Discentes do curso de medicina veterinária – Faculdades IDEAU

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Discentes do curso de medicina veterinária – Faculdades IDEAU
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS CLÍNICOS, HEMATOLÓGICOS E
ULTRASSONOGRÁFICOS EM CADELAS DIAGNOSTICADAS COM PIOMETRA
SCARIOT. Géssica Luiza 1
POSSA. Cristiane 1
GRZEIDAK. Paulo Ricardo1
CARNEVALI. Taiane 2
GOTTLIEB. Juliana 2
RIBEIRO. Ticiany 2
RESUMO: Devido à alta incidência na clínica veterinária e altos índices de morbidade e mortalidade,
objetivou-se avaliar os sinais clínicos, achados ultrassonográficos e hematológicos em cadelas
diagnosticadas com piometra. Foram selecionados 20 cadelas atendidos em clínicas particulares do norte
do Rio Grande do Sul, com idades variando entre 02 e 14 anos, onde a avaliação se deu por meio de
suas fichas clínicas, anamnese, e por exames de hemograma e ultrassonografia das quais destas cinco
cadelas dispunham da enfermidade. Ainda, acompanhou-se a cirurgia de ovariohisterectomia de uma das
cadelas acometidas por piometra de cérvix fechada. Cadelas com idade igual ou superior a 06 anos
foram as mais acometidas. Os sinais clínicos evidenciados com maior frequência foi o corrimento vaginal,
característicos de piometra de cérvix aberta, apatia e anorexia. A avaliação dos hemogramas apontou
leucocitose por neutrofilia em 80% dos animais submetidos ao exame, leucocitose com desvio à
esquerda em 40%, ainda monocitose e linfocitose, sendo alterações comumente encontradas na doença.
Os resultados encontrados nos exames ultrassonográficos mostraram dimensões aumentadas do útero,
que variaram de 1,5 cm a 3,7 cm, conteúdo hipoecogênico e paredes do útero espessadas. A piometra
aberta ocorreu em 70% dos casos e a fechada em 30%. Com isto a avaliação do grau de severidade da
doença por meios clínicos e laboratorias é indispensável para poder eleger qual o melhor tratamento,
seja ele clínico ou cirúrgico, sendo que, o tratamento cirúrgico envolvendo a retirada do útero
(ovariohisterectomia) é mais indicado por sua eficácia e rápida recuperação dos animais.
Palavras-chave: Canino. Útero. Infecção. Leucocitose.
EVALUATION OF CLINICAL PARAMETERS, HEMATOLOGICAL AND
ULTRASOUND DIAGNOSED WITH BITCHES IN PYOMETRA
1
2
Discentes do curso de medicina veterinária – Faculdades IDEAU, Getúlio Vargas – Rs.
Docentes do curso de medicina veterinária – Faculdades IDEAU, Getúlio Vargas – Rs.
2
ABSTRACT: Due to the high incidence in the veterinary clinic and high morbidity and mortality, aimed to
evaluate the clinical signs, hematological and sonographic findings in dogs diagnosed with pyometra. 20
animals treated in private clinics in the northern Rio Grande do Sul, with ages ranging between 2:14 years
were selected evaluation was made through their clinical files, clinical history, and blood count tests and
ultrasounds which five animals had. Also followed up to surgery ovariohysterectomy of a bitches affected
by pyometra closed cervix. Bitches aged less than 06 years were the most affected. The clinical signs
shown most often was the vaginal discharge characteristic of open cervix pyometra, apathy and anorexia.
The assessment of blood counts showed leukocytosis with neutrophilia in 80% of animals subjected to
examination leukocytosis with a left shift by 40%, still monocytosis and lymphocytosis, with changes
commonly found in the disease. The results found in ultrasonography showed increased size of the
uterus, which ranged from 1.5 cm to 3.7 cm, hypoechoic content and thickened walls of the uterus. The
open pyometra occurred in 70 % of cases and closed 30 %. With this assessment of the severity of the
disease by clinical and laboratorial media is essential to be able to choose the best treatment, whether
medical or surgical, and the surgical treatment involving the removal of the uterus (ovariohysterectomy) is
most appropriate for their efficiency and rapid recovery of the animals.
Keywords: Canine. Uterus. Infection. Leukocytosis.
