GiGante MunDial

Transcrição

GiGante MunDial
J U N H O d e 2 0 0 9 | A no 4 0 | N º 6 | R S 3 , 5 0
Das Crises Mundiais ao
Gigante
Mundial
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05
Índice
Pr e z a d os A migos
Pu­bli­ca­ção men­sal
Ad­mi­nis­tra­ção e Im­pres­são:
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AO G I G AN T E MU N DI AL
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10
Conselho Diretor: Dieter Steiger, Ingo Haake,
Markus Steiger, Reinoldo Federolf
Editor e Diretor Responsável: Ingo Haake
Layout: Julia Wiesinger
a profecia rev ela
os segred os d o futuro
IN­PI nº 040614
Re­gis­tro nº 50 do Car­tó­rio Es­pe­cial
Edi­ções In­ter­na­cio­nais
A revista “Cha­ma­da da Meia-Noi­te” é pu­bli­ca­
da tam­bém em es­pa­nhol, in­glês, ale­mão, ita­
lia­no, ho­lan­dês, fran­cês, co­rea­no, húngaro e
cin­ga­lês.
14
As opi­niões ex­pres­sas nos artigos assinados são
de responsabilidade dos autores.
os “ha bitantes da terra”
m e nciona d os em apocalipse
“Mas, à meia-noi­te, ou­viu-se um gri­to:
Eis o noi­vo! saí ao seu en­con­tro” (Mt 25.6).
A “Obra Mis­sio­ná­ria Cha­ma­da da Meia-Noi­te” é
uma mis­são sem fins lu­cra­ti­vos, com o ob­je­ti­vo de
anun­ciar a Bí­blia in­tei­ra co­mo in­fa­lí­vel e eter­na Pa­
la­vra de Deus es­cri­ta, ins­pi­ra­da pe­lo Es­pí­ri­to San­to,
sen­do o guia se­gu­ro pa­ra a fé e con­du­ta do cris­tão.
A fi­na­li­da­de da “Obra Mis­sio­ná­ria Cha­ma­da da
Meia-Noi­te” é:
18
Do N osso Campo Visual
Por que tantos focos de conflitos?
20
Diagramação & Arte: Roberto Reinke
Acons e lham e nto B í b lico
é verdade que o subconsciente dirige nossos atos?
1. cha­mar pes­soas a Cris­to em to­dos os lu­ga­res;
2. pro­cla­mar a se­gun­da vin­da do Se­nhor Je­sus Cris­to;
3. pre­pa­rar cris­tãos pa­ra Sua se­gun­da vin­da;
4. man­ter a fé e ad­ver­tir a res­pei­to de fal­sas dou­tri­nas
chamada
To­das as ati­vi­da­des da “Obra Mis­sio­ná­ria Cha­ma­da
da meia-noite
da Meia-Noi­te” são man­ti­das atra­vés de ofer­tas vo­
lun­tá­rias dos que de­se­jam ter par­te nes­te mi­nis­té­rio.
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amigos
prezados
Dieter
Steiger
4
Roney nos escreveu por e-mail: “O problema é que não consigo aceitar os pastores de várias igrejas
que na maior parte dos seus cultos se preocupam em ficar pedindo dinheiro de várias formas. Se fosse
apenas o dízimo... Mas não é apenas isso. Ficam tentando vender produtos e águas, fazem rituais que
prometem nos fazer vencer e virar grandes empresários, só falam em carros e casas e viagens”.
Recebemos mensagens desse tipo com muita freqüência. Em evidente contraste, o Mestre Jesus declarou
a Seus discípulos: “As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não
tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8.20). O apóstolo Pedro disse ao homem coxo de nascença: “Não
possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,
anda!” (At 3.6). Sem dúvida isso era válido para todos os apóstolos, conhecidamente pobres em bens
materiais. Mas dos falsos mestres a Bíblia nos diz o contrário: “...homens cuja mente é pervertida e
privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro” (1 Tm 6.5).
Chama a atenção que se espera que os anciãos e diáconos sejam “não avarentos”, “não cobiçosos
de sórdida ganância” (1 Tm 3.3,8). O mesmo se esperava do bispo da ilha de Creta: que ele não fosse
“cobiçoso de torpe ganância” (Tt 1.7). O apóstolo Pedro escreveu aos anciãos: “pastoreai o
rebanho de Deus que há entre vós, não... por sórdida ganância” (1 Pe 5.2). Estamos bem
conscientes de que o amor ao dinheiro, o desejo de lucro e o anseio por bens materiais que se alastra
dentro do cristianismo de hoje pode se apossar de nós também. Ter dinheiro não é pecado, mas ai de
nós quando o dinheiro nos comanda, quando ele domina nosso pensar e nosso agir. O apóstolo alerta:
“Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências
insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e na perdição” (1 Tm 6.9).
A Bíblia nos fornece três exemplos assustadores de pessoas que foram tomadas pela ganância:
Acã, que na tomada de Jericó escondeu em sua tenda despojos que, segundo ordens bem claras
de Deus através de Josué, deveriam ser destruídos. Esse pecado único causou uma terrível derrota
ao povo de Israel diante de Ai, pois o Senhor não podia mais estar com eles. Acã confessou:
“Verdadeiramente, pequei contra o Senhor, Deus de Israel, e... vi entre os despojos uma capa
babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma barra de ouro do peso de cinquenta siclos,
cobicei-os e tomei-os...” (Js 7.20-21). Ele foi apedrejado.
Balaão, o profeta gentio a quem o rei moabita Balaque fez uma proposta tentadora e vantajosa
se amaldiçoasse Israel. O Novo Testamento usa-o como exemplo negativo, falando de homens que
“abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho de
Beor, que amou o prêmio da injustiça” (2 Pe 2.15). Os corações cheios de cobiça daqueles que
prestam serviços religiosos visando o lucro pessoal são “movidos de ganância” e “se precipitaram
no erro de Balaão” (Jd 11). Balaão era um profeta mercenário e símbolo do dolo e da cobiça,
segundo a Bíblia Anotada Expandida. Mais tarde ele foi morto pelos soldados de Josué.
Geazi, servo do profeta Eliseu. Ele correu atrás de Naamã, que havia sido curado da lepra, e mentiu,
pedindo “um talento de prata e duas vestes festivais” (2 Rs 5.23). Pelo visto, ele não queria deixar passar
essa grande chance de, como servo do grande profeta, finalmente conseguir algum lucro. O profeta o
repreendeu, dizendo: “...Era ocasião para tomares prata e para tomares vestes, olivais e vinhas, ovelhas
e bois, servos e servas?” (2 Rs 5.26). Geazi foi castigado com a lepra de Naamã pelo resto de sua vida.
A Palavra diz que não tem herança no reino de Cristo e de Deus “nenhum... avarento, que é
idólatra” (Ef 5.5). “Uma pessoa avarenta é idólatra, pois coloca as coisas antes de Deus” (ABA). O
Senhor Jesus diz na parábola do semeador: “O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a
palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação da riqueza ofuscam a palavra, e fica
infrutífera” (Mt 13.22). É hora de vigiar e orar para que o amor ao dinheiro e por tudo aquilo que
o dinheiro pode comprar não encontre lugar em nossos corações. Como antídoto, peçamos com
mais fervor que o Senhor abra nossos olhos espirituais para os valores eternos, orando sempre:
“Inclina-me o coração aos teus testemunhos e não à cobiça” (Sl 119.36).
chama da da m e ia-noit e | junho d e 2 0 0 9
ARTI GO
01
Das Crises Mundiais ao
Gigante
Mundial
Norbert Lieth
­Três ti­pos de cri­ses mun­diais for­çam a uni­da­de das na­ções: a cri­se am­bien­tal, o ter­ro­ris­mo in­ter­na­cio­nal e as cri­ses
eco­nô­mi­cas. Nes­se sen­ti­do, al­guém de­cla­rou: “Es­ta­mos sen­do ar­ras­ta­dos em di­re­ção à no­va or­dem mun­dial, em­pur­ra­dos
pe­la his­te­ria cli­má­ti­ca, es­ma­ga­dos pe­las fi­nan­ças”. A cri­se ­mais re­cen­te que nos atin­giu foi a cri­se fi­nan­cei­ra mun­dial...
a
n­tes de tra­tar­mos de um te­ma
po­lê­mi­co, se­guin­do a orien­ta­
ção de Tia­go 5.1-9, que­ro en­fa­
ti­zar que, em prin­cí­pio, a ri­que­za não é
proi­bi­da pe­la Bí­blia. Co­nhe­ce­mos ho­
mens da Bí­blia que ­eram ri­cos, co­mo o
bem-su­ce­di­do Fi­le­mom, os ri­cos pa­
triar­cas e o bi­lio­ná­rio Da­vi. Se ­meus
cál­cu­los es­ti­ve­rem cor­re­tos, o rei Da­vi,
por exem­plo, pos­suía cer­ca de 3.400 to­
ne­la­das de ou­ro e 34.000 to­ne­la­das de
pra­ta, que co­lo­cou à dis­po­si­ção pa­ra a
cons­tru­ção do tem­plo (1 Cr 22.14). E
ele não fi­cou ­mais po­bre por is­so. A Bí­
blia não proí­be a ri­que­za, mas ad­ver­te
acer­ca dos pe­ri­gos que ela re­pre­sen­ta e
la­men­ta seu uso fo­ra da von­ta­de de
­Deus (Mc 4.19; Lc 12.15; At 5.4; Cl 3.56; 1 Tm 6.9-10,17; 2 Pe 2.14-15).
1. Um sinal dos
últimos dias
“Te­sou­ros acu­mu­las­tes nos úl­ti­mos
­dias” (Tg 5.3).
chama da da meia - noit e | junho d e 2 009
A pa­la­vra pro­fé­ti­ca de ­Deus co­nec­
ta os tem­pos fi­nais com o mun­do fi­
nan­cei­ro. Es­te é um si­nal dos úl­ti­mos
tem­pos. O se­tor fi­nan­cei­ro te­rá um pa­
pel sig­ni­fi­ca­ti­vo nes­tes ­dias e se­rá um
te­ma do­mi­nan­te. Não ­creio que Tia­go
5 tra­te ape­nas de in­di­ví­duos ri­cos, que
sem­pre exis­ti­ram, mas de um mun­do
en­ri­que­ci­do e de na­ções eco­no­mi­ca­
men­te ri­cas, co­mo as de ho­je. O ce­ná­
rio pre­di­to na Bí­blia con­diz com o
mun­do fi­nan­cei­ro dos úl­ti­mos d
­ ias.
Al­guns exem­plos:
A úl­ti­ma ho­ra
“Não ­ameis o mun­do nem as coi­sas
que há no mun­do. Se al­guém ­amar o
mun­do, o ­amor do Pai não es­tá ne­le;
por­que tu­do que há no mun­do, a con­cu­
pis­cên­cia da car­ne, a con­cu­pis­cên­cia
dos ­olhos e a so­ber­ba da vi­da, não pro­
ce­de do Pai, mas pro­ce­de do mun­do.
Ora, o mun­do pas­sa, bem co­mo a sua
con­cu­pis­cên­cia; aque­le, po­rém, que faz
a von­ta­de de ­Deus per­ma­ne­ce eter­na­
men­te. Fi­lhi­nhos, já é a úl­ti­ma ho­ra; e,
co­mo ou­vis­tes que vem o an­ti­cris­to,
tam­bém, ago­ra, mui­tos an­ti­cris­tos têm
sur­gi­do; pe­lo que co­nhe­ce­mos que é a
úl­ti­ma ho­ra” (1 Jo 2.15-18).
Nos­sa épo­ca, co­mo ne­nhu­ma ou­tra,
é de­ter­mi­na­da por emo­ções, ima­gens e
pe­la os­ten­ta­ção de ri­que­za e po­der.
­Heinz Schu­ma­cher, na sua tra­du­ção da
Bí­blia [pa­ra o ale­mão], ­traz a se­guin­te
ex­pli­ca­ção so­bre “so­ber­ba da vi­da”
(v.16): “Van­glo­riar-se da­qui­lo que a
pes­soa é, do que tem e do que po­de em
sua vi­da ter­re­na”.[1] O co­men­tá­rio bí­
bli­co de Men­ge diz que a “so­ber­ba da
vi­da” é “or­gu­lho co­mo pos­tu­ra de vi­da
(ou: ga­bar-se da for­tu­na, exi­bir-se com
di­nhei­ro, a pom­pa ter­re­na)”.
Com cer­te­za, é mui­to sig­ni­fi­ca­ti­vo o
fa­to de ­João li­gar o mun­do fi­nan­cei­ro e
sua der­ro­ta fu­tu­ra com a “úl­ti­ma ho­ra”
e o “An­ti­cris­to” que vi­rá. Ele o faz de
mo­do se­me­lhan­te a Tia­go, que fa­la dos
“úl­ti­mos ­dias” nes­se con­tex­to. ­João tam­
bém é o es­cri­tor do Apo­ca­lip­se, e jus­ta­
men­te quan­do tra­ta da ­união mun­dial
5
an­ti­cris­tã e da der­ro­ca­da da Ba­bi­lô­nia
fi­nan­cei­ra, ele re­pe­ti­da­men­te men­cio­na
es­ta ho­ra (Ap 18.10,17,19).
Je­ro­boão
Os gran­des ban­cos, que ob­ti­
ve­ram lu­cros bi­lio­ná­rios,
ain­da as­sim de­mi­ti­ram e es­
tão de­mi­tin­do mi­lha­res de
em­pre­ga­dos.
