M - Cap.VII - Emprego e Formação Profissional

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M - Cap.VII - Emprego e Formação Profissional
VII. Emprego e Formação Profissional
1. A dinâmica do emprego no Concelho de Ovar
O volume de emprego e desemprego de cada país está, intimamente, relacionado com o modelo de
desenvolvimento económico e da sua estabilidade e coerência em cada momento, ou seja, está relacionado
com a estrutura dos seus sectores de actividade, qualidade dos processos tecnológicos, com os níveis de
formação e, ainda, com a tipologia das relações sociais de produção que existem em cada momento.
“(...)É cada vez mais frequente a afirmação de que estamos numa era de mudança do paradigma produtivo.
Trata-se, não tanto da passagem de uma economia industrial para uma economia de serviços, mas do fim do
fordismo e da emergência de uma economia pós-industrial em que a indústria e os serviços convergem cada
vez mais em direcção a um sistema produtivo complexo, intensivo em capital e orientado para a qualidade e
flexibilidade” (Ilona Kovács, 1993: 29).
O novo paradigma técnico económico explica-se pela fragmentação do mercado de bens, pela
individualização dos modelos de consumo, pela difusão das novas tecnologias, sobretudo a informação, pela
reprodução do capital em novas áreas ligadas ao lazer, pelo aumento da mobilidade geográfica das pessoas,
pelo aumento da longevidade e necessidade, por parte da sociedade, de mais ensino-formação.
Por outro lado, também tem a ver com a forma como são geridos os recursos humanos, cada vez mais
qualificados e polivalentes e com o intensificar das relações com o exterior.
Contudo, não podemos esquecer que a produção em grande série de produtos estandardizados, embora tenda
a perder a sua supremacia, continua a ocupar um espaço importante, já que a diferenciação e avaliação de
produtos finais é acompanhada pela simplificação e estandardização de processos.
Presentemente verifica-se que o volume de emprego nos países com forte peso de população activa se
encontra ligado ao sector terciário (dos Serviços), o mesmo se passando na Região do Baixo Vouga, da qual
faz parte o Concelho de Ovar.
De acordo com os dados fornecidos pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional de Aveiro, o número
total de estabelecimentos existentes na área de intervenção do Centro de Emprego de Aveiro e de Águeda
atingiu, em 1997, os 7.496, o que representa um acréscimo de 57% relativamente a 1991, altura em que
apenas existiam nesta região 4.776 estabelecimentos. O Concelho onde se deu o maior acréscimo foi o de
Vagos (com um aumento de 90,7%), seguido de Ílhavo (com um aumento de 73,9%). Já o Concelho onde
esse acréscimo foi mais reduzido foi o de Anadia (37,6%).
221
QUADRO I – Número de estabelecimentos na Região do Baixo Vouga, por Concelhos
Número de estabelecimentos
Concelhos
1991
1995
Variação
1997
91/95 (%)
95/97 (%)
91/97 (%)
Águeda
792
1105
1257
39.5
13.8
58.7
Albergaria
251
405
425
61.4
4.9
69.3
Anadia
447
552
615
23.5
11.4
37.6
Oliveira do Bairro
232
316
369
36.2
16.8
59.1
Sever do Vouga
146
197
243
34.9
23.4
66.4
Aveiro
1408
1854
2072
31.7
11.8
47.2
Estarreja
273
340
403
24.5
18.5
47.6
Ílhavo
383
576
666
50.4
15.6
73.9
Murtosa
78
98
119
25.6
21.4
52.6
Ovar
573
805
959
40.5
19.1
67.4
Vagos
193
280
368
45.1
31.4
90.7
TOTAL
4776
6528
7496
36.7
14.8
57.0
Fonte: Informação de 2000, DETEFP/MTS – Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e Formação Profissional do
Ministério do Trabalho e Solidariedade e que se mantém na actualização dos dados
Se atendermos à distribuição dos estabelecimentos por Concelho, constata-se que Aveiro era o Concelho que
detinha, em 1997, a maior concentração de estabelecimentos (2.072 dum total de 7.496), seguido de Águeda,
com 1.257 e Ovar com 959, sendo Murtosa o que detinha a menor concentração (119).
GRÁFICO I – Empresas segundo a CAE 1999
6000
5555
5000
4000
3000
1973
2000
1000
159 253
0
909
604
8
438
1
81 166
504 459
N.I.
A+B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
LaQ
Total
N.º
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
Atendendo à CAE – Classificação das Actividades Económicas, em 1999, as actividades ligadas ao
Comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos e bens de uso pessoal e
doméstico eram as que registavam o maior número de empresas (1.973), encontrando-se em segundo lugar as
ligadas à Construção, com 909 empresas. As actividades económicas com menor número de empresas em
Ovar eram as de Produção e distribuição de electricidade, gás e água e as Indústrias extractivas, a que
corresponde uma e oito empresas, respectivamente.
222
GRÁFICO II – Número de Empresas 1994-1999
6000
5555
5140
5121
5122
1999
1998
4000
1997
1996
3000
1995
1994
5000
4472
4350
2000
1000
0
N.º Empresas
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
Tem-se verificado um aumento no número de empresas a laborar no Concelho, tendo passado de 4.350, em
1994, para 5.555, em 1999. Em apenas cinco anos cresceu cerca de 27.7%.
GRÁFICO III – Sociedades 1994-1999
1200
1030
1000
987
923
Sociedades 1999
Sociedades 1998
943
835
759
800
600
Sociedades 1997
Sociedades 1996
Sociedades 1995
Sociedades 1994
400
200
0
N.º
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
O número de sociedades existentes no Concelho de Ovar registou um aumento de cerca de 35.7 % em cinco
anos, apesar de se ter verificado uma ligeira descida de 1996 para 1997, altura em que passou de 943
sociedades para 923. No ano de 1999 existiam neste Concelho 1.030 sociedades.
223
GRÁFICO IV – Sociedades segundo a CAE 1999
1200
N.I.-Não Ident. E act. mal definidas
1030
1000
A+B- Agric.,Prod. animal, caça e
silvic. E pescas
C- Indústrias extractivas
D- Indústrias transformadoras
E- Prod. e dist. electric., gás e água
800
F- Construção
G- Com.grosso e retalho, rep. Veic.
Aut., motoc.
H- Alojam. e restauração
600
400
I- Trasnp., armazenagem e
comunicações
J- Actividades financeiras
375
250
200
136
85
82
0
9
5
36
1
49
K- Act. imobil., alugueres e serv. prest.
Empresas
L a Q- Adm. Púb., Defesa e SS
Obrigag., Educ....
Total
2
N.º
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
Relacionando o número de sociedades com a CAE, o Gráfico mostra-nos que as sociedades de comércio por
grosso e retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos e bens de uso pessoal e doméstico estão em
maior número em Ovar, traduzido em 375. No lugar imediatamente abaixo encontram-se as sociedades
pertencentes à Administração Pública, Defesa e SS Obrigatória, Educação, Saúde e Acção Social; outras
actividades dos serviços colectivos, sociais e pessoais, Família, Empregados domésticos e Organismos
Internacionais, a que correspondem 250 sociedades. Daqui ressalta que o comércio é a actividade com o
maior número de sociedades no Concelho, seguido dos Serviços. As actividades com um menor número de
sociedades são as de Produção e distribuição de electricidade, gás e água, com apenas uma, e as actividades
financeiras, com duas.
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QUADRO II – Indústria Transformadora no Concelho
Actividades
Indústrias alimentares e de bebidas
Fab. de têxteis
Ind. Vestuário, tingimento e fab. artigos e peles
Ind. do couro e de produtos de couro
Fab. de madeira (excepto mobiliário)
Ind. de cortiça: cestaria e espartaria
Fab. pasta de papel e de cartão e seus artigos
Edição, impressão e reprodução de suportes de
inf. gravados
Fab. de produtos químicos
Fab. de artigos de borracha e matérias plásticas
Fab. de outros produtos minerais não metálicos
Ind. metalúrgicas de base
Fab. prod. metálicos, excepto máq. e equip.
Fab. máquinas e equipamentos n.e
Fab. máquinas e aparelhos eléctricos n.e.
Fab. eq. e aparelhos rádio, telev. e comunicações
Fab. apa. e inst. médico-cirúrgicos, ort., de
óptica e relojoaria
Fab. veículos autom., reb. e semi-reboques
Fab. de outro material de transporte
Fab. mobiliário e outras ind. transf. n.e.
Total
N.º Empresas
N.º Trabalhadores
42
48
22
29
60
6
15
675
3217
392
732
761
44
490
14
4
11
9
3
47
4
8
2
133
37
244
326
467
464
37
4789
2837
2
6
1
34
33
583
2
409
367
16672
Fonte: Informação datada de 2002, Revista “Empresas Vareiras - 2001” do Jornal Praça Pública
Por sua vez, no ano de 1999, encontravam-se a laborar neste Concelho 367 empresas ligadas à Indústria
Transformadora, as quais empregavam um total de 16.672 trabalhadores.
As empresas de fabrico de máquinas e aparelhos eléctricos n.e. (não especificadas) e as de fabrico de
equipamentos e aparelhos de rádio, televisão e comunicações, apesar de serem poucas (8 e 2,
respectivamente) são as que mais pessoas empregam no Concelho, expressas em 4.789 e 2.837
trabalhadores, respectivamente.
A única empresa do Concelho de fabrico de outro material de transporte apenas emprega duas pessoas.
225
GRÁFICO V – Indústria Transformadora no Concelho 1998-1999
Indústria Transf. 1998
367
368
366
364
362
360
358
356
354
352
350
Indústria Transf. 1999
356
N.º Empresas
Fonte: Informação datada de 2002, Revista “Empresas Vareiras – 2001” do Jornal Praça Pública
As indústrias transformadoras estão em ascensão em Ovar, uma vez que têm vindo a aumentar, tendo
passado de 356 empresas em 1998 para 367 em 1999.
GRÁFICO VI – TOP TEN da Indústria Transformadora no Concelho
60
50
60
1- Fab. Madeira (excepto mobiliário)
48
2- Fabricação de têxteis
47
3- Fab. Prod. metálicos, excepto
máq. e eq.
4 - Indústrias alimentares e de
bebidas
5- Fab. Mobiliário, outras ind. Transf.
42
40
34
30
29
6- Ind. Couro e produtos de couro
22
20
15
14
11
10
0
N.º Empresas
7- Ind. Vest. E fab. Artigos e peles
com pelo
8- Fab. Pasta de papel e cartão e
seus artigos
9- Edição, impressão e rep. Sup. Inf.
Gravados
10- Fab. Artigos borracha e mat.
Plásticas
Fonte: Informação datada de 2002, Revista “Empresas Vareiras – 2001” do Jornal Praça Pública
O sector da Indústria Transformadora com o maior número de empresas era o de fabrico de madeira (excepto
mobiliário), com 60, a que se seguia a fabricação de têxteis, agregando 48 e o fabrico de produtos metálicos,
excepto máquinas e equipamentos, totalizando 42.
226
GRÁFICO VII – Pessoal ao serviço em sociedades 1994-1998
25000
Pessoal ao serviço 1994
20865
18484
20000
15908
Pessoal ao serviço 1995
18761
16967
Pessoal ao serviço 1996
Pessoal ao serviço 1997
Pessoal ao serviço 1998
15000
10000
5000
0
N.º
Fonte: Informação datada de 2002, Revista “Empresas Vareiras – 2001” do Jornal Praça Pública
O ano de 1997 foi o que registou o maior número de trabalhadores ao serviço das sociedades, tendo-se
verificado uma descida acentuada no ano seguinte, altura em que passou de 20.865 para 18.761.
QUADRO III – Mão de obra agrícola por freguesias e sexo 1999
Freguesias
Arada
Cortegaça
Esmoriz
Maceda
Ovar
S. João
S. V. Pereira
Válega
TOTAL
Mão obra
Perman.
HM
Mão obra
Perman.
H
Mão obra
perm. familiar
HM
Mão obra
perm. familiar
H
Mão obra
perm.n.fam.
HM
198
13
45
192
349
474
251
570
93
7
24
91
184
228
121
294
189
13
41
188
332
448
241
557
88
7
20
91
173
215
118
288
9
4
4
17
26
10
13
2092
1042
2009
1000
83
mão obra
Perm.n.fam.
H
5
4
11
13
3
6
42
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
Da leitura do Quadro acima exposto, constata-se que dos 2.092 trabalhadores permanentes na agricultura,
2.009 são trabalhadores familiares e 83 são trabalhadores não familiares. A diferença em termos de sexo é
mínima, embora os trabalhadores do sexo feminino sejam em maior número: existem 1.050 trabalhadoras
permanentes para 1.042 trabalhadores permanentes.
A freguesia com o maior número de trabalhadores permanentes na agricultura é Válega, com 570 pessoas
nesta condição, sendo 294 do sexo masculino e 276 do feminino. Esta freguesia conjuntamente com a de
Ovar e a de Cortegaça são as únicas em que o número de trabalhadores do sexo masculino é superior aos do
sexo feminino.
A freguesia com o menor número de trabalhadores permanentes é Cortegaça, com apenas 13, todos
familiares, sendo sete do sexo masculino e seis do sexo feminino.
227
GRÁFICO VIII – Freguesias servidas com equipamentos de apoio ao turismo
3
3
Cortegaça
2,5
Esmoriz
2
2
2
Ovar
1,5
1
1
1
0,5
0
N.º Agências Viagens
N.º Postos Turismo
Fonte: Informação datada de 2002, Inventário Municipal
São apenas três as freguesias do Concelho de Ovar que dispõem de equipamentos de apoio ao turismo, a
saber: Cortegaça, Esmoriz e Ovar. Em Cortegaça existe apenas um posto de turismo. Esmoriz possui dois
postos de turismo e uma agência de viagens. Em Ovar existem três agências de viagem e dois postos de
turismo. De salientar que um dos postos de turismo de Esmoriz, o de Cortegaça e o do Furadouro apenas
funcionam na época estival.
GRÁFICO IX – Actividades por Sector
5466
6000
4684
5000
4000
Primário
Secundário
Terciário
3211
3000
1000
200
182
114
1830
1662
1451
2000
0
1991
1995
1997
Fonte: Informação datada de 2002, Revista “Empresas Vareiras – 2001” do Jornal Praça Pública de
Relativamente aos grandes sectores de actividade, verifica-se que a menor dinâmica de criação de
estabelecimentos ocorreu no sector secundário, pois, em 1997, o sector terciário detinha 72,9% dos
estabelecimentos, o secundário 24,4% e o primário apenas 2,7%. Estes valores, em 1991, eram de 67,2%,
30,4% e 2,4%, respectivamente, verificando-se, assim, uma perda de estabelecimentos dos sectores
secundário e primário em favor do terciário.
Em 1997, o sector primário tinha maior expressão no Concelho de Albergaria-a-Velha (6,8%), enquanto que
o secundário apresentava uma maior expressividade nos Concelhos de Águeda (40,4%), Oliveira do Bairro
(30,6%) e Sever do Vouga (30,5%). O sector terciário era mais expressivo na Murtosa (87,4%) e em Aveiro
(84,4%).
228
QUADRO IV – Distribuição dos estabelecimentos por actividades
Actividades
Águeda Albergaria Anadia Oliveira
Bairro
Sever Aveiro Estarreja Ílhavo Murtosa
Vouga
Ovar
Vagos
TOTAL
Ind. Transformadora
498
Construção
88
Comércio Grosso/Ret. 387
Aloj. e Restauração
92
Act. Imob.,Alug/Serv.
60
Saúde e Acção Social
24
Outras Actividades
108
107
47
131
32
22
9
77
173
63
216
49
32
14
68
111
42
123
26
21
6
40
72
41
71
17
9
4
29
290
158
832
235
190
77
290
80
40
161
43
23
8
48
134
53
264
63
33
24
95
11
16
36
28
9
1
18
253
89
346
81
58
20
112
64
68
125
31
24
9
47
1793
705
2692
697
481
196
932
TOTAL
348
547
329
214
1782
355
571
101
847
321
6564
1257
Fonte: Informação datada de 2000, DETEFP/MTS e que se mantém na actualização dos dados
Conclui-se, ainda, que as actividades que agregavam maior número de estabelecimentos eram o comércio
(35,9%) e as indústrias transformadoras no seu todo (23,9%), seguidas pela construção (9,4%) e o
alojamento e restauração (9,3%).
Em relação ao número total de pessoas ao serviço nos estabelecimentos, constata-se que, em 1997, estavam
registados 92.034 indivíduos, o que representa um aumento de 10,6% relativamente a 1991 (83.194 pessoas)
e de 8,1% relativamente a 1995 (85.133 pessoas).
Como era de esperar, uma vez que era o Concelho que detinha o maior número de estabelecimentos, Aveiro
apresentava, em 1997, o número mais elevado de pessoas ao serviço (22.800).
QUADRO V – Relação das pessoas por Estabelecimentos
1991
1995
Concelhos
Águeda
Albergaria
Anadia
Oliveira Bairro
Sever Vouga
Aveiro
Estarreja
Ílhavo
Murtosa
Ovar
Vagos
Pessoas Estabel. Dimensão Pessoas
ao Serv.
