GesTÃo DeMoCrÁTICa nas esColas
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GesTÃo DeMoCrÁTICa nas esColas
: r a l o c s e o h l a i e l í s n m a Co f a m o c a d a i f a a s r e v n o c Caderno OLAS C ES NAS A C I T Á R C O M E D O Ã G ES T 2 Projeto Escola de Bons Conselhos Gestão democrática nas escolas Realização Caderno 2 – Conselho Escolar: conversa afiada com a família CRÉDITOS DA PUBLICAÇÃO São Paulo: 11 3487-2526 Coordenação Lucia Lyra Brasília: 61 3879-0809 www.agendapublica.org.br Comitê editorial Bruno Gomes Sergio Andrade www.institutocamargocorrea.org.br Texto original Lídia Lira Supervisão de Arte e Revisão Carolina Caramuru Revisão de texto Andréa Bruno Projeto gráfico e diagramação Pablo Braz Ilustração Seri Este trabalho foi licenciado com a Licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecom mons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/ ou envie um pedido por carta para Creative Commons, 444 Castro Street, Suite 900, Mountain View, California, 94041, USA. O material Gestão democrática nas escolas é uma publicação da Agenda Pública e do Instituto Camargo Corrêa e está inserido no âmbito do projeto Escola de Bons Conselhos, implantado nos estados da Paraíba e de Pernambuco. Parcerias SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 5 INTRODUÇÃO 7 PARTE 1 – EXERCÍCIO DA DEMOCRACIA: Família e escola: semelhanças e diferenças 9 Como nossos pais? Valores sociais, autoridade, participação e protagonismo... 10 Participação: cidadania na vida e a vida de cidadão(ã) 11 PARTE 2 – CONSTRUINDO O CAMINHAR COLETIVO 12 Acolhendo a família 12 Introduzindo a temática participação 17 Exercitando a cidadania 21 Transformando teoria em prática: cidadania não se pede, se exerce! 26 referências 30 apresentação A AGENDA PÚBLICA é uma organização da sociedade civil que tem por missão contribuir para o aprimoramento da gestão pública e a ampliação da participação social para que os governos e a sociedade civil organizada desenvolvam políticas públicas mais democráticas e eficazes. Ela defende o processo de consolidação da gestão democrática a partir do conhecimento, da reflexão, da problematização e da crítica propositiva. Nesta publicação, a Agenda Pública traz um conjunto de reflexões, informações e sugestões para abordar o tema da gestão democrática para além dos muros da escola e propõe uma conversa com as famílias dos(as) estudantes. O Caderno 2 é, portanto, mais uma ferramenta para a atuação do Conselho Escolar: Reconhece a família como núcleo social que protagoniza, no cotidiano, a vida em sociedade e que provoca a escola na sua condição de espaço aglutinador de saberes, além de acender uma reflexão sobre a participação dos pais, mães, estudantes e segmentos que representam a família no Conselho Escolar. As dinâmicas apresentadas reportam-se aos cadernos do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares/MEC, acoplando ao conteúdo técnicas que podem facilitar a compreensão da mensagem. O caminho em direção à família traçado neste caderno compõe um percurso deflagrado no “Caderno 1: Enraizamento e ativação do Conselho Escolar”. A importância da família na produção de educação e o posicionamento da escola frente ao desafio de integrar a família nesse processo é a chave que abre as discussões e técnicas para dinamizar o debate sobre a participação da família, tornando-o mais sedutor. A metodologia descrita vem sendo implementada no projeto Escola de Bons Conselhos, que ocorre em Alagoa Nova e Serra Redonda, ambos no estado da Paraíba, e Ipojuca, município do estado de Pernambuco. Escola de Bons Conselhos é um projeto realizado pela Agenda Pública em parceria com o Instituto Camargo Corrêa e o Ministério da Educação. 5 introdução Está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): as escolas têm a obrigação de se articular com as famílias, e os pais têm direito a ter ciência do processo pedagógico, bem como de participar da definição das propostas educacionais. Porém, nem sempre esse princípio é considerado quando se forma o vínculo entre diretores(as), professores(as) e coordenadores(as) pedagógicos(as) e a família dos(as) estudantes. “Às vezes os pais não conseguem entender a conversa da escola. Quando a gente quer ser mãe não vamos para uma escola aprender a ser mãe. A escola precisa fazer oficinas sobre pontos positivos e negativos da participação para que os pais possam educar melhor os filhos”. (Janaína Juvêncio dos Santos – conselheira representando o segmento dos pais/mães ou responsáveis na Escola Eduardo Medeiros – Serra Redonda/PB) Reconhecida como espaço para aprofundar conhecimentos, a escola se caracteriza por ser um espaço de aprendizagem, mas que nem sempre alcança a realidade das famílias. A formação do(a) cidadão(ã) também é função social da escola e o exercício de cidadania exige um maior grau de participação. Essa, por sua vez, sofre interferência e interfere na autonomia que se adquire com o conhecimento e a sabedoria. Ao mesmo tempo, a escola reflete a sociedade nos seus diferentes modelos de família e contribui para a formação dessa sociedade heterogênea. Na unidade escolar, o Conselho Escolar é um espaço que possibilita o encontro das diferentes expectativas em relação à educação e, a partir das diferenças, favorece a leitura contínua do mundo como algo em construção e das possibilidades de tornar, por intermédio da educação, o mundo mais justo e igualitário. No projeto Escola de Bons Conselhos, o processo de implantação de Conselhos Escolares torna-se um espaço crítico que gera aprendizagem e movimentos de transformação social, onde a democracia passa a integrar as atitudes em família, nos grupos sociais, nos diferentes espaços de produção de saberes, pois refletir sobre a cumplicidade das pessoas com o sucesso coletivo da escola abre espaço para um movimento de aprendizagem com lógica integral e integrada. O propósito é relacionar a gestão democrática às atitudes no cotidiano da família. É pensar os espaços coletivos como espaços de participação ativa, seja na família, na comunidade ou em outros coletivos organizados; escolas, unidades de saúde, associações, igrejas, sindicatos, clubes, entre outros. 