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TELECONFERÊNCIA SOBRE OS RESULTADOS DO 4T14
Operador
Agora, gostaria de passar a palavra ao senhor Rômulo de Mello Dias...
Rômulo Dias
Bom dia! Gostaria de agradecer pela presença de vocês nesta apresentação dos resultados
do quarto trimestre e do ano de 2014. Estão comigo Clovis Poggetti Junior, CFO e DRI,
membros da diretoria executiva, equipes de finanças e relações com investidores.
Vamos iniciar na página 3 apresentando a evolução do volume financeiro de transações de
crédito e débito.
Na comparação com o quarto trimestre do ano anterior, o volume financeiro capturado
apresentou crescimento de 9,3% atingindo quase R$ 144 bilhões de reais.
No mesmo período, o crescimento do volume de crédito foi de 6,8% e o crescimento do
volume de débito foi de 13,2%.
Com relação ao trimestre imediatamente anterior, o volume total ficou 11,8% acima sendo
que o volume de crédito cresceu 8,1%, atingindo 85 bilhões de reais e o volume de débito
apresentou um crescimento de 17,5%, atingindo 59 bilhões de reais.
O crescimento do volume no trimestre veio abaixo de nossa expectativa em função de uma
agressividade maior da concorrência e da desaceleração da atividade econômica que
impactou a indústria de meios de pagamentos eletrônicos.
Em nosso entendimento, o mercado deverá crescer por volta de 13 % no trimestre o que
acarretará perda de share da Cielo como informado anteriormente.
Já no ano de 2014 a indústria deverá apresentar crescimento próximo a 15,5%, em linha
com nosso soft guidance de crescimento entre 15 e 18%.
Na página 4, apresentamos os gráficos do volume financeiro, com a evolução da taxa anual
de crescimento por trimestre para os anos de 2012, 2013 e 2014. Vale destacar que ao
comparar as taxas de crescimento anual de 2014 e 2013, as mesmas foram muito
parecidas, um pouco acima de 15%, apesar das curvas no ano terem apresentado um
comportamento oposto.
Para o ano de 2015, esperamos o comportamento da curva parecido com o ano de 2013
mas com certeza em um patamar mais baixo. Para compartilhar nossa expectativa,
esperamos um crescimento entre 11 e 13% para o volume da indústria em 2015. E
esperamos que a Cielo cresça abaixo do mercado. No que diz respeito à quebra entre os
produtos, esperamos que o débito cresça entre 13 e 15% e o crédito entre 9 e 11%.
Passando para página 5, apresentamos a quantidade de transações capturadas. Verifica-se
um crescimento de 11,8% no 4T14 em relação ao mesmo período de 2013, representando
um montante de 1,6 bilhão de transações. Em comparação com 3T14, o número de
transações cresceu 10,9%.
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No ano de 2014, a quantidade de transações cresceu 15,5%, chegando a 5,7 bilhões.
Falando agora dos indicadores operacionais, na página 6, apresentamos o número de
pontos de venda ativos no critério de uma transação nos últimos 30 dias e o número de POS
instalados.
Podemos observar nos gráficos que todos indicadores apresentaram crescimento no
período. Na comparação com o quarto trimestre de 2014, a base de POS instalados cresceu
10,5% atingindo 2 milhões de unidades e, na comparação com o trimestre anterior, cresceu
4,6%. A participação do equipamento sem fio no 4T14 atingiu 62,7%.
O crescimento dos pontos de venda ativos atingiu 13,5% na comparação com o mesmo
período do ano anterior. Já na comparação com o 3T14 apresentou crescimento de 5,1%.
Gostaria de passar agora a palavra para o Clovis Poggetti, que continuará a apresentação...
Clovis Poggetti Junior
...Obrigado, Rômulo, e um bom dia a todos.
Na página 7 apresentamos nossa receita operacional líquida que totalizou no trimestre 2,1
bilhões de reais, 14,9% maior do que no 4T13. O acréscimo na receita líquida está
substancialmente relacionado à contínua expansão dos negócios e ao aumento na receita
da controlada Me-S, este último impactado pela apreciação do dólar.
Em comparação com o terceiro trimestre de 2014, a receita operacional líquida apresentou
crescimento de 9,8%.
No ano de 2014 o montante foi de 7,7 bilhões de reais, 14,7% acima de 2013.
Na próxima página, número 8, vamos falar sobre a evolução dos gastos.
Nosso gasto total foi de R$ 1,3 billhão no quarto trimestre de 2014, 26,7% superior em
relação ao mesmo trimestre de 2013 e 21,2% superior em relação ao 3T14.
No ano de 2014 o gasto total foi de R$ 4,3 bilhões, um crescimento de 21,5% em relação a
2013.
O custo dos serviços prestados foi de R$ 905,8 milhões no trimestre, superior em 24,6% em
relação ao mesmo trimestre de 2013 e 15,9% superior ao 3T14. Para o ano de 2014, o custo
foi de R$3,1 bilhões, um crescimento de 19,6%.
Detalhando os itens que mais impactaram os custos na comparação com o mesmo período
do ano anterior, temos principalmente o aumento nos custos das controladas Merchant eSolutions, que sofre impacto da apreciação do dólar, e M4U e o aumento dos custos
relacionados a transação, como captura e processamento de transações, centrais de
atendimento, “fees” pagos às bandeiras e de telecomunicações dado ao aumento no volume
de transações.
Já em comparação ao trimestre anterior, o aumento é função principalmente dos custos
relacionados a transação, como captura e processamento de transações, centrais de
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atendimento, “fees” pagos às bandeiras e de telecomunicações dado ao aumento no volume
de transações e também a maiores gastos com projetos.
Nossas despesas operacionais representaram R$ 412,4 milhões no 4T14, ficando 31,5%
superior ao 4T13 e 34,5% superior ao 3T14.
No ano de 2014 as despesas representaram R$1,3 bilhão, um acréscimo de 26,3% em
relação à 2013.
O aumento das despesas em relação ao 4T13 está relacionado principalmente à linha de
outras despesas operacionais, que no quarto trimestre do ano passado foi impactada em
R$37 milhões referentes às despesas relacionadas à JV com o Banco do Brasil. A outra
linha que justifica o aumento é a de despesas gerais e administrativas que no trimestre foi
impactada pelos projetos em implantação.
Na comparação com o trimestre anterior, o aumento nas despesas foi gerado
principalmente pelos gastos relacionados a JV e pelo aumento nas despesas gerais e
administrativas em decorrência dos gastos com projetos em implantação, como também já
era esperado.
Nesta mesma página, podemos observar o gasto total por transação, que ficou em 84
centavos de real, 13,3% superior em relação ao quarto trimestre de 2013, e 9,2% superior
ao 3T14.
Para o ano de 2014, o gasto total por transação ficou em 76 centavos de real, 5,2% acima
do que o observado em 2013.