Média
ao Serv.
17158
792
21.7
16901
3859
251
15.4
3941
7183
447
16.1
6688
3756
232
16.2
3794
2214
146
15.2
2202
21971
1408
15.6
22279
4457
273
16.3
4111
8186
383
21.4
7305
527
78
6.8
579
12824
573
22.4
15179
1059
193
5.5
2154
TOTAL
83194
4776
17.4
Estabel.
85133
1997
Pessoas
ao Serv.
18077
4140
7103
3893
2251
22800
4198
7735
553
18923
2361
Estabel.
1105
405
552
316
197
1854
340
576
98
805
280
Dimensão
Média
15.3
9.7
12.1
12.0
11.2
12.0
12.1
12.7
5.9
18.9
7.7
1257
425
615
369
243
2072
403
666
119
959
368
Dimensão
Média
14.4
9.7
11.5
10.6
9.3
11.0
10.4
11.6
4.6
19.7
6.4
6528
13.0
92034
7496
12.3
Fonte: Informação datada de 2000, DETEFP/MTS e que se mantém na actualização dos dados
Nos Concelhos de Anadia, Estarreja e Ílhavo, apesar de se ter verificado um aumento no número de
estabelecimentos de 1991 para 1997, registou-se, precisamente o contrário quanto ao número de pessoas ao
serviço. Assim, em Anadia existiam, em 1991, 447 estabelecimentos e 7.183 pessoas ao serviço, tendo
passado, em 1997, para 615 estabelecimentos e 7.103 pessoas ao serviço. Estarreja passou de 273
estabelecimentos com 4.457 postos de trabalho, em 1991 para 403 estabelecimentos com 4.198 postos de
trabalho, em 1997. Por seu lado, Ílhavo passou de 383 estabelecimentos com 3.186 empregados, em 1991,
para 666 estabelecimentos com 7.735 empregados, em 1997.
GRÁFICO X – Relação das pessoas por Estabelecimentos
229
Dimensão Média 1997
Estabelec. 1997
Pessoas ao Serv. 1997
Dimensão Média 1995
Estabelec. 1995
Pessoas ao Serv. 1995
Dimensão Média 1991
Estabelec. 1991
Pessoas ao Serv. 1991
0%
14,4
9,7
1257
11,5
425
18077
15,3
12,1
405
16901
21,7
17158
552
11
369 243
12
22800
11,2
316 197
251
16,1
16,2
447
232 146
Albergaria
Ílhavo
12
12,1
22279
15,2
40%
Anadia
Murtosa
11,6
4,6
19,7
403
666 119
4198 7735 553
1854
3859 7183 37562214
20%
Águeda
Estarreja
10,4
2072
3941 6688 3794
2202
15,4
792
9,3
4140 7103 3893
2251
9,7
1105
615
10,6
12,7
5,9
340
576
959
16,3
1408
21971
60%
Oliv. Bairro
Ovar
21,4
273
4457
368
18923
2361
18,9
98
4111 7305 579
15,6
6,4
6,8
383 78
8186 527
80%
Sever Vouga
Vagos
7,7
805
15179
280
2154
22,4
5,5
573
193
12824
Aveiro
1059
100%
Fonte: Informação datada de 2000, DETEF/MTS e que se mantém na actualização dos dados
Todavia, a dimensão média dos estabelecimentos tem vindo a registar uma evolução negativa (passou de
17,4 em 1991 para 12,3, em 1997), em virtude do aumento expressivo das micro-empresas. Esta evolução foi
sentida por todos os Concelhos, com excepção de Vagos que passou de 5,5 em 1991 para 6,4 em 1997.
QUADRO VI – Variação das pessoas ao serviço por Concelho
Pessoas ao serviço
Concelhos
Águeda
Albergaria-a-Velha
Anadia
Oliveira do Bairro
Sever do Vouga
Aveiro
Estarreja
Ílhavo
Murtosa
Ovar
Vagos
91/95 (%)
-1.5
2.1
-6.9
1.0
-0.5
1.4
-7.8
-10.8
9.9
18.4
103.4
95/97 (%)
7.0
5.0
6.2
2.6
2.2
2.3
2.1
5.9
-4.5
24.7
9.6
MÉDIA
2.3
8.1
Fonte: Informação datada de 2000, DETEFP/MTS e que se mantém na actualização dos dados
91/97 (%)
5.4
7.3
-1.1
3.6
1.7
3.8
-5.8
-5.5
4.9
47.6
122.9
10.6
Tendo em consideração a dinâmica das pessoas ao serviço, conclui-se que a maioria dos Concelhos
registaram uma variação positiva do emprego, tendo sido ela maioritariamente expressiva em Vagos e Ovar.
Estarreja, Ílhavo e Anadia foram os Concelhos com variação negativa do emprego.
230
Se atendermos à evolução do emprego por sector de actividade, verifica-se que entre 1991 e 1997, o sector
primário registou uma forte variação negativa (-43%, ou seja, menos 1.467 pessoas). O sector secundário
ganhou 1.871 pessoas (correspondendo a uma variação de +3,5%) e o terciário 8.436 pessoas (+32,2%).
QUADRO VII – Criação de estabelecimentos e de emprego
Sector Primário
Concelhos
Águeda
Albergaria-a-Velha
Anadia
Oliveira do Bairro
Sever do Vouga
Aveiro
Estarreja
Ílhavo
Murtosa
Ovar
Vagos
TOTAL
Variação
Absoluta
-2.1
56
-22
-41
-300
-311
-79
-778
9
21
-1
-1.467
Sector Secundário
Sector Terciário
Variação
Percentual
Variação
Absoluta
Variação
Percentual
Variação
Absoluta
Variação
Percentual
-25.93
121.74
-22.92
-71.93
-92.02
-53.71
-81.44
-38.25
180.00
53.85
-1.82
-445
-216
-434
-246
44
-823
-641
-646
-70
4.841
507
-3.15
-9.03
-8.94
-9.22
4.40
-7.48
-22.30
-14.65
-40.94
49.50
173.04
1385
441
376
424
293
1963
461
973
87
1237
796
46.70
31.03
16.85
41.09
33.03
18.90
31.021
55.89
24.79
41.15
111.95
-42.96
1871
3.49
8436
32.18
Fonte: Informação datada de 2000, DETEFP/MTS e que se mantém na actualização dos dados
Desta forma, apenas os Concelhos da Murtosa, Albergaria-a-Velha e Ovar foram os que registaram a criação
de postos de trabalho no sector primário. Os restantes Concelhos perderam postos de trabalho neste sector,
tendo sido o Concelho de Ílhavo o que registou a maior perda (- 778 pessoas).
No sector secundário, a generalidade dos Concelhos evoluiu negativamente, mas o número acentuado de
postos de trabalho criados em Ovar e Vagos (4.841 e 597, respectivamente), permitiu que o saldo deste
sector fosse positivo. Também o Concelho de Sever do Vouga registou um aumento de postos de trabalho
(+44) .
No sector terciário, todos os Concelhos evoluíram positivamente, tendo sido Aveiro o Concelho com maior
expressividade, em termos absolutos (1.963 trabalhadores), seguido de Águeda (1.385) e Ovar (1.237). Em
termos percentuais, Vagos foi o que teve maior expressividade (111, 9 %), seguido de Ílhavo (55,9%) e
Águeda (46,7%).
Entre 1991 e 1997, os postos de trabalho aumentaram nas empresas até 50 trabalhadores e diminuíram
naquelas com 500 a 999 trabalhadores. Ovar contou com mais um estabelecimento com mais de 1000
trabalhadores, o que provocou um aumento de 212,4% dos postos de trabalho nas empresas desta dimensão
(correspondendo a um aumento de 4.440 pessoas).
O aumento do emprego foi, igualmente, notório entre as micro-empresas, que registaram uma evolução
positiva de 80,4%, equivalendo a um aumento de 4.323 pessoas, tendo sido superior a 100% nos Concelhos
de Sever do Vouga, Murtosa, Ovar, Águeda e Ílhavo.
Em termos percentuais, os estabelecimentos com 400 a 499 pessoas, registaram as maiores perdas de
emprego (tiveram uma variação de –57,1%, correspondendo a menos 1.730 pessoas). Por sua vez, em termos
absolutos, as maiores perdas verificaram-se nos estabelecimentos entre 50 a 99 pessoas (menos 2.388 postos
de trabalho, equivalendo a uma variação de –15,9%).
QUADRO VIII – Variação Média dos Estabelecimentos e Pessoas
N.º de
% sobre o Total de
N.º de Pessoas
Estabelecimentos
Estabelecimentos
1–4
4224
56.35
Pessoas
ao Serviço
9697
% sobre o Total de
Pessoas ao Serviço
10.54
231
5–9
10 – 19
20 – 49
50 – 99
100 – 199
200 – 399
400 – 499
500 – 999
1000 e mais
TOTAL
1610
806
559
178
74
32
3
8
2
7496
21.48
10.75
7.46
2.37
0.99
0.43
0.04
0.11
0.03
100.00%
10516
10799
17259
12391
9812
8458
1280
5292
6530
92034
11.43
11.73
18.75
13.46
10.66
9.19
1.39
5.75
7.10
100.00%
Fonte: Informação datada de 2000, DETEFP/MTS e que se mantém na actualização dos dados
Em 1997, verificou-se que o escalão de 1 a 4 pessoas agregou o maior número de estabelecimentos (4.224),
mas o maior volume de emprego situava-se no escalão 20 a 49 pessoas (17.259). O escalão dos 400 a 499
postos de trabalho registava o menor número de postos de trabalho (1.280). Apesar das empresas com mais
de 50 pessoas representarem apenas 4% do seu total, nelas está concentrado 47,6% do efectivo total de
pessoas ao serviço, a que corresponde 43.763 pessoas.
GRÁFICO XI – Variação média dos Estabelecimentos e Pessoas
18000
17259
16000
14000
12391
12000
10799
10516
9697
10000
9812
8458
8000
6530
5292
6000
1a4
5a9
10 a 19
20 a 49
50 a 99
100 a 199
200 a 399
400 a 499
500 a 999
1000 e mais
4224
4000
2000
0
1610
806 559
1280
178 74 32
N.º Estabelec.
3
8
2
Pes. Ao Serviço
Fonte: Informação datada de 2000, DETEFP/MTS e que se mantém na actualização dos dados
Por Concelho, as unidades com mais de 400 pessoas só se encontravam em Ovar (seis), Aveiro (quatro),
Ílhavo (duas) e Anadia (uma). O peso das micro-empresas na estrutura empresarial da área de intervenção
dos Centros de Emprego de Aveiro e de Águeda, era sobretudo notado na Murtosa e em Vagos, onde 71,4%
e 68,5% dos estabelecimentos tinham entre 1 a 4 pessoas ao seu serviço.
232
QUADRO IX – Número de Pessoas por estabelecimento de Actividades Económica
Actividades
Águeda Albergaria Anadia Oliveira Sever Aveiro
a-Velha
Bairro Vouga
Estarreja Ílhavo Murtosa
Ovar
Vagos
TOTAL
5
789
440
469
76
41
79
77
115
270
1468
55065
5808
14808
3155
2951
1596
2097
2012
3074
2361
92034
Pesca
Ind. Transf.
Construção
Com. Gros. Ret.
Aloj. e Restaur.
Transp/Arm./Com.
Act. Financeiras
Act. Imob.Alug/serv
Saúde/Acção Social
Outras Actividades
13608
829
2085
361
211
196
240
215
332
2173
478
658
110
257
88
59
79
238
4405 2415
466 376
1077 563
350 101
159
82
106
86
113
57
166 144
261
70
215
1029 10085
374
1485
601
5226
35
1269
28
1184
26
651
45
1054
33
573
80
1058
2233
268
713
220
282
76
121
104
181
1240
3659
341
1302
208
299
73
98
272
243
4
101
76
156
101
40
27
21
3
24
4
14569
675
1958
324
368
188
212
308
317
TOTAL
18077
4140
7103 3893
2251 22800
4198
7735
553
18923
Fonte: Informação datada de 2000, DETEFP/MTS e que se mantém na actualização dos dados
Em termos percentuais, e em todos os Concelhos, constata-se que as actividades que congregavam o maior
número de pessoas eram as indústrias transformadoras no seu todo (59.8%) e o comércio (16.1%), a que
correspondia, respectivamente, 55.065 e 14.808 postos de trabalho. Ílhavo era o Concelho onde se registava
a maior concentração de emprego no sector primário, pois 16% das pessoas ao serviço trabalhavam na pesca.
A construção era uma actividade particularmente importante em Vagos e Sever do Vouga, uma vez que nela
trabalhavam cerca de 19% e 17%, respectivamente, das pessoas ao serviço nesses Concelhos.
No geral, a pesca era a actividade que empregava o menor número de pessoas (1.468), seguida das
actividades financeiras (1.596).
QUADRO X – Distribuição, por actividades, de pessoas ao serviço e n.º de estabelecimentos
% sobre o Total de
% sobre o Total de
Actividades
Estabelecimentos
Pessoas ao Serviço
Agricultura, Prod. Ani., C. e S.
2.13
0.52
Pesca
0.53
1.60
Indústrias Extractivas
0.49
0.40
Indústrias Transformadoras
23.92
59.83
Electricidade, Gás e Água
0.32
0.45
Construção
9.41
6.31
Comércio por Grosso e Retalho
35.91
16.09
Alojamento e Restauração
9.30
3.43
Transp., Armaz. E Com.
2.69
3.21
Actividades Financeiras
2.64
1.73
Activ. Imobil., Aluguer e Serv.
6.42
2.28
Ad. Pública, Defesa e Segurança
0.08
0.03
Educação
0.84
1.06
Saúde e Acção Social
2.61
2.19
Outras Actividades de Serviços
2.69
0.87
TOTAL
100.00%
Fonte: Informação datada de 2000, DETEFP/MTS e que se mantém na actualização dos dados
100.00%
Considerando a distribuição por actividades das pessoas ao serviço e o número de estabelecimentos, verificase que, apesar do número de estabelecimentos das indústrias transformadoras representar apenas 23,9% do
universo das empresas, era neles que se concentrava o maior volume de emprego (59,8%).
233
Por seu lado, no comércio, enquanto que os estabelecimentos representavam 35,9% do seu total, o peso
relativo de pessoas ao serviço era apenas de 16,1%.
A Administração Pública, Defesa e Segurança era a que detinha menor número de empresas e de pessoas ao
seu serviço (0,08% e 0,03%, respectivamente).
Contudo, no Concelho de Ovar e de acordo com os dados dos Censos de 1991, era o sector secundário
aquele que tinha maior expressão, “(...) ocupando a indústria transformadora e a construção civil,
respectivamente, cerca de 51% e 10% do emprego no Concelho.
Em contrapartida, o sector terciário encontrava-se subrepresentado no Concelho (35% do emprego, dos quais
13,2% no comércio, 2,3% no alojamento e restauração e 19,8% nos Serviços), tal como o sector primário
(agricultura e pesca com menos de 4%, os quais constituíam, frequentemente, uma segunda actividade para
muitos operários)” (In Plano Estratégico de Ovar II, 2000).
GRÁFICO XII – Distribuição da população empregada, por sectores económicos, em 1991
25000
Agricultura e Pesca
22335
Ind. Extractiva e
Transform.
Construção e
Electricidade
Comércio, Alojamento e
Restauração
Serviços
20000
15000
11374
10000
Total
5000
815
4430
3478
2238
3,6 50,9 10 15,6 19,8 100
0
N.º Indivíduos
% de Indivíduos
Fonte: Informação datada de 2000, INE – Instituto Nacional de Estatística e que se mantém na actualização nos dados
Atendendo à população residente empregada, no sector secundário registavam-se, neste Concelho, um total
de 13.612 indivíduos enquanto que no sector terciário se empregavam 7.908 indivíduos. Quanto ao sector
primário, que já foi o mais importante do Concelho (sobretudo a pesca e a agricultura) não tinha um peso
significativo, pois apenas 815 pessoas trabalhavam neste sector. Contudo, ainda se vêem algumas famílias
que trabalham na agricultura ou na pesca como forma de complementarem os rendimentos obtidos com a sua
actividade principal.
Este Concelho, embora tendo uma significativa expressão em termos de dimensão económica regional,
devido ao forte impacto do sector secundário, evidencia índices de produção e de rendimento (poder de
compra) claramente inferiores à média nacional, já que representa apenas cerca de 12,2% do PIB pm do
Baixo Vouga e 31% do PIB pm da Região Centro. Paralelamente, o valor das exportações excede o das
importações em cerca de 26% e, finalmente, o índice do PIB per capita em 1994 era ligeiramente superior
ao da Região Centro (87 contra 84), quando comparado com o índice per capita do poder de compra (75
contra 71).
Consequentemente, regista-se um reforço do peso económico e da capacidade tecnológica do sector das
máquinas e equipamento electrónico, que apesar de implicar uma diminuição da força de trabalho humano
ou a sua canalização para processos de reciclagem, permitiu a modernização das principais empresas do
Concelho, não só daquelas com forte tradição como a cordoaria e a metalomecânica, mas também as mais
recentes como as cablagens e calçado que no seu conjunto reforçou a capacidade exportadora destas
empresas.