7 Contudo, as expectativas da família em relação à oferta da escola estão, muitas vezes, relacionadas à avaliação classificatória. Mas a oferta da escola não se restringe a isso: É na família que a escola encontra sua razão de existir. A educação de qualidade responde as necessidades das pessoas, às relações interpessoais e políticas concentradas nos territórios onde vivem as famílias, portanto, é no movimento vivo e orgânico da família que nascem as necessidades que precisam ser acolhidas pela escola na construção da educação de qualidade. Por outro lado, a escola se caracteriza como espaço de partilha de conhecimentos (informações) na perspectiva de produção de saberes (o que é possível fazer com as informações partilhadas, adquiridas na escola). Cumprindo suas competências de forma eficiente, nem sempre a escola consegue alcançar eficácia e efetividade das ações: conhecer nem sempre está atrelado ao saber! A educação acontece no encontro da necessidade de evoluir com o desejo de descobrir; um processo de inquietação e problematização que acende, naturalmente, a chama da participação ativa, da democracia, da liberdade de expressão e do respeito às diferenças. 8 PARTE 1 – EXERCÍCIO DA DEMOCRACIA: O que aprendemos com as necessidades comunitárias? O que vivenciamos nos espaços coletivos! Família e escola: semelhanças e diferenças A família expressa, por meio de seus membros, valores sociais construídos, repassados e atualizados de geração em geração. As funções sociais da família, portanto, estão estreitamente relacionadas à educação para a vida em sociedade. Portanto, quando se fala em família, se pensa nos diversos “modelos” de família que resultam das estratégias de sobrevivência, das relações de afeto e do exercício de cidadania entre seus membros. A expectativa é que a família atue de forma articulada com a escola que, por sua vez, deve assegurar o processo de ensino e aprendizagem tornando-o mais efetivo, propiciando as condições básicas para que ele se realize. O exercício da democracia deve estar presente nessas duas instituições, alicerces da formação humana. Acredita-se que a participação da família qualificará ainda mais a organização da escola em função de sua missão maior: propiciar uma educação voltada para as questões sociais, ampliando assim a qualidade no que se refere à vida e ao exercício de cidadania. Diferentemente da família, a escola se caracteriza a partir dos diferentes processos desenvolvidos na rotina do cotidiano. Esses processos alcançam três dimensões: É importante refletir... Como são construídas as regras na família? Como são construídas as regras na escola? O que ameaça a participação na família? O que ameaça a participação na escola? • dimensão pedagógica, que está relacionada às ações e aos procedimentos diretamente associados à aprendizagem dos(as) estudantes; • dimensão política, que está relacionada aos mecanismos de participação da comunidade local e escolar na construção e consolidação de um projeto político-pedagógico, que deve contemplar as relações da escola com o sistema de ensino e com a sociedade; • dimensão administrativo-financeira, que está relacionada à gestão financeira e do patrimônio da escola, manutenção e conservação do espaço físico e administração de pessoal (professores/as e funcionários/as). 9 A participação ativa das famílias na escola fortalece a lógica desta como patrimônio social, precisando, portanto, ser gerenciada pelo coletivo organizado em espaço democrático, no qual as diferentes opiniões instigarão processos de reflexão, descobertas, aprendizagem, fortalecendo assim a relação de pertencimento. Portanto, muito mais que garantir o funcionamento das suas atividades de rotina, a escola deve estabelecer processos de interação junto à família buscando contribuir efetivamente para o exercício de cidadania. O caderno 3 do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares – páginas 28 a 34, revela a importância do ato pedagógico como resultante do conjunto de atividades da escola direcionadas ao processo de transformação social. Como nossos pais? Valores sociais, autoridade, participação e protagonismo... "Não obedecerás sem pensar no que te leva a obedecer." (Hannah Arendt) Para cumprir com suas responsabilidades os pais e as mães se valem de relações construídas a partir de valores sociais históricos. Esses valores, na maioria das vezes, não têm relação com a democracia, com a participação de todos para o alcance dos objetivos comuns. Na família a verticalização se consolida, sobretudo, na imposição de poder, do maior em relação ao menor, do mais velho em relação ao mais jovem, do homem em relação à mulher, de quem produz em relação a quem “não produz”. No entanto, os marcos legais que contemplam a família como núcleo estabelecem uma ordem de prioridade: o apoio e a proteção à infância e juventude, a proteção ao idoso, à pessoa com deficiência, à mulher. Esses, em um escalonamento de prioridades, estão relacionados ao reconhecimento das necessidades dos(as) mais indefesos(as) que, por sua fragilidade natural ou por estarem em situações de vulnerabilidade, estão mais próximos dos riscos sociais. Os valores sociais, “heranças” das gerações, podem transmitir e impulsionar preconceitos e discriminação nas crenças, hábitos e posicionamentos. No decorrer da história da organização da família ficam evidentes as relações de poder estabelecidas entre os mais “velhos” e os mais “novos”, entre homens e mulheres, quase sempre pela imposição e pela repressão. Os diferentes níveis de atuação e poder dos membros da família estão relacionados à prática da autocracia que fortalece a imposição e ameaça o respeito às diferenças, fragilizando a participação na família e, em seguida, na escola. 