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3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 5/8 1 UFAM Sessão Nome Fazeres e trajetórias / Cenas Urbanas Tipo Ordem Oral 1 Título Autor/Instituição Co-autores Instituição Carreiras de cantores populares paraenses Antonio Maurício Dias da Universidade entre o centro e a periferia da indústria Costa Federal do Pará cultural no Brasil em meados do século XX Resumo: A comunicação aborda as carreiras de artistas da música popular condicionadas ao seu posicionamento periférico no mercado de bens simbólico-culturais no Brasil em meados do século XX. A pesquisa focaliza as trajetórias de três cantores populares surgidos no meio radiofônico paraense entre os anos 1940 e 1950 e que buscaram o sucesso no cenário artístico musical no sudeste do país. As noções de centro e periferia são avaliadas no estudo a partir da percepção dos sujeitos enfocados, considerando sua dimensão simbólica. Ao mesmo tempo, tais representações são tomadas como condicionantes socioculturais da performance artística dos cantores ao longo de suas trajetórias. A pesquisa se baseia em registros memorialísticos produzidos pelos cantores ou por seus familiares sobre suas carreiras. Ao mesmo tempo, são considerados os mundos profissional e familiar como elementos fundamentais definidores dos percursos profissionais seguidos pelos cantores. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, orientadas pela perspectiva da história oral. O estudo dessas trajetórias revela as condições de produção e difusão musical no Brasil à época. O foco, no entanto, está centrado na atuação de artistas oriundos de uma região situada na periferia da indústria cultural em formação no país em meados do século passado. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 5/8 1 UFAM Sessão Nome Fazeres e trajetórias / Cenas Urbanas Tipo Ordem Oral 2 Título Autor/Instituição Co-autores Instituição A MÚSICA E A CIDADE: PRÁTICAS SOCIAIS E NÉLIO RIBEIRO MOREIRA UFPA CULTURAIS NA CENA DA CANÇÃO POPULAR UNIVERSIDADE DE BELÉM DO PARÁ (1980 - 1990) FEDERAL DO PARÁ Resumo: A grande cidade é o local por excelência da existência de distintas configurações socioculturais (SIMMEL; WIRTH). Portanto, percorrer a cidade em sua atividade musical como experiência histórica, e os discursos que sobre essa relação se efetivaram, tornando-a portadora de sentidos, é o que pretende o trabalho de investigação ora proposto. O objetivo é proceder a um indiciamento e ao acompanhamento do desenvolvimento das relações de sociabilidade no meio musical em Belém do Pará, bem como a uma cartografia dos lugares da canção popular, para isso utilizando os conceitos de cena musical (STRAW; STHAL) e rede social (BOISSEVAIN; BARNES). A partir das possibilidades informativas (jornais, documentos, relatos orais, iconografia) coligidas por uma etnografia histórica (SAHLINS; FREHSE), a discussão se dará em torno das práticas sociais e culturais realizadas no ambiente da cidade num recorte temporal que se estende por duas décadas, de 1980 ao final dos anos 1990. O recorte temporal se justifica pelo fato de que, para o período tomado como inicial para abordagem, a década de 1980, a cidade de Belém do Pará se configura como uma área em região de fronteira (CORRÊA; CASTRO); e abordar os anos 1990 se explica por tratar-se de um período no qual se consolidou a idéia de uma canção popular idiossincraticamente regional portadora de uma particularidade estética - a MPP -, segundo alguns interlocutores da pesquisa. Ainda para esse período, vislumbra-se averiguar os impactos da interconexão global na cidade de Belém do Pará, o seu lugar na cadeia de trocas culturais e o processo de hibridização (RAPPORT; HANNERZ) na sua cena musical. A expectativa é proceder a uma reconstrução da rede de significados (GEERTZ) da vida musical belemense. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 5/8 1 UFAM Sessão Nome Fazeres e trajetórias / Cenas Urbanas Tipo Ordem Oral 3 Título Autor/Instituição Co-autores Instituição "MÚSICO DE VERDADE SABE LER PARTITURA": Lemuel Dourado Guerra Esdras Sarmento UFCG estigmatização e hierarquia entre músicos escolarizados e não-escolarizados Resumo: Esta comunicação tem como objetivo apresentar conclusões provisórias de uma pesquisa sobre a relação entre músicos escolarizados e não escolarizados em Campina Grande- Paraíba. A partir de um conjunto de entrevistas realizadas com estudantes da graduação em Música da Universidade Federal de Campina Grande e com músicos que atuam no circuito de bares da cidade, apresentamos como os sujeitos definem o ideal de profissional da música, identificando os processos pelos quais se constroem uma hierarquização e a estigmatização dos músicos dos dois tipos. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 5/8 1 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição Fazeres e trajetórias / Oral 4 O artífice eletroacústico: Rogério Duprat, Jonas Soares Lana PUC-Rio Cenas Urbanas arranjador tropicalista Resumo: Neste trabalho, procuro lançar um olhar etnográfico sobre a atuação de Rogério Duprat como arranjador profissional das canções tropicalistas gravadas no final dos anos 1960. A reconstituição crítica dessa experiência baseia-se no exame das descrições e avaliações nativas de sua atuação como arranjador, colhidas em documentos, fontes bibliográficas e entrevistas por mim realizadas entre 2010 e 2012 com técnicos de estúdio, com o produtor e com outros colaboradores direta ou indiretamente envolvidos nessas produções fonográficas. Associado ao estudo dessas gravações e de alguns manuais de arranjo, esse exame me permitiu observar que uma das marcas distintivas das atividades de Duprat como arranjador é que elas visavam atender a encomendas, por meio da mobilização de habilidades e de conhecimentos inicialmente adquiridos para a composição de obras supostamente dotadas de autonomia estética. Ainda que, para além da tradicional escrita para instrumentos de orquestra, essas atividades tenham envolvido a utilização de técnicas da música concreta e eletroacúsica, Duprat atuava, antes de tudo, como um artesão. A partir dessa observação, proponho mobilizar neste trabalho os conceitos de "artífice", de Richard Sennett, e de "artista" e "artesão", de Mário de Andrade, para subsidiar uma discussão sobre a colaboração de Rogério Duprat como arranjador de canções tropicalistas e sobre as fronteiras que separam arte, artesanato e tecnologia. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 5/8 1 UFAM Sessão Nome Fazeres e trajetórias / Cenas Urbanas Tipo Ordem Oral 5 Título O DEEJAY COMO BRICOLADOR MUSICAL Autor/Instituição Pedro Tadeu Faria D'Allevedo Co-autores Instituição Universidade Federal da Paraíba - Programa de Pós Graduação em Sociologia Resumo: A presente comunicação é um fragmento da dissertação de mestrado denominada "O circuito-cena e.music de João Pessoa: dinâmicas locais de uma cultura jovem global", defendida em 2011, junto ao Programa de Pós Graduação em Sociologia da UFPB. A abordagem do tema teve como perspectiva o universo de uma cultura juvenil contemporânea global, notadamente aquela se edifica nas cercanias da música eletrônica de pista (MEP). Por meio dessa cultura jovem, os deejays (abreviação de disc jóqueis em inglês) emergem como importantes personagens, muito em razão de terem se consolidado no imaginário social jovem como verdadeiros pop-stars, uma vez que, ao comandarem os equipamentos de som nas festas (ar livre ou night clubs), emergem como criadores de ambiências esfuziantes e sinergéticas de prazer, dado ao fato que intencionam produzir estados intensos de alegria nos participantes que, em grande medida, estão em busca de diversão e de múltiplas sensações originadas pela confluência da música e da dança. Entretanto, nesse contexto, constata-se que tais personagens são também portadores de um conhecimento técnico-musical que é distinto daquele exigido dos músicos profissionais. Na atualidade, parcela significativa de DJs passou também a produzir música a partir da manipulação do que está pronto, compondo assim novas ambiências sonoras. Recém-chegados no campo da composição musical, eles são vistos como outsiders, o que se constitui um fator gerador de conflitos, uma vez que, livres do rigor da formação musical, encontram-se desobrigados de um conhecimento técnico exigido pelas hierarquias da musicalidade institucionalizada. Assim, tais agentes têm disposição para tratar o som de maneira despretensiosa e livre, o que vem promovendo transformações no campo musical/cultural da atualidade. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 5/8 1 UFAM Sessão Nome Fazeres e trajetórias / Cenas Urbanas Tipo Ordem Oral 6 Título Heavy metal, convenções artísticas e tradições nacionais Autor/Instituição Pedro Alvim Leite Lopes Co-autores Instituição FEBF - UERJ Duque de Caxias RJ Resumo: A música heavy metal é a cultura jovem baseada em um estilo musical que se faz presente, com público e artistas locais, no maior número de países atualmente. O estigma de música tabu, devido à classe social operária do início do estilo, às temáticas dionisíaca e sobre o caos (Weinstein, 2001) - e sobretudo as convenções musicais transformando o que é considerado ruído na comunicação convencional de outras músicas em informação e convenção positivada. Exemplos das convenções artísticas (Becker, 1985) do heavy metal: a distorção - mais (oni)presente que em qualquer outro estilo - originalmente causada por mau funcionamento dos primeiros amplificadoresl; o "peso" - categoria nativa ; a rapidez de execução de determinadas composições; o contraste de notas muito