Excluindo as despesas relacionadas à JV, consideradas extraordinárias, o gasto total
unitário no trimestre seria de 82 centavos de real e no ano ficaria em 75,5 centavos.
Lembrando que o soft guidance compartilhado a respeito desta métrica foi de 75 a 78
centavos por transação no ano, ficamos absolutamente dentro da expectativa.
Falando a respeito de 2015, para compartilhar um soft guidance sobre gastos, aprimoramos
a maneira de apresentar a informação. A partir deste ano apresentaremos a expectativa da
Cielo Brasil, ou seja do negócio principal, e das controladas separadamente.
Nossa expectativa é que os gastos totais por transação em 2015 da Cielo Brasil fique na
faixa entre 49 e 51 centavos de real por transação. Em 2014 o mesmo foi de 54 centavos de
reais por transação, ou seja, a Cielo Brasil apresentará redução.
Importante mencionar que as premissas usadas neste soft guidance assumem a estrutura
de negócio atual da Cielo, ou seja, não assume nenhuma mudança com relação ao modelo
das bandeiras com as quais trabalhamos e não incorpora a JV com o Banco do Brasil.
Já para as empresas controladas pela Cielo, que na demonstração de resultados são
consolidadas, os gastos totais crescerão ligeiramente abaixo das suas receitas.
Na página 9 temos indicadores e resultado da operação de antecipação de recebíveis. Na
tabela podemos observar que o volume antecipado apresentou um aumento de 9,4% na
comparação com o 4T13 e 8,2% na comparação com o 3T14. O montante no trimestre
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somou R$ 15 bilhões, ou 17,7% do volume total de crédito, sendo que o volume em crédito
parcelado representou 68,5% e o crédito regular 31,5%.
Para o ano de 2014 o volume total de antecipação foi de R$56 bilhões, um crescimento de
26,6%.
O resultado com antecipação de recebíveis, que no 4T14 foi de R$423,1 milhões ficou
46,8% acima do resultado do 4T13 e 4,5% acima do trimestre anterior. No ano de 2014, o
resultado foi de R$1,5 bilhão, 58,3% superior a 2013.
Como de costume, apresentamos também a análise gerencial da receita de antecipação.
Nessa análise, como demonstrado na tabela, aplica-se em 100% do volume financeiro das
antecipações um custo de captação de 104% do CDI, De acordo com tal análise, a receita
líquida no trimestre foi de R$269,3 milhões, apresentando crescimento de 44,2% e de 12,3%
em relação ao 4T13 e 3T14, respectivamente. Já no ano de 2014, a receita líquida ficou em
R$918,4 milhões, 54,9% acima de 2013.
Com relação ao nosso desempenho financeiro, apresentamos na página 10 o EBITDA em
valores absolutos e margem.
No 4T14 o EBITDA totalizou 924,6 milhões de reais, aumento de 1,3% sobre o quarto
trimestre de 2013. A margem EBITDA ficou, no quarto trimestre do ano passado, em 43,4%,
uma queda de 5,8 pontos percentuais. Em relação ao 3T14, o EBITDA apresentou queda de
3,4% e a margem EBITDA queda de 6 pontos percentuais.
No ano de 2014 o valor do EBITDA foi de R$3,8 bilhões, 7,4% acima de 2013 e uma
margem EBITDA de 49,7%.
Na próxima página - número 11, mostramos que o lucro líquido totalizou R$ 803 milhões de
reais, 11,4% superior ao 4T13, com margem de 37,7%. E por fim, quando comparado ao
3T14, o lucro apresentou uma queda de 1,8% e de 4,5 pontos percentuais na margem. Para
fazermos a analise do Lucro Líquido recorrente devemos expurgar do 4T14 as despesas
referentes à JV com o banco do brasil, ou seja, R$37 milhões. Desta forma, o lucro liquido
seria de R$ 827,6 milhões, ligeiramente superior ao 3T14.
Agora gostaria de passar a palavra ao Rômulo.
Rômulo Dias
No próximo slide número 12, gostaria de comentar a respeito do mais recente anúncio que
fizemos, a JV com o Banco do Brasil. Este, sem dúvida, é o grande destaque estratégico da
Cielo por representar diversificação de receita em negócios relacionados a pagamentos
eletrônicos. Apenas para relembrar o escopo da JV, ela será responsável pela gestão das
contas de pagamento de parte do arranjo Ourocard, ou seja, todos cartões de crédito e
débito emitidos pelo Banco do Brasil nas bandeiras Visa, Mastercard, American Express,
Elo, entre outros, excluindo os cartões relacionados aos negócios pré-pagos, soluções de
meios de pagamento fornecidas a entes governamentais e cartões private label.
A receita da JV será a taxa de intercâmbio das transações de acordo com escopo que acabo
de mencionar. Os custos e despesas estarão relacionados às atividades exercidas sendo
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que o principal será o fee pago às bandeiras. Apenas para reforçar, as atividades que a JV
desempenhará não fazem com que a Cielo fique exposta a qualquer risco no que diz
respeito à crédito.
A JV foi avaliada em R$ 11,6 bilhões. A Cielo será responsável por aportar R$ 8,1 bilhões na
operação. Como informado no momento do anúncio, o lucro líquido proforma da nova
companhia foi de R$ 578 milhões no período de de 1° de outubro de 2013 a 30 de setembro
de 2014.
A Cielo terá 70% do capital social da JV, logo apontará o CEO e terá maioria no Conselho
de Administração.
A JV já recebeu as autorizações regulatórias necessárias e agora faltam apenas algumas
condições precedentes serem finalizadas.
E finalmente, no ultimo slide, número 13, apresentamos a distribuição de proventos
aprovada pelo Conselho de Administração a ser proposta à Assembleia. Referente ao
período do segundo semestre de 2014, será distribuido o equivalente a 45 centavos de reais
por ação e 4 centavos de JCP, sem considerar impostos, o que representa 50% de payout
do resultado do segundo semestre.
Referente ao resultado do ano de 2014, a Companhia pagará o montante total de R$1,8
bilhão em dividendos e JCP, o que equivale a um payout de 60%.
A redução do payout, no 2º semestre, está relacionada à expectativa de fechamento do
negócio com o Banco do Brasil para formação da JV, o que implicará em uma alavancagem
maior da observada atualmente. Importante lembrar que, como já mencionado, após o
fechamento do negócio, será chamada uma Assembleia Extraordinária com a proposta de
reduzir o mínimo payout de 50 para 30%.
Como pauta já definida para próxima AGO, a ser realizada no dia 27 de março, teremos
também um novo aumento de capital de R$500 milhões por meio de bonificação de 20%, o
que implicará em um novo numero de ações da Cielo de 1,886 billhão de ações.
Desta forma, finalizo minha apresentação comentando que o ano de 2014 foi um ano no
qual entregamos o soft guidance dado: o crescimento do mercado ficou na faixa que
mencionamos de 15 a 18%, o gastol total unitário ficou em 76 centavos de real por
transação, novamente na faixa mencionada de 75 a 78 centavos de real por transação e o
capex em POS ficou acima do mencionado: o soft guidance foi entre 300 a 400 milhões de
reais e o realizado ficou em 500 milhões. Mas isso se deu porque conseguimos aumentar a
base ativa de clientes e, também, por oferecermos equipamentos mais modernos aos
clientes.
