Publicação semestral da ffo - fundecto

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Publicação semestral da ffo - fundecto
Publicação semestral da ffo - fundecto - Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia
Entidade conveniada à Faculdade de Odontologia da USP - Venda proibida.
editorial
C
aro colega Cirurgião-Dentista, é com
imenso prazer que apresentamos
mais uma edição da Revista da ffo e,
aproveitamos o momento para expressar nossa
satisfação em constatar que o Clinical Consult,
nossa coletânea de artigos voltados para o
dia a dia do clínico, está sendo um sucesso.
Estamos atingindo nosso maior objetivo que é
colaborar para o seu crescimento profissional.
ffo-fundecto
Conveniada à Faculdade de
Odontologia da USP
Nessa edição estão disponíveis mais artigos
e casos clínicos, de diversas áreas da
Odontologia, escritos pelos nossos professores
para orientar sua prática clínica.
DIRETOR PRESIDENTE
Prof. Dr. João Batista de Paiva
Ainda com objetivo de contribuir com a rotina
operacional do seu consultório, a ffo-fundecto
ofereceu a todos os seus alunos um vídeo
de biossegurança que ilustra os cuidados
necessários no pré, trans e pós atendimento
DIRETOR VICE PRESIDENTE
Prof. Dr. Leonardo Eloy Rodrigues Filho
DIRETOR TESOUREIRO
Prof. Dr. Rodolfo Francisco H. Melani
DIRETOR SECRETÁRIO
Profª. Drª. Míriam Lacalle Turbino
DIRETOR VOGAL
Prof. Dr. Atlas Edson Moleros Nakamae
COORDENAÇÃO
DEPARTAMENTO DE MARKETING
Letícia Bezinelli - [email protected]
Zilson Magalhães - [email protected]
PROJETO GRÁFICO
Pingo No I - Publicidade e Propaganda
[email protected]
www.pingonoi.com
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Priscila Gonçalves Biella - MTB 52367
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO
45.000 exemplares
Anexo à revista está o caderno completo
dos cursos que serão ministrados durante o
segundo semestre de 2011, além da agenda
das especializações. Hoje temos mais de
100 opções de cursos, em todas as áreas da
Odontologia, de diversas modalidades, tudo
para atendê-lo da melhor maneira possível.
Verifique os detalhes em nosso site: www.
fundecto.org.br ou ligue para nosso call center:
0800 771 7001.
Estamos esperando você!!!
Prof. Dr. João Batista de Paiva
Presidente ffo-fundecto
índice
CONSELHO CURADOR
Presidente:
Prof. Dr. Giorgio De Micheli
Membros:
Prof. Dr. Carlos Gil
Prof. Dr. Edgard Crosato
Prof. Dr. Jose Rino Neto
Prof. Dr. Igor Studart Medeiros
Prof. Dr. Manoel Eduardo de Lima Machado
Prof. Dr. Michel Nicolau Youssef
Prof. Dr. Reinaldo Brito e Dias
Prof. Dr. Waldyr Antonio Jorge
COMISSÃO DE CURSOS
Presidente:
Prof. Dr. José Rino Neto
Membros:
Prof. Dr. Edgard Crosato
Prof. Dr. Fernando Ricardo Xavier da Silveira
Prof. Dr. Glauco Fioranelli Vieira
Prof. Dr. João Gualberto de Cerqueira Luz
Prof. Dr. Paulo Eduardo Capel Cardoso
Profª. Drª. Regina Tamaki
odontológico. Se inscreva em nossos cursos e
também receba o seu!
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6
6 8/17
Especial: Programa de Parcerias.
Diferencial: Veja as vantagens de fazer cursos
na ffo-fundecto.
Agenda: Datas de seleção para especialização.
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Artigo: Estética.
Artigo: Implantologia Oral.
Artigo: Odontopediatria.
Artigo: Endodontia.
Artigo: Prótese.
Artigo: Odontologia do Trabalho.
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especial
Programa de Parcerias
Um dos grandes objetivos da ffo-fundecto é oferecer
a você, Cirurgião-Dentista, cursos que completem sua
formação já adquirida na graduação. Assim, nossos
professores aliam trabalhados científicos com a
prática clínica para mostrar as novidades e tendências
dentro da Odontologia.
Além do embasamento científico, a ffo-fundecto
também se preocupa em compartilhar as tecnologias
existentes hoje no mercado odontológico. Para isso,
há um programa de parcerias que traz para os cursos
Dep. Marketing/ fotos: Arq. Fundecto
equipamentos e materiais de última geração. Dessa
maneira, você pode manipular e formar sua opinião,
desenvolvendo seu senso crítico e, assim, fazer a
melhor opção para sua realidade.
As empresas parceiras da ffo-fundecto também
desenvolvem semanas especiais para apresentar o
que há de moderno no mercado.
Confira o que aconteceu no primeiro
semestre de 2011:
Semana Heraeus Kulzer na ffo:
Em maio a comunidade da ffo recebeu a Heraeus Kulzer, que fez uma grande exposição de seus
produtos, além de oferecer promoções super especiais e sorteios diários. Destaque para o Flexitime
Trial kit e Flexitime Correct Flow, que estão disponíveis para você utilizar nos cursos da ffo.
especial
Semana KOTA na ffo:
Em abril a Kota organizou uma semana especial na ffo para mostrar seus lançamentos e
produtos, ofereceu promoções para quem faz parte da comunidade ffo e fez sorteios. Além
de expor também a linha Kota fashion. Destaque para o Panavia F, cimento resinoso dual
autocondicionante, que está disponível para uso nos cursos da ffo.
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jul/dez 2011
diferencial
Saiba porque a fundecto apresenta o melhor
custo-benefício do mercado.
