Edição 84 Out/Nov 2006

Transcrição

Edição 84 Out/Nov 2006
Revista brasileira do aço - Ano 15 nº 83 - 15 nov/15 dez - 2006
Momento para reavaliações
O Sindisider abriu mais uma frente de atuação na representatividade de seus filiados.
No mês de outubro, iniciou-se o ciclo de palestras jurídicas na sede do Sindicato em São
Paulo, que tem o objetivo de orientar sua base
quanto aos aspectos e trâmites da legislação
tributária brasileira. Assunto do momento, o
julgamento pelo STF da constitucionalidade
da incidência do ICMS na base de cálculo do
COFINS foi o tema da primeira palestra. Para o
próximo mês está sendo programada palestra
sobre a possibilidade das empresas filiadas ao
Sindicato serem classificadas em outro nível
de risco para desconto do GIILRAT.
Entrevista com o coordenador de cursos
do INDA, professor Paulo Barreto, traça um
panorama avaliativo desses cursos de atualização e aperfeiçoamento profissional. Barreto
destaca que o perfil dos clientes da rede de
distribuição tem mudado ao longo dessa década e que é indispensável para os negócios
das empresas que elas acompanhem essa
evolução. Com base nas necessidades dos
vendedores de aço constatadas pelo coordenador, o Instituto abriu as inscrições para um
novo curso, voltado para a eficácia das negociações.
Não poderíamos deixar de destacar também que já se encontram à venda os convites
para o Jantar de Confraternização de final de
ano da rede de distribuição. O jantar é um momento de encontro informal entre executivos
para avaliarem o ano que passou e fazerem
projeções sobre o que virá.
Boa leitura!
Índice
Acontece
Estatísticas
Análises
página
02
página
03
página
Entrevista
Sindisider
04-05 Expediente
Competição estimula a pesquisa por
soluções mais eficientes e sustentáveis
em construções metálicas
O Living Steel, programa mundial para estimular o uso do aço em moradias, lançou
um concurso internacional para arquitetos, em busca de projetos de habitações
sustentáveis. A Segunda Competição Internacional de Arquitetura distribuirá 300 mil
euros em prêmios e está com as inscrições abertas pela Internet www.livingsteel.org até o dia 12 de janeiro.
Lançado em fevereiro de 2005, o Living Steel é um programa mundial de estímulo
a inovações no design e na construção de habitações, gerenciado pelo Instituto
Internacional de Ferro e Aço (IISI). O programa compreende três iniciativas-chave: a
pesquisa de mercado; o gerenciamento de conhecimentos; e a competição. Entre
os integrantes do Living Steel estão: Arcelor, Baosteel, BlueScope Steel, Celsa Group,
Corus, Erdemir, Imidro, Mittal Steel, Posco, Ruukki e Tata Steel.
“Queremos que essa competição inspire arquitetos a adotarem uma abordagem
inovadora do uso do aço no design, na construção e na eventual reutilização em
edificações”, explicou Scott Chubbs, diretor do Programa.
Participam do júri Glenn Murcutt, Charles Correa, Jaime Lerner, Andrew
Ogorzalek, James Berry e Nicholas de Monchaux, arquitetos internacionalmente
respeitados. A competição atende os critérios da União Internacional de
Arquitetos e segue os padrões de competição arquitetônica adotados pela
UNESCO.
A liga metálica é considerada sustentável por ser 100% reutilizável e menos
página
agressiva ao meio ambiente. Além disso, oferece a vantagem de redução de
40% no tempo de execução da obra em comparação com outros processos
06
construtivos. Apesar disso, atualmente apenas 4% das construções brasileiras
página
são em aço, segundo o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA).
07
Os três finalistas, além de receber cada um o prêmio de 50 mil euros, serão
página
convidados a projetar novos conceitos para edificações residenciais no Brasil,
na China e no Reino Unido.
08
Primeira siderúrgica
em Goiás
ece
t
n
Aco etor
s
no
página
02
Foi assinado contrato entre a Companhia Hidrelétrica do Vale do São Patrício (Chesp), a FerroOeste, a Toctao Engenharia, o Grupo Valadares
e o grupo espanhol Añon, prevendo a implantação da Companhia Siderúrgica do Planalto,
no município de Nova Glória. A siderúrgica é a
primeira de Goiás.
