Língua Portuguesa

Transcrição

Língua Portuguesa
Língua Portuguesa
e Literatura
Aluno
Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada - 03
6º Ano | 3º Bimestre
Disciplina
Curso
Bimestre
Ano
Língua Portuguesa
Ensino Fundamental
3º
6º
Habilidades Associadas
1.
Identificar os elementos básicos da narrativa de encantamento: tempo, espaço,
personagens, enredo, narrador.
2.
Identificar e interpretar a “moral da história”, explorando as relações de causa e
consequência;
3.
Identificar a função do substantivo na nomeação de personagens e lugares,
diferenciando próprios de comuns.
4.
Diferenciar sentido denotativo e conotativo.
Apresentação
A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o
envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as
ferramentas da autorregulação.
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.
A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às
suas aulas.
Estamos à disposição através do e-mail [email protected] para quaisquer
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.
Secretaria de Estado de Educação
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Caro aluno,
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 3º Bimestre do Currículo Mínimo de Língua Portuguesa
do 6º Ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante
o período de um mês.
A nossa proposta é que você, Aluno, desenvolva estas Atividades de forma
autônoma, com o suporte pedagógico eventual de um professor, que mediará as trocas
de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você desenvolver a disciplina e
independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do
conhecimento do século XXI.
Neste Caderno de Atividades, vamos aprender sobre os Contos de Fadas, os
Contos Maravilhosos e as Fábulas. Na primeira parte deste caderno, você irá conhecer
um pouco desses gêneros e irá reconhecer os tipos de linguagem utilizados em sua
produção, aprendendo a identificar os elementos básicos das narrativas de
encantamento e a interpretar a moral da história geralmente contida em alguns desses
textos. Na segunda parte, aprenderá a reconhecer a função do substantivo na
nomeação de personagens e lugares, diferenciando os substantivos comuns e os
substantivos próprios, e a diferenciar o sentido denotativo e o sentido conotativo.
Este documento apresenta 08 (oito) Aulas. As aulas podem ser compostas por
uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias
relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e
atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As
Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para reforçar a aprendizagem,
propõem-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o assunto.
Um abraço e bom trabalho!
Equipe de Elaboração
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Sumário
Introdução ..........................................................................................................3
Aula 1: Era uma vez... ........................................................................................... 5
Aula 2: Na Moral................................................................................................. 11
Aula 3: Em uma Bela Floresta............................................................................. 13
Aula 4: Nas Entrelinhas ...................................................................................... 19
Aula 5: É papo, não é conversa .......................................................................... 23
Aula 6: Direi quem és! ........................................................................................ 29
Avaliação ............................................................................................................ 35
Pesquisa.............................................................................................................. 40
Referências ......................................................................................................... 43
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Aula 1: Era uma vez...
Nesta aula, vamos conhecer os Contos de Fadas. Um programa de televisão,
antigamente, dizia a seus expectadores: "Senta, que lá vem história". E assim, logo em
seguida a essa chamada, dava início a uma história sempre envolvente. Também a
expressão "Era uma vez", bem como a chamada do programa, ficou cristalizada como
o princípio de uma história. É só ouvir alguém a dizê-la que logo se abrem o espaço à
imaginação e os ouvidos à narração. Um gênero textual que faz parte da infância da
maior parte da humanidade é o Conto de Fadas, que deixa as meninas encantadas com
as princesas e os meninos inspirados com a valentia dos príncipes e cavalheiros.
Os Contos de Fada são narrativas em que está envolvido o fator mágico, em
que o impossível e inimaginável aos olhos dos meninos e meninas comuns se realiza
por meio de magia e encantamentos. Crianças alçam voo pela ação de Peter Pan e
Sininho, abóbora se transforma em uma luxuosa carruagem pelo tiritar da varinha
mágica de uma Fada Madrinha, pés de feijão crescem absurdamente e alcançam
mesmo o céu, sapos se transformam em belos príncipes após o beijo apaixonado de
uma princesa e muitas outras histórias de mais pura magia.
Os textos narrativos são textos dinâmicos que relatam uma história,
apresentando elementos que são extremamente importantes para a boa estruturação
do texto. Narrar é relatar um fato, como já dissemos. Todo fato apresenta um
princípio, um meio e um fim; envolve personagens que dele participem, determinado
período de tempo e lugar específico em que ocorra. Assim, temos que os elementos
básicos da narrativa são: tempo, espaço, personagens, narrador e enredo.
Vamos aprender um pouquinho de cada um desses elementos?
O tempo é o intervalo em que os fatos ocorrem. Pode ser um tempo
cronológico, especificado durante o texto, ou um tempo psicológico, quando
não se consegue distingui-lo, embora se saiba que há um momento específico
em que ocorreram as ações.
O espaço é o local do mundo em que se realizarão as ações. É o que permite
que o leitor localize a ação e possa imaginá-la com maior facilidade.
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As personagens são os indivíduos que participaram do acontecimento e são
citados pelo narrador. Geralmente, há uma personagem protagonista, que
domina as ações da narrativa.
O narrador é aquele que relata o fato. Pode ser um narrador-observador, que
não participa dos fatos ou um narrador-personagem, que participa dos fatos.
Quando o narrador presencia os fatos de um lugar privilegiado, como um
expectador no camarote de um teatro, os pronomes e os verbos que aparecem
no texto estão em terceira pessoa (singular ou plural); quando ele os vivencia
como as demais personagens, os pronomes e os verbos estão na primeira
pessoa (singular ou plural).
O enredo é o fato que ocorreu e está sendo narrado. Deve apresentar começo,
meio e fim. Geralmente, ele contém alguns elementos importantes, que
auxiliam na sua construção: introdução, que apresenta as informações
referentes ao tempo, ao espaço e às personagens; trama, que apresenta o fato
propriamente dito, com detalhes relevantes para a compreensão da narrativa;
clímax, que é o momento de maior expectativa e costuma conter um mistério a
ser revelado; e desenlace, que é a conclusão da narrativa e a resolução dos
mistérios apresentados em seu decorrer.
Observe o texto abaixo:
O Gato de Botas
Adaptado do Conto de Charles Perrault
Um moleiro, que tinha três filhos, repartindo à hora da morte seus únicos bens,
deu ao primogênito o moinho; ao segundo, o seu burro; ao mais moço, apenas um
gato. Este último ficou muito descontente com a parte que lhe coube da herança, mas
o gato lhe disse:
— Meu querido amo, compra-me um par de botas e um saco e, em breve, te
provarei que sou de mais utilidade que um moinho ou um asno.
Assim, pois, o rapaz converteu todo o dinheiro que possuía num lindo par de
botas e num saco para o seu gatinho. Este calçou as botas e, pondo o saco às costas,
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encaminhou-se para um sítio onde havia uma coelheira. Quando ali chegou, abriu o
saco, meteu-lhe uma porção de farelo miúdo e deitou-se no chão fingindo-se morto.
Excitado pelo cheiro do farelo, o coelho saiu de seu esconderijo e dirigiu-se
para o saco. O gato apanhou-o logo e levou-o ao rei, dizendo-lhe:
— Senhor, o nobre marquês de Carabás mandou que lhe entregasse este
coelho. Guisado com cebolinhas será um prato delicioso. [...]
