consumo de oxigênio dos jogadores finalistas do campeonato
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA CONSUMO DE OXIGÊNIO DOS JOGADORES FINALISTAS DO CAMPEONATO ESTADUAL DE FUTEBOL RONDONIENSE NA CATEGORIA DE BASE Clarice Benvinda Lopez Pereira PORTO VELHO/RO 2014 Clarice Benvinda Lopez Pereira CONSUMO DE OXIGÊNIO DOS JOGADORES FINALISTAS DO CAMPEONATO ESTADUAL DE FUTEBOL RONDONIENSE NA CATEGORIA DE BASE Monografia de Graduação apresentada ao curso de Educação Física no Núcleo de Saúde da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, como requisito para obtenção do título de graduado em Licenciatura Plena em Educação Física, sob orientação orientação do Prof. Ms. José Roberto de Maio Godói Filho do Depertamento de Educação Física. PORTO VELHO/2014 Autor: Clarice Benvinda Lopez Pereira Título: CONSUMO DE OXIGÊNIO DOS JOGADORES FINALISTAS DO CAMPEONATO ESTADUAL DE FUTEBOL RONDONIENSE NA CATEGORIA DE BASE Data da defesa: ___/___/_____ BANCA EXAMINADORA Prof. Ms. José Roberto de Maio Godói Filho Julgamento: ______ Assinatura: ______________________________ Prof. Dra. Mara Maria Izar de Maio Godói Julgamento: ______ Assinatura: ______________________________ Prof. Esp. Daniel Oliveira Souza Julgamento: ______ Assinatura: ______________________________ Dedico este trabalho à minha família, em especial à minha filha Victoria Christie Lopez Azevedo e meu esposo Tiago Alves da Silva, pela compreensão nos momentos mais difíceis. AGRADECIMENTOS A Deus por ter me dado o dom da vida e ter me abençoado com pessoas maravilhosas que sempre estiveram ao meu lado. A meus pais, por terem me trazido a este mundo e terem me transformado na pessoa que sou, sempre me apoiando ou me repreendendo quando necessário. Ao meu marido Tiago Alves da Silva pela ajuda tanto no dia-a-dia quanto na execução deste trabalho. Ao meu orientador José Roberto de Maio Godói Filho, pela paciência e orientação, além das várias horas dedicadas a este trabalho. À Universidade Federal de Rondônia por ter disponibilizado todo o recurso humano necessário à minha formação, além de ter me apoiado nos projetos de extensão durante a graduação. Aos amigos e colegas do curso, pela amizade cultivada, pelo convívio e pelas boas lembranças. “É bom comemorar o sucesso, mas é mais importante prestar atenção às lições do fracasso. ” Bill Gates RESUMO O estudo objetivou mensurar o consumo máximo de oxigênio de jogadores de futebol da categoria sub-16. A estimativa foi feita com base nos dados coletados através do teste de Cooper (1972), em que a maior distância percorrida em 12 mim, é utilizada para estimar o VO2máx através da equação: VO2max (ml/kg/min) = (distância – 504,9) / 44,73. Os dados foram analisados e discutidos com a literatura especializada, sendo que para caracterizar a amostra, utilizou-se a média, a mediana, desvio padrão e o coeficiente de variação. Quando analisados em classes referentes às posições os valores médios obtidos parecem variar de acordo com a função desempenhada, onde defensores centrais solicitam menor desempenho aeróbio para as atividades específicas em relação aos outros componentes da equipe. Ao analisar os dados da amostra como um todo notou-se um coeficiente de variação de 18,8%, o que se justificou pela distância dos valores limítrofes da amostra, ressaltando que os dados modais correspondem à aproximadamente 65,5 (±1,6) ml/kg/min. Contudo, o consumo máximo de oxigênio dos jogadores finalistas do campeonato de futebol rondoniense da categoria de base obteve a média de 57,52 ml/kg/min, o que se apresenta condizente com valores referidos na literatura, sendo este um valor de referência para o treinamento de futuras equipes de jovens jogadores de futebol. PALAVRAS CHAVE: Consumo de Oxigênio, Adolescência e Futebol. ABSTRACT The study aimed to measure the maximum oxygen uptake of soccer players from under-16 category. The estimate was based on data collected by Cooper (1972) test, who uses the longest distance traveled in 12 minutes to estimate VO2max using the equation: VO2max (ml / kg / min) = (distance - 504.9) / 44.73. Data was analyzed and discussed in the literature, and to characterize the sample, we used the mean, median, standard deviation and coefficient of variation. When analyzed in classes related to positions average values seem to vary according to the function performed, where central defenders requesting lower aerobic performance for specific activities in relation to other team members. By analyzing the data of the sample as a whole was noted a coefficient of variation of 18.8%, which was justified by the distance of neighboring sample values, emphasizing that the modal data correspond to approximately 65.5 (± 1.6 ) ml/kg/min. However, the maximum oxygen consumption of the finishers of rondoniense soccer championship for the under-16 category he averaged 57.52 ml/kgmin, which appears consistent with values reported in the literature, this is a reference value for training for future teams of young soccer players. KEYWORDS: Oxygen Uptake, Teenaging, Soccer. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................9 1.1 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 11 1.2 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 12 1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 12 2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................ 13 2.1 FONTES DE ENERGIA PARA O TRABALHO ...................................................... 13 2.1.1 Produção Anaeróbia de ATP ............................................................................. 14 2.1.1.1 Sistema ATP-CP............................................................................................... 14 2.1.1.2 Glicólise.............................................................................................................. 15 2.1.2 PRODUÇÃO AERÓBIA DE ATP .......................................................................... 16 2.1.2.1 Ciclo de Krebs ................................................................................................... 17 2.1.2.2 Cadeia de transporte de elétrons .................................................................. 17 2.1.2.3 Beta Oxidação................................................................................................... 18 2.1.3 INTERAÇÃO ENTRE AS VIAS METABÓLICAS ............................................... 20 2.1.4 O LACTATO ............................................................................................................. 21 2.2 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO ..................................................................... 22 2.2.1 Efeitos do treinamento Aeróbio ......................................................................... 23 2.3 O JOVEM ATLETA – MATURAÇÃO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO...................................................................................................... 25 2.3.1 Resistência Aeróbia em Adolescentes ............................................................. 29 2.4 CARACTERÍSTICAS DO FUTEBOL ....................................................................... 31 2.4.1 Demandas fisiológicas do futebol ..................................................................... 32 3. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 35 3.1 TIPO DE PESQUISA ................................................................................................. 35 3.2 POPULAÇÃO .............................................................................................................. 35 3.3 AMOSTRA ................................................................................................................... 36 3.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS............................................. 36 3.5 ESTATíSTICA UTILIZADA........................................................................................ 36 5. CONCLUSÃO.................................................................................................................... 