A his­tó­ria de Je­ro­boão é re­la­ta­da a
par­tir de 1 ­Reis 11. Ele le­vou o po­vo a
des­ca­mi­nhos co­mo ne­nhum ou­tro an­
tes de­le. Por is­so ele é um ti­po de An­ti­
cris­to. E o Is­rael do seu tem­po exem­
pli­fi­ca um po­vo que, nos úl­ti­mos ­dias,
dei­xar-se-á se­du­zir no­va­men­te. Je­ro­
boão pro­vo­cou uma re­vol­ta, di­vi­diu o
rei­no e to­mou dez tri­bos pa­ra si. Con­
se­guiu ser de­cla­ra­do rei so­bre Is­rael
(dez tri­bos). Eri­giu um be­zer­ro de ou­
ro em Be­tel e ou­tro em Dã, uma con­
tra­po­si­ção ao ser­vi­ço a ­Deus no tem­
plo em Je­ru­sa­lém. Je­ro­boão ins­ti­tuiu
um sa­cer­dó­cio fal­so e mu­dou até mes­
mo as da­tas da fes­ta dos Ta­ber­ná­cu­los.
“­Pois, quan­do ele ras­gou a Is­rael da ca­
sa de Da­vi, e ­eles fi­ze­ram rei a Je­ro­boão,
fi­lho de Ne­ba­te, Je­ro­boão apar­tou a Is­
rael de se­guir o Se­nhor e o fez co­me­ter
gran­de pe­ca­do” (2 Rs 17.21).
Os ­atos de Je­ro­boão fo­ram tão ter­rí­
veis que a Bí­blia re­pe­ti­da­men­te fa­la do
“pe­ca­do de Je­ro­boão”. Po­rém, é in­te­res­
san­te ler o se­guin­te a res­pei­to des­se ho­
mem: “Ora, ven­do Sa­lo­mão que Je­ro­
boão era ho­mem va­len­te e ca­paz, mo­ço
la­bo­rio­so, ele o pôs so­bre to­do o tra­ba­lho
for­ça­do da ca­sa de Jo­sé” (1 Rs 11.28).
Um “úl­ti­mo Je­ro­boão” se le­van­ta­rá
so­bre Is­rael e so­bre o mun­do, e ele
tam­bém fa­rá com que tu­do gi­re em
tor­no de fi­nan­ças.
A ira de ­Deus por cau­sa do
di­nhei­ro
“Fa­zei, ­pois, mor­rer a vos­sa na­tu­re­
za ter­re­na: pros­ti­tui­ção, im­pu­re­za, pai­
xão las­ci­va, de­se­jo ma­lig­no e a ava­re­za,
que é ido­la­tria; por es­tas coi­sas é que
vem a ira de ­Deus so­bre os fi­lhos da de­
so­be­diên­cia” (Cl 3.5-6).
Es­sa ira de ­Deus não se re­fe­re ao
Dia do Juí­zo, mas à Tri­bu­la­ção fu­tu­ra
men­cio­na­da no Apo­ca­lip­se, al­go que
­Isaías tam­bém li­ga com a Ba­bi­lô­nia
dos úl­ti­mos tem­pos (Is 13.1,9-13; cf Sf
2.2-3; Rm 1.18; Ap 6.16-17).
O que se­rá es­sa “ido­la­tria” da ­qual o
Apo­ca­lip­se tan­to fa­la, e da ­qual as pes­
6
soas não se ar­re­pen­de­rão (Ap 9.20-21)?
Ha­ve­rá no­va­men­te ído­los de pe­dra ou
ma­dei­ra pa­ra se­rem ado­ra­dos, ou o ob­
je­to de cul­to se­rá al­go ­mais mo­der­no?
Bas­ta lem­brar que a car­ta aos Co­los­
sen­ses cha­ma a ava­re­za de ido­la­tria e
en­fa­ti­za que, por sua cau­sa, a ira de
­Deus vi­rá so­bre o mun­do de­so­be­dien­te
(Cl 3.5-6) e que o Apo­ca­lip­se des­cre­ve
es­sa ira de ­Deus – en­tão sa­be­re­mos que
ido­la­tria é es­sa: a dan­ça ao re­dor do be­
zer­ro de ou­ro (o mun­do fi­nan­cei­ro)
nos tem­pos fi­nais. “As­sim, fa­çam mor­
rer tu­do o que per­ten­ce à na­tu­re­za ter­
re­na de vo­cês: imo­ra­li­da­de se­xual, im­
pu­re­za, pai­xão, de­se­jos ­maus e a ga­nân­
cia, que é ido­la­tria” (Cl 3.5; NVI).
Pe­lo vis­to, acu­mu­lar di­nhei­ro, es­
ban­já-lo e exi­bi-lo se­rá um fe­nô­me­no
ca­rac­te­rís­ti­co dos tem­pos fi­nais.
2. A atualidade
das afirmações
proféticas
“Te­sou­ros acu­mu­las­tes nos úl­ti­mos
­ ias... Ten­des vi­vi­do re­ga­la­da­men­te so­
d
bre a ter­ra; ten­des vi­vi­do nos pra­ze­res;
ten­des en­gor­da­do o vos­so co­ra­ção, em
dia de ma­tan­ça; ten­des con­de­na­do e
ma­ta­do o jus­to, sem que ele vos fa­ça re­
sis­tên­cia” (Tg 5.3,5-6).
O cum­pri­men­to to­tal do ver­sí­cu­lo
6 es­tá re­ser­va­do pa­ra a Gran­de Tri­bu­
la­ção fu­tu­ra, mas o que es­tá des­cri­to
nos ver­sí­cu­los 3 e 5 já é per­fei­ta­men­te
vi­sí­vel nos ­dias de ho­je. A re­gião da
an­ti­ga Ba­bi­lô­nia es­tá se trans­for­man­do
nu­ma no­va Ba­bi­lô­nia – bas­ta ver o de­
sen­vol­vi­men­to de Du­bai. Es­sa re­gião
mos­tra ao mun­do in­tei­ro o quan­to a
Bí­blia é ­atual.[2]
As cha­ma­das “oli­gar­quias” tam­bém
vol­ta­ram a ter des­ta­que des­de a dé­ca­da
de 90. O ter­mo oli­gar­quia de­ri­va do
gre­go do tem­po de Pla­tão (427-347
a.C.), e des­cre­ve o “go­ver­no sem lei dos
ri­cos que só pen­sam em seu pró­prio
be­ne­fí­cio. As­sim co­mo a aris­to­cra­cia, é
o go­ver­no de pou­cos, com a di­fe­ren­ça
de que a aris­to­cra­cia, ao con­trá­rio da
oli­gar­quia, é con­si­de­ra­da co­mo um go­
ver­no le­gal, vol­ta­do ao bem co­mum”. É
in­te­res­san­te con­si­de­rar que, des­de a dé­
ca­da de 90, es­sa pa­la­vra vol­tou a ser
sig­ni­fi­ca­ti­va na Rús­sia. Ela re­fe­re-se a
chama da da m e ia-noit e | junho d e 2 0 0 9
em­pre­sá­rios “que em ge­ral são sus­pei­
tos de te­rem ob­ti­do gran­de ri­que­za e
in­fluên­cia po­lí­ti­ca por ­meios es­cu­sos
du­ran­te o pe­río­do caó­ti­co que se se­
guiu ao fim da ­União So­vié­ti­ca”.[3]
A res­pei­to, li:
...em ape­nas 10 ­anos, al­guns rus­sos
en­tra­ram, da noi­te pa­ra o dia, pa­ra o
clu­be mun­dial dos hi­per-ri­cos. Sem es­
crú­pu­los, ti­ra­ram pro­vei­to da tran­si­ção
do sis­te­ma co­mu­nis­ta pa­ra um no­vo sis­
te­ma ca­pi­ta­lis­ta, ga­ran­tin­do pa­ra si, a
pre­ço de ba­na­na, o fi­lé da eco­no­mia
rus­sa. Es­tes as­sim cha­ma­dos “oli­gar­
cas” são os ven­ce­do­res de um enor­me
“Ban­co Imo­bi­liá­rio” (...) Os an­ti­gos ad­
mi­nis­tra­do­res so­vié­ti­cos mos­tra­ram-se
ex­tre­ma­men­te adap­tá­veis, des­car­tan­do
ra­pi­da­men­te a sua ideo­lo­gia e pri­va­ti­
zan­do as es­ta­tais pa­ra den­tro de ­seus
pró­prios bol­sos. (...) Os ban­quei­ros da
pri­mei­ra ho­ra ga­nha­ram mi­lhões em
di­nhei­ro pú­bli­co com es­pe­cu­la­ção e
câm­bio, sem cor­rer gran­des ris­cos.
Ape­nas, não con­ce­diam mui­tos em­prés­
ti­mos. Na pri­mei­ra me­ta­de da dé­ca­da
de 90, os ban­quei­ros ­eram a eli­te da
oli­gar­quia. (...) Na fa­se ini­cial, a pro­
prie­da­de das es­ta­tais foi dis­tri­buí­da
am­pla­men­te en­tre a po­pu­la­ção, por
­meio de cer­ti­fi­ca­dos de par­ti­ci­pa­ção.
Es­sa dis­tri­bui­ção foi teó­ri­ca, ­pois lo­go
os an­ti­gos ad­mi­nis­tra­do­res e os no­vos
ri­cos ti­nham ga­ran­ti­do es­sas em­pre­sas
pa­ra si. Is­so foi pos­sí­vel gra­ças à hi­pe­
rin­fla­ção e à cri­se”.[4]
“Te­sou­ros acu­mu­las­tes nos úl­ti­mos
­dias!”.
O ma­nu­seio in­jus­to de
dinhei­ro e po­der
“Eis que o sa­lá­rio dos tra­ba­lha­do­res
que cei­fa­ram os vos­sos cam­pos e que por
vós foi re­ti­do com frau­de es­tá cla­man­
do; e os cla­mo­res dos cei­fei­ros pe­ne­tra­
ram até aos ou­vi­dos do Se­nhor dos
Exér­ci­tos” (Tg 5.4).
• A ren­da men­sal mé­dia dos ci­da­
dãos de Du­bai é de 2.400 eu­ros; já o
sa­lá­rio dos tra­ba­lha­do­res es­tran­gei­ros,
que cum­prem jor­na­das de 15 ho­ras
por dia, sob uma tem­pe­ra­tu­ra de 40
­graus à som­bra, é de ape­nas 100 eu­ros.
Es­ses são os es­cra­vos de ho­je.[5]
• A oli­gar­quia, no­me pa­ra um go­
ver­no sem lei exer­ci­do pe­los ri­cos, só
chama da da meia - noit e | junho d e 2 009
Em prin­cí­pio, a ri­que­za
não é proi­bi­da pe­la
Bí­blia. O rei Da­vi era
bi­lio­ná­rio; en­tre
ou­tros ­bens, ele
pos­suía cer­ca de 3.400
to­ne­la­das de ou­ro.
tem seu pró­prio be­ne­fí­cio em vis­ta, e
não se im­por­ta com o bem co­mum.
• Os gran­des ban­cos, que ob­ti­ve­
ram lu­cros bi­lio­ná­rios, ain­da as­sim de­
mi­ti­ram e es­tão de­mi­tin­do mi­lha­res de
em­pre­ga­dos.
• No fi­nal de no­vem­bro de 2008, a
­União Eu­ro­péia (UE) de­ci­diu re­du­zir
dras­ti­ca­men­te as sub­ven­ções pa­ra os
agri­cul­to­res eu­ro­peus, pri­van­do-os de
uma re­cei­ta im­por­tan­te pa­ra a ma­nu­
ten­ção de ­seus em­preen­di­men­tos.
O co­lap­so eco­nô­mi­co
foi predi­to
“Aten­dei, ago­ra, ri­cos, cho­rai la­men­
tan­do, por cau­sa das vos­sas des­ven­tu­ras,
que vos so­bre­vi­rão. As vos­sas ri­que­zas
es­tão cor­rup­tas, e as vos­sas rou­pa­gens,
co­mi­das de tra­ça; o vos­so ou­ro e a vos­sa
pra­ta fo­ram gas­tos de fer­ru­gens, e a sua
fer­ru­gem há de ser por tes­te­mu­nho con­
tra vós mes­mos e há de de­vo­rar, co­mo
fo­go, as vos­sas car­nes. Te­sou­ros acu­mu­
las­tes nos úl­ti­mos ­dias” (Tg 5.1-3).
O re­pen­ti­no co­lap­so fi­nan­cei­ro é
um exem­plo pa­ra o Dia do Se­nhor, que
so­bre­vi­rá ao mun­do co­mo um la­drão à
noi­te. Jus­ta­men­te no ­meio de um pi­co
eco­nô­mi­co, quan­do to­dos es­ta­vam oti­
mis­tas, ­veio o ­crash, a cri­se fi­nan­cei­ra
­atual. A mi­sé­ria e a afli­ção li­te­ral­men­te
de­sa­ba­ram so­bre o mun­do das fi­nan­
ças. Gran­des se­to­res in­dus­triais (in­
dús­tria au­to­mo­bi­lís­ti­ca) ruíram, e os
ban­cos se tor­na­ram de­ve­do­res. De
uma ho­ra pa­ra ou­tra, a re­ces­são e a de­
pres­são se tor­na­ram os as­sun­tos do dia
nos paí­ses ­mais ri­cos. Bi­lio­ná­rios e
­suas fa­mí­lias per­de­ram gran­des for­tu­
nas em pou­cos ­dias. A eco­no­mia mun­
dial e to­do o sis­te­ma fi­nan­cei­ro es­tão
aba­la­dos. Mas tu­do is­so é ape­nas o co­
me­ço, ­pois o juí­zo da pró­pria Tri­bu­la­
ção ain­da es­tá por vir.
3. A volta do
Senhor está
próxima
O re­tor­no imi­nen­te do Se­nhor é
men­cio­na­do ­três ve­zes em re­la­ção di­
re­ta com as cri­ses eco­nô­mi­cas mun­
diais:
“Se­de, ­pois, ir­mãos, pa­cien­tes, até à
vin­da do Se­nhor” (Tg 5.7).
“Se­de vós tam­bém pa­cien­tes e for­ta­
le­cei o vos­so co­ra­ção, ­pois a vin­da do
Se­nhor es­tá pró­xi­ma” (Tg 5.8).
“Ir­mãos, não vos quei­xeis uns dos
ou­tros, pa­ra não ser­des jul­ga­dos. Eis
que o ­juiz es­tá às por­tas” (Tg 5.9).