Assim finalizo meus comentários e agradeço pela atenção.
Agora aguardamos as perguntas de vocês. Operadora, por favor!
Operadora: Senhoras senhores, iniciaremos agora a sessão de perguntas e respostas. Para
fazer uma pergunta por favor digitem asterisco um e para retirar a pergunta da lista digitem
asterisco dois.
Nossa primeira pergunta vem do Sr. Gustavo Lobo, BTG Pactual.
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Operadora: Senhoras e senhores iniciaremos agora a sessão de perguntas e respostas.
Para fazer uma pergunta por favor digitem asterisco e um e para retirar a pergunta da lista
digitem asterisco dois.
A nossa primeira pergunta vem do Sr. Gustavo Lobo, BTG Pactual.
Sr. Gustavo Lobo: Oi bom dia pessoal. Eu tenho duas perguntas, para começar sobre
custos. Os custos de vocês cresceram bem nos últimos anos. Vocês investiram numa
equipe comercial, ainda têm investido em sistema, mas isso foi feito num ambiente em que a
receita estava crescendo bem. Agora para 2015 e daqui para frente vocês estão indicando
um custo por transação das operações Cielo Brasil um custo unitário caindo.
Eu queria entender quanto disso reflete uma expectativa de crescimento de receita um
pouco menor e quanto disso é simplesmente projetos que estão sendo concluídos e
entender também exatamente de onde está vindo... que vai vir essa melhora no custo por
transação. Depois eu tenho uma segunda pergunta.
Sr. Rômulo de Mello Dias: Gustavo obrigado pela pergunta. Quando a gente fala sobre a
evolução dos custos muitos desses custos que nos últimos anos foram reconhecidos como
tais e como despesas dizem respeito a investimentos. Basicamente com exceção da
infraestrutura e o software do BOB todos os outros investimentos foram eles despesados, o
que acreditamos nós nos permitirá estar em uma outra situação do ponto de vista
competitivo para os próximos anos tanto do ponto de vista do BOB como com relação aos
projetos estruturantes.
Quanto ao ano de 2015 considerando um cenário mais desafiador que se tem do ponto de
vista macroeconômico em que se observa uma desaceleração no ritmo de crescimento da
economia e isso tem afetado também a nossa indústria - e afetou mais forte no quarto
trimestre do que vinha afetando até então - por conta disso e por conta também de um
ambiente mais competitivo do ponto de vista de preços nós, como sempre fazemos, olhamos
todo o ano despesas e custos mas neste ano de uma maneira mais forte nós olharemos, o
que se faz necessário à luz dos comentários precedentes que eu fiz. Clóvis se quer
acrescentar alguma coisa?
Sr. Clóvis Pogetti Jr.: E você está correto no comentário. A gente havia dito anteriormente
que à medida que alguns projetos fossem entregues isso deveria gerar algum tipo de
benefício nesse sentido, mas a maior parte daquilo que a gente está dizendo que sairá dos
54 no business Cielo Brasil para algo próximo a 50 ele vem porque a empresa vai entregar,
ele vem porque a empresa vai manter seu contínuo esforço em busca por maior eficiência
por uma revisão de processos e isso em todas as linhas (custos, despesas, geral). Tem
aquele chavão: nós vamos em 2015 fazer mais com menos e algo em torno de 50 é o
resultado que a gente tem e espera para o business Brasil.
Sr. Gustavo: legal, está claro. A minha segunda pergunta é sobre a concorrência num
ambiente de fim das exclusividades remanescentes. Como é o cenário para vocês de
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dinâmica de MDR e também de base de POS? Foi uma surpresa o crescimento forte que
você tiveram no trimestre e como é que fica isso olhando para frente?
Sr. Rômulo: Gustavo com relação à concorrência como mencionei no meu speech a gente
observa uma ambiente concorrencial mais forte particularmente no segundo player e
também com relação ao terceiro player continua exatamente como sempre foi.
Quanto à questão dos acordos preferenciais de bandeiras, como é sabido de todos
começamos já um processo de testes para que tais bandeiras, tanto do nosso lado como do
lado de outros players que têm bandeiras que tinham acordos preferenciais com eles, para
que tais testes pudessem ser implementados e pudéssemos então efetivamente enquanto
indústria permitir que todos os players possam captar, capturar todas as bandeiras.
Quanto à questão da base de POS eu comentei isso também na minha fala: isso diz
respeito a um contínuo investimento por conta do aumento de afiliação de novos clientes.
Então nós afiliamos grande número de novos clientes e também a um reposicionamento no
sentido de prestar melhor serviço e prestar um melhor serviço passa necessariamente
também por oferecer máquinas mais modernas. Essas máquinas mais modernas num
primeiro momento trazem uma depreciação maior, por outro lado elas depois tendem a
apresentar um custo menor da operação logística. Então uma coisa acaba meio que
tardiamente compensando a outra.
Sr. Gustavo: perfeito, obrigado.
Operadora: nossa próxima pergunta vem do Sr. Rafael Frade, Bradesco.
Sr. Rafael Frade: Olá, bom dia a todos. Eu tenho duas perguntas, uma é referente à JV.
Anteriormente vocês não tinham... vocês estavam dependentes da de aprovação do Cade e
do Bacen para ter talvez uma estimativa melhor com relação a timing da aprovação final. Eu
queria saber se passado o Cade e o Bacen se vocês têm uma visibilidade sobre essas
tratativas com o Banco do Brasil e quando talvez fosse razoável esperar a conclusão, ainda
nesse primeiro tri? Como é que vocês imaginam isso acontecendo?
E a segunda pergunta é com relação quando a gente olha receitas por transação vocês no
passado tinham o tíquete médio das suas transações crescendo bem próximo à inflação e
de uns tempos para cá vem reduzindo e crescendo menos que a inflação e até nesse
trimestre o tíquete médio caiu ano a ano, talvez fruto de iniciativas como o Cielo Mobile
dentre outras.
Eu queria entender um pouco como é que vocês veem eventual pressão na margem uma
vez que vocês têm um custo por transação... quer dizer, hoje vocês estão tendo uma receita
por transação decrescente versus um custo por transação que deve-se imaginar, tirando
esse ajuste para 2015, talvez ficando flat. Como é que vocês veem essas duas dinâmicas?
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Sr. Rômulo: Rafael obrigado pela pergunta. Com relação à JV não é possível passar uma
estimativa para a finalização do negócio. Nós ainda estamos negociando algumas condições
precedentes que infelizmente a gente não pode abrir por serem confidenciais. É importante
destacar que tais condições não mudam o valor do negócio. Ao fecharmos a negociação quando fecharmos e a gente espera que isso ocorra brevemente - iremos passar ao
mercado o demonstrativo de resultados resumido para dar a dimensão de receitas, custos e
despesas.
