Portfólio de Imprensa
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Portfólio de Imprensa
Selecção de Informação LEILÃO DA BIBLIOTECA DO DR. LAUREANO BARROS PRIMEIRA PARTE Maio de 2009 ORGANIZADO POR LIVRARIA MANUEL FERREIRA IMPRENSA ESCRITA Begone Dull Care Glória e Eternidade O romance entre canção clássica e electrónica continua no terceiro álbum dos canadianos Junior Boys Home Música Livros Teatro/Dança Notícias Cinema Artigos Artes Livros Entrevistas Flash Néon Vídeos Cannes 2009 Críticas Leilão O homem que tinha em casa as dez primeiras edições da Peregrinação 20.05.2009 - Luís Miguel Queirós É o mais importante leilão de livros que se organiza em Portugal nesta primeira década do século XXI. Os 6432 lotes da espantosa biblioteca do matemático e antifascista Laureano Barros começam amanhã a ir à praça no Porto. Está lá tudo: das dez primeiras edições da Peregrinação até manuscritos de Eugénio de Andrade ou Luiz Pacheco A Livraria Manuel Ferreira inicia esta noite, na Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, o leilão da biblioteca de Laureano Barros (1921-2008), um professor de Matemática e fi gura da oposição ao regime salazarista que, ao longo de décadas, reuniu na sua casa de Ponte da Barca aquela que é, muito provavelmente, a mais notável colecção privada de literatura portuguesa constituída na segunda metade do século XX. Nascido em Matosinhos em 1921, Laureano Barros não foi, nem nunca quis ser, uma fi gura pública, mas a sua biblioteca era bem conhecida dos muitos investigadores que a frequentavam, e todos os bibliófilos lhe conheciam o nome, pronunciado com reverência pelos alfarrabistas. Não era caso para menos. Os mais de seis mil lotes que agora vão ser leiloados incluem, por exemplo, a primeira edição da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, de 1614, um objecto mítico da bibliofilia internacional. O coleccionador devia ter, aliás, uma admiração particular pelo aventureiro e prosador quinhentista, já que se deu ao trabalho - e à decerto não pequena despesa - de encontrar e adquirir todas as primeiras dez edições da "Peregrinação". Para se ficar com uma ideia do gigantismo desta biblioteca, basta verificar que a sessão inaugural do leilão, amanhã à noite, irá terminar com uma série de lotes compostos por livros de Sophia de Mello Breyner Andresen, tendo a ordem de licitação sido organizada por ordem alfabética dos apelidos dos autores, ou seja, não se conseguirá chegar, sequer, ao final da letra "A". Seguem-se mais duas sessões, na sexta-feira e no sábado, e o leilão será depois interrompido até à quinta-feira seguinte, prolongandose então novamente até sábado. Os potenciais compradores vão dispor de um cuidado e volumoso catálogo em seis volumes - ele próprio um utilíssimo instrumento bibliográfi co - e poderão ainda apreciar todas as peças na sede da Junta de Freguesia do Bonfi m, onde estarão expostas já a partir de hoje à tarde. Difícil é prever o valor que uma biblioteca como esta poderá alcançar, mas, tendo em conta os montantes atingidos recentemente por colecções muito menos importantes, não será grande surpresa se o balanço final do leilão puder vir a rondar o meio milhão de euros. Além de coleccionador de livros raros, Laureano Barros foi um genuíno leitor. Amigo de muitos escritores, como Eugénio de Andrade ou Luiz Pacheco, a sua biblioteca inclui numerosos manuscritos e dactiloscritos que lhe foram sendo oferecidos por estes e outros autores. "Ao Laureano, com uma amizade que chega ao ponto de lhe oferecer isto", escreve Eugénio num raríssimo exemplar do seu primeiro livro, "Narciso", que publicou aos 16 anos, ainda com o seu verdadeiro nome de José Fontinhas, e que depressa veio a rejeitar. Só os livros e documentos do autor de "As Mãos e os Frutos" forneceram material para 127 lotes, que incluem, por exemplo, uma versão manuscrita do que viria ser a primeira antologia de Eugénio, publicada em 1961 na Delfos com prefácio de Eduardo Lourenço. Ou o folheto "Resposta a Mário Cesariny" (1951), no qual o poeta se defende de uma acusação de plágio. Cancioneiros medievais O facto de Laureano Barros não se ter regido apenas por critérios de coleccionismo deu à sua biblioteca uma abrangência pouco vulgar. Quem colecciona primeiras edições de Fernão Mendes Pinto, de António Vieira ou de Luís António Verney não costuma ter também o mítico "O Amor em Visita" de Herberto Helder ou os primeiros livros de João Miguel Fernandes Jorge. Laureano Barros tinha tudo isto e ainda arranjou tempo e dinheiro para compor uma boa biblioteca de historiografia portuguesa, para lá de livros dedicados a vários outros temas que o interessavam, como, por exemplo, a botânica. Um dos núcleos mais importantes da colecção é um exaustivo conjunto de edições portuguesas e estrangeiras dos cancioneiros medievais. Outro é o que se compõe das principais revistas literárias portuguesas, desde as oitocentistas, como "Ave Azul", passando pelas mais importantes publicações do primeiro modernismo - "Orpheu, Centauro, Exílio, Portugal Futurista, Byzancio ou Athena" -, até às que saíram já na segunda metade do século XX. De autores anteriores ao século XIX, algumas das peças mais valiosas são as primeiras edições dos poetas quinhentistas Diogo Bernardes e Frei Agostinho da Cruz, uma segunda edição das poesias de Sá de Miranda, a edição original dos "Apólogos Dialogais" de Francisco Manuel de Melo e a segunda da sua "Carta de Guia de Casados", ou ainda as primeiras edições de diversas obras do pedagogo iluminista Luís António Verney, incluindo o "Verdadeiro Método de Estudar". Laureano Barros coleccionou sobretudo literatura portuguesa, mas a sua biblioteca inclui também autores brasileiros - Jorge Amado está presente com mais de uma dúzia de primeiras edições - e algumas obras em línguas estrangeiras, entre as quais se destaca um raríssimo exemplar da primeira edição em volume de "Madame Bovary", de Flaubert. Outra peça curiosa é um exemplar setecentista, em latim, do "Index" de livros proibidos pelo Vaticano A partir do início do século XIX, e no que respeita à poesia e ficção portuguesas, o mais simples seria assinalar o que falta, e não falta quase nada de signifi cativo até ao fi nal da década de 1950. Atendendo só aos autores mais relevantes, pode começar-se por Garrett, que abrange nada menos do que 67 lotes, incluindo as primeiras edições dos poemas "Camões" ou "D. Branca", que introduziram o romantismo em Portugal, ou as de "Folhas Caídas" e do drama "O Alfageme de Santarém", a par de muitas outras obras menos conhecidas. O cenário é o mesmo quando passamos aos principais poetas portugueses do século XIX, todos eles representados com o essencial das respectivas bibliografi as nas edições originais, incluindo a raríssima primeira edição dos Sonetos de Antero de Quental, as duas primeiras edições de "Claridades do Sul", de Gomes Leal, o invulgar "Mysticae Nuptiae", que Guerra Junqueiro publicou aos 16 anos, ou ainda, para não alongar os exemplos, as primeiras edições de "O Livro de Cesário Verde" e do "Só", de António Nobre. No caso da obraprima de Nobre, Laureano Barros deu-se mesmo ao luxo de reunir as oito primeiras edições. Na ficção oitocentista, as obras mais valiosas encontram-se entre os 89 lotes de Camilo e os 60 de Eça de Queirós, recheados de primeiras edições, incluindo a de "Os Maias". Mas podiam acrescentar-se muitos outros autores, entre os quais Júlio Dinis, de quem será leiloado, além dos livros de ficção e poesia, um raríssimo opúsculo intitulado "Da Importância dos Estudos Meteorológicos para a Medicina", de que apenas se publicaram 100 exemplares. Outras raridades Saltando para Fernando Pessoa e para a geração de "Orpheu", a coisa volta a poder resumir-se em três palavras: não falta nada. Nem sequer a segunda edição de "Mensagem", menos valiosa do que a primeira (que, claro, Laureano Barros também tinha), mas provavelmente mais rara. Só de Pessoa são 159 lotes, que incluem todas as edições que o poeta publicou em vida, dos volumes de poesia inglesa ao texto "O Interregno. Defesa e Justificação da Ditadura Militar em Portugal". De Almada Negreiros algumas das peças mais raras são as primeiras edições da "Cena do Ódio" e do "Manifesto Anti-Dantas". Bastante difíceis de encontrar são também as edições originais de "Confissão de Lúcio", "Céu em Fogo e Dispersão", de Sá-Carneiro. Guisado não é um autor da mesma importância dos anteriores, mas, por isso mesmo, o facto de Laureano Barros ter conseguido reunir todos os nove livros que o poeta publicou mostra bem até que ponto era um coleccionador minucioso. Na impossibilidade de se resumir um catálogo que, no total dos seus seis volumes, terá algumas três mil páginas, faz-se apenas referência aos cerca de 100 lotes de Aquilino Ribeiro, aos 77 de Agustina Bessa- Luís, aos 65 de Torga, ou aos 41 de António Botto, entre muitos outros autores de quem este bibliófilo reuniu a obra quase sempre completa nas edições originais. Na primeira metade do século XX português, pode-se afirmar sem grande risco que a biblioteca de Laureano Barros tem todas as obras de inquestionável valor literário, mas também as que só valem pela sua raridade (e algumas valem bastante), como os primeiros livros de José Gomes Ferreira, ou os que Torga publicou sob o pesudónimo Adolpho Rocha, para não falar do caricato Romaria, do padre Vasco Reis, célebre por ter roubado o prémio do SNI à Mensagem de Pessoa. Pessanha, Florbela Espanca, Raul Brandão, Wenceslau de Moraes, José Régio, Irene Lisboa, Ferreira de Castro? Está lá praticamente tudo. E o mesmo se pode dizer de Nemésio, Sophia, Sena, Herberto Helder e por aí adiante. Do primeiro livro de Mário Cesariny, Corpo Visível, que muitos coleccionadores bem gostariam de ter, o matemático de Ponte da Barca dava-se ao luxo de ter dois exemplares. Mas o que justificaria mesmo referência mais detalhada é o vastíssimo conjunto de lotes com livros, folhetos e manuscritos dos surrealistas portugueses, ao qual a Biblioteca Nacional deveria estar atenta. Entre os 84 lotes relativos a Luiz Pacheco, encontram-se, por exemplo, seis cadernos diários do autor e um dossier com material reunido para o livro Pacheco versus Cesariny, mas que não chegou a ser incorporado na obra. E ainda folhetos raríssimos, como "O Crocodilupa" (1958), título que evoca um "animal chamado Pacheco" que "gosta de se enfeitar com rabos de outros animais". T w i n g l y p r o c u r a d e b l o g u e Crédito Final Feliz. Até 15.000 sem letras pequeninas. 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Arnaldo Sousa era uma delas. Costumavam combinar encontros, para conversar. Arnaldo, de 46 anos, que é poeta e professor de Filosofia, conduzia até ao portão da Quinta da Fonte da Cova. Estacionava e esperava no carro, olhando para o relógio, até três minutos antes da hora que tinham marcado. Era esse o tempo exacto que levava a chegar, a passo, à porta da casa. Cronometrara-o escrupulosamente. Só então saía. Era um dos contratos que tinham, ao longo de mais de 20 anos de amizade: pontualidade absoluta. Outro era sobre as "datas obrigatórias": era proibido desejar Feliz Natal no dia de Natal, ou dar os parabéns no dia do aniversário. Nessa data, também não se ofereciam presentes. Outro contrato era a sinceridade. Nunca estariam um com o outro se não o desejassem. Quando fosse preciso dizer não, di-lo-iam sem receio. Um dia, Arnaldo teve vontade de apresentar Laureano a um psiquiatra seu amigo, que o visitava em Ponte da Barca. Há muito que falava a Zeferino do velho coleccionador de livros Laureano Barros, a pessoa que mais admirava no mundo. Telefonou para a quinta e explicou a sua intenção, cheio de entusiasmo. "Posso levá-lo?" Laureano Barros "Não." Arnaldo poderia ter perguntado porquê, mas ficou satisfeito. Respeitar a vontade do amigo era uma obrigação contratual. "Não quer saber por que eu disse 'não'?", concedeu Laureano. "Não, não quero saber. Disse 'não' e isso basta-me." "Mas eu quero explicar-lhe: é que eu não tenho interesse em conhecer mais ninguém." Resposta implacável. Mas ao mesmo tempo a chave para uma certeza auspiciosa: quando Laureano dissesse "sim", a sua vontade seria genuína. Recebia Arnaldo para almoçar, com toda a formalidade e etiqueta. Sentava-o a seu lado, mandava servir os pratos que sabia serem os seus predilectos. Ficavam na sala a conversar, durante cinco, seis horas. A empregada, a sr.