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UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL – FACIPLAC Curso de Administração com Habilitação em Administração de Empresas Reconhecido pela portaria ministerial N° 1.088 MEC, de 29/04/2004 – DOU de 03/05/2004 PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE EM PROCESSOS INTERMEDIADOS POR CORRESPONDENTES NÃO BANCÁRIOS, ESTUDO DE CASO LOSANGO RAIMUNDA ALICE SALDANHA NETA GAMA/DF DEZEMBRO/2013 I RAIMUNDA ALICE SALDANHA NETA PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE EM PROCESSOS INTERMEDIADOS POR CORRESPONDENTES NÃO BANCÁRIOS, ESTUDO DE CASO LOSANGO Trabalho de conclusão de curso apresentado no curso de Graduação em Administração das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. Linha de Pesquisa: Gestão de Pessoas e do Conhecimento Professor Orientador: Me. Sérgio Ricardo de Castro Gonçalves GAMA/DF DEZEMBRO/2013 II Ficha Catalográfica Neta, Raimunda Alice Saldanha Estudo de caso sobre: problemas de relacionamento com o cliente em processos intermediários por correspondentes não bancários. Raimunda Alice Saldanha Neta. Gama (DF), Faculdade Integradas da União Educacional do Planalto Central (FACIPLAC), 2013. 103f Orientador: Sérgio Ricardo de Castro Gonçalves Monografia: Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central, Faculdade de Ciências Gerenciais do Planalto Central. Graduação em Administração de Empresas. 1. Gestão de Relacionamento. 2. Qualidade de Atendimento 3. Gestão de Processos 4. Treinamento 5. PROCON III RAIMUNDA ALICE SALDANHA NETA PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE EM PROCESSOS INTERMEDIADOS POR CORRESPONDENTES NÃO BANCÁRIOS, ESTUDO DE CASO LOSANGO Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração no curso Administração de Empresas das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central. Data de Aprovação: ___/___/___ Banca Examinadora: Prof. Orientador: Me. Sérgio Ricardo de Castro Gonçalves Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central Prof. Esp. Orlando José S. de Freitas Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central Prof. Esp. José Antônio Lopes Ramos Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central IV DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus, minha família e principalmente aos meus colegas de turma. Alguns que me acompanham desde o início na realização deste sonho, e também aqueles que não puderam permanecer. Ao apoio, força e dedicação que cada um me proporcionou para que eu pudesse realizar este sonho. V AGRADECIMENTOS Agradeço a minha família, por sua dedicação e amparo durante todo o percurso de aprendizado pelo qual passei. Aos meus pais que procuraram facilitar minha vida para que eu não ficasse sobrecarregada. Ao meu esposo que não permitiu que eu desistisse diante das dificuldades. A minha filha que me deu apoio nessa jornada. Agradeço também ao meu professor e orientador pela imensurável paciência e comprometimento durante a realização deste trabalho. Ao meu sobrinho que me deu suporte e me encorajou durante todo o tempo, fazendo com que eu acreditasse em meu próprio potencial. Agradeço a todos os que estavam em minha vida neste período e que com toda paciência, carinho e amor, me permitiram vencer mais esta etapa. VI “Apesar de tudo, à medida em que avançamos para a terra desconhecida do amanhã, é melhor ter um mapa geral e incompleto, sujeito a revisões, do que não ter mapa nenhum”. Alvin Tofler VII RESUMO O objetivo deste estudo é detectar quais são os principais motivos que levam os clientes finais de serviços de crédito da Losango a buscarem solucionar possíveis problemas junto aos órgãos de defesa do consumidor, antes de tentar solucioná-los junto à concessora de crédito e qual impacto disso na gestão de suprimentos. Para o alcance do objetivo proposto utilizou-se como metodologia de pesquisa o estudo de caso, pesquisa mista, tanto qualitativa, quanto quantitativa. Coleta de dados através de questionário, entrevista, pesquisa documental e pesquisa bibliográfica. Análise estatística dos dados quantitativos através de gráficos e quadros além de análise cruzada entre pesquisas. Os resultados que se podem inferir depois da pesquisa são de que a qualidade de atendimento da Losango é insuficiente, fazendo com que os clientes prefiram entrar em contato direto com órgão de defesa do consumidor, e os lojistas não possuem um sistema de redução de erros, mas investem em atendimento para clientes insatisfeitos e a Losango investe na redução de erros, mas ao contrário dos lojistas, não investe tanto no atendimento das reclamações. Palavras-Chave: Gestão de Relacionamento. Qualidade de Atendimento. Gestão de Processos. Treinamento. PROCON. VIII ABSTRACT The aim of this study is to detect what are the main reasons why customers end service credit Losango to seek troubleshoot potential problems with the agencies of consumer protection before trying to solve them with the grant credit and what impact this has on supply management. To achieve the proposed objective was used as a research methodology case study, mixed research, both qualitative and quantitative. Data collection through questionnaires, interviews, desk research and literature review. Statistical analysis of quantitative data through graphs and tables as well as cross- analysis research. The results that can be inferred after the research is that the quality of care of Losango is insufficient, causing customers prefer direct contact with the consumer protection agency, and the shopkeepers do not have a system to reduce errors, but invest in service to customers and disgruntled Losango invests in reducing errors, but unlike the shopkeepers, not so invested in addressing the complaints. Keywords: Relationship Management. Quality of Service. Process Management. Training. PROCON. IX LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: CONSUMIDOR SUSTENTÁVEL ................................................................................................... 22 FIGURA 2: ORGANOGRAMA REGIONAL DA LOSANGO ........................................................................... 27 FIGURA 3: ESTRUTURA MATRICIAL DA LOSANGO .................................................................................. 28 FIGURA 4: QUATRO PASSOS PARA INSTALAR CRM NUMA ORGANIZAÇÃO ...................................... 33 FIGURA 5: OS NOVE PASSOS PARA IMPLANTAR GESTÃO DE QUALIDADE EM SERVIÇOS ............ 35 FIGURA 6: MODELO GRÁFICO DE UM MACRO PROCESSO ..................................................................... 38 FIGURA 7: PROCESSOS GERENCIAIS ............................................................................................................ 40 FIGURA 8: PERSONALIZAÇÃO X VOLUME .................................................................................................. 41 FIGURA 9: O AMBIENTE VIVENCIADO POR UMA ORGANIZAÇÃO ........................................................ 44 FIGURA 10: CICLO DE SHEWART (PDCA) .................................................................................................... 48 FIGURA 11: (CICLO DE SHEWART (PDCA) ................................................................................................... 49 FIGURA 12: ESQUEMA DE PADRONIZAÇÃO DE ATENDIMENTO ........................................................... 54 FIGURA 13: POR QUE UMA EMPRESA VAREJISTA PERDE CLIENTES? ................................................. 56 FIGURA 14: CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE UM ATENDIMENTO DE QUALIDADE .......................................................................................................... 58 FIGURA 15: OS 4P’S DO MARKETING ............................................................................................................ 60 FIGURA 16: ELEMENTOS DO SERVIÇO AO CLIENTE ................................................................................ 62 FIGURA 17: RELAÇÃO DA LOSANGO COM OS CLIENTES DA PRIMEIRA E SEGUNDA CAMADAS . 64 FIGURA 18: AVALIAÇÃO GERAL DA RICARDO ELETRO, CLIENTE DA PRIMEIRA CAMADA, (INTERNET) NO RECLAME AQUI .......................................................................................................... 72 FIGURA 19: AVALIAÇÃO GERAL DA RICARDO ELETRO, CLIENTE DA PRIMEIRA CAMADA (LOJA FÍSICA) NO RECLAME AQUI .................................................................................................................. 72 FIGURA 20: AVALIAÇÃO DA RICARDO ELETRO, CLIENTE DA PRIMEIRA CAMADA, NO SITE RECLAMAO.COM ..................................................................................................................................... 73 FIGURA 21: AVALIAÇÃO DA STAR MÓVEIS, CLIENTE DA PRIMEIRA CAMADA, NO SITE RECLAME AQUI ....................................................................................................................................... 74 FIGURA 22: AVALIAÇÃO DA STAR MÓVEIS, CLIENTE DA PRIMEIRA CAMADA, NO SITE RECLAMAO.COM ..................................................................................................................................... 74 FIGURA 23: AVALIAÇÃO DO FUIJOKA, CLIENTE DA PRIMEIRA CAMADA, NO SITE RECLAME AQUI ........................................................................................................................................................... 75 FIGURA 24: AVALIAÇÃO DO FUJIOKA, CLIENTE DA PRIMEIRA CAMADA, NO SITE RECLAMAO.COM ..................................................................................................................................... 76 FIGURA 25: MATRIZ DE AVALIAÇÃO E RECONHECIMENTO.................................................................. 88 FIGURA 26: QUADRANTE DE VENDAS DO MIL .......................................................................................... 90 FIGURA 27: AVALIAÇÃO DA LOSANGO DO SITE RECLAME AQUI EM 2011 ........................................ 92 FIGURA 28: AVALIAÇÃO DA LOSANGO DO SITE RECLAME AQUI EM 2012 ........................................ 93 FIGURA 29: AVALIAÇÃO DA LOSANGO DO SITE RECLAME AQUI NOS ÚLTIMOS 12 MESES ......... 93 FIGURA 30: AVALIAÇÃO GERAL E ATUAL DA LOSANGO DO SITE RECLAME AQUI, OUTUBRO DE 2013 ............................................................................................................................................................. 94 FIGURA 31: AVALIAÇÃO GERAL DA LOSANGO DO SITE RECLAME AQUI EM AGOSTO DE 2013 .. 94 FIGURA 32: AVALIAÇÃO GERAL DA LOSANGO DO SITE RECLAMAO.COM ....................................... 95 X LISTA DE QUADROS QUADRO 1: PRÊMIOS DE RECONHECIMENTO RECEBIDOS PELA LOSANGO DE 2007 A 2012.......... 23 QUADRO 2: GESTÃO DE QUALIDADE – TÓPICOS AVANÇADOS ............................................................ 31 QUADRO 3: GESTÃO DE PROCESSOS X GESTÃO POR PROCESSOS ....................................................... 40 QUADRO 4: DICAS SOBRE PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS ................................................................. 46 QUADRO 5: TIPOS DE PESQUISA, MÉTODOS E TÉCNICAS ...................................................................... 66 QUADRO 6: AS QUEIXAS DOS CLIENTES QUE RECLAMARAM DIRETAMENTE NO PROCON. ........ 83 QUADRO 7: DENÚNCIAS AO PROCON SOBRE SERVIÇOS DA LOSANGO ............................................. 90 XI LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1: FAIXA ETÁRIA............................................................................................................................. 77 GRÁFICO 2: ESTADO CIVIL ............................................................................................................................. 77 GRÁFICO 3: NÍVEL DE ESCOLARIDADE ....................................................................................................... 78 GRÁFICO 4: LOCAL ONDE RESIDE ................................................................................................................ 78 GRÁFICO 5: MÉDIA SALARIAL ....................................................................................................................... 79 GRÁFICO 6: COM QUANTAS PESSOAS RESIDE? ......................................................................................... 79 GRÁFICO 7: QUANTAS PESSOAS AJUDAM NAS DESPESAS FAMILIARES? .......................................... 80 GRÁFICO 8: QUAIS SERVIÇOS DA LOSANGO OS CLIENTES UTILIZARAM .......................................... 80 GRÁFICO 9: SATISFAÇÃO DO CLIENTE COM OS LOJISTAS..................................................................... 81 GRÁFICO 10: PRINCIPAIS QUEIXAS REALIZADAS PELOS CLIENTES ................................................... 81 GRÁFICO 11: CLIENTES QUE PROCURARAM A LOSANGO ANTES DE ENTRAREM EM CONTATO COM O PROCON ....................................................................................................................................... 82 GRÁFICO 12: MOTIVOS QUE LEVARAM OS CLIENTES A PROCURAREM O PROCON APÓS CONTATO COM A LOSANGO ................................................................................................................ 82 GRÁFICO 13: PROBLEMAS RESOLVIDOS PELO PROCON ......................................................................... 84 GRÁFICO 14: NÚMERO DE QUEIXAS RESOLVIDAS PELO PROCON ....................................................... 92 XII SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 15 1.1 TEMA ............................................................................................................................. 17 1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 17 1.3 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................................ 18 1.4 HIPÓTESES ................................................................................................................... 18 1.5 OBJETIVOS ................................................................................................................... 19 1.5.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 19 1.5.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 19 2 PERFIL DA EMPRESA ........................................................................................................ 20 2.1 HISTÓRICO ................................................................................................................... 25 2.2 PERFIL ESTRATÉGICO ............................................................................................... 26 2.2.1 Visão ........................................................................................................................ 26 2.2.2 Missão...................................................................................................................... 26 2.2.3 Valores ..................................................................................................................... 27 2.3. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EMPRESA .............................................. 27 2.3.1 Regional ................................................................................................................... 27 3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 29 3.1 GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES .............................................. 29 3.1.1 Gestão de Qualidade de Serviços ............................................................................ 29 3.1.2 Técnicas de Gestão de Relacionamentos. ................................................................ 32 3.1.3 Como Garantir um Relacionamento Eficiente? ....................................................... 35 3.2 GESTÃO DE PROCESSOS ........................................................................................... 37 3.2.1 O Que é Processo? ................................................................................................... 37 3.2.2 Gestão de Macro Processos ..................................................................................... 38 3.3.3 Entrada – (Insumos, Inputs, Recursos) .................................................................... 39 3.3.4 Processos ................................................................................................................. 39 3.4. PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS .......................................................................... 45 3.5 IMAGEM CORPORATIVA .......................................................................................... 49 3.5.1 Diferença entre imagem e identidade corporativa ................................................... 49 3.5.2 A Importância da Imagem Corporativa/Institucional .............................................. 51 3.6 QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO CLIENTE ................................................... 52 XIII 3.6.1 Conceito de Qualidade de Atendimento ...................................................................... 52 3.6.2 Modelos de Qualidade de Atendimento ...................................................................... 53 3.7 GESTÃO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS ............................................................... 59 3.7.1 Características dos serviços ao cliente sob a ótica da gestão de suprimentos. ............ 60 3.8 Supply Chain Management (SCM) ou Gestão de Cadeia de Suprimentos (GCS) ......... 62 4 METODOLOGIA .................................................................................................................. 64 4.1 Tipo de Pesquisa ............................................................................................................. 65 4.2 População e Amostra ...................................................................................................... 66 4.3 Variáveis da Pesquisa ..................................................................................................... 68 4.5 Procedimentos Metodológicos ....................................................................................... 69 4.5.1 Coleta de Dados ....................................................................................................... 69 4.5.2 Tratamento de Dados ............................................................................................... 70 5 ANÁLISE DE RESULTADOS ............................................................................................. 71 5.1 ENTREVISTAS COM CLIENTES DA PRIMEIRA CAMADA E ANÁLISE DOS ÍNDICES DOS SITES DE RECLAMAÇÃO ...................................................................... 71 5.2.1 Ricardo Eletro .......................................................................................................... 71 5.2.2 Star Móveis .............................................................................................................. 73 5.2.3 Fujioka ..................................................................................................................... 75 5.2 QUESTIONÁRIO COM CLIENTES DA SEGUNDA CAMADA DA LOSANGO. ... 77 5.3 PESQUISA DOCUMENTAL DE TREINAMENTOS PARA COLABORADORES E CLIENTES DA PRIMEIRA CAMADA DA LOSANGO ................................................... 85 5.3.1 Introdução ao Portal de Treinamento Losango ....................................................... 86 5.3.2 O Cadastro 100% ..................................................................................................... 86 5.3.3 Captura Digital Losango .......................................................................................... 87 5.3.4 Como ser Campeão do MIL .................................................................................... 87 5.3.5 Mundo CDC – Seguros Losango ............................................................................. 88 5.3.6 Bilhete da sorte ........................................................................................................ 88 5.3.7 Seguros Losango ..................................................................................................... 89 5.3.8 Prevenção à Fraude (Losango) ................................................................................ 