01
Corpo docente altamente qualificado
02
Diversos materiais e equipamentos fornecidos pela fundação para utilização no curso
03
Certificado de especialista emitido pela Universidade de São Paulo
04
Novas tecnologias obtidas através de parcerias com as maiores empresas do mercado
05
Cursos semanais, quinzenais e mensais, além de workshops que ocorrem durante todo o semestre
06
Salas de aula e clínicas com ar condicionado e modernos recursos multimídia
07
Estacionamento sem custo para o aluno
08
Comodidade e conforto: sala de estudo e espaços de convivência
09
Convênios com hotéis
10
Programa de descontos exclusivo
Call Center: 0800-771-7001
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segunda a sexta das 08h às 18h
Temos parcerias com dois hotéis
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e Spotlight Hotels no Jaguaré
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jul/dez 2011
agenda
PRÓXIMAS TURMAS DE ESPECIALIZAÇÃO
Especialização
SEMANAIS
Cirurgia
Cirurgia
Dentística
Endodontia
Implantodontia
Odontologia Legal
Odontopediatria
Ortodontia
Pacientes Especiais
Periodontia Prótese Radiologia
Seleção
Mai/2012
Jun/2012
18/08/11
Ago/2011
Mar/2012
Fev/2012
Ago/2011
09/12/11
05/08/11
Ago/2011
Ago/2011
Jul/2011
Especialização
QUINZENAIS
Odontologia do Trabalho
Saúde Coletiva
MENSAIS
Dentística
Endodontia
Odontopediatria
Prótese
Radiologia
Seleção
Ago/2011
Fev/2012
Mai/2012
Jul/2012
Mar/2013
Mar/2012
Mar/2012
ffo-fundecto
mais perto dos Cirurgiões-Dentistas!
Cada vez mais a ffo-fundecto procura maneiras de estar
mais próxima de seu aluno, pois achamos importante
estabelecer esse vínculo e termos uma comunicação direta.
Assim, recentemente criamos nosso Facebook e Twitter que
trarão notícias da comunidade ffo-fundecto e FOUSP em
primeira mão para você, Cirurgião-Dentista. Adicione a ffo e
venha curtir com a gente!
Semana de Recepção aos Alunos.
Pensando também em fortalecer o contato entre Instituição
de Ensino e alunos, desenvolvemos a Semana de Boas
Vindas aos novos alunos da ffo.
Em parceria com a Johnson & Johnson, os alunos foram
recebidos com brindes e tiveram atenção total das equipes
Fundecto e Johnson.
Confira como foi:
Diretoria ffo durante a Semana de Recepção com equipe
ffo-fundecto e Johnson.
Brindes johnson&johnson.
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estética
Prof. Dr. Carlos Francci, Livre Docente do Deptº de Materiais Dentários da
FOUSP, Coordenador do curso CEU-310-Estética Ampla: Uma Abordagem
Integrada de Especialidades e professores do curso Prof. Dr. Marcelo Ferreira
Witzel, Profª Drª Edméa Lodovici, Prof. Jair Alves Costa, Prof. João Vicente
Lenza, Prof. Adriano Sapata e CD Regina Martins Moreira, aluna do curso.
Odontologia Estética: Soluções Minimamente
Invasivas com Cerâmicas.
As cerâmicas, por apresentarem, em geral, cor e textura
perenes, bem como propriedades mecânicas superiores às
das resinas compostas, têm sido consideradas como material
estético de eleição para restaurações e reanatomizações de
dentes anteriores1. O domínio das técnicas adesivas tornou
realidade o uso das cerâmicas na odontologia, uma vez
que estas, embora friáveis, quando aderidas aos substratos
dentários se comportem mecanicamente como um corpo
único, dente/restauração1,2. Quando se fala em “odontologia
estética”, há uma série de paradigmas que foram criados no
passado, e que, com a evolução da técnica e dos materiais,
devem ser vistos por um prisma mais crítico. A assertiva
mais comum é “a odontologia adesiva é conservadora”. É
verdade em geral para restaurações de resina composta,
que requerem apenas a remoção da cárie, com pouco, ou
até nenhum tipo de preparo cavitário. Para restaurações ou
coroas puras de cerâmica, já não é verdade, pois passa a
ser necessária uma espessura entre 0,6 e 2mm de cerâmica
para o alcance da resistência necessária, o que exige um
desgaste significativo da estrutura dental3,4. Já para as
facetas cerâmicas tipo “lente de contato” (desgaste dental
mínimo ou ausente) a possibilidade de ganho de pequeno
volume com a restauração já traz resistência suficiente em
espessuras diminutas, como 0,2mm, desde que aderidas ao
substrato dentário3,4,5. Este tipo de faceta recebe tal nome
por uma alusão à espessura delgada das lentes de contato
oftalmológicas, o que requer desgastes mínimos da estrutura
dental, ou mesmo eliminam totalmente a necessidade
desses desgastes. Este fato agrada a maioria dos pacientes,
que, embora exijam uma estética melhor de seus sorrisos,
não aceitam desgastar demasiadamente seus dentes para
ganhar espaço necessário para o laminado cerâmico na
face vestibular dos dentes, sem criar sobre contorno.
Cabe ressaltar que este tipo de restauração está indicado
apenas para pacientes que não possuam hábitos
parafuncionais mecanicamente nocivos aos dentes,
como bruxismo (ou briquismo, hábito de ranger os
dentes classificado como distúrbio do sono) ou hábito de
apertamento exagerado3,4. Uma oclusão bem equilibrada
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também é fator “sine-qua-non” para a longevidade do
tratamento, tornando necessária, em boa parte dos casos,
tratamento em conjunto com profissionais especialistas em
outras áreas (Ortodontia, Disfunção Têmporo-Mandibular e
Dor Oro-Facial, Ortopedia Funcional dos Maxilares, etc.)
É comum antes, durante ou após um tratamento ortodôntico
haver indicação de reanatomização de dentes anteriores,
como o caso clínico que aqui será relatado. Tais situações
hoje podem ser facilmente solucionadas com estas lentes
de contato. Devido à limitada espessura deste tipo de
laminados, eles só devem ser indicados em casos onde os
elementos dentários envolvidos apresentem uniformidade
de cor entre si3,4.
A seguir é descrito um caso clínico executado no curso
“CEU-310-Estética Ampla: Uma Abordagem Integrada de
Especialidades” da Fundecto, ministrado por nossa equipe.
Este caso clínico foi executado pela CD Regina Martins
Moreira, aluna do curso, em paciente do sexo masculino, de 21
anos de idade. O mesmo havia sido indicado por uma colega
Ortodontista, que havia diagnosticado a necessidade de
reanatomização dos dentes anteriores, o que comprometia
demasiadamente o sorriso do paciente (figura 1).
