Manual do Bolsista
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Manual do Bolsista
Manual do Bolsista Um manual para auxiliar o bolsista brasileiro de primeira viagem antes, durante e depois de sua estada no Japão! Rômulo Ehalt 2006 1 Parabéns!!! Então, você foi aprovado para uma bolsa de estudos no Japão? Antes de mais nada, parabéns! Você vai ter uma oportunidade fantástica de mergulhar dentro da cultura japonesa, fazer grandes amigos e começar uma empolgante carreira na área das relações entre o Brasil e o Japão. O segredo básico é ter a mente sempre aberta. Esteja disposto a experimentar novos sabores, conhecer novas pessoas, visitar novos lugares, enfim, esteja aberto a tudo que lhe for oferecido, e você sem perceber irá aproveitar ao máximo sua estadia no Japão! Fora este segredo, temos alguns outros conselhos, dicas e sugestões para você. Primeira dica: leia este manual com atenção e anote qualquer dúvida. Se quiser, pode mandar para o endereço de e-mail [email protected]. Estarei sempre disposto a atender quaisquer dúvidas e auxiliar sempre que possível para facilitar sua estada no Japão, aproveitando para expandir e incrementar mais ainda este manual sempre em revisão. Um grande abraço, e boa viagem! Rômulo Ehalt Observação: este manual é um material a ser distribuído gratuitamente para bolsistas, visando atender tanto suas dúvidas quanto acalmar corações nervosos de suas mães. Contribua sempre com dicas e sugestões para que ele melhore cada vez mais! 2 Índice Pág. 1. Preparando as Malas.................................................. 4 1.1 Roupas 1.2 Sapatos 1.3 Medicamentos 1.4 Omiyage – presentes para levar 1.5 Cosméticos 1.6 Roupas de Cama e Banho 1.7 Malas e Bagagem 2. Fotografias e Documentos.......................................... 10 2.1 Fotografias 2.2 Documentos a) Gaikokujin Tōrokushomeishō (Documento de Estrangeiro) b) Gakuseishomeishō (Documento de Estudante) c) Votando no Japão: Transferência de Título de Eleitor d) Habilitação de Motorista e) Registro e Revalidação de Diploma 3. Vacinas e Doenças.......................................................... 16 3.1 Encefalite Japonesa 3.2 Febre Amarela 3.3 SARS 3.4 Emergências Médicas 4. Telefone e Internet........................................................... 18 4.1 Cartões Telefônicos 4.2 Telefones Públicos 4.3 Ligações Diretas Internacionais 4.4 Telefone Celular 4.5 Fax 4.6 Internet 5. Dinheiro e Bancos........................................................... 20 5.1 Dinheiro 5.2 Quanto vale? 5.3 Bancos 6. Consulados e Serviços Consulares................................. 23 6.1 Apoio aos Brasileiros Residentes no Japão 7. Transporte........................................................................ 24 7.1 Ônibus 7.2 Bonde 7.3 Trem e Metrô 7.4 JR Pass 7.5 Objetos perdidos 7.6 Táxi 7.7 Bicicleta 8. Desastres Naturais.......................................................... 30 8.1 Terremotos 8.2 Tufões 8.3 Treinamento 3 1. Preparando as malas Sua viagem está agendada, seus vistos em ordem, o dinheiro separado. E agora? O que colocar na bagagem composta por dois volumes de 32 kg mais a bagagem de mão? Algumas dicas podem ajudar na hora de preparar as malas. 1.1 Roupas Que roupa levar? Tudo depende da época que você vai chegar no Japão. Viajando em abril? Esqueça os casacos pesados, botas impermeáveis, etc., a não ser que você vá para Hokkaidō. Se não for o seu caso, roupas leves, sapatos e tênis podem suprir suas necessidades até o começo do outono, em Setembro. Até lá, você pode ir comprando seu guarda-roupa de inverno a preços mais módicos. Mas, se você vai em outubro, é mais aconselhável levar um guarda-roupa mais reforçado. Ao invés de desenterrar do seu armário aquele casaco já meio mofado, cheirando a naftalina, é melhor buscar casacos novos para um inverno de verdade! Algumas lojas especializadas vem surgindo nos últimos anos no Brasil, como a Loja de Inverno (http://lojadeinverno.com.br/) e a Timberland (http://www.timberland.com.br/). Apesar dos preços salgados, é mais fácil encontrar seu tamanho no Brasil (se você for maior do que os japoneses comuns). Não se esqueça de levar luvas e cachecol! Se você não encontrar roupas impermeáveis, para sobreviver à temporada de tufões e à neve, não se desespere. Existem muitos produtos no Japão para impermeabilizar roupas de diversos materiais. Pergunte aos seus senpais e amigos japoneses, eles certamente conhecerão os produtos certos para a sua necessidade. 1.2 Sapatos A numeração dos sapatos também é diferente. Ao contrário do Brasil, o Japão não possui sistema próprio; ao invés disso, a centimetragem é utilizada como sistema de numeração. Para calcular rapidamente qual é o tamanho do seu pé em centímetros, e vice-versa, você pode utilizar a seguinte fórmula: Centímetros +7 = x5 Brasileira 4 Numeração 4 Apesar de algumas discrepâncias, é uma fórmula muito confiável. Logo, se você calça número grandes como 42, 43 ou maior, encontrar um sapato no Japão pode ser um problema. Certifique-se de conhecer as lojas certas ou assegurar o envio do Brasil de modelos que lhe agradem. Se você não tiver muita paciência para a fórmula, um jeito mais divertido é ir experimentando tamanhos diferentes num boliche, por exemplo, onde eles estão divididos pelo tamanho. 1.3 Medicamentos Algumas pessoas reclamam que os medicamentos no Japão parecem ser mais fracos do que no Brasil, ou o contrário, talvez seja uma questão muito pessoal. Porém, é importante levar consigo aqueles medicamentos de uso diário com receita. Mesmo aspirinas e anti-ácidos precisam de receita para passar pelas alfândegas no Japão e nas escalas (principalmente nos EUA). Se possível, você deve fixar nas receitas adesivos identificadores dos medicamentos (pergunte ao seu médico), para que a alfândega possa compreender corretamente o conteúdo da receita. Mas tome cuidado para não exagerar na quantidade de medicamentos na bagagem, então não é necessário levar aspirina suficiente para 2 ou 4 anos! Lembre-se que com o tempo você vai acabar se acostumando com os remédios existentes nas farmácias japonesas, e descobrir que muitos dos seus medicamentos favoritos existem em versões nipônicas. Para usuários de medicamentos homeopáticos, por outro lado, às vezes é necessário levar quantidades maiores de frascos, portanto lembre-se sempre de ter receita para tudo. 1.4 Omiyage! Presentes pra levar Presentes para os amigos japoneses? Professores? Funcionários da faculdade? Orientador? Porteiro? Não precisa exagerar na quantidade (a não ser que você tenha MUITOS amigos japoneses), eles devem entender que você é um estudante e não tem condições de levar tantas coisas para tantas pessoas. Cuidado com os produtos não-industrializados! Castanhas, frutas e carnes sem processamento industrial (in natura) dificilmente passam pela alfândega, e podem inclusive levar a um mal-entendido e talvez até à negação da entrada no país! O mesmo vale para quaisquer pacotes que seus pais e amigos brasileiros queiram mandar para você no Japão. Por mais que seja barato comprar cinco quilos de 5 castanha de caju na feira, ainda é mais garantido mandar aquela latinha mais cara que se encontra à venda no mercado. Aliás, lembre-se de dizer para seus pais que certas coisas também são encontradas no Japão, para evitar custos desnecessários com o correio. A escolha dos presentes é um assunto um pouco mais complicado. Faça escolhas mais seguras, para não cometer gafes, como presentear um abstêmio com litros de cachaça. A lista abaixo, tirada do Almanaque do Bolsista 2003 da ASEBEX e complementada, traz alguns exemplos de presentes para levar: - Artigos de couro (o couro é um produto caro no Japão), como porta-cartões, carteiras, chaveiros, etc. - Jóias