43 6. – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 44 9 1. INTRODUÇÃO O progresso científico no esporte assim como a dissipação dos seus conhecimentos, colabora para aprimorar as diversas variáveis que afetam o desempenho físico. De acordo com Barbanti (2011) a ciência do esporte representa a somatória das descobertas, discussões e métodos científicos relacionados aos problemas e manifestações do esporte, sendo característica essencial bases teóricas multidisciplinares. Reilly e Willians e Willians (2003) cita que a expansão da ciência do esporte é fruto do reconhecimento como disciplina acadêmica e área profissional. E que seu desenvolvimento atingiu maturidade para gerar um conjunto de conhecimentos aplicáveis para tratar de problemas relacionados aos esportes. Neste sentido, a Educação Física segundo CONFEF (2003), é área do conhecimento que se apoia em bases biopsicossociais e pedagógicas investigando as diversas modalidades da cultura corporal, favorecendo o estreitamento entre a teoria e a prática. Sendo que, o profissional de educação física é capacitado para avaliar, prescrever e orientar as diversas atividades físicas, promovendo a aptidão física. Segundo Rodrigues de Almeida (2010) a aptidão física é capacidade funcional do sujeito na realização de qualquer tarefa motriz que demande esforço significativo, refletindo aos níveis de saúde. Como aspecto multimensional depende de dimensões intervenientes (cinesiológica, comportamental, organizacional e biológica), que são indissociáveis no processo evolutivo da performance motora. De acordo Leite (2000) a procura do exercício físico em sujeitos sedentários se relaciona com bem estar físico, social e mental, ou seja, aumentar os níveis de saúde com objetivo de evitar doenças físicas e psicossomáticas. E que para atletas, o exercício físico se relaciona a diversos motivos intrínsecos, dentre eles a autorealização, sucesso, competência social, estabilidade (seja ela emocional, financeira ou de outra ordem) e por último a melhora das capacidades motoras e cardiorrespiratórias. Tais motivos, demandam a visualização do atleta em sua totalidade, afirmando a importância das dimensões intervenientes do esporte. “O sucesso de qualquer programa de treinamento é dependente de inúmeras variáveis, que compreendem desde o aprendizado básico do gesto motor 10 específico do esporte, melhorando a eficiência mecânica do atleta, até a capacidade do treinador em compreender os mecanismos fisiológicos que envolvem e determinam a melhora de seus atletas” (LEITE; 2000, p.7) Dentre as demais modalidades esportivas, trataremos especificamente do futebol. Segundo Reilly e Willians e Willians (2003, p.1) o futebol é o esporte mais popular do mundo, sendo jogado em todas as nacionalidades sem exceção.” Sua característica ativa e competitiva envolve uma grande massa de espectadores que fazem do futebol um dos maiores espetáculos do esportivos do mundo. A popularidade do futebol e sua exploração através da mídia, proporcionou a visão do futebol como negócio, o que implicou no seu desenvolvimento modernização de antigas concepções, em busca do rendimento e esportivo. (RODRIGUES DE ALMEIDA AT ALL, 2000; LEONCI E SILVA, 2003) A evolução do futebol até os dias atuais passou por diversas modificações nas regras, no tempo de jogo, sistemas táticos e consequentemente na condição física dos jogadores, o que trouxe para modalidade maior dinâmica e competitividade. Esta busca da constante superação para obtenção de resultados vitoriosos, aumentou a exigência na preparação física dos futebolistas assim como no domínio de tecnologias e conhecimentos científicos. (MATTO E JABUR, 2008; GOMES E SOUZA, 2008) Segundo Reilly e Willians e Willians (2003) a ciência do desporto gera um conjunto de conhecimentos aplicáveis ao futebol, que possibilitam identificar e combinar as características dos indivíduos às exigências do jogo. Aponta que este é um problema complexo em esportes de equipe, onde eventual sucesso é determinado pela maneira como o conjunto de indivíduos forma uma unidade efetiva. E que o estudo da organização do grupo e condicionamento físico é altamente relevante para o sucesso nas competições, uma vez que a preparação física e o conhecimento das individualidades dos atletas aumentam o potencial tático no jogo. Barbanti (1996) aborda que as diversas ações motoras e a variedade de exigências no decorrer do jogo fazem do futebol um esporte complexo do ponto de vista fisiológico, onde é predominante o uso das vias aeróbias na produção de energia, embora seja primordial a utilização das vias energéticas anaeróbias. Sua natureza intermitente e a imprevisibilidade dos acontecimentos exige que o atleta esteja 11 preparado para reagir aos mais diferentes estímulos, de maneira mais eficiente possível. O futebol moderno possui longa duração e maior grau de movimentação dos jogadores, sendo necessário um alto consumo de oxigênio para atender as exigências do jogo. (GUERRA E BARROS; 2004) Segundo Malina (2003), apesar da popularidade do futebol no mundo, é surpreendente a escassez de informações sobre jogadores adolescentes, uma vez que há muitos participantes no futebol juvenil e vários níveis de competição. O que corrobora com Alves et al(2007) que afirma que há dificuldade em encontrar estudos que apontem o perfil aeróbio de jovens futebolistas, em fase de formação esportiva. Neste sentido, Pavanelli (2004) insere que através de pesquisas é possível promover um perfil fisiológico e antropométrico do atleta de futebol para que possam servir de referência para adoção de metodologias que levem a otimização da performance esportiva. Considerando o que foi exposto, infere-se o seguinte questionamento: QUAL É O CONSUMO DE OXIGÊNIO DOS JOGADORES FINALISTAS DO CAMPEONATO ESTADUAL DE FUTEBOL RONDONIENSE NA CATEGORIA DE BASE? 1.1 JUSTIFICATIVA As categorias de base do futebol se empenham na formação de jogadores para futura profissionalização. Parte importante deste processo é avaliar o atleta para prescrição de treinos que possibilitem o desenvolvimento da sua condição física e funcional. Porém a escassez de estudos com jovens atletas de futebol (em especial a que se refere a capacidade aeróbia), evidenciam a deficiência de perfis de referência que orientem na decisão dos objetivos adequados ao indivíduo. Até onde se investigou, não foi encontrado nenhum estudo sobre VO2máx. de jovens atletas de futebol em Rondônia, oportunizando a investigação com atletas regionais, finalistas do Campeonato Estadual na categoria de base. Os resultados dos dados irão fornecer informações para nortear o planejamento de ações e objetivos, embasados no perfil aeróbio população da referida. 12 1.2 OBJETIVO GERAL Verificar VO2máx dos atletas jogadores da equipe de futebol sub-16 que, sagrou-se vice campeã do campeonato de base Rondoniense. 1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Estimar a média da potência aeróbia da equipe. Estimar a média da potência aeróbia das classes da amostra, referente a posição desempenhada. Analisar os resultados. Discutir com a literatura específica. Apontar resultados que sirvam de referência para novos estudos. 13 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 FONTES DE ENERGIA PARA O TRABALHO O corpo necessita de energia para realizar trabalho. Mcardle et al ( 2008) Aponta três formas de trabalho biológico: o trabalho mecânico, gerado pela contração muscular; o trabalho químico que sintetiza as moléculas celulares; trabalho de transporte, que concentra substâncias nos líquidos intracelulares e extracelulares. Coletivamente as relações de trabalho no organismo mantem seu estado funcional. Barbanti (2011, p.295) define metabolismo como “a soma de todos os processos físicos e químicos por quais o corpo fornece energia para a manutenção da vida”. Mcardle et al(2008) aborda que necessitamos um nível mínimo de energia para desempenhar as funções vitais. Essa demanda é denominada taxa metabólica basal (TMB). Os valores basais são mensurados sob condições laboratoriais e ligeiramente abaixo da taxa metabólica de repouso (TMR). Refere-se a TMR como a energia fornecida para manter as funções metabólicas do corpo em repouso. Sendo que, para pessoa comum, a TMR corresponde a aproximadamente 60 a 70% do gasto energético total (GET), enquanto a energia térmica do alimento (ETA) é responsável por 10% e o gasto energético no atividade física (GEAT) pelos 15 a 30% restantes. Segundo Power e Howley (2009) para suprir a exigência energética, o organismo converte macronutrientes (gorduras, carboidratos e proteínas) em uma forma de energia utilizável, a adenosina trifosfato (ATP). Diariamente consumimos alimentos que serão degradados com a finalidade de obter energia tanto para o repouso quanto para o exercício. Durante o exercício as principais fontes energéticas são as gorduras e os carboidratos, a proteína colabora com uma pequena quantidade da energia total. A capacidade do músculo realizar em trabalho depende do fornecimento de energia para que aconteça a contração muscular; esta que por sua vez provém da quebra de um composto rico em energia, o ATP. (BARBANTI;2005) Powers e Howley (2009), Mcardle (2011) e Barbanti (2005) abordam que o ATP é denominado doador universal de energia. O ATP consiste em três partes principais: uma adenina, uma ribose e uma ligação de três fosfatos. As ligações que unem dos fosfatos mais externos representam ligações de alta energia. A quebra 14 deste composto de alto potencial energético, acionam todos os processos celulares que necessitam de energia. A energia liberada pela quebra do ATP é limitada (gerando energia para 2 – 3 segundos), para que o trabalho prossiga é necessário que a célula produza energia, que ocorre por meio de três vias metabólicas: anaeróbia alática, onde ocorre a degradação da fosfocreatina; anaeróbia lática, onde há a degradação da glicose ou glicogênio (glicólise); e aeróbia, onde há a oxidação de nutrientes para formação de ATP (POWERS E HOWLEY; 2009). 