Afrobasket

Transcrição

Afrobasket
www.angola.org
Magazine Oficial da Embaixada de Angola nos EUA
• Outono‑Inverno 2011
Presidente Barack Obama
aceitou credenciais do novo
Embaixador Angolano nos EUA
Página 27
Angola
assume a Presidência
Página 15
da SADC
Miss Universo
2011
é Angolana
Angola
Faz Bonito! Basquetebolistas
Página 41
Nacionais nos Jogos Olímpicos
de Londres em 2012
Página 51
Sumário
Presidente
Barack Obama
aceitou credenciais
do novo Embaixador
Angolano nos EUA
Editorial ‑ Carta aos leitores . . . . . . . . . . . . 4
Angola News briefing . . . . . . . . . . . 5 > 11
Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 > 14
Duas Mulheres Presidentes
Visitaram Angola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
O Comboio volta a apitar . . . . . . . . . .
História ‑ Memórias . . . . . . . . . . . . . 39 >
“A influência de Angola
na cultura dos EUA” . . . . . . . . . . . . . . . .
Sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 >
Ellen Johnson‑Sirleaf,
Presidente da Libéria,
Prémio Nobel da Paz 2011,
visitou Angola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Dilma Rousseff, Presidente
do Brasil, visitou Angola . . . . . . . . . 14
Política . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 > 17
31ª Cimeira da SADC . . . . . . . . . . . . . . 15
Estado da Nação . . . . . . . . . . . . . . . . 18 > 26
Discurso na abertura
da IV Sessão Legislativa
da Assembleia Nacional
de Sua Excelência
Presidente José
Eduardo dos Santos . . 18
Actividade Diplomática . . . . . . . . 27 > 35
National Prayer Breakfast . . . . . . . . 27
TAAG adquiriu duas aeronaves
do tipo 777– 300ER à Boeing . . . . . . 28
Delegação parlamentar
angolana visitou os Estados
Unidos da América . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Presidente Barack Obama
recebeu credenciais
do Novo Embaixador Angolano
nos EUA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
66ª Sessão Anual da ONU . . . . . . . . . 33
Ministro das Relações Exteriores
chefiou delegação Angolana
à Assembleia Geral das Nações
Unidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Reconstrução Nacional . . . . . . . . . . 36 > 38
Nova Cidade
do Kilamba
Kiaxi terá
20.000 casas
até 2012 . . . . . . . . 36
Miss Universo 2011
é ANGOLANA! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Miss Angola 2011 . . . . . . . . . . . . . . . . .
Miss Universo 2011 . . . . . . . . . . . . . . .
Morreu André Mingas . . . . . . . . . . . . .
Arquivo de Imprensa . . . . . . . . . . . . 45 >
Promovendo a Imagem do País . . . .
O saber não ocupa lugar! . . . . . . . .
Dia da ONU Celebrado na escola
ONENESS‑FAMILY SCHOOL
em Maryland . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Parceiros nos EUA
despediram‑se de Embaixadora
cessante de Angola . . . . . . . . . . . . . . . .
Angola participou
na Cimeira 2011
de Negócios EUA – África . . . . . . . . .
Empresária Angolana
homenageada nos EUA,
Washington, D.C. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Mwangolé‑Night . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Desporto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 >
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Página 30
Magazine Oficial da
Embaixada de Angola nos
Estados Unidos da América
Outono‑Inverno 2011
Director
Alberto do Carmo Bento Ribeiro
Embaixador Extraordinário e Potenciário
da República de Angola nos EUA
Editor
Laurinda Santos
Adida de Imprensa
Embaixada de Angola nos EUA
Fotos
Arquivo Sector de Imprensa & Angop
Direitos reservados
Artista Gráfico
António Salsinha
www.antoniosalsinha.com
Gráfica
Tim McClellan – Strategic Print Solutions
Capa
Presidente Barack Obama aceitou
credenciais do novo Embaixador
Angolano nos EUA
Embaixada de Angola
nos Estados Unidos
2100‑2108 16th Street
N.W. Washington, DC 20009
Tel: (202) 785‑1156
Fax: (202) 785‑1258 / 822‑9049
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Angola faz Bonito e Saco!
Vencemos! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Conheça Angola . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 > 55
Quedas de Kalandula,
um Paraíso de Encantar . . . . . . . . . . . . 54
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 3
Editorial
Prezados Leitores,
E
stamos prestes a terminar o ano de 2011. O Executivo Angolano deu
continuidade a uma série de realizações e empreendimentos, no sentido
da melhoria de vida das nossas populações visando o desenvolvimento do nosso
país e maior afirmação na arena internacional.
Angola desenvolve‑se a um ritmo acelerado, apesar das dificuldidades inerentes
a qualquer processo de desensolvimento sócio‑económico, num país pós‑conflito.
Em paz há nove (9) anos, podemos dizer que a República de Angola, conseguiu
o lugar que merece, no mundo e, hoje o povo Angolano, que a cada dia sente
as feridas a sarar, com um sorriso nos lábios pode dizer “conseguimos”, apesar
dos desafios e muitas dificuldades.
Aprendemos a “criar amor com os olhos secos”, como escreveu o poeta maior
da nossa terra, Agosinho Neto, primeiro presidente de Angola, e com os pés bem
firmes marchamos rumo ao progresso neste mundo globalizado. A cada ano,
aprovamos, um novo pacote de medidas destinadas a acelerar o ritmo
de crescimento da economia Angolana. O conjunto é um notável esforço de gestão
que define metas, facilita o seu acompanhamento e responsabiliza quem de
direito. Essas mesmas medidas, estão a ser implementadas como na sua concepção
original e estou certo, vão aumentar a eficiência da máquina governamental.
Angola vai àvante, derrubando as suas barreiras. Estamos a avançar.
No mês de Outubro passado assistimos à abertura da Quarta Sessão Legislativa da
II Legislatura da Assembleia Nacional. Sua Excelência, o Presidente José Eduardo
dos Santos, proferiu o seu segundo discurso sobre o Estado da Nação, onde
abordou questões sobre a nossa realidade nacional actual e as sugestões
e propostas do Executivo sobre o futuro do nosso país, “tarefa facilitada, porque
o país tem rumo”, disse.
Esse rumo está claramente definido na nossa Estratégia de Desenvolvimento
de Longo Prazo, conhecida por ‘Angola 2025’, que expõe e explica os objectivos
que constituem a nossa ambição nacional e que podem ser resumidos no garante
da unidade e coesão nacional, promovendo a paz e a angolanidade.
Como novo Embaixador da República de Angola nos Estados Unidos da América,
apresento‑vos a Quarta edição do “Imbondeiro”, o vosso Magazine, que faz um
retrato resumido dos principais acontecimentos políticos, económicos e culturais
de Angola. Destaque nesta edição para o discurso da abertura da Quarta Sessão
Legislativa da II Legislatura da Assembleia Nacional pelo Chefe do Executivo
e os avanços nos mais variados sectores da vida nacional.
Em 2011, as mulheres Angolanas continuaram a destacar‑se pela sua tenacidade e
características próprias. Pela primeira vez fizeram uma proeza no desporto e não
só: a mulher mais bela do mundo “Miss Universo 2011, é Angolana”. De Luanda
a Malange, quem não se deleita ao ver as quedas de Kalandula? Não perca
a viagem e conheça o nosso belo país, Angola!
O nosso “Imbondeiro”, é um veículo de comunicação, através do qual pretendemos
igualmente levar os estimados leitores a conhecer um pouco sobre os EUA, país
onde estamos acreditados, com quem Angola tem afinidades culturais muito
marcantes desde os tempos remotos da escravatura.
Boa leitura.
Alberto do Carmo Bento Ribeiro
Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário
da República de Angola nos EUA
4 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Angola News Briefing
ENERGIA
Melhoria do
sistema eléctrico
dependente de
investimento global
ELEIÇÕES
Adão de Almeida confiante
no cumprimento dos objectivos
em relação ao registo eleitoral
trabalho de registo eleitoral que
está a ser desenvolvido no país e
particularmente na província do
Huambo.
O
secretário de Estado da Energia,
João Baptista Borges, afirmou em
Luanda, que a melhoria do sistema
eléctrico no país depende de um
investimento global no sector.
O responsável, que falava no programa
“Espaço Público” da Televisão Pública
de Angola (TPA), frisou que deve haver
um maior investimento no sistema de
produção, transporte e distribuição
de energia eléctrica, para aumentar
qualidade e regularizar o fornecimento
desse produto à população.
Explicou que nem todos os problemas
de falta de energia eléctrica que se
regista no país estão relacionados com
a capacidade de produção, mas também
com o mau estado da rede de transporte
e distribuição.
“O país tem uma parte da sua rede de
transporte e distribuição de energia
em estado obsoleto ou destruída por
várias causas como guerra e antiguidade
das linhas, o que dificulta um melhor
fornecimento energético a algumas
regiões do país”, argumentou.
Actualmente, realçou, o país está a fazer
um grande investimento nas áreas da
produção, transporte e distribuição
de energia, no sentido de melhorar o
sistema de fornecimento deste bem à
população. v
O
vice‑ministro da Administração
do Território, Adão de Almeida,
mostrou‑se confiante no cumprimento
dos objectivos em relação ao registo
eleitoral.
Adão de Almeida falava à imprensa
no final da sua visita de três dias para
constatar o processo de actualização
do registo eleitoral na província do
Huambo.
Deu a conhecer que cerca de um
milhão e 16 mil eleitores foram
registados desde 29 de Julho
último em todos país, uma cifra
que representa 20 porcento da
meta nacional que se pretende
atingir, que são oito milhões de
eleitores. “Estamos com um nível de
produtividade diária acima de 50 a 55
mil registos”, disse.
Acrescentou que o ritmo de
trabalho a que chegámos já dá mais
garantias, isto em relação à província
do Huambo em particular, mais
também aos dados nacionais que são
recolhidos.
O vice‑ministro da Administração
de Território disse estar com
referência positiva em relação ao
“Aqui na província do Huambo,
é claro que temos ainda muito
trabalho pela frente, devemos
aumentar a dimensão da
mobilização dos leitores, mas pelo
que constatamos já temos níveis
de mobilização bastante elevados,
produtividade diária também
aceitáveis”, referiu.
Em termos das avarias que se estão
a registar nos equipamentos de
registo, frisou que são normais neste
processo, visto que são superadas
sem paralisar os trabalhos.
Neste sentido, apelou aos Angolanos
em idade eleitoral que ainda não
actualizaram os seus registos no
sentido de não deixar para o último
dia, uma vez que falta pouco tempo
e existem muitas brigadas disponíveis
em diversos pontos do território
nacional.
No último dia da sua visita à província
do Huambo, Adão de Almeida, visitou
as brigadas eleitorais das localidades
de Casseuque, Belo Horizonte e da
Cidade Alta, ambos no município
sede capital da província.
O responsável do MAT inteirou‑se
do funcionamento do processo de
registo eleitoral nos municípios da
Caála e Bailundo, onde manteve
igualmente encontro com estudantes,
professores, autoridades tradicionais e
população em geral. v
O valor nominal do Produto Interno Bruto em 9,8 mil milhões de kwanzas,
uma taxa de crescimento real de 12,8 por cento, repartidos em 13,4 por cento
para o sector petrolífero e 12,5 por cento para o sector não petrolífero.
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 5
Angola News Briefing
EDUCAÇÃO
PETRÓLEO
Produção cifrada actualmente
em 1,7 milhões de barris/dia
boa gestão de recursos humanos”
– acrescentou, salientando que a
história da actividade no país remota
de há mais de um século (1910).
Ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos.
A
Neste contexto e fazendo uma
incursão ao passado, informou que a
primeira produção comercial, na zona
terrestre da Bacia do Congo, ocorreu
em 1955 no Jazigo do Benfica,
indicando assim que o petróleo
existia em quantidades exploráveis
e que os trabalhos de pesquisa e
produção poderiam continuar.
produção do petróleo em Angola
atingiu actualmente uma média
diária de um milhão e 750 mil barris,
representando um incremento
progressivo de dez vezes mais
no período pós – independência,
comparativamente com o ano
de 1975 (altura da conquista da
independência), em que se produzia
por dia 173 mil barris.
Em 1966, recordou, foi descoberto,
na zona marítima de Cabinda, o
primeiro grande jazigo de Angola,
pela Cabinda Gulf Oil Company e, a
partir desta data, com o objectivo
de incrementar vigorosamente a
pesquisa do petróleo em Angola,
repartiram‑se as zonas offshore e
onshore em blocos e negociaram‑se
contratos com várias firmas.
A informação foi avançada pelo titular
do sector, Botelho de Vasconcelos,
quando discursava na conferência
sobre “A Arbitragem nos Petróleos”,
inserida no programa académico do
III curso de pós‑graduação em direito
de petróleos e gás, da Faculdade de
Direito da Universidade Agostinho
Neto (UAN).
No período que seguiu à
independência nacional, continuou o
ministro, alterou‑se significativamente
o quadro jurídico e estrutural dos
petróleos, com criação da Sonangol,
como concessionária exclusiva, em
1976 e a publicação da Lei 13/78 (Lei
das Actividades Petrolíferas).
De acordo com o governante,
presentemente, os grandes desafios
no domínio da exploração e produção
petrolífera situam‑se no mar, ultra
profundo e, bem recentemente, no
pré sal, destacando grandes projectos
em desenvolvimento como o Paz Flor,
Grande Plutónio e Angola LNG.
“O sucesso no domínio dos
petróleos, de que cada angolano se
pode orgulhar, deve‑se ao elevado
potencial das reservas, à capacidade
técnica e financeira existente e
disponível e, sobretudo, a uma
6 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
“A política e as estratégias definidas
a partir de 1980, assentes na intensa
actividade de pesquisas, permitiram
descobrir um número elevado de
jazigos, estando a maior parte deles
em produção” disse Botelho de
Vasconcelos, felicitando a Faculdade
de Direito pela nobre iniciativa de
promover, já há alguns anos, o curso
de pós‑graduação nessa área. v
Chefe de Estado
inaugurou primeira
fase do Campus
Universitário
O
Presidente da República, José
Eduardo dos Santos, procedeu à
inauguração da primeira fase do Campus
da Universidade “Agostinho Neto”,
localizado no município do Kilamba Kiaxi,
em Luanda.
Acompanhado pela primeira‑dama,
Ana Paula dos Santos, vice‑presidente,
Fernando da Piedade Dias dos Santos,
presidente do Tribunal Constitucional, Rui
Ferreira, de entre outras individualidades,
o Chefe de Estado visitou também duas
bibliotecas e o laboratório de química.
Durante a visita, o presidente foi
informado sobre a conclusão dos
trabalhos do projecto urbano mais
moderno no país.
Segundo o ministro da Urbanização e
Construção, Fernando Fonseca, $190
milhões de dólares foram destinados
para sua construção.
Esta instituição vai arrancar em 2012,
ministrando cursos de Matemática,
Química, Física e Ciências de
Computação, para dois mil e duzentos
estudantes.
A infraestrutura conta com cinco edifícios
para as faculdades respectivas, bem
como para redes de tratamento de água
potável e energia eléctrica instalada.
No âmbito da primeira fase do projecto,
foi ainda construído um refeitório,
instalações para agências bancárias, lojas,
complexo residencial, para docentes e não
docentes, ginásio, laboratórios de ensino e
investigação, entre outras estruturas.
A segunda fase, com o arranque previsto
para 2012, consubstanciará a construção
das faculdades de engenharia, medicina,
instituto superior de ciência de saúde, e
um hospital universitário. v
Angola News Briefing
Adidos e assessores de imprensa
na sua VII reunião metodológica
28‑29 Novembro de 2011
A
didos de imprensa, das
várias missões diplomáticas e
consulares, das missões permanentes
da ONU, e os acessores de imprensa
de vários sectores públicos,
participaram em Luanda, na sua VII
reunião metodológica, sob orientação
da ministra da Comunicação Social,
Carolina Cerqueira.
metodológica. Foram igualmente
abordados assuntos sobre a
promoção de Angola no exterior
no âmbito do fortalecimento da
política externa angolana, bem como
prestadas informações ligadas ao
processo de actualização do registo
eleitoral em curso em todo o espaço
nacional.
A regulamentação da actividade
dos adidos de imprensa e a
sua dependência funcional e
metodológica foram de entre outras,
as questões que nortearam a reunião
metodológica.
Sessão de abertura.
A ministra que procedeu à abertura
do evento, augurou que o mesmo
fosse construtivo e didáctico, capaz
de enriquecer a reflexão que o sector
leva a cabo para o aperfeiçoamento
e eficiência dos seus serviços,
condicionadas que estão na maior
parte dos casos, pelos recursos
disponíveis.
O encontro, com a duração de
dois dias, fez o balanço das
recomendações da VI reunião
Adidos de imprensa reunidos na sua VII reunião
annual metodológica.
Waco‑Kungo, município da Cela, província
do Kwanza‑Sul.
A ministra da Comunicação Social
falou igualmente sobre o papel dos
adidos de imprensa, no quadro dos
novos desafios e estratégias.
Informações sobre a definição do
estatuto do Adido de Imprensa, o
papel do Gabinete de Revitalização
da Comunicação Institucional da
Administração (Grecia) e o seu
entrosamento com o Ministério da
Comunicação Social foram igualmente
questões analisadas e discutidas no
evento.
Os participantes assistiram na cidade
do Waco‑Kungo, município da Cela,
província do Kwanza‑Sul, na gala
Hotel Ritz, Waco‑Kungo.
do Prémio Nacional de Jornalismo,
visitaram a nova centralidade do
Kilamba e o Centro de Produção da
Televisão Pública de Angola (TPA) no
Camama nos arredores da cidade de
Luanda.
Na cidade de N’Dalatando, província
do Kwanza‑Norte, os adidos de
imprensa, num encontro com o
Governador provincial Henrique
Manuel Júnior, foram informados
sobre os esforços de reconstrução
nacional na cidade de N’Dalatando
e exortados a divulgar os esforços
de reconstrução nacional levados
a cabo, tendo em seguida visitado
o novo edifício da sede do
governo, a fábrica de captação e
engarrafamento de água natural
Cristalis, o aeroporto já reabilitado
da cidade, as sedes das empresas
públicas da comunicação social, RNA,
TPA e das Edições Novembro, em
construção de raíz.
A reunião, que decorreu numa das
unidades hoteleiras, em Luanda,
contou de igual modo com a presença
dos presidentes dos Conselhos
de Administração dos órgãos
públicos da Comunicação Social,
os administradores para áreas de
informação e convidados.
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 7
Angola News Briefing
Adidos e assessores de imprensa na
sua VII reunião metodológica (cont.)
Adidos de Imprensa reuniram‑se em N’Dalatando
com o Governador provincial Henrique André Júnior.
Diplomatas chamados
a trabalhar na imagem
No discurso de abertura, da VII
Reunião Metodológica dos Adidos de
Imprensa a ministra da Comunicação
Social afirmou, que os adidos de
imprensa das MDs & Consulares e das
Missões Permanentes de Angola na
ONU, devem continuar a promover a
realidade do país no estrangeiro.
Carolina Cerqueira, pediu aos adidos
que assumam uma postura “digna e
criativa” no desempenho das
suas funções.
A recente abertura de embaixadas em
vários países, salientou, representa
a credibilidade e o dinamismo da
actividade dos adidos, que não está
dissociada da essência da acção
diplomática do Executivo.
A ministra pediu igualmente aos adidos
que informem, com periodicidade,
o Ministério da Comunicação Social
Vista Panorâmica de N’Dalatando.
8 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
sobre a actividade que exercem e
lamentou o facto de em alguns casos
haver ausência total de comunicação,
pouca criatividade e um certo
marasmo operacional, ao contrário de
outros onde o fluxo de informação é
permanente e bastante eficaz.
A Governante angolana frisou a
importância da avaliação periódica do
desempenho dos adidos de imprensa
no âmbito das novas políticas de
gestão desenvolvidas pelo Ministério
da Comunicação Social. A ministra
disse que 2011 constituiu um marco
importante para o fortalecimento da
comunicação social no país e lembrou
que foi discutido publicamente o
pacote legislativo do sector, com uma
série de projectos de diplomas que
devem ser aprovados, proximamente,
N’Dalatando, jardim Botânico de kilombo.
“Não temos condições de fazer
deslocar ao estrangeiro equipas
de registo quando no país ainda
nos deparamos com uma série de
dificuldades”, afirmou Agostinho Lima,
que defendeu a criação de uma base
de dados actualizada.
Ano 2011 constituiu marco
importante
no fortalecimento
da comunicação social
A ministra da Comunicação Social,
Carolina Cerqueira, afirmou que o
ano de 2011 constitui um marco
importante no fortalecimento do
sector em Angola, pelo facto de
toda a nação ter sido envolvida na
ampla discussão pública do pacote
legislativo.
N’Dalatando o berço das famosas e raras Rosas
de Porcelana.
pelo Parlamento.
Apelo à actualização
do registo eleitoral
A ministra pediu aos adidos que
aproveitem a permanência no país para
reconfirmarem os dados eleitorais. O
pedido de Carolina Cerqueira foi feito
no final de um curto seminário sobre
eleições dirigido aos cerca de 50 adidos
de imprensa que participaram no
encontro, no qual foi orador o director
nacional de Eleições, Agostinho Lima
que lembrou que não haverá registo
eleitoral no estrangeiro e que só têm
direito a voto os que se encontrem no
exterior por motivos de doença, estudo
ou trabalho.
Pôr‑do‑sol, N’Dalatando.
“A discussão pública do pacote
legislativo do sector congregou
representantes da classe da imprensa
pública, privada, sociedade civil,
académicos, militares e políticos
na abordagem dos projectos de
diplomas que deverão ser apreciados
na especialidade e aprovados pela
Assembleia Nacional”, adiantou.
Segundo a responsável, todos estão
conscientes do papel essencial que
os órgãos de Comunicação Social
desempenham na sociedade, sendo
fundamentais na edificação da
democracia não só porque promovem
Angola News Briefing
Angola participou
na II Conferência
sobre Violência
Armada
3‑5 Novembro 2011
Carolina Cerqueira, Ministra da Comunicação Social.
a livre formação de opinião pública como
contribuem decisivamente para o nível
de informação e de conhecimento do
cidadão.
Falando na VII Reunião Metodológica
Annual dos Adidos de Imprensa, referiu
que a existência de um quadro legal,
particularmente exigente no domínio
da Comunicação Social, justifica‑se pela
necessidade de assegurar o equilíbrio dos
interesses públicos e privados que lhe
estão subjacentes, competindo ao Estado
promover e proteger a liberdade de
expressão e informação.
A nível de infraestruturas, disse,
referindo‑se à televisão, que as que já estão
em funcionamento, estão apetrechadas
com tecnologias de ponta, destacando‑se
como modernas unidades que vão permitir
a extensão dos serviços de televisão a
importantes regiões de Angola.
Tais acções, segundo a ministra,
continuam no resto do país, de forma a
garantir um maior acesso à comunicação
pelas populações de zonas e comunidades
mais distantes. Estão de igual modo
em curso a implementação de rádios
comunitárias em zonas estratégicas do
interior ou seja nas zonas fronteiriças de
difícil acesso e de grandes aglomerados
populacionais.
A criação da rádio rural na cidade do Waco
Kungo, município da Cela, é outra realidade,
que deverá igualmente albergar uma sede
das edições Novembro que a partir desta
localidade irá preparar o primeiro caderno
dedicado à actividade rural.
Constam ainda das acções para 2012,
a construção de edifícios novos para a
Rádio Luanda e Viana.
Avançou que ao lado do processo de
modernização, que o país vai registando,
o sector da Comunicação Social dá passos
firmes para a melhoria cada vez mais, dos
serviços prestados à população. v
Conselho
Consultivo
da Comunicação
Social
Manuel Augusto, Secretário de Estado das Relações
Exteriores.
A
ngola participou na II Conferência
Ministerial da Revisão da Declaração de
Genebra sobre a Violência Armada, adoptada
em 2006, com uma delegação chefiada pelo
secretário de estado das Relações Exteriores,
Manuel Augusto.
A conferência foi organizada pela
Confederação Helvética em parceria com
o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) e teve como
objectivo avaliar os progressos registados na
implementação da Declaração de Genebra
sobre a Violência Armada e Desenvolvimento.
Os objectivos que se pretenderam atingir
com a realização desta conferência foram
a renovação do engajamento político no
cumprimento das metas estabelecidas,
avaliação do grau de implementação dos
compromissos assumidos desde 2008,
relativos à integração da violência armada
na estratégia de desenvolvimento, e o
estabelecimento de plataformas para recolha,
avaliação e monitoramento de dados e troca
de experiências nacionais.
O encontro desenvolveu mecanismos concretos
visando acelerar os objectivos da Declaração
de Genebra e definiu prioridades para a
implementação deste documento até 2015.
Paralelamente à reunião, realizaram‑se
sessões em que foram abordados temas
como a gestão quantitativa da violência
armada, a integração da prevenção e a
redução da violência armada na estratégia
de desenvolvimento nacional, o controlo de
armas de pequenos porte e calibre, o papel
da juventude na prevenção da violência
armada e o papel da justiça na prevenção do
crime e da violência armada.
O secretário de estado das Relações Exteriores
que se fez acompanhar na Conferência do
representante permanente de Angola junto
da ONU e Organizações Internacionais em
Genebra, embaixador Apolinário Correia, e da
directora dos Assuntos Multilaterais do Mirex,
Margarida Izata, interveio no evento.
A Conferência terminou com a adopção do
Projecto de Declaração Final. v
Carolina Cerqueira, Ministra da Comunicação Social.
