos dois organismos simbiontes, por meio de moléculas sinalizadoras, cujos níveis são finamente regulados. Os genes
envolvidos na nodulação, secreção de proteínas e produção de lipo-polissacarídeos são conhecidos em NGR234, e são regulados pelos ativadores
transcricionais NodD1, NodD2, SyrM1, SyrM2 e Ttsl. No entanto, outro par regulatório com função desconhecida é composto pelo NodV e NodW.
Os genes codificadores deste par regulatório de dois componentes, nodV e nodW, formam um único operon, e podem ser reguladores adicionais do
processo de nodulação. Portanto, o estudo tem por objetivo analisar a função do par regulatório NodVW por meio de mutagênese e análise fenotípica. As estirpes selvagem, nodVW-, nodD1/nodVW- e nodD2/NodVW- serão utilizadas como receptoras de regiões regulatórias (NB6, nopB, nopJ e
rmlB) de potenciais genes alvo, com o objetivo de detectar quais dessas é regulada por este par regulatório. Para analisar o perfil de expressão destes
genes, as suas regiões promotoras foram clonadas a montante do gene que codifica para a proteína fluorescente verde (GFP) e as fusões transcricionais resultantes foram testadas com e sem indução de mix de flavonoides, após 0, 24, 48, 72 e 96 horas. Os resultados preliminares provenientes
de três experimentos independentes mostram que todas as regiões escolhidas são reguladas por NodVW. A região regulatória NB6, que controla a
expressão do gene fixF, é fortemente dependente de NodVW, visto que os níveis de GFP observados nesta fusão são semelhantes aos níveis basais
(sem indução com flavonóides). Os genes nopB e nopJ codificam para as proteínas NopB e NopJ, respectivamente, que são proteínas importantes
para a nodulação. Estes genes exibiram menor expressão na estirpe NGR234ΩnodVW-, sugerindo que este par regulatório modula sua expressão,
mas não é essencial. Por último, o gene rmlB, que está envolvido com a síntese de lipo-polissacarídeos ricos em ramnose, também parece ser
regulado pelo par NodVW, pois os níveis de expressão de GFP para este mutante são menores que os níveis da estirpe selvagem. Estes resultados
sugerem que par regulatório NodVW é importante para a regulação do processo de nodulação. Os ensaios de nodulação (em andamento) devem
confirmar os resultados obtidos até o momento.
Nº 0360
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO DE UM FATOR DE LIBERAÇÃO DE HISTAMINA DO
VENENO DA ARANHA-MARROM (LOXOSCELES INTERMEDIA)
Aluno de Iniciação Científica: Lucas Pedrosa da Silva (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Silvio Sanches Veiga
Co-Orientador: Olga Chaim
Colaborador: Marianna Boia
Palavras-chave: TCTP, Loxosceles, Histamina
Aranhas do gênero Loxosceles (aranhas-marrons) produzem veneno composto por diversas toxinas, responsáveis pelo envenenamento conhecido
como loxoscelismo, que se manifesta em sintomas cutâneos e/ou sistêmicos. O quadro cutâneo é o mais comum e pode levar ao desenvolvimento
de uma lesão necrótica com espalhamento gravitacional. O quadro viscerocutâneo pode envolver distúrbios da hemostase, bem como manifestações
sistêmicas que podem evoluir para uma insuficiência renal aguda. Na biblioteca de cDNA obtida da glândula de veneno da Loxosceles intermedia,
foi identificada uma sequência que codifica a TCTP (Translationally Controlled Tumor Protein). Estudos mostram que a TCTP produzida por
outros organismos age em ambiente extracelular como fator de liberação de histamina. Além disso, a LiRecTCTP foi caracterizada como uma
proteína importante no processo inflamatório decorrente do loxoscelismo. O presente trabalho teve o intuito de caracterizar a LiRecTCTP como um
fator de liberação de histamina. Para tanto a LiRecTCTP contendo etiquetas de histidinas foi expressa em cepa BL21 D3 PlysS , a expressão foi
induzida com IPTG 0,1mM e incubada por 4 horas a 23ºC. A purificação foi realizada em condições hibridas por cromatografia de afinidade em
resina Ni2+ -NTA agarose. Com a LiRecTCTP foram produzidos anticorpos em camundongos, os quais reconheceram a TCTP nativa do veneno
de L. intermedia. Para caracterizar a TCTP como uma fator liberador de histamina, foram cultivadas células da linhagem RBL-2H3 as quais foram
tratadas com LiRecTCTP. Foi observado, pela dosagem de β-hexosamina (método indireto), que a liberação de histamina pela LiRecTCTP é tempo
e concentração dependente (p<0,001). Com isso pode-se dizer que a toxina recombinante LiRecTCTP induz a liberação de histamina. Posteriores
estudos serão realizados com o intuito de melhor entender o mecanismo pelo qual essa toxina age para desencadear a liberação de histamina. Um
maior entendimento do papel da TCTP no veneno de L. intermedia contribuirá com o desenvolvimento de metodologias farmacêuticas mais eficazes
contra o loxoscelismo além de propiciar o desenvolvimento de novas moléculas com fins biotecnológicos.
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CARACTERIZAÇÃO EPIGENÉTICA DOS LINFÓCITOS T AUXILIADORES
EFETORES DE MEMÓRIA NA RINITE ALÉRGICA
Aluno de Iniciação Científica: Mariana Busato Toledo (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Karin Braun Prado
Co-Orientador: Giseli Klassen
Colaborador: Fundação Araucária, UFPR
Palavras-chave: Linfócitos T de memória, IL13, Rinite alérgica
A metilação do DNA é, entre o maquinário epigenético, uma importante forma de regular a expressão dos genes envolvidos na diferenciação Th1/
Th2. Durante essa diferenciação há uma diminuição nos níveis de metilação das ilhas CpG de genes como IL13 durante a polarização para Th2.