INTRODUÇÃO
A piometra é um processo inflamatório do útero, caracterizado pelo acúmulo de
secreção purulenta no lúmen uterino que provém de uma hiperplasia endometrial cística
(HEC) associada a uma infecção bacteriana. É a mais comum das uteropatias e sua
importância está ligada à frequência com que ocorre e à gravidade do quadro clínico. O
seu estabelecimento é resultado da influência hormonal, à virulência das infecções
bacterianas e à capacidade individual de combater essas infecções (TONIOLLO et al.,
2000; WEISS et al., 2004; JONES et al., 2007).
O complexo hiperplasia endometrial cística (CHEC) se trata de uma alteração
endometrial do útero de cadelas e gatas. Está correlacionada a altos níveis de
estrógeno e exposição prolongada de progesterona seja ele endógeno ou exógeno
(HAGMAN, 2004). Uma das causas mais comuns da doença é o uso de progestágenos
exógenos para supressão do estro (DUNN, 2001; SMITH, 2006), pois potencializam os
efeitos estimulatórios da progesterona no útero. Durante o estro, quando a cérvix se
torna relaxada, pode ocorrer contaminação bacteriana, promovendo a instalação da
3
infecção
(DUNN,
2001).
Independente
da
classificação
da
piometra
ocorre
envolvimento bacteriano. Bactérias da flora vaginal normal, bactérias comensais
isoladas do ânus ou do trato urinário parecem ser as prováveis fontes para a infecção
uterina (DUNN, 2001; NOAKES et al., 2001). Na fase estrogênica do cio ocorre o
crescimento, vascularização e edema do endométrio normal, há relaxamento e
dilatação cervical e ainda migração de leucócitos polimorfonucleares para o lúmen
uterino, associado a isso, ocorre a entrada de bactérias da flora vaginal para o lúmen
uterino. O estrógeno ainda aumenta o número de receptores endometriais para
progesterona, na fase diestral, caracterizada por altos níveis de progesterona, ocorre a
ligação desta com os receptores endometriais promovendo hiperplasia glandular e
aumento da atividade secretora e inibição da contratilidade miometrial (JOHNSTON et
al., 2001). O exsudato glandular é inicialmente estéril, mas com um pH favorável para o
desenvolvimento bacteriano (OLIVEIRA, 2007), e com a diminuição da resposta
leucocitária às bactérias (HEDLUND, 2005), associado ao cérvix fechado e a inibição
das contrações uterinas, cria-se o ambiente ideal para a instalação e proliferação
bacteriana (ROMAGNOLI, 2008).
Segundo Johnston (2001), a piometra possui duas classificações. A primeira
consiste em dividir as fêmeas acometidas em jovens e idosas. A infecção uterina que
ocorre em fêmeas jovens (com menos de 06 anos) está muito relacionada à terapia de
estrógeno e progesterona exógenos, em contrapartida, a que ocorre em fêmeas idosas
(com mais de 07 anos) decorre da longa e repetida estimulação pela progesterona na
fase lútea, com maior frequência em fêmeas nulíparas. A segunda classificação é feita
conforme a apresentação da piometra onde, piometras abertas caracterizam-se pela
secreção vaginal e cérvix aberta, já a piometra fechada se caracteriza pela distensão
abdominal, e cervix fechada ainda pode vir a ocorrer piometra em cadelas castradas, a
presença do corrimento pode indicar uma piometra de coto, possivelmente decorrente
de síndrome de ovário remanescente (FELDMAN e NELSON, 1996; CHEN, ADDEO E
SASAKI, 2007).
Observam-se os sinais clínicos durante o diestro, geralmente 04 a 08 semanas
após o estro. Quando a cérvix fica aberta, encontra-se presente uma descarga vulvar
sanguínea a mucopurulenta, esse corrimento vaginal pode ser intermitente ou
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constante, escasso ou abundante em quantidade. Nete caso os cornos uterinos nesse
caso não estarão muito dilatados, as paredes do útero encontram-se espessadas, com
hipertrofia e fibrose do miométrio. Quando a cérvix fica fechada, não ocorre descarga
vulvar, o útero estará distendido, o que pode causar uma distensão abdominal, as
paredes uterinas poderão estar delgadas e o endométrio estará atrofiado e infiltrado
com linfócitos e plasmócitos, sendo mais provável que resulte em septicemia, que pode
causar choque, hipotermia e colapso (FRANSSON, 2003; WANKE e GOBELLO, 2006).
