Manual do Bolsista

Transcrição

Manual do Bolsista
Manual do Bolsista
Um manual para auxiliar o bolsista
brasileiro de primeira viagem antes,
durante e depois de sua estada no
Japão!
Rômulo Ehalt
2006
1
Parabéns!!!
Então, você foi aprovado para uma bolsa de estudos no Japão?
Antes de mais nada, parabéns! Você vai ter uma oportunidade fantástica
de mergulhar dentro da cultura japonesa, fazer grandes amigos e começar
uma empolgante carreira na área das relações entre o Brasil e o Japão.
O segredo básico é ter a mente sempre aberta. Esteja disposto a
experimentar novos sabores, conhecer novas pessoas, visitar novos lugares,
enfim, esteja aberto a tudo que lhe for oferecido, e você sem perceber irá
aproveitar ao máximo sua estadia no Japão!
Fora este segredo, temos alguns outros conselhos, dicas e sugestões
para você. Primeira dica: leia este manual com atenção e anote qualquer
dúvida. Se quiser, pode mandar para o endereço de e-mail
[email protected]. Estarei sempre disposto a atender quaisquer
dúvidas e auxiliar sempre que possível para facilitar sua estada no Japão,
aproveitando para expandir e incrementar mais ainda este manual sempre
em revisão.
Um grande abraço, e boa viagem!
Rômulo Ehalt
Observação: este manual é um material a ser distribuído
gratuitamente para bolsistas, visando atender tanto suas dúvidas quanto
acalmar corações nervosos de suas mães. Contribua sempre com dicas e
sugestões para que ele melhore cada vez mais!
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Índice
Pág.
1. Preparando as Malas..................................................
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1.1 Roupas
1.2 Sapatos
1.3 Medicamentos
1.4 Omiyage – presentes para levar
1.5 Cosméticos
1.6 Roupas de Cama e Banho
1.7 Malas e Bagagem
2. Fotografias e Documentos..........................................
10
2.1 Fotografias
2.2 Documentos
a) Gaikokujin Tōrokushomeishō (Documento de Estrangeiro)
b) Gakuseishomeishō (Documento de Estudante)
c) Votando no Japão: Transferência de Título de Eleitor
d) Habilitação de Motorista
e) Registro e Revalidação de Diploma
3. Vacinas e Doenças.......................................................... 16
3.1 Encefalite Japonesa
3.2 Febre Amarela
3.3 SARS
3.4 Emergências Médicas
4. Telefone e Internet........................................................... 18
4.1 Cartões Telefônicos
4.2 Telefones Públicos
4.3 Ligações Diretas Internacionais
4.4 Telefone Celular
4.5 Fax
4.6 Internet
5. Dinheiro e Bancos........................................................... 20
5.1 Dinheiro
5.2 Quanto vale?
5.3 Bancos
6. Consulados e Serviços Consulares................................. 23
6.1 Apoio aos Brasileiros Residentes no Japão
7. Transporte........................................................................ 24
7.1 Ônibus
7.2 Bonde
7.3 Trem e Metrô
7.4 JR Pass
7.5 Objetos perdidos
7.6 Táxi
7.7 Bicicleta
8. Desastres Naturais.......................................................... 30
8.1 Terremotos
8.2 Tufões
8.3 Treinamento
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1. Preparando as malas
Sua viagem está agendada, seus vistos em ordem, o dinheiro
separado. E agora? O que colocar na bagagem composta por dois
volumes de 32 kg mais a bagagem de mão? Algumas dicas podem
ajudar na hora de preparar as malas.
1.1
Roupas
Que roupa levar? Tudo depende da época que você vai
chegar no Japão. Viajando em abril? Esqueça os casacos pesados,
botas impermeáveis, etc., a não ser que você vá para Hokkaidō. Se
não for o seu caso, roupas leves, sapatos e tênis podem suprir suas
necessidades até o começo do outono, em Setembro. Até lá, você
pode ir comprando seu guarda-roupa de inverno a preços mais
módicos.
Mas, se você vai em outubro, é mais aconselhável levar um
guarda-roupa mais reforçado. Ao invés de desenterrar do seu
armário aquele casaco já meio mofado, cheirando a naftalina, é
melhor buscar casacos novos para um inverno de verdade!
Algumas lojas especializadas vem surgindo nos últimos anos no
Brasil, como a Loja de Inverno (http://lojadeinverno.com.br/) e a
Timberland (http://www.timberland.com.br/). Apesar dos preços
salgados, é mais fácil encontrar seu tamanho no Brasil (se você for
maior do que os japoneses comuns). Não se esqueça de levar luvas
e cachecol!
Se você não encontrar roupas impermeáveis, para sobreviver
à temporada de tufões e à neve, não se desespere. Existem muitos
produtos no Japão para impermeabilizar roupas de diversos
materiais. Pergunte aos seus senpais e amigos japoneses, eles
certamente conhecerão os produtos certos para a sua necessidade.
1.2 Sapatos
A numeração dos sapatos também é diferente. Ao contrário
do Brasil, o Japão não possui sistema próprio; ao invés disso, a
centimetragem é utilizada como sistema de numeração. Para
calcular rapidamente qual é o tamanho do seu pé em centímetros, e
vice-versa, você pode utilizar a seguinte fórmula:
Centímetros
+7 =
x5
Brasileira
4
Numeração
4
Apesar de algumas discrepâncias, é uma fórmula muito
confiável. Logo, se você calça número grandes como 42, 43 ou
maior, encontrar um sapato no Japão pode ser um problema.
Certifique-se de conhecer as lojas certas ou assegurar o envio do
Brasil de modelos que lhe agradem. Se você não tiver muita
paciência para a fórmula, um jeito mais divertido é ir
experimentando tamanhos diferentes num boliche, por exemplo,
onde eles estão divididos pelo tamanho.
1.3 Medicamentos
Algumas pessoas reclamam que os medicamentos no Japão
parecem ser mais fracos do que no Brasil, ou o contrário, talvez
seja uma questão muito pessoal. Porém, é importante levar consigo
aqueles medicamentos de uso diário com receita. Mesmo aspirinas
e anti-ácidos precisam de receita para passar pelas alfândegas no
Japão e nas escalas (principalmente nos EUA). Se possível, você
deve fixar nas receitas adesivos identificadores dos medicamentos
(pergunte ao seu médico), para que a alfândega possa
compreender corretamente o conteúdo da receita. Mas tome
cuidado para não exagerar na quantidade de medicamentos na
bagagem, então não é necessário levar aspirina suficiente para 2 ou
4 anos! Lembre-se que com o tempo você vai acabar se
acostumando com os remédios existentes nas farmácias japonesas,
e descobrir que muitos dos seus medicamentos favoritos existem
em versões nipônicas. Para usuários de medicamentos
homeopáticos, por outro lado, às vezes é necessário levar
quantidades maiores de frascos, portanto lembre-se sempre de ter
receita para tudo.
1.4 Omiyage! Presentes pra levar
Presentes para os amigos japoneses? Professores?
Funcionários da faculdade? Orientador? Porteiro? Não precisa
exagerar na quantidade (a não ser que você tenha MUITOS amigos
japoneses), eles devem entender que você é um estudante e não
tem condições de levar tantas coisas para tantas pessoas. Cuidado
com os produtos não-industrializados! Castanhas, frutas e carnes
sem processamento industrial (in natura) dificilmente passam pela
alfândega, e podem inclusive levar a um mal-entendido e talvez até
à negação da entrada no país! O mesmo vale para quaisquer
pacotes que seus pais e amigos brasileiros queiram mandar para
você no Japão. Por mais que seja barato comprar cinco quilos de
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castanha de caju na feira, ainda é mais garantido mandar aquela
latinha mais cara que se encontra à venda no mercado. Aliás,
lembre-se de dizer para seus pais que certas coisas também são
encontradas no Japão, para evitar custos desnecessários com o
correio.
A escolha dos presentes é um assunto um pouco mais
complicado. Faça escolhas mais seguras, para não cometer gafes,
como presentear um abstêmio com litros de cachaça. A lista abaixo,
tirada do Almanaque do Bolsista 2003 da ASEBEX e
complementada, traz alguns exemplos de presentes para levar:
- Artigos de couro (o couro é um produto caro no Japão),
como porta-cartões, carteiras, chaveiros, etc.