A análise de metilação global do genoma em amostras de rinite alérgica e controles sadios indicou diferenças, possibilitando extrapolar estes
resultados para regiões mais específicas, como as ilhas CpG do gene IL13. Além disso, essas regiões podem estar diferencialmente metiladas nas
populações de linfócitos T auxiliadores efetores de memória (CD45RO+), caracterizadas por permanecer no organismo mesmo após a eliminação
do agente agressor, em pacientes com rinite alérgica quando comparadas com as demais células do mesmo grupo de indivíduos e com indivíduos
controles sadios. No Brasil, especialmente no Sul, são observados dois tipos de rinite alérgica: a perene, provocada principalmente por ácaros do
gênero Dermatophagoide (Dp) presentes na poeira doméstica, e a sazonal, decorrente do pólen de gramíneas como o Lolium. O gene IL13 possui duas ilhas CpG, a ilha 1 com 266 pb e a ilha 2 com 717 pb. A estratégia para analisar a ilha 2 foi dividi-la em duas partes delimitadas pelos
iniciadores designados CD e EF. As amostras dos pacientes e dos controles sadios foram obtidas pela coleta de 10 ml de sangue periférico, após
teste cutâneo de sensibilização aos alérgenos Dp e Lolium. Os leucócitos mononucleares obtidos por gradiente de densidade foram submetidos à
separação magnética para isolamento das células CD45RO+ das demais células, empregando o kit de separação Miltenyi Biotec, sendo que a pureza
das células isoladas foi determinada por citometria de fluxo. A extração do DNA foi realizada com o QIAamp DNA Mini Blood kit. Para verificar
a metilação na ilha 2 na região CD realizou-se a técnica de restrição utilizando uma endonuclease sensível à metilação (BstUI), seguida de uma
reação em cadeia da polimerase (PCR). As amplificações dos produtos da PCR foram visualizadas a partir de eletroforese em gel de poliacrilamida
8% (90 V por 90 minutos). Os resultados mostraram que as amostras controle não amplificaram após a restrição, indicando que os CGs analisados
não estavam metilados. Já as amostras dos pacientes apresentaram produto amplificado, indicando metilação dos CGs. Esses resultados indicam
previamente que a região delimitada pelos CD pode não ser a principal região do gene IL13 responsável pelo controle de sua expressão, uma vez
que nos pacientes há um aumento nos níveis de IL-13.
Nº 0362
Tema Projeto IDENTIFICAÇÃO DE LIGANTES DA PROTEÍNA PRÍON CELULAR (PRPC)
EM EPITÉLIO OLFATÓRIO
Aluno de Iniciação Científica: Mariana Campos Atherino (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Adriana Frohlich Mercadante Co-Orientador: Ana Paula Lappas Giménez
Colaborador: Celso Fávaro Júnior
Palavras-chave: Proteína Príon Celular, Sistema de Duplo Híbrido em Leveduras, Epitélio Olfatório
O sistema olfatório consiste basicamente de neurônios sensoriais presentes no epitélio nasal, de neurônios de segunda ordem e de interneurônios
presentes no bulbo, responsáveis por enviar a informação sensorial para os tratos encefálicos superiores. Já foi demonstrado que a proteína príon
celular (PrPc) é importante na discriminação de odorantes, provavelmente por mediar interações das células no bulbo. PrPc é uma glicoproteína de
33-35 kDa ligada à membrana através de uma âncora de glicosilfosfatidilinusitol (GPI). Está presente em diversos tecidos, sendo encontrada com
maior abundância nas células do sistema nervoso. Uma modificação conformacional de PrPc para sua isoforma patogênica (PrPSc) é responsável
pelas encefalopatias espongiformes transmissíveis (TSE), doenças nas quais são encontrados depósitos de PrPsc no sistema nervoso central, além
de outros tecidos, como nos neurônios do epitélio olfatório. Como pouco se conhece sobre as funções de PrPc, seu entendimento pode ajudar a
elucidar sua participação em mecanismos moleculares, bem como a transmissão das doenças relacionadas. Uma possível estratégia para tanto é
a busca de parceiros moleculares de PrPc. A isca referente a região codificadora de PrPc já se encontra disponível no laboratório e foi usada na
varredura de uma biblioteca de cDNA de epitélio olfatório, através do sistema de duplo-híbrido em leveduras. Cerca de setenta colônias foram
positivas para a interação. Essas leveduras foram usadas para a amplificação dos insertos correspondentes aos possíveis ligantes, os quais puderam
ser identificados através de sequenciamento e comparação em bancos de dados. Os resultados obtidos indicaram possibilidade de interação entre
PrPc e proteínas envolvidas no processo de adesão celular (Catenin beta 1 variante 2), relacionadas com a via de ubiquitinação (STIP1 homology
and U-Box containing protein 1 e NEDD4 binding protein 1), transporte de vesículas (Dynein light chain Tctex type 1 D) e resposta do estresse
e controle do rítimo circadiano (Proprotein convertase subtilisin/kexin type 5, variant 1). Dados da literatura corroboram para a existência destas
interações in vivo, porém outros ensaios serão necessários para validá-las.
200
Nº 0363
Tema Projeto CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR E CAPACIDADE DE COLONIZAÇÃO
DE PLANTAS POR ESTIRPES DO GÊNERO HERBASPIRILLUM
Aluno de Iniciação Científica: Valéria Mendes Soares (PIBIC/CNPq)
Orientador: Leonardo Magalhães Cruz
Colaborador: Rose Adele Monteiro, Thalita Tuleski, Vanessa Kessler Chicora
Palavras-chave: Herbaspirillum, gfp, associação com planta
O gênero Herbaspirillum é composto atualmente por 14 espécies descritas, isoladas de diferentes ambientes (endofítico, rizosfera, água e solo) e
localizações geográficas (Brasil, Europa, Coreia, Japão e Ilhas Canárias), e é conhecido principalmente por conter bactérias diazotróficas capazes
de assimilar o nitrogênio atmosférico através de um processo denominado Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). Algumas espécies podem ser
encontradas associadas a diversos grupos de plantas, principalmente gramíneas, promovendo seu crescimento. O gênero inclui ainda bactérias não
fixadoras que apresentam grande diversidade ecológica e fisiológica (ex., fixação de carbono, degradação de compostos fenólicos, produção de
fitormônios) e também isolados clínicos associados a pacientes com fibrose cística. Entretanto, pouco é conhecido a respeito das espécies além de
H. seropedicae e da sua capacidade de associação a plantas e seu potencial biotecnológico como promotora do crescimento vegetal. Neste trabalho
estão sendo realizadas marcações de diferentes espécies do gênero (H. seropedicae, H. huttiense subsp. huttiense, H. huttiense subsp. putei e H.
autotrophicum) com o gene repórter gfp para posterior ensaio das bactérias marcadas em plantas de milho (Zea mays) e arroz (Oryza sativa) a fim de
determinar a capacidade de colonização das diferentes espécies. O plasmídeo pHRGFPTC, contendo o gene repórter gfp e de resistência aos antibióticos tetraciclina (Tc) e cloranfenicol (cat) foi mantido em Escherichia coli S17 λ-pir e introduzido nas estirpes de Herbaspirillum por conjugação.
