Construção e Expansão da Pedagogia do Ser - ABRH-BA
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Construção e Expansão da Pedagogia do Ser - ABRH-BA
DULCE MOREIRA SAMPAIO CONSTRUÇÃO E EXPANSÃO DA PEDAGOGIA DO SER educação dos sentimentos e valores humanos Case apresentado para a participação no Prêmio Ser Humano Luiz Tarquínio da ABRH/BA (Associação Recursos Humanos) recursos humanos profissional. SALVADOR/BA JULHO DE 2012 e Brasileira de modalidade – a - categoria 2 RESUMO A sociedade contemporânea é a representação do padrão ou nível de consciência dos seres que a compõem. É o resultado de uma civilização excludente e discriminatória, voltadas para as questões externas materiais, econômicas de domínio e competição, sem levar em consideração o respeito pela vida, pela natureza e pela dignidade do ser humano. A Educação é uma das forças que mais tem sofrido essa influência, mas, ao mesmo tempo, impulsiona para uma nova ordem social. As instituições de ensino, em todas as áreas de conhecimento, precisam trabalhar pela sustentabilidade humana e planetária e repensar sua função social. Isso significa conceber a educação como um processo permanente de aperfeiçoamento humano, um processo de autoconsciência e de integração de si mesmo e de sua responsabilidade e compromisso com o outro e com o planeta. A educação transdisciplinar estabelece a correspondência e a integração entre os mundos interior e exterior do ser humano, instalando uma nova ordem, uma aliança da ciência, da filosofia, da tradição e da metafísica. Este Case relata a construção e expansão de um modelo de educação transdisciplinar, a Pedagogia do Ser – educação dos sentimentos e valores humanos que tem por objetivo resgatar a unidade do SER e do conhecimento, a transformação do ser humano em todas suas dimensões – físicas, emocionais, mentais, espirituais e coletivas, o desenvolvimento das potencialidades, criatividade e dos valores humanos; a percepção e reflexão sobre os múltiplos aspectos que interferem no processo educacional. Os princípios e fundamentos da Pedagogia do Ser têm como base as metodologias qualitativas, multirreferenciais e sistêmicas, desenvolvidas em forma de oficinas e de encontros vivenciais integrativos, reflexivos e lúdicos. Os depoimentos demonstram os resultados observados em todo o seu processo, reconhecido pelos pais, professores, alunos, funcionários, município e região. Sua construção foi sistematizada no livro A Pedagogia do SER- educação dos sentimentos e valores humanos, lançado pela Ed. Vozes - hoje - na 6º edição – sendo referência para a educação do Estado da Bahia. Palavras-chave: Ser Humano. Educação Transdisciplinar. Pedagogia do Ser. 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 4 1.1 BREVE HISTÓRICO DA PEDAGOGIA DO SER E SUAS PARCERIAS 5 1.2 JUSTIFICATIVA 6 1.3 OBJETIVOS 8 1.4 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS - PEDAGÓGICOS 9 1.5 PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, GRUPAL E ORGANIZACIONAL 10 2 METODOLOGIAS: LINHAS DE PESQUISA 13 3 RESULTADOS ALCANÇADOS E CONCLUSÕES 15 4 EVIDÊNCIAS APRESENTADAS 19 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 20 1 REFERÊNCIAS 20 ANEXO A – LIVROS PUBLICADOS 23 ANEXO B – TRABALHOS PUBLICADOS EM ANAIS DE EVENTOS E PERIÓDICOS ANEXO C - PALESTRAS SOBRE A PEDAGOGIA DO SER E 24 25 EDUCAÇÃO E RECONEXÃO DO SER ANEXO D - ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, 27 GRUPAL E ORGANIZACIONAL ANEXO E - O DESPERTAR DA TERRA (EXTRAÍDO DO LIVRO EDUCAÇÃO E RECONEXÃO DO SER) 28 4 1 INTRODUÇÃO Ao longo da minha trajetória de vida morei em alguns municípios e regiões do estado da Bahia e, pela minha formação em Pedagogia e Supervisão Escolar, atuava sempre na estruturação das escolas, implementando o serviço de coordenação pedagógica. O trabalho pela transformação humana e da educação tem movido o meu estudo e esforço contínuo, que me tornaram especialista na atividade técnica pedagógica, como também, no trabalho de desenvolvimento humano. Nessa jornada de 43 anos percebi que a realidade educacional, nas zonas rural e urbana, em escolas pública e privada, passa pelas mesmas dificuldades: a crise da identidade educacional e da consciência dos valores humanos, dos sentimentos e dos ideais. Paralelamente ao trabalho pedagógico, elaborei em 1997 um Projeto Vivencial de Desenvolvimento Humano, baseado no aprendizado dos cursos, formações e especializações que participei, utilizando as abordagens multirreferenciais, sistêmicas e lúdicas. Realizamos no Município de Santo Estevão o 1º Encontro – Ampliando a Consciência Humana, tendo como participantes, o Prefeito, os Secretários Municipais e os representantes maiores do município, onde recebi uma placa de agradecimento, marcando o início de todo esse processo. Esse projeto serviu de alicerce para a construção da Pedagogia do Ser. O ensino tem se constituído de forma exclusivamente racional sem o engajamento emocional do professor e do aluno. A dissociação entre o subjetivo e o objetivo, mundo interno e externo, entrincheirou a Pedagogia a sua adaptação à realidade externa. Os conhecimentos fragmentados e desintegrados da vivência, dos valores humanos, da utilidade e aplicabilidade no dia-a-dia são condenados logo ao esquecimento, ao descaso, à desmotivação e a falta de aprendizagens significativas. Portanto, este Case relata a construção e expansão de um modelo de educação transdisciplinar, a Pedagogia do Ser – educação dos sentimentos e valores humanos que tem como finalidade resgatar a unidade do SER e do conhecimento, a transformação do ser humano em todas suas dimensões – físicas, emocionais, mentais, espirituais e coletivas, o desenvolvimento das potencialidades, 5 criatividade e dos valores humanos; a percepção e reflexão sobre os múltiplos aspectos que interferem no processo educacional. 