2.1.1 Produção Anaeróbia de ATP 2.1.1.1 Sistema ATP-CP Em exercícios de intensidade máxima até cerca de 20 segundos, o ATP será restaurado pela fosfocreatina (CP). O denominado sistema ATP-CP corresponde a via anaeróbia alática, capaz de ressintizar o ATP rapidamente na ausência de oxigênio e não resulta de lactato como sub produto. (LEITE, 2000; MACARDLE, 2008; POWER E HOWLEY, 2009) As moléculas de CP e ATP compartilham uma característica semelhante; uma grande energia é liberada quando na quebra da ligação do fostato com a creatina. A reação é reversível, o fosfato e a creatina voltam a unir-se para formar CP, assim como o ADP e o fosfato unem-se para ATP. A quebra do fosfato de creatina e a doação de energia liberada para adenosina difosfosfato, aciona a foforilação do ADP, resultanto na formação de ATP. As células armazenam 4 a 6 vezes mais fofocreatina que ATP e a restauração da CP ocorrerá totalmente em cerca de 3 minutos, sendo que 50% do total gasto é reposto em aproximadamente 30 segundos. (LEITE, 2000; MCARDLE,2008). O sistema ATP-CP é capaz de fornecer energia em exercícios de alta intensidade e curta duração e por meio de treinamento, os depósitos de CP podem ser aumentados no músculo. (BARBANTI;2005) Mcardle at all (2008) e Powers e Howley (2009) citam que a sustentação de um exercício além de um curto período e a recuperação de um esforço máximo exigem fonte adicional de ATP. Se isso não ocorre o suprimento energético se esgota 15 e o movimento de alta intensidade cessa. Por isso, uma segunda via metabólica é capaz de produzir ATP rapidamente sem o envolvimento de oxigênio, a “Glicólise”. 2.1.1.2 Glicólise “A glicose encontra-se armazenada no organismo na forma de glicogênio, tanto no fígado quanto na musculatura esquelética, é utilizada numa série de reações químicas conhecidas por GLICÓLISE. ” (LEITE; 2000, p.15) A glicólise, é a degradação da glicose em ácido pirúvico ou lático com a produção de duas ou três moléculas de ATP, dependendo se a via começa com glicose ou glicogênio. A glicose é uma molécula com 6 carbonos e o ácido pirúvico possui 3 carbonos, logo a produção de duas moléculas de ácido pirúvico a partir de uma molécula de glicose. Como o oxigênio não está diretamente envolvido na glicólise, é considerado uma via anaeróbia. Contudo na presença de oxigênio nas mitocôndrias, o piruvato resultante da glicólise participa da produção aeróbia de ATP. (MCARDLE, 2008; POWERS E HOWLEY, 2009) Lehninger (2006), Mcardle at all (2008) e Powers e Howley (2009) descrevem a glicólise considerando duas fases: a fase de investimento e a fase de geração de energia. Explicam que a fase de investimento o ATP age como doador de energia fosforilando a glicose, formando a glicose 6-fosfato. Durante o metabolismo energético a glicose 6-fosfato é transforma em frutose-6-fosfato, gerando maior simetria para posterior divisão, então a Frutose-6-fosfato é fosforilada, a partir da energia doada pelo ATP; com o fostafo adicional se transforma em frutose-1,6difosfato. A seguir a frutose-1,6-difosfato é dividida, em duas moléculas com 3 carbonos. Referem-se que, na fase de geração de energia as moléculas encontramse divididas em duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato, cada uma delas sofre a degradação para piruvato em 5 reações sucessivas e produz duas moléculas de ATP (se glicose como substrato ou três se glicogênio). As reações de oxidação dos substratos libera hidrogênios, estes por sua vez são carreados por moléculas transportadoras (nicotinamida adenina dinucleotídeo- NAD). Na presença de oxigênio os hidrogênios são carreados para o interior da mitocôndria e na cadeia respiratória contribuem para a produção aeróbia de ATP e com a ausência de oxigênio a NADH fornece os hidrogênios para o ácido pirúvico, restaurando os estoques de NAD+ 16 evitando que a glicólise pare. Quando o piruvato recebe os hidrogênios da NADH se convertendo em lactato, caracterizando a via metabólica anaeróbia lática. Segundo Leite (2000) num trabalho intenso com duração até dois minutos , o sistema cardiorrespiratório do sujeito não é capaz de absorver e transportar oxigênio até as mitocôndrias. Com quantidade de oxigênio insuficiente o organismo trabalha em anaerobiose até que o trabalho seja interrompido ou até que a intensidade reduza, para que as demandas energéticas possam ser supridas pela via aeróbia. Um trabalho anaeróbio resulta num déficit e oxigênio relativamente alto, na fase de recuperação o organismo consumirá mais oxigênio que o normal para eliminar o ácido lático e restabelecer as reservas de ATP. (BARBANTI; 2005) 2.1.2 PRODUÇÃO AERÓBIA DE ATP Como vimos anteriormente, a glicólise tem um saldo de positivo de 2 ATP. Na presença de oxigênio a NADH transporta hidrogênios e elétrons para cadeia respiratória para formar ATP . A degradação da glicólise tem como produto final o piruvato, que participará da produção aeróbia de ATP. Segundo Leite (2000) esforços duração superior a 3 minutos possuem maior solicitação da energia proveniente das vias aeróbias. De acordo com Powers e Howley (2008) a produção aeróbia de ATP ocorre no interior da mitocôndria e envolve a interação de duas vias metabólicas cooperativas: o ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs) e cadeia de transporte de elétrons (cadeia respiratória). Explicam que a principal função do Ciclo de Krebs é completar a oxidação (remoção de hidrogênio de carboidratos, gorduras e em menor parcela de proteínas). E que as moléculas de NADH e FADH resultantes do ciclo de Krebs e da glicólise, transportam os hidrogênios contendo a energia potencial das moléculas alimentares para cadeia de transporte de elétrons, onde a energia é utilizada para gerar ATP. 17 2.1.2.1 Ciclo de Krebs Lehninger (2006), Mcardle at all (2008) e Powers e Howley (2009) considerando o piruvato como o substrato, explicam que ao fim da glicólise o piruvato é transformado irreversivelmente em acetil-CoA; nesta reação ocorre a descarboxilação oxidativa do piruvato, que libera energia tornando possível a ligação da coenzima-A (Co-A), sendo que os hidrogênios e elétrons liberados se unem a NAD+ que é reduzido a NADH. O acetil-CoA entra no ciclo de Krebs e a saída da Co-A aumenta o nível de energia para unir o oxaloacetado ao acetil, formando o citrato. As próximas reações vão transformam o citrato em isocitrato, preparando a molécula para descarboxilação oxidativa (liberação de carbono). O isocitrato é convertido em α-cetoglutarato, liberando CO2 e hidrogênios que se unem mais uma vez a NAD+, formando NADH. O α-cetoglutarato por sua vez, perde CO2 tornando possível novamente a entrada da Co-A, formando succinil Co-A e NAD novamente é reduzida a NADH. Na próxima reação o succinil Co-A será convertido na molécula de succinato, com a saída da CoA que fornece energia que permite unir o GDP à um Pi, formando GTP. O GTP doa o Pi ao ADP produzindo ATP diretamente no ciclo de Krebs. O succinato é convertido em fumarato, o FAD recebe os hidrogênios e elétrons sendo reduzido a FADH. As próximas duas reações restauram o oxaloacetato fechando o ciclo, onde o fumarato na presença de H2O é convertido em malato, este é oxidado e produz mais um NADH restaurando o oxaloacetato. (MCARDLE, 2009; POWERS E HOWLEY, 2008; LEHNINGER, 2006) Resumindo o ciclo de Krebs oxida completamente os carboidratos, liberando 3 CO2 e produzindo diretamente 1 ATP e indiretamente 4 NADH e 1 FADH que serão convertidos em energia na cadeira respiratória. Como a glicólise resulta em 2 piruvatos que equivalem a 2 voltas no Ciclo de Krebs multiplicam-se esses valores por 2. 2.1.2.2 Cadeia de transporte de elétrons Segundo Lehninger (2006), Mcardle at all (2008) e Powers e Howley (2009), as moléculas de NADH e FADH liberam os elétrons na cadeia respiratória 18 (cadeia transportadora de elétrons), que está situada na membrana interna da mitocôndria. Os citocromos são uma série de carreadores de elétrons, onde apenas o último, o citocromo oxidadese, descarrega o seu elétron para o oxigênio, que será o aceptor final da cadeira de transporte de elétrons. Ainda citam que para cada par de átomos de hidrogênio, dois elétrons fluem através da cadeia respiratória e reduzem um átomo de oxigênio para formar uma molécula de água. E que à medida que elétrons são transferidos, a energia liberada é utilizada para “bombear” hidrogênios (prótons; H+) para o espaço intermenbranoso, o que acarreta o acúmulo de H+ comparado a matriz mitocondrial, resultando num forte estímulo para que esses H+ retornem para a matriz mitocondrial através de canais de H. Então, o movimento de H+ através da membrana mitocondrial ativa a ATPsintase, com isso a bomba de prótons libera 1 Pi, que irá se unir ao ADP para produzir ATP. Segundo Powers e Howley (2009) para cada par de elétrons que passa através da cadeia de transporte de elétrons do NADH ao oxigênio, há disponibilidade para formar 2,5 ATP, enquanto a FADH possui energia suficiente para formar 1,5 ATP. Ainda cita que acordo com as pesquisas recentes a produção total de ATP a partir da glicólise é de 32 ATP e a partir do glicogênio 33 ATP. 2.1.2.3 Beta Oxidação Consirerando a gordura como substrato Powers e Howley (2009) afirma que ela representa a maior fonte de energia potencial, é armazenada nas células adiposas, diretamente na fibra muscular em grande proximidade da mitocôndria, sendo mais abundantes nas fibras de contração lenta. Mcardle et al (2008) cita que a liberação de energia pela gordura depende da lipólise quebra do triglicerol, molécula composta de 1 glicerol e 3 ácidos graxos, insolúveis na água. E que depois que a enzima lipase sensível aos hormônios estimula a difusão dos ácidos graxos, eles combinam-se com a albumina