As quatro estirpes de Herbaspirillum foram crescidas meio de cultura NFbHP com malato como fonte de carbono e a E. coli contendo o plasmídeo
foi crescida em meio de cultura Luria-Broth (LB). Após o crescimento, foram misturados e plaqueados em placas contendo meio sólido NFbHP com
malato e meio LA e incubadas a 30ºC overnight. A gota de cada placa foi ressuspendida e plaqueada em meio sólido NFbHP com malato contendo
antibiótico tetraciclina. Todas as estirpes transformadas apresentaram resistência ao antibiótico Tc e os testes para verificação da marcação serão
realizados posteriormente através de microscopia de fluorescência. A marcação das estirpes será útil para facilitar a visualização nos testes de colonização epifítica e endofítica, que serão realizados inoculando-se as bactérias do gênero marcadas em plantas de milho e arroz.
Nº 0364
Tema Projeto DESENVOLVIMENTO DE UM PROCESSO PARA A HIDRÓLISE ENZIMÁ-
TICA DA PECTINA
Aluno de Iniciação Científica: Diogo Henrique Ferreira de Paula (PIBIC/CNPq)
Orientador: David Alexander Mitchell
Co-Orientador: Nadia Krieger
Colaborador: Daniele Stock, Fernanda Cardoso Farias
Palavras-chave: Ácido D-galacturônico, Pectinases, Fermentação no Estado Sólido
O ácido D-galacturônico é um açúcar ácido, de alto valor agregado, que pode ser utilizado diretamente na indústria alimentícia e cosmética ou servir
de um intermediário químico na síntese de outros compostos, como o FDCA (ácido 2,5 furandicarboxílico), um bioplástico substituinte do PET.
Esse açúcar está presente na estrutura da pectina e pode ser obtido através da hidrólise deste polissacarídeo, por via ácida ou enzimática. A hidrólise
enzimática é vantajosa por ocorrer em condições brandas de temperatura e pressão, relativamente próximas da ambiente, e atingir um maior rendimento de açúcar. No entanto, as enzimas agregam um alto custo ao processo. As pectinases, que são o conjunto de enzimas que catalisam a hidrólise
da pectina, podem ser produzidas por fungos filamentosos através de fermentação em estado sólido (FES) ou fermentação submersa (FS). A FES
apresenta vantagens sobre a FS por utilizar resíduos agroindustriais como fonte de carbono, além de necessitar de menos água durante o processo.
O objetivo deste trabalho foi observar o padrão cinético da hidrólise da pectina cítrica em alta concentração, utilizando o sólido fermentado obtido
por fermentação no estado sólido como catalisador. O meio reacional da cinética de hidrólise da pectina foi preparado utilizando uma solução de
pectina 10% (m/v) e 6 g de sólido fermentado, com a adição ou não de azida sódica ao meio reacional numa concentração de 0,02% (m/v). A reação
foi conduzida por 48 horas a 30o C em shaker rotativo (180rpm), com a retirada de alíquotas para a quantificação dos monômeros por CLAE. A
concentração máxima obtida foi de 46,3 g L-1 de ácido D-galacturônico na amostra de 24 h sem a presença de azida sódica. Quanto à composição
de monossacarídeos neutros, foi detectada a presença de glucose, ramnose, arabinose, manose, xilose e galactose. Mas, devido à sobreposição de
picos dos padrões de açúcares ainda não foi possível determinar a concentração exata desses monossacarídeos.
201
Nº 0365
Tema Projeto NANOPARTÍCULAS METÁLICAS PARA APLICAÇÕES EM INATIVAÇÃO
FOTODINÂMICA NA ODONTOLOGIA
Aluno de Iniciação Científica: Taynah Wenzel Martins (Outro)
Orientador: Arandi Ginane Bezerra Junior Co-Orientador: Ismael Leandro Graff
Colaborador: Catia Nass Sebrão, Vânia Ditzel Westphalen, Paulo França
Palavras-chave: Nanopartículas, Odontologia, Enterococcus faecalis
Atualmente, nanopartículas (NPs) têm sido bastante utilizadas em aplicações à biologia e medicina, incluindo testes diagnósticos e tratamentos
fotodinâmicos. A este respeito, é possível classificar duas modalidades: a Terapia Fotodinâmica (photodynamic therapy - PDT) e a Inativação
Fotodinâmica (photodynamic inactivation - PDI), sendo que a PDT é direcionada ao tratamento de tumores e a PDI tem caráter bactericida, por
inibir o crescimento e desenvolvimento de microorganismos. Neste trabalho, descrevemos a produção de NPs de ouro (AuNPs) por meio da técnica
de ablação a laser em solventes importantes para a odontologia, a fim de investigar o efeito da presença dessas NPs na fotoinativação da bactéria
Enterococcus faecalis, a mais resistente na área da endodontia. Foram utilizados três solventes, geralmente empregados em procedimentos de endodontia, que apresentam tensões superficiais distintas: água, tergipol e propilenoglicol. Nestes solventes foi imerso um alvo de ouro e, por meio
da técnica de ablação a laser foram produzidos 10 ml de AuNPs. Os colóides resultantes foram caracterizados com as técnicas de espalhamento
dinâmico de luz (DLS) e de espectroscopia UV-Vis. As NPs em água foram combinadas com azul de metileno, um composto muito utilizado em
PDI, na concentração de 0,005% e a solução resultante foi aplicada em culturas de bactérias in vitro para avaliar a possibilidade de, posteriormente,
ser aplicada em dentes ex vivo. Em seguida, foi empregado um laser de comprimento de onda de 650 nm durante 5 min para a irradiação da amostra
e foi analisada a taxa de morte das bactérias. Nesta primeira etapa, não foi observada qualquer mudança na taxa de morte das bactérias escolhidas,
quando adicionadas NPs. Este comportamento era esperado, pois a banda de absorção do azul de metileno não coincide com a ressonância de
plásmon das NPs de ouro. Em contrapartida, foi observado que em Tergipol, as partículas apresentam pequeno tamanho e baixa dispersão, além
de dificultar o agregamento dos colóides, o que pode ser importante para aplicações em odontologia e biomedicina. Este trabalho faz parte de um
projeto interdisciplinar envolvendo física e odontologia e apresenta resultados que permitirão compreender melhor as relações entre solventes e
materiais na síntese de NPs, com a finalidade de aperfeiçoar os procedimentos de PDI na endodontia.
