uma verdade inconveniente
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48 Uma verdade inconveniente Al Gore Primeira e atual edição no Reino Unido An inconvenient truth: the planetary emergency of global warming and what we can do about it Bloomsbury Publishing, 2006 336 p. (brochura) 978‑0747589068 Primeira e atual edição nos Estados Unidos An inconvenient truth: the planetary emergency of global warming and what we can do about it Rodale Books, 2006 328 p. (brochura) 978‑1594865671 Ideias‑chave uu uu uu uu Há evidência científica e consenso esmagadores de que o aquecimento global causado pelo homem é uma ameaça real e grave. As consequências do aquecimento global, se incontroladas, serão desastrosas para o planeta e a população. Existem soluções que poderiam nos ajudar a reduzir a ameaça de aquecimento global, mas falta vontade política para pô‑las em prática. Além da falta de vontade política, há empresas que estão intensamente adotando campanhas de desinformação sobre as ameaças da mudança climática. U M A VERDADE IN C ON VEN IEN T E 247 Sinopse Uma verdade inconveniente começa tentando dissipar inúmeros conceitos falsos sobre o aquecimento global, com base em três aspectos: ciência, consequências e soluçôes. Em termos de ciência, Gore explica como, pela queima de combustíveis fósseis tais como carvão, gás e petróleo, e desmatamento, temos aumentado dramaticamente a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera terrestre, e as temperaturas estão subindo. Isso representa o consenso da grande maioria de cientistas, e nós já estamos observando essas mudanças. Por exemplo, o número de furacões de cate goria 4 e 5 praticamente duplicou nos últimos trinta anos; a malária espalhou‑se para altitudes mais elevadas, em lugares como os Andes colombianos, situados mais de 2 mil metros acima do nível do mar; o degelo das geleiras da Groenlândia mais do que dobrou durante a última década; e no mínimo 279 espécies de plantas e animais já estão reagindo ao aquecimento global, mudando‑se para regiões mais próximas dos polos. Se o aquecimento continuar, podemos esperar consequências catastróficas: mortes por aquecimento global duplicarão em apenas 25 anos, para 300 mil por ano; os níveis do mar poderão subir para mais de 6 metros, com a perda da camada de gelo da Groenlândia e da Antártida, devastando áreas litorâneas de todo o mundo; ondas de calor serão mais frequentes e mais intensas, assim como secas e incêndios; o oceano Ártico poderá não ter gelo em 2050; e mais de 1 milhão de espécies de todo o mundo poderão estar extintas até essa data. Em outras palavras, a humanidade está sen tada em cima de uma bomba‑relógio. Se a maioria dos cientistas estiver certa, temos apenas dez anos para prevenir uma grande catástrofe, que poderá levar todo o sistema limático do planeta a um colapso repentino, c trazendo como consequência temperaturas extremas, enchentes, secas, epidemias e ondas de calor funestas – uma experiência pela qual jamais passamos, uma catástrofe que nós mesmos produzimos. Mas há esperança! A tecnologia que pode nos ajudar a reduzir as emissões de gás de efeito estufa já existe, como mostrado no trabalho feito por Socolow e Pacala sobre “cunhas de estabilização”. Como exemplos podem‑se citar: uso mais eficiente da energia elétrica em sistemas de aquecimento e refrigeração; planejamento de construções e de seus locais, de forma a usar menos energia; veículos mais eficientes; meios de transporte mais eficientes, em cidades mais bem planejadas; uso cada vez maior de energia renovável; e captura e armazenamento do excesso de carbono. Há também ações pessoais que podem ser realizadas: economizar energia doméstica, locomover‑se menos (que reduz a emissão de gases dos meios de transporte), consumir menos, conservar mais e ser um catalisador da mudança. Logo, soluções existem, mas falta vontade política para colocá‑las em prática, e alguns grupos com interesses especiais, financiados por empresas de petróleo, carvão e de serviços públicos, estão tentando ativamente “fazer crer que o aquecimento global é mais uma teoria do que um fato”, reproduzindo as táticas utilizadas pelas indústrias de cigarro do século passado. Apesar disso, não devemos perder a esperança. A humanidade conseguiu coisas que se consideravam quase impossíveis: abolir a escravatura, dar o direito de voto às mulheres, vencer o fascismo, estancar a disseminação de doenças, reduzir os buracos da camada de ozônio, pisar na Lua. O aquecimento global é apenas o nosso próximo grande desafio. 