89 5.3.9 Campanha Losango de Vendas – CLV.................................................................... 89 5.4 ANÁLISE DOCUMENTAL PROCON ......................................................................... 90 5.5 PESQUISA REALIZADA EM SITES DE RECLAMAÇÃO FOCO, LOSANGO ...... 92 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................. 96 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 100 XIV 15 1 INTRODUÇÃO Em vista da crescente conscientização dos consumidores sobre seus direitos, o aumento do poder de compra da população brasileira, assim como o aumento e a facilidade das concessões de crédito, o presente estudo se dispôs a pesquisar os problemas de relacionamento com o cliente em processos intermediados por correspondentes não bancários, estudo de caso Losango. Por esta ser a maior concessora de crédito do país e por estar entre as primeiras no ranking de reclamações em órgãos de defesa do consumidor. Ante tal cenário, tem-se como problema de pesquisa, quais os motivos que levam clientes finais de serviços de crédito da Losango a buscarem auxílio nos órgãos de defesa do consumidor antes de tentarem solucionar seus problemas com a organização, e como isso é impactado na gestão da cadeia de suprimentos? Com o intuito de encontrar a resposta para tal questão definiu-se como objetivo geral a detecção dos principais motivos que levam os clientes finais de serviços de crédito da Losango a buscarem solucionar possíveis problemas junto aos órgãos de defesa do consumidor antes de tentar solucioná-los junto à concessora de crédito e qual impacto disso em sua gestão de suprimentos. Para tanto, traçou-se os seguintes objetivos específicos: dar destaque aos principais motivos que levam os consumidores da Losango a procurarem os órgãos de defesa do consumidor; verificar o perfil dos consumidores que procuram os órgãos de defesa do consumidor; analisar quais recursos são oferecidos aos parceiros para o apoio da realização de um bom serviço prestado aos consumidores; identificar os clientes da primeira camada (lojistas) da Losango que mais recebem queixas, verificar se o uso dos recursos de apoio oferecidos para atendimento ao consumidor estão sendo plenamente utilizados e estudar a Gestão de Qualidade de atendimento utilizada pela Losango. Também se aventou hipóteses para a solução do problema. Tais questões são: a insatisfação dos clientes finais com os serviços de crédito da Losango está relacionada exclusivamente com a gestão de atendimento das empresas intermediárias que está ofertando produtos fora do perfil e capacidade de pagamento dos mesmos. A Losango possui uma gestão de suprimentos falha e isso leva seus clientes intermediários a adotarem medidas de ofertas que excedem a 16 capacidade do comprador. E a Qualidade do atendimento da Losango é insuficiente fazendo com que o cliente prefira entrar em contato direto com os órgãos de defesa do consumidor? A escolha do tema justifica-se pelo fato de que a Losango é uma empresa que concede créditos e soluções financeiras por meios de agentes intermediários, mais especificamente comércios varejistas, e é uma das financeiras com maior índice de reclamações junto ao PROCON, ficando atrás apenas do HSBC, grupo ao qual pertence desde 2003. Este evento gerou a oportunidade de investigar qual o fator que gera a insatisfação dos clientes finais afetando a imagem institucional da Losango como uma empresa de crédito não confiável. Esta pesquisa visa analisar a qualidade do gerenciamento da cadeia de suprimentos, processos e serviços da Losango, assim como a gestão do atendimento ao cliente e a venda de serviços tanto da empresa citada, quanto de seus intermediários, de modo a saber se o modus operandi dessas instituições é ou não, o fator motivador, da imagem concebida pelos clientes. Sendo a Losango a principal promotora de vendas do país, e também responsável pela maior disponibilização de créditos de vendas. Tal insatisfação não é apenas prejudicial à instituição e seus intermediários, mas também afeta a dinâmica econômica nacional, podendo aumentar a inadimplência, caracterizada pelo atraso do pagamento acima de 90 dias, o que leva ao cadastro do nome dos consumidores no Serviço de Proteção ao Crédito SPC e também no Serasa. Impedindo assim os indivíduos de consumirem, o que em larga escala acabaria por prejudicar a economia. Por tudo isso, um estudo voltado para a análise de possíveis falhas de gestão da Losango ou de seus clientes de primeira camada (lojistas) poderia contribuir para a avaliação de prováveis mudanças no gerenciamento da cadeia de suprimentos assim como na qualidade de atendimento. Isso geraria um aporte para as aspirações da sociedade brasileira em relação ao aumento de seu poder aquisitivo. Além da possibilidade de contribuição para os estudos realizados acerca de Gestão de qualidade de cadeia de suprimentos, comparando-o às teorias já existentes de modo abrir caminho para novas pesquisas sobre o impacto que uma empresa pode ter dentro da economia devido a forte coligação econômica mundial, mais conhecida como globalização. Deste modo a presente pesquisa delimita-se a pesquisar os clientes primários e secundários da Losango, a própria Losango assim como o PROCON. 17 Para o alcance do objetivo presente foi utilizada como metodologia de pesquisa um processo misto de análise de resultados, ou seja, tanto quantitativo, quanto qualitativo. O método utilizado foi a pesquisa de caso com a Losango e a coleta de dados realizada através de entrevistas, questionários, literatura sobre o tema e pesquisa documental. A análise dos resultados quantitativos foi realizada através de métodos estatísticos, analisando frequência, correlação, associação, análise de gráficos, quadros e por fim, uma análise cruzada de todas as informações coletadas. 1.1 TEMA Problemas de relacionamento com o cliente em processos intermediados por correspondentes não bancários, estudo de caso Losango. 1.2 JUSTIFICATIVA Martello (2013) em artigo para o site G1, afirmou que o nível de inadimplência teve seu menor índice desde novembro de 2011, indo de 7,9% em janeiro para 7,7% em fevereiro deste ano. Medidas econômicas de redução de juros estão sendo lançadas pelo governo numa frequência semestral. Exemplos disso são: cortes de Impostos Sobre Produtos Industrializados – IPI para eletrodomésticos da denominada “linha branca”, e sobre veículos automotivos. Recentemente houve a redução de juros sobre energia elétrica e cesta básica. Tudo em prol de incentivar o consumidor a gastar cada vez mais numa estratégia semelhante a ofertas de comércios varejistas. O que por sua vez tem sido o principal fator que impede o Brasil de sofrer um impacto ainda maior da crise mundial vigente neste período. Entretanto, neste cenário, onde taxas de juros são reduzidas, o poder de compra do consumidor brasileiro é sensivelmente maior que em outras épocas e as concessões de crédito pessoal nunca foram tão altas. Ainda, se percebe um aumento no número de queixas junto ao Procon em relação à cobrança de taxas abusivas ou queixas quanto ao atendimento recebido pelos clientes. Este evento gerou a oportunidade de investigar qual o fator que gera a insatisfação dos clientes finais afetando a imagem institucional da Losango como uma empresa de crédito não confiável. Esta pesquisa visa analisar a qualidade do gerenciamento da cadeia de suprimentos, processos e serviços da Losango, assim como a gestão do atendimento ao cliente e a venda de 18 serviços tanto da empresa citada, quanto de seus intermediários, de modo a saber se o modus operandi dessas instituições é ou não o fator motivador, da imagem concebida pelos clientes. Sendo a Losango a principal promotora de vendas do país e responsável pela maior disponibilização de créditos de vendas, tal insatisfação não é apenas prejudicial à instituição e seus intermediários, mas também afeta a dinâmica econômica do país podendo aumentar a inadimplência, caracterizada pelo atraso do pagamento A partir de 90 dias, o que leva ao cadastro do nome dos consumidores no Serviço de Proteção ao Crédito SPC e também no Serasa. Impedindo assim os indivíduos de consumir, o que em larga escala acabaria por travar a economia. Por tanto, um estudo voltado para a análise de possíveis falhas de gestão da Losango ou de seus clientes da primeira camada (lojistas), poderia contribuir para a avaliação de prováveis mudanças no gerenciamento da cadeia de suprimentos assim como na qualidade de atendimento. Gerando um aporte para as aspirações da sociedade brasileira em relação ao poder aquisitivo. 1.3 PROBLEMA DE PESQUISA Quais os motivos que levam clientes finais de serviços de crédito da Losango a buscar auxílio nos órgãos de defesa do consumidor antes de tentar solucionar seus problemas com a organização, e como isso impacta sua gestão da cadeia de suprimentos? 1.4 HIPÓTESES A insatisfação dos clientes finais com os serviços de crédito de Losango está relacionada exclusivamente com a gestão de atendimento das empresas intermediárias que está ofertando produtos fora do perfil e capacidade de pagamento dos consumidores? A Losango possui uma gestão de suprimentos falha e isso leva seus clientes intermediários a adotarem medidas de ofertas que excedem a capacidade do comprador? 19 A qualidade de atendimento da Losango é insuficiente fazendo com que o cliente prefira entrar em contato direto com órgãos de defesa do consumidor? 1.5 OBJETIVOS 1.5.1 Objetivo Geral Detectar quais são os principais motivos que levam os clientes finais de serviços de crédito da Losango a buscar solucionar possíveis problemas junto aos órgãos de defesa do consumidor antes de tentar solucioná-los junto à concessora de crédito e qual impacto disso na gestão de suprimentos. 1.5.2 Objetivos Específicos a) Destacar quais são os principais motivos que levam os consumidores da Losango a procurarem órgãos de defesa do consumidor; b) Verificar o perfil dos consumidores que procuram os órgãos de defesa do consumidor; c) Analisar quais recursos são oferecidos aos parceiros para o apoio da realização de um bom serviço prestado aos consumidores; d) Identificar os clientes da primeira camada (lojistas) da Losango que mais recebem queixas e verificar se o uso dos recursos de apoio oferecidos para atendimento ao consumidor estão sendo plenamente utilizados; e) Analisar queixas de clientes contra a Losango e clientes da primeira camada, lojistas, em sites especializados em reclamação; f) Estudar a Gestão de Qualidade de atendimento utilizada pela Losango. 20 2 PERFIL DA EMPRESA Neste capítulo serão apresentadas as políticas de gestão de atendimento e qualidade da Losango, sua contribuição no balanço anual do grupo financeiro do qual faz parte, o HSBC. O reconhecimento por instituições de avaliação de qualidade empresarial através de diversos prêmios recebidos ao longo dos últimos cinco anos, os projetos de ações sociais junto a comunidades carentes. Sua missão, valores, estrutura, perfil estratégico, histórico, além dos produtos e serviços ofertados. A Losango está há mais de 40 anos no mercado e é uma empresa promotora de vendas, trabalhando em parceria com o comércio varejista que passou a fazer parte desde dezembro de 2003 de um dos maiores bancos do mundo, o HSBC. Através da fusão com o HSBC a Losango passou a ter sua administração orientada por um dos maiores grupos financeiros do mundo e deste modo agregou solidez e confiabilidade aos seus negócios permitindo a ampliação de seu portfólio de serviços para além da concessão de créditos. Segundo o Relatório Anual e Demonstração Financeira consolidada de 2010 em International Financial Reporting Standards1 IFRS, do HSBC. A mobilidade social da Losango e sua atuação junto ao comércio varejista é uma fonte de novos negócios e vendas cruzadas ampliando assim o Market Share2 da empresa. De Acordo com o relatório IFRS (2010 p.7) “As receitas líquidas de juros subiram em virtude dos aumentos nos volumes e margens, principalmente nos empréstimos pessoais e CDC Losango”. Ainda de acordo com o relatório de informações financeiras do HSBC houve uma significativa queda nos custos de provisões de crédito, sendo este um efeito da recuperação da economia e do varejo no país. Neste cenário a Losango passou a oferecer soluções financeiras através de produtos projetados para cada perfil de clientes, como o: Crédito Pessoal; um empréstimo agregado a um seguro com sorteios mensais de até R$20,000 todos os meses. Cartões de crédito Visa, 1 Tradução: Normas Internacionais de Informação Financeira Tradução minha: “Fatia em participação de Mercado” 2 21 Private Label, Híbridos, Cartão carrinho cheio; para supermercados, o Crédito Direto ao Consumidor o CDC que é o financiamento de bem ou serviço para pessoa física, realizado por intermédio de lojistas, sendo estes os principais promotores de vendas, além dos seguros. Estando presente em todo o Brasil em mais de 2.600 municípios, a Losango tem como foco principal a excelência em atendimentos. O serviço chamado “Atendimento Campeão” é um exemplo disso. Uma equipe dentro da Losango é responsável por garantir atendimentos com excelência aos clientes, proporcionando soluções rápidas e procurando estabelecer melhorias que tragam ainda mais qualidade ao atendimento, de modo que a satisfação do cliente e a imagem da empresa estejam sempre preservadas. Esta equipe utiliza o “Atendimento campeão” como um canal de comunicação específico receptando opiniões de clientes sobre os atendimentos recebidos das filiais, para que assim possam identificar possíveis pontos de ajuste. Através desta ferramenta a Losango coloca em prática o que chama de “dez mandamentos da qualidade”. a) O cliente é o centro de tudo; b) Total respeito aos clientes, parceiros e colaboradores; c) Atender às necessidades dos clientes de acordo com sua demanda; d) Ter iniciativa durante o atendimento ao cliente; e) Explicitar o total comprometimento da empresa; f) Sempre cumprir sua parte do negócio, g) Conquistar a confiança do cliente através da credibilidade; h) Transparência nas negociações; i) Primar pela educação e gentileza durante os atendimentos; j) Fazer do bom atendimento um ato contínuo de seus funcionários. Assim como o Atendimento Campeão, a Losango também possui um programa chamado Crédito Sustentável. Este programa tem como objetivo manter o cliente informado sobre o uso de crédito de forma consciente. A empresa espera que sua política de transparência com os parceiros e consumidores, assim como o programa de crédito sustentável, reflitam em seus resultados já que um cliente bem informado, e que faz uma compra consciente, tem mais chances de ficar satisfeito possuindo facilidade no cumprimento de seus compromissos 22 evitando a inadimplência e fazendo com que este volte a consumir. Esta relação está esquematizada na figura 1 sobre consumo sustentável retirada do site da Losango. Figura 1: Consumidor Sustentável Fonte: Site da Losango A Losango possui uma ampla gama de premiações feitas por instituições respeitadíssimas como a Pop Lis Goiânia 2012. As revistas: Guia Exame e Você S/A, Great Place To Work da revista Época. Os Mais importantes no varejo. FACEB – Show de fornecedores 2012. Troféu Ruy Ohtake. Prêmio “As empresas que mais respeitam o consumidor no Brasil”. Prêmio Mérito Lojista Brasil e diversos outros. A relação de prêmios está no quadro 1 retirado do site, descrevendo todas as premiações desde 2009 a 2012. 23 Quadro 1: Prêmios de reconhecimento recebidos pela Losango de 2007 a 2012 2012 Pop List Goiânia 2012 Marca mais lembrada no segmento Financeira / Empréstimo Pessoal. Guia Exame - Você S/A - As melhores empresas para você trabalhar Eleita pela 6ª vez consecutiva como uma das melhores empresas para se trabalhar. Eleita pela 2ª vez consecutiva como a melhor empresa do varejo. Great Place to Work / Revista Época Eleita pela 5ª vez consecutiva como uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Eleita a 10ª melhor empresa para se trabalhar no país. Eleita a 2ª melhor empresa para se trabalhar no estado do Rio de Janeiro. 1º Lugar no Prêmio "Os Mais Importantes no varejo 2012" Categoria Apoio à Capacitação do Pequeno e Médio Varejo Financiamento - Revista no varejo /Accenture. Show de Fornecedores 2012 (FACEB) Categoria CDC Loja. Troféu Ruy Ohtake 2012 Melhor Financeira de Crédito para o cliente do lojista. 2011 Prêmio Mérito Lojista Brasil 2011 Eleita pela 18ª vez, sendo a 13ª consecutiva na categoria Serviços / Financeiras - Sistema CDC. Prêmio "As Empresas que mais Respeitam o Consumidor no Brasil", da Revista Consumidor Moderno Eleita a empresa do Setor Financeiro - Empréstimo Pessoal que mais respeita o consumidor no Brasil. Prêmio ABERJE (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) RJ e ES Vencedora na categoria Mídia Audiovisual Interna, com os canais internos TV Losango e Rádio Estação Losango. Great Place to Work Institute Eleita pela 2º vez como uma das Melhores Empresas para Trabalhar na América Latina - 2009 e 2011. Great Place to Work / Revista Época Eleita pela 4º vez consecutiva como uma das Melhores Empresas para Trabalhar; 3º Melhor empresa para se trabalhar no Rio de Janeiro. Guia Exame - Você S/A - As melhores empresas para você trabalhar Eleita pela 5° vez consecutiva como uma das melhores empresas para se trabalhar; Eleita como a melhor empresa do varejo. Prêmio Padrão de Qualidade em Relacionamento Multicanal 2011 Categoria Serviços Financeiros. Excelência em Serviços ao Cliente 2011 9º Prêmio Consumidor Moderno. 2010 Prêmio Mérito Lojista Brasil 2010 Categoria Serviços / Financeiras - Sistema CDC. Guia Exame - Você S/A - As melhores empresas para você trabalhar Eleita pela 4° vez consecutiva como uma das melhores empresas para se trabalhar. Great Place to Work / Revista Época Eleita pela 3° vez consecutiva como uma das melhores empresas para se trabalhar; 22º lugar no Ranking Nacional; 3ª Melhor empresa para Trabalhar no RJ; Prêmio destaque de melhor empresa nas práticas de Inspirar, Falar e Escutar. Pop List Goiânia 2010 Jornal O Popular - Marca mais lembrada no segmento financeiro. Top of Mind 2010 Jornal de Brasília - Marca mais lembrada no segmento financeiro. 5° Mérito Lojista da Bahia 2010 Categoria Prestadores de Serviços - Crédito Diretor Consumidor. TOP Five - Revista Supermercado Moderno 2010 Categoria Promotora de Vendas. 24 Melhor Promotora de Vendas segmento de Material de Construção 2010 Revista Revenda. Qualidade em Contact Center 2010 Revista Consumidor Moderno - Categoria Serviços Financeiros. Prêmio Impar 2010 RIC TV / TV Record - Bronze na categoria Financeira - Estado do Paraná. Pop List Goiania 2010 Jornal O Popular - Marca mais lembrada no segmento financeiro. Prêmio Destaque de Marketing 2010 ABMN Categoria Produto - CDC Premium; Categoria MKT Promocional - Escola de Varejo. 2009 Great Place to Work Institute Eleita como uma das Melhores Empresas para Trabalhar na América Latina. Guia Exame - Você S/A - As melhores empresas para você trabalhar Eleita pela 3° vez consecutiva como uma das melhores empresas para se trabalhar. Great Place to Work / Revista Época Eleita pela 2° vez consecutiva como uma das melhores empresas para se trabalhar. Mérito Lojista Nacional Categoria Serviços Financeiros - 11ª vez seguida. 4º Mérito Lojista da Bahia 2009 Categoria Prestadores de Serviços - Crédito Diretor Consumidor Top of Mind 2009 Jornal de Brasília - Categoria Empréstimos Pessoais. Top Of Mind Uberlândia 2009 Jornal Correio de Uberlândia. Pop List Goiânia 2009 Jornal O Popular. 2008 Guia Exame - Você S/A - As melhores empresas para você trabalhar Great Place to Work / Revista Época Eleita pela 2° vez consecutiva como uma das melhores empresas para se trabalhar. Eleita como uma das melhores empresas para se trabalhar;18º lugar no ranking nacional;2ª Melhor empresa para Trabalhar no RJ; Melhor Empresa para Mulher Trabalhar no RJ; Mérito Lojista Bahia. 