- Jóias e bijuterias de pedras semi-preciosas;
- Garrafas com desenhos de areia (algumas são até em
formato de chaveiro);
- Cigarros (os fabricados no Japão são mais fracos);
- Slides, livros de fotos, cartões postais e vídeos sobre o Brasil
(inclusive para usar nas suas apresentações sobre o Brasil);
- Revistas e livros sobre o Brasil;
- CDs de MPB, bossa-nova, samba etc.;
- Camisetas de times de futebol brasileiros ou da seleção ou
com estampas típicas do Brasil;
- Chaveiros, caneta, espátulas e broches artesanais;
- Cachaça, guaraná em pó ou em refrigerante, sucos de
maracujá, acerola, etc.;
- Quadros de cobre, objetos de madeira, tapetes de pele de
boi ou de carneiro;
- Objetos de pedra ágata (a vermelha é natural, qualquer outra
é artificial colorida), como relógios de parede, cinzeiros, pedra para
fazer inkan, hashi oki (apoiador de hashi) etc.;
- Castanhas do Pará, pão de queijo etc.;
- Chocolates como sonho de valsa, ovos de páscoa, bis,
chocolates sortidos etc. e balas de café, confeitos etc.;
- Própolis (especialmente para os idosos, pois é muito caro no
Japão);
- Chá mate e/ou erva-mate, Café etc.
Se for levar chaveiros, evite figas, pois tem um sentido
ofensivo no Japão. Também evite muitas bandeiras e mapas do
Brasil, pois muitos jovens se sentem desconfortáveis com o
nacionalismo. Quanto a café e outros produtos alimentícios, prefira
quando possível as embalagens fechadas a vácuo, para evitar que
estourem no compartimento de bagagens do avião. Lembre-se de
sempre carregar alguns presentes extras, para as pessoas que for
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conhecendo durante sua estada e para presentear a todos no final
do período da bolsa.
1.5 Cosméticos
Atenção para cuidados exagerados. O Japão não é nenhum
deserto selvagem, e pastas de dente, escovas, desodorantes e
xampus são encontrados lá tão facilmente quanto aqui. Mesmo que
você adore seu xampu com hidratante, certamente um produto
semelhante (ou até da mesma marca!) pode ser encontrado lá,
graças à globalização. Desodorantes, porém, são um caso à parte.
Se você sofre de hipersudorese (suar em grandes quantidades),
talvez seja recomendado levar alguns frascos extras do seu
desodorante preferido. É comum dizer que os desodorantes
japoneses são mais fracos, visto que os japoneses não suam tanto
quanto os estrangeiros. Para as meninas, se você já foi à Liberdade,
em São Paulo, sabe que maquiagem é o que não falta. Mas
atenção, leve alicate de unha, pois dificilmente se encontra no
Japão!
1.6 Roupas de cama e banho
Roupa de cama e banho é uma dúvida comum para os
bolsistas. Lençóis, travesseiros e cobertores podem normalmente
ser obtidos com a administração do seu dormitório, em alguns
casos como empréstimo, em outros como aluguel. De qualquer
forma, se mesmo assim você quiser levar um conjunto de roupa de
cama “só para garantir”, é recomendável embalar à vácuo
travesseiros e cobertores (ainda mais se for um edredom), o que faz
seu volume diminuir consideravelmente. Aeroportos em geral
oferecem esse tipo de serviço, e não custa nada tirar umas horinhas
dias antes da partida para preparar este tipo de bagagem. Quanto à
roupa de banho, recomenda-se levar uma ou duas toalhas. Mesmo
assim, novas toalhas podem ser obtidas muito facilmente em lojas
ou mesmo no próprio dormitório.
1.7 Malas e Bagagem
Se possível, é recomendável pesar sua bagagem algum
tempo antes do embarque, para evitar surpresas desagradáveis na
hora do check-in. Caso você ultrapasse o limite em alguma mala,
tente redistribuir o conteúdo das malas para ficar abaixo dos 32 kg
(para aqueles que viajam pela Europa, o limite é de 20kg por
volume). Se for imprescindível levar aquele dicionário pesado,
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alguns livros a mais e você perceber que não há jeito, confira se
não é mais barato pagar por um terceiro ou mesmo um quarto
volume de 32 kg ao invés do excesso de peso de uma mala.
Deve-se prestar atenção também aos limites da bagagem de
mão. São permitidos dois volumes de bagagem de mão. Segundo o
Departamento de Aviação Civil, cada volume da bagagem de mão
deve ser pequena o bastante para caber debaixo do assento (a
soma do comprimento, largura e altura não pode ultrapassar 115
cm), e não pode exceder 5 kg, limite suportado com segurança pelo
bagageiro acima das poltronas. Estas medidas devem incluir
também compras no aeroporto e lojas Duty Free. Além desta
bagagem, pode-se levar ainda um casaco á tiracolo, guarda-chuva
ou bengala, máquina fotográfica pequena ou binóculo, material de
leitura e lanche. Vale ainda lembrar da lista de objetos considerados
perigosos e que não podem ser levados sob qualquer circunstância
dentro da cabine de passageiros de um avião. Mesmo objetos
aparentemente inofensivos, como armas de brinquedo; lixas e
cortadores de unha; tesouras; estiletes; saca-rolhas; artigos
esportivos como, por exemplo, tacos de golfe, raquetes de
tênis/squash, tacos de baseball, skates; agulhas de tricô ou crochê;
berimbaus, etc. devem permanecer dentro da bagagem
despachada no check-in, jamais dentro da bagagem de mão, sob o
risco de interceptação e detenção policial e/ou alfandegária.
Seringas e agulhas para uso médico pessoal podem ser levadas
como bagagem de mão, desde que você porte consigo a receita
médica com adesivo com o nome do medicamento e com o nome
do médico ou farmácia responsável pela receita. Além destes itens,
carrinhos de bebê, bolsas femininas, urnas com cinzas, containeres
com órgãos humanos, muletas e aparelhos ortopédicos em geral
podem ser levados como bagagem de mão. Por outro lado,
cadeiras de rodas devem ser desmontadas e transportadas no
compartimento de bagagem do avião.
Em alguns casos, mesmo o despache pelo check-in de artigos
considerados perigosos deve ser declarado e acompanhado de um
termo de responsabilidade. Não são raros os casos de pessoas que
perdem horas no seu destino para recuperar uma tesoura ou um
cortador de unha. Tenha absoluta certeza da indispensabilidade do
objeto. Lembre-se: o Japão não é um deserto sem lojas. Cortadores
de unha e tesouras podem ser facilmente obtidos em qualquer loja
de conveniência, e raramente valem o desgaste de despachá-los
como armas ou itens perigosos.
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Itens eletrônicos possuem uma legislação própria para
transporte como bagagem de mão. Nem todos podem ser utilizados
durante toda a viagem, e quase todos devem permanecer
desligados durante a decolagem e aterrissagem da aeronave.
Consulte a companhia e os folhetos de segurança para maiores
informações. Se você resolver despachá-los para transporte no
porão, vale lembrar que a maioria das empresas não se
responsabiliza por estes artigos.
Quando chegar ao seu destino, certifique-se de estar com
todos os seus pertences e malas despachados no Brasil antes de
sair do aeroporto. No caso de extravio de bagagem, procure
imediatamente o balcão da companhia aérea responsável pelo seu
vôo, e não deixe o aeroporto até ter certeza da localização do
pertence perdido e do prazo para recebimento do mesmo.
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2. Fotografias e Documentos
2.1 Fotografias
Preparando-se para a viagem? Então alguém certamente já
sugeriu que você deve levar umas 20 fotos 3x4, 10 5x7, só para
fazer a documentação no Japão, certo? Esqueça! As fotos
brasileiras raramente são usadas no Japão, pelo simples fato do
tamanho ser diferente. Lá é comum pedir fotografias 3,5x4,5, e
outros tamanhos que nenhum estúdio fotográfico disponibiliza. Mas
isso não é motivo para preocupação, já que quase todos os locais
onde você precisará de uma foto contam com máquinas de
fotografia automáticas na porta. É aconselhável, porém, tirar umas
10 fotos do tamanho que lhe for pedido logo na primeira vez, pois
com certeza você utilizará o restante mais tarde.