Os sintomas clínicos estão diretamente relacionados com a gravidade do quadro.
Pacientes acometidas por essa enfermidade apresentam dor e distensão abdominal,
podem apresentar secreção vaginal se for piometra de cérvix aberta. Os efeitos
sistêmicos incluem letargia, depressão, anorexia, poliúria, polidipsia, vômitos,
desidratação, febre, leucocitose, hipotensão e choque séptico que pode levar a morte,
variados graus de desidratação e depressão são encontrados ao exame clínico. A
temperatura retal pode estar normal ou aumentada em decorrência da infecção uterina,
infecção bacteriana secundária, septicemia ou toxemia (HAGMAN, et al; 2006).
O diagnóstico da piometra é baseado na anamnese, nos sinais clínicos, exames
laboratoriais ultrassonografia/radiografia abdominais (NELSON et al; 1998). Devem ser
realizados exames de hemograma, perfil bioquímico sérico e urinálise para avaliação da
função renal e detecção de anormalidades metabólicas associadas à sepse (FELDMAN
& NELSON, 1996; FRANSSON & RANGLE, 2003).
Ocorre uma redução na capacidade de concentrar a urina, alguns animais que
sofreram
piometra
podem
desenvolver
insuficiência
renal
causada
por
uma
glomerulonefrite a qual nem todas as cadelas acometidas irão apresentar, esta
podendo vir de origem imunológica seja por depósito de complexos imunes (bactériaanticorpo) ou células endometriais modificadas pela inflamação que não são
reconhecidas pelo sistema imune (DOW, 1959). A urinálise pode revelar isostenúria
causada por essa redução da capacidade de concentração e proteinúria causada por
danos glomerulares por imuno-complexos ou por nefropatia preexistente. Feldman
(2004) e Grunert et al, (2005) indicam significativas alterações dos parâmetros
constituintes do sangue das cadelas acometidas: a anemia (diminuição do número de
hemácias, da taxa de hemoglobina e do volume globular) por depressão da medula
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óssea causada pela endotoxemia; a leucocitose com neutrofilia regenerativa nos casos
subagudos e crônicos e leucopenia com desvio à esquerda nas endotoxemias graves e
agudas;
as
alterações
bioquímicas
do
soro
sanguíneo
hipercolesteremia,
hiperbilirrubina e elevação da atividade enzimática da fosfatase alcalina e lactato
desidrogenase. As anormalidades bioquímicas ainda se dão por desidratação e/ou
estimulação antigênica do sistema imune, tais como: hiperproteinemia, hiperglobilinemia
e azotemia geralmente pré-renal.
O diagnostico de piometra normalmente é realizado sem maiores complicações,
porem em alguns casos, as manifestações clínicas são tão inespecíficas que
comprometem o diagnóstico, induzindo descartar a piometra e pensar em outras
afecções com manifestações parecidas (MARTINS, 2007). O diagnostico diferencial
inclui hidrometra, mucometra, torção uterina, metrite e peritonite (CHEN, ADDEO &
SASAKI, 2007; FOSSUM, 2005) prenhez, pois cadelas grávidas podem apresentar
secreção vaginal ou inapetência e nem sempre os animais prenhes são sadios e a
presença de um corrimento vulvar séptico não elimina a possibilidade de prenhez
(RABELO, 2005). doença gastrointestinal, pancreatite, sepse e insuficiência renal
(PLUNKETT, 2006).
A ultrassonografia é o exame complementar de escolha, pois com ela pode-se
avaliar desde a espessura da parede uterina assim como o tamanho da luz uterina, a
mesma também permite diferenciar a piometra de outras alterações uterinas, como
tumores, gestação e glomerulonefrite (BIGLIARI et al; 2004). A radiografia abdominal
tem valor limitado no diagnóstico, pois só consegue diferenciar uma gestação de uma
piometra aos quarenta e dois dias de prenhez quando os esqueletos fetais já estão
calcificados. Entretanto, quando a piometra está em estado avançado apresentando
uma grande distensão uterina, isso pode vir a causar um deslocamento das alças
intestinais, identificando assim que se trata de uma piometra e não de prenhes
(FELDMAN, 2004; WANKE & GOBELLO, 2006).