234
Já o reduzido investimento ao nível das micro-empresas e de iniciativas parcelares em áreas como o
comércio, turismo e serviços traduz um certo desequilíbrio entre sectores e o tecido empresarial que
fragilizam a implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável a curto prazo.
Face a esta conjuntura económica favorável que se registou nos anos 90 no Concelho de Ovar, o mercado de
emprego cresceu significativamente, assistindo-se quase a um esgotamento da reserva de mão-de-obra local
que obrigou à intensificação de recrutamento de recursos humanos provenientes de concelhos vizinhos,
facilitada pela acessibilidade de transportes.
Isto mesmo é comprovado pelo Director do IEFP, ao afirmar que o rácio corrigido do desemprego registado
no Concelho se situava, em Setembro de 2000, nos 2.0%, valor idêntico à taxa da Região Centro (1.9%),
concluindo, então, que, apesar de alguns indícios menos favoráveis, existe uma situação próxima do pleno
emprego.
De acordo com o INE – Instituto Nacional de Estatística, nomeadamente do programa informático Constat, é
de destacar a importância dos assalariados (Trabalhadores por conta de outrém) existentes no Concelho:
18.161, em 1991. No mesmo período apenas 2.141 indivíduos eram trabalhadores por conta própria, 1.298
eram patrões, 468 eram trabalhadores familiares não remunerados, 26 eram membros de cooperativas e
241 encontravam-se noutra situação não definida. Em 1991, o número total de indivíduos que exercem
profissão, no Concelho, era 22.335.
GRÁFICO XIII - População empregada, em 1991, segundo a situação na profissão e as freguesias
235
27
S. João de Ovar
Válega
S. Vicente de Pereira
Ovar
2332
46
278
112
13
1854
99
362
112
11
181
137
62
92
940
4992
52
613
381
6
Maceda
Esmoriz
1498
3
141
69
44
51
3814
354
307
38
Cortegaça
Arada
1466
9
116
164
10
27
140
91
1265
0
1000
Patrão
Trab.conta de outrém
2000
3000
Trab. Conta própria
Memb. Cooperat.
4000
5000
6000
Fam. Não remun.
Outra situação
Fonte: Informação datada de 2000, INE – Instituto Nacional de Estatística e que se mantém na actualização dos dados
A freguesia de Ovar apresentava o maior número de população activa empregada, com um total de 6.133
indivíduos, a que correspondia o maior número de patrões, de trabalhadores por conta própria e de
trabalhadores por conta de outrém, com 381, 4.992 e 613 indivíduos, respectivamente. A seguir surge
Esmoriz, com 4.586 indivíduos, detendo, por conseguinte, o segundo maior número de patrões, de
trabalhadores por conta de outrém e de membros de cooperativas, com 307, 3.814 e 16 indivíduos,
respectivamente. Por seu lado, a freguesia com menor número de população activa empregada era S. Vicente
de Pereira, com 1.331 indivíduos.
Por outro lado, também sobressai desta análise, a freguesia de S. Vicente de Pereira com o número mais
reduzido de patrões (num total de 62) e de trabalhadores por conta de outrém (num total de 940). Por isso
não é de surpreender que esta mesma fosse a freguesia com o número mais elevado de familiares não
remunerados, totalizando 181 indivíduos, à qual se seguia Válega, expressa por 99 indivíduos. Esta situação
deve-se ao facto de ambas as freguesias serem bastante rurais, pelo que estes serão trabalhadores rurais.
Válega era também a freguesia com o segundo maior número de trabalhadores por conta própria, com um
contingente de 362 indivíduos. A isto não será alheio o facto de existir nesta freguesia uma percentagem
significativa de produtores de leite e de criadores de gado para abate, a maior do Concelho.
Maceda e Cortegaça eram as freguesias com o número mais baixo de familiares não remunerados, a que
correspondiam três e nove indivíduos, respectivamente.
Analisando a sua distribuição por grupo etário, constata-se que, na área abrangida pelos Centros de Emprego
de Aveiro e de Águeda, entre 1991 e 1997, se registou um envelhecimento acentuado dos TPCOTrabalhadores por conta de outrém, pois o número dos TPCO jovens diminuiu em cerca de 40% (passando o
seu peso relativo no universo total dos TPCO de 31.1% para 18.8%). Águeda e Ílhavo foram os Concelhos
onde essa diminuição foi mais acentuada).
Os Concelhos com um universo de TPCO mais envelhecido são Estarreja, Ílhavo e Aveiro, enquanto
Oliveira do Bairro, Águeda e Sever do Vouga são os que maior número de TPCO jovens detêm, entre 37% e
34 %.
236
QUADRO XI – Distribuição dos TPCO, em 1997, por Níveis de Qualificação
Quadros Superiores,
Médios e Altamente
Qualificados
Actividades
Ag., P. A., C. e S.
Pesca
Ind. Extractivas
Ind. Transformadoras
Elect., Gás e Água
Construção
Com. P/ Grosso e Ret.
Alojam. e Restauração
Transp., Armaz. e Com.
Actividades Financeiras
Activ. Imob., Alug. e Serv.
Ad. Pública, Def. e S.
Educação
Saúde e Acção Social
Outras Activ. de Serviços
TOTAL
N
35
402
36
5760
115
536
1345
241
641
425
370
8
438
421
109
10882
%
9.0%
28.0%
11.0%
11.0%
28.0%
10.0%
11.0%
10.0%
23.0%
27.0%
21.0%
29.0%
46.5%
22.0%
15.0%
-
Qualificados e
Semi-Qualificados
Não- Qualificados
Praticantes, Aprend.
e Ignorados
N
149
980
220
35311
293
3110
7926
1692
1836
841
663
13
315
1062
342
%
38.0%
67.5%
69.0%
67.0%
70.0%
61.0%
64.0%
68.0%
65.0%
54.0%
38.0%
46.0%
33.5%
56.0%
48.0%
N
205
67
64
11777
9
1476
3073
545
327
304
718
7
188
415
266
54753
-
19441
%
53.0%
4.5%
20.0%
22.0%
2.0%
29.0%
25.0%
22.0%
12.0%
19.0%
41.0%
25.0%
20.0%
22.0%
37.0%
-
Fonte: Informação datada de 2000, DETEFP/MTS e que se mantém na actualização dos dados
Atendendo aos níveis de qualificação, constata-se que cerca de 64% dos TPCO na zona de intervenção dos
Centros de Emprego de Aveiro e de Águeda, apresentam-se como profissionais qualificados e semiqualificados.
Por actividades, os quadros superiores, médios e altamente qualificados, tinham o seu maior peso percentual
nas actividades de educação (46,5%), enquanto os qualificados e semi-qualificados tinham maior peso
relativo nas actividades de produção e distribuição de electricidade, gás e água (70%). Os profissionais não
qualificados representavam cerca de 23% do total de TPCO, tendo maior peso relativo nas actividades do
sector primário (57,5%).
Em termos absolutos, as indústrias transformadoras no seu todo, detém o maior número de pessoas ao seu
serviço, tanto de Quadros Superiores, Médios e Altamente Qualificados (5.760), como de Quadros
Qualificados e Semi-Qualificados (35.311) e de Quadros Não- Qualificados, Praticantes, Aprendizes e
Ignorados (11.777).
237
GRÁFICO XIV – Estrutura do Emprego, por níveis de qualificação
45
41,8
40
Quadros Superiores
37,3
Quadros Médios
35
30
26,3
Encar., Contramestres, Chefes
equipa
Profis. Altamente Qualificados
25,6
25
Profissionais Qualificados
20
Profissionais Semi-qualificados
15
10
5
13,4
12,4
10
6,4
1,2 1
3,22,1
6,4
3,1
1,51,3 2,2
4,6
Profissionais não qualificados
Praticantes e Aprendizes
Ignorados
0
Aveiro 1994(%)
Ovar 1994 (%)
Fonte: Informação datada de 2000, DETEFP/MTS e que se mantém na actualização dos dados
Ao comparar Ovar com o distrito de Aveiro, verifica-se que este Concelho detinha, em 1994, uma maior
percentagem de Profissionais Semi-qualificados do que Aveiro (41.8% contra 26.3%). Já os Profissionais
Qualificados sobressaiam mais em Aveiro (37.3% do total) do que em Ovar (25.6% do total). Verifica-se,
ainda que Ovar detinha, também, a maior percentagem de Quadros Superiores (1.5% contra 1.2%), de
Quadros Médios (1.3% contra 1.0%), de Profissionais Altamente Qualificados (2.2% versus 2.1%) e de
Praticantes e Aprendizes (13.4% versus 12.4%).
No cômputo geral, observa-se que a qualificação profissional dos recursos humanos residentes neste
Concelho é bastante baixa, pois 66.2% dos profissionais aqui residentes são profissionais semi-qualificados,
não qualificados, praticantes e aprendizes ou ignorados. Segundo o IEFP existe mesmo uma penúria de
qualificações nas profissões ligadas à metalomecânica, construção civil, madeiras, hotelaria e restauração.
A população em idade activa ou está fora do mercado – como é o caso das domésticas – ou apenas
encontram empregos de qualidade, geralmente, muito reduzida.
Os trabalhadores com contratos a prazo são, em regra, trabalhadores semi ou não qualificados. O facto do
seu contrato ser a prazo constitui um obstáculo à sua qualificação e formação futura. Nesta circunstância,
como valorizar estes profissionais activos temporariamente? Como incutir-lhes um sentimento de “pertença”
que a ninguém parece interessar, mas que tão importante seria de incentivar como forma de elevar os níveis
de qualificação? Como tornar certas actividades económicas atractivas quando se sabe ser recrutado apenas
quando há necessidade temporária da sua força de trabalho? Como poderão estes profissionais adquirir
conhecimentos que valorizem os seus perfis, já por si debilitados pelo baixíssimo nível de escolaridade?
238
QUADRO XII – Relação dos Investimentos com os Postos de Trabalho – IIQCA
Investimento
Postos
Concelhos
Trabalho
Águeda
34.096.840
841
Albergaria-a-Velha
22.449.271
803
Anadia
8.898.480
237
Aveiro
27.713.623
840
Estarreja
12.223.542
171
Ílhavo
8.531.874
94
Murtosa
1.416.931
145
Oliveira do Bairro
23.536.452
648
Ovar
24.848.666
530
Sever do Vouga
5.317.837
414
Vagos
5.629.293
368
TOTAL
174.662.809
5091
Investimento/
Posto Trabalho
40.543,2
27.956,8
37.546,3
32.992,4
71.482,7
90.764,6
9.771,9
36.321.7
46.884,3
12.845,0
15.297,0
34.308,15
Fonte: IAPMEI, Abril de 2000. Unidade: Milhares de Contos
Segundo o IAPMEI, Direcção Regional do Centro, em Abril de 2000, tinham sido aprovados 897 projectos,
envolvendo a criação de 5.091 postos de trabalho na região intervencionada pelos Centros de Emprego de
Aveiro e de Águeda, e um investimento de 174.662.809 milhões de contos, distribuídos pelos Programas:
SINDE, PEDIP, SIJE, ICPME, RETEX, SIR, SIMIT, PRODIBETA e PROCOM.
Constata-se que Águeda e Aveiro foram os Concelhos que apresentaram projectos com maior investimento
(34.096.840 e 27.713.623 milhões de contos, respectivamente) e criação de postos de trabalho (841 e 840,
respectivamente). Por sua vez, o Concelho que apresentou o menor número de postos de trabalho criados foi
Ílhavo, com apenas 94. Na relação investimento/ postos de trabalho, foi Ílhavo (90.764,6 milhões de contos)
e Estarreja (71.482,7 milhões de contos), que apresentaram os melhores valores.
Sever do Vouga e Vagos foram os Concelhos que apresentaram menos investimento aprovado e com menor
relação de investimento por posto de trabalho.
QUADRO XIII – Actividades mais representativas a nível de investimento
Actividades
Investimento
Têxteis, Vestuário e Couro
10.634.037
Fabric. Artigos Borracha e Plásticos
16.298.772
Produtos Minerais Não Metálicos
60.027.410
Metalúrgicas de Base
25.001.466
Fabric. Máquinas e de Equipamentos
16.158.465
Outras Indústrias Transformadoras N.E.
11.041.745
Outras Actividades
35.500.914
%
6.09
9.33
34.37
14.31
9.25
6.32
20.33
TOTAL
100%
174.662.809
Fonte: IAPMEI, Abril de 2000, Unidade: Milhares de Contos
Considerando as principais actividades / profissões nas quais foram investidos os montantes apresentados,
verifica-se que a maior atracção de investimento situou-se ao nível dos Produtos Minerais Não Metálicos,
com cerca de 34% do investimento total, seguindo-se as Metalúrgicas de Base, com um peso de 14% do
total. Somando estas duas áreas de investimento, verifica-se que, só aqui, se situa quase 50% do total de
investimento, equivalendo a 85.029 milhões de contos. O menor investimento verificou-se nas Outras
Indústrias Transformadoras n.e., com 11.041.745 milhões de contos.
Atendendo aos Concelhos que tiveram mais volume de investimento aprovado, salienta-se que:
em Aveiro foram aprovados projectos nas áreas dos Produtos Minerais Não Metálicos, Fabricação de
Máquinas e Equipamentos, e Fabricação de Material de Transporte;
239
em Águeda a procura situou-se nos Produtos Minerais Não Metálicos, Metalúrgicas de Base, e na
Fabricação de Material de Transporte;
em Ovar, é a Indústria Têxtil, Vestuário e Corda, que predomina, seguindo-se a Metalúrgica de Base,
e da Fabricação de Equipamentos Eléctricos e Óptica;
em Oliveira do Bairro, salientam-se os Produtos Minerais Não Metálicos, seguindo-se as Outras
Indústrias Transformadoras;
em Albergaria-a-Velha foi a Fabricação de Máquinas e Equipamentos que reteve a maior fatia de
investimento, seguindo-se a Pasta de Papel, Cartão e Artes Gráficas, e Metalúrgicas de Base.
QUADRO XIV – Freguesias servidas com equipamentos de comércio alimentar
Equipamentos de comércio
alimentar
Arada
S/N
Cortegaça
S/N
Esmoriz
S/N
Maceda
S/N
Ovar
S/N
S. João
S/N
S
a)
S
S
S
S
S
S
S
Talho/ Charcutaria
S
S
S
Peixaria
N
a)
S
Frutaria
S
S
S
Fonte: Informação datada de 2002, Inventário Municipal
a) Venda ambulante
S. V. Per.
S/N
S
a)
S
Válega
S/N
S
a)
S
Em todas as freguesias do Concelho se podem encontrar talhos, charcutarias e frutarias, enquanto que
apenas existem peixarias em Esmoriz, Ovar e S. João. Nas freguesias de Cortegaça, Maceda, S. Vicente de
Pereira e Válega a venda de peixe é ambulante (porta a porta).
QUADRO XV – Freguesias servidas com equipamentos de comércio alimentar
Equipamentos de comércio
alimentar
N.º
Arada
Cortegaça Esmoriz Maceda
N.º
N.º
N.º
N.º
Mercado local (retalhista)
1
1
Feira semanal
1
1
Comércio grossista
2
2
1
Hipermercado
Supermercado
3
Mini-mercado /merceria
8
8
6
Lota
1
Fonte: Informação datada de 2002, Inventário Municipal
1
1
1
1
-
Ovar
N.º
2
1
1
5
--1
S. João
N.º
3
1
-
S. V. Per.
N.º
7
-
Válega
N.º
Total
7
-
4
4
6
3
8
38
2
O maior número de mercados locais (retalhistas) regista-se em Ovar, onde existem dois, não se encontrando
nenhum nas freguesias de Cortegaça, S. João, S. Vicente de Pereira e Válega. Por seu lado, realizam-se feiras
semanais em Arada, Esmoriz, Maceda e Ovar, existindo comércio grossista apenas em Arada, Cortegaça,
Esmoriz e Ovar.
No Concelho de Ovar não existem hipermercados. As maiores superfícies comerciais existentes são os
supermercados, cuja maior concentração se localiza em Ovar, congregando cinco, seguida de S. João e
Esmoriz, ambas com três e Maceda com um. Nas restantes freguesias não existem tais equipamentos de
comércio alimentar. As freguesias de Ovar, Arada e Cortegaça são as que mais mini-mercados e mercearias
agregam. Porém a Junta de Freguesia de Ovar não soube especificar o número deste tipo de
estabelecimentos pelo facto do seu número ser elevado. Em relação às lotas, confirma-se a sua existência
apenas em Esmoriz e Ovar.
240
QUADRO XVI – Freguesias servidas com equipamentos de comércio não alimentar
Lojas de:
Vestuário
Calçado
Artigos de retrosaria
Mobiliário
Electrodomésticos
Loiças e utilitários dom.
Materiais construção, ferram.
Material eléctrico
Ferragens
Chaves
Óculos e outros art. oftalm.