No dia seguinte, o gatinho apanhou duas perdizes e levou-as ao rei como
presente do marquês de Carabás. O rei ficou tão contente que mandou logo preparar a
sua carruagem e, acompanhado pela princesa, sua filha, dirigiu-se para a casa do nobre
súdito que lhe tinha enviado tão preciosas lembranças.
O gato foi logo ter com o amo:
— Vem já comigo, que te vou indicar um lugar, no rio, onde poderás tomar um
bom banho.
O gato conduziu-o a um ponto por onde devia passar a carruagem real, disselhe que se despisse, que escondesse a roupa debaixo de uma pedra e se lançasse à
água. Acabava o moço de desaparecer no rio quando chegaram o rei e a princesa.
— Socorro! Socorro! — gritou o bichano.
— Que aconteceu? — perguntou o rei.
— Os ladrões roubaram a roupa do nobre marquês de Carabás! — disse o gato.
— Meu amo está dentro da água e sentirá câimbras.
O rei mandou imediatamente uns servos ao palácio; voltaram daí a pouco com
um magnífico vestuário feito para o próprio rei, quando jovem. [...]
O gato estava radiante com o êxito do seu plano; e, correndo à frente da
carruagem, chegou a uns campos e disse aos lavradores:
— O rei está chegando; se não lhes disserem que todos estes campos
pertencem ao marquês de Carabás, faço-os triturar como carne para almôndegas.
De forma que, quando o rei perguntou de quem eram aquelas searas, os
lavradores responderam-lhe:
— Do muito nobre marquês de Carabás.
— Com a breca! — disse o rei ao filho mais novo do moleiro. — Que lindas
propriedades tens tu! [...]
O gato continuava a correr à frente da carruagem; atravessando um espesso
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bosque, chegou à porta de um magnífico palácio, no qual vivia um ogro que era o
verdadeiro dono dos campos semeados. O gatinho bateu à porta e disse ao ogro que a
abriu:
— Meu querido ogro, tenho ouvido por aí umas histórias a teu respeito. Dizeme lá: é certo que te podes transformar no que quiseres?
— Certíssimo — respondeu o ogro, e transformou-se num leão.
— Isso não vale nada — disse o gatinho. — Qualquer um pode inchar e
aparecer maior do que realmente é. Toda a arte está em se tornar menor. Poderias,
por exemplo, transformar-te em rato?
— É fácil — respondeu o ogro, e transformou-se num rato.
O gatinho deitou-lhe logo as unhas, comeu-o e desceu logo a abrir a porta, pois
naquele momento chegava a carruagem real. E disse:
— Bem vindo seja, senhor, ao palácio do marquês de Carabás.
— Olá! — disse o rei — que formoso palácio tens tu! Peço-te a fineza de ajudar
a princesa a descer da carruagem.
O rapaz, timidamente, ofereceu o braço à princesa e o rei murmurou-lhe ao
ouvido:
— Eu também era assim tímido, nos meus tempos de moço.
Entretanto, o gatinho meteu-se na cozinha e mandou preparar um esplêndido
almoço, pondo na mesa os melhores vinhos que havia na adega; e quando o rei, a
princesa e o amo entraram na sala de jantar e se sentaram à mesa, tudo estava pronto.
Depois do magnífico almoço, o rei voltou-se para o rapaz e disse-lhe:
— Jovem, és tão tímido como eu era nos meus tempos de moço. Mas percebo
que gostas muito da princesa, assim como ela gosta de ti. Por que não a pedes em
casamento?
Então, o moço pediu a mão da princesa, e o casamento foi celebrado com a
maior pompa. O gato assistiu, calçando um novo par de botas com cordões
encarnados e bordados a ouro e preciosos diamantes.
E daí em diante, passaram a viver muito felizes. E se o gato às vezes ainda se
metia a correr atrás dos ratos, era apenas por divertimento; porque absolutamente
não mais precisava de ratos para matar a fome...
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Disponível em: <http://www.educacional.com.br/projetos/ef1a4/contosdefadas/gatodebotas.html>.
Acesso em: 04 set. 2013.
Atividade 1
1) Os Contos de Fadas se caracterizam por envolver magia e encantamento em
seu enredo. No Conto “O Gato de Botas”, qual é a situação de magia
apresentada desde o começo do texto?
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2) Releia com atenção o texto. Em sua opinião, as atitudes do Gato de Botas
foram boas ou ruins? Justifique sua resposta com um fragmento do texto lido.
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3) Muitas vezes, o imaginário e o ficcional são utilizados para retratar situações do
mundo real e para alertar os leitores a seu respeito. Considerando as atitudes
do Gato de Botas no decorrer do conto, responda:
a) Qual era a intenção do Gato de Botas para com o seu amo?
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b) Como o Gato de Botas consegue atingir seu objetivo?
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c) Qual é a situação do mundo real retratada neste Conto de Fadas?
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Aula 2: Na Moral
Certamente, você já ouvir falar em moral da história. A maioria das histórias
antigas foi criada com o objetivo de ensinar valores caros à vida em sociedade. É o que
acontece, por exemplo, com os Contos de Fadas, os Contos Maravilhosos e as Fábulas.
Nas entrelinhas de cada Conto de Fadas e de cada Conto Maravilhoso, há sempre uma
lição que se pode aprender.
Mesmo em “O Gato de Botas”, no qual o Gato enriquece seu dono através de
sucessivas mentiras, há uma lição: não se pode contar com a sorte para alcançar os
objetivos de vida. Ora, mas não deu tudo certo? Embora tenha dado tudo certo para o
filho mais novo e ele tenha conseguido enriquecer graças às artimanhas do Gato de
Botas, os planos do Gato poderiam ter sido descobertos, o que colocaria por terra não
só o objetivo de enriquecer seu amo, mas também a confiança do Rei.
Infelizmente, há muitas histórias que querem ensinar o errado como se fosse o
correto: a esperteza, no lugar da dedicação; a mentira, no lugar da verdade; a
violência, no lugar do diálogo; a agressividade, no lugar do amor. No entanto, hoje em
dia, também são encontradas várias que procuram ensinar valores morais às crianças e
aos adultos que vivem nessa sociedade.
Observe o texto abaixo:
O Leão e o Rato
Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho começou a
correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em cima, abriu a bocarra e
preparou-se para engoli-lo.
– Perdoa-me! – gritou o ratinho. – Perdoa-me desta vez e eu nunca o
esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim?
O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o deixou partir.
Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o queriam oferecer vivo
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ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram à procura de um meio para o
transportarem.
Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão se encontrava, roeu
as cordas que o prendiam.
E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais.
LA FOUNTAINE, Jean de. Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase/ODEwNDAw/>. Acesso em:
04 set. 2013.
Atividade 2
1) O Leão se enfurece com o ratinho porque foi acordado de sua sesta. Qual foi a
reação do Leão?
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2) Em determinado momento do texto, o Leão se diverte com a ideia que o rato
lhe apresenta para tentar não ser devorado. Com base nisso, responda:
a) Qual é a ideia apresentada pelo rato?
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b) Por que o Leão a considerou divertida?