1.1 BREVE HISTÓRICO DA PEDAGOGIA DO SER E SUAS PARCERIAS A Petrobras – RLAM (Refinaria Landulfo Alves) buscou a parceria com a Secretaria de Educação do Município de São Francisco do Conde e o SENAICETIND, com o propósito de assessorá-la administrativa e pedagogicamente, para dar continuidade ao Programa de Criança (Programa Social e Educacional da Petrobras). Este programa atendia a um grupo de mil e cinquenta crianças carentes da zona rural na faixa etária de 8 a 13 anos de idade, oriundas das escolas do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª séries localizadas no Distrito de São Francisco do Conde - BA. O objetivo era atender essas crianças numa escola de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental. Fui convidada em 1999 pelo SENAI-CETIND, responsável pela condução do Projeto CEAS (Centro de Estudos e Aperfeiçoamento do Saber), para fazer sua coordenação geral, criando um centro de experiências pedagógicas e de pesquisaação. O objetivo maior era a transformação deste centro num referencial de educação dentro da vertente da pedagogia social e no âmbito dos programas de responsabilidade social de empresas. Neste sentido, o Projeto CEAS se constituiu em um parâmetro pedagógico que estimula a formação da cidadania e a empregabilidade, tendo como eixos principais a consciência ambiental, com vistas ao desenvolvimento de habilidades voltadas para a agricultura ecológica, os valores humanos e o fortalecimento da cultura local. As bases da Pedagogia do Ser foram construídas no decorrer dos primeiros quatro anos. Neste período, foi realizada uma contínua capacitação de todo pessoal envolvido (coordenadores, professores e funcionários), visando não só as questões técnicas-pedagógicas, mas, também, o aperfeiçoamento humano e do trabalho grupal. Em 2004, com os bons resultados observados em todo o seu processo e reconhecido pelo município e região, o projeto foi sistematizado no livro A Pedagogia do SER- educação dos sentimentos e valores humanos, lançado pela Ed. Vozes - hoje - na 6º edição - sendo referência para educação do estado da Bahia. Durante esse tempo realizamos uma capacitação com os gestores, 6 coordenadores e professores das 12 maiores escolas do município de São Francisco do Conde. Após essa fase, iniciamos a expansão da Pedagogia do Ser, conforme relatada no anexo B e C. 1.2 JUSTIFICATIVA Houve grande progresso, nos últimos anos, na área do conhecimento, da ciência e da tecnologia da informação. Ao nos voltarmos prioritariamente para a racionalidade e objetividade, desconectamo-nos da visão global da vida e das relações. Passamos a ver o mundo, na maioria das vezes, de forma ilusória, em partes isoladas, através da disciplinarização e especialização, reduzindo o valor significativo da dimensão humana, subjetiva e da qualidade de vida, como demonstram as teorias desenvolvidas principalmente por Wilber (1999), Capra (1982), Weil, D’ambrosio, Crema (1993) e outros. Presenciamos, ao longo de nossas experiências, pesquisas e reflexões, a decadência de uma civilização que transferiu o foco do bem-estar humano e social para o capital, o lucro, a economia, a tecnologia e a ciência para a realidade externa e material. Como consequência, vemos o descompromisso do ser humano com a sociedade, por não se perceber como parte dela, distanciando-se cada vez mais do bem comum, pondo em risco sua própria sobrevivência, como a de todo o planeta. Essa forma ilusória de ver o mundo em partes fragmentadas criou uma sociedade competitiva que tem separado os homens uns dos outros. A contemporaneidade nos revela muito das consequências de nossos atos anteriores. Estamos vivendo uma crise global profunda, provocada pela manipulação e desmandos de grupos hegemônicos, favorecendo a miséria, a violência, a corrupção, o medo, a insegurança, as doenças, os vícios de toda ordem, a degradação ambiental, resultado da fragilidade das relações e dos valores humanos. Nós somos construtores da nossa realidade. Somos o que pensamos. E para que as mudanças ocorram se faz necessário que sejam descobertas as crenças que nos limitam, as atitudes básicas diante da vida e o que tem impedido o nosso próprio potencial de se realizar plenamente. Os conflitos e a inquietação que ocorrem atualmente no planeta são reflexos dos desequilíbrios emocionais e da falta de alinhamento interior (desequilíbrio entre 7 o pensar, o sentir e o agir). Viver é um movimento de relação interior e exterior. É relacionar-se com aquilo que está ao nosso redor e dentro de nós. A vida está contida no movimento de relação e nós precisamos aprender como nos mover através dela, mantendo nossa própria liberdade, iniciativa e equilíbrio. Nascemos para descobrir o que significa a vida e o que fazer para viver em liberdade, se autorrealizar, ser feliz em harmonia com os outros e com tudo que nos cerca. Esse é o grande propósito enquanto seres humanos, conforme Boff (2000); Yus ( 2002); O’Donnell (2008) e outros. Compreender a vida é compreender a nós mesmos; este é o princípio e o fim da educação. A educação não significa, apenas, adquirir conhecimentos, é compreender a vida como um todo. A educação no sentido genuíno é a compreensão de si mesmo, enquanto ser atuante na realidade social porque é dentro de cada um que se concentra a totalidade da existência. O conflito e a confusão nascem das relações incorretas com pessoas, coisas e ideias. Estamos hoje nos dando conta de que, para alcançamos os nossos propósitos, não precisamos perder nossos valores morais e éticos. Ao contrário, para sermos vitoriosos, devemos cultivar relações profundas de cooperação e solidariedade. Tudo isso está dentro de nós, na conexão com o nosso mundo interior, nesse espaço desconhecido e inexplorado que clama por ser descoberto e desenvolvido. É o mundo dos sentimentos, da criatividade, da sabedoria, da intuição que expande a consciência e nos faz perceber a grande lei natural que nos impulsiona a sairmos do estágio individual, egoísta, que tem nos fragmentado e causado tantos males. Ao libertar-nos deste estágio, atingimos a fase do homem desperto para uma consciência mais abrangente que nos integra, levando-nos a pensar e agir em benefício de todos. A educação é o caminho para a realização humana. O desenvolvimento social sem uma educação de qualidade para todos é criação de riquezas apenas para alguns privilegiados. A educação não pode restringir-se a treinamentos ou apenas informações. É necessário repensá-la e fazê-la servir à realização humana, social e ambiental. A educação não é uma simples questão de exercitar a mente. O exercício leva à eficiência, mas não produz a integração. A mente que foi apenas exercitada é o prolongamento do passado, nunca pode descobrir o que é novo. A educação 8 moderna redundou em completo malogro, por ter exagerado a importância da técnica. Desenvolvendo capacidades e eficiência, sem a compreensão da vida, sem uma percepção total dos movimentos da mente e do sentimento, tornar-nos-emos cada vez mais frios e insensíveis. Transcender o modelo cartesiano é o grande desafio do século XXI. As transformações que estamos vivenciando são profundas e dizem respeito ao indivíduo, a sociedade, ao ecossistema planetário. Portanto, a Pedagogia do Ser se fundamenta nessas reflexões, é nesse contexto que a educação exerce um papel fundamental no resgate do seu real significado: EDUCERE – puxar para fora. Colocar para fora todo o potencial interno no desenvolvimento dos valores humanos. O ser humano nasce e se aperfeiçoa com aquilo que já tem em potencial. Temos que passar do mundo artificialmente criado para o mundo das necessidades humanas, conforme Alfassa (1977); Asmann (20001); Aurobindo (1974) e outros. 