e bijuterias de pedras semi-preciosas; - Garrafas com desenhos de areia (algumas são até em formato de chaveiro); - Cigarros (os fabricados no Japão são mais fracos); - Slides, livros de fotos, cartões postais e vídeos sobre o Brasil (inclusive para usar nas suas apresentações sobre o Brasil); - Revistas e livros sobre o Brasil; - CDs de MPB, bossa-nova, samba etc.; - Camisetas de times de futebol brasileiros ou da seleção ou com estampas típicas do Brasil; - Chaveiros, caneta, espátulas e broches artesanais; - Cachaça, guaraná em pó ou em refrigerante, sucos de maracujá, acerola, etc.; - Quadros de cobre, objetos de madeira, tapetes de pele de boi ou de carneiro; - Objetos de pedra ágata (a vermelha é natural, qualquer outra é artificial colorida), como relógios de parede, cinzeiros, pedra para fazer inkan, hashi oki (apoiador de hashi) etc.; - Castanhas do Pará, pão de queijo etc.; - Chocolates como sonho de valsa, ovos de páscoa, bis, chocolates sortidos etc. e balas de café, confeitos etc.; - Própolis (especialmente para os idosos, pois é muito caro no Japão); - Chá mate e/ou erva-mate, Café etc. Se for levar chaveiros, evite figas, pois tem um sentido ofensivo no Japão. Também evite muitas bandeiras e mapas do Brasil, pois muitos jovens se sentem desconfortáveis com o nacionalismo. Quanto a café e outros produtos alimentícios, prefira quando possível as embalagens fechadas a vácuo, para evitar que estourem no compartimento de bagagens do avião. Lembre-se de sempre carregar alguns presentes extras, para as pessoas que for 6 conhecendo durante sua estada e para presentear a todos no final do período da bolsa. 1.5 Cosméticos Atenção para cuidados exagerados. O Japão não é nenhum deserto selvagem, e pastas de dente, escovas, desodorantes e xampus são encontrados lá tão facilmente quanto aqui. Mesmo que você adore seu xampu com hidratante, certamente um produto semelhante (ou até da mesma marca!) pode ser encontrado lá, graças à globalização. Desodorantes, porém, são um caso à parte. Se você sofre de hipersudorese (suar em grandes quantidades), talvez seja recomendado levar alguns frascos extras do seu desodorante preferido. É comum dizer que os desodorantes japoneses são mais fracos, visto que os japoneses não suam tanto quanto os estrangeiros. Para as meninas, se você já foi à Liberdade, em São Paulo, sabe que maquiagem é o que não falta. Mas atenção, leve alicate de unha, pois dificilmente se encontra no Japão! 1.6 Roupas de cama e banho Roupa de cama e banho é uma dúvida comum para os bolsistas. Lençóis, travesseiros e cobertores podem normalmente ser obtidos com a administração do seu dormitório, em alguns casos como empréstimo, em outros como aluguel. De qualquer forma, se mesmo assim você quiser levar um conjunto de roupa de cama “só para garantir”, é recomendável embalar à vácuo travesseiros e cobertores (ainda mais se for um edredom), o que faz seu volume diminuir consideravelmente. Aeroportos em geral oferecem esse tipo de serviço, e não custa nada tirar umas horinhas dias antes da partida para preparar este tipo de bagagem. Quanto à roupa de banho, recomenda-se levar uma ou duas toalhas. Mesmo assim, novas toalhas podem ser obtidas muito facilmente em lojas ou mesmo no próprio dormitório. 1.7 Malas e Bagagem Se possível, é recomendável pesar sua bagagem algum tempo antes do embarque, para evitar surpresas desagradáveis na hora do check-in. Caso você ultrapasse o limite em alguma mala, tente redistribuir o conteúdo das malas para ficar abaixo dos 32 kg (para aqueles que viajam pela Europa, o limite é de 20kg por volume). Se for imprescindível levar aquele dicionário pesado, 7 alguns livros a mais e você perceber que não há jeito, confira se não é mais barato pagar por um terceiro ou mesmo um quarto volume de 32 kg ao invés do excesso de peso de uma mala. Deve-se prestar atenção também aos limites da bagagem de mão. São permitidos dois volumes de bagagem de mão. Segundo o Departamento de Aviação Civil, cada volume da bagagem de mão deve ser pequena o bastante para caber debaixo do assento (a soma do comprimento, largura e altura não pode ultrapassar 115 cm), e não pode exceder 5 kg, limite suportado com segurança pelo bagageiro acima das poltronas. Estas medidas devem incluir também compras no aeroporto e lojas Duty Free. Além desta bagagem, pode-se levar ainda um casaco á tiracolo, guarda-chuva ou bengala, máquina fotográfica pequena ou binóculo, material de leitura e lanche. Vale ainda lembrar da lista de objetos considerados perigosos e que não podem ser levados sob qualquer circunstância dentro da cabine de passageiros de um avião. Mesmo objetos aparentemente inofensivos, como armas de brinquedo; lixas e cortadores de unha; tesouras; estiletes; saca-rolhas; artigos esportivos como, por exemplo, tacos de golfe, raquetes de tênis/squash, tacos de baseball, skates; agulhas de tricô ou crochê; berimbaus, etc. devem permanecer dentro da bagagem despachada no check-in, jamais dentro da bagagem de mão, sob o risco de interceptação e detenção policial e/ou alfandegária. Seringas e agulhas para uso médico pessoal podem ser levadas como bagagem de mão, desde que você porte consigo a receita médica com adesivo com o nome do medicamento e com o nome do médico ou farmácia responsável pela receita. Além destes itens, carrinhos de bebê, bolsas femininas, urnas com cinzas, containeres com órgãos humanos, muletas e aparelhos ortopédicos em geral podem ser levados como bagagem de mão. Por outro lado, cadeiras de rodas devem ser desmontadas e transportadas no compartimento de bagagem do avião. Em alguns casos, mesmo o despache pelo check-in de artigos considerados perigosos deve ser declarado e acompanhado de um termo de responsabilidade. Não são raros os casos de pessoas que perdem horas no seu destino para recuperar uma tesoura ou um cortador de unha. Tenha absoluta certeza da indispensabilidade do objeto. Lembre-se: o Japão não é um deserto sem lojas. Cortadores de unha e tesouras podem ser facilmente obtidos em qualquer loja de conveniência, e raramente valem o desgaste de despachá-los como armas ou itens perigosos. 8 Itens eletrônicos possuem uma legislação própria para transporte como bagagem de mão. Nem todos podem ser utilizados durante toda a viagem, e quase todos devem permanecer desligados durante a decolagem e aterrissagem da aeronave. Consulte a companhia e os folhetos de segurança para maiores informações. Se você resolver despachá-los para transporte no porão, vale lembrar que a maioria das empresas não se responsabiliza por estes artigos. Quando chegar ao seu destino, certifique-se de estar com todos os seus pertences e malas despachados no Brasil antes de sair do aeroporto. No caso de extravio de bagagem, procure imediatamente o balcão da companhia aérea responsável pelo seu vôo, e não deixe o aeroporto até ter certeza da localização do pertence perdido e do prazo para recebimento do mesmo. 9 2. Fotografias e Documentos 2.1 Fotografias Preparando-se para a viagem? Então alguém certamente já sugeriu que você deve levar umas 20 fotos 3x4, 10 5x7, só para fazer a documentação no Japão, certo? Esqueça! As fotos brasileiras raramente são usadas no Japão, pelo simples fato do tamanho ser diferente. Lá é comum pedir fotografias 3,5x4,5, e outros tamanhos que nenhum estúdio fotográfico disponibiliza. Mas isso não é motivo para preocupação, já que quase todos os locais onde você precisará de uma foto contam com máquinas de fotografia automáticas na porta. É aconselhável, porém, tirar umas 10 fotos do tamanho que lhe for pedido logo na primeira vez, pois com certeza você utilizará o restante mais tarde. 