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3) Qual é a moral dessa história?
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Aula 3: Em uma Bela Floresta...
No 1º Bimestre, aprendemos sobre duas classes de palavras que são muito
importantes para a Língua Portuguesa: os substantivos e os adjetivos. Vamos
relembrar?
Os substantivos são as palavras que designam todo tipo de ser: pessoas,
coisas, divindades, estados de espírito, sentimentos, etc. Assumem as categorias de
gênero e número, sendo flexionadas em masculino e feminino, singular e plural.
Os adjetivos, por sua vez, são palavras que designam qualidades e
características atribuídas aos substantivos. Por modificarem os substantivos, assim
como eles, também assumem as categorias de gênero e número, flexionando-se em
masculino e feminino, singular e plural.
Juntos, substantivos e adjetivos constituem um material riquíssimo para a
construção de Contos de Fadas, Contos Maravilhosos, Fábulas e todos os demais
gêneros textuais, visto que constituem o nível mais básico de palavras de uma língua.
Você pode ter um texto só de substantivos, mas é difícil encontrar um texto que não
possua sequer um substantivo.
Tratando especificamente dos gêneros que estamos estudando neste bimestre,
os substantivos podem nomear personagens, que podem vir a ser caracterizados pelos
adjetivos, e lugares, que fatalmente serão descritos pelos adjetivos. Para a nomeação
de pessoas e lugares, os substantivos subdividem-se em dois grupos:
Substantivos Comuns: Nomeiam genericamente objetos, animais, plantas ou
quaisquer outros seres, vivos ou não. Geralmente, são grafados com letra
minúscula.
Substantivos Próprios: Nomeiam especificamente pessoas ou lugares,
diferenciando-os dos demais membros do mesmo grupo. Por exemplo: São
Paulo é o nome próprio de uma cidade, ou seja, especifica um ser dentro de
um grupo denominado pelo substantivo comum cidade. Geralmente, são
grafados com letra maiúscula.
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Observe:
Substantivos Comuns
Substantivos Próprios
mulher
cachorro
cidade
loja
livro
Ana, Maria, Júlia, Josefa
Rex, Snoopy, Scooby, Pretinho
Lisboa, Rio de Janeiro, São Paulo
Mundo Verde, Casa & Construção
Amor de Capitu, O Seminarista
Agora, veja o texto abaixo:
Três Ovinhos – Conto da África – O Poder da Intuição
Há muito tempo, uma mulher vivia com seu marido e os dois filhos. O marido
era cruel e forçava a esposa a trabalhar desde o alvorecer até o cair da noite,
espancando-a sem motivo e queimando-a com gravetos em brasa.
Finalmente, a mulher não suportou mais. Quando seu marido foi para uma
caçada, ela muniu-se de coragem, juntou os dois filhos e fugiu para as montanhas.
Havia várias aldeias além da colina, onde ela esperava encontrar trabalho para se
sustentar e aos filhos. Ela andou muito com uma filha pequena às costas e o menino
ao seu lado. Acompanhou o rio que na estação seca ficava quase sem água. Quando
parou para descansar, observou um ninho de pássaros numa árvore sem folhas. Pegou
o ninho, pensando que poderia servir de brinquedo para seus filhos e encontrou
dentro dele três ovinhos. Disse aos filhos: - Cuidado para não quebrar os ovinhos.
Prosseguiram a viagem até cair a noite. Ela olhou à sua volta e não achou nada
que servisse de abrigo, ficou com muito medo. Pensou:- O que vou fazer? Como vou
proteger os meus filhos dos animais selvagens da floresta? De repente, uma vozinha
respondeu: - “Vá pelo caminho da direita”. Ela espantou-se, pois a voz vinha de um dos
ovos do ninho.
Realmente, à sua direita, havia um caminho quase escondido entre a mata. Ela
seguiu a trilha e chegou numa grande cabana. Entrou e ninguém respondeu ao seu
chamado. Dentro da cabana, havia vasilhas com leite fresco e muitos frutos maduros.
Ela alimentou as crianças e comeu fartamente. Depois todos adormeceram. Pela
manhã, ela acordou os filhos e retornaram a caminhada pelas montanhas. Quando
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chegaram a um cruzamento na estrada, a mulher parou, indecisa quanto ao caminho a
seguir.
“Escolha o da esquerda”, disse a voz do segundo ovo do ninho. Ela seguiu o
conselho e chegou a uma outra cabana. Lá dentro viu um ogro tão imenso que seu
ronco fazia tudo tremer. Ele tinha pelos vermelhos, dois chifres e uma cauda comprida.
Por toda parte havia tigelas de sangue. Ela não se moveu, com medo que ele acordasse
e a devorasse junto com seus filhos, mas naquele momento, ela ouviu o terceiro ovo
que dizia: “Pegue a pedra branca e redonda, perto da porta, suba no telhado e jogue-a
no monstro. Ela disse:
– A pedra é muito pesada, como posso levantá-la?
– Faça como estou dizendo – disse a voz.
A mulher levou os filhos para cima do telhado, para mantê-los a salvo, e depois
pegou a pedra perto da porta, que para sua surpresa não era tão pesada. Ergueu-a,
subiu no telhado, olhou pela chaminé e preparou-se para jogar a pedra no monstro.
Subitamente, outro ogro entrou na cabana, arrastando os corpos de várias pessoas. A
mulher abafou um grito, e deixou a pedra de lado. Pensou: Não posso matar dois de
uma vez, um certamente vai nos pegar e nos comer!
– Espere até que durmam, então fuja – falou um dos ovos.
Ela ficou quieta, acalmou os filhos, enquanto o ogro cozinhava e comia as pessoas que
trouxera. Por fim os dois ogros, pegaram no sono. Quando começaram a roncar, ela
desceu do telhado com os filhos e fugiu. Começou novamente a caminhada e entrou
por um caminho de mata fechada em que ela mal enxergava. De repente, após uma
curva, ela chegou a uma clareira, onde havia enorme árvore sempre-viva. Ela parou
horrorizada, porque embaixo da árvore, estava um monstro enorme, maior que os dois
ogros, Tinha cabelos grossos, emaranhados, focinho de chacal, chifres enormes e um
longo rabo.
– Uma ogra! – Falou, aterrorizada. Viu que só podia seguir em frente passando
por ela. – O que vou fazer? – pensou.
Os três ovos responderam:
– Pegue o machado que está perto da ogra, suba na árvore e deixe cair na
cabeça dela.
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Ela não tinha alternativa. Subiu na árvore com os filhos e depois pegou o
machado. Tremendo de medo, ela ficou no galho que estava bem em cima da ogra e
deixou o machado cair. A ogra resmungou um pouco zonza. “Rápido”, disseram os
ovos. “Desça daí e use o machado para matá-la antes que ela acorde.”
A mulher desceu da árvore e, quando pegou o machado a ogra começou a abrir
os olhos, mas a mulher correu na sua direção e golpeou-a com o machado. Ela
guinchou, rolou para o lado e morreu. No momento seguinte, o corpo da ogra abriu-se
no meio e de lá saíram centenas de pessoas, além de bichos que a ogra comera. As
pessoas rodearam a mulher e lhe agradeceram.