1.3 OBJETIVOS Objetivo Geral - resgatar a unidade do SER e do conhecimento, a transformação do ser humano em todas suas dimensões – físicas, emocionais, mentais, espirituais e coletivas, o desenvolvimento das potencialidades, criatividade e dos valores humanos; a percepção e reflexão sobre os múltiplos aspectos que interferem no processo educacional. Objetivos Específicos Exercitar o hemisfério cerebral esquerdo, desenvolvendo os seus potenciais cognitivos e o hemisfério cerebral direito - desafio dos novos tempos desenvolvendo a intuição, os sentimentos, as emoções, através dos jogos, teatro, música, dança, poesia, história, brincadeira, vivências, trabalhos corporais, relaxamento, meditação. Transformar o clima da escola, permitindo o equilíbrio nas relações, a integração, a alegria, o dinamismo, a cooperação, a criatividade e espontaneidade. 9 Desenvolver a integração e unidade da equipe escolar: direção, coordenação, professores, alunos, funcionários, pais e comunidade. Valorizar os alunos nas suas diferenças e singularidades. RESSUPOSTOS TEÓRICOS - PEDAGÓGICOS As disciplinas que são o eixo principal e dão a singularidade à Escola CEAS são: Filosofia – educação para os valores humanos e o desenvolvimento do pensar, sentir e agir; Agricultura Ecológica - Iniciação profissional com base na Permacultura e Agricultura Orgânica; O desenvolvimento da consciência ecológica e educação ambiental; Informática – iniciação profissional na aquisição da linguagem tecnológica; Oficinas de Artes e Esportes – diversas manifestações artísticas para o desenvolvimento da sensibilidade, afetividade, relações interpessoais, comunicação e socialização (coral, artesanato, karatê, teatro, capoeira, arte, dança e violão). Os referenciais teóricos adotados para orientar a construção curricular apresentam uma educação que envolve: o resultado das experiências pedagógicas; as manifestações culturais; a dinâmica da organização; a produção do conhecimento; a relação teoria e prática; o conhecimento científico e senso comum; a relação professor e aluno; a escola, realidade e mundo do trabalho; a construção do conhecimento; a relação de interdependência; o desenvolvimento dos valores humanos e a formação para cidadania, de acordo com Barreto (2005); Delores (2003); Freire ( 1979) e outros. Construímos a Pedagogia do Ser a partir da experiência, tornando-a base teórica - metodológica da Escola CEAS, com os seguintes pressupostos: 1) Sócio Interacionismo Construtivista (Piaget e Vigotsky), 2) Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire, Pedagogi 3) Ecopedagogia e Cidadania Planetária de Gutierrez, 4) Desenvolvimento dos Valores Humanos (dois programas desenvolvidos: Vivendo os Valores‖, da Brahma Kumaris (Organização não governamentalUniversidade Espiritual Mundial) e o Programa de Valores Humanos desenvolvido pelo mestre indiano Sri Sathya Sai Baba, utilizado nos diversos países do mundo), 5) Pedagogia de Projetos, 6) Desenvolvimento humano e de equipe, 7) Oficinas de Artes, 8) Intervenções no processo ensino-aprendizagem (Oficinas psicopedagógicas, oficinas de leitura e produção de texto e oficina Criando, 10 Experimentando e Aprendendo Matemática), 9) Parceira Pais e Escola, 10) Avaliação processual. Os princípios e fundamentos da Pedagogia do Ser promovem um processo dinâmico e efetivo das relações de todos os envolvidos na escola. Um processo que rompe barreiras dissolve resistências, através da liberação e aproveitamento mais adequado do potencial adormecido existente em cada um, tendo em vista os autores Kumaris (1999); Gutierrez (2008); Morin (2000); Flavel (1975) e outros. 1.5 PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, GRUPAL E ORGANIZACIONAL O diferencial da Escola CEAS se deve a capacitação da sua equipe (gestores, coordenadores, professores e funcionários) no programa de Desenvolvimento Humano e Grupal, o que possibilitou a unidade da equipe e o êxito do trabalho realizado (conforme os depoimentos dos resultados alcançados). É o próprio grupo que vai direcionando sua forma de atuação, assumindo o papel de responsabilidade social através das trocas nos estudos, encontros, seminários, vivências, como também, através dos limites, dificuldades e potencialidade dos seus integrantes. Assim, o grupo vai consolidando o seu trabalho através de um meio que lhe dê segurança, unidade de ação, compromisso, integridade, cooperação e disponibilidade, podendo então, agir integralmente com a sua equipe e com toda a escola. Iniciamos o projeto de Desenvolvimento Humano e grupal em 1997 e realizamos esse trabalho em vários municípios do estado e instituições, conforme (anexo C). Buscamos aperfeiçoá-lo ao longo dos anos, com as diversas formações e cursos realizados. Senti que esses conhecimentos precisavam ser fortalecidos pela academia, por isso, em 2008 fiz o curso de Especialização em Docência do Ensino Superior (FVC/BA – Faculdade Visconde de Cairu), elaborando o artigo científico Educação Superior e Sociedade Emergente publicado na Coletânea Educação, Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social, vol 5, Ed. Fast Design, 2009. Em seguida, dediquei-me ao Mestrado Multidisciplinar de Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social (FVC/BA/2009), elaborando a dissertação Vivências transdisciplinares para a expansão da consciência na formação dos 11 Educadores que se transformou no livro, editado pela Vozes em 2010, intitulado