O caso foi estudado juntamente com o TPD Alberto Calasans,
do Laboratório Alberto, e após enceramento para estudo em
modelo, chegou-se a conclusão que seria possível utilizar a
técnica não invasiva dos laminados tipo “lente de contato”,
onde os preparos se restringiriam apenas a tornar os dentes
expulsivos, com mínimos desgastes em esmalte. Na figura
2 é possível visualizar os dentes anteriores do paciente com
o afastamento gengival com fios retratores (Pro Retract,
FGM Produtos Odontológicos) número 000, com a função
adicional de controle de umidade do sulco gengival. A seguir,
o substrato foi condicionado com ácido fosfórico a 37% e
sistema adesivo simplificado (XP Bond, Dentsply)(figura 6).
Nas figuras 4 e 5 é possível observar as faces vestibular e
lingual, respectivamente, dos laminados no modelo de
trabalho. Nota-se a riqueza de detalhamento incisal e
proximal alcançado pelo TPD. A cerâmica utilizada foi a
e.max Press (Ivoclar Vivadent). Estas peças cerâmicas foram
condicionadas com ácido fluorídrico a 10% por 20 segundos
e submetidas a aplicação de agente silano. A seguir foi
aplicada uma fina camada de sistema adesivo. É importante
frisar que o resultado estético final de um caso clínico com
laminados “lente de contato” é fortemente influenciado
pela cor do cimento resinoso ou resina composta fluida
utilizada, já que a porcelana em finas espessuras é
altamente translúcida5. Esta fina espessura também torna
necessário o uso de cimentos ou resinas fotoativados, e não
duais ou quimicamente ativados, pois o ativador químico
da polimerização destes materiais, normalmente uma
amina terciária ou ácido sulfínico, se degrada com o tempo,
tornando o material mais amarelado . Assim foi utilizada
uma resina composta fluída (Opallis Flow, FGM Produtos
Odontológicos) de cor A1 (figura 7). O conjunto sistema
adesivo e resina composta somente foi polimerizado após
o assentamento dos dentes, um a um, evitando assim o
risco de acúmulo de adesivo em ângulos internos das peças
protéticas, que poderia comprometer a adequada linha de
cimentação.
Referências bibliográficas
1. Vieira GF, Morimoto S. Restaurações indiretas cerâmicas. In Fonseca AS.
Odontologia estética – a arte da perfeição . São Paulo: Artes Médicas; 2008
. cap. 2.1, p. 139-58.
2. Matinlinna JP, Vallittu PK. Bonding of resin composites to etchable ceramic
surfaces - an insight review of the chemical aspects on surface conditioning.
J Oral Rehabil. 2007 Aug;34(8):622-30.
3. Kina S, Ferreira, AG.Laminados cerâmicos. In Fonseca AS. Odontologia
estética – a arte da perfeição . São Paulo: Artes Médicas; 2008 . cap. 2.1.1,
p. 159-97.
4. Bottino MA, Faria R, Valandro LF. Facetas laminadas cerâmicas. In Bottino
MA. Percepção – Estética em próteses livres de metal em dentes naturais e
implantes. São Paulo : Artes Médicas; 2009 . cap. 5, p. 317-90.
5. Egon A. Fragmentos cerâmicos e lentes de contato dentárias. Quando
a arte e a biologia se encontram. Rev. Dental Press Est. 2011 Jan/Fev/
Mar;8(1):25-33.
Figura 1. Aspecto geral do sorriso do paciente muito comprometido pela presença
de dentes conóides e contorno anatômico
insuficiente dos dentes em relação ao tamanho da arcada.
Figura 2. Dentes anteriores com afastamento gengival com fio retrator, evidenciando o
mínimo preparo dos dentes em questão.
Figura 3. Aspecto dos laminados cerâmicos
tipo “lente de contato”. Observe a espessura
diminuta das peças, em torno de 0,3mm.
Figuras 4 e 5. Aspectos vestibular e palatino,
respectivamente, dos laminados cerâmicos,
evidenciando a caracterização dos bordos incisais e proximais possibilitados pela
cerâmica e.max Press (Ivoclar-Vivadent).
Figura 5
Figura 6. Aspecto despolido do esmalte dental após condicionamento ácido e início da
aplicação do sistema adesivo simplificado
(XP Bond, Dentsply).
Figura 7. Após condicionamento com ácido
fluorídrico a 10% (Dentsply) e aplicação do
agente de união – silano (Dentsply), foi aplicada uma camada de sistema adesivo simplificado (XP Bond) e, após afinada com jato
de ar suave, foi aplicada a resina composta
fluida (Opallis Flow, FGM Produtos Odontológicos) Foi optado por fotopolimerizar
o sistema adesivo apenas após o assentamento da peça, e remoção dos excessos.
Figuras 8 e 9. Aspectos lateral e frontal do
sorriso do paciente, após a imediata cimentação adesiva.
Figura 9
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implantologia oral
Prof. Dr. Nilton De Bortoli Junior1, Suely Chagas2, Sérgio de Oliveira2, Alcides Lacerda2
1 – Coordenador do Curso de Implantologia;
2 – Assistentes do Curso de Implantologia;
Seios Maxilares – Elevação de Membrana e
Enxerto com PRP
O fenômeno biológico da osseointegração
descoberta por Brännemark em 1965, e amplamente
divulgada a partir de 1986, revolucionou a prática
da Odontologia em vários e importantes aspectos
tornando a substituição de um dente por uma
prótese sobre implante uma alternativa eficiente e
com bons prognósticos. Atualmente os implantes
cônicos são na maioria dos casos a primeira escolha
com melhores resultados protéticos e na maxila
posterior desdentada com pouca densidade óssea A
reabsorção do osso alveolar causada pela ausência
dos dentes posteriores aliada à pneumatização dos
seios maxilares apresenta-nos uma situação bastante
crítica exigindo cirurgia de acesso para a colocação
de enxerto, através da elevação da membrana do
assoalho do seio maxilar, para a reabilitação protética
após a colocação de implantes.
Relato de 2 casos clínicos
Duas paciente do gênero feminino, com idades de 51 e
58 anos em bom estado geral de saúde, com espaços
protéticos bilaterais superiores procuraram a clínica
da ffo-fundecto e foram atendidas pelo curso de
Implantologia, coordenado pelo Prof. Nilton De Bortoli
Jr., com queixa de desconforto pelo uso de próteses
removíveis, dificuldade mastigatória e estética.