– Você nos libertou da ogra – disseram. – Ela nos engoliu inteiros e há anos
estamos vivendo na sua barriga. Como sinal de nossa gratidão, queremos que você se
torne nossa rainha.
A mulher contou que não fora ela que os salvara, mas os três ovos que estavam
no ninho e apontou para o ninho. Nesse momento a terra tremeu, os ovos
desapareceram e, em seu lugar, surgiram três belos príncipes. O mais velho, ajoelhouse diante da mulher que o libertou e disse:
– Por causa da sua coragem, você nos libertou, eu e meus irmãos, de um feitiço
maligno.
Ele aproveitou e pediu a mão dela em casamento, dizendo que ela estava livre,
porque seu marido havia morrido. Ela aceitou e, perante o povo reunido, a corajosa
mulher, agora rainha, desposou o príncipe. Dali em diante, viveram felizes junto com
as crianças.
Disponível em: <http://palavrasdoimaginario.blogspot.com.br/2011/03/tres-ovinhos-conto-da-africapoder-da.html>. Acesso em: 04 set. 2013.
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Atividade 3
1) No primeiro parágrafo, o Conto Maravilhoso apresenta as personagens que
participam dos fatos relatados.
a) Quem são as personagens?
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b) Como o marido é definido?
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c) Qual a classe das palavras que nomeiam as personagens?
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d) Qual a classe da palavra que caracteriza o marido?
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2) Em um Conto de Fadas, assim como no Conto Maravilhoso, é comum
encontrarmos seres mágicos e situações de encantamento.
a) Quais são os seres mágicos encontrados no Conto “Os Três Ovinhos”?
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b) Quais são as situações mágicas apresentadas no Conto?
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3) Observe o trecho abaixo:
“Lá dentro viu um ogro tão imenso que seu ronco fazia tudo tremer. Ele
tinha pelos vermelhos, dois chifres e uma cauda comprida”.
a) Destaque a palavra que nomeia a personagem que está sendo apresentada.
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b) Destaque as palavras que ajudam a caracterizar a personagem apresentada.
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c) Quando falamos dos substantivos próprios, vimos que eles individualizam um
ser entre outros tantos do grupo. O ogro do conto “Os Três Ovinhos” não
recebeu um nome próprio, mas podemos dizer que ele está diferenciado entre
os demais que aparecem no conto. Por quê?
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Aula 4: Nas Entrelinhas
Muitas vezes, o que dizemos não quer dizer exatamente o que diria se fosse
dito de outra forma. Parece confuso, não? É confuso, realmente. As línguas, em geral,
e a Língua Portuguesa, especificamente, apresentam uma grande flexibilidade quanto
ao sentido das palavras. Isso acontece porque, à medida que os tempos progridem, as
palavras vão assumindo novos significados a depender, sobretudo, do contexto em
que são utilizadas.
Observe:
Isso é um castelo de areia.
Denotação: É um castelo construído na
areia da praia.
Conotação: É algo incerto, que pode ou
não ocorrer.
Como podemos ver, as palavras e as frases podem denotar um sentido real,
correspondente àquele que encontramos nos dicionários, ou conotar um sentido
figurado, de acordo com o contexto em que é utilizado. Vamos compreender melhor o
que são a denotação e a conotação!
Denotação: É o uso da palavra em seu sentido real, original.
Conotação: É o uso da palavra em um sentido figurado, simbólico – um
significado diferente do original.
Compare:
1) “O namorado da minha
2) “Encontrei um belíssimo 3) “Os meus vizinhos
amiga é mesmo um gato.
gato preto na porta de fizeram um gato no poste
Nunca vi homem tão
minha casa”.
de energia elétrica”.
bonito”.
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Como se pode ver, é a frase (2) que apresenta o sentido real da palavra gato,
aquele que consta dos dicionários e se refere ao animal doméstico. A frase (1) a utiliza
como sinônimo de bonito, enquanto a frase (3) se refere a uma artimanha utilizada
pelos brasileiros para não pagar contas de luz tão altas.
Observe o texto abaixo:
O Cavalo no Poço
Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos para
ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda. Um dia, seu capataz veio trazer a
notícia de que um dos cavalos havia caído num velho poço abandonado.
O fazendeiro foi rapidamente ao local do acidente e avaliou a situação,
certificando-se de que o animal não se machucara. Porém, pela dificuldade e o alto
custo de retirá-lo do fundo do poço, achou que não valeria a pena investir numa
operação de resgate.
Tomou então a difícil decisão: determinou ao capataz que sacrificasse o animal,
jogando terra no poço até enterrá-lo ali mesmo. E assim foi feito: os empregados,
comandados pelo capataz, começaram a jogar terra para dentro do buraco de forma a
cobrir o cavalo.
Mas, à medida que a terra caía em seu dorso, o animal a sacudia e ela ia se
acumulando no fundo, possibilitando que o cavalo fosse subindo. Logo, os homens
perceberam que o cavalo não se deixava enterrar, mas, ao contrário, estava subindo à
medida que a terra enchia o poço, até que, finalmente, conseguiu sair.
Sabendo do caso, o fazendeiro ficou muito satisfeito e o cavalo viveu ainda
muitos anos servindo ao dono da fazenda.
Moral da História: Se você estiver “lá embaixo”, sentindo-se pouco valorizado e os
outros jogarem sobre você a terra da incompreensão, da falta de oportunidade e de
apoio, lembre-se desse cavalo. Não aceite a terra que cai sobre você. Sacuda-a e suba
sobre ela. Quanto mais terra, mais você vai subindo, subindo, subindo e aprendendo a
sair do poço.
Disponível em: <http://mileumlivros.wordpress.com/2010/07/27/cultura/>. Acesso em: 04 set. 2013.
20
Atividade 4
1) Conforme você pode perceber, algumas palavras são repetidas no decorrer do
texto, mas usadas com sentidos diferentes. Retire do texto uma frase em que
sejam usadas as palavras abaixo em sentido denotativo e outra em que essas
mesmas palavras sejam usadas em sentido conotativo:
a) Poço:
Sentido denotativo – ____________________________________________
______________________________________________________________
Sentido conotativo – ____________________________________________
______________________________________________________________
b) Terra:
Sentido denotativo – ____________________________________________
______________________________________________________________
Sentido conotativo – ____________________________________________
______________________________________________________________
2) Explique o significado das palavras sublinhadas nas frases abaixo, que foram
retiradas do texto lido:
a) “Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos
para ajudar nos trabalhos em sua pequena fazenda”.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
b) “À medida que a terra caía em seu dorso, o animal a sacudia e ela ia se
acumulando no fundo, possibilitando que o cavalo fosse subindo”.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
21
3) Segundo o texto, o fazendeiro não tinha uma situação econômica muito boa e
estava com dificuldades.
a) Por que o fazendeiro decidiu não salvar um de seus cavalos?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
b) Qual a solução encontrada por ele para resolver o problema do cavalo que
caíra no poço?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
c) Como o cavalo se comportou diante de tal solução?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
d) Qual é a principal lição que devemos tirar dessa breve história?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
22
Aula 5: É papo, não é conversa
Como você deve ter percebido, é comum que apareçam nos Contos de Fadas e
nos Contos Maravilhosos diálogos entre as várias personagens envolvidas. E, como há
sempre um misto de magia e de encantamento, certamente os diálogos são os mais
inusitados: seres humanos conversam não só com seres humanos, mas também com
gatos e com ovinhos, além de um rato e um leão conversarem entre si.