ª Mariquinhas, entrava apenas quando Laureano tocava a campainha. Por vezes, no Verão, almoçavam na cozinha. Aí, Arnaldo reparou que Laureano lhe oferecia sempre a cadeira onde ele próprio se costumava sentar, em frente à porta, que dava para as árvores da quinta. Uma vez perguntou-lhe e Laureano explicou a razão: "Porque tu és poeta, e os poetas devem ver a natureza." Falavam de todos os assuntos: literatura, política, filosofia, ciência, a vida e a morte, a amizade e o amor. Laureano era especialista em tudo. Amava a razão, a oratória e o contraditório. Esmiuçava os temas até às últimas consequências. No fim, quando Arnaldo chegava a casa, não era raro ter já vários telefonemas do amigo, que entretanto se lembrara de mais uma achega, mais um argumento. Ligava-lhe e ficavam mais umas horas a debater um pormenor qualquer. Não havia matérias irrelevantes. Todas eram dignas de elucubração e polémica. A escolha do nome de um cão, por exemplo. Após uma tarde de discussão, decidiram chamar Preto a um novo cachorro da quinta, por causa das manchas escuras que apresentava no pêlo. À noite, porém, Laureano telefonou a Arnaldo. Mudara de ideias. Ali perto, explicou, estavam hospedados, devido às obras da barragem do Alto Lindoso, alguns trabalhadores africanos. Poderiam ficar ofendidos quando ouvissem chamar pelo cão, que acabaria por ser baptizado simplesmente como P, já que, segundo vários livros da especialidade consultados por Laureano, os canídeos só fixam a primeira consoante do nome. Outro contrato, que também foi cumprido: Arnaldo, que durante algum tempo foi director do jornal da terra, não deixaria que O Povo da Barca desse a notícia da morte de Laureano, quando ocorresse. A juventude Foi quando foi viver para o Porto, para frequentar o liceu, que o jovem Laureano Barros começou a comprar livros. Frequentava os alfarrabistas e iniciou uma colecção, tal como fazia com os paliteiros, bengalas, relógios, louças, antiguidades ou alfaias agrícolas. Mas ao contrário de toda a traquitana que sempre gostou de trazer para casa, aos livros ergueu uma fidelidade. Não os vendia, não desistia nem se esquecia deles. Começou a acumulá-los na moradia que o pai Pesquisa 07 de Julho de 2009 ok lhe comprou para se instalar na cidade, na Foz, continuou a ampliar a colecção enquanto viveu nessa casa com a primeira mulher, Leonor, e depois quando se divorciou dela e das seguintes. De cada vez que se separava da mulher com quem vivia (e foram mais mulheres do que os três casamentos), deixava-lhe tudo: a casa, os móveis, as antiguidades. Mas levava consigo a biblioteca. Eram livros de Matemática, de Filosofia, de Botânica, mas acima de tudo de Literatura Portuguesa, e, cada vez mais, volumes curiosos e raros, obras pouco conhecidas, primeiras edições. Por alguns autores tornou-se obcecado e comprava tudo. Depois estendeu a obsessão a todos os escritores. Comprava e lia, várias vezes, os livros de Camilo, Eça, Pessoa, Torga. Sempre teve insónias, e passava-as a ler. Dono de uma memória prodigiosa, sabia páginas e páginas de cor. Perdia horas a arrumar os livros, a manuseá-los, a acariciá-los. Para ele, eram um salvo-conduto contra a efemeridade de tudo o resto. E também contra a desilusão, como se nada, além dos livros, estivesse à altura dos padrões de excelência que estabeleceu. Do grau de pureza que cedo definiu para a sua vida. Tendo concluído a licenciatura em Matemática com alta classificação, Laureano foi logo convidado, com 21 anos, para assistente de Rui Luís Gomes, um dos professores mais prestigiados da Faculdade de Ciências do Porto. A bela colega Leonor Moreira obtivera, no secundário, a segunda melhor classificação a Matemática (19) e ele (que teve 20) casou com ela, quando eram ambos estudantes no curso de Matemática da Faculdade de Ciências. Teriam três filhos: Carlos, Rui e Margarida, futuros médico, arquitecto e professora de Matemática. Mas Rui Luís Gomes era um antifascista incorrigível. Em 1947, a seguir a vários episódios pouco felizes com a PIDE, foi expulso da faculdade, juntamente com outros dois matemáticos, José Morgado e, claro, o recto e incorruptível Laureano Barros, após terem enviado ao Governo uma carta protestando contra a prisão de uma aluna. Desempregado, Laureano, então com 26 anos, montou uma sala de explicações, em frente ao mercado do Bolhão. Durante mais de 20 anos, viveu disso e pouco mais. Os rendimentos das propriedades familiares de Ponte da Barca, quando chegavam, convertiam-se imediatamente nalguma edição rara de Camilo ou Eça. O mesmo acontecia com as poucas remessas de Angola, onde o pai entretanto se estabelecera e constituíra outra família. Qualquer dinheiro extra era aplicado em extravagâncias bibliófilas, que incluíam, por exemplo, contratar um estudante para lhe catalogar a biblioteca. Foi o primeiro emprego de Alexandre Outeiro. Laureano Barros pagava ao jovem de Ponte da Barca a estadia numa pensão, mais um salário simbólico, para ele passar os dias a fazer fichas dos livros no T2 que, depois de se divorciar pela segunda vez, arrendara na Rua de Sá da Bandeira. Alexandre cumpria o seu horário de trabalho sozinho no apartamento, mas por volta do meio-dia recebia um telefonema de Laureano convidando-o para o almoço num restaurante, onde passaria a refeição a falar-lhe de livros, cultura e aventuras. Alexandre ficou a saber, maravilhado, como Laureano, que nunca foi comunista, deu guarida, na casa da Foz, ao militante comunista na clandestinidade Rogério de Carvalho, ou como se encontrou, a meio da noite, num pinhal em Vila do Conde, com a linda militante clandestina do PC Cândida Ventura, que ele não conhecia, para lhe passar uma pasta com documentos secretos. Ou ainda como numa aldeia chamada S. Martinho da Anta havia um velho olmo negro, descrito por Miguel Torga... Nesta altura já Laureano e Alexandre eram amigos, e davam passeios de vários dias pelo Norte do país, a convite de Laureano, que pagava comidas e dormidas, mas no carro de Alexandre, porque o outro nunca teve carta de condução. Mesmo assim, Alexandre sabia que tinha de chegar ao encontro com o amigo à hora exacta que haviam marcado. Se se atrasasse um minuto, Laureano era capaz de, zangado, ir sem abrir a boca do Porto a Braga. "Ele exagerava", admite Alexandre Outeiro, que é hoje director de uma delegação da Caixa Geral de Depósitos em Gaia. "E sabia que exagerava. Mas era assim. Um homem de um rigor extremo, em tudo o que fazia." A biblioteca Depois do 25 de Abril de 1974, Rui Gomes da Silva regressou do exílio no Brasil para ser nomeado reitor da Universidade do Porto. A primeira coisa que fez foi convidar Laureano para dar aulas na Faculdade de Ciências. Relutante, ele aceitou, mas, por discordar dos arbitrários saneamentos de professores, demitiu-se meses depois. Ainda voltou às explicações e leccionou num colégio, mas não se adaptou à balbúrdia da época e, após a morte do irmão, Joaquim, em 1976, mudou-se definitivamente para Ponte da Barca. Ia no terceiro casamento, com a professora de Francês Maria José Caleijo, que continuou a viver no apartamento de Sá da Bandeira. Os livros, esses, viajaram com Laureano. Agora, que herdara a casa grande da família, tinha espaço para eles. Primeiras edições de Fernão Mendes Pinto, Camões, Vieira, Verney, Eça, Pessoa, Antero ou António Nobre, obras juvenis de Guerra Junqueiro, Torga ou José Gomes Ferreira, edições raras de poetas quinhentistas de Ponte da Barca - a biblioteca começou a crescer em majestade, a tornar-se maior do que si própria, misteriosa e imortal, exigindo reverência e devoção. Laureano foi ficando solitário. Ninguém sabe ao certo porquê. Laureano Alves, primo de Laureano Barros, acha que ele se tornou um homem desiludido. "Passava muito tempo sozinho, embora adorasse conversar." O comportamento dos outros entristecia-o. Principalmente o dos mais comprometidos com o mundo. Por isso foi cortando elos. Recusou tudo o que lhe ofereceram. Foi convidado para professor catedrático da Faculdade de Ciências, como se tivesse leccionado durante todo o tempo desde a expulsão, em 1947. Não achou justo. Aceitou o cargo de director da Escola Secundária de Ponte da Barca, mas por pouco tempo. Segundo uma investigação que instaurou, descobriu serem falsos os atestados médicos que uma professora apresentava para faltar às aulas. Como ela não foi demitida, alegadamente por ter amizades no Ministério da Educação, Laureano pediu a reforma. Mais uma vez, recusou que lhe fosse contado o tempo de serviço desde a sua expulsão da Função Pública, como tinha direito, pelo que ficou com uma pensão miserável. "Para ele, tudo tinha de ser perfeito", explica o primo. Não facilitava. Essa era provavelmente a razão por que, sendo um amante da literatura, não escrevia. "O que fizesse teria de ser perfeito. Até uma carta, demorava semanas a escrevê-la. Esse perfeccionismo paralisava-o. E, no entanto, escrevia muito bem." Também terá sido por causa do perfeccionsmo e obsessão pela verdade que não conseguiu manter nenhum casamento, explica um amigo. Não suportava situações menos que perfeitas, e não conseguia mentir: de cada vez que tinha uma infidelidade, contava logo, o que acabava por levar à separação. Mas continuou amigo de todas as ex-mulheres. A última, Maria José Caleijo, foi companheira até à sua morte, durante 45 anos, apesar de tudo. A certa altura, por imperativos de coerência, divorciaram-se, embora tivessem continuado juntos. A solidão Laureano isolou-se em Ponte da Barca, onde passaria os últimos 30 anos de vida. Fugia das pessoas, e ao mesmo tempo procurava-as. Os outros surgiam-lhe como entidades algo imateriais e o encontro com eles não raro o fazia sentir-se perdido. Para não se desiludir, preferia por vezes manter à distância aqueles de quem gostava, ignorando a crueldade da atitude. Quando Margarida, a filha, regressou de Inglaterra, onde, muito jovem, fora fazer o doutoramento em Matemática, Laureano fez tudo para que ela não o fosse visitar. Tinha medo que ela tivesse voltado muito esquerdista, e que se zangassem à primeira discussão. Fizera tudo, aliás, para que ela não seguisse Matemática, receando que não conseguisse. Margarida empenhou-se em mostrar que ele estava enganado, concluindo a licenciatura com média de 17. Talvez cultivasse o relacionamento com os que se prestavam a ser amigos imaginários, metáforas de si próprios. Dizem os psicólogos que os coleccionadores compulsivos sofrem de incapacidade de lidar com os outros. Se isso é verdade, os livros, metáforas perfeitas da vida, são a colecção ideal do filantropo solitário. No entanto, Laureano tornou-se amigo de pessoas que admirava. Lagoa Henriques, Óscar Lopes, Costa Gomes, que foi seu colega de faculdade. O general era visita regular da Quinta da Fonte da Cova, até quando foi Presidente da República (Laureano chegou a enviar-lhe uma carta criticando-o pelas cedências aos comunistas), e o mesmo acontecia com vários intelectuais e artistas, alguns bem pouco convencionais, como Luís Pacheco ou Eugénio de Andrade. Nestes, o austero e rígido Laureano apreciava a liberdade e a capacidade de surpreender. Mas mais tarde ou mais cedo a tolerância levava à colisão. Eugénio passava grandes temporadas na quinta. Sentia-se em casa e dava largas às suas muitos próprias jovialidade e loucura. Mas quando a mãe de Laureano morreu, não mostrou grande consternação, explicando simplesmente que não gostava de funerais. Uma vez, numa festa, Laureano apresentou-lhe uma personalidade de Ponte da Barca, um sujeito baixo e gordo que sorria de deferência para com o poeta. Eugénio apertou-lhe a mão - "Muito prazer!" - mas ao mesmo tempo disse para o lado, alto e bom som: "Isto é um homem ou é um cagalhão?" Foi de mais. Laureano cortou com ele relações, que só viria a reatar, décadas depois, pouco antes da morte do amigo. A vida na quinta Em Ponte da Barca, Laureano era amado e odiado, e retribuía ambos os sentimentos. As eminências locais tinham a noção de ter ali uma personalidade de craveira nacional, e tentavam aproveitar-se, oferecendo-lhe cargos e medalhas. Laureano nunca aceitou, alegando que nada fizera pela terra, o que não podia ser mais verdade. Limitava-se a ser um exemplo, o que nem sempre era devidamente apreciado. Para desconforto de muita gente, a legalidade fiscal era uma das obsessões de Laureano. Quase uma doença. Pagava tudo antes do tempo e até mais do que devia, para não correr o risco de errar. Não admitia a mínima batota. Nas transacções de propriedades, era comum assinar-se a escritura por um valor inferior ao real, para pagar menos imposto. Laureano recusava-se, o que lhe impediu alguns negócios. Mas não cedia. Uma vez, quis vender uma das terras da família por 100 mil euros. O comprador aceitava o preço, desde que se fizesse escritura por 10 mil. Laureano fez um acordo: pagaria ele próprio o montante do imposto de transacção correspondente a 90 mil euros, que era devido ao outro. Foi aceite e o negócio fez-se. Intransigente em relação à dignidade das pessoas, Laureando comia com os seus trabalhadores à mesma mesa, o que muitos consideravam esquisito. Foi também o primeiro, na região, a fazer descontos para a reforma e segurança social dos trabalhadores. Os outros agricultores sentiram-se prejudicados com este precedente e nomearam um representante para interceder junto de Laureano. Quando aquele chegou à quinta sugerindo, com falinhas mansas, que o "senhor doutor", pelo menos, descontasse para a segurança social apenas um dia ou dois, e não a semana inteira, foi corrido com insultos. A Quinta da Fonte da Cova era um oásis de legalidade. E de alguma loucura também. Os "meninos" O patrão achava que devia iniciar os empregados no mundo da bibliofilia e da cultura. Lia para eles, convocava-os para sessões temáticas nos aposentos por onde se distribuía a biblioteca: a sala, a salinha, o quartinho ou mesmo a saleta. Por vezes, anunciava-lhes que iam dar um passeio. Chamava então Arlindo, o seu taxista de serviço, e partiam para um tour literário pelas aldeias do Gerês. No fim, jantavam todos no Restaurante Elevador, no Bom Jesus de Braga. Previamente informado, o gerente reservava uma mesa num recanto discreto, para que o grupo (de "secretários", como Laureano os apresentava) não assustasse os clientes normais do luxuoso restaurante. E lá iam, o Nelinho, o Carlos, o Nuno, o Gi e todos os jornaleiros da quinta, incluindo o lenhador José Corga, que carecia de uma indicação especial à cozinha do restaurante. Corga era um fenómeno: só comia batatas (em dias de festa, com bacalhau - era a sua única concessão), mas não em doses normais. Precisava de um prato especial, de Viana, onde coubesse "meia quarta" (o equivalente