Pri­mei­ro é di­to ­duas ve­zes que o
re­tor­no do Se­nhor es­tá pró­xi­mo, e em
se­gui­da le­mos que o ­juiz es­tá às por­tas.
Je­sus vi­rá pa­ra ar­re­ba­tar os ­Seus e de­
pois vi­rá co­mo ­Juiz. Os acon­te­ci­men­
tos da Tri­bu­la­ção já se­rão os juí­zos ini­
ciais des­se ­Juiz.
A re­be­lião do mun­do con­tra ­Deus e
o seu Un­gi­do é ca­da vez ­maior (Sl 2).
As pes­soas não que­rem sa­ber de Cris­to
nem do cris­tia­nis­mo. Os cris­tãos são re­
jei­ta­dos com fre­qüên­cia ca­da vez ­maior.
7
A de­pres­são na dé­ca­da de 1930 na
Ale­ma­nha se­lou o fim da de­mo­cra­cia
par­la­men­ta­ris­ta. Hi­tler su­biu ao po­
der. Com men­ti­ras, en­ga­nos, se­du­ção
e uma no­va pros­pe­ri­da­de eco­nô­mi­ca
o ­país ga­lo­pou em di­re­ção à ca­tás­tro­fe
da di­ta­du­ra, da Se­gun­da Guer­ra Mun­
dial, da per­se­gui­ção aos ju­deus e, fi­
nal­men­te, da der­ro­ca­da to­tal do “Ter­
cei­ro ­Reich”. As cri­ses ­atuais pa­re­cem
ser­vir pa­ra pre­pa­rar os acon­te­ci­men­
tos do Apo­ca­lip­se. ­Elas cla­mam por
se­gu­ran­ça con­fiá­vel, por uma no­va
or­dem mun­dial, im­pe­lem a glo­ba­li­za­
ção e exi­gem um ho­mem for­te, um
gi­gan­te mun­dial.
No Por­tão de Bran­den­bur­go (em Ber­lim)
200.000 pes­soas acla­ma­ram Ba­rack Oba­ma,
mes­mo sem co­nhe­cer seu pro­gra­ma de go­ver­no.
E, vo­cê ­quer sa­ber de uma coi­sa? O pró­
prio ­Deus vai ti­rá-los do ­meio das pes­
soas! O Ar­re­ba­ta­men­to ex­trai­rá o ver­
da­dei­ro cris­tia­nis­mo do mun­do, pa­ra
que o an­ti­cris­tia­nis­mo te­nha seu es­pa­ço
(2 Ts 2.5-12). ­Deus da­rá ao mun­do o
que ele de­se­ja; ­Saul em vez de Da­vi,
Bar­ra­bás em vez de Je­sus, o An­ti­cris­to
em vez de Cris­to. O re­tor­no do Se­nhor
es­tá pró­xi­mo, e o ­Juiz es­tá às por­tas.
As cri­ses am­bien­tais, o ter­ro­ris­mo
in­ter­na­cio­nal e a cri­se fi­nan­cei­ra mun­
dial em­pur­ram o mun­do pa­ra a uni­da­
de e na di­re­ção de um úl­ti­mo “gi­gan­te
mun­dial” pro­fe­ti­za­do na Bí­blia. A re­
vis­ta fac­tum pu­bli­cou um ar­ti­go que
di­zia: “...Os si­nais dos tem­pos cha­mam
a aten­ção e lem­bram que es­ta­mos na
úl­ti­ma eta­pa da his­tó­ria da hu­ma­ni­da­
de. Os ­seis pri­mei­ros juí­zos dos se­los
do Apo­ca­lip­se pre­vêem rup­tu­ras po­lí­ti­
cas, so­ciais, eco­nô­mi­cas e mi­li­ta­res que
re­me­tem ao que já vi­ve­mos ho­je”.[6]
A Bí­blia é cla­ra quan­do fa­la de uma
reu­ni­fi­ca­ção mun­dial, li­de­ra­da por um
“gi­gan­te” an­ti­cris­tão, a ­quem o dra­gão
da­rá sua for­ça, seu tro­no e seu po­der
ab­so­lu­to (Ap 13.2). “Os dez chi­fres que
vis­te são dez ­reis, os ­quais ain­da não re­
ce­be­ram rei­no, mas re­ce­bem au­to­ri­da­de
co­mo ­reis, com a bes­ta, du­ran­te uma
8
ho­ra. Têm es­tes um só pen­sa­men­to e
ofe­re­cem à bes­ta o po­der e a au­to­ri­da­de
que pos­suem” (Ap 17.12-13).
Dian­te de tu­do is­so, não é sur­
preen­den­te que o pre­si­den­te ale­mão,
­Horst Köh­ler, afir­mou que de­se­ja­ria
que os go­ver­nos es­co­lhes­sem “al­guns
sá­bios” pa­ra re­gu­la­men­tar o mun­do
glo­ba­li­za­do.[7] Ou que Ko­fi An­nan
(ex-Se­cre­tá­rio-Ge­ral da ONU) te­nha
en­fa­ti­za­do o fa­to de que a cri­se só po­
de­rá ser re­sol­vi­da de for­ma glo­bal.[8]
Já nos acos­tu­ma­mos a ex­pres­sões
co­mo “cú­pu­la eco­nô­mi­ca mun­dial”,
“sis­te­ma fi­nan­cei­ro mun­dial”, “or­dem
fi­nan­cei­ra mun­dial”, “con­tro­le fi­nan­
cei­ro mun­dial”, “fó­rum eco­nô­mi­co
mun­dial”. Ul­ti­ma­men­te, tam­bém ou­vese fa­lar ca­da vez ­mais de uma “en­ti­da­
de ou ban­co cen­tral mun­dial”.
Fi­ca cla­ro que os even­tos des­cri­tos
no úl­ti­mo li­vro da Bí­blia te­rão de se
cum­prir e que is­so acon­te­ce­rá de for­
ma re­pen­ti­na e rá­pi­da. Os ru­mos es­tão
sen­do es­ta­be­le­ci­dos ho­je. É pre­ci­so
for­mar uma pla­ta­for­ma pa­ra o fu­tu­ro
rei­no mun­dial an­ti­cris­tão e seu lí­der.
Pa­ra is­so é pre­ci­so que ha­ja uni­da­de e,
atra­vés de ma­no­bras de en­ga­no em
mas­sa, tam­bém de­ve­rá ser pro­du­zi­da
uma no­va pros­pe­ri­da­de.
Exem­plos da mí­dia
• Ro­ma­no Pro­di (ex-pri­mei­ro-mi­
nis­tro da Itá­lia) dis­se: “Não te­mos al­
ter­na­ti­va se­não for­mar os Es­ta­dos Uni­
dos da Eu­ro­pa”.[9]
• Em um ar­ti­go, a re­vis­ta Die ­Zeit la­
men­tou que não ha­ja um “lí­der glo­bal”
ade­qua­do em vis­ta e con­si­de­rou Ba­rack
Oba­ma co­mo “o pre­si­den­te mun­dial
cer­to pa­ra o sé­cu­lo 21”.[10] O no­ti­ciá­rio
suí­ço 10 vor 10 tra­tou do te­ma “Ba­rack,
o sal­va­dor”. Em to­do o mun­do, os
­meios de co­mu­ni­ca­ção com­pe­ti­ram pa­
ra pu­bli­car re­la­tos eu­fó­ri­cos a res­pei­to
de­le. Ele foi cha­ma­do de “Mes­sias” com
fre­qüên­cia ca­da vez ­maior. No Por­tão
de Bran­den­bur­go (em Ber­lim) 200.000
pes­soas o acla­ma­ram, mes­mo sem co­
nhe­cer seu pro­gra­ma de go­ver­no. O en­
tão pre­si­den­te Geor­ge W. ­Bush, que se
de­cla­ra­va cris­tão, era de­mo­ni­za­do e
odia­do, mas as mes­mas mas­sas acla­ma­
ram um ho­mem que mal co­nhe­ciam.
Is­so tu­do é um bom exem­plo pa­ra o fu­
tu­ro. In­di­vi­dual­men­te, as pes­soas po­
dem ser in­te­li­gen­tes, mas as mas­sas
sem­pre es­tão su­jei­tas à se­du­ção. A his­
tó­ria pro­va is­so, e as con­se­qüên­cias são
as­sus­ta­do­ras.
• O ex-se­cre­tá­rio da Eco­no­mia dos
EUA, ­Prof. N. Coo­per, já di­zia em 1984:
“Pa­ra o pró­xi­mo sé­cu­lo su­gi­ro uma al­
ter­na­ti­va ra­di­cal: a cria­ção de uma
moe­da co­mum pa­ra to­das as de­mo­cra­
cias in­dus­triais, com uma po­lí­ti­ca cam­
bial co­mum e um ban­co co­mum pa­ra a
fi­xa­ção de uma es­tra­té­gia mo­ne­tá­ria
(...) Co­mo paí­ses in­de­pen­den­tes po­
dem con­se­guir is­so? Pre­ci­sa­rão en­tre­
chama da da m e ia-noit e | junho d e 2 0 0 9
gar o con­tro­le da po­lí­ti­ca cam­bial a
uma cor­po­ra­ção su­pra­na­cio­nal”.[11]
• Nes­te con­tex­to uma de­cla­ra­ção
do pre­si­den­te fran­cês Ni­co­las Sar­kozy
não cau­sa qual­quer es­pan­to: “Du­ran­te
­anos ten­ta­mos al­can­çar al­go. A cri­se
de­ve ser apro­vei­ta­da co­mo a opor­tu­ni­
da­de pa­ra que ela não se re­pi­ta. Pre­ci­
sa­mos de uma eco­no­mia de mer­ca­do
hu­ma­na que fun­cio­ne. Is­so só é pos­sí­
vel com re­gras. Es­sas re­gras pre­ci­sam
ser de­fi­ni­das em âm­bi­to glo­bal (...)
pre­ci­sa­mos de uma res­pos­ta glo­bal pa­
ra uma cri­se glo­bal...”[12]
• A re­vis­ta Ve­ja la­men­tou a fal­ta de
um lí­der po­lí­ti­co ade­qua­do pa­ra o mun­
do, que pre­ci­sa do es­ta­dis­ta cer­to.[13]
As cri­ses eco­nô­mi­cas pre­pa­ram o
mun­do pa­ra o gi­gan­te mun­dial que vi­rá.
4. O Juiz está diante
da porta, e um dia
o homem estará
diante do Juiz
“Ir­mãos, não vos quei­xeis uns dos
ou­tros, pa­ra não ser­des jul­ga­dos. Eis
que o j­uiz es­tá às por­tas” (Tg 5.9).
Ca­da ho­mem se­rá jul­ga­do, e na­da
se­rá es­que­ci­do dian­te de ­Deus: “Por­que
im­por­ta que to­dos nós com­pa­re­ça­mos
pe­ran­te o tri­bu­nal de Cris­to, pa­ra que
ca­da um re­ce­ba se­gun­do o bem ou o
mal que ti­ver fei­to por ­meio do cor­po”
(2 Co 5.10). “Os pe­ca­dos de al­guns ho­
mens são no­tó­rios e le­vam a juí­zo, ao
pas­so que os de ou­tros só ­mais tar­de se
ma­ni­fes­tam” (1 Tm 5.24).
Dian­te do pré­dio da nos­sa mis­são
na Suí­ça há um ho­tel mui­to bo­ni­to, cha­
ma­do Son­nen­tal (= Va­le do Sol). Ele foi
re­for­ma­do e par­cial­men­te re­cons­truí­do
por den­tro e por fo­ra, com no­vas de­
pen­dên­cias e be­la de­co­ra­ção. As co­res
são lin­das e o aten­di­men­to é excelente.
Há ne­le um gran­de spa e um res­tau­ran­
te de pri­mei­ra li­nha. O Son­nen­tal des­
fru­ta de uma boa re­pu­ta­ção. Há al­gum
tem­po acon­te­ceu al­go es­tra­nho: uma
par­te do pi­so do es­ta­cio­na­men­to afun­
dou. O bu­ra­co era tão gran­de que um
ca­mi­nhão po­de­ria ter caí­do ne­le. O mo­
ti­vo era a exis­tên­cia de uma fos­sa ne­gra
na­que­le lo­cal, da ­qual nin­guém ti­nha
co­nhe­ci­men­to e que não apa­re­cia em
ne­nhum do­cu­men­to ou plan­ta.
Uma ca­ma­da de ter­ra de 2 me­tros
de es­pes­su­ra co­bria a fos­sa. O ní­vel in­
fe­rior da fos­sa es­ta­va 4,5 m abai­xo do
pi­so do es­ta­cio­na­men­to. Ela ti­nha si­do
de­sa­ti­va­da há mui­to tem­po sem ter si­
do lim­pa. Co­mo o con­teú­do é mui­to
áci­do, com o tem­po ele cor­roeu a co­
ber­tu­ra de con­cre­to e cau­sou o de­sa­ba­
men­to. Cer­ca de 70m3 de es­go­to que
ain­da es­ta­vam na fos­sa ti­ve­ram de ser
as­pi­ra­dos por uma fir­ma es­pe­cia­li­za­da
e le­va­dos em­bo­ra em ­dois ca­mi­nhõestan­que. No lu­gar do es­go­to o bu­ra­co
foi preen­chi­do com 70m3 de bom ma­
te­rial e as­sim o pro­ble­ma foi re­sol­vi­do.
Um en­ge­nhei­ro co­men­tou: “O fa­to
de a fos­sa não ter si­do es­va­zia­da na
épo­ca foi um gra­ve cri­me am­bien­tal, e
as con­se­qüên­cias es­tão se mos­tran­do
ho­je. Nin­guém sa­be quan­to es­go­to pe­
ne­trou no len­çol freá­ti­co, já que o seu
confira
confira
ní­vel nes­te lo­cal é ­mais al­to que o ní­vel
in­fe­rior da fos­sa”.
