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:
TEATRO OFICINA
UZYNA UZONA
DEDICATÓRIA
A criação deste trabalho é dedicada a todo poder de Desmassacre
da Arte do Teatro e à atuação do Poder Transhumano da Multidão,
seu público, para não somente conter a ameaça do Teatro Oficina
ser Massacrado por um Shopping Center mas principalmente para
Criar em seu entorno tombado o Teatro de Estádio, a Oficina de
Florestas, a Multiversidade de Cultura Popular Brazyleira
Antropofágica e a Praça da Cultura transfiguradora do Minhocão.
O Grupo Silvio Santos anuncia para o segundo semestre o início
das obras do Shopping.
Toda esta ameaça de 25 anos inspirou o trabalho das 5 peças de
“Os Sertões” no sentido de impedir este Massacre Anunciado.
“A Luta II – O Desmassacre” entra em cartaz com este impasse
Hamletiano para nós todos mortais de 2006:
- na terra arrasada em torno do Oficina se constrói:
+ um Shopping
ou
um poderoroso Lugar Público de Cultura, Educação, Saúde, Área
Verde, Inclusão Social, Cultural e Cinernética
Um trio de brasileiros pode atuar com eficácia nesta necessária
“perestroika” no capitalismo financeiro como apoio da Multidão,
por isso “A Luta II – O Desmassacre” é dedicada
ao Senador
Eduardo Suplicy
ao Ministro da Cultura
Gilberto Gil
e ao Artista Animador de TV
Silvio Santos
Tupy or not tupy. That is the question.
3
Gabriel Fernandes
Jhonatha Ferreira e Thiago Martinho
4
Naomy Schölling, Mariana de Moraes e Karina Buhr
Ricardo Bittencourt e Fransérgio Araújo
5
ROTEIRO 10 ATO
Prólogo Na Rua Jaceguay, no papel de rua Ouvidor, convocação
da população à Guerra contra o Crime Organizado da Monarquia
em Canudos e as pretensões expansionistas do Teatro Oficina no
quarteirão do Shopping Silvio Santos.
1º MOVIMENTO: 1ª COLUNA
1 . o General Gaúcho Arthur Oscar assume a direção da Luta
2 . apresentação das divisões de todo o Brasil e canto do Hino Nacional
3 . a 4ª expedição reencontra a caminho de Canudos com a Mãe Gentil Bahia.
4 . republicanáticos atacam monumentos históricos do Império em Salvador
5 . formação da primeira coluna para partida a Monte Santo
6 . transmissão televisiva de Aracaju
7 . parada por desorganização em Monte Santo
8 . discussões de linhas novas de atuação pelo Cabo Stanislavski.
9 . noite de Santo Antônio
10 . reunião em que Pires Ferreira faz a operação de extração do Braço
11 . entra o canhão Withworth. General Arthur Oscar entusiasmado decide
a partida de Monte Santo
12 . foto de partida
13 . a 32 puxada a Carro de Bois parte para a Caatinga
14 . cai a 32 como um trambolho num buraco
15 . os Bois querem fazer greve
16 . o Público os substitui até cair uma chuva que interrompe sua marcha.
17 . o 5º Batalhão de Polícia Baiana sonha que os dolmãs europeus sejam
substituídos pelo traje de coro do inimigo jagunço
18 . Alferes Wanderley mede as distâncias irregulares da marcha para Canudos
19 . anjo Negro ataca em cima do telhado
20 . 24 e 25 de junho, noite de São João, ano novo no trópico
21 . Entram em combate os espinhos das Cunanãs e as baionetas prateadas.
22 . travessia triunfal da 32 Rainha do Mundo para Canudos
23 . a Luz das Cunanãs renasce em forma de Cinematógrafo. Euclides vai
ao cinema para saber das novidades da Guerra ao mesmo tempo que sua
esposa Ana da Cunha encontra-se com Dilermando de Assis na piscina de
um motel, de um bairro atacado pela guerra Polícia Bandido
24 . tenente Siqueira encontra-se com Euclides e reclama ter sido plagiado.
25 . parada. Primeiro prisioneiro. O filho de General Pajeú
26 . general Pajeú provoca a tropa a segui-lo
27 . bocas de Fogo explodem dos jagunços entrincheirados na emboscada
construída por Pajeú
6
28 . general envia emissários para confirmar o encontro em Canudos para
o ataque dia 27
29 . a Withworth se atrasa, quando chega é recebida por uma chuva de balas sertanejas
30 . o exército sofre baixas de Oficiais em Dominó
31 . general Arthur Oscar
constata cercada sua tropa e manda emissários pedindo socorrro à Coluna Savaget
32. enquanto espera costura a bandeira brasileira estraçoada de balas
2º MOVIMENTO – 2ª COLUNA
1 . grande flashback. A Coluna Savaget 2 meses antes sai de Aracajú com uma
Quadrilha dos 3 santos de Junho: Antônio, João e Pedro
2 . chega a Jeremoabo onde treina com os Bastões
3 . chega a Cocorobó. 4 - O General Médici, do Golpe de 1964, inunda Cocorobó
4 . Cocorobó acorrentado pede que as Serras e os Montes esvaziem a represa
5 . Cocorobó liberta-se das correntes, caem os diques e surgem as Maquetes
eletrônicas da Arquitetura do Teatro de Estádio e da Multiversidade de Cultura
Brazyleira Antropofágica
6 . anunciação do Maracatu Rural da Batalha de Cocorobó
7 . um Cineasta do Árido Movie filma a paisagem e passa do lado do exército para
o lado de Canudos
8 . a Segunda Coluna atira nas montanhas de pedras em Protagonistas
Inimigos Invisíveis
9 . resolvem comandados pelo Lanceiro Gaúcho Carlos Telles galgar as altas
encostas e atacar os imimigos invisíveis nas trincheiras
10 . os jagunços fogem numa fuga de Baque
11 . a Segunda coluna atravessa o Canion
12 . general Savaget entretanto é atingido
13 . vem a Noite e traz os sons do Ataque ao Morro da Favela
14 . alvorada. Chega Alferes Wanderley com bilhete de Arthur Oscar mantendo o
encontro dia 27 em Canudos
15 . logo a seguir chegam outros dois mensageiros pedindo que a Segunda Coluna vá
socorrer a Primeira cercada pelos Jagunços
16 . Savaget deixa a Vitória sobre Canudos nas portas da Cidadela e segue ao Morro
da Favela para livrar a Segunda Coluna assediada
>>
7
3º MOVIMENTO – AS 2 COLUNAS JUNTAS
1 . as duas colunas se encontram no Alto da Favela
2 . dia de São Pedro. A Zabaneira pare muitos filhos chamados Cerco
3 . Maxotauro de seis mil estômagos famintos tenta comer carne humana
4 . um time de 11 Crianças de Canudos penetra no acampamento quando todos
dormem chapados no sol do meio dia para escangalhar a matadeira
5 . Canudos vê Canudos como uma Nova Palestina, antiga Iduméia
6 . os Cercados desesperam-se, recordando-se das cidades cercadas e partem
desesperados para a Retirada
7 . general Arthur contém os rebelados e decidem todos esperar um Comboio
8 . chega o menino emissário do Coronel Godot com a notícia da chegada do comboio
9 . choque Galvânico na expedição
4º MOVIMENTO – O ASSALTO DE 14 DE JULHO
1 . o assalto
2 . luta pela conquista das trincheiras
3 . o Atirador Fantástico único fere e derruba um a um da brigada Carlos Telles
4 . Serra Martins, da Segunda Coluna consegue penetrar num Bairro de Canudos
atravessando o Vaza Barris
5 . as tropas avançam
6 . é ordenada pelo General Menelau a construção da Linha Negra no Cemitério
recém tomado pelo exército
7 . Alferes Wanderley e seu cavalo são feridos
8 . alerta de Siqueira e de Joaquim Manoel de Medeiros. Os Canudenses, não
mais em emboscadas, vão reagir palmo a palmo defendendo seu próprio lar
9 . Arthur Oscar envia Joaquim Manoel de Medeiros para pedir reforços em
Queimadas. Uma Divisão Salvadora
5º MOVIMENTO – GOLFADA DE SANGUE
1 . no alto da montanha da Igreja Nova Pajeú General das Bandas assume o
Comando da Luta dos Jagunços
2 . no acampamento Jesuíno sente o cheiro de Pajeú e prepara-se para sua Vingança
3 . Pajeú dá ultimato para a tropa para entregar seu filho e Armas
4 . as Crianças atacam o acampamento em Arrastão
5 . Pajeú penetra o acampamento diante do Filho ameaçado com um revólver na
cabeça pelo General Menelau. Jesuíno escondido tem o Minotauro de Canudos na
8
mira. Atira e acerta
6 . Jesuíno declara seu amor por seu verdadeiro General Pajeú e é fuzilado pelo exército.
7 . o Deus Morreu. Enterro de Pajeú
8 . triunfo na Mídia com coral sinfônico pela morte do “Bin Laden da Monarquia”
9 . coronel Medeiros decide que os feridos devem abandonar o acampamento
10 . golfadas de sangue do vulcão do hospital de sangue
11 . os Feridos pelos caminhos coadjuvam os belíssimos dias da Seca retornando
pelos caminhos que passarm antes cheios de entusiasmo guerreiro
12 . retornam ao Angico onde foram expostos os cadáveres dos soldados de Moreira.
13 . cantam o Jardim Brutalidade da Terra Martirizada
14 . chegam num Oasis, “O Rancho Fundo”
15 . retorna o gado fugido com a Guerra acreditando ter de volta seus vaqueiros
dos tempos de paz e são massacrados pelos soldados famintos
16 . a Zabaneira é ferida defendendo sua família de criação: as vacas, os touros,
os bezerros
17 . Alferes, Zabaneira e o Cavalo abandonam os Feridos mas depois resolve
mandar neste rebanho e encaminhá-los para o Rito do Vale da Morte
18 . surgem três deuses Bundos, os Feridos agonizam e morrem sem que seus
corpos se desfaçam pela secura dos ares e vivem a morte latente até que os
ventos os devolve ao Turbilhão da vida
>>
9
ROTEIRO 20 ATO
6º MOVIMENTO – EUCLIDES EM CANUDOS
1 . o Presidente Prudente de Moraes prepara-se em seu camarim para nomear o
titular da Divisão Salvadora
2 . oficialmente Prudente nomeia seu Secretário dos Negócios de Guerra, o
Tecnocrata Marechal Bittencourt
3 . o Marechal recebe de sua Secretária Ordenança a anunciação da entrevista
do jornalista Euclides da Cunha
4 . Euclides é nomeado como adido militar de imprensa representando o jornal
“O Estado de São Paulo
5 . o Marechal faz seu Retrato para o Público do Teatro
6 . é interrompido pela visita da Novíssima República
7 . Euclides no Navio Espírito Santo
8 . canto de Recepção dos Orixás em Salvador no Porto
9 . recepção ruidosa
10 . encontro com um ferido que é encaminhado burocraticamente para o
Hospital do Exército
11 . o Trenzinho Caipira da Estação da Calçada à Queimadas conduz a Divisão
salvadora. O Marechal se instala em Monte Santo e se dedicará simplesmente
ao trabalho de logistica
12 . explodem os Palimpsestos Ultrajantes. Os soldados desesperados vão
gravando a carvão e à Baioneta nas paredes pelos caminhos seus protesto
de grafia de Banheiro que se tornam os do público presente no Teatro
13 . tanquinho. Pequeno Oásis com um pouco de água onde os feridos vão
buscar conforto
14 . 3 Catimbozeiras profetizam Desgraça ao Cabeção Marechal Bittencourt
15 . Euclides em Delírio vê a Mulher de Branco
16 . explode o Coquetel de Inauguração das Cabanas Brancas, ruas limpas
criadas pelo Marechal para seu QG. São apresentados os jornalistas da Guerra
17 . marechal Bittencourt apresenta seu plano. 1 burro vale mais que 10.000 heróis
18 . Shóte - Reggae da engrenagem orgânica dos comboios dos burros,
na roda da fortuna cirandando a guerra g(r)an(h)a
7º MOVIMENTO - 24 DE AGOSTO A 7 DE SETEMBRO
1 . 24 de agosto. Os Conselheiristas aprontam um ataque com o Vinho das
Vinhas da Ira do São Francisco coroando o bode João Abade
2 . o General Melenau Barbosa envia a Matadeira para acabar com este ataque
de Atabaques
3 . o Sino é atingido pela Matadeira
10
4 . os Jagunços atacam a Matadeira rompendo a Linha Negra
5 . Matadeira encanta-se com o brindar dos sinos dos copos. Quer suicidar-se
com o Sino. Seu precursor de metal
6 . brindes da Agonia do Sino e da 32
7 . os soldados são convocados à metralhadoras a retornar à Linha Negra.
8 . a Matadeira encrenca-se de vez
9 . os Artilheiros vingam a Morte da 32 atacando as torres gêmeas da Igreja
Nova com as Krupps
10 . os Vidros do Janelão do Oficina, voltados para o futuro Teatro de Estádio, abrem-se
11 . a trincheira jagunça, no morro fazenda velha onde morreu Moreira Cesar é
tomada por uma tropa de elite. João Abade é depedaçado
8º MOVIMENTO – CHEGADA DA DIVISÃO SALVADORA
1 . Divisão Salvadora Paulista aproxima-se fissurada para fazer Guerra. Euclides vê
pela primeira vez o Arraial e confunde o acapamento com um reduto de sertanejos
pois os soldados ajagunçaram-se
2 . encontro das Catimbozeiras com os Paulistas
3 . os irmãos Arthur Oscar e Carlos Eugênio se encontram
4 . rotina. Primeiros contatos. Diálogo entre o jagunço Science, as Mandrágoras do
arraial e um Gaúcho do acampamento
9º MOVIMENTO – TRIBUNAL INTERNACIONAL PARA OS CRIMES DAS
NACIONALIDADES EUCLIDES DACUNHA
1 . prisioneiros criancinhas são chamadas desfilando na passarela imunda fashion
2 . Brazyleirinho é ouvido e revela sua facilidade no manejo das armas mais
modernas
3 . Um lutador de primeira linha é degolado num buraco na Barriga da Caatinga.
4 . O Guerrilheiro Orangotango transmuta-se em titã
5 . Entra no meio do Julgamento um Circo de Canudos com a Velhinha Bailarina,
suas mocinhas, um Palhaço e um Cego
6 . Hécuba Euá, a rainha da Tróia de Taipa, enfrenta seu interrogador e é degolada
7 . Euclides protesta violentamente contra a Carniceria e a lógica da Vingança
8 . O Fantasma de um Militar Morto enquanto salvava uma criança do fogo ataca a
posição “complacente” de Euclides
9 . Euclides chama os atores para seu Grito de Protesto
>>
11
8 . euclides vê nos subterrâneos uma Bigorna, feita com o aço de um canhão
de Essem na Alemanha.
12º MOVIMENTO – UM BRASIL OLHA O OUTRO
Luciana Domschke
Wilson Feitosa Jr.
