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EDIÇÃO 01 - DEZEMBRO 2012
Virgem de Guadalupe
A FÉ DO POVO MEXICANO PARA O MUNDO
de 23 de junho a 03 de julho de 2013
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Padre Fernando
Paróquia São Miguel Arcanjo
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*Preços por pessoa em acomodação dupla, sujeito a disponibilidade e alteração sem prévio aviso, para embarque de São Paulo/SP. Traslado não incluso. Verifique valores com saída de sua cidade. Valores em dólares americanos,
convertidos ao câmbio do dia do pagamento, já incluído seguro. Financiamento/parcelamento em cartão ou cheque sujeito à aprovação. Salvos erros gráficos. Fotos meramente ilustrativas.
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Lisboa, Fátima, Paris e Lourdes
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de 09 a 16 de maio de 2013
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Santuário de Fátima
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Padre Dalmírio
Padre Marco
Paróquia São Miguel Arcanjo
Paróquia São Marcos
289,
Entrada + 9 vezes sem juros
(cartão ou cheque)
*Preços por pessoa em acomodação dupla, sujeito a disponibilidade e alteração sem prévio aviso, para embarque de Campinas/SP. Traslado não incluso. Verifique valores com saída de sua cidade.
Valores incluem taxas de embarque e seguro. Financiamento/parcelamento em cartão ou cheque sujeito à aprovação. Salvos erros gráficos. Fotos meramente ilustrativas.
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CAPA
Guadalupana
Imagem da tilma de Juan Diego, na
Basílica de Guadalupe, Cidade do México, DF, Estados Unidos Mexicanos.
Na tilma, foi milagrosamente impressa,
em 1531, a imagem da Virgem de
Guadalupe.
Foto de Bárbara Beraquet
Chegamos ao fim de mais um ano, felizes pela certeza de que caminhamos um
pouco mais em direção a Jesus Cristo.
Tropeços não faltam nesta caminhada,
por uma vida mais digna, justa e santa,
mas é verdade que podemos também
comemorar os passos dados.
Perto do nascimento em torno do qual
nos reuniremos tão logo, trazemos a
você, nesta edição, um pouco mais sobre nossa mãezinha querida: no dia 08
de dezembro, comemoramos a Padroeira da Arquidiocese, da cidade e Titular
da Catedral Metropolitana, Nossa Senhora da Conceição, e, em 12 de dezembro, a Padroeira das Américas, Nossa
Senhora de Guadalupe.
Ainda, já pensou em ser missionário?
Inspire-se com a experiência de um padre da Arquidiocese de Campinas na
reportagem “Dengue em Nova Iorque”.
Essa e outras reportagens, você confere
a partir de agora!
SETOR IMPRENSA
ARQUIDIOCESE DE CAMPINAS
O charme e a sofisticação da
CASA COR Campinas 2012
por MARISTELA DOMINGUES, NATHÁLIA TRINDADE E MARIANA IGNÁCIO
O
antigo prédio da Cúria Metropolitana de Campinas, o
Centro de Pastoral Pio XII, teve o prazer de sediar a 4ª
edição da Casa Cor 2012. O evento, que ficou exposto
do dia 30 de outubro ao dia 02 de dezembro, exibiu aos 40 mil
visitantes que passaram por lá todo o requinte das tendências
e destaques do universo fashion da arquitetura e decoração.
Com o tema “Moda, Estilo e Tecnologia”, a mostra apresentou 36 ambientes elaborados por mais de 45 profissionais da
Região Metropolitana de Campinas, São Paulo e interior. A
ideia de representar um espaço semelhante a um condomínio
trouxe, nos quatro mil metros de área total da sede, espaços
intimistas, que se aproximaram aos aconchegantes e acolhedores lares.
De acordo com a presidente da Casa Cor Campinas, Adriane
Sanna, a área útil bem distribuída do prédio de três andares
da Cúria tinha as proporções ideais para a realização do projeto. Além disso, a importância histórica do local para a cidade, a localização central e de fácil acesso tanto para visitantes quanto para profissionais e fornecedores, foram pontos
fortes para a mostra. “A Cúria é um prédio extremamente bem
centralizado, o que facilitou o acesso de todos ao evento. Isso
foi fundamental”, comentou.
“A Cúria é um prédio
extremamente bem
centralizado, o que
facilitou o acesso
de todos ao evento”
Adriane Sanna
A simulação de um condomínio atento às novidades e às tendências do mundo da arquitetura
trouxe inspiração e charme à exposição. Segundo Adriane, o trabalho das pessoas está cada vez
mais próximo aos seus lares, e este foi um ponto
decisivo na hora de integrar, em um único local,
os lofts e os offices. “As pessoas costumam morar
bem próximas de seus locais de trabalho, e ainda
há casas e condomínios que já possuem o próprio
escritório. Então eu pensei: por que não unir essas
duas coisas?”, conta.
O andar térreo da Cúria deu lugar a áreas de convivência, lazer, alimentação e entretenimento, reunindo 20 espaços diferentes entre bares, lounges,
restaurantes e até livrarias. O último pavimento
mostrou beleza e conforto ao simular os ambientes
de um apartamento; e, no andar intermediário, os
modernos e espaços corporativos, com lofts e offices.
Foto de Carolina Grohmann
A CAPELA
Foto de Bãrbara Beraquet
I
nspirações também não faltaram para o arquiteto Maxwell Geraldi e para o engenheiro
civil e restaurador Herbert Carvente Faustino.
Movidos pela fé, eles empenharam-se em desenvolver um novo projeto para a antiga capela que
existia no prédio e que foi desativada pela mudança de endereço da Cúria Metropolitana. “Normalmente, em todas as mostras, sempre é feito um
espaço de meditação, uma capela ecumênica, mas
eu não, eu queria fazer uma Capela com cara de
Capela... Afinal de contas estamos na Cúria Metropolitana”, enfatiza Maxwell.
Com apoio e orientação do Arcebispo Dom Airton José dos Santos e do Padre Alexandre Moura,
os dois resgataram, em um mesmo espaço, elementos religiosos, mesclando-os em um ambiente contemporâneo, inspirando seus visitantes à
meditação e a oração. “Elaboramos esse projeto
para mostrar que Deus está para todos”, declara o
arquiteto.
Um dos grandes destaques da Capela e que atraiu
os olhares dos que por lá passaram foi o altar.
Vindo parcialmente destruído da antiga capela do
Hospital Casa de Saúde Campinas, o retábulo em
mármore de Carrara, Rosso Alicante e detalhes
em fios de ouro, foi recuperado e restaurado para
compor o visual do ambiente. Junto ao retábulo,
uma imagem em barro de Nossa Senhora da
Conceição, dois painéis bizantinos pintados pelo
artista plástico Fernando dos Anjos, cortinas em
veludo, lustre de cristal e outros elementos tradicionais fizeram parte da composição harmônica
do espaço.
Além da religiosidade presente, a Capela encantou por sua beleza. Com o término da exposição,
a Cúria foi presenteada com o projeto de restauração e a nova Capela fará parte do prédio.
Responsáveis pela capela, o engenheiro civil
e restaurador Herbert Faustino e o arquiteto
Maxwell Geraldi
Foto de Bãrbara Beraquet
Fotos de Carolina Grohmann
Dom Airton José dos Santos, Arcebispo Metropolitano, Padre
Alexandre Moura, encarregado das Construções da Arquidiocese de Campinas, e Padre Rodrigo Flaibam, Diretor Executivo
do Setor Imprensa da Arquidiocese
Casula do Cardeal Vincenzo Vannutelli
(1836 – 1930). Segunda metade do século
XIX
Retrato de Cristo com a Coroa de Espinhos (A Verônica de
Guercino). Giovanni Francesco Barbieri, conhecido como
Guercino (1591 – 1666)
A Virgem Maria com o Menino Jesus entre São
Pedro e São Paulo. Século XIX
© Cittá del Vaticano
Exposição no Parque do Ibirapuera
traz peças do Vaticano
“Esplendores do Vaticano: Uma Jornada Através da Fé e da
Arte” apresenta 200 obras de arte sacra e objetos históricos
N
o edifício da Oca, no Parque do
Ibirapuera, em São Paulo, capital,
desde 21 de setembro, a exposição
“Esplendores do Vaticano: Uma Jornada
Através da Fé e da Arte” será prorrogada
até o dia 31 de março de 2013. A partir
de 11 de dezembro, a exposição tem nova
programação: terça-feira a domingo, das
10h às 20h.
“Esplendores do Vaticano: Uma Jornada
Através da Fé e da Arte” apresenta 200
obras de arte sacra e objetos históricos significativos, muitos dos quais nunca deixaram o Vaticano. Cada objeto que compõe a
exposição conta sua própria história, formando um grande mosaico do legado da
Igreja Católica e seu impacto sobre a arte,
história e cultura da civilização Ocidental.
As coleções estão organizadas para mostrar a contribuição do Vaticano para o
mundo das artes. A mostra é projetada
para levar os visitantes a uma viagem
através dos tempos de expressão artística e
iconografia religiosa.
A curadoria é de Monsenhor Roberto Zagnoli, padre italiano de Ravenna, que trabalhou no Vaticano durante 15 anos como
Diretor do Departamento de Etnologia dos
Museus do Vaticano. Os objetos são exibidos em onze galerias e ambientes recriados e organizados em seções temáticas,
que facilitam a compreensão do visitante
a respeito de sua importância histórica e
artística.
Pietà, de Michelangelo Buonarroti, molde de
1975, feito a partir do molde de 1930, feito a
partir do original de 1499.
Coletivamente, ilustram a evolução
da Igreja e o início do papado com o
primeiro Papa, São Pedro, até o Papa
Bento XVI, com ênfase especial na arte
e nos objetos históricos que refletem
os eventos e períodos significativos
relacionados ao Cristianismo.
“Um belo passeio pela história da Igreja, com seus conflitos e conquistas,
a partir da arte e da liturgia. Muito
interessante é que os organizadores
conseguiram traduzir conceitos e termos católicos numa linguagem acessível a quem não tem familiaridade
com a religião. Dois detalhes muito
sutis me chamaram particularmente a
atenção: o primeiro, na presença de
uma seção para mostrar todo o diálogo intercultural que a Igreja se esforça
a fazer no seu trabalho missionário.
Outro momento significativo da exposição, a meu ver, é a seção dedicada ao Beato João Paulo II, repleta
de sensibilidade e visão humanista”,
opina Felipe Zangari Flor, seminarista
da Arquidiocese de Campinas.
Zenaide Ignácio, de Campinas (SP),
também visitou a exposição. “Para
mim, valeu a experiência e eu fiquei
muito impressionada com a Pietá.
Levei mais de duas horas pra ver a exposição e, ao final do trajeto, há uma
apresentação a respeito da Capela
Sistina que transmite a sensação de
que você está dentro dela. Muito
bom”, diz.
© Cittá del Vaticano
Busto do Santificado Papa Beato João Paulo II
(1978–2005). Enrico Manfrini (1917–2004).
Século XX
leigos
O Concílio Vaticano II
e o Laicato
MÁRCIA M. D. ALMEIDA SIGNORELLI
CONSELHO NACIONAL DO LAICATO DO BRASIL
E
m todos os cantos deste país e, creio, também
do mundo, o Concílio Vaticano II está sendo
comemorado pelos seus 50 anos.
Vi e vivenciei, naquela época, as mudanças que
vieram com esse Concílio e pude sentir que ele
realmente pretendeu ser e foi uma “primavera na
Igreja”. Muitas incertezas? Sim. Muitas resistências?
Também. O medo de mudar trazia conflitos: mal
sabíamos nós que, como dissera Dom Helder, a
I-greja mudava para continuar sendo a mesma Igreja fiel a Jesus Cristo.
Lembro-me, ainda menina, numa escola de religiosas, que ouvimos o sino da Igreja anunciar a
morte do papa Pio XII. Foi tanta comoção naquele
momento e isto me marcou profundamente! Também acompanhei com minha mãe as notícias da
sucessão. Ela comprava a revista Manchete e O
Cruzeiro e víamos as fotos dos possíveis escolhidos.
E ficávamos torcendo por este ou aquele, mas tínhamos quase a certeza de que, segundo os jornais
e revistas, o secretário de Pio XII, o então Monsenhor Montini, era um dos mais cotados. E surpresa!
O Cardeal Ângelo Roncalli é quem foi o escolhido
pelos cardeais para ser o novo papa. E escolheu o
nome de João: João XXIII. E, até hoje, quando se
fala dele, lembra-se que o processo da escolha não
fora fácil; quem sabe ele poderia ser um papa de
transição. E de fato foi! Mas ficou o suficiente para
“abrir portas e janelas” de uma Igreja que precisava olhar o mundo e dar respostas aos clamores
conseqüentes de uma Modernidade onde Deus não
tem importância, onde o EU é a medida de tudo e
a Razão humana dará destino e cuidará de tudo.
Dará impulso à Ciência que propiciará uma nova
vida, construirá o melhor dos mundos, o paraíso
aqui e agora.
Por que não um Concílio, em que todas as reali-
dades serão colocadas e questionadas e pensadas por todo um colegiado? Em que a Igreja, Mãe
Mestra, ouvirá e acolherá os clamores dos povos e
da própria Igreja? E João XXIII convoca o Concílio,
será o Vaticano II, por que a História nos conta
que o Vaticano I não se concluíra. Na Constituição
Apostólica de convocação do Concílio, ele diz: “A
Igreja assiste hoje a uma crise que aflige gravemente a sociedade humana. Enquanto a humanidade está para entrar num tempo novo, obrigações
de gravidade e amplitude imensas pesam sobre
a Igreja, como nas épocas mais trágicas da sua
história. Trata-se na verdade de por em contato o
mundo moderno com as energias vivificadoras e
perenes do Evangelho: mundo que se exalta em
suas conquistas no campo da técnica e da ciência,
mas que carrega também as conseqüências de
uma ordem temporal que alguns quiseram reorganizar prescindindo de Deus”.
De fato, a Modernidade, apesar de seus grandes
avanços, levou o mundo à barbárie, à exploração,
à exclusão, à morte. Na Gaudium et Spes, n.10, o
Concílio dirá: “Todavia perante a evolução atual
do mundo, cada dia são mais numerosos os que
põem ou sentem com nova acuidade as questões
fundamentais: Que é o homem? Qual o sentido
da dor, do mal, e da morte, que apesar do enorme
progresso alcançado continuam a existir? Para que
servem essas vitórias ganhas a tão grande preço?”.
Não há, em nenhuma manifestação que o Concílio
faça, que não seja de uma riqueza infinda, de possibilidades de avanços, de respeito à pessoa e ao
mundo.
Lembro-me, com alegria, e disso tenho registrado
fatos e fotos, que leigos e leigas desta Arquidiocese
se reuniram para estudar a Gaudiun et Spes e a
Apostolicam Actuositatem.
leigos
“... Encantados pela prática
de Jesus, o Verbo Encarnado,
vivem, anunciam e buscam
construir o Reino, quer nas
pastorais paroquiais, na sua
vida familiar, nos ofícios que
desenvolvem”
Muitos de nós, ali presentes, crentes dos
caminhos do Concílio, ainda estamos
tecendo os planos de pastorais desta
Arquidiocese, hoje com bem mais idade
e mais artroses - quem sabe -, mas fiéis
entusiastas deste Concílio.
Como cristã leiga, não poderia deixar
de lembrar que foi com o Concílio que
leigos e leigas adquiriram a sua maioridade como sujeito eclesial. E é deste
evento que o laicato emerge como Igreja a pleno título. Depois disso, cristãos leigos e leigas vêm construindo uma trajetória diferente de eclesialidade: o
entendimento de que é co-responsável pela missão
do Espírito, a construção do Reino, designada à
Igreja e para qual todos os batizados foram escolhidos sem distinção.
Mas, se o Concílio reconstruiu o caráter de sujeito
que tinha desaparecido ao longo de mais de 15
séculos, é preciso lembrar que foi neste Concílio
que os leigos e leigas começaram a falar. Inicialmente através dos bispos que acompanhavam a
Ação Católica, na qual os leigos e leigas tinham
uma atuação primordial. Depois, quando da elaboração da “Gaudium et Spes” e da “Apostolicam
Actuositatem”, as duas comissões, que às vezes se
reuniam, resolveram chamar os leigos e leigas para
participarem. E estes e estas entraram no Concílio
pela porta da frente, ajudaram a redigir estes dois
maravilhosos documentos. A partir daí não mais
haveria objeto da cura pastoral dentro da Igreja,
como os leigos foram tratados durante séculos.