Nº 0366
Tema Projeto A INFLUÊNCIA DE VITAMINAS DO COMPLEXO B NA HIPERALGESIA TÉR-
MICA INDUZIDA POR CONSTRIÇÃO DO NERVO INFRAORBITAL EM RATOS
Aluno de Iniciação Científica: Karine Yumi Sohn Sato (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Juliana Geremias Chichorro Colaborador: Caroline Machado Kopruszinski, Renata Cristiane dos Reis
Departamento: Farmacologia
Palavras-chave: Vitaminas do Complexo B, Hiperalgesia, Neuralgia Trigeminal
Estudos epidemiológicos revelam que a neuralgia do trigêmeo afeta cerca de 5% da população, é caracterizada por episódios de dor intensa de
difícil controle farmacológico. A fisiopatologia da neuralgia trigeminal ainda é pouco compreendida e os mecanismos que contribuem para o surgimento das alterações sensoriais neuropáticas ainda são pouco entendidos e provêm, principalmente, de estudos que empregaram modelos de dor
por lesão de nervos espinhais. A terapêutica disponível para o tratamento de dores neuropáticas ainda apresenta inúmeras limitações. A ocorrência
comum de reações adversas e a perda da eficácia terapêutica associadas ao uso dos medicamentos disponíveis atualmente para o controle das dores
neuropáticas representam evidências de que são necessárias novas alternativas para o tratamento farmacológico destas condições. A carbamazepina
é atualmente o único fármaco aprovado pelo FDA para o tratamento da neuralgia do trigêmeo. No entanto, o tratamento com este fármaco promove
inúmeras reações adversas, além da eventual perda da eficácia terapêutica com o tempo, o que limita muito a sua utilização para este fim. Com
base nisso, é de fundamental importância a elucidação dos mecanismos envolvidos na fisiopatologia da dor neuropática trigeminal, bem como a
busca por alternativas terapêuticas que possibilitem um controle seguro e eficaz da dor. Desta forma, o objetivo principal do nosso trabalho foi
avaliar o efeito da combinação das vitaminas B1, B6 e B12(VBC) sobre a hiperalgesia térmica ao calor nummodelo de dor neuropática em ratos,
induzida pela constrição do nervo infraorbital. Uma única administração sc, no dia 4 após CION, da VBC (B1, B6 e B12, em doses de 180, 180 e
18 mg / kg, respectivamente) foi capaz de reduzir a hiperalgesiaao calor de até 4 horas após a injeção. Também uma administração única, no dia
4 após CION, da VBC com uma dose 10 vezes menor de cada vitamina, não foi capaz de modificar a hiperalgesiaao calor, mas em associação,
imediatamente após a administração VBC, com uma única injeção de 10 mg de CBZ / kg, ip, reduziu a hiperalgesia até 3 horas após a associação.
Este estudo fornece evidências de que a VBC, sozinha ou em associação com carbamazepina, reduz a hiperalgesia ao calorem um modelo de dor
neuropática trigeminal em ratos.
202
Nº 0367
Tema Projeto AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANALGÉSICA DO EXTRATO ETANÓLICO
DAS FLORES DE SPILANTHES OLERACEAE
Aluno de Iniciação Científica: Leonardo Augusto dos Santos Escaliante (PIBIC/CNPq)
Orientador: Maria Fernanda de Paula Werner Co-Orientador: Cristiane Hatsuko Baggio
Colaborador: Ellen Ogata Nomura, Leticia Alencar Hamm
Palavras-chave: Acmella oleracea, Jambu, Dor
A Spilanthes oleraceae (ou Acmella oleracea), conhecida popularmente como jambu, é uma planta encontrada na região amazônica e é utilizada
como alimento e no tratamento da dor de dente. Estudos comprovam que o gênero Spilanthes possui vários efeitos biológicos como anestesia local,
anti-inflamatório, inseticida, antioxidante, diurético, vasorrelaxante e bactericida. O jambu é amplamente utilizado na medicinal popular, mas ainda
há uma deficiência de estudos científicos que comprovem e validem suas propriedades analgésicas. De tal forma, o objetivo do estudo foi investigar
o potencial antinociceptivo do extrato etanólico das flores de Acmella oleracea (EEAO) em modelos experimentais de dor, assim como o aparecimento de possíveis efeitos adversos. Camundongos machos (20 - 30 g) foram pré tratados pela via intraperitoneal com o EEAO (10, 30 e 100 mg/
kg), 30 min antes da injeção orofacial de 20 µl de formalina (2,5%), capsaicina (5,2 nmol, agonista de receptores TRVP1) ou cinamaldeído (10
nmol, agonista de receptores TRPA1). Também foi avaliado o efeito do tratamento com o EEAO nos testes de hiperalgesia térmica ao calor (placa
quente) e de alodinia mecânica induzida pela ligação parcial do nervo ciático (CEUA/BIO-UFPR, 544). EEAO (10, 30 e 100 mg/kg) promoveu
antinocicepção no teste de formalina (fases neurogênica e inflamatória), capsaicina e cinamaldeído, observado pela redução no tempo (em s) em
que o animal permaneceu esfregando a face. A hiperalgesia térmica induzida pela capsaicina foi reduzida pelo EEAO 100 mg/kg nos tempos de 15
e 30 min (capsaicina: 5 ± 0,6 s e 5,4 ± 0,7 s versus EEAO: 17,74 ± 3,5 s e 19,2 ± 1,9 s, respectivamente). O aumento na latência de retirada da pata
pelo EEAO (100 mg/kg) foi parcialmente revertido pela naloxona (1 mg/kg, s.c., antagonista não seletivo de receptores opióides) apenas no tempo
de 30 min. No modelo de dor neuropática, EEAO (100 mg/kg) também reduziu a alodínia mecânica promovida em 58 ± 14 % 3 h após o tratamento. Finalmente, os tratamentos com o EEAO não alteraram a atividade locomotora dos animais no teste do campo aberto, não promoveram sinais
de toxicidade aguda e a DL50 foi de 889,14 mg/kg. Assim, podemos concluir que o EEAO apresenta potente efeito antinociceptivo, os quais não
estão associados a efeitos colaterais detectáveis. Este efeito pode estar relacionado com a presença de isobutilamidas que confere as propriedades
anestésicas dessa planta. Contudo, novos estudos estão em andamento para elucidar possíveis mecanismos de ação envolvidos.