Também passaremos um pouco mais de informações com relação aos potenciais
benefícios fiscais que possam vir a ser obtidos como por exemplo a amortização dos ativos
intangíveis. Quanto às sinergias operacionais ainda é cedo para nos pronunciamos.
Sobre a segunda questão eu vou fazer um pequeno comentário e depois eu vou passar
para o Clóvis. Você até mencionou na sua própria pergunta sem sombra de dúvida quando
você começa a crescer nas bordas, isto é, quando você começa a trazer clientes de porte
menor, esses clientes de porte menor e principalmente aqueles que se envolvem do mobile
eles têm tíquetes menores.
Então nós estamos fazendo um trabalho de inclusão financeira de, digamos assim, lojistas
que estavam à margem do sistema e que passaram a participar do sistema de tal sorte a
continuar crescendo, e isso obviamente acaba fazendo com que o tíquete médio não
continue apresentando o mesmo ritmo de crescimento que vinha apresentando até o
presente momento.
Sr. Clóvis: e aí Rafael complementando você também está correto. A gente observa nesse
trimestre uma redução de tíquete médio. A gente não pode esquecer que uma boa parte
disso também vem do maior crescimento no débito, algo que a gente vem observando nos
últimos trimestres e débito com um limite menor que crédito acaba fazendo com que o
tíquete médio como um todo caia.
Isso coloca mais pressão do ponto de vista de margem? Sim. A margem do débito ela é
menor do que a margem do crédito e o que faremos? Como o Rômulo comentou então na
primeira resposta ao Gustavo: nós vamos trabalhar na eficiência da companhia porque se
faz necessário. Essa é uma das razões do por que temos que trabalhar dessa forma.
E eu vou aproveitar esse momento só para também complementar aquilo que eu falei na
primeira resposta: vamos entregar? Claro. A companhia sempre entregou aquilo a que se
comprometeu; mas de uma forma absolutamente responsável e sustentável. Eu acho que
isso precisa ficar claro para todo mundo.
Sr. Rômulo: lembrando Rafael - apesar que eu sei que você sabe disso - o quarto trimestre
ele sempre é muito forte no débito porque você recebe... as pessoas recebem o 13º salário
em dezembro e se valem do débito para fazer as suas compras preferencialmente através
do débito (essas compras de Natal) e isso no primeiro trimestre em termos de breakdown
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percentual de débito, crédito e parcelado tende novamente a dar uma diminuída no
percentual do débito em relação aos demais produtos.
Sr. Rafael: perfeito. Se me permite só um follow up nisso: eu queria só entender um pouco
essa dinâmica sobre o que você comentou, Rômulo, de crescer para as bordas e
eventualmente ter um tíquete médio menor e por consequência uma receita por transação
menor.
Então é razoável imaginar que talvez o crescimento marginal ele acaba se dando
efetivamente numa margem menor? E ainda do lado do custo dado que a gente está
acompanhando o custo por transação mas vocês têm uma parte importante que é custo fixo
no final das contas; mas o custo por transação ele também tem espaço para continuar
caindo ao longo do tempo ou não, já é um patamar tal que ele deve se estabilizar alguma
coisa como 2015 e 2016 e a partir daí se estabilizar?
Sr. Rômulo: o crescimento se dá não somente nas bordas como eu falei mas também
através de uma penetração mais intensiva em cima daqueles clientes que já se valem do
uso do cartão. Quando a gente menciona a questão do mobile é porque o mobile atende que
um determinado tipo de público que estava à margem do sistema.
Por isso é que a gente sempre teve a expectativa que vem se confirmando na prática que o
mobile não canibalizaria o negócio de POS porque você é o típico cliente que transaciona
três, quatro, cinco transações por dia e ninguém deixa o mobile na mão de um terceiro
quando sai para almoçar. Então ele é o próprio negócio: é um personal trainer, é um
professor de inglês, é um médico, um dentista e por aí vai.
Quanto à questão do custo por transação como já mencionado pelo Clóvis o trabalho que a
gente está se propondo fazer de uma maneira que a gente sempre fez, a gente sempre
procurou pavimentar a companhia pensando a companhia não somente no curto prazo mas
sim no médio e longo prazo.
E por pavimentar a companhia eu quero dizer preparar a companhia para um novo cenário
que se avizinhava, um cenário de mais competição, um cenário de novos players, e para
isso se faz necessário você voltar o foco para o cliente de tal sorte a ter soluções mais
duradouras, soluções melhores, mais rápidas, e não somente isso: produtos também que
façam a diferenciação na hora de você estar vendendo Cielo.
Por isso mesmo a questão do custo por transação nós temos neste momento neste ano de
2015 - e ainda teremos alguma coisa em 2016 - por assim dizer uma certa duplicação de
custos, até porque estamos rodando uma plataforma atual que é sólida, que funciona, mas
que não é tão flexível quanto a que virá, e nesse sentido o que a gente tem feito é investir
nesta nova plataforma, investir nos novos projetos estruturantes, e enquanto você faz esse
tipo de investimento e você despesa a maioria desses investimentos - como eu disse com
exceção da infraestrutura, com exceção dos equipamentos e com exceção do software do
BOB - e isso faz com que você tenha um aumento dos gastos totais unitários.
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Então não diria para você que após, por exemplo 2017, nós continuaremos com o mesmo
custo, com o mesmo gasto unitário indicado pelo Clóvis na faixa de 49 a 51. Nós
perseguiremos um número menor depois de 2017.
Sr. Rafael: perfeito obrigado Rômulo.
Operadora: próxima pergunta Alexandre Spada, Itaú BBA.
Sr. Alexandre Spada: Oi bom dia a todos. Eu tenho uma pergunta referente ao top line:
excluindo a Merchant e-Solutions a receita da Cielo cresceu aproximadamente 13,5% ao
ano contra ano enquanto o volume de crédito e débito cresceu mais ou menos 9% e o
número de terminais e com pouco mais de 10%.
Isso indica que houve alguma elevação de preços na comparação ano contra ano a não ser
que a linha de outras receitas operacionais tenha... desculpa, outras receitas no top line
tenha explodido nesse trimestre. Vocês podem comentar um pouquinho sobre como foi a
dinâmica de preços em cada uma das linhas de crédito, débito e aluguel de POS? Obrigado.
Sr. Rômulo: obrigado pela pergunta Alexandre. Com relação ao top line como você
mencionou o volume cresceu 9,3 e a receita excluindo "Merchant e" cresceu 13. A "Merchant
e" foi impactada positivamente pelo impacto do dólar e isso trouxe um aumento de receita
maior.
É bom lembrar que aumentar preços num cenário como que a gente está vivendo hoje é
altamente desafiador para não dizer impossível; então o que explica o crescimento dessa
receita são exatamente as outras linhas como aluguel por exemplo.
