Historia de vida de um empreendedor de sucesso, Antonio Schuh

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Historia de vida de um empreendedor de sucesso, Antonio Schuh
Historia de vida de um empreendedor de sucesso, Antonio Schuh!
Os relatos que farão parte das narrativas contidas na historia de vida de
Antônio Schuh são de sua esposa Eny Anita Schuh e do filho Reno Luiz Schuh.
Também seu irmão Osvaldo colaborou.
Antônio Schuh nasceu na Picada Schuh, que se localiza
em Vila
Palanque, na divisa com Linha Herval, interior de Venâncio Aires em 02 de
maio de 1924 e era filho de Pedro Schuh e Carolina Michels. Antônio Schuh
procedia de uma família muito grande, comum nas famílias tradicionais daquela
época, eram (ordem cronológica): João, Arnoldo, Alfredo, Edvino, Hilda,
Antonio, Imelda, Odilo, Albino, Osvaldo, Ivone e Cacilda.
Seus pais eram colonos e plantadores de erva mate que ia além da
cultura de subsistência, entre outros produtos que a terra podia lhes oferecer.
Criavam pequenos animais, vacas leiteiras, entre outros, porcos, galinhas que
lhe garantiam a alimentação para a família.
Para que os filhos tivessem alguma instrução só existiam as escolas
mantidas pelos próprios moradores nas localidades do interior. Assim Antônio
teve seu aprendizado na escola em Vila Palanque, distante de casa uns 3 km,
que eram percorridos a pé, como era o costume da época. Antônio fez apenas
os três primeiros anos do primário.
Tinha como diversão nos finais de semana as corridas de cavalo. Muito
magro na infância e adolescência, era jóquei e tinha muito orgulho quando
montava nos torneios organizados nos finais de semana. Tudo era feito de
canchas improvisadas em meio às pastagens dos participantes da modalidade.
Assim o divertimento estava garantido para os moradores daquela região de
Palanque, interior de Venâncio Aires.
Outra atividade que muito gostava era tocar piston nas festas e bailes da
região.
Muito jovem foi convidado por seu irmão Arnoldo a ajudá-lo na padaria
que este tinha na cidade de Venâncio Aires.
Antônio cumpriu o dever cívico em Santa Maria,
local determinado para os jovens de Venâncio
Aires. No exercito Participava da banda constituída
pelos militares, sendo aproveitado seu dom para
tocar piston. O serviço militar sempre foi motivo de
orgulho e lhe abriu horizontes.
Depois de sair do quartel, Antônio tomou de
volta a vida normal. Voltou a trabalhar com o irmão
na padaria. Seu irmão resolveu voltar para
palanque e negociou o estabelecimento com
Antonio.
(Na foto, Antonio em Santa Maria no cumprimento do
dever cívico).
Poucos anos depois Antonio resolveu abrir também um bar. Para ajudálo na padaria e bar, Antonio chamou de Palanque o irmão mais novo, Osvaldo,
que viria a ser seu grande parceiro na construção do futuro. Segundo Osvaldo:
“O bar iniciou as atividades no ano de 1950, ao lado do Sulbanco, na parte da
frente da casa alugada do Tio Henrique Schuh, próximo a firma Martin Gueller,
na época distante do Centro da cidade de Venâncio Aires. No ano de 1952
surgiu a oportunidade de mudar para o Hotel Central (Parece que no passado
remoto era Ruschel). Funcionou até julho ou agosto de 1954 quando foi
destruído por um incêndio, iniciado no Hotel”.
Os negócios iam bem e até um “flamante”
Ford 29 Antonio comprou. Estava aí mais
uma atividade. Tinha padaria e bar, tocava
piston nos bailes e utilizava o 29 como taxi.
Formava-se uma convicção que passava
aos filhos e conhecidos: “O homem deve ter
no mínimo três fontes de renda... se uma vai
mal, as outras garantem o sustento”.
(Na foto, Antonio Schuh em uma das festas na
quais tocava aos finais de semana).
Mais ou menos em 1949,
Antônio
namorar.
e
Eny
começaram
a
Ainda
antes
do
casamento, Antonio adquiriu 25%
da então pequena transportadora
do sogro. Contudo não trabalhava
na empresa. Continuava cuidando
dos outros negócios e a D. Eny que
cuidava este empreendimento.
(Na foto, o encontro do casal Antonio e
Eny).
O casamento aconteceu em 20 de
dezembro de 1952 na Paróquia São
Sebastião Mártir de Venâncio Aires. A
festa se deu na casa dos pais de Eny e
a lua de mel foi em Santa Maria.
Ao retornar da viagem, o casal recebeu
de presente a casa para morar. O
endereço jamais foi esquecido por
Eny... “ficava ao lado da casa de minha
mãe, na Osvaldo Aranha, 1416 em
Venâncio Aires”.
(Na foto, o casamento de Antonio e Eny em
Venâncio Aires).
Anos depois, os pais de Eny se separaram. O sogro foi embora com
apenas um caminhão dos três que tinha. Os terrenos ficaram para a família.
Como Antonio já tinha parte da empresa acabou ficando com os outros 75%,
por negociação de Antonio com a sogra. Eny não se lembra de detalhes da
negociação. Lembra apenas que passou a ensinar ao marido as lides
burocráticas como datilografia, emissão de documentos, etc.