Nº 0368
Tema Projeto RESPOSTAS NOCICEPTIVAS DIFERENCIAIS FRENTE À AGONISTAS
TRPM8 EM RATOS DIABÉTICOS POR ESTREPTOZOTOCINA
Aluno de Iniciação Científica: Carlos Henrique Alves Jesus (PROBEM/UFPR)
Orientador: Joice Maria da Cunha
Colaborador: Franciele Franco Scarante, Anne karoline Schreiber
Palavras-chave: Diabetes, Dor Neuropática, Mentol
A dor neuropática é a maior complicação do diabetes, sendo caracterizada por dor espontânea, hiperalgesia e/ou alodinia. Dentre essas, a alodinia ao
frio parece ser uma das queixas mais comuns, representando um sinal importante para detecção precoce da polineuropatia diabética. Considerando
o envolvimento dos receptores TRP na transdução de sinais nociceptivos térmicos e a escassez de estudos visando o entendimento dos mecanismos
fisiopatológicos da alodinia ao frio no diabetes, este estudo teve por objetivo caracterizar o envolvimento do receptor TRPM8 nesta anormalidade.
Para isso, após aprovação do CEUA/UFPR (#649), ratos Wistar machos (180-220g, n=8-10) foram tratados por via intraperitonial com tampão
citrato (TC; 10 mM, pH 4,5, grupo normoglicêmico; NGL) ou estreptozotocina (STZ, 50mg/Kg, diluída em TC, grupo diabético-DBT). Para avaliação da alodinia ao frio, 100 µL de acetona (agonista do receptor TRPM8) foram instilados na região central da superfície plantar da pata traseira
e o comportamento nociceptivo de sacudir a pata (flinches) foi mensurado durante 2 minutos após a instilação. Adicionalmente, animais NGL e
DBT receberam injeção intraplantar (i.pl) de agonista TRPM8 mentol (MTL; doses de 0,1; 0,5 ou 1%, 50 µL/pata) ou veículo (óleo de milho) 4
semanas após a indução do diabetes e o número de flinches foi avaliado por 20 minutos. O número de flinches induzido pela instilação de acetona foi
significativamente maior (37%) em animais DBT apenas na 4ª semana após a STZ. A injeção i.pl de MTL, em ambos grupos (NGL e DBT) induziu
significativo aumento do número de flinches quando comparado ao grupo controle correspondente veículo (média ± SEM; NGL veículo: 7,7 ± 1,6;
DBT veículo: 7,6 ± 1,5; NGL MTL 0,1%: 24 ± 1,5; DBT MTL 0,1%: 23,9 ± 1,9; NGL MTL 0,5%: 45,4 ± 4,3; DBT MTL 0,5%: 16,9 ± 1,8; NGL
MTL 1%: 45,7 ± 6,3; DBT MTL 1%: 28,2 ± 3,9). Quando comparado ao grupo NGL, os animais DBT não mostraram diferença (dose de 0,1%) ou
apresentaram significativa redução no número de flinches (doses de 0,5 e 1%) após a administração de MTL. Nossos dados permitem concluir que
agonistas TRPM8 induzem respostas nociceptivas de hipersensibilidade e hiporesponsividade em animais diabéticos, os quais estão condizentes
com a literatura que apregoa resultados conflitantes em relação ao uso de agonistas ou antagonistas de receptores TRPM8 para o tratamento da
alodinia ao frio associada a dores neuropáticas, necessitando estudos adicionais para melhor caracterização do envolvimento destes receptores neste
sinal clínico. Apoio financeiro: CNPq.