2.2 Documentos
a) Gaikokujin
Estrangeiro)
Tōrokushomeishō
(Documento
de
Quando chegar ao Japão, você irá passar pelo serviço de
imigração. É necessário apresentação do passaporte com o visto
japonês, que você lembrou de tirar, certo?
Você terá então um prazo para tirar o documento de
identificação
de
estrangeiro,
o
chamado
Gaikokujin
Tōrokushomeishō ( 外 国 人 登 録 証 明 証 ). Este é o seu principal
documento de identificação, e você deverá carregá-lo onde quer
que vá, inclusive se sair do Japão para viajar durante o tempo da
sua bolsa. Você pode ser parado pela polícia se circular em bairros
calmos durante a madrugada, ou se agir de modo suspeito, e
deverá apresentar este documento imediatamente. Em alguns
casos pode substituir o Gaikokujin Tōroku shomeishō pelo
documento de estudante (Gakusei shomeishō 学生証明証), mas
lembre-se: não portar o Gaikokujin Tōrokushomeishō é considerado
um crime, e você pode ser punido por isso.
b) Gakuseishomeishō (Documento de Estudante)
O documento de estudante, Gakuseishomeishō, será
entregue a você pela sua universidade. Ele é necessário para
conseguir descontos em cinemas, passes de trem (Teikiken 定期券)
algumas lojas e restaurantes. Porém, em alguns casos, como
viagens de longas distâncias, para conseguir o desconto de
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estudante será necessário um outro documento, emitido pela
universidade, como uma certidão de matrícula.
c) Votando no Japão: Transferência de Título de Eleitor
Morando no exterior, mesmo que por um ano (especialmente
em caso de ano eleitoral), você deve transferir seu título de eleitor
para participar das eleições presidenciais e ficar isento de qualquer
eleição para cargos legislativos e executivos estaduais e municipais.
Lembre-se que morar no exterior NÃO é uma justificativa
automática para qualquer eleição! Procure se informar para evitar
surpresas desagradáveis quando voltar ao Brasil. Para aqueles que
completarem 18 anos no Japão, também é obrigatória a
participação no processo eleitoral, devendo confeccionar seu título
de eleitor lá.
Você pode pedir a transferência do título antes de ir ao Japão.
Basta se dirigir ao TRE que represente a Zona ZZ (código de zona
eleitoral responsável por brasileiros morando no exterior). Para
localizar o TRE mais próximo de você, acesse o site
http://www.tse.gov.br/institucional/tribunais_regionais/principal.html.
Você pode ainda telefonar para pedir a localização da repartição
responsável pela Zona ZZ:
Belém: (91) 3213-4600, www.tre-pa.gov.br
Belo Horizonte: (31) 3298-1100, www.tre-mg.gov.br
Brasília: (61) 3441-1000, www.tre-df.gov.br
Curitiba: (41) 3330-8500, www.tre-pr.gov.br
São Paulo: (11) 6858-2000, www.tre-sp.gov.br
Rio de Janeiro: (21) 3861-3000, www.tre-rj.gov.br
É possível pedir a transferência pela internet, mas não é
recomendável, pois é bem mais complicado do que ir pessoalmente.
É necessário ter o título de eleitor há mais de um ano, e saber o seu
endereço no Japão. Explique sua situação ao atendente e, se
possível, leve consigo um comprovante ou carta de aprovação do
consulado, onde esteja informada a data da viagem e o período de
duração da bolsa. Leve também seu passaporte com visto e uma
cópia, pois você ainda não tem comprovante de residência no
Japão.
Outra maneira é pedir a transferência através de um escritório
consular ou embaixada no Japão, de onde toda a documentação é
então enviada à sede do TRE em Brasília. Lembre-se de ficar
atento aos prazos!
Os documentos necessários para a transferência variam, logo
se certifique de sempre levar:
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1. Documento de identidade brasileiro original (Carteira de
Identidade, Carteira de Trabalho, Passaporte, Certidão de
Nascimento, Certidão de Casamento ou Certificado de
Alistamento Militar);
2. Comprovante de residência no Japão (conta de luz, conta
de telefone etc) ou o passaporte com visto e cópia;
3. Em alguns casos, eleitores do sexo masculino devem
apresentar cópia do certificado de quitação com o serviço
militar e;
4. Título de Eleitor.
Qualquer dúvida, você pode contatar a seção do TRE
responsável por eleitores no exterior através do e-mail
[email protected], ou telefonar direto para Brasília pelo
número (55 61) 3348-9440.
d) Habilitação de Motorista
Como você pode estar habilitado para dirigir no Japão? Com
aquela carteira internacional de habilitação que você tirou no Brasil?
Sinto muito informar, mas a carteira internacional não é válida no
Japão. Para poder dirigir no Japão será necessário solicitar a
transferência da carteira brasileira (Gaimen Kirikae 外面切り替え) e
passar por provas práticas e teóricas para poder retirar a carteira
japonesa de habilitação. Como as províncias são responsáveis pela
emissão da carteira, você deve procurar se informar de maiores
detalhes nos centros de habilitação existentes em cada província
(os Menkyo Center 免許センター).
Para exemplificar, citemos o caso da província de Saitama.
Para realizar a transferência você deve levar ao centro de
habilitação:
1. Habilitação (Carta/Carteira de Motorista) brasileira original;
2. Tradução da Habilitação pela JAF;
3. Passaporte;
4. 2 fotos (tamanho 3x2,4 cm);
5. Gaikokujin Tōrokushō;
6. Comprovante de residência emitido pela prefeitura da sua
área (aquele papel azul que você recebe quando faz o
Gaikokujin Tōrokushō);
7. Carteira de Identidade (RG) brasileira original;
8. Prontuário de Habilitação do DETRAN (Não precisa ser
traduzido);
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9. Taxa de ¥2400 (em 2006)para cada tentativa de tirar a
carteira.
Para realizar a tradução da Habilitação, vá até a JAF
(Federação Automobilística do Japão). A JAF possui escritórios em
todas as cidades do Japão, localize o mais próximo pelo site
http://www.jaf.or.jp/profile/general/office/index.htm (japonês) ou
http://www.jaf.or.jp/e/list.htm (inglês). Em Tokyo, a JAF fica em
Minato-ku, Shiba-koen 3-5-8, 〒105-0011. Custa ¥3000 (em 2006) e
leva 20 minutos. Maiores informações, acesse o site da JAF:
www.jaf.or.jp.
Após uma minuciosa verificação da documentação e o
preenchimento de um cadastro no Centro de Habilitação, os
candidatos a motoristas são submetidos a um exame de vista,
seguido de uma prova teórica que consiste de 10 questões sobre
leis de trânsito, bastando apenas marcar sim ou não nas afirmativas
apresentadas.
O exame teórico pode ser feito em português, japonês, chinês,
coreano, inglês, persa, russo, tailandês e tagalog. Porém, a prova
em português apresenta alguns deslizes na tradução que dificultam,
por vezes, a compreensão dos fatos.
Passada a prova teórica é a vez da prova prática para a qual
e cobrada uma taxa no valor de ¥2400. Em caso de aprovação,
serão cobrados mais ¥1750 ienes para a emissão da carteira
(obs.:valores em 2006)
Embora a avaliação teórica seja realizada em português, a
prática é apenas em japonês. Portanto, deve-se atentar para
algumas palavras em nihongo, como: migi (direita), hidari
(esquerda), tsukiatari (fim da via), uinka (seta), magatte (vire, dobre),
kuranku (caminho sinuoso que parece um Z), esuji (caminho em S),
shingō (sinal de trânsito), tomare (pare), shasen (pista) alem de
números e nome de cores.
A prova pratica não é difícil e o circuito a ser percorrido muito
se parece com aqueles montados nos estacionamentos de
shopping centers para corridas de kart indoor. Mas é fato que, o
nervosismo causado pelo ambiente e principalmente pela falta de
uma boa comunicação e expressão em japonês pesam um pouco.
O exame prático requer muita calma e atenção. Não tente
mostrar desenvoltura e grandes habilidades no volante, pois isso
não costuma agradar os examinadores. A dica e dirigir bem devagar
olhando sempre para os retrovisores assim como para as laterais
da pista.