10º MOVIMENTO – EMBAIXADA AO CÉU
1 . já há 3 camarotes do anfiteatro dos generais do cerco, que oferecem uma saída
ao Norte para os jagunços antes do Cerco Final
2 . conselheiro pede a Vila Nova que parta de Canudos
3 . o último Cariri, Norberto, é escolhido o novo chefe
4 . conselheiro fala diante das Portas Abertas do Beco do Oficina para a Liberdade
5 . diante do Cerco Antonio Conselheiro começa a ação do que chamam morrer
6 . contempla os Generais nos Camarotes envolvidos no espetáculo, mas perde
as forças, tomado por uma caminheira. Sem forças pede a Glauber que venha
dirigir a cena final
7 . Glauber vem e dirige o cenário de tragédia
8 . os sertanejos contra atacam
9 . Antonio Conselheiro encaminha-se para a Sepultura, Ninho, Trincheira, Nave Viajeira
10 . seu enterro é feito com o Canto da Nave viajeira no Eterno Retorno
11 . o cerco é fechado e a Inssureição é considerada Morta
11º MOVIMENTO – ÚLTIMOS DIAS
1 . cerco das águas: Titãs contra moribundos
2 . Terra chora e oferece suas lágrimas aos lutadores. Norberto as colhe num
balde e leva aos sitiados
3 . Euclides desce a pista e pede perdão aos Jagunços
4 . no camarote General Arthur Oscar comanda o assalto final
5 . Olímpio da Silveira declara 48 minutos de fogo, seguido de assalto das
baionetas caladas
6 . do centro dos subterrâneos nasce uma rosácea de entulhos que espalha
ex-votos de cadáveres
12
1 . vem uma Bandeira Branca trazida por Beatinho que aplica o golpe de livrar
as mulheres grávidas para continuarem sua vida e sua luta fora de Canudos em
outros Sertões
2 . no meio da caatinga Beatinho e Barnabé comemoram o acerto do Golpe
3 . Beatinho vem com as Mulheres exercitando-se no Bastão passado por
Conselheiro
4 . general Barbosa julga ser uma cilada
5 . discretamente determina que um soldado leve-o até o Buraco das degolas
para as mãos de Coração de Mãe
6 . Beatinho Reza seu Martírio diante da Cova e é degolado
7 . bicho Diabo reconhece sua mãe Helena entre as Mulheres
8 . Euclides vê um Brasil olhando o outro
9 . Flávio de Barros faz sua famosa foto das Mulheres
10 . as Mulheres partem
11 . como a bandeira brasileira no centro o losango se abre. Ali estão os últimos
quatro lutadores com as mãos nos gatilhos como seu último gesto de vida
12 . Euclides de São José do Rio Pardo descreve os últimos momentos do ponto
de vista da Vertigem
13º MOVIMENTO – CABEZAS
1 . chega Athur Oscar com Pires Ferreira numa Cadeira de Rodas. O filho de
Jesuino fareja o lugar do corpo enterrado de Conselheiro, encontra-o. Arthur
Oscar pede que se lavre uma Ata
2 . porto do Rio de Janeiro. Marechal Bittencourt entrega a cabeça de Conselheiro
para Prudente de Morais que neste momento é atacado por um Terrorista. Marechal
Bittencourt vai defender o Presidente mas é decapitado
3 . Prudente fica com as duas cabeças nas mãos
14º MOVIMENTO – SER-ESTANDO
As cortinas do cerco descem e o Teatro se abre para sua expansão fora do
Cerco das cortinas vermelhas de Teatro Italiano dos Shoppings, da Sociedade
de Espetáculos. Caminha Serestando para seu desmassacre
13
C O N C L U S O E S F I NA I S D E U M I N I C I O
Aprendi mais que em toda minha
vida nesses quase 6 anos em que
decidimos montar os “Os Sertões”
no Teatro Oficina, como transporte,
metáfora e uma grande aposta no
poder da Arte do Teatro como
libertação deste Cerco de 25 anos
que anunciava um possível
Massacre do Teatro Oficina pelo
Shopping do Grupo Silvio Santos.
E acabou sendo mais que isso
porque, antes de tudo, o livro de
Euclides é um Imenso Poema
clamando por ser cantado e
dançado e em si foi construindo
seu território físico anímico.
Esses 6 anos com a obra de
Euclides, onde a história dos
Sertanejos Conselheiristas é
trabalhada, dischavada, devorada,
recriada,
– com as crianças do bairro do
Bixiga;
– com os artistas, técnicos que
toparam, viveram este desafio;
– com o público e a crítica que nos
consagraram;
acabaram dando muito mais que o
sonhado.
O próprio percurso que impôs o
amor aos fatos – e a forma
14
sertaneja de Mutirão – foi parindo
e tornando visível o Teatro de
Estádio, a Oficina de Florestas e
a Multiversidade Antropofágica
Popular do Bárbaro Tecnizado.
Toda uma situação criada, já
presente, em que a área do Oficina
é agora uma ilha cercada de terra
arrasada onde se passa desde já
um grande conflito teatral social
brasileiro e mundial: a imposição
de mais um Cerco de Shoppings.
Mas que quer e pode ser:
– lugar do Ser-estar, do Sertão já
plantado no lugar como Território
de Inclusão Social na Arte; na
Cultura viva; na Educação – numa
transmutação de todos os valores;
na Saúde Nova da velha Catarsis
de Hipócrates, que atuava no
mesmo território de Epidauro, com
Dionísios; na Tecnologia Cyber,
grande aliada do fim de todos os
“ismos”; numa Floresta Tropical, a
anunciada “Oficina de Florestas”
de Sampa.
Tudo umbigando o Bixiga como
ponto de encontro de todos os
guetos ricos ou pobres de São Pã e
dos mundos.
Bixiga: Nação Urbana das Misturas
da filosofia do “Vai Vai”.
>>
Zé Celso Martinez Corrêa
Faltam onze dias para uma estréia
Milagrosa de “A Luta II – O
Desmassacre” como o ponto final
de um Ciclo de 5 peças “Os
Sertões” que se reinaugurarão com
todo percurso feito, em Agosto,
como uma só nova peça.
É um paradoxo, mas as cenas
mais violentas, aparentemente
massacrantes, de “Os Sertões”,
vão nos revelando o desmassacre
que contém. O profundo,
contraditório e genial poeta
Euclides da Cunha traz-nos, nesta
matéria final, a herança vital
poderosíssima de movimento que
Canudos – que os sertanejos
conselheiristas – deixaram ao
mundo, com seu exemplo único
na história.
As últimas e mais fortes mudas
do rito foram plantadas:
– as cenas do Teatro Oficina
invadido pelo Exército antiConselheirista;
– os Coros Feridos jogados nas
estradas da vida, tornados pela
Seca múmias com aparência de
vida, até que pelos evoés dos
ventos do mundo de agora sejam
devolvidos ao turbilhão da vida;
– os Coros Civilizadores Militares
cercados pelos Coros Sertanejos
Bárbaros, com Cirandas,
Dityrambos, Meditações Mântricas,
Tocaias e Metralhadoras de
Sonoplastia, Luz e Banda;
– os Coros Sertanejos Bárbaros
cercados pelos Coros de Oficiais
e Soldados, a partir das Galerias
da Platéia com Cortinas Vermelhas
de Palco Italiano invadindo todo
espaço interno do Teatro Oficina
com Metralhadoras, Degolas,
Bomba Atômica e Dinamite,
também de Sonoplastia, Luz e
Banda;
– o Janelão do Oficina, fechado
por um tempo, até começar a se
abrir com a queda das Torres
Gêmeas de Canudos, que contém
a árvore da primeira obra de Lina
Bardi, sua casa no Morumbí e a
mais cultuada: o Vão Ventre Livre
do MASP.
Todos esses plantios de cenas
criam a vivência da ficção da
vitória do Shopping do Grupo
Silvio Santos,
suicidando Antonio Conselheiro
que parte para o céu (ou inferno?),
para uma entrevista pessoal com o
Deus (Dionísios, claro),
deixando seu bastão para o
Santinho Brazyleiro Beatinho,
extraordinário estrategista,
que aparentemente entrega para
os invasores
os Coros das Mulheres Buchudas,
e das Crianças Grávidas de Vida*,
para vivenciar a sobrevivência do
Mundo-Sertão,
além de seus limites
e permitir a luta final de não
rendição dos derradeiros
combatentes,
até a aniquilação dos últimos 4.
O Plantio da vivência trágica da
aniquilação final,
do extermínio por não querer se
render,
do realismo da sobrevivência dos
que continuarão de outras
maneiras a luta,
está sendo a nossa iniciação na
sabedoria trágica da condição dos
que não querem se deixar
massacrar,
como a luta dos sertanejos de
Canudos,
que devoramos nestes seis anos
juntos.
Nossa pequena multidão de
agricultores deste rito
juntamente com uma pequena
Multidão
nos Ensaios Abertos de Atuação,
nas Apresentações em São Paulo,
Rio Preto, Recklinghausen e
Berlim,
também plantadora com sua
presença diante da nossa,
trazendo a presença dos ventos do
tempo,
de todo mundo,
que tornaram propício o plantio
completo deste rito em 2006,
com todas suas passagens, seus
rituais de retorno
sempre transtornados neste
Mutirão tão grande em tamanho
e contágio sedutor,
que nos fez e fará passar juntos
Marcelo Drummond
todas as viagens além do drama,
do cansaço, da miséria, do
desacordo,
do desamor, da desafinação
e nos fez e nos fará atingir em
cada apresentação um estado de
ser estar,
sertão, sem-ser, serestando.
O cientista positivista Euclides da
Cunha quis, através da formação
das três “raças” misturadas no
sertanejo: indígena, negra e ariana
– correspondendo a três formas
geológicas de nosso solo: grés
argiloso, massas gnaissegraníticas, xistos metamórficos –
>>
17
O T do Teato do retorno da
Tragédia Grega Catártica, e
Curativa,
em Tragycomédyorgya,
puxado pelo R do Ritmo dos
Dytirambos dos Dionísos, o dos
descatequisados de todos os
Hemisférios,
e pela Poesia de Euclides da
Cunha, virada cordel, contando
cantando seus-nossos Cantos.
Ariclenes Barroso
criar um fundamento para uma
identidade nacional. Mas o Poeta
Euclides batizou esse fundamento
de Rocha Viva. Lá se foi tudo por
água abaixo: a rocha Viva chora,
enruga, vive, morre, muda, e o
fundamento, sem fundamento,
somente ser-tão, sendo. O Rito
emergiu e se revela agora como
uma travessia dançando numa
Rocha Viva, cambiante, passível de
ressurreições e mortes.
Tudo isso agora, com meu corpo
no computador,
marcado pelo esforço dos últimos
e primeiros passos, me faz cantar
a Vitória de nossa Paixão!
Às portas de sair na estréia do que
poderia ser também lido como um
real massacre de 6 anos, mas está
18
transmutado porém no cantar,
dançar, phalar o massacre, que
acabou se tornado em si o
desmassacre.
“A dor é doce o fardo leve,
cantando Evoé Baco!”
Inventamos o rap-valsa da cultura
que devora o massacre.
“Os Sertões ” era já uma Vitória
desde os conselheiristas que não
se entregaram e hoje são a rocha
viva, bem viva, mutante da cultura
do povo brasileiro, povo universal,
em todas as favelas explodindo pra
lá da violência, na força da criação
da arte do ritmo, do rap, do hiphop, do maracatu atômico, do
samba-funk, e que trouxe a nós do
Teatro Oficina, o TREP:
Teat(r)o, Ritmo, e Poesia.
Não copiamos os fatos, alteramos
todas as datas, todas as
genealogias, todos os desenhos do
acontecimento, criamos nomes,
personagens, só não afirmamos
aquele velho clichê que qualquer
semelhança é mera coincidência,
porque não desfiguramos a alma,
nem a cor, nem os sentimentos
canudenses, nem os nossos, ou os
euclidianos.
Euclides no prólogo do Livro,
citando Taine, faz este apelo para a
compreensão de sua Poesia-prima.
Como ele queria, nós também:
antigos entre os antigos,
contemporâneos portanto desse
eterno retorno da humanidade do
nosso século à libertação das
catequeses: bárbaros entre os
bárbaros, tupys tecnizados.
Retorno ao trabalho sabendo que
sou diretor, plugador dos desejos
de Coros de Protagonistas.
O elenco de Técnicos Cyber ou
Analógicos, Administradores,
Funcionários, Faxineiros,
Seguranças, e principalmente de
Atores, Artistas, Músicos,
Dançarinos que são os puxadores
do Teatro, tem e terá Nome,
Carisma Próprio, reconhecimento
fatal Pessoal, junto ao Público ao
Vivo e nos DVDs.
Quisemos e criamos um Time de
Estrelas da Vida através de
Criações de uma Dramaturgia
Mutante, re-escrita como uma
novela, toda semana, para a Orgya
da Atuação Cadenciada de
Jogadores de Teato de Estádio.
Me sinto um treinador de um
tremendo Time.
Assim saíram e saem as Letras,
Músicas, Corografias, Imagiários
Cibernéticos, Macumbas, como
nossos antigos colegas gregos que
reinventaram a Arte do Teat(r)o
como criação do Teato da Ágora,
da arte de viver a Alegria da vida
Trágica Pública.
Agora vamos ficar este ano em
cartaz finalmente em São Pã,
enquanto programamos a gravação
em DVD das 5 partes e a viagem
pelo mundo Brasil, América Latina,
ditirambando pela China afora.
E ao mesmo tempo, agora com
mais tempo, depois deste parto,
>>
19
desta Terra, desse Transhomem e
dessa Luta que em si já é um
pomar vastíssimo sem dono,
frutificarão outros trabalhos,
Santidades, Desgraças de
Criancinhas etc... Assim o Oficina
Uzyna Uzona caminha para seu
cinqüentenário na calma Zen do
som das Cordas dos Orfeus do
Oficina Serestando.
Serestando na Rocha Viva
José Celso Martinez Corrêa
8 de maio de 2006
MERDA
Haroldo Costa Ferrari
20
*Trecho cortado na versão
apresentada:
BEATINHO
Adaptam-se os prisioneiros
escolhidos
faz-se preciso, o teatro do
oprimido,
do ajuntamento, sei que partem
pedidos
incompreendidos
lamentos, lamurientos, de
esmola…
Devora-a a fome, a sede de muitos
dias
mas a vida a ser revivida será
aceita, é sua escola.
Juliane Elting e Guilherme Calzavara
Otávio Ortega, Ito Alves, Daniel Camilo e André Santana
22
Francisco Rodrigues Rato
Renée Gumiel e Anna Guilhermina
Samuel de Assis
Adão Filho
23
O S S E RTO E S D O S É C U LO X X I O U
C O M O R E S I S T I R A T É O E S G O TA M E N T O
C O M P L E T O E A I N D A C O N T I N UA R V I V O
Era uma tarde de outono do
ano 2000.
Naqueles dias, o Movimento Arte
Contra a Barbárie reunia-se às
segundas-feiras no Teatro Oficina.
Depois de uma destas reuniões
encontrei Lenise Pinheiro, antiga
parceira da Companhia Uzyna
Uzona, de passagem pelo teatro, e
numa conversa simpática de recém
conhecidos, comentei com ela que,
pensando no momento político por
que passávamos no Brasil e no
mundo, achava eu que vivíamos
naquele ano, o último do século XX
ou o primeiro do século XXI, o
momento certo para transpormos
para a cena este livro tão famoso,
tão cultuado e tão pouco lido.
Eu sabia do antigo desejo de Zé
Celso de encená-lo e considerava
que ele era o diretor certo para esta
tarefa. Assim como o espaço do
Teatro Oficina era o lugar ao qual
caberia receber este épico. E que a
Companhia Teatro Oficina Uzyna
Uzona, por seu modo desavergonhado de fazer teat(r)o, dispunha
da coragem necessária para trazer à
cena todas as entidades e paisagens
do livro de Euclydes da Cunha.
Dois dias depois daquela conversa
recebi uma ligação de Zé perguntan24
do porque eu achava que eles
deveriam montar OS SERTÕES.
Outras pessoas haviam cogitado esta
idéia com ele e com Marcelo
Drummond por aqueles dias, mas a
maior parte da Companhia tinha
dúvidas sobre ser esta a escolha
certa para o momento porque
passavam.
Eles viviam uma entressafra. Boca
de Ouro tinha feito uma temporada e
uma viagem e estava fora de cartaz.
Havia uma espécie de torpor no
ambiente.
Em junho daquele ano, Boca de
Ouro foi apresentado em Ribeirão
Preto e eu passei a compor o elenco
fazendo o papel de Caveirinha.
Enquanto falava os textos gilete de
Nelson Rodrigues, estava em verdade, de olho nas grandes parábolas
dos mísseis de Euclydes. Vivia com
Nelson desejando Euclydes.
Realizava um jogo de interesses com
um superobjetivo claro, mas sem
nenhuma metodologia para atingi-lo.
Os fatos ditaram o caminho dos
acontecimentos daquela data
até hoje.
Enquanto planejávamos a volta de
Boca de Ouro em cartaz na cidade
de São Paulo, líamos outros textos
na busca da próxima peça que
encenaríamos. Entre os textos
que lemos estava a adaptação de
A TERRA, feita em 1989, quando
esta mesma Companhia tentou
encenar o livro.
Em julho, o MST veio lançar o
primeiro número do seu jornal no
Teatro Oficina. No seu momento de
orar Zé Celso fez um discurso
inspirado, improvisado em forma de
cantoria. Aquele acontecimento fez
a Companhia perceber algo. Alguns
dias depois, nos reunimos em uma
destas noites gélidas paulistanas e
tiritando num camarim, corpos bem
colados uns nos outros, acordamos
que OS SERTÕES seriam a montagem do momento.
Então... Iríamos atrás de grana para
a produção... Veríamos uma data
para a estréia...
Não estávamos em condições de
decidir nada objetivamente.
Chegava o aniversário do Teatro
Oficina e ainda não havíamos voltado
em cartaz com Boca de Ouro e nem
tínhamos dinheiro para fazer um
pagode bacana. Então, na minha
obstinação sertaneja, vinda do meu
íntimo sertão recém reaviviado,
propus que lêssemos A TERRA.
Na noite de 16 de agosto, lemos esta
parte do livro em voz alta e em
grupo durante seis horas. Os convidados chegavam, se iam, e outros
chegavam, e depois de um tempo
também se mandavam. Alguns
devem ter ficado todo o tempo. E
nós ali grudados no ajuntamento de
palavras mais difíceis que Euclydes
conseguiu realizar, sem muita compreensão, mas também quase sem
explicação.