O
s trabalhos do VII Conselho
Consultivo do Ministério da
Comunicação Social decorreram na
cidade do Luena, capital da província
do Moxico, em cerimónia presidida pelo
governador provincial, João Ernesto dos
Santos “Liberdade”.
Durante dois dias, os participantes ao
evento que foi orientado pela titular da
pasta, Carolina Cerqueira, analisaram e
perspectivaram a aplicação da Estratégia
do Executivo para o sector, referente
ao período 2010/2012, e a taxa de
cobertura dos serviços de informação
públicos no território nacional.
O grau de modernização tecnológica
e reestruturação organizacional da
Comunicação Social, empresas públicas
e institutos tutelados, o Plano de
Investimentos Públicos para 2012, o
Pacote Legislativo da Comunicação
Social e o grau de Divulgação e dos
factos de governação e promoção da
imagem do Estado foram temas do
certame.
Sob o lema “Modernizar a Comunicação
Social para Melhor Servir o Cidadão”,
o VII Conselho Consultivo do
sector contou com a presença de
170 participantes, entre os quais
o vice‑ministro da Comunicação
Social, Miguel de Carvalho, directores
nacionais, presidentes e administradores
dos Conselhos de Administração dos
órgãos públicos e tutelados, directores
provinciais, directores dos centros de
documentação e informação, entre
outros convidados. v
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 9
Angola News Briefing
Empossada presidente do Conselho
de Administração da ANIP
Defendeu ser necessário saber se os
investidores estão a implementar os
projectos de acordo com as propostas
apresentadas, os prazos definidos e o
emprego de trabalhadores angolanos,
de acordo com o que apresentaram
nas propostas.
O
vice‑presidente da República,
Fernando da Piedade Dias
dos Santos, empossou em Luanda,
a presidente do Conselho de
Administração da Agência Nacional
de Investimento Privado (ANIP),
Maria Luísa Abrantes.
Durante a cerimónia, presenciada pelos
ministros de Estado e Chefe da Casa
Civil, Carlos Feijó, das Finanças, Carlos
Lopes, bem como altos funcionários
do gabinete do vice‑presidente,
foram igualmente empossados como
administradores da ANIP Edeltrudes
Costa e Luís Domingos José.
Na sua intervenção, o vice‑presidente
felicitou os novos responsáveis da
ANIP e augurou êxitos pela missão
que dão início.
Por sua vez, em declarações à
imprensa no final da cerimónia,
a responsável da ANIP, Maria
Luísa Abrantes, referiu que uma
das grandes prioridades será o
acompanhamento de projectos
e a promoção da diversidade do
investimento.
Explicou que não tem sido feito
um grande acompanhamento dos
projectos, talvez por falta de um
quadro especial e de técnicos com
perfil para a área.
10 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Paralelamente, garantiu que vai
trabalhar para atrair e promover o
mais possível as potencialidades das
províncias e seus recursos para captar
mais investimentos.
Por este motivo, argumentou, é
necessário ser activo e demonstrar
que Angola está a altura de receber o
capital estrangeiro.
Segundo Maria Luísa Abrantes, o
governo tem demonstrado que pode
e tem capacidade para apoiar estes
investimentos, porque tem trabalhado
muito no que é necessário para o
êxito do investimento privado.
Este facto é assegurado pelos
investimentos em infra‑estruturas
básicas como portos, aeroportos,
telecomunicações, estradas e agora
está a por um acento tónico na
energia e água.
“Com o trabalho sobre estes que
eram os seus pontos fracos, será mais
fácil conseguirmos vender a marca
Angola”, concluiu. v
Maria Luísa Abrantes, PCA da ANIP.
AGRICULTURA
Produção de
arroz vai criar
mais de mil
empregos directos
presidente do conselho de
O
administração (PCA) da empresa
Gesterras ‑ gestão de terras aráveis, Carlos
Alberto Jaime, garantiu que o projecto da
fazenda de produção e processamento
de arroz, na comuna do Longa, município
do Kuito Kuanavale, vai criar mais de mil
empregos directos para a população local.
Carlos Alberto Jaime assegurou que estes
empregos vão permitir o engrandecimento
da produção de cereais no país, bem como
conseguir que a província tenha um índice
de ocupação de mão‑de‑obra muito elevada.
De acordo com o PCA, este projecto do
Executivo Angolano prevê a formação de
mão‑de‑obra especializada, capaz de dar
um grande impulso ao desenvolvimento
socio‑económico da região do Kuando
Kubango,
Avançou que a fazenda terá um período
de cerca de três anos sob gestão chinesa,
durante os quais deverão ser atingidas
as metas preconizadas (em termos
de produção), podendo o projecto
ser repassado para os angolanos,
nomeadamente ao sector privado.
Numa primeira fase, referiu, o projecto
arranca com uma produção de cerca de
200 hectares, no ano agrícola 2011/2012,
num perímetro totalmente irrigável ao
longo do rio Longa.
Carlos Alberto Jaime informou ainda que
este será um grande incentivo para a
produção de cereais a nível nacional.
“O projecto é financiado pelo Banco de
Desenvolvimento da China com o Governo
angolano, sendo a empresa Gesterras a
representante do Ministério da Agricultura,
ao passo que a empresa Chinesa “CAMCE”,
promotora do projecto, a parceira do
Governo angolano”, indicou.
No seu todo, durante três anos prevê a
cobertura de cinco mil hectares de terra,
para a produção de arroz. v
Angola News Briefing
Programa Espaço Público
Governo
empenhado
na criação
de mecanismos
para que a Justiça
chegue ao cidadão
Guilhermina Prata, Ministra da Justiça.
A
ministra da Justiça, Guilhermina Prata,
afirmou em Luanda, que o Executivo
angolano está engajado na criação de
mecanismos para que a Justiça chegue ao
cidadão, cumprindo com os pressupostos
plasmados na Constituição.
Guilhermina Prata que falava durante o
programa Espaço Público, da Televisão
Pública de Angola (TPA), em directo, frisou
que é missão do sector garantir uma
justiça social mais forte, contribuindo para
o desenvolvimento económico, pluralismo
jurídico, bem como o acesso ao direito e
à justiça.
Segundo disse, de modo a permitir que
a Justiça chegue ao cidadão, o Executivo
está a levar a cabo a construção de
mais infra‑estruturas, designadamente a
construção de tribunais municipais em
todas as províncias do país, de forma a
permitir a resolução de litígios.
Referiu que existe um trabalho que está a
ser delineado pelo sector, para que a curto
prazo e dentro das limitações financeiras
poder ultrapassar as dificuldades e,
consequentemente, atingir o desiderato
para que o sector disponha de tribunais
municipais suficientes.
“A carência de tribunais é um dos
constrangimentos que existe no sector, mas
o Executivo está a trabalhar para aproximar
a Justiça ao cidadão e efectivar o direito do
mesmo”, sublinhou. Salientou que a nível
do país existem 19 tribunais provinciais e
municipais, com excepção das províncias
do Bengo, Moxico e Kuando Kubango. v
PLANEAMENTO
Conselho Consultivo do Ministério
do Planeamento definiu tarefas
de âmbito local
O
s participantes ao III Conselho
Consultivo do Ministério do
Planeamento recomendaram em
Malanje, aos responsáveis dos
gabinetes de estatística e planeamento
(GEPE) das 18 províncias do país a
procederem à avaliação periódica dos
projectos sob a sua tutela.
A recomendação consta do
documento final, que indica que os
resultados desta avaliação periódica
devem ser canalizados ao ministério
que constitui o seu órgão central.
Recomendaram igualmente que os
responsáveis dos GEPE devem ainda
identificar, com rigor, as prioridades
dos governos provinciais, como forma
de garantir uma boa implementação
dos projectos e a gestão dos recursos,
visando a aceleração de alguns
processos.
A realização de trabalhos de
consciencialização da sociedade para
a importância do censo populacional,
em preparação, bem como a
necessidade de uma colaboração dos
cidadãos em determinadas acções, foi
uma das recomendações adoptadas
pelos participantes.
“Mobilizar os responsáveis provinciais
dos GEPE no sentido de começarem
a trabalhar em tarefas de apoio
à realização do próximo censo
populacional, assim como na
instalação e funcionamento dos
serviços provinciais do Instituto
Nacional de Estatística (INE)”, refere o
mesmo documento que define ainda
a retomada da prática de monitoria
e acompanhamento dos projectos ao
nível dos diferentes departamentos
ministeriais e governos provinciais,
como sua prioridade.
Ana Dias Lourenço, Ministra do Planeamento.
Por outro lado, o encontro concluiu
haver necessidade do país dispôr de
uma estratégia de desenvolvimento
de longo prazo actualizada e
adequada.
No acto de encerramento, a ministra
Ana Dias Lourenço afirmou que os
desafios do sector que dirige são
“inúmeros e complexos”, por isso
urge a necessidade de todos juntos
trabalharem em torno das abordagens
do encontro.
“Este conselho consultivo poderá
constituir‑se numa via capaz de
propiciar o melhor relacionamento
entre os órgãos do sistema de
planeamento e maior diálogo,
sugerido durante os trabalhos”,
concluiu.
Durante dois dias, o conclave
balanceou, entre outras, as
actividades desenvolvidas em 2011 e
as perspectivas para 2012, além dos
programas de investimentos públicos
para o mesmo ano. v
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 11
Destaque
Duas Mulheres Presidentes Visitaram Angola
11‑12 Setembro de 2011
Ellen Johnson‑Sirleaf, Presidente da Libéria,
Prémio Nobel da Paz 2011, visitou Angola
A presidente da República da Libéria, Ellen Johnson‑Sirleaf, disse, em Luanda,
que a visita, de 48 horas que efectuou a Angola, serviu para fortalecer os laços
de cooperação entre os dois países.
E
m declarações à imprensa, no
Aeroporto Internacional 4 de
Fevereiro, Ellen Johnson‑Sirleaf
adiantou que “esta visita a Angola
serviu para continuar a fortalecer
as relações perdidas no período da
guerra”.
A chefe de Estado da Libéria recordou
que esteve, em Angola, pela primeira
vez em 1978 integrando a delegação
do presidente William Tolbert Júnior,
como oficial júnior e voltou anos
depois, como alta funcionaria da
Organização das Nações Unidas
(ONU).
Ellen Johnson‑Sirleaf, Presidente da Libéria, prestou
homenagem a Agostinho Neto fundador da Nação,
no Largo da Independência.
de missões diplomáticas em ambos
países, a estadista revelou que tanto
Angola como a Libéria vão, a partir de
agora, trabalhar nesse sentido.
“O Presidente dos Santos lembra‑se
desses momentos e também é de
opinião que devemos trabalhar para
reforçar esses laços de amizade que
unem os nossos dois países”, frisou.
Ellen Johnson‑Sirleaf salientou que
no seu encontro com o chefe de
Estado angolano questões como a
política africana e o desenvolvimento
do continente estiveram no centro
do diálogo, e nesse sentido leva
“excelentes conselhos”.
Ellen Johnson‑Sirleaf deixou uma
mensagem de coragem a todas as
mulheres africanas, para se dedicarem
mais ao activismo e “trabalharem como
líderes na sociedade, porque tudo o
que queremos é mais uma mulher
presidente em África”, concluiu. v
Mostrou‑se satisfeita pelo nível de
desenvolvimento que Angola está
a viver, adiantando que leva esse
exemplo para ser aplicado no seu
país, fundamentalmente as conquistas
alcançadas no sector petrolífero.
Abordada sobre a possibilidade da sua
deslocação a Angola agilizar a abertura
12 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Presidente da Libéria visitou nova Cidade do Kilamba.
Destaque
Duas Mulheres Presidentes Visitaram Angola • 11‑12 Setembro de 2011 • Ellen Johnson‑Sirleaf
Dados biográficos da presidente da Libéria
E
José Eduardo dos Santos, recebeu
no Palácio da Cidade Alta, a
sua homóloga da Libéria, Ellen
Johnson‑Sirleaf. O presidente de
Angola aproveitou para analisar as
relações bilaterais, além de debater
questões de âmbito regional e
internacional de interesse comum.
Na visita oficial a Angola, Ellen
Johnson‑Sirleaf aproveitou para
visitar diversos locais de interesse
socio‑económico, de forma a avaliar
no terreno o evoluir do processo de
reconstrução e de desenvolvimento
de Angola, como foi o caso do
monumento a Agostinho Neto, da
nova cidade do Kilamba e a Sonils,
base logística do Porto de Luanda.
Tal como Angola, também a Libéria
passou por um conturbado conflito
armado. A forma como Angola
emerge dos escombros da guerra, e
o desenvolvimento que tem sabido
trilhar, serviram de inspiração à
presidente da Libéria.
A Presidente da Libéria convidou
José Eduardo dos Santos a efectuar
uma visita de Estado ao seu país.
As datas da visita deverão agora ser
negociadas através dos respectivos
canais diplomáticos. v
llen Johnson‑Sirleaf, nascida em
Monróvia, capital da Libéria,
a 29 de Outubro de 1938, é a
presidente eleita da Libéria, que
venceu as eleições presidenciais de
8 de Novembro de 2005, nas quais
derrotou o outro principal candidato,
o ex‑jogador de futebol George Weah.
Líder do Partido da Unidade
(Unity Party), é a primeira mulher
eleita chefe de Estado de um país
africano. Johnson‑Sirleaf estudou na
Universidade de Harvard, e participou
pela primeira vez no governo
liberiano durante o mandato do
presidente William Tolbert, quando
desempenhou o cargo de ministra das
Finanças (desde 1970).
Em 1985, sendo candidata para
ocupar um assento no Senado,
criticou publicamente o regime militar,
o que lhe valeu uma condenação
de 10 anos de prisão, embora fosse
libertada pouco depois de ser presa.
Depois da passagem pela cadeia,
viveu no exílio até 1997, quando
regressa à Libéria como economista
do Banco Mundial e do Citibank em
África.
Embora inicialmente Johnson‑Sirleaf
tenha apoiado a revolta de Charles
Taylor contra o general Samuel Doe,
posteriormente passou à oposição e
participou nas eleições Liberianas de
1997, nas quais obteve apenas cerca
de 10% dos votos enquanto Charles
Taylor teve cerca de 75% (suspeita‑se
de fraude nas eleições).
Este acusou‑a de traição ao país,
e ela fez campanhas públicas
solicitando a saída do poder de
Taylor. Johnson‑Sirleaf desempenhou
um papel activo no governo de
transição anterior às eleições
presidenciais de 2005, assumindo
a liderança do Partido da Unidade
depois da saída de Taylor do país.
Na primeira volta das eleições,
a sua candidatura foi a segunda
mais votada com 175.520 votos,
passando à segunda volta definitiva
na qual enfrentou George Weah.
Em 11 de Novembro de 2005, com
um escrutínio de 97% dos votos,
a Comissão Eleitoral Nacional da
Libéria declarou Johnson‑Sirleaf
vencedora das eleições, resultado
não aceite por Weah, que apresentou
um recurso junto do Supremo
Tribunal Liberiano pedindo que se
suspendesse o escrutínio por supostas
irregularidades.
Em 23 de Novembro esse pedido
foi rejeitado e Johnson‑Sirleaf foi
reconfirmada como Presidente.
Ellen Johnson Sirleaf venceu
a segunda volta das eleições
presidenciais no seu país, no dia
8 de Novembro de 2011,
com 90,8% dos votos. v
Ellen Johnson‑Sirleaf
partilha o Prémio Nobel
da Paz de 2011 com mais
duas mulheres Africanas,
a activista Leymah Gbowee
igualmente Liberiana e
a jornalista e activista
Iemenita Tawakkul Karman
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 13
Destaque
Duas Mulheres Presidentes Visitaram Angola
19‑20 Outubro de 2011
Dilma Rousseff, Presidente do Brasil, visitou Angola
A Presidente do Brasil desembarcou na noite do dia 19 de Outubro em Luanda,
para uma visita de 48 horas a Angola
N
a capital angolana, a presidente
depositou uma corôa de flores em
homenagem ao primeiro presidente de
Angola, António Agostinho Neto, no
Largo da Independência.
O Brasil foi o primeiro país a
reconhecer o governo independente
de Angola em Novembro de 1975 e,
ainda hoje, confere grande prestígio
à diplomacia brasileira em Luanda.
Mesmo no período mais agudo da
Guerra Fria, o Brasil manteve o seu
apoio ao Governo Angolano.
Actualmente, Angola é um dos
principais parceiros comerciais do
Brasil em África com uma corrente de
comércio que cresceu mais de 20 vezes
entre 2002 e 2008, alcançando US$
4,21 bilhões. Os maiores investimentos
brasileiros em Angola concentram‑se
nas áreas da construção civil, energia e
exploração mineral.
A agenda de Dilma Rousseff em
Luanda incluiu ainda uma sessão
solene na Assembleia Nacional
Angolana e uma reunião de trabalho
com o presidente José Eduardo dos
Dilma Rousseff à sua chegada a Angola,
no Aeroporto Internacional “4 de Fevereiro”.
14 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Santos, que ofereceu também um
almoço em homenagem à Presidente
do Brasil.
“Angola e Brasil vão
continuar a crescer juntos
na economia mundial”
Durante a sua visita a Angola, a
Presidente Dilma Rousseff, garantiu
que o seu país e Angola vão continuar
de braço dado na economia mundial.
“O Brasil e Angola fugiram do receituário
conservador que tão bem conhecemos
há mais de 20 anos. Seguimos outro
caminho. Não renunciamos às nossas
responsabilidades internacionais,
mas este momento exige políticas
macro‑económicas para proteger as
nossas nações do contágio da recessão
e do desemprego”, disse a presidente do
Brasil.
Dilma aproveitou também para
defender a reforma dos organismos
multilaterais e a participação do Brasil
no Conselho de Segurança da ONU.
“O cenário internacional atravessa uma
fase de acelerada transformação. Os
países emergentes como o Brasil e
Angola são chamados cada vez mais
para ocupar espaços”, afirmou.
Por seu lado, o presidente de Angola,
José Eduardo dos Santos, defendeu
“a importância da presença brasileira
no conselho de segurança da ONU e
lembrou que Angola é o terceiro maior
mercado para os produtos brasileiros”.
Dilma respondeu: “A presença de
empresas brasileiras em Angola é um
testemunho do esforço de fortalecer
as relações comerciais e ampliar
investimentos conjuntos.”
No final dos discursos, Dilma Roussef e
José Eduardo dos Santos brindaram ao
sucesso dos dois países. v
Política
31ª Cimeira da SADC
“Consolidar as bases da integração regional: Desenvolvimento
das infra‑estruturas para facilitar as trocas comerciais
e a liberalização económica”
Angola assumiu a presidência da comunidade até 2012
17 ‑18 de Agosto de 2011
L
uanda foi a capital da Comunidade
de Desenvolvimento da África Austral
(SADC), ao reunir na 31ª Cimeira 14
Chefes de Estado e de Governo.
A abertura da Cimeira da SADC, que
decorreu sob o lema “Consolidar
as bases da integração regional:
Desenvolvimento das infra‑estruturas
para facilitar as trocas comerciais e a
liberalização económica”, reuniu mais
de 600 convidados com destaque para
deputados, líderes religiosos, membros
do corpo diplomático acreditado em
Angola, representantes de partidos
políticos e membros da sociedade civil,
entre delegados, ministros e Chefes de
Estado e de Governo.
Cidade capital – Marginal de Luanda.
A problemática da integração regional,
a criação da zona de comércio livre e
a união aduaneira e de infra‑estruturas
constaram do programa da cimeira da
Cúpula. v
Hifikepunye Pohamba considerou SADC
um organismo forte e unido
A SADC é uma instituição regional forte e unida, segundo o presidente cessante,
Hifikepunye Pohamba, na cimeira que decorreu em Luanda
A
cerimónia de abertura foi marcada
com os discursos de diferentes
entidades, com destaque para o
presidente cessante da SADC, o
namibiano Lucas Pohamba.
de dois planos estratégicos. Hifikepunye
Pohamba admitiu estarem em curso
esforços para a efectivação da zona
de comércio livre, que poderá ser
dinamizada com programas de criação
No discurso que antecedeu a transferência
da presidência da SADC para Angola, o
presidente cessante, Lucas Hifikepunye
Pohamba, considerou de positivo o
desempenho do seu mandato à frente
dos destinos da organização regional.
O também Chefe de Estado da
Namíbia destacou o progresso que a
organização tem vindo a registar, fruto
Presidente da Namíbia.
de infra‑estruturas, tecnologias de
comunicação e políticas de atracção ao
empresariado.
Destacou ainda o reforço da cooperação
entre os países da SADC com a segunda
economia mundial, a China.
A necessidade da estabilidade política
nos países da região, o combate à fome
e ao VIH/SIDA constaram igualmente no
discurso de Hifikepunye Pohamba, que
desejou sucessos à presidência de Angola
nos próximos doze meses à frente da
Comunidade para o Desenvolvimento
dos Países da África Austral (SADC). v
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 15
Política
31ª Cimeira da SADC
O Chefe de Estado Angolano
José Eduardo dos Santos assume
agora a presidência da SADC
O
novo presidente em exercício do
bloco, o presidente Angolano, José
Eduardo dos Santos, no seu discurso
de encerramento, enfatizou que os
programas nacionais de construção de
infra‑estruturas devem convergir, tanto
quanto possível, com as necessidades
regionais.
“Nós na SADC devemos fazer prevalecer
a visão de um futuro comum, baseada
num desenvolvimento sustentado e
socialmente equilibrado, susceptível
de promover a competitividade e a
participação na globalização; de facilitar
o movimento de capitais, pessoas e
bens; de aglutinar os diferentes padrões
culturais e de potenciar a valorização
dos recursos humanos”, enfatizou o
presidente Dos Santos no seu discurso
de encerramento do certame. v
Nova presidência vai priorizar resolução de conflitos
O Presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), José Eduardo dos Santos, defendeu como
prioridade do seu mandato de um ano, a resolução pacífica dos conflitos armados remanescentes na região.
D
os Santos, que discursava na cerimónia
de encerramento da Cimeira de
Chefes de Estado e Governos da SADC,
em Luanda, disse que as suas prioridades
irão igualmente para a consolidação da
paz, segurança, dos direitos humanos e da
democracia ao nível da sub‑região.
Segundo afirmou, estes aspectos
constituem‑se primordiais para o
desenvolvimento e integração económica e
política da Comunidade.
Disse igualmente que neste mandato vai
procurar completar a fase piloto do centro
de segurança alimentar e desenvolvimento
rural, a fim de se avançar no estudo das
políticas nacionais e regionais relativas a
este aspecto e a criação de um sistema de
informação sobre o mesmo.
Considerou necessário a organização de
“uma verdadeira cruzada” contra a fome.
As questões ligadas aos recursos hídricos
também devem merecer a atenção da
comunidade, disse o presidente da SADC,
acrescentando ser necessária a gestão
integrada dos recursos hídricos, assim
como dos que dizem respeito à estratégia
de gestão das cheias e das secas.
16 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
A par disso, defendeu o fomento da
mobilização regional na luta contra a malária,
a SIDA e outras endemias, criando‑se para o
efeito um centro regional de especialização
encarregue de treinar os quadros
responsáveis pela gestão destes assuntos.
Ao nível da educação, disse ser necessário
estabelecer‑se um banco de dados regional
eficiente, por meio do qual se fará um
intercâmbio de experiências e a informação
no âmbito da SADC.
Sobre a pesquisa e as tecnologias de
informação e comunicação, dos Santos
defende o seu reforço como chave para
integração regional.
O investimento neste sector, disse,
será a via para o desenvolvimento e,
consequentemente, combater‑se a pobreza
e desenvolver‑se os recursos humanos.
Defendeu a revitalização do fundo cultural
da comunidade com o objectivo de
mobilizar recursos financeiros e de outra
natureza para custear os novos projectos e
programas culturais a fim de se resgatar e
salvaguardar a identidade “mais profunda”.
Considerou benéfico realizar, durante o seu
mandato, um seminário com o objectivo
de se elaborar um plano de acção que
permita implementar os resultados da
Cimeira mundial sobre desenvolvimento
sustentável, realizada este ano em
Johannesburg, África do Sul.
A materialização destas medidas, a
par de outras ligadas aos sectores de
infra‑estruturas dos transportes, energia e
das comunicações, vai garantir a aceleração
do processo de integração regional e
ajudar de modo decisivo para que o
continente tenha êxitos na concretização
das suas metas de desenvolvimento.
Ao assumir a presidência da SADC, o
estadista Angolano solicitou o esforço
de todos para a adopção de medidas
apropriadas, a curto e longo prazo, tendo em
vista o alívio da problemática de carência de
alimentos que aflige cerca de 13 milhões de
pessoas de alguns países da sub‑região.
Disse que os principais desafios que se
colocam hoje aos Estados membros da
SADC não são específicos da sub‑região ou
do continente, mas têm um carácter global.
Fez referência à pobreza, educação,
insegurança alimentar, pandemias,
narcotráfico, os atentados à ecologia,
paludismo e outros, aspectos que requerem
uma resposta colectiva.
Política
31ª Cimeira da SADC
Para o estadista, a SADC continua a
afirmar‑se como instrumento essencial para
a garantia do desenvolvimento económico
e solucionar outras questões fundamentais
que afectam a segurança e estabilidade da
África Austral.
O reconhecimento desta vitalidade
possibilita também uma participação mais
equitativa e efectiva dos países membros,
quer no domínio das relações políticas
internacionais, onde podem assumir
posições de interesse comum, quer como
do actual nível económico mundial.