EDUCAÇÃO E RECONEXÃO DO SER – um caminho para a transformação humana e planetária. As Instituições Educacionais precisam ter clareza de sua missão, para poder agregar seus educadores no comprometimento com a tarefa educacional emancipatória, superar a fragmentação entre vocação técnica-científica e vocação humanista, abrindo espaço para a tão almejada transdisciplinaridade. Os diversos graus de ensino não têm assumido a responsabilidade pelas dificuldades, problemas e distorções relacionados ao processo educacional. Essa formação não tem emancipado os indivíduos nem a sociedade. Tem apenas levado a um sistema competitivo exacerbado, à busca pela certificação escolar na esperança de inclusão social. Aos poucos, os seres humanos vão tomando consciência de que os grandes problemas que afetam o mundo, como as desigualdades sociais, a pobreza, a marginalização, o preconceito e a degradação ambiental, só podem ser resolvidos com a participação de todos: o estado, a sociedade civil, o setor empresarial e, especialmente, a família e os sistemas de ensino. As Instituições de ensino, em todas as áreas de conhecimento, precisam trabalhar pela sustentabilidade humana e planetária e repensar sua função social. Isso significa conceber a educação como um processo permanente de aperfeiçoamento do ser humano, um processo de autoconsciência e de integração de si mesmo e de sua responsabilidade e compromisso com o outro e com o planeta. A importância que se dá nos dias de hoje às questões externas e materiais fez desaparecer a pessoa, o ser humano, o amor, o sonho e os ideais. Por isso, é importante que o educador esteja capacitado para assumir com consciência o seu papel, percebendo todo seu poder transformador e a sua importância e saindo do lugar comum. A atitude transcultural, transreligiosa e transnacional pode ser aprendida, porque dentro de cada ser, há um núcleo sagrado, de infinitas possibilidades, conforme Nicolescu (2005). Esta é a base fundamental da educação transdisciplinar, ligar o que o ser humano separou: as dimensões corpo –sentimento –mente – espírito. 12 Conforme Torres; Pujol; Moraes (2008); Arntz; Chasse; Vicente (2007); Zohar; Marshall (2000) o avanço das neurociências sobre a mente humana tem criado um diálogo que possibilita a abertura do entendimento para a compreensão de Deus e da matéria, do espírito e da ciência com base nos questionamentos básicos: Quem somos nós? Por que estamos aqui? Qual o propósito de nossa existência? Para onde vamos? A dimensão do infinito dentro de nós mesmos, representado por nossas qualidades e valores e de nossa conexão com a Fonte Criadora (que muitos denominam de Energia Criadora, Shiva, Deus, Jeová, Krishna, Alá, etc.), independe de crenças, dogmas ou religião. Todos nós, habitantes da terra, temos uma cidadania planetária, guiada por Uma Força que transcende toda a separatividade, nos dando a certeza da nossa irmandade, independentemente, da cor, raça, credo, cultura e posição social. A educação transdisciplinar, portanto, responde com urgência, através de uma ação concreta, ao sistema que ameaça nos destruir. Elabora-se uma visão global construtiva e criadora, instalando uma nova ordem, uma aliança da ciência, da filosofia e da metafísica. O conhecimento transdisciplinar estabelece a correspondência e a integração entre os mundos interior e exterior do ser humano, superando a contradição, a dualidade e a exclusão, segundo Soares (2007); Randon ( 2000); D’Ambrosio ( 2011); Palavizini (2008). Quanto mais entendemos de nós mesmos, mais descobrimos que a saída para encontrar uma harmonia mais efetiva, passa pela atitude de ajuda mútua, ou seja, o crescimento de um indivíduo só tem sentido se incluir o outro. Por isso, para alcançar a qualidade no trabalho, é preciso investir no desenvolvimento humano e de equipe. O despertar da consciência grupal permite ao indivíduo sair do individualismo, ampliar sua capacidade de amar e interagir com o outro e de se comprometer com as pessoas que convive. Isto é possível graças ao processo interior que se estabelece em cada um e aos objetivos que os une. Toda organização deve praticar a cidadania através do exercício pleno da responsabilidade social. Deve buscar a integração entre todos que ali trabalhem e que somando qualificações juntem-se para realizar uma ação que contribui para a humanidade e o planeta. 13 As empresas ou instituições que trabalham de forma dissociada e desintegrada, onde as lideranças são autoritárias, as metas e as ações podem até ser cumpridas, porém as queixas não aparecem, as insatisfações ficam abafadas ou proliferam as fofocas. Não há espaço para a espontaneidade e crescimento. O clima é de desconfiança. Ninguém relaxa, indicando a presença da competição, inveja, medo, raiva e vingança, de acordo Koziner (2000); Chiorlin (2007); Moggi; Burkhard, (2004). O mundo das organizações caminha rapidamente para o reconhecimento dessas questões e está investindo no trabalho de desenvolvimento humano. A dimensão do trabalho ampliou-se. O trabalho não é simplesmente uma forma de ganhar dinheiro, mas um lugar para realizar projetos e sonhos. É o caminho da realização humana, para que, através da ação e do bem estar, o homem busque o desenvolvimento individual e coletivo. Ampliar o universo da formação do educador é um dos objetivos imprescindíveis das unidades de ensino. As instituições de ensino que atuam dentro de um clima organizacional marcado pela gestão participativa são as que se constituem em verdadeiras comunidades de aprendizagem e realizam com qualidade seu projeto educacional. Mas isto só será possível quando todos aprenderem a imprescindibilidade dessa participação, tendo consciência da responsabilidade social que temos para com o indivíduo, a sociedade e o planeta. 2 METODOLOGIAS: LINHAS DE PESQUISA Utilizamos para a capacitação da equipe do CEAS o Curso de Desenvolvimento Humano, Grupal, e Organizacional, baseada nas metodologias qualitativas das abordagens multirreferenciais e sistêmicas de caráter vivencial, integrativo, reflexivo e lúdico. Essas abordagens sistematizam em suas bases epistemológicas, filosóficas e metodológicas as questões fundamentais do contexto atual, sinaliza um caminho para a autotransformação que se dá no processo de integração do ser humano consigo mesmo, com o outro e com ambiente em que vive. Esses aspectos estão associados ao desenvolvimento da autoconsciência (nível físico, emocional, mental e espiritual), da consciência grupal e organizacional. 