Foi assim, como alguém que
chegasse pela primeira vez diante do
mar e sem maiores informações fosse
entrando, pra ver no encontro direto
com o desconhecido como é que ele
é. Uns dois ou três tinham lido o livro
inteiro antes, mas não guiaram em
nenhum momento os virgens no universo euclydiano. O objetivo era sentir
antes de entender. A partir daquele
dia saímos do prólogo desta montagem e começamos a realizar os
sucessivos capítulos.
Entendo ser esta noite o princípio da
história desta encenação.
Em outubro de 2000, abrimos os trabalhos para a cidade junto com a
Oficina Cultural Oswald de Andrade.
Fizemos oficinas de interpretação,
dramaturgia, direção, direção de
arte, figurino, vídeo e iluminação.
Neste período, a vocação coral do
trabalho revelou-se com uma força >>
25
extraordinária. Naquelas tardes de
primavera experimentávamos a delícia de perder a individualidade no
todo. Mais ou menos 100 pessoas
liam em uma só voz as idéias e os
arranjos verbais de Euclydes.
Durante quatro horas diárias aquelas
palavras novas, aquelas expressões
difíceis que ele tinha inventado ou
garimpado, vibravam como orações
nas paredes do teatro, banhado por
uma luz em diagonal que entra pelo
janelão-parede nesta época do ano.
É a luz que vem do nosso oriente,
levemente falseado para que os pontos cardeais do espetáculo caibam
na geografia longilínea do Oficina.
Em 2001, a PETROBRAS patrocinou
um projeto de remontagem de quatro peças do repertório da
Companhia para gravação em DVD.
O que iria acontecer com OS
SERTÕES? Seria a dispersão!? Um
trabalho de teatro adiado está quase
sempre fadado a não acontecer.
Então, alguns membros da
Companhia mantiveram a chama
acesa pelas tardes, enquanto os outros ensaiavam, encenavam e
gravavam as antigas montagens à
noite. Nestas tardes, estudávamos o
livro e fazíamos experimentos na
Oficina Oswald de Andrade, no
TUSP, no espaço d’Os Satyros e às
vezes no Teatro Oficina. No meio
daquele ano toda a Companhia se
reuniu e montamos as três primeiras
expedições de A LUTA e as apresentamos como ensaio aberto no
Festival de Teatro de São José do Rio
Preto. Era o nosso terceiro encontro
com o público.
Fizemos um ensaio onde usamos
quase que exclusivamente os textos
do livro, mas isto não diminuiu a
força de comunicação a que estavam
fadados os espetáculos de O s
Sertãoes. Ao contrário, parecia que
quanto menos o cérebro compreendia, mais as almas vibravam. Portanto, não seriam os textos complexos de
Euclydes que afastariam o público.
No segundo semestre de 2002,
fizemos uma seqüência de ensaios
verdadeiramente abertos ao público,
sem a desfaçatez a que se convencionou chamar de “ensaio aberto” a
uma pré estréia para aquecer os
atores e chamar amigos que nos
acariciem o ego, dizendo como
estamos bem em nossos papéis.
Muitos destes nossos ensaios foram
horríveis, outros reveladores,
nenhum perfeito. Ensaios cheios de
altos e baixos como convém a um
processo criativo.
Nossa, quanta história!
Depois de meses na mais completa
dureza fomos selecionados no
primeiro edital da Lei de Fomento ao
Teatro para a Cidade de São Paulo e
fizemos a primeira estréia desta
pentalogia. No dia 02 de dezembro
de 2002, comemorando o centenário
de lançamento do livro estreamos
A TERRA.
Em 15 de agosto de 2003 estreamos
O HOMEM 1 - do pré homem ao
homem e, em 13 de dezembro do
mesmo ano, veio O HOMEM 2 - o
trans-homem.
No dia 26 de abril de 2005, foi a vez
das três primeiras expedições do
exército contra Canudos. Esta é a
nossa A LUTA – primeira parte.
E agora, somente agora, entramos
no epílogo do livro: A LUTA –
parte 2.
Durante este tempo todo fizemos
previsões que não se realizaram.
Planejamos até apresentar o livro
inteiro em um só espetáculo de quatro horas. Planos semelhantes deve
ter feito Euclydes durante a longa
fase entre os primeiros escritos sobre
a Guerra de Canudos e o lançamento do seu livro vingador.
Talvez em 2000, as pessoas da
Companhia que não tinham certeza
sobre esta peça, já pressentissem lá
no fundo de si que teríamos que dar
uma boa parte de nossas vidas para
este trabalho. E quem entrou por
inteiro não está saindo igual. Mais
fortes, mais belos, menos vaidosos,
mais egoístas, mais rudes e feios,
mais sensíveis, menos espertos,
mais mordazes, mais secos, mais
úmidos, mais velhos, mais moços,
mais, menos, diferentes. Ileso, só
quem não se deu.
Entrei nesta empresa apaixonado
pelo sertão, por Canudos e por
Euclydes. E conheci o exército, e
entendi a guerra, e saquei o coro,
e o te-ato... e o teatro... o TEATRO!
Sou um homem vivo em pedaços.
10 de maio de 2006
Madrugada fria na cidade de
São Paulo
Aury Porto
27
1 ATO
0
Prólogo RUA Jaceguay
OFICINA UZYNA UZONA DO OUVIDOR On Line
CORISTAS DOS CÉUS
“Guerra, Guerra
Que é dever de patriotismo
Guerra, Guerra
Pra defender a nossa terra
Guerra, Guerra
Contra o negro fanatismo”
Marchar que a pátria espera
Na primavera
Um novo sol
Guerra nesse céu de anil
Alistamento,
em defesa do Brasil…
1º MOVIMENTO: 1ª COLUNA
GRANDE MAPA DO BRASIL NO CHÃO DA PISTA
CORO DE TODOS OS
EXPEDICIONÁRIOS
Ouviram do Ipiranga às margens
plácidas
de um povo heróico o brado
retumbante!
E o sol da liberdade em raios fúlgidos,
brilhou no céu da pátria nesse
instante.
28
Se o penhor dessa igualdade
conseguimos conquistar com
braço forte!
Em teu seio, oh liberdade
desafia o nosso peito à própria morte!
Oh Pátria amada, idolatrada, salve
salve!
Brasil um sonho intenso, um raio
vívido
de amor e de esperança à Terra
desce
em teu formoso céu risonho e límpido
a imagem do cruzeiro resplandece!
Gigante pela própria natureza
és belo, és forte impávido colosso
e o teu futuro espelha essa grandeza,
Terra adorada
entre outras mil, és tu Brasil, oh
Pátria amada,
dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada Brasil!
Deitado ethernamente em berço
esplêndido
ao som do mar e a luz do céu
profundo
fulguras oh Brasil florão da América
iluminado ao sol do novo mundo!
Do que a Terra mais garrida
teus risonhos lindos campos tem
mais flores
nossos bosques tem mais vida
nossa vida em teu seio mais amores!
Oh Pátria amada, idolatrada, salve
salve!
Brasil de amor etherno seja símbolo
um lábaro que ostentas estrelado
e diga ao verde louro desta flâmula
paz no futuro e glória no passado!
Mas se ergues da Justiça a clava forte
verás que um filho teu não foge à
Luta
nem teme quem te adora à própria
morte, Terra adorada,
entre outras mil és tu Brasil, oh Pátria
amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil
Pátria amada Brasil!
MÃE PRIMAL BAHIA
BAHIA EULÂMPIA
Nessas montanhas alteadas, meus
filhos, meus amigos,
se embateram em tempos
BAHIANAS IEMANJÁS
“varredores da mar”,
29
BAHIA EULÂMPIA
batavos, normandos, atraídos,
BAHIANAS IEMANJÁS
por nosso jeito único…
… de amar.
Na nossa metrópole, o passado vive
o futuro de cada ano!
BAHIA EULÂMPIA
Roma Negra
Coma, coma!
BAHIANAS IEMANJÁS
É pra já ! Iemanjá!
TROPA
Não nos comove
irrita-nos, Bahia, renove!
Trincheiras de Taipa do tempo de
Tomé de Sousa,
ruas estreitas, embaralhadas,
que cousa!
CABO VIADO CANTOR
Gregório de Matos na certa, ia,
encontrar igual a Triste Bahia…
BAHIA EULÂMPIA DE ALAQUETO
A Bahia vos espera, venham ver
nossas belezas,
mesmo aqui na Alfândega quanta
nobreza !
Bahia… ! Bahia… ! Bahia… ! Bahia…
MONTE SANTO-BRECADA
BATALHÕES CHEGADOS
Batalhões chegamos desfalcados,
armamentos estragados
ZABANEIRAS
sem feijão nem arroz
sozinhos ou em companhias de dois.
30
ALFERES WANDERLEY
Vozes detonadas
BATALHÕES CHEGADOS
Incompletos.
OFICIAIS
Como vamos completá-los ?
BATALHÕES CHEGADOS
Sem armas.
OFICIAIS
Como vamos armá-los ?
BATALHÕES CHEGADOS
Sem vestes.
OFICIAIS
Ninguém pode ficar pelado.
BATALHÕES CHEGADOS
Da viagem enferrujados
OFICIAIS
Como vamos adestrá-los ?
BATALHÕES
Não sei ler, escrever nem contar
OFICIAIS
Pior, nem sabem interpretar
Como dar educação
Cultura, arma e pão ?
CORO
Falta tudo,
CABO STANISLAVSKI
amor, tesão, o que faz ficar de pé,
CORO
Falta a falta,
CABO STANISLAVSKI
será o axé ?
TROPA
Falta
ZABANEIRAS
rapidez de apaixonado !
CABO STANISLAVSKI
OFICINAS E OFICINAS DE TEATRO
ENQUANTO SE ESPERA A ESTRÉIA
E BUSCA DA PRODUÇÃO E
ORGANIZAÇÃO
oh primavera, estou desesperado
CORO E PÚBLICO
Falta ! Falta !
ZABANEIRAS
Agora, nos campos de manobras…
CABO VIADO
…vamos agasalhar umas cobras
ZABANEIRAS FETICEIRAS
Mas só sai daqui meu cú de boi,
só daqui duas luas depois…
No dia do meu Parto
em São Pedro,
se não, enfarto ! ! !
CABO STANISLAVSKI
Não se tem exército, se tem está
enfermo
Nem companhia, na significação real
do termo,
Não vale nada,
essa gente amontoada
com espingarda,
Mais vale uma direção
Uma linha contínua de ação
Uma técnica, uma tática
Encontrada por nós mesmos na
prática
Democrática, com um Estado-maior
Planejando fazeres, roteiros de cor
totalidade inspirada no vivo
ação de um super objetivo
órgão sem órgãos
de operações militares para o ato,
de Te-Ato.
NOITE DE SANTO ANTÔNIO
CANTADORAS ZABANEIRAS
As tropas romanas desmoronavam
Aí em Capua demoravam,
lugar cheio de delícias,
ninguém queria deixar…
Ai Ai Ai…
Ah ! Pro descanso do guerreiro
Fodia-se
soldava-se
>>
31
Patrícia Aguile
o dia inteiro
Monte Santo, que inversão
Ninguém trepa, e o tesão ?
Zabaneira
Que brocheira
Ninguém paga,
Tudo caga,
Não vai nem de graça
Rala o grelo Zabaneira
Rala o grelo Zabaneira
No meu grelo brincadeira
Rala o grelo Zabaneira
Rala o grelo Zabaneira
No meu grelo brincadeira
a fome até passa…
Zabaneira meu inferno
queima, neste afago terno,
gozo como o pai eterno !
GENERAL BARBOSA
Vocês já nasceram queimadas,
pombas putas desgraçadas.
ZABANEIRAS
Aqui vocês bocejam,
Nós bocetamos
Vocês desassossegam
Nós valentgozamos.
ZABANEIRAS
General, nem assim serão
recompensados !
Marcam passo, marcam toca
diante do inimigo,
nosso amigo,
nem vos ligo.
ENTRA A 32
TROPA E ARTILHEIROS DA MARAVILHA
ELETRÔNICA
Presos de amor,
com valor
à WithWorth !
Mola de aço
da English court
Queen mulher, é pois
“a” 32
1. 700 quilos!
Tremendos fuzílos!
Gamei na hora !
Big game do mundo o centro,
importada do país, de fora,
pra atirar
no país de dentro !
Importada do país, de fora,
pra atirar
no país de dentro !
SONG DA 32
CABO BOFE
Inicia-se com a Santa Rainha, a 32
Uma Era, antes e depois
32
BOIS E SOLDADOS
Bois bois bois
Bois bois bois
Bois bois bois
Bois bois bois
A 32
Bois, on the road,
bad boys,
Soldiers, Gorilas !
you don’t know how to drive me !
Oh ! Bréque !
CORO
She is the high tech ! (4x)
A 32
I’m Raitéque
terceira mundo
imundo
CORO
Pôôô !
A 32
carro de boi
isso já foi !
CORO
Pôôô !
A 32
I don’t need you !
I want to be alone. U2 !
Oh My God !
Lá vai Ela !
Roads brazileiras
Paradise da Buraqueira ! ! ! !
Ai minha saco !
UM BURRACO ! ! !
CABO STANISLAVSKI
Emperração, corte da ação !
Não, não !
THOMPSON FLORES
Entope a estrada à cada sua cagada!!
32
Ainda não descobriram o que ío já sou?!
A Withworth ?!
A precursor
da computador ?!
Da míssel
a bisavô ?!
Não me façam sofrer assssim
Força animal !
No sabe fazer,
dar-me prazer.
I’m the Death Machine
The With Worth
I came, ai vim !
I am the Queen
CORO
God save the Drag Queen !
A 32
Repeat everibody !
CORO E PÚBLICO
God save the Drag Queen!
GENERAL ARTHUR OSCAR
Vamos assustando todo espaço
com esse importado Espantalho de
Aço!
32
I beg your pardon ?
I am an espantalho ?
How dare you ? Fuck you!
GENERAL ARTHUR OSCAR
Sorry my love,
nosso primeiro Passo,
na Era Raitéque ! ! !
For Madam, Conféte ! ! !
CORO DE CONFETES
She is the high tech ! (4x)
>>
33
SAÍDA DO EMBAÇO COM A 32
A 32
Let’s go!
GENERAL ARTHUR OSCAR
Ufa ! De Monte Santo ao menos,
largamos em frente,
diga Coro: está contente ?
OS BOIS QUEREM FAZER GREVE
CORO GERAL
Não completamente.
MAJOR FRUTUOSO
Agora são os bois
Cansaram da 32 ! ! !
ZABANEIRAS LÍDERES DOS CHINESES
Querem parar
Vamos ter que boisar ?
Bois bois bois
Bois bois bois
Bois bois bois
Bois bois bois
RETAGUARDA DO ATRASO
OUTRO PONTO MAIS
DISTANCIADO DA TROPA O
5ª DE POLICIA
SERTANEJO
Viados !
CABO VIADO
Por quem estou sendo chamado ?
Eu o Cabo Viado,
Percorri três léguas,
em três dias !
Por causa da tecnologia
34
da porcaria.
O 5° BATALHÃO DA POLICIA BAIANA
O Quinto de Polícia de tanta distância
se dópa,
no coice do rabo de toda tropa.
ZABANEIRAS
Quinto de Polícia Baiana
400 praças de páu de fama !
CABO VIADO
Guarnecendo provisão e a bóia desse
drama
O 5° BATALHÃO DA POLICIA BAIANA
dos fodidos
OFICIAIS
e dos bacanas.
Convocados !
Sertanejos-soldados !
ZABANEIRAS
Dos viveiros do S. Francisco.
O QUINTO
Batalhão de risco
Arisco !
ZABANEIRAS
Levanta a moral, se gruda, oh ! tropa
ao som do machete, da modinha
e da anedóta.
QUINTO
ao som do machete, da modinha
e da anedóta.
QUINTO E ZABANEIRAS
Ilha perdida no mar do sertão
OFICIAIS
Na frente vai o gaúcho…
SOLO DO QUINTO
Atrás nós policia baiana,
CORO
ralando o bucho.
Sálvio do Prado
CABO VIADO
Ai, estou sendo comído, é indecente,
por uma bromélia-boceta com dente !
Ah ! Éra só seguir o fashion vaqueiro
show de passarela pro mundo inteiro!
Préconizo a volta do exercito, com
um it,
com jagunço figurino
evoluindo estonteante nordestino…
ZABANEIRAS
… nordestino !
CABO BOFE
Farda de jagunço nordestino ?
CABO VIADO E ZABANEIRAS
Nordestino !
CABO VIADO
Mas para a maioria do seu rebanho
rapaz
seria uma inovação extravagante
dimais.
SOLDADO VIADO IMITANDO O VIADO
CONTAGIADO
Mais extravagantes, nesse calor,
que eu
são esses dólmãs europeus.