Para o tratamento da doença é indicada a fluidoterapia intravenosa para
melhorar a função renal, para manter a perfusão tecidual correta e para correção de
déficits eletrolíticos existentes. Também deve ser administrado um antibiótico de amplo
espectro de ação até que sejam conhecidos os resultados dos testes de
6
susceptibilidade aos antibióticos (GILBERT, 1992 & JOHNSON, 1995). De acordo com
(HAGMAN & GRECO, 2005) a conduta terapêutica mais adequada e frequentemente
realizada é a cirurgia de ovariohisterectomia, em razão de resultados insatisfatórios
quando o animal é submetido ao tratamento somente com antimicrobianos.
Desta forma, objetivou-se avaliar os parâmetros clínicos, hematológicos e
ultrassonográficos em cadelas diagnosticadas com piometra, devido à alta incidência da
patologia na clinica veterinária e os altos índices de mortalidade.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram selecionados 20 casos de cadelas diagnosticadas com piometra, no
período de fevereiro a março de 2014, em clínicas veterinárias particulares do norte do
estado do Rio Grande do Sul, com idades variando entre 02 e 14 anos.
Os animais foram submetidos à anamnese, exame clínico e ultrassonografia para
a confirmação do diagnóstico de piometra. Cada animal possuía uma ficha de consulta
individual junto à clínica veterinária na qual eram preenchidos dados como nome,
registro geral, espécie, raça, sexo, peso, assim como o nome, endereço e telefone do
proprietário. Nessa mesma ficha foram anotados dados de anamnese e exame clínico
geral do animal.
Desta forma foi realizado um levantamento de dados baseado em fichas de
atendimento clínico, exames de hemograma e ultrassonografia para incluir na pesquisa.
Sendo que cinco das vinte fêmeas avaliadas possuíam todos os exames estudados,
nos demais animais, foram verificados os sinais clínicos mais comuns observados na
doença, tendo em vista que o proprietário optou por não realizar os exames
diagnósticos e o tratamento devido aos custos.
Foram coletadas amostras de sangue venoso para realização do hemograma
através de tricotomia e antissepsia prévia e da punção da veia jugular externa,
utilizando-se seringa estéril de 10 mL, e frasco com o anticoagulante ácido
etilenodiaminotetracético (EDTA).
Para a ultrassonografia, procedeu-se com ampla tricotomia das regiões
abdominal e pélvica. Em seguida, aplicou-se à pele um gel de transmissão
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hidrossolúvel para ultrassom, com o objetivo de assegurar um bom contato entre o
transdutor e a pele do animal.
Ainda, foi acompanhado um procedimento cirúrgico de ovariohisterectomia de
uma das cadelas selecionadas, em clínica particular, para melhor entendimento da
doença e sinais clínicos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Grande parte das cadelas acometidas neste estudo apresentava idade superior a
seis anos (Figura 1), dado semelhante ao encontrado em outras pesquisas (MARTINS,
2007; EVANGELISTA, 2009), onde a ocorrência é frequente em fêmeas com idade
reprodutiva, principalmente as idosas e nulíparas, com maior acometimento entre 6 e 11
anos. Estes resultados estão de acordo com Odendaal (1993), que confirma a síndrome
da piometra em cadela idosa citada por Feldman & Nelson (1996) na qual a doença
resulta das excessivas exposições do útero à progesterona durante as fases de diestro
do ciclo estral. Ainda, animais jovens também podem ser acometidos, porém com
menos frequência, (JOHNSON, 1995; MARTINS et al; 2002), podendo apresentar essa
patologia em decorrência de tratamentos hormonais.
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Idade
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12
10
8
6
4
2
0
9
7
6
12
12
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10
8
6
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6
4
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1
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2
5
7
9
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Quantidade de animais
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Figura 1. Idade das cadelas diagnosticadas com piometra selecionadas para avaliação no período de
fevereiro a março de 2014 do norte do Rio Grande do Sul.
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FONTE: SCARIOT. G, GRZEIDAK. R. P, POSSA. C.