14 Terapia Organizacional (To) — criada por Vilma Chiorlin, possui um caráter holístico, integrador, e destina-se a todos os tipos de organizações. É um método processual, que trabalha com os ―temas‖ de cada organização e se vale de abordagens da Bionergética, Biodança, Biossíntese, Psicologia Transpessoal e Psicodrama. Educação Emocional — programa desenvolvido por Mario Koziner com o objetivo desenvolver competências emocionais e valores humanos nos indivíduos e nas organizações. Integra os fundamentos da Psicologia Humanista e Transpessoal, da Psicologia Social e Grupos Operativos e da Programação Neurolinguística. Grupos Multirreferenciais — criada por Leda Regis é uma abordagem que potencializa as transformações pessoais, grupais e, consequentemente, o sistema organizacional. Fundamenta-se e, ao mesmo tempo, integra cinco abordagens: Grupo Operativo, Terapia Organizacional (To), Dinâmica Energética do Psiquismo (DEP), Constelação Organizacional e Liderança Sistêmica. Programação Neurolinguística (PNL) — criada por Richard Wayne Bandle em parceria com John Grinder é um estudo sistêmico da comunicação humana, uma nova ciência que estuda a estrutura da experiência subjetiva, as imagens, sons ou diálogo interno e sensações com que a pessoa cria suas experiências internas e influencia seu comportamento externo. Trata-se de uma ciência que auxilia o ser humano a utilizar a sua mente. Recherche sur le yoga dans l’education (RYE) — instituição fundada pelos professores Micheline Flak e Jacques de Coulon que desenvolveram uma aplicação prática dos princípios básicos do Yoga de Pantajali no contexto de ensino e aprendizagem. Através dos exercícios psicofísicos, essa abordagem reduz o estresse da sala de aula, favorece a atenção, a concentração, a autoconfiança, a alegria, a criatividade e a integração dos hemisférios cerebrais. Danças circulares sagradas — criadas pelo coreógrafo alemão Bernhard Wosien na comunidade de Findhorn na Escócia, representa uma retomada de antigas 15 formas de expressão de diferentes povos e culturas, adaptadas à formação circular mandálica e (às novas criações, coreografias e ritmos próprios do ser humano). Estimula a atenção, a concentração, a integração dos hemisférios cerebrais, a socialização, a sensibilidade, a leveza, alegria, harmonia, a amorosidade, e o compartilhamento grupal. 3 RESULTADOS ALCANÇADOS E CONCLUSÕES Os depoimentos a seguir apresentados demonstram que o trabalho da Pedagogia do Ser promove o desenvolvimento humano e de equipe escolar, especialmente, do alunado. As considerações e a valorização dos professores, funcionários, alunos, pais e comunidade pela escola, são o reflexo desses quatro anos de atuação: Depoimento de Rilza Valentim de Almeida Pena, Mestra em Química Analítica Secretária de Educação do Município de São Francisco do Conde Quando esse projeto iniciou havia 72 alunos, em duas turmas da quinta série do ensino fundamental. Cinco anos depois, tem-se 296 alunos matriculados em turmas de quinta à oitava série e uma turma de ensino médio, A importância da transformação de cada indivíduo e o resgate da construção de uma educação de qualidade, como uma forma de obter resultados realmente válidos e positivos, são primordiais para transformar a sociedade e assim tem agido o CEAS, na busca contínua da integridade social e espiritual do aluno. Depoimento de Maria Luiza Tapioca, Pedagoga e Mestra em Educação, (Consultora do SENAI-CETIND) Construímos um jeito de fazer escola, inusitado e diferente. Construímos o nosso imaginário coletivo de forma simbólica e textual. Tudo ao mesmo tempo, mas de forma nova e diferente. 16 Aí estava a resposta à pergunta: Que sabor? O saber educar educando-se, compreendendo com clareza os desejos da alma humana. Subjetividades expressas individual e coletivamente. Aperfeiçoamos o afeto, aprofundamos o viver, tudo isso coordenados e acolhidos pela perspicácia e pela sensibilidade de Dulce, que nos fez ver, sentir e experienciar um novo jeito de ser, de educar, de existir e de amar. Depoimento dos Pais na reunião de Parceiros- Pais e Escola sobre o que a Escola CEAS tem representado para seus filhos? A escola oferece tudo de bom. O melhor ensino da região. A qualidade de ensino, tudo o que não tivemos. A segunda casa de meus filhos. Pessoas capacitadas que valorizam nossos filhos, tratam como humanos. É muito difícil encontrar uma escola como essa, que se preocupa realmente com os alunos e os incentiva a seguir sempre em frente. O CEAS é tudo de bom: cultura, lazer, trabalho, esperança, diversão, aprendizado, tranquilidade e compromisso. Representa tudo na vida dos nossos filhos, por que esse colégio é um modelo de educação e respeito. Temos aprendido muito nas reuniões de pais e têm nos ajudado na educação com os nossos filhos. É o colégio melhor que podíamos querer para os nossos filhos. Depoimento da aluna Edilma Dias que iniciou com a 1º turma do Projeto: Foi no CEAS onde aprendi as melhores coisas para minha vida e para meu futuro. Pois foi aqui que aprendi a respeitar, aqui que minhas qualidades foram reconhecidas e meus erros corrigidos. O Ceas é a escola que me fez amadurecer enquanto pessoa que me ensinou os valores humanos o que é algo não muito presente na vida do ser humano hoje. É por isso que a cada dia me sinto privilegiada em ser a sementinha que o CEAS plantou e que hoje está brotando, pronta para dar bons frutos. Se hoje tenho uma meta a ser alcançada, é graças ao CEAS que a todo momento está ao meu lado dando –me a motivação que falta. 