ii jornada de estudos de geografia física

Transcrição

ii jornada de estudos de geografia física
ANAIS
II JORNADA DE ESTUDOS DE GEOGRAFIA FÍSICA
“As Bases Físicas do Piauí em Evidência”
25 a 27 de novembro de 2014
Universidade Federal do Piauí, Campus Ministro Petrônio Portella
Teresina – PI – Brasil
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
i
APRESENTAÇÃO
II Jornada de Estudos de Geografia Física – JEGF
Teresina – PI, 25-27 de novembro de 2014
A Geografia Física estuda de modo integrado, as inter-relações entre fatores
geográficos. Esta perspectiva de abordagem materializa-se a partir de estudos nas suas
diversas ramificações,
tais como: Geomorfologia,
Hidrogeografia, Pedologia,
Biogeografia e Climatologia. Todos estes segmentos fazem uso da Cartografia e dos
Sistemas de Informação Geográfica como forma de representação e análise espacial de
seus dados.
A partir dos anos de 1960, a Geografia Física direciona a atenção para as profundas
alterações do quadro NATURAL planeta, decorrentes da industrialização e do
crescimento urbano. Frente às profundas transformações propiciadas pelo avanço urbanoindustrial, surge a necessidade de realização de estudos que ampliem os conhecimentos
acerca das dinâmicas da natureza em diferentes escalas.
Deste modo a II Jornada de Estudos em Geografia Física, que tem como Tema Central:
“As Bases Físicas do Piauí em evidência”, discutirá abordagens teóricas e
metodológicas empreendidas nos diferentes ramos/segmentos da Geografia Física
(Hidrogeografia, Geomorfologia, Climatologia, Cartografia, Biogeografia, etc), bem
como vislumbrará, a partir de conferências e apresentações de trabalhos, o fomento de
uma profícua discussão acerca do Quadro Natural do Estado do Piauí, evidenciando suas
potencialidades e vulnerabilidades como suporte para o desenvolvimento econômico e
social.
O Estado do Piauí exibe uma grande diversidade de paisagens naturais, apresentando
terras em domínios do cerrado, da caatinga, uma pequena, mas exuberante faixa litorânea,
além de várias faixas ecotonais. Ressalta-se ainda a sua enorme riqueza do ponto de vista
hidrogeológico, considerado como a terceira Reserva hídrica subterrânea do país. Possui
ainda importantes unidades de conservação, a exemplo do Parque Nacional da Serra da
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Capivara, considerado o berço do homem americano e do Parque Nacional da Serra das
Confusões, a maior reserva da caatinga preservada do país, Parque Nacional de Sete
Cidades, além da Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba que simbolizam e
revelam a Geodiversidade do Estado.
Do ponto de vista econômico, o Piauí vem passando por transformações importantes nas
últimas décadas, com impactos consideráveis sobre seus recursos naturais. Como
exemplo, destaca-se a expansão da fronteira agrícola para o sudoeste do estado, onde tem
se implantado grandes lavouras mecanizadas, bem como o avanço na exploração dos
recursos minerais.
Assim, a reunião de pesquisadores com diferentes especializações na área de Geociências
para a II Jornada de Estudos em Geografia Física, apresentará ao público participante
as características físicas (Bases Geológica, Geomorfológica, Climática, Hidrográfica,
Pedológica e Vegetacional do Estado, relacionando-as as questões ambientais,
objetivando a promoção do uso e a ocupação da terra de forma mais racional, portanto,
menos impactante, tanto para o homem quanto para a própria natureza, resguardando o
direito às gerações futuras.
Sejam Bem vindos!
Comissão Organizadora
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CORPO EDITORIAL:
II Jornada de Estudos de Geografia Física – JEGF
Teresina – PI, 25-27 de novembro de 2014
Profª. Drª. Cláudia Maria Sabóia de Aquino (Coordenadora geral do evento)
Profª. Drª. Maria Valdirene Araújo Rocha Moraes (Subcoordenadora do evento)
Profª. Drª Mara Lúcia Jacinto Oliveira
Mestranda Roneide dos Santos Sousa
Graduando João Victor Alves Amorim
MONITORES:
Albert Isaac Gomes Viana
Aline Camilo Barbosa
Amanda Alves Dias
Andréa Maciel Lima
Caroline da Silva Mateus
Damarys Oliveira Pinheiro
Diana Silva Melo
Hyago Melo de Sena
Jéssica Cristina Oliveira Frota
João Paulo Mesquita de Sousa
João Victor Alves Amorim
José de Sousa Rosa Neto
Lia Raquel Alves da Silva
Lino Rafael Moura de Oliveira Madeira
Roneide Sousa dos Santos
Sara Raquel Cardoso Teixeira De Sousa
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COMISSÃO CIENTÍFICA
II Jornada de Estudos de Geografia Física – JEGF
Teresina – PI, 25-27 de novembro de 2014
Profª. Drª. Cláudia Maria Sabóia de Aquino – UFPI
Profª. Drª. Maria Valdirene Araújo Rocha Moraes – UFPI
Prof. Dr. Gustavo Sousa Valladares – UFPI
Profª. Drª. Bartira Araújo da Silva Viana – UFPI
Prof. Dr. Carlos Sait Pereira de Andrade – UFPI
Profª. Dra. Iracilde Maria de Moura Fé Lima – UFPI
Profª. Dra. Mara Lúcia Jacinto Oliveira- Bolsista PNPD/PPGGEO/UFPI
Doutoranda Laryssa Sheydder de Oliveira Lopes – UFPE
Prof. Msc. Renê Pedro de Aquino – UESPI
Profª. Msc. Josenete Assunção Cardoso – UESPI
Home Page: http://jornadageofisicaufpi.com/
E-mail: [email protected]
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EXPEDIENTE
II Jornada de Estudos de Geografia Física – JEGF
Teresina – PI, 25-27 de novembro de 2014
Periodicidade do Evento: Bianual
Promoção
Universidade Federal do Piauí - UFPI
Reitor: Prof. Dr. José Arimatéia Dantas Lopes
Centro de Ciências Humanas e Letras - CCHL
Diretor: Prof. Dr. Nelson Juliano Cardoso Matos
Mestrado Acadêmico em Geografia – PPGGEO
Coordenadora: Profª. Drª. Cláudia Maria Sabóia de Aquino
Curso de Geografia
Coordenador: Prof. Dr. Raimundo Lenilde de Araújo
Organização
Mestrado Acadêmico em Geografia – PPGGEO
Curso de Geografia
Centro Acadêmico de Geografia
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REALIZAÇÃO
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EXEMPLO PARA REFERENCIAR UM ARTIGO
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DIAS, A. A.; AQUINO, C. M. S. de. Análise climatológica da Bacia Hidrográfica do rio
Longá, Piauí. In: II Jornada de Estudos de Geografia Física, 2014, Teresina. Anais...
Teresina: UFPI, 2014. p. 1-4. On-line. ISSN....
Como fazer a Citação no Texto (por autor/ano)
... como proposto por Dias; Aquino (2014)
... pode ser encontrada na literatura (DIAS; AQUINO, 2014).
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MINICURSOS
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1 – Pedologia: noções básicas para identificação e caracterização dos solos
Instrutor: Profº Msc. Renê Pedro de Aquino – UESPI
Monitor: Jéssica Cristina Oliveira Frota
Nº de Vagas: 30
Natureza: Teórico / Prático
Local: Sala 339 – CCHL/UFPI
2- Parâmetros Morfométricos aplicados ao estudo de Bacias Hidrográficas
Instrutora: Profa. Msc. Josenete Assunção Cardoso – UESPI
Monitor: Amanda Alves Dias
Nº de Vagas: 30
Natureza: Teórico / Prático
Local: Sala de vídeo 2 – CCHL/UFPI
3- Introdução ao QGIS
Instrutores: Marco Aurélio Lira Filho – Especializando em Geoprocessamento – IFPI
Leya Jessika Rodrigues Silva Cabral – Laboratório de Geomática- UFPI
Roneide dos Santos Sousa – Mestranda em Geografia -UFPI
Nº de Vagas: 10 (5 Sendo foram inscritos com notebook)
Natureza: Teórico / Prático
Local: Laboratório de Práticas Educacionais – CCHL/UFPI
4- Geografia Física Aplicado ao ensino
Instrutores: Aline Camilo Barbosa – Graduada em Licenciatura em Geografia (UFPI)
Sara Raquel Cardoso Teixeira de Sousa – PIBID Geografia
Lia Raquel Alves da Silva – PIBID Geografia
Nº de Vagas: 12
Natureza: Teórico / Prático
Local: Laboratório de Cartografia (CCHL – Sala 333)
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ANAIS
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Nº
TÍTULO DO TRABALHO
Pág.
1
ANÁLISE CLIMATOLÓGICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
LONGÁ, PIAUÍ
1
Amanda Alves DIAS; Cláudia Maria Sabóia de AQUINO
2
ANÁLISE DO CRESCIMENTO POPULACIONAL X PROBLEMAS
SOCAIS URBANOS, TERESINA, PIAUÍ
6
Lucas Portela FONTENELE; Mayra Alves PASSOS; Maria Valdirene
Araújo Rocha MORAES
3
AS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS QUE CONTRIBUEM PARA A
FORMAÇÃO DA OPALA NA CIDADE DE PEDRO II
11
Maria do Amparo Alves CARDOSO1; Matheus Sá ANDRÉ; Maria
Valdirene Araújo Rocha MORAES
4
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GUARIBAS – PIAUÍ: ASPECTOS
DO RELEVO E DRENAGEM
15
Ruthy Karollyny de Oliveira SILVA
5
CARACTERIZAÇÃO DAS FORMAS DO RELEVO POR MEIO DA
ANÁLISE DE MODELAGEM 3D DA BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIACHO RIACHÃO - MÉDIO PARNAÍBA PIAUÍENSE
20
Marco Aurélio da Silva LIRA FILHO
6
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DA AMÉRICA DO SUL, DO
BRASIL E DO ESTADO DO PIAUÍ
25
Amanda Alves DIAS; Camila Soares de SOUSA; Francisco Anderson de
Oliveira DANIEL; Karoline Veloso RIBEIRO; Janaira Marques LEAL;
Lucas Portela FONTENELE; Cláudia Maria Sabóia de AQUINO
7
CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA E CLASSES DE ARIDEZ EM
CASTELO DO PIAUÍ E JUAZEIRO DO PIAUÍ, NORDESTE, BRASIL.
32
Francílio de Amorim dos SANTOS; Cláudia Maria Sabóia de AQUINO
8
CLIMA URBANO, ESPAÇOS ABERTOS E CONFORTO TÉRMICO
NA CIDADE DE TERESINA-PI: PRAÇA JOÃO LUIS FERREIRA E
PRAÇA DA INTEGRAÇÃO.
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37
xii
José de Sousa ROSA NETO; João Victor Alves AMORIM; Lucas Almeida
MONTE; Marsone Araújo CUNHA
9
CONDIÇÕES TÉRMICAS NAS PARADAS DE ÔNIBUS: O CASO DE
TERESINA - PI
43
Andréa Maciel LIMA; Diana Silva MELO; Francisco Otávio
Mascarenhas de MENEZES; Marsone Araújo CUNHA
10
CONSIDERAÇÕES AMBIENTAIS SOBRE
HIDROGRÁFICA DO RIO ITAUERIA, PIAUÍ
A
SUB-BACIA
50
Amanda Alves DIAS; Magda Vanessa Moura TEIXEIRA; Maria
Valdirene Araújo Rocha MORAES
11
CONSIDERAÇÕES SOBRE A GEODIVERSIDADE ESTADO DO
PIAUÍ
54
Avelaynne Karollyne da Silva AQUINO; Camila Mayara da Silva
SOUSA; Camila Sueli de OLIVEIRA; Cláudia Maria Sabóia de AQUINO
12
DIAGNÓSTICO DOS ASPECTOS
MUNICÍPIO DE PEDRO II – PI
GEOAMBIENTAIS
DO
63
João Victor Alves AMORIM; Alinne Maria Lira RÊGO; Edenilson Silva
de OLIVEIRA; Bartira Araújo da Silva VIANA
13
OS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL E SUAS
CARACTERÍSTICAS
70
Thamires Oliveira SILVA; Elisane Cunha de SOUSA; Juciara Maria
Santana da SILVA; Italo Martins FEITOSA; Cláudia Maria Sabóia de
AQUINO
14
ESPAÇOS LIVRES E CONFORTO TÉRMICO: UMA APRECIAÇÃO
EMPÍRICA DE UM TRECHO DA AVENIDA RAUL LOPES,
TERESINA-PI
78
Francisco Jonh Lennon Tavares da SILVA; Pablo Murilo da Silva
MACHADO; Maria Valdirene Araújo Rocha MORAES
15
IDENTIFICAÇÃO DAS PRAÇAS EXISTENTES NOS BAIRROS DA
ZONA SUL DE TERESINA, PIAUÍ
83
Elisane Cunha de SOUSA; Juliane Ramalho SOUSA; Maria Valdirene
Araújo Rocha MORAES
16 IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DAS ATIVIDADES DE
DRAGAGEM NO RIO PARNAÍBA NA ÁREA DA GRANDE SANTA
MARIA DA CODIPI EM TERESINA, PIAUÍ.
88
Rafael da costa SOARES; Janaira Marques LEAL
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17
INDICADORES AMBIENTAIS E SIG APLICADOS AOS ESTUDOS
DE IMPACTOS AMBIENTAIS
92
Sergio Carlos dos Santos VIANA; Bartira Araújo da Silva VIANA
18
JOGOS COMO INSTRUMENTO NO ENSINO DE GEOGRAFIA
FISICA
97
Sara Raquel Cardoso Teixeira de SOUSA; Aline Camilo BARBOSA
19
MAPEAMENTO DOS PARQUES AMBIENTAIS DA CIDADE DE
TERESINA, PIAUÍ
101
Francisco Wellington de Araújo SOUSA; Thamires Oliveira SILVA;
Maria Valdirene Araújo Rocha MORAES
20
MORFOESTRUTURAS E MORFOESCULTURAS NO BRASIL E NO
ESTADO DO PIAUÍ.
108
Francisco Wellington de Araújo SOUSA; Juliane Ramalho SOUSA;
Magda Vanessa Moura TEIXEIRA; Maria do Amparo Alves CARDOSO;
Mayra Alves PASSOS; Sunamita Lima da SILVA; Claudia Maria Saboia
de AQUINO
21
O MORRO DO GRITADOR E AS OPALAS, PEDRO II (PIAUI):
ASPECTOS DA GEOLOGIA E DO RELEVO LOCAL
114
Yago Lins Soares e SILVA; José Soares FERNANDES NETO; Iracilde
Maria de Moura Fe LIMA
22
PRINCIPAIS FOCOS DE INCÊNDIO NA CIDADE DE TERESINA
NOS MESES DE SETEMBRO A DEZEMBRO NOS ANOS DE 20122014
118
Camila Soares de SOUSA; Francisco Anderson de Oliveira DANIEL;
Maria Valdirene Araújo Rocha MORAES
23
RITMO PLUVIOMÉTRICO ASSOCIADO
À
NATURAIS: INUNDAÇÃO EM PALMARES (PE)
DESASTRES
123
MAPEAMENTO
128
Laryssa Sheydder de Oliveira LOPES
24
SIG
COMO
FERRAMENTA
DE
GEOMORFOLÓGICO DO LITORAL PIAUIENSE
Wandemara de Oliveira COSTA; Nadja Rodrigues Carneiro VIEIRA;
Maria Valdirene Araújo MORAES.
25
SUPRESSÃO VEGETAL E DECORRÊNCIAS NA TEMPERATURA
LOCAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
133
Francisco José da Silva SANTOS; Sara Raquel Cardoso T. de SOUSA;
Lia Raquel Alves da SILVA; 4Monnysy Monnyarha Brito dos SANTOS;
Marsone Araújo CUNHA
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26
UM OLHAR GEOGRÁFICO SOBRE A FLORESTA NACIONAL DE
PALMARES, ALTOS - PI
138
Caroline da Silva MATEUS; João Victor Alves AMORIM; Bartira Araújo
da Silva VIANA
27
USO DA MAQUETE COMO FACILITADOR NO ENSINO DA
GEOGRAFIA FÍSICA
143
Lia Raquel Alves da SILVA; Rafael do Nascimento CARDOSO; Raimundo
Lenilde de ARAÚJO
28
VARIAÇÃO TÉRMICA NA ÁREA RURAL E URBANA DA CIDADE
DE TERESINA, PIAUÍ
148
André Luís Viana COSTA; Marcos Antônio Pinheiro MARQUES; Maria
Valdirene Araújo Rocha MORAES
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ANÁLISE CLIMATOLÓGICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIO LONGÁ, PIAUÍ
Amanda Alves Dias ¹; Cláudia Maria Sabóia de Aquino²
1 UFPI, [email protected]; 2 UFPI, [email protected]
Palavras-Chave: Balanço hídrico. Planejamento. Rio Longá.
INTRODUÇÃO
Ao se desejar implantar e desenvolver qualquer atividade agropecuária em uma
região, o clima constitui-se um fator importante, notadamente no tocante a aptidão
agrícola, embora outras variáveis como o solo e a topografia mereçam igual atenção
quanto às limitações e as potencialidades da referida região.
A análise da aptidão agrícola pressupõe o conhecimento acerca do comportamento
espaço temporal dos parâmetros do balanço hídrico climatológico. Partindo desta
constatação o presente trabalho objetivou realizar a estimativa e posterior analise dos
parâmetros: Precipitação, Evapotranspiração Potencial, Evapotranspiração Real, Índice
de Aridez, Índice Efetivo de Umidade, Índice de Umidade, Número de Meses Secos,
Déficit hídrico e Excedente hídrico relacionados ao balanço hídrico climatológico, da
bacia hidrográfica do Rio Longá, localizada no norte do Estado do Piauí. O conhecimento
destes permite avanços rumo à dinâmica físico-natural da bacia hidrográfica do rio Longa
- Piauí, contribuindo para o entendimento de cenários de potencialidade e disponibilidade
hídrica na referida bacia.
A carência de estudos principalmente de cunho ambientais desta bacia
hidrográfica, justifica e agrega valor cientifico a realização da presente pesquisa.
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MATERIAL E MÉTODOS
No decorrer da pesquisa foram realizados levantamentos bibliográficos a partir da
análise de livros, visitas em sites especializados, consulta a artigos científicos,
dissertações e teses que adotaram metodologia semelhante. Os dados dos postos
pluviométricos para a área de estudo foram obtidos em SUDENE (1990).
Realizou-se ainda, a correção de falhas dos dados pluviométricos da SUDENE
(1990) do período de 1965 a 1985, em um total de 21 anos, de 32 postos pluviométricos
que abrangem toda a área de estudo no Estado do Piauí, bem como os Estados do
Maranhão e Ceará cujos postos pluviométricos foram utilizados como apoio
metodológico adotando o método de ponderação regional de correção de falhas de TUCCI
(2001). A proposta de TUCCI (2001) constitui-se uma metodologia simplificada
normalmente utilizada para o preenchimento de séries mensais ou anuais de precipitações,
visando à homogeneização do período de informações e à análise estatística das
precipitações.
Na área de estudo realizou-se a correção de 357 falhas em um total de 32 postos
pluviométricos, considerando principalmente a localização e a altitude dos três postos
circunvizinhos, que foram utilizados como parâmetros para a correção das falhas dos
dados pluviométricos.
Os termos do Balanço hídrico (Precipitação, Evapotranspiração Potencial,
Evapotranspiração Real, Índice de Aridez, Índice Efetivo de Umidade, Índice de
Umidade, Número de Meses Secos, Déficit hídrico e Excedente hídrico) obtidos para os
postos pluviométricos da área de estudo foram plotados em mapas e com o emprego de
técnicas de triangulação foram obtidas isolinhas que permitiram a confecção dos mapas
temáticos usados na caracterização do clima da Bacia hidrográfica do Rio Longá.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Constata-se que a variação dos volumes pluviométricos na Bacia Hidrográfica do
Rio Longá é significativa, variando de 1825 mm no posto Vitória de Baixo localizado no
municio de Batalha, à 842 mm no Posto Madeira Cortada no município de Pedro II, com
uma média pluviométrica total dos 32 postos analisados de 1800 mm, o que reflete na
variação apresentada pelos demais termos do balanço hídrico discutidos a seguir.
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Com relação à temperatura, observa-se que não ocorre uma grande variação,
assim, o maior valor de temperatura foi de 26, 9°C em 18 postos, e o menor valor
encontrado foi de 20,2ºC no posto de Ibiapina e Ubajara, ambos localizados no Estado do
Ceará. A média total, considerando os 32 postos usados na análise, foi de 32,9ºC.
Observam-se elevadas taxas de evapotranspiração potencial em todos os postos
analisados, todos os valores são superiores a 900 mm, tendo sido a máxima de 1664 mm,
no posto pluviométrico Mato Grande, localizado em Barras - Piauí, e a mínima de 902
mm, no posto de Ibiapina, no Ceará
A Evapotranspiração Real da área de estudo variou de 1399 mm, no posto de
Vitória de Baixo, à 816 mm, no posto de Ibiapina, estando diretamente relacionado com
os dados de precipitação.
A aridez na área de estudo, apresenta valores mais elevados na porção ocidental.
Considerando os dados obtidos, constata-se que 93,7% dos postos pluviométricos da área
de estudo enquadram-se na Zona Climática subúmida e úmida, apresentando índice de
aridez superiores a 0,65, com exceção do posto de Cocal e Deserto, ambos localizados no
município de Cocal, apresentando respectivamente índice de aridez 0,65 e 0,63, sendo
classificados na Zona Climática subúmida e secos (6,3%).
A partir da análise dos dados de índice efetivo de umidade (IM) da área de estudo
constata-se a existência de tipos climáticos úmidos e secos. No subtipo superúmido, foi
identificado apenas o posto Ibiapina com um valor de IM da ordem de 139,1. Os valores
de IM obtidos para postos de Vitória de Baixo, Miguel Alves, Barras, Viçosa, Tianguá,
Ubajara, Brejo e Tutóia permitem enquadrá-los no subtipo úmido. Já os postos de Buriti
dos Lopes, Esperantina, Mato Grande, Lustosa, Batalha, Piripiri, Caldeirão, Pedro II,
Tocaia, Campo Maior, Retiro, Altos e Alto Longá com valores de IM variando entre 0 a
20 foram enquadrados no subtipo subúmido úmido. Ressalta-se ser este o subtipo
predominante na área de estudo representando 43,8% da mesma.
Apenas os postos de Cocal, Prevenido, São Domingos, Deserto, Piracuruca, Alto
Alegre, Madeira Cortada, Ipiranga, Pajeú e Vieira apresentaram valores de IM entre 0 a 33,3, permitindo enquadrá-los de acordo com a proposta de Thornthwaite & Mather
(1955) na tipologia climática seca e subtipo subúmido seco.
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Quanto ao Déficit hídrico da Bacia do Rio Longá, nota-se que somente 8,67% da
área apresenta déficit hídrico com valor superior à 500mm por ano. Assim, a maior parte
da bacia, cerca de 31,4%, apresenta um déficit hídrico de 350 à 400mm.
Com relação a essa distribuição temporal das precipitações nos postos analisados,
nota-se uma grande variabilidade, podendo o número de meses secos variar de 0 até 8
meses, com média em torno de 6 meses secos. Relacionando com os dados de excedente
e déficit hídrico, observa-se que os postos que apresentaram uma média de meses secos
superiores a 5 (37,5% dos postos analisados), evidenciaram déficit hídrico, indicando não
haver disponibilidade hídrica regular anual na região.
CONCLUSÃO
Com relação a análise do balanço hídrico da Bacia Hidrográfica do Rio Longá,
conclui-se que com relação à precipitação, a área apresenta alta média pluviométrica
(1800 mm) concentradas nos meses de janeiro à abril; as temperaturas variam de 20ºC à
27º, não apresentando grandes oscilações durante o ano; a evapotranspiração potencial e
real são elevadas; os valores de índice de aridez permitem classificar a maior parte da
área como subúmida e úmida; os valores do índice efetivo de umidade constatam a
existência de dois tipos climáticos, úmidos (superúmido e úmido) e seco.
Com base nos dados constata-se que em 43,8% dos postos analisados há mais de
seis meses com ausência de chuvas, ou seja, evidenciando não haver uma disponibilidade
hídrica regular anual em determinados municípios da área da bacia hidrográfica do Longá.
O balanço hídrico climatológico realizado para a bacia hidrográfica do Longá
constitui-se um importante instrumento que poderá orientar ações relativas ao
planejamento agrícola, ambiental e ainda a caracterização climática da mesma servindo
de subsídio para a determinação da melhor época e tipo de manejo e exploração agrícola
a partir das principais atividades econômicas que se destacam na área dessa bacia a saber:
a pecuária, a agricultura e o extrativismo vegetal.
REFERÊNCIAS
AQUINO, C. M. S. Estudo da degradação/desertificação no Núcleo de São Raimundo Nonato – Piauí.
2010. 238 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Núcleo de Pós- Graduação em Geografia, Pró-Reitoria de
Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2010.
SUDENE. Dados Pluviométricos Mensais do Nordeste: Estado do Piauí. 1990.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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TUCCI, C. E. M. Hidrologia: ciência e aplicação- 2. ed. Porto Alegre: Ed. Universidades/UFRGS: ABRH,
2001.
THORNTHWAITE, C.W.; MATHER, J.R. The Water Balance - Publications in Climatology. N. Jersey:
Centerton, v. 8, n. 1, 1955.
UNEP.Status of desertification and implementation of the United Nations Plan of Action to Combat
Desertification. Nairobi, 1991.
UNESCO. Guía Metodológica para la Elaboración del Balance Hídrico de América Del Sur. Montevidéu,
Uruguai. 1982. 130p.
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ANÁLISE DO CRESCIMENTO POPULACIONAL X PROBLEMAS
SOCAIS URBANOS, TERESINA, PIAUÍ
Lucas Portela Fontenele1; Mayra Alves Passos2; Maria Valdirene Araújo Rocha Moraes³
Universidade Federal do Piauí1, 2, 3
[email protected]; [email protected]; [email protected]
Palavras-Chave: Crescimento populacional. Problemas urbanos.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que o Brasil é um país de grandes extensões territoriais, possuindo cerca de
8,5 milhões de km² submetidos a uma mistura de condições climáticas que permitem o
desenvolvimento de uma grande diversidade de ambientes (Rios, 2012). Diante da grande
extensão territorial, escolheu-se a capital do Estado do Piauí, Teresina, como área de
estudo. Teresina está localizada entre 5° 05’12” Latitude Sul e 42º48’42” de Longitude
Leste, ocupa uma área de 1.391,9 Km² à margem direita do rio Parnaíba, no médio curso
dessa bacia hidrográfica, onde recebe um de seus grandes afluentes, o rio Poti (Araújo,
2008) (Figura 1).
Sua vegetação caracteriza-se por Floresta decidual secundária mista, babaçual e
campo cerrado, apresenta um clima tropical subúmido quente, com duração do período
seco de seis meses.
O trabalho tem como objetivo analisar o crescimento populacional de Teresina,
entre os anos de 1970 a 2010, onde observa-se uma modificação de sua infraestrutura ao
longo dos últimos 40 anos. Serão discutidos os principais entraves oriundos do aumento
demográfico, tais como: áreas de congestionamentos; o desmatamento; aumento da
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violência, poluição sonora e visual dos espaços fazendo uma relação do crescimento
populacional com as taxas de urbanização.
Figura 1 – Recorte espacial da localização de Teresina, Piauí.
MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia utilizada no presente trabalho será constituída de pesquisas
bibliográficas junto a Órgãos Institucionais como IBGE, SEPLAN, CEPRO e no âmbito
científico como trabalhos realizados nessa temática como Façanha (1998); Reis Filho
(2012); Feitosa (2010); Feitosa et al. (2011) e IPEA (2006). E posterior revisão de
literatura e dos dados obtidos foi elaborada mapas base, gráficos e tabelas representativas
dos dados populacionais provenientes dos dados levantados para uma melhor
compreensão e visualização.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação ao crescimento populacional, foco principal deste trabalho, entre as
capitais da região Nordeste, Teresina vem apresentando um aumento significativo
demográfico, habitacional e de infraestrutura, de acordo com os dados dos últimos censos.
Foi observado na pesquisa, que dos motivos desse aumento populacional está relacionado
principalmente aos investimentos na área da educação e saúde que atrai a migração de
pessoas do interior do Piauí e de outros Estados, como Maranhão, Tocantins, Bahia. A
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7
Figura 2 apresenta a evolução do crescimento da cidade de Teresina nos anos 1970, 1980,
1990, 2000 e 2010de acordo com dados do IBGE (2010).
Figura 2 – Crescimento populacional de Teresina entre os anos de 1970 a 2010 (IBGE,
2010).
Na década de 1970, Teresina tinha uma população estimada de 230.108, nesse
período o crescimento do Brasil estava relacionado ao milagre econômico brasileiro onde
os capitais eram oriundos de investimentos estrangeiros. A configuração espacial urbana
teresinense nessa década adquiriu novos fluxos migratórios, da intensificação da política
habitacional e da modernização do sistema viário, o que fez aparecer, então, planos de
estudos da ordenação da cidade. A deficiência de políticas públicas sobre o crescimento
urbano de Teresina, fez com que na década de 1970 se consolidassem as contradições na
ocupação da terra, com o aparecimento de grandes vazios urbanos, pedaços de terra
sujeita a especulação imobiliária, paralelamente à formação de grandes aglomerados
populacionais sem dispor da infraestrutura, a exemplo das favelas (Façanha, 1998 citado
por Viana, 2001).
Os anos 1980 ficaram conhecidos como a década perdida, devido ao crescimento
da inflação que foi agravada com a crise do petróleo e repercutiu de forma negativa no
território brasileiro. Em Teresina surgiu o aumento dos problemas decorrentes do
crescimento populacional que na época estava com uma população total de 377,774 e
uma taxa de urbanização de (89,8%). No final dessa década ocorreu o aumento das
unidades habitacionais decorrente do crescimento populacional. A capital é o grande polo
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que atrai parte significativa da população para o Estado (Collet, 2009).
As populações do interior do Piauí e grande parte do maranhão, Tocantins, Bahia
entre outros convergem para Teresina, que detém um comércio atuante, tanto no segmento
varejista como no atacadista. No setor de serviços, vários segmentos se constituem como
fator de atração. Merece destaque o setor médico e educacional, que tem se desenvolvido
bastante (Tajra e Tajra Filho, 1996 citado por Collet, 2009).
Em 1990 para combater a inflação no Brasil, o governo de Itamar Franco Implantou
uma nova moeda nacional, o Plano Real, substituindo o Cruzeiro. Esse plano reduziu os
índices inflacionários. Nessa década em Teresina acontece à consolidação do processo de
verticalização, a construção de dois Shoppings Center, Teresina Shopping e Riverside,
oferecendo diversos serviços. Diante dos mesmos ocorreu uma intensificação do
comércio, com a chegada de empresas, descentralizando o centro da capital para zona
leste.
Em decorrência da dinâmica espacial do século XXI, Teresina com uma taxa de
urbanização de 94,3% e uma população correspondente a 802.537 aos poucos têm se
especializado na área de prestação de serviços (centro de saúde, educação e comércio).