2.2 Documentos a) Gaikokujin Estrangeiro) Tōrokushomeishō (Documento de Quando chegar ao Japão, você irá passar pelo serviço de imigração. É necessário apresentação do passaporte com o visto japonês, que você lembrou de tirar, certo? Você terá então um prazo para tirar o documento de identificação de estrangeiro, o chamado Gaikokujin Tōrokushomeishō ( 外 国 人 登 録 証 明 証 ). Este é o seu principal documento de identificação, e você deverá carregá-lo onde quer que vá, inclusive se sair do Japão para viajar durante o tempo da sua bolsa. Você pode ser parado pela polícia se circular em bairros calmos durante a madrugada, ou se agir de modo suspeito, e deverá apresentar este documento imediatamente. Em alguns casos pode substituir o Gaikokujin Tōroku shomeishō pelo documento de estudante (Gakusei shomeishō 学生証明証), mas lembre-se: não portar o Gaikokujin Tōrokushomeishō é considerado um crime, e você pode ser punido por isso. b) Gakuseishomeishō (Documento de Estudante) O documento de estudante, Gakuseishomeishō, será entregue a você pela sua universidade. Ele é necessário para conseguir descontos em cinemas, passes de trem (Teikiken 定期券) algumas lojas e restaurantes. Porém, em alguns casos, como viagens de longas distâncias, para conseguir o desconto de 10 estudante será necessário um outro documento, emitido pela universidade, como uma certidão de matrícula. c) Votando no Japão: Transferência de Título de Eleitor Morando no exterior, mesmo que por um ano (especialmente em caso de ano eleitoral), você deve transferir seu título de eleitor para participar das eleições presidenciais e ficar isento de qualquer eleição para cargos legislativos e executivos estaduais e municipais. Lembre-se que morar no exterior NÃO é uma justificativa automática para qualquer eleição! Procure se informar para evitar surpresas desagradáveis quando voltar ao Brasil. Para aqueles que completarem 18 anos no Japão, também é obrigatória a participação no processo eleitoral, devendo confeccionar seu título de eleitor lá. Você pode pedir a transferência do título antes de ir ao Japão. Basta se dirigir ao TRE que represente a Zona ZZ (código de zona eleitoral responsável por brasileiros morando no exterior). Para localizar o TRE mais próximo de você, acesse o site http://www.tse.gov.br/institucional/tribunais_regionais/principal.html. Você pode ainda telefonar para pedir a localização da repartição responsável pela Zona ZZ: Belém: (91) 3213-4600, www.tre-pa.gov.br Belo Horizonte: (31) 3298-1100, www.tre-mg.gov.br Brasília: (61) 3441-1000, www.tre-df.gov.br Curitiba: (41) 3330-8500, www.tre-pr.gov.br São Paulo: (11) 6858-2000, www.tre-sp.gov.br Rio de Janeiro: (21) 3861-3000, www.tre-rj.gov.br É possível pedir a transferência pela internet, mas não é recomendável, pois é bem mais complicado do que ir pessoalmente. É necessário ter o título de eleitor há mais de um ano, e saber o seu endereço no Japão. Explique sua situação ao atendente e, se possível, leve consigo um comprovante ou carta de aprovação do consulado, onde esteja informada a data da viagem e o período de duração da bolsa. Leve também seu passaporte com visto e uma cópia, pois você ainda não tem comprovante de residência no Japão. Outra maneira é pedir a transferência através de um escritório consular ou embaixada no Japão, de onde toda a documentação é então enviada à sede do TRE em Brasília. Lembre-se de ficar atento aos prazos! Os documentos necessários para a transferência variam, logo se certifique de sempre levar: 11 1. Documento de identidade brasileiro original (Carteira de Identidade, Carteira de Trabalho, Passaporte, Certidão de Nascimento, Certidão de Casamento ou Certificado de Alistamento Militar); 2. Comprovante de residência no Japão (conta de luz, conta de telefone etc) ou o passaporte com visto e cópia; 3. Em alguns casos, eleitores do sexo masculino devem apresentar cópia do certificado de quitação com o serviço militar e; 4. Título de Eleitor. Qualquer dúvida, você pode contatar a seção do TRE responsável por eleitores no exterior através do e-mail [email protected], ou telefonar direto para Brasília pelo número (55 61) 3348-9440. d) Habilitação de Motorista Como você pode estar habilitado para dirigir no Japão? Com aquela carteira internacional de habilitação que você tirou no Brasil? Sinto muito informar, mas a carteira internacional não é válida no Japão. Para poder dirigir no Japão será necessário solicitar a transferência da carteira brasileira (Gaimen Kirikae 外面切り替え) e passar por provas práticas e teóricas para poder retirar a carteira japonesa de habilitação. Como as províncias são responsáveis pela emissão da carteira, você deve procurar se informar de maiores detalhes nos centros de habilitação existentes em cada província (os Menkyo Center 免許センター). Para exemplificar, citemos o caso da província de Saitama. Para realizar a transferência você deve levar ao centro de habilitação: 1. Habilitação (Carta/Carteira de Motorista) brasileira original; 2. Tradução da Habilitação pela JAF; 3. Passaporte; 4. 2 fotos (tamanho 3x2,4 cm); 5. Gaikokujin Tōrokushō; 6. Comprovante de residência emitido pela prefeitura da sua área (aquele papel azul que você recebe quando faz o Gaikokujin Tōrokushō); 7. Carteira de Identidade (RG) brasileira original; 8. Prontuário de Habilitação do DETRAN (Não precisa ser traduzido); 12 9. Taxa de ¥2400 (em 2006)para cada tentativa de tirar a carteira. Para realizar a tradução da Habilitação, vá até a JAF (Federação Automobilística do Japão). A JAF possui escritórios em todas as cidades do Japão, localize o mais próximo pelo site http://www.jaf.or.jp/profile/general/office/index.htm (japonês) ou http://www.jaf.or.jp/e/list.htm (inglês). Em Tokyo, a JAF fica em Minato-ku, Shiba-koen 3-5-8, 〒105-0011. Custa ¥3000 (em 2006) e leva 20 minutos. Maiores informações, acesse o site da JAF: www.jaf.or.jp. Após uma minuciosa verificação da documentação e o preenchimento de um cadastro no Centro de Habilitação, os candidatos a motoristas são submetidos a um exame de vista, seguido de uma prova teórica que consiste de 10 questões sobre leis de trânsito, bastando apenas marcar sim ou não nas afirmativas apresentadas. O exame teórico pode ser feito em português, japonês, chinês, coreano, inglês, persa, russo, tailandês e tagalog. Porém, a prova em português apresenta alguns deslizes na tradução que dificultam, por vezes, a compreensão dos fatos. Passada a prova teórica é a vez da prova prática para a qual e cobrada uma taxa no valor de ¥2400. Em caso de aprovação, serão cobrados mais ¥1750 ienes para a emissão da carteira (obs.:valores em 2006) Embora a avaliação teórica seja realizada em português, a prática é apenas em japonês. Portanto, deve-se atentar para algumas palavras em nihongo, como: migi (direita), hidari (esquerda), tsukiatari (fim da via), uinka (seta), magatte (vire, dobre), kuranku (caminho sinuoso que parece um Z), esuji (caminho em S), shingō (sinal de trânsito), tomare (pare), shasen (pista) alem de números e nome de cores. A prova pratica não é difícil e o circuito a ser percorrido muito se parece com aqueles montados nos estacionamentos de shopping centers para corridas de kart indoor. Mas é fato que, o nervosismo causado pelo ambiente e principalmente pela falta de uma boa comunicação e expressão em japonês pesam um pouco. O exame prático requer muita calma e atenção. Não tente mostrar desenvoltura e grandes habilidades no volante, pois isso não costuma agradar os examinadores. A dica e dirigir bem devagar olhando sempre para os retrovisores assim como para as laterais da pista. 