O município foi escolhido por sua localização estratégica – abundância de água (Rio das
Almas) e proximidade da BR-153 e da futura Ferrovia Norte-Sul – e pelos incentivos fiscais oferecidos. Os investimentos previstos são da ordem
de R$ 150 milhões. A siderúrgica produzirá, até
o final de 2008, 800 mil toneladas de vergalhão
e fios de aço, 30% destinadas ao mercado local
e o restante para outros estados.
Vale torna-se a segunda maior
mineradora do mundo
A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) tornou-se
a segunda maior mineradora diversificada do mundo com a adesão de 75,66% dos acionistas da Inco
à sua oferta de compra. A Inco é a segunda maior
produtora global de níquel. A transação é estimada
em US$ 13,2 bilhões, a maior já realizada por uma
empresa latino-americana, e poderá alcançar US$
17,5 bilhões, caso a adesão chegue a 100% até 3 de
novembro.
O valor de mercado da CVRD saltará de US$
58,25 bilhões para US$ 71,5 bilhões, atrás apenas
da australiana BHP Billinton (US$ 72,91 bilhões). Em
terceira posição no ranking fica a Anglo-American
(US$ 67,4 bilhões) e, em quarta, a Rio Tinto (US$ 56
bilhões).
Números do aço em setembro
A produção brasileira de aço bruto em setembro teve aumento de 6,5% em relação a setembro
de 2005, atingindo 2,76 milhões de toneladas. O
acumulado do ano manteve-se, porém, 3,7% abaixo
(22,7 milhões) na comparação com o ano passado.
As vendas internas de produtos planos subiram
18,7% em setembro (873 mil), destinadas principalmente aos setores da construção civil, utilidades domésticas e comerciais, tubos com costura e de autopeças. O incremento de vendas dos produtos longos
foi de 11,6%, alcançando 572 mil toneladas.
Mundo
A produção mundial em setembro alcançou
101,4 milhões de toneladas, aumento de 8,8% sobre
setembro de 2005. Nos nove primeiros meses do
ano, 903,3 milhões de toneladas de aço foram fabricadas.
A Ásia respondeu por mais da metade da produção (54,9 milhões) em setembro; no acumulado do
ano, o continente produziu 11,2% a mais do que no
mesmo período de 2005. Os Estados Unidos fecharam setembro com 8 milhões de toneladas, alta de
3,5%. Já a América do Sul produziu 8,9% a mais em
setembro (4 milhões).
Quinta maior siderúrgica do
mundo
A venda da siderúrgica anglo-holandesa Corus para a indiana Tata Steel originará a quinta
maior produtora de aço do mundo, com produção
da ordem de 23,5 milhões de toneladas por ano.
A fusão objetiva o melhor acesso da siderúrgica
anglo-holandesa a matérias-primas baratas e maior
exposição no mercado asiático.
Comentários: Mantendo o ritmo
As vendas dos associados em setembro, apesar de
8% menores que agosto, mantiveram o ritmo forte, subindo 22,9% em relação a setembro de 2005.
No acumulado do ano, o crescimento é de 12,7%
em relação ao mesmo período de 2005. Cabe ressaltar
também, que as compras em setembro, mantiveramse estáveis em relação a agosto registrando pequena
queda de 0,9%.
Veja a seguir, o desempenho dos associados.
cas
sti
tatí
Es
página
03
Crescimento do setor de autopeças patina
es
lis
á
n
A
página
04
O faturamento do setor de autopeças acumulado de janeiro a agosto, em reais deflacionados,
cresceu 0,7% em relação a igual período de 2005. É
o menor faturamento acumulado do ano. A informação é do Sindipeças, com base em pesquisa realizada com 54 empresas, que respondem por 34% do
faturamento do setor.
Já, as empresas de autopeças de Minas Gerais
faturaram 6,6% mais no acumulado dos oito meses
do ano em relação a 2005. Apesar da recuperação
no faturamento acumulado desde junho, o valor não
atinge os 10% de crescimento atingidos em jan/fev.