Então não é uma questão de aumento de preço e sim muito mais do aumento do aluguel - e
lembrando que nessa linha de aluguel nós atingimos no final do ano um percentual de 62%
de wireless, de GPRS, e esse GPRS como você bem sabe ele custa mais mas ele traz mais
valor para o cliente porque o cliente não paga a conta de telefone, além de ser mais
moderno e trazer uma série de facilidades.
Sr. Alexandre: obrigado pelas respostas. Vocês poderiam falar a ordem de grandeza,
quanto a mais a Cielo tem cobrado pelo terminal wireless comparado aos terminais com fio?
Sr. Rômulo: isso varia de acordo com o porte do cliente. A gente não tem uma política
única que é igual para todos, então depende do número de clientes, quantos terminais ele
tem, qual o volume capturado e por aí vai. Da mesma forma que quando você sai do mundo
do POS e vai para o mundo TEF - e você aí está falando de pin pad - isso depende do porte
do cliente, do que ele traz, de como você oferece a ele, da negociação que você logra êxito
em concluir.
Sr. Alexandre: obrigado. E um último follow up: então nas linhas de crédito e débito não
teve nenhum tipo de elevação de MDR - e aí é óbvio que eu estou pensando naquilo que de
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fato fica com a Cielo já descontados os incentivos que vocês dão a parceiros, etc. Vocês
conseguem afirmar algo nessa linha?
Sr. Rômulo: sim. Não houve aumento de preços, pelo contrário; nós tivemos até uma
dinâmica competitiva mais forte. O que houve foi uma compensação por conta dessas outras
linhas como eu mencionei.
Sr. Alexandre: tá ótimo, obrigado.
Operadora: próxima pergunta Gustavo Schroden, Bank of America.
Sr. Gustavo Schroden: Bom dia pessoal, obrigado pela oportunidade. Eu vou fazer duas
perguntas, a primeira é só um follow up na questão de custo: se você puder passar para a
gente esse custo que vocês passaram para 2015 (de 0,49 e 0,51 por transação) como é que
a gente deve esperar a curva disso durante o ano? A gente deve esperar um primeiro
semestre mais forte, uma desaceleração no segundo semestre? Se você pudesse dar essa
informação para a gente seria interessante. Depois eu faço a segunda pergunta.
Sr. Clóvis: oi Gustavo tudo bem? Vamos ficar por enquanto com a informação para o ano:
por volta de 50, entre 49 e 51.
Sr. Gustavo: tá bom então. A minha segunda pergunta é um pouco mais em relação à
estratégia da companhia: se a gente olhar e fizer um breakdown entre geração de resultado
entre o pré-pagamento e o acquiring business a gente vê a receita líquida da companhia
vindo de comissões e aluguel crescendo 15% ano contra ano 2014 contra 2013 e se a gente
olhar a linha de pré-pagamento ela cresceu 58%.
O que a gente pode esperar daqui para frente? Como é que vocês veem o comportamento
desse breakdown em 2015? O pré-pagamento vai ser tão forte e tão relevante como tem
sido?
Se a gente olhar a participação do pré-pagamento em relação ao resultado antes de
impostos ele saiu de 20% em 2013 para 30% em 2014. Eu queria entender o que a gente
pode esperar, na formação do resultado da Cielo, o que a gente pode esperar para 2015 e
como é que pode ser essa dinâmica na cabeça de vocês. Obrigado.
Sr. Rômulo: Gustavo primeiro é bom lembrar que para fazer pré-pagamento a gente precisa
ter o cliente, então a gente precisa ter o acquirement funcionando porque senão você não
tem matéria-prima para trabalhar.
Então uma coisa está atrelada à outra, então eu acho que as coisas... se você olhar sem
sombra de dúvida o ARV ele vem apresentando uma performance interessante por conta do
fato que ele também partiu de uma base menor.
Se eu falasse em termos de penetração - muito embora já tenha dito isso em conference
calls anteriores - nós não estamos perseguindo com um target de penetração per se, ou
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seja, apesar de termos atingido 17,7% novamente mantendo o mesmo percentual de
penetração em relação ao terceiro trimestre o nosso objetivo é aumentar a receita, e a
receita é a receita líquida porque quando a gente fala de receita bruta é aquilo que a gente
cobra do cliente e é por isso que a gente passou a fazer uma apresentação gerencial como
se estivéssemos captando tudo a 104% do CDI.
Então é um todo. A dinâmica eu obviamente quando eu olho para frente a gente ainda vê o
pré-pagamento apresentando taxas de crescimento superiores à receita de comissões por
uma razão óbvia: pela própria maturação e pelo próprio perfil de clientes com que se
trabalha.
Sr. Gustavo: mas só para entender: isso viria do aumento da receita. Você não tem a
intenção de aumentar essa penetração desses 17%, 18% que você tem hoje - foi isso que
eu entendi.
Sr. Rômulo: vamos lá: eu não disse que a gente tem intenção de aumentar a penetração;
eu disse que o mercado na nossa avaliação a nossa penetração tende a se estabilizar mais
por conta do fato de entendermos que desse produto está mais maduro.
Agora isso não significa dizer que a gente não vai perseguir mais receita e que também não
possa secundariamente também aumentar a penetração se possível for, muito embora este
não seja o objetivo da companhia, o objetivo primário da companhia e por quê? Porque
muitas vezes eu posso fazer um volume muito grande dos numa operação de R$ 1 bilhão
por exemplo e essa operação não necessariamente trazer o resultado que a gente julga
adequado do ponto de vista de receita porque eu tenho um custo de capital próprio que não
aparece na hora que a gente fala do gerencial, mas ao mesmo tempo eu não vou aplicar o
CAPM porque se eu fosse colocar o CAPM eu teria uma ineficiência fiscal porque dinheiro
acabaria dormindo no banco a uma taxa muito menor.
Então a gente tem feito isso de uma forma bastante segmentada e focada de tal sorte,
repito, a aumentar a receita e se possível for a aumentar a penetração; nós jamais diríamos
que não gostaríamos de aumentar a penetração.
Sr. Gustavo: tá ótimo, obrigado Rômulo.
Operadora: próxima pergunta Sr. Frederico de Mariz, UBS.
Sr. Frederico de Mariz: Bom dia Rômulo, Clóvis, bom dia a todos, obrigado pela
oportunidade. Eu tenho um par de follow ups, o primeiro tem a ver com a eficiência, o gasto.
Vocês estão passando esse guidance para a Cielo Brasil de diminuição do custo da
operação de 54 para 49 a 51, então mais ou menos 4 centavos. A gente pode imaginar que
a diminuição vai ser a mesma na Cielo holding, na Cielo consolidado ou tem alguma
diferença aí que a gente tem que considerar?
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Sr. Rômulo: primeiro esses 4 centavos que você está colocando correspondem
basicamente a uns 8% a 9%, então é um esforço interessante. E quanto à questão das
coligadas a gente espera que as receitas cresçam ligeiramente superiores às despesas.