A cooperação económica e técnica ao
nível da SADC converteu‑se já em parte
integrante das relações recíprocas entre
os estados membros e constituem um
meio importante para promover a troca
de ideias, o intercâmbio de experiência e
conhecimentos sobre os avanços da ciência
e técnica nos mais diversos domínios ‑ disse.
Considerou gratificante que os esforços
empreendidos para a solução política dos
diferentes conflitos armados que atingiam
alguns países estarem a obter os seus frutos.
A região caminha firmemente para
a pacificação e segurança, condição
essencial para implementação das políticas
de desenvolvimento em perspectiva
‑ acrescentou.
Referiu que toda acção dos governos
da SADC deve ter como objectivo
a estabilidade, a democracia, a boa
governação e o respeito pelos direitos
fundamentais dos cidadãos.
Considerou necessário o estabelecimento
a nível internacional de relações mais
humanas e justas, que possam reverter
as desigualdades existentes entre as
nações desenvolvidas e as designadas
sub‑desenvolvidas.
Dos Santos disse que isso será possível
mediante a promoção do crescimento
com equidade, erradicação da pobreza, o
aumento da oferta do emprego produtivo
e o fomento da igualdade do género e da
reintegração social.
“Os nossos países devem poder participar
dos benefícios da globalização em pé de
igualdade com os estados desenvolvidos
a fim de não serem marginalizados
as oportunidades que este processo
oferece”, frisou.
‑C
ontribuir para a resolução pacífica
dos conflitos remanescentes na região
e para a consolidação da paz, da
segurança, dos Direitos Humanos e da
Democracia ao nível da SADC.
Bandeira da SADC.
A presidência da SADC propõe‑se, durante
o seu mandato, realizar as seguintes tarefas:
‑ Consolidar as bases da integração
regional, através do desenvolvimento
de infra‑estruturas do comércio e da
liberalização económica;
‑ Proceder à revisão do Plano Indicativo
Estratégico de Desenvolvimento
Regional (RISDP)
‑ Implementar uma Estratégia
de Financiamento do Fundo de
Desenvolvimento Regional e a sua
operacionalização para a preparação
e desenvolvimento de Projectos de
Infra‑estruturas;
‑ Implementar o Observatório Regional
da Pobreza da SADC
‑ Incrementar o combate e controlo das
doenças transmissíveis, nomeadamente:
HIV/SIDA, malária e tuberculose;
‑ Materializar programas para a
gestão conjunta de recursos naturais
transfronteiriços, com ênfase para as
Áreas de Conservação Transfronteiriças;
‑ Conceber um Programa de
Desenvolvimento Industrial;
‑ Implementar o Centro de
Coordenação de Pesquisa Agrícola e
Desenvolvimento;
“Estes são os aspectos sobre os quais
queremos incidir primordialmente a
nossa acção, a fim de obtermos uma
convergência real mínima como condição
para o sucesso da nossa integração”, disse
o Presidente José Eduardo dos Santos”.
José Eduardo dos Santos defendeu
igualmente a necessidade de se elevar a
SADC a um novo patamar, para se tornar
parte activa do desenvolvimento de África
e do mundo. O Chefe de Estado angolano
indicou que para isso é necessário
que a integração na região austral seja
sustentada e equilibrada, de forma a
influenciar uma nova ordem económica
em que os legítimos interesses de todas
as nações sejam respeitados e tidos em
consideração.
José Eduardo dos Santos referiu ainda
que a revisão do Programa Indicativo
Estratégico de Desenvolvimento Regional
(RISP), que constitui o núcleo do Programa
de Acção da SADC, deve adequar‑se
aos procedimentos da organização
reestruturados em 2003, de modo a
obter‑se melhores resultados em termos de
custos e benefícios.
A cimeira realçou que o desenvolvimento
das infra‑estrututras é incontornável
para consolidar as bases da integração
regional.
A SADC almeja no horizonte de 2018 ir
além de uma zona de comércio livre e
implementar, mesmo, uma moeda única,
objectivo que muitos observadores vêem
com alguma prudência.
As reuniões oficiais da SADC em Luanda
incluiram as do Comité Permanente dos
Altos Responsáveis (11‑13 de Agosto), do
Conselho de Ministros (15‑16 de Agosto),
do Órgão da Troïka (16 de Agosto) e
a Cimeira dos Chefes de Estado e de
Governo (17‑18 de Agosto). O evento,
teve o primeiro dia dividido em duas
sessões. v
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 17
Estado da Nação
Discurso na abertura da IV Sessão Legislativa
da Assembleia Nacional
Discurso sobre o Estado da Nação, proferido por Sua Excelência José Eduardo dos Santos,
Presidente da República de Angola, na cerimónia de abertura da IV Sessão Legislativa
da II Legislatura da Assembleia Nacional.
Luanda, 18 de Outubro de 2011
Estes objectivos gerais foram expostos
e desenvolvidos também no Programa
Eleitoral do MPLA, que em 2008 foi
submetido democraticamente à avaliação
do eleitorado angolano e aprovado pelo
voto da maioria.
Excelentíssimo Senhor Presidente
da Assembleia Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente
do Tribunal Constitucional,
Excelentíssimos Senhores Deputados,
Ilustres Convidados,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Nos termos do Artigo nº 118, Secção III,
Capítulo II da Constituição da República,
venho aqui para falar diante de vós e
para todo o povo angolano sobre o
Estado da Nação.
Vou procurar expôr da forma mais clara
possível as minhas idéias, constatações
e opiniões sobre a realidade nacional
actual e as sugestões e propostas do
Executivo sobre o nosso trabalho futuro.
A minha tarefa está facilitada, porque o
país tem rumo.
Esse rumo está claramente definido na
nossa Estratégia de Desenvolvimento de
Longo Prazo, conhecida por ‘Angola 2025’,
que expõe e explica os objectivos que
constituem a nossa ambição nacional.
Estes objectivos gerais e específicos não
foram achados por acaso. São o resultado
de estudos profundos e de discussões
e consultas que tiveram lugar em todo
o território nacional e que terminaram
com a aprovação da Agenda Nacional
de Consenso na Conferência Nacional
representativa de todos os estratos do
nosso povo, realizada em Luanda em
Maio de 2008.
Nunca é demais recordá‑los, porque
esses objectivos resumem a vontade
do nosso povo e orientam‑nos na
nossa vida quotidiana. São eles,
designadamente:
18 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
1. G
arantir a unidade e coesão nacional,
promovendo a paz e a angolanidade;
2. P
romover o desenvolvimento humano
e o bem‑estar, erradicando a fome, a
pobreza e a doença e elevando o nível
educacional e sanitário da população;
3. P
romover um desenvolvimento
sustentável, assegurando a utilização
eficaz dos recursos naturais e uma
justa repartição do rendimento
nacional;
4. G
arantir um ritmo elevado de
desenvolvimento económico com
estabilidade macroeconómica e
diversidade estrutural;
5. D
esenvolver de forma harmoniosa
o território nacional, estimulando
a competitividade dos territórios
e promovendo as regiões mais
desfavorecidas;
O meu nome figurava em primeiro lugar
na lista daqueles que apelaram ao voto e
que prometeram aplicar na prática esse
Programa, que teve o voto inequívoco
de mais de 82 por cento dos eleitores.
Esses eleitores depositaram assim a sua
confiança em nós para governar Angola
até 2012.
Isto aconteceu num processo eleitoral
aberto, transparente, livre e competitivo,
confirmando que em Angola existe um
regime baseado na vontade popular,
que se exprime através da liberdade de
organização política, da liberdade de
expressão e do sufrágio directo e secreto.
Não tem por isso qualquer fundamento
a afirmação de que em Angola vigora
um regime ditatorial, que não reconhece
os direitos, as liberdades e as garantias
dos cidadãos. Não há aqui qualquer
ditadura. Pelo contrário, no país existe
uma democracia recente, viva, dinâmica
e participativa, que se consolida todos
os dias.
6. C
onstruir uma sociedade democrática
e participativa, garantindo as
liberdades e direitos fundamentais e o
desenvolvimento da sociedade civil;
É, pois, com um mandato conferido pela
vontade soberana do povo angolano que
o Executivo está a conduzir a aplicação
dos objectivos específicos que constam
da sua Estratégia de Desenvolvimento,
tendo transformado os mesmos em
subprogramas executivos.
7. P
romover a inserção competitiva do
país na economia mundial, garantindo
uma posição de destaque na África
subsahariana.
Trata‑se do desenvolvimento sustentável,
que respeita as leis do Estado e as
políticas públicas sobre a preservação do
ambiente e da biodiversidade, ao mesmo
Estado da Nação
tempo que comparticipa nos esforços da
comunidade internacional para mitigar os
efeitos nefastos das alterações climáticas.
e no aumento da produção de quartzo
e de materiais de construção de origem
mineira, como areia, burgau e brita.
da qualidade do ensino e no reforço
da eficácia e equidade do sistema de
educação em todos níveis.
Ao avaliarmos o grau de implementação
desses programas, constatamos que
estamos a caminhar na via certa e que
não nos afastámos do rumo definido
à partida. Constatamos também que
estamos a acelerar a nossa marcha
para chegar o mais depressa possível
aos objectivos gerais ou finais dessa
Estratégia.
No subsector dos diamantes estão
em curso acções que visam, além da
extracção, a valorização de todas as
fases da cadeia desta indústria, desde a
comercialização dos diamantes brutos à
sua transformação, incluindo a joalharia.
Assim, de 2002 até 2010, a média
anual de estudantes matriculados nos
vários níveis de ensino foi superior
a 4 milhões e 500 mil. Só de 2010 a
2011 houve um incremento de 572.842
alunos matriculados, representando um
crescimento de 9,3 por cento.
Vejamos algumas dessas constatações:
Petróleo e Gás natural
Foi retomada, através de uma sociedade
mista entre o sector público e o privado,
a exploração do ferro e manganês,
com um projecto integrado que inclui
a indústria metalúrgica e siderúrgica e
que prevê a criação de mais de três mil
empregos na Huíla. O investimento inicial
é de cerca de 400 milhões e ascenderá
acima dos dois mil milhões de dólares.
Estão muito avançadas as negociações
com parceiros de renome internacional,
com vista à exploração no Norte
do país dos fosfatos e do potássio,
para a produção de adubos e o
desenvolvimento da agricultura.
Este é de todos o sector de maior
relevância na economia angolana, a larga
distância dos outros. O petróleo bruto,
por ser fortemente gerador de divisas,
é a principal fonte do Orçamento Geral
do Estado, com mais de 80 por cento da
receita fiscal, e o grande sustentáculo das
importações do país. O destaque neste
momento vai para a refinação de mais
petróleo bruto no país e para a produção
de combustíveis, lubrificantes, tintas e
solventes, etc.
Geologia e Minas
De 2008 a 2011 o sector de Geologia e
Minas registou um crescimento médio
anual de 11,8 por cento, consubstanciado
numa taxa média anual de produção de
diamantes na ordem dos 2,5 por cento
Também estão em curso iniciativas
para a produção do ouro e do cobre e
para aumentar a produção das rochas
ornamentais e outras matérias‑primas
necessárias para a indústria dos materiais
de construção.
Espera‑se que a partir de 2013 o sector
da Geologia e Minas contribua de modo
significativo para o aumento das receitas
do Estado e para a diversificação da
economia nacional e o aumento do
emprego.
Educação e Saúde
No quadro da Reforma Educativa em
curso, o Executivo continua empenhado
na expansão da rede escolar, na melhoria
Em 2010, o total de alunos matriculados
no sistema de ensino não universitário
foi de 668.358 na iniciação e de
4.273.006 no ensino primário (dez vezes
mais do que no último ano do período
colonial!).
Nos dois ciclos do ensino secundário
o número foi de 868.225, perfazendo
um total de 5.809.589 nesse sistema
de ensino não universitário. Em 2011,
esse número elevou‑se para 6.115.649,
assim distribuídos: 709.576 na iniciação,
4.455.548 no ensino primário e 950.525
nos dois ciclos do ensino secundário.
Por sua vez, de 2002 a 2010 os efectivos
de docentes apresentaram uma taxa
média de crescimento de 14,54 por
cento.
Em 2010 o Ministério da Educação
contava com 200 mil e 698 professores
em todo o território nacional. Nesse
período, o número de salas de aula nos
níveis primário e secundário passou de
cerca de 19 mil para mais de 53 mil em
2010, numa taxa de crescimento de 165,
71 por cento.
Entretanto, desde 2008, o Ensino
Superior conheceu um crescimento
notável, contando actualmente a
rede de instituições de formação já
expandida por todas as províncias do
país com 17 instituições públicas, sendo
7 universidades, 7 institutos superiores
e 3 escolas superiores, assim como
22 instituições privadas, sendo 10
universidades e 12 institutos superiores,
num total de 39 instituições de ensino
superior, frequentadas por cerca de 150
mil estudantes e contando com cerca de
dois mil docentes, incluindo nacionais e
estrangeiros.
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 19
Estado da Nação
Este crescimento tem permitido
aumentar de modo significativo o
número de diplomados nos diferentes
cursos, estimado actualmente em cerca
de mil e duzentos licenciados por ano,
aos quais se deve acrescentar uma
média de 160 diplomados formados no
exterior.
O sector privado tem dado uma
importante contribuição a esse processo,
na ordem de 5 por cento no ensino
primário e secundário e de cerca de
50 por cento no ensino superior. Este
sector necessita ainda de melhorar a sua
gestão, de se dotar de infra‑estruturas
e equipamentos mais adequados, de
ministrar mais cursos de natureza técnica
e também de rever a sua política de
preços, uma vez que ainda cobra valores
demasiado altos pelas propinas e pelos
diferentes serviços.
O Executivo está empenhado em
criar um sistema de apoio social aos
estudantes, designadamente os mais
carenciados, concorrendo para a criação
de condições de sucesso académico,
nomeadamente através da concessão de
bolsas de estudo para formação no país
ou no exterior.
Em 2011 foram concedidas três mil
bolsas de estudo internas, que deverão
passar para o dobro em 2012. Quanto às
bolsas externas, estas foram concedidas
para as mais diversas especialidades e
países, com prioridade para as áreas
de ciência e tecnologia, ciências da
educação e ciências médicas.
Ao nível da Saúde, por sua vez, foi
reforçada a rede de atenção primária
e foi feita a alocação directa do
equivalente a cerca de dois milhões de
dólares anuais a cada município, com
vista aos cuidados primários de saúde,
que permitiram garantir uma cobertura
de 78 por cento da população do país.
Para garantir a oferta e a qualidade
dos serviços às populações, durante
o ano de 2010 foram formados 1255
enfermeiros e técnicos e capacitados
20 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
3.565 em áreas fundamentais para a
redução da mortalidade materna e
infantil, o que permitiu uma redução
significativa das taxas de mortalidade
materna, que baixaram de cerca de
1.400 por 100 mil nados vivos em 2001,
para 610 em 2010.
As actividades de vacinação de rotina
permitiram vacinar 91 por cento de
crianças menores de um ano de idade
em todo o país e mais de 6 milhões de
crianças menores de 5 anos em cada
uma das quatro jornadas nacionais de
vacinação contra a poliomielite. Foram
também vacinadas contra o tétano mais
de 55 mil mulheres em idade fértil, na
vacinação de rotina.
Aumentou significativamente o número
de centros de aconselhamento e
testagem do VIH, que passou de oito
em 2003 para 547 em 2010. Também
os centros de prevenção da transmissão
vertical do vírus passaram de 3 em
2004 para 200 em 2010, e os centros
de tratamento com anti‑retrovirais em
adultos e crianças passaram de 3 em
2004 para 133 em 2010.
Estes centros acompanham 80.127
adultos e crianças, dos quais 41.371
com tratamentos de anti‑retrovirais.
Comprovando esses esforços, o inquérito
realizado em 2010 mostrou uma
estabilização da taxa de prevalência do
HIV/SIDA a nível nacional, que continua
a ser uma das mais baixas do nosso
continente.
Para que todos estes ganhos em saúde
sejam sustentáveis, o Executivo tem
procurado priorizar a implementação
efectiva das políticas públicas ao nível
dos municípios, com a melhoria do
saneamento básico, da segurança
alimentar, da oferta de água potável,
da redução da mortalidade materna
e infantil, do controlo das grandes
endemias e de algumas doenças não
transmissíveis. Paralelamente, vai reforçar
a rede hospitalar numa perspectiva de
integração regional.
Energia e Águas
O programa ‘Água para todos’ já beneficia
com água potável um milhão e 200 mil
pessoas. O consumo de água passou de
67 litros por habitante/dia, em 2008, para
101 litros por habitante/dia em 2011,
num crescimento de 51 por cento. Até ao
ano de 2012, este programa tem como
objectivo assegurar o acesso à água
potável a pelo menos 80 por cento da
população rural.
Temos vários projectos de média e
grande envergadura em curso, para
assegurar o abastecimento de água a
muitos centros urbanos, mas não existe
por enquanto uma carteira nacional de
projectos estruturantes que resolvam
satisfatoriamente o problema da água,
como há no sector da Energia para a
energia eléctrica.
Faz‑se sentir a necessidade de um Plano
Nacional da Água, que perspective, em
função das disponibilidades hídricas,
as suas diferentes utilizações na
agricultura, indústria, consumo humano
e aproveitamento hidroeléctrico. Já
foram tomadas as medidas para que esse
Plano Nacional da Água seja elaborado
o mais depressa possível e logo a seguir
será elaborada a carteira de projectos
estruturantes.
Entretanto, de forma a superar o
desafio de reduzir a zero o défice de
energia eléctrica no país, está em curso
a reabilitação das barragens do Gove,
Mabubas, Lomaum e Cambambe I,
a ser concluída em 2012. Esses
empreendimentos serão responsáveis por
adicionar 295,6 megawatts ao sistema
energético.
Estado da Nação
Com vista a melhorar a sua situação,
serão também instaladas centrais
térmicas de geração de energia em 2011
e 2012 em Cabinda, Luanda, Dundo,
Lubango, Namibe, Menongue, Ondjiva,
Huambo e Benguela.
Para melhor distribuir a energia
produzida está a ser criada uma ‘grelha
de transporte’, cujo principal eixo é a
interligação entre o norte e o centro do
país. Neste momento estão em curso os
trabalhos de reabilitação e expansão da
rede de distribuição de energia eléctrica
em Cabinda, Saurimo, Dundo, Caxito,
Sumbe, Porto Amboim, Huambo, Caála,
Lubango, Namibe e Tômbwa.
Por outro lado, estão aprovados projectos
estruturantes que vão ser implementados
no Soyo, Cambambe, Laúca, Caculo
Cabaça, e Keve/Ebo até ao ano de 2016,
que vão gerar uma potência de 5 mil
‘megawats’, num investimento de 8
biliões de dólares para a produção e
de cerca de 9 biliões para o sistema de
transporte e distribuição de energia.
Assim, se o subprograma do
Executivo para o sector da Energia
for integralmente cumprido, o
abastecimento de energia eléctrica vai
melhorar significativamente em 2013 e,
a partir de 2017 os principais problemas
estarão praticamente resolvidos.
Agricultura e Indústria
O Executivo está empenhado em garantir
que todos os angolanos tenham a
todo o momento acesso a alimentos
com qualidade e variedade adequada,
de modo a contribuírem para o
desenvolvimento humano, económico e
social do país. Para tal está a desenvolver
programas que visam o aumento da
produção alimentar, sobretudo no sector
familiar.
O Crédito Agrícola de Campanha atingiu
47 milhões de dólares e beneficiou 24
mil pequenos camponeses, residentes em
68 municípios de 17 das 18 províncias do
país, o que representa o cumprimento de
75 por cento do compromisso assumido
com as comunidades camponesas.
Entretanto, os recursos mobilizados
para o desenvolvimento rural e o
combate à pobreza privilegiaram, nestes
últimos dois anos, a continuação da
inclusão social e produtiva da maioria
da população rural e a melhoria da
prestação dos serviços sociais básicos e a
promoção da harmonia social.
Os camponeses consideram o crédito um
instrumento que poderá ajudá‑los na luta
contra a pobreza e consideram a taxa
de juros de 5 por cento e o prazo de
reembolso compatíveis com a actividade
agro‑pecuária e com as necessidades da
actividade financeira.
Os índices de pobreza baixaram de
68 por cento em 2002 para 36,6 por
cento em 2010, como foi referido no
Inquérito Integrado sobre o Bem‑estar da
População (IBEP), mas eles podem baixar
ainda mais, se interviermos nas vias de
acesso e no escoamento dos produtos
agrícolas do campo para a cidade.
Um mecanismo adequado de
escoamento dos produtos agrícolas pode
evitar as perdas enormes das colheitas de
muitas famílias camponesas, ajudando‑as
a libertar‑se mais rapidamente da fome e
da pobreza.
Assim, especial ênfase vai ser conferida
ao programa de reabilitação e
reconstrução das vias secundárias e
terciárias em todo o país e ao Programa
do Comércio Rural, pois estes são
factores catalisadores do aumento
da produção agrícola e pecuária e
da sua comercialização organizada e
descentralizada para o administrador
local, podendo assim contribuir para
melhorar as condições de vida da
população rural.
Concluímos assim que os índices de
pobreza e a fome estão a diminuir e
isto é a prova de que libertar o povo
angolano da fome e da pobreza é
possível!
Em 2012 vamos desenvolver uma acção
mais vigorosa de apoio à micro e à
pequena empresa, priorizando ajuda
financeira com créditos‑ajuda àquelas
pessoas que já estão no terreno a realizar
diversas actividades económicas de
pequena dimensão.
A imensa maioria delas são mulheres
que trabalham com muita dedicação,
coragem e sacrifício para conseguirem
meios para sustentar e educar os seus
filhos e merecem por isso a nossa
consideração, respeito e apoio! Estas
mulheres e outras noutros domínios são
um factor importante de estabilização da
família e da inclusão e coesão social.
Vamos também continuar a cuidar
do equilíbrio no género, pela via da
promoção da formação e da ascensão de
cada vez mais mulheres para cargos de
direcção e chefia e do combate a todas
as formas de discriminação e violência.
Senhor Presidente da Assembleia
Nacional,
Senhores Deputados,
De 2008 a 2011, o sector da Indústria
transformadora registou um crescimento
médio anual na ordem dos 8 por
cento. Foram criadas e entraram em
funcionamento 750 empresas privadas,
em quase todos os subsectores, com
destaque para a indústria alimentar e
de bebidas. O número de postos de
trabalho directos cifrou‑se em 25.120 e o
valor dos investimentos privados atingiu
cerca de 4 mil milhões de dólares.
O sector dos têxteis, vestuário e calçado
começa agora a dar os primeiros passos,
com o relançamento da cultura e da
fileira do algodão e a reabilitação e
desenvolvimento da produção têxtil, de
modo a gerar emprego e a substituir as
importações. Para o próximo ano deverão
entrar em funcionamento três fábricas de
tecidos, nomeadamente a Textang II, em
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 21
Estado da Nação
Luanda, a África Têxtil, em Benguela, e a
SATEC, no Cuanza‑Norte e Dondo.
Prevê‑se que de 2012 a 2017 o
sector da indústria transformadora vá
registar um crescimento médio anual
na ordem dos 10 por cento e que o
número médio anual de postos de
trabalho a criar seja de 7.400 directos
e 7.580 indirectos, estando o valor dos
investimentos a realizar estimado em
8 mil e 500 milhões de dólares, inscritos
na carteira dos ministérios da Indústria
e da Geologia e Minas.
Urbanismo e Habitação
do Estado. A população a alojar está
estimada em 2 milhões, 100 mil e 546
habitantes.
Nalgumas províncias verificam‑se
alguns atrasos nas obras devido a
situações inerentes à logística, mas
estima‑se que, uma vez ultrapassados
os constrangimentos, os primeiros fogos
comecem a ser entregues em 2012.
Para garantir o acesso da população a
casa própria, o Executivo estabeleceu
um regime de crédito à habitação que
habilita o acesso em condições favoráveis
de financiamento à aquisição de casa
própria ou à compra de terreno para a
sua construção.
Um outro aspecto a considerar é o da
autoconstrução dirigida e das casas
evolutivas, ou seja, casas que vão sendo
construídas por fases em função do
rendimento disponível.
A estruturação e evolução do sistema
urbano e do parque habitacional
nacional continuam a desenvolver‑se
de modo gradual, assegurando
assim um ambiente estruturante do
desenvolvimento do país e de reforço
das suas condições de afirmação e
coesão territorial.
Neste contexto, o Programa Nacional
de Habitação entrou numa fase
intensa de realizações, com ênfase
para a construção de novas cidades e
centralidades e para os projectos de
requalificação de largos aglomerados
populacionais, que visam satisfazer as
necessidades no domínio da habitação
social e de média renda.
Assim, no âmbito do Programa Nacional
de Urbanismo e Habitação, o Estado, o
sector privado e as cooperativas estão
a levar a cabo em todas as capitais de
província e em 127 sedes municipais
programas e projectos de construção de
infra‑estruturas urbanísticas, num total de
350.091 fogos de diferentes tipologias,
dos quais 210.024 da responsabilidade
22 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Neste particular, desejamos o
envolvimento do sector privado, nacional
e estrangeiro, porque pode contribuir
decisivamente para resolver os problemas
de dois milhões de cidadãos sem casa.
Temos também de levar em conta,
por outro lado, que o conflito militar
obrigou muitos cidadãos a abandonar
as suas zonas de origem e a instalar‑se
informalmente em zonas críticas ou
reservadas a projectos públicos. É
nosso propósito garantir‑lhes apoio
para a solução dos seus problemas,
nas duas modalidades de construção
atrás referidas, isto é, a auto‑construção
dirigida e a construção da casa
evolutiva.