Em São Paulo, segundo a Pesquisa Conjuntural
do Pequeno Varejo, realizada mensalmente pela Fecomércio junto a 600 estabelecimentos comerciais
no Estado de São Paulo, o crescimento do faturamento em agosto foi de 7,1%, mas o acumulado registra perdas de 9,2%.
Já, as exportações de janeiro a agosto atingiram
US$ 5,85 bilhões, aumento de 20,52% relativamente a 2005. Em contrapartida, as importações caíram
1,099%, para US$ 4,61 bilhões.
Vendas internas de máquinas agrícolas acumulam alta
A produção na indústria de máquinas
agrícolas caiu 3,5 % em setembro sobre agosto do
ano corrente; em relação a setembro de 2005, a
queda foi de 1,6%. No acumulado nos nove primeiros
meses, a queda é de 18,3%.
De janeiro a setembro deste ano, as vendas
internas de máquinas agrícolas ficaram 4,5% acima
do mesmo período de 2005. Considerando-se
apenas as vendas de tratores, o crescimento foi de
6,5%, atingindo 15 mil unidades.
Os números são da Anfavea. Para alguns
fabricantes, as vendas devem continuar aquecidas
até o final do ano, em função da demanda dos
setores de cana, cítricos, café e da área florestal. Em
contrapartida, as vendas para os produtores de grãos
continuam em baixa.
Com relação às exportações, queda de 31,5%
em volume no acumulado janeiro-setembro
relativamente a período de 2005. Comparando-se
setembro de 2006 com setembro de 2005, queda
de 23,9%. A queda nas exportações contribuem,
portanto, para uma produção menor no acumulado
deste ano.
Set
2006
Ago
Jan-Set
Set
A
B
C
D
Total / Total / Total
Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales
Importados / Imported / Importados
2.323
2.300
23
2.370
2.336
34
19.308 2.048 18.473 -2,0
19.112 2.033 18.379 -1,5
196
15
93 -32,4
13,4
4,5
13,1
4,0
53,3 105,5
Tratores de rodas / Wheel tractors / Tractores de ruedas
Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales
Importados / Imported / Importados
1.952
1.929
23
1.949
1.915
34
15.247 1.656 14.323
0,2
15.051 1.641 14.230
0,7
196
15
93 -32,4
17,9
6,5
17,6
5,8
53,3 110,8
34
34
0
39
39
0
245
245
0
29
29
0
158
158
0
164
164
0
1.537
1.537
0
196
196
0
62
62
0
42
42
0
607
607
0
117
117
0
176
176
0
1.672
1.672
0
Unidades
Units / Unidades
Cultivadores motorizados / Tillers / Máquinas cultivadoras*
Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales
Importados / Imported / Importados
Colheitadeiras / Combines / Cosechadoras
Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales
Importados / Imported / Importados
Retroescavadeiras / Loaders & Backhoes / Retroescavadoras
Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales
Importados / Imported / Importados
2004
2005
2006
Jan
Jan/Ene
2,4
1,7
1,7
Variação percentuais
Sep/Set Aug/Ago Jan-Sep/Ene-Set Sep/Set Jan-Sep/Ene-Set
Tratores de esteiras / Track-type tractors / Tractores con orugas
Nacionais / Locally-manufactured / Nacionales
Importados / Imported / Importados
Mil unidades
Thousand Units
Miles de Unidades
2005
Jan-Set
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
2,5
1,8
1,9
3,2
2,3
2,2
3,5
2,2
2,1
3,6
2,0
2,2
3,5
2,2
2,3
Feb/Fev Mar/Mar Apr/Abr May/May Jun/Jun
Jul
Jul/Jul
3,7
2,0
2,2
Ago
Set
3,9
2,1
2,4
3,8
2,0
2,9
Aug/Ago Sep/Set
Percent variation / Variaciones porcentuales
E
A/B
336 -12,8
336 -12,8
0
-
A/D
C/E
17,2
17,2
-
-27,1
-27,1
-
1.609
1.609
0
-3,7 -19,4
-3,7 -19,4
-
-
-4,5
-4,5
-
75
75
0
1.155
1-155
1
47,6 -17,3
47,6 -17,3
-
-
-47,4
-47,4
0,0
92
92
0
1.050 -33,5
1.050 -33,5
0
-
27,2
27,2
-
Out
Nov
Dez
3,6
2,0
2,4
1,5
1,7
1,2
59,2
59,2
Ano
Oct/Oct Nov/Nov Dec/Dic Yers/Año
37,8
23,2
19,3
Os juros reais no Brasil
João Luiz Mascolo
Já foi repetido à exaustão o fato de que a taxa real de
juros no Brasil é a mais alta do mundo e que a responsabilidade por esta situação caberia ao Banco Central,
que seria muito conservador, em função da preocupação com a inflação.