13 Outras dicas: -Não “queime” as faixas de sinalização e nem mesmo a que divide a via em mão dupla. Isso e reprovação imediata; -Lembre-se, no Japão sinal amarelo é o mesmo que PARE; -Ao fazer uma curva, além de olhar nos retrovisores, vire também o pescoço para trás para certificar-se que a pista está livre; -Atenção com a contra-mão! Mantenha o carro sempre no lado ESQUERDO da via; -Caso seja reprovado, NÃO discuta com o instrutor, pois ele não irá mudar de idéia ouvindo seus argumentos; -Havendo oportunidade tente treinar em alguma auto-escola antes de fazer a prova. É interessante se acostumar com a mão japonesa assim como com a sinalização. Aproveite também para aprender os "cacoetes" de direção indispensáveis para aprovação. Para encontrar o Menkyo Center responsável pela sua área de residência, cheque a lista no site http://untenmenkyo.com/zenkoku_menkyo_center.htm (em japonês). e) Registro e Revalidação de Diploma Talvez você já saiba disso, mas todos os diplomas obtidos no Japão precisam de reconhecimento e revalidação para a utilização no Brasil dos títulos e graus obtidos com estudo e/ou pesquisa no Japão. Por isso, após concluir seu curso de graduação/mestrado/doutorado/especialização etc., você deverá passar por um longo processo burocrático para revalidar o diploma no Brasil. O primeiro passo é registrar o seu diploma ainda no Japão. Qualquer documento estrangeiro, como o diploma expedido por uma universidade japonesa, deve ser registrado no Consulado ou Embaixada do Brasil no exterior para ter validade em qualquer processo legal no Brasil, como a revalidação. Logo, você deve procurar seguir as orientações presentes no sites do ConsuladoGeral do Brasil em Tokyo http://www.consbrasil.org/arquivos/Diplomas-DocumentosEscolares.PDF. Sobre selos e reconhecimentos realizados pelo Gaimushō, o Ministério das Relações Exteriores do Japão (外務省), necessários para o registro do diploma, acesse o site http://www.mofa.go.jp/mofaj/toko/todoke/shomei/index.html (em japonês). A revalidação deve ser obtida no Brasil, podendo ser iniciada por meio de procuração legal, caso você não se encontre no país. Maiores informações sobre os trâmites estão no site do Ministério 14 das Relações Exteriores do Brasil (http://www.mre.gov.br/portugues/servico_consular/brasileiros/guia/t ransferencia.asp). Parece que apenas universidade públicas podem realizar a revalidação no Brasil, e de preferência instituições que possuam cursos semelhantes ao realizado no Japão. Vale a pena checar currículos e matérias de diversos cursos para encontrar o mais semelhante ao seu, pois sua dissertação/tese será avaliada por uma banca formada por professores da universidade escolhida. Lembre-se de buscar informações sobre os documentos necessários para a revalidação, já que variam de acordo com a instituição. Algumas pedem traduções juramentadas, enquanto outras aceitam traduções simples; da mesma forma, existem universidade que aceitam documentação em inglês, como a USP, enquanto outras só aceitam em português. 15 3. Vacinas e Doenças 3.1 Encefalite Japonesa Para obter o visto de entrada japonês não é exigido nenhum tipo de vacina ou comprovante de vacina. Aconselha-se apenas que aqueles que se dirigem à áreas rurais tomem a vacina contra Encefalite Japonesa, mas mesmo para estes não há nenhuma obrigatoriedade. A vacina contra a Encefalite Japonesa não se encontra disponível nas redes pública ou particular de saúde no Brasil. Sua aplicação é feita em 3 doses, com reações suaves em 20% dos casos e graves em 0,6%. Para maiores informações, confira o site do CIVES (Centro de Informação em Saúde para Viajantes, da UFRJ) sobre a Encefalite Japonesa: http://www.cives.ufrj.br/informacao/ej/. 3.2 Febre Amarela Se você pretende viajar pela Ásia, aproveitando sua estadia no Japão, é aconselhável tomar a vacina contra Febre Amarela ainda no Brasil, onde ela pode ser facilmente encontrada. Segundo o Regulamento Sanitário Internacional, a vacina pode ser exigida como condição para a concessão de vistos de entrada. Muitos países asiáticos exigem o Certificado Internacional de Vacinação para viajantes oriundos de países da América do Sul ou da África, na maioria dos casos não importando a região de procedência dentro destes países. Confira a lista destes países no site da ANVISA: http://www.anvisa.gov.br/paf/febre/paises.htm. A vacina contra a Febre Amarela pode ser tomada em qualquer posto de saúde municipal e em alguns postos da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e é de graça. A vacina é válida por dez anos, a contar a partir do décimo dia após a aplicação. Ao tomar a vacina, você receberá um comprovante de vacinação válido em todo o território nacional. Para requerer o Certificado Internacional de Vacinação você deverá se dirigir a um dos postos da ANVISA munido do comprovante de vacinação e documento de identificação. A vacina geralmente produz poucos efeitos colaterais; 5% das pessoas podem desenvolver sintomas como febre, dor de cabeça e dor muscular entre 5 a 10 dias após a aplicação. Os endereços eletrônicos abaixo possuem maiores informações sobre a vacina contra a Febre Amarela. 16 CIVES: http://www.cives.ufrj.br/informacao/fam/fam-iv.html. Centros Municipais de Saúde na Cidade do Rio de Janeiro: http://www.cives.ufrj.br/informacao/unidades/cms-rio.html. Postos da ANVISA em todo o território nacional, capacitados a expedir o Certificado Internacional de Vacinação: http://www.anvisa.gov.br/paf/mapa/postos_paf.pdf. 3.3 SARS Outra doença que pode preocupar o bolsista é a SARS (sigla inglesa para a Síndrome Respiratória Aguda Grave), também conhecida como Pneumonia Asiática, Pneumonia Atípica, Gripe do Frango ou Gripe Aviária. Apesar do risco atual de epidemia no Japão ser baixo, é importante se informar sobre a doença e seus riscos, especialmente para aqueles que pretendem viajar para as áreas de risco. Maiores informações sobre contágio, riscos etc. podem ser encontrados no site da CIVES (http://www.cives.ufrj.br/informacao/sars/sars-iv.html) ou com uma busca por informações mais atualizadas no site www.google.com.br. Outras orientações sobre doenças diversas podem ser encontradas no site da ANVISA (http://www.anvisa.gov.br/paf/viajantes/index.htm) ou CIVES (http://www.cives.ufrj.br/). 3.4 Emergências Médicas No caso de você ficar doente no Japão e não souber falar japonês ou preferir um atendimento em português, você pode procurar o telefone do Disque Saúde (0120-050062). A ligação é gratuita de qualquer parte do país, e você pode conseguir, através de médicos brasileiros, diagnósticos, orientações e indicações de hospitais e clínicas que poderão lhe prestar atendimento. Vale lembrar que existe uma rigorosa legislação que impede os profissionais de saúde brasileiros formados no Brasil de atuar profissionalmente no Japão. Mesmo assim, existe a Caravana da Saúde, um serviço voluntário prestado por profissionais brasileiros da área médica que prestam atendimento gratuito em suas visitas a diversas partes do Japão. Preste atenção nos folhetos e periódicos da comunidade dekassegui para se informar sobre as visitas da Caravana na sua região. Por fim, se você se sente necessitado de um ombro amigo, uma palavra de consolo, pode recorrer a Linha de Atendimento aos Latinos (LAL), um serviço gratuito e voluntário de atendimento em 17 português, respeitando seu anonimato. O telefone é 0120 66-2488, às quartas-feiras, de 10:00 às 21:00 e sábados, das 12:00 às 21:00. 