SOLDADO VIADO E CABO VIADO
A gente acaba ficando nú
E vamos querer tomar no cú !
As evoluções estonteadoras dos
jagunços pra nos é esporte,
FREVO DE TODA A TROPA TRAVESTIDA DE
FLANQUADORES SERTANEJOS DO 5º DE
POLICIA DA BAHÍA
Em todos os batalhões, estamos nós,
os filhos do Norte,
O uniforme bárbaro num vai se
ajustar em mim pela prémera vez.
Num me é originalidade vestir com o
couro da rez.
ZABANEIRAS
Esses dólmãs europeus,
SOLDADOS
ai, me frevem, me fazem mal
ZABANEIRAS
>>
35
É um espalhafato fora do Carnaval
listras vivas botões fulgentes,
SOLDADOS
é pra entregar na catinga arrente, é ?
A vestidura sertaneja ia trazer, garante
Talhos de nossa plástica elegante,
atenua o calor no estio,
atenua no inverno o frio;
ZABANEIRAS
Depois de um combate de cinco ato
o lutador exausto tem o fardamento
intacto
e dá pra tirar um soninho
sobre uma moita de espinho.
HERVAÇAL
depara, adiante, um hervaçal em
chamas
rompe altivo sem dramas;
RIBEIRÃO
um ribeirão correntoso naufragável,
vadeia, leve, na véstia impermeável.
CABO VIADO
This is it !
Um corpo só di’amante
Bem ensaiado, praticante.
TROPAS DIAMANTIS
This is it !
Um corpo só di’amante
bem ensaiado, praticante
This is it !
Um corpo só di’amante
bem ensaiado, praticante
CABO BOFE
Não me deixe mais aperreado
colar ao pelo do soldado a pele
jagunça desgraçada ? !
Isso já dá confusão
36
e ainda mais
um exército de bicharada ?
É o Apocalipse de São João !
CABO VIADO
Como na Grécia, Boçal !
Amor Grego, Nego !
CORO DO EXERCITO DE AQUILES E DAS
AMAZONAS
Uau !
Não perdíamos uma batalha.
Nem na tenda
nem na guerra com a gentalha.
Um corpo diamanti, lapidado,
um batalhão de viado
bem amado !
Vamos dar,
vamos arrasar !
Vamos dar,
vamos arrasar !
SOLDADO VIADO
E se formos derrotados…
TOPAS DIAMANTIS
Morreremos todos abraçados.
ANO NOVO DE JUNHO
ENTIDADE DE NOITE ESTRELADA !
ENTIDADE SOL- SOL
AS ENTIDADES SE SAUDAM E SAUDAM
TODOS -SAUDAÇÃO GERAL DO ANO NOVO
A NOITE
É o ano novo no sul hemisfério
a noite mais longa do novo Império
CANTO GERAL DOS SERTANEJOS, EXÉRCITO,
ZABANEIRAS E PÚBLICO
É o ano novo no sul hemisfério
Vera Barretto Leite
a noite mais longa do novo Império
O SOL E A NOITE
Deus, irmão de João
Luís,
Nos protege dessa Trinta e dois
CANTO GERAL DOS SERTANEJOS, EXÉRCITO,
ZABANEIRAS COM O PÚBLICO
Deus, irmão de João Luís,
Nos protege dessa Trinta e dois
O SOL E A NOITE
de todo mal do bem desse mundo
pois
CANTO GERAL DOS SERTANEJOS, EXÉRCITO,
ZABANEIRAS COM O PÚBLICO
de todo mal do bem desse mundo
pois
O SOL E A NOITE
nesse equinócio,
sóis !
CANTO GERAL DOS SERTANEJOS, EXÉRCITO,
ZABANEIRAS COM O PÚBLICO
nesse equinócio,
sóis !
O SOL E A NOITE
nesse equinócio,
sóis !
CANTO GERAL DOS SERTANEJOS, EXÉRCITO,
ZABANEIRAS COM O PÚBLICO
nesse equinócio, sóis !
ZABANEIRAS MANDRÁGORAS
Dia 24 é a festa da Deusa Sol
hoje sai mais cedo e volta tarde no
arrebol.
A noite é a mais longa no meu
degredo,
na Terra Grande o dia expulsa a noite
de cedo a cedo.
Acorda João,
te chamo pra um brinco,
amanhã é vinte cinco.
CORO GERAL
Xangô Dionisios Menino !
DIONISIOS XANGÔ
Novo dia, nova sociedade
CORO
nova maneira de pensar
DIONISIOS XANGÔ
A luiz e a sombra vão guerrear
O SOL
a Sol da Terra vinho
DIONISIOS XANGÔ
a baioneta e o espinho
CORO
vão se enfrentar.
O SOL
É meio dia em Aracati,
eu Sol, vou ter que partir
no portal de Cunanã vai fulgir
e guerrear
Na sombra Cunanã irmã minha
acende
da terra a luiz rubraamarelada
apaga a lâmina baioneta que corta
prateada
>>
37
Entra e vence oh Cavalo de Tróia
Metal, polido, faiscante jóia
Entra e vence oh Cavalo de Tróia
Oh ! gênio da Liberdade,
Tua tocha nos mostra a via do dever
na nossa Idade
É o Nosso Capital
pra que Deus nos conduz a vitoria do
bem contra o Mal
o extermínio da pústula do arraial !
Cunanãs do diabo !
Viram Atapetado da vitória dos
predestinados.
SURGE A 1ª COLUNA NO PORTAL
DA LUZ DAS CUNANÃS
CATINGA ESPINHENTA E FEROZ DO JUET
Cunanã ! Cunanã !
Cunanã ! Cunanã !
Eu sou a mal falada, a temida
cunanã!
Cunanã !
Cunanã ! Cunanã !
De planta cultivada em jardim eu sou
a má irmã !
Má irmã !
Cunanã ! Cunanã !
Vamos fazer natal no sertão
na noite de São João
Venham “burgueses” covardes
Ardemos, ardeis, ardam.
Fogos fátuos vegetais e minerais
a Terra acendemos aos imortais.
Labirinto Áureo
protege nosso Minotauro,
muitas horas pra destruir nossas
fogueiras
seis quilômetros, de matança da sol
da noite inteira,
até a escuridão chegar.
Vocês vão nos suicidar
e nossas luzes, voltarão a vos
atormentar.
CHUVA CANTO PRANTO
MANDRÁGORAS OXUMS E IANSÃS
DO CÉU, CHORAM COM O
ALFERES WANDERLEY
MANDRÁGORAS E ALFERES
38
2º MOVIMENTO:
2ª COLUNA – COLUNA SAVAGET
Fernando Coimbra
Chuva canto pranto
Chovo a noite inteira
Apagou-se a fogueira
Atravessou destruição
Do Portal vencido, sul sertão
INAUGURAÇÃO
TRAVESSIA DA 32 RAINHA DO
MUNDO PARA CANUDOS
CORO
Atravesse Rainha do Mundo
O Portal do Inferno rubicundo
Metal, polido, faiscante jóia
12 DE JUNHO - QUADRILHA DE
SANTO ANTÔNIO COM O POVO DA
CIDADE
ARACAJU - PRIMEIRA FESTA JUNINA DOS 3 SANTOS À BEIRA MAR
CORO
Armadilha
da Quadrilha
da emboscada
encantada
da fogueira
Santo Antonio namorada de
São João Dionisio dos Quebrantos
de São Pedro guardião do Estádio
de Todos os Santos
GENERAL CLAUDIO DO AMARAL SAVAGET
COMANDANTE DE QUADRILHA
En Arriére Aracaju !
CORO DAS BRIGADAS
En Arriére Aracaju !
GENERAL CLAUDIO DO AMARAL SAVAGET
COMANDANTE DE QUADRILHA
En Avant Jeremoabú !
CORO DAS BRIGADAS
En Avant Jeremoabú !
GENERAL SAVAGET
Eu General Savaget
Mudo o balancê:
Autoridade pra cima de moi?
Jamais !
CORO DAS BRIGADAS
Un, deux, trois, quatre Roi…
GENERAL SAVAGET, CARLOS TELLES, SERRA
MARTINS E DONACIANO PANTOJA
Co-Mandantes,
A-tuantes,
a guerrilha está a ensinar,
nova tática militar:
CORO DAS BRIGADAS
pode ser, pode não ser
mas se tudo move,
vamos nos mover.
SAVAGET
Aracaju, as 3 fogueiras de junho bem
comemora,
CORO DAS BRIGADAS
que pro teu país de dentro, adeus,
vamos embora !
POVO DE ARACAJU
Adeus !
SAVAGET
Em Brigadas
SERRA MARTINS
isoladas.
DONACIANO PANTOJA
Tática nunca vista !
>>
39
CARLOS TELLES
Práticista !
CORO
Até Jeremoabo.
Cada Brabo,
em si
no repique
do Pique,
Pique
até chegar ali !
Até Jeremoabo,
Cada Brabo em si
No repique
do Pique,
Pique.
Até chegar aqui !
JEREMOABO
Jeremoabo
Universidade do Improvisado !
GENERAL SAVAGET
Objetivo das operações:
Homens prontos a revoluções,
Krupps ligeiros,
marchando a passo matreiro.
Três brigadas inventivas
e ao vivo vivas !
CORO DE BRIGADAS
Sim, Vivas !
GENERAL SAVAGET
Sem instrução por decréto,
sem angulo reto,
sem formatura que Férra.
CORO DAS BRIGADAS
Ágil teatro da guerra.
CORONEL SERRA MARTINS
40
Nem a política correção
de planos pré-concebidos na
Cerebração.
CORONEL CARLOS TELLES
Nosso teatro gira selvagem na tática,
deliberada em cada momento da
prática.
CORO DAS BRIGADAS
Na guerra
sem regra,
única coisa esperada:
estar preparado:
pro inesperado.
CORO DAS TR S BRIGADAS
Três Brigadas elásticas, fodidas
sem comboios abastecidas
sem presilhas
na ginástica das guerrilhas,
movimentos,
experimentos.
Mais que quantidade,
velocidade.
SOLO
Sem Elefantes de Tróia,
nem a mínima paranóia !
CORO DE LANCEIROS
Coronel Carlos Maria da Silva Telles,
O Bastão
da mais inteiriça militar organização !
CORONEL CARLOS TELLES
Oh ! Brigadores do Ardor…
CORO
… pra 5ª Dimensão !
Levemo-nos assim pelo Sertão
arremessos temerários
bravura tranqüila, Templários.
CORONEL CARLOS TELLES
Adoro brigar ao teu lado, praça de pré
no bote aplicado…
CORO
… de cobra de fé !
A campanha de Canudos vai ampliar
teu nome.
CORONEL CARLOS TELLES
Compreendo-a, vou dar-lhe renome !
Gaúcho, intuição guerreira,
estrada, parteira.
CORO
“Há muitos objetos num só objeto
Mas o objetivo é um só
Destruir o inimigo
SOLO
E se esse objetivo não for conseguido
CORO
Não há um só objeto
em nenhum objeto”
CORONEL CARLOS TELLES
O Inimigo a vencer está fora de nós
CORO
E dentro de nós
Bastão !
Auto penetração !
CORO DAS TR S BRIGADAS MAIS GENERAL
SAVAGET
Adeus Jeremoabo,
cada Brigada só
seguimos ago…
… ra até Cocorobó.
No repique
do Pique,
Pique.
Cocorobó.
COCOROBÓ
GENERAL SAVAGET E BRIGADAS
Cocorobó
GENERAL SAVAGET
Leque da Aurora,
CORO
vem iluminar
nova maneira
de Lutar.
GENERAL SAVAGET
Pela primeira vez uma tropa expedicionária não se deixa surpreender !
Aproveitem agora, no Sertão isto está
Edísio dos Santos
>>
a acontecer.
dia 25 de junho
ergamos o punho.
Mas se não foi pelo sertanejo,
surpreendido estou pela paisagem
que agora vejo !
UMA GRANDE COBERTURA DE
ÁGUA-INVADE O ESPAÇO
MÚSICA. TEMA DO VASTO OCEANO
CRETÁCEO
OXUNS E IEMANJÁS OFÉLIAS
Grandes lagos cobrimos
descobrimos, recobrimos
em diferentes edades,
leitos de Divindades.
Terras de Canudos guardadas
criamos apaixonadas,
Oxum Iemanjá namoradas,
Vaza-Barril filho amante
por vergonhas humanas massacrantes,
afogado !
GENERAL GORILA
O Governo Militar da Revolução
Brasileira de 1964,
cumpre com Deus, a Pátria , a
Propriedade e a Familia, o Trato:
A memória Anárquica de Canudos
será afogada
e a Sede do Sertão, sem demagogia,
finalmente, saciada.
Nordeste, teu Progresso desviando o
destino de tuas velhas águas
acaba com tuas mágoas.
Velho Antro Reacionário Subversivo,
42
atenção: Sumir !
OXUNS E IEMANJÁS OFÉLIAS
Sob vastos cemitérios como depois do
antes
doces-salgadas amantes.
Da Favela ao Caipã afogadas
bromélias
na caatinga reexinsistentes Ofélias
nos arcos da Catedral engolida
afogadas repegam cantigas idas,
colonifélias submersas, esquecidas
COCOROBÓ COBERTO
Cocorobó,
CORO
Cocorobó…
COCOROBÓ COBERTO
eu afogado
represo Canudos,
mas hoje, dia (o dia do dia)
nesta noite de 2006,
clamo:
Paisagem tombada nas páginas de
Euclides,
retorne de vez !
Deixo falar vocês, Grandeza
das pedras da Nobreza.
Recomecem tudo,
Eu fico Mudo.
CORO DOS ELEMENTOS
do Monumento que o tempo
as correntes,
o fogo, o vento
as enchentes,
no Levante então,
esculpiram, do Sertão,
na Origem
Portal Vertigem.
CORIFEU
37 anos de moderno sedimento
CORO DOS ELEMENTOS
me recobriu
me revestiu…
me reinudou…
COCOROBÓ
Potência dos elementos
me descubram ventos !
Desenterrem-me !
CORO
Cocorobó!
COCOROBÓ
Meu entorno, exumar !
Serra primitiva ressurja, levantar !
Removam
com a força das torrentes
todas as nossas correntes !
Espelhem nossa ousadia dos réus,
linhas ondulantes dos céus !
CORO
Céus !
OUTRO SENTIDO PONTO DE VISTA
DA ARQUITETURA DESSE TEATRO
DE ESTÁDIO
CORO DAS ROCHAS
Ah ! Rampas abruptas de formatura
afastemos solenemente em grande
abertura arquibanquemo-nos
CORO DAS ÁGUAS
Anhangabaú !
CORO DOS ELEMENTOS
rebolemos baianas de idade
curvas de nível convexas
e em concavidade.
Dv, música rádio
coros dançantes, Teatro de Estádio !
TERRA ROCHA-ILHA-NUCLEAR NO CENTRO
DO ESPAÇO CERCADA POR ÁGUAS
Dentro
no centro,
ilhas-palcos,
pra todas as vistas
pedimos passagem
bifurquem-se, em negras pistas
ocas abertas paulistas
CORO DOS ELEMENTOS
em duplo funil,
o VazaBarril…
Nas vertentes ocidentais,
envolventes, maiorais
Anfiteatro Aberto Ágora da Cidade !
Nas vertentes orientais
Oficinas Florestas Tropicais
Cyber-Jardim Multiversidade
palco boceta des-ilhado.
Passagem do rastro nababo
Tragicomédiaorgya do Rabo!
>>
43
ESTEVÃO
De Canudos para Jeremoabo
nessa passagem de Garbo encrustrado
correndo no levante do dia
venho na brecha profunda que enfía
a única vereda, o rio
de leito vazio,
vazando o barril, entro no set
com a minha AK-47.
Sertanejo, nessa fenda estreita,
no desfiladeiro, deita.
CORO
A Guerra em Cocorobó
vai ser de fazer dó !
A Guerra em Cocorobó
vai ser de fazer dó !
SOLO
Várzea desimpedida e vasta
plano do cineasta.
CINEASTA
Quem trilha do litoral para o ocidente,
o mesmo gosto sente:
de maneira idêntica incide
na bifurcação que divide,
à esquerda, ou à direita
até chegar à outra espreita
se metendo por uma vereda dessa,
atravessa.
Segue dali miúdo
por qualquer das bordas do rio,
de frente sem desvio.
Árido Movie !
Chego em Canudos.
CORTA !
Camila Mota
TOMADA DAS TRINCHEIRAS SURPREENDER OS JAGUNÇOS
ESTEVÃO E JAGUNÇOS
Ah ! Essa não ia morrer sem
acontecer…
Pela primeira vez,
temos que reconhecer,
nos deixamos surpreender !
E somos bestas de ficar esperando ?
Adiante, deslizaaaaaaaaan-do,
olha o falso negaceio,
olha o recuo feio.