agudas nos solos de guitarra e muito graves no baixo e guitarras base (nos "riffs", por vezes com afinação não usual possibilitando um maior "gravidade" e peso); os "power chords"; modos pouco usados na tradição musical ocidental; e os trítonos. Estas são discutidas por fãs e músicos (fãs também da história de sua música preferida - o que gera discussões in loco e online, seções de revistas, livros e documentários - três dos quais com exibição em circuito produzidos pelo antropólogo canadense Sam Dunn e alguns produzidos no Brasil e disponíveis online). Objetivos da comunicação: apresentar a "exegese nativa" do metal e suas convenções; o metal no Brasil (Fortaleza sedia o Forcaos, um dos principais festivais anuais de heavy metal do país); e as bricolagens com músicas e instrumentos outros, como no cd Roots do Sepultura analisado por Vianna (1996) e Oliven (2002) com gravações em parceria como os Xavante de Pimentel Barbosa, o baiano Car 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 5/8 1 UFAM Sessão Nome Fazeres e trajetórias / Cenas Urbanas Tipo Ordem Título Oral 7 POR UMA ESTÉTICA POP-NIPÔNICA J-Rockers; "juventudes" paraense em meio à cultura japonesa Autor/Instituição Paula Francinete Ramos Co-autores Prof. Dr º. Ernani Pinehiro Chaves Instituição Universidade Federal do Pará Resumo: Este artigo traz alguns apontamentos da pesquisa que desenvolvo no mestrado, em que analisa as sociabilidades urbanas de influência pop-nipônica, para este trabalho, será feito um recorte sobre o estilo musical denominado J-Rockers, que são roqueiros andróginos que fazem sucesso no Japão e estão conquistando um espaço cada vez maior nas sociabilidades juvenis de Belém do Pará. Pretende-se ao longo do trabalho discutir noções de cultura, identidade, sociedades complexas e pós-modernidade com o objetivo de abordar o estilo de vida e a estética da moda que é aderida por esses jovens existentes no meio urbano da capital paraense. Levando a cabo uma análise e compreensão, de maneira mais ampla, sobre os grupos em questão, lançando um olhar (antropológico) para as questões estéticas e a sustentação de redes de sociabilidade existente entre eles. O campo etnográfico está circunscrito aos espaços em que ocorrem os eventos temáticos de J-rockerse a saber: o Colégio Moderno e a Estação Gasômetro.A construção e delimitação do objeto dessa pesquisa, e da análise subsequente, fundamentam-se em pressupostos qualitativos desenvolvidas à luz da antropologia social clássica, sustentada pela etnografia, entrevistas e conversas informais, e história de vida. Acrescento, ainda, o uso da imagem, a partir da fotografia e filmagem, como fatores fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho. Durante minhas incursões a campo, tenho potencializado o meu fazer etnográfico, através da convivência com alguns membros dos movimentos supracitados, compreendendo, um pouco, dos encontros (como são constituídos), de aspectos de convivência (entre eles), e, por fim, de como e onde são feitas as composições dos visuais. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 6/8 2 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição "Modernidades" e Oral 1 Transformações e continuidades no Cururu: Jéssica Hiroko de Oliveira UFRGS "tradições" em buscando novas questões entre festas, perspectivas festeiros e programas de TV contextuais / Reflexões sobre etnografia: olhares a partir do rap Resumo: Neste trabalho, trago reflexões iniciais sobre minha aproximação nas veredas dos estudos da Etnomusicologia, concomitantemente à entrada no universo cururueiro, a partir das primeiras imagens e notas de minha pesquisa etnográfica. O cururu, gênero musical popular onde cantadores se desafiam narrativamente ao som de viola, e que se manifesta no interior de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. O início desta pesquisa requereu não somente uma revisão bibliográfica sobre o cururu, como uma aproximação deste campo, que tem mostrado a especificidade das práticas cururueiras em cidades do interior paulista, mais precisamente, a região do Médio Tietê. Nestas, à revelia de outros estados e/ou em outras épocas, se daria o cururu "pagão", cantoria - ou repente - de caráter improvisado e em tom de desafio, sem necessariamente abordar temas com viés religioso. O foco desta pesquisa tem privilegiado o estudo da música em seu contexto social, buscando investigar, a partir daqueles que a vivenciam, questões mais amplas como sua prática, circulação, difusão, o que possivelmente trará reflexões sobre diferenças e/ou diferenciações em torno de identidades, narrativas (incluindo científicas) e discursos acerca da música e cultura (popular, regional, brasileira), balizando processos de transformações neste campo. Pensar os estudos da performance a partir da música cururueira e sua poética se coloca como uma busca por apreender novas formas de sensibilidade, juntamente com a possibilidade de propor e percorrer novas metodologias de pesquisa neste fazer etnográfico. No intuito de abertura a novas reflexões e diálogos, apresentarei alguns aspectos e descrições oriundos das primeiras observações de campo, realizados desde maio de 2012. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 6/8 2 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição "Modernidades" e Oral 2 O PERFORMER, O BUMBO E A AUDIÊNCIA: MARCELO FECUNDE DE UNIVERSIDADE FARIA FEDERAL DE GOIÁS "tradições" em A PERFORMANCE DO ZÉ PEREIRA E O perspectivas COMPORTAMENTO RESTAURADO contextuais / Reflexões sobre etnografia: olhares a partir do rap Resumo: O Zé Pereira é uma manifestação cultural em que um grupo de pessoas, mascaradas saem pelas ruas ao som do bumbo em dias que antecedem o carnaval, na cidade de Itaberaí, estado de Goiás, neste trabalho abordo a compreensão do evento enquanto performance, suas origens históricas e como se dá a conceituação de comportamento restaurado proposto por Richard Schechner no contexto do Zé Pereira. Pretendo demonstrar que a restauração do comportamento da performance Zé Pereira na cidade de Itaberaí ocorre em várias momentos, não apenas como repetições que são aprendidas com outros ao logo da vida, ou como cada performer aprendeu a ser Zé Pereira, mas que desde a provável origem da performance no Rio de Janeiro até a ação dos Zés nos dias hoje em Itaberaí são formadas de porções de comportamentos, que foram experienciados por José Nogueira (considerado por muitos autores como o primeiro Zé Pereira) naquele tempo, e são vivenciados por cada performer Zé, de forma individual em experiências pessoais que se agrupam quando estão juntos, por isso nenhum cortejo é igual ao outro. Neste processo performático o que me chama a atenção é como a sonoridade foi sendo restaurada por este comportamento desde sua possível origem até os dias de hoje na cidade de Itaberaí, a sonoridade dos bumbos tornaram-se símbolo capaz de evocar a memória das pessoas, provocar identificações, restaurar comportamentos. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 6/8 2 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição "Modernidades" e Oral 3 Músicas "tradicionais" e repertórios Jaildo Gurgel da Costa IFPE - Câmpus Belo "tradições" em midiáticos, em diálogo,na casa de seu Geraldo Jardim perspectivas Cosme, em Cabeceira - RN contextuais / Reflexões sobre etnografia: olhares a partir do rap Resumo: Este trabalho traz os resultados de uma etnografia musical realizada no ambiente familiar de seu Geraldo Cosme, em Cabeceira, distrito de Tibau do Sul, no estado do Rio Grande do Norte. A economia local é mantida pela carcinicultura, turismo e produção açucareira. No âmbito das expressões culturais, têm obtido destaque o coco de roda e sobretudo o zambê. Essa última, considerada um tipo de música e dança coletivas, responsorial e percussiva, da tradição oral. Esta investigação objetiva discutir os diálogos sonoros predominantes entre músicas "tradicionais" e midiáticas disseminadas no respectivo contexto (via aparelhos eletrônicos e práticas musicais locais). Temas etnomusicológicos pensados numa linha mais "humanística" (ARAÚJO, 1999), que focam nas "pessoas fazendo música" (TITON, 1994), foram contributivos. Deste modo, as práticas sonoras são estudadas em sua pluralidade - procura-se entender "que músicas fazem às pessoas", mas também "que músicas as pessoas fazem" (SANDRONI, 2010). A performance, enquanto um processo (BEHÁGUE, 2004), vêm contemplar o caráter poli musical desse Contexto. Mediante observação participante de situações de performances, e da análise de materiais audiovisuais, verificou-se que in loco predominam tanto músicas "tradicionais" (ex. zambê) como gêneros midiáticos em geral. Os atores sociais locais são tidos como amadores, no último segmento, e ovacionados como "reis" do zambê. Percebeu-se que essa dança atende hoje basicamente à demanda externa e comercial, ainda que efêmera, ao passo que a música midiática é vivenciada interna/corriqueiramente como entretenimento. Por fim, conclui-se que os tipos musicais da casa de seu Geraldo, com usos e funções particularmente definidos, são capazes de dialogar/apresentar suas especificidades musicais. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 6/8 2 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição "Modernidades" e Oral 4 Entre os sons do reisado de Raimundo Laila Ibiapina Caddah UNIVERSIDADE "tradições" em Branquinho, tradições e invenções. FEDERAL DO PIAUÍ perspectivas contextuais / Reflexões sobre etnografia: olhares a partir do rap Resumo: O trabalho analisa a prática do reisado Boi Estrela, liderado por Raimundo Branquinho, como manifestação musical de uma tradição que mediante uma nova-realidade mundo vivencia contínuas transmutações. Por meio da observação participante, associada ao método da história oral, a pesquisa estuda os sons e os processos inventivos na produção musical do Boi Estrela, na comunidade Boquinha, zona rural de Teresina. Em seu decorrer, aborda a música enquanto processo dinâmico que estabelece trocas com o contexto no qual se insere. Analisa a maneira como o som é socialmente construído e percebido pelos praticantes do reisado, especialmente por Branquinho, demonstrando que a música é recriada tanto nas atividades do cotidiano quanto nas ocasiões festivas. A concepção estética no reisado e as tipologias musicais correspondem às construções simbólicas de seus participantes e aos valores estabelecidos pelo contexto da prática. As escolhas sonoras vão desde os instrumentos e composições, aos diversos elementos da performance, como o farfalhar das palhas, o estalido das chinelas e os grunhidos dos caretas. A participação taciturna das mulheres corrobora que as relações sociais se fazem presentes nas sonoridades do Boi Estrela. Por fim, o texto observa que a música do reisado de Raimundo Branquinho, como a própria prática, se recria a todo momento. É trama viva, fluida e móvel. Sua dinâmica corresponde à dinâmica do contexto social, que pulsa em tempo presente, fazendo sentido à comunidade a que pertence. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: UFAM Data Sessão Nº Sessão Nome Tipo Ordem 6/8 2 "Modernidades" e "tradições" em perspectivas contextuais / Reflexões sobre etnografia: olhares a partir do rap Oral 6 Título "Rap é zuação e diversão: Uma análise antropológica do rapper De Leve". Autor/Instituição PPGSA (UFRJ) Co-autores Instituição PUC (RJ) Resumo: A etnografia realizada analisou as práticas musicais do rapper Ramon Moreno, mais conhecido como De Leve. O músico desafia interpretações de conjuntos musicais tais como Racionais MCs, MV Bill e Emicida. Estes constroem sonoridades mais "sérias" ligadas à "dura realidade da favela" predominantes no movimento hip hop brasileiro. No entanto, com base nos estudos do etnomusicólogo John Blacking, observo que De Leve utiliza a irreverência e o humor como referência chave do seu fazer musical (BLACKING 2007), constantemente "fazendo graça" a partir de assuntos de seus cotidianos como relações amorosas, mercado de trabalho, caminhos da política nacionais e brincadeiras com os amigos. A maioria das performances de De Leve aconteciam nos circuitos das "festas hip hop", nos quais ele se inseria. Ao longo do trajeto etnográfico, realizei viagens para algumas metrópoles da região Sul e Sudeste do país a fim de acompanhar as redes de sociabilidades que esses eventos construíam. Tais performances eram norteadas pelo humor, a partir de uma constante interação da plateia, encorajando-os a brincar e a dançar no palco, onde eu mesmo participei como dançarino, ou melhor, seu "personal b boy". Dessa forma, fui "afetado"(FAVRET SAADA 2005) por sua visão de mundo e compartilhei do seu fazer musical, estando ao seu lado no palco. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 6/8 2 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição "Modernidades" e Oral 7 "Rapensando" a Etnografia: Novos caminhos Bruno Borda PPGCS-UFPA "tradições" em para antigos procedimentos perspectivas contextuais / Reflexões sobre etnografia: olhares a partir do rap Resumo: Minha pesquisa de doutorado no PPGCS-UFPA, constitui uma reflexão interpretativa das trocas simbólicas envolvidas no processo de produção, distribuição e consumo da musica Rap em Belém, focalizando o processo de transito entre realidade vivida, teoria e sujeitos da cultura. Nesta comunicação vou me valer de uma analogia ao rap, para explicitar meus caminhos e ferramentas intelectuais e tecnológicas empregadas na pesquisa. No rap muitas "bases" (instrumental das musicas), a grande maioria pelo menos, é produzida através do sample (amostra, de música no caso), também na antropologia se precisa sempre de uma "base" inspiradora, e de onde muitas vezes se fazem samples, para tentar trazer a linguagem acadêmica, a interpretação do antropólogo sobre o fenômeno ou grupo pesquisado. Por isso acredito ser de suma importância para o entendimento, tanto dos dados, como da pesquisa, que o autor forneça uma rede de préconcepções (ou/e indagações), investigações, descrições, interpretações e considerações. Sendo assim, irei mostrar pontos de intersecção entre o escrever etnográfico e o compor no RAP, partindo da idéia que os dois configuram no seu cerne, práticas descritivas e interpretativas da realidade social, a partir de objetivações e confrontação de subjetividades, formando uma terceira via de interpretação, a do autor/compositor. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 6/8 2 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição "Modernidades" e Poster 5 AS DISSONÂNCIAS MUSICAIS E AS PRÁTICAS Amanda Priscila Souza e André Álcman Universidade regional do Cariri "tradições" em ROMEIRAS: UMA ETNOGRAFIA MUSICAL NAS Silva Oliveira perspectivas ROMARIAS DE JUAZEIRO DO NORTE Damasceno contextuais / Reflexões sobre etnografia: olhares a partir do rap Resumo: O presente trabalho tem como objetivo investigar as músicas juntamente com os principais espaços de performances das práticas romeiras em Juazeiro do Norte, cidade interiorana do Ceará. As romarias que ocorrem nesta localidade, encontram-se num lócus abundante de (res)significados, sobretudo na questão musical. Este campo possibilita diversas análises das dimensões "sagradas" e "profanas" que não estão apartadas e sim bem entrelaçadas. Embora haja um emaranhamento dimensional, isso não significa que a relação seja pacífica, mas sim com disputas simbólicas constantes. No interior desta luta hierárquica, abordo as dissonâncias musicais observadas dentro do espaço oficial em que ocorrem as práticas romeiras. Num mesmo local é audível a liturgia proferida pelo padre e músicas "mundanas" tocadas em bares e banquinhas localizadas no entorno da Igreja. Indo além, no mesmo espaço, há apresentações musicais de grupos pertencentes à Renovação Carismática, que ressignificam as músicas litúrgicas, acrescentando-lhes uma pulsação rítmica, própria de gêneros considerados "pecaminosos" pelos próprios católicos, como o forró e o axé. Esses entrelaçamentos de sons edificam um panorama farto de tensões e disputas simbólicas, provocando notáveis maneiras de apropriação do cenário, o que acaba por dirigir questionamentos frente ao poder da música na diluição da cisão entre o "sacro" e o "terreno". A pesquisa se inscreve na perspectiva de etnomusicologia e utilizou-se da etnografia musical e do estudo de percursos. Além de uma escrita que incorpora ao texto ilustrações que tentam recompor os caminhos percorridos pelos romeiros e que neles exercem suas práticas, buscando pontuar os percursos musicais, assim como o contexto cultural e social no qual estão inseridos. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 7/8 3 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição Música, sociabilidade e Oral 1 "música é carne" Márcia Maria Nóbrega de Universidade Oliveira Federal pessoa / Música, Representações e Fluminense identidades Resumo: Esse artigo aborda os modos como sambistas da Ilha do Massangano - situada no trecho submédio do rio São Francisco entre as cidades de Petrolina, em Pernambuco, e de Juazeiro, na Bahia - elaboram, a partir de um olhar voltado à suas práticas musicais, suas relações de parentesco e seu pertencimento a um mesmo povo. Segundo eles, tanto seu samba quanto seu povo são resultado dos encontros promovidos pelo tráfego de embarcações na época em que o rio São Francisco era amplamente navegável. Nos portos, junto com os sambas, criavam-se amores, parentes e afins. Argumento que é através do idioma do corpo e de seus contatos, que os habitantes da Ilha expressam sua idéia de ser "um povo só, o povo de Celestina". Para tanto, é preciso tanto, por um lado, ser parente de um mesmo ancestral, compartilhar uma mesma rede de alianças e filiações de parentesco, quanto, por outro, compartilhar de conversas, substâncias, músicas. É preciso estar junto, acostumar-se: para sambar, tem que "tomar costume". E, de certa forma, o contrário também acontece: o samba acostuma-se às pessoas, isto é, "pega intimidade" com o tocador tornando-os co-extensivos um do outro. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 3 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição Izomar Lacerda PPGAS-UFSC Música, sociabilidade e Oral 2 Homãpãtsi ashi Ashenĩka: reflexões acerca das noções de música entre os pessoa / Música, Representações e Ashenĩka na Amazônia brasileira do Alto Juruá. identidades Resumo: O texto busca refletir sobre as possíveis noções de música entre os Ashenĩka (também conhecidos por Ashaninka ou Campa), grupo pertencente ao tronco linguístico Aruak (subandinos), localizados no Rio Amônia, na região do Alto Juruá no Estado do Acre, na fronteira amazônica do Brasil com o Peru. A partir de experiências específicas de campo que proporcionaram tentativas de traduções da ideia de música - homãpãtsi - com os Ashenĩka, buscar-se-á apontar o âmbito das sonoridades e das musicalidades como chaves de leitura para a compreensão do sistema de pensamento nativo, onde se apresentam de forma fecunda e complexa, inter-conecções tradutivas de diversos planos de sentido e de expressão, como da mito-ritualística, a pictografia, a música e a dança. Esta discussão fornecerá subsídios para uma melhor compreensão sobre as formas de constituição de relações e socialidades dos modos de ser (e, portanto, de pensar) Ashenĩka. O pano de fundo é a não obviedade do conceito de música no contexto em questão e o foco de interesse se volta às implicações disto na forma de constituição dos sentidos e das relações no(s) mundo(s) Ashenĩka. Isto sugere corroboração com as evidências que apontam que as populações indígenas da América do Sul têm uma ênfase - não exclusividade, é claro - significativa nas faculdades perceptivo-sensitivas da audição, onde o plano acústico-sonoro é de suma importância, tanto do aspecto comunicacional, quanto ritual e político. 