Nos textos, os diálogos são marcados através de sinais próprios. Em Língua
Portuguesa, há duas formas de transcrição dos diálogos: o discurso direto e o discurso
indireto. Vamos aprender a diferença entre eles!
O discurso direto confere voz às personagens, reproduzindo fielmente suas
falas e permitindo que alguns traços de sua personalidade sejam destacados no texto.
Verbos como dizer, falar e perguntar servem para introduzir as falas, sendo comum a
presença de travessões (–), dois-pontos (:), aspas (“ ”) e exclamações (!) durante sua
reprodução.
O discurso indireto é a tradução da fala dos personagens nas palavras do
narrador, que reproduz a fala e a reação das personagens, relatando-as em terceira
pessoa. Nesse caso, também costumam aparecer os verbos dizer, falar e perguntar,
mas eles são seguidos por uma oração iniciada pela conjunção integrante que.
Compare:
DISCURSO DIRETO
DISCURSO INDIRETO
– Você nos libertou da ogra – disseram. – Ela
nos engoliu inteiros e há anos estamos
vivendo na sua barriga. Como sinal de nossa
gratidão, queremos que você se torne nossa
A mulher contou que não fora ela que os
salvara, mas os três ovos que estavam no
ninho e apontou para o ninho.
rainha.
23
Agora, observe o texto abaixo:
Branca de Neve e os Sete Anões
Adaptado do conto dos Irmãos Grimm
Há muito tempo, num reino distante, viviam um rei, uma rainha e sua filhinha,
a princesa Branca de Neve. Sua pele era branca como a neve, os lábios vermelhos
como o sangue e os cabelos pretos como o ébano.
Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei, sentindo-se muito
sozinho, casou-se novamente.
O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira cruel, invejosa e
muito vaidosa. Ela possuía um espelho mágico, para o qual perguntava todos os dias:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu?
— És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha! — respondia ele.
Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita, encantadora e meiga.
Todos gostavam muito dela, exceto a rainha, pois tinha medo que Branca de Neve se
tornasse mais bonita que ela.
Depois que o rei morreu, a rainha obrigava a princesa a vestir-se com trapos e a
trabalhar na limpeza e na arrumação de todo o castelo. Branca de Neve passava os
dias lavando, passando e esfregando, mas não reclamava. Era meiga, educada e amada
por todos.
Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu?
— Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a mais bela!
A rainha ficou furiosa, pois queria ser a mais bela para sempre. Imediatamente
mandou chamar seu melhor caçador e ordenou que ele matasse a princesa e trouxesse
seu coração numa caixa.
No dia seguinte, ele convidou a menina para um passeio na floresta, mas não a
matou.
— Princesa, — disse ele — a rainha ordenou que eu a mate, mas não posso
fazer isso. Eu a vi crescer e sempre fui leal a seu pai.
24
— A rainha?! Mas, por quê? — perguntou a princesa.
— Infelizmente não sei, mas não vou obedecer a rainha dessa vez. Fuja,
Princesa, e por favor não volte ao castelo, porque ela é capaz de matá-la!
Branca de Neve correu pela floresta muito assustada, chorando, sem ter para
onde ir.
O caçador matou uma gazela, colocou seu coração numa caixa e levou para a
rainha, que ficou bastante satisfeita, pensando que a enteada estava morta.
Anoiteceu. Branca de Neve vagou pela floresta até encontrar uma cabana. Era
pequena e muito graciosa. Parecia habitada por crianças, pois tudo ali era pequeno.
A casa estava muito desarrumada e suja, mas Branca de Neve lavou a louça, as
roupas e varreu a casa. No andar de cima da casinha encontrou sete caminhas, uma ao
lado da outra. A moça estava tão cansada que juntou as caminhas, deitou-se e dormiu.
Os donos da cabana eram sete anõezinhos que, ao voltarem para casa, se
assustaram ao ver tudo arrumado e limpo. Os sete homenzinhos subiram a escada e
ficaram muito espantados ao encontrar uma linda jovem dormindo em suas camas.
Branca de Neve acordou e contou sua história para os anões, que logo se
afeiçoaram a ela e a convidaram para morar com eles.
O tempo passou... Um dia, a rainha resolveu consultar novamente seu espelho
e descobriu que a princesa continuava viva. Ficou furiosa. Fez uma poção venenosa,
que colocou dentro de uma maçã, e transformou-se numa velhinha maltrapilha.
— Uma mordida nesta maçã fará Branca de Neve dormir para sempre — disse a
bruxa.
No dia seguinte, os anões saíram para trabalhar e Branca de Neve ficou sozinha.
Pouco depois, a velha maltrapilha chegou perto da janela da cozinha. A
princesa ofereceu-lhe um copo d’água e conversou com ela.
— Muito obrigada! — falou a velhinha — coma uma maçã... eu faço questão!
No mesmo instante em que mordeu a maçã, a princesa caiu desmaiada no
chão. Os anões, alertados pelos animais da floresta, chegaram na cabana enquanto a
rainha fugia. Na fuga, ela acabou caindo num abismo e morreu.
Os anõezinhos encontraram Branca de Neve caída, como se estivesse
dormindo. Então colocaram-na num lindo caixão de cristal, em uma clareira e ficaram
vigiando noite e dia, esperando que um dia ela acordasse.
25
Certo dia, chegou até a clareira um príncipe do reino
vizinho e, logo que viu Branca de Neve, se apaixonou por ela. Ele
pediu aos anões que o deixassem levar o corpo da princesa para
seu castelo, e prometeu que velaria por ela.
Os anões concordaram e, quando foram erguer o caixão,
este caiu, fazendo com que o pedaço de maçã que estava alojado
na garganta de Branca de Neve saísse por sua boca, desfazendo o feitiço e acordando a
princesa. Quando a moça viu o príncipe, se apaixonou por ele. Branca de Neve
despediu-se dos sete anões e partiu junto com o príncipe para um castelo distante
onde se casaram e foram felizes para sempre.
Disponível em: <http://www.educacional.com.br/projetos/ef1a4/contosdefadas/brancadeneve.html>.
Acesso em: 06 set. 2013.
Atividade 5
1) O Conto de Fadas “Branca de Neve e os Sete Anões” descreve detalhadamente
as duas personagens principais: a Branca de Neve e a Madrasta. Como ele
define cada uma delas?
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_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) A descrição de Branca de Neve é feita não só pelo narrador, mas também pelo
espelho e pelos homenzinhos que a descobrem em sua casa. Encontre no texto
e reescreva:
a) Como o narrador a descreve?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
26
b) Como o narrador a descreve quando ela vai crescendo?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
c) Como o espelho a descreve?
_________________________________________________________________
d) Como os anõezinhos a descrevem?
_________________________________________________________________
3) No decorrer do texto, são travados vários diálogos entre as personagens.
a) Como estes diálogos estão indicados?
