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Revista BRASIL o ã M a o t i Fe Ano 3 Nº 6 Março 2009 Year 3 Nº 6 March 2009 Magazine Brazil Made by Hand Nas mãos dos artesãos, memórias e identidades In the hands of the artisans, memories and identities PROJETOS Foto/Photo: Walmir Monteiro No Centro CAPE, oficina de artesanato é instrumento de geração de renda PROJECTS In the CAPE Center, crafts workshop is an income generator instrument Sebrae/MG. Tudo o que você precisa para abrir, diversificar, gerenciar ou ampliar sua empresa. Incentivar o empreendedorismo e fortalecer os pequenos negócios. Fornecer os instrumentos para aprimorar a gestão dos empreendimentos. Com o Sebrae Minas, você tem acesso a orientações sobre crédito e legislação, consultorias de gestão, cursos de capacitação, palestras e seminários. Você também participa de exposições, feiras e eventos. Uma instituição que está sempre ao seu lado, contribuindo para o sucesso dos micro e pequenos empresários. 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Editorial Editorial 5 Artigo Article 7 O Mapa da Arte em Minas The Map of Art in Minas 11 Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas 26 Entrevista Interview 29 Projetos Projects 32 Feiras e Eventos Fairs and Events 34 Mercado Externo Foreign Market 37 Eu Faço I Make 39 Onde Encontrar Where to Find Edição e Projeto Editorial Edition and Editorial Project Instituto Centro CAPE / Central Mãos de Minas Distribuição Gratuita Costless Distribution Departamento Comercial Commercial Department Editor Editor Rodrigo Narciso - 9710/MG Colaboradores Colaborators Cláudio Narciso Daniel Barcelos Juniele Rabêlo Raquel Francine Fotografia Photography Walmir Monteiro Claudio Narciso Divulgação Servas Divulgação Centro CAPE Revisão e Tradução Revision and Translation Cláudio Narciso Mário Viggiano - MG 05641 JP Litany Pires Ribeiro Diagramação e Arte Diagramming and Graphic Arts Cristiano Martins Gráfica Printing Company Difusora Editora Gráfica Tiragem Drawing 10.000 exemplares Espaço Comercial - Simone Carvalho Tel.: 55 31 3262 2869 / 3261 8240 / 3234 2869 / 9733 4467 [email protected] Centro CAPE - MG Rua Grão Mogol, 662 - Sion CEP 30 310-010 - Belo Horizonte / Minas Gerais Tel.: 55 31 3282 8313 Fax: 55 31 3282 8301 Centro CAPE - DF SCN. Quadra 5, bloco A, sala 212 - Ed. Brasília Shopping CEP 70 710-500 - Brasília / Distrito Federal Tel.: 55 61 328 0621 Fax: 55 61 328 5802 www.centrocape.org.br [email protected] 55 31 3281 6820 Show room Estados Unidos 7 West 34th Street Suite 925.10001 New York City / NY Phone: 917-282-5838 [email protected] Show room Portugal Parque Industrial Meramar IV Rua das Amendoeiras. Zip Code: 2645 097 - Alcoitão / Estoril Phone: 351 96 707 2538 [email protected] 3 Índice / Expediente Index / Expedient 4 4 Editorial Editorial ARTESANATO E A CRISE MUNDIAL HANDICRAFTS AND THE WORLD CRISIS Por/By: Tânia Machado* Fotos/Photos: Divulgação Centro CAPE Quando estourou a crise mundial no ano passado, estávamos a 60 dias da Feira Nacional de Artesanato e a expectativa era muito grande, pois não sabíamos como o mercado iria reagir em relação ao artesanato. Qual não foi a nossa grata surpresa, quando vimos que a compra média dos visitantes em 2007 tinha sido de R$ 192,00 e, em 2008, aumentou para R$ 323,00. A mídia nacional, que antes nos dava alguns minutos de divulgação, nos levou a quase uma hora nos grandes jornais televisivos do país, mostrando a todos que no artesanato não When the crisis broke out last year, we were just 60 days away from the opening of the Feira Nacional de Artesanato. We were terribly apprehensive because we did not have the faintest idea of how the handicrafts market would react. But, to our surprise, we saw that each visitor had spent more in 2008 than in 2007. From an average of R$192,00 in 2007 the figures rocketed to R$323,00 in 2008. The national media which granted us estava havendo desemprego, muito ao contrário, os artesãos estavam buscando aprendizes que os ajudassem a atender a grande demanda que se levantou em torno do produto artesanal. Isto é muito bom, pois nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Todo este trabalho que realizamos há quase 30 anos, valorizando o artesão e seu produto, agora vem colhendo frutos, pois enquanto as grandes empresas estão demitindo, o artesanato está ampliando a sua mão de obra, gerando empregos e renda. O mesmo se deu em feiras internacionais, quando fomos just a very short slot, now extended that to one hour in the TV news all over the country, showing everyone that the crisis had not hit the handicrafts market; rather, instead of laying off, the artisans were looking for apprentices to help them meet the great demand for their hand-made products. This is very good, as it shows us we are in the right path. All the work we have been doing for almost 30 years, promoting the artisans apenas para “marcar espaço”, sem nenhum esperança de venda, e vimos nossos produtos serem comprados e desejados pelos compradores da Europa e EEUU. Apesar de sermos Minas Gerais, fazemos questão de valorizar e divulgar os artesanatos de outros estados, pois acreditamos que se em Minas Gerais temos conseguido credibilidade e sucesso em nossas vendas, temos que compartilhar isto com outros artesãos que não tiveram as mesmas oportunidades que nós temos. *Presidente do Centro CAPE. and their products, is now bearing fruit: while the big companies are making their workers redundant, the handicrafts market is admitting more people and providing jobs and income. The same happened in the international fairs, when we thought we were only going to "fill up an empty space", without any expectations of selling anything, we saw our products sell out, and become becoming objects of desire of European and American buyers. Although we are from Minas Gerais, we make it part of our efforts to divulge the handicrafts production of other Brazilian States, because we believe that if we, from Minas Gerais, were such a big business success, we feel we have open the doors to other artists who did not have the same opportunity. *President of Centro CAPE. Instituto HANDMADE PIECES AS BIOGRAPHICAL OBJECTS Por/By: Juniele Rabêlo de Almeida* Fotos/Photos: Divulgação Experiências, impressões, sentimentos e sonhos... Expressões dinâmicas e abrangentes do vivido emergem, muitas vezes, de peças artesanais que se revelam como objetos biográficos. Os objetos biográficos são construções do mundo material sobre as quais são projetadas experiências de vida do seu possuidor, conforme salientou Janet Hoskins. Como fonte de descobertas, o objeto biográfico ancora memórias e representações. O significado biográfico dado ao objeto é efetivado na presença constante deste elemento material na vida de seus proprietários. Pessoas e coisas não existem de forma separada. Os objetos biográficos contemplam significados simbólicos e idiossincráticos: “contam” a história de seus donos. O objeto biográfico pode estimular a construção e consolidação de memórias e identidades. Observa-se o recente interesse teórico das ciências humanas pelas narrativas pessoais, ressaltando a relação de comunidades com determinados objetos, denominados bio- Experiences, impressions feelings and dreams ... Dynamic and broad expressions of life experiences, many times, emerge from handmade objects that reveal themselves as biographical objects. Biographical objects are constructions of the material world, upon which the life story of their creator is imprinted, as Janet Hoskins put it. As a source of discovery, the biographical object hosts memories and representations. The biographical meaning given to the object is consolidated in the constant presence of this material element in the life of its owner. People and things come together. The biographical object contemplates symbolic and idiosyncratic meanings: it tells the life story of its owner. The biographical object can foster the construction and consolidation of memories and identities. It has been observed lately that there has been a growing interest of human sci- gráficos, por permitirem conhecer a história de vida de seus possuidores. Uma peça artesanal pode, em alguns casos, ser depositária de crenças, rituais e experiências pessoais e coletivas, apontando, assim, uma dupla característica: é um objeto intensamente pessoal e simultaneamente social. O artesanato não significa por si, mas por agregar uma gama de experiências. As pessoas se relacionam com tais peças, seja de forma empática ou conflituosa. De qualquer forma, tornase possível uma leitura dos objetos biográficos nas histórias de vida de quem os possui, seja porque estiveram presentes em momentos importantes de sua vida ou porque foram eleitos por identificações posteriores que possuem um sentido subjetivo. ences in the personal narratives; particularly concerning the relationship of certain communities with certain objects, denominated biographical, which reveal the life story of their owners. A handmade piece can, in some cases, be the depository of beliefs, rituals and personal and collective experiences, thus pointing to a twofold nature: it is at the same time an intensely personal and social object. The handicraft has no meaning in its own right; its meaning lies in the fact that it holds a wide range of experiences within it. The people are related to these pieces either in an emphatic or in a conflicting way. Anyhow, it is possible to read in the biographical objects the life stories they carry in them, either because they witnessed important moments of these people’s lives or because they were chosen in later identifications for subjective reasons. 5 Artigo Article PEÇAS ARTESANAIS COMO OBJETOS BIOGRÁFICOS 6 Artigo Article Ultrapassando gerações, o objeto biográfico permite o contato com o passado, representando experiências vividas. O objeto interessa no seu valor inestimável, como instrumento de registro dos momentos considerados significativos para a construção de histórias de vida. Suscitando posicionamentos reflexivos, o objeto biográfico facilita a elaboração de narrativas por meio da atribuição de sentidos aos vários detalhes do objeto apresentado. Com seu valor e significado cultural específicos, objetos biográficos resguardam lembranças que poderiam desaparecer, mormente nesses tempos onde tudo é muito passageiro apontando Traveling through generations, the biographical object provides a link with the past, representing past experiences. The object is valued for its inestimable value; it is a tool that registers moments that had a significant meaning to the construction of life stories. By instigating reflective positioning, the biographical object allows the elaboration of narratives by lending meaning to its different details. With their specific cultu- aspectos de identidades líquidas, como afirmou Zygmunt Bauman, caracterizada pela instabilidade, insegurança e fluidez. Em meio às velozes mudanças da sociedade adquirem-se apenas objetos práticos e descartáveis para usar e jogar fora. Por conseguinte, as peças artesanais ganham maior relevância por proporcionar a sensação de pertencimento a uma comunidade. Objetos biográficos são objetos de memória e esta, segundo Michael Pollack, é marcada pelo tempo presente em sua dinâmica social, revelando lembranças e esquecimentos em múltiplas dimensões. A memória deve ser entendida também, ou, sobretu- ral value and meaning, the biographical objects host memories that otherwise would disappear, particularly in these days of shortlivedness, pointing to liquid identity aspects, as Zygmunt Bau man stated. In the turmoil of to the speedy changes people tend buy only practical and dispo sable objects. As a result, hand made pieces gain in relevance as they have the power to inspire this feeling that one do, como um fenômeno coletivo e social, ou seja, como um fenômeno construído coletivamente e submetido a flutuações, transformações, mudanças constantes. Não obstante, verificam-se na construção da memória coletiva muitos elementos de imposição, pois as memórias estão sempre em disputa. Os valores identi tários das peças artesanais, tomadas como objetos biográficos, são, assim, cada vez mais disputados so cialmente. *Mestre e doutoranda em História; Pesquisadora do Núcleo de Estudos em História Oral da USP; Professora do Centro Universitário Newton Paiva. belongs in a community. Biographical objects are memory objects, and this memory, according to Michael Pollack, is marked by the social dynamics of the present time, revealing, at the same time, memories and oblivion in a multitude of dimensions. Memory should also – or mainly - be understood as a social and collective phenomenon, that is, a phenomenon built collectively and subject to fluctuation, transformations and relentless changes. However, in the construction of the collective memory there emerge imposing elements, since memories are always in dispute. The identitarian value of handmade pieces, taken as biographical