Reafirmam os bispos em Aparecida, que os cristãos
leigos e leigas, “discípulos missionários que, encantados pela prática de Jesus, o Verbo Encarnado,
vivem, anunciam e buscam construir o Reino, quer
nas pastorais paroquiais, na sua vida familiar, nos
ofícios que desenvolvem”.
Como vi e vivenciei as mudanças deste Concílio
e tenho acompanhado o seu desenrolar, pessoalmente creio que, depois de 50 anos, já tivemos um
tempo considerável para ver realizadas, de fato e
de direito, as suas propostas. Talvez com passos
mais rápidos para acompanhar o caminhar rápido
dos tempos de hoje. O Concílio foi tão claro ao ler
os sinais dos
tempos!
Claro que há
muita gente
lutando nessa
linha, se unindo e carregando com
força, sua fé e
sua vida, não
remando contra a maré. Mas ainda temos muito
leigo/a, muito padre, que ainda não conseguiu
separar a perfumaria da essência. A tendência de
ficar muito na perfumaria é que impede a caminhada, seja ela qual for.
A esses anti-Vaticano II - e parece até que há uma
movimento contra, ou de reformulação - e que,
tímido, a princípio, apresenta-se hoje sem véus,
a céu aberto questionando e brecando os passos
mais largos que o Concílio ainda pretende dar, a
esses lembro que nesta mesma Constituição de
convocação do Concílio, no seu final, há um chamado e um alerta que reconduz aos seus princípios:
“Queremos que a presente Constituição conserve
toda a sua eficácia, agora e no futuro, de tal forma
que o que por ela foi decretado seja religiosamente
observado por todos aos quais diz respeito, e portanto, conserve a sua força. Nenhuma prescrição
contrária, seja de que gênero for, poderá opor-se
à eficácia desta Constituição....Por isso, se alguém,
qualquer que seja a sua autoridade, conscientemente ou por ignorância, agir contra o que estabelecemos, declaramos tais atos nulos e sem valor.
Além disso, que ninguém tire ou altere algo destes
nossos documentos da nossa vontade ou desta
Constituição.” Ou seja, do Concílio como um todo.
Beato João XXIII interceda por nós ao Pai, para
que a nossa Igreja, aprendendo do Vaticano II,
seja um sinal forte de sua presença na História,
tenha coragem de se “Repensar profundamente e a
relançar com fidelidade e audácia sua missão nas
novas circunstâncias” (DAp 11) toda vez em que for
necessário, para responder ao século XXI que necessita da prática de Jesus e de uma Igreja iluminadora a fazer real essa prática.
SOBRIEDADE
ALCOÓLICOS
ANÔNIMOS
por MARISTELA DOMINGUES, NATHÁLIA TRINDADE E MARIANA IGNÁCIO
U
ma irmandade que ajuda homens e mulheres
a lutar contra o vício do álcool por meio de
reuniões em grupo, assim são os Alcoólicos
Anônimos (A.A.). Presente em 150 países e criada há
mais de 70 anos, a organização não aceita qualquer
tipo de ajuda financeira de pessoas de fora, abrindo
espaço apenas para o trabalho voluntário.
De acordo com um membro do Comitê Trabalhando
com os Outros de Alcoólicos Anônimos de Campinas, o CTO, que, pelas tradições da irmandade, não
será identificado, a irmandade de A.A. busca ajudar
seus membros na recuperação pessoal de cada um
deles. “Nós não combatemos o álcool, não fazemos
campanha contra ele, nós cuidamos das pessoas que
sofrem com o uso dele”, conta.
Há inúmeras interpretações do que é realmente considerado alcoolismo. Na visão de A.A., é a junção
de uma alergia física a uma obsessão mental. Os
membros sempre se considerarão alcoólicos, já que
a irmandade não acredita que a doença possui uma
cura: cada um pode se dizer, apenas, alcoólico sóbrio ou em recuperação.
O mais importante para que alguém comece seu
processo de reabilitação é reconhecer o seu vício e
ter o desejo de parar de beber. “Quando uma pessoa
chega à reunião pela primeira vez, o que importa
é a visão que ela tem do próprio vício”, esclarece o
membro do A.A.
Para que um membro da irmandade possa melhorar
sua vida e modificar seus hábitos, a organização
criou “Os Doze Passos”, um programa com sugestões
para o alcoólico aplicar em seu dia-a-dia, com forte
caráter espiritual. “A ajuda dos passos é espiritual,
mas não religiosa. Não discutimos religião, cada
membro tem a sua e nós respeitamos isso”, disse o
entrevistado.
Os passos idealizados pelo A.A. são usados por
vários outros tipos de organizações e associações que
trabalham na luta contra o alcoolismo, como a Pastoral da Sobriedade, organismo da Igreja Católica que
também ajuda na recuperação contra ao alcoolismo.
Junto com “Os Doze Passos”, a irmandade de Alcoólicos Anônimos desenvolveu uma espécie de
guia para o comportamento de seus membros, em
relação ao relacionamento entre eles e até com
as pessoas de fora. Assim, foram criadas “As Doze
Tradições”, um conjunto de princípios que deve ser
seguido por todo membro de A.A., de qualquer lugar
do mundo. “Seguir as tradições é uma forma de nós
nos relacionarmos melhor; em nenhum momento
isso é colocado como uma regra, uma obrigação. Estamos seguindo, porque estamos inseridos na irmandade e nos sentimos bem assim”, destaca o membro.
“As Doze Tradições” também definem a democracia
que ocorre na irmandade. Os membros que possuem
cargos não possuem nenhuma autoridade oficial,
CRISTO REI
eles apenas sugerem atos que podem ser feitos ou
não. Não há regras e também não há controle dos
membros; qualquer pessoa pode participar e não
precisa pagar nada por isso. “Nós não recusamos
nenhuma pessoa, por nenhum motivo, aqui é um
lugar que está aberto para quem deseja ou necessita
de ajuda”, afirma.
Uma parte muito importante nas tradições é o anonimato. A irmandade acredita que é um ponto fundamental na recuperação de membros. E, com isso,
todos podem estar no mesmo nível, homens e mulheres de qualquer profissão, histórico de vida, ideologias, religião.
O membro do CTO diz que a medicina e a religião
são elementos que mais apoiam a causa. “Quando
um alcoólatra procura um médico ou um padre, por
exemplo, eles sempre encaminham para o A.A., e
nós ficamos muito felizes com isso, porque significa
que eles confiam no nosso trabalho, conta.”
Como surgiu A.A.?
A irmandade de Alcoólicos Anônimos nasceu
em 1935, em Akron, Ohio, Estados Unidos. Um
executivo de Nova York, sóbrio depois de anos de
embriaguez, procurou outro alcoólico e foram ao
médico.
Durante os meses de sobriedade, esse homem percebeu que enquanto tentava ajudar outros alcoólicos a
se libertar do vício, ele estava perdendo a vontade de
beber.
Esses dois homens, Bill e Dr. Bob, juntos são os
co-fundadores de A.A. e descobriram que a capacidade de se manter sóbrios estava ligada a ajuda que
davam aos outros alcoólicos.
Durante quatro anos, o movimento que ainda
não tinha um nome, foi crescendo pelo país. Em
1939, com a publicação do livro “Alcoólicos Anônimos”, do qual foi tirado o nome da irmandade, o
A.A. chamou mais a atenção e ficou conhecido nacional e internacionalmente.
Hoje, são aproximadamente dois milhões de
membros em recuperação, espalhados pelo mundo
todo.
A Paróquia Cristo Rei possui um projeto de
apoio à sociedade, em que o objetivo é organizar,
acolher e cuidar do ser humano. Todas as atividades
oferecidas pela Paróquia são gratuitas, contando
com a ajuda de voluntários que se dispõem a trabalhar pelo próximo.
No projeto encontramos vários tipos de atividades, como orientação vocacional, alfabetização de
adultos, brechó solidário, futebol, coleta de óleo de
fritura usado entre outros. O grupo Cantão de Alcoólicos Anônimos também está presente no projeto
e se reúne em uma das salas da igreja.
Para o pároco da Cristo Rei, o Cônego Luiz
Carlos Magalhães, as Paróquias devem se preocupar com as necessidades do ser humano em geral, e
não apenas as ligadas na religião. “Evangelização e
Sacramento não são os únicos objetivos da Paróquia,
ajudar as pessoas que fazem parte da nossa comunidade é muito importante”, afirma o Padre.
O grupo Cantão procurou a Paróquia para utilizar algum espaço disponível e o Padre Magalhães,
que já estava organizando o projeto, apoiou totalmente a causa do A.A. “É um trabalho que valoriza o
ser humano e ajuda a pessoa a buscar um equilíbrio
pessoal e em grupo”, conta.
Muitas outras paróquias em Campinas apoiam esta
causa. Basta perguntar em sua secretaria!
Como participar?
Existem mais de seis mil grupos de Alcoólicos Anônimos no Brasil, em Campinas são 13 grupos. Para
ingressar na irmandade é só ir a alguma reunião de
qualquer grupo e o processo de reabilitação é totalmente gratuito.
O escritório de Serviços Locais em Campinas fica na
Rua Proença, 737 – Bosque. Informações pelo telefone (19) 3234.8088.
PEQUENINOS DO SENHOR
A Primavera dos pequeninos está acontecendo!
Os frutos estão surgindo!
Olá amigo, olá amiga dos pequeninos,
Foto: Pequeninos do Senhor
A
Agência Zenit – ‘O mundo visto de
Roma’ – me entrevistou em agosto
deste ano, e nós vamos publicar, neste
caderno, aquilo que foi divulgado também em
espanhol e italiano, promovendo o interesse
de mais 7 países pela implantação do Projeto
Pequeninos do Senhor.
“O que fazer com os filhos pequenos na hora
da Santa Missa? Como se concentrar com a
garotada gritando e correndo pelo corredor da
Igreja? Sem dúvida, toda família com criança
pequena sabe da aventura que é cada Missa
Dominical. O ‘Pequeninos do Senhor’ é um
projeto da Arquidiocese de Campinas, fundado
em 1997, na casa de uma catequista, com somente 8 crianças no princípio, e que propôs
uma solução eficaz para esse problema. (ZENIT.org)
As atividades da Associação Católica Pequeninos do Senhor estão desabrochando na primavera dos seus 15 anos de evangelização. É
o Senhor abrindo os caminhos por onde quer
que Sua obra floresça.
E, neste caderno você encontrará alguns frutos
que estão encantando o jardim do Criador.
Nós continuamos semeando sem cessar, para
que você tenha sempre algo com que se abastecer junto aos pequeninos!
Desejamos a você uma boa colheita, ou seja,
uma boa leitura!
Um abraço fraterno... : )
Rachel Lemos Abdalla
Fundadora e Presidente da Associação Católica
Pequeninos do Senhor
PEQUENINOS DO SENHOR
Foto: Bárbara Beraquet
Quem faz o caderno Pequeninos do Senhor
Rachel Lemos Abdalla e Fabíola Romano Rocha de
Assis
Direção Espiritual:
Mons. João Luiz Fávero
Colaboração Psicopedagógica:
Daniela Frattini Colla - [email protected]
Debora Corigliano - [email protected]
Colaboração Pedagógica:
Beatriz Maria Miranda Ferreira
[email protected]
Contato: 5519 2121.0444
Email: [email protected]
Site: www.pequeninosdosenhor.com.br
Escreva para o Pequeninos do Senhor
Envie o seu depoimento ou conte-nos a sua
história vinculada ao Projeto Pequeninos do
Senhor! E se quiser dar alguma sugestão ou fazer
alguma crítica, encaminhe para o nosso endereço
de email: [email protected]
Com certeza sua mensagem será lida e nós lhe
responderemos!
PEQUENINOS DO SENHOR
Novidade:
Comemoração dos 15 anos
Pequeninos do Senhor
N
o dia 25 de agosto, o Pequeninos do
Senhor completou 15 anos de evangelização com uma Missa de Ação de
Graças na Paróquia Nossa Senhora das Dores.
A Missa foi celebrada por Dom Airton José dos
Santos e contou com a presença do Arcebispo
Emérito de Campinas, Dom Gilberto Pereira
Lopes, do Monsenhor João Luiz Fávero que é
o Vigário Geral da Arquidiocese de Campinas e
Pároco da Igreja Nossa Senhora das Dores, e do
Monsenhor Waldemiro Caran.
Estavam lá também o Cônego José Luiz Nogueira Castro; os padres amigosdos pequeninos
Aparecido Donisete Barbosa, Cláudio Wilson Müller,
Dalmirio Amaral, Francisco
Assis Junior, José Eugênio
Fávero, Luiz Carlos Magalhães,
Odair Costa Nogueira, Silvio
Tesche; o Diácono Permanente
José Antonio Jorge e o seminarista Ramon Zólio.
PEQUENINOS DO SENHOR
Fotos: Pequeninos do Senhor
Diretoria e padres presentes à missa.
A Missa foi transmitida pela Rádio Brasil
Campinas e contou com a presença de muitos
amigos da Associação, Coordenadores e Catequistas de diversas Paróquias da Arquidiocese de Campinas além de muitos pequeninos que participaram da procissão de Nossa
Senhora depois de uma chuva de pétalas que
caíram sobre eles como bênçãos perfumadas
das mãos do Pai que conduz a Obra.
Dom Airton entregou um terço, como lembrança deste dia, para seis pequeninos que
participaram da procissão das oferendas;
deu uma bênçãos aos catequistas presentes e
entregou uma medalha de lembrança a cada
uma das diretoras.
Após a Missa todos se reuniram no Espaço
Social do Cambuí para uma confraternização.
PEQUENINOS DO SENHOR
Palavra da Igreja
Educar para o mundo novo
Homilia de Dom Airton José dos Santos
Missa de Ação de Graças pelos 15 anos de Evangelização
Pequeninos do Senhor
25 de agosto de 2012
H
Dom Airton agradeceu a Dom Gilberto
Pereira Lopes, Arcebispo Emérito, que, em
sua sabedoria, apoiou e incentivou
o trabalho de evangelização,
de modo especial,
das crianças e dos pequenos.
Na foto, com criança do
projeto Pequeninos do Senhor.
oje, nesta Missa, agradecemos a Deus por
tudo o que Ele nos concedeu e, de modo
muito particular, tudo aquilo que concedeu aos catequistas, homens, mulheres, mães
de família, pais que dedicaram tempo, energia e
esforço para orientar este trabalho de evangelização.
Deve estar em cada um de nós a consciência de
que devemos evangelizar. É nossa responsabilidade, como batizados, a de levar a Boa Nova de
Cristo aos outros e a de encontrar os meios para
que aquilo que o Evangelho traz seja integralmente assimilado e compreendido.
A evangelização das crianças comporta exigências. Criança não é adulto pequeno, mas, às
vezes, nós, adultos, assim desejamos e exigimos
das crianças aquilo que ainda não podem dar.
Devemos, considerando as limitações e características desta fase da vida, preparar as crianças
para o mundo adulto, preparar as crianças para
viverem em sociedade, para serem membros da
Igreja de Cristo, ativos, fiéis a Cristo e fiéis à Igreja. Este trabalho todo não é senão o trabalho
de evangelização, de catequese, de orientação e
de acompanhamento.
PEQUENINOS DO SENHOR
“Criança
não é adulto
pequeno”
Precisamos oferecer, integralmente,
a verdade da Fé para que as crianças tenham segurança no caminho
que percorrerão. Muito do que
oferecermos, elas somente compreenderão no futuro, mas, se não
lhes for dado agora, neste momento, elas
não terão como compreender mais tarde.
O que é escrito em nossa vida permanece
para sempre! Ninguém consegue apagar
uma experiência de vida e as crianças devem fazer uma experiência positiva do encontro com Jesus.
Como ouvimos hoje, no Evangelho, Jesus
disse aos seus discípulos: “deixai vir a mim
as criancinhas” (Lc 18,16). Mais do que
deixar, indica-nos a fazer com que as crianças venham até Ele. Este é um questionamento que devemos nos fazer: estamos
ajudando os pequenos, as crianças, especialmente, a se encontrarem com Jesus?
Ou impedimos as crianças de chegarem
ao Seu encontro?