Esses fatores aliados à migração provocada pelas más condições de vida no campo,
implantação da agricultura mecanizada no cerrado do sul do estado, a carência de políticas
públicas que contribuam para permanência da população rural nestas áreas, tem
provocado um grande crescimento de Teresina.
A expansão urbana da capital vem provocando desequilíbrio no seu meio ambiente
urbano, deslocando a população pobre para áreas mais distantes, a classe média alta para
áreas verticalizadas, gerando o aparecimento de espaços ociosos, vazios urbanos e grande
quantidade de moradias vazias nos bairros nobres da cidade, resultante da preferência por
condomínios fechados na busca por maior segurança.
CONCLUSÃO
O município de Teresina atualmente apresenta um censo estimado segundo o IBGE
de aproximadamente 840.600 habitantes. Percebe-se assim que ao longo dos anos 1970 a
2014 a taxa de crescimento da população urbana de Teresina tem-se apresentado contínua
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promovendo transformações sócio espaciais no território pela construção civil no qual
vem gerando o desmatamento, bem como aumento de implantações de políticas públicas
voltadas para setores de serviços, educação e saúde atraindo boa parte da população para
capital do Estado. Demostra-se assim, que uma grande concentração populacional atua
tanto como modificador do espaço físico, quanto das variantes sociais, econômicas e
ambientais.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J. L. L. Atlas Escolar do Piauí: geo-histórico e cultural. João Pessoa, PB: Editora Grafset, 2008.
COLLET, G. Desenvolvimento urbano e regional de Teresina, Piauí, Brasil e sua importância no atual
quadro de influência na Rede Urbana Regional no Brasil. São Paulo, 2009.
FAÇANHA, A. C. A evolução urbana de Teresina: agentes, processos e formas espaciais na cidade. 1998.
Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 1998.
FEITOSA, S.; GOMES, J.; MOITA, J.; ANDRADE, C. Consequências da Urbanização na Vegetação e
na Temperatura da Superfície de Teresina – Piauí. Teresina, 2011.
IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Contagem da população 1970
a 2014. Disponível em:< http://www.ibge.org.br >. Acesso em: 28 Set. 2014.
IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Resultados do Censo 2010.
Disponível em: < http://www.ibge.org.br >. Acesso em: 11/11/ 2014.
RIOS, R. B. Biogeografia. Licenciatura em Geografia. Faculdade de Tecnologia e Ciências. Ensino a
Distância. Bahia, 2012.
VIANA, B.A.S. O Sentido da Cidade: Entre a Evolução Urbana e o processo de Verticalização. Teresina,
2001.
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AS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS QUE CONTRIBUEM PARA A
FORMAÇÃO DA OPALA NA CIDADE DE PEDRO II
Maria do Amparo Alves Cardoso1; Matheus Sá André2; Maria Valdirene Araújo Rocha
Moraes3
UFPI123, [email protected] 1, Matheus.andré[email protected] 2; [email protected] 3
Palavras-Chave: Geologia. Pedro II. Formação da Opala.
INTRODUÇÃO
A compreensão do espaço é necessária ao pleno desenvolvimento do homem, pois
conhecer é uma forma de domínio e controle do território. Possibilitando usufruir e
manejar os recursos naturais, permitindo a ele transforma o natural em artificial. Segundo
Araújo (2011), o homem não tem direito de destruir e sim de planejar e cuidar do planeta.
É necessário o conhecimento das ciências que possibilite a informação sobre as formações
geológicas do ambiente como, por exemplo, a origem das opalas.
O presente estudo introduz sobre formações geológicas e geomorfológicas de
Pedro II caracterizando e compreendendo a formação da opala. Segundo Gomes & Costa
(1994), dizem que a formação da opala está ligada ao ambiente hidrotermal devido aos
dados geológicos, mineralógicos e geoquímicos. Concentradas em Pedro II em especial
as opalas brancas preciosas nas suas formas de arlequim, faixa asa de borboleta e
chuveiro, onde sua formação se dar em veios e vênulas nos diabásios, arenitos folhelhos
albititos e siltitos.
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
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Segundo Gomes & Costa (1994), a situação fisiográfica da cidade de Pedro II, esta
situa-se a nordeste do Piauí e nele se encontram diversos garimpos de opala, sua
localização é prestigiada pela presença da Serra da Ibiapaba com altitude em média de
850 metros. O clima dessa região é tropical composto por uma estação seca definida e
longa, sua vegetação é visivelmente de caatinga e cerrado e sua drenagem intermitente
ligada à bacia hidrográfica do rio Poti. A cidade de Pedro II está localizada sobre a parte
soerguida da Bacia Sedimentar do Parnaíba dentro da microrregião de Campo Maior em
que seu limite está no Estado do Ceará, sua extensão municipal é de 1.948 km 2 e sua
sede municipal se encontra a 04º 25’ 29” L.S. 41º 27’ 31” W de Greenwich.
Figura 1: Mapa de localização Da cidade de Pedro II- PI. Fonte: CPRM adaptado
Cardoso, (2014).
METODOLOGIA
O presente trabalho foi realizado por meio de leituras e observações feitas através
de recursos bibliográficos tais como artigos, textos disponibilizados pelos órgãos como a
CPRM, IBGE, e alguns sites. Tais autores foram utilizados para a realização do trabalho
como AGUIAR (2004), GOMES; COSTA (1994), LIMA, (1987), OLIVEIRA (1998).
Assim foram necessários estudos aprofundados ao conteúdo do processo de
formação da opala em especial as informações sobre os minerais que possuem
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característica gemológica, sendo demonstrados os fatores contribuintes para ocorrência
de tal processo de formação por meio de ilustrações figuras.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Os estudos propõem que os minerais necessitam de conhecimentos possibilitando
o uso dos mesmos, porém de forma regrada sobre o material explorado, a opala
atualmente possui grande mercado mundial consumidor não sendo apenas Piauí na
produção. Entretanto está entre os escassos ambientes no fato de produzir e fornecer este
recurso natural com qualidade significativa. A qualidade provém da exposição ao intenso
calor gerando um grau de dureza elevado tornando-se recurso único no mercado
emulando com as opalas australianas.
Segundo Oliveira (1998) a opala, é composta principalmente de sílica e água sendo
sua fórmula química o Sio2.nH2O, onde é existente impurezas no material efetivando
alteração nas cores das opalas, que varia entre as cores amareladas, cinzas e vermelhas,
sendo a aparência leitosa tida pela presença de gases entre as cavidades que preenche
estes espaços. A presença da luz fator condicionante para que haja origem das cores nas
esferas cristobalita.
Alguns terrenos geológicos piauienses têm idade entre o Arqueozoico até o
Quaternário Recente. As áreas de ocorrência da opala estão em hidrotermais,
especialmente em jazidas das proximidades do lineamento Transbrasiliano. Seus
jazimentos são divididos em quatro tipos genéticos, mineralização-filonianas
hidrotermais, mineralizações associadas as rochas alcalinas e mineralizações associadas
a aluviões recentes, que segundo Oliveira (1998) tal divisão ocorre devido a sua
litoestruturais e ambiência de formação.
A cidade de Pedro II está localizada dentro da Bacia Sedimentar PaleozóicaMesozóica do Parnaíba, onde segundo Gomes & Costa, (1994) possui uma estratigrafia
formada pelo Grupo Serra Grande, do Siluriano, com sedimentos flúvio-deltaicos e
marinhos rasos, sobrepostos pelos sedimentos devonianos do Grupo Canidé influenciado
pelos grabens e lineamentos pré-existentes. Na figura 2 pode-se observar como se deu tal
cobertura lateríticas de evolução imatura sobrepondo às rochas básicas e sedimentares e
são admitidas como idade Terciária e/ou Quaternária, avaliando-se como está
concentrada as Unidades Estratigráficas que compõe a geologia da cidade de Pedro II.
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Figura 2 - contribuição à gênese das opalas de Pedro II. Fonte: Gomes & Costa (1994).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, os estudos dos recursos naturais são elementos primordiais para o uso e
manejo dos mesmos, e assim não tenha a degradação tão intensa do meio ambiente, e seus
recursos naturais oferecidos, sendo necessária a pesquisa e estudo em cima das principais
questões que remeta a esse processo de uso. Visto que o garimpo de opala na cidade de
Pedro II vem aumentando é importante pesquisar o ambiente, situação do relevo, manejo
e retirada de materiais, observando suas formações e deformações no ambiente.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Robério Bôto de; GOME, José de Carvalho (org.). Projeto cadasto de fontes de abastecimento
por água subterrânea, estado do Pauí: diagnostico do município de Pedro II. Fortaleza: CPRM –
Serviço Geológico do Brasil, 2004.
IBGE: Enciclopédia dos Municípios brasileiros. Rio de Janeiro, 1959. V.5
LIMA, Iracilde M. de M. Fé. Relevo Piauiense: uma proposta de classificação. Carta CEPRO. Teresina,
v.12, n2, p. a. agos./dez.1987.
E. R. Gomes; M.L. da Costa. CONTRIBUIÇÃO À GÊNESE DAS OPALAS DE PEDRO II (PIAUÍ)
Geochim. Brasil., 8(1): 79-98, 1994.
OLIVEIRA, João Cavalcante de, Recursos Gemológicos dos Estados do Piauí e Maranhão. Serie Pedras
Preciosas, nº 04, p 01 a 24, Teresina: CPRM, 1998.
VIEIRA, Carla Iamara de Passos; LIMA, Iracilde M. de M. Fé; VIANA, Bartira Araújo da Silva Turismo Histórico-Cultural e Ecoturismo em Pedro II, Piauí.
ARAÚJO, Sérgio Murilo Santos de; A REGIÃO SEMIÁRIDA DO NORDESTE DO BRASIL: Questões
Ambientais e Possibilidades de uso Sustentável dos Recursos; Rios Eletrônica- Revista Científica da
FASETE; ano 5 n. 5 dezembro de 2011.
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BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GUARIBAS – PIAUÍ:
ASPECTOS DO RELEVO E DRENAGEM
Ruthy Karollyny de Oliveira Silva
Mestranda em Geografia pela Universidade Federal do Piauí, [email protected]
Palavras-Chave: Geomorfologia. Bacia Hidrográfica. Rio Guaribas.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho trata da caracterização da bacia hidrográfica do rio Guaribas. A
referida bacia está situada na Messoregião Sudeste piauiense, entre os paralelos 6° 30’ e
4° 24’ de latitude sul e entre os meridianos 40° 18’ e 41° 4’ de longitude oeste de
Greenwich. Objetiva-se caracterizar os aspectos ligados ao relevo e a hidrografia da bacia
além de destacar a sua importância para o desenvolvimento da região onde se encontra
assentada.
O estudo foi motivado pela importância do conhecimento hidrográfico da região,
devido à sua localização numa região de clima semiárido. A metodologia empregada
contou com pesquisa bibliográfica em livros e artigos, mapas, além do uso das cartas
DSG. Dentre os resultados constatou-se que em Picos, as formas de relevo características
são as superfícies tabulares e os vales encaixados. E que a construção da barragem de
Bocaína contribuiu para diminuição das atividades agrícolas nas “margens” do rio
Guaribas, devido a diminuição do seu nível. Conclui-se que a análise do relevo é
importante na definição da fragilidade do meio ambiente e no estabelecimento de
legislação para sua ocupação e proteção.
MATERIAL EMÉTODOS
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A respeito das técnicas empregadas, estas se deram em duas etapas: a primeira etapa
correspondeu à pesquisa bibliográfica em livros, artigos científicos e outras fontes
adquiridas em websites e grupos de pesquisas, referentes a estudos sobre bacias
hidrográficas, com o intuito de subsidiar as análises das informações pertinentes sobre os
parâmetros físicos, naturais, e de uso e ocupação na bacia hidrográfica do rio Guaribas.
A segunda etapa consistiu na confecção do mapeamento cartográfico acerca da
localização geográfica, e dos condicionantes naturais que correspondem à geologia,
hidrografia, presentes na bacia hidrográfica do rio Guaribas. Sendo esse mapeamento
desenvolvido através da aplicação de técnicas de geoprocessamento, por meio das
ferramentas de SIG, que correspondem aos softwares Arcgis 9.3 e o Global Mapper 10.
Para o nível de caracterização geral, realizou-se a delimitação da Bacia Hidrográfica
do Guaribas, utilizando-se mapas do Estado do Piauí, encontrados no Plano de ação para
o Desenvolvimento Integrado da bacia do Parnaíba (PLANAP), onde os municípios que
fazem parte do território do Vale do Guaribas, são denominados de aglomerados: AG 12,
AG13, AG14 e AG26. Sendo que nessa parte é feito uma caracterização geral da área da
bacia, num enfoque descritivo.
Com relação à drenagem do rio Guaribas, os tipos de drenagem, o perfil
longitudinal e os processos fluviais que ocorrem no mesmo, foram feitos a partir do uso
das cartas disponibilizadas pelo Departamento de Serviço Geográfico do Exército – DSG,
na escala de 1:100.000, sendo que as curvas de nível obedecem intervalos de 40m.
RESULTADOS E DISCUSÃO.
A cidade de Picos assenta-se no vale do rio Guaribas, que não possui um leito fixo
e cuja ocupação da área é muito intensa, principalmente nas partes mais baixas e nas
encostas, onde a retirada da vegetação acelera o processo da erosão, com a instalação de
ravinas o que provoca o empobrecimento do solo. A Figura 1 demonstra o processo de
ocupação das margens do Guaribas.
Em relação aos aspectos do ambiente geológico da referida bacia pode-se destacar:
que formação geológica do Vale do rio Guaribas é composta pelo afloramento das
seguintes formações: Embasamento cristalino composto por um complexo de rochas
(gnaisses, granitos, migmáticos ,xistos, etc.); Formação Serra Grande constituída
principalmente de arenitos grosseiros e médios, conglomeráticos e conglomerados em
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vários níveis; Formação Pimenteiras sobreposta a formação Serra Grande é constituída
por uma sequência litológica representada por uma alternância de níveis de folhelhos e
siltitos, intercalados subordinadamente por finos níveis de arenitos de granulação muito
fina a siltosa de cores bastantes variadas, com predominância de vermelho e cinza escuro,
micáceos com nódulos e leitos de oólitospiritosos e intercalações de arenitos e siltitos,
finos comuns na parte superior da formação; Formação cabeças composta de arenitos
médios a grosseiros, ás vezes conglomeráticos e micáceos de cores claras, cremes e
róseas (PLANAP, 2006).
Figura 1 – Processo de ocupação nas margens do rio Guaribas. Fonte: PIAUÍ (2010).
O relevo do território onde está localizado a bacia do rio Guaribas é suave ondulado
constituído por serras, serrotes e inselbergs. Apresentando altitudes modestas, com uma
disposição para o sentido norte-sul canalizando os ventos alísios. Esses corredores de
vento dificultam a ocorrência de chuvas na região, (PLANAP, 2006).
Em relação a cobertura vegetal a região de Picos é quase todo constituída por
caatingas, encontra-se o campo cerrado em pequena área a noroeste, revestindo o platô
mais dissecado. O fato de apresentar agricultura bastante intensa ocasiona a degradação
da caatinga, tornando-se difícil a regeneração natural. Na sede do município, além dos
solos Neossolos litólicos, ocorre também o tipo “Argissolos Vermelho-Amarelo
Equivalente Eutrófico e Latossolo Vermelho-Amarelo textura média”. São solos
profundos e fortemente drenados, com fertilidade natural, variando de alta à média.
Nestes últimos anos, a cobertura vegetal apresenta-se idêntica a dos Solos Neossolos
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litólicos, porém muito arrasada pelo uso agrícola, sobretudo no vale dos rios Guaribas e
São João.
Com relação à drenagem da bacia do rio Guaribas também se pode destacar os
seguintes aspectos: Em relação aos tipos de drenagem encontradas na bacia do rio
Guaribas podemos destacar o padrão de drenagem do tipo paralela. O rio guaribas na sua
direção norte-sul, na cota de 200 metros, apresenta um canal meandrante, sendo que o
mesmo adquire essa feição por atravessar relevos planos, onde a pequena velocidade de
escoamento das águas torna os desvios mais acentuados.
Segundo Fonseca (1993), a bacia do Rio Guaribas (seus riachos, afluentes, lagoas,
várzeas e baixões), desde que se tem notícia se constitui fator determinante da
implantação e do desenvolvimento da agricultura em Picos. Pois as inundações que
ocorriam em seu leito tornavam o mesmo fértil e muito utilizado para plantação de
hortaliças. Entretanto, por diversas vezes na história, aconteceram grandes e destruidoras
enchentes (1960) cujos efeitos se faziam danosos, a partir da enchente de 1960, a
população começou a reivindicar por soluções. Sendo que a primeira solução, foi à
construção de um canal opcional por onde o leito do rio seria desviado da cidade. E a
segunda solução foi à construção de uma barragem em Bocaína, que ocasionou a
diminuição das atividades agrícolas desenvolvidas nas margens do Guaribas.
CONCLUSÃO
Este trabalho objetivou apresentar uma caracterização dos aspectos ligados ao
relevo e a hidrografia da Bacia Hidrográfica do rio Guaribas, em seu ambiente natural.
Apesar de esta localizada numa região de clima semiárido, portanto, crítica
considerando a disponibilidade de água o Guaribas possui um regime de escoamento
permanente. Sendo que na cidade de Picos, no período chuvoso, o mesmo transborda
ocasionando inundações nas regiões ribeirinhas.
O rio Guaribas era muito importante para o processo de agricultura que ocorre em
suas margens (as vazantes) na região de Picos. Com a intensa ocupação da área das
margens do rio Guaribas observada na cidade de Picos (onde o mesmo a corta no sentido
Leste-Oeste), principalmente nas partes mais baixas e nas encostas, onde ocorre à retirada
da vegetação, observa-se um aumento no processo de erosão, com a instalação de ravinas,
que provocam a lixiviação do solo e seu consequente empobrecimento.
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Na região de Picos, as formas de relevo características, são as superfícies Tabulares
e os Vales, que em consequência da atuação dos processos de dissecação, apresentam
modelados em formas de mesas, ravinas e vales encaixados. Diante do exposto é
importante se ressaltar a importância do estudo do trabalho dos rios no processo de
esculturação do relevo.
REFERÊNCIAS
FONSECA, G. G.; NOBREGA, Fábio Coelho. Variabilidade climática e Planejamento da ação
governamental no nordeste semiárido – Avaliação da seca de 1993. Teresina-PI: IICA (Instituto
Interamericano de Cooperação para a Agricultura), nov. 1993.
Plano de ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba, PLANAP: síntese executiva:
Território Vale do Guaribas/ CODEVASF. V.6. Brasília-DF: TODA Desenhos e Artes Ltda,2006.
PIAUÍ. Disponível em http: www.picos.pi.gov.br/secretaria.asp. Acesso em 20 de out. 2010.
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CARACTERIZAÇÃO DAS FORMAS DO RELEVO POR MEIO DA
ANÁLISE DE MODELAGEM 3D DA BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIACHO RIACHÃO - MÉDIO PARNAÍBA PIAUÍENSE
Marco Aurélio da Silva Lira Filho ¹
1 Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Piauí, [email protected]
Palavras-Chave: Geomorfologia. SIG. Bacia Hidrográfica.
INTRODUÇÃO
As representações do espaço geográfico possuem uma grande importância cultural,
já que são produtos do saber humano, possuindo certa complexidade, tendo em vista que
é um desafio representar, delimitar ou simbolizar a realidade geográfica. E assim como é
difícil a elaboração de mapeamentos e de modelos, a leitura e a interpretação destes,
também exige do leitor a sensibilidade para a sua interpretação e análise.
Segundo Cristofoletti (1999) um modelo pode ser compreendido como uma
representação reducionista de um aspecto do mundo real que seja de interesse ao
pesquisador e que além da generalização da realidade, possibilite também prever
transformações e sua evolução no tempo.
Assim o presente trabalho visa caracterizar as formas do relevo predominantes na
bacia hidrográfica do riacho Riachão, por meio da análise de modelos tridimensionais
obtidos através de SIG (Sistema de Informação Geográfica). A bacia hidrográfica em
estudo é uma sub-bacia da bacia hidrográfica do rio Parnaíba e apresenta uma área de
aproximadamente 145,32km² com um perímetro de aproximadamente 102,89km, sendo
inserida no grupo das bacias hidrográficas difusas do médio Parnaíba piauiense,
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abrangendo os territórios dos municípios de Amarante (PI), Angical (PI) e Palmeiras (PI)
(ver Figura 1).
Figura 1 – Mapa de Localização Geográfica
MATERIAL E MÉTODOS
A respeito dos procedimentos e técnicas empregadas, estas se deram em três etapas.
A primeira corresponde à pesquisa bibliográfica para subsidiar as análises das
informações pertinentes sobre os parâmetros físicos e naturais na bacia hidrográfica do
riacho Riachão. A segunda etapa consistiu na coleta de dados geoespaciais vetoriais e
matriciais (raster) dos condicionantes naturais que correspondem aos aspectos
geomorfológicos, hidrográficos e de vegetação, presentes na região de domínio da bacia
hidrográfica do riacho Riachão.
A terceira etapa corresponde na manipulação e análise dos dados geoespaciais, na
construção do material cartográfico e do modelo 3D através de técnicas de
geoprocessamento e sensoriamento remoto por meio de SIG. Utilizou-se o pluguin
TerraHidro do SIG TerraView para a delimitação espacial, extração automática da rede
de drenagem e outros dados morfométricos sendo obtidos por meio de imagens de radar
do projeto SRTM (Radar Shuttle Missão Topográfica) com resolução espacial de 30m
obtidos em INPE (2011). O MDT (Modelo Digital de Terreno) tridimensional foi
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construído por meio do complemento Qgis2theejs do SIG Qgis 2.2.0 sendo aplicado um
exagero vertical de 1.5.
No Spring 5.6 foi realizado o recorte dos planos de informação por meio de
máscara (shapefile da área de influência) nas bandas 4,5 e 6 com orbita/ponto 219/064 e
passagem do satélite no dia 17/10/2014 referentes ao sensor OLI (Operacional Terra
Imager) do satélite Landsat 8. Optou-se pela composição colorida em falsa–cor das
bandas (4B5G6R), sendo realizado um contraste linear e fusionada com a banda
pancromática. A sobreposição da imagem sintética gerada no ambiente do Spring 5.6
sobre o MDT possibilitou uma melhor caracterização das morfoesculturas presentes no
relevo da referente bacia hidrográfica e outros elementos da paisagem.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise visual do modelo 3D evidencia processos de dissecação do relevo
decorrentes do desenvolvimento da rede de drenagem. Estes processos isolam pequenos
planaltos tabulares com cotas altimétricas superiores a 300m apresentando vertentes com
declives acentuados, sendo denominados por Lima (1987) de morros testemunhos do tipo
mesa, que podem estar agrupados ou estar distribuídos com grandes espaçamentos,
possibilitando a formação de vales coluviais e aluviais (ver Figura 2).
Figura 2 – Morros Testemunhos do Tipo Mesa
O modelo 3D relevou uma simetria linear entre os morros testemunhos do tipo mesa
que configuram nos interflúvios da rede de drenagem que possui um padrão de drenagem
sub-paralelo. Esta fisionomia sugere a existência de controles estruturais geológicos, pois
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22
como aponta Lira Filho (2014) as características geológico-geomorfológicas da região
estão condicionadas à influência de falhas e fraturamentos locais associados à zona de
influência das falhas geológicas normais denominadas de São Francisco e do Descanso,
que permitiram a existência de fortes controles estruturais geológicos e uma diversa
fisionomia de paisagens.
Além dos morros testemunhos do tipo mesa, vales coluviais e aluviais, outras
formas de relevo locais podem ser encontradas na bacia hidrográfica do riacho Riachão,
como as áreas de acumulação sedimentar inundáveis (ver Figura 3). Segundo Lima (1987)
os grandes cursos hídricos superficiais nessa região, apresentam fluxo torrencial,
inundando periodicamente áreas superiores ao seu leito-maior, principalmente no baixo
curso dos canais fluviais, sobretudo nas proximidades da foz, onde o fluxo hídrico é
represado pelo rio Parnaíba, em períodos de cheia.
Figura 3 – Áreas de acumulação sedimentar inundáveis
CONCLUSÃO
Embora seja uma aproximação reducionista da realidade geográfica do sistema
geomorfológico em estudo, o modelo 3D gerado se mostrou eficiente na modelagem das
macroformas do relevo da bacia hidrográfica do riacho Riachão e possibilitou identificar
os principais processos que modelam a fisionomia e configuram as características
estruturais do relevo presentes na área de domínio da bacia hidrográfica.
A modelagem 3D gerada com base em dados disponíveis gratuitamente e
modelados em softwares livres de SIG, apresenta grande importância para análise de
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elementos do espaço geográfico, pois além de facilitar na compreensão das relações
espaciais entre os elementos e fenômenos, as soluções implementadas baseadas em
software livre representaram uma redução considerável nos custos permitindo que sejam
executadas por diversos profissionais, atentando para as devidas finalidades e
considerando as limitações da base de dados, da escala dos fenômenos e de hardware.
REFERÊNCIAS
CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem de sistemas ambientais. São Paulo: Edgard Blücher, 1999. 236p.
INPE, Topodata: banco de dados geomorfométricos do Brasil. 2011. Disponível em:
http://www.dsr.inpe.br/topodata/. Acesso em: 25 Set. 2014.
LIMA, I. M. M. Relevo piauiense: uma proposta de classificação. Carta Cepro. Teresina, v.2, n. 2, 55 – 84
p, agos./dez. 1987.
LIRA FILHO, M. A. Tectônica paleo-mesozóica e suas implicações geológico-geomorfológicas nas
paisagens da bacia hidrográfica do rio Mulato Piauí\Brasil. Anais de eventos. Disponível em:
http://www.cartografia.org.br/cbc/trabalhos/1/172/CT01-1_1404134676.pdf/ . Acesso em 23 Set.2014.
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CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DA AMÉRICA DO SUL, DO
BRASIL E DO ESTADO DO PIAUÍ
Amanda Alves Dias1; Camila Soares de Sousa2; Francisco Anderson de Oliveira
Daniel3; Karoline Veloso Ribeiro4; Janaira Marques Leal5; Lucas Portela Fontenel6;
Cláudia Maria Sabóia de Aquino7
UFPI, [email protected]; UFPI, [email protected]; UFPI,
[email protected]; UFPI, [email protected]; UFPI,
[email protected]; UFPI, [email protected]; [email protected].
Palavras-Chave: Geologia. América do Sul. Brasil. Piauí.
INTRODUÇÃO
A geologia é a ciência que estuda origem, a constituição e a evolução natural do
planeta Terra. Este formado por várias camadas que apresentam composição e
temperaturas diferentes, variando da superfície, que é a camada mais externa da Terra
(Litosfera), constituído por minerais e rochas sólidas, que são formadas através de vários
processos complexos, dando origem às rochas conhecidas por nós e também no fundo dos
oceanos e mares (ARAÚJO, 2006).
Assim, observa-se que um dos ramos da geologia, é abordar as grandes estruturas
do globo, sendo estas os escudos cristalinos, as bacias sedimentares e os dobramentos
modernos. Portanto, a partir da importância do conhecimento geológico, analisamos as
grandes estruturas geológicas em âmbito global, sul americano e nacional, com o intuito
de melhor caracterizar os aspectos geológicos do Estado do Piauí, evidenciando a bacia
sedimentar do Parnaíba. Fato este que justifica a relevância do presente trabalho.
MATERIAL E MÉTODOS
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No decorrer da pesquisa foram realizados levantamento bibliográficos a partir da
análise de livros, bem como visitas em sites e, principalmente, levantamento de fotos,
imagens e vídeo para melhor representar e abordar o assunto de forma mais didática.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo Ross (2008), o relevo terrestre é fruto da atuação de duas forças opostas
- as endógenas, que são geradoras das formas estruturais do relevo e as exógenas, que são
responsáveis pelas formas esculturais. As macroformas formas estruturais do relevo
terrestre estão representadas pelas plataformas rebaixadas ou crátons, pelas cadeias
orogênicas e pelas bacias sedimentares (Figura 1). Estas remontam a diferentes eras
geológicas conforme Figura 2.
Figura 1 – Estruturas da América do Sul
Fonte: Bizzi et al. (2003)
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Figura 2 – Distribuição das eras geológicas no território brasileiro, nas diferentes
Estruturas geológicas. Fonte: Bizzi et al. (2003)
O território brasileiro é formado por estruturas geológicas antigas. Com exceção
das bacias de sedimentação recente, como a do Pantanal mato-grossense, parte ocidental
da bacia amazônica e trechos do litoral nordeste e sul, que são do Terciário e do
Quaternário (Cenozóico), o restante das áreas tem idades geológicas que vão do
Paleozoico ao Mesozoico, para as grandes bacias sedimentares, e ao Pré-cambriano
(Arqueano-Proterozoico), para os terrenos cristalinos (Figura 2).
As Áreas Cratônicas, correspondem aos terrenos mais antigos e arrasados por
muitas fases de erosão. Constituem-se numa grande complexidade litológica,
prevalecendo às rochas metamórficas muito antigas (Pré-cambriano Médio a Inferior,
com 2 a 4,5 bilhões de anos). São três áreas de plataforma de crátons: a plataforma das
Guiana, a plataforma ou Cráton sul amazônica e a plataforma do São Francisco.
As Áreas de Dobramentos Antigos, ou os cinturões orogênicos existentes no
território brasileiro são muito antigos, e são de diversas idades ao longo do Précambriano. Esses cinturões são o do Atlântico, de Brasília e o Paraguai- Araguaia. O
cinturão orogênico do Atlântico estende-se desde a parte oriental da região Nordeste até
o sudeste do Estado do Rio Grande do Sul.
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27
As Bacias Sedimentares constituem a terceira estrutura que ocorre no território
brasileiro, abrange pelo menos 58% do país. Possui três grandes bacias: Amazônica, do
Parnaíba ou Maranhão e do Paraná. A bacia do Parnaíba ou Maranhão- Piauí, inserida na
província Parnaíba (Figura 3) foco desse trabalho, localiza-se no Nordeste Brasileiro,
abrangendo os estados do Maranhão e do Piauí, possui uma área total de cerca de 600.00
km2. Na área piauiense tem aproximadamente 209.000 km2, representado 35% de toda a
bacia sedimentar e aproximadamente 84% do território Piauiense.
Pode-se dividir o estado do Piauí em duas grandes províncias geológicas (GOÉS,
1995). A primeira abrangendo 80% do estado é formada por terrenos sedimentares que
fazem parte da bacia paleozoica do Piauí – Maranhão. Os 20 % restantes integram a outra
província constituída por terrenos metamórficos de idade pré-cambriana que ocupam uma
estreita faixa em arco, a SI (Depressão Interna) e SE (Depressão Externa) do estado,
estende-se aos estados do Ceará, Pernambuco e Bahia.
Figura 3 – Província Estrutural do Parnaíba. Fonte: Bizzi et al. (2003).
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A formação dessa bacia sedimentar ocorreu durante o paleozoico resultado de
incursões marinhas provenientes do pacífico, posteriormente resultou do desgaste dos
escudos cristalinos circunvizinhos. Esses escudos passaram a sofrer intensas erosões
através das chuvas, ventos e rios antigos, transportando e depositando sedimento nas
depressões onde existiam grandes marés entre os escudos. Esses depósitos originaram as
rochas sedimentares que foram sendo empilhadas umas sobre as outras ocasionando
subsidência do centro e consequentemente o soerguimento das bordas. Daí a bacia
sedimentar do Maranhão – Piauí ser denominada: Bacia de Subsidência (FUNDAÇÃO
CEPRO 1990).