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Outras dicas:
-Não “queime” as faixas de sinalização e nem mesmo a que
divide a via em mão dupla. Isso e reprovação imediata;
-Lembre-se, no Japão sinal amarelo é o mesmo que PARE;
-Ao fazer uma curva, além de olhar nos retrovisores, vire
também o pescoço para trás para certificar-se que a pista está livre;
-Atenção com a contra-mão! Mantenha o carro sempre no
lado ESQUERDO da via;
-Caso seja reprovado, NÃO discuta com o instrutor, pois ele
não irá mudar de idéia ouvindo seus argumentos;
-Havendo oportunidade tente treinar em alguma auto-escola
antes de fazer a prova. É interessante se acostumar com a mão
japonesa assim como com a sinalização. Aproveite também para
aprender os "cacoetes" de direção indispensáveis para aprovação.
Para encontrar o Menkyo Center responsável pela sua área
de
residência,
cheque
a
lista
no
site
http://untenmenkyo.com/zenkoku_menkyo_center.htm (em japonês).
e) Registro e Revalidação de Diploma
Talvez você já saiba disso, mas todos os diplomas obtidos no
Japão precisam de reconhecimento e revalidação para a utilização
no Brasil dos títulos e graus obtidos com estudo e/ou pesquisa no
Japão.
Por
isso,
após
concluir
seu
curso
de
graduação/mestrado/doutorado/especialização etc., você deverá
passar por um longo processo burocrático para revalidar o diploma
no Brasil.
O primeiro passo é registrar o seu diploma ainda no Japão.
Qualquer documento estrangeiro, como o diploma expedido por
uma universidade japonesa, deve ser registrado no Consulado ou
Embaixada do Brasil no exterior para ter validade em qualquer
processo legal no Brasil, como a revalidação. Logo, você deve
procurar seguir as orientações presentes no sites do ConsuladoGeral
do
Brasil
em
Tokyo
http://www.consbrasil.org/arquivos/Diplomas-DocumentosEscolares.PDF. Sobre selos e reconhecimentos realizados pelo
Gaimushō, o Ministério das Relações Exteriores do Japão (外務省),
necessários para o registro do diploma, acesse o site
http://www.mofa.go.jp/mofaj/toko/todoke/shomei/index.html
(em
japonês).
A revalidação deve ser obtida no Brasil, podendo ser iniciada
por meio de procuração legal, caso você não se encontre no país.
Maiores informações sobre os trâmites estão no site do Ministério
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das
Relações
Exteriores
do
Brasil
(http://www.mre.gov.br/portugues/servico_consular/brasileiros/guia/t
ransferencia.asp).
Parece que apenas universidade públicas podem realizar a
revalidação no Brasil, e de preferência instituições que possuam
cursos semelhantes ao realizado no Japão. Vale a pena checar
currículos e matérias de diversos cursos para encontrar o mais
semelhante ao seu, pois sua dissertação/tese será avaliada por
uma banca formada por professores da universidade escolhida.
Lembre-se de buscar informações sobre os documentos
necessários para a revalidação, já que variam de acordo com a
instituição. Algumas pedem traduções juramentadas, enquanto
outras aceitam traduções simples; da mesma forma, existem
universidade que aceitam documentação em inglês, como a USP,
enquanto outras só aceitam em português.
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3. Vacinas e Doenças
3.1 Encefalite Japonesa
Para obter o visto de entrada japonês não é exigido nenhum
tipo de vacina ou comprovante de vacina. Aconselha-se apenas que
aqueles que se dirigem à áreas rurais tomem a vacina contra
Encefalite Japonesa, mas mesmo para estes não há nenhuma
obrigatoriedade.
A vacina contra a Encefalite Japonesa não se encontra
disponível nas redes pública ou particular de saúde no Brasil. Sua
aplicação é feita em 3 doses, com reações suaves em 20% dos
casos e graves em 0,6%. Para maiores informações, confira o site
do CIVES (Centro de Informação em Saúde para Viajantes, da
UFRJ)
sobre
a
Encefalite
Japonesa:
http://www.cives.ufrj.br/informacao/ej/.
3.2 Febre Amarela
Se você pretende viajar pela Ásia, aproveitando sua estadia
no Japão, é aconselhável tomar a vacina contra Febre Amarela
ainda no Brasil, onde ela pode ser facilmente encontrada. Segundo
o Regulamento Sanitário Internacional, a vacina pode ser exigida
como condição para a concessão de vistos de entrada. Muitos
países asiáticos exigem o Certificado Internacional de Vacinação
para viajantes oriundos de países da América do Sul ou da África,
na maioria dos casos não importando a região de procedência
dentro destes países. Confira a lista destes países no site da
ANVISA: http://www.anvisa.gov.br/paf/febre/paises.htm.
A vacina contra a Febre Amarela pode ser tomada em
qualquer posto de saúde municipal e em alguns postos da ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e é de graça. A vacina é
válida por dez anos, a contar a partir do décimo dia após a
aplicação.
Ao tomar a vacina, você receberá um comprovante de
vacinação válido em todo o território nacional. Para requerer o
Certificado Internacional de Vacinação você deverá se dirigir a um
dos postos da ANVISA munido do comprovante de vacinação e
documento de identificação.
A vacina geralmente produz poucos efeitos colaterais; 5% das
pessoas podem desenvolver sintomas como febre, dor de cabeça e
dor muscular entre 5 a 10 dias após a aplicação.
Os endereços eletrônicos abaixo possuem maiores
informações sobre a vacina contra a Febre Amarela.
16
CIVES: http://www.cives.ufrj.br/informacao/fam/fam-iv.html.
Centros Municipais de Saúde na Cidade do Rio de Janeiro:
http://www.cives.ufrj.br/informacao/unidades/cms-rio.html.
Postos da ANVISA em todo o território nacional, capacitados a
expedir
o
Certificado
Internacional
de
Vacinação:
http://www.anvisa.gov.br/paf/mapa/postos_paf.pdf.
3.3 SARS
Outra doença que pode preocupar o bolsista é a SARS (sigla
inglesa para a Síndrome Respiratória Aguda Grave), também
conhecida como Pneumonia Asiática, Pneumonia Atípica, Gripe do
Frango ou Gripe Aviária. Apesar do risco atual de epidemia no
Japão ser baixo, é importante se informar sobre a doença e seus
riscos, especialmente para aqueles que pretendem viajar para as
áreas de risco. Maiores informações sobre contágio, riscos etc.
podem
ser
encontrados
no
site
da
CIVES
(http://www.cives.ufrj.br/informacao/sars/sars-iv.html) ou com uma
busca por informações mais atualizadas no site www.google.com.br.
Outras orientações sobre doenças diversas podem ser
encontradas
no
site
da
ANVISA
(http://www.anvisa.gov.br/paf/viajantes/index.htm)
ou
CIVES
(http://www.cives.ufrj.br/).
3.4 Emergências Médicas
No caso de você ficar doente no Japão e não souber falar
japonês ou preferir um atendimento em português, você pode
procurar o telefone do Disque Saúde (0120-050062). A ligação é
gratuita de qualquer parte do país, e você pode conseguir, através
de médicos brasileiros, diagnósticos, orientações e indicações de
hospitais e clínicas que poderão lhe prestar atendimento. Vale
lembrar que existe uma rigorosa legislação que impede os
profissionais de saúde brasileiros formados no Brasil de atuar
profissionalmente no Japão.
Mesmo assim, existe a Caravana da Saúde, um serviço
voluntário prestado por profissionais brasileiros da área médica que
prestam atendimento gratuito em suas visitas a diversas partes do
Japão. Preste atenção nos folhetos e periódicos da comunidade
dekassegui para se informar sobre as visitas da Caravana na sua
região.
Por fim, se você se sente necessitado de um ombro amigo,
uma palavra de consolo, pode recorrer a Linha de Atendimento aos
Latinos (LAL), um serviço gratuito e voluntário de atendimento em
17
português, respeitando seu anonimato. O telefone é 0120 66-2488,
às quartas-feiras, de 10:00 às 21:00 e sábados, das 12:00 às 21:00.
4. Telefone e Internet
Pois é, você chegou, já dormiu bem, e agora quer telefonar
para a família para contar as novidades. Como fazer isso?