Fazemos com que as crianças cheguem
até Jesus através de nosso testemunho,
de nosso exemplo, de nosso modo de ser
e de pensar. Organizar um trabalho de
evangelização das crianças é tarefa muito
importante e séria. Temos que conhecer
claramente qual o ensinamento da Igreja e
o que ela propõe. Devemos compreender
como o Evangelho
deve ser anunciado;
não apenas alguns
“pedaços”, mas ele
todo, para que as crianças tenham, então,
os alicerces e parâmetros que as auxiliarão
a chegar bem à adolescência, à juventude
e à fase adulta.
Cumprimentando a todos, hoje, fica, para
cada um de nós, esta responsabilidade: a
de criar um mundo novo. Precisamos, portanto, educar para o mundo novo. Educar
para o bem, para a justiça, para a fraternidade, para a solidariedade. Educar para a
vida em Deus, uma vida que é contrária ao
pecado e contrária àquilo que nos afasta
de Deus, uma vida que é próxima de Jesus
Cristo, que nos conduz a Deus, o nosso
Pai. E, assim diz o Evangelho, ninguém
chega a Deus senão por Jesus Cristo. Não
há outro caminho a não ser este que é
Caminho, Ele mesmo, Verdade e Vida para
todos nós.
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
Queridos irmãos e irmãs, no silêncio de
nossos corações, nos preparemos para que
esta Santa Missa produza, em nós, todos
os efeitos; que a Eucaristia produza em nós
tudo aquilo que é necessário para a nossa
Salvação.
PEQUENINOS DO SENHOR
Pequeninos do Senhor
agora tem
‘Programet’ na Rádio
Brasil Campinas
N
o dia 09 de junho de 2012, foi
ao ar pela Rádio Brasil Campinas
– Jovem Pan SAT – AM 1270 – da
Arquidiocese de Campinas, o primeiro
‘Programet’ semanal ‘Pequeninos do
Senhor’.
Desde então, toda terça-feira, no Programa Povo de Deus, das 16h às
17h10min, com o locutor Valdir Cremasco, o Programet é inserido trazendo
uma entrevista feita pela Rachel Abdalla,
com catequistas e amigos dos pequeninos, oferecendo aos ouvintes uma mensagem sobre a evangelização das crianças em casa e na catequese.
O apresentador do Programa Povo de
Deus, Valdir Cremasco assim descreve:
O Pequeninos do Senhor é cativante
desde a sua essência, é apaixonante...
Sinto-me honrado em fazer parte, de
maneira ínfima, pequena mesmo, dessa
história, abrindo espaço no ‘Programa
Povo de Deus’, antes no ‘Igreja em Ação’
na Rádio Brasil de Campinas, com um
quadro semanal, onde objetivamente é
exposta a sua filosofia, o seu plano de
trabalho.Sonho, como sonha a Direção
do Pequeninos, em ver esse lindo trabalho implantado em todas as Paróquias
da nossa Arquidiocese... Não façam algo
“parecido”, implantem!
Aos catequistas
Você é um anjo aos
olhos de Deus
Por Rachel Lemos Abdalla
V
ocê já parou para pensar na sua dignidade e no seu apostolado como
catequista de crianças? Isso exige
abertura ao Pai e grande desejo de seguir
a Jesus na arte de evangelizar os pequeninos, para que, bem instruídos, alcancem a
vida eterna!
Os catequistas, de modo muito parecido
com o anjo da guarda, têm o compromisso
com Deus de cuidar daqueles que lhes
foram confiados, formando-os na doutrina
cristã para o amor.
Uma criança é como um barro pronto para
ser moldado, e bem orientada se torna um
jovem do bem, dócil e gentil na sociedade,
porque aprende a amar e caminhar com
Jesus por onde quer que vá.
Por isso, tenha sempre muita caridade,
uma profunda humildade, a máxima
paciência e um cuidado contínuo na missão que lhe foi dada, de ajudar o Senhor no
encaminhamento e evangelização dos seus
preferidos.
Fazendo isso estará sendo discípulo de Jesus, que um dia disse: “O que fizestes a um
dos meus pequeninos, a mim o fizestes.”
(Mt 25,40)
PEQUENINOS DO SENHOR
Pequeninos do Senhor:
um modo diferente de Evangelizar
PORQUE LEVAR A CRIANÇA À MISSA?
O
Pequeninos do Senhor acredita que
a formação cristã se dá a partir da
prática das virtudes, de preferência
desde a primeira infância. E uma das virtudes que precisam ser praticadas é a perseverança. Quando nos esforçamos continuamente por fazer, especialmente o que
é bom, nos tornamos semelhantes a Deus,
o único Bom, a fonte de todo o bem. São
Paulo nos convida, na carta aos Romanos,
que sejamos alegres na esperança e perseverantes na oração.
Assim devemos ensinar, também, às nossas crianças, a serem perseverantes na
oração.
Quando levamos as crianças na missa todo
final de semana, estamos cumprindo com
a nossa responsabilidade de pais cristãos,
perseverando no compromisso de um encontro marcado com Deus.
Em consequência, as crianças estão formando, no inconsciente, o conceito de
louvor e respeito a Deus e aos seus Mandamentos, em especial ao 3º Mandamento
que é ‘guardar os domingos e dias de festas para dar graças a Deus’. É na
missa que as crianças aprendem
a rezar ‘em comunidade’ e a ouvir os ensinamentos de Jesus
Cristo.
Especificamente, no Projeto
Pequeninos do Senhor, as crianças vivenciam a comunidade
encontrando-se, semanalmente,
com outras crianças que também
vão à missa, partilhando o que
aprenderam e o que já sabem; e
crescem na fé ouvindo as histórias da vida de Jesus e aprendendo a mensagem de amor que Ele
deixou para nós.
PEQUENINOS DO SENHOR
Tudo isso na linguagem delas: brincando!
Os pais não deixam os filhos crescerem
primeiro para que eles mesmos, quando
adultos, escolham a escola que vão frequentar. Ao contrário, confiantes, os encaminham para aquela que melhor lhes
convém para a educação e formação cultural e social de seus filhos, na certeza de
que estão cumprindo com o compromisso
de pais na sociedade.
Se somos batizados, um dia fomos introduzidos numa comunidade cristã e, por
isso, temos o compromisso com Deus de
educar nossos filhos também na fé cristã,
nesta mesma comunidade. Se não lhes
mostrarmos o Caminho para que estejam
lado a lado, de mãos dadas, com Jesus
desde pequenos, quando crescerem não
saberão por onde caminhar e nem terão
o discernimento para quem dar as mãos.
Pensem nisso! A formação cristã dos
pequeninos depende da virtude da perseverança dos pais que tanto os amam, confiantes de que estão agindo coerentemente
com a sua fé.
Clique aqui para ouvir o programa
sobre este tema gravado na Rádio
Brasil Campinas, da Arquidiocese
de Campinas
Por Rachel Lemos Abdalla
PEQUENINOS DO SENHOR
Entrevista
MUITAS FAMÍLIAS DEIXAM DE IR
À MISSA PORQUE AS CRIANÇAS
NÃO PARAM QUIETAS
ZENIT entrevistou Rachel Abdalla, atual presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor, e uma das fundadoras. Rachel nos explica a origem do projeto e como é fácil montá-lo na própria Paróquia ou Diocese.
Confira trechos da entrevista!
Por Thácio Siqueira
ZENIT: Já são mais de
100 paróquias que
implantaram esse projeto no Brasil e alémfronteiras nacionais.
O que é preciso fazer
para ter o projeto
implantado em uma
Paróquia?
Rachel Abdalla:
Para os encontros
semanais com os
pequeninos durante
as Missas, desenvolvemos o ‘Missal dos
Pequeninos’ a partir do Missal Dominical da
Igreja Católica, que é um subsídio pedagógico-litúrgico-catequético para evangelizar as
crianças de modo lúdico e numa linguagem
adequada a elas. Este subsídio oferece, também, uma formação para os catequistas,
para que cresçam espiritualmente, transformando a Palavra de Deus, que é viva, em
prática cristã, testemunhando, no dia a dia, a
fé e a esperança onde estão.Para ter acesso
a este subsídio, é preciso implantar o Projeto
‘Pequeninos do Senhor’ na Paróquia. Para
isso, basta que o Pároco ou um catequista,
preencha um ‘cadastro’ que se encontra no
site www.pequeninosdosenhor.com.br para,
em seguida, receber uma instrução por telefone ou por email.
Atualmente (2012), o projeto ‘Pequeninos
do Senhor’ está implantado em mais de 100
Paróquias e Comunidades em vários Estados
do Brasil, em Angola, Moçambique, Cabo
Verde e no Canadá, em uma Comunidade
de portugueses.
ZENIT: Uma das grandes dificuldades das
famílias com crianças pequenas é participar
da Santa Missa. Por que os pais sentem essa
dificuldade? A senhora tem filhos?
Rachel Abdalla: Muitas famílias deixam de ir
à Missa porque as crianças não param quietas, incomodam a comunidade, atrapalham
a concentração dos fiéis e, com isso, os pais
sentem-se constrangidos de levá-las consigo
para a Igreja. E, por não terem com quem
deixá-las, acabam não participando, também, deste compromisso cristão, deste encontro dos filhos com o Pai.
PEQUENINOS DO SENHOR
Foi por sentir isso dentro de nossas famílias
que desejamos, inspiradas pelo Espírito Santo, acolher os pequeninos durante as Missas,
nos finais de semana, com o propósito de
evangelizá-los com o mesmo Evangelho do
Domingo, num espaço adequado e especialmente preparado para eles, enquanto seus
pais participam da Celebração da Eucaristia.
Eu tenho duas filhas que hoje já são adultas
(23 e 19 anos) e elas participaram do projeto
desde bem pequeninas, quando iniciamos os
encontros em 1997.
ZENIT: Desde 1997 que o projeto está funcionando. Como foi a acolhida entre os bispos,
sacerdotes, e agentes de pastoral? O projeto
tem o apoio de algum bispo do Brasil?
Rachel Abdalla: O Concílio Vaticano II,
através da Constituição Lumem Gentium
(1964) define a Igreja como Povo de Deus,
e incentiva e apoia os leigos a trabalharem
com todo vigor para Cristo. Porém, com toda
razão, a Igreja ainda permanece muito zelosa e cautelosa para dar o seu apoio incondicional a uma obra evangelizadora, principalmente àquelas que nascem a partir de leigos.
É preciso, antes, que esta obra se consolide,
cresça e mostre seus frutos para que seja
reconhecida. Mas, nada disso impediu que
esta obra de Deus crescesse e avançasse
por caminhos tão diversos! E nós não temos
noção do tamanho dela, porque somos apenas instrumentos capacitados pelo Pai que
tudo vê e tudo sabe.
O trabalho de evangelização com os
pequeninos iniciou em 1997, e somente 13
anos depois, em 2010, foi possível o reconhecimento oficial através de um ‘Ad Experi-
mentum’ por 5 anos, pela Arquidiocese de
Campinas.
Por ocasião do ano 2000, o nosso então
Arcebispo, Dom Gilberto Pereira Lopes, aprovou, apoiou de imediato, nos incentivou e
abriu as portas da Cúria para a divulgação
entre o Clero. E, a partir daí, nós semeamos
a ideia dentro da nossa Arquidiocese e, no
tempo de Deus, o projeto foi sendo implantado e desejado por outras Paróquias.
Quando Dom Bruno Gamberini, in memoriam (+2011), assumiu a nossa Arquidiocese
em 2005, ele também nos apoiou, orientou
e encaminhou para a apresentação do projeto em outras Dioceses circunvizinhas, o que
permitiu também a amplitude da divulgação,
além de apoiar a fundação da ‘Associação
de Fiéis Leigos’, denominada ‘Pequeninos do
Senhor’, em 2010.
Em abril deste ano de 2012, Dom Airton
José dos Santos assumiu a Arquidiocese e,
recentemente, apresentamos a Associação
Pequeninos do Senhor a ele que nos acolheu
com muito estímulo, focando a obra como
uma importante etapa inicial da catequese
catecumenal.
O ‘Pequeninos do Senhor’ é uma obra Diocesana, oficialmente reconhecida pela Arquidiocese de Campinas e atualmente, o
nosso pastor é Dom Airton José dos Santos;
e o nosso Diretor Espiritual é o Mons. João
Luiz Fávero, Vigário Geral da Arquidiocese
de Campinas. Nosso próximo passo, dentro da Igreja, nos próximos 3 anos, será encaminhá-la para a aprovação Apostólica, em
Roma.
Dengue em Nova Iorque
Missionariedade à prova
POR BÁRBARA BERAQUET
I
ncentivado por Monsenhor Nilo Romano Corsi
(falecido em 2010) a seguir a vocação sacerdotal, Padre José Eugênio Fávero completa, agora
em dezembro de 2012, 25 anos de sua ordenação
presbiteral.
Nascido e criado em Pedreira, interior de São Paulo, carrega um caminhão de bagagem quando o assunto é missionariedade. Este, afinal, foi o primeiro
impulso que sentiu quando chamado à vocação que
seguiria por toda a vida. “No quintal da minha casa
tinha uma goiabeira, e eu subia nessa goiabeira e
ficava imaginando o que havia atrás daquele morro,
como é que eu faria para conhecer...”, relata.
Padre José Eugênio
Fávero, em missão
na África
Ao assistir um filme sobre um missionário na China
que recebe a visita de um companheiro – ambos da
Escócia – ficou claro para Eugênio, ainda molecote,
qual seria seu destino. O visitante perguntava ao
outro o que o tinha levado até a China e a ser missionário. Nada, senão a constante curiosidade em
saber o que havia depois “daquela” montanha. “E
aí, de montanha em montanha, cheguei à China!”,
ele respondia.
Era assim que o futuro padre pensava e, a partir
da experiência no grupo de jovens, já assumindo
responsabilidades, e em um grupo de Pastoral Operária, a entrada no seminário foi um passo dado
com naturalidade.
A ordenação em 1987 e a nomeação como pároco
da Paróquia Nossa Senhora da Pompeia, no mesmo ano, pelo Arcebispo Emérito Dom Gilberto
Pereira Lopes, deram ao jovem padre a sensação de que o sonho de partir em missão estava
acabado. “Para sair, não vai ser mais possível”,
foi o sentimento de então.
Logo, ele descobriria que era um engano sentirse assim. Mesmo dentro da igreja e dentro da
perspectiva de trabalhar com o clero diocesano, e
não só com os religiosos, ele percebeu que havia
outra maneira, mais abrangente, de enxergar a
missão como um chamado, uma decisão própria
da pessoa de se colocar a serviço.
Embora o espírito missionário se fizesse presente
todo o tempo, a primeira aventura fora de sua
Arquidiocese e distante de casa, daquilo que lhe
era familiar, foi no Ceará. Na região Nordeste
do país, a marca do povo cearense é a devoção
Padre José Eugênio chegou à
África, em missão, em fevereiro de 2004 e retornou ao
Brasil em fevereiro de 2007.
Ele fala sobre a experiência.
ao Sagrado Coração de Jesus e ao Padre Cícero
Romão Batista, o Padim Ciço (mas isto é assunto
para uma próxima reportagem). Lá, Padre Eugênio assumiu uma paróquia e colocou-se diante
das dificuldades daquela realidade particular.
Dessa fase, ele guarda na memória, sempre, a
acolhida do povo. “Você vai evangelizar com
seu testemunho de presença, mas você acaba
também sendo evangelizado pela acolhida das
pessoas”, diz. “Aprendi muito com a maneira
deles, com a Igreja, com a Diocese de lá e com a
maneira deles vivenciarem a fé! Devocional, mas
também comprometida com a realidade e com
a necessidade. Não havia aquela dificuldade que
nós temos aqui – ‘o que é meu é meu, e cada um
se vira’”, explica.
“Houve muito sofrimento também, muita
coisa que eu tive que passar com eles”
N
a vida diária, Padre Eugênio mostrava-se
de camisa e camiseta, sempre por fora da
básica calça jeans. Esse jeito simples de se
vestir, “seu estilo”, como ele define, foi alvo da preocupação das “Madrinhas do Altar”, um grupo de
senhoras que cuida das “toalhas, da arrumação da
igreja e dos padres, é claro”.
Uma delas foi até ele e comunicou que mandariam
fazer uma “farda” para que ele fosse pronto às missas na catedral da cidade. “E eu pensei, Meu Deus,
acho que estão me achando mal-arrumado”, conta.
Medidas tiradas e farda pronta, Padre Eugênio
confessa que se sentia bem com a roupa. “A alegria
delas era eu estar com a farda nessas festas da Diocese”, lembra.