As posições das formações geológicas que formam a bacia sedimentar do
Maranhão-Piauí podem ser observadas na Figura 5. Além destes grupos e formações,
outros afloramentos aparecem no Piauí. São os depósitos aluviais, as dunas e os basaltos
(GÓES, 1974).
Figura 5 – Posições das formações geológicas que formam a bacia sedimentar do
Maranhão-Piauí. Fonte: Araújo et al. (2006).
As unidades estratigráficas da Bacia MA – PI, vão desde o Paleozoico inferir
(siluriano) até ao Mesozoico superior (cretáceo). O Paleozoico configurado pelas
formações Serra Grande, Pimenteiras, Cabeças, Longá, Piauí, Pedra do Fogo, aflora nas
margens da bacia e nas calhas dos rios principais, enquanto o Mesozoico, configurado
pelas formações Sambaíba, Orozimbo e Itapecuru, que recobre discordantemente todas
as unidades mais antigas (Figura 4).
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Figura 4 – Base Geológica do Piauí. Fonte: Lima (2006).
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CONCLUSÃO
Assim, a partir dos conteúdos abordados acerca da geologia, procurou-se tratar
dentro de uma perspectiva global, sul-americana, brasileira e piauiense, destaca-se que o
conhecimento da estrutura geológica do território brasileiro, bem como do território
piauiense é fundamental importância para se compreender o modelado da superfície do
país, para que se possa atuar racionalmente sobre ele, através de um planejamento
adequado valorizando tanto suas riquezas minerais e energéticas, quanto auxiliando na
sua conservação, evitando assim processos erosivos prejudiciais à economia e ao meio
ambiente.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, José Luís Lopes. Atlas Escolar do Piauí: Espaço Geo-História e Cultura. João Pessoa, PB:
Editora Grafset, 2006.
BATISTA, João Gabriel. Geografia Física do Piauí. Teresina: COMEPI, 1975.
Bizzi L.A., Schobbenhaus C., Vidotti R.M., Gonçalves J.H. (Eds.) 2003. Geologia tectônica e recursos
minerais do Brasil: texto, mapas & SIG. CPRM, Brasília, 673p.
CPRM. Mapa Geológico do Estado do Piauí. Disponível em: http:cprm.gov.br> acesso em: 25 nov. 2011
FUNDAÇÃO CEPRO. Atlas do Piauí. Rio de Janeiro: IBGE, 1990.
GÓES, A. M., FEIJÓ, F. J. Bacia do Parnaíba. Boletim de Geociências da PETROBRAS, Rio de Janeiro,
8(1): 57-67. 1994.
LIMA, I. M. de M. F. Mapa da Base Geológica do Piauí. In: ARAUJO, JOSÉ Luís Lopes. Atlas Escolar
do Piauí: Espaço Geo-História e Cultura. João Pessoa, PB: Editora Grafset, 2006.
ROSS, Jurandyr L. Sanches. Geografia do Brasil. 5 ed. Ver. E ampl., 1. Reimpr. -São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 2008.
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CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA E CLASSES DE ARIDEZ EM
CASTELO DO PIAUÍ E JUAZEIRO DO PIAUÍ, NORDESTE,
BRASIL
Francílio de Amorim dos Santos1; Cláudia Maria Sabóia de Aquino2
1
Instituto Federal do Piauí / Campus Piripiri. E-mail: [email protected];
2
Universidade Federal do Piauí. E-mail: [email protected].
Palavras-Chave: Clima. Castelo do Piauí. Classes de Aridez.
INTRODUÇÃO
As Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD) possuem Índice de Aridez (IA) entre
0,21 a 0,65 e índices de evapotranspiração superiores aos de precipitação, gerando déficit
hídrico (BRASIL, 2004). O presente estudo propôs-se a identificar o clima, através do
Índice Efetivo de Umidade (IM), e as classes de aridez dos municípios de Castelo do Piauí
e Juazeiro do Piauí, utilizando-se dos dados de precipitações das séries anuais obtidas
através da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e empregados
em metodologia de Thornthwaite (1955).
Castelo do Piauí e Juazeiro do Piauí localizam-se no Território de Desenvolvimento
dos Carnaubais e 6º Aglomerado de Municípios (AGM) (PIAUÍ, 2006). O primeiro
município tem área de 2.237,08 km2 e sua sede localiza-se às Coordenadas Geográficas:
05º19’19” S e 41º33’10” O. Por sua vez, Juazeiro do Piauí possui área de 838,49 km2 e
sua sede municipal situa-se às Coordenadas Geográficas de 05º10’19” S e 41º42’10” (Ver
Figura 1) (AGUIAR e GOMES, 2004a; 2004b).
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Figura 1 – Localização de Castelo do Piauí e de Juazeiro do Piauí. Fonte: CPRM (2006).
MATERIAL E MÉTODOS
O clima é um importante elemento do meio ambiente e é determinado pela
circulação geral atmosférica (FERREIRA; MELLO, 2005). A análise do clima da área de
estudo baseou-se nos dados de precipitações das séries anuais obtidas na SUDENE (1990)
e empregados em metodologia de Thornthwaite (THORNTHWAITE & MATHER,
1955). As falhas nas séries, anos de 1963 a 1985, foram corrigidas através do Método de
Ponderação Regional proposto por Tucci (1993), para os treze postos pluviométricos
situados no interior e no entorno dos municípios de Castelo do Piauí e Juazeiro do Piauí.
Segundo Thornthwaite & Mather (1955), a Equação 1 é utilizada para mensurar a
quantidade de umidade em uma referida área, através do Índice Efetivo de Umidade (IM).
IM = [(EXC – DEF) x 100] / EP
(Equação 1)
Onde:
EXC = é o Excedente Hídrico Anual;
DEF = é o Déficit Hídrico Anual;
EP = é a Evapotranspiração Potencial Anual.
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33
O IA é resultado do quociente entre a Precipitação Média Anual e a
Evapotranspiração Potencial Anual. Para classificação do grau de aridez de Castelo do
Piauí e Juazeiro do Piauí foram delimitadas 4 classes, observando-se os respectivos
intervalos de IA (Ver Tabela 1). Para classificação climática dos referidos municípios, foi
considerado o IM, segundo Thornthwaite & Mather (1955), como é representado na
Tabela 2.
Tabela 1 – Intervalos do Índice de Aridez (IA) com respectivas classes correspondentes
a cada intervalo. Fonte: Santos (Org.), 2014.
Intervalos de IA
Classe atribuída
IA > 0,81
Muito Baixa
0,71 < IA < 0,80
Baixa
0,61 < IA < 0,70
Moderada
IA < 0,60
Alta
Tabela 2. Classificação dos climas, segundo o Índice Efetivo de Umidade, de Castelo do
Piauí e Juazeiro do Piauí. Fonte: Thornthwaite & Mather (1955).
Tipos climáticos
Úmidos
Secos
Índice Efetivo de Umidade (IM)
Superúmido
> 100
Úmidos
20 a 100
Subúmido úmido
0 a 20
Subúmido seco
0 a -33,3
Semiárido
-33,3 a -66,6
Árido
< -66,6
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Índice Efetivo de Umidade (IM) relaciona valores de Evapotranspiração
Potencial, Excedente e Déficit Hídrico. A Figura 2 permite afirmar que 64,7% do
território castelense e juazeirense apresentam clima Subúmido Seco, enquanto que em
28,6% da área o clima é do tipo Subúmido Úmido e 6,7% do tipo Semiárido. O Índice de
Aridez diz respeito ao quociente entre a Precipitação Média Anual e a Evapotranspiração
Potencial (UNEP, 1991). Castelo do Piauí e Juazeiro do Piauí apresentam 60% de suas
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áreas enquadradas entre 0,71 a 0,80, classe baixa; enquanto que 28,6% da área situa-se
entre 0,61 a 0,70, classe moderada (Ver Figura 2).
Figura 2 – Índice Efetivo de Umidade (IM) e Índice de Aridez (IA) de Castelo do Piauí
e de Juazeiro do Piauí. Fonte: SUDENE (1990).
CONCLUSÃO
O Índice Efetivo de Umidade apresentou 61,5% de valores negativos, entre -10,0
a -46,8, característicos de subúmido seco e semiárido, portanto, enquadrados como
suscetíveis à desertificação. No que diz respeito ao Índice de Aridez, 46,1% dos postos
apresentaram valores situados entre 0,51 a 0,65. Portanto, pode-se afirmar que parte da
área dos municípios estudados apresenta vulnerabilidade climática natural à
desertificação. Em suma, é essencial que ao desenvolver-se atividades agropecuárias nas
áreas estudas seja observada a capacidade de suporte das mesmas. Os condicionantes
climáticos demandam integração com outros elementos naturais, como as características
dos solos, a geomorfologia, o estado da cobertura vegetal, etc., para que se possa fazer
um diagnóstico mais acurado do ambiente.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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REFERÊNCIAS
AGUIAR, Robério Bôto de [e] GOMES, José Roberto de Carvalho (Org.). Projeto cadastro de fontes de
abastecimento por água subterrânea, estado do Piauí: diagnóstico do município de Castelo do Piauí. –
Fortaleza: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 2004a.
__________. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea, estado do Piauí:
diagnóstico do município de Juazeiro do Piauí. – Fortaleza: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 2004b.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos. Programa de Ação Nacional
de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca PAN-Brasil. Brasília: MMA. 2004.
CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. Ministério de Minas e Energia. Mapas estaduais
de Geodiversidade: Piauí. Rio de Janeiro: CPRM. 2006. Documento cartográfico em arquivo vetorial.
Disponível em http://geobank.sa.cprm.gov.br. Acesso em janeiro de 2014.
FERREIRA, Antonio Geraldo; MELLO, Namir Giovanni da Silva. Principais sistemas atmosféricos
atuantes sobre a região Nordeste do Brasil e a influência dos Oceanos Pacífico e Atlântico no clima
da região. Revista Brasileira de Climatologia, Vol. 1, Nº 1, p.15-28. Dezembro de 2005.
PIAUÍ. Gabinete do Governador. Palácio de Karnak. Projeto de Lei Complementar nº 004, de 14 de
fevereiro de 2006. Estabelece o Planejamento Participativo Territorial para o Desenvolvimento Sustentável
do estado do Piauí e dá outras providências.
SUDENE. Dados Pluviométricos Mensais do Nordeste: Estado do Piauí. Recife, 1990.
THORNTHWAITE, C. W & MATHER, J. R.The Water Balance - Publications in Climatology. New
Jersey: Centerton, v. VIII, nº 1, 1955.
TUCCI, C. E. M. Hidrologia: ciência e aplicação. Porto Alegre: Eds. da UFRGS e da USP, 1993. (Coleção
ABRH de Recursos Hídricos, v. 4). 952.p.
UNEP. Status of desertification and implementation of the United Nations Plan of Action to Combat
Desertification. Nairóbi, 1991.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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CLIMA URBANO, ESPAÇOS ABERTOS E CONFORTO TÉRMICO
NA CIDADE DE TERESINA-PI: PRAÇA JOÃO LUIS FERREIRA E
PRAÇA DA INTEGRAÇÃO
José de Sousa Rosa Neto¹; João Victor Alves Amorim²; Lucas Almeida Monte³;
Marsone Araújo Cunha4
¹ UFPI, [email protected]; ² UFPI; ³ UFPI; 4Mestrando PPGGEO-UFPI.
Palavras-Chave: Clima. Teresina. Conforto Térmico.
INTRODUÇÃO
Conforme o passar do tempo às novas tecnologias vão surgindo, colaborando com
o desenvolvimento das ciências em geral, bem como a urbanização e industrialização dos
diferentes países do globo. Feitosa (2010) afirma de forma sucinta que as transformações
decorrentes do processo de crescimento da população e da expansão urbana causam
impactos no ambiente e são intensificadas pelas constantes mudanças do espaço, gerando
desiquilíbrio na natureza e nas interações atmosfera-Terra. O novo espaço construído, e
constantemente modificado pelas diferentes formas de ocupação do solo, cria condições
peculiares no clima, formando diferentes microclimas.
Adequando essa questão à realidade da cidade de Teresina- PI, que teve seu
processo de urbanização intensificado nos anos de 1990, podemos notar modificações em
sua superfície de maneira negativa, decorrente da ocupação do solo de maneira
inadequada, uma vez que os projetos urbanos não atendem, de forma satisfatória, a
necessidade de conservação das terras. A partir de então, o comportamento dos elementos
climáticos foi alterado, passando a população a sentir os efeitos principais na temperatura
do ar, cujo aumento repercute em mais calor na cidade (FEITOSA, 2010).
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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Partindo dessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo analisar e
estabelecer um comparativo entre os microclimas de duas praças da cidade de TeresinaPI levando em consideração os fatores climáticos que as influenciam.
MATERIAL E MÉTODOS
O seguinte trabalho foi sistematizado partindo de revisões bibliográficas em um
primeiro momento, bem como pesquisa de campo realizada no dia 19 de Julho de 2014.
A pesquisa em questão consistiu na coleta de dados, gerando subsídios para a confecção
dos gráficos de análise rítmica. Para essa pesquisa foi utilizado o aparelho termo
higrômetro anemômetro com luxímetro. A pesquisa deu-se em duas localidades da capital
piauiense, a primeira na zona central, a Praça João Luís Ferreira, e a segunda na zona sul,
a Praça da Integração, localizada no bairro Parque Piauí.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base na observação das Figuras 1 e 2 percebe-se de que forma os elementos
naturais e antrópicos interferem na temperatura dos locais escolhidos para mensuração e
coleta dos dados.
Figura 1 – Temperatura do ar atmosférico nos locais de pesquisa. Fonte: Pesquisa direta,
2014.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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Figura 2 – Umidade relativa do ar atmosférico nos locais de pesquisa. Fonte: Pesquisa
direta, 2014.
Na análise do Gráfico 1 percebe-se que a Praça da Integração, em comparação com
a Praça João Luís Ferreira, apresentou menor temperatura em quase todos os horários de
mensuração. No horário das 18h percebe-se que a Praça da Integração apresentou
temperatura maior que a outra praça. Isto é explicado quando utiliza-se do aspecto social,
uma vez que neste horário há um maior fluxo de pessoas na primeira praça mencionada.
Nos demais horários, a Praça João Luís Ferreira apresentou maiores temperaturas. No
tocante à umidade relativa do ar nota-se um equilíbrio entre as porcentagens de umidade
coletadas nos dois locais de pesquisa (Gráfico 2).
Em continuidade à coleta de dados, a presente pesquisa analisou a dinâmica dos
ventos nas duas praças. Os pesquisadores analisaram o vento em dois momentos, sendo
coletados em instante e rajadas. As Figuras 3 e 4 abaixo ilustram os resultados obtidos.
Figura 3 – Velocidade dos ventos (m/s) nas áreas pesquisadas (instante). Fonte: Pesquisa
direta, 2014.
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Figura 4 - Velocidade dos ventos (m/s) nas áreas pesquisadas (rajadas). Fonte: Pesquisa
direta, 2014.
Na Praça João Luís Ferreira houve uma maior incidência de ventos. Diferente desta,
a Praça da Integração apresentou velocidade do vento inferior. É importante destacar que
a praça localizada na zona sul de Teresina possui um espaço mais aberto, não possuindo
prédios no seu entorno, fato este que subsidiaria uma maior circulação dos ventos.
É notável o contraste urbanístico com a outra localidade de estudo e a presença dos
espaços abertos. As imagens a seguir (Figuras 5 e 6) ilustram o cenário das mensurações
na Praça da Integração e Praça João Luís Ferreira. Com base nessas figuras, percebe-se a
presença dos elementos que influenciam no clima local.
Figura 5 - Praça da Integração, bairro Parque Piauí, zona sul. Fonte: Pesquisa direta, 2014.
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No caso da praça da integração, nota-se uma urbanização menos acentuada, com
incidência de vegetação relativamente considerável na praça, elementos estes que
contribuem para uma redução na temperatura local. Na Praça João Luís Ferreira, nota-se
uma maior quantidade de elementos que interferem no microclima deste local. É notável
uma urbanização mais acentuada, além de haver uma redução de vegetação no entorno.
Figura 6 - Praça João Luís Ferreira, área central. Fonte: Pesquisa direta, 2014.
CONCLUSÃO
A urbanização exacerbada acarreta consequências no clima (aumento da
temperatura, diminuição da umidade entre outros efeitos) que foram apresentados na
presente pesquisa. Finaliza-se pontuando que embora as áreas façam parte de uma mesma
região climática, cujo clima se caracteriza de acordo com a classificação de Koppen como
AW, Clima tropical e chuvoso (megatérmico) de Savana com inverno seco e verão
chuvoso, os fatores que compõem essas duas localidades atuam de formas diferentes,
gerando contrastes que, em uma primeira analise, não são perceptíveis, porém existem e
necessitam de estudos apropriados, que futuramente contribuirão para um melhor
planejamento urbano.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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REFERÊNCIAS
AMORIM, João Victor Alves; VASCONCELOS, Juliane Ferreira; MONTE, Lucas Almeida. A
urbanização e microclimas na cidade de Teresina – PI: Avenida Frei Serafim e Parque Lagoas do
Norte. In: SIMPÓSIO MARANHENSE SOBRE MANEJO E CONSERVAÇÃO DOS SOLOS,
2, São Luís, MA, 2013. Anais... São Luís, MA, 2013. 1 CD-ROM.
FEITOSA, Sônia Maria Ribeiro. Alterações climáticas em Teresina – PI decorrentes da
urbanização e suspensão de áreas verdes. 112f 2010. Dissertação (Mestrado em
Desenvolvimento e Meio Ambiente). Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2010. Disponível
em:
<http://www.ufpi.br/subsiteFiles/mestambiente/arquivos/files/TEXTUAIS%20Cd_17%20ABRI
L%20PDF_3.pdf> Acesso em: 01 nov. 2014.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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CONDIÇÕES TÉRMICAS NAS PARADAS DE ÔNIBUS: O CASO
DE TERESINA - PI
Andréa Maciel Lima¹; Diana Silva Melo²; Francisco Otávio Mascarenhas de Menezes³ Marsone
Araújo Cunha4
Universidade Federal do Piauí¹²³4
[email protected] ¹.com; [email protected] ²;
[email protected] ³; [email protected] 4
Palavras-Chave: Clima. Teresina. Paradas de ônibus.
INTRODUÇÃO
O crescente processo de urbanização tem contribuído para visíveis alterações
climáticas, na cidade de Teresina. A urbanização favorece a pavimentação asfáltica, a
maior concentração de construções, que utilizam materiais pouco favoráveis às condições
térmicas da cidade. Ressalta-se que a urbanização culmina com a supressão vegetal.
Nesse sentido, a urbanização de Teresina traz características peculiares quanto suas
condições climáticas e oportuniza um campo de estudo importante para a climatologia
geográfica.
Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo diagnosticar a percepção dos
estudantes da Universidade Federal do Piauí em relação as condições térmicas nas
paradas de ônibus de Teresina- PI. Para isso, foi necessário examinar o tempo médio gasto
na espera dos ônibus, as condições estruturais e termodinâmica dos pontos de coleta e
identificar as palavras mais utilizadas na descrição das condições térmicas das paradas de
ônibus por parte dos estudantes. Foram escolhidas 4 paradas, que consideram a trajetória
da principal linha de ônibus utilizada pelos estudantes da Universidade federal do Piauí.
MATERIAL E MÉTODOS
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A metodologia contou com o aporte teórico pautado nos estudos sobre clima urbano
de Monteiro (1990 e 2003) e Mendonça (2007). Foi empregado também o trabalho de
Andrade (2000). O trabalho respalda-se também na aplicação de questionário estruturado
aplicado no dia 30 de junho de 2014, visando à aquisição de informações relacionadas à
percepção das condições térmicas das paradas de ônibus de Teresina por parte dos
usuários do transporte público. Para a aplicação do questionário, foi definido como
público alvo os estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Tendo em vista esse
critério, foram definidas como pontos de aplicação do questionário três das principais
paradas do trajeto da linha mais utilizada pelos estudantes para o acesso à UFPI (Linha
401 – Universidade – Frei Serafim – Avenida Maranhão). Dessa forma, as paradas
definidas situam-se na UFPI, na Avenida Nossa Senhora de Fátima e na Avenida Frei
Serafim. Os pontos de aplicação do questionário estão identificados nas Figuras 1 e nos
gráficos 3, 4 e 5.
Figura 1 – Mapa das paradas de ônibus de Teresina- PI definidas na pesquisa. Fonte:
Organizado por Francisco Otávio, 2014.
O questionário elaborado divide-se em três partes. A primeira parte dirige-se a
dados pessoais do estudante entrevistado (idade, sexo e local de residência), visando a
identificação do mesmo. A segunda parte contém questões de múltipla escolha referentes
à ligação dos usuários com o transporte público (frequência de uso e tempo gasto nas
paradas). Na terceira parte são dispostas questões dissertativas relacionadas à percepção
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das condições térmicas, a elaboração de propostas de melhoria e à interferência do aspecto
térmico no cotidiano dos entrevistados, sobre as quais foram selecionadas as palavras
mais utilizadas.
Os horários de aplicação do questionário foram definidos em função da maior
concentração de estudantes nos pontos de ônibus, denominados “horários de pico” que,
devido à aglomeração de pessoas se torna muito desconfortável. Em função disso, o
questionário foi aplicado às 08 horas da manhã, às 13 horas da tarde e ainda às 18 horas,
com três estudantes em cada horário por parada, totalizando 27 questionários. Foi
realizada a mensuração das condições de temperatura do ar, umidade relativa do ar e
velocidade do vento, para examinar as características microclimáticas dos locais
estudados, com a utilização de aparelho Termo-Higro-Anemômetro, nos três pontos
concomitantemente, a uma altura de 1,20 metros da superfície.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na análise da Figura 2, como mostra no gráfico 1, refere-se ao tempo gasto médio
nas paradas, constata-se que 44% dos entrevistados afirmam gastar entre 30 minutos e 1
hora nas paradas de ônibus, 37% afirmaram gastar entre 10 e 30 minutos em média, 4%
dos estudantes responderam menos de 10 minutos e 15% Mais de 1 hora. Os dados
permitem constatar a intensa ligação entre o tempo que o usuário de transporte coletivo
passa na espera do ônibus e o desconforto térmico. A falta de planejamento para com as
condições térmicas da parada de ônibus, e a duração da espera do ônibus foram elementos
essenciais para a constatação dos outros questionamentos sobre a descrição da condição
microclimática.
Gráfico 1 - Tempo Médio de Espera
nas Paradas
Entre 30 minutos e
uma hora
4%
Entre 10 e 30 minutos
15%
44%
37%
Mais de uma hora
Menos de 10 minutos
Figura 2 – Tempo médio de espera nas paradas. Fonte: Organizado por Francisco Otávio, 2014.
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45
Na Figura 3, como mostra o gráfico 2, ao analisar as palavras utilizadas pelos
entrevistados na descrição das condições microclimáticas vivenciadas diariamente, a
palavra mais citada foi “Quente”, citada 15 vezes, seguida por “Péssimas” (8 vezes), e
“Ruins” e “Desconfortáveis”, 7 vezes cada uma. As demais palavras empregadas na
descrição (“Precárias”, “Inexistência de Paradas” e Inadequadas”) foram citadas duas
vezes cada.
NÚMERO DE CITAÇÕES
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Gráfico 2 - Palavras Usadas na Descrição
Microclimática
15
8
7
7
6
2
2
2
PALAVRAS CITADAS
Figura 3 – Termos usados na descrição do microclima. Fonte: Organizado por Francisco
Otávio, 2014.
As palavras citadas podem ter seu emprego relacionados a temperatura como
mostra a análise das Figuras 4, 5 e 6 (como mostra os gráficos 3, 4 e 5). Tais gráficos
expressam as temperaturas elevadas, a alta umidade e ausência de circulação do vento,
características estas formadoras de tempos atmosféricos específicos em cada ponto de
coleta de dados e que influencia diariamente na qualidade de vida de muitos teresinenses.
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Gráfico 3– UFPI
0,6
80
70
0,5
0,5
60
0,4
50
TEMPERATURA (°C)
0,3
40
71,5
69,7
30
UMIDADE (%)
58
0,2
20
31,9
28,5
10
0
0
13:00
08:00
0,1
27,8
VELOCIDADE DO VENTO
(m/s)
0
0
18:00
Figura 4 – O Gráfico 3 mostra a Temperatura, umidade e velocidade do vento na Parada
da UFPI. Fonte: Organizado por Francisco Otávio, 2014.
Gráfico 4– Av. Nossa Senhora de Fátima
0,6
80
70
0,5
0,5
60
0,4
50
TEMPERATURA (°C)
40
0,3
73
UMIDADE (%)
20
10
0
62
61,5
30
37
28,4
0
08:00
0
13:00
31
0,2
0,1
VELOCIDADE DO VENTO
(m/s)
0
18:00
Figura 5 – O Gráfico 4 mostra a Temperatura, umidade e velocidade do vento na Parada
da Av. Nossa Senhora de Fátima. Fonte: Organizado por Francisco Otávio, 2014.
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Gráfico 5 – Avenida Frei Serafim
0,9
70
60
0,8
0,8
0,7
50
0,6
40
TEMPERATURA (°C)
0,5
0,4
63
30
49,5
39,5
20
31
10
55
32,7
08:00
13:00
0,3
0,2
VELOCIDADE DO VENTO
(m/s)
0,1
0,1
0
UMIDADE (%)
0
18:00
0
Figura 6 – O Gráfico 5 mostra a Temperatura, umidade e velocidade do vento na Parada
da Av. Frei Serafim. Fonte: Organizado por Francisco Otávio, 2014.
O índice menor de Temperatura na UFPI nos horários de 13 e 18 horas, tem uma
relação direta com a posição da parada em relação a incidência de raios solares e de existir
uma importante área arborizada próxima. Consequentemente a elevação das temperaturas
nos outros dois pontos de coleta tem ligação direta com a incidência da radiação solar e
terrestre, com a redução das áreas arborizadas e ainda com a presença de áreas
pavimentada que s favorecem o aumento considerável da temperatura. Os ventos em
todos os pontos e horários apesar de não ser totalmente ausente, tem uma velocidade
abaixo de 1 m/s uma característica que afeta ainda mais a condição térmica da cidade.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que as paradas de ônibus não são adequadas no que tange as
condições de conforto térmico. O desconforto térmico pode ser amenizado a partir da
associação de fatores, como a utilização de coberturas que protejam os usuários da
radiação direta, melhorias nas condições do abrigo, arborização nas proximidades
favorecendo o sombreamento, pontualidade e maior oferta de transporte coletivo
diminuindo o tempo de espera. Os estudos posteriores devem se basear nesses aspectos
quando da proposição de projetos de melhorias das condições térmicas da cidade de
Teresina e de suas paradas de ônibus.
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REFERÊNCIAS
ANDRADE, C. S. P. Representação do calor em Teresina, PI. Dissertação (Mestrado). Universidade
Federal do Pernambuco (UFPE). Recife, 2000.
MENDONÇA, F. & OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São
Paulo:Oficina de Textos, 2007, 206f.
MONTEIRO, C.A.F. Adentrar a cidade para tomar-lhe a temperatura. Geosul, ano V, n.9. Editora UFSC,
1990.
______, C.A.F. & MENDONÇA, F. (Org.) Clima Urbano. São Paulo: Editora Context, 2003.
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CONSIDERAÇÕES AMBIENTAIS SOBRE A SUB-BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO ITAUERIA, PIAUÍ
Amanda Alves Dias ¹; Magda Vanessa Moura Teixeira ²; Maria Valdirene Araújo Rocha Moraes ³
UFPI 123, [email protected]; [email protected]; [email protected]
Palavras-Chave: Análise ambiental. Bacia Hidrográfica. Rio Itaueira.
INTRODUÇÃO
De acordo com BRASIL (1997), a bacia hidrográfica é a unidade territorial para
implantação da Política de Recursos Hídricos e atuação do Sistema de Gerenciamento de
Recursos Hídricos. Tal legislação foi criada para reconhecer a bacia hidrográfica como
um sistema ecológico, que abrange todos os organismos em funcionamento de um
conjunto numa dada área.
Os estudos relacionados com as drenagens fluviais possuem importante função para
a compreensão de inúmeras questões geomorfológicas, uma vez o trabalho dos rios
constitui-se em um dos processos morfogenéticos dos mais ativos na esculturação da
paisagem terrestre (CHRISTOFOLETTI, 1980).
Diversos estudos sobre as bacias hidrográficas vêm sendo elaborados ao longo dos
anos, tendo como objetivo principal identificar a dinâmica dos cursos d’águas a fim de
caracterizar a evolução das formas de relevos, bem como a análise multitemporal da
cobertura vegetal da bacia.
Portanto, o presente artigo tem por objetivo contribuir para o conhecimento de
paisagens piauienses a partir da caracterização ambiental da bacia hidrográfica do Rio
Itaueira. Dessa forma, a pesquisa se propõe produzir informações concernentes à área de
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
50
estudo, para dar suporte à tomada de decisões no gerenciamento da área ambiental,
propondo um uso sustentável com o mínimo impacto sobre o ambiente, bem como ser um
subsídio para a realização do mapeamento da bacia.
MATERIAL E MÉTODOS
No decorrer da pesquisa foi realizado levantamento bibliográfico a partir da análise
de livros; visitas em sites especializados de determinados órgãos como CPRM, SEMAR,
ANA; consulta a artigos científicos como LIMA (1987), SOUSA (2012) e
SOUSA(2007); Dissertações e Teses como MELO (2011) que adotaram metodologia
semelhante.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A bacia hidrográfica do Rio Itaueira (Figura 1) localiza-se principalmente no
sudoeste piauiense ocupa uma área de aproximadamente 14.729,9 km², representando
3,8% da área total do Estado, tendo como bioma predominante o cerrado. (CPRM, 2004).
A bacia abrange, total ou parcialmente, 14 municípios, entre os quais, seis deles com áreas
consideráveis dentro da bacia. São eles: Canto do Buriti, Floriano, Itaueira, Nazaré do
Piauí, Pavussu e Rio Grande do Piauí (PIAUÍ, 2014).
O rio Itaueira, baseado nasce no município de Guaribas, região sul do Piauí, no
limite com o Estado da Bahia, seguindo na direção sul para norte, com declividade média
de 1,7 m/km em um curso de cerca de 250 km.
De um modo geral, os dados climatológicos da região podem ser considerados
semelhantes aos da bacia do rio Gurguéia, mesmo porque não existem, ou não estão com
dados disponíveis nas estações climatológicas nos municípios da bacia. Somente a
pluviometria média anual pode ser considerada mais alta, atingindo 1.100 mm/ano. Os
demais dados são semelhantes. Assim, o trimestre mais chuvoso é entre janeiro e março
e o mais seco entre junho e agosto. A umidade relativa média anual é de cerca de 59,5%
e a evapotranspiração potencial é de 1.439,8 mm/ano. Nestas condições, a bacia pode ser
classificada climatologicamente como de clima seco a subúmido, megatérmico, com
pequeno excesso d’água (PIAUÍ, 2014).