É importante notar que a taxa de juros é o preço
do crédito e, como tal, reflete as condições de oferta
e demanda neste mercado. Sendo o setor público o
grande tomador de crédito do país – e, conseqüentemente o grande ofertante de títulos, ocupando um
espaço que poderia ser utilizado pelo setor privado, fenômeno conhecido como crowding out - o tamanho
de sua demanda, bem como a percepção dos poupadores a respeito do risco de crédito que representa,
serão fatores determinantes na formação desta taxa.
Além do fato de que a história da dívida pública
no país é repleta de exemplos de default, o atual patamar da relação Dívida Pública / PIB , cerca de 51%, é
bastante elevado, bastando lembrar que há doze anos
atrás esta cifra era ligeiramente inferior a 30%. Durante
todo este período, a situação deficitária do Governo foi
financiada por emissão de títulos e aumento da carga
tributária, sem que nenhum esforço mais sério tenha
sido feito na direção do corte de gastos. Como manter
a inflação baixa passou a ser uma prioridade, não havia
espaço para financiamento através da emissão de moeda, o que fez com que o peso da Dívida em relação
ao Produto dobrasse, ao mesmo tempo em que a carga tributária , que também beirava 30% do PIB ao final
de 1994, tenha se elevado substancialmente, devendo
esta relação chegar a 40% ao final deste ano.
Desde 1999, com o agravamento da situação fiscal, o país passou a perseguir superávits primários, os
quais, no entanto, não foram suficientes para evitar o
crescimento da relação Dívida / PIB. Um outro ponto de fundamental importância é como estes saldos
foram construídos: basicamente a partir de elevação
nos impostos, e não via redução de despesas, como
seria desejável. A partir do início do corrente ano, com
a substituição do Ministro Palocci, não só a meta foi
reduzida – de 4,6% para 4,25% do PIB – como houve
também uma deterioração na forma de sua obtenção,
a qual passou a depender substancialmente de dividendos pagos pelas empresas públicas a seus acionistas majoritários, os Governos em seus diversos níveis.
Examinando-se, portanto, o regime fiscal atualmente em curso, conclui-se que:
• Os saldos primários , nos últimos quatro anos, foram suficientes apenas para estabilizar a relação
Dívida Pública / PIB em torno de 51% e não para
reduzila;
• Estes saldos têm sido obtidos via aumento de carga tributária sendo que, em
2006, com a forte elevação dos gastos públicos
– cresceram cerca de 11% em termos reais -, dividendos de empresas estatais foram intensamente
utilizados;
• Os gastos públicos criados em 2006 têm um caráter permanente , ao mesmo tempo em que a carga tributária atinge um patamar que praticamente
inviabiliza nova elevação;
• Em 2007, será necessário prorrogar as DRU – Desvinculação das Receitas da União - e a CPMF, o que
pode ser visto como um foco adicional de incerteza sobre a trajetória das contas públicas;
• A intenção anunciada para 2007, de trazer a taxa
SELIC para cerca de 9% ao final do período, pode
significar a percepção das dificuldades de financiamento futuro e, portanto, a possibilidade de se
recorrer à emissão de moeda para este fim;
• Como a inflação deverá chegar ao final de 2006
em torno de 3%, portanto bem abaixo da meta de
4,5%, o Governo pode estar vendo nesta diferença
um espaço para a monetização, com baixo risco
para os preços;
• A taxa de emissão de base monetária no período
Curso de Negociação
O curso é baseado numa série de dinâmicas e
exercícios de negociação para que o participante
aplique o que aprendeu nas aulas teóricas e em discussões em classe.