2007 Guia Exame - Você S/A - As melhores empresas para você trabalhar Eleita como uma das melhores empresas para se trabalhar. Fonte: Site Losango/premiações Obviamente estes resultados foram alcançados devido à valorização da empresa aos seus recursos humanos. Segundo o site da empresa “funcionários e estagiários encontram um excelente ambiente para trabalhar, não só pelo reconhecimento e constante preocupação com o desenvolvimento de seus profissionais, como também pelas oportunidades oferecidas internamente”. Além de todos os reconhecimentos que a Losango recebeu nos últimos anos, exatamente por sua excelência em atendimento, e qualidade na administração de recursos humanos. Ela também consolida sua política de responsabilidade social, através do programa Voluntário 25 Social que possui como principal objetivo a melhoria da qualidade de vida nas comunidades carentes. Este programa é composto por nove funcionários chamados de “Comitê de voluntariado social”, criado em 2012 e que se reúne semanalmente para planejamento e execução dos projetos propostos. Esta ação tem como finalidade a implementação da cultura de responsabilidade social dentro da empresa, ao colaborar com instituições filantrópicas dando preferência as de assistência, educação e saúde. Também é responsabilidade da equipe se manter informada sobre outras ações filantrópicas que ocorrem por todo o país. A escolha das instituições que recebem auxílio da Losango é feita através de uma rigorosa pesquisa com a parceria de seu departamento jurídico. As instituições auxiliadas são: o Asilo Casa da Mãe Pobre e a Creche Comunitária cidadão do futuro. Há outras campanhas realizadas pela Losango com parceria com o HSBC que são: Volta às Aulas; Páscoa Solidária; Aqueça-me Neste Inverno – arrecadação de agasalhos; Dia da Criança – arrecadação de brinquedos e Natal Legal – doação de cestas básicas a comunidades carentes. 2.1 HISTÓRICO A Losango foi criada em 1971 sob a razão social de Companhia Brasileira de Serviços Fiduciários – Fundação CICLO. Seus principais acionistas eram o Grupo Novo Rio formado pelas Casas Pernambucanas, fundada por Herman Theodor Lundgren e os postos Ipiranga. No ano de 1978 o Grupo Multiplic adquiriu o controle acionário do Grupo Novo Rio, que era acionista majoritário da CICLO, Em conjunto com o Loyds Bank. Sendo assim, a Losango passou por várias transformações e em 1984 sua razão social foi alterada para London Multiplic S/A Promotora de Vendas. Em 1986 mais uma vez sua razão social foi alterada para Multiplic Promotora de Vendas S/A. A partir daqui a empresa começou no mercado de segmento de promoção de vendas em âmbito nacional. Mais adiante em 1994 os acionistas majoritários da Multiplic adquiriram o 26 controle de capital de sua concorrente mais próxima, a Losango Administradora de Cartões de Crédito Ltda. e adotaram a razão social de Losango Promoções de Vendas. Foi neste período que a Losango passou a trabalhar com os serviços e produtos: Empréstimo Pessoal, Crédito Direto ao Consumidor e Cartões de Crédito. Em 1997 o Lloyds Bank que estava no controle da Losango Promotora de Vendas adquiriu ações de capital pertencente ao Grupo Multiplic. E seis anos depois, em 2003, o Grupo financeiro HSBC assumiu o controle da empresa e em setembro e dezembro deste ano a Losango fez a aquisição da empresa Mattone e da Empresa Valeu, respectivamente, adquirindo um total de 111 novas lojas. O HSBC fez ajustes nas filiais da Losango de todo o Brasil como também nas agências bancárias para atingir resultados sustentáveis. Esta reestruturação começou a ser realizada antes mesmo da última crise mundial de 2009, o que possibilitou a empresa uma posição vantajosa ante outras empresas. Hoje a Losango alterou sua razão social para Losango Promoções de Vendas Ltda, e se consolidou no mercado financeiro varejista como marca reconhecida, com uma grande variedade de produtos, adicionando aos seus serviços o contrato de Seguros e Pagamento de Contas. 2.2 PERFIL ESTRATÉGICO 2.2.1 Visão A Losango oferece muito mais que crédito pessoal. É uma empresa de soluções financeiras, com produtos diversificados para os diferentes tipos de perfil. 2.2.2 Missão Ser a melhor promotora de vendas de produtos e serviços financeiros para comércio o varejista, oferecendo soluções integradas que agreguem valor a toda cadeia produtiva, que são: Consumidores finais, Varejistas, Colaboradores e Acionistas. Proporcionando assim, o crescimento com qualidade e resultados sustentáveis. 27 2.2.3 Valores A Losango é uma empresa direcionada com preceitos éticos consolidados e sustentados por cinco importantes valores: a) Relacionamento: Manter um bom relacionamento com os clientes externos e internos; b) Transparência: Priorizar a verdade no relacionamento com todo tipo de parceria, valorizando a integridade de nossos profissionais; c) Espírito de Equipe: Atuar de forma integrada e positiva, valorizando contribuições de diferentes culturas; d) Simplicidade: Desenvolver trabalhos de qualidade, com consistência, absorvendo e usufruindo na mesma proporção o moderno e a tradição, respeitando as culturas locais e suas particularidades; e) Resultado: Obter o crescimento sustentado dos nossos negócios, provenientes da satisfação e da confiança de nossos clientes, respeitando sempre a comunidade, os parceiros e os funcionários. 2.3. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EMPRESA 2.3.1 Regional Figura 2: Organograma regional da Losango Fonte: Losango 2013 28 A figura 2 mostra o funcionamento regional a Losango, desde a diretoria regional, que recebe todas as informações da presidência e reporta o planejamento estratégico ao Gerente Regional, que por sua vez direciona ao Gerente de Polo que fica incumbido de auxiliar a monitorar seus subordinados, que são: supervisor de filial, consultor comercial e atendente comercial. 2.3.2 Em todo o Brasil A figura 3 mostra a estrutura de diretoria da Losango, através de um organograma matricial da empresa que se reporta diretamente ao HSBC. Figura 3: Estrutura Matricial da Losango Fonte: Losango (2013) 29 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES 3.1.1 Gestão de Qualidade de Serviços É enganoso crer que a busca por qualidade é um fenômeno recente, segundo Oliveira (2003) há indícios que datam de mais de dois mil anos antes de Cristo. Um dos exemplos citados pelo autor é o código Hamurabi que inferia sobre a qualidade das casas construídas, sendo que o construtor que erguesse uma casa frágil poderia até ser condenado à morte. Outros padrões mostrados pelo autor falam sobre a técnica dos fenícios que chegavam a amputar as mãos dos artesãos que não produzissem com a perfeição requerida pela regulamentação legal do estado. Os romanos também possuíam técnicas de pesquisa que seguiam um padrão de qualidade refinadíssimo, para época, que eram usados para mensurar as terras incorporadas ao império. Não é realmente um fato espantoso que padrões de qualidade já fossem adotados em épocas tão remotas se nos lembrarmos de grandes obras realizadas em tempos antigos como as pirâmides, estátuas de deuses e faraós, Budas gigantes, a Muralha da China, etc. Mas Oliveira (2003) também cita gestões de qualidade mais recentes como os sofisticados parâmetros criados pela França na escolha de fornecedores e detalhadas especificações na construção de embarcações. Com tais exemplos o autor demonstra um longo caminho até chegarmos às teorias de Gestão de Qualidade que temos hoje. Mas também observamos que todos esses parâmetros sempre estiveram voltados para qualificação de produtos. Esta pesquisa visa estudar a Gestão da Qualidade voltada para serviços prestados aos clientes e o impacto disso dentro de uma organização. Em face desta afirmação a primeira questão que surge é: o que é serviço? Podemos encontrar definições sobre este tema de inúmeros autores em livros, artigos e dissertações. Uma dessas definições foi realizada numa espécie de junção de diversas descrições por Gronroos (2004, p.36) que afirma que “O serviço é uma atividade, ou uma série de atividades de natureza mais ou menos intangível (...) que é formada como solução ao(s) problema(s) do(s) cliente(s)”. 30 A definição de Gronroos (2004) não pode ser considerada necessariamente incorreta, mas é muito prolixa e indeterminada para ser considerada realmente uma definição. O fato é que a dificuldade em se obter uma resolução única para o que é serviço reflete exatamente na característica abstrata de sua aplicação. Não é errado dizer que um serviço é um produto, porém, um produto intangível que possui a qualidade única de ser produzido à medida que é consumido. E até mais que um produto tangível, sua qualidade é determinada pela superioridade em relação aos concorrentes. A explicação disso é que a percepção da qualidade de um produto tangível pode ser influenciada pela marca ou publicidade envolvida, sendo que pode ou não superar os produtos dos concorrentes. Já um serviço, é consumido e avaliado no instante em que está sendo produzido e a imagem da marca não pode influenciar em seu resultado. Um exemplo pode ser que o atendimento numa Loja da Tesoura de Ouro pode ser infinitamente superior ao que um cliente recebe numa loja da Prada. Ainda explorando o conceito de produção e consumo instantâneo de serviços, abordamos o conceito de Paladini (2000, p.14) que se resume na frase “Produção de serviços versus estruturação de métodos”, o processo produtivo e a prestação de serviços são duas entidades mescladas. Ou seja, não é possível criar um método exato de oferecimento e mensuração de um serviço de qualidade após ele ter sido feito. Por isso a gestão de qualidade se foca total e exclusivamente no usuário. A excelência na qualidade de serviços ainda é uma raridade seja em serviços públicos ou privados. Julgando que esta afirmação foi feita há 17 anos e ainda é correta, mesmo com a grande pressão mercadológica em cima da Gestão de Qualidade de Serviços, nós questionamos, quais os para que isso ainda ocorra? Os autores apregoam que a exigência pela qualidade de serviços é uma cultura que surgiu há pouco tempo e que está se estabelecendo aos poucos. Corrêa e Gianesi (1996) citam no quadro 2 uma série de causas para o baixo patamar onde a qualidade de serviços se encontra. 31 Quadro 2: Gestão de Qualidade – Tópicos Avançados 1 Frequentemente os trabalhadores da indústria de serviços são considerados mão-de-obra temporária e, como tal, merecedores de baixos níveis de atenção gerencial para motivação e treinamento. 2 Excessiva ênfase em corte de custos e busca míope por produtividade de recursos causando 3 degradação no nível de personalização e qualidade de atendimento. Clientes, em geral acostumados com um nível pobre de serviços, não têm o hábito de exigir mais. Estudos mostram que apenas a média de 4% de clientes insatisfeitos reclama dos serviços de baixa qualidade. 4 É normalmente difícil padronizar serviços, principalmente os intensivos em mão-de-obra pela variabilidade de clientes e suas necessidades, de prestadores de serviço e de situações típicas que realmente ocorrem. 5 O serviço normalmente é produzido e consumido simultaneamente, não havendo tempo para inspeções de qualidade e correções de possíveis defeitos. 6 A qualidade do pacote de serviços é frequentemente intangível e, portanto, difícil de medir e controlar. Fonte: Corrêa e Gianesi (1996) Há ressalvas a serem feitas sobre os elementos da Tabela 1, iniciando-se pela afirmação de que acostumados a serviços de má qualidade os clientes não possuem o hábito de reclamar. Isso está mudando, ou já mudou. Existem, além do PROCON, sites especializados apenas na avaliação de serviços prestados por empresas. Exemplos são os sites “Reclame Aqui” que possui uma avaliação de três anos anteriores e uma média geral da opinião de consumidores sobre determinadas empresas. O Site Reclamao.com que faz uma avaliação da situação atual da empresa. Isso sem falar no advento das Mídias Sociais onde usuários podem atingir milhões de pessoas tanto direta, quanto indiretamente apenas comentando sobre um produto. Um exemplo que elucida bastante o quanto a opinião de uma só pessoa pode determinar o conceito de um produto no mercado é o canal no Youtube do usuário Felipe Neto, que ao emitir sua opinião sobre um livro, neste caso a Saga Crepúsculo, influenciou opiniões de milhões de pessoas sobre o produto. Tais ferramentas são um fator motivacional gigantesco para um investimento maciço em qualidade de serviços, pois uma única opinião pode afetar a decisão de compra de milhões. Outra ressalva feita as causas relatadas por Corrêa e Gianesi (1996) é sobre a dificuldade de se obter uma padronização de serviços devido a sua qualidade intangível. Esta afirmação está apenas metade correta, já que é possível treinar os prestadores para que utilizem muito mais que um comportamento padrão. Atendentes dinâmicos que possuam autoridade suficiente para encontrar soluções, sem precisar passar por toda uma burocracia e consequente demora no processo para a resolução de um problema seria o ideal para a prestação de serviços de 32 qualidade. Neste caso, a padronização parcial e demanda de autoridade de resolução de problemas para os atendentes seria o ideal para um serviço de qualidade. Há também a criação de pequenos questionários de avaliação de atendimento realizado após a prestação de serviços que derrubam a afirmação de que é impossível avaliar a qualidade de um serviço devido a sua produção e consumo simultâneos. 3.1.2 Técnicas de Gestão de Relacionamentos. Ao falar em Gestão de Relacionamento com clientes, está se falando diretamente de Customer Relationship Management3 – CRM. Peppers e Roggers (2001) afirmam que a Gestão de Relacionamentos se resume basicamente em antecipar e atender as necessidades dos consumidores. Isso significa a personalização de métodos de atendimento, e o uso de softwares e outras tecnologias para melhorar tal processo. Num sentido tecnológico, o CRM serve para a coleta de dados dos clientes de forma a cruzalos traçando perfis de consumo. A análise de tais dados se converte em informações valiosíssimas na hora do planejamento de estratégias para conquista e fidelização de clientes. Mas a questão é: Como instalar um sistema de CRM dentro de uma organização? Peppers e Roggers (2001) indicam quatro passos que estão representados da figura 4. 3 Gestão de Relacionamento com o Cliente (Tradução Minha) 33 Figura 4: Quatro Passos para Instalar CRM Numa Organização Fonte: Peppers e Roggers 2001 De forma resumida os autores falam sobre a criação de um banco de dados inicial, de forma a obter informações sobre os clientes que os concorrentes não possuam. Devemos levar em conta, que a informação na era globalizada é tão valiosa quanto o capital financeiro para vantagem competitiva. Com as informações sobre os clientes em mãos a organização deve identificar os dois tipos de clientes que são: Clientes com Mais Valor e os Clientes com Mais Potencial, CMV e CMP, respectivamente. A manutenção do relacionamento com tais clientes se dá através da personalização de serviços o que gera uma retroalimentação que se torna contínua, gerando a individualização do cliente. Deve-se ressaltar que ao implantar o CRM, o cliente esperará o mesmo tipo de atendimento personalizado de todos os meios de comunicação da empresa. É ai que entra a necessidade de tecnologia e atendentes treinados para se adequar a todos os tipos de demandas exigidas. Neste contexto, temos os passos descritos por Aumond (2004) sobre o processo de Gestão de Relacionamentos. Que é apenas uma forma mais detalhada da descrita por Peppers e Swift. Num apanhado geral Aumond (2004) alega que a oportunidade de geração de serviços é determinada pela oferta de relacionamento de uma organização para o consumidor. Logo em seguida, é realizada uma rigorosa avaliação financeira para determinar as condições dos 34 clientes, e a determinação dos clientes ativos, ou seja, os mais frequentes, que são sempre os clientes mais valiosos da empresa. Em seguida vem o ato de aperfeiçoar os serviços, antecipando as necessidades dos clientes, mantendo um relacionamento atento e focado. Logo após, vem à questão do que o cliente mais valoriza, e através da satisfação, buscar a lealdade do consumidor, tais esforços se baseiam num plano em longo prazo, fidelizando os clientes através dos valores adotados pela empresa. De acordo com Aumond (2004) avaliar as características dos clientes gera oportunidades, como: o conhecimento de seus perfis e possível criação de produtos e serviços personalizados. Para tanto, o autor afirma que é necessário diferenciar os clientes, perceber além do que ele demonstra e separa-los em grupos. Os clientes de valor real, aqueles que podem realmente gerar lucro líquido e os clientes de valor potencial. Mais uma vez identificamos elementos da estratégia relatada por Peppers e Roggers (2001) no marketing one to one. Mas neste caso, há uma estratégia personalizada para cada grupo. Logo após, deve ser realizada a mensuração da satisfação desses grupos de modo a dimensionar o sucesso da organização com a estratégia diferenciada, possibilitando reajustes em caso de necessidade. Aumond (2004) ressalta a necessidade da formulação de proposição de valores para clientes. Neste caso, supomos que o comportamento do cliente já esteja bem definido, deste modo é possível agregar valor aos serviços, trazendo interações, como: o questionamento de resultados, processos e pessoas. É necessário haver transparência nessas relações, assim como nos preços ofertados. Em resumo é necessário agregar os valores da empresa nos serviços oferecidos ao cliente de forma a fazê-lo sentir-se especial. Logo em seguida o autor disserta sobre a necessidade de mapear a movimentação do consumidor, verificar as interações críticas proporcionando a padronização no acesso, consumo e saída. É possível analisar a reação do cliente no exato momento em que ele tem acesso ao serviço, conhecer como ele teve conhecimento e acesso a ele, assim como o retorno. Ele pode voltar, ele pode reclamar ou ele pode testar outros produtos. Aumond (2004) elucida a formulação de oferta de serviços, um passo que necessita do comprometimento de todas as áreas da empresa. O cliente precisa entender as razões do por que está adquirindo tal serviço, ele precisa estar ciente de que é exatamente isso o que ele busca. O grande desafio neste caso não é apenas corresponder as suas necessidades, mas sim superar as expectativas. 35 As últimas demandas de Aumond (2004) são o gerenciamento dos serviços, em resumo, a maneira como o serviço é ofertado é mais importante para fidelização do cliente, do que o serviço em si. E por fim, a mensuração da satisfação dos clientes, levando-se em conta que cada um possui uma expectativa diferente, por isso é necessário à abertura de um diálogo sistematizado para que tais diferenças sejam perceptíveis e em cima disso criar uma metodologia de fidelização dos clientes. Pois fidelização é igual a lucro. Veja o esquema representado na figura 5, sobre os nove passos de Aumond (2004). Figura 5: Os Nove passos para implantar Gestão Qualidade em Serviços Fonte: Aumond (2004) 3.1.3 Como Garantir um Relacionamento Eficiente? Segundo Caixeta (2010) apenas em meados dos anos 1990 o foco de Gestão de Qualidade parou de ser apenas sobre produtos. Esta mudança de cenário não ocorreu por acaso. A procura pela plena satisfação dos clientes advém do panorama inflexível de concorrência resultante da globalização, ou melhor, a era Millenium, onde informações estão disponíveis e são trocadas com uma rapidez espantosa, havendo aumento no poder de compra e uma mudança da posição do cliente de passivo para massivamente ativo. É neste panorama que as organizações perceberam a extrema necessidade de fidelizar seus clientes, de realizar 36 processos contínuos de confiança de modo que podemos caracterizar, inclusive, como obsessivo, e tudo isso parar manter ou aumentar seus lucros. Caixeta (2010) afirma que manter e fidelizar um cliente é bem mais barato que conquistar novos. Ele descreve os nove sintomas de quando uma empresa necessita investir imediatamente em Gestão de Relacionamentos em seu artigo “Excelência Na Gestão de Relacionamentos” publicada no site Administradores.com, nele o autor cita: a) A sensação de que apesar do grande trabalho o lucro é sempre pequeno; b) A sensação de que marca ainda não é conhecida no mercado; c) A sensação de estar desperdiçando esforços numa ação publicitária que não funciona; d) A sensação de que o cliente é um ser estranho; e) A sensação de que a empresa não sabe agradar o cliente; f) A sensação de que a empresa nunca é reconhecida como realmente deveria ser; g) A sensação de que o cliente só vai até a empresa para reclamar; h) A sensação de que a equipe está apática em relação aos clientes. Ante o cenário extremamente dinâmico e concorrido, quando uma empresa passa exatamente por tais situações podemos seguir a linha de raciocínio de Marinho (2006) que afirma que o “remédio” para tais sintomas começa já no processo de recrutamento e seleção. O autor em seu artigo “Quer Ver Seu Cliente Notar a Diferença No Relacionamento?”, afirma “que pessoas são responsáveis por 55% do sucesso da estratégia de conquista e retenção clientes”, Marinho (2006, np). A abordagem é simples, segundo o autor os funcionários são o foco principal de qualquer estratégia de melhoria de relacionamento com clientes. E As empresas buscam seis coisas básicas que são: o aumento do desempenho, rendimento, a diminuição da rotatividade de funcionários e clientes, a diminuição do tempo médio de espera, assim como da fila. Para isso, realizar campanhas motivacionais e de capacitação, assim como um bom atendimento dos funcionários por parte da empresa garante uma equipe afiada com qualquer estratégia, sempre trazendo os resultados esperados. Devemos ressaltar aqui, que atendimento e relacionamento não são sinônimos. Segundo Aranha (2007, p.10) “Call Center é atendimento, e a preocupação no caso é satisfazer o 37 cliente. Mas relacionamento significa mais que isso, porque o objetivo é aumentar o valor da marca”. Em conclusão, podemos notar que a Gestão de Relacionamento com clientes é determinada pela qualidade do atendimento, segundo Aumond (2004) o “como” é mais importante que o “o que”. Algo que antes não estava integrado às exigências dos consumidores, hoje em dia é um fato determinante para posição da empresa dentro do mercado, e o primeiro fator a ser levado em conta em estratégias de fidelização é o treinamento e bom atendimento da empresa para seus funcionários, dando suporte para um bom atendimento, além da obtenção de informações. Se formos resumir o foco perfeito de uma boa Gestão de relacionamento em três palavras elas seriam: Treinamento, Informação e personalização. 