As radiografias panorâmicas mostraram extensa
pneumatização de seios maxilares e severa reabsorção
alveolar com altura de crista de aproximadamente
1mm (fig.1 e 4), o que impossibilitava a colocação de
implantes. Realizou-se então a cirurgia de elevação
de membrana dos seios maxilares e colocação de
enxerto ósseo alógeno, hiroxiapatita (Osteogen) e
Plasma Rico em Plaquetas. Após 5 meses foi feita
uma avaliação radiográfica (fig.2 e 5) e colocação
de implantes cônicos Implacil de até 14mm de
comprimento e foram também colocados implantes
nos outros espaços protéticos (fig.3 e 6).
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Discussão
Severas atresias ósseas exigem cirurgias de alta
morbidade, com enxertos autógenos removidos intra e
extra orais. Com o avanço dos enxertos ósseos alógenos
e mais recentemente com o Plasma Rico em Plaquetas,
mesmo ocorrendo uma fenestração da membrana
sinusal o prognóstico continua favorável na elevação
da membrana do seio maxilar. O uso do plasma rico
em plaquetas permite um prognóstico favorável em
tais casos, por suas características histogênicas (2),
proporcionando melhores resultados clínicos com
comprovação radiográfica e histológica, além de facilitar
o manuseio dos enxertos particulados. O emprego do
plasma pobre em plaquetas (PPP) acelera a cicatrização
dos tecidos moles evitando a exposição dos enxertos,
razão pela qual passamos a denominá-lo Plasma rico
em fibrina ou PRF (5). A literatura descreve Protocolos
inadequados, sem níveis terapêuticos como os
responsáveis por insucessos com o PRP (6). O PRP acelera
a osteogênese inicial, aumenta a formação de vasos,
de colágeno (2), e o PRF promove rápida cicatrização
gengival (4). Indicam-se implantes com mais de 10mm
nesses procedimentos.
Conclusão
O protocolo para obtenção do PRP inicialmente
desenvolvido pelo Dr. Arun Garg e Dr. Robert Marx
– duas centrifugações com forças diferentes - (3)
foi posteriormente adaptado pelo Dr. Aron Gonshor
para uma centrífuga (1) e viabilizou sua utilização em
ambiente ambulatorial de maneira simples e acessível
aos pacientes e profissionais. Por ser autólogo, é livre de
transmissão de doenças infecciosas e é bem aceito pelos
pacientes (4). Deve-se salientar que todo procedimento
requer excelência de técnica cirúrgica, de seguir
protocolo consagrado cientificamente para obtenção do
PRP com equipamento adequado e emprego de enxertos
com comprovado índice de sucessos.
Professores e grupo de alunos do
Curso de Implantologia.
Referências bibliográficas
1 -Gonshor, Aron. Technique for producing PRP: background and
process. The Int. J. of Per. and Rest. Dentistry, 2002
2-Lynch,S.E.;Genco,R. J.: Marx,R. E. Tissue Engineering, 1999.
3-Marx et al. PRP: Growth factor enhancement for bone grafts. Oral
Surg. Oral Med. oral Pathol. 1998
4-Marx, R. E. Platelet Rich Plasma: evidence to support its use. J Oral
Maxillofacial Surgery, 2004.
5-Pontual; Magini.PRP e fatores de crescimento. Ed. Santos, 2003
6- Weibrich,G.; Kiles,WGK. Curasan PRP kit vs.PCCS PRP system:
Collection efficiency and platelet counts of 2 different methods for
the preparation of PRP. Clin. Oral Implant Res. 2002.
Caso 1
Caso 2
Figura 1
Figura 4
Figura 2
Figura 5
Figura 3
Figura 6
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odontopediatria
Juliana Bernardes Fanaro1, Camila Pereira Lima1, Ricardo De Nardi Fonoff2,
Selma Sano Suga2, Antônio Carlos Guedes-Pinto2, Cristina Giovannetti Del
Conte Zardetto2, Marcia Turolla Wanderley2
Alunas e professora do
Curso de Especialização
em Odontopediatria Semanal
1. Alunas do Curso de Especialização em Odontopediatria - Semanal
2. Professores do Curso de Especialização em Odontopediatria - Semanal
Reabilitação estética e funcional em dentes
decíduos anteriores.
Em bebês de 12 a 36 meses de idade, a cárie de
acometimento precoce é a grande causadora de
destruições coronárias nos dentes ântero-superiores.
É importante a reconstrução destes elementos
afetados, pois as conseqüências vão desde alteração
da fala, mastigação, desvio no padrão de deglutição
até comprometimento estético, podendo provocar
distúrbios psico-emocionais na criança.
Fig 1 - Criança de 3 anos com grande
destruição dos incisivos superiores.
Observar necessidade de recuperar
dimensão vertical.
Fig 2 - Após endodontia dos 4 incisivos
superiores e aumento de dimensão
vertical em resina composta nos
primeiros molares superiores.
Fig 3 - Radiografia dos incisivos
anteriores após endodontias realizadas.
Fig 4 - Preenchimento do conduto
radicular com pasta Guedes-Pinto e
selamento com guta percha. Condutos
radiculares preparados: 1/3 do conduto
radicular sem material de preenchimento.
O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de
reabilitação estético-funcional anterior numa criança
de 36 meses, sexo feminino, com lesões extensas de
cárie nos dentes 52, 51, 61 e 62.
Realizou-se orientação de higienização e remoção do
hábito de sucção de mamadeira.
A reconstrução dos dentes decíduos anteriores através
de pino de fibra de vidro e restauração de resina
composta foi satisfatória, e a escolha da técnica e dos
materiais propiciou a recuperação da forma, função e
estética (Fig 1 a 8).
Referências Bibliográficas:
Oliveira LB, Peixoto LFS, Zardetto CGDC, Corrêa MSNP, Wanderley
MT. Reabilitação de dentes decíduos anteriores com o uso de pinos
de fibra de vidro. J Health Sci Inst. 2010;28(1):89-93.
Verrastro AP, Tashima AY, Faria FP, Alves KRG, Bussadori SK,
Wanderley MT. Reconstrução de dentes decíduos anteriores com
pino de fibra de vidro e matriz anatômica de celulóide: Relato de
caso clínico. Conscientiae Saúde. 2007;6(1):81-8.