a três quilos) de batatas cozidas. Repudiava, aliás, a ideia de que alguém conseguisse comer mais do que ele. Laureano, que se maravilhava com os prodígios da Natureza, gostava de encorajar e exibir este apanágio do empregado. Por isso, no Elevador, o senhor Corga tinha direito ao seu prato especial de batatas. O "senhor" Corga. Laureano tratava toda a gente por "senhor". Até um pobre que ia lá a casa levar a carne do talho merecia sempre um "Obrigado, senhor Manuel". Para o Nelinho, isto era pura magia. Nunca tinha visto nada assim. Laureano tinha o estranho poder de elevar as pessoas. De transformar um zé-ninguém num senhor. "O doutor foi a pessoa mais honesta e culta que conheci à face da terra", diz Manuel Rocha, a quem Laureano chamava Nelo, ou Nelinho, que hoje tem 36 anos, mas está na quinta desde criança. "Ele para mim era tudo. Sempre pensei: com este homem, não preciso de mais nada." Nelo era uma das várias crianças que trabalhavam ou habitavam na Quinta da Fonte da Cova, tais como o seu irmão, Carlos, o Nuno Leitão ou o Moisés Cerqueira (conhecido como o "Gi"), ou os sobrinhos mulatos de Laureano (filhos dos seus meios-irmãos de Angola), que lá iam passar férias. O pai de Nelo fora jornaleiro na quinta. Levava-o para lá na época da apanha da maçã, trabalho que requeria gente pequena e leve. Mas um dia emigrou para França e deixou com o "doutor" os filhos, Nelo e Carlos. O "doutor Manuel" e o "engenheiro Carlos", como Laureano passou a designá-los, celebrando o talento para a conversa de um e o jeito de mãos do outro. Carlos, com efeito, acabaria por arranjar emprego como mecânico de máquinas, e passou a ir à quinta apenas às quartas-feiras, almoçar. Nelo continuou a viver lá, até à morte de Laureano, no ano passado. Encarregava-se de vários trabalhos na quinta, mas também tomava conta da biblioteca e, acima de tudo, tornou-se discípulo, amigo e confidente do patrão. "Nelinho, hoje o dia já está ganho, vamos conversar", chamava Laureano. "Nelinho, comprei um livro novo, vamos vê-lo". E Nelo interrompia o trabalho na quinta, sentava-se na salinha. "Isto, Nelinho, fica só entre nós. Não sai daqui", dizia-lhe Laureano, depois de contar uma visita a um alfarrabista ou a um leilão para adquirir um certo livro raro. Nelo percebera que a biblioteca se tornara muito valiosa, e não convinha que isso constasse. Era um segredo que guardava. "Nelinho, hoje vamos tirar os livros daquela prateleira. Vamos vê-los." Ou então: "Vai ali à saleta, à segunda prateleira da estante do meio, encostada à janela, tira o terceiro livro a contar do lado norte para sul. Abre na página 153..." Nelo abria e Laureano, da outra sala, começava a dizer o texto de cor, excertos enormes de Camilo ou Pessoa. Conhecia ao pormenor cada um dos seus livros e sabia exactamente onde se encontrava. Um dia, Nuno Leitão, que trabalhou na quinta mas depois estudou Informática de Gestão, ofereceu-se para catalogar toda a biblioteca em computador. Laureano agradeceu, mas não precisava: tinha os ficheiros todos na cabeça. Nuno chegou a viver na Fonte da Cova, mas acabou por ir estudar, encorajado por Laureano. O "Gi", que foi criado na quinta, sairia para casar e arranjar emprego como serralheiro. A família dele, muito pobre, vivia numa casa em frente. Eram oito irmãos, que cedo se fizeram aos caminhos do fracasso ou do crime. Para lhe dar um futuro alternativo, a mãe de "Gi" pô-lo a viver na quinta, aos seis anos. Ele e o Nelo, bem como o Carlos e o Nuno, eram como filhos de Laureano. Os seus "meninos", dizia ele. Todos falam do "doutor", hoje, com incondicional afecto e uma orgulhosa emoção. A exaltação quase fanática, possessiva, de quem sente ter tocado uma esfera superior da existência. "Faço questão de ser como ele, na minha vida", diz o Nelinho. "Em cada situação, penso: se o senhor doutor fosse vivo, faria assim. E tento fazer igual." Não é fácil entender que tipo de influência Laureano exerceu sobre os espíritos destes jovens. Mas basta falar um pouco com eles para perceber que ainda lhe estão submetidos. Têm uma transparência comovente no olhar, que nos faria confiar-lhes a própria vida, sem hesitação. Não que Laureano tenha sido condescendente com eles. Mas talvez por isso mesmo. "Gi" não teve uma relação fácil com o "doutor", que se zangava, e lhe batia, se ele chegava tarde a casa. Para o punir, mandava a Mariquinhas cozinhar favas com carne, o prato que "Gi" detestava. Uma vez, por ele ter ido ver as cheias do rio e não comparecer a horas no trabalho, deu-lhe uma bofetada. "Gi" fugiu para casa dos pais. No dia seguinte, Laureano telefonou-lhe a pedir que voltasse. Acima de tudo, irritava-se por o seu "menino" não levar os estudos a sério. Ele ia, no entanto, concluir com êxito o secundário, não tivesse Laureano, que era na altura director da escola, irrompido pela reunião de professores, expressamente para não os deixar aprovar o "Gi". "Eu estou com ele em casa e vejo que ele não estuda", garantiu o director. "Gi" chumbou e foi trabalhar como serralheiro. Mas não ganhava o suficiente e teve de emigrar para Andorra, porque o "doutor", com os seus rígidos princípios, se recusou a meter uma cunha para lhe arranjar um emprego. Já o Nelo não quis continuar os estudos, nem empregar-se, para ficar com Laureano. "No meu íntimo, eu sentia que não podia deixar o doutor. Achava que ele precisava de mim", explica o Nelo, que ainda continua na quinta, sem saber que ela vai ser vendida. "A minha filosofia de vida era: enquanto o doutor for vivo, eu fico com ele." Parece que os dois competem pela maior dedicação a Laureano. "Gi" conta que passou muitos Natais sozinho com ele, quando nem os filhos o vinham visitar. E que, pouco antes da sua morte, era ele quem lhe dava banho. Nelo e "Gi" contam cheios de vaidade estas compassivas intimidades, como se defendessem um fundamental património humano. Laureano dissera à empregada: "Maria, se eu morrer, chama os meninos, para virem ajudar." Foi nessa altura que escreveu a lista de quem deveria ser avisado e as regras para o funeral, que incluíam ser enterrado sem caixão, sem discursos e sem cerimónia religiosa, de preferência na quinta (vontade que, obviamente, não pôde ser cumprida). Nos últimos tempos de vida, aliás, depois de ter ficado doente, Laureano começou a preocupar-se com a posteridade. Não teve nenhuma fraqueza religiosa - manteve-se agnóstico até ao fim - mas passou a tomar disposições. Uma delas fora o divórcio com Maria José Caleijo, para não causar aos filhos problemas com a herança. Margarida, aliás, que só soube pelos jornais do casamento do pai, foi convidada formalmente para um almoço de divórcio. Depois, Laureano doou todos os bens aos filhos. Quis poupá-los a burocracias e eventuais contendas. Organizado e precavido como era, passou os últimos anos a preparar o seu desaparecimento. Distribuiu as casas e os terrenos pelos três filhos, mas a sua grande preocupação eram, obviamente, os livros. "Este ficará para a minha filha", ia dizendo ao Nelinho, "esta colecção para o Carlos...", mas à medida que se aproximava do fim, e ia perdendo o interesse por tudo excepto pelos livros, apercebia-se também de que os filhos não queriam a biblioteca. Pensou em várias soluções - doar as obras a uma instituição, criar uma fundação (ideia do filho Carlos). Mas nenhuma lhe agradou. Por fim, deixou de pensar no assunto. Mergulhou numa estranha apatia, uma inconsciência meticulosa e desesperada, que apenas aos seus "meninos" era visível. E os fazia sofrer. Como pôde aquele homem que tudo calculava e tudo prevenia ter cometido um erro tão grosseiro? No seu afã de tudo medir pela beleza dos livros, de sublimar neles os seus dias e o seu futuro, nunca lhe passou pela cabeça que a biblioteca pudesse não ser eterna. Mas não deixou, mesmo sabendo (e decerto aceitando) que em breve tudo aquilo seria vendido em leilão, de folhear, tratar e acariciar os seus livros, com a leveza confiante com que uma criança diz adeus a quem ama. A mesma com que, pouco depois, as mãos grossas e calejadas do "Gi" lhe seguraram o rosto que partia. COMENTÁRIOS 1 a 5 de um total de 31 Escrever comentário 06.07.2009 - 14h26 - PedroM, Aveiro ... já muito foi dito e se nada mais houver escrito sobre Laureano Barros, que este brilhante trecho de Paulo Moura, que se desenrola tranquilo e sem sobressaltos, embora transbordando sentimentos, possa figurar numa antologia de pequenas biografias de grandes Homens. 06.07.2009 - 11h02 - JG, Lisboa Um texto brilhante, sem sombra de dúvida! 06.07.2009 - 08h46 - Fernando, Codal Gostei do texto. Gostaria ainda mais desta crónica se ela fosse ficção. Impressionam-me estes comportamentos, tal como me impressionam os comportamentos dos Dias Loureiros deste mundo. 06.07.2009 - 02h02 - Cinderela, Paris Parabens pelo texto... deliciosamente divinal. Porque nao escrever um livro?? Porque nao dar a conhecer a vida e "obra" deste grande senhor??? pessoas assim, têm que ficar para a historia e na historia. Tive o gosto de ter conhecido uma pessoa assim.. ao ler o texto parecia que estava a ler um capitulo da minha vida. Pessoas como estas... sao raras, sao preciosas, cujos valores precisam de ser transmitidos, esta pureza de espirito precisa de chegar a toda a gente... nao apenas ao nelinho, ao senhor Corga, ao "Gi"... precisa de chegar a todos... através da literatura. A liçao suprema desta arte é que só consegue exprimir-se com o poder do sentimento, como verifiquei neste texto, e a alma desta obra prima reside na potencia da emoçao. Peço um livro... dê-me o gosto de poder entrar numa livraria... pedir por este livro, abri-lo, passar a minha mao pelas folhas... dê-me o deleite de poder devorar esta historia... em forma de livro.... 06.07.2009 - 01h32 - Alda Rocha, Carcavelos E mais não digo. Obrigada Paulo Moura. É só. Há anos que o penso, só hoje o transmito sabe-se lá porquê. Comentários 1 a 5 INTERNET (Notícias e Blogues) PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE Blogue seguinte»Criar blogue | Iniciar sessão Segunda-feira, Julho 06, 2009 Posted 3:01 AM by masson DR. LAUREANO BARROS Página Principal - Arquivo do Mês Estados d'alma, bom senso político e económico, espreitador literário ... ferros curtos E-MAIL Powered by Castpost Procurar "Ele planeava tudo. Era organizado, previdente e perfeccionista. Inflexível com a verdade, a liberdade, a independência, o rigor e a pontualidade, exigia-os de si e dos outros (...) Foi quando foi viver para o Porto, para frequentar o liceu, que o jovem Laureano Barros começou a comprar livros. Frequentava os alfarrabistas e iniciou uma colecção, tal como fazia com os paliteiros, bengalas, relógios, louças, antiguidades ou alfaias agrícolas. Mas ao contrário de toda a traquitana que sempre gostou de trazer para casa, aos livros ergueu uma fidelidade. Não os vendia, não desistia nem se esquecia deles. Começou a acumulá-los na moradia que o pai lhe comprou para se instalar na cidade, na Foz, continuou a ampliar a colecção enquanto viveu nessa casa com a primeira mulher, Leonor, e depois quando se divorciou dela e das seguintes. De cada vez que se separava da mulher com quem vivia (e foram mais mulheres do que os três casamentos), deixava-lhe tudo: a casa, os móveis, as antiguidades. Mas levava consigo a biblioteca. Eram livros de Matemática, de Filosofia, de Botânica, mas acima de tudo de Literatura Portuguesa, e, cada vez mais, volumes curiosos e raros, obras pouco conhecidas, primeiras edições. Por alguns autores tornou-se obcecado e comprava tudo. Depois estendeu a obsessão a todos os escritores. Comprava e lia, várias vezes, os livros de Camilo, Eça, Pessoa, Torga. Sempre teve insónias, e passava-as a ler. Dono de uma memória prodigiosa, sabia páginas e páginas de cor. Perdia horas a arrumar os livros, a manuseá-los, a acariciá-los (...)" in Laureano Barros - O Homem que Fugiu com uma Biblioteca, por Paula Moura, P2 (Jornal Público), 5 de Julho 2009, pp. 4-7] - ler TODO o artigo sobre Laureano Barros (retirado do jornal Público, com a devida vénia), invulgar bibliófilo e que AQUI e AQUI fizemos referência, no nosso site BIBLIOMANIAS. Etiquetas: Jornal Publico, Laureano Barros 1870Livros #Poesia A Aba Heisenberg A manh'ser A Montanha Magica A Origem Especies A Revolta Palavras A Terceira Noite Abaixo de Cao Abnoxio Abrigo de Pastora Abrupto Absorto Adufe Africa Minha Afrodite Agua Lisa Album Figueirense Alcyone Alm. Republicano Angela Berlinde Animais Domesticos Arcadia Arco da Velha Arrastao As Causas da Júlia Atento Auto-Retrato Avatares Desejo Bandeira Negra Barbearia Sr. Luis ...Barcos de Flores Bibliotecario Babel Bicho Carpinteiro Blasfemias Blue Lounge Boina Frigia Bomba Inteligente Bordado de Murmurios Cafe Mocambique Caminhos da Memoria Campo Lavrado Carvalhadas Casa dos Poetas Causa Nossa Cinco Dias Com a luz acesa Cocanha Corta-Fitas Critico Musical Cronicas Terra Da Literatura Daedalus De Rerum Natura Dedos de Conversa Delito Opiniao Der Terrorist Des-Encantos desNorte Dias Felizes Do Medio Oriente Educar Elevador Bica Esmaltes e Joias Espaco Llansol Estacoes Diferentes Estarreja Efervescente Expresso do Oriente Fayal Foleirices Folhas de Acanto French Kissin Frenesi Fumacas Gentes & Lugares Gotas Agua Hoje ha Conquilhas Ilhas Ilhas sem Farol Impensavel In Memoriam J.Carv. Incursoes Industrias Culturais Insonia Quarta-feira, Maio 20, 2009 Posted 12:55 PM LEILÃO DA BIBLIOTECA DO DR. LAUREANO BARROS Conforme AQUI referimos, começa amanhã o Leilão - consultar AQUI os Catálogos - da magnífica e invulgar Biblioteca do Dr. Laureano