Telemóveis e acessórios
Artigos fotográficos
Equipamentos informáticos
Instrumentos musicais
Artigos de desporto
Artigos de caça e pesca
CD’s, cassetes (áudio e vídeo)
Flores
Animais domést. e prod.assoc.
Livros
Jornais e revistas
Artigos de papelaria e mat. esc.
Perfumes e artigos de cosmética
Artigos de ourivesaria e reloj.
Produtos agrícolas, adubos
Arada
S/N
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
N
N
N
N
S
N
N
N
S
N
S
S
S
S
N
S
Cortegaça Esmoriz
S/N
S/N
N
N
S
S
S
S
S
S
S
S
N
S
S
N
N
N
N
N
S
N
S
S
S
N
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
Maceda
S/N
Ovar
S/N
S. João
S/N
S
S
N
S
S
S
S
S
S
N
N
N
N
N
N
N
N
N
S
N
S
S
S
N
N
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S. V. Per.
S/N
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
N
N
N
N
N
N
N
N
S
N
S
S
S
S
N
S
Válega
S/N
S
S
S
S
S
S
S
S
S
N
N
N
N
N
N
N
N
N
S
N
N
S
S
S
N
a)
Fonte: Informação datada de 2002, Inventário Municipal
a) Venda ambulante
No que concerne a alguns tipos de equipamentos de comércio não alimentar, constata-se a sua inexistência
em algumas freguesias. Assim, observa-se que apenas não existem lojas de vestuário e calçado em
Cortegaça, tal como não existem lojas de artigos de retrosaria em Maceda. Os estabelecimentos de venda de
óculos e outros artigos oftalmológicos, material informático, artigos de desporto, artigos de caça e pesca,
CD’s e cassetes e animais domésticos e produtos associados apenas existem nas freguesias de Esmoriz, Ovar
e S. João. Por outro lado, não se encontram lojas de telemóveis e acessórios e artigos fotográficos nas
freguesias de Arada, Maceda, S. Vicente de Pereira e Válega. É, ainda, possível encontrar lojas de
instrumentos musicais em Arada, Esmoriz, Ovar e S. João. Não se registam lojas de perfumes e artigos de
cosmética em Cortegaça e Maceda, tal como não existem livrarias em Válega e não existem ourivesarias e
relojoarias em Arada, Maceda, S. Vicente de Pereira e Válega.
241
2. Volume de desemprego
2.1. Volume de desemprego segundo o sexo, idade, categoria, tempo de inscrição e habilitações
literárias
QUADRO XVII – Índices de Desemprego nos Centros de Emprego de Aveiro e de Águeda
Características
Situação
de Emprego
Descrição
1.º Emprego
Novo Emprego
Fev.-00
748
7226
%
9.4
90.6
Dez.-01
422
5871
%
6.7
93.3
Desempregados
por Sexo
Homens
Mulheres
3292
4682
41.3
58.7
2403
3890
38.2
61.8
Grupo
Etário
Tempo de
Inscrição
Jovens
Adultos
< de 1 ano
> de 1 ano
1498
6476
5023
2951
18.8
81.2
63.0
37.0
1200
5093
4180
2113
19.1
80.9
66.4
33.6
Habilitações
Escolares
< 4 anos Escolaridade
4 anos Escolaridade
6-9 anos escolaridade
11-12 anos Escolaridade
Bacharelato
Licenciatura/Mest./Dout.
3518
2830
1033
222
371
44.1
35.5
13.0
2.8
4.7
429
2080
2430
771
172
411
6.8
33.1
38.6
12.3
2.7
6.5
7974
100%
6293
100%
TOTAL
Fonte: Informação datada de 2002, IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional de Aveiro
Da análise do Quadro acima exposto, em Dezembro de 2001, na região abrangida pelos Centros de Emprego
de Aveiro e de Águeda, salienta-se que:
cerca de 78.5% dos desempregados (4.939) tinham baixas qualificações (39.9% tinha até 4 anos de
escolaridade e 38.6% entre 6 e 9 anos de escolaridade);
cerca de 93.3% dos inscritos estavam à procura de novo emprego (5.871 pessoas);
cerca de 80.9% das pessoas que estão desempregadas são adultos (5.093 pessoas);
cerca de 61.8% dos desempregados são mulheres (3.890 pessoas);
cerca de 66.4% dos desempregados estão inscritos há menos de um ano (4.180 pessoas).
Em relação a Fevereiro de 2001, o Quadro demonstra-nos que houve uma descida no número de
desempregados inscritos, tendo passado de 7.974 para 6.293. Apenas aumentou o número de desempregados
inscritos com licenciatura, mestrado ou doutoramento, que em Fevereiro de 2001 eram 371 e em Dezembro
do mesmo ano eram 411.
242
QUADRO XVIII – Índices de Desemprego no Concelho de Ovar
Características
Descrição
Fev.-00
%
Dez.-01
%
55
1499
3.5
96.5
56
1649
3.3
96.7
635
919
40.9
59.1
687
1018
40.3
59.7
240
1314
15.5
84.5
317
1388
18.6
81.4
Situação
de Emprego
1.º Emprego
Novo Emprego
Desempregados
por Sexo
Homens
Mulheres
Grupo
Etário
Jovens
Adultos
Tempo de
Inscrição
< de 1 ano
> de 1 ano
927
627
59.7
40.3
1047
658
61.4
38.6
Habilitações
Escolares
< 4 anos Escolaridade
4 anos Escolaridade
6-9 anos escolaridade
11-12 anos Escolaridade
Bacharelato
Licenciatura/Mest./Dout.
131
555
615
173
23
55
8.5
35.7
39.6
11.2
1.5
3.5
138
566
718
191
29
63
8.1
33.2
42.1
11.2
1.7
3.7
1554
100%
1705
100%
TOTAL
Fonte: Informação datada de 2002, IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional de Aveiro
De igual modo, da leitura do Quadro XVIII, em Dezembro de 2001, no Concelho de Ovar, destaca-se que:
cerca de 83.4% dos desempregados (1.422), tinham baixas qualificações escolares (41.3% tinham até
4 anos de escolaridade e 42.1% entre 6 e 9 anos de escolaridade);
cerca de 96.7% dos inscritos estavam à procura de novo emprego (1.649 indivíduos);
cerca de 81.4% das pessoas desempregadas são adultos (1.388 indivíduos);
cerca de 59.7% dos desempregados são mulheres (1.018);
cerca de 61.4% estão inscritos há menos de um ano (1.047 indivíduos).
É de salientar, ainda, a baixíssima percentagem de jovens inscritos na situação de candidatos a 1.º emprego
(3.3%), fenómeno explicado pelo tipo de perfis recrutados pelas indústrias do Concelho.
Constata-se que o desemprego de longa duração, em Dezembro/01 era superior à média da área de
intervenção do Centro de Emprego (38.6% versus 33.6%).
QUADRO XIX – Desemprego Registado (Subsidiados/ > 50 anos de idade) nos Centros de Emprego de Aveiro e Águeda
Concelhos
Desempregados Inscritos
Total
Aveiro
Estarreja
Ílhavo
Murtosa
Ovar
Vagos
2101
741
992
291
1705
463
Subsidiados
907
346
400
126
992
165
%
43.2
46.7
40.3
43.3
58.2
35.6
> 50 anos de idades
Homens
Mulheres
Total
409
166
107
18
307
55
221
80
128
27
209
46
630 30.0
246 33.2
235 23.7
45 15.5
516 30.3
101 21.8
243
TOTAL
6293
2936
46.7
1062
711
1773 28.2
Fonte: Informação datada de 2002, IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional de Aveiro
Do total dos 6.293 desempregados inscritos nos Centro de Emprego de Aveiro e Águeda, 2.936 estavam, em
Dezembro de 2001, a receber o respectivo subsídio da Segurança Social. Destes 1.773 são desempregados
com idade superior a 50 anos, traduzidos em 1.062 homens e 711 mulheres.
Daqui ressalta uma elevada percentagem de desempregados inscritos a receber o respectivo subsídio da
Segurança Social (58.2%), bastante superior à média da área de intervenção do Centro de Emprego (46.7%),
o que se explica por razões ligadas à estrutura do emprego prevalecente localmente e à natureza e
características das actividades económicas implantadas no Concelho, com o maior destaque para as
indústrias de fabrico de produtos no domínio da electrónica e para a indústria automóvel.
Verifica-se que a oferta de novas oportunidades de emprego nos vários sectores se tem mantido a níveis
baixos, pelo que a repercussão na alteração dos indicadores de desemprego local é fraca.
Isto traduz uma necessidade de se sensibilizar as “(...) entidades promotoras de formação e ensino, os
empresários, sobretudo das pequenas e médias empresas e micro-empresas, as associações empresariais no
sentido de adequar e associar em termos estratégicos a formação profissional às necessidades de
recrutamento e qualificação dos recursos humanos, numa perspectiva de desenvolvimento sustentável a
longo prazo”. (in Plano Estratégico do Concelho de Ovar II – 2000)
3. Balança comercial concelhia
GRÁFICO XV – Comércio externo 1999
500000
404310
400000
300000
Import/cheg. Por sede do
operador
Export/saídas por sede do
operador
298814
200000
100000
0
1000 Euros
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
O comércio externo, no Concelho de Ovar, é relevante, verificando-se que as exportações se sobrepõem às
importações. Assim, no ano de 1999, as exportações atingiram o valor de € 404.310.000 e as importações o
valor de € 298.814.000. Por conseguinte esta deverá continuar a ser uma aposta das empresas concelhias,
sendo vital para o desenvolvimento local.
244
GRÁFICO XVI – Comércio Intracomunitário: expedições 1995-1999
378088
400000
394170
Expedições 1995
Expedições 1996
Expedições 1997
336399
350000
300000
264617
229277
250000
200000
Expedições 1998
Expedições 1999
150000
100000
50000
0
1000 Euros
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
Tal como o externo, também o comércio intracomunitário não é muito significativo. Contudo, verifica-se
que, ao nível das expedições, a sua tendência é ascendente, apesar de uma descida mínima ter acontecido
entre 1998 e 1999, altura em que passou de € 394.170.000 para € 378.088.000.
GRÁFICO XVII – Comércio Intracomunitário: chegadas 1995-1999
250000
200000
220224 216263
235362
184540
167027
chegadas 1995
chegadas 1996
chegadas 1997
chegadas 1998
chegadas 1999
150000
100000
50000
0
1000 Euros
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
245
As chegadas também têm vindo aumentar de ano para ano, tendo-se, contudo, registado uma ligeira descida
de 1997 para 1998, pois passou-se de € 220.224.000 para € 216.263.000, voltando a subir no ano seguinte
para € 235.362.000.
GRÁFICO XVIII – Comércio Extacomunitário: exportações 1995-1999
35000
Exportações 1995
39315
40000
35245
Exportações 1996
31918
31818
30000
Exportações 1997
26221
25000
Exportações 1998
Exportações 1999
20000
15000
10000
5000
0
1000 Euros
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
No que concerne ao comércio extracomunitário, constata-se que as exportações mantiveram uma tendência
para aumentar até 1997, altura em que atingiu o montante de € 39.315.000. Nos anos seguintes as
exportações foram diminuindo, atingindo € 26.221.000, em 1994.
GRÁFICO XIX – Comércio Extracomunitário: importações 1995-1999
77707
80000
70000
60000
50000
Importações 1995
63452
52528
56329
45166
Importações 1996
Importações 1997
Importações 1998
40000
Importações 1999
30000
20000
10000
0
1000 Euros
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
246
Já as importações registaram subidas até ao ano de 1998, tendo atingido neste período o valor de €
77.707.000. Porém no ano seguinte diminuíram, atingindo o valor de 63.452.000.
4. Terciarização: uma realidade em expansão
GRÁFICO XX – Bancos e Caixas Económicas 1995-2001
25
25
23
21
20
17
15
14
15
22
Bancos e Caixas Econ. 1995
Bancos e Caixas Econ. 1996
Bancos e Caixas Econ. 1997
Bancos e Caixas Econ. 1998
Bancos e Caixas Econ. 1999
Bancos e Caixas Econ. 2000
Bancos e Caixas Econ. 2001
10
5
0
N.º Estabelecimentos
Fonte: Informação datada de 2002, Inventário Municipal
Em cinco anos o Concelho de Ovar passou de 14 Bancos e Caixas Económicas para 25. Só na freguesia de
Ovar existiam 13 dependências bancárias, das quais fecharam duas entre os anos de 1999 e 2000. Em 2001
deixou, também, de funcionar uma dependência na freguesia de Esmoriz, que se localizava num
hipermercado local.
247
GRÁFICO XXI – Caixas de Crédito Agrícola Mútuo 1995-1999
2,5
2
2
2
2
2
2
1,5
CCAM 1995
CCAM 1996
CCAM 1997
CCAM 1998
CCAM 1999
1
0,5
0
N.º Estabelecimentos
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
O número de Caixas de Crédito Agrícola Mútuo mantém-se o mesmo desde 1995. Existe uma na freguesia
de Ovar e outra em Válega. Está prevista a abertura de mais duas: uma na freguesia de Arada e outra na de S.
Vicente de Pereira.
GRÁFICO XXII – Companhias de seguros 1995-1999
1
1
1
1
1
1
Comp. Seguros 1995
Comp. Seguros 1996
0,8
Comp. Seguros 1997
0,6
Comp. Seguros 1998
0,4
Comp. Seguros 1999
0,2
0
N.º Estabelecimentos
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
O número de companhias de seguro implantadas no Concelho também é o mesmo desde 1995, ou seja, só
existe uma.
GRÁFICO XXIII – Depósitos – Total 1995-1999
248
400000
Depósitos - Total 1995
363693
350000
285796 290450
300000
310292
Depósitos - Total 1996
326757
Depósitos - Total 1997
250000
Depósitos - Total 1998
200000
Depósitos - Total 1999
150000
100000
50000
0
1000 Euros
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
O montante dos depósitos efectuados nos Bancos e Caixas Económicas do Concelho tem vindo a subir desde
1995. Em 1999 o seu valor era de € 363.693.000.
GRÁFICO XXIV – Depósitos à ordem 1995-1998
120000
107675
92127
100000
80000
71318
73956
Depósitos à ordem 1995
Depósitos à ordem 1996
Depósitos à ordem 1997
Depósitos à ordem 1998
60000
40000
20000
0
1000 Euros
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
Entre 1995 e 1996 o valor dos depósitos à ordem subiu ligeiramente, mas a partir dessa data as subidas foram
bastante mais significativas. Em 1999 depositaram-se à ordem € 107.675.000.
249
GRÁFICO XXV – Depósitos a prazo 1995-1998
Depósitos a prazo 1998
Depósitos a prazo 1997
165276
Depósitos a prazo 1996
Depósitos a prazo 1995
169686
1000 Euros
174848
165860
160000
165000
170000
175000
180000
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
Por sua vez, os depósitos a prazo registaram um aumento acentuado entre 1995 e 1996, altura em que atingiu
os € 174.848.000, tendo vindo a descer desde então. Em 1998 registou-se o valor mais baixo desde 1995 (€
165.276.000).
GRÁFICO XXVI – Juros de depósitos 1995-1999
18000
17492
Juros depósitos 1995
Juros depósitos 1996
16000
14000
12000
Juros depósitos 1997
12599
9936
10000
Juros depósitos 1998
9447
Juros depósitos 1999
7122
8000
6000
4000
2000
0
1000 Euros
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
250
Atendendo a que o valor dos juros é baixo e ao facto dos depósitos a prazo registarem descidas desde 1995,
não é de estranhar que o montante dos juros de depósitos, também tenha descido desde 1995 até 1999, tendo
passado dos € 17.492.000 os para os 7.122.000.
GRÁFICO XXVII – Caixas Multibanco 1991-2000
35
30
30
Caixas Multib. 1991
Caixas Multib. 1992
Caixas Multib. 1993
Caixas Multib. 1994
Caixas Multib. 1995
Caixas Multib. 1996
Caixas Multib. 1997
Caixas Multib. 1998
Caixas Multib. 1999
Caixas Multib. 2000
31
25
21
19
20
15
15
11
12
9
10
7
4
5
0
N.º Caixas
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
Em 1991 apenas existiam em Ovar 4 Caixas Multibanco, tendo passado, num período de 10 anos para as 31.
Só de 1998 para 2000 registou-se um aumento de 10 Caixas.
GRÁFICO XXVIII – Levantamentos em Caixas Multibanco 1991-2000
Levantamentos 2000
Levantamentos 1999
Levantamentos 1998
Levantamentos 1997
Levantamentos 1996
Levantamentos 1995
Levantamentos 1994
Levantamentos 1993
Levantamentos 1992
Levantamentos 1991
51702
39758
34456
29186
24495
22511
18138
13918
10497
6241
1000 Euros
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
251
O montante dos levantamentos em Caixas Multibanco tem aumentado desde 1991, período em que registou
um valor pouco significativo de € 6.241.000. Contudo, desde essa data até 2000 o seu valor aumentou cerca
de oito vezes mais (€ 51.702.000).