3.2 GESTÃO DE PROCESSOS Este capítulo se propõe a conceituar Gestão de Processos através do exame da literatura já existente descrevendo suas características, e as fases de execução, mapeamento, resumo, indicadores de desempenho e estratégias. 3.2.1 O Que é Processo? A primeira realidade observada em uma organização de qualquer tipo é que, não há resultado final sem que haja um processo envolvido. Harrington (1993) afirma que processo “é um grupo de tarefas interligadas logicamente, que utilizam os recursos da organização para geração de resultados pré-definidos, visando apoiar os objetivos da empresa”. Hammer e Champy (1997) descrevem gestão de processos como “um conjunto de atividades cuja operação simultânea produz um resultado de valor para o cliente”. Num aspecto histórico, Oliveira (2010) afirma que a Gestão de Processos tomou força assim que o Brasil decidiu abrir sua economia para o mercado exterior. Antes não havia tanta preocupação com a competitividade como há agora. As organizações se viram obrigadas a entrarem numa disputa dentro do mercado de ofertas de produtos e à medida que se aumentava as ofertas, acrescia também o número de demandas. Isso fez com que fosse necessário acondicionar as funções da organização para algo chamado função de melhoria. Ou 38 seja, isso obrigou que a gestão de processos fosse voltada basicamente para ações, atitudes para a melhoria contínua de seus produtos e serviços, pois sem isso a sobrevivência no mercado tornar-se-ia impossível. Todas as organizações possuem processos, sejam elas pequenas, médias ou grandes. E isso não vale apenas para organizações empresariais, mas para quaisquer ações desenvolvidas em nosso dia-a-dia. Costa (2011) alerta que muitas vezes os processos de uma empresa são estabelecidos de maneira improvisada, mas ao longo do tempo toda a organização passa a girar em torno de seus processos fazendo com que estes sejam a razão de sua existência. É neste momento que a gestão dos processos necessita ser levada mais a sério, pois é ai que as exigências ficam maiores, o que significa que a atenção e avaliação em relação aos resultados precisam ser maiores, garantindo a melhoria contínua. É através desta melhoria contínua que é alcançado a satisfação do cliente, algo que leva a empresa a um nível acima do esperado. A partir do momento em que os produtos e serviços são satisfatórios e inclusive ultrapassam as expectativas ocorre o encantamento do cliente. 3.2.2 Gestão de Macro Processos Macro processo é a visão geral e unificada dos processos realizados dentro de uma organização. Todo processo precisa ser desenvolvido preferencialmente de forma gráfica, pois desta maneira ele proporcionará um entendimento maior do que qualquer texto. A figura 6 elucida o modelo gráfico de um Macro Processo: Figura 6: Modelo gráfico de um Macro Processo Fonte: Costa (2011) 39 3.3.3 Entrada – (Insumos, Inputs, Recursos) Segundo Oliveira (2010) entrada é o que a empresa precisa receber para a produção de bens e serviços, geralmente ela é caracterizada por capital, fornecedores, matéria-prima, informações ou qualquer coisa que durante o processo de agregação de valor resulte num produto que satisfaça ao cliente. Para tanto é necessário saber: O que o mercado necessita? E quais são suas expectativas? Tais informações são essenciais para a transformação de entrada em saídas. Quanto mais próximo o cliente for da organização, ou seja, quanto mais informações a empresa tiver dele maior será a melhoria em seu atendimento. 3.3.4 Processos São ações que agregam valor a organização e ao produto para que se possa chegar ao produto final e inseri-lo dentro do mercado, no ambiente ao qual a empresa presta contas. Segundo Oliveira (2011) “se todos os processos do sistema estiverem sob controle, pode-se garantir que os produtos do sistema atenderão aos requisitos especificados.” Ainda segundo o autor, é o processo que alicerça todas as atividades realizadas na organização, no momento em que emprega os insumos na criação de um bem ou serviço. Ela também está inserida em todas as funções da empresa, inclusive dentro de outros processos, que são chamados de subprocessos. Ainda há a diferenciação da gestão de processos, pela gestão por processos. De acordo com Matias (2010) a gestão de processos é caracterizada pelo estilo de produção, o gerenciamento da ação em si, focado no detalhamento do processo. Já a Gestão por Processos é uma visão macro, é a busca por resultados melhores. Ou seja, é a abordagem administrativa de prioridades de Gestão de Processos dentro da organização. As diferenças estão descritas no quadro 3. 40 Quadro 3: Gestão de processos x Gestão por Processos Fonte: (FRANCISCO, p. 53, 2004) Processos são organizados em vários tipos e segundo Francisco (2004), eles são: a) Core Business: processo de gestão. b) Processo Principal: é concentrado da construção do bem ou serviço que será disponibilizado dentro do mercado. c) Suporte: o fornecimento dos insumos necessários, tanto para o processo primário, quanto para o de apoio. d) Industriais: construção de produtos geralmente manufaturados, mas não necessariamente um bem, podendo muito bem ser um serviço. e) Administrativo: serve de apoio aos processos gerenciais da organização. É considerado um processo secundário, pois necessita utilizar os recursos dos processos industriais. A Figura 7, sobre Processos Gerenciais, mostra como é realizado o macro processo de produção. Figura 7: Processos Gerenciais Fonte: (FRANCISCO, 2004, p.26) 41 3.3.4.1 Processo de manufatura De acordo com Francisco (2004) há o Processo por Manufatura, caracterizado pelo projeto que engloba um longo tempo de produção e volume baixo, com grande variedade e incerteza nas atividades. Um exemplo seria a construção de navios. Os Lotes, que são a repetição contínua da produção de um mesmo produto, ampla variedade no volume e variedade de bens produzidos. Podemos citar a Coca-Cola e todos os produtos que levam sua marca. A produção em massa, que é qualificada por um grande volume e baixa variedade, padronização exata das atividades, organização de recursos para produção de produtos e serviços, o movimento dos materiais durante a produção é linear e a sequência é fixa. Um exemplo seria uma linha de produção automotiva. Por fim, o processo por continuidade, que é relacionado à variedade baixa e volumes muito mais altos dos que os encontrados no processo em massa, além da produção padronizada e unida. A Figura 8 mostra o esquema desta relação. Figura 8: Personalização x Volume Fonte: (FRANCISCO, 2004, p.56) 42 De acordo com a figura 8, podemos inferir sobre a diferença de quando a produção é voltada para personalização e quando é voltada para volume, sendo que as caraterísticas de manufatura tornam-se totalmente distintas. 3.3.4.2 Processos em serviços Segundo Francisco (2004) o sistema de Processos em Serviços é caracterizado por um alto contato com o cliente, custo elevado, processos flexíveis em relação ao cliente, indicadores de desempenho integrado ao tempo e atenção dispensados ao usuário. Exemplos: Hotéis de Luxo e Serviços de Limpeza. Serviços em massa são determinados pela alta quantidade de transações com os consumidores, baixo índice de personalização, curto tempo de contato e uso de tecnologia para diminuir o contato pessoal com atendentes. Um exemplo são os Call Centers, que geralmente usam como desculpa para eventuais erros a falha no sistema operacional. Há também as lojas de serviços que possuem um alto índice de personalização no tratamento com os clientes, volume elevado de produção e liberdade decisória aos atendentes. Podemos citar como exemplos agências de publicidade, salões de beleza, clínicas médicas, entre outros. 3.3.4.3 Saída – output De acordo com Costa (2011) a saída é o momento de expor o produto final ao mercado, aos clientes, e aos fornecedores. É durante essa saída que analisamos a satisfação do cliente, é quando ocorre a retroalimentação, ou mais especificamente o feedback, que é o retorno dos resultados, tanto bons, quanto maus. É neste momento que ocorre o processo de aprendizado, do retorno advindo tanto dos acionistas, quanto do mercado. Costa (2011) afirma que uma organização possui dois clientes básicos. Primeiramente, há o mercado, os clientes para quem serão entregues os bens ou serviços produzidos. E logo em seguida há os acionistas, para quem os lucros das vendas serão entregues no termino do processo. E a maior vantagem que uma organização pode ter é saber a exata extensão das consequências das ações realizadas. Não se pode classificar tal feito nem como positivo, nem como negativo, pois para que a Gestão de Processos possa estar continuamente em processo 43 de melhoria é necessário à informação do impacto das ações tanto no mercado, quando nos acionistas. Quando o impacto é negativo, significa que houve um mau resultado, então, o que há para aprender? A organização deve se perguntar o que causou este erro, em que momento o erro ocorreu, quando ele foi identificado e sua correção precisa ser imediata. Quando se depara com um impacto positivo ainda assim a organização precisa se questionar onde ela pode melhorar, pois mesmo que o cliente tenha ficado satisfeito a qualquer momento ele pode requerer algo a mais da empresa e é necessário estar preparado para este momento. É por isso que segundo Costa (2011) é necessário o registro de todos os resultados, assim como a ampla divulgação destes dentro da empresa, para que todos os setores e pessoas envolvidas no processo saibam qual foi o impacto e assim trabalhem de acordo com as exigências deste. 3.3.4.4 Processos de negócios Segundo Costa (2011) Processos de Negócios são atividades realizadas na empresa e associadas às informações que manipula, utilizando recursos de organização da empresa. Desta forma, cria-se uma unidade coesa, focalizada num tipo de negócio que normalmente está direcionado a um determinado mercado. Ou seja, é o posicionamento que a organização adota para o caminho que quer percorrer no mercado. Já para Oliveira (2011) a visão macro de um processo de negócios é dividida entre: mercado fornecedor, organização, mercado receptor, concorrência e órgãos regulamentadores. Representação gráfica do ambiente vivenciado por uma organização se encontra na figura 9. 44 Figura 9: O Ambiente Vivenciado por uma Organização Fonte: Oliveira (2011) a) Órgãos Regulamentadores: Segundo o autor todas as organizações possuem um órgão regulamentador de suas atividades, sejam associações, conselhos, sindicatos, ministérios entre outros. E que seus processos, e ações estratégicas precisam estar de acordo com os regulamentos redigidos por estas para que não haja futuros aborrecimentos, que poderiam ter sido facilmente evitados. b) Mercado Fornecedor: Oliveira (2011) sustenta a ideia da cadeia de cliente do cliente. Há o Mercado Receptor que são os clientes da organização e o fato de que a própria empresa é cliente de um fornecedor. Disso, é criada uma parceria que precisa ser vantajosa para os dois. Tal parceria garante que os fornecimentos sejam feitos na hora e num preço justo para empresa. c) Mercado Receptor: Há a necessidade de que para que se atenda o cliente da melhor forma possível é necessário o feedback positivo ou negativo do cliente. Oliveira (2011) fala sobre o “Ouvir a voz do Cliente Externo – OVCE”. Este comportamento possibilita que a organização conheça cada vez mais o cliente e faz com que desenvolva produtos cada hora mais personalizados. 45 d) Concorrência: pode interferir desde o fornecedor da organização até o processo de busca e conquista do cliente. Há uma espécie de briga entre as empresas do mesmo ramo e um dos macetes que o autor cita é um bom relacionamento com os fornecedores. Já Costa (2011) atesta que as ferramentas para Gestão de Processos de Negócios são Técnicas, Métodos, Ferramentas, Sistemas de Informação e todos os insumos envolvidos no processo, seja físico ou financeiro. O autor afirma que os Recursos Humanos também é um fator determinante no processo de negócios, eles são o capital intelectual e são eles que mais fazem diferença no aspecto estrutural de uma organização. Eles sempre devem estar em processo de aperfeiçoamento, garantindo novas habilidades, dentro de um aprendizado constante em relação aos negócios. Segundo Costa (2011) os colaboradores são a essência de uma organização, o DNA da informação. É este DNA que determina o porquê que a empresa existe, qual tipo de produtos ela oferece, quais as especificações do processo e etc. 3.4. PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS Segundo Levandski (2013) a não muito tempo atrás, não havia uma preocupação das empresas voltada para a qualidade e padronização de processos, treinamento de pessoal e inserção do alcance de metas como cultura organizacional. Empresas vêm se instalando num mercado nacional e internacional, onde a concorrência é acirrada e não se preocupam com a manutenção contínua em prol da melhoria de seus produtos e serviços. Essas empresas encontraram dificuldades para gerir mudanças, pois para isso, é necessária uma renovação contínua em seus processos. Levandski (2013) declara que “a necessidade de uma visão sistêmica nas organizações, cria naturalmente uma necessidade de entender a empresa como um conjunto de processos interrelacionados e interdependentes”. E neste caso o instrumento fundamental é a padronização dos processos para que se possa ter uma visão generalizada de toda a organização, um todo gerido por partes. 46 Já Cantidio (2009) afirma que padronizar é uma maneira eficaz de “produzir sem perdas”. Em si, ela requer o máximo desempenho de todos os colaboradores da organização através da repetição mecânica de tarefas. A falta de padronização pode acarretar erros e desperdício. De acordo com Sordi (2008), existem diferentes estruturas organizacionais. Para um bom desenvolvimento de uma organização é fundamental a definição estratégica da padronização de processos, por tanto, é necessário escolher a melhor estrutura voltada a maior obtenção de lucros, assim como a busca do aumento da agilidade dos processos, sua eficiência e eficácia. Pessoa (2010) atesta que muitas empresas encontram dificuldades em gerir a padronização de seus processos, e afirma que a instalação de um processo padrão necessita primeiramente de três passos básicos. O primeiro é que a organização não pode padronizar todos os processos envolvidos, pois isso pode gerar um aumento de burocracia e inflexibilidade prejudicando o tempo hábil dos processos ao invés de ajudar. Manter uma quantidade mínima de padronizações é o essencial. Segundo (PESSOA, 2010, apud, NBR ISO 9001, 2008) a diferença da gestão de qualidade das organizações se baseia em três fatores : “o porte da organização, o tipo de atividades, a complexidade dos processos, suas interações e a competência”. Pessoa (2010) aconselha o uso da Matriz de Impacto de Resultados e Ganhos em Padronizar chamada de Matriz IR – GP, representada do quadro 4. Quadro 4: Dicas sobre Padronização de Processos MATRIZ IR-GP Eixo dos (y) - Impacto nos resultados Insignificante Baixo Médio Alto Eixo dos (x) - Ganho em Padronizar Insignificante Baixo Médio Alto Fonte: Pessoa (2010) De acordo com o autor a organização deve fazer uma listagem de todos os seus processos e em seguida classifica-los segundo o IR e GP de modo a promover apenas os processos que se enquadrem nos níveis médio e Alto da Matriz. Sua segunda dica e a simplificação dos processos e a terceira é conservar a ordem dos processos, ou seja, cada pessoa executa uma parte determinada. 47 Percebe-se claramente uma tendência taylorista ou fordista dentro dos conceitos de padronização. Deste fato, surge a questão de: como implantar padronizações de forma a manter a organização flexível? Retornando as dicas de implantação de padronização de Pessoa (2010), é necessária a descentralização do controle de padrões. Ao invés de serem controladas por uma única célula gerencial, as unidades da organização devem possuir liberdade para controlar e modificar processos. E essa liberdade precisa estar de acordo com a política corporativa adotada pela empresa, estabelecendo exatamente qual o nível e quem pode possuir tal controle. O autor afirma que é necessária a padronização de liberação de controle, e que também precisa de um cadastro, contento inclusive a manutenção de desempenho de cada célula junto à alta gerência. Os padrões precisam ser verificados periodicamente avaliando sua eficiência. Essa inspeção não implica necessariamente uma modificação. Pessoa (2010) diz que é necessário padronizar as regras de descentralização. E avaliações internas devem ser feitas junto a avaliações externas. Tais avaliações necessitam medir o desempenho dos padrões propostos. Levandski (2012) concorda com a priorização dos processos críticos e enfatiza a utilização do CICLO PDCA. Segundo Zumbach e Moretti (2011) o PDCA é uma técnica de implantação metodológica para a organização de prioridades gerenciais de forma a estimular uma contínua melhoria no desempenho operacional e de gestão de uma organização. A figura 10 representa este esquema. 