Fig 5 – Recorte dos pinos de fibra de
vidro: parte coronária até ½ da futura
coroa e parte radicular até 1/3 do
conduto.
Fig 6 - Pinos de fibra de vidro cimentados
com cimento resinoso dual.
Wanderley MT, Trindade CP, Corrêa MSNP. Reabilitação protética
e odontopediatria. In: Corrêa MSNP. Odontopediatria na primeira
infância. 3 ed. São Paulo: Gen-Santos; 2010. cap.40, p. 637-658.
Wanderley MT, Verrastro AP. Reabilitação e Prótese em
Odontopediatria In: Odontopediatria - Fundamentos de Odontologia.
São Paulo: Gen-Santos; 2009. p. 329-356.
Wanderley MT, Zardetto CGDC, Aldrigui JM. Utilização de pinos
intrarradiculares na reabilitação estética e funcional em dentes
decíduos anteriores. In: Bonecker et al. Estética em Odontopediatria:
Considerações clínicas. São Paulo: Gen-Santos; 2011.
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Fig 8 - Restauração final em resina
composta.
Fig 7 - Confecção do munhão de resina
composta (B0,5).
odontopediatria
Patrícia de Carvalho1, Heleni Shimosako1, A.C. Guedes Pinto2, Marcia
Wanderley2, Cristina Zardetto2, Ricardo Fonoff2, Selma Suga2
1. Alunas do curso de especialização em odontopediatria semanal em odontopediatria
2. Professores do curso de especialização em odontopediatria semanal em odontopediatria
Equipe de professores do
Curso de Especialização
em Odontopediatria Semanal
Abordagem integrada em odontopediatria aos
fatores etiológicos do diastema interincisal mediano.
A integridade dos dentes e dos arcos é de extrema
importância para o desenvolvimento e manutenção da
oclusão, estética, fonética e bem estar psicoemocional da
criança.
O objetivo desse trabalho é relatar o caso de uma paciente
de 8 anos de idade, gênero feminino, que procurou
tratamento odontológico na FUNDECTO, queixando-se de
“espaços entre os dentes anteriores”. Foi diagnosticado
freio teto labial persistente, diastema mediano de
10mm, vestibularização dos incisivos centrais, hábito
de nutrição artificial (uso de mamadeira duas vezes ao
dia), interposição lingual e ausência de vários dentes
permanentes (FIG. 1). Pela radiografia panorâmica foi
constatada a agenesia parcial dos dentes 16, 12, 22, 26,
36, 32, 31, 41, 42 e 46 (FIG. 2 ).
A criança será encaminhada para avaliação e discussão
multidisciplinar,
envolvendo
o
odontopediatra,
ortodontista e implantodontista para o planejamento
e tratamento, a longo prazo, dos espaços dos dentes
permanentes ausentes.
Referências Bibliográficas:
1- Almeida RR, Garib DG, Almeida-Pedrin RR, Almeida MR, Pinzan A,
Junqueira MHZ. Diastema interincisivos centrais superiores: quando
e como intervir? Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2004; 9(3):
137-156.
2- Edwards JG. A clinical study: the diastema, the frenum, the
frenectomy. Oral Health. 1977; 67(9): 51-62.
3- Fonoff RDN, Haddad AE, Alencar CJF. Cirurgia em odontopediatria.
In. Guedes Pinto AC, Bonecker M, Rodrigues CRMD. Fundamentos de
Odontologia- Odontopediatria.São Paulo: Santos; 2009. p. 277-99.
Realizou-se orientação para a remoção do hábito de
sucção através de motivação e reforço, pois este atuava
na manutenção do diastema e na vestibularização
dos incisivos centrais superiores (Fig. 3). A criança foi
encaminhada para tratamento fonoaudiológico das
alterações miofuncionais peribucais e correção da
interposição lingual.
O freio labial superior apresentava as características do
freio teto labial persistente: inserção baixa, diastema
interincisal e isquemia da papila palatina ao tracionamento
do lábio superior. Foi indicada a frenectomia labial
superior pela técnica de reposicionamento de Chelotti,
cujo objetivo é a mudança anatômica do freio (FIG. 4).
No desenvolvimento normal da oclusão, na “fase do
patinho feio”, o diastema interincisal mediano diminui com
a erupção dos incisivos laterais permanentes superiores,
fechando espontaneamente com a erupção dos caninos
permanentes superiores. Na ausência congênita dos
incisivos laterais, este estímulo natural não ocorre, não
reduzindo o diastema. Por este motivo, indicou-se a
redução ortodôntica parcial do diastema com aparelho
fixo (FIG. 5) e a reabilitação protética com mantenedor
estético funcional inferior e superior (FIG. 6).
Fig. 1 Caso clínico inicial
Fig. 2 Radiografia panorâmica
Fig.3 Remoção do hábito
Fig.4 Aspecto final da frenectomia
Fig. 5 Redução ortodôntico parcial
Fig. 6 Reabilitação protética
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endodontia
J.L.Lage-Marques
Professor Livre Docente da Disciplina de Endodontia da FOUSP,
coordenador do Curso de Especialização Semanal de Endodontia
e do Curso Endodontia em Molares
Grupo do curso semanal de especialização
em endodontia da ffo – fundecto, coordenado
pelo professor José Luiz Lage-Marques
Como tratar uma perfuração radicular para
restabelecer a estética e a função.
Considerações
As perfurações são eventos indesejáveis e podem ser
causadas por processos de reabsorção ou cárie, porém na
maioria das vezes são de origem iatrogênica. Podem ocorrer
em qualquer fase do tratamento endodôntico ou durante o
restabelecimento da estética e função. Invariavelmente
criam um impacto significativo sobre o prognóstico e, a longo
prazo, constituem ser causa importante da perda dental.
No capítulo da frequência de complicações, as perfurações
endodônticas representam cerca de 8% de todas essas
falhas.
Quanto ao protocolo de tratamento, importa salientar que
os conceitos básicos de limpeza e redução da microbiota do
sistema endodôntico são os mesmos durante o preparo de
dentes portadores ou não de perfurações. Vale ressaltar as
vantagens produzidas pelo correto esvaziamento do sistema
endodôntico que traduzem, na maioria das vezes, o caminho
para o sucesso deste casos.