Clóvis você pode acrescentar?
Sr. Clóvis: é isso mesmo Fred e aí é óbvio que dependendo daquilo que tivermos de
crescimento das controladas e coligadas na consolidação isso pode gerar um número um
pouco diferente.
É importante observar algumas coisas e aí eu vou aproveitar a tua pergunta para também
deixar claro o seguinte: a gente dividiu o que antes a gente costumava dar um soft guidance
total a gente acabou dividindo pelo que a gente chamou de Cielo Brasil e todas as
controladas por que a gente entende que esta métrica ou a métrica que a gente utilizava ela
não representava a melhor forma de avaliar a performance da companhia no que diz
respeito à parte de gestão dos seus gastos e por quê?
Eu vou dar alguns fatos, alguns exemplos. Todos sabem, a companhia começou nos
últimos anos a crescer também através de algumas aquisições. Como vocês sabem quando
fazemos a consolidação dos números das controladas no que a gente tem de Cielo Brasil a
gente consolida as receitas, os custos, as despesas, a gente traz lá o bottom line, mas nós
não consolidamos o volume e não consolidamos número de transação. Então aquela métrica
que a gente falava de gasto total por transação eu tinha o gasto de todo mundo, transações
eram só da Cielo.
Sr. Rômulo: o que impactava negativamente o número.
Sr. Clóvis: exatamente. E como vocês sabem também...
Sr. Rômulo: ... muito embora isso seja... no bottom line isso acabava sendo compensado.
Sr. Clóvis: e como vocês também sabem dentre essas controladas a gente tem uma
empresa americana que sofre com a sua volumetria obviamente, os impactos em função da
sua própria volumetria e quando eu consolido eu tenho o impacto do dólar.
Sr. Rômulo: e do intercâmbio.
Sr. Clóvis: o dólar que está absolutamente fora do nosso controle. Então a gente acabou
entendendo que separar essa informação possibilitava essa melhor análise e avaliação, e
por isso a gente falou: naquilo que fica absolutamente dentro do nosso controle (Cielo Brasil)
eu não sofro impacto do dólar, e então aqui nós vamos ter sim esta redução dos 54 para 49
a 51.
E como o Rômulo acabou de dizer para as demais controladas também em busca dessa
eficiência como um todo a receita cresce mais que custo e despesa.
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Sr. Rômulo: lembrando que como bem colocado pelo Clóvis no caso específico, por
exemplo, da Mobile For You você acaba sendo "prejudicado" porque você acaba dividindo
pelo número de transações da Cielo que ela tem.
E no caso outra coisa que eu também mencionei durante a fala do Clóvis: a "Merchant e"
além do impacto do dólar que você não consegue controlar - e isso pode melhorar ou pode
prejudicar do ponto de vista de reais - tem o impacto do intercâmbio também. Então como o
intercâmbio aparece como receita bruta da companhia isso fica alguma coisa que você
acaba por assim dizer também não controlando e então o impacto é duplamente maior e
então você... vem junto no sentido de trazer o gross MDR e não o net MDR.
Sr. Clóvis: e Fred um último comentário: é claro que aqui a gente está falando que o dólar
fora do nosso controle pode gerar impacto para a companhia porque estamos falando de
gastos somente. Então até aproveitando o momento e relembrar a todos: a empresa não
tem impacto de dólar. Quando a gente olha e consolida os números da "Merchant e" o dólar
impacta o seus gastos e o dólar impacta as suas receitas, o bottom line vem e fica
preservado.
Sr. Rômulo: por que a gente fez hedge, nós fizemos hedge.
Sr. Clóvis: exatamente. Do ponto de vista do nosso balanço a gente tem o ativo em dólar e
então eu tenho os bonds em dólar e então está absolutamente hedgeado como o Rômulo
falou.
Sr. Rômulo: esse ponto do Clóvis é muito importante porque apesar da gente ver a
variação da linha de receita e na linha de custos o impacto na última linha é neutro porque a
gente fez o overhead: a gente pagou 670 milhões de dólares pela companhia e capturamos
875 milhões de dólares justamente para poder ter condições de fazer o overhead e outras
coisas que a gente precisava fazer.
Então nós estamos... no que se refere à última linha nós estamos absolutamente neutros
com relação à variação do dólar. Então se o dólar subir ou cair isso não impactará a nossa
última linha; isto impacta quando vocês fazem o breakdown da receita, cresceu mais ou
cresceu menos, de outras empresas; isso impacta os custos, cresceram mais ou menos;
mas no bottom line eu estou hedgeado porque fizemos uma operação de hedge com
bancos.
Sr. Frederico: perfeito está muito claro, obrigado. Só para terminar nas despesas será que
temos que esperar mais um one-off no primeiro tri ou esses 37 milhões da JV do quarto tri já
foi tudo?
Sr. Rômulo: não, basicamente foi tudo. Tem alguns extras de contas a pagar de
advogados, etc. e tal, mas nada que seja significativo.
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Sr. Frederico: perfeito, está super claro. E outra pergunta é um outro follow up sobre a
pergunta de concorrência e do MDR: muito tem se falado sobre o Itaú que está ganhando
market share depois de ficar de lado durante uns dois anos; o que é que vocês estão vendo
no campo? Você está sentindo que o Itaú ou os outros concorrentes estão ficando mais
agressivos no preço? O que você está vendo até para janeiro nas últimas semanas?
Sr. Rômulo: o Itaú sim está mais agressivo com Redecard, isso é um fato. Mais agressivo
não somente no segmento que a gente antes falava na faixa de até R$ 40 milhões, mas
também em outros segmentos como empresas e corporate.
E se me permitir voltara um pouquinho à última pergunta que você fez porque talvez a gente
tenha... como a gente tomou dinheiro em notas promissórias e essas notas promissórias são
em seis meses então você vai ter o impacto do fee na nota promissória pelo prazo da
operação. Então você não reconhece essa despesa do fee da nota promissória na cabeça e
sim o durante o prazo da nota promissória. A partir do momento que você faz o takeout se
esse takeout acontecer mais rapidamente dependendo das condições de mercado aí você
pode ter uma pequena coisa, mas não é nada que seja tão significativo.
Repetindo, o grosso das despesas já foi reconhecido agora no quarto trimestre do ponto de
vista de provisão: foram pagamentos a bancos de investimento (nós tivemos dois bancos de
investimento nos assessorando), despesas de advogado e ainda temos despesas de
advogado remanescentes porque como mencionado nós ainda estamos negociando
condições precedentes para o término da operação.
Sr. Frederico: tá ótimo. Se você me permitir, se eu não estou abusando, só uma última: o
dividendo você anunciou 60% de payout referente ao lucro líquido de 2014. Qual é o seu
último guidance ou pensamentos para o futuro considerando a JV de dividend policy?
Sr. Rômulo: o segundo semestre nós estamos pagando 50% e é por isso que no ano dá
60%. E a razão pela qual o conselho proporá isso à assembleia é que nós estamos nos
preparando para o closing da operação da associação com o Banco do Brasil.