10 Fortalecer a participação significa revisitar os valores sociais e questionar a reprodução de práticas autoritárias nas quais sempre o comando parte de quem detém o poder isolado, solitário, impondo a sua própria vontade em detrimento da opinião do coletivo. Desconstruir essa lógica exige a adoção de novas práticas nas quais a corresponsabilidade com os processos seja fruto de reflexão e crescimento mútuo dos membros da família e dos segmentos que compõem a escola, revelando os desafios sociais para a consolidação da democracia nos diferentes espaços de gestão: espaço público (escola) e espaço privado (família). Protagonizar sua própria história de vida significa apropriar-se desse processo, assumindo sobre ele responsabilidades na construção de saberes, na autonomia e no exercício de cidadania pela qualidade de vida no espaço coletivo. Participação: cidadania na vida e a vida de cidadão(ã) "É preciso compreender o presente não apenas como presente de limitações, mas como presente de possibilidades." (Paulo Freire) Constituição Brasileira 88 Art. 226 – A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. ECA - Art. 4º – É dever da família, da comunidade, A família reconhecida como núcleo social está contemplada nos marcos legais que regem a democracia brasileira. A participação da família e suas contribuições para o desenvolvimento humano e a vida em sociedade, revelam, ao mesmo tempo, necessidades da família no cumprimento de sua função social. É no cotidiano da família e comunidades que surgem as pautas para a ciência e os indicativos para as políticas públicas organizarem as ofertas específicas de cada área e a intersetorialidade direcionada à formação integral de seus membros, na perspectiva do fortalecimento da família como núcleo. da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 11 PARTE 2 – CONSTRUINDO UM CAMINHAR COLETIVO As mudanças são frutos de atitudes! O caminhar coletivo em direção à gestão democrática passa pelo reconhecimento das diferentes formas de compreender, reconhecer e exercitar a participação, fortalecendo nesse processo a coletividade. ACOLHENDO A FAMÍLIA "Acolher é dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender, admitir" (FERREIRA, 1975) Acolhimento visto como ato ou efeito de acolher expressa, em suas várias definições, uma ação de aproximação, um “estar com” e um “estar perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão. O acolhimento pode ser reconhecido como uma das diretrizes de maior relevância ética/estética/política para firmar a participação: • Ética quando se refere ao compromisso como reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças, suas alegrias, seus modos de viver, sentir e estar na vida. • Estética porque imprime, nas relações e nos encontros do dia a dia, estratégias que contribuem para a dignificação da vida e do viver, assim como para a organização de nossa própria humanidade. • Política porque leva a um compromisso coletivo de envolver-se em um “estar com”, potencializando protagonismos e vida nos diferentes encontros. O acolhimento está presente nas várias relações e encontros que fazemos na vida, mesmo quando pouco cuidamos dele. Acolher a família na escola é abrir espaço para a produção de saberes a partir dos diferentes modos de atuar, promovendo uma participação qualificada, incluindo nas decisões político-pedagógicas um dos atores fundamentais do processo educativo das crianças e adolescentes. 12 Atividade 1 – 1 hora Objetivos: Promover espaço de integração. Fortalecer os laços sociais. Estimular o sentimento de pertencimento da família em relação à escola. Tema: AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS ENRIQUECENDO A PARTICIPAÇÃO COLETIVA (Ver caderno 2, páginas 22 a 24 e o caderno 3, páginas 14 a 16 – Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares.) Conteúdos: As diferenças das pessoas. As diferenças das famílias. Identidade coletiva: o que aproxima o grupo. Dinâmica: O(a) educador(a) deverá orientar o grupo a, em um breve “cochicho” em duplas, partilhar características pessoais: nome, idade, profissão, o que mais gosta de fazer no momento de lazer, número de filho(s) e filha(s) que estudam na escola, o que espera da escola, como pode contribuir para o sucesso da escola. Depois do breve cochicho, orientar as duplas a socializarem no grande círculo a identidade pessoal e familiar, as expectativas em relação à escola e qual a contribuição que cada dupla traz para qualificar ainda mais a escola. No decorrer das apresentações o(a) educador(a) registrará as expectativas em relação à escola e as sugestões para qualificar ainda mais a escola compondo um painel: PARA MELHORAR A ESCOLA: O QUE PODEMOS FAZER JUNTOS(AS) E O QUE PRECISAMOS FAZER SOZINHOS(AS)? O(a) educador(a) deve recuperar os registros e provocar o debate refletindo com o grupo: Existe alguma diferença entre o que pensamos, falamos e fazemos? O(a) educador(a) ressaltará que as diferentes expectativas reforçam a necessidade de ampliar a participação na escola tornando-a um espaço 13 de aprendizagem mútua em um exercício permanente de coerência sobre o que pensamos ser uma escola ideal. É importante também ressaltar que além das diferentes expectativas cada pessoa tem diferentes contribuições para tornar efetivo o processo de ensino e aprendizagem. O(a) educador(a) deverá concluir a dinâmica com as pessoas no grande círculo, estimulando uma breve rodada de olhares identificando semelhanças e diferenças externas e provocando reconhecimento sobre