48 Figura 10: Ciclo de Shewart (PDCA) Fonte: (ZUMBACH e MORETTI 2013, n/p) Levandski (2012) seguindo a metodologia sugerida por Campos (2004) descreve a padronização de processos de acordo com o Ciclo PDCA. a) Análise de Maturidade de Processos: é a avaliação da capacidade de cumprimento de metas de um determinado processo, permitindo a identificação de possíveis melhorias na produtividade e corte de custos, assim como o planejamento de um projeto de melhoria contínua. b) Mapeamento e Otimização dos Processos: segundo Campos (2004) é preciso tornar claro cada processo através da criação de fluxogramas que os representem. Durante essa fase é necessário uma avaliação procurando saber quais mudanças e simplificações podem ser realizadas. Se possível, implantar uma descentralização de decisões ou a implantação de uma nova tecnologia que auxilie o processo. Nesta fase, novas ideias e a avaliação de desempenho são fundamentais. c) Indicadores de Desempenho: esses estão relacionados fundamentalmente ao feedback positivo de uma organização. É neste momento que é realizada uma nova 49 apreciação crítica e novas estratégias são formuladas tendo como função aperfeiçoar o desempenho dos processos. d) Plano de Ação: é a estratégia traçada para atingir uma determinada meta, priorizando os processos que estabeleçam a constante da produção. Segundo Levandski (2012) “um bom plano de ação deve deixar claro tudo o que deverá ser feito, como e quando, para o cumprimento das metas estabelecidas”. Segundo Zumbach e Moretti (2011) ao término da execução de cada ciclo é esperado a obtenção dos resultados planejados inicialmente. Cada novo ciclo é audacioso comparado ao ciclo anterior. Desta maneira é garantido a aumento nos indicadores de desempenho, assim como a melhoria operacional contínua. A Figura 11 mostra em detalhes o Ciclo PDCA. Figura 11: (Ciclo de Shewart (PDCA) Fonte: (ZUMBACH e MORETTI 2013, n.p) 3.5 IMAGEM CORPORATIVA 3.5.1 Diferença entre imagem e identidade corporativa De acordo com Silva (2012) a língua portuguesa define “identidade” como as características pelas quais algo ou alguém pode ser reconhecido. Já à imagem é descrita como a cópia de um objeto, um retrato. Silva (2012) cita o dicionário Michaelis ao dizer que imagem é a “reprodução na memória; conceito ético relativo aos costumes ou a índole dos indivíduos ou conceito visual relativo à concepção mental que corresponde a um objeto visto”. Silva (2012) aponta que embora essas particularidades sejam regularmente interpretadas em âmbito pessoal, elas também podem representar características de organizações empresariais já que é a afinidade da imagem de uma empresa com seu público alvo que garante seu 50 sucesso. Mas isso também se reverte para um problema quando essa imagem entra em choque com a identidade da empresa. Em suma, a identidade de uma empresa se caracteriza por sua estruturação, sua missão, seus valores, sua visão e integração de processos. Já a imagem é um conjunto de “patrimônio visual” de acordo com Argenti (2006), imagem são os dados que compõem a ação de transmissão de uma mensagem para o mercado. A imagem é composta por logomarcas, slogans, bens e serviços fabricados, rótulos, panfletos, uniformização, fachada, sites, mídias sociais e cada item de produção ou de Marketing de uma organização. O autor ainda preceitua que é expondo suas singularidades que a empresa transmite uma mensagem de forma a definir uma opinião pública ao seu respeito. Em resumo a imagem de uma organização é a opinião que os consumidores possuem sobre ela. Silva (2012) atesta que mesmo que uma empresa possua apenas uma identidade, ela pode vir a transmitir várias imagens. Um exemplo dado pela autora é uma empresa fabricante de cigarros que possui apenas uma identidade, mas possui imagens diferentes em grupos distintos. Para fumantes a imagem é uma, para não fumantes a imagem é outra. Outro exemplo é o McDonalds que é identificado unicamente como uma rede de fastfood, com filiais em todo o planeta. Mas sua imagem é fragmentada entre consumidores que acham os alimentos nocivos à saúde e consumidores que não se importam com isso. Através da análise de mercado, uma empresa pode avaliar qual sua imagem junto ao público e criar estratégias para sanar qualquer imagem prejudicial à organização. Colocando a rede de franquias do McDonalds novamente como exemplo, ela vem investindo em mudanças na constituição de seus produtos, e também passou a oferecer produtos novos, como a escolha entre batatas fritas ou salada, frutas, redução de calorias em seus sanduiches e informações de valores nutritivos em suas embalagens, justamente na tentativa de mudar sua imagem junto ao grupo consumidor que considera o tipo de produtos oferecidos pelo McDonalds não apenas nocivos à saúde como também o principal causador do aumento do índice de obesidade entre a população. Continuando em franquias de lanchonetes, a Subway usou a cultura de alimentação e corpo saudável que vem sendo cada vez mais difundida para reforçar sua imagem como uma empresa que oferece alimentos saudáveis e de baixa caloria, obtendo uma vantagem competitiva junto a este grupo consumidor. 51 3.5.2 A Importância da Imagem Corporativa/Institucional Witamar (2008) utiliza o ditado popular “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”, para conjecturar, que esta frase pode ser uma boa estratégia para celebridades, mas é algo extremamente nocivo para uma organização. Em seu artigo intitulado “A imagem institucional suportando a imagem do produto. Ou o produto denegrindo a imagem institucional” ele cita uma reportagem publicada por uma revista de circulação nacional que literalmente dizimou a imagem dos laboratórios farmacêuticos do país. O autor aponta que a reportagem usava como argumento a retirada maciça de medicamentos que apresentavam efeitos colaterais graves e se questiona se os laboratórios poderiam ter evitado tal acontecimento. A resposta é sim. De acordo com Neves (2000) o desempenho organizacional exerce grande influência na imagem de uma empresa e vice e versa. Witamar (2008) declara que a quebra da imagem dos laboratórios farmacêuticos do país, poderia ter sido evitada pela simples manutenção dos medicamentos e pesquisas voltadas para eliminação dos efeitos colaterais. Mas evitaria ainda mais, se houvesse investimento na consolidação de marca. Ao divulgar seu histórico, a credibilidade de seus produtos, a segurança nos processos de produção e controle de qualidade de modo a mostrar os valores da organização à empresa aproxima o consumidor de seus processos. Gera uma identificação do usuário com a marca criando a confiabilidade e assim a fidelização do cliente. Um exemplo de construção de imagem em cima da identificação de valores com o usuário é a empresa cosmética Natura, que investe em produtos feitos com matérias-primas compradas de pequenas corporativas ambientais e se auto divulga como uma empresa que se preocupa com o meio ambiente. Paladini (2011) reforça ao afirmar que a imagem institucional é importante no momento em que desenvolve a fidelização do cliente com a empresa. Mas a imagem positiva de uma empresa não deve ser divulgada apenas para consumidores. Segundo Nassar (2003) há também a preservação da imagem por meio da contínuo intercâmbio com meios de comunicação, órgãos regulamentadores e qualquer intuição que possua influência direta na opinião do consumidor. Também há a campanha da imagem interna que atinge desde seus colaboradores como seus acionistas. O não investimento na construção da imagem de uma empresa junto a todos as entidades envolvidas dentro de seus 52 processos pode gerar graves problemas. É necessário reconhecer que a consolidação de uma imagem institucional positiva é um processo de suma complexidade e que demanda tempo e foco total. É uma estratégia em longo prazo que precisa ser trabalhada continuamente. Mais uma vez nos deparamos com o conceito de melhoria contínua, tanto no relacionamento com clientes, como na gestão de seus processos e agora na manutenção da imagem corporativa. Este fato se deve a globalização que arremeteu o mercado para uma conjuntura dinâmica, onde as organizações se viram obrigadas a atenderem seus clientes externos e internos, como se a própria organização fosse cliente de si mesma. 3.6 QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO CLIENTE 3.6.1 Conceito de Qualidade de Atendimento De acordo com Macedo (2007) para que as empresas consigam sobreviver neste novo mercado de concorrência acirrada onde uma boa política de preços e produtos de qualidade se tornaram nada mais que obrigação, a qualidade do atendimento tornou-se um fator decisivo para o posicionamento no mercado. Ultimamente tudo o que tange a administração está relacionado à busca da satisfação dos consumidores. Macedo (2007) afirma que “qualidade significa satisfazer o consumidor atendendo todas as suas necessidades”. Foi a partir deste princípio que segundo o autor criou-se as novas terminologias para indicar o nível de interatividade entra organização e clientes. a) Satisfação: satisfazer as exigências e necessidades do consumidor. b) Fidelização: fazer com que o consumidor de comprometa com a organização, torne-se fiel e pense em sua organização no momento em que necessitar no bem o serviço com o qual a empresa trabalha. c) Encantamento: quando o cliente se torna tão satisfeito que se torna um propagador da qualidade dos serviços da organização, fazendo com que assim sua marca se dissemine através da propaganda boca-a-boca. Macedo (2007) também afirma que o fator regente de uma organização deve ser o fato de que o maior parceiro da empresa sem dúvida alguma é o cliente. 53 Jaques (2013) ao citar Carlzon (1994) diz que, a definição de qualidade de atendimento de resume perfeitamente na frase “momento da verdade”, onde todas as vezes que o cliente interage com a empresa ele realiza uma avaliação da qualidade dos serviços. Exatamente por isso a proposta de Albrecht (2003) é que os trabalhadores da linha de frente, ou seja, os atendentes sejam o foco das atenções da organização, possuindo liberdade decisória, e fazendo-os perceber a importância de suas posições dentro da empresa, além de incutir em sua cultura de que nada é mais importante do que a satisfação do cliente. Santos (2010) aponta que a eficiência de uma organização é demonstrada pela qualidade com que ela exerce seus atendimentos. É uma ação que espelha a cultura difundida dentro da empresa, o nível de motivação e qualidade de treinamento dos colaboradores, a maneira como eles encaram o próprio serviço, assim como a capacidade de gestão e de interação da equipe. De acordo com Santos (2010) o processo de atendimento a um cliente pode ser descrito como um relacionamento interpessoal, realizado através da comunicação entre as partes e definido pelo nível motivacional do atendente para perceber as carências não expressas pelos clientes e logo em seguida procurar suprir com máxima eficiência. Dantas (2004) declara que em empresas privadas a qualidade de atendimento é uma questão de sobrevivência. A fidelização do cliente pode ser adquirida através de um bom atendimento. As dificuldades de manter-se ativo num mercado de tamanha concorrência são enormes. Há inúmeras empresas no mesmo patamar de qualidade, o que significa que o diferencial está na capacidade da organização de manter um cliente. Paladini (2011) estabelece que delimitar o significado de qualidade com precisão é algo impossível de ser feito. Mas a definição utilizada no dicionário online de português de que qualidade significa “superioridade e excelência em qualquer coisa” é uma ótima maneira de determinar o que se espera do atendimento de uma empresa. A questão neste ponto é: como adequar a excelência em atendimentos já que cada indivíduo, tanto clientes, quanto atendentes possuem particularidades? 3.6.2 Modelos de Qualidade de Atendimento Após realizar pesquisas em empresas públicas e privadas do Distrito Federal, Dantas (2004) constatou que não há um modelo ideal para atendimento, pois como dito anteriormente, este é 54 relativo e depende de variáveis pessoais, ou seja, o que é ideal para um não é ideal para outro. Isso não significa, entretanto, que não possa se buscar ao menos uma padronização mínima de atendimentos considerando certos aspectos. Na figura 12 mostra-se o esquema básico de padronização de atendimento realizado por Dantas (2004). Figura 12: Esquema de Padronização de Atendimento Fonte: Dantas (2004) A conclusão de Dantas (2004) após a aplicação do seu modelo de atendimento foi que este dever ser definido principalmente pelos atendentes, em virtude do tratamento oferecido ao cliente e do ambiente em que este se dará. Dantas (2004) aponta que o atendimento ao cliente pode ser definido como qualquer coisa que o fornecedor possa fazer para reduzir o custo de fornecimento de informações e atendimento a reclamações dos clientes, embutindo os custos logísticos, custo de operações e em muitas categorias os custos de perdas gerando assim satisfação do cliente. Ainda segundo o autor, o atendimento ao cliente é a ponta de todo o planejamento de qualidade, e ao se atender bem terá lucros garantidos pela satisfação do cliente. De acordo com Dantas (2004) existem seis componentes no atendimento ao cliente que são: 55 a) Clientes: são todas as pessoas físicas ou jurídicas que adquirem ou utilizam produtos ou serviços de uma organização. b) Atendentes: são todos os empregados da empresa que tem contato com os clientes, podendo ser vendedores, telefonistas, recepcionistas, gerentes ou até mesmo, em poucos casos, o presidente. c) Normas e Regulamentos: são as leis, decretos, regulamentos e normas internas que determinam quais são as ofertas de produtos e serviços da empresa. d) Procedimentos internos: manuais de produtos e serviços, rotinas e práticas habituais que a organização adota para orientar seu funcionamento. e) Elementos de Consulta: catálogos, cadastros, arquivos, listagens, dentre outros que são utilizados ou consultados pelos atendentes para efetivação do atendimento. f) Instalações: todos os aspectos físicos da empresa. Santos (2010) cita em seu artigo “Qualidade no atendimento ao Cliente” o U.S. New Reports (1995) que realizou uma pesquisa respondendo a seguinte pergunta: “Por que uma empresa varejista perde clientes?”. As respostas estão dispostas na figura 13. 56 Figura 13: Por que uma empresa varejista perde clientes? Fonte: (SANTOS 2010, apud, U.S. NEW REPORTS 1995) Assim como na pesquisa de Dantas (2004) citada anteriormente, esta mostra o tamanho da importância da qualidade do atendimento na hora da decisão de compra. Ou seja, o posicionamento de pessoal e a postura humana em relação à prestação de atendimento tem mais impacto nas decisões do que a qualidade dos produtos que os clientes adquirem. O que se pode inferir até o momento, a partir da análise dos autores citados, é que o nível de discordância entre eles é mínimo, se não, inexistente. Em todas as pesquisas citadas e teorias expostas está mais do que claro que a satisfação do cliente é um fator determinante para o sucesso da empresa. E que essa satisfação é produzida através do CRM, e sua linha de frente está inteiramente no atendimento. As pessoas da organização, ao entrarem em contato com os clientes determinam o sucesso da transação pelo simples fato de proporcionar um bom atendimento. E apesar de não haver fórmulas já que o atendimento é obrigatoriamente personalizado, há inúmeras maneiras de se garantir certa padronização, mas jamais esquecendo que é a flexibilidade e boa vontade do atendente que irá determinar o sucesso do atendimento. Lopes (2012) oferece nove dicas de como agregar valor a qualidade de atendimento e deste modo obter sua fidelização e encantamento. a) Demonstre que a empresa possui interesse em resolver o problema que o cliente está apresentando, sem levar em conta de quem esteja ou não com razão. Deve-se levar em 57 conta de que existem várias empresas do mesmo segmento em que a sua atua, mas os clientes são todos singulares, não há um igual ao outro. b) Esclareça os limites técnicos, contratuais e de prazos, mas que mesmo assim irá procurar um modo de ajuda-lo, e que haverá esforço para que seu desejo seja prontamente atendido. c) Procure questionar o cliente de maneira a identificar quais são suas necessidades. d) Durante o diálogo com o cliente, procure repetir as falas dele com suas próprias palavras, como numa paráfrase, isso demonstrará que está dedicando sua total atenção e tempo a ele. e) Use sua experiência para encontrar soluções para o problema do cliente, isso irá gerar uma identificação, e ele perceberá que o atendente passou pela mesma situação que ele e por tanto, estará mais solidário com sua questão. f) De acordo com a urgência do problema, procure informar o cliente sobre o andamento da resolução periodicamente. Não é ele quem precisa entrar em contato para verificar o status do processo e sim a empresa que é responsável por mantê-lo informado e demonstrar seu esforço de maneira a satisfazê-lo totalmente. g) Prometa apenas o que sabe que a empresa tem condições de cumprir. h) Ouça o que o cliente tem a dizer, mesmo que o problema já tenha sido solucionado, ás vezes, ele quer apenas falar sobre isso. i) Jamais passe a impressão de que quer se livrar do cliente, a obrigação de uma empresa é demonstrar total empenho para conseguir solucionar tal problema. Mostre sempre seu comprometimento e respeito ao consumidor. Pois ele merece já que é ele quem banca seu negócio, lembra? De todos os modelos de atendimento mostrado até o momento, Lopes (2012) foi o que mais sintetizou a essência de um bom atendimento. A demonstração de comprometimento, atenção, e respeito ao cliente é fundamental. Mesmo em relação à frase “o cliente sempre tem razão”, é necessário assumir uma postura de que ao contrariar a opinião de um cliente a empresa na verdade está se preocupando em solucionar seu problema e garantir que os serviços prestados sejam exemplares. Clientes se sentem mimados ao pensar que uma empresa está realmente preocupada em satisfazê-lo. Gerando assim uma fidelização e posterior encantamento que deve ser conservado através da manutenção e melhoria contínua dos atendimentos. 58 Já Paladini (2011) afirma que é necessário observar certas características ao traçar um planejamento estratégico para qualidade de atendimento, pois elas ajudam a definir o termo qualidade, seja em produtos ou serviços. Tais características são apresentadas da figura 14. Figura 14: Características necessárias para planejamento estratégico de atendimento de qualidade . Fonte: Paladini (2011) Paladini (2011) preceitua que, a funcionalidade como o próprio nome já diz, refere-se ao quão bem o produto ou serviço realiza o trabalho ao qual foi destinado, incluindo seu desempenho e suas características. Já a aparência refere-se às características físicas e sensoriais dos produtos ou serviços. Confiabilidade demonstra a confiança que o produto ou serviço representa para o consumidor, em resumo, se é algo consistente. A durabilidade diz sobre a vida útil do produto ou serviços. A recuperação alude a facilidade de resolução de problemas referentes aos bens e serviços ofertados, caso este o apresente e finalmente o contato. No contrato entre cliente e empresa é importante que o representante apresente cortesia, empatia e conhecimento do conteúdo, demonstrando domínio sobre o mesmo. O que podemos inferir de todas as teorias levantadas até o momento sobre Relacionamento com o Cliente, Gestão de Processos, Imagem Institucional e Atendimento de Qualidade é que: não importa o setor de gestão trabalhado, ele sempre estará voltado para uma objetivo principal, que é satisfazer seus clientes. Pois é através deste ponto que a organização se 59 alavanca no mercado, firma sua imagem, adquire lucros e se mantém sólida e em crescimento. E é exatamente isso o que nos faz questionar por que algumas empresas, muitas de grande porte ainda não tomaram medidas para satisfação total do cliente? O que as impede? A insatisfação com seus serviços é realmente culpa da empresa ou há outros fatores impedindo um pleno atendimento? São essas questões que o estudo de caso junto a Losango visa responder. 3.7 GESTÃO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS Este capítulo tem como objetivo exemplificar o significado de cadeia de suprimentos e como isso pode influenciar nos resultados de uma organização. De acordo com Oliveira (2010) é necessário primar pela integralidade na gestão de processos e para tanto é preciso identificar os moldes referentes aos processos de atendimento e como todos os aspectos desta cadeia influenciam na verificação do aumento da qualidade e produtividade, assim como na diminuição de custos. Confundida apenas com o transporte e armazenagem de itens a gestão de suprimentos tornouse um ponto sensível na gestão de processos. Esta é caracterizada por todas as atividades de transporte e armazenamento que possibilita o fluxo dentro dos processos, e está incluso não apenas no caminho traçado, mas também nos fluxos de informações e tem como fundamento a diminuição dos custos de serviço junto aos clientes. Oliveira (2010), apud, Nascimento (2004) diz que, a logística movimenta todo o fluxo de informações que possibilita aos gestores a análise da cadeia de suprimentos. Ajudando na execução de procedimentos para redução de custos e elevação da qualidade, de forma a agregar um valor diferencial para o aumento da competitividade dentro do mercado. Mesmo que haja uma tendência global de posicionar a logística como diferencial competitivo ainda há um grande contingente de organizações que acreditam que cadeia de suprimentos é apenas a gestão da eficiência de velocidade e redução de custos. Mas isso está além, pois é necessária a preocupação da redução desses dois aspectos sem que se afete a qualidade do produto. Oliveira (2010), apud, Castro (2007, np) afirma que "A cadeia de suprimentos não pode ser rígida, pois deve ter a capacidade de se adaptar as mudanças do mercado de maneira ágil e eficiente". 