Dislexia: estudo correlacional de docentes da Língua
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Dislexia: estudo correlacional de docentes da Língua
1 UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO - USC Dislexia: estudo correlacional de docentes da Língua Portuguesa do Ensino Fundamental Público e Particular SILVANI DARUIZ Bauru 2008 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 2 UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO - USC Dislexia: estudo correlacional de docentes da Língua Portuguesa do Ensino Fundamental Público e Particular SILVANI DARUIZ Dissertação apresentada à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, da Universidade do Sagrado Coração, como parte dos requisitos para obtenção do Titulo de Mestre em Odontologia, Área de Concentração: Saúde Coletiva, sob orientação da Profª. Drª. Maria de Lourdes Merighi Tabaquim. Bauru 2008 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 3 Silvani Daruiz Dislexia: estudo correlacional de docentes da Língua Portuguesa do Ensino Fundamental Público e Particular Dissertação apresentada à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, da Universidade do Sagrado Coração, como parte dos requisitos para obtenção do Titulo de Mestre em Odontologia, Área de Concentração: Saúde Coletiva, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Maria de Lourdes Merighi Tabaquim. Banca examinadora: Prof. Dr. __________________________________________ Assinatura: _______________________________________________ Instituição: _______________________________________________ Prof. Dr. __________________________________________ Assinatura: _______________________________________________ Instituição: _______________________________________________ Prof. Dr. __________________________________________ Assinatura: _______________________________________________ Instituição: _______________________________________________ Bauru,____________________________________________ Diretoria da PRPPG Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 4 Agradecimentos Grata sempre a meus familiares: Darcy e Thiago; à minha orientadora:Prof.ª Dr.ª Maria de Lourdes Merighi Tabaquim, aos colegas e profissionais pela compreensão e pela ajuda. Silvani Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 5 A meus pais Sílvia e Anísio – luzes que iluminaram minha existência, formando-me na luta, na honestidade, no cultivo do saber e no amor a Deus. A meu irmão Anísio, cuja vida transcorreu no devotamento à família e ao trabalho. À minha irmã Darcy, companheira doce e constante, que me ampara diariamente na caminhada do progresso. A meu sobrinho Thiago, cuja inteligência e força me socorrem constantemente. A José Saramago que me colocou diante da Dislexia. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 6 Os meus problemas não foram os de uma simples e passageira dislexia. O meu problema foi, e continua a ser, o tartamudeio, a gagueira. Aqueles que gozam da sorte de uma palavra solta, de uma frase fluida, não podem imaginar o sofrimento dos outros, esses que no mesmo instante em que abrem a boca para falar já sabem que irão ser objeto da estranheza ou, pior ainda, do riso do interlocutor. Com a passagem do tempo acabei por criar, sem ajuda, pequenos truques de elocução, usar os bloqueios leves como pausas propositadas, perceber com antecipação a sílaba onde irei ter dificuldades e mudar a construção da frase, etc. Curiosamente, se tiver de falar para cinco mil pessoas, estarei mais à vontade do que a falar com uma só. Salvo em situações de extremo cansaço nervoso, hoje sou capaz de controlar adequadamente o meu débito verbal. A gagueira, no meu caso, passou a ser uma pálida sombra do que foi na infância e na adolescência. Aprendi à minha própria custa (SARAMAGO, 2006). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 7 RESUMO DARUIZ, Silvani. A dislexia: estudo correlacional de docentes da Língua Portuguesa do Ensino Fundamental Público e Particular. 201f. Bauru, 2008. Dissertação. Mestrado em Odontologia. – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Universidade do Sagrado Coração. O presente estudo investigou a dislexia, dificuldade na aprendizagem do ato de ler, de origem congênita, em seus aspectos neurofuncionais, consoante a nova tecnologia de imagem cerebral, desfazendo equívocos que a consideravam uma reação emocional, um comportamento inadequado, uma fuga às responsabilidades escolares. Buscou disseminar um novo nível de compreensão dessa disfunção específica que afeta a leitura e não, as capacidades intelectuais, apresentando-a como uma falha do sistema de linguagem, no nível do módulo fonológico, prejudicando a consciência fonêmica e, assim, a capacidade de segmentar a palavra, verbalizada em seus sons subjacentes, resultando uma dificuldade para o aprendiz, em descobrir e dominar o código da leitura. Pretendeu-se avaliar como esse novo conhecimento é aplicado para levar o docente, nas suas práticas pedagógicas, à identificação dos indicadores da dislexia e auxiliar o portador desse distúrbio a superar suas dificuldades e inserir-se na comunidade escolar e social. A pesquisa realizada objetivou compreender os níveis de informação sobre a dislexia, de 27 professores da Língua Portuguesa de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental, sendo 17 da rede estadual e 10 da particular. Os participantes responderam a um questionário com questões objetivas sobre a dislexia. Os resultados revelaram desconhecimento sobre os aspectos etiológico-causais da dislexia em que 29,6% desconsideram os aspectos genéticos, hereditários e neurológicos como causa do transtorno e 33,3% como fator predisponente. Na amostra, 22,3% relacionam as causas da dislexia à baixa inteligência e 48,1% à falta de atenção, 29,6% consideram como fator causal do transtorno as condições socioeconômicas deficitárias; 37% problemas de alfabetização e formação inadequada do professor e 74%, problemas emocionais do aluno. O estudo concluiu que o nível de informação dos docentes participantes foi insuficiente para identificar sinais de risco para o transtorno disléxico. Palavras-chave: Dislexia. Leitura. Processamento Fonológico. Transtorno de Aprendizagem. Professores. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 8 ABSTRACT DARUIZ, Silvani. The dyslexia: co relational study of professors of Portuguese Language of public and particular Middle Schools. 201f. Bauru, 2008. Essay. Masters Degree in Dentistry – Pró-Reitoria de Pesquisa and Pós-Graduação. Universidade do Sagrado Coração. The present study investigated the dyslexia, dificulty for the learning of reading, of congenital origin, in its neurofunctional aspects, related to the new technology of brain image, undoing mistakes that considered it an emotional reaction, an inadequate behavior, an escape to the pertaining of school responsibilities.It aimed to spread a new level of understanding of this specific malfunction that affects the reading and not, the intellectual capacities, presenting it as an imperfection of the language system, in the level of the speaking module, harming phonemics conscience and, thus, the capacity of segmenting the word, verbalized in its underlying sounds, resulting a difficulty for the apprentice, in discovering and dominating the code of reading.It was intended to evaluate how this new knowledge is applied to take the professor, in its pedagogical practice, to the identification of the pointers of the dyslexia and to assist the carrier of this riot to surpass its difficulties and to insert themselves in the pertaining of school and social community.The research objectified to understand the information levels on the dyslexia, existing in 27 professors of Portuguese Language of 5 to 8 grades of the Middle School this being 17 from the public schools and 10 from particular ones, no matter their graduation, age and time of service. The participants had answered a questionnaire that contained questions on the dyslexia with objective answers. The results had disclosed unfamiliarity on the ethiological-causal aspects of the dislexia where 29.6% don't consider the genetic, hereditary and neurological aspects as cause of the upheaval and 33.3% as predisponent factor. In the sample, 22.3% relate the causes of the dislexia to low intelligence and 48.1% to the attention lack, 29.6% consider as causal factor of the upheaval the social-economic conditions; 37% problems of lettering and inadequate formation of professor and 74%, emotional problems of the pupil. The study concluded that the level of information of the participant professors was insufficient to identify signals of risk for the dyslexic upheaval. Keywords: Dyslexia. Reading. Speaking Process. Learning Upheaval. Teachers. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Localização da linguagem expressiva e receptiva ................. 38 Figura 2 Sistemas cerebrais para a leitura ........................................... 40 Figura 3 A área da forma da palavra .................................................. 41 Figura 4 Mudança nos padrões de ativação cerebral .......................... 42 Figura 5 A marca neural da dislexia ................................................... 43 Figura 6 Sistemas compensatórios para ler.......................................... 44 Figura 7 Intervenções eficazes de leitura............................................. 44 Figura 8 O paradoxo da dislexia ......................................................... 46 Figura 9 Do texto ao significado ......................................................... 49 Figura 10 Dados Sociodemográficos dos Professores de Português ..... 96 Figura 11 Resultados Gerais: primeira categoria:causas da dislexia ..... 98 Figura 12 Resultados Gerais: segunda categoria: efeitos da dislexia ... Figura 13 Resultados do GI: efeitos dislexia em ordem decrescente de acertos ............................................................................. Figura 14 99 101 Resultados do GII: efeitos dislexia em ordem decrescente de acertos .......................................................................... 103 Figura 15 Resultados Gerais: procedimentos pedagógicos da leitura 106 Figura 16 Correlação entre GI e GII-: Ordem decrescente- diferenças, 112 aproximações e quase igualdade nas questões..................... Figura 17 Variável - Idade: primeira categoria:causas da dislexia ...... 114 Figura 18 Variável - Idade: segunda categoria: efeitos da dislexia ...... 117 Figura 19 Variável - Idade: Procedimentos pedagógicos da leitura ...... 119 Figura 20 Variável - Tempo de Serviço: Procedimentos pedagógicos da leitura .............................................................................. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 122 10 Apêndice A Requerimento de solicitação de autorização à Dirigente Regional de Ensino ............................................................... Apêndice B 153 Requerimento ao Diretor de Escola para efetuar a pesquisa junto aos professores de seu estabelecimento de ensino ....... 154 Apêndice C Termo de Consentimento ...................................................... 155 Apêndice D Protocolo de Investigação sobre Dislexia.............................. 157 Apêndice E Coleta de Dados ................................................................... 161 Apêndice F Resultado Geral: Rede Pública e Rede Particular................ 168 Apêndice G Resultado Parcial: Rede Pública........................................... 171 Apêndice H Resultado Parcial: Rede Particular........................................ 174 Apêndice I Correlação entre Resultados do GI e do II............................ 177 Apêndice J Variável - Idade..................................................................... 179 Apêndice L Variável - Tempo de Serviço................................................. 188 Apêndice M Tabelas Resumidoras............................................................. 192 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AC = Acerto AM = Alternativas Múltiplas CENSA = Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora CNS = Conselho Nacional de Saúde DNA = Ácido desoxirribonucléico EE = Escola Estadual ETL = Escola Técnica de Lins G = Grupo HTPC = Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo IEL = Incapacidade Específica de Leitura IDH = Índice de Desenvolvimento Humano INEP = Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais IRM = Imagem por Ressonância Magnética MEC = Ministério de Educação e Cultura N = Não NR = Não respondeu PET = Tomografia de Emissão de Pósitrons PM = As Pequenas Memórias Pnas = Periódico da Academia Nacional de Ciência PRPPG = Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Q.I. = Quociente Intelectual S = Sim SAEB = Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica SEF = Secretaria de Ensino Fundamental TP = Tendências Pedagógicas Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15 2 A DISLEXIA: ONTEM E HOJE ................................................................ 23 2.1 Preliminares.............................................................................................. 23 2.2 Terminologia .............................................................................................. 28 2.3 Classificação dos distúrbios de leitura e escrita ........................................... 29 2.4 Conceito ....................................................................................................... 31 2.5 Incidência ..................................................................................................... 33 2.6 Etiologia ....................................................................................................... 34 2.6.1 Fatores genéticos e hereditários ................................................................ 34 2.6.2 A Gênese da Dislexia ................................................................................. 37 2.7 Estilos de leitura: a consciência da estrutura sonora e a intervenção........... 43 2.8 O modelo fonológico ................................................................................... 45 2.9 Diagnóstico .................................................................................................. 50 2.9.1 Pistas preditivas da dislexia na escrita ....................................................... 58 2.9.2 Sintomas físico-emocionais 58 2.9.3 Avaliação global: atuação de equipe interdisciplinar ................................. 59 2.10 O paradoxo da dislexia: dor e otimismo .................................................... 59 3 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LEITURA: CONTEXTUALIZAÇÃO PEDAGÓGICA ................................................ 62 3.1 Pedagogia e Ensino ....................................................................................... 62 3.2 Leitura: ensino e aprendizagem.................................................................... 72 3.3 Declínio no desempenho dos alunos da educação básica no Brasil............... 77 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 13 3.3.1 Reformas metodológicas no modelo de alfabetização............................... 79 3.3.2 Dislexia e métodos de alfabetização: o fônico e o multissensorial............ 81 3.4 Educação - Saúde Pública e Dislexia: aspectos legais e operacionais sobre a dislexia........................................................................................................ 83 4 INVESTIGAÇÃO: OBJETIVOS E HIPÓTESES .................................... 86 4.1 Objetivos ...................................................................................................... 86 4.1.1 Objetivo geral ............................................................................................ 86 4.1.2 Objetivos específicos ................................................................................ 86 4.2 Hipóteses ...................................................................................................... 86 5 METODOLOGIA ........................................................................................ 88 5.1 Definição da amostra ................................................................................... 88 5.2 Critérios de inclusão no estudo ................................................................... 88 5.3 Local ............................................................................................................ 89 5.4 Material ........................................................................................................ 89 5.5 Procedimento ............................................................................................... 91 6 RESULTADOS............................................................................................. 93 6.1 Caracterização da amostra .......................................................................... 94 6.1.1 Dados sociodemográficos dos Professores de Português ......................... 94 6.2 Resultados gerais dos dados coletados ......................................................... 96 6.2.1 Resultados gerais – Primeira categoria: causas da dislexia ....................... 97 6.2.2 Resultados gerais – Segunda categoria: efeitos da dislexia ...................... 99 6.2.3 Resultados gerais Procedimentos pedagógicos da leitura.......................... 104 6.2.4 Correlação entre níveis de informação sobre dislexia entre GI e GII ..... 107 6.2.4.1 Correlação entre as causas da dislexia nos GI e GII ............................. 107 6.2.4.2 Correlação entre os efeitos da dislexia nos GI e GII............................... 108 6.2.4.3 Correlação entre a posição das questões votadas no GI e o lugar que ocupam no GII em ordem decrescente .................................................. 112 6.2.4.4 Ordem decrescente: aproximação, desigualdade, diferença.................... 113 6.3 Dados sociodemográficos: variável – idade ................................................. 113 6.3.1 Variável idade: amostra da faixa etária .................................................... Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 113 14 6.3.2 Variável idade: primeira categoria - causas da dislexia ........................... 113 6.3.3 Variável idade: segunda categoria - efeitos da dislexia .......................... 115 6.3.4 Variável idade: procedimentos pedagógicos da leitura ........................... 118 6.4 Variável: tempo de serviço ........................................................................... 120 6.4.1 Variável: tempo de serviço - amostra ......................................................... 120 6.4.2 Variável: tempo de serviço - procedimentos pedagógicos da leitura ......... 120 7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 123 7.1 Análise das hipóteses ................................................................................... 123 8 CONCLUSÃO .............................................................................................. 130 9 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................... 137 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 142 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS ............................................................. 144 ANEXOS ............................................................................................................ 149 APÊNDICES ...................................................................................................... 152 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 15 1 INTRODUÇÃO Viver, no mundo atual, implica conviver com uma infinidade de textos dos mais simples aos mais complexos, evocadores de uma multiplicidade de significados: bulas de medicamentos, rótulos de produtos alimentícios, cardápios, indicações de percurso de ônibus, panfletos, catálogos, jornais, cartazes, guias turísticos, livros didáticos, instruções em caixas eletrônicos, romances, poesias... Para analisar esses textos de pouco ou muito prestígio, necessita-se de uma habilidade bem desenvolvida – a leitura, indispensável ao cidadão que precisa inserir-se na vida social e profissional. A alfabetização é uma preocupação nacional. É condição essencial para a aprendizagem dos diversos saberes que, ao longo da vida, o ser humano necessitará adquirir. Saber ler e compreender o que se lê é fundamental para que se tenha opção em treinamentos, empregos e carreiras profissionais. A leitura eficaz facilita o progresso em várias áreas, por ser via de acesso a uma multiplicidade de informações. Essa coerção, com a marca da contemporaneidade, obriga-nos a avaliar a situação dessa habilidade adquirida, geralmente, confiada ao ensino formal, com a preocupação de delinear o desempenho dos estudantes e dos docentes nessa atividade de papel proeminente na sala de aula. A aprendizagem da leitura requer intencionalidade educativa e procedimentos instrucionais específicos para se concretizar. Uma das grandes expectativas da sociedade é que a escola cumpra o seu papel educativo e cultural, possibilitando aos alunos que lhe são confiados, a aquisição dessa habilidade da comunicação humana. Espera-se que uma pessoa letrada seja capaz de ler e escrever, nas múltiplas situações sociais, de forma fluente. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 16 A incapacidade de aprender a ler, nos primeiros anos escolares, mantém a criança afastada, praticamente, do restante do currículo escolar e dos conhecimentos múltiplos que o ultrapassam. Cada vez mais o professor depara-se com a situação de ter de lidar com o problema da identificação das causas das dificuldades dos alunos na leitura e, conseqüentemente, com a responsabilidade de decidir de que forma ajudá-los. A tarefa, porém, não se revela sem riscos porque, se existem deficiências relativamente fáceis de serem reconhecidas ou muito específicas, existe, na escola, grande número de crianças com problemas de aprendizagem, difíceis de classificação imediata. As dificuldades de leitura são atribuídas, em geral, a fatores culturais específicos ou socioambientais, ou seja, à intervenção de fatores externos ao aprendiz: ao ensino precoce ou tardio da leitura, à instrução escolar inadequada; à disciplina permissiva em sala de aula, ao tempo excessivo consagrado à televisão, ao afastamento da mãe ou responsável na supervisão nas tarefas escolares da criança. As causas do insucesso na leitura podem advir do sistema de ensino ou do próprio sujeito da aprendizagem, ser em desenvolvimento, com variáveis pessoais hereditárias ou provocadas por lesões cerebrais, fatores emocionais, deficiências visuais ou mentais severas. Entre as múltiplas causas do fracasso na leitura provenientes do professor, pode estar a inexistência de uma disciplina específica no currículo de sua formação docente, a inexperiência profissional, a inconsistência da atuação didáticopedagógica ou a desatualização profissional. Só recentemente, há cerca de um século, surgiram relatos de crianças que, apesar de inteligência média ou elevada, audição e visão normais, procedentes de lares bem-estruturados e ilustrados, revelaram dificuldade incomum na leitura e escrita. A elas atribuíam-se culpas indevidas: intolerância, desatenção, despreparo, inteligência débil. Sobrevinham as ridicularizações, as intimidações, os castigos e, em conseqüência, a queda da auto-estima e até a deserção escolar. Debruçaram-se os estudiosos sobre essa problemática, rasgando o véu da rotulação imerecida que acarretava sérios danos à auto-estima dos portadores de tal Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 17 dificuldade. Perspectivas científicas revelaram que esses indivíduos carecem de atenção especial na família, na escola e na sociedade, por apresentarem problema cerebral congênito e hereditário que, se compreendido e atendido convenientemente, evitará danos à vida pessoal, interpessoal e profissional de seu portador. Cabe à escola colaborar na missão importante de ajudar a detectar esse transtorno e orientar a intervenção nesse distúrbio de aprendizagem, denominado dislexia. Tal tarefa só será possível, se os profissionais, nela envolvidos, forem suficientemente esclarecidos sobre o conceito, gênese e intervenção no transtorno de aprendizagem, a fim de tomarem medidas eficazes a seu alcance no âmbito do ensino formal. É fundamental que pais, educadores e, especialmente, indivíduos com dislexia entendam a natureza desse problema de leitura, soletração e escrita, para que os próprios portadores dessa deficiência desenvolvam uma imagem positiva de si mesmos. Devem saber que a rota direta para a leitura está bloqueada e que necessitam buscar um caminho alternativo, secundário e até mais lento, para realizála. Em nível básico, identificar como a dislexia pode afetar a vida diária de seu portador. No entanto, há necessidade de buscas por identificação de recursos que possam validar a importância de não se subestimar a condição, ou então, reduzir a expectativa de êxito pessoal em sua inserção social. Indivíduos disléxicos já se destacaram nas várias manifestações científicas, artísticas e culturais, legando à humanidade obras de valor imperecível. Assim, habilidades e não deficiências vão defini-los como pessoas que possuem outras capacidades. Esse distúrbio de leitura, pela complexidade que apresenta, suscita abordagens teóricas de inúmeros profissionais tais como: pedadogos, médicos, oftalmologistas, psicólogos, fonoaudiólogos e docentes – especialmente os responsáveis pelo ensino do processo do ato de ler, de quem se esperam procedimentos corretos na identificação de alunos de risco e no encaminhamento à equipe multidisciplinar para confirmação do diagnóstico e competente intervenção. Por isso, sua formação pedagógica e seu desempenho em classe são alvo de análise Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 18 pela sociedade. Considerando os pressupostos de que a educação só pode ser compreendida em determinado contexto histórico e de que toda interpretação do fenômeno educacional deriva de uma tomada de posição epistemológica em relação ao sujeito e ao meio, delineou-se a situação educacional brasileira, sintetizando-se os movimentos pedagógicos mais expressivos, para, em seguida, extraírem-se as tendências que fundamentaram, possivelmente, o comportamento dos docentes avaliados na investigação, constante deste estudo. Objetivou-se comprovar se o momento histórico pedagógico, da época mais distante à mais próxima e à presente, deixou marcas no desempenho do professor em sala de aula. A correlação entre a escola pública e a particular impôs-se, considerando os diferentes caminhos percorridos por ambas no cenário educacional brasileiro, seja nos aspectos econômicos, infra-estruturais ou curriculares, seja nos humanos: na contratação de pessoal administrativo, corpo docente ou na seleção da clientela estudantil. Evocou-se, como aspecto imprescindível, a parceria entre Educação e Saúde, cabendo a uma equipe multidisciplinar, integrada por profissionais de ambas as áreas, o desenvolvimento de ação conjunta nos meios escolares para esclarecimentos sobre o transtorno disléxico e a definição de diretrizes preventivas ou remediativas. A introdução dessa temática em reuniões pedagógicas visa conclamar e estimular os educadores ao debate inadiável e à reflexão sobre a parceria entre Educação e Saúde, já que todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado e livre de qualquer discriminação, ao respeito à sua pessoa e aos seus valores. Assegura-lhe a legislação vigente o atendimento resolutivo de qualidade para sua disfunção. Só com a integração de ações propostas pelas áreas da Saúde e da Educação, bem como com a adoção de novos posicionamentos e formas de atuação dos respectivos profissionais, haverá a mudança esperada e o desenvolvimento de programas e projetos compatíveis com as necessidades dessa parcela da população, propondo-se estratégias que fundamentem a ação coletiva, favorecendo a intervenção e o sucesso escolar do portador de dislexia. Este estudo refletiu a preocupação da interface entre pesquisa e ensino, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 19 procurando identificar as condições na formação e atuação do professor, que evidenciaram o seu preparo ou despreparo educacional. A proposta deste estudo consistiu em investigar junto aos docentes de Língua Portuguesa, o nível de informação e concepção sobre dislexia, permitindo reconhecer competências necessárias ao exercício disciplinar e de interação com o aluno de necessidades educativas especiais, evitando a anulação do indivíduo ou sua exclusão do meio escolar. Procurou-se aquilatar a competência do docente na identificação de alunos com risco desse transtorno e no desenvolvimento de ações interdisciplinares na escola em favor do aprendiz. Com este trabalho pretende-se contribuir para impulsionar programas de formação continuada ao professor do Ensino Fundamental, preparando-o para identificar sinais sugestivos de alterações no sistema de leitura de seus alunos. A sociedade atual exige dos professores competências que não se enquadram nas linhas do modelo transmissivo tradicional. Para atingir os objetivos traçados e satisfazer a expectativa social, deve o professor inteirar-se do perfil de cada aluno sob sua responsabilidade e detectar as possíveis dificuldades de aprendizagem de leitura e, conseqüentemente, decidir de que forma intervir para atenuar, eliminar ou encaminhar o discente à equipe especializada. A preparação do docente para responder às exigências da comunidade coloca à escola um desafio importante quanto ao enquadramento conceptual e metodológico. Este desafio situa-se no nível da fundamentação teórica da prática docente. Deverá o professor aliar conhecimentos científicos, recentes e diversificados referentes à leitura, a uma prática consciente e reflexiva, a fim de assegurar ao leitor iniciante, as seqüências instrucionais adequadas. A partir desse processo dialético, na permanente interação da teoria com a prática, poderá o docente construir um ponto de encontro por meio do diálogo necessário nesse ambiente escolar em que seres humanos interagem, em beneficio dos estudantes, evitando a anulação do indivíduo ou sua exclusão do meio escolar. Esta dissertação estruturou-se na conformidade dos capítulos: Introdução. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 20 A Dislexia: ontem e hoje. A Formação do professor de leitura: contextualização pedagógica. Investigação: objetivos, hipóteses e abrangência. Metodologia. Resultados. Discussão dos resultados. Conclusão. Considerações e recomendações. A Introdução, considerando a área de interesse, avaliou a importância da leitura nos dias atuais para, em seguida, ressaltar os problemas advindos do insucesso no ato de ler, motivado por causas várias, entre elas, a dislexia. O conhecimento sobre esse transtorno evitará danos incalculáveis ao seu portador e à sociedade que contará com a participação de muitos indivíduos disléxicos e com a contribuição de notáveis inteligências. Ressaltou a parceria entre Educação e Saúde, operando numa ação conjunta para o atendimento eficaz ao cidadão disléxico. No segundo capítulo: A Dislexia: ontem e hoje – efetuou-se a reconstituição dos estudos internacionais nessa área durante trezentos anos, desde a contribuição de Johann Schimidt (1676) até as conquistas científicas atuais, visando sumarizar as características desse transtorno através dos tempos, eliminando mitos, descartando teorias inconsistentes e abraçando outras, comprovadas pelos progressos científicos. Assim, por meio da ressonância magnética funcional, chegou-se à gênese da dislexia e, pesquisada a etiologia desse distúrbio, caminhou-se, para a diagnose sob responsabilidade de uma equipe multidisciplinar e para a intervenção eficaz, praticada por especialistas. No terceiro capítulo: A formação do professor de leitura: contextualização pedagógica: efetuou-se a contextualização pedagógica com ênfase nas principais abordagens teóricas educacionais veiculadas nas licenciaturas, com a finalidade de rever a formação do professor de Língua Portuguesa, responsável direto Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 21 pelo ato de ensinar a ler, atuando em escolas públicas ou particulares, que podem criar condições diferenciadas de atendimento ao aluno com dificuldades de aprendizagem. Reconstituíram-se as teorias da aprendizagem e os passos do modelo de alfabetização para analisar, em seguida, o declínio do rendimento do ensino no Brasil e indicar o método fônico e o multissensorial para obviar o insucesso nesse campo. Considerou-se, em seqüência, a interface entre ensino e pesquisa e a parceria entre educação e saúde em decorrência de aspectos legais e operacionais. No quarto capítulo: Investigação: objetivos e hipóteses, situaram-se os objetivos propostos para averiguar o nível atual de conhecimento de professores de Português em exercício no Ensino Fundamental, sobre dislexia. Construíram-se hipóteses, tendo, como fontes, as teorias pedagógicas que vigoraram no cenário educacional brasileiro e a observação do investigador no dia-a-dia do magistério. No quinto capítulo, definiu-se a Metodologia: amostra, local, material, procedimentos e Protocolo de Investigação sobre Dislexia. Considerou-se, também, o acatamento ou o grau de fechamento à aplicação do Protocolo de Pesquisa. No sexto: Resultados, reservou-se o espaço para registro dos dados coletados, expressos de forma quantitativa, percentual e estatística. Primeiramente, indicaram-se os resultados gerais; depois, grupais: Grupo I e Grupo II, seguido da correlação inter-grupos. Avaliaram-se, ainda, as variáveis: idade e tempo de serviço. No sétimo, Discussão dos resultados, discutiram-se os resultados obtidos em face dos objetivos propostos e das hipóteses construídas. Em vista do exposto, buscou-se interpretar a defasagem constatada com a análise do momento histórico: do passado da formação do professor participante da pesquisa ao presente da sua ação desenvolvida no contexto da sala de aula, contraproducente ou benéfica ao portador de dislexia. Impôs-se a revisão nas diretrizes do Curso Superior, esperando-se como egresso do Curso de Letras, um professor com o perfil de agente de transformação da sociedade e formado à competência na leitura, capaz de substituir o praticismo inoperante e à superfície, por uma prática reflexiva e de raiz no cotidiano escolar. Falta à escola a força da sensibilização e a conseqüente mobilização em favor dos disléxicos. Em Conclusão, sintetizaram-se as respostas às indagações estabelecidas Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 22 em caráter geral ou específico e às hipóteses formuladas. Em Considerações e Recomendações, mostrou-se a necessidade da disseminação dos conhecimentos científicos sobre a dislexia. Situaram-se, nesta altura, projetos e propostas pertinentes à solidificação da formação do professor para ressaltar e concretizar a importância e a dinamização dos meios educacionais na aplicação da legislação em benefício do portador de dislexia no estado de São Paulo com a sugestão de que tal proteção legal se estenda, efetivamente, a toda a Nação. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 23 2 A DISLEXIA: ONTEM E HOJE 2.1 Preliminares Antigamente, os casos de incapacidade de ler pareciam raros. Na realidade, nem todos eram registrados. Mas essa dificuldade, manifestada em alunos de notável capacidade intelectual e alta motivação para os estudos, intrigou, desde o século XVII, professores, pais e estudiosos que, perplexos, debruçaram-se sobre a problemática para levantar hipóteses e sugestões. Surgiram, então, na Inglaterra e na Escócia artigos especializados que refletiam as conclusões a que haviam chegado, sem que, contudo, tivesse sido utilizada a palavra dislexia. O surpreendente número de crianças e adultos com dificuldades inesperadas de leitura, colhido através dos tempos e de várias partes do mundo, transformou os relatos de médicos e profissionais em valioso material para a configuração da natureza desse transtorno de aprendizagem que associa, paradoxalmente, deficiência, criatividade e superioridade intelectual, intrigando os pesquisadores da causa primária desse déficit e dos meios de oferecer ajuda aos dele portadores. Em 1676, o Dr. Johann Schimidt, médico alemão, publica um artigo sobre a incapacidade de ler manifestada no paciente Cambier depois de um derrame, caso mais antigo de registro de cegueira verbal a que se denomina alexia adquirida. Em 1877, o Dr. Adolf Kussmaul, médico alemão, descreve a sua perplexidade diante de um homem que, apesar de ser dotado de inteligência normal e de ter recebido educação adequada, é incapaz de aprender a ler. Dá-se conta de que Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 24 pode existir uma total cegueira de texto, apesar de a visão, o intelecto e a fala estarem intactos. Kussmaul recebe o crédito por cunhar o termo alemão Wortblindheit (literalmente cegueira verbal), o que hoje chamamos de dislexia. Ele restringe a questão clínica da Wortblindheit à de uma condição isolada que afeta a capacidade de reconhecer palavras e ler textos, mas em que, tanto a compreensão, quanto a expressão pela linguagem oral, permanecem intactas (SHAYWITZ, 2006). Em 1887, o Dr. Rudolf Berlin, médico alemão, redefine, em sua monografia – Um caso particular de cegueira verbal, a compreensão desse problema adquirido. Se a lesão do paciente for total, seguir-se-á uma incapacidade absoluta de leitura, a alexia adquirida. Se a lesão for parcial, poderá haver uma grande dificuldade em interpretar símbolos escritos ou impressos (SHAYWITZ, 2006). O Dr. Berlin cria o termo dislexia (do grego dys, dificuldade; lexis, leitura; ia, sufixo) para esta condição. Ele conceitua dislexia como membro de uma família maior dos distúrbios da linguagem, chamada de afasia, em que há dificuldade na compreensão ou na produção da linguagem falada; ou tanto na compreensão quanto na produção, denominada afasia mista. Berlin usa o termo dislexia para se referir ao que considera uma forma especial de cegueira verbal em adultos que perderam a capacidade de ler, depois de uma determinada lesão cerebral (SELIKOWITZ, 2001). Em 1895, o Dr. Hinshelwood, oftalmologista escocês, relata o caso de um indivíduo com cegueira para a palavra, referindo-se aos problemas de leitura adquiridos em decorrência de um dano cerebral. Esse adulto que antes lia, perfeitamente, de repente, não consegue mais fazê-lo; lê, apenas, os números sem dificuldade. A cegueira verbal adquirida ocorre nos adultos, após uma lesão cerebral que bloqueia um sistema neural que já está em funcionamento, podendo, também, estender seu impacto a outros sistemas. Nesse caso é repentina, há uma mudança dramática, uma perda da capacidade de ler. Em 1896, o Dr. Pringle Morgan, médico inglês, descreve o caso de um jovem brilhante de catorze anos, rápido em jogos, mas com grande dificuldade para aprender a ler. Seus professores achavam que poderia ser o melhor aluno da classe, se toda a instrução fosse dada oralmente. Para qualificar esse quadro, Morgan utiliza Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 25 o termo cegueira congênita para a palavra, baseado nas descrições anteriormente feitas por Hinshelwood (1895). Morgan encontra muitas semelhanças entre os dois casos, mas, como não havia explicação para as dificuldades do rapaz, conclui que seus problemas deveriam ser de origem congênita. Emprega, pela primeira vez, o termo cegueira verbal como uma disfunção de desenvolvimento que ocorre em crianças saudáveis, presente desde o nascimento (SELIKOWITZ, 2001). Há como que uma queda de energia nas conexões cerebrais durante o desenvolvimento embrionário, ficando esse problema nas conexões neurais confinado a um determinado sistema neural, utilizado para a leitura. A forma congênita é muito mais circunscrita, afetando, primeiramente, a leitura; às vezes, a linguagem falada, mas nunca, a força muscular. Em 1895, o Dr. James Hinshelwood e seus colegas observam que uma criança, lenta em todas as habilidades cognitivas, não é classificada como disléxica. Ela tem de ter pontos fortes no que diz respeito à cognição e não, apenas, problemas nas funções de leitura. Em 1917, o Dr. James Hinshelwood prossegue na divulgação de diversos artigos sobre cegueira congênita para a palavra e cita a dislexia, quando da publicação de sua monografia: Cegueira Verbal Congênita. Pesquisando adultos com problemas de leitura e escrita advindos de lesões cerebrais, Hinshelwood encontra distúrbios infantis com sintomas muito parecidos. Aponta que esse distúrbio afeta a capacidade dos estudantes em lidar com a linguagem escrita, sem concomitantes deficiências cognitivas gerais, nem da linguagem oral. Essa condição seria o resultado de uma deficiência neurológica que originaria uma dificuldade de memória visual das letras e das palavras. As dificuldades de leitura seriam causadas por uma deficiência perceptual de processamento, ou seja, os problemas com o aprendizado da leitura eram motivados por uma dificuldade em adquirir e armazenar, no cérebro, as memórias visuais das palavras e letras. Acredita ele que crianças com esse problema poderiam aprender a ler por instrução diária e individual, utilizando-se o método fônico e estimulação multissensorial. Aventa a possibilidade de serem esses problemas orgânicos e, possivelmente, hereditários. Constata, também, que há mais meninos do que meninas com tal distúrbio. Nos Estados Unidos, os primeiros a ajudarem no reconhecimento do Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 26 distúrbio de desenvolvimento da linguagem são os oftalmologistas. As explicações para esse transtorno, consoante Shaywitz (2006), elaboradas no começo dos anos 1920, sustentam que os defeitos no sistema visual são responsáveis pelas inversões de letras e palavras que caracterizam a dislexia. O treinamento ocular é, então, prescrito para suplantar esses alegados defeitos visuais. Estudos subseqüentes mostram que o déficit não é de natureza visual, mas lingüística. A dificuldade não estaria nos olhos, mas no funcionamento das áreas de linguagem do cérebro. Não são os olhos que lêem, mas o cérebro. Em 1937, Samuel Orton, um dos primeiros pesquisadores nos Estados Unidos da América, reconhece que essa dificuldade é muito mais comum do que se supõe na época. Sustenta que os problemas apresentados por crianças com os casos mais severos de distúrbio de leitura não são qualitativamente diferentes daqueles encontrados nos casos mais leves. Vê as deficiências de leitura como parte integrante de um conjunto mais amplo de distúrbios de desenvolvimento da linguagem. Apresenta a Teoria da Falha da Dominância Cerebral como a causa dos déficits de leitura. A maior parte do cérebro constitui-se de duas metades: o hemisfério esquerdo e o direito, conectados por um feixe de fibras nervosas denominado corpo caloso. Os dois hemisférios cerebrais têm aparências similares e funções complementares. Cada um controla o movimento de lado oposto do corpo. Comumente, um hemisfério possui a área que controla a maior parte das funções da linguagem, enquanto o outro é mais importante para outras funções. Convencionalmente o hemisfério cerebral que controla a linguagem é considerado dominante pela importância dessa função. Às vezes, este hemisfério é ligeiramente maior do que o não-dominante, ou hemisfério menor. Um hemisfério cerebral tem que dominar o outro, isto é, tornar-se especializado em certas funções, especialmente a da linguagem, para que uma criança seja capaz de aprender. Segundo Orton, a dominância cerebral é a causa dos distúrbios de leitura, isto é, uma falha no desenvolvimento da dominância do hemisfério esquerdo para a linguagem é responsável pelos erros de espelhamento e de seqüência das letras observados em indivíduos disléxicos. O neurologista desenvolve um programa de intervenção para os problemas de leitura, propondo uma abordagem multissensorial que envolve uma estimulação explícita de associação grafema-fonema, seguida da associação das letras em sílabas e, posteriormente, das sílabas em palavras. Ainda, hoje, seu método é bastante aplicado na instrução de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 27 crianças com distúrbios de leitura. Segundo Selikowitz (2001), a teoria da dominância hemisférica cerebral permanece inconsistente. Johnson e Myklebust (1967, citados por Santos; Navas, 2002) oferecem um sistema de descrição e de classificação para crianças com distúrbios de linguagem oral e escrita. Segundo esses autores, crianças com problemas de dislexia auditiva, além dos distúrbios de leitura, tinham dificuldade em perceber similaridades entre sons iniciais e finais nas palavras, em dividir as palavras em sílabas e fonemas, evocar os nomes de letras e palavras, lembrar-se de informações verbais e pronunciar palavras fonologicamente complexas. São os primeiros, portanto, a delinear a extensão das deficiências de processamento fonológico nos distúrbios de leitura. Catts e Kahmi (1999), pesquisadores pioneiros, lançam as bases para a visão atual de que os problemas de leitura geralmente refletem limitações de linguagem, mais do que deficiências das habilidades cognitivas gerais ou de percepção visual. Isso acarreta a mudança das teorias baseadas na deficiência do sistema visuoespacial como causa dos problemas de leitura para as teorias baseadas nas deficiências de linguagem. Os psicólogos, educadores e médicos do início do século XX dão pouca importância aos distúrbios específicos de linguagem, simplesmente desconsideram tais acontecimentos em sala de aula, criando, assim, uma grande lacuna na recuperação das crianças. A dislexia não reflete um problema generalizado na linguagem, mas sim, uma deficiência inerente a um componente específico desse sistema: o módulo fonológico, o que está de acordo tanto com a forma como a dislexia se manifesta, quanto com o que os neurocientistas sabem sobre a organização do cérebro e suas funções (SHAYWITZ, 2006). Pesquisadores do Yale Center e de outros locais testam e aperfeiçoam o modelo fonológico por meio da leitura e, mais recentemente, por meio de imagens do cérebro. Esse modelo oferece uma explicação convincente para o fato de pessoas Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 28 inteligentíssimas revelarem fraco desempenho no processo do ato de ler. 2.2 Terminologia Tem havido, no decorrer dos anos, muita divergência em relação à nomenclatura apropriada para descrever os distúrbios de leitura, especialmente, a dislexia. Essa gama de terminologia gera dúvidas nos profissionais da área e nos estudiosos do assunto. Dr. Kusmaull cunhou o termo Wordblindheit; Dr. Berlin criou, em 1887, a palavra dislexia; Dr. Morgan utilizou cegueira congênita para a palavra. Santos e Navas (2002) citam outros nomes que a esses se juntaram: dislexia específica de desenvolvimento; dificuldade específica de leitura; distúrbio específico de leitura; atraso específico de leitura; dificuldades do desenvolvimento da leitura (Doyle,1996). Lembram, também, expressões mais amplas e genéricas, como leitores fracos, distúrbios de leitura e distúrbio do aprendizado de linguagem criados por Catts e Kahmi, 1999; Gerber,1993; Wallach Buller, 1994. O termo dificuldade específica de aprendizagem engloba um grupo de distúrbios, gerando confusão para os pais ou responsáveis. Para agravar mais a situação, os mesmos termos podem ser usados por diferentes indivíduos para significar fatos diferentes, já que essas dificuldades se constituem objeto de interesse de diversas categorias profissionais, tais como médicos, psicólogos, pedagogos, tendo, cada área, perspectivas e terminologia próprias. O termo dislexia, criado em 1887, para descrever dificuldade de leitura isolada, tem sido amplamente usado de forma inconsistente. Alguns o empregam somente para dificuldade específica da leitura; outros para dificuldades de leitura e escrita em conjunto, enquanto outros o aplicam a todos os tipos de dificuldade específica de aprendizagem (SELIKOWITZ, 2001, p.10). Existem termos gregos similares para outras formas de dificuldade específica de aprendizagem. Assim, disortografia, indica a dificuldade específica de silabação na escrita; disgrafia, dificuldade específica da escrita; discalculia, dificuldade específica da aritmética. Surgem, nesse campo, ainda: distúrbio Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 29 deficitário da atenção, com ou sem hiperatividade, lesão cerebral mínima, estrefossimbolia e outros (SELIKOWITZ, 2001). 2.3 Classificação dos distúrbios de leitura e escrita Muitas classificações focalizam diretamente a leitura e as diferenças que os indivíduos apresentam para aprender a ler, baseadas no processo de reconhecimento da palavra. Entre elas, Santos e Navas (2002) destacam as de Lagram e Boder. Lagram (1964) classificou os leitores disléxicos em: Audiofonéticos: com problemas na discriminação e na síntese dos sons, além de serem fracos em decodificação fonética; Visuoespaciais: com dificuldade na discriminação visual, nas habilidades espaciais e na rota visual de leitura global. Boder (1973) classificou os leitores fracos em três subgrupos, estabelecendo como critério os erros de leitura e/ou escrita: Disfonético: déficit primário nas habilidades de análise auditiva e, portanto, dificuldade em usar a rota fonológica; diseidético: déficit na rota visual, conseqüentemente, uma dificuldade acentuada com palavras irregulares; aléxico: dificuldade nas habilidades auditivas e nas visuais, sendo o subgrupo mais comprometido. Na década de 1980, com o desenvolvimento da Neuropsicologia Cognitiva, surgiram pesquisas a partir do estudo das dislexias adquiridas que utilizaram a mesma estrutura e terminologia da teoria de dupla rota de reconhecimento de palavras por adultos. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 30 A dislexia adquirida é um distúrbio de linguagem em indivíduos já alfabetizados, decorrente de algum dano neurológico. Três síndromes são identificadas: a profunda, a fonológica e a de superfície. Na dislexia profunda e na fonológica, há grande dificuldade com decodificação fonêmica, erros visuais e morfológicos, troca de prefixos e sufixos. Na de superfície, os indivíduos têm dificuldade com a rota visual, sendo ela identificada pela dificuldade em ler palavras irregulares (PENNINGTON, 1997). Outra classificação, recolhida por Santos e Navas (2002), é a dos trabalhos de Baron (1986) e Ehri (1984, 1987; 1989). Sugerem eles que crianças com distúrbios de leitura podem ser divididas em diferentes subgrupos, de acordo com suas habilidades de reconhecimento da palavra e de compreensão auditiva: Subgrupo disléxico – pobre reconhecimento da palavra, mas boa compreensão auditiva. Subgrupo com distúrbio de leitura e escrita – fraco reconhecimento da palavra e pobre compreensão auditiva. Subgrupo hiperléxico – leitores fracos com boa codificação e fraca compreensão auditiva. Os três subgrupos têm problemas de compreensão da leitura, mas por razões diferentes: o disléxico por sua dificuldade de decodificação fonológica (Snowling e Olson, 1992; Stanovich e Siegel, 1994); o de distúrbio de leitura e escrita por sua dificuldade tanto no reconhecimento da palavra, como na compreensão oral (Fletcher et al, 1994; Stanovich e Siegel, 1994; Ellis , McDougall e Monk, 1996); o hiperléxico por suas deficiências cognitivas e de linguagem, geralmente, associadas ao autismo ou esquizofrenia (Aram e Healy,1988).(SANTOS; NAVAS, 2002). Há, pois, uma heterogeneidade de manifestações de distúrbios de leitura em uma gradação completa e contínua. Apesar da grande contribuição para o entendimento dos distúrbios de leitura e escrita prestada por todas as abordagens, parece-nos que a noção Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 31 de continuidade do espectro de manifestações dos distúrbios de linguagem escrita é a mais adequada para o diagnóstico, o prognóstico e o tratamento dos indivíduos que fracassam no processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem escrita (SANTOS; NAVAS, 2002, p.62). Shaywitz (2006) separa os leitores deficientes em dois grupos, segundo as causas dessa deficiência: o grupo disléxico clássico, formado por aqueles que nascem com uma falha em seus sistemas de leitura posteriores; esse grupo, com compensação, melhora a precisão, mas continua a ler lentamente. O outro grupo é constituído pelos maus leitores. Essa deficiência é resultado de ensino deficiente de leitura na escola e, em casa, de ambiente lingüístico problemático. A conexão dos sistemas de leitura pode estar pronta, mas nunca foi adequadamente ativada. 2.4 Conceito Em 1968 a Federação Mundial de Neurologia recomendou que o termo dislexia fosse aplicado às crianças que não conseguem ler, apesar de possuírem uma inteligência adequada, receberem instrução convencional e oportunidades socioculturais. Entretanto, a insatisfação com esse modelo médico, associada a uma falta de consenso sobre os sinais positivos de dislexia, demonstra que essa perspectiva há muito tem sido rejeitada. Muitos profissionais têm adotado uma definição que é conhecida como discrepância, dada à dislexia. A definição de discrepância leva em conta a existência de uma correlação importante entre a capacidade cognitiva e a realização educacional na população normal. Por isso, é razoável esperar que as crianças de capacidade acima da média estejam lendo acima da média de sua faixa etária e as crianças de capacidade abaixo da média estejam abaixo da norma. As crianças que estão lendo significativamente abaixo do nível esperado têm dificuldades de leitura inesperadas ou, como freqüentemente descritas, dificuldades de aprendizagem específica: dislexia (SNOWLING; STACKHOUSE et al, 2004). De acordo com a tradicional organização americana dedicada à pesquisa e ao tratamento da dislexia Orton Dyslexia Society Research Committee, hoje Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 32 chamada International Dyslexia Association, dislexia é um distúrbio específico de linguagem de origem constitucional, caracterizada por dificuldades na decodificação de palavras isoladas, causada por uma deficiência no processamento da informação fonológica (SANTOS; NAVAS, 2002). Tais transtornos na decodificação de palavras isoladas são geralmente inesperados em relação à idade e às outras habilidades cognitivas e acadêmicas. A dislexia se manifesta em graus de déficits variáveis em relação a diferentes formas de linguagem, geralmente incluindo, além da dificuldade para aprender a ler, grande problema para adquirir proficiência em escrita. Dislexia é um problema com linguagem e não, de inteligência. Há uma discrepância inesperada entre o potencial do aluno disléxico para aprender e seu desempenho escolar. Para ser diagnosticado como disléxico, um indivíduo precisa ser um leitor fraco com inteligência normal ou acima do normal. Conceitua Pennington (1997): “Dislexia de desenvolvimento é uma dificuldade inesperada na aprendizagem de leitura e soletração”, ou seja, sem razão óbvia para a dificuldade, verbi gratia escolarização inadequada, desvantagem sensorial periférica, lesão cerebral adquirida ou baixo Q.I . Diante da controvérsia atual envolvendo: Rutter e Yule (1975); Rodgers (1983); Fletcher e Satz (1985); Stanovich, Nathan e Vala-Rossi (1986); Stanovich, Nathan; Zolman (1988) entre o grupo de pessoas disléxicas com incapacidade específica de leitura (IEL) em que a leitura é inexplicavelmente pobre em relação ao QI., um subtipo distinto, e o grupo de leitores deficientes, cuja leitura não é inexplicavelmente pobre em relação ao Q.I., Pennington (1997) define a dislexia como incapacidade específica de leitura (IEL), mas reconhece que o tratamento apropriado aos dois tipos de leitores deficientes seja similar.(PENNINGTON, 1997) Segundo Catts e Kahmi (1999) dislexia é, também, um distúrbio de desenvolvimento da linguagem. Por dificuldade no processamento fonológico, o aluno fracassa na decodificação das palavras, contudo, as deficiências na decodificação levam a problemas de compreensão da leitura. Em geral a compreensão do texto situa-se acima do que a leitura oral pode indicar e a compreensão auditiva para a linguagem oral é quase sempre normal. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 33 Já, Catts, Fey e Tomblia (1997), investigando alunos fracos, também chamados fracos por atraso de desenvolvimento, observaram que estes têm deficiências de linguagem que vão além do processamento fonológico, incluindo dificuldades no Vocabulário, em Morfologia, em Sintaxe e/ou em Processamento do Texto. Esses indivíduos são incluídos no grupo dos distúrbios de leitura e escrita (SANTOS; NAVAS, 2002). O distúrbio de leitura e escrita é uma manifestação referente ao desenvolvimento da linguagem. Representa uma dificuldade na aquisição e/ou desenvolvimento da linguagem escrita por crianças com uma deficiência na decodificação fonológica e na compreensão da linguagem oral e/ou escrita. Nos anos pré-escolares surgem dificuldades mais amplas de linguagem: vocabulário pobre, uso inadequado da Gramática e problemas no processamento fonológico. Nas séries iniciais da escolaridade, o aluno tem dificuldade em reconhecer palavras e compreender a leitura, além de apresentar problemas de compreensão auditiva e na produção narrativa. No dizer de Santos e Navas (2002), as crianças com déficit de leitura e escrita integram uma categoria mais ampla a que se pode denominar distúrbios de linguagem escrita com manifestações diversas, o que estaria de acordo com o modelo do continuum multidimensional proposto por Stanovich (2000). As diferenças entre os leitores disléxicos e os com distúrbio de leitura e escrita são de grau e não, de tipo. Nesse continuum vai-se do disléxico puro para o com distúrbio de leitura e escrita, ou seja, de um déficit centralizado no processamento fonológico para um distúrbio global de desenvolvimento da linguagem. Assim, pode-se depreender que todos apresentam deficiências fonológicas e que outras deficiências surgem no processamento de linguagem, à medida que se desloca no espaço multidimensional do disléxico, para o indivíduo com distúrbio de leitura e escrita. Logo, a mesma abordagem terapêutica poderia ser utilizada no tratamento dessas crianças. 2.5 Incidência Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 34 Dislexia é, nas pesquisas de Benton e Pearl (1978), um distúrbio de alta freqüência, cuja incidência é estimada variando de 5 a 10%, embora outros estudos revelem freqüências superiores, chegando a 20% ou 30%. Quanto à incidência e taxa de ocorrência do distúrbio em função do sexo, observa-se a preponderância de disléxicos masculinos. Amostras clínicas revelam que a proporção sexual da dislexia, comumente citada, é de 3,5 a 4,0 meninos para cada menina (PENNINGTON, 1997). 2.6 Etiologia Os fatores extrínsecos não desempenham papel primário em casos de distúrbios de leitura e escrita mas, de certa forma, aumentam-lhes a severidade. Os riscos bioambientais, socioambientais, comunitários e subculturais são relevantes para a qualidade de vida do homem; no entanto, a literatura não comprova a interferência direta e real deles no diagnóstico da dislexia. Quanto aos fatores intrínsecos relacionados aos distúrbios de leitura e escrita, Pennington (1997) afirma que se inter-relacionam-se três níveis: biológico, cognitivo e comportamental. Pesquisas recentes realizadas pelo National Institute of Health dos Estados Unidos indicam que cerca de 60% das crianças americanas apresentam alguma dificuldade no processo de aquisição de leitura e escrita. Esse dado alarmante, referente ao fracasso da leitura, não é mais considerado um problema educacional, mas de saúde pública naquele país (PENNINGTON, 1997). 2.6.1 Fatores genéticos e hereditários A interação dinâmica entre fatores genéticos predisponentes e condições Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 35 ambientais desfavoráveis devem ser sempre consideradas, quando se buscam fatores etiológicos nos distúrbios de leitura e escrita. Evidências atuais, informa Pennington (1997), apóiam a perspectiva de que a dislexia é familiar (cerca de 35 a 40% dos parentes de primeiro grau são afetados); herdada (com uma hereditariedade de 50%), heterogênea em seu modo de transmissão. A história familiar é importante fator de risco. Estudos genéticos determinam os loci dos distúrbios de leitura e escrita nos cromossomos 15 e 6. Em 1983, o cientista Shelley Smith mostrou, pela primeira vez, um dos principais genes relacionados à dislexia, localizado num braço do cromossomo 15. Essa descoberta trouxe mais comprovações para a tese de que a dislexia tinha uma origem genética e que poderia ser passada de geração para geração. Em 2005, um grupo americano formado, ainda, por Shelley Smith e cientistas de vários centros de pesquisas dos Estados Unidos da América, das Universidades de Yale, Nebraska, Colorado, Connecticut, Alabama, publicou um relato no periódico Pnas da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos da América, em que se anuncia que se identificou novo gene relacionado à dislexia. Batizado de DYX2, o gene está localizado no cromossomo 6, área que há cerca de 20 anos tem despertado o interesse dos pesquisadores que tentam descobrir como funciona a hereditariedade do distúrbio. Para chegarem ao DYX2, os pesquisadores estudaram, por meio do DNA e de análises neurológicas, 153 famílias de classe média, moradores do Colorado (EUA). Dessas, 34 tinham um filho com problema; 94 possuíam dois; 19 delas, três. Em 6 famílias, o distúrbio aparecia em 4 filhos. Os estudantes pesquisados tinham de 8 a 18 anos. Observaram que, nos integrantes dessas famílias, o gene DYX2 tinha seu funcionamento comprometido, o que lhes permitiu concluir que ele aumentaria a suscetibilidade para o desenvolvimento da dislexia. Além disso, os pesquisadores observaram uma relação entre o funcionamento do sistema nervoso central e a questão genética, apontando para uma interação entre a existência desse cromossomo e o modo como cada área do cérebro Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 36 funciona (IWASSO, 2005). A herança familiar é representada por altos índices de um traço ou distúrbio entre parentes de uma pessoa com o traço ou distúrbio. Pennington (1997) escreve que Tomas (1905) relata pela primeira vez a tendência familiar na dislexia, mas não foi ela mensurada em amostras representativas da população até recentemente. Acrescenta que, em 1985, Vogler, De Fries e Decker mediram o risco familiar de dislexia na amostra do Colorado Family Reading Study, a qual era representativa da população e constataram que filhos de pais afetados tinham 40% de risco de serem disléxicos e filhos de mães afetadas tinham 35% de risco, sendo de 5% a 7% o aumento de risco em relação aos que tinham pais não afetados. A magnitude do risco familiar para a dislexia é clinicamente significante na história familiar e pode ser usada para ajudar na realização das triagens de crianças de alto risco para tal distúrbio. Se a história da família puder ser combinada com medidas mais refinadas de consciência dos fonemas, poder-se-á alcançar um melhor índice de êxito preditivo. Ao se considerar se esta herança familiar indica hereditariedade, é muito interessante notar que o componente deficiente é, também, segundo estudos, o componente herdado. Em 1987, os pesquisadores De Fries, Fulker e La Buda revelam que 30% do fenótipo cognitivo em incapacidade de leitura é atribuível a fatores herdados (PENNINGTON, 1997). Estudos visaram detectar que habilidades de processamento fonológico no nível de linguagem oral são um precursor herdado para esta deficiência na codificação fonológica da linguagem escrita. As análises genéticas de comportamento sobre esta questão-chave são consistentes com a perspectiva de que o componente herdado na dislexia, em nível da linguagem escrita, está na codificação fonológica e que o precursor herdado deste distúrbio, em uma deficiência na consciência do fonema. A hipótese de um déficit fonológico como etiologia de distúrbios de leitura e escrita tem sido exaustivamente estudada e reafirmada. A alteração do processamento fonológico manifesta-se em diversas competências lingüísticas, tais como: dificuldade de consciência fonológica, memória fonológica, discriminação, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 37 nomeação e até mesmo na articulação de palavras. As crianças com distúrbio de leitura apresentam baixo desempenho em tarefas de memória verbal de curto prazo. Pesquisas recentes, utilizando cérebros humanos post-mortem e recursos tecnológicos sofisticados sugerem que há diferenças na região cerebral têmporoparieto-occipital de pessoas com distúrbios de leitura e leitores proficientes. Os resultados das pesquisas, observam Catts e Kahmi (1999), são consistentes quanto ao ponto de vista de que as diferenças individuais no desenvolvimento neurobiológico contribuem em muitos casos de distúrbio de leitura e escrita; no entanto, as diferenças cerebrais encontradas em alguns leitores fracos, especialmente nos mais velhos, podem refletir anos de leitura deficiente mais que sua própria causa. 2.6.2 A Gênese da Dislexia A instigante observação de que pessoas inteligentes têm problemas de leitura levou os cientistas a intensificar suas pesquisas nessa área. Durante muito tempo pensou-se que o órgão responsável pela nossa capacidade de falar fosse a língua. Broca estabeleceu claramente que a base da linguagem – leitura e fala – origina-se no córtex cerebral e não, na língua (SHAYWITZ, 2006). O neurologista alemão Wernick identificou um tipo de afasia que se refere ao paciente que fala com facilidade, mas não entende a linguagem e se exprime de maneira incoerente, a que se denominou afasia de Wernicke. (FIG.1). Na atualidade, é possível ver o cérebro humano em funcionamento. Estudos sofisticados feitos com imagens do cérebro de uma pessoa durante a leitura permitem aos pesquisadores poder rastrear o registro da palavra impressa, quando ela é primeiramente percebida como ícone visual, sendo depois transformada em sons (fonemas) da linguagem, e, simultaneamente, ativa seu significado, guardado no dicionário interno do cérebro (SHAYWITZ, 2006, p.57). Para ler, o leitor deve entrar no sistema de linguagem. Em um nível Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 38 neural isso significa que a leitura depende dos circuitos cerebrais já preparados para a linguagem. No cérebro normal o circuito foi preparado corretamente. FIGURA 1 - Localização da linguagem expressiva e receptiva. O lado esquerdo do cérebro, com as duas áreas principais associadas à linguagem em destaque: a linguagem expressiva (área de Broca) e a linguagem receptiva (área de Wernicke) Fonte: SHAYWITZ. 2006, p. 62. Em 1973, surge uma tecnologia revolucionária: a tomografia computadorizada que permite aos cientistas analisar a estrutura do cérebro pela primeira vez; posteriormente, a tomografia de emissão de pósitrons (PET), que possibilita acompanhar a função cerebral durante a leitura, tecnologia suplantada pela imagem por ressonância magnética (IRM), através da qual se visualiza o funcionamento interno do cérebro humano de maneira completamente não-invasiva, sem radiação ou injeções. Os estudos com IRM focalizaram os lobos temporais, porque há evidência de alteração na estrutura dos mesmos na dislexia, segundo dados fornecidos por estudos de neuropatologia do cérebro disléxico realizados por Albert Galaburda e colaboradores (1979 -1985). Oito autópsias realizadas em cérebros de pessoas disléxicas foram conduzidas por esse grupo. O resultado mais consistente foi a simetria do plano temporal nos oito casos. O plano temporal é a superfície posterior do lobo temporal. No hemisfério esquerdo, faz parte da área de Wernicke, a qual está envolvida no processamento fonológico. Este resultado neuropatológico é consistente com a ampla pesquisa cognitiva sobre a dislexia, a qual verificou que a disfunção é, essencialmente, um problema do processamento fonológico. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 39 Outra teoria neuroanatômica da dislexia sustenta que há uma deficiência no corpo caloso. Como conseqüência, a informação é transferida menos eficientemente entre os dois hemisférios. Esta teoria, de menos suporte empírico, implica que ambos os hemisférios são necessários à leitura, o que não se comprova. A partir de 1980, a possibilidade de mapear todo o circuito neural da leitura esclareceu a origem da dislexia por desenvolvimento. Não há uma lesão específica, um corte no circuito. O que há é um circuito que não se estabeleceu corretamente já no início, tendo ocorrido uma falha durante a vida do feto, quando o cérebro se forma para a linguagem. Como resultado, as dezenas de milhares de neurônios que carregam as mensagens fonológicas necessárias à linguagem não se conectam adequadamente para formar as redes de ressonâncias que tornam possível a boa capacidade de leitura. Muito provavelmente como resultado de um erro geneticamente programado, o sistema neural necessário para a análise fonológica está de alguma forma malconectado (sic), e a criança passa a ter um problema fonológico que interfere na linguagem falada e na linguagem escrita (SHAYWITZ, 2006, p. 62). O sistema neural para a leitura nas crianças e nos adultos está sendo rapidamente mapeado. As pesquisas sobre o mapeamento dos circuitos neurais necessários à leitura objetivam identificar os caminhos neurais em que ocorre a subdivisão das palavras em seus sons subjacentes. Os resultados mostram que há diferenças surpreendentes na organização do cérebro de homens e de mulheres no que diz respeito à linguagem, aos padrões ativados nos dois sexos. Os homens ativam o giro frontal inferior esquerdo; as mulheres, tanto o esquerdo como o direito. Identificaram-se pontos neurais específicos para a verbalização de palavras. Exatamente a mesma região, envolvida na diferença entre os sexos, está envolvida na leitura. Mapear os caminhos neurais nos bons leitores levou ao entendimento da natureza da dificuldade dos leitores disléxicos. Há dois caminhos neurais para a leitura para leitores normais. O primeiro é o sistema parietotemporal, usado pelo leitor iniciante, na verbalização lenta das Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 40 palavras, nos primeiros estágios da aprendizagem da leitura, abrangendo num procedimento passo a passo: a análise de palavra, a subdivisão e a conexão entre letras e sons. O segundo é o sistema occipitotemporal para o leitor experiente, mais rápido. Quanto mais experimentado o leitor, mais essa região é ativada. Ela responde muito rapidamente, em menos de 150 milissegundos à palavra visualizada. Em vez de analisar a palavra, a área occipitotemporal reage quase instantaneamente a ela inteira como sendo um padrão único. Um breve olhar capta a palavra como um padrão único: essa região occipitotemporal, chamada de área ou sistema de forma da palavra, permite chegar às suas informações relevantes: aparência, som, significado. A criança analisa e lê corretamente uma palavra várias vezes; forma um modelo neural exato dela (modelo: forma da palavra: ortografia, pronúncia e significado). O modelo é armazenado no sistema occipitotemoral; basta vê-lo, o sistema é ativado. (FIG. 2). É um processo automático. (SHAYWYTZ, 2006). FIGURA 2 - Sistemas cerebrais para a leitura Fonte: SHAYWITZ. 2006, p.71. Os exames dos padrões de ativação cerebral revelam que as pessoas disléxicas apresentam uma falha nesse circuito. Usam, pois, caminhos cerebrais diferentes. Esse terceiro caminho de leitura localiza-se na área de Broca, na parte frontal do cérebro, ajuda a analisar as palavras lentamente. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 41 Há, portanto, três caminhos neurais para a leitura: dois caminhos mais lentos e analíticos, o parietotemporal e o frontal, que são utilizados por principiantes, e uma via rápida, a occipitotemporal, utilizada por leitores experientes. A maior parte da região do cérebro responsável pela leitura fica na sua porção posterior. E chamada de sistema de leitura posterior. Os cientistas concentram-se nessas áreas por serem importantes para a leitura. As imagens cerebrais revelaram padrões de ativação cerebral, marcadamente diferentes nos leitores normais e nos leitores disléxicos. Os leitores normais, durante a leitura, ativam a parte posterior do cérebro, com menor ativação na parte anterior. É um padrão consistente em todas as idades. (FIG.3) FIGURA 3 – A área de forma da palavra. Na área em preto, há uma forte correlação entre os índices de leitura das crianças e a ativação da área da forma da palavra no lado esquerdo do cérebro. Fonte: SHAYWITZ. 2006, p. 72. Ao contrário, os leitores disléxicos demonstram uma falha no sistema: a subativação de caminhos neurais na parte posterior do cérebro. Os leitores disléxicos apresentam mudança nas ativações cerebrais com a idade. (FIG.4) Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 42 FIGURA.4 - Mudança nos padrões de ativação cerebral De acordo com a idade, as crianças disléxicas mais velhas usam regiões frontais do cérebro. As áreas em preto têm uma forte correlação com a idade. À medida que as crianças crescem, essas áreas se tornam mais ativas. Os leitores normais demonstram pouca mudança na ativação do cérebro de acordo com a idade, por isso há poucas áreas pretas. Ao contrário, na direita, as crianças disléxicas demonstram uma ativação crescente das regiões frontais do cérebro à medida que envelhecem, como indicam as áreas proeminentemente pretas. Fonte: (SHAYWITZ. 2006, p.74) Na infância, as crianças mais velhas mostram ativação aumentada nas regiões frontais. Na adolescência, demonstram um padrão de superativação da região de Broca; passam, pois, a usar, com freqüência cada vez maior, essas regiões frontais para a leitura. É como se esses leitores estivessem usando os sistemas da parte frontal do cérebro para compensar o problema da parte posterior. Apresentam, pois, um padrão de ativação inconsistente, uma ativação gradativa conforme a idade. Eles têm problemas iniciais ao analisar as palavras e ao transformar as letras em sons e, mesmo quando amadurecem, continuam a ler lentamente e sem fluência (SHAYWITZ, 2006). Esse padrão de subativação na parte posterior do cérebro apresenta uma espécie de assinatura neural para as dificuldades neurológicas que caracterizam a dislexia. ( FIG. 5). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 43 FIGURA 5 - A marca neural da dislexia Subativação dos sistemas neurais na parte posterior do cérebro. À esquerda, leitores normais ativam sistemas neurais que estão em sua maioria na parte posterior do cérebro (áreas sombreadas); à direita, leitores disléxicos subativam esses sistemas de leitura da parte posterior do cérebro e tendem a superativar as áreas frontais. Fonte: SHAYWITZ. 2006. p. 74. 2.7 Estilo de leitura: a consciência da estrutura sonora e a intervenção Os disléxicos utilizam sistemas de leitura compensatórios. Usam diferentes rotas de leitura, além de depender mais da área de Broca, o disléxico serve-se de outros sistemas auxiliares de leitura, localizados no lado direito e na parte anterior do cérebro – um sistema funcional, mas não automático. Um meio de compensar a dificuldade de leitura é subvocalizar, enquanto se lê, ou seja, pronunciar as palavras em tom baixo. Nesse processo usa-se uma região da parte anterior do cérebro (a área de Broca) responsável pela articulação das palavras que são verbalizadas. Assim, o disléxico desenvolve uma consciência da estrutura sonora de uma palavra, formando-a fisicamente com seus lábios, língua e cordas vocálicas. Esse padrão de subvocalização parece ser universal: aplica-se a disléxicos em todas as línguas e de todas as idades. (FIG.6) Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 44 FIGURA 6 - Sistemas compensatórios para ler. O leitor normal, à esquerda, ativa sistemas neurais que estão em sua maioria na parte posterior esquerda do cérebro; o leitor disléxico, à direita, ativa sistemas do lado direito e na parte frontal esquerda do cérebro. Fonte: (SHAYWITZ. 2006, p.74). As imagens cerebrais têm mostrado que há efeitos de determinadas intervenções sobre os sistemas neurais de leitura. Há uma progressão notável das mudanças: as crianças que passam mais cedo por intervenções eficazes tornam-se leitores precisos e fluentes. O cérebro pode ser reconectado. Leitores com problemas de leitura podem tornar-se leitores eficientes. (FIG.7). Figura 7 - Intervenções eficazes de leitura Intervenções eficazes de leitura fazem com que o cérebro se recupere. Um ano depois de uma Intervenção eficaz de leitura, crianças disléxicas desenvolveram sistemas de leitura do lado esquerdo (em preto) tanto na parte anterior como na parte posterior do cérebro. Fonte: SHAYWITZ. 2006, p. 76. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 45 Pensam os cientistas que a leitura se origina em sistemas neurais amplamente distribuídos e não, em pontos anatômicos individuais. Isso traz relevância para o ensino da leitura, já que esses sistemas de padrões de conexões neurais são continuamente reforçados como resultado da prática e de experiências repetidas. O maior obstáculo que impede uma criança disléxica de desenvolver seu potencial é constituído pela ignorância sobre a verdadeira natureza da dislexia. Hoje, graças ao progresso científico, é possível diagnosticar a dislexia de maneira precoce e precisa, apresentando intervenções eficazes, para que as crianças disléxicas cheguem à idade adulta de maneira segura e realizadora. 2.8 O modelo fonológico A linguagem falada é inata, instintiva, ocorre naturalmente, sem esforço, num nível pré-consciente. Ler é mais difícil do que falar. Ler é algo que se adquire, que se deve aprender, por meio do esforço, em nível consciente. A leitura não está construída em nossos genes. Não existe um módulo de leitura conectado ao cérebro humano. Para ler, o homem tem de tirar vantagem do que a natureza oferece: um módulo biológico para a linguagem. Para que o objeto de atenção do leitor a palavra impressa ganhe acesso ao módulo de linguagem, deve ocorrer uma transformação verdadeiramente extraordinária. O leitor deve converter o que lê em um código lingüístico – o código fonético, o único reconhecido e aceito pelo sistema de linguagem. O sistema de linguagem apresenta uma série graduada de módulos ou componentes, cada um dedicado a um aspecto da linguagem. As operações que ocorrem dentro do sistema são: rápidas, automáticas e compulsórias. Os níveis superiores da hierarquia da linguagem compreendem, segundo Shaywitz (2006), os seguintes componentes: a Semântica (significação das palavras); a Sintaxe (estrutura gramatical); o Discurso (frases encadeadas). No nível mais baixo da hierarquia, está o Módulo Fonológico, que se dedica ao processamento dos Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 46 diferentes elementos sonoros da linguagem. (FIG. 8). O módulo fonológico, geneticamente determinado de maneira automática, por meio de circuitos cerebrais profundos em nosso cérebro, monta as palavras para o falante, a partir dos fonemas e desmonta, para o ouvinte, a palavra verbalizada em seus fonemas subjacentes. Denomina-se fonema todo som que entra na composição do vocábulo. Não se pode conceber, na palavra, unidade mais elementar. Não é qualquer som da voz humana que pode ser tomado como fonema. Só é considerado tal, a unidade fonológica suscetível de valor lingüístico. É a unidade fonológica não suscetível de ser dissociada em unidades fonológicas menores. O estudo de sons Fonética; o dos fonemas, na Fonologia (COUTINHO, 1958). FIGURA 8 - O paradoxo da dislexia a) Dois componentes importantes para a leitura: decodificação e compreensão. b) Uma deficiência fonológica interfere na decodificação, mas as capacidades superiores, necessárias à compreensão, permanecem intactas. Fonte: SHAYWITZ. 2006, p.50. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) faz-se na 47 O fonema é o elemento fundamental do sistema lingüístico, o elemento essencial de todas as palavras, faladas ou escritas. Pela sua natureza especial, os fonemas não mudam, mantém sua identidade original. Isso significa que podem combinar-se para formar unidades inteiramente novas e maiores e não sofrem mudanças. Formar palavras pela combinação de fonemas traz um potencial enorme para criar um número indefinido de palavras. Ao proferir mar, aparece como um impulso sonoro. Contudo aí estão três fonemas. O som passa pelo aparelho auditivo; o sistema lingüístico assume o controle reconhecendo os três fonemas, processandoos adequadamente. As partículas sonoras são conduzidas aos circuitos neurais do cérebro, especializados em receber a linguagem. As palavras devem, primeiramente, ser segmentadas em unidades menores (fonemas) pelo mecanismo neural do cérebro, antes que sejam identificadas, entendidas, armazenadas na memória ou dela recuperadas. A criança pequena deve desenvolver a consciência fonêmica para se tornar leitor. Consciência fonêmica é a capacidade de observar, identificar e manipular os fonemas presentes nas palavras. É o melhor indicador da capacidade de ler as palavras com precisão ou rapidamente. Os pesquisadores mostraram que entre as idades de 4 e 6 anos as crianças desenvolvem a consciência de que as palavras podem ser separadas, segmentadas em unidades menores. Por volta dos seis anos, a maior parte das crianças sabe contar o número de sons (fonemas) que ouve nas palavras curtas. Para tornar-se apto a ler, o iniciante deverá dominar o princípio alfabético. O processo de aquisição desse princípio é ordenado e segue uma seqüência lógica. O leitor aprendiz percebe que as palavras são feitas de segmentos menores que representam os sons. Relaciona as letras que vê ao que ouve na linguagem oral. Passa a entender que a palavra impressa tem uma natureza subjacente e que é a mesma estrutura que ouve na falada. Realizada essa conexão, terá dominado o princípio. Decodificadas em fonemas, as palavras são processadas automaticamente pelo sistema de linguagem. O código de leitura está decifrado. Mas uma, em cada cinco crianças, não consegue fazê-lo. Há uma variação grande no que diz respeito a esse aspecto. Para algumas, o processo é rápido Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 48 e aparentemente não exige esforço, transformam símbolos impressos em código fonético sem muita dificuldade. Para outras, os símbolos impressos permanecem um mistério. São estas crianças disléxicas. Todos os leitores: normais ou disléxicos devem seguir os mesmos passos. A diferença é simplesmente o esforço envolvido e o tempo que se leva para dominar o princípio alfabético. Os cientistas conseguiram determinar a localização precisa de pequena disfunção no sistema de linguagem, especificamente, no nível do módulo fonológico. Em alguns leitores iniciantes, os fonemas não são bem desenvolvidos. Eles têm dificuldade para selecionar o fonema de que necessitam, podendo selecionar um, cujo som é semelhante. Podem ordenar os fonemas incorretamente ou confundi-los na fala. Empregar humanidade em vez de umidade é confusão de caráter fonológico, já que se baseia no som de uma palavra. Enfrentam a dificuldade para desenvolver a percepção de que as palavras faladas e escritas são compostas por fonemas ou blocos sonoros. Há crianças que vêem uma palavra como uma mancha amorfa, sem perceber sua natureza segmentada subjacente. Elas não conseguem entrever a estrutura sonora interna que nelas há. São leitores disléxicos. Na criança disléxica, uma falha do sistema de linguagem, no nível do módulo fonológico, prejudica a consciência fonêmica e, em conseqüência, o domínio do código de leitura. O processo de leitura compreende dois componentes: a decodificação – identificação das palavras e a compreensão – significado. (FIG. 9). Uma deficiência fonológica no nível mais baixo do sistema de linguagem prejudica, apenas, a decodificação. Todos os elementos cognitivos de ordem superior necessários à compreensão continuam, então, intactos. Há apenas um déficit fonológico. Embora os processos de linguagem envolvidos na compreensão estejam intactos, não podem ser ativados porque só podem ser acessados depois de uma palavra ser reconhecida. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 49 FIGURA 9 - Do texto ao significado A deficiência fonológica bloqueia a decodificação, que, por sua vez, interfere no reconhecimento das palavras. Isso impede que o leitor disléxico aplique suas habilidades de nível superior na compreensão do significado de uma palavra. Mas, mesmo quando a criança consegue identificar uma determinada palavra, poderá aplicar essas mesmas habilidades ao contexto que cerca a palavra desconhecida para deduzir seu significado. Fonte: SHAYWITZ. 2006, p.52. O modelo fonológico permite ao especialista propor medidas exatas para que uma criança passe de um estágio, em que vê as palavras como uma confusão de formas rabiscadas, a um estágio em que reconheça e identifique essas mesmas formas como palavras. Acima de tudo, a criança deve passar a perceber que as letras que vê em uma folha representam, ou mapeiam, os sons que ouve, quando a mesma palavra é falada. O impacto da deficiência fonológica evidencia-se na leitura, mas pode, também, afetar a fala. A estrutura sonora das palavras verbalizadas começava a se tornar núcleo da dislexia. Encontra-se, entre outras conseqüências da deficiência fonológica, a dificuldade em nomear objetos vistos em figuras ou fotos. Quando um disléxico designa um objeto pelo nome errado, as respostas incorretas tendem a compartilhar características fonológicas com a resposta correta. O disléxico tem dificuldade em memorização imediata e no acesso rápido às palavras. O disléxico, em geral, situa-se nos altos escalões da criatividade e entre pessoas que ultrapassaram os limites habituais, destacando-se na sociedade, na Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 50 Administração, na Medicina, na Literatura, no Direito ou nas Ciências. 2.9 Diagnóstico A dislexia, transtorno inquietante, gera mitos e equívocos que confundem a diagnose necessária para que se aplique, sem retardo, o auxílio imediato à deficiência, antes que lese a vida e a auto-estima de seu portador. Estão entre os indícios associados à dislexia: ler as letras e as palavras de trás para a frente bato/pato; espelhar a escrita; escrever com a mão esquerda; e, por prevalecerem tais crenças, muitos disléxicos deixam de ser atendidos convenientemente. As crianças, ditas disléxicas, além de apresentarem dificuldade de leitura, devem corresponder a outros critérios formulados para eliminar possíveis explicações para tais dificuldades. Esses critérios funcionam para excluir as que possam ter sua dificuldade esclarecida. Vellutino (1979) aponta a seguinte lista de critérios excludentes: Q.I. de 90 ou acima nas escalas verbais ou de desempenho do teste Wechsler Intelligence Scale for Children; visão e audição adequadas; ausência de deficiências neurológicas ou físicas graves; ausência de problemas sociais ou emocionais significativos; padrão socioeconômico favorecido; oportunidades adequadas para aprender a ler. O diagnóstico por regras de exclusão elimina várias crianças de serem consideradas disléxicas, apesar de apresentarem problemas cognitivos semelhantes aos das que se adaptam ao critério. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 51 No curso do desenvolvimento da dislexia podem ser identificados sintomas. O conceito dessa deficiência implica a existência de uma síndrome de comportamentos que a distingue dos outros tipos de dificuldades de leitura. Para o seu diagnóstico verdadeiro releva considerar, inicialmente, que a deficiência fonológica se faz cercar por habilidades provenientes do pensamento e do raciocínio. A dificuldade no ato de ler costuma ser vista como uma discrepância entre a idade cronológica e idade para a leitura (DOCKRELL; MCSHANE, 2000). Sinais indicativos de um problema potencial de leitura devem ser buscados na fala da criança. Na verdade, eu também tive os meus toques de dislexia, ou algo que se lhe parecia, não foi só o Leandro. Por exemplo, embirrei que a palavra sacerdote deveria ler-se saquerdote, mas como, ao mesmo tempo, suspeitava que devia estar enganado, se a tinha de pronunciar (tratando-se de termo tão “erudito”, esses casos não podem ter sido muitos, ainda que menos seriam hoje, quando os sacerdotes são tão poucos), arranjava-me de maneira a que se percebesse mal o que dizia para que não tivessem de corrigir-me. Devo ter sido eu quem inventou o chamado benefício da dúvida. Ao cabo de algum tempo consegui resolver a dificuldade com os meus próprios meios e a palavra passou a sair-me direitinha da boca.Uma outra que me vinha retorcida (isto são histórias da época da escola primária) era a palavra sacavenense. Além de designar um natural de Sacavém, povoação hoje engolida pelo dragão insaciável em que Lisboa se tornou, era também o nome de um clube de futebol que não sei se terá conseguido sobreviver aos atropelos do tempo e aos purgatórios das segundas e terceiras divisões. E como a pronunciava eu então? De forma absolutamente chocante que escandalizava quem me ouvia: sacanavense. Ainda recordo o meu alívio quando fui capaz, finalmente, de inverter as posições das mal-educadas sílabas (SARAMAGO. PM., 2006, p. 55-6). Pesquisas recentes descortinam a perspectiva evolutiva da dislexia ao longo do ciclo de vida. Medidas corretas revelam que precursores desse transtorno estão presentes antes da idade escolar. Clinicamente, as histórias pré-escolares e escolares de alguns disléxicos contêm informações reveladoras de que a capacidade fonológica infantil não se desenvolve como deveria. Convivência, relações, brincadeiras, só as do recreio. A propósito (teria sido outra manifestação da minha presumível dislexia?), lembro-me de por essa altura confundir a palavra “retardador” com “redentor”, e da maneira mais extravagante que se possa imaginar. Tinha aparecido, ou eu o descobri só então, aquele efeito de lentidão das imagens cinematográficas a que precisamente se dava o nome de “efeito retardador”. Ora, aconteceu que, no meio de uma brincadeira, eu tinha de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 52 me deixar cair no chão, mas resolvi fazê-lo muito devagar, ao mesmo tempo que ia dizendo: “É ao redentor.” Outros não ligaram importância à palavra: se calhar, o que eu sabia mal, eles nem mal o saberiam (SARAMAGO. PM.,2006, p. 105). Os indícios da dislexia podem ser os seguintes: Retardo leve na fala: no primeiro ano, a criança normal pronuncia as primeiras palavras; a disléxica, após um ano e três meses. Dificuldade de articulação: fonemas mal pronunciados em palavras da linguagem diária, no canto das rimas infantis, na aprendizagem dos sons das letras do alfabeto. Prolongamento das dificuldades na pronúncia: por volta dos cinco ou seis anos, rareiam problemas de pronúncia na maioria das palavras. O disléxico articula com dificuldade palavras novas e longas; inverte sons internos (sacanavense<sacavenense); confunde sons (saquerdote< sacerdote); equivocase na pronúncia: lefante<elefante. Sinais de insensibilidade à estrutura sonora da linguagem: o disléxico não ouve a rima. A sensibilidade à rima implica uma conscientização de que as palavras podem ser divididas em segmentos menores de som e que as palavras diferentes podem compartilhar um som comum.O disléxico não a possui. Dificuldade na busca da palavra certa. O disléxico manifesta dificuldade em acessar os fonemas pretendidos e escolhe uma palavra próxima em sonoridade (retardador > redentor). Emprego de palavras que carecem de precisão ou especificidade: uso de palavras vicárias como coisa, negócio, em vez de evocar o nome do verdadeiro objeto. O problema está na linguagem expressiva e não, no pensamento. Os sintomas-chave na dislexia são dificuldades para ler e soletrar. Aprender a ler marca o início de um processo. É importante verificar aspectos da leitura em que virtualmente todos os disléxicos apresentam especificamente a leitura em voz alta. São indícios tardios na leitura: Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) problemas: 53 Estratégia logográfica Para se tornar um bom leitor é preciso descobrir o código de leitura. No estágio logográfico, a criança não emprega o conhecimento dos nomes das letras ou dos sons delas para ler uma palavra – usa como base sinais visuais para reconhecêla. Retém algum sinal visual a ela relacionado, dependendo deste para memorizar e depois reconhecê-la. Depender da memorização é insuficiente. Para progredir na leitura, terá que aprender como o código alfabético funciona. Associação de letras e sons Na leitura primitiva, que ocorre na pré-escola ou escola maternal, o leitor não presta atenção a todas as letras da palavra. Usa seu conhecimento dos nomes das letras e não de seus sons. Para ler eficazmente, precisa prestar atenção a todas as letras de uma palavra, a fim de conectá-las aos sons que ouve, quando é pronunciada e, assim, decodificá-la. A capacidade de usar o código fonológico prediz o leitor eficiente. Ao contrário, crianças cujos erros de leitura indicam uma falta de consciência da relação das letras aos sons terminam o ano como leitores fracos, merecem atenção especial. Modelos sonoros imperfeitos O leitor normal forma representações detalhadas e completas de palavras familiares, como parte do processo de aprendizagem da leitura. O leitor disléxico requer muito mais exposição a uma palavra impressa e durante um período de tempo muito mais longo, até que a representação seja clara e fiel ao que está escrito. Como resultado, mesmo quando os leitores disléxicos são capazes de decodificar palavras com precisão, eles ainda não são rápidos o suficiente em sua leitura. A deficiência fonológica, sem dúvida, afeta não apenas a aprendizagem, mas também a capacidade de os leitores disléxicos tornarem-se leitores competentes. Erros de inversão Erro de inversão é a substituição de uma letra por outra praticamente similar na leitura ou soletração como em bata/pata. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 54 Embora estimativas anteriores tenham considerado estes erros como a marca principal da dislexia, afirma Pennington, (1997) ser a taxa de sua ocorrência nesse transtorno, realmente bem baixa e há muitos disléxicos que não os cometem. Todavia, a presença dessas confusões em pacientes de 9 anos de idade ou mais têm um potencial diagnóstico significativo, pois leitores normais, nesta idade, ou mais velhos, praticamente, nunca cometem tais enganos. Estes erros envolvem mais tipicamente as confusões entre b/d; p/q. Uma das teorias mais antigas sobre as dificuldades de leitura diz que elas são causadas por um déficit perceptual de processamento. Esta idéia partiu do oftalmologista escocês Hinshelwood que, em 1917, propôs que os problemas com o aprendizado da leitura eram causados por uma dificuldade em adquirir e armazenar no cérebro as memórias visuais das palavras e letras. Orton (1937), nos Estados Unidos da América, atribuiu as dificuldades de leitura às reversões, que podem ser de dois tipos. O primeiro consiste em confundir letras de mesma forma, mas de orientação diferente, como b e d. O segundo tipo consiste em reverter parcial ou totalmente a ordem das letras (was/ saw) Esses erros de reversão podem ser feitos também por leitores normais. As evidências empíricas não oferecem apoio para a visão de que as dificuldades de leitura sejam causadas por um déficit em processamento visual. Erros visuais São erros visuais as substituições nas palavras de conteúdo baseadas numa similaridade superficial com a palavra-alvo (carro por cano). A significância destes erros está em que a criança está usando a similaridade visual no lugar do código fonológico completo para nomear a palavra e estes erros são reflexos de problemas na codificação fonológica ou fônica. Deficiência na construção do vocabulário de leitura O aspirante a leitor deve construir seu vocabulário de leitura, de forma que, no final, possa ler palavras complexas, longas e desconhecidas. A criança, nessa fase, olha a palavra impressa e relaciona-a com a estocada em seu cérebro. Quando o leitor proficiente se depara com uma palavra, todo o circuito se acende e ela é, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 55 imediatamente, reconhecida e entendida. e recebe informações relevantes: a ortografia, a pronúncia e o significado estão intrinsicamente ligados com a parte do mesmo circuito neural que repercute na área occipitotemporal. O leitor disléxico, pela deficiência fonológica, encontra dificuldades na construção desse vocabulário, apresentando fraca leitura, que não prediz o bom leitor. Fraca habilidade para detectar rima e aliteração Em geral, os pré-escolares mostram-se fascinados pelas rimas e aliterações, o que é um indicador precoce de estarem prontos para a leitura. As crianças disléxicas apresentam insensibilidade à estrutura sonora da linguagem. Erros de lexicalização Erros de lexicalização ocorrem na leitura de não-palavras, quando o disléxico troca a não-palavra por uma palavra real, usualmente com uma forma visual similar (bom em lugar de bim). A significância destes erros deve-se à deficiência de boas habilidades de codificação fonológica. A criança assimila a palavra-alvo a qualquer outro esquema que tenha disponível para o reconhecimento de palavras. Bradley e colaboradores (1982, apud Pennington, 1997) analisaram crianças na leitura de pseudopalavras. As crianças com dificuldades de leitura apresentam fraco reconhecimento das correspondências grafema-fonema, o que causa problemas na leitura de palavras novas. Para testar isto, os estudiosos pedem às crianças que leiam pseudopalavras. Como nunca foram vistas antes, não podem ser lidas por reconhecimento direto, mas através da utilização de uma estratégia fonológica. As crianças com dificuldades em leitura são piores em leitura de pseudopalavras que as do grupo de controle. Erro nas palavras funcionais Como o leitor disléxico tem uma representação imperfeita da palavra, depende do contexto para obter o seu significado. É como se nunca a tivesse visto e tem de passar pelo exercício de usar o contexto para chegar ao significado dela. É sintoma comum e intrigante da dislexia e mostra que o disléxico tem Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 56 dificuldade em ler palavras curtas (preposições, artigos), pois, é difícil para ele entender a função gramatical de uma palavra funcional, cujo significado não pode ser inferido do contexto. As palavras funcionais são tão neutras que é difícil para a criança disléxica encontrar algo no texto que a ajude a fixá-las e lembrar-se delas. Freqüentemente um disléxico troca um e o e lê erradamente as preposições. Os erros em palavras funcionais surpreendem pais e professores que não compreendem porque a criança lê palavras longas e não consegue ler palavras curtas. A significância dos erros quanto às palavras funcionais é que o disléxico está-se esforçando para decodificar adequadamente palavras com conteúdo na sentença e apóia-se mais no contexto do que o faz o leitor normal, ao identificar as palavras funcionais. Falta de fluência A fluência é a leitura da palavra com precisão, rapidez e expressividade. É adquirida pela prática e pela leitura repetida das palavras. O leitor deve passar por quatro ou mais encontros bem-sucedidos com uma palavra nova para que seja capaz de lê-la fluentemente. Os conceitos neurais são reforçados pela repetição. Depois de ler uma palavra com fluência o leitor não precisa mais depender do contexto. A fluência não é um estágio. O aprendiz torna-se fluente palavra por palavra. Os alunos disléxicos são lentos e titubeantes em sua leitura oral, porque suas habilidades automáticas para decodificação são fracas. A falta de fluência pode ser discreta nos disléxicos mais velhos. Déficit de memória A memória é importante no processo de leitura. Vários estudos examinaram a relação preditiva entre a memória e leitura. Há evidências para afirmar que as crianças com dificuldade de ler apresentam um desempenho mais fraco que as crianças de controle de mesma idade, em uma variedade de tarefas de memória de curto prazo. A mais provável fonte responsável pelo desempenho fraco da memória de crianças nas dificuldades de leitura é no processamento fonológico. Afirmam Dockerell e Mckshane, 2000, p.102: Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 57 O sistema de memória ativa inclui uma área especializada de armazenamento fonológico onde a informação verbal é retida. A informação da área fonológica desaparece rapidamente a menos que seja relembrada por repetição. Este sistema desempenha papel importante no armazenamento dos produtos da conversão letra-som, enquanto ocorre o processamento. Como a conversão letra-som é importante na aquisição das habilidades de leitura, a performance dos recursos em que ela está baseada também é de suma importância. No contexto da leitura, as dificuldades poderiam surgir em qualquer um dos processos: converter uma seqüência de letras em sons; armazenar os sons temporariamente ou unir os sons armazenados para pronunciar a palavra. Se uma palavra impressa não consegue ser convertida em som, seus sons não podem ser armazenados; se a conversão é lenta, os sons iniciais podem ser perdidos antes do processamento final; se o armazenamento diminuir de capacidade, a informação não pode ser retida; se os sons estocados não conseguirem se combinar, uma forma pronunciável da palavra não pode ser obtida. Lentidão na leitura Para o leitor disléxico, o processo de aprendizagem de leitura para se tornar um leitor capacitado é extremamente lento. No começo, as dificuldades em relacionar as letras aos sons interferem na aprendizagem da leitura. Como resultado, o modelo armazenado dessa palavra é incompleto. Quando se deparar com a mesma palavra, mais tarde, o disléxico talvez ache difícil localizar onde está armazenado o som que a ela corresponde ou mesmo compreendê-la. O leitor disléxico requer muito mais exposição a uma palavra impressa e durante um período de tempo muito mais longo até que a representação da palavra seja fiel. Pennington (1997) organiza os sintomas da dislexia em categorias: Primária: problemas em leitura, soletração; problema na codificação fonológica da linguagem escrita. Correlata: problemas nos processos da linguagem (articulação, rotulação, memória verbal a curto e longo prazos). Secundária: baixo desempenho em compreensão na leitura e em Matemática, auto-estima baixa, inversão de letras, diferenças no movimento dos olhos durante a leitura. Artificial: problemas com a atenção, delinqüência e problemas visuoespaciais. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 58 2.9.1 Pistas preditivas da dislexia na escrita Além dos problemas detectados na leitura, a escrita pode evidenciar sintomas disléxicos. À medida que a criança disléxica avança na escola, a letra permanece irreconhecível, as dificuldades ortográficas prosseguem. Tais embaraços vividos pelos disléxicos na escrita são, além de persistentes, severos e permitem ao professor-observador identificar, por meio dos manuscritos, alunos com risco do transtorno disléxico. Alguns indícios podem ser captados pelo professor na escrita, reflexos da dislexia. Desajeitamento ao segurar o lápis Os dedos de um leitor disléxico seguram o lápis desajeitadamente e produzem letras de maneira bastante hesitante. Letra abominável Amostras escritas ajudam a identificar a dislexia. A criança disléxica tem, em geral, uma letra abominável, ilegível, problema que continua até a idade adulta. Ao escrever, os dedos expressam a consciência fonêmica. Não ouvir o fonema claramente resulta em incapacidade de escrever com clareza. Ortografia deficiente Além dos problemas de leitura, a ortografia deficiente é, também, um sinal de dislexia. As representações imperfeitas das palavras geram confusões ortográficas. A análise de erros ortográficos revela, com freqüência, omissões de blocos inteiros de sons ou confusão na ordenação deles. 2.9.2 Sintomas físico-emocionais Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 59 Sintomas físicos ou emocionais revelam: ansiedade ou depressão, relutância em ir à escola, dores de cabeça e problemas estomacais. Estes indícios, quer se manifestem constantemente, quer apenas nos dias escolares, podem ter como motivo compensatório a dislexia que gera no aluno, o medo do fracasso ou da ridicularização. 2.9.3 Avaliação global: atuação de equipe interdisciplinar O diagnóstico, realizado através de instrumentos avaliados por profissionais de várias áreas da Saúde e Educação, é fundamental para identificar os fatores externos e internos que influem no rendimento escolar do aluno, levando às causas das dificuldades de aprendizagem. A coleta de informações sobre o aprendiz servirá de base para a formação de julgamentos e tomada de decisão sobre tudo o que se refere ao processo de aquisição dos saberes. Levam-se em conta, na diagnose, três aspectos particularmente informativos: história da família, história acadêmica, história da leitura e da linguagem. É importante a colaboração interdisciplinar e um significativo grau de convergência entre as avaliações especializadas da Neuropsicologia, Pedagogia, Fonoaudiologia e Neurologia. 2.10 O paradoxo da dislexia: dor e otimismo Presente, como uma sombra inseparável, mas ativa, a agressão à autoestima, em forma de dor, disfarçada ou abafada, machuca os seres disléxicos. Retraídos, os adultos abandonam empregos, isolam-se do convívio comunitário e refugiam-se em si mesmos; as crianças, em idade escolar, expressam- Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 60 se na relutância em ir à escola, no mau-humor, ou ainda na mágoa profunda desencadeada por rotulações depreciativas como: Você é burro. Naquela altura o Leandro não parecia muito inteligente, para não dizer que o era bem pouco ou que não se esforçava por mostrá-lo. O tio António Barata não gastava saliva em circunlóquios, metáforas e rodeios, chamava-lhe burro directamente, com todas as letras. Era a época em que todos aprendíamos pela Cartilha Maternal de João de Deus, o qual não obstante haver gozado em vida da merecida reputação de ser uma digna pessoa e um magnífico pedadogo, não tinha sabido ou não tinha querido fugir à sádica tentação de deixar cair ao longo das suas lições umas quantas armadilhas léxicas, ou então, com ingênuo desprendimento, não lhe passou pela cabeça que o pudessem vir a ser para alguns catecúmenos menos habilitados pela natureza para os mistérios da leitura. Lembro-me (morávamos, nesse tempo, na Rua Carrillho Videira, ali à Morais Soares) das tempestuosas prelecções que o Leandro recebia do tio, que sempre terminavam em bofetadas (tal como sucedia com a palmatória, também conhecida como “menina-de-cinco-olhos”, a bofetada era um instrumento indispensável aos métodos educativos vigentes) de cada vez que topavam com uma palavra abstrusa que o pobre moço, de lembrança minha, nunca conseguiu dizer correctamente. A aziaga palavra era “acelga”, que ele pronunciava “a cega”. Berrava-lhe o tio: “Acelga, meu burro, acelga!”, e o Leandro, já à espera da estalada, repetia: “ A cega.” Nem a agressão de um nem a penosa angústia do outro valiam a pena, o pobre rapaz, ainda que o matassem, sempre haveria de dizer “a cega”. O Leandro, claro está, era disléxico, mas esta palavra, embora presente nos dicionários, não constava da cartilha do nosso bom e querido João de Deus (SARAMAGO. PM., 2006, p.41-42). Cenas dolorosas, como a memorizada por Saramago, ferem fundo o eu interior do aluno disléxico e repetem-se nas salas de aula em Lisboa ou em qualquer parte do mundo. Adolescentes disléxicos, envergonhados, lutam para esconder seu problema de leitura, fogem às aulas, fingem ter esquecido de fazer os deveres e evitam a leitura em voz alta. Os adultos, invariavelmente, carregam uma dor e uma tristeza profundas, que refletem anos de agressões a seu sentimento de auto-estima. A chave para a realização pessoal e sucesso profissional do portador de dislexia é o diagnóstico precoce. Essa disfunção deve ser identificada tão cedo quanto possível, mesmo antes que a criança comece a ler, por meio de uma avaliação sistemática e confiável. A lacuna em leitura, cavada pela dislexia, é razoavelmente constante ao longo do tempo. O curso evolutivo desse distúrbio, posterior aos anos escolares, é Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 61 um atraso de desenvolvimento que não desaparece para a maioria das pessoas Muitas crianças disléxicas continuam a ser avaliadas como adultos disléxicos. Esse transtorno, contudo, não exclui o talento. Muitos conseguem êxito na vida adulta e notabilizam-se em todas as partes do mundo. Freqüentemente citam-se disléxicos famosos. A pesquisadora Rosalie Fink estudou um grupo de disléxicos talentosos. Apesar do déficit fonológico esse grupo de cientistas eminentes realizou, intelectualmente, feitos extraordinários. O que parece distinguir tal plêiade é o desenvolvimento de um interesse incomum por uma área de estudos estreitíssima, desde a adolescência. Isso permitiu que esses indivíduos se concentrassem em área restrita de palavras, tornando-se leitores capacitados, fluentes. A trajetória desses seres especiais prova que é possível ao disléxico adquirir competência nas áreas mais complexas de conhecimento humano e atingir os mais apurados níveis de especialização (SHAYWITZ, 2007). Entre as personalidades estudadas, figuram autores de livros e artigos de sucesso, autores premiados com o Nobel ou eleitos para a National Academy of Sciences e para o Institute of Medicine. Incluem-se entre os disléxicos célebres: August Rodin, Bruce Jenner, Greg Louganis, Agatha Christie, Albert Einstein, Alexander Graham Bell, Antony Hopkons, August Rodin, Beethoven, Ben Jonhson, Bill Gates, Franklin D. Roosevelt, Fred Astaire, Galileo, Harrison Ford, Jack Nicholson, John Lennon, Júlio Verne, Leonardo da Vinci, Louis Pasteur, Magic Johnson, Mozart, Nelson Rockfeller, Pablo Picasso, Steven Spielberg, Thomas Edison, Tom Cruise, Van Gogh, Walt Disney e Winston Churchill. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 62 3 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LEITURA: CONTEXTUALIZAÇÃO PEDAGÓGICA 3.1 Pedagogia e Ensino Embora surjam dificuldades éticas referentes à análise do desempenho do professor, é importante considerar os conteúdos previstos na grade curricular da licenciatura dos Cursos de Letras; analisar teoricamente as diferentes abordagens e os posicionamentos de docentes ante as diversas interpretações do processo ensinoaprendizagem veiculados nas faculdades, com o objetivo de fundamentar a prática pedagógica no cotidiano escolar. O homem contemporâneo, diante dos acontecimentos, altera suas expectativas de educação, sua maneira de pensar, sentir e agir. O modelo da escola tradicional mostra-se anacrônico. As propostas para o ensino e aprendizagem não se referem apenas às novas gerações, mas aos que permanecem excluídos do sistema, bem como à reciclagem dos adultos educados pelos antigos padrões. Diante das mudanças significativas dos séculos XX e XXI, os homens enfrentam uma crise de paradigma (ARANHA, 1996). O surgimento de um novo homem depende da construção de nova(s) forma(s) de conhecimento e de poder, de uma subjetividade emancipada e de uma outra sociedade. Portanto, é preciso lembrar que a educação exige intencionalidade e recusa o espontaneísmo na ação, mas também se beneficia de um espírito desarmado, disposto a reconstruir e abrir caminhos à força da criatividade. Os novos recursos como o computador, a televisão, o cinema, os vídeos, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 63 são usados, não só como instrumentos, mas ainda como elementos capazes de desencadear transformações estruturais na velha escola. Cresce dia a dia, no mundo atual, o impacto da imagem e a importância da mídia. A educação incorpora gradativamente as novas técnicas e educadores, atentos ao acesso, seleção e controle desses dados, promovem a capacidade de leitura crítica das imagens e das informações transmitidas pela mídia. As transformações vertiginosas da alta tecnologia exigem uma educação permanente, que permita a continuidade dos estudos e, portanto, de acesso às informações, mediante uma autoformação controlada. Hoje, educa-se para a criatividade, para a invenção, subvertendo o convencional, o definitivo das formas impostas. A investigação sobre a aprendizagem da leitura conta com a contribuição da Psicologia, da Lingüística e das Ciências da Educação em geral. As disciplinas pedagógicas, nos cursos de Letras, possibilitam ao futuro docente contato com um corpo organizado de idéias fundamentadoras da prática educativa. Cada professor, entretanto, faz do ideário pedagógico uma elaboração individual, a partir de suas próprias condições e vivências. A escola não é estática, está sujeita a transformação. Surgem novas formações sociais a partir das anteriores, constituindo-se ela em agente de mudança numa realidade essencialmente dinâmica. No ensino brasileiro, sobressaem cinco tendências pedagógicas: a tradicional, a comportamental, a humanista, a cognitivista e a sociocultural cujas peculiaridades, apresentadas em síntese, permitem ao observador analisar as influências que afloram no desempenho dos docentes (MIZUKAMI, 1986). Na abordagem tradicional, o ensino é centrado no professor e voltado para o que é externo ao aluno: o programa, as disciplinas, o mundo apreendido gradativamente. A inteligência é uma faculdade capaz de acumular informações por meio da transmissão na educação formal. O aluno é um receptor passivo. Os programas exprimem os níveis culturais que devem ser adquiridos no ensino formal, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 64 submetendo-se o aluno a provas e exames comprobatórios no nível exigido pela série em que se encontra, visando à exatidão da reprodução do conteúdo comunicado em aula, até conquistar o diploma, mediador entre a formação cultural e o exercício de funções sociais determinadas. Perpetua-se a sociedade. A educação pode ser entendida como instrução, caracterizada pela transmissão de conhecimentos selecionados e organizados logicamente e restrita à ação da escola. Esse ensino é caracterizado pelo verbalismo do mestre e pela memorização do aluno que deve reproduzir automaticamente os dados que a escola forneceu. Há preocupação com a sistematização dos conhecimentos apresentados de forma acabada. As tarefas de aprendizagem, quase sempre, são padronizadas. O ambiente físico da escola é austero, para que o aluno não se distraia. O professor deve manter-se distante dos alunos. Muitas vezes, no ensino-aprendizagem, o tipo de intervenção visa apenas à atuação de um dos pólos da relação: o docente. Essa abordagem propicia a formação de reações estereotipadas e de automatismos. Ignoram-se as diferenças individuais. O tipo de relação social estabelecido nesta concepção de escola é vertical, do professor para o aluno. O professor detém o poder decisório quanto à metodologia, conteúdo, avaliação, forma de interação na aula. As relações sociais são, praticamente, inexistentes e a classe, como conseqüência, permanece intelectual e afetivamente dependente da autoridade do mestre. A metodologia baseia-se na aula expositiva feita pelo professor como forma de transmissão do conteúdo. Surgem dificuldades no que se refere ao atendimento individual É difícil ao professor saber se o aluno está necessitando de auxílio. Há a tendência a se tratar a classe igualmente: todos deverão seguir o mesmo ritmo de trabalho, estudar pelos mesmos livros, utilizar o mesmo material didático, repetir as mesmas coisas, adquirir, pois, os mesmos conhecimentos. Privilegia-se o verbal (oral e escrito), as atividades intelectuais e o raciocínio abstrato. As características do ensino tradicional: programas minuciosos, rígidos e coercitivos, exames seletivos, método de recitação derivam de uma concepção estática de conhecimento. Subjaz a essa abordagem uma epistemologia que aceita o conhecimento provindo essencialmente do meio e, dessa forma, é transmitido Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 65 verbalmente. Na abordagem comportamentalista ou behaviorista, em que pontifica Skinner, a realidade é um fenômeno objetivo: o mundo, já construído e o homem, produto do meio. A proposta de Skinner visa à modificação social que só será realizada de forma eficiente, quando uma infra-estrutura sociocultural coerente com os significados que ele atribui à sociedade e à cultura, estiver presente. O conhecimento, já existente na realidade exterior, é, contudo, uma descoberta para o aluno. A experiência planejada é considerada a base do conhecimento, estruturado indutivamente. A educação deve transmitir conhecimentos, comportamentos éticos, práticos, sociais, habilidades para a manipulação e controle do mundo/ambiente. O sistema educacional tem como finalidade básica promover mudanças nos indivíduos, mudanças essas desejáveis e relativamente permanentes, significando a aquisição de novos comportamentos e a modificação dos já existentes. O comportamento é moldado a partir da estimulação externa, portanto, o indivíduo não participa das decisões curriculares que são tomadas por um grupo do qual ele não faz parte. Na abordagem skinneriana, a escola é a agência que educa formalmente. Ela procura direcionar o comportamento humano às finalidades de caráter social, o que é condição para sua sobrevivência como agência cultural que deve adotar forma peculiar de controle, de acordo com os comportamentos que pretende instalar e manter. Os comportamentos desejados dos alunos são instalados e mantidos por condicionantes e reforçadores arbitrários, tais como: elogios, graus, notas, prêmios, reconhecimentos do mestre e dos colegas, prestígio. Por sua vez, estão eles associados a uma outra classe de reforçadores: diploma, vantagens profissionais, aprovação final do curso, ascensão social e financeira. O aluno é uma conseqüência das influências ou forças existentes no meio ambiente. Ao educando cabe o controle científico do processo de aprendizagem. O professor tem a responsabilidade de planejar e desenvolver o sistema de ensino- Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 66 aprendizagem, de tal forma que o desempenho do aluno seja maximizado. A metodologia inclui a aplicação da tecnologia educacional, estratégias de ensino e formas de reforço. Surge a individualização do ensino e o respeito ao ritmo individual do aluno. Decorrente da proposta skinneriana, instala-se a Instrução Programada, com conceitos que sintetizam as idéias básicas sobre a apresentação de estímulos para a aprendizagem, condensando o planejamento, a implementação e a avaliação do ensino. A avaliação, realizada no decorrer e no final do processo, consiste em se constatar se o aluno aprendeu e atingiu os objetivos propostos. A abordagem humanista considera dois enfoques: o de A. Neill e o de Rogers. A. Neill, classificado como espontaneísta, enfatiza o sujeito como principal elaborador do conhecimento humano. Rogers, identificado como representante da Psicologia humanista, vê o ensino centrado no aluno e derivado sua teoria sobre personalidade e conduta. Esta linha pedagógica enfatiza as relações interpessoais e o crescimento que delas resulta, buscando o desenvolvimento da personalidade do indivíduo, em seus processos de construção e organização pessoal da realidade e em sua capacidade de atuar, como uma pessoa integrada. Valoriza-se a vida psicológica e emocional do aluno, a preocupação com a sua orientação interna, o autocontrole e o desenvolvimento de uma visão autêntica de si mesmo, orientada para a realidade individual e grupal. O homem, ser situado no mundo, num constante processo de atualização, visa à auto-realização e constrói o conhecimento abstrato com fundamento na experiência pessoal e subjetiva. Nas ações experienciais, o homem conhece. O professor, facilitador da aprendizagem, cria condições propiciatórias ao aprendizado. Para Rogers, a realidade é um fenômeno subjetivo, pois o ser humano reconstrói em si o mundo exterior, partindo de sua percepção, recebendo os estímulos, as experiências, atribuindo-lhes significado. Segundo ele, a única autoridade necessária aos indivíduos é a de estabelecer qualidade de relacionamento interpessoal. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 67 A abordagem humanista considera a educação do aluno, não apenas em situação escolar numa instituição de ensino, mas a educação do homem, centrada na pessoa. Tudo o que estiver a serviço do crescimento pessoal, interpessoal ou intergrupal é educação. A escola oferece um ensino voltado ao aluno, respeita-o e oferece-lhe condições, para que ele possa desenvolver-se em seu de vir-a-ser. O processo de ensino decorrerá do caráter individual do professor e do seu relacionamento com o aluno. Estabelece-se um clima favorável de aprendizagem. Nessa proposta, as estratégias instrucionais assumem importância secundária. Rogers parte do pressuposto de que o ensino é uma atividade sem importância. Cada educador eficiente, por sua vez, deve desenvolver um estilo próprio para facilitar a aprendizagem dos alunos. Para Neill, as técnicas audiovisuais, recursos, meios e mídia têm pouca importância, apresentam as mesmas falhas que as aulas expositivas do professor: os alunos tornam-se receptáculos de informações, privilegia-se a dimensão cognitiva em detrimento da emocional. A característica básica dessa abordagem, no que se refere ao que ocorre em sala de aula, é a ênfase atribuída à relação pedagógica, ao desenvolvimento de um clima que possibilite liberdade para aprender. Isso é decorrência de uma atitude de respeito incondicional pela pessoa do outro, considerada capaz de se autodirigir. Essa proposta não defende a supressão do fornecimento de informações, mas propõe que sejam significativas para os alunos. Tanto Rogers como Neill desvalorizam qualquer padronização de produtos de aprendizagem e competências do professor. Rogers defende a autoavaliação. Só o indivíduo pode conhecer realmente a sua experiência; esta só pode ser julgada a partir de critérios internos do organismo. A abordagem cognitivista tem, como principais representantes, o suíço Jean Piaget e o norte-americano Jerome Bruner. Nos últimos anos, os princípios piagetianos difundiram-se nas disciplinas de formação pedagógica dos cursos de Licenciatura em nosso país, tendo as idéias de Piaget e de Vygotsky contribuído para a elaboração de um pensamento construtivista no âmbito educativo. Em Piaget, encontra-se a noção de desenvolvimento do ser humano por Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 68 fases que se inter-relacionam e se sucedem até que atinjam estágios da inteligência, caracterizados por maior mobilidade e estabilidade. O indivíduo é considerado um sistema aberto, em reestruturações sucessivas, em busca de um estágio final nunca alcançado por completo. O desenvolvimento social deve caminhar no sentido da democracia, que implica deliberação comum e responsabilidade pelas regras que os indivíduos seguirão. A democracia é uma construção gradual e deve ser praticada desde a infância. Para os epistemólogos genéticos, o conhecimento é considerado uma construção contínua, é essencialmente ativo. A inteligência atravessa fases qualitativamente distintas. A diferença entre um estágio e outro não é problema de acumulação de requisitos que, paulatinamente, vão-se somando, mas, sim, o fato de existir uma estrutura completamente diferente, que serve para ordenar a realidade de maneira, também, muito diferente. A passagem de um estado de desenvolvimento ao seguinte é sempre caracterizada por formação de novas estruturas inexistentes, anteriormente, no indivíduo. Na perspectiva cognitivista, o conhecimento é produto da interação entre sujeito e objeto (homem e mundo). Uma das contribuições essenciais de Vygotsky foi a de conceber o sujeito como um ser eminentemente social na linha do pensamento marxista e o conhecimento, como um produto social. Considerando-se o construtivismo interacionista, característico desta abordagem, é importante mencionar que, para Piaget, não há um começo absoluto, pois a teoria da assimilação supõe que o que é assimilado o é a um esquema anterior, de forma que, na realidade, não se aprende nada realmente novo. A educação é condição formadora necessária ao desenvolvimento natural do ser humano. O processo educacional provoca situações desequilibradoras para o aluno, adequadas ao nível de desenvolvimento em que se encontram, de forma que seja possível a construção progressiva das noções e operações, ao mesmo tempo em que a criança vive intensamente cada etapa de seu desenvolvimento. O aluno aprende Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 69 por si próprio a conquistar as verdades. A educação visa socializar, criar a cooperação. A escola deve ensinar a criança a observar, a aprender por si mesma a investigar individualmente, de forma que possa, posteriormente, intervir na sociedade. Isso implica que a motivação seja intrínseca, ou seja, da própria capacidade de aprender. As diretrizes norteadoras de uma escola piagetiana são atividades em grupo e a proposta de situações de operacionalização de conceitos. Um ensino que procura desenvolver a inteligência deverá priorizar as atividades do sujeito. Aprender significa assimilar o objeto a esquemas mentais. Na teoria piagetiana, o ensino não se baseia em aprendizagem de fórmulas, nomenclaturas, definições, mas no ensaio e erro, na pesquisa e na investigação, na solução de problemas por parte do aluno. A aprendizagem verdadeira só se realiza, realmente, quando o aluno elabora seu conhecimento. Cabe ao professor investigador, pesquisador, orientador e coordenador, evitar a rotina, propor problemas, provocar desequilíbrios, desafios e situações, criando condições em que os alunos possam estabelecer reciprocidade intelectual e cooperação ao mesmo tempo moral e racional. Conhecedor do conteúdo e da estrutura de sua disciplina, promove a orientação necessária, para que os objetos sejam explorados pelos alunos. Cabe ao aluno, com as características estruturais próprias de sua fase evolutiva, papel essencialmente ativo: observar, experimentar, comparar, relacionar, analisar, justapor, compor, encaixar, levantar hipóteses e argumentar. A aprendizagem é um processo construtivo interno. Não basta a apresentação de uma informação ao aluno para que ele aprenda, é necessário que ele a construa, mediante sua própria experiência interna. Na aprendizagem, não se insiste na acumulação de informação, mas na maneira em que tal informação se organiza na mente do aprendiz. Não existe um modelo piagetiano. O que há é uma teoria de conhecimento. A ação do individuo é o centro do processo. O trabalho em equipe Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 70 como estratégia adquire consistência teórica, já que o trabalho com outros indivíduos é decisivo para o desenvolvimento intelectual do ser humano, compartilhando idéias e informações. A avaliação deve ser realizada a partir de parâmetros extraídos da própria teoria e implica verificar se o aluno já adquiriu noções, realizou operações e relações. O controle deve ser apoiado em múltiplos critérios, principalmente, a assimilação e a aplicação em situações variadas. A abordagem cognitivista implica um tipo de ensino bastante diferenciado daquilo que se entendeu habitualmente por ensino tradicional, visando à formação de cidadãos com melhor capacidade de solução de problemas e crítica. Os professores que pretendem conhecer como evolui a mente de seus alunos, como vão evoluindo seus esquemas e seu conhecimento ao longo de diferentes idades, apóiam-se na teoria de Piaget que não é educativa, mas, sim, psicológica e epistemológica. A abordagem sociocultural enfatiza aspectos sócio-político-culturais. Assume relevo no Brasil com a obra de Paulo Freire, preocupado com a cultura popular. Supõe-se que os educadores brasileiros tenham tido conhecimento da obra desse pedagogo nos cursos de formação de professores, o que pode ter influenciado suas concepções de homem, mundo, cultura e educação, assim como a sua ação educativa. O homem é o sujeito da educação, o elaborador e criador do conhecimento, mas a interação com o mundo é imprescindível, para que se desenvolva e crie a cultura na medida em que reflete sobre ela e dá respostas aos desafios que encontra. A elaboração e o desenvolvimento do conhecimento estão ligados ao processo de conscientização o qual produz um desvelamento da realidade. Conhecer é, de certa forma, interferir na realidade. O homem não participará ativamente da história, da sociedade, da transformação da realidade, se não tiver condições de tomar consciência da sociedade da sua própria capacidade de transformá-la. A educação é fator de suma importância na passagem das formas mais primitivas, ou Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 71 seja, da consciência ingênua à crítica. Segundo Paulo Freire, a escola é uma instituição que existe num contexto histórico de uma determinada sociedade. Para que seja compreendida, é necessário que se entenda como o poder se constitui na sociedade e a serviço de quem está atuando. No ensino-aprendizagem, o educador é sempre sujeito cognoscente. A educação é uma pedagogia do conhecimento e o diálogo, a garantia deste ato de conhecimento. A relação professor-aluno é horizontal e não, imposta. O professor procura criar condições para que, juntamente com o aluno, a consciência ingênua seja superada. Há preocupação com cada aluno em si, com o processo e não, com produtos de aprendizagem acadêmica padronizados. Utilizando situações vivenciais do grupo, em forma de debate, Paulo Freire delineou seu método de alfabetização, caracterizado por ser ativo, dialógico e crítico. A verdadeira avaliação do processo consiste na auto-avaliação e ou avaliação mútua e permanente da prática educativa por professor e alunos. Ao voltar do exílio, Paulo Freire instaura nova pedagogia: a dos oprimidos e a dos dominantes, em que a educação surge como prática da liberdade. É um trabalho de conscientização e de politização para superar a contradição opressoroprimido. A Pedagogia do Dominante baseia-se em uma concepção bancária, centrada, predominantemente, na narração. O educador conduz os educandos passivos à memorização mecânica do conteúdo narrado. As práticas derivadas dessa concepção são verbalistas, voltadas para a transmissão e avaliação de conhecimentos abstratos. Predomina a relação de verticalidade, o saber escoa autoritariamente. Conhecer é ato de doação do educador ao educando. É a educação como prática da dominação. Na concepção problematizadora da educação o educador supera a Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 72 posição autoritária e instaura a relação dialógica entre o homem e mundo dinâmico, em contínua transformação. O método Paulo Freire procura superar a dicotomia entre teoria e prática. Combatido pelos católicos conservadores por usar categorias marxistas em seu discurso pedagógico, Paulo Freire liga-se a uma das tendências da moderna concepção progressista, segundo a qual, descoberto o caráter político da educação, é necessário torná-la acessível às camadas populares. Muito conhecida no Brasil e no exterior, a tendência sociocultural é adotada por professores de vários níveis de ensino. 3.2 Leitura: ensino e aprendizagem Os professores, responsáveis pelo ensino da leitura, estão conscientes da complexidade dessa tarefa, buscam assegurar-se de que as capacidades, ou seja, as competências importantes a esse processo de aprendizagem sejam desenvolvidas no aprendiz, mas, às vezes, sentem-se incapazes de evitar situações de bloqueio e obstáculos que os leitores iniciantes, dificilmente, conseguirão ultrapassar por si sós. O ensino da leitura é complexo, porque implica conhecimentos teóricos consistentes e diversificados em termos de campos de conhecimento e uma prática consciente e reflexiva em interação com a teoria, aplicada, refletidamente, visando ao êxito de cada aluno, como ser singular e único. É preciso que os profissionais envolvidos nesse ensino, embora tenham sido formados em momentos históricos diferentes, não só estejam a par das investigações que ocorrem nessa área de aprendizagem, mas também filtrem os resultados das pesquisas em função das necessidades de aplicação em sala de aula. A partir desse processo dialético, na permanente interação entre teoria e prática, podese construir o diálogo entre os pares, ensejando, nesse encontro, a reflexão partilhada, necessária ao êxito aguardado. Essa reflexão sobre as atividades e Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 73 vivências desenvolvidas em sala de aula, à luz das teorias selecionadas, abre ao profissional da leitura novos desafios de experimentação e inovação na atividade didática. Assim, procederá à geração de tarefas concretizadoras dos princípios veiculados nas teorias atuais, consciente do porquê, do como e do quando propor a estratégia de leitura selecionada, de maior qualidade em termos do contexto educativo, ao invés de deixar-se guiar por receituários, nem sempre expressivos em seus resultados. O melhor meio de ajudar o leitor-apendiz a vencer as suas dificuldades é assegurar-lhe os procedimentos e seqüências instrucionais adequadas, ao longo de um segmento contínuo sem saltos, nem queima de etapas. Se a experiência é fundamental, a preparação teórica é imprescindível. Partindo das linhas pedagógicas, atrás apresentadas, é evidente que, se a prática de ensino se baseia em situações que refletem uma perspectiva ou tradicional, ou comportamentalista, ou humanista, ou cognitiva ou sociocultural, é de esperar-se que esse tipo de opção marque o comportamento do aluno. Este posicionamento coloca desafios vários ao professor, principalmente, o de língua materna, em primeiro lugar, ao nível da fundamentação teórica da prática docente. O professor de leitura deve partir de princípios teóricos, do conhecimento da língua, do conhecimento atualizado do processo de leitura para, a partir desses elementos, propor sua prática em classe. Sobrevém, nesta altura, a perspectiva de Maria de Nazaré Trindade: Aprender a ler e aprender a ensinar a ler são processos de desenvolvimento que têm o seu início no currículo do curso de formação de professores mas que evoluem, na medida em que o professor-aprendiz vai adquirindo experiência no âmbito do ensino da leitura ao longo dos anos de prática docente, tornando assim progressivamente mais eficaz a sua ação sobre o leitor-aprendiz. Consideramo-los processos paralelos porque tanto o leitor-aprendiz como o professor em formação evoluem ao longo de um percurso direccionado (sic) para a autonomia de ambos, tanto em relação à teoria como à tutoria (TRINDADE, 2002, p.32-3). Nas licenciaturas, os graduandos são preparados para a leitura eficiente, recebem ensinamentos teóricos que lhes permitem iniciar o processo do ensinamento do ato de ler. Aos poucos, desenvolvem-se, adquirem experiência, alicerçada na observação das situações criadas em classe. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 74 A Psicologia Cognitiva e a Neuropsicologia, nas últimas décadas, muito têm contribuído para o estudo do processo da leitura, visando descobrir e especificar os mecanismos que nele intervêm. Segundo Trindade (2002, p.59): Dado que se trata de um processo de aprendizagem, as definições reflectem (sic) diferentes concepções de aprendizagem. Assim, no início do século, as definições de leitura assumiam uma perspectiva associacionista e comportamentalista; posteriormente, por influência da lingüística e da psicologia cognitiva, a leitura é perspectivada como um processo de desenvolvimento eminentemente lingüístico. Hoje em dia o processo de leitura é encarado duma perspectiva multidisciplinar, com contribuições nomeadamente da sociologia, antropologia e sociolingüística. Aceitam-se, modernamente, como processos cognitivos presentes no ato de leitura: o processamento fonológico, a consciência sintática e a memória operativa. O fim último do ato de ler é a compreensão do texto lido. Para os autores Frith, Barron, Goswami e Bryant, (relacionados por Trindade, 2002) o processamento fonológico é o mais importante na aprendizagem da leitura, em parte por influência dos resultados de anos de pesquisa sobre dislexia de desenvolvimento, que deram como provada a existência de dificuldades quase insuperáveis nesse nível de processamento. O modelo de desenvolvimento da competência de leitura e escrita proposto por Frith (1985-1990, lembrado por Capovilla, A. ; Capovilla, F., 2007), compreende três estágios na alfabetização: Estágio Logográfico A criança considera a palavra escrita como se fosse uma representação pictoideográfica e visual do referente: trata o texto como se fosse um desenho e não uma escrita alfabética, ou seja, um código de correspondências entre determinadas letras e combinações de letras (isto é grafemas) e seus respectivos sons da fala (isto é, fonemas). Nesta fase, a leitura consiste no reconhecimento visual e global de uma série de palavras comuns que a criança encontra com grande freqüência, tais como seu nome próprio e os nomes das coisas, bebidas e lugares impressos em rótulos e Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 75 cartazes (verbi gratia: Kibon e McDonald's) A criança fica atenta ao contexto, ao formato e à coloração geral da palavra, como se fosse um desenho. Não decodifica a palavra segmentando-a nas letras componentes e convertendo-as em som, exceto usualmente a primeira. Não percebe se as letras seguintes forem trocadas, se o formato geral da palavra permanecer constante. A manutenção de tal estratégia logográfica exigiria muito da memória visual da criança e acabaria levando a uma série crescente de erros grosseiros, como o de troca de palavras (isto é paralexia) visualmente semelhantes. Para evitar a cristalização de um estilo de leitura ideovisual, os professores devem ensinar e encorajar a criança a progredir para o segundo estágio. Estágio Alfabético Com o desenvolvimento da rota fonológica a criança aprende a fazer decodificação grafofonêmica. As relações entre o texto e a fala fortalecem-se, primeiro em relação à escrita e, depois, também, em relação à leitura. Durante a escrita, a seleção das letras e o seu seqüenciamento passam a ficar sob o controle dos sons da fala. Do mesmo modo, na leitura, a seleção e o seqüenciamento das sílabas e dos fonemas durante a pronúncia ficam sob o controle das sílabas escritas e dos grafemas do texto. Para produzir tais desempenhos, os professores devem expor a criança a instruções de correspondência entre letras e sons. Assim, a criança aprende que a escrita alfabética representa os sons das palavras, isto é, das mesmas palavras que ela usa para pensar e comunicar-se com os outros. Aprendendo as relações entre as letras e os sons, a criança começa a fazer escrita por codificação fonografêmica, ou seja, falando consigo mesma e convertendo os sons da fala nas suas letras correspondentes. Pelo mesmo princípio, mas no sentido inverso, a criança começa a ser capaz de fazer leitura por decodificação grafofonêmica, ou seja, convertendo as letras em seus respectivos sons, e, então, repetindo mais rapidamente a seqüência toda de sons para si mesma, para que consiga entender o que está lendo, como se estivesse ouvindo uma outra pessoa falando. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 76 Neste estágio, a criança aprende o princípio da decodificação na leitura, isto é, a converter as letras do texto escrito em seus sons correspondentes. Aprende, também, o da codificação escrita (isto é, a converter os sons da fala ouvidos ou apenas evocados em seus grafemas correspondentes). Se a criança dominar esses princípios, logo ela passará a ser capaz de ler e escrever qualquer palavra, mesmo palavras inventadas, chamadas pseudopalavras, ou seja, seqüências de letras em combinações que, como são aceitáveis para a ortografia, podem ser pronunciadas, embora careçam de qualquer significado. Quando a criança consegue ler e escrever pseudopalavras está pronta para ler e escrever qualquer palavra nova, e para aprender por si mesma o seu significado, quer por inferência direta a partir do texto, quer com o auxílio de um dicionário. De início, tal leitura por decodificação grafofonêmica, bem como a escrita correspondente por codificação fonografêmica, processam-se muito lentamente. No entanto, à medida que a criança se exercita na leitura e na escrita, toma-se cada vez mais rápida e f1uente no exercício dessas habilidades, e vai cometendo cada vez menos erros, envolvendo as palavras irregulares, desde que as encontre com certa freqüência. Com a prática, o aprendiz não apenas deixa de hesitar, como também passa a processar agrupamentos de letras cada vez maiores, em vez das letras individuais, chegando a processar palavras inteiras, se estas forem muito comuns e lendo-as de memória. Na fase alfabética, a criança aprende a fazer decodificação grafofonêmica. Passa a ler pseudopalavras e palavras, desde que sejam regulares grafofonemicamente. Contudo, crianças com dislexia fonológica não conseguem fazê-lo, o que ocorre em 67% dos casos de dislexia do desenvolvimento (BODER, 1973). Quando o iniciante está apto a ler e escrever qualquer palavra nova de forma automática e rápida, deixa o segundo estágio e entra no terceiro. Estágio Ortográfico Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 77 A criança aprende que há palavras que envolvem irregularidades nas relações entre grafemas e fonemas. É preciso memorizá-las para pronunciá-las bem e fazer uma boa produção ortográfica. Nesse ponto seu sistema de leitura pode ser considerado completo e maduro. A criança passa a tirar vantagem crescente da freqüência com que as palavras aparecem, conseguindo lê-las com rapidez e f1uência, por meio do conhecimento visual direto, isto é, pela estratégia lexical, e não mais exclusivamente por meio de decodificação, ou seja, pela estratégia fonológica. Na fase ortográfica, avaliando a competência de leitura, o iniciante aprende a ler lexicalmente e torna-se capaz de ler palavras irregulares, desde que comuns. Contudo, crianças com dislexia morfêmica não conseguem fazê-lo, o que ocorre em cerca 10% dos casos de dislexia. Para Frith, (citado por Capovilla, A.; Capovilla, F., 2007), a dislexia do desenvolvimento pode ser compreendida como uma espécie de interrupção na progressão de uma a outra fase ao longo do desenvolvimento da leitura. Tal interrupção pode ocorrer já na passagem do estágio logográfico para o alfabético, como no caso da dislexia fonológica; ou apenas na passagem do alfabético para o ortográfico, como no caso da dislexia morfêmica. 3.3 Declínio no desempenho dos alunos da educação básica no Brasil A educação brasileira passa, atualmente, por uma crise severa, mostrando um declínio alarmante no desempenho dos alunos do Ensino Fundamental no tocante à leitura. Os resultados das avaliações bienais do SAEB na década de 1995 a 2005, mostram queda significativa da competência de leitura de todas as séries avaliadas nesse período, numa clara demonstração do fracasso do modelo de alfabetização empregado pela Secretaria de Educação Fundamental (SEF) do MEC. A pontuação mínima esperada da 4 a série do Ensino Fundamental é de 200-250 pontos. Na década de 1995 a 2005, a pontuação da 4a série, que já estava 60 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 78 pontos abaixo do mínimo esperado em 1995, cai, ainda mais, 16 pontos, terminando 2005 com 76 pontos a menos que a pontuação mínima considerada pelo próprio MEC como aceitável. A pontuação mínima esperada da 8ª série do Ensino Fundamental é de 250-300 pontos. Na década de 1995 a 2005, a pontuação da 8a série, que já estava 44 pontos abaixo do esperado em 1995, cai, ainda 34 pontos, terminando 2005 com 78 pontos a menos que a pontuação mínima estabelecida pelo próprio MEC como aceitável. Tais resultados preocupam, principalmente, se considerarmos que se avaliaram alunos da elite (CAPOVILLA, A.; CAPOVILLA, F., 2007). Em novembro de 2005, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), autarquia do MEC, avaliou as competências de leitura e Matemática de mais de 3 milhões de crianças e jovens de todo o país. Divulgados em junho de 2006, os resultados dessa avaliação, denominada Prova Brasil, revelaram que a maior parte das crianças brasileiras de 4 a série ainda não está alfabetizada e que mal consegue decifrar um simples bilhete. Desse contingente, apenas minúscula fração é encaminhada para atendimento, sempre com as mesmas queixas de problemas de aprendizagem, baixa auto-estima e distúrbio de comportamento, com retraimento ou agressividade. Tal fração abarrota os serviços de atendimento psicológico e psicopedagógico na faixa etária de 7 e 10 anos. Embora dados internacionais indiquem a prevalência de dislexia do desenvolvimento relativamente estável de 8%, no Brasil esse contingente pareceria muitas vezes, muito maior, já que, dos 35,3 milhões de crianças, matriculadas no ensino fundamental, 20,9% fracassam, ou seja, 7,4 milhões deixam de concluir o Ensino Fundamental, sendo que 3,9 milhões são reprovadas por serem incapazes de atingir os mínimos critérios de desempenho elementar estabelecidos pelo próprio MEC. Obviamente, esse fracasso escolar não pode ser atribuído a problemas de aprendizagem inerentes às crianças. O contingente de crianças brasileiras incapazes de ler não é constituído de disléxicas propriamente ditas. Embora seu padrão de fracasso na aquisição da leitura pareça superficialmente semelhante ao da dislexia, sua etiologia é bastante diferente. Essas crianças apresentam um padrão de fracasso mais típico de analfabetos funcionais do que de disléxicos, quando as examinamos com base em baterias de diagnóstico diferencial de dislexia do desenvolvimento. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 79 É preciso rever como o sistema escolar vem atuando mais do que o substrato neuroanatomofisiológico das crianças. As competências: discriminação fonológica, compreensão da fala, memória de trabalho fonológica, velocidade de processamento fonológico, processamento auditivo central, léxico fonológico, atenção, processamento vestibular, consciência sintática, vocabulário receptivo auditivo, nomeação de figuras e rastreamento ocular, não podem ser consideradas patológicas. O que se constata é um baixo nível de sua consciência fonêmica ou habilidade metafonêmica. Trata-se da consciência da fala como fluxo temporal de certo número de fonemas que recombinam em diferentes ordens conforme regras convencionais compondo diferentes palavras faladas, e da possibilidade desses fonemas serem convertidos em grafemas correspondentes num mapeamento de seqüência tempo-espacial (da esquerda para a direita na linha, e de cima para baixo entre linhas) e com lacunas para marcar as pausas que separam as unidades lexicais, isto é, palavras. Privadas de instruções metafonêmicas e fônicas explícitas e sistemáticas, tais crianças não têm suficiente consciência fonêmica e conhecimento das relações grafema-fonema para mapear a fala por meio da escrita e para recuperar a fala interna (pensamento em palavras) a partir dessa escrita. Permanecem analfabetas funcionais em plenas 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries do Ensino Fundamental em escolas públicas e particulares. 3.3.1 Reformas metodológicas no modelo de alfabetização É necessário empreender reformas metodológicas no modelo de alfabetização vigente, para que o professorado possa alfabetizar com eficácia. Educadores, se atentos às práticas educacionais de base científica, são instrumentos poderosos para que tal ocorra, promovendo a justiça social. Compete aos estudiosos e pesquisadores a identificação das causas do fracasso escolar brasileiro, confrontando-o com a história da alfabetização no plano mundial. Devem considerar, em especial, a revolução fônica da alfabetização Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 80 internacional, empreendida corajosamente na última década, analisar as medidas cientificamente fundamentadas e comprovadamente eficazes que a França, Inglaterra e Estados Unidos adotaram para corrigir sua pedagogia de alfabetização e reverter rapidamente o fracasso. Até os anos 60, antes da hegemonia do Construtivismo na alfabetização, as escolas empregavam cartilhas que implementavam o velho método alfabéticosilábico, tetravô do método fônico e obtinham resultados superiores. Escola boa era a pública. Esta se concentrava no ensino-aprendizagem na sala de aula, com elevados padrões de excelência e avaliação rigorosa. No ensino público tradicional do passado, a criança que não sabia era retida e só tinha dois caminhos: ou aprendia ou passava para a rede de ensino particular, pago. As escolas particulares, por sua vez, com receio de perder a clientela, não adotavam critérios tão rigorosos. O declínio da escola pública ocorreu na década de 80, quando se estendeu a ela o modelo construtivista das escolas privadas. Nestas, os pais podiam custear professores particulares para o ensino da leitura. Nas públicas, as crianças pobres pararam de aprender. Começa o acentuado e progressivo declínio da escola pública. Transforma-se na escola do pobre que não aprende. Estava destruída escola pública com o conseqüente esvaziamento do alunado da classe média. A população escolar do ensino público, a que mais depende da escola para aprender, passou a se tomar analfabeta ou analfabeta funcional ou semi-alfabetizada. Agrava-se, com isso, a desigualdade social brasileira e o comprometimento do índice desenvolvimento humano (IDH), condenando gerações de brasileiros da escola pública ao desemprego, subemprego, miséria e marginalidade. Especialistas nos Estados Unidos, França e Inglaterra, encarregados de buscar soluções para o medíocre desempenho dos alunos na leitura, evidenciaram nos relatórios oficiais, a ampla superioridade do método fônico de alfabetização para produzir leitura e escrita competentes. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 81 3.3.2 Dislexia e métodos de alfabetização: o fônico e o multissensorial Existem dois métodos de alfabetização para os indivíduos disléxicos: o método fônico, apropriado para crianças no início da alfabetização e o método multissensorial, indicado para crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar. Método Fônico Segundo Capovilla (2007): "O método fônico objetiva desenvolver as habilidades metafonológicas e ensinar as correspondências grafofonêmicas de modo a levar a criança a adquirir leitura e escrita competentes." Este método baseia-se na constatação experimental de que as crianças com dificuldades de leitura e disléxicas têm dificuldade em discriminar, segmentar e manipular, conscientemente, os sons da fala. A introdução de atividades explícitas e sistemáticas de consciência fonológica, associadas ao ensino das correspondências entre letras e sons durante, ou mesmo, antes da alfabetização, pode diminuir significativamente essa dificuldade. Os professores devem ser incentivados a desenvolver habilidades de rima e segmentação fonêmica. Intervenções com atividades fônicas e metafonológicas têm sido comprovadamente eficazes em países como os Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Brasil, Dinamarca, Noruega e Suécia. Todas as pesquisas são consistentes em mostrar que instruções de consciência fonológica e de correspondências grafofonêmicas facilitam a alfabetização, diminuindo a incidência de dificuldades de leitura e escrita. Diante de tais evidências, o método fônico tem sido indicado não só para a alfabetização das crianças disléxicas, mas também para todas as crianças. Método Multissensorial Maria Montessori (1948) foi uma das precursoras do método multissensorial, que busca combinar diferentes modalidades sensoriais no ensino da linguagem escrita às crianças. Ao unir as modalidades auditiva, visual, cinestésica e Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 82 tátil, esse método facilita a leitura e a escrita ao estabelecer a conexão entre os aspectos visuais (a forma ortográfica da palavra), auditivos (a forma fonológica) e cinestésicos (os movimentos necessários para escrevê-la). Ela defendia a participação ativa da criança durante a aprendizagem e o movimento era visto como um dos aspectos mais importantes da alfabetização. A criança devia, por exemplo, traçar a letra, enquanto o professor dizia o som correspondente. Orton (apud Capovilla, F. ; Capovilla A., 2007) deu continuidade ao desenvolvimento de técnicas do método multissensorial, mantendo a associação tríplice (tátil, auditiva, visual) e a cinestésica. Orton e Gillingham (Orton Dyslexia Society, 1995) propuseram uma variação do método multissensorial em que, inicialmente, devem ser ensinadas as correspondências entre as letras e respectivos sons, aumentando as unidades progressivamente para palavras e, somente depois, para frases. Neste procedimento, apresenta-se cada letra separadamente e ensina-se, desde o início, seu nome e seu som A seguir, a criança deve traçá-la, enquanto profere seu nome, inicialmente com o modelo visual e, depois, sem ele, Após a introdução das letras isoladas, apresentam-se as sílabas simples com sons regulares. Depois, combinam-se tais sílabas de modo a formar palavras. Finalmente, introduzem-se palavras com correspondências irregulares e, em seguida, combinamse tais palavras em frases. A principal técnica do método multissensorial é o soletrar oral simultâneo, em que a criança inicialmente vê a palavra escrita, repete a pronúncia da palavra fornecida pelo professor, escreve-a, dizendo o nome da cada letra. Ao final, a criança lê novamente a palavra que escreveu. A vantagem desta técnica é fortalecer a conexão entre a leitura e a escrita. Apesar de requerer muito tempo de intervenção, o método multissensorial é um dos procedimentos mais eficazes para crianças mais velhas, que apresentam problemas de leitura e escrita há vários anos e que possuem histórico de fracasso escolar. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 83 3.4 Educação - Saúde Pública e Dislexia: aspectos legais e operacionais sobre a dislexia Educar alunos, sem quaisquer formas de discriminação, é dever de todos, assentado na lei maior da Nação. Isso vale para os disléxicos. O art. 3º da C.F. traça como objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (1988): [...] construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza, a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, tudo com vistas a preservar a dignidade da pessoa humana. C.F. Nada mais discriminatório do que afastar a responsabilidade social do dever de assegurar à pessoa disléxica o pleno exercício dos direitos individuais e sociais. Nada mais segregador do que separar crianças com deficiência inesperada de leitura da convivência com os colegas leitores normais, privando-os da convivência escolar. Nada mais anti-social e injusto do que o afastamento da responsabilidade da rede particular e da rede pública de ensino dos compromissos sociais com a educação responsável, instrumento indispensável ao pleno desenvolvimento da pessoa, tanto para o exercício da cidadania como para a qualificação ao mundo do trabalho. A comunidade, a família e a escola são segmentos que interagem em íntima ralação com o contexto social em que estão situados, portanto, não podem estar dissociados de um processo educativo integral. A inclusão, sendo direito do homem, tem de caminhar ao lado da educação. Em 2 de janeiro de 2007, a Assembléia Legislativa de São Paulo promulgou a Lei 12.525, que obriga o Estado a criar o Programa de Identificação e Tratamento da Dislexia nas Escolas do Estado. (ANEXO A). Objetiva essa Lei detectar precocemente o distúrbio e viabilizar o tratamento para estudantes disléxicos. Para isso deverão ser feitos exames nos alunos matriculados na primeira série do Ensino Fundamental e em estudantes de outras séries transferidos de escolas municipais ou particulares. Objetiva, também, capacitar permanentemente os professores para reconhecerem os sinais de dislexia e de outros Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 84 distúrbios do aprendizado nos estudantes. Além de identificar a disfunção, o programa inclui a responsabilidade do tratamento. A viabilização do programa deve dar-se por meio de parceria entre as Secretarias Estaduais: da Educação e da Saúde. A intenção é que sejam criadas equipes multidisciplinares com profissionais das áreas de Psicologia, Fonoaudiologia e Psicopedagogia. O trabalho da autora, a deputada Maria Lucia Prandi, para conseguir transformar seu Projeto em Lei, significou uma conquista ímpar para os disléxicos do Estado de São Paulo. Espera-se que se concretize, já que está em vigor e que se estenda para todo o país. Este estudo estimula uma reflexão sobre as relações entre Educação e Saúde. A dislexia é, por sua gênese, características e efeitos, um tema de comprovada importância para ser debatido, na escola e na sociedade, por profissionais da Educação e da Saúde. Para isso devem as discussões levar à reflexão e à construção de alternativas de intervenção que possam contribuir para assegurar o ajustamento da população estudantil disléxica, conscientizando as pessoas para a necessidade do estabelecimento de relações interpessoais solidárias e saudáveis. Reconhecer a relevância social desse estudo no contexto escolar, pela compreensão da problemática que suscita, contribuirá para o redirecionamento das questões associadas ao desenvolvimento da própria aprendizagem, além de colaborar para o equilíbrio emocional dos portadores de tal disfunção e para sua permanência necessária na sala de aula. Assim, considerando a escola promotora de qualidade de vida, estabelece-se uma nova relação entre Saúde e Educação. O docente desenvolve a ação educativa, valorizando a solidariedade, o respeito e a integração do aluno disléxico na comunidade estudantil e social como pontos fundamentais para se promover o bem-estar do indivíduo. Não se deve estender o termo dislexia a todas as crianças com dificuldades de aprendizagem, mas toda criança disléxica deve ser informada de sua Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 85 condição especial, para ver-se a si positivamente, para receber da família e da escola o apoio esperado na superação das dificuldades decorrentes de sua situação. Ter um nome para o transtorno possibilita aos responsáveis a integração em grupos de ajuda mútua, a reivindicação do atendimento adequado e de leis que assegurem aos portadores de tal deficiência o suprimento necessário. Pesquisas podem ser empreendidas para avaliar as dificuldades específicas dos disléxicos, com isso, aumentando o entendimento geral sobre esse transtorno de aprendizagem e capacitando a sociedade a encontrar formas efetivas para o atendimento esperado. Entretanto, outros ângulos devem ser investigados. Em muitos casos, é o professor quem primeiro identifica que a criança possa estar aquém de suas potencialidades e não esteja demonstrando sinais de tornar-se competente nas habilidades acadêmicas básicas. A pesquisa, que se empreendeu a seguir, propôs-se a verificar se os profissionais da leitura dispõem da competência reclamada para fazer a identificação de alunos com risco do distúrbio e, em particular, se elaboram programas eficazes de ensino e procedimentos pedagógicos associados. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 86 4 INVESTIGAÇÃO: OBJETIVOS E HIPÓTESES 4.1 Objetivos 4.1.1 Objetivo geral Investigar os níveis de informação sobre dislexia, de docentes em Língua Portuguesa das redes pública e particular do Ensino Fundamental. 4.1.2 Objetivos específicos Caracterizar os níveis de informação dos docentes sobre dislexia. Relacionar faixa etária, tempo de magistério e formação profissional dos sujeitos com os níveis de informação sobre dislexia. Comparar desempenhos entre os grupos de professores de escolas públicas e de escolas particulares quanto a informações sobre alterações na leitura e transtornos como a dislexia. 4.2 Hipóteses Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 87 Professores têm informações sobre a identificação dos sinais de risco para o diagnóstico da dislexia. Professores de escolas particulares têm maior informação sobre dislexia, comparados aos das escolas públicas. Professores norteiam o trabalho de leitura somente por atividades empíricas. Professores com maior tempo de serviço têm menos informação atualizada sobre a evolução da ciência da leitura e dos problemas da dislexia. Professores mais jovens apresentam maior nível de informação sobre a dislexia, quando comparados aos mais idosos. Professores adotam atitudes benevolentes e passivas diante das dificuldades apresentadas pelo aluno no ato de ler, sem registrá-las no histórico acadêmico do educando. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 88 5 METODOLOGIA Para atingir os objetivos propostos, optou-se, neste estudo, por aplicar a pesquisa do tipo quantitativo-descritivo. 5.1 Definição da amostra Participaram da pesquisa 27 professores da Língua Portuguesa de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental, categorizados em dois grupos: GI, representativo da rede pública, composto por 17 docentes e GII, da rede particular de ensino, por outros 10. A amostra foi formada independentemente de gênero, formação, faixa etária e tempo de serviço. O N amostral inicial foi de 79,41% do universo de professores das escolas envolvidas no estudo. 5.2 Critérios de inclusão no estudo ter formação de professor da Língua Portuguesa; ser professor regularmente vinculado à escola pública e/ou particular; ser professor regular da disciplina “Português” em escola pública e/ou particular; atuar em séries de abrangência do estudo; Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 89 consentir explícita, formal e espontaneamente com a participação na pesquisa, assinando o termo de consentimento. 5.3 Local A investigação ocorreu no âmbito das escolas de Lins, sob a jurisdição da Diretoria de Ensino-Região Lins, da Secretaria dos Negócios da Educação do Estado de São Paulo. G.I. Escolas Estaduais: E.E. Vinte e Um de Abril, E.E. Dom Henrique Mourão e E.E.Octacílio Sant`Anna. G.II. Escolas Particulares: Instituto Americano de Lins da Igreja Metodista, Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora (CENSA,) Prevê S/C Ensino Ltd.ª; Escola Técnica de Lins (ETL) e Escola Adventista de Lins. 5.4. Material Termo de Aprovação do Comitê de Ética n.