crenças e expectativas diferentes em relação à escola, dando ênfase à importância da defesa e luta coletiva, reconhecendo a escola como patrimônio social. É importante concluir a dinâmica com um texto. Uma sugestão é o texto de Madalena Freire, que retrata as diferenças e semelhanças existentes no coletivo. É importante que o(a) educador(a) provoque o grupo a reconhecer que cada pessoa tem fragilidades e potencialidades e que essa mistura de diferenças enriquece o grupo como um todo. EU NÃO SOU VOCÊ, VOCÊ NÃO É EU (Madalena Freire) Eu não sou você, você não é eu, mas sei muito de mim vivendo com você. E você, sabe muito de você vivendo comigo? Eu não sou você, você não é eu. Mas encontrei comigo e me vi enquanto olhava pra você, na sua, minha, insegurança. Na sua, minha, desconfiança. Na sua, minha, competição. Na sua, minha, birra infantil. Na sua, minha, omissão. Na sua, minha, firmeza. Na sua, minha, impaciência. Na sua, minha, prepotência. Na sua, minha, fragilidade doce. Na sua, minha, mudez aterrorizada. E você se encontrou e se viu, enquanto olhava pra mim? Eu não sou você, você não é eu. Mas foi vivendo minha solidão que conversei com você, e você conversou comigo na sua solidão ou fugiu dela, de mim e de você? Eu não sou você, você não é eu, mas sou mais eu, quando consigo lhe ver, porque você me reflete no que eu ainda sou, no que já sou e no que quero vir a ser… Eu não sou você, você não é eu, mas somos um grupo, enquanto somos capazes de, diferenciadamente Eu ser eu, vivendo com você e você ser você, vivendo comigo. 14 Atividade 2 – 1 hora Tema: A escola dos meus sonhos... (Ver caderno 2 do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares – páginas 14 a 16.) Conteúdos: Expectativas das famílias em relação à escola. A função social da escola. A oferta da escola em relação à comunidade e às famílias. Dinâmica: O(a) educador(a) entregará a cada participante tarjetas, pincéis atômicos, giz de cera e orientará os(as) participantes a expressarem por meio do desenho “a escola dos sonhos”. O(a) educador(a) fixará na parede uma folha de papel madeira, base para o painel a ser montado a partir dos desenhos de cada participante. No momento da socialização, cada participante deverá se apresentar no círculo falando o nome e quantos filhos e filhas têm na escola. O(a) participante deverá apresentar o desenho feito na tarjeta fixando na base de papel madeira. Durante as apresentações o(a) educador(a) registrará em cartolina o que cada situação ideal exige de cada um(a) que compõe a escola, preenchendo a partir das interpretações dos desenhos o seguinte quadro: A ESCOLA “IDEAL” PRECISA TER... PARA CONSTRUIR A ESCOLA IDEAL PRECISAMOS ASSUMIR TAREFAS Individuais Coletivas O(a) educador(a) chamará a atenção para as diferentes opiniões e a importância de construir, a partir da organização de ideias e da capacidade individual, o patrimônio coletivo. Refletir com os(as) participantes a importância de ter no Conselho a expectativa dos vários segmentos sobre a escola “ideal”. O produto desse momento deverá ser explorado nas atividades seguintes transformando as sugestões em metas coletivas que favoreçam a participação ativa na perspectiva de uma gestão democrática. 15 Atividade 3 – 1 hora Tema: Identidade individual x identidade coletiva: caracterização do grupo (Ver caderno 6, páginas 22 a 26 – Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares.) Conteúdos: As diferenças das pessoas. As diferenças das famílias. A identidade coletiva: o que aproxima o grupo. Dinâmica: O(a) educador(a) apresentará três situações vivenciadas no cotidiano da escola que implicam a participação direta da família: Situação 1 – No momento do recreio escolar duas crianças resolvem fugir da escola para jogar bola em um campo em outra comunidade. No retorno à sala de aula a professora registra a saída dos estudantes e... Situação 2 – A professora, durante a avaliação do bimestre, resolve aplicar uma prova com conteúdos ainda não trabalhados. Os(as) estudantes não conseguem responder às questões, e os pais/mães ou responsáveis, sabendo do acontecido... Situação 3 – A escola agendou reunião com os pais/mães ou responsáveis no horário da manhã quando a maioria dos pais/mães ou responsáveis está impossibilitada de comparecer. O(a) representante dos pais/mães ou responsáveis no Conselho Escolar... Os(as) participantes pensarão na conclusão para cada situação. O(a) educador(a) organizará três subgrupos; um grupo para cada situação. Cada participante apresentará no subgrupo a sua opinião. O subgrupo debaterá e construirá a opinião comum. Cada subgrupo apresentará no grupão o produto das discussões. O(a) educador(a), a partir das apresentações, contribuirá refletindo sobre a riqueza do debate com base nas diferenças, a presença do desconhecimento ameaçando a resolução de problemas e a importância de buscar coletivamente alternativas para questões relacionadas à escola, a qualidade da educação e a relação escola/família. O(a) educador(a) fechará o diálogo com a apresentação do vídeo“Aprender a aprender” (http://youtube/Pz4vQM_EmzI). O(a) educador(a) 16 chamará a atenção para a importância da ação coletiva e que a participação de cada segmento no Conselho Escolar faz a diferença na construção da escola para todos. (Ver o caderno 5 do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares – páginas 26 a 30.) INTRODUZINDO A TEMÁTICA “PARTICIPAÇÃO” Nota: 1 Escola participação e cidadania – artigos www.webartigos. com/artigos/escolaparticipacao-ecidadania/1188/ "Promover espaços participativos é educar para a vida. Somente assim será possível o respeito e a valorização das diferenças presentes em nosso território brasileiro. Se isso não acontecer, alguém será excluído, e esse alguém com certeza será o mais fraco. Isso é um desafio e um compromisso