plasmática a fim de serem transportados na forma de ácidos graxos livres (AGL) para a circulação. A molécula de glicerol difunde-se prontamente para a circulação, quando levado para o fígado, funciona como precursor gliconeogênico para a síntese da glicose. O papel gliconeogênico do glicerol torna-se importante quando as reservas de glicogênio são depletadas. O glicerol também entrar diretamente na glicólise como 3-fosfatogliceraldeído e ocorre a sua degradação. Quando piruvato entra no ciclo do 19 ácido cítrico produzindo16 ATP. O glicerol não é uma fonte direta de combustível muscular. (MCARDLE, 2009; POWERS E HOWLEY, 2008) Mcardle at all (2009) citam que na β oxidação o ácido graxo é convertido em acetil-CoA, esta reação ocorre na mitocôndria. Lehringer (2006) explica que o ATP fornece 2 Pi ao ácido graxo resultando em adenosina monofosfato (AMP) e convertendo a molécula em acil-CoA. E que, para a molécula entrar na mitocôndria libera a coenzima A e se se une a carnitina, que a carreia para o interior da mitocôndria, onde o acil se une novamente com a CoA. Ainda aborda a βoxidação ocorre em três reações consecutivas: primeiro a FAD carreia os hidrogênios, depois adiciona uma molécula de água (H2O) e então NAD carreia H. Então 2 carbonos(C) saem na forma de acetil-CoA e outra coenzima de une formando um acil-CoA com 2 C a menos. Este processo quebra a longa cadeia de carbonos do ácido graxo em fragmentos de 2, sendo que cada 2 carbonos extraídos na forma de acetil-CoA, representa uma volta na β oxidação. A partir de um triglicerol se produz: 16 ATP vindos do glicerol, 360 ATP das três moléculas de ácido graxo (considerando que este possua 18), totalizando aproximadamente, 376 ATP. (POWER E HOWLEY; 2009) Segundo Powers e Howley (2009), a proteína não é considerada uma fonte importante de energia durante o exercício, contribuindo com apenas 2% do combustível utilizado. Ela é degradada em suas subunidades, os aminoácidos. Alguns aa podem ser convertidos em acetil CoA, outros em intermediários do ciclo de Krebs. Mcardle at all (2008) enfatiza que a proteína desempenha um papel auxiliar durante as atividades de endurance e alta intensidade. O catabolismo excessivo de proteína aumentam as necessidades hídricas do corpo. Powers e Howley (2009) afirma que a seleção do substrato durante o exercício depende de diversos fatores, incluindo a dieta, a intensidade e a duração do exercício. Sendo que de maneira geral os carboidratos são utilizados como principal fonte de substrato durante o exercício de alta intensidade; durante o exercício prolongado ocorre um desvio gradual para metabolismo de gorduras; as proteínas representam 2% do substrato utilizado com duração inferior a 1 hora e durante o exercício prolongado (3 a 5 horas) pode atingir 5 a 10%, nos minutos finais de trabalho. 20 2.1.3 INTERAÇÃO ENTRE AS VIAS METABÓLICAS Ao sair do estado de repouso para estado ativo o corpo transita pelas vias metabólicas de acordo com a intensidade e a duração do esforço físico. Sobre isso Powers e Howley (2009) cita que a energia para o exercício físico é proveniente da interação das vias anaeróbias e aeróbias, sendo que atividades de curta duração e alta intensidade serão de maior contribuição da via anaeróbia, em contraste ao exercícios de longa duração intensidade moderada utilizam ATP de fontes aeróbias. O conhecimento da interação entre a produção de energia anaeróbia e a aeróbia no exercício é útil para técnicos e treinadores no planejamento de programas de condicionamento físico para atletas. (POWERS e HOWLEY, 2009) Relacionando a energia ao trabalho muscular Verkhoshanski apud Oliveira (2007) afirma que sem energia nenhum movimento seria capaz se ser executado, sendo que a medida que aumenta a intensidade e o número de grupos musculares envolvidos na atividade, maior será a necessidade de energia. Ainda a respeito Mcardle at all (2008) cita que a energia transferida para as proteínas contráteis do musculo esquelético influenciam grandemente o desempenho nos exercícios, sendo que a energia reflete um estado dinâmico, o aumento do trabalho é relacionado a demanda energética produzindo mudanças nas vias metabólicas e seleção de substratos. Para Mcardle at all (2008) as fontes energéticas utilizadas no exercício físico dependem da intensidade e duração assim como do estado de aptidão física do indivíduo. Nos exercícios de alta intensidade e curta duração (2 a 20 segundos), a produção de energia é proveniente do Sistema ATP-CP; exercício intenso com mais de 20 segundos de duração, utiliza a via glicolítica lática; em eventos de intensidade com duração superior à 45 segundos há uma combinação dos sistemas anaeróbio e aeróbio; o exercício prolongado por mais de 2 mim é predominante aeróbio. Como já citado o lactato limita o fornecimento energético pelas vias anaeróbias, sendo necessária interrupção contribuição de O2 na produção de energia. ou redução da intensidade para 21 2.1.4 O LACTATO O lactado é produto da via glicolítica, onde na ausência de O 2 NADH fornecem seus H para o piruvato, formando ácido lático. Power e Howley (2009) explicam que após a formação de ácido lático no organismo, ocorre uma rápida ionização (liberação de um íon de hidrogênio) formando o lactato. Mcardle (2008) aborda que o lactato produzido é oxidado nas fibras musculares, sendo que: quando a oxidação do lactato é igual à sua produção, o nível sanguíneo de lactato permanece estável, apesar de ocorrerem aumentos na intensidade do exercício e no consumo de oxigênio; quando o oxigênio é insuficiente gera um desequilíbrio e o crescente acúmulo de ácido lático. “O consumo de oxigênio aumenta em função linear à taxa de trabalho até que o VO2 máx seja atingido. Quando ele á atingido, um aumento na produção de potência não acarreta aumento do consumo de oxigênio; portanto o VO2 máx representa um “teto fisiológico” para a capacidade do sistema de transporte de oxigênio liberar O2 para os músculos em contração.” (POWERS e HOWLEY; 2009 p. 62). Barbanti (2011) define limiar de lactato como nível de consumo de oxigênio ou carga de trabalho em que a produção de lactato é maior que a remoção. Cita que ocorre à aproximadamente 50 a 70% do VO2 máx, sendo que um limiar de lactato elevado está associado a um melhor rendimento em resistência. Segundo Powers e Howley (2009) à media que a intensidade aumenta, os níveis sanguíneos de ácido lático começam a aumentar de maneira exponencial, sendo que em indivíduos não treinados ocorre em torno de 50 a 60% do VO2 máx, sendo que indivíduos treinados apresentam taxas mais elevadas, 60 a 85% do VO2máx. Mcardle at all (2008) apresenta que as adaptações do músculo por meio de treinamento aeróbio permite altos níveis de renovação do lactato, sendo que o lactato se acumula-se com os níveis mais altos de exercícios que no estado destreinado. A manutenção de um baixo nível de lactato conserva também as reservas de glicogênio, o que permite prolongar a duração de um esforço aeróbio de alta intensidade. De acordo com Powers e Howley (2009) exercício de alta intensidade e curta duração ou o exercício submáximo prolongado podem acarretar um declínio na 22 produção da força muscular, denominada fadiga. A fadiga muscular especificamente é caracterizada pela redução da capacidade de realizar trabalho. “A fadiga é um fenômeno de proteção que previne uma crise metabólica e preserva a integridade das fibras musculares.” (BARBANTI; 2010 p.) 2.2 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO Segundo Barbanti (2011) e Mcardle at all (2008) afirmam que o consumo de oxigênio, é a quantidade de oxigênio absorvido e usado pelas células em repouso, durante o exercício ou na recuperação. E que durante o exercício que aumentam a intensidade, o volume de oxigênio aumenta até atinja um platô perto do esforço máximo, representando o consumo máximo de oxigênio, também denominado como potência aeróbia máxima, capacidade aeróbia, ou simplesmente VO2 máx. Citam que o VO2 máx representa uma medida quantitativa de capacidade do indivíduo ressintetizar ATP, sendo que, valores mais altos de VO2 máx possibilitam maior produção de energia por unidade de tempo, pelo sistema aeróbio e também a capacidade de manter o ritmo da atividade mais elevado sem recorrer a um acúmulo de ácido lático. Powers e Howley (2009) pronuncia que o VO2 máx é uma medida reproduzível da capacidade cardiovascular de enviar o sangue oxigenado para massa muscular envolvida no trabalho dinâmico. Afirmam também que o VO2 máx aumenta em média 15% em consequência de um programa de treinamento, sendo que maiores resultados estão associados a população não condicionada, um treinamento prolongado pode aumentar 40% o VO2 máx em indivíduos sedentários normais. A predisposição genética é responsável por 40 a 66% do valor do VO2 máx de um indivíduo. Barbanti (2005) esclarece que a potência aeróbia de um indivíduo não é avaliado somente no sentido absoluto, mas também em relação ao peso corporal. Este dado é importante para não avaliar um indivíduo de massa muscular mais elevada de forma errônia, pois considerando que o VO2 é constatado em relação a massa muscular empregada no trabalho, pode deduzir que quanto maior a massa muscular, maior a quantidade de oxigênio utilizada. 