203
Nº 0369
Tema Projeto EFEITOS HEPÁTICOS DA PIOGLITAZONA E ATORVASTATINA EM SEPSE
Aluno de Iniciação Científica: Flávia Pacheco da Silva (PIBIC/CNPq)
Orientador: Alexandra Acco
Co-Orientador: Aline Maria Stolf
Colaborador: Francislaine dos Reis Lívero, Gracianny Martins,
Carlos Eduardo Alves de Souza
Palavras-chave: Sepse, Atorvastatina, Pioglitazona
A sepse é uma síndrome caracterizada por uma infecção generalizada. O fígado é o segundo órgão mais afetado na sepse, além de sofrer as consequências do estresse oxidativo, que desempenha um importante papel nesta síndrome. As maiores taxas de mortalidade na sepse estão relacionadas
com maiores liberações de espécies reativas de oxigênio. Por este motivo o presente trabalho teve como finalidade testar duas drogas na síndrome
séptica, focando em seus possíveis efeitos antioxidantes. As drogas foram pioglitazona e atorvastatina, e foi observado se há efeito sinérgico
entre as mesmas e drogas já utilizadas na sepse, incluindo associação com enrofloxacina 5 mg/kg e solução de NaCl 0,9% 10 mL/kg. A sepse foi
induzida pelo método da ligadura e punção cecal (CLP), e os tratamentos feitos após a CLP. O material biológico foi colhido após 18h da indução
da sepse. Foram utilizados 88 ratos machos adultos da linhagem Wistar (200 a 250 g), separados em 11 grupos (n=8): Sham (SH), Controle (C),
Atorvastatina - dose alométrica (A), Atorvastatina - dose 5 vezes maior (A+), Pioglitazona - dose alométrica (P), Pioglitazona - dose 5 vezes maior
(P+), Atorvastatina - dose alométrica e associações (AE), Atorvastatina - dose 5 vezes maior e associações (AE+), Pioglitazona - dose alométrica e
associações (PE) e Pioglitazona - dose 5 vezes maior e associações (P+E). Para os ensaios do estresse oxidativo foram mensurados os parâmetros
catalase (Cat), glutationa-S-transferase (GST), glutationa reduzida (GSH) superóxido dismutase (SOD) e lipoperoxidação (LPO). No plasma foram
medidos triglicerídeos e as enzimas aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT) e fosfatase alcalina (FA). Foi observada
diferença estatística na atividade enzimática da Cat entre SH e C e entre PE+ e C. Os grupos A+, AE e AE+ apresentaram uma tendência de redução
da atividade enzimática da GST. A menor taxa de LPO foi observada nos grupos AE, P+E e AE+, porém não foi observada diferença entre SH e
C. Com relação à FA, houve aumento significativa no grupo C. Já a ALT, AST, GSH e SOD não mostraram diferença estatística entre os grupos.
Conforme já descrito na literatura, houve aumento nos triglicerídeos dos grupos C, P+ e AE em relação ao grupo SH. Nos parâmetros avaliados, as
drogas pioglitazona e atorvastatina não demonstraram expressivo potencial hepatoprotetor contra as lesões induzidas pela sepse em ratos, quando
usadas isoladamente ou em combinação. Com tais resultados, estas drogas não parecem ser suficientemente eficientes para serem incluídas na
politerapia da sepse.
Nº 0370
Tema Projeto ESTUDO DA ALODINIA MECÂNICA E AO FRIO EM MODELO DE DOR NEUROPÁTICA INDUZIDA POR CONSTRIÇÃO DO NERVO CIÁTICO: ENVOLVIMENTO DOS
RECEPTORES TRPA1 E TRPM8
Aluno de Iniciação Científica: Franciele Franco Scarante (PIBIC/UFPR-TN)
Orientador: Joice Maria da Cunha
Colaborador: Carlos Henrique Alves Jesus, Anne Karoline Schreiber,
Hanna Camara da Justa
Palavras-chave: dor neuropática, alodinia, TRPA1 e TRPM8
A dor neuropática é uma condição de difícil tratamento, de etiologia variável, caracterizada por alodinia mecânica e térmica em resposta ao frio.
Tendo em vista a caracterização dos receptores TRPs como mecano e termosensores, esse estudo investigou o envolvimento de receptores TRPA1
e de TRPM8 na sensibilidade a estímulo mecânico e frio em um modelo animal de dor neuropática. Para isso, após aprovação junto ao CEUA/
UFPR (#685), ratos machos Wistar (180-220g; n=6-10) foram divididos em dois grupos experimentais: 1) grupo controle (falso operado; sham,
S) e 2) grupo com neuropatia induzida por constrição crônica do nervo ciático esquerdo (CCI; Bennett & Xie, 1988). Os grupos foram avaliados
no 4º, 7º, 10º e 14º dia após a cirurgia, quanto à sensibilidade ao frio através do teste da placa fria (temperatura de 4 ± 0,1°C) e quanto à resposta a
estímulo mecânico através do teste de Von Frey eletrônico. Para avaliar o envolvimento dos receptores TRPA1 e TRPM8, ambos os grupos S e CCI
receberam injeção intraplantar de veículo (óleo de milho, 50 µL/pata), do agonista TRPA1 óleo de mostarda (MO; 0,1% ou 0,5%, 50 µL/pata) ou
do agonista TRPM8 mentol (MT; 0,1% ou 0,5%, 50 µL/pata) no 19º dia pós-cirurgia. A resposta nociceptiva direta (flinches) foi avaliada durante
20 minutos, e em seguida foram mensurados o limiar mecânico dos ratos que receberam MO e a latência de resposta ao frio dos que receberam
MT. O grupo CCI apresentou decréscimo no limiar mecânico e aumento na latência de retirada em resposta a frio na pata ipsilateral desde o quarto
dia pós-cirurgia, enquanto não houve alterações nesses parâmetros no grupo S. Ademais, quando comparado ao grupo S, o grupo CCI exibiu uma
maior responsividade à injeção de MO (doses de 0,1 e 0,5%). Além disso, a injeção de MO (0,5%) induziu um decréscimo significativo no limiar
mecânico em ambos os grupos CCI e S (redução de 58% e 50%, respectivamente). A resposta nociceptiva direta à injeção de MT (0,1 ou 0,5%) não
foi significativamente diferente entre os grupos S e CCI, porém a maior dose de MT foi capaz de reduzir a latência de resposta dos ratos S em 55%,
mas não alterou o limiar de resposta a estímulo frio nos animais CCI. O estabelecimento da alodinia mecânica e ao frio parece ser concomitante no
modelo de dor neuropática induzida por CCI. Enquanto que o receptor TRPA1 parece ter um papel relevante nas alterações de percepção a estímulos
mecânicos e ao frio, o receptor TRPM8 parece ser sensibilizado diferencialmente após a constrição. Apoio Financeiro: CNPq.
204
Nº 0371
Tema Projeto AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DO EXTRATO BRUTO
DA PLANTA PSYCHOTRIA NUDA (CHAM. & SCHLECHT.)