No quadro do Programa de
Urbanismo e Habitação está em
curso em Luanda, no regime de casas
evolutivas, a construção de três mil
fogos e a previsão da construção até
2012 de mais cinco mil, numa área
infra‑estruturada para vinte mil fogos.
Eles destinam‑se às famílias que
ainda vivem em tendas nos bairros de
Cacuaco, Viana e Zango e o mesmo
programa abrangerá as populações que
se encontram na mesma situação nas
províncias da Huíla, Cunene e Huambo.
Está igualmente em curso um
diagnóstico mais abrangente a nível
nacional, no sentido de se apurar o
número efectivo de pessoas em situação
de desalojados.
Finalmente, a cidade de Luanda está a
sofrer uma grande transformação, quer
no seu antigo casco urbano quer na
sua periferia, mas a sua imagem ainda
continua muito pálida. Orientei o Senhor
Ministro do Urbanismo e Construção
para que, em cooperação com o Senhor
Governador desta província, apresentem
um plano para a renovação completa
da imagem da cidade capital do país,
que incida na reparação de passeios,
na reparação e recelagem das vias
rodoviárias, na melhoria da iluminação
pública e da sinalização e na conclusão
célere dos parques de estacionamento
previstos, com vista a melhorar a
circulação.
Esse plano envolve igualmente a pintura
dos edifícios e deve começar a ser
implementado no início de 2012, para
que Luanda reflicta o nosso desejo de
mudar para melhor!
Transportes, Infraestrutura
básica e Logística
Este foi de todos os subprogramas o que
registou um crescimento mais assinalável.
Foram reabilitados e construídos 6.500
quilómetros de estradas, erguidas
centenas de pontes, relançados
caminhos‑de‑ferro, recuperados
aeroportos e incrementado o comércio e
a logística.
Importa ainda ultrapassar algumas
fragilidades do sector e articular e
integrar os sistemas de transporte,
Estado da Nação
concretamente os portos com as
vias‑férreas, os aeroportos com as
estradas e as auto‑estradas, e todos
eles com as infra‑estruturas logísticas.
Em 2012/13 prevê‑se a conclusão de
todos os caminhos‑de‑ferro e do Porto
do Lobito.
Já foi entretanto aprovada pelo Executivo
a construção do maior porto comercial
do país na Barra do Dande, província do
Bengo. Será a principal porta de entrada
de mercadorias, contribuindo assim
para o crescimento económico e para a
geração de empregos.
Outro importante investimento em curso
no sector é a construção de uma nova
ponte‑cais em Cabinda, que irá servir de
base de apoio para a construção de um
porto de águas profundas na localidade
do Caio, cujo projecto executivo se
encontra na fase final de elaboração.
A reabilitação da infra‑estrutura
aeroportuária prossegue em ritmo veloz.
Foram reabilitados e modernizados os
aeroportos de Cabinda, Catumbela,
Benguela, Malanje, Ondjiva, Lubango e
Huambo e encontra‑se pronto para ser
inaugurado o aeroporto Carianga, em
Ndalatando.
Ainda este mês serão aprovados os
contratos para a reabilitação dos
aeroportos de Soyo, Dundo, Saurimo e
Luena. No próximo ano, será concluída
a primeira fase do novo Aeroporto
Internacional, em Luanda, cuja fase final
terá capacidade para 15 milhões de
passageiros por ano.
O programa de reabilitação das vias
estruturantes de Luanda deverá
entregar à população grande parte das
obras ainda em 2011. Dos 19 pontos
de intervenção, pelo menos 14 já
estão em fase de acabamento. As vias
expressas de Luanda e Kifangondo e de
Cabolombo‑Viana‑Cacuaco são exemplos
de obras que propiciaram significativas
melhorias no trânsito e no ordenamento
urbano.
Hotelaria e Turismo
de negócios. O objectivo é atingir
nos próximos dez anos a fasquia de
4 milhões e meio de turistas e um
milhão de postos de trabalho, directos
e indirectos; aumentar a inclusão
da sociedade civil e das populações
locais; e aproximarmo‑nos dos padrões
internacionais de contribuição do sector
de hotelaria e turismo para o Produto
Interno Bruto.
Cultura e Desporto
Face às condições socioeconómicas
existentes, este sector tem
experimentado um grande crescimento
e é um dos mais promissores em
termos de perspectivas de evolução,
para a qual muito poderá contribuir a
implementação do Plano Director do
Turismo recentemente aprovado.
Os operadores turísticos estão confiantes
e continuam a investir na criação de
infra‑estruturas hoteleiras e similares.
Em 2010, registou‑se um crescimento
de 16,1 por cento na chegada de
turistas, a oferta hoteleira cresceu para
136 unidades, com uma taxa média
de ocupação de 89 por cento, e os
investimentos estimados no sector
elevavam‑se ao equivalente a mais de
mil milhões de dólares.
O Executivo aprovou as orientações
para a criação de três novos pólos
de desenvolvimento turístico,
que irão complementar o Pólo de
Desenvolvimento Turístico do Futungo
de Belas, concretamente os Pólos de
Desenvolvimento Turístico de Calandula,
de Cabo Ledo e da Bacia do Okavango.
Neste último caso, Angola é parte de
um ambicioso projecto para se criar uma
reserva transfronteiriça de conservação
ambiental, de fauna selvagem e de
turismo ecológico, envolvendo a Zâmbia,
o Zimbabwe, o Botswana e a Namíbia,
denominado Okavango‑Zambeze ou
simplesmente KAZA‑ATFC.
Pretende‑se assim estruturar o turismo
em torno dos recursos naturais,
da paisagem, do sol, da praia e do
património cultural, devendo‑se
igualmente incrementar o turismo
Acabam de ser apreciadas em Conselho
de Ministros e remetidas a esta
Assembleia duas importantes leis, a
Lei do Mecenato e a Lei das Línguas
Nacionais, que poderão contribuir
de modo decisivo para uma maior
sustentação e dinâmica das actividades
artísticas e culturais e para resgatar a
dignidade e identidade das várias regiões
etnolinguísticas do país.
Foi igualmente definido o regime
jurídico da Rede Nacional de
Bibliotecas Públicas, que permitirá
um maior e mais fácil acesso às obras
fundamentais para o conhecimento e
a formação do homem, e também das
Casas de Cultura, que proporcionam
um espaço privilegiado para o convívio
cultural e para o enriquecimento e
partilha de experiências a todos os
níveis.
Valorizamos e consideramos dignos de
reconhecimento os esforços feitos pelos
criadores das várias disciplinas artísticas
e de todos os fazedores de cultura
para o enriquecimento do património
espiritual da nação. O Executivo vai
aprovar esse esforço, acelerando
igualmente a conclusão dos institutos
médios e superiores das Artes, com vista
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 23
Estado da Nação
a ampliar as capacidades de formação
dos quadros e profissionais do sector da
Cultura.
Ao nível do Desporto, a nossa política
tem sido orientada no sentido de se
obter o máximo de vantagens que este
proporciona como fenómeno social. Os
investimentos realizados estão ligados à
criação de condições infraestruturais, que
têm dado um inquestionável contributo
para o aumento da prática desportiva e
também para uma melhor qualidade de
vida e bem‑estar das populações.
Estão neste momento em fase avançada
de conclusão os estudos com vista
à construção de uma Vila Olímpica,
de um Centro de Treinamento e Alto
Rendimento.
Ao mesmo tempo, a Lei do Desporto
veio estabelecer as bases gerais do
Desporto nacional, promover e orientar
a sua organização, e generalizá‑lo a toda
a sociedade, como factor indispensável à
formação e saúde da pessoa humana, em
especial através da educação física e do
desporto escolar.
Vamos agora prestar mais atenção à
definição de um sistema coerente de
financiamento do Desporto nacional e ao
estudo e implementação da estratégia
e do plano de acção para os escalões
de formação em todas as modalidades
desportivas.
Ainda neste domínio, saudamos em
particular as conquistas da selecção
feminina de andebol e de basquetebol
e dos atletas paralímpicos, que não só
enchem de alegria e orgulho o nosso
povo, mas projectam também o nome da
Nação angolana além fronteiras.
Senhor Presidente da Assembleia
Nacional,
Senhores Deputados,
Atento aos riscos decorrentes da
grave crise económica e financeira
internacional, o Executivo conduziu
a partir de 2009 uma Política
Macroeconómica apoiada no pilar sólido
de uma Política Fiscal de Qualidade,
coerente e credível, capaz de garantir
um efeito contrário à tendência de
24 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
estagnação económica que se desenhava
em todos os países desenvolvidos
e nos países em desenvolvimento
e emergentes, e que se acabou por
verificar em muitos deles.
A nossa política anti‑cíclica orientou‑se
por uma firme determinação de evitar
a recessão, sem recorrer ao crescimento
das emissões de dívida e de moeda, para
não se comprometerem os fundamentos
fiscais e cambiais da estabilidade
macroeconómica.
Continuando a aplicar o Programa de
Investimentos Públicos na reconstrução
física, económica e social do país, foi
possível manter o crescimento, evitar a
recessão e continuar a luta contra a fome
e a pobreza.
Dados divulgados pelo Fundo Monetário
Internacional no passado mês de
Setembro indicam que Angola foi um
dos poucos países do mundo a escapar
da recessão em 2009, pois o seu PIB
cresceu 2,4 por cento enquanto o PIB
mundial decrescia 0,7 por cento.
Em 2010, a tendência manteve‑se, pois
o PIB cresceu 3,4 por cento e o cenário
económico angolano caracterizou‑se pela
recuperação lenta dos preços do petróleo
e pelo esforço fiscal para continuar a
consolidar os pilares da estabilidade
macroeconómica.
As reservas internacionais líquidas do
país subiram em 2010 do equivalente
a 12 mil e 600 milhões para cerca
de 17 mil e 500 milhões de dólares
e situavam‑se em fins de Junho de
2011 em 21 mil e 400 milhões, o que
representa um incremento de 23,6 por
cento desde o início do ano.
O dinamismo crescente dos sectores
da construção, agricultura, indústria
e serviços evidenciou a participação
crescente do sector não petrolífero
no Produto Interno Bruto, com um
crescimento de 8,3 por cento em 2009
e 7,8 por cento em 2010, enquanto
o sector petrolífero se contraía
(respectivamente ‑5,1 e ‑3,0 por cento),
devido à forte redução do preço do
petróleo em 2009 e à redução do volume
produzido em 2010.
Para 2011 estima‑se um crescimento do
Produto Interno Bruto na ordem dos
3,7 por cento, abaixo do previsto no
Orçamento Geral do Estado inicial, por
causa da redução da produção petrolífera
pela empresa BP, por razões técnicas,
que foi entretanto compensada em parte
pelo aumento do preço médio anual
do barril de petróleo bruto e por um
crescimento mais acelerado do sector
não petrolífero, devido ao efeito decisivo
do Programa de Investimentos Públicos.
Tais investimentos foram acompanhados
pela elevação do nível da despesa do
Sector Social no Orçamento Geral do
Estado, que passou dos 12,7 por cento
em 2009 para 34,3 por cento em 2010,
condição conseguida, em parte, graças à
reestruturação da dívida titulada de curto
prazo levada a efeito nos últimos dois
anos.
A inflacção continua a ser um desafio
para Angola. Depois de anos de descida
sustentada, a taxa de inflação subiu 6
por cento em 2008, atingindo 13,7 por
cento, e cresceu novamente para 14,7
por cento em 2010.
Estima‑se que em 2011 a inflação fique
abaixo dos 12 por cento projectados no
Orçamento Geral do Estado, uma vez
que a variação acumulada de Janeiro
até Agosto deste ano se cifra em apenas
6,86 por cento, contra 8,4 por cento no
período homólogo de 2010.
Entretanto, a Dívida Pública Global
continua dentro dos coeficientes de
segurança internacionalmente aceites,
quer quanto ao seu volume e custos,
quer no tocante ao seu perfil de
vencimentos.
O baixo custo do endividamento
externo, combinado com a recuperação
dos preços de exportação do petróleo,
reflectiu‑se na melhoria do saldo das
Transacções Correntes da Balança de
Pagamentos, que evoluiu de um défice
de 7 mil e 572 milhões em 2009 para um
défice de apenas 348 milhões em 2010.
Não admira, por todas as razões antes
expostas, que a Nação angolana continue
a receber da comunidade internacional
o reconhecimento da sua crescente
Estado da Nação
solidez macroeconómica, certificada
nos relatórios emitidos em 2010 pelo
Fundo Monetário Internacional e pelas
três principais agências internacionais
de classificação do risco de dívidas
soberanas.
A título de projecção, uma vez que o
seu exercício ainda não está concluído,
o Orçamento Geral do Estado para
2012 indica um potencial de receitas e
despesas aproximadas a 3,5 trilhões de
kwanzas, sem défice.
As projecções indicam igualmente uma
taxa de crescimento real do Produto
Interno Bruto de 12 por cento, sendo
13,4 por cento do sector petrolífero e
12,5 por cento do sector não petrolífero,
com uma taxa de inflação na ordem dos
10 por cento.
Senhor Presidente da Assembleia
Nacional,
Senhores Deputados,
Ao analisar os maiores problemas
mundiais, a Organização das Nações
Unidas definiu em 2000 um conjunto de
objectivos a ser atingidos pelos Estados
membros até 2015, por forma a reduzir
para metade todos os índices apurados.
Foram oito os objectivos preconizados:
1º ‑ Erradicar a pobreza extrema e a fome;
2º ‑ Alcançar o ensino primário universal;
3º ‑ P
romover a igualdade entre sexos e
a autonomização das mulheres;
4º ‑ Reduzir a mortalidade infantil;
5º ‑ Melhorar a saúde materna;
6º ‑ C
ombater o HIV/SIDA, a malária
e outras doenças;
7º ‑ G
arantir a sustentabilidade
ambiental;
8º ‑ C
riar uma parceria mundial
para o desenvolvimento.
Como nos foi dado ver nas constatações
que apontei anteriormente, ao referir o
grau de implementação dos programas
do Executivo em vários domínios da
vida nacional, Angola tem estado a dar
resposta a todas essas preocupações,
não só com a organização das condições
básicas e a alocação de recursos para
acções concretas, mas também com
a formação e a mobilização de toda a
sociedade para as levar a bom termo.
outros titulares de cargos públicos e as
eventuais incompatibilidades.
É importante que os Senhores Deputados
possam apreciar esses dados e fiscalizar
a acção do Executivo, para que se
saiba como o país está a cumprir os
compromissos internacionais assumidos
neste domínio.
A Lei Constitucional reconhece a todos
os cidadãos direitos iguais e é importante
que se saiba como agir quando há
conflitos de interesses ou valores éticos
e morais a preservar e se deve separar
os assuntos particulares dos assuntos do
Estado. O país precisa da contribuição de
todos com confiança no presente e no
futuro e nas suas instituições.
Senhor Presidente da Assembleia
Nacional,
Senhor Presidente da Assembleia
Nacional,
Senhores Deputados,
Senhores Deputados,
Ao fazermos uma opção política
e ideológica pela democracia
pluripartidária e pela economia social
de mercado, escolhemos realizar a
democracia política, económica, social
e cultural, fundada na igualdade e no
respeito das liberdades e garantias dos
cidadãos. O nosso objectivo é edificar
uma economia de mercado que sirva
os Angolanos e garanta a melhoria
crescente das suas condições de vida.
A juventude tem a tradição histórica de
participação activa em todas as causas
nobres em que se envolveu o povo
angolano. Esteve presente na luta de
Libertação Nacional, tanto na guerrilha
como na clandestinidade. Foi a parte
mais importante e activa na defesa do
país contra as invasões estrangeiras e a
desestabilização político‑militar e ajudou
o povo a construir a paz e a democracia
de que nos orgulhamos hoje.
A economia nacional ainda está em
fase de estruturação, mas não há
economia de mercado sem empresários
e proprietários privados e desejamos
que sejam os empresários privados
angolanos, grandes, médios e pequenos,
que comecem a controlar desde já a
nossa economia produtiva e de prestação
de serviços, à medida que o Estado for
reduzindo aí a sua presença.
A nossa juventude nunca agiu à margem
do povo, é do povo e trabalhou sempre
para o povo. É preciso manter essa
rica tradição, que vem dos nossos
antepassados!
Vão surgir e estão a surgir pessoas ricas.
O Estado não está contra os ricos, mas
é bom que se diga que a preocupação
maior do Executivo é combater cada vez
com mais energia a fome e a pobreza, de
modo a reduzi‑las progressivamente até
à sua completa anulação.
O sector privado pode e deve contribuir,
fazendo mais investimentos para criar
mais empregos bem pagos, pagar
impostos e aumentar a riqueza nacional.
Neste contexto, penso que o país precisa
de leis e regulamentos com regra
mais claras sobre a participação em
negócios de governantes, deputados e
Há hoje algumas incompreensões
e mesmo equívocos que é preciso
esclarecer. Penso que isso ainda acontece
porque o diálogo não é suficiente. O
sector competente do Executivo deve
aprimorar as vias do diálogo social e
ouvir, auscultar e discutir mais para que
os assuntos sejam tratados em momentos
e lugares certos e sejam encontradas e
aplicadas soluções consensuais.
O programa executivo para a resolução
dos assuntos da Juventude, cuja
implementação foi suspensa, deverá ser
retraçado pelo Governo e a sua execução
poderá ser avaliada periodicamente pelo
Ministério da Juventude e Desportos com
os representantes do Conselho Nacional
da Juventude, como já era feito antes.
O país precisa da contribuição de todos.
Precisa da força, dinamismo, criatividade
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 25
Estado da Nação
e disponibilidade da juventude
estudantil, operária, camponesa e
intelectual e dos jovens empreendedores
ou empresários. O país conta com o
patriotismo e o civismo que sempre
foram apanágio dos jovens angolanos.
A confusão e o desentendimento já
causaram situações de violência que
provocaram muitas desgraças e sofrimento
ao povo angolano no passado recente.
No final, quando nos entendermos,
compreendemos que é na reconciliação,
com paz e juntos que vamos resolver os
problemas do povo angolano.
Senhor Presidente da Assembleia
Nacional,
Senhores Deputados,
No quadro da normalização da
nossa vida política, e nos termos da
Constituição, vão ter lugar no terceiro
trimestre de 2012 as eleições gerais
para a escolha do Presidente e do
Vice‑Presidente da República e para a
escolha dos Deputados à Assembleia
Nacional, porque nesse período
terminam os quatro anos do mandato
parlamentar que resultou das eleições
legislativas de 2008.
Peço que esta Assembleia Nacional
aprove com urgência as leis necessárias
que definem o figurino legal e a
composição da Comissão Nacional
Eleitoral, assim como os mecanismos de
interacção com as demais instituições
relevantes do Estado, e que permitem
criar as condições para que as eleições
sejam bem organizadas e decorram de
maneira livre e transparente.
Neste momento está em curso o
processo de actualização geral do
registo eleitoral e é importante que cada
cidadão com idade para eleger e ser
eleito cumpra com o seu dever de se
registar, pois só assim poderá exercer o
direito de votar e participar na escolha
dos órgãos representativos do poder
político para os próximos cinco anos
seguintes, como define a Constituição.
Senhor Presidente da Assembleia
Nacional,
Senhores Deputados,
A segurança da Nação angolana, apesar
da persistência de algumas ameaças
26 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
e riscos de baixa intensidade, tem‑se
apresentado na generalidade estável e
sob controlo, uma vez que os órgãos
competentes têm assegurado de forma
proactiva a ordem e tranquilidade
públicas e a salvaguarda das instituições
do Estado.
É, pois, digno de louvor e
reconhecimento o esforço dos
responsáveis e dos efectivos das
forças de Defesa, Segurança e Ordem
Pública, que além de preservarem a
paz, protegerem as nossas fronteiras e
fazerem respeitar a legalidade plasmada
na Constituição da República, têm
participado de forma meritória na
realização de acções de emergência
social, em tarefas de desminagem e de
reconstrução de infra‑estruturas locais e
em missões de cooperação no exterior
do país.
Gostaria de aproveitar esta ocasião
para salientar e apelar para o reforço
da solidariedade institucional entre o
Parlamento, o Governo e os Tribunais,
que respondem respectivamente pelo
poder legislativo, executivo e judicial,
que são os pilares da construção de um
Estado de Direito democrático, de Justiça
Social e de Paz.
Esse apelo é extensivo a outros
organismos do Estado, como a
Procuradoria‑Geral da República, o
Tribunal de Contas e o Provedor de
Justiça, para que assumam todos com
maior prontidão, rigor e isenção as
nobres tarefas para as quais foram
criados.
Senhor Presidente da Assembleia
Nacional,
Senhores Deputados,
A condução da nossa política
externa continuou a pautar‑se por
uma actuação objectiva em actos e
eventos conducentes à consolidação
do entendimento e cooperação
entre as nações e à preservação da
paz, da estabilidade e da segurança
internacionais.
Tendo uma experiência de guerra
dolorosa, que ainda hoje tem graves
reflexos na vida das nossas populações,
Angola defende o diálogo e a negociação
como princípios para a busca de solução
pacífica para todas as divergências e
contradições que possam surgir no plano
internacional.
Esta posição é cada vez mais relevante
numa conjuntura mundial em que
qualquer crise atinge logo uma dimensão
global e em que se volta a privilegiar
a imposição e a ameaça da força para
se resolverem os conflitos internos ou
interestatais de países soberanos.
Nós continuaremos a cumprir as nossas
obrigações e a assumir as nossas
responsabilidades no plano internacional,
em especial no que diz respeito a África
no seu todo e em particular no quadro
dos conjuntos económicos e políticos
a que pertencemos, como a SADC e a
CEEAC, e também a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa.
Num plano mais amplo, Angola
continuará igualmente a cooperar com a
comunidade internacional na luta contra
o terrorismo e as redes criminosas, o
branqueamento de capitais, o tráfico
de seres humanos e de substâncias
psicotrópicas e as grandes endemias.
Tal como no passado, não permitiremos
nunca a ingerência de entidades ou
governos estrangeiros nos nossos
assuntos internos. Defenderemos a nossa
soberania e integridade territorial, as
nossas opções políticas e económicas e a
nossa identidade como nação, colocando
acima de tudo os superiores interesses
do povo angolano.
Angola Vencerá! v
Actividade Diplomática
National Prayer Breakfast
• 03 de Fevereiro de 2011
Angola participou na quinquagésima nona (59ª) sessão do National Prayer Breakfast
em Washington
contou este ano com participantes de
mais de 100 países e incluiu uma série
de reuniões e outros eventos.
U
ma delegação parlamentar
Angolana chefiada pela
Deputada á Assembleia Nacional
Ângela Bragança, Presidente
da terceira comissão sobre
Relações Exteriores, Cooperação
Internacional e Comunidades
Angolanas no Estrangeiro participou
na quinquagésima nona sessão
do National Prayer Breakfast
(pequeno‑almoço de oração), um
evento que se realiza anualmente
na primeira quinta‑feira do mês de
Fevereiro, em Washington, D.C.
Integrou a mesma a deputada
Anabela Manuel dos Santos Alberto,
igualmente membro da terceira
comissão da AN, responável pelas
comunidades Angolanas residentes no
estrangeiro.
Esta é a terceira vez que uma
delegação parlamentar Angolana, é
convidada a participar no certame
organizado pela Fellowship Foudation,
uma organização cristã conservadora
mais conhecida como “A Família”.
Inicialmente chamado de Café de
Oração Presidencial, o nome foi
mudado em 1970 para National
Prayer Breakfast (pequeno‑almoço de
oração), sendo anfitriões os membros
do Congresso Americano. O evento
Estiveram presentes no evento cerca
de 3.500 convidados, incluindo
convidados internacionais de
mais de 100 países. O mesmo foi
projectado para ser um fórum de
reunião para políticos, líderes sociais
e empresariais do mundo com o
objectivo de interacção e estabelecer
parcerias. “O National Prayer Breakfast
(pequeno‑almoço anual de oração),
é considerado pelas famílias como
um instrumento com o propósito
maior de oração e reunião. O evento,
cujo programa incluiu uma série de
reuniões e actividades sociais acontece
há 56 anos.
Anualmente, membros do Congresso
norte‑americano juntam‑se em oração
com muitas outras individualidades
governamentais, representantes do
corpo diplomático acreditado nos EUA,
líderes de todo o país e amigos, sem
olhar ás suas diferenças, com o objectivo
de reforçar as suas relações através do
seu amor a Deus e pelo próximo.
A Fellowship Foundation é uma
instituição que apoia um amplo
movimento internacional que se
Ângela Bragança, Deputada à Assemleia Nacional
esforça por criar um denominador
comum apesar dos diferentes credos
religiosas, divisões políticas e sociais
enfatizando a mensagem de Jesus
Cristo, de amor e união.
O Presidente dos EUA, Barack Obama
acompanhado de sua esposa foi o
principal orador do evento no qual
interveio igualmente o astronauta
Mark Kelly, esposo da congressista
republicana Gabrielle Giffords, vítima
do atentado no início deste ano no
Estado de Arizona.
Presidente Barack Obama e a Primeira Dama Michelle
Obama de cabeças inclinadas na altura da oração
que foi feita pelo Astronauta da NASA, Mark Kelly,
esposo da Congressista Gabby Giffords, que encerrou o
National Prayer Breakfast 2011 em Washington, D.C.