CARLOS TELLES DA 4ª
Por essa ladeira empinada
crespa de tropeços e ciladas,
Lance de Operetas,
nos libretos das baionetas !
CORO LANCEIRO
A hora sorri para nós lanceiros,
a guerra vêm nesse transe terreiro !
Nesses pampas, cheios de valos
em carreiras baixem, cavalos !
FUGA DE BAQUE
ESTEVÃO E JAGUNÇOS
Não é recuo não
44
é fuga de baque,
solta o cão,
ió craque !
JAGUNÇOS
Mas nós juramos defender o Portal
chumbados até o final.
ESTEVÃO
É um Batalhão talentoso
usou nosso teato surpreendoso.
JAGUNÇOS
Surpreendoso !
ESTEVÃO
Já ganhou
JAGUNÇOS
já ganhou, beleza
mas não na esperteza.
ESTEVÃO
Não há mais o que fazer,
abraçar armas, e correr.
3º MOVIMENTO:
2 COLUNAS JUNTAS
EXÉRCITO ACUADO NO
MORRO DA FAVELA
CORO
Oh ! Luar fulgurante,
ilumina esses pobres figurantes
pro jagunço neste instante
fazer sua pontaria.
Disparemos à toa, para os ares,
assustemos nossos pares.
No chão duro, estirados
às espingardas abraçados,
sem mais força pra nos esconder,
é mais fácil morrer.
Adriano Salhab
CONSELHERISTAS EM
CIRANDA DE CERCO
CERCANDO OCULTOS O
MORRO DA FAVELA
CORO DA CIRANDA DO CERCO
Ciranda
Ciranda anda,
Ciranda anda
na Andada da Rodada.
É Madrugada,
de São Pedro das balada.
Badalada badalada do Cerco dos
bailões
na nossa casa - os sertões.
São Pedro Xangô
o Inimigo cortou !
São Pedro Xangô
o Inimigo cortou !
Inferno eterno alarma
de quem invade é o Karma,
Ataque e mais ataque
O Iraque bebe o Araque
Ataque e mais ataque
O Iraque bebe o Araque
Go Hóme(m) Go hóme(m)
Some com os Home(m)
Go Hóme(m) Go hóme(m)
>>
Some com os Home(m)
Os Hóme(m) não podem ir nem ficar
São Pedro cóme, vem comer morar.
Os Hóme(m) não podem ir nem ficar
São Pedro cóme, vem comer morar.
MAXOTAURO DE SEIS MIL
ESTÔMAGOS
CABO VIADO CORIFEU MAXOTAURO
Machotauro!
CORO MAXOTAURO
MachoTauro.
CORIFÉIA LÍRICA MAXOTAURO
Gado caçado
CORO MAXOTAURO
insuficiente.
CABO VIADO CORIFEU MAXOTAURO
Seis mil estômagos
CORO MAXOTAURO
Fome de Dinossauro
AAAHHH!
CANUDOS OLHADO DA
FAVELA - MINARETES
SOLDADOS CURIOSOS
1, 2, 3, 5 mil casas !
20 mil almas em brasas.
Corda ondulante de serras desertas,
povoados invisíveis de alcaidas
incertas.
SOLO
Olha lá ! Aquela coisa já está fugindo.
TENENTE PIRES FERREIRA VIDENTE CEGO
É Maomé, Osama, ou Conselheiro
Abbas ?
Mundo antigo reincarna no Oriente do
Sertão…
CORO
Retornam em Canudos das Favelas
do Morro do Alemão !
Sylvia Prado
SOLO
Não, são Mulheres do Hamas !
CANTOS DE MÂNTRICA ÁRABE JUDAICA
SERTANEJA
1 - CANTO ISRAELENSE
2 - CANTO PALESTINO
3 - CANTO DA AVE MARIA
CANTO SERTANEJO PALESTINO ISRAELENSE
Foi um recanto da Iduméia,
Antiga Eterna Palestina, a véia…
Hoje é Israel, estrela solitária,
na paragem médio-oriental lendária
à margem do deserto sem horto,
do Jordão, do Mar Morto,
do Sertão Brasil
do Vaza Barril.
SOLDADOS
É uma evocação sem rédeas !
A terra aqui se paramenta pra idênticas tragédias !
Mar estéril pra sempre pelas
maldições dos profetas !
Ainda protestas ?
SERTANEJO(A)S (em grito de Guerra)
Mar Vermélha!
SOLDADOS
O Mar Vermélha
Arraial compacto, cidade Evangelha !
TENENTE PIRES FERREIRA VIDENTE CEGO
CIDADES CERCADAS
CORO
Ah ! Os cercos lendários das idades
das arcaicas cidades,
SOLO
Fuenteovejuna,
SOLO
Sodoma,
SOLO
Gomorra,
SOLO
Havana,
CARLOS TELLES
Bagé
CORO
bem lembrado,
SOLO
Leningrado.
CORO
A Retirada. A retirada do Sertão!
4º MOVIMENTO:
O ASSALTO DE 14 DE JULHO
O ASSALTO - DIA 14 MARSELHESA
CORO
Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchons, marchons !
Qu’un sang impur
Abreuve nos sillons !
5º MOVIMENTO:
GOLFADA DE SANGUE
PAJEÚ DÁ ULTIMATO
PARA A TROPA
PAJEÚ
Tropa ! Tão Cercado
por dois bando
da minha banda.
Deixa todas arma, munição, o garoto
e se Manda !
O General das Banda Comanda!
OUTRA BANDA DO GENERAL DAS BANDA
Tropa, Chegou por outra banda
a outra banda
do General das banda.
Te Manda!
ENTERRO DE PAJEÚ
MANDRÁGORAS, JAGUNÇOS E
NINFAS SERTANEJAS
“Deus Morreu !”
Vamos Bailar o Bailado do deus Morto
Aih !… Aih !… Aih !… Aih !… Deus
Morreu !
DEUSA BATERIA
FAZ DA TRISTEZA ALEGRIA
VAI TAM TAM
(invocando a Cuíca)
CUÍCA! CUIÍCA
IAh… IAh !… IAh !… o Deus Morreu!
JAGUNÇOS
>>
47
Vomitados pra fora do acampamento
nesta onda, pra estrada da vida
da morte que ronda.
HOSPITAL DE SANGUE
NA ESTRADA
Pu Ti Bum
MANDRÁGORAS
Twig Twig
JAGUNÇOS
Pu Ti Bum
MANDRÁGORAS
Twig Twig
TRIUNFO PELO TELÉGRAFO CORAL SINFÔNICO
CORAL SINFÔNICO
VITÓRIA VITÓRIA PAJEÚ, O DEUS, MORREU !
COMEÇA OUTRA ERA DE DEUS
MAXOTAURO RENASCEU
MONARQUIA, FOI-SE EMBORA O SEU BIN
LADEN
48
NÃO SE ENFADEM !
ESTÁ MORTO ESTÁ MORTO ESTÁ MORTO,
CH NEGRO NÚ, GENERAL DA BANDA PAJEÚ
GENERAL ARTHUR OSCAR DECLAROU:
BANDIDOS ENCURRALADOS,
A INSURREIÇÃO FRACASSOU.
A VITÓRIA DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA É
TOTAL
DENTRO DE DOIS DIAS ESTARÁ EM NOSSAS
MÃOS O ARRAIAL
GOLFADAS DE SANGUE DO
VULCÃO DO HOSPITAL DE SANGUE
CORO DA GOLFADA
Golfada de sangue hedionda,
estronda,
CORO DOS FERIDOS GOLFADOS
Coadjuvantes !
Trazemos sangria quente nunca vista
antes.
Sangue repelido
em golfadas derramando,
inúmeros bandos,
pra rota!
Sem ordem, sem nota.
SOLO
10 horas. Nesta manhã plana,
estacionemos, caravana!
CORO DOS FERIDOS GOLFADOS QUE
QUEREM PARAM
Anunciemos inertes o fim,
pra onde tudo converte.
CORO DOS GOLFADOS
Unidos saídos, todos éramos um,
distendemo-nos agora pelos caminhos,
CORO PEQUENO
em pequenos grupos,
SOLO
sozinhos.
CORO DOS FERIDOS GOLFADOS QUE
ANDAM E CORO DOS FERIDOS
GOLFADOS QUE PARAM SEDENTOS
Nós, aguilhoados pela sede,
nas águas das terras
viradas parede
chupamos cardos
llenos de espinos, estranhos vinhos.
Deslembramos do inimigo,
ferocidade de jagunço é até de
amigo,
diante da Terra Mãe
secada até o umbigo.
Aqui está a mesma trilha
um mês antes percorrida.
Tontos, irradiando 4 mil baionetas,
ao som das heróicas trombetas
no ritmo das cargas, febricitantes…
O depois …
é sempre o contrário do antes.,
BOOOOOOMMMM-TZHATZAHTZHA
LOOPING ESTRANHOS
FRUTOS DO ANGICO
SOLO
Agnus dei !
CORO DOS FERIDOS
Replay
um icto do Indo,
um icto do Vindo
Revindo
Noutro Retorno
E o tempo consumindo,
brancas ossadas, debruadas
gêmeas enfileiradas
natureza morta apodrecendo
aparecendo…
CORO DA GOLFADA
Martírio Secular da Terra
Um carnaval de verdade
Hospitaleira inamizade
Jardim Brutalidade
>>
49
O RANCHO FUNDO
CHORADEIRA PRA OXUM
Chora, chora, choradeira
nessa hora derradeira
chama Oxum.
Uma de muitos uns
soma tuas águas
às de cada um
às dos olhos, afogados nas mágoas
ZABANEIRA
às debaixo da minha anágua.
CHORADEIRA PRA OXUM
Lágrimas rolem inteiras!
Em cachoeiras!
Poça contaminada, vira
lagoa desta montanha sagrada.
ORITODOVALE
CORO DOS FERIDOS GOLFADOS QUE PARAM
Nós ficamos quietos,
à sombra dos arbustos abjetos
de fadigas sucumbidos
até o fim de todos os sentidos,
estivando…
ALFERES WANDERLEY
Depois dos primeiros passos,
Senhor dos Passos, começo a fraquejar…
CORO DOS FERIDOS GOLFADOS
A fraqueza é humana
vai experimentar o seu final
ZABANEIRA
Alferes Wanderley, você agora é mais.
CORO DOS FERIDOS GOLFADOS
É um sinal.
50
ALFERES
Meu animal fantástico,
branco zoombí,
minha montada, fique aqui.
LOTTE LENYA
Nimm’ meine Bibel, die sich Fatzer
nennt,
lies sie wie eine letzte salbung.
einige geschriebene Fragmente,
ueber ein und dieselbe Emotion.
Tome minha Bíblia, chama-se Fatzer.
Leia como extrema-unção.
Alguns fragmentos escritos, sob a
mesma emoção.
ALFERES WANDERLEY
Não vou mais sair do chão
nossa causa perdida, faltou precisão.
Tem que ser organizada,
não como os que no alto estão falando de barriga cheia,
em vão…
Alguma coisa vai se perder na areia
porque nós fazemos tudo na vida
para nos perdermos na areia…
Um Corpo, o que é afinal?
CORO DOS FERIDOS GOLFADOS
Quatro baldes de água, um
pacote de sal.
ALFERES WANDERLEY
Não há mais vencidos
só vencedores.
A derrota está conquistada.
O derrotado, da sabedoria,
não tem escapada.
Sigo Fundo e estivo
deixem-me ficar exausto e vivo
nas curvas do caminho nesta qui-
xabeira.
Ninguém vai dar por minha falta, nem
você Zabaneira.
Meu palpite é feliz
você logo vai me respirar,
na poeira, que cheira a vida inteira,
quando os ventos baterem, no teu
nariz.
CORO GERAL PROTAGONISTAS
HUMANOS VEGETAIS MINERAIS
AÉREOS TERRESTRES, EM
ESTADO DE ESTIVA
Dias, semanas, meses sucessivos,
viandantes passando vivos,
nos vêem na mesma postura:
nossa carcaça dura
no brilho, o braço direito arqueandose à fronte
resguardando do sol que toma o
horizonte.
Combatentes fatigados aparentando
estar descansando…
Morte pungente
imobilizamos em vida latente
Não nos decompomos, como toda
gente
A atmosfera ressequida, ardente
nossos corpos conserva,
murchamos, apenas,
enrugando a pele, exaurindo reservas.
À margem dos caminhos
permanecemos…
longo tempo
o corpo a morte vivendo
até o suave momento, do
desabamento…
CORO GERAL
Esperamos
Estivamos…
ÁRVORES
Árvores esturricadas.
CORO GERAL
Esperamos
Estivamos…
AVES
Aves caídas mortas dos ares
estagnados, o vôo dos ventos
continuam cancelados.
CORO GERAL
Esperamos
Estivamos…
>>
GADO
51
2 ATO
0
Rêses caídas,
manadas de cera,
como em feira
exibidas
CORO GERAL
Esperamos
Estivamos…
SUÇUARANA
Suçuarana, garra dianteira no chão
fincada
em salto paralisada
o pescoço alongado,
procurando um líquido
…já secado.
CORO GERAL
Cacimba extinta,
TERRA - CACIMBA EXTINTA
Mas o ponto, o ponto …sinta
CORO GERAL
Sem que os vermes nos alterem os
tecidos,
Retornamos aos elos perdidos…
ANIMAL FANTÁSTICO
Agora, passam
rajadas ásperas e finas,
agitando ondulantes minhas longas
crinas…
ALFERES WANDERLEY
Sem decomposição repugnante,
numa exaustão imperceptível,
começo a volver ao turbilhão da vida.
CORO GERAL MAIS CAVALO E
ALFERES WANDERLEY
É agora: o ponto.
As águas, o vento,
no tempo
nos desabam: pronto.
52
Aury Porto
EUCLIDES EM CANUDOS
7º MOVIMENTO: BAHIA
CANTO DE RECEPÇÃO A
TODOS OS SANTOS
(Formando uma Bahia de Santos Católicos)
CORO DE TODOS OS SANTOS
Saravá !
Nós, todos os Santos bendizemos São
São Paulo !
Pela primeira vez nesta Missão,
Santo Irmão !
Vem Santa Amazonia !
Vem São Pará !
3. 000 mortais
300 Oficiais, Imortais.
BAHIA EULÂMPIA
Comandante de Brigada General Carlos
Eugenio de Andrade Guimarães
do General Arthur Oscar Irmão, eu, mãe
das mães…
audazes
- ardente o lábio de terríveis frases,
e a luz do gênio em seu fulgor
surgindo…
A tirania estremeceu nas bases,
de um rei na fronte escorreu, ferindo,
um suor de morte
e um terror infindo gelou o seio aos
cortezãos sequazes
Uma alma nova ergueu-se em
cada peito,
brotou em cada um, uma esperança,
de um sono acordou, o firme, o Direito
e a Europa - o mundo
– mais que o mundo, a França
– sentiu numa hora sob verbo seu
as comoções que em séculos
não sofreu !…
INTRODUÇÃO FORTE DO TRENZINHO CAIPIRA PARA QUEIMADAS
CORO DE TODOS OS SANTOS
…de Santo Irmão pra Irmão
Bem-vinda Santa, Redentora Divisão
Salvadora !
RECEPÇÃO NO PORTO
UMA JOVEM DA ARISTOCRACIA REPUBLICANA
De Euclides da Cunha, aos 16 anos,
à Saint Just !
Quando a tribuna a ele se ergueu,
rugindo, ao forte impulso das paixões
CORO VILLA-LOBOS DA DIVISÃO SALVADORA
Terra estranha
Outros hábitos
Outros quadros
Outra gente
Outro povo
Outra língua
Me sinto fora do Brasil.
Pátria nós teus filhos
armados até os dentes,
buscando nossa Terra
>>
53
ao sons da nossa nova guerra
despedaçando
tuas montanhas
escacarando
tuas entranhas.
desmatando
queimando, queimadas
queimadas, queimando
queimadas queimadas…
Queimadas.
PALIMPSESTOS ULTRAJANTES
SHOTE-REGGAE DA ENGRENAGEM
ORGÂNICA DOS COMBOIOS DOS
BURROS, NA RODA DA FORTUNA
CIRANDANDO A GUERRA
G(R)AN(H)A ENERGIA TUDO VAI SE
TRANSFORMANDO
arrancadas das bundas.
Poesia de Banheiro,
Glória, do mundo inteiro!
Memórias, brasileiros
gravadas nos imundos banheiros,
são Pauta da Ação
de direção, de produção.
CORO
3 BRUXAS ZABANEIRAS FAZEM
PROFECIAS AOS SOLDADOS
FERIDOS OU NÃO, DIANTE DAS
CHUVAS DE NOVEMBRO E DO
MARECHAL BITTENCOURT
COROS EM VÁRIOS RITMOS PALIMPSESTOS
Grafia bronca,
colhe em flagrante
o sentir deste instante
Nos palimpsestos ultrajantes !