60 Ballou (2006) aponta que serviços prestados aos clientes, possui uma nomenclatura extensa, alcançando características que abrangem desde a disponibilidade até a manutenção do pósvenda. Em termos técnicos o serviço prestado ao cliente é consequência de todo o processo gerado pela cadeia de suprimentos. Ballou (2006) ao citar Heskett (1994) diz que, de forma mais resumida à maioria das informações se percebem como “... a rapidez e a confiabilidade da disponibilização dos itens encomendados (pelos clientes)”. 3.7.1 Características dos serviços ao cliente sob a ótica da gestão de suprimentos. Ballou (2006) destaca a mistura de atividades conhecidas como os 4P’s, como o foco do serviço aos clientes. Que significa respectivamente: produto, preço, praça e promoção. Segundo Félix (2013) esta é uma avaliação proposta por Jerome McCarthy em seu livro Basic Marketing (1960) sendo que, Produto são os métodos utilizados para se alcançar a excelência nos produtos/serviços a serem oferecidos. Preço é relativo aos valores de: troca e enquadramento como pagamento por cheques, cartões de crédito, nota promissória, parcelamentos. A Praça diz respeito distribuição do produto, local de compra ou recebimento. E Promoção são as técnicas utilizadas para a publicidade do produto/serviço. Figura 15: Os 4P’s do Marketing Fonte: A Arte de Vender (2009) 61 De acordo com Balou (2006), ultimamente vários pesquisadores vêm tentando identificar o que influencia o comportamento do consumidor na hora do consumo de um serviço. Como o fator “cliente” é uma variável, pode-se destacar que o serviço ao cliente ainda continuará sujeito a diversas interpretações. Mas mesmo assim é possível obter algumas propriedades através dessas pesquisas realizadas. Ballou (2006) cita a pesquisa realizada pela National Council of Physical Distribution Management (1994) que procurou determinar as características exatamente no momento entre a interação do fornecedor com o cliente e os agrupou em três categorias: a pré-transação, transação e a pós-transação. 3.7.1.1 Pré-transação De acordo com Ballou (2006), pré-transação é o momento em que a organização deve oferecer ao consumidor um ambiente adequado para a prestação do serviço, definindo as formalidades como: o prazo de entrega depois de realiza à encomenda, a definição dos procedimentos a serem realizados caso haja a necessidade de devolução, os pedidos ainda não concluídos e a maneira como o produto/serviço será entregue ou realizado. Isso é algo que proporciona ao consumidor a dimensão do serviço que lhe será prestado. O autor também diz que é preciso se preparar para prováveis eventualidades, organizar a empresa de modo a prestar serviços de qualidade não importa o que ocorra, e oferecer um rápido treinamento técnico ou um manual de fácil entendimento. Isso faz parte do estímulo a um bom relacionamento com o cliente. 3.7.1.2 Transação Ainda segundo Ballou (2006) a Transação significa as consequências diretas da disponibilização do produto ao consumidor. É neste momento que são determinados os níveis de estoque, modo de transporte e formalização de um modelo de processo de pedido. Tudo isso influi diretamente na velocidade de entrega, no acerto das especificações realizadas pelo cliente, nas condições do produto no momento em que ele é entregue e a disponibilidade dele em estoque. 62 3.7.1.3 Pós-transação Ballou (2006) diz que estes são os elementos que proporcionam amparo ao cliente, como: garantia de reposição em produtos danificados, embalagens retornáveis, a gestão de reclamações, sugestões e devoluções. Mesmo que isso ocorra apenas após a entrega do produto é necessário que haja um planejamento antecipado ainda nos estágios iniciais de negociação com o cliente. Figura 16: Elementos do serviço ao cliente Fonte: Ballou (2006, p. 95) Ballou (2006) diz que um serviço ao cliente nada mais é que a soma de todos os elementos citados acima, pois a reação do cliente advém de quando essa estrutura é plenamente utilizada. 3.8 Supply Chain Management (SCM) ou Gestão de Cadeia de Suprimentos (GCS) Gomes (2004) apud Christopher (1997) alega que uma cadeia de suprimentos é como uma teia interligada que integra os dois sentidos do processo, tarefas e atividades que agregam valor a um produto/serviço e que resulta no produto final que é entregue ao cliente. A diferença do GCS para logística pura é que esta é relacionada aos fluxos internos da empresa e ao mesmo tempo gerencia os externos. 63 Para Oliveira (2010) o GCS é um incrível e novo meio das empresas obterem vantagem competitiva, se formos considerar que a competição está linhada com a qualidade da cadeia de processos. O autor diz que é um ponto de expansão da tradicional administração de materiais e que pode gerir toda a “cadeia produtiva de forma estratégica e integrada” interligando desde o fornecedor até o cliente final. Hoje em dia a atuação do GCS tem como objetivo, a integração holística de todo o negócio, verticalizando a hierarquia dentro da organização sem as desvantagens que são comuns como: custos elevados e a perca temporária de flexibilidade, de acordo com Oliveira (2010). Gomes (2004, p.120) afirma que o foco está nos processos de compra que integram os elos dos processos, por exemplo: “o fabricante comprando de seus fornecedores, os atacadistas comprando de vários fabricantes, os varejistas comprando de vários atacadistas”. O GCS é de suma importância durante o negócio entre empresas chamado pelo autor de business-tobusiness, ou mais especificamente B2B. De acordo com Gomes (2004) o GCS é feito para se reduzir estoques, mas ainda garantindo que haja a quantidade necessária e divide o processo em três fluxos: fluxo de produtos, fluxo de informações e fluxo financeiro. Ao contrário de Oliveira (2010), Gomes (2004) alega que o GCS não é a integração vertical da empresa. Neste caso infere-se que a Gestão da Cadeia de Suprimentos é uma extensão da logística. Enquanto a logística procura melhorar o fluxo da organização o GCS diz que apenas a integração interna não é suficiente. Este visa interligar processos de fabricação, compras, distribuição e mercado de um modo a satisfazer cada vez mais o cliente enquanto reduz os custos. Oliveira (2010) afirma que para haver tal redução é necessário reduzir o número de informações e papéis, os custos referentes a transporte e estocagem assim como a variedade da demanda de produtos e serviços. Este é um conceito que se alinha ao CRM no momento em que se começa a produzir bens e serviços personalizados para clientes chave, fidelizandoos de modo a garantir o aumento de lucro tanto dos fornecedores quanto dos clientes. 64 4 METODOLOGIA Figura 17: Relação da Losango com os clientes da primeira e segunda camadas Fonte: Site da Losango Por meio da representação gráfica, elaborada na figura 17 sobre a Relação da Losango com os clientes da primeira e segunda camadas, baseada em dados retirados no site da Losango. Percebemos que os processos de concessão de crédito da Losango é realizado de forma circular. Primeiramente, a empresa entra em contato com varejistas, denominados clientes da primeira camada, que servem de intermediadores no momento em que vendem para os consumidores através de crédito concedido pela Losango. O círculo se completa quando o consumidor, ao pagar as parcelas de seu crediário, entrega o dinheiro diretamente para Losango, que por sua vez repassa o valor devido aos varejistas. O entendimento da dinâmica deste processo é essencial para a plena compreensão do objetivo da pesquisa que é identificar quais são os principais motivos que levam os clientes finais de serviços de crédito da Losango a buscarem solucionar problemas junto aos órgãos de defesa do consumidor antes de tentar solucioná-los junto a concessora de crédito, e qual o impacto disso na gestão da cadeia de suprimentos da Losango. 65 Para atingir tal objetivo, o método utilizado no presente estudo foi o indutivo, que é o raciocínio baseado na análise cruzada de dados separados, no intuito de chegar a uma verdade geral. 4.1 Tipo de Pesquisa O problema desta pesquisa levanta diversas hipóteses e exige estudo em todo o ciclo operacional da Losango, desde a própria empresa, até os clientes primários, os clientes finais/secundários, órgãos de defesa ao consumidor e cadeia de suprimentos, assim como sites especializados em reclamações. Este propósito leva a necessidade de comparar as relações entre as variáveis de maneira a associar, causa e efeito. Chamado de “Delineamento analítico do fenômeno pesquisado” (ROESCH, 2005, p. 130). Também pode ser entendido como pesquisa descritiva. Deste modo a pesquisa será quantitativa devido ao propósito de pesquisa que é identificar quais são os principais motivos que levam os clientes finais de serviços de crédito da Losango a buscarem soluções de seus problemas junto aos órgãos de defesa do consumir, antes de tentar solucioná-los diretamente com a Losango, mas haverá avaliação qualitativa no intuito de realizar uma análise cruzada das informações obtidas através dos métodos de pesquisa que serão: a) Pesquisa documental: visando obter relatórios, planos e cartilhas que mostrem quais os recursos que a Losango oferece aos clientes da primeira camada, os lojistas, para o apoio da realização de um bom serviço de atendimento, assim como sua própria gestão de atendimento de qualidade. Pesquisa em sites especializados em reclamações de clientes. E em documentos que relacionam as queixas contra a Losango no PROCON. b) Bibliográfica: de modo analisar as conclusões em teorias pré-estabelecidas por terceiros e investigar a imagem institucional tanto da Losango, quanto dos clientes da primeira camada, os lojista, em sites especializados em reclamações de clientes. c) Questionários: aplicados nos clientes finais da Losango de modo a obter uma visão direta do assunto. d) Entrevistas: junto aos clientes da primeira camada, os lojistas, de modo a avaliar como a gestão de suprimentos da Losango afeta suas vendas, quais são suas políticas 66 para redução da insatisfação de seus clientes e quais os processos utilizados para lhe dar com as reclamações destes. No quadro 04 intitulado: Tipos de Pesquisa, Métodos e Técnicas, estão relacionados os propósitos, métodos, técnicas de coleta e análise de dados de pesquisa, adaptado de quadro elaborado por (ROESCH, 2005, p. 127), para a realidade desta pesquisa. Quadro 5: Tipos de Pesquisa, Métodos e Técnicas PROPÓSITO DA PESQUISA MÉTODO TÉCNICA DE COLETA PESQUISA QUANTITATIVA Estudo de Caso Entrevistas Questionários Descritiva TÉCNICA DE ANÁLISE Métodos Estatísticos (Frequência, correlação, associação, análise de gráficos) 1. Pesquisa Diagnóstico PESQUISA QUALITATIVA Bibliográfica Documental Análise cruzada de Conteúdo Fonte: Roesh (2005) De acordo com o quadro 5, o propósito inicial da pesquisa é investigar o ambiente organizacional da Losango, assim como seu ambiente de mercado, de modo a coletar dados que mostrem onde está o problema real através da pesquisa-diagnóstico. A metodologia utilizada no questionário para os clientes finais e as entrevistas com gerentes dos clientes da primeira camada, os lojistas, da Losango, serviu para obter a percepção e posicionamento de cada um sobre o que é um atendimento de qualidade e quais os métodos que estes utilizam para reduzir a insatisfação de seus consumidores. Esses dados, confrontados com as informações colhidas através da pesquisa documental e bibliográfica, geraram a conclusão e inferência desejadas durante a formulação do problema de pesquisa. 4.2 População e Amostra Foram quatro os elementos pesquisados dentro da empresa que são: 67 a) Clientes da Primeira Camada: Parceiros Varejistas da Losango utilizando a entrevista por telefone como instrumento de pesquisa, onde o entrevistador registrou as respostas dadas pelo entrevistado, o roteiro da pesquisa foi previamente preparado e delineado de modo a obter respostas relevantes a pesquisa. Foram escolhidos os três lojistas no topo do ranking de reclamações recebidas de modo a obter uma visão mais abrangente dos principais motivos pelos quais os clientes reclamam. b) Clientes Finais: são aqueles que possuem registro de alguma reclamação e estão ligados aos clientes da primeira camada (lojistas) selecionados. Foram submetidos a um questionário fechado respondido por e-mail ou por telefone. c) Documentos: que indicaram os modelos de gestão de atendimento e processo de suprimentos da Losango. Examinou-se todo o material e logo após, registrou-se os dados sobre instrumentos previamente preparados. Também foram analisados os documentos repassados pelo PROCON para Losango com a relação de queixas feitas contra ela. Assim como reclamações feitas em sites especializados em queixas contra empresas. A população total da pesquisa foram os clientes atuais da Losango que conta com 460 clientes da primeira camada. Os 1250 clientes finais que usam os serviços da Losango através desses parceiros e que fizeram queixas contra a Losango junto ao PROCON. Somando-se o total de 1710. Está é a população a ser pesquisada. Serão três os clientes da primeira camada (lojistas) analisados nesta pesquisa, sendo o primeiro a Ricardo Eletro, o segundo a Star Móveis e o terceiro o Fujioka, escolhidos com base no ranking de reclamações realizadas junto ao PROCON. Estas empresas estão em primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente. Por ser o foco de um elevado número de insatisfação entre os consumidores finais, podem mostrar melhor onde reside o erro em todo o processo de atendimento. As entrevistas por telefone com os clientes da primeira camada, os lojistas, foram todas realizadas durante o horário comercial, das 08h00 às 18h00, excluindo 2h00 de almoço. As entrevistas foram realizadas entre os dias 18 a 26 do setembro de 2013. Já a segunda amostra estudada, foram os clientes secundários da Losango, retirados dos registros dos clientes da primeira camada (lojistas) entrevistados, sendo que o método de escolha foi aleatório, mas baseado em duas premissas. A primeira de que fossem clientes de 68 um dos lojistas selecionados para entrevista e a segunda de que tivesse registro de alguma reclamação. Estes questionários foram aplicados também em horário comercial, nos dias 18 a 26 do mês de setembro. 4.3 Variáveis da Pesquisa Segundo Rauen (2012) variáveis são entendidas como todo evento, comportamento, características individuais ou situações que possuam ao menos dois fatores diferentes. Nesta pesquisa foram utilizadas variáveis quantitativas dependentes que são descritas por Rauen (2012) como características possíveis de serem medidas através de variação numérica, ou classificativa. De acordo com o autor, ao conceder valores numéricos a objetos que são alvo de pesquisa, as características do alvo investigado assumem caráter de variável quantitativa. Em resumo, são atributos mensuráveis do objeto de pesquisa. As variáveis pesquisadas foram: a) Informações sobre o serviço de crédito adquirido pelos consumidores b) Motivos de reclamações junto ao PROCON c) Grau de satisfação com o atendimento do lojista d) Grau de satisfação com o produto adquirido pelo lojista através da Losango e) Grau de satisfação com o produto de crédito. 4.4 Instrumentos da Pesquisa Para a realização da pesquisa deste trabalho de conclusão de curso - TCC foi necessário primeiro, a realização de entrevistas semiestruturadas com clientes da primeira camada, entre os dias 18 a 26 do mês de setembro. Assim como a aplicação de questionários semiestruturados para os clientes finais entres os dias 20 e 24 do mês de setembro com duração total de 1 hora. Já a pesquisa documental foi realizada através de publicações na intranet referentes à qualidade de atendimento e treinamento de pessoal, e notificações enviadas pelo PROCON, por meio de cartas que são relacionadas em planilhas de acompanhamento, contendo as queixas contra a empresa, para que esta possa entrar em contato com o cliente e solucionar 69 tais problemas. A pesquisa foi realizada entre os dias 01 e 03 do outubro de 2013, com duração total de 10 horas. A pesquisa bibliográfica foi realizada antes da coleta de dados quantitativos, no que tange a referências bibliográficas. A pesquisa em site de reclamações foi realizada no dia 03 de Outubro 2013 totalizando 5 horas de pesquisa. 4.5 Procedimentos Metodológicos 4.5.1 Coleta de Dados Durante a coleta de dados foram elaborados questionários e entrevistas semiestruturadas aplicados nos clientes finais e clientes de primeira camada (lojistas) da Losango. As perguntas do questionário, assim como na entrevista, foram elaboradas de maneira simples, direta e de fácil compreensão. Obedecendo a parâmetros metodológicos pré-estabelecidos de modo a determinar os motivos pelos quais os clientes ficaram insatisfeitos e porque preferiram a resolução direta com órgãos de defesa ao consumidor. A pesquisa documental foi realizada de forma estruturada, buscando através dos meios internos, provas sobre a administração do atendimento de qualidade que a Losango pratica tanto com clientes primários, quanto com os finais com o objetivo de saber como a Losango se posiciona em relação ao atendimento de qualidade e relacionamento com os clientes e como isso se correlaciona com os dados obtidos através de pesquisa de campo. Ainda na pesquisa documental foram analisadas planilhas disponibilizadas pelo PROCON a Losango, contendo o motivo das queixas contra a última. O objetivo era saber os motivos principais das queixas de modo a determinar se eram em sua maioria decorrentes de um mau atendimento feito pela Losango, ou de um mau atendimento feito pelos clientes da primeira camada (lojistas). Durante a coleta, buscou-se analisar o processo entre Losango e Clientes da primeira Camada (lojistas), estabelecendo quais erros e equívocos havia ali, para logo em seguida analisar a relação dos varejistas com os consumidores. A terceira etapa da coleta de dados se dirigiu ao órgão que recebe tais reclamações, o PROCON. E a quarta etapa foi dirigida a sites especializados em reclamações de consumidores, proporcionando uma visão externa e 70 imparcial da situação de modo que ao se comparar os quatro resultados foi possível concluir sobre a motivação dos consumidores que procuraram diretamente o PROCON antes de fazer uma tentativa de resolver com a Losango. A pesquisa, também proporcionou uma resposta a mais, ao expor os motivos do porquê os clientes que procuraram a Losango para resolver seus problemas sentiram necessidade de ir ao PROCON logo após. 4.5.2 Tratamento de Dados Este estudo baseado nos parâmetros dispostos por (ROESCH, 2005) necessitou de uma análise multivariada de dados, que segundo (SABIN, 2013) é basicamente observar padrões dentro das informações coletadas e identificar as fontes primárias de variação em dados complexos de modo a expô-los em gráficos simples e fáceis de interpretar. Os dados obtidos através de questionários com clientes primários e secundários da Losango foram estatisticamente calculados em relação à frequência através de medidas de posição, correlação, associação, crescimento, calculando a porcentagem de cada categoria em relação a amostra total. O método estatístico utilizado foi à estatística básica, de modo a interpretar a frequência e o motivo de determinados eventos. Logo após, foram tabulados e analisados gerando repostas suscitas e claras em forma de tabelas e gráficos apresentados. Dados obtidos através de entrevista foram expostos através de quadros e gráficos incluindo a interpretação do entrevistador. Dados documentais e bibliográficos coletados na internet foram analisados e apresentados na forma de textos, figuras e quadros explicativos. A conclusão foi baseada na comparação e análise cruzada de todas as informações obtidas através da metodologia aplicada na presente pesquisa. 