Aluno de Iniciação Científica: Karine Maria Menezes Leal (PIBIC/CNPq)
Orientador: Daniela de Almeida Cabrini Co-Orientador: Daniel A. G. Bueno Mendes
Colaborador: Kátia C. Zuffellato Ribas, Bárbara G. Alpande Ferrreira,
Bruna da Silva Soley
Palavras-chave: Plantas Medicinais, Anti-inflamatório Tópico, Inflamação de Pele
O gênero Psychotria (Rubiaceae) é frequentemente utilizado na medicina popular devido à ação anti-inflamatória e analgésica. Resultados anteriores demonstraram que o extrato bruto hidroalcoólico da Psychotria nuda (EBPN), espécie nativa da Mata Atlântica, foi capaz de reduzir parâmetros
inflamatórios em modelos agudos de inflamação de pele. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito tópico do EBPN frente a processos
inflamatórios crônicos. Para isso, foi utilizado o modelo crônico de inflamação de pele, onde os animais recebem aplicações múltiplas de óleo de
cróton (0,4 mg/orelha) em dias alternados, durante 9 dias. Sendo os tratamentos com o EBPN (1,0 mg/orelha) e dexametasona (0,05 mg/orelha),
administrados topicamente a partir do 5º dia de experimento (12 h/12h), e o edema avaliado diariamente. No 9° dia os animais foram eutanasiados e amostras de tecido das orelhas foram coletadas, pesadas e armazenadas para avaliação da atividade enzimática da mieloperoxidase (MPO),
N-acetil-β-D-glucosaminidase (NAG), análises histológicas e imunohistoquímica. Os resultados demonstram que o EBPN e a dexametasona foram
capazes de reverter a formação do edema desde o início do tratamento,assim como o aumento do peso das orelhas em 44,4 ± 2,6% e 70,1 ± 1,6%,
respectivamente, quando comparados ao grupo controle. Os tratamentos com EBPN e dexametasona também foram capazes de reduzir a atividade
da enzima MPO em 81,3 ± 4,0% e 100,0 ± 0,1%,respectivamente. Nos grupos tratados com dexametasona, a atividade da enzima NAG foi reduzida em 57,7 ± 3,5%, enquanto o EBPN não demonstrou nenhuma alteração neste parâmetro, quando comparado ao grupo controle. A partir das
análises histológicase imuhistoquímica, observou-se que o EBPN foi capaz de reduzir a migração leucocitária, o aumento da espessura da orelha e
o número de células em proliferação na epiderme (positivas para PCNA) em 79,5 ± 1,6%, 52,6 ± 3,2%e 76,1 ± 1,6%, respectivamente. Enquanto, a
dexametasona promoveu reduções de 71,8 ± 1,8%, 66,3 ± 3,5%e 83,1 ± 1,0%, respectivamente, quando comparados ao grupo controle. Estes resultados demonstram que o EBPN possui atividade anti-inflamatóriano modelo crônico, pois foi capaz de promover a redução da formação do edema,
peso, migração e proliferação de queratinócitos da epiderme. Esses são resultados promissores, uma vez que não há estudos sobre as propriedades
terapêuticas e as características fitoquímicas desta planta.
Nº 0372
Tema Projeto AVALIAÇÃO HEPÁTICA E PLASMÁTICA DA B. FORFICATA EM RATOS
DIABÉTICOS
Aluno de Iniciação Científica: Michele Pontes Werneck do Carmo (PIBIC/Fundação Araucária)
Orientador: Alexandra Acco
Co-Orientador: Liana de Oliveira Gomes
Colaborador: Aline Maria Stolf, Francislaine dos Reis Lívero,
Carlos Eduardo Alves de Souza
Palavras-chave: Bauhinia forficata, Diabetes, Estresse oxidativo
O diabetes mellitus (DM) é uma desordem metabólica crônica, caracterizada por hiperglicemia, de grande incidência e importância mundial. O
tratamento é feito de acordo com o tipo de diabetes, tipos 1 e 2, com a administração de insulina ou de hipoglicemiantes orais, respectivamente.
A fitoterapia vem sendo alvo de estudos como método de tratamento alternativo. A espécie de planta Bauhinia forficata, conhecida como “pata-de-vaca”, tem sido estudada por seu possível efeito hipoglicemiante. No entanto, estudos ainda são necessários para determinar a capacidade da
B. forficata em diminuir a glicemia sanguínea, além de estabelecer a posologia adequada e avaliar a existência de possíveis efeitos adversos no
tratamento. No presente trabalho foram avaliadas as atividades hipoglicemiante e antioxidante do extrato etanólico de folhas de B. forficata pósadministração em ratos com diabetes experimental. O experimento utilizou 30 ratos machos adultos Wistar, com peso entre 150 e 180 g. O quadro
diabético foi induzido por administração intraperitoneal de 50 mg/kg de estreptozocina diluída em tampão citrato (pH 4,5) após jejum de 12 horas.
O tratamento com o extrato (300 mg/kg) foi feito por via oral uma vez ao dia, por 7 dias após o estabelecimento do quadro diabético (glicemia > 250
mg/dL). Os animais foram dispostos em cinco grupos (n=6): não diabéticos não-tratados (G1), não diabéticos tratados com extrato (G2), diabéticos
não-tratados (G3), diabéticos tratados com extrato (G4) e diabéticos tratados com insulina (G5). Após o tratamento, os animais foram anestesiados
para colheita de material biológico. Foi feita avaliação do estresse oxidativo das amostras de fígado e análises bioquímicas do plasma. Após os 7
dias de tratamento, a glicemia apresentou redução média de 1 mg/dL para o G1, 8 mg/dL para o G2, 19 mg/dL para o G3, 279 mg/dL para o G5
e aumento de 40 mg/dL para o G4. Os níveis das enzimas ALT e AST apresentaram-se aumentados nos grupos diabéticos tratados. Para o estrese
oxidativo, foram observados maiores níveis de glutationa reduzida (GSH) nos grupos G2 e G5; de glutationa S-transferase (GST) em G1, G2 e G5;
de superóxido dismutase (SOD) nos grupos G1, G2 e G4; de catalase em G1, G2 e G5; e de lipoperoxidação (LPO) para os grupos G2, G3 e G5. A
partir dos resultados encontrados, concluiu-se que não houve diminuição da glicemia decorrente da administração da fração etanólica da B. forficata
na dose utilizada. Além disso, a fração estudada não demonstrou atividade antioxidante in vivo.