Barros. No jornal Público de hoje (ver P2), Luís Miguel Queirós refere o seguinte: "A Livraria Manuel Ferreira inicia esta noite, na Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, o leilão da biblioteca de Laureano Barros (1921-2008), um professor de Matemática e figura da oposição ao regime salazarista que, ao longo de décadas, reuniu na sua casa de Ponte da Barca aquela que é, muito provavelmente, a mais notável colecção privada de literatura portuguesa constituída na segunda metade do século XX. Nascido em Matosinhos em 1921, Laureano Barros não foi, nem nunca quis ser, uma figura pública, mas a sua biblioteca era bem conhecida dos muitos investigadores que a frequentavam, e todos os bibliófilos lhe conheciam o nome, pronunciado com reverência pelos alfarrabistas. Não era caso para menos. Os mais de seis mil lotes que agora vão ser leiloados incluem, por exemplo, a primeira edição da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, de 1614, um objecto mítico da bibliofilia internacional. O coleccionador devia ter, aliás, uma admiração particular pelo aventureiro e prosador quinhentista, já que se deu ao trabalho - e à decerto não pequena despesa - de encontrar e adquirir todas as primeiras dez edições da Peregrinação. Para se ficar com uma ideia do gigantismo desta biblioteca, basta verificar que a sessão inaugural do leilão, amanhã à noite, irá terminar com uma série de lotes compostos por livros de Sophia de Mello Breyner Andresen, tendo a ordem de licitação sido organizada por ordem alfabética dos apelidos dos autores, ou seja, não se conseguirá chegar, sequer, ao final da letra "A". Seguem-se mais duas sessões, na sexta-feira e no sábado, e o leilão será depois interrompido até à quinta-feira seguinte, prolongando-se então novamente até sábado. Os potenciais compradores vão dispor de um cuidado e volumoso catálogo em seis volumes - ele próprio um utilíssimo instrumento bibliográfico - e poderão ainda apreciar todas as peças na sede da Junta de Freguesia do Bonfim, onde estarão expostas já a partir de hoje à tarde (...)" Ler tudo AQUI, Caderno P2. Etiquetas: Laureano Barros, Leilão, Manuel Ferreira J.P.Coutinho Jazz Arredores Klepsydra La Force des Choses Lei Seca Leitura Partilhada Ler Blog Linha dos Nodos Lisboa SOS Literatura e Arte Local & Blogal Lusofolia Ma-Schamba Mar Salgado Margens de Erro Meditacao Pastelaria Meia Livraria Memoria Virtual Mesa de Cafe Metadialogos Miniscente Miss Pearls Mulheres & Deusas Mundo Imaginado Nada Niente Natureza do Mal No prato com Nortadas Notas Verbais Nova Floresta O Amigo Povo O Anonimo O Cachimbo Magritte O Cao de Parar O Insurgente O Jansenista O Vermelho e Negro Ortografia do Olhar Para la de Bagdade Peao Persona Pimenta Negra Po dos Livros Poesia Distribuida Poesia Incompleta Ponto Come Ponto Media Porta da Loja Portugal dos Pequeninos Prazeres Minusculos Prosas Vadias Provas de Contacto Puxa Palavra Quase em Portugues Quarta Republica Quatro Caminhos Random Blog Respirar o mesmo Ar Retorta Rua da Judiaria Rui Tavares Santa Terrinha Semicirculo Senhor Palomar Serendipitous ... Simbologia e Alquimia Sincronicidade Sociedade Aberta Sorumbatico Sound+Vision Tempo Contado Tempo das Cerejas Tempo Que Passa Teresa Torga Quarta-feira, Maio 13, 2009 Posted 4:09 AM BIBLIOTECA DR. LAUREANO BARROS "Em ano de comemoração dos seus 50 anos de existência, a Livraria Manuel Ferreira promove um importante leilão de cerca de 6000 espécies bibliográficas constitutivas de uma das mais valiosas bibliotecas particulares do século XX, formada pelo dedicado bibliófilo Dr. Laureano Barros. Este Leilão será dividido em 3 partes; a primeira decorrerá entre os dias 21 e 23 e 28 e 30 de Maio, a decorrer no Salão Nobre da Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, pelas 21 horas. As restantes, com data a definir, serão oportunamente anunciadas. Da primeira parte deste leilão destacamos a magnífica colecção de Cancioneiros portugueses antigos; manuscritos e edições originais do poeta Eugénio de Andrade do qual destacamos o seu primeiro e extremamente raro «Narciso», publicado em 1940; as edições originais de «O Lima», de Diogo Bernardes; da «Crónica de Cister», de Bernardo de Brito; do belo livro de Lima Bezerra, «Os Estrangeiros no Lima», as revistas literárias «Árvore», «Athena», «Caliban», «Centauro», «Contemporânea», «Contravento» ..." [ler tudo, AQUI] Catálogos online - AQUI. Etiquetas: Laureano Barros, Leilão, Manuel Ferreira Home PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE Blogue seguinte» ARQUIVO HISTÓRICO (MADEIRA) LIVROS & LIVROS;HISTÓRIA DA MADEIRA (RECOLHA DE ARTIGOS E INFORMAÇÕES DISPERSAS PELA NET) S E X TA - F E I R A , 1 5 D E M A I O D E 2 0 0 9 LEILÃO DA IMPORTANTE BIBLIOTECA DO DISTINTO BIBLIÓFILO DR. LAUREANO BARROS, ORGANIZADO PELA LIVRARIA MANUEL FERREIRA Acabei de receber os catálogos (primeira parte) referente ao próximo leilão organizado pela Livraria Manuel Ferreira. Este primeiro leilão decorrerá entre os dias 21 e 23 e 28 e 30 de Maio. Trata-se sem qualquer dúvida de uma excelente biblioteca, na qual constam muitas obras de muita raridade. Aconselho a consultarem este catálogo (pdf) no blogue da Livraria Manuel Ferreira: http://livrariamanuelferreira-leiloes.blogspot.com/ Esta livraria encontra-se a comemorar os cinquenta anos de existência, razão pela qual envio ao proprietário as minhas sinceras felicitações por este acontecimento. P U B L I C A D A P O R PA U L O C A M P O S E M 1 0 : 5 2 E T I Q U E TA S : L E I L Õ E S , | LINKS Bolsa de Arte - Br. Bouvelard 1008 - Br. Cabral Moncada Canvas - Arte Br. Coleccionismo - Br. Dagmar Saboya - Br. Evandro Carneiro - Br. Leiria & Nascimento Mercado Livre - Br. Miau.pt Palácio Correio-Velho Raul Barbosa - Br. Renascimento Roberto Haddad - Br. S.Domingos TNT Arte - Br. Antiq. Bibermuhle Aucland BGW Bidfind Biddington's Bonhams & Butterfields Byron Sistler Christie's Delcampe Doocollect eBay (Fr. ) eBay UK Books Eurobid Ewolfs Hauswedell & Nolte iCollector Je Collectionne La Gazette Drouot Nice Encheres Old World Remates Corbo Skinner Sotheby's Symposion - Books Swann Galleries LEILÃO DR. LAUREANO BARROS "Em ano de comemoração dos seus 50 anos de existência, a Livraria Manuel Ferreira promove um importante leilão de cerca de 6000 espécies bibliográficas constitutivas de uma das mais valiosas bibliotecas particulares do século XX, formada pelo dedicado bibliófilo Dr. Laureano Barros. em 3 partes; a primeira decorrerá entre os dias 21 e 23 Este Leilão será dividido . e 28 e 30 de Maio, a decorrer no Salão Nobre da Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, pelas 21 horas. As restantes, com data a definir, serão oportunamente anunciadas. Da primeira parte deste leilão destacamos a magnífica colecção de Cancioneiros portugueses antigos; manuscritos e edições originais do poeta Eugénio de Andrade do qual destacamos o seu primeiro e extremamente raro «Narciso», publicado em 1940; as edições originais de «O Lima», de Diogo Bernardes; da «Crónica de Cister», de Bernardo de Brito; do belo livro de Lima Bezerra, «Os Estrangeiros no Lima», as revistas literárias «Árvore», «Athena», «Caliban», «Centauro», «Contemporânea», «Contravento» ..." [ler tudo, AQUI] Catálogos online - AQUI. ::: Fórum Nacional ::: Social Network > Geral > Cultura Nome A notável biblioteca do antifascista ou antisalazarista Laureano Barros vai a leilão Registar FAQ Comunidade Memorizar? Nome Entrar Password Calendário Novas Msgs Procurar Cultura Cultura, literatura, arte, etc. Opções Display Ontem, 16:00 2yt4u Prospect of The Nation Registo: May 2009 Local: Lisbon, Portugal Msgs: 17 #1 A notável biblioteca do antifascista ou antisalazarista Laureano Barros vai a leilão É o mais importante leilão de livros que se organiza em Portugal nesta primeira década do século XXI. Os 6432 lotes da espantosa biblioteca do matemático e antifascista Laureano Barros começam amanhã a ir à praça no Porto. Está lá tudo: das dez primeiras edições da Peregrinação até manuscritos de Eugénio de Andrade ou Luiz Pacheco A Livraria Manuel Ferreira inicia esta noite, na Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, o leilão da biblioteca de Laureano Barros (1921-2008), um professor de Matemática e figura da oposição ao regime salazarista que, ao longo de décadas, reuniu na sua casa de Ponte da Barca aquela que é, muito provavelmente, a mais notável colecção privada de literatura portuguesa constituída na segunda metade do século XX. Nascido em Matosinhos em 1921, Laureano Barros não foi, nem nunca quis ser, uma figura pública, mas a sua biblioteca era bem conhecida dos muitos investigadores que a frequentavam, e todos os bibliófilos lhe conheciam o nome, pronunciado com reverência pelos alfarrabistas. Não era caso para menos. Os mais de seis mil lotes que agora vão ser leiloados incluem, por exemplo, a primeira edição da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, de 1614, um objecto mítico da bibliofilia internacional. O coleccionador devia ter, aliás, uma admiração particular pelo aventureiro e prosador quinhentista, já que se deu ao trabalho - e à decerto não pequena despesa - de encontrar e adquirir todas as primeiras dez edições da Peregrinação. Para se ficar com uma ideia do gigantismo desta biblioteca, basta verificar que a sessão inaugural do leilão, amanhã à noite, irá terminar com uma série de lotes compostos por livros de Sophia de Mello Breyner Andresen, tendo a ordem de licitação sido organizada por ordem alfabética dos apelidos dos autores, ou seja, não se conseguirá chegar, sequer, ao final da letra "A". Seguem-se mais duas sessões, na sexta-feira e no sábado, e o leilão será depois interrompido até à quinta-feira seguinte, prolongando-se então novamente até sábado. Os potenciais compradores vão dispor de um cuidado e volumoso catálogo em seis volumes - ele próprio um utilíssimo instrumento bibliográfico - e poderão ainda apreciar todas as peças na sede da Junta de Freguesia do Bonfim, onde estarão expostas já a partir de hoje à tarde. Difícil é prever o valor que uma biblioteca como esta poderá alcançar, mas, tendo em conta os montantes atingidos recentemente por colecções muito menos importantes, não será grande surpresa se o balanço final do leilão puder vir a rondar o meio milhão de euros. Além de coleccionador de livros raros, Laureano Barros foi um genuíno leitor. Amigo de muitos escritores, como Eugénio de Andrade ou Luiz Pacheco, a sua biblioteca inclui numerosos manuscritos e dactiloscritos que lhe foram sendo oferecidos por estes e outros autores. "Ao Laureano, com uma amizade que chega ao ponto de lhe oferecer isto", escreve Eugénio num raríssimo exemplar do seu primeiro livro, Narciso, que publicou aos 16 anos, ainda com o seu verdadeiro nome de José Fontinhas, e que depressa veio a rejeitar. Só os livros e documentos do autor de As Mãos e os Frutos forneceram material para 127 lotes, que incluem, por exemplo, uma versão manuscrita do que viria ser a primeira antologia de Eugénio, publicada em 1961 na Delfos com prefácio de Eduardo Lourenço. Ou o folheto Resposta a Mário Cesariny (1951), no qual o poeta se defende de uma acusação de plágio. Cancioneiros medievais O facto de Laureano Barros não se ter regido apenas por critérios de coleccionismo deu à sua biblioteca uma abrangência pouco vulgar. Quem colecciona primeiras edições de Fernão Mendes Pinto, de António Vieira ou de Luís António Verney não costuma ter também o mítico O Amor em Visita de Herberto Helder ou os primeiros livros de João Miguel Fernandes Jorge. Laureano Barros tinha tudo isto e ainda arranjou tempo e dinheiro para compor uma boa biblioteca de historiografia portuguesa, para lá de livros dedicados a vários outros temas que o interessavam, como, por exemplo, a botânica. Um dos núcleos mais importantes da colecção é um exaustivo conjunto de edições portuguesas e estrangeiras dos cancioneiros medievais. Outro é o que se compõe das principais revistas literárias portuguesas, desde as oitocentistas, como Ave Azul, passando pelas mais importantes publicações do primeiro modernismo - Orpheu, Centauro, Exílio, Portugal Futurista, Byzancio ou Athena -, até às que saíram já na segunda metade do século XX. De autores anteriores ao século XIX, algumas das peças mais valiosas são as primeiras edições dos poetas quinhentistas Diogo Bernardes e Frei Agostinho da Cruz, uma segunda edição das poesias de Sá de Miranda, a edição original dos Apólogos Dialogais de Francisco Manuel de Melo e a segunda da sua Carta de Guia de Casados, ou ainda as primeiras edições de diversas obras do pedagogo iluminista Luís António Verney, incluindo o Verdadeiro Método de Estudar. Laureano Barros coleccionou sobretudo literatura portuguesa, mas a sua biblioteca inclui também autores brasileiros - Jorge Amado está presente com mais de uma dúzia de primeiras edições - e algumas obras em línguas estrangeiras, entre as quais se destaca um raríssimo exemplar da primeira edição em volume de Madame Bovary, de Flaubert. Outra peça curiosa é um exemplar setecentista, em latim, do Index de livros proibidos pelo Vaticano. A partir do início do século XIX, e no que respeita à poesia e ficção portuguesas, o mais simples seria assinalar o que falta, e não falta quase nada de significativo até ao final da década de 1950. Atendendo só aos autores mais relevantes, pode começar-se por Garrett, que abrange nada menos do que 67 lotes, incluindo as primeiras edições dos poemas Camões ou D. Branca, que introduziram o romantismo em Portugal, ou as de Folhas Caídas