4.1 Cartões Telefônicos
Existem algumas opções além da ligação direta internacional,
em especial os cartões telefônicos destinados às comunidades
estrangeiras residentes no Japão. Dentre estes cartões, destaque
para o Brastel (http://www.brastel.com/Pages/por/Home/), cartão
criado para a comunidade brasileira e com atendimento e menus
em português. Existem ainda outros cartões, e qualquer um deles
podem ser adquiridos com os panfletos distribuídos gratuitamente
em lojas de conveniência, lanchonetes, mercados, etc. Ao adquirir o
cartão, você deve pagar um dos boletos em qualquer loja de
conveniência, e seguir as instruções do cartão e do folheto para
telefonar de qualquer telefone público para o Brasil. Mas atenção,
estes cartões NÃO são cartões telefônicos! Eles são cartões de
contas telefônicas pré-pagas que você utiliza telefonando
diretamente para a central da empresa. Pode parecer complicado
agora, mas ao utilizar você irá compreender.
4.2 Telefones Públicos (Obs.:algumas informações podem
estar desatualizadas)
Os telefones públicos merecem uma explicação à parte.
Existem três tipos: verdes, cinzas e rosas. Os telefones verdes são
os mais comuns, encontrados em toda parte. Os modelos mais
antigos aceitam apenas moedas de ¥10 ou ¥100, enquanto os mais
novos aceitam cartões telefônicos e outras moedas. São aparelhos
para chamadas locais apenas, podendo ser utilizados com cartões
como o Brastel.
Os telefones de cor cinza são da Japan Telecom; com telas
de cristal líquido, um botão para conversão dos menus para inglês,
controle de volume e um botão para chamada de emergência
automática (polícia, bombeiros e ambulância). Esses aparelhos
permitem discagens diretas internacionais. Por fim, os aparelhos
rosa são os mais raros e, assim como os verdes, fazem apenas
ligações locais. Porém, os rosa aceitam apenas moedas de ¥10.
18
Cartões telefônicos (dos comuns, não do tipo Brastel) podem
ser encontrados em uma infinidade de lojas de conveniência,
mercados, kiosks nas estações, etc. Cada empresa possui o seu
cartão próprio, então fique atento para as tarifas. Às vezes é
possível conseguir cartões de graça distribuídos como publicidade
nas estações de trem nas épocas de promoções.
4.3 Ligações Diretas Internacionais
Para realizar ligações internacionais diretas, você pode
comprar um cartão telefônico de uma das três companhias
nacionais: IDC, Japan Telecom e KDD. Basta então usar o código
da empresa, código do país, DDD e telefone. Os códigos são 0061
(para IDC), 0041 (Japan Telecom) e 001 (KDD). É possível ainda
utilizar seu cartão de crédito para realizar tais ligações em alguns
aparelhos públicos. Para chamadas a cobrar, telefone 0057 (KDD)
ou 0033 (NTT). São chamadas grátis e a operadora completará a
ligação.
Fique atento para as tarifas para chamadas internacionais! O
horário mais barato é de 23h às 8h (correspondente ao período de
11h às 20h no Brasil), seguido pelas tarifas das 19h às 23h.
4.4 Telefone Celular
Morando no Japão cedo ou tarde você deve adquirir um
telefone celular. Existem muitas ofertas onde o modelo é oferecido
por preços absurdamente baratos como ¥1, ou até mesmo de graça,
mas deve-se estar atento: o preço do aparelho estará embutido na
conta mensal. Empresas como a AU, da operadora KDDI, oferecem
planos de descontos para estudantes, mas a Vodafone oferece
planos de descontos progressivos nas suas tarifas mensais.
Portanto, se você pretende ficar dois ou mais anos, é interessante
analisar as possibilidades dos planos progressivos da Vodafone.
Outras empresas como a Docomo e Tu-ka defendem seus produtos
com base em outros critérios: Docomo oferece a maior área de
cobertura do Japão (apesar de serem raras as ocasiões em que
você ficará sem sinal), enquanto a Tu-ka tem aparelhos inovadores
como o celular para locais barulhentos (que transmite o som através
de vibrações na caixa craniana do usuário) ou o celular simples
para a terceira idade. Também é possível alugar um aparelho de
celular, mas o preço não compensa quando se passa mais de três
meses no Japão.
19
4.5 Fax
Fax é muito fácil e acessível em diversas lojas de
conveniência e agências grandes dos correios. É possível enviar fax
de quase qualquer lugar, mas receber é mais difícil, nem todos os
locais aceitam recebimento de faxes.
4.6 Internet
Até poucos anos atrás era surpreendente a quase total
ausência de cybercafés no Japão. Isso mudou há pouco tempo,
com o boom de cybercafés e salas de internet. A rede “Maboo!”
(com um logo muito semelhante ao do site Yahoo!) oferece salas
individuais equipadas com acesso à internet, playstation, mangas e
uma grande TV de plasma. Tornou-se mais barato passar uma noite
num destes lugares do que nos famosos hotéis-cápsula. Cybercafés
são comuns em grandes centros comerciais, mas ainda são muito
raros no interior.
Além destas opções, a internet pode ser acessada de graça
em bibliotecas e prédios públicos, lanchonetes de fast-food que
oferecem não apenas a conexão como muitas vezes o computador,
e áreas de internet wireless como em aeroportos. Obviamente,
quase todas as universidades no Japão oferecem grande
quantidade de computadores para uso de seus alunos, e você
deverá ser informado sobre o meio e o limite de acesso em sua
universidade.
5. Dinheiro e Bancos
5.1 Dinheiro
É fortemente recomendado aos bolsistas para levarem cerca
de US$1500,00 (dólares americanos), para que se possa arcar com
as despesas iniciais e quaisquer eventualidades no primeiro mês.
Essa recomendação é feita visto que o pagamento da primeira
bolsa costuma ser feito no final do primeiro mês de estadia no
Japão, e não antes disso.
Uma dúvida comum é: vale a pena comprar dólares ou ienes
para levar? Afinal, ienes são difíceis de achar em casas de câmbio,
e o dólar pode ser aceito em qualquer lugar, certo? Errado. Casas
de câmbio brasileiras e agências bancárias capacitadas a realizar
trocas de câmbio podem vender ienes sem problema. Uma
20
sugestão é telefonar uma semana antes para o banco ou casa de
câmbio para se informar melhor sobre os locais e condições de
venda de moeda japonesa.
Normalmente, agências do Banco do Brasil localizadas em
aeroportos comercializam muito facilmente ienes japoneses. Você
deve informar o valor que deseja comprar para que se reserve
nominalmente a quantia. Se resolver comprar ienes no Brasil, não
se surpreenda quando vierem apenas notas de ¥10.000, pois os
bancos e agências de câmbio muito raramente vendem notas
menores. Mesmo assim, as notas de ¥10.000 podem ser utilizadas
muito facilmente em qualquer máquina ou loja no Japão, ao
contrário da nossa nota de R$100,00.
Uma dica é levar ainda cerca de US$50,00 para quaisquer
despesas com lanches, cartões telefônicos etc. nas escalas em
território americano. O mesmo para quaisquer outras escalas, como
levar uma pequena quantia de dólares canadenses quando no
Canadá ou euros quando na Europa.
Se resolver levar dólares para o Japão, você deverá trocá-los
em alguma agência bancária. Grandes agências em Ikebukuro ou
Shinjuku, em Tokyo, de bancos como Mizuho, MUFG, Daiwa,
Mitsui-Sumitomo e outros, podem trocar facilmente notas de dólar
americano, mas atenção: notas danificadas serão definitivamente
recusadas. Caso você utilize dólares na sua escala nos EUA, tome
cuidado com as notas que receberá de troco, pois nem sempre elas
poderão ser trocadas no Japão.
5.2 Quanto vale?
Caso queira ter uma noção dos valores, você pode utilizar o
conversor
do
site
do
Banco
Central:
http://www4.bcb.gov.br/?TXCONVERSAO .
Tome cuidado quando chegar para não gastar muito logo no
começo! Peça dicas aos outros moradores do seu dormitório e
amigos japoneses para ter uma noção correta dos preços e valores
dos produtos. É comum o bolsista gastar muito mais do que
normalmente gastaria em despesas como alimentação e transporte
nas primeiras semanas até se acostumar com o dinheiro japonês.
Para se ter uma boa idéia do custo diário com alimentação, por
exemplo, pense em gastar cerca de 1000 a 2000 ienes por dia, com
as três refeições diárias. Aquele pão da loja de conveniência pode
parecer barato à ¥250, mas você pode descobrir tarde demais que
podia conseguir o mesmo por ¥100 no mercado ao lado.