Os contos do folclore local e as anedotas de sua
passagem pela Terra da Luz não contam, no entanto, toda a sorte. Aquela missão, como tantas,
tinha seu quinhão de tristeza. “Houve muito sofrimento também, muita coisa que eu tive que passar com eles, a morte de muita gente, de crianças
e de pessoas doentes. Eu estive lá no momento
de seca muito forte, e de um surto de cólera, com
uma campanha muito bem aceita pelo povo, que,
logo, graças a Deus, acabou com o perigo de uma
epidemia”, diz o padre, para quem tudo se deve ao
trabalho de evangelização e de a população aceitar
a pessoa e a presença do padre como alguém que
está lá para ajudar.
Ad gentes em
terras africanas
E
m seu retorno a São Paulo, com
o desmembramento da Arquidiocese de Campinas e a criação
da Diocese de Amparo, Padre Eugênio
assumiu a coordenação de pastoral da
diocese que dava seus primeiros passos. Alguns anos mais tarde, ainda
alimentando o desejo de partir para um
novo serviço, ele integrou um grupo da
Missão ad gentes da CNBB. Faltava um
padre para completar a equipe, o que
vinha bem a calhar, e lá seguiu Padre
Eugênio, para um mês de convivência com os demais integrantes, numa
pequena cidade do Maranhão, a cerca
de 500 km da capital São Luís, chamada Nova Iorque.
“Lá eu fui ‘batizado’, contrai o vírus
da dengue”, lembra, com risos. “Passei uns dias muito complicados com a
saúde, internado... Voltei, fomos nos
preparando e fomos para a África”,
conta o padre sobre o grupo de seis
missionários que partia para o continente da vida selvagem.
Padre Eugênio chegou então à província mais carente de Moçambique.
Chamada Niassa, era banhada pelo
lago de mesmo nome. A formação
prévia, no entanto, não foi suficiente
para preparar o grupo para a maneira
de conceber Deus, a família e até o relacionamento do povo local.
“Tivemos que aprender”, diz.
D
urante dois anos, Padre Eugênio acolheu e
foi acolhido pelo povo Macua, o mais numeroso de Moçambique, mas, ao mesmo
tempo, um dos menos conhecidos. O próprio termo
“macua” carregava em si valor depreciativo, já que,
na linguagem corrente, macua também era o selvagem, que come ratos e que anda nu. A palavra
também significa “homem do mato”, aquele que
vem do interior do país. Assim, carregavam a pecha
de caipira diante de outros grupos do mesmo povo,
o povo Bantu.
“A gente foi aprendendo tudo isso com eles; fomos
aprendendo a respeitar, a conviver, a celebrar e até
aprendemos a língua, que é complicada, bem diferente na estrutura de gramática. Trata-se de uma
língua oral, e nós tivemos mais ou menos um mês
de estrutura de língua com eles, com um padre que
é perito em gramática, da Congregação dos Consolatas, que acabou desenvolvendo tanto a linguagem
quanto a gramática para livros, bíblias, livros de
oração, livro de cânticos: tudo para facilitar”, observa.
Ao lado do povo Macua, ele também viveu o sofrimento imposto pela hanseníase, pela guerra civil
e pela malária. Este foi seu segundo “batismo”.
“Quando nós chegamos, conseguimos ficar um ano
sem a malária. Fui o primeiro a contrair a doença,
e ela veio forte. Eu não sabia o que era, nem como
era, e ninguém de nós sabia lidar com aquilo”, rememora.
Depois da primeira, Padre Eugênio contraiu malária mais cinco vezes. “Vim curar a ultima malária
aqui. Fui direto ao médico, fiz os exames em Valinhos e o médico disse: ‘Padre, o seu sangue é o
mais disputado nesse estado de São Paulo, porque
há médicos formados há não sei quantos anos
que nunca viram o vírus da malária’. Até nisso eu
sou feliz de poder ter ajudado a medicina e, pelo
menos, os médicos terem conhecido a malária”,
afirma. Para ele, contrair malária seis vezes foi pouco se comparado a outros, como uma das religiosas
que passou pela doença 16 vezes.
“A gente sofria, mas a gente tinha apoio, alimentação e oportunidades que nos fortaleciam logo.
Mas crianças recém-nascidas e algumas pessoas
morriam por causa da malária. E eu não sabia que,
assim como a dengue, existia a malária cerebral”,
fala, sobre a manifestação fatal da doença.
A malária, ou paludismo, é causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos
pela picada do mosquito fêmea do gênero Anopheles. Mais de três milhões de pessoas morrem todo
ano em decorrência da malária; e as crianças africanas são, em grande parte, estas vítimas.
“Toda missão é ad gentes, porque você
tem de sair de si para ir até o outro”
Novos batizados
Durante a missão em Niassa, existiam três automóveis no município em que estava o grupo de
missionários: a ambulância, o carro do prefeito e,
como você já deve ter imaginado, o carro do padre.
“A ambulância sempre sem combustível, sobrava
o carro do padre. Às vezes, de 100 km distantes,
uma pessoa se colocava a pé ou de bicicleta para
vir me chamar para que eu levasse a parteira para
socorrer a esposa, a vizinha ou a filha que estava
em trabalho de parto. E, por conta disso, muitas
crianças acabaram tendo o meu nome”, conta o
homenageado.
“Tenho até a fotografia de uma afilhadinha, a
Eugênia – que depois de um parto complicado, a
gente levou para o hospital e deu tudo certo. São
essas coisas que a gente sente em deixar, mas a
vida da gente anda”, considera, e completa: “Não
sei se a melhor atitude era voltar ou continuar
por lá, mas há uma ligação muito forte, inclusive
porque, depois, a gente também continuou dentro desse ‘esquema de missionário’, de preparar
outros missionários. Sempre vem as lembranças,
Eugênia e Padre Eugênio
Fotos: Arquivo pessoal
sempre vem as notícias e sempre vem quem se
interessa em saber mais, porque também está se
preparando para fazer uma missão ad gentes”.
Perto ou longe, a experiência de Padre Eugênio
deixa claro que ser missionário é algo possível a
qualquer um, desde que se esteja disposto a esta
entrega. “Toda missão é ad gentes, porque você
tem de sair de si para ir até o outro. A missão é
esse laço, nós devemos ter a postura de discípulos
missionários, as duas coisas juntas. Você aprende,
você adquire a sua identidade cristã católica e já
começa a partilhar essa identidade com gestos,
aproximação e também com a sua maneira de ser:
o testemunho. O testemunho sempre é ad gentes,
ou aqui, ou perto, ou longe, precisa sempre ser
ad gentes. É essa a maneira pela qual você pode
ajudar”, encerra.
Saiba mais sobre como ser e como
apoiar os missionários
[email protected]
espiritualidade
A SATISFAÇÃO DE
REALIZAR
EVARISTO EDUARDO DE MIRANDA
Autor do livro “300 razões para
batizar” (Ed. Vozes), ministro
extraordinário das exéquias
Q
uando alguém sobe uma
montanha desfruta da
caminhada, da paisagem, do esforço e da sensação
de sentir-se cheio de vitalidade e
livre. Ninguém reserva o prazer
apenas para o objetivo de atingir o
cume. Cada momento do esforço
é prazeroso. Pode ser desfrutado.
Cada passo na caminhada e até
os tropeços, são fontes de prazer.
Para quem resume a caminhada
no objetivo final, não há alegria,
nem crescimento, nem prazer durante sua realização.
O mundo e a vida são vistos como
um vale de lágrimas. O que vale
no vale é a busca da perfeição.
Essa atitude perfeccionista, focada
absolutamente no resultado final,
afeta a vida espiritual. Pessoas perfeccionistas dão a impressão de
serem exemplares. Nada deve ser
reprovado em seu comportamento,
alimentado por critérios de alta
perfeição. “Sede perfeitos, como
vosso Pai é perfeito” (Mt 5,48) é
para eles o suprassumo dos evangelhos.
espiritualidade
Não lhes basta ter uma boa vida, ços para parecerem perfeitos e, no
fundo, são frágeis. Eles se privam
um trabalho satisfatório. Tamdos prazeres cotidianos da vida.
bém seus filhos, seu carro, sua
Atingir o topo da
casa, suas férias,
“Atingir o topo da montanha é um obsua aparência, sua
montanha é um jetivo, mas a camincomunidade, sua
paróquia... Tudo
objetivo, mas a hada é também. O
topo talvez nunca
deve estar perfeito
caminhada é será atingido. Alegripara que sejam felizas cotidianas estão
es. Os perfeccionistas
também”
ao alcance da mão,
da vida espiritual são
pessoas insatisfeitas, angustiadas do olhar, do sorriso e do carinho.
Deus não compensa, nem recome insaciáveis. O menor erro já os
tira de seu eixo. Um probleminha e pensa. Ele vai muito além de nosesquecem tudo que houve de bom sos merecimentos.
durante o dia ou durante uma mis- A maioria das Bíblias traduz a pasa. Um fato negativo e a paróquia, lavra grega teleio por perfeito. Na
realidade, essa expressão significa
a pastoral em que participam ou
até a diocese, para eles, estão ab- íntegro, completo e maduro. E,
nesse sentido, perfeito. Os chamaaladas.
dos evangélicos à perfeição são
Preocupados em que tudo seja
perfeito em suas vidas, deixam de convites, e não imposições, à busaproveitar e desfrutar das alegrias ca da plenitude. Não há mal alcotidianas. Os perfeccionistas du- gum em desejar ser perfeito, mas
vidam de seu próprio valor e com- a perfeição não existe. A sabedoria
está em saborear o que realizamos
petências. Acham de que devem
fazer muito para merecer o amor e vivemos, o tempo todo. Desfrutar
do dom da vida e dizer, como Sane o reconhecimento do próximo
e de Deus. Fazem grandes esforta Teresinha: Tudo é graça!
CONGRESSO ECUMÊNICO
HOSPITALAR
sugere assistentes espirituais nos
hospitais brasileiros
POR MARIANA IGNÁCIO
O
XIII Congresso Brasileiro Ecumênico de Assistência Espiritual Hospitalar reuniu cerca de 150 pessoas
em Itaici, na cidade de Indaiatuba, para
discutir a assistência espiritual em hospitais
atualmente.
Entre os dias 23 e 25 de outubro, assistentes espirituais, religiosas, padres, pastores, diáconos e leigos participaram de
palestras a respeito do tema. Organizado
pela Associação Cristã de Assistentes Espirituais Hospitalares do Brasil (ACAEHB), o
encontro teve uma série de palestras com
médicos e teólogos que atuam na Unicamp, USP e Universidade Federal de São
Paulo que demonstraram profundidade
e seriedade no tratamento à assistência
espiritual em hospitais.
Segundo o presidente da ACAHEB, o
pastor Luis Carlos Vieira, o objetivo do
congresso foi a troca de experiências e informações entre os participantes sobre as
novidades que quem atua na área está vivendo, além de oferecer capacitação a representantes de vários estados brasileiros.
O capelão hospitalar do Hospital das
Clínicas da Unicamp, padre Norberto Tortorelo Bonfim, esteve presente e declarou
que “cada congresso, com certeza, é um
Fotos gentilmente cedidas por Padre Norberto Bonfim
tijolinho a mais que é acrescido, colocado
nesta grande obra que estamos, com a
ajuda de Deus, construindo”.
Em documento elaborado durante o encontro, a chamada Carta de Itaici, a ACAHEB afirma oferecer formação ecumênica
para voluntários a esse trabalho espiritual
com os enfermos, visando o ser humano
na sua integralidade. Um estudo constatou
que os hospitais que acolhem esse trabalho de assistência atingem melhores índices
de Humanização na Saúde e reconhecimento social.
A carta também sugere aos hospitais
brasileiros que tenham como perspectiva,
em curto e médio prazo, um trabalho de
capelania hospitalar de forma profissional
que atenda ao paciente, a seus familiares
e à equipe multiprofissional do hospital.
“Estamos entendendo pela nossa história
da ACAHEB e pela história da capelania
que, quanto mais uma capelania for capacitada, dotada de instrumentos, profissionalmente falando, de uma boa formação acadêmica, teológica, bíblica, de
pessoas que receberam conteúdos nas
escolas, nós, com certeza, vamos ter uma
evangelização muito mais eficiente”, afirma padre Norberto.
A senhora Waltraut, da Igreja Luterana,
é assistente espiritual em Joinville, Santa
Ao centro, o prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, Dom
Airton José dos Santos e o Pastor Luís Carlos Vieira, presidente
da ACAHEB.
Catarina e fala a respeito da importância desse profissional no hospital. “É uma
companhia para cada um deles ali, que
a gente está ao lado daquela pessoa que
está precisando de um auxílio. Então,
naquele momento ela está fragilizada e
um abraço àquela pessoa faz muito bem”,
disse ela.
teologia moral
PROLONGAR A VIDA... ATÉ QUANDO?
Por nova resolução do Conselho Federal de Medicina, pacientes
terminais que não desejarem prolongar tratamento devem ser ouvidos
POR PADRE JOSÉ ANTONIO TRASFERETTI
Doutor em Teologia e em filosofia,
Professor Titular da PUC-Campinas e Avaliador do INEP/MEC
R
ecentemente, o Conselho Federal de Medicina editou uma resolução que garante
ao paciente ter sua vontade sobre não receber tratamento em casos de doenças terminais
ou estados vegetativos. Deste modo, um doente
terminal não precisará mais passar os últimos
dias da sua vida sendo submetido a tratamentos
técnicos que não irão devolver-lhe a vida.
O paciente pode manifestar a sua opinião, registrando-a em cartório ou mesmo dizer a sua
família ou ao médico que o acompanha que deseja que, em caso da terminalidade da vida, não
sejam prorrogados seus dias de maneira artificial.
Trata-se, na verdade, da defesa da “morte natural’, com os cuidados paliativos necessários ao
momento.
As regras são as seguintes: o paciente poderá
escolher de antemão a quais tratamentos ele não
deverá ser submetido, por exemplo, à ventilação
mecânica, à cirurgia, ao uso de medicamentos,
à reanimação após parada cardíaca e outros. A
vontade do paciente só não será respeitada caso
o médico entenda que o procedimento efetuado
pode contribuir para a cura ou mesmo represen-
tar infração ao Código de Ética Médica.
O paciente poderá nomear um representante
legal para assegurar o cumprimento de suas vontades. O desejo da família não se sobrepõe ao
do paciente. Esta postura médica não é nova.
Nos Estados Unidos, por exemplo, desde 1970,
o testamento vital dos pacientes tem valor legal. O documento tem validade por cerca de
cinco anos. Infelizmente, no Brasil, os desejos
dos pacientes, sobretudo, em fase terminal, são
pouco ouvidos, tanto por médicos quanto pelos
parentes. Para que esta relação de confiabilidade
seja real, é preciso muita comunicação e sinceridade nas relações entre os profissionais da saúde
e os pacientes. É preciso saber acolher com
carinho o desejo dos pacientes que estão numa
fase considerada terminal do ponto de vista médico.
A família também precisa ser preparada para
enfrentar este momento com serenidade, acolhendo e respeitando os últimos desejos daquele
parente. O médico não precisa necessariamente
perguntar ao paciente qual o seu desejo, mas
ele deve registrar no prontuário caso haja uma
teologia moral
A IGREJA NÃO APROVA
EUTANÁSIA
DISTANÁSIA
“Para que esta relação
de confiabilidade seja
real, é preciso muita
comunicação e
sinceridade nas
relações entre os
profissionais da saúde e
os pacientes”
A IGREJA DEFENDE
ORTOTANÁSIA
Arte: Jefferson Silva
manifestação espontânea do paciente em relação
à condução dos procedimentos relativos a sua
saúde. Esta medida do Conselho Federal de Medicina deixa margens para o debate e, inclusive,
para reações da família e da sociedade, entretanto, é bom deixar claro que não é obrigatória a
elaboração documental dos desejos do paciente.
Cabe a cada família, ou a cada pessoa, manifestar
ou não o seu desejo em caso de terminalidade
da vida. Os cuidados paliativos não abreviam a
vida de uma pessoa, apenas aceitam que a morte
natural é uma dimensão do processo de viver.
Também não se suspende o tratamento, apenas
os considerados fúteis, que somente prolongam
o sofrimento da pessoa.
A Igreja Católica em seu magistério defende a
ortotanásia, ou seja, a morte natural. É preciso
cuidar com muito carinho para que seja analisada
corretamente a situação de vida de cada pessoa,
para que os procedimentos sejam os mais corretos, dentro dos cuidados que a medicina exige.