A avaliação revelou a maior incidência de piometra aberta, sendo que de 20
casos avaliados, 14 (70%) apresentou este tipo de afecção. Os sinais clínicos mais
evidenciados foram corrimento vaginal 12 (60%) seguido de apatia 15 (75%) e anorexia
com 11 casos (55%) conforme verificado na Tabela 1. Segundo Johnson (2006), Smith,
(2006) e Pretzer (2008) relataram que cadelas com piometra podem apresentar
inapetência parcial ou completa, prostração, episódios eméticos, diarreia, poliúria e
polidipsia, embora o sinal clínico mais frequente seja o corrimento vaginal, o qual foi
constatado no presente estudo.
Parte do conteúdo uterino pode ser eliminado através do cérvix aberta, na forma
de uma descarga vaginal, podendo esta ser purulenta, hemometra, hidrometra ou
hemorrágica (SMITH, 2006). Isto pode ser evidenciado também na anamnese onde
este sinal foi o motiva da consulta.
Tabela 1. Frequência de sinais clínicos apresentados em 20 cadelas diagnosticadas com piometra.
____________________________________
Sinais Clínicos
Frequência %
____________________________________
Apatia
75 (15/20)
Anorexia
55 (11/20)
Emese
15 (3/20)
Diarreia
15 (3/20)
Corrimento Vaginal
60 (12/20)
Poliúria/ Polidipsia
30 (6/20)
Oliguria
20 (4/20)
Aumento abdominal
30 (6/20)
Hipertermia
15 (3/20)
____________________________________
FONTE: POSSA. C.
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A porcentagem de cadelas onde houve a ocorrência de piometra do tipo fechada
foi de 30% (06 cadelas), comprovada com base em outras pesquisas onde há valores
de referência próximos 20% (SILVEIRA et al., 2007) ou menores como 19% (SOUZA et
al., 2006), e 18% (SOUZA-BARBOSA et al., 2008). Porém, no entanto, pode haver
valores maiores, mas esta menor frequência de piometra fechada pode estar ligada ao
fato de seus sinais clínicos serem menos evidenciados pelos proprietários, neste caso
os sinais mais frequentes são apatia, poliúria, polidpisia além do aumento abdominal
por acumulo de secreção (SOUZA et al; 2006; SILVEIRA et al., 2007). Este sinal clínico
de distensão progressiva do abdome pode ser comprovado durante o procedimento
cirúrgico de ovariohisterectomia em uma das cadelas acometidas (Figura 2), onde a
secreção fica retida e o útero se torna aumentado.
Poliúria e polidipsia são considerados sinais clínicos frequentes em animais com
piometra, mesmo as de cérvix aberta. Na literatura, a frequência destes sinais varia de
38% (FERREIRA, 2006) a 60% (STONE et al., 1988). Neste estudo a porcentagem
ficou abaixo do esperado entre 20% e 30%, o que se dá pela dificuldade de o
proprietário detectar os mesmos e relata-los durante a anamnese. A hipertermia é uma
manifestação clínica variável e quando presente está associado com a inflamação e a
infecção uterina (NELSON & FELDMAN, 1996).
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Figura 2. Útero de cadela acometida com piometra de cérvix fechada após ovariohisterectomia .conforme
instruções da figura 1.
FONTE: POSSA, C.
O eritrograma dos cinco animais que foram submetidos ao exame não
evidenciou achados significativos, constando valores normais para hemácias,
hematócrito e hemoglobina quando considerados com os valores de referência (Tabela
2), sendo que valores baixos são comumente encontrados nesta doença. A anemia é
um sinal clínico muito comum em cadelas com piometra (STONE et al., 1988;
FELDMAN, 2004; FERREIRA, 2006; EMANUELLI, 2007), possivelmente devido a
passagem de hemácias para o lúmen uterino por diapedese ou diminuição da
eritropoiese por efeitos da toxemia e da septicemia (FERREIRA, 2006), os quais podem
atuar como supressores da medula óssea (FELDMAN, 2004). Ainda, pode haver
variação no número de animais acometidos por anemia, observa-se, na literatura, 22%
(STONE et al., 1988) e 43,5% (FERREIRA, 2006).