objects, is steadily becoming socially cherished. *Masters and PhD in History; Researcher of the Núcleo de Estudos em História Oral from USP; Professor of Centro Uni versitário Newton Paiva. INNOVATING AND RESCUING LOCAL MEMORIES Por/By: Cláudio Narciso Fotos/Photos: Cláudio Narciso Botumirim está loca lizada a 160 km de Montes Claros. São 90 km pela BR 251 até o município de Barrocão e, depois, mais 70 km em estrada de terra. O difícil acesso faz com que poucos visitantes cheguem à cidade. A sede do município, no alto da Serra Geral, nos presenteia com uma belíssima vista das monta nhas, até o vale do Rio Jequi ti nhonha. Inúmeros regatos brotam das encostas, escorregam em cachoeiras e formam poços e pilões propícios ao banho e relaxamento. Segundo o IBGE, a população (hoje de Botumirim is located 160 km from Montes Claros, traveling 90 km on the paved BR 251 road, to the location called Barrocão and from there 70 km on an unpaved road that makes the access difficult and few visitors dare to adventure. The town, on top of a mountain chain known as “Serra Geral”, presents us with a wonderful view of hill tops going down to the valley of the Jequitinho - 6.500 habitantes) diminuiu em 500 mo radores entre os dois últimos censos. A falta de emprego é a justificativa para que jovens e adultos, principalmente homens, partam à procura de trabalho. Julio Cézar, 19 anos, é um dos jovens que relutam em abandonar a terra natal. Após concluir o ensino médio, viu a maio ria dos amigos ir para São Paulo. Aos que ficam, a única opção de emprego é a pre feitura, que não consegue atender toda a demanda local. nha River. Innumerous streams spring out of the hillsides, slide down in waterfalls and create pools of all sizes, perfect for baths and relaxation. The town is so tranquil that people like to say nothing new ever happens there. According to the Brazilian Institute of Geography and Statistics – IBGE, the population, nowadays in 6,500, diminished in 500 inhabitants between the last two censuses. The lack of jobs is the reason for young and adults, mostly male, to leave searching for employment. Julio Cézar, 19, is one of the young men who want to stay. After his high-school graduation, he saw most of his friends flee to São Paulo. For those who stay the only option is to get a government job, but the municipality can not employ all who need. 7 O Mapa da Arte em Minas The Map of Art in Minas INOVAÇÃO E RESGATE DAS MEMÓRIAS LOCAIS 8 O Mapa da Arte em Minas The Map of Art in Minas Para se qualificar, Júlio participa de cursos na área de turismo e artesanato procurando uma fonte de renda para permanecer em sua terra. “Estou feliz em conhecer mais sobre minha cultura e em ajudar na sua preservação e valorização”, diz orgulhoso de participar deste resgate. Júlio faz parte da Asso ciação de Artesãos de Botumirim que, há dois anos, atende a Aiming to improve his professional qualifications, he participated in courses in the areas of tourism and handcraft, searching for a source of income that will enable him to stay in his hometown while reviving the local traditions. “I’m satisfied to know more about my culture and references specific to my place and to help in showing its value” says, proud to população local. A partir da iniciativa de algumas mulheres artesãs, formou-se o grupo de bordadeiras e costureiras “Mulheres de Fibra”, que retrata em mantas, estandartes e almofadas cenas do cotidiano local. As benzedeiras, as lavadeiras, a trabalhadora rural e o dia-adia das mulheres são as figuras regionais resgatadas e va lorizadas nos trabalhos da associação. Borda do, ponto- be part of this rescue. But something is being weaved and embroidered in the Botumirim Artisans Association, which was created two years ago. The initiative of a few artisan women who embroidered and sewed created a group inside the association, the “Women of Fiber”, which depicts local everyday scenes in bed spreads, flags and cruz e costura são técnicas artesanais que passam de mãe para as fi lhas, preservando a identidade cultural da região. No lugar de linha, utilizam fibras naturais de buriti, ba naneira e piteira, tingidas com pigmentos naturais. Maria Quaresma Xavier, a Lia, chegou criança e vive há 42 anos em Botumirim. “De dia enxada e à noite agulha de crochê”, ela descreve o dia-a-dia. cushions. The healing ladies, the washing ladies, the farm workers, the women’s daily labor are some of the local types and scenes rescued and whose work is valued in the pieces produced. Embroidery and sewing are traditions passed from mothers to daughters and the group is rescuing the cultural identity and occupations that once existed. Instead of industrialized thread they use natural fibers from local plants such as buriti, banana tree and piteira, colored with natural dyes. Maria Quaresma Xavier, nicknamed Lia, came 42 years ago, as a child, to Botumirim, completed only the fourth grade. “During the day the hoe and at night the knitting needle” that is how se describes her routine. Nearly retiring, she must continue to work on farms. For her, the Association is important because “besides the extra income, we are more engaged, improving, learning and it is an option to the hoe and to house work. We get together, talk and new ideas come up for us to keep going. I’m happy, feel realized and want more. With the looms we are going to do many things I’ve wished for.” As a child her curiosity was aroused by the looms present in many houses. As a grown up, dreamed with rescuing this activity, dream that comes through with the new looms recently bought sistência técnica e faz a ponte com o governo do estado. O Sebrae ministra cursos de gestão e reserva espaços em feiras de artesanato. O Senar viabiliza cursos de qualificação e a prefeitura municipal cede o espaço físico para a associação e as passagens para as feiras de artesanato. Estas parcerias são essenciais e possibilitam a continuação e o desenvolvimento do trabalho. by the Association. In Botumirim, the average income is too low to allow the population to buy handcraft and it wasn’t easy for the artisans to start the production. The activity is made possible through partnerships with government institutions. EMATER gives technical support and is the link with the state government, SEBRAE gives management courses and pays for stands in craft fairs, SENAR allows qualification courses, the City Government lent a house and helps with logistic needs. These partnerships are essential and make possible the work continuity and improvement. 9 sentes em muitas casas. Adulta, sonhava com o resgate desta atividade, sonho que se realiza com os novos teares adquiridos pela associação. Em Botumirim falta renda para a população consumir artesanato e foi grande a dificuldade para os artesãos iniciarem a produção. A atividade está sendo viabilizada pelas parcerias com órgãos públicos. A Emater presta as - O Mapa da Arte em Minas The Map of Art in Minas Perto de se aposentar, Lia precisa continuar trabalhando na roça. Para ela, a associação é importante. “Além de melhorar a renda, estamos mais engajadas, participando mais da comunidade. A gente se reúne, conversa e, a partir daí, surgem várias idéias e projetos. Eu me sinto feliz, realizada e quero cada vez mais”, afirma. Quando criança, Lia se encantava com as rocas de fiar e os teares pre- 10 O Mapa da Arte em Minas The Map of Art in Minas Incluída no Programa Estadual de Combate à Pobreza Rural, a Associação de Artesãos conseguiu uma verba de R$ 23 mil com a qual adquiriu teares, máquinas de costura e custeia a ida de instrutores que realizaram, periodicamente, cursos de capacitação. Esses investimentos deram um novo patamar para a sustentação do empreendimento. Mariuza Sanches Xavier é natural de Botumirim e estudou até a 4ª série primária. Quando era mais jovem, colhia café, fazia roçado, plantava feijão e buscava lenha. Hoje, para complementar a renda doméstica, costura, faz biscoitos, bordados e tapetes de fita. Viu nos cursos oferecidos pela associação a oportunidade de aprender novas técnicas para se aprimorar e poder ensinar para outras pessoas. Included in the State Program to Fight Rural Poverty, the Association got a U$10,000 government loan to purchase looms, sewing machines and pay the instructors and qualification courses which will raise the level of sustainability of the enterprise. Mariuza Sanches Paulino Xavier was born in Botumirim and went to school until fourth grade. When she was younger, she picked coffee beans, prepared the ground for crops, cultivated beans and collected wood for cooking. Today, to complement the domestic income she sews, makes cookies, embroideries and doormats. She saw in the courses offered through the Association an oppor tu nity to learn new techniques to improve her work and to be able to teach others. Feiras valorizam a produção A primeira participação do grupo na Feira Nacional de Artesanato, em 2007, mostrou a boa aceitação das mantas, almofadas, estandartes bordados e dos trabalhos com fibra de bananeira. As vendas realizadas no evento fizeram com que as artesãs acreditassem na sua capacidade de produzir, na existência de mercado para comercializar os produtos e na qualidade das peças. Em 2008 voltaram à Feira Nacional e outros mercados se abriram para os produtos, novos contatos foram feitos e parcerias formadas. Neste intervalo de um ano, entre as duas participações na feira, foi notável a melhoria na qualidade e design. Os produtos estão melhorando com a experiência e consequentemente aumentando a valorização e aceitação pelos consumidores. O grupo acredita que o investimento começa a ter retorno e que estão no caminho certo para atingir os ob jetivos da associação: gerar renda e preservar a identidade cultural a partir do artesanato. Fairs add value to the production The first time the group took part at the Feira Nacional de Artesanato - National Hand craft Fair, in 2007, they saw that the embroidered bed spreads, cushions and flags, and the work with banana tree fiber sold well and reinforced their belief in their capacity, in the existence of a market for their products and that they could be sold with a good profit. In 2008 they came back to the Feira Nacional and more markets opened up for the products, new contacts were made and partnerships formed. In one year period, between both Fairs, the improvement in the product design and quality was noticeable. The pro ducts improve with experience and consequently increase their market value and demand. The group believes their investment is starting to pay back and that they’re on the right path to reach their objectives: provide income and preserve cultural identity from handicrafts. FLORES NO HORIZONTE CAPIXABA 11 FLOWERS IN THE CAPIXABA HORIZON Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas Por/By: Daniel Barcelos Fotos/Photos: Walmir Monteiro Quem nunca visitou a Feira Nacional de Artesanato não tem ideia do universo criativo que se instala em Belo Horizonte uma vez por ano. Uma verdadeira cornucópia a despejar um infindável repertório de objetos, cores, barulhos, aromas e texturas em meio ao público. E foi ali, procurando por materiais inusitados, que conheci o traba- Those who have never visited Feira Nacional de Artesanato have no idea of the universe of creation that is installed in Belo Horizonte once a year. A real cornucopia pouring an endless profusion of objects, colors, noises, smells and textures. And it was there, looking for lho da família Paixão, de Vitória (ES). O “Clã das Paixão”, nas palavras de Herica Paixão, representante da terceira geração de artesãs. Foi a avó dela, Leonília Paixão, quem desenvolveu uma técnica com a qual transformava em flores as escamas dos peixes que o marido tirava do rio Doce. Atualmente, o grupo produz as flores de escamas na oficina innovative materials that I saw the work developed by the Paixão family, from Vitória (ES) - the “Clã das Paixão”, according to Herica Paixão, a representative of the third generation of artisans. It was her grand mother, Leonília Paixão, who developed the technique que ocupa dois cômodos da casa de Dona Leonília. “Somos todas mulheres, sendo três solteiras, uma viúva e quatro divorciadas”, ressaltou a empolgada Herica Paixão. “A maioria tem o artesanato como sua única fonte de renda”, comentou ao revelar seus ganhos. “De um a dois salários, dependendo das vendas”, disse. that consists of making flowers out the scales of the fish her husband caught in the Doce River. Today, the family produces the flowers in a workshop that takes up two rooms in Dona Leonília’s. “We are all women: three are single, one is a widow and four are divorced”, explained Herica Paixão enthusiastically. “Most of us make a living out of handicrafts production”, she said before making a comment about her earnings. “I get one or two basic salaries a month; it will depend on how much I sell”. 