da escola para a formação de uma sociedade democrática, justa, igualitária e solidária." (Odair José Moura de Araujo1) Atividade 1 – 1h30 Objetivos: Reconhecer as conquistas sociais como o resultado de lutas coletivas. Estimular a adesão às lutas por garantia de direitos e qualidade da educação. Tema: Famílias, Comunidades, Escola: a contribuição de cada coletivo para a educação de qualidade. Conteúdos: A família contemporânea. O conceito de comunidade. A função social da família. A função social da escola. Dinâmica: Exibir um vídeo que retrate os vários modelos de família. Uma sugestão é o vídeo “Família (Titãs)” http://youtube/ONp5Z2bkTfE. O(a) educador(a) provocará o grupo a comentar o vídeo abrindo um rápido debate sobre o seu conteúdo e qual a relação da família com a educação para a participação. O(a) educador(a) solicitará que cada participante desenhe a sua família em uma folha. Após o desenho o(a) educador(a) formará duplas com 17 os(as) participantes orientando o diálogo sobre o que há de comum e o que há de diferente nas famílias representadas pelos(as) participantes. O(a) educador(a) formará, a partir das duplas, quartetos, propondo a continuação da atividade com a seguinte tarefa: identificar as contribuições das famílias para a construção das comunidades. No grande círculo, os quartetos socializarão suas reflexões enquanto o(a) educador(a) registrará as opiniões em cartolina fixada na parede. O(a) educador(a) introduzirá o tema PARTICIPAÇÃO chamando a atenção para o movimento de organização das famílias e como esse movimento tem interferência nos outros espaços coletivos: a relação entre gêneros; a relação de comando – “manda quem pode, obedece quem tem juízo”; o espaço de participação – quando as crianças participam junto com os adultos; a censura à fala etc. É fundamental reconhecer nas fases da vida os diferentes níveis de participação: na infância e adolescência e quais as consequências desse processo na vida adulta. O(a) educador(a) provocará os(as) participantes a refletir: O que pode melhorar na família a partir do diálogo e da participação de todos para a tomada de decisão sobre a vida coletiva? O que pode melhorar na escola a partir do diálogo e da participação de todos para a tomada de decisão sobre a escola de qualidade? O(a) educador(a) desafiará os quartetos a apresentarem uma estratégia que amplie a participação. Q1 – NA FAMÍLIA Q2 – NA ESCOLA Os quartetos socializarão e o(a) educador(a) transformará as sugestões em metas propondo ao grupo a vivência no cotidiano. Exemplo: Na escola pode melhorar a organização do cardápio 18 Meta 1: no início de cada semestre realizar uma oficina com as famílias sobre segurança alimentar. Meta 2: capacitar as merendeiras para aproveitamento dos alimentos. Na família pode melhorar a divisão de tarefas domésticas Meta 1: desconstruir a lógica que distancia os gêneros (papel do menino/papel da menina). Meta 2: construir com os membros da família um cronograma de tarefas domésticas que não atrapalhem o momento de estudo e promova o respeito mútuo. As metas podem ser escritas em cartolina, fixada na parede da sala e sempre que possível avaliar a sua aplicabilidade. Atividade 2 – 1h30 Tema: A história pessoal refletida na organização coletiva: a educação e a participação de todos na vida comunitária. Conteúdos: Valores sociais. Crenças. Preconceitos. Dinâmica: Apresentar um painel com figuras dos segmentos que compõem a família, considerando os vários modelos de família contemporânea. O(a) educador(a) provocará o grupo a partir do seguinte questionamento: Qual a contribuição que cada segmento pode trazer para o desenvolvimento da educação e a construção da escola para todos? No grande círculo o(a) educador(a) deverá conferir as opiniões e os argumentos dos(as) participantes e exibir um vídeo que retrate a participação e a contribuição que cada um(a) pode dar para o alcance dos objetivos coletivos. Uma sugestão é o vídeo “Motivação e união” http://youtube/AQLnK4vFsbg. Questionar os(as) participantes: O que põe em dúvida a nossa capacidade ou a capacidade de outras pessoas em integrar o movimento coletivo? O(a) educador(a) deverá aprofundar os pontos destacados reforçando a importância do envolvimento de cada um(a) para o alcance do objetivo coletivo. 19 Esse é um importante momento para dialogar sobre os valores sociais e como a educação pode desconstruir lógicas de exclusão social. Uma sugestão é a leitura do caderno 6 do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares – páginas 22 a 26. Formar subgrupos com os participantes e solicitar a cada subgrupo que identifique os desafios para a construção da “escola ideal”. Cada grupo deverá, ao socializar os desafios, reconhecer o compromisso da família nessa construção da escola ideal e, nessa caminhada, qual a expectativa em relação ao apoio da escola à família. Atividade 3 – 1h30 Tema: Participação ativa: os interesses individuais contemplados nos objetivos coletivos. Conteúdos: Mecanismos de participação e gestão democrática na escola. Dinâmica: Fixar na parede um painel com cenas retratando questões relacionadas à educação no Brasil e manchetes de jornais sobre problemas do cotidiano das escolas brasileiras. Exemplo: Qualidade da educação no Brasil ainda é baixa, aponta Unesco Relatório indica que índices de repetência e abandono da escola no País são os mais elevados da América Latina ESTADÃO – 19 de janeiro de 2010 | 15h22 Alunos da João Dantas Filgueiras estão sem merenda Documentos atrasados impossibilitam a compra de alimentos hoje.ms.com.br – 25/05/2012 às 23:39 PRIMEIRA IMPRESSÃO • ABRIL DE 2004 Educação a distância cresce no Brasil Entregar pincéis atômicos vermelhos, verdes e amarelos aos participantes. Orientar os participantes que receberam os pinceis atômicos 20 amarelos a circularem