e do drama O Alfageme de Santarém, a par de muitas outras obras menos conhecidas. O cenário é o mesmo quando passamos aos principais poetas portugueses do século XIX, todos eles representados com o essencial das respectivas bibliografias nas edições originais, incluindo a raríssima primeira edição dos Sonetos de Antero de Quental, as duas primeiras edições de Claridades do Sul, de Gomes Leal, o invulgar Mysticae Nuptiae, que Guerra Junqueiro publicou aos 16 anos, ou ainda, para não alongar os exemplos, as primeiras edições de O Livro de Cesário Verde e do Só, de António Nobre. No caso da obra-prima de Nobre, Laureano Barros deu-se mesmo ao luxo de reunir as oito primeiras edições. Na ficção oitocentista, as obras mais valiosas encontram-se entre os 89 lotes de Camilo e os 60 de Eça de Queirós, recheados de primeiras edições, incluindo a de Os Maias. Mas podiam acrescentar-se muitos outros autores, entre os quais Júlio Dinis, de quem será leiloado, além dos livros de ficção e poesia, um raríssimo opúsculo intitulado Da Importância dos Estudos Meteorológicos para a Medicina, de que apenas se publicaram 100 exemplares. Outras raridades Saltando para Fernando Pessoa e para a geração de Orpheu, a coisa volta a poder resumir-se em três palavras: não falta nada. Nem sequer a segunda edição de Mensagem, menos valiosa do que a primeira (que, claro, Laureano Barros também tinha), mas provavelmente mais rara. Só de Pessoa são 159 lotes, que incluem todas as edições que o poeta publicou em vida, dos volumes de poesia inglesa ao texto O Interregno. Defesa e Justificação da Ditadura Militar em Portugal. De Almada Negreiros algumas das peças mais raras são as primeiras edições da Cena do Ódio e do Manifesto Anti-Dantas. Bastante difíceis de encontrar são também as edições originais de Confissão de Lúcio, Céu em Fogo e Dispersão, de Sá-Carneiro. Guisado não é um autor da mesma importância dos anteriores, mas, por isso mesmo, o facto de Laureano Barros ter conseguido reunir todos os nove livros que o poeta publicou mostra bem até que ponto era um coleccionador minucioso. Na impossibilidade de se resumir um catálogo que, no total dos seus seis volumes, terá algumas três mil páginas, faz-se apenas referência aos cerca de 100 lotes de Aquilino Ribeiro, aos 77 de Agustina Bessa-Luís, aos 65 de Torga, ou aos 41 de António Botto, entre muitos outros autores de quem este bibliófilo reuniu a obra quase sempre completa nas edições originais. Na primeira metade do século XX português, pode-se afirmar sem grande risco que a biblioteca de Laureano Barros tem todas as obras de inquestionável valor literário, mas também as que só valem pela sua raridade (e algumas valem bastante), como os primeiros livros de José Gomes Ferreira, ou os que Torga publicou sob o pesudónimo Adolpho Rocha, para não falar do caricato Romaria, do padre Vasco Reis, célebre por ter roubado o prémio do SNI à Mensagem de Pessoa. Pessanha, Florbela Espanca, Raul Brandão, Wenceslau de Moraes, José Régio, Irene Lisboa, Ferreira de Castro? Está lá praticamente tudo. E o mesmo se pode dizer de Nemésio, Sophia, Sena, Herberto Helder e por aí adiante. Do primeiro livro de Mário Cesariny, Corpo Visível, que muitos coleccionadores bem gostariam de ter, o matemático de Ponte da Barca dava-se ao luxo de ter dois exemplares. Mas o que justificaria mesmo referência mais detalhada é o vastíssimo conjunto de lotes com livros, folhetos e manuscritos dos surrealistas portugueses, ao qual a Biblioteca Nacional deveria estar atenta. Entre os 84 lotes relativos a Luiz Pacheco, encontram-se, por exemplo, seis cadernos diários do autor e um dossier com material reunido para o livro Pacheco versus Cesariny, mas que não chegou a ser incorporado na obra. E ainda folhetos raríssimos, como O Crocodilupa (1958), título que evoca um "animal chamado Pacheco" que "gosta de se enfeitar com rabos de outros animais". http://jornal.publico.clix.pt /defaul...ge%3D4%26c%3DC Bookmarks Digg Google del.icio.us StumbleUpon lucerna de mecenas: Exemplo raro PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE PARTILHAR Blogue seguinte» lucerna de mecenas Segunda-feira, 6 de Julho de 2009 Um blog de memórias, de novidades: de amigos! Sei que o texto é longo, mas vale a pena dispender algum tempo a lê-lo, porque não se encontram figuras destas todos os dias. Acho que é a primeira vez que sinto um encantamento tão grande por um texto do jornal "Público"! Amicum perdere est damnorum maximum!... Exemplo raro Muito bom! Laureano Barros: O homem que fugiu com uma biblioteca 05.07.2009 - 09h02 Paulo Moura Ele planeava tudo. Era organizado, previdente e perfeccionista. Inflexível com a verdade, a liberdade, a independência, o rigor e a pontualidade, exigia-os de si e dos outros. Laureano Barros tinha, portanto, poucos amigos, mas bons. Antes de morrer, fez uma lista das únicas cinco pessoas que deveriam ser avisadas. Arnaldo Sousa era uma delas. Costumavam combinar encontros, para conversar. Arnaldo, de 46 anos, que é poeta e professor de Filosofia, conduzia até ao portão da Quinta da Fonte da Cova. Estacionava e esperava no carro, olhando para o relógio, até três minutos antes da hora que tinham marcado. Era esse o tempo exacto que levava a chegar, a passo, à porta da casa. Cronometrara-o escrupulosamente. Só então saía. Era um dos contratos que tinham, ao longo de mais de 20 anos de amizade: pontualidade absoluta. Outro era sobre as "datas obrigatórias": era proibido desejar Feliz Natal no dia de Natal, ou dar os http://lucernademecenas.blogspot.com/2009/07/exemplo-raro.html Archiuum Archiuum Socii Ariadne Cassandra Clio Helena de Tróia Hera Hortênsia Lu Narcisus lucerna de mecenas: Exemplo raro desejar Feliz Natal no dia de Natal, ou dar os parabéns no dia do aniversário. Nessa data, também não se ofereciam presentes. Outro contrato era a sinceridade. Nunca estariam um com o outro se não o desejassem. Quando fosse preciso dizer não, di-lo-iam sem receio. Um dia, Arnaldo teve vontade de apresentar Laureano a um psiquiatra seu amigo, que o visitava em Ponte da Barca. Há muito que falava a Zeferino do velho coleccionador de livros Laureano Barros, a pessoa que mais admirava no mundo. Telefonou para a quinta e explicou a sua intenção, cheio de entusiasmo. "Posso levá-lo?" Narcisus Ninguém Tempus fugit Meteo 23°C "Não." Arnaldo poderia ter perguntado porquê, mas ficou satisfeito. Respeitar a vontade do amigo era uma obrigação contratual. Lisbon, Portugal "Não quer saber por que eu disse 'não'?", concedeu Laureano. Hospites Mostly Clear "Não, não quero saber. Disse 'não' e isso basta-me." "Mas eu quero explicar-lhe: é que eu não tenho interesse em conhecer mais ninguém." Resposta implacável. Mas ao mesmo tempo a chave para uma certeza auspiciosa: quando Laureano dissesse "sim", a sua vontade seria genuína. Recebia Arnaldo para almoçar, com toda a formalidade e etiqueta. Sentava-o a seu lado, mandava servir os pratos que sabia serem os seus predilectos. Ficavam na sala a conversar, durante cinco, seis horas. A empregada, a sr.ª Mariquinhas, entrava apenas quando Laureano tocava a campainha. Por vezes, no Verão, almoçavam na cozinha. Aí, Arnaldo reparou que Laureano lhe oferecia sempre a cadeira onde ele próprio se costumava sentar, em frente à porta, que dava para as árvores da quinta. http://lucernademecenas.blogspot.com/2009/07/exemplo-raro.html (...) Musica Picturae MAIActual: Leilão pela cinquentenária Livraria Manuel Ferreira PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE PARTILHAR Blogue seguinte» QUINTA-FEIRA, 21 DE MAIO DE 2009 ESTE BLOGUE É... Leilão pela cinquentenária Livraria Manuel Ferreira Um olhar sobre a Maia, o País e o Mundo. Um espaço actual para pessoas actuais. A Livraria Manuel Ferreira comemora este ano os seus 50 anos de existência. O seu fundador, Manuel Ferreira, e o seu filho e actual responsável, Herculano estão isso por de Ferreira, parabéns: Bragança Fernandes - PSD conseguiram desenvolver na cidade Mário Gouveia - PS do Porto aquela que é uma das António Neto - CDU grandes casas de alfarrabistas do Silvestre Pereira - BE país. Álvaro Braga Júnior - CDS/PP Ora, precisamente a partir de hoje, a Manuel Ferreira promove um importante leilão de cerca de 6000 espécies bibliográficas constitutivas de uma das mais valiosas bibliotecas particulares do século XX, formada pelo bibliófilo Dr. Laureano Barros. Este Leilão será dividido em 3 partes, com a primeira a realizar-se entre os dias 21 e 23 e 28 e 30 de Maio, no Salão Nobre da Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, pelas 21 horas. Ver mais informações aqui. PUBLICAD A P OR L UÍS R OT H ES E M 2 1 .5 .0 9 ETIQUE TAS : C U L T U RA 0 COMENTÁRIOS: Enviar um comentário Mensagem mais recente AUTÁRQUICAS 2009 - CONCELHO DA MAIA Página inicial Mensagem antiga AUTORES Adão Bastos Alberto Silva Ana Maria Leite Carlos Ramalhão Luís Rothes Mafalda Baptista Marco Martins Miguel dos Santos Olívia Santos Silva Paulo Melo Pedro Martins Rui Moreira Sandra Barbosa Sílvia Silva Subscrever: Enviar comentários (Atom) CONTACTE -NOS Envie-nos as suas notícias, divulgações e iniciativas para http://maiactual.blogspot.com/2009/05/leilao-pela-cinquentenaria-livraria.html O MAR DE ULRICH PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE PARTILHAR Blogue seguinte» O MAR DE ULRICH SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2009 A MINHA LISTA DE BLOGUES Laureano Barros Blue! O Homem que fugiu com uma biblioteca Em “Jornal Público”, 05.07.2009, por Paulo Moura demasiado tempo Há 10 horas Durante uma vida inteira, Laureano Barros reuniu , em Portugal, a antologia do esquecimento mais valiosa biblioteca privada da segunda metade do século XX, que agora, após a sua morte, aos 84 anos, está a ser leiloada no PRECIPITAÇÃO Há 12 horas Porto. Quem era este homem? Sabe-se que era rigoroso e Eco desinteressado, legalista e libertário, vertical e humilde, pontual e incapaz de manter um emprego, matemático de génio e amante da Poema #26 Há 13 horas literatura, tolerante e radicalo, egocêntrico e generoso. Mas porque O Mundo em Casa se isolou ele com a sua biblioteca numa quinta em Ponte da Barca, durante mais de 30 anos? "O Anjo Azul" Há 16 horas papéis por todo o lado Ele planeava tudo. Era organizado, previdente e perfeccionista. Inflexível com a verdade, a liberdade, a independência, o rigor e a pontualidade, exigia-os de si e dos outros. Laureano Barros tinha, portanto, poucos amigos, mas bons. Antes de morrer, fez uma lista making love Há 23 horas Alexandre Pomar Costumavam combinar encontros, para conversar. Arnaldo, de 46 MAP - Nova ficha do Ippar/Igespar e outras histórias à volta Há 2 dias anos, que é poeta e professor de Filosofia, conduzia até ao portão Elsa Mora das únicas cinco pessoas que deveriam ser avisadas. Arnaldo Sousa era uma delas. olhando para o relógio, até três minutos antes da hora que tinham Something New :) Há 2 dias marcado. Era esse o tempo exacto que levava a chegar, a passo, à phg da Quinta da Fonte da Cova. Estacionava e esperava no carro, porta da casa. Cronometrara-o escrupulosamente. Só então saía. Era um dos contratos que tinham, ao longo de mais de 20 anos de amizade: pontualidade absoluta. Outro era sobre as "datas obrigatórias": era proibido desejar Feliz Natal no dia de Natal, ou dar os parabéns no dia do aniversário. Nessa data, também não se ofereciam presentes.Outro contrato era a sinceridade. Nunca estariam um com o outro se não o desejassem. Quando fosse O PRIMEIRO MILHO DESIGN WARHOL Há 3 semanas Livros que vou lendo e partilhando... preciso dizer não, di-lo-iam sem receio. Um dia, Arnaldo teve vontade de apresentar Laureano a um psiquiatra seu amigo, que o visitava em Ponte da Barca. Há muito que falava a Zeferino do velho coleccionador de livros Laureano Barros, a pessoa que mais admirava no mundo. Telefonou para a http://omardeulrich.blogspot.com/2009/07/laureano-barros-o-homem-que-fugiu-com.html Helena Sousa na Galeria dos Prazeres Há 2 dias (...) Quem diria...? Há 5 semanas Animais Palavras Impressas: Laureano Barros: O homem e a sua biblioteca PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE PARTILHAR Blogue seguinte» PALAVRAS IMPRESSAS MALABARISTAS DAS PALAVRAS SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2009 GONIO Laureano Barros: O homem e a sua biblioteca Marginália --Deixo-vos este pequeno excerto da história de uma vida muito singular, pela mão de Paulo Moura para o PÚBLICO: «Foi quando foi viver para o Porto, para frequentar o liceu, que o jovem Laureano Barros começou a comprar livros. Frequentava os alfarrabistas e iniciou uma colecção, tal como fazia com os paliteiros, bengalas, relógios, louças, antiguidades ou alfaias agrícolas. Mas ao contrário de toda a traquitana que sempre gostou de trazer para casa, aos livros ergueu uma fidelidade. Não os vendia, não desistia nem se esquecia deles. Começou a acumulá-los na moradia que o "Ser inteligente é ser desconfiado, mesmo em relação a si próprio" Léautaud, Paul pai lhe comprou para se instalar na cidade, na Foz, continuou a ampliar a colecção enquanto viveu nessa casa com a primeira mulher, Leonor, e depois quando se divorciou dela e das seguintes. De cada vez que se separava da mulher com quem vivia (e foram mais mulheres do que os três casamentos), deixava-lhe tudo: a casa, os móveis, as antiguidades. Mas levava consigo a biblioteca. Eram livros de Matemática, de Filosofia, de Botânica, mas acima de tudo de Literatura Portuguesa, e, cada vez mais, volumes curiosos e raros, obras pouco conhecidas, primeiras