GRÁFICO XXIX – Freguesias com serviços bancários e agências seguradoras
14
13
Arada
Cortegaça
Esmoriz
Maceda
Ovar
S. João
S. V. Pereira
Válega
12
10
10
8
8
6
6
4
4
4
2
4
3
3
1
1
1
1
2 2
3
3
0
N.º Agências bancárias
N.º Serviços Multibanco
N.º Agências seguro
Fonte: Informação datada de 2002, Inventário Municipal
Nas freguesias de Arada, S. João e S. Vicente de Pereira não existem agências bancárias. Ovar é a freguesia
com o maior número de agências bancárias, serviços Multibanco e agências seguradoras, com dez, treze e
quatro, respectivamente, encontrando-se Esmoriz no patamar mais abaixo, com seis agências bancárias, oito
serviços Multibanco e três agências seguradoras. S. João possui serviços Multibanco, num total de quatro e
três agências seguradoras. Em Válega existe uma agência bancária, um serviço Multibanco e três agências
seguradoras. Em Arada e S. Vicente de Pereira não existem serviços Multibanco.
5. Receitas e Despesas Municipais
252
GRÁFICO XXX – Receitas correntes 1995-1999
2940283
2737452
330737
290674
258192
239822
276468
Euros
1252651
1060718
1443062
1897121
3766772
3393566
4234150
2577912
3327306
3087115
2792155
2742311
2434996
2092941
1904899
1565152
1668513
1675237
0
500000
1000000
1500000
2000000
Cont. autárquica 1995
Cont. autárquica 1997
Cont. autárquica 1999
Fundos Equil. Financeiro 1996
Fundos Equil. Financeiro 1998
Imposto Munic. Sisa 1995
Imposto Munic. Sisa 1997
Imposto Munci. Sisa 1999
Imposto Munic. S/ veíc. Autom. 1996
Imposto Munic. S/ veíc. Autom. 1998
Outras receitas correntes 1995
Outras receitas correntes 1997
Outras receitas correntes 1999
2500000
3000000
3500000
4000000
4500000
Cont. autárquica 1996
Cont. autárquica 1998
Fundos Equil. Financeiro 1995
Fundos Equil. Financeiro 1997
Fundos Munic. Correntes 1999
Imposto Munic. Sisa 1996
Imposto Munic. Sisa 1998
Imposto Munic. S/ veíc. Autom. 1995
Imposto Munic. S/ veíc. Autom. 1997
Imposto Munic. S/ veíc. Autom. 1999
Outras receitas correntes 1996
Outras receitas correntes 1998
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
As principais receitas autárquicas da Câmara Municipal de Ovar são as Contribuições Autárquicas, os
Fundos Municipais Correntes (antigos Fundos de Equilíbrio Financeiro), o Imposto Municipal de Sisa e o
Imposto Municipal sobre veículos automóveis. Destas, os Fundos Municipais Correntes são os que mais
contribuem para os cofres da Autarquia. Todos os tipos de receitas autárquicas têm registado subidas ao
longo dos anos. Assim, em 1999, o valor da Contribuição autárquica foi de € 2.092.941, o dos Fundos
Municipais Correntes foi de € 3.327.306, o do Imposto Municipal de Sisa foi de € 2.577.912, o do Imposto
Municipal sobre veículos automóveis foi de € 330.737 e o de Outras Receitas correntes foi de € 4.234.150.
253
GRÁFICO XXXI – Receitas de Capital 1995-1999
5159834
3807010
3809603
3686076
2965767
2218209
2235497
2021902
1985948
1763465
2041749
1257519
Euros
199519
718288
693827
0
1000000
2000000
3000000
4000000
5000000
Outras Receitas Capital 1999
Outras Receitas Capital 1998
Outras Receitas Capital 1997
Outras Receitas Capital 1996
Outras Receitas Capital 1995
Fundos Munic. Capital 1999
Fundos Equil. Financeiro 1998
Fundos Equil. Financeiro 1997
Fundos Equil. Financeiro 1996
Fundos Equil. Financeiro 1995
Empréstimos 1999
Empréstimos 1998
Empréstimos 1997
Empréstimos 1996
Empréstimos 1995
6000000
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
Relativamente às Receitas de Capital, também os Fundos Municipais de Capital são os que detém o valor
mais elevado, no período dos cinco anos em análise, tendo atingido, em 1999, o montante de € 2.218.209. Os
Empréstimos registaram uma acentuada oscilação entre 1996 e 1997 (passou de € 718.288 para 199.519). No
anos seguintes voltaram a subir bastante, chegando aos € 2.041.749 em 1999.
A categoria “Outras Receitas de Capital”, foi a que mais contribuiu para o aumento das Receitas de Capital
desta Autarquia, em 1999, a que correspondeu o valor de € 5.159.834.
GRÁFICO XXXII – Despesas Correntes 1995-1999
4520186
3568804
2923753
2825560
2727092
128535
175636
223835
256377
192635
167870
357134
296520
274069
243253
Euros
4176474
3973673
3549675
3309548
3111640
0
1000000
2000000
3000000
4000000
Outras desp. correntes 1999
Outras desp. correntes 1998
Outras desp. correntes 1997
Outras desp. correntes 1996
Outras desp. correntes 1995
Encargos Financeiros 1999
Encargos Financeiros 1998
Encargos Financeiros 1997
Encargos Financeiros 1996
Encargos Financeiros 1995
Transf. Corren. Freg. 1999
Transf. Corren. Freg. 1998
Transf. Corren. Freg. 1997
Transf. Corren. Freg. 1996
Transf. Corren. Freg. 1995
Despesas Pessoal 1999
Despesas Pessoal 1998
Despesas Pessoal 1997
Despesas Pessoal 1996
Despesas Pessoal 1995
5000000
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
254
Entre as principais despesas correntes da Câmara Municipal de Ovar encontram-se as Despesas com Pessoal,
as Transferências Correntes para as Freguesias e os Encargos Financeiros. As Despesas com Pessoal são as
que atingem a verba mais elevada. Só em 1999 gastaram-se com o Pessoal € 4.176.474. Em segundo lugar
encontravam-se as Transferências Correntes para as Freguesias com um total de € 167.870.
GRÁFICO XXXIII – Despesas de Capital 1995-1999
2079288
2007048
1757374
1867768
257384
222014
151160
170868
170159
87284
391556
385176
170598
496558
426881
Euros
10296914
7609974
6200117
5841920
6944104
0
2000000
4000000
6000000
8000000
10000000
Outras desp. Capital 1999
Outras desp. Capital 1998
Outras desp. Capital 1997
Outras desp. Capital 1996
Outras desp. Capital 1995
Transf. Capital Freg. 1999
Transf. Capital Freg. 1998
Transf. Capital Freg. 1997
Transf. Capital Freg. 1996
Transf. Capital Freg. 1995
Amortizações emprést. 1999
Amortizações emprést. 1998
Amortizações emprést. 1997
Amortizações emprést. 1996
Amortizações emprést. 1995
Investimentos 1999
Investimentos 1998
Investimentos 1997
Investimentos 1996
Investimentos 1995
12000000
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
Os Investimentos, as Amortizações de empréstimos e as Transferências de Capital para as Freguesias são as
principais Despesas de Capital desta Autarquia, sendo os Investimentos os que mais pesam no seu
Orçamento. Em 1999, a verba que Câmara Municipal de Ovar despendeu para Investimentos foi de €
10.296.914.
O ano em que mais Amortizações de empréstimos se fizeram foi o de 1996, no total de € 496.558, tendo sido
o ano seguinte o que menos verbas se gastaram em amortizações, num total de € 170.598.
As Transferências de Capital para as Freguesias aumentaram sempre até 1998, tendo decrescido no ano
seguinte, altura em que se fixou nos € 151.160, para voltar a subir, em 1999, para os € 222.014.
255
6. Poder de compra concelhio
GRÁFICO XXXIV – Poder de Compra Concelhio: Indicador per capita em 1993, 1995, 1997 e 2000
76
74,83
74,23
74
72
70
67,76
68
66
Poder de Compra Conc.
1993
Poder de Compra Conc.
1995
Poder de Compra Conc.
1997
Poder de Compra Conc.
2000
65,65
64
62
60
%
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
O poder de compra concelhio, ao nível do rendimento per capita, registou aumentos até 1997, período em
que atingiu os 74.83%, tendo decrescido, em 2000, para os 74.23%.
GRÁFICO XXXV – Poder de Compra Concelhio: percentagem do Poder de Compra em 1993, 1995, 1997 e 2000
0,39
0,39
0,39
0,38
0,37
0,36
0,35
0,35
0,34
0,33
Percentagem Poder
Compra 1993
Percentagem Poder
Compra 1995
Percentagem Poder
Compra 1997
Percentagem Poder
Compra 2000
0,33
0,32
0,31
0,3
%
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
No que concerne à percentagem do poder de compra concelhio, verifica-se que ela subiu de 1993 para 1997,
altura em que se fixou nos 0.39%, valor que se manteve em 2000.
256
GRÁFICO XXXVI – Poder de Compra Concelhio: factor de dinamismo relativo em 1993, 1995, 1997 e 2000
0,15
Factor dinam. Relativo 1993
0,12
0,1
Factor dinam. Relativo 1995
0,05
Factor dinam. Relativo 1997
Factor dinam. Relativo 2000
0
%
-0,05
-0,1
-0,15
-0,15
-0,2
-0,19
-0,2
-0,25
Fonte: Informação datada de 2002, INE – Instituto Nacional de Estatística
Já o factor de dinamismo relativo registou valores negativos em 1995, 1997 e 2000 (respectivamente, -0.2, 0.15 e –0.19).
7. Abrangência geográfica das empresas/instituições e principais medidas de formação profissional
Com o intuito de perceber melhor o que estão as empresas e outras entidades do Concelho a fazer para
solucionar os problemas de emprego/desemprego e de qualificação e formação profissional, enviámos em
2000 um inquérito a 48 entidades e empresas a operar no Concelho. Dada a morosidade da metodologia
utilizada não se procedeu este ano à actualização de todos os dados obtidos na altura, pelo que se mantém o
texto inserido no Pré-diagnóstico.
Assim os dados que se seguem referem-se aos elementos fornecidos, em 2000, por dez empresas, cinco
IPSS’s, as duas UNIVAS existentes no Concelho e uma Associação, para além do Centro de Emprego de
Aveiro, com excepção das medidas e acções de formação promovidas por algumas empresas concelhias, pois
foram confirmadas este ano, via telefone.
GRÁFICO XXXVII – Caracterização jurídica das entidades/instituições
1
5
1
10
2
IPSS
Associação
UNIVAS
Empresas
Centro de Emprego de Aveiro
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
257
As empresas são, então, as entidades que mais responderam ao nosso inquérito, apesar de pouco
significativas e também de pouco explícitas, detendo 52.5% do total das 19 respostas.
Estas empresas e entidades demonstram uma significativa dispersão geográfica no que se refere à sua área de
abrangência.
GRÁFICO XXXVIII - Área de abrangência geográfica das entidades/instituições
100
100
90
80
70
60
50
40
32,5
30
10
0
22,5
19
20
6
1 1 1 1 1 1 1 1 1
4
N.º Respostas
Ovar
Ovar/Feira/Espinho
Ovar/Espinho/S. J. Madeira
Esmoriz/Cortegaça
S. Vicente Pereira
NS/NR
5 5 5 5 5 5 5 5 5
%
Ovar/Feira/Espinho/Estarreja
Ovar/Estarreja/Murtosa/S. J. Madeira
Ovar/Vagos/Ílhavo/Aveiro/Estarreja/Murtosa
Esmoriz/Maceda/Cortegaça
Nacional
Total
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
A maioria das entidades/instituições que responderam ao inquérito tem como área de abrangência o próprio
Concelho (14 das 19 respostas), embora cinco incluam na sua área de abrangência, para além do Concelho de
Ovar, concelhos como Santa Maria da Feira, Estarreja, Murtosa, S. João da Madeira, Vagos, Ílhavo e Aveiro,
tal como se pode observar no quadro acima exposto.
Só responderam ao inquérito empresas pertencentes ao sector secundário e ao sector terciário, pois quatro
inserem-se no primeiro caso e duas no segundo.
GRÁFICO XXXIX – Área de actividade industrial das empresas
258
6
6
Com. grosso sucatas industriais
5
Const. Civil e obras públicas
4
Fabrico papel e cartão
3
Fabrico e acabam. Peúgas
2
1
Com. grosso móveis e tapetes
1
1
1
1
1
1
Têxtil - cordoaria
Total
0
N.º Respostas
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
Apesar de quatro empresas não identificarem a sua área de actividade industrial, as restantes subdividem-se
pelo comércio por grosso de móveis e tapetes ou de sucatas, pela construção civil, pelo fabrico de papel e de
cartão e pelo têxtil, correspondendo cada uma a aproximadamente 16.7% das empresas respondentes.
8. Medidas de Formação Profissional implementadas por empresas concelhias
Pretendendo, então, saber o que estão as empresas do Concelho a fazer para promover a qualificação
profissional dos seus recursos humanos, questionámo-las sobre que medidas de formação profissional estão
aplicar A totalidade das empresas que promovem acções de formação profissional fazem-no no âmbito da
Reciclagem, Actualização e Aperfeiçoamento (ex-Formação Profissional Contínua). Contudo, uma delas
promove, também, acções de Qualificação Inicial e outra do Sistema de Aprendizagem.
O Sistema de Aprendizagem é um programa de formação profissional de jovens que tenham ultrapassado a
idade limite da escolaridade obrigatória, e que não tenham ultrapassado, preferencialmente, o limite etário
dos 25 anos. O processo formativo decorre alternadamente entre um Centro ou Pólo de Formação
Profissional e uma entidade onde terá lugar a formação prática em contexto real de trabalho. A duração
destes cursos pode ser de 1 a 3 anos e dispõem de programas e suportes próprios, aprovados a nível nacional.
Este sistema confere ao formando um grau de equivalência escolar, para além de lhe atribuir um Certificado
de Aptidão Profissional correspondente a um nível de qualificação.
O programa Qualificação Inicial visa potenciar o desenvolvimento pessoal, social e profissional de pessoas
desempregadas há menos de um ano ou em risco de desemprego, ou, ainda, de candidatos ao primeiro
emprego com idade igual ou superior a 16 anos, proporcionando-lhes uma formação qualificante e técnica.
Por seu lado, o programa “Reciclagem, Actualização e Aperfeiçoamento” é uma medida que pretende
promover a formação de adultos activos, de forma contínua. Estas acções de formação, para além de
constituírem um acompanhamento “pedagógico” das mudanças na sociedade em geral, podem ser
concebidas como portadoras de processos de transformação e de mudanças organizacionais com vista a
assegurar a competitividade das empresas. Conferem aos formandos uma qualificação adequada ao exercício
de uma determinada tarefa ou função.
Para que o potencial dos recursos humanos possa enfrentar as exigências dos novos mercados e continuar
competitivo são necessárias mudanças radicais, que terão que passar, invariavelmente, por mudanças no
modo como o trabalho e as empresas são organizadas e, consequentemente, na natureza da própria formação
e no processo de aprendizagem no interior das mesmas.
Os sistemas de formação profissional terão que responder às reais necessidades das organizações e do
mercado de trabalho, tendo sempre presente as inovações tecnológicas e científicas que se vão desenrolando
pelo mundo fora.
259
As empresas devem começar, então, a apostar na formação dos seus próprios empregados, permitindo-lhes
acompanhar as mudanças.
É por esta razão que, no Concelho de Ovar, algumas empresas, começam a apostar na formação contínua dos
seus empregados como forma de aumentarem a sua motivação e satisfação no trabalho e de acompanharem
as mudanças técnicas e científicas que se vão desenrolando pelo mundo fora e como forma delas próprias
aumentarem a sua produtividade e manterem, ou mesmo melhorarem, a sua competitividade.
8.1. Número de formandos segundo as acções de formação
O baixo nível literário de uma parte considerável da população activa, o abandono precoce dos
estabelecimentos de ensino, as ofertas de emprego com níveis de qualificação pouco exigentes, salários
relativamente atractivos, dificuldades em fixar quadros superiores e intermédios, as insuficientes condições
em termos de obtenção de habitação disponível a preços moderados traduzem consequências negativas ao
nível da qualificação e estabilidade de emprego a médio e longo prazo, quando se assiste a nível nacional a
algumas tendências como:
a suspensão gradual das actividades de transformação física e ao predomínio de actividades
relacionadas com a informação;
a um deslocamento do centro de qualificação para as funções qualificadas ou altamente qualificadas,
e, por conseguinte, o aumento da procura de elevada qualificação em matéria de informática, gestão,
marketing, etc.;
capacidade de trabalho em equipa e para a cooperação, fazem parte das qualidades exigidas devido à
maior interdependência das funções e das tarefas;
o aumento da responsabilidade resultante da necessidade de resolver situações imprevistas e de lidar
com a vulnerabilidade inerente dos novos sistemas técnicos.
Não existe qualquer dúvida sobre a relevância das inovações tecnológicas para o desenvolvimento, no
entanto, há que considerar a importância assumida pela polivalência, adaptabilidade e autonomia
profissionais, como factores decisivos que configuram a sociedade futura.