o que na opinião deles indica uma situação que merece atenção; os que estiverem com os pincéis verdes a circularem o que pode, deve seguir em frente, ter o apoio para continuidade e os que estiverem com os pincéis vermelhos a circularem as manchetes e figuras que apontem o que precisa ser enfrentado, desconstruído, combatido. O(a) educador(a) deverá esclarecer que as figuras e manchetes podem ser selecionadas por mais de uma pessoa podendo ser circuladas pelas três cores. Concluída a tarefa no painel, o(a) educador(a) chamará a atenção para as situações com opiniões diferentes provocando assim o debate. Nesse momento é fundamental dialogar sobre o processo de democratização do Sistema de Educação no Brasil. Uma sugestão é a leitura do caderno 5 do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares – páginas 23 a 30. O(a) educador(a) desafiará o grupo, no grande círculo, a decidir qual a cor que mais representa a figura circulada com duas ou três cores. Separar o grupo por cores (amarelo, verde e vermelho) e orientar os três subgrupos a responderem os seguintes questionamentos: 1. GT amarelo como a participação da família na escola pode contribuir para evitar que a situação em destaque se torne um problema mais complexo? 2. GT vermelho como as famílias podem participar na resolução dos problemas identificados? 3. GT verde como as famílias podem fortalecer as situações que favorecem a educação de qualidade? Os subgrupos apresentarão as opiniões e o(a) educador(a) socializará informações sobre os mecanismos de participação existentes na escola e como esses podem viabilizar a gestão democrática. O(a) educador(a) informará sobre o Conselho Escolar, sua composição e a importância da participação da família nesse espaço de gestão escolar. (Ver caderno 1 do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares.) EXERCITANDO A CIDADANIA “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão.” (Paulo Freire) 21 Atividade 1 – 1h30 PAULO FREIRE Filósofo e educador, autor da Pedagogia do Oprimido Tema: Direitos humanos e cidadania e da Pedagogia da Libertação. Propagou o reco- Objetivos: Compreender os marcos históricos da cidadania brasileira. Fortalecer a autonomia a partir do conhecimento sobre os caminhos que levam à cidadania. Estimular a participação ativa nos processos coletivos e comunitários. nhecimento da sabedoria popular como ferramenta para a escolarização de jovens e adultos. Em 2012 foi reconhecido como patrono da educação Conteúdos: brasileira. Movimentos sociais. Conquistas coletivas nos marcos legais. Desafios na garantia de direitos. BETINHO Sociólogo, fundou o Dinâmica: O(a) educador(a) organizará o grupo em trios, entregará a cada trio uma tarjeta na qual deverá estar escrito um direito conquistado a partir da organização coletiva: movimento “Terra e Democracia”, a Associação pelos direitos das pessoas com HIV, liderou o movimento pela ética na voto liberdade de expressão política e o Movimento saúde educação Ação da Cidadania contra a miséria e pela vida. Cada trio discutirá o que cada conquista traz de benefício concreto favorecendo a qualidade de vida da família e quais as conquistas que ainda não foram garantidas para todas as famílias. JOSUÉ DE CASTRO Médico recifense, dedicou grande parte de sua vida à desconstrução da No grande círculo os(as) participantes socializarão suas reflexões e opiniões. O(a) educador(a) contribuirá refletindo sobre os processos de organização e lutas sociais que culminaram nas conquistas. O(a) educador(a) poderá apresentar figuras e breve bibliografia de ativistas que contribuíram para as transformações sociais. lógica de que a fome é um problema natural. Em 1946 afirmou no seu livro Geografia da Fome que a fome é um problema político-social. Lutou É importante reconhecer atores sociais do território que se destacam ou se destacaram na luta por qualidade de vida das comunidades de cobertura da escola, onde vivem as famílias e os membros do Conselho Escolar. incansavelmente pelo meio ambiente introduzindo essa discussão nas pautas nacionais. Con- O(a) educador(a) deverá estimular o reconhecimento dos(as) participantes sobre as possibilidades de conquistas atuais a partir da organização dos grupos sociais destacando o Conselho Escolar como um grupo que representa os interesses de cada segmento que faz a escola: estudantes, pais/mães ou responsáveis, funcionários(as), professores(as), gestores(as) e lideranças que representam a comunidade onde a escola está inserida. Lembrando que cada segmento tem uma expectativa em relação à escola e que juntos podem construir uma escola de qualidade para todos. 22 seguiu, a partir de seu compromisso com a vida, contagiar outros a aderirem à luta por justiça social, abrindo também importantes pesquisas na área de nutrição e meio ambiente. ZILDA ARNS Atividade 2 – 1h30 Médica pediatra e sanitarista, fundou e coordenou Tema: A cidadania prevista na lei a Pastoral da Criança, desenvolvendo um trabalho junto às famílias mais vulneráveis. Contribuiu Conteúdos: LDB e o sistema de educação no Brasil. Regimento escolar e a gestão democrática na escola. por meio de ações voluntárias para a prevenção de doenças. Zilda coordenava cerca de 155 mil Dinâmica: O(a) educador(a) entregará a cada participante um envelope com diferentes figuras geométricas (círculos, triângulos, quadrados...). voluntários(as), presentes em mais de 32 mil Exemplo: comunidades, em bolsões de pobreza em mais de 3.500 cidades brasileiras. A Pastoral da Criança estima que cerca de 2 milhões de crianças e mais de 80 mil gestantes sejam acompanhadas todos os meses pela entidade em ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania. Os(as) participantes serão desafiados(as) a, no tempo de 5 minutos, com as figuras que estão em cada envelope, formar um retângulo conforme modelo apresentado pelo(a) educador(a). Em alguns envelopes o retângulo estará formado, em outros precisará da junção de algumas figuras e com poucos esforços o retângulo será formado, em outros envelopes o retângulo será formado com facilidade e sobrarão peças. O(a) educador(a) observará o movimento do grupo em relação à solidariedade e partilha de ideias no cumprimento da tarefa. No final da dinâmica o(a) educador(a) deverá retomar o exercício provocando o grupo a refletir sobre os seguintes questionamentos: Para cumprir a tarefa foram dadas as mesmas oportunidades? Durante a tarefa o que aproximou as pessoas? O que, em algum momento, afastou as pessoas da possibilidade da construção coletiva? 