A defesa da vida sempre em primeiro lugar. A
Igreja Católica não aprova a eutanásia, que leva à
morte antecipada, nem a distanásia, que prolonga a vida por meios artificiais e desproporcionais.
O importante é o cuidado com a saúde e com a
vida, respeitando cada ser humano, não importa
em que momento ou em que circunstâncias ela
está vivendo. Em casos graves, como a eminente
terminalidade da vida, cabe o bom senso e o
correto discernimento para a plenificação do ser
humano.
ROMARIA PARA APARECIDA
Caminhada de Fé e Esperança
POR MARISTELA DOMINGUES
E NATHÁLIA TRINDADE
F
oi com o intuito de reunir fiéis, compartilhar
momentos de devoção e, principalmente,
conhecer o projeto de construção da Casa
de Acolhimento “Nossa Senhora da Esperança”, que a PUC-Campinas, a Arquidiocese
de Campinas e o Hospital e Maternidade Celso
Pierro realizaram a Romaria para cidade de
Aparecida.
Na manhã do dia 6 de outubro, três ônibus e
diversos carros reuniram cerca de 200 pessoas
entre alunos, professores, funcionários da PUC e
voluntários, rumo ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. A missa, presidida pelo Arcebispo
Metropolitano Dom Airton José dos Santos, teve
início às 16h30 e contou com a presença dos
padres João Batista Cesario o e Rafael Capelato.
Segundo a presidente da Associação Beneficente
Nossa Senhora da Boa Esperança, Irmã Eleonor, a construção da Casa de Acolhimento vem
como apoio ao Hospital da PUC-Campinas,
visando abrigar e acomodar os acompanhantes
e pacientes que estiverem no hospital, além de
ajudar àqueles que necessitarem de assistência
médica para si ou para seus familiares.
“Nós colocamos tudo isso nas mãos de Nossa Senhora, pois ela, que
apoiou seus filhos e filhas, com certeza vai nos ajudar e possibilitar a
construção da Casa de Acolhimento Nossa Senhora da Esperança”.
Irmã Eleanor
“Esse é só o primeiro ano. Se Deus quiser, no próximo nós
vamos voltar e agradecer Nossa Senhora”.
Antônio Celso Guimarães
“Buscamos, através da Romaria, aproximar as
pessoas de Deus e de Nossa Senhora, nossa
maior intercessora; e com todas as orações
podemos ajudar os mais necessitados e contribuir para a construção de um sonho que é a
Casa de Acolhimento,” declara.
O superintendente da PUC e um dos organizadores da Romaria, Antônio Celso Guimarães,
afirma a importância dessa peregrinação e
caminho de fé tanto para os romeiros, quanto
para o projeto. “No hospital, a gente não só
acolhe as pessoas como também evangeliza,
mostrando o lado humano de todos. Foi por
isso, e em prol da Casa de Acolhimento, que
procuramos, através da Igreja, a fé que precisamos para continuar superando todos nossos obstáculos”.
Durante a celebração no Santuário de Nossa
Senhora, Dom Airton fez reflexões sobre a importância da palavra de Deus, que nos inspira
e ajuda; deixa nossos corações engrandecidos
e nos impulsiona a vivermos como irmãos. Ele
também agradeceu a presença de todos da
Arquidiocese de Campinas e ressaltou a importância dessas pessoas que dedicam grande
parte de seu tempo para ajudar os enfermos
do Hospital Celso Pierro.
“Acredito que essa iniciativa de organizar a Romaria para Aparecida foi um gesto muito bonito e uma novidade muito importante para a
Arquidiocese de Campinas. Isso mostra que o
trabalho dos voluntários é um trabalho de vocação. A gente espera que não fique só nisso
e que tenhamos outras romarias como esta”,
ressalta Dom Airton.
Tanto para o superintende, quanto para a Irmã
Eleanor, essa foi apenas a primeira Romaria
de muitas a serem realizadas. O plano é de
abrir espaço não só para o Hospital da PUC e
para a Arquidiocese de Campinas, mas também para que muitas outras instituições possam compartilhar esse momento de fé e devoção.
Associação Beneficente Nossa
Senhora da Esperança
Legalmente constituída em julho de 2011, a Associação Beneficente Nossa Senhora da Esperança é formada por voluntários, que se uniram
com a finalidade de promover serviços assistenciais gratuitos para a comunidade, em especial
aos pacientes do Hospital e Maternidade Celso
Pierro (HMCP) e seus familiares.
Em atividade há dois anos, a Associação já
ofereceu aos pacientes do Hospital vestimentas,
materiais de higiene pessoal, cadeiras de rodas,
andadores, entre outros, além de realizarem
um importante trabalho humanitário de acolhimento e acompanhamento a esses pacientes.
Atualmente, a Associação conta com o apoio de
sócios voluntários, sócios contribuintes, doações
e eventos para atrair e coletar recursos, além de
auxiliar nas ações. O terreno onde será construída a Casa de Acolhimento Nossa Senhora da
Esperança já existe, e o grande desafio é erguer
essa morada, contando com as doações, participação e o envolvimento das pessoas sensibilizadas com a importância social dessa obra.
Para os interessados em conhecer a Associação
e seus projetos, o portal é www.hospitaldapuccampinas.com.br. Mais informações podem
ser obtidas pelos telefones: (19) 3343.8655/
3343.8554/ 3343.8332, ou ainda pelo e-mail
[email protected].
Padre Rafael Capelato, Dom Airton e Padre João
Batista Cesário.
“Atualmente, a Associação conta
com o apoio de sócios voluntários,
sócios contribuintes, doações e
eventos para atrair e coletar
recursos”
“Dom Airton fez
reflexões sobre a
importância da
palavra de Deus,
que nos inspira
e ajuda”
Momentos especiais
durante a Romaria
A única guerra legítima é aquela
que se declara contra a miséria e a
ignorância.
Livro sobre Dom
Helder Camara
propõe caráter
humano e divino de
evangelização
por MARIANA IGNÁCIO
C
onsiderado uma das pessoas mais importantes
da Igreja Católica, sendo um dos fundadores
da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Helder Camara tem muito mais
que um título. Pregando uma Igreja simples, voltada aos
pobres e a não-violência, foi ganhador de muitos prêmios nacionais e internacionais de direitos humanos e
foi indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz.
“Dom Helder Camara – profeta-peregrino da justiça e
da paz” é um livro que vem afirmar e mostrar em detalhes as atitudes e pensamentos deste grande homem.
Não me resigno:
A fome será vencida.
O
livro tem como objetivo conhecer Dom
Helder, falecido em 1999, que propôs
um sentido humano e divino de evangelização, missão e justiça, com coragem,
paixão pelo que faz e amor a Deus e conhecer
também suas dificuldades e privações, conduzindo
sua vida em favor da verdade e da luta pela vida
plena.
Uma parte fundamental na história do livro foi a
maneira como Dom Helder evangelizava, encarnado na realidade, buscando transformar a história
dos menos favorecidos socialmente através dos
valores de Deus.
Para o padre Edvaldo Araújo, autor do livro, Dom
Helder tinha o dom de reunir pessoas e grupos
aglutinando forças para que os direitos humanos
fossem restabelecidos. “Uma característica que
sempre me impressionou foi a sua inquietação em
buscar fazer da Boa Nova uma Boa Realidade para
todos, principalmente os empobrecidos pela injustiça social”, declara o autor.
O nome da obra representa o que foi a caminhada
de Dom Helder. Ele tinha coragem de entregar a
vida pelo evangelho. “[Dom Helder] Correu riscos
para defender a vida humana, e isso durante o período da ditadura militar”, diz padre Edvaldo.
Dom Helder buscava intensamente ser fiel a Deus
e ao povo. Dizia que a fé cristã deve ser vivida de
forma esclarecida. No livro, o autor deixa explicito
o exemplo de Dom Helder e a vontade que ele
tinha de que todos pudéssemos ter um olhar crítico
diante da realidade que vivemos.
Ao mesmo tempo, tinha uma mensagem de esperança que fazia com que o povo fosse capaz de
acreditar e lutar por uma realidade melhor.
“O livro resgata a voz de alguém que foi voz para
muitos”, conclui padre Edvaldo Araújo.
DOM HELDER CAMARA: PROFETA-PEREGRINO
DA JUSTIÇA E DA PAZ
Este livro tem como objetivo resgatar a memória sobre Dom Helder,
percorrendo sua vida, suas obras, seus pensamentos, seus ideais e suas
lutas.
Dom Helder Camara é considerado um grande protagonistas da Igreja
Católica no século XX. Seu protagonismo foi construído por meio da luta
pela justiça social e pela paz, inspirada nos princípios do cristianismo.
Por meio da não violência ativa mostrou a necessidade de promover
revoluções com propostas concretas para transformar as estruturas e
possibilitar uma vida humana mais digna para todos, construindo uma
sociedade, mais justa e mais humana.
Não podemos e nem temos o
direito de ser ingênuos.
DESDE EL CIELO
una hermosa mañana
Visita à Guadalupana, no alto do
Tepeyac e no coração do México
POR BÁRBARA BERAQUET
“Aqui se narra, em ordem” são as palavras que dão início e
título ao primeiro relato impresso das aparições que, em 1531,
interromperam o caminho do índio Juan Diego pelas colinas
do Tepeyac e mudaram a história de toda uma nação. O Nican Mopohua, obra-prima da literatura náhuatl, foi publicado
mais de cem anos após as aparições da Guadalupana, a
Virgem Nossa Senhora de Guadalupe.
Na antiga Tenochtitlán, onde os deuses se alimentavam de
sangue humano e onde, hoje, está a Cidade do México, Nossa
Senhora apareceu para seu povo e, nela, “tudo é milagroso”,
como declarou o Papa Bento XIV, em 1754, ao explicar que
“uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros… uma
Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode
se enxergar o povo e a nave da Igreja… Deus não agiu assim
com nenhuma outra nação”.
Ao revelar-se para Juan Diego, quando os nativos do México ainda se debatiam com a presença espanhola, por vezes
amigável - no rosto de religiosos como os franciscanos-, e, por
vezes, violenta, La Morenita carregava em si o voto de uma
convivência harmoniosa entre dois povos que assistiam, juntos,
o fim uma era de sacrifícios humanos em honra aos deuses
venerados pelos astecas.
“Sabe e guarda seguro
em teu coração,
Que eu sou a sempre
Virgem, Santa Maria,
Mãe do Deus de
Grande Verdade, Téotl,
Daquele por quem vivemos,
Do Criador de Pessoas,
Do Dono de tudo o que está
Próximo e Longe,
Do Senhor do Céu e da Terra”
(Nican Mopohua n.22)
Escrita por volta de 1545, possivelmente
por Antonio Valeriano, indígena de Atzcapotzalco, a crônica das aparições foi trazida ao público em 1649, por Luis Lasso de
la Vega. Nem por isso, hoje, mais de 350
anos depois, perde seu brilho.
O
Padre Carlos José Nascimento, pároco da Paróquia
Nossa Senhora de Guadalupe, em Campinas (SP) ao
lado do Cônego Juan Raymundo Paz. Abaixo, com grupo
de peregrinos brasileiros.
náhuatl, ou náuatle, era o idioma dos astecas, população
mesoamericana dominante no
México central até a chegada dos conquistadores espanhóis, no início do
século XVI. Tenochtitlán, hoje Cidade
do México, era considerada a capital
do Império Asteca e o berço do dialeto, que se tornou uma língua literária
com a chegada do alfabeto latino, por
mãos europeias. A queda da cidade,
em 1521, marca historicamente a conquista da Mesoamerica pelos espanhóis,
liderados por Hernán Cortés. O Nican
Mopohua é todo escrito em náuatle.
P
rimeiro santo indígena americano, San Juan Diego
foi canonizado pelo papa João Paulo II em 31 de
julho de 2002, portanto, a Igreja no México festejou
recentemente o décimo aniversário da canonização de
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin.
Juan Diego foi canonizado pelo Beato João Paulo II em
sua quinta e última visita ao México. Na homilia dessa
Eucaristia, João Paulo II disse: “Ao acolher a mensagem
cristã, sem renunciar à sua identidade indígena, Juan
Diego descobriu a profunda verdade da nova humanidade, em que todos são chamados a ser filhos de Deus
em Cristo. Desta forma, facilitou o encontro fecundo de
dois mundos e transformou-se num protagonista da nova
identidade mexicana, intimamente vinculada a Nossa
Senhora de Guadalupe”.
Pintura retrata o índio Juan
Diego. Exposta na Basílica de
Nossa Senhora de Guadalupe,
na Cidade do México.
Mais de 20 anos antes, no dia 27 de janeiro de 1979,
durante sua viagem apostólica ao México, o Santo Padre
João Paulo II, em visita ao Santuário de Nossa Senhora
de Guadalupe, consagrou à Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira.
Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII,
Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada “Padroeira
de toda a América” pelo Papa Pio XII a 12 de outubro de
1945.
A Rainha do México tem sua celebração em 12 de
dezembro.
O
que o Nican Mopohua traz em
suas páginas é uma promessa de
amor de Deus aos homens por intermédio de Maria; são os diálogos carinhosos entre Juan Diego e a Virgem; e o
retrato em gravação indelével da própria
Virgem na manta do índio, prova solicitada e aceita pelo primeiro arcebispo da
Cidade do México, o frei espanhol Juan de
Zumárraga.
No Monte Tepeyac, a Virgem surgia resplandescente, com traços que o índio reconhecia como seus, e pedia que lá, no topo
da colina, fosse construída uma casinha
para si. “É a história que está plasmada
no documento chamado Nican Mopohua.
Ali se narra como, a princípio, Juan Diego
ficou impactado, impressionado ante esta
maravilha, esta aparição”, comenta Cônego Juan Raymundo Maya Paz, pároco de
Capuchinhas, templo no recinto guadalupano.
Sem hesitação, Juan Diego soube, de imediato, quem era aquela que lhe falava.
Era sua Tonantzin, sua mãezinha, como
se referiam os astecas à deusa mãe e às
deidades femininas. E como sua mãe ela
se apresentou: “Acaso não sou eu a tua
Mãe?” (Nicam Mopohua n. 76)
Aparições
Para os antigos mexicanos, o verdadeiro
e o divino eram conhecidos por meio da
inspiração poética, chamada de xóchitl in
cuícatl, que significa “flores e cantos”. Saber disso assinala ainda mais incisivamente
a beleza do encontro da Virgem com o
índio.
Depois de ouvir o canto melodioso de um
pássaro, ele escutou uma voz feminina que
o chamava por seu nome e o convidava a
subir até onde ela estava. Era um sábado,
9 de dezembro de 1531, e o índio Juan
Diego, de origem asteca, batizado, seguia
pelo Monte Tepeyac para ir à missa. Ele
foi ao encontro daquela que o chamava, e
ela, a Virgem de Guadalupe, apresentouse ao índio como a perfeita sempre Virgem
Santa Maria, Mãe de Deus. Na aparição,
um pedido: que ele que fosse até Frei Juan
de Zumárraga e, encontrando-o, deveria
contar o que havia se passado e pedir que
ali, no Tepeyac, se construísse um pequeno
templo dedicado a ela.
O
bispo, Frei Juan de Zumárraga,
não acreditou no índio. Novamente, Juan Diego foi interpelado
em seu caminho pela Morenita, que insistia para que retornasse à presença de
Zumárraga, para que sua vontade fosse
cumprida. Desta vez, o bispo pediu ao índio um sinal. A Senhora do Céu, em nova
aparição, disse a Juan Diego, a quem ela
chamava pelo carinhoso nome de “Juantzin”, “Juan Diegotzin”, que retornasse na
manhã seguinte ao Tepeyac, quando o
sinal seria revelado.
No entanto, na manhã combinada, Juan
Bernardino, ancião e tio de Juan Diego,
caía em grave enfermidade. Juantzin
seguiu para a cidade, em busca de um
padre que confessasse ao ti, desviando, no
Tepeyac, daquele local em que lhe aparecia a Virgem. Esperava assim fugir dela
para atender ao tio agonizante e, por isso,
tomou outro caminho.
Imagens: Arquivo
O sinal
O desvio não foi suficiente para escapar
aos olhos de Nossa Senhora. Ela apareceu novamente e disse ao índio que não se
afligisse. Que subisse até onde ela sempre
aparecia e, ao avistar diversas flores, as
colhesse e trouxesse novamente até ela.