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_________________________________________________________________
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b) Destaque um diálogo entre a Branca de Neve e o Caçador que recebeu ordens
para matá-la.
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_________________________________________________________________
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_________________________________________________________________
c) Destaque um trecho que mencione o diálogo entre Branca de Neve e os
anõezinhos.
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27
d) A conversa entre Branca de Neve e o Caçador está em discurso direto.
Transforme-a para o discurso indireto.
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_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
4) Certamente você já ouviu outras versões deste Conto de Fadas e pode ter
notado alguma diferença ao final. Como era o final da versão que você
conhecia? No que ela difere desta versão que acabamos de ler?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
28
Aula 6: Direi quem és!
Na última aula, vimos que as descrições das personagens podem ser físicas ou
psicológicas. Às vezes, o narrador opta por descrever apenas as características
externas, visíveis a todos. Outras vezes, para dar maior profundidade à personagem e
para torná-la mais real, relata também suas características psicológicas, que só aqueles
que possuem intimidade com ela podem conhecer.
Assim foi com Branca de Neve. No começo do texto, quando ela ainda era
pequena e não se podia dizer muito sobre sua personalidade, o narrador faz uma
descrição meramente física. Quando ela cresce, então ele faz uma descrição de suas
características psicológicas.
Observe:
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS
“Sua pele era branca como a neve, os lábios “Branca de Neve crescia e ficava cada vez
vermelhos como o sangue e os cabelos pretos mais bonita, encantadora e meiga”.
como o ébano”.
“Era meiga, educada e amada por todos”.
Agora, observe o texto abaixo:
Cinderela
Adaptado do Conto dos Irmãos Grimm
Era uma vez um homem cuja primeira esposa tinha morrido, e que tinha casado
novamente com uma mulher muito arrogante. Ela tinha duas filhas que se pareciam
em tudo com ela. O homem tinha uma filha de seu primeiro casamento. Era uma moça
meiga e bondosa, muito parecida com a mãe.
A nova esposa mandava a jovem fazer os serviços mais sujos da casa e dormir
no sótão, enquanto as “irmãs” dormiam em quartos com chão encerado.
29
Quando o serviço da casa estava terminado, a pobre moça sentava-se junto à
lareira, e sua roupa ficava suja de cinzas. Por esse motivo, as malvadas irmãs
zombavam dela. Embora Cinderela tivesse que vestir roupas velhas, era ainda cem
vezes mais bonita que as irmãs, com seus vestidos esplêndidos.
O rei mandou organizar um baile para que seu filho escolhesse uma jovem para
se casar, e mandou convites para todas as pessoas importantes do reino. As duas irmãs
ficaram contentes e só pensavam na festa. Cinderela ajudava. Ela até lhes deu os
melhores conselhos que podia e se ofereceu para arrumá-las para o evento. As irmãs
zombavam de Cinderela, e diziam que ela nunca poderia ir ao baile.
Finalmente o grande dia chegou. A pobre Cinderela viu a madrasta e as irmãs
saírem numa carruagem em direção ao palácio, em seguida sentou-se perto da lareira
e começou a chorar. Apareceu diante dela uma fada, que disse ser sua fada madrinha,
e ao ver Cinderela chorando, perguntou: “Você gostaria de ir ao baile, não é?”
“Sim”, suspirou Cinderela.
“Bem, eu posso fazer com que você vá ao baile”, disse a fada madrinha.
Ela deu umas instruções esquisitas à moça: “Vá ao jardim e traga-me uma
abóbora.” Cinderela trouxe e a fada madrinha esvaziou a abóbora até ficar só a casca.
Tocou-a com a varinha mágica e a abóbora se transformou numa linda carruagem
dourada!
Em seguida a fada madrinha transformou seis camundongos em cavalos lindos,
tocando-os com sua varinha mágica. Escolheu também um rato que tivesse o bigode
mais fino para ser o cocheiro mais bonito do mundo. Então ela disse a Cinderela, “Olhe
atrás do regador. Você encontrará seis lagartos ali. Traga-os aqui”.
Cinderela nem bem acabou de trazê-los e a fada madrinha transformou-os em
lacaios. Eles subiram atrás da carruagem, com seus uniformes de gala, e ficaram ali
como se nunca tivessem feito outra coisa na vida.
Quanto a Cinderela, bastou um toque da varinha mágica para transformar os
farrapos que usava num vestido de ouro e prata, bordado com pedras preciosas.
Finalmente, a fada madrinha lhe deu um par de sapatinhos de cristal.
Toda arrumada, Cinderela entrou na carruagem. A fada madrinha avisou que
deveria estar de volta à meia-noite, pois o encanto terminaria ao bater do último
toque da meia-noite.
30
O filho do rei pensou que Cinderela fosse uma princesa desconhecida e
apressou-se a ir dar-lhe as boas vindas. Ajudou-a a descer da carruagem e levou-a ao
salão de baile. Todos pararam e ficaram admirando aquela moça que acabara de
chegar. O príncipe estava encantado e dançou todas as músicas com Cinderela. Ela
estava tão absorvida com ele, que se esqueceu completamente do aviso da fada
madrinha. Então, o relógio do palácio começou a bater doze horas. A moça se lembrou
do aviso da fada e, num salto, pôs-se de pé e correu para o jardim. O príncipe foi atrás,
mas não conseguiu alcançá-la. No entanto, na pressa, ela deixou cair um dos seus
elegantes sapatinhos de cristal.
Cinderela chegou em casa exausta, sem carruagem ou os lacaios e vestindo sua
roupa velha e rasgada. Nada tinha restado do seu esplendor, a não ser o outro
sapatinho de Cristal. Mais tarde, quando as irmãs chegaram em casa, Cinderela
perguntou-lhes se tinham se divertido. As irmãs, que não tinham percebido que a
princesa desconhecida era Cinderela, contaram tudo sobre a festa, e como o príncipe
pegara o sapatinho que tinha caído e passou o resto da noite olhando fixamente para
ele, definitivamente apaixonado pela linda desconhecida.
As irmãs tinham contado a verdade, pois alguns dias depois o filho do rei
anunciou publicamente que se casaria com a moça em cujo pé o sapatinho servisse
perfeitamente. Embora todas as princesas, duquesas e todo resto das damas da corte
tivessem experimentado o sapatinho, ele não serviu em nenhuma delas.
Um mensageiro chegou à casa de Cinderela trazendo o sapatinho. Ele deveria
calçá-lo em todas as moças da casa. As duas tentaram de todas as formas calçá-lo, em
vão.
Então, Cinderela sorriu e disse, “Eu gostaria de experimentar o sapatinho para
ver se me serve!”
As irmãs riram e caçoaram dela, mas o mensageiro tinha recebido ordens para
deixar todas as moças do reino experimentarem o sapatinho. Então, fez Cinderela
sentar-se e, para surpresa de todos, o sapatinho serviu-lhe perfeitamente! As duas
irmãs ficaram espantadas, mas ainda mais espantadas ficaram quando Cinderela tirou
o outro sapatinho de cristal do bolso e o calçou no outro pé.
31
Nesse momento, surgiu a fada madrinha, que tocou a roupa de Cinderela com a
varinha mágica. Imediatamente os farrapos se transformaram num vestido ainda mais
bonito do que aquele que havia usado antes.