Além de facilitar a instrumentação, as substâncias químicas
assumem lugar de destaque na importante função de agente
antimicrobiano, valorizando a limpeza em profundidade da
dentina, agindo à distância pela permissividade da intrínseca
permeabilidade dentinária e, consequentemente, na região
da perfuração.
Os microrganismos proliferam ao abrigo das estruturas
anatômicas adquirindo vantagens para a propagação e
multiplicação na velocidade de constituir gerações em curto
período.
A seleção das soluções irrigadoras deverá recair na
capacidade da solubilização de matéria orgânica, do
magma dentinário, do possível material remanescente
de tratamentos prévios nas áreas anatomicamente
complexas e nas iatrogenicamente modificadas. A irrigação
potencializada pela aspiração valoriza significativamente
o resultado pelo aumento do fluxo do líquido no interior do
canal.
Nessa sequência o sistema de canais radiculares fica
suscetível à ação da medicação intracanal que, preenchendo
o canal principal, faz do canal cirúrgico, o receptáculo ideal
para ação prolongada (AP).
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Essa assertiva ganha importância devido ao alto nível
de contaminação da superfície externa radicular, onde
o microrganismo encontra condições propícias ao seu
desenvolvimento.
A intervenção cirúrgica se faz necessária quando o protocolo
da terapia endodôntica apresentar falha ou mesmo é contraindicada por inviabilidade ou risco de acesso via canal.
As perfurações devem ser seladas para evitar a troca de
componentes do dente para o periodonto e vice-versa,
podendo irritar ainda mais os tecidos periapicais.
Atualmente é consenso que o material empregado para
a vedação da perfuração tenha forte influência sobre o
prognóstico. Os critérios para um material de reparação
ideal incluem selamento, biocompatibilidade, insolubilidade e
capacidade de induzir osteogênese e cementogênese. Muitos
materiais têm sido usados para selar perfurações, incluindo
o amálgama, cimento temporário Cavit endodôntico (Penn
América ESPE, Norristown.), Super-EBA (HI Co. Bosworth,
Skokie, Illinois), cimento de ionômero de vidro, hidróxido de
cálcio, alguns cimentos endodônticos e mais precisamente
o Agregado de Trióxidos Minerais, Pro Root (Dentsply Tulsa
Dental, Tulsa, Oklahoma) e o MTA( Angelus)
A apesar de bem aceitos comercialmente, nenhum deles
atinge todos os requisitos da enorme lista de exigências,
além de apresentarem taxas de sucesso variáveis.
Atualmente, o Agregado de Trióxidos Minerais é considerado
o melhor material para selar perfurações, pois tem inúmeras
propriedades, tais como de selamento, biocompatibilidade e
presa diante de umidade.
Uma característica que diferencia o Agregado de Trióxidos
Minerais de outros materiais é a sua capacidade de promover
a regeneração de cemento, o que facilita o recuperação do
ligamento periodontal.
Mesmo assim, estudos adicionais são necessários para
melhor caracterizar o comportamento deste material
em perfurações contaminadas ou não, bem como
os procedimentos clínicos para controlar o nível de
preenchimento deve ser investigado.
Protocolo terapêutico
Abordagem endodôntica para correção da iatrogenia tais
como, esvaziamento, preparo químico cirúrgico, retomada do
canal anatômico, adequação da permeabilidade dentinária
e selamento do sistema de canais.
A abordagem intracanal para preenchimento da perfuração
lateral não garante um vedamento com qualidade
principalmente em se tratando de um dente que necessita
da instalação de retentor intraradicular. Nestas situações a
microcirurgia endodôntica com retrobturação da cavidade,
na maioria das vezes é a melhor opção.
Preparação Cirúrgica
Na preparação empregou-se clorexidina 2% e administração
de anestesia local seguida de um micro retalho para expor a
área comprometida pela perfuração. Após a exploração da
região, a cavidade foi adequada com auxilio de ultrassom
para inserção do material selador. Como mencionado, o
agregado de trióxidos minerais é a melhor opção para o
selamento de uma perfuração.
O prognóstico do tratamento da perfuração lateral é
imprevisível e pode variar de acordo com o tempo e local do
defeito, localização na raiz, o acesso à perfuração, tamanho,
presença de contaminação, comunicação periodontal,
protocolo terapêutico e as propriedades do material
selecionado para o selamento e biológico.
Figura 1: Radiografia do
incisivo lateral superior direito,
mostrando a perda óssea
associada a perfuração lateral e
material extravasado. O paciente
apresentou desconforto e fístula.
Figura 2: Preparação da
superfície e da cavidade com
pontas ultra-sônicas.
Essa é uma tarefa para especialista que deverá avaliar caso
a caso a tentativa lógica de manter o dente saudável e em
função.
Referências Bibliográficas:
1. Lage-Marques, J.L.; Malheiros, C.F.; Amorim, C.V.G. de; A Endodontia e o
MTA – uma abordagem clínica. In: Rode, S.M. De; Gentil, S.N. Atualização
clínica em Odontologia. São Paulo: Artes Médicas. 2005, p.3-34
2. D’arcangelo, C.; D’amario, M. Use of MTA for orthograde obturation of
nonvital teeth with open apices: report of two cases. Oral Surg Oral Med Oral
Pathol Oral Radiol Endod, v.104, n.4, p. 98-101, 2007
3. Holden DT, Schwartz SA, Kirkpatrick TC, Schindler WG. Clinical outcomes
of artificial rootend barriers with mineral trioxide aggregate in teeth with
immature apices. J Endod 2008;34:812-7.
4. Torabinejad M, Parirokh M. Mineral trioxide aggregate: a comprehensive
literature review-part II: leakage and biocompatibility investigations. J Endod
2010;36:190-202.
5. Simon S, Rilliard F, Berdal A, Machtou P. The use of mineral trioxide
aggregate in one-visit apexification treatment: a prospective study. Int
Endod J 2007;40:186-97.
6. Pace R, Giuliani V, Pini Prato L, Baccetti T, Pagavino G. Apical plug technique
using mineral trioxide aggregate: results from a case series. Int Endod J
2007;40:478-84.