Foi um espanto para Juan Diego encontrar tantas flores frescas fora de época. As
rosas, enroladas no ayate de Juan Diego,
eram o sinal pedido e deveriam ser abertas somente para o bispo.
“Logo abriu sua manta branca, pois em
sua dobra trazia recolhidas todas as flores, e no mesmo instante caíram por
terra todas as variadas flores de Castela.
Nesse momento estampou-se, apareceu
de repente a preciosa imagem da sempre
Virgem Santa Maria, Mãe de Deus, Téotl”
(Nican Mopohua n. 107)
A imagem permanece intacta e tal como
surgiu se conserva na Basílica de Guadalupe. Mais tarde, soube-se que, naquele
mesmo dia, ela havia aparecido ao tio
doente de Juan Diego, curado-o e apresentado-se a ele. “Na aparição a Juan
Bernardino, ela mesmo se define: ‘Eu sou
Guadalupe, eu sou a Mãe de Deus, Santa
Maria de Guadalupe”, explica Cônego
Juan Raymundo.
“Juanito, meu pequeno filho, eu sou a sempre Virgem
Maria, Mãe do Filho de Deus, por quem se vive. Desejo muito que me construa aqui um templo, para
nele mostrar e expandir todo meu amor, compaixão,
auxílio e defesa a todos os que habitam sobre a terra
e a todos os que me invocarem e se confiarem a mim.
Vá ao Senhor Bispo e lhe diga que desejo um templo
neste lugar. Anda e ponha nisso todo seu esforço”.
Os deuses astecas e
um novo tempo
Não foi difícil conquistar o Império Asteca, liderado por Montezuma. Mesmo em
menor número, os espanhóis traziam consigo armamento desconhecido pelos indígenas. Traziam consigo doenças como
civilização asteca era feita do
catapora, para as quais a população local
sangue, das flechas e dos escudos
da guerra. Por meio dela e dos sac- não estava imunizada. Mas, ainda, conrifícios humanos era que a ordem mantin- tavam com o apoio de tribos vizinhas que
ha-se no Universo, que havia sido criado, não mais suportavam pagar pesados tribuantes, pelo sacrifício dos deuses. Em suas tos à Montezuma, bem como dispor de sua
investidas contra outros povos, os astecas, própria carne – de sua gente - para alitambém conhecidos como mexicas, assimi- mentar os sacrifícios que o Império Asteca
exigia.
lavam divindades de outras culturas mesAcredita-se, ainda, que Montezuma tenha
oamericanas.
visto no conquistador espanhol a personEm sua chegada ao vale do México, os
astecas haviam incorporado Quetzalcoatl, ificação de Quetzalcoatl, que, contava a
lenda, havia desaparecido no mar com a
“A Serpente Emplumada”, deus do Sol, a
seu panteão. Em seu culto estava banido o promessa de um dia, retornar.
banho de sangue, no entanto, a proibição Com o declínio e fim das guerras e dos
à imolação não foi assimilada pelos mexi- sacrifícios, a civilização asteca deixava de
existir e uma nova fé encontrava seu escas.
paço.
O sangue humano ofertado, que jorGuadalupe é, como frisa o pároco Juan
rava, era uma forma de contribuir para
Raymundo, um catecismo, uma enciclopéque o Sol, identificado como nume, fosse
dia por meio da qual se entendia estar na
alimentado e fortalecido. As imolações,
presença de Deus. “Aí está o sinal de Cristo
em que o coração da vítima, ainda viva,
também. E, por isso, todos os indígenas,
era extirpado, também serviam a outros
ao vê-la, ao conhecer a imagem, descodeuses e outros propósitos e partes dos
cadáveres, em seguida, eram servidos em briram o catecismo”, diz. Para os índios,
rituais antropófagos. Quando a expedição construir o templo de Nossa Senhora de
de Hernán Cortés aportou na Península de Guadalupe era fundar uma nova nação.
Tinham, agora, uma mãe em comum,
Yucatán, em 1519, foi esse o cenário encontrado (embora a civilização asteca não entre si e com os espanhóis. Eram todos
irmãos.
mais estivesse em seu auge).
A
O Santuário
N
ada prepara o peregrino para o que encontrará na chegada ao Santuário. São seis templos, seis distintas casas de Nossa Senhora de Guadalupe. São elas a Capela de Cerrito, construída em 1666 no local em
que a Virgem apareceu a primeira vez; a Capela do Pocito, erguida próxima
a um manancial de águas curativas e onde possivelmente a Virgem teria entregue as rosas a Juan Diego; a Paróquia de Indios, o templo mais antigo no
recinto guadalupano, construído em 1649 e onde está enterrado Juan Diego,
na primeira ermida em honra a Nossa Senhora; a Paróquia de Capuchinas,
originalmente erigida com a finalidade de ser convento das irmãs capuchinhas;
a Antiga Basílica, hoje Templo Expiatorio a Cristo Rey, fechada ao público com a
construção da Nova Basílica, em 1976, o quinto templo levantado para Nossa
Senhora de Guadalupe, com capacidade para mais de dez mil pessoas.
“Nosso povo, mexicano, ele mesmo, popularmente, chega a se identificar: somos mexicanos guadalupanos. E, em cada casa, está a imagem de Guadalupe”, observa o pároco Juan Raymundo.
Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe
O Códice Guadalupano
P
assaram-se 481 anos e o manto de
Juan Diego mantém-se intacto. O
tecido, feito de cacto, deveria ter se
corrompido aos cerca de 20 anos de existência. Ainda, durante anos, a imagem
esteve totalmente desprotegida.
Nem atentados foram capazes de desfazer
esse milagre mariano. Foram dois. Em
1921, um anarquista espanhol deixou ao
lado da imagem um arranjo de flores que
escondia uma bomba. Com a explosão,
tudo o que cercava ficou danificado, como
uma cruz metálica que se dobrou. No
entanto, nada aconteceu à imagem da
Virgem.
Mais tarde 50 anos, em 1971, peritos
acidentalmente deixaram cair água régia, mistura de ácidos corrosivos, sobre a
pintura, mas não houve dano senão uma
pequena mancha.
A imagem milagrosa da Virgem apresenta
em si os símbolos mais íntimos da cultura
indígena e espanhola e, convergente, entrega a mensagem do Evangelho.
A imagem aquiropita, em cuja confecção
não houve intervenção da mão humana, é
um códice, um livro sem palavras.
Os olhos da virgem
Maria veste as cores da realeza e olha
para baixo, indicando que não é uma deusa. Em seus olhos, por meio de fotografias
ampliadas, em 1929, descobriu-se o que
parecia ser um rosto humano. Mais recentemente, com o auxílio da tecnologia, é
possível encontrar imagens humanas, num
total de 13, nos olhos da virgem. Entre as
minúsculas imagens, revelam-se o índio
Juan Diego e o bispo Zumárraga.
O Códice Guadalupano
ROSTO
Suas feições não
refletem nem totalmente um índio,
nem totalmente um
espanhol, mas um
mestiço, símbolo do
nascimento de um
novo povo.
NUVENS
Para os índios, as
nuvens estavam associadas à elevação
do espírito e à chegada de uma nova
era.
CABELO
Os cabelos soltos
indicam a virgindade. As mulheres
casadas usavam os
cabelos trançados.
BROCHE
Similar ao óvalo
de jade que supostamente dava
vida aos ídolos
indígenas. A Cruz,
símbolo cristão da
verdadeira vida,
indica a síntese das
duas culturas.
LUA
Em náhuatl, México
significa “umbigo
da Lua”. É onde ela
aparece e de onde
olha com carinho
especial e envia sua
mensagem universal.
MANTO
Representa o céu.
São 46 estrelas
que, de acordo
com pesquisadores, representam a posição
das estrelas no
firmamento em 12
de dezembro de
1531.
CINTA
O lenço negro
anuncia a maternidade. As
mulheres indígenas, durante a
gestação, atavam
a cinta escura
a suas cinturas,
deixando o ventre
livre.
FLOR DE QUATRO
PÉTALAS
É a única flor
neste estilo e indica os quatro
movimentos do
Sol, unidos por um
quinto elemento
que garante o
equilíbrio. Para
os indígenas, representava a presença de Deus, o
centro do espaço
e do tempo. A
localização desta
flor, conhecida
como nahui ollin,
assinala onde está
o menino em seu
ventre.
Fonte: Santuário de
Nossa Senhora de
Guadalupe
Padres investem na pósgraduação
Padres da Arquidiocese de
Campinas tem ampliado
sua formação acadêmica e
investido seu tempo na pósgraduação em diversas áreas do
conhecimento.Nos últimos sete
anos, 10 padres tiveram
seu mestrado ou
doutorado concluídos.
Qualificados e atualizados, estes
padres encontraram na pósgraduação mais uma forma de
aprimorar seu múnus.
PADRE ANTONIO DOUGLAS
DE MORAES
Mestrado
Atualmente é doutorando no Laboratório de
Psicologia Genética, na Faculdade de Educação
da UNICAMP e desenvolve pesquisa sobre as
relações do Desenvolvimento Cognitivo com o
Desenvolvimento Religioso e da Fé.
Área de conhecimento: Educação – Psicologia
Educacional
Data da titulação: 21 de setembro de 2011
Instituição de ensino: Faculdade de Educação da
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Título: Um Estudo sobre a Espiritualidade da
Ação Pedagógica dos Professores
O
objetivo da presente pesquisa foi verificar se o perfil espiritual do professor
se manifesta no relato dos professores
pesquisados sobre o seu fazer pedagógico.
O marco teórico que fundamenta este trabalho permitiu entender a espiritualidade
como uma dimensão inerente ao psiquismo
humano. Para responder ao problema formulado utilizou-se de uma metodologia de
pesquisa quantitativa e qualitativa. A metodologia quantitativa foi utilizada para avaliar
o perfil espiritual de 30 professores da escola
A (confessional) e 30 professores da escola B
(pública). A abordagem qualitativa constou
de uma entrevista com 10 professores que
apresentaram o perfil espiritual mais elevado
em cada uma das escolas, com o objetivo de
verificar se eles admitem que a sua espiritualidade se revela no seu fazer pedagógico
e como ocorre essa manifestação. O tratamento estatístico e a análise qualitativa das
respostas às entrevistas permitiram constatar
que a espiritualidade dos professores entrevistados manifesta-se na maneira pela qual
interagem com seus alunos, trabalham os
conteúdos curriculares e no ambiente sócioafetivo propiciados em suas salas. Diferentemente do que era esperado o perfil espiritual
dos professores não foi influenciado pelo tipo
de escola em que atuavam, nem pela idade
dos participantes e, tampouco, pela religião
que professam. A formação acadêmica dos
professores entrevistados também não influenciou os resultados que os mesmos apresentaram no instrumento PEP (Perfil Espiritual
Pessoal). Os fundamentos teóricos da pesquisa, bem como a análise e discussão dos resultados encontrados possibilitaram que fossem
feitas inferências sobre como a manifestação
da espiritualidade do professor pode assegurar a criação de um ambiente sócio-afetivo
que se caracteriza pelo respeito mútuo, trocas
por reciprocidade entre os alunos, tomada
de decisão conjunta, professor e aluno, por
promover a autonomia moral e intelectual do
aluno. Os futuros estudos poderão superar as
limitações desta pesquisa e corroborar para
o entendimento da relação entre Espiritualidade e Educação.
PADRE EDEMILSON E
UCLIDES LOVATTO
Mestrado
Data da titulação: Junho de 2010
Área de conhecimento: Teologia dogmática - Cristologia
Instituição de ensino: Pontifícia Universidade Gregoriana – Roma
Título: O “princípio misericórdia”: acesso a Jesus
Cristo e elemento sistemático da cristologia de Jon
Sobrino
A
pesquisa teve por objetivo oferecer dupla contribuição: primeira, evidenciar como o princípio misericórdia elaborado por Jon Sobrino se
constitui fundamento de atividade de Jesus e, portanto,
via de acesso à significação cristológica. Segunda, mostrar como tal princípio vem incorporado como categoria epistemológica e elemento sistemático de sua reflexão teológica. Sobrino entende que a misericórdia de
Jesus não é mero sentimento e, por isso, não se trata de
tema cristológico, mas princípio de seu agir humanodivino. Desse modo, o mesmo princípio se amplia
como princípio hermenêutico, teologal, cristológico e
soteriológico. Fundamentado em (Hb 2,17) propõe seu
modelo soteriológico: “Jesus, o agradável a Deus, fiel
e misericordioso”. Estabelece o nexo entre sua atividade e a cruz, levando-o à afirmação de continuidade:
o crucificado não é outro, senão o Nazareno, “aquele
que passou fazendo o bem” (At 10,38). Em direção à
transcendência, Jesus revela sua obediência pela fidelidade ao Pai e em direção à imanência revela sua
solidariedade com pathos de compaixão e misericórdia.
O verdadeiro conhecimento de Deus na cruz de Jesus,
ortodoxia, se dá a partir do horizonte de sua práxis em
favor do reino, ortopraxia, radicalmente fundada na
sua fidelidade ao Pai, e na sua misericórdia para com a
humanidade, isto é, na sua ortopatia. A consequência
da relevância teológica se revelou profícua, sobretudo
na sua aplicabilidade. Primeiro como elemento de sua
própria elaboração teológica. Isto permite acesso à
compreensão ao seu modo de refletir cristologicamente
como forma sistemática de um teólogo afetado por esta
realidade. Segundo, o princípio misericórdia ajuda fundamentar uma proposta de ética e antropologia cristãs,
as quais podem contribuir para maior humanização.
Terceiro, em âmbito eclesial, na perspectiva ad-intra, o
princípio misericórdia pode contribuir para aprofundar
aspectos eclesiológicos, sobretudo da práxis pastoral
e da teologia da missão decorrente da consciência do
ser eclesial radicado na configuração em Jesus Cristo.
Quarto, diz respeito ao aspecto ad-extra da Igreja no
que tange ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso.
O princípio misericórdia, assumido pelas Igrejas cristãs
como um mais entre todos os que nutrem “os mesmos
sentimentos que havia em Jesus Cristo” (Fl 2,5) pode
ser elemento comum no diálogo ecumênico. E, quanto
ao empenho do diálogo inter-religioso, a parte cristã,
ao assumir o princípio misericórdia, pode oferecer algo
que eficazmente contribua para a construção de um
mundo mais humano que corresponda à vontade do
único criador. Quinto, ainda em âmbito eclesial, corresponde à indicação de que o princípio misericórdia
pode se constituir via mistagógica de atualização permanente à realidade de Jesus Cristo, configurando-se a
ele não só na sua morte e ressurreição pelo sacramento
do batismo, mas como empenho de buscar essa configuração na totalidade de sua vida.
A relevância teológica do tema aponta para o princípio
misericórdia mais no seu aspecto teológico-dogmático
como acesso na busca do sentido cristológico da totalidade da pessoa de Jesus Cristo e a sua obra de
salvação. Já a pertinência, para o aspecto teológicopastoral, ao fazer indicações da atualidade do tema e
suas implicações práticas. Por fim, queremos destacar
que ao propor o princípio misericórdia como elemento
sistemático da cristologia de Sobrino, o mesmo se revelou com uma vitalidade profícua e mostrou suavidade
e leveza diante da rigidez teológico-especulativa. A
partir do princípio misericórdia, encontramos uma via
de acesso em sentido duplo: uma em direção ao significado a Jesus Cristo e outra na forma de fazer cristologia. Ambos se remetem mutuamente no horizonte da
realidade de Jesus de Nazaré porque no princípio de
sua vida estava a misericórdia.
RIO
PADRE JOÃO BATISTA CESÁ
Mestrado
Data da titulação: 22 de novembro de 2011
Área de conhecimento: Teologia Pastoral
Instituição de ensino: Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP)
Título da tese: ‘Do coração da Igreja’ – Elementos histórico-pastorais da Universidade Católica: reflexões sobre a ação da Igreja na PUCCampinas.
E
ste estudo reflete a Universidade Católica
como espaço de ação evangelizadora da
Igreja e como essa ação se desenvolve
concretamente no interior de uma Instituição de
Ensino Superior, explicitando suas potencialidades, limites e contradições. Numa abordagem
qualitativa, enfocando a pesquisa bibliográfica, percorre a história da Universidade para
demonstrar como essa Instituição nasceu ‘do
coração da Igreja ’(Ex Corde Ecclesiae) e sempre participou do múnus educativo e da missão
evangelizadora da Igreja. Busca, igualmente,
compreender o longo caminho percorrido até o
nascimento da Universidade Católica no Brasil e
os interesses conflitantes em torno desse nascimento.