O objetivo é levar aos participantes o conhecimento da teoria e dos processos da negociação e do
poder do capital social, aprimorando as suas habilidades para:
• Negociar eficazmente
• Analisar situações de negociação
• Desenvolver um plano para a negociação eficaz
• Perceber e capitalizar os comportamentos na
negociação
• Desenvolver estratégias de relacionamento interpessoal
• Entender a comunicação não verbal
• Negociar com clientes problemáticos
• Ganhar confiança como negociador
Com duração de 20 horas distribuídas em cinco
noites (18 às 22h), o curso é ministrado pelos professores Paulo Barreto (ESPM) e Aurelice Brandão
(EDCA).
Mais informações: 11-3812-6122 - [email protected]
es
lis
Aná
página
05
Paulo Barreto
sta
E
vi
ntre
página
06
Experiência de mais de 35 anos nas áreas empresarial e educacional. Foi Diretor de empresas como TV
Cultura, Standard Oil, Surface Combustion, Playcenter, Faagerdala, SEBRAE e outras; chefe do departamento de
Marketing da Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM; professor de graduação e pós-graduação da
ESPM e da FAAP, e professor convidado de diversas faculdades como FGV, UNIa, UNIP, Faculdade de Saúde de
Salvador e Universidade Federal do Pará. Atualmente, é Diretor da Kravis & Krause, empresa de consultoria em
Marketing e Estratégia, e coordenador dos cursos do INDA. O prof. Paulo Barreto é engenheiro mecânico pela
UFRJ e pós-graduado em administração de empresas pela FGV e em Comunicação Social pela ESPM.
1- Qual é o conhecimento que os alunos do Curso de
Especialização em Vendas de Aço trazem sobre a rede
de distribuição de produtos siderúrgicos? Na sua avaliação, quais são os pontos positivos e negativos desse
conhecimento?
As turmas são constituídas por profissionais com
experiências, conhecimentos e idades variados, o que
cria uma interação e troca de experiências interessante. A própria metodologia do curso induz à formação
de um network, que, pelo que sabemos, tem sido
utilizado pós-curso. Vale destacar a participação crescente das mulheres como vendedoras de aço, o que
traz um tratamento diferenciado às vendas, uma vez
que a mulher vende de maneira diferente do homem.
Como, do outro lado, também é crescente o número
de mulheres comprando aço, os vendedores precisam
de um novo conhecimento, que é como vender para
as mulheres e como entender a mulher vendedora.
O nível educacional dos vendedores vem melhorando e, aproximadamente, metade dos participantes
tem curso superior, notadamente em administração.
Muitos, entretanto, fizeram faculdade só porque era
importante, tendo cursado escolas de segunda linha
e aprendido pouco. Um ponto interessante é que, de
todos os participantes até hoje, apenas três eram engenheiros e apenas um metalúrgico.
2- Como o Curso de Especialização tem ajudado estes
alunos a corrigir seus equívocos sobre o mercado de
distribuição de aço? Quais são os temas abordados que
realmente fazem a diferença na hora da venda e quais
dinâmicas são usadas para internalizar esses temas?
É importante destacar que maioria dos alunos
trabalha há vários anos em venda de produtos siderúrgicos, porém nunca visitaram uma usina de aço. O
curso supre essa carência de conhecimento, com as
visitas técnicas a uma siderúrgica de aços planos e a
outra de aços longos.
Os assuntos que, na opinião de alunos, fazem
diferença na hora da venda são os que permitem a
melhoria da eficácia das vendas, e não os associados
a técnica de vendas propriamente dita. Entre estes assuntos estão a estratégia de negócios, a comunicação
não-verbal, a negociação e a cadeia de valor.
Nos exercícios, a maioria externa as dificuldades
que enfrentam no seu dia a dia. Todos se queixam da
falta de apoio interno, principalmente de vendas internas, de cadastro e do PCP, além do transporte. O
trabalho feito no primeiro dia do curso, de formação
do grupo e de motivação, tem tido efeito benéfico
para o bom andamento do curso, principalmente
para o desenvolvimento de exercícios e dinâmicas
de grupo.