(obs.:valores em 2006)
21
Para se ter uma idéia do valor do dinheiro japonês:
Lata de coca-cola: ¥110
Camisa de malha: ¥900
Lanche: ¥750
Aluguel mensal de apartamento de 1 quarto em Tokyo:
¥90.000
CD: ¥2000
Lata de cerveja: ¥250
Bilhete de metrô (a partir de): ¥130
Cinema: ¥1800
Lembre-se ainda de pedir, quando possível, descontos para
estudante! Passagens de longa distância e outros exigem um
comprovante de matrícula da universidade. Informe-se com o
departamento de estudantes estrangeiros (Ryūgakuseika 留学生課)
de sua universidade.
5.3 Bancos
Outra questão importante são os bancos. Certamente a
universidade ou o próprio Ministério da Educação japonês
(Monbusho) vai pedir que você abra uma conta em um banco
japonês, para em alguns casos facilitar o pagamento da bolsa
mensal. Normalmente um tutor japonês ou algum colega da sua
faculdade auxilia com estes trâmites bancários.
Uma outra opção para a remessa e recebimento de valores
para e do Brasil é abrir conta em um banco brasileiro com agência
no Japão. O Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Banespa e Sudameris
possuem agências no Japão, especializadas em serviços para a
comunidade dekassegui brasileira. Mesmo assim, se você possui
conta em um destes bancos pode sentir maior facilidade e conforto
utilizando-os.
Abaixo estão listados os sites com maiores informações sobre
as agências e os serviços realizados por estes bancos no Japão:
Banco do Brasil: http://www.bancobrasil.co.jp/
Itaú: http://www.itau.co.jp/
Bradesco: http://www.bradesconikkei.com.br/
Banespa: http://www.banespa.co.jp/
Sudameris:
http://www.sudameris.com.br/dekassegui/tpl_sudameris_dekassegui
.shtm
22
6. Consulado e Serviços Consulares
Quando no Japão o representante máximo do seu governo é
o Consulado Brasileiro. É através dele que questões legais podem
ser resolvidas sem a necessidade de voltar ao Brasil. Para uma lista
dos serviços prestados pelos consulados brasileiros no Japão,
consulte a lista no site http://www.consbrasil.org/.
6.1 Apoio aos Brasileiros Residentes no Japão
Um dos mais importantes serviços prestados pelos
consulados é o apoio a brasileiros residentes no Japão. Por isso,
assim que chegar ao Japão você deve registrar-se no consulado
responsável pela sua área de residência (confira a lista no site
http://www.consbrasil.org/arquivos/guia-de-apoio.html).
Esse
registro serve para, no caso de algum desastre natural grave,
especialmente terremotos, o consulado possa localizar os
brasileiros residentes no Japão e prestar o devido auxílio.
Vale ainda lembrar que, no caso de viagem ou visita a
qualquer outro país, é importante informar o escritório consular
responsável pela área sobre seus destinos e itinerário. Foi através
deste registro que os consulados brasileiros na Ásia puderam
localizar e auxiliar prontamente os brasileiros que se encontravam
na área atingida pelo tsunami em fins de 2004, fornecendo contato
com suas famílias no Brasil e transporte o mais rápido possível.
Procure no site do Ministério das Relações Exteriores formas de
contato com o escritório diplomático responsável pela área de
destino da sua viagem:
http://www.mre.gov.br/portugues/servico_consular/brasileiros/repres
entacoes/representacoes.asp
Lembre-se ainda de ler as recomendações do mesmo
ministério sobre viagens ao exterior:
http://www.mre.gov.br/portugues/servico_consular/brasileiros/inform
acoes/informacoes.asp.
23
7. Transporte
O Japão talvez seja um dos países com o sistema público de
transporte mais confiável do mundo. Trens, ônibus e bondes podem
ser encontrados em praticamente qualquer lugar, são pontuais,
seguros e rápidos.
7.1 Ônibus (valores em 2006)
Ônibus talvez sejam os mais caros dentre os três meios de
transporte público. A passagem custa normalmente ¥200 em Tokyo,
mas muitas linhas utilizam um sistema de custo progressivo, que
aumenta de acordo com a distância percorrida. A entrada é sempre
pela frente, próximo ao motorista, quando o preço é fixo; se o preço
for progressivo, a entrada é por trás ou pelo meio, e a saída é pela
frente, para que o motorista confira se o valor pago corresponde ao
custo daquela parada. As linhas são muito mais curtas do que no
Brasil, e costumam atravessar dois ou três bairros no máximo,
tornando assim o trem o transporte mais barato para longas
distâncias. Em quase todas as cidades é possível comprar em uma
grande estação passes para utilização do ônibus; informações
sobre os passes e itinerários de diversas linhas podem ser
encontradas no interior do próprio ônibus, afixada em meio aos
cartazes e propagandas, ou na internet. Não pergunte ao motorista,
ele estará ocupado demais dirigindo.
Além dos ônibus normais, de linha, algumas cidades possuem
ônibus turísticos. Procure se informar sobre eles, pois são uma
grande opção para visitar os pontos principais em cidades como
Sendai, por exemplo. Seu custo é em média de ¥500 por um passe
válido para um dia, e são facilmente identificáveis pelas cores fortes
e design diferente dos ônibus comuns. Procure nos centros de
informação turística nas grandes estações de trem.
7.2 Bonde
Os bondes são raros em grandes cidades, sendo Tokyo
possuidora de apenas uma única linha, a Toden-Arakawa (都電荒
川 ). Cidades menores, como Kagoshima, Nagasaki, etc. ainda
utilizam bondes em larga escala, sendo transportes limpos e
baratos para a cidade. O custo da passagem varia, mas é comum o
uso de passes de um dia para turismo. O pagamento do bilhete é
realizado quando se entra no bonde, jogando as moedas ou
depositando as notas na máquina ao lado do condutor.
24
7.3 Trem e Metrô
O transporte mais comum e que certamente você utilizará em
90% dos casos é o trem. Qualquer guia turístico ele traz um mapa
das linhas de trem e/ou de metrô. Saiba diferenciar o trem do metrô,
para não se confundir com as linhas e baldeações! A maior
empresa de trens é a JR, cobrindo praticamente o país inteiro.
Mapas de sua malha ferroviária podem ser encontrados em seus
sites:
JR Higashi Nihon (JR 東日本):
http://www.jreast.co.jp/map/index.html
(mapas
da
área
metropolitana de Tokyo e a região de Kantō e Tōhoku).
Keio Group (京王グループ):
http://www.keio.co.jp/traffic/train/map/index.html (segunda maior
empresa de trens na área metropolitana de Tokyo)
JR Nishi Nihon (JR 西日本):
http://www.jr-odekake.net/eki/route/index.html (mapas detalhados
de Kinki e Chūgoku)
Estas são apenas algumas das muitas empresas de trem do
Japão. Dezenas de outras empresas locais menores existem, e com
o tempo você vai se acostumar a usá-las.
“Train for Dummies”: Como comprar passagem de trem?
Mas, afinal, como se faz para comprar passagem de trem?
Primeiro você tem que localizar na estação as máquinas de compra
de passagem. Normalmente são verdes (principalmente nas
estações da JR), mas também existem máquinas amarelas,
vermelhas e cor-de-rosa, para compra de bilhetes de trens
expressos especiais, expressos noturnos, ônibus intermunicipais,
trens-leito, shinkansen; enfim, esqueça-as, por enquanto.
Acima das máquinas de bilhete você deve ver o mapa das
linhas com as estações indicadas e o preço do bilhete da estação
em que você está até lá. É difícil ter os nomes escritos em Roma-ji,
então é bom se acostumar a ler o nome das estações que você
costuma freqüentar em kanji mesmo. Você pode comprar a
passagem já com o preço completo ou, se não quiser esquentar a
cabeça por enquanto, pode comprar a tarifa básica e pagar a
diferença na estação de destino. Se pagar a tarifa errada, não tem
problema (veja mais abaixo).