71 5 ANÁLISE DE RESULTADOS Em entrevista realizada com clientes da primeira camada (lojistas) da Losango, questionário aplicado aos clientes da segunda camada e análise documental dos treinamentos disponibilizados pela empresa, além da análise documental de arquivos do PROCON e sites de reclamação. Foi possível determinar as principais motivações dos clientes finais da Losango para procurar o PROCON antes de tentar resolver diretamente com a organização. 5.1 ENTREVISTAS COM CLIENTES DA PRIMEIRA CAMADA E ANÁLISE DOS ÍNDICES DOS SITES DE RECLAMAÇÃO A entrevista foi realizada com representantes das três empresas que estão no topo do ranking de denúncias junto ao PROCON e associadas a Losango. As análises foram dispostas do 1° em número de reclamações que é a Ricardo Eletro, o 2° que é a Star Móveis e em 3° o Fujioka. 5.2.1 Ricardo Eletro Em entrevista realizada com representante da Ricardo Eletro, lojista que ocupa o primeiro lugar no ranking de reclamações do PROCON. Foi averiguado que a loja possui mais de 10 anos de parceria com a Losango. Ao ser questionada sobre os treinamentos disponibilizados pela Losango do quais já participou, o entrevistado informou que a empresa já realizou treinamentos sobre os Seguros Losango, Seguro Bilhete Premiado, Prevenção de Fraudes, Mundo CDC, Captura Digital, Campanha Losango de Vendas e Cadastro 100%. Segundo o entrevistado, os treinamentos auxiliaram nas vendas da Loja e na qualidade do atendimento, demonstrando que a Losango atingiu sua meta com o programa de capacitação de colaboradores e clientes da primeira camada. A Loja informou que sua única política de crédito é a disponibilizada pela Losango, e que efetuam outros treinamentos para seus atendentes no intuito de melhorar o atendimento. O representante afirmou haver sistema de gestão, com o propósito de melhorar continuamente sua relação com os clientes. Este sistema é composto por um setor onde todas as reclamações são centralizadas, priorizando a resolução dos mais graves no intuito de diminuir o impacto negativo gerado por estas. Percebe-se os resultados deste novo sistema em pesquisa no site de reclamações “Reclame Aqui”, em nível nacional. A Ricardo Eletro possui um total de 21.913 72 reclamações de seu site e-commerce. Destas, 21.2oram respondidas e 662 não obtiveram resposta. O lojista possui um tempo médio de resposta de 9 dias e 19 horas. 70,5% das reclamações foram solucionadas e 35,7% dos clientes que reclamaram voltariam a fazer compras na loja. Esses dados estão dispostos na figura 18. Figura 18: Avaliação Geral da Ricardo Eletro, cliente da primeira camada, (Internet) no Reclame Aqui Fonte: Reclame Aqui (2013) Mesmo com o alto índice de respostas, à nota geral da Ricardo Eletro entre os consumidores de todo o Brasil é de 3.35 o que a classifica como uma empresa ruim. A métrica de reclamações da loja física não é mais animadora. Veja na figura 19 exposta abaixo: Figura 19: Avaliação Geral da Ricardo Eletro, cliente da primeira camada (Loja Física) no Reclame Aqui Fonte: Reclame Aqui (2013) Com um total de 5.869 denúncias em todo o Brasil, 97.7% foram atendidas e apenas 52,7% foram solucionadas. Dos clientes 20,1% voltariam a fazer compras na loja. A nota geral do consumidor é de apenas 2.24, o que classifica o varejista como “não recomendado”. 73 Ao pesquisar no site “Reclamao.com” a situação da empresa também não foi favorável, sendo que houve 1.448 reclamações com um índice de apenas 13,33% de soluções. Veja a figura 20 abaixo. Figura 20: Avaliação da Ricardo Eletro, cliente da primeira camada, no site Reclamao.com Fonte: Reclamao.com 2013 Em pesquisa do site Denuncio (2013), não se encontrou gráficos de reclamações e soluções, apenas uma relação das principais queixas. Entre elas estão o fato da loja vender produtos que não tem em estoque, atraso na entrega, dificuldade na troca de produto com defeito, atendimento ao cliente feito de modo inadequado, e o fato de que a Ricardo Eletro não possui montadores de móveis. Entre os três sites de reclamações analisados a denúncia mais recorrente é a dificuldade na devolução ou troca de produtos. 5.2.2 Star Móveis A Star Moveis também é associada a Losango há mais de 10 anos e os treinamentos que realizou foram os mesmos realizados pela Ricardo Eletro. O representante da empresa afirmou que tais treinamentos auxiliaram na hora das vendas e que eles utilizam somente o sistema de concessão de crédito especificado pela Losango. A empresa também disponibiliza outros treinamentos para seus atendentes, além dos que são disponibilizados pela Losango e possuem um sistema administrativo que visa a melhoria de sua relação com os clientes. Este sistema ocorre no pós venda, quando a empresa liga para o cliente para perguntar se receberam a mercadoria e se está tudo bem com a mesma. Prática recorrente no Customer Relationship Management – CRM abordada por Peppers e Roggers (2001). 74 A empresa lida com reclamações buscando o real motivo da insatisfação do cliente e logo após, elabora soluções que sejam benéficas tanto para os clientes quanto para empresa. A Star móveis iniciou uma ação para diminuir o número de queixas ao contratar um exfuncionário do PROCON, para que este pudesse identificar os principais motivos de reclamações e solucioná-los junto ao cliente de forma amigável. A Star Móveis possui um número bem menor de reclamações junto ao site Reclame Aqui. Sendo um total de 84. O que preocupa, é que nenhumas dessas reclamações foram respondidas o que mostra que a Star Móveis não possui uma atenção especial ao que se está sendo falado sobre ela no meio digital. Veja a figura 21 abaixo. Figura 21: Avaliação da Star Móveis, cliente da primeira camada, no site Reclame Aqui Fonte: Reclame Aqui (2013) No site Reclamao.com a Star Móveis também não possui um selo de qualidade, sendo que as principais queixas são sobre montagem de móveis, atendimento inadequado, mentiras realizadas pelo vendedor, descaso por parte da empresa, entre outros. Veja a figura 22 abaixo. Figura 22: Avaliação da Star Móveis, cliente da primeira camada, no site Reclamao.com Fonte: Reclamao.com (2013) Não foram encontradas reclamações contra a Star Móveis no site “Denuncio”. 75 5.2.3 Fujioka O representante do Fujioka também é parceiro da Losango há mais de 10 anos, mas afirmou ter realizado todos os cursos disponibilizados por esta, assim como a Ricardo Eletro e Star Móveis. O entrevistado também afirmou que tais treinamentos auxiliaram na hora das vendas e que utilizam somente a política de crédito da Losango. É prática do lojista conceder outros treinamentos aos seus atendentes além daqueles que a Losango oferece. O Fujioka possui um sistema para tentar melhorar a relação com seus clientes. Este sistema consiste em reuniões mensais com seus funcionários para identificar ocorrências negativas e fazer melhorias no atendimento. Todas as reclamações são repassadas para gerência regional do Fujioka para a tomada de decisão. O processo que a empresa utiliza para lhe dar com reclamações consiste em: primeiramente identificar o problema, e logo após tentar resolver da melhor maneira, de modo a evitar transtornos e fidelizar os clientes. O Fujioka costuma dar um retorno aos clientes que fazem reclamações em todos os casos. E utilizam pessoal especializado para entrar em contato com estes, na tentativa de solucionar o problema do modo mais amigável possível. O Fujioka, dentre as três empresas, foi a com melhor situação, ganhando um “regular” entre os clientes que reclamaram da empresa no site “Reclame Aqui” a nível nacional. No total foram 137 reclamações e um tempo médio de 5 dias e 7 horas de resposta. Das reclamações 99,3% foram respondias e 70,2% foram solucionadas. 38,1% dos clientes alegaram que voltariam a fazer negócio com a loja. Veja a figura 23 abaixo. Figura 23: Avaliação do Fuijoka, cliente da primeira camada, no Site Reclame Aqui Fonte: Reclame Aqui (2013) 76 O Fujioka, assim como os anteriores também não ganhou um selo de qualidade do site Reclamao.com, embora o número de reclamações tenha sido bem menor. Veja na figura 24 abaixo. Figura 24: Avaliação do Fujioka, cliente da primeira camada, no site Reclamao.com Fonte: Reclamao.com (2013) Houve apenas uma reclamação no site “Denuncio”, alegando a compra de um produto que quebrou com poucos dias de uso e ao ir para garantia informaram que este não poderia ser concertado e a loja se recusou a devolver integralmente o dinheiro pago pela garantia. Em entrevista e análise de reclamações em sites especializados, constatou-se que todos os lojistas possuem uma forma padrão de lhe dar com reclamações. Este fato é que todos possuem setores e pessoal especializado para lhe dar diretamente com problemas com consumidores, mas nenhum afirmou possuir um sistema de melhoria dos processos no intuito de diminuir a insatisfação do cliente. Através de todo o processo de vendas, quando ganham um feedback negativo, eles procuram resolver com os clientes, o que é válido. Mas não há nenhuma atitude em prol de avaliar o processo de vendas, identificando erros e solucionando-os de modo a evitar que eles alcancem o consumidor. Este processo foi descrito por Levandski (2012) como Ciclo PDCA, que consiste em: análise de maturidade de processos, mapeamento e otimização dos processos, indicadores de desempenho e plano de ação. Diante deste fato, percebe-se que mesmo com treinamentos contínuos e um sistema de atendimento para clientes insatisfeitos. Tais Lojistas não irão minimizar o número de clientes descontentes com seus serviços, enquanto não visarem à melhoria de seus processos prévenda e não apenas o do pós-venda. 77 5.2 QUESTIONÁRIO COM CLIENTES DA SEGUNDA CAMADA DA LOSANGO. Em primeiro lugar, analisamos o perfil geral dos clientes da segunda camada que denunciaram a empresa junto ao órgão de defesa do consumidor. Gráfico 1: Faixa Etária 45% 40% Título do Eixo 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Série1 18 a 25 anos 26 a 35 anos 36 a 45 anos 46 a 59 anos 4% 22% 42% 22% Mais de 60 anos 10% Fonte: Autor da Pesquisa O gráfico 1 mostra que a maioria dos clientes pesquisados está na faixa estaria entre 36 a 45 anos. Gráfico 2: Estado Civil 80% 70% Título do Eixo 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Série1 Solteiro 26% Casado 74% Divorciado 0% Fonte: Autor da Pesquisa Viúvo 0% 78 O gráfico 2 expõe o fato de que a maioria dos clientes pesquisados são casados. Gráfico 3: Nível de Escolaridade 45% 40% Título do Eixo 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Fudament al Série1 22% Ensino Médio Incomplet o 19% Ensino Médio Completo 45% Ensino Superior Incomplet o 4% Ensino Superior Completo Pósgraduação 10% 0% Fonte: Autor da Pesquisa O Gráfico 3 demonstra que a grande maioria dos clientes pesquisados possui o ensino médio completo. Gráfico 4: Local onde reside 80% 70% Título do Eixo 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Série1 Plano Piloto 7% Cidades Satélites 71% Fonte: Autor da Pesquisa Entorno do DF 22% 79 O gráfico 4 mostra que os clientes da amostra, em grande parte, moram em cidades satélites de Brasília. Gráfico 5: Média salarial 80% 70% Título do Eixo 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Até 1 salário mínimo Série1 13% De 2 a 4 salários mínimos 77% De 5 a 9 salários mínimos 10% De 10 a 15 salários mínimos 0% Mais de 16 salários mínimos 0% Fonte: Autor da Pesquisa O gráfico 5 demonstra que a média salarial do clientes da Losango está entre 2 a 4 salários mínimos. Título do Eixo Gráfico 6: Com quantas pessoas reside? 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Série1 Sozinho Com mais 1 pessoa Com mais 2 pessoas Com mais 3 pessoas 4% 0% 42% 48% Fonte: Autor da Pesquisa Com mais de 5 pessoas 6% 80 O gráfico 6 mostra está dívida entre clientes que residem com mais de 3 pessoas que é uma maioria, e clientes que residem com mais 2 pessoas. Gráfico 7: Quantas pessoas ajudam nas despesas familiares? 90% 80% Título do Eixo 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Série1 1 pessoa 2 pessoas 3 pessoas 0% 87% 10% Mais de 4 pessoas 0% Ninguém 3% Fonte: Autor da Pesquisa O gráfico 7 mostra que a grande maioria dos clientes pesquisados dividem a despesa da casa com mais duas pessoas. Gráfico 8: Quais serviços da losango os clientes utilizaram 60% Título do Eixo 50% 40% 30% 20% 10% 0% Série1 Crédito Pessoal 6% Cartões de Crédito 39% CDC Seguros Outros 52% 0% 3% Fonte: Autor da Pesquisa 81 O gráfico 8 mostra que o serviço mais utilizado pelos clientes é o crédito direto ao consumidor. Gráfico 9: Satisfação do cliente com os lojistas 90% 80% Título do Eixo 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Insatisfeito Série1 10% Pouco Satisfeito 0% Satisfeito 84% Muito Satisfeito 0% Não respondeu 6% Fonte: Autor da Pesquisa O gráfico 9 mostra que a maioria dos clientes se sentem satisfeitos com o atendimento feito pelo lojista. Gráfico 10: Principais queixas realizadas pelos clientes 30% Título do Eixo 25% 20% 15% 10% 5% 0% Série1 Inserção indevida do SPC ou SERASA Cobrança Indevida Crédito negado Problema s na hora de solucionar dúvidas 26% 23% 6% 3% Aparecim ento de um serviço que não solicitou 19% Fonte: Autor da Pesquisa Problema s para cancelar serviços Outros 10% 13% 82 O gráfico 10 mostra que a maioria das reclamações contra a Losango são devido a inserção indevida do nome do SPC e Serasa. Gráfico 11: Clientes que procuraram a Losango antes de entrarem em contato com o PROCON 60% Título do Eixo 50% 40% 30% 20% 10% 0% Sim 42% Série1 Não 55% Não respondeu 3% Fonte: Autor da Pesquisa O gráfico 11 mostra que a maioria dos clientes não procuram a Losango antes de prestarem queixa junto ao PROCON. Título do Eixo Gráfico 12: Motivos que levaram os clientes a procurarem o PROCON após contato com a Losango 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Série1 Insatisfação com o atendimento da Losango Falta de confiança de que a Losango resolveria o problema Demora na resolução do Problema 7% 14% 36% Não conseguiu resolver o problema diretamente com a Losango 14% Fonte: Autor da Pesquisa Outro 29% 83 O gráfico 12 mostra que grande parte dos clientes pesquisados, a maior queixa foi a demora na resolução de problemas pela Losango. Quadro 6: As queixas dos clientes que reclamaram diretamente no PROCON. 1 Não achou que a Losango resolveria 2 Acreditava que não devia mais nada a empresa e por isso procurou o PROCON 3 Não havia efetuado nenhuma compra pela Losango 4 Não aceitou a resposta do lojista a para recusa de crédito 5 6 Havia quitado a dívida e mesmo assim estava sendo cobrado Não respondeu 7 Não aceitou a justificativa do Lojista para a negativa de crédito 8 9 Porque consta restrição no SERASA com a Losango e o cliente nunca efetuou nenhum contrato com a empresa Não sabia que a Losango resolvia Fonte: Autor da Pesquisa Ao realizar análise conjunta no quadro 6 dos consumidores que procuraram ou não a Losango antes de realizarem denúncia junto ao PROCON infere-se que o principal motivo é a falta de confiança de que a Losango solucionará o problema. Esta falta de confiança é reforçada naqueles que ao procurarem a empresa, precisam lhe dar com a demora na solução dos problemas, ou simplesmente a não solução destes. 84 Gráfico 13: Problemas resolvidos pelo PROCON 70% Título do Eixo 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Série1 Sim 67% Não 23% Não Respondeu 10% Fonte: Autor da Pesquisa O gráfico 13 mostra que a grande maioria dos problemas são resolvidos pelo PROCON. Primeiramente, constatou-se um perfil bastante homogêneo de clientes que realizam compras a prazo através da Losango. Ao efetuar estudo dos gráficos demonstrativos de questionário aplicado junto aos clientes finais, identificou-se que estes, em sua maioria, possuem idade média entre 36 a 45 anos, são casados, possuem ensino médio completo, moram em cidade satélite de Brasília, tem uma renda de 2 a 4 salários mínimos, moram com mais 3 pessoas e dividem as despesas com mais 2 pessoas. Ou seja, os consumidores da Losango se encaixam no perfil de classe média baixa que compõem a maioria da população brasiliense. E que são os principais utilizadores de serviços de crédito no país. O serviço mais utilizado por estes clientes é o Crédito Direto ao Consumidor, que é caracterizado pela venda de produtos através de carnê, principalmente em lojas de móveis e eletrônicos. A grande maioria dos clientes pesquisados mostrou-se satisfeitos com o atendimento feito pelo lojista. Fato explicável pelo fato de que entraram com denúncia diretamente contra a Losango e não contra a loja. Mas este dado em específico entra em contradição com análise feita em documentos disponibilizados pelo PROCON e pesquisa em sites de reclamação. Onde a grande maiorias das denúncias são relacionadas a erros do lojista. Para embasar esta constatação, resolveu-se expor a análise da entrevista com os lojistas junto à pesquisa em sites de reclamação de modo a efetuar análise cruzada entre os dois resultados. 85 5.3 PESQUISA DOCUMENTAL DE TREINAMENTOS PARA COLABORADORES E CLIENTES DA PRIMEIRA CAMADA DA LOSANGO Segundo Binotto et al (2009), em pesquisa realizada pelo Instituto Great Place to Work juntamente com a Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro (ABRHRJ), que elegeu as 30 empresas que mais se destacam no quesito Gestão de Pessoas com um nível elevado de confiança entre pessoas em cargos de chefia e empregados. A Losango ficou em segundo lugar, inclusive nos quesitos: Inspirar, falar e escutar. Subindo uma posição no ranking em relação ao ano de 2011. Em pesquisa documental realizada no “Portal Parceiros”, que é o canal de treinamento para colaboradores e clientes da primeira camada (lojistas) da Losango verificou-se os seguintes cursos disponibilizados: a) Cadastro 100% b) Campanha Losango de Vendas c) Captura Digital – Filiais Losango d) Como ser Campeão do MIL e) Correspondente no País – Resolução 3954 f) Introdução ao Portal de Treinamento g) Mundo CDC (Seguros Losango) h) Programa de Certificação Funcional - PCF Losango i) Preposto Losango j) Prevenção a Fraudes (documentos) k) Rádio Estação Losango l) Seguro Bilhete da Sorte m) Seguros Losango – Mundo Filial n) Supervisores EP (presencial) Destes, os treinamentos disponibilizados para lojistas são: a) Seguros Losango b) Seguro Bilhete Premiado c) Prevenção de Fraudes d) Mundo CDC 86 e) Captura Digital f) Campanha Losango de Vendas g) Cadastro 100% Os demais treinamentos, estão disponíveis apenas para colaboradores da Losango. Abaixo segue resumo dos principais objetivos de cada treinamento, sua duração e qual valor agregado que carregam em si. 5.3.1 Introdução ao Portal de Treinamento Losango Primeiramente a Losango disponibiliza a introdução ao seu portal, com anexos específicos. Primeiro uma planilha do Excel para inserção de dados dos lojistas, logo após um arquivo em PDF ensinando o passo a passo da instalação do Adobe Flash Player onde os cursos são rodados, um link para baixar este programa e outra planilha de Excel com uma lista para ser passada em cursos presenciais. 5.2.1 Cadastro 100% Losango. 5.3.2 O Cadastro 100% O Cadastro 100% é um curso online com, que tem como objetivo orientar seus colaboradores no preenchimento correto do cadastro de clientes, aumentar a qualidade de endereçamento e reduzir pequenas falhas no cadastro. No curso, é ressaltada a importância de se fazer o cadastro, o preenchimento correto do campo de endereços para minimizar falhas na entrega de produtos. Relacionam quais as falhas mais comuns e mostram como evita-las. As falhas mais comuns são: a associação entre os campos de endereço comercial e os campos de endereço residencial; o preenchimento de campo com caracteres especiais; anotações de referências e observações; o esquecer de confirmar as datas do cliente, tal informação faz diferença na hora da aprovação do crédito, deixar de colocar o DDD do telefone, informação sobre o tempo em que o cliente está empregado e qual ocupação atual do cliente. No final do curso é feita uma relação dos benefícios de um cadastro bem preenchido. a) Quanto mais completa a proposta do cliente, mais chance terá de aprovação; b) Diminuição da inadimplência na carteira dos lojistas; c) Mais agilidade nas próximas operações com o cliente; d) Aumento da rentabilidade da operação e possibilidade de negociação de taxas cada vez melhores. 