23 2.2.1 Efeitos do treinamento Aeróbio O treinamento aeróbio produz melhorias na aptidão cardiorrespiratória do indivíduo. Barbanti (2011) aborda que a capacidade cardiorrespiratória também denominada como capacidade aeróbia, descreve a capacidade de realizar atividade de intensidade média ou elevada durante período prolongado sem estresse ou fadiga excessivos. O desenvolvimento da aptidão cardiorrespiratória contribui para aumento da aptidão física geral, que se refere a capacidade funcional do indivíduo, estando relacionado a saúde. Segundo Mcardle at all (2008) e Power e Howley (2009) o treinamento aeróbio é capaz de produzir adaptações morfológicas e funcionais . Apresentam-se resumidos nos quadros abaixo: Quadro 1 Adaptações metabólicas do treinamento aeróbio segundo Mcardle at all (2008) e Power e Howley (2009). Adaptações Metabólicas O músculo treinado possui mitocôndrias maiores e numerosas resultam na capacidade respiratória aprimorada. O treinamento de endurance aumenta a oxidação de ácidos graxos para obter energia durante o exercício submáximo, com isso há maior conservação das revervas de glicogênio. Durante o exercício máximo há o aumento da capacidade oxidativa de carboidratos e melhor armazenamento de glicogênio no músculo. Hipertrofia seletiva, específica às fibras de contração lenta, que possuem maior capacidade de geração aeróbia de ATP. É provável que o predomínio das fibras de contração lenta contribuam para altos limiares de lactato. Consequente redução na formação de lactato e aumento na remoção do lactato sanguíneo. 24 Quadro 2 Adaptações cardiovasculares do treinamento aeróbio segundo Mcardle at all (2008) e Power e Howley (2009). Adaptações Hipertofia do miocárdio e aumento do ventrículo Cardiovasculares esquerdo, devido a carga de trabalho aumentada, independente da idade. Aumento no volume plasmático, que aprimora a capacidade circulatória e o aumenta o volume diastólico terminal. Aumento no volume sistólico Máximo, no volume de ejeção sistólico e no débito cardíaco. Aumento na massa da mioglobina e no volume sanguíneo, sendo 35% mais altos que em indivíduos não treinados Bradicardia em repouso e durante submáximo. Consequente o exercício enchimento diastólico aumentado Rigidez cardíaca e arterial diminuída. Possível função contrátil aprimorada. Consequente aumento no fluxo sanguíneo, redução da pressão sistólica e diastólica e maior extração de 02. Aumento linear do débito cardíaco em relação ao consumo de oxigênio. Quadro 3 Adaptações pulmonares do treinamento aeróbio segundo Mcardle at all (2008) e Power e Howley (2009). Adaptações Pulmonares Aumento do volume corrente e redução da frequência respiratória, minimiza o trabalho da respiração. Eleva a capacidade de suportar altos níveis de ventilação submáxima. 25 Reduzem as demandas energéticas global do exercício em virtude do menor trabalho respiratório. Reduzem a produção de lactato pelos músculos ventilatórios durante o exercício prolongado de ata intensidade. Aprimoram a maneira pelo qual os músculos ventilatórios metabolizam o lactato como combustível metabólico. O nível inicial de aptidão física e o planejamento adequado de acordo com a frequência, intensidade e duração são influentes na resposta do treinamento aeróbio. Segundo o princípio da reversibilidade, os efeitos benéficos alcançados pelo treinamento são reversíveis, o destreino causa consequente perda das adaptações fisiológicas. Até mesmo em atletas treinados, os efeitos benéficos de muitos anos de treinamento continuam sendo transitórios e reversíveis. (MCADCLE; 2008) 2.3 O JOVEM ATLETA – MATURAÇÃO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO Um dos princípios do treinamento esportivo se refere a individualidade biológica. Segundo Bompa (2000) as pessoas possuem características individuais, que devem ser levadas em consideração em um programa de treinamento efetivo. São características genéticas, o nível de aptidão física, experiências atléticas anteriores, nível de maturação e desenvolvimento, entre outros fatores que fazem o indivíduo único. Neste sentido Barbanti (2005) aponta que as crianças devem ser vistas como uma população com necessidades específicas de treinamento, pois os jovens se diferem dos atletas adultos do ponto de vista cognitivo, psicológico, físico e fisiológico. Essas diferenças desenvolvimentistas estão relacionadas ao corpo imaturo do atleta jovem. Weineck (1999) citado por Francke (2009) afirma que a otimização esportiva do treinamento infantil e de jovens requer um conhecimento básico das 26 condições vigentes em cada faixa etária. Somente o conhecimento possibilita estabelecer um treinamento adequado às necessidades de crianças e jovens. As característica do desempenho da criança estão relacionadas com o crescimento, desenvolvimento e maturação. Enquanto o indivíduo cresce, ele também amadurece, embora tais terminologias representem atividades biológicas específicas. As modificações ocorridas no organismo durante o crescimento e a maturação, implicam no desenvolvimento. (MALINA e BOUCHARD; 2002) Contudo, é necessário especificar as terminologias (crescimento, maturação e desenvolvimento) para melhor compreensão. Segundo Marcondes e Setien (1978) citado por Barbanti (2005) o crescimento é definido como “somatório de fenômenos celulares, biológicos, bioquímicos, biofísicos e morfogenéticos, cuja integração é feita segundo um plano predeterminado pela herança e modificado pelo ambiente.” Para Malina e Bouchard (2002) o crescimento é o aumento do corpo ou suas partes, caracterizado por três processos celulares: a hiperplasia, aumento do número de células; a hipertrofia, aumento no tamanho da célula; e agregação, aumento nas substâncias intracelulares. Segundo Gallahue (2005, p.30) “o crescimento refere-se ao aumento do tamanho do corpo do indivíduo ou de suas partes durante a maturação.” Gallahue (2005) explica que a maturação refere-se à mudanças qualitativas determinadas pela genética, que permitem a progressão para níveis elevados de funcionamento. Esta progressão possui uma ordem fixa, em que o ritmo pode variar de acordo com as experiências e influências ambientais. Barbanti (2005, 2011) concorda que a maturação é o avanço qualitativo na constituição biológica (sistemas, órgãos e células) e que também é o avanço das habilidades sociais, psicológicas e motoras que ocorrem sem a intervenção instrucional. Malina e Bouchard (2002) abordam que a maturação implica em um progresso para um estado de amadurecimento, em que relaciona o tempo biológico ao ritmo cronológico, onde estes, não ocorrem necessariamente em sincronia e variam de acordo com indivíduo. Crianças e jovens com mesma idade podem se desenvolver em ritmos diferentes, apresentando níveis de maturação biológica distintos. 27 Neste contexto, Gallahue (2005, p.28) afirma que: “[...] apesar de relacionado com a idade, o desenvolvimento não depende dela. A idade cronológica é somente uma estimativa bruta do nível de desenvolvimento do indivíduo [...]”. “O desenvolvimento, em seu sentido mais puro, refere-se a mudanças de funcionamento do indivíduo ao longo do tempo” (GALLAHUE; 2005, p.30) Barbanti (2005, 2011) define desenvolvimento como um processo de mudanças físicas e psicológicas influenciadas por causas internas (capacidades inatas) e externas (condições ambientais). Refere-se ao desenvolvimento em diferentes contextos: o desenvolvimento biológico significa a especialização de diferentes unidades funcionais; o desenvolvimento comportamental é a evolução de atributos intelectuais, psicológicos e sociais; e o desenvolvimento motor é definido como a mudança progressiva na performance motora, resultante do crescimento, da maturação e do desenvolvimento biológico e comportamental. Para Gallahue (1996) o desenvolvimento motor é a mudança progressiva na capacidade motora do indivíduo, que ocorre em diferentes fases da vida, em resposta à estímulos ambientais. Tani (1999, 2012) cita que o conhecimento do desenvolvimento motor nas diversas fases da vida, facilitam o diagnóstico e viabilizam tomadas de decisões adequadas na definição de objetivos compatíveis com as características próprias do indivíduo. De acordo com Gallahue (2005, p74) “os limites etários de cada fase do desenvolvimento devem ser vistos como orientações gerais que que ilustram apenas o conceito amplo de adequação a idade.” Na classificação etária do desenvolvimento, a idade cronológica (aquela expressa em tempo de vivência, meses ou anos) é popular e conveniente como referência devido a facilidade, embora seja menos precisa que a idade biológica (aquele que se refere a taxa de progressão para a maturidade, determinada pela medida das idades: morfológicas, esquelética, dentária e sexual). (GALLAHUE; 2005) Dentre as fases do desenvolvimento destacamos a “adolescência” devido a relevância no presente estudo. “Adolescência é o período humano de crescimento que se estende entre a terceira infância e a fase adulta, caracterizado psicologicamente por intensos processos conflituosos e persistentes esforços de auto afirmação.” (BARBANTI; 2011, p.11) 28 De acordo com (Sanches; 2010) a adolescência é considerada uma fase de transição gradual da infância para fase adulta, pois é quando o crescimento atinge sua proporção total. E que, é