Quando entrar na estação, não se esqueça de pegar o bilhete
de volta da roleta. Você tem que recoloca-lo na máquina quando for
sair, senão... No caso de perder a passagem, os funcionários são
normalmente
muito
compreensivos,
especialmente
com
25
estrangeiros. Ele vai perguntar de qual estação você veio. Como
ainda existe muuuita gente honesta no Japão, ele vai acreditar em
qualquer coisa que você falar, mesmo que você diga que veio da
estação imediatamente anterior. Sendo assim, podem acontecer
três coisas:
1) Pedir para que você pague o valor integral da passagem;
2) Pedir para que você pague três ou mais vezes o valor da
passagem, como multa para você não esquecer da
próxima vez. Sim, o funcionário tem esse poder e, acredite,
ele não vai guardar a diferença para si;
3) Deixar você sair de graça.
Tudo depende muito do humor do funcionário. E se você não
tiver dinheiro para pagar, existem casos em que o funcionário pede
seu endereço e telefone para que você pague mais tarde, ou
mesmo mandar um boleto para o seu endereço. Tentar enganar o
funcionário da estação é crime, e ele pode muito facilmente chamar
a polícia (que sempre tem um posto nas grandes estações).
Cuidado! É comum estrangeiros fingirem que não entendem
japonês para tentar pagar menos, e isso é um crime sério!
Caso você tenha comprado o bilhete com tarifa básica para
pagar a diferença na saída, ou comprou com o valor errado, não se
preocupe. Normalmente as estações têm máquinas amarelas
próximas à saída para reajustar o valor do bilhete. Você toca na tela,
ativando-a, deposita o bilhete, ela diz quanto tem que pagar e te dá
um bilhete novo assim que você coloca o dinheiro. Coloque então o
bilhete novo na roleta para sair.
Estações muito pequenas não costumam ter máquinas de
reajuste, sendo o reajuste feito então com o funcionário na saída da
estação. É importante prestar atenção para entender o quanto você
tem que pagar.
Outro ponto a se tomar cuidado é que cada vez que você
troca de empresa de trem você tem que comprar um novo bilhete.
Vale a pena gastar um tempinho estudando as possibilidades de
viagem com diferentes empresas, e mesmo evitar algumas (como a
careira, porém indispensável, JR). O Japão tem muitíssimas
empresas de transporte ferroviário, então sempre é bom perguntar
pelas opções. Em Tokyo, por exemplo, tem a JR, Odakyu, Keio,
Keisei, Yurikamome, além das linhas de metrô. Em Osaka, além do
metrô, tem JR, Hankyu, Nankai, Kintetsu, Keihan, Omi, Hanshin e
outras.
26
7.4 JR Pass (Passe de Trem para Turistas)
Algumas pessoas podem lhe indicar o Japan Rail Pass, um
passe que dá livre acesso à trens de inúmeras categorias por 7, 14
ou 21 dias. Se você é um bolsista e a categoria do seu visto
japonês é qualquer uma menos turista, ESQUEÇA! Com visto de
estudante, você não pode utilizar este passe. O passe é direcionado
à portadores de vistos de curta duração, e NÃO de longa
permanência, como o de estudante e trabalhador. Pelo menos não
oficialmente, mas existem muitos estudantes que se arriscam e
investem num passe desses para ativá-lo aqui nos primeiros três
meses, quando dizem ser possível utilizá-lo com qualquer visto.
Para viajar dentro do Japão é melhor você buscar outros passes
adquiridos dentro do país, como o Seishun 18 Kippu (青春 18 切符),
que dá direito a cinco dias não-consecutivos de uso livre de trens
comuns e, em alguns casos, expressos.
7.5 Objetos Perdidos
Se em algum transporte você perder uma bolsa, laptop,
celular etc. não se desespere. Assim que der pela falta do objeto,
informe imediatamente o funcionário da empresa mais próximo.
Diga-lhe qual é o objeto, descreva-o e diga qual trem você pegou. É
muito comum perder objetos no trem, e você tem grandes chances
de recuperá-lo rapidamente sem proceder desta maneira. No caso
de você notar a falta do objeto mais tarde, ou não conseguir
recuperá-lo imediatamente, não se preocupe. Quase todas as
estações possuem seções de achados e perdidos dispostas a lhe
ajudar. É muito comum as pessoas que encontram objetos perdidos
entregarem aos funcionários dos trens ou informarem o achado. No
caso de alguns objetos em especial, como celulares, a própria
empresa telefônica se responsabiliza em informá-lo sobre o
paradeiro do celular e como proceder para reavê-lo. Em empresas
de transporte pequenas e linhas locais, é mais fácil buscar pela
seção de achados e perdidos, onde certamente você se deparará
com uma grande coleção de guarda-chuvas perdidos!
Se você perder alguma coisa em uma via pública, informe o
posto policial mais próximo. Você deve receber um comprovante de
registro policial, que será necessário para retirar o objeto se
encontrado. Por lei, você é obrigado a pagar entre 5 a 20% do valor
do objeto como recompensa a quem o encontrar, por isso não
estranhe se a recompensa for pedida mesmo que você não a
ofereça.
27
Se perder um documento, há alguns procedimentos especiais.
Se perder o Gaikokujin Tōrokushō, além de informar a polícia, você
deve reportar-se à administração da região (Kuyakusho,
Shiyakusho etc. 区 役 所 、 市 役 所 ). Se o objeto perdido for o
passaporte, você deve informar também sua embaixada ou
consulado, além da polícia. E, se perder um cartão de crédito,
lembre-se de telefonar para a operadora do cartão para cancelá-lo e
requerer um novo.
7.6 Táxi (valores em 2006)
Além das linhas de transporte público, você pode querer optar
por andar de táxi. Tome cuidado com as tarifas! Em Tokyo a tarifa
básica é de ¥660 para os primeiros dois quilômetros, aumentando
em cerca de ¥100 para cada 347 metros adicionais. Isso significa
que se você decidir tomar um táxi de Narita para seu dormitório
quando chegar ao Japão, espere gastar entre ¥25.000 a ¥30.000
em uma única corrida de uma ou duas horas! Algumas empresas de
táxi aceitam pagamento em cartão de crédito, o que pode facilitar
seu deslocamento quando não lhe resta nenhum dinheiro.
7.7 Bicicleta (valores em 2006)
Bicicletas também podem ser facilmente obtidas. Alguns
dormitórios sorteiam bicicletas para os interessados no começo de
cada semestre, visto que bolsistas anteriores as deixam no Japão.
O dormitório deverá lhe fornecer algum tipo de documentação para
a bicicleta, que você deve apresentar se for abordado pela polícia.
O tráfego de bicicletas no Japão também está sujeito a regras e
multas. Confira abaixo as infrações e suas respectivas multas:
- Conduzir embriagado: Pena de até 3 anos de reclusão ou
multa de ate ¥500.000.
- Ignorar o sinal de trânsito: Pena de até 3 meses de reclusão
ou multa de ¥50.000.
- Estacionar em local proibido: Pena de até 3 meses de
reclusão ou multa de ¥50.000.
- Conduzir à noite sem farol ou iluminação adequada: Multa
de até ¥50.000.
- Conduzir no sentido oposto ao do transito: Pena de até 3
meses de reclusão ou multa de até ¥50.000.
- Carregar outra pessoa: Multa de até ¥20.000 (apesar de ser
uma infração comum entre japoneses, é melhor evitar).
Estrangeiros são especialmente visados pela polícia,
principalmente em tempos de terrorismo e criminalidade elevada
28
entre a população de estrangeiros residentes no Japão. Por isso, é
bom tomar os cuidados necessários e evitar dores de cabeça
desnecessárias. E lembre-se: SEMPRE carregue consigo o
documento de estrangeiro (Gaikokujin Tōrokushomeishō).
29
8. Desastres Naturais
8.1 Terremotos
O Japão é um país que vive constantemente sob a ameaça de
desastres naturais. É dito que todo dia, em algum ponto do
arquipélago, ocorre um tremor de terra forte o bastante para ser
sentido pela população local. Terremotos são comuns, e
provavelmente você sentirá um ou dois por mês. Sendo brasileiro,
você deve estar preocupado, pois não está acostumado com este
tipo de risco, certo? Então aqui vão algumas dicas.
Rotas de Fuga e Abrigo
O primeiro passo ao chegar ao seu dormitório é prestar
atenção a todo o tipo de informação disponível. Muitos dormitórios
disponibilizam um pequeno folheto em inglês ou japonês para que
você se inteire dos procedimentos em caso de um terremoto forte.