23 O(a) educador(a) provocará o grupo a refletir sobre as necessidades comuns à população e como essas necessidades se transformam em leis a partir da busca coletiva, do esforço de cada um para construir um patrimônio coletivo, lembrando, por exemplo, a implantação de escolas, unidades de saúde pública, praças, entre outros equipamentos sociais que são implantados com base nas reivindicações e nos estudos sobre as necessidades da população. O(a) educador(a) apresentará a Lei de Diretrizes e Bases recuperando o momento da história em que essa lei foi elaborada e as principais mudanças ocorridas no sistema de educação brasileiro a partir da LDB (destacar no conjunto de avanços da LDB a gestão democrática). O(a) educador(a) lembrará que a LDB rege todo o país e que, a partir dela, as escolas constroem seus regimentos que são referências para o funcionamento de cada escola. O(a) educador(a) lembrará que os regimentos escolares não podem ir de encontro a LDB ou a qualquer outra legislação. Atividade 3 – 1h30 Tema: Controle social Conteúdos: Poder legislativo. Ministério público. Conselhos. Dinâmica: O(a) educador(a) fixará no quadro figuras com legendas coloridas representando pessoas responsáveis pelo controle social: Vereadores(as) Promotores(as) Conselheiros(as) Cidadão(ã) Cada participante receberá quatro tarjetas nas quais escreverá considerando a cor correspondente às legendas a função do ator social em destaque. As tarjetas de cada participante serão fixadas no painel: 24 O CONTROLE SOCIAL É NOSSA RESPONSABILIDADE! Vereadores(as) Promotores(as) Conselheiros(as) Cidadão(ã) O grupo será subdividido em quatro subgrupos relacionados às cores das tarjetas. Cada subgrupo debaterá o que foi trazido pelos(as) participantes em relação às funções de cada ator social: GT 1 – VEREADORES(AS) GT 2 – PROMOTORES(AS) GT 3 – CONSELHEIROS(AS) GT 4 – CIDADÃOS(ÃS) COMUNS Diante das funções de cada ator social, os subgrupos debaterão O QUE A COMUNIDADE ESPERA DE CADA UM(A). Concluída a atividade em subgrupos, as conclusões serão socializadas no maior grupo, seguida de observações, debates e possíveis esclarecimentos sobre as funções de cada ator social em evidência. MINISTÉRIO PÚBLICO é um órgão de funcionalidade independente, como estabelece o parágrafo 1o. do artigo 127 da Constituição Federal [2]: § 1o – São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. (grifo nosso) Esta independência funcional estabelece que os membros do Ministério Público, no desempenho de suas funções, não se encontram subordinados a nenhum órgão interno ou externo ou poder, estando sujeitos apenas à sua própria consciência e aos princípios éticos e democráticos que orbitam o plano da interpretação da lei para o seu cumprimento, a saber: a promoção da Justiça, a fiscalização da lei, a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, assim como, ser o fiel vigilante da Administração Pública. LEGISLATIVO MUNICIPAL: é eleito juntamente com o prefeito de um município e tem a função de discutir as questões locais e fiscalizar o ato do Executivo Municipal (Prefeito) com relação à administração 25 e gastos do orçamento em relação à melhoria da qualidade de vida da população, elaborando leis, recebendo o povo, atendendo às reivindicações, desempenhando a função de mediador entre os habitantes e o prefeito. CONSELHOS: institucionalizados a partir da Constituição de 1988 são órgãos colegiados, permanentes, consultivos ou deliberativos, incumbidos, de modo geral, da formulação, da supervisão e da avaliação das políticas públicas de garantia dos direitos humanos, em âmbito federal, estadual e municipal. TRANSFORMANDO TEORIA EM PRÁTICA: CIDADANIA NÃO SE PEDE, SE EXERCE! “A cidadania, no Estado democrático de direito, efetivada, oferece aos cidadãos, como iguais condições de existência, o gozo atual de direitos e a obrigação do cumprimento de deveres, que, resumidamente, podem ser assim apresentados: exercício de direitos fundamentais e participação; e, os deveres de colaboração e solidariedade.” (Cristiane Rozicki 2) ATIVIDADE 1 - 1h30 Objetivos: Reconhecer a importância da participação nos espaços coletivos. Adotar atitudes que favoreçam a democracia. Estimular a participação reconhecendo-a como ferramenta para o exercício de cidadania. Tema: Autoridade e autoritarismo: a educação pode fazer a diferença Conteúdos: Relações impostas x relações construídas Dinâmica: O(a) educador(a) organizará com os(as) participantes três subgrupos relacionando-os aos espaços coletivos: GT 1 – FAMÍLIA GT 2 – COMUNIDADE GT 3 – ESCOLA 26 Nota: 2 Cidadania: reflexo da participação política – www.espacoacademico. com.br/003/03col_cris.htm O(a) educador(a) desafiará cada subgrupo a construir o mapa das relações interpessoais nos espaços coletivos, refletindo sobre: No coletivo em destaque, o que é comum às pessoas que vivem ou convivem nesse espaço coletivo? No espaço coletivo em destaque, quem constrói as regras? No espaço coletivo em destaque, quem toma as decisões? Cada subgrupo debaterá as opiniões dos integrantes, consolidando-as em uma apresentação para o “grupão”. O(a) educador(a), no