Em seguida, o estudo percorre textos do Magistério Pontifício, do Concílio Vaticano II, do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM)
e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), investigando como o pensamento
oficial da Igreja enfocou a Universidade em
diferentes períodos da história e quais as expectativas depositadas pela Igreja na Instituição
Universitária. Por fim, reflete teologicamente
acerca de aspectos concretos da ação da Igreja
numa Instituição de Ensino Superior Católica,
a PUC-Campinas; avalia seus limites e potencialidades e acena com novas perspectivas de
presença e ação pastoral no complexo ambiente
universitário.
Trata-se de estudo pertinente, porquanto o Documento de Aparecida (nº 491-500) afirma que
o mundo da cultura é um dos modernos areópagos a desafiar a ação evangelizadora da Igreja.
Assim, essa pesquisa poderá subsidiar a ação
pastoral dos agentes empenhados na evangelização do mundo universitário, bem como auxiliar no desenvolvimento de novas estratégias
pastorais para a abordagem desse ambiente.
RISTAL
PADRE JONAS DUARTE CH
Mestrado
Nota: Atualmente no segundo ano do Doutorado
de Teologia Sagrada em Novo Testamento (“Sacred
Theology Doctorate”, S.T.D.) no Boston College. A
licenciatura (S.T.L.), que obteve em maio de 2011, é
pré-requisito para o doutorado (S.T.D.).
Data da titulação: 23 de maio de 2011
Área de conhecimento: Teologia Bíblica
Instituição de ensino: Boston College, EUA (Universidade Jesuíta).
Título da tese: “Disciples and Discipleship in the Gospel of Mark – A study of Mark 10:23-31 in relation to
the concept of discipleship in the Markan narrative”
(Discípulos e Discipulado no Evangelho de Marcos
– Estudo de Marcos 10, 23-31 e sua relação com o
conceito de discipulado na narrativa de Marcos).
E
studos mais recentes do Evangelho de
Marcos usam teorias literárias para melhor compreender o desenvolvimento da
narrativa, a caracterização das personagens, a
retórica e a mensagem do primeiro evangelho
escrito. Contudo, estes estudos quase sempre
terminam enfatizando uma visão muito negativa dos discípulos, que depois de muitos desentendimentos com Jesus acabam abandonando-o
no momento da sua paixão, morte e sepultamento.
Embora a história contada por Marcos se desenrola para um desfecho trágico, ela não deixa
de narrar as atitudes positivas dos primeiros
seguidores de Jesus. Neste sentido, meu estudo
propõe uma visão mais complexa e nuançada
dos discípulos e cita Marcos 10, 23-31 como
exemplo. Nela, Marcos justapõe a atitude do
homem rico (10, 17-22) com a atitude dos discípulos e faz um alerta para o perigo das riquezas. Aqui, os discípulos aparecem como verdadeiros modelos a serem seguidos pelos ouvintes/
leitores do Evangelho. Esta visão positiva dos
discípulos está em plena sintonia com outras
passagens que retratam a renúncia de bens ma-
teriais como exigência para o discipulado cristão
(1,16-20; 2, 13-17; 10:50-52; 12; 44), um aspecto
também enfatizado pelo meu trabalho.
Num mundo marcado de um lado pelo consumo
excessivo de alguns, que chega até a colocar em
risco a vida do planeta, e de outro, pela miséria
de muitos, que não usufruem dos bens básicos
para uma vida digna, a leitura de Marcos a partir da renúncia dos bens materias (10, 23-31),
do serviço e da auto-entrega (10:45), não é apenas fiel a mensagem central da salvação, mas
também essencial e urgente. Além disso, está
também em sintonia com Aparecida, que critica
a “idolatria dos bens terrenos” (109), o “consumismo hedonista e individualista” e “obcessão
por acumular” (357) e afirma que, ”O destino
universal dos bens exige a solidariedade com as
gerações presentes e as futuras. Visto que os recursos são cada vez mais limitados, seu uso deve
estar regulado segundo um princípio de justiça
distributiva, respeitando o desenvolvimento
sustentável” (248).
PADRE JOSÉ EDUARDO MESCHIATTI
Doutorado
Data da Titulação: 2007
Área do Conhecimento: Educação e Religião
Instituição de Ensino: Unicamp – Universidade
Estadual de Campinas
Título: Trabalhadores da Vinha: Estudo sobre a
formação do Clero – O Seminário Católico antes
e depois do Concílio Vaticano II
A
tese aborda o tema da formação do clero, fazendo um olhar sobre “formando”
e “clero”, sujeitos que não se dissociam.
Para a compreensão dos objetivos do processo
atual de formação dos novos padres, busca-se
entender quem é o padre, qual sua origem, motivações e identidade; como se deu a compreensão histórica dessa identidade e qual o perfil
das pessoas que se interessam por ingressar no
seminário e fazer parte do Clero.
Através dos vieses das análises de cunho sociológico, histórico e pedagógico, a pesquisa
investiga a formação presbiteral em três fases:
a primeira, que vai do Concílio de Trento (15451563) até meados do século XX; a segunda que
aborda a experiência tópica de pequenas comunidades formativas, no breve período do
entorno do concílio Vaticano II (1962-1965) e, a
terceira analisa a formação do clero no período
pós-Concílio Vaticano II, sobretudo no pontificado do Papa João Paulo II (1978-2005).
O primeiro capítulo tem como tema: “Um modelo persistente” e faz um percurso na história
para compreender a identidade do presbítero
plasmada e forjada pelo Concílio de Trento, a
partir das concepções de ‘instituições totais’ de
Michel Foucault e Erving Goffman. O segundo
capítulo, “Um modelo em luta”, analisa a tentativa de superação da identidade tridentina no
que diz respeito à formação do Clero inspirada
pelo Concílio Vaticano II, apontando para uma
nova eclesiologia e para a renovação das estruturas da Igreja. Como caso concreto de análise,
estuda-se neste capítulo a experiência do Seminário de Campinas, quando os seminaristas
passam a estudar na Puc-Campinas. O terceiro
capítulo, intitulado “O velho no novo”, descreve
os desdobramentos da renovação eclesiológica
proposta pelo Vaticano II e as tendências da formação do clero em tempos de Pós Modernidade,
sob a luz da Exortação Apostólica Pastores Dabo
Vobis, de João Paulo II e também na perspectiva de análise eclesial feita pelo teólogo João
Batista Libânio em sua obra “Volta à Grande
Disciplina”.
PADRE MARCELO
D
ONIZETTI PREVIA
TELLI
Mestrado
Data da Titulação: 26 de setembro de 2005
Área do Conhecimento: Urbanismo
Instituição de Ensino: Pontifícia Universidade de
Campinas – PUC-Campinas
Título: “O Papel da Igreja na configuração do
espaço urbano no Brasil Colônia – (A presença
dos Jesuítas e dos Beneditinos em Salvador e São
Paulo)”
A fé robusta e empreendedora do povo lusitano era
visível em todos os seus atos, públicos e particulares, sendo o espírito apostólico um dos motivos
confessos das suas conquistas nos séculos XV e
seguintes.
Pode-se dizer que a Igreja, na primeira parte do período colonial brasileiro, se resume à presença das
Ordens. Apesar de alguns padres seculares terem
esultado da pesquisa desenvolvida para
vindo a essa terra conquistada, todo o arcabouço
o programa de mestrado em Urbanismo
religioso e político se deu com as Ordens. Primeiro
da Pontifícia Universidade Católica de
com os franciscanos, mas tiveram uma participação
Campina, o projeto teve por objetivo explicitar a
incipiente neste processo de organização social,
relevância da Igreja Católica Apostólica Romana
urbano e eclesial. Foi mesmo com a chegada dos
na construção do espaço urbano no Brasil coloJesuítas, em 1549, e sua índole missionaria connial. Acoplada a esse objetivo, está a ideia de que
soante ao projeto evangelizador da cristandade,
a Igreja é efetivamente representada nas Ordens
que esse processo tomou forma e passou a ser efeReligiosas durante todo o período de colonização
brasileira. Cada Ordem possuía seu carisma especí- tivamente implantado juntamente com o primeiro
fico e o projeto de colonização do Brasil está aliado Governo Geral de Tomé de Souza. Esse processo
ao projeto de evangelização, próprio da Igreja. Para se intensificou com a chegada dos Beneditinos na
Bahia e posteriormente em São Paulo, justamente
isso faço dois cortes epistemológicos: a escolha de
pelas implicações sócio-urbanas provenientes do
duas Ordens - A Companhia de Jesus, (pela sua
carisma da Ordem que partiam da relação com
específica contribuição no desenvolvimento da
língua portuguesa, no ensino do latim, na formação figuras importantes da história brasileira, passando
catequética dos indígenas, na formação dos aldea- pelo desenvolvimento de regiões agrícolas que se
mentos com arquitetura peculiar na construção de tornaram gradativamente urbanas, como é o caso
casas e na edificação de colégios) e a Ordem de São de São Caetano do Sul, e sua arquitetura denotativa
Bento (pela sua contribuição significativa no cam- do movimento místico de elevação.
po da educação, na construção de casas e expansão Por fim, a teologia messiânica trazida pelos misdas cidades) – e a escolha de duas cidades - Salva- sionários a esta terra de Santa Cruz apresentando
dor e São Paulo. A presença das Ordens Religiosas a afirmação da Cristandade, especificamente no
na colonização do Brasil não ocorreu em função de sistema do padroado, constituiu o espaço urbano
que elas teriam sido aparelhos ideológicos do Esta- no Brasil colonial. Este é resultado da ação de seus
do, mas, expressão de um projeto de evangelização agentes sociais, cuja incidência é efetivamente
histórica.
oriundo da Cristandade.
R
RELO
O
T
R
O
T
O
T
RBER
PADRE NO
BONFIM
Mestrado
Data da titulação: 21 de março de 2011
Área de conhecimento: Bioética - Espiritualidade
Instituição de ensino: Centro Universitário São
Camilo -SP
Título: “Um olhar bioético sobre a espiritualidade
como fator de saúde para o ser humano em fase
terminal”.
A
realidade de dor, sofrimento e até da
própria morte, inerente à vida é um
espaço de mistério que abarca diversos pensamentos, reflexões e sentimentos. A
chegada da morte, em seu estágio terminal,
desencadeia ações dos mais diversos matizes
para com todos os que com ela se envolvem.
Em minha experiência sacerdotal, sobretudo
ao nos últimos 16 anos junto às enfermarias
do HC e CAISM da UNICAMP, como Capelão
Hospitalar, pude constatar o poder impactante
da morte sobre pessoas, familiares e profissionais da área da saúde. Por conta desta realidade
sinto uma inquietação quanto ao papel da Assistência Espiritual, por meio de um Serviço
Religioso, junto às áreas públicas e privadas que
cuidam da saúde do povo. Um dos fundamentos deste trabalho visa ressaltar a importância
da Assistência Espiritual, analisando a partir de
uma perspectiva bioética, como fator de saúde,
de respeito à dignidade humana e de qualidade
de cuidados para o paciente em fase terminal. A
partir da revisão bibliográfica, seguida da apresentação de conceitos ligados à área e fundamentos legais para esta Assistência, abordou-se
fenomenologicamente casos destacados entre
inúmeros atendimentos realizados. Estes e, sobretudo, o caso motivador, me provocaram a escrever sobre a importância da assistência espiritual-religiosa a pacientes em fase terminal, seus
familiares e acompanhantes. O que se percebeu
e confirmou-se nesta prática, a partir destes e
tantos outros casos ocorridos, é que o ser humano está fadado a questionar sobre o que está
além do corpóreo. Ele possui fortemente dentro
de si a dimensão espiritual como elemento constitutivo de sua existência. Uma Espiritualidade
bem vivida fornece à pessoa as condições e o suporte necessários para compreender os dilemas
da natureza humana, apresentando elementos
suficientes para dar sentido ao que se passa em
torno de si. Pude atestar a incidência positiva e
salutar que a presença de um Serviço Religioso
produz na área da saúde pública. Não cuidar
da dimensão espiritual de quem está enfermo,
através de um Serviço Religioso qualificado e
inteirado com o horizonte de valores que a Bioética aponta, é fadar os vivos ao sofrimento e à
morte sem sentido. Impelido por esta experiência, intensamente vivida, acredito que o Serviço
de Saúde em geral, público e privado, deve implantar a Assistência Espiritual em seus quadros de atendimento, com capelães e voluntários
devidamente preparados, tendo-a como parceira
no tratamento dos pacientes.
PADRE RAFAEL CAPELATO
Mestrado
Data da titulação: 22 de junho de 2011
Área de conhecimento: História da Igreja
Instituição de ensino: Pontifícia Universidade
Gregoriana – Roma
Título: “Francisco de Campos Barreto: uma resenha biográfica. Fontes e crítica historiográfica”
suas cartas pastorais. Desse modo, o trabalho
representa um instrumento de trabalho destinado a facilitar a pesquisa de cunho histórico para
posteriores estudos referentes a D. Barreto e seu
contexto.
Além da indicação das fontes pertinentes às
argumento principal da tese é a vida
diversas fases da vida e ministério de D. Barde Dom Francisco de Campos Barreto,
reto, a tese propõe uma crítica de caráter hisprimeiro bispo de Pelotas/RS, segundo
toriográfico, na medida em que problematiza o
bispo de Campinas/SP e fundador da Congreconceito de «ultramontanismo», comumente
gação das Missionárias de Jesus Crucificado.
reduzido pelo trabalho historiográfico no Brasil
Trata-se de uma resenha biográfica destinada
e na América Latina ao termo «Romanização»,
a elencar os eventos mais significativos ligados
oferecendo elementos para, se não uma revisão
à pessoa do bispo tendo em vista apresentar
conceitual, ao menos uma tratativa mais pruo itinerário de fontes, principalmente aquelas
dente e equilibrada dos referidos conceitos, sunão publicadas, conservadas nos seguintes arquivos: Cúria Metropolitana de Campinas, Cúria perando juízos de valor precipitados e o risco de
anacronismo. Cerne da problemática é a conMetropolitana de Pelotas e Casa Generalícia
das Missionárias de Jesus Crucificado. Os docu- statação de que uma vertente social do catolimentos referendados são de tipologias diversas, cismo nas duas primeiras décadas do século XX,
dentre os quais: processo De genere et moribus nasceu do seio mesmo do ultramontanismo,
(documentos do período do seminário reunidos salvaguardados, de qualquer modo, os limites
de uma Igreja que vivia um processo interno de
com as consultas diversas exigidas para a comreorganização, sobretudo jurídica, nos primeiprovação da idoneidade do candidato antes de
ros anos da Republica Brasileira. D. Barreto,
receber as Ordens Sacras), registros nos livros
de tombo das dioceses em questão e da Congre- especialmente com o Instituto das Missionárias,
manifestou interesse e preocupação não medíogação religiosa, cartas do bispo trocadas com
seu diretor espiritual, com o Núncio Apostólico cres com as questões sociais ligadas ao operarie com os Dicastérios de Roma. Dentre as fontes ado, ousando formas novas de abordagem pastoral e de vida religiosa, pelo menos trinta anos
publicadas, especial destaque mereceram as
antes do Concílio Vaticano II.
O
PADRE ROGÉRIO CANCIAM
Mestrado
Data da titulação: 2008
Área de conhecimento: Educação
Instituição de ensino: Pontifícia Universidade
Católica de Campinas – PUC-Campinas
Título: Ensino Superior em Educação
Especialização Profissional
Data da titulação: 16 de setembro de 2011
Área de conhecimento: Psicossomática
Instituição de ensino: Faculdade de Ciências da
Saúde de São Paulo
Título: Psicossomática, Psico-oncologia e Câncer
O
estudo em nível de Especialização
procurou fazer uma reflexão sobre
psicossomática, psico-oncologia
e câncer tendo como esteio subsidiário a
estudo de mestrado procurou arapreciação de características históricas
ticular à linha de pesquisa Universi- a ele imputadas. Discutindo algumas
dade, Docência e Formação de Pro- proposições dessa ordem, com o objetivo
fessores. Com esse intuito foram adotados de levantar indagações consideradas de
procedimentos metodológicos derivados
relevância, foi feita uma opção de, com
da História Oral, sendo efetuadas entrevis- o apoio da fundamentação discutida e
tas, e eixos foram tematizados a partir das proposta, verificar tanto quanto possível o
entrevistas com os mais velhos professores papel de algumas afirmações estatuídas a
da PUC-CAMPINAS.
respeito de relações entre a Psicossomática, Psico-oncologia e o Câncer como enfermidade, causa e sintomas, de modo que as
observações mais conclusivas elaboradas
pudessem se efetivar no interior de um
contexto específico. E que tudo na vida, é
possível relacionar mente e fé.