87 5.3.3 Captura Digital Losango O curso de Captura Digital é online que surgiu como uma tentativa de reduzir fraudes de falsidade ideológica, agilizando o processo da análise de crédito, deste modo elevando o nível de satisfação dos clientes e lojistas. Seus objetivos são o de apresentar as mudanças realizadas no sistema, com a inserção da captura simplificada, painel de ofertas e captura de imagens. Foram inseridas duas novas funcionalidades ao sistema que são: a criação de uma consulta simplificada, verificando imediatamente a elegibilidade do cliente e a captura e armazenamento da documentação comprobatória, assim como a foto do cliente. Essas duas inovações trazem benefícios como: a) A redução de fraudes assim como de ações cíveis b) O aumento da rentabilidade da carteira dos clientes c) A possibilidade de conceder mais crédito assumindo menos riscos d) A elevação da qualidade das aprovações de crédito e) O aumento da carteira de clientes Logo após a apresentação dos benefícios a Losango mostra detalhadamente como as novas ferramentas devem ser utilizadas. 5.3.4 Como ser Campeão do MIL Este curso tem duração de 20 minutos e apresenta o MIL – Clube de Campeões que é uma ferramenta de avaliação individual de desempenho. Com metas integradas que proporciona ao gestor uma base para a avaliação de desempenho e reconhecimento de seus colaboradores de acordo com a classificação de cada grupo (categoria) no ranking. 88 Figura 25: Matriz de Avaliação e Reconhecimento Fonte: Losango (2013) A apuração de resultados é realizada mensalmente sendo que o reconhecimento é trimestral e a avaliação em si é realizada anualmente, abrangendo os quadrantes de finanças, vendas e qualidade. 5.3.5 Mundo CDC – Seguros Losango O treinamento CDC tem como objetivo mostrar as operações de seguros e suas características, detalhar as assistências, coberturas e benefícios dos produtos, reforçar o valor agregado e a adesão opcional, destacar a inovação dos sorteios dos seguros e explicar a dinâmica da premiação. O intuito geral é reforçar o conhecimento dos colaboradores e clientes da primeira camada (lojistas) sobre os Seguros da Losango, apresentando as novidades e enfatizando a importância do cliente reconhecer valores agregados nestes produtos para uma venda sustentável. 5.3.6 Bilhete da sorte O treinamento sobre Seguro Bilhete da Sorte possui uma duração de 30 minutos e tem como objetivo apresentar o novo produto de seguros, o bilhete da sorte, assim como, a matriz de seguros e as mudanças no preenchimento na hora da adesão e aprimorar a argumentação durante as vendas. A Matriz de Seguro da Losango, foi criada com o objetivo de agilizar as operação e aumentar o nível de qualidade das vendas, elevando também a satisfação dos consumidores no 89 atendimento via web para financiamento. A matriz permite que o atendente ofereça produtos com a cobertura que melhor se adequa a operação. Ou seja, a matriz seleciona automaticamente a melhor opção de seguro para determinado caso. Já o Bilhete da sorte é um seguro que possibilita ao cliente concorrer a um único sorteio no valor de 20 mil e conta com uma cobertura de R$2.500,00 em caso de morte acidental. 5.3.7 Seguros Losango O treinamento dos Seguros Losango visa mostrar como é realizada as operações de seguros e suas características, detalhar as assistências, coberturas e benefícios de produtos. A Losango adotou a prática de disponibilizar seguros de acordo com as características de cada cliente. Antes de iniciar o curso sobre seguros em si a Losango fala sobre suas práticas de “Crédito Sustentável” e “Cliente Consciente”, pois ao seu ver os consumidores devem realizar suas metas adquirindo o tipo certo de crédito de acordo com suas necessidades e realidade financeira. Deste modo o cliente sempre terá condições de quitar sua dívida com a instituição e assim, realizar novas compras. Em suma, o cliente deve sempre estar bem informados sobre o que estão adquirindo. 5.3.8 Prevenção à Fraude (Losango) O curso de Prevenção a Fraudes da Losango tem duração mínima de 30 minutos e tem como objetivo destacar os pontos relevantes para identificação de fraudes em documentos. No curso, é ensinado como identificar fraudes em Registro Geral – RG, em Cadastro de Pessoa Física – CPF, Carteira Nacional de Habilitação – CNH, em Comprovantes de Residência e Comprovantes de Renda. Este treinamento veio através da necessidade de diminuir o número de fraudes, pois segundo a Losango, uma pesquisa realizada pelo Serasa Experian (2012), um brasileiro é vítima de tentativa de roubo de identidade a cada 15 minutos. 5.3.9 Campanha Losango de Vendas – CLV O treinamento da CVL tem duração mínima de 15 minutos e tem como objetivo apresentar a estrutura da CVL, esclarecer à dinâmica de premiação. O curso é dividido em: categorias de Participantes, tabela de cupons, premiação, critério de divisão de prêmios e dinâmica da CLV. 90 Primeiramente o curso mostra que a CVL é o quadrante de Vendas do MIL. Figura 26: Quadrante de vendas do MIL Fonte: Portal Parceiros (2013) Em suma, todos os treinamentos são voltados para darem aos colaboradores um maior suporte na hora de efetuar vendas. Disponibilizando informações sobre os produtos e inovações adotadas pela empresa. Ou seja, a Losango possui excelente suporte de treinamento e veiculação de informações. 5.4 ANÁLISE DOCUMENTAL PROCON A análise documental foi realizada com planilhas que representavam um total de 41 queixas que foram repassadas pelo PROCON a Losango. Foram selecionadas as principais queixas totalizando a exposição de 25 delas no quadro 07. Quadro 7: Denúncias ao PROCON sobre serviços da Losango OCORRÊNCIAS RELATADAS PELO PROCON 1 2 Cliente pagou boleto do banco Santander, com dados do contrato Losango. Cliente se recusa a pagar, pois informa que não tem mais interesse. Solicitou cancelamento 3 Cliente relata que comprou uma Cama Box e Cabeceira que não foi entregue conforme o combinado, devido a isso o mesmo quer o cancelamento. 4 O Cliente informa não reconhecer pagamentos em cartão de 4x de R$99,75; feito nas Lojas Americanas. 5 Valor de cheques é divergente. O correto seria 10 vezes de R$390,00 e estão entrando com um valor de R$187,10 e os mesmos estão sendo devolvidos. 6 Cliente entrou na justiça contra a loja Casa Bela, devido mercadoria entregue com defeito. O mesmo solicitou a loja que providencia-se o reparo e nada foi feito. 7 Cliente informa que fez a compra de um fogão de 6 bocas, mas foi entregue um de 4 bocas, a mesma recebeu o fogão confiando na palavra do montador que disse que iria trocar. 8 9 10 11 12 Compra a cartão não reconhecida, cliente informa que teve conhecimento quando foi fazer um financiamento e constou negativação Compra não reconhecida na loja Inforgame Compra no cartão no valor de R$300,00 não reconhecida pelo cliente Irmã da cliente entrou em contato informando que a mesma possui problemas mentais. Trouxe o laudo médico e solicitou cancelamento de serviços Cliente fez a reclamação devido à demora na montagem dos produtos 91 13 14 15 16 17 Lojista errou ao imprimir carnê deixando faltar as duas últimas parcelas, ao receber cobrança ficou sabendo deste erro e solicitou a quitação da dívida por R$200,00 Compra não reconhecida, informa que não perdeu os documentos, mas não realizou compras da loja Casa Bela. Cliente informa ter compra duas mercadorias, mas não recebeu o criado mudo Cliente deseja cancelar, pois informaram que o celular era um brinde, mas quando verificou viu que o preço estava embutido. Cliente tentou negociar dívida do SAC e não conseguiu 18 Cliente fez a compra e devido a problemas com o produto teve que trocar, o gerente se comprometeu de cancelar a compra atual e registrar outra no mesmo valor. Isso não foi feito 19 Cliente não recebeu mercadoria 20 Filha do cliente nos procurou pedindo para mudar a data do vencimento da negociação para outro dia 21 Processo contra Ricardo Eletro Cliente fez um Book de 20 páginas no Fujioka e após 4 meses pediu cancelamento, pois o produto ainda não havia sido entregue 22 23 Cliente alega que comprou notebook no carnê, mas está recebendo a cobrando no cartão 24 25 Cliente ligou informando que não reconhece a compra na Ricardo Eletro Compra não reconhecida no cartão Fonte: PROCON (2013) Ao efetuar análise da lista de queixas feitas ao PROCON, percebe-se que o número de problemas decorrentes dos lojistas é muito maior que outros. Sendo que, denúncias realizadas diretamente a Losango são em sua maioria compras não reconhecidas em cartões de crédito. Por tanto, é válido inferir por tais dados que a maioria das queixas diretas a Losango, são realizadas em casos de roubo de cartão, e a não solicitação de bloqueio do mesmo por parte do cliente. 92 Gráfico 14: Número de queixas resolvidas pelo PROCON 54% 52% Título do Eixo 50% 48% 46% 44% 42% Série1 Resolvidos 54% Não Resolvidos 46% Fonte: Autor da Pesquisa Ao analisar a documentação do PROCON constatou-se que, 54% dos casos foram solucionados e 46% ainda estão pendentes de resultado. 5.5 PESQUISA REALIZADA EM SITES DE RECLAMAÇÃO FOCO, LOSANGO Em pesquisa realizada no site Reclame Aqui é visível à melhora que a Losango vem obtendo em relação à satisfação dos consumidores. Veja a figura 27 abaixo. Figura 27: Avaliação da Losango do site Reclame Aqui em 2011 Fonte: Reclame Aqui (2013) 93 Ao analisar os gráficos disponibilizados pelo site, percebe-se que a reputação da Losango no ano de 2011 era a de uma empresa não recomendada. Possuindo um índice de 563 reclamações, um tempo médio de resposta de 1 dia e 22 horas e nota de 3,12 dos consumidores. Este cenário já começa a se modificar no ano seguinte. Veja a figura 28. Figura 28: Avaliação da Losango do site Reclame Aqui em 2012 Fonte: Reclame Aqui (2013) Com o total de 666 queixas, e um tempo médio de 2 dias de resposta a nota dada pelos consumidores aumentou de 3.12 para 4.49, sendo classificada como regular. A reputação de 12 meses atrás, que vai do período de 01 de outubro de 2012 a 30 de setembro de 2013, apresentou sensível melhoria. Veja a figura 29 abaixo. Figura 29: Avaliação da Losango do site Reclame Aqui nos últimos 12 meses Fonte: Reclame Aqui (2013) Num total de 1004 reclamações, e mais uma vez o aumento do tempo médio de resposta para 4 dias e 49 minutos, a Losango conseguiu atender 98,2% das reclamações e resolver 82,4% destas. 94 Em mensuração de resultados que vão de, 01 de abril de 2013 a 30 de setembro de 2013, a Losango conquistou uma diminuição no número de reclamações. 676 no total, sendo que entrou em contato com 98,1% destes e solucionou 85,7% dos casos. Sua nota neste período é de 6.22. Na métrica geral disponibilizada pelo site a Losango possui uma média de 4,76 e tem a reputação de regular. Mas nota-se uma sensível melhora em sua imagem perante os clientes no último ano. Abaixo segue a reputação geral atual da Losango e após segue a avaliação feita em agosto deste mesmo ano. Veja as figuras 30 e 31 expostas abaixo. Figura 30: Avaliação Geral e atual da Losango do site Reclame Aqui, outubro de 2013 Fonte: Reclame Aqui (2013) Figura 31: Avaliação Geral da Losango do site Reclame Aqui em agosto de 2013 Fonte: Reclame Aqui (2013) A pesquisa da mensuração do site reclamao.com não mostrou uma visão tão benéfica para a Losango. Veja a figura 32 exposta abaixo. 95 Figura 32: Avaliação Geral da Losango do Site Reclamao.com Fonte: Reclamao.com (2013) Das 162 reclamações houve apenas 6 respostas, o que contradiz a porcentagem de 12,35% de queixas solucionadas. A análise dos dados obtidos nos sites de reclamação mostra que o status da Losango vem melhorando atualmente, provavelmente devido à preocupação com a manutenção da imagem da empresa no mundo virtual. 96 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Como resposta ao problema de pesquisa, que investigou quais os motivos que levam clientes finais de serviços de crédito da Losango a buscarem auxílio nos órgãos de defesa do consumidor antes de tentar solucionar seus problemas com a organização, e como isso é impactado na gestão da cadeia de suprimentos; foram aventadas as seguintes hipóteses: A primeira é de que a insatisfação dos clientes finais com os serviços de crédito da Losango está relacionada exclusivamente com a gestão de atendimento das empresas intermediárias que está ofertando produtos fora do perfil e capacidade de pagamento dos mesmos. A segunda hipótese seria que a Losango possui uma gestão de suprimentos falha e isso leva seus clientes intermediários a adotarem medidas de ofertas que excedem a capacidade do comprador. E a terceira seria que a qualidade de atendimento da Losango é insuficiente fazendo com que o cliente prefira entrar em contato direto com os órgãos de defesa ao consumidor. Através dos resultados encontrados por meio de questionário junto aos clientes finais, entrevistas com os clientes primários, análise documental de resultados do PROCON e de treinamentos disponibilizados pela Losango, pesquisas estas, que foram submetidas à análises cruzadas entre si e com elementos coletados de sites de reclamação de consumidores, chegouse as seguintes constatações. Em primeiro lugar, destaca-se o fato de que os resultados das informações coletadas em diferentes pesquisas não foram totalmente homogêneos. Em pesquisa com consumidores finais, identificou-se que estes possuem o perfil médio da população brasiliense. Classe média baixa, ensino médio completo, renda de 2 a 4 salários mínimos, faixa etária de 36 a 45 anos. Estes consumidores, em sua maioria, se diziam satisfeitos com o atendimento realizado pelos Lojistas, e o maior índice de reclamações foi por inserção indevida do nome no SPC e Serasa, cobrança indevida e serviços que não foram solicitados. Destes, os clientes que entraram em contato com a Losango e logo após procuraram o PROCON alegaram demora no atendimento, ou a não resolução do problema em questão. Já os clientes que entraram em contato direto com o PROCON demonstraram não confiar que a empresa resolveria o problema. Identifica-se aí, que a Losango possui um problema em sua Imagem Institucional, ou seja, não é uma empresa que passa aos clientes confiança, nem a impressão de colaboração. Este problema pode advir tanto de uma má 97 qualidade no atendimento, quanto da não manutenção de sua imagem institucional junto aos consumidores finais. Ao cruzar estes dados com a análise documental feita através das planilhas disponibilizadas pelo PROCON, encontrou-se um resultado contraditório, já que a grande maioria das queixas advém de erros do Lojista e não dos serviços de crédito da Losango. A única queixa que se equipara em ambas as pesquisas são as relacionadas à cobrança indevida em cartões de crédito. Nisto, infere-se a ocorrência de roubo de cartão, clonagem e uso por terceiros sem a devida autorização. Com o grande número de queixas realizadas por erros do Lojista, também se avaliou o suporte que a Losango costuma dar aos varejistas associados. O Portal de Parceiros possui uma forma simples e dinâmica de treinamento que está disponível a todo o momento e que segundo os próprios lojistas, ajudaram no aumento e na qualidade das vendas efetuadas. Ou seja, o causador da insatisfação do consumidor certamente não é a falta de suporte dado pela Losango aos seus clientes varejistas. Já em entrevista com estes Lojistas, as respostas foram, de modo geral, positivas. Constatouse que todas as lojas possuem uma política para lhe dar diretamente com reclamações de clientes, mas nenhuma delas afirmou possuir uma gestão de processos voltada para a manutenção da qualidade e erradicação de erros antes que o produto chegasse ao consumidor. Todas as políticas estão voltadas para o pós-venda, e não para o pré-venda. Por tanto, pode-se inferir após a conclusão da pesquisa que os principais motivos que levam os clientes finais da Losango a procurarem diretamente o PROCON é a falta de qualidade em atendimento da mesma, junto à falta de manutenção de sua imagem institucional, que não passa a visão de que se procurada, irá resolver os problemas destes consumidores. Ao contrário dos lojistas, a Losango investe em melhoria contínua de processos, mas peca ao não investir num sistema mais eficaz na resolução de feedbacks negativos. Também falta a exigência de manutenção de processos por parte dos lojistas associados, que estão mais interessados em realizar a venda e não em fidelizar o cliente. Das hipóteses levantadas no início do estudo, a primeira se aproxima da verdade ao falar que os lojistas possuem culpa em relação aos motivos de queixa. A análise documental do PROCON assim como análise dos sites de reclamação comprovou tal hipótese. A segunda 98 hipótese, de que a gestão de suprimentos da Losango é falha, foi totalmente negada em análise documental da empresa. Já a terceira hipótese, de que a qualidade de atendimento da Losango é insuficiente, fazendo com que os clientes prefiram entrar em contato direto com órgão de defesa do consumidor, foi comprovada. Neste caso, a conclusão definitiva foi de que os lojistas não possuem um sistema de redução de erros em seus processos de vendas, mas investem em atendimento para clientes insatisfeitos. Já a Losango investe na redução de erros de suprimentos e processos, mas ao contrário dos lojistas, não investe tanto no atendimento das reclamações. Em resumo, segundo a classificação de Ballou (2006) para um bom atendimento, os lojistas investem na Prétransação e Pós-transação, não dando a devida atenção a própria Transação. Enquanto a Losango possui uma ótima gestão de Pré-Transação e Transação, mas não dá a ênfase necessária a Pós-transação. Fator que prejudica diretamente sua imagem no mercado. Pela análise da Losango no site de reclamações “Reclame Aqui” percebeu-se que ela está tentando mudar esta imagem, mas não é algo que irá conseguir sozinha, seria necessário um esforço dos varejistas e da própria empresa para que o problema específico fosse totalmente sanado. As inferências acima descritas devem ser analisadas dentro de seu contexto, considerando algumas limitações da pesquisa. Os resultados não são totalmente conclusivos já que para isso, seria necessária uma pesquisa mais aprofundada, que avaliasse todos os lojistas e clientes finais da Losango. Sendo assim, o propósito do presente trabalho foi o de gerar oportunidades para novas discussões sobre os problemas de relacionamento com o cliente em processos intermediados por correspondentes não bancários, sob a ótica do estudo de caso da Losango que é a maior empresa concessora de crédito do Brasil. Ao mostrar que num sistema que possui intermediários, a falha deste pode refletir na empresa e que a não manutenção da imagem institucional pode acarretar problemas realmente sérios. Logo, identifica-se a possibilidade de um aprofundamento sobre o tema, pois este estudo apenas arranhou a superfície do real problema. Propõem-se para estudos posteriores um maior aprofundamento no sistema de gestão de qualidade de atendimento da Losango e também das políticas de vendas dos Lojistas, aumentando a amostra pesquisada e realizando comparações entre lojistas com maior número de reclamações e outros com um índice menor, de forma a garantir maior vigor e conteúdo à discussão. 99 As recomendações para a solução do problema se centram na melhoria da imagem institucional da Losango através de ações publicitárias e também um maior investimento na solução de reclamações dos clientes finais. Esta campanha também deveria envolver propagandas que conscientizassem os clientes da primeira camada (lojistas), da importância da redução de erros de processo para a fidelização de clientes. 100 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A ARTE DE VENDER. Os 4P’s do Marketing. 10 de abr. 2009. Disponível em: < http://aartedevender.blogspot.com.br/2009/04/os-ps-do-marketing-parte-1.html> Acesso em: 21 de abr. 2013. ALBRECHT, Karl. 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