SOLO
Nas capelas: telas, amurados
descarreguemos nossos pecados.
Literatura bronca de soldado.
Tatuar o que vier na veneta,
à carvão, à baioneta !
Tatuar o que vier na veneta,
à carvão, à baioneta !
Blasfêmias fulminantes,
brados retumbantes !
Onda escura de rancores,
retidos amores.
Trocadilhos ferinos,
enrustidos libertinos.
Chora, tatua teus muros
e entra nas casas, faz furos.
Chora, tatua teus muros
e entra nas casas, faz furos.
Pornografias fundas,
54
3 BRUXAS
Aqui na Zona até novembro
vem a estação torrencial
o Vaza-Barris intumesce feito um pau.
Aí piora !
Ah Piora !
Torrentes se extinguirão
em ardentíssima combustão.
Na deshora chegada
cada lagoa chorada
vai destilar febre
reproduzindo feito lebre
germens dos infernos vindos,
infinitas crias em cada ponto
basta um raio de sol e pronto:
vão cair, sobre a tropa, miasmas,
dos bichos em festa fantasmas,
Em novembro dos escorpiões,
não mais restarão nem batalhões nem
sertões.
MARECHAL BITTENCOURT
Até Novembro
não haverá de jagunço
Félix Oliveira
cabeça, corpo ou membro
nem ciganas,
Microbianas.
AS 3 ZABANEIRAS
Podes escapar do Inverno
Mas não do desejo do Inferno
Intendente
rima com acidente.
Vai buscar Cabeção
a Cabeça do Conselheiro na tua mão,
a tua tambem cairá
teu sangue vai rolar terno,
por todo claro do vosso terno.
Estás fadado
serás derrotado por bem ou por mal.
Dentro do barril de cachaça
a Cabeça do Conselheiro com a tua,
juntas clamam: Desgraça!
Agora a guerra se larga,
Valentes, troquemos pelos burros de
carga
Cavalos de força: quilowatts
herói militar, vates,
todos desempregados,
o arremesso das brigadas,
só precisa, de bestas disciplinadas:
Entrem na nova cena. sem urros,
Viva os burros !
Viva os Burros !
8º MOVIMENTO: CANUDOS BODES
BACOS - DE 24 DE AGOSTO À 7
DE SETEMBRO
CANUDOS BODES BACOS 24 DE AGOSTO
EM CANUDOS OCUPADO,
NA ÁREA DA IGREJA VELHA,
ONDE SE FAZ A GIRA DE COROAR
O BODE JOÃO DE GOYA ABADE
DEMÔNIO BATUQUE
CORO
Ditirambo !
ZABANEIRA
24 de agosto,
o Diabo tá solto !
>>
55
Ou você muda ou vira encosto !
João Abade !
Por Amor ao Diabo,
e ao Abade do Rabo,
Canta a Tragédia
o canto do Bode !
Fúria ! Fura, Bacante
Canta o bode Berrante !
Bale badalo de Sino de cabra,
Grita: Abracadabra !
CORIFEU
IÓ ! PÃ !
CORO
IÓ ! Francisco Rio São !
Vinha da Ira Vaza o Sertão !
Baixa Vinho, deus da Atuação !
Vamos coroar nesta Ode
o nosso grande bode !
João Abade, orgya
Coroe-se e comande a folía!
10º MOVIMENTO:
TRIBUNAL INTERNACIONAL
NA IGREJA VELHA O SINO VAI
CAINDO E ROLANDO
EUCLIDES NA SUA BARRACA
PRÓXIMA ÀS CONVERSAS DE
ROTINA QUE ELE OUVIA ENQUANTO FUMAVA E BEBIA
CORO
Timóteo, abraça
Sino, arruaça !
Chama Multidão !
Vem Possessão
insistente,
vem, Dionisio Combatente
EUCLIDES DA CUNHA
Rodolfo Dias Paes - Dipa
CONSELHEIRO SILENO
Diabo! Deus do Hoje,
do teu Umbigo !
Castiga,
Brinda o Inimigo !
No Terreiro que arde
todos de Fogo
no Fogo da tarde !
CORO
Vaza Barril
Vaza Vinho do Brazyl !
Mel Vermelho !
Mel Vermelho !
FUNERAIS DE JOÃO ABADE
MANDRÁGORAS BACANTES
João Abade ! ! ! Foi despedaçado !
Tomba um Sonho rasgado.
BODE JOÃO
Reconstrói outro dos pedaços encontrados.
João Diabo
Conselheiro
me fez Padre
me chamou
de João Abade.
CORO DE MANDRÁGORAS
56
A Batalha decisiva vai matar !
O vitorioso em meu eu Republicano, vai
chegar
meu bardo acobardado minha cabeça,
trança, febril, desenlança !
Édipo sabe, Euclides !
Olha !
Vê ! Tira o lacre,
É o nosso próprio Massacre !
Ai de mim ! Ai de mim ! Édipo !
Tira as mãos dos olhos, vê anota
Escreve, diz: Não arrego
Deixa de ser cego
Ai de mim ! Ai de mim ! Édipo !
Trêmulo transtornado,
Pega já tua caderneta, nefando !
Vê tua amada amando Dilermando !
Vê a República a Terra massacrando !
“TRIBUNAL INTERNACIONAL
PARA OS CRIMES DAS
NACIONALIDADES CONTRA A
HUMANIDADE EUCLIDES DA
CUNHA”
PRISIONEIROS CRIANCINHAS
CHEGANDO DESFILANDO COMO
NUMA PASSARELA DE MODA
ANDRAJOSA
CANÇÃO DAS DESGRAÇAS DAS CRIANCINHAS
Somos as crianças dessa terra
Somos as sobras dessa Guerra
Somos os frutos da mãe terra
Somos os restos de toda Guerra
e só temos pra mostrar ao mundo
esse desfile “fashion” do tipo imundo
Não pedimos pra nascer
não pedimos pra nascer
não pedimos pra nascer
mas também não queremos morrer
CRIANÇAS
Risada aberta…
Rí em cheio
Um tiro me acerta
Me cala no meio.
DE ORANGOTANGO A TITÃ:
ANJO NEGRO
CORO DO TRIBUNAL
Anjo Negro Zumbi,
dos raros puros daqui.
ANJO NEGRO
Na presença asquerosa
do general João da Silva Barbosa
Num recontro fui colhido,
>>
Freddy Allan
empurrado, arfando, exausto, vencido.
Sou assim: espigado, seco, exato.
Desfibrada delato
o rigor da fome e do combate.
A magreza me estica encurvado num
baque.
A grenha, crescida,
afoga minha cara fugida,
Cambaleio,
cambaleio claudicante, sem freio,
nariz chato, lábios grossos,
dentes, esmaltados colóssos,
olhos pequeninos,
vivos,
luzindo cristalinos,
das minhas órbitas profundas
de macaco
meus braços oscilam como um Gorila
de fato.
Deus me acuda
Deus me acuda
agrava mais a semelhança, minha
carranca carrancuda.
CORO
fronte,
e alcança a nobreza da África Fonte.
RELATOR DOS DIREITOS HUMANOS
Coração de Mãe !
Desse arcabouço repugnante,
num instante
despontam linhas terrivelmente
esculturais,
plástica estupenda, o mais que o mais !
Um primor de estatuária, tudo que se
ama,
modelado em lama !
ANJO NEGRO
ANJO NEGRO
Little tyrant ! Take it Easy !
Envergadura abatida
apruma vertical rígida,
atitude cheia da graça
singularmente altiva da raça.
Ombros retraídos
relaxem, distraídos,
minha cabeça firma,
gira, me confirma.
Dilata, meu peito, dança
meu olhar, num lampejo ilumina-me a
Oh ! Stop baby !
Ok, ajeito esse troço.
Parto antes, Antonio Xamã
eu, velha estátua de Titã
há cinco séculos soterrada
agora desenterrada,
na imensa Canudos arruinada,
Ismael, escrivão, o eterno Arcanjo:
Negro Anjo,
Negro,
Anjo Negro.
GENERAL JOÃO BARBOSA
58
UMA PÁGINA DE PROTESTO
A VELHINHA, AS CRIANÇAS
E O PALHAÇO
DUPLA: DUAS MOCINHA
ENGATINHA
“Duas Mocinha que engatinha”
Sombra da vóinha que acende sua
luzinha.
Dançarina do perigo
do amigo e do inimigo,
Joga Luz com seus esforço
na sombra Impertinente escondida dos
Remorso…
Se nóis não come,
nóis chorá de fome
De pé nós mais não anda,
Então criamo essa ciranda:
“Duas Mocinha que engatinha”
Sombra da vóinha que acende sua
luzinha.
Mas que entre os deslumbramentos do
futuro caia,
brutalmente violenta, sombria,
esta página sem brilhos,
implacável e revolta, sem altitude,
porque a deprime o assunto
porque é um grito de protesto,
caia sombria,
porque reflete uma nódoa,
sombria
esta página sem brilhos,
sombria
implacável e revolta,
sombria
porque a deprime o assunto
sombria
porque é um grito de protesto.
11º MOVIMENTO:
EMBAIXADA AO CÉU
EMBAIXADA AO CÉU NO
CAMAROTE DO ANFITEATRO
CORO DA TROPA
Resta apenas, antes das extremas
unções, o quadrante norte pros fujões:
as veredas do Uauá e Várzea da Ema.
A ação rápida dos ventos do tempo
nos guia, pra última Cena.
GENERAIS ARTHUR OSCAR E BARBOSA
Ninguém acreditava, a batalha já foi
ganha abra-se para o começo do fim da
campanha.
>>
59
ARRAIAL
FERIDOS ABATIDOS - 3 CEGUINHAS
Nós, ceguinha forte, já decidimo todas
por um:
se devotamo ao compreto jejum,
em pró dos que pode lutar e nos
defender,
não vamo deixar vocês,
pois nóis vai vencer.
TODOS LUTADORES VIVOS E ANJOS
Não saiam de perto de nós.
Não vamos ficar sós.
ARRAIAL
PARTIDA DE VILA NOVA
Pedro Epifânio
3 CEGUINHAS
Norberto tem qualidade é esperto.
O Último Cariri ! Aqui tão perto ? !
TODOS
Vem Alegria da Dor Feroz.
Vem Miséria, abatimento, magreza, falta
de voz.
Vem dias de angústia, suportamo a crueldade
diante da porta aberta pra liberdade.
NAVE VIAJEIRA
CONSELHEIRO
Mariano Mattos Martins
60
Adeus aves, adeus árvores, adeus campos, adeus bichos, adeus a todos vós
aceito minha despedida pelas gratas
recomendações que ao deus levo em
minha voz,
jamais se apagará da lembrança deste
viajante,
o desejo ardente de amor desmassacrante
do nosso afeto comum,
esteja no nosso eterno retorno em todos
e em cada um.
toca bigorna
o eterno retorno.
Os massacres estão massacrados.
Todos amantes! Todos Amados !
12º MOVIMENTO: ÚLTIMOS DIAS
BEATINHO MANDRÁGORAS SERTANEJOS
Ninho
Sepultura,
Nave Viajeira
Debaixo da Pedra
Tem Mar
Plantio Entorno
Eterno retorno.
MACHA ANA
Antonio nosso Irmão,
esperanças vem e vão ?
Milhares adoraram a corrente de ouro
em torno de um Carvalho,
a bigorna bicorneada do deus touro
erguendo esse trabalho.
Custou tanta Luta
Alegria Sofrimento disputa
cumpram-se os destinos
destes Sinos ?
De repente caíram, quebraram.
Requebrararm…
Derreta-se esse chumbo
já derretido de um canhão
foi taça, vira bigorna
forja agora
o país de fora
no
de dentro,
sertão.
O divino corno
O LAGO E O CERCO DAS ÁGUAS
TITÃS CONTRA MORIBUNDOS
SOLDADOS
Ipueira esgotada!
Jóia estragada…
CORO SEDENTO
Ipueira esgotada!
Jóia estragada…
SOLDADOS
Seguranças armados
saciados,
fazemos cercado
CORO SEDENTO
à nossa sede de fissurados !
Sem mais Oxuns,
lamaceiros imundos
nem Nanãs Burucús
SOLDADOS
fosfatos intoxicados
CORO SEDENTO
intóxicados
SOLDADOS E CORO SEDENTO
dos cadáveres insepultados
água salobra apodrecida
estrela sedutora no mangue fedida
CORO SEDENTO
preste ou não preste
traga ou não peste,
te queremos
>>
61
nos drenos
dos teus atômicos venenos
ou de sêde,
de sede
morreremos.
GLÓRIA AO INFERNO DE WALL
STREET
CORO GRAVADO
SS, GLOBAL’s Forgery
Fraude é o clamor da nação !
Não entendemos odes
Railroads, holdings
Os círculos de Dante
retomamos, antes do antes !
Muralha de Wall Street
Círculos do Inferno Beats.
Marketing, Subiu a Ação!
Santuário no Chão
estrelas atuais
virtuais
em Exposição
da Decomposição !
13º MOVIMENTO:
UM BRASIL OLHA O OUTRO
ENTREGA
CORO DOS CORPOS FERIDOS
FECUNDADORES
Batuta biruta
oscila,
vacila
no vacila do não vacila.
Dança carcaça
passo fracassa
e logo renasça !
Tente
metrônomo indolente
isocronamente
tente:
Tente
metrônomo indolente
isocronamente
tente:
Olhos nos olhos
que não olham
e nos que olham,
Olhos nos olhos
que não olham
e nos que olham,
no passo da batuta cadente
afoxé permanente
vivendo morrendo
no vai não vai
do tempo sai
mas não sai
mas não sai
vai não vai
mas vai
Vai vai
Vai !
Atrasados mancando na historia
no compasso glorioso dos
sem glória!
BEATINHO
Alento !
Tatuando o momento
além do nosso tempo,
último sacrifício sem dor,
à nossa crença de amor.
Retorno, depois retorno
ao passado transtorno
no nosso futuro presente
crescente
no ar que aqui agora se sente.
Da sagração do delírio,
ao desejo de gozar o martírio
ardente aniquilaçao
eterno retornado
finado
em iniciação.
UM BRASIL OLHA O OUTRO
TROPA
Zé de Paiva
Nem um rosto viril, porque nos alarma ?
Nem um braço capaz de suspender
uma arma !
Assalto massacrante !
O mais torturante
legião desarmada, mutilada,
faminta claudicante !
Custa admitir até pra um demagogo !
São estes ? ! Os mesmos guerreiros das
trincheiras de fogo ?
Gente inútil, numerosa,
frágil, pavorosa,
dos casebres habitados
três meses bombardeados.
Rostos baços,
desejos de abraços,
sujos arcabouços,
cuspidos dos fossos
Ai !
A vitória tão longamente apetecida
decai,
se esvai.
Repugna este triunfo.
>>
Envergonha, o trunfo!
63
Movimento Bixigão
Contra-producente compensação,
gastos luxuosos de combates, em vão,
reveses de milhares de vidas,
pro apresamento dessa caqueirada
humana
que não ufana
entre trágica e imunda,
os olhos nos nossos olhos afunda!
EPÍLOGO
SERESTANDO
CORO
Danilo Tomic
tão amados,
caboclos persistentes
valseios permanentes.
Ah! Sertão
Tão sem ser
Sertão
Rocha Viva
Voando ando
Ser estando, ser estando…
Serestando…
Tão sem Ser…
EUCLIDES
EUCLIDES
CORO
O sertão pisei
e encontrei
fundamento sem fundamento
e escorreguei,
então valsei…
Rocha viva brazyleira
mestiçeira resistente
retornando sempre.
Material dos ventos ventre,
saudade do futuro-passado,
no presente
subsolo vazando o desejo
serestando sertanejo
despedaçando cada pedaço
juntando novo, no novo abraço.
Ah! Sertão
Tão sem ser
Sertão
Rocha Viva
Voando, ando
Ser estando, ser estando…
Serestando…Tão sem ser…
CORO
Muitas gentes,
ocidentes, orientes
sul e nortes,
devorando mortes,
desmassacrados,
64
Ao som dos tambores da oficina do Caçapava, venho dizer essas palavras.
Mais do que ensinar a tocar um instrumento, uma música, subir na
estrutura, uma dança, uma fala e qualquer outra coisa, é saber que
podemos o que queremos. Não somos obrigados a termos um emprego
e sim um trabalho. Aí começa o desmassacre.
Amizade + responsabilidade + caráter + profissionalismo = PAIXÃO
Optar por uma forma de trabalho libertária requer um esforço imenso.
O amor e a paixão têm que estar em primeiro lugar. Estimular a pulsão
teatral talvez seja nosso objetivo, mas mais importante que isso, de tornálos atores ou não, é mostrar que toda experiência tem que ser vivida em
toda sua plenitude. Essas crianças estão experimentando isso, parindo os
sertões, o samba, um filho, um beijo........