É bem provável que a elasticidade formação-emprego vá aumentar nos dois sentidos, ou seja, a mesma
formação poderá ser um requisito essencial para diferentes profissões ou empregos, ao mesmo tempo que a
mesma profissão irá exigir diferentes e diversificadas acções de qualificação e aperfeiçoamento.
Contudo, no Concelho de Ovar, as condições de formação e qualificação da mão-de-obra na indústria não
têm evoluído, com excepção de algumas empresas mais modernas e dinâmicas que apostaram nesta área e
que dispõem de formação interna subsidiada ou não através do IEFP e do PEDIP. A este nível é difícil a
intervenção planeada dos serviços públicos na medida em que as empresas são entidades privadas. Os
serviços apenas podem divulgar os incentivos à formação existentes e sensibilizar as empresas para a
qualificação profissional, salientando o aumento da produtividade das próprias empresas.
Consequentemente e como temos uma mão-de-obra muito jovem, esta evidencia uma grande falta de
qualificação, pois não está receptiva à formação profissional, dado que os rendimentos mensais auferidos são
muito superiores aos da bolsa de formação.
Acresce ainda a estes factores, as significativas carências em termos de quadros intermédios e de cursos
tecnológicos - insuficientes e por vezes desajustados das necessidades das empresas – e de candidatos às
260
profissões tradicionais que por vezes acumulam problemas de reconversão profissional de operários mais
idosos em sectores de modernização.
Contudo, a Escola de Formação Profissional de Cortegaça tem em funcionamento quatro Cursos Técnicos:
um de Controlo de Qualidade, com 42 formandos, um de Electrónica/ Telecomunicações, com 63
formandos, um de Multimédia, com 56 e outro de Planeamento e Gestão de Produção, com 64. São cursos
com excelentes saídas dada a preocupação da OVARFORMA em articular com o tecido empresarial do
Concelho, nomeadamente através de um Conselho Consultivo onde as empresas são parceiros.
Algumas empresas concelhias promovem acções de formação profissional que se destinam, essencialmente,
a empregados e candidatos ao primeiro emprego.
A empresa Salvador Caetano tem em formação interna 14 formandos no curso de Office Avançado, 30
distribuídos pelo Inglês I, II e III, 70 no de Ambiente e Segurança no Trabalho, 10 no de Aperfeiçoamento de
Técnicas de Pintura, 6 no de Colagens, 15 no de Bate-chapas, 15 no de Gestão Ambiental, 15 no de
Auditores para Ambiente, 16 no de Coordenação de Equipas e 15 no de Leitura e Interpretação de Desenho.
Em formação externa, no âmbito do Sistema de Aprendizagem, encontram-se 40 formandos (37 homens e 3
mulheres), todos candidatos ao primeiro emprego, inseridos nos cursos de Electromecânica III, Desenho III e
Qualificação de Pintores.
Nas empresas associadas à ex-Philips Portuguesa realizaram-se, no primeiro semestre de 2002, 35 acções de
formação, com um mínimo de 32 horas cada, inseridas nas seguintes áreas: Informática, Ambiente,
Qualidade, Comportamento, Logística, Recursos Humanos, Higiene e Segurança no Trabalho, Línguas e
Produção. Paralelamente, foram promovidas 30 acções (de cerca de 30 minutos cada) de sensibilização e de
integração de novos colaboradores na empresa. Esta firma tem planeadas e já calendarizadas 29 acções
dentro das áreas já referidas para além da área das Finanças e da Gestão Industrial.
A Tovartex desenvolveu duas acções de formação interna denominadas “Introdução à Informática”, uma no
período compreendido entre 2 de Abril e 23 de Maio de 2002 e outra entre 28 de Maio e 16 de Julho do
mesmo ano, tendo participado em cada uma 11 formandos (9 mulheres e 2 homens na primeira e 10
mulheres e um homem na segunda). Realizou, também, um curso de Word, que teve início a 3 de Abril e
cessou a 12 de Junho de 2002. Nesta empresa está prevista a implementação de mais quatro acções de
formação interna, a saber: uma de Socorrismo, entre 4 de Setembro e 3 de Outubro, outra de Segurança e
ataque a incêndios, de 5 de Novembro a 5 de Dezembro, outra sobre Cultura Organizacional, no período
compreendido entre 5 de Novembro e 5 de Dezembro e outra denominada “Estabelecer melhores relações
pela Assertividade, que decorrerá entre 6 de Novembro e 22 de Janeiro de 2003.
Por último, a firma Yasaki Saltano realizou várias acções de formação externas e internas, algumas das quais
por entidades externas, durante o primeiro semestre de 2002. No âmbito da formação externa nomearam os
seguintes cursos: Tecnologias de tratamento de águas residuais para um formando no IDIT; Planeamento e
Gestão de Produção para três formandos, também no IDIT; Informática BCRAN para um formando na
Rumos em Lisboa; Interpretação de OHSAS 1801 para um formando; Informática Cisco Internet Work
Trouble S. para um formando na Rumos em Lisboa; Gestão de Projectos para um formando no IIR;
Interpretação da Norma para um formando na AEP; Administração e Suporte de Sistemas de Redes para um
formando; Aprovisionamento e Logística para dois formandos; Automação e Robótica para 3 formandos no
IDIT. As acções de formação internas referenciadas foram: YPMS Trainning para 6 formandos; Global
Qualitie para cinco formandos; Informática XPPS para 2 formandos; BOS Trainning para 21 formandos;
Resolução de Problemas- Relatório 8D para 30 formandos; e Separação Correcta de Resíduos e Controle de
Derrames para 16 formandos. No âmbito da formação interna implementada por entidades externas referiram
as acções de Inglês para seis formandos e as Aulas Particulares de Inglês e de Português para um formando.
Estão ainda a decorrer dos cursos: Auditoria ao processamento DDA 6.3 para nove formandos e
Comportamentação de Chefias Intermédias para 20 formandos. Estão previstas, para o segundo semestre de
2002, 75 acções na Yasaki Saltano Portuguesa e 70 na Yasaki Saltano de Ovar, inseridas nas áreas do
Ambiente e Segurança no Trabalho, Contabilidade, Gestão Empresarial, Gestão Industrial, Gestão Integrada,
Informática, Línguas, Logística, Qualidade, Recursos Humanos, Secretariado e alguns Seminários
261
9. Medidas de Formação promovidas pelo Centro de Formação Profissional de Aveiro
Achámos por conveniente tratar os dados fornecidos pelo Centro de Formação Profissional de Aveiro
separadamente dos dados obtidos junto das empresas do Concelho de Ovar por serem dados que se referem a
seis Concelhos do Distrito e não apenas a este Concelho.
GRÁFICO XL – Medidas de formação promovidas pelo Centro de Formação Profissional de Aveiro segundo o sexo da
população alvo
Total 154
Mulheres
Homens
30000
29673
108117
113086 10080
251410
Volume Formação (horas)
62
92
0%
150
30
120
10%
48
34
408
158
123
47
14
285
111
20%
30%
Sist. Aprendizagem
Form. Prof. Desempregados
Total
542366
105
1023
49
345
678
56
40%
50%
60%
70%
Inic. Profis. Qualif. Inicial
Form. Profis. Contínua
80%
90%
100%
Sub. Integrar/Form. Especial
Form. Formadores e agentes
Fonte: Informação datada de 2000, Centro de Formação Profissional de Aveiro e que se mantém na actualização dos dados
Segundo os dados do Centro de Formação Profissional de Aveiro, estavam registados, em 200, neste Centro
1023 indivíduos a frequentar acções de formação profissional, dos quais a maioria (408 do total)
262
frequentavam acções do programa Formação Profissional Contínua. Este valor não correspondia, portanto, à
realidade do Distrito de Aveiro porque, para além do Centro de Formação Profissional de Aveiro, existe
ainda no distrito o Centro de Formação Profissional de Águeda e o de Rio Meão, dos quais não dispomos de
dados. No que respeita a este tipo de formação, a discrepância entre os dados do Centro de Formação
Profissional e os dados dos inquéritos deve-se, em nosso entender, à existência de formação interna,
suportada pela própria empresa e que, por conseguinte, não tem que ser comunicada ao Centro de Formação
Profissional. O programa com o menor número de formandos era o Subprograma Integrar/Formação
Especial, expresso em 48 indivíduos.
Analisando, quantitativamente, estes dados sobre o prisma do volume de formação, concluímos que a medida
com mais horas de formação era o programa Formação Profissional para Desempregados, com um total de
113.086 horas, seguido do Sistema de Aprendizagem, totalizando 251.410 horas. Pelo contrário, a medida
com o menor volume de horas de formação era o programa Formação de Formadores e Agentes, englobando
10.080 horas, seguido do programa Formação Profissional para Desempregados, ao qual correspondiam
29.673 horas.
No que concerne à população alvo destas medidas, mencionadas pelo Centro de Formação Profissional de
Aveiro, constata-se que a maioria dos formandos eram do sexo masculino (678 do total de 1.023 registados
neste Centro), ficando-se o sexo feminino pelos 345 formandos.
GRÁFICO XLI – Medidas de formação promovidas pelo Centro de Formação Profissional de Aveiro segundo a população alvo
Sist. Aprendizagem
Inic. Profis. Qualif. Inicial
Sub. Integrar/ Formação Especial
Form. Profis. Desempregados
Form. Profis. Contínua
Form. Formadores e agentes
Total
600
513
500
400
408
304
300
206
200
100
105
154
150
158
48
0
N.º Empregados N.º Candidatos ao
N.º
1.º Emprego
Desempregados >
1 ano
Fonte: Informação datada de 2002, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional,” e que se mantém na actualização dos dados
Ao elaborarmos o cruzamento das variáveis “medidas de formação” com a “População alvo”, observamos
que a população empregada era o grupo que mais frequentava acções de formação (513 formandos do total
de 1023), justificado pelo facto do programa Formação Profissional Contínua ser o programa com mais
formandos empregues (408 no total). O grupo da população activa que menos frequentava acções de
formação eram os desempregados há mais de 1 ano, já que só 206 indivíduos nesta situação as frequentavam.
Por outro lado, verifica-se que o Sistema de Aprendizagem e o programa Iniciação Profissional e
Qualificação Inicial, eram as medidas mais seleccionadas por candidatos ao primeiro emprego, com 154 e
150 formandos, respectivamente. O Subprograma Integrar/Formação Especial era o programa frequentado
por menos desempregados há mais de uma ano, registando apenas 48 formandos nesta condição.
O Centro de Formação Profissional de Aveiro possui boas condições para fazer formação (ex. nas áreas de
electrónica, metalomecânica, serralharia, carpintaria, etc.), tendo realizado, segundo dados fornecidos pelo
próprio, 64 acções de formação em 2000, formando 1.013 indivíduos em áreas bastante distintas.
9.1. Acções de formação segundo as medidas de formação
263
GRÁFICO XLII – Número de acções por cada medida de formação
100
100
90
Inic. Profis. Qualif. Inicial
80
Sub. Integrar/Form. Especial
70
64
Form. Profis. Desempregados
60
Form. Profis. Contínua
50
Total
40
29,6
30
20
10
Sist. Aprendizagem
15
12 14
19
4
23,4
19 21,8
6,2
0
N.º Respostas
%
Fonte: Informação datada de 2002, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional,” e que se mantém na actualização dos dados
Foram promovidas pelo Centro de Formação Profissional de Aveiro, em 2000, 19 acções de formação no
âmbito do Sistema de Aprendizagem, 15 no âmbito da Formação Profissional para Desempregados, 14 do
programa Iniciação Profissional e Qualificação Inicial, 12 do Sistema de Aprendizagem e apenas 4 do
Subprograma Integrar/Formação Especial.
Das acções desenvolvidas no âmbito do Sistema de Aprendizagem, destacamos o curso de Cabeleireiros, o
de Pintor Auto, o de Cozinheiros, o de Electromecânica, entre outros. Dentro dos cursos realizados no
enquadramento do programa Iniciação Profissional e Qualificação Inicial, salientamos, o de Electrónica,
Serralharia Mecânica, o de Carpintaria e o de Técnico de Secretariado, entre outros. Por seu lado,
gostaríamos de fazer referência a alguns cursos levados a cabo, no âmbito do Subprograma
Integrar/Formação Especial, como o de Recuperação e Construção do Meio Envolvente, o de Costura, o de
Calceteiros e o de Jardinagem. Já no que se refere ao programa Formação Profissional para Desempregados,
salientamos o curso de Desenho Projecto e Construção Civil, o de Empregado de mesa, o de Formista
Moldista e o de Geriatria. Por último, queremos também sublinhar alguns dos cursos realizados no
enquadramento do programa Formação Profissional Contínua, a saber: o de Auditores de Qualidade, o de
Hidráulica, o de Pneumática e o de Informática – Iniciação Windows.
Avançando com a análise pareceu-nos pertinente identificar a média de idades da população alvo das
medidas de formação profissional perpetradas no Concelho de Ovar.
264
9.2. Acções de formação previstas para 2002 pelo Centro de Formação Profissional de Aveiro
QUADRO XX – Plano de Formação para 2002
Data
Designação da acção
Dur.
Hab.
horas
Liter.
Horário
Nível
Início
Fim
Laboral
Pós-laboral
Local
da
Formação
Téc. Int. Desen. Const. Mecân.
Téc. Qualificado Electrónica
Téc. Básico Metalomecânica
Téc. Qualidade
Téc. Agência Viagens
III
III
II
III
III
2002-09-16
2002-04-15
2002-04-29
2002-09-23
2002-03-04
2005-09-16
2005-04-15
2005-04-29
2005-09-23
2005-03-05
5040
4590
4590
5200
5040
9.º
9.º
6.º
9.º
9.º
x
x
x
x
x
S. Caetano
Philips
FAV
FAV
C. Calvão
Oper. Máquinas e Ferramentas
Desenho Projectista Const. Civil
Inst. Reparação Computadores
Modelador Cerâmico
Ajudante Cabeleireiro
Pintura – Auto
II
III
II
III
II
II
2002-09-16
2002-06-11
2002-05-06
2002-11-11
2002-09-30
2002-02-13
2003-10-23
2003-07-29
2003-02-17
2003-12-22
2003-07-25
2002-11-29
1701
1845
1218
1551
1389
1239
6.º
11.º
9.º
11.º
9.º
6.º
x
x
x
x
x
x
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
S. Caetano
Carpintaria
Técnicas de Secretariado
Cozinha
Canalizações
Electrónica Industrial
Téc. Polivalente de Gás
II
III
II
II
III
II
2002-04-02
2002-06-17
2002-02-25
2002-10-14
2002-11-18
2002-03-18
2003-01-20
2003-07-15
2002-12-09
2003-09-17
2004-03-15
2002-06-17
1218 6.º
1701 11.º
1218 6.º
1210 6.º
2072 11.º
464 Esc. obr.
x
x
x
x
x
x
FAV
FAV
S. Jacinto
FAV
FAV
FAV
4
Inst. Oper. Sistemas Informáticos
Serviço de Mesa
II
II
2002-03-04 2003-11-26 2700
2002-05-13 2004-02-06 2700
6.º
6.º
x
x
Esmoriz
C. Calvão
5
Pintura Const. Civil – B2
Jardinagem – B3
I
II
2002-04-08 2002-11-26 960
2002-03-18 2003-04-28 1760
4.º
6.º
x
x
C. Calvão
C. Calvão
6
Jardinagem
Costura Industrial
Reconv. Conserv. Meio Envolvente
II
II
II
2002-03-04 2002-12-30 1281 Esc. obr
2002-02-13 2002-12-30 1372 Esc. obr.
2002-03-11 2002-12-30 1246 Esc. obr.
x
x
x
Ílhavo
Aveiro
Aveiro
7
Inst. Manut. Redes Sistemas Inform.
IV
2002-04-02 2003-10-17 1505
*
x
FAV
Auditores de Qualidade
Ferramentas da Qualidade
Normas ISSO 9000 Versão 2000
Implementação Sistema Qualidade
IV
IV
IV
IV
2002-03-11
2002-04-15
2002-06-17
2002-09-09
-
1
2
3
2002-04-05
2002-06-04
2002-07-05
2002-10-11
42
78
36
60
x
x
x
x
FAV
FAV
FAV
FAV
265
Controlo Estatístico do Processo
Instalador/Soldador Redes de Gás
Instalador/Soldador Redes de Gás
Técnico de Gás
Mecânico Aparelhos de Gás
Mecânico Aparelhos de Gás
Pneumática
Hidráulica
Electropneumática Avançada
Gestão da Manutenção
Praticante de Cabeleireiro
Oficial de Cabeleireiro
CNC Fresagem
CNC Torneamento
Maquetismo I
Matequismo II
Materiais Processos Construção
Modelação em Barro
Recic. Form./Moldista- novos mat.