17 Embora hoje, minha esperança como a de muitos jovens como eu, está sendo a cada dia que passa interrompida cruelmente pela sociedade em que vivemos, eu tenho certeza e fé que chegarei lá, será difícil, mas eu conseguirei. No entanto, essa proposta está aí para fazer a diferença na vida de muitos, pois tenho certeza, que o que aprendi aqui no CEAS, fará a diferença em minha vida. Depoimento da Profº de geografia, Gloria sobre o CEAS: Escrever sobre esse projeto, mexe com meus sentimentos mais profundos, até aqueles ainda adormecidos. Costumo comparar essa escola com uma grande engrenagem e cada peça possui seu valor significativo que foram escolhidos cuidadosamente por uma força superior positiva. Com o tempo, a relação com o grupo, o trabalho, o respeito e a valorização do indivíduo em seu potencial, independentemente da sua condição social, entre outros fatores, me fez apaixonar e me entregar cada vez mais a esse projeto. As reuniões, a coordenação, os cursos e a convivência fizeram uma revolução em minha vida. Hoje já não me vejo fora desse contexto, fora desse ambiente. Na vida pessoal, com amigos ou outros lugares que frequento, menciono o CEAS, pois é onde vivo e acompanho as grandes mudanças na minha vida. Aqui percebi que uma palavra, um gesto ou um olhar pode valer mais que uma ação. E que cada ação tem um significado, passando assim, a priorizar os sentimentos, a perceber que meus alunos não são robores; suas cabecinhas não são caixinhas, com horários programados, para fechar e abrir em cada disciplina. Talvez para quem ler esse depoimento, possa parecer tolo, bobo. Mas para quem está envolvido tem sentido, um valor indescritível. Muitas vezes quando estou chegando e encontro alunos com flores para me receber, ainda me emociono, pois acredito que exista um mistério para atrair todas as pessoas para um mesmo lugar. Com certeza não foi por acaso. Em conversa, quando falo sobre esses fatos, muitas pessoas me perguntam o que tem de diferente nessa escola. Paro, penso e respondo: são os sentimentos, pois lá, eu consigo enxergá-los, não apenas com os olhos, mas também, com o coração. 18 Partilha da Vivência Transdisciplinares para o desenvolvimento humano, grupal e organizacional na Pesquisa do Mestrado em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social para que avaliassem o que representou esse curso para suas vidas. Foram os seguintes depoimentos: Prático, maravilhoso, ensinou-me a compreender. É visível a minha transformação. Ajudou-me a enxergar a nova educação a partir da autoestima e do autoconhecimento. A diretora me disse: Você está conseguindo ter um olhar diferente com o aluno. Aprendi a olhar o outro de uma outra forma. Procuro observar a mim mesmo. Aprendi a conhecer a mim mesmo e saber lidar com os trabalhos de grupo. Atingiu as minhas expectativas e consegui o meu autocontrole nas situações. Aprendi a conhecer melhor as pessoas, encontrar a paz interior e não ser tão impulsiva. Estou conseguindo autoconhecer-me e provocar mudanças, controlar as emoções, ouvir o outro, concluir as atividades. Quebrou alguns tabus sobre o grupo. Procuro me concentrar nas coisas que faço. Estou buscando o autoconhecimento, autoconhecer-me, fechar os ciclos, não deixar nada em aberto. Fantástico, fez levantar a minha autoestima, consegui superar muitas dificuldades. Consegui controlar os meus impulsos. Já estive em muitas situações que pude comprovar. Cheguei nesse curso de uma forma e estou saindo totalmente diferente. Percebi muitas transformações pessoais. Eu sempre excluía as pessoas e agora procuro resgatar tudo isso. Hoje sou uma pessoa segura. Trouxe-me muita segurança. Eu ficava magoada com as pessoas fiquei mais solta, liberal. Estou feliz. É preciso que a escola seja guardiã e catalisadora dos valores humanos, tão universais como as verdades científicas que devem ser absolutamente protegidas. Faz-se necessário repensar os Cursos de Formação e Capacitação dos professores para que possam ser mais estruturados para atender aos desafios e as 19 demandas que a sociedade requer. Por esta razão, refletir sobre as possibilidades de desenvolvimento da consciência do educador é evidenciá-lo como elemento imprescindível na transformação humana e social e, por isso, deve ser cuidado e preparado, para que exerça sua ação com compromisso, integridade e dedicação. Estamos seguindo o caminho que acreditamos ser a ―Educação do III Milênio‖. É na certeza de que cabe a todos nós esta tarefa que busquei ampliar a base de referência da Pedagogia do Ser, aprofundando sobre a expansão da consciência humana e a transformação da educação no século XXI. Diante do exposto, faz-se necessário que as instituições educativas aumentem seus investimentos no processo de desenvolvimento humano e profissional dos docentes, para que possam se fortalecer e dar conta dos desafios da contemporaneidade, ampliando, assim, a compreensão da educação como um fator de responsabilidade social. 4 EVIDÊNCIAS APRESENTADAS As evidências dos resultados alcançados e já descritos estão nas publicações apresentadas nos anexos A, B, C, D e E. 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Muitos foram importantes nessa jornada e possibilitaram o conhecimento e a experiência para a realização desse trabalho: o Grupo da Semente Estelar; o Grupo da UNISOES (União das sociedades espiritualistas, filosóficas, religiosas e científicas); o grupo da Casa Sri Aurobindo; a escola do Raja Yoga da Brahma Kumaris; Idalino de Souza Almeida criador do Curso de Expansão da Consciência; Mário Koziner, criador do Curso Básico de Formação em Educação Emocional e Qualidade Humana; Maria Vilma Chiorlin Velloso, Gilberto Velloso do Curso de Especialização em Terapia Organizacional; Leda Maria Régis, do Grupo Multirreferenciais; Sirlene Barreto das Danças Circulares; os professores, a orientadora do Mestrado em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social 20 Maribel Barreto e a professora Nívea Fraga; os professores da Especialização do Ensino Superior; os companheiros da Escola CEAS: Coordenadores, Professores, Alunos, Auxiliares e Funcionários que acreditaram e se uniram ao nosso sonho, construindo com esforço, persistência e compromisso a Pedagogia do Ser, vencendo os desafios durante essa caminhada. Os companheiros de jornada por onde passei e adquiri experiência para a realização dessa obra: Escola Rômulo Galvão – São Félix / Ba 1972/ 1976 Colégio São João Batista e Escolas Municipais – Jeremoabo/ Ba 1976/ 1978 Escola Polivalente de Santo Estevão – Santo Estevão / Ba 1978/ 1984 Colégio Pio XII e Escolas Municipais – Jaguaquara / Ba 1984/ 1987 Escola de 1º Grau Profº Carlos Sant’Anna – Salvador / Ba 1988/ 1990 Escola Cooperativa Educar – Salvador / Ba 1991 Secretaria de Educação do Estado da Bahia – Gerência de Ensino Fundamental e Médio – Salvador / Ba 1990 / 1997 ASCEBA – Faculdade da Terceira Idade – Salvador / Ba 1998 REFERÊNCIAS ALFASSA, Mira (A Mãe). Educação. Um guia para o conhecimento e o desenvolvimento integral do ser. Revista Educacional, Casa Sri Aurobindo, 1977. ARNTZ, William; CHASSE, Betsy; VICENTE, Mark. Quem somos nós? A descoberta das infinitas possibilidades de alterar a realidade diária. Rio de Janeiro: Prestígio Editorial, 2007. ASMANN, Hugo. Reencantar a educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. AUROBINDO, Sri. A evolução futura do ser humano. São Paulo: Cultrix, 1974. BARRETO, Maribel. O papel da consciência em face aos desafios atuais da educação. Salvador: Sathyarte, 2005. BARRETO, Sirlene. Formação em Danças Circulares. Módulos do curso de formação. Salvador, 2008. BOFF, Leonardo. Tempo de transcendência. O ser humano como um projeto infinito. Rio de Janeiro: Sextante, 2000. 