A madrasta e suas filhas reconheceram a linda “princesa” do baile, e caíram de
joelhos implorando seu perdão, por todo sofrimento que lhe tinham causado.
Cinderela abraçou-as e disse que lhes perdoava de todo o coração. Em seguida, no seu
vestido esplêndido, ela foi levada à presença do príncipe, que aguardava ansioso sua
amada. Alguns dias mais tarde, casaram-se e viveram felizes para sempre.
Disponível em: <http://www.educacional.com.br/projetos/ef1a4/contosdefadas/cinderela.html>.
Acesso em: 06 set. 2013.
Atividade 6
1) O narrador descreve Cinderela tanto por suas características físicas quanto por
suas características psicológicas. Encontre no texto e reescreva:
a) Características psicológicas: _______________________________________
b) Características físicas: ___________________________________________
2) Da madrasta e das irmãs, o narrador apresenta apenas características
psicológicas.
a) Como ele as descreve?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
32
b) Em sua opinião, por que ele prefere informar as características psicológicas e
ignorar as físicas?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3) Como a nova esposa tratava Cinderela? O que ela precisava fazer em casa?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
4) Quando Cinderela terminou de arrumar suas irmãs, que foram ao Baile junto à
sua Madrasta, começou a chorar.
a) Por que Cinderela chorava?
_________________________________________________________________
b) Nesse momento, Cinderela recebe uma visita inusitada. Que visita era essa? O
que ela veio fazer?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
5) Até que horas durava a Magia? O que aconteceria depois de terminado o
Encanto?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
33
6) Ligue as colunas abaixo, considerando as transformações mágicas feitas pela
Fada Madrinha:
Seis Camundongos
Cocheiro
Abóbora
Seis lindos Cavalos
Rato de Bigode Fino
Vestido de Ouro e Prata
Lagartos
Carruagem
Roupa Esfarrapada
Lacaios
7) Na correria para ir embora do Baile, o que Cinderela deixou para trás?
_________________________________________________________________
8) “O príncipe pegara o sapatinho que tinha caído e passou o resto da noite
olhando fixamente para ele, definitivamente apaixonado pela linda
desconhecida”. Como fez o Príncipe para encontrar a dona do sapatinho, a
princesa com que havia dançado durante toda a noite?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
34
Avaliação
Observe os textos abaixo.
CHAPEUZINHO VERMELHO
Irmãos Grimm.
Chapeuzinho Vermelho gritou um olá, mas não houve resposta. Foi então até a
cama e abriu as cortinas. Lá estava sua avó, deitada, com a touca puxada para cima do
rosto. Parecia muito esquisita.
“Ó avó, que orelhas grandes você tem!”
“É para melhor te escutar!”
“Ó avó, que olhos grandes você tem!”
“É para melhor te enxergar!”
“Ó avó, que mãos grandes você tem!”
“É para melhor te agarrar!”
“Ó avó, que boca grande, assustadora, você tem!”
“É para melhor te comer!”
Assim que pronunciou estas últimas palavras, o lobo saltou fora da cama e
devorou a coitada da Chapeuzinho Vermelho.
Saciado o seu apetite, o lobo deitou-se de costas na cama, adormeceu e
começou a roncar muito alto. Um caçador que por acaso ia passando junto à casa
pensou: “Como essa velha está roncando alto! Melhor ir ver se há algum problema.”
Entrou na casa e, ao chegar junto à cama, percebeu que havia um lobo deitado nela.
“Finalmente te encontrei, seu velhaco”, disse. “Faz muito tempo que ando à sua
procura.”
Sacou sua espingarda e já estava fazendo pontaria quando atinou que o lobo
devia ter comido a avó e que, assim, ele ainda poderia salvá-la. Em vez de atirar,
pegou uma tesoura e começou a abrir a barriga do lobo adormecido. Depois de
algumas tesouradas, avistou um gorro vermelho. Mais algumas, e a menina pulou
fora, gritando: “Ah, eu estava tão apavorada! Como estava escuro na barriga do lobo”.
Contos de Fadas: Perrault, Grimm, Andersen & outros. p. 145-152.
35
CHAPEUZINHO VERMELHO
Charles Perrault.
O lobo puxou a lingueta e a porta se abriu. Jogou-se sobre a boa mulher e a
devorou num piscar de olhos, pois fazia três dias que não comia. Depois fechou a
porta e foi se deitar na cama da avó, à espera de Chapeuzinho Vermelho, que pouco
tempo depois bateu à porta. Toc, toc, toc.
“Quem está aí?”
Ouvindo a voz grossa do lobo, Chapeuzinho Vermelho primeiro teve medo,
mas, pensando que a avó estava gripada, respondeu:
“É sua neta, Chapeuzinho Vermelho. Estou trazendo um bolinho e um potinho de
manteiga que minha mãe mandou”.
O lobo gritou de volta, adoçando um pouco a voz: “Puxe a lingueta e o ferrolho
se abrirá”. Chapeuzinho Vermelho puxou a lingueta e a porta se abriu. O lobo, vendoa entrar, disse-lhe, escondendo-se na cama debaixo das cobertas: “Ponha o bolo e o
potinho de manteiga em cima da arca, e venha se deitar comigo”. Chapeuzinho
Vermelho tirou a roupa e foi se enfiar na cama, onde ficou muito espantada ao ver a
figura da avó na camisola.
Disse a ela:
“Minha avó, que braços grandes você tem!”
“É para abraçar você melhor, minha neta.”
“Minha avó, que pernas grandes você tem!”
“É para correr melhor, minha filha.”
“Minha avó, que orelhas grandes você tem!”
“É para escutar melhor, minha filha.”
“Minha avó, que olhos grandes você tem!”
“É para enxergar você melhor, minha filha.”
“Minha avó, que dentes grandes você tem!”
“É para comer você.”
E, dizendo estas palavras, o lobo malvado se jogou em cima de Chapeuzinho
Vermelho e a comeu.
Contos de Fadas: Perrault, Grimm, Andersen & outros, p. 77-82.
36
1) Como você pode perceber, foram apresentadas duas versões para a famosa
história “Chapeuzinho Vermelho”. Qual a diferença entre a versão de Charles
Perrault e a dos Irmãos Grimm?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
2) Quando falamos sobre a presença de diálogos nos Contos de Fadas, vimos que
há várias formas de eles serem demarcados.
a) Como os diálogos estão indicados no conto escrito pelos Irmãos Grimm? E
como são indicados no conto escrito por Charles Perrault?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
b) Os diálogos estão em discurso direto ou em discurso indireto? Justifique sua
resposta e exemplifique.
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3) Leia o texto abaixo.
A Mentira da Raposa
A raposa estava faminta e procurava desesperadamente por comida. De
repente, viu uma bonita galinha em cima de uma cerca: “Que bom! Já tenho o que
comer hoje!”, pensou. Aproximou-se dela vagarosamente e lhe disse:
– Que coincidência, galinha! Estava procurando por você para dar-lhe uma boa
notícia.
37
– Boa notícia vinda de você? Duvido. Mas, se é tão boa assim, pode dizer.