No seguimento do programa da visita,
a delegação parlamentar Angolana
participou num encontro interactivo
com a diáspora Angolana residente
na área metropolitana de Washington,
organizado pela Embaixada de Angola
nos EUA, onde foram abordados os
últimos desenvolvimentos políticos,
económicos e sociais que ocorrem
no país. A deputada Angolana
Ângela Bragança informou sobre
o funcionamento da Assembleia
Nacional, e as principais estratégias
traçadas pelo Governo para os
cidadãos que desejam regressar ao
país de maneira a que possam fazer
face às suas primeiras necessidades. v
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 27
Actividade Diplomática
TAAG adquiriu duas aeronaves
do tipo 777– 300ER à Boeing
Companhia aérea de bandeira nacional, assinou com parceiros contratos
de financiamento para a aquisição de duas novas aeronaves à Boeing.
PCA, Pimentel Araújo e que integrou
igualmente representantes do Ministério
das Finanças, Instituto Nacional da
Aviação Civil (INAVIC), e da Empresa
Nacional de Seguros de Angola (ENSA).
seiscentos e quarenta e dois mil e
duzentos e oito dólares), e com o Banco
Britânico HSBC, com a garantia do
Governo da República de Angola, no
valor de USD 78.348.865,10 (Setenta e
oito milhoes, trezentos e quarenta e oito
mil, oitocentos e sessenta e cinco dólares
e dez cêntimos).
F
oram rubricados em Washington,
D.C. a 10 de Junho de 2011, na
sede do EximBank, os contratos de
financiamento no contexto do contrato
comercial, aprovado aos 5 de Outubro de
2009, com base no Decreto Presidencial
número 114/11 de 3 de Junho do
corrente ano, entre a TAAG e a Boeing
para a aquisição de duas aeronaves
do tipo Boeing 777‑300ER, no valor
global de trezentos e setenta e cinco
milhões, quatrocentos e sessenta e
três mil, seiscentos e setenta e oito
dólares americanos e oitenta cêntimos
(375.463.678,80), um financiamento a
longo prazo, em várias tranches.
Para o efeito, esteve no dia 8 do
corrente mês em Washington, D.C. uma
delegação da TAAG, chefiada pelo seu
Sede do EximBank em Washington, D.C.
Assinatura dos contratos de financiamento.
28 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Pimentel Araújo,
PCA da TAAG.
Deputadas à AN.
A TAAG, Línhas Aéreas de Angola‑EP.,
assinou com os seus parceiros os
contratos de financiamento entre a
IONA LLC (instituição criada para ser
responsável das aeronaves enquanto
durar o financiamento), PFECO, Private
Export Corporation (Corporação de
Exportação Privada), o EximBank
norte‑americano, com garantia deste
último e do Governo da República de
Angola, no valor de USD 255.642.208,00
(Duzentos e cinquenta e cinco milhões,
Virgilio Fontes Pereira, Chefe da Delegação Parlamentar de
visita a Washington que testemunhou o acto de assinatura,
ladeado de deputados da AN, Adelaide Godinho, Directora
Jurídica da TAAG e Martinho Codo, Diplomata da MD nos EUA.
Representantes da TAAG e do Ministério das Finanças.
Um contrato de financiamento celebrado
entre a TAAG e o Sindicato de Bancos
Angolanos, liderado pelo Banco de
Poupança e Crédito, envolvendo o Banco
Africano de Investimentos (BAI) e o
Banco de Negócios Internacionais (BNI),
com garantia do Governo angolano
no valor de USD 34.463.049,40 (Trinta
e quatro milhões quatrocentos e
sessenta e três mil, quarenta e nove
dólares e quarenta cêntimos), tinha sido
igualmente assinado.
Presidente do EximBank
dos EUA.
Martinho Codo, Representante
da Missão Diplomática de
Angola nos EUA.
Actividade Diplomática
O Ministério das Finanças é o organismo
do Governo, a quem foi delegada
a competência para emitir, em
representação da República de Angola, as
garantias para a cobertura dos contratos
de financiamento. À ENSA competiu a
tarefa de tudo o que se relaciona com o
seguro das referidas aeronaves.
Delegação parlamentar Angolana, PCA da TAAG
e Encarregado de Negócios a.i. da MD.
“A TAAG está empenhada a melhorar
a sua frota, de acordo com os padrões
internacionais, contribuindo assim para
a modernização da companhia. Estou
certo de que as referidas aeronaves
irão contribuir para atenuar o fluxo de
transporte de passageiros e mercadorias
no país”, disse Pimentel Araújo, PCA da
TAAG, após a cerimónia de assinatura dos
contratos de financiamento, acrescentando
ao referir‑se à estrutura interna das
aeronaves, que se tratavam de 12 primeiras
classes, 56 executivas e 225 económicas.
membros do Departamento de Estado,
representantes da Boeing e do EximBank,
assim como diplomatas Angolanos.
Na altura, Martinho Codo, Encarregado
de Negócios a.i. desta Missão
Diplomática na sua alocuçao, disse que
a cerimónia de assinatura dos contratos
de financiamento, foi um testemunho
das boas relações existentes entre os
dois Estados e enfatizou o empenho
do Governo angolano de melhorar as
condiçoes de vida das populações nos
mais variados sectores da sociedade
incluindo o sector dos transportes.
Representantes da AN, TAAG, Boeing, EximBank, HSBC,
PFECO e diplomatas.
Cerimónia de assinatura de contratos de financiamento.
Após o evento, delegação da TAAG
seguiu para Seattle, Washington States,
onde se situada a sede da Boeing para a
entrega da primeira aeronave que deixou
o espaço aéreo norte‑americano no dia
16 de Junho do corrente ano. A segunda
aeronave seguiu para o país, no dia 7 de
Julho de 2011. v
Rubricaram os contratos de
financiamento pela TAAG, o seu PCA
Pimentel Araújo, Richard Youtz da PFECO,
Richard Hodder do HSBC e o Presidente
do EximBank Fred Hoch Berg.
Primeira Aeronave, “Sagrada Esperança”.
Base de Everest, Seattle, Washington States.
16 de Junho de 2011.
Segunda Aeronave, “Welwitschia
Mirabilis”.
Base de Everest ‑ Seattle, Washington
States. 7 de Julho de 2011.
Representantes da TAAG, ENSA e Ministério das Finanças.
Testemunharam o evento a delegação
de deputados à Assembleia Nacional
que terminou a sua visita aos EUA,
Interior Boeing 777‑300ER.
Raúl Araújo, Consultor
da Assembleia Nacional.
Diplomatas da MD nos EUA
e convidados.
Tripulação da TAAG.
Representantes da imprensa
nacional em Seattle, Base de Everest
(cobertura de imprensa ao evento).
Preparativos para a descolagem da
segunda aeronave.
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 29
Actividade Diplomática
Delegação parlamentar angolana visitou
os Estados Unidos da América
Jukes, da Direcção Orçamental do
Estado (OMB), Director Associado
para a divisão legislativa, o orgão que
tem a responsabilidade de preparar
o OGE e apresentá‑lo ao congresso; é
igualmente a direcção da gestão do
orçamento da Casa Branca.
Virgílio de Fontes Pereira, presidente da bancada
parlamentar do MPLA.
U
ma delegação da Assembleia
Nacional chefiada por Virgílio de
Fontes Pereira, presidente da bancada
do MPLA, esteve de visita aos EUA, de
6 a 10 de Junho de 2011.
Da agenda estabelecida para esta
visita de estado de cinco dias, a
Washington, que teve como principal
objectivo a troca de experiências
relativamente à supervisão do
legislativo sobre o Executivo, contaram
vários encontros com congressistas dos
EUA e um encontro no Departamento
de Estado.
Os parlamentares angolanos, foram
informados sobre o funcionamento
da Unidade de Projecções da direcção
do orçamento do congresso dos
EUA (CBO), uma instituição que tem
como mandato, preparar estudos
e projecções sobre o Orçamento
Geral do Estado apresentado pela
administração.
Ainda no congresso norte‑americano,
a delegação parlamentar angolana,
manteve um encontro na Câmara dos
Representantes, onde foi orador o
staff do congresso Talia Dubovi, do
sub‑comité de apropriações sobre
o Estado, operações estrangeiras e
programas relacionados, e com Jim
30 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
No último dia da sua visita, a
delegação parlamentar Angolana,
testemunhou o acto oficial de
assinatura do acordo de financiamento
celebrado entre a TAAG‑Linhas Aéreas
de Angola‑E.P, a IONA LLC, Corporação
Privada de Fundos de Exportação, o
banco britânico HSBC e o EximBank
dos EUA, no contexto do contrato
comercial entre a transportadora aérea
nacional e a Boeing, para a aquisição
de duas novas aeronaves do tipo
Boeing 777‑300ER.
A finalizar, a delegação parlamentar
participou numa recepção nas
instalações da Embaixada de Angola
nos EUA, organizada conjuntamente
com a Câmara de Comércio EUA/
Angola, onde participou a delegação
da TAAG presente em Washington,
D.C., seus parceiros, membros da
comunidade Angolana residente nos
Estados Unidos, membros associados
da câmara e diplomatas angolanos.
Virgílio de Fontes Pereira, considerou
exitosa a visita e enfatizou que o
intercâmbio regular entre a Assembleia
Nacional e o Congresso americano,
através de visitas do género, serve
para melhor compreender o sistema
legislativo norte‑americano e
vem reforçar e ajudar o processo
parlamentar angolano. Com todos os
presentes brindou à aquisição pela
TAAG das duas aeronaves do tipo
Boeing 777‑300 ER.
Membros da Associação Comunitária Angola Nova
(Comunidade Angolana residente na Philadelphia,
esteve com o Deputado Virgílio Fontes Pereira).
Virgílio Fontes Pereira, efectuou
uma visita de cortesia a Susan Page,
Assistente do Secretário‑Adjunto
para as Questões Africanas
do Departamento de Estado
norte‑americano, no qual ambos
os interlocutores, trocaram pontos
de vista sobre o estado actual da
cooperação bilateral entre os dois
países e o incremento das relações
entre os dois orgãos para troca de
experiências de ambos os lados.
A delegação parlamentar, integrou
Vitória Izata, presidente do Comité
sobre assuntos constitucionais
e judiciais, Tomás da Silva,
vice‑presidente do Comité para a
administração de estado e o poder
local, Maria Luísa Veiga, membro do
comité para ética e decoro, ambos
deputados à Assembleia Nacional
para além de Raul Araújo, Conselheiro
da AN e Lutuima Prata, assistente e
funcionário sénior. v
Actividade Diplomática
Presidente Barack Obama recebeu credenciais
do Novo Embaixador Angolano nos EUA
Uma cerimónia singela mas muito emocionante!
O
Resposta do Presidente Barack
Obama à mensagem do novo
Embaixador da República de Angola
Alberto do Carmo Bento Ribeiro por
ocasião da apresentação das suas
cartas credenciais.
Embaixador Extraordinário e
Plenipotenciário da República de
Angola nos Estados Unidos da América,
Alberto do Carmo Bento Ribeiro, foi
recebido na tarde do dia 09 de Setembro
de 2011 em audiência, na Casa Branca,
pelo Presidente norte‑americano, Barack
Obama, para a apresentação oficial das
suas cartas credenciais.
Durante a cerimónia, o diplomata
Angolano, realçou na sua mensagem,
os dividendos da paz e a consolidação
da reconciliação nacional que ocorre no
nosso país, assim como o reforço das
instituições democráticas no sentido de
uma melhoria na defesa dos direitos
humanos, visando a redução da pobreza,
a boa‑governação e o combate á
corrupção.
O Embaixador Angolano nos EUA, referiu
igualmente os progressos alcançados
na cooperação bilateral entre os nossos
dois países, enfatizando a assinatura
do Memorando para o Díalogo de
Parceria Estratégica, em 2010, como
um testemunho para a importância da
diplomacia e um instrumento que vem
cada vez mais reforçar as boas relações já
existentes.
No acto de aceitação das cartas que
credenciam Alberto do Carmo Bento
Ribeiro como Embaixador Extraordinário
e Plenipotenciário de Angola nos EUA,
Barack Obama, referiu que a indicação
do diplomata Angolano, acontece num
momento crucial das relações bilaterais
entre os nossos dois Estados.
“Nesta última década, Angola não apenas
se recuperou da guerra civil devastadora,
como igualmente desenvolveu uma
economia que se posiciona de entre as
maiores do continente africano”, disse.
Sr. Embaixador,
Novo Embaixador de Angola nos EUA, Bento Ribeiro,
na Casa Branca ao lado do Presidente norte‑americano,
Barack Obama.
O Presidente norte‑americano, aproveitou
igualmente a oportunidade, para felicitar
o chefe de Estado Angolano, Presidente
José Eduardo dos Santos pela presidência
da SADC.
Recorde‑se que o diplomata Angolano,
fez a apresentação das suas cartas
figuradas a 1 de Setembro de
2011, no Departamento de Estado
norte‑americano.
Assistiram à cerimónia na Casa Branca,
como é da praxe nos EUA, familiares
próximos ao Embaixador Alberto do
Carmo Bento Ribeiro. v
Viatura oficial protocolar da Administração
norte‑americana de partida à Casa Branca.
É com grande prazer que aceito
as suas cartas credenciais que
o acreditam como Embaixador
Extraordinário e Plenipotenciário da
República de Angola e, reconheço ter
recebido as cartas de demissão do
seu antecessor, Embaixadora Josefina
Pitra Diakite, que foi excepcional em
representar Angola nos EUA. Gostaria
de estender as calorosas boas vindas
a Si e á sua família e espero trabalhar
muito estreitamente consigo no
estreitamento das já boas relações
entre os nossos países.
A sua indicação para Washington
acontece num momento crucial nas
nossas relações bilaterais. Durante a
década passada, Angola não apenas
conseguiu recuperar‑se da guerra
civil, mas conseguiu desenvolver
uma economia que actualmente se
posiciona entre as maiores em África.
Os Estados Unidos reconhecem a
importância da liderança de Angola
em África e felicito, o Presidente José
Eduardo dos Santos por ter assumido
a Presidência da Comunidade de
Desenvolvimento da África Austral. As
eleições presidenciais e parlamentares
que terão lugar em Angola no próximo
ano, serão outro marco importante.
Angola é abençoada pela abundância
dos seus recursos naturais, contudo,
o seu povo constitui a sua maior
riqueza. Os Estados Unidos da América
acreditam que a democracia é a chave
para o aproveitamento desta riqueza
e para assegurar um futuro brilhante e
próspero para todos os Angolanos.
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 31
Actividade Diplomática
Presidente Barack Obama recebeu credenciais
do Novo Embaixador Angolano nos EUA (cont.)
no caminho para uma governação
democrática. A nossa esperança é de que
os Estados Unidos da América possam
assistir Angola a melhorar a vida das
suas populações e atingir o seu pleno
potencial como nação democrática,
próspera e pacífica.
Embaixador Bento Ribeiro e esposa Sra. Maria Odete Ribeiro
acompanhados da oficial de Protocolo da Casa Branca.
Durante a sua primeira visita a África,
a Secretaria de Estado Hillary Clinton
efectuou uma visita histórica a Angola.
Desde aquela data os Estados Unidos
e Angola assinaram um Memorando
de Entendimento que estabelece
formalmente uma Parceria Estratégica
baseada no diálogo, no princípio de
respeito, igualdade e benefícios mútuos.
Recebi com satisfação a informação
de que a delegação americana
do Departamento de Energia foi
calorosamente recebida em Agosto em
Luanda, e que tiveram reuniões positivas
e substantivas bem como conversações
com o seu Governo. Espero grandes
sucessos enquanto continuamos a
avançar no nosso diálogo.
Os Estados Unidos projectam o
aumento das relações comerciais
e de investimento com Angola.
Empresas privadas americanas estão
a investir fortemente em Angola, que
actualmente é o nosso terceiro parceiro
comercial na África Subsahariana.
As nossas nações continuam a fazer
progressos com o nosso acordo
bilateral de Comércio e Investimento.
Esperamos expandir as nossas relações
económicas para além do vosso
robusto sector petrolífero.
Apesar do extraordinário progresso
feito dentro de Angola e no quadro das
nossas relações bilaterais, muito necessita
de ser feito. Esperamos trabalhar com
Angola enquanto esta continua a avançar
32 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Espero trabalhar consigo na melhoria
da nossa cooperação de interesse
mútuo e reforçar os laços de amizade e
parceria entre os nossos dois países. Sr.
Embaixador é com prazer que lhe desejo
boas‑vindas a Washington D.C. v
Angola EUA
Embaixador Bento Ribeiro e seus familiares antes
da partida para a Casa Branca.
Novo Embaixador quer consolidação das relações
B
ento Ribeiro, o novo Embaixador de Angola nos Estados Unidos da América
foi empossado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, aos
19 de Junho de 2011.
Falando na altura à imprensa nacional, o diplomata Angolano, disse em Luanda
que tudo fará para a consolidação das relações entre os dois países.
Recordou que os Estados Unidos da América “são o parceiro mais importante
que nós temos a nível económico” e que dada a posição que este país
desempenha no mundo actual, “é evidente que nós temos que ter um
relacionamento privilegiado e muito especial”.
Apontou como prioridade o reforço dos laços a níveis diplomáticos e políticos,
assim como consolidar os já existentes na esfera económica. v
Actividade Diplomática
66ª Sessão Anual da ONU
Os líderes mundiais convergiram para as Nações Unidas, em Nova Iorque no mês
de Setembro para a sessão anual da Assembleia Geral. De 193 nações‑membro, sendo
o sul do Sudão recém‑empossado em Julho passado, 121 chefes de Estado e de Governo
participaram do evento de seis dias.
A
assembléia começou com eventos
de dois dias. Pela primeira vez
decorreu uma reunião de alto nível
sobre as doenças não transmissíveis
que cumulativamente matam três em
cada cinco pessoas no mundo inteiro.
A nesma concentrou‑se em combater
as doenças cardiovasculares, cancro,
doenças pulmonares crónicas e diabetes.
O Secretário Geral da ONU, Ban Ki‑moon
predispôs‑se a “mediar um compromisso
internacional que coloca as doenças não
transmissíveis no topo da agenda de
desenvolvimento.”
Mahmoud Ahmadinejad subiu ao
púlpito. Ele era esperado para enfrentar
as turbulências regionais do Médio
Oriente, pelas suas habituais mensagens
pró‑palestinos e anti‑israelitas.
O Conselho Nacional de Transição da
Líbia, recentemente reconhecido pela
ONU como a autoridade legítima no
país, esteve presente em Nova Iorque
e foi representado pelo seu presidente,
Mustafa Jalil.
Dilma Rousseff. Foi a primeira vez que
um líder do sexo feminino foi o primeiro
orador do debate. Segui‑se o presidente
Barack Obama , que fez a sua terceira
aparição no evento anual da ONU.
Destacaram‑se de entre os oradores do
primeiro dia o presidente Nicolas Sarkozy
da França, o presidente Dimitri Medvedev
da Rússia e o presidente Hamid Karzai,
do Afeganistão.
Os discursos e debates em geral
começaram com a presidente Brasileira,
Uma figura controversa no evento nos
últimos anos, o presidente iraniano,
Outro facto de destaque foi marcado
pela busca da pacificação palestina. O
presidente palestino, Mahmoud Abbas
discursou e após, procedeu à entrega de
uma carta para a aplicação do seu país
ao Secretário‑Geral da ONU.
O Primeiro‑ministro israelita Benjamin
Netanyahu igualmente apresentou o
seu discurso. Entretanto, um protesto
pró‑palestino ocorreu fora da sede da
ONU no mesmo dia.
Diversas reuniões ministeriais e
conferências aconteceram fora da
Assembléia Geral, com foco em temas
como a Somália, contra‑terrorismo,
segurança nuclear e Afeganistão. v
Ministro das Relações Exteriores chefiou delegação
Angolana à Assembleia Geral das Nações Unidas
Senhor Presidente,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Quero também expressar o nosso
reconhecimento ao Vosso predecessor,
Embaixador Joseph Deiss pela forma
competente e isenta como conduziu os
trabalhos da 65ª sessão.
Aproveito a oportunidade para felicitar
Vossa Excelência pela eleição para
presidir aos trabalhos desta 66ª sessão
da Assembleia Geral das Nações Unidas e
asseguro‑vos do apoio e cooperação da
delegação angolana para o sucesso dos
trabalhos da presente sessão.
Seja‑me ainda permitido felicitar o Senhor
Secretário‑geral pela sua reeleição e
garantir o apoio do meu Governo para a
consecução de tão complexa e exigente
missão, ao serviço da paz e da cooperação
entre as Nações, pedra basilar do mandato
consagrado na Carta da nossa Organização.
Senhor Secretário‑Geral,
Distintos delegados,
Georges Rebelo Chicoti, Ministro das Relações
Exteriores ao intervir na ONU.
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 33
Actividade Diplomática
66ª Sessão Anual da ONU
Congratulamo‑nos e felicitamos a República
do Sudão do Sul pela sua admissão como
membro das Nações Unidas. Auguramos um
futuro de paz e prosperidade e garantimos
a disponibilidade do Governo de Angola
em cooperar com o novo Estado no esforço
de consolidação da independência e do seu
desenvolvimento sócio ‑ económico.
Congratulamo‑nos igualmente com a
criação da ONU‑Mulher, convictos de que
dará um maior impulso à promoção e
emancipação das mulheres e à conquista
dos seus direitos legítimos.
Senhor Presidente,
A presente sessão da Assembleia Geral
tem lugar num momento particularmente
complexo da situação internacional,
caracterizada por uma multiplicidade de
crises que, creio não exagerar, se disser que
estão em causa os próprios fundamentos
da nossa organização mundial.
Assim, fazendo um enunciado, ainda
que não exaustivo, podemos enumerar a
actual grave crise económica e financeira,
que despoletou a mais grave crise social
testemunhada pela nossa geração; uma
perigosa crise ambiental, de consequências
imprevisíveis para o futuro da humanidade
e cuja irreversibilidade parece inelutável
se a comunidade internacional, no seu
conjunto, não aplicar medidas imediatas
e corajosas; uma escalada generalizada
de violência e a eclosão de conflitos, que
aliados à crise ambiental, estão na origem
da mais grave crise humanitária por que a
humanidade terá passado desde o fim da
2ª guerra mundial. Em conclusão, vivemos
uma situação em que uma perigosa
combinação de factores põe em sério
risco a estabilidade, a paz e a segurança
mundiais.
O diagnóstico da presente situação
internacional feito pela generalidade
dos oradores que me precederam e que
partilhamos, encerra um apelo à nossa
responsabilidade colectiva.
34 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Factor particularmente inquietante é a
presente crise económica e financeira que
afectou praticamente todos os países do
mundo e se repercutiu de forma mais
gravosa nos países em desenvolvimento,
com graves consequências na estabilidade
política e coesão social desses países.
Assim, urge encontrar soluções a esses
problemas o que implica o reforço da
cooperação internacional, em bases de
maior justiça e equidade; por outro lado,
urge que sejam adoptadas medidas
visando o aprofundamento, pelos
Estados, de reformas económicas que
promovam o crescimento económico e o
desenvolvimento social.
Duramente afectada pela presente crise
económica e financeira internacional,
Angola vem adoptando um conjunto
de medidas visando atenuar os
efeitos mais perversos da crise e, sem
descurar a manutenção dos equilíbrios
macroeconómicos, tem concentrado
recursos apreciáveis na luta contra a
pobreza e o desenvolvimento social.
Senhor Presidente,
O Tema da presente sessão da Assembleia
Geral – “O papel da mediação na resolução
pacífica de conflitos”, revela a preocupação
profunda da comunidade internacional
face à necessidade de uma abordagem
integrada na resolução dos conflitos que
afectam a sociedade internacional.
Emerge, assim, uma dimensão que deve
preceder a mediação, estádio vinculado ao
conflito após a sua eclosão. A prevenção
dos conflitos deve constituir o elemento
fundamental na gestão de eventuais focos
de tensão.
O respeito pelos direitos e liberdades
fundamentais, o estado de direito, a boa
governação são instâncias basilares para
que qualquer sociedade humana possa
viver em paz e harmonia e são a principal
garantia de uma efectiva prevenção de
conflitos.
(cont.)
Há outras dimensões, que gostaríamos de
aqui relevar, enquanto factor potenciador
do alastramento de conflitos: refiro‑me
às ingerências externas que, em violação
grosseira do direito internacional, obstruem
na maior parte das vezes os esforços
de mediação e de resolução pacífica, e
impedem soluções para esses conflitos.
Angola pagou um preço muito elevado
devido a essas ingerências que alimentaram
durante demasiado tempo um conflito
fratricida que os angolanos puderam
finalmente resolver, e com sabedoria
ultrapassar com base na magnanimidade,
equidade e inclusão, graças a liderança
de Sua Excelência o Presidente José
Eduardo dos Santos. O papel de Angola
e a sua contribuição para a paz interna
e na região, deve ser visto no âmbito
mais amplo da resolução de conflitos ao
permitir a implementação da emblemática
resolução 435 de 1978, do Conselho de
Segurança, que conduziu à independência
da Namíbia e criou as condições propícias
a uma convivência pacífica numa região
em que perdurava a hostilidade extrema e
constituía uma ameaça permanente à paz
mundial.
Imbuído de um espírito de fraternidade,
o Governo de Angola não tem poupado
esforços para prosseguir a sua política de
reconciliação efectiva, o que tem permitido
a inclusão de todos os seus filhos antes
desavindos. Trata‑se de um verdadeiro
investimento na paz, factor determinante ao
processo de reconstrução pós‑conflito.
Angola tem servido de referência para a
resolução de alguns conflitos no continente
africano, e não tem poupado esforços em
partilhar essa experiência com outros povos
e países.