12 Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas Artesanato com escamas de peixes não chega a ser uma exclusividade do “clã”. Há registros de outros centros produtores, especialmente no Sul do país, por influência da cultura portuguesa trazida pelos açorianos. Mas a técnica de Dona Leonília é criação dela. Autodidata. E esse fato parece acender ainda mais os brios da família Paixão. A história das flores das Paixão começou em 1960, segundo o relato de He rica. “Às margens do rio Doce, em um pequeno povoado do município de Baixo-Guandu (ES), foi que minha avó descobriu que poderia aproveitar as escamas para criar ornamentos, usando cola de polvilho”, afirma. Ela até vendia alguma coisa para as amigas e vizinhas, mas foi ao mudar-se Pieces made out of fish scales are not exclusive of the “clan”. We have registers of other producers, especially in the south of the country; a tradition which was brought by the Portuguese from Azores. But Dona Leonília’s technique was her own creation. She is a self-taught person. And this seems to make the light of that family shine even brighter. The history of the flowers in the Paixão family started in 1960, as Herica reports to us. “It was on the banks of the Doce para a capital do Estado, divorciada e com os cinco filhos, que descobriu que suas flores poderiam garantir o sustento dos seus. “Quando chegou à Vitória, minha avó encontrou escamas maiores, tiradas de peixes marinhos como o budião e o dentão”, explica. A partir de então, o trabalho foi se aperfeiçoando e, sem perceber, Dona Leonília deu origem a uma tradição familiar. “A minha avó, minha mãe, Madalena, e eu fizemos dessa arte muito mais que um exercício de talento e tradição. Fizemos do passatempo uma pro fis são, transformamos as flores de escamas de peixe em renda familiar e, hoje, amigas e vizi nhas completam o núcleo de produção”, diz com o orgulho estampado no rosto sério, a jovem artesã. River, in the tiny village of Baixo-Guandu (ES) that my grandmother realized that she could make scale ornaments using glue made of starch”, she says. She occasionally sold something to her friends and neighbors, but it was when she moved to the capital of the State, divorced, with five children that she discovered that her flowers could guarantee the daily bread. “When she arrived in Vitória, my grandmother came across bigger scales from marine fish”, she ex plains. From that point on her work started improving steadily and, unwittingly, Dona Leonília had set a family tradition in train. “My grandmother, my mother, Madalena, and I made this art into more than an exercise of talent and tradition. We made our hobby into an occupation, the fish-scale flowers brought income to the family and today, a few friends and neighbors joined us in the workshop”, says the young artisan proudly. The scales are bought at fishmongers in Great and fashion designers, applied to clothes and Vitória, still frozen, attached to the skin. At the accessories. And, most importantly, they workshop they are detached from the skin, attra cted the attention of the clothing factories cleaned, dried and finally they are dyed and in the locality of Colatina (ES). In 2005 they were decorating the collection that represented superposed to form the flower. The dainty flowers deserved a slot in the the designers of Colatina in the Rio Fashion Business, where they local press and later on were seen by famous they gained the national The dainty flowers deserved a slot fashion designers. TV networks. The success Besides selling in of “Clã das Paixão” in the local press and later on they Espírito Santo and to caught the interest of gained the national TV networks big centers such Rio de other artisans in Espirito Janeiro, São Paulo, Santo, who had been working only with pottery until then. According João Pessoa and Belo Hori zonte, the Paixão to Heri ca, who is aware of the contribution family also have their own selling point. she has made, the practice took such dimensions Anyone can find Herica in the handicrafts that today scale flowers are featuring in and typical foods fair in Praça dos the catalogue that divulges the traditions of Namorados, in the district of Praia do Canto, that State, becoming part of the culture of in Vitória (ES), unless it is the season of great events when she participates in the the State of Espírito Santo. The pieces are used in both by interior main fairs of the country. 13 Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas As escamas são compradas em peixa- e exploradas pela indústria da moda, rias da Grande Vitória, ainda congeladas aplicadas a roupas e acessórios. E no couro dos peixes. Após separadas do caíram mesmo no gosto de modistas couro, passam pelo processo de limpeza e do polo de confecções de Colatina (ES). secagem, ganham cores e são coladas em Em 2005 foram aplicadas à coleção que sobreposição até comporem uma flor. representava o polo no Rio Fashion A singeleza das flores de escamas Business, onde puderam ser vistas pelo mereceu destaque na imprensa, primeiro mundo da alta costura. em nível local e, em seguida, nas revistas Apesar de atenderem a lojistas, e programas de TV de tanto do Espírito Sancirculação nacional. to quanto de capitais A singeleza das flores de escamas O sucesso alcançado como Rio de Janeiro, mereceu destaque na imprensa, pelo “Clã das Paixão” São Paulo, João Peschamou a atenção de soa e Belo Horizonte, primeiro em nível local e, em outros artesãos capias Paixão não deixam seguida, nas revistas e programas xabas até então muito de fazer suas vendas de TV de circulação nacional identificados com as diretas. Quem pro tradicionais panelas curar, certamente ende barro. Ao ponto de, hoje, o artesanato contrará Herica na feira de artesanato e com escamas fazer parte do catálogo de comidas típicas da Praça dos Na divulgação do Estado, segundo Herica, morados, no bairro da Praia do Canto, tornando-se, assim, parte da cultura do em Vitória (ES). A não ser que esteja em Espírito Santo, conforme afirmou, con- época de grandes eventos, pois ela cosvicta de sua contribuição para isso. tuma participar das principais feiras As peças são usadas para decoração de artesanato do país. 14 Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas MÃOS DO AMAPÁ RECEBEM INFLUÊNCIA CULTURAL DEFT HANDS OF AMAPÁ RECEIVE CULTURAL INFLUENCE Por/By: Raquel Francine Fotos/Photos: Walmir Monteiro Bolsas, bijuterias e vasos produzidos por artesãos amapaenses, com a fibra de tururi e grafismo Maracá e Cunani, são produtos com forte identidade cultural que valorizam os recursos naturais da Região Norte do Brasil. Segundo a gestora do projeto “Artesanato Feito a Mão”, Josseli Pantoja, a fibra de tururi é extraída do ubuçu, árvore típica da Região Norte, como Amazonas, Pará e Amapá. “Nosso projeto resgata os grafismos Maracá e Cunani e o artesanato quilombola do Maruanum. Desde 2003, aposta- mos na diferenciação e no valor da história dessas civilizações, visando a colocar o artesanato local num patamar de destaque nos cenários nacional e internacional,” enfatizou a gestora. Além de produtos com a fibra e sementes, a madeira, argila e barro também são matérias-primas trabalhadas pelos artesãos para criação de produtos. Ainda segundo Josseli, o Estado do Amapá possui uma vasta herança cultural, com mais de 70 sítios arqueológicos cadastrados pelo Instituto do Patri- Bags, jewels and vases made by artisans from Amapá out of tururi fibers and Maracá and Cunani drawings are loaded with cultural identity and add value to the natural resources of the Brazilian North region. According to Josseli Pantoja, manager of Sebrae’s project “Artesanato Feito a Mão”, the tururi fiber is extracted from a tree, called ubuçu, of the Arecaceae family, found in the North Region of Brazil in the states of Amazonas, Pará and Amapá. “Our project promotes the revival of Maracá and Cunani drawings and the crafts made by the Maruanum, who are the people from a Quilombola community (a community of slave descendants). Since 2003, we have bet on differences and on the value of these peoples, which has enabled us to give their craft pride of place in the national and international scene”, mônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). As civilizações Maracá e Cunani viveram há milhões de anos na Amazônia, mais especificamente no Amapá e alguns achados arqueológicos comprovam a existência desses povos que tinham uma refinada habilidade na produção de peças com cerâmicas e desenhos rupestres na decoração. “A herança cultural faz parte do cotidiano dos artesãos amapaenses, sendo um importante aliado no incremento da produção e na valorização de suas peças”, concluiu. emphasized the manager. Besides the fiber and seeds pieces, other raw materials like wood, clay and mud are also used in the creation of the pieces. Also according to Josseli, the State of Amapá is very rich in cultural heritage, with more than 70 archaeological sites registered in the Heritage Authority - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). The Maracá and Cunani civilizations lived millions of years ago in Amazonia, more specifically in Amapá and some archaeological findings prove the existence of these peoples, whose production of ceramics was a refined and delicate art, decorated with rupestrian designs. “Cultural heritage plays a very important role in the daily life of the artisans from Amapá. It is invaluable in the production as it adds value to it.”, she concluded. FROM THE SPROUT TO THE CREATIVE HANDS OF THE ARTISANS Por/By: Raquel Francine Fotos/Photos: Walmir Monteiro Durante a úl ti ma Feira Na ci o nal de Ar te sa na to, ar te sãos de vá rias re gi ões do país par ti ci param ex pon do produtos que se des tacam pela for te presença de deta lhes que simbolizam suas raí zes, culturas e cren ças. Das áreas ribei rinhas do Ma ranhão pa ra a maior vitrine do artesanato na A mé rica Latina, a arte sã Maria de Lour des Ro drigues, da Coo pera tiva dos Artesãos dos Len çóis Mara nhen ses, expôs peças arte sa nais ex traídas da pal mei ra de buriti, plan ta na tiva da re gião, muito utilizada para a confecção de bol sas, cha péus, toa lhas de me sa, jogos america nos, en tre ou tros. Na região ma ra nhen se, as comuni da des elaboram seus pro dutos com técnicas de trançados va ri ados, al gumas típicas e desenvolvidas pe los próprios ar te sãos, ca da qual com seu dife rencial, pro du zidos por técnicas co nhe cidas como ma cramé, crochê, te la, malha de côfo, ma lha de cascudo, etc. In the last Feira Nacional de Artesanato, ar tisans from different regions of the country exhibited their products, which caught the attention of the visitors for their wealthy of details that symbolize the roots, cultures and belief of those people. From the riverside villages of the State of Maranhão to the largest handicrafts showcase in Latin America, the artist Maria de Lourdes Rodrigues, a member of the Cooperativa dos Artesãos dos Lençóis Maranhenses, brought her pieces made out of the fibers of buriti (Mauritia), a native plant of the region, used in the production of bags, hats, tablecloths, mats and other objects. The people in those areas of the state of Ma ranhão make their pro ducts by using various weaving techniques, some of which developed by themselves, each one with their differential, such as macrame, crochet, mesh, etc. 15 Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas DO BROTO DA PALMEIRA PARA AS MÃOS CRIATIVAS DOS ARTESÃOS 16 Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas Segundo a artesã Maria de Lourdes, moradora de Barreirinhas (MA), que há 15 anos trabalha com a fibra de buriti, a matériaprima precisa ser tratada antes de iniciar as tramas. “Retiramos a fibra da palha da palmeira, fervemos por dois ou três minutos no fogo, lavamos e a deixamos por mais ou menos três horas para secar sob o sol. A fibra é grossa. É preciso afiná-la e emendar os fios”, explicou. As cores são conseguidas cozinhando-se a fibra com cascas naturais de açaí (roxo-escuro), salsão (verde), urucum (laranja) e açafrão (amarelo). De uns anos para cá o artesanato do Maranhão ganhou projeção nacional e internacional. De acordo com Maria de Lourdes, tudo segue a linha do ecologicamente correto, o que agrada os clientes e faz com que os produtos de sua cooperativa, que existe há dois anos e é formada por 74 artesãos, escoe o trabalho para países como a Bélgica e EUA, além de realizarem vendas para várias cidades do Brasil. Os produtos variam de R$5 a R$200 e podem sofrer alterações de acordo com a encomenda. O ar tesanato dos artesãos da Co o pe ra ti va dos Len çó is Ma ra nhen ses já foram peças de de s ta que em desfiles de moda no exterior e feiras nacionais de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Gros so. According to Maria de Lourdes, an inhabitant of the locality of Barreirinhas (MA), who has been working with the buriti fiber for 15 years, this raw material demands special treatment before being woven. “We get the fiber from the tree, boil it for two or three hours, wash and let it dry for