Geologicamente, de acordo com a SEMAR/ANA (2005), a sub-bacia hidrográfica
do rio Itaueira, está assentada na Bacia do Parnaíba, com predomínio de coberturas
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
51
detríticas de planalto que recobrem principalmente as formações Cabeças, Poti e Piauí.
Do ponto de vista hidrogeológico, há o predomínio, na metade norte da bacia, do aquífero
Poti-Piauí, que apresenta condições medianas de exploração. Ao sul, predomina o
aquífero Cabeças e, em menor proporção, o Serra Grande, os dois principais aquíferos da
Bacia Sedimentar do Parnaíba.
Com relação aos solos, há predominância de solos de baixa fertilidade natural,
‘profundos e de textura media ou areno-argilosos, dos tipos latossolos, litossolos e
podzólicos. Os latossolos amarelos (LA) representam cerca de 50,0% da área total da subbacia, distribuídos nos municípios de Guaribas, Canto do Buriti, Pavussu, Rio Grande do
Piauí e Floriano, e caracteriza-se pela boa permeabilidade, textura media aeração e
drenagem que os tomam os mais adequados para o uso econômico. No entanto, devido à
presença de alumínio trocável e a baixa fertilidade natural, configuram-se como limitantes
para a atividade econômica. Os demais 50,0% da sub-bacia, são constituídos por solos
podzólicos vermelho amarelo (PV), litólicos (R) e podzólicos vermelho amarelo
eutrófico.
Tendo em vista os fatores climáticos, hidrogeológicos e de solo, a feição da
vegetação caracteriza-se pelo desenvolvimento da cobertura vegetal da Caatinga arbóreoarbustiva, seguida de faixa de transição com associação Caatinga/Cerrado (PLANAP,
2005)
CONCLUSÃO
Ressaltando a importância desses trabalhos de geomorfologia fluvial e a
importância da Bacia Hidrográfica como não só para o estudo das paisagens como
também para gestão do espaço geográfico, a bacia hidrográfica do Rio Itaueira - Piauí, se
apresenta como afluente da margem direita do alto curso do Rio Parnaíba. Essa área
também não dispõe de estudos ambientais específicos, em nível de semi-detalhe, mesmo
sendo esta área um trecho da recente construção da Ferrovia Transnordestina.
Portanto, há necessidade de maior aprofundamento de estudos e confecção de
mapas sobre as bacias hidrográficas piauienses, principalmente da bacia estudada, como
forma de contribuir para o conhecimento, não somente das paisagens, como também a
fim de subsidiar formas de planejamento do uso e ocupação do território piauiense.
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REFERÊNCIAS
Aguiar, Robério Bôto de. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea, Estado
do Piauí: diagnóstico do município de Itaueira. Fortaleza: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 2004.
BRASIL. Lei Nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria
o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da
Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº
7.990, de 28 de dezembro de 1989. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 8 de janeiro
de 1997.
CÂMARA, G. & MEDEIROS, J. S. de. Princípios Básicos em Geoprocessamento. In: Sistemas de
Informações Geográficas. Aplicações na Agricultura / Editado por Eduardo Delgado Assad; Edson Eyji
Sano – 2 ed. Brasília: Embrapa-SPI/Embrapa-CPAC, 1998.
CHRISTOFOLETTI, Antônio. Geomorfologia. 2 ed. São Paulo: Blucher, 1980.
CPRM. Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. Serviço Geológico do Brasil. Programa de água
subterrânea para o semiárido brasileiro. CPRM/SGB, 2004.
LIMA, Iracilde Maria de Moura Fé. Relevo do Piauí: uma proposta de classificação. In: Carta Cepro.
Teresina. v. 12, n. 2, ago/dez, 1987, p. 55-84.
MELO, M.C.F. Socioeconomia e meio ambiente na sub-bacia hidrográfica do rio itaueira. Programa
regional de educação e meio ambiente (Dissertação). UFPI. Teresina, 2011.
PIAUÍ.http://www.ccom.pi.gov.br/download/Resumo%20Bacia%20Rio%20Itaueira%20atualizado.pdf
Acessado em 09 de novembro de 2014.
PLANAP. Plano de Ação para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba. Sintese executiva:
território Vales dos rios Piauí e Itaueira. CODEVASF. Brasília, DF. TDA Desenhos e Arte Ltda., 2005.
SEMAR/ANA. Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí/ Agência Nacional de Água.
Atlas do abastecimento de água do Estado do Piauí: abastecimento de sedes municipais com menos de 5
mil habitantes. Resumo Executivo. Teresina, 2005.
SOUSA, T.M; SANTOS, L.A; LIMA, I.M.M.F; VIANA, B.A.S. Bacia hidrográfica do Rio BerlengasPiauí: Aspectos do relevo e drenagem. Revista Geonorte, edição especial, V.3, N.4, p. 667-678, 2012.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
53
CONSIDERAÇÕES SOBRE A GEODIVERSIDADE ESTADO DO
PIAUÍ
Avelaynne Karollyne da Silva Aquino1; Camila Mayara da Silva Sousa2; Camila Sueli
de Oliveira3; Cláudia Maria Sabóia de Aquino4; Universidade Federal do Piauí1234
Palavras-Chave: Geodiversidade. Piauí. Geoconservação.
INTRODUÇÃO
Os conceitos de Geodiversidade nos ajudam a explorar melhor os recursos naturais
do meio abiótico e preserva-los, daí a importância de conhecermos um pouco da
Geodiversidade do Estado do Piauí, abordando seus principais aspectos: geologia, relevo,
recursos minerais, clima, e recursos hídricos superficiais. O trabalho apresenta em
destaque a Geodiversidade do Parque Nacional de Sete cidades.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizados como fontes de pesquisa livros, dados da CPRM, artigos
referentes a temática em questão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO.
Podemos definir Geodiversidade como sendo o campo de estudo do meio abiótico
tais como: o relevo, o clima, o solo, as rochas, e as aguas subterrâneas e artificiais. A
seguir serão apresentados os elementos da Geodiversidade do Estado do Piauí.
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Geologia
O estado do Piauí está inserido nas províncias geotectônicas: Borborema, Parnaíba
e Costeira.
A província Borborema é construída por rochas do embasamento cristalino que se
encontra afetada pela orogênese brasiliana, possui uma intrincada evolução geológica que
data do Arqueano-Proterozoico.
A Província do Parnaíba que também é conhecida como Bacia do Maranhão ou
do Meio Norte, compreende quatro sítios deposicionais superpostos, separados por
grandes discordâncias estratigráficas, que separam as sequências litológicas da Bacia do
Parnaíba a saber: Bacia do Parnaíba propriamente dita, Bacia das Alpercatas, Bacia do
Grajaú e Bacia do Espigão-Mestre (Figura 1).
Figura 1 – Província Estrutural do Parnaíba. Fonte: Bizzi et al. (2003).
Recursos minerais
Grande parte dos recursos minerais do território piauiense é formada por rochas
sedimentares Fanerozoicas, e metamórficas ígneas que tem formações que datam do
Proterozoico e Arqueano.
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55
Das jazidas de minerais cadastradas e protocoladas do estado predominam as
substâncias metálicas e não metálicas, gemas e pedras preciosas, e os recursos hídricos
subterrâneo. Nas reservas que estão sendo avaliadas ou exploradas destacam-se: opala,
vermiculita, gipsita, argila, calcário, fosfato, ardósia, amianto, níquel, rochas
ornamentais, rochas para fabricação de brita e aglomerados naturais (Figura 2).
Figura 2 – Áreas de relevante interesse mineral no estado do Piauí, CPRM (2010).
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Relevo
O relevo piauiense abrange planícies litorâneas e aluviais, nas margens das faixas
do rio Paranaíba e de seus afluentes que permeiam a parte central e o norte do Estado. Ao
longo das fronteiras com Ceara, Pernambuco e Bahia, nas chapadas do Ibiapaba, e do
Araripe, a leste da Tabatinga e Mangabeira ao sul, encontra-se as maiores altitudes da
região, situadas em torno de 900metros de altitude. (Figura 3).
Figura 3 - Domínios geomorfológicos do estado do Piauí, CPRM (2010).
Clima
O clima piauiense é predominantemente tropical, com verões chuvosos e invernos
secos. No sudeste do estado constata-se a presença de clima semiárido com maior
escassez de precipitação.
A presença de chuva no verão se explica pela massa de ar equatorial continental
(MEC), (Figura 4) que é quente, úmida e instável e nessa época do ano abrange boa parte
do hemisfério sul do Brasil provocando chuvas nessas regiões. Já no inverno a massa
equatorial continental recua dando lugar à massa tropical atlântica (MTA), sendo quente
e úmida, formando os ventos alísios no sudeste e atuando na faixa litorânea brasileira.
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57
Esses ventos ao chegarem são agora quentes e secos explicando assim os invernos secos
existentes no Piauí.
Figura 3 - Massas de ar atuantes no Piauí. Fonte: vamosgeografizar.blogspot.com.
O mapa da Figura 5 apresenta a distribuição espacial das precipitações no Estado
do Piauí.
Figura 5 – Distribuição espacial das precipitações no Piauí. Fonte: Embrapa, (2002).
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Recursos hídricos do Piauí
O Piauí possuí 104 açudes, com capacidade de armazenamento de 947.427.228 m3e
68 lagoas naturais, com capacidade de armazenamento de 572.460.000 m3oestado está
posicionado no lado oriental da Bacia Sedimentar do Parnaíba. 90% da contribuição
hidrográfica do Estado é oferecida pelo rio Parnaíba de e seus afluentes.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMAR) classificou
as bacias hidrográficas dos maiores afluentes do rio Parnaíba e dos rios litorâneos em:
Bacias Difusas do Litoral, Bacia do Piranji, Bacias Difusas do Baixo Parnaíba, Bacia do
Longá, Bacia do Poti, Bacias Difusas do Médio Parnaíba, Bacia do Canindé, Bacia do
Itaueira, Bacia do Gurgueia, Bacias Difusas da Barragem de Boa Esperança, Bacia do
Uruçuí Preto e Bacias Difusas do Alto Parnaíba (Figura 6).
Figura 6 – Sub-bacias hidrográficas do Parnaíba. Fonte: (CPRM, 2010).
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O conjunto dos aspectos anteriormente apresentados revela a Geodiversidade do
Estado do Piauí. Esta Geodiversidade em algumas áreas e em função da
importância/relevância do ponto de vista da pesquisa e da economia coadunou com a
criação de unidades de conservação a exemplo do Parque Nacional de Sete Cidades e o
Parque Nacional da Serra da Capivara, ambos indicados pela Companhia de Recursos
Minerais – CPRM, como áreas de criação de Geoparques (Figura 7).
Figura 7 – Projetos Geoparques conforme CPRM (2010).
Parque nacional de Sete Cidades
O Parque Nacional de Sete Cidades está situado na região semiárida do nordeste
brasileiro, possui circulação atmosférica influenciada pela Zona de Convergência
Intertropical e a massa Equatorial Continental. Segundo a classificação climática de
Köppen, o clima da área do geoparque é do tipo Aw, quente e úmido, megatérmico com
médios índices pluviométricos, atingindo 1.200mm, concentrados na estação chuvosa de
dezembro a maio com temperatura média de 28º C, mínimas de 24º C e máximas de 40ºC.
As feições de relevo são representadas pelas superfícies aplainadas da Bacia do rio
Parnaíba, que se caracteriza por ser uma área de superfície arrasada por processos de
erosão do relevo e está embasado por rochas sedimentares da Bacia do Parnaíba. Algumas
das espetaculares formações rochosas do parque são apresentadas na Figura 8.
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60
Figura 8 – Formações Rochosas do Parque Nacional de Sete Cidades.
Fonte: Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=geoparques+brasil&biw.
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CONCLUSÃO
O Estado do Piauí apresenta grande diversidade de condições ambientais, o que lhe
confere diferentes possibilidades para o aproveitamento econômico dos recursos naturais.
As singularidades do Parque Nacional de Sete Cidades com suas belezas naturais, seus
patrimônio geológico e geomorfológico confere ao mesmo a indicação pela CPRM de
Geoparque uma categoria que tem como objetivos preservar o patrimônio geológico para
futuras gerações (Geoconservação); educar e ensinar o grande público sobre temas
geológicos e ambientais e prover meios de pesquisa para as geociências; assegurar o
desenvolvimento sustentável através do Geoturismo, reforçando a identificação da
população com sua região, promovendo o respeito ao meio ambiente e estimulando a
atividade socioeconômica com a criação de empreendimentos locais, pequenos negócios,
indústrias de hospedagem e novos empregos; Gerar novas fontes de renda para a
população local e a atrair capital privado. Contudo, para que estes objetivos sejam
alcançados faz-se necessário o apoio dos governos a nível nacional, estadual e municipal
REFERÊNCIAS
Grotzinger,John; Jordan, Thomas.H;Press, Frank; Siever, Raymond. Para Entender a Terra, Estados
Unidos. 4°ed, 2006.
CPRM. Geodiversidade do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil. 2008.
CPRM. Geodiversidade do Piauí, Recife, Brasil. 2010.
Sites Visitados:
www.cprm.gov.br
marcosbau.com.br
vamosgeografizar.blogspot.com
www.embrapa.gov.br
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DIAGNÓSTICO DOS ASPECTOS GEOAMBIENTAIS DO
MUNICÍPIO DE PEDRO II – PI
João Victor Alves Amorim¹; Alinne Maria Lira Rêgo²; Edenilson Silva de Oliveira³;
Bartira Araújo da Silva Viana4
¹UFPI, [email protected]; ²UFPI; ³UFPI; Professora do Departamento de Geografia e
História – UFPI4, [email protected]
Palavras-Chave: Análise ambiental. Aspectos físicos. Pedro II.
INTRODUÇÃO
O município de Pedro II localiza-se a Nordeste do estado do Piauí, com área de
1.948 km², sendo que sua sede localiza-se a 04°25’29” L. S. e 41 °27’31” W. Gr.
Encontra-se na porção soerguida da borda oriental da bacia sedimentar do Parnaíba. Essa
borda é identificada por Ab’Saber (1969) como o topo da cuesta, com o front voltado para
a área deprimida de rochas cristalinas do maciço antigo (a leste), denominada de
depressões sertanejas intermontanas e cujo reverso está voltado para o Piauí (a oeste)
(VIEIRA; LIMA; VIANA, 2012).
O município de Pedro II é ocupado por litologias pertencentes às coberturas
sedimentares (Figura 1), destacando-se sedimentos da Formação Longá, com presença de
folhelho, siltito e calcário, assim como arenito, conglomerado e siltito pertencentes à
Formação Cabeças. A Formação Pimenteiras engloba folhelho, siltito e arenito, enquanto
na base do pacote sedimentar, ocorre o Grupo Serra Grande, com presença de arenito,
siltito, conglomerado e folhelho (CPRM, 2004).
Partindo das análises preliminares, o presente trabalho tem como objetivo descrever
uma visita técnica realizada ao município de Pedro II - Piauí, considerando a percepção
dos aspectos geoambientais presentes na sua paisagem.
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Figura 1 – Esboço geológico da cidade de Pedro II – PI. Fonte: CPRM (2004).
MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica em livros e artigos científicos.
Para sistematização dos resultados, partiu-se de uma visita de campo para o município de
Pedro II – PI. A pesquisa foi realizada com um grupo de 30 acadêmicos graduandos do
curso de Licenciatura Plena em Geografia da UFPI e 02 professoras doutoras do
Departamento de Geografia e História da UFPI. Os materiais utilizados foram gravadores
de voz, GPS, Cartas DSG, bem como máquinas fotográficas digitais, com a finalidade de
realizar registros dos aspectos físicos visualizados na área de estudo. No total foram
definidos 5 pontos de observação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Aspectos decorrentes das observações in loco: análise dos pontos observados
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O primeiro ponto de observação se deu à margem do açude Joana, localizado numa
altitude de 535 m, cujas coordenadas geográficas são: 4º35’42” L. S e 41º28’08” W. Gr.
Esta área representa um vale de um riacho que foi barrado para a construção do mesmo,
sendo que ele é abastecido pelo rio Corrente que nasce na região da Serra dos Matões, rio
pertencente a bacia do Longá (Figura 2), sendo considerado um divisor topográfico do
alto curso. Nesta área constatou-se solo arenoso e uma encosta alterada devido à
interferência antrópica, no entanto, percebeu-se que esta tende a ser convexa, com declive
plano e suave (LIMA, 2014). Em relação à vegetação, constatou-se manchas de Caatinga,
com fisionomia seca e sem folhas, assim como vegetação arbustiva aberta e arbórea.
Figura 2 - Açude Joana, ao fundo, em Pedro II - PI. Fonte: Rêgo (2014)
O segundo ponto localiza-se numa altitude de 700 m, com as seguintes coordenadas
geográficas: 4º23’46” L. S. e 41º07’56” W Gr., nas proximidades do Morro do Gritador,
numa área de encosta pertencente à Formação Cabeças. Em relação à litologia, observouse que os blocos rochosos possuem recortes ortogonais, testemunhando o metamorfismo
e o tectonismo (LIMA, 2014). A vegetação indica mais manchas de caatinga (Figura 3).
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Figura 3 – Blocos rochosos próximos ao Morro do Gritador, em Pedro II. Fonte: Rêgo (2014).
O terceiro ponto foi marcado no mirante do Morro do Gritador, localizado a 712m
de altura nas seguintes coordenadas geográficas: 4º19’52” L. S. e 41º26’52” W Gr. A
borda de formação da escarpa está voltada para a depressão da cuesta da Ibiapaba e sua
base vai até a calha do Rio Parnaíba, sendo que esse morro também pertence à Formação
Cabeças. Com o front voltado para o leste, este possui blocos de afloramento rochosos e
presença de erosão laminar sendo presenciado também o processo de laterização da rocha.
Também foi observada a presença de diques de diabásio na seção voltada pro norte
(LIMA, 2014). Parte da vegetação de Caatinga presente na área foi desmatada em
decorrência da construção do mirante do Gritador
O penúltimo ponto é uma falha localizada numa zona mais afastada da cidade de
Pedro II, sendo de difícil acesso (Figura 4). A falha está localizada numa altitude de 699
m, possuindo as seguintes coordenadas geográficas: 4º20’01” L. S e 41º26’25” W. Gr.
Essa falha se originou de tectonismo e datado da Era Mesozoico (LIMA, 2014). Durante
a trilha realizada dentro da falha foi possível observar a quebra de blocos de dimensões
variadas. Além das características visíveis, pôde-se perceber a formação de um
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microclima no interior dessa falha em decorrência da sobra projetada pela formação
rochosa e pela cobertura vegetal mais densa presente na área. Esta gera um alívio térmico
e um conforto maior em relação à área externa.
Figura 4 – Falha localizada no município de Pedro II. Fonte: Rêgo (2014).
O quinto e último ponto corresponde a um Parque Ambiental, localizado na zona
urbana do município de Pedro II. Este representa uma falha estratigráfica, com 591 m de
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altitude (Figura 5). As coordenadas geográficas do ponto são: 4º25’55” L. S e 41º27’26”
W. Gr. Neste constatou-se a presença de uma cachoeira, denominada de Cachoeira do
riacho Pirapora, sendo sua vegetação constituída por uma floresta subcaducifólia. Em
relação aos blocos de rochas foi perceptível também a queda de blocos oriundos das
porções superiores da cachoeira.
Figura 5 - Cachoeira do Pirapora, Pedro II-PI. Fonte: Rêgo (2014).
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CONCLUSÃO
A compreensão dos aspectos físicos dos locais estudados no município de Pedro II,
a partir de visitas técnicas, mostrou-se de fundamental importância para compreensão da
dinâmica geoambiental do lugar proporcionando, assim, um melhor entendimento acerca
dos diferentes processos que originaram as feições que são visualizadas na atualidade. As
aulas de campo são, portanto, um instrumento essencial para a construção e disseminação
de informações acerca desses processos, contribuindo para a produção do conhecimento
geográfico.
REFERÊNCIAS
A’B SABER, Aziz Nacib. Participação das Superfícies Aplainadas nas Paisagens do Nordeste Brasileiro.
Geomorfologia. São Paulo: Inst. de Geociências. USP, n.19, 1969.
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Serviço Geológico do Brasil. Projeto cadastro de fontes de
abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do Município de Pedro II. CPRM, 2004. Disponível
em: <http://www.cprm.gov.br/rehi/atlas/piaui/relatorios/155.pdf> Acesso em: 15 ago. 2014.
LIMA, Iracilde M. de M. F. Notas da visita de campo, Pedro II, Piauí, 2014.
VIEIRA, Carla Iamara de Passos; LIMA, Iracilde Maria de Moura Fé; VIANA, Bartira Araújo da Silva.
Turismo Histórico-Cultural e Ecoturismo em Pedro II, Piauí. CONGRESSO INTERNACIONAL DE
HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL, 3. Parnaíba, PI, 2012. Anais... Parnaíba, PI, 2012.
Disponível em: <http://ufpi.br/subsiteFiles/patrimoniocultural/arquivos/files/4pdf(1).pdf> Acesso em: 15
ago. 2014.
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OS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL E SUAS
CARACTERÍSTICAS
Thamires Oliveira Silva 1; Elisane Cunha de Sousa 2; Juciara Maria Santana da Silva 3;
Ítalo Martins Feitosa 4; Cláudia Maria Sabóia de Aquino5
Universidade Federal do Piauí12345
[email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]
Palavras-Chave: Brasil. Domínios morfoclimáticos. Preservação ambiental.
INTRODUÇÃO
Devido a sua localização geográfica e vasta extensão territorial, o Brasil é um país
que possui uma grande variedade de climas e, consequentemente, isso se reflete na
formação de diferentes tipos de vegetação. O conceito de domínios morfoclimáticos foi
utilizado pelo geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber, cujo objetivo era realizar um
levantamento da diversidade paisagística do território brasileiro. Esse conceito estabelece
uma associação ou integração entre diferentes elementos, como: relevo, tipos de solo,
clima, hidrologia e as formas de vegetação.
A classificação proposta por Aziz Ab Saber (1970), dividiu o Brasil em seis
domínios: Domínio Amazônico, Domínio dos Cerrados, Domínios dos Mares de Morros,
Domínio das Caatingas, Domínio das Araucárias, Domínios das Pradarias. Os domínios
morfoclimáticos representam a combinação de um conjunto de elementos da natureza –
relevo, clima, vegetação – que se inter-relacionam e interagem, formando uma unidade
paisagística.
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Em cada um desses sistemas (domínios morfoclimáticos), são encontrados
aspectos, histórias, culturas e economias divergentes, desenvolvendo singulares
condições, como de conservação do ambiente natural e processos erosivos provocados
pela ação antrópica. Nesse sentido, o trabalho objetiva caracterizar de modo sucinto cada
um dos domínios morfoclimático, demonstrando sua localização, área, povoamento,
condições bio-hidro-climáticas, preservação ambiental e economia local.
MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia utilizada consistiu na leitura de diversos artigos que abordaram o
tema, teses de mestrado e trabalhos de monografias de especialistas da área bem como a
visita de inúmeros websites que apresentaram material coerente e atualizado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Uma grande dificuldade quando se pretende dividir um território em paisagens
naturais é que os limites dos elementos/aspectos sócio/econômicos/administrativos e
naturais em geral não coincidem. Assim, em determinado compartimento do relevo nem
sempre o clima ou a vegetação são semelhantes em toda a sua extensão, como por
exemplo, o planalto. E determinado tipo de clima pode abranger um planalto e uma
planície, bem como vários tipos de vegetações. Esse problema pode ser resolvido em
áreas de transição, faixas de terra em que não há homogeneidade dos elementos naturais,
onde há a presença de elementos de conjuntos diferentes.
Outra dificuldade para dividir um território em paisagens naturais é o fato de não
existir nenhuma regra geral para isso. Não há nenhum elemento determinante a partir do
qual se defina todo o conjunto. Antigamente, costumava-se considerar o clima (ligado às
latitudes) como determinante, dividindo-se as paisagens naturais do globo em zonas
tropicais, temperadas, subtropical e etc. De vez em quando, outro elemento da paisagem
natural, principalmente a vegetação ou em alguns casos o relevo, é mais importante que
o clima para explicar o conjunto. O clima não é mais estudado como dependente apenas
da latitude, mas principalmente da dinâmica atmosférica, da ação das massas de ar. Temos
como exemplo a caatinga e o clima semiárido no sertão nordestino ou a cobertura florestal
da porção litorânea do país, desde o nordeste até o sul. Por causa disso, não se usa mais,
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mesmo para o Brasil, o termo zona e sim domínio – conjunto natural em que há interação
entre os elementos e o relevo, clima ou vegetação, que são determinantes.
Aziz Ab’Sáber (1970), dividiu o Brasil em seis: I – Domínio Amazônico – região
norte do Brasil, com terras baixas e grande processo de sedimentação; clima e floresta
equatorial, é a maior região morfoclimática do país; II – Domínio dos Cerrados – região
central do Brasil, como diz o nome, vegetação tipo cerrado e inúmeros chapadões; III –
Domínio dos Mares de Morros – região leste (litoral brasileiro), onde se encontra a
floresta Atlântica que possui clima diversificado; IV – Domínio das Caatingas – região
nordestina do Brasil (polígono das secas), de formações cristalinas, área depressiva
intermontanhas e de clima semi-árido; V – Domínio das Araucárias – região sul brasileira,
área do habitat do pinheiro brasileiro (araucária), região de planalto e de clima
subtropical; VI – Domínio das Pradarias – região do sudeste gaúcho, local de coxilhas
subtropicais (Figura 1).
Figura 1 – Domínios Morfoclimáticos brasileiros. Fonte: Aziz Ab Saber (1970).
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Domínio Morfoclimático Amazônico
Situado ao norte brasileiro, o domínio Amazônico é a maior região morfoclimática
do Brasil, com uma área de aproximadamente 5 milhões km² – equivalente a 60% do
território nacional. A região é pouco povoada, sua densidade demográfica é de
aproximadamente 2,88 hab./km². Isto se deve ao fato da grande extensão territorial e dos
difíceis acessos ao interior dessa área. Este domínio sofre grande influência fluvial, já que
aí se encontra a maior bacia hidrográfica do mundo – a bacia amazônica. A região passa
por dois tipos de estações flúvio-climáticas, a estação das cheias dos rios e a estação da
seca, porém esta última estação não interrompe o processo pluviométrico diário, só que
em índices diferentes. Como se trata de uma floresta equatorial considerada um bioma
riquíssimo, é de fundamental importância entendê-la para não desestruturar seu frágil
equilíbrio.
Os solos basicamente são os latossolos, podzólicos e plintossolos, não detém
características de ser rico à vegetação existente, na verdade, o processo de precipitação é
o que torna este domínio morfoclimático riquíssimo em floresta hidrófita e não o solo,
como muitas pessoas pensam que é o responsável por tudo isto. Com um grande processo
de lixiviação encontrado na Amazônia, essa ação torna o solo pobre levando todos os seus
nutrientes pela força da capacidade do rio (correnteza). Mas esta riqueza diversa não deve
ser confundida como grande potencialidade agrícola, pois com a retirada da vegetação
nativa, transforma o solo num grande alvo da erosão, devido às fortes chuvas ocorridas
na região. Nos dias atuais é grande a devastação ambiental na Amazônia – queimadas,
desmatamentos, extinção de espécies, etc. – fazem com que a região e o mundo
preocupem-se com seu futuro, pois se trata da maior reserva florestal do globo (RICHTE,
2014).
Domínio Morfoclimático dos Cerrados
Formado pela própria vegetação de cerrado, nesta área encontram-se as formações
de chapadas ou chapadões como a Chapada dos Guimarães e dos Veadeiros, a fauna e
flora ali situada, são de grande exuberância, tanto para pontos turísticos, como científicos.
Vale destacar que é da região do cerrado que estão três nascentes das principais bacias o
segundo maior domínio por extensão territorial. Centrada no planalto brasileiro, o
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domínio do cerrado é dividido pelas formações de chapadas que existem ao longo de sua
extensão territorial, estas que são “gigantescos degraus” com mais de 500 metros de
altura, formadas na era geológica Pré-Cambriana, limitam o planalto central e as planícies
– como a Pantaneira. Com sua flora única, constituída por árvores herbáceas tortuosas e
de aspecto seco, devido à composição do solo, deficiente em nutrientes e com altas
concentrações de alumínio, a região passa por dois períodos sazonais de precipitação, os
secos e os chuvosos. Com sua vegetação rasteira e de campos limpos, o clima tropical
existente nesta área, condiz a uma boa formação e um ótimo crescimento das plantas.
Também auxiliado pela importante rede hidrográfica da região, de onde são oriundas
nascentes das três maiores bacias hidrográficas do Brasil como foi destacado no início.
Formado principalmente por latossolos, areais quartzosas e podzólicos; caracterizados
como solos carente em nutrientes fertilizantes, necessitando de correção para compor uma
terra viável à agricultura. Observa-se também, que este mesmo solo apresenta
características à fácil erosividade devido às estações chuvosas que ali ocorrem e
principalmente a degradação ambiental descontrolada, estes processos fazem a remoção
da vegetação nativa que tornam frágeis os horizontes “A” frente aos problemas
ambientais existentes, como a voçoroca. Em vista desses aspectos fisiográficos, o cerrado
atraiu muita atenção para a agricultura, o que lhe tornou uma região de grande produção
de grãos como a soja e agropastoril. Em virtude disso, o solo nativo foi retirado e alterado
por outra vegetação, condizendo a uma maior facilidade aos processos erosivos, devido à
falta de cobertura vegetal, seja ela gramínea ou herbácea. Outra exploração ativa é a
mineral, como o ouro e o diamante, donde decorre uma grande devastação à natureza.
(RICHTE, 2014).
Domínio Morfoclimático de Mares de Morros
Este domínio estende-se do sul do Brasil até o Estado da Paraíba (no nordeste),
obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km². É neste domínio que estão
as duas maiores cidades brasileiras – São Paulo e Rio de Janeiro. Isto se deve a antiga
constituição das duas cidades como centros econômicos, integradores, culturais e
políticos. Foram muitos os resultados desse povoamento, como por exemplo, a maior
concentração populacional do Brasil e a de melhor base econômica.
Como o próprio nome já diz, é uma região de muitos morros de formas residuais e
curtos em sua convexidade, com muitos movimentos de massa generalizados. Os
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processos de intemperismo, como o químico, são frequentes, motivo pelo qual as rochas
da região encontram-se geralmente em decomposição. Tem uma significativa gama de
redes de drenagens, somados à boa precipitação existente (1.100 a 1.800 mm a/a e 5.000
mm a/a nas regiões serranas), que é devido à massa de ar tropical atlântica e aos ventos
alísios de sudeste, que ocasionam as chuvas de relevo nestas áreas de morros. Assim, os
efeitos de sedimentação em fundos de vale e de colúvios nas áreas altas são muito
intensos.
A vegetação natural é da mata chamada Atlântica, com poucas áreas nativas de
suma importância aos ecossistemas ali existentes. Sua flora e fauna são de grande
respaldo ambiental e o solo é composto em sua maioria por latossolos e podzólicos, sendo
muito variável. A textura se contradiz de região para região, pois é encontrado tanto um
solo arenoso como argiloso. Como a sua extensão territorial alarga-se entre Norte – Sul,
seu clima dependerá da sua situação geográfica, diferenciando-se em: tropical, tropical
de altitude e subtropical. Observa-se neste domínio um considerável desgaste do solo que
elucida uma atual preservação das matas restantes. Esta região já sofreu muita devastação
do homem e da sociedade e devem ser tomadas atitudes urgentes para sua conservação
(RICHTE, 2014).