4. Telefone e Internet Pois é, você chegou, já dormiu bem, e agora quer telefonar para a família para contar as novidades. Como fazer isso? 4.1 Cartões Telefônicos Existem algumas opções além da ligação direta internacional, em especial os cartões telefônicos destinados às comunidades estrangeiras residentes no Japão. Dentre estes cartões, destaque para o Brastel (http://www.brastel.com/Pages/por/Home/), cartão criado para a comunidade brasileira e com atendimento e menus em português. Existem ainda outros cartões, e qualquer um deles podem ser adquiridos com os panfletos distribuídos gratuitamente em lojas de conveniência, lanchonetes, mercados, etc. Ao adquirir o cartão, você deve pagar um dos boletos em qualquer loja de conveniência, e seguir as instruções do cartão e do folheto para telefonar de qualquer telefone público para o Brasil. Mas atenção, estes cartões NÃO são cartões telefônicos! Eles são cartões de contas telefônicas pré-pagas que você utiliza telefonando diretamente para a central da empresa. Pode parecer complicado agora, mas ao utilizar você irá compreender. 4.2 Telefones Públicos (Obs.:algumas informações podem estar desatualizadas) Os telefones públicos merecem uma explicação à parte. Existem três tipos: verdes, cinzas e rosas. Os telefones verdes são os mais comuns, encontrados em toda parte. Os modelos mais antigos aceitam apenas moedas de ¥10 ou ¥100, enquanto os mais novos aceitam cartões telefônicos e outras moedas. São aparelhos para chamadas locais apenas, podendo ser utilizados com cartões como o Brastel. Os telefones de cor cinza são da Japan Telecom; com telas de cristal líquido, um botão para conversão dos menus para inglês, controle de volume e um botão para chamada de emergência automática (polícia, bombeiros e ambulância). Esses aparelhos permitem discagens diretas internacionais. Por fim, os aparelhos rosa são os mais raros e, assim como os verdes, fazem apenas ligações locais. Porém, os rosa aceitam apenas moedas de ¥10. 18 Cartões telefônicos (dos comuns, não do tipo Brastel) podem ser encontrados em uma infinidade de lojas de conveniência, mercados, kiosks nas estações, etc. Cada empresa possui o seu cartão próprio, então fique atento para as tarifas. Às vezes é possível conseguir cartões de graça distribuídos como publicidade nas estações de trem nas épocas de promoções. 4.3 Ligações Diretas Internacionais Para realizar ligações internacionais diretas, você pode comprar um cartão telefônico de uma das três companhias nacionais: IDC, Japan Telecom e KDD. Basta então usar o código da empresa, código do país, DDD e telefone. Os códigos são 0061 (para IDC), 0041 (Japan Telecom) e 001 (KDD). É possível ainda utilizar seu cartão de crédito para realizar tais ligações em alguns aparelhos públicos. Para chamadas a cobrar, telefone 0057 (KDD) ou 0033 (NTT). São chamadas grátis e a operadora completará a ligação. Fique atento para as tarifas para chamadas internacionais! O horário mais barato é de 23h às 8h (correspondente ao período de 11h às 20h no Brasil), seguido pelas tarifas das 19h às 23h. 4.4 Telefone Celular Morando no Japão cedo ou tarde você deve adquirir um telefone celular. Existem muitas ofertas onde o modelo é oferecido por preços absurdamente baratos como ¥1, ou até mesmo de graça, mas deve-se estar atento: o preço do aparelho estará embutido na conta mensal. Empresas como a AU, da operadora KDDI, oferecem planos de descontos para estudantes, mas a Vodafone oferece planos de descontos progressivos nas suas tarifas mensais. Portanto, se você pretende ficar dois ou mais anos, é interessante analisar as possibilidades dos planos progressivos da Vodafone. Outras empresas como a Docomo e Tu-ka defendem seus produtos com base em outros critérios: Docomo oferece a maior área de cobertura do Japão (apesar de serem raras as ocasiões em que você ficará sem sinal), enquanto a Tu-ka tem aparelhos inovadores como o celular para locais barulhentos (que transmite o som através de vibrações na caixa craniana do usuário) ou o celular simples para a terceira idade. Também é possível alugar um aparelho de celular, mas o preço não compensa quando se passa mais de três meses no Japão. 19 4.5 Fax Fax é muito fácil e acessível em diversas lojas de conveniência e agências grandes dos correios. É possível enviar fax de quase qualquer lugar, mas receber é mais difícil, nem todos os locais aceitam recebimento de faxes. 4.6 Internet Até poucos anos atrás era surpreendente a quase total ausência de cybercafés no Japão. Isso mudou há pouco tempo, com o boom de cybercafés e salas de internet. A rede “Maboo!” (com um logo muito semelhante ao do site Yahoo!) oferece salas individuais equipadas com acesso à internet, playstation, mangas e uma grande TV de plasma. Tornou-se mais barato passar uma noite num destes lugares do que nos famosos hotéis-cápsula. Cybercafés são comuns em grandes centros comerciais, mas ainda são muito raros no interior. Além destas opções, a internet pode ser acessada de graça em bibliotecas e prédios públicos, lanchonetes de fast-food que oferecem não apenas a conexão como muitas vezes o computador, e áreas de internet wireless como em aeroportos. Obviamente, quase todas as universidades no Japão oferecem grande quantidade de computadores para uso de seus alunos, e você deverá ser informado sobre o meio e o limite de acesso em sua universidade. 5. Dinheiro e Bancos 5.1 Dinheiro É fortemente recomendado aos bolsistas para levarem cerca de US$1500,00 (dólares americanos), para que se possa arcar com as despesas iniciais e quaisquer eventualidades no primeiro mês. Essa recomendação é feita visto que o pagamento da primeira bolsa costuma ser feito no final do primeiro mês de estadia no Japão, e não antes disso. Uma dúvida comum é: vale a pena comprar dólares ou ienes para levar? Afinal, ienes são difíceis de achar em casas de câmbio, e o dólar pode ser aceito em qualquer lugar, certo? Errado. Casas de câmbio brasileiras e agências bancárias capacitadas a realizar trocas de câmbio podem vender ienes sem problema. Uma 20 sugestão é telefonar uma semana antes para o banco ou casa de câmbio para se informar melhor sobre os locais e condições de venda de moeda japonesa. Normalmente, agências do Banco do Brasil localizadas em aeroportos comercializam muito facilmente ienes japoneses. Você deve informar o valor que deseja comprar para que se reserve nominalmente a quantia. Se resolver comprar ienes no Brasil, não se surpreenda quando vierem apenas notas de ¥10.000, pois os bancos e agências de câmbio muito raramente vendem notas menores. Mesmo assim, as notas de ¥10.000 podem ser utilizadas muito facilmente em qualquer máquina ou loja no Japão, ao contrário da nossa nota de R$100,00. Uma dica é levar ainda cerca de US$50,00 para quaisquer despesas com lanches, cartões telefônicos etc. nas escalas em território americano. O mesmo para quaisquer outras escalas, como levar uma pequena quantia de dólares canadenses quando no Canadá ou euros quando na Europa. Se resolver levar dólares para o Japão, você deverá trocá-los em alguma agência bancária. Grandes agências em Ikebukuro ou Shinjuku, em Tokyo, de bancos como Mizuho, MUFG, Daiwa, Mitsui-Sumitomo e outros, podem trocar facilmente notas de dólar americano, mas atenção: notas danificadas serão definitivamente recusadas. Caso você utilize dólares na sua escala nos EUA, tome cuidado com as notas que receberá de troco, pois nem sempre elas poderão ser trocadas no Japão. 5.2 Quanto vale? Caso queira ter uma noção dos valores, você pode utilizar o conversor do site do Banco Central: http://www4.bcb.gov.br/?TXCONVERSAO . Tome cuidado quando chegar para não gastar muito logo no começo! Peça dicas aos outros moradores do seu dormitório e amigos japoneses para ter uma noção correta dos preços e valores dos produtos. É comum o bolsista gastar muito mais do que normalmente gastaria em despesas como alimentação e transporte nas primeiras semanas até se acostumar com o dinheiro japonês. Para se ter uma boa idéia do custo diário com alimentação, por exemplo, pense em gastar cerca de 1000 a 2000 ienes por dia, com as três refeições diárias. Aquele pão da loja de conveniência pode parecer barato à ¥250, mas você pode descobrir tarde demais que podia conseguir o mesmo por ¥100 no mercado ao lado. (obs.:valores em 2006) 21 Para se ter uma idéia do valor do dinheiro japonês: Lata de coca-cola: ¥110 Camisa de malha: ¥900 Lanche: ¥750 Aluguel mensal de apartamento de 1 quarto em Tokyo: ¥90.000 CD: ¥2000 Lata de cerveja: ¥250 Bilhete de metrô (a partir de): ¥130 Cinema: ¥1800 Lembre-se ainda de pedir, quando possível, descontos para estudante! Passagens de longa distância e outros exigem um comprovante de matrícula da universidade. Informe-se com o departamento de estudantes estrangeiros (Ryūgakuseika 留学生課) de sua universidade. 