neste período que ocorre a puberdade, fase de diversas transformações biológicas, fisiológicas e comportamentais. Para Barbanti (2005) a adolescência é caracteriza por crescimento e desenvolvimento intenso, manifestados por inúmeras transformações anatômicas, fisiológicas, psicológicas, emocionais e sociais. E neste período ocorrem mudanças físicas relacionadas à puberdade, um estado de transição da infância para a adolescência propriamente dita. Gallahue (2005) concorda que a adolescência é uma fase de transição para fase adulta, com início na puberdade (período da maturação sexual) onde o crescimento notável ocorre por fatores biológicos e culturais, que afetam o desempenho motor. O fim da infância e o início da adolescência há um aumento na velocidade do crescimento em peso e estatura, o denominado estirão. A velocidade no crescimento atinge o seu ponto máximo e diminui gradualmente. Sendo que o estado de crescimento associado à maturação acentua o desempenho, variando conforme o indivíduo e quanto ao gênero. (MALINA e BOUCHARD; 2002 e GALLAHUE; 2005) O ritmo acelerado do crescimento em adolescentes possui três fases: a aceleração, com início por volta dos 9 anos em meninas e 11 em meninos; a velocidade de pico, marcando o auge do crescimento, por volta dos 11 anos em meninas e aos13 anos em meninos; e a desaceleração por volta dos 13 anos em meninas e 15 anos em meninos. (MALINA, BOUCHARD e BAR-OR; 2009 in SANCHEZ; 2010) O surto do crescimento ocorre cerca de dois anos antes para as meninas. Nos meninos, o período de crescimento mais rápido coincide com o aparecimento das características sexuais secundárias (como pelos pubianos e axilares) e para as meninas, tende a ocorrer antes da menarca (primeiro período menstrual). (GALLAHUE; 2005) “O genótipo [fatores genéticos determinantes] de um indivíduo controla o aparecimento, a duração e a intensidade do surto de crescimento, enquanto o fenótipo [condições ambientais] influencia o potencial de crescimento.” (GALLAHUE; 2005, p. 349) 29 As modificações na estrutura do corpo exigem que o organismo se adapte as novas proporções corporais. Barbanti (2005) aborda que os sistemas de alavanca usados para correr, saltar, lançar e equilibrar estão em mudança enquanto se cresce e torna-se errôneo exigir dos jovens a mesma eficiência mecânica que a de sujeitos adultos. Barbanti (2005) cita que atletas com maturações precoces, são melhores mais cedo, sofrendo maiores exigências esportivas em detrimento aos de maturação atrasada. E atletas com maturação tardia frequentemente ultrapassam as expectativas, minimizando as diferenças na fase adulta. Ressalta ainda que esportistas formados durante um longo tempo, têm maior longevidade do que aqueles que se especializam prematuramente. 2.3.1 Resistência Aeróbia em Adolescentes No que se refere ao treinamento cardiorrespiratório para crianças e adolescentes Powers e Howley (2009) abordam que com métodos adequados de treinamento, como o aumento progressivo no estresse cardiopulmonar, elas podem se adaptar de maneira similar aos adultos. Afirmação que corrobora com Mcardle et al (2008) que cita que com estímulo adequado as adaptações do treino aeróbio continuam independente de raça, gênero, idade, e até certo ponto, estado de saúde. E que a resposta adaptativa do organismo ao treino aeróbio, acontece de acordo com características individuais, levando em consideração fatores genótipos e fenótipos. Malina e Bouchard (2002) abordam que a confiabilidade da mensuração potência máxima em crianças abaixo de 10 anos ainda é baixa, no entanto, a mensuração em crianças com idade superior e adolescentes, é comparável àquela de jovens adultos. Sobre a potência aeróbia em adolescentes, Malina e Bouchard (2002) citam que é relacionada ao tamanho corporal, estado de maturação e gênero sexual, no entanto, persiste uma variação na potência aeróbia máxima que está relacionada a fatores estruturais, fisiológicos e bioquímicos associados ao dispêndio de energia aeróbia. 30 Gallahue (2005) aborda que na adolescência mudanças significativas no desempenho estão relacionadas às alterações na composição corporal: o aumento do peso corporal e da estatura, principalmente o aumento da massa muscular e o crescimento do coração e dos pulmões, promovem o desenvolvimento funcional do sistema cardiorrespiratório. Malina e Bouchard (2002) citam que na adolescência a respiração pulmonar tem menor frequência respiratória e maior o volume, que na infância e o tamanho do coração aumenta em relação a massa corporal. Logo há o aumento da capacidade de suas funções. O que representa que o aumento do VO2 máx. durante o crescimento está relacionado a ampliação da capacidade do transporte de O2 e consequente produção aeróbia de ATP. Bartanti (2005) e Gallahue (2005) descrevem que na fase do estirão do crescimento ocorrem amplos eventos pubertários, em que todos os ossos e músculos tomam parte deste evento marcado pelo considerável aumento do peso e da estatura. Nesta fase os meninos superam as meninas no rendimento, devido ao maior desenvolvimento do coração e pulmão em relação ao tamanho corporal. O tamanho dos músculos também é mais pronunciado nos meninos. Barbanti (2005) ressalta que embora o estirão aumente as capacidades fisiológicas para o rendimento, as alterações das proporções corporais exigem adaptações, o que afeta o desempenho motor, devido à percepções irreais. Segundo Gallahue (2005; p.393): “Estudos em que o tamanho corporal é controlado, testes de VO 2 máx. em laboratório indicam que meninos progridem desde a infância e adolescência até o começo da fase adulta. O pico de VO 2 máx. nas meninas continua a crescer durante a infância e a puberdade, mas se estabiliza ao final da adolescência.” 31 2.4 CARACTERÍSTICAS DO FUTEBOL Em uma visão generalizada o futebol é um desporto no qual duas equipes com 11 jogadores, sendo 1 goleiro, se confrontam com objetivo de desloca-se com implemento de uma bola e pontuar, chutando-a dentro da baliza adversária. De acordo com Gomes e Souza (2008) o futebol é um jogo desportivo simples devido às suas regras de fácil compreensão e complexo no ponto de vista fisiológico. Cita te duração mínima de 90 minutos e que os jogadores realizam um grande número de ações motoras, técnicas e táticas que representam uma carga intensa ao organismo. O campo de futebol possui 150m X 70m, onde os jogadores executam corridas, dribles e acelerações em distâncias que variam de 5 a 60m, exigindo dos jogadores níveis elevados do condicionamento físico para realizar com máximo desempenho as habilidades técnicas e táticas. Queiroz apud Santos (2006) aponta que o jogo de futebol decorre do enfrentamento de duas equipes que tem objetivos antagônicos, onde são aplicados procedimentos de ataque e defesa, visando o desequilíbrio do sistema contrário, na busca de uma meta comum, organizados e ordenados num sistema de relações e interações coerente e consequente, denominado lógica interior. Barbanti (2005) define “sistema” como o conjunto de relações ordenadas e persistentes entre as parte de um todo, a desempenhar uma função determinada; o sistema do jogo é definido pela posição dos jogadores em função da tática, procedimentos que levam a um determinado objetivo. Neste sentido, compreende-se que o jogador é visto como uma unidade capaz de agir coletivamente, desempenhando funções específicas para alcançar o objetivo da equipe. Essas funções correspondem à uma interação dos conhecimentos técnicos e táticos. Para Barbanti apud Mattos e Jabur (2008) o futebol é uma modalidade esportiva intermitente (anaeróbio-aeróbio), em que a imprevisibilidade dos acontecimentos e ações durante uma partida, exigem que os atletas que os atletas estejam preparados para reagir aos mais diferentes estímulos da maneira mais eficiente possível. Para Gomes e Souza (2008) a organização tática é frequentemente modificada, pois as combinações da módulo tático escolhido exigem improvisações. 32 As táticas variam cada jogo em função da condição dos jogadores e táticas adversárias. 