O
PADRE WILSON EN
ÉAS MAXIMIANO
Mestrado
Data da titulação: 14 de agosto de 2012
Área de conhecimento: Bioética
Instituição de ensino: Centro Universitário São
Camilo
Título: Um olhar da Bioética sobre a importância
da Espiritualidade em mulheres no final da vida
Ambas buscam o bem do ser humano. Elas
não se contrapõem, apesar dos caminhos
diversos que adotam. A espiritualidade
sofrimento e a morte são realidades entendida como local das inspirações e
que fazem parte do desenvolvimen- sopros não precisa necessariamente de
to do ser humano e o acompanham uma religião, o que a torna mais aceitável
durante toda sua trajetória. Essas duas
no universo bioético. Mas a espiritualidade
realidades afetam a pessoa em diversas
envolta pela fé religiosa (palavras e ritos)
dimensões, especialmente naquilo que
produz efeitos na vida dos homens, sobrse convencionou chamar de espiritualietudo junto ao paciente e em fase terminal,
dade – a saber, a capacidade de diálogo
dá a ele um sentido de vida. Através de
consigo mesmo, com o próprio coração,
uma bibliografia relacionada ao tema, são
na via de se harmonizar na relação com o
apresentados conceitos ligados à morte,
transcendente. O serviço de capelania hos- vida, saúde, terminalidade, cuidados palipitalar, desenvolvido com mulheres em
ativos, espiritualidade e outros mais, ou
situação terminal de câncer, se revela um
seja, preocupações da Bioética para os dias
elemento de conforto e esperança no enatuais. Este trabalho visa a apresentar a
frentamento das diversas fases da relação importância da espiritualidade junto às
das pacientes com a sua enfermidade. A
pacientes e à equipe de profissionais. O
espiritualidade envolta pela fé religiosa
enfoque é o da espiritualidade cristã, sem
pode se tornar elemento aglutinador na
deixar de considerar outras filosofias e
dinâmica dos cuidados paliativos em patradições espirituais e místicas.
cientes terminais. Pode-se ligar sem medo
e com propriedade Espiritualidade e Bioética.
O
PUC-CAMPINAS
Como ficar no azul o ano inteiro
Professor de Ciências Contábeis da PUC-Campinas
dá dicas de como se organizar financeiramente
POR ANA PAULA MOREIRA
E
stamos encerrando o ano e as férias
estão por vir. Antes, porém, teremos
as comemorações de Natal e Ano
Novo. Nesta época, é comum as tradicionais trocas de presentes e aproveitar o recebimento do 13º para comprar o produto
desejado ou realizar a viagem dos sonhos.
Mas é importante que saibamos controlar
as finanças pessoais para evitarmos problemas financeiros ao longo do ano.
Para o professor da Faculdade de Ciências
Contábeis da PUC-Campinas, Eli Borochovicius, ao receber o 13º, a pessoa não
deve apenas pensar em pagar dívidas
ou adquirir bens. O ideal é investir parte
do valor que recebeu. “Se a sua saúde financeira é estável durante o ano, reserve
uma parcela do 13º salário para investir. A
diferença pode ser utilizada para as compras de Natal e Ano Novo. Se o valor for
insuficiente é porque a festa está superdimensionada. Reduza os custos e faça as
ceias dentro dos padrões que o seu bolso
comporte, afinal de contas, o mais importante é reunir a família e amigos para celebrar”, explicou o professor.
“É importante que
saibamos controlar as
finanças pessoais”
De acordo com a Associação Nacional
dos Executivos de Finanças, Administração
e Contabilidade (Anefac), 61% dos brasileiros vão usar o décimo terceiro salário
para pagamentos de dívidas. Neste caso,
o professor orienta a pagar as dívidas que
têm a maior taxa de juros.
PUC-CAMPINAS
“Como normalmente as taxas de juros do
mercado são superiores às possibilidades
de receitas financeiras com investimentos de curto prazo, é aconselhável que se
utilize o 13º salário para a amortização
das dívidas e consequentemente para a
redução dos juros. As dívidas que devem
ser priorizadas são aquelas que apresentam as maiores taxas. É natural que as
pessoas busquem quitar as dívidas menores, especialmente aquelas de curto prazo,
pois causam a falsa sensação de liberdade financeira. Além de ser uma decisão
matematicamente equivocada, ela potencializa a tomada de novos créditos”, afirmou Borochovicius.
“Para ficar no azul, a
principal dica é tomar
cuidado com o
crédito fácil nesta
época do ano”
A
o receber o 13º o trabalhador deve
também se organizar financeiramente para começar o ano sem
dívidas. A partir de janeiro, é necessário
realizar o pagamento de alguns impostos
como IPVA e IPTU, que geralmente pesam
no bolso. “Para ficar no azul, a principal
dica é tomar cuidado com o crédito fácil
nesta época do ano e a facilidade de se
encantar com as ofertas que saltam aos
olhos. Endividar-se com as festas de final
de ano é um passo para iniciar o ano no
vermelho. Recomendo que as pessoas definam um limite de valor a ser gasto antes
de saírem às compras. Ter um “teto” exige
reflexão e tomada de decisão consciente,
evitando desperdício e mau uso do dinheiro. Para a definição do valor a ser gasto,
é importante que considere os custos fixos
mensais e as variáveis, especialmente os
sazonais, como o IPVA e IPTU, comuns no
início dos anos”, conclui o docente.
Professor Eli Borochovicius.
Fotos de Rafael Lima
PUC-CAMPINAS
Veja 10 dicas simples que o professor de
Ciências Contábeis, Eli Borochovicius,
dá para evitar problemas no mês de Janeiro
Utilize parte do seu 13º salário para investimentos. As reservas financeiras são importantes
para suprir momentos emergenciais. A recomendação é que pelo
menos 30% seja poupado.
Faça um levantamento
completo do que pretende fazer
nos eventos comemorativos.
Planeje bem o número de convidados para evitar gastos excessivos com as ceias.
4
2
Em caso de viagem, faça um
planejamento completo, incluindo despesas com combustível,
pedágio, estacionamento e alimentação.
Evite a compra por impulso.
É uma época do ano em que
as pessoas normalmente ficam mais abertas aos gastos
com supérfluos. Questione-se
quanto a real necessidade de
aquisição do bem.
Vendedores são comissionados e bem treinados para
vender mais. Cuidado com as
armadilhas do crédito fácil e
parcelamentos.
6
Cuidado com o uso do cartão
de crédito. Empurrar a dívida é
uma forma fácil de se livrar do
problema no curto-prazo, mas
não significa que ela não exista.
Não ande com muito
dinheiro e evite abrir a carteira recheada em público.
As distrações são comuns no período de
férias. Ficar atento é
uma forma de evitar
dissabores com pequenos furtos.
8
Negocie suas compras, pois
as empresas geralmente estão
mais abertas à concessão de
descontos para fazer caixa.
10
Lembre-se que no
início do ano, impostos como IPVA e IPTU
precisam ser pagos.
Faça esforços para que
haja uma reserva financeira para
quitação do imposto à vista, geralmente o desconto é compensatório.
SOBRIEDADE
PASTORAL PAROQUIAL NO
COMBATE AO VÍCIO
por MARISTELA DOMINGUES, NATHÁLIA TRINDADE E MARIANA IGNÁCIO
C
riada há cerca de um ano na Paróquia
São Geraldo Magela, a Pastoral da
Sobriedade já atende cerca de 20 pessoas em suas reuniões semanais. Além dos
indivíduos que procuram ajuda, é realizado
um importante trabalho com os chamados codependentes - famílias que necessitam de apoio
– fazendo orações nas próprias casas.
As reuniões, que seguem os mesmo ideais
propostos pela CNBB para as Pastorais da Sobriedade de todo o Brasil, adotam os “12 Passos da Pastoral da Sobriedade” na tentativa de
prevenir e recuperar os que possuem vícios,
não apenas em álcool ou drogas, mas qualquer
dependência que necessite de ajuda. O coordenador pastoral da Paróquia São Geraldo Magela, João Contri, afirma que o objetivo é, além
de recuperar viciados e dar apoio às famílias,
promover um acompanhamento contínuo ao
tratamento e a esses indivíduos, para que esta
recuperação não seja perdida.
“A gente tem que estar bem, sóbrio e nunca cair
em tentação, pois a carne é fraca e o vício é
passado, e a Pastoral da Sobriedade ajuda nisso”, diz.
Com reuniões abertas a todos e realizadas às
segundas-feiras, a partir das 19h30, a equipe
conta com sete agentes voluntários, que trazem,
além de terços e leituras de evangelhos, reflexões sobre a importância da vida.
O coordenador, que iniciou sua relação com a
Pastoral da Sobriedade pela necessidade de ajuda, é considerado um exemplo de superação.
Foram os anos lutando contra os vícios que o
motivaram a participar e poder contribuir com a
recuperação daqueles que anseiam por ajuda.
Coordenador pastoral da Paróquia São Geraldo Magela,
João Contri.
“De 1974 a 1987, eu sofri muito. Eu fumava,
bebia, só não usava drogas. Chegava em casa
de madrugada, bêbado, e agora já são quase
26 anos de sobriedade. Para mim, fazer parte
da recuperação dessas pessoas e limpá-las dos
vícios é, além de felicidade e gratificação, um
reforço”, declara João.
Apesar do pouco tempo, João Contri já percebe
os resultados positivos que a Pastoral da Sobriedade realiza na vida das pessoas. Hoje, com o
apoio dos voluntários, da igreja e, em especial,
dos Padres Thiago Ruiz Bernardes e Alexandre
de Moura, os próximos projetos são de ampliação da Pastoral, que inclui uma nova casa
para realizar os trabalhos.
“A nossa Pastoral ainda é pequena e não temos
uma estrutura adequada. Se conseguíssemos
uma casa, teríamos mais apoio e, com isso,
seria possível acolher as pessoas para ajudá-las
melhor”, conta o coordenador.
Para ajudar a Pastoral da Sobriedade, os interessados podem se voluntariar e participar dos
Cursos de Formação e Capacitação de novos
agentes da Pastoral. A próxima preparação já
tem data marcada e será realizada nos dias 14,
15 e 16 de dezembro.
“O meu recado para as pessoas que ainda estão no vício é para que busquem por ajuda, não
apenas na Pastoral ou Igreja Católica, mas que
procurem Deus de alguma forma. Deus não
esquece o dependente químico, ele é que se esquece de Deus”, encerrou.
JUVENTUDE
Dia Nacional da Juventude reúne cerca de
4 mil jovens em Campinas
POR MARIANA IGNÁCIO
O
Dia Nacional da Juventude (DNJ) teve um
brilho diferente este ano na Arquidiocese de
Campinas. O evento, que aconteceu no dia 21
de outubro, recebeu cerca de 4 mil jovens no período
das 8h as 17h.
Abordando o tema “Que vida vale a pena ser vivida?”,
encontro se fundiu com a final do Vocare Festival, o
festival vocacional, fazendo do dia uma grande festa
cultural da juventude.
Organizado pela Pastoral Vocacional juntamente com
a Área Juventude, o Vocare Festival abriu espaço para
que os jovens das foranias se mostrassem a toda a Arquidiocese. Assim, os jovens apresentaram suas ideias
através da arte, envolvendo dança, música e teatro. As
seletivas já tinham acontecido em cada forania, separando as categorias concorrentes.
A movimentação da juventude para esse dia foi tão
grande que o impacto nas redes sociais foi imediato,
com vários comentários a respeito do dia, realizado
de maneira diferente em Campinas. Jovens de várias
partes do país puderam acompanhar o festival ao vivo
pelo Cast Jovem, um site criado pela juventude para a
juventude.
Também não era para menos. Com toda a criatividade
e animação provenientes da juventude, o hit da internet “Oppa Gangnam Style”, do músico coreano Psy, se
transformou na paródia “Jovem Anunciai”, criada pelo
grupo Javé.
Além disso, os animadores do evento não perderam o
fôlego um só minuto.
JUVENTUDE
Pulando, cantando e alegrando a plateia
jovem, distribuíram brindes e Youcats (o
catecismo da Igreja Católica para jovens).
Ao final do dia, a Santa Eucaristia foi celebrada por Dom Airton José dos Santos em
sua primeira celebração com a juventude
arquidiocesana. Dom Airton se mostrou
contente com a participação dos jovens.
Como forma de homenagear o arcebispo,
os jovens dançaram a música “Eu acredito
na Juventude”, de Nilton Júnior.
O resultado esperado por meses pelos
concorrentes ao prêmio se tornou uma surpresa e alegria para todos os presentes.
Os concorrentes ganhariam como prêmio
uma viagem para um hotel fazenda, mas
abriram mão deste benefício e mostraram
que a competição não era importante, mas
a partilha do amor e da arte. Todos foram
campeões em humildade e respeito, não
aos adversários, mas aos irmãos.
RESULTADOS DO FESTIVAL VOCARE
PREMIAÇÃO
Música
1º Lugar. Banda Sacramento
2º Lugar. Canaã
3º Lugar. Banda Eixo da Fé
Dança
1º Lugar. Banda ADV Reflexos da Alma
2º Lugar. Luz da Essência
3º Lugar. Criai
Teatro
1º Lugar. Santos de Calça Jeans
Solenidade da Imaculada
Conceição de Nossa Senhora
08 DE DEZEMBRO
N
o dia 08 de dezembro, a Igreja comemora a Solenidade da Imaculada
Conceição de Nossa Senhora, uma das mais altas e preciosas festas
dedicada a Maria Santíssima, chamada a Rainha de Todos os Santos, a
Mãe do Salvador.
“Estamos no Ano da Fé, que
vai até novembro de 2013, e a
procissão não é nada mais do
que celebração dessa fé”
E
m Campinas, Nossa Senhora
da Conceição é Padroeira
da Arquidiocese, da cidade e
Titular da Catedral Metropolitana.
Por isso, no dia 08 de dezembro,
às 08h00, as Comunidades e
Paróquias das nove cidades da Arquidiocese de Campinas se encontraram na Basílica Nossa Senhora
do Carmo, de onde saíram em
Procissão até a Catedral Metropolitana para a Celebração da Missa
Solene da Padroeira, às 09h00,
presidida por Dom Airton José dos
Santos, Arcebispo Metropolitano.
Cerca de 3 mil pessoas participaram da procissão e da celebração.
Dom Airton salientou momentos
antes da procissão: “há três circunstâncias que lembramos hoje:
a Cidade, a Arquidiocese e a Catedral. Estamos no Ano da Fé, que
vai até novembro de 2013, e a
procissão não é nada mais do que
celebração dessa fé. Vamos promovê-la”, afirmou o Arcebispo.
Fotos: Bárbara Beraquet
Solenidade da Imaculada
Conceição de Nossa Senhora
A
o final da celebração, Dom Airton
fez a nomeação dos novos Coordenador de Pastoral, Coordenadores
Regionais e Vigários Forâneos, que formam os conselhos para a ação pastoral
na Igreja de Campinas.
Padre Bruno Alencar Alexandroni
Coordenador Arquidiocesano de Pastoral
Padre João Augusto Piazza
Coordenador da Região Pastoral Campinas
Padre Marcelo Donizetti Previatelli
Coordenador da Região Pastoral Norte-Sul
Padre Cláudio Zaccaria Menegazzi
Vigário Forâneo da Forania Bom Pastor
Padre Wilson Enéas Maximiano
Vigário Forâneo da Forania Coração de Maria
Padre Paulo César
Gonçalves Ferreira
Vigário Forâneo da Forania Cristo Rei
Padre Paulo Roberto Emiliano
Vigário Forâneo da Forania
Nossa Senhora Aparecida
Padre Marco Antonio Amstalden
Vigário Forâneo da Forania
Nossa Senhora do Rosário
Padre Moacir de Ávila Lima
Vigário Forâneo da Forania
Padre José de Anchieta
Padre Rogério Canciam
Vigário Forâneo da Forania Santa Cruz
Padre João Aparecido Passadori
Vigário Forâneo da Forania Santos Apóstolos
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EXPEDIENTE
Arcebispo Metropolitano
Dom Airton José dos Santos
Direção
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Editora chefe
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Mtb 37.454
Jornalista
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Mtb 32.422
Apoio
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