Es­se não é um bom exem­plo pa­ra
os se­res hu­ma­nos? Por fo­ra mui­tos são
um “Va­le do Sol”, mas por den­tro es­tá
es­con­di­da uma fos­sa ne­gra. Por fo­ra as
apa­rên­cias são óti­mas, mas in­te­rior­
men­te a pro­fun­da fos­sa dos pe­ca­dos
ain­da não foi lim­pa. Os pe­ca­dos cor­
roem nos­sa vi­da e po­dem cau­sar gran­
des da­nos. Po­rém, ­quem per­mi­te que
Je­sus a lim­pe e de­pois a preen­cha com
­seus ­dons, ex­pe­ri­men­ta­rá a ver­da­de bí­
bli­ca: “Se, po­rém, an­dar­mos na luz, co­
mo ele es­tá na luz, man­te­mos co­mu­nhão
uns com os ou­tros, e o san­gue de Je­sus,
seu Fi­lho, nos pu­ri­fi­ca de to­do pe­ca­do.
Se dis­ser­mos que não te­mos pe­ca­do ne­
nhum, a nós mes­mos nos en­ga­na­mos, e
a ver­da­de não es­tá em nós. Se con­fes­sar­
mos os nos­sos pe­ca­dos, ele é ­fiel e jus­to
pa­ra nos per­doar os pe­ca­dos e nos pu­ri­
fi­car de to­da in­jus­ti­ça” (1 Jo 1.7-9).
No­tas:
1. NT, ­Heinz Schu­ma­cher, Häns­sler, pg 916, co­men­tá­rio 28.
2. “Blick­feld”: “Das Seien­de, das ver­geht, und das Blei­
ben­de, das k­ ommt”.
3.­http://de.wi­ki­pe­dia.org/wi­ki/Oli­gar­chie.
4. www.nets­tu­dien.de/Russ­land.
5. is­rael heu­te, a­ bril de 2008, PF. 28.
6. fac­tum 4/2008, p. 44.
7. Reu­ters.com, 11 de ou­tu­bro de 2008, 12h40.
8. w w w . 2 0 m i n . c h / ­n e w s / ­k r e u s – u n d – ­q u e r /­
story/15873676, 11 de ou­tu­bro de 2008.
9. NZZ, 20 de no­vem­bro de 2008, In­ter­na­tio­nal, pg. 7.
10. fac­tum 8/2008, p. 6.
11. TO­PIC, ou­tu­bro de 2008, p. 5.
12. www.bun­des­re­gie­rung.de “Mits­chrift Pres­se­kon­fe­renz:
Pres­se­kon­fe­renz Bun­des­kanz­le­rin Mer­kel und Prä­si­
dent Sar­kozy”, 12 de ou­tu­bro de 2008.
13. Ve­ja, 1 de ou­tu­bro de 2008.
chama da da meia - noit e | junho d e 2 009
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OS SEGREDOS DO
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Tim LaHaye
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chama da da m e ia-noit e | junho d e 2 0 0 9
N
a edi­ção pas­sa­da
cha­mei a aten­ção
pa­ra aque­la que
con­si­de­ro uma das
pas­sa­gens pro­fé­ti­
cas ­mais ig­no­ra­das
das Es­cri­tu­ras. Es­
se tex­to pro­fé­ti­co me­re­ce uma con­si­
de­ra­ção es­pe­cial por par­te da­que­les
que de­se­jam uti­li­zar o cum­pri­men­to
das pro­fe­cias bí­bli­cas pa­ra com­pro­var
as prin­ci­pais dou­tri­nas da Bí­blia. ­Elas
vão des­de a Cria­ção por um ato di­re­to
de ­Deus, pas­san­do pe­la exis­tên­cia do
pró­prio ­Deus, pe­la Sua na­tu­re­za e ­Seus
atri­bu­tos, pe­la cre­di­bi­li­da­de das Es­cri­
tu­ras, pe­la di­vin­da­de de Je­sus em pes­
soa, até a cer­te­za de que a sal­va­ção em
Cris­to é eter­na, en­tre mui­tas ou­tras
dou­tri­nas. Em mi­nha opi­nião, es­sa
pas­sa­gem pro­fé­ti­ca é uma das ­mais im­
por­tan­tes pro­vas da ve­ra­ci­da­de do pró­
prio Cris­tia­nis­mo e, quan­do usa­da de
mo­do ade­qua­do, tor­na-se uma tre­
men­da mo­ti­va­ção es­pi­ri­tual.
Quan­do ­Deus pro­cu­rou cha­mar a
aten­ção dos is­rae­li­tas pa­ra que re­co­nhe­
ces­sem que só Ele é ­Deus – não aque­les
ído­los pa­gãos da Ba­bi­lô­nia que ­eles ti­
nham ado­ra­do – o Se­nhor fez a se­guin­
te de­cla­ra­ção atra­vés do pro­fe­ta ­Isaías:
“Lem­brai-vos das coi­sas pas­sa­das da
an­ti­gui­da­de: que eu sou ­Deus, e não há
ou­tro, eu sou ­Deus, e não há ou­tro se­
me­lhan­te a mim; que des­de o prin­cí­pio
anun­cio o que há de acon­te­cer e des­de a
an­ti­gui­da­de, as coi­sas que ain­da não
su­ce­de­ram; que di­go: o meu con­se­lho
per­ma­ne­ce­rá de pé, fa­rei to­da a mi­nha
von­ta­de” (­Isaías 46.9-10).
Es­sa é uma ad­moes­ta­ção cla­ra e
de­sa­fia­do­ra de ­Deus aos fi­lhos de Is­
rael, pa­ra que sou­bes­sem que so­men­
te Ele é ­Deus, dig­no de ser ado­ra­do –
e a pro­va que ­lhes da­va era o cum­pri­
men­to das pro­fe­cias. ­Deus é o úni­co
que po­de pre­di­zer o fu­tu­ro com exa­
ti­dão! Já cons­ta­ta­mos [no ar­ti­go an­
te­rior] que Ele pre­dis­se o fu­tu­ro por
­mais de 500 ve­zes no An­ti­go Tes­ta­
men­to. Lem­bre-se que a de­fi­ni­ção
­mais sim­ples de pro­fe­cia é es­ta: “Pro­
fe­cia bí­bli­ca é o fa­to his­tó­ri­co es­cri­to
an­tes que acon­te­ça”. Ain­da que mui­
tos se­res hu­ma­nos te­nham ten­ta­do,
so­men­te ­Deus é ca­paz de pre­di­zer os
fa­tos com ab­so­lu­ta exa­ti­dão.
chama da da meia - noit e | junho d e 2 009
A de­cla­ra­ção de que es­se ­Deus é o
úni­co ­Deus ver­da­dei­ro não se com­
pro­va ape­nas pe­lo fa­to de que Ele
pre­diz o fu­tu­ro, mas, so­bre­tu­do, pe­lo
fa­to de que o fu­tu­ro real­men­te se
cum­pre co­mo Ele pre­dis­se. Ao fa­zer­
mos um exa­me cui­da­do­so, exa­ta­
men­te co­mo as Es­cri­tu­ras nos en­si­
nam, cons­ta­ta­mos que não há na­da
que cer­ti­fi­que ­mais a nos­sa fé. Vo­cê
lem­bra da­que­la si­tua­ção ocor­ri­da
­após a res­sur­rei­ção de Je­sus, quan­do
Ele se en­con­trou com ­dois dis­cí­pu­los
que es­ta­vam no ca­mi­nho pa­ra
­Emaús? Aque­les dis­cí­pu­los es­ta­vam
de­pri­mi­dos pe­la de­ses­pe­ran­ça, por­
que o ho­mem que ­eles ­criam ser o
Mes­sias de Is­rael ti­nha si­do cru­ci­fi­
ca­do e, ago­ra, tu­do es­ta­va per­di­do.
­Eles ha­viam ou­vi­do que “al­gu­mas
mu­lhe­res” (cf. Lc 24.22) en­con­tra­ram
o se­pul­cro va­zio e ti­ve­ram “uma vi­
são de an­jos, os q­ uais afir­mam que ele
vi­ve” (Lc 24.23). Evi­den­te­men­te, ­eles
não de­ram cré­di­to a es­se re­la­to e es­
ta­vam a ca­mi­nho de sua al­deia, de
vol­ta pa­ra sua ca­sa. Je­sus, con­fron­ta­
do na­que­le mo­men­to por uma das
con­cep­ções ­mais di­fí­ceis de ser ex­
pli­ca­da, in­da­gou: “Por­ven­tu­ra, não
con­v i­nha que o Cris­to pa­de­ces­se e en­
tras­se na sua gló­ria?” (Lu­cas 24.26).
Os ju­deus es­pe­ra­vam que seu Mes­
sias vies­se pa­ra li­ber­tá-los do ju­go
opres­sor dos ro­ma­nos. Aque­les que
não ti­nham es­tu­da­do as Es­cri­tu­ras
Pro­fé­ti­cas (as ­quais con­ti­nham pro­
fe­cias acer­ca do Mes­sias e de Sua
­obra re­den­to­ra) não co­nhe­ciam (ou,
em mui­tos ca­sos, nem se im­por­ta­
vam com) o fa­to de que era ne­ces­sá­
rio ha­ver ­duas vin­das do mes­mo
Mes­sias; uma vin­da com a fi­na­li­da­de
de so­frer pe­los pe­ca­dos da hu­ma­ni­
da­de e ou­tra vin­da em po­der e gló­ria
pa­ra li­ber­tar ­S eus se­gui­do­res e rei­nar
­aqui na Ter­ra.
En­t ão o que Je­sus fez na­que­l a
ho­ra? “...co­me­çan­do por Moi­s és, dis­
cor­ren­do por to­dos os Pro­fe­tas, ex­pu­
nha-­lhes o que a seu res­pei­to cons­ta­
va em to­das as Es­cri­tu­ras” (Lu­cas
24.27). Je­sus fez uso das pro­fe­cias
do An­t i­go Tes­t a­men­to re­fe­ren­tes ao
Mes­sias, a res­p ei­to dE­le mes­mo, pa­
ra con­ven­cê-los acer­c a de ­quem Ele
era e do que vie­ra fa­zer nes­te mun­
To­do pas­tor pre­ci­sa
en­si­nar aos cren­tes
de sua igre­ja acer­
ca das pro­fe­cias
que Je­sus cum­priu,
re­fe­ren­tes a Si mes­
mo co­mo Mes­sias.
11
“O mis­té­rio que o rei exi­ge,
nem en­can­ta­do­res, nem ma­
gos nem as­tró­lo­gos o po­dem
re­ve­lar ao rei; mas há um
­Deus no céu, o q­ ual re­ve­la os
mis­té­rios, p­ ois fez sa­ber ao
rei Na­bu­co­do­no­sor o que há
de ser nos úl­ti­mos d­ ias”
(Da­niel 2.27-28).
12
do. Que ex­p o­si­ç ão bí­bli­c a sen­s a­cio­
nal! Je­sus uti­li­zou o cum­pri­men­to
pro­fé­t i­co pa­ra con­ven­cer aque­les
ho­mens acer­c a da ver­d a­de so­bre Sua
iden­t i­d a­de e Sua mis­s ão. Não é de
ad­mi­rar que, ­mais tar­de, ­eles dis­s es­
sem: “Por­ven­tu­ra, não nos ar­dia o
co­ra­ção, quan­do ele, pe­lo ca­mi­nho,
nos fa­la­va, quan­do nos ex­pu­nha as
Es­cri­tu­ras?” (Lu­cas 24.32). Que “Es­
cri­tu­ras” ­eram es­s as? ­Eram pro­fe­cias
do An­t i­go Tes­t a­men­to que, a par­t ir
dos li­v ros de Moi­s és e em to­dos os
pro­fe­t as, re­fe­r iam-se ao Mes­sias e à
Sua mis­s ão. ­Eram pro­fe­cias que já
ti­n ham se cum­pri­do! O co­ra­ç ão
tam­b ém “nos ar­de” quan­do es­tu­d a­
mos as mui­t as pro­fe­cias que Je­sus
cum­priu du­ran­te Sua vi­d a nes­te
mun­do, as ­quais, sem som­bra de dú­
vi­d a, com­pro­vam que Ele é o úni­co
e ver­d a­dei­ro Sal­va­dor. O cum­pri­
men­to pro­fé­t i­co pro­p or­cio­na es­s a
cer­te­za, ­p ois nos con­ven­ce de que
Je­sus é o úni­co Sal­va­dor, con­for­me
Ele mes­mo dis­s e (cf. J­ oão 14.6).
To­do pas­tor pre­ci­sa en­si­nar aos
cren­tes de sua igre­ja acer­ca das pro­fe­
cias que Je­sus cum­priu, re­fe­ren­tes a Si
mes­mo co­mo Mes­sias. Mes­mo nos
­dias ­atuais, es­sa prá­ti­ca fa­ria com que a
con­gre­ga­ção dos sal­vos de­sen­vol­ves­se
um “co­ra­ção ar­den­te” por ­Deus e ­lhes
pro­por­cio­na­ria uma con­vic­ção re­so­lu­
ta de que não es­ta­mos “...se­guin­do fá­
bu­las en­ge­nho­sa­men­te in­ven­ta­das, mas
nós mes­mos fo­mos tes­te­mu­nhas ocu­la­
res da sua ma­jes­ta­de” (2 Pe­dro 1.16).
Um es­tu­do das pro­fe­cias que já se
cum­pri­ram for­ta­le­ce nos­sa con­fian­ça
em ­Deus, ­pois nos le­va a en­ten­der
­quem Ele é, de­mons­tran­do a ra­zão
por­que to­das as pes­soas de­vem acei­tar
a Je­sus Cris­to.
Nu­ma épo­ca em que a pre­ga­ção de
Je­sus co­mo úni­co ca­mi­nho de sal­va­ção
ge­ral­men­te é ta­xa­da de pre­ga­ção “bi­to­
la­da” por aque­les que su­ge­rem ha­ver
­mais de um ca­mi­nho pa­ra o céu, pre­ci­
sa­mos al­go que nos as­se­gu­re que Ele é
ver­da­dei­ra­men­te o úni­co ca­mi­nho. O
cum­pri­men­to das pro­fe­cias é a pro­va
que cer­ti­fi­ca tal rea­li­da­de, ­pois nin­
guém na his­tó­ria des­te mun­do cum­
priu se­quer ­meia dú­zia das 109 pro­fe­
cias mes­siâ­ni­cas. Je­sus, po­rém, cum­
priu to­das ­elas!