Zé de Paiva
Removendo
a nacionalidade,
a personalidade,
a superfície,
rocha surge nua
frágil pedra
onde a alma viva medra…
65
A L U TA - PA RT E I I
D O S D E S - MA S SA C R E A O R E I N I C I O
Direção José Celso Martinez Corrêa
Conselheira Catherine Hirsh
Assistência de Direção Camila Mota
Dramaturgia José Celso Martinez Corrêa, a partir de
“Os Sertões” de Euclides da Cunha
Realização Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona
FICHA TÉCNICA
ATUADORES
Adão Filho coro do exército; coro do
5º de polícia bahiana; sertanejo abdias;
cabeleireiro rubens; coro da divisão
salvadora – sargento ajudante
Adriano Salhab cabo bofe baixista; baracho
cirandeiro do cerco; cego salustiano pedinte
violeiro; suçuarana; manuel benício dos
santos do “jornal do comércio de
pernambuco”; ceguinho haderaldo
rabequeiro da dançarina euá
André Santana Lagartixa soldado agrado;
jagunço serelepe; coro dos feridos da golfada
de sangue – ferido manco; coro geral dos
seres em estado de estiva
Anna Guilhermina vedete buceturna das
coristas dos céus; bahiana; zabaneira
vidente rabdomante mata-hari; enfermeira
morfina; coro das tropas diamantis de
aquiles; cunanã; mãe do cerco; coro dos
minaretes – cantora judia; zabaneira sagrada do rancho fundo; lanceira de 6ª brigada
da 2ª coluna; yemanjá/ofélia; órgão; bruxa
zabaneira; copeira boa do resort de monte
santo; bacante; mandrágora; zabaneira do
66
science; adorável mocinha mórbida com a
vovó; santa; zabaneira grávida entregue nãorendida ferida fecundadora – judia de
canudos
Aury Porto – cavalo; coro do 5º de polícia
bahiana – soldado viado de dolmã europeu;
coro das tropas diamantis de aquiles; joão
abade; cocorobó; marechal carlos machado
de bittencourt; o bode; arcanjo joão abade
Camila Mota cabo stanislavski do 25º bi rs;
a noite; lanceira da 5ª brigada da 2ª coluna;
cabra; yemanjá/ofélia; sertaneja parteira
do cerco; timótheo sineiro; coro dos feridos
da golfada de sangue; coro geral dos seres
em estado de estiva; órgão; declamadora
soteropolitana isadora/jovem da aristocracia
republicana; coreuta dos palimpsestos
ultrajantes; arcanjo timótheo; amásia de
science; grávida entregue não-rendida
ferida fecundadora
Daniel Camilo alferes duque estrada
artilheiro da maravilha do amor, a 32;
capitão martiniano de oliveira; soldado
estirador da linha negra da trincheira 7 de
setembro; coro da divisão salvadora paulista
>>
Danilo Tomic tenente coronel siqueira de
meneses; coro do 5º de polícia bahiana; coro
das tropas diamantis de aquiles; coro das
rochas de cocorobó; major cunha matos;
sertanejo; coro dos feridos da golfada de
sangue; coro geral dos seres em estado de
estiva; xangô; jornalista lélis piedade do
“jornal da bahia”; antônio vila nova
Elenildo de Moura Uga coro dos empasteladores da rua do ouvidor; assistente do
engenheiro da maravilha do amor, a 32;
jagunço; ossada do angico; coro quadrilheiro
de aracajú; coro das rochas; coro geral dos
seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando
como numa passarela de moda andrajosa;
coro da vassourada; coro do apocalipse do
phogo da rosácea de entulhos no centro da
pista; coro das crianças entregues não–rendidas feridas fecundadoras;
Félix Oliveira coronel joaquim manoel de
medeiros, comandante da 1ª brigada da 1ª
coluna; coro das rochas de cocorobó; jagunço
vaqueiro vídeo-maker; espectro do coronel
tamarindo; coro geral dos seres em estado
de estiva; general carlos eugênio de andrade
guimarães
Fernando Coimbra representante da
corporocracia do governo civil; dilermando
de assis; monge do rito do vale; fantasma do
major henrique severino do 25º bi rs
Fioravante Almeida terrorista homembomba; major vieira pacheco frutuoso
mendes artilheiro da maravilha do amor, a
32; sertanejo pombeiro do exército; coro das
rochas de cocorobó; ossada do angico; elvis
josé sidney science; norberto cariri
Francisco Rodrigues Rato coro dos
empasteladores da rua do ouvidor; soldado
da 1º coluna; boi; lanceiro da 5º brigada da
2ª coluna; macambira júnior; ferido sem
atestado médico; coro das desgraças das
criancinhas; jagunço capoeirista
Fransérgio Araújo general arthur oscar de
andrade guimarães; estevão morrison;
monge do rito do vale
Freddy Allan tenente pires ferreira do
9ª biba; lanceiro fujyiama da 4ª brigada da
2ª coluna; soldado do ccc; coro dos feridos
da golfada de sangue; coro geral dos seres >>
67
em estado de estiva; burro; cabo de
esquadra coração de mãe
Gabriel Fernandes fotógrafo flávio
de barros
Guilherme Calzavara cabo corneteiro viado;
coro do 5º de polícia bahiana; coro das
tropas diamantis de aquiles; deusa sol;
cabuadá da 2ª coluna; coro das rochas de
cocorobó; cabo viado ferido do coro da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; oficial discursador do palanque
da nomeação do marechal bittencourt; coro
da divisão salvadora paulista – mano fruslay; cabo pelotas; cão de fila conselheirista
da molóssia de epiro; sargento ajudante;
segurança de prudente de moraes
Haroldo Costa Ferrari cabo wanderley;
celebridade alferes wanderley; coronel
carlos maria da silva telles, comandante
da 4ª brigada da 2ª coluna; coro das rochas
de cocorobó; corifeu dos feridos da golfada
de sangue; coro geral dos seres em estado
de estiva; presidente prudente de moraes;
beatinho
Ito Alves soldado benedito; jagunço expedito
Juliane Elting corista dos céus; bahiana;
zabaneira galega hertha; enfermeira morfina;
coro das tropas diamantis de aquiles;
cunanã; zabaneira espiã de boom do filme de
amor; lanceira da 6ª brigada da 2ª coluna;
yemanjá/ofélia; coro dos minaretes – cantora
da turquia – kreuzberg; coro dos feridos da
golfada de sangue – soldado lotte lenya; coro
geral dos seres em estado de estiva; órgão;
canto do mar – sereia; iansã; bruxa
zabaneira; copeira boa do resort de monte
santo; bacante mandrágora; galega de
science; relatora dos direitos humanos da
organização das nações unidas; jagunça;
sertaneja grávida entregue não-rendida
ferida fecundadora
68
Karina Buhr corista dos céus; bahiana;
zabaneira; enfermeira morfina; coro das
tropas diamantis de aquiles; cunanã;
lanceira da 5ª brigada da 2ª coluna;
oxum/ofélia; sertaneja parteira do cerco; coro
dos minaretes – cantora ancestral de israel;
ferido do coro da golfada de sangue; coro
geral dos seres em estado de estiva; órgão;
oxumarê; bruxa zabaneira; copeira boa do
resort de monte santo; bacante; mulher do
jagunço science; ceguinha forte; sertaneja
grávida entregue não-rendida ferida
fecundadora
Luciana Domschke corista dos céus; bahiana; zabaneira; médica morfina; médica do
exército; coro das tropas diamantis de
aquiles; terra; ana da cunha, nascida assis,
esposa de euclides da cunha; oxum/ofélia;
terra rocha ilha nuclear; terra cacimba extinta; macha; terra que chora na lagoa barrenta
e contaminada; mulher de canudos entregue
não-rendida ferida fecundadora
Marcelo Drummond euclides da cunha;
monge do rito do vale
Mariana de Moraes corista dos céus;
bahiana; zabaneira; enfermeira morfina;
coro das tropas diamantis de aquiles;
cunanã; oxum/ofélia; jagunça; coro dos
minaretes – cantora palestina; coro de
feridos da golfada de sangue; coro geral dos
seres em estado de estiva; órgão; canto
do mar – sereia; iansã; coreuta dos
palimpsestos ultrajantes; mulher de branco;
bacante; mulher do jagunço science;
ceguinha forte; sertaneja grávida entregue
não-rendida ferida fecundadora
Mariano Mattos Martins – coro dos
empasteladores da rua do ouvidor – coronel
thompson flores do 7º bi ba; coro do 5º de
polícia bahiana; coro das tropas diamantis
de aquiles; câmera 2 do filme de amor; lan-
ceiro da 5ª brigada da 2ª coluna; glauber
rocha; sertanejo mouro abu al zarqawi;
alferes honorário alceu; alceu desertor; coro
dos feridos da golfada de sangue; coro geral
dos seres em estado de estiva; órgão; oxossi;
coro da divisão salvadora paulista – mano
cadete atacante; tradutor da relatora da onu;
satyro das adegas dos subterrâneos; soldado
anspeçada marcellino b. de miranda
Naomy Schölling corista dos céus; bahiana;
zabaneira; enfermeira morfina; coro das
tropas diamantis de aquiles; cunanã; lanceira da 5ª brigada da 2ª coluna;
oxum/ofélia; coro dos minaretes – cantora da
ave maria; coro dos feridos da golfada de
sangue; coro geral dos seres em estado de
estiva; soldado do palanque da nomeação do
marechal bittencourt; órgão; são francisco de
assis; órgão; canto do mar – sereia; socialite
convidada da inauguração do resort de
monte santo; bacante; mandrágora; ceguinha forte; sertaneja grávida entregue
não–rendida ferida fecundadora
Otávio Ortega capitão pereira pinto
cheguei e morri
Patrícia Aguille capitão “o homem e o
cavalo” pedreira franco; withworth 32 – a
matadeira, maravilha do amor; oxum/ofélia;
chefe do esquadrão da cavalaria da 6ª brigada da 2ª coluna; helena vaca profana; helena
da tróia de taipa
Pedro Epifânio coro dos empasteladores da
rua do ouvidor; pajeú general das banda;
coro das rochas de cocorobó; zabanera pérola
negra; suçuarana em estado de estiva
Ricardo Bittencourt bahia eulâmpia; general
menelau joão da silva barbosa leoni; general
barbosa gorila; maria antonieta
Rodolfo Dias Paes - Dipa general claudio do
amaral savaget; coro dos feridos da golfada
de sangue; coro geral dos seres em estado
de estiva; namorado da república; corifeu
dos palimpsestos ultrajantes; animador do
resort de monte santo; coro da divisão salvadora paulista; cachorro chacal; ordenançaescrivão das últimas barbaridades
Sálvio do Prado coronel campelo frança; coro
do 5º de polícia bahiana; coro das tropas diamantis de aquiles; coronel donaciano de
araújo pantoja, comandante da 6ª brigada da
2ª coluna; coro das rochas de cocorobó; coro
dos feridos da golfada de sangue; coro geral
dos seres em estado de estiva; segurança de
prudente de moraes; jornalista fávila nunes
da “gazeta de notícias” do rio de janeiro; coro
da divisão salvadora paulista; barnabé josé
de carvalho, um dos 4 últimos resistentes;
guarda-costas de prudente de moraes e do
marechal bittencourt
Samuel de Assis coronel inácio henrique
de gouveia, comandante da 2ª brigada da
1ª coluna; coro do 5º de polícia baiana; coro
das tropas diamantis de aquiles; guia
domingos jesuíno; alferes honorário alceu;
coronel julião augusto de serra martins,
comandante da 5ª brigada da 2ª coluna; coro
das rochas de cocorobó; boi jesuíno; coro de
reses do rito do vale em estado de estiva;
órgão; xangô; coronel serra martins ferido;
satyro das adegas dos subterrâneos; coro da
divisão salvadora paulista; satyro degolado;
arcanjo satyro; lagarto; jesuíno jr.