21 BRAMA KUMARIS. Vivendo valores na escola. Manual do orientador. São Paulo: Brama Kumaris, 1999. COSTA,A. et. al. Danças sagradas e circulares. São Paulo: TRIOM, 1998. CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982. CREMA, R. Introdução a visão holística. São Paulo: Summus, 1988. D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Transdisciplinaridade. São Paulo: Palas Athena, 2001. DELORS, Jacques. Educação um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 2003. FIORAVANTI, Celina. Mandalas - como usar a energia dos desenhos sagrados. São Paulo: Pensamento, 2003. FLAVELL, I.H. A psicologia de desenvolvimento de Jean Piaget. São Paulo: Pioneira, 1975. FLAK, Micheline; COULON, Jacques. Yoga na educação. Integrando corpo e mente. FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. GUTIÉRREZ, Francisco. Ecopedagogia e cidadania planetária. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2008. KOZINER, Mario. Educação emocional e qualidade humana. Módulos do curso de formação. Salvador, 2001. MOGGI,Jair; BURKHARD, Daniel. Como integrar liderança e espiritualidade. São Paulo: Campus, 2004. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000. NICOLESCU, Basarab. O manifesto da transdisciplinaridade. São Paulo: Triom, 2005. O’ CONNER, Joseph; Seymour, John. Introdução à programação neurolinguística. São Paulo: Summus, 1995. O’DONNELL, Ken. Caminhos para uma consciência mais elevada. São Paulo: Brama Kumaris, 2008. PALAVIZINI, Roseane. O fenômeno do sagrado na formação transdisciplinar. In: Congresso Internacional Transdisciplinaridade, Complexidade e Ecoformação, 0205/11Brasilia: UNB [Anais], 2008. 22 RANDOM, Michel. O pensamento transdisciplinar e o real. São Paulo: Triom, 2000. REGIS, Leda. Grupo Multireferencial: teoria e prática de facilitação de grupos. Salvador: Elvécia, 2006. ______. CHIORLIN, Maria Vilma. Liderança sistêmica. Um caminho para a transliderança. Salvador: Helvécia, 2007. SAMPAIO, Dulce Moreira. A Pedagogia do SER –educação dos sentimentos e valores humanos. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 2011. ____________________Educação e reconexão do ser – um caminho para transformação humana e planetária. Petrópolis: Vozes, 2010. ____________________Educação Superior e a sociedade emergente. In: ROCHA, Nívea Maria Fraga & RABELO, Patrícia Fraga. Educação, desenvolvimento humano e responsabilidade social – Fazendo recortes na multidisciplinaridade. Vol. 5. Salvador: Fast Design, p. 73 -94. SOARES, Noemi Salgado. Educação transdisciplinar e a arte de aprender. Salvador: EDUFBA, 2007. TORRE, Saturnino; PUJOL, Maria Antonia; MORAES, Maria Cândida. Transdisciplinaridade e ecoformação. São Paulo: Triom, 2008. WEIL, Pierre; D’AMBROSIO, Ubiratan; CREMA, Roberto. Rumo a nova transdisciplinaridade. São Paulo: Summus, 1993. WILBER, Ken. A consciência sem fronteiras. São Paulo: Cultrix, 1979. YUS, Rafael. Educação integral: uma educação holística para o século XXI. Porto Alegre: Artmed, 2002. VELLOSO, Gilberto; VELLOSO, Maria Vilma. A terapia organizacional. Método Chiorlin Velloso - MCV TEOR 1. São Paulo: Psy, 2000. ZOHAR, Danah; MARSHALL, Ian. QS inteligência espiritual. Tradução de Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Record, 2000. 23 ANEXO A - LIVROS PUBLICADOS 24 ANEXO B - TRABALHOS PUBLICADOS EM ANAIS DE EVENTOS E PERIÓDICOS SAMPAIO, Dulce Moreira; BARRETO, Maribel. O estudo da consciência e Educação Transdisciplinar. In: Seminário Nacional Educação e Pluralidade Sócio- Cultural, Feira de Santana, 2009. SAMPAIO, Dulce Moreira; ROCHA, Nívea. Expansão da Consciência e Formação do Educador. In: IV Colóquio Internacional de Políticas e Práticas Curriculares, João Pessoa, 2009. SAMPAIO, Dulce Moreira. A Pedagogia do Ser uma experiência de educação transdisciplinar. In: III Congresso Internacional de Transdisciplinaridade, Complexidade e Ecoformação, Brasília, 2008. SAMPAIO, Dulce Moreira: BARRETO, Maribel. As demandas da formação integral dos docentes do ensino superior. In: III Simpósio Nacional sobre Consciência, Salvador, 2008. PEDAGOGIA DO SER. GERE ideias – Um jornal em ação. V. 2, p.2 - 2, Petrolina, 2005. EDUCANDO PARA A VIDA – RLAM em Revista Petrobras, vol. 4/ 2004. RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROJETO ―AÇÃO CORRETA‖. In: Anais do II Encontro de Educadores do sistema FIEB, V-2, Salvador, 2001. 25 ANEXO C - PALESTRAS SOBRE A PEDAGOGIA DO SER E EDUCAÇÃO E RECONEXÃO DO SER Jornada Pedagógica de Dias D’Avila/BA - Secretaria Municipal, 2011 VI Congresso de Gestão de Pessoas – ABRH/BA – 2011 IV Edição da Semana Acadêmica da Faculdade Social – 2011 II Ciclo do Projeto de Extensão Universitária Quinta Jurídica UNEB – Petrolina/PE – 2011 IX Encontro Institucional da UNIJORGE – Salvador -2010 VII Fórum Regional Sustentabilidade: um desafio de todos = Faculdade Ages/Paripiranga/BA – 2010 1º Jornada Pedagógica da FTC – EAD – Faculdade de Tecnologia e Ciência – 2010 Jornada Pedagógica da Rede Municipal de Ensino de Piatã/Ba – 2010 Seminário de Psicologia e Sociedade – Faculdade de Psicologia de Camaçari, 2010. Fórum Social Mundial – Salvador, 2009 Encontro Gestão e Educação Ambiental – ACEB ( Associação Classista de Educação do Estado da Bahia) – Colégio Central da Bahia, Salvador, 2007 Encontro de Educadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Candeias/ BA, 2007. Jornada Pedagógica – Secretaria de Educação Camaçari/BA, 2007 Decifra-me ou devoro-te em busca do crescimento pessoal, afetivo e organizacional - UNEB/ Salvador/BA, 2007. Encontro Pedagógico da Secretaria de Educação de Maracás/BA, 2006 1º Seminário da Pedagogia do Ser – Aprender Congresso, Eventos e Assessoria – Itabuna/BA, 2006. 