Ainda no contexto da resolução de
conflitos, afigura‑se‑nos importante reforçar
o papel do multilateralismo seguindo
a lógica de um novo pensamento de
responsabilidade e benefícios partilhados,
com base no reconhecimento dos
Actividade Diplomática
legítimos interesses de todas as partes,
na concertação e no diálogo, na busca de
soluções exequíveis às questões da paz e
segurança internacionais.
Assim, revela‑se incontornável referir
aos instrumentos de cooperação
entre o Conselho de Segurança e a
União Africana, o papel das Nações
Unidas e das instituições regionais na
prevenção e resolução de conflitos,
sendo de importância crucial o reforço
das organizações regionais na gestão
de situações de tensão susceptíveis de
constituir ameaças à paz e segurança.
Neste particular, cabe ao Conselho de
Segurança o papel preponderante na
prevenção, e resolução de conflitos, na
manutenção da paz em conformidade com
as atribuições que lhe são conferidas pela
Carta das Nações Unidas.
O tema central, objecto do nosso
debate, interpela‑nos ainda para a
necessidade da reforma do Conselho de
Segurança, e para o imperativo de uma
representação equitativa de todas as
regiões, no alargamento dos seus membros
permanentes, adequando‑o, assim, à
realidade contemporânea.
Senhor Presidente,
No âmbito regional e na aplicação de uma
política de cooperação pacífica, Angola é
membro da SADC, da CEEAC, da Comissão
do Golfo da Guiné e da CPLP, onde com
vários parceiros, tem actuado na base de
uma diplomacia preventiva na busca de
soluções pacíficas às diferentes crises que
têm surgido.
No que diz respeito à situação de crise
constitucional em Madagascar, sob
mediação da SADC, a assinatura recente
por todas as partes envolvidas, do Roteiro
para a implementação do processo de
reconciliação, que deverá conduzir à
realização de eleições e à restauração da
normalidade constitucional, constituiu um
avanço significativo desse processo de que
Angola se congratula.
O País irmão da Guiné‑Bissau, nosso
parceiro na Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa, tem sido objecto de
especial atenção por parte de Angola.
No âmbito da CPLP, Angola e os restantes
Estados membros têm porfiado na
procura do estabelecimento de uma
parceria estratégica com a CEDEAO,
sob coordenação das Nações Unidas,
visando trazer a estabilidade política ao
país, pela efectivação de importantes
reformas estruturais e designadamente a
reforma do sector de defesa e segurança.
Congratulamo‑nos com a evolução positiva
que o país vive actualmente, e encorajamos
as autoridades da Guiné‑Bissau a
prosseguirem com determinação o processo
de estabilização do país.
A situação de seca na região do Corno
de África é objecto da mais profunda
preocupação do meu país e do conjunto
da comunidade internacional. Na Somália,
as consequências da seca são ainda mais
sentidas devido à prevalência do conflito
armado, que acentua a presente crise
humanitária, choca a consciência universal
e clama por um esforço redobrado
da comunidade internacional. Angola,
associa‑se aos esforços de assistência
humanitária internacional e na procura
de soluções políticas que ponham fim ao
conflito armado, e possam abrir novas
perspectivas de um futuro melhor para o
povo somali.
Relativamente à situação na Líbia, o
governo angolano espera que o povo líbio
possa encontrar a estabilidade, a muito
curto prazo, que passa necessariamente
pelo livre exercício dos seus direitos
democráticos; neste sentido, exorta o
Conselho Nacional de Transição a promover
uma genuína reconciliação nacional, e a
constituir um governo inclusivo, enquanto
condição indispensável para que a Líbia
possa retomar, sem reservas, o seu legítimo
lugar no concerto africano e internacional.
Contudo, devemos tirar lições com vista
a uma cooperação mais efectiva entre
parceiros externos e a União Africana na
busca de soluções concertadas com base
no direito internacional e no respeito
mútuo.
Angola continua preocupada com os
fracos progressos registados na resolução
do problema do Sahara Ocidental, que
permanece uma importante questão na
agenda internacional. Apelamos às partes
em conflito a retomarem as negociações,
sob os auspícios das Nações Unidas e da
União Africana, para que o povo do Sahara
Ocidental possa exercer o seu direito à
autodeterminação.
A situação prevalecente no Médio
Oriente, e particularmente nos territórios
palestinianos, constitui um dos mais
graves problemas com que a Comunidade
internacional se vê confrontada. Angola
vê com grande preocupação o exacerbar
do conflito e a falta de progressos para
uma solução da questão palestiniana, e,
em consonância com a posição geral da
comunidade internacional para a regulação
do conflito, defende a constituição de um
Estado Palestiniano independente, vivendo
lado a lado com o Estado de Israel, em paz
e segurança, dentro de fronteiras seguras e
internacionalmente reconhecidas.
Senhor Presidente,
Esta 66ª sessão da Assembleia Geral das
Nações Unidas, a exemplo do que vem
acontecendo em sessões anteriores, irá
debruçar‑se sobre o embargo imposto a
Cuba, cuja existência viola as regras do
livre comércio internacional. Não obstante
os tímidos pasos dados para regularizar a
situação, Angola reitera a sua posição de
princípio reafirmando a necessidade de se
por fim ao embargo.
Senhor Presidente,
Angola vem dando a sua contribuição
na busca de soluções aos problemas
mais ingentes e, no âmbito mais lato da
comunidade internacional, tem procurado
cooperar com todos os países, com base no
interesse recíproco, e na defesa dos mais
altos ideais de paz e de cooperação para o
desenvolvimento.
Prosseguiremos nessa senda, convictos de
que a defesa e promoção desses princípios
contribuem para o desenvolvimento e o
progresso de todos os povos.
Muito obrigado. v
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 35
Reconstrução Nacional
Nova Cidade do Kilamba
terá 20.000 casas até 2012
Kiaxi
Localizada a cerca de 20 Km do centro de Luanda para o interior,
a Nova cidade do Kilamba Kiaxi, continua em crescimento.
Este projecto envolve:
•5
200 hectares de área
de intervenção.
• 80 000 habitações.
• 429 km de arruamentos.
• E quipamentos sociais à escala
do empreendimento
A primeira fase deste projecto, foi
inaugurada por S.E. o Presidente da
República, José Eduardo dos Santos no
passado mês de Julho de 2011,
em Luanda.
Iniciou venda de apartamentos da Cidade do Kilamba
O
s primeiros três mil e 180
apartamentos da Cidade do
Kilamba, em Luanda, foram postos à
venda, no passado mês de Outubro,
depois de concluída a fase de inscrição
dos interessados, iniciada em Agosto
deste ano.
Segundo um comunicado da Sonip ‑
Sonangol Imobiliária e Propriedades,
empresa gestora dos imóveis, para mais
detalhes os candidatos devem contactar
os postos da Delta Imobiliária, que
está encarregue da comercilização das
moradias, localizadas na rua Raínha Ginga
nº 6, na Mutamba, e na Cidade do Kilamba.
Trata‑se de três mil e 180 apartamentos
do tipo T3 A, T3B, T3C, todos com três
quartos, e T5, com cinco quartos.
Presidente da República, inaugurou a primeira fase da nova
centralidade do Kilamba.
A Sonip informa ainda que estão
igualmente à venda 35 mil 536 novos
apartamentos, ainda em construção,
nas centralidades do Kilamba (16.822),
Cacuaco/Dande (10.002), Zango (2.464),
Quilómetro 44 (2.248) e no Musseque
Capari (4.000).
O comunicado acrescenta que não será
necessária nova inscrição para a oferta
adicional dos 35 mil e 536 apartamentos,
pelo que o interessado terá a opção de
escolher em que localidade pretende
adquirir a sua habitação.
O preçário das habitações, de acordo
com a nota, é o preço final que cada
cliente deverá pagar, incluindo os
emolumentos e impostos devidos.
A nova cidade do Kilamba, cujo projecto
global contempla 710 edifícios, 24
creches, nove escolas primárias e oito
36 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
secundárias e 50 quilómetros de estradas,
constitui um elo de transição para a nova
urbe de Luanda, que se vai situar junto à
margem do rio Kwanza.
O projecto tem conclusão prevista para
Outubro de 2012. Até lá, o empreiteiro
deve entregar mais 595 edifícios, que
correspondem a 16.822 apartamentos
do tipo T3 A, B, C e T5. As casas T3 A e B
têm 110 metros quadrados, T3 C têm 120
e T5 150 metros quadrados. v
Reconstrução Nacional
O Comboio volta a apitar
Os caminhos de Ferro de Benguela voltam a funcionar ao fim de 18 anos
Um comboio de esperanças
Milhares de pessoas saudaram o
comboio, um gigante que, majestoso,
atravessava meia cidade, apitando,
como que a anunciar novos tempos,
uma nova vida.
História
CFB: 1
.301 Km de linha com mais
de 100 anos de história
O Caminho de Ferro de Benguela é
a única ligação ferroviária da África
Central ao Atlântico. A sua construção,
com origem numa Lei de Agosto de
1899, foi iniciada a 1 de Março de 1903
tendo ficado concluída a 2 de Fevereiro
de 1929. A 10 de Junho de 1931
chegou ao porto do Lobito o primeiro
carregamento de cobre do Katanga.
O
ministro angolano dos Transportes
Augusto da Silva Tomás, considerou
“histórica” a inauguração do
Caminho‑de‑Ferro de Benguela (CFB),
depois de 18 anos de paralisação, com
a reabilitação de infraestruturas orçadas
em cerca de 1,4 mil milhões de euros.
Augusto Tomás discursava na cerimónia
de inauguração do CFB, que assinalou
a entrada em funcionamento do troço
Benguela‑Huambo, em 350 dos 1343
quilómetros de extensão, que engloba,
além de Benguela, as províncias do
Huambo, Bié e Moxico, até à fronteira
com a Zâmbia.
A reabilitação dos Caminhos‑de‑Ferro
de Benguela envolve a renovação e
modernização total da via, a reabilitação
de pontes, a construção de estações,
novos sistemas de comunicações,
a renovação do material circulante,
nomeadamente locomotivas, carruagens
e vagões, novas oficinas e novos centros
de formação profissional.
E o Huambo correspondia com acenos
e sorrisos. As danças também não
faltaram, o que não deixava de ser
notável, quando se percebe que o
comboio chegou à cidade pouco depois
das seis horas da manhã.
o comboio como amigo para encurtar
distâncias, milhares de homens se
fizeram técnicos metalo‑mecânicos.
Toda a cidade cresceu, cresceram as
indústrias, toneladas de alimentos foram
transportados, com destaque para os
cereais. E as notícias e a brisa do mar
chegaram ao Luau, lá, de onde vinham
toneladas e toneladas de minérios e,
cera e também mel.
‑ Esperamos muito tempo ‑ Era
a expressão que muito se ouvia.
Crianças e adultos reagiram e deixaram
transparecer nos seus rostos o desfazer
de um nó que lhes embargava
a respiração, como se tivessem
recuperado a identidade. E o Huambo
só é Huambo com o comboio.
Milhares de histórias de amor
resultaram da existência do comboio,
milhares de cursos se estudaram tendo
O Presidente da República de Angola, José Eduardo
dos Santos, acompanhado de sua esposa, Ana Paula dos
Santos e do Governador da Província do Huambo, Faustino
Muteka, é saudado pelo grupo de Dança Tradicional
e pela população local, no aeroporto Albano Machado,
30 de Agosto de 2011.
O comboio já foi o maior empregador
no Huambo, também o maior
contribuinte.
Vista frontal do comboio que liga a Província do Huambo
a Benguela, inaugurado pelo Presidente da República de
Angola, José Eduardo dos Santos, 30 de Agosto de 2011.
O comboio está na memória das
gentes do Huambo como motivo
de sorrisos e de felicidade. Milhares
lembram‑se ainda das viagens
no recovero, no camacove, ou no
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 37
Reconstrução Nacional
O Comboio volta a apitar
(cont.)
comboio novo, que tem as côres da
bandeira de Angola.
Vista frontal da Estação de comboio da Província do
Huambo, inaugurada pelo Presidente da República de
Angola, José Eduardo dos Santos, 30 de Agosto de 2011.
mala. Do mais lento ao mais rápido
e confortável. Todos eles a fazer
de grande tela para o desfile de
paisagens infindas de extensão e de
beleza, que afinal é a imagem de
Angola.
Desta vez a aproximação não foi para
vender morangos, mangas, loengos, ou
laranjas. Foi para ver de perto as novas
carruagens e para perguntar quanto
custará a passagem para o litoral ou
para o leste quando para lá se estender
o alinhamento das carruagens. Nada,
para já não há preços, este é um
comboio especial.
É o da reabertura do Caminho de Ferro
de Benguela no planalto.
O comboio, ao apresentar‑se ao
Huambo na estação central da
cidade trouxe consigo o Presidente,
sinal da grande importância do
Mais produtos e mais baratos passarão
a chegar ao Huambo. É o que o povo
espera, para re‑erguer casas e fábricas,
para pôr as máquinas a trabalhar.
Ao longo do percurso, em cada
localidade, as pessoas saíram e
correram, como que escoltando este
38 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás.
empreendimento. O povo aplaudiu.
Estava‑lhe devolvida uma parte do seu
orgulho, da sua alma.
Mas a alegria incontida tinha outros
motivos: o regresso do comboio marca
também um momento importante na
reconciliação nacional. A alegria foi
também para calar a dôr das memórias
de tempos de fúria e de ódio. Muitos
morreram na linha, muitos morreram ao
tentar mantê‑la. O CFB, o seu traçado,
foi centro de disputas que ficaram
gravadas nas marcas ainda visíveis ao
longo do trajecto.
História ‑ Memórias
“A influência de Angola na cultura dos EUA”
Por: Laurinda Santos
Para qualquer cidadão Angolano que chega a estas paragens (EUA), ouvir que existem instituições
com o nome do nosso país pode à primeira vista constituir motivo de grande espanto!
M
as, pensando um pouco e
recuando no tempo, muitos, muitos
anos atrás na época da escravatura,
imediatamente diz, é possível, aliás
porque do nosso continente partiram
muitos escravos para vários pontos do
mundo. E aí ao investigarmos, falando
com as pessoas, algumas das quais
nada sabem sobre África, começamos a
perceber que a ligaçao existe e que data
de há muitos séculos atrás.
ar algo que me era familiar; uma simbiose
perfeita da Bessangana da ilha de Luanda,
com as senhoras afro‑americanas. O Inglês
parecia uma espécie de crioulo com
Kimbundo à mistura.
Imediatamente salta à vista, estando
longe, quando num serviço informativo
da CNN ou outro canal famoso de TV ,
rádio, enfim, ouvimos o nome “Angola”.
E o desejo de querer saber mais vai
crescendo dentro de nós.
A maneira de vestir de algumas senhoras
mais velhas, fez‑me imediatamente
lembrar o nosso país, apesar de não
ter nada a ver, sobretudo a estrutura
arquitectónica da pequena cidade.
Conversei com algumas pessoas, que
apenas sabem que são descendentes de
África, mas que não estão bem certas da
origem dos seus antepassados.
Aí vi‑me na obrigação de falar um pouco
sobre o nosso país, Angola, um nome tão
mencionado na pequena cidade.
Numa das viagens no âmbito do meu
trabalho, fui a uma pequena cidade
que me fez lembrar o Lubango;
Scranton, o berço de Jo Biden, o actual
vice‑presidente americano. Estava eu no
estado da Pensylvannia, cerca de duas
horas e meia de viagem de Washington,
e qual não foi o meu espanto, quando
me deparei com uma placa na estrada
a assinalar uma terriola de nome
“MUANGOLA”, no condado de Luzerne
em Pennsylvania.
Fiquei bastante emocionada, mas o
meu destino era a pequena cidade de
Scranton e tinha que chegar a tempo. A
informação ficou, até que lá voltei sem
ser em missão de serviço e ao contactar
com os habitantes, fiquei estufefacta. O
Cheiro a verde, era primavera, um lago
muito bonito e uma cascata; pairava no
Mas não fica por aí, nesta sociedade
de uma grande diversidade cultural,
num mundo desenvolvido onde a
cada dia tudo gira a uma velocidade
impressionante, e ai de quem não
acompanha o ritmo.
Quando visitei o museu de Jamestown,
no estado de Virginia, uma paragem para
muitos turistas, deparei‑me com uma
fotografia da nossa Raínha NGinga. Aí
fui informada que os primeiros escravos
que chegaram de África, para os EUA,
se fixaram no estado de Virgínia e eram
oriundos de Angola, tendo embarcado
da Ilha de Luanda.
De África
para Virginia
Lendo sobre Jamestown
Settlement (a colonização
em Jamestown) fiquei a saber mais sobre
os primeiros africanos que chegaram ao
estado de Virgínia no século 17, vindos
das regiões do Congo e Angola. Eles
faziam parte de um grande sistema
estabelecido pelos Portugueses em África
para capturar e fornecer escravos para as
colónias espanholas da América Central e
do Sul. No Caribe, os navios, após ataques
perpretados por Portugueses, os escravos
eram levados para Virgínia e aí vendidos.
Foto: Raínha NGinga
Mbandi ‑ Angola
Museu de Jamestown
O estatuto destes africanos, servos ou
escravos em Virgínia é desconhecido; a
sua missão era trabalhar nas plantações
de tabaco, lado a lado com os ingleses.
Após a guerra, em 1622, os Ingleses
lutaram contra os índios Powhatan,
porém, menos funcionários Ingleses
estavam dispostos a imigrar para Virgínia.
Na década de 1630 os holandeses
tomaram o controle do comércio de
escravos Africano de Portugal, que o
manteve por muitos anos. Os holandeses
construíram e ou assumiram feitorias
fortificadas que os Portuguêses tinham
estabelecido ao longo da costa da África
Ocidental, por trocas de ouro e marfim.
A galeria permanente do museu é um
guia especial que destaca que a cultura
dos primeiros africanos conhecidos em
Virgínia, eram na verdade oriundos do
reino do Ndongo, em Angola.
A dramática galeria multimédia, “Da
África para a Virginia”; desde as crónicas
sobre encontros entre africanos com os
europeus, o impacto na cultura africana
ao desenvolvimento do comércio
transatlântico de escravos. >>>
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 39
História ‑ Memórias
>>> Nas áreas ao ar livre do museu de
história viva, aprende‑se um pouco sobre
a tecnologia utilizada pelos africanos
em Angola e as suas habilidades na
pesca e na metalurgia, o que trouxeram
os escravos angolanos para Virgínia do
século 17.
Para uma melhor descoberta o
conselho é uma boa pesquisa através
dos recursos on‑line da Fundação
Jamestown‑Yorktown.
Nas minhas leituras, ávida de conhecer
e saber mais sobre o assunto, cheguei
à uma actividade cultural anual, que
os africano‑americanos celebram aqui
nos EUA, chamada Kwanzaa, (mais um
a no fim da palavra), mas logo pensei
no maior rio do nosso país e na nossa
moeda nacional.
E afinal o que é? Kwanzaa (Quansa) é
um feriado comemorado por muitos
africano‑americanos. A festa é realizada
de 26 de dezembro a 01 de janeiro.
Foi iniciada em 1966 pelo Dr. Maulana
Karenga, Professor da California State
University, Long Beach, Estado da
California e activista.
A festa da
família é o Natal
(celebração do
nascimento de
Jesus Cristo), e
a mais famosa, a passagem do ano (o
reveillon), mas para milhares de famílias
negras dos Estados Unidos, o dia mais
esperado é o 26 de dezembro, quando
tiram a poeira de um grande candelabro e
colocam três velas verdes à esquerda, três
vermelhas à direita e uma preta ao centro.
Pensei e tentei encontrar alguma
analogia com os nossos actos culturais,
mas, sinceramente nada me ocorreu.
O que diz a nossa história a este
respeito? Nada consegui encontrar...,
todas as manhãs, de 26 de dezembro
a 1 de janeiro de cada ano, por estas
paragens, ainda hoje, algumas famílias
afro‑americanas, seguem à risca o
ritual, acendem uma delas, as velas,
que representam os sete princípios
do Kwanzaa. A tradição, cujo nome
significa “primeiros frutos” em swahili,
tenta reavivar há mais de 40 anos o
sentimento da comunidade negra dos
Estados Unidos em torno das suas raízes
e da cultura de África.
Continuando, cheguei á cadeia de nome
Angola, que foi muito mencionada pela
imprensa há dois fins de semana devido
às enchentes do rio Mississipi no Estado
de Louisiana.
Perguntei a mim mesma o porquê do
nome do meu país, Angola, para uma
cadeia? E não foi difícil perceber porque
tudo está relacionado e remonta ao
tempo da escravatura.
O nome do que é hoje
um das prisões de alta
segurança dos Estados
Unidos deve‑se ao
facto dos escravos de
plantações na época terem saído de
Angola.
“Embora recorde um passado triste,
visitar o monumento, leva‑nos a perceber
o sofrimento de muitos angolanos, que
passaram por experiências bastante
dolorosas, o que está patente através dos
vestígios deixados.”
Neste lugar vivem todo o tipo de
criminosos, e antigamente, reza a
história que nem missionarios o queriam
visitar, porque foi uma das piores e
mais brutais prisões nestas paragens, na
época da escravatura.
40 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Hoje, cá de fora, mais parece um lindo
parque, ideal para passeios aos fins de
semana, com direito a rodeios e tudo!!
Camisolas como esta,
são usadas pelos
prisioneiros durante
rodeios, como mostra
a foto abaixo, onde
participam activamente, exibindo‑as,
algumas às riscas, enfim...o evento é
conhecido como “O Maior e Mais
Violento Show do Sul do Pais”.
Claro que o rodeio é a atracção principal
que de certa forma distrai os animais
enfurecidos (nos sete segmentos do
show); e não faltam os assistentes com
os seus chapéus de cowboy.
Para quem visita o local pela primeira
vez, a cena parece uma feira normal,
com alguns vendedores ambulantes que
montam as suas barracas...e o cheiro dos
fritos vai‑se espalhando.
Dizem por aqui, que o que o que
fez a diferença no comportamento
dos criminosos, deve‑se ao actual
director da cadeia, que ensinou moral,
deu dignidade, respeito, trazendo
assim a oportunidade para todos
se considerarem novamente seres
humanos.
Enfim...valeu a pena porque sempre se
aumenta os conhecimentos e melhor se
entende a história.
Interessante! Na procura constante
da sua identidade, hoje muitos
africano‑americanos aqui nos EUA, já
têm a possibilidade de fazer testes de
DNA para saber a sua verdadeira origem
(trace the roots ou seja descobrir as
suas origens), o que faz qualquer ser
humano sentir‑se “alguém”! v
Memórias
Washington, D.C.
2 Junho 2011
Sociedade
Miss Universo 2011 é ANGOLANA!
Uma das promessas de Leila Vieira Lopes
como Miss Universo é de elevar bem alto o nome
e a imagem de Angola em todos os locais onde passar,
“pretendo mostrar tudo de bom que o nosso país tem”.
Miss Angola 2011
Miss Universo 2011
Leila Lopes
Nome completo: Leila Luliana da Costa
Vieira Lopes
Data de nascimento: 26 de Fevereiro
de 1986 (25 anos)
Local de nascimento: Benguela, Angola
Nacionalidade: angolana
Altura: 1,79 m
Côr do cabelo: Preto
Côr dos olhos: Castanho escuro
Principais títulos: Miss Angola 2011
Miss Universo 2011
L
eila Lopes, Angolana de 25 anos de
idade foi eleita Miss Universo 2011, no
passado mês de Setembro uma cerimónia
realizada em São Paulo, no Brasil.
Natural de Benguela, Leila Lopes é
estudante de Gestão de Empresas
em Inglaterra. Única negra entre as
finalistas, Leila Lopes chamou a atenção
por ser a única de cabelos presos
durante a cerimónia e também pela sua
simplicidade.
Miss Universo 2011 a edição de aniversário
dos 60 anos do concurso Miss Universo, foi
realizada no dia 12 de Setembro de 2011
no Credicard Hall em São Paulo, Brasil.
Ximena Navarrete, Miss Universo 2010, do
México, coroou a sua sucessora Leila Lopes,
de Angola.
Lopes, competiu como uma das 21
finalistas do concurso de beleza de Angola
onde conquistou o prémio de Miss
Fotogenia e o título de Miss Angola 2011,
a 18 de Dezembro de 2010.
Um elegante perfil.
A 12 de Setembro de 2011, Leila Lopes foi
eleita Miss Universo 2011 na cidade de São
Paulo, Brasil, recebendo a corôa e a faixa da
mexicana Ximena Navarrete, vencedora do
concurso Miss Universo 2010.
“Vitória de Leila Lopes é de todas as
Angolanas” ‑ Ana Paula dos Santos
A primeira Dama de Angola e madrinha do
Comité Miss Angola, Ana Paula dos Santos,
congratulou Leila Lopes pelo título de Miss
Universo 2011 e referiu que a vitória foi de
todas as mulheres Angolanas.
“A Leila é a nossa rainha e toda a mulher
angolana está a sentir‑se Miss Universo. É
uma honra muito grande estarmos num
concurso com oitenta e tal mulheres
de oitenta e tal países com costumes,
hábitos e religiões diferentes e sermos nós,
Angola, a vencer a coroa de Miss Universo”,
afirmou Ana Paula dos Santos, à imprensa
Angolana.
A primeira Dama espera que o prémio sirva
para valorizar as mulheres angolanas.
Ana Paula dos Santos elogiou o concurso
Miss Angola.
“O concurso é para levar a sério. É possível
sonhar. A Leila conseguiu”, completou Ana
Paula dos Santos.
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 41
Sociedade
Miss Universo 2011 é ANGOLANA! (cont.)
Na ocasião a miss manifestou satisfação
pela sua eleição e agradeceu aos
patrocinadores que tornaram possível
o trabalho social que desenvolveu no
país enquanto Miss Angola, que de certa
forma contribuíram para a sua vitoria.