Inglês Comercial
8
IV
II
II
II
II
II
IV
IV
IV
IV
II
II
III
III
III
III
III
III
II
III
2002-10-21
2002-02-25
2002-06-17
2002-03-25
2002-05-06
2002-09-09
2002-02-04
2002-05-06
2002-03-04
2002-06-03
2002-04-16
2002-09-10
2002-02-04
2002-06-03
2002-04-08
2002-09-09
2002-11-04
2002-02-18
2002-04-22
2002-10-01
2002-11-14
2002-04-09
2002-07-26
2002-05-10
2002-06-05
2002-10-07
2002-03-01
2002-05-28
2002-04-09
2002-06-24
2002-07-04
2002-11-21
2002-03-26
2002-07-17
2002-06-07
2002-10-04
2002-11-29
2002-04-10
2002-06-18
2002-10-28
Data
Designação da acção
(continuação)
8
9
42
120
120
120
81
81
42
42
60
36
129
129
105
96
120
60
60
90
90
60
-
Dur.
Hab.
horas
Liter.
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Horário
nível
Início
Fim
Laboral
Pós-laboral
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
Local
da
Formação
Infologia/Contabilidade Básica
Windows 98
Windows 98
Word 2000
Word 2000
Excel 2000
Access 2000
Iniciação ao Autocad
Autocad 3D
Medições para Desenhadores
Ajudantes Familiares
Word Avançado
Iniciação ao Autocad
Concepção Desenv. Prod. Multim.
III
III
III
III
III
III
III
III
III
III
III
III
III
III
2002-11-04
2002-02-18
2002-09-11
2002-03-11
2002-10-09
2002-04-08
2002-05-13
2002-02-20
2002-04-15
2002-06-03
2002-10-14
2002-11-06
2002-09-16
2002-05-27
2002-12-02
2002-03-11
2002-10-02
2002-04-03
2002-10-30
2002-05-09
2002-06-13
2002-03-28
2002-05-15
2002-07-05
2002-11-27
2002-12-09
2002-10-22
2002-07-05
63
48
48
48
48
63
63
81
60
72
96
72
81
81
-
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
FAV
Form. Pedagóg. Contín. Formad.
III
2002-03-04 2002-04-09
63
-
x
FAV
Fonte: Informação datada de 2002, IEFP – Plano de Formação para 2002
Legenda:
1 – Sistema de Aprendizagem
2 – Qualificação Inicial
3 – Qualificação e Reconversão Profissional
4 – Educação – Formação (Jovens )
5 – Qualificação Profissional com Progressão Escolar – Educação e Formação de Adultos com Certificação Escolar e Profissional
6 – Formação Social e Profissional
7 – Cursos de Especialização Tecnológica
8 – Reciclagem, Actualização e Aperfeiçoamento
9 – Formação Pedagógica Contínua de Formadores
* - 12.º ano e Qualificação Profissional de Nível III
São várias acções que irão ou estão já a ser implementadas. No Concelho de Ovar realizar-se-ão até ao final
do ano cinco acções: duas na Salvador Caetano, uma na ex-Philips, uma em Esmoriz e outra em S. Vicente
de Pereira. O maior número de acções terá lugar na FAV, sendo as de Reciclagem, Actualização e
Aperfeiçoamento as mais numerosas, num total de 33 e as únicas que se realizarão em horário pós-laboral.
Do total das 62 acções previstas, 28 são de nível III e 22 de nível II.
No entanto não é só através da qualificação e formação profissional que as empresas se tornam mais
desenvolvidas e competitivas, elas também necessitam de se manterem actualizadas em termos de
266
tecnologias, formas de organização do trabalho, produtos e mercado, tendo para isso que estabelecer
contactos com várias entidades, entre elas as UNIVAS.
10. Contactos estabelecidos pelas empresas do Concelho de Ovar
10.1. Contactos com UNIVAS
GRÁFICO XLIV – Empresas/entidades que mais contactam as Univas por actividade económica
100
100
IPSS
Fábricas calçado
Fábricas plástico
Hotelaria
Construção Civil
Distrib. Alimentar
Artigos lar
Serração
Ind. Vestuário
Recrut. Selecção pessoal
Total
90
80
70
60
50
40
30
17
20
10
0
3 3 1 1 1
1
2 1 1 3
N.º Respostas
17,5
17,5
6 6 6
17,5
11,5
6
6 6
%
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
As empresas/entidades que mais contactam com as UNIVAS (Unidades de Inserção na Vida Activa) do
Concelho de Ovar são as IPSS e as Fábricas de calçado e as de recrutamento e selecção de pessoal (com três
respostas cada). De seguida surgem as empresas de Artigos para o lar (com duas respostas). Com uma
resposta cada surgem ainda as fábricas de plástico, a hotelaria, a construção civil, as empresas de distribuição
alimentar, a serração e a indústria do vestuário.
267
GRÁFICO XLV – Empresas que mais contactam as Univas por dimensão
47
50
45
Média
40
35
30
25
20
15
10
Pequena
Grande
29,5
23,5
5
8
4
5
0
N.º Respostas
%
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
Observando o quadro acima apresentado, podemos comprovar que são as médias empresas (oito escolhas) e
as pequenas (cinco escolhas) que mais procuram as UNIVAS do Concelho para tentarem solucionar os seus
problemas de falta de mão de obra ou para esclarecerem as suas dúvidas relativas a programas ocupacionais,
estágios académicos ou profissionais ou quaisquer outras dúvidas relativas a políticas de emprego ou
formação profissional.
QUADRO XXI – Contactos entre UNIVAS
Contactos
N ( N.º de respostas )
% = 100%
2
2
2
2
8
100%
Intercâmbio de ideias
Ofertas de emprego
Colocação de candidatos a empregos
Informações diversas
TOTAL
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
NOTA: Esta questão admite mais que uma resposta
Para puderem esclarecer com rigor as pessoas que as procuram, as UNIVAS também têm necessidade de
estabelecer contactos entre si, numa tentativa de se manterem ao corrente de tudo o que se vai implementado
em termos de políticas e medidas de emprego e formação profissional, para além de tentarem manter
actualizados os seus ficheiros de clientes, tanto empresariais como de desempregados à procura de emprego.
Por conseguinte, os contactos que as UNIVAS mais estabelecem entre si são o intercâmbio de ideias, as
ofertas de emprego, a colocação de candidatos a empregos e as informações diversas (com duas respostas
cada variável).
Por sua vez, as empresas para aumentarem a sua rentabilidade e produtividade, estabelecem contactos com
os Centros de Emprego, com Escolas Superiores e com outras empresas, numa tentativa de colmatar
dificuldades, de esclarecer dúvidas e de preencherem vagas nos seus Quadros de Pessoal.
10.2. Contactos com os Centros de Emprego
QUADRO XXII – Contactos entre as empresas e os Centros de Emprego
268
Contactos
N ( N.º de respostas )
Pedidos de pessoal
Pedidos de informação sobre Planos de Formação Profissional
Reuniões entre membros do Conselho Director do I.C.F.P.
(Câmara do Comércio e Indústria Luso-Alemã)
Protocolos de apoio à Formação Profissional para jovens licenciados
à procura do 1.º emprego
Protocolos com IEFP no âmbito do programa Aprendizagem/
Estágios Profissionais
TOTAL
% = 100%
1
1
1
1
1
5
100%
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
NOTA: Esta questão permite mais que uma resposta
Desta forma, a quase totalidade das empresas que responderam ao inquérito (sete do total de dez) não
emitem qualquer informação sobre se estabelecem ou não contactos com Centros de Emprego. Apenas três
empresas afirmam manter contactos com Centros de Emprego/Centros de Formação Profissional. Destas
empresas, uma firmou um protocolo com o Centro de Emprego e Formação Profissional para apoiar a
formação profissional de jovens licenciados à procura do 1.º emprego e outra estabeleceu um protocolo com
o Centro de Emprego no âmbito do programa de Aprendizagem e dos programas de Estágios Profissionais.
Também são mencionados outro tipo de contactos que estabelecem com aqueles Centros, como os pedidos
de pessoal e os pedidos de informação sobre Planos de Formação Profissional (com uma resposta cada
variável), havendo mesmo uma empresa que refere que o director geral é membro do Conselho Director do
I.C.F.P. (Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã).
10.3. Contactos com o Ensino Superior
GRÁFICO XLVI – Contactos entre as empresas e o Ensino Superior
2
2
1,8
1,6
1,4
1,2
1
Protocolos p/ estágios curric.
E/ou visitas estudo
Troca de conhecimentos
tecnológicos
Total
1
1
0,8
0,6
0,4
0,2
0
N.º Respostas
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
OBSERVAÇÕES: Este quadro cinge-se a 1 só empresa das 10.
Em relação aos contactos entre as empresas e o Ensino Superior, há a relatar que a quase totalidade das
empresas (nove de um total de dez ) não refere qualquer contacto. Apenas uma faz menção a tal facto,
269
referenciando que 50 % dos contactos que estabelece ou são protocolos com o Ensino Superior para efectuar
estágios curriculares ou visitas de estudo, ou são uma troca de conhecimentos tecnológicos.
10.4. Contactos entre empresas
GRÁFICO XLVII – Contactos entre empresas
10
10
Recurso à formação externa
6
Protocolo entre empresas (Salvador
Caetano, Philips e IEFP)
Parcerias p/ cursos formação prof.
(Aprendizagem e Form. Formadores)
Ausência de contactos
5
Total
9
8
7
7
4
3
2
1
1
1
1
0
N.º Respostas
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
Já no que concerne aos contactos entre empresas, são sete as que não os referem. Apenas uma delas
menciona que recorre a outras empresas para prestação de formação. Outra menciona o protocolo que
mantém com a Salvador Caetano e o IEFP no sentido de efectuar acções de formação e a terceira refere as
parcerias existentes com alguns cursos de formação profissional no âmbito da Aprendizagem e da Formação
de Formadores.
11. Postos de trabalho disponibilizados e tipo de contratos
11.1. Postos de trabalho disponibilizados
270
GRÁFICO XLVIII – Tipo de postos de trabalho mais disponibilizados
Total
11
Sector comercial/vendas
Profissionais qualificados
1
Pessoal Indiferenciado (nãoqualificado)
Posições no Quadro Administrativo
1
N.º Respostas
5
Posições no Quadro Intermédio
2
2
0
2
4
6
8
10
12
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
NOTA: Esta questão permite mais que uma resposta
No que respeita ao tipo de postos de trabalho mais disponibilizados pelas empresas e/ou outras entidades,
sobressaem os postos de trabalho para pessoal indiferenciado ou não-qualificado, com cinco referências,
totalizando 46% do total de respostas. Só uma empresa não soube ou não quis responder ao solicitado. Os
postos de trabalho mais votados em segundo lugar foram as posições no Quadro Intermédio e no Quadro
Administrativo, ambas com duas respostas.
GRÁFICO XLIX – Frequência com que são disponibilizados os postos de trabalho
9
9
Até 6 meses
8
De 6 a 12 meses
7
De 12 em 12 meses
6
Mais de 12 meses
5
Raramente/ nunca
4
3
2
1
Total
3
2
2
1
1
0
N.º Respostas
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
NOTA: Esta questão permite mais que uma resposta
271
Relativamente à frequência com que esses postos de trabalho são disponibilizados, a variável mais referida é
“mais de 12 meses”, mencionada por três empresas, à qual se seguiram as variáveis “até 6 meses” e “de 6 a
12 meses”, ambas referidas por duas empresas cada. Apenas uma empresa não soube ou não quis responder
ao solicitado e outra referiu que raramente ou nunca disponibiliza postos de trabalho.
GRÁFICO L – A quem se destinam os postos de trabalho disponibilizados?
18
18
16
14
12
10
8
6
4
4
2
3
3
2
2
1
1
2
Recém.licenciados à procura do 1.º
emprego
Sem curso superior à procura do 1.º
emprego
Jovens desempregados com experiência
prof. E sem curso superior
Jovens desempregados com experiência
prof. E com curso superior
Jovens desempregados sem experiência
prof. E sem curso superior
Desempregados há mais de 1 ano
inscritos no Centro Emprego
Desempregados de longa duração
A quem se inscreve nos registos das
empresas
Total
0
N.º Respostas
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
NOTA: Esta questão permite mais que uma resposta
Achamos que seria relevante para este diagnóstico saber para quem se destinam os postos de trabalho
colocados à disposição. Concluímos que os postos de trabalho para pessoal sem curso superior à procura de
1.º emprego se encontram em 1º lugar (quatro respostas), seguindo-se os postos de trabalho para jovens
desempregados com experiência profissional sem curso superior e os postos de trabalho para desempregados
há mais de um ano inscritos no Centro de Emprego (três respostas). Os menos disponibilizados são os postos
de trabalho para jovens desempregados com experiência profissional com curso superior e para jovens
desempregados com experiência profissional sem curso superior, ambos apenas com uma referência. Já os
postos de trabalho para recém-licenciados à procura do 1.º emprego, os postos de trabalho para
desempregados de longa duração e os postos de trabalho para quem se inscreve nos registos das empresas
foram mencionados por duas empresas cada um.
272
GRÁFICO LI – Média de escolaridade segundo o sexo de quem procura emprego
8
8
8
7
6
6
5
4
3
3
3
2
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
Homens (N.º Respostas)
Mulheres (N.º Respostas)
Ambos sexos (N.º Respostas)
Sem escolaridade
Baixos níveis de escolaridade
4.º ano de escolaridade
6.º ano de escolaridade
9.º ano de escolaridade
11.º ano de escolaridade
Licenciados
Total
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
Cruzando as variáveis média de escolaridade, sexo e idade de quem procura emprego, representadas no
quadro acima transposto, concluímos que as habilitações literárias mencionadas por mais entidades como
sendo as possuídas por quem procura emprego correspondem ao 9º ano (nove respostas), sendo o sexo
masculino o que mais procura emprego (seis respostas). Relativamente às pessoas que mais procuram
emprego não se encontram diferenças significativas no que diz respeito ao sexo.
Em relação à média de idades, também solicitada nesta questão, nada nos foi indicado pelas empresas.
11.2. Tipo de contratos
GRÁFICO LII – Tipo de contratos
25
25
A termo certo
Sem termo
Estágios profissionais
20
Programas ocupacionais
15
10
5
A termo incerto
10
Total
8
3
2
2
0
N.º Respostas
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
NOTA: Esta questão permite mais que uma resposta
Em relação ao tipo de contratos que as entidades mais celebram, predomina o contrato a termo certo, com
dez respostas, seguido do contrato sem termo, com oito respostas. Segundo o Director do IEFP, detectam-se
situações de grandes empregadores (componentes eléctricos para a indústria automóvel, electrónica,
comércio e serviços) em que o recurso à contratação de curta duração (a termo) constitui regra, provocando
grande rotação do pessoal ao serviço, com evidentes reflexos na gestão do mercado de trabalho.
273
Por outro lado, os programas ocupacionais e os contratos a termo incerto são o tipo de contratos menos
efectuados por estas entidades, pois totalizam apenas duas respostas cada um. Assim sendo, cerca de 68%
das empresas/entidades que responderam a esta questão referem que o trabalho precário predomina neste
concelho.
De referir também que quatro entidades não souberam ou não quiseram responder ao solicitado.
11.3. Constrangimentos entre oferta e procura de emprego
GRÁFICO LIII – Constrangimentos entre a procura e a oferta de emprego
Rede viária deficiente/transp. púb.
Insuficientes
Baixo salário
30
24
25
Falta de infraestruturas de 1.ª
infância
Existência de economia paralela
20
Horários de trabalho
incompatíveis com a vida familiar
Expectativas pessoais que não
correspondem à oferta
Subsídio-dependência
15
10
5
7
6
5
2
1
2
1
Total
0
N.º Respostas
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
NOTA: Esta questão permite mais que uma resposta
Relativamente aos constrangimentos entre a procura e a oferta de emprego, as entidades referiram mais vezes
a variável “expectativas pessoais que não correspondem à oferta (seis respostas), seguida pelas variáveis
“existência de economia paralela ” (cinco respostas) e “rede viária deficiente/transportes públicos
insuficientes” (quatro respostas).
No que se refere à rede viária há, segundo o Director do IEFP, a salientar que, apesar de algumas boas
acessibilidades nacionais e/ou inter-regionais, verifica-se uma reduzida apetência pela aceitação de trabalho
fora da área de residência dos trabalhadores e pela formação no exterior, por exemplo no Centro de
Emprego.
Por outro lado, constata-se que, por vezes, nalguns sectores, são praticados salários acima da média da
contratação colectiva prevalecente na maior parte das empresas, o que dificulta a aceitação dos
desempregados de ofertas de trabalho com níveis de remuneração inferiores ao valor do subsídio de
desemprego atribuído pela Segurança Social.
Também se nota a existência de sazonalidades cíclicas ligadas às actividades do turismo, restauração e lazer,
o que provoca alguma perturbação na promoção da empregabilidade estável e duradoura da mão-de-obra
activa.