As Coisas
Encobertas
Pertencem ao
Senhor
Sa­lien­tei na edi­ção pas­sa­da que Da­
niel, um dos maio­res pro­fe­tas ju­deus,
ao ser cha­ma­do à pre­sen­ça do rei Na­
bu­co­do­no­sor, de­cla­rou: “O mis­té­rio
que o rei exi­ge, nem en­can­ta­do­res, nem
ma­gos nem as­tró­lo­gos o po­dem re­ve­lar
ao rei; mas há um ­Deus no céu, o ­qual
re­ve­la os mis­té­rios, ­pois fez sa­ber ao rei
Na­bu­co­do­no­sor o que há de ser nos úl­
ti­mos ­dias” (Da­niel 2.27-28). ­Após di­
zer is­so, Da­niel re­lem­brou o so­nho que
o rei ti­ve­ra e ex­pôs a in­ter­pre­ta­ção dos
“tem­pos dos gen­tios”, pe­río­do es­se que
já es­tá em an­da­men­to há 2.500 a­ nos.
­Deus é o úni­co que po­de re­ve­lar
pre­via­men­te os se­gre­dos do fu­tu­ro e
le­vá-los ao ple­no cum­pri­men­to – co­
mo pro­fe­ti­zou. No co­ra­ção hu­ma­no há
um ina­cre­di­tá­vel an­seio de co­nhe­cer o
fu­tu­ro. Es­sa é a ra­zão pe­la ­qual mi­
lhões de pes­soas pro­cu­ram adi­vi­nhos,
car­to­man­tes, as­tró­lo­gos, gu­rus, vi­den­
tes e fal­sos pro­fe­tas, na vã es­pe­ran­ça de
ob­te­rem in­for­ma­ções pré­vias acer­ca do
fu­tu­ro, pa­ra tra­ça­rem o cur­so de ­suas
vi­das a par­tir do que ­elas pen­sam que
vai acon­te­cer. Tu­do is­so não pas­sa de
fal­sa es­pe­ran­ça, ­pois a Pa­la­vra de ­Deus
afir­ma que “as coi­sas en­co­ber­tas per­
ten­cem ao Se­nhor, nos­so ­Deus” (Deu­
te­ro­nô­mio 29.29a). ­Aqui es­tá a ra­zão
pe­la ­qual de­ve­mos in­ves­ti­gar cui­da­do­
sa­men­te as Es­cri­tu­ras, bus­can­do iden­
ti­fi­car as pro­fe­cias que já se cum­pri­ram
e aque­las que ain­da não se cum­pri­ram
na his­tó­ria, a fim de en­con­trar­mos
mo­ti­va­ção e en­co­ra­ja­men­to pa­ra ser­vir
dia­ria­men­te ao Se­nhor, à luz dos ma­
ra­vi­lho­sos pla­nos que Ele tem pa­ra
nós, pre­pa­ra­dos pa­ra se cum­pri­rem no
fim dos tem­pos.
Ao ler no­va­men­te o li­vro de Deu­
te­ro­nô­mio jun­to com mi­nha es­po­sa,
­achei in­te­res­san­te a cons­ta­ta­ção de
que ­Deus in­sis­ten­te­men­te re­co­men­
dou aos fi­lhos de Is­rael que se lem­
bras­sem da Sua pre­sen­ça, dos mi­la­
gres e li­vra­men­tos que Ele efe­tua­ra,
co­mo uma mo­ti­va­ção pa­ra guar­da­rem
­Seus “...man­da­men­tos, e os es­ta­tu­tos, e
os juí­zos” (Deu­te­ro­nô­mio 7.11). ­Deus
­lhes pro­me­teu que, se fos­sem ­fiéis em
chama da da m e ia-noit e | junho d e 2 0 0 9
obe­de­cer ao que Ele or­de­na­ra, ­eles se­
riam aben­çoa­dos mui­to ­além dos so­
nhos que ­mais aca­len­ta­vam e ­Deus
­lhes con­ce­de­ria “lon­ga vi­da”. Con­tu­
do, se ­eles Lhe de­so­be­de­ces­sem, prin­
ci­pal­men­te ado­ran­do fal­sos deu­ses
dos po­vos pa­gãos cir­cun­vi­zi­nhos, Ele
os amal­di­çoa­ria. Em su­ma, ­eles de­
viam ser en­co­ra­ja­dos à fi­de­li­da­de no
fu­tu­ro, olhan­do pa­ra os ­atos do ­amor
­leal de ­Deus no pas­sa­do, quan­do Ele
os guia­ra pe­lo de­ser­to com uma co­lu­
na de nu­vem du­ran­te o dia e uma co­
lu­na de fo­go du­ran­te a noi­te; quan­do
ma­ni­fes­ta­ra Sua pro­vi­são ­fiel fa­zen­do
com que as rou­pas de­les du­ras­sem
qua­ren­ta ­anos; quan­do Ele pro­vi­den­
cia­ra ­água da ro­cha e o ma­ná que des­
cia do céu a ca­da dia. Por que ­Deus
não re­que­reu que ­eles se for­ta­le­ces­
sem na fé pe­la con­si­de­ra­ção das pro­
fe­cias que já ti­nham se cum­pri­do?
­Eles não ti­nham uma Bí­blia à ­qual re­
cor­rer e, até en­tão, pou­cas pro­fe­cias já
cum­pri­das es­ta­vam es­cri­tas de mo­do
que pu­des­sem apren­der atra­vés de­las
(tal­vez ain­da não hou­ves­se ne­nhu­ma
pro­fe­cia es­cri­ta). Moi­sés foi o seu pri­
mei­ro gran­de pro­fe­ta a es­cre­ver.
Em Seu pla­no, ­Deus já ti­nha es­ta­
be­le­ci­do pro­fe­tas ex­traor­di­ná­rios que
po­diam re­ve­lar “as coi­sas en­co­ber­tas
[que] per­ten­cem ao Se­nhor, nos­so
­Deus”, bem co­mo aque­las coi­sas “re­ve­
la­das [que] nos per­ten­cem, a nós e a
nos­sos fi­lhos, pa­ra sem­pre, pa­ra que
cum­pra­mos to­das as pa­la­vras des­ta lei”
(Deu­te­ro­nô­mio 29.29). Por con­se­guin­
te, em­bo­ra na­que­la épo­ca (apro­xi­ma­
da­men­te 1500 a.C.) não ti­ves­sem aces­
so a um re­gis­tro es­cri­to, ­eles ti­nham
re­cor­da­ções su­fi­cien­tes da pro­vi­são de
­Deus pa­ra sus­ten­tar-­lhes a fé de que
Ele man­te­ria Sua Pa­la­vra e os aben­çoa­
ria, SE e so­men­te SE, não ado­ras­sem
aos deu­ses dos po­vos pa­gãos cir­cun­vi­
zi­nhos. In­fe­liz­men­te, a maio­ria foi in­
fiel, trans­gre­diu o pri­mei­ro man­da­
men­to, ado­rou fal­sos deu­ses e so­freu
as con­se­qüên­cias da mal­di­ção que, se­
gun­do a ad­ver­tên­cia de ­Deus, ­lhes so­
bre­vi­ria pe­la de­so­be­diên­cia.
Du­ran­te o pe­río­do de 1.500 ­anos
que se se­guiu, o Se­nhor ­lhes en­viou
“ho­mens san­tos”, de­no­mi­na­dos pro­fe­
tas, os ­quais pro­cla­ma­ram a men­sa­
gem de ­Deus “mo­vi­dos pe­lo Es­pí­ri­to
San­to”. Pou­cos des­ses pro­fe­tas fo­ram
es­cri­to­res; te­mos al­guns de ­seus es­cri­
tos pre­ser­va­dos e clas­si­fi­ca­dos no câ­
non he­brai­co co­mo Pro­fe­tas Maio­res
e Pro­fe­tas Me­no­res do An­ti­go Tes­ta­
men­to. Nos es­cri­tos des­ses pro­fe­tas há
mui­tas pro­fe­cias que pre­di­zem o fu­tu­
ro, des­de as 109 pro­fe­cias (ou ­mais)
re­la­ti­vas à pri­mei­ra vin­da do Mes­sias,
bem co­mo as 321 pro­fe­cias re­la­ti­vas à
Sua Se­gun­da Vin­da, até pro­fe­cias que
di­zem res­pei­to a Is­rael e a ­seus ­mais
fer­re­nhos ini­mi­gos.
Ho­je em dia, te­mos em nos­sas
­mãos as pro­fe­cias da par­te de ­Deus
que nos fo­ram dei­xa­das por es­cri­to,
men­cio­na­das por Da­niel e re­fe­ri­das
por Moi­sés co­mo “...coi­sas en­co­ber­tas
[e... coi­sas] re­ve­la­das [que] nos per­
ten­cem, a nós e a nos­sos fi­lhos, pa­ra
sem­pre, pa­ra [nos mo­ti­var a] que
confira
confira
cum­pra­mos to­das as pa­la­v ras des­ta
lei” (Dt 29.29; gri­fo do au­tor). Co­mo
já vi­mos, das ­mais de 1.000 pas­sa­
gens pro­fé­ti­cas que pre­di­ziam o fu­tu­
ro quan­do fo­ram es­cri­tas, no mí­ni­mo
500 de­las já se cum­pri­ram. As pro­fe­
cias que não se cum­pri­ram di­zem
res­pei­to a um mo­men­to ain­da fu­tu­
ro, po­rém mui­tas de­las já es­tão se
cum­prin­do du­ran­te nos­so tem­po de
vi­da nes­te mun­do, o que nos le­va a
­crer que nos­sa ge­ra­ção po­de mui­to
bem ser a ge­ra­ção que ve­rá o ple­no
cum­pri­men­to das pro­fe­cias que se
re­fe­rem ao fim dos tem­pos. Nos con­
gres­sos que or­ga­ni­za­mos so­bre a pro­
fe­cia bí­bli­ca, sem­pre pro­cu­ro lem­brar
aos par­ti­ci­pan­tes que a nos­sa ge­ra­
ção, ­mais do que qual­quer ou­tra ge­
ra­ção an­te­rior, tem mo­ti­vos de so­bra
pa­ra ­crer que a Se­gun­da Vin­da de
Cris­to acon­te­ce­rá du­ran­te os ­dias de
nos­sa vi­da.
Is­so nos pro­por­cio­na ra­zão, ­mais
do que su­fi­cien­te, pa­ra acor­dar a ca­da
ma­nhã e di­zer: “Tal­vez nos­so Se­nhor
vol­te ho­je!”. Um dia is­so vai se tor­nar
rea­li­da­de e po­de ocor­rer mui­to em
bre­ve. Mi­nha mãe, uma es­tu­dan­te de­
di­ca­da da Bí­blia e das pro­fe­cias bí­bli­
cas, cos­tu­ma­va di­zer o se­guin­te:
“Man­te­nha os ­olhos er­gui­dos!”. (Pre-­
Trib Pers­pec­ti­ves)
Tim La­Ha­ye es­cre­veu ­mais de 40 li­vros e é co-au­tor dos
­best-sel­lers da sé­rie Dei­xa­dos Pa­ra ­Trás. Ele tam­bém é um
dos edi­to­res da Bí­blia de Es­tu­do Pro­fé­ti­ca e um dos fun­da­
do­res do Pre-­Trib Re­search Cen­ter (Cen­tro de Es­tu­dos PréTri­bu­la­cio­nais).
recomendamos
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chama da da meia - noit e | junho d e 2 009
13
a
ARTIGO
03
os “habitantes da terra”
mencionados em
Apocalipse
O tex­to de Apo­ca­lip­se 3.10 é cor­re­ta­
men­te co­nhe­ci­do co­mo uma das pas­sa­
gens bí­bli­cas que ­apóiam a dou­tri­na do
Ar­re­ba­ta­men­to pré-tri­bu­la­cio­nis­ta. En­tre­
tan­to, a se­gun­da par­te des­se ver­sí­cu­lo
men­cio­na a ex­pres­são “ha­bi­tan­tes da Ter­
ra” pe­la pri­mei­ra vez no li­vro de Apo­ca­
lip­se, con­for­me se lê: “Por­que guar­das­te a
pa­la­vra da mi­nha per­se­ve­ran­ça, tam­bém
eu te guar­da­rei da ho­ra da pro­va­ção que
há de vir so­bre o mun­do in­tei­ro, pa­ra ex­pe­
ri­men­tar os que ha­bi­tam so­bre a ter­ra”.
Nes­se ver­sí­cu­lo en­con­tra-se a pri­mei­ra
ocor­rên­cia do que de­no­mi­no de “ha­bi­
tan­tes da Ter­ra”, uma ex­pres­são que ge­ral­
men­te é tra­du­zi­da por “os que ha­bi­tam so­
bre a ter­ra”. Es­sa fra­se ocor­re on­ze ve­zes
em no­ve ver­sí­cu­los do li­vro de Apo­ca­lip­se
(Ap 3.10; Ap 6.10; Ap 8.13; Ap 11.10, 2
ve­zes; Ap 13.8,12,14, 2 ve­zes; Ap 14.6; Ap
17.8). “Ha­bi­tan­tes da Ter­ra” é um de­sig­
na­ti­vo pa­ra as pes­soas des­cren­tes que per­
sis­ti­rem na sua in­cre­du­li­da­de du­ran­te o
pe­río­do da Tri­bu­la­ção vin­dou­ra.