O leucograma, no entanto, revelou resultado referente a leucócitos totais,
evidenciando leucocitose (Tabela 2). A leucocitose, na maioria das vezes, está presente
em cadelas com piometra, sendo mais acentuada em casos cuja etiologia envolve a
Escherichia coli (EMANUELLI, 2007), este envolvimento bacteriano pode estar
relacionado com o estudo em questão, já que foram vistos índices bastante elevados de
leucócitos. Evangelista (2007) obteve predomínio de animais com leucocitose, assim
como ocorreu no presente trabalho, um grande número de animais apresentando
leucocitose também foi observado por Gonçalves (2010), sendo que 81% dos animais
apresentaram tal alteração.
Os valores médios para neutrófilos segmentados representados na Tabela 2
mostraram-se aumentados em 80% dos exames, caracterizando um achado de
leucocitose por neutrofilia. Gonçalves (2010) demonstrou aumento da contagem de
neutrófilos segmentados em 63% e Mira (2010) obteve valores semelhantes ao
encontrando onde 80% dos animais com piometra apresentavam aumento de
neutrófilos segmentados. Em piometra de cérvix fechada geralmente ocorre neutrofilia
absoluta e a leucocitose tende a ser mais grave, o que não ocorre necessariamente em
cadelas com piometra de cérvix aberta (DUNN, 2001).
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Ainda, achados de leucograma mostrando aumento nos neutrófilos bastonados
podem ser comumente encontrados. Resultados evidenciaram alteração nos neutrófilos
bastonados, caracterizando 40% de leucocitose com desvio à esquerda (Tabela 2), este
valor foi baixo quando comparado a outras pesquisas onde mostrou 100%
(GONÇALVES, 2010) e 60% (MIRA, 2010) de predominância de leucocitose com
desvio à esquerda. Feldman (2004) relatou ainda que se a infecção for grave e/ou
crônica, pode ocorrer um desvio a esquerda degenerativo com a presença de
neutrófilos tóxicos.
Tabela 2. Média aritmética dos achados hematológicos em 5 casos de cadelas com piometra.
____________________________________________________________________
Hemograma
Média A.
Referência
Frequência %
____________________________________________________________________
Eritrócitos (X106/ul)
8,57
(5,5 – 8,5)
100 % (5/5)
Hemoglobina (g/dL)
12.94
(12 - 18)
100% (5/5)
Hematócrito (%)
37.46
(37 – 55)
100% (5/5)
Leucócitos totais
51.260
(6000 – 17000)
100% (5/5)
Neutrófilos Bastonetes
8.306
(0 – 300)
40% (2/5)
Neutrófilos Segmentados
47.414
(3000 – 11500)
80% (4/5)
Monócitos
3.432
(150 – 1350)
100% (5/5)
Linfócitos
5.292
(1000 – 4800)
100% (5/5)
Observação: presença de desvio à esquerda
___________________________________________________________________
FONTE: POSSA. C.
Achados característicos de piometra foram evidenciados no aumento de
monócitos e linfócitos (Tabela 2). De acordo com Bush (2004) e Trall (2007), os
monócitos tendem a aumentar em inflamações e infecções, seja ela aguda ou crônica e
estes, nos tecidos se transformam em macrófagos para promover a fagocitose. A
monocitose não ocorre somente em distúrbios crônicos, mas sempre que necessário,
os monócitos irão fagocitar as bactérias patogênicas, como no caso de infecções
bacterianas agudas que cursam com sepse, bacteremia e distúrbios purulentos, como
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no caso da piometra. Assim como foi observado no presente estudo, Verstegen et al.
(2008) relataram que a monocitose é um achado comum em cadelas com piometra. A
presença de linfocitose por sua vez, geralmente está associada a processos infecciosos
crônicos, como no caso da piometra, podendo ocorrer devido à estimulação antigênica
prolongada levando a uma hiperplasia linfoide com aumento no número de linfócitos.
Ainda é aceita linfopenia, que caracteriza infecções bacterinas maciças, pelo quadro de
sepse (Bush, 2004).
O diagnóstico ultrassonográfico das cinco cadelas as quais foram submetidas a
este exame ofereceu subsídios para o diagnóstico definitivo da piometra. A
ultrassonografia abdominal é o exame diagnostico de escolha no caso de uma suspeita
de piometra (FELDMAN & NELSON, 1996; SLATTER, 1998; ETTINGER & FELDMAN,
2004;). Esse tipo de exame tem utilidade na determinação das dimensões do útero
(aumento uterino), diversos graus de espessamento de parede ou paredes finas com ou
sem cistos endometriais, presença de líquido e estruturas fetais no interior desde órgão
(FELDMAN & NELSON, 1996; SLATTER, 1998; FOSSUM, 2005).