Domínio Morfoclimático das Caatingas
Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático das caatingas abrange em
seu território a região dos polígonos das secas. Com o seu clima semiárido, o solo só
poderia ter características semelhantes. Sendo raso e pedregoso, o solo da caatinga sofre
muito intemperismo físico nos latossolos e pouca erosão nos litólicos e há influência de
sais em solo, como: solonetz, solodizados, planossolos, solódicos e soonchacks. Segundo
Ab’Saber, a textura dos solos da caatinga passa de argilosa para textura média, outra
característica é a diversidade de solos e ambientes, como o sertão e o agreste. Mesmo
tendo aspectos de um solo pobre, a caatinga nos engana, pois necessita apenas de irrigação
para florescer e desenvolver a cultura implantada. Tendo pouca rede de drenagem, os
mínimos rios existentes são em sua maioria sazonais ao período das chuvas, que ocorrem
num curto intervalo durante o ano. A região é caracterizada por uma vegetação herbácea
tortuosa, tendo como espécies: as cactáceas, o madacaru, o xique-xique, etc.
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Domínio Morfoclimático das Araucárias
O domínio das araucárias ocupa uma área de 400.000 km. A região das araucárias
encontra-se no planalto meridional onde a altitude pode variar de 500 metros até cerca de
1.200 m. Isso evidencia um clima subtropical em toda sua extensão que mantém uma boa
relação com a precipitação existente nesse domínio, variando de 1.200 a 1.800 mm. Nesse
sentido, a região identifica-se com uma grande rede de drenagem em toda a sua extensão
territorial. O solo é formado principalmente por latossolos brunos e também é encontrado
latossolos roxos, cambissolos, terras brunas e solos litólicos. Com estas características, o
solo detém uma alta potencialidade agrícola, como: milho, feijão, batata, etc. As
morfologias do relevo se destacam por uma forte ondulação até um montanhoso, o que o
representa num solo de fácil adesão a processos erosivos, iniciados pela degradação
humana e social.
Domínio Morfoclimático das Pradarias
Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a sudeste gaúcho, o domínio
morfoclimático das pradarias compreende uma extensão, segundo Ab’Saber, de 80.000
km² e de 45.000 km² de acordo com Fontes & Ker – UFV. Segundo Ab’Saber, predomina
neste domínio morfoclimático, o paleossolo vermelho e o paleossolo claro, sendo de
clima quente e frio. Denominado um solo jovem, devido guardar materiais ferrosos e
primários, sua coloração vem a ser escura. Estabelecido por um clima subtropical com
zonas temperadas úmidas e sub-úmidas, a região é sujeita a sofrer alguma estiagem
durante o ano. Sua amplitude térmica alcança índices elevados, como em Uruguaiana,
considera a mais alta do Brasil, com 7° a/a. Isto evidencia suas limitações agrícolas, pois
o solo é pouco espesso e têm indícios de pedregosidade. Assim, caracteriza-o a uma
atividade pastoril de bovinos e ovinos. Com a utilização do solo sem controle, denota-se
um sério problema erosivo que origina as ravinas e posteriormente as voçorocas. Esse
processo amplia-se rapidamente e origina o chamado deserto dos pampas. A drenagem
existente é perene com rios de grande vazão, como: Rio Uruguai, Rio Ibicuí e o Rio Santa
Maria.
Faixas de Transições
Encontrados entre os vários domínios morfoclimáticos brasileiros, as faixas de
transições são: as Zonas dos Cocais, a Zona Costeira, o Agreste, o Meio-Norte, as
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Pradarias, o Pantanal e as Dunas. Espalhadas por todo o território nacional constituem
importantes áreas ambientais e econômicas.
CONCLUSÃO
Conhecer as características dos diferentes domínios morfoclimáticos se mostra cada
dia mais necessário conforme a interferência humana em sua grande maioria negativa
avança sobre tais patrimônios naturais que dão origem as nossas potencialidades
paisagísticas. Conhecendo de modos combinado a interação entre os diferentes elementos
de cada um destes domínios podemos definir de modo claro suas potencialidades, suas
vulnerabilidades e limitações, de modo a traçar estratégias de forma de uso racional dos
recursos dos mesmos.
REFERÊNCIAS
AB’SABER, Aziz Nacib. Os Domínios Morfoclimáticos de natureza no Brasil: potencialidades
paisagisticas/Aziz Ab’Saber. – São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
AB’SABER, Aziz Nacib. Os domínios morfoclimáticos da América do Sul. Primeira aproximação.
Geomorfologia, USP. Instituto de Geografia, São Paulo. 1977. 22 p.
AB’SABER, Aziz Nacib. O domínio dos cerrados: introdução ao conhecimento. R. Serv. Brasília,
1983.111:41-55. Brasília, DF.
BIGARELLA, J. J. et alii. Estrutura e origem das paisagens tropicais e subtropicais. Florianópolis:
UFSC, 1994, V. 1.
IBGE. Geografia do Brasil: Região Centro-Oeste. Rio de Janeiro: IBGE, 1988.
MONTEIRO, C.A.F. A questão ambiental no Brasil: 1960\1980. São Paulo: USP-IGEOG, 1981.
RICHTE, Denis. Os Domínios Morfloclimáticos Brasileiros segundo Aziz Ab'Saber. Disponível
em:.https://www.algosobre.com.br/geografia/dominios-morfloclimaticos-brasileiros-os-segundo-aziz-absaber.html. capturado em 17 de novembro de 2014.
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ESPAÇOS LIVRES E CONFORTO TÉRMICO: UMA
APRECIAÇÃO EMPÍRICA DE UM TRECHO DA AVENIDA RAUL
LOPES, TERESINA-PI
Francisco Jonh Lennon Tavares da Silva¹; Pablo Murilo da Silva Machado²; Maria
Valdirene Araújo Rocha Moraes³
Universidade Federal do Piauí, Campus Ministro Petrônio Portela¹²³
[email protected] ¹; [email protected] ²; [email protected] ³
Palavras-Chave: Clima. Teresina. Conforto Térmico.
INTRODUÇÃO
A temperatura é um parâmetro climático que caracteriza as condições ambientais
estabelecendo, para os seres vivos, um nível de conforto térmico. Em um recente estudo
intitulado “Comportamento Climático da Região Metropolitana de Fortaleza”,
Magalhães e Zanella (2011) afirmam que a temperatura é um importante componente do
clima e essencial para a definição dos climas locais e estudo dos climas urbanos. Além
disso, as temperaturas atmosféricas exercem importantes influências na vida humana.
Nos estudos sobre a paisagem urbana, os espaços livres urbanos são definidos como
os espaços livres de edificação. Incluem quintais, jardins públicos ou privados, ruas,
avenidas, praças, parques, rios, matas, mangues etc. Estão por toda parte, mais ou menos
apropriados pela sociedade (ÁLVARES, 2013). O espaço urbano não é, portanto, um
espaço vazio ou neutro, por isso o estudo do conforto térmico deve ser capaz de revelar o
caráter geoecológico (aspectos ambientais) da área estudada, a estrutura dentro da rede
urbana (as formas construídas) e o dinamismo representado pela sua função urbana (as
atividades desenvolvidas).
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De acordo com Monteiro (1990), o clima da cidade é algo produzido a partir de um
fenômeno de transformação de energia num jogo integrado entre o ar atmosférico e o
ambiente urbano edificado pelo homem, sendo assim um ambiente complexo cuja visão
estática expressa pela estrutura deve acompanhar-se do dinamismo gerado por suas
funções.
O presente trabalho tem como objetivo geral caracterizar a situação térmica
(confortável ou desconfortável) em três pontos da Avenida Raul Lopes, em Teresina,
Piauí, no mês de Outubro de 2014, discutindo a influência dos elementos humanos e
naturais na qualidade térmica dos espaços livres. Os objetivos específicos são: (a)
monitorar os índices de temperatura, umidade e velocidade dos ventos na área de estudo,
(b) descrever as características ambientais e os aspectos humanos da área e (c) comparar
os parâmetros coletados em três pontos ao longo da Avenida Raul Lopes.
O tema do trabalho se justifica pela repercussão climática que a cidade de Teresina
possui no cenário nacional, pois a imagem transmitida pelos meios midiáticos é a de uma
cidade peculiarmente quente, com elevado grau de desconforto térmico durante a maior
parte do ano.
Situado em zona de latitude baixa, o município apresenta clima tropical, sendo um
dos mais quentes do Brasil. As temperaturas registradas são elevadas durante todo o ano,
variando entre os extremos de 22,0ºC a 40,0ºC. A umidade relativa média do ar é de 69%,
tendo Fevereiro e Março como os meses de maior umidade do ar. De Agosto a Outubro
ocorrem as menores quantidades, variando de 54% a 59%; podendo nesta época do ano
atingir até 20%, no horário da tarde (FORTES, 2010) (Figura 1).
Figura 1 – Localização de Teresina (PI) e da Avenida Raul Lopes. Fonte: Org. por Jonh
Tavares (2014).
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A escolha da área de estudo, Avenida Raul Lopes, se deveu à sua localização
próxima ao Rio Poti, ao longo do qual a vegetação se faz presente; mas também por ser
uma área de intenso fluxo de pessoas e veículos nas horas de pico, além de uma já
marcante presença de elementos artificiais (edificações e pavimentação). Chame-se a
atenção, ainda, para o fato de a Avenida objeto da presente investigação ser largamente
utilizada como espaço de lazer, principalmente para a prática da caminhada e ciclismo.
METODOLOGIA
Os procedimentos metodológicos utilizados para a realização do presente trabalho
dividiram-se em quatro etapas. Num primeiro momento definiu-se a área de estudo –
Avenida Raul Lopes, Teresina-PI. A segunda etapa correspondeu à definição do trecho
da Avenida a ser estudado, sendo determinados três pontos: Balão da UFPI (P-1); Ponte
Estaiada (P-2) e Euro Business (P-3). A terceira etapa da investigação foi a coleta dos
dados propriamente dita, para a qual se utilizou um Termo-Higro-Anemômetro para a
quantificação dos parâmetros de temperatura, umidade relativa e rajadas de vento.
A coleta ocorreu num único dia, sábado, 18 de Outubro de 2014, entre às 17:00 e
17:30, com intervalo de 15 minutos para cada ponto. Por fim, na quarta etapa da pesquisa,
procedeu-se à análise dos dados, comparando os índices encontrados nos três pontos e
refletiu-se também acerca da influência dos aspectos ambientais e formas artificiais sobre
o conforto térmico da área.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O trecho da Avenida Raul Lopes objeto deste trabalho é marcado, em alguns pontos,
pela presença de grandes edificações, como o Condomínio Villa Mediterrâneo, destinado
à moradia. Destacam-se também os edifícios comerciais Poty Premier e Euro Business.
No geral, os três pontos apresentaram uma situação de desconforto térmico. O
próprio recorte temporal pode explicar essa constatação, já que a pesquisa foi realizada
no mês de Outubro, no qual as temperaturas acusam índices elevados, superiores a 35ºC.
Por outro lado, os índices de umidade relativa do ar mostram valores inferiores a 40%,
característica dessa época do ano. As rajadas de ventos, também influenciadas pelas
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formas construídas, se mostraram praticamente nulas, sendo registrados para os pontos
P-2 e P-3 valores de 0,0 m/s, o que influenciou de forma significativa para a condição de
desconforto térmico nos três pontos (Tabela 1).
Tabela 1 - Índices de temperatura, umidade e velocidade dos ventos. Fonte: Org. por Jonh
Tavares (2014).
A tabela acima vem em reforço a tudo aquilo que já foi dito sobre a situação térmica
dos três pontos pesquisados ao longo da Avenida Raul Lopes, apresentando os valores
brutos dos parâmetros quantificados no campo. Ficam evidentes as condições de elevadas
temperaturas para essa época do ano, assim como os baixos índices de umidade relativa,
os quais contribuem para o ar apresentar-se “seco” e desconfortável. Aponte-se, também,
a influência das formas construídas sobre os elementos climáticos. Isso ficou evidente no
ponto 3, onde a circulação dos ventos é fortemente dificultada pela presença dos edifícios
ali localizados (Figura 2).
Figura 2 - Condomínio Euro Business. Fonte: Jonh Tavares (2014).
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CONCLUSÃO
Não é de hoje que o estudo das condições climáticas das cidades brasileiras desperta
o interesse dos geógrafos que lidam com a causa urbana. Compreender como os aspectos
geoambientais e as formas construídas influenciam a dinâmica dos microclimas urbanos
é tarefa árdua e requer um olhar para além dos índices quantificados.
A Avenida Raul Lopes apresenta uma conjunção particular de fatores naturais e
artificiais que determinam, em cada trecho da via, condições térmicas ligeiramente
opostas. Aqueles pontos mais próximos às edificações normalmente apresentam
condições térmicas desconfortáveis, visto que a circulação dos ventos fica comprometida
em função das barreiras apresentadas pelos prédios de maior envergadura.
REFERÊNCIAS
ALVARES, Lúcia C. Espaços livres públicos: uma análise multidimensional de apropriações e
conflitos. In. XIII SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA. UERJ, Rio de Janeiro, 2013.
FORTES, Raimundo L. (coord.) Perfil de Teresina: Econômico, Social, Físico e Demográfico. Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo – SEMDEC. 2010
MAGALHÃES, Gleydson; ZANELLA, Maria. Comportamento Climático da Região Metropolitana de
Fortaleza. Mercator. v. 10, n. 23, 2011.
MONTEIRO, Carlos A. F. Adentrar a cidade para tomar-lhe a temperatura. Geosul. n. 9, ano V, 1990.
TAVARES, F. J. L. 1 fotografia colorida. Teresina, 2014.
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IDENTIFICAÇÃO DAS PRAÇAS EXISTENTES NOS BAIRROS DA
ZONA SUL DE TERESINA, PIAUÍ
Elisane Cunha de Sousa1; Juliane Ramalho Sousa2; Maria Valdirene Araújo Rocha
Moraes3
Universidade Federal do Piauí123; E-mail: [email protected];
[email protected]; [email protected]
Palavras-Chave: Praças. Teresina. Áreas Verdes.
INTRODUÇÃO
Sabemos que no Brasil, a distribuição da população é predominantemente urbana e
não está sendo diferente em Teresina, que cada dia torna-se uma área mais urbanizada.
Com a crescente urbanização, surgem prejuízos como a diminuição de áreas verdes e o
consequente aumento da temperatura do ar gerando um desconforto térmico ocasionado
principalmente pela falta de vegetação.
A existência de praças, além de influenciar no micro clima, mediante a amenização
da temperatura, no aumento da umidade relativa do ar e na absorção de poluentes e por
incrementar a biodiversidade, favorece psicologicamente o bem-estar do homem,
possibilitando as práticas sociais, momentos de lazer, encontros ao ar livre e
manifestações de vida urbana e comunitária, que contribuem para o relacionamento social
entre as pessoas. De acordo com Cunha (2003) o acelerado crescimento das cidades faz
com que os espaços públicos abertos sejam cada vez mais necessários nas cidades,
podendo desempenhar importantes papéis funcionais, ambientais, sociais e culturais,
agregando qualidade ao ambiente urbano, por meio do favorecimento de melhores
condições ambientais e sanitárias, condições de convívio e lazer e, ainda, de atributos
estéticos ao lugar.
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Segundo Oliveira e Mascaró (2007), a área demandada pelos espaços livres cresce
com o aumento da densidade demográfica, isto é, os grandes centros e as zonas mais
densamente habitadas são os que mais precisam dos benefícios proporcionados por esses
espaços. Portanto, a partir do levantamento aqui realizado pode-se obter dados que
mostraram o número de áreas verdes existente na Zona Sul de Teresina. E trabalho discute
a importância das praças como área verde e espaço livre para a sustentabilidade urbana e
equilíbrio ambiental, e a relação entre a população e o espaço estudado.
A presente pesquisa teve como objetivo geral fazer um levantamento das praças
existentes na Zona Sul da cidade de Teresina- Piauí (Figura 1), mostrando os impactos
causados pela urbanização, analisando os benefícios que essas áreas proporcionam a
população, além de ressaltar a importância de áreas verdes em locais urbanizados.
Figura 1 – Localização da área. Organizado por Moraes (2014).
MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi diversas pesquisas
realizadas principalmente em artigos científicos e projetos de pesquisas, encontrados em
revistas eletrônicas. Bem como a utilização de mapas ilustrando a localização das praças
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da Zona Sul da cidade de Teresina/Piauí. Foram consultados órgãos institucionais como
SEMPLAN, SDU, GEURB, IBGE, CEPRO, SEMAM e bibliografias científicas como
Cunha (2003) e Oliveira (2007).
Por ser localizada no interior do Estado, Teresina não possui áreas litorâneas, sendo
assim uma cidade com a necessidade de espaços livres para o lazer. Assim existindo essa
necessidade da criação desses espaços, alguns órgãos da prefeitura, como: Gerência de
urbanismo (GEURB) Superintendência de Desenvolvimento Urbano do Município
(SDU) e Secretária Municipal de Planejamento (SEMPLAN) além de parcerias entre
prefeitura e iniciativa privada, é que são responsáveis para a criação e manutenção destes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A cidade de Teresina está localizada no centro-norte do estado do Piauí, possui uma
população de 814.439 habitantes distribuídos por uma superfície de 1.391,97 km² (IBGE,
2010). A zona Sul é composta por 32 bairros, que apresentam população total de 211.386
habitantes, sendo o Promorar o mais populoso com 20.823 habitantes (IBGE, 2010).
Os Bairros que compõe a Zona Sul são: Angelim, Areias, Bela Vista, Brasilar,
Catarina, Cidade Nova, Cristo Rei, Distrito Industrial, Esplanada, Lourival Parente,
Macaúba, Monte Castelo, Morada Nova, N. S. das Graças, Parque Jacinta, Parque Juliana,
Parque Piauí, Parque São João, Pio XII, Polo Residencial Empresarial Sul, Promorar,
Redenção, Saci, Santa Cruz, Santa Luzia, Santo Antônio, São Lourenço, São Pedro,
Tabuleta, Três Andares, Triunfo e Vermelha.
No que se refere à quantidade de Praças, nota-se na Figura 2, a distribuição
geográfica das Praças da Zona Sul de Teresina. Constata-se uma maior concentração de
área verdes (praças, áreas verdes e espaços livres) na parte norte, região mais próxima ao
Centro da cidade, concentrando uma quantidade maior nos Bairros onde existe uma maior
quantidade de moradores.
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Figura 2 – Distribuição Geográfica das Praças da Zona Sul de Teresina. Fonte: Elaborado
por Felipe Monteiro, adaptado de SEMPLAN, 2011.
As Praças na cidade de Teresina representam uma forma de lazer na qual a
população encontra uma alternativa de divertimento e de convívio com as demais pessoas
da sociedade, sendo estas utilizadas muitas vezes com um local para a prática de
atividades físicas, bem como ponto de encontro para as pessoas, usadas muitas vezes para
festejos comemorativos de santos, como podemos citar o exemplo do Bairro Bela Vista,
onde uma de suas Praças principais localiza-se a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré.
Segundo dados da SEMAM (2010), utilizados para a elaboração deste mapa, na
zona Sul são encontrados 102 praças e 12 parques ambientais, localizados em alguns dos
bairros da região. Estes espaços verdes são criados e mantidos, principalmente, com a
intenção de proporcionarem áreas de lazer para a população local, com uma temperatura
mais agradável.
CONCLUSÃO
Conclui-se que existe uma grande relação das praças, das áreas verdes e dos espaços
livres com a população da cidade de Teresina. Essa relação dá-se a partir do momento em
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que a cidade cada dia urbaniza-se mais, sendo necessárias áreas verdes para amenização
do clima, além de espaços onde a população possa ter seus momentos de lazer.
Percebeu-se que existe uma desigualdade na distribuição dos espaços livres e áreas
verdes da Zona Sul de Teresina, havendo uma maior concentração dessas áreas na parte
norte região mais próxima ao Centro da cidade, concentrando uma quantidade maior
naqueles Bairros onde existe uma maior quantidade de moradores.
Percebe-se a necessidade de criação de mais espaços livres e áreas verdes na Zona
Sul de Teresina, levando em consideração as altas temperaturas da cidade de Teresina,
posto que as áreas livres atenuam as temperaturas e aumentam o conforto térmico.
REFERÊNCIAS
CUNHA, Rita Dione Araújo. Os espaços públicos e as leis de uso e ocupação do solo: uma questão de
qualidade para ambientes sustentáveis. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE EDIFICAÇÕES E
COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS, 3. 2003. São Carlos, SP. Anais... São Carlos: ANTAC, 2003. 1
CD-ROM.
IBGE (2010). Censo 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>
Acesso em: 14 mai. 2011.
OLIVEIRA, L.A.; MASCARÓ, J. J. Análise da qualidade de vida urbana sob a ótica dos espaços públicos
de lazer. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 7, n. 2, p.59-69, abr./jun. 2007.
SEMPLAM. Secretária Municipal de Planejamento. 2014. Disponível em:
<http://semplan.teresina.pi.gov.br/sdu-sul/> Acesso em: 10 out. 2014
TERESINA. Prefeitura Municipal de Teresina. Plano de desenvolvimento sustentável – Teresina
Agenda 2015. Teresina, 2002.
TERESINA. Secretaria Municipal de Planejamento – SEMPLAN. Relatório de Atividades 2007.
Teresina: Prefeitura Municipal de Teresina, 2007.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DAS ATIVIDADES DE
DRAGAGEM NO RIO PARNAÍBA NA ÁREA DA GRANDE SANTA
MARIA DA CODIPI EM TERESINA, PIAUÍ.
Rafael da costa soares1; Janaira Marques Leal2
¹ Universidade Federal do Piauí – UFPI 12; [email protected];
[email protected] ;
Palavras-Chave: Dragas. Teresina. Rio Parnaíba.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo abordar alguns impactos ambientais
decorrentes das atividades de dragagens no rio Parnaíba para extração de areia, destinado
à construção civil na área do bairro Santa Maria da Codipi na zona norte de Teresina,
Piauí (Figura 1).
Figura 1 – Localização da área. Fonte: Imagem Landsat 8 e recorte do Google Maps (2014).
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Segundo a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente Nº 001, de 23 de
janeiro de 1986 (CONAMA,1986) em seu artigo primeiro, nos seguintes termos:
considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante
das atividades humanas, que direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o
bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas
e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos naturais.
Segundo dicionário português, o significado de draga diz respeito a um tipo especial
de embarcação, projetada para as mais diversas funções que digam respeito à remoção de
material do fundo de qualquer corpo ou curso d’água, que não seja muito profundo.
Existem diversos tipos desde aquelas que são utilizadas para a retirada de areia dos
grandes portos marítimos, dos canais por onde passam os navios e existem ainda as dragas
móveis, que são usadas para o desassoreamento dos leitos de rios.
MATERIAL E MÉTODOS
O desenvolvimento do presente trabalho constou de consulta em artigos científicos
como Teresina Agenda 2015 (LIMA et al.), sítios da internet dentre eles o CONAMA e
pesquisa de campo a fim de coletar dados para dar sustentação aos argumentos expostos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao longo do trecho observado, verificou-se a existência de cinco dragas (Figura 1)
em funcionamento. Desse total, quatro possuía algum tipo de licença nos órgãos
ambientais e uma ainda se encontra em fase de teste.
Com relação aos impactos ambientais direta ou indiretamente ligados a essa
atividade pode-se observar os mais variados, dentre eles, a remoção dos sedimentos,
alteração na qualidade da água como o aumento na turbidez e na concentração de
nutrientes e compostos químicos (que podem ser tóxicos).
A dragagem também ocasiona o aumento da profundidade e alteração do perfil de
fundo do rio, provocando a remoção do habitat dos organismos vivos, alteração da
hidrodinâmica local, redução da possibilidade dos estoques pesqueiros, retirada da
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vegetação, com consequente desnudação do solo, nos locais destinados às caixas de
retenção (Figuras 2 e 3).
Figura 2 – Draga utilizada para retirada de areia do leito do rio Parnaíba. Foto:
Rafael Soares.
Figura 3 – Caixa de retenção de areia extraída do rio. Foto: Rafael Soares.
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Constatou-se também a diminuição da infiltração de água no solo, devido à
compactação ocasionada pelo uso de máquinas pesadas e a redução espacial do habitat
silvestre por ocasião da erradicação da cobertura vegetal nativa além da contaminação
dos cursos d’água causadas pelos resíduos (óleos, graxas) provenientes dos maquinários
utilizados no empreendimento, fato observado por Tobias (2010) em estudo semelhante
realizado no Rio Piracanjuba em Goiás.
CONCLUSÃO
Tendo como referências os fatos mencionados, observa-se que o processo de
dragagem, apesar de ser uma atividade economicamente rentável, traz consigo inúmeros
impactos ambientais em virtude da exploração sem planejamento.
Observou-se também uma fragilidade no que diz respeito à fiscalização por parte
dos órgãos ambientais nas diversas instâncias, contribuindo assim para que o processo de
degradação do rio Parnaíba aumente como conseqüência dessa atividade que altera
intensamente a área minerada, provocando mudanças no meio físico e biótico, com
diminuição da biodiversidade. Portanto, entende-se que a atividade mineradora é
necessária, desde que seja realizada de maneira sustentável e respeitando a legislação.
REFERÊNCIAS
COSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. - Resolução nº 001, de 23 de janeiro de
1986, publicado no D. O U. de 17.2. 86.
FERREIRA, A. B. H. Aurélio século XXI: o dicionário da Língua Portuguesa. 3. ed. rev. e ampl. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
LIMA, Iracilde Maria Moura Fé, et al., CONGRESSO DA CIDADE. Teresina Agenda 2015. Plano de
desenvolvimento sustentável. Teresina: PMT e CEF, 2002.
TOBIAS, Ana Cristina. ROCHA, Ana Carolina. FERREIRA, Francisco. AVALIAÇÃO DOS
IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA EXTRAÇÃO DE AREIA NO LEITO DO RIO
PIRACANJUBA - MUNICÍPIO DE SILVANIA GO, 2010.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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INDICADORES AMBIENTAIS E SIG APLICADOS AOS ESTUDOS
DE IMPACTOS AMBIENTAIS
¹Sergio Carlos dos Santos Viana; Bartira Araújo da Silva Viana²
1 UNOPAR Teresina, [email protected]; 2 UFPI.
Palavras-Chave: Indicador ambiental. Impactos ambientais. SIG.
INTRODUÇÃO
Em decorrência da evolução dos processos produtivos as organizações têm
configurando suas ações em torno de ferramentas usadas para contemplar as necessidades
de uma produção mais limpa, em padrões e instruções operacionais e sistemas de controle
conhecidas como Sistema de Gestão Ambiental. Atualmente, para obtenção e consecução
desse Sistema, as organizações têm utilizado a família de normas ISO 14000, a exemplo
das normas 14001 e 14031.
A NBR ISO 14.001(BRASIL, 2004a) estabelece que um aspecto ambiental
significativo é aquele que pode determinar um impacto ambiental significativo, dessa
forma, as organizações devem traçar planos e programas visando a redução de riscos e a
minimização dos impactos ambientais. Dentro da gestão ambiental, as normas previstas
na ISO 14.001 têm relação com a NBR 14.031 (BRASIL, 2004b) que trata dos
Indicadores ambientais.
Dessa forma, a presente pesquisa objetiva compreender como indicadores
ambientais e os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) são aplicados aos estudos de
impactos ambientais. A pesquisa justifica-se pela necessidade de conhecer como os
indicadores ambientais são utilizados nos sistemas de gestão pelas organizações para
equacionarem suas demandas ambientais, padronizarem seu processo produtivo,
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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reduzirem custos de produção e melhorarem sua imagem, além de gerenciar o controle
de seus aspectos ambientais, minimizar os impactos e melhorar seu desempenho
ambiental.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada no trabalho foi à pesquisa bibliográfica em livros, textos e
artigos científicos, principalmente em sítios da internet. Neste estudo, os autores
considerados que abordam os temas indicadores ambientais, impactos ambientais,
Sistema de Informações Geográficas e Sistemas de Gestão Ambiental são seguintes:
Freitas et al. (2013), Reis Filho (2012), Abdon (2004), Figueiredo (1996), dentre outros,
além dos principais documentos e leis que tratam desta temática.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Discussão conceitual sobre indicadores ambientais
O estado de um fenômeno ou ambiente, assim como seu funcionamento pode ser
adquirido através de informações provenientes de um parâmetro ou de valores derivados
de parâmetros, que são conhecidos como indicadores (OECD, 1993 citado por ABDON,
2004), a exemplo dos indicadores ambientais que são considerados,
Ferramentas de acompanhamento de alteração de padrões ambientais e de
estratégias de ação sobre o meio ambiente através da análise sistemática e da
expressão sintética das evoluções temporais e/ou espaciais, em relação a uma
situação de referência, com o objetivo de estabelecer metas e verificar
eficiência e eficácia das ações (MATO GROSSO, IBRAD, 2008, p.2).
Segundo este mesmo documento, índices ambientais são funções matemáticas
baseadas em duas ou mais variáveis são, portanto, os resultados numéricos de um
indicador. Então, porque precisamos de indicadores?
Segundo Figueiredo (1996, p. 37) “A aplicação de indicadores, de um modo geral,
reflete a necessidade da quantificação de parâmetros que permitam avaliar, da forma mais
correta possível, a eficiência e eficácia do processo produtivo”.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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Os indicadores ambientais são utilizados para identificar danos e ameaças à saúde
humana e aos ecossistemas. São ferramentas para tomadas de decisão e formulação de
políticas ou para elaborar e avaliar objetivos de programas. Também servem para
informar o público sobre questões ambientais, de forma não técnica e de fácil
entendimento, assim como para responder ao direito de informação do público a respeito
do estado do seu meio ambiente (MATO GROSSO, IBRAD, 2008).
Quanto à utilização os indicadores estes devem assegurar a avaliação compreensiva
dos aspectos ambientais, assim como levar à identificação de aspectos críticos e
relevantes de desempenho ambiental. Quanto às áreas de avaliação encontramos
indicadores relativos à: Sistemas gerenciais - identificando pontos fortes ou fracos na
organização; Sistemas operacionais - cargas decorrentes do processo para o meio
ambiente; Estado do meio ambiente - condição do meio ambiente no momento da
avaliação (FIGUEIREDO, 1996).
Indicadores ambientais e os Sistemas de Informações Geográficas aplicados aos
estudos de impactos ambientais
Os indicadores ambientais podem ser utilizados em estudos de impactos ambientais
a partir da aplicação de uma ficha de cadastro com indicadores que possam contribuir
para identificação da degradação ambiental decorrentes da ação natural ou antrópica sobre
as feições naturais locais, visando subsidiar o diagnóstico ambiental da área a ser estudada
(ABDON, 2004).