O contexto do
Antigo
Testamento
Co­mo a ­maior par­te da ter­mi­no­lo­
gia neo­tes­ta­men­tá­ria, a ex­pres­são “ha­
14
bi­tan­tes da ter­ra” ori­gi­na-se no An­ti­
go Tes­ta­men­to. Al­gu­mas for­mas de­la
ocor­rem cer­ca de 50 ve­zes no An­ti­go
Tes­ta­men­to he­brai­co[1], sem in­cluir a
ex­pres­são se­me­lhan­te “ha­bi­tan­tes do
mun­do”, que ocor­re cin­co ve­zes.[2] A
es­ma­ga­do­ra maio­ria das ocor­rên­cias
des­sa ex­pres­são “ha­bi­tan­tes da ter­ra”
no An­ti­go Tes­ta­men­to é cor­re­ta­men­te
tra­du­zi­da por “ha­bi­tan­tes da ter­ra” ou
“os que ha­bi­tam na ter­ra”, uma vez
que o con­tex­to ime­dia­to faz re­fe­rên­cia
a um de­ter­mi­na­do ter­ri­tó­rio ou a al­
gum ­país, co­mo, por exem­plo, Is­rael.
En­tre­tan­to, num con­tex­to glo­bal, a
mes­ma ex­pres­são he­brai­ca é tra­du­zi­
da com ­mais pro­prie­da­de por “mo­ra­
do­res da ter­ra” (cf., Sl 33.14; Is 18.3; Is
24.6,17; Is 26.21; Jr 25.30; Jl 2.1; Sf
1.18). To­das as cin­co ocor­rên­cias da
ex­pres­são “ha­bi­tan­tes [ou mo­ra­do­res]
do mun­do” pa­re­cem se en­qua­drar
nes­se con­tex­to glo­bal (cf., Sl 33.8; Is
18.3; Is 26.9,18; Lm 4.12) e, com ex­ce­
ção de uma ocor­rên­cia (Lm 4.12), to­
das apa­re­cem no mes­mo con­tex­to em
que se men­cio­na a ex­pres­são “ha­bi­
tan­tes da ter­ra”. Quan­do as ex­pres­sões
“ha­bi­tan­tes [ou mo­ra­do­res] do mun­
do” e “ha­bi­tan­tes da ter­ra” são usa­das
no mes­mo con­tex­to, for­ta­le­ce-se a
con­cep­ção de que não se re­fe­rem a
Thomas Ice
um con­tex­to lo­cal, mas a um con­tex­to
glo­bal ou mun­dial.
To­das as ocor­rên­cias glo­bais da ex­
pres­são “ha­bi­tan­tes da ter­ra” no An­ti­
go Tes­ta­men­to apa­re­cem num con­tex­
to de jul­ga­men­to e é pro­vá­vel que to­
das as afir­ma­ções re­la­cio­na­das a ela se
cum­pram no fu­tu­ro, du­ran­te o Dia do
Se­nhor, tam­bém co­nhe­ci­do co­mo pe­
río­do da Tri­bu­la­ção. Um fa­to re­le­van­te
é que tan­to a ex­pres­são “ha­bi­tan­tes da
ter­ra” quan­to a ex­pres­são “ha­bi­tan­tes
[ou mo­ra­do­res] do mun­do” são usa­das
por di­ver­sas ve­zes nos ca­pí­tu­los 24-27
de ­Isaías, uma se­ção do li­vro fre­qüen­
te­men­te de­no­mi­na­da de “o Apo­ca­lip­se
de ­Isaías”. O ca­pí­tu­lo 24 nos in­for­ma
que o juí­zo mun­dial de ­Deus so­bre­vi­rá
a to­da a hu­ma­ni­da­de por cau­sa dos pe­
ca­dos es­pe­cí­fi­cos dos “mo­ra­do­res da
ter­ra” (Is 24.5,6,17). O tex­to de ­Isaías
26.9b de­cla­ra: “...por­que, quan­do os
­teus juí­zos rei­nam na ter­ra, os mo­ra­do­
res do mun­do apren­dem jus­ti­ça”. Os
­dois úl­ti­mos ver­sí­cu­los do ca­pí­tu­lo 26
re­fe­rem-se ao pe­río­do da Tri­bu­la­ção.
O ver­sí­cu­lo 20 men­cio­na que Is­rael se
es­con­de­rá e se­rá pro­te­gi­do “...até que
pas­se a ira”. Se o re­ma­nes­cen­te de Is­
rael se­rá pro­te­gi­do du­ran­te a Tri­bu­la­
ção, ­qual se­rá, en­tão, o pro­pó­si­to de
­Deus em exe­cu­tar juí­zo du­ran­te es­se
chama da da m e ia-noit e | junho d e 2 0 0 9
“Por­que guar­das­te a pa­la­vra da
mi­nha per­se­ve­ran­ça, tam­bém eu te
guar­da­rei da ho­ra da pro­va­ção
que há de vir so­bre o mun­do in­tei­ro,
pa­ra ex­pe­ri­men­tar os que ha­bi­tam
so­bre a ter­ra”. (Apocalipse 3.10)
pe­río­do? O ver­sí­cu­lo 21 res­pon­de a es­
sa in­da­ga­ção nos se­guin­tes ter­mos:
“­Pois eis que o Se­nhor sai do seu lu­gar,
pa­ra cas­ti­gar a ini­qüi­da­de dos mo­ra­do­
res da ter­ra; a ter­ra des­co­bri­rá o san­gue
que em­be­beu e já não en­co­bri­rá aque­les
que fo­ram mor­tos” (Is 26.21). As­sim,
per­ce­be­mos que o pro­pó­si­to da Tri­bu­
la­ção vin­dou­ra é o de “cas­ti­gar” os ha­
bi­tan­tes da ter­ra. Is­so se as­se­me­lha
mui­to à afir­ma­ção en­con­tra­da em
Apo­ca­lip­se 3.10, na ­qual o Se­nhor de­
cla­ra que usa­rá a “pro­va­ção que há de
vir so­bre o mun­do in­tei­ro” [i.e., a Tri­bu­
la­ção] com o pro­pó­si­to de “ex­pe­ri­men­
tar os que ha­bi­tam so­bre a ter­ra”. Pa­re­
ce evi­den­te que os ca­pí­tu­los 24-27, es­
pe­cial­men­te o tex­to de ­Isaías 26.21,
chama da da meia - noit e | junho d e 2 009
pro­por­cio­nam o pa­no de fun­do pa­ra
que se pos­sa en­ten­der o sig­ni­fi­ca­do de
Apo­ca­lip­se 3.10, bem co­mo com­preen­
der o uso que o após­to­lo ­João faz da
ex­pres­são “ha­bi­tan­tes da ter­ra” ao lon­
go de to­do o li­vro de Apo­ca­lip­se.
“Para
experimentar os
que habitam
sobre a terra”
Já que um dos prin­ci­pais pro­pó­si­tos
dos juí­zos da Tri­bu­la­ção é o de “cas­ti­
gar” (Is 26.21) ou “ex­pe­ri­men­tar” (Ap
3.10) os ha­bi­tan­tes da ter­ra[3], é fun­da­
men­tal que sai­ba­mos o que is­so sig­ni­fi­
ca. O ter­mo gre­go tra­du­zi­do por “ex­pe­
ri­men­tar” é pei­ra­zo, que ­quer di­zer “es­
for­çar-se pa­ra des­co­brir a na­tu­re­za ou
ca­rá­ter de al­gu­ma coi­sa por ­meio de
tes­te; tes­tar, ex­pe­ri­men­tar, sub­me­ter à
pro­va”.[4] É im­por­tan­te que se te­nha em
men­te o fa­to de que um dos prin­ci­pais
pro­pó­si­tos dos juí­zos da Tri­bu­la­ção
des­cri­tos em Apo­ca­lip­se (­caps. 4-19) é
o de tes­tar os ha­bi­tan­tes da ter­ra sob as
cir­cuns­tân­cias ­mais ex­tre­mas, a fim de
com­pro­var a re­jei­ção de­les ao Cor­dei­ro
(i.e., Je­sus) e à Sua men­sa­gem (i.e., o
Evan­ge­lho). Ape­sar da se­ve­ri­da­de dos
jul­ga­men­tos que são des­fe­ri­dos do céu,
nem ao me­nos um mo­ra­dor da ter­ra se
ar­re­pen­de (ve­ja Ap 6.15-17; Ap 9.20-21;
Ap 16.9,11,21).
15
É pos­sí­vel que o tex­to de ­Isaías
26.21 te­nha em­pre­ga­do o ter­mo vin­
di­ca­ti­vo “cas­ti­gar” pe­lo fa­to de que,
se­gun­do o re­la­to de­ta­lha­do de Apo­ca­
lip­se, nem se­quer um ha­bi­tan­te da
ter­ra se ar­re­pen­de­rá du­ran­te a Tri­bu­
la­ção. A pro­fe­cia de ­Isaías re­tra­ta uma
re­so­lu­ção de­fi­ni­ti­va to­ma­da ­após ava­
lia­ção, ao pas­so que o após­to­lo ­João
se re­fe­re ao pro­pó­si­to an­tes que o
mes­mo pro­du­za de­ter­mi­na­do efei­to.
En­tre­tan­to, os acon­te­ci­men­tos sub­se­
qüen­tes de Apo­ca­lip­se não dei­xam a
me­nor dú­vi­da de que os ha­bi­tan­tes da
ter­ra, ­após se­rem sub­me­ti­dos às pro­
vas da Gran­de Tri­bu­la­ção, me­re­cem o
jus­to juí­zo de ­Deus.
Quem são “os que
habitam sobre a
terra”?
Quan­do se faz um le­van­ta­men­to
das on­ze ocor­rên­cias da ex­pres­são “ha­
bi­tan­tes da ter­ra” em Apo­ca­lip­se, per­
ce­be-se um com­po­nen­te in­te­res­san­te e
re­ve­la­dor. Es­ses ha­bi­tan­tes não ape­nas
pre­ci­sam ser ex­pe­ri­men­ta­dos pa­ra re­
ve­lar sua ver­da­dei­ra con­vic­ção (Ap
3.10), mas tam­bém são iden­ti­fi­ca­dos
cla­ra­men­te co­mo aque­les que per­se­
guem e ma­tam os cren­tes du­ran­te a
Tri­bu­la­ção (Ap 6.10). Mui­tos dos juí­
zos da Tri­bu­la­ção têm co­mo al­vo “os
ha­bi­tan­tes [ou mo­ra­do­res] da ter­ra”
(Ap 8.13). São os “ha­bi­tan­tes de ter­ra”
que se ale­gra­rão e en­via­rão pre­sen­tes
uns aos ou­tros quan­do as ­duas tes­te­
mu­nhas fo­rem mor­tas em Je­ru­sa­lém
na me­ta­de do pe­río­do da Tri­bu­la­ção
(Ap 11.10). Quan­do a bes­ta (i.e., o An­
ti­cris­to) é apre­sen­ta­da em Apo­ca­lip­se
13, ob­ser­va-se que “...ado­rá-la-ão to­dos
os que ha­bi­tam so­bre a ter­ra” (Ap
13.8,12). Por­tan­to, cem por cen­to dos
que “ha­bi­tam so­bre a ter­ra” re­ce­be­rão
a mar­ca da bes­ta em ­seus cor­pos e pas­
sa­rão a eter­ni­da­de sob con­de­na­ção no
La­go de Fo­go. Co­mo se­gui­do­res da
bes­ta, os “ha­bi­tan­tes da ter­ra” se­rão
en­ga­na­dos pe­los si­nais e mi­la­gres rea­
li­za­dos pe­lo fal­so pro­fe­ta du­ran­te a
Tri­bu­la­ção e eri­gi­rão uma ima­gem da
bes­ta, pro­va­vel­men­te no in­te­rior da­
que­le que se­rá o tem­plo dos ju­deus
(Ap 13.14). Em­bo­ra o pú­bli­co-al­vo da
pre­ga­ção do Evan­ge­lho pro­cla­ma­da
por um men­sa­gei­ro an­ge­li­cal se­jam os
“ha­bi­tan­tes da ter­ra” (Ap 14.6), ne­
nhum dos ou­vin­tes se­gui­rá o Cor­dei­ro;
pe­lo con­trá­rio, to­dos se ma­ra­vi­lha­rão
com a bes­ta (Ap 17.8).
­Tony Gar­land faz uma cor­re­ta su­
po­si­ção de que a ex­pres­são “ha­bi­tan­tes
da ter­ra” trans­mi­te um sig­ni­fi­ca­do “so­
te­rio­ló­gi­co-es­ca­to­ló­gi­co[5] no li­vro de
Apo­ca­lip­se por­que de­sig­na os per­di­dos
[i.e., não-sal­vos] no tem­po do fim, os
­quais con­ti­nuam em sua fir­me re­jei­ção
a ­Deus”.[6] Por­tan­to, em vez de ser
uma de­sig­na­ção geo­grá­fi­ca, a ex­pres­
são “ha­bi­tan­tes da ter­ra” é uma de­sig­
na­ção mo­ral, ain­da que a fra­se te­nha
co­no­ta­ção geo­grá­fi­ca. A ex­pres­são “ha­
Ao con­trá­rio dos ­fiéis a ­Deus que são
es­tran­gei­ros e pe­re­gri­nos na ter­ra, cu­
ja es­pe­ran­ça se en­con­tra no céu, es­ses
que ha­bi­tam so­bre a ter­ra ­põem sua
con­fian­ça no ho­mem e no ­meio-am­bien­te.