5.3 Bancos Outra questão importante são os bancos. Certamente a universidade ou o próprio Ministério da Educação japonês (Monbusho) vai pedir que você abra uma conta em um banco japonês, para em alguns casos facilitar o pagamento da bolsa mensal. Normalmente um tutor japonês ou algum colega da sua faculdade auxilia com estes trâmites bancários. Uma outra opção para a remessa e recebimento de valores para e do Brasil é abrir conta em um banco brasileiro com agência no Japão. O Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Banespa e Sudameris possuem agências no Japão, especializadas em serviços para a comunidade dekassegui brasileira. Mesmo assim, se você possui conta em um destes bancos pode sentir maior facilidade e conforto utilizando-os. Abaixo estão listados os sites com maiores informações sobre as agências e os serviços realizados por estes bancos no Japão: Banco do Brasil: http://www.bancobrasil.co.jp/ Itaú: http://www.itau.co.jp/ Bradesco: http://www.bradesconikkei.com.br/ Banespa: http://www.banespa.co.jp/ Sudameris: http://www.sudameris.com.br/dekassegui/tpl_sudameris_dekassegui .shtm 22 6. Consulado e Serviços Consulares Quando no Japão o representante máximo do seu governo é o Consulado Brasileiro. É através dele que questões legais podem ser resolvidas sem a necessidade de voltar ao Brasil. Para uma lista dos serviços prestados pelos consulados brasileiros no Japão, consulte a lista no site http://www.consbrasil.org/. 6.1 Apoio aos Brasileiros Residentes no Japão Um dos mais importantes serviços prestados pelos consulados é o apoio a brasileiros residentes no Japão. Por isso, assim que chegar ao Japão você deve registrar-se no consulado responsável pela sua área de residência (confira a lista no site http://www.consbrasil.org/arquivos/guia-de-apoio.html). Esse registro serve para, no caso de algum desastre natural grave, especialmente terremotos, o consulado possa localizar os brasileiros residentes no Japão e prestar o devido auxílio. Vale ainda lembrar que, no caso de viagem ou visita a qualquer outro país, é importante informar o escritório consular responsável pela área sobre seus destinos e itinerário. Foi através deste registro que os consulados brasileiros na Ásia puderam localizar e auxiliar prontamente os brasileiros que se encontravam na área atingida pelo tsunami em fins de 2004, fornecendo contato com suas famílias no Brasil e transporte o mais rápido possível. Procure no site do Ministério das Relações Exteriores formas de contato com o escritório diplomático responsável pela área de destino da sua viagem: http://www.mre.gov.br/portugues/servico_consular/brasileiros/repres entacoes/representacoes.asp Lembre-se ainda de ler as recomendações do mesmo ministério sobre viagens ao exterior: http://www.mre.gov.br/portugues/servico_consular/brasileiros/inform acoes/informacoes.asp. 23 7. Transporte O Japão talvez seja um dos países com o sistema público de transporte mais confiável do mundo. Trens, ônibus e bondes podem ser encontrados em praticamente qualquer lugar, são pontuais, seguros e rápidos. 7.1 Ônibus (valores em 2006) Ônibus talvez sejam os mais caros dentre os três meios de transporte público. A passagem custa normalmente ¥200 em Tokyo, mas muitas linhas utilizam um sistema de custo progressivo, que aumenta de acordo com a distância percorrida. A entrada é sempre pela frente, próximo ao motorista, quando o preço é fixo; se o preço for progressivo, a entrada é por trás ou pelo meio, e a saída é pela frente, para que o motorista confira se o valor pago corresponde ao custo daquela parada. As linhas são muito mais curtas do que no Brasil, e costumam atravessar dois ou três bairros no máximo, tornando assim o trem o transporte mais barato para longas distâncias. Em quase todas as cidades é possível comprar em uma grande estação passes para utilização do ônibus; informações sobre os passes e itinerários de diversas linhas podem ser encontradas no interior do próprio ônibus, afixada em meio aos cartazes e propagandas, ou na internet. Não pergunte ao motorista, ele estará ocupado demais dirigindo. Além dos ônibus normais, de linha, algumas cidades possuem ônibus turísticos. Procure se informar sobre eles, pois são uma grande opção para visitar os pontos principais em cidades como Sendai, por exemplo. Seu custo é em média de ¥500 por um passe válido para um dia, e são facilmente identificáveis pelas cores fortes e design diferente dos ônibus comuns. Procure nos centros de informação turística nas grandes estações de trem. 7.2 Bonde Os bondes são raros em grandes cidades, sendo Tokyo possuidora de apenas uma única linha, a Toden-Arakawa (都電荒 川 ). Cidades menores, como Kagoshima, Nagasaki, etc. ainda utilizam bondes em larga escala, sendo transportes limpos e baratos para a cidade. O custo da passagem varia, mas é comum o uso de passes de um dia para turismo. O pagamento do bilhete é realizado quando se entra no bonde, jogando as moedas ou depositando as notas na máquina ao lado do condutor. 24 7.3 Trem e Metrô O transporte mais comum e que certamente você utilizará em 90% dos casos é o trem. Qualquer guia turístico ele traz um mapa das linhas de trem e/ou de metrô. Saiba diferenciar o trem do metrô, para não se confundir com as linhas e baldeações! A maior empresa de trens é a JR, cobrindo praticamente o país inteiro. Mapas de sua malha ferroviária podem ser encontrados em seus sites: JR Higashi Nihon (JR 東日本): http://www.jreast.co.jp/map/index.html (mapas da área metropolitana de Tokyo e a região de Kantō e Tōhoku). Keio Group (京王グループ): http://www.keio.co.jp/traffic/train/map/index.html (segunda maior empresa de trens na área metropolitana de Tokyo) JR Nishi Nihon (JR 西日本): http://www.jr-odekake.net/eki/route/index.html (mapas detalhados de Kinki e Chūgoku) Estas são apenas algumas das muitas empresas de trem do Japão. Dezenas de outras empresas locais menores existem, e com o tempo você vai se acostumar a usá-las. “Train for Dummies”: Como comprar passagem de trem? Mas, afinal, como se faz para comprar passagem de trem? Primeiro você tem que localizar na estação as máquinas de compra de passagem. Normalmente são verdes (principalmente nas estações da JR), mas também existem máquinas amarelas, vermelhas e cor-de-rosa, para compra de bilhetes de trens expressos especiais, expressos noturnos, ônibus intermunicipais, trens-leito, shinkansen; enfim, esqueça-as, por enquanto. Acima das máquinas de bilhete você deve ver o mapa das linhas com as estações indicadas e o preço do bilhete da estação em que você está até lá. É difícil ter os nomes escritos em Roma-ji, então é bom se acostumar a ler o nome das estações que você costuma freqüentar em kanji mesmo. Você pode comprar a passagem já com o preço completo ou, se não quiser esquentar a cabeça por enquanto, pode comprar a tarifa básica e pagar a diferença na estação de destino. Se pagar a tarifa errada, não tem problema (veja mais abaixo). Quando entrar na estação, não se esqueça de pegar o bilhete de volta da roleta. Você tem que recoloca-lo na máquina quando for sair, senão... No caso de