7/8 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 3 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição Douglas Ferreira Gadelha Universidade Música, sociabilidade e Oral 3 O avesso do avesso? alteridade, sedução e palavra cantada na trajetória poética de Campelo Federal de Santa pessoa / Música, Catarina Representações e Ulisses e dos povos Tikmũ 'ũn/Maxakali identidades Resumo: Neste ensaio procuro extrair as consequências ideológicas de duas trajetórias poéticas. De um lado, a trajetória poética de Ulisses na Odisséia e de outro, a dos índios Tikmũ'ũn/Maxakali (MG). A comparação foca na relação que Ulisses estabelece com as sereias e a relação que os Tikmũ'ũn estabelecem com os povos-espíritos-cantores. Tanto para os Tikmũ'ũn, como na passagem das sereias, os cantos pertencem a seres oriundos de um povo meio gente e meio bicho. No entanto, para os Tikmũ'ũn, diferentemente de Ulisses e sua tripulação, é necessário estabelecer uma relação eterna com esses seres cantores, mesmo diante da possibilidade da violência e da morte. Os encontros dos Tikmũ'ũn com os espíritos ocorreram no tempo dos antepassados (mõnayxop). Desde então, os espíritos são convidados a cantar na aldeia. Nesse sentido, podemos perguntar: se os Tikmũ'ũn tivessem encontrado com as sereias, teriam se amarrado no mastro ou tampado os seus ouvidos? Para Matos (1988, p. 148) Ulisses representa a renúncia, o sacrifício racional que conduz o homem moderno à sua autopreservação e a uma existência na qual não pode haver exterior, "o concreto múltiplo e diverso é reduzido à identidade". Conclusão inversa a que chegou Lévi-Strauss (1992, p. 207) em História de Lince, em relação aos povos indígenas. Para Lévi-Strauss, o pensamento indígena recusa um ideal onde "reinaria uma perfeita identidade". A identidade para esses povos constitui "um estado revogável ... provisório [que] não pode durar" e que "delega à simetria um valor negativo". Seguindo esses rastros, tudo parece indicar que o lugar da alteridade, da sedução e da palavra cantada na relação entre Ulisses e as sereias e entre os Tikmũ'ũn e os povos-espírito apontam para caminhos e perspectivas bastante díspares. 7/8 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 7/8 3 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição Música, sociabilidade e Oral 4 "Só circulou entre os etnógrafos": a BRUNO RONALD ANDRADE PPGA/UNIVERSIDA movimentação da música indígena no Brasil DA SILVA DE FEDERAL DE pessoa / Música, Representações e PERNAMBUCO identidades Resumo: O trabalho procura compreender as contribuições de Marlui Miranda para o processo de construção de uma musicalidade indígena inserida na música brasileira. Para isso, institui vínculos históricos com as formas em que foram interpretadas as músicas indígenas e o personagem indígena. Através de apreciações sobre narrativas específicas sobre a música indígena e do personagem índio como personagem musical, que se desenvolveram ao longo da história brasileira, a saber, narrativas de apagamento, de autenticidade, de deboche, busca-se chegar às práticas musicais de Marlui Miranda, que se situam nas narrativas de reparação. Ao mesmo tempo, mostra-se que tais narrativas estão inseridas num contexto de circulação de mercadorias, subjetividades e rituais. As relações entre indígenas, produtores musicais, colecionadores e a produção fonográfica, serão úteis para as reflexões acerca dessas questões, dando-nos bases para entender como se consome a música indígena. Nos termos de Appadurai (2008), analisa-se como se estabelece a situação mercantil da música indígena e, em especial, a de Marlui Miranda. Por outro lado, buscar-se-á problematizar como atuam as subjetividades (Ortner, 2007 e Geertz, 2008) e os rituais (Peirano, 2001) no universo da produção da música indígena. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 7/8 3 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição Música, sociabilidade e Oral 5 Sonoridades e espaços simbólicos: discutindo Sheila mendes ACCIOLY Sandro Guimarães UFRN o Marabaixo de Salles pessoa / Música, Representações e identidades Resumo: A identidade negra no Amapá é marcada pelo referencial do Marabaixo, manifestação afro-brasileira, que reúne canto e dança ao ritmo de tambores artesanais. O Marabaixo tem sido apontado como sinal diacrítico dos negros do Amapá, sendo suas potencialidades, enquanto símbolo de identidade cultural, descobertas nos últimos anos pelo Governo do Estado. Neste sentido, essa manifestação é inserida nas políticas de patrimônio cultural, sendo indicada, recentemente, a patrimônio cultural do povo brasileiro. Tendo como área de referência Macapá, Mazagão e Curiaú, o Marabaixo transpõe esses limites, apresentando hoje uma influência musical de alcance regional. O toque característico da tradição contribui para o surgimento de discursos de resistência e preservação, além de fortalecer a afirmação da identidade negra e quilombola no Amapá. O rastro de suas influências conforma uma espécie de território musical. Letras, ritmos e performances compõem uma cena cultural de signos flutuantes, formatando espaços dentro e fora do Amapá. A presente comunicação é fruto de uma pesquisa em andamento, que estuda a influência da música do Marabaixo na produção de espaços de identidade cultural. Nosso objetivo é desenvolver uma pequena cartografia do território musical e do imaginário no Marabaixo, considerando a tradição como produtora de espaços imaginários e imaginados. 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 3 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição Socorro de Souza Batalha Deise Lucy Oliveira UFAM Música, sociabilidade e Oral 6 A REPRESENTAÇÃO INDÍGENA NO FESTIVAL FOLCLÓRICO DE PARINTINS: UM ESTUDO Montardo pessoa / Música, Representações e SOBRE O PROCESSO DE COMPOSIÇÃO DAS TOADAS (1995-2010). identidades Resumo: Este trabalho é uma incursão no universo dos bumbás de Parintins (Garantido e Caprichoso), onde discuto a representação indígena nas toadas do ritual, um dos momentos em que constitui a apresentação dos bois na arena durante o Festival Folclórico de Parintins, a partir do levantamento das letras escritas no período 1995-2010. Para isso, a pesquisa perpassou pelo processo de criação dos compositores através tanto de entrevistas realizadas com estes, quanto de depoimentos colhidos dos membros da Comissão de Artes, do boi Garantido e do Conselho de Arte, do boi Caprichoso.Nesse sentido, identifiquei as etnias mais citadas nas letras das toadas, destacando os mitos referendados nos rituais durante a apresentação dos bumbás na arena. Sendo assim, as observações presentes neste trabalho são oriundas de análises do processo de criação de quatro toadas: Tucano, autoria de Inaldo Medeiros em parceria com Mencius Melo, 1995; Segredo das Mascaras, 2001, escrita por Geandro Pantoja e Demétrios Haidos, 2001; Mawirin, autoria de Azemar Azevedo, David Jerônimo e Elaine Rodrigues, 2004 e Wari, autoria do Rozinaldo Carneiro, Rossy do Carmo/Fernando Glicério 2006. A partir disso, tracei relações entre o procedimento criativo dos compositores, a representação indígena nas toadas e a exibição do momento ritual no bumbódromo durante o Festival Folclórico de Parintins. 7/8 3. Grupo de Trabalho: Antropologia das práticas musicais. Coordenadores: João Miguel Sautchuk UFPI Deise Lucy Oliveira Montardo Carlos Sandroni. UFPE Debatedores: Data Sessão Nº 7/8 3 UFAM Sessão Nome Tipo Ordem Título Autor/Instituição Co-autores Instituição Música, sociabilidade e Oral 7 Toadas e cantadores no boi-bumbá Lanna Patrícia Marques do Luiz Assunção UFRN Caprichoso de Belém-PA: práticas musicais e Nascimento pessoa / Música, Representações e performance. identidades Resumo: O objetivo da pesquisa constitui-se em investigar os cantadores e as toadas na brincadeira do boi-bumbá discutindo questões relativas a construção e a performatização dos papeis de amo e de cantador no Boi-Bumbá Caprichoso de Belém-PA como elementos de práticas musicais distintas. Assim,o trabalho explora o âmbito das toadas no que diz respeito as suas características, funções, os usos que delas são feitos e as relações que se estabelecem entre elas e os cantadores. A problemática da pesquisa põe-se em analisar o que os amos, os cantadores e as toadas expressam no contexto atual das brincadeiras de boi-bumbá em Belém. Nessa perspectiva, buscamos identificar no Boi Caprichoso expressões significativas em relação às toadas e a performatização dos papeis de amo e de cantador. Foram utilizadas como métodos de pesquisa, a observação participante, a pesquisa etnográfica e entrevistas abertas e semiestruturadas. A performance em torno desses papeis no Boi Caprichoso se faz primordial à realização da brincadeira, evidenciando-os como personagens pilares. Tais performances, marcadas pela presença da voz, também evidenciaram a dimensão do espaço das toadas na brincadeira e sinalizaram para um emergente modelo de apresentação no qual toada e cantador figuram como elementos centrais. Palavras-chave: toada; cantador; boi-bumbá