Certifique-se de conhecer e praticar mentalmente o caminho que
deve percorrer caso seja necessário abandonar o prédio e seguir
até o abrigo mais próximo. Em geral, praças, parques e templos são
abrigos preferenciais, por serem espaços abertos maiores e sem
fiação elétrica. Dizem que um terremoto pode ser considerado forte
quando os vidros das janelas começam a vibrar ou trincar. Neste
caso, esteja preparado.
Terremotos Fracos e Médios
Todos os dias o Japão é assolado por algum terremoto.
Talvez por isso os japoneses ignorem com a maior naturalidade um
tremor pequeno. São comuns os casos de estrangeiros que correm
ou se apavoram com o menor dos tremores, portanto o melhor a
fazer é a imitação: aja como os japoneses. Trens não costumam
parar em terremotos fracos, logo é provável que você só saiba que
ocorreu um terremoto quando chegar em casa e outros lhe
contarem.
Caso aconteça um terremoto de média intensidade, com risco
de queda de objetos e móveis, você deve tentar se proteger com a
própria estrutura do prédio onde você se encontra. Na faculdade ou
locais públicos, o ideal é buscar abrigo debaixo das mesas. Pode
parecer besteira, mas mesas são a melhor proteção em um
ambiente onde objetos pesados podem cair de prateleiras altas,
vidros podem arrebentar e lançar estilhaços em todas as direções e
focos de incêndio podem surgir. Caso esteja no seu quarto, no
30
dormitório, NÃO corra para fora. O risco de ser atingido por cabos
de energia arrebentados, cacos de vidro ou mesmo carros
desgovernados é muito alto. Procure se abrigar sob colunas de
sustentação, como portas e passagens.
Terremotos Fortes
Para o risco de terremotos mais fortes, é melhor tomar
precauções extras. Arrume seu quarto de forma que facilite os
procedimentos de emergência. Jamais coloque muitos objetos em
prateleiras sobre sua cama. É preferível comprar mobília extra a
encher a prateleira de livros que podem cair na sua cabeça e
causar ferimentos graves. Com móveis altos, instale travas para
que não caiam. Tome cuidado ainda para não colocar objetos ou
tapetes que possam bloquear ou tornar uma fuga mais difícil. O
caminho da porta deve SEMPRE estar livre.
Kit de emergência
Pré-requisito em todas as casas japonesas, você também
deve estar munido de um kit de emergência. Você pode montar o
seu, colocando em uma bolsa próxima à saída:
1. Documentos importantes, como seu passaporte;*
2. Comida desidratada, do tipo Calorie Mate;*
3. Água potável (cantil ou garrafa);*
4. Rádio e pilhas para ouvir quaisquer anúncios públicos;*
5. Remédios indispensáveis;
6. Dinheiro e valores (há risco de saques);
7. Lanterna e pilhas;
8. Toalha de rosto e kairu (bolsa aquecedora);
9. Par de luvas;
10. Muda de roupa;
11. Corda e faca de camping;
12. Capa de chuva;
13. Lápis e/ou caneta e um bloco de papel.
*: itens absolutamente indispensáveis.
Se você não tiver tempo para montar seu kit, algumas lojas
vendem o kit pronto. Lojas de conveniência, mercados e lojas como
a “Don Quijote” (ドン・キホーテ) vendem estes kits.
Em quase todas as localidades do Japão existe um sistema
público de som que é utilizado em caso de emergências graves.
Esteja sempre atento à qualquer alerta, como tsunamis e
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terremotos mais fortes. Ignorar o sistema de som pode ser um erro
terrível. Além do sistema público de som, carros da polícia emitirão
um sinal de alerta padrão: sirenes tocam por 45 segundos, seguidas
por intervalos de 15 segundos de silêncio.
Algumas precauções são cruciais em caso de terremoto:
1. NÃO ENTRE EM PÂNICO;
2. NÃO ENTRE EM PÂNICO;
3. NÃO ENTRE EM PÂNICO;
4. Apague qualquer fogo e não acenda nada;
5. Certifique-se de ter próximo a si um extintor de incêndio;
6. Cheque as travas dos móveis e estantes para que não
caiam;
7. Ligue a televisão ou rádio, e fique atento aos alertas;
8. Confira se a tubulação de água ainda funciona. Se sim,
encha sua banheira com água, no caso de falta de água;
9. Veja se as janelas estão firmes, e se não há risco de queda
de algum vidro;
10. Se tiver tempo, troque de roupa. Usar roupas mais leves
facilitam qualquer fuga. O mais indicado é calças e camisa
de manga comprida.
Se você estiver na faculdade ou em algum escritório, pode
seguir estas orientações:
1. Agir de acordo com o plano de fuga do escritório (ou seja,
imite o que outros fazem!);
2. Antes de tomar qualquer trem ou ônibus, esteja certo de
que o sistema de transporte esteja funcionando e que você
pode chegar em casa;
3. Se você mora perto, vá a pé e evite o sistema público de
transporte;
4. Não dirija!
O site da polícia metropolitana da Tokyo possui uma página
dedicada ao que fazer em caso de terremoto. Você pode ainda
conferir os procedimentos corretos caso esteja em qualquer lugar
que não os acima. Confira o site da polícia e leia-o com atenção,
especialmente a seção “What to do in case of na earthquake in
Tokyo”:
http://www.keishicho.metro.tokyo.jp/foreign/submenu.htm
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Grande Terremoto de Tōkai
A região de Tokyo está em alerta para o próximo grande
terremoto de Tōkai, um fenômeno cíclico que acontece entre 100 e
150 anos na região. Este terremoto terá seu epicentro em algum
lugar próximo à Baía de Suruga, na prefeitura de Shizuoka. Se o
terremoto seja detectado, haverá alguns dias ou horas antes do
tremor, sendo então anunciado o chamado Keikai Sengen (警戒宣
言), ou Anúncio de Terremoto, pelo Primeiro-Ministro, na televisão e
no rádio, para que a região se prepare para o desastre.
Lembre-se de se registrar na Embaixada brasileira. Este é
o seu instrumento de ajuda mais eficaz para conseguir suporte
e remoção no caso de um grande desastre.
Por fim, lembre-se: desastres naturais não são motivo para
que você desanime e desista da sua estada no Japão. É muito
importante ter consciência dos riscos e estar atento aos alertas e
procedimentos públicos de evacuação. Melhor prevenir do que
remediar!
8.2 Tufões
O Japão é assolado por séries de tufões todos os anos,
geralmente entre os meses de Junho e Setembro. Raramente
graves na região de Kantō, quase todo o arquipélago corre o risco
de ser atingido por um tufão forte. Assim como os terremotos, devese tomar algumas precauções no caso de um tufão.
Preste atenção na previsão do tempo. Normalmente tufões
são previsto com dias, talvez semanas de antecipação, o que
facilita a prevenção. Lembre-se de:
- Assegurar-se de que não há quaisquer objetos do lado de
fora que possam voar e ferir terceiros;
- Se for um tufão forte, principalmente em áreas mais afetadas
como Kyūshū, Kansai etc., coloque fitas adesivas em X nas janelas.
Pode parecer coisa de filme americano, mas realmente evita que
elas se partam;
- Tufões podem cortar o fornecimento de gás, energia e água.
Portanto o melhor a fazer é encher sua banheira de água e
abastecer-se com pilhas em tufões mais fortes;
- Caso não haja energia, use um rádio portátil para ouvir
quaisquer alertas;
- Em tufões mais fortes, aulas e expedientes são normalmente
cancelados. Telefone para seu escritório/faculdade antes de
aventurar-se a sair em meio a tufão;
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- Podem ainda ocorrer paralisações dos sistemas de trens e
metrô em alguns casos. Siga as instruções dos funcionários das
estações em ambos os casos.
8.3 Treinamento
Além de folhetos, que você deverá encontrar em diversos
locais, algumas associações se oferecem para auxiliar e treinar
estrangeiros residentes no Japão em caso de um desastre natural,
desde a usar um extintor de incêndio até procurar por abrigo. Em
Tokyo, você pode ir até o “Life Safety Learning Center”, da
associação “Friendship Chiyoda”. Eles oferecem eventos periódicos
para treinamento de estrangeiros, e seu site possui uma versão em
português. Acesse , http://fchiyoda.org .
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