Os resultados obtidos são compatíveis com a literatura consultada, sendo que
nos cinco exames ultrassonográficos houveram dimensões aumentadas do útero, que
variaram de 1,5 cm a 3,7 cm, com presença de conteúdo hipoecogênico e paredes
espessadas (Figura 3), caracterizando piometra de cérvix aberta.
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Figura 3. Ultrassonografia abdominal de cadela caracterizando piometra de cérvix aberta.
FONTE: CARNEVALI, T.
Segundo Ferreira & Lopes (2000), o útero dilatado apresenta uma imagem
ultrassonográfica de uma estrutura tubular bem definida com diâmetro entre 0,5 a 4,0
cm, o conteúdo luminal uterino apresenta menos ecogenicidade que a parede, com
cintilações ecogênicas bem evidentes.
Bigliardi et al; (2004), ressaltam ainda que quando os sinais clínicos são severos
é necessário realizar um exame ultrassonográfico para diagnósticar o grau das lesões
uterinas. Em caso de complicações secundárias a piometra, o exame de
ultrassonografia também pode avaliar também o parênquima renal (SORRIBAS, 2009).
O tratamento de piometra pode ser clínico ou cirúrgico, e deve-se avaliar o grau
de severidade da doença para poder eleger o melhor tratamento. A terapia de suporte
deve ser iniciada imediatamente quando for diagnosticada a piometra e deve ser
mantida após a cirurgia até 07 a 10 dias (FELDMAN & NELSON, 1996; SLATTER,
1998; FERREIRA & LOPES, 2000; ANDRADE, 2002; SMITH, 2006).
Os objetivos do tratamento clínico em casos de piometra são a redução das
concentrações de progesterona, a eliminação das bactérias e a abertura da cérvix, ou
14
seja, resolver a moléstia clínica nas fêmeas afetadas e depois preservar a sua
capacidade reprodutiva (SLATTER, 1998; ETTINGER & FELDMAN, 2004).
As opções terapêuticas são dadas através da administração de estrógenos,
andrógenos, quinino, ocitocina e alcalóides derivados do ergot (FERREIRA & LOPES,
2000; FELDMAN & NELSON, 1996). A utilização de antibióticos sistêmicos acaba
sendo ineficaz como terapia para a piometra canina e ao invés de curar, acaba a
aumentar ainda mais a enfermidade. Bigliardi et al; (2004), relataram que nunca
obtiveram sucesso no tratamento com prostaglandina e antibióticos em casos severos
de piometra, sendo estes medicamentos utilizados somente em casos mais brandos da
doença. Porém o que determina se o tratamento deve ser clínico ou cirúrgico é a
condição em que o animal se encontra no momento do exame clínico, além da idade da
paciente (BIRCHARD & SHERDING, 2003) e da importância para o proprietário de
preservar a capacidade reprodutiva do animal (ALLEN, 1995).
A ovariosalpingohisterectomia (OSH) é o tratamento de eleição para a piometra,
geralmente resultando em rápida recuperação do animal. A cirurgia é mais eficiente,
segura e a única que permite êxito duradouro no tratamento de piometras de quaisquer
tipos. (FRANSSON & RANGLE, 2003).
CONCLUSÃO
Pôde-se concluir que os principais sinais clínicos foram corrimento vaginal,
apatia, anorexia. Os achados de hemograma foram leucocitose por neutrofilia,
monocitose
e
linfocitose.
ultrassonográficos
foram
As
principais
aumento
uterino,
alterações
encontradas
nos
paredes
espessadas
e
exame
conteúdo
hipoecogênico presente.
Contudo, a avaliação proveniente dos resultados desta pesquisa nos permitiu
relatar que em casos de piometra canina, uma avaliação conjunta da anamnese, dos
sinais clínicos e exames laboratoriais tornam-se uma importante e imprescindível
ferramenta para diagnosticar a doença, promovendo êxito no tratamento clínico ou
cirúrgico, visando diminuir os índices de mortalidade e promover o bem estar do animal.
15
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