7. Witherspoon DE, Small JC, Regan JD, Nunn M. Retrospective analysis of
open apex teeth obturated with mineral trioxide aggregate. J Endod
2008;34:1171-6. Epub 2008 Aug 13.
Figura 3: Vedação da perfuração
com Agregado de Trióxido
Mineral.
Figura 4: Radiografia obtida
após a cirurgia. Note que neste
caso, o material do reparo foi
colocado dentro da cavidade.
Figura 5: Radiografia de controle
pós cirúrgico no período pós
cirúrgico de 12 meses. Notase também a instalação da
reparação
e
cicatrização
regional associada a ausência
de sintomas e profundidade de
sondagem inferior a 3 mm.
Agradecimentos: - Fernando Camapun, Isabel Mello, Denise Pontes e aos professores e alunos do curso semanal de especialização em endodontia da ffo-fundecto.
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prótese
Prof. Dr. Carlos Gil
Professor Titular do departamento de prótese da FOUSP e
coordenador dos cursos de especialização semanal de prótese
e integrado de reabilitação oral.
Equipe de professores e alunos do
curso de especialização em prótese e
do curso integrado de reabilitação oral
Reabilitação oral por meio de prótese removível
conjugada à prótese fixa: uma solução estética viável.
Apesar da conscientização sobre a importância da
saúde bucal ser muito maior nos dias de hoje, ainda
se observa um grande número de pessoas com
dentições severamente mutiladas e que necessitam
de procedimentos reabilitadores que devolvam saúde
e auto-estima (Figura 1).
Nesse sentido, as próteses removíveis são alternativas
bastante plausíveis, pois o paciente nem sempre
dispõe de condições fisiológicas para receber outro
tipo de tratamento restaurador, além de muitas
vezes a questão financeira ser outro fator limitador
importante.
A possibilidade de se conjugar uma prótese removível
às próteses fixas oferece muitas vantagens, dentre
elas o ganho estético, biomecânico e funcional.
O caso clínico descrito é o de um paciente do sexo
masculino de 45 anos de idade, que procurou o nosso
curso queixando-se da estética e da função que suas
próteses ofereciam. Segundo ele, 5 próteses já haviam
sido feitas, todas mal sucedidas (Figura 2).
Tratava-se de um caso superior de Classe I de Kennedy
- modificação 1 e de Classe I - modificação 2 no arco
inferior.
Clinicamente, notou-se grande desequilíbrio oclusal,
com mordida cruzada e do tipo topo a topo, o que
certamente dificulta qualquer tipo de reabilitação
oral, daí a importância de um planejamento criterioso,
onde a montagem dos modelos em articulador é de
grande auxílio.
Radiograficamente os elementos 15, 14, 12, 21, 22,
23, 24, 31 e 41 tinham tratamento endodôntico, com
núcleo metálico pré-fabricado e coroa provisória
em resina acrílica no 12 e núcleo metálico fundido
com coroa metalocerâmica no 22. Os demais
apresentavam restaurações em resina composta.
O tratamento iniciou-se pelo arco inferior, onde foi
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confeccionado um provisório em resina acrílica do
elemento 35 ao 45, eliminando, dessa forma, o espaço
intercalar com um único provisório e restabelecendo
a dimensão vertical de oclusão, bem como a curva
ântero-posterior (Figura 3).
Foram confeccionadas próteses fixas metalocerâmicas
(do 35 ao 45), fresadas nos pré-molares para receberem
encaixes para prótese removível com placa lingual, já
que a inserção do freio lingual contra-indicava a barra
lingual convencional. Núcleos metálicos fundidos
foram feitos nos elementos 31, 33 e 41 (Figuras 4 e 5).
Finalizado o tratamento no arco inferior, a parte
superior recebeu provisórios, já que estava
completamente desorganizada (Figura 6).
No arco superior também foram realizadas coroas
metalocerâmicas unitárias (21 e 22), coroas
metalocerâmicas fresadas e ferulizadas (23 e 24)
e próteses fixas do 11 ao 15, com fresagem nos
elementos 14 e 15, que receberam encaixe para
prótese removível (Figura 7 e 8).
A utilização dos encaixes eliminou a necessidade
de grampos por vestibular, tornando a reabilitação
mais estética e biomecanicamente mais satisfatória
(Figuras 9 e 10).
Nesse caso clínico foi possível verificar que o trabalho
protético restabeleceu a função do paciente,
corrigindo proteticamente a posição dos elementos,
melhorando de forma significativa a estética, inclusive
com caracterização gengival, a um custo menor, se
comparado aos outros tipos de reabilitação (Figura
11).
A aceitação do paciente frente ao tratamento
reabilitador com prótese removível foi excelente,
já que a associação de prótese fixa com removível,
por meio de encaixes, possibilitou a eliminação dos
grampos metálicos, que frequentemente desagradam
os pacientes no que diz respeito a esse tipo de prótese.
Além disso, essa reabilitação com prótese removível
não inviabilizou um futuro tratamento com implantes
na região posterior superior e inferior, caso haja
interesse do paciente (Figura 12).
Referências bibliográficas
1- Gil C. Prótese parcial removível: preparo de boca e sua aplicação
clínica. São Paulo: FOUSP;1993[4].
2- Galhardo APM, Mukai MK, Pigozzo MN, Mori M, Gil C, Laganá DC.
Reabilitação oral por meio de prótese parcial removível associada
à Barra de Dolder: uma visão interdisciplinar. RPG Rev Pós Grad.
2008;15(1):71-6.
3- Mukai MK, Sanae C, Yamaguchi CA, Galhardo APM, Mori M, Gil
C. Utilização de overlay removível como meio de determinação da
dimensão vertical de oclusão na reabilitação oral. Rev Assoc Paul Cir
Dent. 2009;63(5):384-8.
4- Mukai MK, Gil C, Costa B, Stegun RC, Galhardo APM, Chaccur DC,
Fukuda ACCS, Kammerer BA. Restabelecimento da dimensão vertical
de oclusão por meio de prótese parcial removível. RPG Rev Pós Grad.
2010;17(3):167-72.
Figura 1 - Caso inicial (sem PPR)
Figura 2 - Caso inicial (com PPR antiga)
Figura 3 - Início da reabilitação com
provisórios fixos na região ânteroinferior
Figura 4 – Vista oclusal da PPF inferior
com fresagem das coroas e encaixes
para PPR na distal dos elementos
35 e 45.