Segundo essa autora, a seleção de indicadores ambientais pode subsidiar as
avaliações de impacto ambientais a partir da análise das informações dos meios físico,
biológico e socioeconômico, mediante a identificação das relações existentes entre as
atividades econômicas com os processos naturais e antrópicos da região. Além de
contribuir para a caracterização dos impactos, estes favorecem a elaboração de um banco
de dados georreferenciados para alimentar o Sistema de Informações Geográficas (SIG)
contribuindo, assim, para a elaboração de mapas temáticos.
Deve-se destacar que uma das características básicas do SIG é a sua capacidade
de tratar as relações espaciais entre objetos geográficos. O SIG usado em estudos sobre
indicadores ambientais contribui com o estudo das inter-relações entre os dados
econômicos, sociais e ambientais de forma integrada e georreferenciada, assim, nesta
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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condição o SIG permite a manipulação de grandes quantidades de dados, avalia os
elementos de interesse e ainda auxiliar no desafio de tornar as informações mais
compreensíveis ao usuário final (FREITAS et al., 2013). Cumpre enfatizar também que,
Para a realização de diagnósticos, através de análise ambiental, sobre a
realidade de determinado território, com a intenção de sobre ele atuar de forma
mais eficiente e melhor planejar seu desenvolvimento, serão necessários dados
e informações os mais atuais e exatos possíveis, tanto sobre esse território
quanto sobre a sociedade que o ocupa (REIS FILHO, 2012, p.132).
Segundo Câmara et al (1998 citado por Reis Filho, 2012) consideram que há, pelo
menos quatro grandes dimensões de problemas ligados à pesquisa ambiental, para as
quais têm contribuído muito o uso dos Sistemas de Informações Geográficas:
Mapeamento Temático: Diagnóstico ambiental; Avaliação de impacto ambiental e
Ordenamento territorial:
Freitas et al., (2013) explicam também que a compreensão dos elementos
envolvidos e a espacialização de informações utilizando-se SIG contribuem para a
identificação de problemas e o aperfeiçoamento de modelos de gestão ambiental
auxiliando o tomador de decisões na seleção da melhor alternativa.
Assim, as informações organizadas na seleção dos indicadores ambientais, nas
cartas temáticas do banco de dados e nas estatísticas dos dados socioeconômica da área
de estudo, servirão de subsídio para a compreensão das origens e extensão dos impactos
ambientais em feições naturais e humanizadas.
CONCLUSÃO
Os Sistema de Gestão Ambiental utilizados na atualidade são ferramentas que
facilitam o alcance de um equilíbrio por parte das organizações, são mecanismos usados
na cadeia produtiva das empresas, visando estabelecer métodos de realimentação de todo
o sistema para obtenção de resultados positivos, relacionados à minimização dos impactos
gerados pelos processos produtivos, a partir de uma certificação baseada na família de
normas ISO 14000, a exemplo da NBR ISO 14.001 e da ISO 14031, dentre outras
certificações.
Dessa forma, a identificação de indicadores ambientais e o Sistema de Informações
Geográficas constituem subsídios para a avaliação de impactos ambientais, a partir do
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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levantamento dos recursos, dos processos naturais e antrópicos, contribuindo para a
compreensão das inter-relações decorrentes da relação entre os impactos e suas
consequências no ambiente.
REFERÊNCIAS
ABDON, M. de M. Os impactos ambientais no meio físico – erosão e assoreamento na bacia
hidrográfica do rio Taquari, MS, em decorrência da pecuária. 2004. 322f.Tese (Doutorado em
Ciências da Engenharia) – Programa de Pós-Graduação da Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 14.001. Sistema de gestão
ambiental – especificações e diretrizes para uso. ABNT, 2004a.
______. NBR 14.031. Gestão ambiental – avaliação de desempenho ambiental: diretrizes. ABNT,
2004b.
FREITAS, E. P.; MORAES, J. F. L. de; PECHE FILHO, A.; STORINO, M. Indicadores ambientais para
áreas de preservação permanente. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola Ambiental, v.17, n.4,
p.443–449, 2013.
FIGUEIREDO, M. A. G. de. O uso de Indicadores Ambientais no acompanhamento de Sistemas de
Gerenciamento Ambiental. Belo Horizonte, v. 6, n.1, p.33-44, Jul.1996
MATO GROSSO. Instituto Brasileiro de Administração para o Desenvolvimento – IBRAD. Curso de
Avaliação e Monitoramento de Políticas Públicas. Cuiabá: Secretaria de Estado do Meio Ambiente MT, 2008.
REIS FILHO, Antônio Aderson dos. Análise integrada por geoprocessamento da expansão urbana de
Teresina com base no Estatuto da Cidade: estudo de potencialidades, restrições e conflitos de interesses.
2012. 278 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Geografia - Instituto de Geociências,
Universidade Federal de Minas Gerais, 2012.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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JOGOS COMO INSTRUMENTO NO ENSINO DE GEOGRAFIA
FÍSICA
Sara Raquel Cardoso Teixeira de Sousa¹; Aline Camilo Barbosa²
¹Universidade Federal do Piauí – UFPI, [email protected]; ²Universidade Federal do Piauí
– UFPI, [email protected]
Palavras-Chave: Jogos. Ensino. Geografia.
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo apresentar jogos lúdicos que podem ser utilizados
em sala de aula como estratégia de ensino dos conteúdos da Geografia Física. Os jogos
apresentam-se como recursos inovadores e atraentes, apresentando-se como possibilidade
de desenvolver nos educandos conteúdos de forma significativa, auxiliando assim, aluno
e professor no processo de ensino aprendizagem.
MATERIAL E MÉTODOS
Para apreciação deste trabalho, foram realizados levantamentos bibliográficos em
artigos científicos, revistas eletrônicas, teses e artigos de livros publicados que abordam
a temática em questão.
O material avaliado trata-se de três jogos de dinâmicas diferenciadas: jogos de
tabuleiro, jogos de cartas e jogos de perguntas e respostas. O local onde ocorreram as
observações da utilização desses materiais foi a Unidade Escolar Professor Joca Vieira,
situada na zona leste de Teresina. Os jogos foram aplicados durantes as intervenções de
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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alunos monitores do Programa de Iniciação de Bolsa de Iniciação a Docência – PIBID da
área de Geografia. Os dados aqui analisados foram coletados no ano de 2013.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os conteúdos abordados pela Geografia Física são, de modo geral, carregados de
conceitos, que retratam as dinâmicas físicas dos eventos que ocorrem no planeta Terra,
desde modo os professores se deparam com a dificuldade de transmitir tais conceitos de
forma clara coesa, ao fazer uso apenas dos métodos tradicionalistas de ensino.
Baseado nesse aspecto buscou-se novos recursos dentro do Ensino de Geografia,
com intuito de aprimorar metodologias que auxiliassem os professores no ensino de
Geografia Física, dessa forma contribuindo com intervenções em sala de aula mais
consistentes. Assim questiona-se inicialmente o que é Geografia Física?
Este conceito possui discussões dentro de diversas correntes da evolução do
pensamento geográfico, no entanto, considera-se neste artigo o conceito contemporâneo
de Corrêa (2005, p. 170) que afirma que a Geografia Física é o segmento da ciência
geográfica que busca a explicação dos atributos físicos da paisagem como suporte para a
sociedade, interação esta que garantiria a manutenção de um caráter geográfico aos
estudos da disciplina.
Nesse contexto, nota-se a complexidade que aborda toda a Geografia Física e os
conceitos que norteiam este segmento desta ciência. Observa-se a dificuldade de
transmiti-lo em sala de aula, tornando-se às vezes algo enfadonho para o professor e
aluno, o que dificulta o processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, os professores
são constantemente desafiados a aplicarem durante suas aulas diversos recursos didáticos
diferenciados que visam envolver o aluno no processo de ensino de maneira ativa.
Nessa perspectiva, o presente trabalho analisa os recursos didáticos não
convencionais, que são aqueles que não surgiram inicialmente para serem abordados em
sala de aula. Segundo Silva (2011, p. 17): “Definimos, portanto, como recursos didáticos
não convencionais os materiais utilizados ou utilizáveis por professores, na Educação
Básica, mas que não tenham sido elaborados especificamente para esse fim”.
Nas abordagens que aqui avaliamos o jogo é recurso não convencional
diferenciado, isso por que apresenta-se como um instrumento pedagógico atrativo para os
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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alunos facilitando o entendimento dos conceitos geográficos. Segundo Proença Junior
(2002, citado por Klimek, 2007, p. 119) “[…] o jogo é um instrumento pedagógico de
grande potencial integrador e oferece também a oportunidade para a construção da
habilidade de elaborar sínteses. […]”.
Baseado nisso, foram desenvolvidos três jogos que tinham como objetivo auxiliar
o processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos de Geografia Física em sala de aula.
Antes de confeccionar os jogos, os monitores realizaram pesquisas bibliográficas que
deram apoio ao desenvolvimento dos mesmos. Os jogos utilizados em sala de aula tinham
como título: Passa ou Repassa Geográfico – jogo de perguntas e respostas (clima,
hidrografia e relevo); Tô no Clima – jogo de tabuleiro (climatologia geográfica); Que
bioma é esse? – jogo de cartas (biomas brasileiros). Os jogos foram aplicados em sala de
aula, cada um obedecendo a sua dinâmica de funcionamento e com seu objetivo
específico.
Verificou-se durante a aplicação dos jogos, que os mesmos mostraram-se eficazes
com relação aos objetivos que se pretendia alcançar, porém, ouve resistência inicial por
parte do professor efetivo da referida escola, uma vez que os alunos ao participar do
mesmo ficaram muito exaltados.
Com tudo, observou-se que a utilização desses recursos foi vantajosa, pois foram
alcançados os objetivos estabelecido nos planos de aula, os alunos sentiram-se motivados
a participar das aulas de geografia e os conceitos geográficos foram melhor resinificados
pelos discentes. A desvantagem deste recurso não convencional está na resistência dos
professores, que continuam mergulhados no ensino tradicional. Quanto aos alunos o
ponto negativo é que os jogos desenvolvem nos alunos a competitividade, por isso
alertamos que para utilizar esses recursos em sala é importante que o professore deixe
claro que o importante é aprendizagem.
CONCLUSÃO
Conclui-se, portanto, que de acordo com as observações in loco e as apreciações
realizadas sobre os jogos, recurso não convencional, em sala de aula que o uso dos
mesmos é fundamental para o processo de ensino-aprendizagem nos assuntos que
permeiam os conteúdos da Geografia Física. De forma geral o instrumento apresentou-se
construtivo, pois cumpriu o objetivo estabelecido no plano de aula, proporcionou a
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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aquisição de conhecimento, e estimulou a curiosidade e o aprendizado dos estudantes.
Ressalta-se que para a construção de conhecimento é importante que os professores como
mediadores do ensino busquem alternativas diferentes que estimulem os alunos a
aprendizagem de geografia, tornando a aula significativa aos educandos.
REFERÊNCIAS
CORREA, A.C.B. A geografia física: uma pequena revisão de seus enfoques. In: Rios. 1. n 1. Paulo
Afonso, 2005, p. 170-180.
KLIMEK, Rafael Luís Cecato. Como aprender geografia com a utilização de jogos e situações-problemas.
In PASSIMI, Elza Yasuko; PASSIMI, Romão; MALYSZ, T. Sandra. Prática de ensino de geografia e
estágio supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007. p. 117-123.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1994.
SILVA, Josélia Saraiva e. Recursos didáticos não convencionas no ensino de geografia. In: SILVA,
Josélia Saraiva e. Construindo Ferramentas para o ensino de geografia. Teresina: EDUFPI, 2011
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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MAPEAMENTO DOS PARQUES AMBIENTAIS DA CIDADE DE
TERESINA, PIAUÍ
Francisco Wellington de Araújo Sousa1; Thamires Oliveira Silva2; Maria Valdirene
Araújo Rocha Moraes3
1 Universidade Federal do Piauí12, email: [email protected];
[email protected]
Palavras-Chave: Parques Urbanos. Teresina. Localização.
INTRODUÇÃO
A Sociedade Brasileira de Arborização Urbana – SBAU define parque ambiental
como uma área verde com dimensões entre 100m2 e 10 hectares, destinado ao lazer ativo
ou passivo, à preservação da flora ou da fauna ou de outros atributos naturais.
Nessa perspectiva os Parques Ambientais Urbanos nascem como a necessidade de
integração das questões urbana e ambiental, e como conseguinte de uma mudança de
pensamento e abertura para o debate em busca de meios e estratégias que possam ajudar
a resolver problemas inerentes as sociedades urbanas ou em urbanização.
Dentro desse contexto, a cidade de Teresina foi considerada por muitos anos como
“cidade verde”, título recebido em 1899 pelo escritor Coelho Neto. Mas devido ao
crescimento da população e dos espaços urbanos, o verde que era característico da cidade
foi se perdendo e a necessidade de criar e deixar espaços e áreas verdes foi ficando maior.
Esse trabalho tem como objetivo central mapear os parques ambientais da cidade
de Teresina-PI, que são áreas de grande importância para o ambiente urbano, no que se
refere a preservação, ao lazer e à qualidade de vida. Assim, serão caracterizados os
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
101
principais parques ambientais da cidade, destacando sua importância e os problemas
existentes nessas áreas.
MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia utilizada consistiu na leitura de diversos artigos, teses e trabalhos de
monografias, como Santos Filho (2005); Ferreira (2005); Silva e Pasqualetto (2013);
Sousa (2007); Rezende et al (2012), bem como a visita de inúmeros websites de Órgãos
Institucionais como IBGE, SEPLAN e da Prefeitura de Teresina que apresentaram
material coerente e atualizado a respeito da situação atual da preservação e delimitação
de parques ambientais urbanos em Teresina (PI), concretizando nosso trabalho com a
visita dos principais parques situados em nossa cidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A cidade de Teresina está localizada na porção centro-norte do estado do Piauí
(Figura 1) tendo como coordenadas geográficas 05º05’12’’ Sul e 42º48’42’’ Oeste.
Segundo IBGE (2014) sua área é de aproximadamente 1.392 km², apresentando uma
população de 814.230 de acordo com o Censo 2010.
Figura 1: Localização da cidade de Teresina. Fonte: Sousa e Silva (2014).
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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Na cidade de Teresina existem 34 parques ambientais, onde somado com a área das
praças vão abranger aproximadamente 227 hectares no perímetro urbano (TERESINA,
2014). Grande parte desses parques estão localizados nas margens dos rios Parnaíba e
Poti, que são áreas de preservação permanente. Na Figura 2 estão identificados os
principais parques da zona urbana de Teresina.
Figura 2 – Localização dos principais parques ambientais de Teresina. Fonte:
Teresina (2010), adaptado por Sousa e Silva (2014)
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
103
Santos Filho (2005) destaca que Teresina está inserida numa das maiores zonas
ecotonais do Brasil, onde o sub-úmido amazônico encontra-se com o semiárido
nordestino, caracterizando uma área de transição. Assim, o município está numa faixa de
contato das formações vegetais do tipo floresta subcaducifólia, cerrado e caatinga. Na
área urbana predomina a floresta subcaducifólia mesclada de babaçu. Nas matas-galeria
ocorre outras palmeiras como carnaúba e buriti (TERESINA, 2002).
Dentre os principais parques situados na cidade de Teresina destacam-se: o Parque
Zoobotânico, o Parque Ambiental Encontro dos Rios, Parque Ambiental de Teresina,
Parque da Cidade, Parque da Potycabana e Parque Municipal Floresta Fóssil. O Parque
Zoobotânico possui uma área de 137 hectares, onde são encontrados uma grande
variedade de espécies da fauna e da flora, em torno de mais de 220 espécies animais e
365 exemplares da flora (Figuras 3, 4 e 5).
Figura 2 – Localização do Parque Ambiental de Teresina e do Parque da Cidade. Fonte:
Teresina (2010), Adaptado por Sousa e Silva (2014)
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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Figura 3 – Parques Zoobotânico e Potycabana. Fonte: Teresina (2010), Adaptado por Sousa e
Silva (2014)
Figura 4 – Parque Ambiental de Encontro dos rios. Fonte: Teresina (2010), Adaptado por Sousa
e Silva (2014)
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
105
O Parque Ambiental Encontro dos Rios localizado no Bairro Poti velho é uma área
de 3 hectares de preservação permanente (TERESINA, 2014). Possui muitos atrativos
como restaurante flutuante, monumento cabeça de cuia, trilhas, mirantes entre outros.
Atualmente a falta de estrutura e de guias são motivos de grandes reclamações dos turistas
que vão ao parque, o que prejudica sua visitação.
Possuindo uma área de 8 hectares o Parque Potycabana fica localizado à margem
direita do Rio Poti (TERESINA, 2014). É dotado de vários espaços para o lazer e o bem
estar da população, como quadras esportivas, pistas de skate e caminhada. O parque é
atualmente um dos que mais recebem visitação principalmente aos finais de semana,
sendo que a maior parte do público e de adolescentes e crianças.
Possuindo grande importância ambiental e arqueológica o Parque Municipal
Floresta Fóssil localiza-se no leito do rio Poti numa área de 13 hectares (TERESINA,
2014). È um dos vários parques que se encontram praticamente abandonados, onde maior
parte da população não tem conhecimento dessa área tão importante para a capital.
Atualmente o parque sofreu com um incêndio que destruiu uma grande área de vegetação.
A área de preservação ambiental conhecida como Parque da Cidade possui uma
área de 17 hectares. Nele se encontram mais de 120 espécies vegetais (TERESINA,
2014). Além disso, no parque existem espaços para atividades esportivas, como trilhas
para caminhada e campo de futebol. O parque sofre com a falta de infraestrutura e com a
segurança, que são os problemas destacados pela população que vive ao entorno.
O Jardim Botânico ou Parque Ambiental de Teresina ocupa uma área de 38
hectares, estando localizado no bairro Mocambinho. No parque são encontradas trilhas
educativas para os visitantes além de serem realizadas pesquisas na área (TERESINA,
2014).
CONCLUSÃO
Diante do que foi exposto no trabalho, dos dados coletados, e observações
realizadas nos Parques Ambientais Urbanos de Teresina, podemos concluir que essas
áreas de preservação ambiental são espaços necessários ao ambiente urbano de um
município, pois tais recortes são dotados de vegetação e de outros elementos naturais que
influenciam no microclima de determinada região, na medida que atuam na diminuição
e/ou amenização da temperatura, possibilitando assim maior conforto à população que
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
106
vive no espaço urbano em questão. Além disso, muitos dos parques conciliam o lazer com
a preservação, o que em tempos de expansão urbana deve ser considerado de suma
importância para o desenvolvimento consciente e saudável de uma cidade.
É importante elencar que a cidade de Teresina nos últimos anos vem apresentando
um crescimento urbano considerável, o que vem ocasionando a diminuição de áreas
verdes. Logo a necessidade de ter esses espaços no perímetro urbano é de grande
necessidade. Assim, o desenvolvimento urbano sustentável será a questão mais viável e
presente nas políticas públicas da cidade.
É preciso que haja em grande parte desses espaços uma fiscalização maior, além de
investimentos que garantam sua função de preservação ambiental, pois muitos se
encontram em pleno abandono, sem nenhuma infraestrutura e segurança. Torna-se
evidente que a gestão municipal deve agir na recuperação desses ambientes, no que se
refere aos impactos ambientais existentes em alguns dos parques, bem como promover
campanhas de conscientização quanto a preservação desses espaços, o que vai garantir
assim melhor qualidade de vida para a população que visita essas áreas e quem mora
próximo.
REFERÊNCIAS
IBGE. Cidades, 2014. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=221100>
Acesso em: 20 set. 2014
SANTOS FILHO, F. S. Programa Lagoas do Norte: relatório de fatores bióticos, Teresina, 2005.
TERESINA. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação Geral.
Teresina: Agenda 2015 – Plano de Desenvolvimento Sustentável. Teresina, 2002.
______. Prefeitura Municipal. Plano Municipal de Saneamento Básico. Teresina, 2014. Disponível em:
<http://www.teresina.pi.gov.br/sistemas/portalpmt/admin/upload/documentos/ba90e00ad7.pdf.> Acesso
em: 10 out 2014.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
107
MORFOESTRUTURAS E MORFOESCULTURAS NO BRASIL E
NO ESTADO DO PIAUÍ
Francisco Wellington de Araújo Sousa1; Juliane Ramalho Sousa2; Magda Vanessa Moura
Teixeira3; Maria do Amparo Alves Cardoso4; Mayra Alves Passos5; Sunamita Lima da Silva6;
Claudia Maria Sabóia de Aquino7
1 Universidade Federal do Piauí12, email: [email protected];
[email protected] 2; [email protected] 3 ; [email protected]
4
; [email protected] 5; [email protected] 6
Palavras-Chave: Morfoestruturas. Morfoesculturas. Brasil. Piauí.
INTRODUÇÃO
O estudo das paisagens geomorfológicas ou formas de relevo é fundamental para
compreensão do meio físico. A geomorfologia é a ciência que trata do estudo das formas
de relevo. Guerra (1994) define a geomorfologia como o estudo racional e sistemático
das formas de relevo, baseado nas leis que lhe determinaram sua gênese e evolução.
Esse trabalho tem como objetivo i) identificar as grandes unidades morfoestruturais
e morfoesculturais do relevo; ii) caracterizar e identificar estas unidades tanto no Brasil
como no Piauí.
MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia utilizada na realização deste trabalho constou com o levantamento
bibliográfico acerca do conteúdo de Geomorfologia, principalmente relacionada à
Geomorfologia Brasileira e do Piauí, como Penteado (1978), IBGE (2009), Guerra
(1994), Lima (1987), Araújo (2006), Ross (1985), além de pesquisa em sites
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
108
especializados na Internet, Artigos Científicos, bem como a utilização de recursos visuais
como: imagens, mapas, e a confecção de maquete.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo Penteado (1978) as grandes unidades estruturais do globo são: escudos
antigos, bacias sedimentares e cadeias dobradas. A partir dessas estruturas vão existir
feições geomorfológicas exclusivas de cada tipo de estrutura, o que ficou denominado de
morfoestruturas, estas se originaram principalmente por processos endógenos. Como por
exemplo, temos a cuesta que é uma forma de relevo de bacias sedimentares, e também os
inselbergs feições exclusivas de escudos.
Morfoesculturas consistem nas formas de relevo que se originam e estão ligadas
exclusivamente a processos exógenos e secundariamente a endógenos, como os planaltos,
planícies e depressões.
No território brasileiro duas classificações do relevo podem ser consideradas de
destaque: a classificação do relevo elaborada por Jurandyr Ross (1995) e a do IBGE
(2009). A classificação elaborada pelo IBGE (Figura 1) identifica três níveis taxonômicos
para as formas de relevo presentes no Brasil. O terceiro nível é onde estão os conjuntos
de formas que constituem os compartimentos identificados como planícies, depressões,
tabuleiros, chapadas, patamares, planaltos e serras (IBGE, 2009).
A classificação do relevo brasileiro de Ross em grandes unidades (planaltos,
planícies e depressão – Figura 2) objetiva a compreensão dos processos de construção e
modelagem da superfície terrestre, bem como de suas formas resultantes. Sendo que nas
duas primeiras grandes unidades, predominam os processos erosivos, e na terceira, há
processo de acumulação de sedimentos.
Na classificação de Ross (1985), o primeiro táxon é totalmente relacionado a
morfoescultura, ou seja, são os planaltos, depressões e planícies. Já o segundo táxon se
refere a morfoestrutura e segundo Ross não se aplica as depressões, pois as mesmas
constituem superfícies de erosão embutidas. O terceiro táxon é o caráter nominal, onde é
definido nominalmente cada uma das unidades morfoesculturais e é aplicado para as três
formas.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
109
Na classificação de Jurandyr Ross foram identificados no território brasileiro 11
planaltos, 11 depressões e 6 planícies (Figura 2).
Figura 1 – Mapa do Relevo brasileiro elaborado pelo IBGE. Fonte: IBGE (2009).
Figura 2 – Classificação do relevo brasileiro segundo Ross (1989). Fonte: Google
imagens.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
110
O Estado do Piauí possui diversas formas de relevo devido sua estrutura geológica
ser constituída por bacia sedimentar, escudo cristalino e depósitos recentes. Assim, de
acordo com Lima (1987), podemos encontrar no território piauiense grandes conjuntos
de formas e tipos de formas locais, os quais podemos observar na Figura 3.
Figura 3: Formas de relevo piauiense. Fonte: Lima (2006).
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
111
Nas Depressões Periféricas as feições geomorfológicas encontradas são: Os
pedimentos, os vales e inselbergs. Nos Chapadões do Alto-Médio Parnaíba são
encontradas: Cimeiras de Planaltos Conservados, Vales Pedimentados e Morros
Testemunhos. No Planalto Oriental da Bacia do Maranhão/PI são encontradas feições do
tipo: Reversos de Cuestas Conservadas, Depressões Monoclinais e Feições Ruiniformes.
Os Baixos Planaltos do Médio Baixo Parnaíba as feições predominantes são:
Agrupamentos de Mesas, Planaltos Rebaixados, Áreas de Acumulação Inundáveis e as
Planícies flúvio-lacustres. Os Tabuleiros são as feições dominantes nos Tabuleiros Prélitorâneos. Nas Planícies Costeiras as feições são do tipo Dunas Móveis e Dunas Fixas e
ainda as Planícies Flúvio-Lacustres.
CONCLUSÃO
Constata-se que o relevo é o estudo das formas e suas características resultantes de
processos que ocorreram tanto no passado como no presente, esses processos podem estão
ligados a estrutura geológica, aos processos endógenos (tectonismo e vulcanismo), bem
como a fatores exógenos em especial ao clima, que passa por vezes a condicionar e
favorecer a modelagem do relevo.
Em relação ao relevo brasileiro percebe-se que há um predomínio de formações
sedimentares, com a existência de relevos do tipo planaltos em bacias sedimentares. Já o
restante dos terrenos no território brasileiro expostos a superfície são constituídos por
núcleos cristalinos, formados durante o Pré-Cambriano da história da Terra.
Ressalta-se que as formas de relevo existentes no Brasil não sofreram orogênese
recente, fato que explica o predomínio de relevos com baixas e médias altitudes. As áreas
de relevo mais movimentado no país localizam-se em terrenos cristalinos, localizados na
porção leste do país, são as áreas definidas por Ross de Planaltos e Serras Leste e Sudeste.
Em relação ao relevo piauiense conclui-se que a maioria de suas formas locais se
encontram-se em terrenos sedimentares pelo fato de 85% do Estado está assentado na
grande bacia sedimentar do Parnaíba. Enquanto que o restante das formas são encontradas
em núcleos cristalinos e depósitos sedimentares recentes.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J. L. S. Atlas Escolar do Piauí: geo-histórico e cultural. João Pessoa (PB): Grafset, 2006.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
112
GUERRA, Antônio Teixeira. Coletânea de textos geográficos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.
IBGE, Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Manual Técnico de Geomorfologia –
2. ed. - Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
LIMA, I. M.M.F. – Relevo piauiense: uma proposta de classificação. Teresina. Carta CEPRO. V. 12 n°2,
p. 55-84. Ago./dez. 1987.
PENTEADO, M. M. Fundamentos de Geomorfologia. RJ, IBGE, 2° edição, 1978.
ROSS, J. L. S. Relevo Brasileiro: uma nova proposta de classificação. Revista do departamento de
Geografia – São Paulo, 1985. N.4. p.25-39
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
113
O MORRO DO GRITADOR E AS OPALAS, PEDRO II (PIAUI):
ASPECTOS DA GEOLOGIA E DO RELEVO LOCAL
Yago Lins Soares e Silva1; José Soares Fernandes Neto2; Iracilde Maria de Moura Fe Lima3
Universidade Federal do Piauí 1 2 3
Palavras-Chave: Opalas. Geologia. Geomorfologia.
INTRODUÇÃO
O município de Pedro II, Piauí, apresenta-se como uma área de grandes atrativos
turísticos, principalmente pelas suas características geológicas e do relevo, onde se
destacam o Morro do Gritador e a extração de opalas.
Considerando que essas atrações turísticas nos últimos anos vêm dando grande
visibilidade e também contribuindo para a economia local, torna-se importante estudar os
atributos da natureza dessa área, notadamente aqueles explorados pelo turismo ecológico
(Vieira et al., 2012).
O objetivo deste trabalho consistiu em identificar as características da estrutura
geológica e do relevo do município de Pedro II como forma de contribuir para a ampliação
dos conhecimentos sobre o meio ambiente piauiense.
MATERIAL E MÉTODOS
Para atingir o objetivo proposto, foi realizado inicialmente um levantamento dos
mapeamentos e dos textos produzidos sobre essa área, como base para o planejamento e
a realização de observações de campo durante aulas práticas da disciplina Geomorfologia
I, do Curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Federal do Ceará. Em seguida
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
114
organizaram-se os dados e as fotografias, discutiram-se os resultados e elaborou-se o
relatório final.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O município de Pedro II está localizado na microrregião de Campo Maior (Figura
1), com uma área de 1.948 km2, cuja sede municipal tem as seguintes coordenadas
geográficas: 04 25’29” L.S. e 41 27’31” W.Gr.
Figura 1 – Mapa de localização do município de Pedro II, Piauí. Fonte: Vieira et al
(2012).
As análises realizadas na área desse município indicam que o Morro do Gritador
encontra-se numa escarpa voltada para leste/nordeste, como parte de um segundo front
da cuesta da Ibiapaba. Essa segunda cuesta encontra-se esculpida nas rochas da Formação
Cabeças (Grupo Canindé, período Devoniano), onde afloram predominantemente os
arenitos no topo e os siltitos na meia encosta. A depressão ortoclinal para a qual este front
está voltado, no limite nordeste do município de Pedro II com Milton Brandão, representa
uma área de desnudação da formação Pimenteiras, composta predominantemente por
siltitos e folhelhos, também classificada como pertencente ao Grupo Canindé, ou seja, em
ambiente de sedimentação predominantemente marinho (CPRM, 2004). Identificou-se
também e que as minas de opala encontram-se em áreas do reverso imediato da segunda
cuesta, em encostas recortadas pela atividade de exploração comercial.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
115
Desta forma, essa segunda cuesta resulta do seccionamento do reverso da cuesta de
dimensões regionais que se forma na borda da Bacia Sedimentar do Parnaíba, cujo front
principal se encontra voltado para a Depressão Periférica a essa Bacia Sedimentar, no
estado do Ceará, onde afloram rochas do Pré-Cambriano. Os intensos processos
desnudacionais a que essa região vem sendo submetida durante o Quaternário fazem
realçar a estrutura sedimentar regional da Bacia Sedimentar do Parnaíba (Ab’Saber,
1969).
As unidades de relevo dessa área são compostas pelos planaltos do tipo cuestas,
constituídas por uma sucessão de camadas de rochas sedimentares que mergulham para
o interior da bacia sedimentar, na direção oeste, formando os declives denominados de
reverso e escarpas abruptas voltadas para leste, que correspondem aos fronts. Dentre as
formas locais presentes nessas unidades de relevo destacam-se: o reverso imediato e o
front da cuesta secundária; uma falha conhecida como “o apertado da hora”, que corta o
front na área do Morro do Gritador, desde a cornija ao talus, ligando assim o topo à
depressão periférica sedimentar; e cachoeiras formada pelo alto curso de rios que descem
essa área do reverso, na direção oeste. Essas cachoeiras realçam a erosão diferencial, ou
seja, a diferente resistência da litologia dessas camadas aos processos erosivos, conforme
se observou em campo (Lima, 1987, 2014). (Figura 2).