3- Há algum retorno com relação ao melhor desempenho das vendas por parte dos alunos que fizeram
o curso?
Encontramos alunos que participaram do
workshop de vendas de alto impacto e que voltaram
para cursar o de especialização em vendas de aço.
Mencionam que estão aplicando com sucesso os conhecimentos do curso e sugerem outros temas que
estão sendo estudados. No momento está em lançamento um curso de 20 horas só em Negociação, e
está em estudos um curso de Logística.
Foi uma grata satisfação encontrar, no oitavo curso
em andamento em São Paulo, seis participantes da
COSIPA, que como fabricante se interessou pelo curso, por ter recebido boas referências do mesmo, o que
para nós é um grande incentivo.
4- Qual é a importância dos cursos de atualização para
os vendedores de aço? As distribuidoras valorizam
esse tipo de treinamento?
Ao oferecer cursos “in company”, pude constatar
que as distribuidoras de aço dão pouca ou nenhuma
importância ao treinamento, o que se observa pela
inexistência ou precariedade dos espaços destinados
ao mesmo, onde muitas vezes não há nem um projetor disponível. Quando são mencionadas as verbas
anuais para treinamento, temos todas estas observações confirmadas.
Em contato com mais de vinte empresas interessadas
por cursos “in company”, praticamente todas acharam
o curso muito caro e desistiram, apesar de mencionado que os valores cobrados pelo INDA estão bem
abaixo do mercado, para um curso de 74 horas, com
diversos palestrantes e visitas a duas usinas.
Depois de observar e ouvir cerca de 200 alunos
que passaram pelo curso, e pelo conhecimento que
temos de mercado, estamos certos de que o perfil
do vendedor de aço precisa mudar, como estão mudando as necessidades dos clientes e a dinâmica do
mercado. As empresas que não reconhecerem esta
realidade tendem a ter dificuldades com seus clientes no futuro.
Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras
de Produtos Siderúrgicos
Empresa já pode pleitear a exclusão do ICMS da base de
cálculo do PIS/COFINS
página
07
O ICMS deveria compor a base de cálculo do
PIS e da COFINS? Sobre esta questão se debruça o
Supremo Tribunal Federal (STF). Parecer do ministro
relator Marco Aurélio Melo, seguido por outros cinco
juízes, afirma que não. Segundo o entendimento do
relator, para a base de cálculo da COFINS só podem
ser considerados valores que expressem o ingresso
referente à venda de mercadorias ou à prestação de
serviços. Nesta medida, o valor do ICMS, tratandose de receita do Estado, que é apenas arrecada pelo
contribuinte, não compõe o valor da receita e deve
ser excluído da base de cálculo da COFINS. Como o
PIS tem tratamento tributário idêntico, a regra vale
também para esse imposto.
Este foi o esclarecimento dado pelo advogado
da Godoi & Aprigliano, dr. Ricardo Godoi, em palestra
promovida pelo Sindisider no último dia 26 de
outubro. A palestra, oferecida gratuitamente aos
associados, teve a participação de 30 pessoas.
Por esta questão estar na pauta do Judiciário há
12 anos, o ministro Gilmar Mendes pediu vistas do
processo, para que uma decisão tão importante para
o governo não seja decidida tão apressadamente. Não
votaram ainda 5 ministros. “Não quer dizer que a causa
está ganha para o contribuinte, pois teoricamente é
possível que os juízes que já votaram voltem atrás.
Mas, na prática, isso não se tem verificado”, explicou
Godoi. A previsão é que o processo se encerre em
2007.
O detalhe para o contribuinte é que o ganho de
causa não é automático para todas as empresas, mas
vale apenas para a fabricante de autopeças mineira
que está pondo em juízo a inclusão do ICMS na base
de cálculo da COFINS. “Ou seja, o benefício da exclusão,
caso seja esse o parecer do STF, não é automático. As
empresas que desejarem ter esse direito terão que
entrar com ações individuais para obtê-lo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário (IBPT), o impacto da exclusão do ICMS
da base de cálculo da COFINS será, em média, uma
economia de 1% sobre o faturamento mensal. Por
ano, o governo deixaria de arrecadar R$ 6,83 bilhões
em PIS e Cofins.