Quanto à questão do dividendo depois dessa concretização na realidade nós já
mencionamos que convocaremos uma assembleia após o fechamento da operação com o
objetivo de reduzir ao mínimo estatutário de 50 para 30. A partir do momento em que a
dívida assumida pela Cielo por conta desta JV com o Banco do Brasil começar a apresentar
patamares julgados conservadores e satisfatórios pela companhia nós poderemos aí sim
voltar a subir na prática esse dividendo.
Mas isso vai depender do pagamento dessa dívida e da redução para um nível considerado
aceitável considerando o padrão, repito, mais conservador de uma empresa como a Cielo.
Sr. Frederico: tá ótimo muito obrigado.
Operadora: próxima pergunta Domingos Falavina, JP Morgan.
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Sr. Domingos Falavina: Bom dia a todos. Minha pergunta é com relação a custos mas é
um pouco mais específica: olhando aqui nas demonstrações de resultado eu chego numa
estimativa que pós a incorporação da JV o custo de pagamento de bandeira vai começar a
ser mais consolidado na Cielo, e aí eu chego a um número aqui que o contas a pagar na
Cielo com bandeiras seria da ordem de mais de R$ 1 bilhão, de R$ 1,2 bilhões.
E aí a minha pergunta vem o que o management, o que vocês acreditam desse custo dessa
bandeira se está razoável, me parece que está um pouco mais alto que em outros países e
como pensar nesse custo indo para frente. Obrigado.
Sr. Rômulo: Domingos, com relação ao custo das bandeiras é prematuro a gente emitir
qualquer juízo de valor neste momento. Primeiro porque nós estamos falando... o nosso
standalone é do jeito que está - sem a JV, óbvio - e quando a gente considera o pagamento
de fees por conta do lado da associação com o Banco do Brasil e as bandeiras isso está
refletido já no net earnings que a gente divulgou no realizado 1 de outubro de 2013 a 30 de
setembro de 2014 (R$ 578 milhões) e então o que a gente espera é que esse negócio fique
mais ou menos dentro dessa linha.
E hoje é prematuro emitir qualquer juízo de valor sobre esse negócio até porque a gente
primeiro concretizar isso que a gente espera que aconteça nas próximas semanas.
Sr. Domingos: entendido, mas a ordem de grandeza é de mais de R$ 1 bilhão/ano uma
vez consolidado?
Sr. Rômulo: sem sombra de dúvida.
Sr. Domingos: tá ok, obrigado.
Sr. Rômulo: é só você pegar viver o que o Banco do Brasil paga e o que a gente paga.
Então se você simplesmente fizesse uma soma sem sombra de dúvida com a JV isso seria...
lembrando que eu teria 70% desse resultado da JV.
Agora há países sim que você falou tem maior, menor; mas isso não necessariamente o
Brasil apresenta um maior custo e então isso depende caso a caso.
Sr. Domingos: é porque o racional que eu estava querendo chegar é que quando vocês
falam num cliente maior o contas a pagar aumenta em tese o preço por unidade cai, então o
teu poder de negociação deveria ser melhorado né?
Sr. Rômulo: vamos ver.
Sr. Domingos: obrigado.
Operadora: próxima pergunta Felipe Salomão, Morgan Stanley.
Sr. Felipe Salomão: oi Rômulo, Clóvis, bom dia pessoal. Uma única pergunta só com
relação a custos: a gente sabe agora o novo guidance de custos por transação para a Cielo
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Brasil - e deve cair, vocês já falaram um número várias vezes - e vocês também
comentaram nesse conference call que os custos por transação das coligadas e controladas
devem ficar no final das contas flat, vocês comentaram que as receitas devem crescer um
pouquinho mais do que os custos.
Pensando no antigo soft guidance de custos por transação para a Cielo como um todo que
era de custos por transação ficando flat em 2015 versus 2014 eu acho que enfim o guidance
mudou, mas pensando na métrica antiga faz sentido que os custos por transação para
empresa como um todo terminem o ano em cerca de 0,72, talvez 0,73, o que implica uma
queda de 4% por transação no business Brasil enquanto o resto fica antes flat. Faz sentido
esse raciocínio?
Sr. Rômulo: Felipe, nós até dissemos que em 2015 nós apresentaríamos uma redução em
relação ao ano de 2014 com relação aos custos e gastos. Quanto aos gastos totais unitários
o que a gente viu sobretudo quando você, apesar do hedge feito e repetindo um pouco o
que eu e o Clóvis falamos, você tem uma situação em que variações de dólar, outras
variações, intercâmbio; outras coisas mais, crescimento maior de empresas que acabam por
assim dizer prejudicando do ponto de vista de gasto total unitário no consolidado - e é por
isso que eu coloquei entre aspas "prejudicando".
Isso acaba fazendo com que você... digamos assim você não tivesse efetivamente, nós não
tivéssemos efetivamente uma visão daquilo que é gerenciável e daquilo que é efetivamente
o trabalho que a Cielo está fazendo, razão pela qual nós, como colocou o Clóvis, nós
resolvemos aprimorar a informação separando o que é Cielo Brasil das demais para que a
gente tenha uma ideia do que está efetivamente acontecendo.
Então não dá para gente dizer que vai ser 72 ou 73. Se você me disser qual vai ser o dólar,
se você me disser qual vai ser outras variáveis que a gente não controla - que quando eu
digo você força de expressão - se a gente tivesse capacidade de colocar isso de uma
maneira mais clara, e o dólar como todos sabem a justamente a variável macroeconômica, a
variável de preço mais difícil de prever (muito mais do que a taxa de juros, mais do que
inflação, muito mais do que qualquer outro índice macroeconômico)...
Isso fez com que a gente... sabe uma coisa? Vamos falar daquilo que é gerenciável e
vamos dar no geral essa mensagem passada que as receitas como um todo no consolidado
tendem a crescer (dessas outras empresas) acima, ligeiramente acima dos custos das
empresas ligadas, porque depende de uma série de coisas que infelizmente a gente não
controla, sobretudo a questão do dólar porque a "Merchant e" é muito representativa neste
particular.
Sr. Felipe: perfeito bom, muito obrigado.
Operadora: próxima pergunta Victor Sabel, Credit Suisse.
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Sr. Victor Sabel: Olá bom dia pessoal. Eu queria primeiro parabenizá-los pelo para speech
mais construtivo em relação a custos. Eu acho que é fundamental ter a companhia falando
mais e mais nesse sentido de controle de gastos num cenário em que o crescimento vai ser
mais moderado. Eu acho que é bastante bem vindo pelo mercado e pelas circunstâncias.
E a minha pergunta foge um pouco desse tema e é um pouco mais uma curiosidade com
relação ao business de pré-pagamento que ano passado performou bastante bem. Esse ano
a gente continua tendo um cenário de alta da Selic e provavelmente a gente vai encarar uma
situação em que a Cielo vai crescer bastante menos em crédito esse ano até por conta das
circunstâncias do mercado, uma pequena perda de market share.