edições. Por alguns autores tornou-se obcecado e comprava tudo. Depois estendeu a obsessão a todos os escritores. Comprava e lia, várias vezes, os livros de Camilo, Eça, Pessoa, Torga. Sempre teve insónias, e passava-as a ler. Dono de uma memória prodigiosa, sabia páginas e páginas de cor. Perdia horas a arrumar os livros, a manuseá-los, a acariciá-los. Para ele, eram um salvo-conduto contra a efemeridade de tudo o resto. E também contra a desilusão, como se nada, Michael Bublé - Everything além dos livros, estivesse à altura dos padrões de excelência que estabeleceu. Do grau de pureza que cedo definiu para a sua vida. (...) mas à medida que se aproximava do fim, e ia perdendo o interesse por tudo excepto pelos livros, apercebia-se também de que os filhos não queriam a biblioteca. Pensou http://palavras-impressas.blogspot.com/2009/07/laureano-barros-o-homem-e-sua.html Palavras Impressas: Laureano Barros: O homem e a sua biblioteca também de que os filhos não queriam a biblioteca. Pensou em várias soluções - doar as obras a uma instituição, criar uma fundação (ideia do filho Carlos). Mas nenhuma lhe agradou. Por fim, deixou de pensar no assunto. Mergulhou numa estranha apatia, uma inconsciência meticulosa e desesperada, que apenas aos seus "meninos" era visível. E os fazia sofrer. Como pôde aquele homem que tudo calculava e tudo prevenia ter cometido um erro tão grosseiro? No seu afã de tudo medir pela beleza dos livros, de sublimar neles os seus DEBAIXO DO BRAÇO DO GONIO: dias e o seu futuro, nunca lhe passou pela cabeça que a biblioteca pudesse não ser eterna. Mas não deixou, mesmo sabendo (e decerto aceitando) que em breve tudo aquilo seria vendido em leilão, de folhear, tratar e acariciar os seus livros, com a leveza confiante com que uma criança diz adeus a quem ama.» P UB LIC A DA P OR M A RGIN Á LI A E M 6.7.0 9 E TIQ UE TA S : B IB LI O T ECA , LA URE A NO B A RRO S , LIVR O S 0 COMENTÁRIOS: Enviar um comentário Mensagem mais recente OUTRAS ESTANTES Página inicial Subscrever: Enviar comentários (Atom) A Minhoca e os Livros A Terceira Noite Ao Sabor dos Livros As Penas do Flamingo Bertrand Bibliotecário de Babel Blogtailors BookWorms Chocolate para a Alma Ciberescritas Clube de Leitura D. Quixote Da Literatura De mês em quando Estante de Livros FNAC Insónia http://palavras-impressas.blogspot.com/2009/07/laureano-barros-o-homem-e-sua.html Mensagem antiga Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes: Laureano Barros: O homem que fugiu com uma biblioteca PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE PARTILHAR Blogue seguinte» Estar é efêmero, é passageiro. Ser é eterno, é infinito. Mário Carabajal (Presidente da Academia de Letras do Brasil) Não há melhor fragata que um livro para nos levar a terras distantes. Emily Dickinson (poetisa norte-americana, 1830-1886) QUINTA - FEIRA, 9 DE JULHO DE 2009 Laureano Barros: O homem que fugiu com uma biblioteca 10 usuários online10 usuários online Ranking Pagerank 3 Total de Visitantes Acesso aos Sites Acesse os sites diretamente, Ele planejava tudo. Era organizado, previdente e perfeccionista. Inflexível com a verdade, a liberdade, a independência, o rigor e a pontualidade, exigia-os de si e dos outros. Laureano Barros tinha, portanto, poucos amigos, mas bons. Antes de morrer, fez uma lista das únicas cinco pessoas que deveriam ser avisadas. Arnaldo Sousa era uma delas. Costumavam combinar encontros, para conversar. Arnaldo, de 46 anos, que é poeta e professor de Filosofia, conduzia até ao portão da Quinta da Fonte da Cova. Estacionava e esperava no carro, olhando para o relógio, até três minutos antes da hora que tinham marcado. Era esse o tempo exato que levava a chegar, a passo, à porta da casa. Cronometrara-o escrupulosamente. Só então saía. Era um dos contratos que tinham, ao longo de mais de 20 anos de amizade: pontualidade absoluta. Outro era sobre as "datas obrigatórias": era proibido desejar Feliz Natal no dia de Natal, ou dar os parabéns no dia do http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/07/laureano-barros-o-homem-que-fugiu-com.html Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes: Laureano Barros: O homem que fugiu com uma biblioteca Acesse os sites diretamente, clicando sobre as imagens dos logotipos abaixo. aniversário. Nessa data, também não se ofereciam presentes. Outro contrato era a sinceridade. Nunca estariam um com o outro se não o desejassem. Quando fosse preciso dizer não, di-lo-iam sem receio. Um dia, Arnaldo teve vontade de apresentar Laureano a um psiquiatra seu amigo, que o visitava em Ponte da Barca. Há muito que falava a Zeferino do velho colecionador de livros Laureano Barros, a pessoa que mais admirava no mundo. Telefonou para a quinta e explicou a sua intenção, cheio de entusiasmo. "Posso levá-lo?" Academia de Letras do Brasil "Não." Arnaldo poderia ter perguntado porquê, mas ficou satisfeito. Respeitar a vontade do amigo era uma obrigação contratual. "Não quer saber por que eu disse 'não'?", concedeu Laureano. "Não, não quero saber. Disse 'não' e isso basta-me." "Mas eu quero explicar-lhe: é que eu não tenho interesse em conhecer mais ninguém." Resposta implacável. Mas ao mesmo tempo a chave para uma certeza auspiciosa: quando Laureano dissesse "sim", a sua vontade seria genuína. Portal de Trovas J. Ouverney Recebia Arnaldo para almoçar, com toda a formalidade e etiqueta. Sentava-o a seu lado, mandava servir os pratos que sabia serem os seus prediletos. Ficavam na sala a conversar, durante cinco, seis horas. A empregada, a sr.ª Mariquinhas, entrava apenas quando Laureano tocava a campainha. Por vezes, no Verão, almoçavam na cozinha. Aí, Arnaldo reparou que Laureano lhe oferecia sempre a cadeira onde ele próprio se costumava sentar, em frente à porta, que dava para as árvores da quinta. Uma vez perguntou-lhe e Laureano explicou a razão: "Porque tu és poeta, e os poetas devem ver a natureza." Falavam de todos os assuntos: literatura, política, filosofia, ciência, a vida e a morte, a amizade e o amor. Laureano era especialista em tudo. Amava a razão, a oratória e o contraditório. Esmiuçava os temas até às últimas consequências. No fim, quando Arnaldo chegava a casa, não era raro ter já vários telefonemas do amigo, que entretanto se lembrara de mais uma achega, mais um argumento. Ligava-lhe e ficavam mais umas horas a debater um pormenor qualquer. Não havia matérias irrelevantes. Todas eram dignas de elucubração e polêmica. A escolha do nome de um cão, por exemplo. Após uma tarde de discussão, decidiram chamar Preto a um novo cachorro da quinta, por causa das manchas escuras que apresentava no pêlo. À noite, porém, Laureano telefonou a Arnaldo. Mudara de idéias. Ali perto, explicou, estavam hospedados, devido às obras da barragem do Alto Lindoso, alguns trabalhadores africanos. Poderiam ficar ofendidos quando ouvissem chamar pelo cão, que acabaria por ser batizado simplesmente como P, já que, segundo vários livros da especialidade consultados por Laureano, os canídeos só fixam a primeira consoante do nome. Outro contrato, que também foi cumprido: Arnaldo, que durante algum tempo foi diretor do jornal da terra, não deixaria que O Povo da Barca desse a notícia da morte de Laureano, quando ocorresse. A juventude Foi quando foi viver para o Porto, para frequentar o liceu, que o jovem Laureano Barros começou a comprar livros. Frequentava os alfarrabistas e iniciou uma coleção, tal como fazia com os paliteiros, bengalas, relógios, louças, antiguidades ou alfaias agrícolas. Mas ao contrário de toda a traquitana que sempre gostou de trazer para casa, aos livros ergueu uma fidelidade. Não os vendia, não desistia nem se esquecia deles. Começou a acumulá-los na moradia que o pai lhe comprou para se instalar na cidade, na Foz, continuou a ampliar a coleção enquanto viveu nessa casa com a primeira mulher, Leonor, e depois quando se divorciou dela e das http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/07/laureano-barros-o-homem-que-fugiu-com.html (...) PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE PARTILHAR Blogue seguinte» Criar blogue | Iniciar sessão Pequenos Pecados Palavras, actos, fotos e omissões 21 Maio, 2009 EU raridades Nuno Pereira; Alter do Chão; Portugal Só para o caso de "alguém" no Ministério da Cultura se esquecer, fica aqui a lembrança para o leilão do espólio d' "O Homem que tinha em casa as dez primeiras edições da Peregrinação". "É o mais importante leilão de livros que se organiza em Portugal nesta primeira década do século XXI. Os 6432 lotes da espantosa biblioteca do matemático e antifascista Laureano Barros começam amanhã a ir à praça no Porto. Está lá tudo: das dez primeiras edições da Peregrinação até manuscritos de Eugénio de Andrade ou Luiz Pacheco" - Ípsilon/Público (e se alguém da Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, me puder enviar o catálogo do leilão, este pecador ficaria eternamente grato!) [Twitter]@nunocpereira [Email][email protected] PECADOSAvareza (4) Gula (3) Inveja (5) Ira (11) Luxúria (5) Preguiça (3) Soberba (8) Arquivo DO do blogue ARQUIVO BLOGUE 0 comentários: Enviar um comentário Hiperligações para esta mensagem GENTE PECADORA entre deus e o diabo portugal dos pequeninos Mensagem mais recente Mensagem antiga Página inicial Subscrever: Enviar comentários (Atom) pressa de chegar Blasfémias Eleições 2009 Aliciante EcoTretas O país do Burro Teatro Anatómico claustro fobias pontapé no cu blogue dos marretas Beat Ausstellung Art Nudes Biscoito Interrompido a flower a day O mal está feito o regabofe PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE PARTILHAR Blogue seguinte» Criar blogue | Iniciar sessão Pequenos Pecados Palavras, actos, fotos e omissões 22 Maio, 2009 EU raridades II Nuno Pereira; Alter do Chão; Portugal Na sequência do post anterior recebi um simpático email (transcrito abaixo) da Livraria Manuel Ferreira, na pessoa do Sr. António Mário Costa com o link para o download do catálogo do leilão da Colecção do Dr. Laureano Barros (Vol. I e Vol. II) Muito agradeço e fiquei (sinceramente!) sensibilizado com a missiva, mas quando lancei o apelo à Junta de Freguesia do Bonfim (supondo erradamente que era a entidade responsável pelo evento) a "cravar" o envio do catálogo, era para lhe atribuir a etiqueta seiscentos e qualquer coisa da minha micro biblioteca pessoal (que após a mudança para Alter do Chão continua dividida entre as prateleiras do escritório caseiro e a arrecadação). Assim, fiz o download e analisei com a atenção o catálogo (dois ficheiros pfd) e concluí que se tivesse dinheiro a micro-biblioteca seria aumentada pelo menos numa vintena de exemplares... pelo menos! Não contando com a contagem dos tais dois volumes do catálogo, que eu queria em papel mas que afinal é digital. Eu sei que sou esquisito e picuínhas com merdices sem jeito nenhum, mas mesmo em 2009 e sendo apologista das novas tecnologias, faz-me falta o cheiro do papel, o tacto das folhas e o peso de um bom catálogo/livro! Quando "me chorei" para o receber deveria ter referido isso... mas é como diz o pseudo-ditado-acabado-de-inventar: "quem não sabe chorar, só mama metade!" De qualquer forma fica o agradecimento público pela atenção do Sr. António Mário Costa e da Livraria Manuel Ferreira (que ainda por cima é na MINHA cidade mas numa rua que eu não conheço! Shame on me! Juro que quando voltar ao Porto vou lá meter o nariz!). Estimado Nuno Pereira, Em documento anexo enviamos informação sobre o Leilão organizado pela Livraria Manuel Ferreira, a realizar no Porto, entre os dias 21 e 23 e 28 e 30 de Maio, cuja divulgação no seu blog agradecemos. Esta biblioteca, pertencente ao distinto bibliófilo Dr. Laureano Barros, é constituída por mais de 6000 espécies bibliográficas constitutivas de uma das mais valiosas bibliotecas particulares do século XX. Este Leilão será dividido em 3 partes; a primeira decorrerá na data anunciada, no Salão Nobre da Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, pelas 21 horas. As restantes, com data a definir, serão oportunamente anunciadas. Informamos ainda que se encontra disponível o respectivo catálogo para consulta em http://livrariamanuelferreiraleiloes.blogspot.com . Para mais informações e disponível para qualquer esclarecimento adicional, António Mário Costa Pela Livraria Manuel Ferreira [Twitter]@nunocpereira [Email][email protected] PECADOSAvareza (4) Gula (3) Inveja (5) Ira (11) Luxúria (5) Preguiça (3) Soberba (8) Arquivo DO do blogue ARQUIVO BLOGUE GENTE PECADORA entre deus e o diabo portugal dos pequeninos pressa de chegar Blasfémias Eleições 2009 Aliciante EcoTretas O país do Burro Teatro Anatómico claustro fobias 0 comentários: Enviar um comentário Hiperligações para esta mensagem pontapé no cu blogue dos marretas Beat Mensagem mais recente Mensagem antiga Página inicial Subscrever: Enviar comentários (Atom) Ausstellung Art Nudes Biscoito Interrompido a flower a day O mal está feito o regabofe Pisca de Gente: A história de um leitor compulsivo 1 PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE PARTILHAR Blogue seguinte» PISCA DE GENTE UM BLOG DA TERRA DE MATEUS QUEIMADO 05 JULHO 2009 ACERCA DE MIM A história de um leitor compulsivo 1 P IS C A D E GE NT E P R AI A D A V IT ÓR IA , AÇ OR E S, P OR T UGA L Pisca (substantivo) do castelhano pisca: coisa muito pequena; grãozinho; fagulha; chispa. VE R O ME U P ERF IL CO MP LE TO PISCA 1.