perder a passagem, os funcionários são normalmente muito compreensivos, especialmente com 25 estrangeiros. Ele vai perguntar de qual estação você veio. Como ainda existe muuuita gente honesta no Japão, ele vai acreditar em qualquer coisa que você falar, mesmo que você diga que veio da estação imediatamente anterior. Sendo assim, podem acontecer três coisas: 1) Pedir para que você pague o valor integral da passagem; 2) Pedir para que você pague três ou mais vezes o valor da passagem, como multa para você não esquecer da próxima vez. Sim, o funcionário tem esse poder e, acredite, ele não vai guardar a diferença para si; 3) Deixar você sair de graça. Tudo depende muito do humor do funcionário. E se você não tiver dinheiro para pagar, existem casos em que o funcionário pede seu endereço e telefone para que você pague mais tarde, ou mesmo mandar um boleto para o seu endereço. Tentar enganar o funcionário da estação é crime, e ele pode muito facilmente chamar a polícia (que sempre tem um posto nas grandes estações). Cuidado! É comum estrangeiros fingirem que não entendem japonês para tentar pagar menos, e isso é um crime sério! Caso você tenha comprado o bilhete com tarifa básica para pagar a diferença na saída, ou comprou com o valor errado, não se preocupe. Normalmente as estações têm máquinas amarelas próximas à saída para reajustar o valor do bilhete. Você toca na tela, ativando-a, deposita o bilhete, ela diz quanto tem que pagar e te dá um bilhete novo assim que você coloca o dinheiro. Coloque então o bilhete novo na roleta para sair. Estações muito pequenas não costumam ter máquinas de reajuste, sendo o reajuste feito então com o funcionário na saída da estação. É importante prestar atenção para entender o quanto você tem que pagar. Outro ponto a se tomar cuidado é que cada vez que você troca de empresa de trem você tem que comprar um novo bilhete. Vale a pena gastar um tempinho estudando as possibilidades de viagem com diferentes empresas, e mesmo evitar algumas (como a careira, porém indispensável, JR). O Japão tem muitíssimas empresas de transporte ferroviário, então sempre é bom perguntar pelas opções. Em Tokyo, por exemplo, tem a JR, Odakyu, Keio, Keisei, Yurikamome, além das linhas de metrô. Em Osaka, além do metrô, tem JR, Hankyu, Nankai, Kintetsu, Keihan, Omi, Hanshin e outras. 26 7.4 JR Pass (Passe de Trem para Turistas) Algumas pessoas podem lhe indicar o Japan Rail Pass, um passe que dá livre acesso à trens de inúmeras categorias por 7, 14 ou 21 dias. Se você é um bolsista e a categoria do seu visto japonês é qualquer uma menos turista, ESQUEÇA! Com visto de estudante, você não pode utilizar este passe. O passe é direcionado à portadores de vistos de curta duração, e NÃO de longa permanência, como o de estudante e trabalhador. Pelo menos não oficialmente, mas existem muitos estudantes que se arriscam e investem num passe desses para ativá-lo aqui nos primeiros três meses, quando dizem ser possível utilizá-lo com qualquer visto. Para viajar dentro do Japão é melhor você buscar outros passes adquiridos dentro do país, como o Seishun 18 Kippu (青春 18 切符), que dá direito a cinco dias não-consecutivos de uso livre de trens comuns e, em alguns casos, expressos. 7.5 Objetos Perdidos Se em algum transporte você perder uma bolsa, laptop, celular etc. não se desespere. Assim que der pela falta do objeto, informe imediatamente o funcionário da empresa mais próximo. Diga-lhe qual é o objeto, descreva-o e diga qual trem você pegou. É muito comum perder objetos no trem, e você tem grandes chances de recuperá-lo rapidamente sem proceder desta maneira. No caso de você notar a falta do objeto mais tarde, ou não conseguir recuperá-lo imediatamente, não se preocupe. Quase todas as estações possuem seções de achados e perdidos dispostas a lhe ajudar. É muito comum as pessoas que encontram objetos perdidos entregarem aos funcionários dos trens ou informarem o achado. No caso de alguns objetos em especial, como celulares, a própria empresa telefônica se responsabiliza em informá-lo sobre o paradeiro do celular e como proceder para reavê-lo. Em empresas de transporte pequenas e linhas locais, é mais fácil buscar pela seção de achados e perdidos, onde certamente você se deparará com uma grande coleção de guarda-chuvas perdidos! Se você perder alguma coisa em uma via pública, informe o posto policial mais próximo. Você deve receber um comprovante de registro policial, que será necessário para retirar o objeto se encontrado. Por lei, você é obrigado a pagar entre 5 a 20% do valor do objeto como recompensa a quem o encontrar, por isso não estranhe se a recompensa for pedida mesmo que você não a ofereça. 27 Se perder um documento, há alguns procedimentos especiais. Se perder o Gaikokujin Tōrokushō, além de informar a polícia, você deve reportar-se à administração da região (Kuyakusho, Shiyakusho etc. 区 役 所 、 市 役 所 ). Se o objeto perdido for o passaporte, você deve informar também sua embaixada ou consulado, além da polícia. E, se perder um cartão de crédito, lembre-se de telefonar para a operadora do cartão para cancelá-lo e requerer um novo. 7.6 Táxi (valores em 2006) Além das linhas de transporte público, você pode querer optar por andar de táxi. Tome cuidado com as tarifas! Em Tokyo a tarifa básica é de ¥660 para os primeiros dois quilômetros, aumentando em cerca de ¥100 para cada 347 metros adicionais. Isso significa que se você decidir tomar um táxi de Narita para seu dormitório quando chegar ao Japão, espere gastar entre ¥25.000 a ¥30.000 em uma única corrida de uma ou duas horas! Algumas empresas de táxi aceitam pagamento em cartão de crédito, o que pode facilitar seu deslocamento quando não lhe resta nenhum dinheiro. 7.7 Bicicleta (valores em 2006) Bicicletas também podem ser facilmente obtidas. Alguns dormitórios sorteiam bicicletas para os interessados no começo de cada semestre, visto que bolsistas anteriores as deixam no Japão. O dormitório deverá lhe fornecer algum tipo de documentação para a bicicleta, que você deve apresentar se for abordado pela polícia. O tráfego de bicicletas no Japão também está sujeito a regras e multas. Confira abaixo as infrações e suas respectivas multas: - Conduzir embriagado: Pena de até 3 anos de reclusão ou multa de ate ¥500.000. - Ignorar o sinal de trânsito: Pena de até 3 meses de reclusão ou multa de ¥50.000. - Estacionar em local proibido: Pena de até 3 meses de reclusão ou multa de ¥50.000. - Conduzir à noite sem farol ou iluminação adequada: Multa de até ¥50.000. - Conduzir no sentido oposto ao do transito: Pena de até 3 meses de reclusão ou multa de até ¥50.000. - Carregar outra pessoa: Multa de até ¥20.000 (apesar de ser uma infração comum entre japoneses, é melhor evitar). Estrangeiros são especialmente visados pela polícia, principalmente em tempos de terrorismo e criminalidade elevada 28 entre a população de estrangeiros residentes no Japão. Por isso, é bom tomar os cuidados necessários e evitar dores de cabeça desnecessárias. E lembre-se: SEMPRE carregue consigo o documento de estrangeiro (Gaikokujin Tōrokushomeishō). 