º 77/07. (ANEXO B). Requerimento de solicitação de autorização à Dirigente Regional de Ensino para aplicação do questionário nas escolas (APÊNDICE A). Requerimento de solicitação de permissão ao Diretor da Escola para efetuar a pesquisa, junto aos professores de Português de seu estabelecimento de ensino (APÊNDICE B). Termo de Consentimento pós-informado aos professores de Português das escolas particulares e públicas (APÊNDICE C). Protocolo de Pesquisa tendo, como público-alvo, professores de Português do Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 90 Ensino Fundamental, pertencentes a escolas públicas ou particulares. Organizado em uma estrutura tripartida, visa obter informações sobre o grau de conhecimento desses docentes sobre dislexia e sobre o fazer pedagógico a ela associado. A primeira parte recorta os dados sociodemográficos dos professores que anuíram à pesquisa, por meio do assinalamento de sim ou não em questões atinentes ao registro da idade, para verificar se o bloco jovem recebeu um nível de informação mais elevado que o dos idosos nesse aspecto de aprendizagem; à formação profissional, para aquilatar se o maior nível de escolarização significa maior soma de informações sobre este déficit; ao tempo de serviço, a fim de avaliar se a experiência docente assegura ao professor o conhecimento sobre dislexia e a habilidade para interagir com disléxicos; à situação docente em 2007, distribuída em rede pública ou particular, auscultando se as condições de contrato se refletem na competência docente; à regência das aulas, seriação em que atuam e que pode oferecer um aflorar maior ou menor dos sintomas disléxicos. A segunda parte abrange, do ponto de vista formal, trinta questões objetivas, respondidas com sim ou não, compondo a primeira, alternativas múltiplas. Quanto ao conteúdo, integram o segundo grupo questões versando sobre causas e síndrome da dislexia, com o objetivo de avaliar o nível de conhecimento dos sujeitos sobre esse transtorno de aprendizagem. A terceira focaliza os procedimentos pedagógicos de leitura, adotados no cotidiano escolar. Esse conjunto subdivide-se em cinco questões com múltipla escolha, direcionadas às aulas de leitura pertinentes aos seguintes aspectos: planificação teórica ou empírica, identificação docente das causas das dificuldades no processo de aprendizagem nessa habilidade adquirida; comportamento didático assumido diante do insucesso no ato de ler; registro do desempenho do aluno nas aulas de leitura e a busca do aprimoramento profissional nessa área. As questões sobre práticas pedagógicas analisam o fazer pedagógico dos docentes em aulas de leitura, através dos processos assinalados por eles dentro do contexto em que atuam, ressaltando os aspectos que captam na observação direta em sala de aula. Pretende-se avaliar, ainda, a interação professor-aluno disléxico nas aulas de leitura. (APÊNDICE D) Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 91 5.5 Procedimento Inicialmente, submeteu-se o projeto de investigação ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Sagrado Coração, atendendo à Resolução CNS 196/96, que visa salvaguardar a dignidade, os direitos, a segurança e o bem-estar do sujeito da pesquisa. Oficializada a aprovação do Projeto, tomaram-se as providências para a aplicação da pesquisa. Estabeleceram-se contatos com as instituições de ensino a fim de obter a autorização formal para a realização da pesquisa: inicialmente, junto à Diretoria Regional de Ensino da cidade de Lins (SP), seguida da oficialização junto aos diretores das escolas selecionadas à participação, para a triagem de professores e coleta de dados. Os docentes voluntários foram devidamente esclarecidos sobre os objetivos do estudo e os direitos implícitos nas diretrizes e normas de pesquisa (Resolução CNS 196/96); assinaram o Termo de Consentimento Pós-Informado, formalizando e compondo a amostra do estudo. O Protocolo de Pesquisa Investigação sobre Dislexia, baseado no Protocolo de investigação sobre dislexia (MULLER; TABAQUIM, 2006) e adaptado para este estudo, aplicado nas unidades escolares, contou com a participação efetiva dos Coordenadores Pedagógicos. Assegurou-se a confidencialidade, a responsabilidade pela observância dos critérios de aplicação, garantindo-se a fidedignidade dos dados. A pesquisadora, embora autorizada pelo Diretor do estabelecimento de ensino, somente teve acesso direto aos professores de Português em uma unidade escolar. Nas demais, o mediador foi o Coordenador Pedagógico que se responsabilizou pela observância dos critérios estipulados durante a aplicação dos quesitos, para manter a fidedignidade dos resultados. A alegação foi a de que sabiam o momento oportuno para abordar os respectivos professores sem interferência de assuntos estranhos à pauta de reuniões semanais, denominadas Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), nas escolas públicas. Nas particulares, em que estes encontros não ocorrem com a mesma periodicidade e com as mesmas características, foi preciso esperar o momento oportuno da Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 92 disponibilidade do docente. Não raras vezes, o professor residia em outra cidade e comparecia à unidade escolar em alguns dias da semana, apenas. O tipo de atendimento dispensado à pesquisadora variou de forma geral: nas escolas particulares, verificou-se um atendimento ímpar já pelos recepcionistas, pelos coordenadores, e o próprio diretor que, em entrevista, ressaltou, cordialmente, o incentivo ao estudo. Nas escolas particulares, (exceto na E.E.21 de Abril) as dificuldades interpostas pelo Coordenador Pedagógico criaram situações embaraçosas que retardaram a aplicação do protocolo e a respectiva avaliação. Na unidade escolar de maior dificuldade, verificou-se, também, o menor índice de participação. O tema despertou, de modo geral, muito interesse entre os docentes, coordenadores e diretores. Respondidos, foram submetidos ao estudo estatístico. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 93 6 RESULTADOS Os dados obtidos com a aplicação do protocolo de pesquisa possibilitaram categorizá-los em resultados de escolas públicas e particulares, por idade e tempo de serviço, apresentados em gráficos. Foram, também, considerados os achados quanto às causas e sintomas da dislexia e correlacionados nos grupos participantes. Os dados quantitativos, submetidos à análise estatística, permitiram o estudo das variáveis significantes aos objetivos propostos. Desenvolveu-se a apuração dos resultados, obedecendo-se ao seguinte roteiro: inicialmente, procurou-se o resultado geral (total) dos vinte e sete participantes (GI e GII) para as respostas, em números absolutos. Em segundo lugar, transformou-se a coleta numérica em porcentagem. Em terceiro lugar, dividiram-se os resultados gerais em parciais. Avaliou-se a rede pública (17 participantes) quanto ao número de questões, acertos expressos em números absolutos e em porcentagem. O mesmo se fez com a rede particular (10 participantes). Em quarto lugar, procedeuse à correlação entre os dados obtidos na rede pública e os obtidos na rede particular. Em quinto lugar, analisaram-se os dados coletados, quanto às causas, efeitos da dislexia e procedimentos pedagógicos da leitura adotando-se, como critério, a variável idade. Em sexto lugar, compararam-se dados referentes ao tempo de serviço, analisando-se as tendências pedagógicas nos procedimentos quanto à leitura. Organizaram-se, para melhor visualização, gráficos, constantes no corpo do trabalho. Com a finalidade de verificar a existência de um desvio significativo entre os valores observados na pesquisa e os esperados, realizou-se o teste do Qui quadrado, método que permite comparar divergências entre valores observados e esperados para este estudo. Nesta investigação, tais análises foram feitas para todas as questões referentes às causas e efeitos da dislexia, para os dois grupos (rede particular e Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 94 pública). Descreveram-se os resultados obtidos. 6.1 Caracterização da amostra Desenvolveu-se a pesquisa em unidades escolares jurisdicionadas à Diretoria de Ensino Regional – Lins. A investigação abrangeu três escolas públicas que perfaziam um total de 21 professores de Português de 5ª a 8ª séries e quatro escolas particulares, com treze professores, totalizando 34 docentes das escolas convidadas. A amostra pretendeu atingir 21 professores da rede pública (62%) e 13, da rede particular (38%). Do Grupo I (rede pública) participaram 17 docentes, já que dois entraram em licença-prêmio, 1 não respondeu e 1 faltou no dia em que foi aplicado o questionário. Do Grupo II (rede particular) 10 responderam e os outros três foram excluídos: 1 faltou; 1 já tinha respondido em outro estabelecimento de ensino participante e 1 estava ocupado em outras atividades inadiáveis. Por essas razões, dos 34 convidados, participaram efetivamente da pesquisa 27 professores de Português (79,41%), de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental, categorizados em dois grupos: GI e GII. 6.1.1 Dados Sociodemográficos dos professores de Português Como variáveis definiram-se: idade, formação profissional, tempo de serviço e regência das aulas. (APÊNDICE M. p. 192). Com relação à primeira, incluiu-se a idade mínima e máxima dos entrevistados, objetivando comprovar se os mais jovens dispõem de informação mais Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 95 precisa e atualizada sobre dislexia do que os mais idosos. Considerando-se os mais jovens nos três primeiros intervalos e os mais idosos nos três últimos, a pesquisa registrou 78,43% de docentes mais jovens e 22, 21% de mais idosos. No universo de sujeitos participantes, constatou-se que 48,1% pertencem à faixa etária de 40 a 47 anos, havendo, nas idades mais avançadas, uma diminuição da incidência de professores atuantes. Quanto à formação profissional, pretendeu-se avaliar se o nível de formação confere maior amplitude e precisão ao conhecimento do transtorno focalizado. Na amostra, comprovou-se que todos possuem graduação, condição mínima, indispensável ao exercício docente no Ensino Fundamental e à pósgraduação. Observada a formação complementar, verificou-se que os professores de escolas particulares foram os que obtiveram maior índice em pós-graduação para cursos de especialização e mestrado (80%); os de escolas públicas, (23,53%). Considerando que o tempo de serviço proporciona experiência ao docente e procurando, também, comprovar se influi na visão mais ou menos atualizada sobre dislexia, investigou-se esta variável, colocando-se os docentes em intervalos temporais. A maior concentração encontrou-se entre 11 e 20 anos, com 40,74% da amostra. Os professores de escolas públicas apresentaram acima de dez anos de exercício, em sua maioria (73,47%) e de escolas particulares, com tempo menor de dez anos (50%). No tocante à regência das séries, visou-se constatar se o magistério se desenvolve na faixa de observação que incide na escolarização de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental. A amostra compreendeu a regência docente em todas as séries do Ensino Fundamental, com predomínio das que se extremam: 5ª e 8ª, ou, respectivamente: 59,25% e 70,37%. Os professores, de ambas as escolas, apresentaram incidência maior de trabalho na 8ª série do Ensino Fundamental. Os resultados obtidos com os dados sociodemográficos refletem número maior de professores jovens, todos com formação escolar em nível de graduação, alguns com especialização, dois com mestrado; professores com menor tempo de experiência docente, regendo classes de todas as séries do Ensino Fundamental. (FIG.10). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 96 ID A D E F O R M A Ç Ã O P R O F IS S IO N A L 4 7 .1 % 1 1 .8 % 2 3 .5 % 5 .8 8 % 7 6 .5 % 5 .8 8 % 1 1 .8 % 0% 1 7 .6 % R e d e P ú b l ic a R e d e P ú b l ic a 2 4 |- - 3 2 a n o s 3 2 |- - 4 0 a n o s 4 0 |- - 4 8 a n o s 4 8 |- - 5 6 a n o s 5 6 |- - 6 4 a n o s 6 4 |- - 7 1 a n o s 50% G ra d u a ç ã o E s p e c ia l iz a ç ã o M e s tr a d o D o u to r a d o 60% 20% 20% 0% 10% 0% 20% 20% R e d e P a r t ic u l a r R e d e P a r tic u l a r R E G Ê N C IA D A S A U L A S T E M P O D E S E R V IÇ O 15% 4 7 .1 % 2 9 .4 % 30% 25% 1 7 .6 % 5 .8 8 % 30% R e d e P ú b lic a R e d e P ú b l ic a a 1 |- - 6 a n o s 6 |- - 1 1 a n o s 1 1 |- - 2 1 a n o s 2 1 |- - 2 5 a n o s 30% 5 a 6 a 7 a 8 2 9 .2 % s é r ie s é r ie s é r ie s é r ie 2 9 .2 % 20% 40% 10% R e d e P a r tic u l a r 25% 1 6 .7 % R e d e P a r t ic u l a r FIGURA 10 – Dados Sociodemográficos dos Professores de Português Por meio da análise estatística, pôde-se estimar a média e o desviopadrão referentes à idade e ao tempo de serviço dos professores da rede pública e particular, investigados neste trabalho. Foi obtida uma idade média de 43,5 para a rede pública e 41,6 para a rede particular. Quanto ao tempo de serviço, os valores são 14,8 e 12,2 anos. O desvio-padrão calculado foi 8,5 e 8 anos, respectivamente. Conclui-se que a diferença quanto à idade média é desprezível, quando se comparam as duas redes. 6.2 Resultados gerais dos dados coletados Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 97 Procedeu-se à somatória dos dados coletados em todos os protocolos respondidos para cada questão e convertidos em porcentagens. O protocolo de pesquisa contemplou questões que tornaram possível a categorização de respostas quanto ao reconhecimento de causas e efeitos ou sintomas da dislexia. 6.2.1 Resultados gerais – Primeira categoria: causas da dislexia Quanto às causas, os acertos dos professores da rede pública mostram que vêem a dislexia como uma condição hereditária; com alterações genéticas e no padrão neurológico (76,47%) e 1º grau de parentesco, como fator predisponente (70,58%). Descartam, por causas desencadeantes do transtorno, pelas assinalações feitas: a baixa inteligência (76,47), a condição socioeconômica precária e a desmotivação (64,70%); a má alfabetização e a desatenção (58,82%) e 23,52%, problemas emocionais significativos. Segundo 60% dos acertos dos docentes da rede particular, a dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico, sendo o parente de 1º grau, disléxico, fator predisponente do transtorno. Para 80% dos acertos as causas não se encontram na baixa inteligência e condição socioeconômica precária; 70% afastam a má alfabetização; 60%, a desmotivação; 40%, a desatenção e 30%, a presença de problemas emocionais significativos. Como grupo de professores, para 70,37% dos entrevistados, a dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico. Para 66,66%, parente de 1º grau é fator predisponente da dislexia. Dos respondentes: 77,77% descartam, como causas do transtorno, a baixa inteligência; 70,37%, a condição socioeconômica precária; 62,92 % a má alfabetização e a má-formação; 51,85 %, a desatenção; 25,92 %, problemas emocionais significativos. (FIG.11). Esses resultados evidenciam que a maioria dos professores tem uma informação correta sobre a gênese do distúrbio (APÊNDICE M, p. 193). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 98 % de Acertos Causas de Dislexia 80 70 60 50 40 30 20 10 0 80 Questão 1 1a 1b 1c 1d 1e 1f 70 60 50 Rede Pública Rede Particular Total Geral 40 30 20 10 0 Questão 2 Questão 3 Número das Questões FIGURA 11- Resultados Gerais: primeira categoria: causas da dislexia O cálculo de dispersões pela Estatística permitiu avaliar a média e o desvio-padrão das porcentagens de acertos no que se refere às causas da dislexia. A porcentagem de acertos na rede pública foi de 61,7 e 60% na rede particular, valores estes bem próximos. O desvio-padrão encontrado foi de 15,8 e 16,6% para a rede pública e particular, respectivamente. Considerando que a informação sobre a dislexia deveria compor a formação do professor para a sua atuação profissional, a pesquisa revelou a existência de docentes com desconhecimento sobre os aspectos etiológico-causais da dislexia. Enquanto grupo, 29,6% desconsideram os aspectos genéticos, hereditários e neurológicos como causa do transtorno e 33,3% não os entendem como fator predisponente. Desta amostra, 22,3% relacionam as causas da dislexia à baixa inteligência e 48,1% à falta de atenção. Constatou-se, ainda, que 29,6% consideram, como fator causal do transtorno, as condições socioeconômicas deficitárias; 37%, problemas de alfabetização e formação inadequada do professor e 74%, problemas emocionais do aluno. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 99 6.2.2 Resultados Gerais – Segunda categoria: efeitos da dislexia Objetivou-se avaliar o que é mais perceptível, nos alunos disléxicos, aos professores respondentes: sintomas, desempenhos reveladores da presença do transtorno. Considerou-se a ordem das questões no protocolo. (FIG. 12). (APÊNDICE M. p.194). R e d e P ú b lic a R e d e P a rtic u la r T o t a l G e ra l % de Acertos 1 0 0 (a) 100 80 80 60 60 40 40 20 20 0 0 4 100 (b ) 5 6 7 8 9 (c ) 10 100 80 80 60 60 40 40 20 20 0 11 12 13 14 15 (d) 0 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 N ú m e ro d a s Q u e s tõ e s FIGURA 12 – Resultados Gerais: segunda categoria – efeitos na ordem do protocolo Descrevem-se, inicialmente, os resultados referentes ao GI em ordem decrescente. Com relação à rede pública, todos os professores entrevistados (100%), ao apontarem os elementos identificadores do aluno disléxico, associaram a dislexia à leitura, detectando uma dificuldade de processamento fonológico, trazendo como conseqüências para o leitor-aprendiz: a dificuldade, o cansaço e o inevitável desinteresse. A seguir, registrou-se que 88,23% assinalaram que as dificuldades mais perceptíveis são: desempenho inferior ao do leitor normal nessa atividade, troca de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 100 palavras por outras visualmente semelhantes, fraco desempenho na decodificação fonética; dificuldade em relacionar imagens ou figuras a vocábulos, em rememorar palavras e imagens e identificar letras e vocábulos. Para 76,47%, o aluno disléxico possui inteligência normal; apresenta discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar; mostra dificuldade para lembrar os fonemas do vocábulo, não sendo capaz de proferir a palavra impressa de maneira eficiente, não identifica seu significado; geralmente subvocaliza ou move os lábios, já que necessita pronunciar as palavras para compreendê-las. No ato de escrever, confusão entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q; n/u); usa vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas. Como se observa, neste bloco, estão incluídas informações observadas já na escrita. Consoante 70,58%, o aluno disléxico apresenta dificuldade de percepções auditivas na análise e síntese de sons e pouca memória de curto prazo ou memória de trabalho (instruções e recados). Para 64,70%, o aluno disléxico apresenta deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q/b); desatenção, dispersão, fraco reconhecimento da palavra e deficiente compreensão auditiva. Para 58,82%, tem problemas na discriminação e na síntese dos sons; examina lenta e demoradamente a palavra, não a reconhece, de imediato, como sendo igual a outra ou diferente dela; faz confusão entre esquerda e direita. Para 52,95%, o aluno disléxico tem dificuldade em identificar rimas e aliterações. Para 41,17%, o aluno de risco apresenta problema em nomear seres (objetos, pessoas ...) e melhor desempenho em provas orais, que nas escritas. Para 29,41%, ele apresenta alterações na ordem das letras e sílabas. Para 17,64 %, o aluno disléxico apresenta dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 101 Segundo 11,76%, o disléxico substitui palavras por sinônimos e lê melhor, quando o texto está invertido ou espelhado; 100% consideraram dificultosa a aprendizagem da língua estrangeira para o disléxico. A FIG. 13 contempla estas informações em ordem decrescente de acertos. Como resultado geral sobre os efeitos da dislexia no GI, constatou-se que uma média de 35% dos participantes apresenta distorções sobre as características ou sintomas observados no aluno com dislexia, representando dado significativo sobre ausência de informação. Número das Questões 14 13, 23 11, 16, 18 27 100 06, 22, 26, 28 5, 7, 24 17 12 4, 8, 15, 19, 20, 21 29 09, 30 25, 10 GI - Rede Pública % de Acertos 80 60 40 20 0 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Colocação FIGURA 13-Resultados do GI: efeitos da dislexia em ordem decrescente dos acertos. As descrições, a seguir, focalizam as respostas do GII em ordem decrescente de acertos. Analisando os efeitos percebidos pelos docentes da rede particular, registrou-se que 100,00% associaram a dislexia à escrita, revelando a confusão dos alunos disléxicos no ato de escrever, entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q; n/u) e a troca de palavras por outras visualmente semelhantes. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 102 Para 90%, o aluno disléxico apresenta inteligência normal, mas desatenção, dispersão, menor capacidade para ler que o não-disléxico; cansaço e desinteresse pelas atividades de leitura devido à dificuldade de processamento fonológico e alteração na ordem das letras e sílabas. Para 80% dos docentes, o aluno disléxico tem dificuldade para lembrar os fonemas do vocábulo; incapacidade de proferir a palavra impressa de maneira eficiente; problemas de discriminação e síntese dos sons; geralmente subvocaliza, ou move os lábios, já que necessita pronunciar as palavras para compreendê-las; tem dificuldade na identificação de aliterações e rimas. Para 70%, o aluno disléxico apresenta dificuldade de percepções auditivas na análise e síntese de sons; examina lenta e demoradamente a palavra, não a reconhece, de imediato, como sendo igual a outra ou diferente dela; usa vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas. Para 60%, o leitor disléxico tem deficiente reconhecimento da palavra e fraca compreensão auditiva; lê melhor, quando o texto está invertido ou em espelho, mostra dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição. Para 50%, o aluno disléxico apresenta discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar; revela confusão entre esquerda e direita; sente dificuldade em nomear seres (objetos, pessoas ...); relaciona dificilmente imagens ou figuras a palavras; dificilmente rememora palavras e imagens ou identifica letras e vocábulos; apresenta deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q/b). Para 40%, apresenta prejuízos na memória de curto prazo ou memória de trabalho (instruções e recados); substitui palavras por sinônimos. Nenhum professor reconheceu a dificuldade do aluno disléxico na decodificação fonética, na dificuldade na aprendizagem da língua estrangeira e na maior facilidade para bom desempenho nas provas orais. (FIG. 14) Em seguida, são apresentados os resultados totais sobre os efeitos da dislexia, em ordem decrescente de acertos. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 103 Observou-se que 96,29% relacionam dislexia à leitura, apresentando o aluno disléxico como portador de dificuldade no processamento fonológico, gerando desinteresse, cansaço e desordem como a troca de letras, de sílabas e até de palavras por outras visualmente semelhantes. Seu desempenho como leitor é inferior ao do aluno não-disléxico. Para 81,48% possui inteligência normal e apresenta discrepância entre o potencial para aprender a ler e o desempenho escolar (66,66%). A memória de curto prazo ou memória de trabalho está comprometida. Como resultado geral dos efeitos da dislexia no GII, uma média de 35% dos participantes apresenta distorções sobre as características decorrentes da dislexia, o que, relacionado ao GI, representa contingente significativo de profissionais inabilitados para atuar perante o transtorno. Número das Questões 100 20, 26, 28, 29, 30 4, 5, 6, 14, 27 15, 16, 17, 19 13, 18, 21 7, 10, 12 8, 9, 11, 22, 24 23, 25 GII - Rede Particular (% de Acertos) 80 60 40 20 0 1º 2º 3º 4º 5º Colocação 6º 7º FIGURA 14 - Resultados do GII: efeitos da dislexia em ordem decrescente de acertos. Foi avaliada a média e o desvio-padrão das porcentagens de acertos para o questionário sobre efeitos da dislexia. A média das porcentagens de acertos na rede pública foi de 62,6 e 73,7%, na rede particular, valores estes relativamente próximos. O desvio-padrão encontrado foi de 34,7 e 19,8 para a rede pública e particular, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 104 respectivamente. 6.2.3 Resultados gerais – Procedimentos pedagógicos da leitura As questões enunciadas, nessa etapa, procuraram identificar e discutir o processo histórico de formação dos professores, localizar as tendências pedagógicas que influenciaram seu comportamento profissional diante de alunos disléxicos, a forma de registro do perfil do aluno no processo do ato de ler, bem como sua trajetória profissional na busca de conhecimentos específicos sobre a evolução da ciência da leitura. Ressalta-se que essas opções de atualização foram marcadas em múltipla escolha, revelando a preocupação do docente em atualizar-se ou capacitar-se para o magistério. Apresentam-se as tendências docentes registradas em números absolutos e transformados em porcentagens. (APÊNDICE M. p.195). De início, foram descritos os dados parciais apresentados pela rede pública, referentes aos procedimentos pedagógicos na leitura. Quanto ao desempenho docente, no tocante à fundamentação da leitura, registra-se, na rede pública, que: 78,78% assinalaram as atividades empíricas como condutoras da prática de leitura e que 70,47% embasam a trabalho, nessa área, em teorias da leitura já que muitos assinalaram as duas questões. As dificuldades do desempenho discente na leitura foram atribuídas, na seguinte escala, à: indisciplina (82,35%); desmotivação e classe numerosa (70,58%); falta de treinamento (64,70%); instrução deficiente (52,59%); falta de infra-estrutura escolar (52,59%); incapacidade intelectual (11,76%). Diante de tais dificuldades, 76,47% declararam assumir atitude benevolente e passiva; 41,79% assinalaram atitude enérgica e corretiva. Quanto ao registro da avaliação da leitura de cada aluno, verificou-se que: 64,70% optam pelo Parecer em Histórico Escolar; 35,29%, por conceitos e 29,41%, por notas. Ressaltamos que o resultado surpreende porque, na rede estadual, as menções são em conceitos. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 105 O aperfeiçoamento profissional desenvolve-se na seguinte preferência: (100%) revistas; (94,11%) livros especializados; (88,23%) jornais; (70,58%) programas de TV; (70,58%) cursos de atualização; (58,82%) pesquisas na Internet e (41,17%) simpósios. Descrevem-se, a seguir, os dados parciais apresentados pelo GII (rede particular) referentes aos procedimentos pedagógicos na leitura. Na rede particular de ensino, os docentes, na sua totalidade, norteiam as atividades pedagógicas por uma teoria da leitura, mas 80% assinalaram, também, atividades empíricas. Quanto às dificuldades de leitura dos alunos, apareceram pela ordem os seguintes resultados: 90%, falta de treinamento; 70%, desmotivação; 60%, indisciplina; 40%, instrução deficiente e classes numerosas; 10%, incapacidade intelectual e falta de infra-estrutura escolar. Diante das dificuldades de leitura dos alunos, 40% assumem atitude benevolente e passiva ou atitude enérgica e corretiva. Quanto à forma de registrar o desempenho do aluno na aula de leitura, 60% dos docentes da rede particular de ensino a expressam em notas, 40% em conceitos, 30% em Parecer no Histórico Escolar. Acompanham a evolução da ciência da leitura: 80% pela Internet, revistas, livros especializados e cursos de atualização; 60%, jornais; 50%, simpósios e 30%, programas de TV. O resultado geral dos grupos (GI e GII) mostrou que 81,48% dos professores desenvolvem o ensino do processo de leitura fundamentado em teoria da leitura e 77,77% em atividades empíricas, sem embasamento teórico. Ambos atribuíram as dificuldades encontradas na leitura dos alunos, em ordem decrescente: à falta de treinamento (74,77%), seguida da desmotivação (70,37%); de classes numerosas (59,25%); da instrução deficiente (48,14%); da falta de infra-estrutura escolar (37,03%) e da incapacidade intelectual: (11,11%). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 106 Tendo-se pretendido avaliar a observação e a interação professor-aluno disléxico nas aulas de leitura verificou-se que: 62,96% dos participantes assinalaram assumir atitude benevolente e passiva diante das dificuldades dos alunos ao lerem e 40,74%, uma atitude enérgica e corretiva. Sendo o registro da avaliação da leitura de cada aluno um dado importante para o acompanhamento da evolução nesse processo, observou-se que 51,85% declararam registrar as observações do desempenho de leitura do aluno em Parecer Histórico Escolar; 40,74% mediante notas e 37,03% em conceitos. Para o aperfeiçoamento profissional, a amostra indicou a preferência do professorado pelas revistas (92,59%); pelos livros especializados (88,88%); por jornais (77,77%); por cursos de atualização (74,07%). Em menor destaque, surgiram as pesquisas na Internet (66,66%); programas de TV (55,55%) e Simpósios (44,44%). Observe-se o gráfico comprobatório. (FIG. 15). Procedimentos pedagógicos da leitura Rede Pública Rede Particular Total Geral 100 80 60 % de TP 40 20 0 100 1a 1b 4a 4b 2a 2b 2c 2d 2e 2f 2g 3a 3b 80 60 40 20 0 4c 5a 5b 5c 5d 5e 5f Número das Questões FIGURA 15 - Resultados Gerais: Procedimentos pedagógicos da leitura Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 5g 107 Se desse prisma os resultados parecem alentadores, por outro lado, a defasagem ressalta a incompetência docente ou inabilidade nas práticas pedagógicas. Haja vista os resultados extremos neste aspecto: ainda 18,52% dos docentes não pautam as aulas de leitura por critérios científicos. Na identificação das causas do insucesso na leitura, ainda 88,89% não consideram a incapacidade intelectual; 62,97% não relevam as condições precárias de infra-estrutura; 51,86% desconsideram a instrução deficiente; 40,75% não vêem problemas em classes numerosas; 29,63%, a desmotivação; 25,93%, a indisciplina e a falta de treinamento. Perante o surgimento do déficit no processo da leitura, 59,26% assumem atitude enérgica e corretiva, enquanto 37,04% atitude benevolente e passiva. Quanto à forma de registro do desempenho discente ao longo das aulas consagradas a essa habilidade da comunicação humana, 62,97% utilizam-se de conceitos; 59,26%, de notas e ainda 48,15% de anotações no parecer em histórico escolar, o que significa que se perdem observações que seriam de utilidade para caracterizar alunos de risco. A atualização profissional, também, descortina uma realidade que precisa ser revista, considerando-se os altos índices de desinformação: 55,56% não freqüentam simpósios; 44,45% não sintonizam programas educativos na TV; 33,34% não pesquisam na Internet; 25,93% não freqüentam cursos de atualização; 22,23% não lêem jornais; 11,12% não se apóiam em livros especializados; 7,41% não consultam revistas. Foi avaliada a média e o desvio-padrão das porcentagens de acertos para o questionário sobre os procedimentos de leitura da dislexia. A média das porcentagens de acertos na rede pública foi de 63 e 55,7% na rede particular, valores estes bem próximos. O desvio-padrão encontrado foi de 21,5 e 25 para a rede pública e particular, respectivamente. 6.2.4 Correlação entre níveis de informação sobre dislexia entre GI e no GII 6.2.4.1 Correlação entre as causas da dislexia nos Grupos I e II Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 108 Quanto às causas primárias da dislexia, ambos os grupos GI e GII apontaram a condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico e implicação do grau de parentesco de primeiro grau, com prevalência da porcentagem para a rede pública. Rejeitaram, inicialmente, como causas do transtorno, a baixa inteligência e a condição socioeconômica. Alternaram a desmotivação e a má alfabetização e, por fim, consideraram a desatenção e a presença de problemas emocionais significativos. 6.2.4.2 Correlação entre os efeitos da dislexia nos grupos I e II Quanto aos efeitos, ou seja, sintomas, transcreve-se, em primeiro lugar, a classificação apresentada em ordem decrescente na rede pública, para enunciar a posição da rede particular em seguida. Na rede pública, ocupa o primeiro lugar com 100%, a questão 14: “Aluno disléxico apresenta menor interesse em atividades de leitura, devido à dificuldade de processamento fonológico; os textos que lhe são apresentados tornam-se difíceis e cansativos.” As dificuldades no processamento fonológico aparecem com 90%, com uma diferença de 10%. Os docentes da rede pública percebem, inicialmente, a dislexia como um problema detectado na leitura. A questão 14 é a que recebeu maior votação na rede pública, classificando-se, em primeiro lugar, com 100%. Obteve 90% na rede particular, o que confere uma diferença de 10% de superioridade ao GI. Em seqüência, quatro questões (06; 26; 28 e 22), na rede pública, tiveram a mesma porcentagem: 88,23%. A questão 6 identifica o disléxico com menor capacidade de leitura que o não-disléxico. Apontada pelo GI com 88,23%, percepção registrada no GII com 90,00% de indicações, o que lhe dá, contudo, uma superioridade de 1,77%. Dessa forma, evidencia-se que GI e GII têm, em primeiro plano, uma visão correta do problema que assalta o leitor disléxico. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 109 A questão 26 focaliza o aluno disléxico na troca de palavras por outras visualmente semelhantes. Com 88,23% no GI, corresponde essa questão a 100% de acertos para os do GII, com uma indicação superior de 1,77% para este último. Ambos ressaltaram um sintoma correto. A questão 28 registra fraco desempenho do aluno disléxico na decodificação fonética. GI e GII vêem esta característica verdadeira com a seguinte perspectiva: Para GI: 88,23%, enquanto para GII o registro é: 100%, o que confere a este grupo uma superioridade de 11,77%. A questão 22 apresenta o disléxico com dificuldade de relacionar imagens ou figuras a palavras. O GI acusa 88,23%, enquanto no GII, 50%. Desta vez a superioridade (38,23%) pertence ao GI. As questões: 21, 15, 19, 20, 04, 08 formam um terceiro bloco na rede pública, tendo recebido 76,47%. A questão 21 mostra o disléxico com vocabulário pobre, sentenças curtas, imaturas, seqüências longas e vagas. Esta questão recebeu do GI: 76,47%, e do GII: 70,00%, o que aponta uma superioridade de 1,64% para a rede pública. A questão 15 avalia o seguinte enunciado: “Alunos disléxicos apresentam facilidade para lembrar os fonemas do vocábulo, sendo capazes de proferir a palavra impressa de maneira eficiente, apesar de não identificarem seu significado.” Pelas respostas corretas que desencadeou, coloca-se no GI com 76,47%, deslocando-se para o GII com 80%, e uma superioridade de 3,77%. A questão 19: “Estudantes disléxicos, geralmente, subvocalizam ou movem os lábios, já que necessitam pronunciar as palavras para compreendê-las.” Está com 76,47%, enquanto o GII a situa com 80% e uma superioridade de 3,77%. A questão 20: “Os alunos disléxicos apresentam, no ato de escrever, confusão entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q); n/u).” com 76,47%, salta para 100% no GII, mostrando uma superioridade perceptiva de 23,53% e assinalando que a principal percepção da dislexia para os docentes da rede particular surge na escrita. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 110 A questão 04: “Aluno disléxico possui inteligência normal.” ficou com 76,47% no GI. O GII a situa com 90% e uma superioridade de 13,53%. A questão 08: “O aluno disléxico apresenta discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar.” recebeu com 76,47% no GI e desceu para 50% no GII. Aqui, a superioridade (26,47%) foi da rede particular. As duas questões seguintes (13 e 23) obtiveram da rede pública 70,58%. A questão 13: “Alunos disléxicos não apresentam facilidade de percepções auditivas na análise e síntese de sons.” corresponde no GI a 70,58%; desloca-se para 70% no GII e perde 0,58%. A questão 23: “Os indivíduos disléxicos não apresentam ótima memória de curto prazo ou memória de trabalho (instruções e recados).” fica com 70,58% no GI. A presente questão cai no GII para 40%, deixando uma superioridade percentual de 30,58% para o primeiro. A seguir, as questões 24, 05 e 7 receberam 64,70% no GI. A questão 24: “Alunos disléxicos apresentam deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q/b).” com 64,70% no GI, corresponde, no GII, a 50,00%. O GI consegue 14,70% de porcentagem superior. A questão 05: “Aluno disléxico apresenta desatenção, dispersão.” obtém 64,70% no GI. O GII colocou-a com 90% e uma superioridade de 35,70%. A questão 07: “O leitor disléxico não tem bom reconhecimento da palavra, mas fraca compreensão auditiva.” situa-se, para o GI, com 64,70%. Para o GII a mesma questão ficou com 60%. O GI obteve aqui 4,70% de superioridade sobre o outro grupo. A questão 29: “Alunos disléxicos aprendem facilmente língua estrangeira.” ficou com 59,25% no GI e obteve 100 % no GII. A superioridade percentual deste é de 40,75%. Outro bloco é constituído pelas questões 16, 18 e 11 (GI) com 58,82%. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 111 A questão 16: “Alunos disléxicos não apresentam problemas na discriminação e na síntese dos sons.” conseguiu 58,82% no GI e, no GII, subiu para o 80% e uma superioridade de 21,18%. A questão 18: “Os alunos disléxicos examinam lenta e demoradamente a palavra, não a reconhecem, de imediato, como sendo igual ou diferente uma da outra.” permanece com 58,82 no GI. Sobe para 70% no GII, o que lhe garante a superioridade de 11,18%. A questão 11: “Alunos disléxicos revelam confusão entre esquerda e direita.” Aparece com 58,82 no GI. No GII, cai 50% o que assegura a superioridade de 8,82% ao primeiro grupo. A questão 17: “Alunos disléxicos conhecem bem rimas e aliterações.” consegue 52,94% no GI; atinge 80% e uma superioridade percentual de 27,06% no GII. As duas questões seguintes obtêm do GI a mesma porcentagem de acertos: 41,17%. A questão 30: “Os alunos disléxicos apresentam péssimo desempenho em provas orais.” com 41,17% no GI, salta para 100% no GII. Este obtém uma superioridade de 58,83% sobre o GI. A questão 09: “Os alunos disléxicos apresentam dificuldade e nomear: seres (objetos, pessoas...)” recebe 41,17% no G1; e 50% no G2, que mantém uma superioridade de 8,83%. A questão 27: “Alunos disléxicos apresentam alterações na ordem das letras e sílabas – azedo; adezo.” aponta 29,41% no GI. Sobe no GII para 90% o que assegura a este, uma superioridade de 60%. A questão 12: “Alunos disléxicos apresentam dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição.” com 17,64% no GI, alcança 60%, no GII, mantendo aqui, uma superioridade de 42,36%. As questões 25 e 10 receberam, no GI, a mesma porcentagem (11,76%). Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 112 A questão 25: “Alunos disléxicos substituem palavras por sinônimos.” situa-se, na pesquisa, com 11,76% no GI. Fica com 40% e uma superioridade de 28,24% no GII. A questão 10: “O estudante disléxico lê melhor, quando o texto está invertido ou em espelho.” aparece com 11,76% no GI, atinge 60 % no GII, que apresenta, pois, 48,24% de superioridade sobre o GI. 6.2.4.3 Correlação entre a posição das questões votadas no GI e o lugar que ocupam no GII em ordem decrescente Correlacionam-se as questões votadas na rede pública à posição que ocupam na rede particular em ordem decrescente. (APÊNDICE M. p.196). Número das questões 60 27 30 10 50 % da Diferença 12 40 29 22 Maior Índice de Acertos Rede Rede Pública Particular Rede Particular Pública Rede 05 23 25 30 17 08 20 16 20 24 04 26 28 18 10 14 09 11 0715 19 06 2113 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 Colocação FIGURA 16- Correlação entre GI e GII: Ordem decrescente: diferenças, aproximações e quase igualdade nas questões. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 113 Este gráfico mostra, em ordem decrescente, as questões que apresentaram maior discrepância entre a rede pública e particular. As colunas em cor azul indicam o maior índice de acertos na rede particular e as colunas em cor cinza, na rede pública. 6.2.4.4 Ordem decrescente: aproximação, desigualdade, diferença Observa-se na Figura 16 que as maiores diferenças em ordem decrescente ocorrem nas questões: 27, 30, 10, 12, 29, 22, 05, 23 e 25; com maior aproximação, nas questões : 17, 08, 20, 16, 24, 04, 26, 28, e 18 e quase igualdade nas questões: 14; 09, 11, 07, 15, 19, 06, 21 e13. (APÊNDICE M. p. 197). 6.3 Dados sociodemográficos: variável - idade 6.3.1 Variável idade: amostra da faixa etária Quanto à faixa etária, consideram-se dois blocos: o dos jovens e o dos idosos. O primeiro abrange professores de 24 a 47 anos de idade, portanto, 21 professores; o segundo, docentes de 48 a 64 anos. Neste grupo, seis professores. 