º Ciclo 25 de Abril Amigos dos Açores Arquivo Pessoa Biblioteca de livros digitais para crianças Casa da Leitura - F.C. Gulbenkian Casa Fernando Pessoa Era uma vez... Laureano Barros (1921-2008). Planeava tudo. Era organizado, previdente e perfeccionista. Inflexível com a verdade, a liberdade, a independência, o rigor e a pontualidade, exigia-os de si e dos outros. Tinha, portanto, poucos amigos. Esta é a história de um leitor, tal como vem aqui. Um luxo dominical. Dinheiros públicos Eu sou criança Hemeroteca de Lisboa Imitar Pollock Jogo do 24 Letra pequena Foi quando foi viver para o Porto, para frequentar o liceu, que o jovem Multi Pessoa Laureano Músicas do Mundo Barros começou a comprar livros. Frequentava os alfarrabistas e iniciou uma colecção, tal como fazia com os paliteiros, bengalas, relógios, louças, antiguidades ou alfaias agrícolas. Mas ao http://piscadegente.blogspot.com/2009/07/historia-de-um-leitor-compulsivo-1.html Portal da Dislexia Pisca de Gente: A história de um leitor compulsivo 1 bengalas, relógios, louças, antiguidades ou alfaias agrícolas. Mas ao Topten contrário de toda a traquitana que sempre gostou de trazer para casa, aos livros ergueu uma fidelidade. Não os vendia, não desistia nem se esquecia deles. Começou a acumulá-los na moradia que o pai lhe PISCA -PISCA comprou para se instalar na cidade, na Foz, continuou a ampliar a Arte colecção enquanto viveu nessa casa com a primeira mulher, Leonor, e depois quando se divorciou dela e das seguintes. De cada vez que se separava da mulher com quem vivia (e foram mais mulheres do que os três casamentos), deixava-lhe tudo: a casa, os móveis, as antiguidades. Mas levava consigo a biblioteca. Eram livros de Matemática, de Filosofia, de Botânica, mas acima de tudo de Literatura Portuguesa, e, Açores Biblioteca de Angra do Heroísmo Biodiversidade dos Açores Biodiversidade dos Açores 2 Carmina cada vez mais, volumes curiosos e raros, obras pouco conhecidas, Centro de Conhecimento dos Açores primeiras edições. Por alguns autores tornou-se obcecado e comprava E-Dicionário de Termos Literários tudo. Depois estendeu a obsessão a todos os escritores. Comprava e lia, Endémicas dos Açores várias vezes, os livros de Camilo, Eça, Pessoa, Torga. Sempre teve Instituto Açoriano de Cultura insónias, e passava-as a ler. Dono de uma memória prodigiosa, sabia Museu de Angra do Heroísmo páginas e páginas de cor. Perdia horas a arrumar os livros, a manuseálos, a acariciá-los. Para ele, eram um salvo-conduto contra a efemeridade de tudo o resto. E também contra a desilusão, como se nada, além dos livros, estivesse Olhares Os Montanheiros Poesia portuguesa (Livros de) à altura dos padrões de excelência que estabeleceu. Do grau de pureza que cedo definiu para a sua vida. Tendo concluído a licenciatura em Matemática com alta classificação, Laureano foi logo convidado, com 21 anos, para assistente de Rui Luís Gomes, um dos professores mais prestigiados da Faculdade de BLOGS 100 nada A barriga de um arquitecto Ciências do Porto. A bela colega Leonor Moreira obtivera, no A educação do meu umbigo secundário, a segunda melhor classificação a Matemática (19) e ele A forma do Jazz (que teve 20) casou com ela, quando eram ambos estudantes no curso A natureza do mal de Matemática da Faculdade de Ciências. Teriam três filhos: Carlos, A terceira noite Rui e Margarida, futuros médico, arquitecto e professora de A única real tradição viva Matemática. Mas Rui Luís Gomes era um antifascista incorrigível. Em 1947, a seguir a vários episódios pouco felizes com a PIDE, foi expulso da faculdade, juntamente com outros dois matemáticos, José Morgado e, claro, o recto e incorruptível Laureano Barros, após terem enviado ao Governo uma carta protestando contra a prisão de uma aluna. Achaques e remoques Afrodite Alexandre Pomar Almanaque Republicano Almocreve das Petas Desempregado, Laureano, então com 26 anos, montou uma sala de Arrastão explicações, em frente ao mercado do Bolhão. Durante mais de 20 Associação Zeca Afonso anos, viveu disso e pouco mais. Os rendimentos das propriedades Audeo familiares de Ponte da Barca, quando chegavam, convertiam-se Bebedeiras de Jazz imediatamente nalguma edição rara de Camilo ou Eça. O mesmo Blog da Rua Nove acontecia com as poucas remessas de Angola, onde o pai entretanto se estabelecera e constituíra outra família. Qualquer dinheiro extra era aplicado em extravagâncias bibliófilas, que incluíam, por exemplo, contratar um estudante para lhe catalogar a biblioteca. Foi o primeiro emprego de Alexandre Outeiro. Laureano Barros pagava ao jovem de Ponte da Barca a estadia numa pensão, mais um Blue Moleskin Booktailors Branco Sujo Cinco quartos de laranja Coisas do arco da velha salário simbólico, para ele passar os dias a fazer fichas dos livros no T2 Câmara da Tortura que, depois de se divorciar pela segunda vez, arrendara na Rua de Sá De Rerum Natura da Bandeira. Alexandre cumpria o seu horário de trabalho sozinho no Desenhos de Pedro Morais apartamento, mas por volta do meio-dia recebia um telefonema de desNorte Laureano convidando-o para o almoço num restaurante, onde passaria Dias com Árvores a refeição a falar-lhe de livros, cultura e aventuras. http://piscadegente.blogspot.com/2009/07/historia-de-um-leitor-compulsivo-1.html (...) Pisca de Gente: Laureano Barros, leitor 3 PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE PARTILHAR Blogue seguinte» PISCA DE GENTE UM BLOG DA TERRA DE MATEUS QUEIMADO 05 JULHO 2009 ACERCA DE MIM Laureano Barros, leitor 3 P IS C A D E GE NT E Além de coleccionador de livros raros, Laureano Barros foi um P OR T UGA L genuíno leitor. Amigo de muitos escritores, como Eugénio de Andrade ou Luiz Pacheco, a sua biblioteca incluía numerosos manuscritos e dactiloscritos que lhe foram sendo oferecidos por estes e outros autores. "Ao Laureano, com uma amizade que chega ao ponto de lhe oferecer isto", escreve Eugénio num raríssimo exemplar do seu P R AI A D A V IT ÓR IA , AÇ OR E S, Pisca (substantivo) do castelhano pisca: coisa muito pequena; grãozinho; fagulha; chispa. VE R O ME U P ERF IL CO MP LE TO primeiro livro, Narciso, que publicou aos 16 anos, ainda com o seu verdadeiro nome de José Fontinhas, e que depressa veio a rejeitar. O facto de Laureano Barros não se ter regido apenas por critérios de coleccionismo deu à sua biblioteca uma abrangência pouco vulgar. PISCA 1.º Ciclo 25 de Abril Quem colecciona primeiras edições de Fernão Mendes Pinto, de Amigos dos Açores António Vieira ou de Luís António Verney não costuma ter também o Arquivo Pessoa mítico O Amor em Visita de Herberto Helder ou os primeiros livros de João Miguel Fernandes Jorge. Laureano Barros tinha tudo isto e ainda Biblioteca de livros digitais para crianças arranjou tempo e dinheiro para compor uma boa biblioteca de Casa da Leitura - F.C. Gulbenkian historiografia portuguesa, para lá de livros dedicados a vários outros Casa Fernando Pessoa temas que o interessavam, como, por exemplo, a botânica. Dinheiros públicos Um dos núcleos mais importantes da colecção de Laureano, era um exaustivo conjunto de edições portuguesas e estrangeiras dos cancioneiros medievais. Outro, o das principais revistas literárias portuguesas, desde as oitocentistas, como Ave Azul, passando pelas mais importantes publicações do primeiro modernismo - Orpheu, Centauro, Exílio, Portugal Futurista, Byzancio ou Athena -, até às que Eu sou criança Hemeroteca de Lisboa Imitar Pollock Jogo do 24 Letra pequena saíram já na segunda metade do século XX. Multi Pessoa Havia, depois, primeiras edições dos poetas quinhentistas Diogo Músicas do Mundo Bernardes e Frei Agostinho da Cruz, uma segunda edição das poesias Portal da Dislexia de Sá de Miranda, a edição original dos Apólogos Dialogais de http://piscadegente.blogspot.com/2009/07/laureano-barros-leitor-3.html Pisca de Gente: Laureano Barros, leitor 3 de Sá de Miranda, a edição original dos Apólogos Dialogais de Topten Francisco Manuel de Melo e a segunda da sua Carta de Guia de Casados, ou ainda as primeiras edições de diversas obras do pedagogo iluminista Luís António Verney, incluindo o Verdadeiro Método de PISCA -PISCA Estudar. Arte Laureano Barros coleccionou sobretudo literatura portuguesa, mas a sua biblioteca incluía também autores brasileiros e algumas obras em línguas estrangeiras, entre as quais se destaca um raríssimo exemplar da primeira edição em volume de Madame Bovary, de Flaubert. Outra peça curiosa era um exemplar setecentista, em latim, do Index de Açores Biblioteca de Angra do Heroísmo Biodiversidade dos Açores Biodiversidade dos Açores 2 Carmina livros proibidos pelo Vaticano. Centro de Conhecimento dos Açores A partir do início do século XIX, e no que respeita à poesia e ficção E-Dicionário de Termos Literários portuguesas, o mais simples seria assinalar o que falta, e não falta Endémicas dos Açores quase nada de significativo até ao final da década de 1950. Atendendo Instituto Açoriano de Cultura só aos autores mais relevantes, pode começar-se por Garrett, com Museu de Angra do Heroísmo primeiras edições dos poemas Camões ou D. Branca, que introduziram o romantismo em Portugal, ou as de Folhas Caídas e do drama O Alfageme de Santarém, a par de muitas outras obras menos conhecidas. Olhares Os Montanheiros Poesia portuguesa (Livros de) a raríssima primeira edição dos Sonetos de Antero de Quental, as duas primeiras edições de Claridades do Sul, de Gomes Leal, o invulgar Mysticae Nuptiae, que Guerra Junqueiro publicou aos 16 anos, ou ainda, para não alongar os exemplos, as primeiras edições de O Livro de Cesário Verde e do Só, de António Nobre. No caso da obra-prima BLOGS 100 nada A barriga de um arquitecto de Nobre, Laureano Barros deu-se mesmo ao luxo de reunir as oito A educação do meu umbigo primeiras edições. A forma do Jazz Na ficção oitocentista, imensas primeiras edições de Camilo e de Eça A natureza do mal de Queirós, por exemplo de Os Maias. Mas podiam acrescentar-se A terceira noite muitos outros autores, entre os quais Júlio Dinis, de quem possuía, A única real tradição viva além dos livros de ficção e poesia, um raríssimo opúsculo intitulado Da Importância dos Estudos Meteorológicos para a Medicina, de que apenas se publicaram 100 exemplares. Quanto a Fernando Pessoa e à geração de Orpheu, a coisa volta a poder resumir-se em três palavras: não faltava nada. Nem sequer a segunda edição de Mensagem, menos valiosa do que a primeira (que, Achaques e remoques Afrodite Alexandre Pomar Almanaque Republicano Almocreve das Petas claro, Laureano Barros também tinha), mas provavelmente mais rara. Arrastão Tinha todas as edições que o poeta publicou em vida, dos volumes de Associação Zeca Afonso poesia inglesa ao texto O Interregno. Defesa e Justificação da Audeo Ditadura Militar em Portugal. De Almada Negreiros, algumas das Bebedeiras de Jazz peças mais raras são as primeiras edições da Cena do Ódio e do Blog da Rua Nove Manifesto Anti-Dantas. Bastante difíceis de encontrar são também as edições originais de Confissão de Lúcio, Céu em Fogo e Dispersão, de Mário Sá-Carneiro. Alfredo Guisado não é um autor da mesma importância dos anteriores, mas, por isso mesmo, o facto de Laureano Barros ter conseguido reunir todos os nove livros que o poeta publicou mostra bem até que ponto era um coleccionador minucioso. Que Blue Moleskin Booktailors Branco Sujo Cinco quartos de laranja Coisas do arco da velha dedicava particular atenção a Aquilino Ribeiro, Agustina Bessa-Luís, Câmara da Tortura Miguel Torga, António Botto, Camilo Pessanha, Florbela Espanca, Raul De Rerum Natura Brandão, Wenceslau de Moraes, José Régio, Irene Lisboa, Ferreira de Desenhos de Pedro Morais Castro, Vitorino Nemésio, Sophia, Jorge de Sena, Herberto Helder e desNorte por aí adiante. Do primeiro livro de Mário Cesariny, Corpo Visível, que Dias com Árvores muitos coleccionadores bem gostariam de ter, o matemático de Ponte http://piscadegente.blogspot.com/2009/07/laureano-barros-leitor-3.html Pisca de Gente: Laureano Barros, leitor 3 muitos coleccionadores bem gostariam de ter, o matemático de Ponte da Barca dava-se ao luxo de ter dois exemplares. E mais, muito mais, como pode verificar quem consultar o catálogo que Manuel Ferreira organizou, com a minúcia que se lhe conhece, para o leilão que decorreu na cidade do Porto há tempos. Dias com Árvores Diário gráfico Do trapézio, sem rede F-world FFFFound! Flores y palabras Texto ligeiramente modificado por nós, a partir daqui (não está frenesi assinado, mas supomos que é da autoria de Luís Miguel Queirós). Graça Martins 1 Graça Martins 2 PUBLICADA P OR P IS CA DE GENTE EM 7:26 PM ETIQUETA S: LIVR O S Guerra Colonial (Guiné) Histórias dos nossos tempos Hospedaria Camões 0 COMENTÁRIOS: Insónia Ladrões de Bicicletas Enviar um comentário Mensagem mais recente Ler BD Página inicial Mensagem antiga Subscrever: Enviar comentários (Atom) Livros antigos e outros Lugares mal situados Mudanças & Cia Mulheres açorianas Mundo Pessoa Nina Medeiros O cão de parar O silêncio dos livros O Século Prodigioso Paula Mota Planeta Açores Poesia distribuída na rua Poesia incompleta Post secret Pó dos Livros Ramon Gaya Rui Bebiano Sombra Verde Trio Fragata TóColante Um blog chamado blog Um dia a menos Vida Nova MEDIA A União Açoriano Oriental Correio dos Açores Diário da República Diário dos Açores Radio Lajes RTP-Açores Rádio Clube de Angra http://piscadegente.blogspot.com/2009/07/laureano-barros-leitor-3.html Tertúlia Bibliófila: Livreiros-Antiquários: Divulgação PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE PARTILHAR Blogue seguinte» TERTÚLIA BIBLIÓFILA QUERO COMPARTILHAR AS MINHAS EXPERIÊNCIAS BIBLIOFILAS E TROCAR OPINIÕES SOBRE TUDO O QUE