16
chama da da m e ia-noit e | junho d e 2 0 0 9
bi­tan­tes da ter­ra” pa­re­ce ser uma fi­gu­
ra de lin­gua­gem de­no­mi­na­da si­né­do­
que, na ­qual o to­do (i.e., os ha­bi­tan­tes
da ter­ra) é usa­do pa­ra de­sig­nar uma de
­suas par­tes (os des­cren­tes do pe­río­do
da Tri­bu­la­ção).[7]
A rea­li­da­de dos “ha­bi­tan­tes da ter­
ra” é con­tras­ta­da com o le­gí­ti­mo cen­
tro das aten­ções do li­vro de Apo­ca­lip­se
que é o tem­plo ce­les­tial, do ­qual são
ex­pe­di­das as or­dens di­vi­nas pa­ra o es­
ta­be­le­ci­men­to do Rei­no de ­Deus na
ter­ra. Por ou­tro la­do, o cen­tro das
aten­ções e am­bi­ções dos “ha­bi­tan­tes da
ter­ra” li­mi­ta-se à ter­ra, nu­ma des­con­si­
de­ra­ção com a von­ta­de de ­Deus pro­fe­
ri­da do céu e de­cre­ta­da na ter­ra. Gar­
land co­men­ta que “es­se fa­to ex­pli­ca a
ra­zão pe­la ­qual os acon­te­ci­men­tos de
Apo­ca­lip­se en­vol­vem gran­des juí­zos
der­ra­ma­dos so­bre os sis­te­mas na­tu­rais
da ter­ra, vis­to que a Ter­ra se tor­nou
um ído­lo ado­ra­do pe­los que ne­la ha­bi­
tam”.[8] Ao con­trá­rio dos ­fiéis a ­Deus
que são es­tran­gei­ros e pe­re­gri­nos na
ter­ra (Lv 25.23; Nm 18.20,23; 1 Cr
29.15; Sl 39.12; Sl 119.19; Jo 15.19; Jo
17.14,16; Fp 3.20; Hb 11.13; 1 Pe 2.11),
cu­ja es­pe­ran­ça se en­con­tra no céu (Hb
11.13-16; Ap 13.6), es­ses que ha­bi­tam
so­bre a ter­ra ­põem sua con­fian­ça no
ho­mem e no ­meio-am­bien­te”.[9] Re­
nald Sho­wers de­cla­ra: “To­das es­sas re­
fe­rên­cias do li­vro de Apo­ca­lip­se aos
“que ha­bi­tam so­bre a ter­ra” são uma
cla­ra in­di­ca­ção de pes­soas não-sal­vas
do fu­tu­ro pe­río­do de pro­va­ção, as
­quais nun­ca se­rão sal­vas [...] Ape­sar
dos de­vas­ta­do­res hor­ro­res da sex­ta
trom­be­ta, que cau­sa­rão a mor­te de um
ter­ço da hu­ma­ni­da­de, os ha­bi­tan­tes da
ter­ra não se ar­re­pen­de­rão de ­suas
­obras per­ver­sas (Ap 9.20-21)”.[10]
Outras
referências
O tex­to de Lu­cas 21.35, que é par­te
do dis­cur­so so­bre o fim dos tem­pos
pro­fe­ri­do por nos­so Se­nhor no mon­te
das Oli­vei­ras, faz a se­guin­te ad­ver­tên­
cia: “­Pois há de so­bre­vir a to­dos os que
vi­vem so­bre a fa­ce de to­da a ter­ra”.
Nes­se ca­so em ques­tão, os “ha­bi­tan­tes
da ter­ra” são aque­les que se­rão pe­gos
de sur­pre­sa pe­los juí­zos do pe­río­do da
Tri­bu­la­ção. A mes­ma te­má­ti­ca do des­
pre­pa­ro se en­con­tra em 1 Tes­sa­lo­ni­
cen­ses 5 na re­fe­rên­cia aos “fi­lhos das
tre­vas” (1 Ts 5.1-11). ­Eles es­ta­rão des­
pre­pa­ra­dos por­que não cre­rão em Je­
sus Cris­to co­mo seu Sal­va­dor.
Uma ou­tra pas­sa­gem bí­bli­ca que
não usa a ex­pres­são “ha­bi­tan­tes da ter­
ra”, mas que mui­to pro­va­vel­men­te faz
alu­são aos “ha­bi­tan­tes da ter­ra” por
ou­tro de­sig­na­ti­vo (i.e., “os que não aco­
lhe­ram o ­amor da ver­da­de pa­ra se­rem
sal­vos” – cf. 2 Ts 2.10b), nos pro­por­cio­
na uma com­preen­são ­mais am­pla des­
sa ques­tão: “É por es­te mo­ti­vo, ­pois, que
­Deus ­lhes man­da a ope­ra­ção do er­ro,
pa­ra da­rem cré­di­to à men­ti­ra, a fim de
se­rem jul­ga­dos to­dos quan­tos não de­
ram cré­di­to à ver­da­de; an­tes, pe­lo con­
trá­rio, de­lei­ta­ram-se com a in­jus­ti­ça” (2
Ts 2.11-12). Tal de­cla­ra­ção re­for­ça a
confira
confira
i­ déia de que um tes­te e um jul­ga­men­to
dos “ha­bi­tan­tes da ter­ra” es­tão in­cluí­
dos no pro­pó­si­to es­ta­be­le­ci­do por
­Deus pa­ra a Tri­bu­la­ção. Nes­se con­tex­
to de 2 Tes­sa­lo­ni­cen­ses, ­Deus é vis­to
co­mo Aque­le que per­mi­te ao “ho­mem
da ini­qüi­da­de” [i.e., o An­ti­cris­to] rea­li­
zar fal­sos si­nais e pro­dí­gios da men­ti­ra
pe­lo fa­to de que os “ha­bi­tan­tes da ter­
ra” não ­amam a ver­da­de. Ma­ra­na­ta!
(Pre-­Trib Pers­pec­ti­ves)
Tho­mas Ice é di­re­tor-exe­cu­ti­vo do Pre-­Trib Re­search Cen­ter
em ­Lynchburg, VA (EUA). Ele é au­tor de mui­tos li­vros e um
dos edi­to­res da Bí­blia de Es­tu­do Pro­fé­ti­ca.
No­tas:
1. Ob­ti­do por pes­qui­sa ele­trô­ni­ca atra­vés do pro­gra­ma
de com­pu­ta­ção Ac­cor­dan­ce, ver­são 7.4.2.
2. Ob­ti­do por pes­qui­sa ele­trô­ni­ca atra­vés do pro­gra­ma
de com­pu­ta­ção Ac­cor­dan­ce, ver­são 7.4.2.
3. O ou­tro pro­pó­si­to prin­ci­pal da Tri­bu­la­ção é o de le­var
o po­vo de Is­rael à con­ver­são e acei­ta­ção de Je­sus co­
mo seu Mes­sias (Is 26.11-20; Jr 30.1-24; Ez 20.3344; Ez 22.17-22; Dn 12.1-13; Zc 12.10-13.1, etc).
4. Wal­ter ­Bauer, A ­Greek-En­glish Le­xi­con of the New Tes­ta­
ment and ­Other Chris­tian Li­te­ra­tu­re, tra­du­zi­do e adap­
ta­do por Wil­liam F. ­Arndt e F. Wil­bur Gin­grich, Chi­ca­go:
The Uni­ver­sity of Chi­ca­go ­Press, 1957, p. 793.
5. So­te­rio­ló­gi­co re­la­cio­na-se com o es­tu­do da dou­tri­na da
sal­va­ção, en­quan­to es­ca­to­ló­gi­co diz res­pei­to ao es­tu­do
da dou­tri­na das úl­ti­mas coi­sas.
6. (Os ter­mos em itá­li­co são ori­gi­nais) ­Tony Gar­land, A
Tes­ti­mony of Je­sus ­Christ: A Com­men­tary on the ­Book
of Re­ve­la­tion, 2 ­vols., Ca­ma­no Is­land, WA: Spi­ri­tAnd­
Truth.org, 2004, vol. 1, p. 264-5.
7. Ve­ja, Ethel­bert W. Bul­lin­ger, Fi­gu­res of ­Speech ­Used in
The Bi­ble, ­Grand Ra­pids: Ba­ker ­Book Hou­se, (1898),
1968, p. 637-8.
8. Gar­land, Re­ve­la­tion, vol. 2, p. 281, no­ta ex­pli­ca­ti­va nº 77.
9. (Os ter­mos em itá­li­co são ori­gi­nais) Gar­land, Re­ve­la­
tion, vol. 2, p. 265.
10. Re­nald E. Sho­wers, Ma­ra­na­tha, Our ­Lord Co­me, Bell­
mawr, NJ: The ­Friends of Is­rael Gos­pel Mi­nistry, 1995,
p. 265, ci­ta­do na o­ bra de Gar­land, Re­ve­la­tion, p. 265.
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17
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Notícias
01
Por que tantos focos de
conflitos?
O ho­mem de­ve­ria tor­nar-se ­mais sá­bio com o pas­sar dos mi­lê­nios, mas na prá­ti­ca não so­mos mui­to di­fe­ren­tes dos
nos­sos an­te­pas­sa­dos. As pes­soas não me­lho­ra­ram; ­seus ar­ma­men­tos, sim, ­pois com ­eles é pos­sí­vel ma­tar ca­da vez
­mais gen­te em me­nos tem­po.
O ano de 2008 trou­xe ­mais guer­
ras ao mun­do, mas tam­bém trou­xe um
si­nal de es­pe­ran­ça. Foi re­gis­tra­do um
au­men­to de con­fli­tos vio­len­tos e, com
a lu­ta en­tre a Rús­sia e a Geór­gia no
iní­cio de agos­to, a guer­ra re­tor­nou à
Eu­ro­pa. Mas um even­to do ano pas­sa­
do ani­ma os ana­lis­tas: a elei­ção de
Ba­rack Oba­ma co­mo pre­si­den­te dos
Es­ta­dos Uni­dos. Com ele au­men­ta­riam
as chan­ces de so­lu­ções di­plo­má­ti­cas e
di­mi­nui­ria o uso das ar­mas por par­te
dos ame­ri­ca­nos – pré-re­qui­si­to im­por­
tan­te pa­ra um mun­do ­mais pa­cí­fi­co,
mes­mo que o fim de to­das as guer­ras
con­ti­nue sen­do uma es­pe­ran­ça ir­real.
Anual­men­te, o Ins­ti­tu­to Pa­ra a So­
lu­ção In­ter­na­cio­nal de Con­fli­tos (de
Hei­del­berg/Ale­ma­nha),
es­ta­be­le­ce
uma “es­ca­la de con­fli­tos” di­vi­di­da em
ca­te­go­rias. Nos ­dois ní­veis ­mais gra­
ves, o ano pas­sa­do te­ria re­gis­tra­do
au­men­to em re­la­ção ao ano an­te­rior:
o nú­me­ro de guer­ras su­biu de 6 pa­ra
18
9 e os con­fli­tos re­gio­nais au­men­ta­ram
de 26 pa­ra 30... (N-tv)
Re­pe­ti­da­men­te nos per­gun­ta­mos
co­mo po­de ha­ver tan­ta bru­ta­li­da­de,
tan­to ter­ror, opres­são, ­ódio, ini­mi­za­de
e guer­ra no nos­so mun­do. O glo­bo es­
tá ­cheio de fo­cos de con­fli­tos. Pe­lo vis­
to, o mun­do não apren­deu ab­so­lu­ta­
men­te na­da do pas­sa­do.
A ex­pli­ca­ção é en­con­tra­da na Bí­
blia. O mun­do con­ti­nua li­dan­do com o
mes­mo ini­mi­go de sem­pre, tan­to ­mais
quan­to avan­ça­mos nos tem­pos fi­nais.
“Ele (­Deus) vos deu vi­da, es­tan­do
vós mor­tos nos vos­sos de­li­tos e pe­ca­
dos, nos ­quais an­das­tes ou­tro­ra, se­
gun­do o cur­so des­te mun­do, se­gun­do
o prín­ci­pe da po­tes­ta­de do ar, do es­
pí­ri­to que ago­ra ­atua nos fi­lhos da
de­so­be­diên­cia” (Ef 2.1-2). É uma ver­
da­de as­sus­ta­do­ra per­ce­ber que po­de-se
es­tar mor­to ain­da em vi­da. O ver­sí­cu­lo
5 des­cre­ve o mes­mo em ou­tras pa­la­
vras: “es­tan­do nós mor­tos em nos­sos
de­li­tos”. E 1 Ti­mó­teo 5.6 tam­bém fa­la
da pos­si­bi­li­da­de de, mes­mo vi­vo, al­
guém es­tar mor­to.
O ho­mem vi­ve fi­si­ca­men­te, mas
des­de a que­da em pe­ca­do seu es­pí­ri­
to es­tá mor­to. Is­so ­traz con­se­qüên­
cias a to­dos os ­seus ­atos e, por ex­ten­
são, a to­dos os acon­te­ci­men­tos no
mun­do. Efé­sios 2.12 nos diz por­que é
as­sim: “na­que­le tem­p o, es­tá­veis sem
Cris­to, se­pa­ra­dos da co­mu­ni­da­de
de Is­rael e es­tra­nhos às alian­ç as da
pro­mes­sa, não ten­do es­p e­ran­ç a e
sem ­Deus no mun­do”.
Es­se é um ba­lan­ço real­men­te de­so­
la­dor: sem Cris­to, sem es­pe­ran­ça, sem
­Deus e sem vi­da! ­Quem não tem a
Cris­to, tam­bém não tem a ­Deus. Por
is­so, Efé­sios 4.18 diz acer­ca das pes­soas
que vi­vem cons­cien­te­men­te sem ­Deus:
que ­elas têm seu “en­ten­di­men­to obs­
cu­re­ci­do” e es­tão “­alheias à vi­da de
­Deus”, que vi­vem em “ig­no­rân­cia”,
“pe­la du­re­za do seu co­ra­ção”. Mes­mo
chama da da m e ia-noit e | junho d e 2 0 0 9
sen­do tão trá­gi­ca, es­sa afir­ma­ção é a
­mais pu­ra ver­da­de. Pes­soas sem Je­sus
não co­nhe­cem a ­Deus e es­tão ex­cluí­
das da vi­da dE­le e, por­tan­to, mor­tas
es­pi­ri­tual­men­te.
Nes­sa si­tua­ção de mor­te es­pi­ri­tual,
o ho­mem não é do­mi­na­do por ­Deus,
mas por aque­le que trou­xe o pe­ca­do e
a mor­te ao mun­do, pe­lo prín­ci­pe des­te
mun­do. A Bí­blia nos ex­pli­ca que exis­te
um cur­so des­te mun­do se­gun­do o
prín­ci­pe da po­tes­ta­de do ar, se­gun­do o
es­pí­ri­to que ago­ra ­atua nos fi­lhos da
de­so­be­diên­cia. Em Efé­sios 6, Pau­lo ex­
pli­ca que nos­so mun­do é do­mi­na­do
por Sa­ta­nás e ­seus de­mô­nios a par­tir
do cos­mo: “por­que a nos­sa lu­ta não é
con­tra o san­gue e a car­ne, e sim con­
tra os prin­ci­pa­dos e po­tes­ta­des, con­
tra os do­mi­na­do­res des­te mun­do te­
ne­bro­so, con­tra as for­ças es­pi­ri­tuais
do mal, nas re­giões ce­les­tes” (Ef
6.12). A pa­la­vra gre­ga pa­ra “do­mi­na­
dor do mun­do” é “kos­mo­kra­tor”, da
­qual de­ri­va a pa­la­vra cos­mo.