Seguiu‑se a passeata por várias artérias
da cidade limitando o acesso ao trânsito
a alguma avenidas que culminou no
Centro de Convenções de Talatona.
O Regresso
da Miss ao País
(Foto: REUTERS / Paulo Whitaker)
Eram 3h da manhã, Quinta‑feira, 27 de
Outubro de 2011, quando Leila Lopes
a Miss Universo aterrou no Aeroporto
Internacional 4 de Fevereiro, para cumprir
uma visita de três dias, num programa
organizado pelos Comités Miss Angola e
Universo, respectivamente.
Luanda, a cidade capital de Angola parou
para ver ao vivo, Leila Lopes, a Miss. O
programa oficial da recepção teve inicio
as 09h, com a entrega de lembranças na
sala VIP do Aeroporto Internacional 04
de Fevereiro, em Luanda, e apresentação
das mensagens dos comités miss Angola
e Universo, da sociedade civil angolana,
movimento nacional espontâneo e do
Governo Provincial de Luanda.
As 10h, a Miss deixou o aeroporto
Internacional 4 de Fevereiro para a
merecida homenagem do povo. Sorriso
contagiante, meiga e segura de si,
características que a elevam, contagiou
a multidão que acenava e cantava as
boas‑vindas à miss.
Presidente José Eduardo dos Santos acompanhado
da Primeira‑Dama, Ana Paula dos Santos
42 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Leila Lopes, elegante em traje de noite. (Foto: Fabio Setimio / Fotoarena)
Sociedade
durante a gala, Leila Vieira Lopes
aproveitou a oportunidade para
agradecer todo o carinho do povo.
“O povo angolano não pára de me
surpreender. Não esperava esta recepção
calorosa. Estou orgulhosa de todos. Vou
levar estas lembranças comigo”.
Presidente da República
na Gala
A Miss Universo falou ainda da sua
experiência no concurso, em que teve
de competir com 89 outras candidatas,
reconhecendo o valor de cada uma das
candidatas. “Todas lutavam pelo mesmo
objectivo, mas conseguimos tirar o maior
proveito disso”, disse.
Durante a gala realizada no Clube das
Palmeiras, em sua homenagem, a Miss
Universo ofereceu ao Presidente da
República, José Eduardo dos Santos, uma
peça em cristal, num jantar que contou
também com a presença de membros do
Executivo, deputados e convidados.
pessoas portadoras do vírus da Sida e
às instalações da Televisão Publica de
Angola. O programa terminou com um
jantar de despedida num restaurante da
Ilha de Luanda, com a presença de vários
convidados, numa gala abrilhantada com
a actuação dos cantores Celso Mambo e
Kizua Gourgel.
Leila Lopes, fixará residência temporária
em Nova Iorque, Estados Unidos durante
o seu mandato como Miss Universo 2011,
sendo este um dos prémios do concurso
em que foi eleita. v
LUANDA VIBROU!
Fãs, amigos e familiares perfilaram por
várias artérias da cidade no primeiro
contacto com Miss Universo 2011, após
a merecida vitória. A beldade angolana
desfilou pelas ruas por cima do alegórico
carro para agrado da população.
Na cerimónia Leila Lopes, reconheceu os
esforços do Presidente da República, em
prol do desenvolvimento do país e da
valorização da mulher Angolana.
Promovido pela madrinha do Comité
Miss Angola, Ana Paula dos Santos,
Visivelmente emocionada pela calorosa
recepção, Leila Lopes acenava e
agradecia a recepção em cada avenida
por onde desfilava.
Em declarações à imprensa a Miss fez
questão de frisar que “não contava com
toda a recepção. O povo angolano não
pára de me surpreender”, e acrescentou
que no Brasil, EUA/Nova Iorque, Indonésia
e Singapura países por si visitados no
âmbito do Miss Universo foi muito bem
recebida “mas nada comparado com a
recepção em Angola, o seu berço. Foi uma
surpresa agradável”.
Do programa Oficial da Miss Universo
2011 contou igualmente uma visita
guiada ao hospital Esperança, nas
instalações do Américo Boavida, que
teve como finalidade o atendimento de
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 43
Sociedade
Miss Universo 2011 é ANGOLANA! (cont.) Morreu
André Mingas
OMA preparou recepção para Miss Universo 2011
“As mulheres de Luanda, em
representação de toda a camada
feminina de Cabinda ao Cunene,
estiveram presentes na recepção
da Miss Universo 2011”, disse Alice
Dombolo, secretária‑geral adjunta
da Organização da Mulher Angolana
(OMA).
Para si, é uma grande alegria Angola
arrebatar o título mundial de beleza,
graças ao empenho do Comité Miss
Angola. “Essas coisas boas quando
aparecem, alegram e aumentam o
orgulho de todos os angolanos e a
OMA e todas as mulheres do país
darão todo o apoio a Leila Lopes
no seu programa de combate à
pobreza e ao HIV, no continente
Africano”, disse em Setembro.
Por outro lado, a deputada à
Assembleia Nacional, Ana Maria de
Oliveira, mostrou‑se satisfeita pela
eleição miss universo 2011 da jovem
Leila Lopes, ressaltando o facto de
ter representado com dignidade,
inteligência e beleza, a mulher
Angolana.
De acordo com a deputada, as
mulheres angolanas, representadas
no parlamento, têm tratado do
enquadramento dessa classe
nos lugares de decisão, do seu
crescimento, da sua formação e
sensibilização no desempenho do
género.
Essa eleição, prosseguiu, é mais uma
razão para continuarmos a trabalhar
para o desenvolvimento da mulher.
Embaixadora de Boa-Vontade da ONU
Durante a conferência de
imprensa foi abordada a questão
de Boa‑Vontade da ONU para
desempenhar este ano o papel de
Embaixadora para as regiões áridas
da Convenção das Nações Unidas
de Luta contra a Desertificação.
“Gostei da proposta senti‑me muito
honrada mas ainda não está nada
definido, porque nesse momento
pertenço ao Comité Miss Universo
e preciso da aprovação deles”,
explicou.
O convite feito no mês passado
durante uma reunião entre a
Missão Permanente de Angola
junto das Nações Unidas em Nova
44 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Iorque, o Secretariado Executivo
da Convenção da ONU sobre o
Combate à Desertificação (UNCCD) e
a Organização Miss Universo, prevê
que Leila Lopes venha a desenvolver
programas que contribuam para
a sensibilização da comunidade
internacional com vista a uma
maior compreensão do problema
e elaboração de políticas de
gestão sustentável dos solos. Uma
vez que a prevenção e regressão
da desertificação, bem como a
mitigação dos efeitos da seca são
factores cruciais para a redução da
seca e melhoria da sustentabilidade
ambiental nas regiões áridas.
Um ícone da música
Angolana em prol das artes!
André Mingas, arquitecto de formação, destacou‑se mais
como músico.
O
seu primeiro álbum, “Coisas da Vida”,
foi lançado há 30 anos, e continua a
ser uma das referências da música angolana,
misturando os ritmos locais com o jazz e o
rock. O músico e compositor André Mingas
morreu em São Paulo, Brasil, por motivos de
prolongada doença. O antigo ministro da
Cultura de Angola tinha 61 anos.
Foi um dos artistas da geração de ouro da
música no nosso país, a par de Teta Lágrimas,
Filipe Mukenga ou Waldemar Bastos.
Dedicou parte da sua vida à política, tendo
sido vice‑ministro da Cultura de Angola.
Exerceu ainda funções de assessor do
Presidente da República de Angola para os
assuntos locais e regionais.
Durante a sua passagem pelo Ministério
angolano da Cultura, criou a Sociedade de
Autores Angolanos, denominada SADIA, que
ainda hoje existe.
“Esperança, Mufete e Tchipalepa” são títulos
de algumas das suas canções mais famosas,
algumas das quais foram imortalizadas pela
voz do seu irmão Rui Mingas.
André Mingas tinha sido nomeado Cônsul de
Angola em São Paulo, onde viveu até à sua
morte.
Fez parte do chamado Processo dos 50 que
envolveu políticos activistas na luta pela
independência de Angola, tendo sido preso
pela PIDE a 28 de Março de 1959.
De recordar que André Rodrigues Mingas
Júnior “André Mingas”, era arquitecto de
formação pela Universidade Agostinho
Neto e Universidade Técnica de Lisboa. Era
detentor de um Mestrado em arquitectura
de habitação e exerceu docência universitária
em Portugal. Foi a figura, a quem o Chefe
do Executivo deu, há 5 anos atrás, a missão
de repensar e desenhar a modernização da
cidade de Luanda, para fazer da capital do
país uma cidade mais contemporânea. v
Arquivo de Imprensa
Promovendo a Imagem do País
ANGOLA em destaque na imprensa
norte‑americana
U
m suplemento
de 16 páginas,
com uma grande
reportagem sobre
Angola, intitulada
“Angola Ilimitado Potencial de Recursos
Beneficientes” (Angola Unlimetd Potencial
Bountiful Resources) foi publicado a 28
de Fevereiro de 2011, na edição do jornal
diário norte‑americano USA Today.
A grande reportagem, produzida por
uma equipa de reportagem da United
World‑usa em colaboração com o sector
de imprensa da Embaixada de Angola
nos Estados da América, teve como
principal objectivo a promoção de uma
imagem positiva da República de Angola
na sociedade dos EUA.
Sobre a Nova Angola em tempos de paz,
os desafios do Executivo Angolano para
que o país prospere rumo ao almejado
desonvolvimento sustentável e o estado
das relações entre os dois estados, o
suplemento fez alusão ao crescimento
da economia Angolana, mostrando o
que um país pós‑conflito pode alcançar
com o compromisso do seu Governo e
o empenho pessoal de todos os seus
cidadãos.
A sociedade dos EUA, melhorou o seu
entendimento sobre alguns dos projectos
que estão a ser implementados no
nosso país, nomeadamente nos sectores
da agricultura, construção, transportes,
habitação, petróleos e minas e sobre os
novos desenvolvimentos no país.
A United World é uma agência
internacional de comunicação social, que
possui um acordo exclusivo com o diário
dos EUA, USA TODAY, reconhecida como
líder na produção de reportagens sobre
o estado da economia de vários países
e regiões, no mundo inteiro, divulgando
informação credível e actualizada para
uma audiência Americana sofisticada,
incluindo a administração, congresso,
senado, académicos, organizações
não‑governamentais e filantrópicas,
bem como a sociedade em geral, com o
objectivo de melhorar o conhecimento
e compreensão do mundo no sentido
de mudar para destacar as potenciais
aspirações e as oportunidades que vários
mercados estabelecidos oferecem.
O jornal diário USA TODAY, publicado
pela Companhia Gannett, concorre
com o The Wall Street Journal para ter
a maior circulação do que qualquer
outro jornal nos Estados Unidos, o que
já deteve em 2003. Com uma tiragem
de 1,8 milhões de cópias desde Março
de 2010, o diário continua a ser a mais
ampla circulação de impressão de jornais
nos Estados Unidos, hoje distribuído em
todos os cinquenta Estados , Canadá ,
Porto Rico, Guam e Reino Unido. O jornal
tem a sua sede em Tysons Corner, sem
personalidade jurídica no condado de
Fairfax, Virgínia.
O USA TODAY é vendido em bancas de
jornal, lojas de ocasião, supermercados,
bombas de gasolina, ao preço de $1.25
dólares, no entanto, a sua distribuição é
gratuita em hotéis e aeroportos para os
seus clientes.
A referida reportagem pode ser acedida
pela internet através do link:
REPÚBLICA DE ANGOLA
PERFIL DO PAÍS
•N
ome completo:
República de Angola
•P
opulação:
18.5 milhões (fonte: ONU, 2009)
• Capital: Luanda
• Área: 1.25m km2 (481,354 sq miles)
•P
rincipais línguas: Português (oficial),
Kimbundu, Umbundu, Kikongo,
Cokwé, Fiote, NGanguela
• Religião: Cristã
•E
sperança de vida: 47 anos de
idade (homens), 49 anos de idade
(mulheres) (fonte: ONU)
•U
nidade monetária:
1 kwanza = 100 lwei
•P
rincipais exportações: Petróleo,
diamantes, minerais, pescado e
madeira
•P
roduto Interno Bruto (PIB)
per capita: $4,081
(Banco Mundial 2011 est.)
• Domínio da Internet: ao
• Código Internacional: +244
www.unitedworld‑usa.com/reports/angola2011/
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 45
Arquivo de Imprensa
O saber não Dia da ONU Celebrado
ocupa lugar! na escola ONENESS‑FAMILY
SCHOOL em Maryland
Este evento faz parte da visão inicial de Andrew Kutt,
para a escola. Em 1988 o maior desejo de Andrew Kutt,
fundador da escola, tornou‑se uma realidade. Celebrar a
potencial unidade e harmonia entre as todas as nações.
informações do seu país e os visitantes
tiveram a oportunidade de apreciar os
projectos feitos pelos estudantes em
vada nível de ensino.
As crianças vestidas com roupa africana,
brindaram os convidados com várias
canções, algumas das quais em Swaili,
Zulu e Yoruba; houve declamação
de poemas, e a banda tocou ritmos
africanos.
Fidel Casimiro, um diplomata Angolano, graduado nos
EUA pela Universidade Internacional Atlantic (Atlantic
International University ‑ AIU).
D
iplomata em missão na Embaixada
de Angola no Ghana, o colega feliz,
passou por Washington, D.C. a caminho
para a sua graduação e a conversa rolou.
O tópico principal da sua tese
de Doutoramento em Relações
Internacionais, com a especialização
em Diplomacia, foi “A Política Externa
Angolana e a sua influência no
desenvolvimento sócio‑económico no
século 21”.
Fidel Casimiro, foi graduado pela
Universidade Internacional Atlantic
(Atlantic International University), situada
na cidade de Honolulu no Estado de
Hawai, nos Estados Unidos da América.
“Não foi fácil conciliar as minhas
actividades profissionais com os estudos,
mas estou certo de que todo o meu
esforço constitui uma mais valia para o
nosso país”. v
Momentos da graduação.
46 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Bandeiras dos paises presentes hasteadas pelos
diplomatas convidados ao evento.
A
intenção era semear a visão
no coração das crianças que
frequentam a escola e igualmente
estendê‑la à família mundial, juntando
representantes do Corpo Diplomático
nos EUA (Embaixadores e ou seus
representantes), os estudantes e as suas
respectivas famílias.
A semente de unidade e paz global
estava lançada e hoje anualmente
a escola ONENESS‑FAMILY, celebra
esta actividade, cultivando o espírito
da necessidade de união, harmonia e
paz entre os povos de todo o mundo
independentemente das suas diferenças,
na esperança de que os seus estudantes
(ensino primário e secundário) possam
crescer e o divulguem mundo afora.
A ONESS‑FAMILY SCHOOL, é uma
escola privada, cujo currículo de ensino
inclui a aprendizagem de diferentes
matérias, incluindo nas disciplinas de
Geografia e História, o estudo de outros
continentes, como o Africano, assim
como de outras línguas para além do
Inglês (Francês, Italiano, Espanhol, e
Alemão e Chinês).
Foi de facto um dia de interacção entre
os representantes do Corpo Diplmático
nos EUA com os estudantes e suas
famílias, onde cada um partilhou
A Embaixada de Angola nos EUA esteve presente à
cerimónia.
Por incrível que pareça, pelo facto
da candidata Angolana ter vencido
o concurso Miss Universo 2011, os
estudantes prestando muita atenção
à bandeira de Angola, queriam saber
um pouco de tudo sobre o nosso
país, (onde se situa no continente
africano, como vive o seu povo, quais
os seus idiomas, qual a língua oficial,
o nome do Presidente do país, as
suas belezas naturais, como são as
crianças angolanas?...)
Foi uma manhã muito interessante
e uma grande oportunidade para
falarmos do nosso país nos EUA.
As crianças assimilam muito rápido
e estamos certas de que o que
aprenderam chegará aos seus
pais/encarregados de educação, irmãos
mais velhos, amigos, vizinhos, enfim...
Uma iniciativa de louvar para
acarinhar! v
Arquivo de Imprensa
Parceiros nos EUA despediram‑se
de Embaixadora cessante de Angola
A Câmara de Comércio EUA‑Angola e as companhias petrolíferas, Chevron e ExxonMobil,
com o patrocínio de várias instituições norte‑americanas como a Africa Society, Constituency for
Africa e Think Thanks, organizaram ao fim da tarde do dia 10 de Agosto de 2011, num dos mais
conceituados hotéis de Washington, D.C., uma cerimónia de despedida para homenagear
a Embaixadora cessante de Angola nos EUA, Josefina Pitra Diakite.
P
resentes ao evento estiveram
representantes do Bureau
África do Departamento de Estado
norte‑americano, membros do Congresso,
do corpo diplomático acreditado nos
EUA, bem como amigos, familiares,
diplomatas da Missão Diplomática e
representantes da comunidade Angola
aqui residente.
Josefina Pitra Diakite, apresentou os
seus agradecimentos aos organizadores
do evento, estendendo‑os a Susan
Page, Assistente Adjunta da Secretária
de Estado Hillary Clinton, bem como a
todos os funcionários do Bureau Africa,
por todo o apoio que lhe foi prestado
durante a sua missão, augurando que
o mesmo acolhimento e colaboração
fossem prestados ao seu sucessor.
“Aproveito esta oportunidade para
endereçar a minha gratidão à Secretária
de Estado Clinton, pela sua liderança,
profissionalismo e compromisso pessoal
para o reforço das relações entre os
nossos dois países”, disse a diplomata
Angolana na ocasião.
Por outro lado, Susan Page, enalteceu o
papel jogado por Josefina Pitra Diakite,
que “em muito contribuiu, enquanto
representante do Governo angolano, para
o reforço das relações bilaterais entre
Angola e os EUA”.
De entre os oradores destacamos,
o congressista Donald Payne, alto
membro do sub‑comité dos assuntos
internacionais, saúde global e direitos
humanos, Jeannine Scott, Presidente
da Câmara do Comércio EUA‑Angola,
oferece um quadro alargado para que
ambos os Governos possam engajar‑se
e discutir caminhos para a melhoria
da cooperação em áreas específicas já
bem definidas, sendo algumas delas a
energia, agricultura, transportes, saúde e
educação, visando a diversificação para
além do petróleo.
Josefina Pitra Diakite, ex‑Embaixadora de Angola nos EUA.
Mamadou MBeye da Chevron e a
representante da Boeing. Ambos os
interlocutores referiram o empenho
pessoal da diplomata Angolana que
fazendo face aos diferentes desafios,
durante o exercício das suas funções,
contribuiu para o alcance da nova era da
cooperaçao bilateral entre Angola e os
EUA.
Na sua intervenção de agradecimento,
Josefina Pitra Diakite, enfatizou os
instrumentos que se tornaram os
pilares fundamentais das relações entre
os dois países, com destaque para o
estabelecimento do diálogo de parceria
estratégica entre Angola e os EUA, que
Francisco Cruz, Director Exceutivo da Câmara de Comércio
Angola/EUA.
Presente igualmente, esteve Francisco
Cruz, Director Executivo da Câmara de
Comércio Angola ‑ EUA, que na sua
intervenção para além de mencionar o
apoio prestado para o desenvolvimento
do sector privado angolano,
parabenizou a Embaixadora cessante,
augurando êxitos na sua nova missão,
pelo papel que Angola joga na região
da SADC.
Da agenda de cerimónias de despedida
da Embaixadora cessante de Angola nos
EUA, constou no dia 13 de Agosto de
2011, a festa da comunidade Angolana,
que teve lugar cidade da Philadelphia,
Estado da Pensylvannia, área de
jurisdição do Estado de Nova Iorque,
local onde reside o maior número de
cidadãos Angolanos.
Recorde‑se que no âmbito de um
despacho Presidencial Josefina Pitra
Diakite foi exonerada do cargo
de Embaixadora Extraordinária e
Plenipotenciária de Angola nos EUA
e, simultâneamente, nomeada para
idêntico cargo na República da África do
Sul. A diplomata Angolana apresentou
formalmente as cartas credenciais ao
então presidente dos EUA, George
W. Bush aos 20 de Junho de 2001. v
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 47
Arquivo de Imprensa
Angola participou na Cimeira 2011
de Negócios EUA – África
Ministro da Geologia, Minas e Indústria chefiou a delegação Angolana à Cimeira nos EUA
O
ministro Angolano da Geologia,
Minas e Indústria, Joaquim
Duarte da Costa David, participou em
Washington, D.C., de 5 a 7 de Outubro,
na Cimeira 2011 de Negócios entre os
EUA e África.
O evento que se realiza de dois em
dois anos, é organizado pela instituição
norte‑americana, Conselho Corporativo
para África (CCA) e tem como objectivo
primordial o reforço das relações
comerciais entre África e os Estados
Unidos da América.
estabelecendo uma rede de contactos
mais eficiente.
Da vasta e muito interessante agenda,
constou de aproximadamente trinta (30)
sessões que cobrem uma diversidade de
sectores, produtos e serviços, com um
total de mais de mil e quinhentos (1.500)
pessoas.
As várias plenárias e workshops nos
quais representantes de Governos e
homens de negócios tanto americanos
A cimeira deste ano ofereceu uma
oportunidade única para que os
participantes, de vinte (20) países
africanos, ao lado de representantes
do Governo norte‑americano ligados
ao sector de energia e minas, entre
fabricantes, fornecedores nos EUA se
interessem cada vez mais em fazer
os seus negócios no continente,
48 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Ministro Angolano, Joaquim Duarte da Costa David.
Ministro Joaquim David chefiou a delegação Angolana
ao evento que incluiu o Embaixador de Angola nos EUA,
Alberto do Carmo Bento Ribeiro.
como africanos, discutiram temas ligados
aos sectores da energia, indústria,
comércio, financiamento de infraestrura
para o desenvolvimento do continente,
saúde, enfim, oportunidades de negócios,
comércio e investimento nos dois
sentidos, incluindo também, transportes,
armazenamento, redes de distribuição,
formação e a importância da cadeia do
sector privado.
Arquivo de Imprensa
O ministro Angolano da Geologia,
Minas e Insdústria, acompanhado
do Embaixador Extraordinário e
Plenipotenciário de Angola nos EUA,
Alberto do Carmo Bento Ribeiro, foi
o convidado especial para intervir no
workshop sobre oportunidades e riscos
na indústria extractiva em África.
qual a real situação mineira do país
e como atrair um maior número de
potenciais investidores. O nosso país
aprovou recentemente uma nova lei
base de investimento privado que
pensamos vai contribuir para aumentar a
responsabilidade e o interesse dos vários
investidores”, disse.
Mamadou M’Beye, Presidente Executivo da Câmara
do Comércio EUA/Angola e representante da Chevron.
Ministro Joaquim David no local do evento ao lado de
Maria da Cruz, Directora Executiva da Câmara de Comércio
EUA/Angola.
Diplomatas Angolanos em Washington, D.C., presentes
ao evento; Maria Luísa Abrantes, PCA da ANIP, na foto
à esquerda.
“É do conhecimento de todos que
África é um continente abençoado
com um grande potencial geológico.
A história da exportação mineral, é
bem conhecida e as oportunidades no
continente são muito altas e os riscos
baixos como mostram as evidências,
apesar dos conflitos devido à actual crise
que diminui a procura de alguns dos
minerais. Vivemos num mundo muito
difícil onde vários conflitos, diminuem
a sua procura, sobretudo nos países do
continente”, disse o dirigente Angolano.
O workshop teve como moderador
o embaixador Frances Cook, Director
Sénior Independente da Lonrho. De entre
os oradores destacamos igualmente
Princeton Lyman, Enviado Especial para
o Sudão do Departamento de Estado
norte‑americano, Joe Mathews, Chefe do
Governo e Relações Comunitárias das
Operações Mineiras da ArcellorMittal,
Paulo de Sá, Gestor da Unidade de
Petróleo e Gás do Banco Mundial e
Maurice Templesman, Presidente da
Companhia norte‑americana Lazare
Kaplan International, Inc.
À margem dos trabalhos da Cimeira do
CCA, o ministro Angolano da Geologia,
Minas e Indústria, manteve um encontro
com Maurice Templesman, Presidente
da Companhia norte‑americana
Lazare Kaplan International, Inc.,
tendo participado no mesmo Witney
Adão Pinto, Cônsul Geral de Angola em Nova Iorque.
No caso particular de Angola, Joaquim
Duarte da Costa David, enfatizou o
potencial do nosso país no aumento da
criação de mais empregos e promoção
da transferência de valores, o que
representa um grande desafio. “Nestes
nove anos de paz, estamos a trabalhar
no sentido de obter informação mais
actualizada que vai permitir saber
Jeannine B. Scott, Presidente da Câmara do Comércio
EUA/Angola.
Schneidman Presidente da companhia
Schneidam & Associates tendo as duas
partes discutido as possibilidades de
cooperação entre os dois países, visando
a diversificação, incluindo de forma mais
eficiente o sector mineiro, no contexto
da parceria estratégica existente entre os
nossos dois países.
Ministro Joaquim David e Maurice Templesman,
Presidente da Companhia norte‑americana Lazare Kaplan
International, Inc.
Em Washington, o dirigente Angolano foi
agraciado por um jantar de boas‑vindas
oferecido pela Câmara de Comércio
EUA‑Angola, onde participaram os
seus membros associados, membros
da administração, membros da
comunidade Angolana residente nos EUA,
representantes da companhias petrolífera
Chevron e da Lazare Kaplan International
Inc., patrocinadores do evento e
diplomatas angolanos. Durante o mesmo, o
ministro Angolano actualizou os presentes
sobre os avanços e estratégias do sector
que dirige, assim como sobre o futuro da
cooperação bilateral com os EUA.