Morro do Gritador e
depressão ortoclinal.
Foto dos autores
Falha “apertado
Falha e
Amostras de opalas
da hora”
Cachoeira do
polidas.
Foto dos autores
Pirapora.
Foto: A. Müller.
Foto dos autores
Figura 2 – Fotografias mostrando aspectos do relevo e da geologia do Município de
Pedro II, Piauí. Fotos dos autores (jun.2014).
Torna-se importante destacar que as jazidas de opala do Brasil encontram-se
exclusivamente no município de Pedro II e em áreas do seu entorno e que estas se
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
116
formaram no contato das intrusões mesozoicas de diabásio com as condições hidrotermais
das rochas sedimentares encaixantes, durante as reativações das falhas formadas na faixa
do lineamento Transbrasiliano (Gomes; Costa, 1994).
CONCLUSÃO
Os procedimentos metodológicos adotados possibilitaram encontrar como
principais conclusões a constatação de que o Morro Gritador corresponde a um front
secundário elaborado no reverso regional da Ibiapaba e que a exploração de opalas ocorre
nas encostas que compõem o reverso imediato dessa segunda cuesta, ambos no município
de Pedro II, Piauí.
A partir dos resultados alcançados constatou-se que o Morro Gritador se trata de
uma porção de um segundo front que se encontra na cuesta regional da Ibiapaba e que a
exploração de opalas se localiza em veios presentes nas encostas que compõem o reverso
imediato dessa segunda cuesta. Observou-se, ainda, que essas unidades de relevo
encontram-se formando o compartimento de relevo denominado por Lima (1987) de
Planalto Oriental da Bacia Sedimentar do Maranhão-Piauí, no qual as formas de relevo
atuais refletem o controle estrutural herdado da evolução geológica regional.
REFERÊNCIAS
AB’SABER, Aziz Nacib. Participação das superfícies aplainadas nas paisagens do Nordeste brasileiro.
Geomorfologia. São Paulo, IG-USP, n.19, 1969.
CPRM (Serviço Geológico do Brasil). Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água
subterrânea, estado do Piauí: diagnóstico do município de Pedro II. Organização: AGUIAR, Robério
Bôto de; GOMES, José Roberto de Carvalho. Fortaleza: CPRM, 2004. Disponível em:
<www.cprm.gov.br/rehi/atlas/piaui/relatorios/155.pdf> Acesso em: 16 ago. 2014.
GOMES, Érico Rodrigues; COSTA, Marcondes Lima. Contribuição à gênese das opalas de Pedro II,
Piauí. In: Geochimica Brasililiense. Rio de Janeiro, v.8, n.1, 1994.
Disponível em:
http://www.cmig.ufpa.br/index.php?option=com_content&view=article&id=281&Itemid=18.
Acesso em 26.10.2014.
LIMA, Iracilde M. Moura Fé. Relevo do Piaui: uma proposta de classificação. In: Revista CEPRO.
Teresina: CEPRO, 1987. Disponível em: htpp//Iracildefelima.webnode.com.
____ . Notas de aula de campo. Pedro II, 2014.
VIEIRA, Carla Iamara da Silva; LIMA, Iracilde M. de Moura Fé; VIANA, Bartira Araújo da Silva. Turismo
histórico-cultural e ecoturismo em Pedro II, Piauí.
CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL, 2012.
Disponível em: htpp//Iracildefelima.webnode.com. Acesso em: 16 out. 2014.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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PRINCIPAIS FOCOS DE INCÊNDIO NA CIDADE DE TERESINA
NOS MESES DE SETEMBRO A DEZEMBRO NOS ANOS DE 20122014
Camila Soares de Sousa¹; Francisco Anderson de Oliveira Daniel²; Maria Valdirene
Araújo Rocha Moraes³
Universidade Federal do Piauí1, 2, 3
[email protected]; [email protected]; [email protected]
Palavras-Chave: Incêndio, Vegetação, Teresina.
INTRODUÇÃO
Este trabalho teve por objetivo apresentar e descrever os principais focos de
incêndio nos meses de Setembro a Dezembro na cidade de Teresina-PI (Figura 1), tendo
como base alguns aspectos como as ações antrópica, vegetação e o clima, como um dos
principais fatores que propiciam tal evento. No decorrer dos estudos e pesquisas, foram
observados vários aspectos como as características físicas da cidade de Teresina, focando
principalmente as áreas mais propensas aos incêndios, o clima e a vegetação como cenário
dos incêndios, destacando também, como a ação antrópica influenciam de maneira direita
ou indireta os incêndios na capital.
Localizada entre 5º05’12” L.S. e 42º48’42” W.Gr., a cidade de Teresina ocupa
atualmente uma área de 228,31 Km² da margem direita do rio Parnaíba, na porção do
médio curso dessa bacia hidrográfica, onde recebe um de seus grandes afluentes: o rio
Poti (Chaves, 1998).
Devido sua localização geográfica, a cidade de Teresina apresenta alguns aspectos
peculiares em relação à umidade relativa do ar, ao sistema de chuvas, à ausência de ventos
e às altas temperaturas durante o ano todo, onde esse conjunto de condições traz certo
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118
desconforto térmico para a população, dando assim, o título de “cidade quente” (Andrade,
2000).
Teresina está em uma área de floresta subcaducifolia, cerrado e caatinga (Andrade,
2000), Teresina acaba por propiciar um ambiente ideal para a propagação de incêndios e
em decorrência das altas temperaturas em determinadas períodos do ano, precisamente
entre os meses de Setembro a Dezembro, ocorre uma grande incidência de incêndios em
áreas de vegetação silvestre e em terrenos baldios que, ao entrar em desuso, acabam por
desenvolver uma vegetação secundaria.
Figura 1 – Localização da área. Fonte: Organizado por M. V. A. R. MORAES, 2014.
MATERIAL E MÉTODOS
Os métodos utilizados para a produção deste trabalho foram realizados através de
pesquisas em materiais digitais, assim como a visita a Central do Corpo de Bombeiros,
onde foram fornecidos dados pelo Major Jean Sergio Gomes Melo, chefe do comando
operacional do Corpo de Bombeiros de Teresina, Piauí, que serviram como base principal
para a composição deste trabalho. Também foram utilizadas tabelas para melhor
visualização e compreensão, além de proporcionar uma melhor abordagem descritiva do
trabalho.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base no que foi estudado, por meio de pesquisas bibliográficas, pode-se
perceber que o clima de Teresina, no período da estiagem que ocorre entre os meses de
Setembro a Dezembro, sofre um aumento significativo na temperatura da cidade, com
média anual de 26,7º C. De acordo com Lima (1985), os maiores valores são registrados
nos meses de agosto, setembro e outubro, onde a média das máximas é de 35,9º C. Com
a elevação da temperatura na cidade, a vegetação típica de cerrado e caatinga (mistas e
subcaducifólia) seca, deixa o ambiente propício aos incêndios.
Segundo o Major Jean Sergio Gomes Melo, entre os períodos de Setembro a
Dezembro, ocorre um aumento no número de solicitações de combate ao fogo na cidade
de Teresina, onde a grande maioria desses incêndios se dá em áreas de vegetação natural
e/ou terrenos baldios, que foram abandonados por seus proprietários. A maioria desses
incêndios são ocasionados pela ação humana, fato relatado pelos próprios moradores, e
quase sempre nas mesmas áreas.
Devido às grandes incidências desses incêndios, a solicitação para atender a essas
áreas fica comprometida devido à instituição não possuir quantidade suficiente de
viaturas de combate ao fogo para suprir a demanda, afirma o Major.
As principais causas desses incêndios ocorrem devido à tentativa de queimadas em
áreas de grande vegetação, para a diminuição da mesma e por falta de uma orientação
adequada de como proceder nessas áreas, muitas vezes, as queimadas saem de controle
causando incêndios de grandes proporções. O major relata também que muitas vezes por
essas matas serem no acostamento de avenidas e algumas pessoas lançarem lixo, como
garrafas e baganas de cigarros, podem vir a iniciar um incêndio, uma vez que vidro pode
produzir fonte de calor que quando com vegetação seca pode a vir entrar em combustão.
No caso de restos de cigarros, por estarem já em combustão os mesmos iniciam mais
facilmente um incêndio. Dependendo da área onde isso venha a ocorrer pode se tomar de
pequena, média ou grande proporção causando danos ao meio ambiente e também aos
moradores próximos.
Ao analisarmos os dados fornecidos pelo Corpo de Bombeiros foi possível notar o
aumento drástico no número de incêndios em Teresina. No período chuvoso (de Janeiro
a Junho de 2012) no município de Teresina, foram registrados 149 focos de incêndios em
mata nativa e terrenos baldios. No período de estiagem, de Julho a Dezembro de 2012,
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esses números apresentaram um crescimento considerável, chegando 954 focos de
incêndio, sendo que, a partir de novembro o número de incêndios entra em declínio, ver
a Tabela 1.
Tabela 1 – Foco de incêndio na cidade de Teresina 2012
Meses
Ocorrências
Fogo no
mato
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
9
4
2
2
5
50 140 203 137 130 48
14
744
Fogo em
terreno baldio
6
5
6
Total
15
9
8
4
18
38
52
72
6
23
88
192 275
54
40
38
26
359
191 170 86
40
1103
Fonte: 1ª Cia/ 1º BBM (PIAUÍ, 2012)
Os dados registrados em 2014 pelo Corpo de Bombeiros comprovam que no
período de estiagem de Teresina ocorre um aumento no número de incêndios em áreas de
mata nativa e terrenos baldios da capital, mesmo ainda não possuindo os números no
período que vai de Outubro a Dezembro, pode-se observar que no período chuvoso é de
58 ocorrências, enquanto apenas nos primeiros meses do período de estiagem (Julho a
Setembro) já apresentam 309 ocorrências Tabela 2.
Tabela 2. Foco de incêndio na cidade de Teresina 2014 (os meses de Outubro a
Dezembro não houve o repasse de dados), observação: (SD=Sem dados).
Meses
Ocorrências Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Fogo no
5
1
0
0
0
20 42 67
75 SD SD SD 210
mato
Fogo em
8
3
3
3
2
13 34 54
37 SD SD SD 157
terreno
baldio
Total
13
4
3
3
2
33 76 121 112 SD SD SD 367
Fonte. 1ª Cia/ 1º BBM (PIAUÍ, 2014).
No ano de 2014 não foi possível fazer uma análise mais detalhada dos principais
focos de incêndio na cidade de Teresina, devido à insuficiência de dados registrados no
banco de dados do Corpo de Bombeiros, referentes à Outubro, Novembro e Dezembro.
O Major Jean Sergio Gomes Melo destacou que os números podem vir a apresentar
menores valores, devido à redução de áreas de mata nativa e também ao crescente
processo de urbanização da cidade.
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121
CONCLUSÃO
Diante dos fatos mencionados, a maioria dos casos de incêndios ocorridos na cidade
de Teresina toma grandes proporções nos períodos de estiagem, onde a vegetação fica
propensa as altas temperaturas, bem como a ação humana que utiliza o fogo como recurso
para diminuir ou impedir a proliferação da vegetação. Com base nos dados obtidos através
do Corpo de Bombeiros, é notória a diferença na quantidade de incêndios durante o
período chuvoso e o período de estiagem. Deve ser destacada também, a necessidade de
políticas públicas para conscientizar a população, pois é a ação humana a principal
responsável direta ou indiretamente por esses incidentes.
REFERÊNCIAS
Andrade, Carlos Sait Pereira de. Representações do calor em Teresina-PI. Recife, 2000, Mestrado em
Geografia UFPE – PPGEO/CFCH, Orientador: Jan Bitoun
CHAVES, Joaquim Raimundo Ferreira [Monsenhor]. Obra completa. Teresina: Fundação Cultural
Monsenhor Chaves, 1998.
LIMA, Milcíades G. de. O Clima de Teresina. Boletim da UFPI. Teresina: EDUFPI, v.1, n.1, p.1-2, 1985.
PIAUÍ. Corpo de Bombeiros Militar Comando Operacional – 1º Batalhão Bombeiro Militar. Teresina,
Companhia Incorporada, 2012.
PIAUÍ. Corpo de Bombeiros Militar Comando Operacional – 1º Batalhão Bombeiro Militar. Teresina,
Companhia Incorporada, 2014.
TERESINA. Teresina Agenda 2015: plano de desenvolvimento sustentável. Teresina: PMT: Conselho
Estratégico de Teresina, 2002a.
MORAES ,M. V. A. Localização da área - Teresina- PI, 2014.
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RITMO PLUVIOMÉTRICO ASSOCIADO À DESASTRES
NATURAIS: INUNDAÇÃO EM PALMARES (PE)
Laryssa Sheydder de Oliveira Lopes
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
[email protected]
Palavras-Chave: Pluviometria. Pernambuco. Distúrbios de Onda de Leste.
INTRODUÇÃO
Um desastre pode ser definido como o resultado de eventos adversos seja ele
provocado por fatores naturais ou pelo homem. Inundações, enchentes, secas, furacões,
tornados, movimentos de massa, dentre outros fenômenos, são influenciados pelas
características ambientais, tais como vegetação, clima, topografia, no entanto, quando
estes eventos atingem áreas de ocupações humanas, causando perdas humanas e prejuízos
socioeconômicos, são classificados como desastres naturais (GOERL e KOBIYAMA,
2013) (KOBIYAMA, 2006).
No Brasil, as inundações, popularmente conhecidas como enchentes é a categoria
de desastre natural que mais causa mortes. Cientificamente, os termos inundação e
enchente devem ser usados em situações distintas. Uma inundação ocorre quando há o
transbordamento das águas do rio sobre as áreas próximas, conhecida como planície de
inundação; caso contrário, quando não há transbordamento, mas apenas um aumento da
vazão do rio, tem-se uma enchente (SOUZA, 2004). Considerando as preocupações
recentes relativas a esta temática o trabalho objetivou analisar evento natural extremo de
precipitação ocorrido no município de Palmares (PE) entre os dias dezessete e dezenove
de junho de 2010, relacionando-o aos desastres naturais e as alterações no ambiente e na
sociedade.
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123
MATERIAL E MÉTODOS
Para a consecução da pesquisa foram realizados i) levantamentos bibliográficos; ii)
trabalho de campo na cidade de Palmares e iii) entrevistas semiestruturadas aos
moradores que presenciaram a inundação no ano de 2010.
Foram aplicadas, sobre a perspectiva da análise rítmica, observações em imagens
de satélites e dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) das estações de
Palmares e do Recife. Os dados coletados foram obtidos da Plataforma de Dados (PCD)
do mês de junho de 2010, considerando os elementos de pluviosidade, temperatura do ar
e pressão atmosférica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre os dias dezessete e dezenove de junho de 2010, sessenta e sete municípios da
Zona da Mata Pernambucana, do Agreste e da Zona Metropolitana de Recife foram
atingidos por um evento natural extremo de precipitação, ocasionando uma inundação
brusca. Em vinte e quatro horas choveu cerca de 180 milímetros, correspondendo a 70%
do esperado para todo o mês de junho, levando quarenta e dois municípios a decretarem
estado de emergência ou de calamidade pública, como foi o caso do município de
Palmares, que teve todo o seu território coberto pelas águas do rio Una (BANCO
MUNDIAL, 2012) (Figura 1).
Figura 1 – Localização do município de Palmares. Fonte: IBGE. Adaptado pelo autor, 2014.
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124
A análise do clima no mês de junho de 2010 no município pesquisado revelou fase
muito conturbada na atmosfera, o que resultou em extremos pluviométricos no leste do
Nordeste. Essa ritmia climática resultante da atuação dos Distúrbios de Onda de Leste
(DOL) levou ao desencadeamento de riscos a sociedade com inundações e rápido
deslizamento de massa, com grande destruição material e ambiental nas áreas ocupadas.
O fenômeno conhecido como Distúrbios de Onda de Leste (DOL) atingiu a região
desde o dia 16 de junho de 2010 e culminou em grandes enchentes na cidade no dia
dezenove de junho, como se constata na Figura 2.
Pluviosidade Diária Aculmulada
Precipitação em mm
400
350
300
250
200
Pluvio
150
100
50
0
1
2
3
4
5
6
7
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Mês de Junho de 2010
Figura 2 – Pluviosidade diária acumulada do mês de Junho de 2010. Fonte: INPE (PCD).
Adaptado pelo autor, 2014.
Pela análise do Gráfico 1 constata-se que no dia 16 de junho havia um considerável
excesso pluviométrico em torno de 200 mm passando para valores acima dos 300 mm no
dia dezenove de junho.
O fenômeno DOL culmina na individualização das ondas sobre o Atlântico próximo
à costa, com mais frequência entre o litoral centro-sul da Bahia e a Zona da Mata
pernambucana, mantendo o sentido ao se deslocar de leste para oeste, normalmente
acompanhadas de ventos de lestes, provocando moderadas a fortes chuvas que duram em
média de dois a três dias (CORREA, 2004 apud GIRÃO et. al., 2013).
O DOL é um evento extremo causado por perturbações no campo da pressão onde
apresentam configurações ondulatórias gerando um cavado inclinado a leste. A
pluviosidade mais intensa se constata após a passagem do eixo do cavado, justamente por
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
125
ser atrás deste que se processam os movimentos ascendestes mais fortes (VAREJÃOSILVA, 2005).
Em relação ao ritmo climático e a dinâmica atmosférica desse evento meteorológico
as imagens de satélites mostraram a evolução em fases iniciais, desenvolvimento e
dissipação no espaço geográfico, a qual a energia do sistema na superfície levou a forte
alteração ambiental, bem como alterações em áreas ocupadas.
A compartimentação geomorfológica do município apresenta o domínio fluvial em
planície aluvial amplas, terraços fluviais, planície de inundação e domínio interfluvial de
colinas dissecadas (GIRÃO et. al., 2013). A ocupação da cidade ocorreu em domínio
fluvial, áreas naturalmente predispostas a maior acúmulo de água, fato que intensificou a
ocorrência de desastres naturais em face aos eventos pluviais extremos aqui referidos e
resultou em consequências severas a sociedade. Ressalta-se que as entrevistas realizadas
revelaram que população entrevistada se quer teve a percepção real da dinâmica do
espaço-temporal do evento em questão.
CONCLUSÃO
As consequências da inundação de 2010 ainda são visíveis na área de estudo, dentre
elas podem ser citadas: muitas casas foram abandonadas pelos donos e acabaram se
tornando pontos de tráfico e consumo de drogas; houve aumento na quantidade de
assaltos; os residenciais construídos para alocarem os moradores que perderam suas casas
nesse evento dispõem de difícil acesso e a sua acessibilidade para os idosos, doentes e
cadeirantes é falha; não há uma oferta de serviços satisfatória nesses novos residenciais;
a interação governo-população diante a problemática também é falha; e há um quase que
total desconhecimento por parte dos moradores sobre o que causou esse evento, qual a
participação deles na problemática e como podem agir para minimizar possíveis
inundações que podem vir a ocorrer.
Demanda-se, portanto, maiores esclarecimentos por parte dos gestores públicos
acerca das medidas que podem ser tomadas com vistas ao convívio com os extremos
climáticos resultantes da dinâmica da atmosfera em escala global e que localmente
comprometem a qualidade de vida das pessoas.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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REFERÊNCIAS
BANCO MUNDIAL. Avaliação de perdas e danos: inundações bruscas em Pernambuco em junho de
2010. Banco Mundial, 2012.
GIRÃO, O; CORRÊA, A. C. B.; NÓBREGA, R. S. e DUARTE, C. C. O Papel do Clima nos Estudos de
Prevenção e Diagnóstico de Riscos Geomorfológicos em Bacias Hidrográficas na Zona da Mata Sul de
Pernambuco. In: GUERRA, A. J. T. & OLIVEIRA JORGE, M. C. (org). Erosão e Movimentos de
Massa: recuperação de áreas degradadas e prevenção de acidentes. Rio de Janeiro: Bertrand, 2013.
GOERL, R.F; KOBIYAMA, M. Redução dos desastres naturais: desafio dos geógrafos. Ambiência. V.9;
n.1 2013.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Banco de Dados. 2014.
KOBIYAMA, M. Prevenção de desastres naturais: conceitos básicos. Florianópolis: Organic Trading,
2006.
SOUZA, C.R.G. Risco a inundações, enchentes a alagamentos em regiões costeiras. In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS, 1. 2004, Florianópolis. Anais...Florianópolis:
GEDN/UFSC, 2004, p. 231-247
VAREJÃO-SILVA, M. A. Meteorologia e climatologia. Versão digital 2. Recife 2006.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
127
SIG COMO FERRAMENTA DE MAPEAMENTO
GEOMORFOLÓGICO DO LITORAL PIAUIENSE
Wandemara de Oliveira Costa1; Nadja Rodrigues Carneiro Vieira2; Maria Valdirene
Araújo Moraes3
1 UFPI, [email protected]; 2 UFPI; 3 UFPI.
Palavras-Chave: SIG. Geomorfologia. Classificação não supervisionada.
INTRODUÇÃO
Os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) são ferramentas computacionais
que integram dados de diversas fontes e as relacionam com o espaço. De acordo com
Martinelli (2007, p. 28) os chamados SIGs “constituem dispositivos automatizados, para
aquisição, gerenciamento, análise e representação dos dados georreferenciados que
interessam ao espaço objeto de estudo geográfico, monitorados no tempo, além de
propiciar simulações de eventos e situações complexas da realidade”. Estes dados
geográficos podem ser imagens de satélites, radar, redes, dados de campo, dados de
Censo, dados cartográficos que são pesquisados e extraídos de órgãos como o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) entre outras fontes convencionais.
Assim a utilização do SIG é essencial para análise geomorfológica posto
proporcionar a compreensão das feições do relevo e o auxílio para a confecção de mapas
geomorfológicos. Para Casseti (2005, p. 1) “a geomorfologia tem por objetivo analisar as
formas do relevo, buscando compreender os processos pretéritos e atuais”. Essa análise
se baseia em identificar os processos atuantes na gênese do relevo levando em
consideração os processos endógenos e exógenos. Dessa forma, o presente estudo tem
como objetivo utilizar os dados do SIG para a classificação não supervisionada da área
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
128
de interesse qual seja o litoral, com a finalidade de identificar a geomorfologia do litoral
piauiense para a confecção do mapa geomorfológico utilizando o software QGIS
(Quantum GIS). Na área de recorte está localizada a faixa litorânea leste do Maranhão e
parte do litoral do Piauí, mas o interesse de estudo é o litoral piauiense, notadamente nos
municípios de Parnaíba e Luís Correia (Figura 1).
Figura 1 – Localização do Litoral Piauiense. Fonte: USGS (2014). Diagramado por Moraes
(2014).
MATERIAL E MÉTODOS
Para o processamento dos dados foi utilizado o Software QGIS 2.4, onde foram
analisados e identificados os ambientes naturais a partir de imagem Landsat 8 nas bandas
6,5,4, adquiridas gratuitamente no site United States Geological Survey (USGS). O
processamento se deu nas seguintes etapas: o download da imagem Landsat 8, o recorte
da área de interesse (costa do Piauí), no QGIS, foi habilitado para o SIRGAS 2000 e em
seguida foi feita a renderização da banda para falsa cor.
As identificações das formas de relevo foram feitas utilizando os shapes do tipo
linha e polígono, onde foram vetorizadas as feições naturais como (a faixa praial, as
dunas, os corpos hídricos, os manguezais e as planícies litorâneas) e também as
construções artificiais criadas pelo homem, no entanto a análise não se baseou em nenhum
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
129
mapa geomorfológico da área, apenas foi realizada uma interpretação visual a fim de
identificar as formas de relevo predominantes.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os ambientes litorâneos possuem características dinâmicas em função dos agentes
exógenos, principalmente pela ação das águas marinhas e dos ventos que atribuem
singularidade as feições geomorfológicas do litoral piauiense.
De acordo com BRASIL (2010, p. 48) “A planície costeira do Piauí abrange uma
área relativamente restrita do território piauiense, inserida entre a linha de costa e os
tabuleiros costeiros do Grupo Barreiras. A área representa um complexo conjunto de
ambientes deposicionais de origens eólica, fluvial, marinha e lagunar. As características
geomorfológicas do relevo definem a paisagem costeira do Piauí, que apesar de possuir
pequena extensão, confere um carácter singular a esse ambiente, posto seus aspectos
dinâmicos e seus vários atrativos.
Com base na imagem Landsat 8 foi realizada uma classificação não supervisionada
da área na qual foi possível reconhecer quatro feições morfológicas principais: mangues,
planície, faixa praial e dunas (Figura 2). Foram também identificados áreas urbanas
(Parnaíba e Luís Correia - PI e Araioses - MA) e os corpos hídricos (Rio Parnaíba, Rio
Igaraçu e Lagoa do Portinho). Essas feições de acordo com o Serviço Geológico do Brasil
(CPRM) apresentam classificações mais específicas como os extensos campos de dunas,
as planícies fluviomarinhas (manguezais) e as planícies aluvionares. Não foram
realizadas inspeções a campo para checagem do mapa gerado. O mesmo resultou apenas
uma interpretação visual da área.
O campo de dunas da área podem ser classificados em dunas móveis, onde a
cobertura vegetal é ausente ou dunas fixas, quando são recobertas de vegetação nativa.
As planícies fluviomarinhos são relevos de agradação em zona de acumulação, além de
serem superfícies extremamente planas, ou seja, os manguezais. As planícies aluvionares
apresentam gradientes extremamente suaves e convergentes em direção aos cursos
d’águas principais, destacando o baixo curso do rio Parnaíba, onde se forma o delta do
Parnaíba (BRASIL, 2010).
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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Figura 2 – Mapa Geomorfológico do Litoral Piauiense. Fonte: Adaptado por Costa (2014) no
QGIS.
CONCLUSÃO
O SIG possibilitou um avanço tecnológico para a análise das diversas áreas do
conhecimento que resultou na representação mais precisa dos dados georreferenciados.
A utilização dessa ferramenta tem um enorme potencial para geração de mapas temáticos
como geológicos, hidrológicos, geomorfológicos, pedológicos, dentre outros. Estas e
outras informações podem ser extraídas por vários satélites a exemplo daqueles da série
Landsat 8. De acordo com Sousa; Ferreira (2014, p. 334) estes satélites “apresentam boa
capacidade de discriminação dos principais alvos presentes na superfície terrestre, além
de ser disponibilizado, de forma gratuita [...]”. Além da obtenção de informações
confiáveis e gratuitas, são importantes para estudos de planejamentos geoambientais.
O presente trabalho utilizou a imagem do satélite Landsat 8 como dado geográfico
para a confecção do mapa geomorfológico do litoral piauiense e a partir de uma
interpretação não supervisionada foi possível identificar as seguintes morfológicas
principais: mangues, planície, faixa praial, dunas e ainda as áreas urbanas. A produção do
mapa geomorfológico do litoral piauiense no QGIS possibilitou a apreensão de como
essas ferramentas proporcionam o entendimento das situações reais por meio das
geotecnologias.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
131
REFERÊNCIAS
BRASIL. Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Geodiversidade do Estado do Piauí. Programa
geologia do Brasil. Levantamento da Geodiversidade. Recife: CPRM, 2010. Disponível em:
<http://www.cprm.gov.br/publique/media/Geodiversidade_PI.pdf>. Acesso: em 20 out. 2014.
CASSETI, Valter. Geomorfologia. [2005]. Disponível em: <http://www.funape.org.br/geomorfologia/>.
Acesso em: 22 out. 2014.
MARTINELLI, Marcelo. Os dados e a base geográfica. In: Mapas da geografia e cartografia temática.
4 ed. São Paulo: Contexto, 2007, p. 27-29.
SOUSA, Silvio Braz de; FERREIRA, Laerte Guimarães. Mapeamento da cobertura e uso da terra: uma
abordagem utilizando dados de sensoriamento remoto óptico multitemporais e provenientes de múltiplas
plataformas. Revista Brasileira de Cartografia. Rio de Janeiro, n. 66/2, p. 321-336, mar./abr. 2014.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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SUPRESSÃO VEGETAL E DECORRÊNCIAS NA TEMPERATURA
LOCAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
1
Francisco José da Silva Santos; 2Sara Raquel Cardoso T. de Sousa; 3 Lia Raquel Alves da
Silva; 4Monnysy Monnyarha Brito dos Santos; Marsone Araújo Cunha5.
1
Universidade Federal do Piauí - UFPI, [email protected]; 2 Universidade Federal
do Piauí - UFPI, [email protected]; 3Universidade Federal do Piauí – UFPI,
[email protected]; 4Universidade Federal do Piauí – UFPI, [email protected];
5
Universidade Federal do Piauí – UFPI, [email protected];
Palavras-Chave: Supressão vegetal. Clima. UFPI.
INTRODUÇÃO
A complexidade e a rapidez das mudanças no espaço urbano brasileiro refletem
diretamente na organização espacial das cidades que apresentam um nível de organização
interna cada vez mais complexo. Conti (1998) afirma que é inquestionável que cada vez
mais as áreas construídas desencadeiam profundas mudanças ambientais e climáticas.
O espaço construído é constantemente modificado pelas diversas formas de
ocupação do solo, alteração dos elementos meteorológicos, formando diferentes
microclimas. Dentre as diversas transformações que o espaço urbano sofre, a supressão
da cobertura vegetal contribui de forma negativa alterando o clima da cidade, através de
mudanças nos seus elementos meteorológicos.
Dentro desse contexto o presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise
do ambiente que sofreu modificações significativas dentro do processo de urbanização de
Teresina-PI, neste caso, a Universidade Federal do Piauí-UFPI, que ao longo dos anos
vem sofrendo com a perda de vegetação que dá lugar a novos ambientes artificiais
modificando assim a dinâmica da temperatura local (microclima).
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
133
MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia utilizada para a análise da supressão vegetal e suas implicações na
dinâmica do clima local foi, a priori, a realização de levantamento bibliográfico a respeito
dos estudos realizados sobre clima urbano tal como se analisou o Plano de
Desenvolvimento Institucional da Universidade Federal do Piauí no tocante a questão
ambiental e por fim, aplicou-se um questionário com os funcionários mais antigos com a
finalidade de obter informações sobre as percepções do calor ao longo dos anos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A vegetação pode promover conforto térmico considerável, pois evita que os raios
solares incidam diretamente no solo, além disso, é promotora de sombra. O acúmulo de
folhagem e matéria orgânica gerada pelos galhos, flores, frutos e folhas, formam uma
espécie de "tapete" que diminui o efeito splash no solo, além de tornar mais lento a
transferência de calor do solo para atmosfera.
Segundo Mendonça e Danni-Oliveira (2007, p. 48) "os processos de troca de
energia e umidade entre o solo e o ar são mais diretos e efetivos naquelas superfícies
marcadas pela ausência de vegetação, como desertos e rochas aflorantes".
Nesse sentido, fez necessário realizar análises in loco e em documentos que
discutem as questões ambientais da UFPI com o objetivo de investigar de que modo as
questões que envolvem os aspectos vegetais do ambiente em análise são consideradas
pelas políticas dos gestores da universidade em questão.