6.3.2 Variável idade: primeira categoria - causas da dislexia Quanto à identificação das verdadeiras causas da dislexia entre os dois blocos: o dos jovens e o dos idosos, ambos obtiveram igualdade percentual de acertos, acima da média (66,66%), com elevação no grupo jovem para 71,42% na questão referente à hereditariedade com alterações genéticas e no padrão Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 114 neurológico. Causas de dislexia 100 Grupo Jovem Grupo Idoso 90 % de Acertos 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1a 1b 1c 1d 1e 1f 2 3 Número das questões FIGURA 17 - Variável idade: primeira categoria: causas da dislexia Já com relação às pseudocausas, comprovou-se que os mais jovens distinguiram, com variações, fatores intercorrentes na deficiência da leitura, mas não diretamente responsáveis pela dislexia, enquanto os mais idosos revelaram maior grau de segurança e estabilidade (88,33%) em cinco alternativas da mesma questão. O bloco idoso, integrado por seis profissionais com idade de 48 a 64 anos, firmaram com 66,66% as causas da disfunção disléxica: a hereditariedade e o grau de parentesco. Com índice maior (83,33%) rejeitaram as afirmações responsabilizadoras: a má alfabetização, a baixa inteligência, a condição socioeconômica precária e a desatenção. A presença de problemas emocionais significativos recebeu 33,33%. FIG. 17; (APÊNDICE M, p.198). Focalizando-se os desacertos, observou-se que os dois blocos assemelharam-se na desinformação: o bloco jovem obteve 33,34% nas questões 2 e 3; o idoso, registrou 28,58% na segunda e 33,34% na terceira. Comparativamente, nas demais questões sobre causas da dislexia, verificou-se que, considerando o bloco Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 115 jovem e o idoso, respectivamente, as porcentagens de erros foram: 38,1 e 16,67% para a má alfabetização; 23,81% e 16,67% para baixa inteligência; 33,34 e 16,67% para condição socioeconômica precária; 61,91 e 16, 17% para desatenção; 42,89 e 16,67% para desmotivação; 76,2 e 66,67% para presença de problemas emocionais significativos. Foi avaliada a média e o desvio-padrão das porcentagens de acertos para o questionário sobre as causas da dislexia, quanto à faixa etária. A média das porcentagens de acerto para o bloco jovem foi de 57,7 e 72,9% para o bloco idoso, valores estes que mostram que o bloco idoso apresentou maior índice de acertos. O desvio-padrão encontrado foi de 16,7 e 16,5 para o bloco jovem e idoso, respectivamente. Tais desvios são semelhantes para os dois grupos. 6.3.3 Variável idade: segunda categoria - efeitos da dislexia Com referência ao reconhecimento sintomático do transtorno, o bloco jovem mostrou estar a par das pistas preditivas do portador de dislexia, segundo a escala em ordem decrescente de acertos: com 95,23% de registro para a confusão na escrita entre letras, sílabas e vocábulos com grafia similar e dificuldade para aprender língua estrangeira; 90,44% de acertos para o desinteresse do disléxico na leitura devido à dificuldade de processamento fonológico, fato gerador de cansaço; o desempenho fraco em decodificação fonética; a troca de palavras por outras visualmente semelhantes. Com 85,71% de acertos registraram os jovens que o disléxico possui inteligência normal, mas não lê com a mesma facilidade do nãodisléxico. Com o índice de acertos de 76,19% observaram que o disléxico apresenta desatenção e dispersão, dificuldade para lembrar os fonemas dos vocábulos, para proferir o vocábulo impresso; para discriminar e sintetizar sons; subvocaliza na leitura. Registraram 71,42% para a pobreza vocabular, da construção de sentenças curtas e imaturas, ou seqüências longas e vagas; para a dificuldade em relacionar figuras a vocábulos e em lembrar imagens e palavras, em identificar letras e vocábulos. Com um índice de 66,66% reconhecem apresentar o disléxico dificuldade de percepção auditiva na análise e síntese de sons e na identificação de rimas e Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 116 aliterações. Assinalaram quatro sintomas com 61,90%: a discrepância inesperada entre o potencial para aprender a ler e o desempenho escolar; a deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora; a alteração na ordem das letras e sílabas, a lentidão no exame da palavra e na distinção desta com outra. Com 57,14% de acertos ficaram os sintomas: fraco reconhecimento da palavra e da memória de curto prazo e maior facilidade em provas orais. Com 52,38% de acertos, a confusão entre esquerda e direita. Em seqüência, abaixo da média, portanto, menos perceptíveis, os indicativos: a dificuldade em nomear seres (42,85%); em diferençar forma, cor, tamanho e posição (33,33%); com 23,80%, as questões que envolvem o espelhamento do texto: “o estudante disléxico lê melhor, quando o texto está invertido ou em espelho.” e “substituem palavras por sinônimos. (APÊNDICE M, p.199). Referendaram os idosos os sintomas disléxicos na ordem decrescente com 100%, oito questões que focalizam: a comparação entre o leitor normal e o leitor-disléxico; o menor interesse e o cansaço por leitura devido à dificuldade de processamento fonológico; a dificuldade para lembrar os fonemas dos vocábulos; o embaraço em proferir a palavra impressa; a subvocalização; a pobreza e a imaturidade da construção frasal ou seqüenciação longa e vaga; a troca de palavra por outra visualmente semelhante; a dificuldade em aprender língua estrangeira. O segundo grupo sintomático envolve sete questões com 88,33% e dizem respeito ao fraco reconhecimento da palavra; à discrepância inesperada entre o potencial para aprender a ler e o desempenho escolar; à dificuldade de percepções auditivas na análise e síntese de sons; à lentidão no exame da palavra e na distinção de outra igual ou diferente; à confusão na escrita entre letras, sílabas, vocábulos similares, mas com diferentes orientações espaciais; à dificuldade em relacionar figuras a imagens; a melhor desempenho em provas orais. Registraram 66,66% quatro questões concernentes à inteligência normal do disléxico; à confusão entre esquerda e direita; à fraca memória de curto prazo e à dificuldade na percepção de rimas e aliterações. Firmaram 50% de acertos para as pistas indicativas de desatenção e dispersão; à melhor leitura do texto espelhado; à fraca discriminação na análise e Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 117 síntese de sons, à deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora. Situaram abaixo da média por serem menos identificáveis: com 33,33% a dificuldade em diferença forma, cor, tamanho e posição; com 16,66% a substituição de palavras por sinônimos e alterações na ordem das letras e sílabas. (FIG. 18) Grupo Jovem Grupo Idoso Efeitos 100 80 60 % de Acertos 40 20 0 100 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 80 60 40 20 0 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Número das Questões FIGURA 18- Variável: idade: segunda categoria: efeitos da dislexia Comparando-se o nível de desinformação sobre a sintomatologia entre o bloco jovem e o idoso, observou-se, respectivamente, para as questões: 4: 14,29 e 33.34%; 5: 23,81 e 50,00%; 6: 14,29 e zero; 7: 42,86 e 16,67%; 8: 59,9 e 16,67%; 9: 57,15 e 50,00%;10: 76,2 e 50,00%; 11: 47,62 e 33,34%; 12: 66,67 e 66,67; 13: 47,62 e 16,67%; 14: 9,53 e zero; 15: 23,81 e zero; 16: 23,81 e 50,00%; 17: 33,34 e 33,34%; 18; 59,9 e 16,67%;19: 23,81 e zero; 20: 16,67 e 16,67%; 21: 28,58 e zero; 22: 28,58 e 16,67%; 23: 42,86 e 33,34%; 24: 59,9 e 50,00%; 25: 76,2 e 83,34%; 26: 9,53 e zero; 27: 59,9 e 83,34%; 28: 9,53 e zero; 29: 16,67 e zero; 30: 42,86 e 16,67%. Quanto à faixa etária, foi avaliada a média e o desvio-padrão das Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 118 porcentagens de acertos para o questionário sobre efeitos da dislexia. A média das porcentagens de acertos para o bloco jovem foi de 67 e 72,8% para o bloco idoso, o que indica certa proximidade entre os valores, não apresentando diferença quanto a este questionário para os blocos jovem e idoso. O desvio-padrão encontrado foi de 39,8 e 25,3 para o bloco jovem e idoso, respectivamente. Tais desvios são semelhantes para os dois grupos. 6.3.4 Variável idade: procedimentos pedagógicos da leitura Tanto os mais jovens, quanto os idosos privilegiam as teorias específicas como fio condutor da prática de leitura. (APÊNDICE M, p. 200). Os mais jovens atribuem as dificuldades de leitura principalmente à desmotivação, indisciplina e falta de treinamento (80,85%); os mais velhos, à falta de treinamento, classes numerosos e indisciplina. Para os dois grupos, a indisciplina está em 3º lugar e a falta de infra-estrutura e a incapacidade intelectual, nos últimos lugares. Diante das dificuldades de leitura dos alunos, os mais jovens dividem-se entre a atitude benevolente e passiva e a enérgica e corretiva. Já os mais idosos são unânimes em destacar o comportamento enérgico e corretivo (100,00%). Um, apenas, assinalou a atitude benevolente e passiva. O registro avaliativo da leitura é feito pelos mais jovens, principalmente em notas; mas, na mesma porcentagem, entre conceitos e pareceres em histórico escolar. Cinqüenta por cento dos idosos optam por conceitos e pareceres, deixando a nota em último lugar. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 119 Procedimentos Pedagógicos da Leitura 100 Bloco Jovem Bloco Idoso 80 60 40 % TP 20 0 1a 1b 2a 2b 2c 2d 2e 2f 2g 3a 3b 5f 5g 100 80 60 40 20 0 4a 4b 4c 5a 5b 5c 5d 5e Número das Questões FIGURA 19 - Variável idade: procedimentos pedagógicos da leitura As questões relativas à evolução da ciência da leitura revelaram que os mais jovens se atualizam por meio de revistas e livros especializados, enquanto os mais idosos se servem de revistas e jornais. Ambos assinalaram, igualmente, as pesquisas na Internet e, nos últimos lugares, os dois grupos deixaram programas de TV e Simpósios. (FIG 19). Em se tratando dos procedimentos pedagógicos da leitura, expostas já as tendências registradas para ambos os blocos e dirigindo a análise comparativa às porcentagens representativas das rejeições, observou-se no bloco jovem e no idoso, respectivamente: 14,3 e 33,34% para a despreocupação com o embasamento teórico da leitura; 0,0 e 83,34% para atividades empíricas. Não reconheceram como causas do insucesso da leitura: 2 a: 47,62 e 66,67% para instrução deficiente; 2 b: 19,05 e 66,67% para desmotivação; 2 c: 19,05 e 50,00%, indisciplina; 2 d: 19,05 e 33,34%, falta de treinamento; 2 e: 90,48 e 83,34%, incapacidade intelectual; 2 f: 71,73 e 66,67%, falta de infra-estrutura escolar; 2 g: 38.1 e 33;34%, classes numerosas. Diante das dificuldades de leitura dos alunos: 3 a: 66,67 e 83,34% assumem atitude benevolente e passiva e 3 b: 66,67 e 0,0% atitude enérgica e corretiva. Com Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 120 referência ao sistema de registro do acompanhamento do desenvolvimento da leitura dos alunos: 4 a: 52,39% e 83,34%; 4 b: 66,67% e 0,0%; 4 c: 61,91 e 50%. Quanto às fontes de estudo da evolução da ciência da leitura: 5 a: 66,67 e 33,34% não usam a Internet; 5 b: 9,53 e 0,0% não consultam revistas; 5 c: 28,58 e 0,0% não lêem jornais; 5 d: 9,53 e 33,34 não estudam por livros especializados; 5 e: 47,62 e 33,34 não assistem a programas de TV; 5 f: 66,67 e 16,67% não freqüentam cursos especializados; 5 g: 57,15 e 50,00% não participam de simpósios. Foi avaliada a média e o desvio-padrão das porcentagens de acertos para o questionário sobre os procedimentos de leitura da dislexia. A média das porcentagens de acertos para o bloco jovem foi de 54,8 e 54,7% para o bloco idoso, valores estes bem próximos, sendo indiferente para estes grupos. O desvio-padrão encontrado foi de 25,4 e 26,8 para o bloco jovem e idoso, respectivamente. Tais desvios são semelhantes para os dois grupos. 6.4 Variável: tempo de serviço 6.4.1 Variável: tempo de serviço - amostra Quanto ao tempo de serviço, os respondentes foram divididos em dois conjuntos: Conjunto I em que se situam os iniciantes (9) e Conjunto II em que estão os veteranos (18). 6.4.2 Variável: tempo de serviço - procedimentos pedagógicos da leitura A seguir, analisaram-se os dados referentes às tendências dos procedimentos pedagógicos da leitura nos dois conjuntos. (APÊNDICE M, p.201). Os resultados revelam que o conjunto iniciante norteia as atividades de Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 121 leitura por teorias específicas (88,88%). Atribui as dificuldades, nessas aulas, à desmotivação e falta de treinamento (77,77%); à indisciplina (66,66%); a classes numerosas (55,55%); à instrução deficiente (44,44%); à falta de infra-estrutura escolar (22,22%) e à incapacidade intelectual (11,11%). Infere-se que os iniciantes identificam as causas da ineficiência da leitura. Diante das dificuldades apresentadas, 55,55 não assumem atitude enérgica e corretiva e 33,33% não adotam atitude benevolente e passiva. Quanto ao registro da atividade de leitura, 44,44% não adotam notas; 44,44% registram as observações em Parecer Histórico e apenas 22, 22% se utilizam de conceitos. Assim perdem-se referências de normalidade e patologia da leitura. Os veteranos ministram as aulas de leitura por atividades empíricas (88,88%) e 77,77% orientam-se por teorias. Atribuem as dificuldades nessa área, predominantemente, à indisciplina e à falta de treinamento (77,77%); em segundo lugar, à desmotivação e a classes numerosas (66,66%); em seqüência, à instrução deficiente (50%); à falta de infra-estrutura escolar (33,33%) e, por último, à incapacidade intelectual (11,11%). Registram a avaliação dos leitores quer em notas, quer em conceitos ou em pareceres em histórico escolar (50%). Não assumem atitude enérgica e corretiva (50%). Não adotam atitude benevolente e passiva 27,27%. Acompanham a evolução da ciência da leitura através de revistas (100%; jornais ( 88,88%); livros especializados (83,33%); cursos de atualização (72,22%); pesquisas na Internet (61,11%); programas de TV (50%) e simpósios (38,88%). (FIG. 20). Consideram-se, a seguir, as tendências pedagógicas não assumidas pelos conjuntos, iniciante e veterano, respectivamente: 1 a: 11,12 e 22,23%; 1 b: 44,45 e 11,12%; 2 a: 55,56 e 50; 2 b: 22,23 e 33,34%; 2 c: 33,34 e 22,23%; 2 d: 22,23 e 22,23%; 2 e: 88,89 e 88.89; 2 f: 77,78 e 66,67%; 2 g: 44,45 e 33,34; 3 a: 66,67 e 72,73; 3 b: 44,45 e 50%; 4 a: 55,56 e 50%; 4 b: 77,78 e 50%; 4 c: 55,56 e 50%; 5 a: 22,23 e 38,39%; 5 b: 22,23 e 0,0; 5c: 33,34 e 11,12%; 5 d: 11,12 e 16,17%; 5 e: 33,34 e 50%; 5 f: 11,12 27, 78%; 5 g: 33,34 e 61,12%. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 122 Procedimentos Pedagógicos da Leitura 100 CI - Inciantes CII - Veteranos 80 60 % TP 40 20 0 1a 1b 2a 2b 2c 2d 2e 2f 2g 3a 3b 5f 5g 100 80 60 40 20 0 4a 4b 4c 5a 5b 5c 5d 5e Número das Questões FIGURA 20 – Tempo de Serviço – Procedimentos pedagógicos da leitura Avaliou-se a média e o desvio-padrão das porcentagens de acertos para o questionário sobre os procedimentos de leitura da dislexia. A média das porcentagens de acertos para o conjunto iniciante foi de 55,6 e 60,4% para o conjunto veterano, valores estes bem próximos, sendo indiferente para estes grupos. O desvio-padrão encontrado foi de 26 e 25 para os iniciantes e veteranos de carreira, respectivamente. Tais desvios são semelhantes para os dois grupos. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 123 7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 7.1 Análise das hipóteses Tendo em vista os resultados obtidos, passamos a testar as hipóteses formuladas com relação aos docentes envolvidos na pesquisa. Professores têm informações sobre a identificação dos sinais de risco para o diagnóstico da dislexia. Os resultados patentearam que os docentes envolvidos na pesquisa identificam sintomas da dislexia, entretanto, aquém do esperado. Nem todos têm a percepção de toda sintomatologia apresentada, o que deixa à mostra o preocupante nível de desinformação existente no campo da docência da leitura. Em ordem decrescente, ressaltaram estar a par de dificuldade: no processamento fonológico; na aprendizagem de outro idioma; na decodificação fonética; na identificação de letras, sílabas, vocábulos com grafia similar e orientações espaciais diferentes; na evocação dos fonemas dos vocábulos; na variação do vocabulário e da fraseologia; no relacionamento de figuras a palavras; na concentração; na discriminação e síntese de sons; na identificação de rimas e aliterações; na lentidão no exame das palavras; na fraca memória de curto prazo entre outros, reconhecidos com menor porcentagem. Docentes de escolas particulares têm maior informação sobre dislexia, comparados a docentes de escolas públicas. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 124 Os professores de escolas particulares obtiveram maior índice em pósgraduação para cursos de especialização e mestrado, o que indica preparação mais abrangente e aprofundada. Quanto às causas da dislexia, ambos os grupos apontaram a condição hereditária com alterações genéticas no padrão neurológico e implicação do grau de parentesco de primeiro grau, com prevalência da porcentagem para a rede pública. Quanto à identificação dos sintomas, a rede particular ocupa a primazia de acertos nas questões propostas. Portanto, confirma-se a maior informação desta sobre o distúrbio. Professores norteiam o trabalho de leitura somente por atividades empíricas. A totalidade dos sujeitos bipartiu-se nos resultados obtidos, com margem superior para o planejamento e execução de estratégias pedagógicas de leitura orientadas por teorias específicas. Portanto, não se confirma a hipótese construída. Professores com maior tempo de serviço têm menos informação atualizada sobre a evolução da ciência da leitura e dos problemas da dislexia. A maioria dos docentes com maior tempo de serviço busca, nos meios de comunicação (revistas, jornais, livros especializados, Internet e Televisão) ou através de encontros e cursos especializados, a atualização sobre a evolução da ciência da leitura, o que permite inferir que esses professores dispõem de informações atualizadas sobre dislexia. Logo, não se confirma totalmente a hipótese. Professores mais jovens apresentam maior nível de informação sobre a dislexia, quando comparados aos mais idosos. Em se tratando das causas da dislexia, o bloco idoso assinala-as com bastante precisão. Relativamente aos efeitos percebidos em ambiente escolar, os mais Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 125 jovens identificam sintomas como confusão de letras, a dificuldade em aprender língua estrangeira, o desinteresse pela atividade de leitura, a troca de palavras por outras semelhantes, a dificuldade na decodificação fonética. O bloco idoso apresenta totalidade de acertos em oito questões que focalizam dificuldade em processamento fonológico; leitura subvocalizada, pobreza de vocabulário, fraseologia imatura ou vaga; troca de palavras por outras parecidas; fraco desempenho em decodificação fonética; dificuldade em aprender outro idioma; dificuldade em ler; dificuldade em lembrar fonemas dos vocábulos. Professores adotam atitudes benevolentes e passivas diante das dificuldades apresentadas pelo aluno no ato de ler, sem registrá-las no histórico acadêmico do educando. Os dados levantados na pesquisa indicam que a porcentagem para a primeira parte da hipótese está um pouco acima da média, não representando a totalidade das atitudes dos sujeitos. Confirma-se, pois, parcialmente. Quanto ao registro no histórico acadêmico do educando, a porcentagem se situa mais próxima à metade. Confirma-se, parcialmente, a hipótese em análise. De uma perspectiva temporal, integraram a presente pesquisa professores formados na época da Ditadura Militar, sob os pressupostos da Reforma Tecnicista, que visava à mudança de comportamento do aluno mediante treinamento e sob a aplicação da Reforma de 1° e 2° Graus 5692/71 e da Reforma Universitária 5.540/68. Poderiam eles configurar um perfil diferente do professor formado na Nova República, época de transição democrática, marcada pela pedagogia crítico-social dos conteúdos ou pelo Construtivismo, sob as diretrizes dos Parâmetros Curriculares Nacionais ou, ainda, do de professores diplomados sob um paradigma emergente, visando à construção de nova forma de conhecimento e poder em conseqüência do avanço tecnológico e científico da atualidade e do surgimento da cultura de informação que desencadeou transformações estruturais na escola tradicional, determinando novo estilo de vida e novos desafios à educação. Desse prisma, o que se percebe, ainda, é a predominância da autoridade inquestionável do professor e atitude receptiva e passiva do aluno, como na Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 126 abordagem tradicionalista. Isso intimida e afasta o discente com problemas disléxicos, marginalizando-o ou marginalizando-se ele mesmo para evitar insultos verbais e recriminações ao seu desempenho. Nas classes em que se aplica o princípio escolanovista, o relacionamento positivo e amigável entre professor e aluno produz um clima benéfico, harmonioso e interativo. Mais à vontade, menos temeroso, o portador de dislexia tem maiores possibilidades de atenção e atendimento, o que não ocorre ao professor tecnicista, já que este centraliza o ensino nos meios, e não na atenção dispensada aos aprendizes; nem ao reprodutivista, pois, nesta linha, deixa de lado os vínculos da relação professor-aluno e prioriza o aspecto político. Na análise das respostas dadas na pesquisa realizada, nota-se a persistência de algumas tendências citadas, mescladas a outras com indícios de mudanças. Instaura-se uma relação pedagógica dialógica. Há um vínculo entre professor-aluno e saber. Impõe-se, ainda, rever as licenciaturas. A formação do professor deve partir do pressuposto de que a educação é parte integrante do sistema políticoeconômico-social e que a mudança do sistema educacional supõe sua articulação com a transformação da sociedade em busca de melhores condições de vida para a maioria da população. Assim, nas licenciaturas de Letras, deve prevalecer a formação de profissionais críticos, agentes dos processos de democratização da escola e da transformação da sociedade em que se situam. São raras as universidades nacionais que propõem o ensino da teoria da leitura. Os aspectos teóricos e práticos do ato de ler deveriam ser tratados em qualquer curso de preparação para o magistério. Todos os professores são coresponsáveis pelo ensino e encaminhamento dessa habilidade. Na ausência de informações que orientem uma prática mais eficiente, o ensino da leitura parece ser realizado ao acaso, fazendo com que os professores ajam através do ensaio e erro, ao proporem textos escritos a seus alunos. As abordagens, no ensino superior, parecem restringir-se a alguns métodos de alfabetização para as séries iniciais do Ensino Fundamental no Curso de Pedagogia. As Licenciaturas de Letras não discutem a problemática da leitura. O momento pós-alfabetização é consagrado ao desenvolvimento da habilidade de compreensão, sem exame detido das dificuldades, manifestas ainda, de decodificação. A política da passividade, diante do insucesso de leitura, só agrava a Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 127 situação do aluno disléxico e a crise no âmbito nacional. Numa sala de aula, depara o professor com alunos com características diferentes que carregam consigo uma experiência de vida que não pode ser ignorada, problemas socioeconômicos, familiares, visuais, auditivos, emocionais, escolares, mas não sabe como lidar com esses fatores e encaminhar a sua intervenção. Fica limitado por um conjunto de circunstâncias que escapam às suas decisões e responsabilidades. A desarticulação entre as aulas de Português e as outras disciplinas do curso dificulta a convergência de esforços para solucionar o problema. Os professores, por adotarem livros ou selecionarem textos para a sala de aula, são implícita ou explicitamente, orientadores de leitura. Por razões diversas, a responsabilidade pela docência da leitura e pela formação do aluno-leitor é deixada inicialmente aos alfabetizadores e, depois, aos professores de Português, atribuindose a estes a crise da leitura na escola brasileira. Não é necessário que todos os professores sejam especialistas em leitura e dislexia, mas é indispensável que todos os professores entendam as necessidades dos alunos disléxicos dentro e fora da sala de aula. Com a devida orientação, esses alunos conseguirão bom desempenho escolar. A clareza, a repetição, a variedade e a flexibilidade das estratégias de aprendizagem abrirão caminho para a compreensão e a assimilação dos conteúdos. As crianças disléxicas poderão acompanhar o ensino convencional, se tiverem o apoio necessário para contornar suas dificuldades. As provas deverão ter maior duração, com questões lidas em voz alta e o conceito da criança disléxica deverá corresponder ao seu conhecimento e não, às suas debilidades. Impõe-se contribuir para a reconstrução de uma proposta didática mais condizente com as condições concretas de vida, da realidade da escola, das determinantes sociais que a circundam e com o interesse dos alunos, especialmente os que manifestaram dificuldades de aprendizagem e, entre estes, os portadores de dislexia. Para que isso ocorra, há a necessidade de que a teoria avançada da leitura influa na prática pedagógica, revitalizando-a, orientando-a quanto a objetivos, finalidades, conhecimentos e execução e de que esta prática forneça subsídios para Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 128 teorizações, transformando, gradativamente, a presente situação escolar. Se a prioridade recair na teoria, dominará a posição idealista; se ocorrer o inverso, o praticismo. O professor aderirá a uma prática utilitária ao utilizar métodos, conteúdos e avaliações, sem reconhecer o seu referencial teórico; não terá uma perspectiva de futuro, uma visão mais ampla das finalidades da escola e posicionamento crítico para identificar problemas que permeiam sua atividade. O fazer didático redunda em uma tarefa supostamente neutra. O pedagogismo inoperante decorre, muitas vezes, da própria política educacional definida por órgãos competentes, transforma-se, às vezes, em instrumento de luta pessoal pela sobrevivência. A prática repetitiva, em que não há preocupação em criar e produzir nova realidade material ou humana; em que a consciência docente intervém debilitada e desconhece o sentido social de suas ações; em que há descompromisso do professor para com as finalidades da educação; para com os meios necessários à efetivação das atividades educacionais e sua missão histórica – deverá ser substituída por outra, de índole reflexiva. A adoção de uma prática pedagógica reflexiva leva o professor a compreender a realidade sobre a qual cria e produz mudanças. Tal prática possibilitalhe conhecer a importância de seu trabalho, bem como o significado social da marginalização dos egressos das unidades escolares; supera a relação pedagógica autoritária, paternalista e busca uma ação recíproca com os educandos. Nela, inexiste discrepância entre a concepção e a execução entre o saber e o fazer. Mas, existe, por certo, uma proposta de ação diante da dislexia e uma busca de superação, apesar dos problemas reais enfrentados pelos professores, especialmente os da rede pública: sistema educacional inoperante, péssimas condições físicas e materiais das instituições escolares, classes superlotadas, currículos inadequados, precárias condições de trabalho e aviltantes salários. Observada a realidade angustiante dos fatos relativos aos problemas enfrentados pelos alunos disléxicos nos estabelecimentos de ensino, especialmente, nas aulas de leitura; analisados os dados resultantes da pesquisa aplicada nas escolas, reveladores da existência de nível satisfatório de informação sobre esse transtorno em docentes de Língua Portuguesa; analisado o ideário pedagógico relacionado com a prática que tais docentes desenvolvem no dia-a-dia da sala de aula e em outros Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 129 momentos da atividade escolar; tendo em vista a legislação que assegura aos alunos o diagnóstico e o atendimento adequados, surgem as indagações: O que falta para que se concretize a interação: Educação-Saúde-Dislexia? Por que não ocorre o diagnóstico dessa parcela da população estudantil e o tratamento interventivo preconizado? Se está em vigor uma legislação pertinente no Estado de São Paulo, prescrevendo o diagnóstico e o tratamento, se o razoável nível de conhecimentos dos professores sobre dislexia lhes permite identificar alunos de risco, se os profissionais da Saúde são competentes para a atuação, falta, sem dúvida, a sensibilização e a mobilização para a intervenção. À família cabe parte importante de responsabilidade nessa caminhada ao lado da dislexia de seu(s) membro(s). Os indicadores iniciais precisam ser identificados a tempo; o acompanhamento escolar exige, além da presença do responsável, conhecimento, paciência, persistência e compreensão. Com esses ingredientes, os responsáveis possibilitarão o desabrochar saudável da criança disléxica, transformando-a em um ser humano ajustado e realizador, já que suas possibilidades cognitivas o conduzem a altos escalões de produção cultural, científica e artística. Ganha o ser humano. Ganha a sociedade. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 130 8. CONCLUSÃO Tendo em vista o objetivo geral proposto: investigar os níveis de informação sobre dislexia, de docentes em Língua Portuguesa das redes pública e particular do Ensino Fundamental - os resultados obtidos autorizam delinear quais informações e quanto de informação os docentes participantes da pesquisa revelaram sobre as causas e os efeitos do referido distúrbio. Os índices de acerto, embora com percentuais, geralmente, acima da média aritmética, poderiam induzir a uma perspectiva tranqüilizadora, entretanto, refletem prejuízos no nível de informação dos professores, uma vez que não representam a totalidade esperada. Nesses moldes, insere-se a primeira hipótese levantada a de que professores têm informações sobre a identificação dos sinais de risco para o diagnóstico da dislexia. De fato, se há docentes capacitados para esta tarefa, muitos há que permanecem desinformados, comprometendo os dispositivos pedagógicos. O primeiro objetivo específico: caracterizar os níveis de informação dos docentes sobre dislexia – pode ser respondido, mediante os resultados colhidos na pesquisa. Quanto à análise de habilidades e sintomas gerais dos alunos disléxicos, verificou-se que os sujeitos da pesquisa assinalaram que esses estudantes possuem inteligência normal; apresentam discrepância inesperada entre o potencial para aprender a ler e o desempenho escolar; são desatentos e dispersos; têm fraca memória de curto prazo; revelam confusão entre esquerda e direita; sentem dificuldade em nomear seres; hesitam na diferenciação de forma, cor, tamanho e posição; substituem palavras por sinônimos; sentem dificuldade em aprender outro Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 131 idioma. Referentemente às causas da dislexia, os entrevistados registraram que essa disfunção é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico; que parente de 1º grau é fator predisponente dessa deficiência de aprendizagem. Os respondentes descartaram como causas primárias desse transtorno: a baixa inteligência; a condição socioeconômica precária, a má alfabetização e a máformação, a desatenção e problemas emocionais significativos. Esses resultados evidenciaram que a maioria dos professores possui uma informação correta sobre a gênese do distúrbio, sendo capaz de rejeitar pseudocausas, que podem agravar a severidade da disfunção, mas não são fatores desencadeantes de seu aparecimento. Em se tratando dos efeitos, observou-se que os docentes circunscrevem, com porcentagem elevada, a problemática da dislexia à leitura. Suas observações encaminham-se aos principais sintomas que definem corretamente o perfil disléxico. Assim, apresentam-no como portador de dificuldade no processamento fonológico, o que confere com as teorias modernas expostas. Em decorrência, surge o cansaço e o desinteresse, visão condizente com a realidade. As demais porcentagens de acertos são significativas para compor tal retrato: troca palavras por outras visualmente semelhantes; fraco desempenho na decodificação fonética; incapacidade de ler com a mesma facilidade com que os normais lêem; dificuldade para lembrar os fonemas do vocábulo, incapacidade em proferir, eficientemente, a palavra impressa; leitura subvocalizada; dificuldade em relacionar imagens ou figuras a palavras, em rememorar vocábulos e imagens e em identificar letras e vocábulos; fraca de percepção auditiva na análise e síntese de sons; problemas na discriminação e na análise dos sons. Segundo os respondentes registraram, o aluno disléxico não reconhece bem a palavra, examina-a lenta e demoradamente, como sendo igual ou diferente de outra, não percebe rimas e aliterações e desempenha-se melhor em provas orais. Em dezoito das vinte e seis questões houve prevalência da porcentagem de acertos para a rede particular. No que concerne à escrita, os professores reconhecem que o disléxico Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 132 confunde letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais; emprega vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas; acusa, deficiência na percepção visual e na coordenação motora; altera a ordem das letras e sílabas. Em síntese, pode-se afirmar que os sujeitos possuem informações sobre a síndrome da dislexia. Alguns sintomas são mais evidentes que outros, porém, se não há um nível excelente, há um nível suficiente de conhecimentos que permite ao docente identificar alunos com risco do transtorno disléxico. Essa constatação alerta, entretanto, que se deve caminhar no sentido de que todos os professores atinjam a competência no processo de ensinar a ler, superando o nível de desinformação ainda existente quanto ao insucesso na leitura realizada por disléxicos. O segundo objetivo específico visou relacionar faixa etária e tempo de magistério dos sujeitos envolvidos na pesquisa com os níveis de informação sobre dislexia. Com vista à faixa etária, observou-se que não há diferenças significativas quanto à identificação das verdadeiras causas da dislexia entre os dois blocos: o dos jovens e o dos idosos. Ambos obtiveram igualdade percentual de acertos, acima da média, com elevação no grupo jovem na questão referente à hereditariedade com alterações genéticas e no padrão neurológico. Já, em se tratando das pseudocausas, comprovou-se que os mais jovens distinguem, com variações, fatores intercorrentes na deficiência da leitura, mas não diretamente responsáveis pela dislexia; enquanto os mais idosos revelaram maior grau de segurança e estabilidade em cinco alternativas da mesma questão. Na abordagem do reconhecimento sintomático do transtorno, tanto os jovens quanto os idosos demonstraram estar a par das pistas preditivas mais destacadas do portador de dislexia, segundo escalas já apresentadas. A análise correlata entre os dois blocos referenda a observação de que ambos distinguem, pelos indicativos visíveis enunciados no protocolo, o aluno cuja dificuldade de leitura repousa em causas alheias a seu controle imediato e a fatores externos. A sutil prevalência, em alguns aspectos, para os de idade mais avançada, Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 133 pode ser fundamentada em observação mais consistente, resultante dos anos já vividos. Não parece repousar, todavia, na faixa etária o nível satisfatório ou deficiente de informação sobre tão devastador distúrbio de aprendizagem. Outro questionamento formulado foi o de se apurar se a experiência profissional acumula vivências e informações nessa área do conhecimento humano. Incorporou-se, pois, às investigações a variável - tempo de magistério, subdividida em dois conjuntos: o de iniciantes e o de veteranos e foi submetida ao exame da correlatividade. Os resultados declararam que o maior tempo de convívio do professor com os alunos solidificou a observação docente com referência ao desempenho dos aprendizes no ato de ler, permitindo-lhe um levantamento eficiente das perspectivas das causas desencadeantes do insucesso da leitura nos estudantes com risco do transtorno disléxico, bem como a identificação sintomática. Por outro lado, o passar dos anos na atividade do magistério não acarretou uma estagnação pedagógica, mas confirmou o perfil do pesquisador no acompanhamento da evolução das ciências da leitura. Os iniciantes, por seu turno, trazem já a modernidade das teorias alicerçada no ensino universitário, recém-recebido e na complementação buscada através dos recursos disponíveis nos meios comunicacionais e educacionais especializados. Com esse perfil, buscam inserir-se na realidade da sala de aula. Diante do exposto, também o tempo do magistério não representa, de modo geral, um fator agravante ou atenuante na determinação do nível de informação sobre dislexia. Outra variável observada foi a formação profissional dos sujeitos da amostra da pesquisa. Da totalidade docente graduada, alguns são especialistas; poucos, mestres e nenhum doutor. A rede particular abriga número superior de especialistas; inexistem mestres na pública. Esta formação, mais elevada concentrada na rede particular, parece justificar a prevalência de acertos em determinadas questões referentes ao nível de conhecimento da dislexia. Contudo, a discrepância em fatores importantes concernentes à disfunção não chega a ser significativa. Conclui-se, pois, pela não-interferência de variáveis tais como idade, anos de experiência no magistério e cursos de pós-graduação. No terceiro objetivo específico a proposta consistiu em comparar Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 134 desempenhos entre os grupos de professores de escolas públicas e de escolas particulares da amostra, quanto a informações sobre alterações na leitura e transtornos como dislexia. Pretendeu-se verificar se o ideário pedagógico dos professores se manifesta no nível do discurso verbal e da prática cotidiana, ou se há descompasso entre a teoria que fundamenta a ação pedagógica, e a forma como a prática docente se manifesta em classe. A análise comparativa estabelece-se em direção à condução do processo docente. Os resultados não surpreendem; antes, permanecem dentro das expectativas da atual situação das redes de trabalho da Educação. Docentes públicos planejam e executam as seqüências instrucionais de leitura com atividades empíricas e, em nível menor, com fundamentação em teorias específicas. Já os docentes particulares, na sua totalidade, norteiam as atividades pedagógicas por uma teoria da leitura e, em menor porcentagem, por atividades empíricas. Estabelece-se, portanto, uma inversão. A competência docente na percepção das causas do insucesso do aprendiz na leitura instalou posições diferentes na escala montada conforme o grupo. Para a rede pública, a indisciplina figura em primeiro lugar, desloca-se para o terceiro na particular; o terceiro lugar, preenchido por classe numerosa, cai para o quinto na particular; a falta de infra-estrutura ocupa o sexto lugar na pública, desce para o sétimo na particular. Isso permite afirmar que a falta de infra-estrutura e classes numerosas levam à indisciplina, fator agravante e de maior peso para os professores da rede pública no rendimento da leitura. Comparativamente, o que é o maior fator interferente negativo no êxito da leitura na rede estadual, não o é na rede particular que aponta para a cabeceira a falta de treinamento. Diante das dificuldades de leitura dos alunos, ambos elegem em, primeiro lugar, a atitude benevolente e passiva; o que difere, entretanto, é a porcentagem bem menor, abaixo da média, na particular. Comparando o sistema de registro do percurso evolutivo do aprendiz na leitura, verificou-se que, na rede estadual, os professores assinalaram optar pelo Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 135 parecer histórico, em nível inferior, por conceitos e notas, o que surpreende, já que, na rede estadual, menciona-se a avaliação em conceito. Inverte-se a situação na rede particular em que a ordem decrescente registra: parecer histórico escolar, conceitos e notas. A busca do aperfeiçoamento profissional foi medida quanto às fontes alimentadoras. Ambas as redes preocupam-se com o progresso; há diferenças, no entanto, no tipo de veículo. Enquanto a rede pública assinala preferência total por revistas em primeiro lugar, em paralelo, para a mesma colocação, a rede particular elege a Internet. Para responder aos objetivos estabelecidos e para comprovar ou refutar as hipóteses formuladas, utilizou-se o teste de Qui quadrado que permite verificar se há um desvio significativo entre os valores observados na pesquisa e os valores esperados. Aplicado às questões referentes às causas e efeitos da dislexia para os dois grupos (rede pública e rede particular), ressaltou que ambos se comportam de maneira similar; as diferenças entre as freqüências observadas e calculadas resultam em valores próximos a zero. De forma análoga, valores elevados evidenciam que os grupos se comportam de forma diferente. A análise dá o valor de 2 e a probabilidade associada ao valor de 2, que serve como indicativo de desvios significativos ou nãosignificativos. De todas as questões avaliadas, o cálculo da probabilidade para 2 foi significativo apenas nas questões de número dez, vinte e dois, vinte e três, vinte e sete e trinta. Nas demais, não houve significância estatística. Então, pode-se concluir, que o resultado da pesquisa independe do grupo de professores investigados, obtendo-se resultados semelhantes tanto para a rede pública como para a particular, uma vez que para quase a totalidade das questões, os desvios do cálculo de 2 foram insignificantes. O teste reforça os dados apresentados na figura 16, uma vez que o teste de 2 coincide com as questões de maior discrepância. Tais conclusões, extraídas da análise dos estudos realizados, permitem desvelar alguns ângulos da problemática escolar existente, em que se insere, hodiernamente, o aluno disléxico. No tocante à formação do professor, sua contextualização teórica e concreta, impõem-se outras investigações para apurar Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 136 ângulos, desta vez, não abordados. Este estudo não esgota o assunto; antes, incentiva novas buscas e propõe esperanças renovadas. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 137 9. CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES Do passado ao presente, indivíduos disléxicos sofreram e sofrem nos lares, na escola e na sociedade. Anularam-se e anulam-se como seres humanos pelas dificuldades insuperáveis e, mais ainda, pela incompreensão humilhante que os atinge. Do presente ao futuro, as perspectivas tendem a modificar-se. O progresso científico descortinou a gênese da dislexia e métodos eficazes de intervenção surgiram; porém, nem todo disléxico recebe, ainda, o tratamento a que tem direito. A mudança começa aos poucos, à medida que o esclarecimento se difunde. Um novo nível de compreensão do transtorno e do ensino-aprendizagem da leitura começa a impor-se por meio da exigência dos próprios alunos afetados, da percepção atenta de alguns professores, de pessoas bem-informadas e das mudanças das políticas públicas e educacionais. A base científica das intervenções e a eficácia de sua aplicação estão-se disseminando rapidamente nos núcleos de atendimento criados por especialistas e enraízam-se já nas salas de aula. Os alunos disléxicos já podem ter a oportunidade de desenvolver todo o seu potencial, sem o martírio a que eram submetidos. A Moral e o Direito associam-se à Ciência, fortalecendo a construção de uma linha de pensamento em direção ao bem-estar e progresso dos disléxicos. Não só eles serão beneficiados, mas toda a sociedade colherá os frutos produzidos por esses seres, singularmente talentosos. Há elementos essenciais para uma intervenção de leitura bem-sucedida: atendimento precoce, ensino intensivo e de alta qualidade, ministrado por professor experiente e atualizado, ação conjunta lar-escola-comunidade. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 138 Quanto mais cedo, melhor. O diagnóstico precoce, em casa ou na escola, é o primeiro passo essencial para evitar o fracasso na leitura. A criança precisa de ajuda antes de fracassar. A melhor intervenção é a prevenção na pré-escola ou a ajuda na 1ª série. Mas, sempre é tempo de recuperar as possibilidades de êxito na leitura, mesmo nas séries subseqüentes. A parceria entre escola e lar é fundamental para o êxito do aprendizado. A colaboração dos pais, oferecendo horas suplementares de leitura no lar, é um meio positivo de fortalecer essa aprendizagem. Some-se a isso a atitude positiva de adultos pacientes e perseverantes, conhecedores do transtorno, interagindo com o paciente, criando condições favoráveis ao sucesso acadêmico e a um futuro promissor. Elevase a auto-estima e incentiva-se o esforço da conquista da leitura ao enfatizarem-se as habilidades cognitivas e não, as deficiências fonológicas. Repousa, na escola, a grande responsabilidade de contar com corpo docente capacitado e estratégias atualizadas. A competência do professor é importante para detectar os alunos de risco, conduzindo-os ao tratamento especializado e para oferecer situações de aprendizagem suficientemente testadas no programa de leitura. Dados laboratoriais de todo o mundo apresentam um quadro muito claro do processo de aprendizagem de leitura. Cientistas, médicos e educadores esclarecidos concordam no que todo aprendente precisa saber para tornar-se bom leitor. Os programas de leitura, contudo, freqüentemente, são mal conduzidos, incluem uma miscelânea de atividades fonológicas ensinadas assistematicamente. Nem sempre o professor está ciente das pesquisas atuais sobre leitura ou se delas tem ciência, não sabe tomar decisões importantes diante das diferentes abordagens teóricas existentes. Considerando a prevalência dos docentes que lecionam sem embasamento teórico, pode-se inferir que, na formação do professor de Português, a Licenciatura em Letras não contempla, em geral, na grade curricular, uma disciplina específica para o estudo sistematizado do processo do ato de ler, incluindo um estudo regular das dificuldades de aprendizagem na leitura, inclusive sobre dislexia. Analisando as práticas educativas adotadas nas aulas de leitura, sugere-se Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 139 que, ao programarem as atividades para o desenvolvimento dessa habilidade, inteirem-se da história do aluno através do Parecer em Histórico Escolar, dos dados relevantes fornecidos pelo Coordenador Pedagógico e das observações feitas pela família. São informes significativos para avaliar o desempenho dos alunos na leitura silenciosa e na fluência da leitura em voz alta. Ao deparar com o insucesso na aprendizagem do ato de ler, esteja apto o docente para observar as causas primárias das dificuldades, para identificar se algum aluno bem dotado em outras habilidades revela incapacidade de leitura e que interprete essa dificuldade, não como indolência, desinteresse, atraso temporário, distração, mas busque fontes para localizar uma causa orgânica. Procure informações junto à família, solicite o parecer de especialistas como o neuropediatra ou o fonoaudiólogo. Por sua vez, informe a escola, por meio do Coordenador Pedagógico, sobre o fato, para o encaminhamento a serviços especializados. As classes numerosas e a falta de infra-estrutura pertencem ao sistema, em geral, independem do poder do professor para alterações; os demais fatores: indisciplina e motivação e falta de treinamento podem sofrer reflexos das duas partes. Espera-se que o professor, sentindo-se despreparado, busque ajuda e estude e pratique a legislação que protege e orienta a avaliação do aluno disléxico. As instituições de ensino superior devem reorganizar as grades curriculares e adotar medidas de suporte aos professores da instituição e aos estudantes, para que ambos possam mobilizar conhecimentos e atitudes em sintonia com a realidade. O magistério exige preparo e atualização constante. O professor educase, prepara-se e atualiza-se continuamente. Para ensinar é preciso aprender, sempre. À graduação compete incentivar e implementar técnicas de capacitação contínuas e duradouras por meio dos setores de recursos humanos. Às vezes, os próprios professores resistem a esses núcleos de treinamento e as faculdades, de seu lado, pouco investem em programas de treinamento e aperfeiçoamento docente, ficando uma lacuna no planejamento administrativo. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 140 A capacitação poderá ocorrer através de programas de atualização didática, núcleos de apoio pedagógico, fóruns quinzenais ou outras modalidades, desenvolvendo-se em volta de quatro eixos: conhecimento da teoria da leitura, gerenciamento, capacitação técnica e metodologia. A evolução da ciência da leitura deve ser conhecida para, a partir dela, direcionarem-se os passos seguintes. O eixo gerencial trata especificamente da gestão inerente à profissão do professor, ou seja: o planejamento de um curso; a execução desse plano, a relação com os alunos e um sistema de avaliação dos alunos. O terceiro eixo refere-se à necessidade de familiarizar os professores com novas tecnologias de informação e comunicação. No quarto, o metodológico, trabalham-se dinâmicas e práticas pedagógicas que podem ser utilizadas na sala de aula. Os Cursos de Letras devem capacitar os alunos em eventos dedicados à dislexia em cursos de extensão, palestras, simpósios, mesas redondas, grupos de discussão. Que os docentes de Língua Portuguesa analisem, nas classes de graduação, textos sobre a dificuldade de ler por parte de alunos inteligentes e motivados; que incluam, na sua bibliografia, periódicos referentes ao assunto; que promovam um intercâmbio com professores de Estágio Supervisionado para esclarecer estagiários nas aulas de regência sobre a possibilidade de encontrarem, nas salas de aula, alunos disléxicos, merecedores de atenção especial; que se interrelacionem com professores de outras disciplinas da grade (Psicologia, Instrumentação para o Trabalho Docente) para debaterem a problemática dos alunos disléxicos; que solicitem à bibliotecária aquisição de obras especializadas; que incluam, na pauta dos simpósios, o tema dos distúrbios de leitura. Depois da formatura, já no exercício do magistério, pode o docente deparar com a necessidade do conhecimento sobre dislexia. O aperfeiçoamento profissional, motivado por exigência ditada no dia-a-dia na sala de aula, já que a dislexia ocorre no contexto escolar, ou por almejada atualização, pode levar à pesquisa sobre essa área do saber. É preciso desenvolver programas que aproximem o graduando da experiência em sala de aula. Quando o recém-diplomado chega à escola, depara-se com uma realidade bem diferente de tudo o que aprendeu na faculdade. Hoje, Ibanez Ruiz, do CNE (Ensino Superior, 2007) afirma que o recém-formado deve passar por Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 141 uma fase complementar. Ele defende a criação de um período de transição entre a graduação e o ingresso definitivo no mercado de trabalho, em que o ingressante passa pela experiência de atuar em sala de aula sob orientação de um docente na ativa e acompanhado pela instituição na qual se formou. Assim, consolida sua formação com uma vivência da realidade da sala de aula. Em paralelo a essa proposta, tramita no Congresso Nacional um projeto que propõe a criação de uma residência educacional, com o objetivo de assegurar aos graduandos em cursos de formação de professores uma complementação, de ordem prática, da formação recebida na universidade. Em linhas gerais, a proposta do senador Marco Maciel é que os estudantes passem 800 horas adquirindo experiência e aprimorando sua formação por meio do contato coma realidade da sala de aula. O Ministério da Educação desempenha um papel central, na medida em que atua como instância indutora e mobilizadora, para que as instituições de ensino estimulem e priorizem a formação inicial e continuada de professores, desenvolvendo ações e projetos para suprir as principais carências do sistema educacional. O programa Ler e Escrever, do Governo do Estado de São Paulo, que prevê a contratação de professores auxiliares para atuar juntamente com os titulares das salas de aula na 1ª série do Ensino Fundamental, é experiência promissora. Os auxiliares são selecionados entre os estudantes de licenciatura das faculdades conveniadas com a Secretaria Estadual da Educação. Promover a saúde é um processo de formação de habilidades pessoais e coletivas, de condições ambientais e legais, de disponibilidade de recursos para proteger e recuperar a saúde, processo construído com a participação crescente da própria comunidade. À luta por uma escola de qualidade e pela saúde do cidadão brasileiro, disléxico ou não-disléxico. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 142 REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lucia de Arruda. História da educação. São Paulo: Moderna, 1996. AVANCINI, M. Ensinar saiu de moda? Ensino Superior, São Paulo. n. 108, p.24-30, ano 9, set. 2007. 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Parágrafo único – A obrigatoriedade de que trata o “caput” refere-se à aplicação de exame nos educandos matriculados na 1º (primeira) série do Ensino Fundamental, em alunos já matriculados na rede quando da publicação desta lei, e em alunos de qualquer série admitidos por transferência de outras escolas que não da rede pública estadual. Artigo 2º O Programa Estadual para identificação e Tratamento da Dislexia na Rede Oficial de educação deverá abranger a capacitação permanente dos educadores para que tenham condições de identificar os sinais da dislexia e de outros distúrbios nos educandos. Artigo 3º - Caberá às Secretarias da Saúde e da Educação a formulação de diretrizes para viabilizar a plena execução do Programa Estadual para Identificação e Tratamento da Dislexia na rede oficial de Educação. Artigo 4º- O Programa Estadual para Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede Oficial de Educação terá caráter preventivo e também proverá o tratamento do educando. Artigo 5º- As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias. Artigo 6º - O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 30 (trinta) dias, a.contar da data de sua publicação. Artigo 7º - O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de sua publicação. Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, aos 2 de janeiro de 2007 Rodrigo Garcia, Presidente Publicada na Secretaria da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, aos 2 de janeiro de 2007 Marco António Hatem Beneton, Secretário Geral Parlamentar Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 151 ANEXO B – Autorização da Comissão de Ética em Pesquisa PRPG Pró-Reitoria de Pesquisa e Pósgraduação COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA Protocolo nD 77/07 Título do Projeto: Dislexia: estudo correlacional entre docentes de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental Público e Particular" Pesquisador (a) Responsável: Profª Dr.ª Maria de Lourdes Merighi Tabaquim Aluna: Silvani Daruiz Comitê de Ética: O CEP analisou, baseado em parecer competente, o presente projeto e o considerou aprovado. Data: 23 de agosto de 2007 Assinatura do Presidente: Proj. Dr. Marcos da Cunha Lopes Virmond Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 152 APÊNDICES Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 153 APÊNDICE A - Requerimento de solicitação de autorização à Dirigente Regional de Ensino Exm.a Sr.a Dirigente Regional de Ensino da Diretoria de Ensino-Região Lins. Silvani Daruiz, professora do Instituto Superior de Educação Auxilium (ISE) e do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins (UNISALESIANO), mestranda da Universidade do Sagrado Coração (USC), vem, mui respeitosamente, solicitar de V. Ex.ª autorização para aplicar um questionário sobre Dislexia a professores de Português em exercício nas escolas jurisdicionadas a essa Diretoria de Ensino, a fim de instrumentar a pesquisa que informará sua Dissertação de Mestrado em andamento: Dislexia: estudo correlacional sobre o nível de informação dos docentes do ensino público e particular do Ensino Fundamental. Nestes termos, Pede deferimento Lins, 9 de abril de 2007 _________________________ Silvani Daruiz Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 154 APÊNDICE B - Requerimento ao Diretor de Escola para efetuar a pesquisa junto aos professores de Português de seu estabelecimento de ensino Exm.o Sr. Diretor da Escola *** Silvani Daruiz, professora do Instituto Superior de Educação Auxilium (ISE) e do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins (UNISALESIANO), mestranda da Universidade do Sagrado Coração (USC), vem, mui respeitosamente, solicitar de V. Ex.a permissão para aplicar um questionário sobre Dislexia a professores de Português em exercício neste estabelecimento de Ensino, a fim de instrumentar a pesquisa que informará sua Dissertação de Mestrado em andamento: Dislexia: estudo correlacional sobre o nível de informação dos docentes do ensino público e particular do Ensino Fundamental. Nestes termos, Pede deferimento Lins, 2 de maio de 2007 _________________ Silvani Daruiz Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 155 APÊNDICE C –Termo de Consentimento Título do Projeto: Dislexia: estudo correlacional sobre o nível de informação dos docentes do ensino público e particular do Ensino Fundamental. Pesquisadora responsável: Silvani Daruiz Rua Luís Gama, nº 920. Centro Lins SP.– Telefone(014) 3522 1983. CEP16 400-080 e-mail: [email protected] Resumo: A deficiência na leitura, apresentada por alunos com inteligência normal ou elevada, tem sido preocupação da escola, família, sociedade e saúde pública, pois o estigma que acompanha o disléxico dificulta sua permanência na escola e não raras vezes, a exclusão em empregos almejados na comunidade. Torna-se necessário refletir o papel dos docentes diante desse transtorno de aprendizagem, o conhecimento sobre o assunto e as técnicas operacionais aplicadas em sala de aula. Participarão trinta professores, por adesão espontânea documental, respondendo um questionário cujo objetivo é compreender o nível de informação sobre Dislexia, apresentado aos docentes das redes estadual e particular, do ensino fundamental. Riscos e benefícios. A participação do professor no projeto é espontânea, sem constrangimento para os que a ela se recusarem. O resultado da tabulação fornecerá subsídios para o levantamento de sugestões na formação e no aperfeiçoamento dos docentes encarregados de desenvolver a habilidade da leitura no ensino formal. Não haverá encargos adicionais associados à participação do sujeito de pesquisa nesta investigação. Confidencialidade Eu,............................................, fui notificado (a) de que qualquer informação sobre minha identidade será de caráter confidencial. Asseguraram-me, também, que meu nome será mantido em sigilo nas publicações que possam ocorrer sobre esta Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 156 investigação. Consinto, entretanto, que meus registros de pesquisa fiquem disponíveis para revisão dos pesquisadores e publicações com propósitos científicos. Direito de Recusa ou Desistência Eu,..............................................., entendo que estou livre para recusar minha participação neste estudo ou para desistir a qualquer momento e que minha decisão não afetará adversamente meu trabalho na escola ou causar perda de benefícios para os quais eu poderei ser indicado(a). Consentimento voluntário Eu, ...................................., certifico que me inteirei do texto de consentimento, entendi seu conteúdo. E recebi todos os esclarecimentos por mim solicitados. Uma cópia deste formulário ser-me-á fornecida. Minha assinatura demonstra que concordei espontaneamente em participar desta investigação. Assinatura do participante da pesquisa:....................................................................... Data: ............................................................................................................................... Termo de responsabilidade do pesquisador: Eu, Silvani Daruiz, pesquisadora do Mestrado em Saúde Pública, declaro ter informado o professor-colaborador da investigação, da natureza, do propósito do estudo em pauta, bem como dos benefícios e possíveis riscos à sua participação nesta pesquisa, elucidando as dúvidas supervenientes. Declaro, outrossim, ter sido testemunha da assinatura espontânea, aposta acima. Assinatura do pesquisador responsável: ....................................................................... Data: 10 de abril de 2007 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 157 APÊNDICE- D - Protocolo de Investigação sobre Dislexia 1 Este questionário objetivou identificar o nível de informação sobre Dislexia, em professores de Português de 5ª a 8ª séries das escolas públicas e das particulares do Ensino Fundamental. DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS: 1. Idade Assinale com X: ( ) anos 2. Formação profissional Graduação Especialização Mestrado Doutorado S S S S ( ( ( ( ) ) ) ) N N N N ( ( ( ( ) ) ) ) S S S S ( ( ( ( ) ) ) ) N N N N ( ( ( ( ) ) ) ) 3. Tempo de serviço 1- 5 ano(s) 6-10 anos 11-20 anos 21-25 anos 4. Situação docente atual Rede Particular Rede Pública S ( ) S ( ) N ( ) N ( ) 5. Regência de aulas 5ª série 6ª série 7ª série 8ª série S S S S N N N N ( ( ( ( ) ) ) ) ( ( ( ( ) ) ) ) 1 – Adaptação do Protocolo de investigação sobre dislexia, elaborado por MULLER & TABAQUIM, 2006. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 158 QUESTÕES 1. 2. 3 4 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. Assinale, com X, sua opção: A dislexia resulta de: (AM) a) má alfabetização; b) baixa inteligência; c) condição socioeconômica precária; d) desatenção; e) desmotivação; f) presença de problemas emocionais significativos. SIM A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico. Parente de 1º grau, disléxico, não é considerado fator predisponente da dislexia. Aluno disléxico possui inteligência normal. Aluno disléxico apresenta desatenção, dispersão. O aluno disléxico é capaz de ler com a mesma facilidade com a qual o não-disléxico lê. O leitor disléxico tem bom reconhecimento da palavra, mas fraca compreensão auditiva. O aluno disléxico apresenta discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar. O indivíduo disléxico apresenta dificuldade em nomear: seres (objetos, pessoas ...). O estudante disléxico lê melhor, quando o texto está invertido ou em espelho. Alunos disléxicos revelam confusão entre esquerda e direita. Alunos disléxicos apresentam dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição. Alunos disléxicos apresentam facilidade de percepções auditivas na análise e síntese de sons. Aluno disléxico apresenta menor interesse em atividades de leitura; devido à dificuldade de processamento fonológico; os textos que lhe são apresentados tornam-se difíceis e cansativos. Alunos disléxicos apresentam facilidade para lembrar os fonemas do vocábulo, sendo capazes de proferir a palavra impressa de maneira eficiente, apesar de não identificarem seu significado. Alunos disléxicos não apresentam problemas na discriminação e na síntese dos sons. Alunos disléxicos conhecem bem rimas e aliterações. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) NÃO 159 18. Os alunos disléxicos examinam lenta e demoradamente a palavra, não a reconhecem, de imediato, como sendo igual ou diferente uma da outra. 19. Estudantes disléxicos, geralmente subvocalizam ou movem os lábios, já que necessitam pronunciar as palavras para compreendê-las. 20. Os alunos disléxicos apresentam, no ato de escrever, confusão entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q; n/u). 21. O aluno disléxico usa vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas. 22. Os alunos disléxicos relacionam facilmente imagens ou figuras a palavras; rememoram palavras e imagens e identificam letras e vocábulos. 23. Os indivíduos disléxicos apresentam ótima memória de curto prazo ou memória de trabalho ( instruções e recados) 24. Alunos disléxicos não apresentam deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q/b). 25. Alunos disléxicos substituem palavras por sinônimos. 26. Alunos disléxicos trocam palavras por outras visualmente semelhantes. 27. Alunos disléxicos não apresentam alterações na ordem das letras e sílabas (azedo/adezo). 28. Aluno disléxico tem bom desempenho da decodificação fonética. 29. Alunos disléxicos aprendem facilmente língua estrangeira. 30. Alunos disléxicos apresentam péssimo desempenho em provas orais. Questões sobre os procedimentos pedagógicos da leitura. 1 2 Assinale, com X, sua opção: Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? Teoria da leitura Atividades empíricas SIM Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: Instrução deficiente Desmotivação Indisciplina Falta de treinamento Incapacidade intelectual Falta de infra-estrutura escolar Classes numerosas Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) NÃO 160 3 Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: Atitude benevolente e passiva Atitude enérgica e corretiva 4 Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? Notas Conceitos Parecer em histórico escolar. 5 Como acompanha a evolução da ciência da leitura? Pesquisas na INTERNET. Revistas. Jornais. Livros especializados. Programas de TV. Cursos de atualização. Simpósios. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 161 APÊNDICE E – Coleta de Dados Professores de Português de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental Lins – SP – 2007 Escola GI: Públicas: Professores GII: Particulares: Professores Total 21 13 34 Amostra 17 10 27 Dados Sociodemográficos – Professores de Português – Lins/SP - 2007 Variáveis Dados 24 - 32 32 - 40 Idade 40 - 48 48 - 56 56 - 64 64 - 71 Formação Graduação Profissional Especialização Mestrado Doutorado Tempo de 01 - 05 Serviço 06 - 10 11 - 20 21 - 25 Regência 5ª série das aulas 6ª série 7ª série 8ª série Caracterização da amostra. Rede Pública 03 02 08 02 01 01 13 04 03 01 08 05 12 10 06 12 Rede Particular 02 01 05 02 02 06 02 01 04 03 02 04 06 07 07 Total 05 03 13 04 01 01 15 10 02 04 05 11 07 16 16 13 19 PROTOCOLO DE INVESTIGAÇÃO Questão 1: A dislexia resulta de: (AM) Variáveis Má alfabetização Baixa inteligência Condição socioeconômica precária Desatenção Desmotivação Problemas emocionais significativos *NR = não respondeu Rede Pública S N 04 10 01 13 03 11 06 10 05 11 11 04 NR* 03 03 03 01 01 02 Rede Particular S N 01 07 08 08 04 04 02 06 07 03 Total NR 02 02 02 02 02 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) S 05 01 03 10 07 18 N 17 21 19 14 17 07 NR 05 05 05 03 03 02 162 Questão 2 - A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 13 04 NR* Rede Particular S N 06 04 Total NR S 19 N 08 NR Questão 3- Parente de 1º grau, disléxico, não é considerado fator predisponente da dislexia. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 03 12 NR* 02 Rede Particular S N 02 06 Total Total NR* 02 Rede Particular S N 09 01 Rede Particular S N 09 01 Total NR 02 S 05 N 18 04 Questão 4- Aluno disléxico possui inteligência normal. Variáveis Respostas *NR = Não respondeu Rede Pública S N 13 02 S 22 N 03 02 Questão 5 - Aluno disléxico apresenta desatenção, dispersão. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 11 06 NR* S 20 N 07 Questão 6 - O aluno disléxico é capaz de ler com a mesma facilidade com a qual o não-disléxico lê. Variáveis Rede Rede Total Pública Particular S N NR* S N S N Respostas 01 15 01 01 09 02 24 01 *NR = não respondeu Questão 7 - O leitor disléxico tem bom reconhecimento da palavra, mas fraca compreensão auditiva. Variáveis Rede Rede Total Pública Particular S N NR* S N S N Respostas 04 11 02 04 06 08 17 *NR = não respondeu 02 Questão 8 - O aluno disléxico apresenta discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 13 04 NR* Rede Particular S N 05 05 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) Total S 18 N 09 - 163 Questão 09- O indivíduo disléxico apresenta dificuldade em nomear: seres (objetos, pessoas ...). Variáveis Rede Rede Total Pública Particular S N NR* S N S N Respostas 07 08 02 05 05 12 13 *NR = não respondeu 02 Questão 10 - O estudante disléxico lê melhor, quando o texto está invertido ou em espelho. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 02 13 NR* 02 Rede Particular S N 06 04 Total S 08 N 17 02 N 09 03 Questão 11 - Alunos disléxicos revelam confusão entre esquerda e direita. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 10 04 NR* 03 Rede Particular S N 05 05 Total S 15 Questão 12 - Alunos disléxicos apresentam dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 03 08 NR* 06 Rede Particular S N 06 03 Total 01 S 09 N 11 07 Questão 13- Alunos disléxicos apresentam facilidade de percepções auditivas na análise e síntese de sons. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 04 12 NR* 01 Rede Particular S N 02 07 Total 01 S 06 N 19 02 N 01 - Questão 14- Aluno disléxico apresenta menor interesse em atividades de leitura; devido à dificuldade de processamento fonológico, os textos que lhe são apresentados tornam-se difíceis e cansativos. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 17 NR* Rede Particular S N 09 01 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) Total S 26 164 Questão 15- Alunos disléxicos apresentam facilidade para lembrar os fonemas do vocábulo, sendo capazes de proferir a palavra impressa de maneira eficiente, apesar de não identificarem seu significado. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 02 13 NR* 02 Rede Particular S N 02 08 Total S 04 N 21 Questão 16 - Alunos disléxicos não apresentam problemas na discriminação e na síntese dos sons. Variáveis Rede Rede Total Pública Particular S N NR* S N S N Respostas 06 10 01 02 08 08 18 *NR = não respondeu 02 01 Questão 17- Alunos disléxicos conhecem bem rimas e aliterações. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 07 09 NR* 01 Rede Particular S N 02 08 Total S 09 N 17 01 N 08 02 N 03 03 Questão 18 - Os alunos disléxicos examinam lenta e demoradamente a palavra, não a reconhecem, de imediato, como sendo igual ou diferente uma da outra. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 10 05 NR* 02 Rede Particular S N 07 03 Total S 17 Questão 19 - Estudantes disléxicos, geralmente subvocalizam ou movem os lábios, já que necessitam pronunciar as palavras para compreendê-las. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 13 01 NR* 03 Rede Particular S N 08 02 Total S 21 Questão 20 - Os alunos disléxicos apresentam, no ato de escrever, confusão entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q; n/u). Variáveis Rede Rede Total Pública Particular S N NR* S N S N Respostas 13 02 02 10 23 02 *NR = não respondeu Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 02 165 Questão 21- O aluno disléxico usa vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 13 04 NR* Rede Particular S N 07 03 Total S 20 N 07 - N 20 01 Questão 22 - Os alunos disléxicos relacionam facilmente imagens ou figuras a palavras; rememoram palavras e imagens e identificam letras e vocábulos. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 01 15 NR* 01 Rede Particular S N 05 05 Total S 06 Questão 23 - Os indivíduos disléxicos apresentam ótima memória de curto prazo ou memória de trabalho (instruções e recados). Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 03 12 NR* 02 Rede Particular S N 06 04 Total S 09 N 16 02 Questão 24 - Alunos disléxicos N apresentam deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q;b). Variáveis Respostas *NR = N respondeu Rede Pública S N 04 11 NR* 02 Rede Particular S N 05 05 Total S 09 N 16 02 Questão 25 - Alunos disléxicos substituem palavras por sinônimos. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 02 14 NR* 01 Rede Particular S N 04 06 Total S 06 N 20 01 Questão 26 -Alunos disléxicos trocam palavras por outras visualmente semelhantes. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 15 01 NR* 01 Rede Particular S N 10 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) Total S 25 N 01 01 166 Questão 27 - Alunos disléxicos não apresentam alterações na ordem das letras e sílabas (azedo/adezo). Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 10 05 NR* 02 Rede Particular S N 01 09 Total S 19 N 14 02 N 25 01 Questão 28 -Aluno disléxico tem bom desempenho da decodificação fonética. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 01 15 NR* 01 Rede Particular S N 10 Total S 01 Questão 29- Alunos disléxicos aprendem facilmente língua estrangeira. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 16 NR* 01 Rede Particular S N 10 Total S N 26 01 Questão 30 - Alunos disléxicos apresentam péssimo desempenho em provas orais. Variáveis Respostas *NR = não respondeu Rede Pública S N 09 07 NR* 01 Rede Particular S N 10 Total S 09 N 17 01 Questões sobre os Procedimentos Pedagógicos da Leitura Questão 1. Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? Variáveis Teoria da leitura Atividades empíricas *NR = não respondeu Rede Pública S N 12 13 04 01 NR* 01 03 Rede Particular S N 10 08 02 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) Total S 22 21 N 04 03 01 03 167 Questão 2 - Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: Variáveis a) Instrução deficiente b) Desmotivação c) Indisciplina d) Falta de treinamento e) Incapacidade intelectual f) Falta de infra-estrutura escolar g) Classes numerosas *NR = não respondeu Rede Pública S N 09 12 14 11 02 09 12 05 05 00 06 14 06 03 NR* 03 01 01 02 02 Rede Particular S N 04 07 06 09 010 1 04 06 03 04 01 08 08 05 Total S 01 01 01 13 19 20 20 03 10 16 N 11 08 06 07 22 14 08 03 01 02 03 03 Questão 3 - Diante das dificuldades dos alunos assume: Variáveis Atitude benevolente e passiva Atitude enérgica corretiva *NR = não respondeu Rede Pública S N NR* Rede Particular S N 13 07 02 04 04 04 08 04 06 Total S 02 17 11 N 08 14 02 02 Questão 4 - Como registra a avaliação da leitura de casa aluno? Variáveis Notas Conceitos Parecer em histórico escolar *NR = não respondeu Rede Pública S N NR* Rede Particular S N 05 06 11 03 04 02 06 04 03 09 07 04 03 04 04 Total S 01 02 03 11 10 14 N 12 11 08 04 06 05 Questão 5 – Como acompanha a evolução da ciência da leitura? Variáveis a) Pesquisas na Internet. b) Revistas. c) Jornais. d) Livros especializados. e) Programas de TV. f) Cursos de atualização. g) Simpósios. *NR = não respondeu Rede Pública S N 10 17 15 16 12 12 07 NR* 05 02 01 01 03 04 09 01 02 01 01 Rede Particular S N 08 08 06 08 03 08 05 01 01 02 02 04 01 02 Total S 01 01 02 03 01 03 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 18 25 21 24 15 20 12 N 06 01 003 07 05 11 03 01 03 05 02 04 168 APÊNDICE F - Resultado Geral: Rede Pública e Rede Particular. Número de acertos por questão. Porcentagens. Professores de Português de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental Lins – SP – 2007 Escola GI: Públicas: Professores G II: Particulares: Professores Total 21 13 % 62% 38% Amostra% 17 10 80,45% 76,12% 34 100% 27 79,41% Dados Sociodemográficos em porcentagem Idade Formação profissional Tempo de Serviço Regência das aulas 24 |--- 32 32 |--- 40 40 |--- 48 48 |--- 56 56 |--- 64 64 |--- 71 05 03 13 04 01 01 18,51% 11,11 % 48,14% 14,81% 3,70% 3,70% Graduação Especialização Mestrado Doutorado 01 |--- 05 06 |--- 10 11 |--- 20 21 |--- 25 5ª série 6ª série 7ª série 8ª série 15 10 02 04 05 11 07 16 16 13 19 55,55% 37,03% 7,40% 14,81% 18,51% 40,74% 25.92% 59,25% 59,25% 48,14% 70,37% Causas da dislexia Nº 1 b 21 c 19 e 17 a 17 d 14 f 7 2-19 % CAUSAS DA DISLEXIA 77,77 % 70,37 % 62,92 % 62,92 % 51,85 % 25,92 % 70,37% 3-18 66,66% (não) Baixa inteligência (não) Condição socioeconômica precária (não) Má alfabetização (não) Má-formação (não) Desatenção (não) Problemas emocionais significativos. A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico. (não) Parente de 1º grau, disléxico não é considerado fator predisponente da dislexia. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 169 Efeitos da dislexia N.º % EFEITOS: SINTOMAS, DESEMPENHOS... 14- 26 96,29 % 29 - 26 28 -25 26 -25 06-24 96,29% 92,59% 92,59 % 88,88 % 20-23 85,18 % 04-22 15-21 81,48¨% 77,77 % 19-21 77,77 % 21-20 74,07 % 22-20 74,07 % 05-20 13-19 74,07 % 70,37 % 08-18 66,66 % 16- 18 07 -17 66,66 % 62,96 % apresentam menor interesse em atividades de leitura; devido à dificuldade de processamento fonológico; os textos que lhes são apresentados tornam-se difíceis e cansativos. Alunos disléxicos aprendem facilmente língua estrangeira. (não) têm bom desempenho da decodificação fonética. trocam palavras por outras visualmente semelhantes. (não) são capazes de ler com a mesma facilidade com a qual os nãodisléxicos lêem. apresentam, no ato de escrever, confusão entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q; n/u). possuem inteligência normal. (não) apresentam facilidade para lembrar os fonemas do vocábulo, sendo capazes de proferir a palavra impressa de maneira eficiente, apesar de não identificarem seu significado. geralmente subvocalizam ou movem os lábios, já que necessitam pronunciar as palavras para compreendê-las. usam vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas. (não) relacionam facilmente imagens ou figuras a palavras; rememorizam palavras e imagens e identificam letras e vocábulos. apresentam desatenção, dispersão. (não) apresentam facilidade de percepções auditivas na análise e síntese de sons. . apresentam discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar. (não) não apresentam problemas na discriminação e na síntese dos sons (não) têm bom reconhecimento da palavra, mas fraca compreensão auditiva. 17- 17 62,96 % (não) conhecem bem rimas e aliterações. 30-17 18 - 17 62,96 % 62,96 % 23-16 59,25 % 24-16 59,25 % 11-15 27-14 09-12 12-09 55,55 % 51,85 % 44,44 % 33,33 % (não) apresentam péssimo desempenho em provas orais. examinam lenta e demoradamente a palavra, não a reconhecem, de imediato, como sendo igual ou diferente uma da outra. (não) apresentam ótima memória de curto prazo ou memória de trabalho ( instruções e recados) (não) não apresentam deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q;b). revelam confusão entre esquerda e direita. (não) não apresentam alterações na ordem das letras e sílabas (azedo/adezo). apresentam dificuldade em nomear: seres (objetos, pessoas ...). apresentam dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição. 10-08 25-06 29,62 % 22,22 % lêem melhor, quando o texto está invertido ou em espelho. substituem palavras por sinônimos. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 170 Procedimentos pedagógicos da leitura 1. Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? a) 22 b) 21 81,48% 77,77% Teoria da leitura Atividades empíricas 2. Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: c) d) b) g) a) f) e) 20 20 19 16 13 10 03 74,07% 74,07% 70,37% 59,25% 48,14% 37,03% 11,11% Indisciplina. Falta de treinamento. Desmotivação. Classes numerosas. Instrução deficiente. Falta de infra-estrutura escola. Incapacidade intelectual. 3. Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: a) 17 b) 11 62,96% 40,74% Atitude benevolente e passiva. Atitude enérgica e corretiva. 4. Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? c) 14 a) 11 b) 10 51,85% 40,74¨% 37,03% Parecer em histórico escolar. Notas. Conceitos 5. Como acompanha a evolução da ciência da leitura? b) 25 d) 24 c) 21 f) 20 a) 18 e) 15 g) 12 92,59% 88,88% 77,77% 74,07% 66,66% 55,55% 44,44% Revistas. Livros especializados. Jornais. Cursos de atualização. Pesquisas na Internet. Programas de TV. Simpósios. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 171 APÊNDICE G - Resultado Parcial: Rede Pública. Número de acertos por questão. Porcentagens. CAUSAS DA DISLEXIA Total: 17 Nº CAUSAS b-13 c -11 e- 11 a- 10 d- 10 f- 04 % 00,00 % 76,47 64,70 64,70 58,82 58,82 23,52 2 -13 76,47 2-12 70,58 A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico (não) Parente de 1º grau, disléxico, não é considerado fator predisponente da dislexia. (não) (não) (não) (não) (não) (não) baixa inteligência; condição socioeconômica precária; desmotivação; má alfabertização desatenção presença de problemas emocionais significativos. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 172 EFEITOS: O PERFIL DO DISLÉXICO Q/Acer to 14-17 % 00,00 % 100% 06-15 88,23 26-15 28-15 22-15 88,23 88,23 88,23 21-13 76,47 % 15-13 76,47 % 19-13 76,47 % 20-13 76,47 % 04-13 08-13 76,47 % 76,47 % 13-12 70,58 % 23-12 70,58 % 24-11 64,70 % 05-11 07-11 64,70 % 64,70 % 29- 16 16-10 59,25% 58,82 % 18-10 58,82 % 11-10 17-09 30-07 09-07 27-05 58,82 % 52,94 % 41,17 % 41,17 % 29,41 % 12-03 17,64 % 25-02 10-02 11,76 % 11,76 % EFEITOS Aluno disléxico apresenta menor interesse em atividades de leitura; devido à dificuldade de processamento fonológico; os textos que lhe são apresentados tornam-se difíceis e cansativos. (não) O aluno disléxico é capaz de ler com a mesma facilidade com a qual o não-disléxico lê. Alunos disléxicos trocam palavras por outras visualmente semelhantes (não) Aluno disléxico tem bom desempenho da decodificação fonética. (não) Os alunos disléxicos relacionam facilmente imagens ou figuras a palavras; rememorizam palavras e imagens e identificam letras e vocábulos. O aluno disléxico usa vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas. (não) Alunos disléxicos apresentam facilidade para lembrar os fonemas do vocábulo, sendo capazes de proferir a palavra impressa de maneira eficiente, apesar de não identificarem seu significado. Estudantes disléxicos, geralmente subvocalizam ou movem os lábios, já que necessitam pronunciar as palavras para compreendê-las. Os alunos disléxicos apresentam, no ato de escrever, confusão entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q; n/u). Aluno disléxico possui inteligência normal. O aluno disléxico apresenta discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar (não) Alunos disléxicos apresentam facilidade de percepções auditivas na análise e síntese de sons. (não) Os indivíduos disléxicos apresentam ótima memória de curto prazo ou memória de trabalho ( instruções e recados) (não) Alunos disléxicos não apresentam deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q;b). Aluno disléxico apresenta desatenção, dispersão. (não) O leitor disléxico tem bom reconhecimento da palavra, mas fraca compreensão auditiva. (não) Alunos disléxicos aprendem facilmente língua estrangeira (não) Alunos disléxicos não apresentam problemas na discriminação e na síntese dos sons. Os alunos disléxicos examinam lenta e demoradamente a palavra, não a reconhecem, de imediato, como sendo igual ou diferente uma da outra. Alunos disléxicos revelam confusão entre esquerda e direita. (não) Alunos disléxicos conhecem bem rimas e aliterações. (não) apresentam péssimo desempenho em provas orais. apresentam dificuldade em nomear: seres (objetos, pessoas ...). (não) Alunos disléxicos não apresentam alterações na ordem das letras e sílabas (azedo/adezo). Alunos disléxicos apresentam dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição. Alunos disléxicos substituem palavras por sinônimos. O estudante disléxico lê melhor, quando o texto está invertido ou em espelho. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 173 Procedimentos pedagógicos da leitura: 1.Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? b) 13 a) 12 76,58% 70,47% Atividades empíricas Teoria da leitura 2. Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: (sim) c) 14 b) 12 g) 12 d) 11 a) 09 f) 09 e) 02 82,35% 70,58% 70,58% 64,70% 52,59% 52,59% 11,76% Indisciplina Desmotivação. Classes numerosas. Falta de treinamento. Instrução deficiente. Falta de infra-estrutura escolar. Incapacidade intelectual. 3. Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: a) 13 b) 07 76,47% 41,17% Atitude benevolente e passiva. Atitude enérgica e corretiva. 4.Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? c) 11 b) 06 a) 05 64,70% 35,29% 29,41% . Parecer em histórico escolar. Conceitos. Notas 5. Como acompanha a evolução da ciência da leitura? b) 17 d) 16 c) 15 e) 12 f) 12 a) 10 g) 07 100% 94,11% 88,23% 70,58% 70,58% 58,82% 41,17% Revistas. Livros especializados. Jornais. Programas de TV. Cursos de atualização. Pesquisas na Internet. Simpósios. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 174 APÊNDICE H - Resultado Parcial: Rede Particular. Número de acertos por questão. Porcentagens. CAUSAS DA DISLEXIA Nº b-8 c 8 a 7 e 6 d 4 f 3 % 00,00 % 80,00 % 80,00 % 70,00 % 60,00 % 40,00 % 30,00 % 2-6 60,00 % 3- 6 60,00 % CAUSAS (não) (não) (não) (não) (não) (não) baixa inteligência; condição socioeconômica precária; má alfabetização desmotivação desatenção. presença de problemas emocionais significativos. A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico. (não) Parente de 1º grau, disléxico, não é considerado fator predisponente da dislexia. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 175 EFEITOS DA DISLEXIA Q/Acer 00,00 % EFEITOS 20-10 100% 26-10 28-10 29-10 30-10 04-09 05-09 06-09 100% 100% 100% 100% 90,00 % 90,00 % 90,00 % 14-09 90,00 % 27-09- 90,00 % 15-08- 80,00 % 16-08- 80,00 % 17-0819-08- 80,00 % 80,00 % 13-07- 70,00 % 18-07- 70,00 % 21-07- 70,00 % 07-06- 60,00 % 10-0612-06- 60,00 % 60,00 % 08-05- 50,00 % 09-05- 50,00 % 11-0522-05- 50,00 % 50,00 % 24-05- 50,00 % Os alunos disléxicos apresentam, no ato de escrever, confusão entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q; n/u). Alunos disléxicos trocam palavras por outras visualmente semelhantes. (não) Aluno disléxico tem bom desempenho da decodificação fonética. (não) Alunos disléxicos aprendem facilmente língua estrangeira. (não) Alunos disléxicos apresentam péssimo desempenho em provas orais. Aluno disléxico possui inteligência normal. Aluno disléxico apresenta desatenção, dispersão. (não) O aluno disléxico é capaz de ler com a mesma facilidade com a qual o não-disléxico lê. Aluno disléxico apresenta menor interesse em atividades de leitura; devido à dificuldade de processamento fonológico; os textos que lhe são apresentados tornam-se difíceis e cansativos. (não) Alunos disléxicos não apresentam alterações na ordem das letras e sílabas (azedo/adezo). (não) Alunos disléxicos apresentam facilidade para lembrar os fonemas do vocábulo, sendo capazes de proferir a palavra impressa de maneira eficiente, apesar de não identificarem seu significado. (não) Alunos disléxicos não apresentam problemas na discriminação e na síntese dos sons. (não) Alunos disléxicos conhecem bem rimas e aliterações. Estudantes disléxicos, geralmente subvocalizam ou movem os lábios, já que necessitam pronunciar as palavras para compreendê-las. (não) Alunos disléxicos apresentam facilidade de percepções auditivas na análise e síntese de sons. Os alunos disléxicos examinam lenta e demoradamente a palavra, não a reconhecem, de imediato, como sendo igual ou diferente uma da outra. O aluno disléxico usa vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas. (não) O leitor disléxico tem bom reconhecimento da palavra, mas fraca compreensão auditiva. O estudante disléxico lê melhor, quando o texto está invertido ou em espelho. Alunos disléxicos apresentam dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição. O aluno disléxico apresenta discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar. O indivíduo disléxico apresenta dificuldade em nomear: seres (objetos, pessoas ...). Alunos disléxicos revelam confusão entre esquerda e direita. (não) Os alunos disléxicos relacionam facilmente imagens ou figuras a palavras; rememorizam palavras e imagens e identificam letras e vocábulos. (não) Alunos disléxicos não apresentam deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q;b). 23-04- 40,00 % 25-04- 40,00 % (não) Os indivíduos disléxicos apresentam ótima memória de curto prazo ou memória de trabalho ( instruções e recados) Alunos disléxicos substituem palavras por sinônimos Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 176 PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS DA LEITURA 1.Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? a) 10 b) 08 100% 80% Teoria da leitura Atividades empíricas 2. Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: a) 09 b) 07 c) 06 a) 04 g) 04 e) 01 g) 01 90,00% 70,00% 60% 40% 40% 10% 10% Falta de treinamento. Desmotivação. Indisciplina. Instrução deficiente. Classes numerosas. Incapacidade intelectual. Falta de infra-estrutura escolar. 3. Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: a) 04 b) 04 40% 40% Atitude benevolente e passiva. Atitude enérgica e corretiva. 4. Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? a) 06 b) 04 c) 03 60% 40% 30% Notas. Conceitos. Parecer em histórico escolar. 5. Como acompanha a evolução da ciência da leitura? a) 08 b) 08 d) 08 f) 08 c) 06 g) 05 e) 03 80% 80% 80% 80% 60% 50% 30% Pesquisas na INTERNET. Revistas. Livros especializados. Cursos de atualização. Jornais. Simpósios. Programas de TV. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 177 APÊNDICE I – Correlação entre resultados do GI e do GII. Correlação entre níveis de informação sobre dislexia, encontrados em docentes da Língua Portuguesa das redes publica e particular O lugar as questões mais votadas na pública ocuparam na particular. Ordem numérica G1 + votada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 14 06 26 28 22 21 151920 04 0813 23 24 05 07 29 – 16 18 11 17 30 09 27 12 25 10 % 100,00% 88,23% 88,23% 88,23% 88,23% 76,47% 76,47% 76,47% 76,47% 76,47% 76,47% 70,58 % 70,58 % 64,70% 64,70% 64,70% 59,25 % 58,82% 58,82% 58,82% 52,94 41,17 41,17 29,41 17,64 11,76 11,76 G2 Correspondência na ordem numérica 09 08 02 03 24 17 11 14 01 06 21 15 26 25 071804 12 16 23 1305 22 1020 27 19 - % 90,00% 90,00% 100,00% 100,00% 50,00% 70,00% 80,00% 80,00% 100,00% 90,00% 50,00% 70,00% 40,00% 50,00% 90,00% 60,00% 100,00% 80,00% 70,00% 50,00% 80,00 % 100,00% 50,00 % 90,00% 60,00% 40,00% 60,00% Diferença + G1 + 10,00% 1,77% 11,77% 11,77% + 38,23% + 1,64% 3,77% 3,77% 23,53% 13,53% + 26,47% + 0,58% + 30,58% + 14,70% 35,70% + 4,70% 40,75% 21,18% 11,18% + 8,82% 27,06% 58,83% 8,83% 60,00% 42,36% 28,24% 48,24% Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 178 Ordem decrescente: diferença, desigualdade, aproximação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 % 60,00 58,83 48,24 42,36 40,75 38,23 35,70 30,58 28,24 27,06 26,47 23,53 21,18 14,70 13,53 11,77 11,77 11,18 10,00 8,83 8,82 4,70 + 3,77 3,77 1,77 1,64 0,58 Questão 27 30 10 12 29 22 + 05 23 + 25 17 08+ 20 16 24 + 04 26 28 18 14 + 09 11 7 15 19 06 21 + 13 + Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 179 Apêndice J – Variável Idade Porcentagem Idade 24 |--- 32 32 |--- 40 40 |--- 48 48 |--- 56 56 |--- 64 64 |--- 71 05 03 13 04 01 01 18,51% 11,11 % 48,14% 14,81% 3,70% 3,70% Sujeitos Bloco Jovem Bloco Idoso 21 06 BLOCO JOVEM Número de acertos por questão na ordem dada: porcentagens Bloco Jovem (Total: 21): Causas da dislexia Nº a 13 b 16 c 14 d 08 e 12 f 03 % 00,00 % 61,90 76,19 66,66 38,09 57,14 23,80 2 15 71,72% 3 14 66,66% CAUSAS (não) má-alfabetização baixa-inteligência condição socioeconômica precária desatenção; desmotivação; presença de problemas emocionais significativos A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico. (não) Parente de 1º grau, disléxico, não é considerado fator predisponente da dislexia. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 180 Bloco Jovem (total 6): Efeitos da dislexia 4 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. Aluno disléxico possui inteligência normal. Aluno disléxico apresenta desatenção, dispersão. O aluno disléxico é capaz de ler com a mesma facilidade com a qual o não-disléxico lê. O leitor disléxico tem bom reconhecimento da palavra, mas fraca compreensão auditiva. O aluno disléxico apresenta discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar. O indivíduo disléxico apresenta dificuldade em nomear: seres (objetos, pessoas ...). O estudante disléxico lê melhor, quando o texto está invertido ou em espelho. Alunos disléxicos revelam confusão entre esquerda e direita. Alunos disléxicos apresentam dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição. Alunos disléxicos apresentam facilidade de percepções auditivas na análise e síntese de sons. Aluno disléxico apresenta menor interesse em atividades de leitura; devido à dificuldade de processamento fonológico; os textos que lhe são apresentados tornam-se difíceis e cansativos. Alunos disléxicos apresentam facilidade para lembrar os fonemas do vocábulo, sendo capazes de proferir a palavra impressa de maneira eficiente, apesar de não identificarem seu significado. Alunos disléxicos não apresentam problemas na discriminação e na síntese dos sons. Alunos disléxicos conhecem bem rimas e aliterações. Os alunos disléxicos examinam lenta e demoradamente a palavra, não a reconhecem, de imediato, como sendo igual ou diferente uma da outra. Estudantes disléxicos, geralmente subvocalizam ou movem os lábios, já que necessitam pronunciar as palavras para compreendê-las. Os alunos disléxicos apresentam, no ato de escrever, confusão entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q; n/u). O aluno disléxico usa vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas. Os alunos disléxicos relacionam facilmente imagens ou figuras a palavras; rememorizam palavras e imagens e identificam letras e vocábulos. Os indivíduos disléxicos apresentam ótima memória de curto prazo ou memória de trabalho ( instruções e recados) Alunos disléxicos não apresentam deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q/b). Alunos disléxicos substituem palavras por sinônimos. Alunos disléxicos trocam palavras por outras visualmente semelhantes. Alunos disléxicos não apresentam alterações na ordem das letras e sílabas (azedo/adezo). Aluno disléxico tem bom desempenho da decodificação fonética. Alunos disléxicos aprendem facilmente língua estrangeira. Alunos disléxicos apresentam péssimo desempenho em provas orais. 18 16 18 85,71% 76,19% 85,71% 12 57,14% 13 61,90% 09 42,85% 05 23,80% 11 07 52,38% 33,33% 14 66,66% 19 90,47% 16 76,19% 16 76,19% 14 13 66,66% 61,90% 16 76,19% 20 95,23% 15 71,42% 15 71,42% 12 57,14% 13 61,90% 5 19 13 23,80% 90,47% 61,90% 19 20 12 90,47% 95,23% 57,14% Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 181 Bloco Jovem: Procedimentos pedagógicos da leitura 1 Assinale, com X, sua opção: Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? Teoria da leitura SIM % 18 85,7% Atividades empíricas ZERO 2 a b c d e f Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: Instrução deficiente Desmotivação Indisciplina Falta de treinamento Incapacidade intelectual Falta de infra-estrutura escolar 11 17 17 17 02 06 52,38% 80,95% 80,95% 80,95% 9,52% 28,27 g 3 Classes numerosas Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: Atitude benevolente e passiva Atitude enérgica e corretiva 13 61,90% 07 07 33,33% 33,33% 10 08 08 47,61% 38,09% 38,09% 14 19 15 19 11 14 09 66,66% 90,47% 71,42% 90,47% 52,38% 66,66% 42,85% 4 5 Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? Notas Conceitos Parecer em histórico escolar. Como acompanha a evolução da ciência da leitura? sim Pesquisas na Internet. Revistas. Jornais. Livros especializados. Programas de TV. Cursos de atualização. Simpósios. BLOCO JOVEM Número de acertos por questão expresso em porcentagem em ordem decrescente Tabela 1- Bloco Jovem: Causas da dislexia em ordem decrescente Nº b 16 c 14 a 13 e 12 d 08 f 03 % 00,00 % 76,19 66,66 61,90 57,14 38,09 23,80 2 15 71,42% 3 14 66,66% Baixa inteligência Condição socioeconômica precária Má alfabetização Desmotivação; Desatenção; Presença de problemas emocionais significativos A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico. (não) Parente de 1º grau, disléxico, não é considerado fator predisponente da dislexia. Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 182 Bloco Jovem – Efeitos da dislexia em ordem decrescente Nº questão 20. 29. 14. 26. 28. 4 6. 5. 15. 16. 19. 21. 22. 13. 17 8. 18. 24. 27. 7. 23. 30. 11. 9. 12. 10. 25. Os alunos disléxicos apresentam, no ato de escrever, confusão entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q; n/u). Alunos disléxicos aprendem facilmente língua estrangeira. Aluno disléxico apresenta menor interesse em atividades de leitura; devido à dificuldade de processamento fonológico; os textos que lhe são apresentados tornam-se difíceis e cansativos. Alunos disléxicos trocam palavras por outras visualmente semelhantes. Aluno disléxico tem bom desempenho da decodificação fonética. Aluno disléxico possui inteligência normal. O aluno disléxico é capaz de ler com a mesma facilidade com a qual o não-disléxico lê. Aluno disléxico apresenta desatenção, dispersão. Alunos disléxicos apresentam facilidade para lembrar os fonemas do vocábulo, sendo capazes de proferir a palavra impressa de maneira eficiente, apesar de não identificarem seu significado. Alunos disléxicos não apresentam problemas na discriminação e na síntese dos sons. Estudantes disléxicos, geralmente subvocalizam ou movem os lábios, já que necessitam pronunciar as palavras para compreendê-las. O aluno disléxico usa vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas. Os alunos disléxicos relacionam facilmente imagens ou figuras a palavras; rememorizam palavras e imagens e identificam letras e vocábulos. Alunos disléxicos apresentam facilidade de percepções auditivas na análise e síntese de sons. Alunos disléxicos conhecem bem rimas e aliterações O aluno disléxico apresenta discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar. Os alunos disléxicos examinam lenta e demoradamente a palavra, não a reconhecem, de imediato, como sendo igual ou diferente uma da outra. Alunos disléxicos não apresentam deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q/b). Alunos disléxicos não apresentam alterações na ordem das letras e sílabas (azedo/adezo). O leitor disléxico tem bom reconhecimento da palavra, mas fraca compreensão auditiva. Os indivíduos disléxicos apresentam ótima memória de curto prazo ou memória de trabalho ( instruções e recados) Alunos disléxicos apresentam péssimo desempenho em provas orais. Alunos disléxicos revelam confusão entre esquerda e direita. O indivíduo disléxico apresenta dificuldade em nomear: seres (objetos, pessoas ...). Alunos disléxicos apresentam dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição. O estudante disléxico lê melhor, quando o texto está invertido ou em espelho. Alunos disléxicos substituem palavras por sinônimos. Acertos 20 95,23% 20 19 95,23% 90,47% 19 90,47% 19 18 18 90,47% 85,71% 85,71% 16 16 76,19% 76,19% 16 76,19% 16 76,19% 15 71,42% 15 71,42% 14 66,66% 14 13 66,66,% 61,90% 13 61,90% 13 61,90% 13 61,90% 12 57,14% 12 57,14% 12 11 09 57,14% 52,38% 42,85% 07 33,33% 05 23,80% 5 23,80% Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) % 183 Procedimentos pedagógicos da leitura em ordem decrescente SIM % 18 85,71% Atividades empíricas 16 76,19% 2 b c d g Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à (maior votação) Desmotivação Indisciplina Falta de treinamento Classes numerosas 17 17 17 13 80,95% 80,95% 80,95% 61,90% a f e Instrução deficiente Falta de infra-estrutura escolar Incapacidade intelectual 11 06 02 52,38% 28,27% 9,52% 3 Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: Atitude benevolente e passiva Atitude enérgica e corretiva 07 07 33,33% 33,33% 10 08 08 47,61% 38,09% 38,09% 19 19 15 14 14 11 09 90,47% 90,47% 71,42% 66,66% 66,66% 52,38% 42,85% 1 4 Assinale, com X, sua opção: Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? Teoria da leitura 5 Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? Notas Conceitos Parecer em histórico escolar. Como acompanha a evolução da ciência da leitura? b d c a f e g Revistas. Livros especializados. Jornais. Pesquisas na Internet. Cursos de atualização. Programas de TV. Simpósios sim Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 184 BLOCO IDOSO (Número de acertos e porcentagem) Bloco idoso: Causas e efeitos da dislexia. Procedimentos pedagógicos da leitura 1. 2. 3 4 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. A dislexia resulta de: (AM) a) má-alfabetização; b) baixa-inteligência; c) condição socioeconômica precária; d) desatenção; e) desmotivação; f) presença de problemas emocionais significativos. A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico. Parente de 1º grau, disléxico, não é considerado fator predisponente da dislexia. Aluno disléxico possui inteligência normal. Aluno disléxico apresenta desatenção, dispersão. O aluno disléxico é capaz de ler com a mesma facilidade com a qual o não-disléxico lê. O leitor disléxico tem bom reconhecimento da palavra, mas fraca compreensão auditiva. O aluno disléxico apresenta discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar. O indivíduo disléxico apresenta dificuldade em nomear: seres (objetos, pessoas ...). O estudante disléxico lê melhor, quando o texto está invertido ou em espelho. Alunos disléxicos revelam confusão entre esquerda e direita. Alunos disléxicos apresentam dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição. Alunos disléxicos apresentam facilidade de percepções auditivas na análise e síntese de sons. Aluno disléxico apresenta menor interesse em atividades de leitura; devido à dificuldade de processamento fonológico; os textos que lhe são apresentados tornam-se difíceis e cansativos. Alunos disléxicos apresentam facilidade para lembrar os fonemas do vocábulo, sendo capazes de proferir a palavra impressa de maneira eficiente, apesar de não identificarem seu significado. Alunos disléxicos não apresentam problemas na discriminação e na síntese dos sons. Alunos disléxicos conhecem bem rimas e aliterações. Os alunos disléxicos examinam lenta e demoradamente a palavra, não a reconhecem, de imediato, como sendo igual ou diferente uma da outra. Estudantes disléxicos, geralmente subvocalizam ou movem os lábios, já que necessitam pronunciar as palavras para compreendê-las. Os alunos disléxicos apresentam, no ato de escrever, confusão entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q; n/u). O aluno disléxico usa vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas. Os alunos disléxicos relacionam facilmente imagens ou figuras a palavras; rememorizam palavras e imagens e identificam letras e vocábulos. Os indivíduos disléxicos apresentam ótima memória de curto prazo ou memória de trabalho ( instruções e recados) Alunos disléxicos não apresentam deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q;b). 5 5 5 5 5 2 83,33% 83,33% 83,33% 83,33% 83,33% 33,33% 4 66,66% 4 66,66% 4 3 6 66,66% 50,00% 100,00% 5 83,33% 5 83,33% 3 50,00% 3 50,00% 4 2 66,66% 33,33% 05 83,33% 6 100,00% 6 100,00% 3 50,00% 4 5 66,66% 83,33% 6 100,00% 5 83,33% 6 100,00% 5 83,33% 4 66,66% 3 50,00% Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 185 25. 26. 27. 28. 29. 30. Alunos disléxicos substituem palavras por sinônimos. Alunos disléxicos trocam palavras por outras visualmente semelhantes. Alunos disléxicos não apresentam alterações na ordem das letras e sílabas (azedo/adezo). Aluno disléxico tem bom desempenho da decodificação fonética. Alunos disléxicos aprendem facilmente língua estrangeira. Alunos disléxicos apresentam péssimo desempenho em provas orais. 1 6 16,66% 100,00% 1 16,66% 6 6 5 100,00% 100,00% 83,33% Procedimentos pedagógicos da leitura: 1 2 A B C D E F G 3 4 5 Assinale, com X, sua opção: Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? Teoria da leitura Atividades empíricas Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: Instrução deficiente. Desmotivação. Indisciplina. Falta de treinamento. Incapacidade intelectual. Falta de infra-estrutura escolar. Classes numerosas. Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: Atitude benevolente e passiva. Atitude enérgica e corretiva. Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? Notas. Conceitos. Parecer em histórico escolar. Como acompanha a evolução da ciência da leitura? Pesquisas na Internet. Revistas. Jornais. Livros especializados. Programas de TV. Cursos de atualização. Simpósios. SIM NÃO 4 1 66,66% 16,66% 2 2 3 4 1 2 4 33,33% 33,33% 50,00% 66,66% 16,66% 33,33% 66,66% 1 6 16,66% 100,00% 1 3 3 16,66% 50,00% 50,00% 4 6 6 4 4 5 3 66,66% 100,00% 100,00% 66,66% 66,66% 83,33% 50,00% Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 186 NÚMERO DE ACERTOS E PORCENTAGEM EM ORDEM DECRESCENTE Bloco idoso: Causas da dislexia ( número de acertos e % em ordem decrescente) 1. 2. 3 Assinale, com X, sua opção: A dislexia resulta de: (AM) a) má-alfabetização; b) baixa-inteligência; c) condição socioeconômica precária; d) desatenção; e) desmotivação; f) presença de problemas emocionais significativos. A dislexia é uma condição hereditária com alterações genéticas e no padrão neurológico. Parente de 1º grau, disléxico, não é considerado fator predisponente da dislexia. 5 5 5 5 5 2 83,33% 83,33% 83,33% 83,33% 83,33% 33,33% 4 66,66% 4 66,66% 6 100,00% 6 100,00% 6 100,00% 6 100,00% 6 100,00% 6 100,00% 6 6 5 100,00% 100,00% 83,33% 5 83,33% 05 83,33% 5 83,33% 5 83,33% 5 83,33% 5 4 4 4 4 83,33% 66,66% 66,66% 66,66% 66,66% Bloco idoso: Efeitos da dislexia. Procedimentos Pedagógicos da Leitura 6. 14. 15. 19. 21. 26. 28. 29. 7. 8. 13. 18. 20. 22. 30. 4 11. 17. 23. O aluno disléxico é capaz de ler com a mesma facilidade com a qual o não-disléxico lê. Aluno disléxico apresenta menor interesse em atividades de leitura; devido à dificuldade de processamento fonológico; os textos que lhe são apresentados tornam-se difíceis e cansativos. Alunos disléxicos apresentam facilidade para lembrar os fonemas do vocábulo, sendo capazes de proferir a palavra impressa de maneira eficiente, apesar de não identificarem seu significado. Estudantes disléxicos, geralmente subvocalizam ou movem os lábios, já que necessitam pronunciar as palavras para compreendê-las. O aluno disléxico usa vocabulário pobre, sentenças curtas e imaturas ou seqüências longas e vagas. Alunos disléxicos trocam palavras por outras visualmente semelhantes. Aluno disléxico tem bom desempenho da decodificação fonética. Alunos disléxicos aprendem facilmente língua estrangeira. O leitor disléxico tem bom reconhecimento da palavra, mas fraca compreensão auditiva. O aluno disléxico apresenta discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender a ler e seu desempenho escolar. Alunos disléxicos apresentam facilidade de percepções auditivas na análise e síntese de sons. Os alunos disléxicos examinam lenta e demoradamente a palavra, não a reconhecem, de imediato, como sendo igual ou diferente uma da outra. Os alunos disléxicos apresentam, no ato de escrever, confusão entre letras, sílabas, vocábulos com grafia similar, mas com diferentes orientações espaciais (b/d; b/p; b/q; n/u). Os alunos disléxicos relacionam facilmente imagens ou figuras a palavras; rememoram palavras e imagens e identificam letras e vocábulos. Alunos disléxicos apresentam péssimo desempenho em provas orais. Aluno disléxico possui inteligência normal. Alunos disléxicos revelam confusão entre esquerda e direita. Alunos disléxicos conhecem bem rimas e aliterações. Os indivíduos disléxicos apresentam ótima memória de curto prazo ou memória de trabalho ( instruções e recados) Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 187 5. 9. 10. 16. 24. 12. 25. 27. Aluno disléxico apresenta desatenção, dispersão. O indivíduo disléxico apresenta dificuldade em nomear: seres (objetos, pessoas ...). O estudante disléxico lê melhor, quando o texto está invertido ou em espelho. Alunos disléxicos não apresentam problemas na discriminação e na síntese dos sons. Alunos disléxicos não apresentam deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (m/n; a/e; q;b). Alunos disléxicos apresentam dificuldade em diferenciar forma, cor, tamanho e posição. Alunos disléxicos substituem palavras por sinônimos. Alunos disléxicos não apresentam alterações na ordem das letras e sílabas (azedo/adezo). 3 3 50,00% 50,00% 3 50,00% 3 50,00% 3 50,00% 2 33,33% 1 1 16,66% 16,66% SIM NÃO 4 1 66,66% 16,66% 4 4 3 2 2 2 1 66,66% 66,66% 50,00% 33,33% 33,33% 33,33% 16,66% 6 1 100,00% 16,66% Conceitos. Parecer em histórico escolar. Notas. 3 3 1 50,00% 50,00% 16,66% Como acompanha a evolução da ciência da leitura? Revistas. Jornais. Cursos de atualização. Pesquisas na Internet. Livros especializados. Programas de TV. Simpósios. 6 6 5 4 4 4 3 100,00% 100,00% 83,33% 66,66% 66,66% 66,66% 50,00% Procedimentos pedagógicos da leitura: 1 Assinale, com X, sua opção: Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? Teoria da leitura Atividades empíricas 2 d g c a b f e Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: Falta de treinamento. Classes numerosas. Indisciplina. Instrução deficiente. Desmotivação. Falta de infra-estrutura escolar. Incapacidade intelectual. 3 Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: Atitude enérgica e corretiva Atitude benevolente e passiva. 4 5 b c g a d f h Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 188 Apêndice L - Variável – Tempo de Serviço Dados Sociodemográficos – Professores de Português – Lins/SP - 2007 variável Tempo de Serviço dados 01 |--- 05 06 |--- 10 11 |--- 20 21 |--- 25 Rede Pública 03 01 08 05 Rede Particular 01 04 03 02 Total 04 05 11 07 CONJUNTO I - INICIANTES (9) Conjunto I Iniciantes (9) - Procedimentos pedagógicos da leitura na ordem dada 1 Assinale, com X, sua opção: Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? Teoria da leitura Atividades empíricas 2 a b c d e f g Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: Instrução deficiente Desmotivação Indisciplina Falta de treinamento Incapacidade intelectual Falta de infra-estrutura escolar Classes numerosas 3 Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: Atitude benevolente e passiva Atitude enérgica e corretiva 4 5 % 08 05 88,88 55,55 04 07 06 07 01 02 05 44,44 77,77 66,66 77,77 11,11 22,22 55,55 03 05 33,33 55,55 4 não 2 sim 4 sim 44,44 22,22 44.44 7 7 6 8 6 8 6 77,77 77,77 66,66 88,88 66,66 88,88 66,66 sim não Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? Notas Conceitos Parecer em histórico escolar. Como acompanha a evolução da ciência da leitura? Pesquisas na Internet. Revistas. Jornais. Livros especializados. Programas de TV. Cursos de atualização. Simpósios. Nº sim sim Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 189 Conjunto I Iniciantes (9) - Procedimentos pedagógicos da leitura na ordem decrescente de acertos 1 Assinale, com X, sua opção: Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? Teoria da leitura Atividades empíricas 2 Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: b d c g a f e Desmotivação Falta de treinamento Indisciplina Classes numerosas Instrução deficiente Falta de infra-estrutura escolar Incapacidade intelectual 3 Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: Atitude enérgica e corretiva Atitude benevolente e passiva 4 5 % 08 05 88,88 55,55 07 07 06 05 04 02 01 77,77 77,77 66,66 55,55 44,44 22,22 11,11 05 03 55,55 33,33 4 não 4 sim 2 sim 44,44 44.44 22,22 8 8 7 7 6 6 6 88,88 88,88 77,77 77,77 66,66 66,66 66,66 sim não Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? Notas Parecer em histórico escolar. Conceitos Como acompanha a evolução da ciência da leitura? Livros especializados. Cursos de atualização. Pesquisas na Internet. Revistas. Jornais. Programas de TV. Simpósios. Nº sim sim Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 190 TEMPO DE SERVIÇO: CONJUNTO II VETERANOS (18) Conjunto II Veteranos: Procedimentos pedagógicos da leitura (ordem do protocolo) 1 Assinale, com X, sua opção: Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? Teoria da leitura Atividades empíricas 2 a b c d e f g Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: Instrução deficiente Desmotivação Indisciplina Falta de treinamento Incapacidade intelectual Falta de infra-estrutura escolar Classes numerosas 3 Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: Atitude benevolente e passiva Atitude enérgica e corretiva 4 5 % 14 16 77,77 88,88 9 12 14 14 2 6 12 50,00 5 9 27,27 50,00 9N 9S 9S 50,00 50,00 50,00 11 18 16 15 9 13 7 61,11 100,00 88,88 83,33 50,00 72,22 38,88 sim 77,77 77,77 11,11 33,33 66,66 não Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? Notas Conceitos Parecer em histórico escolar. Como acompanha a evolução da ciência da leitura? Pesquisas na Internet. Revistas. Jornais. Livros especializados. Programas de TV. Cursos de atualização. Simpósios. Nº sim sim Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 191 VETERANOS : ORDEM DESCRESCENTE Conjunto II Veteranos: Procedimentos pedagógicos da leitura (ordem decrescente) 1 Assinale, com X, sua opção: Que princípios norteiam seu trabalho docente na leitura? Atividades empíricas Teoria da leitura 2 Atribui as dificuldades de leitura dos alunos à: c d b g a f e Indisciplina Falta de treinamento Desmotivação Classes numerosas Instrução deficiente Falta de infra-estrutura escolar Incapacidade intelectual 3 Diante das dificuldades de leitura dos alunos assume: Atitude enérgica e corretiva Atitude benevolente e passiva 4 5 % 16 14 88,88 77,77 14 14 12 12 9 6 2 77,77 77,77 66,66 66,66 50,00 33,33 11,11 9 5 50,00 27,27 9N 9S 9S 50,00 50,00 50,00 18 16 15 13 11 9 7 100,00 88,88 83,33 72,22 61,11 50,00 38,88 sim não Como registra a avaliação da leitura de cada aluno? Notas Conceitos Parecer em histórico escolar. Como acompanha a evolução da ciência da leitura? Revistas. Jornais. Livros especializados. Cursos de atualização. Pesquisas na Internet. Programas de TV. Simpósios. Nº sim sim Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 192 Apêndice M – Tabelas Resumidoras Dados Sociodemográficos dos professores de Português Variáveis Dados 24 32 32 40 Idade 40 48 48 56 56 64 64 71 Formação Graduação Profissional Especialização (nível Mestrado maior) Doutorado Tempo de 01 06 Serviço 06 11 11 21 21 25 Regência 5ª série das aulas 6ª série 7ª série 8ª série Rede Rede Pública Particular 03 02 02 01 08 05 02 02 01 01 13 02 04 06 02 03 01 01 04 08 03 05 02 12 04 10 06 06 07 12 07 Total % 05 03 13 04 01 01 15 10 02 04 05 11 07 16 16 13 19 18,51 11,11 48,14 14,81 3,70 3,70 55,55 37,03 7,40 14,81 18,51 40,74 25,92 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 193 Resultados Gerais: primeira categoria - causas da dislexia Questões Rede Pública S N NR Ac(%) Rede Particular S N 04 10 03 58,82 01 07 1a 01 13 03 76,47 08 1b 03 11 03 64,70 08 1c 06 10 01 58,82 04 04 1d 05 11 01 64,70 02 06 1e 11 04 02 23,52 07 03 1f 13 4 0 76,47 06 04 2 03 12 02 70,58 02 06 3 *NR = não respondeu S= sim N= não NR 02 02 02 02 02 0 02 Total Ac(%) S 70 80 80 40 60 30 60 60 05 01 03 10 07 18 19 05 N 17 21 19 14 17 07 8 18 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) NR Ac(%) 05 05 05 03 03 02 04 62,92 77,77 70,37 51,85 62,92 25,92 70,37 66,66 194 Resultados Gerais: segunda categoria - efeitos da dislexia Questões 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Rede Pública Rede Particular Total S N NR Ac(%) S N NR Ac(%) S N NR Ac(%) 13 11 01 04 13 07 02 10 03 04 17 02 06 07 10 13 13 13 01 03 04 02 15 10 01 09 02 06 15 11 04 08 13 04 08 12 13 10 09 05 01 02 04 15 12 11 14 01 05 15 16 07 02 01 02 02 02 03 06 01 02 01 01 02 03 02 01 02 02 01 01 02 01 01 01 76,47 64,70 88,23 64,7 76,47 41,17 11,76 58,82 17,64 70,58 100 76,47 58,82 52,94 58,82 76,47 76,47 76,47 88,23 70,58 64,7 11,76 88,23 29,41 88,23 59,25 41,17 09 09 01 04 05 05 06 05 06 02 09 02 02 02 07 08 10 07 05 06 05 04 10 01 - 01 01 09 06 05 05 04 05 03 07 01 08 08 08 03 02 01 01 - 90 90 90 60 50 50 60 50 60 70 90 80 80 80 70 80 100 70 50 40 50 40 100 90 100 100 100 22 20 02 08 18 12 08 15 09 06 26 04 08 09 17 21 23 20 06 09 09 06 25 11 01 09 03 07 24 17 09 13 17 09 11 19 01 21 18 17 08 03 02 07 20 16 16 20 01 14 25 26 17 02 01 02 02 02 03 07 02 02 01 01 02 03 02 01 02 02 01 01 02 01 01 01 81,48 74,07 88,88 62,96 66,66 44,44 29,62 55,55 33,33 70,37 96,29 77,77 66,66 62,96 62,96 77,77 85,18 74,07 74,07 59,25 59,25 22,22 92,59 51,85 92,59 96,29 62,96 03 05 04 05 06 09 10 10 10 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 195 Resultados Gerais: procedimentos pedagógicos da leitura Questões 1a 1b 2a 2b 2c 2d 2e 2f 2g 3a 3b 4a 4b 4c 5a 5b 5c 5d 5e 5f 5g Rede Pública S N 12 13 09 12 14 11 02 09 12 13 07 05 06 11 10 17 15 16 12 12 07 04 01 05 05 06 14 06 03 04 08 09 07 04 05 01 01 03 04 09 NR 01 03 03 01 01 02 02 02 03 04 02 02 01 02 01 01 Rede Particular TP(%) S 70,47 76,58 52,59 70,58 82,35 64,70 11,76 52,59 70,58 76,47 41,17 29,41 35,29 64,70 58,82 100 88,23 94,11 70,58 70,58 41,17 10 08 04 07 06 09 01 01 04 04 04 06 04 03 08 08 06 08 03 08 05 N 02 06 03 04 01 08 08 05 04 06 03 04 04 01 01 02 02 04 01 02 NR 01 01 01 02 01 02 03 01 01 02 03 01 03 Total Ac(%) S 100 80 40 70 60 90 10 10 40 40 40 60 40 30 80 80 60 80 30 80 50 22 21 13 19 20 20 03 10 16 17 11 11 10 14 18 25 21 24 15 20 12 N 04 03 11 08 06 07 22 14 08 08 14 12 11 08 06 01 03 03 07 05 11 * Tendências pedagógicas Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) NR TP(%) 01 03 03 01 02 03 03 02 02 04 06 05 03 01 03 05 02 04 81,48 77,77 48,14 70,37 74,07 74,07 11,11 37,03 59,25 62,96 40,74 40,74 37,03 51,85 66,66 92,59 77,77 88,88 55,55 74,07 44,44 196 Correlação entre a posição das questões votadas no GI e o lugar que ocupam no GII G1 Ordem numérica + votada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 14 06 26 28 22 21 151920 04 0813 23 24 05 07 29 – 16 18 11 17 30 09 27 12 25 10 % 100,00% 88,23% 88,23% 88,23% 88,23% 76,47% 76,47% 76,47% 76,47% 76,47% 76,47% 70,58 % 70,58 % 64,70% 64,70% 64,70% 59,25 % 58,82% 58,82% 58,82% 52,94 41,17 41,17 29,41 17,64 11,76 11,76 G2 Correspondência na ordem numérica 09 08 02 03 24 17 11 14 01 06 21 15 26 25 071804 12 16 23 1305 22 1020 27 19 - % 90,00% 90,00% 100,00% 100,00% 50,00% 70,00% 80,00% 80,00% 100,00% 90,00% 50,00% 70,00% 40,00% 50,00% 90,00% 60,00% 100,00% 80,00% 70,00% 50,00% 80,00 % 100,00% 50,00 % 90,00% 60,00% 40,00% 60,00% Diferença + G1 + 10,00% 1,77% 11,77% 11,77% + 38,23% + 1,64% 3,77% 3,77% 23,53% 13,53% + 26,47% + 0,58% + 30,58% + 14,70% 35,70% + 4,70% 40,75% 21,18% 11,18% + 8,82% 27,06% 58,83% 8,83% 60,00% 42,36% 28,24% 48,24% Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 197 Ordem decrescente: aproximação, desigualdade, diferença 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 % 60,00 58,83 48,24 42,36 40,75 38,23 35,70 30,58 28,24 27,06 26,47 23,53 21,18 14,70 13,53 11,77 11,77 11,18 10,00 8,83 8,82 4,70 + 3,77 3,77 1,77 1,64 0,58 Questão 27 30 10 12 29 22 + 05 23 + 25 17 08 + 20 16 24 + 04 26 28 18 14 + 09 11 7 15 19 6 21 + 13 + Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 198 Primeira categoria - causas da dislexia Questões 1a 1b 1c 1d 1e 1f 2 3 Bloco Jovem S N 3 2 10 6 14 15 4 13 16 14 08 12 05 6 14 NR Ac(%) 5 5 5 3 3 2 3 61,90 76,19 66,66 38,09 57,14 23,80 71,42 66,66 Bloco Idoso S N NR Ac(%) 1 1 1 1 1 4 4 2 5 5 5 5 5 2 2 4 - 83,33 83,33 83,33 83,33 83,33 33,33 66,66 66,66 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 199 Variável idade- segunda categoria- efeitos. Questões 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Bloco Jovem Bloco Idoso S N NR Ac(%) S N NR Ac(%) 18 16 2 6 13 9 5 11 7 5 19 2 4 6 13 16 20 15 5 7 6 5 19 6 1 8 2 4 18 12 8 10 14 7 11 14 1 16 16 14 7 3 6 15 12 13 15 1 13 19 20 12 1 1 1 3 2 2 3 3 2 1 3 1 1 1 2 1 1 2 2 1 1 - 85,71 76,19 85,71 57,14 61,90 42,85 23,80 52,38 33,33 66,66 90,47 76,19 76,19 66,66 61,90 76,19 95,23 71,42 71,42 57,14 61,90 23,80 90,47 61,90 90,47 95,23 57,14 4 3 1 5 3 3 4 2 1 6 3 2 5 6 5 6 1 2 3 1 6 5 1 2 2 6 5 1 3 3 2 4 5 6 3 4 5 4 3 5 1 6 6 5 1 1 1 - 66,66 50,00 100,00 83,33 83,33 50,00 50,00 66,66 33,33 83,33 100,00 100,00 50,00 66,66 83,33 100,00 83,33 100,00 83,33 66,66 50,00 16,66 100,00 16,66 100,00 100,00 83,33 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 200 Variável idade: procedimentos pedagógicos da leitura Questões 1a 1b 2a 2b 2c 2d 2e 2f 2g 3a 3b 4a 4b 4c 5a 5b 5c 5d 5e 5f 5g Bloco Jovem Bloco Idoso S N NR TP(%) S N NR TP(%) 18 16 11 17 17 17 02 06 13 12 12 6 08 09 14 19 15 19 11 14 09 2 8 4 2 5 17 11 5 07 07 10 8 08 5 3 2 6 3 10 1 5 2 2 2 4 3 2 2 3 5 4 2 2 3 4 4 3 85,7 0,0 52,38 80,95 80,95 80,95 9,52 28,27 61,90 33,33 33,33 47,61 38,09 38,09 66,66 90,47 71,42 90,47 52,38 66,66 42,85 4 5 2 2 3 4 1 2 4 5 5 3 3 4 6 6 4 4 5 3 2 1 3 1 6 1 2 2 2 2 1 1 2 1 4 3 2 5 4 2 1 1 1 1 66,66 16,66 33,33 33,33 50,00 66,66 16,66 33,33 66,66 16,66 100,00 16,66 50,00 50,00 66,66 100,00 100,00 66,66 66,66 83,33 50,00 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 201 Tempo de Serviço: Procedimentos pedagógicos da leitura Questões 1a 1b 2a 2b 2c 2d 2e 2f 2g 3a 3b 4a 4b 4c 5a 5b 5c 5d 5e 5f 5g CI - Iniciantes CII - Veteranos S N NR Ac(%) S N NR Ac(%) 8 5 4 7 6 7 1 2 5 4 4 3 2 4 7 7 6 8 6 8 6 1 4 4 2 2 2 7 6 3 3 5 4 4 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 1 2 2 1 2 88,88 55,55 44,44 77,77 66,66 77,77 11,11 22,22 55,55 33,33 55,55 44,44 22,22 44,44 77,77 77,77 66,66 88,88 66,66 88,88 66,66 14 16 9 12 14 14 2 6 12 13 7 9 9 9 11 18 16 15 9 13 7 4 1 6 6 3 4 15 10 4 5 9 7 6 8 6 1 3 6 4 10 1 3 1 1 2 2 2 2 3 1 1 1 3 1 1 77,77 88,88 50,00 66,66 77,77 77,77 11,11 33,33 66,66 27,27 50,00 50,00 50,00 50,00 61,11 100,00 88,88 83,33 50,00 72,22 38,88 Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com) 202 Daruiz, Silvani D227d Dislexia: estudo correlacional de docentes da Língua Portuguesa do Ensino Fundamental público e particular / Silvani Daruiz – 2008. 201 f. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria de Lourdes Merighi Tabaquim. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) Universidade do Sagrado Coração - Bauru - SP. 1. Dislexia 2. Leitura 3. Processamento Fonológico 4. Transtorno de Aprendizagem 5. Professores. I. Tabaquim, Maria de Lourdes Merighi II. Título Create PDF files without this message by purchasing novaPDF printer (http://www.novapdf.com)