Sylvia Prado viúva porcina do cabo wanderley; bahiana; zabaneira; enfermeira morfina;
coro das tropas diamantis de aquiles;
cunanã; zabaneira espiã de claquete; lanceira da 4ª brigada da 2ª coluna;
yemanjá/ofélia; coro dos minaretes – cantora
muda; brasylina na guerrilha; ex-viúva; coro
de feridos da golfada de sangue; coro geral
dos seres em estado de estiva; secretária do
marechal bittencourt; brasylina báquica;
>>
69
zabaneira ana rúbia; escrivã do “tribunal
internacional para os crimes das nacionalidades contra a humanidade euclides da
cunha”; brasylina grávida entregue nãorendida ferida fecundadora
Vera Barreto Leite dona de companhia
de peças de arthur azevedo e produtora
das coristas da rua do ouvidor; bahiana;
zabaneira; enfermeira morfina; fashion
vaqueiro; cunanã; yemanjá/ofélia; rastro
nababo; seca; 1ª dama dona adelaide de
moraes; novíssima república restaurada;
hécuba euá; baronesa de jeremoabo;
mulher grávida entregue não-rendida
ferida fecundadora
Wilson Feitosa Jr. coro dos empasteladores
da rua do ouvidor – soldado republicanático
do 30º bi rs; coronel olímpio da silveira,
comandante da 3ª brigada da 1ª coluna;
coro do 5º de polícia baiana; coro das tropas
diamantis de aquiles; major carlos frederico
de mesquita; lanceiro da 6ª brigada da 2ª
coluna; coro das rochas de cocorobó; coro
de feridos da golfada de sangue; coro geral
dos seres em estado de estiva; guardacostas de prudente de moraes e do
marechal bittencourt
Zé Celso antônio conselheiro; conselheiro
sileno
Zé de Paiva coro dos empasteladores da rua
do ouvidor; coro do exército da 1ª coluna;
engenheiro da maravilha do amor, a 32; anjo
negro moinho de vento; jagunço anjo negro;
lanceiro da 4ª brigada da 2ª coluna; soldado
do ccc; jagunço anjo negro da cuíca; ogum;
sertanejo anjo negro satyro; anjo negro; um
velho, um dos 4 últimos resistentes
participação especial
Renée Gumiel novíssima república restaurada; dançarina de circo euá com lanterninha
alimentando suas netinhas
ATUADORES DO
MOVIMENTO BIXIGÃO
Aneliê Schinaider coro do exército mirim de
moreira césar; coro de cunanãs; coro das
bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;
coro do coco mergulhão; coro dos filhos do
cerco; coro dos minaretes; bando das banda
do nascente em arrastão; coro das mais
belas vacas; solista do grito hediondo da
golfada; coro geral dos seres em estado de
estiva; coro de prisioneiros criancinhas
chegando desfilando como numa passarela
de moda andrajosa; coro da vassourada;
coro do apocalipse do phogo da rosácea
de entulhos no centro da pista; coro das
crianças entregues não-rendidas feridas
fecundadoras;
Ariclenes Barroso coro do exército mirim de
moreira césar; dionísio xangô menino; coro
das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;menino sol; coro de filhos do cerco; coro
dos onze; menino de godot; coro das mais
belas vacas; coro geral dos seres em estado
de estiva; coro de prisioneiros criancinhas
chegando desfilando como numa passarela
de moda andrajosa; brasileirinho; coro da
vassourada; coro do apocalipse do phogo da
rosácea de entulhos no centro da pista; coro
das crianças entregues não-rendidas feridas
fecundadoras;
Beiço - Gilmário Júnior coro do exército
mirim de moreira césar; coro de bois; coro
das bocas de fogo; coro quadrilheiro de
aracajú; coro das rochas; coro percussivo
de jagunços; coro dos filhos do cerco; coro
dos onze;bando das banda do nascente em
arrastão; coro da deusa bateria; coro das
mais belas vacas; coro geral dos seres em
estado de estiva;coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; criança se deba- >>
71
tendo entre as chamas; coro da vassourada;
coro do apocalipse do phogo da rosácea
de entulhos no centro da pista; coro das
crianças entregues não–rendidas feridas
fecundadoras;
Carolina Almeida coro do exército mirim de
moreira césar; coro de cunanãs; coro das
bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;
coro jagunço do coco mergulhão;coro dos
filhos do cerco; coro dos minaretes; bando
das banda do nascente em arrastão; coro
das mais belas vacas; coro das reses do
geral dos seres em estado de estiva; coro de
prisioneiros criancinhas chegando desfilando
como numa passarela de moda andrajosa;
coro da vassourada; coro do apocalipse do
phogo da rosácea de entulhos no centro da
pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; Cíntia Ingrid
coro do exército mirim de moreira césar; coro
de cunanãs; coro das bocas de fogo; coro
quadrilheiro de aracajú; coro percussivo de
jagunços; coro dos filhos do cerco; coro dos
minaretes; bando das banda do nascente
em arrastão; coro das mais belas vacas; coro
geral dos seres em estado de estiva; coro de
prisioneiros criancinhas chegando desfilando
como numa passarela de moda andrajosa;
coro da vassourada; coro do apocalipse do
phogo da rosácea de entulhos no centro da
pista; coro das crianças entregues nãorendidas feridas fecundadoras;
Débora Santos coro do exército mirim de
moreira césar; coro de cunanãs; coro das
bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;
coro do coco mergulhão; coro percussivo dos
jagunços; coro dos filhos do cerco;coro dos
minaretes; bando das banda do nascente em
arrastão; coro da deusa bateria; coro das
mais belas vacas; coro geral dos seres em
estado de estiva; coro de prisioneiros crian72
cinhas chegando desfilando como numa
passarela de moda andrajosa; coro da
vassourada; coro do apocalipse do phogo da
rosácea de entulhos no centro da pista; coro
das crianças entregues não-rendidas feridas
fecundadoras;
Edílson dos Santos coro do exército mirim
de moreira césar; coro de bois; coro das
bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;
coro das rochas;coro do coco mergulhão;
coro de jagunços; coro dos onze;coro dos
filhos do cerco;bando das banda do nascente
em arrastão; coro das mais belas vacas;
solista do grito hediondo da golfada; coro
geral dos seres em estado de estiva; coro de
prisioneiros criancinhas chegando desfilando
como numa passarela de moda andrajosa;
coro da vassourada; coro do apocalipse
do phogo da rosácea de entulhos no centro
da pista;
Edísio do Santos coro do exército mirim
de moreira césar; coro de bois; coro das
bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;
coro das rochas; coro do coco mergulhão;
coro de jagunços; coro dos onze;coro dos
filhos do cerco; bando das banda do
nascente em arrastão; coro das mais belas
vacas; coro geral dos seres em estado de
estiva; coro de prisioneiros
criancinhas chegando desfilando como
numa passarela de moda andrajosa; coro
da vassourada; coro do apocalipse do phogo
da rosácea de entulhos no centro da pista;
Edna do Santos coro do exército mirim de
moreira césar; criança da geração futura;
coro de cunanãs; coro das bocas de fogo;
lanceira da 4ª brigada da 2ª coluna;
yemanjá/ofélia; menina muçulmana; bando
das banda do nascente em arrastão; coro
das mais belas vacas; coro geral dos seres
em estado de estiva coro de prisioneiros
criancinhas chegando desfilando como numa
passarela de moda andrajosa; netinha que
engatinha da voinha; coro da vassourada do
apocalipse do phogo da rosácea de entulhos
no centro da pista; criança índia, um dos 4
últimos resistentes;
Geni de Lira coro do exército mirim de
moreira césar; coro das bocas de fogo; coro
quadrilheiro de aracajú; coro do coco
mergulhão; coro dos filhos do cerco; bando
das banda do nascente em arrastão; coro da
deusa bateria; coro das mais belas vacas;
coro geral dos seres em estado de estiva;
coro de prisioneiros criancinhas chegando
desfilando como numa passarela de moda
andrajosa; coro da vassourada; coro do
apocalipse do phogo da rosácea de entulhos
no centro da pista; coro das crianças entregues não–rendidas feridas fecundadoras;
Isabela Santana coro do exército mirim de
moreira césar; coro das bocas de fogo; coro
quadrilheiro de aracajú;coro do coco mergulhão;coro dos filhos do cerco;bando das
banda do nascente em arrastão; coro das
mais belas vacas; coro geral dos seres em
estado de estiva; coro de prisioneiros
criancinhas chegando desfilando como
numa passarela de moda andrajosa; coro
da vassourada; coro do apocalipse do phogo
da rosácea de entulhos no centro da pista;
coro das crianças entregues não-rendidas
feridas fecundadoras;
Ivan Cardoso coro do exército mirim de
moreira césar;coro das bocas de fogo;
coro quadrilheiro de aracajú; coro do coco
mergulhão;coro dos filhos do cerco; coro dos
onze; bando das banda do nascente em
arrastão; coro das mais belas vacas; coro
geral dos seres em estado de estiva; coro de
prisioneiros criancinhas chegando desfilando
como numa passarela de moda andrajosa;
coro da vassourada; coro do apocalipse do
phogo da rosácea de entulhos no centro da
pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras;
Jacqueline Braga coro do exército mirim de
moreira césar; criança da geração futura;
coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de
aracajú; yemanjá/ofélia; coro do coco mergulhão; coro dos filhos do cerco; coro dos
onze; menina muçulmana; bando das banda
do nascente em arrastão; coro das mais
belas vacas; coro geral dos seres em estado
de estiva; coro de prisioneiros criancinhas
chegando desfilando como numa passarela
de moda andrajosa; netinha que engatinha
da voinha; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no
centro da pista; coro das crianças entregues
não–rendidas feridas fecundadoras;
Jhonatha Ferreira o coro do exército de
moreira césar; coro dos bois; serafim,
chamado pelo exército de bicho diabo, filho
de pajéu e helena da tróia de taipa
Juliane Lira coro do exército mirim de
moreira césar; coro de cunanãs; coro das
bocas de fogo; coro quadrilheiro de
aracajú; coro do coco mergulhão; coro dos
filhos do cerco; coro dos minaretes; bando
das banda do nascente em arrastão; coro
das mais belas vacas; coro geral dos seres
em estado de estiva; coro de prisioneiros
criancinhas chegando desfilando como numa
passarela de moda andrajosa; coro da
vassourada; coro do apocalipse do phogo
da rosácea de entulhos no centro da pista;
coro das crianças entregues não-rendidas
feridas fecundadoras;
Laene Santana coro do exército mirim de
moreira césar; coro das bocas de fogo; coro
quadrilheiro de aracajú; coro do coco mergulhão; coro dos filhos do cerco; bando das
>>
73
banda do nascente em arrastão; coro das
mais belas vacas; coro geral dos seres
em estado de estiva; coro de prisioneiros
criancinhas chegando desfilando como
numa passarela de moda andrajosa;
coro da vassourada; coro do apocalipse
do phogo da rosácea de entulhos no centro
da pista; coro das crianças entregues
não-rendidas feridas fecundadoras;
Luna Oliveira coro do exército mirim de
moreira césar; coro de cunanãs; coro das
bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;
coro do coco mergulhão; coro dos filhos do
cerco; coro percussivo dos jagunços; coro de
minaretes; bando das banda do nascente
em arrastão; coro das mais belas vacas; coro
geral dos seres em estado de estiva; coro de
prisioneiros criancinhas chegando desfilando
como numa passarela de moda andrajosa;
coro da vassourada; coro do apocalipse do
phogo da rosácea de entulhos no centro da
pista; coro das crianças entregues nãorendidas feridas fecundadoras;
Mariana Oliveria coro do exército mirim
de moreira césar; coro de cunanãs; coro
das bocas de fogo; coro quadrilheiro de
aracajú; coro do coco mergulhão; coro dos
filhos do cerco; coro percussivo dos jagunços;
coro das banda do nascente em arrastão;
coro da deusa bateria;coro das rezas; coro
das mais belas vacas; coro geral dos seres
em estado de estiva; coro de prisioneiros
criancinhas chegando desfilando como
numa passarela de moda andrajosa; coro
da vassourada; coro do apocalipse do phogo
da rosácea de entulhos no centro da pista;
coro das crianças entregues não-rendidas
feridas fecundadoras;
Talita Martins coro do exército mirim de
moreira césar; coro de cunanãs; coro das
bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;
74
coro do coco mergulhão; coro percussivo de
jagunços; coro dos filhos do cerco; coro dos
minaretes; bando das banda do nascente em
arrastão; coro das mais belas vacas; coro
geral dos seres em estado de estiva; coro de
prisioneiros criancinhas chegando desfilando
como numa passarela de moda andrajosa;
coro da vassourada; coro do apocalipse do
phogo da rosácea de entulhos no centro da
pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras;
Thiago Martinho coro do exército mirim
de moreira césar; coro de bois; coro das
bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;
coro do coco mergulhão; coro percussivo dos
jagunços; coro dos filhos do cerco; coro dos
onze; bando das banda do nascente em
arrastão; coro das mais belas vacas; coro
geral dos seres em estado de estiva; coro de
prisioneiros criancinhas chegando desfilando
como numa passarela de moda andrajosa;
coro da vassourada; coro do apocalipse do
phogo da rosácea de entulhos no centro
da pista; coro das crianças entregues nãorendidas feridas fecundadoras;
Xandy coro do exército mirim de
moreira césar; coro de bois; coro das
bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;
coro das rochas; coro do coco mergulhão;
coro percussivo dos jagunços;coro dos filhos
do cerco; coro dos onze; bando das banda do
nascente em arrastão;coro da deusa bateria;
coro das mais belas vacas; coro geral
dos seres em estado de estiva; coro de
prisioneiros criancinhas chegando
desfilando como numa passarela de
moda andrajosa; coro da vassourada; coro
do apocalipse do phogo da rosácea de
entulhos no centro da pista; coro das
crianças entregues não-rendidas feridas
fecundadoras;
MÚSICA
Criação coletiva do Oficina Uzyna
Uzona com a participação da ala
de compositores Adriana Capparelli/
Adriano Salhab/André Lagartixa/Arthur
Nestrovski/Camila Mota/Celso Sim/Daniel
Camilo/Danilo Tomic/Rodolfo Dias
Paes (Dipa)/Guilherme Calzavara/
Günther Giese/Ito Alves/Junio Barreto/
Karina Buhr/Letícia Coura/Lira Paes
(Lirinha)/Marcelo Pellegrini/Mariana
de Moraes /Mariano Mattos Martins/Otávio
Ortega/Pepe Mata Machado/Péricles
Cavalcanti/Rogério Victor/Theo Solnik/
Zé Celso
Direção musical e trilha sonora original
Marcelo Pellegrini
MÚSICOS
Adriano Salhab rabeca, bandolim,
baixo, violão
André Santana Lagartixa percussão
Daniel Camilo percussão
Danilo Tomic flautas, saxofone
Guilherme Calzavara trompete, bateria,
cabuletê, gongo
Ito Alves percussão
Karina Buhr percussão
Otávio Ortega piano, teclado, acordeon,
cuíca, flauta
Wilson Feitosa Jr guitarra, violão,
cavaquinho
Letícia Coura musa da música
SONORIZAÇÃO
Direção de sound design
Rodolfo Dias Paes (Dipa)
Operação de sonoplastia
Rodrigo Gava
Roadie Charles Lima da Silva
Engenharia de som Tecnoaúdio
ESPAÇO CÊNICO E DIREÇÃO
DE ARTE
Direção de arte e arquitetura cênica
Osvaldo Gabrielli
Produtor da direção de arte
Mariano Mattos Martins
Assistente de direção de arte
Océlio de Sá
Aderecistas Eduardo Moreira /
Gustavo Medeiros/Juan Ortiz/Mário
Lopes/Waldemir Leite
FIGURINO
Figurinistas Sônia Ushiyama Souto/
Silvia Moraes
Cabrocha do figurino Sylvia Prado
Assistente de figurino Hitomi Jonishi
costureiras – Leci de Andrade/Marilene
Rodrigues Reis/Silvia Castro/
Wal Nogueira/Tônia Grecco
* Trajes das personagens Bahia
Eulâmpia e Noite foram criados
por Olintho Malaquias
ILUMINAÇÃO
Concepção Irene Selka/Ivan Andrade/
Ricardo Morañez
Operação de luz Irene Selka/Ivan Andrade
Consultoria Cibele Forjaz
Assistentes técnicos (pimbim)
Antonio Aureliano/Pedro Terra
VÍDEO
Direção de vídeo, câmera, edição,
operação de mesa Fernando Coimbra
Câmeras Daniel Lara/Gabriel Fernandes
Operador de mesa ao vivo Marcelo Comparini
Editores Daniel Lara/Marcelo Comparini
Colaboração Marília Halla, Oswaldo
Santana, Aureliano Coimbra e Ricardo Seco
>>
Gaffer Charles Lima da Silva
75
FILME EM 16 MM
Direção e montagem Fernando Coimbra
Direção de fotografia e câmera
Lula Carvalho
Produção Ana Rúbia de Melo/Bia
Fonseca/Fernando Coimbra
Asistentes de direção Camila Mota/Thaís
Taverna
Assistente de câmera Heloísa Ururahy
Podução de locação (favela)
Aguinaldo de Souza Rocha
Elétrica Irene Selka/Pedro Terra/
Antonio Aureliano/Ivan Andrade
Maquinistas Zé de Paiva/Charles Lima da Silva
Platô Elisete Jeremias
Produção de Arte Mariano Mattos Martins
Agradecimentos Carlos Ebert/Flávia
Felício/Marcelo Capobianco (Kodak)/Marcelo
Bratz/Paulo Ferreira
Moviola cedida pelo Curso Superior
do Áudio Visual-ECA-USP
PALCO
Direção de cena Elisete Jeremias
e Estanislau Azevedo
Contra-regras Henrique Martins/
Giovani Azevedo
Camareira chefe Cida Melo
Camareiras Caterine de Lima (Catê)/
Alice Queiroz
PRODUÇÃO
Produtoras Ana Rúbia de Melo/
Bia Fonseca
Produtor internaciona Matthias Pees
ADMINISTRAÇÃO
Diretor administrativo Aury Porto
Auxiliar administrativo Dylan Rocha
Secretária Clarissa Mastro
76
Zelador Edson Aureliano
Conservação do teatro Emerson Aureliano
Arquivista Thaís Sandri
Assessoria contábil Paula Cristina Romano
Assessoria jurídica Martha Macruz de Sá
DIVULGAÇÃO
Assessoria de imprensa Francine Ramos
Fotos Lenise Pinheiro
Site Tommy Pietra
Programação visual - Progeto gráfico
Arthur Lescher/Dorien Barretto
Assistentes de arte
Everaldo Guimarães/Anderson Ballet Miguel
Produtor gráfico Horácio Sei
APOIO
Preparação vocal Günther Giese/
Madalena Bernardes/Naomy Schölling
Preparação corporal Diogo Granato/Ito
Alves/Juliane Elting/Luciana Brites
MOVIMENTO
BIXIGÃO
Fundadores Pedro Epfânio, Fioravante
Almeida, Sylvia Prado e Associação
Teatro Oficina Uzyna Uzona
Coordenação das Oficinas Sylvia Prado
Percussão Carlos Caçapava
Canto Letícia Coura
Piano e percepção musical
Otávio Ortega
Teat(r)o e teatro Zé de Paiva, Mariano
Mattos Martins, Samuel Costa, Camila Mota
Dramaturgia Tommy Pietra, Lúcia Telles e
Patrícia Aguille
Produção Flávia Lobo de Felício
Apoio de Produção Schinaider e Rose
Aparecida
Fotos Maurício Shirakawa e
Zé de Paiva
AGRADECIMENTOS
Ao Diretório Nacional do PDT/
Buda/Carlos Ebert/Dayla Sanchez/
Eduardo Suplicy/Elo Iluminação/Gênesis
Aluguel de Roupas (pela doação de
roupas)/Hotel Coliseu/José Roberto
Graziano/Leopoldo Nunes Filho/Marco
Antonio Amaral/Maria Clara Veste Rigor
(pela doação de roupas)/O Rei das
Velas/Padaria 14 de Julho/Padaria Central
(Rosa, Zé e Armando)/Paulo Memoli/
Petruska Caneti/Roberto Firmino/Sacolão
Bela Vista/Jaceguai (Massao Shiroma,
Tyoko Nakazoni, Carlos A.C. da Silva,
José de Abreu Gonçalves e João Adriano
Gonçalves)/São Paulo Táxi/Saulo
Queiroz/Tadeu Jungle/Taís Reis/
Tecnoaudio/Wanderley Piras/Michael Laages
Izabel Mota / Fernanda Diamant/Secretaria
de Serviços - ABAST
77
PATROCÍNIO
CO-PATROCÍNIO
SECRETARIA DE ESTADO DA
CULTURA DE SÃO PAULO
PROGRAMA MUNICIPAL DE FOMENTO AO
TEATRO PARA A CIDADE DE SÃO PAULO
78
79
APOIO CULTURAL
Copiadora
Itaim
Central Plaza Flat
Tel. 3293 1800
tel. 11 3159-5106
Teatro Oficina – Rua Jaceguai, 520 – Bixiga – SP
Tel.: (11) 3106-2818 – www.teatroficina.com.br
80
António Conselheiro
E X I S T E U M MA U D S L E Y P RA S L O U C U RA S
E C R I M E S D A S NA C I O NA L I D A D E S . S O U
T E S T E M U N HA … . . . E E U C L Y D E S D A C U N HA.%
Fioravante Almeida
82
Euclydes da Cunha
Estádios de nossa época onde há de
se tornar uma realidade o teatro de
amanhã, o teatro para a vontade do povo
e a emoção do povo. O.A.

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