about three hours in the sun. The fibre is coarse. We need to make it finer before tying the threads”, she explained. They dye the fiber by cooking them with natural products such as açaí (for purple), celery (for green), urucum (Bixa orellana- for orange) and saffron (for yellow). In the last few years, the handicrafts production in Ma ranhão became known in the country and worldwide. According to Maria de Lourdes, they do everything with respect for the environment, which pleases the clients and makes it possible for their cooperative, organized two years ago and with 74 members now, to send its products to places like Belgium, USA and several centers in Brazil. The prices of the products range from R$5 to R$200 and can be altered depending on the size of the order. The handicrafts produce by the members of Cooperativa dos Lençóis Ma ranhenses have already made their appearance in interna tional fashion shows and fairs in the Brazilian States of Minas Gerais, São Paulo, Rio de Ja neiro and Mato Grosso. SOURCE OF INCOME FOR THE WOMEN FROM ALAGOAS Por/By: Raquel Francine Fotos/Photos: Walmir Monteiro O Pontal da Barra é um antigo bairro de Maceió (AL) e surgiu de uma aldeia de pes cadores que retira vam da lagoa e do mar o sustento da fa mília. Atualmente é um dos locais turís ticos mais visitados da região e o artesa - nato típico é ex posto nas calçadas das ca sas, atra indo os tu ris tas in teressados pe la com pra. A con fec ção do filé corres pon de ao tra çado fei to na grade, seme lhante ao das re des de pescar e mui tas artesãs contam que a atividade Pontal da Barra, an old district of Maceió (AL), started as a fishing village where the fishermen’s fa milies lived on what they took from the sea and the lake. Today it is one of the most famous tourist resorts of the region, and its pavements covered with locally produced handicrafts attract lots of tourists. das fi lan zeiras sur giu para le lamen te ao trabalho mas cu li no em áreas pes queiras. As fi lan zei ras do Pon tal da Bar ra são famosas em to do o país. Segundo a artesã I vo nete Santos dos An jos, 66 anos, que faz parte da As so - The filet lace follows the lines of a grid, the same process as for fishing nets, and the artisans tell us that the work of the filanzeiras – as the artisans are known – from Pontal da Barra are famous throughout the country and in many counrtries in the world. According to artisan Ivonete ciação das Artesãs do Pon tal da Bar ra e este ve presente na XIX Fei ra Nacional de Ar te sa nato em Belo Ho ri zon te, as mu lhe res da aldeia dos pes ca do res pro cu ra vam o que fazer, en quanto os ma ri dos pescavam. San tos dos Anjos, 66, who is a member of the Associação das Artesãs do Pontal da Barra and was present in the XIX Feira Nacional de Artesanato in Belo Horizonte, the women from the fishing village had to find something to keep them busy while their husbands were away at sea. 17 Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas FONTE DE RENDA PARA AS ARTESÃS ALAGOANAS 18 Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas “Foi assim que encontraram o filé como fonte de renda para as famílias do Pontal. Essa técnica é secular e é repassada de mãe para filha, que vão adaptando as rendas conforme cores e formas da moda”, contou. Há 59 anos Ivonete dedicase ao artesanato com o filé e garante que para ela não existe distância que vá impedi-la de expor seu trabalho. “Eu não me incomodo de enfrentar longas viagens para vender e mostrar o meu produto. A Feira Na cio nal de Artesanato, por exemplo, reúne trabalhos de artesãs de vários estados e, sempre que existir a oportunidade, fa rei de tudo para “This is how they found in filet lace a source of income for the families from Pontal. This technique is centuries old and has come down from mother to daughter, who adapt color and style to the latest fashion trends”, she told us. Ivonete has dedicated herself to producing filet lace for 59 years now and says whatever the distance; it will never stop her from displaying her work. “I don’t mind travelling long distances to show and sell my products. estar presen te. Não tive estudo, de diquei toda mi nha vida ao artesanato e foi com ele que consegui sustentar mi nha fa mília e formar meus 6 fi lhos. Já participei de feiras em São Paulo, Rio de Janeiro, Por to Alegre, Ar gen ti na e Chile. Para mim é uma grande conquista”, frisou. Feira Nacional de Artesanato, for example, is an event in which exhibitors from different Brazilian states participate, and whenever there is an opportunity, I will be there. I didn’t have the chance to study, so, all my life was dedicated to making crafts, and it was from it that I managed to bring up and educate my six children. I’ve already participated in fairs in São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Argentine and Chile. It am really proud of my achievements”, she pointed out. The vice-president of the Associação das Artesãs do Pontal da Barra, Gilvânia Barbosa dos Santos, was also present at XIX Feira Nacional, in Minas Gerais, and thanks to her initiative, the filazeiras from Pontal managed to display their products in Expominas. “It is no doubt one of the best handicrafts fairs in the country and it just can’t be missed”, she says. Daughter to a filanzeira, Gilvânia started in this craft when she was still a teenager, motivated by her mother. Today she helps administer the association, which has 300 members. “This year, besides the towels, beach wear, rugs, blouses and shorts, we brought items for children and women. Everything is made of filet lace, the selling champion. Filet lace is a centuries old art, which was introduced to Pontal 200 years ago. Today the filet lace made in the district is known all over the world. All the products in this display were made by the filanzeiras from Pontal, now with 200 professionals working with the craft”, pointed out the vice-president. The the prices of the production from Pontal da Barra range from R$5 to R$350, depending on the piece. Preconceito De acordo com Gilvânia, o desemprego ronda o estado de Alagoas, afetando residentes do Pontal da Barra. Por isso, cresceu no bairro o número de homens que estão aderindo ao trabalho com o artesanato para ajudar a pagar as despesas da família. “Muitos maridos estão ajudando as esposas na arte com o filé. Devido ao preconceito, eles fazem os trabalhos com as portas da casa fechada, para ficarem escondidos, mas certos de que estão contribuindo com o lar. Em outros estados, onde participamos de eventos, pude perceber que os homens não têm preconceitos e se orgulham em mostrar os trabalhos, muitas vezes melhores que os feitos pelas esposas”, concluiu. Prejudice According to Gilvânia, unemployment plagues the State of Alagoas, affecting the people from Pontal da Barra. For this reason, the number of men taking up crafts production to support their families has grown. “A lot of men are helping their wives, making filet lace. Because of the prejudice, they work behind closed doors, away from the curious looks of neighbors, but certain that they are contributing to the welfare of their families. In other states, where we participate in events, I noticed that men are not prejudiced, much to the contrary, they are proud of their work, which sometimes o better than the work of their wives”, she concluded. 19 nis e bermudas, trouxemos muitos artigos infantis, principalmente para o público feminino. São todos trabalhos em filé, os mais procurados em exposições. O filé é uma arte secular, que chegou ao Pontal há mais de duzentos anos. Hoje o bairro é uma referência nessa renda para o País e para o mundo, já que temos vários trabalhos em diversos países. Todos os produtos desta exposição foram confeccionados pelas filanzeiras do Pontal, que já possui cerca de trezentas profissionais do ramo”, esclareceu a vicepresidente. Os produtos das artesãs do Pontal da Barra são vendidos ao preço de R$5 a R$350, dependendo da peça. Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas A vice-presidente da Associação das Artesãs do Pontal da Barra, Gilvânia Barbosa dos Santos, também esteve presente na XIX Feira Nacional, em Minas Gerais, e graças a sua iniciativa, as filanzeiras do Pontal da Barra puderam expor seus produtos no Expominas. “É realmente um acontecimento dos melhores em nível de exposição artesanal e não podíamos deixar de participar”, disse a artesã. Filha de filanzeira, Gilvânia começou na arte ainda adolescente, incentivada pela mãe, e hoje ajuda a administrar a associação que conta com cerca de 300 associados. “Este ano, além de toalhas, trilho de mesa, cangas, vestidos, saída de praia, passadeiras, blusas, biquí- 20 ILUMINADAS E INUSITADAS Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas ILLUMINATED AND INNOVATIVE Por/By: Daniel Barcelos Fotos/Photos: Divulgação Tomás Cavalcanti é um artesão heterodoxo. Reside parte do tempo em Belo Horizonte e parte na cidade histórica de Tiradentes, distante cerca de duzentos quilômetros da capital mineira, onde ajuda a administrar o negócio de sua família. Mas não vem daí a justificativa para considerá-lo diferente. Na verdade, a natureza de suas peças decorativas é que torna seu trabalho original, inusitado. Ele produz luminárias a partir de objetos banais, de uso cotidiano, como utensílios domésticos. Segundo conta, Tomás começou a desenvolver esta linha de trabalho em 2004 devido a um fascínio que sempre teve por embalagens e objetos utilitários do dia-a-dia. Ele utiliza materiais que seriam descartados no lixo, que encontra na rua, em lojas “topa tudo” ou que recebe de amigos que já conhecem a demanda. Considera-se um agente de reaproveitamento desses objetos, como tantos outros artesãos nas mais diversas áreas do artesanato. Mas, convenhamos, a utilização que ele dá aos copos plásticos, escorredores de massa, leiteiras e outros objetos é bastante Tomás Cavalcanti is a heterodox artist. He lives partly in Belo Horizonte and partly in the historical city of Tiradentes, two hundred kilometers from the capital city, where he helps in the management of his family’s business. But this is not the reason why he is so different. In fact it is the nature of his decorative pieces that renders his work so original and unexpected. He makes lampshades from trivial objects, the kind we use every day at home. Tomás tells us that he started developing his products in 2004 following the fascination he always had for packaging and household objects. He uses materials that other- peculiar. Tanto quanto o visual de suas peças, que agradam pelo aspecto moderno e informal que conferem aos ambientes que iluminam. A técnica utilizada por Tomás Cavalcanti foi desenvolvida por ele mesmo. E como a matéria-prima que utiliza não foi concebida originalmente para a finalidade que ele pre fere, muitos testes tiveram de ser feitos até encontrar a melhor forma de trabalhar cada material. “Minha matéria-prima é o plástico, o vidro, o metal. Cada uma com sua caracterís tica. Então, para testar a resistência das peças, eu as deixo ligadas por um período de 24 horas, podendo, assim, ter certeza da durabilidade delas”, revela. Além dos aspectos técnicos, o desenho de cada trabalho e o acabamento de cada peça são as preocupações do artesão. “Sempre que estou nesses momentos de criação, me questiono: ‘eu compraria?’ Assim, tenho uma atenção maior com o acabamento de cada uma, para que se torne um produto vendável”, conta. wise would find their way, things you can find in the streets, in reclamation yards, or things he gets from friends who know his work. He sees himself as an agent of nature as he recycles objects, like so many other craftspeople in the different segments of handicrafts production. But we have to admit that the use he makes of plastic cups, colanders, kitchen pots and other objects is quite peculiar – just like the outward appearance of his pieces, whose appeal lies in the modern and informal touch they give to the décor of the rooms they illuminate. The technique used by Tomás Cavalcanti was developed by himself. And as the raw materials he uses were not meant to this end, several tests had to be run until he finally found the best way to work with the materials. “My raw materials are plastic, glass, metal. Each of them has its properties. So, in order to test the resistance of the pieces, they are kept turned on for 24 hours, to make sure they will last”, she reveals. Besides the technical side, the design of the pieces and their finishing are a central concern for the artist. “When I am creating I ask myself: ‘would I buy this?’ This is why I give so much attention to the finishing of each piece; I want my work to appeal to the consumer”, he tells us. 21 Since the production of handicrafts is not his only source of income, Tomás seeks to couple the creation of his lampshades with his other activities. “I work as a cultural producer, and my work with crafts is the way I found to help protect the environment, satisfy my crave for creation, besides being an opportunity to show my ideas to the world”, says the artist, who also helps his family to run a cozy baroque hotel in Tiradentes. Tomás Cavalcanti is one of those autor das inventivas luminárias. Além do apego, outra dificuldade para escoar a produção fica por conta do processo de concepção das peças. “Tenho um ritmo de produção desacelerado. Faço cada peça como se fosse única e dependo muito da inspiração. Então, quando ela vem, eu faço”, esclarece. Aliado à necessidade de dedicar tempo a outras atividades profissionais, esse ritmo cadenciado prejudica a possibilidade de aumentar as vendas e, consequentemente, poder dedicar-se mais ao artesanato. “Para os artistas, designers e artesãos, os admiro muito! Mas é muito difícil viver só da arte. Ainda há de chegar o dia em que teremos nosso merecido valor”, considera. artists who fall in love with their own creations. “I sometimes find it difficult to part from them; I get really attached to them”, he admits. “But I participate in exhibitions, leave some pieces in shops and sell a lot to my friends”, adds the creator of the stylish lampshades. Besides his difficulty to part from his pieces, another factor that makes their commercialization difficult is the way they are conceived. “I work at a very slow pace. Each piece I make is like it were the only one and I depend a lot on inspiration. When it comes, I work”, he explains. Added to the need to dedicate himself to his professional pursuits, the pace at which he works prevents him from increasing sales, and, consequently to dedicate more time to making handicrafts. “Artists, designers and artisans, I admire you a lot. But you have to concede that it is hard to make a living from art. There will come the day when we will be valued for what we are”, he says. Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas Como o artesanato não é sua única fonte de renda, Tomás procura aliar a criação de suas luminárias com suas outras atividades. “Trabalho como produtor cultural, tendo este outro trabalho como uma maneira de ajudar o meio ambiente, de fomentar minha criação, podendo expor um pouco de minhas idéias para o mundo”, admite o artesão, que ainda ajuda a cuidar de uma pousada na simpática barroca Tiradentes. Tomás Cavalcanti é desses artesãos que se apaixonam pelas próprias criações. “Tenho muita dificuldade de vendê-las, por apego, mesmo”, confessa. “Mas faço algumas exposições, deixo em lojas e vendo muito para os amigos”, completa o 22 ATIVIDADE É A MATÉRIA-PRIMA Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas ACTIVITY IS THE RAW MATERIAL Por/By: Daniel Barcelos Fotos/Photos: Walmir Monteiro Cheguei à casa da artesã quinze minutos atrasado. A empregada que abriu a porta me recebeu com cortesia e um providencial copo de suco de uva. Quando dona Malcy apareceu, descendo as escadas com impressionante agilidade, fiquei surpreso. “Ela anda meio indisposta nesses últimos dias”, me dissera o simpático esposo instantes atrás. A impressão de senilidade que a frase do marido me causou, de fato, não era compatível com a variedade e a quantidade de trabalhos expostos na sala, especialmente separados para ilustrar a entrevista, e que sugeriam uma produção efervescente. A pauta que eu tinha em mente era sobre I arrived fifteen minutes late at the artisan´s house. The maid, who has opened the door, received me with courtesy and a providential glass of grape juice. By the time Mrs. Malcy had showed up, coming down the stairs with impressive agility, I got surprised. “She has been feeling indisposed lately”, told me her sympathetic spouse instants before.The impression of senility that her husband´s sentence caused me, in fact, was not compatible os estandartes com motivos religiosos, típicos do interior de Minas Gerais, e aos quais a artesã Malcy Travessoni Gomes tem dedicado sua atenção nos últimos anos. E estavam ali as peças, em variados formatos, tamanhos e materiais. O nome desta seção “Matéria Prima” norteava meu olhar sobre a conversa que começaria em instantes. Mas a juta, os panos, as imagens, fuxicos, bordados, linhas, miçangas e fitas compradas no Mercado Central de Belo Horizonte ou em armarinhos escondidos no centro da cidade, jamais roubariam a cena quando se tem o prazer de uns momentos com dona Malcy. with the variety and quantity of crafts that was exhibited in the living room, specially positioned to illustrate the interview, and that suggested an effervescent production. The guideline that I had in my mind was about the flags with religious patterns, typical of Minas Gerais´s country side, and to which the artisan Malcy Travessoni Gomes dedicated her attention for the last few years. There were the crafts, in varied shapes, sizes and materials. The name of this section “Raw Material”, guided my idea about the conversation that would start in instants. But, the jute, the cloths, the images, fuxicos , embroideries, threads, beads and webbings bought at “Mercado Central” in Belo Horizonte or in a haberdashery hidden into town would never deviate my attention when one has the pleasure of spending some time with Mrs. Malcy. During the conversation I felt like opening a big trunk, from where came out colored candlesticks, artisan paper or rusted in plates of iron, little cushions with figure of saints, also found in oratories, which I found here and there decorating the house, besides the woollen scarfs and caps that had appeared later, as the conversation developed. All these crafts created by the active and creative mind of the artisan. Handicraft had entered in Mrs. Malcy life in 1969, when she started making some painting work in ceramics. “Yes, I think I was the first one to exhibit painted porcelain at “Feira Hippie”, she confirms, mentioning the traditional Sunday fair in Belo Horizonte, that at the time used to decorate “Praça da Liberdade”, but that deprived of its traditional characteristics, does not have the same charm of the last decades. “In 1993 I moved out of Belo Horizonte. When I came back, after about four years, I had lost my place at the fair”. 23 Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas Durante a conversa me senti abrindo um grande baú, de onde saíam castiçais coloridos, de papel artesanal ou enferrujados em chapas de ferro, almofadinhas que estampam santos, também encontrados em oratórios que eu descobria aqui e ali, entre a decoração da casa, além dos cachecóis e gorros de lã, que apareceram mais tarde, à medida que a conversa se desenvolveu. Todas as peças criadas pela mente ativa e criativa da artesã. O artesanato entrou na vida de dona Malcy em 1969, quando começou a desenvolver um trabalho de pintura em cerâmica. “Sim, eu acho que fui a primeira a expor porcelana pintada na Feira Hippie”, confirma, referindo-se à tradicional feira dominical de Belo Horizonte, que na época enfeitava a praça da Liberdade mas que, descaracterizada, já não tem o mesmo charme de décadas atrás. “Em 1993 eu me mudei de Belo Horizonte. Quando voltei, depois de uns quatro anos, tinha perdido meu lugar na Feira”. 24 Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas Pude ver em apenas uma peça as delicadas pinceladas e o rococó das pétalas de rosa que, segundo ela própria, já não interessam aos compradores de hoje. “A partir de então, vendi meu forno, meus materiais, que eram muito caros, e parei de mexer com porcelana”, disse sem demonstrar nostalgia. Essa saída de Belo Horizonte foi uma volta às origens. A artesã é natural de Casa Grande, na região dos Campos das Vertentes (MG) e foi em sua terra natal que passou cerca de quatro anos afastada da capital. Lá, parece ter se realimentado das coisas da roça. Foi quando os estandartes passaram a dominar a intuição artística de Malcy. As festas religiosas, como as folias de reis e procissões de Semana Santa, despertaram a atenção da devota, que com a intenção de enfeitar os desfiles de sua cidade, confeccionou os primeiros pavilhões. I could see only in one craft the delicate flicks and the rococo of the rose petals that, according to her, do not interest the purchasers nowadays. “So, I have sold my oven, my materials, which were very expensive, and stopped working with porcelain”, she said without demonstrating nostalgia. Moving out of Belo Horizonte was a return to her origins. The artisan is originally from Casa Grande, in the region of Campos das Vertentes (MG) and it was in her birthland that she spent four years away from the state capital. There, she seemed to be filled with the things from the country side. It was when the flags started dominating Malcy’s artistic intuition. The religious parties, like folia de reis and processions of the Holy Week called the attention of the worshipper, who had confectioned the city’s first pavilions, willing to decorate the city parades. Mrs. Malcy works alone at home. Active, she confesses that she does not like very much house chores. At her workshop she follows a daily routine of work, that starts really early, at 6:30 in the morning, and continues until late night, except for the siesta time. “I knit until around 10 p.m. and I also make some purses…” she says, revealing one more of her products. “Since the time I worked at ‘Feira Hippie’, I was an active and independ- ent woman. I used to drive, as I still do. However, nowadays I do not go downtown. I just drive around the neighborhood”. While she revealed the strength of her personality in the course of the chat, like telling the prejudices she witnessed when she was not a matron and had hippie friends, Mrs. Malcy showed me what I was looking for. The “Raw Material”, that I could not forget and, on the other hand, that I would never have the journalistic interest at, as thought it is an apparent contradiction, settles in my lap, like a ladybird bringing good omen: the raw material of Malcy´s work is the own vivacity of the artisan. Her motivation, as she admits. “I have never had profits, properly, with the crafts. I reinvest everything that I profit in material for new works. So, absolutely sure, I work because it is a pleasure. And, it is what pushes me.” 25 preconceitos que testemunhou quando era uma mãe de família que tinha amigos hippies, Dona Malcy me abriu os olhos para o mote que eu procurava. A “Matéria Prima”, que não me saía da cabeça, ao mesmo tempo em que não despertava o interesse jornalístico, em meio a uma aparente contradição, pousou em meu colo, como uma joaninha trazendo bons agouros: a matéria-prima do trabalho de Malcy é a própria vivacidade da artesã. Sua mola-mestra, como ela mesma admite. “Nunca cheguei a juntar um tostão que consegui com artesanato. Reinvisto tudo o que ganho em materiais para novos trabalhos. Então, com certeza eu trabalho por prazer. E é isso o que me empurra.” Artesanato: matéria-prima de Minas Handicraft: raw material of Minas Dona Malcy trabalha só, em casa. Muito ativa, confessa que não é lá muito fã do trabalho doméstico. Em sua oficina obedece a uma rotina diária de trabalho, que começa bem cedo, às 6:30h da manhã, e vai até tarde da noite, com exceção ao período da cesta, depois do almoço. “Eu fico até umas 10 da noite tricotando e também tenho feito umas bolsas...”, diz revelando mais um produto. “Desde a época de Feira Hippie, sempre fui uma mulher ativa e independente. Eu já dirigia, como ainda dirijo. Só que hoje eu não vou mais ao centro, não. Só aqui pelo bairro”. Enquanto revelava a força de sua personalidade no curso do bate-papo, como ao narrar os 26 A IMAGEM DO BRASIL NO EXTERIOR Entrevista Interview THE IMAGE OF BRAZIL ABROAD Por/By: Rodrigo Narciso Fotos/Photos: Walmir Monteiro / Divulgação Angeles Gross, representante do artesanato brasileiro no Centro de Distribuição Worldwide, em New Jersey, desenvolve, em parceria com o Instituto Centro CAPE, um trabalho de prospecção de mercado, comercialização e divulgação do artesanato brasileiro nos Estados Unidos. Angeles, em entrevista para a revista BFM, falou sobre os desafios e as possibilidades de crescimento das exportações brasileiras no mercado norte americano. Qual a imagem do artesanato brasileiro no exterior? Não existe uma imagem formada do artesanato brasileiro, de forma geral. Existem imagens e conceitos de alguns artesãos, cujos trabalhos atingiram um lugar de destaque no mercado internacional. Ainda não temos trabalhos suficientes para podermos formar uma opinião geral sobre a produção artesanal brasileira. Houve avanço em relação à credibilida de do ar tesão brasileiro no mercado internacional? Nos últimos cinco anos aconteceram grandes avanços nesta direção. É importante ressaltar que parte dos avanços e da credibilidade atingida pelos artesãos brasileiros deve-se ao Angeles Gross, the representative of Brazilian handicrafts in the Worldwide Distribution Center in New Jersey, in a partnership with Instituto Centro CAPE, works on a project in the United States that involves market prospection and publicity of Brazilian handicrafts. Angeles, in her