29 8. Desastres Naturais 8.1 Terremotos O Japão é um país que vive constantemente sob a ameaça de desastres naturais. É dito que todo dia, em algum ponto do arquipélago, ocorre um tremor de terra forte o bastante para ser sentido pela população local. Terremotos são comuns, e provavelmente você sentirá um ou dois por mês. Sendo brasileiro, você deve estar preocupado, pois não está acostumado com este tipo de risco, certo? Então aqui vão algumas dicas. Rotas de Fuga e Abrigo O primeiro passo ao chegar ao seu dormitório é prestar atenção a todo o tipo de informação disponível. Muitos dormitórios disponibilizam um pequeno folheto em inglês ou japonês para que você se inteire dos procedimentos em caso de um terremoto forte. Certifique-se de conhecer e praticar mentalmente o caminho que deve percorrer caso seja necessário abandonar o prédio e seguir até o abrigo mais próximo. Em geral, praças, parques e templos são abrigos preferenciais, por serem espaços abertos maiores e sem fiação elétrica. Dizem que um terremoto pode ser considerado forte quando os vidros das janelas começam a vibrar ou trincar. Neste caso, esteja preparado. Terremotos Fracos e Médios Todos os dias o Japão é assolado por algum terremoto. Talvez por isso os japoneses ignorem com a maior naturalidade um tremor pequeno. São comuns os casos de estrangeiros que correm ou se apavoram com o menor dos tremores, portanto o melhor a fazer é a imitação: aja como os japoneses. Trens não costumam parar em terremotos fracos, logo é provável que você só saiba que ocorreu um terremoto quando chegar em casa e outros lhe contarem. Caso aconteça um terremoto de média intensidade, com risco de queda de objetos e móveis, você deve tentar se proteger com a própria estrutura do prédio onde você se encontra. Na faculdade ou locais públicos, o ideal é buscar abrigo debaixo das mesas. Pode parecer besteira, mas mesas são a melhor proteção em um ambiente onde objetos pesados podem cair de prateleiras altas, vidros podem arrebentar e lançar estilhaços em todas as direções e focos de incêndio podem surgir. Caso esteja no seu quarto, no 30 dormitório, NÃO corra para fora. O risco de ser atingido por cabos de energia arrebentados, cacos de vidro ou mesmo carros desgovernados é muito alto. Procure se abrigar sob colunas de sustentação, como portas e passagens. Terremotos Fortes Para o risco de terremotos mais fortes, é melhor tomar precauções extras. Arrume seu quarto de forma que facilite os procedimentos de emergência. Jamais coloque muitos objetos em prateleiras sobre sua cama. É preferível comprar mobília extra a encher a prateleira de livros que podem cair na sua cabeça e causar ferimentos graves. Com móveis altos, instale travas para que não caiam. Tome cuidado ainda para não colocar objetos ou tapetes que possam bloquear ou tornar uma fuga mais difícil. O caminho da porta deve SEMPRE estar livre. Kit de emergência Pré-requisito em todas as casas japonesas, você também deve estar munido de um kit de emergência. Você pode montar o seu, colocando em uma bolsa próxima à saída: 1. Documentos importantes, como seu passaporte;* 2. Comida desidratada, do tipo Calorie Mate;* 3. Água potável (cantil ou garrafa);* 4. Rádio e pilhas para ouvir quaisquer anúncios públicos;* 5. Remédios indispensáveis; 6. Dinheiro e valores (há risco de saques); 7. Lanterna e pilhas; 8. Toalha de rosto e kairu (bolsa aquecedora); 9. Par de luvas; 10. Muda de roupa; 11. Corda e faca de camping; 12. Capa de chuva; 13. Lápis e/ou caneta e um bloco de papel. *: itens absolutamente indispensáveis. Se você não tiver tempo para montar seu kit, algumas lojas vendem o kit pronto. Lojas de conveniência, mercados e lojas como a “Don Quijote” (ドン・キホーテ) vendem estes kits. Em quase todas as localidades do Japão existe um sistema público de som que é utilizado em caso de emergências graves. Esteja sempre atento à qualquer alerta, como tsunamis e 31 terremotos mais fortes. Ignorar o sistema de som pode ser um erro terrível. Além do sistema público de som, carros da polícia emitirão um sinal de alerta padrão: sirenes tocam por 45 segundos, seguidas por intervalos de 15 segundos de silêncio. Algumas precauções são cruciais em caso de terremoto: 1. NÃO ENTRE EM PÂNICO; 2. NÃO ENTRE EM PÂNICO; 3. NÃO ENTRE EM PÂNICO; 4. Apague qualquer fogo e não acenda nada; 5. Certifique-se de ter próximo a si um extintor de incêndio; 6. Cheque as travas dos móveis e estantes para que não caiam; 7. Ligue a televisão ou rádio, e fique atento aos alertas; 8. Confira se a tubulação de água ainda funciona. Se sim, encha sua banheira com água, no caso de falta de água; 9. Veja se as janelas estão firmes, e se não há risco de queda de algum vidro; 10. Se tiver tempo, troque de roupa. Usar roupas mais leves facilitam qualquer fuga. O mais indicado é calças e camisa de manga comprida. Se você estiver na faculdade ou em algum escritório, pode seguir estas orientações: 1. Agir de acordo com o plano de fuga do escritório (ou seja, imite o que outros fazem!); 2. Antes de tomar qualquer trem ou ônibus, esteja certo de que o sistema de transporte esteja funcionando e que você pode chegar em casa; 3. Se você mora perto, vá a pé e evite o sistema público de transporte; 4. Não dirija! O site da polícia metropolitana da Tokyo possui uma página dedicada ao que fazer em caso de terremoto. Você pode ainda conferir os procedimentos corretos caso esteja em qualquer lugar que não os acima. Confira o site da polícia e leia-o com atenção, especialmente a seção “What to do in case of na earthquake in Tokyo”: http://www.keishicho.metro.tokyo.jp/foreign/submenu.htm 32 Grande Terremoto de Tōkai A região de Tokyo está em alerta para o próximo grande terremoto de Tōkai, um fenômeno cíclico que acontece entre 100 e 150 anos na região. Este terremoto terá seu epicentro em algum lugar próximo à Baía de Suruga, na prefeitura de Shizuoka. Se o terremoto seja detectado, haverá alguns dias ou horas antes do tremor, sendo então anunciado o chamado Keikai Sengen (警戒宣 言), ou Anúncio de Terremoto, pelo Primeiro-Ministro, na televisão e no rádio, para que a região se prepare para o desastre. Lembre-se de se registrar na Embaixada brasileira. Este é o seu instrumento de ajuda mais eficaz para conseguir suporte e remoção no caso de um grande desastre. Por fim, lembre-se: desastres naturais não são motivo para que você desanime e desista da sua estada no Japão. É muito importante ter consciência dos riscos e estar atento aos alertas e procedimentos públicos de evacuação. Melhor prevenir do que remediar! 8.2 Tufões O Japão é assolado por séries de tufões todos os anos, geralmente entre os meses de Junho e Setembro. Raramente graves na região de Kantō, quase todo o arquipélago corre o risco de ser atingido por um tufão forte. Assim como os terremotos, devese tomar algumas precauções no caso de um tufão. Preste atenção na previsão do tempo. Normalmente tufões são previsto com dias, talvez semanas de antecipação, o que facilita a prevenção. Lembre-se de: - Assegurar-se de que não há quaisquer objetos do lado de fora que possam voar e ferir terceiros; - Se for um tufão forte, principalmente em áreas mais afetadas como Kyūshū, Kansai etc., coloque fitas adesivas em X nas janelas. Pode parecer coisa de filme americano, mas realmente evita que elas se partam; - Tufões podem cortar o fornecimento de gás, energia e água. Portanto o melhor a fazer é encher sua banheira de água e abastecer-se com pilhas em tufões mais fortes; - Caso não haja energia, use um rádio portátil para ouvir quaisquer alertas; - Em tufões mais fortes, aulas e expedientes são normalmente cancelados. Telefone para seu escritório/faculdade antes de aventurar-se a sair em meio a tufão; 33 - Podem ainda ocorrer paralisações dos sistemas de trens e metrô em alguns casos. Siga as instruções dos funcionários das estações em ambos os casos. 8.3 Treinamento Além de folhetos, que você deverá encontrar em diversos locais, algumas associações se oferecem para auxiliar e treinar estrangeiros residentes no Japão em caso de um desastre natural, desde a usar um extintor de incêndio até procurar por abrigo. Em Tokyo, você pode ir até o “Life Safety Learning Center”, da associação “Friendship Chiyoda”. Eles oferecem eventos periódicos para treinamento de estrangeiros, e seu site possui uma versão em português. Acesse , http://fchiyoda.org . 34