Uma hu­ma­ni­da­de de­so­be­dien­te a
­Deus, que re­jei­ta Seu Fi­lho Je­sus Cris­to,
es­tá de­pen­den­te do prín­ci­pe (ou do­mi­
na­dor), que age en­tre o céu e a ter­ra e
da­li in­fluen­cia o mun­do. Mas Sa­ta­nás e
­seus de­mô­nios não ape­nas in­fluen­ciam,
­eles tam­bém do­mi­nam os po­vos da ter­
ra. É ób­vio que is­so tem con­se­qüên­cias
ter­rí­veis so­bre os in­di­ví­duos, so­bre as
fa­mí­lias, as so­cie­da­des e as na­ções. Os
fo­cos de con­fli­tos e as cri­ses são cau­sa­
dos por Sa­ta­nás e fa­zem par­te de sua lu­
ta con­tra ­Deus. E, quan­to ­mais avan­ça­
mos nos tem­pos fi­nais, maio­res se tor­
nam os con­fli­tos. Is­so acon­te­ce
jus­ta­men­te nas re­giões que de­sem­pe­
nham al­gum pa­pel im­por­tan­te no ce­ná­
rio bí­bli­co-pro­fé­ti­co. É li­te­ral­men­te per­
cep­tí­vel que “al­go pai­ra no ar”.
O Apo­ca­lip­se fa­la de um tem­po fu­
tu­ro em que Sa­ta­nás se­rá lan­ça­do so­
bre a ter­ra (Ap 12.7-12), que en­tão se­rá
to­ma­da pe­lo ter­ror, de­mo­nis­mo, do­mí­
nio da vio­lên­cia e guer­ras.
Aqui­lo que acon­te­ce em es­ca­la glo­
bal tam­bém ex­pli­ca os con­fli­tos na vi­da
pes­soal. In­sa­tis­fa­ção e bri­gas, ­ódio e vio­
lên­cia, de­sen­ten­di­men­tos e se­pa­ra­ções
são cons­tan­tes e con­ti­nuam au­men­tan­
do. Mes­mo que o ho­mem não quei­ra ser
co­mo é e so­nha com ­amor e har­mo­nia,
é jus­ta­men­te a vi­da co­ti­dia­na que mos­
chama da da meia - noit e | junho d e 2 009
In­sa­tis­fa­ção e bri­gas, ­ódio e vio­lên­cia, de­sen­ten­di­men­tos
e se­pa­ra­ções são cons­tan­tes e con­ti­nuam au­men­tan­do.
tra o quan­to es­ses so­nhos es­tão dis­tan­tes
da rea­li­da­de. Mi­lha­res de ve­zes so­nha-se
com mu­dan­ças, e mi­lha­res de ve­zes na­
da acon­te­ce – até que che­ga a gran­de vi­
ra­da, quan­do al­guém se vol­ta pa­ra
Aque­le que mu­dou tu­do, que po­de al­te­
rar tu­do e que vai trans­for­mar tu­do. Em
Sua mor­te na ­cruz e em Sua res­sur­rei­ção
den­tre os mor­tos Je­sus trou­xe a gran­de
vi­ra­da. E es­ta se tor­na uma rea­li­da­de
bem ­atual pa­ra ca­da um que se ­abre pa­
ra Ele. E quan­do Je­sus vol­tar, tra­rá a
gran­de mu­dan­ça pa­ra o mun­do in­tei­ro.
O im­pos­sí­vel se tor­na­rá pos­sí­vel atra­vés
de Je­sus! Ca­da um que es­tá mor­to sem
Cris­to tor­na-se vi­vo com Ele!
­Deus é um ­Deus da vi­da e ­quer dar
a vi­da a uma hu­ma­ni­da­de caí­da em
pe­ca­dos e, por­tan­to, mor­ta. Por is­so
Je­sus ­veio, mor­reu por nós, res­sus­ci­tou
den­tre os mor­tos e foi ele­va­do aci­ma
dos ­céus – pa­ra tra­zer vi­da.
“(O po­der de ­Deus), o q
­ ual exer­
ceu ele em Cris­to, res­sus­ci­tan­do-o
den­tre os mor­tos e fa­zen­do-o sen­tar
à sua di­rei­ta nos lu­ga­res ce­les­tiais,
aci­ma de to­do prin­ci­pa­do, e po­tes­ta­
de, e po­der, e do­mí­nio, e de to­do no­
me que se pos­sa re­fe­rir não só no
pre­sen­te sé­cu­lo, mas tam­bém no
vin­dou­ro. E pôs to­das as coi­sas de­
bai­xo dos pés e, pa­ra ser o ca­be­ça
so­bre to­das as coi­sas, o deu á igre­ja,
a ­qual é o seu cor­po, a ple­ni­tu­de da­
que­le que a tu­do en­che em to­das as
coi­sas” (Ef 1.20-23).
Je­sus es­tá ele­va­do aci­ma de qual­
quer ou­tro po­der e tu­do Lhe es­tá su­jei­
to. As­sim, Je­sus es­tá mui­to aci­ma da­
que­le que, se­gun­do Efé­sios 2.2, do­mi­
na nos ­ares e de­mo­ni­za es­te mun­do.
To­do aque­le que crê em Je­sus re­nas­ce
es­pi­ri­tual­men­te, sua po­si­ção “em Je­
sus” pas­sa a ser nas re­giões ce­les­tiais.
Por is­so, não es­tá ­mais sob a es­fe­ra de
­ação de Sa­ta­nás, mas sob o po­der do
Es­pí­ri­to (Cl 1.13).
“Mas ­Deus, sen­do ri­co em mi­se­ri­
cór­dia, por cau­sa do gran­de ­amor
com que nos ­amou, e es­tan­do nós
mor­tos em nos­sos de­li­tos, nos deu vi­
da jun­ta­men­te com Cris­to, – pe­la
gra­ça ­sois sal­vos, e, jun­ta­men­te com
ele, nos res­sus­ci­tou, e nos fez as­sen­
tar nos lu­ga­res ce­les­tiais em Cris­to
Je­sus” (Ef 2.4-6).
Sa­ta­nás é o prín­ci­pe des­te mun­do
(Jo 12.31; Jo 14.30; Jo 16.11), e por is­so
to­do o mal vem de­le. Mas se vo­cê es­tá
em Cris­to, Sa­ta­nás não é ­mais o seu
prín­ci­pe. O do­mí­nio mu­dou. Je­sus, o
Prín­ci­pe da Paz, (Is 9.6) é ago­ra o seu
Prín­ci­pe, no lu­gar de Sa­ta­nás. E Je­sus é
mui­to ­maior do que aque­le que es­tá no
mun­do (1 Jo 4.4). Es­sa mu­dan­ça de
do­mí­nio já foi ex­pe­ri­men­ta­da por
mui­tos, o que é uma pro­va evi­den­te do
po­der de Je­sus. (Nor­bert L
­ ieth).
19
aconselhamento
bíblico
É verdade que
o subconsciente
dirige
nossos atos?
Per­gun­ta: “A afir­ma­ção de que nos­sa
men­te é com­pos­ta de ­duas par­tes, o
cons­cien­te e o sub­cons­cien­te, tem com­
pro­va­ção cien­tí­fi­ca? É ver­da­de que é o
sub­cons­cien­te que re­ge a maio­ria das
nos­sas ­ações e que ele tam­bém con­tro­la
nos­sos com­por­ta­men­tos apren­di­dos?”
20
Res­pos­ta: Em pri­mei­ro lu­gar, a men­te, que é a se­de dos nos­sos pen­sa­men­tos, é uma
par­te não-fí­si­ca da nos­sa cons­ti­tui­ção. Ela não de­ve ser con­fun­di­da com o cé­re­bro, que
é um ór­gão fí­si­co per­ten­cen­te ao cor­po. Co­mo a men­te não tem pro­prie­da­des fí­si­cas,
ela es­tá fo­ra do al­can­ce da in­ves­ti­ga­ção cien­tí­fi­ca ob­je­ti­va.
A ­idéia de que nos­sa men­te tem uma par­te sub­cons­cien­te ou in­cons­cien­te, que de­
ter­mi­na ou in­fluen­cia nos­so com­por­ta­men­to, é um mi­to cria­do por Sig­mund ­Freud que,
se­gun­do al­guns, for­mu­lou a teo­ria quan­do es­ta­va sob o efei­to da co­caí­na. Es­sa era a dro­
ga que ele usa­va pa­ra tra­tar de sua pró­pria de­pres­são e que re­co­men­da­va aos ou­tros com
in­sis­tên­cia. Mes­mo que al­go acon­te­ces­se num cam­po hi­po­té­ti­co cha­ma­do in­cons­cien­te,
não há ne­nhum ­meio de dis­cer­nir, de for­ma cien­ti­fi­ca­men­te vá­li­da, ­quais te­riam si­do
es­ses pen­sa­men­tos. De­ve­ria ser ób­vio pa­ra to­do mun­do que es­sa su­pos­ta re­gião in­cons­
cien­te que de­ter­mi­na nos­sos pen­sa­men­tos e ­ações cons­cien­tes não pas­sa de es­pe­cu­la­ção
em be­ne­fí­cio pró­prio.
Em seu li­vro in­ti­tu­la­do The­rapy’s De­lu­sions: The ­Myth of the Un­cons­cious and the Ex­
ploi­ta­tion of To­day’s Wal­king Wor­ried (Ilu­sões da Te­ra­pia: O Mi­to do In­cons­cien­te e a Ex­plo­
ra­ção dos An­sio­sos de Ho­je, em tra­du­ção li­vre), Ri­chard Ofs­he e ­Ethan Wat­ters es­cre­vem:
Em­bo­ra se­ja ób­vio que to­dos nós te­mos pro­ces­sos men­tais dos ­quais não es­
ta­mos ple­na­men­te cons­cien­tes, a ­idéia do in­cons­cien­te di­nâ­mi­co pro­põe a exis­
tên­cia de uma po­de­ro­sa men­te ocul­ta que, sem o co­nhe­ci­men­to de seu hos­pe­dei­
ro, in­fluen­cia in­ten­cio­nal­men­te os ­mais ín­fi­mos pen­sa­men­tos e com­por­ta­men­tos.
Não exis­te ne­nhu­ma evi­dên­cia cien­tí­fi­ca da exis­tên­cia des­se ti­po de in­cons­cien­te
do­ta­do de in­ten­ção e nem de que os psi­co­te­ra­peu­tas te­nham mé­to­dos es­pe­ciais
pa­ra des­ven­dar real­men­te os pro­ces­sos men­tais dos ­quais não te­mos cons­ciên­
cia. No en­tan­to, a ale­ga­ção dos te­ra­peu­tas de que têm con­di­ções de ex­por e
mo­di­fi­car a men­te in­cons­cien­te con­ti­nua sen­do a pro­mes­sa se­du­to­ra de mui­tas
te­ra­pias ba­sea­das na in­te­ra­ção ver­bal.
Os cris­tãos têm si­do le­va­dos a acre­di­tar nes­sa fal­sa ­idéia de sub­cons­cien­te de­vi­do à in­
fluên­cia do acon­se­lha­men­to psi­co­ló­gi­co na igre­ja, prin­ci­pal­men­te en­tre os cha­ma­dos psi­
có­lo­gos cris­tãos e os pra­ti­can­tes da cu­ra in­te­rior. O re­sul­ta­do prá­ti­co des­se con­cei­to pseu­
do­cien­tí­fi­co com­ple­ta­men­te an­ti­bí­bli­co é que o in­di­ví­duo não po­de ser res­pon­sa­bi­li­za­do
por ­suas ­ações pe­ca­mi­no­sas, por­que ­elas fo­ram de­ter­mi­na­das sem o seu en­vol­vi­men­to
cons­cien­te. ­Além dis­so, é um pra­to ­cheio de des­cul­pas pa­ra a nos­sa na­tu­re­za pe­ca­mi­no­sa.
A no­ção de in­cons­cien­te, ou sub­cons­cien­te, é es­tra­nha ao en­si­no bí­bli­co. A Pa­la­vra
de ­Deus tra­ta da hu­ma­ni­da­de com ba­se no com­por­ta­men­to cons­cien­te so­bre o ­qual
to­dos nós te­mos con­tro­le, o que nos faz, por­tan­to, res­pon­sá­veis por nos­sos ­atos. Com
cer­te­za, exis­tem ­áreas que são um mis­té­rio pa­ra nós; ­áreas re­la­cio­na­das com o co­ra­
ção, a men­te, a von­ta­de, as emo­ções e o que a Bí­blia cha­ma de “o mis­té­rio da ini­qüi­da­
de”, ou pe­ca­do. Mas es­sas ­áreas es­tão fo­ra do al­can­ce da in­ves­ti­ga­ção hu­ma­na e só
­Deus as co­nhe­ce: “Ou­ve tu dos ­céus, lu­gar da tua ha­bi­ta­ção, per­doa e dá a ca­da um se­
gun­do to­dos os ­seus ca­mi­nhos, já que lhe co­nhe­ces o co­ra­ção, por­que tu, só tu, és co­nhe­
ce­dor do co­ra­ção dos fi­lhos dos ho­mens. En­ga­no­so é o co­ra­ção, ­mais do que to­das as coi­
sas, e de­ses­pe­ra­da­men­te cor­rup­to; ­quem o co­nhe­ce­rá? Eu, o Se­nhor, es­qua­dri­nho o co­
ra­ção [...]” (2 Crô­ni­cas 6.30; Je­re­mias 17.9-10). (Da­ve ­Hunt, The Be­rean C
­ all)
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