1º Encontrão Lume (Instituto Livre de Ciência de Ciências Educacionais) Salinas das Margaridas/BA- 2005 Jornada Pedagógica – Secretaria Municipal de Educação de Cachoeira/BA, 2005 Inauguração do Curso Normal Superior da Faculdade Cajazeiras, 2005 26 Encontro com os Profissionais da Educação da Secretaria Municipal de Educação de Santo Estevão/BA, 2005 Seminário sobre A Pedagogia do SER – educação dos sentimentos e valores humanos - Universidade Estácio de Sá – Brasília, 2005. 1º Encontro de Educadores do sistema FIEB/SESI/SENAI-CETIND – Salvador, 2005. Seminário Intermunicipal de Pedagogia - UNEB – Camaçari/BA - 2004 II Congresso de Educação – Secretaria de Educação de Vitória da Conquista, 2004. Encontro de Técnicos das Diretorias Regionais de Educação – Secretaria de Educação de Salvador, 2004 Semana de Educação 2004 – FEBA ( Faculdade de Educação da Bahia) Salvador , 2004 Encontro Pedagógico de Educação de Jovens e Adulto – GERE (Gerência Regional de Educação do Sertão do Médio São Francisco - Petrolina/ PE, 2004 III jornada Pedagógica de são Francisco do Conde – Secretaria Municipal de Educação, 2003. Encontro de Educadores da Coordenadoria Municipal de Educação de São Felix/BA - 2002 1º Encontro de Educação do Sistema FIEB Salvador /BA – 2000 27 ANEXO D - ATIVIDADES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, GRUPAL E ORGANIZACIONAL Desenvolvimento Humano, Grupal e Organizacional – Coordenadores Pedagógicos de Dais D’Avila/ BA – 2011. Expansão da consciência humana, grupal e Organizacional – ASPHED/BA – 2010. Assessoria Pedagógica da Escola Jovem da Fundação Odebrecht - 2008/2009. Oficina – Integração do Pensar, Sentir e Agir – II Colóquio Regional de Educação – FVC ( Fundação Visconde de Cairu) Salvador/BA, 2009. Decifra-me ou devoro-te em busca do crescimento pessoal, afetivo e organizacional - UNEB/ Salvador/BA, 2007. Gestão e Educação Ambiental – ACEB ( Associação Classista de Educação do Estado da Bahia) – Salvador/ 2007 Gestão Educacional - Gestores e Coordenadores da Secretaria Municipal de Educação de Lauro de Freitas/BA - 2006. Desenvolvimento Humano e de equipe – Sec/ Maracás e Instituto Leme – 2006. II Capacitação de Educadores – Secretaria Municipal de Parnamirim/PE – 2006. Capacitação dos Professores – SISPEC – Camaçari/BA – 2006. Desenvolvimento Humano e de Equipe – SEC/ Santo Estevão/BA - 2005 Relações Interpessoais para os Funcionários e Professores do Instituto de Matemática – UCSAL – 2005. Integração Grupal da Escola Polivalente de Santo Estevão/BA - 2005 Avaliação e Integração dos Funcionários do Instituto Aliança da Bahia – 2004. Oficina sobre a Pedagogia do Ser, Faculdade de Educação da Bahia, Salvador, 2004. Integração da Gerência de Ensino Médio – SEC/BA 2002. Desenvolvimento Humano e de Equipe – FIEB/BA – 2000. Atividade de Desenvolvimento Humano – Centro de Treinamento de Líderes da Bahia – 2000. Desenvolvimento Humano e de Equipe dos Secretários e Assessores da Prefeitura Municipal de Santo Estevão/BA, 1997. 28 ANEXO E - O DESPERTAR DA TERRA (EXTRAÍDO DO LIVRO EDUCAÇÃO E RECONEXÃO DO SER) A velha terra está morrendo, ruindo e, junto com ela, a inconsciência, a miséria, a degradação humana e ambiental, o desamor, o egoísmo, a tirania, as dores, os vícios, doenças e sofrimentos. A nova terra está se instalando, mobilizando todos que despertaram para o real sentido da vida e permitiram que os portais divinos se abrissem e a conexão céu e terra acontecesse. Os anjos voltaram e os mestres também. Os corações se abrem para a energia do amor e a consciência se instala para toda a ação realizada. A beleza da terra se manifesta com a exuberância natural das suas cachoeiras, rios, lagos, oceanos, montanhas, campinas e dos reinos coirmãos as plantas, árvores, flores e frutos e da variedade das espécies animais. Estamos nos unindo agora. Os seres humanos despertos e conscientes abrem os seus corações ao amor incondicional, buscam resgatar os valores eternos e partilhar seus sonhos, ideais, saberes, experiências, criando grupos, movimentos, irmandades e comunidades. Estamos presenciando a energia da Nova Terra se manifestando cada dia nos corações daqueles que estão sendo tocados pela luz do amor divino. Renascem as esperanças, todos se unem para o serviço em benefício da humanidade e do planeta: movimentos pela paz, pelo desenvolvimento dos valores humanos, transformação da educação, consciência ambiental e os movimentos sociais em todos os âmbitos, revelando que uma consciência se manifesta dentro do caos de toda essa civilização agonizante. A mudança está em ato, para os que têm ―olhos para ver e ouvidos para ouvir,‖ pela expansão do amor daqueles que enxergaram os outros como fazendo parte de si mesmo, permitindo o alinhamento com os níveis mais sutis, com o núcleo da sua essência. A paz se instala e o desejo de colaborar, de partilhar os dons e habilidades, fica cada vez mais forte, permitindo aproximarem-se uns dos outros, criando redes de serviço de colaboração. Em todas as áreas do conhecimento essa luz se manifesta, fazendo com que a mente humana, seja potencializada para assimilar as novas informações e conhecimentos, provenientes da fonte da verdade universal. 29 O velho e o novo paradigma caminham juntos até que o novo, verdadeiramente, se instale em toda a terra. É outra humanidade, é um novo tempo: Os seres humanos se respeitam, os valores humanos se estabelecem. A família se integra e se consolida nas suas funções. A consciência grupal se instala e todos trabalham unidos, partilhando suas criações, conquistas, potencialidades e trabalho. A irmandade se estabelece entre todos os reinos. A arte, a criatividade e os dons se desabrocham como a flor em direção ao sol. O sagrado da natureza se revela em todos os rituais, de amor e conexão com a grande ―Mãe Terra‖ a grande Gaia. A criança de cada ser humano se liberta dos grilhões da inconsciência, através da alegria, espontaneidade, leveza, pureza e amorosidade. O conhecimento, a ciência, a arte, a filosofia, a educação e a religião se integram a serviço da realização humana e planetária. A ―luz‖ habita o coração de cada um, trazendo o universo (um+verso) para se Instalar na terra.