2.4.1 Demandas fisiológicas do futebol O futebol é um esporte de natureza intermitente onde é predominante a utilização das vias aeróbias, embora seja decisiva e primordial a utilização das vias anaeróbias. A complexidade fisiológica é devido às variedades de ações motoras que exigem que o organismo esteja adaptado para reagir a diferentes estímulos. (BARBANTI, 2006; GUERRA E BARROS, 2004; GOMES E SOUZA, 2008) Segundo Barbanti (1996) aproximadamente 88% das ações de uma partida dependem das vias aeróbias de produção de energia e 12% restantes, envolvem atividades físicas anaeróbias de alta intensidade. A intensidade do exercício durante o futebol competitivo pode ser indicado pela distância total percorrida, que representa uma medida global da taxa de trabalho exercida. Os jogadores apresentam características fisiológicas diferentes, de acordo com a posição ocupada e a função desempenhada. (BANGSBO, 2003) Para Bangsbo (2003) e Guerra e Barros (2004) a distância percorrida durante um jogo de futebol está relacionada com a capacidade aeróbia do jogador, sendo que, ela varia de acordo com a dificuldade e a qualidade do oponente, posições ocupadas, considerações táticas e importância do jogo. Durante o jogo o atleta percorre aproximadamente 10,8 km. De acordo com um coletivo de autores citado por Guerra e Barros (2004, p.3) existe uma variabilidade de acordo com o posicionamento do jogador: a distância percorrida por meio campistas (10,2 a 11 km) é maior que a dos zagueiros (9,1 a 9,6 km) e atacantes (10,5 km). Os goleiros percorrem em média 4km, tendo a posse da bola em cerca de 10% dessa distância. No segundo tempo a média das distâncias percorridas são menores que no primeiro tempo, resultantes da fadiga e de outros fatores como resultados parciais. Caixinha e Sampaio apud Matos e Jadur (2008) ressaltam a especificidade de cada posição: observou-se que meio-campistas percorrem em média 1.600m, enquanto os atacantes percorrem cerca de 10.100m e defensores 9.600m. No entanto 33 verificou-se que os meio-campistas percorrem distâncias maiores em moderada velocidade, cerca de 3.730m, contra 2.040 dos defensores e 2.550 dos atacantes. Gomes e Souza (2008, p.34) referencia estudos que abordaram a intensidade e duração das ações motoras no jogo: em Reilly e Willians (1979) estudou jogadores de futebol ingleses sem considerar a posição, onde obteve como resultado a média total da distância percorrida de 8680m, em que 36,8% (3.187) foi trotando, 24% (2.150) caminhando, 20,5% (1.810) em corrida submáxima, 11,2% (974) sprints e 6,7% (559) em corrida para trás; Bangsbo (2006) estudou futebolistas dinamarqueses, onde verificou as ações em relação ao tempo em que, 17% (17mim) do tempo se encontravam parados, 39% (37mim) em caminhadas, 35% (35mim) atividades de intensidade baixa à moderada, 8% (8mim) em atividades de alta intensidade, 1% em sprints e 0,5 a 3% de atividades com bola (30s a 3mim). Oliveira et al (2000, p.34) apud Gomes e Souza (2008) estudaram futebolistas juniores considerando as posições, onde os resultados indicaram que zagueiros caminharam 3.984m, trotaram 2.248m e correram 986m em velocidade máxima para frente; os meio campistas caminharam 2.076m, trotaram 4.359m e correram 1.199m em velocidade máxima para frente; os atacantes caminharam 2.276m, trotaram 3.3174 e correram 1.476m para frente. Entende-se que os meio campistas percorrem maiores distâncias na partida pois são a ligação entre o ataque e a defesa. Predominam em todas as posições o trote como forma de deslocamento e se observa maior exigência da corrida na posição de ataque e meio campo. Para Bangsbo (2003) os jogadores de futebol em jogadas decisivas necessitam produzir uma alta potência, às vezes manter ou repetir com apenas um breve período de recuperação, utilizando as vias anaeróbias para a produção de energia. Leite (2000) ressalta as variações bioenergéticas durante a partida de futebol, devido a sua intermitência: “Quando o futebolista chuta uma bola, ao bater uma falta, a perna de apoio executa uma atividade anaeróbia localizada-dinâmica. Quando ela faz vários piques de 30-50 metros para conduzir uma bola, o exercício é anaeróbio generalizado-dinâmico, de curta duração e para suportar 90 minutos da partida ela terá que caminhar e correr lentamente (trote) inúmeras vezes, o que constitui exercício aeróbico 34 generalizado-dinâmico de longa duração. Quando ele corre, para e salta para cabecear, mais uma vez há mudanças bioenergéticas, mecânicas e cinesiológicas do movimento ora aeróbico, ora anaeróbico, estático ou dinâmico, localizado ou generalizado.” (LEITE; 2000) 35 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 TIPO DE PESQUISA Este estudo caracteriza-se como um estudo de caso, vez que estuda em profundidade um único caso para alcançar uma maior compreensão sobre outros casos similares (THOMAS & NELSON, 2002). Ainda segundo os autores há três categorias de Estudo de Caso: os estudos descritivos, os estudos interpretativos e os estudos avaliativos. O presente estudo pode ser definindo como um estudo de caso avaliativo, que segundo Thomas & Nelson (2002), utiliza os dados para avaliar o mérito de um programa, prática, evento ou movimento. Ainda segundo o autor, uma das principais vantagens do estudo de caso é o fato de que ele pode ser proveitoso na formulação de novas ideias em áreas para as quais não existe estrutura ou modelo bem definido. Gil (2002) relata que o estudo de caso consiste no estudo exaustivo de um ou poucos casos, de maneira que permita o esclarecimento do campo da pesquisa em seus múltiplos aspectos. O mesmo autor relata que esta modalidade de estudo é encarada como o delineamento mais adequado para a pesquisa de fenômenos contemporâneos. Os dados foram analisados de forma descritiva, pois está baseado na premissa de que os problemas podem ser resolvidos por meio da observação, análise e descrição objetiva dos mesmos. (THOMAS & NELSON). Gil (2002) relata que o objetivo primordial das pesquisas descritivas é a descrição das características de determinada população ou fenômeno, estas características podem ser sexo, estado de saúde, etc. 3.2 POPULAÇÃO A pesquisa foi realizada com jovens atletas de futebol da categoria de base rondoniense. Os atletas participantes foram finalistas do campeonato estadual, pertencentes à equipe R1-Genus, da equipe Sport Club Genus da cidade de Porto Velho. 36 3.3 AMOSTRA A amostra foi composta de 11 jogadores da equipe R1-Genus, sendo estes, titulares do jogo final do campeonato rondoniense sub-16, em que a equipe referida, ficou em segundo lugar na classificação geral. 3.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS O DEF – Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia recebeu uma carta da direção da equipe R1 convidando o professor da cadeira de futebol daquele departamento à participar da preparação física dos esportistas. Durante a disciplina de treinamento desportivo houve o acompanhamento da preparação física dos alunos e cinco dias antes da primeira partida da final do estadual sub-16 houve a execução do teste de 12 minutos para avaliar a distância percorrida pelos atletas e estimar o VO2max dos mesmos. O teste foi feito na pista de atletismo do Estádio de Futebol Aloísio Ferreira, coincidentemente o mesmo local das partidas finais, tendo sido utilizado o protocolo de Cooper para a execução do teste. Além do resultado do referido teste, foram coletadas as datas de nascimento e posicionamento técnico-tático dos adolescentes. 3.5 ESTATíSTICA UTILIZADA Os dados de cada atleta foram inseridos na equação de Cooper (1972) que estima o VO2max através da distância percorrida em doze minutos utilizando a equação: VO2max (ml/kg/min) = (𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 −504,9) 44.73 . Após a estimativa, foi aplicada a estatística descritiva, calculando a média do VO2max da equipe, o desvio padrão e o coeficiente de variação. 37 4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela abaixo os resultados foram inseridos em ordem decrescente em relação à distância percorrida pelos atletas e consequentemente pelo VO 2max . Tabela 1 Dados referentes a distância percorrida em metros na execução do teste de Cooper de 12 mim e o do VO2m áx. em m l/kg/mim, obtido pelos jogadores finalistas do campeonato rondoniense de futebol. Posição Distância percorrida em VO2máx. (ml/kg/mim) metros no teste de Cooper Lateral direita 3.780 73,2 Atacante de área 3.500 66,93 Meia atacante 3.490 66,73 Volante de contenção 3.410 64,94 Meia esquerda 3.380 64,27 Lateral esquerda 3.320 62,93 Volante ofensivo .2.820 51,75 Goleiro 2.670 48,40 Zagueiro direito 2.550 45,72 Zagueiro esquerdo 2.480 44,15 Meia direita 2.460 43,70 Média 57,52 Desvio Padrão 10.84 Coeficiente de variação 18,8% Observa-se na tabela 1 que os jogadores defensivos de centro desempenharam de forma semelhante, sendo eles: o goleiro, com o VO2max de 45,72 ml/kg/mim; o zagueiro direito com o VO2max de 44,15 ml/kg/mim e o Zagueiro Esquerdo com o VO2max de 44,15ml/kg/mim. Os laterais, obtiveram valores diferentes, em que o lateral direito com o VO2max de 73,2 ml/kg/mim e o lateral esquerdo com o VO2max de 62,93 ml/kg/mim. Os jogadores do meio de campo apresentaram resultados irregulares: o volante de contenção com o VO2max de 64,94 ml/kg/mim; o meia esquerda com o VO2max de 64,27 ml/kg/mim; o volante ofensivo com o VO2max de 51,75 ml/kg/mim; já o meia direita apresentou o VO2max de 43,70 ml/kg/mim, o menor 38 resultado da amostra, destoando dos outros jogadores de meio campo, abaixo do VO2máx.. do goleiro e dos outros defensores. Os jogadores com função de ataque alcançaram valores similares, sendo que o atacante de área obteve como resultado VO2máx. de 66,93ml/kg/mim e o meia atacante atingiu VO2máx. de 66,73 ml/kg/mim. A média do consumo máximo de oxigênio dos futebolistas estudados é de 57,52 (±10,84) ml/kg/mim. O coeficiente de variação aponta uma variabilidade relativa de 18,8% nos dados da amostra, o que representa uma heterogeneidade nos dados apresentados. Os dados expostos na tabela 1 afirmam uma heterogeneidade, onde o coeficiente de variação é de 18%. Isto se explica ao observarmos os valões limítrofes inferior e superior, onde foi encontrado um VO2máx. de 73,2 ml/kg/min no limite superior e 43,70ml/kg/min no limite inferior, onde a amplitude da amostra é de 29, 5 ml/kg/min. Se observarmos ambos dados individualmente o valor limítrofe maior corresponde ao lateral direita, o que condiz com as