Figura 5 - PPR inferior em posição
Figura 6 - Finalização da reabilitação
inferior e provisórios no arco superior
Figura 7 – Vista oclusal da PPF superior
com fresagem das coroas e encaixes
para PPR na distal dos elementos
15 e 24.
Figura 8 – PPR superior em posição
Figura 9 – PPR inferior com encaixe
tipo artilho
Figura 10 – PPR superior com encaixe
tipo artilho
Figura 11 – Caso finalizado
Figura 12 – Paciente com sorriso
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odontologia do trabalho
Novo Mercado de Trabalho.
Edgard Crosato - Edgard Michel Crosato - Maria Gabriela Haye
Biazevic - Eliete Dominguez Lopez Camanho
A Odontologia do Trabalho é uma especialidade reconhecida e
regulamentada pelo CFO. Os primeiros cursos de especialização
foram oferecidos já em 2002, e a demanda por eles é crescente.
O reconhecimento da especialidade, então recomendado pela II
Assembléia Nacional de Especialidades Odontológicas – Manaus
2001 -, atendeu pelo menos dois aspectos de extrema importância:
relevância social e relevância profissional. O primeiro aspecto
diz respeito à proteção da saúde ocupacional odontológica do
trabalhador, à segurança, à higiene e à biossegurança do trabalho;
o segundo reforça o desenvolvimento da área, visando aprimorar
a formação profissional bem como a formação especializada e a
integração do profissional da odontologia nas equipes de saúde
ocupacional.
Importante, de início, é esclarecer que essa especialidade não trata
da saúde ocupacional do profissional cirurgião-dentista, e sim
das relações entre a saúde bucal e o trabalho ou ocupação das
pessoas6.
A Resolução CFO n. 22/20018 assim define a especialidade:
“Art. 30. Odontologia do Trabalho é a especialidade que tem como
objetivo a busca permanente da compatibilidade entre a atividade
laboral e a preservação da saúde bucal do trabalhador.”
As áreas de competência para a atuação do especialista em
Odontologia do Trabalho encontram-se descritas na Resolução CFO
nº 25/20029, e incluem:
a) identificação, avaliação e vigilância dos fatores ambientais que
possam constituir risco à saúde bucal no local de trabalho, em
qualquer das fases do processo de produção;
b) assessoramento técnico e atenção em matéria de saúde, de
segurança, de ergonomia e de higiene no trabalho, assim como em
matéria de equipamentos de proteção individual, entendendo-se
inserido na equipe interdisciplinar de saúde do trabalho operante;
c) planejamento e implantação de campanhas e programas de
duração permanente para educação dos trabalhadores quanto
a acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e educação em
saúde;
d) organizar estatística de morbidade e mortalidade com causa
bucal e investigar suas possíveis relações com as atividades
laborais;
e) realização de exames odontológicos para fins trabalhistas.”
Cabe salientar que a Odontologia do Trabalho não está
formalmente incluída como de aplicação obrigatória nas previsões
legais vigentes, constituindo, de momento, atividade facultativa.
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Não obstante, observa-se que diversas empresas e instituições
de médio e grande porte já procederam à inclusão do profissional
da odontologia em seus programas de saúde ocupacional5.
Atualmente os exames admissionais na área médica perfazem
uma média de 40 milhões de exame por ano no país.
Tal fato reclama naturalmente o desenvolvimento de habilidades
e competências por parte do profissional da odontologia, que
deve ter como proposta a implementação da odontologia
assistencial por um lado, e a odontologia do trabalho por outro.
Esforços vêm sendo empreendidos no sentido de sua necessária
inclusão formal, no que alguns setores ligados à odontologia e
ao próprio governo estão empenhados. Alguns trabalhos de
pesquisa, desenvolvidos em universidades, vêm demonstrando a
necessidade do ensino da disciplina de odontologia do trabalho,
tanto na graduação quanto na especialização 1,2,3,4,5,9, sendo que
a FOUSP já oferece na graduação a disciplina odontologia do
trabalho como optativa e na pós-graduação em convênio com a
ffo-fundecto como especialização.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ARAUJO, M.E. Estudo da prevalência das manifestações bucais decorrentes
de agentes químicos no processo de galvanoplastia: sua importância para a
área de saúde bucal do trabalhador. São Paulo, 1998. 83p. Tese (Doutorado em
Diagnóstico Bucal), Faculdade de Odontologia – Universidade de São Paulo.
2. ARAUJO, M.E.; GONINI Jr., A. Saúde bucal: os exames admissional e periódico
como um sistema de informação em saúde. Odontologia e Sociedade, São
Paulo, v.1, n.1-2, p.15-18, 1999.
3. BIRMAN, E.G. Aspectos estomatológicos do saturnismo. Revista da Associação
Paulista de Cirurgiões-Dentistas, São Paulo, v.33, n.1, p.61-63, já./jun. 1979.
4. ESTEVES, R.C. Manifestações bucais das doenças profissionais. Revista
Brasileira de Saúde Ocupacional, v.40, n.10, out./dez., 1982.
5. GARRAFA, V. Odontologia do trabalho. Rev G Ocup, v.34, p.508-512, 1998.
6. MENDES, R. Medicina do trabalho e doenças profissionais. São Paulo: Sarvier,
1980.
7. CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Resolução CFO 22/2001, de 27 dez
2001. Disponível em www.cfo.org.br. Acesso em 10 nov 2004.
8. CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Resolução CFO 25/2002. Diário Oficial
da União, v.1, p.148-149, 28 mai 2002.
9. VIANA, M.I.P.; SANTANA, V.S. Exposição ocupacional a névoas ácidas e
alterações bucais: uma revisão. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro,
v.17, n.6, p.1335-1344, nov./dez. 2001.
10.MAZZILLI, L.E.N. Odontologia do trabalho, Ed. Santos, São Paulo, 2003.
parceiros
www.pingonoi.com
Av. Prof. Lineu Prestes, 2227
Cidade Universitária
São Paulo | SP | CEP 05508-000
Tel.: 11 3819-6110
3819-6350 | 3819-6116 | 3814-1114
Sede: Av. Valdemar Ferreira, 475 | Butantâ
São Paulo | SP | CEP 05501-000
Tel/Fax: 11 3816-2084
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