274
11.4. Medidas correctivas
GRÁFICO LIV – Medidas correctivas para colmatar o actual desfasamento entre a procura e oferta no mercado de emprego
25
22
20
15
10
8
5
4
1
1
1
1
1
1
3
1
0
1
Dar maior dimensão ao ensino técnico profissional
Incentivos às empresas para admissão de recém-licenciados
Maior flexibilidade na contratação
Mais divulgação de informação nas escolas sobre cursos/saidas profissionais/form. Prof.
maior acompanhamento dos jovens no seu prcurso escolar/profissional
Formação de quadros técnicos
Criar cursos mais e acordo com a realidade industrial/empresarial
Estudos das necessidades do mercado de trabalho
Alteração dos programas curriculares
NS/NR
Total
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
NOTA: Esta questão permite mais que uma resposta
Quisemos saber que medidas tomariam os dirigentes das empresas/entidades para colmatar o actual
desfasamento entre a procura e oferta no mercado de trabalho. Como é sabido, existe actualmente um grande
hiato entre as qualificações exigidas pelo mercado de trabalho e as qualificações dos indivíduos que
procuram emprego. Para solucionarem este problema, as entidades que responderam a esta questão
mencionam, na sua maioria (quatro do total de respostas), que se deveriam criar cursos mais de acordo com a
realidade industrial/empresarial existente. O estudo das reais necessidades do mercado de trabalho é
mencionado por três entidades, sendo a segunda medida mais apontada. Outras medidas são referidas,
embora apenas por uma entidade cada uma, a saber: “dar maior dimensão ao ensino técnico-profissional”,
“incentivar as empresas a admitir recém-licenciados”, “dar maior flexibilidade à contratação”, “mais
divulgação de informação nas escolas sobre cursos/saídas profissionais e sobre formação profissional”,
“maior acompanhamento dos jovens no seu percurso escolar e/ ou profissional”, “apoiar mais a formação de
quadros técnicos” e “ alterar os programas curriculares”.
275
12. Vantagens no contacto com os Centros de Emprego
GRÁFICO LV – Vantagens no contacto com o Centro de Emprego
12
12
10
8
6
4
2
3
2
1
2
1
1
1
1
0
N.º Respostas
Apoios à formação profissional
Admissão de pessoal
Apoio a programas ocupacionais a carenciados
Apoios na formação profissional especial
Maior conhecimento das medidas e políticas de emprego e formação profissional
Facilidade no encontro de candidatos a empregos
Poucas vantagens devido à baixa escolaridade dos inscritos
Concessão de estágios profissionais
Total
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
NOTA: Esta questão permite mais que uma resposta
Já em relação às vantagens encontradas pelas empresas/entidades que responderam a este inquérito, é de
destacar que dez não respondem à questão, ao passo que três referem que os apoios concedidos pelo Centro
de Emprego à formação profissional são as vantagens encontradas para contactarem com o mesmo. O apoio
a programas ocupacionais a carenciados e a concessão de estágios profissionais são as vantagens
apresentadas por duas empresas/entidades cada. São referenciadas outras vantagens, como a admissão de
pessoal, os apoios na formação profissional especial, o maior conhecimento das medidas e políticas de
emprego e formação profissional e a facilidade no encontro de candidatos a empregos (com uma resposta
cada). Contudo, uma entidade refere que vê poucas vantagens no contacto com o Centro de Emprego devido
à baixa escolaridade das pessoas aí inscritas.
276
13. Avaliação da política de emprego
QUADRO XXIII – Avaliação pessoal da actual política de emprego
Avaliação pessoal acerca da actual política de emprego
Negativa
Subsídio-dependência
Dificuldade de assimilação pelo mercado de jovens com
qualificação superior
Demasiada rigidez na contratação
Falta de formação técnica/intermédia
Aumento do emprego precário/oculto
Fraca resposta na colocação de ex-formandos e/ou licenciados
Deficiente fiscalização na acumulação de subsídios
Excesso de burocracia nos processos
Falta de protecção de determinadas faixas da pop.desempregada
Política de emprego mal estruturada
Irregularidades por deficiente acompanhamento
TOTAL
Positiva
Incentivos ao emprego
O salário mínimo é bom
Financiamento e organização de programas de formação
profissional
Concessão de estágios ocupacionais/profissionais
TOTAL
N (N.º de respostas)
% = 100%
4
1
1
2
3
1
2
1
1
1
1
18
100%
1
1
1
1
4
100%
Fonte: Informação datada de 2000, Inquérito n.º 5 “Emprego e Formação Profissional” e que se mantém na actualização dos dados
NOTA: Esta questão permite mais que uma resposta
No Concelho de Ovar, assim como em todo o país, existem graves carências em matéria de Quadros
Intermédios e de Cursos Tecnológicos, aliado ao aumento do emprego precário. Isto mesmo é defendido
pelos dirigentes das empresas e entidades que responderam a este inquérito, pois três afirmam que o aspecto
mais negativo da actual política de emprego é o aumento do emprego precário e dois que é a falta de
formação técnica e intermédia da população activa residente neste Concelho. A deficiente fiscalização na
acumulação de subsídios também é apontada por dois dirigentes como sendo um aspecto negativo da actual
política de emprego. Contudo, o aspecto negativo mais apontado (com quatro testemunhos) é a subsídio
dependência, isto é, o facto das pessoas abrangidas com subsídio de desemprego ou outro tipo de subsídio,
não quererem empregar-se porque o valor daquele é superior ao salário que aufeririam caso estivessem
empregados. Ainda são referidos outros aspectos negativos, cada qual com um resposta, como é o caso da
dificuldade de assimilação pelo mercado de jovens com qualificação superior, a demasiada rigidez na
contratação, a fraca resposta na colocação de ex-formandos e/ou licenciados, a má estruturação da política de
emprego e as irregularidades por deficiente acompanhamento.
Para dar resposta à necessidade de maior flexibilização dos horários de trabalho por forma a compatibilizar o
trabalho com a família, empresas como a Tovartex e a Philips e outras associações candidataram-se à medida
5 do III QCA para ampliação das suas instalações com vista à abertura de creches para os filhos dos seus
funcionários.
Por sua vez, os aspectos positivos mais apontados são os incentivos ao emprego, a existência do salário
mínimo, o financiamento e organização de programas de formação profissional e a concessão de estágios
ocupacionais/profissionais, com uma resposta cada.
277
Principais problemas e constrangimentos:
Apesar das condições e factores locais de desenvolvimento, são notórios alguns problemas e
constrangimentos que afectam a região abrangida pelo Centro de Emprego de Aveiro e o Concelho de Ovar,
a saber:
Desajustamento entre a mão de obra e as ofertas de emprego devido à baixa escolarização e à falta
de qualificações profissionais da sua população activa, o que se traduz pela existência de um grande número
de ofertas de trabalho que não podem ser satisfeitas localmente com os recursos disponíveis em ficheiro;
Falta de qualificações nas profissões ligadas à metalomecânica, construção civil, madeiras, hotelaria
e restauração, aliada à escassa disponibilidade para acesso a acções de formação profissional;
A crescente tendência para a terciarização, resultante da perda significativa da importância das
empresas do sector primário (Agricultura e Pescas) e do sector secundário (indústrias transformadoras) em
favor do sector terciário;
Fraca mobilidade geográfica dos trabalhadores devido à existência de deficiências da rede de
transportes públicos intra-concelhos e da rede viária de base, o que reduz imenso a apetência pela aceitação
de trabalho fora da área de residência dos trabalhadores;
Ao nível da contratação colectiva, detectam-se situações de grandes empregadores (componentes
eléctricos para a indústria automóvel, electrónica, comércio e serviços) em que a regra é o recurso à
contratação de mão de obra a termo, originando uma grande rotação do pessoal ao serviço, com evidentes
reflexos na gestão do mercado de trabalho;
Inexistência de um Sistema de Recursos Humanos em grande parte das empresas, o que conduz a
débeis estruturas de planeamento e acompanhamento;
Carência de zonas industriais em alguns Concelhos, aliado ao fraco tecido empresarial, notando-se
uma grande dispersão das empresas existentes;
Existência de sazonalidades cíclicas ligadas às termas, à pesca, aos trabalhos agrícolas – produção
vinícola -, assim como ao turismo, restauração e lazer;
Surgimento, em alguns Concelhos, de dificuldades crónicas no sector das duas rodas e no têxtil;
Procura, cada vez maior, de mão de obra estrangeira, sobretudo de imigrantes oriundos dos países
de Leste para o sector da construção civil até pela facilidade em aprenderem a língua, através por exemplo do
Curso de Língua Portuguesa promovido pela Câmara Municipal de Ovar, o que irá aumentar o desemprego
para os residentes.
Principais potencialidades:
Conforme já foi mencionado, a área de intervenção do Centro de Emprego de Aveiro e o Concelho de Ovar
inserem-se numa região económica e socialmente desenvolvida, pelo que nela, também, existem
potencialidades ao nível dos recursos disponíveis, infra-estruturas e aptidões específicas:
Um tecido empresarial fortemente competitivo, constituído por empresas de pequena, média e grande
dimensão, que deverão apostar na inovação, na qualidade, nos sistemas de informação, na formação e na
integração de recursos humanos mais qualificados;
Ligações ao mercado internacional, por parte de algumas empresas modernas e certificadas, que têm
assumido estratégias ligadas à certificação para a qualidade, à internacionalização assente na diversificação
dos mercados e à consolidação de medidas de modernização e inovação;
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Grande número de equipamentos sociais, o que potencializa a entrada no mercado de trabalho de
mão de obra feminina;
Expansão do sector terciário, que tem contribuído para valorizar esta região, a que se tem chamado
de entreposto estratégico e centro de negócios, com importantes tradições industriais e uma estrutura
empresarial heterogénea e diversificada;
Entre os sectores mais dinâmicos da indústria transformadora sobressai a electrónica e o fabrico de
componentes para a indústria automóvel, a metalurgia e metalomecânica, a cerâmica, os equipamentos de
transportes, o papel e artes gráficas, a agro-alimentar e as madeiras;
Potencialidade do sector agrícola, com o vinho da Bairrada, desenvolvimento da floricultura,
desenvolvimento da floricultura e da criação de cavalos; bem como do turismo, da hotelaria, da restauração e
do lazer, sectores importantes para a captação de correntes turísticas, embora com algumas características de
sazonalidade;
Existência de boas vias de comunicação rodoviárias (A1 e IP5), ferroviárias (Linha do Norte) e
marítima (porto comercial e de pesca);
Localização favorável para o desenvolvimento da região com a proximidade do Euro 2004;
Existência de pólos de ensino e de investigação bem desenvolvidos na região (Europarque e
Universidade de Aveiro), propiciadores de facilidades na formação e recrutamento de mão de obra
especializada em sectores estratégicos importantes como a electrónica, as telecomunicações, a cerâmica, a
gestão industrial, a física nuclear, a química, o turismo, o ambiente, o planeamento regional e urbano, a
contabilidade e a gestão empresarial;
Dinamismo intrínseco aos agentes desta região, o que proporciona intervenções rápidas e inovadoras
no campo social, ambiental e também económico;
A criação no Concelho de um polo universitário da Universidade de Aveiro.
Prioridades de intervenção:
Dinamizar a Formação/ educação de base, quer para a população com baixa escolaridade, quer para
as licenciaturas desadequadas face ao mercado de emprego: História, Línguas e Relações Públicas, torna-se
urgente a (re)qualificação de mão de obra em actividades (Formação Contínua/Reconversão Profissional),
estimulando as empresas a cooperar neste processo;
Recuperação e mobilização da população activa desempregada, com níveis de escolarização mais
baixos para as artes e ofícios/profissões tradicionais ligadas aos sectores primário e secundário, de molde a
satisfazer o tecido empresarial com mão de obra minimamente qualificada (electrónica e componentes para
automóveis, construção civil, cerâmica, madeiras, metalurgia e metalomecânica);
Modernização do tecido empresarial em alguns Concelhos, promovendo a utilização das novas
tecnologias, a inovação proveniente das parcerias, a introdução crescente de novas tecnologias e a formação
dos recursos humanos, aumentando a sua produtividade e competitividade;
Sensibilizar e incentivar as empresas para o potencial dos trabalhadores com mais de 55 anos (21%
dos desempregados da região);
Incentivar a qualificação inicial de jovens e adultos, aperfeiçoando e estreitando formas de
articulação com os sistemas educativos, por forma a reduzir as tendências de abandono escolar;
Potenciar a instalação por conta própria dos grupos de difícil empregabilidade;
Redobrar o esforço na intervenção na área social, no sentido de optimizar os contactos e
oportunidades de aproximação e cooperação entre os vários parceiros;
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Desenvolvimento dos Diagnósticos/Planos Estratégicos Municipais, com valorização dos recursos e
potencialidades locais, harmonizando os interesses e eliminando progressivamente as assimetrias e
desigualdades existentes.
Algumas considerações finais
No Concelho de Ovar, e de acordo com os dados dos Censos de 1991, é o sector secundário aquele que
detém maior expressão, “(...)ocupando a indústria transformadora e a construção civil, respectivamente,
cerca de 51% e 10% do emprego no Concelho”. (In Plano Estratégico de Ovar II – 2000).
Apesar do nível de desemprego ser inferior à média nacional, e de existir um volume de exportações
superior ao das importações, o Concelho ainda não apresenta um modelo de desenvolvimento sustentável,
sendo o poder de compra inferior à média nacional.
Se por um lado se assiste à aposta das empresas na sua modernização, sobretudo tecnológica, por outro
lado é evidente a permanência dos baixos salários.
No Concelho predominam os trabalhadores por conta de outrém, com baixos níveis de qualificação, pois
66,2% dos profissionais aqui residentes são semi-qualificados, não-qualificados, praticantes ou aprendizes e
ignorados, associados aos baixos níveis de escolaridade.
Foram quatro as empresas que forneceram uma relação das acções de formação profissional, internas e
externas, que empreenderam durante o primeiro semestre de 2002 e uma relação das acções a promover no
segundo semestre do mesmo ano. São acções relacionadas com áreas tão distintas como a Informática,
Línguas, Ambiente, Higiene e Segurança no Trabalho, Contabilidade, Gestão Empresarial, Gestão Industrial,
Gestão Integrada, Logística, Qualidade, Produção, recursos Humanos, Desenho, entre outras.
Contudo, ainda é evidente a necessidade de promoção de mais acções de formação, quer para
desempregados, quer para candidatos ao primeiro emprego.
É de salientar que a existência de acções de formação, quer internas quer externas, são essenciais para a
modernização das empresas e qualificações profissionais da população. As grandes mudanças tecnológicas e
do mercado económico e do trabalho vieram exigir novos desafios, nomeadamente ao nível da qualidade e
quantidade dos produtos, da organização e gestão das empresas, relacionamento quer entre chefias e
trabalhadores e, ainda, ao nível das qualificações profissionais;
No Concelho de Ovar, constata-se a carência de quadros intermédios e de cursos tecnológicos. Existe,
actualmente, um grande hiato entre as qualificações exigidas pelo mercado de trabalho e as qualificações dos
indivíduos que procuram emprego. Para contrariar este problema, deveriam ser criados cursos mais de
acordo com a realidade industrial/empresarial existente, dando maior dimensão ao ensino técnicoprofissional. Para tal é fundamental o estudo das reais necessidades do mercado de trabalho, bem como o
maior acompanhamento dos jovens no seu percurso escolar e/ou profissional, com mais divulgação sobre
cursos/saídas profissionais;
Salienta-se, no entanto, que a Escola Profissional de Cortegaça dispõe de quatro Cursos Técnicos:
Controlo de Qualidade, Electrónica/Telecomunicações, Multimédia e Planeamento e Gestão de Produção,
todos com saídas profissionais;
A Câmara Municipal de Ovar tem recorrido aos Programas de Estágios Profissionais e Ocupacionais
dirigidos à população desempregada, tendo nos últimos dois anos proporcionado ocupações a cerca de 45
indivíduos;
No que diz respeito ao tipo de postos de trabalho mais disponibilizados pelas empresas, constata-se o
predomínio de pessoal indiferenciado ou não qualificado;
No Concelho de Ovar, o mercado de emprego cresceu significativamente, assistindo-se quase a um
esgotamento da reserva de mão de obra local que obrigou à intensificação de recrutamento de recursos
humanos provenientes de concelhos vizinhos facilitada pela acessibilidade de transportes. Contudo, de
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acordo com os dados fornecidos pelas empresas do concelho que responderam ao inquérito, o emprego
existente é, maioritariamente, precário (68%), o que constitui um obstáculo à qualificação e formação futura
dos seus empregados.
BIBLIOGRAFIA
Observatório do Emprego e Formação Profissional: Atitudes face ao Emprego, Trabalho e Tempo Livre – os
processos de motivação para o trabalho, a formação e a iniciativa, in Revista Estudo e Análises, n.º 13.
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INE – Instituto Nacional de Estatística – Censos 1991.
INE – Instituto Nacional de Estatística - Constat 1998.
IEFP – Centro de Emprego de Aveiro – Diagnóstico de Situação – Emprego e Formação Profissional,
Outubro de 2000
IEFP – Relatório Trimestral – Evolução e Situação dos Mercados Locais de Trabalho – 3º Trimestre de
2001
IEFP – Centro de Emprego de Aveiro – Diagnóstico de Situação – Emprego e Formação Profissional –
Dezembro de 2001
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