Ao analisar o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFPI percebe-se
uma contradição entre o plano e a prática. O PDI apresenta trechos que demonstra uma
postura a favor da preservação ambiental, no entanto, a realidade mostra-se um pouco
distinta ao documento, uma vez que se observa principalmente nos últimos quatro anos
(a qual se refere o PDI 2010/2014) uma grande transformação no ambiente que
compreende o ‘Campus Petrônio Portela’. Áreas desmatadas, sem uma funcionalidade
definida, a priorização em construções horizontais ao invés das verticais, o que exige
ainda mais, áreas a serem desmatadas, abertura de estradas para regiões do campus pouco
utilizadas, soterramento de lagoas que contribui para as enchentes, avanço sobre a mata
nativa próxima ao rio Poti, comprometendo o habitat da fauna que ali reside e, evidente,
que a retirada de toda essa vegetação implica em uma expressiva contribuição para o
aumento da temperatura no clima urbano de Teresina.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
134
Além da análise do PDI, houve a necessidade de aplicar questionários e realizar
entrevistas com a finalidade de obter através da mesma, a percepção do ponto de vista
dos funcionários da instituição a respeito da relação entre vegetação e microclima do
campus universitário.
Aplicou-se o questionário e a entrevista contendo quatro (4) questões objetivas
(questionário) e seis (6) subjetivas (entrevista) em três setores do campus (Biblioteca;
Centro de Ciências Humanas e Letras; Centro de Ciências Naturais) com funcionários de
ambos os gêneros.
Foram entrevistados nove funcionários, onde três trabalhavam na biblioteca e
proximidades, três no Centro de Ciências Humanas e Letras – CCHL e três no Centro de
Ciências da Natureza – CCN, com relação à idade, a maioria dos entrevistados possuem
idade acima dos 21 anos. Apenas quatro dos entrevistados possuem idade acima dos 50
anos. Dos nove, quatro (4) eram do sexo feminino e cinco (5) do sexo masculino
representando respectivamente 44% e 56%.
No que diz respeito a tempo de prestação de serviços ou semelhante no campus da
UFPI, foi proposto no questionário as seguintes opções: até 5 anos, entre 5 e 10 anos,
entre 10 e 15 anos e acima de 15 anos. Dentre as respostas obtidas quatro (4) pessoas
responderam até 5 anos, uma (1) pessoa respondeu entre 10 e 15 anos, nenhuma pessoa
marcou a alternativa entre 10 e 15 anos e quatro (4) pessoas responderam acima de 15
anos. Ao serem questionados a respeito do conhecimento de projetos que envolvessem e
vegetação local, as opções foram apresentadas foram: SIM e NÃO.
Dentro das respostas obtidas dos nove entrevistados, apenas um respondeu que
conhecia um projeto de arborização que consistia no seguinte: no início da década de
1980, o então professor do CCN, Bonifácio, desenvolveu um projeto onde propôs a
plantação de duas espécies arbóreas (Acácia e Mangueira). Como a espécie da Acácia
tem ciclo de vida temporal de apenas 10 anos, propôs o plantio também de Mangueiras
no campus universitário, permanecendo arborizado mesmo com a morte das Acácias.
O último questionamento feito, diz respeito à sensação térmica dos servidores da
UFPI. Quando questionados os entrevistados tinham como opções: a) Agradável; b)
Pouco agradável; c) Quente; d) Muito quente. Dentro das respostas obtidas no CCN
apenas um (1) dos funcionários optou pela alternativa “c” quente, enquanto no CCHL
obteve-se “b”, “c” e “d”. A área que corresponde a biblioteca mostrou-se ser a menos
agradável climaticamente, foram selecionadas duas opções “c” uma “d”.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
135
Com relação as entrevistas, percebeu-se semelhanças nas respostas. Foram
realizadas cinco perguntas: Quais as principais mudanças que você percebeu ao longo
desses anos na vegetação local? Na sua opinião, qual a importância da vegetação na
UFPI? Você percebeu mudanças na temperatura ambiente ao longo dos anos na UFPI?
Na sua opinião, quais os locais mais quentes na UFPI? Porque? Você acredita que a
vegetação tem relação direta com o microclima da UFPI?
As respostas foram variadas, porém com o mesmo sentido, todos os entrevistados
perceberam mudanças na vegetação local ao longo dos anos e acreditam que a vegetação
é importante para ajudar no clima local e promover sombras.
Todos os entrevistados responderam “SIM” quanto questionados a respeito da
mudança de temperatura no ambiente da UFPI e alegaram esse problema ao crescimento
do campus.
No tocante a última pergunta da entrevista, todos os entrevistados responderam
“SIM” e principalmente os mais antigos funcionários complementaram suas respostas
afirmando que o clima da UFPI era ótimo até a década de 1990, porém, atualmente o
campus não possui mais um clima tão agradável como antes.
Com as respostas obtidas dos funcionários da UFPI, ficou evidente que a dinâmica
da temperatura sofreu mudanças significativas principalmente pela retirada de vegetação
local e pelo processo de crescimento, ampliação e construção de novos prédios.
CONCLUSÃO
A pesquisa mostrou-se satisfatória uma vez que provou principalmente através dos
questionários e entrevistas, que mudanças na estrutura do Campus Universitário Ministro
Petrônio Portela vem promovendo o aumento da temperatura local.
De acordo com os entrevistados, o local com maior desconforto é o entorno da
biblioteca central do campus pesquisado, isso se dá principalmente pela ausência de
vegetação expressiva, já que a mesma foi retirada para a construção de novos pavimentos
e prédios. Outro fator que contribui para que o local tenha o maior desconforto térmico é
a quantidade e vidro no local, quase 80% do seu entorno.
O presente trabalho necessita de aprofundamento teórico e novas observações in
loco com a finalidade de promover uma maior discussão a respeito do tema proposto tal
como maior margem de segurança nos resultados obtidos.
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136
REFERÊNCIAS
CONTI, José Bueno. Clima e meio ambiente. São Paulo: Atual, 1998.
FEITOSA, S. M. R.; GOMES, J. M. A.; MOITA, J. M. M.; ANDRADE, C. S. P. Consequências da
urbanização na vegetação e na temperatura da superfície de Teresina – Piauí. REVSBAU, Piracicaba ,
SP, v.6, n.2, p.58-75, 2011.
PIAUÍ, Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2010-2014. Teresina: EDUFPI, 2010. Disponível
em: < http://www.ufpi.br/arquivos/File/PDI.pdf > Acesso em: 3 julho 2014.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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UM OLHAR GEOGRÁFICO SOBRE A FLORESTA NACIONAL DE
PALMARES, ALTOS - PI
Caroline da Silva Mateus¹; João Victor Alves Amorim2; Bartira Araújo da Silva Viana³;
1 UFPI, [email protected]; 2 UFPI; 3 UFPI, [email protected].
Palavras-Chave: Altos. FLONA. Análise Ambiental.
INTRODUÇÃO
A Floresta Nacional (FLONA) de Palmares, localizada no município de Altos no
estado do Piauí (Figura 1) foi criada em 21 de Fevereiro de 2005, com o objetivo de
promover o manejo do uso múltiplo dos recursos florestais, a manutenção de banco
germoplasma de espécies nativas e das características da vegetação do Cerrado e da
Caatinga; além da proteção da biodiversidade, a recuperação de áreas degradadas e a
educação ambiental (BRASIL, [2005]).
Figura 1. Localização da Floresta Nacional dos Palmares (ponto vermelho) no
município de Altos-PI. Fonte: Adaptado de Feitosa et al. (2012).
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
138
A área em questão constitui-se uma Unidade de Conservação (UC) de Uso
Sustentável com aproximadamente 170 ha a cerca de 20 km de distância da capital
Teresina. Esta corresponde a uma área de transição entre o Cerrado e Floresta Amazônica,
sendo gerenciada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) (BRASIL, [2005].
Segundo o ICMBio, entre os objetivos da Flona de Palmares estão: promover o
manejo e uso múltiplo dos recursos florestais, a pesquisa científica, a manutenção das
espécies nativas e a proteção dos recursos naturais, além da recuperação de áreas
degradadas e educação ambiental. Na referida área funcionou um posto de fomento do
IBAMA até antes de ser transformada em unidade de conservação.
O presente trabalho tem como objetivo geral descrever uma visita técnica realizada
à Floresta Nacional de Palmares, considerando sua paisagem e condições ambientais, a
partir de uma visão geográfica.
MATERIAL E MÉTODOS
Os materiais utilizados para a aquisição dos dados de campo foram gravadores de
voz, GPS, Cartas DSG e máquinas fotográficas digitais, com a finalidade de realizar
registros dos aspectos físicos visualizados. A metodologia utilizada foi à pesquisa
bibliográfica em livros e artigos científicos, assim como vista in locu na Floresta Nacional
Palmares.
No total foram definidos 06 (seis) pontos de observação na FLONA de Palmares,
sendo 02 (dois) fora da UC e 04 (quatro) no interior da FLONA. Estes pontos foram
mapeados com o intuito de observar, bem como realizar reflexões acerca do entorno e
interior da Floresta Nacional, onde aspectos naturais puderam ser melhor analisados, tais
como o relevo, a vegetação, a fauna e a drenagem.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caracterização física da área de estudo
Em relação aos aspectos geológicos, a FLONA integra o conjunto de formações
pertencentes à Bacia Sedimentar Paleozóica do Maranhão-Piauí, sob o domínio das
Formações Piauí e Pedra de Fogo, ambas compostas por arenitos, siltitos e folhelhos
intercalados com leitos de sílex e calcário, lentes de gipsita, com idade referente ao
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
139
Período Carbonífero. Verifica na Figura 2 o Corte topográfico na porção centro-norte do
Piauí (latitude aprox. de 4° S) mostrando o mergulho de 11° a 8°, cf. RADAM, 1973) e a
altitude das diferentes formações geológicas, no trecho compreendido entre a calha do rio
Parnaíba, a oeste/sudoeste, e o limite com o embasamento cristalino, a leste/nordeste
(IBAMA, 2004).
Os solos da FLONA de Palmares desenvolvem-se a partir das rochas sedimentares,
sendo localmente cobertos por material areno-argiloso, contendo extensas rampas,
parcialmente dissecadas. Conforme a classificação de Köppen, o clima é Tropical
Megatérmico (Aw), com duas estações bem definidas, uma seca (junho a novembro) e
outra chuvosa (dezembro a maio). A rede hidrográfica está inserida na sub-bacia do rio
Poti, entretanto, a área encontra-se afastada de rios, não possuindo cursos d’água em seu
interior (IBAMA, 2004).
Figura 2. Perfil Geológico e Topográfico da Bacia Sedimentar do Piauí.
Fonte: Mendes (1971). Org. Iracilde Moura Fé Lima (2010).
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
140
Em relação aos aspectos biogeográficos, a área da Flona está inserida em uma área
de tensão ecológica, caracterizada por apresentar floras indiferenciadas que se
interpenetram sob forma de enclave e ecótono, compreendendo uma vegetação associada
às florestas estacionais semidecíduas (FERNANDES, 1998 citado por LOPES, 2007),
sendo representadas pelo contato entre o Cerrado e a Floresta Decidual Mista.
Aspectos observados no entorno da Floresta Nacional de Palmares
Na análise do entorno da FLONA de Palmares, 5 km antes da Unidade de
Conservação (UC), foi possível perceber uma paisagem mais urbanizada, com a
predominância de um relevo tabular com declividade, plano suave ondulado, ocorrendo
no solo processos superficiais de erosão laminar.
No segundo ponto, 5 km depois do limite final da UC, foi possível observar uma
paisagem natural mais conservada, com cortes topográficos existentes no relevo em
decorrência da implantação da BR – 343, sendo possível entender, a partir da observação
do local, sobre a geologia e pedologia presente na área.
Aspectos observados no interior da Floresta Nacional de Palmares
Os pontos internos foram definidos partindo de trilhas da FLONA de Palmares. Esta
possui um total de 11 trilhas, sendo que as mais visitadas são a Trilha Principal, a Trilha
do Cedro, a Trilha da Aroeira e a Trilha do Caneleiro, por se encontrarem mais próximas
da entrada da UC, sendo que as duas últimas consideradas trilhas semi-radicais.
Na análise do interior da Floresta Nacional Palmares observou-se a presença de uma
serrapilhagem bem delgada e de solo raso. Na trilha do Caneleiro foi mostrada uma área
de vertente que é uma espécie de descida para riacho São Vicente, uma espécie de topo
de escoamento. Também se constatou no solo erosão laminar, com presença de sulcos e
um pouco de ravinas.
CONCLUSÃO
A compreensão dos aspectos físicos da Floresta Nacional de Palmares, a partir de
visitas técnicas, é de fundamental importância para compreensão das condições
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
141
ambientais de Unidades de Conservação de Uso Sustentável, visando o conhecimento de
sua diversidade biológica, a partir de uma análise integrada de suas dimensões ambientais.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (IMCBio). Floresta Nacional de
Palmares. [2005?]. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/visite-asunidades/4059-flona-de-palmares.html> Acesso em: 17 mar. 2014.
FEITOSA, Amanda Alves; NUNES, Ramon Paiva; LEITE, Antônio Celso de Sousa; CARNEIRO,
Eduilson Lívio Neves da Costa. Georreferenciamento das trilhas da Floresta Nacional de Palmares, Altos,
PI. CONGRESSO NORTE E NORDESTE DE PESQUISA E INOVAÇÃO, 7, Palmas, TO. In: Anais...
Palmas, TO, 2012.
IBAMA. Relatório de vistoria técnica: estudos e levantamentos prévios para criação de Floresta
Nacional. Teresina, 2004.
LOPES, José Carlos Raulino. Floresta Nacional: implantação, gestão e estudo de caso – FLONA de
Palmares. 96f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal do
Piauí, Teresina, Piauí, 2007.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
142
USO DA MAQUETE COMO FACILITADOR NO ENSINO DA
GEOGRAFIA FÍSICA
Lia Raquel Alves da Silva¹; Rafael do Nascimento Cardoso²; Raimundo Lenilde de
Araújo³.
Universidade Federal do Piauí – UFPI, [email protected]¹; Universidade Federal do Piauí –
UFPI²; Universidade Federal do Piauí – UFPI³.
Palavras-Chave: Maquete. Ensino. Geografia.
INTRODUÇÃO
Os professores da educação básica necessitam, diariamente, de atividades
inovadoras para conseguir despertar a atenção de seus alunos e, consequentemente,
ensiná-los de forma satisfatória. Os alunos da educação básica são ávidos por novidades,
por conta disso os professores têm que estar munidos de inúmeros recursos didáticos para,
sempre que oportuno, inovar sua forma de ensinar. Segundo Di Maio (2004, p. 172) “a
necessidade de se trabalhar com recursos práticos no ensino da Geografia, se deve aos
poucos resultados obtidos do ensino tradicional, baseado apenas na leitura e interpretação
de textos, cópias de mapas e aulas expositivas”.
Buscando romper o tradicionalismo no ensino de Geografia, o recurso didático
escolhido para discussão neste trabalho foi à construção de maquetes, um recurso que
consegue abranger vários temas da Geografia, em especial na área física. A maquete pode
ser confeccionada juntamente com os alunos, ou não, fica a critério do professor. O
importante é que a sua construção e/ou uso sejam orientados, é necessário que o professor
integre os vários conceitos da Geografia relacionados com a maquete produzida, como
por exemplo, urbanização, hidrografia, vegetação, relevo dentre outros. Os objetivos
deste trabalho foram pensados e planejados com o propósito de expor acerca da facilidade
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
143
do processo ensino-aprendizagem nas aulas de Geografia Física, a partir do uso de
maquete de relevo da Região Nordeste do Brasil, objetivando despertar no alunado a
percepção integrada de vários temas e consequentemente, aguçando a capacidade de
abstração dos alunos quanto à aprendizagem da Geografia Física.
MATERIAL E MÉTODOS
Diante da proposta de SIMIELLI (1992), que recomenda a construção de uma
maquete do relevo brasileiro, através da leitura de mapas e das curvas de nível, as
maquetes escolhidas para o presente trabalho destacam o relevo da Região Nordeste, o
perfil da Borda da Bacia Sedimentar do Parnaíba com a Depressão Sertaneja cearense e
a Chapada da Borborema. A base metodológica para a construção das maquetes foi à
proposta por Simielli et. al. (1992). No texto “do Plano ao Tridimensional: A Maquete
como Recurso Didático, devidamente adequado ao objetivo deste trabalho”. Os materiais
usados na confecção das maquetes foram: mapa de curvas de nível da região Nordeste do
Brasil; placas de isopor de 5 mm; papel vegetal; papel carbono; fita adesiva; canetas
coloridas; alfinetes; cola branca; massa corrida; lixa fina (granulometria P120), tintas
coloridas, pincéis; vela e Estilete.
Passo a passo da construção das maquetes: i) primeiramente demarque no mapa as
curvas de nível com canetas coloridas, uma cor para cada cota altimétrica; ii) Depois se
faz a transposição das curvas de nível para o papel vegetal juntamente com o contorno da
região; o papel vegetal deverá estar fixado com fita adesiva para não sair do lugar; iii)
posteriormente prenda com fita adesiva o papel carbono sobre a folha de isopor, em
seguida perfure com o alfinete na folha de isopor às curvas e o contorno e seguidamente
aqueça a ponta do estilete na vela acesa (caso não possua maquina adequada para cortar
isopor) e corte as partes demarcadas no isopor. iv) Posteriormente use a cola branca para
colar as folhas de isopor uma sobre as outras, seguindo a orientação das curvas da mais
baixa para a mais alta; a próxima etapa é recobrir as placas de isopor com a massa corrida;
após a secagem o passo seguinte v) é lixar e pintar de acordo com o que deseja que seja
destacado na maquete.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
144
O processo de construção da maquete desenvolve várias habilidades geográficas,
tais como observar, comparar, interpretar, problematizar, entre outras. Também é possível
desenvolver competências, como: compreender e utilizar noções associadas às relações
espaciais topológicas; identificar e observar elementos e aspectos da natureza; classificar
e ordenar problemas ambientais em diferentes lugares, estimular o aluno a transformar o
bidimensional (mapa) para o tridimensional (maquete), auxiliando no aprendizado da
morfometria, da declividade, orientação de vertentes, perfil topográfico e no
desenvolvimento da percepção e diferenciação de escala horizontal e escala vertical e
ainda permite discutir possíveis ações para a preservação dos recursos naturais, e
inúmeras outras.
Após o término do trabalho é possível atestar uma semelhança
satisfatória com o relevo original comprovando a vantagem de se trabalhar com uma
“miniatura” do real que é a maquete. Diante de tal comprovação é possível afirmar a
eficácia deste recurso no processo ensino-aprendizagem da Geografia física. O uso do
citado recurso educacional possibilita aos alunos desenvolver a percepção de
espacialidade na transferência do plano real para a maquete, simultaneamente permite aos
professores reconhecerem às dificuldades e os desconhecimentos dos alunos relacionados
ao tema abordado. Com as informações obtidas às aulas podem e devem ser aprimoradas
na busca de sanar as dificuldades dos alunos, porém por conta da ineficiência
metodológica de alguns professores o uso da maquete não é aproveitado por completo e
nem tampouco de forma sistematizada.
Os pontos a serem discutidos de forma integrada com o uso da maquete de relevo
são inúmeros, dentre eles a climatologia, biogeografia, hidrografia, geologia e
geomorfologia que devem ser explorados e experimentados de formas variadas.
Maquetes de relevo permitem abordar a origem das formas de relevos, e em seguida
esclarecer que estas formas de relevos são resultantes da interação entre os elementos
geográficos (climatologia, biogeografia, hidrografia, geologia). Com isso os alunos
conseguiram assimilar a complexidade da dinâmica terrestre e dos processos responsáveis
pela esculturação das estruturas geológicas. Outros aspectos relacionados ao cotidiano
dos alunos podem ser debatidos, a exemplo dos processos de urbanização em áreas de
risco associado aos impactos ambientais e sociais, ilustrando como e por que ocorrem os
deslizamentos, enchentes, erosão, assoreamento de rios, dentre outros.
A maquete deve ser utilizada em sala de aula como meio didático, a fim de trazer
para a realidade do aluno formas e dimensões topográficas, noções de declividade e
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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espaço, percepções que os mapas não conseguem transmitir da mesma forma. Outro ponto
positivo do uso da maquete em sala de aula é permitir a inclusão social dos alunos, pois
promove a interação de todos na elaboração, construção e apresentação da mesma. No
caso dos deficientes visuais funciona como um recurso tátil, onde os alunos têm a
possibilidade de explorar manualmente os detalhes do recurso e interpretar as formas de
relevo representadas.
Em oposição às vantagens e benefícios que este recurso oferece, também podem
surgir desvantagens ao longo de sua execução. Esta atividade quando confeccionada em
sala de aula demanda tempo, que nem sempre está disponível, exige atenção redobrada
do professor quanto ao manuseio de materiais que podem ser perigosos quando
manuseado por crianças, a exemplo da vela, do estilete e alfinete.
CONCLUSÃO
Considerando as dificuldades que os alunos das series iniciais da educação básica
sentem ao relacionarem as altitudes e as variadas formas de relevos com as curvas de
nível descritas em mapas planimétrico, é aconselhável que o professor de Geografia faça
uso da maquete como facilitadora no processo de ensino-aprendizagem. Este recurso
possibilita enriquecer as aulas de Geografia Física, permitindo ao aluno aplicar
fenômenos de grande escala adequando a menores proporções, tornando o processo
ensino-aprendizagem mais eficaz.
Apesar de existirem desvantagens, as vantagens se sobressaem, pois o uso da
maquete nas aulas de Geografia possibilita elaborar uma análise integrada da paisagem
através da discussão de temas como: uso da terra, hidrografia, ação antrópica, constituição
do solo, tipo de vegetação, entre outros, em outras palavras ela contorna a dificuldade da
representação plana da terceira dimensão. A realização desta atividade proporciona ao
docente fazer também uma reflexão sobre suas incapacidades metodológicas e assim
adquirir aprimoramentos no domínio das metodologias pedagógicas diferenciadas que
irão lhe proporcionar melhores estratégias para o ensino, adequando ao nível escolar dos
alunos. Com isso, o uso de maquetes permite avivar nos alunos o interesse pela disciplina,
tornar as aulas de Geografia mais atrativas despertando a atenção da turma.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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REFERÊNCIAS
SIMIELLI, M. E. R.; GIRARDI, G.; BROMERG, P.; MORONE, R.; RAIMUNDO, S. L. Do plano ao
tridimensional: a maquete como recurso didático. n: Boletim Paulista de Geografia, nº 70, AGB, São
Paulo, 1991, p. 5-21.
DI MAIO, Angélica Carvalho. Geotecnologias Digitais no Ensino Médio: Avaliação Prática de seu
Potencial. Rio Claro, 2004. Dissertação (Doutorado) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas Universidade Estadual Paulista 2004.
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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VARIAÇÃO TÉRMICA NA ÁREA RURAL E URBANA DA
CIDADE DE TERESINA, PIAUÍ
André Luís Viana Costa1; Marcos Antônio Pinheiro Marques2; Maria Valdirene Araújo
Rocha Moraes3
1 Universidade Federal do Piauí123; [email protected];
[email protected]; [email protected].
Palavras-chave: microclima, variação térmica, fatores antrópicos.
INTRODUÇÃO
O presente artigo apresenta o estudo prévio das variações térmicas de dois
microclimas distintos, ambos localizados na cidade de Teresina-PI (Figura 1). O primeiro
microclima localiza-se na zona urbana da cidade de Teresina (Praça Rio Branco), o
segundo, na zonal rural da cidade, em específico no povoado Alegria, zona sul de
Teresina. A escolha dos dois núcleos distintos de pesquisa e o seu contraste espacial tornase pertinente mediante as configurações específicas de cada microclima, práticas
antrópicas e dinâmicas estabelecidas nos mesmos, assim, mediante os resultados obtidos,
torna-se perceptível a influência de agentes internos e externos nas variações térmicas dos
microclimas estudados.
Segundo Carbonneau (1984), microclima corresponde às condições climáticas de
uma superfície realmente pequena. Sendo portanto uma determinada área física de
extensão pequena caracterizada por conter um conjunto de especificidade e variações
térmicas, podendo ser influenciada assim como o mesoclima que de acordo com
Stoutjesdik & Barkman (1992), por características topográficas, vegetativas ou antrópica.
O trabalho objetiva o conhecimento e análise prévia dos fatores e dados obtidos nas áreas
estudadas e relacionar dinâmicas físicas, naturais e antrópicas na diferenciação térmica
dos dois microclimas.
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Figura 1 – Mapa de localização da cidade de Teresina.
MATERIAL E MÉTODOS
No trabalho foram utilizados como método de pesquisa consultas aos estudos
acadêmicos voltados para à analise climatológica dos centros urbanos e rurais. Os valores
obtidos no trabalho foram levantados de forma contínua seguindo os mesmos intervalos
de tempo, tais valores foram aferidos mediante a utilização do aparelho Termo-HígroAnemômetro.
Para os dados obtidos mediante a utilização do aparelho foi necessário a inserção
dos mesmos em um formulário que foi elaborado mediante as horas e as características
dos dados obtidos perante as categorias analisadas, posteriormente inseridas em planilhas
eletrônicas para elaboração de gráficos referente as áreas de estudo.
Foram utilizadas para representação da área de estudo imagens de satélite (Google
Earth) sendo possível a visualização da área especifica e adjacentes dos microclimas,
estas podendo influenciar diretamente nas temperaturas dos locais estudados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tendo como área de estudo a cidade de Teresina-PI, que está localizada na latitude
de 5°5'20 sul e longitude de 042°48'07 oeste, situando-se próximo à divisa com o estado
do Maranhão, ao oeste do estado, apresentando uma altitude média de 72 metros. Banhada
pelos rios Parnaíba e Poti, ambos pertencentes à bacia hidrográfica do Rio Parnaíba.
Segundo Mendonça (2008) a cidade apresenta o clima tropical-equatorial. O centro da
cidade localiza-se em uma depressão, assim, a maior parte do município apresenta o
relevo bastante plano, a vegetação da cidade por estar em uma zona de transição entre o
Anais II Jornada de Estudos em Geografia Física, Teresina, Brasil, 25-27 novembro 2014, UFPI
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nordeste e a Amazônia, é composta pelas Florestas estacional, semidecidual áreas com
cerrados e a mata de cocais.
Os dois pontos escolhidos, mesmo situando na mesma cidade, apresentam
algumas características distintas como densidade vegetativa, topográfica e dinâmicas
antrópicas, estas, atuando diretamente no comportamento térmico do local. As duas áreas
situam-se em zonas distintas da cidade, consequentemente, urbana e rural. Apresentando
uma distância de aproximadamente 21 km entre os dois pontos (Figura 2).
Figura 2 – Localização dos pontos de monitoramento. Fonte: Google Earth (2014).
O primeiro ponto da pesquisa (Figura 3), apresenta uma altitude de
aproximadamente 76m localizando-se à 5º05’28,64” S e 42º48’51,98”, refere-se à área
urbana da cidade de Teresina, de forma mais específica, na zona central da cidade, esta,
mesmo tendo uma vegetação preservada por se tratar de uma praça tradicional,
caracteriza-se por constantes atividades antrópicas e grandes fluxos de pessoas e veículos,
uma vez que se localiza no centro comercial de Teresina. As áreas adjacentes encontramse predominantes edificações comerciais, pavimentação asfáltica e em paralelepípedo,
assim, funcionando como barreiras naturais para a circulação do ar e grande concentrador
dos fluxos de energia.
O segundo ponto (Figura 4), povoado Alegria refere-se à zona rural da cidade,
apresentando altitude de aproximadamente 73m localizando-se em 5º11’21,47” S e
42º41’43” O. este, apresentando menores expressividades dos agentes antrópicos quando
comparado ao primeiro ponto, sendo perceptível a presença considerável de vegetação
nativa da área. O fluxo de pessoas e veículos apresentam menores expressividade quando
comparadas aos da praça Rio Branco, o solo da área mostra-se de forma exposto, não
havendo a existências de pavimentação asfáltica.
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Figura 3 – Localização do primeiro ponto de monitoramento. Fonte: Google Earth
(2014).
Figura 4 – Localização do primeiro ponto de monitoramento. Fonte: Google Earth (2014).
As medições foram efetuadas simultaneamente em ambos locais, assim, pode-se
perceber variações e diferenciações de temperatura nos mesmos quando comparados, essa
variação deve-se ao processo de radiação solar, atmosférica e antrópico, estes,
apresentando distintas dinâmicas de acordo com as características específicas do local.
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O ponto 1, apresentando sempre maiores temperaturas quando comparadas com os
valores obtidos no mesmo horário no ponto 2. As menores temperaturas foram
evidenciadas nas primeiras horas da manhã, havendo uma pequena diferença entre as
temperaturas coletadas nos dois pontos, no primeiro ponto, às 8:00h obteve-se a
temperatura de 29,3 e no segundo ponto 29ºC, às 10:00h, as variações mantiveram-se, o
primeiro ponto apresentou 34,5 o segundo ponto 33,4ºC. Em média a diferença do
primeiro ponto para o segundo apresenta uma média de 36,4º no decorrer das medições e
no segundo ponto 35,1ºC.
Essa variação deve-se às características físicas naturais e antrópicas de cada ponto,
onde os locais com menores características físicas naturais e maior ação antrópica
apresentam-se na sua maioria temperaturas e/ou sensações térmicas mais elevadas. As
características especificas da caracterização do clima urbano segundo Monteiro (2003),
pode ser explicado pelo sistema clima urbano que visa compreender a organização
climática peculiar da cidade, assim, constituindo um conjunto complexo de todas as ações
ecológicas e as associações aos fenômenos da urbanização.
CONCLUSÃO
A partir da coleta de dados de campo realizada na Praça Rio Branco, e no Povoado
Alegria, junto com as análises da dinâmica geral das condições climáticas, e identificando
os principais fatores antrópicos e naturais, que influenciam na determinação de um
microclima em um lugar. Diante disso, podemos concluir a existência de uma
particularidade climática na referida praça, que devido à presença de edifícios e ruas
asfaltadas em torno, grande circulação de pessoas e automóveis, principalmente no
sábado, aumentando assim as trocas de energia entre o solo e o ar, ocasionaram o aumento
da temperatura, principalmente até as 14:00. Enquanto que no segundo ponto de estudo,
por ser zona rural existe um baixo fluxo de circulação de pessoas e transporte, além de
ter uma cobertura vegetal bastante ampla e diversificada tendo a umidade e a circulação
de ventos como fatores para um conforto térmico em relação ao apresentado na praça.
REFERÊNCIAS
MORAES, Maria V. A. R. Mapa de localização de Teresina, 2014
DAJOZ, Roger. Ecologia geral. Trad. de Francisco M. Guimarães. Petrópolis: Vozes, 1978.
LIBOS, P. R. R. Estudo das condições térmicas e lumínicas em três habitações unifamiliares no
conjunto habitacional Grande Morada da Serra – Cuiabá – MT. Dissertação de Mestrado. PósGraduação em Física e Meio Ambiente. Universidade Federal do Mato Grosso. 2007, 139p.
MENDONÇA, Francisco. Climatologia: noções básicas e clima do Brasil/ Francisco Mendonça, Inês
MorescoDanni-Oliveira, São Paulo: Oficina de Textos,2007.
MONTEIRO, Carlos Augusto de Figueiredo. Clima Urbano. São Paulo, Contexto, 2003.
STOUTJESDIJK, P. & BARKMAN, J. J. 1987.Microclimate, Vegetation and Fauna. Opulus, Uppsala.
216 p.
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