interview with BFM, spoke about the challenges and the possibilities of growing Brazilian exports in the North-American market. What is the image of Brazilian handicrafts abroad? There’s no set image yet. There are images and concepts regarding some artisans, whose work has reached the international markets. But there is a need for more before we can build an image of the Brazilian handicrafts production. Has the credibility in the Brazilian artisan grown in the international market? The last five years saw great advances in this direction. It is important to point out that part of these advances and credibility in the Brazilian artist are mainly attained through the distributor based in the target country. In the case if the US, I think Ecoarts (showroom in New York Quais as principais dificuldades encontradas para inserir nossa produção no mercado externo? Apesar das conquistas, ainda há um longo trabalho de conscientização em relação ao preço in charge of the publicity and sale of the products in the US) and Worldwide Distribution Center in Passaic, NJ, have played a vital role in this sense. The distributor is the link between the artist and the buyer. Its purpose is to administer, guide and solve any problems that might arise. Its heads must have deep knowledge of the export process if they are to promote the sale of the products. What are the main setbacks our production has faced to find its way into the international market? Despite the achievements, there is still a long way to go particularly regarding the definition of prices to the international buyer, deadline for the delivery of the products and A existência de um showroom nos Estados Unidos facilita o processo de exportação? Existe uma expressão nos Estados Unidos que, traduzida, seria mais ou menos isto: "Voa pela noite". Os compradores norte-americanos usam esta frase para se referir às empresas que se apresentam em feiras e eventos apenas uma vez e, depois, não dão sequência ao trabalho, não mantêm regularidade e não persistem no projeto. Termos um showroom em Nova Iorque que ajuda a dar credibilidade e constância ao trabalho de prospecção de novos clientes. maintenance of quality standards. Some countries still regard handicrafts production as non-professional and rudimentary. So, we must work to show the value of handicrafts to the consumer. We have a long way to go. Does the showroom in the US make exports easier? In English they have this adjective ‘fly-by-night’. They use it to refer to people that participate in a fair once and then never come back again, not persisting in their projects. Having this showroom in New York helps us to build the public’s reliability in our production besides allowing us to go on with our work of prospection for new clients. 27 para o comprador internacional, ao prazo de entrega dos produtos e à manutenção da qualidade. Alguns países ainda vêem o artesanato como algo rudimentar e pouco profissional. Precisamos, nesses casos, trabalhar o conceito do artesanato junto ao público consumidor. É um longo caminho. Entrevista Entrevista Interview papel desempenhado pela empresa distribuidora no país a ser atingido. No caso do mercado norteamericano, posso citar a atuação da Ecoarts (showroom situado em Nova Iorque e responsável pela divulgação e comercialização de peças brasileiras nos Estados Unidos) e do Centro de Distribuição Worldwide, em Passaic, New Jersey. É fundamental que estas empresas distribuidoras tenham credibilidade no mercado consumidor. A distribuidora é a conexão entre o artesão e o comprador. Ela existe para administrar, orientar e resolver qualquer problema que porventura venha a acontecer. Tem que ter todo o conhecimento do processo de exportação para auxiliar o produtor na venda. 28 Entrevista Interview O que diferencia, sob a ótica do comprador internacional, o artesanato brasileiro da produção de outros países? Criatividade. O brasileiro é extremamente criativo. Creio que você realmente esteja querendo me perguntar o que nos diferencia da China, não é? Bem, o artesanato na China também é feito a mão, porém, o que nos diferencia, além da criatividade, é que a China não divulga a história, as especificidades e o contexto social dos artesãos daquele país. O artesão brasileiro tem um nome, tem história e singularidades. Isto quer dizer que a identidade cultural do artesão é agregada ao produto. Outra diferença é que o chinês produz grandes quantidades para grandes massas e os objetos têm que ser vendidos para todas as lojas que desejarem comprar as peças. Já a venda do artesanato brasileiro é feita de outra forma. Usamos o que se chama de "gerência de código pos- tal". Isto quer dizer que não vendemos para nenhuma outra loja aquele determinado produto que esteja no mesmo código postal. Este sistema transforma o artesanato em "objeto de desejo", em peça exclusiva. How does the international buyer compare the Brazilian handicrafts reduction with the production of other countries? Creativity. The Brazilian artisan is amazingly creative. I think what you really want to know is how we differ from China, don’t you? Well, the Chinese handicrafts are handmade; however, besides creativity, what differs us from them is that the Chinese products don’t tell their story, specificities and the social context of the Chinese artisan. The Brazilian artisan has a name, history and particularities. This means that the cultural identity of the artisan in imprinted in his work. Another difference is that the Chinese produce in bulk and the objects are sold to any shop interested in buying them. The Brazilian product is sold in a totally different way. We use what is known as ‘postal code management’. This means that we do not sell products with a certain postal code to any other shop. This system makes the piece into an object of desire, and exclusive object d’art. Há espaço para que o artesanato brasileiro aumente sua inserção no exterior? Nós ainda estamos em um estado embrionário. Temos um longo caminho pela frente e um mercado sem limites para conquistar. Porém, um fator que deve ser considerado é que nem todo artesanato que faz sucesso no Brasil, faz sucesso no exterior. Temos que estudar a cultura do país que desejamos atingir, nos educar e produzir objetos que sejam adequados à realidade daquela cultura. O artesão brasileiro precisa canalizar toda sua criatividade para criar objetos que sejam de interesse do mercado que ele deseja atingir. Nosso trabalho é ajudá-lo neste processo. Is there more room for Brazilian handicrafts in the external market? Our situation is still incipient, at an embryo stage. We still have a long way to go and a limitless market to conquer. But there is a point that must be considered; not all handicrafts that are a success in Brazil will be a success abroad. It is vital that we study the culture of the target country so that we can produce pieces in line with the culture of that country. The Brazilian artisan will have to channel their creativity to creating objects that will appeal to the target consumer and our work is to help the artisans in this process. CRAFTS WORKSHOP OF INSTITUTO CENTRO CAPE Por/By: Rodrigo Narciso Foto/Photo: Walmir Monteiro Desde que o bebê nasceu, ficou difícil para Mariana Rodrigues, 22 anos, trabalhar fora de casa. Fazer tapetes de retalhos foi a solução que encontrou para ajudar o marido nas despesas mensais. “Estando em casa, eu cuido da minha filha e das coisas que tenho que fazer no dia-a-dia. No tempo que sobra, e sempre sobra um tempinho, eu estou trabalhando com artesanato”, diz Mariana. A artesã aprendeu a costurar e a bordar quando frequentou a Oficina de Artesanato do Instituto Centro CAPE, projeto desenvolvido, desde 2001, em parceria com a Central Mãos de Minas. Na oficina, jovens de 14 a 17 anos aprendem diversas téc- Since her baby was born, Mariana Rodrigues, 22, has found it difficult to go out to work. Making rugs from cloth scraps was the way she found to help her husband with the expenses. “Being at home, I can take care of my daughter and do the house chores. The rest of the time, and there is always some free time, I make my handicrafts. I am free to create whatever I want. I have learnt how to make flowers, rugs, cushions. It is very nicas artesanais e a única exigência para se inscreverem no projeto é que estejam estudando na rede pública de ensino. Assim como Mariana, outros 600 adolescentes já participaram das oficinas e, atualmente, 18 jovens frequentam, diariamente, as aulas de artesanato. Durante os encontros, realizados no prédio do Centro CAPE, em Belo Horizonte, os adolescentes aprendem diversas técnicas artesanais. Tecelagem, pintura, moldagem, modelagem, costura e trabalhos com papel marché e cerâmica são algumas das atividades desenvolvidas durante as aulas. pleasant to work with handicrafts and make a living from it”, says Mariana. The artisan learnt how to sew and embroider at the Crafts Workshop of Instituto Centro CAPE, as part of a Project that started in 2001, in a partnership with Central Mãos de Minas. At the workshop, people ranging in age from 14 to 17, learn different crafts techniques and the only requirement for them to enroll is that they are studying in a public school. Like Mariana, another 600 adolescents have already attended classes at the workshop and, today, 18 youths are attending the crafts lessons on a daily basis. During the meetings, held in the premises of Centro CAPE, in Belo Horizonte, the adolescents learn different crafts techniques such as tapestry, painting, molding, weaving, sewing, papier-mâché and pottery. 29 Projetos Projects OFICINA DE ARTESANATO DO INSTITUTO CENTRO CAPE 30 Projetos Projects O material utilizado para a confecção das peças é fornecido pela oficina e por outras empresas, que doam materiais para serem reciclados e transformados em artesanato. O que o grupo produz é vendido e as atividades vão mudando para atender as demandas do mercado. Há algumas semanas foram as almofadas. Agora são os porta-guardanapos feitos de The material used in the production of the pieces is donated by the Workshop and companies that bring recyclable material. The items produced by the group are sold and the production caters for market demands. A few weeks ago it miçangas. Bolsas feitas com material reciclado e peças em fuxico também fizeram sucesso entre os consumidores. “Se a demanda é por bordado, elas vão aprender a bordar. Se for preciso costurar, aprendem costura. Se for necessário produzir peças em cerâmica, elas vão aprender a trabalhar a técnica da modelagem. Depois de um tempo trabalhando aqui, elas já was cushions; now it is napkin holders made of seed beads. Handbags made of recycled material and fuxico were the favorite among consumers. “If the demand is for embroidery, they will have embroidery classes; if sewing is in demand then they will have sewing sabem fazer diversas atividades”, diz a coordenadora da oficina, Carla Maciel. Natacha Bicalho soube do projeto através de uma amiga e, há dois anos, frequenta diariamente as aulas na oficina. “Compro roupas e já posso ajudar em casa, coisa que eu não fazia antes. Quando eu quero sair não preciso pedir dinheiro aos meus pais”, comemora. classes. The same goes for pottery and other techniques. After some time working here they acquire a series of skills”, says the coordinator of the workshop, Carla Maciel. Natacha Bicalho heard about the Project from a friend who had been attending classes at the Workshop for two years. “ Now I buy my clothes and I can also help with the expenses at home, something I couldn’t do before. I do not need to ask my parents to give me some money when I want to go out”, she says enthusiastically. She also leaves a message for the young people. “Make up your minds quickly. Time does not stop. If you hear about a Project like this, do not miss the opportunity”, she warns. The students make an average of 300 pieces a month and receive a commission according to the amount they produce and they are never short of work. The quality of the pieces has resulted in three invitations to the Feira Nacional de Artesanato. In 2006, 2007 and 2008 the workshop participants had the opportunity to get in touch with retailers and wholesalers from different parts of Brazil. Their pieces also decorated the Mãos de Minas room in Casa Cor/MG for three consecutive years. “These were very important experiences for us. As we took our work out of the workshop to events as important as Feira Nacional de Artesanato and Casa Cor, we had the exact idea of what the consumers want. It was really rewarding to know we are on the right way”, celebrates Carla Maciel. 