NOS INTERESSA. APROVEITAR PARA DIVULGAR UM POUCO A BIBLIOFILIA PORTUGUESA. SEGUNDA-FEIRA, 18 DE MAIO DE 2009 Livreiros-Antiquários: Divulgação GOOGLE TRADUTOR Translate Select Language Update this gadget. Click here Gadgets powered by Google CONTADOR DE VISITAS fotos contador web gratis Interior da Liraria de Manuel Ferreira no Porto ***** Continuando na divulgação de alguns livreiros antiquários que, de "Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida. Que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança." António Gedeão in "Pedra Filosofal" acordo com os meus contactos pessoais, são de um grande profissionalismo e competência, e possuem um acervo de obras que poderão interessar aos bibliófilos, quer nacionais, quer mesmo estrangeiros. faço hoje referência a duas Livrarias. A primeira situa-se em Coimbra, Livraria Alfarrabista de Miguel Carvalho http://tertuliabibliofila.blogspot.com/2009/05/livreiros-antiquarios-divulgacao.html "Tenho medo que a liberdade se torne um vício" Miguel Sousa Tavares in "Rio das Flores" Tertúlia Bibliófila: Livreiros-Antiquários: Divulgação Camilo Castelo Branco que recomendo uma visita à sua excelente página na web (não esquecer a visita virtual à mesma...) e que deixo aqui o seu endereço: http://www.livro-antigo.com/ A MINHA LISTA DE BLOGUES & piscolabis librorum a outra situa-se no Porto, a Livraria Manuel Ferreira, que curiosamente comemora este ano o seu 50º aniversário... La imatgeria popular de Joan Amades, una gran exposició imprescindible Há 2 dias BIBLIOFILIA NOVOHISPANA Gil de Castejón. Alphabetvm Ivridicvm, Canonicvm, Civile, Theoricvm, Practicvm, Morale, Atqve, Politicvm 1678, Há 13 horas DIEGO MALLÉN El juicio de residencia del virrey Matías de Gálvez. Há 4 semanas le bibliomane moderne Roger de Rabutin, conte de Bussy : sa vie et ses écrits. Há 12 horas Não posso deixar de mencionar o “Leilão da Biblioteca do Dr. Laureano Barros – I Parte”, que vai decorrer na Junta de Freguesia do Bonfim (Porto) nos dias 21-23 e 28-30 de Maio. Trata-se de um magnífico leilão repleto de excelentes obras em edições raras e procuradas... a não perder. Para estimular o apetite deixo aqui as versões pdf: http://www.livrariaferreira.pt/catalogo/leilaomaio09-vol1.pdf Le Blog du Bibliophile Charles Motteley et les Elzevirs Há 1 dia Libros Collection - Libros de Coleccion Chile Proyecto Bicentenario de Restauración de la Bandera de la Independencia Há 2 dias Marcas tipográficas http://www.livrariaferreira.pt/catalogo/leilaomaio09-vol2.pdf Un año de Marcas tipográficas Há 1 mês Boa leitura e boa pesquisa...estou certo de que encontrarão, pelo Mis Libros Antiguos http://tertuliabibliofila.blogspot.com/2009/05/livreiros-antiquarios-divulgacao.html Tertúlia Bibliófila: Livreiros-Antiquários: Divulgação Boa leitura e boa pesquisa...estou certo de que encontrarão, pelo menos um “livrinho”, que os tentará. Saudações bibliófilas. PUBLICA DA P OR RUI E M 23:0 6 ETIQUETA S : LIVR A RIA S Mis Libros Antiguos “Libro de reloges solares, 1575” Há 2 meses "LINKS" ÚTEIS 1 COMENTÁRIOS: Galderich disse... Rui, Gracias por las recomendaciones. Cuando visite Portugal seguro que estaran en mi agenda ya que son recomendaciones de alguien con sensibilidad bibliófila como tu y seguro que encontraremos alguna cosa que nos llame la atención. 19 DE MAIO DE 2009 0:09 Enviar um comentário Mensagem mais recente Página inicial Mensagem antiga cyclopaedia.org Subscrever: Enviar comentários (Atom) DADOS PESSOAIS VE R O M E U P ERF IL CO M P LE TO ARQUIVO DO BLOGUE 2009 (43) Agosto (5) Julho (8) Junho (10) Maio (19) Conversa bibliófila: um passeio bibliófilo. Divulgação: Livraria Artes e Letras Conversa bibliófila: Bibliófilos e Livreiros-Antiq... Livraria Castro e Silva: VII Catálogo de Livros Ra... Exposições bibliográficas na Biblioteca Nacional d... http://tertuliabibliofila.blogspot.com/2009/05/livreiros-antiquarios-divulgacao.html Tertúlia Bibliófila: Leilão da “Biblioteca do Dr. Laureano Barros” (Primeira Parte) PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE PARTILHAR Blogue seguinte» TERTÚLIA BIBLIÓFILA QUERO COMPARTILHAR AS MINHAS EXPERIÊNCIAS BIBLIOFILAS E TROCAR OPINIÕES SOBRE TUDO O QUE NOS INTERESSA. APROVEITAR PARA DIVULGAR UM POUCO A BIBLIOFILIA PORTUGUESA. SEGUNDA-FEIRA, 15 DE JUNHO DE 2009 Leilão da “Biblioteca do Dr. Laureano Barros” (Primeira Parte) GOOGLE TRADUTOR Translate Select Language Update this gadget. Click here Gadgets powered by Google CONTADOR DE VISITAS Quero aqui deixar uma breve notícia sobre o leilão da “Biblioteca do Dr. Laureano Barros” (Primeira Parte) efectuado pela Livraria Manuel Ferreira fotos contador web gratis do Porto. Para reflexão, sobre as tendências do mercado, refiro que as obras mais licitadas neste leilão foram: Lote 570 — BERNARDES (Diogo).- O LYMA. // DE DIOGO BER- // NARDEZ: // EM O QVAL SE CONTEM AS // Suas Eglogas, & Cartas. // Deregido por elle ao Excellente Prin- // cipe, & Serenissimo Senhor // Dom Aluaro D’allem- // Castro, // Duque D’aueyro. &c.// [vinheta em "Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida. Que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança." António Gedeão in "Pedra Filosofal" madeira] // Foy impresso em Lisboa, em casa de Simão // Lopez Mercador de Liuros //Com Licença da Sancta Inquisição // Anno do Senhor 1596, In 8.ªgr. IV ff prels. inums e de 163 [aliás 163] num na frente. E. Exemplar da valiosa e raríssima primeira edição deste notabilíssimo clássico da literatura portuguesa. Trata-se do exemplar anunciado por J. A. Telles da Sylva no seu precioso Catálogo de “Manuscritos & Livros Valiosos” de 1972, que sobre a obra e o seu autor traz uma desenvolvida notícia. http://tertuliabibliofila.blogspot.com/2009/06/leilao-da-biblioteca-do-dr-laureano.html "Tenho medo que a liberdade se torne um vício" Miguel Sousa Tavares in "Rio das Flores" Tertúlia Bibliófila: Leilão da “Biblioteca do Dr. Laureano Barros” (Primeira Parte) Livros Valiosos” de 1972, que sobre a obra e o seu autor traz uma desenvolvida notícia. Exemplar reencadernado com aproveitamento do pergaminho antigo. [5750 ] Lote 280 — ANDRADE (Eugénio de).- NARCISO. 1940. [Imprensa Boroeth, Lisboa] In 8.º de XVI págs inums. B. Primeiro livrinho de poesia de Eugénio de Andrade, extremamente raro, não reeditado e muito valioso. Com dedicatória de Eugénio de Andrade: “ Ao Laureano, com amizade que chega ao ponto de lhe oferecer um Eugénio – 53”. Exemplar acompanhado de uma bela carta de Eugénio de Andrade falando de vários assuntos e desta oferta: “Só a minha amizade acaba por explicar que você acabe por ter isso, e das minhas próprias mãos. Só agora tem razão (e nunca mais Camilo Castelo Branco a terá!) para dizer a sua lindíssima frase: “Não seja tão generoso comigo!” [4000 ] A MINHA LISTA DE BLOGUES & piscolabis librorum Lote 1979 — EH REAL! Panfleto semanal de critica e doutrinação política. Propriedade da Empresa do Eh Real! Director e Editor: João Camoezas. [Lisboa, 1915]. In 8.º gr. De 145-I págs. B. [3100 ] La imatgeria popular de Joan Amades, una gran exposició imprescindible Há 2 dias BIBLIOFILIA NOVOHISPANA Lote 1550 — CONTEMPORANEA. Grande Revista Mensal. Director José Pacheco – Editor Agostinho Fernandes. Oficinas: Imprensa Libânio da Silva. [1915-1926}13 números. In 4.º gr. E. e B. [1900 ] Gil de Castejón. Alphabetvm Ivridicvm, Canonicvm, Civile, Theoricvm, Practicvm, Morale, Atqve, Politicvm 1678, Há 13 horas DIEGO MALLÉN (Aos preços atingidos incide a respectiva comissão e sobre esta a taxa de IVA). Podem consultar a versão pdf dos Catálogos em: Podem consultar a versão pdf dos Catálogos em: http://www.livrariaferreira.pt/catalogo/leilaomaio09-vol1.pdf http://www.livrariaferreira.pt/catalogo/leilaomaio09-vol2.pdf Saudações bibliófilas PUBLICA DA P OR RUI E M 21:1 5 ETIQUETA S : LE IL Õ ES , LIVR A RIA S 4 COMENTÁRIOS: Galderich disse... Desconozco la rareza y la trascendencia de estos libros, pero no está mal el precio de adjudicación! http://tertuliabibliofila.blogspot.com/2009/06/leilao-da-biblioteca-do-dr-laureano.html El juicio de residencia del virrey Matías de Gálvez. Há 4 semanas le bibliomane moderne Roger de Rabutin, conte de Bussy : sa vie et ses écrits. Há 12 horas Le Blog du Bibliophile Charles Motteley et les Elzevirs Há 1 dia Libros Collection - Libros de Coleccion Chile Proyecto Bicentenario de Restauración de la Bandera de la Independencia Há 2 dias Marcas tipográficas Un año de Marcas tipográficas Há 1 mês Tertúlia Bibliófila: Leilão da “Biblioteca do Dr. Laureano Barros” (Primeira Parte) Mis Libros Antiguos 16 DE JUNHO DE 2009 0:01 “Libro de reloges solares, 1575” Há 2 meses rui disse... Galderich Éstos libros son muy raros y buscados por los bibliófilos portugueses. Las ediciones del siglo XVI son muy pequeñas (alredor de 100) y los "LINKS" ÚTEIS ejemplares que lograran llegar a nuestros días son aún en mucho menor cantidad! “Contemporánea” es una revista muy importante por haber publicado textos de los autores más conocidos en su época. 17 DE JUNHO DE 2009 1:14 antonio disse... Onde é possível obter informação sobre os preços de venda dos livros do leilão? 31 DE AGOSTO DE 2009 0:38 António Simões disse... cyclopaedia.org Basta enviar um email para a Livraria Manuel Ferreira, penso que eles devem fornecer essa informação. Soube também que brevemente o site da Livraria vai estar online pelo que provavelmente também terão lá essas informações. DADOS PESSOAIS VE R O M E U P ERF IL CO M P LE TO 2 DE SETEMBRO DE 2009 11:42 Enviar um comentário Mensagem mais recente Página inicial Mensagem antiga Subscrever: Enviar comentários (Atom) ARQUIVO DO BLOGUE 2009 (43) Agosto (5) Julho (8) Junho (10) José Agostinho de Macedo Carta a Lamberto Palmart Conversa bibliófila: o prazer de viver. Octave Uzanne: a outra face. Ana Augusta Vieira Plácido Leilão da “Biblioteca do Dr. Laureano Barros” (Pri... João de Deus: "Cryptinas" Camilo Castelo Branco: um catálogo para consulta http://tertuliabibliofila.blogspot.com/2009/06/leilao-da-biblioteca-do-dr-laureano.html Obras de Pessoa em Leilão PESQUISAR NO BLOGUE ASSINALAR BLOGUE QUINTA -FEIRA, MAIO 07, 2009 Obras de Pessoa em Leilão A Livraria Manuel Ferreira prepara novo leilão de obras raras, agora partindo da biblioteca do Dr. Laureano Barros. Vários volumes raros estarão à venda, e incluem tanto obras de Pessoa como obras de análise já com edição esgotada. Portanto uma óptima oportunidade para Pessoanos. Destacamos algumas das obras que vão estar a leilão: - Jornal "Acção", in-fólio com 55 números - Moutinho de Almeida, Acrónios, 1932 (1.ª edição, com prefácio de Pessoa) - "Revista Athena", 5 números (revista dirigida por Pessoa) - Jornal "Átomo", in-fólio com 72 números (no n.º 23 vem o artigo curioso do impressor da Mensagem, que deu pormenores inéditos sobre o processo de impressão) - António Botto, Songs (tradução do Português por Pessoa. Raríssimo. Muitas das traduções de Pessoa serão certamente no futuro encaradas de outra forma pelos estudiosos, embora muitos já vejam nela verdadeiras outras obras, por isso destaco esta) - Catálogo do I Salão dos Independentes, 1930 (raro, ilustra todo o movimento modernista, incluindo escritores e pintores, dando literalmente uma visão do state of the art em 1930) - "Revista Contemporânea", in-fólio com 13 números - Eduardo Freitas da Costa, "Notas a uma biografia romanceada", 1951 (reacção à biografia de J. G. Simões, muito interessante, mas igualmente a ler com cuidado) http://umfernandopessoa.blogspot.com/2009/05/obras-de-pessoa-em-leilao.html PARTILHAR Blogue seguinte» A "MENSAGEM" DE FERNANDO PESSOA, ANOTADA E COMENTADA Clique aqui para comprar online! Online Blog Publishing Get Read By Wide Audience Generate Revenue. Sign Up Today! www.HubPages.com Precisa de dinheiro? Tenha até 20.000 na sua conta em 48 horas. Pré-aprovação on-line. www.BarclaysFinance.pt EVENTOS PESSOANOS Obras de Pessoa em Leilão - Ferro & Cunha, Missal de Trovas, 1916 (ilustrada por Castañe e com notas de Pessoa. Raríssima. Será esta uma das primeiras evidências do contacto do pintor com o poeta, que figuraria em retrato pintado pelo primeiro?) - "Revista Descobrimento", 7 números - Panfleto "Eh Real!", 1915 (raríssimo) - "Revista Exílio", 1916 Os catálogos completos (em PDF), estão disponíveis para consulta no blog de leilões da Livraria. GALERIAS DE IMAGENS Data do leilão: 21 a 23 e 28 a 30 de Maio. Local: Salão Nobre da Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, às 21h AT 10:07 A M MARCADO R: NO TÍCI A S - F E RNA NDO P E S S OA VÍDEOS SOBRE PESSOA Mensagem mais recente Página inicial Mensagem antiga AGRADECIMENTOS Biblioteca Nacional Fundação Eng. António de Almeida ETIQUETAS A palavra ao Major (78) As Mensagens da Mensagem (1) Congresso Internacional Fernando Pessoa (4) Crítica (15) Edições Pessoanas (7) Entrevistas (4) Filmes Pessoa (4) Leilão Pessoa (10) Notícias - Fernando Pessoa (273) Pessoa e Crowley (4) Pessoa em França (2) Pessoa no Brasil (7) http://umfernandopessoa.blogspot.com/2009/05/obras-de-pessoa-em-leilao.html Elaborado por: António Mário Costa [email protected] Telemóvel: 91 053 26 69 Livraria Manuel Ferreira R. Dr. Alves da Veiga, nº 89, 4000 – 073 Porto www.livrariaferreira.pt [email protected] Telefone: 22 536 32 37 Fax: 22 536 44 06 Maio de 2009 NOTA: Os conteúdos deste dossier sofreram várias alterações gráficas para que a leitura dos mesmos seja adequada a este formato em pdf. Nesse sentido, poderão ter várias diferenças visuais em relação aos sites originais. Os textos e comentários foram totalmente respeitados.