205
Nº 0373
Tema Projeto AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIULCEROGÊNICO DE EXTRATOS E
FRAÇÕES DAS FOLHAS DE ARCTIUM LAPPA (BARDANA)
Aluno de Iniciação Científica: Tuany Natana Schäfer (PIBIC/CNPq)
Orientador: Maria Consuelo Andrade Marques Co-Orientador: Maria Fernanda de Paula Werner
Colaborador: Luísa Mota da Silva, Daniele Maria Ferreira
Palavras-chave: Arctium lappa L., bardana, Úlcera
A Arctium lappa L. (bardana) é uma planta utilizada na medicina popular por suas propriedades terapêuticas, incluindo seu efeito gastroprotetor.
Este estudo teve como objetivo dar continuidade à investigação sobre os efeitos biológicos do sobrenadante etanólico da extração aquosa (SEEA)
das folhas da Arctium lappa L. e das frações obtidas do SEEA no trato gastrointestinal através de estudos biomonitorados. Todos os procedimentos
experimentais foram aprovados pelo CEUA/BIO – UFPR (500 e 657). Ratas Wistar (180~250 g; n = 6) mantidas em jejum foram tratadas pela via
oral (vo) com veículo (água – 0,1 ml/100 g), omeprazol (40 mg/kg) e diferentes preparações vegetais das folhas de bardana 1 h antes da administração de etanol para a indução de úlcera aguda. SEEA (1, 10 e 100 mg/kg) e omeprazol reduziram a incidência de úlceras gástricas, preveniram a
diminuição dos níveis de GSH e preservaram o muco gástrico. As ratas também receberam SEEA (0,1, 1 e 10 mg/kg) pela via intraperitoneal (ip),
o qual também reduziu significativamente as lesões. O tratamento (vo) com as frações CHCl3 (0,01 mg/kg), ButOH (0,30 mg/kg), EtOAc (0,15
mg/kg), Emul (0,29 mg/kg) e aquosa (1,68 mg/kg), 1 h após a indução de lesões gástricas por etanol, demonstrou que somente a fração EtOAc foi
capaz de reduzir as lesões quando comparado ao grupo controle. No modelo de úlcera crônica, após anestesia e abertura do peritônio para exposição do estômago, foi aplicado 500 μl de ácido acético 80% na serosa (durante 1 min). Após sutura e recuperação, os animais permaneceram em
dieta alimentar durante 7 dias, e então receberam pela v.o. veículo (água - 0,1 ml/100 g), omeprazol (40 mg/kg), SEEA (1, 3, 10, 30 e 100 mg/kg)
e as frações CHCl3 (0,1 mg/kg), ButOH (1,2 mg/kg), EtOAc (2,3 mg/kg), Emul (2,4 mg/kg) e aquosa (13,3 mg/kg) a partir do segundo dia após a
cirurgia. Ao final dos tratamentos, os animais foram sacrificados, o estômago removido e esticado para análise da úlcera. A exceção da dose de
10 mg/kg, todas as doses do SEEA e apenas a fração EtOAc reduziram o tamanho das lesões quando comparadas ao grupo controle. Em conjunto,
nossos dados permitem concluir que além das raízes, preparações vegetais obtidas das folhas da bardana também apresentam atividade gastroprotetora, a qual parece envolver a manutenção de fatores de proteção gástrica como aumento dos níveis de GSH e de muco. No entanto, são necessários
estudos mais aprofundados para elucidar os mecanismos envolvidos na proteção da mucosa gástrica.
Nº 0374
Tema Projeto PAPEL DO ANTIOXIDANTE VITAMINA E NA ANSIEDADE ASSOCIADA AO
DIABETES: AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL DE ANIMAIS COM O DIABETES INDUZIDO POR ESTREPTOZOTOCINA.
Aluno de Iniciação Científica: Eder Gambeta de Andrade (IC-Voluntária)
Orientador: Janaina Menezes Zanoveli
Co-Orientador: Joice Maria da Cunha
Colaborador: Camila Pasquini de Souza, Alysson Balles Rodrigues
Palavras-chave: Diabetes, Ansiedade, Vitamina E
Desordens neuropsiquiátricas como a ansiedade estão relacionadas com o Diabetes mellitus. Estudos apontam que pessoas com diabetes tem maior
prevalência a desenvolver transtorno de ansiedade, bem como de humor. Tendo em vista os altos custos de tratamento para combater essas desordens
neuropsiquiátricas, bem como o diabetes, este projeto visa investigar o potencial efeito ansiolítico da Vitamina E na ansiedade induzida por diabetes.
Para isso, ratos machos Wistar (180-200 g) com diabetes induzido quimicamente por estreptozotocina (DBT; 50 mg/kg, i.p.) ou normoglicêmicos
(NGL) foram submetidos a um tratamento crônico por 28 dias com o antioxidante vitamina E (vit E) ou veículo. Após 28 dias do início do tratamento, os animais foram submetidos ao teste do labirinto em T elevado (LTE), no qual a resposta de ansiedade, latência de saída do braço fechado
do LTE (resposta de esquiva inibitória), foi avaliada. A fim de avaliar a atividade locomotora, imediatamente após o teste no LTE, os animais foram
submetidos no campo aberto. Dois dias após, os mesmos animais foram submetidos ao teste de condicionamento de medo contextual (sessão condicionamento com choque na pata (dia 1) e sessões teste (sem choque) em dias subsequentes (sessões 1, 2 e 3) que nos permite avaliar a resposta
de ansiedade de congelamento contextual (sessão 1), bem como a extinção dessa resposta de congelamento aversiva (sessões 2 e 3). Os dados mostraram que animais DBT apresentaram uma resposta de ansiedade mais pronunciada, quando comparado com animais NGL, ou seja, foi observado
um aumento na latência de saída do braço fechado (resposta de esquiva inibitória) do LTE, bem como um aumento na resposta de congelamento
condicionada (sessões 1, 2 e 3). O tratamento com vit E induziu um efeito específico tanto nos animais NGL como nesses animais DBT sobre as
respostas de ansiedade avaliadas. Ou seja, o tratamento induziu efeito do tipo ansiolítico tanto na avaliação da esquiva inibitória (redução da latê

Livro de Resumos - (Siepe) da UFPR

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