Godoi aconselhou os presentes a entrarem com
uma ação declaratória com tutela antecipada pedindo
a exclusão do ICMS da base de cálculo. Tal medida
poderia, em caso de decisão favorável em primeira
instância, ter repercussão imediata no faturamento da
empresa. “A empresa deixaria de pagar o PIS/COFINS
com incidência de ICMS. Mas, é aconselhável fazer um
provisionamento com essa economia até a questão
estar transitada em julgado no STF”, alertou.
Na mesma ação, segundo o advogado, é possível
pleitear a restituição do valor pago indevidamente no
recolhimento do PIS/COFINS. Apesar desse pedido
ter efeito apenas depois da questão ter sido julgada,
a ação impetrada agora cessa a prescrição do direito.
“A lei tributária federal proclama que a cada mês
prescreve um mês de cinco anos atrás”. Em outras
palavras, o contribuinte poderá reaver os valores
pagos até cinco anos atrás a partir do mês em que
propõe a ação.
O pedido de restituição poderá ser feito em
espécie, via precatório, ou por meio de compensação
na contribuição do PIS/COFINS futuros.
O Sindisider continuará atento a estas questões
tributárias e já está programando uma nova palestra
para falar sobre a possibilidade das empresas de sua
base serem classificadas num outro nível de risco para
efeito de desconto de INSS na folha de pagamento.
Diretoria executiva
Presidente
André Zinn
Diretor administrativo e finaceiro
Walter Roberto Areias
Diretor para assuntos extraordinários
Heuler de Almeida
e
ent
di
e
Exp
Conselho diretor
Alberto Piñera Graña
Newton Roberto Longo
Paulo Musetti
Valdecir Bersaghi
Superintendente
Gilson Santos Bertozzo
Revista brasileira do aço
Fone: 11 3812-6122
[email protected]
Editor
Fábio Luís Pedroso (Mtb 41728)
[email protected]
Projeto gráfico, diagramação e editoração
criatura.com.br
Impressão
H Rosa Gráfica Editora
Distribuição exclusiva para Associados ao Inda. Os artigos e opiniões publicados não refletem necessariamente a opinião da
Revista Brasileira do Aço e são de inteira responsabilidade de seus autores
página
08
Agenda:
Convites para o Jantar de Confraternização 2006
já estão à venda
O Jantar de Confraternização do INDA/SINDISIDER é um momento de reunião da rede de distribuição e do setor siderúrgico em geral para conversas
informais entre os executivos sobre suas avaliações
da cadeia produtiva do aço no ano que se encerra e
suas perspectivas para o próximo ano, dentre outros
assuntos.
É também um momento para premiar as empresas que estiveram envolvidas com projetos sociais em 2006, sinalizando para a opinião pública
que nosso segmento preocupa-se com o desenvolvimento social do país.
Neste ano, o Jantar acontecerá no dia 04 de dezembro, às 19:30h, no Jóquei Clube de São Paulo.
Os convites para o Jantar já estão à venda e poderão ser adquiridos com Silvia até o dia 30 de novembro, pelo telefone 11-3812-6122. O valor é de R$
250,00.
Jóquei Clube de São Paulo
Av. Lineu de Paula Machado, 1263 – São Paulo
Prêmio INDA de Ação Social está em fase de avaliação
dos projetos
O Prêmio INDA de Ação Social recebeu 26 projetos sociais de empresas produtoras e distribuidoras
de produtos siderúrgicos. Agora os projetos estão
em fase de avaliação, que levará em consideração 10
indicadores:
1. Clareza nas informações prestadas;
2. Abrangência da ação;
3. Recursos humanos envolvidos;
4. Instalações e recursos materiais
5. Metodologias de avaliação e controle de resulta-
dos do projeto;
6. Ferramentas de gestão administrativa;
7. Controle orçamentário;
8. Auditorias externas;
9. Requisitos legais;
10. Comunicação / Divulgação.
Serão certificados os projetos que atingirem um
mínimo de 800 pontos de um total de 1000. A premiação acontecerá durante do Jantar de Confraternização do setor.

Documentos relacionados