necessidades do seu posicionamento. O lateral, ocupa a linha de defesa e nos esquemas ofensivos apoiam a jogadas de ataque, se ocupando de toda área lateral, o que demanda velocidade e resistência. Comparando com a literatura Reilly e Willians (2003) citam valores médios que variam de 55-70 ml/kg/min. Nota-se que este dado da amostra excede a média da população de jogadores de alto nível de rendimento, o que ressalta ainda mais se levarmos em consideração a sua idade. Já o valor do outro extremo da amostra, apresenta de acordo com a classificação da tabela de Cooper (1972) apud Rodrigues Almeida (2010), um valor “regular” para sua idade, o que se distancia dos valores médios para a posição de meio-campistas - 56 (±4) ml/kg/min. Os jogadores localizados no meio campo devem possuir boa capacidade aeróbia, pois são jogadores ofensivos que apresentam a necessidade do deslocamento na maioria das vezes e baixa a moderada intensidade, pois fazem a ligação entre o ataque e a defesa. Um condicionamento aeróbio regular, fica abaixo das expectativas dos valores médios referenciados na literatura, levando em conta a idade. O valor do VO2máx que se situa na mediana é de 62,93 ml/kg/min, correspondente a posição de lateral esquerda. Comparando com a literatura nota-se que o valor apresentado se assemelha à de jogadores profissionais, apresentando 39 valores médios elevados para sua idade, o que representa um resultado positivo. Outros jogadores com função de meio campo e atacantes apresentam resultados similares. Os valores em moda na amostra equivalem a aproximadamente 65 ml/kg/min (±1,6). O volante ofensivo apresenta 51,75 m/kg/min, sendo aceitável para um ótimo desempenho aeróbio relativo à sua idade. Os três últimos valores da tabela correspondem ao terceiro quartil, apresentam um valor médio de 44.5 mm/kg/hg, o que é classificado por Cooper(1972) apud Rodrigues Almeida (2010) como “regular”, para sujeitos normais em idade de 13 a 19. O valor é mais evidente quando se refere ao meia direita, pois os defensores apresentam valores inferiores ao restante do time, devido à função. O gráfico 1 representa a situação descrita na tabela 1: o consumo máximo de oxigênio dos jogadores, destacados por posições ocupadas (atacantes, laterais, meio campistas, zagueiros e goleiro). A média geral dos resultados, encontra-se representada em vermelho. 80 consumo máximo de oxigênio 70 73,2 66,93 66,73 64,27 62,93 64,94 57,52 60 51,75 50 43,7 45,72 44,15 48,4 40 30 20 10 0 atacantes laterais meio campistas zagueiros Goleiro Média gráfico 1 Os dados apresentam o VO2m áx. dos jogadores, em ml/kg/mim, destacados de acordo com a posição ocupada e a m édia dos resultados. . 40 Na próxima tabela é possível observar a média da potência aeróbia de cada classe da amostra, que correspondem à função desempenhada em campo: Tabela 2 Apresentação da média, o desvio padrão e o coeficiente de variação dos dados agrupados de acordo com a função desempenhada. Posição Média do VO2máx. Desvio Coeficiente (ml/kg/min) Padrão de Variação Atacantes 66,83 0,14 0.2% Laterais 68 7,26 10 .6% Meio-campistas 56,1 10,33 18,4% Defensores centrais 46,09 1,8 3.9% Observa-se na tabela 2 que os atacantes apresentaram o maior valor médio do VO2máx. correspondente à 68,83 (± 0,14) ml/kg/min, nota-se que os resultados são homogêneos, apresentando uma variação de 0,2%. Para os laterais a média do VO2máx. é de 68 (± 7,26) ml/kg/min, com uma variação relativa de 10%. Para os meiocampistas o resultado médio obtido do VO2máx. é de 56,1 (±10,33), apresentando um coeficiente de variação de 18,8%, dada a magnitude dos dados. Já os defensores centrais desempenharam de forma similar, sendo que o valor médio do VO 2máx. é de 46,09 (±1,8) mm/kg/min e o coeficiente de variação de 3,9%. No gráfico 2 as médias descritas na tabela acima encontram-se representadas em barras. 68 66,83 70 56,1 60 46,09 50 40 30 20 10 0 Média do VO2max Atacantes Laterais Meio-Campistas Defensores Centrais grafico 2 Média da potência aeróbia dos atletas de futebol agrupados em sua função específica. 41 Comparando com a literatura, no que se refere à idade cronológica de 10 a 20 anos, Stolen et al (2005) afirma em jovens atletas de futebol o VO2máx. tende a ser < 60 ml/kg/min, o que é compatível com o valor médio obtido pela amostra, 57,52 ml/kg/min. Helgred et al apud Stolen (2005) encontrou o valor médio de VO 2máx. de 64,3 ml/kg/min em atletas juniores. Em pesquisas nacionais: Alves et al (2007) apresenta em seu estudo a média do VO2 máx de 51,21 (±5,58) ml/kg/min para atletas juvenis, de 16 (± 0,68) anos da região sul. Comparando o valor referido com o encontrado neste estudo, é notório o maior desempenho da amostra. Reilly e Willians (2003) aborda que valores do VO2máx. para atletas de futebol variam de 55-70 ml/kg/min e referencia um coletivo de autores que estimaram o VO2máx.: Al Hazzaa et al (2001) obteve média de 58,8 (±4,8) ml/kg/min em jogadores de elite da Arábia Saudita; Azis et al (2000) obteve valor médio de 58,2 (±3,7) com a seleção da Singapura; Strudwick et al (2002) estimou VO2máx. de atletas ingleses da 1ª divisão, encontrando valores médios de 59,4 (±4,5) ml/kg/min; Hollman et al (1981) estudou jogadores Seleção Alemã, obtendo média de VO2máx. 56,2 (±1,2) ml/kg/min para goleiros e média de 67 (±4,5) ml/kg/min para o resto da equipe; Puga et al (1993) em estudo com atletas da 1ª divisão portuguesa obteve média 59,9 (±7.7) ml/kg/min, onde defensores centrais (zagueiros e goleiros) apresentaram valores inferiores comparados meio campistas e atacantes, que apresentaram valores >60 ml/kg/min. Pode-se observar que os valores são aproximados aos referidos neste estudo, o que caracteriza relativamente um bom desempenho da amostra. Balankin et al (2002) apresenta valores médios do VO2máx. de acordo com o posicionamento dos jogadores em adultos de 22,08 (±8,28) anos: 52,68 (±3,21) ml/kg/min para goleiros; 60,28 (±6,23) ml/kg/min para zagueiros; 61,01 (±5,33) ml/kg/min para laterais; 61,01 (±7,14) ml/kg/min para meio campistas; e 59,94 (±6,19) ml/kg/min para atacantes. Junior et al (2010) estimou o desempenho do consumo de oxigênio de jogadores de futebol juniores em diferentes posições, obtendo como resultado valores médios do VO2máx. de: 43,3 (±2,40) ml/kg/min para goleiros, 54,9 (±3,82) ml/kg/min para os zagueiros, 56,5 (±3) ml/kg/min para os laterais, 54,24 (±1,85) para jogadores de meio campo e 56 (±4) para atacantes. Percebe-se que os dados acima se diferem entre jovens e adultos, mas em ambos apontam que os jogadores defensivos apresentam resultados mais baixos que meio campistas, laterais e atacantes, evidenciando o desempenho relacionado ao posicionamento no jogo. Observa-se que a capacidade aeróbica média da amostra 42 avaliada apresenta valores encontrados semelhantes aos de jogadores de alto nível. Os dados acima também apontam que os jogadores de defesa possuem valores médios mais baixos em relação ao resto do time, o que corrobora com o que foi encontrado. 43 5. CONCLUSÃO O presente estudo teve como objetivos: verificar o consumo máximo de oxigênio dos jogadores que participaram na partida final do campeonato rondoniense; estimar a média da potência aeróbia da equipe e dos sub grupos referentes às posições desempenhadas em campo; analisar os resultados e discutir com a literatura a fim de apontar resultados que sirvam de referência para novos estudos. A média do consumo máximo de oxigênio da equipe estudada é de 57,52 ml/kg/min. Já as médias referentes às posições desempenhadas em campo são: 66,83 ml/kg/min para atacantes; 68 ml/kg/min para os laterais; 56,1 ml/kg/min para os meio campistas e 46,09 ml/kg/min para os defensores centrais. Quando analisados em classes referentes às posições os valores médios obtidos parecem variar de acordo com a função desempenhada, onde defensores centrais solicitam menor desempenho aeróbio para as atividades específicas em relação aos outros componentes da equipe. Ao analisar os dados da amostra como um todo notou-se um coeficiente de variação de 18,8%, o que se justificou pela distância dos valores limítrofes da amostra, ressaltando que os dados modais correspondem à aproximadamente 65,5 (±1,6) ml/kg/min. Contudo, o consumo máximo de oxigênio obteve a média de 57,52 ml/kg/min, o que se apresenta condizente com valores referidos na literatura, sendo este um valor de referência para o treinamento de futuras equipes de jovens jogadores de futebol. Observou-se que diversas equipes de alto nível ao redor do mundo obtiveram valores médios semelhantes aos da amostra avaliada. Considerando os dados acima expostos, conclui-se o VO2máx. da amostra regionalizada se equipara com a média das equipes estrangeiras de alto nível pesquisada, demonstrando que não há relação proporcional entre o nível de futebol e a capacidade aeróbia, existindo apenas um valor mínimo para que o jogador seja capaz de desempenhar em campo de forma satisfatória. Sugere-se que sejam feitos novos estudos afim de avaliar se há relação proporcional entre os valores de capacidade anaeróbia e o nível de atuação dos jogadores. 44 6. – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES et al. Aptidão Física de Futebolistas Infantis e Juvenis. 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