24 8 Tópicos do livro • “O que nos traz problemas não é o que não sabemos, é o que sabemos com certeza que não é assim” (citando Mark Twain). • As gerações futuras podem muito bem perguntar‑se: “O que estavam pensando nossos pais? Por que eles não acordaram quando tiveram a oportunidade?” Teremos de ouvir essa pergunta daqui em diante. • O que encaramos como certo pode não estar aqui para os nossos filhos. • Temos tudo, exceto vontade política. Mas, nos Estados Unidos, acredito que a vontade política é uma fonte renovável. • “É difícil fazer com que um homem entenda algo quando seu salário depende de que ele não o faça” (citando Upton Sinclair). • Não considero de fato que isso seja uma questão política; considero que é uma questão moral. • Você vê aquele ponto pálido, azul? Somos nós. Tudo o que já aconteceu em toda a história humana ocorreu naquele pixel. Todos os triunfos e todas as tragédias, todas as guerras, todas as fomes, todos os grandes avanços [...] é a nossa única casa. E o que está em jogo é a nossa capacidade de viver no planeta Terra, ter um futuro como civilização. Acredito que essa é uma questão moral, é a nossa hora de agarrar essa questão, é hora de nos levantarmos novamente para garantir nosso futuro. Sobre o autor Albert Arnold “Al” Gore, Jr. (nascido em 1948), obteve licenciatura em administração pública, na Universidade de Harvard, com honras. Depois de formado, alistou‑se voluntariamente no exército dos Estados Unidos e lutou na guerra do Vietnã. De volta da guerra, Al Gore tornou‑se repórter investigativo do The Tennessean, de Nashville, onde frequentou a Vanderbilt University’s Divinity School e a Escola de Direito. Gore foi eleito para o Congresso americano em 1976 e, em 1984, tornou‑se senador, sendo reeleito em 1990. Depois de disputar a presidência em 1988, foi escolhido por Clinton para ser, em 1992, seu colega de chapa. Foram eleitos e reeleitos, em 1996. Al Gore foi vice‑presidente de Bill Clinton por oito anos. Indicado pelo Partido Democrata para concorrer à presidência em 2000, foi derrotado por George W. Bush. Uma verdade inconveniente – o filme que antecedeu o livro – foi lançado em 2006 e ganhou o Oscar de melhor documentário. No ano seguinte, Gore recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2007 (com o IPCC) pelo conjunto de seu trabalho sobre mudança climática. U M A VERDADE IN C ON VEN IEN T E 249 West Coast Green Conference 2008 West Coast Green Conference 2008 Em julho de 2007, Gore organizou o concerto Live Earth, em um esforço para conscientizar as pessoas acerca da mudança climática. Na época em que se dedicava a escrever, Gore foi presidente do canal de televisão americano Current TV, presidente do Generation Investment Management, diretor do conselho da Apple Inc., onselheiro não oficial da alta administração do c Google, presidente da Alliance for Climate Protection e sócio da empresa de capital de risco Kleiner Perkins Caufield & Byers, no qual chefiou o grupo de soluções para a mudança climática. OUTROS LIVROS MAIS INFORMAÇÕES Earth in the balance: ecology and the human spirit (Houghton Mifflin, 1992). Website oficial de Al Gore: www.algore.com The assault on reason: how the politics of fear, secrecy and blind faith subvert wise decision ‑making and democracy (Bloomsbury, 2007). An Inconvenient Truth: www.climatecrisis.net Generation Investment: www.generationim.com
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