31 da oficina puderam manter, durante o evento, contato direto com lojistas de diversas partes do Brasil. Três edições da Casa Cor/MG também tiveram a participação da oficina - responsável pela produção de peças que decoraram o ambiente Mãos de Minas. “Ao sairmos da oficina para comercializar e divulgar nossa produção em eventos com a magnitude da Feira Nacional de Artesanato e da Casa Cor, tivemos uma noção exata das demandas do consumidor. Foi gratificante saber que estamos no caminho certo”, comemora Carla Maciel. Projetos Projects A artesã deixa, ainda, um recado para os jovens que tiverem a mesma oportunidade que ela. “Decida rápido. O tempo não para. Se conhecer algum projeto como esse, não deixe a chance escapar”, avisa. Os alunos fabricam, em média, 300 peças por mês. Na oficina, cada adolescente é remunerado de acordo com a sua produção e nunca falta trabalho para ser feito. A qualidade dos produtos confeccionados na oficina já rendeu três convites para que levassem suas peças à Feira Nacional de Artesanato. Em 2006, 2007 e 2008 os participantes 32 CALENDÁRIO Feiras e Eventos Fairs and Events CALENDAR Feiras Nacionais BRAZIL PATCHWORK SHOW 3ª Feira de Produtos de Tecidos Importados e Retalhos Data: 14 a 17 de abril de 2009 Feira Setorial / Internacional / Anual Linhas de produtos e/ou serviços: Máquinas, tecidos, aviamentos, revistas, acessórios, marcas e produtos para artesanato, cursos, etc. Local: Centro de Eventos São Luiz - São Paulo/SP Site do evento: www.brazilpatchworkshow.com.br E-mail do evento: [email protected] ART MUNDI Data: 17 a 26 de abril de 2009 Feira Setorial / Nacional /BBienal Linhas de produtos e/ou serviços: Produtos de origem artesanal, decoração, vestuário, utilidades domésticas, tapetes, acessórios e complementos de moda, bebidas, etc. Local: Pavilhão de Exposições do Riocentro - Rio de Janeiro/RJ Site do Evento: www.artmundirj.com.br E-mail do evento: [email protected] FINNAR 3ª Feira Internacional de Negócios do Artesanato Data: 17 a 26 de abril de 2009 Feira Setorial / Internacional / Quadrimestral Linhas de produtos e/ou serviços: Artesanato nacional, reciclagem, cerâmica, sementes, barro, resina, madeira, gastronomia, turismo, etc. Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF Site do Evento: www.charpheventos.com.br E-mail do evento: [email protected] FEIARTE - Edição Porto Alegre 21ª Feira Internacional de Artesanato Data: 1 a 10 de maio de 2009 Feira Setorial / Internacional / Anual Linhas de produtos e/ou serviços: Produtos de origem artesanal, decoração, vestuário, utilidade doméstica, tapetes, acessórios e complementos de moda, comidas típicas, etc. Local: Estacionamento do Parque Esportivo da PUC - Porto Alegre/RS Site do Evento: www.feiarters.com.br E-mail do evento: [email protected] FEIARTE – Edição Curitiba 22ª Feira Internacional de Artesanato Data: 15 a 24 de maio de 2009 Feira Setorial / Internacional / Anual Linhas de produtos e/ou serviços: Produtos de origem artesanal, decoração, vestuário, utilidade doméstica, tapetes, acessórios e complementos de moda, comidas típicas, etc. Local: Centro de Exposições de Curitiba - Parque Barigui Curitiba/PR Site do evento: www.feiartepr.com.br E-mail do evento: [email protected] MÃOS & ARTE - Edição Maringá 1ª Feira Nacional e Internacional de Artesanato Data: 5 a 14 de junho de 2009 Feira Setorial / Internacional / Anual Linhas de produtos e/ou serviços: Decoração, móveis, confecção, acessórios, semi-jóias, artesanato em geral. Local: Sociedade Rural de Maringá - Maringá/PR Site do evento: www.redproducoes.com.br E-mail do evento: [email protected] National Fairs BRAZIL PATCHWORK SHOW 3rd Fair of Imported Cloth and Cloth Scraps Date: 14 to 17 April 2009 Sectoral / National / Annual Fair Products and/or services: Machines, cloth, haberdashery, magazines, accessories, products for handicrafts courses, etc. Venue: Centro de Eventos São Luiz – São Paulo/SP Website: www.brazilpatchworkshow.com.br E-mail: [email protected] FEIARTE - Edição Porto Alegre 21st International Handicrafts Fair Date: 1 to 10 May 2009 Setoral / International / Annual Fair Products and/or services: Handicrafts, interior design, clothing, house objects, rugs, fashion accessories, typical foods, etc. Venue: Car park of Parque Esportivo da PUC – Porto Alegre/RS Website: www.feiarters.com.br E-mail: [email protected] ART MUNDI Date: 17 to 26 April 2009 Sectoral / National / Biannual Fair Products and/or services: Handicrafts, design, clothing, house gadgets, rugs fashion accessories, drinks, etc. Venue: Pavilhão de Exposições do Riocentro – Rio de Janeiro/RJ Website: www.artmundirj.com.br E-mail: [email protected] FEIARTE - Edição Curitiba 22nd International Fair of Handicrafts Date: 15 to 24 May 2009 Setoral / International / Annual Fair Products and/or services: Handicrafts, decoration, clothing, house objects, fashion accessories, typical food, etc. Venue: Centro de Exposições de Curitiba – Parque Barigui - Curitiba/PR Website: www.feiartepr.com.br E-mail: [email protected] FINNAR 3rd International Fair of Handicraft Business Date: 17 to 26 April 2009 Sectoral / International / Quarterly Fair Products and/or services: National handicrafts, recycling, pottery, seeds, clay, resin, wood, typical food, tourism, etc. Venue: Centro de Convenções Ulysses Guimarães – Brasília/DF Website: www.charpheventos.com.br E-mail: [email protected] MÃOS & ARTE - Edição Maringá 1st National and Internaltional Handicrafts Fair Date: 5 to 14 June 2009 Setoral / Internaiional / Annual Fair Products and/or services: Design, furniture, clothing, accessories, semi-jewellery, handicrafts in general. Venue: Sociedade Rural de Maringá – Maringá/PR Website: www.redproducoes.com.br E-mail: [email protected] INTERNATIONAL ARTEXPO Data: 26 de fevereiro a 2 de março de 2009 Feira de grande destaque no mercado norte-americano no segmento de arte, decoração e presentes, com 31 anos de experiência. A feira apresenta milhares de novos objetos e proporciona diversas oportunidades de negócios. Expõem na feira artistas, decoradores, galerias, colecionadores e fabricantes de cerca de 50 países, atraindo compradores de todo o mercado norte-americano e de vários outros países. Local: Nova Iorque (EUA) CERANOR Data: 2 a 6 de setembro de 2009 Evento profissional que já está na 18ª edição, com uma visitação de 30.000 compradores, sendo 45% espanhóis e 55% de outros países da Europa. Lojistas de decoração, decoradores, arquitetos e designers de hotéis, restaurantes e similares compõem o público do evento. Local: Porto (Portugal) Site do Evento: www.ceranor.exponor.pt TENDENCE Data: 3 a 7 de julho de 2009 A feira Tendence acontece em Frankfurt e é considerada uma das melhores feiras do gênero da Europa. Local: Frankfurt (Alemanha) Site do Evento: tendence-lifestyle.messefrankfurt.com INTERGIFT Data: 9 a 13 de setembro de 2009 São 500 expositores distribuídos em um espaço de 23.500 metros quadrados e 33.000 visitantes. Trata-se de uma feira de decoração de interiores, decoração floral, design, bijuteria e acessórios de moda. É uma feira reconhecida por apresentar produtore e representantes de produtos de qualidade diferenciada e com design elaborado. O concurso internacional de design é internacionalmente reconhecido e, anualmente, conta com concorrentes de diferentes países. Na última edição participaram artistas da Espanha, Polônia, Dinamarca, Alemanha, Taiwan, Itália, Senegal e Argentina. Local: Madri (Espanha) Site do Evento: www.expohogar.com NEW YORK INTERNATIONAL GIFT FAIR Data: 15 a 19 de agosto de 2009 A feira Gift Fair é o maior evento do gênero nos EUA e é realizado duas vezes ao ano, nos meses de janeiro e agosto. Acontece no Javits Center, em Nova Iorque, com 8.700 expositores, sendo 75% americanos e 25% internacionais. Apenas o projeto APEX leva o artesanato brasileiro para o evento. Local: Nova Iorque (EUA) Site do Evento: www.nyigf.com International Fairs INTERNATIONAL ARTEXPO Date: 26 February to 2 March 2009 Being one of the most important fairs in the US in the art and interior design segments, this fair has 31 years of experience. It displays thousands of new objects and opens excellent business opportunities. It brings together artists, interior designers, collectors and makers from about 50 countries, and attracts buyers from the four corners of the US and the world. Venue: New York (US) TENDENCE Date: 3 to 7 July 2009 Tendence, a fair held in Frankfurt, is considered of of the best of the kind in Europe. Venue: Frankfurt (Germany) Website: tendence-lifestyle.messefrankfurt.com NEW YORK INTERNATIONAL GIFT FAIR Date: 15 to 19 August 2009 The Gift Fair, the biggest event of its kind, is held twice a year, in January and August, at the Javits Center, in New York, with 8,700 exhibitors, 75% of whom being American and 25% from other countries. In Brazil only APEX takes Brazilian handicrafts to the fair. Venue: New York (USA) Website: http://www.nyigf.com CERANOR Date: 2 to 6 September 2009 Ceranor is in its 18th edition and receives around 30,000 buyers, 45% being Spanish and the others from other European countries. Decoration retailers, interior designers, architects and designers in general from hotels, restaurants and other business are the public of the fair. Venue: Porto (Portugal) Website: www.ceranor.exponor.pt INTERGIFT Date: 9 to 13 September 2009 Five hundred exhibitors display their pieces in a space of 23,500 square meters and 33,000 visitors. It is geared mainly to interior design, design in general, flowers, jewellery and fashion accessories. This fair is famous for bringing together people who make high quality products with a distinctive design. The international design contest is world famous and brings contestants from di fferent parts of the world. In its last edition it received representatives from Spain, Poland, Denmark, Germany, Taiwan, Italy, Senegal and Argentine. Venue: Madrid (Spain) Website: www.expohogar.com Feiras e Eventos Fairs and Events 33 Feiras Internacionais 34 Mercado Externo Foreign Market ÓTIMAS PERSPECTIVAS PARA A EXPORTAÇÃO EXCELLENT PROSPECTS FOR EXPORTS Por/By: Rodrigo Narciso Fotos/Photos: Divulgação Centro CAPE O projeto de exportação do Centro CAPE / Mãos de Minas, em parceria com APEX-Brasil, começou o ano de 2009 com força total. Em apenas dois meses, o projeto já participou de quatro feiras internacionais. As perspectivas para a exportação do artesanato de Minas Gerais e do Brasil, neste ano, são muito promissoras. Com o apoio da APEXBrasil, o segmento artesanal deu um salto quantitativo e qualitativo nos últimos anos. Um ótimo exemplo do aumento das exportações é o projeto Brazil Handcraft - By Minas Gerais. No primeiro ano do projeto, o ICCAPE e a Mãos de Minas exportaram The export project developed by Centro CAPE / Mãos de Minas in partnership with APEX-Brasil started in 2009 in full swing. In two months, the project participated in four international fairs. The prospects for handicrafts export both for Minas Gerais and the rest of the country this year are very optimistic. With the support of APEX- US$ 10 mil em artesanato. Em 2007, dados oficiais da APEX registraram US$ 2 milhões e 100 mil em comércio exterior. Este volume fez de Minas Gerais o Estado líder em exportações no setor, entre os Estados parceiros da APEX. As feiras internacionais são, de forma inconteste, eventos fundamentais para a inserção do artesanato brasileiro no mercado externo. Ao levar nossa produção, regularmente, aos compradores internacionais, conquistamos a confiança e transmitimos credibilidade aos lojistas, decoradores e arquitetos da Europa e dos Estados Unidos. A cada ano, Brasil, the handicrafts segment gave a giant step in the last few years – both in terms of quantity and quality. A very good example of the increase in exports is the project Brazil Handcraft- By Minas Gerais. In the first year of the project, ICCAPE and Mãos de Minas exported US$ 10 thousand in handicrafts. In 2007, official data provided by APEX registered US$ 2 million and 100 mil in external commerce. These volumes place Minas Gerais in the leading position in the export sector, when related to other states that are APEX partners. The international fairs are, without a shadow of a doubt, the only events capable of allowing the access of the Brazilian handicrafts in the internatiomal market. By taking our production to the international buyers on a regular basis, we have conquered the confidence and credibility of the European and American retailers, interior designers and architects. Every year, we increase our participation in the international market, and the results we obtained in the fairs in January and February indicates that this is the way we have to stick to in 2009. The president of ICCAPE and superintendent of Central Mãos de Minas, Tânia Machado, was at the New York International Gift Fair, from 24 to 28 January and could see with her own eyes the effective results of the strategy developed for the project. “This year we could witness the positive results of the strategies we developed for the international market. I have attended the Gift Fair for many years now. At the beginning we were totally unknown and received no orders at all. But our regular presence at the events helped us be more confident when dealing with the buyers, who, little by little, started to take interest in our production. A very important retailer of the USA ordered, three years ago, US$ 5 thousand in objects. In another year of the fair the same person placed an order for US$ 25 thousand in handicrafts. Now, in 2009, his order jumped to US$ 50 thousand. And there is still room for growth”, celebrates the president. The opening, in 2007, of a showroom in New York and the presence of Distri -bution Centers in the US and Europe have made a great contribution to the boom in exports. From 23 to 29 January, Ecoarts – a brand created to promote Brazilian crafts in the US, organi zed a huge promotional event for the Ame rican consumer, involving a series of carefully selected pieces, Brazilian food and music, a draw of an air ticket to visit the 20ª Feira Nacional de Artesanato in Brazil. 