decorrer das apresentações, buscará registrar na memória do grupo (cartolina fixada na parede) os elementos que “justificam” a relação de poder construída nos espaços coletivos. O(a) educador(a) refletirá com o grupo as relações construídas a partir da cultura e dos valores sociais que, na maioria das vezes, distanciam homens e mulheres, adultos e crianças, pais e filhos, profissionais e gestores(as). O(a) educador(a) desafiará os subgrupos a apresentarem estratégias para um modelo de relação mais democrática e participativa que promova a desconstrução da lógica impositiva alterando-a para a lógica do diálogo e da participação ampliada no processo de decisão. Cada subgrupo transformará a proposta em textos: GT 1 – NA FAMÍLIA: combinados para o fortalecimento da família GT 2 – NA COMUNIDADE: sinalizações sobre as relações na comunidades GT 3 – NA ESCOLA: regras para uma gestão mais democrática Os subgrupos socializarão as estratégias e o(a) educador(a) estimulará os(as) participantes a, no cotidiano, adotarem essas estratégias. Atividade 2 – 1h30 Tema: Democracia e participação cidadã Conteúdos: Conselhos Escolares e a gestão democrática nas escolas. Dinâmica: O(a) educador(a) apresentará um vídeo provocando o grupo a expor opiniões sobre as condições garantidas para a participação 27 da família na escola e o movimento da família na reivindicação do direito a educação. Uma sugestão é o vídeo do MEC “A Participação dos pais” (http://youtube/2ajhwqGtxgo). O conteúdo do vídeo deve provocar a exposição de opiniões e exemplos que retratem a realidade das famílias e da escola. O(a) educador(a) organizará dois subgrupos repassando para os(as) participantes a seguinte orientação: Subgrupo 1 – identificar o que ameaça a participação dos pais na escola e sugerir alternativas que favoreçam a aproximação. Subgrupo 2 – identificar o que distancia a escola da família e sugerir alternativas que favoreçam a aproximação. O(a) educador(a) construirá, a partir das alternativas de aproximação sugeridas, um painel: FAMÍLIA NA ESCOLA NA FAMÍLIA O(a) educador(a) provocará mais uma vez o grupo a refletir: Como o Conselho Escolar pode facilitar e fortalecer a relação família/escola? O(a) educador(a) socializará informações sobre o Conselho Escolar e como este, ao fazer o controle social, pode tornar mais efetivo o serviço público prestado pela escola, em relação às necessidades do contexto onde a escola está inserida. Uma sugestão é a leitura do caderno 5 do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares – páginas 23 a 30. Atividade 3 – 1h30 Tema: A participação no Conselho Escolar Conteúdos: A importância da representatividade na gestão democrática. Dinâmica: O(a) educador(a) provocará os(as) participantes, no grupão, a construírem a rotina da escola. À medida que os acontecimentos forem 28 sendo socializados o(a) educador(a) registrará em cartolina fixada na parede ou no quadro branco. O QUE ACONTECE NO DIA A DIA DA ESCOLA... Na chegada... Na sala de aula... No recreio... Na merenda... No retorno para a sala de aula... Na saída... No segundo momento da dinâmica, o(a) educador(a) provocará o grupo a visualizar possíveis situações que ameaçam cada acontecimento: entrada dos(as) estudantes na escola, atividades na sala de aula, recreio, merenda, saída dos(as) estudantes, entre outras atividades de rotina. O(a) educador(a) provocará o grupo a construir alternativas para tornar o DIA NA ESCOLA mais prazeroso... O(a) educador(a) chamará a atenção para a importância dos vários olhares sobre a escola e seu funcionamento e como a representatividade no Conselho Escolar proporciona essa riqueza de elementos e ao mesmo tempo provoca a organização dos segmentos sob o comando dos(as) conselheiros(as) eleitos(as) para representar cada segmento. O(a) educador(a) provocará o grupo a, em subgrupos, construir pautas que precisam ser trabalhadas com ospais/mães ou responsáveis, estudantes, funcionários(as), professores(as), representantes das comunidades, para alcançarem o sucesso da escola e como/quando essa discussão pode acontecer, antes de chegar ao Conselho Escolar. Os subgrupos socializarão as opiniões e estratégias e o(a) educador(a) construirá um cartaz coletivo: AGENDA DE MOBILIZAÇÃO Mês: segmento atividade tema local data/hora 29 Referências: FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975. TAKASHIMA, G. M. K. “O desafio da política de atendimento à família: dar vida às leis – uma questão de postura”. In: KALOUSTIAN, S. M. (Org). Família Brasileira: a base de tudo. 5 ed., São Paulo: Cortez; Brasília, DF, Unicef, 2002. DEMO, P. Participação é conquista. São Paulo: Cortez, 2001. FRANCO, T. B.; BUENO, W. S.; MERHY, E. E. O acolhimento e os processos de trabalho em saúde: o caso Betim-MG. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, abr./jun., 1999. BRASIL.Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, Senado Federal, Centro Gráfico, 1988. BRASIL, LDB. Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. BRASIL, MEC, Secretaria de Educação Básica. Conselho escolar e a aprendizagem na escola – Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, caderno 2 – Brasília, DF, MEC, SEB, 2004. BRASIL, MEC, Secretaria de Educação Básica. Conselho escolar gestão democrática da educação e escolha do diretor – Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, caderno 5 – Brasília, DF, MEC, SEB, 2004. BRASIL, MEC, Secretaria de Educação Básica. Conselho Escolar e o respeito e a valorização do saber e da cultura do estudante – Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, caderno 3 – Brasília, DF, MEC, SEB, 2004. BRASIL, MEC, Secretaria de Educação Básica. Conselho Escolar como espaço de formação humana – Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, caderno 6 – Brasília, DF, MEC, SEB, 2004. 30