Integraram ainda a delegação Angolana
à Cimeira do CCA, Adão Pinto, Cônsul
Geral de Angola em Nova Iorque, Maria
Luísa Abrantes, PCA nomeada da ANIP
e Beatriz Costa, representante comercial
nomeada de Angola nos EUA. v
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 49
Arquivo de Imprensa
Empresária Angolana homenageada
nos EUA, Washington, D.C.
O
Departamento de Estado
norte‑americano, através do
seu programa “Global Women in
Management”, homenageou em
Washington, D.C., no passado mês de
Junho, mulheres empresárias de vários
países que se têm, destacado na sua
actividade como empreendedoras.
Angola esteve representada no certame
por Paulina Lassalete Gonçalves, uma
jóvem mulher empresária, membro da
Associação das Mulheres Empresárias
Angolanas e que representa a província
da Lunda‑Norte junto do Governo
provincial de Luanda. Natural do
Lubango, província da Huíla, Paulina
Gonçalves, pensa ampliar a sua
actividade por mais províncias do país e
Com uma agenda bastante intensiva, as
participantes, tiveram durante quinze
dias, a oportunidade de partilhar a sua
experiência e constatar a experiência
das mulheres americanas. Da agenda
constaram várias visitas a diferentes
empreendimentos, nomeadamente no
Estado de Virginia. v
Paulina Lassalette da Cunha Gonçalves, uma mulher
empresária homenageada em Washington, D.C.
como formadora, nas acções de formação
que fazem parte da sua actividade
profissional, partilhar a sua experiência
com outras mulheres Angolanas para o
bem do empreendedorismo no seio das
mulheres Angolanas.
Empresária Angolana ao lado de Delfina Nascimento,
diplomata da Embaixada de Angola nos EUA.
Mwangolé‑Night
Comunidade Angolana celebra a Dipanda em Washington, D.C.
A
“Mwangolé Night”, organizada
pela Associação da comunidade
Angolana, residente na zona
metropolitan de Washington,
em celebração aos 36 Anos da
Independência Nacional, no dia 10
de Novembro de 2011 das 20H00 às
23H00, juntou estudantes, amigos
de Angola, dipomatas angolanos
, que juntos animaram a festa, à
boa‑maneira da nossa terra!
Os presentes que gratuitamente
participaram na actividade, tiveram
a oportunidade de conviver e passar
bons momentos, à boa maneira
Angolana, animados por jóvens DJs
angolanos aqui por estas bandas.
A actividade decorreu no Shadow
Room, 2131 K Street, NW em
Washington, D.C.
50 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA KUDISSANGA • Washington, D.C.
Declaração de Imprensa
Hillary Rodham Clinton
Secretária de Estado
Washington, D.C.
10 de Novembro de 2011
Em nome do Presidente Obama e no
do povo dos Estados Unidos, tenho
a honra de endereçar os melhores
votos ao povo de Angola pela
passagem do 36º aniversário da sua
independência, que se comemora no
dia 11 de Novembro.
Durante a minha viagem a Angola
há dois anos, eu testemunhei
pessoalmente a extraordinária
recuperação e o progresso económico
que o vosso país tem registado desde o
fim da Guerra civil. Hoje, os nossos dois
países estão a fortalecer este progresso
como parceiros estratégicos numa base
de respeito e interesse mútuos.
Desejamos continuar a trabalhar
convosco ainda mais à medida em
que voces reforçam a governação
democrática, melhoram o estado
de direito e promovem mais
oportunidades para todos os
Angolanos.
Ao celebrarem este dia especial com a
família e entes queridos, saibam que
os Estados Unidos são um parceiro
e amigo. Estamos comprometidos
à este relacionamento e a um
futuro mais brilhante para todos os
Angolanos. v
Desporto
Afrobasket
2011 •
Angola faz Bonito e Saco! Vencemos!
Angola conquistou na primeira semana de Outubro de 2011o seu primeiro título
continental feminino, ao vencer o Senegal, por 62‑54, na final do Afrobasket‑2011,
disputado na cidadela de Bamako, capital do Mali.
Angola venceu o Afrobaskest
feminino e sagrou‑se
campeã Africana
Conquista do troféu fruto de trabalho árduo
Angolanas celebram conquista pela primeira vez,
do título continental em basquetebol sénior feminino.
A
ngola é a nova campeã africana de
basquetebol feminino, depois de
no passado dia 1 de Outubro deste ano
levar de vencida a selecção do Senegal
por 62‑54, na final do Afrobasket 2011,
no Mali.
O conjunto angolano superiorizou‑se ao
Senegal, campeão que defendia o título
conquistado em Antananarivo em 2009,
sobre o Mali, e a actual selecção com
mais vitórias no Afrobasket em femininos.
No pavilhão 26 de Março, em Bamako, a
selecção nacional, sob a orientação do
treinador Aníbal Moreira, foi melhor e ao
intervalo já vencia por 32‑26.
Com este resultado Angola garante
a presença nos Jogos Olímpicos de
2012, em Londres, enquanto o Senegal
vai disputar a liguilha de acesso à
competição.
Com cinco medalhas de bronze
conquistadas, esta é a primeira vez que
a selecção angolana consegue atingir o
primeiro lugar na prova.
Curiosamente, Angola termina a prova
com o mesmo adversário com que
iniciou: o Senegal. No primeiro jogo
do Grupo B, Angola perdeu com os
senegaleses, resultado que não viria a
repetir na competição. Depois disso a
selecção nacional só soube ganhar. v
O
treinador principal da selecção
nacional de basquetebol
feminino, Aníbal Moreira, reafirmou
em Luanda, que o sucesso da
vitória e a conquistada do troféu do
Afrobasket‑2011, no Mali, “é fruto
de trabalho árduo que o conjunto
efectuou durante muito tempo”.
O seleccionador apresentou a sua
posição quando falava à imprensa no
Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro,
momento após o desembarque da
equipa, tendo acrescentado que “a
selecção ficou descontente pelo facto
de nos Jogos Pana‑africanos conquistar
o segundo lugar”.
Diante disso, disse o técnico, “tínhamos
o Afrobasket‑2011 como o maior
desafio da equipa, que felizmente
vencemos e perante o Senegal”.
Depois de Angola estar em duas
meias‑finais, disse Aníbal Moreira, “isso
significou muito para a selecção e
depois do jogo contra o Mali, em que
vencemos, então, deu‑nos a certeza
que tudo faríamos para vencer este
campeonato”, sublinhou.
De acordo com o treinador, este
campeonato teve um sabor
muito especial, “porque senti‑me
honroso por conseguir este feito
e, principalmente, por derrotar o
Senegal numa final, e a conquista
deste grande troféu é muito bom”.
“É para dizer que pode ser surpresa
para algumas pessoas, mas para
nós (equipa técnica) não. Apesar de
muita gente não contar com o nosso
sucesso, este foi sempre o nosso
grande projecto de trazer um titulo
para Angola”, reafirmou o treinador
Aníbal Moreira. v
Treinador Aníbal Moreira.
Presidente felicita selecção feminina de Basquetebol
O
Presidente
da República
de Angola, José
Eduardo dos
Santos, felicitou a
Selecção nacional
Presidente da República,
feminina de
José Eduardo dos Santos.
basquetebol
de Angola pela inédita e histórica
conquista do Afrobasket do Mali, após
vitória, na final, sobre o Senegal, por
62‑54.
“O feito alcançado é resultado da acção
colectiva e espírito de conquista do Povo
angolano. Felicito todos os integrantes
da Federação Angolana de Basquetebol
(FAB), seu corpo técnico, por esta acção
ímpar, que honra e dignifica a Nação
angolana”, expressou José Eduardo dos
Santos. v
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 51
Desporto
• Afrobasket 2011
Nacissela é a MVP do Afrobasket
N
acissela Maurício é a capitã da selecção
nacional sénior feminina de basquetebol.
Entre as jogadoras, foi a ela que recaiu a
responsabilidade de levar o conjunto à vitória.
Foi nesta direcção que trabalhou, não só pelo
título alcançado, mas também pelo facto dela
ter sido considerada a melhor jogadora do
22º Campeonato Africano de Basquetebol sénior
feminino ( Afrobasket2011), recentemente
terminado em Bamako, Mali.
Nacissela integra ainda o conjunto das cinco
jogadoras ideais de África onde também consta
Sónia Guadalupe. Não foi por acaso, mas por
mérito próprio. Em 1999, com Catarina Camufal e
Nguendula Filipe, Nacissela Maurício conquistou
o Campeonato Africano de júniores feminino.
Um exemplo a seguir pelas “meninas” que se
iniciam nas lides do basquetebol e que aspiram
chegar ao mais fino naipe da modalidade. v
Selecção estagia na WNBA para o jogo de Londres‑2012
Ministério da Juventude e Desportos associa desporto e saber... rumo ao progresso!
Protocolo com a Liga americana prevê
a realização de partidas e a utilização
de locais de estágio!
da Juventude e Desportos, Albino
da Conceição; do vice‑presidente e
secretário‑geral do MPLA, Roberto de
Almeida e Dino Matross, respectivamente.
O
ministro da Juventude e Desportos
de Angola, Gonçalves Muandumba,
revelou em Luanda que a selecção
nacional sénior feminina campeã da
Afrobasket ‑ título conquistado no Mali,
pela primeira vez ‑ vai preparar os Jogos
Olímpicos de Londres‑2012 (Inglaterra)
nos Estados Unidos, na respectiva Liga
Profissional feminina (WNBA).
Sem especificar datas, Gonçalves
Muandumba revelou estar prevista a
assinatura de um protocolo entre o
governo angolano e a WNBA, uma das
ligas mais competitivas do mundo, na
perspectiva de promover a realização de
jogos com equipas locais.
A possibilidade de estagiar nos diversos
centros de treino da WNBA está
igualmente prevista neste acordo:
52 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Capitã da Selecção Nacional Nacissela Maurício
“A preparação para os Jogos Olímpicos
é um imperativo e a melhoria do
desempenho, enquanto representantes
condignas do continente africano,
é um dos desafios dos próximos
tempos”, enfatizou aquele governante
‑ empenhado em associar o desporto
ao saber... rumo ao progresso ‑ durante
a homenagem, cerimónia que contou
ainda com a presença de várias
personalidades, nomeadamente a
ministra da Família e Promoção da
Mulher, Genoveva Lino; do vice‑ministro
O Governo angolano assume, assim,
que continuará a apoiar o basquetebol
feminino e que tudo fará para que
a selecção campeã tenha uma boa
preparação para os Jogos Olímpicos. v
Desporto
Afrobasket
Angola venceu na final do Afrobasket, na cidade
de Bamako
A
chefe da delegação angolana ao
22º Campeonato Africano das
Nações, que se realizou na República
do Mali, Maria Barbosa “Manu”,
considerou a mulher Angolana
guerreira e lutadora, feito que
permitiu vencer o Afrobasket‑2011,
sábado, dia 1 de Outubro de 2011, na
cidade de Bamako.
De acordo com a antiga
basquetebolista e responsável para o
basquetebol feminino da Federação
Angolana da modalidade (FAB), “por
norma todas as mulheres Angolanas
são guerrilheiras e lutadoras e,
foram para esse campeonato, com
o objectivo de vencer e isto foi
alcançado”, reafirmou.
Maria Barbosa, que disse em
entrevista, ao falar em nome das
mulheres basquetebolistas, referiu
que “não foi fácil chegar até ao
primeiro lugar mas, com muita luta
e força de todo povo Angolano,
em particular, atingimos o pódium“.
Motivo de muito Orgulho!
Segundo a interlocutora, “ao
conquistarmos o campeonato africano
é uma sensação de muito prestígio,
porque vencer uma equipa conhecida
a nível do mundo, como o Senegal,
que normalmente vai aos jogos
olímpicos e ao mundial, não foi nada
fácil”.
“Coincidentemente, disse, nos Jogos
Panafricanos, também fomos à final
com elas (as Senegalesas) mas o
Afrobasket‑2001 é mais importante,
daí que ao vencermos o Senegal na
final de Bamako” a satisfação é maior
em relação ao dever cumprido.
Na ocasião, a Miss Luanda‑2011,
Manuela Agostinho, que também
esteve no aeroporto a receber as
2011 •
ULA oferece bolsas
de estudo para campeãs
africanas e estágio para
equipa técnica
Carripana vermelho, preto e amarelo.
U
campeãs africanas, realçou que a
vitória da equipa feminina serve
para mostrar, mais uma vez, “o forte
país que é Angola com a conquista
de vários títulos”, o que eleva a
auto‑estima da população angolana.
Para a interlocutora, “ é mais uma
vitória que veio levantar o nome do
país, em particular do continente
africano, sendo assim o número de
turistas aumentará no país e será um
orgulho para o povo angolano “.
Por sua vez, a atleta Nadir Manuel,
campeã africana, disse ser o
referido momento uma ocasião
que a transmite “um sentimento
inexplicável”, por ser a sua primeira
vez a vencer a medalha de ouro e
conquistar o primeiro lugar num
torneio africano das nações.
ma gala de homenagem às campeãs
africanas de basquetebol2011 foi
realizada pela Universidade Lusíada de
Angola, sob presidência do Reitor Rui
Mingas, diante de outros responsáveis.
O Reitor ofereceu na ocasião bolsas de
estudo para as atletas, e uma viagem
para a equipa técnica à Portugal, onde
vão estagiar durante 20 dias, no Sport de
Lisboa e Benfica.
“É com uma emoção muito grande que
eu recebo nesta casa do saber estas
mulheres fabulosas que o meu país tem,
não só no Basquetebol, como noutras
áreas. Mas neste momento estamos
aqui para saudar um feito de grande
dimensão”, disse o Reitor.
Rui Mingas ofereceu uma bolsa de
estudos a cada atleta, por considerar
que as mesmas devem ampliar os seus
conhecimentos e formação intelectual.
Em nome da selecção, a atleta Catarina
Camufal agradeceu à Direcção da
Universidade, apelando as suas colegas
a aproveitarem da melhor forma a
oportunidade de formação que foi dada. v
A jogadora que reafirmou não ter
sido fácil a prova, assim como obter
o troféu, apelou às demais atletas da
modalidade feminina a continuarem
a lutar para treinar bastante, sem
desistência, no sentido de alcançarem
mais êxitos. v
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
> 53
Conheça Angola
Malanje
Quedas de Kalandula,
um Paraíso de Encantar
A Província de Malanje situa‑se no planalto norte de Angola e tem como capital a cidade de Malanje.
E
stá limitada a norte pela Província do
Uíge e pela República Democrática do
Congo, a sul pela Província do Bié, a oeste
pelas Províncias do Kwanza Norte e Kwanza
Sul e a leste pelas Províncias da Lunda Norte
e Lunda Sul.
A Província subdivide‑se em três zonas
Geo‑Economicas: O planalto de Malanje,
a Baixa de Kassanji e a Zona do Luando.
Possui uma grande variedade de recursos
turísticos, dos quais se destacam: o Parque
Nacional de Kangandala, a Reserva Natural
do Luando, a Palanca Negra Gigante, as
Quedas de Kalandula, as Pedras Negras do
Pungo‑Andongo, os Rápidos do Kwanza, a
Barragem de Kapanda.
Malanje possui altitudes variáveis entre 500 e
1500 metros. Os níveis pluviométricos variam
entre 1000 e 1750 mm, enquanto que as
temperaturas medias anuais variam entre 20
e 24ºC.
O clima é tropical húmido. A vegetação da
província compõe‑se de florestas abertas,
savanas, mosaicos florestas‑savana e mosaicos
de balcedo‑savana.
Com uma superfície de 97.602 km2, tem uma
população estimada em cerca de 900.000
habitantes. Fazem parte da Província os
municípios de Malanje, Massango, Marimba,
Cunda dia Baze, Caombo, Kalandula,
Cacuso, Kiwaba Nzogi, Mucari, Quela,
Cambundi‑Catembo, Quirima, Cangandala e
Luquembo.
A palavra Malanje, vem do contexto
kimbundu antigo que significa
“as pedras” (MA‑LANJI).
Versões sobre o surgimento
do nome Malanje:
1ª versão:
Antes da colonização portuguesa, o rio
Malanje era conhecido como rio Kadianga
ou Carianga, para os portugueses.
Ao chegarem à região de Malanje, os
portugueses atravessaram um rio, como
na época não existiam pontes, os mesmos
54 >
Imbondeiro
> Outono-Inverno 2011
Faz também uma discreta produção de carne
bovina, leite e derivados de leite.
A abundância das chuvas faz da região uma
zona predominantemente agrícola.
Mapa da província de Malanje
eram atravessados em cima de pedras. Após
atravessar o rio, viram moradores locais e
perguntaram qual era o nome do rio e os
moradores (que não compreendiam a língua
Portuguesa na época) responderam “Ma‑lanji
Ngana” (são pedras, Senhor).
2ª versão:
Uma expedição portuguesa, liderada por
Rodrigues Graça (1843), chegou às margens
no rio Kadianga e encontraram 3 mulheres
locais e lhes perguntaram o que as moradoras
locais estavam a fazer e elas responderam:
“estamos moendo mandioca”. Os europeus
ficaram encantados com a quantidade de
mulheres e perguntaram sobre os homens
da região, então elas responderam em
kimbundu: “Mala hanji”, que significa:
“Também existem homens.”
3ª versão:
Os portugueses enviaram emissários aos
sobas (Mwen’exi) locais com o objectivo
de prevenir que eles tivessem que usar a
força para ocupar a região. Quando um dos
emissários foi dar a mensagem ao soba local,
ele respondeu: “Malagi?”, em português: “São
malucos?”
Economia
Sob o ponto de vista económico, a zona mais
desenvolvida em termos agrícolas é a que
se localiza em torno à cidade de Malanje,
onde são cultivados entre outros produtos
o algodão, a cana de açúcar, o milho, a
mandioca, jinguba, batata doce, banana,
feijão, arroz, milho, eucalipto, pinheiro, tabaco.
Mulheres agricultoras
A província possui diamantes, urânio, calcário
e fosfatos, para além de outros recursos em
madeira. Em termos industriais salientam‑se
materiais de construção, produtos alimentares,
vinhos e tabacos.
A sua vegetação é composta de florestas,
savanas e o misto de floresta‑savana e
balcedo‑savana.
Educação
Possui uma Faculdade de Medicina (é a
primeira da província e fica localizada na
capital), que surgiu como extensão da
Universidade de Lueje, que está sediada no
Dundo. Malanje também tem um Instituto
Médio Agrário, denominado IMAM (Instituto
Médio Agrário de Malanje), localizado na
comuna do Quéssua.
Os “Malanjinhos” designação dada aos
nativos, pertencem ao Grupo Ambundo.
De língua materna kimbundo, foi a etnia
que teve contactos mais intensos, com o
mundo europeu. Foi também no século XVII,
a primeira nação africana a ser sujeita a
uma nação europeia. Talvez por esse facto,
tenham também sido os mais aculturados
de todos os outros grupos etno‑linguísticos
angolanos.Calcula‑se que os Ambundo sejam
demograficamente o segundo maior grupo
de Angola e andariam em 1960, à volta de
um milhão de habitantes. v
Conheça Angola
Aposta no Turismo
A Natureza Favorece!
As magníficas Quedas
de Kalandula ‑ município
de Kalandula
A
s Quedas de Kalandula são quedas
de água situadas no município de
Kalandula, província de Malanje, em Angola.
Estão localizadas no rio Lucala, o mais
importante afluente do rio Kwanza.
Ficam a cerca de 80 Km da cidade de
Malanje, capital da província e a 420 Km
de Luanda, a capital do país. Com uma
extensão de 410 metros e uma altura de
105, são as segundas maiores de África. E
uma das maiores em volume de água no
continente.
Kalandula é uma vila e município
da província de Malanje que teve a
categoria de Vila a 2 de Setembro
de 1929.
O Município de Kalandula tem 70 mil
e 37 quilómetros quadrados e uma
população estimada em 72 mil e 400
habitantes. É limitado a norte pelos
municípios de Alto Kauale e Massango,
a este pelos municípios de Marimba,
Caombo, Cuaba Nzogo e Malanje, a sul
pelo município de Cacuso, e a Oeste pelos
municípios de Samba Caju e Ambaca;
administrativamente tem cinco comunas,
Sede, Kota, Kinji, Kateco‑Kangola e Kuale.
No município, situam‑se não só as
famosas Quedas de Kalandula, bem como
as de Musseleji, de Mactao‑a Luando e de
Mbango‑a Nzenza.
Só vendo!
Formadas por uma sequência de várias
quedas que variam: umas de maior
altitude e outras de menor, fazem um
conjunto invariável originando quedas
em simultâneo. As quedas criam um
maranhado de águas com formação de
estalatites líquidas, criando um cenário
indescritivelmente encantador e medonho!
Tal é o barulho causado pelo bater da
água nas rochas, assim como a formação
de várias névoas esfumadas dando uma
visão ao espectador de vários arco‑íris. v
A
promoção do turismo na província e mais
particularmente em Kalandula, município
que dista 72 kilómetros a norte de Malanje,
tendo as quedas como pano de fundo, tem
sido tema em vários eventos organizados
pelo Governo da província.
Boa Ventura Cardoso, Governador provincial,
tem apelado aos empresários da área do
turismo para acelerarem o processo de
construção de mais empreendimentos
hoteleiros para atrair os turistas que visitam
o local assim como tem destacado os
benefícios do empreendimento para o sector
económico, considerando que o mesmo
contribui para o processo de reconstrução
nacional em curso no país.
Esta iniciativa deve ser seguida por mais
empresários. Os empreendedores são
chamados a investirem cada vez mais no
município, por ser uma região turística, pelas
suas belezas naturais, como as quedas de
Kalandula, de Musseleje e outros atractivos.
Hotel Yonaka. Município de Kalandula.
Arcoíris em Kalandula.
Espectacular obra da natureza que o destino colocou
em kalandula, província de Malanje, Angola
Malanje ‑ Mais belezas naturais e recantos turísticos
O município de Kalandula, na província de
Malanje, conta com um hotel de 4 estrêlas
denominado “Hotel Yonaka”, afecto ao grupo
empresarial Miamop. O empreendimento
comporta 38 quartos para 60 hóspedes,
quatro suites executivas, quatro presidenciais
e uma piscina.
A gastronomia é nacional e internacional.
de anos que se elevam bem acima da savana
que as rodeia. Formam um conjunto de
rochas caracterizadas por figuras misteriosas
de objectos e animas, e sobrepostas umas
às outras. Segundo a tradição, as pegadas
esculpidas na rocha são de D. Ana de Sousa
ou Rainha Nzinga Mbandi Ngola.
Um espetáculo da natureza que embala
qualquer visitante! v
Pedras Negras de Pungo Andongo.
A
s Pedras Negras de Pungo Andongo
ficam localizadas no município do Kacuso,
a cerca de 116 km da cidade de Malanje e são
uma importante atracção turística de Angola.
As Pedras de Pungo Andongo, são umas
estranhas formações rochosas, com milhões
Pôr do sol em Malanje.
A unidade hoteleira, a primeira no município,
presta serviços de Internet e ginásio, cujo
pólo de atracção são as quedas de Kalandula,
principal ponto turístico da região. O hotel,
cujas obras de construção tiveram a duração
de três anos, a cargo da empreiteira Imbondex,
orçou em cinco milhões de dólares. v
Outono-Inverno 2011 >
Imbondeiro
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Lista de Contactos e Localizações da Embaixada,
Missão na ONU, Consulados
e Escritórios de Representação Angolana
nos Estados Unidos da América
Embaixada de Angola em Washington, D.C.
2100‑2108 16th St. NW, Washington, D.C. 20009
Tel.: 202‑785‑1156 ‑ Fax: 202‑822‑9049
Website: www.angola.org
Missão de Angola junto das Nações Unidas
em Nova York
820 Second Ave., 12th floor
New York, NY 10017
Tel.: 212‑861‑5656 ‑ Fax: 212‑861‑9295
Website: www.un.int/wcm/content/site/angola
Consulado Geral de Angola em Nova York
866 United Nations Plaza, East 48th St
5th Floor, New York, NY 10017
Tel.: 212‑223‑3588 ‑ Fax: 212‑980‑9606
Consulado Geral de Angola em Houston
3040 Post Oak Blvd. Suite 780
Houston‑Texas 77056
Tel.: 713‑212‑3840 ‑ Fax: 713‑212‑3841
Website: www.angolaconsulate‑tx.org
Email: info@angola consulate‑tx.org
Agência Nacional de Investimento Privado ‑ ANIP
1420 K St. NW Suite 600
Washington, D.C. 20005
Tel.: 202‑962‑0380 ‑ Fax: 202‑962‑0381
Website: www.iie‑angola‑us.org
Email: [email protected]
Representação Comercial
1317 F St NW Suite 450 Washington, D.C. 20004
Tel.: 202‑783‑4740 ‑ Fax: 202‑783‑4743
Website: www.angolatradeusa.org
Email: [email protected]
Representação da SONANGOL
1177 Enclave Parkway 2nd Floor
Houston ‑ Texas 77056
Tel.: 281‑920‑7600 ‑ Fax: 281‑920‑7635
Website: www.sonangol.co.ao
Email: inso@sonangol‑usa.com
Câmara de Comércio EUA/Angola
1100 17th St. N.W. Suite 1100‑A
Washington, D.C. 20036
Tel.: 202‑223‑0540
Website: www.us‑angola.org
Email: mdacruz@us‑angola.org