35 edição da feira fez um pedido de US$ 25 mil. Agora, em 2009, ele aumentou para cerca de US$ 50 mil o volume de negócios fechados conosco. Ainda há espaço para crescimento”, comemora a presidente. A inauguração, em 2007, de um showroom em Nova Iorque e a presença de Centros de Distribuição nos EUA e na Europa também contribuem para o crescimento das exportações. De 23 a 29 de janeiro, a Ecoarts - marca criada para promover o artesanato brasileiro nos Estados Unidos, em Nova Iorque, realizou um grande evento promocional para os compradores estadunidenses. Uma série de peças rigorosamente se lecio nadas para o mercado norte-americano, comidas e bebidas típicas do Brasil, música e o sorteio de uma passagem para visitar nosso país durante a 20ª Feira Nacional de Artesanato, foram algumas das atrações oferecidas durante o evento. Mercado Externo Foreign Market aumentamos nossa participação no mercado internacional, e os resultados obtidos nas feiras de janeiro e fevereiro mostram que o caminho de crescimento será mantido em 2009. A presidente do ICCAPE e superintendente da Central Mãos de Minas, Tânia Machado, esteve na New York International Gift Fair, de 24 a 28 de janeiro, quando constatou a eficácia da estratégia adotada pelo projeto. “Este ano comprovamos, na prática, os resultados positivos da nossa estratégia em relação às feiras internacionais. Venho há muitos anos na Gift Fair. No início, éramos desconhecidos e não recebíamos pedidos de compradores. Com o passar dos anos e a constante presença no evento, adquirimos a confiança dos compradores que, aos poucos, começaram a demandar nossa produção. Um importante lojista dos EUA encomendou, há três anos, US$ 5 mil em peças. Em outra 36 Mercado Externo Foreign Market Primeiros passos Durante as feiras Living & Giving, em Las Vegas (EUA) e a Ambiente, em Frankfurt (Alemanha), artesãos do município mineiro de São João del-Rei puderam, pela primeira vez, apresentar sua produção aos compradores internacionais. Há cinco anos os artesãos do Artesanato Saojoanence transformam o ferro em porta-guardanapos, luminárias, castiçais, entre outras peças utilitárias. Os apren- dizes que trabalham no ateliê, sob a coordenação de José Geraldo da Silva, vislumbram ótimas perspectivas para a inserção de suas peças no mercado externo. “Foi um ótimo começo. Quando a Mãos de Minas / Centro CAPE, nos convidaram para participar das feiras nos Estados Unidos e Alemanha, soubemos que iríamos entrar com o ”pé direito” no mercado internacional”, conta o artesão Ricardo, um dos oito participantes do projeto. Mesmo sendo a primeira participação em feiras internacionais, o Artesanato Saojoanence conseguiu atingir o público que, durante o evento, realizou diversas encomendas. “Agora, precisamos atender às exigências dos compradores em relação à qualidade e aos prazos de entrega para que possamos dar seqüência ao trabalho”, constata o artesão. First steps For 13 years Cristina has been investing in the improvement of her pieces making the style of her pieces cleaner with shapes and colors that go off the beaten track. “I believe that for the artisan to follow the market trends they have to make regular visits to arts and crafts and interior design fairs. This will make them capable of developing products in line with the market”, explained Duarte. She produces 400 pieces a month in her workshop; each piece takes around a day to be concluded and costs between R$15 to R$600. “In August this year my pieces were displayed in a fair in the USA and now I am working hard to meet the orders”, says Cristina. The artist uses gold and liquid platinum in her pieces. The glass is painted and taken to a kiln for at least five hours. “I will go on investing to increase the acceptance of my pieces in the international market. I believe in the potential of the handicrafts of Minas Gerais and that glass as a strong trend in the internal and external markets”, concluded Cristina Duarte. According to the Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), last year Minas Gerais responded for 60% of the sales of handicrafts in the country. The results of the exports of 2008 have not been calculated yet. SINÔNIMO DE SOLIDARIEDADE 37 A SYNONYM FOR SOLIDARITY Eu Faço I Make Andrea Neves da Cunha, que é jorna lista de formação, preside o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) desde 2003 e, sob sua gestão, a en tidade se tornou ainda mais conhecida como sinônimo de solidariedade. Nos últimos seis anos, o Servas vem atuando para complementar o trabalho desenvolvido pelo poder público, exercendo um papel de ar ticulador entre a sociedade Andrea Neves da Cunha, a journalist, has been the head of Serviço Voluntário de Assistência Social (voluntary social service - Servas) since 2003 and, under her direction, the entity became widely recognized as a symbol of solidarity. In the last six years Servas has developed ci vil, o governo, empresas, entidades de classe e terceiro setor, promovendo e exe cutando a ções sociais em Minas Gerais. Entre essas ações está o “Digna Idade”, desenvolvido em parceria com o Governo de Minas, para assegurar conforto, segurança e mais qualidade de vida para mi lhares de idosos que vivem em instituições de longa social actions in Minas Gerais and worked to complement the work developed by the government, providing a link between the civil societies, the government, companies, unions and the third sector. One of the programs developed by Servas is called “Digna Idade”, in a partner- permanência no Estado. Outro programa vitorioso do Servas é o “Valores de Minas”. Voltado para alunos de 14 a 24 anos das escolas públicas estaduais, tem como objetivo criar oportunidades, estimular e desenvolver aptidões por meio de atividades artísticas, fortalecendo a auto-estima dos jovens selecionados. Desde que foi criado, em 2005, já beneficiou mais de 2.000 alunos. ship with the government of Minas Gerais, which aims at ensuring that thousands of old age pensioners living in state institutions enjoy a life of comfort and safety. Another successful program developed by Servas is “Valores de Minas”. This program, geared to young people in the 14-24 age range, studying in state schools, aims at creating opportunities and developing skills by promoting artistic activities and strengthening the self esteem of these youths. Since it was created the program has benefited over 2,000 students. 38 Eu Faço I Make Também na gestão Andrea Neves foi criado o cidadania com a solidariedade, que ajudam a consCentro Mineiro de Referência em Resíduos, uma truir um modelo mais justo e participativo”, disse ação pioneira no País, em resposta à necessidade ela, no lançamento do programa. de mudança de hábitos e atitudes para o uso Andrea Neves da Cunha integra também o racional dos recursos naturais. O que se pretende Comitê de Honra da Fundação France Libertés com o projeto é estimular a reflexão e a ação da Brasil, entidade presidida por Danielle Miterrand, cidadania para os desafios de que trabalha em defesa dos uma gestão integrada de redireitos humanos, e é diretora “São ações como es sa, nas cidas síduos na busca de soluções da Fundação Tancredo Neves. do encontro da ci da da nia com e novas oportuni dades de Atuou no Centro de Docutrabalho e renda. mentação e Pesquisa da Funa solidariedade, que ajudam Uma de suas iniciativas, dação Getúlio Vargas e foi a construir um modelo mais em 2008, foi a criação do uma das principais responjusto e participativo” “Vozes do Morro”. Também sáveis pela implantação do inédito no País, o projeto foi Memorial Tancredo Neves, criado para fortalecer os vínculos comunitários em São João del-Rei. Exerceu também o cargo de a partir da valorização do talento de moradores secretária estadual adjunta de Cultura do Governo de vilas e favelas de Belo Horizonte e da de Minas, em 1991 e coordenou a edição de dois Região Metropolitana. livros: São João del-Rei, em 1986, e Tancredo “São ações como essa, nascidas do encontro da Neves, um homem para o Brasil, em 2005. Still in her term Andrea Neves has created the Centro fairer and more participative model”, said Andrea during Mineiro de Referência em Resíduos (Centre for the rational the launching of the program. Andrea Neves da Cunha is also a member of the Honor use of waste material), a pioneer project in the country, in response to a need for a change of habits leading to the ratio- Committee of the France Libertés Brasil Foun dation, an entity headed by Danielle nal use of the natural resources. One Miterrand, which works to defend of the purposes of this project is to “It is actions like these, born from human rights, and is the director encourage citizens to reflect on and the union between citizenship of the Tancredo Neves Foundation. face up to the challenges posed to an She worked in the Getulio Vargas integrated that seeks solutions, work and solidarity, that help in the Foun da tion’s Documents and and income opportunities. construction of a fairer and more Research Center and was respon One of her initiatives in 2008 participative model” sible for the im plan tation of the was the creation of the project Memorial Tancre do Neves, in “Vozes do Morro”. This project, unique in the country, was created to tighten the links São João del-Rei. She was also the deputy state secretary between the communities by promoting the talents among of Culture of the Govern ment of Minas Ge rais, in 1991 the slum and shanty town dwellers of Great Belo Horizonte. and the coordinator of the publication of two books: “It is actions like these, born from the union between São João del-Rei, in 1986, and Tan cre do Ne ves, um citizenship and solidarity, that help in the construction of a homem para o Brasil, in 2005. Página Page 8 Josseli Pantoja Tel.: 55 96 3312 2837 E-mail: [email protected] Página Page 15 Página Page 14 Cooperativa de Artesãs dos Lençóis Maranhenses Tel.: 55 98 3349 0349 / 9152 3279 / 9113 8052 R. Inácio Lins, s/nº - Centro / Barreirinhas - MA E-mail: [email protected] Ivonete Santos dos Anjos Tel.: 55 82 3221 7626 E-mail: [email protected] Página Page 18 Tomás Cavalcanti Tel.: 55 31 3355 1243 / 9112 8558 R. Herculano de Freitas, 1363 - 2º andar Gutierrez / Belo Horizonte - MG Página Page 22 Artesanato Sanjoanence Tel.: 51 32 3373 3764 Av. Loreto Vianini, 179 - Colônia do Marçal São João del-Rei - MG Página Page 17 Gilvânia Barbosa Tel.: 55 82 3336 5075 / 3241 7701 / 9129 4895 E-mail: [email protected] Página Page 20 Dona Malcy Tel.: 31 3462 2306 R. Agostinho Bretas, 281 Caiçara - Belo Horizonte - MG Página Page 32 39 Onde Encontrar Where to Find Associação dos Artesãos de Botumirim Tel.: 55 38 9919 2132 R. Deca Guimarães, 3 - Centro / Botumirim - MG E-mail: [email protected] Salão do Artesanato O Salão do Artesanato vem para atender à demanda de lojistas nacionais e internacionais que desejam uma feira exclusiva para artesãos com potencial para venda no atacado. 180 artesãos criteriosamente selecionados irão expor e comercializar sua produção durante o evento. Os lojistas terão à sua disposição toda a estrutura necessária para a negociação direta com os expositores. Palestras, rodadas de negócios e tradutores também estarão à disposição dos compradores internacionais. Data: 09 a 11 de outubro de 2009. Local: Serraria Souza Pinto. Belo Horizonte/Brasil. Informações: 55 - 31 - 3282-8067 [email protected] / [email protected] *Apenas lojistas terão acesso ao Salão do Artesanato. Salão do Artesanato is coming along to see to the demands of national and international buyers who are looking for a fair exclusively for artisans with potential to cater for wholesalers. 180 carefully selected artisans will exhibit and sell their production during the event. The buyers will have at their disposal a complete infrastructure, which will allow them to negotiate directly with the exhibitors. Lectures, business rounds and translators will be made available to international buyers. Date: 09 to 11 October 2009. Venue: Serraria Souza Pinto. Belo Horizonte/Brasil. Information: 55 - 31 - 3282-8067 [email protected] / [email protected] *Only retailers and wholesalers will have access to Salão do Artesanato.