E a curiosidade é será que vocês conseguiriam eventualmente aumentar a penetração para
eventualmente manter o crescimento do business de pré-pagamento em ritmo acentuado
ainda que o volume de crédito de vocês esteja desacelerando?
Eu pergunto isso pela conjuntura até no mercado de crédito que é bastante mais difícil, os
bancos privados com um tom bastante conservador, bastante incerteza no mercado e
obviamente para aquelas empresas menores e mais apertadas o pré-pagamento segue
como uma boa alternativa. Eu fico com essa curiosidade, obrigado.
Sr. Rômulo: Victor obrigado pela pergunta. Sem sombra de dúvida a conjuntura
macroeconômica - e obviamente em relação também à nossa indústria particular - ela se
revela mais desafiadora quando comparada ao ano de 2014. Então 2015 vai ser um ano de
ajustes mas necessário, como todos sabemos, para que a gente possa enquanto Brasil
colhermos os frutos de tais ajustes mais lá diante.
Nesse ínterim, nesse interregno, a performance do ARV, apesar de uma penetração mais
madura que a gente tem - e eu já tinha mencionado anteriormente que a gente também tem,
quando Gustavo perguntou, que a gente também tem... se possível a gente vai procurar
aumentar a penetração; mas o aumento da penetração não é que a gente não queira
aumentar a penetração.
Eu vou falar da nossa cozinha. Quando a gente colocava como meta para a comercial
penetração aí tinha uma coisa muito interessante, ou seja, crescimento do total do ARV em
relação ao total da carteira de crédito você tinha uma situação muito particular que as
pessoas acabavam querendo fazer operações e nem sempre tais operações eram aquelas
operações que a gente gostaria de fazer; e como a meta era essa havia então um bom
dilema entre a comercial e a mesa que precificava tais produtos.
Tendo dito isso a gente chegou à conclusão de que a melhor coisa era colocar a meta em
receita: vamos crescer a receita e se secundariamente a gente conseguir aumentar a
penetração - porque a gente continua querendo aumentar a penetração, não há a menor
dúvida disso – se eu poder fazer mais ARV com os clientes... se eu puder não; nós
perseguimos isso diligentemente, insistentemente, sem deixar de lado a meta original que é
o aumento da receita.
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Sr. Victor: perfeito Rômulo, muito obrigado pela resposta e mais uma vez parabéns pelo
commitment com custos e despesas mais sob controle daqui em diante. Obrigado.
Operadora: próxima pergunta Francisco Kops, Banco Safra.
Sr. Francisco Kops: Bom dia pessoal. Só um follow up... dois follow ups rápidos já que o
call está se estendendo bastante: um é sobre Capex. Vocês gastaram quase 500 milhões
esse ano.
Como é que eu posso pensar em Capex daqui para frente? Eu penso o que crescer o
número de POSs de vocês deve ser mais ou menos o aumento do Capex ou não, ou na
verdade grande parte do investimento já foi feito e enfim que não necessariamente esses
POSs vão ser repostos na mesma velocidade que foi esse ano?
E a minha segunda pergunta é um follow up de competição. Eu queria só entender um
pouco na cabeça da Cielo quando eu olhar para 2015 num balanço entre market share,
perda ou estabilidade de market share em relação ao economics, MDR, enfim.
A princípio Rede vocês já confirmaram está mais agressiva desde o trimestre passado e se
em 2015 a gente continuar vendo esse cenário de Rede sendo mais agressiva dá para
imaginar Cielo continuando perdendo market share e mantendo a rentabilidade atual ou
não? Tem um nível de market share que vocês falam: opa, a que já foi um pouco demais, eu
preciso contra-atacar? Enfim eu queria ter um pouco essa visão de vocês.
Sr. Rômulo: obrigado pela pergunta Kops. Como a gente menciona o Capex que a gente
fala é apenas e tão-somente com relação a POS e o chip and pin, chip e senha. Nós
gastamos cerca de R$ 500 milhões e a gente espera que esse número fique flat - lembrando
que o parte desse Capex desses terminais são terminais que são importados e então tem
um custo, um componente de dólar que não é desprezível.
Então a gente está imaginando que isso fique flat e vai depender obviamente da variação
do dólar - e muitas vezes a gente negocia dado que a gente é o maior comprador de POSs
do mundo e tem um poder de negociação alto - mas obviamente isso tudo acaba
impactando para mais ou para cima e a gente por vezes consegue fazer deals interessantes.
E também lembrando que vai depender também do nível de substituição daquilo que a
gente julga terminais atrasados e que não colaboram para um melhor atendimento ao cliente
bem como da penetração com o tipo de cliente novo que você está trazendo para a base: se
é um cliente de pequeno tíquete, de pequeno porte, você vai usar o mobile e se a um cliente
de porte maior você vai usar o POS.
Quanto à segunda pergunta que é um follow up em relação à pergunta que foi feita por
outros anteriormente, sem sombra de dúvida a competição está mais forte desde junho
deste ano e o que a gente espera...
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O nosso foco sempre é rentabilidade. Market share para nós é resultado daquilo que a
gente entregar na última linha. Isto não significa dizer, por outro lado, que nós não estejamos
preocupados com share; mas o share não é a principal preocupação da companhia, porque
um share sem rentabilidade não adianta nada - tanto que a gente tem uma métrica ou uma
expressão que a gente usa aqui que é fazer o processo de EBTdiálise (hemodiálise do
Ebitda): manter as contas mais rentáveis e deixar sair as contas menos lucrativas.
Então isso a gente faz - obviamente isso também tem um limite - e a gente tem que ver
como é que esse comportamento vai acontecer daqui para frente. A história até aqui tem
mostrado que esses movimentos costumam ser cíclicos. Eu não posso afirmar isso
peremptoriamente porque se eu tivesse bola de cristal eu estaria rico e não trabalhando
aqui.
Mas tendo dito isso o que a gente espera é que haja... você vai ter essas ciclicalidades de
movimentos e a gente continuando com o nosso foco em rentabilidade que é o nosso
objetivo principal porque é isso que paga a conta do acionista, é isso que paga dividendos, é
isso que paga salários, é isso que para tudo.
Sr. Victor: tá ótimo Rômulo, obrigado.
Operadora: Encerramos neste momento a sessão de perguntas e respostas. Gostaria de
passar palavra ao Sr. Rômulo de Mello Dias para as considerações finais. Por favor Sr.
Rômulo pode prosseguir.
Sr. Rômulo: Eu gostaria de agradecer a participação de todos e esperamos vocês na
próxima teleconferência de resultados do primeiro trimestre deste ano. Obrigado e tenham
todos um ótimo dia.
Operadora: A áudio conferência da Cielo está encerrada. Agradecemos a participação de
todos, tenham uma boa tarde e obrigada por usarem Chorus Call.
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