Aqui também Osvaldo contribui com seu relato:
“Assim como a Eny, também não sei como se desenvolveram as
negociações entre o Antonio e o sogro para a compra da empresa”. No ano de
1954 o Antonio ficou com a totalidade da empresa, que teve o primeiro contrato
social registrado na Junta Comercial no mês de dezembro de 1951.
Foi também no ano de 1954 a
abertura da filial de São Paulo. Até
aquele
ano
(não
sei
durante
quantos anos), a empresa era
agenciada em São Paulo pela
Transportes Panex, de propriedade
do
Sr
Léo
Bernard
Riffel,
de
saudosa memória. Foi ele que
incentivou o Sr Fritzen para abrir
uma filial, pois as cargas da TVA
estavam aumentando, bem como
as
cargas
instalações
da
Panex
físicas
já
e
as
não
suportavam o movimento das duas.
(Na foto, os sócios da empresa, da
esquerda para a direita. Antonio Pascale, Osvaldo e Antonio Schuh).
Foi também o Sr Riffel que sugeriu ao Sr Fritzen contratar o Antonio
Pascale, que era o subgerente da Panex. “Ainda no ano de 1954, quando eu
cumpria o dever cívico no 8º R.I, em Santa Cruz, o Antonio me convidou para
trabalhar na filial em São Paulo, recentemente aberta, para aprender as lides
da atividade, sob a orientação do Pascale, e depois abrir a segunda filial da
empresa, em Porto Alegre. Fui a SP em fevereiro de 1955 e lá fiquei até o
início do ano de 1957”.
Os três: Antonio, Osvaldo e Pascale, constituíram uma empresa em
partes iguais. A Transportes Venâncio Aires Ltda.
Em 1º de outubro de 1956 levou a sede da empresa para Santa Cruz do
Sul, que já despontava como um polo em desenvolvimento.
Em Santa Cruz passou a tocar seu piston Orquestra Marabá.
Durante alguns anos pagavam aluguel. Primeiro na Rua Ernesto Alves e
depois na “principal”. A Rua Marechal Floriano. Posteriormente Antonio
comprou dois terrenos na Rua Venâncio Aires em Santa Cruz do Sul. Em um
construiu uma ampla casa para a família e no outro um prédio para a
transportadora. Mais tarde construiu na Rua Jorge Hoelzel, 114, residência
onde ainda hoje mora Eny rodeada dos filhos e netos.
A empresa ia crescendo a cada dia. Abrindo novas filiais e agências
(hoje chamados de franqueados), conforme as oportunidades apareciam.
Como empresário gabaritado e conhecido na sociedade santa-cruzense foi
presidente do Lions Clube Santa Cruz por uma gestão.
Antônio e Eny tiveram
quatro filhos, Breno, Reno
Luiz, Reni e Antonio Junior.
A idade foi chegando e
Antonio se aposentou, mas
em
nenhum
momento
abandonou a transportadora.
(Na foto, Antonio e Eny, a filha Reni no colo da mãe, o filho Reno no colo do pai e
Antonio Jr., à direita)
Os seguidos planos econômicos, as formas de transporte, o perfil dos
clientes se modificado... As empresas do perfil da TVA, que trabalhavam com
“frete a pagar”, ou seja, os clientes eram conquistados em Santa Cruz e as
outras cidades onde havia as filiais foram acabando. Talvez a decisão mais
difícil na vida de Antonio teve de ser tomada nos seus últimos anos de vida...
Seguir tocando a empresa, e, muito provavelmente quebrar, como havia
acontecido com praticamente todos seus antigos concorrentes (Mayer, Exp.
Rio Grande São Paulo, Cruzador, etc. etc.). Foi então que resolveu vender a
empresa. Os novos investidores não resistiram ao mercado e acabaram por
encerrar as atividades da empresa.
Antonio era um homem de muitos
amigos, convívio social intenso.
Firme nos negócios e que sabia
aproveitar
muito
bem
os
momentos de lazer. Quando da
morte do pai, Antonio comprou as
partes que cabiam a cada irmão e
colocou nas terras Albino (um dos
irmãos) para tomar conta e cuidar
da mãe e também para que não
se perdesse a identidade do local
onde viveu sua infância, seus
amigos
e
companheiros
de
cavalgada na Picada Schuh no
interior
de
Vila
Venâncio Aires.
(Na foto, Antonio em um dos momentos de lazer compartilhado com a família)
Palanque,
Sempre valorizou os parentes. Quando necessitava de funcionários para
a empresa, a vaga era priorizada para eles. Ajudava a todos que lhe vinham ao
encontro.
Antonio deixou um grande legado para os filhos e netos que ficarão
guardados na memória como estimulo de luta e persistência em tudo aquilo
que desejou e realizou em sua vida. Hoje Eny se diz satisfeita por ter
conseguido reunir a família a sua volta, com filhos, netos e bisnetos. Podemos
concluir que apesar de todo sacrifício em prol das conquistas desejadas por
Antonio ele construiu uma bela família com frutos que se perpetuarão através
das gerações.
Seu irmão Osvaldo diz: ”Antonio, que foi realmente um líder. Graças às
oportunidades que me propiciou que consegui progredir, criar e educar os filhos
e ter um razoável padrão de vida”.

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