– Estive pensando que devemos ser boas amigas. Desça daí e nos abraçaremos
como sinal de nossa amizade.
A galinha não acreditou no que estava ouvindo. Uma raposa não podia ser
amiga de uma galinha. Mas, ainda assim, falou:
– Você não sabe como eu fico feliz. Espere um pouco, amiga raposa, desço já.
Mas a galinha não desceu e fixou o olhar num ponto distante.
– O que você está olhando agora? Desce de uma vez, criatura!
– Já vou – disse a galinha. – Espere um pouco. Ei, acho que um cachorro bem
grande está se aproximando. Tenho ceretza de que também quer ser nosso amigo.
– Você disse cachorro? Bem, é melhor deixar isso para outro dia; lembrei-me de
que tenho algo urgente para fazer. Em breve nos veremos!
E saiu correndo morta de medo. A galinha desatou a rir, pois conseguiu enganar
a astuta raposa.
365 Fábulas para todos os dias do ano. São Paulo: Caramelo, 1996. p. 122.
a) A raposa diz à galinha que deviam ser boas amigas. Ela realmente queria ser
amiga da galinha?
_________________________________________________________________
b) Quais eram as reais intenções da raposa para com a galinha? Por que a raposa
mentiu a respeito de querer ser amiga da galinha?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
c) Qual é a reação da galinha?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
38
d) Como a galinha se livra da raposa?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
e) Qual é a moral da história?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
4) No texto “A Mentira da Raposa”, há uma palavra que foi empregada no sentido
conotativo. Releia o texto para responder às questões abaixo:
a) Identifique e reescreva o trecho em que a palavra aparece.
_________________________________________________________________
b) Substitua a palavra empregada em sentido conotativo por outra, sem modificar
o significado expresso pela frase.
_________________________________________________________________
5) A caracterização das personagens pode levar em consideração aspectos físicos
ou aspectos psicológicos. Separe as expressões abaixo nos quadros corretos:
Nariz comprido
Educado
Inteligente
Cabelo com franja
Gordo
Cara com sardas
Ciumento
Desconfiado
Descrição Física
Mentiroso
Orelhas grandes
Louro
Fiel
Cara com óculos
Calmo
Baixa estatura
Nervoso
Descrição Psicológica
39
Pesquisa
Caro aluno, agora que já estudamos todos os principais assuntos relativos ao 3º
bimestre, é hora de relaxar um pouco.
Leia atentamente as questões a seguir e, através de uma pesquisa e da
discussão com o seu grupo, responda cada uma delas de forma clara e objetiva.
Solicite ao professor aplicador que os leve até a sala de informática ou
consultem jornais, revistas e livros na sala de leitura da escola para dinamizarem o
trabalho com novas possibilidades de fontes de pesquisa.
Atenção: Não se esqueça de identificar as fontes de pesquisa, ou seja, o nome
dos livros e sites que foram utilizados na sua pesquisa.
I – Leia o texto abaixo, que consiste na Sinopse do Filme “Deu a louca na
Chapeuzinho”:
“Deu a louca na Chapeuzinho é uma divertida versão do conto. Um livro
roubado transforma o Lobo Mau, a Vovó, o Lenhador e a própria Chapeuzinho
Vermelho em suspeitos do crime. Todos dão seus depoimentos e versões dos
acontecimentos em um filme diferente de qualquer ponto de vista até então criado
sobre a história”.
Disponível em: <http://pipocacombo.com/anime-se-revisitando-os-classicos/>. Acesso em: 07 set. 2013.
Muitos Contos de Fadas apresentam diferentes versões. No Filme “Deu a louca
na Chapeuzinho”, brinca-se com a história original quando os personagens são
apresentados de forma completamente diferente: Chapeuzinho Vermelho, na
realidade, trabalha como entregadora de doces na firma da avó. A vovozinha, quando
não está fazendo doces, tem uma postura completamente hardcore e é praticante de
esportes radicais, como snowboard e esqui. O Lobo Mau é um repórter investigativo
que não mede esforços para conseguir uma informação. O Lenhador, na verdade, é um
40
ator fazendo uma espécie de laboratório para interpretar um lenhador em um
comercial.
* Discuta com o seu grupo, pesquise em livros e na internet, e tentem descobrir
alguns Contos de Fadas que apresentam variadas versões de apresentação. Depois,
demonstre qual é o ponto em que as versões diferem.
(Atenção: Desenvolva esta atividade em uma folha separada!)
II – Na Literatura, muitas vezes lidamos com o fenômeno da intertextualidade, que se
caracteriza pela criação de um texto a partir de outro já existente. Trata-se de um
fenômeno que está diretamente relacionado ao conhecimento de mundo, que deve
ser comum entre o produtor e o receptor. Em outras palavras, se o leitor não
reconhecer a narrativa que inspirou um texto, não poderá compreender a mensagem
que está lendo plenamente. Observe as tirinhas abaixo:
Disponível em: < http://centraldastiras.blogspot.com.br/search/label/Turma%20da%20M%C3%B4nica>.
Acesso em: 07 set. 2013.
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* Nas Tirinhas acima, pode-se dizer que ocorre o fenômeno de
intertextualidade? Discuta com o seu grupo e descubra o texto em que ambas se
baseiam.
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III – Dando continuidade ao estudo da intertextualidade, discuta com os colegas de
seu grupo e tente descobrir em que textos se baseiam as tirinhas abaixo:
a)
Disponível em: <http://edudeboraschnek.blogspot.com.br/2009/08/historias-em-quadrinhosturma-da-monica.html>. Acesso em: 07 set. 2013.
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b)
Disponível em: <http://edudeboraschnek.blogspot.com.br/2009/08/historias-em-quadrinhosturma-da-monica.html>. Acesso em: 07 set. 2013.
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Referências
[1] BRANDÃO, Sérgio Vieira. Laboratório do Jovem Escritor: Gêneros Literários e
Narração. São Paulo: Paulinas, 2010.
[2] BORGES, Maria Luiza X. de A. Contos de Fadas: Perrault, Grimm, Andersen e outros.
Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
[3] CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens.
São Paulo: Atual, 2009.
[4] ESOPO. Fábulas. São Paulo: Editora Martin Claret, 2006.
[5] MARCHUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In:
DIONÍSIO, Ângela P.: MACHADO, Anna R.: BEZERRA, Maria A. (org) Gêneros e ensino.
2ª edição Rio de Janeiro: Lucena, 2003.
[6] SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 Lições com mais de 1700 Exercícios.
São Paulo: Ática, 1984.
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Equipe de Elaboração
COORDENADORES DO PROJETO
Diretoria de Articulação Curricular
Adriana Tavares Maurício Lessa
Coordenação de Áreas do Conhecimento
Bianca Neuberger Leda
Raquel Costa da Silva Nascimento
Fabiano Farias de Souza
Peterson Soares da Silva
Marília Silva
PROFESSORES ELABORADORES
Andréia Alves Monteiro de Castro
Aline Barcellos Lopes Plácido
Flávia dos Santos Silva
Gisele Heffner
Leandro Nascimento Cristino
Lívia Cristina Pereira de Souza
Tatiana Jardim Gonçalves
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